DIÁRIO NACIONAL - Diários da Câmara dos Deputados

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República Federativa do Brasil DIÁRIO NACIONAL SEÇÃO I ANO XXXVIII - N9 143 CAPITAL FEDERAJL TERÇA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1983 CÂMARA DOS DEPUTADOS 1- ATA DA 143." SESSÃO DA 1." SESSÃO LEGISLATI- VA DA 47." LEGISLATURA EM 31 DE OUTUBRO DE 1983. I- Abertura da Sessão II - Leitura e assinatur;\ da ata da sessão anterior III - Leltura N.O 36183, que reestr11.J;ura os Grupos Ocupacionais da Câ- mara dos Deputados; N.o 37/83, que dispõe sobre a Resoluçáo n.O 20, de 30 de no- vembro de 1971; e N.o 38/83, que altera a Reso- luçáo n.o 67/62. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei Complemen- tar n.o 168-C, de 1980 - Subs- titutivo do Senado ao Projeto de Lei Complementar n.o 168-B, de 1980, que "altera o Decreto-lei n.o 406, de 31 de dezembro de 1968, que restabe- lece normas gerais de direito tributário, e outras provi- dências',. Projeto de Lei n.o 2.072-A, de 1983 (Do Poder Executivo) - Mensagem n.O 337/83 - Auto- riza o Poder Executivo a cele- brar transação com a Funda- ção Abrigo do Cristo Redentor, para pôr fim ao litígio que es- pecifica, e outras providên- cias; tendo parecer, da Comis- são de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juri- dicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. SUMÁRIO PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n.o 2.468, de 1983 (Do Sr. Floriceno Paixão) - Dispõe sobre a autonomia administrativa e financeira do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), do Tribu- nal Especial (TE) e dos Tri- bunais de Justiça Desportiva (TJD) e outras providên- cias. Projeto de Lei n.o 2.470, de 1983 (Do Sr. Henrique Eduar- do Alves) - Altera dispositi- vo do Código Civil, de modo a possibilitar que pessoas com vida em comum, mais de cinco anos, também possam adotar filhos. Projeto de Lei n.o 2.485, de 1983 (Do Sr. Jorge Arbage) - Altera dispositivo do Decreto- lei n.O 2.061, de 19 de setembro de 1983, que "dispõe sobre a alienação de mercadorias su- jeitas à pena de perdimento, em especial nos casos de cala- midade pública e outras providéncias". Projeto de Lei n.o 2.494, de 1983 (Do Poder Executivo) - Mensagem n.o 3,g4/83 - Cria a Guarda Costeira. Projeto de Lei n.o 2.495. de 1983 (Do Poder Executivo) - Mensagem n.o 395/83 - Dis- põe sobre a progressão funcio- nal a que se refere a Lei n.O 5.645, de 10 de dezembro de 1970. IV - Pequeno Expediente DIRCEU CARNEIRO Quadro sócio-econômico e po- lítico do País. DARCY PASSOS - o "Do- cumento dos Onze". Partici- pação dos trabalhadores nas negociações relativas à politica salarial e a questões trabalhis- tas. INOC:f:NCIO OLIVEIRA - Isenção do Imposto Territorial Rural no Nordeste. FERNANDO LYRA - Elei- ções na Argentina. PAULO BORGES - Políti- ca econômico-financéira e sa- larial. JOSÉ FERNANDES - Re- cursos financeiros para a Zona Franca de Manaus. IVO VANDERLINDE - Se- gurança e condições de funcio- namento para a Cooperativa de Prestação de Serviços dos Trabalhadores Autônomos de Porto Alegre Ltda., Estado do Rio Grande do Sul. LUIZ GUEDES - Política econômica. RANDOLFO BITTEN- COURT - Isenção do IOF para a Zona Franca de Ma- naus. ANTôNIO CAMARA - Re- gulamentação dos serviços de estiva no Estado do Rio Gran- de do Norte. FRANCISCO SALES Combate, pela CEPLAC, à "Vassoura de Bruxa" no Esta- do de Rondônia. FARABULINI JúNIOR - Violência em São Paulo, Esta- do de São Paulo. RESOLUÇãO N.o 36, nE 1983 'Reestrutura os Grupos Ocupa<IJionais da Câmara dos Deputados, e outras providências. Façü saber que a 'Câmara düs Deputados âp;r<J.VOl1 eeu promulgo a seguinte Reso- lução: .Art. 1.0 Fica reestruturado o Grupo-Ati- vidades 'de Apoio Legislativo do Quadro e da Tabela Permanentes :da Oâmara dos Deputados, designado pe<lo Código- . GD-AtL-(}10, compreendendo as seguintes Ca.tegorias Funclona,is, distribuídas elas- "l'e5 respC'c.tivas pela escala de referência na forma do Anexo I: Código - iOD-AL-Oll - Técnico Legisla- tivo; ,Código - CD-AL-OI2 - Taquígra,fo Le- gisl'a.tivo; Código - iOD-AL-(}l3 - Técnico em Pes- quisa Legd.sla'ti'V'a; CMigo - OD-AiL-014 - tm"petor de Se- gurança Legislativa; Código - CD-AL-G15 - Agente de Segu- rança Legislativa; Código - CD-AL-01'6 - Assistente Legi,- la:tivo; Oódigo -,-- CD-AL-017 - Agente de S,ervi- ços Legislativos; Código - CD'-AL-01'8' - Agente de Trans- porte Legis,lativo. § 1.0 Os servid0'res o'cupantes das Cate- gorias Funcionais de Técnico Legislativo. Taquígrafo Legislativo, Técnico em Pesqui- sa Legislativa e Inspetor de S'e'gl1ranl}a Le- gislativa estalrão sujeitos às normas do re- g.ime eS'tatutário. § 2.° Os se'rvidores ocupantes das Cate- gorias Fllncionais de Agente 'de Slerviços Le- gislaMvos, Assistente LegisJativo, Agente 'de Segurança LegisllliUva e Agente de Trans- porte Legislatilvo serão regidos pela Ltigisla- ção Tra:ba'hista e Normas quedisclpl'ir"am o Fundo de Ga'rantla do Tempo ,1e 1"e;:viço. Art. 2.° Os cargos e empregos' das d:as- ses í'nioia:is das Oate,gorias Funciol1<l,iz do Grupo-Atividades de ApDlo l.egisj'ativo serão providos metade mediante concur.so público

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República Federativa do Brasil

DIÁRIO NACIONALSEÇÃO I

ANO XXXVIII - N9 143 CAPITAL FEDERAJL TERÇA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 1983

CÂMARA DOS DEPUTADOS

1 - ATA DA 143." SESSÃODA 1." SESSÃO LEGISLATI­VA DA 47." LEGISLATURAEM 31 DE OUTUBRO DE 1983.

I - Abertura da Sessão

II - Leitura e assinatur;\ daata da sessão anterior

III - Leltura <1w'Ex~diente

~OLUÇõES

N.O 36183, que reestr11.J;ura osGrupos Ocupacionais da Câ­mara dos Deputados;

N.o 37/83, que dispõe sobre aResoluçáo n.O 20, de 30 de no­vembro de 1971; e

N.o 38/83, que altera a Reso­luçáo n.o 67/62.

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Lei Complemen­tar n.o 168-C, de 1980 - Subs­titutivo do Senado ao Projetode Lei Complementar n.o168-B, de 1980, que "altera oDecreto-lei n.o 406, de 31 dedezembro de 1968, que restabe­lece normas gerais de direitotributário, e dá outras provi­dências',.

Projeto de Lei n.o 2.072-A, de1983 (Do Poder Executivo) ­Mensagem n.O 337/83 - Auto­riza o Poder Executivo a cele­brar transação com a Funda­ção Abrigo do Cristo Redentor,para pôr fim ao litígio que es­pecifica, e dá outras providên­cias; tendo parecer, da Comis­são de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juri­dicidade, técnica legislativa e,no mérito, pela aprovação.

SUMÁRIOPROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n.o 2.468, de1983 (Do Sr. Floriceno Paixão)- Dispõe sobre a autonomiaadministrativa e financeira doSuperior Tribunal de JustiçaDesportiva (STJD), do Tribu­nal Especial (TE) e dos Tri­bunais de Justiça Desportiva(TJD) e dá outras providên­cias.

Projeto de Lei n.o 2.470, de1983 (Do Sr. Henrique Eduar­do Alves) - Altera dispositi­vo do Código Civil, de modo apossibilitar que pessoas comvida em comum, há mais decinco anos, também possamadotar filhos.

Projeto de Lei n.o 2.485, de1983 (Do Sr. Jorge Arbage) ­Altera dispositivo do Decreto­lei n.O 2.061, de 19 de setembrode 1983, que "dispõe sobre aalienação de mercadorias su­jeitas à pena de perdimento,em especial nos casos de cala­midade pública e dá outrasprovidéncias".

Projeto de Lei n.o 2.494, de1983 (Do Poder Executivo) ­Mensagem n.o 3,g4/83 - Cria aGuarda Costeira.

Projeto de Lei n.o 2.495. de1983 (Do Poder Executivo) ­Mensagem n.o 395/83 - Dis­põe sobre a progressão funcio­nal a que se refere a Lei n.O5.645, de 10 de dezembro de1970.

IV - Pequeno Expediente

DIRCEU CARNEIROQuadro sócio-econômico e po­lítico do País.

DARCY PASSOS - o "Do­cumento dos Onze". Partici­pação dos trabalhadores nasnegociações relativas à politicasalarial e a questões trabalhis­tas.

INOC:f:NCIO OLIVEIRA ­Isenção do Imposto TerritorialRural no Nordeste.

FERNANDO LYRA - Elei­ções na Argentina.

PAULO BORGES - Políti­ca econômico-financéira e sa­larial.

JOSÉ FERNANDES - Re­cursos financeiros para a ZonaFranca de Manaus.

IVO VANDERLINDE - Se­gurança e condições de funcio­namento para a Cooperativade Prestação de Serviços dosTrabalhadores Autônomos dePorto Alegre Ltda., Estado doRio Grande do Sul.

LUIZ GUEDES - Políticaeconômica.

RANDOLFO BITTEN­COURT - Isenção do IOFpara a Zona Franca de Ma­naus.

ANTôNIO CAMARA - Re­gulamentação dos serviços deestiva no Estado do Rio Gran­de do Norte.

FRANCISCO SALESCombate, pela CEPLAC, à"Vassoura de Bruxa" no Esta­do de Rondônia.

FARABULINI JúNIOR ­Violência em São Paulo, Esta­do de São Paulo.

RESOLUÇãO N.o 36, nE 1983

'Reestrutura os Grupos Ocupa<IJionaisda Câmara dos Deputados, e dá outrasprovidências. •

Façü saber que a 'Câmara düs Deputadosâp;r<J.VOl1 eeu promulgo a seguinte Reso­lução:

.Art. 1.0 Fica reestruturado o Grupo-Ati­vidades 'de Apoio Legislativo do Quadro eda Tabela Permanentes :da Oâmara dosDeputados, designado pe<lo Código- .GD-AtL-(}10, compreendendo as seguintesCa.tegorias Funclona,is, distribuídas r~s elas­"l'e5 respC'c.tivas pela escala de referência naforma do Anexo I:

Código - iOD-AL-Oll - Técnico Legisla­tivo;

,Código - CD-AL-OI2 - Taquígra,fo Le­gisl'a.tivo;

Código - iOD-AL-(}l3 - Técnico em Pes­quisa Legd.sla'ti'V'a;

CMigo - OD-AiL-014 - tm"petor de Se­gurança Legislativa;

Código - CD-AL-G15 - Agente de Segu­rança Legislativa;

Código - CD-AL-01'6 - Assistente Legi,­la:tivo;

Oódigo -,-- CD-AL-017 - Agente de S,ervi­ços Legislativos;

Código - CD'-AL-01'8' - Agente de Trans­porte Legis,lativo.

§ 1.0 Os servid0'res o'cupantes das Cate­gorias Funcionais de Técnico Legislativo.Taquígrafo Legislativo, Técnico em Pesqui­sa Legislativa e Inspetor de S'e'gl1ranl}a Le­gislativa estalrão sujeitos às normas do re­g.ime eS'tatutário.

§ 2.° Os se'rvidores ocupantes das Cate­gorias Fllncionais de Agente 'de Slerviços Le­gislaMvos, Assistente LegisJativo, Agente 'deSegurança LegisllliUva e Agente de Trans­porte Legislatilvo serão regidos pela Ltigisla­ção Tra:ba'hista e Normas quedisclpl'ir"amo Fundo de Ga'rantla do Tempo ,1e 1"e;:viço.

Art. 2.° Os cargos e empregos' das d:as­ses í'nioia:is das Oate,gorias Funciol1<l,iz doGrupo-Atividades de ApDlo l.egisj'ativo serãoprovidos metade mediante concur.so público

11810 Terça-feira 1c' DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se(;iío I) Novembro de 1983

OSCAR ALVES - Políticaeconômica e social.

JOAO FAUSTINO - Medi­das para solucionar os proble­mas do Nordeste.

NILSON GIBSON - AbOr­to. Paternidade responsável.

SIQUEIRA CAMPOS - Cre­denciamento de hospitais, mé­dicos, dentistas e laborataris­tas no Estado de Goiás.

MOZARILDO CAVALCAN­TI - Pavimentação da BR­174, Território de Roraima.

DENISAR ARNEIRO - Ar­tigo publieado no "Jornal doBrasil" de 31-10-83, sobre ofuncionamento da AssembléiaLegislativa, Estado de Ala­goas.

MARIO FROTA - Reporta­gem do jornal "Folha de S.Paulo" sobre mudança do Pre­sidentB do IBC.

ORESTES MUNIZ - Re­cuperação da estrada que ser­ve à Linha 610 de Jaru, Estadode Rondônia.

FRANCmCO AMARAL ­Homenagem à memória doProf. Lázaro Gonçalves Tei­xeira, Monte-Mor, Estado deSão Paulo.

ONíSIO LUDOVICO - Plei­to elBitoral na Argentina. Elei­ções direta para a Presidênciada República no Brasil.

NOSSER ALMEIDA - Con­servação do trecho rodoviárioBrasilia-Acre-Divisa do Peru.

FRANCISCO ERSE - Vio­lência em jogo do Campeona­to Feminino de Futebol no Riode Janeiro, Estado do Rio deJaneiro. RBformulação da le­gislação esportiva.

RUBEN FIGUEIRó - Der­ramamento de petróleo e degasolina no litoral do Estadode São Paulo.

IRINEU COLATO - Cam­panhas em favor dos nordesti­nos e sulistas flagelados.

HAROLDO LIMA - Novafase política da Argentina.

WILMAR PALIS - Resta­belecimento das prerrogativasdo Legislativo.

JOAQUIM RORIZ - Admi­nistração do Sr. Mauro Antô­nio Bento na Metais deGoiás S.A.

PEDRO NOVAIS - Políticahabitacional.

MíLTON BRANDAOConstrução de açudes no Piauí.Localização do açude Joana,

ARNALDO MACIEL - Re-jeição do Decreto-lei n.O .2.045/83. Decretação de medi­das de emergência, Brasília,

Distrito Federal. IntBrdiçáo daOrdem dos Advogados do Bra­sil, Seção Distrito Federal. Po­lítica econômica.

ADHEMAR GHISI - Expo­sição do artista plástico cata­rinense Willy Humblick, Bra­sília, Distrito Federal.

ALCIDES FRANCISCATO- Política agrícola.

FRANCISCO STUDART ­Majoração dos impostos pre­dial e territorial no Municípiodo Rio de Janeiro, Estado doRio de Janeiro.

RALPH BIASI - Invasão deGranada.

PRISCO VIANNA - Elei­ções na Argentina.

CELSO PEÇANHA - Re­estruturação das categoriasfuncionais de Motorista Ofi­cial e Agente de Portaria.

v - Granil,~ Expediente

FERNANDO SANTANAApreciação sobre o discurso doPresidente do PMDB, Depu­tado Ulysses Guimarães. Res­ponsabilidade do PMDB nomomento histórico nacional.Reforma agrária. Eleições di­retas para Presidente da Re­pública. Modificação da Lei deSegurança Nacional. Dívidainterna e externa. Intervençãoamericana em Granada.

WOLNEY SIQUEIRAConjuntura nacional. Necessi­dade de apuração das denún­cias de corrupção. Importânciado diálogo entre as forças po­líticas e o Governo.

MáRIO JURUNA - Apre­ciação sobre as autoridadesconstituídas. Direitos do índioe do povo. Comemoração daIndependência do Brasil. Elei­ções direta para Presidente daRepública.

VI - Ordem do Dia

WILMAR PALIS, Sl!:RGIOCRUZ, PAULO MARQUES,RAYMUNDO ASFORA, MAR­CIa SANTILLI, RENAN CA­LHEIROS, RANDOLFO BIT­TENCOURT, OSVALDO LI­MA, JOÃO FAUSTINO,FRANCISCO DIAS, FRAN­CISCO AMARAL, RUY CODO,FLORICENO PAIXAO, ARYKFFURI, JOSIlJ CARLOS TEI­XEIRA - Apresentação deproposições.

J A C QUE S D'ORNELLAS(Como Líder) - Homenagempóstuma ao ex-Deputado Gre­gório Bezerra. Realização deeleições na Argentina. Inter­venção americana em Grana­da. Atuação do Congresso Na­cional ante a política salarialdo Governo.

MATHEUS SCHMIDT (Co­mo Líder) - Realização deeleições na Argentina. ilegiti­midade do Colêgio Eleitoral noBrasil. Eleições diretas paraPresidente da República.

JORGE VIANNA (Como Lí­der) - Política cacaueira. Ati­vidades da CEPLAC. Necessi­dade de constituição da CPIdo Cacau e da extinção do con­fisco cambial na exportação docacau.

PRISCO VIANNA - Ques­tão de ordem sobre a possibi­lídade de se mandar publicar,no Diário do Congr,~sso Nacio­nal, o material coletado peloDeputado Jorge Vianna sobreas atividades da CEPLAC.

PRESIDENTE - Resposta àquestão de ordem do DeputadoPrisco Vianna.

SIQUEIRA CAMPOS (Co­mo Líder) - Justificação dasmedidas de emergência decre­tada pelo Governo para a re­gião do Distrito Federal. Ne­cessidade de se banir o radi­calismo das discussões políti­cas no Congresso.

VII - Designação da. Ordemdo Dia

VIII - Encerramento

Discurso do Deputado EgídioFerreira Lima, como Líder,proferido na sessão ordináriado dia 13-10-83: resposta aodiscurso do Deputado Fernan­do Lyra, proferida na sessãoordinária de 11-10-83.

Discurso do Deputado Wil­mar Palis, publicado no neNde 14-10-83, páginas 10905 a10907, que se republica por ha­ver saído com omissões.

Discursos do Mínistro CésarCals e interpelantes proferidosna sessão ordinária de19-10-83: esclarecimentos arespeíto de assuntos relaciona­dos com a PETROBRáS.

Discurso do Deputado Wil­mar Palis, publicado no neNde 10-10-83, página 11210, quese republica por haver saídocom omissões.

Discurso do Deputado CelsoPeçanha, publicado no DCN de27-10-83, que se republica porhaver saído com omissões.

2 - ATO DA MESAN.o 17/83, que dispõe sobre

o Incentivo ao Mérito Fun­cional.

3 - MESA (Relação dosmembros)

4 - LIDERES E VICE-Lí­DERES DE PARTIDOS (Re­lação dos membros)

5 - COMISSõES (Relaçãodos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mis­tas e de Inquérito)

e metade por ascensão funcional, em queserão verificadas as qualificações essenciaisexigidas nas respectivas especificações.

Art. 3.° IConstituem requisitDs para in­gresso nas 'Classes iniciais das CategoriasFuncionais, além das estabelecidas nas ins­truções reguladoras dos concursos:

I - para as Categorias de Técnico Legis­lativo e Ta'quígrafo Legislativo diploma oucertificado de conclusão de cúrso superiorou habilitação legal equivalente conelacio­nados com as atribuições da Categoria Fu-n­cIonal;

li - para a Categoria de Técni-co em Pes~quisa Legislativa, diploma certi>ficad.o deconclusão em -curso superior de Bibliotecá­rio ou Arquivologia, ou habilitação legalequivalente;

UI - para a categoria 'de Inspetor de Se­gurança Legislativa, diploma ou certificacrode conclusão de curso superior 'de Bacharelem Direito;

IV - para as Categorias de Agente de Se­gurança Legislativa ,e de Agente de Trans­porte Legislativo, 8.a sé1'Íe de 1.0 grau ounível equivalente;

V - para a Catego,ria de Assis,tente Le­gislativo, {) certificado de conclusão do 2.0grau ou nível e'quivalente;

VI - para a Categoria de Agente de Ser­viços Legislati'i'os, observadas as respectivasespecid'icações de dasse certificado de con­clusão do 2.0 grau, 1.0 grau ou nivel equiva­lente.

Art. 4.0 Os ocupantes de cargos e -em­pregos integrantes das Categorias Funcio­nais do Grupo a que se r€ffere esta Resoluçãofi.cam sujeitos a regime de 40 (quarenta)horas semanais de trabalho, ressalvadas asatividades técnicas ou especi(l,lizadas quete,nhamcargas horárias estabelec:'das emregulamentação específic'l.

Art. 5.0 Integrarão as Categorias Fun­cionais de ,que trata o art. 1.0 desta Reso­lução oscal'gose empregos especificados naforma do Anexo li, cudos atuais ocupantes,mantido o respectivo regime jurídico, serãoincluidos através de Ato da Mesa, cllJbe'l1'doao DelPartamento de Pessoal proceder, nosrespectivos titulos, às alterações correspon­dentes.

~a'ráJgrafo único. Os ca;rgos vagos, rema­nescentes a situações 'anteriores a esta Re­solução, não comprometidos com progres­são, a"lcensão e concurso pú.blico, serão dis­tribuídos, através de Ato da Mesa, em Ca­tegorias Funcionais do Qua'dro Pe=anente.

Art. 6.0 Os caTgos, remanescentes' do re­gime estatutário, a que se refere o § 2.0 do(l,r,t. 1.0 des'ta Resolução, serão translforma­dos, 'quando va.garem, para Categorias Fun­cionais a serem indicadas em Ato da Mes-a.

Art. 7.0 É Í'Ilstitui'do o Lncentivo ao Mé­rito Funcional, com definição, característi­cas, critérios de avaliação, beneficiários ebase de concessão disciplinadas em Ato daMesa.

Art. 8.0 Ficam criadas, na fm'm(l, doAnexo m, no Grupo-outras Atividades deNível Supe,rior as Categorias Funcionais deAssistente' Social e Psicólogo, cUj,as lotaçõesserão fixadas de acotdo com o art. 3.° daResocução n.o 39, de 1982.

Art. 9.0 O preenchimen·to inicia} dos cla­ros prev,jst.os na lotação 'das Cate-goria.s Fun-

Novembro de 1983 OTÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 11811

ANEXO I

iCAMARA DOS DEPUTADOS

Grup'o-Atividades de Apoio Legislativo

Código OD..,AL-01{)

QUADRO E TABELA PERMANENTiES

Gâmara dos Deputados, 2'4 de outubro de1983. - Flávio Marcílio, Presidente da Câ­mara dos Deputa-dos.

Art. 21. Ficam revogados a Resoluçãon.O 42, de 1973, o § 1.0 do art. 5.°, da Reso­lução n.o 24, de 1'976, o § 1.0 do art. 30, daResolução n.O 39, de 1982 ·e demais dispo­sições em contráorio.

Ir - Categoria de Taquígrafo Legislativo:- Nas Classe: Especial e "C", atuais

ocupantes de cargos de Taquígrafo Legis­lativo.

- Nas Classes: "B" e "A", atuais ocupan­tes de' cargo de Assistente Legislativo ­área de taquigrafia.m - Categoria de Técnico em PesquisaLegislativa:

- Nas Classes: Especial ·e "-O", atuaisocupantes de cargos de Técnico Legislativo- ár,ea de pesquisa e antigos Bibliotecários,Redatores e Arquivologistas.

NS-23, 24 e 25NS-20, 2'1 e 22

NS-17, 18 e ,109NS-14, 15 e 16

Referências

'N"S-23, 24 e 2'5NS-20, 2,1 e 22

NS-17, 18 e 19NS-14, 15 e 1'11

NS-2,3, 24 e 215NS-QO, 2'1 e 212

NS-17, 18 e IHNS-14, ,15 e 16

N8-20 e 2,1N8-'17, 18 e 1JN8-14, 15 e l.6

NM-34 e 3'5NM-'30a: 3'3NM-Q6 a 2,9NM-tU a 25,

NM-34 e 3'5NM-3.la 33NM-28 a 30'N'M-24 :a 27

Nl\{-3'4 e 3'5NM-30 a 3'3NM-25 a 12'9:NM-·2:1 a 25

NM-3'4 e 3'5NM-30 a 33oNM-26 3J 29NM-21 a 25

OD-AL-01,5,IEspecialCD-AIL-Ol'51"IC"OD-AlL-01'5/"B"CD-I..lIJL-IH5/"A"

OD-AlL-OlQI"B"ClD-AlL-1l12I"A"

OD-A,L-013.t'iElspecialOD-:A!L-013/'~C"

CD-.M..-01'3/"B"QD-AlL-OmI"A"

OD-AlL-014/1El51PecialCD-AiL-.o14/"B"GD-AlL-01~"A"

CD-,AL-011/Es;peciaIOD-.l\JL-OHI"'O"

GD-AlL-()ll/"B"CID-AiL-Ol1l".A"

CD-AL-(}l'2/EspecialOD-AlL-0l2/"íC"

Código/Classes

OD-,AL-01,{f/:El>pec1alOD-AlL-01'6/"1C"OD-AL-01J6/"B"OD-AL-01'6I"A"

Cl)-AL-017/ESpecialCD-:A!L-017/,,iO''CD-AiL-0111"B"CD-AlL-0171".A"

CD-AiL-013/ESiPe'cialOD-AlL-018/"!c"OD-<AIL-01'8/"iB"C:D-AIL-018/".A"

Categorias Funcionais

'I1écnico Legislativo'I1écnico Legislativo

TécnkO' Legislat,ivo AdjUlltoTécnico Legislativo iWjunto

Taquígra-fo LegislativoTaquígrafo Legislativo

Taquíg,ra1'o Legis,lativ,o' AdduntoTaquígrMo l.iegi.slativO' Adjunto

TéCID.ico em Pesquisa Legisla,tiv·aTéclIlicoem Pesquisa Legisla,tiva

'I1écnico em Pesquisa J...egisI. AdjuntoTécnico ,em Pesquisa LegisI. Adjunto

fuspetor de Segurança Legis!·a.tivaInspetor de Segura.nç3: iLegislativaInspetor ,de Se,gura.nÇla Le'gisJativa

Agent.e de S'egurança Le,gisl'ativaA'gente de· 8egurança Le;gis-IativaAgente de Segur3!nça LelgislativaAgente de Siegurança Le,gIslativa

.A!ss·istente LegislativoA!ss·istente LegislativoA:ss,istente LegislativoA!s.s,istente Legislativo

Agente de Serviços Le'gislaotívo.sA,gente de Serviços' Le,glsla.tivosAgente de Serviços Leglsla'tivosA,gent.e de Serviço1l Le.gisla;ttyos

Agente ·de Transporte LegisI<3Jtivo­Agente de 'I1ransporte Legi.sl!ativO'Agente de Transporte Legi&oatiovo'Agente de Tran5porte Leg!sIativo

Mt. 18. Os casos omisso.s sea:ão disciJ)-li­nados em Ato da Mesa.

A!rt. 19. A implantação do disposto nestaResolução far-se-á de a:cordo com as dispo­nibilidades orçamentárias da Câmara dosDe[J11tados.

Art. 20. Esta Resolução entra em vigorna data de sua publicação.

ANEXO ][I

CAMARA DOS DEPUTADOSGrupo-Atividades de Apoio Legislativo

QUADRO E TABELA PERMANENTES

I - categoria de Técnico Legislativo:

- Nas Classes: Especial e "C", atuaisocupantes de cargos de Técnico Legislativo.

- Nas Classes: "B" e "A", atuais oeupa,n­tes de cargos de Assistente Legislativo ­área ·de técnica e pesquisa.

cionais a que se refere o art. 8.° far-se-á dellJcordo com os seguintes critérios:

I - na Categ:oria E'un.cional de .A!ssistenteSocial, código CD-iNS-930, mediante inclu­são de servidores do Quadro e da Ta'belaPermanente ·da Câmara dos Deputados quepossuam diploma de Assis,tente Soc~al, de­vidamente reg·istrado, ou ha'bilitação legalequivalente, aprovados em proces-so seletivoespecíUco, ap,ll'cado na forma da legislaçãovigen.te;

Ir - na categoria Funcional de Psicólogo,Código CD-NS-907, mediante inclusão deservidores do Quadro e da Tabela Perma­nentes da Câmara dos Deputados que pos~

suam diploma de Psicólogo, devidamenteregistrado, ou habilitação legal equivalente.aprovados em processo seletivo específico,aplicado na forma da legislação vigente.

Art. 10.· PaTa provime'Ilto, akavés <leco,ncu:rso público ou ascensão funcional, decargos e empre'gos, cujos ocupruntes, em de­corrência das eSiPecifieações.de classe, ve­nham a desempenhai" 8JtividllJdes prórp·riasde profissões re,gulamerrta!das, será exigidaa correspondente habilitação profissional.técnica ou especializada.

Art. 11. Poderá haver a'i>censão funcio­n3:1 às ,classes iniciais de 'Ca'tegorias Fun­cionais, iLntegrantes do Grupo-Ativid3Jdes deApoio· Le,gi~~a.tivo e do Grupo-Outll'la.s Ativi-'d!l!des de Nível Superior, de oCUlPantes decargos e empregos, desde que atendido ogra·u de escolaridade e demais ;requisitosexigidos para iLngresso.

Art. 12. A Mesa da Câmara dos Depu­ta'Clos, atl1avés de .Mo, expedirá as normaslegais ·complementares à implantação dodis!posto nesta Resolu:ção.

A!rt. 13. Ficam exti.n.to.s os Grupos-Ou­tras Ativida:des de Nível Médio, Serviços Au­xiliaroo e Transporte Oficial e Portaria, e aCategoria Funcional de Assisten.te de Plená­rios do Qua'àro e da Tabela Permanentes daCâmara dos Deputados,cujos ocupantespassarão 3: integra·r categorias funcio!IllailSdo Grupo-Mividades de Apoio Legisilativo.

\Art. 1'4. As Ca:tegorias Funcionais de'I1écnico em Comunicação Social e En!fer­meiro, do Grupo-outras Atividades de NívelSuperior, ficam reestruturadas na forma doAnexo :LV a esta Resolução.

Art. 15. São movimentados para a. últi­ma referência das respeictivas classes espe­ciais os ocupan.tes destas, e, pa·11a a re.fe;rên­cia inicial da classe imediatamente superiorà em que se encontram, os oculPa.ntes dasdemais classes das 'Categorias Funcionais doGrupo-outras Atividades de Nível S'll!pe'rior.

Art, 1'6. O salário do pooooal sem vínculocomo serviço público, contratado para asfunções de Seeretariado Parlament3:r de quetrata a: Re'solução n.O 66, de 20 de março de1978, e para as f1lJnçõ€s de -confiança re:fe­ri:da.s no art. 3.° da ResoLução n.O 24, de 28de junho de 1976, 5erá equivalente à refe­rênc~a NM-·3'5 para o AssistlIDte de GabiLneteParlamentar ou Se,cre,tárto Parttcular, a re­f,erência NM-3·1 para o SelcXetáJrio de Gabi­nete P;llJvlamentar ou Oficial de Gabine.te, eà referê'l1!cia NíM-Q4 pa'l1a o Amdliar de Ga­binete· Padame'I~tar, e reaj'l1Stado junta­mente com os vencimentos e saláirios dosservido.res da Câmara dos Deputados, na.mesma prDIporção.

Am. 17. Es,tende-se aos inativos da Se­cretaria da Câmara dos 'Deputados os efei­tos 'decorrentes da reestruturação de quetrata esta Resolução.

11812 Terça-feira I" OlARIa DO CONGRESSO NACIONAL (Seçüo !) Novembro de 1983

ANEXO In

cAMARA DOS DEP'UTADOS

Grupo-Outras Atividad'es de Nível Sup'erior

Código NS-900

TABELA PERM1\!NENTE

ANEXO IV

CAMARA DOS DEPUTADOSGrupo-Outras Atividades de Nivel Superior

Código NS-900QUADRO E TABELA F'ER,JI.o1A!-NENTE

- Nas 'Classes: Especial, "C", "H" 'e "A",atuais ocupantes de empregos de Agentede Segurança Legislativa.

VI - a Categoria de Assistente Legislativo:

- Nas Classes: Especial, "C", "H" e "A",atuais ocupantes de cargos de Agente deServiços Legislativos e empregos de AgenteAdministrativo, Técnico -em Contabilidadee Datilógrafo.

,Parágrafo único. A Diretoria G2r:1item a seguinte est.rutura básina:

1. Gabinete do Diretor-Geral;2. Se,rviço de ,Administração;

3·. Auditoria Interna;

4. Assessoria Técnica;5. Departamento Médico;

6. G{)ordenação de Segurança L: ~;is­

1ativa;

7. Coordenação de Seleção e Treina-mento;

8. iDireto-ria Administrativa:

a) GabInete;

b) Serviço 'de Administoração;c) De,partamentode Pes30'al;

d) Depalrtamento de Administração;e) JJe'partamento de 'Finanças.

9. Diretoria Legislativa:

a) Gabilnete;

b) Assessoria Legislativa;

c) Centro' de Documentação e Inf-or­n~ação;

"Ar't. 20.

RIESOLUÇAO N.o 37, DE 198,3

Dispõe snbre a Resolução n.O 20, de30 de novembro de 1971, e dá outrasprnvidêneías.

'F1aço saiber que a CâJmara do,~ Deputadosaprovou e cu promulgo- a seguinte Resolu­ção:

Art. 1.0 O parágrafo único do art. 20 daResoluçãon." 20, de 30 de novembro de1971, passa a vigorar ClJm ao seguinte reda­ção:

d) Departamento de Comissões;

e) DepartaJll1ento de Taquig,rafia, Re­visão e Redação;

f) AS8essoria de Orçamento e FiE,Cali­zação Financeira."

Parágrafo OOico. Em decorrência do dis­posta neste artigo fica a:cre,5cido no pará­gl'a<fo único do aDt. 41 da Resolução n,o 20,de 30 'de novembro de 197,1, "S'e'rviço' de Ad­ministração".

&rt. 2.° Observado o dispoosto nas RSSD­luções n.OS 7, de 1975, e 24, de 1976, ficamcriadas, no Grupo-DIreção e Assistência In­termediária,se na Tabela de Gratificaçãode Representação de Ga,bulete da Câmarados !DeiPutados, as funções especificadas noAnexo à presente Resolução.

Art. 3.° Os ca<iOS omissos se,rãodiscipli­nados em Instrucão Normativa da Primeiro-Secretário. -

rArt. 4.° As despesas ct:e,correntes daaplicação desta Resolução serão a:tel!ldidaspelos recurso& orçamentá:rios próprios daCâm,a,ra dos Deputados.

Art. 5.° 'Esta Resolução ent,ra em vigorna data de sua publicação.

Art. 6:° lRevog3Jm-se as diBposições emcontrário.

Câma'l'a dos Deputados, 2'4 de outubro de198~. - Flavio Marcílio, Presi'd-ente -da Cà­ma'ra do,;; Deputados.

Re.ferência de Venci­mento ou Salário por

Classe

Ref,erência de Venci­mento ou Salário por

Classe

CD-NS-904 Especial 22 a NS 25C NS 17 a NS 21H Na 12 a Na 16A NS õaNSl1

Códigu

Código

CD-NS-931 Especial NS 22 a NS 25C NS 17 a NS 21H NS 12 a NS 16A NS 3 a NS 11

CD NS-930 E,pecial NS 19 a NS 21B 'NS 10 a NS 18ANS1aNS9

CD NS-9H7 Especial NS 19 a NS 21C NS 14 a NS 18H NS 9 a NS 13ANSlaN88

VII - Categoria de Agente de C3erviçosLegislativos:

- Nas Classes: Especeial, "C", "B" ,e "A",observadas as áreas de especialidade, atuaisocupantes de empreglJs de Agente de Me­canização de Apoio, Agente de Serviçoscomplementares, Agente de Telecomunica­çõese Eletricidade, Auxiliar de Enf,erma­gem, Agente de Serviço de Engenharia, Au­xiliar em. Assuntos Culturai." 'Desenhistas,Técnico de Laboratório, Assistente d'e Ple­nários, Agente de Cinefotografia e Micro­filmagem, Agente de Comunicação Social,Auxiliar Operacional de .serviços Diversos(excluídos os da atual área de mecânica ,deveículos). Telefonista 'I'! Agente de Portaria.VIU - Gategoria de Agente 'de TransporteLegislativo:

- -Nas Classe: Especial, "0", "B" ,e "A",atuais ocupantes de empregos de MotoristaOficial ede Auxiliar Operacional de Ser­vicos Diversos (da atual área de mecânIcade> veiculos).

CategoriaFuncional

CategoriaFuncional

Assistência Social

Psicólogo

Enfermeiro

Técnico em Comu­nicação Social

GruplJ

Grupe:!

outras Atividades deNivel Superior(CD-NS-900) .....

Outras Atividades deNível Superior

CD-900 .

- Nas CTasses: "B" e "A", atuais ocupan­tes de cargos de Assistente Legislativo ­área de pesquisa.

IV - Categ{Jria de Inspetor de SegurançaLegislativa:

- Nas ·Classes: Especial e "H", atuaisocupantes de cargos de Inspetor de Segu­rança Legislativa.

V - Categoria de Agente de Segurança Le­gislativa:

Novembro de 1983 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terçu-feira 19 11813

PR:EMEJI!RA SECRtETARIACOORDENAÇãO DE APOIO

P A!RLAMElNTAIR

3:2 Encaorregado d,o S!etor de Controle e!Execução C'O-DAI-111.2

SiElORiETAiRIA-GffilRAL DA MESA

2 Ofrcial de Gabinete Representação de Gabinete

1 AuxiHalr de Gabinete iR,epresentaçãode Gabinete

DIRETORIA GERAL

4 Oficial! de Gabimete R&prcsentação de Gabinete

2 Auxiliar de Gabinete Representação ,de Gabinete

2 Ajudante "A" iaepresentação de Gabinete

1 Chefe de Serviço de Administração OD-DAII-,Ul.3-

1 Encllirre,gado do Setor de Protncoloe Arquivo OD-DAI-ll1.2

DI!R!ETOlRLA AiDMLNISTRATIVA

1 Ohefe de Serviço de Administração OD-DAI-Ul.3

1 Encarregado do Setor de P,rotocoloe Airquivo OD-lDAI-ll1.2

l' Assistente de Ga;binete CD-DAI-Hl.3

2 A1judante "A" RepresentaçãO' de Gahinete

DEPAlRTAM'ElNTO DE PESSOAL

19 Encarregado do Setor de Controlee Execução ClO-lDAI-1I1 ,2

DEPART.AJMENTO DE FLNiANÇAS

19 iEncarrega;do do Setor de Controlee !Execução OD-DAI-1I1.2

IDIEPAR'I1AMElNTO DEADMlNISTRAÇãO

'COORDENAÇãO DE MATERIALE 1"AmIMôNJO

12 Encal'l'egado do Setor de Execução CiO-DAI-111.2

'COORDElNAlÇAO DE'I'RM"SPOIRTES

20 Encarre'~ado do Setor de Execução OD-lDiAI-,IH. 2

COORDENA DE ARQUITETURAE iENGENHA!RIA

6 Assistente de ·COntrole· CD-DM-ll1.2

14 EncarJ.'egado do Setor de Execução 'OD-IDAI-!1:11 ,2

mRETORIA DElGJ1SLATliVA

11 Eno.a;rre·ga'do do Setor de Protocoloe iAJl1quiJvo ao-iDll.I-1U .2

1 A.ssi.sitente de Gabine,te OD-DM-1l1.3

2 Aljooa;u:1;e "A" Reipresentação de Ga.binete

DEl?AjRT.AMElNTO DEOOMISBiê)ES

5 En:carrCig?,do do Se'tor de Exe.cução <ID-"DiAI-1U .2

N.O Denominação

ANEXO

Correlação com AtividadesNível Superior Outros Níveis

RESOLUÇãO N.O 38, DE, .1'983,

Altera a Resoluço n.O 67, de HJ8~" quereestrutura os Servicos da Secreta­ria da Câmara dos Deputados e dá ou­tras providências.

Faço saber que a Câmara dos De~utados

aiProvou e eu promulgo a. seguinte Resolu­ção:

Art. 1.0 Acrescente-se ao art. 165 da Re­solução n.O 67, de 11962, o seguinte item:

''Art. 16'5. Conceder-se-á gratifica­ção:

VIll - eS1pecial de desempenho.":Art. 2.° O art. 172 da Resolução n.O 67,

de 19&2, ~assa a vigorar com a seguinte re­dação:

'jArt. 1'12. Gratlncação Especial deDeSenJipenho é a. que corresponde aoserviço prestado durante as sessões con­juntas do Congresso Nacional e extraor­dinárias da Câmara dos Deputados, rea­lizadas fora do horário normal do expe­diente, e tent como fato gerador as con­dições especiais de funcionamento doCongresso Nacional."

Art. 3,.° O valor da Gratificação Es~ecial

de Desempenho será obtido:a) durante o período de trabalhos legisla­

tivos, mediante a aplicação dos cri1Jérios emvigor, relativos à retribuição por compare­cimento às sessões 'conjuntas do CongressoNacional e extraordinárias da Câmara dosDeputados;

b) nos meses de recesso, pela média arit­mética do número de sessõ'es realizadas noperíodo de trabalhos legislati<vos imediata­mente anterior.

Art.4.0 Farão jus à Gratificação E'specialde Desempenho os servido'res do Quadro e daTabela Permanentes da Câmara dos Depu­tados em efetivo exercício na sua sede ou osos assim considerados em face da legislaçãovigente.

Art. 5.° A Gratificação de que trata oitem vm do art. 165 da Resolução n.o 67,de 1962, será incorporada aos proventos deinatividade do servidor que a esteja per­cebendo ao se aposentar.

Parágrafo único. O cálculo da Gratifi­cação terá por base a média aritm1ética, nosúltimos seis meses imediatamente anterioresà aposentadoria, das retr1buições de que tra­ta:ll1 as letras "a" e "b" do art. 3.°, não po­dendo a parcela incorq>orável ser superior,em qualquer hipótese, ao vencimento e van­tagens Ipermanentes do ser,vidor na ati'Vida­de. observado o di&posto no parágrafo 2.0.art. 1f)Q" da Constituiço Federal.

!Art. 6.0 Fica a.ssegurada a incorporaçãointegrai aos proventos da GratHicaçáo deque trata esta Resolução nos casos de apo­sentadoria decorrente de acidente ,em seI'iVÍ­ço, moLéstia profissional ou doença gra'Ve,contagiosa ou incuráJvel, eSlpecifi.cado em lei.

Art. 7.° 'A incorporação a que se refere° art. 5.° aplica-se aos inativos que, se esti­vessem em atividade, seriam beneficiadoscom a concessão da vanta,gem, indep'enden­temente da época de aiPosentadoria e nascondições estaJbelecidas nesta Resolução.

Parágrafo único. O benwicio a que s,erefere este artigo será concedido a partirda data desta Resolução, tendo por base amédia aritmética das retribuições percebi­das, nos seis meses anteriores a sua vigên­cia, por seI'iVÍdor de igual categoria em ati­vidade.

1181../ Terça-feira 1"

Art. 8.° A presente Resolução será regu­lamentada dentro de 30 (trinta) dias. con­tados de sua publica.ção.

Art. 9.° .As despesas de<lorrsntes da a:pli­cação desta Resolução <lorrerão à wnta dasdotações orçamentárias da Câmara dosDeputa:dos.

Art. 10. .Esta Resolução entrará em vigorna data de sua publicaç.ão, inclusi·ve seusefeitos financeiros.

Art. 11. Revogam-se as disposições emcontrário.

Câmara dos Deputados, 24 de outubro de193\3. - Flávio Marcílio, Presidente da Câ­mara dos De<putados.

Ata da 143.a Sess'ao,em 31 de outubro de 1983

Presidência dos SI'~.:

'FalheI' Guimarães, 2!'-Vice-Presidente;

Fernando Lyra, ir-Secretário;

Ary Kffuri, 29-Secretário; e

Amaury Müller, 49·Secretário.

I - ÀS 13:00 HORAS COMPARECEM OSSENHORES:

Flávio MarcílioWalber GuimarãesFernando LyraAry KffuriFrancisco StudartAmaury MüllerCarneiro Arnaud

Acre

Nosser Almeida - PDS; Ruy Lino ­PMDB; Wildy Vianna - iE'DS.

Amazonas

Arthur Virgilio Neto - PMDB; Josué. deSouza - PDS; Mário FroOta - PMDB.

Rondônia

Assis Canuto - FDS; Francisco Erse ­PDS; Leônidas Fachid - P:OS.

Pará

Ademir Andrade - PMDB; Brabo deCarvalho - PMDB; GersoOn Peres - PDS;Jorge Arbage - PDS; Osvaldo Melo - PDS;Vicente Queiroz - PMDB.

1\laranhão

Cid Carvalho - PDS; Edison Lobão ­PDS; José Burnett - PDS; José RibamarMachado - PDS; Pedro Nov-ais - PMDB.

PiauíCelso Barros - P!DS; Ciro Nogueira ­

PMDB; HeráclHo Fortes - PMDB; MiltonBrandão - PDS; Wall Ferraz - PMDB.

Ceará

Evandro Ayres d·e Moura - PDS; FurtadoLeite - [''OS; Gomes da Silv,a - PDS; Leor­ne Belém - PDS; Marcelo Linhares - [PIDS;Ossian Araripe - PDS.

Rio Grande: do NorteAgenor Maria - [,MDB; Antônio Câmara

- PMDB; Jessé Freire - PDS; João Faus­tino - [PDS.

D[Á RIO DO CONGRESSO N ACIO~,AL (Scç0o n

Paraíba

Aluizio Campos - PMDB; Joacil Pereira- PDS; Raymundo Asfora - P'MDB.

Pernambuco

Carlos Wilson - PMDB; Cristina Tava­res - PMDB; Egídio 'Ferr·eira Lima ­PMDB; Inocêncio Oliveira - PDS; JoséCarlos Vasconcelos - P'MDB; Nilson Gibson- PD8; Oswaldo Lima Filho - PMDB; Ro­berto Freire - !PMDB.

Alagoas

Albérico Cordeiro - P!DS; D1alma Falcão- PMDB; José Thomaz Nonô - PDS.

Sergipe

Augusto Franco - PDS; Frandsco Rol­lemberg - PDS; Gilton Garcia - PDS;Jackson Barreto - PMDB.

BahiaAngelo Magalhães - PD3; Carlos Sant'

Anna - PMDB; Dja,lma Bess'a - PDS; El­quisson Soares - PMDB; Fe'rnando Gomes- PMDB; Fernando Santana - PMDB; Ge­.nebaldo Correia - PMDB; João ,Alves ­PDS; José Lourenço - PDS; Manoel Novaes- PDS; Priscl) Viana - PDS.

Espírito Santo

José Carlos Fonseca - 'PDS; NelsonAguiar - iPMDB; Pedro Geolim - PDS.

Rio de Janeiro

Amaral Netto - PDS; Bocayuva Cunha- PDT; Brandão Monteiro - PDT; CelsoPeçanha - PTB; Daso Coimbra - P'MDB;JG de Araújo Jorge - PDT; Mário Juruna- PDT; Wilmar Palis - PDS.

Minas Gerais

Carlos Mosconi - PMDB; HumbertoSouto - iE'DS; João Herculino - P'MDB;Jorge Caron-e - iE'MDB; Jorge Vargas ­PMDB; José Carlos Fa:gundes - PDS; JoséMaria Magalhães - PMDB; Luís Dulci ­PT; Luiz Guedes - iPMDB; Magal11ães Pinto- PDS; Melo Freire - P'MDB; Pimenta daVeiga - PMDB; Rondon Pacheco - PDS.

São PauloAdail Vettorazzo - PDS; Airton Soal'êS

- PT; Del Bosco Amaral - PMDB; DiogoNomura - pns; Eduardo Matarazzo Su­plicy - 'PT; Farabulini Júnior - P'TB;Francisco Amaral - PMDB; Freitas Nobrc- PMDB; João Bastos - PMDB; JoãOCunha - PMDB; José Genoíno - PT; Oc­tacilio de Almeida - PMDB; Rícardo Ri­beiro - PTB; Ulysses Guimarães - PMDB.

Goiá.'l

Aldo Arantes - PMDB; Fernando Cunha- Pl\IDB; Onisio Ludovico - PMDB; PauloBorges - PMDB; Siqueira Oampos - PDS;ToObias Alves - PMDB.

Mato Grosso

Bento Porto - PDS; Jonas PinheiroPDS; Maçao Tadano - PDS.

Mato Grosso do Sul

Levy Dias - PDS; Ruben FigueiróPMDB; Sérgio Cruz - PMDB.

Paraná

Alencar Furtado - PMDB; AntônioMazurek - PDS; Euclides Scalco - PMDB;

Novembro de [983

Hélio Duque - PMDB; Jüsé Tava:res ­PMDB; Oscar Alves - PDS; Santinho Fur­t.ado - Pl\IDB; Sebastião Rodrigues Júnior- PMDB; Valmor Gíavarina - P'MDB.

Santa Catarina

Casildo Maldaner - PMDB; Luiz Henri­que - IPMDB; >Nelson Wedekin - !PMDB;Odilon Salmoria - PMDB; Paulo Melro ­PDS.

Rio Grande do Sul

Emídio Perondi - PDS; Hermes Zaneti- PMDB; Hugo Mardini - P'DS; Irajá Ro­drigues - PMDB; João Gilberto - P:MDB;Lélio Souza - PMDB; Nelson Marchezan ­PDS; Siegfried Heuser - PMDB; SinvalGuazzelli - PMDB.

Amapá

Antônio P'ontes - PDS; Geovani Borges- P'DS.

Roraima

Júlio Martins - !PDS; Mozarildo Caval­canti - iP'DS.

O SR. ~RESIDENTE (Fernando Lyra) ­A li~ta de presença acusa () compal'ecimento

de 148 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

&lb a proteção de Deus iniciamos nossostrabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura daata da sessão anterior.

II - O SR. JOSÉ CARLOS VASCONCE­LOS, servindo como 2.0-Secretário, procedeà leitura da ata da sessão antecoedente, aqual é, sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE üFernando Lyra) ­Passa-se à leitura do ·expediente.

O SR. ARY KFFURI, 2.0 -Secretário, ser­vindo como l.°-Secretário, procede à leiturado seguinte.

IH - EXPEDIENTE

PROJETO DE LEI COMPLEMENTARN.o 168-C, DE 1980

Substitutivo do Senado ao Projetode JAei Complementar n.o 168-B, de1980, que "altera o Decreto-lei n.O 406,do 31 de dezembro de 1968, que resta­belece normas gerais de direíto tribu­tário, e dá outras providências'.

(As Comi.ssõesd.e Con.stituição e Jus­tiça, de Economia. Indúst.ria e Comé.r­cio e doe Finanças,)

O Congresso Nacional decreta:

Art. l.0 Ficam ,acrescentados ao ,art. 2.°do Decreto-lei n.o 406, de 31 de del'lembrode 1968, os seguintes parágrafos:

"-Art. 2.° .

§ 9.° Quando for at.ribuida a con­dição doe r,esponsável ao industrial, aocomerciante atacadista ou ao produ­tor, relativamente ao iInJ]Josto devidopelo comerciante varejista, a base decálculo do imposto será:

a) o v,alor da operação promovidapelo responsável, acrescido ·da margem·estimada de lucro do comerciante va­rojista obtida mediante aplicação depercentual fixado em lei sobre aquelevalor;

Novembro de 1983

b) O valor da operação promovidapelo responsável, acrescido da mar,gemde lucro atribuida ao revendedor, nocaso de mercadorias com preço de ven­da, máximo ou úni,co, mareado pelofllibricante ou fixado pela autoridadecompetente.

§ 10. 'Caso a margem de lucro efe­,liva seja normalmente superior à eBtI­mada na forma da almea a do pa:á­grafo anterior, o percentual ali esta­belecido s'erá substltuido pelo que fordeterminado em convênio celebrado naforma do disposto no § 6.° do art. 23da Constituição J!1edel'al."

Art. 2.° Fica acrescentado ao art. 3.0 doDecreto-lei n.O 406, de 31 de de2íembro de1968, o SJeguinte parágrafo:

"Art. 3.° .

§ 7.° A iei estadual poderáestabele­cer que o montante devido pelo con­'!ribuinte, em determinado periodo, re­Ja calculado com base em valor fixadopor ,estimativa, garantida, ao final dop.edodo, a complementação ·ou a res~

tituição em moed,a ou sob a forma deuti1ização como crédito fiscal em re­lação, l'Elspectivamente, 1M qua-iltias pa­gas com insuficiência ou em excesso."

Art. 3.0 Ficam acrescentados ao art. 6.°do Decreto-lei n.O 406, de 31 de de2iembrode 19608, os seguintes parágrafos:

"Art. 6.° .

§ 3.° A lei estadual poderá atrf.buira condição de' responsáv'el:

a) ao Industrial, come,rclante ou ou­tra categoria de contribuinte quantoao imposto devido na operação ou ope­rações anteriores promovidas com amercadoria ou seus insumos;

b) 'ao produtor, industrial ou comer­cIante atacadista, quanto ao impostodevido pelo comerciante varejista;

c) ao produtor ou industrial, quantoao imposto devido pelo comercianteatacadista e pelo comerciante val'ejis­ta;

d) aos transportadores, depositáriose demais encarl"egados da guarda oucomercialização de mercadorias.

§ 4.° Caso o l"C:.ponsável e o con­tribmnte substituido estC',jam est.a.b1e­lecldos ,em Estados diversos a substi­tuição depende:rá de convênio entre os,Estados interessados."

Art. 4.° ESlta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 5.° Revog'am-se as dispOlSições emcontrário e, em especial, o inciso V do art.1.0 da Lei Complementar n.O 4, de 2 de de­zembro de 1969.

Câmara dos De<putados, 12 de novembrode 1981. - (Assinatura ilegivel).

LEGlSLAÇAO CITADA

CONSTITUIÇAO DA REa.''úBLICAFEDERATIVA DO BlRASIL

.................. ' ~ .CAi?l'I1ULO V

Do Sistema TributárioArt. 23. Compete aos Estados e ao Dis­

trito Flederal instituir impostos sobr,e:

DIÃRIO DO CONGRESSO :'-JACIONAL (Seção I)

§ 6.° As isenções do Imposto sobre ope­rações relativas à circulação de mercado­rias serão concedidas ou revogadas nos ter­mos fixados em convênios, celebra,dos e ra­ltificados pelos Estad05, segundo o dispostoem lei compLementar.

CAPíTULO IV

Dos Direitos e Garantias IndividuaisArt. 153. A Constituição ass,e,gur,a aos

br,alSiledros ,e aos ·estrangeiros residentes nolP'aisa inviollliblUdade dos direitos concer­nentes à vida, à liberdade, à segurança eà propriedade, nos termos seguintes:

§ 29. Nenhum tributo será exigido ouaumentado sem que a lei estabeleça, nemcobrado, em cada ex:ercicio sem que a leique o houver instituido ou aumentado es­teja em vigor antes do inicio do exerciciofinanceiro, ressalvados a tarifa alfandegá­ria e a de transporte, o imposto sobre pro­dutos industrializados e outro, especialmen­te indicados em lei complementar, além doimposto lançado por motivo de guerra edemais casos. previstos nesta Constituição.

DECRETO-LEI N.o 406,DE 31 DE DEZEMBRO DE 1968

Estabelece normas gerais de direitofilUtnceiro, aplicáveis aos impostos so­bre operações relativas à circulação demercadorias e sobre serviços de qual­q~er natureza, e dá outras providên­elas.

Art. 2.° A base de cálculo do imposto é:

I - o valor da operação de que decorrera salda da mercadoria;

11 - na faLt,a do valor a que se refere oinciso .anterior, o preço corrente da mer­eoadoria ou sua similar, no mercado ataca­dista da praça do r,emetente;

111 - na falta do valor e na impossibili­dade de determinar o preço aludido no in­ciso anterior:

a) se o l'emetente for industrial, o preçoFOB estabelecimento ind'lIstrlal, à vis1:la;

b) se o remetente for comerciante, o pre­ço FOB ,estabelecimento comercial. à vista,em vendas ,a outros comerciantes ou in­dustriais;

IV - no caso do inciso Ir do art. 1.°, abase de eâlculo é o valor constante doIS- do­cumentos de importação, convertido emcruzeiros à taxa cambl'al efetivamente apli­cada ,em cada caso e ,aln",escido no valor dosimpostoI? de importação e sobre produtosinduSltria-lizadoll, e demais despesas aüua­neIras deti'vamente pagos.

§ 1.° Nas saidas de mercadorias para e5­t!llbelecim:ento em outro Estado, pertencen­te ao mesmo titular ou seu representante,quando as meTcadorias náQ devam sofrer,no esta:~elec1'men.to de destino, alte:raç.âode qualquer espécie, salvo re,acondicion<l.­mento e quando a r,emessa for í1eita porpl"eço de venda a não-contribuinte, uni­formeetn todo o PailS,a base d,e cálculoserá equivalente a 75% deste preço.

§ 2.° Na hipóte&e do inciso In, b, desteartigo, se o esta,belecimento comercial re­metente não efetua·r vendas a outros co­merciantes ou a industriais, a base de cál­culo s,erá equival'ente a 75% do preço de

Terça-feira 19 [1815

v·enda no estabe1e,cimento remetente, ob­servado o disposto no. § 3.0

§ 3.° Para aplicação do inciso 11 docaput deste artigo adotar-se-á a médiaponderada dos preços efetivamente cobra­dos pelo estabelecimento remetente no se­gundo mês anterior ao da remessa.'

§ 4.0 Nas operações interestaduais entreestabelecimentos de contribuintes diferen­tes, quando houver reajuste do valor daoperação depois da remessa, a diferençaficará sujeita ao imposto no estabelecimen­to de origem.

§ 5.° O montante do imposto sobre pro­dutos industrializados não integra a basede cálculo definida neste artigo:

I - quando a operação constitua fatogerador de ambos os tributos;II - em relação a mercadorias sujeitas

ao imposto sobre produtos Industrializados,com bas·e de cálculo relacionada com o preçomáximo de venda no varejo, marcado pelofabricante.

§ 6.° Nas saídas de mercadorias decor­rentes de operações de venda aos encarre­gados da ex,ecução da politica de preçosmínimos, a base de cálculo é o preço mí­nimo fixado pela autoridade federal com­petente.

§ 7.° O montante do imposto de circula­ção de mercadorias integra a base de cál­culo a que se refere este artigo, consti··tuindo o respectivo destaque mera indi­cação para fins do ~ontrole.

§ 8.° Na saida de mercadorias para oexterior ou para o.s estabelecimentos a quese refere o § 5.° do art. 1." a base de cálculoserá o valor liquido faturado, a ele não seadicionando frete auferido por terceiros. se­guro ou despesas decorrentes do .serviço deembarque por via aérea ou marítima.

Art. 3.° O imposto sobre circulação G!'mercadorias é não-cumulativo, abatendo· Se.em cada operação, o montante cobrado na"anteriores, pelo mesmo ou outro Estado.

Art. 6.0 'Contribuinte do Imposto é o co··merciante, industrial ou· produtor que pro·move a saida da mercadoria, o que a im·porta do exterior ou o que arremata emleilão ou adquire, em concorrência promo­vida pelo Poder Público. mercadoria impor­tada e apreendida.

SUBSTITUTIVO DO SENADO (

Ao Projeto dle Lei da Câmara n." IH,de 1981 - Complementar (n.o 168-B/90,na Casa ôle origem), que "altera o De..ereto-lei n.O 406, de 31 de dezembro de1968, que estabelece normas gerais dedireito tributário, e dá outras providên­cias".

Substitua-se o Projeto pelo seguinte:

Dá nova redação ao inciso V do ari.1,0 da Lei Complementar n.o 4, de 2 dedezembro de 1969, restabelecendo o dife,·rimento do 10M na importação de ma­térias-primas destinadas à industriali··zação.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° O inciso V do art. 1.0 da Lei Com··

plementar n.o 4, de 2 de dezembro de 196qpassa a vigorar com a seguinte redaçâ.o:

"Art. 1.0 .

V - as entradas de mercaclClrias i;'.:portadas <10 exterior, quando C:~'::j",:.J:':

11816 Terça-feira I"

à utilização como matéria-prima emprocessos de industrialização, em esta­belecimento do importador, são fatosgerador,es de imposto sobre circulaçãode mercadorias, cuj a incidência ficarádiferida para o momento da saída, doestabelecimento, dos produtos indus­trializados resultantes."

Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições emcontrário.

Senado Federal, 25 de outubro de 1983. ­Senador Moacyr HalIa, 1.0-Vice-Presidenteno exercício da Presidência.

SINOPSE

PROJETO DE LEI N.o 114. DE 1981,SENADO FEDERAL - COMPLEMENTAR

m.o 168-B/80, Câmara dos Deputados)Altera o Decreto-lei n.O 406, de 31 de

dezembro de 1968, que estabelece nor­mas gerais de direito tributário, e dáoutras providências.

Lido no expediente da sessão de 12-11-81,e publicado no DCN (Seção Ir) de 13-11-81.

Distribuído às Comissões de Constituiçãoe Justiça, de Economia e de Fínanças.

Em 30-11-81, foram lidos os seguintesPareceres:

N.o 1.354/81, da Comissão d·e Constituiçãoe Justiça, relatado pelo Senhor SenadorBernardino Viana, pela juridicidade e cons­titucionalidade do projeto.

N.o 1.355/81, da Comissão de Economia,relatado pelo Senhor Senador Alberto Silva,pela aprovação do Projeto de Lei Comple­mentar.

N.o 1.356/81, da Comissão de Finanç'ls,relatado pelo Senhor Senador BernardinoViana, pela aprovação do Projeto.

Em 30-11-81, é incluído em Ordem do Dia.'Em 5-12-81, é incluído em Ordem do Dia,

tem sua discussão adiada para a sessão de3-3-82, nos termos do RQS n.o 432/81, deautoria do Senhor Senador José Líns, apósfalarem no seu encaminhamento os Senho­res Senadores Dirceu Cardoso, HelvidioNunes, Itamar Franco e José Lins. A SGM.

Em 3-3-82, discussão encerrada, ficando avotação adiada por falta de quorum. ASGM.

Em 3-3-82, é incluído ·em Ordem do Dia.próxima sessão, votação em turno único.

Em 4-3-82, votação adiada por falta dequorum, após usarem da palavra no seuencaminhamento os Senhores SenadoresDirceu Cardoso, Hugo Ramos, José Fragellie Bernardino Viana. A SGM.

iEIn 4-4-82, é incluído em Oroem do Díapróxima sessão, votação em turno nínico.

Em 5-3-82, votação adiada por falta dequorum.

Em 5-3-82, é incluído em Ordem do Diapróxima s-essão, votação em turno único.

!Em 8-3-132, votação adiada por falta dequorum. É incluido em Ordem do. Dia dapróxima sessão, votação em turno único.

tEm 9-3-82, votação adiada por falta dequorum. É incluído em Ordem do Dia dapróxima sessão, votação e;n turno único.

iEIn 10-3~82, votação adiada por falta dequorum,a.põs falar no seu encaminihamentoo Senador Dirceu Cardoso. :ti: incluítlo emOrdem do Dia da ~róxima sessão, votaçãoem turno único.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Em 111-3-'82, votação adiada por !falta dequorum, após usarem da palavra no seuencaminhamento os Senhores Senadores Jo­sé Fragelli, Lázaro Barboza, José Lins eAgenor Maria. A OOM.

Em 11-3-82, é ,inc1uído em Ordem do Dia.'Em 12-3-82, votação adiada por falta de

quorum. É incluído em Ordem do Dia dapróxima sessão, votação em turno único.

Em 15-3-82, votação ·adiada por falta dequorum.

!Em 16-3-82, é incluído em Ordem do Diada próxima sessão, votação em turno único.

Em 17-3-,82, votação adiada por falta dequorum. É incluído em Ordem do Dia.

Em 17-3-82, é incluido em Ordem do Dia.!Em. 22-3-82, é lido o RQS n.O 47/8Z, de

autoria do Senhor Senador José Fragelli,de adiamento da votação do projeto, a fimde que sleja encaminhado ao reexame daCF, confo,rme Justificação feita por SuaExcelência na sessão de 1\1 do corrente. Porfalta de quorum, fica a votação do reque­rimento adiada. A SOoM.

tEm 22-3-82, é incluído em ordem do Dia.tEm 23-3-82, tem o RQS n.o 47/82, sua vo­

tação ·é adiada por falta de quorum.Em 23-3-82, sobrestada a apreciação da

matéria, em virtude de fa.lta de quorum,para votação do RQS n.O 47/82.

Em 24-3-82, é incluído em Ordem do Dia.

Em 2'5-3-82, votação ailiada por falta dequorum.

Em 25-3-82, é incluído em Ordem do Dia.Em 2·5-3-32, sobl'estada sua apreciação,

em virtude da falta de quorum, para vota­ção do RQS n.O 47/82.

!Em 26-3-82, é incluído em Ordem do Diada próxima sessão.

IEm 29-3-82, apreciação sobrestada emvirtude da falta de quormn, paIa votaçãodo RQS n.O 47/82.

'Em 29-3-82, é incluido em Ordem. do Diada próxima sessão.

Em 30-3-82, apreciaçfuJ sobrestada por fal­ta de quorum, para votação do RQS núme­ro 48/82. É incluído em Ordem do Dia.

Em 31-3-82, apr.eciação sobrestada porfalta de quorum, para votação do RQS n.o47/82.

Em 311-íH312, incluído em Ordem do Dia.Em 1.°-4-82, apreciação adiada por falta

de quorum, para votação do RQS n.O 47/82.

Em. 1.°-4-82, é incluído em Ordem. do Dia.tEm 2-4-82, a,preciação a:diruda por falta

de quorum, para votação do RQS n.o 47/82.tEm 2-4-82, é inclu~do em ÜI'dem do Dia.Em 112-4-82, a.preciação llidiada por falta

de quorum, para votação do R.QS n.o 47/82.Em 12-4-82, é incluído em Ordem do Dia

da próxima sessão, votação em turno único.Em 13-4-82, votação adiada por falta '!ie

quorum para llJpreciar o RQS n.O 47/82.Em 13-4-82, é incluído ,em Ordem do Dia.tEm 23-4-82, aprecial}ão adiada por faJ.ta

de quorum, paIa votação do RQS n.O 47/82.Em 14-4-82, é incJuído em Ordem do Dia.!Em .15-4-82, apreciação ·adiada em virtude

da falta de quorum, para votação do RQSn.o 47/32, aTlós usa:r da paI:wra o SenhorSenador Dirceu Cardoso. É incluído em Or­dem do Dia.

Novembro de 1983

Em l6-4-82, apreciação adiada por faltade quorum, para votação do RQS n.o 47/82.Ê incluído em Ordem do Dia.

IEm 1.'9-4-82, apreciação sobr·estada em vir­tude da falta de quorum.

Em 19-4-82, é incluído em Ordem do Dia.Em 20-4-82, rupreciação adiada em virtu­

de da falta de quorum para votação doRQS7n.0 47/8-2.

fEm 20-4-82, é incluído em Ordem do Dia.Em 22-4-82, apreciação adiada em virtude

da falta doe quorum, para votação do RQSn.o 47/82. É incluído em. Ordem do Dia dapróxima sessão.

Em 26-4-'82, aipreciação adiada por faltad~ quorum.

tEm 26-4-82, é incluído em Ordem do Dia.tEm 27-4-82, llJpreciação sobrestada 'em vir­

tude da falta de quorum, para votação doRQS n.O 47/82.

Em 27-4-82, é incluído em Ordem do Dia.

tEm 28-4-'82, aprovado o IRQS n.O 47/82,a,pós falarem no seu encaminhamento osSenhores Senadores José Fragelli e ItamarFranco. A .cF.

iEm 5--110-83, foram lidos os seguintes Pa­re·ceres:

N.o 866/83, da Comissão de Finanças, re­latado pelo Senhor Senador Roberto Cam­pos, para co'rporificar a fórmula do diferi­mento, é sugerida a Emenda Substitutivas·em n.o

N.o 867/83, da Comissão de Constituíção eJustiqa, l'elatado pelo Senhor Senador JoséIgnácio, pela ap.rovaqão da Emenda Subs­titutiva. na forma da Subemenda Substitu­tiva n.O 1-CCJ à Emenda Substitutiva daCF.

'Em 5-110-'83, aguardando a inclusão emOJ."ldem do Dia.

Em 18-110-83, é incluído em Ordem do Dia.!Em W-<1O-:8-3, aprovada a SU!bemenda

substitutiva da CC.T, ficando pre<judi,cadoso rprojeto e o substitutivo da CF. A OR, afim de redigir o v,encida para o truno Su­plementar.

,Em 20--110-83. é lido o Parece,r n.o 8909/83,da Comissão de Redação, relatado pelo Se­nador Saldanha iDerzi.

tEm 24-110-183, é aprovado em turno Suple­mentar.

A Câmara dos Deputados com o Ofícion.O SM/702, de 2,5-1{l-B3.

PROJETO HE LEI N.'" JUJ72-A, DE 1983(Do Poder Executivo)

MENSAGEM N.o 337/83Autoriza 4) Poder lExecutivo a. cele­

brar transação (lom a Fundação Abrigodo Cristo Redentor, para :pôr fim aolitígio que especifica, e dá outras provi­dências; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucio­nalidade, juridicidade, técnica legisla­tiva e, nl) mérito, pela aprovação.

(Projeto de Lei n.o 2.072, de 1983, aque se refere o parecer.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 iFica o Poder Executivo autori­

zado a celebrar transação com a FundaçãoAbrigo do cristo Redentor, nos termos doartigo 1.02'5 do Código Civil, com o obje­tivo de extinguir a ação ordinária núme-

Novembro de 1983

1'0 2.645.025, proposta pela União, na Ter­ceira Vara da Justiça Federal - seção Judi­ciária do Rio de Janeiro, para anular adoação de terras de que tratam os Decretos­leis n.OS 5.441, de 30 de abril de 1943, e9.899, de 16 de setembro de 1946.

Art. 2.0 A transação referida no artigoanterior deverá observar, entre outras, asseguintes condições:

I - a escritura de doação será aditada,a fim de permitir-se a alienação, oneraçãoou locação de partes do imóvel e benfeito­rias eventualmente aderidas, com o obje­tivo de obter recursos para a execução dasfinalidades da Fundação;

TI - as custas e despesas processuais cor­rerão por conta da Fundação Abrigo doCristo Redentor.

!Parágrafo único. No caso do item r, aalienação far-se-á mediante concorrênciapública e exclusivamente para fins de exe­cução de programas habitacionais de inte­resse social, vinculados ao Sistema Nacionalde Habitação.

Art. 3.0 A presente Lei entrará em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Brasília, de de 1983.

LEGISLAÇÃO CITADA

CóDIGO CIVIL

CAPíTULO IX

Da TransaçãoArt. 1.025. li: licito aos interessados pre­

v-enirem, ou terminarem o litígio medianteconcessões mútuas.

DECiRiETO-IJEI N.o 5.441, DE30 DE AmUL DE 1943

Transfere .gratuitamente à FundaçãoDarcí Vargas, para a instalação da Ci­dade das Meninas, o domínio pleno deterras, que menciona, situadas no Mu­nicípio de Nova Iguaçu, no Estado doRio de Janeiro, e dá outras providências~

O Presidente da República, usando daatribuição que lhe confere o artigo 180 daConstituição, decreta:

Art. 1.0 Fica transferido gratuitamenteà Fundação Darcí Vargas o domínio plenode uma área de terras compreendida entrea Estrada de Rodagem Rio-Petrópolis, oCanal de Iguaçu, o Canal de iCapivari e oCanal do Pilar, figurada na planta cons­tante do processo protocolado no TesouroNacional sob o n.O 34.675, de 1942, e des­membrada do próprio nacional Fazenda deSão Bento, onde se acha instalado o NúcleoColonial São Bento, situado no Municipiode Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Ja­neiro.

Art. 2.0 A área de teTras mencionada noartigo anterior destinar-se-á à instalação.ali, da Cidade das Meninas, a cargo da mes-ma Fundação Darci Vargas. .

Art. 3.0 lNa Diretoria do !Domínio daUnião assinar-se-á o contrato de efetiva­ção da transferência da áTea de! terrasmencionada no art. 1.0, com os elementostéçnicos constantes do processo antes cita­do.

§ 1.0 O contrato será lavrado em livroda repartição e valerá como escritura pú­blica, para efeito de transcrição no Regis­tro de Imóveis competente.

DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeçiJo I)

§ 2.0 O contrato será isento de qualquerimposto de selo ou emolumento e sua trans­crição no Registro de Imóveis ,~ompetente

far-se-á gratuitamente.Art. 4.0 Nenhum ônus ou contribuicão

fiscal, a qualquer titulo, federal, estadualou munic1pal, gravará a área de terras, cujodominio pleno se transfere pelo presentedecreto-lei, isenção essa que se estenderáàs construções e benfeitorias que na mes­ma área de terras se fizerem.

:Art. 5.0 O dominio pleno da área de ter­ras mencionada no art. 1.0 reverterá ao pa­trimônio da União, sem que esta respondapor indenIzação de espécie alguma, aindamesmo quanto às construções e benfeito­rias, incorporadas ao solo., em qualquer dosg.eguintes casos:

a) se as obras da instalação da Cidadedas Meninas não se iniciarem dentro de2 (dois) anos, contados da data deste de­creto-lei;

b) se a Fundação Darci Vargas não derà área de terras -ele que se trata o destinomencionado no art. 2.°;

c) se a mesma Fundação não preencheras suas finalidades sociais; e,

d) se, ainda, se extinguir.

Art. 6.0 O presente decreto-lei entraráem vigor na data de sua publicação, revo­gadas as di&posições em contrário.

Rio de Janeiro, 30 de abril de 1943, 122.0

da Independência e 55.0 da República.

DEORiETO-LEI N.O 9.899,DE 16 DE SETEMIB[RO DE 1946

Autoriza a Fundação Darci VaJI'gas atransferir bens à Fundação Abrigo doCristo Redentor.

a Presidente da República, usando daatribuição que lhe confere o artigo 180,decreta:

Art. 1.0 Fica a Fundação Darcí Vargasautorizada a transferir à Fundação Abrigoqo Cristo Redentor, mediante doação, todosos seus bens, inclusive os referidos no De­creto-lei n.O 5.441, de 30 de abril de 1943.

Art. 2.0 A transferência dar-se-á nostermos e com as isenções e encargos pre­vistos no citado Decreto-lei n.o &.441, me­diante contrato lavrado perante a Direto­ria do Domínio da União, que valerá comotitulo para transcrição no registro compe­tente.

Art. 3.0 Esta Lei entra em vig;or na datada sua publicação; revogadas as disposi­ções em contrário.

[Rio de Janeiro, 16 de setembro de 1946;12'5.° da Independência e 58.0 da República.

MENSAGEM N.o 3:1:7, DE 1983

(iDo Poder Executivo)Excelentissimos Senhores Membros do

Congresso Nacional:Nos termos do artigo 51 da Constituição,

tenho a honra de submete,r à elevada delibe­ração de Vossas Excelências, acompanhadode Exposição de Motivos do senhor Ministrode Estado da Fa'renda, o anexo projeto delei que "autoriza o Poder Executivo a cele­brar transação com a Fundação Abrigo doCristo Redentor, para pôr fim ao litigio queespecifica, e dá outras providênCias".

Brasília, 13 de setembro de 1983. - JoãoFigueiredo.

Terça-feira 19 11817

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS iN.O 084,DE 18 DE JULHO DE 1983, DO

MINISTÉRTO DA FAZENDAExcelentíssimo Senhor Presidente da Repú­blica

Mediante termo lavrado em 5 de fevereI­ro de 1959, com força de escritura públlca,Delegacia do Serviço do Patrimônio daUnião procedeu a doação à Fundação Abri­go do Cristo Redentor, entidade hoje su­pervisionada pelo Ministério da Previdên­cia e Assistência Social, de área de terrascom 19.217.070,88 metros quadrados, des­membrada do Núcleo Colonial São Bento,Município de Nova Iguaçu, Estado do Riode Janeiro, de conformidade com a autori­zação constante do Decreto-lei n.o 5.441,de 30 de abril de 1943, alterado pelo Decre­to-lei n.O 9.899, de 16 de setembro de 1946.

2. Na forma das citadas diSiposições le­gais, a doação foi feIta com a finalidadede ali se instalar a "CIdade das Meninas",devendo o imóvel reverter ao patrimônioda União se não fosse cumprido qualquerdos seguintes encargos:

a) se as obras de instalação da Cidadedas Meninas não se inicIassem dentro de2 (dois) anos;

b) se a Fundação não desse à área de ter­ras o mencionado destino;

c) se a Fundação não preenchesse suasfinalidades; ou

d) se, ainda, se extinguisse.3. [Procedendo a vistoria no local, o ser­

viço do Patrimônio da União considerou, emH}80, que a donatária não estava dando aoterreno sua correta destinação, tendo havi­do invasões de terceiros, lotea,mentos, e ou­tras irregularidades denotadoras de má uti­lização e de descumprimento dos encargosimpostos por lei.

4. Em conseqüência, a União propôsação ordinária contra a Fundação, visandoa revogar a doação, a qual corre perantea 3." Vara da Justiça Federal - seção Ju­diciária do !Estado do Rio de Janeiro, sob on.O 2.645.025.

5. Entr:etanto, reexaminados os fatos,verificou-se que as irregularidades, entãoa,pontadas, são devidas, basicamente, à ex­tensão do imóvel, excessIvamente grandepara os fins a que se propunha a doação.

6. ALém disso, surgIu interesse de enti­dades vinculadas -ao Sistema Nacional deHabitação de construir, em parte do ter­reno, um conjunto com cerca de 25 milunidades habitacionais do tiq;)o popular, in­cluindo casas e apartamentos com implan­tação de sist~ma viário, sanitário, de la­zer, equipamentos comunitários e expres­sivo percentual de cinturões verdes.

7. ,Segundo a direção da Fundação, aproposta apresenta uma sêrie de benefícios,não só para a comunidade circunjacente,mas também para a própria Fundação, quepoderá, através dela, auferir substanciaisrecursos para a realização de seus fins so­ciais e contar' com melhor infra-estruturapara o funcionamento do "Lar das Meni­nas".

8. AprecIando a matéria, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, que em pro­nunciamento preliminar se havia manifes­tado favoravelmente à operação, desde queobtidas a vênia do Ministério da Previdên­cia e Assistência SocIal e a desistência, pelaUnião, da ação anulatória da doação, con­cluiu ser necessária medida legislativa, por

11818 Terçél-fcira I'"

se tratar ele transação em ação relacionadacom o partimônio imobiliário da União eimportar em autorização à Fundação paraalienar mais da metade da área, o que nãoestá previsto nas leis da doação.

9. Essa conclusão mereceu a concordân­cia do Ministério da Previdência e Assis­tência Social.

10. Nessas condições, tenho a honra desubmeter à superior consideração de VossaExcelência o incluso anteprojeto de lei, queautoriza o Poder Executivo a celebrar tran­sação com a Fundação Abrigo do CristoRedentor para o fim de removeras obstá­culos legais à consecução do objetivo deque trata o item 6 anterior.

11. O anteprojeto de lei se mostra cau­teloso, na medida em que estabelece as con­dições mínimas para a transação e deter­mina a realização de concorrêncía no easoda alienação, esta condicionada, também,à execução de programas habitacionais deinteresse social, vinculados ao Sistema Na­cional de Habitação.

12. Dada a lnconveniência do prossegui­mento da ação anulatória, a matéria reves­te-se de caráter urgente, pelo que peço vê­nia para sugerir seja o assunto submetidoà apreciação do Congresso Nacional com asolicitação de que trata o § 2,0, do artigo51, da Constituição.

Aproveito a oportunidade para renovara Vossa Excelência os protestos do meu maisprofundo respeito. - Ernane Galvêas, Mi­nistro da Fazenda.

PARECER DA COMISSÁODE CONSTITmçÁO E JUSTIÇA

I - RelatórioPHJjeto oriundo do Poder Executivo

vi;;,; ~" obter lei que permita ao Poder Exe­cutivo celebrartmnsação com a FundaçãoAbrigo do Cristo Redentor, para pôr fima litígio exiEJ~ente entre ,a União e essa 'en­tidade; originou-se o litígio pelo fato denão ter dita entidade condições de cum­prir os encargos na doação que lhe fizeraa União atrav,ég de autorização concedidapelos Decretos-leis n.os 5.441/43 e 9.899/46.

Em sua exposição de motivos esclareceo Ministério da Fazenda que os fatos fOl:amreexaminados, surgindo interesse de enti­dades vinculadas ao Sistema Financeirode Habitação construir no local cerca de25 mil unidades habitacionais do tipo po­pular. A Procuradoria da Fazenda Nacionalmanife.Sltou-.'>e pela necessidade de desis­tência pela União da ação anulatória e delei autorizativa para tornar perfeito o ne­gócio jurídico a ser celebrado pela Uniãoea Fundação.

Nos termos de expressa di8posiçãG regio­nal -compete a este órgão colegiado apre­ciar os aspectos de con.~titucionalidade, ju­ridicidade, técnica legis}ativa e mérito daproposição que se insere na órbita do Di­reito Civil.

O Proj,eto é constitucional, Itendo porembasamento os arts. 8.°, XVII, b, da Con8­tituiçãG F1ederaI. Encontra-'se redigido se­gundo as boas normas que lnformam atécnica legislativa, não violando Princi­pios de Dir,eito Natural.

Sua aprovação viria a extinguir UlI1 li­tlgio, poupando tempo e despensas às par­tes; Ministério da Previdência e Assistên­cia Social e o Ministério da Fazenda já semanifestaram favoráveis a efeotiv'ação da

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç}o n

transação, estabel'ecendo critérios e requi­sitos para eventual alienação o que dá umcunho de segurança quanto as futuras me­didas, com relação ao imóvel, a ser tomadapela fundação Abrigo do Cristo Redentor.

11 - Voto do RelatorFace ao ,exposto opinamos pela COThstitu­

cionalidade, juridicidade, boa técnica le­gisI'ativa do Projeto de Lei n.O 2.072/00, doPoder Executivo, e, no mérito, por sua apro­vação.

Sala da Comissão, de de19'83. - Brabo de Carvalho, Relator.

In - Parecer da ComissãoA ComL~são de Constituição e Justiça, em

reunião plenária realizada hoje, opinouunanimemente pela constitucionalidade,juridicidade, técnica legislativ,a e, no mé­rito, pela aprovação do projeto de Lei n.o2.{}72/83, nos termos do parecer do rela-tor. .

iEstiv'erall1. pres·entes os Senhores Depu­tados: Bonifácio de Andrada, Presidente;Leorne Belém e Brabo de Carvalho, Vice­p.residentes; Hamilton Xavier, VaImor Gia­varina, Plínio Mantins, Jorge Carone, Nil-

. son Gibson, Sérgio Murilo, Afrísio VieiraLima, Jooé Carlos Fonseca, Aluízio Cam­pos, João Cunha, João Gilberto, GuidoMoesch. Júlio Martins, N<elson Morro, Na­tal Gal'e, José Melo, José Genoino, J'oséTavares, Ronaldo canedo, Jorge Arbage,Amadeu Geara, Gerson Peres, Ernani Sá­tyro, Theodoro Mendes, Luiz Leal, Elquis­s·on Soares, Osvaldo Melo, Celso Barros,Djalma Bessa, Lélio Souza, Onísio Ludovi­co, Mário Assad, José Penedo, Egidio Fer­reir,a Lima, Brandão Monteiro, Pimenta daVeiga, Raimundo Leite, Luiz Henrique, Ar­mando Pinheiro, Gasthone Righi, AdemirAndrade, José Burnett e Arnaldo Maciel.

Sala da Comissão, 19 de outubro de 1983.- Bonifáoio de Andrada, PresidenteBrabo de Carvalho, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 2.46&, DE 1983

(Do Sr. Floriceno !Paixão)Dispõe sobre a autonomia adminis­

trativa e financeira do Superior Tribu­nal de Justiça Desportiva (STJD<), doTribunal Especial (TE) e dos Tribunaisde Justiça Desportiva (TJD) e dá outrasprovidências.

(As Comi·ssões d'e C:onstituição 'e Jus­tiça e de Esporte e Turismo.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O Superior Tribunal ue Justiça

Desportiva (STJiD), o Tribunal Especial(TE) ,e os Tribunais de Justiça Desportiva('DJD), órgãos da Justiça Desportiva, l.'efte­ridos 110 art. 2.0 da :Portaria n.O 702, de 17de dezembro de 11.l81, do Ministério da Edu­cação e Cu}tura que aprovou o Código Bra­sileiro Disciplinar .do Futebol, terão autono­mia administrativa e financeira, na formaestabelecida nesta J,ei..

!Parágrafo único. fus Juntas de JustiçaDesportiva (J'JD) receberão das respectii'asFederações de Futebol, a título de "auxílio­manutençáo", parte das multas e taxas im­posta:s e arrecadadas pelos Tribunais deJustiça Desportiva (TJD) no ano anterior.

Art. 2.° A Confederacão Brasileira. deFutebol (CBF) destinará' obrigatoriamentea cada ano, em seu orçamento, quantia nãoinferior a ll}% (dei/i, por cento) de sua re-

Novembro de 1983

ceita total ao Superior Tribunal de JustiçaDesportiva (STJD) 'e ao Tribunal 'Espeecial('lEJ.

§ 1.0 O per.centuaI a que s'e reJere esteartigo será 'dividido igualmente entre osTribunais menciona·dos.

§ 2.'" A quantia as.sim obtida será admi­nistrada pelos :Presidentes dos r,espectivasTribunais, sendo que iiO% (cinqüenta porcento) se -destinará exclusivamente às des­pesas administrativas 'e o restante a gastoscom representação, comunicação e trans··ported'e s·cus membros.

Art. 3.° As Federações de Futebol igual­ment'8 destmaráo, a cada ano, 10% (dez porcento) de sua receita global aos TrIbunaisde Justiça !Desportiva (TJD) , os quais :;:>ro­ced-ereão na JGrmaestipulada nos §§ 1.0 e2.0 do artigo anterior.

Art. 4.° Os pel!centuais destinados aosórgãos da Justiça Desportiva serão dividi­dos em 12 (doze) parcelas, sendo que o úl­timo dia -de cada mês cada uma delas seráliberada ao Tribunal beneficifurio, por seuPresidcnte.

Art. 5.° O "auxílio-manutenção" a que serefere o parágrafo único do art. 1." serálJegulamentado ,em 60 (sessenta) dias, a con­tar da data da publicação desta lei,por atodo Presidente 'da iFederação de Futebol decada Estado ou Território.

Art. 6.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições 'em contrário.

JustificaçãoO futebol no mundo em geral e no Brasil

em particular vem tendo, a cada ano, cadavez mais significação na ordem imperantedos valores que estruturam as sociedades.Sua ex;pressão jã ultra,passou as simpleslides de uma competição es.portiva para seespraiar na cultura, no social e até no po­lítico.

Altas somas são empregadas na constru­ção de estádios amplíssimos, na remunera­ção dos atletas, na aquisiçãG dos passes ena sua revenda e, até mesmo, na publicida­de que gira em torno desta modalidade lú­dica. Note-se que os jornais cada vez maisdispensam a ela amplas manehet·es e pági­nas interiores; que as televisões compramos direitos de vídeo '])or quantias fabulosas;que as rádios esmeram-se em coberturas demuitas horas o. cada clássico e assim pordiante. O futebol vende produtos, faz car­reiras políticas, elege e faz cair na deBgra­ça - conforme uma ou outra circunstância- mandatários da coisa :pública, importa eeXl]JOrta idolos, faz a felicidade ou a infelici­dade de massas imensas e é, talvez, a únicaatividade humana que congrega em tornode si multidões de mais de centenas demilhares de pessoas.

Este esporte influencia até nas ativida­des aeronáutIcas - quando no Campeona­to N3icional pro:poll'ciona rev{)adas de atreta,se diretiIVos pelos céus nas mais variadas di­reções. Dá ânimo à atividade hoteleira, hos­pedando suas acrescidas delegações na er­rante peregrinação a que s,e submetem osclubes. Vende produtos estampados nas ca­misetas dos jogadores e nos :painéis dos es­tádios. Alimenta, en.fim, um sem-númerode famílias cujos chef.es tiram os proven­tos de atividades a,fins do futebol.

O futebol, hoje, ell'Vol'Ve interes.ses fan­tásticos e movimenta quantias incaleuláveis~

algumas até em moeda forre, deixando en­tão de ser mero esporte para atingir o "sta­tus" de grande empresa. Alguns clubes têm

l\;ovembro de 1983

orçamentos !;\1aiores que muitos municipiose não tardara o dia em qua sUlpIantarão osd~ certos Estados.

Mas se o futebol evoluiu dest,a fo-rma nasua estrutura maior, engatinha a nivel dosórgãos que jul'gam os que lhes infringem asnormas básicas. Os seus tribunais não dis­põem da minima estrutura material e fun­cional. Aliás, privados estão de qualquerfonte doe receita e vivem às custas das FOe­deraçôes- de que são poderes.

Lendo-se o Código Brasileiro Disciplinardo Futebol, aprovado pela Portaria n.O 7{)Cl,de 17-'12-81, do Ministério da Educação eCultura, constata-se a importância do Ju­diciário Esportivo destinado ao fute'bol. Nãose pense que ele dirime ap-enas questões re­lacionadas às faltas dos aUeta.s e dos diri­gentes. Não, ele vai bem mais longe. O atualCódigo. por exemplo, atribui à Justiça Des­portivacompetêncla para julgar questõestrabalhistas entre atleta e associação, o quefaz dela um ramo quas,e institucionalizadodo sistema judiciário nacional. E tanto as­sim é que, Inclusive, algumas Faculdadesde Direito já ensinam em suas cadeiras es­te ramo do saber juridlco.

Como se nota, 'm'olulu o futebol, aprimo­rou-se o iDirelto que lhe solve os atritos,cresceram os Clubes e as entidades de cúpu­la, mas os Tribunais continuam totalmentedependentes das Federações e Confederação.Graças a elas podem dispor de algum fun­cionário_ ter uma sala e dispor de restritomaterial de eXlpedl,ente.

O projeto quer acabar com este quadrode vexame e penúria. Ele proclama que oSuperior Tribunal de Justiça Desportiva. oTribunal Especial e os Tribunais de JustiçaDesportiva terão autonomia administrativae financeira. As Juntas de Justiça Des'por­tiva, embora ainda despidas desta indepen­dência, re-ceoberão um "auxílio-manutenção"retirado daquUo que o Judiciário Desportivocarrear para os cofres das Federações: ta­xas e multas arrecadadas.

Para cons-eguir-se a autonomia buscada,a Confederação Brasileira de Futebol desti­nará 10% (dez por cento), a cada ano, deseu orçamento ao STJ[) e ao 'DE - 50%para cada um, -com o fim especifico de su­prir suas deli1pesas administrattvas e de re­presentaç,ão de seus membros. Então pode­rão os órgãos judicantes instalar-em-se con­dignamente contratar pessoal, inclusive deassessoria técnica, adquirir material, ter.E>nfbm, 'i'lda autônoma e condizente com suasaltas atrlibuições. B'eus membros, emboranão remunerados, terão ,ensejo d,e rver re­embolsadas as despe-sas fe.itas com comu­nicações, transporte e representação.

]jgual sistemática é adotada para com osTribunais de Justiça Desporttva_ no âmbitodos ,mstados e Territórios, para com as Fe­derações.

A forma 'de repassar a verba está regu­lamentada no art. 4.°: o total será divididoem 12 partes, sendo .cada uma delas entl'e­gue ao Tribunal no último dia útil de cadamês.

O "auxílio-manutençãio", ,devido às J1IJl1­tas, será re.gulamentado em 60 dias por atodos Presidentes das Federações.

Com isto se pretende equipar de .formadefinitiva os Trtbunats e as Juntas. Daquirpara a frente, 'Com a aiproval,lão de lei, sai­rão ,eles de seu estado de indigência e r,e­temp,erados encontrar-se-ão à altura desuas tar,efas releiVantes.

Sala das Sel3sões, 13 de outubro de HNle.- Floriceno Paixão.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACêDRDENAÇAO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

MlNllSTÉRIO DA EDUOAÇAO E CUL'I'URA

Gabinete do Ministro

POR'I'ACRI,A N.O 702,DE 17 DE DEZEMBRO D~,W8.l

O Minil3tro ode Estado da Educação e Cul­tura, no uso de suas atrihuições, e porproposta do Conselh.o Nacional de Despor­tos, nos termos do inciso IIJ:, do ,art. 42, daLei n.06.2-51, de 8 de outubro de 197'5, e doart. 63 do Decreto n.O 80.22'8, de 215 de agos­to de 197'7, resolve:

1. Aprovar o Oódlgo Brasileiro Discipli­nar de Futebol, que baixa com a presentePortaria, entrando em vigor ,em 1.0 de ja­neiro de lo!}!~2.

2. Revogam-se.as disposições em con­trário. - Rubem Ludwig, Ministro da Edu­caC(ão e Cultura.

CóDIGO BRASILEIRO mSCIPLINARif)'E FUTEBOL

LIVRO PRJ:MiE:l1RO

Da Justiça Desportiva

TíTULO I

.Da Organização da Justiça c doProcesso Disciplinar

OAPíTULO I

Da Organização da Justiça

Art. 1.0 A organização da Justiça -e oProcesso Dlse:lpIlnar, r-elatlvamente ao ,fu­tebol, regulam-se por este Oódlgo, a que fi­cam submetidas, em todo o território na­cional, aOoi:lfederação Brasileira de Fute­bol e as federaçã-es, ligas, associações des­portivas e pessoas físicas que lti:lfs for,emdireta Ou indiretamente subordinadas, me­diante ,remuneração ou sem remuneração.

Art. 2.° São órgãos da Justiça Des1Jorti­va:

I - o 8u'perlor Tribunal de Justiça Des­portlca - STJ'D;

II - o Tribunal Bsveclal - 'DE;

IH - os Tribunais de Justiça Des'portiva- TJD;

IV - as Juntas de Justiça Desportiva ­JJ\D.

'Art. 3.0 O Superior TribUnal de JustiçaDeslporttva - STID, com jurisdição em to­do o território nacional, tê constituído de 9(nove) auditores efetivos, um dos quais in­dicado pelo órgão d'e classe dos atletas pro­fissionais ne futebol, e 3 (três) substitutos.

Art. 4.° O Tribunal ES/pecial - 'DE, comjurisdição em todo o território naclon;11, éconstituido de 5 (cinco) auditores efetlovos.um do:!! 'quais indicado pelo õr1gão de classedos atreitas profissionais de futerb()l, e 2(dois) substitutos.

Art. 5,0 Os Tribunais doe Justiça ")e:;-por­twa - TJ[), com jurisdição no território decaca federação, são constituldos de 7 (sete)a fll (onze) auditores efetivos, 2 (dois) dosquais indicados pelo ó~gão de eIasse dosatle,tas pro.ftssl,ooats de futebo'l, e 3 (três)substitutos.

Terça-feira 19 11819

Art. 6.° :As Juntas de Justiça Desportiva- JJD, com jurisdição no território das li­gas, são constituídas de 3 (três) a 7 (sete)auditcxes efetivo's e 2 (dois) substitutos.

PROJETO DE LEI N.o 2.470, DE 1983

(Do Sr. Henrique Eduardo Alv,es)

Altera dispositivo do Código Civil, demo-do a possibilitar que pessoas comvida em comum, há mais de cinco anos,também possam adotar filhos.

(A Comissão de Constituição e Jus­tiça.)

O Congr'e,sso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 370 da Lei n.o 3.071, de1.0 de janeiro de 1916 <CoMigo Civil), pas­sa a vigorar com a s,eguinte r,edação:

"Art. 370. Ninguém pode ser ado­tado por duas pessoas, salvo se foremmarWo e mulher ou comprovarem vi­da em comum há mais de cinco anos."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua pu'blicação.

Art. 3.° Revogam-se as dispo,sições emcontrário.

Justificação

O art. 370 do Código Olvil, ,em sua reda­ção vigorante, esta,helece que:

"Ninguém pode ser adol~ado por duaspesiS'Oas, salvo se forem marido ,e mu­lher."

Com Isto, fica aprioristicamente estabe­lecida uma discrimin'ação, de sí desatua­lizada, contra aquelas pessoas que, tendovida conjugal regularíssima, há muitíssi­mos anos e necessitando adotar uma crian­ça para completar a f-elicidade do lar, en­tretanto não podem fazê-lo em virtude denão serem legalmente .casadas.

Impõe-se, portanto, a alteração aquipleiteada, que, de resto, é muito mais com­patível com a jurisprudência d,e nossos tri­bunais a respeito das conseoqüências jnri­dicaLS da união ,entre homem e mulher paravida em comum.

Sala das Sessões, 20 doe outubro de 19G3.Henrique Eduardo Alves.

LEmSL~çAo CITADACóDIGO CIVIL

PARTE ESPECIAL

LIVIRO I

Do Direito da. Fa.mília.

TíTULO V

Das Rel~ões de Parentesco

C:M'í'J.'1ULO V

Da Adoção

Art. 370, Ninguém pode s'er adotado porduas pessoas, salvo se forem marido e mu­lher.

11820 Terça-feira 19

PROJETO DE LEI N.O 2.485, DE 1983

(Do Sr. Jorge Arbage)Altera dispositivo do Decreto-lei n.o

2.061, de 19 de setembro de 1983, que"dispõe sobre a alienação de mercado­rias sujeitas à pena de perdimento, emespecial nos casos de calamidade pú­blica e dá outras providências".

(A Comi<!são de Constituição e Jus­tiça.)

O Congr,esso Nacional decr€'~a:

Art. 1.0 O art. 2.° do Decreto-lei n.o2.{J61, de 19 d,e setembro de 19'83, passa avigorar com .a s,eguinte redação:

"Art. 2.° Incluem-se no tratamentoestabelecido no artigo anterior as mer­cadorias a,preendidas. obJeto da penade perdimento 31plicada em decisão ad­ministratiwa, ainda que o littgio estejapendente de apreciação judicial, salvoquando es'tiver·em à disposição da Jus­I~iça como objeto ou instrumento decrime."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

Art. 3.0 Revogam-se ·as disposições emcontrário.

JustificaçãoO projeto de lei que ora tenho a honra

de submeter à consideração do Congressoresulta de sug.estão a nós enviada pelo Dl'.Aristides Porto de Medeiros, digno Juiz Fe­deral de quem são, ainda, Q~ argumentosde ju'stificação da alteração pret-endida aoDecr.eto-lei n.O 2.061/83, adiante reprodu­zidos.

,Consoan:e dispõe o aTt. 6.°, II, do Códigode Processo Penal, serão obrigatoriamenteapreendidos os objetos e instrumentos docrime, os quais, nos termos do art. 11,acompanharão os respectivos inquéritos.

[No CMO da Justiça Flederal - e por me­dida de conveniência, as mercadoriM es­trangeirM arr>r·e,endidas .não perma:necffiUnas DeIegacias 'e Postos, mM têm sido logo'encaminhadas aos órgãos da Receita Fe­deral, onde obviamente ficam à disposiçãodos respectivos Juizos, sem prejuízo da ins­tauração dos corr,espondentes processos ad­mInistrativos fiscais. Erutretanto, ainda, quedecretada a perda na es,fera fiscal, referi­das mercadorias ali permanecem, até quesejam expressamente liberadas da esierapenal.

O art. 2.0 do Decreto-lei n.O 2.0&1, de 19d,e s,eternbro de 1983 (cuja alteração ora,~,:) propõe), autoriza s·ajam imediatamentevendidas, em leilão ou concorrência públi­ca, "inclusive as merc!lidorias apreendidas'que estiverem à disposição da Justiça Fe­deral como produto, cor.po de delito ouobjeto de crime".

iFora de dúvida é que s,e não justifica, denenhum modo, a alienação de mercadoriasaprendidas e que ainda se encontram àdisposição da Justiça. Com efeil:o, tudo oque interessa à prova do crime deve s·:)rresguardado até que seja judicialmenteliberado. Como exemplo do que certamen­te acontecerá (s·e permanecer a atual re­dação do citado dispositivo), tem-se que,depois de alienada a mercadoria (objetoou instrumento de crime) por ato da auto­ridade fiscal, havendo necessidade de pe­rícia (ou nova perícia), que poderá ser r'e­querida pelM partes até à fase a que alu-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

de o art. 499 do CP;?, ou determinada exofficio pelo juiz na do al"t. 502, sua faltaensejará forçosamente a absolvição do cul­pado, com reflexos negativos para a so­ciedade.

De mais a mais, por certo que, se formantida a, a,tual redação, e para evitar odesaparecimento de prova, os juíz.es de­terminarão às autoridades policiais apre­ensoras que não encaminhem as; merca­dorias estrangeiras para os órgãos da, Re­ceita Federal, com o que, inclusive, hav,eráóbice para a instauração de processos ad­ministrativos fiscais.

Por fim, convenha-se qUe a pertinentenorma do suso referido Decreto-lei é ma­nif·estamente inconsti<tucional, por isso quede algum modo incursiona em matéria deproC€SSO penal (modificação de prova), sa­bido que somente o Congresso Nacional po­derá legislar a rel'l]Jeito, não autorizando oart. 1;5, da Carta Magna, que tal se dê porato do Presidente da República.

8ala das S,essões, 24 de outubro de 1900.- Jorge Arbage.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 2.061,DE 19 DE SIETEMElRO DE 1983

Dispõe sobre alienação de mercado­rias sujeitas à pena de perdimento, em.especial nos casos de calamidade pú­blica e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso daatribuição que lhe confere o art. 55, itemlI, da COll<!I~ituição, decr,eta:

Art. 1.0 O produto integral da venda,em leilão ou concorrência pública, de mer­cadorias apreendidas suj.eitas à pena deperdimento, com bMe no Decreto-lei n.o1.45'5, de 7 de abril 'rie 1976, aplicada emdecisão final administrativa, poderá serdestin!lido a Estados e Municípios atingidospor calamidade pú1JJica, reconhecida peloMinistério do Interior, para atender às po­pulações flageladas.

Parálgrafo único. Mercadorias de fáClildeterioração e semoventes, mesmo antesda decisão final administrativa, poderãor·eceber o tra':amento previsto neste artigo.

Art. 2.0 Incluem-se no tra,tamento es­ta:belecido no artigo anterior as merca·do­rias apre'endidas, objeto da pena de perdi­mento aplica;da em decisão administrativa,ainda que o litígio esteja p.endente de apre­ciação judicial, inclusive as mercadoriasapreendidas que estiverem à disposição daJustiça Federal como produt<J, corpo de de­lito ou objeto de crime.

Ar,:. 3.0 'Cabível a restituição ou a de­volução de mercadorias apreendidas, alie­nadas na forma deste Decreto-lei, o recla­mante será indenizado pelos cofres púbU­cos com base .no valor al.'bitrado no proce­dimento administrativo, atualizado mone­tariamente de acordo com a variação dasObrigações Reajustáveis do Tesouro Nacío­nal, salvo outra decisão da autoridade ju­diciária.

Art. 4.° A Secl'etarlia da Receita Fe­deral poderá promover, além das demaisformas de destinação que lhe são autori­zadas pela legislação em vigor, a inutili­zação ou destruição de bens ou mercado­rias es:rangeiros apreendidos, quando assim

Novembro de 1983

o recomendarem os interesses da econo­mia do Pais.

Art. 5.° Até 31 d-e dezembro de 1984, oproduto das vend'as efetuadas nos termosdo art. 1.0 será integralmente depositadono Banco do Brs,sil S.A.. à ordem do Fun­do Especial para Calamidade Pública, ins­tituído pelo Decreto-lei n.o 9.50, d,e 13 deoutubro de 19609.

Art. 6.0 Este Decreto-lei entrará em vi­gor na data de sua pubilicação, revogadasa's disposições em contrário.

PROJETO DE LEI N.o 2.494, DE 1983

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 394/83

Cria a Guarda Costeira.(Às Comissões de Constituição e Jus­

tiça, de Segurança Nacional e de Fi­nanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Fica criada, no Ministério da

Marinha, a Guarda Costeira (00), comsede no Distrito Federal.

Art. 2.° Compete à Guarda Costeira:I - exercer orientação e controle da Ma­

rinha Mercante Nacional e damais ativi­dades corre1ata.~, no que interessa à Segu­rança Nacional;

II - exercer a P:olícia Naval;III - contribuir para o provimento da

segurança da navegação, seja ela maritima,fluvial ou lacustre;

IV - fiscalizar as águas sob jurisdiçãonacional, o mar territorial e a plataformacontinental, inclusive no que conceme àpreservação da qualidade do meio ambien­te;

V - executar o Serviço de SinalizaçãoNáutica;

VI - integrar o Sistema Nacional deBusca e Salvamento Marí.timo (BAR);

VII - cooperar com os órgãos executoresdo Poder de Polí.cia de todos os Ministériosem suas atribuições fiscais e/ou adminis­trativas no meio ambiente maritimo, fluvialou lacustre, incluindo M respectivas orlas,onde houver qualquer tipo ou porte de na­v.egação.

Art. 3.° A Guarda Costeira será subordi­nada diretamente ao Ministro de Estado daMarinha.

!Parágrafo único. A Guarda Costeira se­rá comandada por um Vice-Almirante daativa do Corpo da Armada e terá comoSubcomandante um Contra-Almirante daativa do Corpo da Armada.

Art. 4.0 Para o desempenho coordenadodas atribuições previstM no inciso VII, doart. 2.0 desta lei, o Comandante da GuardaCosteira será assessorado P<lr um ConselhoConsultivo, constituído de representantes deMinistérios, na forma que dispuser o regu­lamento desta lei.

Art. 5.° A Guarda Costeira, por inter­médio de seus órgãos regionais sediados nafaixa de fronteira, sem prejuízo da coorde­nação ministerial, manterá estreita ligaçãocom as Repartições Consulares Brasileiras.

Art. 6.° A Guarda Costeira, estruturadaà base da hierarquia e da disciplina, seráconstituida de:

I - militares da reserva não remune­rada;

Novembro de 1983 DJÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Terça-feira I~ 11821

conformidade com o qÜ.e dispus lar o Regu­lamento desta lei.

Art. 18. O prazo paJ:a a opção a que sereferem ()s artigos anteriores sará de 2(dois) anos. a partir da data do Regula­mento desta lei.

Art. 19. Fica o Poder Executivo autori­zado a transformar a Guarda Costeira,quando julgar conveni-ente, em órgão dotadode personalidade juridica de Direito Público,com patrimônio próprio e autonom.ia admi­nistrativa, observadas as seguintes prescri­ções:

I - manterá a mesrna denominacão doórgão criado por esta lei, da qual Será osucessor para túdos os fins de direito;

II - terá o seu patrimônio inicial cons­'i;ituido de imóveis pertencentes à União, aserem transferidos por ato do Poder Exe­cutivo;

IH - contará com recursos provenientes:a) de dotaçeõs consignadas no Orçamento

da União;b) da Tarifa de Utilização de Faróis;

c) de contribuição para o En;lino Pro­fissional Marítimo;

d) de rendas de Serviço de SOcorro Ma-rítimo; ,

e) de multas decorrentes de aplicação doRegulamento pam o Tráfego Marítimo;

f) de multas pela apreensão de embarc8.­çóes de pesca;

g) de multas prevista,~ em acordos inter­nac10nais de pesca;

h) de doações, auxilios e subvenções quevenham a ser feitas ou concedidas pelaUnião, Estado, Município ou por qualquerentidade pública ou particular;

i) da remuneração por serviços prestadosa entidades públicas ou privadas, medianteconvênio ou contrato especifico; e

j) de outras receitas eventuais.

IV - terá seu orçamento próprio subme­tido à aprovação da Secretaria de Plane­jamento da Presidência da República, ob­servada a mesma sistemática formal do Or­çamento da União e a competência doórgão central do sistema de orçamento fe­deral;

V - será subordinado diretamente ao Mi­nistro de Estado da Marinha;

VI - constituirá seu.s Quadros d,e pes­soal com os servidores da Guarda Costeiraque nela estiverem em exercício à data datransformação;

VII - serão considerados no exercício decargo de natureza militar os militares desig­nados para servir no órgão transfonnado;

VIII - será comandada por um Vice-Al­mirante da ativa do Corpo da Armada, indi­cado pelo Ministro de EStado da Marinha; e

IX - terá como Subcomandante, umContra-Almirante da ativa do Corpo da Ar­mada, indicado pelo Ministro de Estado daMarinha.

Art. 20. Esta lei entra em vigor ,na datade sua publicação, revogada a Lei n.o 2.419,de 10 de fevereiro de 1955, e demais disposi­ções em contrário.

H - civis contratados.§ 1.0 O efetivo dos integrantes (milita­

res da reserva não remunerada) da GuardaCosteira, que constituirão uma categoriaespecial de servidores públicos, será fixadoem decreto mediante proposta do Ministrode Estado da Marinha.

§ 2.0 Os Quadros de Efetivos dos inte­grantes da Guarda Costeira abrangerãoclasses e especialidades, de conformidadecom o estabelecido -em regulamento.

Art. 7.0 A Guarda Costeira terá QuadroPermanente de ,pessoal civil, contratado deacordo com tabela de empregos específicose legislação pertinente em vigor.

Art. 8.° Os deyeres, direitos, prerrogati­vas e vencimentos dos integrantes da Guar­da Costeira serão estabelecidos em legisla­ção -especial, não sendo permitidas condi­ções superiores às que, por IBi ou regula­mento, forem atribuídas aos militares daativa das Forças Armadas.

Art.9.0 Os salários do pessoal civil serãoBstabelecídos em conformidade com a legis­lação em vigor e mediante aprovação doPresidente da República, ouvido previamen­te o Departamento Administrativo do Ser­viço Público.

Art. 10. Os integrantes da Guarda Cos­teira usarão uniformes previstos em Re­gulamento de Uniformes próprio, aprovadopelo Ministro de Estado da Marinha.

Art. 11. Os militares da ativa poderãoexercer cargos e comandos na Guarda Cos­teira.

Art. 12. O ingresso de militares da re­serva não remunerada na Guarda Costeira,bem assim a contratação de pessoal civil,observarão normas e prescrições a seremestabelecidas no Regulamento desta lei.

Art. 13. A dotação orçamentária paraatender as despesas com a implantação e ofuncionamento da Guarda Costeira seráconsignada no Orçamento do Ministério daMarinha, a partir do exercício financeirode 1985.

Art. 14. O Poder Executivo regulamen­tará a aplicação dos recursos a que se refereo artigo anterior.

Art. 15. Os meios e equipamentos daüuarda Costeira serão obtidos de acordocom Plano de Aparelhamento da GuardaCosteira, a ser submetido à aprovação doPresidente da República pelo Ministro deEstado da Marinha.

Parágrafo único. Para compor os meiosflutuantes iniciais, o Ministro de EStado daMarinha poderá transferir de subordinaçãopara a Guarda Costeira, meios flutuantessubordinados às Forças Navais.

Art. 16. Os Oficiais e Praças da ativa po­derão exercer cargos e funções na GuardaCosteira, até que sejam substituídos pelopessoal da Guarda Costeira.

Parágrafo único. Os Oficiais e Praças deque trata este artigo poderão optar peloingresso na Guarda Costeira, na forma quedispuser o Regulamento desta lei.

Art. 17. O pessoal civil dos Quadros doMinistério da Marinha poderá ser designa­do para prestar serviços na Guarda Cosreira,até que seja substituído pelo pessoal civil doQuadro de Pessoal Civil contratado· daGuarda Costeira.

Parágrafo umco. O Pessoal civil dosQuadros do Ministério da Marinha poderáoptar pelo ingresso na Guarda Costeira, em Brasilia, de de 1983.

LEGISLAÇÃO CITADA

LEI N.o 2.419,DE 10 DE FEVEREIRO DE 1955

Institui a Patrulha Costeira e dá ou­tras providências.

O Presidente da Republica:

Faço saber que (I Congr,esso Nacional de­creta e eu s·anciono a seguinte Lei:

Art. 1.0 Ê instituído ú Serviço de Pa­trul1ha Costeira com os seguintoo objetivos:

a) defender, em colaboração com o Ser­viço de Caça e Pesca, do Ministério daAgricultura, a fauna maritima, a fkJ·raaquática ·e fiscalizar a pesca no litoralbrasileiro;

b) prestar assistência médica, profiláticae farmacêutica, aos habitantes das zonaslitoràneas desprovidas d-e recursos;

c) minisltrar instruções sistemáticas, ·abordo dos navios da Patrulha Costeira, deforma a orientar os pescadores 'como pos­síveis auxiliares 'da Esquadra,aperfeiçoan­do-os nos serviços de sinalização, v-arredu­ra e lançamento ·de minas, e outros. pró­prios de uma Mari11Jlla de Guerra em ope­rações;

d) manter compIeto serviço estatísticosobre tudo o qu,e concerne ao litor·al e suapopulação;

e) fornecer informaçÓ'es meteoI'Ológicasem caráter permanente e constante, aosserviç.os federais de previsão do tempo;

f) auxiliar os s,erviços de repressão aocontrabando e ao comércio ilícita. de ,tó­xicos;

g) manter um serviço permanente de in­formações sobre ocorrências no mar, emligação com as repartições próprias do Mi­nistério da Marinha e com a Esquadra;

h) auxiliar o Serviço de socorro maríti­mo.

Art. 2.° O Ser,viço de Patrulha Costeiraficará subordinado diretamente :'<;0 Minis­tério da Marinha, que lhe· dará regula­mentação que melhor convier ao cumpri­mento ·de suas tarefas.

Art. 3.0 Os membros das tripulações dosnavios do Serviço de Patrulha Costeir,a,quando não peDtencentes ao serviço ativoda Marinha, serão a ele 'equiparados e per­ceberão todas as vantagens que lhes cou­berem, dentro da legi01ação em vigor, fi­cando também sujeitos aos mesmos regu­lamentos, disciplina e regime militar.

Art. 4.° O Ministério da Marinha faráincluir, todoo os anos, no Orçamento d·aUnião, dotações necessárias à aquisição dematerial para o Serviço de Patrulha Cos­teira e manutenção ,de seus serviços.

Art. 5.° Os serviços especificados nes·talei 'abrangem também as il:ha.s oceânicas efluviais e as águas navegáveis de nossa ba­cía potamográfica.

Art.. 6.0 Esta Lei entrará em vigor liadata de \Sua publicação revogadas, a8 dis­posições em contrário.

Rio de .Janeiro, em 10 de fevereiro de19ü5; 134.° da Incl:ependência. e 6,7.°' da Re­pública. - JOÃO OAF'É FILHO - EdmundoJordão Amorim do Valle - Costa PôrW.

11822 Terça-feira 1\'

MENSAGEM N.o 394, DE 1983, DO PODEREXECUTIVO

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do art. 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada de­liberação de Vos.s·as Excelências, acompa­nhado da Exposição de Motivos do Senhor.Ministro de Estado da Marin'ha, o anexoProjeto de Lei que Cria a Guarda Costeira.

Brasília, 26 de outubro de 1983. - JoãoFigueiredo.

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.O 0074, DE 4DE JULHO DE 1983, DO SENHOR MI­NISTRO DE ESTADO DA MARINHA.Excelentíssimo Senhor Presidente da Re-

pública:Como é do comecimento de Vossa Ex­

celência, os Ministérios ·da Marinha, daJustiça, das Relações Exteriores, da F1a­2ienda, dos Transportes, da Agricultura, daEducação e Cultura. do Trabalho, da Saú­de, da Indústria e do Comércio, das Minase Energia, do Interíor, das Comunicaçõese a Secretaria de Planej.amento da Pr·esi­dência da República possuem atribuiçõesno ambiente marítimo, fluvial e lacustr,e,em d·ecorrência do exercício do Poder dePolída, que se efetiva com base nas exi­,gências do Ser.viço Público e nos interessesda Comunidade.

O .Mini.stério da Marinha excerce o con­trolee a orientação da Marinha Mercantemo que inter-essa à SeguTança Nacional,exerce ·também a Policia Naval, provê se­gurança à navegação, fiscaliza as águas sobjurIsdição nacional, provê toda 'a rede desinalização náutIca e é responsáv-el pelasalvaguarda da vida humana no mar.

O .Ministério da Justiça fiscaliza e con­trola o acesso de -estrangeiros pelo mar.nos porrtose ao longo da nossa extensafronteira quer marítima. fluvial ou lacus­tre, combate o contrabando e o descami­nho, inclusive tráfico de tóxicos eentor­pec-entes, com a Policia Federal e é o res­ponsável pela elucidação e investigaçã,o doscrimes cometidos a bordo dos navios e/ouembarcaçõe.~, ressalvados os de competên­cía mili,tar.

O Ministério das Relações Exteriores dis­põe de Repartições ConsuLares ao longo danossa faixa de fronteiras e tem responsa­bilidade no relaciO'.llamento 'com os paíseslindeiros e, ainda, através das Comis.sõesBrasileiras Demarcadoras de Limites, dafisc·a1ização e verificação dos marcos dasfronteiras.

O ·.Ministério da Fa2iCnda é o responsávelpela fiscalização doo terrenos de marinha,pela prevenção e repressão ao contraban­do e ,ao descaminho, inclusIve no trá,ficode tóxicos e entorpecentes, na parte tribu­tária.

O Ministério da Agricultura fIscaliza econtrola a pesca e preserva a flora e a fau­na.

O MinistérIo do Interior assíste às zonasdesprovIdas de recursos e, atr.a,vés da de­fesa civil, aos casos dl:l calamidades pú­blicas. e da SEMA participa da preserva­ção da qualidade do meio ambi·ente.

O Ministério da IndÚ3tria e do Comércioapoia as empresas de turismo que usam oambiente aquátIco como meio de lazer eincentiva as indústrias pl.'Odutorasde equi­pamentos náuticos.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

O Ministério das .Minas e En,ergia ·exerceo controle e a fiscalização na exploraçãode pe<tró1eo e outros miner·aisextraidos ouextraíveís na plataforma continental sub­marina.

O Ministério dos Transportes fiscaliza,controla e mantém a segurança dos portose 'terminais como também a utilização daseclus'as nas barrag·e:ns.

O Ministério do Tl'a'balho e~erce a fis­calização do trabaLho marItImo e a pre­vencão de acidentes no que diz respeitoà ségurança e medicina do trabalho.

O Ministério da Saúde exerce .80 vigilân­cia sanitária dos pOJJtÜlS e front·eiras.

O Ministério das Comunicações exerce ocontrole dos Serviços Fixo e Móvel Maríti­mos.

O Ministério da Edueação e Cultura exer­ce a proteção dos sítios arqueológicos e/ouembarcações submersas de valor arqueoló­gico ou culturaL

Todas ·cssas atribuições necessitam deestrutur·a. meios e recursos humanos paraserem bem executadas. Podemos afirmarque os recursos de que dispõe a nação sãopulverizados por todos os responsáveis, po­dendo-se vísualizar as superposições deações e de esforços que podem ser tradu­zidas como dispersão de recursos pecuniá­rios.

Alguns dos Ministérios citados têm pro­curados soluções conciliatórias, de maneiraa reduzir os gastos e agilizar as ações; osMinistérios:

- do Trabalho: tem suas Delegacia.s <ieTrabalho Marítimo em intima conjugaçãocom as Capitanias dos Portos, onde o Ca­pitão dos Portos é também O' De],egado doTrabalho Marítimo;

- da Agricultura - através da SUDEPE,faz convênios para a fiscalização da pesca;notadamente na área norte do País onde acobiça dos pescadores internacionais pelonosso camarão é muito grande, e pouco sepreocupam em preservar a espécie;

- da F'lzenda - atrav;és de convêniocede à.s Capitanias dos Portos lanchas quesão guarnecidas por pessoal da Marínha, nodesempenho de ações ~ara coibir o contra­bando e o descaminho.

Conclui-se, portanto, pela inexistência deum órgão adequado em nossas águas, querno litoral quer nos rios e lagos, para o exer­cido de um policiamento permanente quea.ssegure uma fiscalização efetiva do cum­primento das leis pertinentes. Tal deficiên­cia não ocorre em terra, onde diversas or­ganizações de natureza policial, federais ouestaduais, se encarregam de diferentes as­pectos do indispensável policiamento.

Apesar da atividade de natureza policialpropriamente dita não ser uma missão daMarinha, ela sempre cooperou na medidadas suas possibilidades, embora com sensi­vel prejuizo de sua destinação constitucio­nal.

;Por tais razões é que os estudos realizadosindicaram a necessidade de se ter um órgãoque racionalizasse tais atividades, compac­tando-aB para se ter um rendImento melhora custos maís reduzidos e tornando maíságil a ação de governo. Aliem-se aos fatosapontados as modificações decorrentes danova situação jurídica criada pela Conven­ção das Nações Unidas sobre Direito do Mar,da qual {o País é signatário. Nessa nova con­figuração, vamos tel' um mar tenitorial de

Novembro de 1983

doze milhas, uma zona econômica exclusivade 188 milhas e uma plataforma continen­tal que poderá se estender até 350 milhas.Essa modificação traz implicações econômi­cas muito importantes, principalmente noque diz respeito à exploração de recursoscomo a pesca, a extração de petróleo e gásda plataforma continental e de nódulos po­limetálicos. Essa perspectiva nos permiteví.sualizar a necessidade de incrementar avigilância e fiscalização de nossas águas, in­cluindo a fiscalização do gerenciamentocosteiro que visa orientar a utilização ra­cional da costa, de forma compatível comsua potencialidade e sua vocação, permitin­do o desenvolvimento do País sem que sejadestruido o meio ·ambiente e garantindo aqualidade de vida nacional.

É de s€ supor que venhamos a ter proble­mas nessa área e a Marinha considera im­portante que o Governo disponha de umorganismo capaz de efetuar vigilância e fis­calização que não seja a Força Naval, não sóporque muitas c1essas atribuições não são damissão do Ministério da Marinha comoabrange a outros ministérios. Seria oportu­no lembrar a Vossa Excelência que quasetodos os paises possuem um organismo tipo,Guarda Costeira. Na América do Sul, a ex­ceção dos países mediterrâneos, Bolívia eParaguai, Suriname e Brasil - todos os ou­tros (Argentina, ChHe, Colômpia, E'quador,Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuelae Uruguai) têm na sua organização admi­nistrativa um órgão policial tipo GuardaCcsteira, inclusiv,e Trinidad-Tobago, no Ca­ribe.

Outro aspecto importante é que esse or­ganismo permitirá uma escalada interme­diária da açãO' de gov·erno, deixando a For­ça Naval para atitudes firme.s e irreversí­veise poder permitir uma gradação e pro­porcionar à nossa diplomacia a devida con­dição de poder responder aos países dosnavios e embarcações, infratores de nossasnormas fiscais e/ou administrativas, que aocorrência foi mera ação do exercícío doPoder de Policia e não ato hostil ou deguerra, não declarada, efetuado por naviode guerra e/ou elementos da Força Armadada Marinha. Tivemos recentemente exemplodesse tipo de ocorrência, quando o nossonavio "Barão de Teff!é" a caminho' da An­tártida, foi interceptado em águas argen­tinas do canal de Beagle.·A embarcação in­terceptara. da "Prefectura Naval Argen­tina", indicativo de costado GO'-81, proce­deu a uma verificacão de norma internalocal. acordada bilateralmente entre os ar­gentinos e chilenos, sobre a alternância depráticos, que a Marinha Brasileira desco­nhecia. O episódio foi minimizado e aceitasas explicações por serem de verificação po­licial de norma adminístrativa interna, semferir a soberania brasileira. Dimensões ini­magináveís poderiam ter atingido se a em­barcação fosse da Armada Arg·entina, ca­racterizando um ato hostil e inaceitável peloBrasil.

!Necessita o País de possuir um organismopolicial administrativo para preservar suasoberania, proporcionando poder de barga­nha e escalada nas ações decorr€ntes, fi­cando a Força Naval como um elemento dedissuasão. A "Prefectura Naval Ar~ntina"é atuante e eficientíssima; presente em todoo litoral, rios e lagos argentinos, exerce deforma dinâmíca o Poder de Polícia. O nosso.Ministério das Relacões Exteriores tem nosalertado, por mais de uma vez, expressan­do sua preocupapão com relação aos riosfronteiriços, onde é conspícua a presença dapolícia flllvial dos países limitrofes, e inefi-

Novembro de 1983

caz o policiamento do lado brasileiro. Te­mos c'ertaza que a implantação da GuardaCosteira preencherá lacunas e englobaráatividades hoje executadas esparsamente demaneira espasmódica em áreas relevantespara a segurança e a economia nacional.Visualiza-se portanto com esse organismo,por mais paradoxal que se possa imaginar,uma grande economia, pois os recursos hojealocados aos vários Ministérios para a apli­cação do Poder de Policia no ambioenteaquático e que, não sendo utilizados, acabamsendo usa:dos para outros fins, passarão aser bem apUcados e devidamente contro­lados.

A Guarda !Costeira Irá portanto discipli­nar o emprego dos meios que hoje são es­palhados por toda -estrutura administrativa,g,erar empregos diretos na própria Guardae indiretos no setor de apoio e industrial e,pela sua ação fiscalizadora, incrementar aarrecadação de impostos, tributos, taxas,multas etc.

Como a Guarda incorpora, como uma dassuas atribuições, a de cooperar com todos osMinistérios que -exercem o Poder de Policiano ambiente aquático, .quer maritimo, flu­vial ou lacustre, imaginou-se um ConselhoConsultivo rnterministerial, que prestará aoComandante da Guarda Costeira, em cará­ter permanente, a coordenação e a ligaçãonecessária entre a Guarda e os respectivosMinistérios.

Por fim, com o propósito de evitar des­pesas adicionais com a implantação daGuarda Costeira, optou-se pela sua criaçãono Ministério da Marinha, que poderá ab­sorver mais apropriadamente as -providên­cias decorrentes dessa implantação. Con­tudo, deixou-se prevista a sua transferên­ciaem autarquia, na medida que o PoderExecutivo julgar conveniente e oportunaexecutá-la.

Deve ficar entendido, portanto, que esseorganismo, em face das suas peculiaridadesde função própria e tipica, se enquadra per­feitamente na forma de autarquia, uma vezque será um instrumento de descentraliza­ilão do Serviço Público, abarcando atribui­ilões de vários Ministérios. Apenas inicial­mente estará posicionada dentro da estru­tura do Ministério da Marinha, devendopost'eriormente passar à condição de autar­quia vinculada ao Ministério da Marinha.

Senhor Presidente, essas são as razõesque motivaram a criação da Guarda Cos­teira, pautadas na jurisprudência do Di­reito Administrativo Brasileiro e na expe­riência bem sucedida de outros paises, or­ganismo capaz de gerar empregos, reduzircustos, captar recursos através da arreca­dação e incentivar as atividades hoje rele­gadas a segundo plano, com reflexos bas­tante positivos para a economia do Pais.

Ante o exposto, submeto à elevada apre­ciação de Vossa Excelência o Anteprojetode Lei que cria a Guarda Costeira e que aesta acompanha.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos do meu maisprofundo respeito. - Maxilniano Eduardoda Silva Fonseca, Ministro da Marinha.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç1ío I)

PROJETO DE LEI N.o 2.495, DE 1983

([lo Poder Executivo)MENSAGEM N.o 395/83

Dispõe sobre a progressão funcional aque se refere a Lei n.o 5.645, de 10 dedezembro de 1970.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, ·de SeJ.'lviço Público e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Para efeito da progressão fun­

cional a que se ref,ere a Lei n.O5.,M5, de 10de dezembro de 11970, o correspondente re­gulamento dise~plinarã a mudança do ser­vidor de uma para outra class-e, 'com o res­pectivo cargo ou empr-ego.

Art. 2.° O parágrafo único ·do art. 7.° doDecreto-lei n.O 1.445, de 13 de fevereiro de1976, 'Passa a vigorar com a s-eguinte reda­ção:

''lArt. 7.° .Parrugrafo único. cA.s referências que

ultrapassarem o valor doe vencimento ousalário, estabelecido para a classe finaIÍou única de cada Categoria Funcional,Icorresponderão à Classe Especial."

Art. 3-.0 Esta Lei entra em vigor na da­ta de sua publicação, revcgadas as disposi­ções em contrário.

Brasílía, de de 1983.

LEGISLAÇÃO CITADA.

LEI N.o 5.6-45,DE 10 DE DEZEMBRO DE Hl70

Estabelece diretrizes: para -a classifi­cação de cargos do Serviço Civil da

União e das autarquias federais, e (láoutras providências.

O PresIdente da República.Faço salbar que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1.0 :A classificação de cargos do S.er­

viço Civil da União e das autarquias federaisobedecerá às diretrizes estabeleci'das na !pre­sente lei.

Art. 2.° Os cargos serão classificados co­mo de provimento em cmnissão e de pro­"imento efetivo, -enquadrando-sB\ basica­mente, nos seguintes Grupos:

De Provimento em ComissãoI - Direção e Assessoramento SUUJeríores.De Provimento EfetivoTI - Pesquisa Cientific8, e Tcenológical:II - DiplomaciaIV - MagistérioV - Polícia FederalVI - Tributação, Arrecadação e Fiscali-

zação

ViII - ArtesanatoVLII - Ser-viços AuxiliaresIX - Outras Atilvidades de Nível SuperiorX - Outras Atividades de Nível Médio.Art. 3.° íSegundo a correlação e afinida-

de, a natureza dos trabalhos ou o nitVelde conhecimentos ruplicados, cada GrUUJo,llJbrangendo várias atividades, compreende­derá:

I - Direção e Assessoramento Superiores:os cargos de direção e assessor8.mento su­periores d:::. administraç,ão cujo provimentodeva ser regido pelo critério ela confiança,segundo for estabelecido em regu:ls:mento.

Terça-feira 19 11823

II - P.esquisa Científica e T-ecnológica:os cal1gos com atrilbuições, ·exclusivas oucomprovadamente principais, de pesquisacientifica, pura ou aplicada, para cujo pro­vimento se exija diploma de curso supe­rior, de ensino ou h3Jbilitação legal equi­valente e não estejam abrangidos pela le­gislação do Magistério Superior.

m - Diplomacia: os car-gos que se des­tin3Jm a representação diplomática.

IV - Magistério: os cargos com ativida­des de magistério de todos os n1veis de en­sino.

V - Polícia Federal: os cargos com atri­buiçÕ'es de natureza ;policial.

VI - Tributaçáo, Arr-ecadação e Fiscalí­zação: os cargos com atividades de tribu­tação, arrecadação e fiscalização de tribu­tos fed·erais.

VI!! - Artesanato: os cargos de ativ.ida­des de natureza permanente, principais ouauxiliares, relacionadas com os serviços deartifice em suas várias modalidades.

ViIII - Serviços Auxiliares: os cargos deatÍ'vIdades administrativas em geral, quan­do não de nivel superior .

IX - outras atividades de ni:vel sruIl'e­rior: os demais cargos para cujo (provimen­to se exija diploma 'de curso superior deensino ou habilitação legal equivalente.

X - Outras atividades de nível médio: osdemais cargos para cujo provimento se exi­ja diploma ou oertificado de conclusão- decurso de grau médio ou habilitação equiva­lente.

ParlÍigrafo único. As atividades relacio­nadas com transporte, conservação, custó­dia, operação de elevadores, limpeza e ou­tras assemelhadas serão, de preferência, ob­jetode execução indireta, mediant-e contra­to, de acordo com o art. 10, § 7.°, do De­creto-lei n.O 200.. de 2,5 de fever-eiro d'e 1967.

Art. 4.° outros Grupos, com caracteristi­cas prÓlprias, diferenciaJdos dos relacionadosno artigo 3!nterior, poderão ser estabeleci­dos ou demembrados daqueles, se o justifi­carem as necessidades da Administração,mediante ato do Poder Executivo.

Art. 5.° Cada Grupo terá sua própria es­cala de nível a ser a:provada pelo Poder Exe­cut1VO, atendendo, primordialmente aos se­guintes fatores:

I - importância da atividade para o de­senrvolivimento nacional;

li - complexidade e responsabilidade dasatribuições ex-ercidas; e

UI - qualificailões requeridas para o de­sempenho das atribuições.

lParáJgrafo único. Não haverá correspon­dência entre os nÍ;veis dos diversos Grupo!',para nenihum efeito.

Art. 6.° A ascensão e a prcgressãü fun­cionais obedecerão a critérios selet.ivos, aserem estrubelecidos pelo Poder E.,'l:ecutivo,associados a um sistema de treinamento equalificação destinado a assegurar a per­manente atualização e elevação d.) nivel deeficiência do funcionalism9.

Art. 7.° O Poder Executi-vo elaborará ee:xlpedirá {) novo Plano de Olassificação deCargos, total ou parcialmente. mediante de­creto, obs'crvadas as disposições desta lei.

Art. 8.° A implantação do Plano seráfeita por órgãos, atendida 11'maescala de

11824 Terça-feira I.

prioridade na qual se levará em conta pre­iPonderantemente:

I - a impla.ntação [pI1évia da reforma ad­ministrativa, com base no De'creto-Ioei n.O2lJO, de 25 de fevereiro de 1!J6I7;

li! - o estudo quantitati'Vo e qualitati'Voda lotação dos órgãos, tendo em vista anova estrutura e atribuições decorrentes darprovidência mencionada no item anterior; e

lU - a existência de recursos orçamentá­rios pará fazer fa:ce às respectiv-as despe­sas.

Art. 9.° A transposição ou transd'orma­ção dos car,gos, em decorrência da sistemá­tica prevista nesta lei, processar-s'e-á gra­dativamente considerando-se as necesisda­des e conveniências da .A:dministração e,quando ocupados, segundo critérios seleti­vos a serem estabelecidos :para os cargos in­tegrantes de cada GrUlpO, indusi'Ve atra'Vésde treinamento intensivo e obrigatório.

Art. HJ. O órgão central do Sistema de!Pessoal e~irá as normas e instruções ne­cessárias e coordenará a execução do novoiPlano, a ser proposta pelos MinislJérios, ór­gãos integrantes da Presidência da Repú­bUca e autarquias, dentro das respecti.vasjurisdições, para aprovação mediante de­·creto.

§ 1.0 O órgão c,entral do Sistema de Pes­soal p,romoverá as medidas necessárias pa­ra que o plano seja mantido permanente­mente atualizado.

§ 2.0 para a correta e uniforme implan­tação do Plano, (} órgão central do 8'ist€made Pessoal promoverá gradativa e obrigato­riamente o treinafi'e.nto de todos os ser,vi­dores que particirparem da tarefa, segundo'Programas a 'ser€m esta:belecidos com ·asseobjetivo.

Art. 1i1. Para assegurar a uniformidadede orientação dos trll1ba~hos de elll1boraçãoe execução do Plano de Classificação deCargos ihl'liVerá, em cada Ministério, órgãointegránte da Presidência da República ouautarquia, uma Equi.pe Técnica de alto ni­'leI, solb a 'presidência do dirigente do órgãode pesoal respecti'Vo, com a incumbência de:

I - determinar quais os Grupos ou res­!pectivo cargos a serem aibrangidos pela es­cala de prioridade a que se refere o art. 8.°desta lei;

li! - orientar e superovisionar os levanta­mentos, bem como re3!lizar os estudos eanálises indiS(pensáveis à inçlusão dos car­gos no novo Plano; e

IlJI - manter com o órgão central do 8is­tema de Pessoal 'OS contatos necessários pa­Ta correta elaiboração e implantação doPlano.

iParágrafo único. Os membros das equi­pes de que trata este arttgo serão designa­dos pelos Ministros de Estado, diri,gentesde órgãos integl'antes da Presidência daiRe(pública ou de autarquia, devendo a es­colha recair em servidores que, pela sua au­toridade admi.nistrativa e crupacidade técni­ca, estejam em condições de eX!primir osobjetivos do Ministérios. do ÓI'gão integran­te da Presidência da República ou da au­tarquia.

Art. 12. O novo Plano de Classificaçãode Cargos a ser instituído em. aberto deacordo com as diretrizes ex!pressas nesta lei,estalPelecerá, !para cada Ministério, órgão

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)

integr.ante da Presidência da República ouautarquia, um número de cargos inferior,em relação a cada grupo, aos atualmenteexistentes.

Parágrafo único. A não observância danorma contida neste artigo somente serárpermitida:

a) mediante redução equivalente em ou­tro grupo, de modo a não haver aumentode 'des!pesas; ou

b) em casos ellljJecionais, devidamente jus­tificados perante o órgão central do 8iste­ma de Pessoal, se inviá.vel a providência in­dicada na alínea anterior.

Art. 13. Observado o disposto na S€çãovm da Constituição e em particular, noseu art. 97, as formas de iProvimento decargos, no Plano de Classificação decorren­tes desta lei, serão estll1belecidas e discipli­nadas mediante normas regulamentares es­pecificas, não se lihes alfllicando as disrposi­ções, a respeito, contidas no Estatuto dosFuncionários Públicos Civis da União.

Art. 14. O atual Plano de C1assificaçãode CaI'gos do Serviço Civil do Pod·er Execu­tivo, a que se refere a Lei n.o 3.780, de 12de jwho de 1!9ro e legislação posterior, éconsiderado extinto, observadas as disposi­ções desta lei.

Parã,grafo único. A medida que for sen­do imrplantado o novo Plano, os cargos re­manescentes de cada categoria, classi.fica­dos conforme o sistema de que trata esteartigo, passarão a inte'grar Quadros Suple­mentaI'es e, sem prejuizo das promoções eacesso que couberem, serão suprimidos,quando ;vagarem.

Art. 1·5. Para efeito do disrposto no art.1008, § 1.0, da Constituição, as diretrizes es­talbelecidas nesta lei, inclusive o dispostono art. 14 ,e seu parágrafo único, se 3!plica­rão à classiJ'icação dos car,gos do Poder Le­gislativo, do [P()der Judiciário. dos Trilbu­nais de Contas da União e do Distrito Fe­deral, bem como à classificação dos cargosdos Territórios e do Distrito Federal.

Art. 16. Esta Lei entrará ,em vigor nadata de sua !publicação, re'Vogadas as dis!po­sições em contrário.

Brasilia, 10 de dezembro de 1970: 149,.°da Indei];lendência e 82.° da !República. ­EMíLIO .G. iMlÉDICI _ Alfredo Buzaid ,.....Adalberto de Barros jNunes ..... Orlando Gei­sel ..... Mário Gibson iBarboza ,..... AntônioDelfim Netto - Mário iDavid Andreazza r­

L. F. 'Cime Lima - .Jarbas IG. \passarinho- .Júlio Barata - Márcio de ,souza e /Mello- F. Rocha 'Lagôa ,..... ,Marcus .Vinicius iPra-tino ide ,Moraes - Antônio Dias Leite iJúnior- .João Paulo idos Reis Velloso - José Cos­ta Cavalcanti - Bygino C. 'Corsetti.

DECiRJEn'O-1LEIT N.o 1.445,DE 13 'DE FEVlEJRElJRO DE 11.976

Reajusta os vencimentos e saláriosdos servidores civis do Poder Executívo,dos membros da iMagistratura e do Tri­bunal de Contas da União, e dá. outrasprovidências.

•••• : ••••• ·•• •• 1••• ,••••••• •••••••••••••••••••••

Art. 7.0 Os critérios e requisitos para amovimentação do ser:vidor, de uma paraoutra Referência de vencimento ou salário,serão est3Jbelecidos no regulamento da Pro­gressão Funcional, previsto no art. 6.° daLei n.o 5.645, de 11.170.

Novembro de 1983

'Parágrafo único. As lReferências que ul­trapassarem o valor de vencimento ou sa­lário, estabelecido para a Classe final ouúnica de cada Categoria Funcional, corres­ponderão à Classe Especial, a que somentepoderão atingir servidores em número nãosuperior a 10% (dez por cento) da lotaçãoglobal da Categoria, segundo critério a serestabelecido em regulamento.

MENSAGiEM N.O 395, DE 1983, DO PODEREXECUTIVO.

'Excelentissimos Senhores Membros. doCongresso Nacional:

Nos termos do art. 51 da Constituição, te­nho a honra de submeter à elevada delibe­ração de Vossas Excelências, acompanhadode Exposição de Motivos do Sr. Diretor-Ge­ral do Departamento Administrativo do ser­viço Público, o anexo 'Projeto de Lei que"dis.põe sobre a progressão funcional a quese re1'ere a Lei n.O 5.645, de lO de dezembrode 191)'0".

Brasilía, 26 de outubro de 1983. - .roioFlgueired'o.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N.O 124, DE 26DE OUTUBRO DE 1983, DO SR. DIRE­TOR-GERAL DO DEPART.AJMlENTO AD­MINISTRATIVO DO SERVIÇO PÚBLICO.

Excelentíssimo Senhor Presidente da Re-'Pública:

Tenho a honra de submeter à elevadaconsideração de Vossa Excelência o inclusoAnteprojeto de Lei que objetiva inserir mo­dificações nas norma.s referentes ao institu­to da progressão funcional a que se re-ferea Lei n.O 5.645, de 1970.

2. A medida visa a corrigir inconveni­entes que se vêm observando na efetivaçãoda progressão vertical, restringida pela ine­xistência de vaga ou vagO na cla.sse em quede,va o servidor ser incluído.

3. Esse fato, em V'erdade, constitui-se emdesestimulo para aqueles que, atendemln aquase todos os requisitos regulamentares, sevêem indefinidamente imohilizados no últi­mo degrau de sua classe, até que ocorravaga que admita proceder-se à progressão.

4. O instituto em exame, no contexto daAdministração Federal, foi criado em seupróprio interesse e como fator de estímulloe motivação para o servidor público, não sejustificando, portanto, esse permanecer porvários anos sem usufruir o beneficio daprogressão, quando poderia obtê-lo, normal­mente, em menor tempo.

5. Assim, este Departamento sc; propõea solucionar o problema removendo o en­trave de ordem legal e regulamentar, pormeio da sugestão que ora apresenta e que,<em última análise, permítirá ao servidormudar, com o .respectivo cargo ou emprego,para a classe imediatamente superior, inde­pendentemente da existência de vaga ouvago.

6. Se aprovada a prQ!POSta, acredita esteDepartamento ter atingido mais uma etapano processo de valorização prO'fissional de­sencadeada por Vossa Excelência na áreada Política de Pessoal, visando a um fun­ciona,lismo eficiente e realizado na carreira.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência protestos de elevado res­peito. - .roGé Carlos Soares Freire, Diretor­Geral.

Novembro de 1983

o SR. PRESIDENTE (Fernando Lyra) - Está findaa leitura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Dirceu Carneiro.

o SR. DIRCEU CARNEIRO (PMDB - SC. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, quero deixar bem claro, em nome do povo brasileiroque representamos nesta Casa, que a situação econômicapor que passa nosso País neste momento não é motivadapor uma situação de azar, pela conjuntura internacionalou por qualquer outro componente que pudesse des­graçar nossa economia. Quero dizer e deixar bem claroque esta situação econômica gravíssima que enfrenta onosso País, a recessão, o desemprego e a inflação se de­vem a uma decisão política do Governo que está execu­tando a política do FMI.

De forma que quem decidiu que o Brasil deve optarpela recessão foram as autoriçlades governamentais bra­sileiras, c isto nada tem a ver com a questão econômica e,sim, com a proposta política que o Governo está execu­tando em nosso País, em função dos interesses dos ban­cos internacionais representados pelo Fundo Monetário

. Internacional.Queremos deixar registrado, para que isto fique claro,

para que não se continue enganando a Nação brasileira eo povo brasileiro, que a situação está assim por azar nos­so, ou pela conjuntura internacional, ou pela alta dopreço do petróleo, e assim por diante.

É preciso que esta situação seja desmascarada e quepossamos transmitir a todos os brasileiros a expressão daverdade. E a verdade é que esta é uma situação conduzi­da pelo Governo Federal que aí está.

Quero dizer também que, em relação ao Nordeste,além da seca, que faz sofrer os nordestinos - e este sofri­mento, em grande parte, é provocado por falta de provi­dências do Governo despreparado e incompetente queeste País tem - além disso uma política tradicional equi­vocada tem sido levada àquela região do País e tem des­graçado a vida daquele povo, tem desmoralizado o Nor­deste c tem arrebentado toda a sua gente. Está, aindaneste momentg, talvez, por causar urna das maiores ou amaior catástrofe nacional em termos de desgraça huma­na.

É possível que a política governamental, aliada à seca,cause a morte de até 3 milhões de nordestinos nesteperíodo final de grande seca que está ocorrendo naquelaregião. Se isto acontecer, temos que debitar o fato à in­teira responsabilidade do Governo Federal, que ignora asituação nordestina. Essa omissão, essa falta de políticaadequada ao Nordeste e esse desprezo pela situação nor­destina nos levaram a este resultado jamais registradoem nossa Pátria. De forma que é bom que se faça refe­rência a estas coisas em conjunto, porque realmente elassão produto do mesmo quadro.

Não bastasse tudo isso, continuamos sob a fertilidadelegislativa do Presidente da República, que manda paraesta Casa mais um decreto-lei dessa família mal querida,dessa família indesejável do ar!. 55 da Constituição.Agora, com o n' 2.065, novas medidas ímpositivas, quevém por decreto, são assacadas contra a Nação brasilei­ra.

Queremos dizer que o 2.065 é tão ruim e tão indesejá­vel quanto o 2.024, quanto o 2.045 e o 2.064, e assim pordiante. E queremos registrar, neste momento, o nosso re­púdio por essa forma de condução da economia, que es­pecialmente desta vez vai atingir violentamente a classemédia brasileira, essa classe média que durante tantosanos serviu de suporte ao Governo e que agora, depoisde tantos anos a apoiá-lo, depois dc tantos anos a servi­lo, receberá a paga do Governo, que é a punição introdu­zida por esse decreto-lei. por esse malfadado Decreto-lei2.065, que deverá causar impactos enormes na economiadestc País, especialmente em relação à questão dos sa­lários. Desgraçadamente, insistc-se em diminuí-los. Con-

DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J)

trário aos interesses de todos os brasileiros, trabalhado­res e empresários, o referido decreto somente é favorávelaos intercsses dos banqueiros internacionais e do FMI,que é o seu representante e que insiste em sugar o sanguee o suor do povo brasileiro, numa ação pilhadora dos in­teresses e da riqueza do nosso País.

Queremos registrar o nosso repúdio a mais essa medi­da e queremos continuar a dizer que a saída para as nos­sas dificuldades - não só a que enfrentamos agora, mastambém a que haveremos de enfrcntar no futuro - estána mobilização do povo brasileiro. Só o povo brasileirotem condições de tirar o País deste buraco cavado espe­cialmente pelo Governo deste País. E a saída pela mobi­lização popular se configura nas eleições diretas paraPresidente da República, onde todos os brasileiros serãoconvocados para um dcbate nacional, c neste debate ha­verão de apontar as diretrizes e as formas de encontrar­mos nosso caminho. Também nesse debate e na cons­trução democrática que sc faz todos os dias, nos locais detrabalho ou na vivência do cutidiano, é que realmentevamos elaborar as prioridades que haverão de ser assu­midas, devendo resgatar o que é mais importante de tudoneste momento: a credibilidade governamental, que hojeestá a nível zero, ou, mais do que zero, está negativa. Éfundamental que se restabeleça a credibilidade entre opovo e O Governo para que as medidas possam ser efica­zes, para que realmente possamos sair desta entaladela aque estamos submetidos.

Finalizando, Srs. Deputados, sugiro ao Presidente daRepública que peça permissão ao Fundo Monetário In­ternacional para o Brasil retomar seu cresciment,o. pois oBrasil não é um pinto que deseja pór ovos de avestruz: éuma avestruz que está pondo ovos de pinto.

Em o que tínhamos a dizer.

o SR. DARCY PASSOS (PMDB - SP. Pronuncia oseguinte discurso,) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, oPartido Democrático Social, através do chamadq "Do­cumento dos lI", propôs,. "quanto à política salarial","institucionalizar, segundo características próprias, umsistema de negociação coletiva de modo a alcançar gra­dualmente a livre negociação salarial", bem como. "'aper­feiçoar a Lei de Greve, a tim de assegurar plena c demo­crática participação dos trabalhadores nas negociações edeçisões relativas a conflitos trahalhistas,desenvolvendo-se, outrossim, sistemas de mediação e ar­bitragem, com vistas a liberalizar a ação sindical e redu­zir a intervenção governamental no mercado de traba­lho". Silenciou, entretatno, sobre a organização sindi­cal...

O Decreto-lei n" 2.065, de 26 de outubro p.p., que de­verá ser lido na sessão vespertina de hoje, no CongressoNacional, em seu art. 24 parece acolher, parcialmente. aproposta dQ. "Grupo dos 11"; "A revisão do valor dossalários passará a ser objeto de livre negociação coletivaentre empregados e empregadores, a partir de 1~ de agos­to de 1983, respeitado o valor do salário mínimo lega]".Nenhuma palavra a respeito da organização sindical ousobre a Lei de Greve...

Anteriormente, Ministros ou ex-Ministros, em sucessi­vas declarações, todas elas emitidas depois da manifes­tação de crise econômico-social denunciadora de falên­cia do chamado "'modelo econômico brasileiro'\ passa­ram a travestir-se de defensores d'l. "livre negociação",contra a qual haviam sempre se escarniçado ...

Por que tanta mudança? Por que autores e co-autoresdo. "arrocho salarial" e de múltiplas inlervenções no mo­vimento sindical dizem-se, agora, defensores da livre ne­gociação, que, durante tanto tempo, figura entre as maisimportantes reivindicações do movimento sindical e daoposição político-partidária'?

Em primeiro lugar, propõem. somente agora, a nego­ciação, supostamente "livre", quando se está em plenacrise económica, marcada pela recessão e1 conseqüente­mente, ao mesmo tempo, pelo desemprego e pela queda

dos salários reais. Imaginam que, para manter o empre-

Terça-feira (9 11825

go, ainda que à eusta de salários arrochados, a nego­ciação não será intciramente "livre". Não haveria liber­dade eretiva para negociar salários, quando cada vaga nomercado de trabalho é disputada, acerbamente, por de­sempregados, por jovens que chegam pela primeira vez àidade e à ocasião de trabalhar e por tantos que, emboraempregados, véem os seus salários cada vez mais reduzi­dos.

Mas o mais importante não está aí.Não pode haver negociação, menos ainda livre, se o

movimento sindical não dispuser, plenamente, do seuinstrumento de luta, que é a greve. O "Documento dos11" chegou a falar el1) "aperfeiçoar o direito de greve",embora tcnha diluído a sua manifestação ao propugnar"sistemas de mediação e arbitragem" que estariam a ex­cluir a negociação direta. Para que haja negociação dire­ta, que é a reivindicação do movimento sindicai. consa­grada no Programa do PMDB, é preciso revogar a Lei deGreve e o malsinado Decreto-lei n" 1.632, que amplia assuas restrições.

Mas só pode haver negociação livre, efetivamente, se omovimento sindical gozar de autonomia em relação aoGoverno, representado pelo Ministério do Trabalho, deindependência, tanto em relação ao patronato quanto noque toca ao Estado e aos partidos políticos. A liberdade,a autonomia e a independência sindicais, que não consa­gram a pluralidade, já testada, repelida de fato da his­tória sindical e afastada por todas as conelusões de con­gressos sindicais, sào, portanto1 pré-requisitos da nego­ciação.

Fica difícil, se não impossivel, conferir-se credibilida­de a uma proposta governamental de "negociação livre"que não consagra, também, o efetivo direito de greve e aliberdade. a autonomia e a independéncia sindicais. OGoverno precisa de credibilidade. Reconhece-o, apesarde eufemisticamente, o. "Documento dos 11 ". Para ten­tar adquiri-la, por que não se dispõe a reconhecer o direi­to de greve e a autonomia sindical? Começando por anu­lando as intervenções em sindicatos, recentemente im­postas e ainda persistentes'?

Durame o discurso do Sr. Darcy Passos o Sr. Fer­nando Lyra, l'-Secretário, deixa a cadeira da presi­dência. que é ocupada peio Sr. Ary KfJilri. 2"­Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Tem a palavrao Sr. Inocéncio Oliveira.

O SR. INOC€NCIO OLIVEIRA (PDS - PE. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Depu­tados. o Presidente João Figueiredo e o Ministro Ex­traordinário para Assuntos Fundiários, Danilo Venturi­ni, pelo Decreto-lei n' 2.066, de 26-10-83, acabam deproporcionar um grande benefício aos produtores ruraisdo Nordeste. nos Municípios declarados em estado deemergência: a isenção do ITR - Imposto Territorial

Rural de 1979 a 1983, referente ao período de cinco anosconsecutivos em que a nossa região vem sendo castigadapelo flagelo das secas.

Nós, que como Presidente da Comissão do Interior,juntamente com os demais membros daquele órgão téc­nico, pleiteamos o deferimento da medida, inclusive comos colegas Evandro Ayres de Moura, José Luiz Maia,Mansueto de Lavor e João Rebelo, estivemos com o Sr.Paulo Yokota, Presidente do INCRA, e seus assessores,discutindo os diversos problemas relacionados à ques­tão, nos sentimos felizes e recompensados, por ver aten~

dido um pleito dos mais justos, pois a maioria dos pro­dutores rurais do Nordeste não tinha condições de pagaro ITR, que no corrente ano teve um aumento de 250% a400%. Inclusive, tínhamos apresentado um projeto de leisobre o assunto. que se torna desnecessário, pois é aten­dido em sua essência antes da sua tramitação normal.

Segundo o referido Decreto-lei n' 2.066, no seu art. 1',

§I', para ter direito ao perdão dos débitos do Imposto

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Territorial Rural relativo aos anos de 1979 a 1983. bastao produtor rural requerer. ante,; de 31 de. dezembro de1983.

Portanto, queremos agradecer ao Presidente João Fi­gueiredo e ao Ministro Danilo Venturini o atendimentodo pleito. na certeza de que se trata de medida de inteirajustiça e que vem ao encontro dos mais altos interessesdo Nordeste.

Era o que tinha a dizer.

O SR. FERNANDO LYRA (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados,depois de oito anos de um regime militar responsável portodas as saas mazelas, o povo argentino foi ontem às ur­nas escolher livremente o governo democrático que poráfim à desorganização econômica e recomporá as insti­tuições daquele País.

Qualqucr que seja o vencedor, a Argentina terá dadoao mundo, e em especial à América Latina, urna grandelição dc democracia. Mais que isso, as eleições ontemrealizadas naquele país tcrão um significado específicopara os países da América que vivem um processo políti­co e econômico scmelhnnte ao que vem agrilhoando opovo argentino há quase uma década.

Nove anoS de estado de sítio, uma sucessào de gover­nos militares, uma. "guerra suja" que resultou em morteou desaparecimento de aproximadamente 20 mil cida­dãos, são chagas profundas sofridas pela nação argenti­na, mas que se rcvclaram inúteis para sufocar a vocaçãodemocrática daquela gente.

Com tudo isso, e depois dos sacrifícios impostos pelogoverno que fizeram os índices de desenvolvimento doPaís rctrocederem a quase trés décadas, toda a nação sereconcilia para a retomada da liberdade e da demoera­c.::ia.

Conforme registram praticamente todos os jornais, orenascimento da democracia argentina terá como umdos principais suportes, além da livre escolha popular, ocompromisso fundamental que reuniu praticamente to­

dos os partidos cuja essência é a seguinte: "nenhum delespretende ir aos quartéis pedir que os militares venham àrua e ao palácio, mudar as regras e o jogo, assim comoexiste a intenção gcral dc respeitar os resultados das ur­nas c do colégio eleitoral mais rcstrito e, depois, fazeroposição ou dar apoio ao governo dentro dos manda­mentos democrúlicos". Como scvê, éo repúdio nacionalã tutela militar.

O entusiasmo cívico do povo argentino, que compare­ceu maciçamente às urnas para escolher seus candidatosc participou ativamente da campanha eleitoral, dandoautenticidade c legitimidade ao pleito, torna o novo pro­cesso vivido pela Argentina admirável, sob todos os as­pectos.

Ê movido pelo mesmo anseio que saúdo o povo argen­tino por essa reconquista, fruto de sua garra e de sua co­ragcm, certo dc que o seu exemplo é uma perspectiva quese abre e se fortalece no sentido de libertar do obscuran­tismo milhões de outros irmàos latino-americanos.

O SR. PAULO BORGES (PMDB - GO. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,sabemos que a dívida externa tem sido a grande preocu­paçiío da Nação. Desde a intervenção do Fundo Mone­tário Internacional na politiea econômica do País, o Go­verno não tem feito outra coisa senào criar novas fórmu­las para arrochar cada vez mais o salário dos trabalhado­res. Argumentando ser inevitável a distribuição de sa­crifícios entre todas as classes, o seu alvo sô atinge os as­salariados.

A penúltima medida - mais uma vez decidida sem se­quer consultar seu partido, passando inclusive por cimado trabalho do Grupo dos 11 - só tinha uma fim: a pro­Ictarizaçào da classe média, um violento aumento da re­cessão e do desemprcgo. Era o Decrcto-Iei 1.064. O PDS,todavia, quando já parecia derrotado, conseguiu dar a

volta por cima, obtendo grande vitória sobre a tecnocra­cia oficial, do que resultou o Decreto-lei 2.065. Se impõe

mARTa DO CaNO RESSO NACIONAL ISeçuo T)

remn hecer a vitória final do partido do Governo, é tam­hém forçoso reconhecer que o Decreto-lei 2.065 - subs­tituído do anterior - nua atende aos reclamos da socie­dade brasileira. Embora menos violento que O 2.064, o2.065 ainda ofende senEiivelrnente a remuneração do tra­balhador.

Trata-se de mais um esforço do Governo para cumpriras determinações do FMT e dos banqueiros internacio­nais. No Departamento de Estado norte-americano asameaças são constantes. Segundo dados do último nú­mero da revist(l. "Isto é", uma graduada fonte do Depar­tamento de Estado disse:

"SÔ há uma forma de resolver este problema: queo Governo vote um novo decreto e o aprove. O Go­verno brasileiro sabe que, se não pagar a entrada,não entra. Se a lei não for aprovada, o FMI nàoatuará".

Sr. Presidente. Srs. Deputados, o que faz o Governodiante dessas ameaças? Concentra sua preocupações emelaborar decretos de cortes salariais para recuperar aquebra da economia e ficar com uma boa imagem juntoa seus credores. Enquanto isso. estamos sujeitos. a qual­quer momento, a ser novamente surpreendidos com gol­pes semelhantes ao da Coroa-Brastel, o maior golpe fi­nanceiro que o país já conheceu. Assis Paim, o golpista,continua impune. A questào não está encerrada e é tem­po de puni-lo duramente para que desestimule aquelesque queiram repetir sua façanha. Nào é suficiente O Go­verno se eximir da responsabilidade sobre o derrame dequinhentos bilhões de cruzeiros em letras frias.

É difícil acreditar que um golpe desta proporção esca­pe aos mecanismos de controle das autoridades financei­ras.

É inexplicável que o Governo acoberte e até use bi­lhões de cruzeiros do dinheiro público para socorrer umaempresa quebrada e tente impor mais e mais sacrifíciosaos assalariados. É preciso que se adote medidas paraevitar. de uma vel.: por todas. a reincidência de casos

como Coroa-Brastel e inúmeros outros escândalos finan­ceiros dos últimos tempos.

Era o que tinha a dizer.

Durante o discurso do Sr. Paulo Borges o Sr. AryKj)im', :l'-Secretário. deixa a cadeira da presidência,que é oCl/pada peio Sr. Femando Lyra, Ir-Secretário.

() SR. PRESIDENTE - (Fernando Lyra) - Tem apalavra o Sr. José Fernandes. (Pausa.)

O SR. JOsl! FERNANDES (PDS - AM. Sem revi­suo do orador.) - Sr. Presidente, nós, que somos do Es­tado do Amazonas, reconhecemos que o mais bem suce­dido projeto já desenvolvido na área da Amazônia Oci­dental foi exatamente o de autoria do saudoso PresidenteHumberto de Alencar Castello Branco. com a criação daZona Franca de Manaus. Talvez até o destino tenha feitocom que o atual Governo. premido pelas exigéncias decontornar os déficits do balanço de pagamentos, tenhatomado a si a tarefa de dificultar a viabilização do proje­to do saudoso Presidente Castello Branco. A Zona Fran­ca de Manaus. que floresceu como nenhum outro tipo deatividade. de projeto ou de ação que se tenha realizadona Amazônia, como um todo, passa por dias que repre­sentam o fim das esperanças do povo manauara, dopovo do Estado do Amazonas e de nossos vizinhos daAmazônia Ocidental, porque, dentro das previsões go­vernamentais, não foi levado em conta que aquela áreanão poderia ficar restrita à sua capacidade de desenvolvi­mento por via dc cerccamento da oportunidade de im­porlar. Temos noticia de que hoje o Sr. .\finistro MárioAndreaza foi ao Amazonas e. dentro de Slla aeronave deesperanças e de soluções, leva uma liberação de trintamilhões de dólares para" Zona Franca de Manaus. Te­mos de parabenizar o Ministro por essa açà~ e pedir.quase que implorar, ao Governo Federal para que nãosejum ~;ô eSf'es trinta milhões liberados agora, porque aZona Franca precisa de muito mais. O povo que vive no

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Amazonas, principalmente. tem muita esperança no Bra­sil. por via do Governo Federal. junto com as autorida­des a nível local, que nào podem ficar desprezadas, qual­quer que seja a situação do País. Um projeto que .deucerto. como a Zona Franca, que vem fazendo crescer.mudando os aspectos econômicos e até sociais da área,niío pode morrer por causa de um momento passageirode dificuldades em relação ao nosso balanço dc paga­mentos. Pediria, então. antecipando os parabéns que de­sejo apresentar ao Ministro Mário Andreazza, um poucomais de ação do Ministério do Planejamento, um poucom"i, de consciéncia do Banco Central para quc não per­mitissem que a Zona Franca fosse desativada. Ela, quctanto caminhou nos últimos quinzc anos, passou a tcr di­ficuldadcs a partir de 1980 principalmentc. Durante esteperíodo difícil da economia nacional é muito importanteessa ajuda, sobretudo, porque a Zona Franca é muito pe­quena, mas é muito poderosa, importante e indispensá­vel para a sobrevivência de quase 30~'1o da população doTerritôrio nacional. Sobrevivência, digo no sentido degeração de empregos para o povo que ali vive, para quenào haja o crescimento cada vez mais desastroso das difi­culdades de emprego e de sobrevivência do homem cmoutras partes do País.

Parabcnizo o Ministro Mário Andreazza e faço-lheum apelo no sentido de que nào fiquc apenas nos trintamilhõcs de dôlares que hoje são destinados à Zona Fran­ca, mas que estabeleça novas medidas que permitam queaquele projeto tenha continuidade e aleance os objetivospara os quais foi traçado. (Muito bem.)

O SR. rvo VANDERUNDE (PMDB - Se. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, acabo de rece­ber - c solicito quc conste dos nossos Anais - expe­diente da Cooperativa de Prestação de Serviços dos Tra­bnlhadores Autônomos de Porto Alcgrc LTDA - Orga­nizaçiío que reúne cinco mil associados, chamados bóias­frias. principalmente da grande Porto Alegre, de formaorganizada e dú melhores condições de trabalho e remu­neração aos trabalhadores autônomos. Relata o referidodocumento, assinado pelo seu Administrador Geral epelo seu Presidente, que~ estranhamente. aquela coope­rativa vem sofrendo perseguições por parte da DelegaciaRegional do Trabalho, naquela cidade. mais especifica­mente por parte de Urna funcionária, Sr'. Maria LuizaMoura. que vem fazendo campanhas difamatórias con­tra aquela associaçào. inclusive procurando empresasquc buscam essa cooperativa para contratar os seus ser­viços, informando-as que não o façam, argumentandoque a Cooperativa está fora da lci etc.

Faço este registro. ncsta tribuna. para que o Ministrodo Trablhao tome conhecimento do fato c providencieno sentido de permitir que essa cooperativa, que reúnc- repito - mais de cinco mil trabalhadores autônomosda região da grande Porto Alegre, possa continuar fun­cionando com tranqüilidade e dando segurança a essestrabalhadores.

Informo ainàa Sr. Presidente. que já enviei expedienteao Ministro do Trabalho, ao qual anexei o relatório queessa cooperativa nos remeteu, para que S. Ex' tome asprovidências necessárias. (Muito bem!)

Eis o documento a que me refiro:"Porto Alegrc. 29 de setembro de 1983.

AoExcelentíssimo SenhorIvo VanderlindcDD. Deputado FederalCàmara dos DeputadosBrasília - DF

Excelôntíssimo Senhor,A "COOTRABALHO" Cooperativa de Pres­

taçào de Serviços dos Trablhadores Autônomos dePorto Alegre LTDA.. com sede própria na Av. Per­nambuco, 1202, nesta capital, devidamente autori­zada a funcionar pelo INCRA desde 1972, confor­me registro n'" Ill/72, nos moldes da Lei n9

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5.764/71, que rege todo o sistema cooperativo noBrasil com scus 5.000 associados no Rio Grande doSul, em especial em Porto Alegre, vem mui respeito­samente a Vossa Exeeelência colocar e expor o quesegue:

Esta Cooperativa, desde a sua criação, veio a mi­nimizar o problema dos bóias-frias, que se concen­tram nos grandes depósitos, transportadoras e em­presas de carga e descarga.

E esta foi a finalidade precípua da criação destaCooperativa, eliminar a intermediação, lutar poruma remuneração condizente ao trabalhador braçale dar um apoio assistencial e previdenciário, já queestes sempre estiveram à margem de qualquer direi­to.

Desta forma, surgiu a COOTRABALHO. nàocom o intuito de burlar as normas contidas na Con­solidação das Leis do Trabalho, mas para tentar re­solver um problema angustiante que já naquela épo­ca se tornava um dos sérios problemas do GovernoFederal, o desemprego.

Assim sendo, acreditamos na COOTRABA­LHO, nào como uma fuga. daqueles que dela se uti­lizam para o descumprimento das obrigações so­ciais, como muitos aventam, mas como uma so­lução necessória mercê da crise econômico-socialque atravessa nosso Brasil. e que, dia a dia se chega­ra com o desem prego alarmante.

Felizmente, o Sistema Cooperativista de Traba­lho. vislumbra-se como uma solução adequada paraa colocação de milhares de desempregados.

Ocorre. no entanto. que os associados de umaCooperativa de Trabalho, são considerados autôno­mos pela Lei n' 5.764. Não possuem vínculo empre­gatício. estando, assim, ã margem de certos direitostrabalhistas, mas em contrapartida, existe a igualda­de de direito e deveres entre os associados. Possuemum rendimento mais condizente, preço mais justopara os seus serviços, o afastamento do intermc­diúrio. o recebimento de sobras líquidas no final decada exercício e ainda cobertura contra os riscos daatividade, através de Apólices de Vida em Grupo eAcidentes Pessoais n' 93-05-200.054 eS1.05.400.,3 14, respectivamente, mantidas com aPORTO SEGURO - CIA. DE SEGUROS GE­RAIS.

No entanto. acreditamos que alguma coisa aindafalta no Sistema Cooperativista de Trabalho, comopor exemplo, uma maior conscientização e a inclu­são na "CLT" de normas orientadoras deste siste­ma, porém, e apesar desta luta incessante. ttmos nosdeparado com um gravíssimo problema e para qualqueremos levar ao vosso conhecimento e registraraqui a nossa clemência.

Este problema. que gera grande apreensão epreocupação tem trazido danos irreparáveis e deelevada monta, tanto no aspecto financeiro. comon1l1ral e social. não só para a COOTRABALHOcomo para o Estado, que poderá ter aumentado oíndice de desemprego caso perpetue-se esta si­tuação.

A funcionária Maria Luiza Moura. lotada naDelegacia Regional do Trabalho do Rio Grande doSul. desencadeou um ataque sistemático às Coope­rativas de Trabalho. mais especificamente contraesta COOTRABALHO c COOSESPA.

A atividade desta funcionária, que acreditamos:-eja uma perseguição toda pessoal. como podemosfazer provas. vem se agravando de tal forma que

muitos associados nos tem procurado, rogando porsoluçào e conscientes dei descrédito que vem toman­do corpo o Si~terna Cooperativo de Trabalho em es­pecial esta COOTRARALHO.

i\través de lima tática toda especial. tcm a referi­da funcirmúri<J, instigado. difamado, e desrespeita-

orARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l)

do esta Cooperativa atravês de constantes visitas i"tstomadoras de serviços, oportunidade em queaproveitando-se da qualidade de funcion{lria daDRT/RS. efetiva aos encarregados das empresasum curriculum negativo, porm~norizadü.atribuindoc institucionalizando a COOTRABALHO como ile­gal e sem quaisquer amparos legais. Tncompatibili­zando as tomadoras de serviços alcança o seu inten­to; como o::; casos mais recentes temos a CEN­TRALSUL - Central das Cooperativas dns Produ­tores Rurais do Rin Grande do Sul, que antecipada­mente foi avisada que em 28 de setembro de 1983,seria visitada por fiscais do trahalho e que já de an­

temão pedia para dispensar o pessoal da COOTRA­RALHO. De igual forma vem acontecendo em tan­tas outra:) empresas que se utilizam dos serviços denossos cooperativados, como segue: IROA - Insti­tato Rio Grandense do Arroz; CfBRAZEM -;Cla. Brasileira de Armazenamento. SAMTIG S/A- Moinhos Rio-Grandenses: Cooperativa Regio­nal Agrícola Languiru Lida.; OLVEBRA S/A ­Indústria e Comércio de Óleos Vegetais, etc.

Tais procedimentos contrariaram por duas vezesas determinações do Ministro do Trabalho. quandodeterminou pessoalmente em seu gabinote. que aperseguição contra as Cooperativas de Trabalho noRio Grande do Sul c em especial a COOTRABA­LHO, iria definitivamente cessar. Nesta mesmaoportunidade foi também levado este expedienteaos Senhores Ministro João Leitão de Abreu, Depu­tado Nelson Marchezan, General Ruhem Ludwigrespectivamente, Chefe da Casa Civil. Presidente daCümara dos Deputados e Chefe da Casa Militar,bem como a vários outros parlamentares da "FrenteParlamentar Cooperativista".

Não se conformando com a campanha dirigidapela Senhora Maria Luiza Moura, funcionária daDRT/RS. levantando um descontentamento gene­ralizado desta Cooperativa e outras tantas, princi­palmente aos seus milhares de associados c que es­tão sendo os mais prejudicados neste epísodio de di­famação e inverdade externado pela refcrida funcio­núria. gerando um clima de desânimo c intranqüili­dade, estamos sem saber e sem mt:nsurar as conse­qüencias que poderão advir.

Esta reação de descontentamento já existente emoutras camadas de trabalhadores no centro do paisc que já andou causando sérios problemas, geradaspelo desemprego. vem sendo articulada entre os as­sociados podendo cuiminar. inclusive. em mais umgrande problema para os Governos Municipais, Es­tadual e Fcderal. Pois trata-se de desalojar trabalha­dores legalmente filiados a Cooperativas de Traba­lho e que por livre c espont:inea vontade escolhcrameste caminho, ao invés de irem trabalhar por contaprópria, basta ouvir certns cooperativu.dos e muitasdas pessoas desempregadas.

"Para ganhar um salário mínimo de fome, me­lhor trabalhar por conta, fazendu bicos, etc... (pala­vras dos associados e de outras pessoas).

O Ministério do Trabalho não tem jurisdição pe­rante quaisquer espécies de Cooperativas. pois asmesmas estão subordinadas ao Ministério da Agri­cultura. que através do INCRA - tnstituto Nacio­nal de Colonização e Reforma Agrária, orienta e fis­caliza os destinos das Cooperativos c é o que vemconsubstanciado na Lei fvI áxima do C oopl~rativis­

mo.

E esta COOTRABALHü opera de acordo comm; normas traçada::. na referidu Lei, con forme, inclu­sive. recente '"Atestado de Regularidade" fornecidopela INCRA. datado de 1 de setembro de 19:B. emanexo.

Terça-feira 11 11827

Mais receatemente foram baixadas Portarias doMinistério da Previdência Social e do Ministério daFazenda. que anexamos, especificamente para asCooperativas de Trabalho, determinando novas sis­temáticas no que respeita li descontos. reembolsos epagamentos do INPS e Retenção na Fonte do Im­posto de Renda, respectivamente. Essas portariascaracterizam e fortificam ainda mais a tese coopera­tivista e reforça o nosso respaldo legal.

Com tudo isso. Excelencia, perguntamos comque embasamento legal e qual a competência dafuncionÚfia Maria Luíl.a Moura ditar e doutrinar arespeito da legalidade ou ilegalidade de qualquerCooperativa de Trabalho.

De~ta maneira, levamos ao conhecimento deVossa Excelência e solicitamos provid~ncias no sen­tido de evitar maiores conseqüências, logo agoraque Se deS"Cncadeia uma onda de desemprego, jáexistente no Brasil.

Em todo o país existem mais de 450 Cooperativasde Trabalho. congregando mais de 300.000 associa­dos. a elas diretamente vinculados e no Rio Grandedo Sul seu número é altamente expressivo, girandoem torno de 56 Cooperativas de Trahalho.

Niio se trata de recair esta responsabilidade dire­tamente ao Senhor Mínistro. que nas duas oportu­nidades em que estivemos em vosso gabinete. deter­minou ã DRT/RS que cessasse qualquer tipo deperseguição contra a COOTRABALHO e demaisCooperativas de Trabalho, mas. precisamente noRio Grande do Sul, sistematicamente. periodica­mente. vem se levantando tal insatisfação ocasiona­da peta funcionária Maria Luiza Moura e, provavel­mente. sem o conhecimento de Vossa Excelência.

Expedientes com igual teor e formajá estão sen­do levados ao conhecimento de Orgãos c Autorida­des Federais.

Queremos assim alertar a Vossa Excelência doritmo que ocorre o Governo Estadual e Federal e aresponsabilidade da DRT/RS, por um problemaque acreditamos tenha se insurgido. por um impasseem conseqüencia de um mal~entendidona imprensa.tendo inclusive amparo judicial, já devidamente ar­quivado.

,<\crediturnos assim, estar havendo uma contra­diçào generalizada entre os poderes públicos! Porum lado portarias sendo baixadas 110 intuito de darum maior amparo jurídico às Cooperativas de Tra­balho e por outro lado uma campanha fulminante.

Vúrios expedientes já foram enviados à DRTJRSe ao Ministério do Trabalho. sem a devida respostaàs nossas consultas, desconsiderando, assim. a nos­sa entidade. A saber:

- Protocolo n' 31S.557 (I-ll-SO)- Protocolo n' 672/S0 (02- tO-SOl- Protocolo n' 3t4.002/81 (t7-S-8t)- Protocolo n' 316.224(16-9-81)- Protocolo n' 7952 (30-9-81)- Protocolo n" S044 (I-l-SI)- Protocolo n' t 185 (reiterando n's 7952. S044)- Protocolo n' 007564 (29-9-S3)

Assim sendo. apelamos a Vossa Excelência. coma intenção de evitarmos maiores conseqüências,pois trata-se de uma perseguição pcssoal e maldosae para a qual. rogamos uma solução com a máximaurgéncia. evitando. assim. maiores problemas, soli­citando, desde já, que acu~e o recebimento da prc~

sente para posteriores soluções administrativas.

Sem mais para o momento. apresentamos, desdejil, os nossos agradecimentos,

Atonciosamente. - Ce!. RI Orfelinu.T. C. Barba­chan, Administrador-Geral - Valdemar P,mlinoZinn, Presidente."

11828 Terça-feira I"

o SR. LUIZ GUEDES (PMDB - MG. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, noúltimo dia 4. o Decreto-lei n\' 2.037 foi aprovado atravésdo casuístico instrumento do decurso de prazo. Há duassemanas. numa votação histôrica. esta Casa rejeitou,pelo voto da maioria dos seus membros. o Decreto-lei2.036. Esses dois decretos, pequenas peças dentro do vcr­dadeiro cipoal de decretos-leis em que se transformou oChn'erno brasileiro, tinham Llm ponto em comum: a pe­nalizaçào dos funcionários das empresas estataL;, Agora.o Governo. segundo noticia a imprensa. planeja umnovo golpe contra as estatais e seus funcionários arquite­tando um decreto que. sob o argumento de coibir mor­domias. na verdade arrasa com os vencimentos e com osdireitos adquiridos dos funcionários das empresas esta­tais.

Por trás de tudo isso está uma campanha de ataque àsempresas estatais, comandado por setores ligados aogrande capital financeiro internacional que veêm nuS es­tatais uma barreira para seus interesses imperialistas.Quando a industrialização do Brasil ainda era uma metadistante. as empresas estatais já surgiram como destaca­mentos avançados dessa meta, implantando, fomentan­do e acelerando o nosso progresso industrial. As estataisseguiram nesse ritmo até que, em fins do, anos 50, a ati­vidade econômica do Estado deixa de ser levada a outrossetores da economia. Nesse mesmo tempo se amplia ver­tiginosamente li penetração do capital estrangeiro naeconomia brasileira. Os empreendimentos mais rentávcisforam desnacionalizados. o grande empresariado nacio­nal se associa ús empresas multinacionais, ao mesmotempo em que a importação de equipamentos para essasempresas é liberada.

Essa pregação antiestatais, transformadas em respon­súveis pelo caos reinante na nossa economia, aparece tra­vestida em defesa da livre iniciativa. Na verdade~ essacampanha não passa de uma ardilosa manobra urdidapelos representantes dos grandes monopólios, nacionaisc estrangeiros. anciosos de colocarem seus tentáculossobre o filé mignon da economia brasileira. Entretanto,os responsáveis por essa campanha omitem o fato deque. em muitos casos, o Estado ou as empresas estataisforam levados a assumir o controle de determinados em­preendimentos em razão da crise a que foram conduzi­dos pela administração privada. Isso aconteceu. porexemplo, na COSIPA, na MAFERSA. na PctroquímicatIniilo? entre Qutros.

Além disso, os defensores da livre iniciativa e repre­sentantes dos grandcs monopólios nacionais e estrangei­ros são mestres em distorcer os fatos e em manipular da­dos. A propalada ineficiência da empresa estata! a partirde dados de lucratividade que não levam em conta a altarelação capital/produto, característica de empresas degrande porte, é desmentida por vários outros dados,como o auto financiamento em torno de 65 por cento l

com desempenho semelhante ao de empresas privadas degrande porte. As distorções c omissões vão mais longeainda. Encobrem, por exemplo, de onde viriam os substi­tutos das estat.ais no:.: diversos ramos em que elas atuam.Com certeza, o capital nacional não estaria em condiçõesde bancar uma compra, por exemplo, da TELEBRÃS, emuito menos a Vale do Rio Doce encontraria aqui quemsuportasse a sua privatização. É lógico que seria o capi­tal internacional que penetraria ainda com mais intensi­dade em nossa economia, substituindo as empresas esta­tais.

Sem a alternativH das empresas estatais em ramos vi~

tais. cümo o desenvolvimento tecnológico, a mineração,a siderurgia, as pesquisas espaciais etc., estaríamos hojena dependência dos grandes monopólios internacionaiscom seus centros de decisão fora do Brasil e com a suapolítica de investimentos desvinculada dos interesses na­cionais.

Com O agravamento da política recessiva e por impo­siçiio dos banqueiros internacionais e do FMI, as empre-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiío I)

sas estatais passaram a sofrer cortes em seus investimen­tos, as taxas de juro subiram vertiginos3mente restrin­gindo o crêdito e levando centenas de minis, pequenas emédias cmprcsas à falência. De mecanismo de defesacontra possíveis crises, de elemento equalizador da pro­dução. pelo menos de setores relevantes. as cslatais pas­saram a ser. graças à ação predatória da política econô­mica do Governo, um instrumento desencadeador da se­rniparali:;aç;lo das atividades produtivas. Primeiramenteo programa sideflhgic~ foi desacelerado e. a partir daí.seguiram-se várias outra.s medidas no mesmo sentidoque levararn [lS estatais a suspenderem suas encmnenda!~

às indústrias de bens de capital ate ilo de prestação de ser­viços, aprofundando com isso a recessão e o desempre­go.

Um ponto, entretanto, e de vital importáncia. A quepolítica servem as estatais? Considerando essas empresascomo um instrumcnto de uma certa política, só podemosconcluir que o erro. o malogro econômico e a falência devárias estatais devem-se fundamentalmente a dois fato­res. Primeiro. é fruto das imposiçôes recessivas dos nos­sos credores internacionais e do FMI. Segundo. é frutoda in~ompcténciae da falta de responsabilidade do regi­me. Em ,intesc: o problema não é a existência ou não dasempresas estutais cm nossa economia, mas sim a políticaque norteia c conduz a atuação dessas empresas.

A livre iniciativa dos representantes dos grandes mo­nopólios nacionais e estrangeiros não tem muito quc sequeixar. Afinal, existe um pacto tácito entre o Estado e O

capital que sempre socorre empresas falidas, que injetavultuosos recursos nos cofres dessas empresas, que arcacom os prejuízos decorrentes de um ou outro deslize deseus administradores. A Delfin, o Banco Halles. aCoroa-Braste! e muitos outros casos siio exemplos con­cretos desse pacto pernicioso para o povo e lesivo aoscontribuintes.

O problema das estatais está inserido no conjunto dosproblemas da. economia brasileira e seu modelo recessi­vo, concentrador e dependentc. Ê preciso impulsionar aatividade produtiva com a expansão dos gastos e investi­mentos públicos voltados especialmente aos setores quepossibilitem a criaçào de empregos e atendam às necessi­dades básicas da nossa populaçuo. Alem disso, é precisopromover um controle do déficit público através da rea­locação dos recursos aplicados em projetos inviáveis econtrários às necessidades nacionais e populares. Final­mente, é necessârio promover uma reforma tributáriaque taxe progressivamente os ganhos de capital, princi­palmente das multinacionais, e as operações especulati­vaso Esse conjunto de medidas, aliado a decisões políti­cas soberanas c independentes. como a suspensão do pa­gamento da dívida externa e o rompimento dos acordos

com o FMI, seria suilciente para reordenar o nosso de­senvolvimento econômico 1 colocando-o na perspectivanacional, gerando empregos e atendendo às necessidadesbásicas de nossa população.

No entanto, ao invês de fazer isso, o Governo do Ge­neral Figueiredo prefere legislar por decretos-ieis. en­viando para esta Casa, agora, o 2.065, o mais novo filhodo arrocho salarial, e arquitetando novos golpes contraos funcionários das empresas estatais. A derrubada do2.065 ou de qualquer outro decreto-lei que penalize aclasse operária e os trabalhadores deste País ê uma obri­gação dcsta Casa. Derrotar esse 110VO decreto significará,mais lima vez. a afirmação da independência e da sobe­rania do Poder Legislativo diante das pressões c ameaçasdo Executivo.

Era o que cu tinha a dizer.

o SR, RANDOLFO BITTENCOVRT (PMDBAM. Pronuncia o seguinte discurso:! - Sr. Presidente.S!"s. Deputados. a Zona Franca de T'vlanatls foi idealiluda

para pn:.'n1over o desenvolvimento regional. onde tantosoutros projetos falharam. Teve n mêrito de rede~cobrir 11

,\mazóniu para os brasileiros. atraindo turistas. visitan­tes que. lW contato direto Gom a região. desfizeram a

Novembro de 1983

image'm negativa de paisagem fantústica. inóspita. peri­

gosa ..: indom<Ível.O projeto tem um prazo dt; maturaçãu. como proposta

de desenvolvimento. Não se trata. portanto, de uma sim­p1c:s Zona Franca.com a unica caracteristica de um co­mêrcio livre em que o peso de determin,Jdos encargos fis­cais e tarifários é eliminado do processo de importação eexporwção

O desenvolvimento industrial e agricola, o aproveita­mento racional de matêrias·primas regionais com o de­senvolvimento de tecnologia nacional suo as finalidadesperseguidas. Isto. porém. se firma n(l de:1empenho do se­tor comercial.

O grande problema da Amaziínia na sua busca de de­senvolvimento e integração nacional. mais do que a cs­ca~:'ÍGl. de recursos tinanceiros. entretanto, é representadopela ineonstúncia das políticas implantadas. Quando co­meçam a surgir os primeiros resultados positivos. a re­gião volta à marginalidade pela supre:-:;ão das iniciativasvúlida.t;,.

AC'sim estú ocorrcndo com a Zona Franca dc Manaus.que. antes do tempo previsto de maturação do projeto.vcm scndo penalizada com medidas incompativeis com aidéia original que estava dando bons resultados.

A exigência de pagamento do IOF sobre importaçõesa partir dcjaneiro de In!, estabelecida na Rcsolução n\'68! d,-, Hanco Central. dcscaraeterizou a Zona Franca ccriou problemas extremamente sérios para os emprc­

stlrio':i lucais.A.' dúvidas quanto [ilegalidade da cobrança dos tribu­

tos Coram para a justiça, num processo longo, de resulta­dos duvidosos, gerando intranqüilidade gcral.

A situação exige a tomada de deci:.;;i3es urgentes para

devolver ao empresariado a tranqLiilidade nccessária àssuas atividades. e recuperar. enquanto há tempo. umpouco do dinamismo da Zona Franca.

Descapitalizado como está n comércio de i\1anaus.não há a menor condição de pagamento desses impostosatrasados. As portas serão simplesmente fechadas. paradesespcm d,)s trabalhadores que perderão seus empregose do povo amazonense que assistirá a mais uma liqui­dação de suas esperanças de desenvolvimento.

Em face da grave situação. 3. Associação Comercial du

Amazonas c as demais entidades da ela"e empresarialestão reivindicando ao Presidente do Banco Central e aoMinistro da Fazenda a suspensão da exigibilidade doIOF para a Zona Franca de Manaus, a e"emplo do quevem sendo feito com relação a diversas operações decàmbio. com base nas Resoluções nÇls gl61 823. 824, ~48,352.853 e 859. de t983. do Banco Central. bem corno aremissão do crédito tributário IOF pendente de paga­

mento.A reivindicação é absolutamente ju~ta e extremamente:

necessária. Trago. assim. a esta tribuna o mais veementeapelo ao Sr. Prcsidcnte do Banw Central. assim como aoSr. Ministro da Fazenda, para que se sensibilizem comos graves problemas quc a cobrança de IOF vcm trazen­do para o desenvolvimcnto da Amazônia Ocidental ealendam its solic.:itaçõcs que lhes foram encaminhadaspelos Presidentes da Associação Comercial do Amazo­nas. Federação do Comércio do Estado do Amazonas.Associação dos Lojistas da Zona Franca de Manaus e doClube dos Dirctores Lojistas de Manaus.

Era o que eu tinha a dizer.

o SR. ANTÔNIO CÂMARA IPMDB - RN. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Depu­tados. através dc correspondência que recebi do Sindica­

to dos Estivadores de Areia Branca. Grossos c Mossorií,fui alertado para ti difícíl situação em que vivem os esti­

vadores brasileiros e. especialmente. os daquela regiãosalincira n(l Est.ado do Rio Grunde do Norte.

Senundo informa o documento. (J ganho mensal dessestrab~Jhadorcs pouco ultrapassa 15 mil cruzeiros, uu sejLi..

Novembro de 1983

aproximadamente o que se vem pagando a um flagcladoda seca incorporado às "'frentes de emergência".

Menos da metade de um salário minimo, portanto, équanto .e oferece ao estivador no meu Estado em con­traprestação pela execução de um serviço penoso e arris­cado, fiujeito a acidentes muitas e muitas vezes fatais,agravado ainda. no caso específico da zona salineira po­tiguar, pelo fato de realizar-se a cerca de 14 milhas da ci­dade.

No carregamento de um navio qualquer, cabe a essesprofissionais não mais que 10% do montante total dosserviços prestados. Além disso, embora trabalhando ge­ralmcntc em condiçõcs de relativa periculosidade, sãodiscriminados em rclação aos trabalhadorcs marítimos.

A importância do trabalho humildc desses homenspara a movimentação da riqueza nacional, o grau de ris­co inerente à profissão, as precárias condições dos locaisonde prestam serviços, o imenso desgaste físico que a ati­vidade acarreta, tudo isto, Sr. Presidente, despertou mi­nha atenção para o problema e convenceu-me da necessi­dade urgente de fazer-se algo de concreto em defesa daclasse.

Não é admissível que esse enorme contingente de tra­balhadores seja submelido a tratamento injusto do pon­to de vista salarial e discriminatório em relação a outrosservidores ligados às atividades portuárias.

Compreendendo a extensão do problema, disponho­me a examinar a viabílídade da apresentação de um pro­jeto de lei que consubstancie melhorias efetivas paratoda a categoria, tanto em termos de remuneração comode proteção legal de seus direitos.

Se constitucional a iniciativa, minha proposição visa­rá, acima de tudo, a corrigir as deformações existcntesno que tange à regulamentação dos serviços de estiva emrelação aos demais serviços portuários em nosso Pais.

o SR. FRANCISCO SALES (PDS - RO. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,qucro ressaltar o excelente trabalho que a CEPLAC estárcalizando no combate à Vassoura de Bruxa, doença queataca os cacaueiros no Estado de Rondônia.

Para mostrar a dedicação, o cmpenho do pessoal téc­nico da CEPLAC na implantação da lavoura cacaueiraem nosso Estado, leio, para transcrição nos Anais destaCasa, matéria publicada no jornal O Parceleiro, intitula­da "CEPLAC Prepara Agricultura Para Combate á Vas­soura de Bruxa".

"Cerca de 1.500 agricultores e 90% do programade combate á vassoura de bruxa, já foi atingido pe­los 50 técnicos e 20 operários de campo da CE­PLAC desde o lançamento da campanha que se es­tenderá até 1985.

Esta informação foi prestada ao O Parceleiro pe­los técnicos Eliel Dias Ferreira, assessor da extensãodo Depea, Nilton Ferreira, agrônomo regional deOuro Preto e Cacoal, Janathan Igreja, chefe do es­critório de Ariquemes e Sérgio Euclides assessor decomunicação do Departamento Especial da CE·PLAC para a Amazônia. Segundo eles, somente emAriquemes no mês de julho, 100 agricultores cm 45fazendas foram treinados para combate a vassourade bruxa, maior doença do cacaueiro amazônico e,que hoje, apresenta um percentual médio de 10%nos cacaueiros dc Rondônia, principalmente, nasáreas mais velhas como Ouro Preto e Cacoal. EmAriquemes por ser uma lavoura nova e por um índi­ce de conscientização maior do produtor, a doençaapresenta o menor nivel do Estado.

TreinamentoO Plano de Combate à Vassoura de Bruxa é de­

sencadeado através de treinamentos e demons­trações. Os técnicos e operários de campo, treinadospara detectar e combater a doença, visitam fazendasonde se promove encontro dos produtores. Além deexplicações técnicas. os agricultores participam de

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)

treinamento de combate na própria roça, Normal­mente, esta operação dura dois dias. Além disso. aCEPLAC promove intercâmbio de visitas dos pro­dutores entre os municípios plantadores de cacau.Este intercámbio é feito também nas fazenda.5 den­tro de um mesmo município. Esta é a forma do agri­cultor conhecer todas as etapas da doença e os mé­todos de controle prático através da erradicação naprópria planta.

ControleHoje, mais de 200 mil pessoas estão direta e indi­

retamente envolvidas c dependentes da lavoura docacaú. A vassoura de bruxa é fungo que ataca prin­cipalmente os ramos, os frutos e flor do cacaueiro. Ea remoção a extirpação das áreas atacadas é o meiomais eficaz de controle da doença.

Os técnicos recomendam o pcriodo de estiagem- verão -, para remoção da doença. Entretanto,os agricultores de melhor condições financeiras eque contam com mão de obra permanente, deverãoefetuar este trabalho o ano inteiro. Além disso, ten­do o agricultor de fazer maior investimento finan­ceiro, recomenda-se a aplicação do cobre sandoz.Este produto ajuda a proteger a planta. Aplicadocom água, um quilo pode atingir até 5 hectares decacau. Hoje, custa pouco mais de mil cruzeiros oquilo de cobre sandoz. "Mas este não é o remédiodefinitivo. Ele ajuda o controle, o que elimina adoença é a retirada da área afetada da planta", ob­servam os técnicos.

Mas os técnicos da CEPLAC estão satisfeitoscom o trabalho até agora realizado .. "Os produtoresestão participando com interesse. Entretanto, va­mos continuar com a campanha até 85. E até lá, seráfeito revistas e repetidos encontros até se criar nãosó uma consciência, mas uma mão-de-obra especia­lizada e permanente no combate à doença", con­cluíram."

Era o que tinha a dizer.

o SR. FARABULINI JÚNIOR (PTB - SP. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos. São Paulo, cidade que mais cresce no mundo, está abraços com problema dos mais graves. É da mais altagrávidade o problema da violéncia na Capital do traba­lho. Assaltos, roubos, trombadas a todo instante a qual­quer paulistano, a qualqucr um que vive ou passe porSão Paulo, na área comercial e fora dela. O centro co­mercial, tanto do centro como da periferia, está abaladopor absoluta falta de segurança, tanto para os comer­ciantes como para os que freqüentam tais estabelecimen­tos. Há ainda o mesmo problema para consultórios mé­dicos, cscritórios de advogados, cabeleireiros, que nãotém a menor possibilidade de trabalhar. a menos que setranqucm pelo lado de dentro, sempre à espera de Uma"visita de mau gosto". Repito que não se trata de açãolocalizada. isso é, no centro. Ao contrârio, está mais quegeneralizada a ação dos delinqüentes que sc apercebempoder agir com doce tranqüilidade, pois a polícia paulis­ta cruzou os braços~ nào se sabe ao certo das razões do~

minantes que levaram os policiais a tal procedimento. Oque se sabe, porém, é que a cidade estâ desgovernada sobo ángulo da Segurança Pública. Não é somente a falta demeios para o bom combate á criminalidade, apregoadapelos responsáveis pelas Delegacias Distritais, quer daPolicia Civil, quer da Polícia Militar. Observa-se, o que épior, constata-se a ausência de coordenação e de coman­do. Observa-se e constata-se a ausência de um critériopara o bom combatc à criminal idade.

Não hit filosofía que seria indispensável desejar-separa que todos do Governo e povo promovessem a umsó tempo uma unidade para combater o crime e a violên­cia dominanter; na grande cidade e na Grande São Paulo.Para que V. Ex's tenham uma idéia, afirmo-lhes que nin­guêm pode sair de casa. nem de dia nem de noite, sob

Terça-feira 19 11829

pena de vir a sofrer o impacto da agressão. Que é que apolícia faz'> Por enquanto nada. Argumentam uns queesse fato se deve à orientaçào do Secretário da SegurançaPública, enquanto S. Ex' manda que respeitem os direi­tos humanos. Outros argumentam com o fato de a Jus­tiça ter processado policiais que, no cumprimento do de­ver, teriam exorbitado do poder que a lei lhe5 conferempara o exercício de suas altas funções em nome da socie­dade. Para outros, entretanto, o fato está ligado à faltade meios para poder enfrentar o crime organizado. Averdade é que a população não tolera mais e procuraarmar-se por conta própria, o que se constata enquantosobe assustadoramente a venda de armas a particulares,que se servem delas sem o competente porte dc armas.Nos distritos, os quarteirões são secsionados c ai são ins­talados postos particulares de defesa do quarteirão, atra­vés de guardas particulares. cujo número sobe diaria­mente. Diga-se de passagem que esse~ guardas não estàopreparados para o exercício de tão alta funçào, salvo pe­queno grupo que está realmente adestrado, principal­mente os que pertenceram às polícias militares.

Vé-se que é o desmando total que deixa uma popu­lação inteira sobressaltada. atemorizada, desprevenida e,mesmo que armada particularmente, sem nenhum pre­paro para defender-se. É preciso. pois, apelar para que oGoverno do Estado de São Paulo chegue ao ponto deequilíbrio entre a polícia civil e a militar e atribua a am­bas a responsabilidade que cada uma das facções temperante a sociedade. a fim de que a famíliajá desalentadade São Paulo tenha tranqüilidade frente ao problema davioléncia que aumcnta a cada passo. Já não basta oproblema econômico, há também esse, que ê da mais altaseriedade. Cumprc ao Sr. Governador exigir o cumpri­mento das leis, mas cumpre-lhe mais do que isso garantiraos policias o direito de trabalhar na sua função de pre­venção e de combate à delinqüência, para que possamdefender a sociedade.

Assim, Sr. Presidente, estou mandando um telegramaao Sr. Governador do Estado de São Paulo, para que S.Ex', o ex-Senador Franco Montara, conheça a verdadeque agora começa a ser cnaltecida aqui. pois que vou faczer uma série de discursos para, afinal, responsabilizar 9Governo pelo desmando e pela falta de acuidade admi­ni.trativa quanto ao fato que ora discutimos.

O SR. OSCAR ALVES (PDS - PRo Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, aproposta que encaminhamos à decisão do Diretório Na­cional do PDS, em sua recente reunião de 27 de outubro,considerou, príoritaríamente, a gravidade do momentoem que vive o País. seriamente afetado por uma criseeconômica e social ~em precedentes em sua história.

Nossa iniciativa aproveitou uma oportunidade inéditanesses últimos 20 anos: a da participação da classe políti­ca nos assuntos financeiros da administração pública,até agora monopolisticamente exercido por uma minoriasem qualquer representatividade popular. Foram coroa­dos de éxito os esforços tenazmente perseguidos pelomovimento '"Participaçào'\ que. sem qualquer propósi­to desagregador, sempre visou à dinamização partidária

em torno dos grandes temas nacionais e à valorizaçào dopolítico.

Temos plena consciência de qua a abertura democráti­

ca, alcançando também os setores econômicos, ensejaráo clima idt:al de harmonia entre os poderes constituídos.condição fundamental para o encontro de soluções aosproblemas que mais angustiam a sociedade brasileira.

As medidas sugeridas pelo Executivo, através doDecreto-lei n" 2.065. que veio substituir o de n" 2.064 re­jeitado pela quase totalidade dos parlamentares pedessis­ta. realmente são ainda insuficientes para debelar osterriveis males que afetam a Nação. Mas o recuo do Exe­cutivo e o conseqüente estabelecimento de debates emtorno das providências governamentais representam.

11830 Terça-feira I"

além de salutar inovação para o fortakcimentn da nossaincipiente dCnHJCracia. o (;OToamcnto de um longo e pe·

noso trabalho da comunidade política bnl~ileira.

r\1ns os esforço" inauditos até agora empreendidos nuo

podem nem devem e;.;gotar-se neS':íe episódio.

Tçmos pela frente uma imensa tarefa li cumprir e enor­mes desafiüs n vencer.

Dal havermos delegado à Comissão Executiva do par­tido poderes p:lrtJ procurar constituir. com as demaisfacções políticas. uma comissão intcrpartidúrja para pro­

pl)r medida, complementares dlcazes nos campos cco­nômicos, social e politico. além de outra comissào inter­na que prossiga estudos em busca de alternativas econô­micas para o País, tendo como base o documento da"Comissão dos Onze",

l-lá realmente muito por fazcr.Acima c antcs de tudo. é preciso climinar-se o proces­

so !.mtidemocrátkü dos decretos-leis cxpc:didos torren­cialmente pelo Exccutivo. numa manifesta usurpação deprerrogativas cxdusiva.s do Legislativo. ao qual cabe atarefa da e1aboraçãü das leis dentro do sistcma de tripar­tiçito dos poderes republicanos.

lv'raiares avanços têm de ser conquistados na úrea tri­butâria. corrigindo~se distorçôes e amparnndo-se comcqtiitativa distribuj,;tlO das rcndas públicas os Municí­pios e os Estados. hoje à beira da falência por culpa dclima estrutura fiscal injusta e superada.

A classe trabulhadora. por sua vez. precisa com a

mai0r urgcncia possível desindkatos livres e fortes. alémde uma nova Lei de Greve, que escoimc a atual legis­

lação dos vícios remanescentes do e$tado-novismo c doHut.oritarismo pôs-tí4. Levados por essa preocupação foique apresentamos doi:~ projdo~..; de lei visando a l\b~rtar

tY'; sindicatos e garantir ns direitos búslcos do trahalha­dor, sem a tutela inc.:ômoda do E~,tad(J. ti fim de que o re­lacionamento entre patrões e empregados aconteça emclima de hurmoni,-\ e em igualdade de condiçôes. con­diçiio primeirn para um regime realmente democrático,

O SR. JO.!;O FAUSTlNO (PDS - RN. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados.não podemos pt:rmitir que os acontecimentos mais re­centes que marcaram a vida do Pais sufoquem o e1amordo povo nordestino. Não permitiremos que os temaspoJítico~. mesmo que relevante:;. arquivem da consciên­cia mundial o mais angustiante de todos os problemas.que é o eslúgio de miséria absoluta. de fome e sede a queestão submetidos mais de 30 milhões de brasileiros.

Percebo. Sr. Pr~sidente. que a discussão dos temas re·lacionados com política salarial, com sucessào presiden­cial. com medidas relativas ti crise econômica tomaramconta deste Congresso c da opinião pública. passando asegundo plano o mais desafiador de todos os problemas.que é a grave situação do l\'ordeste.

Sabemos da importiincia de se atribuir aos trabalha­dores salários justos e compatíveis com os elevados índi­ces inf!aciOllitrios - sobre este assunto me pronuncieiem vúrias disct.lssÕes. nesta tribuna - da mcsrna formaque temos consciência de que à classe política cabe a res­ponsabilidade maior de discutir e encaminhar soluçõesvisando ao fortalecimento da instituição democrática.Esta ê nossa inquestionável visão. No entanto. sentimo­nos no dever de ficar ao lado dos mais pobres e sofridos.sem sindicatos. sem voz e sem forças para lutar por tudoo que se constitui essencial no exercício do direito de vi­ver. Os mais desprotegidos e abandonados deste Pais sãoos nossos irmàos nordestinos. que vivem na permanenteadversidade da subnutrição. das docnças crônicas. doanalfabetismo. da falta de babilação. de água c de dI i­mentos,

Conclamo os Srs; Deputados para que retomemos otemu nordestino e insi-;tamos junto ao Poder Executivopura que objetive a imediata implantação de medidasque, definitivamente. resolvam os problemas do povo doNordeste.

DLÁ.RIO DO CONGRESSO ACIONAL (Seçüo I)

Na sess~o de hoje, da C,-tmaru dl1S Deputados, e~tou

arrescnt:.mdu requerimento solicitando as presenças,neste plenúrio, dos Srs. ivlinistros do Interior. tvlário /\11­

drcazza. e do Planejamento. Delfim Netto, para que di~­

cutam conosco e aprc}icntem as soluçôes desejadas pelaNação para os graves problemas do Nordeste.

Por dever de consciL'ncia e por responsabilidade publi­ca. temos que exigir providências que. d'etivamente.atinjam üs ~~cguintes aspectos: I - armaz.enamento e dis­tribuiçào de água: :2 - crêdito. principalmente para os

pequenos agricultores: 3 - uso adequado da terra: 4 ­incentivo II pequena e média empre':ia: 5 - redireciona­mento da SUOENE. conferindo-lhe compcténcia e auto­nomia para coordenar os programas que geram o d~~en­

vülvirncnto: 6 - destinação d~ recursos que permitam aconclusão de übras rcntá\..eis. como fábrica de barrilha.sediada em i\ilacau, Rio Grande do Norte: 7 - distri­buiçi:í.n dn renda nacional.

Esses e ul.ltros aspectos de vital importtincia para oNordeste tleeest;jtam ser dehatido~pelo C··ongresso c pela

sociedade hrasileira com objetivos claros de possibilitara sobrevivelH:ia de uma região que potencialmente pnde­râ oferecer. como vem oferecendo. expressiva contri­buiçào ao desenvolvimento nacional.

o SR. NILSON GIBSON (PDS - PE. Pronuncia oseguintc discurso.) - Sr. Presidente c Srs. Deputados.voltamos à trihuna desta Casa para versar a qUl;stào doaborto e nos solidarizar eom a Igreja na campanha con­tra o a/:Hlrto. em defesa e promoçiío da vida, um dom sa­grado de Deus, desde o primeiro momento da sua con­cepção.

A Igreja concorda com o fvlinistério da Saúde, que ins­tituiu o "Programa de A"istência [ntegral à Saúde daMulher" e será implantado a partir de 1984, pois privile­gia o atendimento à mulher na idade fértil e inclui infor­mação a 10dos sobre os métodos artificiais e naturais.acrescentando uma avaliação erilica sobre o aspecto mé­dico. A posi\,ão do ~!inistério da Saúde é clara na rc­jeiçáo do ahorto.

Nestes ultimos meses, a discussão. o debate sobre oaborto tem surgido no Congresso Nacional. Alguns de­les são pela inclusão de nova legislação sobre o abortopor julgarem-no aceitâvel em certas circunstâncias. Aimprensa divulga muitos artigos trazendo grandes cDnsi­dera,ões e preocupação com as mulheres temerosas defazer aborto. Em alguns casos, o assunto é discutivo depontos de vista altamente emocionais, Um dos artigos seintitulava "ABORTO - UMA QUESTt\O DEMO­CRÃTICA"! Mesmo respeitanto o direito dos defenso­res do aborto de terem suas próprias opiniões. sinto queo assunto é mais eomplexo e precisa scr analisado talvczsem ênfase devida no seu aspecto emocionaL Para nós,os católicos. toda vida humana é sagrada e inviolável.iste é um principio absolutamente búsico da moralidadehumana e cristã. O direito à vida. expresso neste princi­pio. não depende da posição social ou condição da pes­soa. Sua origem não está na importància de uma pcssoaem comparação com outras ou na sua utilidade na socic­dade. [sso nào se origina da posição de alguém oa hierar­

quia social ou de sua religião. idade ou cor da pele. Nemé, tampouco, algo que origine sua existência da apro­vação dos companheiros àas pessoas. O direito à vidanão se fundamenta na vontade das outras pessoas, masna de Deus e na natureza humana. ~omo ele a eriou. Suabase està na inalienável dignidade doada por Deus acada pessoa. Por essa razão. ninguém tem o direito de di­zer que determinada vida humana tem menos valor queDutra. Ninguém tem o direito de decidir que a vida de de­terminado s~r humano deva ser destruída para salvar ade outro. para atender a inter~sses de qualquer indivíduoou grupo de qualquer cspêcie. Os seres humanos. evidcn­temente. diferem uns dos outros em muitos aspectos. Di·terem em idade. habilidade e na contribuição quc dão aobem-estar de seus semelhantes. Diferem em virtude e atéem valor moraL Nenhuma dessas diferenças, entretanto,

Novembro de: 1983

dit. de maneira alguma o direito ao individuo de decidirsobre a vida, Essas diferença,.; nado. somam àquele direi­to, nem dele nada tiram. Elas não justil1cam nem pode­riam justificar a colocação do direito à vida de um serhumano num plano mais baixo do que no de qualqueroutro. Ncste principio sacrossanto de inviolabilidade davida de c.;ada se:r humano está H base de nossa civilização.

Ele precede á tradição da lei segundo a qual a vida ino­cente precisa ser respeitada e plenamente defendida eprotegida pela comunidade.

A moral católica determina que a "morte-direta de umfeto humano ê assassínio e1 portanto. sempre falt.agravíssima". Devido aos imensos progressos conquista­dos pela ciência médica moderna. é extremamente raroque um médico boje tenha de escolher entre a vida dofeto e ti vida dn mae. Dificilmente um médico modernoinsistiria em que o feto é :lpenas '"uma parte da mãe".Graças à eficiência de sofisticadas tecnologias, como uI­trasom. a imunoquimica e o marcador do coração, podeser verificado o feto no monitor. respirando, movendo­se. reagindo ao som e à dor. e se ehcgará à firme conclu­sào de que o f~to é uma vida humana pessoal, diferenteda màe, Sugerir um aborto alegando a pobreza extremada mãe e o futuro sombrio do seu filho, que crescerá pro­vavelmente faminto, subnutrido. sem escolaridade ade­quada ou possibilidade de emprego e com perspectivasde vir a ser um criminoso, é Cünfundir as questões. Umerro m10 justifica outro.

Enquanto nós. obviamente. precisamos defender O Li­rdto que tem o feto de nascer, temos ao mesmo tempo defazer o máximo para anular a causa da extrema pobrezada màe. a fim de que possa ter alimentaçào suficientepara seu filho e a possibilidade de conseguir para ele pelomenos escolaridade primária. Esses são direitos tanto damüe quanto do filho que está para nascer. e ninguémdeve ousar usurpar deles esses direitos.

Devemos. nesse sentido, pressionar o Minist.ério daEducaçào e Cultura a tornar pelo menos a educação pri­mária acessivel a todos, especialmente aos pobres, e demaneira absolutamente prática. Devemos exigir acriação de oportunidades de trabalho com salários de­centes e justos. A pessoa que se sustenta com seu traba­lho diário. honesto. normalmente não se tornarú crimi­noso' É importante também lembrar que muitas pessoasnascidas na mais extrema pobreza sobrepujaram as difi­culdades impostas pela situação e atualmcnte são cida·

dãos úteis e respeitáveis, vivendo com conforto e digni­dade. Imaginem se as mães dessas pessoas tivessem con­senlido em abortar simplesmentc por causa de suapohreza! Ao trat.armos do aborto. não devemos esquecerum princípio búsico que diz: "Os Fins não Justificam osMeios".

Como católieos. enquanto condenamos o abortocomo um crime monstruoso. apoiamos uma paternidaderesponsávcl, utilizando apenas os meios honestos,Apoiando programas de planificação da família, a Igrejadú testemunbo não só de sua fidelidade ao desígnos doCriador, mas também de serviço leal prestado à pessoahumana. que permanece sempre H O princípio, o sujeito eO termo de todas as instituições sociais'. Devemos avo­car a paternidade responsúvel. se pretendermos evitar ca­sos de gravidez não-desejada. Mas os pais devem sempreaceitar os desígnos de Deus em relação a esse assunto.

Para que seja transcrito nos Anais da Câmara dos De­puf.ados, leremos a "Palavra do Pastor" artigo que insis­te na doutrina da paternidade responsúvel e do planeja­mento familiar.

"Vivemos situação muitÍssim~mais do que a al­gumas pessoas possa parecer. Realizou-se emBnsília (23-25 seL. p.p) um "I Congresso Brasileirode ProteçtlO Materno-Infantil e Planejamento Fami­liar", Quem nào desconfia. nesta hora, desse pom­poso títulc>"! Quanto sofisma! Sobrctudo, quando seinvocam "paises mais desenvolvidos". "Ser mais de·

Novembro de 1983

senvolvido" é justamente o contrário: é "legalizar"crimes ... Nesta "Palavra do Pastor" preferimos. ho­je. dar a palavra a competentes e beneméritos Médi­cos. que publicaram o oportuno opúsculo: "Aborto.o direito da vida". Data vênia. transcrevemos tre­cho (p. 128) sob o título de: "Paternidade Responsá­vel - A paternidade responsável é implícita ao pró­prio exercído da função conjugal. O problema quese coloca é: como fazer uma honesta c conscientepaternidade respDnsável'! O consenso universal nosdiz que existem ações 'honestas e {lções desonestas:nem todos os (ltos humanos são bons c honestDs.No modo como se realizar a paternidade responsá'vel é importante sobretudo salvaguardar a dignida­de da pessoa humana. Só hú verdadeiramente pro­gresso. só hú o desenvolvimentn do homem quando,:10 desenvolvidos as potencialidades natarais dehumanizaçào. Muitas ver.:es. a ciência e 1:1 técnica.quando mal empregadas. são desumanizantes. Se afissào c a fusão nuclear são empregados para imporo terror atômico, ou se conhecimentos de Psicologiasão empregados para lavagens cerebrais, não sepode falar de crescimento humano. O homem, no,eu agir. não pode ser inconseqüente e desorientado_Ele necessita de normas objetivas de comportamen­to. de critérios objetivos de moralidade, que não de­vem Ser confundidos com costumes (uso, con­venç:1o). Estes devem ser informados pelas regrasmorais. se se quer promover a dignidade humana. Aconsciência moral é uma necessidade básica do serhumano c isso é muito importante nesse momentohistórico. pois que - não é difícil de concluir - acrise da humanidade. a crise do nosso mundo. é den~ltllreza moral. A técnica em si é neutra, indiferen­te: depende de como o homem a utiliza ou para qué.Por exemplo. fazer aborto. mesmo dentro das me­lhores técnicas. consiste em matar seres humanosinocentes e indefesos. Não se pode falar em progre.­;0 humano quundo se institui a lei do mais forte! Oaborto continua sendo um crime mesmo se houverornissão legal da punição.

Quais são. portanto. as características de umapaternidade consciente humanizante? Considerandoque n funçuo do médico é a de prevenir e curar asdoellça' dentro das premissas da saúde e da norma­lidade do seu cliente ou da sua comunidade, quaissão. para o médko, as tinhas mestras de uma pater­nidade consciente conforme a natureza humana?

Do ponto de vista ético, é necessário não abrirmão dos valores genuinamente humanos que as so­luções pragmáticas desprezam. Dentre desses vaia­res. ressalta o respeito à integridade morfológica epsicológica da pessoa humana. Quanto mais se des­trói o processo natural do ato, tanto menos ele seconforma à sua instituiç:1o objetiva. Os processosartificiais de planejamento familiar não consideramessa desnaturação do· ato. Daí. todos eles teremcontra-indicações médicas. algumas de naturezagrave, absolutas, como é o caso dos anovulatórios:outrns vezes, menás graves, como é o Caso do colitointerrompido. do condun, do diafragma. etc., cujaspertubaçôes psicológicas para o relacionamentoconjugal "la conhecidos e não desprezíveis. Tam­bém é necessário reafirmar. dentro da sexualidadehumana, o respeito que se há de ter pelo outro - ()respeito à 'dignidade humana - e denunciar. vigo­rosamente. uma tendência da própria sexualidade: oinstinto dé posse de dominação. Há uma tendênciacaracterística do comportnmento atual. dc colocar oprazer como lím em si mcsmo do ato sexual e nessaperspectiva o outro é instrumentalilado como obje­tivo do prazer. Isso ê uma "'coisifícaçào~' da pessoa'humana. que atenta contra a sua dignidade própria.E a sexualidade humana perde a sua bondade natu-

mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ral em deirimento da exalt",;ào do prazer sexual. Ê aambigüidade que marca os grandes valores huma­nos. Em vez de libertar humanizando. o homem éescravizado à sua animalidade instintiva. reduzindoa sexualidade à sua dimensào genital, despersonali­zadora. Cria-se. dessa maneira. uma mentalidadefundamentalmente anticoncepcional. causa e conse­qüência do cgoísmo e utilitarismo característico donosso momento histórico. deturpando, desnaturan­do aquela bondade fundamental da sexualidade hu­mana. É o egoísmo sexual narcisista. imatllro e ca­racteristicamcnte irresponsúvel porque voltado parao próprio prazer e não voltado para a dimensãops;cossócio-biológica. interpessoal. humanizante,da sexualidade". (Págs. 128/129)

M'édicos: João Evangelista dos Santos Alves ­Dernival da Silva Brandão - Carlo, Tortelly Ro­drigues Costa - Wald:lI1ir Bragança."

voltaremos oportunamente ao assunto.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDS - GO. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputa­dos. o interior do Estado de Goiás. principalmente asSUas regiões mais distantes e sofridas - o Norte/Nor­deste goiano - estão :1 margcm das atenções do Minis­tério da Previdência c Assistência Social.

Faz mais de dois anos que várias dezenas de hospitais,centenas de médicos. cirurgiões-dentistas e laborataris­tas requereram. vêm pedindo e implorando credencia­mento no INAMPS e não conseguem, apesar de muitosdeles serem os únicos nos l\1 unicípios em que estão insta­lados.

Os segurados da Previdência Social estão completa­mente sem assistência médica e odontológica em mais deuma centena de Municípios do Estado. sendo a situaçãomais grave a daqueles que residem no Norte/Nordestede Goiás.

Por diversas vezes estive com o Ministro Hélio Beltrãoe com autoridades da Previdénc!a Social, sem êxito. po­rém.

A situação agrava-se e as preocupações ampliam-se deforma a se tornarcm inquietantcs. Por isso. volto a recla­mar. agora desta tribuna. as mais prontas e urgentes pro­vidências do Ministro Hélio Beltrão. a fim dc credenciarhospitais. clinicas e profissionais da área de saúde nosMunicípios do Norte/Nordeste goiano e de todo o inte~

riar de Goiás.Encareço maior urgência, sobretudo, no credencia­

mento de hospitais e médicos, pelo INAMPS. nos Mu­nicípios de Taguatinga. Peixe. [aciara. Colméia. Augus­tinÓpolis. Pedro Afonso e Itacajá, todos do Norte/Nor­deste de Goiás.

Confio na ação pronta e justa do Ministro Hélio Bel­trào em fa-:or dos abandonados segurados da Previdên­cia Social do interior do Estado de Goiás.

Era o que tinha a dizer.

Q SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PDS - RR.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs.Deputados. o transporte rOcloviário tem sido. semsombra dedúvida. o grande responsável pelo desenvolvi­mento e a ocupação da Amazônia. Nc:io fora o apareci­mento de rodoviás como a Bdém-Bnnsilia, a Cuiabá­Porto Velho. a Porto Velho-Mnnaus e a Transamazôni­ea. aquela imensa região estaria ainda hoje condenada auni crescimento moroso. ao longo dos rios. sem nenhu­ma perspectiva do progresso que hoje experimenta.

Roraima. o ponto mais setentrional da Amazônia e doBrasil. também só logrou um desenvolvimento mais ace­lerado apôs a inauguração da BR-174. em 1977. Essa im­portantc rodovia. com novecentos e setenta quilômetrosde extensão, partc.de Manaus. atingindo Boa Vista. Ca­pital do TeÚitório. e prossegue até o marco BV-8. nUffontei~a .;om a Venczuela, onde se localiza a Vila Paca-

Terça-feira IY 11831

raima. daí se conectando com u rodovia Santa Helena doUairêm-Caracas. permitindo. portanto. a ligação de Ro­raima com Manaus e o restante do Brasil e ainda com aVenezuela.

Essa rodovia. a BR-174, é dc vital importância para odesenvolvimento do Território e para a consolidação daeconomia do futuro Estado. pois permitirá o intercâm~

bio comercial e O escoamento da produção tanto paraoutros pontos do Brasil como para o importante comér­cio exterior com fi Venezuela e até com 05 países do Cad­oe.

Ocorre. porém. que desde a sua inauguração até aqui.decorridos seis anos, a condusão e pavimentação não sótem sido retardada como até mesmo os recursos para asua conservação tem sofrido cortes consideráveis. O Ba­talhão de Engenharia de Construção. o 6' BEC, respon­sável pela construçào e manutenção, tem atravessadoimensas dificuldadl>s. tendo que reduzir drasticamente oseu pessoal civil, sobrevivendo praticamente graças aosconvénios mantidos com a Prefeitura de Boa Vista e oGoverno do Território para a pavimentação de ruas.

Afora a importância para o desenvolvimento do Terri­tório, a BR-174 é também uma rodovia estratégica, im­portantissima para a Segurança Nacional, uma vez que éO único elo de ligação terrestre entre as imensas frontei­ras exteriores de Roraima e o restante do Pais.

Sabemos do interesse da Venezuela na conclusão dessaestrada. razão por que acreditamos que. através de con­vênio com aquele país, poderiamos obter asfalto a baixocusto e até por troca de mercadorias. ensejando. assim. aexecução mais rápida das obras.

Impõe-se maior intcresse por parte do Poder Executi­vo. no sentido de agilizar a conclusão da BR-174.

Apelamos, pois, para as autoridades responsáveis, es~

peeialmente o Conselho de Segurança Nacional. os Mi­ni.stérios do Intcrior e dos Transportes, para que sejamdestinados recursos s,uficientcs nuo só para a manu­tenção. mas também para a pavimentação daquela im­portante rodovia I"ederal no próximo ano de 1984.

Era o que tinha a dizer.

O SR. DE!'l[SAR ARNEIRO (PMDB - RJ. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. SIS. Deputa­dos. jamais poderiamos imaginar que O Poder Legi,lati­vo e!'itivesse cavando a própria .sepultura e que o enterropoder!l ser feito pelo povo brasileiro. já nas próximaseleições. Na Assembléia Legislativa do Estado de Ala­goas, está sendo dado o iníco a este réquiem. que esperonão seja seguido como um rastilho de palavra [lar todo oBrasil. Diz o .Jornal do Brasil de hoje, 31-10-83 o seguin­te:

"Embora o critério de distribuição de vagas naAssembléia Legislativa só pcrmita a Alagoas pos­suir 24 Deputados estaduais. na prática o Legislati­vo alagoano possui 29, podendo chegar a 31 antesdo recesso do final do ano. É que os Deputados titu­lares das vagas estão adoecendo com muita freqüên­cia nos últimos meses, o que permitiu ao PDS for­mar um terço de sua bancada com suplentes.

No mês que vem, ou, no mais tardar. no começode dezembro, deverão adoecer mais dois Deputa­dos. de acordo com os anúncios feitos na imprensalocal e em entrevistas com às suplentes interessados.Ai o PDS completará sete 'Deputados-suplentes,contra oito efetivos, dois dos quais dissidentes.Corno é provável ocorrer no PMDB um afastamen­to por motivo de doença comprovada, o número deDeputados em Alagoas ficará mesmo em 32. porqueesse é o número ·q1;lc a Tes·ouraria da Assembléiaprevê na sua folha.

O Deputado que se afasta continua recebendoSCLtS subsídios. do mesmo jcíto que '0 suplente queassume. Daí. se de direito da a'sscmbléia alagoanapossui 24 Deputados, de fato são 29, hoje. com en-

11332 Terça-feira I Q

cargos que atingem a casa de CrS 1,6 bilhão porano. O Presidente Benedito de Lira (PDS) jú anun­ciou que pedirCt uma suplementação de verba para84. Isto. antes mesmo da assembléia apreciar a pro­posta orçamentitria enviada pelo Governador Di­valdo Suruagy.

Os pedidos de afastamento se tornaram tão fre­qUentes que o Deputado José Alves (PDS) anuncioulImà licença de 120 dias, para tratamento de saúde,mas recuou depois, quando a Oposição lembrou a

inconstitucionalidade: ele já é suplente. Afastando­se ficaria sem receber seus subsídios."

Sr. Presidente, como os nossos irmãos nlagoanos fo­ram infelizes em escolher para seus representantes na As­

sembléia Legislativa alguns homens que não estavampreparados para aquilo que se propuseram antes dase1cições - defender os direitos do povo junto ao Exccu­tivo. Não sei se devemos dizer pobre povo alagoano oupohres criaturas humanas que mentiram nos comicil)s~

mentiram para seus amigos, mentiram para seus familia­res e acho que menliram até para si mesmos. traindo assuas consciências.

Sr. Presidente, que este exemplo de p[u..;simos represen­

tantes do nosso povo não sirva de modelo para as demaisassembléias. nem para esta casa que temos li honra de re­presentar.

Obrigado.

o SR. MÁRIO FROTA (PMDB - AM. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados aFolha de S. Paulo de 23 de outubro anuncia. em magnífi­ca reportagem de Osvaldo Perin, que o Presidcnte doInstituto Brasileiro do Café, Otúvio Rainha, deverú dei­xar o cargo por atritos com o Ministro Delfim Netto.

Isto não mereceria comentúrios nossos. já que não é o

primeiro caso. não fosse a informação de que Rainhomantém. além de uma mensào em Brasília. onde poderiautilizar apartamento de andar inteiro do !BC na SQS312, Bloco K, uma casa no Recreio dos Bandeirantes, noRio. c mais:

"Todos os diretores do IBC têm telefone em casacom contas pagas pelo Instituto (a maioria delastlca entre CrS ROO mil c CrS 1.200 mil por mês) e

cada um dos 7.800 funcionários recebe, gratuita­

mente. um quilo de café por semana. Os diretorestêm dircito a oito quilos por semana cada um."

Ora. Sr. Presidente. não faz muito o Conselho Inter­ministerial de Preços autorizou um aumento de 2.5% nospreços do pó de café, que pasou a custar. nas padarias.dois mil cruzeiros o quilo.

Isto quer dizer que. só de café. os diretores do lBC re­cebem o correspondente a 64 mil cruzeiros mensais, oque quase daria para pagar dois operários de saláriomínimo, atualmente desempregados.

E contra estas mordomias ninguém faz absolutamentenada.

o SR. ORESTES MUNIZ (PMDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados.com o aumento dos preços dos grãos em geral,

procedendo-se inclusivc à importação do milho, enquan­to o tempo vem correndo satisfatoriamente, os lavrado­res aumentaram a úrea cultivada e, apesar das dificulda­des com a aquisição de adubos. espera-se uma safra re­corde para o próximo ano.

Entretanto, os produtores começam a preocupar-seçom a situaçào da malha rodoviária. bastante danificadapelas chuvas. sem que se tenha providenciado sua recu­

peração. A continuar assim. é bem possível perder-seboa parte da safra, por dil1culdade de escoamento, resul­tando em apreciáveis prejuízos para os produtores.

É o que ocorre em quase todo o Estado de Rondônia.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào])

Em fins de setembro último centenas de lavradores deJaru. naquele Estado, endereçaram um abaixo-assinadoao Governador do Estado, ao Secretário de Estado e aoPrefeito, pedindo a recuperação da estrada que serve àLinha (,lO daquele Município. em péssimo estado, prati­camente intransitável logo com as primeiras chuvas.

Pedem a recuperação de pontes e bueiros e o nivela­mento do leito. alegando-se a absoluta inexisténcia detran,porte, tanto para o deslocamento de doentes comopara o transporte de mercadorias. enquanto vêm sendo

absurdamente onerados os fretes, criando dificuldadespara li transação com os técnicos agrícolas e bancários,em prejuízo da futura safra.

Essa situaçào tende a estender-se a toda fi zona rural,sendo necessário amplo c urgente esforço das autorida­des federais. estaduais e municipais. no sentido da recu­pcraçào do parque rodoviário no máximo dentro de seismeses, para que se proceda ao escoamento satisfatório

da produçào a~ríeola.

Se o lavrador brasileiro plantou mais, apesar de redu­zidos. pelo Governo. os incentivos creditícios. nào épossível que, na hora dc comercializar os seus produtos,perca a maior parte da safra. por falta de escoamento.

Se o Governo precisa. para melhorar a nossa situaçàotlnanccira e incrementar as importações. de maior es­fnrço produtivo 1 a lavoura. mais do que qualquer outrosetor da nossa economia, ê que tem condições para au­

mcntar o superávit do nosso balanço de pagamentos. Sc,entretanto. vê prejudicado o seu esforço produtivo 1 nahora da comereializar,:ão dos produtos, não há como fu­gir ao desttnimo, desencorajados os lavradores nas safrasfuturas, obrigando o País, mais uma vez, à importaçãode alimentus.

Assim, esperamos quc os governos estadual e munici­pal atendam ao justo apelo do Município de Jaru.

Era o que tínhamos a dizer. Sr. Presidente.

o SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB - SP. Pro­nuneia O seguinte diseurso.) - Sr. Presidente. Srs. Depu­tados, no início deste ano, após uma existência da maisalta validade, faleceu em São Paulo a figura extraordi­

nária do mestre. do professor brasileiro Lázaro Gonçal­ves Teixeira. um parente ilustre c digno que tive.

Natural da pequena i\1onte rv1ór. dos meus avós ma­

tcrnos, o Prof. Lazinho. como cra mais conhecido. dedi­cou mais de- gO anos a um viver positivo, no amhiente fa­miliar. na sociedade onde conviveu, no ensino primúrio.secundário t: normal. no comando das coü-;as da edu­caçào. sem nunca ter deixado de se voltar para as letrasda Língua portuguesa, que estudou profundamente, es­praiando sua versatilidade. decorrente de sua sensibilida­de c estudos. no poeta e no orador vibrante e preciso. deque nilo chego a ser sequer aprendiz.

Quando do passamento do Prof. LiJzaro Gonr,:alvesTeixeira. nào me foi possível fazer o registro devido datrihuna deste Parlamento, mas me valho agora da opor­tunidade. quando Sào Paulo e Monte l'vfór rendem ho­menagem ao seu filho, fazendo-o patrono de uma escola

pública daquela cidade próxima de Campinas. O educa­dor emérito foi lembrado. com justiça, para dar o seunome a uma escola que vai ensejar as primeiras letras aosconterráneos do homenageado dos dias atuais e futuros.

E. numa homenagem~hoje, do Parlamento brasileiro àvida altamente válida do Pro f. LiJzaro Gonçalves Tcixei­ra. deixamos aqui este registro. aproveitando o ensejopara transcrever, na íntegra, o pert1l biográlico do gran­de educador de mais carinhosa lembrança:

"Nasceu em Monte Mór, na Chácara das Rosei­ras, onde passou sua infáneia sadia, sua alegre e feliz.adolescência. Completou seus estudos em Campi­nas. desde jovem revelando forte atra.çào para oMagistério, Aliás, todo o resto de sua vida amou ser

Professor, no que foi inigualúvel mestre.

Novembro de 1983

Casou-sc com D. Maria Julieta Bueno Gonçalves,aqui presente, natural desta cidade. Foi filho, mari­do e pai amantíssimo c exemplar. Tiveram quatro fi­lhos: Walton, Wil1iam. Weber c Wilmes, tambémaqui presentes. Viveu ativamente para a família.

Galgou de maneira notável. todos os postos doEnsino Olicial Primário. Secundário e Normal. Re­sumindo sua brilhante carreira. deve-se mencionar:formou-se Professor pela tradicional Escola Normal"Carlos Gomes" de Campinas, em 1915: foi Profes­

sor Substituto Efetivo do Grupo Escolar de MonteMór. em 1916. É fundamental aqui. consignar quereferido Estabelecimento de Esnino. localizado nocentro da cidade e denominado "Coroncl Domin­gos Fcrreira Alves". foi construído em terrcno eeom tijolos doados pclo Sr. Roberto Gonçalves Tei­xeira, pai do biografado. Percebem. já, os leitoresdestc documento, que o homenageado tinha fortesraízes que o ligavam à esta cidade, desde as de seubenemérito pai, até aquelas pelas quais se estabele­ceu como mestre-escola aqui, no início de sua longa

carreira.Foi ainda: Professor da Escola Isolada do Bairro

da Santa Cruz, em Monte Mór, nomeado por De­

creto de 10-2-1916, do Exm' Sr. Presidente do Esta­do de São Paulo, Dr. Francisco de Paula RodriguesAIves. depois Presidente da República; e diretor das

Escolas Reunidas de Elias Fausto. em 1921, depoispor ele transformadas em Grupo Escolar em 1925.do qual foi o primeiro Diretor efetivo.

As.cendeu na carreira a: Inspetor Distrital do En­sino em Dourado, em 1928; em Espírito Santo doPinhal. em 1930: Delegado Regional do ensino emCasa Branca, em ]930: em Santos, em 1932; DiretorEfetivo dos Ginásios do Estado em Tatuí, em 1932;em Mogi das Cruzes, em 1939; Técnico de Educaçãodo Ensinn Secundário e Normal em 1946. na épocan mais alto cargo do Magistério paulista.

Foi, então, lotado na Diretoria Geral do Depar­

tamento de Educação, prestando serviços na Assis­tência Técnica do Ensino Secundário e Normal. noperíodo 1944-1947. Nomeado, depois, Secretário doServiço de Educação de Adultos, em 1948. do qualfoi Diretor. alto cargo em que se aposentou no Ensi­no aliciaI em 1955, tendo sido pioneiro e grandelíder da ,\Ifabetização de Adultos no Estado.

No Magistério particular, lecionou de t934 a1971 - quando se aposentou delinitivamente ­nos Colégios Piratininga. Oswaldo Cruz, Ipiranga,Escola Universitária. Curso Filo-Juris. DSP. DASPe Instituto Educacional e Faculdade Tabajara.

Concomitantemente à cducação de inúmeras ge­rações de jovens que preparou para a vida profissio­nal. - muitos deles, inclusive l1lhos seus, pessoasque exerceram ou exercem hoje atividades de desta­que em vários setores do Estado e do País - dedi­cou sua vida ao aprofundado estudo da língua por­tuguesa. da qual era exímio conhecedor. professor ehúbil estilista. poeta primoroso e orador e1oqliente,

tendo pontificado, nestes últimos trinta anos, comoum do seus mais reconhecidos especialistas.

Publicou as seguintes obras: 1.000 Questões de

Portugués: 1.700 Questões de Portugués; GramáticaHistórica: 2.000 Questões de Português; 2.500 Ques­

tões de Português: Questões de Português: Portu­gués Para Vestibulares e Assuntos da Língua Portu­guesa (no prelo).

Por seLls Méritos. foi distinguido com homena­gens, convites e elogiO$: Centro de Educação Fun­damentai "Professor Lúzaro Gonçalves Teixeira".no Estado do Cearú, em virtude de Recomendaçãoda Sessào Plenária do Congresso Interamericano deEducação de Base, ao Ministério de Educação eCultura (São Paulo, 1954); Biblioteca "ProL Lázaro

Novembro de 1983

Gonçalves Teixeira". da Faculdade Tabajara: Con­vidado Especial do li Congresso Nacional de Edu­cação de Adultos (Rio de Janeiro. 1958). onde rece­beu O título de '"Educador Emérito", pela Secretariada Educação: '"Aperfeiçoado r da Educação deAdultos no Brasil": "Florão do Magistério". peloseu talento e dinamismo, emanado do Prof. SudMenucci. Diretor-Geral do Departamento de Edu­cação: "Apóstolo da Alfabetização", pela sua pre­gação alfabetizadora, emitido pelo ProL LourençoFilho. Diretor-Geral do Departamento Nacional deEducação.

Finalmente. foi agraciado, no grau de Comenda­dor. com a Cruz do Mérito Cívico e Cultural. uficia­Iizada pelo Ministério da Educação e Cultura. pelaPortaria n° 153, de 4-6-1965. E cumpre. ainda, dcs­tacar que. entre suas meritórias atividades cívicas,nas funções que lhe foram atribuídas, participoucomo Paulista abnegado que era. da Revoluçãoconstitucionalista de 1932.

Além do que aqui já foi mencionado. sempremarcou sua personalidade por fortes traços moraisque o fizeram respeitado e amado por todos: peloseu temperamento macio: pela sua imensa bondade:pela sua sensibilidade romântica: pela sua capacida­de de relacionamento na comunidade e no trabalho.Era modesto demais. apesar de muito culto: bemhumorado, apesar de incansável pesquisador: solíci­to a todos que o procuravam para um ensinamento.a qualquer hora, apesar de árduo trabalhador.

Amava ensinar, foi Professor mais de meio sécu­lo. Fez da Escola sua Olicina e seu Templo. Deixavanaqueles que ensinava, sempre mansamente. a agra~

dúvel sensação de que tudo aquilo explicado já eraantes sabido e apenas estava sendo recordado."

Era o que tinha a dizer.

o SR. ONISIO LUDOVICO (PMOB - GO. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Depu­tados. depois de tO anos a Argentina volta a respirar a li­berdade, vivendo intensa e ordeiramente uma espetacu­lar campanha eleitoral, cujo principal ingrediente foi adisputa pela Presidéncia da República, em pleito direto elivre.

Essa lição da Argentina deverá ser absorvida por todaa América Latina.

O Brasil que, segundo um certo presidente norte­americano, guiava os destinos dos povos da América doSul. perde para a Argentina essa oportunidade de mos­trar o caminho da democracia. único regime capaz derepor-nos na senda do progresso de promover o reencon­tro de povo e Nação.

Mas não é tarde demais, a sucessão do atual presiden­te está apenas em seus começos. há tempo para recuperara liderança nascida dos bons exemplos, desde que siga­

mos os mesmos passos do país vizinho. realizando umademocrática eleição direta para a Presidência, na qualtodo o povo possa manifestar sua livre escolha.

Em 1964 demos um mau exemplo para toda a AméricaLatina, ao desfechar um golpe de estado em nome da de­mocracia. instalando a mais longa ditadura militar denos~a história.

Fomos acompanhados por todo o Cone Sul e por qua­se a totalidade dos países sul-americanos.

O fracasso dessas ditaduras militares não apresentouuma única exceção. Os regimes discricionários entào im­postos levaram todas elas ao caos econômico. Agora. osseus povos exigem a devolução do poder aos civis, pormeio de eleiçàes diretas, livres e democráticas.

Fazemos um apelo a cada um dos integrantes do Con­gresso Nacional para que, dando forma prática aos an­seios de toda a Naçuo bmsileira, seja elaborada. propos­ta e aprovada Emenda Constitucional que devolva aO

povo O direito de escolher o seu J!overnantc máximo.

DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Depende de nôs, não devemos mais protelar a mcdidasalvadora. é esta a hora!

O Congresso rejcitou sobcranamcntc o Decreto-lei n'2.045, que vigorou de julho li meados de outubro e nãotrouxe qualqucr resultado benélico. Deparâmo-nos. ago­ra, com (\ 2.065, quc por certo será aprovado com a aju­da dc ccrta Oposição. mas não trará também resultadoalgum. Não está no achatamento salarial a solução denossos problemas econômicos, nem. outrossim. no au­mento dos tributos. O erro reside no sistema e na equipeque compõem o Govcrno.

Unicamente a eleição direta de um Presidente evitará aconvulsão social do Brasil.

Com o endosso de toda a Nação, um novo Presidente,com cquipc inteiramente deseompromissada perante oscredores internacionais e ínspirando credibilidade juntoao povo brasileiro, terá condições de equacionar osproblemas existentes. solucionando-os segundo a conve­niência geral e reatando os limites entre Governo, Naçãoe povo.

O SR. NOSSER ALMEIDA (PDS - AC. Pronunciao seguinte discurso.) ~ Sr. Presidente, Srs. Deputados.temos recebido sucessivas reivindicações das classes pro­dutoras e setores de comércio do 110SS0 Estado, encare­cendo nosso empenho junto ao Se Ministro dos Trans­portes. Dr. Cloraldino Severo, no sentido de que sejaproporcionada melhor assistém:ia relativa à conservaçàoda Rodovia Brasília-Acre-Divis3 do Peru, tendo em vistaprincipalmente a atual quadra chuvosa que se inicia.

/\. conservação daquela estrada 'le torna inadiável,uma vez que () comércio do Acre só se aba.stece atravésda navegaçào nuvial. de novembro a março.

Desnecessário :-;e torna dizer da importúncia da BR­364 no contexto da integrnçuo naciunal. com um percur­so superior tI quatro mil quildmetros.

Através do 79 Batalhão de Engenharia e Construção(BEC) sediado em Cruzeiro do Sul, {1 Exército vem pres­

tando ine'timável colaboração 'la trabalho de manu­tenção da rodovia que reprcsenta, para nós. O grandcpasso para a verdadeira redenção ~condmica da região.Mtl5. infelizmente, i] falta de recursos financeiros para oBlltalhão de Engenharia c Construç'lo tem dilicultado otrabalho das obras de consolidação que se fazem ncces­súrias, como pontes sobre os rios mais caudalosos porelas atingidas e serviços outros de conservação durante operíodo de estiagem. A estrada, com as chuvas que co­meçam a cair, já se encontra em péssimas condiçôcs detráfego, dificultando a passagem de caminhões pesadosque vão do Sul e conseqüentemente oferecendo sériosobstáculos à chegada dc mercadorias.

O Acre e os acreanos esperam do governo do Presi­dentc João Figueiredo, bem como do Ministro Cloraldi­no Severo. todo empenho e atcnção à BR-364, pela im­portància do papel que lhe é reservado na marcha para oOeste.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente,

o SR. FRANcrsco ERSE (PDS - RO. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, asociedade brasileira deve estar ainda traumatizada comas cenas de violência e selvageria a que assi.stiu pela tele­visào, protagonizadas por dírigente:-; do Bangu, contra otrio de arbitragem de um jogo de decisão do Campeona­to Feminino de Futebol, no Rio de Janeiro. Ê a violênciainvadindo os campos de futebul: invadindo as principaispraças de esportes do País, para tentar fazer cair por ter­ra a mais importante máxima latina: "meus sana in cor~

pore sano".Aflige-nos tão profundamente tal situação. tão carre­

gada de ameaças para o futuro, porque a violência tentamacular o que há de mais sublime no csporte: o traço deIlnii10 que simooliza a confraternizaçiío entre todos ospovos do universo. E o que é mais grave ainda, transfor­

ma a execção em regra. porquc cm quase todos os jogos

Terça-feira 19 11833

de futebol a televisão nos tcm mostrado ccnas dcprimen­tcs. com atletas praticando atos passíveis de puniçãopelo Código Penal.

O Brasil vive a extraordinária conjugação dc esforço- Governo-povo - no sentido de sc consolidar a aber­tura democrática, com a remoção dos óbices existentesna área do subdesenvolvimento, apesar de se defrontarcom um dos mais altos índices de inflação dos últimostempos, para que possamos construir uma sociedade de­senvolvida e, acima de tudo. justa e solidária.

Cumpre a todos nós. homcns públicos, c a todos ossegmentos da sociedade, estudar a fórmula de que sedeve valer a democracia para salvar-se da ação dos seusinimigos. principalmente aqueles que tentam macular aboa imagem de progresso e de honestidadc do Governobrasileiro, Razão pela qual, desta tribuna, repudiamostodas as práticas de violência que atentem contra os di·reitos humanos.

No caso específico do nosso futebol, o chamado es­porte das multidões, os órgãos competentes - CBF eCND. devem reformular a legislação esportiva. parafazê-Ia capaz da ação de medidas mais enérgicas, quepossam acabar. de um vez por todas, com atos de vio­lação aos direitos humanos.

O SR, RUBEM FIGUErRÓ (PMDB - MS. Pronun­eia o scguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, os desnstres ecológicos r~gistrados no Estado e lito­ral de São Paulo devem scr avaliados por todos os úngu­los, inclusive (I de terem sido aqueles acidentes resulta­dos de atos criminosos.

Não estou levantando suspeitas. Mas a circunstânciade sc tercm repetido de,astres ecológicos. quer no vala­mento de óleo bruto. quer no derramamento de. gasolina.precisa ser avariada seriamente. E. se crime houve, há dI;scr punido exemplarmentc.

Estou crendo que a PETROBRAs, que o ConsclhoNacional de Petróleo e que o lvl1nistério das Minas cEnergia ainda hão de prestar os esclarecimentos devidose nccessários. É grande o prcjuízo do País eom aquelesescapamentos de óleo e de gasolina. Não estamos emtempos de desperdícios. Causas houve e necessitam serapuradas. E sc tudo rcsultou de acasos - ou de omissõesinjustificadas - o povo precisa ser esclarecido devida­mente.

Outro detalhe a ser observado ê em relação às con­dições de manutenção c conscrvação desses oleodutosque, sob terra ou sob mar. percorrem distãncias. e de seuinterior confiam os brasileiros quc riquezas estejam sen­do transportadas com segurança. Mas esta ccrteza pare­ce esvair-se, à luz desses últimos acontecimentos, que to­do~ lamentamos, que todos tememos possam ser repeti­dos.

Estou a solicitar. desta tribuna, os esclarecimcntos queainda não chegaram à opinião públiea. E também buscosaber o montante dos prejuízos e quem vai arcar com osmesmos. Pretendo ter o conhecimento real das causas dodesastre e saber quando os problemas decorrentes da­quela situação estarão superados e resolvidos.

Nossos administradores, no Govcrno e nas empresaspúblicas. ainda não perceberam a necessidade de umareal e forte comunicação com o povo. Administram acoisa pública como se ela deles .fosse particularmente.Por isso, nada esclarccem. tudo escondem, fazem do sub·terfúgio a regra da comunicação social. Por isso, nao ra­ro, é preciso exigir informações.

E deixo. com estas considerações, a indagação do fatoque me preocupa: foi desastre ou UOl crime ecológico oque aconteceu em São Paulo I no derrame de petróleo ede gasolina?

Era o que tinha a dizer.

O SR. rRrNEU COLATO (PDS - RS. Pronuncia oseguinte discurso,) - Sr. Presidente. Srs. Deputados,"para grandes males. grandes remêdios". assim poderia

11834 Terça-feira I"

iniciar o meu pronunciamento de hoje. Ê o que todaNaçào testemunhou recentemente e ainda continuaacompanlwl1do. Retiro-me ti demonstrnç:1o de solidarie­

dade do povo brasileiro para com os flagelados do Sul.por ocasião das enchentes catastróficas. nos meses de ju~

lho/agosto, e para com os irmàos nordestinos, duramen­te atingidos pelo fla:;c1o das secas. Todo povo brasileirose comoveu com os irmãos sofredores do Sul e do N or­deste. destinando-lhes parcelas das sobras - alimentos edinheiro - para aqueles qlll: fomm tão drasticamentegolpeados pelas adversidades. Atestado incontcstc dasensibilidade" da gcnerosidade da g"nte brasileira, capazde gesto.s altivos nas horas de aprêmio e de extremas difi­culdades. Sempre tivemos grandes rem&di05 para 05grandes males.

Para o bom éxito deste gesto solidãrio do povo brasi­leiro contribuiu decididamente a Legião Brasileira deAssistência - LBA. atrav&s da eampanha "NordesteUrgentc". COm o apoio da Rcde Globo de Televisão.

Sr. Presidente, Sr,. Deputados. prcciso reportar-me aotrabalho e~emplar e humano da Legião Brasileira de As­sistencia - LBA, que tem à sua testa a incansável Presi­dente L~a Leal. mulher profundamente dotada de huma­nismo e dedicação. de verdadeira doação ao próximo.Destaco no mesmo plano a participação desta nobilitao­te campanha da Rede Globo de Televisão. sempre pre­sente nos acontecimentos que sacodem a Naçào brasilei­ra e que tem a dirigir-lhe os destinos Um homem de largavisão e profunda sensibilidade. (o Presidente DL RobertoMarinho. Enalteço de público e,tas duas Figuras que Serealçaram nesta campanha em prol dos flagelados. nacampanha "Nordeste Urgente": a Presidente d~ LBA,Lêu Leal. e o Pr~sidente da Rede Globo de Televisão,Dr. Roberto Marinho.

.-:\lêm dlsso. Sr. Presidente. Srs. Deputados, queromostrar a extensào e a amplitude da campanha desenca­deada [1J.ra ajudar ü:5 irndos nordestinos. traduzindodesta tribuna os nümer(o,~ das doaçõe~;; em gêneros ali­mentícios. rOlJptJs e v3Jore:, mÜ\lciúrius, !\té ~ dia J4 donu~nte. em todo:>; o', qU:..J.drilntc5 do PaÍG. haviam sido ar­r.;cadados j'(J54.15(j tondadai" de alimentos e o depósito

em Banco li,i d" ordem de Cr$ ~.458.745.823.16.Do to­ta! de alimC:n1o:. doado:,;, consoante informação da Presi­

dente da LHA. 1.03.'..33 toncladas já fL'ram distribuidasram as úrens m:lls atingidas c indicada:; pela SUDI::::.l~E.

Ademais. 3.160. IQi) toneladas de alimentos encontram­se no depósito da SU DENE, cm Rceite, onde vêm sendoempacotados G, posteriQrmentí~, dcstin:J.dos a outrT~

úreas afetadas pela seca; ainda ~.IOO toneladas estão sen­do tranqportadas via lUaritima e mais 602 toneladas cs~

tão sendo tran';portadas atrav~s de caminhões da ca­BAL. da AssC'ciação Nacional de Transportadores deCarga e de Vagões da Redc Ferroviária NacionaL Com I)

dinheiro arrecadado e depositado no BRADESCO. aLBA adquiriu da CORAL. ao preço custo/dia, 60[) ces­tas de alimentos húsicos - arrOl, feijão, aç'úear, sal. ma­I...~árrão, leítc em pó c farinha de mandioca - num totaldc 10 quilos cada. totalizando 3 (tr~sl bilhões de cruzei­ros. Estas ccstas de alimentos básicos atÍngem a 600 milsacola., de 1(i quilos cada uma e devt:rào ser distribuídas

tão logo termin~m os alimentos doados.

Gostaria de referir-me ainda. depois que acabei de es­

hoçar um breve relatório da campanha "Nordeste Ur­gente". 3$ palavras textuais da Presidente da LBA, pro­curando traduzir o sentido da campanha para o povohrasileiro e para a Naçào: "'... Mais do que um auxílioemergencial. mais do que um óhvio paliativo, o que res­tará dessa campanha foi o despertar da consciência na­cÍi.-ma! para uma situação até então aflitiva, sobretudorara os Governo,r; que\ através de vultosas verbas1 vembuscando soluci(lnar (' terrivel problema nus suas causasú.ltimas. Nern mer,;mo os :,egmenlo:.. mais ravoreGido~ ­

até mesmo nos seus respectivos E~~tados - se sensibiliza­ram, como hc~jc, C'om um problem~l que é de todos n6.s.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç:ío I)

governantes e governados". Faço especial referóncia àpassage.m em que a Pre:::.iLiente d.iz que '"a campanha foi O

despertar da consci~ncia nacion~P·.Não será isso, sobre­

tudo, de que mais necessita. hoje. a Nação?Léu Leal ainda aduz o grande gesto dos brasileiros:

'", ..O importante e que todos saibam que este gesto de

amor e de fraternidade cristào uniu o sofrimento doNordeste e a convalescença do Sul numa só Naç3o. Oimportante é que aqueles que só ,",cem nes~es movlmen­tos de solidariedade ~ dos quais nem ~empre participam

- apena.:- motivos de criticas c de incompreensàes, po~­saro constatar a seriedade dessa campanha, através dasprcstaçõc::: de contas que a LBA fará questão de dívlJigarc comprovar. ate o :.-cu finar'. Dê-se o destaque à scric~

dadc com que a LBA quer levar a campanha até o 'cudesfecho. numa época de tantos rumores em [Orno de lc~

viandadcs c- até falcatruas. Admiro, sobretudo. a lisura ea honestidade nas pessoas e. principalmente. admiroaquela, pessoas que não mandam apenas os outros prati­carem a lisura c a honestidade, mas elas mesmas a prati­cam. Esta campanha. efetivamente. carece dessa marcade \impidel.. sob pena de cair no descrédito. aviltar-se edegringolar para a desmoralização. Muitos brasileiros jáperderam a fê. o crédito. a confiança em certo> movi­mentos. pelo número crescente das desonestidades prati­cadas, qu-: não mai:-- colaboram com ninguém e com na­da. Admiro e cumprimento a Presidente da LBA cm facede ter dcmonstrado Firme disposição dc levar a termoesta campanha com as contas limpas. Esta atitude anga­ria crêdito para o trabalho da LBA. dando-lhe aval parafutura" atividades.

Nàn vim a esta tribuna unicamcnt~ para tecer encô­mios, Quero também tirar uma lição deste episódio. Ou­tras secas hào dt vir. ou mesmo esta que as,sola (I Nor­deste poderá pcrdurar ainda por muito tempo. Outrasenchente~ inevitavelmente ocorrerilo. O povo quererác-o]a!Jurar. ou poderâ o povo ~olaborar constantementecom campanhas filantrópicas. humanas. cristãs. da e~pé-­

ele lb qUE a LBA desencadeou com o apoio di:! RedeGlobo de Telcvisào? F. uma incógnita. E não se pode vi­ver de incógnitas. Há que S~ buscar soluções p;Jra a seca.

() povo tlllfdestino nrto podi:' ficar [1 mercê dos caprichosclimútko~, esper:lndo sohreviver da caridade do povo

brasileiro, porque no momento em que e::-ta falhar oucam,ar, aquele povo de t:.mtas cicatrL'~e,:,: morrerá de. fome

e inanição, Por i~so. nesse momento de afliçào ~ de apre­mio. t:urnpn:: arr~gaçar us mang:~i~ na procura de soluçriodefiniti\'a~;. contando rum isso com a disponibilidadedos brasileiros em colaborar nii.o apenas materialmente,

mas com idéias. sugestões. estudos e pesquisas. que segu­ramente valem mais do que li simples doação de alimen­tos e/ou dinheiro. porque, enquanto Gstes sào consumi­do.s, aquelc~ perduram. Há que haver meios para dar aoNordeste uma saída honrosa para os seus problemas. ONorde~tc nào pode continuar st::.ndo o primo pobre desta

imensa família brasileira, Df:cm-,e condições para aque­le povo e ele deixará de ser um peso para n Naçào.

A dc'pcilO de tudo. os méritos da campanha c do tra­

balho da L~gião Brasileira de Assistência ninguêm podetirar. Que esta vontade incontida de ajudar, de servir, deassistir nào esmoreça e não esmoreça também esta von·tade férrea da Presidente em emprestar à obra da LBA oestigma da scriedade e honestidade. A Rede G lobo deTelcvi::-ào prossiga. outrossim. emprestando seu apoio àsboas 1niciatívas: o povo saberá retribuir em síntonla.

E, agom. Sr. Presidente, Srs. Deputados. termino poronde comecei: '~para grandes males. grandes remédios".

Os grandes males estão ai. Os remédios háo de vir.Era o que tinha a dizer:

o SR. HAROLDO LIMA (PMDB - BA. Sem revi­sào dn orador.) - Sr, Preside.nte, meu pronunciamt:nto ésaudando (I final do regime miliutr na Argentinu.. t! re~

conquista da democracia naquek Pais c desejando qUt:

no Hra,":,i I aconteça () mesmo,

Novembro de 1983

O SR. WILMAR PAUS (POS - RJ. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Dcputados. umadas grandcs vi.oléncias contra a Iiberdadc do parlamcntarcstâ evidenciada na in,tituição da infidelidade parti­dária. Trata~~e de dispositivo constitucio11al. regularncn N

tado na Lci Orgânica dos Partidos Políticos - Lei 5.682,de 1971, posteriormente alt~rada em 1978 pela Lei 6.767.que diz em seu art. 72:

""Perderá o mandato o Senador, Deputado Fede­ral. Deputado Estaduai ou Vereador que, por atitu­de ou pêlo voto. se opuser às diretrizes legitimamen­te esta.belecidas pelo~ ôrg:ãos de direção partidária,ou deixar seu Partido. salvo para pa,ticipar. comofundador, da constituição de novo Partido."

Essas mesmas palavras constam da nossu Consti­tuição. em seu art. 152,

Pelo art. 73 da L-=i Orgúnica, as diretrizês J~gitima­

mcnte estabelecidas sào a5 que forem fixada5 pelas Con­vençàes ou Diretórios Nacionais. Regionais ou Munici­

pais. convocadas na forma do cstatuto e com observân­cia do quorum da maioria absoluta. É igualmcnte faltaabster-se propositadamente de votar em deliberaçiío par­lamentar ou criticar. fora das reuniões rcservadas dosPartidos. (] programa úu as diretrizes partidárias.

Esse "fechamento dc questão" por parte do Partido êaltamente prejudicial não só à liberdade de cada parIH­mentar. mas à própria instituição partidária. que. aoamarrar todos os seus correligionários compulsoriamen~te a um compromisso do qual muitos discordam. termi­na por trazer '.1 descontentamento. a decisão e a rebeldiaao seio da. agremiação.

Um Congresso forte precisa ser formado por parla­mentares igualmente fortes, porque. cümü dizia o ines­quecível Deputado Djalm2 Marinho. "num processo de­mocrático em que um Congresho ÜU um Parlamento nàoparticipt: para preparar e~<~e destino e Ufn ct::mitêrio demortos-vivos. no mínimo,'"

O tralntlho político é dll:~JZ na proporçào em que ele écapal de modificar a realidade em favor dü b~m comum.Para isso é necessário que .,;:'{i~~ta a harmonia dentro dI)

partido. dentro clt) Cong.rê[~"k\ Naciünal c, priOljpalmen~tl-" entre os Poderes Executivo, Lr~gü;{alivo e JudiJ..:lúril).

A integraçüú entre e;;~)es três Podere:. ê qUt: proporcio­narú (1 ilperfeiçoarncnto das n(l~:;<j3S in~títuiçõe~~. Um Po­

der Leg.islativo atuante é impresc.:indívd para que os atosdo Ex.eclltivo 0;10 aconteçam sem P ~lvHl da .';ucicdadebru,,,ilcira que esta CaS~l reprc;:;cnta,

Aqui é que se instalu a t:9....:o1a da democracia. na medi­da em que as \'ária:~ tCl1dcncbs nacionais se renetem nopo;;;icionamcn1o dos parlamentares. f\..·o Congresso 'Ja­cional ê que aprendemos a tolerar as opiniôcs diverg~n­

t(;:1' c a conviver com idéias opostas. {ç<spdtando-as. Êaqui que se bUSCJ I,) c(.'\nSi2nso.

O cxcrcíci(} úa política ,~ difícil. morüso, delicado. Húque aprender a ser paciente. a ser convincente. a ser con­ciliador. e tambêm a ser firme. E preci:~o. sobretudo, ";'S~

tar atento hs a::.piruções popu18rcs:, auscultando os legíti­

mos anseios do povo brasileiro.Para isso fomos inve:.;tido~;do nosso mandato. e t: a h!.~

vur da sua plenitude que hoje subimos a esta tribuna.Devemos honrar o compromisso assumido desde a nossacampanha eleitoral Com a comunidade que no, elegeu. Epara que exercitemos plenamente o nOSS(l dever comoparlamentares necessitamos de um Poder Legislativoatuante.

Por isso é imprescindível que nos devolvam as prerro­gativas do Legislativo, a fim de que est8 Poder seja real­mente soherano.

o SR. JOAQU!M nORIZ (PMDR - GO. Pronun­cia o seguinte discurso.) - SI. Presidentct Sr5. Deputa­dos. em março deste ano. a I-.Ietais de Goiás SiA - ME­TAGO - representavâ um dos maiores desafios para oGoverno lris Rezende- ;\1achado. ;), m'::nos que se co10-

Terça-feira 19 11835DIÁRIO DO CONGRESSO "iAClONAL (Sec;ào I)-----------------------

"iovembro de 1933

casse à frente do empreendimento alguém que, além decapacidade administrativa, tivesse capacidadc criadora eostentasse firmeza de posições para liderar uma empresacom tamanhos horizontes, tendo em vista as reservas e aprodução de minérios no Estado.

Sempre inspirado na escolha da sua equipe, o Gover­nador goianu chamou o ex-prefeito de latai. Mauro An­tonio Bento, que se encontrava de férias na Europa, de­pois de consultado pelo Senador Lázaro Barboza, paravencer o desafio da METAGO.

Ao tomar posse a nova Diretoria daquela empresa deeconomia mista, estava ela estagnada, quase inviabiliza­da pela monstruosa dívida de dois bilhões de cruzeiros,toda a renda comprometida com o pagamcnto do pes­soal.

Foi cntão que Mauro Bento, equacionando o proble­ma administrativo e trazendo de volta numeroso pessoalà disposição de uutros órgãos, passou a eliminar as mor­domias, os dispêndios com lanches, diárias e combusti­veis. Eliminada a ociosidade, hoje. passados apenas setemeses, a METAGO se transforma num bem sucedidoempreendimento público. Assim é que a produção de calcomeçou a da': resultados em agosto último, juntamentecom a produção de calcário e brita. viabilizou a Goiáscalcário: ativada a fiscalização da receita do Imposto ú­nico sobre Minerais. com o apoio da Secretaria da Fa­zenda, teve grande incremento essa renda financeira,bastando dizer que em Alexània arrecadou-se em ummês o correspondente a toda a arredaçào do ano passa­do.

O Projeto Americano do Brasil, a quem faltava idonei­dade em presarial, está, hoje, a um passo da regulari­zação definitiva, providenciando-se a constituição deuma nova empresa para rcativá-Io, com a produçào decobrc, niquel. cobalto e supcrfosfato simples.

As despesas com a manutenção do restaurante que aMETAGO mantém para os funcionários foram reduzi­das, com ti criação de uma grande horta e o aproveita­mento de terreno e mão-de-obra ociosa, propiciada umaeconomia de um milhào de cruzeiros por mês.

Intensificaram-se os trabalhos de análise químicas ebeneficiamento mineral, atravês de centro tecnológico daMETAGO. reativando·se as frentes de prospecção, pes­quisa e lavra de minêrios, atendendo à decisão de MauroBento, ao declarar:

"O que estamos procurando fazer ê justamentepotencializar essa.s riquezas, para que a METAGOpossa cumprir sua finalidade de transformar em di­visas os recursos minerais do subsolo goiano. geran­do empregos para o povo e receitas para o Estado."

Iniciada na atual administração. o Projeto Ouro, noMunicípio de Crixás, aiuda este ano produzirá cerca dedez quilos do precioso metal por més. resultando umarenda mensal de cento e sessenta milhões de cruzeiros.

Hoje ninguém mais duvida de que a METAGO cum­prirá os objetivos para que foi criada, det1nitivamentesuperada lima fase de estagnação. graças à verdadeira re­volução administrativa promovida por Mauro Bentoque, anteriormente,já Se mostrara digno da confiança dopovo de Jatai transformando com a sua arrojada admi­nistração a tendência política do seu Município e quecada dia mais se firma na admiração do povo goiano.

Devidamente dinamizada a exploração dos reeursosminerais do nosso Estado, temos absoluta segurança deque Goiás, na atual administração do ilustre Governa­dor Iris Rezende Machado, servirá de exemplo de pio­neirismo às demais unidades da federação, colaborando,decisivamente, para que, pelo esforço produtivo da suagente, disponha o Brasil de elementos e instrumentospara superar a crise que atravessamos.

Era o que tinhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR, PEDRO NOVAIS (PMDB - MA. Pronunciao !:'eguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados.

trago ao conhecimento desta Casa um elenco de relvmdl­caçôes da l\s~ociaçüodos ivIutuários do BNH do Distri­to Federal, em fase de organização, cujo núch;ü inicial jásc compõe de 400 integrantes,

I) - Respeito às condições contratuaisOs atuais mutuários do BNH encontram-se sobressal­

tados corn a possibilidade de os reajustes das prestaçõescontinuarem a ser decretados em nível superior ao esti­pulado nas cláusulas contratuais. o que lhes exigiriamaiores sacrificios para o pagamento das prestações, di­retamentc. ou indirctamentc lhes causaria transtornoscom a neccssária e indeclinável intcrposição de recursojudicial. O desrespeito às condições contratuais dará en­sejo a crescente inquietação e instabilidade sociais. comreflexos perniciosos para o País.

2) - Garantia de equivalêneia salarial das prestaçõesComo corolário, para tanto postula-se a edição de ato

legal que assegure aos mutuários assalariados, no pre­sente e no futuro. a impossibilidade de que suas pres­tações sejam reajustadas em percentual superior ao rea­juste de Seus salários, Isso, alêm de eliminar a Causamaior das inadimplências l contribuiria para assegurar acredibilidade do SFH. garantindo-lhe, conseqüentemen­te, a sua continuidade, o seu fortalecimento e o seu de­senvolvimento.

3) - Redução e reesealonamento das taxas de jurosPretende-se reduçào àe até 30% das taxas dejuros l que

deveriam .ser reescalonadas segundo o n lÍmero de U PCsdos empréstimos. Essa providência favorecia as classesdc mais baixa renda. constituindo·se, por sua vez, emmais um mccanismo de redistribuição dc renda.

4) - Restabelecimento de abatimentoPretende-se seja restaurado o abatimento de 12% nas

prestaçôes pagas no ano ant~rior, desde que n<1o tenhamsido quitadas com atraso superior a 90 dias do, respecti­vos vencimentos. Tal medida '~onstituiria, sem dtJvidu l

valioso estímulo para a pontualidade dos mutuários,

5) - Dedutibilidade do Imposto de RendaPostula-se também a dedutihilidade do total dos juros

e da correção monetária pagos no ano-base, bem comoas despesas de cartório nos casos de transferência do fi­nanciamento, Essa dedutibilidade se impõc como precei­to necessário e impostergável de justiça fiscal. de vez quejuros e corrcção são aritimctieamcnte redutores de rendasobre a qual incidc o imposto.

6) - Rerinanciamcnto dos novos contratos sem taxas detransferência

Nos casos em que o imôvc~1 ê negociado pelo mu­tuário. pleite.a-se que o novo mutU/lrio possa refinunciá­lo ou assumir o débito existente, sendo-lhe I.mnôferido osfavores fiscais e a redução de taxas de juros. sem qual­qucr acrêscimo. a título de taxa dc transferéncia. As ta­xas de transferência atualmente cobradas pelos agentesfinanc.:eiros sào injustificáveis, porque extorsivas de talmodo que nào há título que as expliquem, a não ser a vo­

racidade sem limites e o espírito de usura de lais agentes.

7) - Comprometimento dos fundos de participaçãoPleitea-se sejam reservados, no orçamento da União,

em favor do BNH, 5% dos Fundos de Participação dosMunicípios. dos Estados, Territórios e Distrito Federal.Tal aporte financeiro possibiiitaria nào apenas a ~xpan­

sào dos financiamentos, como também permitiria re­dução nos reajustes das prestnçôes daqueles inferiores a3.500 UPCs. Não sc deve esquecer jamais que o BNH éum Banco de tlnalidade social. por excelência.

8) - Redução dos emprêstimos imobiliáriosPostula-se a redução, em 50%, o IPTU e do ITBI. para

os imóvcis adquiridos com financiamento do BNH. Talredução .seria medida complementar ao esforço do poderpüblico, no sentido de cooperar, com a população, parali aquisição e li rm.lnut~nçào da casa própria.

Estas reivindicações constam do documento que aque­le Núcleo enviou ao Ministro do Interior, traduzindo asaspirações gerais dos mutuãriús assalariaàos, e rct1etin-

do suas angústias e preocupações, a que não podem estar:..t1heias suas famílias.

Fazendo nossos os apelos daqucles servidores, tantona qualidade dc assalariado quanto de mutuário, nós nosposicionamos ao lado de milhões de brasileiros, injusta­mente penalizados por tcrem acreditado no governo e noseu programa da casa própria.

O SR, MILTON BRANDÃO (PDS - PI. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, Sr.l. Deputados, venhoconsignar mais um protesto, que significa também umapelo, com relaçào ao açude Joana. em Pedro lI, que es­tá sendo construido em local impróprio, ou seja, no lu­gar denominado Guaribas. Esperamos sejam considera­dos os argumentos contrários a essa localização e trans­feridos os operários mobilizados para esse trabalho parao lugar Joana, no rio dos Matos, onde podcremos eonsio­guir um volume d'água suficiente para atender o abaste­cimento da cidade e irrigar as tcrras adjaccntes, ou seja. amontante e a jusante do açude.

Sr. Presidcnte, esse emprecndimento cstá incluído narelação dos açudes e barragens que reivindicamos ao Mi­ni~tro do Interior, iVlário Andreazza, e que beneficiarãoos seguintes municípios piauie:nses: Pedro Ir, Sào Rai­mundo Nonato, Caracol. Canto do Buriti, Dirceu ArcoVerde. Simões. Jaicós, Picos, Bocaína, São Miguel doTapuio, Castelo, Campo-Maior. Barras, Capitão deCampos, Piripiri, Piracuruca, Domíngos i'v10urào e Ba­talha.

Desses açudes, apenas está sendo construido o que foisituado em Bocaína, que atenderá tambêm ao muniCípiode Picos. O, demais suo todos açudes· médios e pequenosc SUa comitruçilo não representa nenhuma sangria ao Te­souro. Nosso pleito vem de muitos anos, mas até agoranão foi levado em consideração.

Na verdade, não se compreende a posição do Minis­tério do Interior. não atendendo a esses pleitos, que po­dcrão abrigar parte dos oporários alistados nas frentes deserviços. Representa a iniciativa a possibilidade de apro­veitar e;oa mão-de-obra em empreendimentos que repre­sentam contribuição dH maior valia para a solução docrucial problema d'água, que hoje c transportada degrande;1 dishincias por meio dos caminhões-pipas.

Considere-se ainda os compromissos que têm o Go­verno para com a região, a cada dia mais empobrecida, etambém com as suas populações, que permanentementese dcslocam para outros pontos do território nacional,num êxodo que aumenta as dit1culdades e a tensão socialexistentes em muitas cidades do nosso Pais, c, mais ain­da, caracteriza um atentado aos direitos das populaçõesnordest.inas, que, humilhadas, deprimidas. famintas, vi­vern a tragêdia de 5 anos consecutivos de uma seca im­placável. que tem ceifado vidas. destruído as plantações.os rebanhos de gados e comprometido seriamente nossaeconomia. Tudo isso em conseqüência d~ imprevidêneiade vários governos. que nào atentaram para os reclamosdos representantes do povo, principalmente de Senado­

res e Deputados nordestinos que há várias décadas vêminsistindo sobrt esses problemas, assinalando, ao mesmotempo. as injustiças clamorosas praticadas com a nossaárea. que vê crescer cada vez mili~ af>l disparidades econô­micas regionais. com o desvio dos recursos do Tesouropara emprego em obras que apenas sacriticam a Nação econtribuem para o seu descrédito e empobrecimento.

f preciso que o Presidente Figueiredo, possuidor que édas qualidades de vcrdadciro homem público, dotado deinegüvel grandelll cfvica, reconheça que nào nos estamosexcedendo em nossas manifestações nesta Casa, mas,sim, cumprindo o dever de representante da região e dedefensor dos legítimos interesses de nossa Pátria.

É possivel que O Presidente não saiba que milhões denordcstinos estão morrendo de inaniçãl1. Até mesmo osoperários alistados nas frentes de serviço estão perden­do dia a dia a resistência física c perecend.-J pela falta dealimcnto. Temos uma população de homens. mulherc"menores t.: crianças nas Capitais. cidades do interior i: fiJ.

11836 Terça-feira II'

zona rural, quase destruída, e, mesmo assim, a soluçãode nossos problemas está sendo procrastinada.

Sr. Presidente, passamos a ler, para que conste nosAnais da Cámara, o memorial que nos foi encaminhado,bem como ao meu nobre colega Deputado Ciro Noguei­ra, assinado por proprietários e representantes de Pedro11. no qual fazem uma exposição a respeito da cons­trução do açude Joana. O documento vem fortalecernossos argumentos a respeito do local onde deve serconstruido esse reservatório, pois, se construído no lugardenominado Guaribas, irá ocasionar prejuízos incalculá­veis à população e ao Município, além de não se prestarpara o abastecimento do precioso líquido ãquela cidade.

"Com referência ao Açude Joana, não foi nossa ainiciativa da transferéncia do local do mesmo nome.no rio dos Matos. para o lugar Guaribas. nas proxi­midades da cidade de Pedro 11. Tal transferênciaocorreu à nossa revelia. bem como dos demais re­presentantes do município, c demonstra completodesconhecimento da região. Acontece que, nesse lo­caI. somente conseguiremos cerca de 1O.OOO.OOOm ,d'água, e ainda na dependência de chuvas perma­nentes c de índice pluviométrico elevado. Nos anosde inverno escasso, nem mesmo os barreiros e pe­quenos açudes existentes no local conseguem acu­mular a metade dessa quantidade d'água. Ademais,essas águas irão servir para acumular todo o lixo, oassoreamento que se desloca à montante, e recebe­rão os resíduos das fossas biológicas ou sanitárias,implantadas nas residências da cidade, infiltradas defezes. Esse amontoado de sujeira irá. por gravidade.localizar-se na bacia do açude em construção. Não épossivel, com esses fatos que mencionamos. insis­tam em continuar com O trabalho em Guaribas.Essa localização, além de lesiva ao município e aoEstado, destrói um património riquíssimo. repre­sentado por inúmeras casas, fábricas de aguardente,árvores frutíferas de toda espécie, barreiros e peque·nos açudes. mais de um quilômetro de estrada asfal·tada (BR-404), entre Pedro II c a cidade de Piripiri.ponto de convergéncia das BR-404, 407, 222, 343 cde passagem da Estrada de Ferro Central do Piauí,sem falar na inundnçào de terras férteis, que se pres­tam a todo tipo de culturas e onde se registra expres­siva incidência de opalas, pedra preciosa que estásendo explorada naquele local e existente tão­somente em dois paises, Austrália e Brasil. e, emnosso País, unicamente em Pedro II e sítios adjacen­tes. na data Cocal onde está construída aquela cida­de."

"Pedro lI, 15 de outubro de 1983.Exm9s. Srs. Deputados FederaisMilton Brandão e Ciro NogueiraCâmara do~ Deputados - Brasília - DFOS abaixo assinados, brasileiros, piauienses, agri­

cultores e proprietários, residentes e domiciliadosem Pedro lI, Estado do Piauí, vêem pelo presentesolicitar de Vossas Excelências gestões junto ao Mi­nistêrio do Interior, ou a quaisquer órgão que acha­rem conveniente. o que de já sugerimos seja ouvido,o M inistêrio da Saúde, para dar parecer do aspectosanitário do que vamos nos referir.

Deu-se início em Pedro II - PI, os trabalhos ma­nuais preparatórios da construção de um açude noslugares Barra e Guaribas, sendo de início feita a de­vastação de matas de madeira de lei, que funciona­vam como reservas l1orestais, para manterem O

equilíbrio vegetativo da aludida região. num fla­grante desrespeito à propriedade privada. sem queos proprietários tivessem conhecimento dessa inva­são ou pudessem aproveitar as madeiras ali derru­badas e queimadas.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

O referido açude a ser construído. com o nomede Joana - nome aproveitado de uma outra áreaapropriada, e de estudos de vários anos, tentandoconfundir. como se no local do estudo anterior fossecolocado -, terá sua bacia hidrográfica pratica­mente dentro da cidade.

A alimentação hidrica do açude a ser construídoê feita por um riacho que atravessa a cidade. PedroII está aproximadamente a 490 metros do nível domar. Todas as águas do riacho correm da serra Ma­tões, a 4km da cidade e a aproximadamente 641l me­tros do nível do mar. Isto ocorrendo, às águas plu­viométricas descem por gravidade pelo riacho e suagrande maioria atravessam a cidade, fazendo umaverdadeira lavagem sanitária, para, juntas, nas cer­canias da cidade, precipitarem-se num verdadeiro"grand canyon", de nome Pirapora, correndo às á­guas dos dois vertedouros não mais que ~km a se­rem barradas pela parede do açude-fossa, a ser

construído.

Sendo o açude feito, sítios seculares. constituídosde terras da melhor qualidade do município, serãocobertos pelas águas. As milhares de árvores frutífe­ras. que estão sendo contadas, deverão ser agredida­mente cortadas c deixarào um vazio no municípiojamais a ser edificado. No Piauí, poucas terras témas propriedades orgánicas c minerais das futurasterras a serem criminosamente submersas.

Vivemos momentos difíceis da vida econômicanacional, em que será obrigado o Governo. efetiva­da a construção do açude em tela, fazer indeni­zações vultotias de todo o acervo de benfeitorias aserem inundadas, bem como o valor altíssimo dasindenizações das terras de precioso conteúdo vege­tativo. e por se encontrarem praticamente na zonaurbana da cidade. Cremos que esse montante de in­

denizações daria para construir o açude no localacertadamente estudado.

Do exposto. solicitamos de Vossas Excelênciasprovidências para o deslocamento do açude para olocal originário, Joana. alimentado por outro riachode maior potencial hídrico. ou sua colocação em ou­tro local tambêm estudado. de construção iniciadahú vúrios anos, Mamoeiro, evitando a prcdaçào dis~

criminada de úrvorcs frutíferas, soterramento deterras ricas em opala e de produção de eana-de­açúcar e alimentos de subsistência (arroz, milho. fei­jão. elc.l. e salvaguardando o aspecto sanitário dopovo da cidade de Pedro 11."

Seguem·se as assinaturas.

O SR. ARNALDO MACIEL (PMDB - PE. Pronun­cia O seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, a Nação assiste. perplexa. em meio à crise que estáarrasando a economia brasileira, à adoção de medidaspolíticas e econàmicas incoerentes. descabidas e precipi­tadas, que tém como único resultado o agravamento dastensões, da dúvida e da incerteza em que o povo se en­contra,

O famigerado Decreto-lei n9 2.045, em boa hora rejei­tado pelo Congresso Nacional, é uma prova do desespe­ro que tomou conta das autoridades do Governo Fede­ral, principalmente as da área econômica, tendo mereci­do a repulsa de todos os segmentos da sociedade.

Lamento, Sr. Presidente, Srs. Deputados, em face doprocesso de votação 'simbólica que prevaleceu na oca­sião, não haver podido dar, alto e bom som, o meu NÃOao Decreto-lei nO 2.045, pois assim fazendo estaria ex­pressando, tenho certeza, o desejo de todos os correligio­nários que em mim depositaram sua confiança pararepresentá-los no Congresso Nacional.

Novembro de 1983

No campo político, ficou provada a desnecessidade dademonstração de força que o Governo deu, ao decretaras medidas de emergência na área do Distrito Federal,contrariando frontalmente as declarações do próprioPresidente da República em torno do diálogo e da nego­ciação. Que entendimento pode haver. nobres colegas,em clima de intimidação e cerceamento de liberdades in­dividuais?

Mais infeliz do que a decretação das medidas de emer­gência foi a invasão, na calada da noite, da sede da OABem Brasília, e sua posterior interdição, sob a tênue sus­peita de desobediência às ordens do General executor.Poderia essa autoridade agír com serenidade e requisitaras fitas gravadas do Encontro de Advogados que a enti­dade promovera.

Medidas como essas, Sr. Presidente, Srs. Deputados,revelam o despreparo de alguns membros do Governopara a vida democrática.

Medidas como essas, nobres colegas, desgastam aindamais o atual Governo e diminuem sua credibilidadejun­to à opiniào pública. Os brasileiros não suportam ejá es~

tão fartos de tantos sacrifícios que lhes são impostos,sem resultado algum. A inflação e o desemprego aumen­tam a cada dia, levando o desespero a milhões defamílias que não sabem o que fazer para sobreviver con­dignamente: as exorbitantes taxas de juros sufocam asatividades dos setores produtivos da economia.

&: imperioso, nobres colegas, que a sociedade seja ou­vida, através de suas lideranças e representantes, sobreos grandes problemas nacionais, a fim de que também sesinta responsável pelas soluções adotadas parasolucioná-los.

Espero, sinceramente, Sr. Presidente, Srs. Deputados,que o "bom senso volte a imperar no processo de normali­zação da vida nacional.

O SR. ADHEMAR GHISI (PDS - Se. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados,WilIy Zumblick, o grande artista plático de Santa Catari­na. está expondo em Brasília desde o dia 24 último. Seusquadros, hoje presentes nas melhores coleções públicas eparticulares do País, causaram a mais viva impressão emereceram, nesses dias, manifestações as mais favoráveisda critica especializada da Capital Federal.

Dedicando-se à pintura desde tenra idade, o tubaro­nense Wil1y Zumblick expôc desde 1939 para as mais va­riadas comunidades do País, sendo esta a primeira vez

que o faz em Brasília.Alêm de estimular o encontro de um elevado número

de pessoas amantes da pintura, em dependência do Tea­tro Nacional, a mostra propiciou uma nostálgica e con­corrida reunião de seus conterrâneos de Tubarão e deSanta Catarina. que ali continuam comparecendo paralevar seu abraço ao festejado artista.

Nesta oportunidade, como filho de Tubarão, desta tri­buna desejo exprimir a satisfação e o prazer que sinto aopresenciar o sucesso do querido conterrâneo e amigo.Exatamente quando atinge, aos seus 70 anos bem vivi­dos, um estágio de grande perfeição e características queo distinguem positivamente, posicionando-o dentre osmelhores pintores da nossa atualidade nacional.

A pintura de Zumblick, nesta hora, sem distanciaNiedas origens e das formas por ele sempre cultivadas,indicam-no, em sua nova fase, como um singular retra­tista da história, do folclore, dos hábitos, dos costumes,enfim, daquilo que a vida catarinense mais possui de ca­racterístico e diferente. Terá sido por isso que a expo­sição do artista impressionou tão vivamente aqueles quetiveram a oportunidade de apreciar sua mostra.

Sr. Presidente e Srs. Deputados. ao encerrarmos estaspalavra!:>, desejamos que uma apreciação crítica inseridano "Correio Braziliense", edição do dia 27 do corrente,faça parte integrante deste pronunciamento. Ela revelaem toda a sua inteireza e precisão o que representou e ex-

Novembro de 1983

prímiu para o Crítico de Brasília a exposição do artistaWil1y Zumblick. Eis o texto:

"ZUMBLICK E SUA PINTURA"}\ pinturH de ZumbJick enche os olhos de suave

beleza e o coração de doce luminosidade, que acom­panharam a gente por muito tempo, com a mesmapersistência de um bom perfume ou de uma músicaincsquecível, cuja ressonância fica vibrando na nos­sa sensibilidade".

Assim, o crítico Marcos Iolovitch falou dos tra­balhos do artista plástico Willy Zumblick que osbrasilienses terão a oportunidade de conhecer a par­tir de hoje, às 20 horas, no salão principal da Fun­dação Cultural. }\ exposição fica aberta até o dia 6de novembro, com 100 telas que registram a históriade Santa Catarina, seu Estado.

ZumbIíck tem 70 anos, mora na cidade de Tuba­rão (SC) e pela primeira vez está expondo emBrasília. Autodidata ("tive apenas um professor ale­mão que dava aula na Escola de Belas-Artes"),Willy Zumblick pinta desde os 15 anos de idade. Noinício de sua carreira, ele dividia o trabalho da pin­tura com uma banca de conserto dc relógios, deixa­da por seu pai.

Em entrevit:;ta à Revista A Verdade, ele conta:'"No interior nào se podia pensar em viver só de ar­te, e eu fui fazendo o dois negócios'. Diz ainda quea sua primeira exposição foi em ]939, alcançandogrande aceitação por parte do público.

Willv Zumhlick talvez seja único no Pais na suaproposía de trabalho: pintar a história do povo doseu Estado. Nesta exposição, por exemplo, ele traz100 telas (resultado de quatro anos de trabalho epesquisa) que revelam fatos e acontecimentos queextrapolam a visão oficial da história. E a sua preo­cupação nào é somente com o passado. mas tam­bém com a bistória que continua acontecendo.

Zumblick é hoje o pintor mais conhecido do seuEstado, embora algumas vezes (como ele mesmo re­vela) seja criticado pelas pessoas que realizam umtrabalho de tendéncia experimental e vanguardista.A essas críticas, o pintor tem uma resposta: "Prefirouma arte que o povo entende do que outra que satis­taça apenas os caprichos de uma elite iniciada".

- Meu género é retratar tudo aquilo que me ci­cunda. Minha pintura tem variações, dependendodas minhas emoções. Aprendi que a gente deve vivere transmitir tudo aquilo que é bom - diz o artista.

WilIy Zum blick já mostrou os seus trabalhos portodo o Brasil, mas jamais e.xpôs fora do País. Dessassuas viagens ficaram comentários de elogios aosseus quadros. É o caso, por exemplo, de J.G. deAraújo Jorge que escreveu: "Há evidentemente pin­tores, alguns pintores. mas, ou se volta para "natu­reza morta" ou para '"estranhas naturezas", influen­ciados pelo que lhes dizem da pintura francesa ouitaliana, esquecidos de quem com um pouco de sen­sibilidade, no Brasil, basta ter olhos, para que a pin­tura se imponha com seus motivos singulares e inte­ressantes. Fora dos grandes centros que são o Rio cSão Paulo, numa pequena cidade de Santa Catarinana zona carbonifera, Willy Zumblick é desses rarospintores que comungam com a terra".

Aos 70 anos de idade, Zumblick se sente umapessoa feliz. ("o pintor da felicidade", como lhe cha­mou uma jornalista)."

Era o que tinha a dizer.

O SR. ALCroES FRANCISCATO (PDS - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso. ) - Sr. Presidente, Srs. De­

putados, no meio de tantas notícias desagradáveis, quenos vém de todo o mundo. e diante da difícil situaçãoeconàmico-Iinaneeira que atravessamos - preocupan­do. também, milhares de banqueiros internacionais, nos­sos credores - nossa atenção se concentra no desernpe-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio I)

nho satisfatório da balança comercial, quando atingire­mos. em fins deste mês, um superávit da ordem de cincoe meio bilh"es de dólares, devendo realizarem-se as pre­vis"es das autoridades financeiras, no sentido de que fe­charemos o ano com um saldo de seis e meio bilhões dedólares, correspondente a quase dez por cento do nossodébito internacional.

Tiveram as exportações, este mês, um desempenho in­ferior ao previsto, chegando a pouco :nenos de dois bi­lhões de dólares, resultando essa r.~dução das vendas ex­ternas a medidas governamentaig para a garantia doabastecimento interno. principalmente de gêneros de pri­meira necessidade, como a soja e seus derivados, (;:0­

quanto ocorrida, també.m~ a cntressafra~ que implica me­lhor oferta de produtos agropecuários.

Enquanto isso, o plantio na lavoura tem sido normalem todo o País, esperando-se a ampliação da área culti­vada e, com tI manutenção de condições climáticas favo­rávci~. uma safra superior em cerca de vinte por G~nto àatWJI.

Será possível, assim, obtermos em 1984 o fechamentoda balança comercial com um saldo de cerca dt: nove bi­lhões de dólares, facilitando o serviço da dívido. externa,que teve o seu ponto crítico este ano.

A CACEX reconhece que o Brasil tem todas as con·diçõcs para incrementar a exportação de produtos agrí­colas, sendo necessário, no entanto, o estabelecimento deUJila vigorosa política de comércio exterior. em que se re­duzam as interferéncias governamentais, eliminando-se,por exemplo, o monopólio estatal das exportações deaçúcar e reduzindo-se o confisco cambial, no caso do ca­fé.

O interveneionismo ainda existente ti que oblitera o111ais rápido desenvolvimento da lavoura de e"portaçiio edo setor agropecuário. Acentuou, recentemente, o Sr.Carlos Viaeava, Diretor da CACEX, que a principal me­dida de incentivo às exportações consistirá na adoção deuma política cambial realista, que transfira recursos go­vernamentais para o setor agropecuário.

As exportações agrícolas, este ano, respondem pormais de cinqüenta e quatro por cento das vendas ao exte­rior e, semelhantemente aos Estados Unidos. onde aforça económica maior deriva da agropecuária, marcha­mos para que esse peso represente, até 1985, mais de se­tenta por cento das nossas exportações.

Reduzidos os subsídios aos juros da lavoura, a garan­tia do preço e o estímulo às exportações compensarão osetor, capaz de custear boa parte do nosso dcs';nvolvi­mento.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. P're:;idente.

O SR, FRANCISCO STUDART (PTB - RJ. Pro­nuncia () seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, o Município do Rio de Jan~iro vive hoje a síndro­me da elefantíase administrativa, que avança por todosos setores nutrindo-se de impostos, taxas de serviços eoutros artifícios de arrecadação.

A arrecadação, em certos casos, se constitui em verda­deiro confisco, a exemplo da recente tentativa da Prefei­tura Municipal de elevar os impostos predial c territo­rial. em até 45(11-:ó - índice em média superior à taxa in~

flacionária prevista para este exercfcio.Essa medida seria um golpe mortal contra o mercado

imobiliário, quejá se vinha ressentindo do refluxo da de­manda provocado pela atual crise t1nanceira. Por outrolado, se caracterizaria como um verdadeiro atentado àiniciativa privada. com reflexos negativos no setor daconstrução civil, principalmente para o pequeno proprie­tário, que desviaria seu investimento para outras ativida­des.

Proprietários ,; locatários de imóveis já ergueram li voz

de protesto contra a intenção da Prefeitura MUl1icipal doRio de Janeiro. através da Associação Brasileira de Ad­ministradores de Imóveis - ABADI - cujo PresidenteRllmulo Cavalcante fvIot:.;. consid·,':m1. que a única manei­ra de reduzir o preço dos aluguéis é estimular a. eons-

Terça-feira 19 11837

trução civil, que, além de criar empregos, gera moradias,num pais em que o délicit é de sete milhões a del milhõesde unidades residenciais.

Concordamos plenamente com o Presidente da ABA­DI, posto que a reativação da construçào civil ajusta-se àfilosotla que deveria nortear a ação de nossos governan­tes: a recessào é uma palavra proibida no BrasiL Bem odiz o Ministro-Chefe do Estado-Maior das Forças Ar­madas. Tenente-Brigadeiro Waldir de Vasconcelos, emrecente entrevista a um jornal:

"O Brasil precisa deixar de viver a sindrome dadívida externa e buscar imediatamente mecanismospara a retomada do desenvolvimento. Há que rever­ter o momento psicológico atualmente vivido. Preci­samos ter a expectativa do crescimento econômicocomo um dos objetivos nacionais, pois a sombra darecessào.. não nos serve,"

Lamentavelmente, a abusiva elevação de impostos é asolução que algumas administrações vislumbram para acrise. quando se sabe que economias em fase de expan­são e tomadoras de empréstimos externos devem procu­rar mecanismos de auto-sustentação do crescimento.Obviamente, um destes mecanismos é o estimulo à ini­ciativa privada. à qual se opõe letalmente a exageradacobrança de impostos.

As eonseqüéncias que adviriam da medida cogitadapela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro são analisa­das com precisão e concisão pela ABADI. que publicounos principais jornais cariocas uma advertência às auto­ridades, sob o titulo. "Apelo Ao Bom Senso". Procede­mos li tran,criçlio, nos Anais desta Casa, desta impor­tuntô e oportuna manifestação do empresariado carioca.que bem retlete sua preocupação com a defesa da comu­nidade:

"A ABADI - Associação Brasileira das Admi­nistradoras de Imóveis, externando o seu ponto devista e o de seus clientes - proprietúrios e locatáriosde imóveis do Rio - que, portanto, é o da comuni­dade carioca, lamenta que as autoridades munici­pais anunciem a descabida elevação, em atê 450%,dos impostos predial e territorial 1 índice, em média.200% superior ao previsto para a intlação no corren­te exercício.

O que se constata é que não se cuida de corrigir adepreciação da moeda, o aumento inconseqüente doimposto, em magnitude tal, transforma a proprieda­de privada em hipoteca eterna ao município. Cons­titui verdadeiro eonlisco, Ademais, é grave fator in­flacionário, contribuindo para a elevação do índicedo custo de vida. como os demais tributos c serviçospúblicos.

Estas não foram, por certo, as promessas eleito­rais de ontem que os eleitores, jamais, se esquecerãoquando tiverem que votar, amanhã.

A medida afetará diretamenttl as receitlls dos pe­quenos proprietários que investiram em imóveispara habitação, direcionará os investidores a outras"reas mais rentáveis, ampliará os problemas daConstrução Civil, agravando a problemática socialque se busca minimizar, atingirá diretamente o"bolso" dos locatários, antecipará, em velocidadegeométrica 1 a escassez de habitação no Rio. podeocasionar o retorno aos idos de 1948/50, com asofertas de "luvas", não para quem tenha um imóvelpara alugar, mas a quem, simplesmente, indique umdisponivel ã locação.

A ARADl vive no Rio, trabalha para o Rio naqualidade de arrecadadora de elevada parcela deimpostos, taxas etc., como se agente fosse, porém,sem ónus, para os cofres públicos.

Como ta], a ABADI sente-se no direito e no de­Vt:f, para com os S'~us clientes e a comunidade emgeral, de levar sua mensagem ao Chefe do Executivo

11838 Terça-feira 19

Municipal, a fim de que pondere sobre tais colo­cações, quc não são cm causa própria, mas da co­munidade, por isso lJ faz. e está certa de que há deimperar lJ espírito público no seio da administraçãomunicipal, aplicando apenas a correção monetáriaao IPTU, com o quc sairá deste episódio engrande­cida aos olhos da comunidade."

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

o SR, RALPH BIASI (PMDB - SP. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, setepaíses invadiraíl1 Granada, pequeno país da AméricaCentral. com o intuito de ali "restabelecer" a democra­cia.

Mais uma vez o direito à autodeterminação dos povosfoi violado, pouco importando o pretexto usado.

Há tempos, a União Soviética invadiu a Hungria, aTcheco-Eslováquia e o Afeganistão em nome da defesado socialismo. O Vietnã invadiu o Camboja para deporum governo que prctcnsamentc praticava o genocídio.Agora. os Estados Uunidos, coadjuvados por seus segui­dores - Dominica, Antigua, Barbados, Sta. Lúcia, St.Vincent c Jamaica - invadcm Granada.

O pretexto para a invasão é a defesa das vidas dos seuscidadãos, inclusive de mil norte-americanos; segundo,para impedir mais caos e para, finaimente, ajudar a res­tauração de lei e de ordem, e de governo.

O assasinato de Bishop foi o principal motivo paraque o Presidente americano, segundo suas próprias pala­vras, atendesse ao apelo formulado por seis países doCaribe, arregimentando seus dois mil fuzileiros navais esuas tropas de choque, juntando-os aos duzentos guar­das civis dos seus países do Caribe para invadir a peque­na ilha.

A desculpa é semelhante às que usam os soviéticos emoPçrações dessa natureza. ~la5 essas desculpas de nada"J,lern e nào enganam a opinião mundial.

f: preciso que se faça parar essa açào repressiva e co­varde dos fortes contra os fracos.

,,\ partir desse episódio macabro, a segurança para ospovos da América Central é doravante menor.

Haverá, a partir de agora. um clima de desconfiançanas rclaçõcs EUA com seus aliados. Até mesmo os seusaliados mais fortes como o Brasil e Inglaterra condena­ram a invasào.

O episódio de apoio à Inglaterra por parte dos EstadosUnidos, nu gaerra das Malvinas, niío foi suficiente paraque o Presidente Reagan fugisse à recriminação feitapelo Governo ultraconservador de Margaret Thatcher,que pediu aos Estados Unidos que não atacassem Gra­nada.

O que existe agora são cubanos mortos por norte­

americanos. A tensào com certeza se agravará no con­fronto entre as duas maiores potências mundiais. Segu~

ramcnte se intensificará o concurso dos grandes para verqual deles é capaz àe pisar o maior número de pequenospaíses.

Em nome da democracia feriu-se mais uma vez oprincipio de autodeterminação dos povos. Isto é muitograve.

Foi violado frontalmente o art. 18 da Carta da OEA,que estabelece que "nenhum Estado ou grupo de Esta­dos tcm o direito de intervir, direta ou indirctamentc, eseja qual for ü motivo. nm; assuntos internos ou externosde outro".

Os Estado Unidos. violando esse princípio, fazem taci­tamente uma ameaça a todos os povos a eles subjugados,colocando em risco a paz mundial.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRISCO VIANA (PDS - BA. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Prcsidentc, Srs. Deputados, sau­damos. com grande efusão, o povo argentino pelo signi­ficativo pusso dado 1 ontem. no caminho da reconquistada democracia.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

As eleições presidenciais da Argentina. realizadas emclima de intensa participação popuiar, devem ser anali­zadas além do contexto argentino, como um aconteci­mento político de repercussão em todo o continente, ca­paz de favorecer à normalização democrática em outrasnações sul-americanas ainda submetidas a regimes dita­toriais.

Será impossível estabe.lecer paralelo entre as situaçõesvividas pelo Brasil e Argentina,

Nós realizamos uma revoluçào de inspiração demo­crática, euja deflagração resultou de uma aliança dopovo com as Forças Armadas. Tivemos, é verdade, umprocesso revolucionârio bastante longo, durante o qual omovimento cometeu desvios de rota. ocasião em que serápossível identificar excessos lamentáveis. Em nenhuminstante. porém. foi esquecido o compromisso democrá­tico. Tanto assim que, embora sob severas restrições ­três vezes colocado em recesso de curta duração -, comcassaçào de mandatos parlamentares e grandes limi­tações à liberdade política e à iniciativa legislativa, oCongresso Nacional não foi fechado. A Justiça funcio­nou regularmente, como a significar que. se diferente ti­vesse sido. o nosso caminho de reencontro com a dcmo­eraeia teria sido bem mais difícil, jamais pacífico. Fe1iz~

mente estamos vivendo de novo o ambiente democráti­co. fazendo a transição em clima de paz e de entendimen­to. Em todo o período revolucionário não tivemos umasó cleiçào suprimida. Elas foram rcalízadas sob o regimedo AI-5. mas não houve a mcnor rcstrição a que o povovotasse nos candidatos da sua preferência. como em1974, qmmdo o MDBelegeu 16 Senadore, contra apenas6 da ARENA.

Muito diferente aconteceu na Argentina. O processode lá. muito mais longo do que o brasileiro, foi dolorosoe viveu etapas dramáticas. Praticamente ele vem desde adeposição de Peron em 1947. De lá para cá nenhum pre­sidente eleito conseguiu terminar seu mandato.

As intervenções militares foram constantes e nenhumadelas contribuiu para resolver o impasse político. A queestú findando. talvez tenha sido a mais violenta. No co­meço travou-se o que hoje é con11ecido como a "guerrasuja". durante a qual resultaram milhares de desapareci­dos até agora reclamados pelas. "mães de Mayo", fato,aliás. que certamente motivará dificuldades para o novoregime a instalar-se em dezembro próximo. A Argentinaesteve ü heira de uma guerra civil e acabou envolvendo­se na aventura da Guerra das Malvinas, na qual morre­ram mais de oitocentos jovens soldados. e deixou comosaldo político a humilhação internacional e o aprofunda­mento do desgaste interno dos militares, tornando inevi­tável e urgente seu afastamento do processo político.

A economia argentina, antes muito próspera, está em

terrível crise, apesar da auto-suficiência em petróleo etrigo. A moeda desvalorizou-se mais de mil por cento c adívida externa é superior a 40 bilhôes de dólares. Pareceque de todo esse drama restou ainda a esperança. Asmultidões que lotaram as praças durante a campanhaeleitoral e que compareceram às urnas de ontem signifi­caram que, apesar de tudo, a fé do povo nüo feneceu.

Nossos votos são pois para que a Argentina reencon­tre seu destino, para que seu povo, agora devolvido à li­berdade política e participativa do processo de organi­zação do poder, recncontre os seus caminhos de paz eprosperidade. O drama argentino preocupava a todos,argentinos ou não, pela importància da Argentina nonosso continente. A normalizaçào da sua vida institucio­nal c democrâtica que se deseja longa, duradoura, defini­tiva, é. por isso mesmo. motivo de alegria. particular­mente para os brasileiro, que têm pelo povo platina. tra­dicional amizade.

No discurso com qu~ esta madrugada saudou suaeleição. o novu presidente argentino Raui Alfonsin disse:

"Ganhamos a eleição. mas não derrotamos nin­guém."

Novembro de 1983

Isso deve significar que o novo presidente vai traba­lhar pela paz e pela reconciliação dos argentinos, sem oque, certamente, frustrarào todos os esforços de recons­trução da nação amiga.

o SR. CELSO PEÇANHA (PTB - RJ. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados.encontra-se em tramitação, nesta Casa, o Projeto de Lein' 1.141/83. do Poder Executivo, encaminhado com aMensagem n" 340. de 14-9-83.

A finalidade do projeto é alterar "a estrutura das Ca­tegorias Funcionais de Motorista Oficial c de Agente dePortaria". conforme consta da ementa.

A alteração. segundo a Exposicào do Motivos doDASP. n' 193. de 3-8-83, anexada ã Mensagem Presiden­ciaL visa ampliar "o limitado horizonte funcional dosservidores, de tal modo que os Agentes de Portaria e os

T\.lotoristas possam ter acesso às referências NM-25 eNM-32. respectivamente". a fim de compatibilizar essasCategorias Funcionais com tI estrutura fixada pura ou­tras categorias de igual nível de dificuldade.

Na verdade. somente a longuíssimo prazo. poderào osintegrantes dessas categorias funcionai:-; ser beneficiados

pela altera..)o proposta. tendo em vista o disposto no §2'~ de seu artigo 2Q• que tieternlina o posicionamento do~

servidores ""nas novas classes das categorias funcionais.mantidus as respectivas referências de vencimento e sa­lirio.'·

Tal dispositivo, traduzido em linguagem clara, signifi­ca que os servidores vão ser rebaixados de classes. Umexemplo ê suficiente para comprovar essa assertiva: umMotorista. ocupante da referência 18, da Classe Espe­cial. final de carreira será colocado na Classe ·"B". quecompreende as referências 17 a 23. restando-lhe ainda

pcrcorrcr as outras 5 referências dessa Classe. as 6 refe­réncias da Classe '"C" e as 3 referências da Classe Espe­cial. Esse servidor. conseqüentemente, irá começar tudode novo e sabemos que as referêm:ias mais elevadas daatual estrutura são ocupadas por servidores e ~uncio­

nários muito antigos. já prestes a se aposentarem. e que

nào ter:Jo tempo suficiente para gozar das vantagens tra~

zidas pt:la ampliação de sua categoria funcional.O apelo que formulumos, nesta oportunidade. quando

o funcionalismo civil da Uniào atravessa, certumente,uma das mais difíceis fases de sua história. b no sentidode que o Governo Federal remeta ao Congresso Nacio­nal proposta de alteraçào do mencionado projeto de ki.para o fim de permitir que tanto os Motoristas Oficiais

quanto os Agentes de Portaria sejam posicionados nanova cstrutura~ a partir das classes e referencias mais ele­vadas.

Tal medida, que éjusta e humana, levará a esses servi­dores alguma melhoria salarial, pequena. ê certo. mas.ainda assim. capaz de melhorar um pouco as condiçõesde suas vida ... e de suas famílias.

V - O SR. PRESIDENTE (Fernando Lyra)- Passa­se ao Grande Expediente.

Tcm a palavra o Sr. Fernando Santana

O SR. FERNANDO SANTANA (PMDB - BA. Semrevisiio do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados. oMDB. hoje PMDB. em suas lutas. sua saga política. tem,em verdade, lima história muito importante a defender. emais do que isso. um enorme caminho a percorrer.

SL Presidente e Srs, Deputados, nesta fase terrível denos~a Pútria, nesta situação que se aprox.ima. sem ne­nhum excesso. do verdadeiro caos - caos político. caoseconõmico e social - nuo podemos permanecer, como

partido de responsahilidmje nacional. naquela posição,naquela atitude puramente critica. sem levar em conta o

momento histórico que e5tamos vivendo. O Presidentedo nosso Partido. Deputado Ulysses Guimarães. asso­mou a esta tribuna. afirmando textualmente que vinha

Novembro de 1983

falar aos partidos, sem nenhuma exceção - ao PMDB,ao PDT, ao PTB, ao PT, e ao PDS tamhém, na pessoa deseu Presidente José Sarney, Mais à frente, disse o Sr.Ulysses Guimaràes: "Não subo a rampa do poder, prefe­rindo assomar ao topo desta tribuna, para falar à Naçãoe ao Governo". Nesse discurso, colocou as formulações,as teses e as a1ternativas do PMDB: desde o plano insti­tucional até o campo das relações econômicas e sociais.Falou de uma Assembléia Nacional Constituinte e deeleições diretas para 15-11-84.

Ora, Sr. Presidente, esse discurso foi representativo,podemos dizer, da média do pensamento de todo O parti­do. Foi um discurso consensual, que atendeu a todas ascorrentes e a todo5 os tipo? de pensamento existentes,hoje, nessa frente ampla que se chama PMDB. Mas, Sr.Presidente, quero dizer, aqui e agora, que eosas alternati­vas. tanto no plano institucional como no terreno socio­econômico. necessitam urgentemente, a meu ver. de im­plementação. isto é. precisamos transformar estas pro­postas genéricas em projetos e propostas definitivas. OPMDB não pode ser apenas o partido da rejeição. Te­mos rejeitado. nesta Casa. nestes últimos 60 dias, proje­

tos qw:: realmente não correspondiam aos interesses daNação e muito menos da classe trabalhadora. Mas, Sr.Presidente, quando rejeitamos - e o temos feito dentroda defesa dos melhores interesses de nossa Pátria ­acredito que, por outro lado, temos a obrigação imediatade oferecer ti Nação hrasileira. de colocar frente aos par­tidos políticos com assento nesta Casa as nossas propos­ta:;. Não através da formulação genêrica de um disL;unm.que realmente representou um grande passo que o

PMDB deu nesses últimos tempos, mas que essas alter­nativas se transformem imediatamente em projetos con­

cretos~ definitivos. de modo que possamos dizer à Naçãobrasileira: HNós rejeitamos essas leis. mas oferecemos

como alternativa. a nosso ver a mais correta. esse projeto

global. não só propondo novo modelo económico. comotambém estabelecendo uma nova ordem social nessePaís". Se ficarmos. Sr. Presidente, Srs. Deputados. nasformulações. nas teses. poderemos amanhà - quem sa­be'? - sofrer a cobrança, sobre{udo por parte do povo.Os Senhores criticam o atual modelo econômico e real­mente esse modelo econômico merece não só criticas.

mas ser condenado por todas as forças deste País.Isto só não basta, SL Presidente, :>rs. Deputados. Ne­

ce~sitamospartir para oferecer uns partidos, e sohretudo

ú Nação brasileira. 0$ projetos que consideramos viáveis.corretos: que consideramos ser os que mais correspon­dem aos anseios de desenvolvimento, de independência ede soberania de nossa Pátria.

Sr. Presidente, ou nós damos as nossas alternativas.concretamente. ou então poderemos ser chamados ape­nas partido da rejeição. Temos rejeitado várias propo­

sições. Porém, precisamos tamhém partir, com a respon­sabilidade históriea que temos hoje, para a condição denão sermos apenas o partido da rejeição, mas também opartido da eonstrução, o partido da realização, () partidoque oferece realmente ao País os caminhos que nos le­vem a vencer e:"SH tremenda crise. Concedo o aparte aonobre Deputado Milton Brandão.

o Sr. Mílton Brandão - Analisando o seu discurso,ilustre Deputado Fernando Santana. entendemos ao suasmanifestações a respeito do Presidente do PMDB, o ilus­tre Deputado Ulysses Guimarães. Após estudar a po­sição do PM DB V. Ex' apresenta sugestões. Acho que énecessário. ao se rejeltar determinadH,5 proposiçôe~. deoutros partidos ou do Governo. apresentar as alternati­Vas. Estamos de acordo com V. Ex" Esta hora não per­lence aos partidos; esta horu pert~ncc ao Bra:-il. Demodo que. além das alte!"nativas. cu acrc~cenlariaque êpreciso. de parte de todos nós, principalmente das Opo­sições. neste momento difícil da vida nacional. que osprojetos do Governo, dü partido oficial ou de outros

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIOr'-:AL (Seçiío I)

partidos. enconlrem sempre o apoio de todos os parla­mentares, quando significarem o hem-estar da Nação c obem-estar do povo. Parabenizo V. Ex' pelo seu impor­tante discurso pronunciado nesta tarde.

o SR. FERNANDO SANTANA - Meu caro Depu­tado Mi1ton Brandão, batalhador eterno do Nordeste. êverdade que devemos discutir e negociar, mas não sobreo status quo que aí permanece. A nossa negociação comos demais partidos deve ser feita com o objetivo de mu­dar a feição deste Brasil. de mudar o seu rosto, a fim determos um Pais com outra justiça, ou com justiça, por­que, até hoje, não a praticamos. Os projetos que deve­mos discutir nesta Casa. scjam do PDS, do PMDB, doPTB, do PDT ou do PT, deverào corresponder aos inte­resses populares, porque não há interesse do povo que secontraponha aos interesses da Nação. Esta é a verdadeque não podemos negar. Os interesses do povo coinci­dem sempre com o Lnteresse da Nação. Nem sempre osinteretlses das classes dominantes correspondtm. real­mente, aos interesses da Nação brasileira, Esta é a dife­rença. Por exemplo. já que desejamos transformar a so­ciedade. já que desejamos mudar esta feiçào injusta dacivilizaçào brasileira, por que não encararmos de- frente11m dos pontos do programa do PMDB, que" o proble­ma da reforma agrária'? Não quero diseutir a quem cabea culpa, mas apresentamos, desde o início desta sessãolegislativa, um projeto de resolu,;ào criando a ComissãoPermanente de Reforma Agrária. Não sei as razôe.') nem

os motivos desta demora. Nada sei sohre as emendas quese fizeram em plenário. A t~ procurei nào indagar quaisos seus autores e acabei concordando com o Sr. Presi­dente Flávio Marcflio, quanto ao fato d,o quc. em lugarde uma Comissão Permanente, já que S. Ex' via dificul­dades para eriá-la, fosse então estabelecida ou criada aComissão Especial da Reforma Agrária. Esta, segundo oPresidente da Casa, o Deputado Flávio Mareílio, nào te­rú nenhum empecilho. Eu não quero discutir sobre as co­missões que já criamos nesta Casa; nào sou nem contra oesporte nem contra o turismo. mas eu perguntaria aosSrs. Deputados o que é mais importante, hoje. para odestino deste País: o problema do esporte e do turismo(lU o.du terra'! Não somos conLrJ. i1 Comissào de Esporte

e Turismo, mps acham0s qut:::. na escala de prioridades,na escala das necessidades nacionais. a Comi".sào da Re­forma Agrária deveria estar colocada num plano muitosuperior. porque iria atender a milhões de brasileiros in­justiçados. castigados: iria debater um problema que jádeveria ter sido resolvido há mais de um século, quandoo Brasil, por uma lei chamada Aurea, e"tingaiu a escra­vatura e esqueceu-se, naquele mcsmo instante, de que ohomcm que seria considerado livre não teria liberdadenenhuma: ele não era livre de coisa alguma: ele continua­va mais escravo do que antes. porque perdeu :J. moradiana senzala e não obteve a terra, já que era profundamen­te agrieultor. Por que. então, não se fez antes, ou conco­mitantemente, ou simultaneamente com a libertação dosôcravos. uma lei que desse terra a esses homens 1 puraque eles até hoje nào ficassem como uma sub-raça, comoum povo condenado, que luta tenazmente para subir naeseala sociaL porque não lhe foram dadas. no tempooportuno, as condições nccessárias para o seu pleno de­senvolvimento COmo grupo humano que carregou este

Brasil nas costas durante alguns séculos'! Assim me ma­nifesto para mostrar a V. Ex's a necessidade de um pro­jeto de reforma agrária, que deve estar consubstanciadona" teses do Presidente Ulysses Guimarães, pois S. Ex' aele se refere no item 9, quando di,; assim: "'Fortalecimen­to da pequena e média empresas, particularmente naúrea ruraL e çfetiva reforma agrária que garanta o acesso;) terra dos que nela trabalham," Pois bem. Sr. Presiden­

te. para não rne alongar em números nem em estatísticas.eu gostaria apenas de lhes dar o testemunho de um docu­mento do Banco Mundial. para uso somente oficial. Eu

Terça-feira I~ I! 839

gostaria que a Casa desse atenção a essa chamada doBanco Mundial. nas suas conclusões:

"'As 224 maiores t"zendas do Nordeste, cada uma·delas acima de 10 mil hectares ~ ouçum bem.nobres Deputados - controlam. em termos absolu­

tos. uma área agrieultável superior a I milhão e 700mil propriedades abai"o de IO mil hectares."

Srs. Deputados, não estamos nesta Casa para fazerbrincadeiras. Estamos aqui para levar os assuatos asério. O povo não pode mais ficar neste jogo de ta­peação, de embromação, de engana-engana. de desa­tenção, com referência aos problemas fundamentais doPai's. Se, nesse dado. fossem incluídas as fazendas uté 5mil hectares - já podemos cunsiderar 5 mil hectares um

latifúndio - qual seria a diferença entre as pequenas e asgrandes'! É o próprio Banco Mundial- exatamente umdos que contribuem com recursos tanto para O POLO­NORDESTE. como para os demais - quem diz que nãohá maneira alguma de se modificar a miséria do Nordes­te sem se mudar sua estrutura fundiária. Não sào os bra­sileiros que dizem isso. Siío os representantes do BancoMundial. frios como pedra. como múrmorc; mas, com

toda a frieza de técnicos. chegaram a esta. conclusãoterrível de que o Nordeste nào sairá da Slla miséria sem

antes modilicar a sua estrutura fundiária, sem mudar osseus hábitos e a sua cultura, dominada por sêculos de la­tifúndio c de feudalismo.

O Sr. Oswaldo Lima Filho - Permite V, Ex' um apar­te?

o SR. FERNANDO SANTANA - Pois não.

O Sr. Oswaldo Lima Filho - É realmente animadorverificar que. pela palavra de V. Ex', a questão primor­dial do povo brasileiro - ou. pelo menos. uma das ques­tões fundamentais. ao lado da questão nacional- que éa da distrihuição da propriedade territorial, denominadareforma agrária. volta a constituir tema nesta Casa. Tem

toda a razão V. E,,'. é um tcma que diz respeito ao povobrasileiro como nenhum outro, pois se refere aos 18 mi­lhões de trabalhadores sem terra. Constitui a causa fun­damentai da misêria do Nordeste. Olmo V. Ex' bem sa­lientou. é um problem~ secular. Ao cncermr. felicito V,Ex'.! pela abertura de:;tc dt:bate com as palavras pronun­

ciadas por José Ronifúcio de Andrada e Silva há 200anos. quando. na sua memória sobre H emancipaçào dosescravos. defendia ele a reforma agrária como necessida­de primordial para o Brasil que se iria tornar indepen­dente. Passados duzentos e muitos anos da Indepcndên­cia~ o povo brasileiro continua escravo desse regime lati­fundiúrio.

O SR. FERNANDO SANTANA - Agradeço aonobre Deputado Oswaldo Lima Filho sua contribuiçãohistórica. Se. realmente. formos huscar na literatura refe­

rências sobre (1 prohlema da terra no BrasiL vamos en­

contrar, depois de José Bonifácio, homens como Joa­quim Nabuco e tantos outms que entenderam o proble­ma e o colocaram na ordem do dia daqueles tempos.

Sr. Presidente. nobres colegas, não podemos continuaraqui a brícar de {egi51ar. Não pode continuar essa brinca­deira: ou realmente tocamos para valer nos problemas

que estrangulam, reduzem e atrasam a economia nestePaís, ou então podemos pedir nossa renúncia coletiva

porque pelo dinheiro que recebemos não estamos corres­pnndendo ~IS expectativas do povo brasileiro.

Refiro-me agora à COl':TAG, Sr. Presidente, paramostrar que () campo brasileiro hoje é uma permanente

violéncia. Leio ainda um parágrafo dessa not.a oficial dodia 2 de setembro: "Nestes oito primeiro meses do ano-, isto é, até 30 de agosto - a CONTAG denuneiou,com testemunho das federações c >indicatos filiados. os

11840 Terça-feira I"

assassinatos de nove trabalhadores, um dos quais delega­do sindical e uma dirigente de sindicato, Margarida Ma­ria Alves, assassinada no dia 12 de agosto, em AlagoaGrande, na Paraiba". A ti. Margarida Maria Alves. asnossas homenagens. Morrestes no cumprimento do de­ver. morrestes em solidariedade aos desassistidos. aossem-terra. aos humilhados, aos ofendidos da Paraíba. Ati, Margarida Maria Alves, a eterna lembrança dos luta­dores brasileiros pelo prohlema da lerra.

o SR, PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Comunico aonobre orador que dispõe de cinco minutos.

o SR, FERNANDO SANTANA - Vou alinhavar,Sr. Presidente. Teria muita coisa a dizer. mas procurareiser breve::.

No discurso do Presidente Ulysses Guimarães, que to­dos apoiamos. depois tlc anunciar treze medidas. duasdelas institucionais e onze no campo da economia e dosinteresses sociais. propõe que tudo isso não poderá serfeito sem que encaremos de frente () problema e encami­nhemos Jogo a solução. pelo menos. de duas questões: adivida externa e a divida interna. Concordo com o Presi­dente Ulysses Guimarães. quando coloca que todos osprohlemas que estamos a enfrentar no momento não po­derão ser resolvidos se nuo decidirmos antes estas duas

questões básicas. da dívida externa e interna. Diz S. Ex':

"Para que se possa implantar uma política no

marco dessas diretrizes gerais. impõem-se alguns re­quisitos, tais como a recuperação da liberdade deaçào por parte do Governo e a reconstrução dos ins­trumentos húsicos de intervenção nos campos mo­netúrio, financeiro e cambial."

Sr. Presidente, quanto à divida externa. S. Ex' colocaGomo uma das decisões a ser tomada a declaração damoratória unilateral. Temos aqui um estudo que exami­na detalhadamente (I problema da moratória, inclusive adesculpa de que iríamos ser garroteados pelu falta de pe­tróleo. Nesse estudo estatístico e correto, prova-se quetodas essas questões podem ser superadas. e o Pais pode­rá declarar sua moratória sem nenhum receio de sofrer arestrição total do rornccimento de pctróleo. Ai também.Sr. Presidcnte. nos ocorre a lembrança do que lemos on­tem no Jornal do Brasil - entrevista do candidato dosRadicais na República Argentina, Sr, Alfonsin, ao Jor­

n31 do Brasil, horas antes de se travar aquele pleito me­morável - e sabe V. Ex', como sabe toda a Casa, que aArgentina sai de um governo autoritário para um gover­no amplamente democrático. e o contencioso dosproblemas, das controvérsias, dos confrontos que exis­tem na Argentina nem de teve se assemelham aos nessos,Sr. Presidente. Por que então lá se sai diretamente paraeleição direta e aqui se Ilca nessa contramarcha de 8 a 10anos, numa política chamada de gradual distensão" Poisbem, o Sr. Alfonsin declara. a respeito da divida com oFMI. que julga da maior importância não se fazer umclube de devedores, mas que os paises da Am6rica Latinase entendam no que conccrne à dívida. E nesse entendi­mento latino-americano poderíamos enfrentar os credo­re~ internacionais com muito maior poder de barganha,com muito maior poder de decisào.

o SR, PRESIDENTE (Ary Kffuri) - A Mesa adverteV, Ex'! de que seu tempo está esgotado.

O SR, FERNANDO SANTANA - Peço a V, Ex' apo­naS que me permita concluir estas breves palavras. poisque ocupamos a tribuna, hoje. por dcfcrência especialdesse grande cavalheiro. dessa figura humana extraordi­nária que é (1 Deputado Jorge Carone, que falaria exata­mente sobre () seu projeto de lei que modifica ou tornasem efeito alguns dos artigos mui:) draconianos da Lei deSegurança Nacional. Este t: também um item que merece

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o exame do PMDB. Acho que não podemos pedir. sim­plesmente, que se revogue a Lei de Segurança Nacional.Devemos. sim, apresentai' uma lei que realmente seja desegurança nacional c não de insegurança dos brasileiros,urna lei que defenda os interesses da Pútria e não castigueos brasileiros que querem defendê-la. Ao homenagear oDeputado Jorge Carone com estas palavras. quero tam­bém pedir ao PMDB que nâo fique apenas nessas modi­ficações substanciais do Projeto Carone, mas que traga aesta Casa um projeto completo de lei de segurança. por­que nenhum pais do mundo pode viver sem segurança, E

nenhum país pode viver na insegurança que vivemos.pois. a lei em vigor não é para assegurar a liberdade daPátria, mas para prcnder os brasileiros que queremdefendé-la.

O SR. PRESIDENTE (Ary KffurÍ) - A Mesa roga aV. Ex~ que conclua o discurso. pois O seu tempo já estáultrapassado.

O SR, FERNANDO SANTANA - Sr. Presidente. aoconcluir. gostaria de acrcscentar algumas palavras aodiscurso do Presidente Ulysses Guimarães. S. Ex' dcw­ria, tamhém. em seu discurso, ter dito algumas palavras.pelo menos. no sentido de que devemos reforc;ar ti políti­ca externa deste País, o único ~etor do Governo em quenos c;entimos um pouco lt vontade. S. Ex:~ deveria tcr ditoque essa política externa. que está sendo praticada. dcvt­

ria ser reforçada e que não deveríamos tardar, tanto

quanto tardamos em condenar a atitude dos EstadosUnidos de invadir a República de Granada. como fez opróprio Consclho das Naçõcs Unidas. por quse unanimi­dade: 11 votos contra a intervenção: 3 abstenções. sendolIm da Gn1-Bretanha: c um único voto contra. dos pró­prioc; Estudos Unidos, fiue exerceram o poder de veto.Pois bem. o nosso Hamarati, que tem sido úgil em outrasoportunidades. foi lento e tardo quanto à intervençao emGranada.

E eu aqui quero fazer registrar as palavras de Austre­gésilo de Athayde. essc homem que consegue dizer nemquarto de página...

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Nobre Deputa­do, a Mesa não pode mais tolerar, pois que V. Ex' já ul­trapassou o seu tempo em mais de três minutos.

o SR, FERNANDO SANTANA - Concluo imedia­tamente. Sr. Presidente. lembrando que Austregésilo deAthayde reclama. como todos os demais reclamaram,Como a França, a Itália e a Inglaterra. contra a inter­vençào norte-americana em Granada. Disse- ele que o

Bra:-;il poderia ter protestado muito antes do que o fez. Eestas foram 'lS palavras de Austregé,ilo de Athayde: "Pe­la libertação dos povos oprimos. pela libertação de Gra­nada," (Muito bem! Palmas,)

Durallle o discurso do SI'. Fernando Salllana, IJ Sr.Fcmando Lyra. Ir-Secretário. deixa a cadeira dapre­siclência. que é ocupada pelo Sr. Ary Kj)ill'i. 2'­Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Tem a palavrao Sr. Wolney Siqueira. (Pausa.)

O SR. WOLNEY SIQUEIRA (PDS - GO. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa­dos, a população brasileira vive uma quadra cruel, umcotidiano cheio de sobressaltos e de angústias, pressiona­da por constante diminuição da oferta de emprego, poruma inflação descontrolada, por I1ma earcstia principal­mente grave no que respeita aos preços dos gêneros dealimentação e sem esperança de um futuro mais ameno,de um porvir em que possa viver e produzir sem os temo­res que hoje infestam o dia-a-dia de cada conterrâneo.

As causas dessa situação são múltipla, e variadas. en­globando fatores extcrnos e internos. tais como a ele-

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vação das taxas de juros nos mercados internacionais, aelevação brutal experimentada há alguns anos nospreços dos combustíveis, a vertiginosa transferência derecursos das nações industrializadas para os países pro­dutores de petróleo, a adoção de políticas desenvolvi­mentistas em nosso País, custeadas por recursos toma­dos no exterior, a persistência dessas políticas mesmoquando aS condições da economia mundial desaconse­Ihavam grandes investimentos. além de uma vasta gamade causas intercorrentes, que findaram por emoldurarum quadro desolador.

a Brasil vem empobrecendo celeremente, com oacompanhamento de todos os aspectos negativos que aredução da riqueza nacional traz: intlação, baixa capaci­dade governamental de investimento em aplicações decun ho social, comprossão salarial. desajustamento dapolitica de incentivos ã agrieultura, debilitação das gran­des empresas, ruina de grande número de pequenas e mé­dias indústrias e cstabelecimentos comcrciais, acirramen­to dos ánimos de uma população que já não crê na eficá­cia das medidas que o Governo possa vir a adotar.

Culminando esse processo. defronta-se-nos a própriasubordinação dos interesses nacionais às decisões toma­das em Washington pelo Fundo Monetârio Internacio­nal. {l que. se não chega a representar a quebra da sobe­rania nacional. atcnta frontalmente contra a livrc gerên­cia dos negócios da Nação segundo os interesses c as ne­cessidades mais prementes de nossa sociedade.

Se o Brasil está mais pobre, sua população acompa­nha esse processo sofrendo seus efeitos mais concretos.como a fome. a debilitação da saúde, o aumcnto dosíndices de mortalidade infantil, a agudií'ação das estatís­ticas de desnutrição. a redução dos níveis de aprendizadonas escolas, a elevação dos diferenciais entre tarifas deserviços públicos e indices de reajustamento salarial.tudo isso contribuindo para a redução da qualidade devida tanto nas cidades como no meio rural.

As empresas, por sua vez, sofrem também com esseprocesso de pauperizaçào: a cspeculação financeira atin­giu um ponto tal que se torna mais vantajoso aplicar re­cursos em mercados financeiros do que em atividadesprodutivas, () que vem acarrelando redução adicional daprodução interna e da própria produtividade. As pers­pectivas de exportação somente se concretizam atravésdo aviltamento da moeda nacíonal: sem as succssiva~

desvalorilaçõcs do cruzeiro torna-se-ia impossivel atin­gir as metas de comércio exterior determinadas pela Se­creLlria de Planejamento da Presidéncia da República:se, por um lado, os volumes exportados carrclam divisaspreciosas para o equilíbrio da balança comercial. por ou­tro, fazem com que. cada vez mais. o mercado externoassuma prioridade face ao commmo interno. Ademais, asoarreirus protecionista::. criadas por países desenvolvi­dos, também efetados pela crise financeira internacional,trazem dificuldades adicionais ao prosseguimento dapolítica de exportação. impondo novas desvalorizaçõesda moeda para contrabalançar os obstáculos encontra­dos.

r\cresce a esses fatores o fato de que nos encontramosainda compelidos a exportar produtos básicos, não in­dustrializados, caraeterística que nos leva a cemerciarimensos volumes para auferir receitas dcsproporcional­mente reduzidas: caso tivéssemos condiçôes de imple­

mentar um programa vultoso de exportação de bem in­uustriaiizados, aí. então, poderíamos obter maiores re­ceitas Cl)nl menores volumes. reservando para o mercadointerno grandes quantidades de produtos agrícolas hojetransacionados com países estrangeiros.

Falúvamos das empresas e das diliculdades que en­frentam diante de um quadro de Crl!';t:: não nos cs:.queç:.l­mos das 3cusaçôes que lançam muit3s delas, declarandoque foram levadas à contração de empréstimos externo~.

ainda que deles não necessitas5em: embora não provemtais denúncias. devemos levar t::m ermsidemçào que tal

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fato pode ter rcalmente ocorrido, e suas conseqüênciassomente agora se fazem presente.

As empresas dos Estados, geradoras da maior parcelada produção nacional em valor, inserem-se nesse quadrode modo preeminente. Não pode o Brasil prescindir desuas empresas estatais, sob pena de paralisar alguns seto­res vitais à vida econêmica da Pátria: é ociosa a discus­sào acerca da capacidade da iniciativa privada em a~su­

mir determinadas empresas do Estado, pois dificilmentequalquer grupo particular brasileiro teria condições deassumir o controle de uma Petrobrás ou de uma Vale doRio Doce. As atividades de tais empresas são vitais e nãopodemos penalizá-Ias por apresentarem grandc porte e,conseqüentemente1 grandes exigências financeiras. Deve­mos exigir, isto sim, que sejam geridas responsável e efi­cazmente, de forma a que produzam resultados contá­beis positivos, contribuindo cfctivamente para a geraçãode receitas mediante a prestação de serviços de interessepúblico da mais alta qualidade. Não nos esqueçamos deque. sendo o Governo seu maior acionista, reveste-se aempresa estatal de caracteristicas de paradigma àatuação de empresas privadas. não podendo acobertarincompetências ou facciosismos sob um manto de into­cabilidade conferido pela peculiaridade de representarum braço da administração pública.

É provável que tenhamos cometido enganos na deter­minação dos parâmetros da politica desenvolvimentistaadotada nas duas últimas décadas, tentando dar um pas­so maior que a perna, crescer além de nossa capacidadede investimento. angariar recursos além de nossa capaci­dade de honrar os compromissos assumidos. Não é à toaque um dos pontos principais do acordo com o FundoMonetário Internacional se refere à redução drástica dodéficit público, móvel motor da espiral inflacionária.Não vimos ainda qualquer autoridade afirmar que sãounicamente as folhas de pagamento das empresas priva­das que /àzem subir os índices inflacionários. mas todasconcordam em que a voracidade com que a União exigerecursos com a emissão de ORTNs e LTNs leva ao au­mento das taxas de juros desses papéis: em verdade. ê fá­cil aceitarmos a afirmação de que se não forem remune­rados, tais papéis não terão procura; para que sejam re­muneradores, torna-se necessário emitir mais e mais,para que novas emissões cubram os rendimentos das an­teriores, mantendo em funcionamento um sistema decusteio do dispêndio público que já mostra sinais de es­gotamento. Daí por que se deve refrear o crescimento damassa de salários, já que, caso contrário, as exigênciasdas folhas de pagamento das empresas estatais realimen­tanio o círculo vicioso de incremento das exigências"derecursos.

Defrontados com essa realidade, somente agora acor­damos para as necessidades mais prementes da vida eco­nômica e social dos dias que correm. Precisamos expor­tar. e tardiamente chegamos a essa conclusão. Já de­veríamos ter implantado hft mais tempo uma política efe­tiva de estímulo ao comércio exterior, preparando-nospara um maior intercâmbio de produtos industrializa­dos, que nos renderia maior volume de divisas com me­nOfl esforço persuasário. Precisamos reorientar a políticaintegral de desenvolvimento econômico, adequando nos­

sos interesses às realidades trazidas pelas mutações dorelacionamento econômico internacional.

Ouço o nobre Deputado M ária Frota.

o Sr. Mário Frota - Deputado Wolney Siqueira. dizV. Ex', em seu discurso, que é preciso exportar, para ha­ver estimulo no mercado interno. Mas exportar o qué?Nos dias atuais, seria exportar o suor e o sanguc do povobrasileiro. e isso já foi exportado demais. Precisamos, Sr.Deputado, ê criar um mercado interno. Por que exportara melhor carne') Por que exportar a melhor spja? Por queexportar o melhor cafe! Em verdade. o que tem ficadopara os nacionais ê o refugo. são produtos de terceira e

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quarta categorias, pois se exporta o que há de 'melhorneste País. Qualquer país civilizado do mundo exportaapenas os excedentes. N o Brasil ocorre o contrário. Nãose exportam excedentes, porque não há excedentes.Exporta-se aquilo que vai fazer falta ao trabalhador bra­sileiro. Hoje. se o trabalhador vive muito mal, se estápassando fome, deve-se exatamente a essa escandalosapolítica de exportação. Concordo com V. Ex' em que de­vemos exportar. Vamos exportar ferro. manganés, pro­

dutos que não têm consumo imediato no País. Mas ex­portar alimentos, por exemplo, é crime contra o nossopovo sofrido, que V. Ex' tão bem conhece em seu Esta­do, Goiás. Gostaria que V. Ex~ repensasse sua tese sobreexportação. Também acho muito interessante exportar,mas devemos saber o que exportar. Basta de exportar­repito - aquilo que vai fazer falta, que vai trazer proble­mas sérios, como sucede atualmente, ao povo brasileiro.

o SR, WOLNEY SIQUEIRA - Agradeço a V. Ex' oaparte. Concordo com V. Ex' Acho que devemos expor·tar aquilo que sobre. No transcorrer do meu discurso. V.Ex' terá um melhor esclarecimento a respeito da minhaposição.

O Sr. Mário Frota - Atê o presente momento o dis­curso de V. Ex' vinha sendo excelente. Acredito que nodecorrer do seu discurso V, Ex' dírá as razões por que

afirma ser importante exportar.

O SR. WOLNEY SIQUEIRA - Prossigo, Sr. Presi­dente. Precisamofi estimular ao máximo o crescimentoda produção primária para consumo interno. de formaque. ainda que tudo o mais seja alvo da crucldade infla­cionária, as grandes produções logrem baixar os preçosdos produtos de alímentação. para podermos alimentaruma população já carente de proteínas e que apresentasérios problemas nutricionais.

E, mais que tudo. precisamos criar um clima de enten­dimento nacional. de confiança na autoridade constituí­da, sem o que nào conseguiremos unir esforços para atravessia do difícil momento vivido por nosso país.

Para isso, ê imprescindívcl que s'~ apurem as denúnciasde corrupção. que são, hoje a grande bandeira daquelesque desejam a desestabilização da autoridade federal.Episódios largamente apreciados pela imprensa, como o

. caso Coroa-Brastel, o escândalo das chamadas "polune­tas", sào temas palpitantes e que exigcm elucidação e di­vulgação pública, para que fique provada a intençàofraudulenta. se existir, de seus responsáveis. Que sejamnomeados, julgados e punidos exemplarmente. porque,de outra forma, ti autoridade pública passará por coni­vente e receberá os ónus dessa posição presumida.

Precisamos Sr. Presidente, acima de tudo. revigorar osmecanismos de diálogo de que dispomos, através do for­talecimento do Congresso Nacional, pois todas as so­luções para a crise passam pela trilha do entendimentopolítico. A abertura econêmica pregada pelo empresa­riado. também ela incluiu como elemento predominanteO entendimento político e deve abranger a prática con­gressual. Se este Poder. que emana diretamcnte da von­tade, da preferéncia popular. permanecer alijado da dis­cussão dos temas econômicos c sociais. então O Governo

estará fadado a agir na solidão dos gabinetes. sem ouviro clamor da sociedade em busca de melhores caminhos:tais caminhos podem reverlar-se atê mesmo inadquados,mas, desde que resultado de umamplo entendimento,contarào com a co-gestiio popular, elo imprescindível nacorrente decisória de uma nação em dificuldades.

A gravidade do momento é foi que não admite so­luções engendradas sem a participação da força política.jâ que esta é a representação institucional da vontade po­pular. O Congresso Nacional - podemos supor que amaioria expreslliva de seus mcmbroH - tem consciênciade seu papel e cneontra-se ávido de participar da gerén­cia da crise. da busca de soluções concretas que nos au-

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gurem dias melhores. A participaão congressual écon­dição tácita para que sejam encontradas trilhas segurasqu.e nos conduzem a saídas para a crise e que nos assegu­rem um mínimo de esperança, de confiança na atuaçãogovernamen tal.

Sentimos que o Presidnete da República tem demons­trado empenho e dedicação em buscar soluções e cami­nhos alternativos, mas percebemos que mesmo S. Ex' oPresidente João Figueiredo encontra obstáculos criadosprecisamente pela inexistência de canais de comunicaçãoeficientes entre todas as correntes da sociedade. Chegam­lhe ao conhecimento fragmentos da vontade nacional,mas somente este Congresso pode avaliar a extensão, oconteúdo. a intensidade dos desejos populares. corporifi­cados na vivéncia cotidiana que temos dos problemas denossas regiões. Cremos. sem o desejo de supervalorizarnossa função, na atividade política como o único meca­nismo realmente confiável destinado a auscultar os inte­resses nacionais: não os interesses que determinamosquando temos a prerrogativa de delimitar políticas ou defixar objetivos, mas sim os interesses que brotam daanálise politica de todas as manifestações da sociedade.Tal análise não cabe ao Poder Executivo: envolvido emum vértice de atividades necessárias à geréncia daNaçiio, não terá o Executivo condições de deter·se emaspectos mais sutis da manifestação nacional para. emsegundo momento, analisá-los, cotejá-los com outros,dissecá-los convenientemente em um trabalho que re­quer sensibilidade e moderação, para que, então, sejamdeterminadas diretrizes de atuação governamental queconsultem a vontade popular responsavelmente analisa­da.

Ouço o Deputado Alcides Lima.

o Sr, Alcides Lima - Nobre Deputado Wolney Si­queira, ouço com atenção o seu brilhante e oportunopronunciamento. Alguns pontos do discurso de V. Ex'me chamaram a atenção. V. Ex' diz que é difícil produzirquando temos uma política econêmica em que prevaleceo monctarismo, c que isso desestimula os segmentos pro­dutivos a arriscarem novos investimentos para aumentar

a produção. V. Ex' também coloca o fato de que é preci­so que o nosso Presidente ouça mais a sociedade brasilei­ra, através das suas lideranças, do Congresso Nacional,

das Assembléias Legislativas, enfim, de todas as insti­tuições que realmente representem os anseios do povo, Adecisão do Presidente Figueiredo de atender às reivindi­cações e sugestões propostas pela classe política, quetransformaram o Decreto-lei n? 2.064 no de n? 2.065. dá­nos o alento de que realmente o Governo brasileiro, oExecutivo, passa a olhar com mais atenção a caixa deressonáncia da Naçào brasileira, que é o Congresso Na­cional. Congratulo-me com V. Ex' e estimo que este pro­nunciamento chegue, com a devida intensidade, ao co­nhecimento das autoridades do Poder Executivo. princi­palmente, às da política econômica. Muito obrigado.

o SR. WOLNEY SIQUEIRA - Agradeço a V. Ex' oaparte.

Continuo. Sr. Presidente.Esse trabalho, eminentemente pulítico, somente pela

classe política pode ser elaborado: e nào O será por umou outro representante desse segmento. já que representauma tarefa fluida. incorpórea: tal tarefa emergirá invo­luntariamente da prática do diálogo, .do entendimento~

do consenso. .

Não nos esqueçamos de que já atravessamos o limiardos entendimentos nec~ssários à próxima sucessão presi­dencial. fato que. por si só, já representa um complica­dor à análise lúcida e fria da realidade econômica e so­cial. Vivemos dois momentos de extrema gravidade: aimersão do País em uma crise econômica sem preceden­tes c a proximidade de uma sucessão que, tanto quantoas anteriores, se mostra delicada, exigente de atitudes

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cautelosas para um andamento o menos traumatizantepossível.

Nesse contexto, já por si só complexo, emerge umaquestão da mais alta relevância, no aspecto mais práticoda encruzilhada econômica em que nos encontramos:

como enfrentar as negociações em torno do reesealona­mento da dívida externa brasileira? As dúvidas referentesa esse problema são muitas e somente poderão ser solu­cionadas mediante a implementação do diálogo, da trocade idéias c do eotcjo de convicções: ficou para trás o tem­po em que a tranqüilidade das relações econômicas inter­nacionais possibilitava a decisão centralizada no âmbitodo Executivo: vemos hoje, claramente, que, entre as di­versas nações que encontram os mesmos obstáculos queO Brasil, sobressaem-se aquelas cujas instituições permi­tem a participação popular na determinação de objeti­vos, na fixação de metas e programas tendentes a contor­nar as dificuldades criadas por uma nova realidade nun­ca antes experimentada: por outro lado, fracassam aque­las que buscam no isolamcnto da tomada de decisões ocaminho para o fim do túnel.

o Sr. Mário Frota - Permite-me V. Ex' um aparte?

o SR, WOLNEY SIQUEIRA - Pois não, desde queseja breve.

o Sr. Mário Frota - Dcputado Wolney Siqucira, odiscurso de V. Ex', esta tarde, é dos melhores já pronun­ciados nesta Casa ultimamente. Em razão disso, emnome da bancada (lo PMDB, da qual hoje aqui estou nacondição de Líder, quero parabenizá-lo por tão excelente'pronunciamento. Há poucos minutos aparteei V. Ex'. econfesso que o meu aparte foi um tanto duro, até ásperonão contra V. Ex', mas contra o Governo ao qual infeliz­mente V. Ex' serve. Meus parabéns pelo excelente pro­nunciamento.

o SR. WOLNEY SIQUEIRA - Obrigado.A aberturas política preconizada pelo Prcsidcnte da

República produziu magníficos resultados. dignos delouvor e que honram a atuação do Chefe do ExecutivoFederal ao longo desses quatro anos de mandato: entre­tanto, a realidade econômica demonstra ser imperativa aextensão dessa abertura para o campo concreto das deci­sõ~s específicas da área fi nanceira, da determinação dasquotas dc sacrifício necessárias para que vençamos odifícil momento presente.

Assistimos a seguidas e veemente manifestações públi­cas do Presidente João Figueiredo em defesa de sua con·vicção democrática, e é precisamente essa benéfica obsti­nação que nos leva a conferir-lhe um voto de confiança,certo de que, diante da magnitude dos problemas que en­frentamos, saberá valorizar na exata medida a necessida·de de estender ao Congresso Nacional a possibilidade dediscutir e influir no processo decisório das soluções dese­jadas. nunca para satisfazer vaidades pessoais. mas paravaler-se de eficiente meeanísmo de diálogo, de percepçãoda sensibilidade nacional, de consulta do ânimo da socie­dade, de construção de um ambiente do qual resulte oconsenso, caminho (mico através do qual encontramossoluções adequadas para levar a Nação de volta à scnda

segura do progresso e do bem-estar social. (Palmas.)

o SR. MÁRIO JURUNA (PDT - RJ. Sem rcvisãodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, tenhomuita honra c muito prazer em ocupar mais uma vez atribuna desta Casa, onde anunciamos e debatcmos osproblemas do povo. Quero lembrar um pouco sobre mi­nha vida. de onde é que vem a civilização do brasileiro.Sou um homem criado no sertão. onde existe a civili­zação pura, onde existe o ser humano puro, sem fazer ne­nhuma malícia com ninguém. E aqui chego peja primeira

vez. FuI eleito pelos companheiros cariocas, ou seja, peloRio de Janeiro. Eu encontrei muita coisa em jogo aquina Câmara dos Deputados. na civilização brasileira, civi-

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lização que nilo é da gente. Então. encontrei o homemcriado no escritório. o homem criado dentro do aparta­mento. Eu venho como outra pessoa, de outro lado,onde a gente se cria sem encontrar nenhuma malícia. Euaprendi muita coisa aqui, e pensava que a vida era muito

fácil e muito "imples, mas não tem nada fácil nem sim­ples. Aqui. no dia em que aconteceu o fato sobre a minhacassação, sobre uma calúnia e sobre li inveja... Pareceque o brasileiro quer mudar a nossa liberdade, pareceque o brasileiro quer usar o mesmo barco onde estamosafundando, parece que o brasileiro ainda quer achar li­berdade. O brasileiro quer é sofrer. Isso é o que o brasi­leiro quer. Sou brasileiro autêntico, sou brasileiro - jádisse várias vezes - que nasceu aqui. Os meus avós fo~

ram expulsos daqui, os meus tataravás foram expulsosdaqui. Sou o brasileiro mais pobre que existe aqui juntocom os companheiros Deputados e que, com vários com­panheiros, fui eleito pelo povo. Eu sou o único índio queocupa a tribuna. e pela primeira vez ganhei eleição noRio de Janeiro, ainda que o "diabo" queira me tirar forada liderança e ainda que venha calúnia contra o Deputa­do Mário Juruna.

Eu não disse que sou contra o povo. Eu sou a favor dopovo. mas sou contra o esquema do branco, sou contra aroubalheira do branco. Eu sou contra isso. Mas não soucontra a liberdade. Se o Governo quiser criar liberdadepara o povo, estou pronto para apoiar o Governo Fede­ral. Se o Governo quiser fazer reforma agrária. dividirterra para o povo brasileiro, estou pronto para assumir edar apoio ao Governo brasileiro. Mas desse jeito, o Go­verno afundando nosso Brasil, não posso apoiar, nãoposso aceitar. Não aceito e não quero entender nada.Porque aqui não é País de criança. não é País da brinca­deira.

Aqui vou cumprir a minha obrigação, vou cumprir aminha missão. Estou falando do sentimento do povo. Jádisoe. aqui na Câmara, que incomodo as autoridades.Quando assumi o poder - e eu mandei mensagem ­vim aqui para incomodar muita gente. Não vim aquipara puxar saco de todo mundo. Vim aqui para defendero meu povo, a minha gente. O meu povo indígena.

Aqui. não está vivo. no Brasil...Somos injustiçados e somos sacrificados até agora. O

branco não quer reconhecer que índio ê gente. que índioé ser humano. lndio ê reconhecido como objeto. comoinstrumento. O branco é mais importante do quc índio.Parece que índio não é ser h umano. Parece que o negro ea mulher não são seres humanos. Todos nós somos sereshumanos.

Em primeiro lugar, o índio autêntico é dono do patri­mónio, o índio é dono do Brasíl. Aqni, terra foi tomadapelo branco. O índio foi roubado pelo branco. Não éíndio que está roubando do branco. O branco está rou­bando do índio. O branco está roubando a terra doíndio. O índio não está roubando a terra do branco. Euquero que companheiros, eu quero que cada um quepensa direito c compreende... E nós devemos assumir. ..

o Sr. Wildy Vianna - Deputado Juruna, concede-meV, Ex~ um aparte'?

o SR. MÁRIO JURUNA - Muito prazer. compa­nheiro.

o Sr. Wildy Vianna - Nobre Deputado. V. Ex' ocupahoje, pela segunda vez. o Grande Expediente desta Casa.Veríficamos, no início de seu pronunciamento. o racioCÍ­nio perfeito a respeito do que 1: o índio bra"i1eiro que V.Ex' procura externar. E nós, que também somos indios.porque índio é todo brasileiro. sentimo-nos no dever de,nesta hora - e o fazemos com satisfação - buscando,sem sombra de dúvida, registrar o nosso apreço, a nossasimpatia, o nosso apoio ao pensamento e ao desejo de V.Ex'. quc. vindo lá de Barra do Garças. do Mato Grosso,embora eleito pelos cariocas, procura não trair :;;uas tra-

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diçiies, as tradições do índio brasileiro, do mato­

grossense. Reigistramo" aqui a nossa admiração. hojemais do que nas vezes antcriores, porque V. Ex'. agorajáum pouco mais vivido nesta Casa, procura defender e ex­ternar os seus sentimentos com respeit.o à autoridadeconstituída. sem se afastar das restrições, das críticas,que bem merecem - e faço justiça. aqui. solidarizando­me com V. Ex' - pelos erros cometidos neste País, que,originariamente indígena, nem sempre se tem mantidosolidário na defesa da grande raça, da grande classe indí­gena, do brasileiro nato. Cumprimento-o e solidarizo-mecom V. Ex~ pelas suas palavras.

o SR. MÁRIO JURlINA - Agradeço a palavra aonosso companheiro. Eu reconheço que todos nós somosíndios, até americano, até espanhol. até inglés. Mas eutenho obrigação de considerar uma tribo de índios. Háuma parte que eu também compreendo. Eu, a minhagente. nós falamos bastante do problema, do direito doser humano, do direito do índio, do direito da mulher,do direito do povo.

Até hoje eu não acredito muíto em político, até hoje eunilo acredito muito na palavra de autoridade. Nós rece­bemos a palavra da autoridade. Parece que nós engolí­mos o Netto. Mas a palavra não existe.

Aqui precisa homem, precisa Presidente do povo para

levar mais a sério o direito do povo. Porquc, se O Pres;­d~nte quiser assumir, aí Brasil mudará. Como o Presi­dente nõo ê homem de todo o País. toda gente vai fazerbrincadeira a vida inteira. A gente não pode é brincarcom o povo, a gente não pode fazer brincadeira com opovo. Porque O Brasil tem que ser sério. O ser humano, obrasileiro tcm que ficar mais sério. Porque aqui ninguémpode brincar.

Eu sou homem que pensa que minha Pátria. minhagente. meu povo. o Brasil não precisa ter miséria, nãoprecisa ter fome, não precisa ter injustiça, não precisa terexpulso. E quantas vezes eu ando num avião ajato e vejosertão, eu vejo tamanho Brasil, onde ainda existe fome.E não pode ter.

o Sr. Alcides Lima - Nobre Deputado Mário Juru­na, congratulo-me com V. Ex', não apenas pelo pronun­ciamento que faz hoje nesta Casa, mas por tudo o que re­

presenta para n Brasil e para as comunidades indígenasbrasileiras. Tenho acompanhado o trabalho de V. Ex' e,após a criação da Comissão do lndio, da qual fazemosparte. tenho veril1cando a seriedade, a preocupação deV. Ex' com relação aos problemas das comunidadesindígenas brasileiras. Devo dizer que V. Ex' tem sido umrepresentante digno, autêntico, sério e responsável. Paramim. V. Ex' personifica sobremaneira o sentimento e aalma do índio brasileiro. não só pelos seus traços, peloseu estereótipo, mas pela garra e pelo amor com que sededica ao seu trabalho em favor das comunidades indí­genas. Nas minhas veias correm os sangues macuxi e ua­pichana, das grandes tribos do Território de Roraíma.Tenho aprendido a amá-la" mais ainda no conviviadiário que tenho tido a felicidade de ter com V. Ex', notrabalho na nossa Comissão do lndio. Congratulo-me,pois. com V. Ex lt

O SR. MÁRIO JURlINA - Agradeço, companheiro.Eu queria saber dos companheiros. dos Deputados, de

V. Ex~, Sr. Presidente, queria perguntar a nossos compa­nheiros quando que a gente vai mudar o Brasil. Deputa­do assume compromisso com povo para fazcr reformaagrítria. Quando que o povo vai buscar líberdade atravésdo Deputado na Câmara Federal'? Quando o brasileironão vai mais pedir dinheiro emprestado? E quando que opovo vai fechar esta dívida interna? Eu não sei se é todobrasileiro que aceita que a gente continue pedindo di­nheiro sem necessidade. É que o Brasil ê terra muito rica.O Brasil. o brasileiro não precisa pedir dinheiro empres­tado a ninguém. Quem é aleijado, então, pode pedir em-

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prestado dinheiro. pode pedir mora. Não está chovendo.O povo está vivendo à custa do estrangeiro. O povo estámorrendo de fome. Este dinheiro não é do povo, não.Este pedido de dinheiro é que tem que acabar. O Gover­no está pedindo dinheiro emprestado sem necessidade.Eu nào sei quem é culpado por esse dinheiro que o go­verno estrangeiro manda para o Brasil. Eu nuo sei se éculpado o FMI. se é culpado o Planejamento. o Minis­tério do Interior. Algum Ministério está resolvendo porbaixo do pano, fazendo negócio com estrangeiro.

A Cámara dos Deputados. os Deputados não têm po­der. A Cámara nào assume compromisso com o povo.Onde nós estamos chegando" Para onde nós estamos ca­minhando'! Se hrasileiro não tem vergonha na cara, bra­sileiro vai continuar sempre vivendo à custa do estran­geiro. Quando que' o brasHeiro vai ser independente,quando é que o brasileiro vai lomar seu poder'? Pareceque o Brasil é nomeado pelo estrangeiro. Parece que agente canta no 7 de setembro. faz homenagem dia 7 desetembro sem necessidade. E por que a gente canta dia 7de setembro? O Brasil não é nosso. O BrasH não ê do po­vo: é do FMI. Dia 7 de setembro o FMI tem que cantar.no dia da Independência. para lá: aqui. não. aqui não sepode, porque o Brasil não é nosso. Então, o povo brasi­leiro tem que entender isso.

Eu estou lutando. o Deputado Juruna está lutandopara conseguir que o Brasil passe para o povo. O povoquer viver independente. O Brasil é nosso, é do povo, édo trabalhador, do camponês, do garimpeiro. Este Brasil

é nosso.Agora, dia 7 de setemhro. lodo mundo. criança. ho­

mem, até adulto, vai chegar e cantar, no dia da Indepen­déncia. Cantar o qué? O que o brasileiro aprende com is­so? Não entendo o problema dos companheiros. que nãopodem dividir o tempo. que obedecem a muitas leis. tam­bém. Não estou aqui para obcdecer lei. Eu obcdeço so­frimento do povo, injustiça do povo. Venho uqui paratratar. para discutir a pobreza. o sofrimento, a injustiçado povo. Não quero aprender Regimento. Não queroaprender nada. Já conheçn 11 sofrimento. a fome. O queadianta estudar para ser advogado, para ser juiz? Vouaprender o quc. nas lctras? Vou representar o qué? Vouaprcnder com os juízes. com os advogados. só para rou­bar 11 dinhciro do povo. só para roubar o dinhcir~ daNação, só para enganar a Naçilo. É preciso haver juízesmuito sérios. advogados, autoridades muito sérias. Paramim não tem nenhuma séria. Parece tudo piada. Enga­nam o povo. e por isso o Brasil está deste jeito. No Bra­sH, acompanhado dc homens sérios. talvez já tivesse mu­dado tudo. mas infelizmente está difícil. Está difícil que opovo assuma.

Ouço o companheiro.

o Sr. Márcio Santilli - Nobre Deputado Mário Juru­na. o discurso quc V. Ex' prolerc provoca uma qw,stão:o que significa ser um bom Deputado, um bom parla­mentar? Para muitos. basta ser alguém que fale bonito,que se expresse bem; para outros, é o parlamentar assi­duo, que comparece às sessõe8, que participa dos traba­lhos da Casa. Mas, na verdade. o bom Deputado é aque­le que é capaz de exercer aqui dentro uma real represen­tação. E V. Ex', nobre Deputado Mário Juruna, trouxc aesta Casa Urna real representação. V. Ex' empresta a estaCasa o caráter de órgão de representação de uma socie­dade plurinacional. composta por aqueles quc normal­mente chamamos de brasileiros e por aquelas muitasnações que, mais brasileiras do que nós. tém sido esque­cidas historicamente na política brasileira. Mas creio queo valor de V. Ex' vai além disso, porque. além de repre­sentante das minorias indígenas do nosso País. V. Ex\!tcm sabido interpretar. nesta Casa. os anseios legítimos,as necessidades e as carências das maiorias que com­põem a população brasileira. V. Ex' tem-se pronunciadoa favor do, pobres. dos posseiros, dos favelados, dos des­protegidos. aqueles que ao lado das nações indígenas,

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compõem a imensa minoria esquecida. abandonada c es­poliada deste imenso Brasil. Quero dizer quc para nós V.Ex' expressa aquilo que pode havcr de melhor num Par­lamento c num representante do povo brasileiro no Con­gresso Nacional. V. Ex' tem sabido interpretar, à suamancira, diretamcnte. de forma simples e objctiva. aqui­lo que interessa à Nação brasileira e aquilo que há demais significativo na nossa História e na nossa tradição

politica. como bem acaba de lembrar. quando se refereàs comemorações da nossa Indcpendência. DcputadolVIário Juruna, cassar o mandato dc V.·Ex' reprcsentariacassar esta Casa, significaria ignorar o real papel de umparlamentar. que é o dc rcprcsentar alguma coisa aquidentro e o de interpretar os anseios. que f1ào majori­Lírios. da Nação brasileira. Meus parabéns, minha soli­dariedade, e continue assim, orientando-nos emostrando-nos o real caminho de uma representaçãolegítima. Muito obrigado.

O SR. MÁRIO .IlIRUNA - Agrade.;o ao compa­nheiro.

Eu não pude aprender muito melhor. como os várioscompanheiros quc falam muito bem. perteito, ou falammuito justo. E não pud'c aprender muito bcm. paraacompanhar todo político. Infelizmente. não fui criadoaqui. já disse: fui criado no sertão. Mas não faz mal tam­hém, A minha consciência, o meu pensamento estão le­gal. Não adianta fazer mais nada: nem muita leitura,também. nem falar mais. Quem fala menos fala melhor.

o Quem fala muito'não vai adiantar nada.

o Sr, Mário Frota - Permitc-me V. Ex' um aparte'?

o SR. MÁRIO JURUNA - Quero mudar a minhapalavra. agora para o problema da eleição.

Então. o povo está querendo eleição para poder mu­dar Presidente da República. Ainda não me respondeunada. ainda não disse nada. Não sei sc o civil vai ser ame:)ma coisa que o militar. O militar já foi pior contra ocivil. E nào sei se vamo~ mudar o Brasil.

Quero que o Presidente da República dê eleição direta.Quero que o civil se prepare e que nào vá acontece.r maisnada como cstá acontecendo hoje. Não posso acrcditarmuito no político. porque político é a mesma coisa, écomó civil e como militar. Não tem político melhor. paramim. porque o político é como o militar e o civil. e nin­guém vai mudar nada. O O'overno Federal já dei'(Oueleição direta para cada Estado. Governador foí eleitopelo povo. Quantas vezes Governador já virou as costas.C não quer mais falar com companheiro Dcputado. Ogovernador está vivendo cnjaulado e não comunicà nadapara nós. Depois, o Prcsidentc da Rcpública Não sei,sempre disse. não sei se vai continuar sempre E a gr,;ntetira. para depois levar para o depllsito: para guardar nodepósito...

Entào. eu estou coá) vocês, companheiros. porque nãoespero injustiça gravc contra o povo. Eu não cspero in­justiça contra a nação indígena e contra a reserva. Eunão espero nada. Quero que a política mude no total, aolado da libcrdade. ao lado do ser human'o, ao lado dà fe­

licidade. Isso eu quero. Mas não quero que o Brasil con­tinue. como está acontecendo hoje. a pagar dívida. E ocivil vai qucrer manchar a dívida. Então. cu não queromais nada. cu não aceito. Quero que os companheiros.que a gente se prepare para poder assumir o poder, on05.'0 Brasil.

Tem aparte V. Ex'

O Sr. Mário Frota -. N obre Deputado Mário Jliruna,ouvimos V. Ex g com muita atençào nesta tarde. Em ver­dade. o problema não é o Prcsidente da R~pública ser ci­vil ou militar: o importante é ele ter legitimidade. é sereleito pelo povo: ê o povo coloeá-Io no Palácio do Pla­nalto. É isso, em verdade, o qllc queremos hoje. Ser oPresidente civil ou militar, niiô nos interessa: o impor-

Terça-feira l' 11843

tante é a forma como ele vai scr levado ao poder. Tive­mos. neste Pais. Presidentcs militares que foram grandcscivilistas. Podemos citar o Presidente Dutra. quc gover­nou com a Constituição debaixo do braço. E tivcmosPresidentes civis que foram ditadores da pior qualidade,que até não se importavam com a Constituição nem comas leis. Por essa razão. militar e civil, se querem se elegerpara algum cargo neste País, que procurem os partidospolíticos e disputem como V. Ex' disputou, no R,io de Ja­neiro. o voto do povo, nas praças públicas. pela televi·são, pelo rádio. Isto. sim, é o que nós queremos e o qucV. Ex' descja. Civil ou militar. não interessa à Nação. Omilitar é o eidadão fardado. São cidadãos a quem paga­mos. para que usem nossas armas - as quais infelizmen­te muitas vezes sào apontadas para o povo. No entanto,se algum militar quiser se eleger, que procure um partidopolítico. V. Ex' profere um excelente discurso. Em nomcda Liderança do PM D B. parabenizo V. Ex' pela perfor­mance e pelo discurso que pronuncia na tarde de hoje.

O SR. MÁRIO JllRUNA - Muito obrigado. compa­nheiro.

Importante não é ser político. Importante é que essehomem tenha sabedoria para atender povo brasileiro.povo que ama o Brasil, autoridades q1)e amam povo bra­sHeiro. que estará pronto para apoiar nosso candidato.

O Sr, João Batista Fagundes - Permite V. Ex' umaparte'?

O SR. MÁRIO .IURUNA - Deputado João Batista,recehi comunicação d~ nosso Presidente de que O meutempo está e·sgotado. Não faltará outra oportunidadepara a gentc falar bastante e trocar idéias eom os nossoscompanheiros.

Agora. qucro agradecer ao companheiro FlávioMarcílio, que é homem sério, que é homem capacitado.que assumiu compromisso com Deputado eleito pelopovo brasilciro. Então. quero continuar com FlávioMarcilio. que tinha colocado esteio aqui dentro da Casa~ assumiu com :;;eriedadt:: ao lado do companheiro. doparlamentar.

Cada um de nós vai pensar direitinho. até 1986, emquem vai ser Presidente da República. se vai ser homemdo rOV~). Se n~10 for do povo, a gente vai .sofrer t;empre.

Muito obrigado, companheiros. (Palmas.)

ANEXO AO DISCURSO DO DEPUTADO MÁRIO

JURUNA

Brasília. 31 de outubro de 1983.Sr. Presidente, ST'. Deputados, sou indido Xavante.

nascido às margens do rio Couto Magalhães. no Estadode Mato Grosso. Quando menino. meu povo foi atacadopor expedições armadas, onde por vários anos. vi meusirmüos morrerem vitimados pela carabina do homem

branco. pelas doenças estranhas que trouxeram as rou­pas contaminadas. jogadas de aviào sobre minha aldeia,

Vi meus pais procurarem o contato pacífico com o ho­

mem branco, como única solução para evitar o extermÍ­nio de minha tribo.

Cresci c mais tarde lutei para ser cacique de minha al­deia. Como cacique. governei meu povo como manda atradícão de minha tribo: respeitar o direito do próximo,defendcr'meu tcrritório. defender minha tribo contra asdoenças. contra a fome e contra os maus costumes dohomem branco.

Aprendi, como cacique, que aquele que deveria sermeu protetor - a FUNAI - desrespeitava nossa lei tri­bal e não cumpria ti lei do branco. Fazia promessas queem seguida se esquecia. P8'isei a trazer comigo um grava­dor como única ílrma contra as promessas mentirosasdas autoridades.

11844 Terça-feira IQ

Fiquei, então. conhecido nacionalmente comO o caci­que do gravador,'para quem uma palavra, uma promes­sa. uma mentira, poderia custar sua desmoralizaçãopúhlica.

Percehi que os mentirosos se afastaram de mim e tivepoucos amigos.'

A FUNAI me perseguiu. tentando de todas as formaspossíveis e imágintíveis me destituir da liderança e jogar­me na desmo'ra!ização perante minha iribo.

Os fazendeiros que queriam minha terra, passaram ase organizar' para tentar pôr fim à minha vida. Resisti de

(odas as maileiras com coragem e apoio de minha tribo ede meus amigos. Viajei todo o Brasil, denunciando a si­tuação injusta e desumana em que vivem os índios. Fuipara o exterior, presidir o Tribunal Russell. contra avontade do Governo brasileiro. dando continuidade àminha luta em defesa de meus irmãos índios.

Quando deixei minha tribo, em 1980. sabia que jamaispoderia ter um lugar na FUNAI para defender o meupuvo. Pensei, então, em ser Deputado e assim ler a chan­

ce de lutar, de forma independente. por dias melhorespara as nações indígenas.

Fui para o Rio de Janeiro, candidatei-me e agradeçoaos cariocas a oportunidade que me concederam.

Já eleito, vim para Brasília. Abri meu gabinete e mi­nha vida para defesa daqueles menos favorecidos que,como o índio. tém seus direitos usurpados. Meu gabíneLetodos os dias eSLá aberto a partir das 7:00 horas. fechan­do por volta das 21:00 horas.

Receho aproximadamente 40 pessoas por dia e quaseuma centena de cartas e telegramas por semana, vindosck todos as partes do Brasil. As pessoas que me proco­ram no gabinete são os desempregados, os oprimidos. ospais de família que levam seus filhos doentes e chorampor um prato de comida.

Recebo visitas e Lelefonemas de índios de todas as re­,'Ioes do País, que trazem notícias de que suas terras es­tão invadidas, seus direitos estão sendo violados e que af-UNAI. como sempre. sequer lhes dá ouvido.

Tenho procurado fazer o possível para aproveitar bemminila condição de DepuLado.

Já visitei, elll audiência. todos os Minist;os com exces­

são da Marinha, ExérciLo e Aeronáutica - levando de­núncias c apresentando soluções. Visitei. por último, oPresidente da República. Levei comigo as ansiedades dopovo sofrido e perseguido. Fui ouvido, mas até hoje nãofui atendido.

Já fiz vários discursos da tribuna desta Câmara dosDeputados, denunciando principalmente as injustiçasque todo dia se comete contra o índio.

No dia 26 de setembro, ocupei maís uma vez esLa tri­buna para denunciar a questão gravíssima dos índíos Pa­taxó, no sul da Bahia. Estes índios, que estão sem terra esendo vítimas da violênc.;ia suprema que caracteriza a si­tuação do índio no Brasil. haviam retomado uma áreaqllC por lei e por díreito lhes pertence. Mas a FUNAI,com aJuda da Polícia Federal e Militar, desalojou maisuma vez. de forma repugnante e desumana estes índiosde suas terras. A forma como isso foi feito é inadmissível( inacreditável. A polícia, no auge da violência, recebeuordens superiores de atin.lf contra aqueles que resistis­... cm.

'\lo mcu discurso, feito de improviso e com as naturaisdificuldadcs que tenho com a língua portuguesa. chamei"s autoridades " responsahilidade. Manifestei o meu re·púdio pela forma com que o Poder trata a pessoa doindio. do posst:iro e do camponês.

Por minhas declarações. 22 Ministros deste Governo.ll·nl~lr<.lrn cassar o meu mandato.

Enquanto" Nação se curva diante da fome, da falLa deemprego. de moradia, da falta de saúde e de escola. oCi()n~rno Federal não toma providência para resolver es­t,'..... prohkmas.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç~o I)

opovo desta Nação não agUenta mais ser espoliadopor uma política econômica que não entende e que estápovoada por denúncias jamais apuradas como RIO­CENTRO. CAPEMI, TUCURU1, DELFIN, COROA­BkASTEL. POLONETAS. TORRES DE TRANSMIS­SÃO. RELATÓRIO SARAIVA e outros que o povo tãohem conhece.

Na minha tribo, como já disse. o cacique, a autoridademáxima. é o responsável pelo bem-estar do seu povo.

No meu País. com tantas riquezas, com tanta terra. e oque vemos no entanto" Meia dúzia passando bem e o res­to na mais absoluta miséria.

No meu ponto de vista, os governantes são responsá­veis pelo hem-estar de todos. Quando chegam ao meugabinete centenas de pessoas privadas do mínimo neces­sário para sua sobrevivência, D que posso deduzir é sim­

ples e óhvio: existem pessoas tirando dos outros não só asua comida e seu conforto. muito mais que isso. tirandoseu direito supremo de poder viver dignamente.

Estive duas vezes no nordeste e o que vi e presenciei,superei qualquer espectativa e concepção de miséria,onde morrer não é problema. mas viver, isso sim é umgrande problema. Talvez sejamos o único país do mundoem que existe esta pecularidade: as pessoas pedem paramorrer. porque isso é uma grande solução.

•Quando os governantes ficaram sahendo que fui elei­to. declararam que o povo não sabe votar. porque ha~

viam eleiLo um "exótico de Langa". Respondi que vinhapara incomodar.

Os direitos e prerrogativas que tenho usado, sào aque­les normais de um Deputado preocupado com a situaçãodo povo de seu País. Não sei se posso dizer o mesmo das

pessoas que esLão no Governo.

As denúncias de corrupção estão estampadas todos osdias nos jornais do Brasil. Se essas denúncias recaemsohre o Poder Executivo, cabe li eles apurá-Ias e provarque SLtO infundadas, o que. lamentavelmente, não ocor~

reu,

A minha posição como Deputado Federal, refiete a in­dignação de milhares de brasileiros. Não posso, portan­to. me calar diante do momento sombrio que o Brasilatravessa, sob pena de trair aqueles que depositaram suaconfiança em mim, através do voto. Daí emendo que oacontecimento que me envolveu em fLns de setembro.nào significa afronta alguma a quem quer que seja, masuma contribuição que presto, como representante popu­lar para o restabelecimento da democrucia e paru garan­

til'" honra da Nação.

Pelo exposto, podemos concluir que, de certa forma. énalmal e compreensível quc provoco a ira dos governan­tes, com meus discursos desta tribuna: venho do mato econvivo com pessoas que nunca chegaram ú ante-sala deum Ministério; aqueles que sentiram-se ofendidõs comminhas palavras, nasceram nos berços da Revolução de64 e convivem e usufruem desLe poder minoritário e aU­toritário que aí está a quase vinte anos.

O que falo 'é o sentimento do índio, é o retrato da vidado índio. Enquanto estiver vivo, jamais calarei a minhahoca diante tia injustiça, do rouho e sempre vou incomo­dar os ladrões.

Finalmente'desejo agradecer ã Mesa desta Casa, espe­cialmente o Presidente desLa Câmara. que sempre temprocurado me ajudar. Agradeço também a todos compa­nheiros Deputados que não cederam diante das pressõesdo Executivo.

Mas de maneira especial quero apresentar u minha

gratidão às eptidades e pessoas 4u~ ti:rn. nos mornenlosdifíceis de minha vida, telefonado ou mandado cartas deapoio e de solidariedade com minha luta.

Mário Juruoa Deputado Federal

Novembro de 1983

o SR, PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Está findo otempo destinado ao Expediente

Vai-se passar à Ordem do Dia.

COMPARECEM MAIS OS SRS:

Amazonas

José Fernandes - PDS: Randolfo Bitlencourt ­PMDB: Vivaldo Frota - PDS.

Pará

Sebastião Curió - PDS.

Maranhão

João Alberto de Souza - PDS.

Piauí

José Luiz Maia - PDS.

Ceará

Lúcio Alcântara - PDS: Manuel Viana- PMDB.

Paraíba

João Agripino - PMDB.

Pernambuco

Arnaldo Maciel - PMDB: Jarbas Vasconcelos ­PMDB.

Alagoas

Geraldo Bulhões - PDS.

Sergipe

José Carlos Teixeira ~ PMDB.

Bahia

Domingos Leone11i - PMDB: Eraldo Tinoco - PDS:Gorgônio Neto - PDS: Haroldo Lima - P\!DB: I-!o­riLeio Matos - PDS: Raul Ferraz - PDS.

Rio de Janeiro

Denisar Arneiro - PMDB; Simão Sessim - PDS.

Minas Gerais

Homero Santos - PDS: Paulino Cicero de Vascon­cellos - PDS.

São Paulo

Darcy Passos - PMDB: Irma Passoni - PT: M"rcioSantilli - PMDB: Ruy Códo - PMDB.

Goiás

Ibsen de Castro - PDS: Juarez Bernardes - PM DB.

Maio Grosso

Milton Figueiredo - PMDB.

Paraná

[talo Conti - PDS,

Santa Catarina

João Paganella - PDS.

Rio Grande do Sul

Guido Moesch - PDS: Paulo Mincarone - PMDB.

Novembro de 1983

VI - ORDEM DO DIA

o SR. PRESID ENTE (Ary Kffuri) - A lista de pre­sença acusa o comparecimento de 182 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputado,; que tenham proposições aapresentar poderão faze-lo.

o SR. WILMAR PALLIS - Projeto de lei que acres­centa parágrafo ao art. 69 do Estatuto dos FuncionáriosPúblicos.

O SR. SÊRGIO CRUZ - Requerimento à Mesa soli­citando a realização de Sessão Especial comemorativa aoDia da Bandeira. a efetivar-se no próximo dia 18 de no­vembro.

O SR. PAULO MARQUES - Projeto de lei que dánova redação ao art. 5º da Lei n' 6.226, de 14 de julho de1975, que dispõe sobre a contagem reciproca de tempode serviço público federal e atividade privada, para efeitode aposentadoria, e dá outras providências.

O SR. RAYMUNDO AS FORA - Projeto de lei quedispõe sobre a emissão de uma série de selos comemora­tiva do IV Centenário de Fundação do Estado da Paraí­ba.

O SR. MÂRCIO SANTILLI - Projeto de lei que dis­põe sobre o Sistema de Previdência e Assistência Socialdestinados aos trabalhadores rurais e dá outras provi­dências.

O SR. RENAN CALHEIROS - Projeto de lei querevoga a Lci nº 6.620, de 17 de dezembro dc 1978 - Leide Segurança Nacional.

O SR. RANDOLFO BITTENCOURT - Projeto delei que exclui dentre os considerados de interesse da sc­gurança nacional o Município de Ipixuna, no Estado doAmazonas.

- Projeto de lei considera as despesas realizadascom água e luz, pela pessoa física. como parcclas dcdutí­veis para o cálculo do Imposto de Renda.

O SR. OSWALDO LIMA FILHO - Projeto de leique dispõe sobre a emissão de uma série especial de se­los, em homenagem ao jurista e pensador político Alber­to Torrcs.

O SR. JOÃO FAUSTINO - Requerimento de con­vocação do Sr. Ministro do Interior, a fim de prestar es­c1arccimentos sobre as medidas a serem adotadas objeti­vando solucionar de forma definitiva os graves proble­mas do No rdeste.

_ Requerimento de convocaçllO do Sr. Ministro Chefeda Secretaria de Planejamento, a fim de prestar esclareci­mento sobre as medidas a serem adotadas objetivandosolucionar de forma definitiva os graves problemas doNordeste.

O SR. FRANCISCO DIAS - Projeto dc Ici que fixaos critérios para o rejuste das anuidades escolares.

O SR. FRANCISCO AMARAL - Projeto de lei quedispõc sobre a fixação de prazo, após o qual os ocupan­tes de cargos públicos da úrea econômico-financeira es­tarão desincompatibilizados para o exercício de cargosde direção em instituições financeiras privadas.

O SR. RUY CODO - Projeto de lei que permite ouso do gás metano nos táxis c transportes coletivos.

O SR. FLORICENO PAIXÃO - Projeto de lei queinstitui os adicionais por tempo de serviço c licença­prémio aos empregados sujeitos à Consolidação das Leisdo Trabalho.

O SR. ARY KFFURI - Projeto de lei que institui oDia da Solidariedade ao povo libanês e dá outras pro­viências.

O SR. JOSÊ CARLOS TEIXEIRA - Projeto de leique altera dispositivo da Lei n' 6.686. de 11 de setembrode 1979, e dá outras providências.

O SR. PRESIDENTE (Ar}' Kffuri) - Nos termos do

urtigo 86, ~ 3". do Regimento Interno. convoco a Câmarados D~rutadüs para uma Ses~?i.n Extranrdin;}ria l\4atufi-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)

na. amanhã, às 9 horus. destinada a trabalho das Comis­sôes.

o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - A Mesa dá aosSrs. Deputados, ciência do oficio do Sr. Senador MoaevrDalla. nos seguintcs termos: •CNj131

Em 31 de outubro de 1983.A Sua Excelência o Seohor Deputado Flávio MardlioPresidente da Cámara dos Deputados

Senhor PresidenteComunico a V. EX,l e, por seu alto intermédio. à Cà­

mara dos Deputados que esta Presidência convocou ses­são conjunta. a realizar-se hoje. às 18:30 horas, no Ple­nário dessa Casa, destinada à leitura das i\i[ensagens n~s

130 e 131. de 1983-CN. referentes. respectivamente. aosDecretos-leis nOs 2.064 e 2.065. de 1983.

Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex' osprotestos de alta estima e distintc: consideração.

Senador Moaeyr DaIla, I'-Vice-Presidente no dxereí­cio da Presidência.

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Vai-se paSSltr àvotação da matéria que está sobre a Mesa e a eonstanteda Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) -

Votação. em discussão única. do Projeto de Lei n'1.659-A. de 1983, que dispõe sobre a escolha de diri­gentes de fundações de ensino superior c dá outrasprovidências; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade. ju­ridicidadc e técnica legislativa: e. da Comissão deEducação c Cultura. pcla aprovaçào. com Substitu­tivo, Com voto em separado do Sr. Rômulo Galvão.(Do Poder Executivo.) - Relatores: Srs. NilsonGibson e Wall Ferraz.

Adiada a votação por falta de quorum

O SR. PRESIDENTE (Ary KITuri) -

Votaçüo. em discussuo única. do Projeto de De­creto Legislativo n" 38-A. de 1983, que aprova o tex­to do Convénio Multilateral sobre Cooper~çào eAssistência Mútua entre as Direções Nacionais deAduanas (incluídos os anexos. I, V e X11I), celebra­do na cidade: do fvléxico: tendo p~treceres: da Comis­::iào de Constituição e JustiGtl. peb constitucionali­dade, juridicidade e técnica legislativa: e, da Comis­são de Economia. [ndListria e Comércio. pcla apro­vação. (Da Comiss:lü de Relações Exteriores.) ­Relatores: Srs. José Rib:.lmar ivlachado. l'.JibonGibson e José Thomaz Nonô.

Adiada votaçào por falta de quorum

O SR. PRESIDENTE (Ary KITuri) -

Votação do Parecer n9 2, de 19R3. que opina, arespeito do Ofício GP-0-1.926!8.1, dQ Sr. Presidenteda Câmara, pela alteração do número de membrosdas CP!'s dn "Dívida Extcrna" e do "Grupo De1­fin", entendendo. em conseqüência, como prejudi­cado o requerimento deferido pela Presidência. con­tra os votos dos Srs. Ademir Andrade. AluízioCampos. Arnaldo Maciel. Egídio Ferreira Lima.Jnàn Cunha. Joào Gilherto. Jorge CaroTlt::, Jo.~é Mi'::­

lo. José Tavares. Pimenta da Veiga. Plínio Martins,

Raimundo Leite. Theodoro Mendes. VaImor Gia­varina. Jos~ Genoíno. Ibsen Pinheiro, AmadeuGeara. Jorge wl~d3lJ:'lr. \Vngner Lagtj, Luí? Henri­

que. F!oriceno PaixtÍll, \Valter Ca:;anov;! e. em Sdra­1'<.1'.11-'_ do Sr. GastlKlJH:: Righi. (Da Comis;-;úo de

Terça-feira l°' 11845

Constituição e Justiça.) - Relator: Sr. Cc!so Bar­

ros.

Adiada a votação por falta de quorum.

o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri)-

Votação, em discussão única, do Projeto de Re­solução n. 104, de 1983. que autoriza o Senhor De­putado Matheus Schmidt a participar de missão cul­tural no exterior. (Da Mcsa) - Relator: Sr. AryKffuri.

Adiada a votação por falta de quorum.

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) -

Votação. em discussão única, do Projeto de Re­solução n. 105. de 1983. que autoriza o Senhor De­putado Rubem Medina a participar de missão cul­tural no exterior. (Da Mesa) - Relator: Sr. AryKffuri.

Adiada a votação por falta de quorum.

o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri)-

Votação. cm discussão (mica. do Projeto de Re­solução n. 106. de 1983, que autoriza o Senhor De­putado Ulysses Guimarães a participar de missãocultural no extcrior. (Da Mesa) - Relator: Sr. AryKffuri.

Adiada a votação por falta de quorum.

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri)-

Votação, cm discussão única, do Projeto de Lein' 1.719-A. de 1983. que modifica a redação do art.2. da Lei nº 6.334, de 31 de maio de 1976, que fixaidade máxima para inscrição em concurso públicodestinado ao ingresso em empregos c eargos do Scr­viço Púhlico: tendo pareceres: da Comissào deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, ju­ridicidade e têcnica legislativa: e. da Comi"ão deServiço Público, pela aprovação, com emenda. (DoPoder Executivo) - Relatores: Srs. Leorne Belêrn eGomes da Silva.

Adiada a votaçáo por falta de quorum,

O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Concedo a pa­lavra ao Sr. Jacqucs O'Ornellas, na qualidade de Líder

do PDT.

o SR. JACQlJES D'ORNELLAS (POT - RJ.Como Líder. Pronuncia n seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente. Srs. Deputados. na madrugada do dia 21, há dezdias. portanto. parou de pulsar o coração de um homemincomum na vida brasileira l incomum perante a humani­dade. um homem que. na síntese perfeita do poeta popu­lar, era feito de ferro c de flor: Gregório Bezerra. Ho­mem de flor, quundo se identificava com os humildes,eom os explorados. famintos e massacrado, trabalhado­res do campo c da cidade - ele próprio oriundo de umafamília extremamente pobre. trabalhando desde os 4anos de idade e só podendo alfabetizar-se já adulto. Mashomem de ferro, duro. que não se vcrgl!va ante os pode­rosos, ante os insensíveis latifundi:1rios do Nordeste.ante os poderosos grupos industriais de Pernambuco ede outras regiões do Pais, ferro em brasa a fustigá-los.denunciando sem cessar a exploração a que eram subme·tido~ os camponeses, os operúrios, os ferroviários espo­liados pelas empresas nacinnai:-:; ou estrangeiras.

Nunc:l será demais repdir o qur: numerosas obras­inclusive ti própria autohiografia de Gregôrío - e;] im­

prema jamais puderam ocultar, f:.ltos que retrataram suatrajetória na vida nacional. com ênfase especial 30 vergo-

11846 Terça-feira 1\'

nhoso e criminoso .:pisódio de sua exibição. qual animalraivoso. amarrado, espancado c arrastado ensangüenta­do pelas ruas de Recife, após sua prisão em 1964. O mas­S;Jcre chegou li ser transmitido pela televisão. visto deperto por mulheres e até crianças, chegando a provocarindignação a revolta dc religiosos quc, no equívoco dequc hojc se dão conta, poucos dias antes participavamdas "'marchas da família com Deus, pela liberdade". Odesfecho, todos sabem. foi o golpe militar que a realida­de veio demonstrar ser contra a família. hoje na penúria,contra Deus, cujo nome foi invocado cm vão. e eontra aliberdade, cujo mais recente exemplo aí estú nas medidasde emergência decretadas para impedir a livre manifes­tação popular de repúdio à política económieo­financeira do Governo.

Gregório Bezerra, no scu amor aos humildes e explo­rados compatriotas. como homem feito de flor. ou noseu duro combate, como homem de ferro, destemido evalente, contra os exploradores nacionais c estrangeiros,honrou esta Casa como Constituinte e como Deputado,eleito em 1945 com li maior votação de Pernambuco. So­mente aprendeu a ler aos 25 anos de idade, num curso dealfabetização do Mostciro dc São Bento. c ao cntrar parao Exército. onde ehegou a sargento. pôde aprimorar seusconhecimentos.

Como Constituinte ou como Deputado Federal dei­xou sua marca profunda nos Anais desta Casa.<Ê umafaceta importante de sua colaboração para as causa~ na­cionais e para a libertação da classe trabalhadora - eachamos indispensável, ao prestar-lhe a nossa homena­gem. relembrar para os que viveram essa época ou dcs­vendar para os jovens o Gregório Bczerra parlamentar,no período de 1945 a 1948. quando, posto na ilegalidade

o Partido Comunista. cuja bancada honrava com suacombatividade, teve eassado o seu mandato.

Voltado para a luta em defesa dos trabalhadores e do

povo brasileiro, Gregório não esquecia também o dramavivido pelas vítimas das ditaduras em outros paises e. datribuna nesta Casa, em março de 1946, aprcsentavamoçào. aprovada pela Assembléia Nacional Constituin­te, traduzindo a indignação. a dor e o protesto do povobrasileiro contra o fnzilamcnto de Cristina Garcia c maisoito republicanos pela ditadura de Franco, na Espanha.A solidariedade de Gregório se estende a outros comba­tentes pela causa da liberdade na Espanha. cujas prisões,torturas c mortes marcaram profundamente o povo es­panhol, que somente há pouco tcmpo, eom a morte dcFranco. iniciou ti sua caminhada para um regime demaior democracia,

Em julho de 1946, Gregório defende ardorosamente ainclusão na Constituição brasileira do direito de votopara os analfabetos e as praças de pré de nossas ForçasArmada~. Em abono de Slla tese. cita numerosos exem­plos internacionais e lembra quc as restrições existentes" ... comprometem o direito fundamental do cidadão.que é escolher seus mandatários.. ,". "Nada mais injusto- diz Gregôrio - do que subtrair o direito de voto aosanalfabetos. Entre os analfabetos se encontram precisa­mente: os trabalhadores do eito, os seringueiros que ar­rancam eom o risco da própria vida as riquezas do Valeda Amazônia. os vaqueiros do Norte. do Nordeste e dosPampas, os trabalhadores dos engenhos, das usinas e dosvários setores de nosso parque industrial, em síntese.toda a massa laboriosa que, efetivamente. concorre coma maior parcela de esforço para a grandeza e o progressodo Brasil".

Ao defender o direito de voto a todos os integrantesdas Forças Armadas. Gregório prossegue em defesa desua tese, dizendo: "Ê realmente estranho que ainda hojese pretenda excluir os soldados, marinheiros. cabos, sar­gentos e suboficiais do direito de sufrágio. Esses homens

- prossegue Gregório - antes de serem chamado:; aoserviço da Pâtria. sào alavancas da nossa riqueza. danossa prospcridadc. são os braços que cultivam os nos-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçuo I)

SQS campos. que movimentam as nossas oficinas. as nos­sas fábricas e os nossos meios de transporte. Nào obstan­te isso, uma vez integrados na caserna. perdem, por as­sim dizer, o seu direito à cidadania". Finalmente, Gre­gório revela citações do então Gcneral M asearenhas detvlorais. que, como comandante das tropas brasileiras

em luta na Itália contra o naz.i-fascismo, descreve comdetalhes o herôismo de vários soldados e cabos nos cam­pos de batalha. em defesa da liberdade e da democracia,os mesmos soldados e cabos que, conseguindo sobrcvi­ver c retornando ao Brasil. não iriam merecer sequer ahonra de participar das eleições, escolhendo os legislado­res e dirigentes do Pais,

As intervenções de Gregório Bezerra como Deputadoe Constituinte são constantes, nos discursos, nos apartes,nos dehates. denunciando os desmandos e assassinatosde camponeses, a exploraão dos ferrovários de Pernam­buco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. Dentreos vários fatos relatados, Gregúorio dá ênfase especial

aos graves problemas que atormentavam os trablhadoresda Empresa de Carris Urbanos de Recife e Olinda e osferroviários da "Great Wcstern".

Gregório Be-zerrujamais deixou de condenar, da trihu­na desta Casa que tanto honrou, não só a exploração dasempresas nacionais, dos latinfundiários que ainda hojedominam principalmente na região nordestina. comoatacava de rijo as empresm; imperialistas. como a Light.li Pernambuco Tramways. a Great Western - todas, se­gundo sua expressão, rezando pela mesma cartilha.

Referindo-se, em novembro de 1946, à sua partici­paçào na Revolução de 1935. Gregório lembra que, de­pois de 9 anos de prisào, dali saiu, com a anistia, para aAssembléia Nacional Constituinte. com os consagrado­res votos do mesmo povo que o viu pegar em armas. "Eisso porque - dizia ele da tribuna desta Cámara - " ... opovo compreendeu que nós não nos levantamo:; entãocom o intuito de ensangüentar nosso Pais. como alardea­ram e ainda alardeiam hoje, Basta recordar o ambientepolítico do mundo e do Brasil. para se localizar a Rcvo­lução de 35 nos seus verdadeiros limites. Nem a revo­lução comunista, nem mesmo socialista. Revolução con­tra o fascismo em ascenso. contra a sua ameaça no Bra­sil, onde o governo de então lhe dava claro e decididoapoio. Marchava aquele governo para a ditadura em queveio cair logo depois, capitulavam os homens mais res­ponsáveis c um ambiente dc inscrgurança se cstcndiasobre os destinus da Pátria. levando oliciais, sargentos,soldados e civis à luta. Luta contra o fascismo. repito.Sem nenhum intuito de estabelecer regimes comunistasou sociali~tas em nossa Pátria, mas para garantir umaefetiva democracia."

Assim foi a atnaçào de Gregório Bezerra como Depu­tado e Constituinte. Defendendo os trabalhadores, ver­gastando os opressores. denunciando as forças imperia­

listas, pugnando por um Brasil independente e democrá­tico. Não o perdoaram os grupos retrógrados. E o seumandato como legítimo representante do povo e tam­bém o mandato de seus colegas da bancada comunistada Câmara e do Senador Luis Carlos Prestes foram cas­sados, apesar das manifestações em contrário surgidasde todas as partes do País, principalmente dos trabalha­dores. numa das mais vibrantes demonstrações de soli­dariedade aos cassados e de repúdio aos cassadores, re­gistradas na História do Brasil.

Ouço. eom prazer. o nobre Deputado Ranfolfo Bitten­court.

o Sr. Randolfo Bittenconrt - Ouvindo com atenção odiscurso de V. Ex', refletimos sobre algo que nos é muitoconcreto e rcal: as sociedades cqtruturadas snh domíniode classe tém perpetrado injustiças nas suas convenções

históricas. sobretudo nas suas homenagens póstumas,Em nosso País, onde a discriminação ideológica se fazpresente concrctamente c sc abate sobre todos os patrio-

Novemhro de 1983

tas que não rezam pela cartilha da classe dominante, ve­mos passar - e o discurso que V. Exª' faz hoje procurareparar esse t;:fro - a morte de um patriota. ex­Parlamentar. humanista e idealista quase em branco,Mas queremos, nesta tarde em quc V. Ex' presta. dc ma­neira tào contundente e brilhante. sua homenagem à me­mória de Gregório Bezerra. congratular-nos com V. Ex'pelo discurso que faz e deixar também aqui a nossa ho­menagem ao grande Gregório Bezerra, um dos patriotasque deu o seu sangue, o seu suor c O scu esforço pela li­bertação das classes dominadas deste Pais. ParabenizoV, Ex' pelo discurso desta tarde.

O SR. JACQUES D'ORNELLAS- Muito obrigadoa V. Ex' Concedo o aparte ao Deputado Délio dos San­tos.

O Sr. Délio dos Santos - Nobre Deputado JaequesD'Ornellas. quero congratular-me COIJl V. Ex' e associar­

me às justas e merecidas homenagens pôstumas que es­tão sendo prestadas neste momento ao brasileiro Gre­gôrio Bezerra. Quinta-feira. última, tive oportunidade deler, na Folha de S. Paulo, artigo em que o sociólogo Flo­restan Fcrnandes analisava o perfil do ex-Constituinte de46. Salientava ele, entre outros fatos, que no Brasil seprocurava muito homenagear líderes das elites, mas esta­va se esquecendo de um dos maiores líderes populares. EV, Ex' hoje presta significativa homenagem à memóriado grandc Gregório Bczerra, legítimo rcpresentante dopovo trabalhador. principalmente dos setores oprimidosdo Nordeste. Congratulo-me com V. Ex' Sobre GregórioBCl.crra diz V. Ex' tudo aquilo que todos nós, patriotas edemocratas. que quercmos uma pátria Independente, de­sejávamos dizer.

O SR, JACQUES D'ORNELLAS - Muito obriga­do, Deputado Délio dos Santos.

Continuo, Sr. Presidente.Gregório sobreviveu à Cassaçào. sobreviveu a novas

prisões. sobreviveu às torturas c - vale repctir, vale re­lemhrar sempre - ao revoltante e criminoso espetáculonas ruas de Recife. quando do golpe militar de 64, amar­rado, cnsangüentado e arrastado por uma viatura. sobespancamentos praticados por uma figura cujo nomenão merece sequer citação nestas considerações.

Sobreviveu e não parou de lutar. De volta do exílio, aoser anistiado, tomou posição firme na luta pela total dc­mocratização de nosso País, combatendo não apenas asforças remanescentes do fascismo que ainda tentam im­pedir a marcha do Brasil para sua total libertação. Mascombatendo. também, por todos os meios, mesmo doen­te e alquebrado, a sujeição dc nosso País às diretrizes im­perialistas. através do Fundo Monetário Internacional.Denunciando e desmascarando. finalmente, aqueles que,mesmo a pretexto de lutarem pela democratização, en­tendem equivocadamente que o melhor caminho é a con­ciliaçuo com o regime, é a chamada "'paz social", é o en­sarilhar armas. na vã ilusão de que os monopólios inter­nacionais, que ora ditam as normas e a conduta de nos­sos governantes. se sentirão saciados com algumas miga­lhas e abrinlo mào de seus privilégios.

Concedo o aparte ao Deputado Jackson Barreto,

o Sr. Jackson Barreto - Deputado Jacques D'Or­nellas, cscutava em meu gabinetc as suas palavras de ho­menagem à tigura histórica de Grcgório Bezerra, Comodemocrata. não poderia fnrtar-me a aparteá-lo, para di­zer a V. Ex!}~ à Casa e ao País que aqueles que conhece­ram Gregório Bezerra quardaram na sua lembrança aimagem de um homem que dedicou toda a sua vida aoseu povo. Jnmais poderia ele ser esquecido pela Casa dopovo. Casa a que também pertenceu. aliás com valor re­

dobrado. pelo fato de o terem as forças populares de Per­nambuco, quando da redemocratizaçno do País. em1946, eleito Deputado pelo Partido Comunista Brasilei-

Novembro de 1983

ro. Na semana passada. nobre Deputado, num pequenopronunciamento, prestci a nossa homenagem à figura deGregório Bezerra. Nele. repetindo as palavras de Bretcha todos que lutaram durante a vida. na certeza de umamanhã melhor, eu dizia: ~'Há homens que lutam um diae são bons. Há outros que lutam anos e são melhores. Háaquelc~ que lutam muitos anos e sào muito hons. Mas osque lutam toda vida. esses sào os imprescindíveis". Gre­gório Bezerra. Deputado Jacques D·Ornellas. era umdesses homens. Quando Gregório Bezerra voltou doexílio. veio a Brasília proferir uma palestra no auditóriodo predio da CONTAG. As forças reacionárias destePaís. muito bem articuladas. ainda não permitiam que osdemocratas pudessem expor os seus pontos de vista. De­mocracia para eles e somcntc aquilo que atende aos scusinteresses. Naquela tarde, para um auditório repleto,Gregório falava de seu projeto. de sua luta incansávelpela redemoeratização do País e da sua luta permanenteem defesa do homem do cam po. pela reforma agrária.Em dado momento. nobre Deputado Jacques D'Or­nellas. algumas bombas de gás lacrimogéneo foramlançadas no auditório. com o objetivo de criar pánico edaí, segundo informações. atingir-se fisicamente a pessoade Gregório Bezerra. Presente no auditório da CON­TAG. tive. apesar da tristeza daquele momento, a honrade conduzir Gregório Bezerra, juntamente com o Depu­tado Roberto Freire, em nosso carro. Fomos persegui­dos por trés carros Volkswagen sem placa, fato que de­mos conhecimento à opinião pública, dos mesmos seto­res. sem dúvida alguma. que colocaram bombas no Rio­centro. que explodiram hanca::; de jornais em Brasília ede outros locais do País. Abrigamos o Deputado Gre­gório Bezerra na residéneia do Deputado Roberto Frei­re. Mesmo assim. num acinte ao lar daquele colega ­abrigo sagrado e inviolável da família - eSf'es três carroslicaram rondando a Superquadra Norte 302. quadraonde reside a maioria dos Deputados. Dois desss carroschegaram a penetrar na quadra e ficaram montandoguarda. não sei com que propósito. no bloco onde estavaGregório Bezerra. Vejam V. Exvs como a reaçào odiavaGregório Bezerra. Mas não tem importància. porque nósestamos. com muito sacrifício. reconstruindo a democra­cia neste País, para fazer desta Naçào. no amanhà, aqui­lo que Gregório Be,.rra sempre sonhou: uma democra­cia que atenda de maneira bem específica às classes po­pulares. aos trabalhadores c aos camponeses. sobretudoos camponeses do Nordeste. pelos quais ele deu parte desua vida.

O SR. JACQUES D'ORNELLAS - Não há dúvidanenhuma. Deputado. Continuo, Sr. Presidente. Agoraque Gregório nào pode mais usar a sua voz, que o exem­plo de sua vida de combatente da democracia c da liber­tação dos trabalhadores brasileiros frutífique perante asnovas gerações.

Gregório Bezerra não morreu. Gregório vive e conti­nuará vivendo no coração de todos os brasileiros e dahumanidade.

Concedo o aparte ao nobre Deputado Jose CarlosVasconcelos.

o Sr. José Carlos Vasconcelos - Quero fazer uma in­tervenção no pronunciamento de V. Ex' quando re­lembra a grande figura de Gregório Bezerra. Sou de Per­nambuco. terra de Gregório Bezerra. e acompanhei, nocorrer de meus anos, a eoeréncia com que defendia suasidéias1 o seu sofrimento, a sua grande luta, a convicção ea firmeza de todas as suas atitudes. Vivi em 64 o sofri­mento de Gregório, quando a bestialidade fez contra eleum dos maiores atentados da história política de Pernm­buco. Ele foi amarrado e arrastado pelas ruas do bairrode Casa Forte ate uma praça do mesmo bairro, da ma­neira mais bestial possível. Não entendo até hoje comoum membro do Exército Nacional. um coronel do Exér­cito, se despiu de todo sentimento racional e humanopara praticar aquela tortura contra Gregório. Mas, com

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç~o I)

tanto sofrimento. ele continuou sua luta em defesa dasidéias que abraçou desde a suajL<ventude. e hoje, em Per­nambuco como no Brasil, é figura que nos deixa a mc~

Ihor das impressões c faz com que nos associemos a to­das as homenagens que lhe são prestadas em todos oscanlos do nosso Brasil. Parabenizo V. Ex' por relembraressa grande figura de Gregório Bezerra.

o SR. JACQUES D'ORNELLAS - Agradeço a V.Ex' o aparte. nobre Deputado José Carlos Vasconcelos.

Sr. Presidente e Sr. Deputados. afirmamos que toda avida. toda a luta e todo o trabalho conseqüente e patrió­tico de Gregório Bezerra rendeu, rende e çontinuará ren~

dendo frutos em benefício da paz e do progresso socialda humanidade.

Queremos. neste mornt::l1to, saudar o povo da A.rgcnti­na pela brilhante demonstração de maturidade. de con­seqüéncia e de altivez, realizando eleiçães diretas e con­denando. nessas mesmas eleições, as formas paternalis­tas e clientelistas que, de certa forma. se perpetuaram du­rante longo tempo naquele país. O nosso povo. o povobrasileiro, haverá de conquistar a sua independência, ba­seada na participação de sua população, dos seus traba­lhadores. dos camponeses, dos estudantes, das donas-de­casa. E quanto a isso não há dúvida alguma. Os ataquesdo imperialismo norte-amcricano agora. mais precisa­mente contra Granada e outros países do Caribe, terão aresposta breve do!; povo:::; latino-americanos. que have­rão de repudiar, de uma vez por todas, a ingerência des­ses consórcios de banqueiros internacionais. que teimamem continuar subjugando os povos do Terceiro Mundo.especialmente do nosso País c de toda a Amerie:!. Latina.Nesta agressão descabida. desonrosa e sem-vergonhaque o imperialismo norte-americano pratica contra umailha praticamente indcfesa - havia lá. de tropas estran­geiras. alguns cubanos, cerca de setecentos, contra maisde seis mil fuzileiros. e tropas muito mais bem treinadas,mais bem armadas, num colosso dc demonstração mili­tar nada mais faz do que desgastar-se perante a opiniãopública do mundo inteiro. mostrando a outra face doGoverno Reagan, que. realmcntc. através da pressãoeconàmica c política, quer executar os seus mais nojen­tos e perniciosos desígnos, inclusive impondo uma anti­solução para o povo brasileiro. para estc Congresso.Mas faço um apelo. uma exortação a todos os Congres­sistas, que hoje estilo sendo reconhecidos perante a opi­nião pública de todo o País como altaneiros e represen­tativos das opinioes da população. Este Congresso, apartir da derrota que impàs ao Governo. contrário qucfoi ao Decreto-lei n' 2.024, deu uma demonstraçào deque é o único Poder da República reconhecido pelo povocomo capaz de levar ti bom termo a democracia com aparticipação popular. Neste momento, Sr. Presidente,Srs. Deputados, queremos dizer que essas iniciativas daequipe económica do Governo, representada pelo Sr.Delfim Netto. pelo Presidente Figucíredo. nada mais é.na exprcssão do Decreto-lei n' 2.065. do que uma farsacontinuada contra o interesse do nosso povo, porque an­tes do salúrio. antes da cascata, o interesse maior é o daprodução em nosso País. E esse Decreto-lei n' 2.065 pe­naliza e liquida completamente a atividade produtiva emnossa terra. O achatamento do salário, principalmentedentro da classe média. vai liquidar com o poder de com­pra da população mais bem aquinhoada de nossa socie­dade. Com essa retração do podcr de compra, haverá na­turalmente como conseqüência o fechamento, o Sllcatea­mento das nossas indústrias. Este é o objetivo fundamen­

tai do imperialismo norte-americano para acabar com asempresas estatais, para dobrar este Congresso, para fa­zer com que o nosso País seja reduzido a um monte dedestroços e haja desunião de todos os seus setores davida nacionaL Acredito, porém. que o Congresso, aquirepresentado por setores importantes, inclusive do PDS.que tem tomado uma posição mais altuísta. uma posiçãomais conseqüente em defesa dos interesses nacionais,

Terça-feira 1" 11847

não se dobrará aos designos dos homens do Planalto,que hoje já não governam coisa alguma. O Planalto, ho­je. é governado diretamente pelos banqueiros internacio­nais. através de Delfim e Companhia, que qucrem a li­qüidação dos países do Terceiro Mundo. que querem a'liquidação dos países da América Latina e a liquidaçãodo nosso País. Repudiamos, de uma vez por todas, qual­quer tipo de negociação, qualquer tipo de vacilação,qualquer tipo de tergiversação no sentido de impedir queo Congresso Nacional complete a sua obra de ressu­reição. Este Congresso está ressurgindo\ mas no momen­to em que voltar a aprovar um decreto-lei nefasto aos in­teresses da nossa Pátria, do nosso povo e da nossa in­dústria, retroagirá.

O Congresso conseguiu alguns pontos. elevando-se pe­rante a opinião pública nacional. Ele conseguiu abrangersetores ate então descrentcs da sua capacidade. por acre­ditar que este seria um Congresso com mais uma passa­gem, sem maior expressào na vida nacional.

Somos partidários daqueles que entendem ter esteCongrcsso capacidade de exercer o papel a desempenhar.E este papel é histórico na afirmação da conduta dos des­tinos da população deste País.

O Congresso Nacional, hoje reprcsenta a maioria dopovo brasileiro. e oferece a mais alta expressão de afir­mação nacional e de patriotismo. Portanto. ele não podeandar para trás. não pode retroagir a nível de mero exe­cutor de medidas definidas pelo Fundo Monetário Inter­nacional, pelo Sr. Dellim Netto, pelo General Figueire­do e companhia limitada.

Este Congresso precisa afirmar-se e nesta oportunida­de rejeitar o Decreto-lei n' 2.065, que liquida nossa in­dústria e nossa soberania. Quando da rejeição desseDecreto-lei, o Congresso Nacional será visto pelo povobrasileiro corno um poder realmente expressivo. um Po­der que vcio para fazer alguma coisa em favor da nossalibertação económica e social. (Palmas.)

Durallte o discurso do Sr. Jacques D'Omellas oSr. Arv Kffuri. 2r-Secretário. deixa a cadeira da pre­sidéncia, que é ocupada pelo Sr. Walber Guimarães,]r_ Vice-Presidente.

o SR. PRESIDENTE (Walber Guimarães) - Conce­do a palavra ao Sr. Matheus Schmidt, na qualidade deLíder do PDT.

OSR. MA THEUS SCHMlDT(COMO LlDER}PRONUNCIA DISCURSO QUE. ENTREGUE À

REVIS,iW DO ORADOR. SER,4 PUBICADOPOSTERiORMENTE.

O SR. PRESIDENTE íWalber Guimarães) - Conce­do a palavra au SI. Jorge Vianna. na qualidade de Líderdo PMDB.

O SR. JORGE VIANNA (PMDB - BiI.. ComoLíder. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente1

Srs. Deputados. a CEPLAC rcmeteu a esta Casa, atravesdos canais fixados constitucionalmente. noventa e umapastas, em resposta ao Requerimento de Informações n'52, de 1983. de nossa autoria. Alcançam as mesmas, talovolume de páginas contidas. cerca de um metro de altu­ra. destacando-se, entre elas. oitenta e duas, quc contémrelatórios dos serviços de extensão rural.

Alguns meios de divulgação noticiaram com destaqueque a resposta ao Requerimento de Informações emapreço custou ã CEPLAC cerca de Cr$ 32 milhões. Noprimeiro exame da documentação, logo percebemos quetal cifra é uma evidente subestimação do montante gas­to. visto que o desperdício de recursos dos produtores decacau, que aquele órgào realiza impunemente, mostra-seclaro já na apresentação dos dados relativos à extcnsãorural. Nas oitenta e duas pastas recebidas. constata-se aprcsença de cerca de 7.000 cópias xerox de relatórios. emsua maior parte apresentados em duplicata. Trata-se.

11848 Terça-feira I'

como se pode ver, de lamentável explicaçào para o metrode altura de documentos recebidos.

Conquanto sempre em nós cause pasmo verificar inloco ou ouvir relatos acerca dos descaminhos da atuaçãodo órgão de coordenação e execução da política cacauei­ra, maior espanto ainda temos ao verificar. mediante osdocumentos remetidos pela CEPLAC, que boa partedessas distorções estão consagradas nos orçamentos ebalanços financeiros, como a demonstrar que em nossoPaís pouco importa que um 6rgão público voltado parao cacau adquira um clube para funcionários, financie acompra de veículos para os mesmos, sem juros ou cor­reção monetária, injete recursos anos a fio em empresaindustrial ou em companhia de transporte de passagei­ros. entre outras inúmeras irregularidades.

Algumas destas questões, e outras mais, serão aborda­das a seguir. É imperioso notar que iniciamos. há nãomuito, uma verdadeira cruzada de desmistifieação dapolítica cacaueira de nosso País, particularmente apósnos darmos conta de que o produtor de cacau, seja elegrande ou pequeno, está envolto em uma teia de interes­ses enganosos que podem conduzi-lo. em pouco tempo,ao seu próprio desaparecimento.

A nossa luta prosseguirá, até que uma Comissão Par­lamentar de Inquérito desnude por completo essa teia deinteresses c reponha a política eacaueira na trilha históri­ca em que deveria se encontrar.

Passaremos, agora, a relatar algumas das eircunstün­cias que comprovam o desvirtuamento da política gover­namental para o cacau brasileiro. Vale advertir que. emnenhum momento, somos movidos por divergências pes­

soais. tomadas em direção específica. Estamos, isto sim,à cata de melhores dias para a cacauieultura, para o que,em nosso entender, julgamos imprescindível que se eorri­jam as irregularidades. burlas e distorções que se multi­plicam na política pública voltada para o cacau.

2. Algumas considerações acerca do orçamento­progr'ama e da execução orçamentária da CEPLAC

o desvio de suas finalidades legais, que sofrem os re­cursos gerados pelos produtores de cacau, é uma cons­tante nos orçamentos e na execução dos mesmos pelaCEPLAC. Exemplo imediato disso encontramos em1980, quando a proposta orçamentária do órgão consig­nava Cr$ 1 bilhão (Cr$ 10 bilhões, a preços de 1983 ou 20por cento das receitas previstas) para a aquisição de Le­tras do Tesouro Nacional. A execução orçamentária, aocontrário, demonstra que, ainda desafortunadamente, aCEPLAC na verdade adquiriu Cr$ 120 milhões em LTN,o que representa Cr$ 1 bilhão. a preços de 1983. No anoseguinte (1981 l, uma mera operação contábil faz desapa­recer os resultados da compra em questão, sem que sepossa saber se houve ou não o resgate das Letras ou qualfoi o montante de juros arrecadados com a operação.

Alega a CEPLAC que, nesse mesmo ano de 1981, aUnião repassou ao órgão Cr$ 1.6 bilhão, como reforçode dotação, devido ao montante reduzido arrecadadoatravés do eonllsco cambial. A CEPLAC não explica,entretanto, que não é função sua, nos termos da lei, ad­quirir Letras do Tesouro Nacional. Não explica, igual­mente, que os repasses do Tesouro Nacional são o frutodo desregrado uso de rccursos provenientcs do confiscocambial e não de eventual ato de benemeréncia do Go­verno Federal.

A esse respeito, os documentos reeebidos nos permi­tem, de igual modo, levar ao conhecimento dos produto­res de cacau que, além de financiar o deficiente funciona­mento da CEPLAC, contribuem com seus reeursos parapagar parcela das polpudas remunerações, que con.sti~

tuem a tônica no Banco Central do Brasil. Assim é queum por cento do confisco é retido pelo Banco Central, atítulo de remuneraçào por administrar esses recursos.Em 1981, tal remuneração foi orçada em Cr$ 300 mi­lhões, a preços de 1983.

OlÁ RIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào n

Com toda satisfação, ouço o Deputado Francisco Sa­les, dizendo a S. Ex' que este é um estudo que estamoscomeçando. Pediria a S. Ex' que tivesse um pouco de pa­ciência c nos deixasse andar um pouco, porque esta é a ú­nica tribuna que este Deputado tem para trazer os núme­ros verdadeiros, que um órgão distorcido e acabado im­pcde, através da coação e da pressão. Esta é a única tri­buna livre que temos para transmitir, através da palavra,os números que agora vou apresentar.

Ouço, com atenção, o Deputado Francisco Sales, pe­dindo a S. Ex' a gentileza da brevidade do aparte, paraque eu possa mostrar a esta Casa, com O respeito que meedevido, por ser membro dela, a análise da resposta queacabo de receber, e que quero transmitir a esta Casa.

O Sr. Francisco Sales - Obrigado, Deputado JorgeVianna, serei breve. Nobre Deputado, com o respeitoque tenho por V. Ex~ em determinados aspectos. Primei­ro, sobre o que V. Ex' disse em relação aos números quetraz a esta Casa. Creio que a CEPLAC tem todas as suascontas auditadas e aprovadas pelo Tribunal de Contasda União. Assim sendo, merece o rcspeito e também anossa aprovação. Por outro lado, é relevante o serviçoque ela está prestando no sul da Bahia, no Espírito Santoc na Região Amazônica. V. Ex' bem sabe que a implan­tação dc novos pólos de cacau tem sido de grande impor­tância para o nosso País: e também a assistência técnicaque a CEPLAC vem prestando à região sul da Bahia e aoEspírito Santo tem sido de tal ordem que, hoje, como as­sitêneia técnica, como órgão de pesquisa, é o melhor quetemos no Pais. Tenho aqui alguns dados para contestarV. Ex'

o SR, JORGE VIANNA - Deputado Francisco Sa­les, peço permissão a V. Ex' para continuar.

O Sr, Francisco Sales - Rapidamente, dois minuti­nhels.

O SR, JORGE VIANNA - V. Ex' tem o direito detomar, da Liderança do seu partido, o tempo que quiser.Eu gostaria de dizer a V. Ex' que tenho posição diame­tralmente oposta. Vou mostrar que tudo o que V. Ex'es­tá dizendo...

O Sr. Francisco Sales - V. Ex' me concedeu o apartc.

o SR. JORGE VIANNA - Gostaria de dizer à Mesaque cancelo (1 aparte ao Deputado Francisco Sales, aquem gostaria de continuar ouvindo, mas não possoconceder o meu tempo a ele, porque vai fazer uma análi­se.

Peço à Mesa que me assegure a palavra a fim de conti­nuar meu discurso, e antes de terminar voltarei a lhe con­ceder o aparte. Tenho dois dados aqui, I'ornecidos pelaprópria CEPLAC, que colocam como inverdades tudoaquilo que o Deputado Francisco Sales está dizendo. Atéa ru-;sistência técnica, que S. Ex tl cita, por exemplo. no seupróprio Estado, eu tenho dados ncsta pasta, que de­monstram que no Município de Tacual, em Rondônia,um agrõnomo visitou [6 fazendas em um só dia. Possi­velmente recurde mundial de assiténcia técnica. É um de­bique com a coisa nacional. Peço à Mesa que me assegu­re a palavra, porque o Deputado Francisco Sales cumpreaqui a função de atrapalhar o discurso que quero aprc­sentar à Casa. E eu me submeterei a ele e aos outroscompanheiros assim que adiantar o meu discurso.

Analisando mais détidamente as aplicações da CE­PLAC, o nosso assombro cresce a cada instante. No quetoca à participação acionária. os cacauicultores vêm con­tribuindo para o danoso projeto ITA1SA, sem que be­nefício relevante possarr, daí auferir (1980 a 1982: Cr$282 milhões, a preços de 1983), da mesma forma como,em 1980, doaram recursos à SULBA, no montante equi­valente nos dias de hoje a Cr~ 500 milhões.

Poucos produtores sabem, infelizmente, que a cons­trução da sede do CCPC custou à CEPLAC importância

Nuvembro de 1983

superior a Cr$ 500 milhõcs. Desconhecem, de semelhan­te modo, que a manutenção daquele Conselho acarreta odispendio de cerca de Cr$ 300 milhões, anualmente, tam­bém a preços corrigidos. Como é utilizado esse dinheiro,os cacauicultores bem o sabem. Para o nosso conforto,tambem o sabe o Tribunal de Contas. sentinela viva quea pouco e pouco vai se tirmando como órgão de defesaincontida da gestão adequada de recursos públicos.

Em sessão realizada em 6 de setembro do corrente ano- há pouco mais de um mês, portanto - ao analisar ascontas relativas a 1981, determinou o Tribunal que a CE­PLAC "adote melhor controle sobre a aplicação de re­cursos transl'cridos ao Conselho Consultivo dos Produ­tores de Cacau - CCPC; e adote as providências neces­sárias para incorporar ao seu patrimônio as duas salasadquiridas com seus recursos e interveniência no "Shop­ping Center Iguatem;", na cidade de Salvador-BA, man­tidas como próprias pelo CCPC, sem amparo legal". Oque recomendar. então, quanto à própria sede do CCPC,o bem público mais conhecido de todo o sul da Bahia'!

Tais distorções, para infortúnio dos cacauicultores,não param aí. Os orçamentos da CEPLAC ineluem gas­tos com a construção ou a compra de scdes para a insta­lação de Associações dos Funcionários. Em Brasília, osfuncionários do ôrgão. reservadamente, revoltam-secontra a inutilidade da tão conhecida "Mansão do Ca­cau", que. segundo alguns. teve seu acesso aberto a fun­cionários de outras instituições, diante da subutilizaçãoque a caracterizava.

Tão grave quanto isto é a antiga questão. que aindahoje se arrasta irreso[vida. relativa ao financiamento deveículos pela CEPLAC a seus funcionürios. Uma vezmais, o Tribunal de Contas da União. ao examinar ascontas da CEPLAC de 1979, informa que o órgão, a par­tir de 1990~ estabeleceu diretrizes mais rigorosas no senti­do de que os t1nanciamentos sejam concedidos ljuando oveículo se constituir em instrumento de trabalho. Defi­niu a CEPLAC que o veículo se caracteriza como instru­mento de trabalho "quando o desempenho das funçôesnecessitar pcrmanentemente de té-Io à disposição do ser­vidor".

Foi devido ti conceito tão elástico c à ausência de jurose correção monctária que nada menos do que J.100 veí­culos haviam sido financiados por esse sistema, até 1981,ainda segundo o Tribunal de Cont:IS. Os orçamentos daCEPLAC indicam-nos que, no período de 1980 a 1982,teriam sido alocados recursos da ordem de Cr$ 1,1 bi­lhão, a preços de 1983. para o llnanciamento da comprade tais veículos.

O desperdício de recursos não cessa. Apenas em 1981,o orcamento da CEPLAC consigna, a preços de 1983,Cr$ 800 milhões destinados a ajuda de custo e quilome­tragem a veículos de funcionários em serviço. Exemplomais signitieativo de que se tratava de evidente meio defavorecimento amplamente reprovável é o fato de nosdepararmos, em 1980 ou em anos seguintcs, com recur­sos orçamentários voltados à aquisição de veículo parafuncionários lotados na Secretaria-Geral do órgão, istoé, funcionários lotados em Brasília, além de ajuda decusto e quilometragem, esta no valor de Cr$ 13 milhões.É impressionante notar que a CEPLAC despendeu, ain­da, Cr$ 270 milhões, em 1982, com eombustívcis e manu­tenção/reparos de veículos, cmbora. pelos números indi­cados, todo o seu corpo técnico possua veículo financia­do pelo órgão, sem juros ou correção monetária, valelembrar.

Outro aspecto que causa profundo espanto é o vulto co crescimento das contribuições que os produtores de ca­cau, sem o sabcrem, falem ao Instituto CEPLAC de Se­guridade Social (CEPLUS). Em 1980, o cquivalcnte. ho­je. a Cr$ 700 milhões foi incluído no orçamento da CE­PLAC, para tal fim: em 1981, Cr$ 1,1 bilhão e, em 1982,Cr$ 1,4 bilhão.

A título de comparação, vale notar que a CEPLACdestinou ao Programa Pequeno Produtor, em seu orça-

Novembro de 1983

menta para 1980. aproximadamente a metade dos recur­sos que ali aloca para complementar a aposentadoria deseus funcionários. Em 1982, tal tendéncia se mantém;cerca de Cr$ 800 milhões são destinados à assistência àscomunidades de pequenos produtores, ao passo que con­signa o orçamento a dotação já mencionada de nada me­nos que Cr$ 1,4 bilhão para o CEPLUS.

No tocante à política de pessoal. prosseguem as práti­cas danosas à eacauicultura. Informa a CEPLAC que.em 1982, possuia 2.872 empregados em serviços técnicose 1.495 em serviços administrativos. Trata-se, evidente­mente, de um dado enganoso. Incluídos na rubrica Ser­viços Técnicos estão, sem que o órgão o indique, certa­mente todos os empregados do setor de pesquisas ou deextensão, sejam eles braçais ou pesquisadores. O quadronumérico de pessoal, também apresentado pelo órgão erelativo a 1982, mostra comportamento diverso, quenada tem a ver com o fato de assemelhar-se à lotaçãoideal de pessoal. Indica este 710 profissionais, 1.458 fun­cionários administrativos, 1.219 empregados operacio­nais e 1.181 envolvidos em operações de campo (braçais,provavelmente), o que demonstra claramente a total dis­paridade entre os objetivos do órgão e o seu corpo defuncionários. Ouço o Líder do PDS, que tem todos osmeios de chegar permanente e diariamente a esta tribu­na. Mas ouço, com toda a paciência, o Líder do PDS. domeu Estado.

o Sr. Djalma Bessa - Não tenho tanta oportunidade,e V. Ex' também não pode negar que tem tido acesso aórgãos de divulgação da região cacaueira para expressaro seu pensamento em torno da CEPLAC. Mas devo di­zer, Deputado Jorge Vianna, que a análise que está fa­zendo. toda ela é calcada no requerimento quc formuloue que a CEPLAC, com todo o gosto, encaminhou a V.Ex' e está disposta a encaminhar tantas informaçõesquantas venha solicitar. A CEPLAC. V. Ex' há de con­vir, é um órgão que reformulou a política cacaueira, quedeu nova imagem à região cacaueira na Bahia. Estou cer­to de que V. Exª -lamento informar - nào representao pensumento da região cacaueira. que não pode. nestaaltura. prescindir de um órgão como a CEPLAC, que jáse espraiou, já desenvolveu suas atividades em outrasáreas, como a Região Amazônica. A CEPLAC é um ór­gilo público, na expressão da palavra. Nilo tem nada aesconder, não tem nada a ocultar...

O SR. JORGE VIANNA - Eu agradeço ao Vice­Líder do PDS e peço à Presiência que me assegure a pa­lavra. Agradeço à Presidência ter-me devolvido a pala­vra. porque~ efetivamente. nào estou aqui para ouvir asloas do Deputado Djalma Bessa a um órgão que apenasestará disposto a prestar informações de irregularidadescomo esta que estou apresentando aqui. O que temos defazer é tomar conta disso. Se V. Ex' tiver tempo e pacién­cia para me ouvir, vou mostrar que efetivamente estã

sendo levado pela propaganda que o órgão fez com essespolpudos dinheiros, sem prestar contas a ninguém. En­tão, vou mostrar a V. Ex' que esta Casa realmente temque readquirir suas prerrogativas, para que não tenha sórespostas, mas, possa agir e fazer com que efetivamentese possa corrigir essas distorções. Se me permitir conti­nuar verá que o estudo chega inclusive à ação técnica queV. Ex' diz ter remodelado a política do cacau. Vou mos­trar o engano que V. Ex' cometeu, se tiver paciência epuder me ouvir.

O Sr. Djalma Bessa - Terei paciência e estou certo deque V. Ex' não vai alcançar o impossível.

O Sr. Pedro Novais - Deputado Jorge Vianna, estououvindo com muita atenção o pronunciamento de V. Ex'e causa-me estranheza o fato de o Tribunal de Contas, aquem não compete examinar o mérito dos assuntos, dascontas que lhes são submetidas, apesar disso ter feito es­sas observações com respeito às contas da CEPLAC.!'vIas cu gostaria. em seguida, de prestar um depoimento,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç~lo I)

muito rapidamente. porque sei que I) tempo de V. Exll- seesgota. É que, no Maranhão, a CEPLAC, através doBanco do Brasil. financiou uma vintena de empresaspara plantarem cacau cm determinada região que elamesmo escolheu. Pois bem. todas as vinte empresas tive­ram fracasso em suas lavouras e nào se sahe - e eu gos­taria até de saber - se isto foi devido à falta de 8.ssistén­cia técnica, à assisténcia técnica deficiente, à falta de re­cursos financeiros, ou se a escolher das áreas também foidefeituosa. De qualquer forma, a culpa caberit à CE­PLAC. Eu gostaria de prestar este depoimento para con­firmar as acusações quc V. Ex' faz. Muito obrigado.

O SR. JORGE VIANNA - Sr. Deputado. o aparte deV. Ex' muito me honrou. Efetivamente, tudo isso que V.Ex' disse é verdade. Porque aquele órgão vivia de dinhei­ro da lavoura, o Tribunal de Contas não se incomodavacom cle. Agora, o Tribunal de Contas começou a olhar aCEPLAC. E, se V. Ex' me permitir, daqui a pouco vãoaparecer outras irregularidades, inclusive na respostaque me deram.

O Sr. Brabo de Carvalho - Sr. Deputado permita queeu fale. meio minuto só. Eu só queria lhe fazer um apelo.Vai ser muito difícil V. Ex' ler todo esse expediente. Eugostaria de pedir a V. Ex' que o mandasse mimeografar cnos enviasse cópia, naturalmente também aos outros co­legas. que estão ansiosos para lé-lo. Isto parque só onomcjá nos diz bem o que é a CEPLAC. Conheço muitobem a CEPLAC na minha terra e sei como ela age. sei oque se faz e da corrupção que lá existe. Mas cu gostariade ter, para o meu controle, a5 informações preciosasdessa análise que V. Ex' faz.

O SR. JORGE VIANNA - Agradeço ao DeputadoBrabo de Carvalho. e S. Ex' pod" ter certeza de que fare­mos chegar nosso pronunciamento às suas mãos, ao co­nhecimento de todos os Dcputados que vivem na sua re­gião e que realmente estão interessados em ver as dis­torções que denunciamofl. Quero apenas apresentar maisalgumas delas para que o debate possa se fazer livremen­te e para que possamos conhecer realmente, fora da pro­paganda, fora dos noticiários do jornais. o que efetiva­mente está ocorrendo num órgão que vive com cerca de50 milhões de dólares por ano. ou seja, quase 50 bilhõesde cruzeiros.

No que tange à remuneração, caracteriza-se a políticade pessoal da CEPLAC por fugir totalmente aos parâ­metros da política salarial do Governo. Entre 1980 c1982. a massa salarial do órgão apresenta um comporta­mento ascedente digno de nota. Os salários representa­vam, em 1980. 36,7% do orçamento da CEPLAC; cm1982, saltam para a impressionante marca de 64,4% doorçamento, em um ano, como sabemos, de preços baixospara o cacau c de amplas dificuldades no ámbito da pro­dução. Ao mesmo tempo, enquanto em 1982 o índice decorreção salarial alcançava 97.9%. a correçào da massasalarial da CEPLAC atingia 107,5%, embora o númcrode empregados, segundo o órgào, tenha decrescido.

Nós, que pugnamos pela manutenção do poder dccompra dos assalariados, não podemos nos calar diantede privilégios dessa espécie. especialmente porque acom­panhamos a luta dos funcionários de apoio da CEPLACe dela compartilhamos. contra a acentuada discrimi­nação que sofre a sua remuneração.

É interessantc observar que a EMBRAPA, com recur­sos que são inferiores ao dobro dos que recebe a CE­PLAC, conta com 7.000 funcionários. contra 4.400, erealiza trabalho de pesquisa de inegável qualidade emtodo o território nacional, abrangendo um sem-númerodc áreas e produtos.

Necessário se faz, ainda, retornar ao antigo tema dosgastos com a Secretaria-Geral, em Brasília, e a dispersàode recursos que os mesmos representam. O funciona­mento da Secretaria-Geral custou aos cacauicultores, no

Terça-feira Iº 11849

periodo de 1980 a 1982. a surprcendente soma, em valo­res atuais. de Cr$ 5.6 bilhões, apenas no que toca a pes­soal. material de consumo, passagens e diárias. A pre­sença da mesma em Brasília, o seu número injustit1cáve1de funcionários e, bem assim, a falida experiéncia naAmazônia. certamentc explicam porque Cr$ 2.3 bilhões,a preços atuais, foram consumidos com passagens aérease diárias pela CEPLAC, entre 1980 e 1982.

Ouço o nobre Deputado Fernando Gomes.

O Sr. Fernando Gomes - Nobre Deputado JorgeVianna. V. Ex' e eu somos da mesma região. Somos con­terráneos. Há apenas uma distância de 20 quilómetrosentre nossas cidades. fi V. Ex' agricultor, como tambémsou. Parabenizo V. Ex' pelo 'Seu pronunciamento, peloseu estudo sobre a CEPLAC. Todos sabemos que real­mentc a CEPLAC se perdeu de uns anos para cá. Ela jáprestou - e aqui o Líder do PDS usou o verbo no passa­do - grandes serviços li região cacaueira. Ela pode vol­tar a prestar. O erro da CEPLAC foi deixar a políticapartidária participar de sua vida. O erro da CEPLAC foientrar na corrupção d~ cima. do sistema. Ela acompa­nhou o Governo Federal com os casos da CAPEMI,Coroa-Brastel e tantas outras corrupções dentro destePaís. A CEPLAC se juntou a eles. Mas temos, DeputadoJorge Vianna. que nos unir à bancada da Bahia - prin­cipalmente eu, V. Ex' e o Deputado Jorge Medauar - elutarmos para que a CEPLAC continue, desdc que sana­dos os erros que comete. O órgão não pode ser extinto,porque não é responsável por esses erros. Os culpadossão seus dirigentes. A CEPLAC é um órgão como é hojca Secretaria do Planejamento. É preciso acabar com essaSccrctaria'! Não. O Ministro Delfim é que precisa deixaro Planejamento. Como, igualmente, precisa sair da CE­PLAC o Sr. José Haroldo, que colocou lá mais de vintefamiliares. É preciso que o Governo do Estado dcixc demandar na CEPLAC. Não devemos jamais destruir umórgão criado para beneficiar o agricultor e que já prestougrandes serviços ao setor, podendo voltar a fazê-lo. Nãoconcordarei com V. Ex' se pretender acabar com a CE­PLAC. Queremos. sim. fazê-la retornar aos seus reaisobjetivos, acabando com a corrupção c a mordomia.Não se admite que em Brasília haja cento e doze funcio­nários da CEPLAC sem fazer nada, que no Rio de J anei­ro haja vinte e nove funcionários num escritório semfunçiío. fi isso que queremos acabar, Deputado JorgeVianna. Para isso. V. Ex' conta comigo.

O SR. JORGE VIANNA - Deputada Fcrnando Go­mes, agradeço a V. Ex' o aparte. Estamos no mesmo bar­co: não foi, nunca, nossa intençào acabar com a CE­PLAC. Quem faz propaganda da sua extinção ê o pró­prio órgào. O tempo nào vai permitir mostrarmos todasas falhas existentes no órgão. Estou apresentando núme­ros que comprovam essas distorções que V. Ex' aponta,c sc me permitir. mostrarei a tal pesquisa elaborada pelaCEPLAC, que demonstra quão enganosa ela se apresen­ta.

O Sr. Fernando Gomes - Deputado Jorge Vianna, V.Ex' presta um grande scrviço à região cacaueira quandodenuncia eSses fatos que toda a Bahia e todo o Brasil co­nhecem.

O SR. JORGE VIANNA - Agradeço novamente aV. Ex' o aparte. Gostaria de mostrar ào Deputado Djal­ma Bessa e aos demais Deputados a pesquisa apresenta­da pcla CEPLAC. que em nada contribuiu para a melho­ria da produção do cacau. Não se descobriu, até hoje,como combater a podridão parda. Pelo contrário, fala­se. no relatório, de trabalho realizado em 1982 por umpesquisador que foi da CEPLAC, mas que morreu há lOanos.

As distorções são tantas que voltarei outras vezes à tri­buna para mostrá-las.

11850 Terça-feira 1g

Quero esclarecer ao nobre Deputado Fernando Go­mes que nunca passou pela minha cabeça propor a ex­tinção da CEPLAC. mesmo porque é um órgão do Go­verno, mantido hoje pelo Orçamento da União, como a

EMBRAPA, a SUDHEVEA, a CFP e outros órgãos.Quando (1 Ministro Delfim Netto manda fazer um cortenas verbas das estatais, também a CEPLi\C sofre essecorte - de 10.20%. seja lá quanto for. Somos contrário.nobre Deputado. a que a lavoura. deseapitalizada, conti­nue pagando 10% de confisco. Aliás. O próprio Governo.em todas as cartas de intenções que assinou com o FMI,comprometeu-se a acabar com o confisco.

o Sr. Prisco Viana - Permita-me. nobre Deputado.Quero cumprimentá-lo pela presença na tribuna. lamen­tando apenas que o tempo e os rigores do Regimento [n­terno nào permitam a V. Ex lJ estender Reli discurso, o quecertamente nos permitiria tirar alguma conclusão. SabeV. Ex~ que vivi muitos anos na região do cacau, e. embo~ra não sendo produtor, não tendo ligação com nenhumsetor da economia do cacau. sou. como baiano. interes~

sado pelo que ali ocorre. Em épocas passadas. já mani­festei. desta tribuna. aplausos. como também restrições ecríticas à atuação da CEPLAC. Mas fico. de certo modo.espantado com o que estou escutando neste instante. tal­vez em decorrência de um longo alhcamento da proble­mática cacaueira. Mas confesfio a V. Ex. que não posso.absolutamente - e acredito que a Casa também não po­derá - chegar a nenhuma conclusão em face da volumo­sa documcntação que tcm V. Ex' e o tempo de que nãodispõe para analisá-Ia. Nesta circunstância indago ao Sr.Presidente: sendo o material apresentado objeto de re­querimento de informaçõcs. não seria conveniente a Câ­mara mandar publicar essa documentação no Diário doCongresso. para que dela tomemos conhecimentos'! Des­sa forma. então. poderíamos habilitar-nos a debater como Deputado Jorge Vianna, dando-lhe Ol! não razão, por­que na circunstância em que o debate é colocado, as con­dições sào desiguai_s. Agradeço a V. Ex lOl o privilégio de

poder ouvi-lo.

o SR. JORGE VIANNA - Deputado Prisco Viana.sua presença honra a bancada da Bahia. seja em que par­tido V. Ex' estiver. V. Ex~ traz. nesta tarde. um testemu­nho brilhante c desapaixonado. que traduz a luta daBahia. Queria dizer a V. Ex' que o Governo Figueiredodeu ao Nordeste inteiro. durante estes anos. 300 bilhõesde cruzeiros. tratando-o como prioridades. Mas está reti­rando da nossa região. só neste ano, através de dois im­postos inconstitucionais - a taxa da CEPLAC e o Im­posto de Exportação - 100 bilhões de cruzeiros: umterço do que destinou ao Nordeste. E tudo isso ocorre.Deputado, porque vivemos. dllrarit~ este~ anos todos,em tempo de ditadura. em tempo de f~chamcnto.No diaem que acontecer no Brasil o que está ocorrendo hoje naArgcntina. ccrtamentc as CEPLACsda vida não mais te­rão lugar. Concluo, Sr. Presidente.

COm relação ao cooperativismo, informa a CEPLAC,textualmente. que "não dá nenhuma contribuição para amanutenção de cooperativas em qualquer Estado da Fe­dcração". Aduz. por outro lado. que a sua participaçãocorresponde. com freqüéncia. ao custo de funcionáriosque, especialistas em gerenciamento de cooperativas, sãocolocados à disposição destas. para colaborar na prepa­ração de pessoal e em outros aspectos, visando ao me­lhor funcionamento das cooperativas - palavras da CE­PLAC.

Tam,mho disparate teria que ser desmentido ironica­mente com informações do próprio órgão. O orçamentopara 1980destaca recursos da ordem de Cr$ 300 milhões,a preços de 1983. para o Programa Especial de Coopera­tivismo: que se destina à assistência ao cooperativismo cli cOrJ)ercialização de cacau por cooperativas.

No orçamcnt;' de 1981. tal montante alcança a Cr$200 milhões. ao páSSO que a assis\ência ger.encial e treina-

DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

menta nào ultrapassa Cr$ 9 milhões. Vale observar quetais valores não incluem a contribuiçào ao CCPC, aossindicatos rurais ou ao cooperativismo pesqueiro. Oorçamento para 1982 já se refere li. assistência ao coope­

rativismo na Amazônia (Cr$ 98 milhões) e à criaçãu decoope:rativ~ls na região de Camamu, para a exploraçãodo Projeto Camarão (Cr$ 125 milhõcs). Cabe-nos inves­tigar por que razão a CEPLAC nega a sua participaçãono sistema L'ooperutivisla na Bahia e nas demais regiõesdo País. O Tribunal de Contas da União. a esse respeito.n,", já mencionada decisão de 6 de setembro deste ano.determina que a CEPLAC "adote medidas cabíveis pararecebimento de seus créditos junto à Cooperativa Cen­tral do Cacau Ltda. Como cntão assevcra a CEPLACque não contribui para a manutenção de cooperativasem todo () território nacional'!

O monumental despcrdício dc recursos que apenas pa­lidamente estamos alinhando envergonha-nos. especial­mente porque o assentimento dos produtores é obtidomediante uma pretcnsa concessão de bcnefícios. em es­pecial à região cacaueira da Bahia. em termos de obrasde infra-estrutura e equipamentos sociais- básicos. OS C3­

cauicultores bem conhecem. entretanto, o caráter nomais das vezes diminuto de tal apoio. quando não se re~

veste de favorecimentos. tal como ocorre com as patru­lhas mecanizadas. na construção de estradas vicinais, oucom obras nas áreas de saúde e habitação. A ausência deuma escala de prioridades é gritante. A participação daCEPLAC. contudo. u5llalmente conduz o Governo esta­dual a se eximir de atuar em vários setores significativos.

Enquanto isso ocorre. podemo.s observar o tratamentofinanceiro amplamente dispar que ocorre. por exemplo.entre o apoio ao desenvolvimento do sul da Bahia e aaplicação de recursos na Amazõnia. !\ região cacaueirabaiana. responsável por 95% da produção nacional. ab­sorveu. em 1982 (a preços corrigidos parajulho de 1983).cerca de Cr$ 1.6 bilhão. em convênios com o Governo doEstado. o que repre~entaapenas 5 por cento dos recursosarrecadados pela CEPLAC.

Ao mcsmo tempo, a manutenção e as inversões da CE­PLAC na Amazônia. responsúvel por insignifícante par­cela da produção naciunal, ainda assim civada de proble­mas relativos a doenças nos cacauais. absorveu, no mes­mo ano de 1982, nada menos que Cr$ 4.7 bilhões, oriun­dos. sem nenhuma dúvida. do suor dos produtores baia­nos. Trata-se. em verdade. portanto. de uma sangriaabusiva. injusta e inominável de recursos, que tende, écerto. a se expandir. se mantida a tendéncia dos últimos5 anos. Nestes. as aplicações de recursos na Amazôniasempre cresceram a taxas positivas. descontada a in­flação, independentemente do fracasso continuado daproduçào.

Tais resultados apenas confirmam a longa série de des­vios que até aqui relatamos. Quando a visita de um cida­dão ilustre. pertencente ao Governo Fcderal. à região ca­caueira da Bahia é motivo para obter-se, através do 'en­

godo, recursos dc todos os produtores de cacau. para arecuperação de vÍa de acesso a uma fazenda: quando aconstrução ou recuperação de obras públicas é barga­nhada. como mercadoria. nas reuniões do Conselho De­liberativo da CEPLAC. por reajustes nos orçamcntosdesse ôrgão; quando a construçào de obras públicas naregião cacaueira da Bahia é utilizada como instrumentode pressão política e de uso arbitrário do poder; enfim.quando os recursos dos produtores de cacau a cIes retor­nam em homeopáticas porções. sem que os problemasprincipais da maior região cacaueira do País sejam toca­dos. o resultado incontroverso é o desvio desses recursosdas suas IInalidades básicas, a realização de gastos alta­mente danosos para a região ou a simp-les dispe~sào des­ses mesmos gastos em aventuras tresloucadas. COffi<;> aque se insiste em. levar a cabo na Amazônia, ou como oauxílio financeiro à representação da Bahia em Brasília(responsabilidade do Governo do Estado e não da CE-

Novembro de 1983

PLAC) ou com o apoio - pasmem - à cacauicultura noMaranhão. em Goiás c cm Mato Grosso.

Esse desviü de recursos e funções está levando a CE­PLAC a entendimentos com a Fundaçào Roberto Mari­nho. segundo informes que recebemos. para atuar naárea de ensino de lQ grau - relevantfssima função do Es~

lado. mas TIÜO do órgno qUt~ nele gere a política cacauei­ra. Ao tempo em que isso se dá. as quatro escolas técni·cas financiadas com recurôos da CEPLAC formam pes­soal que não encontra colocação no mercado de traba­lho. distanciadas que estào da realidade sócio-econômicada região cacaueira da Bahia.

Causa-nos profunda angústia verificar que a chamada"grande imprensa" brasileira. que tanto tem contribuidopara trazer a público a atuação danosa de órgãos govcr­namentais. dando início a atividades de investigação.ainda não se deu ao trabalho de pesquisar acerca do fér­til campo de distorções qae caracteriza a gestão da políti·ca cacaueira. Conforta-nos, todavia. vermcar que o Tri­bunal de Contas da União. embora dc forma ainda té­nue. está produizindo um cerco eficaz à má gestão dacoisa pública. patenteada nas "funções dilatadas" daCEPLi\C - expressão irônica que utilizam os Ministrospara caracterizar a atuação do órgão.

O Orçamento da União para 1984. em sua proposta.prevé uma receira com o confisco cambial da ordem deCr$ 57.R bilhões: cm decorrência disso. estipula umacontribuição de recursos do Tesouro para a execução dapolítica cacaueira no montante de Cr$ 59.9 bilhões. Asreestimativas das receitas - prática usual em país cominflaçào tão elevada como o nosso - certamente pode­rão conduzir tul montante de reCursos a cerca de Cr$ 80bilhões. mantida a atual tendência dos preços. Tememospensar que a CEPLi\C. com tais recursos. poderá finan­ciar publicações laudatórias aos seus gestores ou de defe­sa do, mesmos (a exemplo do malfadado Octopus Cepla­queano. publicação em que o Secretário-Geral dcfende­se longamente de fortes criticas feitas à sua gestão); po­derá. outrossim. efetuar gastos com a sua galeria de arte,

situada na sede. em Brasília: poderá. ainda. promovernovos concursos de beleza, como o fe7 no passado. ouexpandir a sua atuação no ramo da hotdaria.

Quiçá uma Comissão Parlamentar de Inquérito possaauxiliar o Governo a repor a CEPLAC na trilha da qualnunca deveria ter-se afastado: conduto eficiente e dignopara a ~xpansào da cac3uicultura brasileira, eis o seu realpapel.

3. A atuação da CEPLAC em atividades de pesquisaA nossa batalha por uma reformulação da política ea­

caueira nacional encontra nas atividades de pesquisa eextensão rural executadas pela CEPLAC Um rico terrenopor onde caminhar. Temos defendido que as atividadesde pesquisa executadas pelo órgão encontram-se total­mente dissociadas dos interesses maiores· da cacauicultu­ra. Na documentação recebida da CEPLAC, encontra­mos a completa e cahal comprovaç~o de nosso pensa­mcnto.

Revela o principal documento recebido da CEPLACque. em 1982. despendeu aquele órgão Cr$ .\37.8 milhõescom a "administração dos Centros de de Pesquisa e desuas Estações Experimentais de cacau e de outros culti­vos e das reservas", corrcspondendoa 15.6% dos ga~tos

totais em pesquisas naquele ano. Disso se deduz que fo­ram gastos cerca de Cr$ 2.1 bilhões cm pesquisas em1982. ou apenas 17% do orçamento da CEPLAC. A títu·lo de comparação. aproximadamente o mesmo total derecursos foi gasto com a aluação da CEPLAC na·Ama­zania no mesmo ano de 1982 (excetuadas algumas dupli­cações. isto é. gastos em pesquisas na Amazônia).

Outra comparação significativa e quc reforça o nosso..clamor é a de que apenas o pagamento de salários aosfuncionários da ·Secretaria-Geral em Brasília, emI9S2;'representou nada menos do que 1/4 dos gastos totais daCEPLAC com pesquisas em todo aquele ano,

Novembro de 1983

Informa-nos a CEPLAC que, Gomo resultado das ati­vidades de pesquisa de suas unidades, 1.250 trabalhos fo­ram publicados, Uma cifra à primeira vista impressio­nante como esta merece atenção toda especial. Qual nãoé o nosso desencanto. contudo. ao examinar o Reper­tório Bibliográfico remetido pela CEPLAC a esta Casa.

Em primeiro lugar, o Repertório lista os trabalhos

publicados desde a criação do CEPEC. Assim é que, noperíodo de 20 anos (1963-1983), se considerarmos, como

aproximação conservadora que cerca de 60 técnicos esti­veram, anualmente, envolvidos diretamente com ativida­des de pesquisa básica ou aplicado. cada técnico-padrãoproduziu simplesmente um trabalho por ano.

Nenhum desdouro haveria nesse resultado se no Re­pertório estivessem incluídos apenas trabalhos relaciona­dos ao cacau c, ainda, se estes representassem, efetiva­mente o resultado. mesmo que parcial. como acontece naárea de pesquisas, dos esforços de experimentação oupesquisa, em busca da solução de problemas básicos dacacauicultura. Não é isto o que se sucede. Falseando averdade, a CEPLAC inclui em seu Repertório dezenas de"notas" que seus técnicos elaboram para jornais ou re­vistas de circulação geral ou para congressos (neste últi­mo caso, alguns organismos calculam que 40 por centodos trabalhos apresentados em congressos não são con­cluidos).

A despeito disso, ainda ficaríamos esperançosos acer­ca dos resultados das pesquisas da CEPLAC caso osproblemas efetivamente graves do cultivo do cacau tives­sem prioridade máxima nas pesquisas. Examinamoscada um dos títulos listados no Repertório para 1982,juntamente com um técnico especializado nessa área. Oresultado é desolador. Oitenta e quatro trabalhos são lis­tados como tendo sido produzidos em 1982. Destes, ape­nas a metade guarda relaçào direta OU indireta com acultura do cacau, o que já evidencia a duplicação defunções com atividades desempenhadas pela EMBRA­PA. A existéneia de convênios CEPLAC-EMBRAPAdeixa bem caracterizado que tal duplicação inequivoca­mente existe.

Examinando cada título, relativo ao ano de 1982, o de­salento nos invade. Um deles, inclui como autor um dosmaiores pesquisadores que já teve a CEPLAC, mas quefaleceu há quase uma década. Outro grupo inclui traba­

lhos cujos resultados já são amplamente conhecidos e es­tão estabelecidos no meio técnico. em alguns casos hácerca de 10,20, ou até 40 anos, Tal é o caso de trabalhos

sobre O armazenamento de cacau em sacos plásticos: afenologia do cacaueiro (brotação, floração, frutificação;o próprio CEPEC, segundo informações que temos, dis­põe de filmes mostrando todo o processo de crescimentodo pé de cacau); pulverização aérea no combate às pra­gas do cacaueiro. Se o Repertório de trabalhos de pes­quisa da CEPLAC reflete o esforço efetivo ali realizado,questões fundamentais e ainda não resolvidas ganhamum lugar semelhante ti todas as demais.

Exemplo disso é o sombreamento do cacaueiro. queprossegue sendo feito com "critrina", conhecida por al­guns cacauicultores como o "recanto de pragas". alémde ser inútil, por niío prestar-se à utilização por trepadei­ras, por não dar frutos c não poder ser utilizada nem aomenos para a queima.

O mesmo ocorre com o controle da podridão perda,terreno em que pouco ou nada se avançou na suas déca·

das de existência do CEPEC; o mesmo se dá com a ocor­rência de micorrizas. que permitiriam aO produtor pres­cindir completamente de adubos; o mesmo se dá com apolinizaçílo das flores da cacaueiro, que permitiria, comavanços nesse campo, conduzir li aumentos ,significativosda produção, com o dispêndio mínimo de recursos; tal étambém o que: se dá com a antecipação da avaliação dopctcncial produtivo do cacaueiro adulto. São estas algu­mas das linhas de pesquisa da CEPLAC que pouco ounada se distinguem das demais.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se,lio I)

Enquanto tais linhas permanecem equiparadas às de­mais, o Repertório lista como trabalhos do CEPEC cer­ca de 30 resumos de dados climáticos de alguns municí­pios cacaueiros, que, apesar de relevantes, nada têm detécnico-científicos. em nosso entender, ou estudam-se asgramíneas forrageiras ou as cigarrinhas das pastagens.

Além dos desencontros aludidos, alegam alr,uns espe­cialistas que o corpo de pesquisadores que realmentepode contribuir para o processo técnico na cacauicu1turatrabalha acuado. Seus trabalhos têm de se conformar àdiretriz política seguida pelo órgão e não aos ditamestécniCos usuais.

Situações tais como as mencionadas são claramente o

produto da estreiteza de alcance da gestão que se faz noórgão. Quando um técnico avalia custo de produção emuma fazenda c encontra um "preço mínimo" destoantedaquele que desejam os dirigentes de um órgão, encon­tramos uma dissenção absolutamente usual em organis­mos técnicos. Contudo, quando o mesmo lécnico é insta­do a não divulgar seus resultado.s e, ao fim, é demitido,estamos diante do abuso, do arbítrio; este, temos todosque extirpar da gestão da política cacaueira.

4. A atuação da CEPLAC nas atividades de extensãorural

Concluiremos agora este relato. Como já o dissemos, aCEPLAC enviou a esta Casa do Congresso N aeional 82pastas. contendo apanhado de suas atividades na área deextensão rural. Segundo essas informações, foram visto­riadas, em 1982, 30.440 propriedades no Brasil (26.463na Bahia e Espírito Santo). envolvendo 88,054 visitas detécnicos e agrônomos. Apesar do inegável mérito quesempre reconhecemos no trabalho árduo de que se ocupao corpo de extcnsionistas rurais. ê evidente que os núme­ros acima não correspondem às atividades efetivamentedesenvolvidas pela CEPLAC na área de extensão rural.

Examinamos cada uma das 82 pastas e, nelas, algumascaracterísticas ficam logo evidenciadas. Inicialmente,observa-se que o número de propriedades vistoriadasapontado pela CEPLAC para 1982 claramente não se re­fere a propriedades que produzam cacau. V árias são asculturas mencionadas nos relatórios de extensão e é lícitosupClr que algumas das propriedades, na realidade, nãoproduzem uma arroba sequer de cacau. Isto é o que efeti­vamente ocorre.

Por outro lado. menciona a CEPLAC que seus exten­sionistas realizaram 74.688 visitas na Bahia e Espírito

Santo. Considerando o número de 180 extensionistas,concluiremos que, em média, teriam sido realizadas 415visitas/ano por extensionistas, algo evidentemente im­possível em qualquer serviço de extensão rural que exe­cute seu trabalho com seriedade.

O falseamento que tais dados revelam fica patenteadoao verificarmos que, na Bahia, tomando uma média de210 dias úteis por ano, se supusermos que o extensionistapermanece, ainda, cerca de 50 dias em trabalhos de escri­tório, resultaria. para cada um deles. cerca de 3 visitaspor dia útil, o que. se verdadeiro, apenas reflete um tra­balho que nada tem a ver com a extensiío rural de que ocacau realmente necessita.

iVlais lamentável ainda é verilicar que a CEPLA C não

poupa a seus extensionistas, por paradoxafi que isto pos­sa parecer. Um deles - informa o relatório de extensãodo Municipio de Cacoal, Rondônia - realizou nada me­

nos q lIe 16 visitas a propriedades diferentes em um só dia(16-2-H3l. rvlesmo sem levar em conta as carúcte:rrsticasconhecidas das propriedades cacaueiras em CacoaI, esta­mos provavelmente diante de uma marca mundial, emtermos de serviços de extensào rural.

t estranho observar. por exemplo, disparidades quan­to ao número de visitas por propriedade. Em IbicuÍ, noano de 1982" constata-se propried2de que recebe (, visitasde agrônomo e (1 visitas de técnico agrícoln, ao pHS~'O queoutra:-; não merecem sequer uma.

Terça-feira 19 11851

Outra distorção observada reside na elevadíssima inci­déncia de visitas de extensionistas no papel de "inspeto­res de crédito" do Banco do Brasil. A CEPLAC denomi­na de atividade de extensão rural a avaliação de imóvelpara o penhor rural, a realização de perícias do PROA­G RO ou a supervisão do uso dos recursos do crédito ru­ral. Trata-se de situação amplamente indesejada, E-noslícito indagar. a este respeito, como são feitas as períciase a supervisão de crédito nas próprias fazendas dos ex­

tensionistas. No caso do cacau. boa parte dcles as pos­suem.

Em alguns municípios, li exemplo de Gandu, FlorestaAzul, Itagi, parece se dar a escolha das atividades a se­

rem executadas pelos extensionistas segundo o ano civil.Em 1980 e 1981, prepondera o "crédito rural orientado";em 1982, o controlc de pragas entomológicas.

Outras distorções incontroversas ocorrem, tal como ainclusão, como ntividade de extensào rural, de '"excursãode esposas de pecuaristas", de "levantamento por solici­taçào da diretoria", de "previsiio de safra", "'diagnósticopara elaboração de projetos". entre outras. Ainda nessalinha, verifica-se elevada concentração de atividades detreinamento de mão-de-obra em alguns municípios, li

exemplo de Jcquiê. Que razões haverá para tanto? O quedirão. a esse respeito, os cacauicultores de Jequié? Emque terào sido treinados os trabalhadores'?

Lamentável seria constatar que esse ""treinamento"consistiu apenas na divulgação de maravilhas acerca docaríssimo "pacote tecnológico" da CEPLAC. Se isto éverdade. bastaria que se divulgasse entre os trabalhado­res que um extensionista da CEPLAC faria a publicidadede herbicida no Programa Globo Rural. como ocorreuhá não muito, ou em programas radiofônicos.

Nós bem sabemos como são extenuantes as tarefasque incumbe a um extensionista executar. Reiteramos,poi~. que nenhum demérito vai aos mesmos: defrontam~se eles com enormes distâncias a percorrer, com a resis­tência II introdução de tratos culturais adequados oucom a ausência freqüente, em algumas fazendas de ca­cau, de alguém em condições de determinar mudançasou de absorver inovações.

Isto não explica, entretanto, o que levou a CEPLAC amanipular os dados a que até aqui nos referimos. Nãoexplica, igualmente, por que a CEPl.AC furta-se de cha­mar a atenção para o fato de que as visitas dos técnicosagrícolas superam muitas vezes, em número. àquelas rea­lizadas por agrônomos.

Tampouco demonstra a CEPLAC que o seu programade extensào rural est{t atado de forma inarredâvel ao"pacote tecnológico" pesquisado ou incorporado porseus técnicos ou. em termos mais amplos. que os esforçosde pesquisa, extensão e a orientação ao crédito rural ine­xistem sem o "pacote tecnológico".

Tal "pacote", como temos frisado inúmeras vezes,além de extremamente dispendioso, é tido como a pedrade toque da ação da CEPLAC, independentemente decomprovação da sua necessidade, o que faz. vale ressal­tar, as delícias das empresas produtoras de insumos, to­das elas amplamente dominadas pelo capital estrangeiro.

Após tais práticas tão lesivas serem levadas avante,basta que se tome a produtividade de algumas fazendas

de cacau à beira do asfalto e, assim, que se apregoe a ex­ce1enc:ia do uso dos insumos do ··pacote". O cacauicul­toro este sim, torml-se escravo do e.mprego desses insu­mos, particularmente se contar com variedades híbridas

desenvolvidas pela CEPLAC. Alguns estudos têm de­monstrado que, pouco tempo após ter cessado a utili­zação do "pacote teenolôgico" da CEPLAC. tais plantasfenecem, levando o produtor â. bancarrota.

A longa série de irregularidades, distorç:ôes e atos con­trários à lei e à boa gestão da coisa pública que viemos derelatar traz consigo O agravante de que os recursos que

11852 Terça-feira Ig

financiaram esse turbilhão provieram, na sua essência,do eacauicultor brasilciro e, especialmente, daqueles quelabutam diuturnamente na Bahia.

Não nos podemos calar diante de tais descalabros, queinsultam a Nação. Nutrimos a esperança de que, em bre­ve. os cacauicultores brasileiros possam receber, efetiva eprecisament~. o apoio de que tanto necessitam, para queatravessem o período por demais turbulento que à suafrente se põe.

E firme a nossa convicção de que parte substancialdesse apoio será concretizada no instante preciso em queo confisco cambial do cacau for retirado definitivamenteda Cena brasileira. A partir de 1981. a programação fi­nanceira da CEPLAC passou a integrar o Orçamento daUnião. Nestes termos, o confisco cambial - que já pordiversas vezes mostramos ser inconstitucional, injurídicoe uma afronta ao Poder Legislativo - foi alçado à con­dição de Receita do Tesouro no seu sentido mais concre­to, sem que norma legal alguma o remetesse para essenovo eslado.

Se deseja o Governo trazer alento aos cacauicultores.a retirada do confisco é um ato que não pode mais sofrerdelongas. Em suas negociações com o Fundo MonetárioInternacional. já ao fim de 1982. o compromisso de reti­rada foi explicitamente apre,entado àquele organismo; o

mesmo foi reiterado em fevereiro do corrente ano, domesmo modo como o foi na atual versão da Carta de In­lenções apresentada ao FM1.

O que chama a atenção. com respeito a tais aconteci­mentos. e nos causa profunda repulsa, é o fato de que oGoverno brasileiro nào percebe que o compromisso deextinçào do contlsco cambial tem de ser urgentementetirmado e, com mais urgência ainda, cumprido, peranteos produtores de cacau, e não diante de organismos in­ternacionai::i. Eles, os produtores, sustentaram durantevinte e cinco anos os gastos exorbitantes e desmandospraticados pela CEPLAC. Eles. os produtores. e espe­cialmente os situados no Estado da Bahia tornarampO"ivel aos cofres do Governo poupar uma substancial

massa de recursos.

Uma vez que os gastos da CEPLAC estão incluidos noOrçamento da União. por que manter o confisco cam­

bial. se este representa a ponte que separa o produtor dacapitalização e. ainda. da manutenção dos postos de tra­balho no campo'?

A escassez e conseqilente aumento de preços a níveisestratosféricos, que ,e tem abatido sobre a agricultura.em sentido geral, no corrente ano-safra. tende a reduzirsignificativamente o emprego de insumos modernos. AcacHuicuitura, cm particular. corno vimos. padece. demodo mais severo, em circunstâncias como esta, em vir­tude do "pacote tecnológico" que. a qualquer custo, tem

de ser absorvido pclo produtor.

A extinçilo do confisco cambial é. portanto. de formainsofismável, a bandeira de luta que une a todos os pro­dutores de cacau. Paralelamente a isto. por fim. é precisoquc ,e ponha um termo definitivo ã gestão descompassa­da e :trastada da realidade que impera na politiea ea­

caucira.

A nossa contribuição mais imediata, cm busca dessedesiderato. é a lula que travamos em favor da consti­11JiÇ:10 de uma Comisstlo Parlame.ntar de Inquérito. que

auxilie a Nação brasileira a fazer cessar o desperdício derecursos que se tornou a regra no que tange à políticapara o cacau.

Não hesit3mos em afirmar que os doi~ instrumentos- a extinção do confisco cambial e a constituição daCPI do Cacau - ensejarão. em curto espa,o de tempo.os rcaju~tcs c transformações que nos permitirào recons­truir o setor cacaueiro nacional e, espedalmente, a eco­

nomia cacaucira baiana. ao mesmo tempo em que estare­mos moldando a trilha da sua expansãlJ firme c segurano futuro. (Palmas.)

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - V. Ex' seráatendido. A Mesa. antcs de passar a palavra ao últimoorador inscrito, respondendo a um requerimento de su­gestüo do nobre Deputado Prisco Viana. esclarece que,tecnicamente. cm princípio, parece ser ímpossível falerpublicar no Diário do Congresso Nacional documentostão volumosos, apcsar de importantes. De toda forma.esta Prcsidência submeterá a solicitação ao colegiado deDeputados, na forma regimental, para responder concre­tamente sobre a pretensão de S. Ex ll

o SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - Concedo apalavra ao Sr. Siqueira Campos, na qualidade dc Líderdo PDS.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDS - GO. ComoLíder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, apôs um periodo de grande inquietude paraa Nação. permitiu-nos o projeto de abertura do Presi­dente João Figueiredo, que já vai consolidando o nossoprojeto democrático, chegássemos, pela via do entendi­mento. do diálogo. a uma solução satisfatória, resultantedo esforço de todos os componentes das diversas áreaspartidúrias e dos integrantcs do Executivo. no que se re­laciona à política ,alarial e a vários aspectos da políticaeconômica.

O Governo do Presidente Figueiredo tem buscado, de­mü<.;raticamente, com a colaboração de todos, inclusivedaqueles que compõem as bancadas da Oposição no Par­lamento brasileiro. a solução mais justa e adequada paraos variados prohlemas nacionais.

Sr. Presidente e Srs. Deputados. tivemos hoje, nestaCasa, alguns pronunciamentos que não condizem com arealidade nacional. pois aqui se disse que ainda vivemo:-ia noite eSCUTa do autoritarismo, expressa0 usada peloilustre Deputado Mathcus Schmidt, homem sério e pon­derado, que. não sabemos o motivo, hoje nos trouxe essaexpressão tão dura e distante da verdade. A situação des­crita por S. Ex' não é vcrdadeira. E por que não o é? O,exemplos dados pelo Governo do Presidente Figueire­do, as garantias que nos oferecem a Constituiçào c tI lei.a plena liherdade de quc todos nós desfrutamos não per­mitem quc alguêm diga. com correçào e justiç-u, que vive­mo." soh (1 autoritarismo. Reconhecemos que, em alguns

aspectos da vida nacional, ainda não atingimos as metasdesejadas. principalmente. o objctivo traçado pelo Presi­dente Figueiredo: a plenitude democrática. Verdade é

que ainda nào chegamos lá, mas a luta tem sido denoda­da. sClhrctudo do nosso Presidente. que nào tem medidoestí)rços para. com a manutenção e ampliação do diálo­go. busGar os meios indispensáveis para alcançarmos àplenitude democrútica. onde o respeito à opiniào de cadaintcgrante da sociedade brasileira seja, sem dúvida. umfato que todos reconheçamos e arlal1d~lmos.

o Sr. Mário Frota - Permite-me V. Ex' um "parte?

O SR. SIQliEIRA CAMPOS - Eu darei o aparte aV. Ex"'. mas pediria que aguardasse mais alguns minutospara quc pudesse ao menos dizer ao que vim 3 trihunal.

O nobre Deputado Jacqucs D'Ornellas. fl guisa de ho­menagear tt memáría de Gregório Bezerra. recentemente

falecido. Deputado constituinte do Partido ComunistaBrasileiro. e homem que se colocava numa posição dia~

rnetralmente oposta àquela que mantemos. mas que foi

um idealista e coerente em toda a sua vida. desencadeouuma série de agressões verhais ao governo. ao PresidenteFigueiredo, ao Ministro Delfim Netto, para, no final. di­zer que o Brasil. atualmente, está nas mãus dos banquei­r{J~ internacionais.

Ora. Sr. Presidente. constitui um absurdo. t<11 3tir­maçào. O Presidente Figueiredo. cuja postura de patrio­ta ninguém pode ultrapassur neste País. tem se colqcado

di'lJlte da opiniiio pública mundial. nos diferentes foros aqtw I)'~feve presente. Gomo ainda há pouco tempo naONU, como homem que fez rc:spdtar a nossa fiobcrania,

Novembro de 198J

que não abriu mào de qualquer aspecto que a envolvessee que exigiu mudanças na ordem cconômíca mundial.que é. segundo denúncia de S. Ex', totalmente injusta. Éum absurdo que um representank da Oposição. desco­nhecendo a forma patriótica. correta, responsável eom'que o Prcsidente exercita o mandato que lhe foi entreguepelo povo. tente distorccr a realidade dos fatos. para,numa atitude condenável, atacar o Presidcnte da anistia,o Presidente das eleições diretas, o Presidente da possede todos os eleitos nestc País, o Prcsídente da plcnitudedcmoerática, o Presidente que busca. através do FINSO­Cf AL e de outras medidas de largo alcance, proporcio­nar justiça e paz social para o povo brasileiro. É, sem dú­vida cabível o registro de um protesto, que agora faço.contra atitudes como essas, que nào levam a nada. queradicalizam posições, que impedcm a continuidade dodiálogo ainda há pouco estabelecido. e que predominouem todos os campos da negociação política. fazendo comquc chegássemos ao objetivo de todos. - exatamente oentendimento, 3 paz e a concórdia - para que levemos abom termo as tarefas de governo e nào deixemos que ra­dicais de um ou de outro lado conduzam esta Nação aocaos. 11 desordem, 11 desestabilização das instituições re­publicanas.

Politica. Sr. Presidente, como qualquer outra ativida­de importante neste mundo. deve ser feita por profissio­nais, núo por amadores: por homens screnos. embora fir­mes na defcsa dos seus ideais e das suas posições. Nestemomento em que, tnvolvidos em uma crise decorrente

da, dificuldades imcnsas que o mundo sofre, o Brasilprecisa de homens competentes e sérios. além de patrio­tas. capazes de conduzir esta Nação a um lugar de desta­que no cenário mundial. como tcm direito. Pela sua ex­pressão territorial. populacional e política e pelas suaspotencialidade,. o Brasil há de ocupar um lugar de desta­que no cenúrio internacional, para que possa ser cadavez mais influente e ouvido.

Ouço o nobre Deputado Mário Frota.

O Sr. Mário Frota - Nobre Deputado Siqueira Cam­pos. V. Ex' tem lima capacidade enorme de persuadir. Seeu fosse menos esclarecido. possivelmente até estariaacreditando e aplaudindo o discurso de V. Ex~

o SR. SIQUEIRA CAMPOS - Quer dizer que só es­clareço a analfahetos') Agradeço o elogio.

O Sr. Mário Frota - Não houve essa intenção. Ocor­re que o Depurado Matheus Schimidt tem ·suas razõesem falar ainda em noite escura do autoritarismo. Aliás.noite escura é até um pleünasmo. Noite. para mim. é es­cura mesmo. rvlas. a evidencia das suas al1rmações S:lO asmedidas dc emergência baixadas pelo Presidente da Rc­pÚJ:,Jic'I ...

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Pelas razões que V.Ex\!- conhece. Nunca vi em lugar algum, mesmo no Parla­mento mais democrático do mundo. I% das pressõesexercidas diretamente sobre os Parlamentares brasileirosnuma hora de dccisilo. Isso nào é curreto e não é justo.

o Sr. Mário Frota - 1vlas nós temos maioridadc. De­putado...

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Essa emergéncia vi­sou a fortalecer o Poder Legislntivo, a garantir O~ nossostrahalhos.

o Sr. !VIário Frota - Não nos vamos deixar entusias­nwr pe1P aplauso das galerias.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS - Não eram aplausos.Cadeiras lançadas em cima de Deputados nào são aplau w

50S. Agressões e tentativas de agressào a jornalistas c aospresentes não são aplauso').

O Sr. Mário Frota - V. Ex' está e.,agerando. Há mui­ta lenda em torno dessa história de cadeira~. principal-

i\iovembro de 1983

ment' porque as cadeiras das galerias não podem ser ar­rancidas.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS - Mas jogaram.

O Sr. Mário Frota - Nunca ocorreu isso, há muitalenda em torno dessa história.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - V. Ex' não quis ver.

O Sr. Mário Frota - Mas a Constituição da Repúbli­ca já tem () estado de sítio, instituto que encontramos emtodas as Constituições democráticas do mundo.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Mas ela tem também<J crnergôncia. Porque V. Ex\! dã preferência ao estado desítio. que é medida mais drástica'!

O Sr. Mário Frota - Se o Deputado Matheus Schi­midt falou em noite escura, ele te;n suas razões, porqueessas emergências não são outra coisa senão o A1-5 in­corporado à Constituição.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - São constitucionais.

O SR. Mário Frota - V. Ex' sabe.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - São constitucionais,

repito.

O Sr. Mário Frota - Foram incorporadas à Consti­tuição numa fase arhitrária ainda. infe-lizmentt:. porquehoje o AI-5 não teria sido incorporado.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS - E por quc V. Ex' nãomodifica a Constituição? Por que V. Ex" não promove a

mudunça da Constituiç[IO'!

o Sr. I\Iário Frota - Foi na fase do A 1-5 que essesinstrumentos foram incorporados tl Constituiçào. Já te­mos o E~tado de Sítio. Por que essa Emergênci:J na

Con~tituiçào'?

o SR. SIQUEIRA CAMPOS - V. Ex' está mal in­formado. As medida, de emergência não foram incorpo­radas na rase do AI-.5. Elas foram votadas.

o Sr. IVIário Frota - Elas não são democráticas e nem

existem em parte alguma do mundo.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Não foi na fase do

AI-5: foram votadas.

o Sr. \VIário Frota - Sim, mas foi num Estado aindavisceralmente arbitrário. Qualquer outra medida. àquela

altura, passaria nesta Casa. Hoje existe um grupo de]1re~sào 110 PDS. que até valorizou o seu partido. que é o

Grupo Participação. Reconhecemos isso. Esse grupo atéresgatou a dignidade do PDS. A verdade porém é que

naquela época ninguém dizia nada contra as medidasmandadas para esta Casa pelo Executivo e tudo que vi­nha para cil era aprovado sem discussão do PDS. Hojenào. V. Ex~s j(L questionam a realidade e 11 todo poderoso

Delfim Nctto foi obrigado a ouvi-los, porque V. Ex'stém votos. V. Ex~s representam o povo. e não esse cida­

d;lO.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - É o projeto de aber­tura do Presidente Figuciredo que está funcionando.

O Sr. Mário Frota - Isto nào. Foi uma conquista dealguns parlamentares do PDS. Isso é louvável. Somos da

Oposição c estamos aqui para fazer justiça. Agora. quan­

to a essa emergência. to um disparate. Derutado. E foramalguns parlamentares do PDS que pediram essa medida.Sabemos disso, porque o Senador Moaeyr Dalla entre­gou os nome, daqueles que agiram dessa forma. que pe­

diram a desmoralizaçào do Congresso Nacional. Não hájustificativa. Brasília é o local mais pacífico do mundo.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç~o I)

nüo é só do Brasil. Se o Governo que. por uma razãoqualqller. baixou esse famigerado decreto já I] tive'~sc re­

vogado. ti N açào jú leria percebido lima certa boa vonta­de por parte do Governo e do Presidente Figueiredo. Acnntinuar como está. entendemos que vamos chegar no

dia 16 ou 17 de delcmbro ainda com essas medidas de

emergência. quandn isso é inó.ldmissíveL Até O dia 5 deJczembrn este Congresso funcionu e esta cidade ~jinda

existe. !\ partir do dia 5 de dezembro Brasília fica comose nilo existisse mais no mapa do BrasiL porqu,~ ê ü Par­

lamentu brasileiro que mantém Brasilia viva. Neste epi­sódio V. Ex!} há de me dar rt.1zão: até o dia 5. BrasrIiaexiste: dúpois. é um túmulo. como todo~; sabemos.

Brasília é uma cidade administrativa e durante o recessop:ulamentar não existe. Por que essas medidas vãü até odia I fi ou 17 de dezembro'? isso nuo tem sent.ido. motivo

pelo qual dou plena, razõe, ao Deputado Matheu, Schi­

midt quando diz que a noite escura persiste.

o SR. SIQI.!EIRA CAMPOS - Deputado [vIário

Frota. (1 aparte de V. Ex~ é muito contraditório. Simples­

Illt::nte. V. Ex~ está contra tudo o que o Governo faz. Se oGoverno decretou as medidas de emergimcia. (l fel para

fortalecer o Congresso e evitar o clima de baderna quepoderia gerar UIll prohlema seriíssimo. indusive a deses­tahilização do Poder Legislativo e das instituiçües tm ge­raI. V. Ex' não e,tú satisfeito. porque quer o estado desítio. que é Ilma medída mais dura e se amplia para oPais inteiro.

o Sr. Mário Frota - No estado de sítio o Congresso éouvido e a medida pode ser suspensa. dependendo doCongresso Nacional. Nas medidas de emergenda. não.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Veja que estou res­pondendo a V. Ex" e tenho que responder ainda ;, trêsoutros oradores da Oposição.

O Sr. Mário Frota - O Congresso é apenas comuni­cado.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Está limitado o apar­

te. Dcputado. V. Ex' quer o estudo de sítio e diz que umamedida é constitucional e a outra não. Todas elas foram

votada, pelo Congresso. Agora veja, S·O V. Ex' diz que

Brasília. a partir do dia 5 de dezembro. jú nào existirámais. esta cidade niio existe. Quero chamar a atençàodos moradores de Brasília para esta declaração de V.

Ex'. que nào deixa de ser insultuosa àquele:i que traba­lham diuturnamente. construindo. edificando".

O Sr. Mário Frota - Quantas pessoas estão nas gale­ria~ nos ouvindo?

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - ... a Pátria. nos seuspontos mais importantes. que é a Capital da República.

A Capital da República existe e existirá sempre.

O Sr. Mário Frota - Como Brasília é urna eidade bu­

rocrática. as pessoas ttim medo de vir para cá. para nàoperderem o emprego, Deputado. Quando a Cúrnara dos

Deputados funcionava no Rio de Janeiro, por cxemplo,as galerias estavam sempre lotadas. aplaudindo ,,, Depu­tados.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - E ela, na realidade, é

uma cidade de mais de um milhão de habitantes. cujo la­bor é prtponderante, é importantíssimo para a cons­trução da Pútria. De maneira que nno insulte os habitan­

tes de Brasília. nem esta bela Capital. em tão boa hora

implantada por Juscelino Kubitschek. E gmças ü sua im­plantação. a Capital do Estado que V. Ex' representanesta Casa. com radicalismo inexcedível. iYlalluus, estáintegrada ao Território Nacional.

Ouço. com muito prazer o nobre Deputado PriscuVian~1.

Terça-feira 19 11853

O Sr. Prisco Viana - V. Ex' tocou num ponto muitoimportante. que caracteriza hoje a vivéncia político­

parlamentar do nost::o País. que é o que eu chamaria de

radicalismo verbal, que não chega, scquer, a ser inconse­qüente. porque representa um ato de perturbação da

normalidade democrática. Não quero me referir, especi­ficamente, a nenhum parlamentar. Apenas diria que nãodevemos contemplar a realidade hra:::ileira nem com ócu­

los róseos. da fantasia, muito menos com os óculos cscu­rOi=i da intolerância. Temos que ver a situaçào brasileira

como ela se apresenta, e não é possível negar, Srs. Depu­tados, que continuamos avançando no caminho da nor­malidade democrática. Acredito que este é um processo

vitorioso c ele se faz de maneira bem diferentc do queocorre em outros países. N ôs estamos fazendo a tran­~ição democrútica em clima de paz, de harmonia e bus­

cando o entendimento. Nesta hora utilizar-se do radica­lismo verbal é como que trabalhar contra a evolução de­

mocrútica. Daí achar que V. Ex~ hz um discurso, sobreser sereno. muito oportuno, porque é necessário advertir

àqueles que, talvez com sofreguidão, mais preocupadoscom () efeito da frase do que com a conseqüência do que

é dito, - talvez porque inexperientes - acabam, quemsabe. é possível. involuntariamente contribuindo paraperturbar a boa marcha do processo democrático. E V,Ex' tem toda razão quando exalta a figura do Sr. Presi­dente da República aq ui neste Plenário, tantas vezes S.

Ex' é incompreendido e muitas outras vczcs agredido emfunção deste radicalismo verbal, que nào lhe poupa ,e­quer os sentimentos de pai e de chefe de família, invadin­

do até a intimidade da família para agredi-lo no que háde mais sagrado para qualquer um de n(ls. iV1 uito ohriga­do.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Eu é que agradeço aV, Ex', Deputado Prisco Viana. a contribuição que traza esta modesta oração. Esquecem-se os radicais de que o

povo brasileiro, como todos os povos amantes da paz eda liberdade. cntcnde que a democracia é, por cxcelén­cia, o regime da ordem. da paz, da disciplina, do respeito

mútuo e do respeito it lei. E aqueles que se utilizam das

pressões espúrias e ilegais só podem ser tachados de radi­

cais, de homens turbulentos, capazes de desestabilizar

tudo o que estiver em seu redor e. portanto. não podemviver num sistema democrático. Poderão viver sob o au­

toritarismo, soh uma ditadura. por baixo ou por cima:por baixo porque estarão. na realidadc. contidos em seus

impetoo de agre"ão: por cima porque se submeterão atodas essas agressôes, a essas violências, mesmo verbais.que usam. ÜS vezes. em locais inadequados como este ex­

celso plenário.Ouço o Deputado Orestes Muniz. grande representan­

tc de Rondània. Mas pediria a S. Ex' que fosse breve.pois ainda não con:;egui sequer responder a um dos trêsoradores do partido de Oposição que estiveram na tribu­na atacando injustamente o Governo do Presidente Fi~

gueiredo e o grande Ministro Delfim Netto. que haveráde passar à História como urn dos maiores edificadoresdo desenvolvimento brasileiro. que lhe fará certamente,justiça. De tanto atacarcm S. Ex' - que ê o nome e oprato preferido de todos - mio veem que a nçuo deste

homem extraordinário, compctente e patriota à frente da

SEPLAN ê uma ação edificadora, em favor de um Brasilde:;;envolvido.

Tem o aparte V. Ex'. nobre Deputado.

o Sr. Orestes Muniz - Deputado Siqueira Campos. a

respeito das medidas de emergência, se V. Ex' me per­

guntasse se elas são constitucionais. eu não poderia ne­gar. Elas estão inseridas na Constituição. Sào legais. por­tanto. pois fazem parte do ordenamento jurídico brasi­leiro. I\'1as. se V. Ex:.t me perguntasse se são democráticasou justas. ai cu não podería afirmar positivamente. por­que elas ferem a democracia, ferem a justiça das coisas.

11854 Terça-feira I"

Tudo aquilo que fere as instituições democráticas nuopodemos admitir como democrático.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS - Elas são um meca­nismo de defesa da democracia.

O Sr. Orestes Muniz - Eu diria que ferem a democra­cia porque tolhem a liberdade dos cidadãos.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Não. Só dos violen­tos e radicais. dos que não respeitam a Ici.

O Sr. Orestes Muniz - A partir do momento em quese utilizam mcdidas legais para tolher a liberdade do ci­dadão. nào pod~mos afirmar que elas sejam democráti­cas. Tanto é verdade que V. Ex' disse que elas tolhem aliberdade. porque foram usadas para interditar a Ordemdos Advogados do Brasil.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Eu não disse que elastolhem a liberdade. Na realidade. suo mecanismos de de­fesa da sociedade. da ordem jurídica. da ordem pública.enfim. de todos.

O Sr. Orestes Muniz - Mas - cu diria mais a V. Ex'- não será com instrumentos que ferem a liherdade doscidadãos e as instituições democráticas que construire­mos uma democracia neste País. Só teremos eondiçõesde construir uma democracia neste País a partir do mo­mento em que deixarmos de usar todos os instrumentosde arbítrio que porventura ainda estejam inseridos naConstituição. no ordenamento legal. Exemplo disso foi oque ocorreu mi Espanha. quando o Parlamento foi inva­dido por militares. As próprias instituições souberamprotegcr-se naquele momento. Repito que não será atra­vés de medidas que possam ferir a liberdade dos cida­dãos, que. por qualquer motivo. venham a tolher essamesma liberdade e ferir nossas instituições dessa manei­ra. que iremos construir um País novo. Era o que queriacolocar perante V. Ex~

o SR. SIQUEIRA CAMPOS - Deputado OrestesMuniz, é a ótica de V. Ex' Não quero dizer propriamenteV. Ex'. mBS o Partido de V. Ex' está envolvido neste cli­ma. Ê o partido da contradição. que prega eleição diretapara Presidente da República. mas não realiza eleiçõesdiretas nas estúncias de JV1inas Gerais, nos MunicípiosesUincias. apesar de a Assembléia. com o peso total darepresentação peemedebista. assim o desejar. Ê o partidoque. na realidade. pretende utilizar todos os meios possí­veis para ~e dizer democrâtico. mas. quando no poder.considera democráticos todos aqueles meios que hoje de­nunciam como sendo do autoritarismo e do arbítrio.

O Sr. Orestes Muniz - Mas. Deputado. quem estabe­leceu esse sistema de falta de eleições em Municípios es­tàncias hidrominerais ou em úreas consideradas de inte­resse da segurança nacional não fomos nós. do PMDB.não fomos nós. da Oposição. Quem estabeleceu esse sis­tema foi o próprio regime. V. Ex' está querendo jogarsobre nossos ombros um sistema de falta de eleições quenós nào estabelecemos.

O SR. SIQUEIRA C_,V1POS - V. Ex' cstá engana­do. Ouvi V. Ex'. agora V. Ex' vai ouvir-me o problemadas est:lncias hidrominerai5 é da competência do Gover­no do Estado. do Poder Legislativo e do Executivo esta­dual. O Sr. Taneredo Neves. que anda pregando eleiçõesdireta~ em todo canto, nào permitiu a realização dec1eições diretas em 16 Municípios. Não sei bem. mas

creio que são em número de 20 os Municípios que têmcstáncias hidrominerais no Estado de Minas Gemis.Veja V. Ex' que contradição: depende exclusivamente doGovernador. S. EXl;l é que deve enviar mensagem à As­cmbléia Legislativa. onde o PMDB tem maioria, paraser aprovada; e não quer. Na realidade. as medidas deemergência que V. Exl.l diz gerem injustas são justas. São

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

medidas de defesa da democracia, são mecanismos quevisàm a assegurar a livre manifestação do pensamento, oexercício da liberdade plena. E esses mecanismos vémsendo utilizadas nos momentos adeq uados. Sabe V. Ex~que foram aliciados até homens treinados em guerrilhapara entrarem neste Congresso e pressionarem Deputa­dos na 'hora de votar. Em todos os foros do mundo. emtodas as cortes do mundo, em qualquer setor da ativida­de humana existem mecanismos de defesa da livre mani­festação dos seus membros. Por que não seria assim como Parlamento brn~ileiro'! Por que aquela algazarra. porque aquela subversào da ordem. por que aquela baderna,que impedem a livre manifestação dos Deputados. sejade que partido forem'? Nilo, se v. Ex~s tivessem maioria.estariam aplaudindo as emergências. estariam com oGoverno que V. Ex's apoiaram antes. apoiando as medi­das. Mas, como V. Ex's são Oposição. dizem que todosos mecanismos de autodefesa da democracia brasileirasão discricionários, são frutos do arbitrio. É esta contra­diçào que denunciamos à N açào.

Sr. Presidente. o Deputado Matheus Sehmidt se decla­rou um impostor. eomo.memhro do Colégio Eleitoral. S.Ex' se considera. pelo fato de integrar um Colégio quereputa ilegítimo. um impostor. Não. Sr. Presidente, asregras do jogo foram estabelecidas antes das eleições.Quando nos apresentamos ao eleitorado. seja de quepartido for, pedimos votos para integrarmos esta Casa eO Colégio Eleitoral. Em treze Estados da Federação oPDS teve maioria: o PMDB em nove e o PDT em um. OPDT tem seis delegados das Assembléias Legislativas noColégio Eleitoral. o PMDB. que fez maioria.em nove Es­tadns da Federação. possui cinqüenta e quatro: e o PDS?Tendo feito maioria em treze Estados. tem setenta e oitoqelegados. Mas não é somente esta a eomposição do Co­légio Eleitoral. O Colégio Eleitoral se compõe tambémde sessenta e nove Senadores e quatrucentos e setenta enove Deputados. Além do mais. ao reclamar da ilegiti­midade da eleição de um delegado ou de um parlamentarpor um Estado pequeno. e;tá denunciando o nobre re­presentante do PDT, nada mais. nada menos. comoilegitima a eleição de Nabor Júnior. governante do pe­quenino. mas valente e brioso Estado do Acre. eleitopelo PMDB.

Estas eleições são as mais legítimas da História re­publicana do País. Não podemos aceitar a pecha de ilegí­timo. de ilegal para o Colégio Eleitoral. porque ele. naverdade. se sagrou nas urnas. Poderia ter maioria com­posta pela Oposição. Quanto 11 balela de que as Opo­sições todas podem unir-se contra o POS, nào temoscondições de afirmar isto aqui porque os interesses são

os mais divergentes e os partidos não podem ser cauda­tários uns dos outros. Por que o PDT. o PTB ou o PTiriam ser eaudatários do PMDB" Não. Sr. Presidente. Osdivt;rsos partidos de Oposição poderiam unir-se até nós.do PDS: poderíamos todos nos unir. eomo já nos temosunido em determinadas matérias nesta Casa. Mas não te­mos obrigatoriamente que nos unir contra "a" ou contra"b" ou a favor de quem quer que seja.

O Sr. Orestes Muniz - O pacto de Moneloa dá oexemplo.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - De tudo o que se tra­tou hoje aqui. gostaria de dizer ao Deputado Jorge Vian­na que seus ataques à CEPLAC são de todo lamentáveis.S. Ex' fez llm requerimento, a CEPLAC respondeu comdocumentação à altura dos esclarecimentos desejados. ODr. José Aroldo é um homem correto. sua equipe é inte­

grada de homens briosos e competentes. As despesas depassagem. de material, de diária existem. Simplesmenteporque alUa a CEPLAC em delesa do cacau brasileiro.Graças à CEPLAC há. sem dúvida alguma, produtopara exportar. Existe uma produção eaeaueira das maisexpressivas em todo o mundo. Temos que trazer da CE­PLAC mais elementos pam esclHre-cermo~a todo,,; os De-

Novembro de 1983

pUlados. já que o Deputado Jorge Vianna não quer ounào tem condições de reconhecer a verdade que lhe foidemonstrada pela resposta democrática. justa e corretado Dr. José Haroldo.

Sr. Presidente. o País está caminhando a passos largospara a democracia plena. graças ã abertura politica doPresidente Figueiredo e graças aos esforços da elassepolítica. Ê hora de se ter profissionais competentes: nàoé hora de amadorismo, nào é hora de darmos acolhida aradicais. É hora de serenidade, firmeza e de competênciano trato da coisa pública.

. Era o que tinha a dizer. .

O SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - Nada maishavendo a tratar. vou levantar a sessão.

COMPARECEM 1~L1IS OS SRS:

Acre

Alércio Dia, - PDS: Aluízio Bezerra - PMDB:Amílear de Queiroz - PDS: Geraldo Fleming ­PMDB: José Mello - PMDB.

Amazonas

Carla, Alberto de Carli - PMDB: José Lins de Albu­querque - PDS.

Rondônia

Francisco Sales - PDS: Múcio Athayde - PMDB:Olavo Pires - PMDB: Orestes Muniz - PMDB; RitaFurtado - POSo

Pará

Antonio Amaral - PDS: Carlos Vinagre - PMDB:Coutinho Jorge - PMDB; Dionísio Hage - PMOB:Domingos Juvenil - PMDB: Lúcia Viveiros - POS:Manoel Ribeiro - PDS: Ronaldo Campos - PMDB.

Maranhão

Bayma Júnior - PDS: Enoe Vieira - PDS: EuricRibeiro - PDS: Jayme Santana- PDS: João Rebelo­PDS: Magno Bacelar - PDS: Nagib Haichel - PDS:Sarney Filho - PDS; Vieira da Silva - PDS: WagnerLago - PMDB.

Piauí

Jonathas Nunes - PDS: Ludgero Raulino - PDS:Tapely Júnior - PDS.

Ceará

Aécio de Borba - PDS; Alfredo Marques - PMDB:Antônio Morais - PMDB: Carlos Virgilio- PDS: Cla­

'udio Philomeno - PDS: Har- ' <jo Sanford - POS: Ma­noel GDnçalves - PDS: Mauro Sampaio - PDS; Moy­sés Pimentel - PMDB: Orlando Bezerra - PDS: Paesde Andrade - PMDB: Paulo Lustosa - PDS: SérgioPhilnmeno - PDS.

Rio Grande do Norte

Antônio Floréncio - PDS: Henrique Eduardo Alves- PMDB; Vingt Rosado - PDS: Wanderley Mariz­POSo

Paraíba

Adauto Pereira - PDS; Álvaro Gaudêncio - PDS:António Gomes - PDS: Edme Tavares - PDS: ErnaniSatyro - PDS: Tareísio Euriti - PDS.

Pernambueo

Antônio Farias - PDS: Geraldo Melo - PDS; Gon­zaga Vasconcelos - PDS: João Carlos de Carli - PDS:

Novembro de 1983

José Jorge - PDS; José Mendonça Bezerra - POS: Jo­sé Moura - POS; Josias Leite- PDS; Mansueto de La­vor - PMDB: Miguel Arraes - PMDB; Pedro Corréa- POS: Ricardo Fiuza - POS; Sérgio Murilo ­PMOB: Thales Ramalho - PDS.

Alagoas

Fernando Collor - POS; Manoel Affonso - PMDB;Renan Calheiros - PMDB.

Sergipe

Adroaldo Campos - PDS; Celso Carvalho - PDS;Hélio Dantas - PDS.

Bahia

Afrísio Vieira Lima - PDS; António Osório - PDS;Etdvir Dantas - PDS; Felix Mendonça - PDS; Fer­nando Magalhães - PDS; França Teixeira - POS;Francisco Benjamim - PDS; Francisco Pinto ­PMDB: Hélio Correia - PDS; Jairo Azi - PDS; JorgeMedauar - PMDB; Jorge Vianna - PMDB; José Pene­do - PDS; Jutahy Júnior - PDS; Leur Lomanto ­PDS; Marcelo Cordeiro - PMDB; Ney Ferreira ­POS; Raymundo Urbano - PMDB; Rómulo Galvão­PDS; Ruy Bacelar - PDS; Virgildásio de Senna ­PMDB; Wilson Falcão - PDS.

Espírito Santo

Hélio Manhães - PMDB; Luiz Baptista - PMDB;Max Mauro - PMOB; Stélio Dias - PDS; TheodoricoFerraço - PDS.

Rio de Janeiro

Abdias do Nascimento - PDT; Agnaldo Timóteo ­PDT: Alair Ferreira - PDS; Aloysio Teixcira ­PMDB; Arolde de Oliveira - PDS; Carlos Peçanha ­PMDB; Clemir Ramos - PDT: Darcílio Ayres - PDS:Délio dos Santos - PDT; Eduardo Galil - PDS; Fer­nando Carvalho - PTB; Figueiredo Filho - PDS; Gus­tavo Faria - PMDB; Hamilton Xavier - PDS; JacquesD'Ornellas - PDT: Jorge Cury - PTB; Jorge Leite­PMDB; José Colagrossi - PDT: José Eudes - PT; JoséFrejat - PDT: Lázaro Carvalho - PDS; Léo Simões­PDS: Leônidas Sampaio - PMDB; Marcelo Medeiros- PMDB; Márcio Braga - PMDB: Márcio Macedo­PMDB; Osmar Leitão - PDS; Rubem Medina - PDS;Saramago Pinheiro - PDS: Sebastião Ataíde - PDT;Sebastião Nery - PDT; Sérgio Lomba - PDT.

Minas Gerais

Aníbal Teixeira - PMDB; Antônio Dias - PDS; Bo­nifácio de Andrada - PDS; Carlos Eloy - PDS; CássioGonçalves - PM DB: Castejon Branco - PDS; Christó­vam Chiaradia - PDS: Emílio Gallo - PDS; GerardoRenault - PDS: Israel Pinheiro - POS: Jairo Maga­lhães - PDS: José Aparecido - PMDB; José Machado- PDS: José Mendonça de Morais - PMDB; José Ulis­ses - PMDB; Juarez Batista - PMDB; Júnia Marise- PMDB: Leopoldo Bessone - PMDB; Luiz Baccarini- PMDB: Luiz Leal- PMDB; Manoel Costa Júnior-PMDB: Marcos Lima - PMDB: Mário Assad - PDS;Mário de Oliveira - PMDB; Maurício Campos - PDS;Milton Reis - PMDB: Navarro Vieira Filho - PDS;Nylton Velloso - PDS; Oscar Corrêa - PDS; OsvaldoMurta - PMDB; Ozanan Coelho - PDS; Raul Belém- PMDB; Raul Bernardo - PDS; Ronaldo Canedo­PDS; Rosemburgo Romano - PMDB; Sérgio Ferrara- PMDB: Vicente Guabiroba - PDS: Wilson Vaz ­PMDB.

São Paulo

Airton Sandoval - PMDB: Alcides Franciscato ­PDS; Armando Pinheiro - PDS; Aurélio Peres -

DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

PMOB; Bete Mendes - PT: Cardoso Alves - PMOB;Cunha Bueno - PDS; Djalma Bom - PT: DoretoCampanari - PMDB; Estevam Galvâo - PDS; FelipeCheidde - PMDB: Ferreira Martins - PDS; FlávioBierrenbach - PMDB: Francisco Dias - PMDB: Gas­tone Righi - PTB; Gióiu Júnior - PDS: Herbert Levy- PDS; Israel Dias-Novaes - PMDB: Ivete Vargas­PTB; João Herrmann - PMDB: José Camargo - PDS;Maluly Neto - PDS; Marcelo Gato - PMDB; Mar­condes Pereira - PMDB; Mendes Botelho - PTB;Mendonça Falcão - PTB; Moacir Franco - PTB: Na­tal Gale - PDS: Nelson do Carmo - PTB: Paulo Maluf- PDS: Paulo Zarzur - PMDB: Raimundo Leite ­PMDB; Renato Cordeiro - PDS: Roberto Rollemberg- PMDB: Sanes Leite - PDS; Salvador Julianelli ­PDS; Samir Achôa - PMDB; Theodoro Mendes ­PMDB; Tidei de Lima - PMDB.

Goiás

Brasílio Caiado - PDS; Genésio de Barros ­PMDB; Iram Saraiva - PMDB; Irapuan Costã Júnior- PMDB; Iturival Nascimento - PMDB; Jaime Câma­ra - PDS; Joaquim Roriz - PMDB; Wolney Siqucira- POSo

Mato Grosso

Dante de Olivcira - PMDB: Gilson de Barros ­PMDB: Miircio Lacerda - PMDB.

Mato Grosso do Sul

Albino Coimbra - PDS: Harry Amorim - PMDB;Plínio Martins - PMDB; Saulo Queiroz - PDS; Ubal­do Barém - PDS.

Paraná

Alceni Guerra - PDS; Amadeu Geara - PMDB;Anselmo Peraro - PMDB: Antànio Ueno - POS:Aroldo Moletta - PMDB: Borges da Silveira ­PMDB; Celso Sabóia - PMDB; Dilson Fanchin ­PMDB: Fabiano Braga Cortes - PDS: José CarlosMartinez - PDS; Luiz Antànio Fayet - PDS; MattosLeão":" PMOB; Norton Macedo - PDS; Olivir Gabar­do - PMDB: Otávio Cesârio - PDS; Paulo Marques- PMDB: Pedro Sampaio - PMDB: Reinhold Stepha­nes - PDS; Renato Bernardi - PMDB: Renato Bueno- PMDB; Renato Johnsson - PDS: Santos Filho ­PDS.

Sanla Calarina

Adhemar Ghisi - PDS; Dirceu Carneiro - PMDB;Epitácio Bittencourt - PDS: Evaldo Amaral - PDS;Fernando Bastos - PDS; Ivo Vanderlinde - PMDB:Nelson Morro - PDS: Pedro Colin - PDS; RenatoVianna - PMDB: Walmor de Luca - PMDB.

Rio Grande do Sul

Aldo Pinto - PDT: Augusto Trein - PDS; DarcyPozza - PDS; Florieeno Paixão - PDT; Ibsen Pinheiro- PMDB: Irineu Colato - PDS; Jorge Uequed ­PMDB; José Fogaça - PMDB: Júlio Costamilan ­PMDB; Malheus Schimidt - PDT; Nadyr Rosseti ­PDT; Nilton Alves - PDT: Oly Fachin - PDS; Osval­do Nascimento - PDT: Pedro Germano - PDS; Prati­ni de Morais - PDS; Rosa Flores - PMDB: RubensArdenghi - POS; Victor Faccioni - POSo

Amapá

Paulo Guerra - PDS.

Roraima

Alcides Lima - PDS; Joào Batista Fagundcs - PDS.

Terça-feira 19 11855

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

Marauhào

Victor Trovão - PDS.

Paraiba

José Maranhão - PMDB.

Pernambuco

Osvaldo Coelho - PDS.

Alagoas

Nelson Costa - PDS.

Espírito Santo

Myrthes Bevilacqua - PMDB.

Rio de Janeiro

Arildo Teles - PDT; Roberto Jefferson - PTB; Wal­ter Casanova - PDT.

Minas Gerais

Aécio Cunha - PDS.

São Paulo

Alberto Goldman - PMDB; Mário Hato - PMDB;Ralph Biasi - PMDB.

Mato Grosso

Cristino Cortes - PDS.

Rio Grande do Sul

Balthazar de Bcm c Canto - PDS.

Amapá

Clarck Platon - PDS.

RELAÇÃO DOS DEPUTADOS INSCRITOSNO GRANDE EXPEDIENTE

NOVEMBRO/1983

Data Dia da Semana Nome

14:00 Júlio Martins'19 Terça-feira 14:30 Luiz Baptista'

15:00 Francisco Erse*

14:00 Sebastião Rodrigues Jr.'Quinta-feira 14:30 Brabo de Carvalho·

15:00 Gorgônio Neto

9:30 Salles Leite*10:00 Flávio Bierrenbach*10:30 WildyVianna11:00 Ibsen Pinheiro*

4 Sexta-feira 11:30 Nylton Alves'12:00 Floriceno Paixão*12:30 Lélio Souza*13:00 Jorge Vianna*

14:00 Horácio Matos*'7 Segunda-feira 14:30 Wilmar Palis*

15:00 Orestes Muniz

11856 Terça-feira I9 DIÁRIO DO.CONGRESSO NACIONAL (Seçiío n Novembro de 1983

Dezembro de 1983

Inscrições automáticas para o mês de novembro, nos termos da Rcso~

luçào oI} 37, de 1979

14:00 Del Bosco Amaral30 Quarta-feira 14:30 Antônio Câmara

15:00 Wall Ferraz

14:00 Luiz Henriquel' Quinta-feira 14:30 Floriceno Paixão

15:00

O Deputado Fcrnando Lyra, ao longo dos anos, temsido um valoroso companheiro e merece, por parte daLiderança, as melhores homenagens.

Impõe-se. porém. a preservação da imagem do PMDB.e dos que n dirigem. O partido é hoje um patrimônio dasociedade brasileira e um forte motivo da persistência desua esperança, em que pese à fase de incertezas e perple­xidade em que se encontra o País.

Como frente de combate ao arbítrio, em todas as suasmodalidades, o PMDB tem um objetivo. muito claro econcreto, que é o de implantar o regime democrático.Daí as SUaS prioridades irrenunciáveis dirigidas à eleiçãodireta para a Presidêncill da República. como veículo in­substituível em busca da legitimidade do poder, e à con­vocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. parareposição das instituições.

Somente assim teremos uma democracia, ou os requi­sitos indispensáveis ao Seu exercício. Com um poder legí­timo e com instituições sólidas estarão criadas as con­dições para a efetiva e cada vez mais abrangente partici­pação popular.

Nas circunstâncias atuais. sem uma opào clara por umsistema político. por um regime democrático, não se en­contrarão caminhos válidos e livres de dependência paraa,o:; nossas mazelas econômicas e sociais.

Estas verdades, cristalinas e ao alcance da percepçãode todos. estão a dizer que a busca do poder não é o ob­jetivo primeiro do PMDB. Antes de tudo. a sua luta épeja democracia. pelo projeto democrático. Convocadaseleições diretas, outros partidos. ou outras frentes.tornar-se-ãn alternativas dn poder. O próprio PDS. Porque não? O fundamental. para a Nação. é a democracia,a ser alcançada pela cnnsu1ta popular.

Com isto não estamos negando que o PMDB não sejauma alternativa de poder. É. sim. E. pnr sua luta, por sualidelidade aos princípios democrátiens e às causas popu­lares. no momento, a mais válida e de maior credibilida­de popular.

Eleger n PMDB como a única alternativa de podcr épensar em arrebatar o Governo da República pela via es­púria do Colêgio Eleítnral, num conluio de lideranças le­sivo aos interesses nacionais e aos anseios populares. Se­rá transferir a crise para fazé-Ia rebentar, decorridospoucos anos, numa incontrolável convulsão social.

Sabemos que a frente em que .se transformou, pela le­gitimação popular. o PMDB poderá. alcançado o proje­

to democrático. transformar-se num amplo e consistentepartido. com ricos matizes. Tudo dependerá da nossacompetência, e. para esse desiderato. é, inegavelmente,valiosa a contribuição oferecida pelo Deputado Lyra emseu pronunciamento.

Feitos os reparos quanto II natureza e os objetivos doPMDB. bem como sobre a sua tática, impõe-se sejam re­futados os gravames aos seus condutores.

O PM DB vcm sendo conduzido por horriens que, se­guramente. tém as suas falhas, os seus equív()cos. São,porém, senões menores e decorrem da condição humanade cada um e da própria magnitude da missão. Perdcm­se todos na imensa e patriótica obra que foi a legiti·mação do PMDB. no pleito de 1974. sucessivamente rei­terada até as eleições de 15 de novembro último. Tam­bém, na maneira precisa e clara com que tem respondidoa todos os desafios do Governo. Inclusive, no magnífico

ato político que foi a rejeição do Decreto-lei n" 2.024,que engrandeceu o Congresso, reavivou a esperança po­pular c acentuou as contradições do Governo.

Particularizando a ligura do Presidente Ulysses Gui­marães. a Liderança do PMDB está certa quanto ao seupapel histórico. cumprido. até o momento. com densida­de. espírito público, abnegação c coragem cívica.

Vamos deixar as críticas menores e dirigidas a ques­tiúnculas adjetivas, voltando-nos todos para a gigantescac patriótica tarefa de edificação da democracia.

NomeData Dia da Semana

DISCURSO DO DEPUTADO EG[DIO FER­REIRA LIMA. PROFERIDO NA SEss;lo ORDI­N.4RIA DE 13 DE OUTUBRO DE 1983.

SUPLENTES(Grande Expediente/novembro)

1 - Ângelo Magalhães2 - Jorge Vianna3 - Raul Ferraz4 - Haroldo Lima5 - Leorne Belêm6 - João Agripino7 - Eraldo Tinoco8 - Jorge Medauar9 - Nilson Gibson

\O - Denisar ArneiroII - Alcides Lima12 - Valmor Giavarina13 - Cristina Tavares14 - Amaury Müller15 - Ivo Vanderlinde16 - Egídio Ferreira Lima17 - Lúcio Alcântara18 - Theodorico Ferraço19 - Farabulini Júnior20 - Sérgio Cruz21 - Irajá Rodrigues

o SR. EGlmo FERREIRA LIMA (PMDB - PE.Como Líder.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, falo emnomc da Lidcrança do PMDB e por delegação do LíderFreitas Nobre. E, porque vou tratar de questão internado PMDB. resolvi trazer por escrito o meu pronuncia­mento. na parte em quc procuro traduzir o pensamentoda Liderança.

Sr. Presidente. Srs. Deputados, na terça-feira. ocupan­do horário da Lidcrança. o Deputado Fernando Lyra fezuma análise sobre a postura do PMDB na sua luta con­tra o arbítrio. ao mesmo tempo em quc postulou a mo­dernização c agilização do partido. capacitando-o a en­frentar a nova realidade brasileira e a assumir o poder. jáque. segundo o nobre Parlamentar. em face da descrençageneralizada e da exaustão do sistema. é a legenda pee­medebista a única alternativa de Governo que Se apre­senta II sociedade brasileira.

N a sua fala. ao lado de sugestões úteis, sobretudo aosuscitar a necessidade de uma reestruturação do partidoe de uma maior versatilidadc dc seus órgãos, o Paria­mentar fez algumas críticas severas e injustas ao coman­do partidário. alêm de ter incorrido em graves equívocosquanto aos objetivos e II tática da agremiação.

Terça-feira 14:00 Dirceu Carneiro14:30 Inocêncio Oliveira15:00 José Luiz Maia

14:00 Ciro Nogueira

9 Quarta-feira 14:30 Cid Carvalho15:00 Humberto Souto

14:00 Maçao Tadano10 Quinta-feira 14:30 Paulo Mincarone

15:00 Mozarildo Cavalcanti'

10:00 Nylton Velloso10:30 Milton Figueiredo11:00 Manuel Viana11:30 Oscar Alves

1i Sexta-feira 12:00 Francisco Amaral12:30 Prisco Viana13:00 Milton Brandão

14:00 Pedro Novais14 Segunda-feira 14:30 Renan Calheiros

15:00 Paulo Lustosa

14:00 João Carlos de Carli

16 Quarta-feira 14:30 Luiz Hcnrique15:00 Raymundo Asfóra

14:00 José Carlos Vasconcelos17 Quinta-feira 14:30 Márcio Braga

15:00 Tarcísio Buriti'

10:00 Vivaldo Frota10:30 Manoel Gonçalves11:00 José Tavares1\:30 N osser Almeida

18 Sexta-feira 12:00 João Paganella12:30 Geovani Borges13:00 Luiz Guedes

14:00 Celso Barros21 Segunda-feira 14:30 Domingos Leonelli

15:00 Márcio Santilli

14:00 Adhemar Ghisi22 Terça-feira 14:30 Saulo Queiroz

15:00 Nelson Aguiar

14:00 To bias Alvcs23 Quarta-feira 14:30 Antônio Amaral

15:00 José Thomaz Nonô

14:00 Ademir Andrade24 Quinta-feira 14:30 Siqueira Campos

15:00 Gerardo Renault

10:00 Ernani Satyro10:30 Bento Pôrto11:00 Randolfo Bittencourt

25 Sexta-feira 11:30 Walber Guimarães12:00 Darcy Passos12:30 José Moura13:00 Carlos Mosconi

14:00 Jackson Barreto28 Scgunda-feira 14:30 Ruben Figueiró

15:00 João Faustino

14:00 Fernando Gomes29 Terça-feira 14:30 Djalma Bessa

15:00 Paulo Borges

Novembro de 1983

As divergências são normais e salutares, bem como aformação e a estruturação de grupos representativos dasdiversas tendências, no seio do PMDB. Mas que os gru­pos c cada um de seus integrantes nào percam de vista aindispensavel unidade a cimentar todos em um organis­mo único, acima dos projetos pessoais e de circunstân­

cia.

Estas as palavras em nome da Liderança.

Permito-me, agora. como Parlamentar, como simplesintegrante da representação do PMDB, fazer algumasconsiderações inteiramente pessoais.

Ao Deputado Fernando Lyra, encontro-me ligado porlaços afetivos e por elos e identidades quanto à visão doproblema político. Desde 1966 estivemos unidos, a pen­sar politicamente, sem intermitência. Se agora, no mo­mento em que o seu companheiro e amigo de luta e deafeto, volta ao palco, nos desencontramos, se temos dife­rentes caminhos e taticas, espero em Deus que essa diver­gência seja temporária e meramente acidental, porque oque importa ao partido é a cau~a que abraçamos, é a lutaque estamos empreendendo. Essa ligação política e afeti­va importa ao partido e é válida para o País.

Sr. Presidente, Fernando Lyra sabe que me preocupoconstantemente com o processo histórico, que há emmim uma perseverante busca da verdade política de cadahora, de cada instante. Se, às vezes, pareço agressivo. se,em alguns momentos, cometo equívocos, essa agressivi­

dade e essas falhas decorrem de quem pensa e de quemmuito trabalha. Sabe ele, porém, que toda palavra queprofiro, todo pensamento que elaboro, traz em si, indis­custivelmente, a marcha da boa fé, o desejo de acertar, oespírito e o coração voltados para os melhores propósi­tos e para o bem comum. Se, nesta hora tão grave para oPaís e tão deeisiva para o PMDB, pareço intransigentena defesa dos postulados programáticos do partido, dalinha partidária que desde março vem sendo reafirmadapor tantos, inclusive pelo Presidente Ulisses Guimaràes,é porque estou certo de que o partido, mais do que nun­ca. não pode falhar, pois se aproxima o momento do des­fecho da grande crise que se abateu sobre o País. Estouabsolutamente eerto de que um ciclo histórieo se fecha edevemos ter competência, perspicácia, sensibilidade parasaher atravessar este momento e reiniciar. com grandeza,para o bem do País. um novo ciclo que já desponta.

Todos sabem que a pessoa humana termina, se acaba,se finda. Tambêm os sistemas políticos, os regimes políti­cos se esvaziam, se exaurem, apodrecem. Alexis de Toc­queville, em "O Regime Antigo e a Revolução" - eleque era conservador, porém atentamente voltado para aciência política e para o processo histórico, ele que inte­grava o regime, ele que estava ligado por formação e portendência às oligarquias francesas - diante da Revo­lução Francesa, disse que O antigo regime chegava aosestertores, estava a falecer, morria, eoncluia o seu papel ea sua trajetória histórica. Aqui mesmo, no Brasil, assisti­mos à Revolução de 30, que não foi mais do que O ocasode um período, o fechar de uma fase da História brasilei­ra, quando as oligarquias, que abusavam do poder, que

recorriam à fraude, que se corrompiam, fizeram com queo regime se esvaziasse. Houve necessidade de uma ruptu­ra, houve neeessidade de um desenlace. Tão frágil e tãono fim se encontrava o regime de então que o pleito po­pular não foi capaz de evitar a eclosão da Revolução de30. A disputa entre Júlio Prestes e Getúlio Vargas nãoevitou a revolução, porque fi vontade popular não se fa­zia cristalina em virtude da fraude que viciava e compro­metia o processo eleitoral.

Nós nos encontramos, agora, diante de um regime quechega a seu final, que está se decompondo, que já nãotem o que dar, nem que sustentar. Ê, exatamente por is­SO, que apenas duas coisas poderão presidir esta tran­sição: uma revolução violenta, um choque pelas armas, osangue. a luta entre irmãos, ou a consulta popular, avontade do povo manifestando-se enquanto é tempo. Só

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ela será capaz de dar um banho neste País, de desconges­tionar 11 atmosfera política, de restituir a autoridade doChefe da Nação. Só será capaz de afastar o espectro darepresália, que os detentores do poder tanto temem. Aeleiçao direta - a consulta popular - reporá o País,acalcntarú os espíritos, afastará o ódio. evitará repre­sálias. Se ela não ocorrer agora, sem nenhum período deprorrogação, sem nenhuma tentativa de transição con~

sentida, se ela não se fizer de imediato, seguramente in­discutivelmente, iremos. logo mais, alguns anos mais, al­gum tempo mais, para a convulsão soeial.

Defendo a eleição direta porque quero fazer com queessa transiçào aconteça pacificamente, e porque sei queela só poderá vir pelo único veiculo e pelo exclusivo ca­minho da eleição direta.

Concedo aparte ao nobre Deputado Pimenta da Vei­

ga.

o Sr. Pimenta da Veiga - Deputado Egidio FerreiraLima, nosso companheiro Fernado Lyra, no pronuncia­mento que fez no início desta semana - e que mereceuimpressionante cobertura da imprensa, a ponto de exigiruma resposta oficial da Liderança do nosso partido ­em verdade não tocou a questão fundamental que certa­mente gostaria de ter enfrentado e que é exatamente aque V. Ex' levanta neste instante: o problema daseleíçàes diretas. É e,')te o grande divisor de águas, é esta aquestão fundamental na hora que vivemos. Hoje, exis­tem os consensualistas e, de outra parte, os que defen­dem as eleições direlas sem nenhum ··porém", sem ne­nhuma vírgula. sem nenhum "mas". Eles queremeleições diretas já. Mas a problemática do consenso nãoé nova, não é moderna. Elajá teve, em outros tempos, nonosso partido, nomes difcrentcs do que tem hoje. Ante­riormente o consenso representava os que eram contra aanistia, os que eram contra a Constituinte. Tive o cuida­do, sabendo que V. Ex' ia falar hoje sobre este assunto,de trazer um depoimento do Deputado Fernando Lyra,publicado, há cinco anos, na revista "Veja", n' 496. arespeito da eleição do então Deputado Tancredo Nevespara a Liderança do PMDB, em disputa com o Deputa­do Freitas Nobre. A revista assim se manifestou sobre opronunciamento do Deputado Fernando Lyra: "O ata­que mais feroz às articuiaçõe,) do novo Líder viria atra­vés do principal cabo cleitoral de Freitas Nobre, o tam­bém auténtico Fernado Lyra. Esperamos que Tancredonão traga para a Liderança o seu estilo mineiro. esbrave­jou Lyra, numa clara e pejorativa referência à acomo­dação política. E continua a revista: "E que estilo seriaeste'! O próprio Lyra interpretaria: Ê a conciliação pelaconciliação. e precisamos é de afirmação, sob risco deperder as bases cleitorais e a credibilidade política." Sãopalavras do Deputado Fernando Lyra que, no começodesta semana, veio à imprensa desdizer o que disse hácinco anos. Eu pergunto: mudou o entào Deputado Tan­credo Neves, ou mudou o Deputado Fernando Lyra?Quem passou por tão ampla transformação? Quem mu­dou tanto em suas convicções? Isto é profundamente pe­rigoso para uma trajetória política. Portanto, nobre De­putado Egídio Ferreira Lima, temos agora que continuarlutanto pelas tradicionais bandeiras do PMDB, que nãoforam todas alcançadas. Ê v·.erdade que conseguimos aanistia. Ê verdade que conseguimos as eleições diretaspara os governos estaduais, Ê verdade que temos hojeum espaço democrático muito mais amplo na políticanacional. Mas não é menos verdade que ainda nào tive­mos as eleições diretas para Presidente da República,que V. ExJ.l muito bem concei~ua como a única forma deevitar lima convulsão social. E não tivemos ainda tam­bém a consecução da Assembléia Nacional Constituinte.Enquanto não alcarçarmos essas metas, não poderemosconversar com este Governo que continua decidindo noplano econômico de forma hermética, contra os assala­riados e a favor dos grandes capitais nacionais e interna-

Terça-feira 19 11857

cionais. Lamento profundamente ter tomado alguns mi­nutos do preciso discurso que V. Ex" faz, mas creio queseria mcu dever colocar cssas questões e, sobretudo, omeu ponto de vista.

o SR, EGIDIO FERREIRA LIMA - V. Ex' não metoma o tempo. Pronuciando-se, em parte reflete V. Ex' asua dimensão pessoal e traduz a nitidez de sua linha polí­tica.

Concedo aparte ao nobre Deputado Elquisson Soares.

O Sr. Elquisson Soares - Nobre Deputado EgídioFerreira Lima, há uma constatação que todos n6s deve­mos encarar com seriedade. Há uma crise profunda egrave que envolve o PMDB. Esta é, na verdade, a pri­mcira constataçào que deve ser feita por todos nós, filia­dos a ele. Eu não tenho dúvidas de que há muitos acertosno discurso do Deputado Fernando Lyra. Eu diria que oDeputado Fernando Lyra não mudou muito. Nós o co­nhecemos no dia-a-dia da Cãmara dos Deputados. OGovernador Tancredo Neves não mudou nada e o regi­me mudou alguma coisa. Parar para analisar o regime,sua nova fase, é uma questão que se impõe ao PMDB, eque, contudo, se recusa a fazê-lo. O nobre DeputadoUlysses Guimaraes ousa, na verdade, assumir compro­missos com a sociedade. mas o faz em nome pessoal.porque não ouve O partido. Daí a crítica feita pelo Depu­tado Fernando Lyra. Este é um partido hermético. ODeputado que quiser saber o que acontece no interior doPM DB tem de ir ao gabinete do Deputado Ulysses Gui­marães, que, por sua vez, não vai a gabinete de Deputa­do algum. E nós fazemos contatos com as nossas bases atodo instante. Ainda anteontem, recebia uma carona doGovernador Tancredo Neves, quando S. Ex' dizia: "Nãohú como o Brasil fugir das mãos do FMI. Temos de en­('rentar esta situação". E cu lhe perguntava: "Governa­dor, se vamos negociar com o FMI, que é o que pretendeo regime, como fica o PMDB, que tem um programa nasrllas propalando rompimento com aquele organismo in­ternaciona\' e propondo a moratória ctc." Como ficamV. Ex' e o Deputado Ulysses Guimarães. as duas gran­des figuras em debate neste instante'?" Respondeu-me S.Ex': "O Deputado Ulysses Guimarães está profunda­mente equivocado nesta questão" - deixando bem claraa sua divergência com a direção partidária. Cabe consta­tar que temos agora dois PMDBs: o de Tancredo Nevese o de Ulysses Guimarães. O Deputado Fernando Lyra,por sua vez, fez a sua opçao: está com o PMDB de Tan­credo. Resta saber, Deputado, quem está com o de Ulys­ses Guimarães. Posso assegurar a V. Ex~ que os que es­tào com Tancredo o dizcm abertamente e o defendemdesta tribuna. Mas nem todos defendem o partido deUlysses Guimaràes, o que é um dado verdadeiro. Por­tanto, um conselho ao Dr. Ulysses: pare e pense, paraque amanhã não fique sozinho. Porque, na verdade, S.ExU pode estar apresentando uma proposta à sociedadeque o seu partido, na base, não esteja respaldando. V.Ex<' tcm O mérito de colocar o dedo na ferida e de chamaro partido a uma reflexão, porque, se nào o fizer, daqui aoito dias o partido estará diluído e perdido, mais do quejá está, porque à frente dele. neste instante, até. o PDS jácstá apresentando propostas concretas à sociedade.

O SR, EGIDIO FERREIRA LIMA - Deputado EI­quisson Soares, nào me espanta que o PMDB tenha emsi dois, três ou quatro grupos ou partidos, Esta tem sido11 característica do PMDB. Para chegarmos a 1974, nopartido existiam pelo menos duas tendências, duas alasmuito nítidas e bem claras: moderados e autênticos. De­pois da anistia, depois, sobretudo, do pleito de 15 de no­vembro, ('azer política neste País tornou-se um jogo de

xadrez: requcr competência e reformulação. Não se tratado jogo de damas da época do autoritarismo e da repres-

11858 Terça-feira I?

são mais feroz. quando li coragem era o requisito maior ctalvez o ÍJnico necessário para se combater o sistema e oautoritarismo. Mas tenho certeza de que o Deputado El­quisson Soares. o Deputado Fernando Lyra. todos nóstrahalharemos para que a unidade do PMDBseja preser­vada.

Concedo. com satisfaçào. aparte ao Deputado Fer­nando Lyra.

o Sr. Fernando Lyra - Deputado Egídio Ferreira U­ma, primeiramente estranhei que a Liderança do meupartido viesse me responder quando, nào em nome dela,01 as em horário cedido por ela. expus o meu pensamentosohre a hora presente, principalmente sobre o PMDB.Em segundo lugar, eu queria fazer um reparo ao meunohre e querido companheiro Pimenta da Veiga: a res­posta da Liderança ao meu pronunciamento não foi fru­to da extensa divulgaçilo que teve o meu discurso. Antesda divulgaçào extensa do meu discurso. a Liderança jáanunciara que me responderia. Mas eu não me preocupo- e V. Ex(l me conhece muito bem - com a resposta daLiderança, porque em nenhuma hora entendi que o meu

discurso. sob o ángulo que lhe dci. merccesse reparos.Conseqüentemente, não me sinto ferido e muito menosdesautorizado. Pelo contrário, isto demonstra exatamen­te a dimensào do meu pronunciamento c a profundidadecom que ele foi feito. como também o cuidado com qucfoi analis"do pelo Líder Freitas Nobre. Agora, eu queriadeixar tudo bem claro. e esla oportunidade é excelente. Edigo mais: muita gcnte estranhou porque nós fomos paraa praça pública discutir problemas internos. A tribuna érealmente um instrumento e, fundamentalmente, estetipo dc debatc me honra sobremaneira, tendo V. Ex'como meu debatedor. porque V. Ex' sabe quc a amizadeque nos une foi forjada na sólida e indestrutível aliançadas lutas que travamos juntos. Mas queria fazer um re­paro ao aparte do meu qucrido Dcputado e colega EI­quisson Soares: não sou do PMDB de Ulysses. nem soudo PMOB de Tancredo Neves. Eu fui do MDB quandonào sabia quem era o Presidente do partido. E optamos.cu e V. Ex'. pelo MDB sem saber quem era o Presidentedo partido. Quando optei pelo PMDB também nào meprcocupci em saber se cra do Ulysses ou do Tancrcdo. Oque me prcocupa é o PMDB como partido voltado paraaquilo que eu penso. para aquilo que entendo corno a li­nha real da conduta de um partido que tem que ser mo­derno. E a liderança que me quis responder - nào V.Ex'. mas o Deputado Freitas Nobre. através de V. Ex'­nào o fez quanto tis questões que entendo fundamentais,que eram, que foram c que sào as seguintes: primeiro. ocomportamento autoritário da direção partidária. E aínão vejo o problema do Deputado Ulysses Guimarães.Não o citei uma vez sequer. Às seqüelas do autoritaris­mo temos que prestar muita atcnção. porquc às vezes asassimilamos com muita facilidade. O autoritarismo é umfato incontestúvel, como também as falhas do partido. Oque eu disse no meu discurso nào é novidade. O Deputa­

do Miguel Arraes. já no começo do ano. citava - c estápublicado na "Revista do PMDB" do més passado ­todas as providências que o partirill 1 no seu entender, de­veria ter tomado para se atualizar. As outras qu~stões,

Deputado Egídío Ferreira Lima. não foram respondidas.porque não têm resposta. V. Ex~ se deteve, e com muitarazão, na questão da eleição direta. Volto li afirmar - eV. Ex'. esta Casa c o povo brasileiro mc eonhcccm. emque pese modestamente à minha atitude - não sou decambalacho. nllnca fui de conchavos, nem nunca tivepretensão dc aderir. Ah. se eu tivesse a pretensão de ade­rir. Deputado Egídio Ferreira Lima! V. Ex' me eonhccee sabe muito bem que nunca deixei de defender aseleições direta, para Presidéneia da República. Provadisso é que. na última entrevista que dei à revista "Se­nhor", quando me perguntaram quem era o meu candi­dato a Presidente da República em eleições diretas. eu

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

disse "Meu candidato é o Govcrnador Tancredo Ne­ves". Porque eu disse isso') Porque entendo quc o próxi­mo Governo tem que ser. hú de ser e vai ser de transicào.

Serú um Governo que irá convocar o que constitui ogrande sonho do PMDB: a Assembléia Nacional Consti­tuinte. Seja quem for o próximo Presidente. principal­mente se da Oposiçào, terá que sintonizar o Governo

com as aspirações da sociedadc brasileira. E. para sinto­nizar sua ação com as aspirações do povo brasileiro. se

escolhido dentro desse espúrio Colégio Eleitoral, terá deconvocar eleições diretas para Presidente da República.

Se escolhido por eleições diretas. terá que convocar a As­sembléia Nacional Constituintc. para rceolocar o País nodevido caminho. A diferença fundamental é que jamaiscolocaria meu partido nesta dicotomia estéril, que leva anada. entre consensualista e anticonscnsuulista. O queme interessa nesta hora - c este debate servirá para isto,tcnho certeza - é lançar esta frente. halançar o PMDB.para que cncontremos a saída que a sociedade espera,não somente. Deputado Egídio Fcrrcira Lima. a saídaatravés da pregação das eleições diretas, mas também.fundamentalmente, indo ao encontro das aspirações e

necessidades do povo brasileiro. Desculpe ter tomado otempo de V. Ex' - perdoe-me a Presidência - mas,quando foi apresentada a tese das eleições "diretas. meuLíder. Deputado Freitas Nohre. disse o segainte: "Cam­panha para eleições diretas tem quc vir sccundada das te­ses que a sociedade espera que o PMDB discuta. paraque tenhamos o povo nas ruas". Ora. eleições diretasconstituem aspiração não apenas nossa, mas também dopovo hrasileiro. Por isso. discuti-Ias é muito importante.

Mas aprovar nossas propostas partidúrias. defini-las.dissecú-Ias é obra tão importante quanto a prcgação emfavor de cleições diretas. De nada adianta um partidoamorfo. lerdo. centralizado, nutoritúrio. Precisamos terum partido democrútico. E esta a razão maior do meupronunciamento. que não foi respondido pela Lidcrançado meu partido amigo Dcputado Freitas Nobre. Issoquero deixar bem claro. Esperamos que tenhamos outra

oportunidade para discutir este problcma. que consideroo aspecto central da política brasileira.

o SR. EGfmO FERREIRA LIMA - Deputado Fer­nando Lyra. em primeiro lugar. devo dizer a V. Ex~ quevou permitir que o seu discurso seja publicado ao ladodo meu. Em segundo lugar. quero deixar bem claro querecebi delegaçào da l.iderança para responder a V. Ex'.mas, quanto ao enfoque do pronunciamento. slIa re­dação, a parte escrita, as colocações aqui feitas nào fo­ram, sequer, submetidas ao Líder Freitas Nobre. Nasce­ram de mim. Em terceiro lugar. devo dizer que, prova­velmcnte. quando proccdia à leitura da parte escrita. V.Ex9 nilo estava atento. Se estivesse. leria percebido que,didaticamente. e com elegância, respondi a toda a análisee a todas afirmativas de V. Ex'" Inclusive. tive o cuidadode mostrar (1 equívoco em que incorreu V. Ex~, ao exami­nar a naturC7<l do PM DR e sua tática. E mo~f.rei, do meuponto de vista - conseqüentemente. do ponto de vistada Liderança - o que se devia pensar e concluir acercado que seja o PMDB. Em quarto lugar. gostaria que meuprezado cc)mpanheiro e amigo, Deputado Fernando Ly­ra. nào estivesse tào de cátedra, tào seguro quanto ao seupronunciamento e deixasse margem para os erros de en­foque. nos quais todos incorremos. e que a maturidadeindica serem inevitáveis. por mais sábio e capaz seja ohomem.

O pronunciamento de V. Ex l.l foi sério. tem consjde~

rações ricas. mas contém falhas clamorosas. Por isso, euo estou analisando. refutando e re::ípondendo nesta tar­

dc. Sejamos ambos. Deputado Fernando Lyra, mais hu­mildes, e ussim melhor serviremos ao partido c à Pátria.(Palimls.)

Novembro de 1983

DISCURSOS DO MINISTRO CESAR CALS EINTERPELANTES, PROFERIDOS NA SESS/lOORDINÃR[A DE [9 DE OUTUBRO DE 1983.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Encontrando-sc presente em Plenário o Sr. Ministro Cé­sar Cals, do Ministério das Minas e Energia, que compa­rece à Cámara a fim de prestar csclarecimentos sobre as­sunto relativo à PETROBRÂS S.A., convido S. Ex' aocupar a tribuna. (Pausa.)

Sr. Ministro, nos termos do Regimento Interno. V.Ex' poderá falar por 30 minutos. prorrogáveis por mais30 pelo Plenário. Encerrada sua exposição. poderão serformuladas perguntas pelos Deputados inscritos. nãopodendo cada um fazé-Io por mais de 10 minutos, excetoo autor do requerimento. que terá o prazo de 15 minu­tos. A V. Ex' será assegurado igual tempo para respon­der.

Tem a palavra V. Ex'

o SR. MINISTRO CtSAR CALS - ExmoSr. Presi­dente da Cámara dos Deputados. Deputado FlávioMarcílio, Srs. Deputados, meus companheiros do Con­gresso Nacional. tenho muita honra e muita satisfaçãoem voltar a csta Casa para prestar esclarecimentos. ematenção a um requerimento de informação do DcputadoFloriceno Paixão. O requerimento diz respeíto, em pri­meiro lugar. ao suprimento de petróleo por empresasmultinaeionais; em segundo lugar, aos trabalhos de pros­pecção de petróleo sob a forma de contrato de risco; emterceiro lugar, ao descmpcnho da PETROBRÂS nos úl­timos 20 anos e as metas a serem atingidas nos próximos5 anos.

Para dar uma idéia da política que está sendo imple­mentada na PETROBRÂS sobre o suprimento de pe­tróleo. precisaria voltar ao ano de 1979. início do Gover­no do Presidente Figueiredo, quando acontecia no mun­do um novo choque do preço do petróleo. O primeirochoque do preço do petróleo aconteceu em 1973, e o se­gundo. em 1979.

A partir de 1973, em face da alta vertiginosa do preçodo petróleo, os países importadores desse combustívelpassaram a ter uma inflação conseqüente desta alta.Houve lima reação dos países industrializndos importa­dores de petróleo. inflacionando os equipamentos manu­faturados, assim como o custo do dinheiro intcrnacionale os juros bancários. O Brasil, por ser um País Importa­dor de petróleo e em desenvolvimento, sofreu estas duasinfl~ções e já tinha. em 1979. grandes dificuldades para opagamento de sua conta de petróleo. O Presidente Fi­gueiredo, ao escolher o scu Ministro das Minas c Ener­gia. determinou que a sua principal atividade no Minis­tério fosse reduzir a dependência externa de petróleo. Naocasião, o Brasil produzia 164 mil barris de petróleo pordia e importava. em março de 1979,960 mil barris de pe­tróleo por dia. Num crescimento de 7%, logo em seguidaimportava um milhào de barris de petróleo por dia.

Desse um milhão de barris de petróleo por dia, que Seimportavam cm 1979. no início do Governo Figueiredo,mais de 92% vinham de uma só área geográfica, o MédioOriente. O Presidente Figuciredo orientou o Ministériodas Minas e Energia no sentido de que. além de reduzir adependéncia externa de petróleo, reduzisse a dependên­cia de uma só área geográfica: para tanto. deveríamos di­versit1car as fontes de suprimento de petróleo. O Minis­tério resolveu, então. adotar um novo modelo energéticopara o Brasil. mudando os hábitos de produção e de con­sumo, uma vez que, até o início do Governo Figueiredo,a energia, no Brasil, fundamentava-se fortemente emdois energéticos - o petróleo e a hidreletricidade - e O

País mal iniciava o Programa Nuclear.Passamos, então. a examinar todos os encrgéticos dis­

poníveis no Brasil. Por outro lado, a sociedade brasilei­ra, assim como as sociedades ocidentais, foi organizadacom base no esbanjamento de energia. Não havia o me-.

Novembro de 1983

nor sinal de pOlipança de energia, em particular o pe­tróleo, Era necessário, também, mudar os hábitos deconsumo; era necessária uma mudança de curto prazonesse sentido. Por isso, o próprio Ministro resolveu aten­der ao convite do corte vertical da sociedade, na tentati­va de receber a adesão da sociedade brasileira para estaresolução energética.

Fizemos palestras, desde Câmaras de Vereadores aoCongresso Nacional- no Senado Federal e na Câmarados Deputados - assim como em sindicatos de traba­lhadores, em organizações empresariais, em organi­zações de classe e organizações militares, além de partici­parmos em simpósios em vârias capitais. Em novembrode 1979, levamos ao Presidente um novo modelo energé­tico para o Brasil, em que iríamos perseguir trés eami­nllOs. O primeiro deles era o aumento da produção brasi­leira de petróleo. Anunciamos, na ocasião, que vinhacaindo a produção de petróleo. Após quatro anos emdeclínio, a produção era de 164 mil barris por dia, eanunciamos que, em 1985, haveriamos de chegar a 500mil barris de petróleo por dia.

Diria aos nobres Deputados que. neste momento, jáatingimos 367 mil b/d de petróleo, mais que o dobro, evamos atingir 400 mil barris. no final deste ano, sendoque os mil b/d. previstos para 85, vamos antecipá-lospara 84. Ao mesmo tempo, fizemos um trabalho de con­

servação de energia. O consumo de pelróleo crescia auma taxa de 6,7% ao ano. Já no ano de 1980, com as me­didas de conservação de energia, algumas d,!s quais sa­crificaram ti sociedade brasileira. como a estrutura depreços. o fechamento de postos de gasolina aos sâbadose domingos. a fiscalização nas e~tradas e o gerenciamen­to em cada indústria, cortando-se o suprimento de com­bustível para as indClstrins onde se verificou que o mes­mo estava sendo desperdiçado. já no ano de 1980, repito,conseguimos baixar a taxa de crescimento de 6.7% aoano para zero por cento. naquele ano. a economia brasi­leira cresceu 8,5%. Em 81. 82 c 83, o crescimento do con­sumo foi negativo.

A terceira medida foi a substituição de cada derivadode petróleo por um energéti[;o nacional: a gasolina pelo.álcool: para o óleo dicsel, tentamos o ólco vegctal: a ele­tricidade para motores estacionários: a dupla injeção ál­eool/dIeo diesel e o álcool aditivado; para o dIeo com­bu.stíve1. utilizamos o carvão mineral. a madeira, a turfa,o xisto, a energia solar, a casca de arroz c o babaçu. Pas­samos a utilizar todos os energéticos disponíveis no Bra­,il.

O resultado desta política I ... , que, de 1.000.000/barrisde petróleo por dia que importávamos em 79, passamosa uma importação de 630.000 b/d em 83: praticamente,uma redução de 40%.

Dentro da medida de diversificação das fontes de su­primento, a participação do Oriente Médio, que era de92%. passou a ser de 63%. Passou a haver uma maiorpresença da Europa, da Áfriea e da Ásia. neste momen­to. importamos petrólco do Oriente Médio: Arábia Sau­dita, lraque. Irã, Qatar, Emirados Ârabes, K\Vait e zonaneutra: da América: México, Venezuela e Equador: daÁfrica. Angola. Argélia. Libia, Nigéria. Congo e Gabão:da Europa: União Soviética: C da Ásia: China. Há, por­tanto. uma maior diversificação. uma maior confiaLili­dade na segurança desse suprimento.

Mas V. Ex~s sabem que. com esta crise que vive o Bra­

sil. foi necessário mudar também o sistema de pagamen­to. que era a 30 dias do suprimento. para () pagamento aprazo, de acordo com a inl'ltruçào do Banco Cer-'.ral. apartir de outubro de 1982. Com a Resolução n" 767, doBanco Central. a PETROBRÂS teve de renegociar osseus contratos de compra de petróleo, alguns ainda ~m

plena vigéncia, objctivando adaptá-los à exigência dc 180dias de prazo para pagamento. Aí residiu uma parcela dadificuldade, pois nem todos 'l' supridores de petróleo.com contrato em vigencin, aceitaram de pronto esta re-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçuo I)

negociação para pagamento no prazo de 180 dias. A PE­TROBRÁS, então. entendeu que devin buscar, também,as mu1tinacionais. para o easo de falhar algumas dessasrenegociaçôes.

As negociaçàes com as mullinacionuis, para tI compra

dc petrólco. não chegaram ao resultado esperado, umavez quc se pretendia importar dessas empresas ISO milb/d dc petróleo. e os contratos renovados com a Texacoe a Chevron totalizaram um volume de 70 mil b/d de pc­

tróleo. Então. vcjam V. Ex's quc. dos 630 mil b/d de pe­tróleo, que nós estamos importando, apcnas 70 mil bjdde pdróleo são da~ lTlultinacionais. O Brasil nào depen­de forLemcnte das multinaeionais. porque temos outrascondições. uma vez que temos outros contratos parareexportar sob a forma de derivados.

Posso garantir a V. Ex's que o abastecimcnto do mer­cado brasileiro não cstá, portanto, na dependéncia defornecimento das mui li nacionais de petróleo. e tambémposso dizer quc as mu1tinacionais deixaram de ser supri­doras de petróleo ao Brasil, e mesmo ao mundo. em facede uma nova política em que se deu prioridade à~ e:')ta­tais. Então, elas tinham também dificuldadcs para seajustar its novas solicitações da PETROBRÁS. Eis, por­tanto, eu creio. as informações em resposta ao primeiroitem do requerimento do Deputado Floriceno Paixào.

Quanto ao descmpenho dos contrat.r,mtes de riseo es­trangeiros. sabemos que. em oulubro de lin5, fomm ins­tituídos contratos de prestação de serviços para a explo­ração de petróleo eom cláusulas de risco. F oram feiLasvárias licitações. Creio que a forma desses contratos já édo conhecimento deste Plenário, dos nobres Dcputados,uma vez que o assunto já foi objeto de informações es­pecíticas.

Em marco de 1976, a PETRÓBRAS iniciou a primeiralicitação internacional. tendo em vista celebrar, com

companhias de petróleo estrangeiras. Contratos de Pres­tação de Serviços para Exploração de Petróleo com Cla­usula de Risco. em úreas previamente selecionadas. res­guardando o princípio do monopólio estatal.

Desde novembro de 1976 até 31 de agosto d'e 1983. fo­ram assinados. com 32 companhias estrangeiras. 87 Con­tratos de Risco. sendo 66 em áreas na plataforma conti­nental e 21 em terra. dos quais 60 já terminados. sem des­eohert.a comercial de petróleo, c 27 ainda vigente.

Até o momento. foram realizados 118.000 km de le­vantamentos sísmicos e perfurados 63 poço~, sendo 59no mar c 4 em terra, com um investimento da urdem de 1bilhão de dólares.

Presentemente. após a perfuração de 3 poços.encontra-se em avaliaçào, com hoas perpectivas de resul­tar em desceI ... rta comercial de petróleo. uma área sobContrato dc Risco com empresa subsidiária da PECTENINTERNAnONA L COMPANY (pertencente ao gru­po SHELL), situada na plataforma sul do Estado dnBahia.

Para o corrente ano foi programado o levantamentode 6.241 km de linhas sísmicas e a perfuração de 9 poços,num total de 10.81 I metros, com o investimento de,aproximadamente. 38 milhões de dólares norte­americanos.

Atualmente, está em curso a sétima licitação, com tér­mino previsto para 31 de outubro corrente, já tendo sidoassinado. até agora, 6 contratos de risco, exclusivamentecom subsidiârias da Pecten Internacional Company.

Da área total das bacias sedimentares brasilciras. cer­ca de 86% foram abertas aos Contratos de risco, e 14%estão sob exploração direta da PETROBRÁS.

O resultado do esforço da PETROBRÁS, na busca dopetróleo nacional enobrece o Brasil. Lá fora, a PE­TROBRÁS mostra o seu excelente capital técnico. Hápaíses fornecedores de petróleo que condicionam os con­tratos de suprimento à exploração pela BRASPETRO,em seu território, sob a forma de eo-ntrato de risco.

Terça-feira 19 11859

Creio que o segundo item do requerimento do Depu­tado Floriceno Paixão já foi aqui esgotado com essas in­formações.

O tercciro item diz respeito ao desempenho da PE­TROBRÁS nos últimos 20 anos e metas a atingir nospróximos 5 anos nos setores de exploração e produção.

As atividades exploratórias desenvolvem-se através de

2 linhas de ação paralelas:- de execução direta, realizada pelos téenicos da PE­

TROBRÁS, desde o reconhecimento geológico de umaárea até a produção dos campos dcscobertos; e'

- de eXecução indireta, em que a exploração de pe­tróleo em determinadas âreas é executada por terceiros,atravbs dos Contratos de Prestação de Serviços com Cla­asula de Risco.

O somatório das atividades de exploração de petróleono Brasil. conduzidas pela PETROBRÁS, representa umprograma agressivo que abrange todas as áreas sedimen­tares do Pais onde existem possibilidades de se localizaracumulações de petróleo e gÍís natural.

Desde sua criação, 'em 1954, a PETROBRÁS vem des­pendendo elevado nível de recursos na identificação dejazidas e no desenvolvimento da produção. Os investi­mentos nessas atividades, tanto em termos reais comopercentuais, têm apresentado tendência crescente, damesma forma que as aplicações totais da companhia t.émcrescido em resposta às necessidades decorrentes da forteexpansão econômica do País.

Eu diria a V. Ex's que, em 1979, ao se iniciar o Gover­no Figueiredo, a PETROBRÁS alocava cerca de 40%dos seus investimentos nesta ârea de exploração e pro­dução, ou seja, 40% do seu orçamento total de investi­mentos. Neste momento a PETROBRÁS aloca mais de83% dos seus recursos às áreas de produção e explo­raçào. Ela, de falo, está concentrada na busca de pe­trdleo no Brasil. E tem feito isto com êxito. porquc as re­servas de petróleo e de gás natural têm-se somado. Ape­sar da produção ter aumentado, as reservas têm crescido.Passarei a informar, aqui, os seguintes números: os in­vestimentos feitos pela PETROBR};S, a preços médíosde 1983, desde 1954, atingem a 13.153,1 bilhões de cru­zeiros. dos quais 7.216.9 bilhões de cruzeiros, represen­tando 54,9%, nas âreas de exploração e produção.

Cabe destacar que a partir de 1979. com a nova orien­taç"o dada pelo Ministério das Mínas c Energías. os in­vestimentos nas áreas de exploração t produção corres­ponderam a 163,4% dos invest: ~ntos re,",~~iados até en­tão (4.477,2 bilhões de cruzeiros no período de 1979­1983, versus 2.739,7 bilhões de cruzeiros no período1954-1978. ambos os valores a preços médios de 1983). cquc os investimentos totais da _TROBRÁS correspon­deram a 79.9% do total até então realizado (5.840,5 bi­lhões de'cruzciros, no período 1979-1983, versus 7 " 2,6bilhões de cruzeiros no período 1954- 1978, ambos os va­lores a preços médios de 19831.

Falei sobre os investimentos da área de exploração eprodução.

Em termos percentuais. os invcstimcntos - isso émuito importante para que V. Ex's possam aferir a novaorientação que se e'tâ dando à PETROBRÁS - que re­presentavam. nas áreas de exploração e produção, em1954, 15,9% dos investimentos totais, passaram para26,9% em 1974, elevando-se para 46,9% em 1978, atin­gindo 82,3%,

Desde a sua criaçào, at~ meados do corrente ano, fo­ram perfurados, pela PETROBRÁS, 7.946 poços - to­talizando 12.234.199 metros -, dos quais \.054 poços(3.414.207 metros), representando 13,3% em termos depoços e 27.9% em termos de metragcm, localizados naplataforma continental.

Desse total de 7.946 poços terminados, 4.536 se re,·ola­

ram produtores, sendo 4.307 de 6leo (3.922 em terra e385 no mar) c 229 de gás (206 cm terra c 23 no mar).

O esforço despendido pelas atividades de exploração ede perfuração resu1tou, no mesmo período: na de5cober-

11860 Terça-feira Ig

ta de 157 campos de petróleo e gás ([ 17 em terra e 40 nomar). com real significado comercial, di:.;;tribuídos em 7

bacias sedimentares. Destaca-se a grande concentraçãoem lerra na Bacia do Recóncavo (60 campos) e no marna Bacia de Campos (23 campos).

A partir de 1969. seguindo tendéncia internacional­mente wrificada. a PETROBRAs deu início às ope­rações na plataforma continental. o que conduziu à des­

coberta de importantes campos petroliferos. cujas pro­duções mais do que compensaram o declinio que já en­tão .se verificava nas jazidas terrestre5.

A partir de [979. já no Governo Figueiredo. as ativi­dades de perfuração. em águas brasileiras. cresceramtanto que. nos últimos 2 anos. no Brasil atingiu o tercei­ro lugar mundial quanto à concentração de equipamen­tos de perfuração. Desde então. a utilização das maisavançadas técnicas de exploração tcm possibilitado aperfuração, com sucesso. de poços de até 5.250 metros deprofundidade, em lúminas d'úgua de até 400 metros.

Um importante indicador do esforço realizado, noGoverno do Presidente João Figueiredo. é o aumento darnetragem perfurada. que passou de 238 mil metros. em[973. para 704 mil metros. em 1979. ultrapassando amarca de 1.5 milhão de metros em 1982. valor este queserá superado. novamente. no corrente. ano.

Outro importante indicador é ü aumento do número

de poços perfurados, que de [ I [, em 1973. passou para377. em 1979. atingindo 1.067 em 1982.

Este ano. vamos chegar a 1.300 poços perfurados.

A despeito das dificuldades de ordem geológica. a PE­TROBRÁS. no período de 1954 ajunho de 1983, identi­ficou e delimitou horizontes petrolíferos que continhamum volume de 3,9 bilhões de barris equivalentes de pe­tróleo. dos quais 3.2 bilhões de barris referentes ao óleo e0.7 bilhão de barri, equivalentes referentes ao gás natu­

ral.Poderia dizer a V. Ex's que. além do maior nivel de

perfuração. além do maior esforço de produção e perfu­raçúo. há também um esforço da PETROBRÁS na efi­ciência. Isso pode ser mostrado em metros perfuradospor sonda/més. Em 1979, eram perfurados 1.07 [ me­tros/sonda/mes. Em 1982, este valor cresceu para 1.553metros/sonda/mês. o que significa uma eficiência, prati­camente. 50% maior. Este ano, até o presente momento.estamos com 1.640 metros/sonda/mês.

A atual reserva recuperável de petróleo e gás natural

permitirá aumentarmos a produção brasileira de umamédia de 335 mil barris por dia - previstos para 1983 ­para 400 mil barrís por dia. neste ano. Chegaremos a 500mil barris por dia. ao final de 1984. propiciando umasensível redução no dispêndio de divisas com a impor­tação de petróleo e. conseqüentemente. um alívio naconta externa do País. Para se ter uma idéia do que issorepresenta. a produção média de 335 mil barris por dia- produção prevista para 1983 - corresponde a uma

economia de divisas de 3 bilhões e 500 milhões de dólarespor ano.

Diria a V. Ex"s que, no ano de 1981. a conta petróleofoi calculada oficialmente pela PETROBRÁS em 12.8bilhões de dólares. O Presidente João Figueiredo. ao in­formar ao seu Ministro que o Pais não tinha como pagaressa conta. deu, através dos Ministros do Planejamento eda Fazenda, um teto entre 10 e 1I bilhões de dólares.

Prometemos fazer por 10 bilhões de dólares. no ano de1981 - e o fizemos. Se V. Ex~s se recordam. lembrarãoque foi quando o Ministro anunciou para todo o Brasil aredução das importações de petróleo de I milhão de bar­ris por dia para 750 mil b/d, o que poucos acreditavamque pudéssemos razer. Portanto. no ano de 81, atingiu 10bilhões de dólares; no ano de 82, a conta petróleo baixoupara 9 bilhões de dólares; e no ano de 19H3. eu já prome­ti. ela será inferior a 7 bilhões de dólares. [550 pode mos­trar o esforço imenso que se tem feito neste campo e oexcelente capital técnico de que dispõe a PETROBRÁS.

DlÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçüo I)

Apesar dos resultados da atividade de e.xploração depetróleo serem aleatórios e incertos, sujeitos fi fatoresimponderàvds. é lícito concluir que o investimento reali­

zado nest.e .setor. pela PETROBRÁS. tomadas em consi­deração a~ respostas decorrentes dos padmetros geoló­gicos. constituiu cxcekntt: apIícação de recursos, além deatender aos interesses do Pais. Para os próximos cincoanos. além de se ohjetivar urna produção média da or­L1em de 500 mil barris de petróleo por dia. em 1985 as ati­vidades de exploração e produção de petróleo estarãoorientadas no sentido de envidar esforços que garantamo aumento contínuo dn produção nacional de petróleo.

Estas são as informações aliciais que dcixo com a Me­sa. rvlas queria dizer a V. Ex~s que o rvlinist~rio está tra­

balhando com vista~ a atender às nossas necessidadesenergéticas num horizonte de 10 anos. O êxito da PE­TROBRÁS e a possibilidade de existência de petróleo noBrasil é um t~lto. A bacia de Campos ainda não atingiu a

sua maturidade exploratória. Ainda temos muitos cam­pos a identificar na bacia de Campos. Por outro lado. abacia potiguar e a hacia do Ceará oferecem boas pers­pectivas. O petróleo em terra, não só no Espírito Santo.mas em Aracati e Mossoró. também oferece grandesperspectivas. Nôs poderíamos dizer que. além do quejáse descobriu. temos também uma perspectiva muitogrande entre Belém e São Luís. onde encontramos umalinhament.o de campos de petróleo que neste momentoestá com um poço em teste.. com a vazão de 3.300 barrispor dia. Na bacia dc Campos, há um poço já com I3.HOObarris por dia. ou seja, quase [4 mil barris em um sópoço. Por outro lado, tenho muil3. esperança de que a

bacia da plataforma. entre Belém e São Luís. possa seruma importante província petrolifera. nas mesmas di~

men~õe5da bacia de Campos. como também são promis­soras as reservas de gás natural de Junlá. Ao chegarmosao Ministério. tais bacias eram avaliadas em 4 ou 5 bi­lhões de metros cúhicos de gás; hoje, sabemos que passa­rão de 80 hi[hões de metros cúbicos de gús natural.

Por isso. dentro de uma certa posição. com visão pers­pectiva. estamos anunciando a possibilidade de. mantidaa atual política de investimentos da PETROBRÁS e nasfnntes alternativas de energia, chegarmos à auto­suficiéncia de energia em 1993. Alcançaremos, em 1993.

uma produção de um milhão de barris de petróleo pordia. Os 500 mil barris equivalentes de petróleo por dia amais no consumo. que deverá 3e elevar li ].5 milhõesequivalente~ de barris petróleo por dia. serão substituí­dos por energéticos brasileiros, como o gás natural. aalctrotermia a partir da hidroelctricidade. a madcira, ocarvào, o xisto1 os óleos vegetais. a energia solar. o ba­gaço de cana. a casca de arroz etc.

Se o Congresso Naciona[ acredita, de fato. que a polí­tica que aqui estamos expondo com nümeros é acertada.deve ser ele o baluarte da manutenção dessa política noGoverno que suceder ao atual, para que cheguemos àauto~suficienência energética e não precisemos despen­der divi:"<ls para comprar a energia que é tão importantepara o Brasi[. mas que tem [evado o esforço do nosso tra­

halho para outros países. (Palmas.)

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Com a pa­lavra o nobre Deputado Floriceno Paixào.

o SR, flORICENO PAIXÃO (PDT - RS. Sem re­visão do orador.) - Sr. Presidente. Sr. Ministro. Srs.Deputados. em primeiro lugar gostaria de afirmar. aqui.que O grande culpado pela situaç:'to por que passa o Paísé este Governo que o vem administrando desde 1964. E é

justamente em decorrcncia da crise do petrôleo que acu~

mulamos tanlos problemas. afirmação e"ta que é.do pró­prio Governo. l'vlas é hom recordar que, enquanto ou­tros pai:,cs reduziam sensivelmente o ~",:U consumo de pe­

tróleo - de 1973 a 1990. os EstadDs Unidos O reduziramem cerca de 15%: I) Jarúo, em 11'-;;".; d Alemanha, em

Novembro de 1983

1~I_'i: e a lnglatt:fra. em 2yr~T. - o Brasil (] aumcnh)u em

O Sr. Ministro César Cals - Pelo euntrúrio. redul,i­mos :t" novas importações c n novo consumo.

o SR. FLORICENO PAIXÃO - ...just:lmente.quando menos petróleo produzíamos. justamente quan­do pn1duziamos apenas 2W} do que consumíamos, Por­tanto, dependíamos do exterior em Cl"rcas de gCt"t,.

Se Presidente. vou entrar logo n:.l:-; pergunt:.\s. Sei que

V, Ex". Sr, Ministro. é profundo conhecedor do ramoenergético do Pais to: que ir;i assim. sucintamente. dar adevida resposta aos vinte e cinco quesitos que pas:::;arei aler. Entregarei uma cópia a V. Ex\!. para que então possadC:-ienvnlver as ~uas respostas:

I - V. Ex\!. Sr. Ministro. refere, à página 10 de !)uu c\­posíç;'io. que a compra de petróleo diretamente de dunsmultinacionais que operam no País, a Texaco e a Che­VfOI1. tota1il:1 70 mil barris diúrios. Esses contratos estãoainda t:m vigor'! Caso positivo, quais as condições de

preço c prazo desses contrato," Por quanto tempo aindadurarão'?

2 ~ Pode V. Ex ll informar se jú existe uma estratégiaestabelecida pelo tvlinistério para o caso de vir o Brasil aser ohrigudo, por qualquer motivo. ti redu7.ir drastica­mente a importaçào de petróleo'? Cito as hipóteses de umconllito maior no Oriente Médio, a decretação da mora­tória pelo Brasil e. mesmo. a elevação brutal e de surpre­sa do preço internacional do óleo.

3 - Corno pretende V. lxl,l atingir a produção nacio­nal d~ petrôleo na ordem de 420 mil barris diários. em14R4. se a política atual é ~~ de reduzir o déflcit público no

próximo ano Ú emita da redução das atividades das em­presas estatais. afetando diretamente a PETROBRÁS'?

4 ~ Os reajustamentos orçamentúrios impostos peloSr. r,,1 inistro do Planejamento üs estatais. através de ~eus

órgãos especializados. não tem acompanhado a inflação.Isso não afeta a saúde da PETROBRÁS:

5 - Sabe V. Ex' qual a extensão de área do territóriohra"ileiro que as muitinacionuis Shell. Esso. Texaco eAtlantic já compraram para montagem de grandes usi­nas de úkool7

6 ~ Por que o reajuste violento n05 preços de deriva­dos de petróleo. como a gasolina. se (I preço da matéria­prima no mercado internacional ~e mantem estúvel e até

mesmo em baixa?7~ Qual a ncc~ssidade de exportarmos gasolina a ou­

tros países a preços bem abaixo dos cobrados ao consu­midor brasileiro: Se existe a necessidade de obter-se divi­sas através da venda da gasolina excedente, por que nãosão cobrado:. preços mais vantajosos para o Brasil?

8 - Notícias nos jornais de poucos dias atrás dão con­ta de que V. Ex" anunciou. em Curitiba. que o País ne­cessita concentrar-se na ohtenção de petróleo orgànico e

que. para tanto. csturia nas cogitações do Governo libe­rar empresas privadas à prospecção do xisto betumino­so, Tais empresas seri<lm brasileiras ou estrangeiras'?

9 - Pretende também V. Ex' que seja entregue a em­presas privadas a distribuição de gás natural dos campos

hrasileiros?In - Por que a PETROBRÁS não detém o mono­

pólio da distribuição. que é justamente a parte mais lu­crativa L10 ramo do petróleo' Qual a dificuldade para seinstalar. doravante, somente postos de distribuição daPETROBR.ÁS'!

11 - O presidente da Associação Baiana de Geólo­gos. João Almdda, revelou. no .IH do ultimo domingo.que a rnultinacional inglesa British PetroleuJ11 requereuao Gcwerno, há 60 dias. licença para exploração mineralem J 1J úre:Js da Bahia. Segundo o geólogo. a licença foiconcedida para um prazo de tres anos. prorrogaveis. As­sim. atravês de sua subsidiária no Brasil. a multinaeionaljú conta com 2.3 J3 âreas de i;;;xploraçào. Pergunto: V. Exª

Novembro de 19R3

conllrma a notícia'? Casu positivo 1 pode V. Ex Ç informarque tipo de minério é esse?

12 - O que levou a PETROBRÁS a destinar 840/,,, da

área sedimentar brasileira a empresas privadas prepon­derantemente estrangeiras. para. mediante contrato derist:o. participar da exploração de petróleo?

13 - Não entende V. Ex' que os chamados contratos

de risco com empresas nacionais e estrangeiras ferem oprincipio do monopólio estatal. consagrado no art. 169da Constituição. e do art. 19 da Lei n' 2.004?

14 - V. Ex'. pelo telex datado de 27-12-79, determi·nau à PETROBRÁS a participação das empresas con­tratantes também na produção. transformando a PE·TROBRÁS em simples empresa fiscalizadora, quando atradição. mesmo nesses contratos de risco. foi sempre aprodução ficar com a empresa estatal. É ponto de vistade V. Ex' entregar tamhém a produção do petróleo àscontratantes? V. Ex\! pode informar se já foi entregue aalguma dessas empresas também a produção de pe­tróleo'!

15 - As úreas entregues riS empresas contratantes que

não encontraram petróleo em trés anosjá foram devolvi­das à PETROBRÁS'? Quantas jfl foram devolvidas?

16 - É verdade que nos contratos de risco existem

clúusulas cstabelecendo a participação de 40% até 50%do petróleo encontrado para as empresas contratantes.quando nos demais países essa participação não ultra­passa I 5(;(1 '!

17 - Por que as cópias dos contratos de risco assina­dos até 1980, solicitadas e recebidas pela CPI do Petróleoencerrada naquele ano, estão com o carimbo de "SIGI­LOSO" ou "CONFIDENCIAL'''! Por que tais contratosnão estão abertos ao público em todas as suas clúusulas,jú que a PETROBRÁS é uma empresa estatal quepodeedeve ser fiscalizada pelo povo'!

18 - Por que o contrato dc risco obriga a que os pa­gamentos scjam feitos em dólares americanos em estabe­lecimentos bancários fora do Brasil? Não acha essa cláu­sula lesiva aos interesses do Brasil?

14 - Não acha V. Ex' que dcvcremos sempre torcerpara que as empresas estrangeiras não venham nunca aenconimr pctróleo em nosso território, porque, do con­trúrio. se estaria desequilibrando ainda mais nossa ba­lança comercial com o pagamento em dólares ao preçointernacional'!

20 - As empresa::; de contrato de risco que nào encon­traram petróleo após a devol ução das áreas quc lhes fo­ram entregues receberam outras âreas para. através denovos contralos, fazerem novas tentativas?

21 - Quantas empresas contratantes estrangeiras jáa.s.sinaram contratos de risco equantasjã desistiram defi­nitivamcnte. devolvendo as árcas'?

22 - A PETROBRÁS deu alguma ajuda financeiranu material üs empresas contratantes que não encontra­ram petrólco'? Caso positivo: que espécie de ajuda foi da­

da? Ela foi indenizada após a retirada das contratantes?A PETROBRÁS financiou alguma empresa contratan­te'?

23 - V. Ex' pode precisar o montantc do investimcn­to feito até agora pelas empresas estrangeiras de contratode risco'?

24 - Não acha V. Exl). que as empresas contratantestudo poderiam ~star fazendo no sentido de determinar aocasiào apropriada de achar petróleo, isto é, somentequando os preços do petróleo subirem')

25 - V. Ex" dcterminou que a PETROBRÁS propor­cionasse às empresas contratantes informações geológi­cas necessárias sobre a área total das bacias a elas entre­gues. Pergunto: a determinação desses dados nào repre­senta custos, gastos etc.. pela PETROBRÁS e, cónse­qüentemente, uma ajuda inju~ta às empresas multinacio­nais? Além do mais. feitos os levantamentos geológicosou gcofísil:os. nào fica extraordinariamente facilitada alocali7ação dos poços petrolíferos'?

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)

Eram essas as indagações, Sr. Ministro. que ~u queria.nesta oportunidade. formular a V. Ex'

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Com a pa­lavra o Sr. Ministro César Cals, para responder.

o SR. MINISTRO CItSAR CALS - Eu gostaria dercspondcr a todas as indagações. nobre Deputado. As in­formações de que não disponho agora eu as enviarei a V.Exl,l. logo a seguir.

A pergunta n" I refere·se aos contratos da Texaco e daChevron. As condições desses contratos são as mesmasda Arúhia Saudita: pagamento no prazo de cento e oiten­ta dias: o contrato é por um ano. com revisão de preçotrimestral, em função dos preços oficiais da OPEP: ascompras estão incluídas na quota da Arábia Saudita.

Rcsposta à pergunta nO 2. O Ministério das Minas cEnergia. de sua parte, tem procurado informar ao Con­sclho de Segurança Nacional quais seriam as providén­cias da úrea do Ministério para o caso de uma emergên­cia. porque são providências que envolvem vúrios setoresda sociedade e nem flempre sào providéncins setoriais.Mas. no momento, estamos procurando ampliar os con­tratos por trocas, contratos que não envolvam a moedaforte. porq ue. sc hou vesse o caso de emergência, tería­mos diminuída a cota de importação. Por outro lado. oGoverno decidiu dar prioridade número um, no BancoCentral. ao pagamento da conta de petróleo. Na vcrda­de, muitos falam em racionamento. O racionamento, noBrasil, provocaria uma desorganização total da econo­mia, porque, se com a gasolina não cnfrctaríamos gran­des problcmas, devido a exisléncia do álcool, para doisderivados de petróleo neste momento ainda não temossuhstitutivo. É o caso do óleo diesel c do gás liquefeito depetróleo. O óleo diesel movc toda a agricultura e os insu­mos para as indústrias e o transporte dos trabalhadoresde onde moram para onde trab;]lham~o gús liquefeito depetróleo é usado na cocção. nas cozinhas das residências,principalmente. neste momento não temos condições desubstituir o GLP por energia hidrelétrica, uma vez que arede de distribuição não está preparada para um consu­

mo intensivo de energia, uma corrente mais forte. nem osprédios estào também com a fiação preparada para isso.Então. o óleo diesel e o GLP não tém. ainda, Rubstitutosconfiáveis. O racionamento, portanto. levaria i'l desorga­nização completa da economia do Brasil. Por isso o Go­verno se mantém firme em qur::rer evitar o racionamento.de todos os modos. inclusive dando prioridade ao paga­mento das contas de petróleo.

Quanto à pergunta n" 3. através da qual indaga onobre Deputado como se pretende fazer esse grande pro­grama de exploração e produção da PETROBRÁS, foidecidido pelo Governo aumentar o valor do petróleo na­cional para muito próximo do valor do petróleo impor­tado. O petróleo nacional custa hoje 28 dólares o barril.

Com isso. foram colocados recursos na PETROBRÂSpara continuar o seu programa de investimentos. H ouveum crescimento do valor do petróleo nacional. Estou

certo de que os reajustes orçamentúrios da SEPLAN - eê a pergunta n~l 4 - não vào mudar esse:; investimentosda PETROBRÁS. Eu diria que sempre perguntam aoMinistro se h~l corte 110 orçamento das empresas. E a mi­nha rcsposta é que mIo há cortc porque não há é recur­sos. As empresas do rVlinistério normalmente ~ào de ser­viços públicos, ou. no caso da Vale do Rio Doce, empre­sas que geram os seus próprios recursos. Corte haveria sehouvcsse recursos c não se dcixasse aplicá-los. Mas o queacontece é que as tarifas não têm sido suficientes para orrogr:..lma de investimentos. No caso da PETIR013R.t\S,com a medida de aumentar O preço do pctrólco nacional,não faltará dinheiro. Não faltarào recursos para os in­vestimentos da PETROBRli,S.

Quanto à pergunta n9 5, cu nào poderia informar comclareza. Não tenho informações se estêls empresas -

Terça-feira I~ 11861

Shell, Esso, Texaco e Atlantic - já compraram, paramontagem, grandes usinas de úleool. Acredito que não.Mas cu nào deixaria aqui uma informaçào incorreta.

Fico devendo esta resposta.A pergunta n'.' 6 rcfere-sc ao reajustc dos preços de de­

rivados de petróleo, como a gasolina: se o preço da ma­téria - prima. no mercado internacional. se mantém es­tável. até mesmo em baixa.

Sabe V. Ex'. nobre Deputado. que sobre a gasolina re­cai uma série de impostos, uma série de aHquotas para fi­nanciar os programas das fontes alternativas, como o ál­

cool. o carvão mineral. enfim, as fontes alternativas emgcral. N a parte de transportes. temos a substituição detransportes rodoviúrio por ferroviúrio. Tudo isso está naaliquota da gasolina. M as cu lembraria a V. Ex' que oreajuste dos preços dos derivados de petróleo, principal·mente. mesmo com o preço do petróleo internacional es­tável ou em baixa. deve-se à desvalorização do cruzeiro.pagamos o petróleo internacional em dólares e vende­mos os derivados em cruzeiros, para gerar aqueles dóla­res. Claro. quando o cruzeiro ~e desvaloriza. precisamos

dc mais cruzeiros para a mesma conta. Então. os elemen­tos justificados ~;;ào. principalmente, devidos à variaçãocambial.

A pergunta nQ 7 é sobre a necessidadc dc se exportargasolina. Diria a V. Ex' que não há mais exportação degasolina. As exportações de gasolina são episódicas. APETRÔBRAS mudou o perfil de refino das suas refina­

rias e. se em 1979 produzíamos 25% do refino do barrilem gasolina. 27% em óleo dicsel e 27% em óleo combustí·vel. neste momento a gasolina participa na refinaria comapenas 7%. Mudamos o perfil de refino com o programadc fundo de barril. com a compra de petróleo mais pesa­do. com a mistura da nafta ao óleo diesel. Então, o óleodiesel passou de 27 para 33%. O óleo com buslível tam­hém tcvc uma redução. c eu poderia dar os números cxa­tos: jorrou para 23%. De modo que não há mais sobra degasolina, não há mais exportação. Há uma sobra esporá­dica de gasolina.

O Sr. FIoriceno Paixão - V. Ex' disse que a cxpor­tação de gasolina estaria sendo reduzida.

O SR, CI!SAR CALS - Praticamente nào há mais ex­portação de gasolina.

o Sr, Floriceno Paixào - E também de óleo diesel?

O SR. CÉSAR CALS - Nós importamos o óleo die­sel.

O Sr. Floriceno Paixão - Outros subprodutos, outrosderivados dc petróleo quc a PETROBRÁS exporta?

O SR. CÉSAR CALS - Na realidade, eu gostaria sóde dar lima informaçào mais correta. Nús não exporta­mos a sobra daquele refino que a PETROBRAs usa,

mas compramos petróleo cru para reexportá-lo comoum negócio comercial.

O Sr. Floriceno Paixào - Exatamente. Isso jú se sabe.O que cu gostaria de indagar de V. Ex~. neste momento.é t:omo...

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) - Nobre De­putado. não pode haver o diálogo. O Sr. Ministro estárespondendo às perguntas de V. Ex'

O Sr. Floriceno Paixão - Não posso apartear?

O SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Os númerosexatos, Sr. Deputado são: óleo diesel- 3]I;é: óleo com­

huslível - 21%: gasolina - 16,7%; nafta petroquímica- 8.9%: GLP - 7,7'if,; e outros. Não há exportação degasolina por sobra do harril refinado. Quanto aos preçosde exportação ti que se refere V. ExQ.. quando exportúva­mos. eram preços do mercado internacional, que não po-

11862 Terça-feira 10

diam ser comparados ao preço de distribuição da gasoli­na no varejo. Eram navios r~troleiros. eram preços deatacado. a preços de mercado intcrnul'ionaL Não se podecompará-los com o litro a litro de gasolina que se usa na'distribuição. mesmo purque, na gasolina que se dii:itribuino Brasil, temos os impostos. conforme mencionei a V.Ex:!

o Sr. Florieeno Paixão - Sr. Presidcnte. apenas umesclarecimento. Nem em complementação eu poderiaapartear S. Ex\!. o SI'. M inistro'~

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílío) - O tempode V. Ex" terminou. Agora. compete ao Sr. Ministro daras respostas que julgar necessârias.

O SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Quanto à per­gunta n~ 8. nobre Deputado. referente ao xisto betumi­noso: na realidade. o xisto nào é monopólio nacional.não é monopólio da União. Portanto, nào é monopólioexercido pela PETROBRÁS. Por esse motivo, por não

ser monopólio. embora a PETROBRÁS tenha domina­do com exito o processo Petrm;ix para retirar óleo do xis­to. temos colocado à disposição de empresas privadas.

mediante Iicitaçào. mediante oferta pública, algumas ou­tras reservas de xisto - principalmente empresas braLii­lciras que. mesmo as~ociadas com estrangeiras, detewnham novas tecnologias. na tentativa dt: competição tcc­nl)lógica. uma vez quc o xisto não é monopólio. Esta é aposiçào do Ministério.

Tentarei. agora, responder à pergunta número 9. Notocante ao gás natural. ele é monopólio da União. En­tào. a produçào de gás natural será executada pela PE­TROBRÁS. O que pretendemos fazer é uma politica queainda está em fase de definição, porque só a partir doGoverno do Presidente Figueiredo é que houve um apro­veitamento do gús natural. O gáR natural associado esta­va sendo queimado nas platafurmas. Hoje, temos vinte c

setc mil barris de petróleo por dia. substituídos por gásnatural; foram canalizados e estão sendo distribuídos. Oque se pretende fazer com o gás natural é uma política

semelhante à do setor de energia elétrica, em que a distri­buiçào na cidade possa ser de uma concessionária muni­cipul, a fim de que todos aqueles grandes consumidores.da fonte de produção até o anel de distribuição, possamser supridos diretamente pela PETROBRÁS: enquantoque os consumidores junto ao anel serào supridos poruma concessionária municipal. Esta é a política que sepretende implantar. relativamente ao gás natural no Bra­sil. A PETROBRÁS nào mantém o monopólio da distri­buiçào e, neste momento, não teria nenhuma vantagemem faze-lo pois seria o mesmo que investir nllm si:)temaque já está funcionando. De modo que o esforço que seestú fazendo é no sentido de buscar mais petróleo. Asempresas contribuem com investimentos, com postos jáinstalados. Por isso. não há razào para substituir um sis­

tema que já estú funcionando.Quanto ~l pergunta no:' 11, infelizmente. nào tenho os

detalhes para a resposta. porque foge ao assunto de pe­

tróleo. C omo se refere it úrea mineral, poderia respondê­la em tese. Embora não tenha os números aqui, possoenviei-los a V. Ex'.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílío) - O tempode V. Ex.\' está esgotado. As respostas llS perguntas nãorespondidas c quaisquer outros esclarecimentos poderàoser enviados por escrito a esta Presidência, que as rcmc­terrl ao interpelante.

Com a palavra o nobre Deputado José Lourenço.

o SR. JOSÉ LOURENÇO (PDS - BA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados. Sr. Minis­tro. Quero cumprimentar V. Ex' e, por seu intermédj,,:todos·quanlOs emprestam seu traballio à PETROBRAS.pelos êxitos alcançados na pesquisa e na produçào de pe-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)

tróleo. que. sem dúvida alguma. testemunham a capaci­dade do nosso País, dos nossos técnicmi, da nossa gentede rapidamente reduzir nossa dependência externa de pe­tróleo de 80% para cerca de 60%. com perspectivas. acurto prazo, de chegarmos a 50%. É! sem dúvida, umaevidéncia da conquista do Governo neste setor. um dos

mais importantes para a economia. o desenvolvimento eo processo produtivo do País.

As indagações que gostaria de fazer praticamente V.Ex} já as respondeu no pronunciamento que, com inteli­gência e propriedade, acabou de fazer. Gostaria apenasde obter alguns esc1nrecimentos, Sr. Ministro, com refe­rência às nossas unidades de refino. às nossas refinarias.

Como V. Ex' afirmou há pouco, de um barril de pe­tróleo extraímos cerca de 30% de óleo diesel e. parecem­me. 17% de gasolina. em torno de 20% de fuel oil ou deóleo combustível, e o restante de matéria-primas para osdiversos setores industriais. Li, há dias. que o Japão.com unidades de craqueamento mais avançadas. melhoradaptadas ao mundo em que vivemos, em função da cri­se petrolífera, utilizando petróleo pesado, portanto. maisbarato nos mercados internacionais, estaria conseguindoextrair de um barril de petróleo cerca de 80% de oleo die­sel. Considero isso da maior importância uma vez quenosso transporte interno se baseia na rodovia1 e o pro­gresso da nossa agricultura se deve, em grande parte1 àcapacidade de fornecermos óleo diesel para o setor rural.Deve-se também salientar que, sendo nosso País produ­tor de automóveis movidos a diesel, sendo o Brasil umgrande exportador mundial desse produto para a indús­tria automobilística, não utilizamos no mercado internoum só automóvel a óleo diesel. embora saibamos que.por exemplo, um automóvel consome um litro de gasoli­na para percorrer la quilómetros, ou um litro de âleoolpara percorrer 8 quilômetros e que o mesmo carro, senele se usasoe um litro de óleo diesel. poderia percorrer20 quilómetros. Perguntaria a V. Ex': correspondem àrealidade as informações que tenho. de que o Japão jáconsegue tirar cerca de 80% de óleo diesel de um barril depetróleo pesado, nas suas unidades de craqueamento? Seisso ocorre, por que não adaptamos nossas refinarias ra­pidamente, para que possamos tirar mais óleo diesel,comprando, assim, no mercado internacional, o petróleopesado. sabidamente mais barato que o óleo leve?

A segunda questão: quais os resultados das perfu­rações realizadas no Território de Roraima?

Terceira questào: tem sido noticiado amplamente - eV. Ex' tem afirmado - que os achados recentes de gásna bacia amazônica já são de importância comercial. jápoderiam justificar investimentos para que esse gás fosselevado para os grandes centros consumidores do País,evitando-se, assim, talvez um acordo que temos com aBolívia para possível fornecimento desse produto dessepais amigo e conseguido mais uma conquista de sumaimportância para a economia nacional, através do forne­cimento de G LP pelos campos da bacia amazônica.

Eram essas as indagações que gostaria de fazer a V.Ex<;J, agradecendo-lhe antecipadamente a atençào quevem dispensa ndo a este debate.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcíliol - Com a pa­lavra o Sr. l\'linistrü César Cals para responder.

O SR. I\IINISTRO CÉSAR CALS - Agradeço a V,ExG, nobre Dúputudü José Lourenço, a:- referências feitasniio só à minha exposição. mas, em nome do i'vIinistério eda PETRÜBRi\S, as referencias feitas ao esforço que ~e

faz na busca da auto-suficiência energética, na busca daredução da dependéncia externa do petróleo.

Quanto uos programas das refinarias da PF­TROBRl\S, eu gostaria de lembrar que tais refinariastém uma capacidade de refino de um milhão e quinhen­tos mil barris/dia. E~sas refinarias foram contruídasquando o problt:ma 110 Brasil era tI gasolina. Foram

construídas com um perfil próprio para produzir deriva­do:", mais leve:,:;. A mudança dessas refinarias ~ de todas as

Novembro de 1983

refinarias de derivados mais leves para mais pesados im­plicaria investimento muito maior. E mudar agora essasde derivados de leves para mais pesados seria mudar. édaro, o rendimento dessas refinarias, colocá-lo abaixodo que já era, c exigiria investimentos muito grandes,Por isso é que estamos procurando descobrir substitutospara o óleo diesel, como foi feito para a gasolina, quan­do se encontrou o álcool. Iniciamos essa procura com oóleo vegetal. que V. Ex' sabe que tem o mesmo poder ca­lorífico que o diesel, mas a molécula é um pouco maislonga. e por isso a mistura do óleo vegetal com o dieseldeixa resíduos no bico do injetor. Mas os técnicos daU niversi dade Federal do Ceará e empresários consegui­ram mudar a molécula, retirando do óleo vegetal a glice­rina e colocando o etanol. É mais uma tentativa parasubstítoir o diesel por óleo vegetal ou modificado. Poroutro lado. temos desenvolvido experiências com duplainjeção de álcool c diesel c com o álcool adilívado. Demodo que o M inistêrio~ ao invés de investir fortementenas refinarias já prontas, está procurando fazer a substi­tuição do diesel por I'ontes renováveis. Lembraria a V.Ex' que O mundo em transiçào está saindo dos combustí­veis fósseis para fontes renováveis. Tudo que fizermospara fonles renováveis estaremos fazendo na direção queo mundü esta tomando. Este é o motivo por que preferi­mos outra linha para arranjar um substituto para o die­sel.

Quanto aos carros diesel, em face da necessidade, ain-da. de importaçào de diesel. estamos preferindo direcio­nar nossos esforços para os carros a álcool e deixar o die­sel para transportes mais pesados e para a agricultura, cnão para os carro:; de passeio, ou mesmo táxis. onde ba­rateamos muito o preço do financiamento do carro a ál­

cool.Quanto ao petróleo de Roraima, a PETROBRÁS des­

locou equipamentos para Roraima e fez um acordo deinformaçôes com a empresa estrangeira que fazia pros­peeçào de petróleo na área contígua à mesma bacia, naGuiana. Acontece que o petróleo daquela área não se re­velou comerciáve1, era um petróleo em fraturas. de ex­ploraçào difícil c em regiões de selva. De modo que nàofoi promissor, nesse momento, de acordo com as infor­mações corregidas pela PETROBRÁS.

Quanto ao gás natural do Juruá, de fato estamos cer­tos de que, se chegarmos ti 80 hilhões de metros cúbicos,já se justificará um gasoduto saindo da Amazónia para oSudeste do Brasil. Neste momento estamos paralisandoum pOllCO as negociações a respeito do suprimento degás dc outros países. mesmo porque. no caso citado. daBolívia, só agora ela está concluindo a comprovação desuas reservas, e mesmo assim estamos reavnliando omercado do Sudeste. uma vez que a utilizaçào da eletro­krmia. eletricidade para substituir petróleo. para substi­tuir ôIeo combustível, mudou em muito (1 possívc1 mer­cado do gús natural.

Mas e;tou certo de que Juruá é uma grande provínciade gás - podeni passar dos SO bilhóes de metros cúbicos- e vai justificar o gasoduto, colocando de lado as im­portações. sc se comprovar essa rcserVtL

Eram estas as informações que poderia prestar a V.Ex'

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marciliu) - Com a pa­lavra o nobre Deputado Osvaldo Lima l7i1ho. que dispo­rá de 10 minutos.

O SR. OSVALDO LIMA FILHO (PMDH - PE.Sem revisiío de orador.) Sr. Presidente. Sr. Ministro. Srs.Deputado.'~, manifesto inicialmente o meu protci'to con­tm a polHica do Governo que V. Ex;! representa: que en­tregou a companhias multinacionaís ~6{;;:, dns tlreas sedi­me~tares do Brusi1. numa violação clara c ostensiva doprincipio do monopólio estata!, pelo qual lutci desdemuito moço, nos primeiros centros de defesa e estudo dopetróleo. em Pernabucoo em 1947.

Quero. porque o tempo é escasso. indagar de V. Ex'como justitica esta concessào de 8({i(, das l.acias ~edimen-

Novembro de 1983

tares do Brasil a companhias estrangciras mediante con­tratos de risco, o que, além de violar o monopólio estataldo petróleo, representa uma limitação antinacional à ati­vidade da PETROBRÁS. Não se trata dc conccder reser­vas estratégicas às multinacionais que há oito anos ne­nhuma contribuição deixaram para o aumento de pro­dução de petróleo~ Ê ti primeira pergunta Sr. Ministro.

Indago ainda: na política alternativa de combustível,qual o programa do Governo para uma substituição pro­porcional e simultánea de petróleo. de acordo com aatual estrutura de refino da PETROBRÃS, Sobretudoquanto ao óleo diesel~ Há previsão do uso de óleo dedendé. há algum projeto neste sentido?

Indago, ainda: existe previsão para o transporte decarvão para o Nordeste, como substitutivo do óleo com­bustível, sabendo-se que hoje este transporte só alcançaaté o Estado do Espírito Santo~ Considerando a prová­vel escassez de reserVa~', mbdias de petr6leo nos próximosanos, quais as medidas do Governo para o estabeleci­mento de um plano racional de transporte fluvial, ferro­viário e marítimo. que consomem menor quantidade deenergia?

Tendo em vista o crescimento exagerado·da dívida ex­terna brasileira, em grande parte vencida e sem paga­mento, e a ameaça de corte 11 os suprimentos de petróleoao Pais, tem o Governo um plano de racionamento decombustíveis'!

Como explica V. Ex' o uso de gasolina cm corridas deautomóvel por todo este País, numa Nação que importaa maior parte do petróleo que consome?

Qual a participação do Brasil na exploração do ourocm espécie por companhias estrangeiras, como a AngloAmerican, em Morro Velho e em Jacobina. sabendo-seque essas companhiag pagam apenas um ligeiro impostosobre minérios'!

Como V. Ex" explica que a British Petroleum tenhaobtido cerca de duas mil e quatrocent.as conceRsões de la­vra de minérios, sendo trezentas e dezoito só nos últimosdias, no Estado da Bahia') Ê uma indagação que me ê fei­ta pelo Sindicicato de Geólogos daquele Estado,

Desde t972 a 1974, a PETROBRÁS investiu mais emedificações do que em produção, segundo relatório da­quela empresa c conforme denuncia o grande patriota eautor do substitutivo do Projeto 2.000, do monopólio es­tatal, Euzéhio Rocha.

Os Estados Unidos, de 1973 a 1980, baixaram o seu con­sumo de pctróleo cm 1.6%, a Alemanha reduziu esse con­sumo. mesmo periodo, em ]2%~ a Inglaterra o reduziuem 29S':';, enquanto o Brasil aument.ou seu consumo depetróleo, no periodo. em 43%. Essa política não constituium 'atentado contra o interesse nacional e uma forma deaumentar a nossa já insuportável dívida externa?

Como explica V, Ex' a falta de abastecimento de dcri­vados do petróleo ao Estado do Acre? Faço esta pergun­ta em homenangem aos meus companheiros do Acre,sobretudo :lo nobre Deputado Geraldo Fleming. quenào obteve in~crição.

O Sr. Presidente da PETROBRÁS. Sigeaki Ueki, in­forma ã imprensa que o estoque de petróleo no País bas­ta para 85 dias.' V. Ex', ao que parece, tem afirmado queesse estoque·ébastante apenas paraJO dias. Qual a cifraexata'?

Relativamento à primeira questão, da concessão de86% da área -das hacias sedimentares a companhias es­trangeiras. ainda acrescentaria: não entende V. Ex' queceder essa exploração de petróleo. em áreas ricas como odo Recõncavo. baiano; significa ceder lucros certos emdólares às "empresas mu.ltinacionais? Sabemos que a PE­TROBRÁS descobriu, entre 1955 e 1979, cerca de 66poços, que ren,Jeram 66 bilhõós de dólares. Tendo inves­tido 7 bilhõe~ e· tOa milhões de dólares para alcançar esseresultado.

Sr. Ministro. são essas aS indagações que faço. em·nome do m~u:pa'ftido..b·PMDB. e da grande maioria da

DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

opiniào nacional. que ainda hoje vê com revolta. insatis~

façào e tristeza a concessào das áreas mai.s ricas do Brasilti companhias estrangeiras. sahendo-se, por outro lado.que eSSas companhias, ao contrário da PETROBRAsque aleançou grande resultado numa limitada área de14"1., das baeias sedimentares brasileiras, durante oitoanos da concessào dos contratos de risco. não acrescen­taram um só barril à produção de petróleo do País.

O SR, PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Com a pa­lavra O Sr. Ministro César C"ls, para responder.

o SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Gostaria de di­zer, nobre Deputado Oswaldo Lima Filho, que niio en­tendo que o monopólio tenha ,;ido quebrado. O petrólcopertence à União, a produção é da PETROBRÁS.Quando a operação é feita por outra empresa, há um co­mité que a PETROBRÁS dirige e do qual partieipa, Naverdade, em 1975, no Governo do Presidente Geisel, jáse tinha uma visão da grande diliculdade do Brasil empagar a sua conta petróleo, o petróleo importado. Nãoseria lícito deixar de aproveitar LIma possibilidade de queo capilal estrangeiro viesse para colaborar para des­cobrir esse petróleo. que poderia estar no fundo do marou em outras reservas geológicas, em benefício do Brasil.Por isso, jú no Governo Figuciredo, a PETROBRÁS foiorientada pelo Ministo no sentido de que separasse todasas áreas que entendia promissoras - pois os levanta~

mentos sísmicos já indicavam grande possibilidade dehaver petróleo e de acordo com a sua capacidade de in­vestir. Por isso, a PETROBRÍlS separou 14% das áreasque considerava as melhores e, dentro da sua capacidadede investir, ahriu a licitaçào. rvlas isso não significa quetransferiu as reservas para alguma empresa. $,; for acha­do petróleo, a produção pertence à PETROBRÁS. fénosso o petróleo. como tamb~m é nosso o esforço daprodução. Foi por este lTIoti\TO que fiGuram os )4%.Eram as áreas mais promissoras e de acordo com a capa~

cidade de investimento da PETRBORÁS. Quanto 11substituição do óleo diesel pelo óleo de dendé, creio que,respondendo à pergunta anterior, pude mostrar que esta­mos perseguindo o ôleo vegetal que possa ser modificadoe que não tenha tanta viscosidade como os óleos vegetaisnormais, porque isso pr~iudica o motor. deixando resí~

duos no bico do injetor, fazendo com que: a operaçãoseja mais cara. Quanto ao transporte de carvão para oNordeste. propusemos à ComL;são Nacional de Energiaque o paralelo de Vitória fosse levantado pma o carvàodo Nordeste, principalmente na indústria cimcntcira.Sabe V. Ex' que o carvão nacional tem alto teor de cin­zas, cerca de 50%, e é muito caro. Para cada tonelada decarvão. estamos pagando duas toneladas, pois uma é decinzas. Mas, para a indústria eimenteira, em que a cinza.se incorpora ao processo. melhorando a qualidade do ci­mento, principalmente. Utilizado em navios !'OU-oll-roll­

o/}: em que há possibilidade de termos um frete de retor­no, creio que é justificável levar o carvuo para o Nordes­te. Estamos propondo, portanto, quc se leve o carvãopara Salvador, Cabedelo c Suape, principalmente paraos três portos, c que esse transporte pOS3a ser subsidiadodo mesmo jeito que é o carvão para outras :ireas, noNordeste estão usando, para substituir o óleo combustí­vel. uma vegetação. uma floresta que não existe. Estãodevastando a pouca mata que há no No~desle, parasubstituir o óleo com bustivel. Estamos preparando - ecreio que scrá adotado - o transporte de carvão para oNordeste. Quanto·ao racionamento, creio que já dei asexplicações na argüição anterior. Há dificuldade em fa­zer racionamento no BrasÜ•. tendo em. vista que o óleo­diesel e o GLP ainda não tém substitutos. Por isso é queo Banco Central recebeu do Governo a ordem de pagarem dia a conta petróleo. e é o que e-filá fazendo. Quanto

às corri9as de carro, o Conselho Nacional de Petróleo"tem negado sistematicamente autorização para as cord­das de carros a gasolina. Somente são permitidas aquelas

Terça-feira I" 11863

corridas contidas no calendário elaborado pelaEMBRATUR, Quanto à extração de ouro, a MineraçãoMorro Velho. que detém a mineração das minas de M or­l'O Velho, cm Minas Gerais, c os de Jacobina. na Bahia,deve participar da produção de outro com cerca de cincotoneladas. este ano. Anunciei para este ano a meta dequarenta toneladas de ouro - e recordo que quando 35­

sumi o Ministério. a produção de ouro era de 3.5 tonela­das da mineração industrial e 800 quilos de garimpo,num lotaI de 4,3 toneladas e dessas 40 toneladas, 32 to­neladas deviam ser garimpos e 8 toneladas dc mineraçãoindustrial. Em 1979. tínhamos uma única mineração in­dustrial, enquanto hoje já há 30 grupos com projetos deminerw;ào. Repito: das 40 toneladas, 8 seriam de mine­ração industrial e 32 dos garimpos. Creio que Vamosatingir a 50 toneladas de ouro este ano. Diria. portanto.que a Mineração Morro Velho participou com poucomai::; de 10% da produção estimado para este ano no Bra­sil.

O Sr, Oswaldo de Lima Filho - Pergunto a V. Ex'quanto disso vai para o Governo.

O SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Mas é o Códigode Mineração que está ai... Estamos executandol1 Códi­go.

Quanto ã British Petroleum, eu informei que nào tinhaos números exatos dessas áreas. mas na verdade o Minis­tério das Minas e Energia tem procurado cumprir aquiloque es[" na lei. Mas. mais do que isto. o Ministro diz,pragmaticamente ao Departamento Nacional de Pro­dução T\-lineral que não aceit:j ninguém sentado tml cimada mina: ou tem alvarú de pesquisa e pesquisa, ou temconces~ão de lavra c luvra, ou entramos com um proces­so de caducidade. Estc processo tem um prazo de trêsanos. E não pretendemos renovar nenhum processo quenlio tenha uma efetiv,'i evidEmC'ia de tr.abalho de pesl[uisaou mineração.

O Sr. Oswaldo Lima Filho - Creio que V. Ex' nãopercebeu a indagaçtto. Há pagamento em espéci~, em ou­ro, para o Pais'~

O SR, MINISTRO Cf:SAR CALS - Se a mineraçãoé paga em ouro~ Creio que realmente não entendi a per­gunta. O que posso dizer é que a mineração se faz com aprodução do ouro. O minerador, é a firma que compõe aAnglo-Americana. li Bozzano Símonsen, essa Mineraçãode Morro Velho. faz a mineração normal. O que procu­ramos é dar UOl preço melhor do que o preço· internacio­nal. para reter o ouro no Brasil. Esta é a política da com­pra do ouro: evitar a evasão. retê-lo aqui,

Quanto ao consumo. já disse, na minha exposição ini­ciai, do esforço imenso que se estú fazendo para a econo­mia de energia.

O SR, PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Brandão Monteiro. que dis­põe de 10 minutos,

O SR, BRANDÃO MONTEIRO (PDT - RJ. Semrevisão do orador.) - Exm" SI'. Ministro das Minas eEnergia, CésàtCals, Exm' Sr. Presidente da Câmara dosDeputados, Deputado Flávio Marcílio. inici:llmente. la­mento que a nossa Casa esteja vazia, não só o plenário.como também às galerias, porque de álguma forma seriaimportante que as lideranças sindicais que hoje estãoprestigiando o Congresso NaciomlI ouvissem a expo­sição de V, EX'.e as perguntas que lhe formulamos,

Iniciarei faZendo trés perguntas a V. Ex', 1;odasformu­ladas pelo Deputado Floriceno Paixão~ .

V.Ex'. pelo telex datado de p-12"79, determinou àPETROBRÁS' a participação das <:mpr.esas contratantestambém na produção, transformando a PETROBRÁ$em simples empresa .fisealiiadora, quando a .tradiçãô;mesmo nesses contratos de risco, foi sempre a produção

11864 Terça-feira I Q

ficar com a empresa estatal. E ponto de vista de V. Ex~

entregar também a produçiio do petróleo às contratan­tes? V. Ex' pode informar se já foi entregue a algumadessas empresas também a produçào de petróleo'?

É verdade que nos contratos de risco existem cláusulasestabelecendo a participação de 40% até 50% do petróleoencontrado para as empresas contratantes, quando nosdemais países essa participação não ultrapassa 15%?'

Por que as cópias dos contratos de risco assinados até1980, solicitadas c recebidas pela CPI do petróleo encer­rada naquele ano, estão com o carimbo de "sigiloso" ou"confidenciar'? Por que tais contratos não estão abertosao público em todas suas cláusulas. já que a PE­TROBRÃS é uma empresa cstatal. que pode e deve serfiscalizada pclo povo'?

Tenho mais trés perguntas a fazer a V. Ex', no tempoque me resta.

Gostaria de saber se o Ministério das Minas e Energiacontinua dando concessões de postos de gasolina ou sesuspendeu essas concessões.

Pelos dados e levantamentos que tenho. o Brasil. atra­vb da Casa da Moeda. refinou estc ano 56 toncladas dcouro. Possuo documentos que embasam denúncia quefiz relativa à Casa da Moeda. Gostaria de saber de V.Ex' qual o destino desse ouro. O Deputado Curió dcnun­ciou. da tribuna desta Casa, que 26 toneladas produzidasem Serra Pelada foram entregues a bancos estrangeirospara pagamento da dívida externa brasileira. Quais sãoexatamente, neste momento, as reservas petrolíferas bra­sileiras'? Esta pergunta é do Deputado José Fogaça. quenão pôdc inscrcver-se. O Brasil está utilizando suas re­servas de emergéncia. que de acordo com os níveis míni­mos de segurança SttO para noventa dias, para criar asaída favorável na balança comercial de seiscentos mi­lhões dólares.

E agora. Sr. Ministro. gostaríamos que V. Ex' nos in­formasse sobre o seguinte: o consumidor urbano de ele­tricidade sempre ganhou de graça a instalação, até o seutransformador. O roceiro, se quiser, que se junte numadessas escandalosas cooperativas que o Banco Interame­ricano de Desenvolvimento nos obrigou a faler em trocade um punhadinho de dólares, e que pague por toda a lí­nha elétrica. No mundo inteiro, fazem-se essas linhas aUS$ 4 mil por quilômetro. No Brasil, como é o consumi­dor roceiro quem paga e como a concessionária (estatal)ganha a linha pronta de presente. a concessionária obri­ga a colocar postes de concreto (caríssimos) a pequenasdistâncias (em vez de bem espaçados) e. com isso. o qui­lômetro de linha nào sai por menos de USS 15 mil. Alémdisso, os fazendeiros suo roubados pelas cooperativas

(tanto que muitos presidentes delas estão presos) e pa­gam. pela luz. muito mais do que as concessionáriascobram. Por que, agora que está sobrando eletricidade, oGovenro não eletrifica a roça (só 10% do Brasil é aceso),em vez de dar mais mordomia para o consumidor urba­no, como o industrial q lJe, trocando a caldeira a óleopela elétrica, ganha desconto de 90% na tarifa durantetrés anos'? O Goveno não sabe que eletricidade aumenta(além da saúde rural) a produtividade c a produção agrí­cola. gerando mais excedentes exportáveis'! Não sabeque com a eletricidade no campo ele estaria criando ummercado enorme, no campo, para produtos industriali­zados das grandes cidades?

A última pergunta, Sr. Ministro: V. Ex' foi acusado,pelos jornais Tribuna da Imprensa e Gazeta Itabirana. deter recebido um pacote de diamantes e um colar de dia­mantes. que teria sido doado à sua esposa, após conces­são de uma lavra a um comerciante de Habira. Comosabe V. Ex', o Código Penal, no arl. 353, capitula tal fatocomo corrupção passiva. V. Ex', sentindo-se caluniado,através da Auditoria Militar competente, requereu açãopenal contra o jornalista. Todo o País tomou conheci­mento da absolvição do jornalista. Pergunto: por que V.Ex', embora intimado centenas de vezes e sendo reque-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

rente da ação penal. negou-se a depor, apesar de ter foroprivilegiado'? Sabe-se que o Juiz-Auditor enviou peças doprocesso ao Procurador-Geral da República, para quelossem tomadas as medidas legais contra V. Ex'

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio. Fazendo soaros tímpanos.) - Nobre Deputado, a convocação do Mi­nistro não foi para este tipo de interpelação. Chamo aatenção de V. Ex' para o disposto no ~ 5' do arl. 270 doRegimento Interno da Casa.

o Sr. Hélio Duque - Sr. Presidente, peço a palavrapela ordem.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Tem V.Ex' a palavra.

o SR. HItUO DUQUE (PMDB - PRo Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, sou autor de um requeri­mento de informações, datado há dois meses, encami­nhado à Presidência da Casa, para, daí, ser levado ao co­nhecimento do Sr. Ministro. em que a solicitação é exa­tamente sobre esse assunto.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - O requeri­mento que ensejou a convocação é de autoria do nobreDeputado Floríceno Paixão. O de V. Ex' scrá objeto deoutra convocação.

o Sr. Brandão Monteiro - Sr. Presidente. se V. Ex'não permite que o Ministro responda à pergunta, que éde interesse dele...

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Apenaschamo a atenção de V. Ex' para o fato de que o Sr. Mi­nistro não ê obrigado a responder.

o Sr. Brandão Monteiro - V. Ex' buscou o Regimen­to para colocar a questão do ponto de vista formal. Achoque o Minislro teria vontade de responder à pergunta.Agora. o juiz é ele l nào sou cu. Estou fazendo uma per­gunta, porque acho que o Congresso Nacional é um ór­gão liscalizador dos atos dos Ministros.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Para tudohá sua oportunidade, nobre Deputado.

O Sr. Brandão Monteiro - Estas sào as minhas per­guntas. Se o Ministro se recusar a respondé-Ias, a Nação() julgará.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Com a pa­lavra o Sr. Ministro César Cals.

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Embora este as­sunto fuja ao objelivo da convocação. cu me pcrmito daras datas de tramitaçào do processo para a concessào dapesquisa. porque fui injustamente acusado de ter favore­cido a aprovação de um alvará. Eis as datas. O processocomeçou no dia I I dejunho de 1978. quando cu nem eraMinistro de Estado ainda. Em 16 de janeiro de 1980. foipublicado o alvará de pesquisa, portanto. mais de umano e meio depois. Mais de dois anos depois de protoco­lado o pcdido. foi apresentado o relatório. No dia 20 dejulho de 1981 foi aprovado pelo DNPM O relatório. Nodia 24 de julho de 1981 foi assinada a portaria de lavrano Diário OliciaI. Jamais conheci o autor desse requeri­mento. O trâmite do processo obedeceu às exigências doMinistério das Minas e Energia.

o Sr. Brandão Monteiro - Afinal. V. Ex' recebeu ounào?

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Examinemos omérito da acusação. Não houve nenhum favorecimento.O processo teve uma tramitação normal. o que deixoaqui registrado.

o Sr. Brandão l\lonteiro - Recebeu V. Ex!} ou não ocolar de esmeraldas'?

Novembro de 1983

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - (Fazendosoar os timpanos.) - Nobre Deputado, o tempo de V.Ex\! está esgotado.

o Sr. Brandão Monteiro - Estou no meu tempo ain­da.

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Quero deixarregistrado que o que recebi foram amostms de pedras demincraçào. o que se recebe em todos os lugares que se vi­sita. c o que foi divulgado foi um saco de diamantes. Aosaber. depois. que à minha esposa tinha sido ofertadoum pingente de esmeraldas - nào um colar de esmeral­das, como divulgado - e às senhoras presentes ao jan­tar. pedras de esmeraldas, a primeira coisa que tentei fa­z.er foi uma doaçâo. Claro que não foi imediatamente,porque precisava encontrar uma organização que pudes­se receber a doação. E foi feita à Cruz Vermelha Brasilei­ra. Secção do Ceará. antes mesmo que qualquer coisafosse divulgada pela imprensa.

De forma que. com essas explicações, passo a respon­der às outras perguntas do Deputado Brandão Montei­ro.

No dia 27 de dezembro. passei um telex à PE­TROBRÁS. no qual procedia a algumas modificaçõesnos contratos de risco. porque havia a indicação de queoutras empresas desejavam delas participar.

Os principais obstáculos eram os dados geológicos co­locados à disposi<;ilo das empresas. Passamos a orientara PETROBRÃS no sentido de que fossem tornecidosmais dados geológicos, mediante indenização. Por outrolado. o que as empresas desejavam - já que elas que­riam uma parte da sua remuneração em petróleo - eram

participar da produção. A PETROBRÃS. então. consti­tuiu um comitê de Produção, do qual fazia parte a Presi­dência da prôpria PETROBRÃS. Mas isso nào significa­va que O nosso próprio petróleo fosse dado em pagamen­to: signitIcava. sim. que uma parte do petróleo que iría~

mos importar iria ser deslocado para pagamento daque­las empresas. Não tenho ciência e penso que não existemcontratos estahelecendo a participação de 40 ou 50%; ocontrato de ri~co. no máximo. tem 20% de remuneraçãoem petróleo.

Quando à pergunta sobre serem os contratos sigilososou confidenciais, desejo fazer ver que esses contratos co­merciais. muita8 vezes, não SHO iguais para todas u:::; em­presas. na busca de encontrar mclhores condições para aPETROBRÁS. Na hora em que os lermos desses contra­tos fossem levados ao conhecimento do grande público.eles poderiam ser usados por outros países ou por outras

empresas para pleitearem melhorcs condições contra­tuais.

Quanto aos postos de gasolina. o Conselho Nacional

do Petróleo adota a norma de apenas para áreas espe­ciais autorizar a instalação de novos postos.

Quanto ao ouro refinado. sabemos que o ouro que seproduz no Bra};il não pode ficar sem utilização. sob penade ser urnH atividade inflacionárb. Entào. a orientaçãodo Governo é no sentido de que esse ouro compradopelo Banco Central, uma parte do ouro produzido noBra~il, também é. fornecido a consumidores normais.Parte dcste ouro comprado pelo Banco Central ou servede lastro. ou serve para pagar a dívida externa, sem dúvi­da. Ou se tem dólares para pagar a dívida externa. ou seproduz ouro para pagá-la.

Quanto ao estoque de petróleo a que V. Ex' se refere,normalmente em todos os países do mundo, principal­mente enquanto o petróleo estiver em haixa, mantem-seo estoque para o consumo entre trinta e sessenta dias.Não há por que se estocar petróleo a mais. se poderemoscomprá-lo mais barato amanhã. É um assunto de gerén­eia comercial, e. neste momento, o mercado é do com­prador. Não há possibilidade de faltar petróleo no Bra­

sil.

Novembro de 1983

Quanto ao programa de consumidor urbano e de pos­te~ de conCrt:to, creio que V. Ex lt tem razào. Na verdade.as especificações tem que ser simplificada,:;, e estamos fa­zendo recomendações no sentido de simplificar as cspeci­ficações dos postos das linhas de tra,missão rural. Digo,inclusive. que as especificações devem ser de acordo coma essencialidade do consumo. Se o consumidor rural ti­car algumas horas :;em energia. para que possamos fazerreparos na linha, não tem por que se sofisticar o projeto,colocando relés. Agora, se o consumidor for industrial,

não poderá passar um minuto scm encrgia. Este, sim. le­rú que ter projetos mais sofisticadm:.

Quanto às tarifas. nós as reduzimos para três tipos-es­

peciais de consumidores. O primeiro. para projetos de ir­rigação. e aí estamos atendendo li eletrificação rural.Projetos de eletrificação rural e projetos de irrigação es­tão com tarifas mais baixas. O segundo, com tarifa maisbaixa. é para projetos que visam à ampliação dos progra­mas de exportação, no sentido de tornar os nossos pro­dutos mai::; competitivos e ampliarmos as nossas expor­tações. A terceira tarifa mais baixa é para a e1etrotermia,que significa que devemos substituir o consumo de pe­tróleo nos fornos por energia elétrica, na busca de econo­mizar divisas diminuindo O consumo do petróleo impor­tado.

Creio, nobre Deputado, que ai estão as respostas àsperguntas que V. Ex~ encaminhou.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Concedo apalavra ao nohre Deputado José Eudes.

o SR. JOSÉ EUDES (PT - RJ. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Prcsidente, Sr. Ministro. Srs. Deputados, euindagaria. prcliminarmcnte, ao Sr. Presidente. DcputadoFlávio Marcílio. se. a exemplo do que ocorreu quandodo comparecimento do i\1inistro Delfim Netto a essa ca­sa, é possível um íntercàmbio no tempo dos dez minutosentre as partes.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Nobre De­putado. tratou-se de uma liberalidade da Mesa. mas se­ria um trabalho muito grande cronometrar cada pergun­ta de V. Ex"

O SR. JOSÉ EUDES - Agradcço o esforço de V. Ex'Sr. Ministro César Cals. não sei se estou alegre ou tris­

le: vai depender da resposta de V. Ex' Disse V. Ex' que,no ano de 1993, conseguiremos atingir a auto-suficiênciana produção de energia no Brasil c, evidcntementc. tam­

bém de petróleo. Pois bem. Sr. Ministro César Cals, V.Exi1- avalia essa íluto-suficência pelo continuado poten­cial de consumo. gemndo o desenvolvimento do País, oupelo continuado aumento de preço, como ocorre hoje,cm nosso País, Icvando-o à recessão econômica e à de­pressão? Acredita V. Ex' no desenvolvimento do Pais ouna depressão econômica provocada pelos custos extraor­dinários do combustível?

O Sr. Ministro César Cals - Sr. Presidente, posso res­ponder?

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Pode res­ponder. nobre Ministro.

O SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Eu gostaria dedizer a V. Ex~ que a política de preços não visa, nestemomento. a ccrccar o consumo: A hipótese de chegar­

mos li auto-suficiéncia no setor de energéticos. baseada na continuidade, não só da política de petróleo, mas tam­bém da política dos energéticos alternativos. N cssa hipó­tese, chegaríamos em 1993. a um consumo de um milhãoc meio de barris de petróleo por dia. O que pretende oJ\.1 inistério. nessa matriz, é reduzir o consumo de um mi­lhão e meio de barris de petróleo por dia para um mi­lhão. sendo o equivalente aos quinhentos mil restantesconsumido em energéticos alternativos.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Então, a auto-suficiéncia seria produzir um milhão de

barris de petróleo por dia. consumir um milhão de barrisde pctróleo por dia, mas consumir quinhentos mil a maisde outros energéticos a1ternatvios. como o gús naturalcarvão. a eletricidade, o álcool, os óleos vegctais, o xistoe outros. Portanto, não é com recessão. é com desenvol­vimento que faremos a economia.

O SR. JOSÉ EUDES - Que Deus ilumine V. Ex" eque daqui a nove anos o povo possa saber das firmesconvicções que V. Ex' tem hojc.

Sr. Ministro, qual a nossa reserva de petróleo hoje?Dispomos de petróleo para quantos dias? Porque entretrinta c scsscnta há uma margem de tempo de Ilexibilida­de extraordinariamente grande. e eu gostaria que V. Ex'precisasse melhor.

o SR, MINISTRO CtSAR CALS - Neste momen­to. temos vinte e cinco milhões de barris de petróleo cruem terra e dozc milhões em tránsito. cm navios. compra­dos pelo Brasil. Isso se rerer neste momento. a cinqüentae oito dias de petróleo impotado.

O SR. JOSÉ EUDES - Sr. Ministro César Cals,pode V. Ex' precisar o montante de investimento feito,até agora, em contratos de risco. pelas empresas cstran­geiras no Brasil?

o SR. MINISTRO CÉSAR CALS - A informação édc que. até agora, cerca de um bilhão de dólares.

O SR. JOSÉ EUDES - Sr. Ministro César Cals, aJustiça do Trabalho de Santo Amaro, hoje, decidiu bai­

xar sentença favorável à reintegração de 180 trabalhado­res e 24 diretores demitidos pela PETROBRÁS em Ma­taripc. Entre Paulínia c Mataripe, o total de demitidos éde 308 funcionários. mais 48 dirigentes sindicais. sem re­ceber salário, por violéncia dos quc se acham donos daempresa. que, na realidade, é do povo brasileiro. como oPresidente da PETROBRÁS. Sr. Shigeaki Ueki. que. ematitude autoritária, sem diálogo com os trabalhadoresque solicitavam garantia de não demissão por dois anos,com declaração, à época, na itlrlprensa, do tipo: "Se ne­cessário for, cu fecho a refinaria de Paulínea e ponhotodo mundo na rua'·. Qual o comportamento quc V. Ex'vem adotando, até agora, pam a solução do dramáticoproblema em que vivem esses trahalhadores?

o SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Ao recebermosapelos de algumas autoridades, inclusive religiosas, enca­minhamos à PETROBRÁS a solicitação de examinar sealguffi3s das pessoas que haviam sido dispensadas nãoestavam. de fato, enquadradas naquela greve que foiconsiderada ilegaL Na verdade, a PETROBRÁS procu­rou cumprir a lei de grevc. considerada ilegal nos ser­viços públicos essenciais, por motivos puramente políti­cos. Não eram motivos ligados nem às condições sala­riais, nem às condiçõcs do empregado. Eram motivospuramente políticos e ligados a uma política econômica.Então, não era crível que uma empresa de serviço públi­co fosse instrumento de exploração política ou instru­mento de protesto, por maior que fosse a razão do pro­testo. Acho que as empresas de serviço público são es­senciais às condições de vida do Pais. De modo que o

Presidcnte da PETROBRÁS. à base do meu pedido deinformações, fez o exame e informou que tudo estavadentro daquele enquadrament-o colocado pela direção.

O SR. JOslt EUDES - V. Ex' ê sabedor de que aJustiça do Trabalho baixou sentença favorável ;\ reinte­gração de cento e oitenta trabalhadores demitidos pelaPETROBRÁS·

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Acabo dc saberpor V. Ex' Há poucos·instantes. um jornalista tinha-medito qualquer coisa sobre este assunto. ~I'fas acabo de sa­

ber por V. Ex'

Terça-Feira I Q 11865

O SR. .JOSÉ EUDES - Se assim decidir a Justiça doTrabalho. V. Ex' e"tú disposto a acatar?

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - É claro que so­mos cumpridores daquilo que a Justiça manda que sefaça. Mas é óbvio que, depois dc conhcccr a scntença, cua encaminharei à Consultoria Jurídica do Ministério e,em seguida. à PETROBRÁS, para que sejam apresenta­dos. se for o caso, os recursos cabíveis.

O SR. JOSÉ EUDES - Hoje à noitc, neste plenário,

as oposições, certamente, rejeitarào o Decreto-lei n9

2.036, editado pelo Govcrno de V. Ex'. que achata os sa­lários dos trabalhadores das cmpresas estataís. Perguntoa V. Ex': qual a sua participação na elaboração, na feitu­ra desse decreto-lei'?

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Na realidade,não participei da elaboração do 2.036.

O SR. JOSÉ EUDES - Se foi feito à revelia de V.Ex~, V. Exª é contra ou a favor?

O SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Na verdade,sou membro do Governo e sou favorável a tudo aquiloque o Governo julga esscncial para a sua política econó­mica, E entendo quc o Governo do Presidentc João Fi­gueiredo, em recente pronunciamento, quando colocouaos partidos a discussão da sua política econômica, dei­

xou evidente que deseja maior participação dos partidos.Isto é um sinal de que o Presidente está fazendo aquiloque anunciou, revendo algumas posições. Quanto ao de­

creto. estamos favoráveis a tudo aquilo que o Governocolocar, embora respeitemos. como Senador e como in­tegrante também do Poder Executivo, a soberania doCongresso Nacional.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) - O nobreDeputado José Eudcs usou 9 minutos. Agora, vejam V.Ex's como é difícil para a Presidéncia a divisão do tem­po. porque o interpelante tem direito a dez minutos e ointerpelado a dez. para responder. Se o Ministro demo­rasse os dcz minutos numa só resposta, ficaria sem tem­po para as demais. De forma que peço aos demais cole­gas interpelantes que cooperem com a disciplina e usemo seu tempo corrido. A Mesa nao dividi.rá, justamentepor esta inconveniência. O interpelado pode, numa sópergunta, esgotar o seu tempo. Então. fica "em tempopara as demais.

Com a palavra o nobre Deputado Jorge Arbage.

O SR. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Sem revisàodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, Exm9 Sr.Ministro das Minas e Energia, César Cals. duas são ashipóteses previstas na Constituição para o compareci­mento a esta Casa dos Srs. Minislros de Estado: uma,por convocação do Plenúrio e outra, por iniciativa dopróprio Ministro. V. Ex' aqui cstá atcndendo a convo­cação da Cámara dos Deputados para tratar de assuntosligados à PETROBRÁS. Por dever de justiça, Sr. Minis­tro. tcmos de reconhecer que a exaustiva e brilhante ex­posição que fez V. Ex' atendcu plenamente aos objetivosprimordiais desta convocação.

Agora, V. Ex' se submete à sabatina do debate. Gosta­

ria de formular as scguintes indagaçõcs. dizcndo-lhe queficou explícito na exposição, se bem entendemos, que aprodução nacional de petróleo, durante sua gestão, pra­

ticamente terá triplicado, passando de 164 mil b/d. em1979, para 500 mil b/d, em 1985. A razão desse diferen­cial, parece-nos, foi a decisào do Governo de procurarrcduzir nossa dependência na linha do petróleo importa­do. Em assim sendo, permita-me indagar de V. Ex' porque não se tomou tal decisão em 1974, quando eclodiu oprimeiro sinal de crise no setor petrolífero? A segundapergunta, Sr. Ministro, é a seguinte: sabemos que na pla­

taforma marítima, localizada em Salinópolís, Estado do

11866 Terça-feira 10

Pará. o petróleo jorrou. e a PETROBRÁS realiza. nomomento. os trabalhos de perfuração.

Pergunto a V. Ex': qual a perspectiva de exploração?A qualidade do produto é do tipo comercial. segundo ospadrões exigidos'! Tendo em vista que o principal proble­ma para se reduzir o consumo de óleo diesel é a ausênciadc alternativas energéticas. por que o óleo de dendé ain­da não foi considerado com a importância que merece?Por quem deveria ser considerado um programa nessesentido. já que envolve além da produçào da matéria­prima. o scu aproveitamento energético. quer na misturado óleo diesel. quc pode ser de até 15%. quer no uso ex­clusivo. desde que sofra certos ajustes em suas caracterís­ticas fisico-quimicas?

São estas as perguntas que formulo. Sr. r-..1inistro. nacerteza de que V. Ex' as responderá com a deferéncia quelhe é peculiar.

o SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) - Com a pa­lavra o Sr. Ministro César Cals.

O SR. MrNISTRO CtSAR CALS - Nobre Deputa­do Jorge Arbage. quero agradecer a V. Ex" a palavra deapreciação à nossa exposição, onde procuramos dar to­das as informações requeridas pelo Dcputado FloricenoPaixão.

Quanto à decisão tomada. em 1979. com referência aoproblema quc já nos afligia desde o primeiro choque dopreço do petróleo. em 1973. eu poderia dizer que tam­bém foi o domínio da tecnologia da prospecção na plata­forma continental. Os campos de petróleo da Bahia. deAlagoas e dt Sergipe. em lerra, davam um sinal de exaus­

tão. E o Governo. na ocasião. em face do problema. pro­curou suprir (I País de pdróleo e refinú-lo. Deu-!je priori­dade ao refino. ao mesmo tempo em que a PE­TROBRAs procurava dominar a tecnologia dc pros­pecção na plataforma continental. De modo que em1979. quando assumi o Ministério. a PETROBRAs jádispunha desse capital técnico. Daí o motivo por que erapossível implementar uma nova política. dando priorida­de número Um aos programas de exploraçào. Quanto aopoço de Salinópolis, poderíamos informar que o óleo re­velado no Poço PA -I I - assi m está denominado - éum óleo de boa qualidade, leve. com 41 graus API. Oproblema que existe pm transformar esse campo em co­merciável é a sua distância da costa. que é de 220 km. emmares revoltos. iv1as temos indicaçào de que foram en­contrados vúrias poços no mesmo alinhamento. e parecehaver uma estrutura de mais de cem quilômetros. De

modo que a perspectiva é de que seja uma grande provin­cia petl'olifera.

No tocante ao óleo de dendé, todos os óleos ácidos.graxas, têm uma estrutura molecular que dá grande Vi5­

cosidaàe, e is~o. neste momento. precisaria ser dominadoindustrialmente. Mas hú outros problemas. Silo oS CIlS­

tos do programa. N a verdade. o preço do óleo de dendé ede outros óleos vegetais é muito superior ao prcço doóleo dicsel. Isso iria dificultar aquela política de o consu­midor optar pclol;) energéticos alternativos por constituiruma vantagem económica consumi-los em substituiçãoao derivado proveniente do petróleo. Temos, portanto, oproblema técnico e o problema económico. mas nào estáfora das cogitações a utilização dos óleos vegetais.

Quanto ao prohlema de energéticos, definimos que oMinistério das rvíinas e Energia é responsável pela pro­duçào dos energéticos minerais: os energéticos vegetais

devem ser da alçada do Ministério da Agricultura. à ex­ceçào do álcool. porque é subproduto do programa deaçúcar. O Ministério é respons[lve[ pela transformaçãodos energéticos e por sua distribuição. que fará com todaa confiahilidade. Mas a produção deve ser programa doMinistério da Agricultura.

O SR. PRESIDENTE iPaulino Cíccro dc Vascon­cellos) - Tem a palavra o Sr. Deputado José Frejat. S.Ex' dispõe de la minutos.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

O SR. JOSÉ FREJAT (PDT - RJ. Sem revisão doorador.) - Sr. Prc8idente. Srs. Deputados. Sr. Ministrodas Minas e Energia. César Cals. a primeira pergunta é aseguinte: quantos militares da reserva remunerada tem aPETROBR,~S. suas suhsidiárias e associadas'!

A outra pergunta refere-se aos contratos de risco. Eugostaria de indagar de V. Ex' se. na época da imposiçãodos contratos de risco. no Governo do General Geisel.foi examinada a agressào II Constituição e à Lei n~l 2.004.de 1953, que criou a PETROBRAs. Porque a Consti­

tuição estabelece. no art 169. que a pesquisa e a lavra depetróleo em território nacional constituem monopólioda União. E vem a Lei nU 2.004. de 3 de outubro d~ 1953.

estabelecendo o seguintc:

"Arl. [' Constitui monopólio da União a pes­quisa e lavra das jazidas de petróleo e outros hidro­carbonetos fluidos e gascs raros existentes no tcrri­tório nacional.

Art. 2~ A Uniào cxercení o monopólio estabe­lecido no artigo anterior: l' - por meio do Conse­lho Nacional de Petróleo. como órgão de orientaçãoe fiscalizaç:1o: 2o;J - por meio da sociedade. porações Petróleo Brasileiro S.A. e suas subsidiárias.constituidas na forma da presente lei. como órgãode. execução:"

Então. pela Constituição e pela Lei nU 2.004. não há

nenhuma possibilidade - até mesmo se analfabetos fizc­rem li leitura da lei - de se interpretar ou se entenderque possa haver contrato de risco com empresas estran­

geiras. Ficamos admirados de que seja exatamente numgoverno de generais que se faça essa violação. quandotantos militares combateram. ao lado dos civis. para aimplant3ç;10 do monopólio estatal do petróleo.

Outra pcrgunta. Sr. Ministro: qual a posição de V.Ex". e certamentc dos dirigcntcs da PETROBRI~S.comrespeito a essa campanha orquestrada contra ~\S e~tatais?Porque, na verdade. as estatais constitUem. hoje. a infra­estrutura do processo de desenvolvimento brasileiro. Efoi através da criação da PETROBRAs que se propicioun surgimento de milhares de empresas. Evidentemente. amá administruçào das empresas estatais se deve ao pró­prio Governo. que se apossou do poder a partir de 1964.colocou nas estatais elementos contrários a elas. e colo­cou nei PETROBRÁS aqueles violadores do monopóliodo petróleo.

Entàp. gostaria d~ saber qual é a posição desses técni­

cos ou desses tecnocratas. ou dos militares que ocupamesses postos. se são a favor da extinçào das estatais.

Outra pergunta: por que não institui V, Ex" concursopara ingresso nas empresas subordinadas ao l'vIinistêriodas IVJinas e Energia'? Seria lltna medidu"ialutar. No Go­verno Joào Goulart. do qual participei. na ELE­TROBRAs tudo era por concurso. Com o golpe de 64.acaharam com os concursos. Hoje. os cargos nas estataisse vendem c se compram. Oll são ocupados por militaresda reserva remunerada. São empregos que estão sendotomados dos engenheiros. dos técnicos, dos civis. quenào podem ter dois empregos, Entào. se os militares játém remuncraçào. por que cstão ocupando milhares decargos na PETROBRÁS e suas subsidiárias'!

São eSsas as perguntas que dirijo a V, Ex'

o SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - Tem a palavra o Sr. Ministro César Cals.

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Sr. Presidente.

quero informar ao nohre Deputado José Frejat que nãodisponho. ne!'ite momento, do númcro de militares da re­serva trabalhando na PETROBRAs. mas poderia dizerque temos ali seis diretores e um presidente. num total desete. e apenas um militar da reserva remuneradrl.. que éjustamente Llm aliciaI com larga tradição na Marinha, naDiretoria dc Transportc. c que fa7.. exatamente. toda a'

Novembro de 1983

coordenaçúo do ouprimento de petróleo do exterior parao Brasil. pelo transporte maritimo.

Quanto ao monopólio. sou seu defensor iatransigcnte.Em todas as minhas declarações, tenho defendido o mo­nopólio do petróleo executado pela PETROBRAs.Acontece que a prestaçào de serviços é urna medidaconstante em qualquer atividade de empresas quc execu­tam monopólio. Na realidade. o monnpôlio diz respeitoà atividHde de pesquisa t' hlvra. mas niio significa que te­nha de ser feito com os próprios funcionúrios. Pode serfeito através àe empre~as contratadas para prestaç[lOde-:.tcs serviços.

No caso da prestação de serviços com cláusula de ris­

co. signifiea que. se não tiver éxito. a PETROBRAs náoindeniza nada àquele serviço. Portantn. entendo maisvantajoso até (] mero contrato dt' prestação de serviço.no qual todos os custos ficam por conta da PE­TROBRi;s.

Quanto á campanha contra as estatais temos sido urnavoz constante a mostrar a injustiça qut' se faz, no Brw;jl,quando ~e Golocam as estatais como responsáveis pelacrise econômica. Na realidade. sabemos que as dificulda­des por que passam algumas estatais, principalmenteaquelas do serviço público. se devem. em primeiro lugar.ú inflação. que, infelizmente. ainda não está sob contro­le: esperamos que ela possa estar, em breve; em segundolugar. as tarifas nem sempre de acordo com u que se ne­cessita. tendo em vista também a política dc combate àinflação. Entendo que as estatais já prestaram e prestami!randcs serviços ao Brasil e nüo concordo que elas sejam

~1al administradas. Pelo contrário. no meu Ministério.~Jcompanho de perto a administração das estatais c toda~

elas apresenUlm hom desempenho. Quanto à realizaçãodt,: concursos. diria qUI; a PETROBRÁS só admit.e ~m­

pregados por concursos. com exccssão apenas de empre­gados com especialidadc notória. A ELETROBRÁStambém normalmente ÜII. concursos. Isso não e~tâ acon­tecendo agora pela diticuldadc das empresa, em admitirnovas pessoas para seu quadro funcional. tendo em vistao decreto do Presidente Joào Figueiredo. que sô permiteque se faça admissão. hoje. para substituir alguém quepossa ter saído por qualquer motivo. Creio que foram es­tas. nobre Deputado. as perguntas aqui colocadas.

o Sr. José Frejat - Indago do Sr. l'v[inistro se S.Ex"pode. em complementação Ü;:, suas respostas, mandarpor escrito. pOhteriormentc. o número de militares dn r~­

scrva remunerada empregados na PETROBRAs. suus

subsidiárias e associadas.

O SR. Mrl\lSTRO C~~SAR CALS - A informaçãoserá enviada a V.Ex'J atravé,,, do Prt.~sidente da Câmarados Deputado,.

o SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascoa­cellos) - Concedo a palavra ao nobre Deputado Edison

Lobão.

O SR. EDISON LOBÃO (PDS - MA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Ministro César Cabo desde logo desejoexultar (I esforço de V.Ex:J. no sentido de que nosso País~Icancc. o mais depressa possível, autonomia em energia.Tenho acompanhado a ação de V.Ex' e sei o quanto elatem sido bem sucedida. Por isso. trago iJqui minhas ho­menagens e meu apoio à política que V.ExlJ. vem impri­mindo no setor de energia. em nosso País.

Desejaria saber de V.ExQ se os contratos de risco assi­nados pelo Governo brasileiro Com empresas estrangei­

ras têm produzido realmentc bons resultados e quantoestaríamos produzindo hoje em petróleo. se esses contra­tos nàí) tivessem sido assinados.

Em segundo lugar. gostaria que V.Ex!:! detalh~t"se me­lhor a autowsulicicncia a que chegaremos. ~egundo ex­pressào de V.Ex' por volta de [99.~. isto é. dentro de dezanos.

Novembro de 1983

o SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­ccllos) - Com a palavra o Sr. Ministro César Cals.

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Quero. inicial­mente. agradecer a V. Ex'. nobre Deputado Edison Lo­bão. as referencias que fez ao trabalho que desenvolve­mos no Ministério das Minas e Energia. Estou certo deque fizemos ali. em matéria de energia. uma revoluçãocompleta. cujos resultados são apreciados em todo omundo. Reduzir a importação de petróleo em 40%. em 4

anos c meio de uma nova política é um resultado que ne­nhum país do mundo consegiu. Isso se deve ao apoio doPresidente Figueiredo às nossas posições e também o queé muito importante à adesão da sociedade brasileira.

Quanto aos contratos de risco. na realidade. emboratenham prestado informações sobre uma grande área doBrasil, neste momento nào participam ainda da pro­dução de petróleo. Temos esperança de que as empresasque estão sob contrato de risco na Bacia Sedimentar doAmazonas possam vir a participar na produção de pe­tróleo. mas. neste momento. a participação é nula. So­mente um contrato. na Bahia. tem indicações de quepode ser um campo comercial. Quanto à auto­suficiência. orientamos nossos assessores do Ministériode Minas e Energia no sentido de que. nesta fase final doatual Governo. adotassem um rumo que pudesse ser se­gLJjdo ou pelo menos indicasse o caminho a que poderálevar a atual política energética do Brasil. Na hipótesesde um crescimento do Produto Nacional Bruto de 5.5%ao ano e também de que nossos trabalhos de prospecçãopudessem agregar, cada ano. cerca de 400 milhões debarris de petróleo à reserva já existente. Conforme essashipóteses. chegaremos a uma produção de um milhão debarris por dia. no ano de t993. E mais. na hipóteses da­quele crescimento da economia brasileira, de cinco emcio por cento ao ano. o consumo de derivados de pe­tróleo chegaria a um milhão e meio de barris por dia. Sevamos produzir um milhão e queremos importar zero, osSOO mil seriam ou serão sem dúvida substituídos pelo gásnatural. 200 mil barris por dia. Aí está o grande campode Juruá. numa indicação de que o número não é exage­rado: o carvão mineral. de que temos grandes reservas,100 mil barris por dia. E nesses quatro anos começamosum programa de carvão mineral. transformando umaatividade que não era econômica numa atividade econô­mica. Já estamos com 40 mil barris por dia. em substi­tuição ao petróleo. Em 10 anos. 100 mil não seriam umnúmero exagerado. A eletricidade. a eletrotermia, 60 milbarris por dia. e. no programa que começamos no anopassado, jú estamos em mais de 20 mil barris por dia.Neste ano. 60 mil: portanto. também não é um númeroambicioso. O álcool. 60 mil barris por dia. E sabe V. Ex"que o álcool praticamente substitui 90 mil barris por dia.neste rnomento. Não é também um programa ambiciosoaumentar apenas 60 mil barris por dia de áleool. Osóleos vegetais - e aqui foi falado sobre o ólco de dendê- 30 mil barris por dia: o xisto. 30 mil barris por dia. Ejá iniciamos a primeira usina industrial do xisto e outras,como energia solar, bagaço de cana, casca de arroz, ma­deira. 20 mil barris por dia. São os números. númerosque são exeqüíveis.

De modo que foi dentro desta hipótese que pudemos

ter. vamos dizer. a ousadia de anunciar uma possibilida­de de auto-suficiéncia no ano de t993.

o SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vasconce­

los.) - Com a palavra o nobre Deputado José Genoíno.

O SR. JOst GENOINO (PT - SP. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente. Sr. Ministro, Srs. Deputados.eu gostaria de fazer basicamente cinco perguntas. A pri­meira delas seria: neMes últimos dias, segundo os jornais,as ações da PETROBRÁS, na Bolsa de Valores. subi­ntm~ tiveram uma valorizaçào à base de 25%. e. segundoos mesmos jornais. isso se deve 1:1 indícios da descobertado novo poço petrolífero no litoral paraense.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção!)

Gostaria de levantar aqui duas questões ao Sr. M inis­tro das Minas e Energia.

Considerando a situação de recessão por que passa aeconomia brasileira. temos nesse caso, duas possibilida­des: uma delas é a de esse~ investidores já terem conheci­mento da dimensão do novo poço de petróleo. no litoralparaense: e a segunda. a de que estaremos diante de al­guns loucos, que investem em ações tão valorizadas, emlima economia profundamente recessiva.

A segunda pergunta se refere a uma das maiores minasde potássio. situada em Carmópolis. no interior de Sergi­pe, e que pertence à PETROBRÁS. Até hoje a PE­

TROBRÁS não tirou de lá um quilo de potássio, quandosabemos tratar-se de algo muito importante para o de­senvolvimento da agricultura.

O que o Sr. Ministro tem a colocar sobre esta questào?Terceira pergunta: o Profes:;or - porque é chamado

assim - Heitor Ferreira Aquino. que acabou de ser de­mitido do Palácio do Planalto - lá já estava há noveanos - volta à PETROBRÁS. como funcionário, comum salário que. segundo o Correio Braziliense, seria porvolta de sete mil dólares. Segundo o mesmo professor.ele nào volla ocupando o lugar de ninguém na empresa.Isto é verdade. e o Professor. como é chamado. reccbia omesmo salário quando estava executando o cargo de Se­cretário Particular da Presidência da República'!

Quarta pergunta: por que. diferentemente de outrasempresas estatais. como o Banco do !Brasil. os funcio­nários cassados por atos institucionais e depois anistia­dos, voltaram a estas empresas, e, no caso da PE­

TROBRÁS. estes trabalhadores não foram reintegra­dos':

E a últíma pergunta. Sr. Ministro: acompanhei de per­to os episódios da greve de Puulínea e ·da Campinas, emS::ío Paulo. Em vários momentos das negociações com adireção da PETROBRAS. o Sr. Presidente daquela em­presa revelava certa intransigência, como colocou aqui oDeputado José Eudes. Chegou até a. ameaçar fechar a re­rinaria e demitir todo o mundo. para acabar com aquelagreve. Houve um momento em que as negociações pare­ciam prel'tes a sair, mas os próprios jornais informaramque () Presidente da PETROBRÁS. seguindo a orien­tação c a articolação direta da cúpula do Conselho de Se­gurança Nacional. resolvia ter uma atitude intransigentecom relat;ào aos petroleiros em greve. PresGncici, porexemplo. na rcfinaria dc São José dos Campos. quandoestava em greve, a impossibilidade de cu c outro Deputa­do entrarmos naquela refinaria, porque os trabalhadoresestavum praticamente presos e nilo se imaginava que ti

direção da PETROBRÁS fosse de um autoritarismo tãoviolento com relação aos seus trabalhadores. Eu pergun­taria ao Sr. Ministro sobre essa questão; que tipo de par­ticipação, concretamente, ele teve nos episódios relacio­nados com a política da PETROBRÁS para essas duasgrandes greves a de Paulínea c a de Mataripe, na Bahia.porque. na mesma época, os jornais publicavam que adireção da PETROBRAS tinha grandes desentendimen­tos com o 81'. Ministro das Minas e Energia. Não se su­bia se a direção da PETROBRÁS estava ou não subordi­nada ao Ministro das Minas e Energia ou se estava dire­tamente sunordinnda ao gabinete dos chamados Minis­

tros da Casa do Palácio do Planalto. Só isso.

O SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - Tem a palavra o Sr. Ministro César Cals.

O SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Quero informara V. Ex'. nobre Deputado José Genoino. que as ações daPETROBRÁS. segundo os jornais. subiram recentemen­te. Acredito que esses investidores confiam na atividadeda empresa: confiam no trabalho de seus têcnicos e aténa maneira con.servadora com que e!lses técnicos anun­ciam os resultados. Tivemos. nesses últimos dias, duasnotícias que ma pareceram muito importantes para omundo do petróleo. A primeira. novos poços descober-

Terça-feira IQ 11867

tos na Bacia de Campos. mostrando que aquela Baciaainda não foi totalmente identificada. Nós podemos terali mais petróleo. Um dos poços colocados em produçãoteve uma vazão excepcional para o Brasil. 13.800 barrispor dia.

O segundo se refere, conforme V. Ex~ diz, nuo só aopoço I-PAS-II. que está em teste. mas a ter sido desco­berto o alinhamento de ocorréncias entre Belém e SãoLuís. O poço I-PAS-t I. situado a 220 quilômetros dacosta do Pará. apresenta um óleo 41" API. um óleo deboa qualidade.e uma profundidade média de 4.300 m. Oconhecimento do reservatôrio só será possível apôs con­clusüo dos testes de longa duração que estão sendo efe­tuados no poço. A produção inicial não foi muito impor­tante e. dada a distáneia e os mares revoltos. não indica­va ser comerciávei: era de 168 m·l/dia, o que daria emtorno de 1.000 barris por dia. Mas. depois de acidificado,fraturada a rocha e com muita estimulação. o poço pro­duziu uma vazão de 3.200 barris por dia. o que deu indi­caçào de que pode ser um campo comerciúvel e de gran­des dimensões. Acredito que essas foram as razões prin­cipais por que os investidores da Bolsa procuraram asações da PETROBRÁS. Quanto a Carmópolis, eu que­ria dizer a V. Ex' qoe o projeto de potássio Taquari­Vassouras. dimensionado para uma produção de 600 miltoneladas/ano de cloreto de potássio. potássio fertilizan­te. deverá entrar em operaçào no próximo ano.

Em 1985. o projeto já permitirá a produção dc cercade 300 mil toneladas de potássio. o que eorresponde acerca de 30% da demanda interna. A PETROMISA estátrabalhando fortemente nesta mina de potássio e serú aprimeira lavra de potássio no Hemisfério Sul. Quantoaos dados do Pro f. Heitor Aquino. funcionário da PE­TROBRAs. não os tenho neste momento. Remeterei aV. Ex~ através do Presidente da Câmara. Com referênciaàqueles que foram anistiados e não foram rcintegrados ã

PETROBRÁS. o Ministério das Minas e Energia procu­rou estudar o aS5unto. caso a caso, através da sua Con­sultoria Jurídica e. de acordo com a Lei da Anistia. paraa reintcgração. era necessário primeiro que a PE­TROBRÁS reconhecesse que haveria lugar para o traba­lho do funcionário: c, segundo, qoe suas qualificaçõestécnicas estivessem de acordo com o atual estágio de de­senvolvimento da PETROBRÁS. No longo tempo emque esses funcionários estiveram cassados, até a anistia,os quadros da PETROBRÁS foram preenchidos. e mui­tos não ficaram atualizados na sua competência técnica,de maneira que foi muito pequeno o número dos reinte­grados, mas iodos os. aposentados Foram de acordo comos direitos da legislação.

O Sr. José Genoíno - Sr. Ministro. só um detalhe: eos novos cargos que são criados pela PETROBRÁS? APETROBR/\S não teria condições de adaptar prolissio­nalmente estes funcionários'! Pergunto: nào se trata deuma segunda punição política sobre estes funcionários.coisa que nào ocorreu em outras empresas estatais, comoo caso do Banco do Brasil?

O SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Eu poderia di­zer a V. Ex' que caso a caso foi estudado e caso a caso foiinformado. E alguns funcionários, mesmo depois da pri­meira negativa da PETROBRAs, foram aproveitados:poucos, mas foram estudados caso a caso.

Quando à pergunta de V. Ex' sobre minha partici­pação na recente greve de funcionários da PE­

TROBRÁS. que deu como conseqüência a demissão. eudiria a V. Ex" que tão logo a greve se manifestou comogreve politica - porque não era uma greve em função dereivindicações dos trabalhadores, dos operários - o Mi­nistro das Minas e Energia pediu ao Ministro do Traba­lho que a declarasse ilegal e se afastou do assunto. A par­tir daí. a grave era assunto do Ministério do Trabalho edo Conselho de Segurança Nacional. Eu. de fato. nãotive participação nenhuma nessas decisões. porque a gre­ve nào era assunto do setor de energia.

11868 Terça-feira 19

o Sr. José Genoíno - Mas. Sr. Ministro. a greve dospetroleiros era contra um decreto que vai ser votado ouapreciado nesta Casa. o Decreto-lei n? 2.036. e não comoo Governo e V. Ex' reafirmam. uma greve política.

o SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - A Mesa deseja participar dos debates para in­formar ao nobre Deputado José Genoíno que S. Ex tl ha­via utilizado anteriormente nove minutos do seu tempo.Fez uma outra intervenção. que a Mesa computou comosendo de um minuto, o que completa os 10 minutos regi­mentalmente atribuidos a V. Ex' Solicito a colaboraçãode V. Ex', para que não se estabeleça o diálogo à mar­gem do Regimento.

o SR. MINISTRO CÉSAR CALS - Informo a V.Ex' que. feito o aviso. o Sr. Ministro do Trabalho reco­nheceu li ilegalidade da gn;vt. por considerá-la de fato

uma greve política.

O SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - Tem a palavra o Sr. Deputado Celso Barros.

O SR. CELSO BARROS (PDS - PI. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente. Sr. Ministro César Cals, Srs.Deputados. o Engenheiro Donald Stuart Júnior. Presi­dcnte da ECISA, publicou no Jornal do Brasil do dia 13.

artigo intitulado "Trés Macrotolices" e, num trecho des­te artigo, escreve o seguinte, a propósito da distribuiçãode dólares concentrados no Banco Central:

"Que fez o Banco Central com os dólares que re­cebeu'? Utilizou-os para pagar o aumento do preçodo petróleo e os correspondentesjuros. Se imaginar­mos que se há 10 anos, quando do primeiro choquedo petróleo. o Brasil tivesse tomado emprestadodólares para pagar apenas o aumento do preço dopetrôleo importado e assim sucessivamente até ago­ra. e se acrescentússemos os juros correspondentesda dívida assim contraída, atingiiÍamos aproxima~

damente o montente de 80 bilhões de dólares. A to­lice. portanto - continua a articulista - foi gastar80 bilhões de dólares consumindo petróleo impor­tando. Enquanto os países desenvolvidos adotavammedidas de contenção do consumo de combustível- alemães e holandeses passaram a usar bicicletas:americanos faziam filas nos postos de gasolina ­nosso Pais. uma ilha de tanqüilidade - entre aspas.como está n" artigo - não sentia o choque do bru­tal aumento de preços do petróleo. E dobrava o fieu<.:on:::unlO de comhustfvel na dt:cadu. enquanto haviaum cre:;cimento de apenas 5 3. 209~, no consumo dospaises desenvolvidos."

Na exposição, V. Ex' consignou, realmente, que houvet:sbanjamento no uso do com bustível derivado do pe­tróleo. e em verdade, em 1978 o consumo médio de pe­tróleo no Pais foi de um milhão e quarenta e quatro milbarris. e a produção nacional, como está na expn~ição deV. Fx~. roi, em média. de cento e sessenta c oito mil bar­ris. com uma dependência internacional na base de oito­cento:, e :-::etenta e oito mil barris.

Realmente, o que se verificou foi uma utilização exces­

siva dc petróleo. E isso, de acrodo com os dados forneci­dos pelo citado articulista. contribuiu profundamentepara o aumento da nOSfia dívida externa.

A minha indagaçào é a seguintc: em que medida a PE­TRüBRAs c0ntrihuiu para o aumento desta divida ex­tcrna no tocantc ao C0nsumo de petróleo" Seria possível,atravês de- uma política de contenção, reduzir sensivel­mente esle nível da dívida externa hojc problema funda­mental da nossa economia c, conscqiicntementc, lamen­uivel situação para os destinos do País'!

O SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - Tem a palavra o Sr. Ministro das Minas eEnergia.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçao I)

O SR. MINISTRO CtSAR CALS - Gostaria de in­formar a V. Ex', nobre Deputado Celso Barros, que apolitica de contenção instalada já no Governo do Presi­dente João Figueiredo - e eu seria pouco sincero se nãodissesse que também concordo em que essa polítíca deeconomia de combustível dcvcria ter sido implantada jáhá alguns anos - trouxe de fato, dificuldades para a so­ciedade brasileira, desde uma estrutura de preços de deri­vados de petróleo que, no começo, procurava inviabili­zar o desperdicio, até o fechamento dos postos de gasoli­na aos sábados e domingos. Sabemos que a classe média,que tinha no seu carro um meio de lazer, sofreu com essamcdida. Passamos a fazer também a fiscalização do usode combustivcl dos caminhões, da regulagem do bico dosinjetores dos motores dos caminhões - Um trabalho for­te de gerenciamento de energia - foram visitadas indús­tria por indústria, verificados os vazamentos, os defeitosnas instalações das caldeiras. cortados todos os com­bustíveis considerados dispensáveis; foram instaladas in­dústrias próximas a minas de carvão, para substituir oóleo por aquele produto; houve um corte do óleo com­bustível nas indústrias de secagem de grãos ou de mi­nérios. Foram adotadas mcdidas de conservação deenergia. É Claro que tudo foi feito levando-se em contaas dificuldade< inerentes ao Bra<il-continente, que temsua civilizaçào à beira das rodovias, e1 dessa maneira,não é fácil a substituição do transporte rodoviário. Masessas medidas fizeram com que o consumo de petróleo.que no início do Governo Figueiredo era de 1.140.000barris/dia, chegasse, neste momento, a 940.000 barris/­dia - portanto, duzentos mil barris/dia a meno<. Aque­les paises já industrializados tiveram 1,5 a 5% de econo­mia nesses quatro anos e meio, enquanto no Brasil redu­zimos o consumo de derivados de petróleo em 20%. Éum esforço muito grande. Estou certo de que esta politi­ca é reconhecida no mundo inteiro. Obtive depoimentosobre isto na visita que fiz ao Oriente Médio, a váriospaíses produtores de petróleo.

Quanto à divida externa, eu ficaria muito feliz ­disse-o ainda hoje na Comissão de Minas c Energia - seacabasse essa síndrome da dívída externa. Acho que oaumento da dívida externa com o petróleo foi correta ­não com a compra, mas com os trabalhos de prospecção.E eu poderia fazer um pequeno cálculo. Ao iniciar-seesse choque de preço do petróleo. quando o barril custa­va três dólares. as reservas de petróleo do Brasil eram deseiscentos milhões de barris. Ao preço de três dólares obarrisl de petróleo. as nossas reservas valiam um bilhão eoitocentos milhões de dôlares. Neste momento. o barrilde petróleo custa 30 dólares, e nossas reservas são dedois lJilhões c duzentos milhões de barris, em petr6leo cgás natural. Isto, vezes 30 dólares, dá sessenta e seis bi­lhões de dólares, o que monstra que o que foi gasto parase descobrirem rescrvas de petróleo foi bem empregado.Esta a tese que defendo.

O SR, PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado MatheusSchimidt.

S. Ex ll está ausente.Concedo a palavra ao Sr. Deputado Nilson Gibson.S. Ex' está ausente.Concedo a palavra ao nobre Deputado Eduardo Ma­

tarazzo Suplicy.

ü SR. EDUARDO MATARAZZO SUPLICY (PT ­SP. Sem revisüo do orador.) - Sr. Presidente, em virtu­de de força maior, precisei otender a uma pessoa que es­tava se sentindo mal, por causa do abafamento c do im­pedimento de as pessoas circularem no recinto da Câma­ra dos Deputados. Sendo a mencionada pessoa do meuconhecimento, precisei retirar-me exatamente no mo­mento em que meu nome foi chamado pura argüir o Sr.Ministro. Indago. pois, de V. Ex', já que não acarretaráprejuízo a qualquer dos argüidores inscritos. se posso

Novembro de 1983

usar da palavra para formular peguntas, assegurandoque elas serão breves.

O SR. PRESIDENTE (Paulino Cicero de Vascon­cellos) - A Mesa reconhece a força maior que subtraiuao plenário a presença do nobre Deputado Eduardo Ma­tarazzo Suplicy e deve até elogiar a nobreza das razõesque inspiraram sua ausência. Mas. contra a força maiorde S. Ex' existe a força regimental a que deve ater-se oPresidente em suas decisões. Como existem mais seis De­putados que nào compareceram e estão em plenário de­sejosos de falar e ante a expectativa da Presidência deque possam falar os Srs. Lideres de bancada, a Mesa la­menta nào deferir a palavra a S. Ex'

Concedo a palavra ao nobre Deputado Geraldo Fle­ming. para uma questão de ordem.

O SR. GERALDO FLEMING (PMDB - AC. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a V. Ex'a concessão da palavra para a questão de ordem. Apenasquero encaminhar ao Ministro César Cals algumas inda­gações, já que S. Ex' não respondeu ao Deputado Oswal­do Lima Filho, de Pernambuco. Eu gostaria de entregá­las ao Sr. Ministro, para que ficasse registrado nos Anaisda Casa.

O SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos.) - Não há questão de ordem a ser respondida.

A Mesa defere a palavra aos Srs. Líderes de bancada.Tem a palavra o Sr. Líder do Partido do Movimento De­mocrático Brasileiro, Deputado Hélio Duque.

O SR. Hf:LIO DUQUE (PMDB - PRo Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Minis­tro, a presença, muito grata para a Casa, do MinistroCésar Cals veio demonstrar, mais uma vez. a inade­quaçào e a superação do nosso Regimento Interno. Cul­pa alguma tem S. Ex', o Sr. Ministro César Cals, mas aprevalecer o que estabelece o Regimento, seria de muitobom tom para a dinamização dos trabalhos desta Casaque doravantc os Srs. J'..finistros não fossem mais convo­cados para comparecerem ao plenário. eis que as Comis­sões Técnicas são os órgàos próprios para essas audiên­cias, por inexistir Já a rigidez. que caracteriza o Regimen­to da Câmara dos Deputados. impeditivo de que aquifloresça um debate que surta elfeitos e alcance os objeti­vos que tanto S. Ex'. o Sr. Ministro, quanto os Deputa­dos procuram, na busca do bem comum, na busca de ser­vir esta Pátria.

A presença do !V1inistro César Cals. hoje, não fugiu aoque se vem presenciando quando do comparecimentodos Srs. iv1inistros ti este plenário. Amparado~ nos ca­suísmos regimentais. esclarecimentos fundamentais aquinão são trazidos. até por que há um mccanismo impedi­tivo de um diálogo concreto. com réplica e tréplica emrelação aos temas tratados, de um aprofundamento dodebate, (1 que seria extremamente estimulante para estaCasa e. por certo, para os Srs. Ministros que aqui ve­nham a comparecer.

A respeito do petróleo e da realidade dramática que oBrasil vive. hoje, no entendimento da Liderança doPMDB; o Sr. Ministro César Cals nada trouxe de novo.Bem ao contrário: reafirmou uma posição excessivamen­te otimista, de que tudo vai bem e deve ficar melhor,quando a sociedade sabe que tudo vai mal c caminhapara ficar pior.

Ora, Sr. Presidente, observamos ainda há pouco aquestão de ordem do Deputado Geraldo Fleming, repre­se:ntante do Estado do Acre, formulada com embasa­mento em estudo elaborado pejo próprio Governo doAcre. governo que tem à sua frente a honrada figura doex-Deputado Federal Nabor Júnior. Queremos.somando-nos à indagação que a qui não póde ser feitapelo Deputado Geraldo Fleming, mas que foi encami­nh"da "O Sr. Ministro César Cals. destRear duas inda­gações. fundamentais para grave problemas que a COil1\1-

Novem bro de 1983

nidade aereana, hoje, está a viver. e que tem na atuaçãodo Ministério das Minas e Energia a culpa mainr para odrama que lá ocorre.

Diz o Deputado Geraldo Fleming:

" ... 0 que pudemos constatar é que uma autorida­de transfere a sua responsabilidade para a outra au­toridade. vinculadas ou subordinadas, muitas vezes,ao mesmo órgão ministerial.

Há meses que o Acre vive uma situação diricilcom a falta total dos d~rivados de Petróleo; pergun­to ao Sr. Ministro Cesar Cals de quem é a culpa: éde V. Ex': do Conselho Nacional do Petról~o ou doMinistério dos Transportes. conforme informou '0

General Oziel, do Conselho Nacional do Petróleo?

Os rcsponsávcis pelos órgãos de abastecimentode derivados de petróleo são quase todos militares.Será que eles não têm conhecimento de que o Terri­tório aereano está inserido na área de SegurançaKaeional' Ou será que a lei de Segurança Nacionalfoi criada apenas pura retirar o direito da livre ma­nifestação de votos dos eleitores de todos so municí­pios de interior do Acre. no que se refere ao pleitopara prefeitos municipais'? Não podemos admitir se­gurança na úrea de fronteira sem combustível paratransportes.

É hora de indagarmos mais uma vez: por que adiscriminação?

Por qu~ o Acre é abandonado. esquecido. relega­

do a plano inferioro"

Essa constatação do Deputado Geraldo Fleming, Sr.Presidente ~ Srs. Deputados. decorre de um fato: é queaquela com unidade está vivendo instantes dramaticos.pela inexistência de combustível para a dinamização desua vida, sobretudo de sua vida econômica.

Ainda em relação ao que o PMDB pôde considerar daexposição do Ministro César Cals, esta foi extremamentelimitada. extremamente carregada de fugas diante de in­dagações pertinentes. como algumas do Deputado Os­waldo Lima Filho. Não conseguimos ouvir respostas àaltura das indagações formuladas ao Sr. Ministro. masrel'Onhecemos que S. Ex" tem limitações muito grandes.até porque. a nosso juízo. e d~ nós para nôs, o MinistroCésar Cals é o titular de um dos mais importantes Minis­térios desta República. Contudo. a nosso juízo, o seuvôo ê muito curto. porque em sua área de atuaçào exis­tem setores que apenas de organograma funcionalsubordin'lOl-se a S. Ex' Assim é em relaçào à I'E­TROBR/i.S. A Nação sabe, Sr. Ministro. que V. Ex'conseguiu, numa performance louvável. dobrar a pro­dução de petróleo do País. V. Ex' defendeu a continuida­de de um grande brasileiro. um grande técnico. o Sr. ar­fila Lima. como Diretor de Produção da PETROBRÁS.Mas o decreto a,;sinado por V. Ex' e pelo Presidente daRepública foi rasgado ;~ prevaleceram as razões do Sr.Shigeaki Ueki. nomeando o DI'. Joel Rennó.

Esta ê uma clara demonstração do conflito latente en­tre a PETROBRÃS e o Ministério das Minas e Energia.Se isso ocorre em relação às questões do petr61eo, não sepode negar que o mesmo existe em relação a ltaipu. quese scdimenta nllma obra em nosso Estado. Não fosse arecessão cconómiGa a partir dc 81. 82 e 83, estariamosnuma situação dramática neste País, porque aquilo queera básico e essencial - c que S. Ex'. o Ministro CésarCals. sabe que estou falando rigorosamente a verdade­que era o "linhão" basico de Itaipu. constituído por seislinhas básicas. para a transmissão da energia a ser pro­duzida. atendendo ao mercado da CESP. de FURNAS,ã r~gião da Zona da Mata de Minas Gerais e ao Rio deJaneiro. Q ··linhào" básico de Itaipu. que deveria estarpronto há cerca de dois anos, está exatamente com umatraso de dois anos c mcio. É uma demonstração clara dequc não existe. da parte do Sr. Ministro. por mais boavontade que S. Ex' tenha. uma ingerência objetiva em re-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçüo I)

lação ãquele que dirige Itaipu, que é o Coronel CostaCavalcanti.

Sr. Ministro. somos autores aqui de requerimentos deinformações qu~ estão afetos à Pasta de V. Ex" Itaipo é oúnico órgão da República que. hoje. estando, oneial­mente. com um custo de quinze bilhões de dólares. deveatingir, a esta altura. dezoito bilhões de dólares, e estáexpurgado de qualquer nível de prestação de contas jun­to ao Tribunal de Contas da União, bastando apenas.para aprovação de suas contas, o visto de um auditor pa­raguaio e de um auditor brasileiro. Tenho o máximo res­peito - c até conheço muitos deles - por grandes pa­triotas paraguaios, com os quais mantenho vinculas atéa nível de interesse, atravês de contrapar'entesco. em re­lação àquele vizinho país, mas quero dizer a V. Ex' que.infelizmente. o povo paraguaio não é o símbolo do que éo Paraguai. Nós. que somos de- uma região de fronteira,conhecemos muito bem que tipo de atuação caracteriza,em relação à malversação de recursos públicos. muitasdas autoridades daquele vizinho país. Sei que V. Ex' cul­pabilidade maior não tem. AWis. diria que tem, pelaomissão. porque. afinal de contas. Itaipu também é umórgão subordinado ao Ministério de V. Ex' Aqui nadafoi falado sobre esse mastodóntico empreendimento e seique o requerimento do nobre Deputado Floriceno Pai­xào é especifico a respeito de temas de petróleo. mas V.Ex' avançou e falou aqui em relação à quest1J.o auríferabrasileira. Poderia té-Io fcito, também. igualmente, emrelação à realidade nuclear brasileira. a esse plano mira­bolante. ciclópico que cstá a responder enormementepela situação de dramaticidade que o Brasil vive hoje.Ainda ontem, no Mermaid Theatre. em torno de Trafa1­gar Square, em Londres, o Brasil participava de um ato~

nesse mesmo teatro que ontem foi de Shakespeare e quehoje é de comédia de baixo nivcl. quando o Sr. Presiden­te do Banco Central encontrou-se com 106 banquciroslondrinos. da city londrina, naquilo que o FinanciaI TimEconsiderou como o dia da caridade pública inlernacio­nal.

Hoje, ao final da última indagação feita aqui, respon­dendo ao nobre D~putado Celso Barros, V. Ex' t~ve

oportunidade de citar algo a respeito da síndromc dadívida externa brasileira. dizendo que ela, a seuj:.tizo. sótrouxe beneficios para a sociedade brasileira. Beneficiospara quem, Sr. ~1inist.ro'? Seguramente, para a sociedadebra::;ileira não roi. Foi para programas mastodônticos eciclópicos de responsabilidade do Ministerio de que V.Ex' está à frente como ilustre titular.

Eu havia enumerado 5 questões. mas, dada a prcmén­cia de tempo, só vou tratar de 3. Nomeei Itaipu. o Acor­do Nuclear e, por último, aquilo que constitui hoje umverdadeiro ato de choque para a sociedade brasileira.que quando tem oportunidade de. ouvir, pelos meios clt;.comunicação, qualquer entrevista do Sr. General Oziel,Presidente do CNP. sobre combustível. se prepara para opior. Quando ele diz que não vai haver aumento nopreço dos derivados do petróleo. a sociedade sabe quevai, e se prepara. Quando ele diz o contrario, a sociedade

sabe que se durá exatament~o inverso. Sào setores afetosà Pasta de V. Ex{l e. a 1105::;0 juizo, nào estou traztmdo ne­nhum atestado de que as oposiçôes s~jam detentoras demaior nível de pnrticipaç5.o do que V. Ex~ Ao contrári01

todos procuramos lutar pelo bem-estar comum da Pá~

tria. rvlas (] que lamentamos é que TV". Ex~, Sr. f\.-tin.istroCésar Cals, que aqui hoje;;: se fel prt:_sente, relrate o que éo organograma do Minrstêrio das Minas e Energia. poisé um Ministro que ocupa mas não dirige efetiv"ment~ascoisas do Ministério das Minas e Energia deste raís.(Palmas.)

o SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - A Mesa vai deferir a palavra ao nobre Lider doPDS. Deputado José Lourenço. Antes. deseja observarao plenârio e a S. Ex' o Sr. Mini,tro. que, nos termos doRegimento, está cessada a parte reservada aos debate~,

tanto que o parágrafo 8' do art. 270 estabelece; "'É licito

Terça-feira I ç 11869

aos Líd~res. após o término dos debates. usarem da pala­vra por 10 minutos, sem aparte". Assim. se S. Ex', o Sr.Ministro. se interessar, como manda o Regimento. pode­rá postar-se na primeira bancada da Casa e, ao cabo dospronunciamentos dos Srs. Líderes de bancada. a M~sa

lhe deferirá a palavra para uma mensagem final ao Ple­nário.

Tem a palavra o Sr. Deputado José Lourenço. S. Ex'dispõe de 10 minutos.

o SR. ,1OSlt LOURENÇO (PDS - BA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, Sr. Minis­tro das Minas e Energia, não esperávamos qualquer elo­gio - o que, aliâs, seria um comportamento praticamen­te inédito n~sta Casa - ao trabalho que V. Ex', Sr. Mi­nistro das Minas e Energia. vem realizando. Seria inéditose a Oposição elogiasse o trabalho de um Ministro de Es­tado, porque o comportamento da Oposição é. na suageneralidade. de crítica constante ao Governo. Não háacerto. não há medida, não conheço um fato sequer quepossa merecer, por parte da Oposição. o elogio desta tri­buna. As vez'~s, num momento de arroubo, num momen­to de maior espírito de fraternidade. de convivência, umou outro Deputado da Oposição. numa conversa amiga,elogia este ou aquele comportamento do Governa. Mas,desta tribuna. é difícil. quase impossível arrancar-se deum homem da Oposição um elogio a um trabalho queconsideramos da maior importância. como o que V. Ex'realiza à frente da Pasta das Minas e Energia.

Sr. Ministro, como afirmei na indagação que fiz a V.Ex''. não hit dúvida alguma dos muitos acertos que esteGoverno tem praticado. Não podemos negar, e a Casanão negara a V. Ex' - estou certo de que a Oposiçãotambém assim pensa. mas. por conveniência política.não afirma - que no setor de V. Ex' existem de fato vi­tórias que temos que proclamar e anunÍcar à Naçãocomo da maior importância e da maior valia para a vidanacional.

Cnticam-se o preço da gasolina, os preços dos com­bw;tiveis, de um modo geral~ mas não se diz que pro­duzíamos, há cinco anos. 160 ou 170 mil barris de pe­tróleo c hoje atingimos os 400 mil barris diários, c temosem meta. a curto prazo. atingir dentro de um ano, os 500mil barris diários de petróleo.

Não se diz que hoje somos o País que mais produzenergia alternativa, no caso do úk:ool, coh1 uma pro­dução de quase 100 mil barris por dia: não se diz que nosetor de energia fóssil investimos. neste período. quase 7bilhões de dólares; nega~se à Naçào que investimos, nosetor do alcool. quase 4 bilhões de dólàrcs. aplicados ex­elusivamente dentro do Pais. gerando empregos e evitan­do a saida de divisas, cuja importáncia para a vida nacio­nal conhecemos. A Oposição não lem avaliado. porquenão deseja, c porque não quer. o nosso avanço no campoda mineração, nos mais diversos setores da mineração doPaís. que tornam hoje conhecido o Território Nacionalsob os aspecto:! da mineração e dw; reservas minerais.Somos Inoje - e temos consciência di5S0 - um País pra­

ticamenl<: auto-suficiente em todos os minérios. Nãosabíamos disso há pouco tempo, mas. graças a projetosespecíficos do IvIinistério das Minas e Ent:rgia~ como oProjeto RADAM - se não estou enganado. pois nãosou especialista no assunto - sabemos hoje onde temosradium e cobre, sabemos quais as reservas e as dimen­sões dal'O reservus de Carajás, uma riqueza que dentro depouco ir" contribuir, sem dúvida. com significatica im­portância para nosso balanço àe pagamentos e para anossa balança comercial. E se nega também isso porquesempre se tem que negar tudo. Serâ que não haverá ummomento sequer em que possamos encontrar-nos unsaos outros. deixando de lado as siglas que nos afastam enos dividem, para dizermos a uma só voz, à Naçào:"Não. o setor das i\linas e Energia vai bem, como os ou~

tros setores da vida nacional". Vai bem e existem con­quistas que têm que ser assinaladas, como estimulanieaos próprios homens que conduzem o setor.

11870 Terça-reira 19 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Novembro de 1983

e) o servidor com maior tempo de serviço na Câm a­

ra dos Deputados.Ar!. 7" Suspende-se a contagem do interstício para a

percepção do Incentivo, noo períodos a seguir especifica­

dos, do servidor que sofrer as seguintes penalidades:a) advertencia e repreensão: I ano:b) suspensão (com ou sem conversào em multa):

- atê 5 dias: 2 anos- de 6 a 3 dias: 3 anás- de 9 a 15 dias: 4 anos- de ló a 20 dias: 5 anos- acima de 30 dias: 3 anos:c) destituição de função: \O anos.Parúgrafo único. Os ~ervidores que já estiverem per­

cchcndo o Incentivo. se incorrerem nas faltas discrimina­

"as. permanecerão posicionadas nas faixas respectivaspelo me,mo período de tempo estabelecido neste artigo.

Ar!. 3" Ocorrendo a hipótesc de o servidor a quc serefere o artigo S'.J. *10• estar posicionado. pelo tempo deservi~o em faixa superior àquela decorrente de sua indi­caça0. na forma do Anexo I, prevalecerá a percepçào do

I neentivo ao Mêrito Funcional pela faixa de maior valor.aplicando-se-Ihe o ct;,;posto no *3" do mesmo artigo.

Arl. 9" 1\ percepção do Incentivo de que trata este

Ato independente de designação, cabendo ao Departa­mento de Pessoal comunicar o direito, automaticamente,ao Departamento de Finanças. assim como as alteraçõesfuncionais supervenientes.

ArI. 10. A Diretoria Geral determinará a execuçãodos levantamentos necessários ti implantação do Incenti­vo de que trata este Ato.

Ar!. 11. Na primeira aplicação, dispensado O in­terstício e a proporcionalidade estabeledda no art. 6'"deste Ato. a Mesa da Climara dos Deputados promoverúde imediato a inclusão de servidores nas faixas do Incen­tivo ao :'vlérito Funcional de acordo com 3f; seguintesnormas:

I - do~ servidores li qL~e se refere a alínea ·'a" do art.~", na faixa que corresponder ao resultado da soma dopercentual da faixa I e dos percentuais das faixas subse­qüentes a que o servidor tenha direito para cada quatro

anos de tempo de scrviço na Càmara dos Deputados.11 - dos servidore, a que se refere a alinea "b" c o pa­

rtlgrafo únic:o do artigo 21:' na faixa correspondente, es­

pecific:'l.cIa na forma do Anexo r acrescida dC1S percen­

tuais da<i fai\3S subseqüentes a que o servidor tenha di­reito para cada 5 anos de exerdcio. na Cdrnan.1 dos De­putado.c.., em cargo do Grupo - DAS, função do Grupo- DAI Oll equivalente e de Encargo ue Representaçüo

de Gabinete. aplicando-se-Ihe o disposto no artigo 8.deste Ato.

:\rt. 12. Os casos omissos serão disciplinados emImitrução Normativa do Primeiro Secretário.

Arl. IJ. Este Ato entra em vigor na data de suapublicaçào.

Ar!. 14. Revogam-se as disposições em eontrlirià.Sala da, Reuniões. 26 de outubro dc 1983. - Flâvio

Marcílio, 'presidcnte.

Ocupantes de Cargos DAS-6Ocupantes de Cargos DAS-S

, Ocupantes de Cargos DAS-4Ocupantes de Cargos DAS-3Ocupantes de Cargo,,; DAS-2 <: DAS~1

Ocupantes de função DAI·3NS e Encargos de

Representação de Gabinete (Secretârio Particular)

Creio que não será a crítica contundente e permanenteque poderá levar-nos a conquistas maiorcs no futuro, Sr.Prcsidente, Srs. Deputados. A maior alegria que podemexperimentar os homens que fazem da atividade públicasua vida e profissão, aqueles que trabalham no Minis­tério das Minas e Energia, na PETROBRÁS, na Compa­nhia Vale do Rio Doce, nos mais diversos setores de mi­neração doPais, na ELETROBRÁS - que vimos cons­truir, neste período, barragens da maior importância esignficado para a economia da Nação - é o reconheci­mento pelo seu trabalho. No entanto, nega-se tudo isto.Não fosse a recessão em que o mundo se envolveu e daqual, por infelicidade, hoje somos pªrticipantes, certa­mente o quadro seria bem diverso. 1'ão fossem as difi-

culdades causadas pela recessão, e talvez Itaipu hoje esti­vesse contribuindo com sua energia para que a indústria,o comércio,e a agricultura, enfim, todos os setores e.co­nômicos do Centro-Sul pude55em trabalhar. Se nossoProduto Interno Bruto continuasse crescendo como nadécada de 70, início da de 80, a 7%,8% ao ano, certamen­te. a esta altura. estaríamos necessitando da energia deItaipu e Tucuruí. Infelizmente, nenhum futurôlogo pre­viu que o mundo seria envolvido por essa recessão, queconsidero mais grave que aquela da década de 30. Infe­lizmente, os resultados não foram aqueles previstos pelos

planejadores. Temos hoje investimentos no Ministériodas Mínas e Energia que ainda não estão dando sua con­trapartida. em função de empréstimos internacionais quefizemos para esse setor. Mas os investimentos estão reali­zados, e a Nação, a qualquer momento, no instante emque necessitar, poderá utilizar-se das reservas energéticasque temos nos mais difcrentes campos da atividade na­cional.

Sr. Ministro, felicito V. Ex', seus auxiliares e, bem as­SIm, todos quantos trabalham no seu Ministério. Querodizer a V. Ex', em nome do Partido Democrático Socialc, creio, em nome de toda esta Casa, que tcmos a exataavaliação do seu trabalho. O Brasil é reconhecido a to­dos quantos, como V. Ex' engrandecem nosso País comseu trabalho, sUa inteligência e sua dedicação. Estamoscertos de que só assim seremos dignos da avaliação que oPaís faz de nós, de construirmos um futuro digno paraaqueles quc nos sucederão. (Palmas.)

o SR. PRESIDENTE (Paulino Cícero de Vascon­cellos) - A Mesa indaga se algum outro Sr. Líder debancada deseja prevalecer-se do privilégio regimentaldos dez minutos ao final do debate. (Pausa.)

Não havendo mais nenhum Líder que queiramanifestar-se a Tvlesa vai encerrar a presente reunião.Antes, no entanto. deseja manifestar ao Sr. Ministro Cê­sar Cals o agradecimento pela maneira cavalheiresca eatenciosa com que se houve. ao longo de mais de trés ho­ras e meia de debate, procurando responder objetiva­mente a todas as perguntas que foram formuladas. Acre,dita ti Mesa que este comportamento corresponda a umproccsso de fecunda convivência do Poder Legislativo-,de que V. Ex' faz parte, licenciado, para exercer as altasfunções ministeriais - e o. Poder Executivo. Formula­mos votos no sentido de que outras reuniões deste tipo,

que venham a realizar-se na Câmara dos Deputados,possam conduzir~nos ao mesmo grau de conhecimentodas realidades administrativas, econômicas e políticas daadm inistração federal.

MESAATO DA MESA N" 17. DE 1983

Dispõe sobre o Incentivo ao Mérito Fnncional.

A Mesa da Câmara dos Deputados. no uso de suasatribuições. resolve:

Ar!. I' O Incentivo ao Mérito Funcional, instituídopelo art. 7~ da Resoluçlio nq 36, de 19~:U; corresponde à

retribuição pelo desempenho em atividades na Câmarados Deputados.

Art. 2~ Será concedido o Incentivo ao lv1érito Fun­

cionaI a servidores que atendam os scguintes requisitosbúsicos:

a) ser ocupante de cargo ou emprego integrantes doQuadro ou da Tabela Permanentes da Câmara dos De­putados posicionado. no mínimo, há um ano na últimarefcrência de Classe Especial da catergoria Funcional aque pertença; ou

b) ser ocupante de eargo do Grupo - DAS. oufunção do Grupo - DAI ou de Encargo de Represen­tação de Gabinete. exigido. aos servidores cujos cargosnão integrem a última referéncia de Classe Especial, umano de exercício em cargo efetivo ou emprego permanen­te do Quadro ou da Tabela Permanente da Càmara dosDeputados.

Panígrafo único. Os ocupantes de cargos do Grupo- DAS, bem como os de Encargos de Representação deGabinete li que se refere a Resolução n" 24/76. nãoabrangidos na alínea "a", farão jus, igualmente. à per­cepçào do incentivo ao Mérito Funcional desde que te­nham, no mínimo. um ano de desempenho nessas ativi­

dades. na Cámara dos Deputados.Art. 30 () Incentivo ao Mérito Funcional é escalona­

do em faixas de retribuição de I a X a que correspondem.

progressiva c cumulativamente. O percentual de 5% paraas faixas I e X c de 1.5% para as demais faixas.

Art. 49 Para efeito da percepção do Incentivo aol\'1érito Funcional, 05 percentuai~estabelecidos no artigoanterior incidirão, em cada caso. sobre o valor das se­guintes retribuições. de natureza permanente:

a) Cargo DAS:b) Cargo efetivo ou emprego pcrmanentc:c) Cargo efetivo ou emprego permanente acrescidos

da função - DAI:d) Cargo efetivo ou emprego permanente :.u.:rescidos

do Encargo de Representação de Gabinente:e) Encargo de Representação de Gabinete.Art. SI? () servidor que atender ao disposto na alínea

"a", do arl. 2' deste A to, fará jus à pcrccpçào do percen·tual correspondente à faixa I do Incentivo ao i'tléritoFuncionaJ.

~ I" Ocorrendo posse em cargo do Grupo - DASou designação para (l exercício de funçào do Grupo ­DAI ou Enenrgo de Repn=f.>entaçuo de Gabinete. os SCf­

vidl,.lres de que tratam a alínea 'Ib" c parágrafo unico doart. 2':' terào direito à vantagem. na forma estabelecidano A nexo I. ~,omado5 os percentuais das fai'\as anterio-res.

~ ,~o,l E de dois anos o interstício para (I acesso üs de­mais faixas do Incentivo ao f\.'lérito Funcional.

§ J'.' O servidor que perceber o Incentivo ao MêritoFuncional em virtude do disposto no § I~' deste artigo du­rante 5 (cinl.:o) anos consecutivos. não sofrerú decesso deraixa em virtude de alteração. exoneração ou dispensa docargo. funçã" ou encargo de Representação de Gabinete.

~ 49 Em caso do não atendimento ao período de ca­

rencia estabelecido no § 39 deste artigo. o servidor. deixa­rá de perceber o Incentivo ao lvférito Funcional. à ex­ceção daqueles a que se rerere a alínea "a" do artigo 2'.que passarão à faixa a que têm direito em razão do tem­po de serviço.

Art. 61~ () ingresso dos servidores referidos na alínea"a" do art. 29 , na faixa inicial, far-se-á na proporçào de30% ou fração a maior, do total de ocupantes da últimareferencia da Classe Especial da respectiva CategoriaFuncional, observada a seguinte ordem de prioridade:

a) o servidor com maior tempo de serviço na referên­cia:

b) o ,servidor com maior tempo de servi~D na Clu!'iseEspecial:

c) o servidor com maior tempo de serviço na Catego­ria Funcional;

d) O servidor com maior tempo de serviço no Grupode Atividades:

XIX

VIII

VIIVI

Faixas

ANEXO I

Incentivo ao Mérito FuncionalFaixas de Retribuição

Beneficiârios

Novembro de 1933, DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçao!) Terça-feira I? 11871

ERRATADISCURSO DO DEPUTADO WILMAR PA­

US. PUBLICADO NO DCN, DE 14-JI)-83. PÃGI­NAS 10905 A 10907. QUE SE REPUBLICA PORH.1 VER SArDO COM OMISSÕES.

Ocupantes de função DAI-2NS e Encargos deRepresentação de Gabinete (Otlcial de Gabinete)Ocupantes de função DAI-INS, DAI-3NM e Encargos deRepresentação de Gabinete(Auxiliar de Gabinete)Ocupantes de função DAI-2NMOcupantes de Encargos de Representação deGabinete (Ajudante A e B)

A M e5a da Câmara dos Deputados, no uso das atri­buições que lhe confere o art. 136 da Resolução n9 67, de9 de maio de 1962, com a redação que lhe foi dada peloart. I'! da Resolução n' 14, de l' de dezembro de 1975, re­solve designar Roberval Baptista de Jesus, Técnico Le­gislativo, Cla"e Especial, ponto n' 358, e Marcos Antô­nio de Carvalho, Técnico Legislativo, Classe "C", ponton° 1.797, para substituírem, sucessivamente, o Chefe daAssessoria Técnica, CD-DAS-101.3, da Diretoria Geral,em scus impedimentos evcntuais, a partir de 22 de agostodo correntc ano.

Câmara dos Dcputados, 26 de outubro de 1983. ­Flávio Mareílio, Presidente da Câmara dos Deputados.

o SR. WILMAR PAUS (PDS - RJ. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a rota de co­lisão que freqüentemente é anunciada aos quatro ventospelo Brasil afora, entre o Poder Executivo e o Legisiati­vo. deixará de exitir quando este Poder Legislativo, porsuas lideranças, por seus componentes. exercitar o deverindeclinável de eliminar os seguintes artigos da Consti­tuição Federal: art. 55, que estatabeleceu os chamadosdecretos-leis por emendas constitucionais. Inseridos naConstituição esse art. 55, enquanto ele viger este Podercontinuará castrado. porque quem legisla é o Executivo,e O Legislativo apenas dirá f;;im ou não, sem nenhum po­,ler de colaboração, sem nenhum poder de apresentarqualquer tipo de trabalho; porque pelo draconiano art.55 os decretos-leis cntram em vigor na data de sua publi­cação, c mesmo que venham a ser derrotados pelo Con­gresso, seus atos até aquela data terão validade. Isso éuma excrescência que tem de ser eliminada de nossa Car­ta Maior.

Outro artigo fulminante, fundamental para que estePoder seja realmente soberano. é o art. 51, § 39 da Cons­tituiçào. que estabeleceu o famigerado decurso de prazo,

quer dizer, esta Casa legisla às avessas, Ao invés de legis­lar, os Deputados saem do plenário para não dar quo­rum, não exercitam seus legítimos e indeclináveis direi­tos, que o povo lhes delegou por votos. E esse decurso deprazo continua a viger. Esse decurso é nefando, tcm deser extirpado da nossa Constituição.

Há ainda um outro artigo na rota da colisáo entre oPoder Executivo e o Poder Legislativo. É o art. 57, queenfeixa na mão do Presidente da República a autoria detodas as leis que versem sobre matéria financeira. Issoquer dizer que o nosso Poder é castrado na sua base. Senão pode legislar de ncnhuma forma sobre qualquer tipode lei que verse matéria financeira e disponha sobre qual­quer tipo de matéria tributária e orçamentária, é eviden­te que o Legislativo continua;) sombra do Executivo,sem o seu resplt:ndor. sem o seu fulgor. sem a sua

o Sr. Siegfried Heuser - E de sentimento patriótico,também. Veja V. Ex', nós que somos novos nes­ta Casa c não estamos quercndo assimilar aquilo que júde certo modo se tornou convencional nesta Casa - aindiferença às auséncias em plenário, a falta de trabalhonas Comissões - devemos confiar na maioria desta Ca­sa. que foi renovada. Este Poder é agredido diuturna­mente. não apenas tolhendo-se o direito de emenda namaior tarefa que O Legislativo tem, que é a elaboraçãoorçamentária, não apenas sendo a toda hora humilhadocom a expcdiçào dos decretos-leis. E veja V. Ex' que vaialém do texto constitucional, quando se fala nosdecretos-leis em cascata. fazendo tramitar simultanea­mente. mais de uma proposição versando a mesma ma­téria. como, por exemplo. ocorria com o 2.012. o 2.024 elJ 2.045. E já se anuncia - e seria a suprema humilhação.nào para as oposições da Casa. e sim para o PDS, se en­caminhassem a esta Casa - um novo decreto-lei versan­do matéria salarial. Isso iria além de uma ~olidariedade

que se dá inclusive a qucm está em falta. Seria a renúnciado mandato popular por parte do PDS, e além desses as­pectos que V. Ex' está focalizando, passando por terrenoprático e consubstanciado em matéria que este Congres­so vai analisar, o Decreto-lei n9 2.045. Eu desejaria cha­mar a atenção de V. Ex' para um dado talvez de fundoimoral, que nenhum membro do PDS ainda sustentou,condenado por toda a sociedade brasileira, que é da legi­timação de dinheiros mal havidos, consubstanciado noDecreto-lei n9 2,040. Eu confio no PDS que, alimentan­do dúvidas quanto à origem de certas fortunas e quantoao comportamento das comissões de il)quérito da Casa,mas jamais poderemos deixar de confiar no PDS quandose trate de refutar matéria que veio lá do fundo. do âma­go daqueles que têm dinheiros mal havidos e. agora, pa­recendo que o barco vai fazer úgua quercm legitimar es­ses dinheiros. Eu conto com a colaboração dc V. Ex' ho-

Com muita honra, vamos ouvir nosso prezado compa­nheiro c vizinho de gabinete, Deputado Siegfried Heu­

ser.

V. S' A Oposição jamais deverá ter lançado mão dessesinstrumentos denominados espúrios por nós prôprios. Sea Oposição tanto os critica. deles não deveria ter-se vali­do como se valeu. Achamos que esse instrumento é es­púrio e, por isso. assinaremos qualquer proposição quevise a eXlirpá-lo da nossa Constituição. O dispositivoconstitucional. regulamentado pela Lei Orgânica dosPartidos Políticos. Lci n' 5.682, de 1971, c, posterior­mente, alterada pela Lei n9 6.767, de 1979, O chamadopopularmente fechamento de qucstão é outra cxcrcscên­cia que deve ser eliminada. E eu pergunto aos meus pre­zados companheiros. nesta Casa. nôs perguntamos semdiscriminar. sem cor partidária e por que nào nos uni~

mos para derrubar essas excrescências? Só depende denossa atuação. só dcpende de nôs mesmos, Não temosque nos haver com o Executivo, Então, a fragilidade des­te Poder nasce aqui dentro, porque falta-nos a força, agarra e a coragem para tomar esta posição. E aquelesqúe não quiserem tomá-Ia, naturalmente evitarão de as­sinar tais proposições, mas continuarão contribuindopara o aviltamcnto do Poder Legislativo, porque a sobe­rania destc Poder jamais representarão qualquer tipo deagrcssão ao Poder Executivo. A trilogia Executivo, Le­gislativo e .Iudiciário, tão propalada na Carta Maior, tãodecantada por todo o povo brasileiro, é apenas uma ba­leia no quadro atual, pois que este Poder Legislativocontinua aviltado, continua garroteado. e a retomada desua legítima posição só depende de seus membros e demais ninguém. Por que nào fazê-lo'? É a hora e a vez. Porque não tomar esta decisão'? Isto perguntamos a todos oshonrados companheiros, nesta Casa. a todos aquelesque. diariamente, comungam conosco na jornada debem representar o povo que nos delegou este Poder.através do voto, nas urnas.

o Sr. Valmor Giavarina - Nobre Deputado WilmarPalis. é sempre um alento para a bancada do lado de cáquando vê alguém assomar à tribuna da direita, ou me­lhor, do lado direito e se pronunciar..,

o SR. WILMAR PAUS - Com muito prazer, nobreDeputado Valmor GiavarimL

vibração e sem o seu poder, o que é mais grave. É precisoque se tenha a coragem de declarar, pertençamos nós aque partido seja, que esses artigos da Constituição cas­tram esle Poder, eles o aviltam, eles o diminuem, eles ominimizam diante da opinião pública e. acima de tudo.de nossos eleitores e principalmente dc nôs próprios.

o Sr. Walmor Giavarina - V.Ex' aborda um tema damaior importància para a sobrevivência do Legislativo.tão importante que lamento que a grandc maioria destaCasa ainda não o tenha percebido. Basta que retroaja­mos há 2, 3, 4 meses, para ver o que o Governo está fa­zendo em matéria salarial com essa edição subseqüentede decretos-leis, Lembra-se V.Ex' do Decreto-lei n92.012que foi substituido pelo Decreto-lei n9 2.024. Depois, o

Decreto-lei n' 2.024 foi substituído pelo Decreto-lei n92.045, e naquilo que ele não revogou, revogamos nóscom aquela célebre votação, Leio hoje nos jornais quepretende o Executivo enviar um novo pacote, um novodecreto-lei e retirar de pauta o Dccrcto-lei n9 2.045. VejaV.Ex' a gravidade da situação. O Governo edita decretossobre decretos. Quando aqui um decreto está moribun·do. quando o Governo percebe que o decrcto será fatal­mcnte rcjcitado, ele então o retira de pauta e com umapequena alteração. mudando apenas a gravata ou a corda camisa. mudando a sua feição aparente. mantém asua política salarial do arrocho, É muito ruim para esleCongresso Nacional permitir li continuação dessc cxpc­diente. De modo que é necessário que se atente para essa"cascata" dc decrctos com O mesmo objetivo, no mesmosentido. E se amanhã nós derrotarmos, como derrotare­mos se continuar na pauta, o Decreto-lei n9 2.045. S.Ex'o Sr. Presidente da República editará o 2,050, 2.080 etc..sem o mesmo sentido. na mesma direção, alterando ape­nas minúcias, o que, a nosso ver, é lamentável e estaCasa não poderú aceitar. Contamos com O apoio de V. E­x~ e V.Ex!} conte com o apoio da bancada que eventual­mente está do lado esqucrdo.

O SR. WILMAR PAUS - Muito obrigado,

o Sr. Vaimor Giavarina - Nobre Deputado. V.Ex'.que tanto fala da tribuna it esquerda como da tribuna àdireita, permita-me cumprimentá-lo.

o Sr. Valmor Giavarina - Permite V. Ex' um aparte?

o SR. WILMAR PAUS - É apenas uma questão delocalização. nobre Deputado Walmor Giavarina, Nãopodemos merecer de V.Ex', que nos conhece tào bem.essa jogada, no bom sentido, de colocação de direita oude esquerda. Já falamos daquela tribuna à esquerda di­versas vezes e fomos muito aplaudido pelos partidáriosde V.Ex'.

o SR. WILMAR PAUS - Muito obrigado, Deputa­do Valmor Gíavarina, V.Exq. enriquece nosso pronuncia­mento e não poderia ser de outra forma, mas conhecen­do o pensamento e a firmeza das nossas ações, seu apartesó pode coroar o nosso pronunciamento. Agradecemos aV.Ex'

Outro artigo que também julgamos preponderante­mente para que haja, na verdade. a soberania deste Po­der Legislativo é o que traduz o chamado fechamentodas questões, com que se amarra o Deputado, tirandosua liberdade de agir, - aí não vai crítica destrutiva, éapenas uma chamada de atenção - que a oposição tantocomhate. mas remêdio que, também lamentavelmente,

H!'fWfh·j;iriu.,J aha'-

v

IV

III11I

11872 Terça-feira ["

mem de largo espirito público. reiteradamente demons­trado nesta Casa e que me honra com sua amizade.

o SR. WILMAR PAUS - Muito obrigado a V. Ex'.Deputado Siegfried Heuser. A honra foi nossa em ter oaparte de V. Ex', a que sempre lhe será dado, com amaior alegria. Muito obrigado a V. Ex'

Cedemos o aparte - ê costume dizer. na ordem de ins­crição. mas aqui não há ordem, somos democratas. to­dos podem assomar à tribuna de apartes que nós os ouvi­remos com a maior tranqüilidade. Apenas não sabemosa quem dar o aparte em primeiro lugar. Mas o nossoamigo Mozarildo Cavalcanti acenou. concedendo pri­mazia ao nobre Deputado Pedl'O Novaes.

o Sr. Pedro Novais - Nobre Deputado, diz V. Ex'muito bem da ditadura existente do Executivo sobre o le­gislativo. Não sei se V. Ex' mencionou o problema orça­mentário. QUlmdo cheguei V. Ex' já havia iniciado seudiscurso.

o SR. WILMAR PAUS - Mencionamos. É um doscapítulos mais importantes e do qual somos alijados.

o Sr. Pedro Novais - É um dos capítulos de que so­mos alijados da forma mais contundente. Vou mostrar aV. Ex' que esse fato acontece tambêm por culpa do con­gresso.

O SR. WILMAR PAUS - É o art. 57, item IV, daConstituição.

o Sr. Pedro Novais - Despulpe, são os arts. 65 e 66,quc tratam da proposta orçamentária, Pois bem. diz aI.ei 4.320, em pleno vigor. que o Executivo'ê obrigado aenviar ao Legislativo projeto de lei orçamentária. acom­panhado de mensagem de que conste a situação financei­ra do Governo, atuação econômica. os programas de de­senvolvimento do Governo, os saldos de restos a pagar eos compromissos financeiros do Governo, A mensagemque o Executivo encaminha ao Congresso contêm ape­'"'' três páginas e sô en passan! se refere a esses três itens,NilO sabemos aqui quais são os compromissos financei·ros do Gover,no para o exercício de 1984. No entanto, aComissão encarregada pelo congresso de apreciar a pro­posta orçamentária não se refere à mensagem. A Consti­tuiçào é, realmenle, autoritária, mas o Congresso temculpa em parte, porque não faz com que o Executivocumpra as leis executadas no Pais,

o SR. WILMAR PAUS - Queremos agradecer aonobre Deputado, mas a referência que fiz ao art. 57 êperfeita, pois esse artigo se conjuga com os artigos men­cionados por V, Ex'. de números 65 e 66.

O Ar!. 57 diz o seguinte:

"É da competência exclusiva do Presidente daRepública a iniciativa das leis que:

I - disponham sobre matêria financeira;(... ) IV - disponham sobre organização ad-

ministrativa e judiciária, matêria tributária o orça­mentária..."

Portanto os artigos se conjugam perfeitamente.Com muita honra, ouvimos o nobre Deputado Moza­

rildo Cavalcanti.

o Sr. Mozarildo Cavalcanti - Deputado Wilmar Pa­lis, meu aparte será rápido. Apenas quero parabenizá-lopelo discurso independente que faz nesta tarde, aliás, a,ndependência já ê uma característica de V, Ex' Gostariade ressaltar um tópico apontado por V. Ex' que me pare­ce de fundamental importância. com referência à nossaomissão ou à culpa desta Casa do Congresso, quando:ll.:eitamos conviver com esses itens, com esses artigos di­laloriais ainda existente na nossa Constituição, e não nosunimos para fazer valer a força que temos, legitimamen-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

te emanada do povo, Gostaria. portanto, de dizer a V,Ex' que é muito importante trazer à análise todos essesartigos e outras tantas leis menores, igualmente autori­táriàs, para que a Nação saiba que, no PDS, existem De­putados qlJe não se conformam com essa situação, Maisimportante ainda. nobre Deputado, é que nos unamospara corrigir distorções, pois temos os poderes neces­súrios para assim provar.

o SR. WILMAR PAUS - Isso dependerá apenas denós, Agradecemos.ao nobre Deputado Mozarildo Cavai.canti. Damos o aparte, com prazer ao nobre DeputadoAgnaldo Timóteo,

O Sr. Agnaldo Tim6teo - Nobre Deputado WilmarPalis, até o final da legislatura passada, esta Casa foi pal­co e auditório de verdadeiras barbaridades, Aqui decre­tos e projetos não sei se foram aprovadas ou se determi­naram que se os aprovassem, muita coisa foi feita nestaCasa que hoje inúmeras pessoas devem contestar, inclu­sive Deputados do PDS. Não vejo. absolutamente, ne­nhuma indisciplina ou contestação do ilustre Deputadoao seu partido; apenas uma discortância, é tempo de ten­tarmos alterar alguma .coisas nesta Casa. já que. atê oano passado. aqui havia uma pressão muito grande paruse aprovar as proposituras. Era quase que uma determi­nação do Executivo, É hora de nos unirmos, Oposição eSituação. para melhorar as coisas que realmente prejudi·cam a Nação, É hora de tentarmos mudar tudo isso, Evi­dentemente, lemos que contar com a ajuda e a partici­pação dos Deputados do partido do Governo,

O SR. WILMAR PAUS - Agradeçemos ao nobreDeputado Agnaldo Timóteo e complementamos seuaparte. repetindo o que dizíamos no inicio de nossa fala:só depende de nós mesmos, A fragilidade deste Poder ad­vém deste próprio Poder. pelos seus componentes. quenem sempre exercitam seus legítimos deveres, atravês dadelegação que o povo lhes deu, de chamar a si o encargoda retomada dessas prerrogativas. que são inalienáveis,Isso não é feito, e a responsabilidade é deste próprio Po­der, através de seus componentes. Esta e a verdade, quetem que ser dita, O Poder Executivo não tem ingerênciaaqui para tomar uma posição efetiva, para que não sai­bamos fazer a extinção desses artigos da Constituiçãoque acabei de citar. que são atê um atentado contra estePoder. Não é possível que se legisle ao contrário. atravésda falta de quorum quer dizer. o Deputado, ao invês deexercitar seu legitimo direito e dever, deixa o plenário,para poder aprovar determinada matéria. Em vez de vo­tar, ele abandona o Plenário e não dá 33quorum 3 .1. Éuma vergonha para nós mesmos a continuidade de talinstrumento, O Deputado não pode dispor sobre leiqualquer que verse sobre matéria financeira, Quer dizer,ele não tem possibilidade de ser o autor de nada. Atêquanto isso vai continuar? O Deputado é fechado numacamisa-de-força. por dispositivo constitucional, regula­mentado por lei, de que ele não terá liberdade, se o seupartido fechar questão, Ele deixa de ser Deputado, paraser um cinturado, um amarrudo, Lamento que a Opo·sição se utilize desse instrumento, que advém do períodoautoritário, instrumento que reputamos também de eX­crescência .

Concedemos o aparte ao nobre Deputado DjalmaBassa.

o Sr. Djalma Bessa - Deputado Wilma'r Palis, V, Ex'conhece a história politica do mundo e sabe perfeitamen­te que o Legislativo já foi o grande Poder; invadiu a áreado Executivo. conseguindo várias de suas prerrogativas,Mas, no curso da história, o Executivo foi readquirindodireitos e mais direitos e hoje, evidentementc, ê o grandePoder no mundo, Essa observação em nada quer justifi­car internamente os dispositivos a que V, Ex' ~e referiuaqui no Pars, porque acompanham a situação históricamundial. Tem razão V, Ex' quando acha que essas alte-

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rações dependem tão-só, única e ex.clusivamente, de nós,Congressistas, do Poder Legislativo, Sabe V, Ex' que, naLegislatura anterior. tivemos. ·numa Comissão, um tra­balho destinado a estudar nossa Carta Magna, ..

o Sr. WILMAR PALlS - A Emenda Marcilio,

o Sr, Djalma Bessa - Sim, a Emenda Marcílio. pararestabelecer as prerrogativas parlamentares, É verdadeque nem tudo foi conseguido, mas alguma coisa ficou.

o SR. WILMAR PAUS - De positivo. nada, nobreDeputado, porque a emenda nem foi vetllda,

o Sr. Djalma Bessa - Foi. Excelência.

o SR. WILMAR PAUS - No final, não houve con­cordância entre Oposição e Governo, Se V. Ex' nos per·mitir esse debate amistoso, não houve conseqüência ai·guma, pois, no final da Emenda Marcílio, houve uma co­lisão entre a Maioria e a Minoria e nada foi votado. E fi­cou como dantes no quartel de Abrantes."

o Sr. Djalma Dessa - Na legislatura anterior. foramfeitas vári~s modificações que ampliaram as prerrogati.vas parlamentares,

o SR. WILMAR PAUS - Mas as essenciais. não.nobre Deputado,

o Sr. Djalma Be.sa - V. Ex' pode admitir que não fo­ram feitas todas, que não foram alcançadas as essenciais.

o SR. WILMAR PAUS - Todas, não. Permita-me.nobre Deputado Djalma Bessa: mas não foi feita nenhu­ma essencial. Perdoe-nos V, Ex' V, Ex' é meu fidalgoamigo.

o Sr. Djalma Bessa - Posso, de memória, lembrar aV. Ex~ uma l já que V. Ex~ se referiu essencialmente aodecurso de prazo e esclarecer a V, Ex' que antes, quantoterminava o prazo. o projeto era considerado aprovado.E foi em face de uma emenda constitucional que se intro­duziu a nova regra.".

o SR. WILMAR PAUS - As dez sessões.

o Sr. Djolma Bessa - ... de o projeto prosseguir du­rante dez sessões,

o SR. WILMAR PAUS - Mas a essência é a mes­ma, nobre Deputado, Mudaram a cor do vestido, ...

o SI', Djalma Bessa - Não estou contestando V. Ex'

O SR. WILMAR PAUS - .. ,mas o corpo da mulherficou o mesmo.

O Sr. Djalma Bessa - Não estou contestando V. Ex'

O SR. WILMAR PAUS - O corpo da mulher ficouo mesmo. Mudaram apenas o vestido.

O Sr. Djalma Bessa - Não estou contestando V. Ex'.nem V. Ex' me está contestando. Estou dizendo que algofoi feito, V, Ex' admite que não foi O essencial. Tambémadmito que não foi o essencial. Mas aiguma coisa foi al­cançada. Então. é apenas uma observação porque quan­do o Congresso Nacional entende de fazer uma modifi­cação, ele a faz. Portanto. é...

O SR. WILMAR PAUS - Perfeito.

O Sr. Djalma Bessa - ... atentar-se para li experiênciaanterior t: prosseguirmos.

O SR. WILMAR PAUS - Nobre Deputa,lo DjalrllllBessa, agradecemos a V. Ex' o aparte, De forma "I"um",jamais serínmos desairosos com V. Ex\!, que só 111l;;fcce a

Novembro de 1983

amizade de todos. Apenas queriam di/er que. na essên­cia, nada se modificou. O decurso continu:.l vigente.

Ouvimos II nohre Deputado Denisar Arneiro.

o Sr. Denisar Ameirn - Nobre Deputado Wilmar Pa­lis, V. Ex!;! nào rode imaginar com LJ.uealegria. satisfaçãoe orgulho mesmo. ouço o ."eu prununciamenlo, Primeiro.

porque tem demonstrado. nesta Casa. ser um Deputadoindependcntc. scr um homcm dc falar aquilo quc pensa.aquilo que sente e aquilo qu.; adw dirt:ito. E, em segun­do lugar. por pcrtencer ao meu [swdo, o Rio de Janciro.tenho certeza de que (I jl(lV(l flumincnfie. quando para cán enviou, I) fez sabendo que V. Ex::' seria uquele mesmoParlamentar que foi, duran(edozc ano~;, no Rio de Jand­

f{l. Mcus parabéns.

o SR. WILMAR PAUS - Agradccemos a V. [xc' oaparte. nobre Deputado Denisar Arneiro. És~mprc comgrande alegria que ouvimos o apartc d~ V. Ex", como.certamente, os dns dcmai:i companhe.iros, que sobremo­do nos honram.

l'\'las, Sr. Presidente. D(:putado Paulino Cícero, atual­

mente, o Congresso Nacional - e vamos concluir, aten­dendo (] aceno d~ V. Ex'! para O final do tempo - é inca­paz de dar lima única contribuição. em termos de ma­téria financ~ira e de distribuição do orçamento daUnião. Vamos repetir, all.uaI111el1t~, o Congresso Nacio­flal é incapu.l de dar uma única conlribuir.;ào, em termosde matéria financeira ~ de distribuição do orçamento daUnião. Que mais prel..:isaríamos dizer para demonstraronuc :.;c encontru ü C(mgr~sso na trilogia Executivo, lc­gislativo. Judicil,rio'! (Palmas. O orador é cumprimenta­do.)

ERRATA

DISCURSO DO DEPUTADO WlLMAR PA­LlS. PUBLICADO NO DCN DE 20-/0-83. PÁGINA11210, QUE SE REPUBLlCA POR HA VER SAl­DO COM OMISSOES,

o SR. WILMA R PALlS (PDS - RJ. Pronuncia o se·guinte discurso.) - Sr. Pr~.,idente, 81's. Deputados, umdos aspectos mais deprimentes. em qualquer <:idade, é a'~xistência de obras inacabadas. com pendências judiciaisque se arrastam por décadas inteiras. Não só o lado vi­su~1 resulta prejudicado. como tambêm acontece a possi­bilidade de ficarcm comprometidas as estruturas dasconstruções. expostas ao relento por tantos anos segui­dos.

Que o digam os habitantes de Niterôi. cidade queapresenta o status de ex-Capital do Estado do Rio de Ja­neiro, mas onde os transeuntes tem a vista agredida, dia­riamenk. pelo estado de abandono em que se encontramvária!'> obras. entre as quais, dua:; da maior importância,amba.'; destinadas a reparti'~ões do Poder judiciário.

lima delas é um prédio de 13 andares, situado na Ave­nida Amaral Peixoto, ou mais precisamente, na Praça daRepública. cuja construçào já conta 12 anos. e se desti­nava. inicialmente. ao Palácio da JUotiça do antigo Esta­do do Rio de Janeiro.

A outra, entre tantas obras abandonadas, é O '"esque­leto" situado na Rua Visconde de Sepetiba, o qual tinhaa especial destinaçào de servir corno sede para o EgrégioTribunal Regional Eleitoral.

Nestas condições. uma tomada dê posiç~lo se faz ne­cessária por parte das autoidaLie::; competentes que de­vem intervir para apressar o deslinde do impasse criado

há tanto tempo. e que permanece sem solnção à vista.Motivos para Esse posicion;lITJ~nto não faltam. a co­

me<:ar pelo fato de que o Fórum da cidade hú muito nãocomportar fisicamenh~ todos os :lctores do Poder Judi­ciârl j ) de Niterói, Hú qu~,gc 20 anos o pcsGoal que lraba­lhn nl)S órgàos da justiça nikroien::;e o faz nas piores con­di,,'üe:;, por fula de espaço, falo que obriga a sua dcscen­lraliznçào por vários locais diferentes.

mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção !)

Sr. Presidente, só há duas soluções para obras assimparalisadas. Ou bem se termina a construção, caso o exa­me das estruturas revele que elas apresentam a necessáriasegurança. ou. então, que se determine sejam demolidosos prédios inacabados, para que outros sejam construí­dos, sem os vícios originários da situação anterior,

Em am hos os casos é preciso acabar com o impasse.Hú que sair da imobilização. Para isso, se Ifaz imperiosa aintervenção do Poder Público. ali, porque as obras públi­cas custam o dinheiro dos contribuintes.

O povo do Estado do Rio de Janeiro merece melhorconsideração por partc das autoridades. Sobretudo queo dinheiro do Erário seja aplicado eom retorno mais rá­pido. em obras quc, d~ fato. sejam concluídas no devidotempo, e não fiquem, como as já citadas, jogadas aoabandono, numa demollfitraçào inequívoca da malver­sação do bem público.

Tambúm deve ser destacado que a centralização dosserviços judiciários, num só prédio, contribuirá para me­lhor racionalização do trabalho. do que resultará maiort.::elerídade no andamento dos processos.

Exortamos aqui. da tribuna da Câmara Federal, as au­torid"des para uma tomada de posição que por deverlhes compete, a fim de que seja apressada solução para asobras de Niterói, destinadas ao Palácio da Justi(;a c aoTribunal Regional Eleitoral.

ERRATA

DISCURSO DO DEPUTADO CELSO PEÇA­NHA. PUBLICADO NO DCN DE 27-10-83, QUESE REPUBLlCA POR HA VER SArDa COMO/'llSSOES.

-iJ o SR. CELSO PEÇANHA (PTB - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, um exí­mio pescador dc águas profundas e firme rcalizador detarefas difíceis é este Sr. Roberto Marinho, que assiste,nesta tarde. ã reunião da Cámara dos Deputados em suahomenagem. Nele. já Mauro Sanes via o jornalista e oempresário que sempre conviveram harmoniosamente.Como empresário. há de se ressaltar que nesta hora difí­cil para o País não dispensou, ap'~sar das dificuldades fi­nanceiras que todas as empresas atravesam, nenhum dosseus empregados, cerca de oito mil companheiros nagrandiosa tarefa de fazer comunicação.

O Homem de Visão de 1979 receberá, no próximo dia21 de novembro, como Presidente e Diretor-Geral daRede Globo. o mais importante prêmio oferecido pelaAcademia Nacional de Televisão, Artes e Ciências norte­americana, porque se destacou mundialmente nesse fun­damental meio de comunicação, que é a televisào.

Trata-se do Prêmio Emmy. que corresponde ao Oscardos cineasta;.;, conferido como homenagem não só a pro­dutores de programas que se destacaram no mundo, nossetores de documentários, dramas artes tradicionais, ar­tes populares e programas infantis, mas também fi execu­tivos que se projetaram internacionalmente, dando umacontribuição decisiva ao progresso da televisão.

O prémio intituladQ "Directorate Award" é que foidestinado a Roberto Marinho. Ele mereceu o voto unâ­nime dos 49 membros do Conselho Internacional daAcademia. integrado por representantes das principaisredes de tele·visão do mundo e reunindo excepcionaisproflssinnais de inúmeras áreas, desde produtores a pro­gramadores e distribuidoreR.

:\irais do que uma homenagem. a entrega da láurea aRoberto Marinho, no jantar que o Conselho Internacio­nal da i\cadêmia realiza. anualmente, em Nova Iorque. éum prêmio que faz justiça ao esforço, tenacidade~ criati­vidade e idealismo, qualidades que se reúnem , todas, nafignra do Presidente da Rede Globo.

O Sr. Roberto Jefferson - Parabenizo V. Ex" nobreLíder do PTB. pe1aju,ta homenagem que presta ao jor­nalista Roberto Marinho. E quero enfü.tizar uma parte

Terça-feira I? 11873

muito importante do seu pronunciamento: na minha ma­neira de ver. nobre Deputado Celso Peçanha. a grandehomenagem prestada a Roberto Marinho está no co­ração dos homens que, junto com ele. construíram aRede Globo e o seu sucesso. Todos eles, no jornal, na te­levisão. no rádio, têm no jornalista Roberto Marinhoum amigo. Como V. Ex' bem frisou. são 8 mil homensque. apesar da crise, mantêm-se por uma política huma­na e abrangente do seu Presidente, Roberto Marinho.nos seus cargos e funções. E não há ninguêm dentro dasOrganizações Globo que possa dizer que, num momentode amargura, de dificuldades, de pressões até mesmopolíticas, tenha sido abandonado, esquecido ao léu oudesamparado pelo Presidente da rede. Além do mais,deve-se enfatizar que Roberto Marinho ê mais umjorna­lista humano do que um grande empresário que sô en­xerga o lucro e as finanças. Parabéns a V. Ex', DeputadoCelso Peçanha. Parabenizo, também, Roberto Marinhopelo modo humanitário com que trata seus funcionários.

O SR. CELSO PEÇANHA - Enfatizou V. Ex',nobre Deputado Roberto Jefferson, um aspecto dosmais distintos da vida do empresário e jornalista Rober­to Marinho, qual seja o de distribuir benefícios entre to­dos os que estão ao seu lado, os seus companheiros detrabalho. os funcionários cuja simpatia tcm conquistadoao longo de sua extensa vida de jornalista.

Segundo as palavras de Mr. Raymond Timothy, Presi­dente do Conselho Internacional da Academia Nacionalde Televisão, Artes e Ciências. Roberto Marinho rece­beu "a aclamação irrestrita dos executivos de todo omundo, por seus esforços pioneiros e bem-sucedidos nãoapenas no campo da televisão, mas, a rigor, em todas asáreas da moderna Comunicação".

Sim, porque o sistema Globo é formado hoje por de­zoito emissoras de rádio, que alcançam praticamentetodo o País. por uma rede de televisão, pela FundaçãoRoberto Marinho. destinada a fins culturais, e pelo jor­nal O Globo, o embrião de todo esse imenso complexode comunicações.

Muitos não sabem que o jornal O Globo, inauguradoem 29 de julho de 1925, foi entregue à responsabilidadede Roberto Marinho 21 dias depois, devido ao faleci­mento de seu pai. Irineu Marinho. seu fundador. Tinha ojornalista, então, apenas 20 anos, e sonhava com o fimdos vícios da Primeira República, almejando a implan­tação, no País. de uma democracia autêntica, acompa­nhada pelo progresso econômico e social.

Foi através do jornal que Roberto Marinho definiu,desde o início, sua trilha, perseguida ininterruptamenteaté os dias de hoje - a de expressar a vida da comunida­de, de maneira autêntica, jornalística e devotada,

Durante todo esse período foi defensor intransigenteda dignidade da pessoa humana e da liberdade de im­prensa, sendo mesmo um dos poucos executivos brasilei­ros ligados ao jornalismo que se insurgiram contra o cer­ceamento da informação. E continua a defendê-la até osnossos dias. época em 'Iue está em andamento a chama­da "abertura democrática".

Basta lembrarmos uma palestra sua proferida na Co­missão de Comunicação desta Casa, em junho passado.onde dizia:

"Como homem de imprensa. acredito que todainformação, desde que seja verdadeira, preserve ointeresse público e respeite os direitos humanos, nãopode ser criminosa. Por conseguinte, antes de sepensar em punir quem revela a verdade, deve-se pre­ver a pena de quem a oculta".

E prosseguiu:

'"A circunstância de que os jornalistas se acham,no cumprimento de suas atividades, sujeitos a de..núncius t sanções penais estahelecidas indistinta­mente pelo Código Penal de 1940, pela Lei de Im-

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prensa - Lei n' 5.250, de 1967 e, finalmente, pelaLei de Segurança Nacional - Lei n' 6.620, de 1978- representa um tratamento discriminatório que,além de atingir a dignidade de nossa profissão,constitui uma nódoa de imprecisão, subjetivismo earbltrio na legislação brasileira."

Ouço o Deputado João Agripino.

O Sr. João Agripino - Acompanho a vida de RobertoMarinho desde 46, quando cheguei como Constituinteno Rio de Janeiro. Revelou-se um grande sucessor de seupai, dirigindo com muita eficiência e independência o seujornal O Globo. Estendeu a sua rede empresarial ao rá­dio c à televisão. Ao final de sua carreira de grande jor­nalista, dedicou-se a obras filantrópicas; uma delas, re­centemente, em favor do Nordeste; e outras, através daFundação Roberto Marinho. É, portanto, um empre­sário que merece ser seguido no seu exemplo, que doaparte do que tem a bem da coletividade.

O SR. CELSO PEÇANHA - Gratíssimo a V. Ex'pelo aparte. É a voz do Nordeste que se incorpora aomeu discurso para exaltar a obra de Roberto Marinho.homem que tem projetado o País no exterior.

Ouço com prazer o Deputado Osvaldo Melo.

O Sr. Osvaldo Melo - Deputado Celso Peçanha, inte­grando a bancada federal do Estado do Pará, tambémbeneficiado pela transmissão da Rede Globo de Televi­são, através de uma possante emissora, a TV Liberal, fi­liada da Rede Globo, queremos aproveitar este breveaparte para associar-nos às suas palavras nesta justa ho­menugem quc ora prcsta a Roberto Marinho e à TV Glo­bo.

O SR. CELSO PEÇANHA - Gratíssimo a V. Ex'pelo aparte:

Durante todos esses anos, Roberto Marinho partici­pou ininterruptamente de todos os caminhos trilhadospor "O Globo", trabalhando em seu gabinete no prédiodo jornal, na rua Irineu Marinho, 35, no Rio de Janeiro.Foi só em 1944 que inaugurou sua primeira emissora, aRádio Gloho, buscando melhor equipamento e a melhorprogramação.

Quando a TV Globo foi ao ar no Rio de Janeiro, a te­levisão já existia no País desde 1950, e foi preciso travarárdua batalha para se fixar na então Capital do Brasil.Nova luta foi a entrada do sinal da rede em São Paulo.Para isso, foi adquirida uma emissora de baixa audiênciae com instalações qualificadas como, urerra velho".

Como se vê, as organizações Globo são o resultado deum prolongado e obstinado esforço profissional dessehomem extraordinário que é Roberto Marinho e quecontou, naturalmente, com a competéncia e dedicaçãode vários proflssionais que permitiram, sob sua lide­rança, atingir esse alto padrão de qualidade existente emtodos os setores do imenso complexo.

Concorrentes poderosos foram superados graças àcriatividade, ao empenho e à inovação implantados nojornal, nas emissoras de rádio e nos canais de televisão.A seriedade impôs respeito ao público e, com a aquisiçãodos melhores equipamentos para cada setor da organi­zação, foi possível atingir, aos poucos, a liderança nasaudiências.

A associação da TV Globo e outras emissoras, que aela se filiaram, resguardando as suas respectivas autono­mias, permitiu à Rede levar a sua programação a prati­camente todo o Brasil.

o Sr. Mílton Reis - É mais do que justa, nobre LíderCelso Peçanha, a homenagem que os partidos políticos,através de suas representações parlamentares, prestam,no Grande Expediente da Câmara dos Deputados, a Ro­berto Marinho, pois que vemos em S. S', a um só tempo,o jornalista ilustre, o empresúrio vitorioso e o filantropoque, através da Fundação Roberto Marinho, vem permi­tindo que no Brasil, e em particular no meu Estado Mi­nas Gerais, muitas obras de arte que se estavam esv~indo

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

no esqueeúnento, possam ser recuperadas. Ainda ontem,estando com o Governador Tancredo Neves, S. Ex'pediu-me que igualmente trouxesse a esta tribuna a suapalavra, a sua homenagem a Roberto Marinho, quandovem de receber da Academia Nacional de Televisão, Ar­tes e Ciências, dos Estados Unidos, o cobiçado galardão,o famoso Prêmio Emmy, por tudo quanto a Rede Globovem realizando. Portanto, nosso aplauso às Liderançaspoliticas pela justa homenagem a essa grande figura debrasileiro que ê Roberto Marinho.

o SR. CELSO PEÇANHA - Alegra-me incorporarao meu discurso o pronunciamento de V. Ex'. que é o deMinas Gerais.

Mas quero ressaltar um aspecto na obra da Rede Glo­bo, aquele que diz respeito à Educaçào.

Hoje, por exemplo, o Telecurso 2' Grau, a cargo daFundação Roberto Marinho, em convênio com a Fun­dação Padre Anchieta, é transmitido simultaneamentepor 48 emissoras e 10 estações educativas, de proprieda­de estatal.

Por sua vcz, o Tclecurso l' Grau, lançado recentemen­tc pela Fundação Robcrto Marinho, cm convênio com aFundação Universidade de Brasília e com o MEC, é di­fundido por 48 emissoras de televisão e mais de 800 cs­tações de rádio, levando o aprendizado e a cultura aosrecantos maís longínquos da nossa Nação.

Creio ser possível afirmar que a Fundação RobertoMarinho é o coroamento de toda uma vida dedicada àcomunidade: que começou por meio da informação, danotícia, e que agora procura contribuir decisivamentepara a educação do nosso povo, utilizando para esse fimtoda essa imensa teia de comunicação.

Trata-se, mesmo. de uma das mais bem equipadas or­ganizações do setor no mundo. Para prová-lo, basta ape­nas citar o Centro de Documentação da Rede Globo,criado em 1976, que utiliza modernos computadores eflistemafl.

Graças ao RRD - Registro de Recuperação de Do­cumentação, que funciona ininterruptamente, é possívellocalizar de imediato dados técnicos e resumos de textosarquivados, num acervo formado por trezentos mil do­cumentos. Outros sistcmas menores dedicam-se especifi­camente à área da telcvisão e à informação mais ampla,abrangendo assuntos relevantes das áreas técnicas e cul­turais.

Esse sistema de processamento de dados garantiu aelevada qualidade de cobertura dos Jogos Olímpicos deMoscou. em 1980, e pcrmitiu, em 1982, por ocasião dofalecimento da cantora Elis Regina, que fossem lançadasedições extras do "lornal Nacional". e que fosse geradoum programa especial sobre a sua carreira. Igual traba­lho foi realizado na é.poca do atentado ao Papa JoãoPaulo lI, quando, em poucos minutos, foram ao ar ima­gens e fatos sobre a vida do Sumo Pontífice, complemen­tando as edições noticiosas.

A preocupação com a qualidade do equipamento êequivalente à dispensada à qualidade da programação. Efoi assim que a TV Globo conquistou o mercado exter­no. Atualmente exporta programas para mais de 90 paí­ses das Américas, Europa, Ásia e África, entre telenove­las, teledramas, seriados, musicais e esportivos.

Sr. Presidente, qual o Deputado que, ao visitar a Eu­ropa, não ficou encantado ao ouvir pronunciamentoselogiosos à obra da TV Globo naqueles países? Na Itália.orgulhei-me por ouvir de técnicos de televisão, de jorna­listas famosos, expressões de elogios à nossa Pátria,sobretudo pclo trabalho desenvolvido pela TV Globo.

O Sr. Paulo Guerra - Permite-me V. Ex' um aparte'?

O SR. CELSO PEÇANHA - Pois não.

o Sr. Paulo Guerra - Ilustre Deputado. temeridadeda minha parte fazer Uma intervenção no pronunciamen­to tão brilhante de V. Ex' Mas, na realidade, a voz que se

Novembro de 1983

levanta neste instante representa o extremo Norte destePaís, o Território do Amapá. Aparteio V. Ex' para teste­munhar o trabalho da Rede Globo de Televisão, na pes­soa do seu eminente dirigente. Porque lá, no rincão maisextremado da Pátria. temos a Rede Amazônica de Tele­visão, o Canal 6, que é filiada à Rede Globo. Ela temprestado relevantes serviços à Pátria e especificamenteao nosso Território. Congratulo-me com V. Ex'pelo bri­lhantismo e pela oportunidade do seu pronunciamento eme associo às homenagens que tão justamente são pres­tadas a este grande vulto do nosso País e dessa televisãoque muito tem contribuído para o nosso desenvolvimen­to.

O SR. CELSO PEÇANHA - Agradeço o aparte deV. Ex'. que com muito prazer insiro em meu pronuncia­mento.

Tem o aparte o nobre Deputado Farabulini Júnior.

o Sr. Farabulini ~únior - Não posso deixar encerrar­se o brilhante discurso de V. Ex' sem que dele participeao mcnos por um minuto. É brilhante a fala de V. Ex',nestc instante. e se rcfere a um dos homens deste paísque, na verdade. tem prestado largos serviços à Nação,destacadamentc na desenvoltura do sistema cultural.através da educação de massa, como bem diz V. Ex' E êneste ponto. exatamente considerando este aspecto, quedesejo, como professor militante. ressaltar a figura dohomenageado, o Jornalista Roberto Marinho, que põe àdisposição da população brasileira os seus canais de tele­visão para levar aos mais recônditos locais do Brasil, atéàs favelas, onde se encontre um aparelho de televisão, di­vulgando e transmitindo assim a cultura, o ensinnmentoe a substância do mais importante, quc é a preparaçãodessa juventude, para que diminuamos, no tempo, aquantidade de pessoas brasileiras que não sejam alfabeti­zadas. Parabéns a V. Ex' c aos Deputados que encami­nharam a proposição no sentido de homenagear Rober­to Marinbo.

O SR. CELSO PEÇANHA - Quando V. Ex' falouem educação de massa lembrei-me que na redação do OGlobo foi criada, em 1940. a Orquestra Sinfônica Brasi­leira, e que o Projeto Aquárius tem lcvado a música eru­dita a milhares de pessoas em todo o Brasil.

Continuo. Sr. Presidcntc.Graças a esse esmero. em 1981 o Prêmio Emmv de

Arte Popular foi destinado ao musical."Vinícius paraCrianças ou Arca de Noé", produzido pcla Rcdc.

O chamado "padrão globo" ê nada mais do que o re­conhecimento dos elevados níveis de transmissão da em­presa, obtidos com a mais moderna maquinaria. Super­produções são vistas por mais de 70 milhões de brasilei­ros e por cerca de 80 países, divulgando assim imagensdo nosso País no exterior.

A preocupação com a cultura sempre foi uma constan­te em Roberto Marinho.

A Fundação Roberto Marinho, por sua vez, criou nÚ­cleos esportivos em regiões carentes, e dedica-se tambêma campanhas de preservação da memória nacional. pro­movendo a restauração de monumentos históricos que seconstituem património da Nação. Entre outras ativida­des desenvolvidas estâo a edição de livros e discos, for­mação de arquivos microfilmados de pintores como Dja­nira e Portinari, c o incentivo à pesquisa através do Prê­mio Jovcm Cicntista.

Não é de se estranhar, portanto, que Roberto Mari­nho seja hoje, talvez, um dos homens mais bomenagea­dos do País. No Brasil, foi condeeorado mais de duas de­zenas de vezes. e no exterior mereceu essa honra em 14países. Foi nomeado Cidadão Honorârio por 27 cidadese Estados, e nada menos do que 30 turmas de formandoso escolheram como paraninfo ou patrono, desde 1974. Éainda benemérito. benfeitor ou sócio honorúrio de deze­nas de entidades.

Novembro de 1983

Quando, há 20 anos, foi criado o Conselho Internacio­nal da Academia Nacional de Televisão, Artes e Ciênciasdos Estados Unidos, o scu primeiro Presidente, Mr. Ro­bert Howard, declarou que a iniciativa tinha por objeti­vo cstrcitar as relações entre as televisões de todo o mun­do, "para que a troca de idêias contribuísse para o pro­gresso da televisão mundial".

O "Directoratc Award", ê um prêmio destinado a em­presas e personalidades que tenham cooperado relevan­temente para esse objetivo. Anteriormente ele foi entre­gue a Akio Morita, da Sony japonesa, a Sir Huw Wel­don, da BBC inglêsa, a Lord Grade, d~ "AssociatedCommunications" norte-americana, e a Frank stanton,da CBS dos Estados Unidos.

Este ano coube o prêmio ao extraordinário homem decomunicação que é o brasileiro Roberto Marinho. Nomomento final da votação, ele concorria com LeonardGoldenson, presidente da ABC norte-americana, Emílio

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Ascárraga, presidente da Televisão mexicana, e WiliamPawley, antigo presidente da CBS.

Sua eleição por unanimidade faz justiça à carreira deum homem que dedicou toda a sua vida à informação, àcomunicação de massa e à disseminação da cultura e daimagem de seu País no exterior.

Uno-me, com prazer, às homenagens que a Câmarados Deputados presta ao Presidente da Rede Globo deTelevisão, pelos serviços relevantes que há quase 60 anospresta à comunidade brasileira, projetando-a também noexterior.

Permita-me, Sr. Presidente, permitam os Srs. Deputa­dos que ao final eu me dirija diretamente ao jornalistaRoberto Marinho.

Sabe V. S', jornalista Roberto Marinho, que o analfa­betismo constitui um entrave à modernização de um Paíse ao seu desenvolvimento. Há dias, aqui, da tribuna des-

SECRETARIA-GeRAr. L..\ UI:::,:

198 3

REQUERIMENTOS DE INFORNAÇO~S ENCANINHADOS

Terça-feira lo 11875

ta Casa. eu falava sobre o Dia Internacional do Combateao Analfabetismo, e registrava que a UNESCO conside­rava O Brasil como um dos países com maior atraso nestesetor.

A Nação está com cerca de 8 milhões, de crianças, de'7a 14 anos, sem escolas, por que o Governo não abriu asportas dos estabelecimentos escolares a elas. A Nação es­tá com 25.6% de analfabetos. Deixo aqui um apelo a V.S', em nomc da Comissão de Educação e Cultura destaCasa. para que, a exemplo da campanha desenvolvidapela Rede Globo em favor dos nordestinos, façamosuma campanha neste País, capitaneada pela Rede Globode Televisão e por todas as estações de rádio, contra oanalfabetismo, para que esta Nação acabe com esta nó­doa, esta chaga tremenda que a infelicita, a impossibilitade avançar na comunidade mundial e de tornar o Brasilum grande País - sonho acalentado por toda esta ge­ração. (Palmas.)

.'/f)-

1/83

13/83

H/83

AUTOR

JOJ.O HERCULINO

OSVALDO LIMA FILHO

RAYMUNDO ÃSFORA

EMENTA DATA 0,1 REt·/ESSA AO OA3I:::;~':; ":::!. :.;PRE:Slot:,'CI..i D/ 1~·P:05!.1~.i

Solicita info1"maçõt!8 à SEPLAN lJ~bl'~ 0:;1 aWlI1l7ltOfJ

dos pl'.ço. dos d.l'ivado. do pol.,·;;;l.". 0/. !JtJ(·/-~lJ. 01" 09.0J ..""

SoUaita infol'maçõe. ao Sl'. /.JIII1S1'1I0 !,'X1'RAORDI-

NARIO PARA ASSUNTOS FUNDIARIOS aol,,·. " a•• p.jo

d. 150 fami.lias de agflicultor'~1J J~l /llo'al1.Bllda M!!,

lata"~ .m Pllrnambuco. Of. ~'GU-l:'(i~ Ja 18.(}:..:JJ

SoUaita infol'mações à CAIXA I.'COIIOIJrCA FI.'DE'RAL

80brtl finr:Hlaiamilnto na con,gtr·tts:âo ruI PCll'cl'iba.

18/83

23/83

24/83

25/83

35/83

37183

3d/83

FRANCISCO DIAS

OSWALDO LIMA FILHO

RAYNUNDO ASFORA

OSVALDO NELa

FERREIRA MARTINS

CRISTINA TAVARES

SeRGIO CRUZ

SoUaita infol'maçõ•• ao HINIS1"'1I10 Ih\ ,'AZENDA

aobl''' aroI'eoadaçâo de todas Q& Zotel'l:an l'Bali­

.ada. nO Pai•.

SoZiaita informaçõ.. ao MINISTtRIO DA FAZENDA

Bobl'ta a )1QmeSSQ de dóZares par'~ () Ilxtel'·iol' pOV

.mprBsas nacionaia , BbtrangeiraB, em 1980,

1981 • 1982.

SoZiaita i"fol·maçõ... ao MINISTtRIO DA JUS1'IÇA

aob~. projetos Il reoursos paroa a constvução

d. uma pBnit~nc~ária Qm Campina G~and, (PBJ.

Solicita informações ao MEC SOb~B as ob~as do

Pat~imõnio Histórioo ds EeZém do Pará.

Solioita informações ao Sr. MINISTRO EXTRAORDI­

NARrO PARA ASSUNTOS FUNDIARIOS ~obpe a'arl'eaad~

çào p.lo INCRA. no••x.~aiaio. d. 1978 a 1982,

do Imposto Territorial Rural.

SoZiaita i"fopmaçõe. ao INSTITUTO BRASILEIRO

DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL -, IBDF .obl'e o.pro38~o8 ap~ovado8 peZo ó~gão nOB últimosanca.

Solicita infol'maçõ•• ao MINISTeRIO DO INTe­

RIOR 8pbrs o núms~o de mutu&~io8 do Sistema

Financeiro dQ Habitação inc.~dimpZQnte8 nos ú!timo4 S anos.

Of, SGM-394, d. 2•. 08.93

Of. SGM-J95~ dt! 2·1.06.8.1

Of. SOM-5RB, a. 29,08.83

Of. SGM-588. a. 29.08.83

Of. SOM-589. d. 26.08.83

11876 Terça-feira 1g DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

S"l:CRETARI.4-0ERAL D,4 I/E'SA] B 8 3

R"l:QUERJM"l:ilTOS DE INFORMAÇOE3 ENCAMINHADOS

Novembro de 1983

iO/83 EDISON LOSAO

i1/83 SIEGFRIED HEUSER

i2/83 FRANCISCO A~ARAL

i3/83 FRANCISCO AMARAL

i7/83 ALSRCIO DIAS

~8/83 ARNALDO ~ACIEL

55/BJ AIRTON SOARES

57/83 FRANCISCO AMARAL

EME:NTA .D:11'A D..f lf::,'J2!23.1... ;.0 O.,;3!::r':2 C:~·:!. ::.'p~r{;z:JC1.·; v;. .~;?;-;;:':~.;

Solioita info~maçõM. ao MINISTf.RIO DA AGRICUL-TUlJA sobre corntll'CJialização de (ll'l''''~ e f<iijão Dl. SGM-bYl& de 2fJ.OS.t1:>

SoUoi ta info~maçõ•• ao' MJNIS~'t.RIO DA E:A Z!:NDA8obr~ o montante dtlduzido do Impo~to de Renda.

a ~ituZo do crédito finanoeipo anaZi~udo po~

Bmpl'llSas d. capitais naaionais e EJ01' empl'6sas

d. oapital .stFangei~o, Of, SGU-5~2, d. 2Y.08.~J

s~tioi~ i~çõ.a aa BANCO NACIONAL DA liABI

T1tÇ'ÃO sObrfi (lS- ml+.'trlui,p.tQ4- 9",. a'tl'Qflo ~h:W pr'iNJta-

çõ•• da oa.a p~ôpria. Of, SOM-58J, J. ~B.08.S3

SoUoita informaçôMs ao MINIS2'/!IIIU /)0 1111'r.'IIIOI/

~ob". aqui.,iç$il. dC'tlr,tor4J1O. 1',"0 /lN/I Mu últ:f

moe 3 anos, Of. $GIJ."li~: <Iof ·;j~.tJS.~SSolicita informações ao I1INIS~'SlIfQ DOS 2'RANSPO!!.'1'ES SObJ1B o andamento doa tl·a~at}lf.):J drJ pavimiHI-

tapão da BR-3G4, no treoho CuirJbá-l-'.J~,to Vrtlho-

·Abunõ-Rio Branoo, Oj', Slit·J-59u, J" 2',J~.,..Solicita informaçõ.. ao MINISN!IUO /)A L",IU'NDA

sobre a Lot~ria Esportiva Pad~1'~l d a L~to. Of. $~M-~~~'. J~ l~.Oa.~J

SoZ!oi'ta illfo~lIlaçõe. ao MIIIISTellIO fJt', ~""U.'NV ..ISOb1'6 a CCI que apurou i"'Y'rJg.uz.,.J}·1:da~ltJd Y/[l /"'-üima Eaonômiâa Federtal. de Goiácl. 0J', :;L'U-fJJu~ J.J. O.J.IJ.::J,jSolioita informaçãe. ao MINIS2'tRIO DAS MINAS li:

ENERGIA sobra a Conta ~e Reaerva Global de RB-

58/83

59/83

80/83

81/83

62/83

63/83

6i/83

65/83.

';81133

FRANCISCO AMARAL

WALL FERRAZ

OSVALDO MELO

HtLIO DUQUE

CRISTINA TAVARES

FRANCISCO AHARAL

RAYMUNDO ASFORA

RAYMUNDO ASFORA

ALBSRICO CORDEIRO

v.rsão, movim.ntada p.la ELETROBRAs.

Solioita informações aos M1NISTGRIOS DA FAZEN­

DA, SECRETARIA DE PLANEJAMEN2'0 DA PRE'sIDENCIA

DA REPOBLICA e MINISTZRIO DA PREVIDZNCIA E AS­sIs~SNaIA SOaIAL~ sobre o dibito da União para

com a Previdinoia Social.

Solioita info.t'mações ao MINISTeRIO DA AGRICUL­TURA 80b~a a implantação do Pa~qu. NaaionaZ da

Capivara a sm são Raimundo Nonato~ no Piau{.

Solioita info.t'mações ã SECRETARIA DE PLANEJAMEN

TO DA PRESIDZNCIA DA REPOBLICA .0bF' a implant~

ção de T~ólBibuB em Be1ém.

Solioita info~ma9ã.s ao HINISTSRIO DA AERONAUT!CA sobr6 as Db~a8 de ampliação do Ae~opo~to de

Macai J no Estado do Ria de Janeil'o.

So~ioita informaçõ.s ao MINISTtRrO DO INTERIOR

aob~Q a situação jurtdiao-finanaGi~a do Conju~

to R.sidenoial Ypiranga, em R.oifM.

Solioita info~maçõe. ao MINIST~RIO DA PREVIDZN­CIA E ASSISTZNCIA SOCIAL sobro o. débitos omatraso das pr~f~tu~a8 munioipais e Bob~e aoo~­

dos para pagam~nto parcelado.

SoHoita info~maçõ•• ao MINJ'STtRIO DA AGRICUL­

TURA sobre a intepvenção na Cooperativa R~gio­

nato dos Produtores de sioa~ da PaFalba.

Solicita informaçõ•• ao UINISTZRIO 00 INTERIORsobre a pal"alinação das obras .da Barragem de

"Curimatã"a no Estado 'da Pavaiba.

Solioita infoFmaçõ•• ao MINIST~RIO DA INDOSTRIA

E DO COMtRCIO sob~e p~ograma. d•• tinado. a> d.­

s.nvotvim.nto da atividade tUl"tstioa do NOl"dQB­t ••

Of, SOIl-820, d. ~4.]Q.83

Of. SGM-82], de 0~.]0.83

Of, SGM-822, d. 04.10.83

Of. SGM-823, dM 40.10.83

Of. SOM-824, de 04.]0.83

Of. SOM-825, d. 04.10.83

Of. SOM-820, d. 04.10.83

Of, SOM-827. a~ 04.10.83

Of. SG#-828, d. 04.10.83.

Of. SGM-829, d. 04.]0.83

Novembro de 1983

o

117/83

118/83

69/83

70/83

71/83

72/83

73/83

?J/83

AUTOfi

PAULO MINCARONE

RA:lMUNDO ASFORA

OSVALDO MELO

HeLIO DUQUl!'

OSVALDO MELO

FRANCISCO AMARAL

RA:lMUNDO ASFORA

ORESTES ~IUNIZ

DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

SE(;'lI.'ETARIA-GERAJ, DA MESA1 983

REQUERIME"TDS DE INFORMAÇÕES ENÇAMINUA~~

EMEI/TA

Solicita informações ao MINISTeRIO DA FAZENDA.obre os gastos e as aplioações do Fundo PIS/

PASEP.

Solicita informcções ao MINISTeRIO DO INTERIORBobv. as looalidad,g .m que Betão situado8 08

açudes construfdoe neste dov~~no.

SoUoita informaçõ.s ào ~IINISTtRIO DAS MINAS EENERGIA sobre o Projeto da Fábrica Albrás-Alu­

nOl"ts" no Pará.

Solicita informações ã SECRETARIA DE PLANEJAMEN

TO DA PRESIDtNCIA DA REPOBLICA sobre empresas

bl'asi1.fJ1.l'aa aom 8sdlt próp:l'Í-a ou aZugada' no e:r:t!

7';'01'.

SoUci ta informações ao MIN ISTeRIO DO I/11'ERIOR

sobre Projetos BNE-COHAS, no Pará

Solicita informações ao PODER ~XECUTIVO sobre

a composição das d.l.gaç3es oficiais brasileil'QS às DonfQrinaias rnt6rnaoio~ai8 do Traba­

lho prollfO"lt'ida.a pola Organização Intel'naaiona7

do Tl'abalho - OU:

Solioita informações ao MINISTeRIO DO INTERIO~

sobr. inv.~tim€nto8 nas obras dQ abasteaiment&d. água a. João PQBBoa.

Solioita infovma~õ~8 ao MINISTeRIO DA 8AZENDA

.obre o númQl'o de Inatituiçõe~ Finanaeiraa qUG

6stão amparadas peZo Banao CentraZ do Brasil.

Terça-feira I? "877

DriT",l DA- iiE:·!ESEA ,i0 GAEI:::::::: ::::.:~

P'i1.::S:!J~:,'C!A DA .:?~:<3:';':'':

Of. SGM-830, de 0•. 10.83

Of. SGM-831, ds 04.10.83

Of. SGM-832. de 0•• 10.83

Df. SGM-833, do 0 ••~0.83

Of. SGM-835, J. 0•• 10.83

Of. SGM-836, d. 0•. 10.83

Of. SGM-837, de 0•• 10.93

76/83 EDUARDO MATARAZZO SUPLIC:l Solicita informaçõ~s ao MINrSTeRIO DA FAZENDA

sabre a fiscatiaaçáo da8 Instituições Pinanaef

ra., e.pecialmente oom a liquidação da Coroa­Sioaotel.

VII - O SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - Levanto a sessão designan,dopara amanhã a seguinte:

ORDEM DO DIA

TRAMITAÇÃO

EM URGÊNCIA

Votação

1

PROJETO DE LEI N.o 1.659-A, DE 1983

Votação, Em discussão única, do Projeto de Lei n.o 1.6·59-A,d.e 1983, que dispõe sohre a esc{)lha de dirigentes de fundacêes deensino supel'ior e dá outras providências; tendo par·eceres: da

GRANDE EXPEDIENTE

Oradores:

1 - Júlio Martins - P'DS - RR

2 - Luiz Baptista - PMD'13 - ES

3 - Francisco Erse - PDS - RO

Comissã'J de Constituiçií.o e Justiça, pela constitucionalidade. juri­{,,icidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Educação e Cul­tura, pela ap2'ovaçáo, com Substitutivo, com voto em .separado doSr. Rõmu:o Galvão. (Do Poder Executivo) - Relatores: Srs. Ni~son

Gibs{ln e Wall Ferraz.

2

PROJEII'O DE DECRETO LEGISLATIVO oN.o 3e-A, DE 1·9B3

V{ltação, em discussão única, do Projeto de Decreto Legis;ativon.o 38-A, de 1983, que aprova o texto do Convênio Multilateral sobreCooperação e Assist.ência Mútua entre as Direcões Nacionais deAduanas (incluídos os anexos, I, V e XIII), celebrado na cidade doMéxico; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, daComissão !te Economia, Indfutlia e Comércio, pela aprovação. (DaComissão de Relações Exteriores) - Relatores: Srs. José Ribamal'Machado, Nilson Gibson e José Thomaz Nonô.

PRIORIDADE

Votação

3

PARJEOER N,0 2, DE 1983

Votação do Parecer n.o 2, de 1983, que opina, a respeito doOfício Gil?-O-1.926/83, do Sl'.iPresidellte da Câmara, pela alteraçãodo número de membros das C'PI's da "Dívida Externa" e do "GrupoDeHin", entendendo, em conseqüência, como prejudicado o reque­rimento deferido pela Presidência, contra os vostos dos 81'S. Ademir

11878 Terça-feira 19 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1983

Andra:de, Aluízio Campos, Arnaldo Macie~, Egídio Ferreira Lima,João Cunha, João Gilberto, Jorge Oarone, José Melo, José Tavares,!Pimenta da Veiga, Plínio Martins, Raimundo Leite, Theodoro Men­des, Valmor Giavarina, José Genoíno, Ibsen Pinheiro, AmadeuGeara, Jorge Medauar, Wagner Lago, Luiz Henrique, FloricenoPaixão, Walter Casanova e, em separado, do Sr. Gasthone Righi.(Da Comissão de Constituição e JlLStiça.) - Relator: Sr. CelsoBarro.o

4

PROJETO DE RESOLUÇãO N.D 104, DE 1983

Votação, em discussão única, do Projeto de Resolução n.O 104,de 1983, que autoriza o Senhor Deputado Matheus Schmidt a par­ticipar de missão cultural no exteriür. (Da Mesa) - Relator: Sr.Ary Kffuri.

5

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.o 105, DE 1983

Votação, em discussão única. do Projeto de Resolução n.O 10:5,de 1983, que autoriza o Senhor Deputado Rubem Medina a parti­cipar de missão cultural no exterior. (Da Mesa) - Relator: 81'.Ary Affuri.

6

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.o 106, DE 11J83

Votação, em discussão única, do Proj·eto de Resolução n.O 100·,de 11J83, que autoriza o Senhor Deputado Ulysses Guimarães aparticipar de missão ·cultural no exterior. (Da Mesa) - Relator:81'. Ary Kffuri.

7

PROJETO DE LEI N.o 1.711J-A, DE 1983

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.D 1.719-A,de 1983, que modifica a redação do art. 2'.° da Lei n.O 6.334, de 31de maio de 1976, que fixa idade máxima para inscrição em con­curso público destinado ao ingresso em empregos e cargos ·doServiço ,Público; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa;e, da Comissão de serviço Público, pela aprovação, com emenda.(Do Poder Executivo) - Relatores: Srs. Leorne Belém e Gomesda Silva.

ORDINARIA

Votação

8

PROJETO DE LEI N.o 2.078-A, DE 19.76

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.O 2.078-A,de 11J76, que declara de utilidade pública a "Sociedade de Assis­tência Cultural AJ.lchieta", sucessora da "Sociedade de Assistênciaa Menores Dom Bosco" do Ginásio Primavera, com sede em Duquede Caxias, Estado do Rio de Janeiro; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela 'constitucionalidade e juridicidade;e, da Comissão de Educação e Cultura, pela aprovação.

9

PROJETO DE LEI N.o 2.1f}1-A, DE 1976

Votação, em disclLSSão única, do :Proj eto de Lei n.O 2 .1m-A, de1976, que acrescenta parágrafo único ao art. 476 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho; tendo pareceres: da .comissão de Constituiçãoe Justiça pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legis­lativa; e, da Comissão de Trabalho e Legislação Social pela apro­vação. - (Do Sr. Nelson Marchezan.)

10

PROJETO DE LEI N.o 2.103-:A, DE 1976

Votação, em primeira discussão, do projeto de Lei n.o 2.103-A,de 1976, que revigora, por 180 (cento e oitenta) dias, dispositivodo Decreto-lei n.O 194, de 24 de fevereiro de 1967, que dispõe sobrea aplicação da legislação sob!':,) o Fundo de Garantia do Tempo deServiço à.~ entidades de fins filantrópicos; tendo pareceres: da.comissão de Constituição e JlLStiça, pela constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa; da Comissão de Trabalho e LegislaçãoSocial, pela rejeição, contra o voto em separado do Sr. Rosa Flores;e, da Comissão de Finanças, pela aprovação. (Do Sr. Nelson Mar­chezan) - Relator: Sr. João Alves.

11

PROJETO DE LEI N.o 2.183-A, DE 1976

Votação, em diseussão única, do Projeto de Lei n.o 2.183-A, de1976, que reabre o prazo para habilitação ao recebimento dasações de que trata o art. 2.° do Decreto-lei n.O 62, de 21 de novem­bro de 1966; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade, juridicidade, e técnica legislativa; e,das Comi&~ões de Economia, Indústria e .comércio e de Fhlanças,pela aprovação.

12

PROJE'DO DE LEI N.o 2.l97-B, DE 1976

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.O 2.197-B,de 1976, que revoga o art. 11 da Lei n.o 5.890, de 8 de junho de 1973,que altocrou a legislação de previdência social; tendo pareceres: daComissão de Constituição e JlLStiça, pela constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa; e, das Comissões de Trabalho eLegislação Social e de Finança.;;. pela aprovação. Pareceres aoSubstitutivo de Plenário: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legis:ativa; da Co­missão de Trabalho e Legislação Social, p.ela rejeição, contra ovoto em separado do Sr. Del Bosco Amaral; e, da Comissão deFinanças, pela aprovação. - Relator: Sr. Adhemar Ghisi.

13

PROJETO DE LEI N.o 2.224-A, DE 1976

Votação, em disclLSsão úniea, do Projeto de Lei n.O 2.2M-A, de1976, que institui o "Dia do Leonismo"; i,cndo pareceres: da Co­missão de Constituição e Justiça. pela constitucionalidade, juri­dicidade e, no mérito, pela aproval)ão; e da COmissão da Educaçãoe Cultura, pela aprovação.

14

PROJETO DE LEI N.o 2.257-A, DE 1976

Vot~.ção, em discussão única, do Projeto de Lei n.O 2.257-A, de1976, que revoga o art. 605 da Consolidação das L3is c.o Traba.ho;tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons­tituci':llo.Iidade, juridicidade e técnica legislativa. com '3men1a; daG:;mi:,~ão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação, comadoção da ,emenda da Comissão de Constituição e Justiça; e, daComissão de Finanças, pela aprovacão.

15

PROJETO DE LEI N.o 2. 353-A, DE 1976

Votação, em discussão única, do Projeto de L::!! n.o 2.3'53-A, de1976, que equipara as Associações de Classes 2.0S Sindicat<Js. paTa',]S fins previstos no Decreto n.o 57.870. de 25 de fevereiro de 1966,que iDstitui Pr<Jgrama Especial de Bolsas de Estudo; tendo pare­ceres; da C<Jmissão de Cõnstítuicáo e Jmtica rela constituc:ona­!idade e técnica legislativa; e. das Oomissõzs de Serviço Públicoe de Trabàlho e Legislação Social. pela aprovação. - R3lator: Sr.Luiz Henrique.

Novembro de 1983 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 11879

16

PROJETO DE LEI N.o 2.397-B, DE 1976

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.O 2.397-B, de1976, que dispõe sobre a obrigatoriedade de ac~itar inscricão, emconcurso público, de candidato que, não estando de posse dó diplo­mE. do CurEO escolar exigido, possa provar havê-lo concluído; tendorarecerC'3: da Comissão de Constituição ,e Justiça.; pela constitu­cionaJidade e juridicidade: e, da Gomissão de Servi<;lo Público, pelaaprovação. Pareceres às Emendas de Plenário: da Comissiío deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade ethcnica legislativa; e. da Comissã.o de S2rviro Público, pela apro­vação, com subemenda à de n.o 2. (Do Sr. Walber Guimarães.)

17

PROJETO DE LEI N.o 2Aüi-A, DE 1976

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.o 2.401-A, de1976, que dispõe sobre requisitos de segurança para fabricação deveículos automotores, e dá outras providências; tendo par,eceres:da Comissão de Constítuição e Justiça, pela constituci<malidade ejuridicidade, com emenda; da Comissão de Ciência e Tecnologia,pela aprovação; e, da Comissão de Transportes, pela aprovação,com adoção da emenda da COmissão de Constituição e Justiça.(Do Sr. Siqueira C'ampos) - Relatores: Srs. Jarbas Vasconcelos eAntônio Florêncio.

18

PROJETO DE LEI N.o 661-B, DE 1983

Votação, em discussã.o única, do Proj'eto de Lei n.O 661-B, de1983, que dá nova redação ao art. 4.0 da Lei n.O 5.3'71, de 5 dedez;embro de 1967, qu.e autori3a a instituição da Fundação Nacionaldo índio, e dá outras providências; tendo pareceres: da Comissãode Con&tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidadie etécnica legislativa, com emenda e voto em separado do Sr. ValmorGiavarina; e, da Comissão do Interior, pela aprovação, com emenda.Pareceres à Emenda de Plenário: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade e, no mérito, pela rejeição; e, daComissão do Interior, pela rejeição. (Do Sr. Mário Juruna) ­Relatores: 81'S. Otávio Cesário e frma Passoni.

19

PROJETO DE LEI N.o 1. 975-A, DE 1976

Votação, em primeira discussão, do Projeto de Lei n.O 1.975-A,de 1976, que altera a redação do art. 14 da Consolidação das Leisdo Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 50452, de 1.0 de maiode 19'43; tendo pareceres: da Comissão de C:onstituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade e técnica l,egislativa; da Co­missão de Trabalho e Legislação Social, pela rejeição, contra ovoto em separado do Sr. Jorge Moura; e, da Comissão de Finanças,pela .aprovação com emenda. (Do Sr. Francisco Amara1.)

20

PROJETO DE LEI N.o 2.326-A, DE 1976

Votação, em primeira discussão, do Projeto de Lei n.O 2.326-A,de 1976, que deelara de utilidade pública a Sociedade de Assistênciaaos Oegos no Estado do Ceará e dá outras providências; tendopareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com emenda; e, daComissão de Saúde, pela incompetência para opinar &obre a ma­téria. (Do 81'. Gome·s da Silva) - Relator: Sr. Onísio Ludovico.

21

PROJETO DE LEI N.o 2.3'74-A, DE 1976

Votação, em primeira díscussão, do Projeto de Lei n.O 2.374-A,de 1976·, que institui as Comendas Rurais Nacionais e Estaduais;tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com emendas;da Comissão de Agricultura e Política Rural, pela aprovação, comsubstitutivo, contra os votos dos 81'S. Flávio Giovine a PachecoChaves; e, da Comíssão ne Finanças, pela aprovação, com rudoçãodo substitutivo da Comissão de Agricultura e Po,litica Rural.

22

PROJETO DE LEI N.o 2.3M-A, DE 1976

Votação, em primeira discussão, do Projeto de Lei n.O 2.394-A,de 1976, que altera a redação dos parágrafos 4.0 e 5.° do. art. 23da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973, que modifica a legislaçãode previdência social, e dá outras 'providências; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa, com emenda; e, da ComÍBsão deTrabalho e Legislação Social, pela aprovação, contra o voto emseparado do Sr. Vasco Neto.

23

PROJETO DE LEI N.o 2.398-A, iDE 19,76·

Votação, em primeira discussão, do Projeto de Lei n." 2.398-11.,de 1976, que dá nova redação a dispositivos da Consolidação dasLeis do Trabalho, apruvada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 demaio de 1943, e dá outras provinências; tendo parecel'es: da Co­missão de Consttiuição e Justiça, pela constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Trabalho e Legis­lação SOcial, pela aprovação contra 00 voto do Sr. Wilmar Dallanhol.(Do 81'. Francisco Amaral.)

24

PROJEro DE: LEI N.o 2.492-A, !DE 1976

Votação, em primeira discussão, do Projeto de Lei n.o 2A92-A,de 1976, que considera como de efetivo exercicio os afastamentosde servidores públicos e empJ:egados regidos peia CLT, na formaque especifica; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade, pela aprovação, contra o votodo Sr. Jonas Oarlos;e, da C'omissão de Finanças, pela aprovação,contra os votos dos 81'S. Joir Brasileiro, José Ribamar Machadoe, em separado, do Sr. Ruy Côdo. - Relator·es: 81'S. Jairu Maga­lhães e Nry Kffuri.

25

PROJErO DE LEI iN.O 2.529-A, DE 1976

Votação, em primeira discussão, do p-rojeto de Lei n.o 2. 529-A,de 19,76, que acrescenta dispositivo à Consolidação das Leis doTrabalho aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.4152, de 1.0 de maio de1943·; tendo pareceres: da Comissão de COIlBtituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Comissãode Educação e Cultura, pela incompetência para opinar sobre amatéria,. contra os votos dos Srs. Rômulo Galvão e Lygia LessaBastos; c, da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pelaaprovação.

Discussão

26

PROJETO bE LEI N.o 2.231-A, DE 1976

Discussão única do Proje,to de Lei n.O 2. 231-A, de 1976, queacrescenta dispositivo à Lei n.O 5.988, de 14 de dezembro de 19,73,que regula os direitos autorais; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e téc­nica legislativa; e, da Comissão de Educação e cultura, pela apro­vaç'ão. (Do Sr. Adhemar GhisD - Relator: Sr. Jarbas Vasconcelos.

27

(PROJETO DE LEI N.o 2A45-A, DE 1976

Discussão única do Projeto de Lei n.o 2A45-A, de 19'76, quedispõe sobre a resistência de veículos, altera o art. 36 da Lein.O 5.108, de 21 de setembro de 19-66 (Código Nacional de Trânsito)e dá outras providências; tendo pareceres: da Oomissão d,e Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnicalegislativa; da Comissão de Transportes, pela incompetência paraopinar sobre a matél'ia; e, da Comissão de Ciência 'e Tecnologia,pela aprovação, com emendas. (Do Sr. 8iqueica Campos) - Rela­tores: Srs. Octacílio de Almeida e Vingt Rosado.

11880 Terça-feira I g DIÁRIO DO CONGRESSO NAClONAL (Seção I) Novembro de 1983

28

PROJETO DE LEI N.o 2.637-A, DE 19·76

Discu.s.são única do ProjetA) de Lei n.o 2.637-A, de 1976, quedispõe sobre o salário profiBsional dos jornalistas, e dá outrasprovidências; tendo pareceres: da ComiBsão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa;e, das Comissões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças,pela aprovação.

29

PROJETO DE LEI N.02. 716-B, DE 1976

Discussão única do Projoeto de Lei n,o 2. 716-B, de 19·76, quedá nova redação ao § 2.0 do art. 2·24 da Consolidação das Leis doTrabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0 de maio de1943, com as modificações da legislação posterior; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça, pda constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa; e, das Comissões de Trabalho eLegislação Social e de Economia, Indústria e Comércio, pela apro­vação. Pareceres ao Substitutivo de Plenário: da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnicalegislativa; e, das Comissões de Trabalho e Legislação Social e deEconomia, Indústria e Comércio, pela aprovação. - Relatores:Srs. Jairo Magalhães e Vivaldo Frota.

38

PROJETO DE LEI N.o 2. 761J-A, DE 1976

Discussão única do Projeto de Lei n.O 2. 760-A, de 1976, quedá nova redação ao § 3.° do art. 8.0 da Lei n.0 5. 890, de 8 de junhode 1973. que alterou a legislação previdenciária; tendo pareceres:da ComiBsão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade.juridicidade e técnica legiBlativa; e, das Comissões de Trabalhoe Legislação SOcial e de Finanças, pela aprovação. (Do Sr. FreitasNobre) .

31

PROJETO DE LEI N.o 2.8617-A, DE 1976

DiBcussão única do Projeto de Lei n.O 2.86·7-A, de 1976, queintroduz modificações na Consolidação das LeiB do Trabalho, parao fim de assegurar estabilidade provisória à mulher trabalhadoraque contrair núpcias; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legis­lativa; e, da Comissã.o de Trabalho e LegiBlação Social, pela apro­vação.

32

PROJETO DE LEI N.o 1.529-A, DE 1983

Discussão única do Projeto de Lei n.O 1. 529-A, d0 1983, quediBpõe sobre as autarquias profissionaiB; tendo pareceres: da C0­missão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridi­cidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Trabalho e LegislaçãoSocial, pela aprovação. (Do Sr. Siegfried Heuser) - Relatores: 81'S.

João Gilberto e Luiz Henrique.

33

PROJETO DE LEI N.o 2.124-B, D~ 19'79

Segunda discussã.o do Projeto de Lei n.o 2. 124-B. de 1979, quealtera a redação do art. 57 da Lei n.O 3.807, de 26· de agosto de 1961J(Lei Orgânica da Previdência Social), e dá outras providências.(Do Sr. Márcio Macedo,)

34

PROJETO DE LEI N.o 3.523-B, DE 1980

Segunda discussão do Projeto de Lei n.O 3.5·23-B, de 1980, quedetermina a gratuidade de ingresso de menores de 12 anos noslocais onde se realizem competiçeõs esportivas.

35

PROJETO DE LEI N.o 5. 697-B, DE 1981

Segunda discussão do Projeto de Lei n.o 5.69'7-B, de 1981, quedeclara de utilidade pública o COnselho Central da Sociedade de

.são Vicente de Pamo, de Itajubá, Minas Gerais; (I){) Sr. Rosem­burgo Romano.)

36

PROJETO DE LEI iN.o 1.9H3-A, DE 1976

Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 1. 983-A, de 1976, quedispõe sobre a fixação de critérios para distribuição e teto paradespesas da publicação oficial; tendo pal'eceres: da ComiBsão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade; da Comissão deFiscalização Financeira e Tomada de Contas, pela aprovação; e,da ComiBsão de Economia, Indústria e Comércio, pela rejeição. (DoSr. Francisco Amaral) - Relator: Sr. Rurem Medina.

37

PROJETO DE LEI N.o 6·.030-B, DE 1982

Segunda discussão do Proj eto de Lei n,o 6·. 030...;B, de 1982, quedá nova redação ao art. 133 do Código de Processo Civil.

38

PROJETO DE LEI N." 2.196-A. DE 1976

Primeira discussão do Proj eto de Lei n.O 2.196-A, de 1976, queacresc.enta dispositivo ao Decreto-lei n.O 32, de 18 de novembro de1966 que "institui o Código Brasileiro do Ar"; tendo pareceres: daCo~issã.o de Constituição· e Justiça, pela constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Transportes, pelaaprovação, contra o voto em s·eparado do Sr. Nabor Júnior. (DoSr. Alcides Franciscato.)

39

PROJETO DE LEI N.o 2.466-B, DE 1976

Primeira discussão do Projeto doe Lei n.O 2,463-B, de 1976, queautoriza a cremação de cadáveres; tendo parecer, da Comissão deConstituicão e Justica pela constitucionalidade, juridicidade, téc­nica legISlativa e, nó hlérito, pela aprovação. Parecer às Emendasde Plenário: da Comissão de constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade juridicidade, técnica legislativa e, 110 mérito, pelaaprovação da de n.O 1, com subemenda e, r.ejeição da de n.o 2.(I){) Sr. Inocêncio Oliveira.)

40

·PROJETO DE LEI N." 2,456-A, DE 1976

Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 2.456-A, de 1976, queinstitui o "Dia da Telefonista", a ser comemorado em todo o ter­ritório nacional no dia 29 de junho de cada ano; tendo parecer,da Comissão de Constituicão e Justica, pela constitucionalidade,juiidicidade, técnica legisiàtiva e, no' mérito, pela aprovação.

41

PROJETO DE LEI N.o 2.594-A, DE 1976

Primeira discussão do Projeto de Lei n.o 2.594-A, de 1976, queautorIza o INPS a credenciar psicólogos para fazer os examespsicotécnicQs exigidos pelo Código Nacional de Trânsito, e deter­mina outras providências; tendo pareceres: da, Gomissão de Cons­tituição e Justiça pela constitucionalidade e injuridicidade; daComissão de Saúde, pela aprovação; e. da Comissão de Finanças,pela rej eição.

42

PRÚ'.JETO DE LEI N.o 2.603-A, DE 1976

Primeira discuEsão do Projeto de Lei n.o 2.603-A, de 1976, quedeciara de utilidade pública a "Sociedade Civil de BeneficênciaCaeteense - "Santa Casa de Caeté", com sede em Caeté. Estadode rvl1nas Gerais; tendo parecer, da Comissão de Constituição eJusti'~a, peja constitucionalidade, ju.ridicidade e, no mérito, pelai:'.pl'Ovação. (Do Sr. Raul Bernardo.)

Novembro de 1983, DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 1188~

DATA DIA DA SEMANAPROJETO DE LEI N.o 2.63'5-A, DE 1976-

Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 2. 63,5-A, de 19-76, queautoriza os Partidos Políticos a usar os horários de propagandagratuita pelo rádio e pela televisão para instruir os eleitores s-abr-3o ato de votar; tendo parecer, da Comissão de Constituição eJustiça, pela con.stitucionalidade e, no mérito, p.ala aprovação,com Substitutivo. (Do Sr. Henrique Eduardo Alves) - Relator:Sr. Afrisio Vieira Lima.

44

PROJETO DE LEI N.O 2.731-A, DE 1976

Primeira discussão do Projeto de Lei n.o 2. 73-1-A, de 1976, quedeclara de utilidade pública o Cenáculo Espirita "CalSa de Maria"sediado no Recife. Estado de Pernambuco; tendo parecer, da Co­mi8sâo de Con.stituição e Ju.stiça, pela constitucionalidade, juri­dicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela. aprovação. (Do Sr.Sérgio Murilo) - Relator: Sr. Jarbas Vasconcelos.

45

PROJETO DE LEI N.o 2.M2-A, DE 1976

Primeira discussão do Proj·eto de Lei n.O 2.842-A, de 1976, quealtera a Lei n.O 6.179, de 11 de dezembro de 1974, que in.stituiabono previdenciário para maiores de setenta anos e para invá­lidos, estendendo os seus benefícios às q:>essoas que e8pecifica; tendopareceres: da Comis8ão de Con.stituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, contra os votos dos Srs. Alceu Ctlllares, Luiz Henriquee Noide Cerqueira, da Comissão de Trabalho e Legislação Social,pela rejeição; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação. (DoSr. Inocêncio Oliveira.)

46

PROJETO DE LEI N.o 207-A, DE 1983

Primeira discussão do Projeto de Lei n.o 20<7-A, de 1983, quedetermina a menção dos números da Carteira de Identidad-e e doCadastro de Pessoa Fisica nos documentos de Pessoa Física nosdocumentos de protesto de títulos; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, téc­nica legislativa e, no mérito, pela aprovação, com Substitutivo.(Do Sr. Jorge Carone) - Relator: Sr. Mário Assad.

Avisos

CAMARA DOS DEPUTADOS

SECRETAR.IA-GERAL DA MESA

Relação dos Deputados inscritos no Granue ExpedienteNovembl"O/1983

8

9

10

14

16

17

18

21

Terça-f.eira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feita

Segunda-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

Segunda-feira

14:0014:3015:00

14:0014:3015:00

14:0014:301'5:00

10:0010:30H:OO11:3012:0012:3013:00

14:0014:3015:00

14:0014:3015:00

14:0014:3015:00

10:0010:3011:0011:3012:0012:3013:00

14:0014:301·5:00

NOME

Dirceu OarneiroInocêncio OliveiraJ08é Luiz Maia

Ciro NogueiraCid OarvalhoHumberto Souto

Maçao TadanoPaulo MincaroneMozarildo Oavalcanti

Nylton VellosoMilton FigueiredoManuel VianaOscar .AlvesFrancisco AmaralPrisco VianaMilton Brandão

Pedro Novais'Renan CalheirosPaulo Lu.stosa

João Carlos de CarliLuiz HenriqueRaymundo Asfóra

José Oarlos VasconcellosMárcio BrlligaTarcísio Buriti *

Vivaldo FrotaManoel GonçalvesJosé TavaresNasser AlmeidaJoão PaganellaGeovani BorgesLuiz Guedes

Celso BarrosDomingos LeonelliMárcio Santilli

DATA DIA DA SEMANA

14:001.0 Terça-feira 14:30

15:00

14:003 Quinta-feira 14:30

1'5:00

9:3010:0010:30

4 Sexta-feira 11:0011:3012:0012 :3{l13·:00

14:007 Segunda-'Íeira 14:30

1'5:00

NOME

Júlio Martins'Luiz Baptista •Francisco Erse •

Sebastião Rodrigues'Brabo de Carvalho •Bo-rgônio Neto

Salles Leite •Flávio Bierrenbach •Wildy ViannaIbsen Pinheiro •Nylton Alves'Floriceno iPaixão •Lélio Souza'Jorge Viana •

Horácio Matos'Wilmar palis •Orestes Muniz

22

23

25

28

Terça-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

Segunda-feira

14:0014:3015:00

14:0014:3015:00

14:0014:301-5:00

10:0010:3011:00H:3-012:0012:3013:00

14:0014:3015:00

Adhemar GhisiSaulo QueirozNelson Aguiar

Tobias AlvesAntônio AmaralJosé Thomaz Nonô

Ademir AndradeSiqueira CamposGerardo Renault

Ernani SatyroBento PortoRandolfo BittencourtWalber GuimarãesDarcy PassosJosé Moura.Carl08 Mosconi

Jackson BarretoRuben FigueiróJoão Faustino

11882 Terça-feira 19 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1983

* Inscrições automáticas para o mês de novembro, nos termos daResolução n.o 37, de 1979

DATA DIA DA SEMANA

14:0029 Terça-feira 14:30

15:00

14:0030 Quarta-feira 14:30

1'5:00

NOME

Fernando GomesD3a1ma BessaPaulo Borges

Del Bosco AmaralAntônio GâmaraWall Ferraz

Elpitácio CafeteiraHaroldo LimaLu1z HenriqueMarcelo CordeiroMárcio MacedoMário FrotaPaulo Marques

Vlce-Lidere.s

José Carlos VasconcelosLélio SouzaRoberto FreireJuarez BatistaSebastião RodriguesWalmor de Luca

(e1!cala em Plenário)

José Carl08 VasconcelO&Epítácio CafeteiraJorge MedauarMário FrotaJuarez Batista

Dezembro/1983

DATA

1.0

DIA DiA SEMANA

Quinta-feira14:0014:3015:00

PDS

NOME

Luiz Henrique11'loriceno 'Paixão

S.--fetra

V-feira

Hélio DuqueJoão Herrmaruilram SaraivaHélio ManhãesJoão Herculino

Egldio Ferreira LimaLéI10 SouzaSebastião RodriguesMárcio MacedoHaroldo Lima

Lider

Alcides FranciscatoAmaral NettoDj alma BessaEdison LobãoGióla JúniorJoacíl PereiraJorge ArbageRIcardo FiuzaS1quelxa. CamposCelso Barros

Vice-Líderes

4.a -feira

5.a-felxa

6."'-feira

Lider

Egídio Ferreira LimaSínval GuazelliOardoso AlvesCarlos Sant'AnaChagas VasconcelosDel Bo!ICO Amaral

Nelson Marchezan

VICE-LíDERES

Nilzon GibsonJosé LourençoFrancisco BenjamimAugusto FrancoJosé Carl08 FonsecaSaramago Pinheirootávio CesárioAdhemar GhísiAugusto Treiu

(escala em Plenário)

Siqueira CamposFrancisco BenjamimNilson GibsonAdhemar Ghisi

José LourençoJoaci! PereiraGióia Júnior

Edison LobãoAmaral NettoJorge ArbageJosé Lourenço

Djalma BessaRicardo FiúzaCelso Barros

Jorge Arbag,eSiqueira CamposSaramago Pinheiro

PMDB

Freitas Nobre

VICE-LíDERES

Hélio DuqueHélio ManhãesIram SaraIvaJoão HerculinoJorge Medf\U;J.rJoão Herrmann

5."'-feira

'.--feira

Lide!

Nadir Rouet1Sérgio Lomba

VIce-Lideres

2.a-feira

3.a -feira

!.--feira

5."'-feira

6.a -feira

Lider

Celso Peçanha

Ricardo Ribeiro

Gaathone RIghi

Vice-Lideres

2.a-fefra

Sinval Guazzel11Cardoso AlvesMarcelo CordeiroRoberto FreirePaulo Marquea

Carlos Sant'AnaWalmor de LucaLuiz HenriqueDel Bosco AmaralChagas Vasconcelos

PDT

Bocayuva Cunha

VICE-LíDERES

Brandão MonteiroClemir Ramal!

(escala em Plenário)

PTB

Ivete Vargas

VICE-LíDERES

(escala e Plenário)

Novembro de 1983 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

CONGRESSO NACIONAL

Terça-feira IQ 11883

5.a-feira

B.a-feira

LideI'

Irma Passoni

Luís Dulci

Vke-Lideru

Z.a-feira

S.a-feira

S.a-letra

PT

Airton Soares

VIOE-LtDEREIi

(escala em Plenmo)

lVIATÉRIAS &'Ví TRAItHTllÇJiO

I - PROPOSTAS DE EMF2WA A CONSTITUIÇÃO

1

PROPOSTA DE EMENDA li. CONSTITUIÇÃO N.o 15, DE 1982

Revoga a alínea a do § 3.° do artigo 147 da Constituição daRepública Federativa do Brasil, tendo Parecer oral contrário, pu­blicado no DCN de 5-8-82.

I

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.O 16, DE 19&2(Tramitando em conjunto com a de n.O 18, de 1982)

Altera o art. 25, "caput", da Constituição, modificado pelasEmendas Constituciona'jJ n.os 5 e 17, tendo Parecer oral contrárioà. Proposta e à de n.O 18/82, que com ela tramita, publlC8Jclo noOON de 5-8-82.

'.&-fmra

COMISSõES n:CNICAS

COMISSÃO DE COMUNICACÃOReunião: 23-11-83 ..Ho·1'a: 10:nO hPauta: Comparecimento do Sr. Helvécio Gilson, Presidente da

EMBRATEL.* * *

COMISSAO DE EDUCACAO E CULTURAReunião: 8~11-83 -Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Prof. Luiz Pinguelli Presidente da

MID~. '......Reunião: 9-11-83Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Sr. Prof. Gamaliel Hierval, Presi-

dente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras.Reunião: 10-11-83Hora: 10:0D hPauta: Comparecimento do ProL Lafayette Azevedo Pondé,

Presidente do Conselho Federal de Educação.

.. .. ..,COMISSlí.O DE ESPORTE E TURISMO

~eunião: 10-11-83Hora: 9:30 hPauta: Comparecimento dos Srs.: Hélio Smidt, Presidente da

VARIG e Carlos Augusto Guimarães, membro do Conselho Nacio­nal de Turismo. .. .. ..

OOMI88Ao DO INTERIOR

Reunião: 9-11-83Hora: 10:00 hPauta: Comparecimento do Dl'. Hugo Napoleão, Governador

do Estado do Piauí.

* .. *COMISSAO DE SAÚDE

Reuniiíoes: de 22 a 2,5 de novembroHora:Pauta: IV Simpósio Sobre Poli,tica Nacional de Saúde.

.. .. ..COMISSAO DE TRANSPORTES

Reuniões: 8a 10-11-83Pauta: "Seminário Sobre Transportes Rodoviários."

PROPOSTA DE EMENDA li. CONSTITUIÇAO N.o 18, DE 1982(Tramitando em conjunt<J coro. a de n.o 116, de 1982)

Dá nova redação ao caput do art. 25 da Constituição, tendoParecer oral contrário à Proposta e a de n.O 16/82, que com elatramita. publicado no DCN de 5-8-8?

4

PROPOSTA DE EMEl\TDA li. CONSTlTUIÇAO N.o 17, DE 1982

Acrescenta Item ao art. 112, nova Seção ao Capitulo VIII doTítulo I, e renumera os arts. 144 e 14;5. da Constituição Federal,tendo Parecer favoráv-el, sob n.o 57/82-00. publicado no DCN de2-6-32.

5

PROPOSTA DE EMENDA li. CONSTITUIÇÃO N.o 19, DE 1982

Dá nova redação ao artigo 195 da oonstituição Federal, tendoParecer favorável, sob n.O 46/82'-CN, 'Publicado no DON de 25-'6-82.

6

PROPOSTA DE EMEN'DA li. CONSTITUIÇÃO N.o 20, DE 1982

Dá nova redação ao artigo 176, § 3.°, item VI, da ConstituiçãoFederal, tendo Parecer favorável, sob n.O 58/82-CN, publicado noDCN de 3-6-82.

!PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 21, DE 1982

Altera a redação do § 4.° do artIgo 175 da Constituição Fe­deral, tendo Parecer favorável, soh 0.0 63/82-CiN, publicado noDCN de 8-6-82.

II

PROPOSTA DE EMENDA li. CONSTlTUIÇAO N.o 22, DE 1982

Acrescenta parágrafo ao artigo :n da Constituição Federal,tendo Parecer favorável, sob n.O 76/&2-ON. I>ublicado no DCN de26-6-82.

9

PROPOSTA DE EMENDA li. CONSTITUIÇÃO N.o 23, DE 1982

Altera dispositivos da COnstituiçáo Fed€'ral, tendo parecer oralcontrá.rio, publicado no De de 19-8-~.

10

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 24, DE 19&2

Acrescenta parágrafo ao artigo 38 da Constituição Federal,tendo Parecer favorável. sob n.O 71/82-üN, publicado no DCN de26-6-82.

11884 Terça-feira 19I

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1983

11

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 23, DE 1982

Revoga a alínea e do § 2.° do artigo 156 e o artigo 152, alteraos artigos 165 e 166, e acrescenta artigo às Disposições Gerais eTransitórias da Constituição Federal, tendo Parecer oral contrário,publicado no DCN de 7-10-82.

12

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 29, DE 1982

Assegura aos professores em geral - inclrusive are rurais -,dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e Municipios ven­cimentos não inferiores ao salário mínimo regional, tendo Parecerfavorável, sob n.O 77/82-0N, publicado no DCN de 26-6-82.

13

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 31, DE 1982

Revoga a alínea d do item VIII do artigo 8.° e dá nova reda­ção ao § 8.0 do art. 153 da Constituição Federal, extinguindo acensura de diversões públicas, tendo parecer oral contrário, pu­blicado no DCN de 10-9-82.

14

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 32, DE 1982

Altera a redação do § 35 do art. 1'53 da Constituiçãó Federal,tendo Parecer oral contrário, publicado no DCN de 24-9-82.

15

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 34, DE 1982

Dá nova redação ao § 2.° do art. 113 da Constituição Federal,tendo Parecer oral favorável, publicado no DCN de 24-9-82.

16

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 35, DE 1982

Institui a Justiça Comercial. tendo Parecer oral contrário. DU­blicado no DCN de 111-3-82.

17

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTJ:'I1U[ÇAO N.O 36, DE 1982

Altera redacao ao § 2.° do art. 99, tenao Parecer orBl favorável,publicado no DCN de 8-1O-Wo.

18

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 37. DE 1932

Altera dlsDOsitlvos da Constltuicào Federal. referentes ao or­çamento da União e dá outras providências. tendo Parecer oralcO<Iltrário, publicado no DCN de 14-10-&2.

19

PIROPOS'I1A DJll EMElNiDA A CONSTITUIÇAO N.o 38. DE 1932

Acrescenta rpar3lg.J.1aíos ao artigo 1'52 da. constitUição, rendoParecer oral contrário, publicado no DCN de 10-3-83.

PROPOSTA,DEEMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 3S. iDE 1932

Altera a secão do texto consrtitue1onal re!erente ao MinisrtéoioPúblico, tendo Paa-eoer oral conroráJrio, IDUblicado no DCN de 11-3-83.

21

PROPOSTA DE EMENDA A CON8TITUIÇAO N.o 40. DE 1982

Determma que um terço dos membros dos Tribunais de Con­tas sejam nomeados mediante prévia aprov:wãoem CO<Ilcurso pú­blko, tendo Parooer contr:i,rio. sob u.0 10l/112-CN. 'Publicado noDCN de 10-8-&2_

22

PROPOSTA iDE ElMElNDA A CONSTITrIÇAO N.o 42, D® 1982(TramitMldo em conjunto com a de n.O 59, de 1982)

Altera o Oajpiimlo VII do THJU.lo 1 e o Título V. para inbroduzLro reginte de Governo Parlamentar, ·tendo Pareceres, sob n.O 95/82­ON publicado no DCN de 3-9-82. contrário à PropoSJta e à den.o'41/82, que com ela rtramitou, e oral, publicado no DCN de 17-3-83,c<mbrário à P1rOOOBt1l. e à. de n.D 59/82 OUJe com ela tr=ita.

PROP08TA DE EMENDA A CüNSTITUIÇAO N.o 59, DE 1982(Tramitando em conjunto com a de n,o 42. de 1982

Institui o Sistema Parlamentar de Governo Mndo Parecer oca!,publicado no DCN de 17-3'-33, contrário à Propo= e 3 dP n.O 42/32que com elia tr3lmi:1Jll...

PROPOSTA DE EMIElNiDA A CON8TITUIÇAO N.o 43, DE 1932

Altera 11. redação do art. 142 da Cons.titUlÇáo Federal, tendoPa.reoor oral. favoráVJeI. !publicado no DCN de 17-3-83.

!lo

PROPOSr.I1A DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 44, DE 1982

Altera o art. 184 da ConstitUição, tendo parrecer favorável, sobn.O 102/82-0N. 'Publicado no DCN de 15-9-82.

ZI

PROPOSTA DE EMEJNDA A CONSTITUIÇAO N.o 45 DE 1!J82

De,tel1lll1na que as modlficaçõe.., :Lll;trodUZIdas. dura,nte umalegiJsla,tura, iIla legislação ,eleiltoraJ., somente .possam vigora,r a partirda lt;gislatura subs:eqüente. tendo Parecer oral contrário, publicadono DCN de 1'8-3-83.

27

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N,o 46, DE 1982

Acrescenta § 5.0 ao art. 15 da Oonstituição Federal, tendoParecer oral contrário, publicado no DeN de 23-3-83.

28

PROPOSTA DE ElvLENDA A CONSTITUIÇAO N.o 47, DE 1932

Altera a redação do § 11 do art. 153 da Constituição Federal,tendo Parecer oral contrário, publicado no DCN de 23-3-83.

29

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 48. DE 1982

Dispõe roore a aposentadoria dos ool'lvidores policiais sob oregime estatutário e da Consolidação das Leis do Trabalho aosvinte e cinco amos de sernco. acrescentando dizeres ao a,rt. 165do texto constitucional no seu item XX, tendo Parellerr favoráyel,sob n.O 105/82-C'N. (publicado no DCN de 30-9-&2.

Novembro de 1983 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Terça-feira 19 11885

31

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 49, DE 1932

Dá nova redJaçâo ao f t.o, acreooen1Ja plM'agrafo e l-eIlUmeraos atuais §§ 5.° e 6.° do aJrt. 144 da Constituição Federal, dlislpOndosobre os vencimentos da maglstro<tura" tendo Parecrer oral contrá­do, publicado no DCN de 24-3-83.

II

PROPOS'IlA DE EMElNDtA A CONSTITUIÇÃO N.O 50, DE 1982

Rievo~a a <alínea "c" do !p'aJráJgrafo único do artigo 30 da Cons­tituição F'ed'eml, tendo Pare~er favorável, sob n.O 106/82-CN, pu­blicado no nCN de 2-10-82.

32

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 51, DE 1982

Institui a Justil(a Ruml, tendo Parecer favorável, sob número107/82-üN, publicado no DCN de 7-10-82.

33

PlWPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 52, DE 1982

Dá nova redal(ão 00 art. 101 da Constituil(ão Federal, tendoBarecer favorável, sob n.O 108/82-CN, publicado no DCN de 7-10-82.

34

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 53, DE 1982

Restabelece a redação que a alínea d do § 1.0 do art. 144tinha anteriorm.ente à Emenda n.o 7, de 1977, para o fim de de­volver à Justil(a Comum a competência para processar e julgarmilitares pela prática de crimes de natureza civil, tendo Pareceroral contrário, publicado no DCN de 7-4-83.

35

PROPOSTA DE EMENDA. A CONSTITUIÇAO N.O 54, DE 1982

Alte,ra o art. 153, § 10. da Constituição F'edeiral, tendo Parecerfa,oráv,el, sob n.O llO/82-iCiN, publicado no DCN de 20-10-82.

36

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 55, DE 1982

Altera os caput dos artigos 95 e 96 da Constituição F1ederal,tendo Parecer ocal contrário, publicado no OON de 8-4-83.

37

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N,o 56, DE 1981l

Dispõe sobre a >OOI~aJbi1idade dos servidores da União, dOS Es­tados e dos Municípios, da a.dmini3tração ãireta ou indireta, queà data da promulgação desta Emenda já tenham cinco ou maisanos de serviço, continuos ou não, tendo Parecer oral favorável,publicado no DCN de 22-4-83.

38

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 57, DE 1982

Altem o art. 184 dJa. Constituição Fedeira!, tendo Parecer 0i1'Woontrário, publicado 00 OON de 29-4-83.

39

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 58, DE 1982

Altera a redação dos artlgos 19, 21 e 23 da Constituição F'e­de:r,al, tendo Parecer oral favorável, publicado 00 DCN de 5-5-83.

40

PROPOSTA DEl EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.O 60, DE 1982

Dá nova redação ao § 3.<> do ar~. 97 da Constituição Federal,tendo Pare-cer oral f'avorável publieado no DCN de 5-5-83.

41

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 61, DE 1982

Altera a alÍIlJea d do item m do art. 19 da Constituição Fe­deral, vedando a ins.tituiçâo de imposto sobre a tinta preta des­tinada à impressão do livro, do jornal e dos periódicos, tendoParecer oral contrário. publicado no DCN de 6-5-83.

42

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 62, DE 1982

AlteM la redação do inctso I do art. 165 da Constituição Fe­deml, tendo Parecer omI fa.vorável, publicado no DCN de 6-5-83.

43

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 63, DE 1982(Tramitando em coníunto com a de n.o 1, de 1983)

Restahelece a eleição d1reta p.ara Prefeito e Vice-Prefeito dasCapitais dos Estados, tendo Parecer oral, publicado no DCN de12-5-83, favorável nos rerroos de Substitutivo que oferere e pelaprejudicialidade da Proposta n.O 1/83 que com ela tramita e daEmenda n.O 1.

44

PROPOSTA DE EMENiDA A CONSTITUIÇAO N.o 1, DE 1983(Tramitando em conjunto com a de n.O 63, de 1982)

Altera a redação dJo § 1.0 do art. 15 da Constituição :Fede!rale acr·eoc€n~a § 6.° ,ao mesmo MtigO, tendo Parec·er oral pela pre­judicialid3ldJe, em virtude do Substitutivo apre8€'Iltado à Pr01JO"tan.o 63/82 que com ela tramita., publicado no DCN de 12-5-83.

45

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 2. DE 1983(Tramitando em conjunto com a de n.O 4, de 1983)

AlteDa o artigo 98 da COnstituição Federal, tendo Parecer IObn.O 55/83-Cl'" publicado no DCN de 14-5-83, pela aprovação daproposta e pelo arquivamento, por prejudicada, da de n.o 4/83.que com ela tramita.

46

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 4, DE 1983(Tramitando em conjunto com a de n.o 2, de 1983)

Dispõe sobre os reajustes dos vencimentos dos funcionáriospúblicos, tendo Parecer sob n.o 55/83-CN, publicado no DCN de14-5-83, pelo arquivamento, por prejudicada, em virtude da apro­vação da Proposta n.o 2/83 que com ela tramita.

47PROPOSTA DE E:M'E'NDA A 00NSTITUIÇÃO N.o 3, DE 1983

Dá nova redação ao art. 15, § 3.°, alinea "f", e ao art. 177, § 1.0,da Constituição Federal, tendo Parecer favorável sob n.o 30/B3-CN,publicado no DCN de 19-4-83.

48

PROPOSTA DE ElMElNDA A CONSTITUIÇAO N.o 5, DE 1983(Tramitando em conjunto com as de n.o' 6, 8 e 20, de 1983)

Dispõe sobre a eleição direta para Presidente e Vice-Presidenteda República.

11886 Terça-feira 1º DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1983

Comissão MistaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-President2: Senador Gabriel HermesRelator: Deputado Ernani Satyro

49

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 6, DE 1983(Tramitando em conjunto com as de n.o, 5, 8 e 20, de 1983)

Revoga o parágrafo único do art. 148 de texto constitucional.

50

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O a, DE 1983(Tramitando em conjunto com as de n.o' 5, 6 e 20, de 1983)

Estabelece o Sistema proporcional para a eleição da totalidadedos membros da Câmara dos Deputados e das Assembléias Legis­lativas.

51

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITurÇAO N.o 20, DE 1983(Tramitando em conjunto com as de n.o. 5, 6 e 8, de 1983)

Estabelece que o Presidente da República serd eleito, em pleitodireto, pela maioria absoluta dos votos válidos.

52

PROPOSTA DE EMElNDA A CONSTITUIÇAO N,o 7, DE 1983

Revoga os pa;rágraJos 5.° e 6.° do art. 152 da vil5'EJ'nte Consti­tuição da República Fle'deraMva do Brasil, tendo Parecer orau con­trário, publicado no DCN de 30-9-83.

53

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 9, DE 1983

Altera o item li do art. 176 da Constituição Flederal, tendoParecer oral contrário, publicado no DCN de 30-9-83.

54

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO iN.O 10, DE 1983

Acrescenta item ao art. 160 da Constituição Federal, tendoParecer favorável sob n.O 66/83-0N, publicado no DCN de 18-6-83.

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.O 11, DE 1983

Dispõe sobre a transformação do Congresso Nacional em PoderConstituInte, de 1.0 de janeiro de 19&5 a SO de janeiro de 1987.

Comissão Mista

Presidente: Benador Fernando Henrique OardosoVice-Presidente: Senador Odacir SoaresRelator: Deputado Francisco Benjamim

56

PROPOSTA 00 EMENDA A CONS'I':LTU1ÇAO N.o 12, DE 1983

Dispõe sobre a alteração do art. 217 da Constituição da Repú­blica Federativa do Brasil, tendo Parecer favorável, sob n.O

108/83-CN, publicado no OON de 28-9-83.

5'1

PROPOSTA DE l!lMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 13, DE 1983

Acrescenta di!llJO&tivo à Constituição, tendo Parecer favorável.sob n.o 69/83-CN, publicado no DON de 2'-8-83.

5lJ

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 14, DE 1983

Estabelece a ohrigatoriedade de aplicação, pela União, de per­centual mínimo de sua receita tributária na. manutenção e desen­volvimento do ensino, destinando-se parcela aos Estados, DistritoFederal e Municipios para. combate ao analfabetismo, medianteconvênio, tendo Parecer favorável sob n.O 72/8S-CN, publieaido noDCN de 10-8-83.

59

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 15, DE 1983(Tramitação em conjunto com a de n.o 16, de 1983)

Revoga os dispositivos que restringem a autonomia dos muni­cipios brasileiros e dá nova organização política ao !Distrito Federal,tendo Parecer, sob n.o 95, de 1985-CN, publicado no DCN de 6-9-8S,pela aprovação do rart. 1.0 e rejeição do restante, e peLa preJudi­cialidade da Proposta de n.o 16/83, que com ela tramita..

60

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 16, DE 1983(Tramitando em conjunto com a de n.o 15, de 1983)

Restabelece eleições diretas para prefeitos dos municipios queespecifica, cria a representação politica do Distrito Federal e dáoutras providências, tendo Parecer, sob n.O 95, de 1983-C!N", publi­cado no DON de 6-9-83, pela prejudicialidade, em virtude da apro­vação, em parte, da Proposta de n.o 15/83, que com eLa. tmmita.

61

~OPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 17, DE 1983

Acrescenta àB Disposições Transitórias para introduzir o regi­me de governo parlamentar.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Jorge ViannaVice-Presidente: Deputado Celso BarrosRelator: Senador Jorge Bornhausen

62PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 18, DE 1983

Altera os a,rts. 4.°, item li e o art. 5.° da Constituição Federal,tendo Parecer favorável, sob n.O 93/8S-CN, publicado no DCN de3-~-83.

63

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUlÇAO N.O 19, DE 1983Estende aos Deputados Estaduais e aos Vereadores a inviola­

bilidade no exercicio do mandato, tendo P.arecer favorável sob n.o126/83-CN, publicado no DCN de 22-10-83.

64

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 21, DE 1983

Incorpora ao texto constitucional a Declaração Universal dosDireitos Humanos, aprovada pela ONU, tendo parecer favorável,sob n.o 90/83-ON, publicado no DCN de 31-8-8S.

65

IPROIPOSTA DE EMENnA A CONSTITUIÇAO N.O 22, DE 1983(Tramitando em conjunto com as de n."" 23, 38, 39 e 40, de 1983

Alte,ra disp<Jsitivos da Constituição Federal.

Oomissão MistaPresidente: Deputado HaJ:lI'Y AmorimVice-iPresidente: Deputado Gomes da SilvaRelator: Senador Passos Põrto

Novembro de 1983 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Terça-feira 1Q 11887

66

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.o 23, DE 1983(Tramitando em wnjunto com as de n.OS 22, 38, 39 e 40, de 1983)

A:.tera a redação do § 8.° do allt. 23; dá nova redação ao a.rt. 26e seus itens; e suprime o art. 2.° da Emenda COnstitucional n.o 17,de 1980.

67

PROPOSTA D!: EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 38, DE 1983(Tramitando em conjunto com as de n.OS 22, 23, 39 e 40, de 1983)

Altera a redação dos arts. 19, 21, 23, 25, 26, 110 e 111 da Cons­tituição Fedem!..

68

IPIROPOSTA DE EME'NDA A CONSTITUIÇAO N.O 39, DE 1983(Tramitando em conjunto com as de n."" 22, 23, 38 e 40, de 1983)

Altera e acrescenta. dispositivos à Constituição Federal.

69P1ROPOSTA DE EIvIElNIDA A CON'STITUIÇAO NP 40 DE 11t83

(Tram1tando em conjunto com a<l de n.os 22, 23, 38 e 39, d!e 1983)

Mtem e acrescenta dispositivos à _Constituição Fedem!.

70

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 24, DE 1983

E.'ltabeleCJe a obriga;toriedade de aplicação anual, pela União,de nunca menos de treze por cento, e, pelos :&s,tados, Distrito Fe­deral e Municípios, de, no mínimo, vinte e cinco por cento darenda resu1tantedos impostos, na manutenção e des-envolvimentodo ensino, tendo Par€cer favorável, .sob n.O 113/83-CN, publicadono DCN de 4-10-83.

71

PROPOSTA DE EMENiDA A CONSTITUIÇAO N.o 25, DE 1003

Acrescenta dispositivo ao art. 102 da C{)nstituição F1eoer.al, ten­do Parecer favorável, oob n.O 107/83-CN, publicado no DCN de23-9-83.

72

PIROPOSTA iDE EM'ElNDA A CONSTITUIÇAO N.o 26, DE 1983

Devolve à Justiça Comum a competência para process,a.r ejulg-ar os integrantes das iPolicias Militares e CODpO d,e B::Jm1Jeirospela prática de crimes de natul'eza civil.

Comissão Mista

Presid-ente: senador Hélio GueimsVic'!!-Presidente: Senador João CasteloRJe1ator: Deputado Magao T,adano

73PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 27, DE 1983

Extirpa do texto constitucional os dispositivos que permitemao Poder Exec:uti'Vo a eoopedição de ,decl'etos-lcis.

Comissã.o Mista

Pl'IeS1c1!ente: D81J'lltado Darcy PassosVioe-!E"residel1ite: Deputado Gomes da SilrvaRelator: 8enllJdor MarcondEa Gadelha

74

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 28, DE 1983

Dá nova redação ao § 1.° do art. 104 da Constituição, facul­tando ao parlamentar a opção entre os rendimentos da partefixa dos subsídios e os relativos a-o emprego, cargo ou função,tendo Parec-er favorável, sob n.O 11a/33-CN, publicdo no OCNde 8-10-83.

75

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 21), DE 1933(Tramitando em conjunto com a de n.O 36, de 1933)

Introduz alterações no art, 60 da Constituição Federal, insti­tuindo o critério de regionalização na lei orçamentária anual daUnião.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Antônio CâmaraVice-Presidente: Deputa,do Leur Lom3.ntoRelator Senador João Lo,bo

76

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITu:rÇAO N.O 3li, DE 1f}83(Tramitando em conjunto com a de n.O 29, de 19'83)

Introduz alteração na Constituição Federal, na parte relativaao Orçamento, visando regionalizar a fixação da despesa orça­mentária.

77

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUrçAO N.o 30, DE 1933

Acrescenta parágrafo único ao art. 84 da Constituição, dis­pondo sobre a escolha de Ministros de Estado, tendo Parecer fa­vorável, sob n.O 119/83-CN, publicado no DCN de 8-10,-83.

78

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.O 31, DE 1983

Acrescenta di&positivo às disposições transitórias da Consti­tuição , de mod.o a tornar inaplicáveis aos detentores de mandatoslegislativos, pelo .prazo que m€'Ilciona, os dispositivO\S concernentesà fidelidade partidária.

Comisllão Mista

Presid-ente: Djalma FalcãoVice-Presidente: Deputado Gonza,ga VasconcelooRelator: Senador Marcondes Gadelha

79

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 32, DE 1983(Tramitando em conjunto com a de n.o 37, ,de 1983) .

Dispõe sobre progr,arnas de combate à sec.a do Norde.ste.

Comissão Mista

Presidente: SenaJdor Alberto SHvaVice-Pl'e.sidente: Senador Jorge KalumeRelator: DeJ}utado Christovam Ohilliradia

80

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 37, DE 1983(Tramitando em conjunto com a de n.O 32, de 1983)

Resta;belece ,a destinação con.'ltitucíonal de tr&; por cento darenda tributária na eXlecução do plano de defes·a con1Jr.a os ,efeitosda seca do Nordeste.

81

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 33, DE 1983

Alter,aa redação do § 5.° do 'art. 152 da COlliltituição Federal.

Novembro de 19:':311888 Terça-feira 1"

Comissão l\Iista

DIÃRIO DO CONGRESSO NACION,\L(St'(ün!)-------------------

Presid,ente: Deputado Melo FreireVice-Presidente: Deputado Bayma JúniorRelat'Ür:SeI1!lJdoJ: Ma,rtins Filho

82

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 34, DE 1983

Dá nova redação a alínea a do parágraJo único do art. 151 daConstituição E1ederal.

Comissão Mista

Presidente: Senador MáTio MaiaVice-Presidente: Sena,dor Carla<> Al:bertoRe~ator: Deputado Gomes da SHva

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.O 35, DE 1983

Dispõe que a nomeação dos Governador€s dos Territórios dt:­verá ser feita a partir de indicação pelos D1Oputados Federais dorespectivo Território, tendo Parecer favorável, sob n.O 124l83-CiN,publicado no DCN de 21-10-83.

84

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 41, DE 1983

"Altera o § 3.° do art. 17 da Constituição Federal, dispondosobre a nomeação de Prefeitos nos Territórios Fed·erais."

Comissão Mista

Presidente: Senador Má·rio MaiaVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Deputado Clarck Platon

85PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.O 42, DE 1983

"Destina 12% do Orçamento da União à educação."

Comissão j\fista

Presidente: Deputado Ruy CôdoVice-presidente: Deputado Salvador JulianelliRelator: Senador João Calmon

II - PROJETO DE RESOLUÇAO

86

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.o 1, nE 1932-CN

Delega pod;eres ao Presidente da República par·a elaboraçãode ~ei cri·ando a SecretariJa Especial pal1a A.s&untos da RegiãoAmazônica - SEARA. (Oriundo da Proposta de De].egaçüo Legis­lativa n.O 7, de 1980, que trami·tou 10m conjunto com as de n.os 4e 5. de 1980 - Pal1ece.r n.O 7/82-GN. publicado no DCN de 23-3-82>'

lU - PROPOSTAS DE DEI,EGAÇÃO LEGISLATIVA

87

PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLATIVA N.o 4. DE 1979

"Propõe delegação -de poder·e.'> ao Presid·ente da Re-pública pUTaelaboração de lei, crj,[mdo o Mini·st.ério da p.redução Animal, edeterminando outra-s providências."

Comissão :l'Iista

Pr·e,~irlimte: Deputa,do Geraldo Fl·emingVice-Presidente: Deputado Fl'ancisco BenjamimRehtor: Sena,dor Benedito Cane1a",

88

PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLll.TIVA NO 5, DE 197rj

'Propõe delegação de pOd,eres ao Pr{'siclente ela República paraelalJor~"çã{l de lei dispondo sobl~e o desdoiJI·amen-to do NiJ.nistéti-odas :Mi11as e Energia em Ministério das Minas e Ministério deEnergiD.."

Presidente: Senador Itamar FrancoVi"le-Presid"mt.e: Seml,d,}I Almir l'intoRcl:;ü.or: Deput.B,clo Fern'llndo Cunh~_

1::9

PROPOSTA DE DEllEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 6, DE 1979(Tramitando em conjunto com as de n.os 7 e 8, de 1979)

"Propõe delegação de podcl'e.3 ao President,e ela República panle~aboração de lei, criando o Ministério da F·amílla e do Menor."

Comissão Mi",ta

Pl'esideIlJte: DeiJutada Júnia MariseVice-Pre'si'd:entc: DE1JUtado Leur Lomant.oRelator: Senador Almir Pinto

90

PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLATIVA N.o 7, DE 1979(Tl'a,m1tando em conjunto com as de n.08 6 e 8, de 1979)

"Propõe delegação de poderes ao Pre,idente da República paraelaboração de lei, di,pondo sobrfl a criação do :Ministério da Mulhere da Criança."

91

PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N.o 8. DE .1979(Tramitando em conjunto com .as de H.oS 6 e 7, de 1979)

"Propõe delegação e:e poderes ao Presidente da Repúblioa paraelaboração de lei criando o IvIinis,tério da Família e do Menor."

92

P'RJOPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N.O 3, DE 1980

"Propôe delegação de pode.:res ,ao PresIdente da República pa,racriac50 do Mb1i.st4§rio do Desenvolvimento do NOl'delSte, e dá outrasprovilJ.ências."

Comissão JIilista

Presidente: Senador Aloorto SilvaVice-Presidente: S€'l1'[l.!dor Murilo BadruróRe-~ator: Deputado Nelson Morro

93

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 6, DE 1988

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paraelaboraçao de lei di.1lpondo sobr-ea ree.strutm'acão d{Js Minis·tériooda Saúde e da Previdência e ll.ssistência SociaÍ."

Comissão "llsta

Presidellte: Senador Alv·aro DiasViCe-Pl'8,sklente: Senador Almir PintoRdat,(Jr: Deputado Mauro Sampaio

94

PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA H.o 1, DE 1982

"Propõe delegação ele poclcrcs ao President.e d·a República paraelalJ{lQ'uçao de lei c!i.spondo sobre a criação do Ministério do Aba,;,·t.ecimento."

Comissão Mista

PresklE-DJt€: Deput,ado Oswaldo Lima FilhoVice-Presidente: Dôput,ado Júlio MartinsR,e1,ato,r: Senadm Lenoir Vargas

Terça-fei ra I" I 1889DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)---~~--'-------------------

IV - PROJE'l'OS DE LEI

95

PROJETO DE LEI N.o 7, DE 1983-CN

Aprova o Orçamento Plurianual de Investimentos para o triênio1984/1986. (Mensagem n.o 106/83-CN,J

Comissão Mista de Orçamento

Presidente: Senador Saldanha DerziVice-Presidente: Deputado João Alves

96

PROJETO DE LEI N.o 8, DE 1983-CN

Estima a Receita e fixa a DEsposa àa União para o exerc1ciofinanceiro de 1984. (Mensagem n.o 107/83-CN.l

Comissão Mista de Orçamellto

Presidente: Senador Saldanha DerziVice-Pres1c1uc..rute: Deputado João Alves

Relatores e Relatores Substitutos dos Anexos, Subanexos, órgãos e Partes dos projetos de Lei n.Ou 7, de11'83-CN, que aprova o Orçamento Plurianual de Investimentos para o triênio 1984/1986, e 8, de 1!}83-CN, queelltlma a Rooeita e fixa a Despesa da União para o exercício financeiro de 1984,

SENADORES

ANEXOS, ÓRGAOS E PARTES

1 - Senado Federal2 - Receita e texto da Lei3 - Presidência da República

4 - Agricultura5 - Comunicações6 - Educação

7 - Exército8 - Fazenda

9 - Justiça10 - Minas e Energia

11 - Previdência SOdal

12 - saúde13 - Trabalho14 - Transferências15 - I«;servll. de contingência

ANEXOS, óRGAOS E PARTES

1 - Oâmara dos Deputados:I - Tribunal de Conias3 - Poder Judiciário4 - Aeronáutica5 - Indústria 'e Comércio6 - Interior - Projeto Rondon - FUNAI

- SUDAM7 - Interior - Parte Ger~ü - SUDE80 ­

BUDENE - DNOCS --- DN038 .. Inter~or - SUDESUL - CODEVilSF11 - Interior - TerritórÍé1s - SUFRAMA

10 - Marinha11 - Relações Exteriores12 - Transportes - Parte G2l'al

PORTOBRAS - EBTU - Empresa deNavegação do Amazonas S/A

13 - Transportes - GEIFOT - eia, d'.; Na­vegação do Silo Francisco - S~rviço

de Navegação da Bacia do Praia14 - Trallsportes - D:-.IER e RFF15 - Encargos Gerais - Encargos FInan­

ceiros - Encargos Previdenciários daUnião

RELATORES

Gastão MüllerJosé Lins

Lourival BaptistaJoão Casteio

Enéas FariaOctávio Cardoso

Amaral PeixotoJorge Kalume

José FragelliGuilherme Palmeira.Itamar Franco

Mário MaiaHélio GueirosJutahy MagalhãesGabriel Hermes

DEPUTADOS

RELATORES

Airton SandovalAmadeu GearaAugusto T1TinJoão f,g,ip'noMilton F:gu2iredo

l\1anoel ILbeiro

M!l~on BrandãoN~lton AlvesMauro Sam;''\ioSiegfrled IL'llser\Vl1son Fale ~,o

Barry Amo,'imJc1tahy JÚnior

.João Alves

SUBSTITUTOS

Hélio GueirosAlmir PintoAmaral Peixoto

Jorge BornhausenMário MalaJoão CalmonAlmir PintoMarcondes Gadelha

Itamar FrancoAlmir PintoJosé FragelllGastão Müller

Enéas FariaLourival Baptista

Jorgz Bornhausen

SUBSTITUTOS

Carlos VinagreCarlos PeçanhaNilson GibsonEduarjo Matarazzo SuplicyFernando Carvalho

Antônio Gemes

O~s'an AraripeAntôniO CâmaraF2rn~r:do ColIorWagner LagolJ::tl,~C.~O B:: :'é~n

MJy:és p'n:c::ielOzanan C;~é!ho

Darc]io Ayres

11890 Terça-feira 1~ DlÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Novembro de 1983

97

PROJETO DE LEI N.o 11, DE 1983-CN

Fixa os efetivos dos Oficiais da Marinha em tempo de pa:li edá outras providências. (Mensagem n.O 119/83-CN.)

Comissão Mista

Pres.idente: Senador Gastão MüllerVice-PTesid.ente: S.enador João LúcioRelator: Deoputado Francisco Erse

Pra7'.o (Const., art. 51, § 2.°) - :lité 7-11-83.

98

PROJETO DE LEI N.o 12, DE 1983-0N

Dá nova redação a dispositivos da Lei n,o 5.9'83, de 12 de de­zembro de 1973, que alterou o Decreto-lei n.O 610, de 4 de junhode 1969, que criou os uadros Complementares de Oficiais da Ma­rinha, tendo Parecer favorável, sob n.O 121/83-0N, publicado noDCN de 18-10-83. (Mensag.em n.O 120/83-CN.)

Prazo (Const., art. 51, § 2.°) - até 7-11-83.

99

PROJETO DE LEI N.o 13, DE 1983-0N

Altera o Decreto-lei n,o 1.537, de 13 de abril de 1977, e dá outrasprovidências, tendo 'Parecer favorável, sob n.O 123/83-0N, publicadono DCN de 21-10-83. (Mensagem n.o 121/83-CN.l

100

PROJEI'O DE LEI N.o 14, DE 1983-ON

''ProNOga a vigência do Empréstimo Compulsório instituidoem favor das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - ELETROBRAS,e dá outras providências". CMiensagem n.O 122/83-CN; na origem- n.o 357/83-CN.)

CODÜssão Mista

Presidente: Deputado Marcos LimaVice-Presidente: Depu:tado Horácio MatosRelator: Senador Marcondes Gadelha

Prazo: até 14-11-83. (COnst., art. 51, § 2.0)

101

PROJETO DE LEI N.O 15, DE 1983-CN

"Auwri:lia o Poder Executivo a abrir ao Ministério da Sa;údeo Crédito espe'Cial até o limite de Cr$ 2.814.666.000,00 para o fimque esp.ecifica. (Mensagem n.O 361, na origlem - Mensagem n.Ol23/83-CN.)

Comissão Mista

PTesidente: Senador Mário Maia

Vice-Presidente: Senadora Iris Célia

Rel3itor: Deputado Ludgero Raulino

Prazo . até 18-11-83.

102

PROJETO DE LEI N.o 16" DE 1983-CN

"Fixa os EJfetivos do Exército em tempo de Paz e dá outrasprovidências." (Mensagem n.O 365/83 na origem - Mensagem n.a125/83-CN.)

CODÜssão Mista

Presidente: Deputado Irajá RodriguesVice-Presidente: Deputado Milton BrandãoRelator: Senador Passos Pôrto

Prazo: até 21-1'1-83.

V - MENSAGENS REFERENTES A DECRETOS-LEIS

103

MENSAGEM N.o 100, DE 1983-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.o 2.048, de 26 de julho de 1983, que aumenta. os limitesdo Decreto-lei n.o 1.312, de 15 de fevereiro de 1974, alterados pelosDecretos-leis n.os 1.460, de 2,2 de -abril de 1976, 1.562, de 19 dejulho de 1977, 1.651, de 21 de dezembro de 1978, e 1.756, de 31 dedezembro de 1979, e dá outras providências.

Projeto de Decreto Legislativo n.O 95, de 1983-00 - Parecern.O 103/83-CN, publicado no DCN de lil-9-83.

Em regime de urgência, nos termos do § 1.0, in fine, do art.55 da Constituição.

104

MENSAGEM N.o 108, DE 1983-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.O 2.0M, de 16 de agosto de 19'83, que restabelece o incen­tivo fiscal de que trata o Decreto-lei n.O 1.932, de 30 de março de1982, e dá outras providências.

Comissão Mista

Presidente: Deputado OreS'tes Muniz

Vice-Presidente: Deputado Vivaldo FrotaRelator: Senador Guilherme Palmeira

Prazo (Const., art. 55, § 1.0) - até 4-11-83.

105

MENSAGEM N.o 109, DE 1983-CN

Submete à ddiberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.o 2.055, de 17 de agosto de 1983, que altera os Decretos­leis n.o. 1.801, de 18 de agosto de 1980, e 2.035, de 2'1 de junho de1983, dispõe sobre a sucessão da autarquias federal Superinten­dência Nacional da Marinha Mercante - SUNAMAM, e dá outrasprovidências.

Projeto de Decreto Legislativo n.o 99, de 1983-0N - Parecern.o 109/83-CN, publicado no DCN de 29-9-83.

Prazo (Const., art. 55, § 1.0) - até 4-11-83.

106

MENSAGEM N,o 110, DE 1983-0N

Submetendo à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 2.056, de W de ·agosto de 1983, que dispõe sobre aretribuição dos serviços de l'egi&tro do comércio, e dá outras pro­vidênciJa<!.

CODÜssão Mista

Presidente: Deputado Mimoel AffonsoViae-P,l1esi'liente: Deputado F1emando Collor

IRela.ror: Senador Ca.rlos Alber,to

Prazo (OO=t., art. 55, § 1.°) - até 4-'11-83.

Novembro de 1983

107

DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção T)

lU

Terça-feira Ig 11891

ME:0fSAGEM H.O 1112, DE 1983-CN

SubmBte à deliberação do COngl,eSSO Nacional o texto do De­creto-leI n.O 2. C'57, de 23 de agosto de 1983. que altera e revog'uéiE.posit.ivos do Decreto-lei n.O 22'1, ct.e 28 de fevereiro d.e 1967, quedispõe sohre a proteção e e.stimulos à pesca, alte'rado pela Lei n.e

6.276, de 1.0 de dezembro de 1975.

Comissão Mista

Presid.ente: Senad'JT Alfredo Campos

Vice-Presidente: Senador Almir Pinto

Relator: Deputado Emidio Peron-di

Prazo (const., al:'t. 55, § 1.0) - até 17-11-33.

108

MENSAGEM N.o 113, DE 1983-C:'<

Submete à deliberação do Congresso Nacio-nal o texto do De­creto-lei n.O 2. O<5S,cLe 23 de agosto de 1983, qUB altel1a a legislaçãodo Imposto de Renda relativa a 118!Idímento,;; 'PTDduzidos po,r ca­derneta de poupança do Sistema Financeiro de Habitação.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Del Bosco Amaral

Vioe-presidente: De'l:mtado Evandro Ayres de Moura

Relator: senador Passos Pfuto

Prazo (Const., art. 55. § 1.0) - até 17-1.1-83.

109

MENSAGEM N.o 115, DE 1983-CN

Submete à d,üibe'l1ação do Congr·esso Nacional o text{) do De­creto-lei n.O 2.059, de 1.0 de s·ertlembro de 1983. que ·altera a r.ed·açãode dispositivo da Lei n.o 5.292, de 8 de junho de 1967, que d.ispõesobre a prestação do Serviço Militar pelos Estudantes de MedICma,Farmácia, Odontologia e Veterinária e pelos Médicos, Farmacêu­ticos, Dentistas e Veterinários.

Projeto de Decreto Legislativo n.o 103, de 1983-CN - Parecern.o 114/83-CN, publicado no DCN de 6-10-83.

Prazo (Const., art. 55, § 1.0) - até 18-11-83

110

MENSAGEM N.o 116, DE 1983-ON

Submete à deliberação do congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.o 2.060, de 12 de setembro de 1983, que altera a Lei n.Oexploração dos aeroportos, das facilidades à navegação aérea, e dá6.009, de 26 de dezembro de 197e, que dispõe sobre a utilização e aoutras providências.

Projeto de Decreto Legislativo n,o 105, de Hl8e-CN - ParecerIll.o 120/83-0N, publicado no DCN de 15-10-83.

Prazo (Const., art, 55, § 1.0) - até 18-11-83.

:MENSAGEM iN.o 126, DE 1983-0N

Submete à deliberação do COngresso Nacional o texto do De­creto-lei n.O 2.06·1, de 19 de setembro de 1983, que dispõe sobrealienação de mercadorias sujeita.'> à !!:lena de perdimento, em espe­cial nos casos de calamidade pública, e dá outras providências.

Comissão Mista

[P\residente: Senador Severo GomesVi·ce-Presidenue: senador octávio CardosoRelator: Deputado .Tosué de SOuza

Prazo (Const., art. 55, § 1.0) - llité 7-3-84.

MENSAGEM N.o 127, DE 1983-0N

SUlbmete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.O 2.002, de 4 de outubro de 19Be, que autoriza a dispensade obrigações trIbutárias acessórias, consideradas desnec€Ssáriasao interesse da arrecadação ou fiscalização de tributos federais.

Comissão Mista.

iPrestd,ente: !Deputado Ruy CMo

Vice-Presidente: Deputado José 'Ilhomaz iNonõ

Relator: Senador José Lins

Prazo (Const., art. 55, § 1,0) - até 7-3-84.

113

MENSAGEM N.o 128, DE 1983-0N

Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.o 2.063, de 6' de outubro de 19'83, que "dispõe sobremuItas a serem aplicadas por infrações à regulamentação paraexecução do serviço de transporte rodoviário de cargas ou produtosperigosos e dá outras providências". (Mensagem n.O 375/73, naorigem,)

Comissão Mista

Presidente: Senador Hélio GueirosVice-Presidente: Senador Guilherme PalmeiraRelator: Deputado Pedro Germano

Plrazo: até dia 19-3-84.

VI - VETOS

114

Veto Parcial

PROJEl'O DE LEI DA CAMARA N.o 79, DE 1983(PL n.o 813/83·, na casa de origem)

Dispõe sobre a emissão de uma série especial de Bclo~, .come­morativos de centenáriO de Getúlio Vargas, tendo Relatáno, sobn.O l1/83-CN, publicado no DCN de 1-10-83. (Mensagem n.o 114,de 1983-DN).

Prazo no Congresso Nacional - até 3-H-83.

11892 Terça-feira 19 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1983

115

Veto Total

PROJETO DE LEI DO SENADO N.0 283, DE 1979(PL n.o 4.127/80, na Câmara)

Dá nova redação ao art. 3.° da Lei n.o 6.243, de 24 de setem­bro de 1975, que regula a situação do aposentado pela PrevidênciaSocial que volta ao trabalho e a do segurado que se vincula. a seuregime após completar 6{} (sessenta) anos de idade, e dá outrasprovidências, tendo Relatório, sob n.O 12/83-CN, publicado no DCNde 11-10-83. (Mensagem n.o 118/83-CN).

Prazo no Congresso Nacional - llité 9-11-83.

116

Veto Total

PROJETO DE LEI DA CAMARA N.o 57, DE 1983(PL n.o 5.816/81, na Casa de origem)

Dispõe sobre o exercício da profissão de Economista Domésticoe dá outras providências. (Mensagem n.o 124/83-CNJ

Comissão Mista

Presidente: Senador Alvaro DiasVice-Presidente: Senador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado NHson Gibson

Prazo no Congresso Nacional - 11Ité 24-11-83.

117

VETO TOTAL

PROJETO DE LEI DA CAMARA N.o 8S1-D, DE 1979

"Regula o exercício da profissão de Técnico em Planejamentoturistico e determina outras providências." (,Mensagem número129/83-CN, e n.o 380/83, na origem).

Comissão Mista

Presidente: Deputado João GilbertoVice-Presidente: Deputado Djalma BessaRelator: Senador Aderbal Jurema

Prazo no Congresso Nacional: até 7-3-84.

Vl/l- Lel'allta-se a Sessão às 17 horas e 51 minutos.

MESALIDERANÇAS

Presidente:

Flá.vio Marcílio - PDS

1.0_Vice-Presidente:

Paulino Cícero de Vasconcellos - PDS

2.0 -Vice-Presidente:

Walber Guimarães - PMDB

LO-Secretário:

Fernando Lyra - PMDB

2.o-Secretário:

Ary Kffuri - PDS

3.0 -Secretário:

Francisco Studart - l'TB

4.o-8ecretário:

Amaury Müller - PDT

SUPLENTES

Osmar Leitão - PDS

Carneiro Arnaud - PMDB

José Eudes - PT

Antônio MOrais - PMDB

PDS

Lider:

Nelson Marcbezan

Vice-Lideres:

Alcides Franor~scato

Amaral NettoDjalma BessaEdison LobãoGióia Júnior

Joacil PereiraJorge .AIbageRicardo Fiuza

Siqueira CamposCelso Barros

Nilson GibsonJosé Lourenço

Francisco BenjamimAugusto Franco

José Carlos FonsecaSaramago Pinheiro

Otávio CesárioAdhemar GhisiAugusto Trein

PMDB

Lider:

Freitas Nobre

Vice-Lideres:

Egídio Ferreira Lima

Sinval Gua2",zelliCardoso Alves

Carlos Sant'AnaChagas VasconcelosDel Bosoo AmaralEpitácio Cafeteira

Haroldo LimaHélio Duque

Hélio Manhães

Iram SaraivaJoão Herculino

João HerrmannJorge Medauar

José Carlos VasconcelosJuarez BatistaLélio de SouzaLuiz Henrique

Marcelo CordeiroMárcio Macedo

Mário FrotaPaulo MarquesRoberto Freire

Sebastião Rodrigues Jr.Walmor de Luca

PDT

Lider:

Boca.yuva. Cunha.

Vice-Lideres:

Nadir RossettiSérgio Lomba

Brandão MonteiroClemir Ramos

PTB

Lfder:

Ivete Vargas

Vice-Lideres:

Celso PeçanhaRicardo RibeiroGasth(me Righi

PTLider:

Aírton Soa.res

Vice-Lider

Eduardo Matarazzo suplicyIrma Passoni

PDS

DEPARTAMENTO DE COMISSÕES

COMISSÕES PERMANENTES

1) COMISSÃO DE AGRICULTURA EPOLfTICA RURAL

Onisio LudovicoPaulo MarquesPimenta da VeigaRaul FerrazVago

Jonathas NunesRubens Ardenghi

PDS

PDT

Mário JurunaVago

PT

PMDB

Marcelo Gato

Suplentes

2) COMISSÃO DE CI~NCIA ETECNOLOGIAPresidente: Fernando Cunha - PMDB

Vice-Presidente: Dirceu Carneiro - PMDBVice-Presidente: Antônio Florêncio - PDS

Titulares

PDSIrineu Colato

Evaldo AmaralJoão Rebelo

Jorge UequedJorge Vargas

Adall VettorazzoBrasllio Caiado

Eduardo MatarazzoSu,plicy

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo n - sala 11 - R: 6293 e 6294secretário: José Maria de Andrade Córdova

Jorge VargasManoel AffonsoManoel Costa JúniorMansueto de Lavor:N elson AguiarOlavo Pires

Arildo Teles

EpitáciO BittencourtEstevam GalvãoHumberto SoutoIsrael PinheiroJosé CarIo$ FagundesOtávio CesárioOsvaldo CoeIlI0Pedro GermanoPrisco Viana.Rubem MedinaSaIles Leitesebastião Curió

PMDBDel Bosco AmaralDoreto CampanariHélio DuqueIsrael Dias-NovaesJoão Bastus

PDTSérgio Lomba

PT

PMDB

Juarez BernardesLélio SouzaMárcio LacerdaMarcondes PereiraMattos LeãoMelo FreireOswaldo Lima FilhoRaul BelémSantinho Furtado

Suplentes

PDS

Afrisio Vieira LimaAlceni GuerraAntônio DiasAntônio FariasAntônio FlorêncioAntônio MazurekAntônio UenoAssis CanutoCristina CortesDarcy PozzaDiogo NomuraEnoc Vieira

Agenor MariaAntônio CâmaraCarlos MosconiCaslldo MaldanerDante de Oliveira.

Airton Soares

Airton SandovalAroldo MolettaCardoso AlvesCarlos VinagreFernando GomesG-eraldo FlemingHarry AmorimIvo VanderlindeJorge ViannaJuarez Batista

Aldo PintoOsvaldo Nascimento

Gerardo RenaultHélio DantasJoão Carlos de CarliJoão PaganeIlaJonas PinheiroLevy DiasMaçao TadanoPedro CeolimReinhold StephanesRenato CordeiroSaramago PInheiroWildy Vianna

Adauto PereiraAlcides LimaAmUcar de QueirozBalthazar de Bem

e CantoBento PortoCarlos EloyCelso CarvalhoEmidio PerondiFabiano Braga CortesFrancisco SalesGeovani Borges

Presidente: Iturival Nascimento - PMDBVice-Presidente: José Mendonça de Moraes

PMDB

Vice-Presidente: Antônio Gomes - PDS

Titulares

Coordenação de Comiss<ies Permanentes

Diretora: SlIvía Barroso MartinsLocal: Anexo n - Telefone: 224-5179

Ramais: 6285 e 6289

Diretor: Jolimar Corrêa PintoLocal: Anexo n - Telefone 224-2848

Ramal 6278

3} COMISSAO DE COMUNICAÇAO

4} COMISSAO DE CONSTITUIÇAO EJUSTiÇA

Gerardo RenaultGerson PeresJosé BurnettJosé CamargoJosé Carlos MartinezJosé LuiZ MaiaNagib HaickelNylton VeliosoOrlando BezerraRenato JohnssonVictor Trovão

Haroldo LimaHélio DuqueJoão AgripinoJosé missesManoel AffonsoOdilon SabnariaRalph BiasiSiegfried Heuser

PT

PTB

PDT

PMDBMário HatoMigue:. ArraesMúcio AthaydeNelson WedekinOswaldo Lima FilhoSebastião Rodrigues

JúniorVirgildásio de Senna4 vagas

PDT

TitularesPDS

Jasé LourençoJosé MouraJosé Thomaz NonôLuiz Antonio FayetOscar CorrêaPratini de MoraesRicardo FiuzaRubem MedinaSaUlo QueirozSérgio Philomeno

PMDB

Sebastião Nery

Eduardo MatarazzoS\Wlicy

Fernando Carvalho

Presidente: João Faustino - PDSVice-Presidente: Ferreira Martins - PDSVice-Presidente: Hermes Zaneti - PMDR

TituIa.re!lPDS

RômUlo GalvãoSalvador JullanelliStélio DiasVictor Faccioni

Adauto PereiraAlcides FranciscatoBalthazar de Bem e

CantoCarlos VirgílioDjabna BessaEduardo GalilEvandro Ayres de

MouraFelix MendonçaGeraldo BUlhõesGeraldo Melo

Carlos WilsonCid CarvalhoEuclides ScalcoHenrique Eduardo

AlvesIrajá RodriguesIrapuan costa JúniorJosé FogaçaMarcelo Cordeiro

José GenoinoReuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horll.l'Local: Anexo n - Sala 4 - R.: 6314Secretária: Delzuite Macedo de Al':uiar

Ricardo RibeiroPT

PTB

Suplentes

PDS

7) COMISSAO DE EDUCAÇAO ECULTURA

Alencar FurtadoAlberto GoldmanAntônio CâmaraArthur Virgílio NetoCiro NogueiraCoutinho JorgeCristina TavaresDarcy PassosGustavo Faria

Amaral NettoAntônio FariasAntOnio OsórioCelso de BarrosEstevam GalvãoEtelvir DantasFernando CollorHerbert LevyJoão Alberto de SouzaJosé Jorge

Aldo Pinto

6} COMISSAO DE ECONOMIA,INDúSTRIA E COMéRCIOPresidente: Pedro Sampaio - PMDB

Vice-Presidente: G1mebaldo Correia - PMDBVice-Presidente: Israel Pinheiro - PDS

Darcílio AyresEraldo TinocoOly FachinRita Furtado

PTB

PT

PMDB

Luiz LealMárcio MacedoMilton ReisRenan CalheirosRoberto FreireWagner Lago6 vagas

PDT

Walter Casanol'a

Samir AchôaVirgildásio de Senna

PMDB

França Teixeira

Suplentes

PDS

Mozarildo CavalcantiSérgio Philomeno

PMDB

Mário FrotaRonaldo Campos2 vagas

PDT

Auréllo PeresJosé Carlos

Vasconcelloa

Agenor MariaDel Bosco AmaralHélio Manhães

Presidente: PaUlo Lustosa - PDSVice-Presidente: Agnaldo Timóteo - PDTVice-Presidente: OUvir Gabardo - PMDB

Titulares

PDS

Gastone Righi

Airton Soares

PDT

Brandão Monteiro Matheus Schmidt

PTB

Reuniões

Terças, quartas, quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 6.308Secretário: Ruy Omar Prudênclo da Silva

Floriceno Paixáo

5) COMISSÃO DE DEFESA DOCONSUMIDOR

Albino CoimbraFigueiredo Filho

PT

Amadeu GearaCardoso AlvesFrancisco AmaralIbsen PinheiroJorge LeiteJorge MedauarLélio SouzaLuiz Henrique

Aécio CunhaCláudio Philomeno

Suplentes

PDS

José Genoino

Nilton Alves

Celso Peçanha

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo nSecretária: Maria Júlia Rabelio de Moura

Celso Barros Lázaro CarvalhoDarcílio .Ayres Magalhães PintoEdison Lobão Nelson MorroFrancisco Benjamim Ney FerreiraGomes da Silva Osmar LeitãoGonzaga Vasconcelos Pedro ColinHélio Correia Ricardo FiuzaJoão Paganelia Ronaldo CanedoJosé Carlos Fonseca Sarney FilhoJosé Mendonça Bezerra Tarcisio BuritiJosé Penedo Theodorico FerraçoJutahy Júnior

Rll.imundo Leite Theodoro MendesRaymundo Asf6ra Vabnor GlavarlnaSérgio Murilo

PDT

Pedro CeolimRômulo GalvãoSaulo QueirozVingt Rosado

PMDB

Sérgio MuriloVagoVago

PMDBCarneiro ArnaudIbsen PinheiroMarcelo Medeiros

PTB

PDT

PMDB

VagoVago

PMDB

João GilbertoJorge CaroneJosé MeloJosé TavaresOnlsio LudovfcoPimenta da Veigll.Plínio Martins

Presidente: BOnifácio de Andrada - PDSVice-Presidente: Leome Belém - PDSVice-Presidente: Brabo de Carvalho - PMDB

TituIa.res

PDS

José BurnettJúlio MartinsMário AssadNatal GaleNilson GibsonOctávio CesárioOsvaldo MeloRondon Pacheco

Presidente: Henrique Eduardo AlvesPMDB

Vice-Presidente: Moacir Franco - PTBVice-Presidente: José Carlos Martinez - PDS

Titulares

PDS

Salies LeiteSiqueira CamposVieira da Silva

Alair FerreiraFernando CollorFrança TeixeiraManoel Ribeiro

Heráclito FortesMárcio BragaPaulo ZarzurSamir Achôa

Sebastião l1ery

Afrlsio Vieira LimaAntônio DiasArmando PinheiroDjabna BessaEduardo GalllErnani SatyroGerson PeresGorgõnio NetoGuido MoeschHamilton XavierJairo MagalhãesJoacil PereiraJorgp. Arbage

Fernando ~ arvalho

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Ramais 6304 e 6300secretário: Iole Lazzarini

Anibal TeixeiraAntônio MoraisCarlos Wilson

JG de Araújo Jorge

Suplentes

PDS

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo n - Sala :I - R.: 6295secretário: Luiz de Oliveira Pinto

Ademir AndradeAluizio CamposArnaldo MacielDjabna FalcãoEgídio Ferreira LimaEiquisson SoaresJoão Cunha

Carlos VirgílioGióia JúniorJaime CâmaraMagno Bacelar

Cristina TavaresManuel VianaSinval Guazzelli

PTMoacir Franco

PDTAbdias do Nascimento Clemir Ramos

PTB

Irma PassoniReuniões:Quartas-feiras, às 10:00 horasLOCal: Anexo II - Sala 9 - R.: 6318Secretária: Tasmânia Maria de Brito Guerra

Luiz GuedesMárcio SantilliOrestes MunizRandolfo BittencourtRonaldo CamposSérgio Cruz

Irineu ColatoJosé Mendonça BezerraJosué de SouzaOtávio CesárioUbaldo BarémWildy Vianna

PMDB

João HerrmannJosé Carlos VasconcelosManoel Costa Jr.3 vagas

PMDB

Suplentes

POS

Coutinho JorgeDomingos LeonelliFreitas NobreHaroldo LimaIsrael Dias-Novaes

Aldo ArantesDante de OliveiraEduardo Matarazzo

Suplicy (PT)Gilson de BarrosIbsen Pinheiro

Presidente: Mário Juruna - PDTVice-Presidente: Alcides Lima. - PDSVice-Presidente: Ricardo Ribeiro - PTB

Titulares

iPDS

Nagib HaickelNosser AlmeidaPaulo GuerraRita FurtadoRubenG Ardenghi

Adhemar GhisiAlbino CoimbraAntonio MazurekAssis CanutoBento PortoFrança Teixeira

Jaime CâmaraJoão Batista FagundesJoão PaganellaJosé FernandesManoel RibeiroMozarildO Cavalcante

11) COMISSAO DO INDIO

Jayme SantanaRenato JohnssonVicente Guabiroba

PDT

Jessé FreireRenato CordeiroThales RamalhoWanderley Mariz

PMDB

Raul BelémRu~r CôdoWilson Vaz

PMDB

Múcio AthaydeSérgio CruzWalmor de Luca

PDTVago

PTB

Suplentes

PDS

Ricardo Ribeiro

Nadyr Rossetti

Luiz BaccariniLuiz LealMoysés Pimentel

9) COMISSÃO DE FUNANÇAS

Ademir AndradeDomingos JuvenilLeopoldo BessoneMarcos Lima

Presidente: Irajá Rodrigues - PMDBVice-Presidente: Floriceno Paixão - PDTVice-Presidente: José Carlos Fagl1ndes - PDS

Titulares

PDS

Angelo MagalhãesCelso CarvalhoEtelvir DantasFerreira Martins

Aécio de BorbaChristóvam ChiaradiaFernando MagalhãesIbsen de Castro

PT

PMDB

Márcio BragaRandolfo BlttencourtRaymundo UrbanoTobias AlvesWall Ferraz

PDTWalter Casanova.

PTB

SuplentesPDS

Magno BacelarNorton MacedoOscar AlvesSimão SessimVieira da Silva

PMDBMarcondes PereiraOctacílio AlmeidaOlivir GabardoPaulo MarquesRaimundo Asfóra

Luis Dulci

Arildo Teles

Celso Paçanha

Albérico CordeiroBrasUio CaiadoCunha BuenoJairo MagalhãesLeur Lomanto

Aldo ArantesFrancisco AmaralGenebaldo CorreiaGenésio de BarrosJoão HerculinoLuiz Baptista

Carlos Sant'AnnaCasildo MaldanerDionisio HageFrancisco DiasJoão Bastos

PTBArildo Teles

PDT

Ricardo RibeiroReuniões:

Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Plenário da Comissão de Defesa do

ConsumidorSecretária: Maria Linda Morais 'de MagalhãesRamais: 6386 e 6387

PTB

PDT

Vago

Agnaldo Timóteo

12) COMISSÃO DO INTERIOR

Reuniões:

Terças-feiras, às 10 horasQuintas-feiras, às 9 horasLocal: Plenário da Comissão de RedaçãoSecretário: Ivan Roque Alves - R.: 6391 e 6393

PMDB

Aldo Arantes José Maria MagalhãesCarlos Alberto de CarU Luiz BaptistaDante de Oliveira Luiz GuedesDilson Fancmn Manoel Costa. Jr.Domingos Leonelli Mansueto de Lavor'Jorge Medauar Mário FrotaJosé Carlos Olavo Pires

Vasconcelos Orestes MunizJosé Maranhão Pedro Novaes

Titulares

PDS

Albérico Cordeiro Leur LomantoAngelo Magalhães Lúcia.ViveirosAntônio Mazurek Manoel GonçalvesAntônio Pontes Manoel NovaesAssis Canuto Milton BrandãoAugusto Franco Nagib HaickelClarck Platon Nylton VeliosoCristino Cortes Orlando BezerraGeraldo Melo Osvaldo CoelhoGllton Garcia Paulo GuerraJoão Rebelo Pedro CorrêaJosé Luiz Maia Victor TrovãoJosé Mendonça Bezerra. Vingt RosadoJosué de Souza Wanderley MarizJutahy Júnior

Presidente: Inocêncio Oliveira - PDSVice-Presidente: Evandro Ayres de Moura

PDSVice-Presidente: Heráclito Fortes - PMDB

Ulysses GuimarãesWilson Vaz

Manoel NovaesMarcelo LinharesUbaldo BarémWilson Falcão

Siegfried Heu~er

2 vagas

PTB

PTB

PTB

PMDB

PMDB

Suplentes

PDS

Presidente: Humberto Sout(l - PDSVice-Presidente: Nosser de Almeida - PDSVice-Presidente: Milton Figueiredo - PMDB

Titulares

PDS

Haroldo SanfordJoão AlvesOzanam Coelho

Augusto Treincastejon BrancoFurtado LeiteGeraldo Bulhões

João HerculinoRoberto Rollemberg

10) COMISSAO DE FISCALIZAÇÃO FI­NANCEIRA E TOMADA DE CONTAS

Alencar FurtadoFrancisco Pinto

Mendonça Falcão

Aécio de BorbaAlvaro GaudêncioAmücar de QueirozJorge ArbageJosué de Souza

Celso Peçanha

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo II - sala n.o 16 - R.: 632! e 6323Secretário: Jarbas Leal Viana

RicardO Ribeiro

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 hora:.Locll1: Anexo li - Sala 15 - R.: 6325Secretário: Geraldo da Silva

PDT

PTB

José Carlos MartinezJosé MouraManoel RibeiroPaulo Lustosa

PMDBHeráclito FortesJosé Eudes (PT)Manoel AffonsoMilton Reis

Agnaldo Timóteo

Elquisson SoaresFelipe CheiddeHélio ManhãesHenrique Eduardo

Alves

Mendonça FalcãoSuplentes

PDSAécio de Borba Léo SimõesAlbino Coimbra Marcelo LinharesArolde de Oliveira Simão SessimFrancisco Erse Siqueira CamposJoão Carlos de Carli Victor Faccioni

PMDBLeônidas SampaioLuiz HenriqueRaul FerrazRoberto Rollemberg

Aécio CunhaAlércio DiasFernando CollorFrança Teixeira

Aloysio TeixeiraBete Mendes (PI')Ciro Nogueira.Ibsen PinheiroJoão Bastos

8) COMISSÃO DE ESPORTE ETURISMO'Presidente: Márcio Braga - PMDB

Vice-Presidente: Oly Fachin - PDSVice-Presidente: Albérico Cordeiro - PDS

TitularesPDS

13) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Luis DulciReuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo Ir - Sala 8 - R.: 6333

PDT

Vago

PMDBManuel VianaMário HatoMax Mauro

Suplentes

PDS

Joacil Pereira.João AlvesJoão Batista FagundesJoão Carlos de CarliJOsé Thomáz NonOLúcia ViveirosNosser AlmeidaOscar CorrêaOsvaldo MeloOzanan CoelhoPaulo GuerraPaulo LustosaRaul BernardoSaramago PinheiroSiqueira Campos

Miguel ArraesMilton ReisNelson AguiarOCtacílio Almeida.Paulo MarquesRenato BuenoRosa FloresSebastião Rodrigues

Júnior

PDT

Abdias do Nascimento José FrejatClemir Ramos Nilton Alves

Armando PinheiroAugusto FrancoBonifácio de AndradaCláudio Phi1omenoErnani SatyroFernando BastosFernando MagalhãesFurtado LeiteGilton GarciaGogônio NetoHamilton XavierHélio DantasHomjlro Santosítalo ContiJaime CâmaraJayme Santana

Albino CoimbraAlceni GuerraF'igueirecto FilhoLeônidas Rachid

Manoel AffonsoManoel Costa Jr.Odilon SalmoriaOrestes MunizPaes de AndradePedro SampaioRaymundo UrbanoRuy CMoTheodoro MendesTobias Alvesmysses GuimarãesWalter BaptistaVago

PDT

Agnaldo Timóteo Jacques D'OrnellasJG de Araújo Jorge Sérgio Lomba

16) COMISSAO DE SAODePresidente: Borges da Silveira - PMDB

Vice-Presidente: Carlos Mosconi - PMDBVice-Presidente: Tapety Júnior - PDS

Titulares

PDS

Lúcio AlcântaraLudgero RaulinoMauro SampaioOscar Alves

PTB

Ivete Vargas

PT

PMDB

José Eudes

Jarbas VasconcelosJoão HerrmannJosé AparecidoJosé Carlos TeixeiraJosé FogaçaJúnia MariseLeopoldo BessoneMárcio MacedoMárcio Santilli

PTB

Anibal TeixeiraArnaldo MacielArthur Virgílio NetoBorges da SilveiraCarlos Sant'AnnaDionisio HageDjaIma FalcãoGustavo FariaJoão CunhaJoão GilbertoJorge CaroneJuarez BernardesLuiz Guedes

Bete Mendes

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo Ir - sala 7 - R.: 6347 e 6348Secretária: Edna Medeiros Barreto

PT

Mendes Botelho

Anselmo PeraroDoreto CampanariEuclides ScalcoLeônidas Sampaio

PTB

PMDB

João AgripinoWalmor de Lucavago

PDT

PMDB

Flávio BierrenbachFreitas NobreIram saraivaIrapuan Costa Júnior

João Herculino

PDT

Suplentes

PDSSiqueira CamposVago

PMDB

José Carlos VasconcelosPedro Novaes

PDT

Suplentes

PDSJosé LourençoJosé MachadoLevy DiasLuiz Antonio FayetManoel GonçalvesPratini de MoraesRondon Pacheco

Daso Coimbra

J oacil PereiraPrisco Viana

Alfrjldo MarquesAluizio BezerraDaso Colmbra.Fernando Santana

Sérgio Lomba

Matheus Schmidt

Alberto GoldmanCoutinho JorgeFernando Santana

14) COMISSÃO DE REDAÇÃO

Presidente: Diago Nomura - PDSVice-Presidente: Pedro Colin - PDSVice-Presidente: Israel Dias-Novaes - PMDB

Titula.res

PDSAdroaldo Campos Marcelo LinharesAntônio Ueno Nelson MorroCunha Bueno Norton MacedoEdison Lobão Ossian AraripeEnoc Vieira Paulo MalufFrancisco Benjamim Rubens ArdenghiJessé Freire Santos FilhoJonathas Nunes Sarney FilhoJosé Camargo Tarcísio BuritiJosé Carlos Fonseca Thales RamalhoJOsé Machadll Theodorico FerraçoJosé Penedo Ubaldo BarémJosé Ribamar Machado Wilson FalcãoMagalhães Pinto VagoMaluly Neto

Délio dos Santos

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo Ir - sala 14 - R.: 6342 e 6340Secretária: Laura Perrela Parisi

15) COMISSAO DE RELAÇOESEXTERIO.RES

Presidente: Aloysio Teixeira - PMDBVice-Presidente: Mário Hato - PMDBVice-Presidente: Rita Furtado - PDS

Titula.res

PDSDjalma Bessa Simão SessimFrancisco Rollemberg

PMDB

Aécio CunhaAdhemar GhisiBento PortoClarck PlatonHaroldo SanfordIrineu colatoJoão Alberto de SouzaJOsé Fernandes

Moacir Franco

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo Ir - Sala 7 - R.: 6336Secretária: Allia Felício Tobias

Freitas NobreJúnia Marise

Marcos LimaVicente Queiroz

Léo SimõesMaurício CamposNelson CostaPaulo MelroPrisco VianaWolney Siqueira

PTB

PT

Milton FigueiredoPlinio MartinsRaimundo LeiteRandolfo BittencourtRenato ViannaRuben FigueiróVagoVagoVagoVagoVagoVagoVagoVago

PDT

osvaldo NascimentoPTB

Ronaldo camposSinval Guaz:relliWagner LagoWalter BaptistaVago

PDT

Mário Juruna

PDT

PTB

Vago

PT

PMDB

Suplentes

PDS

João FaustinoJonas PinheiroJosé JorgeJosé MouraJúlio MartinsLéo SimõesLeorne BelémLúcio AlcântaraLudgero RaulinoMauro SampaioOssian AraripeRuy BacelarTapety JúniorVivaldo FrotaWilmar Pallls

Nadyr Rossetti

Nelson do Carmo

Bayma JúniorEmílio Ga1loEpUácio BittencourtEvaldo AmaralFelix MendonçaGonzaga VasconcelosJoão Batista Fagundes

PMDB

Aloysio TeixeiraAluízio Be:rerraAluizio CamposAnibal TeixeiraAroldo MolettaDenisar ArneiroFernando GomesHaroldo LimaHarry AmorimJoão HerrmannJoaquim RorizJosé MelloMarcelo CordeiroMárcio Lacerda

José Frejat

Vago

Presidente: Hugo Mardini - PDSVice-Presidente: Horácio Matos - PDSVice-Presidente: Cid Carvalho - PMDB

Titulaftll

PDS

Adroaldo CamposAlcides LimaAlércio DiasAntônio AmaralAntônio OsórioBayma JúniorCelso BarrosChristóvam ChiaradiaEurico RibeiroFabiano Braga CortesFrancisco ErreFa:'anclsco SalesGeovani BorgesHerbert LevyHugo MardiniIbsen de Castro

Celso SabóiaGenésiO de BarrosMarcelo Cordeiro

Délio dos Santos

Irma Passoni

Oswaldo MurtaPaulo BorgesRaul FerrazRenato BernardiRoberto Freire

Suplentes

PDS Jorge UequedMoyses PimentelCastejon Branco

Francisco RollembergInocêncio OliveiraJairo Az1José Lins de Albu­

querque

Navarro Vieira FilhoPedro Corrêa.Rita FurtadoSalvador Julianelli

PMDBEpitácio CafeteiraF\reitas NobreGilson de Barros

Reuniões:

Quartas-feiras, às 10:00 hora.'lLocal: Anexo II - Sala 12 - R.: 6360Secretário: Oclair de Matto;3 Rezende

Hélio CorreiaHomero SantosJairo AziJosé Fel'llandesLázaro CarvalhoManoel Ribeiro

Navarro Vieira. FilhoPedro GermanoRaul BernardoSimão sessimWilmar Pallis

PMDB

PDT

Leônidas RachidMaçao TadanoMauricio camposPaulo MalufSantos FilhoStélio DiasVictor FaccioniWolney Siqueira

Paulo ZarzurRuy CôdoSérgio FerraraTldei de Lima

PT

PDT

PMDB

Suplentes

PDS

Bete Mendea

AdaU VettorazzoAmaral NettoAlcides FranciscatoAugusto TreinCarlos EloyEdme TavaresEmídio PerondiEraldo Tinoco

José Colagrossi

Carlos PeçanhaDomingos JuvenilFelipe CheiddeJoaquim RorizPaulo :Mincaroni

Osmar LeitãoRonaldo CanedoVivaldo Frota.Vago

PDT

PMDB

Mário de oliveiraNelson WedekinRenan Calheiros

Titulare:!

PDS

Adhemar GhisiAlcides FranciscatoAlvaro GaudêncioAntÔnio AmaralFernando BastosJosé Lins de

Albuquerque

Amadeu GearaAurélio PeresCássio GonçalvesJúlio CostamilanLuiz Henrique

sebastião Ataide

19} COMISSÃO DE TRABALHO ELEGISLAÇÃO SOCIAL

Presidente: Djalma Bom - PTVice-Presidente: Edme Tavares - PDSVice-Presidente: Francisco Amaral - PMDB

PMDB

Mattos LeãoRenato Bueno3 vagas

PMDB

Ruy Lino

PDT

Presidente: ítalo Contl - PDSVice-Presidente: Francisco Rollemberg - PDSVice-Presidente: Gilson de Barros - PMDB

Titulares

PDS

Sebastiáo Curió

Carneiro ArnaudJorge ViannaJosé Maria MagalhãesLuiz Guedes

Ney Ferreira

Ruben Figueiró

vago

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - R.: 6352Secretária: Iná Fernandes Costa

17) COMISSÃO DE SEGURANÇANACIONAL

Suplentes

PDSAntônio Pontes Milton BrandãoJosé Ribamar Machado Vicente Guabiroba

PMDB

Jaques D'Ornellas

Farabulini Júnior

Flávio BierrenbachLuiz Baccarini

PTB

José Tavares

Jorge Cury

Antônio GomesEmUlo GalloGióia JúniorMaluiy NetoMáric AssadNatal Gale

PTB

SuplentlOS

PDSNelson CostaNilson GibsonPaulo MelroReinhold stephanesVago

Airton SandovalDilson FanchínFrancisco DiasGeraldo FlemingJosé misses

Sebastião Ataíde

Nelson do Carmo

Juarez BatistaLuiz LealOrestes MunizPaulo BorgesRosa Flores

PDT

PTB

Gastone Righi

Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - sala 13 - R.: 6355 e 6358

Secretário: Walter Flores Figueira

vagoPDT

PTBBrabo de CarvalhoDarcy PassosDomingos LeonelliFel'llando CunhaIvo Vanderlinde

Brandão Monteiro

PMDB

Marcelo GatoMirthes Bevilacc;:uaVagoVago

PDT

PT

Djalma Bom

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às l(}:00 horasLocal: Anexo II - sala 5 - R.: 6372 e 6373

Secretário: Carlos Brasil de .!\raújo

18) COMISSÃO DE SERViÇOPOBLlCO

Presidente: Paes de Andrade - PMDBVice-Presidente: Jorge Leite - PMDBVice-Presidente: Francisco Erse - PDS

Titulares

PDS

LOcal: Anexo II - T€l: 226-2912Ramal: 6401

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPORÁRIAS

Diretor: Walter Gouvêa Costa

Seção de Comissões Especiais

Chefe: Stella Prata da Silva Lopes

Local: Anexo II - Tel.: 223-8289

Ramais: 6408 e 6409

Seção de Comissões Parlamentaresde Inquérito

Chefe: Lucy Stumpf Alves de Souza

Local: Anexo II - Tel. 223-7280

Ramal 6403

PT

PTB

TituJares

PDSDarcy PozzaEurico Ribeiro

Gastone Righi

20) COMISSÃO DE TRANSPORTES

Presidente: RUy Bacelar - PDSVice-Presidente: Denisar Arneiro PMDBVice-Presidente: Mendes Botelho - PTB

José Eudes

Reuniões:

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 harasLocal: Anexo II - Sala 15 - R.: 6367Secretário: Agassis Nylander Brito

Alair FerreiraAlércio Dias

Oly FacchinWildy Vianna

Gomes da Silva Mozarildo CavalcantiVago

PMDB

Francisco Pinto Renato ViannaMyrthes Bevilacqua

Suplentes

PDSGuido MoeschHorácio Matos

Brandão Monteiro

Suplentes

PDS

1) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADAA DAR PARECER AO PROJETO DELEI N9 634175, DO PODER EXE­CUTIVO, QUE INSTITUI O CóDIGOCIVILPresidente: Pimenta da Veiga - PMDB

Vice-Presidente: Elquisson Soares - PMDBVice-Presidente: Gilton Garcia - PDS

Relator-Geral: Ernani Sátyro - PDS

Relatores Parciais:Dep. Israel Dias-Novaes -- Parte Geral - Pes­soas, Bens e Fatos JuridicosDep. Francisco Rollemberg - Livro I - ParteEspecial - ObrigaçõesDep. Francisco Benjamim - Livro II - ParteEspecial - Atividade NegociaiDep. Afrisio Vieira Lima - Livro III - ParteEspecial - CoisasDep. Brandão Monteiro - Livro IV - ParteEspecial - FamlliaDep. Roberto Freire - Livro V - Parte Especial- Sucessões e Livro Complementar

Titulares

PDS

Afrísio Vieira Lima Francisco RollembergFrancisco Benjamim

PMDB

PMDB

Flávio BierrenbachJoão CunhaJosé Fogaça.

PDT

Pratini de MoraesRicardo Fiuza

Fernando SantanaHélio Duque

PDT

PMDB

PMDB

Titulares

PDS

Suplenli..",

PDS

Aldo ArantesAlencar FurtadoAnibal Teixeira

sebastião Nery

Jacques D'Ornellas

Djalma FalcãoEduardo Matarazzo

Suplicy

Terças-feiras, 9:30 h.Local: Plenário da Comissão de EconomiaSecretária: Marci Ferreira BorgesRamal: 6406

REQUERIMENTO N.o 12/83

Prazo: de 27-9083 a 19-6-84

Presidente: iDeputllido Osvaldo CoelhoVice-Presidente: Deputado Mendes Botelho

Relator: Deputado Coutinho Jorge

5) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QUeRITO DESTINADA A EXAMINARA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS Hf­DRICOS NO BRASIL

Reuniões:

Antonio MazurekLUiZ Antonio FayetLúcio Alcântara

Israel Dias-NovaesPimenta da Veiga

PDT

PMDB

Airton SoaresJoão Herrmann

REQUERIMENTO N.o 10/83

Prazo: 17-8-83 a 11-5-84

Presidente: Theodorico FerraçoVice-Presidente: Brandão Monteiro

Relator:

PDS

João Batista Fagundes Renato JohnssonJairo Magalhães Theodorico FerraçoJorge Arbage

3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QU~RITO DESTINADA A INVESTI­GAR OS EPISÓDIOS QUE ENVOL­VERAM O BANCO NACIONAL DAHABITAÇÃO E O GRUPO DELFIN EQUE CULMINARAM COM A INTER­VENÇÃO DO BANCO CENTRAL NOREFERIDO GRUPO

Arthur Virgílio Neto Sérgio FerraraNelson Vedekin Paulo Mincaroni

Suplentes

PDS

TituJaaoes

Sérgio Lomba

Reuniões:

Quintas-feiras, 10:00h

Local: Plenário das Comissães Parlamentaresde Inquérito - Anexo II

Secretária: Márcia de Andrade PereiraRamal 6407

Roberto Freire

PDT

Guido MoeschJorge ArbageVago

PMDB

Arnaldo MacielDjalma Falcão

Cristina TavaresIsrael Dias-Novaes

Brabo de CarvalhoDarcy PassosJosé Melo

Celso BarrosGerson PeresGorgônio Neto

Vago

Reunião:

Anexo II - Sala 14 - Ramais: 6408 e 6409Secretário: Antonio Fernando Borges Manzan

2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QU~RITO DESTINADA A INVESTI­GAR EM TODA A SUA PLENITUDEE CONSEQüll!NCIAS AS ATIVIDA­DES DO GRUPO CAPEMI

REQUERIMENTO N.o 9/83

Prazo: 18-5-83 - 7-3-84

Presidente: Deputado Léo SimõesVice-Presidente: Deputado Siqueira Campos

Relator: Deputado Matheus Schmidt

Titulares

Nilton Alves

Reuniões:

Quintas-feiras, 9:00 horas

Local: Plenário das CPIs

Secretário: Sebastião Augusto MachadoRamal 6405

4) COMISSÃO PARLAMENTAR DE IN­QU~RITO DESTINADA A APURARAS CAUSAS E CONSEQüll!NCIAS DOELEVADO ENDIVIDAMENTO EXTER­NO BRASILEIRO, TENDO EM VISTAAS NEGOCIAÇOES COM O FUNDOMONETÁRIO INTERNACIONAL

Marcelo CordeiroRandolfo BittencourtFernando Santana

PDT

Marcelo LinharesMilton BrandãoVictor Trovão

Francisco BenjamimLudgero RaulinoOsvaldo Coelho

PTB

PMDB

VagoVagoVago

Pm'

PMDB

Suplentes

PDS

Adroaldo CamposAntônio FlorêncioEtelvir DantasEvandro Ayres de

Moura

Aldo Pinto

Mendes Botelho

Geraldo FlemingPaulo MarquesVago

PTB

Osvaldo Nascimento

Vago

Antonio GomesJessé FreireJosias LeiteManoel Novaes

Coutinho JorgeDomingofl LeonelliJorge Vargas

Reuniões:

Local: Plenário das CPls - Anexo nSecretária: Nelma Cavalcanti BonifácioAnexo n - Tel.: l1l3-6410

Octávio CesárioPedro Colin

Tarcisio BurityVictor FacciOni

PDT

PMDB

Márcio BragaRuben Figueiró

Adhemar GhisiJosué de SouzaNey Ferreira

Gustavo FariaIrajá RodriguesIrma Passoni <PT)

REQUERIMENTO N.o 08/83

Prazo: 16-8-83 a 10-S-84

Presidente: Alencar Furtado - PMDB/PRVice-Presidente: sebastião Nery - PDT/RJ

Relator: Sebastião Nery - PDT/RJ

Titulares

PDa

Adhemar OhisiJorge ArbageJosõ Camargo

PDS

Sebastião Curió

Joaci! PereiraMaçao Tadano

PDT

PDS

PDT

PMDB

Airton Soares (PT)

Orestes Muniz

Suplentes

Ademir AndradeCid CarvalhoFarabulini Júnior

Antônio AmaralBento PortoEdison Lobão

Israel PinheiroSarney Filho

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL

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Seção I (CAmara dos Deputados)

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Semestre . Cr$Ano . Cr$Exemplar avulso Cr$

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SEGURANÇA NACIONAL

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Lei nQ6.620, de 17-12-78

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_ Legislação vigente (Lei nQ6.620/78) comparada, artigo porartigo, à legislação anterior (Decretos-Leis nQs 314/67 e510/69 e Lei nQ1.802/53).

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LEGISLAÇÃO ELEITORAL

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(4~ edição - 1982)Leis e Instruções que regularão as eleições de 1982

Textos atualizados, consolidados, anotados e indexados:

- Código Eleitoral- Lei Orgânica dos Partidos Políticos- Lei das Inelegibilidades- Lei de Transporte e Alimentação- Lei das Sublegendas

Legislação alteradora e correlata.Instruções do Tribunal Superior Eleitoral.

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CÓDIGO DE MENORES(edição: 1:982)

- Lei nQ6.697, de 10 de outubro de 1979, que "Institui o Código de Meno­res"

- índice temático

_ Comparação com a legislação anterior (Decreto nQ17.943-A/27 e Leis nQs. 4.655/65 e 5.258/67, alterada pela Lei n9 5.439/68)

_ Anotações (textos legais; pareceres; comentários; depoimento na CPI do

Menor)

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