CONGRESSO NACIONAL CÂMARA DOS DEPUTADOS

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DIÁRIO ACIONAL SEÇÃO I ANO XXXVII - N\' 018 CAPITAL FEDERAL, CONGRESSO NACIONAL SÁBADO, 13 DE ;\lARÇO DE 1982 Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 1'.l, da Constituição, e eu, Jarbas Passarinho, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO N9 3, DE 1982 Aprova o texto do Decreto-lei n 9 1. 874, de 8 de julho de 1981, que "dispõe sobre o l'eljlOsiciollamento de servidores pertencentes às Categorias Funcionais que especifica, e outras providências", Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n 9 1. 874, de 8 de julho de 1981, que "dispõe sobre o reposicionamento de servidores pertencentes às Categorias Funcionais que especifica, e outras providências". Senado Federal, 11 de março de 1982. - Senador Jarbas Passarinho, Presidente. Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 1 9 , da Constituiçã.o, e eu, ,Jarbas Passarinho, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO N9 4, DE 1982 Aprova o texto do Decreto-lei nO;> 1.875, de 15 de julho de 1981, que "dispõe sobi'e a simplüicação de normas gerais de direito financeiro aplicáveis a lVlunicípios com população infelior a 50.000 (cinqüenta mil) habitantes", Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n 9 1.875, de 15 de julho de 1981, que "dispõe sobre a simplificação de normas gerais de direito financeiro aplicáveis a Municípios com população infelior a 50.000 (cinqüenta mil) habitantes". Senado Federal, 11 de março de 1982. - Senador Jarbas Passarinho, Presidente. CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 9.° SESSÃO DA 4. a SESSÃO LEGISLATIVA DA 46. a LEGISLATUR.A EM 12 DE l\'1ARÇO DE 1982 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior lU - Leitura do Expediente COMUNICAÇÃO Do Sr. De,put::tdG Abeu Co113'res, Lider d:J Partido íD::mo::rá- t,ico Trabalhista, encaminhando a e"caJoa de Vice-Lideres do '1",8- fe,rido Pa,rtido. PROJETOS A JMPRJ1VUR P.t'QjEto de Lei n.o l48-A. d·e 1979 (Do Sr. Aug'usto Tre'n) - DLspÕo:: .sübr'e a comerciaHzação de cJ:efens1vos des.tinados àagl'ü- pecuár.j,a, ins.titui a obriga,+{)orieda.rJ,e de l'ec:eituá1'b 'a@I'onõmica e vE·t-e.raná:riü para .'.'ua ,e oUltoras providê,ncias; t·,mdo pa·r3ceTes: da Comissão de Constituição e J'usltiça, pela Cnnsltitu- cte.nalidade, juriclicidade ·e técnica legislativa, com Substitutivo e veto em ,"8pa,rado dn 8r. 'G2'rdoso .Alves; da C'Q,m'·ssão de J\;gr-iou1- tura e PO'jotic·a Rura!. pelaa·provação. ,com Subs,tHu,·ivo ·e voto €m s,eparado do Sr. Edilson LamMüne;e. da Comi.ssão de Finan- ças. pela a,provação. Projeb de Lei 11.° 197-A, de 1979 (Do Sr. Ulysses Guimarães) - i\.utc,riz:t {);S 'ag'2llte3 do Sist,emR Na8iG'nal de OTéditO' Rural a adc,ta·rem me-didas financeira.s ·emergenciaois, e outfM> provi- dêndas; tendo pM'ecoeI'es: da Comis,sâo de consti·tuiçãoe Justiça, pela cous,titncionalidad,e, jl1'ridicidade e técnica legislat',va; e, das Gomissces de e' Pol1tica Rura'l e 'de Finanças, pela 3,pm'V'açãio. Projeto de Lei Complementar n.o 209-A, de 1981 (Do Sr. Léo Bimões) - Acrescenta dispositivo à iJei Complementar n.O 26, de 11 de :;o,,,temhrode 1975, que m:üficou -os pr-ogramas de In:te,gra-

Transcript of CONGRESSO NACIONAL CÂMARA DOS DEPUTADOS

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIÁRIO ACIONAL

SEÇÃO I

ANO XXXVII - N\' 018 CAPITAL FEDERAL,

CONGRESSO NACIONAL

SÁBADO, 13 DE ;\lARÇO DE 1982

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 1'.l, da Constituição, e eu, JarbasPassarinho, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte

DECRETO LEGISLATIVO N9 3, DE 1982

Aprova o texto do Decreto-lei n9 1. 874, de 8 de julho de 1981, que "dispõe sobre o l'eljlOsiciollamentode servidores pertencentes às Categorias Funcionais que especifica, e dá outras providências",

Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n9 1. 874, de 8 de julho de 1981, que "dispõe sobre oreposicionamento de servidores pertencentes às Categorias Funcionais que especifica, e dá outras providências".

Senado Federal, 11 de março de 1982. - Senador Jarbas Passarinho, Presidente.

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § 19, da Constituiçã.o, e eu, ,JarbasPassarinho, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte

DECRETO LEGISLATIVO N9 4, DE 1982

Aprova o texto do Decreto-lei nO;> 1.875, de 15 de julho de 1981, que "dispõe sobi'e a simplüicaçãode normas gerais de direito financeiro aplicáveis a lVlunicípios com população infelior a 50.000 (cinqüentamil) habitantes",

Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n9 1.875, de 15 de julho de 1981, que "dispõe sobre asimplificação de normas gerais de direito financeiro aplicáveis a Municípios com população infelior a 50.000 (cinqüentamil) habitantes".

Senado Federal, 11 de março de 1982. - Senador Jarbas Passarinho, Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - ATA DA 9.° SESSÃO DA 4.a SESSÃO LEGISLATIVA DA46.a LEGISLATUR.A EM 12 DE l\'1ARÇO DE 1982

I - Abertura da Sessão

11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anteriorlU - Leitura do Expediente

COMUNICAÇÃO

Do Sr. De,put::tdG Abeu Co113'res, Lider d:J Partido íD::mo::rá­t,ico Trabalhista, encaminhando a e"caJoa de Vice-Lideres do '1",8­fe,rido Pa,rtido.

PROJETOS A JMPRJ1VUR

P.t'QjEto de Lei n.o l48-A. d·e 1979 (Do Sr. Aug'usto Tre'n) ­DLspÕo:: .sübr'e a comerciaHzação de cJ:efens1vos des.tinados àagl'ü­pecuár.j,a, ins.titui a obriga,+{)orieda.rJ,e de l'ec:eituá1'b 'a@I'onõmica evE·t-e.raná:riü para .'.'ua aJqu1s~ção ,e dá oUltoras providê,ncias; t·,mdo

pa·r3ceTes: da Comissão de Constituição e J'usltiça, pela Cnnsltitu­cte.nali dade, j uriclicidade ·e técnica legislativa, com Substitutivo eveto em ,"8pa,rado dn 8r. 'G2'rdoso .Alves; da C'Q,m'·ssão de J\;gr-iou1­tura e PO'jotic·a Rura!. pelaa·provação. ,com Subs,tHu,·ivo ·e voto€m s,eparado do Sr. Edilson LamMüne;e. da Comi.ssão de Finan­ças. pela a,provação.

Projeb de Lei 11.° 197-A, de 1979 (Do Sr. Ulysses Guimarães)- i\.utc,riz:t {);S 'ag'2llte3 do Sist,emR Na8iG'nal de OTéditO' Rural aadc,ta·rem me-didas financeira.s ·emergenciaois, e dá outfM> provi­dêndas; tendo pM'ecoeI'es: da Comis,sâo de consti·tuiçãoe Justiça,pela cous,titncionalidad,e, jl1'ridicidade e técnica legislat',va; e, dasGomissces de A~ricul"'Uira e' Pol1tica Rura'l e 'de Finanças, pela3,pm'V'açãio.

Projeto de Lei Complementar n.o 209-A, de 1981 (Do Sr. LéoBimões) - Acrescenta dispositivo à iJei Complementar n.O 26,de 11 de :;o,,,temhrode 1975, que m:üficou -os pr-ogramas de In:te,gra-

808 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACI()NAI.(Se~àoI) Março de 1982

ção So(}i,al (PIS) e de FormaQão do PaMtmônio do Se!J.'VÍdor PÚ­.blioo (PiASEP); tendo pa.receres: da Comissão de CO'llSrt,i,tuição eJmtiça, pela cOMtitucÍ'lJiJJ.aLidaJde, j.u!I'Í.c1icida,d,e le técnica 1egisla­tiva; e, _da,s Com'ssões d,e Se.rviço Público e de Finanç·as, pela·apnova;ç:ao.

Pl'D}eto de Lei n.o 55ll-A, de 1979 (Do Sr. Benedtto Ma,rdliol- .A:1tera o a,rt. 1106 da ComoHdaçào daIS Leis do Traba'l!l:1O!, a,p,ro­vada pelo Decr,eto,-]ei n.O 5.452, de 1.° de m31io de 1943 e d~t'er­

milIla out!ras pr-ovidêIlJCi·as; tendo par'ecere~:d>a Co.~issão deCOlli:ltituição 'e J.ustiça, peIa 'col1.SttI1mci-onalidade jur!dicidade etécnk·a Jeg1s1aotiva; da Comissão de Trabalho c' iLegislacão So­cial, pelaapro'l'ação, com Substitutivo; le, ,da Oo'IIüssão de-Finan­ças, pela aprovação, com ·adoção do SUbstitutiv'l da. Cc,missãodie TrabaCho, e Le.gisl!ação Social.

Projeto de ,Lei n.o l.683-A. de 1979 (Do Sr. r.,l;Ul Bernairdo):- Fa.c;ul~a~o fu~ionáJri!-">público estadlJlale mun ~~pal mia'I-Sea pl1eV1denCla So.CIal adm1lllstrada pela União e delc'rm!ua ou+'rasprovidências; tendo pa.receres·: da Co'mi.Esão de Com"tttuição e~11.lIsti.ça. pela ~0I2'stitucionalidade, juridicidade e ,Micnica legisla­tiva;da ComIs.sa~ d~ .T~abatlho e Legislação :social, pelo arqui­v'aJ.lI1;e1?;to, por preJudlClalidan,e; e, da Comis;;ão de Financas pelail1eJt8'lçao. - ,

. Rrojeto ~~. Lei n.o 2. 773-iA, de 1930 (no Sr. iMiol'O Teixeira) _Ona ·a estabILldad·e .real, compatibilizando-a -com o FGTS e dáau:tr38 pravi~ências; tendo parece,res: da Comissão de COil15ti­'fJUlçao ~ Jl\lstiça, iP'8~c:onsti~l\lciOQ'laH.dade, joUiridicidade e técnica1eglSla,tlya; da ComISsao de Traoba~ho_ e Legislação Social, pelaapor?vaçaoo, com emend'a; e, da CoffihSS3lO de -Finanças peJa apro-vaçao. '

PROJETOS APRESENTADOS

.Projeto de Lei Complementar n.02S2, de 1932 (DI} Sr. Si­quelra Campos) - Introduz aliteração na Lei Complementar n.o40, de 14 de dezembro de 1981, que "estabelece oIlormas gerais aI.'leremadotadas na orgaJniza'Ção do Ministério Público Es-t.adual"

~roje~de ~solução n.o 294, de 1982 (Do Sr. Peixo,to FHhO)- Disclp:Lina vlagens de Patíamentaores ·ao e~terior.

Projeto de Lei n.O 5.364, de 1982 (Do Sr. Freitas Nobre)Determina a inclusão de um representante do Congresso

Nacionc.l na Comissão Nacional para Assunto Antárticos(CON.AiNTAR), e dá o,utras providências.

Projeto de Lei n.O 5.894, de 1932 (Do Sr. Antônio .Ama'ral) _~tera o art. 8.° da Lei n,o 5.107, de 13 de setembro de 1966, quecrlOU o Fundo de Garantia do Tempo d·e serviço.

IV - Pequeno Expediente

~UíZI~ BEZERRA (Retirado pelo orador para revisão.) _AJdl11lnistraçao Joaq'Uim Macedo, Estado do Acre. Reajuste sala­riarr do magis+ério aoreamo.

JOSUJ1) DE SOUZA - Dehat'e poHtico entre o Senado,r Fran­'Co MO'11toro e o GovemllJdor Paulo Maltaf.

NABOR JúNIOR - Noticiá;rio da Rede Globo de Televisãosobr'e a situação <ia Est'ado do Acre em fa·ce da interrupcão de'tráfego na BR-364. .

ANTôNIO PONTES - Diminuicão da mortalidade infantil,no DistrIto Federall. -

HENRIQUE BRITO - Realização do I Encontro de Oo8soon­waJização, Industrial.

WILDY VIANNA - NotLciá.rio da imprensa soore ~rila!gemde te'l1ras no Es,tado do Acre.

lSAAC NEW'I10N - Criação de um Distri,~o do DNPM noEstado de Rondônia.

JERôNIMO SANTANA - Liberação de maio·r área :para o'pl:tntio d,e serIngueira em Ariquemes, Estado de Rondônia.

AIRON RIOS - Candidatura do Prof. ,Rob&rto Maga'lhãesMelo ao Governo do Estado de Pernambuco.

PEDRO FARIA - Necessidade de oonst-rução de ramal fer­TOV'iáJrio. para~scoamento da produção dmenteiTa do Parque]ndustnal Euclides da Cunha,Oa;ntagailo, Estado do aio de Ja­Inelro.

JOSÊl RIBAMAR MAJOHA-DO - Inter.Jigação do Sis,temaEne'l"gético Nacional.

IJOSÉ OMl!LOS VA:SCONCELOS - Comportg,mento da Pro­curadoria Geral da República em face do assassínio do Dl'. Pe­dro Jor,ge de Mello e SilJva, Procurador da 'Rep'Últlca no Es,tadode P€[·nambouco.

AlUDALIO DANTAS - Utilização de 'reeumsos públicos empropaga!nda e}ei'oral.

WALDMIR BELINATI - Unificacão das contas 'COl1rentes edos contratos das empresas. Redimensiol1amento dos emprésti­mos bancários.

PAULO LUSTOSA - Liberação de recursos para financia­mento da atividade agroiPeOllária.

HÉLIO 'DUQUE - AUill,ento <iare;presentação ,poIítioca noCongr'esso Nacional. Gen~U'ra ao p.rog,rama "Viva o Gordo", daRede Globo de Televisão. P·ro:paganda e'leitoral Ipelo ;rád!o 'e te­levisão.

GElRALDO GUEDES - Requisitos pa.ra a oriação de novosMunicípios.

JOAQUIM 'GUERRA - Pa<rtici.paç'oo do ex-Governador Mou­·ra Cavalcanti na caJupanha e~eitoral no Estado de Pernambuco.

JOEL LIMA - Dia Mundiall da Saúde..Assembléia Mundial<ie Saúde sobr,e Envelhecimento, 'Viena, Amstria.

GIóIA JúNIOR - Publicaçõ,es pO'l'llográficas.NEREU HUIDI - Fraude na produção vinícola nacional.PEDRO CORRÊA - Pamlicipação do ex-Governador Moura

Cavalcanti na ca'!llpauha eleitoral no Estado de Pernambuco.JORGE ·FERRAZ - Neorológio do Dl'. !.miz Gonzaga de Sou­

za Lima, 'ex-lFrefeito de Belo Horizonte, E&tado de Miollas Gerais.OSVALDO ME'LO - Décimo-,quinto aniversário de criação da

Fundação do Bem-Estar Social do Pará.

FRANCISCO LmARDONI - NeceS3idade de construção daBR-158 no t-rechocatarin€'IlS€.

V - Grande Expediente

GERMJDO FLElMING - Administrllição da ELE'DROACRE.RAFAEL FARACO - Vocação econômica da Amazônia.

VI - Ordem do Dia

JOSIAS LEITE, WALDMIR BELINATI, EDSON VIDIGAL,PEDRO FARIA, PAULO LUSTOSA, JOSll: FRiEJAT, SIQUEIRACAMPOS, PEIXOTO FILHO, RUY CODO - Apresentação deproposições..

AIRTON SOARES - Comunica:;ão, ,como Líder, sobre a soli­da,rledade do PT -ao Deputado Ftreltas [)j,niz, em face da açãopenal qlle lhe move ,perante o STF o Proourador-Geral da Re­pú~lica.

.ALVARO DIAS - Comunicaçã(), ,como Líder, os.bre a solida­riedade do PMDB ao Deputado Freita,s Diniz, em face de açãop·enal movida pelo Pcrocurador-Ge'rail da República contra o par­!a,m'en+ar do PT. Oampanha da UNE cont.ra o ensino unive'rsi­toã,riopa,go.

NEY FERR:EtRA - Comunica'çáo, como Líder, sohre açãopenal movida pelo Procurador-Geral da República contra oDeputado Freitas Dinlz.

Wn.DY VIANNA - Parecer da Comissão de Serviço Públi~oao Projeto de Lei n.o 5.617, de 1981.

FRAiNCISCO BENJ,A;MIM (Como Líder.) - Operacionalidadeda PETROBRA8.

JUAREZ FURTADO (Como Líder.) - Ami&tia.

MAGNUS GUIMARAES (Como Líder.) - Momento político,econômico e social do Pais.

NEY FERREIRA (COmo Líder.) - ·Apollraqão e julgamentode ato considerado pelo o,rador como ofensIvo à <lua honorabili­dade. Contradições dos cr>a:rtldos oposicionista..,.

Projeto d,e Lei n.O 5.617-A, de 1981, que 3Uera disposiçõesda Lei n.o 5.887, de 31 de maio de 1973, refe'rentes ao regime ju­rídico do Diploma. (Do Poder ExeC'U.tlvo.) - Aprovado.

projeto de Lei n.O 4.942-A, de 1981, que autoriza o InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, a dOarimóvel que menciona. (Do Poder Executivo.) - Aprovado.

Pirojeto de Lei n.o 2.861-A, de 1976,Que dispõe sobre o exer­cício da Ipro.fi.ssão d'e esteticista, e dá ollt,ras ;providências. (DoSr. Pe,ixoto Filho.> - Rejeitado.

Projeto de Lei n.O 137-A, de 1979, que aI't8,ra o al't. 2.° daLei .n,o 6.16S, doe 9 de dezembro de 1974, quec'l'iou o Fundo deAl'lo~o ao De.senvolv!men'to 800ial- FAlS. (Do Sr. Adhemar Gh!­LlI.) - ·Adlada. a. votação por cinco sessões.

Março de 1982 DIÁRIO 00 CONGRESSO NACIONAl (Se,';;" I) S.íhado D Rll9

Projet.o de Lei n,o 203-A, de 1979, que dá nova redação ao"cuput" e aJ § 2',0 do art. 8.° da Lei n.O [).ll90, dce 8 de junho de1873, que a,tcra a legi,~lac;ãQ d·e prcvi<iência social. (Do Sr, VictorFacdonU -- A,provado.

VII - Designação da Ordem do DiaVUI - Encel'l'amentoDi&Curso do Depu,tado Mi~tml Fig'ueircc;o. como Lider, na

2Ct't'i'\.0 de 9-S-e2: Reaberl\u:', co prai.ü de flliação partidária'para cs ir.confcrmados com a incorponção do PP ao PMDB, As­r~ccc~ d" ~'g~'c;;ectlári:l do L'cado de Mato Grosso.

Dí,curSCl do Deputado Aluízio Beze~ra, como Lider, r,a ses­são de 11-3-82: Apartheid sul-africano. AutodeterminaçãJ de EISalva·dor.

2 ATA IHS COl\HSSõES

3 - "lESA (Relação dos memtros),~ --- LiIJRRES E VICE-LíDJ-:RES DE PARTIDOS (Relação

dos membros)

5 -- CO:\oIISSõES (R,elacão dos membros das Comissôes P€r­nnncntcs, E'S:pecia~, I\1istas0 de Inquérito!

Pernambuco

Airon Rios - PDS; Geraldo Guedes - PDS; Inocêncio Olivei­ra - POS; Nilson GIbson - POS; Pedro corrêa - P08; RicardoFiúza - POS,

Sergipe

Antônio Valadares - PDS; Raymundo Diniz - PDS; Ter­tuliano Azevedo - PMDB.

Bahia.Afrísio Vieira Lima - PDS; Angelo Magalhães - PDS; Ojal­

ma Bessa - PDS; Elquisson Soares - PMDB; Hilderlco Oliveira- PMDB; João Alves - PDS; Manoel Novaes - PDS; Ney Ferrei­ra - PDS; Ruy Bacelar - PDS; Vasco Neto - PDS.

ATA DA 9.a SESSÃO,EM 12 DE MARÇO DE 1982

PRESIDÊNCIA DOS SRS.:FURTADO LEITE, l'!-Secretário;'

LúCIA VIVEIROS, Suplente de Secretário; eOSVALDO MELO - nos termos do art. 76

do Regimento Interno.I - ,\s 13 :30 horas comparecem os Senhores:

Haroldo Sanford.Freitas NobreFurtado LeiteCarlos WilsonJoel FerreiraLúcia ViveirosJackson Barreto

Josué de Souza - PDS.

RondôniaIsaac Newton PDS; Jerônimo Santana PMDB.

ParáJoão Menezes - PP; Jorge Arbage - POS; Sebastião An­

drade - POSoMaJi'anhão

Edison Lobão - PDS; Edson Vidigal - PP; Epitácio Cafe­teira - PMDB; Freitas Diniz - PT; João Alberto - POSo

PiauíHugo Napoleão - POS; João Climaco - POS; Milton Bran­

dão - PDS.Ceará

Alfredo Marques - PMDB; Cláudio Philomeno - PDS; Evan­dro Ayres de Moura - PDS; Furtado Leite - PDS; Gomes daSIlva - POS; Leorne Belé'ltl - POS; Manoel Gonçalves - PDS;Marcelo Linhares - POSo

Rio Grande do Norte

Carlos Alberto - PDS; Pedl'o Lucena PP; Ulisses Poti-guar - PD8.

Paraíba

Ernani SaJtyro - PDS; Joacil Pereira - POS; Wilson Braga._- PDS.

Espírito Santo

Mário Moreira - PMDB: Theodorico Ferraço - PDS; Walterck prá - PDS.

Santa CatarinaAdhemar Ghisi - PDS; Arnaldo Schmitt - PP; Franci3co

Libardoni - PMDB; Juarez Furtado - PMDB; Mendes de Melo- PP; Nelson Morro - PDS.

Rio Gnlnde do Sul

Alberto Hoffmann - PDS; Alceu Collares - PDT; CarlosChiarelli - PDS; Carlo's Santos - PMDB; Fernando Gonçalves- PDS; Getúlio Dias - PDT; Jairo Brum - PMOB; João Gil­berto - PMDB; Lidovino Fanton - PDT; Odacir Klein - PMDB;Telmo Kirts - PDS:

Amapá

Antônio Pontes - PDS; Paulo Guerra - PDS.

RondôniaJúlio Martins - PDS.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - A lista de presençaacusa o comparecimento de 134 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão,

Sob a proteção de Deus mlClamos nossos trabalhos.

O Sr. secretário procederá à Leitura da ata da sessão anterior.

11 - O SR. PEDRO FARIA, servindo como 2.0 -Secretário.procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, semobservações, assinada.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia. Viveiros) - Passa-se à leiturado expediente.

Mato Grosso do SulJoão Câmara - PMDB; Walter de Castro,

ParanáAdriano Valent.e - PDS; Antônio Mazurek - PDS; Ary Kff'l!i

PDS; Borges da Silveira -- PP; Euclides Scalco - PMDB;Hélio Ouque - PMDB; Maurício Fruet - PMDB; Paulo Marques-- PMDB; Sebastião Rodrigues Júnior - PMDB; Waldmir Belinati- PDS,

Rio de Janeiro

Daso Coimbra - PP; Jorge CUl'Y -- PTB; José Bruno- FP;José Frejat - PDT; José Maurício ~ PDT, Lygia Les;ô,l, Bastos- PDS; Márcio Macedo - PP; Paulo Torres -- PP; P0.:!;·O Faria

PP; Pó'icles Gonçalves - PP.

Minas Gerais

Altair Chagas - PDS; CarLos Cotta - PP; Castejon B~r,nco- PDS: Dario Tavares - PP; Homero Santos - PDS: Humb"rtoSouto - PDS; João Herculino - PMDB; José Carlos F'agundes- PDS; Luiz Leal - PP; Magalhães Pinto - PP; Pimenta daVeiga - PMDB: Ronan Títo - PMDB; Rosemburgo Romano --­PP; Tarcísio Delgado - PMDB.

São PauloAirton Soares - PT; Audálio Dantas -- PMDB; Cardoso Aives

- PMDB; Del Bosco Amaral - PMDB; Diogo Nomura - PUS;Francisco Leão - PDS; Jayro MaltonJ -- PDS: Octacilio Almeida-- PMDB: Roberto Carvalho - PDS; Ulysses Guimarães PM~)B.

GoiásAdhemar Santillo - PMDB; Francisco Castro - PMDB; ltu­

rival Nascimento - PMl?B; Siqueira Campos -- PDS.

Mato GrossoAfro StCofanini - PDS; Cristino Cortes - PDS; Lourcmberg

Nunes Rocha - PP.

Alagoo,s

PDS; José Alves - PDS; José COIlta -

ACil'ePMDB; Nosser Almeida - PDS; Wildy

Amazonas

Antônio FerreiraPMDB.

Aluizio Bezerra\Ti.anna -- PDS,

lllO Sábado 13 DIÁRIO no CONGRESSO NAnON;\l (S~~àn I ~ Marçn d~ 19111

o SR. JOEL FERREIRA, Suplente de Secretário, servindo como1.°-Secretário, procede à leitura do seguinte

111 :.- EXPEDIEN'I'E

COMUNICAÇÃODo Sr. Lider do PDT, nos seguintes termos:

Brasília, 12 de março de 1982,Senhor Presidente:

T·enho a honra de comunicar a Vossa ElGcelência que é aseguinte a escala de Vice-Líderes deste Partido, na semana de15 a 19 de março de 1982:

Dias Deputado

15-3 Magnus Guimarães16-3 Magnus Guimarães17-3 Magnus Guimarães18-3 Magnus Guimarães19-3 Magnus Guimarães

Atenciosamente - Alceu CoUares, Líder.

PROJE.TO DE LEI N,o 148-A, DE 1979

(Do Sr. Augusto Trein)Dispõe sobre a comerciaIlza,ção de' defensivos desti­

nados à agropecuária, institui a obrigatoriedade de recei­tuário agronômico e veterinário para sua aquisição, edá outras p,roviaências; tendo parooeres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela (lollBtituciona1i'dad~.. juridi­cidade e técnica legislativa, com Substitutivo e voto emseparado do Sr. Cardoso Alves; da Comissão de Agricul­tura e Políti{la Rural, pela aprovação, com Substitutivoe voto em separado do Sr. Edilson Lamartine; e, daComiSlSão de Finanças, pela aprovação.

(Projeto de Lei n.o 148, de 1979, tendo anexados osde n.os 1.582/79, 982/79 e 1.968/79, a que se referem ospareceres,)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A comercialização dos defensivos destinados à agri­cultura ou à pecuária fica sujeita às normas instituidas nesta lei.

Art, 2,° Para os efeitos desta lei considera-se defensivo todomaterial químico ou orgânico a ser aplicado às plantas ou animaiscom a finalidade de combate, prevenção ou controle de insetos,vermes, pragas, doenças ou ervas daninhas prejudiciais ao seudesenvolvimento normal. .

Art. 3.°, Os defensivos considerados nocivos ou perigosos àsaúde ou ao melo ambiente, conforme classificação a ser estabele­cida pelo Ministério da Agricultura, somente poderão ser entreguesa" consumo mediante apresentação de receituário firmado porEngenheiro Agrônomo ou Veterinário, de acordo com r, destinacãodo produto.

§ 1.0 No verso do receituário, entre outros itens que poderãoser estabelecidos em regulamento, deverão obrigatoriamente serindicados os seguintes:

I - momento e condições de aplicação;II --:- equipamento a ser utilizado;III - a carência;IV -- a fitoxidade;V -- a toxidade:VI - a proteção operacional.§ 2,° O Poder Executivo disporá, em regulamento, sobre a

rotulagem, as bulas, os impressos, as etiquetas e os prospectos re­ferentes aos produtos de que trata este artigo,

Art. 4,° Compete ao MinIstério da Agricultura fiscalizar o:,urnprimento das medidas estabelecidas no art, 3.° desta lei.

parágrafo único, O Ministério da Agricultura, mediante con­""l,io, poderá delegar aos Estados. aos Territórios e ao DistritoFé'(jc,ral a competéncia de que trata este artigo,

Art. 5,° Sem prejuizo da responsabilidade penal cabÍ),rel. a:1 fração das normas desta lei acarretará as seguintes sanções:

1-- advertência;. II - multa, uos estabelecimentos comerciais infratores. de

<tU 5 (cinco) vezes o maior salário de referência determinada pelaLt'i n,o 6,205, de 29 de abril de 1975;

IH - embargo do produto.Art. 6,° O Poder Executivo regulamentará em lei no prazo

dl' 60 lsessenta) dias, dispondo, inclusive, sobre a forma de sua"xecução nos Munlcipios onde inexistir profissional habilitado,

Art, 7,° Esta Lei entra em vigor na data de sua ;mblicação,Art, 8.° Revogam-se as disposições em pontrário.

Justificaçã-oO emprego indiscriminado de defensivos agricolas tem sido

uma das mais salíentes causas da poluição do meià ambi~nte. Al­guns produtos, por ter,em seus principios ativos ligados a com­postos quimicos de elevada periculosidade aos organismos vivos,asSumem papei nocivo e prejudicial ao fim a que se propõem,qual seja o de eliminar pragas e doenças ncs plantas e animais,

O receituário, que se pretende instituir através d2st2 projeto,disciplinará a comercialização e o uso dos diferentes defensivosagricolas, através da interveniência do profissional em Agrono­mia ou Veterinária, observando os diferentes aspectos biológicosdos agentes parasitários das lavouras e animais e seus níveis dedanos econômicos nas diferentes fases do ciclo produtivo,

Esses conhecimentos, aliados aos estudos da eficiência de no­vos defensivos, menos tóxicos, considerados de menor risco, per­mitirão o estabelecimento de um sistema eficiente de controle.Tal sistema, instituido, se caracterizará por considerar o proble­ma do equilíbrio ecológico e por reduzir ao minimo as probabi­lidades dos inconvenientes do uso generalizado dos defensivos,ehtre as quais se salienta a poluição ambientaI.

No Brasil, aproximadamente mais de 500 princípios ativos depesticidas são utilizados para a elaboração de cerca de 3,000 for­mulações que se encontram no comércio, A vista desse fato, con­ciui-se a impossibílídade de o agricuitor ou pecuarista eleger cmanipular ,esses produtos, devendo, portanto, valer-se do Enge­nheiro Agrônomo ou do Vetelinário para sua correta orientação,Em medicina existe uma listagem de produtos que somente sãocomercializados mediant,e receita médica, visando a proteção in­dividual no campo da saúde humana,

Os pesticidas, entretanto, são vendidos livremente e, não ape­nas causam danos à saúde individual como provocam casos de in­toxicações coletivas, mortes, poluição ambiental. extermínio dafauna e da flora,

Preconiza-s·e a interveniência de profissional habilitado paraque os produtos altamente tóxicos ou de larga persistência nosalimentos, no solo ou nas águas, mediante a seletividade do men­cionado receituário, tenham sua comercialização regrada atravésda prescrição agronômica ou veterinária, A implantação do recei­tuário virá forçosamente orientar uma listagem de substânciastóxicas, restringindo suas vendas, protegendo a população e omeio ambiente e compatibilizando a necessidade de produç1í.o dealimentos em escala crescente.

O presente projeto, se transformudo em lei, virá suprir um:!evidente lacuna em nossa legislação, que já conta com medidasnecessárias a inspecionar e fiscalizar o comércio de fertilizante,';.corretivos e inoculantes destinados à agricultura, constantes daLei n,o EU38/74, O discipllnamento da matéria realmente se tor­na imprescindivel diante da ameaça que constitui para o homEmo emprego, sem orientação técnica e especializada, de eleme:1tospor vezes altamente tóxicos, como os que contém principios aU­vos com dose letal,

Causa preocupação o perigo que possam representar não SII

para os consumidores de produtos submetidos à ação daqueleselementos, mas, principalmente, do homem do campo que opcr:]com ess·es insumos e os manipula diretamente: a sua atuação in­diosa poderá ser fatal se não for cercada dos cuidados quo(' seprocura estabelecer no presente projeto.

A viaJ:.ilidude e as vantagens do receituário já estão compro­vadas pelo uso do mesmo. que vem sendo feito pela Sociedade-, c Agronomia do Rio Grande do Sul. Assim, não fosse o Bancado Brasil; não o teria adotado conforme Carta Circular Grupaln,o 2.697, e decorrente da Carta Circular n.o 229, do Banco Ce11­traI.

Sarla das Sessões, 8 de março de 1979, - Augusto Treill.

STjBSÍDIOS ANEXADOS PELO AUTOR

BANCO DO BRASIL S.A. - BRASíLIA \DF). 17-2-78CARTA-CIRCULAR GRUPAL N.o 2.697

Agêllcias Destinatárias: as do Estado do Rio Grande (lo SU'

Circular 6 - 1. condições Gerais - Disposições Pre!imina."coDefensivos para a agropecuária - Os malefícios traziclcs a.ü

meio umbiente pelo uso desordenado d·e defensivos agricoh-s al­tamente tóxicos vêm causando sérias preocupações às autoridade'responsáveis, bem como às entidades que congregam técnicos daárea rural.

2. Dentre outras providências articuladas para enfrentar oproblema, destaca-se a implantação de reeeltuárlo agronômicopara os de,fensivos agrícolas, medida que visa a evitar, princi­palmente, o uso inadequado de produtos mais tóxicos.

M arçn de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 811

3. O Banco foi solicitado a eolabOl'ar na difusão dessa prá­tica, mediante a eXigência de receItuário, na concessão dos fi­nanciamentos da espécie.

4. Cabe registrar que, consoante instruções divulgadas peloBanco Central do Brasil, em sua Carta~.O!rcular n.o 229 de 1-5-77,"cumpre ao assessoramento técnico prescr,ever as espécies e quan­tidades ·dos de,f.ensivos agricolas necessãtias às lavouras assistidas,de confOrmidade com as caracteristicas' da região".

5. Assim, com o intuito de engajar o Banco na campanha,devem as agências obter o receituárioàg,ronõmico em causa. Es­se documento será dispensável quando cpnstatados óbic.es capa­ses de impedir a rápida e oportuna liberação dos créditos. A obri­gatoriedade recairá, contudo, sobre as operações correspondentesa elllPreendimentos assistidos tecnicamente.

6. Os receituários serão fornecidos por engenheiros agrôno­mos, registrados no CREA, preferentemente vinculados ao Servi­ço Público Federal ou Estadual, EMATER e Cooperativas. Exce­ção feita aos casos de Cooperativas, tais receituários deverão serrejeitados quando emitidos por agrônomos ligados a empresas for­nec.edoras de insumos.

7. Por fim, recomendamos que a matéria seja conveniente­mente divulgada, com vistas a viabilizar a aplicação da medidade forma ampla.

Departamento Geral de Normas de Crédito - DENOC - CésarSocias Schenkel, Chefe.

CARTA--o:rRCULAR N.o 229As>rnstituições Financeiras doSistema Nacional de Crédito Rural

Defensivos Agrícolas - As conclusões de estudos e pesquisasindicam que são muito expressivas as perdas da agricultura bra­sileira ocasionadas pela incidência de pragas, doenças e ervasdaninhas.

2. Dessa maneira, o incremento da produtividade do setordepende, em grand·e parte, das práticas de defesa fltossanitária,sob modelos adequados e mediante criteriosa orientação técnica.

3. Recomendamos, pois, às instituições financeiras que esti­mulem a concessão d·e financiamentos para aquisição e aplicaçãode defensivos agrícolas, quer isoladamente, quer em conjunto comos demais itens do custeio.

4. A propósito, à semelhança de observações aduzidas emnossa Carta-Circular, à 217 de 1-3-77, quanto às exploraçõespecuárias, deve-se alertar que cumpre ao assessoramento técnicoprescrever as espécies e quantidllides de defensivos agrícolas ne­cessárias às lavouras assistidas, de conformidade com as carac­terísticas da região.

5. Por conseguinte, será de considerar-se insatisfatório o pro­jeto técnico, plano simples ou orçamento que não atentar con­venientemente nesse aspecto, ainda que nel·e se consignem verbaspara pagamento de outros insumos prioritários, em obediência àsdeterminações do MCR 9-1-2-a.

6. Gabe advertir também 'Que a omissão das cautelas de com­bate às pragas, doenças e ervas daninhas exclui a possibilidadede amparo do PROiAGRO, segundo estabelece o MOR 19-10-1-a-2.

Brasília (DF), 19 de maio d·e 1977. - Banco Gentral do Bra­.,il - Departamento do Crédito Rural. - Adão Calil, Chefe.

PROJETO DE LEI N.o 1.582, DE 1979(Do Sr. Júlio Campos)

Submete a venda. de defensivos agrícolas à apresen­tação de receita assinada por engenheiro agrônomo e de­termirut outras providências.

(Anexe-se ao Prôjeto n.o 148, de 1979, nos termos doart. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os defensivos agrícolas que apresentem periculosí­

dade à saúde ou ao meio ambiente, conforme classIficação a serestabelecida - no mínimo uma vez por ano - pelo Instituto Bioló­gico de São Paulo, somente poderão ser vendidos mediante apre­sentação de receita assinada por engenheiro agrônomo regular­mente habilitado.

Parágrafo único. Para os efeitos desta lei considera-se de·fen­;3ivos todas as substâncias ou misturas de substâncias, de naturez,aquimica ou biológica. a serem aplicadas às plantas ou animais, coma finalidade de prevenir, destruir ou repelir Insetos, pragas, v,ermes,doenças ou ervas daninhas que sejam prejudiciais ao seu desenvol­vimento.

Art. 2." A receita, de que trata o artigo anterior, deverá serprescrita de conformidade com as características da região e con­terá os seguintes itens:

I - espécie;

II - precauções e dados sobre toxidade;UI ..:.. aplicação máxima e mínini,8I, quando for o caso;IV - tempo de uso, de exposição ou aplicação;V - equipamento a ser usado.Art. 3.° Ao Ministério da Agricultura, através da Secretaria

Nacional de Defesa Agropeeuárla, compete fiscalizar o cumprimen­to do estabeleeido na presente lei.

parágrafo Úníco. Mediante convênIo, poderá o Ministério daAgricultUl'a delegar competência d'aatrlbuição prevista neste arti­go às Secretarias de Agncultura ou órgãos assemelhados, dosEstados, Territórios ou Distrito Federal.

Art. 4.° S,em prejuízo da responsabilidade penal cabivel, osque deixarem de cumprir o disposto nesta lei ficarão sujeitos àsseguintes sanções:

I - advertência;II - multa, aos estabelecimentos comerclaJs, variáveis entre

5 (cinco) e 20 (vinte) vezes o maior valor de referência (MVR)previsto na Lei n.O 6.205, de 19'75;

III - embargo do produto.Art. 5.° O Poder Executivo baixará, no prazo de 90 (noventa)

dias, o Regulamento e demais medidas complementares que sefizerem necessárias à execução da presente le!.

Art. 6.° Esta Lei ,entra em vigor na data de sua publicação.Art. 7.° Revogam-se as disposições em contrário.

J ustifieaçãoOs defensivos agrícolas são usados em maior quantidade a

cada dia e ganham um nfunero mais variado de aplicações. OBrasil não é exceção, bem ao contrário. Nos últimos 15 anos, oconsumo de defensivos agrícolas no País aum,entou mais de dezvezes, segundo dados do Sindicato dos Defensivos Agricolas doEstado de São Paulo. Tanto que hoje os grandes fabricantes mun­diais consideram a região CentrO-Sul do País um dos mais promis­sores e comp'etitlvos mercados do mundo. O Brasil é apontado comoo 4.° comsumidor mundial de defensivos agrícolas, sendo os EStadosde São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul os grandes consumido­res: 90% destes insumos. O Rio Grande do Sul, por sua vez,consome 40% do total gasto no Brasil. O uso de defensivos deprocedência estrangeira tem girado em torno de 70% do total.

2. O mau emprego dos defensivos agrícolas está-se tornandoum problema sério no País e já há casos de pragas que, emvez de serem exterminadas pelos produtos químicos, estão sendoestimuladas por eles.

3. Hoje, a população brasileira consome inseticidas na ali­mentação em qualidade 20 (vinte) vezes superior ao padrãomáximo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMSI,que é de 0,005 miligramas por quilo/dia de alimentos ingeridos.

4. De 67 a 7'5, registraram-se, no Brasil, U5 mortes e 1.682envenenamentos de pessoas em áreas ruraJs, cujas plantaçõesforam tratadas com defensivos, Certamente as ocorrências, defato, superaram aqueles números, uma vez que muitos indivíduosafetados não procuram as Secretarias da Saúde dos respectivosEstados, para receberem atendimento.

5. Mas o problema não para aí: o professor J. J. Carneirolembra que, em 19'14, morreram intoxicados por DDT, no RioGrande do Sul, cerca de 400 bois que haviam rompido uma cerca·c invadido uma plantação de soja tratada com pesticida. Acres­centa que mortes de peixes têm sido verificadas em várias regiões.

6. Paises im.portadores de produtos agricolas vêm tomandosérias medidas para evitar a Importação de produtos com teorde pesticidas julgados perigosos para a saúde, Nos casos em que osnlveis destes pesticidas não satiSfaçam à legislação dQ país impor­tador os produtos são devolvidos, como já aconteceu mais de umavez com produtos brasileiros. Os Estados Unidos devolveram aoBrasil uma partida de carne industriallz;ada por conter pesticidaacima dos níveis de tolerância admitidos por aquele país. E algunspaises da Europa deixaram de comprar palmitos brasileiros pelomesmo motivo: altas concentrações de residuos pesticidas.

7. Mas os casos que vêm à tona são apenas a ponta do"iceberg". São PQUCOS os que suspeitam e conseguem compreendera verdadeira extensão dos estragos. Saúde do solo, da planta, doanimal e do homem são uma só coisa.

3. Os defensivos agrícolas não são específicos. Matam umapraga e ao mesmo tempo matam outras formas de vida, desenca­deando violentos processos de desequilibrio ecológico. Alguns delestalvez sejam Irreparáveis.

9. assim, do mesmo modo como o defensivo agrícola é hojeum dos recursos mais necessários para o desenvolvimento da agli­cuitura, também é um dos mais temíveis, pelos prejuízos que podecausar à saúde do homem e ao equilibrio da natureza.

10. Por Isso, temos a fIrme convicção de que devem ser con­trolados o consumo e o uso dos defensivos à semihança do que é

812 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seçào I) \larço de 1982

feito, por exemplo, com medicamentos perigosos. Prescrição domédico para os medicamentos perigosos, prescrição do agrônomopara os defensivos agrícolas, em quantidades ·e condições querepresentem segur.ança sob o ponto de vista do meio ambiente esaúde pública. Mais ainda: deve-se responsabilizar de maneiraséria e rigorosa todo aquele qu·e faça mau uso deles.

H. O problema maior não é o defensivo em si, mas simsua aplicação indiscriminada. Este tem sido o motivo do grandenúmero de casos de contaminação de alimentos, animais e pessoas.

12. A adoção do receituário agronômico para a compra doproduto por certo dificultará a disseminação dos defensivos agrí­colas, impedindo a depredação da natureza provocada pela utili­zação indiscriminada de recursos químicos na agricultura.

13. Como respaldo de nossa presente proposíção, julgamosconveniente nos reportarmos à adoção de tal prática no Estadodo Rio Grande do Sul há menos de um ano, pDr pressão deagrônomos e ecologistas, que já reduziu o consumo de pesticidasem 30%, devido ao maior critério adotado pelos agrônomos.

14. Em face de tudo quanto foi dito, acreditamos que oCongresso Nacional poderá a.proveitar a oportunidade oferecidapela presente proposição a fim de estudar o assunto e chegara uma conclusão que possa ser realmente benéfica ao nosso Pais.

Sala das Sessões, 7 de agosto de 1979. - Júlio Campos.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI iN.o 6.205, DE 29 DE ABRIL DF.: 19'15

Esta.belece a descaracterização do salário mínimo comofator de ·correção monetária '8 acrescenta parágrafo únicoao art. 1.° da Lei n.O 6.147, de 29 de novembro de 1974.

Art. 2.° Em sub.:ltituição à correção pelo salário mínimo, oPoder Executivo estabelecerá sistema especial de atualização mo­netária.

Parágrafo único. O coeficiente de atualização monetária, se­gundo o disposto neste artigo, será baseado no fator de reajusta­mento salarial a que se refeI'em os arts. 1.0 e 2.° da Lei n.O 6.147,de 1974, excluído o coeficiente de aumento de produtividade. Po­derá estabelecer-se como limite, para a variação do coeficiente, avariação das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional IORTN).

Art. 3.° O art. 1.0 da Lei n.O 6.147, de 1974, fica acrescidode parágrafo único com a seguinte redação:

"parágrafo único. Todos os salários superiores a 30(trinta) vezes o maior salário minimo vigente no Paisterão como reajustamento legal, obrigatório, um acréscimoigual à importância resultante de aplicação àquele limite·da taxa ci·e r·eajustamento decorrente do disposto no caputdeste artigo."

•••••••••••• •• •••• •••• •• •• •••• o .••••••• 0- •.•.•.•.•..•.•....•

LEI N.o 6.147, DE 29 DE NOVEMBRO DE 1·974

Dispõe sobre o reajustamento coletivo de salário dascategorias profissionais, e dá outras providências.

Art. 1.0 Nos reajustamentos salariais efetuados, a partir de1.0 de janeiro de 1975, pelo Conselho Nacional de Política Salarial,pela Secretaria de Emprego e Salário, do Ministério do Trabalho,bem como pela Justiça do Trabalho nos processos de dissidiocol~tivo, ,o navio salário será determinado multtpliicand·o-se canteriormente vigente pelo fator de reajustamento salarial, cal­culado na forma do disposto no art. 2.° desta Lei.

Art. 2.° O fator de reajustamento salarial a que se refere oartigo anterior será obtido multiplicando-se os seguintes fatoresparciais:

a) a média aritmética dos coe·ficientes de atualizacão mone-tária dos salários dos últimos doze meses; >

b) o coeficiente correspondente à metade do resíduo inflacio­nário previsto para um período de doze meses, fixado pelo Con­selho Monetário Nacional;

c) o coeficiente correspondente à participação no aumento daprodutivida:de da economia nacional no ano anterior, fixado pelaSecretaria de Planejamento da Presidência da W;pública;

d) o quociente obtido entre o coeficiente relativo à metade dataxa de inflação efetivamente verificada no período de vigênciado antigo salário e o correspondente à metade do resíduo infla­cionário usado na determinação deste salário.

REQUERIM~NTO DA ANEXAÇÃO DOSPLS n.OS 982/79 e 1.968/79

A Sua ExcelênciaDeputado Flávio MarcilioPresidente da Câmara dos Deputados

Eu, Deputado Edilson Lamartine Mendes, venho requerer aVossa Excelência, de acordD com o art. 124, § 5.°, do RegimentoInterno da Câmara dos Deputados, que sejam anexados ao Projeton.O 148/79, do Senhor Deputado Augusto Trein, os Projetos n.OS

1.968/79 e 982/79, dos Senhores Deputados Délio dos Santos eFreitas Nohre, respectivamente.

Nestes termos, pede deferimento.

Brasília, 10 de junh ode 1980. - Edilson Lamartine Mendes.

PROJETO.DE LEI N.O 982, DE 1979(Do SQ'. Freitas Nobre)

Anexado ao de n.O 148/79Dispõe sobre a apresentação de receituário agronômi­

co para obtenção de financiamento agricola,

(Às Comissões de Constituição e Justiça, de Agricultu­ra e Política Rural e de Economia, Indústria e Comércio.)

O Congresso Na'cional decreta:Art. 1.° A concessão de qualquer financiamento no setor

agrícola, por entidade ofi:cia-l ou privada, fica condicionadoa à apre­sentação de receituário agronômico, fornecido gratuitamente, re­lativo à aplicação de defensivos agricolas.

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoÉ de conhecimento geral .s, apreensão- não só no Pais, mas no

mundo inteiro. com 'relacão ao uso· indiscriminado de defensivosag'l'Í'Colas visando a um aproveitamento melhor dos recursos. natu­rais disponiveis.

Há pouco, inclusive, ficamos sensibilizados e, queremos crer.toda Nacão. com s, conclamação partida da conferencia Nacionaldos Bispos do Brasil, através da Camprrnha da Fraternidade, paraa .preservação da natureza.

No que se refere aos defensivos agricolas, sabe-se que, em re­g.ra, eles são aplicados sem eert{)s cuidados que só podem ser pres­critos por técnicos conhecedores da matéria.

Assim, julgamos oportuno atender solicitação d,a Câmara deVereadores de Lajeado. RS, no sentido da apresentação deste Pro­jeto.

Sala ·das Sessões, 23 de maio de 1979. - Freitas Nobre.

PROJETO DE LEI N.o 1.968, DE 1979

(Do Sr. Délio dos Santos)Anexado ao de n.O 148-79

Condiciona a venda de defensivos agrícolas à apresen­taç.ão de receituário agronômico, e dá outras providências.

IAs Comissões de Constituição. e Jllstiça, Agriculturae Politica Ruml e de Economia, Indústria e Comércio.)

O Congresso Na"cional decreta:Art. 1.0 A venda dc quaisquer defensivos agricolas e .produtos

quimicos ·afins somente será permitida meàiante a apresentaçãoàocompetente receituário agronômico.

§ 1.0 O receituário agronômico será, obrig·atoriamente, assi­nado por agrônomo legalmente habilitado.

§ 2.0 Somente poderão ser vendidos os produtos expressamen­te indicados no receituário agronômico-, nas quantidades fixadas.

Art. 2.° Os estabelecimentos co.merciais que se dediquem àvenda de defensivos agricolas e produtos químicos afins manterãoregi.stro de Jtodas as vendas que realizai)~em. arquivando os l'ecei­tuãrios agricolas, que ficarão à -disposição dos órgãos fiscalizadores.

Aà. 3.° A inobservância do disposto nesta lei sujeitará osestabelecimentos ·comerciais infratores a multa. de Cr$ 50.000,00I clnqüent,u. mil cruzeiros), com os reajustamentos anuais promú­vidos na feorma da Lei n.O 6.205, de 29 de abril de 1975.

Pall'ágrU'fo único. No· caso de reincidência, a multa será apli­cada em dobro e o estabelecimento comercial poderá ser suspensopor até 30 Ürinta) dias.

Art. 4.0 O Poder Executivo, ouvidos os Ministéríos da. Agricul­tura e da Saúde. -regulamentará esta lei no prazo de 60. (sessenta)dias, dicspondo, inclusive, sobre a forma de fiscalillação de seu cum­primentJo.

Aort. 5.0 Est,u. Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL. (Seção 1) Sábado 13 813

Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoUma das mais extraordinárias agressões ao meio ambiente é

efetuada a,través do uso indiscriminado de defensivos agricolas eoutros ·produtos químicos afins, largamente utilizados na lavourabrasileira.

Esses produtos contaminam irreversivelmente o solo, a,tingin­do, inclusive locais geograficamente distantes do em que são uti­lizados, sendo conduzidos pela ·evap'Ü'ração, pelo vento e pela chuva.

Como conseqüência imediata do uso exagerado d€ defensivosagricolas temos, além 'da grave contaminação do meio ambiente.uma apreciável diminuição na fertilidade do solo e o envenena­mento ,de animais, que inadvertidamente se alimentam de vegetaiscontaminados e, o que é sumamente mais grave, o envenenamentode pessoas, que sofrem sérias intoxicações, vindo, com freqüência,a falecer.

Impõe-se, por conseguinte, seja exercido, pelo Poder Público.um rigoroso controle sobre a venda de defensivos agrícolas, o que.evidentemente, implicará €Im diminuição do consumo.

Por esse motivo, preconizamos que somente poderão ser ven­didos defensivos agricolas e produtos quimicos afins medianteapresentação de receituário agronômico, assinado por agrônomodevidamente habilitado.

Os estabele'cimentos comerciais deverão registrar as vendasdesses produtos. arquivando os receituários, que ficarão à disposi­ção da fiscalização.

Assinale-se' que, em termos regionais, a medida ora propost.ajá foi adotada pelo Rio Grande do Sul. onde se constatou uma'diminuição de torinta por cento no consumo de pesticidas.

Por derradeiro, ressalte-se que a fim de dotar a providênciaalvitrada da indispensável eficá'Cia, a proposição prevê a aplicaçãode penalidades aos estabelecimentos comerei'ais que inobservaremsuas disposições. .

,Em se tratando de medida fundamental para a defesa da saú­de ~)ública e do meio ambiente, esperamos venha a iniciativa amerecer o apoio dos ilustres membros desta Casa.

Sala das Sessões, 27 de setembro de 1979. - Délio dos Santos.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANENTES

LEI N.o 6.205, DE 29 DE AB'RIL DE 1975

Estabelece a descaracterização do salário mínimo co­mo fator de correcão monetária e acrescenta parág'mfoúnico ao art. 1.0 da Lei n.o 6.147, de 29 de novembrode 1974,

Art, LO Os valores monetários fixados com base no salárk'mínimo não serão considerados para quaisquer fins de direito.

§ 1.0 Fica excluída da restTi"ão de que trata o caput desteartigo a fil<ação de quaisquer valores salariais, bem como os se­guintes valores liga.dos à legislação da previdência social, que con­Unuam vinculados ao salário minimo.

I - Os beneficios mínimos estabelecidos no art. 3° ela Lein.O 5.890. de 8 de junho de 1973;

II - a 'cota do salário-família a que se refere o art. 2.0 dt1.Lei n.o 4.266, de 3 de outubro de 1963;

III - Os beneficios do PRORURAL ILeis Complementares n.05

11. de 26 de maio de 1971, e 16. de 30 de outubro de 1973 i, pagos·pelo FUNRURAL:

IV - O salário-base e os benefícios da Lci n.O 5.859, de 11 dedezembro de 1972;

V - O benefício instituído pela Lei 11.0 6.179, de 11 ele dezem-bro de 1974;

VI - (Vetado).

§ 2.° (Vetado).§ 3.0 Para os efeitos do disposto no art. 5.0 da Lei n.o 5.390,

de Ül73, os montantes atualmente correspondentes aos limites de10 e 20 vezes o maior salário minimo vigente serão .reajustados d€acordo com o ·disposto nos arts. 1.0 e 2.° da Lei n.o 6.147, de 29 denovelnbro de 1974.

,,4.° Aos contratos com prazo determinado, vigentes na da­ta d~ publicação desta Lei, inclusíve os de locação, nã? se aplica­rão, até o respectivo término, as disposições deste artlgo.

Art, 2.° 'Em substituição à correção pelo salário .mi~imo. oPoder Executivo estabelecerá sistema especial de atuallzaçao mo­netária.

pará~rafo único. O coeficiente de atualização monetária, se­gundo o disposto neste artigo, será baseado no fator de l'eajusta-

menta salari'al a que se referem os arts. 1.0 e 2..0 da Lei n.O 6,147,de 1974, exc1'uido o coeficiente de aumento de produtividade. Po­derá estabelecer-s.e como limite, para a variação do coeficiente, avariação das Obrigações iReajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNJ.

Art. 3.° a art. 1.0 da Lei n.O 6.147, fica acrescido de parágTa­fo único com a seguinte redação:

"Parágrafo único. Todos os salários superiores a 30(trinta) vezes o maior salário mínimo vigente no Pais te­rão como reajustamento legal, obrigatório. um acréscimoigual à importância resultante da aplicação àquele limiteda taxa de reajustamento decorrente do disposto no caputdeste artigo."

Art. 4.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,revoga:da,s as disposições em contrárIo.

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAI - Relatório

O Projeto em exame, de autoria do nobre Deputado AugustDTrein, dispõe sobre a comercializa"âo de defensivos destinados àagropecuária e institui a obrigatoriedade de receituário agronômi­co ou veterinário para sua aquisição, além de prever sanções paraos infratores das normas que estabelece, bem como que a fiscali­zação será exercida pelo Ministério da Agricultura, que, contudo,poderá, através de convênios, delegar essa competência aos Gover­nos 'dos Estados. Territórios e Distrito Federal.

2. Em bem lançada justificação, salienta o perigo que o usoindiscriminado de defensivos agricola's acarreta, não só para ohomem, como ~ambém para o 'prÓIJrio equilíbrio e'Cológico. Argu­menta ainda que, existindo no BrasB mais de 500 princípios aotivosde pesticidas utilizados para a ·elabora(}ão de cerca de 3 mil fo·rmu­lações, é imposivel ao agricultor ou pecuarista saber utiliza!!' ade­quadamente esses produt<Js, "devendo, portanto, valer-se do en­genheiro agrônomo ou do veterinário para sua correta utilização".

Lemhra ainda que no campo da medicina existe uma listagemde medicamentos que somente são comercIalizados mediante re­ceita médica, exem:plo que também deve, no entender de S. Ex.",ser seguido na agropecuária.

Para reforçar seu ponto de vista, anexa o ilustre parlamentarà Justificação xerocópias da Carta Circular n.o 2.697 do Ba11'CO doBrasil e da Carta Circular 11,° 229, do Banco -Central, que recomen­dam respectivamente a adoção de receituário agronômico para osdefensivos agricolas e que sejam considerados insatisfatórios osprojetos que não ,prescrevam as es.pécies e quantidades de defen­sivos agricolas necessários às lavouras assistidas, de conformidadecom :liS caraoteristicas da 'l'egião.

3. Todavia, sobre a viabilidade ou não da presente proposi­çào, é a Comissão de Agri'Cultura e Política Rural o érg'áo hábilpara manifestar-se, o que fará a seguir.

4. Do ponto de vista constitucional e juridico, nada há aopor ao projeto. A matéria legislada se inclui entre aUJuelas dacompetência ao Congresso- Nacional, conforme estabelecem os arts.3.0 , inciso XVII. alinea d, e 43 da Constituição.

5. No tocante à técnica legislativa, entretanto. a fim deadaptá-la ao que recomendam os bons autores, apresentamos subs­titutivo ao 'Projeto, eis que esse aspecto ê mérito privativo destaComissão. Fal,ta à norma legal em apreciação, a imper'iosidade quetoda lei deve ter, bem como. em seu art. 5.0

, inciso lI, adota siste­mática já não mais utilizada pa:ra fixação de penas pecuniárias.

11 - Voto do RelatorOpinamos, pois, pela aprovação do proj eto, po'r constitu~io11al.

juridico e em boa técnica legislativa, nos termos do substltutlVlJanexo.

Sala da Comissão, 3 de maio de 1979. 'I'areísio Delgado,Relato'r.

UI - Pareecr da .ComlssãoA Comissão de Constituiçüo e Justiça, em reunião de sua Tur­

ma "A". opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridici­dade e boa técnica 12gislativa do Projeto n.O 143/79 (anexo o Pro­jeto n.O 1. 532/79;, nos termos do Substitutivo adotado pelo Relator.a SI'. Cardoso Alves apresen:ou voto em .separado.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Marinho- Presidente; Tarcisio Delg[;do, Relator; Antônio Dias, Brabo deCarvalho, Claudino Sales. Gomes da Silva, Jorge Cury, José Fre­jat. Marcelo Cerqueira. Nilson Gibson, Roque Aras e Sérgio Mu­riJo.

Sala da Con1i.ssào. 19 de setembro de 1979. - Djalma Marinho,Pre.sidente - '11arcü:io Delsoado, Relator.

Substitutivo Adotado pela Comis,ãoDispôe sobre a comercialização de produtos fítossa­

ni:áríos ou defensivos agricolas, institui a obrigatorieda­de do Projeto Técnico Fitos,anitário, e dá outras provi­dências.

814 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sc~ão I) Mar~o de 1982

o Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica a comercialização dos defensivos agrícolas su­

jeita às normas desta Lei.Art. 2.° Considera-se para os efeitos desta lei, defensivos

agrícolas as substâncias ou misturas de substâncias, de naturezaquímica ou biológica e os organismos vivos quando destinados aprevenír, destruir, atrair ou repelir, direta ou indiretamente, qual­quer forma de agente patogênico ou de vida animal ou vegetalque seja nocIva às plantas úteis e seus produtos.

Art. 3.° Somente poderão seI' entregues ao consumo de de­fensivos cOn5iderados nocivos eu perigosos à saúde e ao meio am­biente, conforme clas:dficação a ser estabelecida pelo Ministérioe!a Agricultura, mediante apresentação de Projeto Técnico Fitos­.êanitário firmado por engenheiro agrônomo, de acordo com a des­tinação do produto.

§ 1.0 Deverão os Projetos Técnicos Fitossanitárlo.s contercl1ém dos itens es,enciais quanto à recomendação dos produtoscl serem determinados no regulamento desta. iei. os seguintes:

I - momento e condições de aplicação:II -- equipamento a ser utilizado;IH - o intervalo em dias entre a última aplicação e a co­

lheita (carência):IV - a fitotoxidade à cultura a ser protegida e às outras

cUlturas próximas;V - a toxidade dais) formulaçãolões) prescritas:VI - a proteção dos aplicadores e demais pessoas envolvidas

na operação;VII - o destino às embalagens vazias. bem como a guarda

das embalagens não utilizadas.§ 2.° Cada projeto Técni'w Fito.ssanitário - PTF - será

elaborado pelo engenheiro agrônomo apó's visita à propriedadeagricola respec:iva, .devendo constar. entre outros itens a seremestabelecidos pelo regulamento desta lei. a descrição das lavourasH serem protegidas e suas áreas respectivas e as possibilidadeshumanas e materiais para uma boa prática agricola na aplicaçãodos defensivos que foram recomendados.

Art. 4.° Compete ao Ministério da Agricultura fiscalizar ocumprimento desta Lei.

Parágrafo único. Poderá o Ministério da Agricultura, me­diante convênio, delegar os Governos dos Estados. Territórios eào Distrito Federal a compe:ência de que trata este artigo.

Art. 5.0 Aplicam-se aos infratores de,ta Lei. sem prejuízoda responsabilidade penal cabivel. as seguintes sUllcões:

I - advertência;II ... multa de até Cl'S 10.000,00 I dez mil ct'llzeil'os) atualiza­

da segundo determina a Lei n.o 6.423. de 17 de junho de 1977:

UI - Embargo ao produto.Art. 6.0 Dentro do prazo de 60 \sessenta \ <:lias de sua publi­

cacão. o Poder Executivo regulamentará esta Lei. dispondo in­clusive sobre a rotulagem, as bulas. os impressos, as etiquetas eo~ prospectos referentes aos produtos mencionados no art. 3.0 , bemcomo sobre a forma de sua execução nos Municípios onde ine­;;;sta profissional habilitado,

Art. 7.0 Esta Lei entra em vig'QX na data de sua publicação.Art. 8.° Revogam-se as dispo,içôes em contrário.Sala da Comissão. . - Djalma }[arinho, Presidente

TRl'císio DelgR(lo, Relator.

Voto em separado do Sr. Cardoso Ah'es

Concordamos p:enamente com o eminente Relator, Depu­:ado Tarcisio Delgado, quando declara que nada há a opor aoprojeto do Deputado Augusto Trein. do ponto de vista constitu­cional e jurídico.

Para adaptar o projeto à técnica legislo.tiva. o ilustre Relatorapresentou substitutivo, dando maior imperiosidade à propociçãosuh jlldice.

Ao nosSo ver, entretanto. tal .substitutivo é ainda insuficientep,lra a perfeita adequação técnico-legislativa do projeto, dai apre­~('l\tarmos a douta Comissão de Constituicão e Justica novo Sub.s­titutivo. justificando nossa atitude com a' seguinte a'rgumentação:

1. O Decre:o-lei nO 467, de 13 de feverelro de 1969, ·e o Decreto11." 64.499, de 14 de março de 1969. que aprovou o "regulamentori!' fiscalização de produtos de uso veterinário e dos estabeieci­Il1rnto., que o fabriquem", assim como a portaria n.O 242, de 9 dede?rmbro de 1969. do Diretor do então Escritório de ProduçãoAr.imal (Anexo 1) já regulamentaram a matéria. no que Sf re­fere à agropecuária. Dai a retirada do termo pecuária da Ementae do art. 1.0 do Su.bstitutivo ao Projeto de Lei n.O 148/79, do il us­trl' Depu~ado Tarcisio Delgado.

2. No art. 2.° aproveitamos a definição oficial ]aexistente econtida na Portaria n.O 012, de 21 de outubro de 1976, da Divisãode Defesa Sanitária Vegetal, do Departamlinto Nacional de Pro­duçãQ Vegetal, publicada no Diário Oficial da União, de 2 de de:zembro de 1976, páginas 15764/63 (Anexoi 2 e 2-Bl.

3. O engenheiro-agrônomo, de acordo com a' regulamentaçãoda profissão (Lei n.O 5.194, de 24 de dezembro de 19661 não emitereceita agricola ou receituário agronômico. Receituário é palavraaiheia à profissão de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrô­nomo, agrupados no Conselho Federal de Engenharia, Arqui ~eturae Agronomia - CONFEA - pelas suas5imilaridades.

A figur~. ou o instituto da receita, no Brasil, é ato da profls­.são médica. Aos engenheiros arquitetos e agrônomos cabe pro­jetar, planejar, e,tudar, analisar, avaliar. vistoriar, periciar, darpareceres, ensinar, pesquisar, experimentar, ensaiar, fiscalizar,dirigir, executar, produzir, ma,. em nehum momento. simples­mente receitar.

Quando se trata de aplicar defensivo agrícola numa lavoura,faz o agrônomo um projeto. Quando, por exemplo, num psdidode crédito rural se lhe pede a participação, fará ele uma visoria,uma perícia, uma avaliação, um par·ecer, consubstanciado emlaudo ou não. E~sas atividades, porém, não são receita.

Dai a alteração introduzida no art. 3.0 , trocando a palavral'eceituário por Projeto Técnico Fito 'sanitário. - PTF.

4. Um item foi acrescentado ao § 1.0 do art. 3.°, visando odestlno das embalagens vazias, além de um § 2.0 ao mesmo artigo'obre a técnica do PTF.

Assim, reconhecidas a const! :ucionalidade, juridicidade e ade­Quação técnico-legislativa da proposição, somos pela aprovação:'0 projeto, n05 termos do substitutivo anexo.

Sala ela Comi,são. 7 de junho de 1979. - Cardoso Alves.

Substitutivo

Dispõe sobre a comercialização de produtos fitossa­nitários ou defensivos agrícolas, Institui a obrigatoriedadedo Projeto Técnico Fltossanitárlo e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica a comercialização dos defensivos agrícolas su­

jeítas às normas desta Lei.Art. 2.° Considera-se, para os efeitos desta lei, defensivos

agrícolas as substâncias ou misturas de substâncias, de naturezaquímica ou bioiógica e os organismos vivos quando destinados aprevenir, destruir, atrair ou repelir, direta ou indiretamente, qual­quer forma de agente patogênico ou de vida animal ou v,eg,etal que,eja nociva às plantas úteis e seus produtos.

Art. 2.0 Somente poderão ser entregues ao consumo os dt'­fêmivos considerados nocivos ou perigosos à saúde e ao meio am­biente, conforme classificação a ser estabelecIda pelo Ministérioda Agricultura, mediante apresentação de Projeto Técnico Fitos­,anitário firmado por engenheiro agrônomo. de acordo COm a des­tinação do produto.

~ 1° Deverão os Projetos Técnicos Fitossanitários conteralém dos itens essenciais quanto à recomendação dos produt'Js aserem determinados no regulamento desta lei, os seguintes:

I - Momento e condições de aplicação;II -- Equipamento a ser utilizado;lU - O intervalo em dias entre a última aplicação e a colheita

carência) :IV - A fltJtoxicldade à cultura a ser protegida e às outras

culturas próximas;V -- A toxicidade da(s) formulação(ôes) prescritas;VI - A proteção dos aplicadores e demais pessoas envolvidas

:la operação;VII - O destino às embalagens vazias, bem como a guarda das

l'mbalagens não utilizadas.~ 2.0 Cada Projeto Técnico FltossanitáriQ - P'I1F - será ela­

;]orado pelo engenheiro agrônomo após visita à propriedade agrí­cola respectiva, devendo constar, entre outros itens a serem esta­belecidos pelo regulamento desta lei, a descrição das lavouras a,nem protegidas e suas áreas respectivas e as possibilidade hu­manas e materiais para uma boa prática agrícola na apJicação dosdefensivos que foram recomendados.

Art. 4.0 Compete ao Ministério da Agricultura fiscalizar ocumprimento desta Lei.

Parágrafo único. Poderá o Ministério da Agticultura, me­diante convênio, delegar aos Governos dos Estados, Territórios edo Distrito Federal a competência de que trata este artigo.

Art. 5.° Aplicam-se aos infratores desta Lei, sem prejuizo daresponsabilidade p,enal cabivel, as seguintes sanções:

Março de 1982 mARIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seçào I J Sábado 13 815

I - Advertência;

II - Multa de até Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) atualizadasegundo determina a Lei n.o 6.423, de 17 de junho de 1977;

ITI - Embargo ao produto.

Art. 6.° Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias de sua publi­cação, o Poder Executivo regulamentará esta Lei, dispondo in­clusive sobre a rotulagem, as bulas, os impressos, as etiquetas eos prospectos referentes aos produtos mencionados no art. 3.°.bem como sobre a forma de sua execução nos Municipios ondeinexista profissional habilitado.

,Art. 7.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 8.0 Revogam-se as disposições em contrário.Sala da Comissão, 7 de junho de 1979. - Cardoso Alves.

PARECER DA COMISSÃO DE AGRICULTURA E

POLÍTICA RURAL

I - Relatório

O nobre Deputado Augusto Trein apresentou o Projeto de Lein.o 148, de 1979, dispondo sobre a comercialização de defensivosdestinados à agropecuária, instituindo a obrigatoriedade de recei­tuário agronômico e veterinário para sua aquisição e dando ou­tras providências ao qual foi anexado o Projeto de Lei n.O 1. 582,de 1979, da autoria do nobre Deputado Júlio Campos, que versasobre matéria análoga, ou seja, submete a venda de defensivosagrícolas à apresentação de receita assinada por engenheiro agrô­nemo.

Manifestando-se sobre as proposíções consíderou-as a doutaComissão de Constituição e Justiça constitucionais e jurídicas, ofe­recendo-lhes, entretanto, substitutivo.

É o relatório.

11 - Voto do RelatorA finalidade das iniciativas, nos termos. aliás. das respectivas

justificações, é coibir o uso indiscriminado de defensivos agrícolas.evitando, dessarte, os graves malefícios que acarretam muitos de­les pelo emprego, inadequado decorrente da falte. de sua fiscali­zação e de controle de sua comercialização, o que tem sido, reco­nhecidamente, uma das mais sérias causas da poluição ambientale de risco à saúde humana.

Sem dúvida alguma, impõe-se a disciplinação legal da comer­cialização e do uso de produtos fitossanitários ou defensivos agri­colas, mediante o efetivo controle de sua venda e aplicação.

O voto, coerentemente, é pela aprovação, das iniciativas dosnobres Deputados Augusto Trein e Júlio Campos, nos termos doseguinte substitutivo:

Substitutivo do Relator

Dispõe sobre a comercialização e uso dos produtos fi­tossanitários ou defensivos agrícolas, institui sua Venda'Controlada, através de Projeto Técnico e/ou Receita Agro­nômica, e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ficam a comercialização e o uso dos d·efensivos agri­

colas sujeitos às normas desta Lei.Art. 2.° Considera-se para efeito desta lei, defensivos agri­

colas, herbicidas, ou produtos fitossanitários, as substâncias oumisturas de substâncias, de natureza química ou biológica e osorganismos vivos quando destinados a prevenir, destruir, atrair ourepelir, direta ou indiretamente, qualquer forma de agente pa­togênica ou de vida animal ou vegetal que seja nociva às plantasúteis e seus produtos,

Art. 3.° Eomente poderão ser entregues ao consumo defensi­vos considerados nocivos ou perigosos a saúde e ao meio ambien­te, mediante receita, conforme classificação a ser estabelecida peloMinistério da Agricultura. nas condições especificadas a seguir:

I - Diretamente às empresas de prestação de serviços fitos­sanitários, que serão responsáveis pela sua aplicação:

II - Diretamente aos usuários, pelas respectivas firmas regis­trantes, através do sistema de venda aplicada e sob responsabili­dade de um -engenh-eiro agrônomo ou engenheiro florestal devida­mente habilitado;

IH - Diretamente aos usuários através da apresentação deReceita ou Projeto Técnico Fitossanitário, fornecido por um Enge­nheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal registrado no CREA.

§ 1.0 Deverão, os Pmjetas Técnicos Fitossanitários e/ou asReceitas Agronõmicas, além de atender as anteriores observar asseguintes exigências:

a) Momento e condições de aplicação;

b) Equipamento a ser utilizado;

c) O intervalo em dias entre a última aplicação e a colheita(prazo de carência);

d) A fitotoxidade à cultura a ser protegida e às outras cul­turas próximas;

e) A toxidade dais) formulação (ões) prescritaf.s);f) A proteção dos eplicadores e demais pessoa esnvolvidas na

operação;

g) A proteção às culturas próximas;

h) O destino às embalagens vazias, bem como a guarda dasembalagens não utilizadas.

§ 2.° Cada Projeto Técnico Fitossanitário e/ou Receita Agro­nômica será elaborado pelo Engenheiro Agrônomo ou EngenheiroFlorestal após a visita à propriedade agrícola respectiva, d·evendoconstar, entre outros itens a serem estabelecidos pelo regulamentodesta lei, a descrição das lavouras a serem protegidas e suas áreasrespectivas e as possibilidades humanas e materiais para uma boaprática agrícola na aplicação dos defensivos que foram recomen­dados.

Art. 4,° Compete ao Ministério da Agricultura fiscalizar ocumprimento desta Lei.

Parágrafo único. Poderá o Ministério da Agricultura, median­te convênio, delegar aos Governos dos Estados, Territórios e doDistrito Federal a competência de que trata este artigo.

Art, 5.° Aplicam-se aos infratores desta Lei, sem prejuizo daresponsabilidade penal cabível, as seguintes sanções:

I ~ Advertência;

II - Multa de até Cr$ 10.000,00 (dez mil crmõeiros) atualizadasegundo determina a Lei n.O 6.423, de 17 de junho de 1977;

In - Embargo ao produto.Art. 6,° Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias de sua publi­

cacão, o Poder Executivo regulamentará esta Lei, dispondo inclu­siv'e sobre a rotulagem, as bulas, os impressos, as etiquetas e aosprospectos referentes aos produtos mencionados no art. 3.°, bemcomo a forma de sua execução nos Municípios onde inexista pro­fi,ssional habilitado.

Art, 7.° Esta Leí entra em vigor na data de sua publicação.Art. 8.° [Revogam-se as disposições em contrário.Sala da Comissão, 30 de abril ,de 1980. - Victor Fontana,

Relator.

lU - Parecer da ComissãoA Comissão de Agricultura e Política Rural, em reumao reali­

zada no dia 19 de junho de 1980, opinou, unanimemente, pela apro­vação do Projeto de Lei n.O 148179 (Anexos os Projetos n.03 1.582179.982179 e 1. 968/79), do 8r. Augusto Trein, nos termos do substitutivoapresentado pelo Relator, Deputado Victor Fontana. -O DeputadoEdilson Lamartine apresentou voto em separado, favorável, comrestrições. Os Deputados Emidia P.erondi e Delson Scarano vota­ram favoravelmente, com restrições.

Estiveram presentes os Deputados: Carlos Bezerra - Pre,si­dente, Victor Fontana - Relator, Cardoso de Almeida, IturivalNascimento, Louremberg Nunes Rocha, Ernesto Dall'üglio, DelBosco Amaral, Melo F'reire, Nivaldo Krüger, Pacheco Chaves, Fran­cisco Libardoni, Marcus Cunha, Aroldo Moletta, Paulo Rattes, Se­bastião Andrade, Santilli Sobrinho, Aurélio Peres, Hugo Rodriguesda Cunha, Emídio Perondi, Pedro Germano, Arnaldo Schmitt, Cel­so Carvalho, Pimenta da Veiga, Delson Scarano, Telémaco ;Pompei,Albérico Cordeiro, Geraldo Fleming e João Carlos De CarIL

Sala da Comissão, 19 de junho ,de 1980, - Carlos Bezerra., Pre­sidente - Victor Fontana, Relator.

Substitutivo adotado pela Comissão

Dispõe sobre a comercialização e uso dos produtosfitossanitários ou defensivos agricolas, institui sua VendaControlada, através de Projeto Técnico e/ou Receita Agro­nômica,e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ficam a comercialização e o uso dos defensivos agri­

colas suj eitos às normas desta Lei.Art. 2.° Considera-se para efeitos desta Lei, defensivos agrí~

colas, herbicidas, ou produtos fitossanitários, as substâncias ou mis­turas de substâncias, de natureza química ou biológica e os or­ganismos vivos quando destinados a prevenir, destruir, atrair ourepelir, direta ou indiretamente, qualquer forma de agente patogê­nico ou de vida animal ou vegetal que .seja nociva às plantas úteise seus produtos.

Art, 3.° 'Somente poderão ser entregues ao consumo defen­sivos considerados nocivos ou perigosos à saúde e ao meio ambien-

816 Sábado 13 mARIO DO CONGRESSO NA('JONAI. ISe~à(J I) :\Iar~ode 1982

te, mediante receita, conforme classificação a ser estab~loecida peloMinistério da Agricultura. nas condições especificadas a seguir:

I - Diretamente às empresas de prestação de s~rviços fitos­sanitários, que serão responsáveis pela sua aplicação;

TI - Diretamente aos usuários, pelas respectivas firmas re­gistrantes, através do sistema de venda aplicada e sob responsa­bilidade de um eng,enheiro agrônomo ou Engenheiro florestal de­vidamente habilitado;

UI - Diretamente aos usuário" atravé8 da apresentação deReceita ou projeto Técnico Fitossanitário, forn,~cido por um Ell­genh~iro Agrônomo ou Engenheiro Florestal registrado no OREA.

§ 1.0 Deverão. os projetos Técnicos Fitossanitários e/ou asReceitas Agronômicas, além de atender as anteriores observar ass,eguintas exigências:

al Momento e condições de aplicação;bl ,Equipamento a ser utilizado;c) O intervalo em dias entre a última aplicação ,8 a colheita

(prazo de carência);d) A fitotoxidade à cultura a ser protegida e às outras culturas

próximas;e) A toxidade dais) formulação (ões) prescritais);f) A proteção dos aplicadores e demais pessoas envolvidas na

operação;

gl A proteção às culturas próximas;h) O destino às embalagens vazias, bem como a guarda das

embalagens não utilizadas.'s 2.0 Gada Projeto TécnIco Fitossanitário elou ReceIta Agro­

nômica será elaborado pelo Engenheiro Agrõnomo ou EngenheiroFlorestal após a visita à propriedade agrícola respectiva, devendoconstar, entre outros itens a serem estabelecidos pelo regulamentodesta Lei, a descrição das lavouras a serem protegidas e suas áreasrespectivas eas possibilidades humanas e materiais para uma boaprática agrícola na aplicação dos defensivos que foram recomen­dados.

'Art. 4.° Compet,,, ao Ministério da Agricultura fiscalizar ocumprimento desta Lei.

Parágrafo único. Poderá o Ministério da Agricultura. me­diante convênio. delegar aos Governos dos Estados. TerritórIos edo Distrito Federal a competência de que trata este artigo.

Art. 5.° AIJUCam-Se aos infratores desta Lei, sem prejuízoda responsa;bilidade penal cabivel, as seguintes sanções:

r - Advertência;]I - Multa de até Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) atuali­

zada segundo determina a Lei n.O 6.423, de 17 de junho de 1977;

'IH - Embargo ao produto.Art. 6.° Dentro do prazo de 60 (sessental dias de sua publi­

cação, o Poder Executivo regulamentará esta Lei, dispondo inclu­sive sobre a rotulagem, as bulas, os impressos, as etiquetas e aosprospectos referentes aos produtos mencionados no artigo 3.°, bemcomo a forma de sua execução nos Municípios onde inexista pro­fissional habilitado.

Art. 7.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 8.° Revogam-se as disposições em contrário.Sala da Comissão. 30 de abril de 1980. - Carlos Bezerra, Pre­

sidente - Victor Fontana, Relat-or.

Voto em separado do Sr. Edilson Lamartine MendesRelatório

Ao apresentar o Projeto de Lei n.O 1.48, de 1979, o nobre Depu­tado Augusto Trein, procurou disciplinar a comercialização e ouso desordenado dos defensivos agricolas e pecuários, q'ue vêmcausando sérias preocupações às autoriàades responsáveis, bemcomo às entidades que congregam técnicos da área rural e daconservação do meio ambiente.

Com o intuito supra citaào, o projeto institui a implantaçãodo receituário agronômico e dá outras providências.

'Manifestando-se sobre as proposições, a douta ,Comissão deConstituição e Justiça opinou pela aprovação do projeto, sob oponto dê vista constitucional e jurídico.

'Entretanto, acatou a mesma Comissão, .substitutivos ao pro­jeto. inicialmente do nobre Deputado Relator Tarcísio Delgado, epost-eriorment'8, do Deputado Cardoso Alves, que julgou insuficienteo primeiro, no que tange a perfeita adequação técnico-legislativa.

O eminente Deputado Cardoso Alves ao relatar o voto emseparado, opinou pela retirada do termo pecuária da Ementa edo art. 1.0 do substitutivo ao Projeto de Lei n.O 148179, do Depu­tado Tarcisio Dalgado. Ao fazê-lo, tomou por base, o "Regula-

menta de fiscalização de produtos de uso veterinário e dos es­tabeloecimentos que o fabriquem", bem como outras legislaçõespertinentes.

'No tocante à definição dos produtos fitossanitários. enqua­dra-os na legislação oficial, consubstanciada p,ela Portaria n.o 12de 21-10-76. da Divisão de Defesa Sanitária VegetaL do Minis-

• h~rio da Agricultura (Anexos 2 e 3B I. Discorda ainda o Dep. Car­doso Alves, do termo receituário agronômico de conformidadecom a regulamentação da profissão de engeJ:iheiro agrõnomo (Lein.O 5.194 de 24-12-66).

Da acordo com o mesmo Deputado, quando se trata de aplicardefensivo agricola numa lav-oura. "faz o agrônomo mu projeto".porque "receUllárlo. é palavra alheia à profissão do engenheiro.arquit-eto e engenheiro agrônomo. agrupados no Conselho Federalde Engenharia, Arquitetura e A.gronomia".

'Dai a alteração em seu substitutivo. trocando a palavra re­ceituário por Projeto Técnico Fitossanitário - PTF.

O Deputado Cardoso Alves, ainda acrescentou um item aosubstItutivo do relator da GomLssão de Constituição e .Justiça,sobre a destinaçiiü das embalag-ens vazias.

Na Comissão dE Agricultura e Política Rural, o Projeto de Lein.o 1.582.179 de autoria do nobre Deputado Júlio Campos, queversa sobre matéria análoga, foi anexado ao n.o 148179 e distri­buido ao eminente Deputado Victor Fontana para relatar.

Após um minucioso ,estudo sobre a matéria, o nobre DeputadoRelator apoiou aB iniciativas dos deputados autores dos projetosde lei 143179 e 1. 532179. oferecendo-lhes um substitutivo. Neste,mantém o Projeto Técnico Fítossanitário, com a alternativa daReceita Agronô·mica.

A.o solicitar a douta Comissão de Agricultura e Politia Rural,vista do Projeto, tive como objetivo principal: "Compatibilizaros relevantes interesses dos aglicultores brasileiros na busca deuma maior produtividade agrícola, com o uso adequado elos de­fensivos agrícolas, de modo a não permitir danos ao homem, aosanimais e ao meio ambiente.

Para enriquecer' meus conhecimentos. procurei ouvir varIasentidades representativas de todas as classes envolvidas no pro­cesso e, pesquisar ainda na Câmara dos Deputados, outros pro­jetos que versassem sobre matéria análoga.

Neste sentido, foram anexados os projet.(Js de lei n.O 982/79 e1. 968179. O primeiro tem como autor e relator respectivamente osnobres Deputados Freitas Nobre e Pedro Germano. O segundo, deautoria do nobre Deputado Délio dos Santos, teve como relator :p.aComissão de Constituição e Justiça o Deputado Luís Leal, e foidestinado ao Deputado Paulo Rattes nesta Comissão para relatar.

Ambos os projetos mereceram minucioso estudo por parte dos110bres deputados que os examinaram.

O eminente Deputado Pedro Germano manteve as diretrizesdos outros projetos. preocupado acima de tudo com o uso indis­criminado dos defensivos agricolas, gerando problemas, os maisvariados, no equilíbrio ecológico e na saúde da população.

Ê o relatório.Considerações:

1. Reconhecemos que o uso indevido dos defensivos agricolasnão contribui para o aumento da produtividade, podendo gerarsérios problemas à saúde dos aplicadores, ao meio ambiente, aosanimais e à saúde pública.

2. -Reconhecemos que os defensivos agricolas, quando bemutilizados, contribuem decisivamente para o aumento da produ­tividade agricola. Este fato é reconhecido em todo o mundo- e seaplica principalmente no Brasil considerando as condições doclima, que facilita0 desenv,olvimento de pragas, doenças e ervasdaninhas.

3. Reconhecemos a necessidade de aperfeiçoar as medidasadequadas para a orientação completa dos agricultores e fiscalizaro uso do produto.

4. Reconhecemos que o momento de maior risco é o da apli­cação de produtos fitossanitários.

5. iReconhecemos que é praticamente inviável, nas nossascondições, o acompanhamento por parte do agrônomo, quando daaplicação do defensivo recomendado.

6. Reconhecemos ser quase impossivel exercer o controle devenda, a nível de todos os canais de comercialização de defen­sivos agricolas.

7. Reconhecemos que a simples implantação do receituárioagronõInico ajudaria a prevenir o mal uso dos defensivos agrícolas.mas consideramos que instruções escrita.s, por maL~ claras quesejam, defrontam-se C0111 o problema fitossanitário já existente.

8. Reconhecemos que a emissão da receita agronômica en­contraria o problema fitos.sanitário em curso, e por isso, determi-

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seçào () Sáhado IJ 817

naria séries dificuldades ao agricultor, quando da aquisição deprodutos indispensáveis. Entre as dificuldades, encontra-se a ra­pidez necessária para a liberação do crédito rural, a de se en­contrar os produtos recomendados nas proximidades da proprie­dade agrícola e principalmente a inviabilidad,e prática de obter-setécnico habilitado para supervisionar e orientar a aplicação dosdefensivos necessários.

9. Reconhecemos assim, que o rec'eituário agronômíco nãoatenderia aos objetivos colimados pelo projeto, que buscam com­patibilizar a racional aquisição dos defensivos agrícolas com ouso adequado dos mesmos.

Pelas razões apresentadas, consideramos que o r'Clceituárioagronômico não atenderia aos interesses da agropecuária brasi­leira. e por isso, recomendamos o Projeto Técnico Fitossanitário.Justificação

O Projeto Técnico Fitossanitário supriria as lacunas que oreceituário agronômico não pod,eria atender. O principal objetivodo projeto fitossanitário é a otimização da produtividade agri­cola, equalizando-s,e aos objetivos do agricultor e do Brasil comopaís exportador, considerando sempre os aspectos ligados ao usoadequado dos defensivos agricolas. O Projeto Técnico Fitossani­tário seria, desenvolvido por um Engenheiro Agrônomo, devida­mente registrado no CREA, que como profissional, este projeto,recomendando antes do plantio a aquisição e o uso adequado dosdefensivos agricolas, atendendo assim aos interesses do agricultorantes da ocorrência do problema fitossanitário.Considerações Finais:

1. Consid,eramos que apena-s os produtos que oferecem altorisco deverão ser controlados e não todos os defensivos.

2 . propomos o estabelecimento de critérios I por parte dossetores competentes, Ministério da Agricultura, Saúde e Meio Am­biente) para a classificação de uso e fabricação de defensivosagricolas, que tenham como parâmetros para definir risco:

a) risco agudo à saúde do aplicador;

b) risco da remanescência de resíduos de defensivos utiliza­dos na cultura, visando a proteção do consumidor; e

c) risco da contaminação ambiental.3. Propomos ao Ministério da Agricultura a obrigação de ins­

tituir e aceierar o programa nacional de monitoramento de re­siduos de defensivos nos produtos agropecuários, quando colocadosno mercado. Isto busca detectar os prováveis usos indevidos dedefensivos e sugerir medidas cabiveis para solucionar.Voto

Somos peia aprovação do Projeto Técnico Fitossanitário, c,ertosde que o mesmo dará uma orientação ao agricultor muito maisrelevante do que uma simples receita para aquisição de defensivosagricolas.

Sala da Comissão, 19 de junho de 1980. - Edilson LamartineMendes.

PkRECER DA COMISSãO DEF]NANÇAS

I e n - Relatório e voto do Relator

Ó Projeto de Lei em apreciação, da autoria do nobre Depu­tado Augusto Trein, ohjetiva a disciplinação de comercialização dedefensivos destinados à agricultura e pecuária, como institui aobrigatoriedade de r,ec'eituário agronômico e veterinário, o quedeverá ser fiscalizado pelo Ministério da Agricultura.

.Argumenta, o ilustre Deputado, na justificativa de seu pro­jeto, que "o emprego indiscriminado de defensivos agricolas temsido uma das mais salientes causas da poluição do meio ambi,ente".Daí propor a disciplinação da comercialização e do uso "dos dife­rentes defensivos agrícolas, através da interveniência do profissio­nal em Agronomia ou Veterinária, observando os diferentes as­pectos biológicos dos agentes parasitários das lavouras e animaise seus niveis de danos econômicos nas diferentes fases do cicloprqdutivo".

Na Comíssão de Constituição e Justiça, o projeto mereceuaprovação quanto ao aspecto constitucional e jurídico, mas sofreurestrição quanto à técnica legislativa, pelo que foi apresentadoem substitutivo, no qual é de salientar-se a substituição do "re­ceituário agronômico e veterinário" pelo "Projeto Técnico Fitos­sanitário", além da emenda ao inciso fi, do art. 5.°, que passoua estabelecer a multa em "até Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros)atualizada segundo determina a Lei n.o 6.423, de 17 de junho de1977", enquanto o original determinava a multa de 5 (cinco) vezeso maior salário de referência determinada pela "Lei n.O 6.205, de29 de abril de 1975".

Na Comissão de Agricultura e Política Rural, foram por ini­ciativa desta, anexados os Projetos -d-e Leis n.OS 1.582/79, 982/79 e1.968/79, de autoria dos ilustres Deputados Júlio Oampos, FreítasNobre e Délio Santos, respectivamente, todos versando sobre amesma matéria.

Apreciando minuciosamente toda a matéria constante do pre­sente processo a douta Comissão de Agricultur,a e Poli-tica Ruralaprovou substitutivo apresentado pelo ilustre Relator - Depu­tado Victor F'ontana - no qual se mantém o "projeto TécnicoFitossanitário". mas se propõe a alternativa da "Receita Agro­nômica".

Sob o ponto de vista financeiro, consideramos o projeto de leido ilustre Deputado Augusto Trein, com os demais anexados aopresente processo, em condições de ser aprovado nesta Comissão,pelo que nos manif.estamos favoravelmente.

Sala da Comissão, 3 de dezembro de 1981. - Jader Barbalho,Relator.

lU - Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças, em reunião ordinária realizada no

dia 4 de dezembro de 1981, opinou, unanimemente, pela aprovaçãodo Projeto de Lei n.O 148/79 (anexos os Projetos de Lei n.05 1. 582e 982, de 1979) - do Sr. Augusto Arein - nos termos do parecerdo Relator, Deputado Jáder Barbalho.

'Estiveram presentes os Senhores Deputados: Luiz Baccarini,Presidente, OUvir Gabardo e Vicente Guabiroba, Vice-Presidentes,João Cunha, José Mendonç:: Bezerra, Airon Rios, Christóvam Chia­radia, Ruy Côdo, .José Carlos Fagundes, Leorne Belém, Hélio Garcia,Fernando Magalhães, Athiê Coury, Jáder Barbalho, HonoratoVianna, Hildérico O,1iveira, Jorge Vargas e Leopoldo Bessone.

-Bala da Comissão, 4 de dezembro de 1981. - Luiz Baccarini,Presidente - Jáder Barbalho, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 197-A, DE, 1979

(Do Sr. Ulysse3 Guimarã-es)

Autoriza os agentes do Sistema Nacional de CréditoRural a adotarem medidas financeiras emergenciais, cdá outras providências; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, jU1'idici­dade e técnica lcgislativa; e, das Comissões de Agricul­tura e Política Rural e de Finanças, pcla aprovação.

(Projeto de Lei n.O 197, de 1979, a que se refer-em ospareceres.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 As instituições bancárias e crediticias concederãoprorrogação de prazo pelo periodo máximo de 1 (um) ano, dopagamento dos financiamentos concedidos a agricultores inadjm­plentes à época do vencimento do contrato.

Art. 2.° A garantia exigível para a prorrogação de que tratcto artigo anterior consistirá nas coiheitas não cmnerciaiizadas peloagricuitor, tendo em vista o gênero, obs-ervadas as disposições daLei n.o 492, de 30 de agosto de 1937.

Art. 3.° O disposto nos artigos anteriores não vedará a rea­lização de outras operações pelos agricultores com os estabeleci­mentos de crédito.

Art. 4.° Ficam os agentes do Sistema Nacional do CréditoRural (SNCR), criado pela Lei n.O 4.82-9, de 5 de novembro de1965, autorizados a adotar, na forma da regulamentação que forexpedida pelo Conselho Monetári'J Nacional, as medidas finan­ceiras emergênciais previstas nesta lei, sempre que ocorr,er, emsuas respectivas áreas de atuação, problemas de insolvência nomeio rural, decorrentes ele fenõmenos naturais ou conjunturaiSde reconhecida gravidade e que afet,em as explorações agrope­cuárias.

Art. 5.° As medidas financeiras emergenciais mencionadas nOartigo anteli'Jr compreenderão:

I - composição de dividas de operações de crédito rural, naforma do § 1.0 deste artigo;

II - concessão de empréstimos especiais de custeio e investi­mento, necessários à manutenção do produtor na atividade e àretomada das explorações atingidas, a juros subsidiados de 7%ao ano e prazo máximo de 12 (doze) anos para as inversões fixase 5 (cinco) para as semifixas.

§ 1.0 As composições de dividas alcançarão débitos cuj a li­quidação seja prejudicada em decorrência da quebra de r'cndi­mentos Ou de frustração de safras, observado o seguinte:

a) nas operaç&cs de custeio o saldo devedor será r,eescalonadopara pagamento em até (cinco) prestações anuais, mediante ju­ros de 7% (sete por cento) ao ano;

b) nas operações de investimento, as prestações vencidas ouprevistas para serem resgatadas com a safra atingida, acreScidasdos adicionais que seriam resgatados juntamente com essas pres­tações, serão somadas para amortização em até 3 (três) presta­ções anuais, vencíveis após a última prestação estabelecida no ins-

!ll!l Sâhado 1.l mÃRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Março de 1982

trumento de crédito original, incidindo sobre os valores prorroga­dos juros de 7% (sete por cento) ao ano.

§ 2.0 Tanto as composições de dívidas como os empréstimosespeciais só serão concedidos a agropecuaristas efetivamente pre­judícados, mediante exame de cada caso em particular e à luz delaudo técnico que comprove os prejuizos sofridos e a conveniênciade realização do negócio.

Art. 6.0 As operações resultantes das medidas financeirasemergenciais previstas nesta lei serão refinanciadas pelo BancoCentral do Brasil, à conta do Fundo Geral para a Agricultura eIndústria (FUNAGRI).

Parágrafo único. Os agentes do SNCR poderão optar pelautilização de recursos próprios para a realização dos negócios.Nessa hipótese, ser-Ihes-á assegurado subsídio em montante totalque lhes permita a percepção da remuneração que normalmenteteriam com a realização das operações em condições normais.

Art. 7.0 O Conselho Monetário Nacional, no prazo de 60 (ses­senta) dias, expedirá, através do Banco Central do Brasil, a re­gulamentação necessária à perfeita execução desta lei pelos agen­tes do SNCR.

Art. 8.0 Esta Lei ,entra em vigor na data de sua publicação,Art. 9.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justifi(l)ação

A medida proposta nada mais é que reapresentação de pro­jeto oferecido à Casa, na legislatura passada, pelo então DeputadoJosé Carlos Teixeira, da bancada de Sergipe.

Referida proposição foi arquivada em obediência às nOrmasregimentais. Entretanto, porque a consideramos meritória, acolhe­mo-la com muita honra e a submetemos à consideracão da Câmarados Deputados, esperando que os nossos pares recébam com en­tusiasmo esse trabalho daquele incansável parlamentar.

O ex-Deputado José Carlos Teixeira, na oport.unidade da apre­sentação do projeto de Lei n.o 5.774, de 1978, assim o justificou:

"Para equilibrar a balança de pagamentos, o Brasilprecisa exportar em larga escala e para que isso se realizenecessita produzir cada vez mais. É necessário que se for­neça, aos que produzem, os meios indispensáveis para aboa realização de sua importante tarefa.

Há cerca de um mês, o relatório do Banco Central doBrasil referente ao exercício de 1977 revelou que a dividaexterna bruta do Brasil havia chegado a 32 bilhões de dóc

lares até dezembro de 1977. Apenas o serviço da dívida(amortizações e juros) correspondeu a 51,23% do valor to­tal das exportações no mesmo periodo. As previsões para1978 são ainda mais surpreendentes. Supondo-se que oServiço da divida brasileira fique em torno de 8 (oito)bilhões de dólares como admite o prõprio Ministro daFazenda, Mário Henrique Simonsen, ele representará cer­ca de 65% (sessenta e cinco) por cento das nossas expor­tações este ano - uma taxa recorde.

O Governo esclareceu que o acréscimo da divida líqui­da é provocado pelo déficit em conta-corrente menos osinvestimentos diretos estrangeiros e que o País terá inevi­tavelmente de alcançar superávit,s constantes na balançacomercial nos prõximos anos para que a dívida pare decrescer em 1985, sendo necessário, para isso, uma políticade estímulo às exportações e de substituição de importa­ções que propicie um superávit comercial anual de 500(quinhentos) milhões de dólares, o que dependerá da açãoeficiente do Governo.

Parte do projeto cuida em renegociar as dívidaS dos agri­culwres quando estes não tenham reservas para pagar àépoca própria ou quando os prazos de amortização dadívida são muito curtos, com a garantia das colheitas nãocomercializadas, obsen'ada a sua qualidade. Isso ocorreporque aqueles realizam, por necessidades várias, opera­ções de crédito fora da sistemática do crédito rural, con­siderando-se, especialmente, a insuficiência na grandemaioria das cidades do interior de agências de créditocomponentes do sistema rural.

Ademais, dentre os principais objetivos do crédito ruralinstituido pelo Governo, alinham-se os seguintes:

l-estimular o incremento ordenado dos investimen­tos rurais, inclusive para armazenamento, beneficiamentoe industrialização dos produtos agropecuários, quando efe­tuado por cooperativas ou pelo produtor na sua proprie­dade rural;

II - favorecer o custeio oportuno e adequado da pro­dução e a comercialização de produtos agropecuários;

III - possibilitar o fortalecimento econômico dos pro­dutores rurais, notadamente pequenos e médios;

IV - incent~var a introdução de métodos racionais deprodução, visando ao aumento da produtividade e à me­lhoria do padrão de vida das populações rurais e à ade­quada defesa do solo.

Ocorre que em matéria contratual, as leis coativas, im­perativas ou proibitivas são sempre exceção. A regra éa das disposições legais supletivas, aplicáveis apenas nocaso de silêncio ou carência das vontades individuais.Mesmo dentro da moderna teoria do dirigismo contratual,que aceita como válida certas limitações à liberdade decontratar, a presença coativa do Est.ado, através de leisimperativas ou proibitivas, se faz sempre no interesse daordem pública e dos bons costumes, definindo o limiteentre o proibido e o permitido. Em outras palavras, a leidiz o que pode e o que não pode ser contratado, mas nun­c'a o que deve e como deve ser contratado, sempre emdefesa dos interesses maiores do bem público e dos costu­mes socialmente consagrados.

No caso de operações de crédito rural a prorrogação dovencimento de obrigações não se situa nem no campo daordem pública nem dos bons costumes. Envolvendo umarelação creditícia que se viabiliza em função de estudoseconômicos de capacidade de pagamento, é evidente quequaisquer alterações posteriores devem ser individual­mente acertadas, em função de novo estud.o que for rea­lizado para cada operação a ser prorrogada, sendo incon­veniente e ilegitima a força coativa do Estado sobre umadas partes contratuais para determinar que esta prorro­gue {) vencimento da prestação e aceite, obrigatoriamente.certo tipo de garantia.

Assim sendo, entendemos de toda conv'eniência 'a ado­ção de med.ida geral que tranqüilize e proteja os homensdo campo acm:sados por situação adversa e sem condiçõesde saldarem tempestivamente seus compromissos bancá­rios, o que poderia ser feito at.ravés de regra uniforme que,ao lado de conceder beneficios aos ruricolas prejudicados,sem discriminações, não trouxesse conseqüências negati­vas para as instituições financeiras, também sujeitas aproblemas de liquidez, mormente no caso de operações decrédito rural, de baixa remuneração e altos riscos, e quetampouco criassem falsas expectativas que estimulassemdesejos de locupletação.

Esse, em conclusão, o objetivo deste projeto, para oqual esperamos o apoio dos nobres pares."

Sala das Sessões, de março de 1979. - IDysses Guimarães- Freitas Nobre.

LEGlSLAÇiW PERTINENTE. ANEXADA PELACOORDENAÇÁO DAS COMISS6ES PERMANENTES

LEI N,0 492, DE 30 DE AGOSTO DE 1937

Regula o penhor Rural e a Cédula Pignoraticia.

CAPíTULO IArt. 1.0 Constitui-se o penhor rural pelo vínculo real, resul­

tante do registro, por via do qU121 agricultores ou criadores sujei­tam suas culturas ou animais ao cumprimento de obrigações, fi­cando como depositários daquelas ou desses.

Parágrafo único. O penhor rural compreende o penhor agrí­cola e o penhor pecuário, conforme a natureza da coisa dada emgarantia.

Art. 2.0 Contrata-se o penhor rural por escritura pública oupor escritura particular transcrita no registo imobiliáio da comar­ca em que estiverem sit,uados os bens Ou animais empenhados,para valimento contra terceiros.

§ 1.0 A escritura particular pode ser feita e assinada ou so­mente assinada pelos contratantes, sendo subscrita por duas tes­temunhas.

§ 2.0 A escritura deve declarar:I - os nomes, prenomes, estado, nacionalidade, profissão e

domicílio dos contratantes;II - o total da dívida ou sua estimação;

UI - o prazo fixado para o pagamento;IV - a taxa dos juros, se houver;

V - as coisas ou animais dados em garanti'a, com as suasespecificaçães,de molde a individualizá-los;

VI - a denominação, confrontação e situação da propriedadeagrícola onde se encontrem as coisas ou animais empenhados, bem

venci;cnen)jO de. divü:lcJ gf:'~

shnples escrii)}J a3sin~~

i.:.!'~E;;ncscriçã{j I'e~~lject.!v~..

rO.andarl'Ü p~lr:;1 a averbaço>oir!!1.e.cllB~tf.~~

j ni.z eahG {) retnl~,t3'ü de agraVfJP.1Jc]acão. :bJ,Í;f1l1:l<Osto pel'0 c}:'IEc1o)~ 0111 l}cÚü

4.° A l1:f''ÜtX'üga'~;ã{} ü,{) D1"aZO dese efetuarna.rgen1

CAPÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1.0 O crédito rural, sistematizado nas termas desta Lei,será distribuído e aplicada de acordo com a política de desenvol­vimento da produção rural do País e tendo em vista o bem-estardo povo.

Art. 2.° Considera-se crédito rural o suprimento de recilrsosfinanceiros por entidades públicas e estabelecimentos de créditoparticulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para apli­cação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivasind.icados na legislação em vigor.

Art. S.o São objetivos específicos de crédito rural::r - estimular o incremento ordenado dos investimentos ru­

rais, inclusive para armazenamento, beneficiamento e industria­lização dos produtos agropecuárias, quando efetuado por coopera­tivas ou pelo produtor na sua propriedade rural:

II - favorecer o custeio oportuno e 'adequado da produção IJa comercialização de produtos agropecuários;

IrI - possibilitar o fortalecimento econômico das produtosrurais, notadamente pequenos e médias;

IV - incentivar a introdução de métodos racionais de produ­ção, visando ao aumenta da produtividade e rã melhoria do padrãode vid'a das populações rurais, e à adequada defesa do sola;

Art. 4.0 O Conselho Monetário Nacional, de acordo com asatribuições estabelecidas na Lei n.o 4.595, de 31 de dezembro de1964, disciplinará o crédíto rural do País e estabelecerá, comexclusivamente, normas operativas traduzidas nos seguinte;;tópicos:

I - avaliação, origem e dohação dos recursos a serem apli­dos no crédito rural;

II - diretrizes e instrucões relacionadas com a aplicação econtrole do crédito rural; -

UI - critcrios seletivos e de prioridade para a dist,ribuição docrédito rural;

IV - fixação e ampliação das programas de crédito, abran­gendo todas as formas de suplementação de recursos, inclusiverefinanciamento.

Art. 5.0 O cumprimento das deliberaçõ·es da Conselho Mone­tário Nacional, aplicáveis ao crédito rural, será dirigido, coorde­nada e fiscalizado pela B'anco Central da República do Brasil.

LEI N.o 4.829, DE 5 DE NOVEMBRO DE 196'5

Institucionaliza o Credito Rural.

Parágrafo único. Na parceria rural, o penhor somente podeajustar-se com o consentimento do outro parceirQ e recai So­mente sobre os animais do devedor, salvo estipulação diversa.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

Parágrafo único. :i.'Jesse Cl Creflül\ sBj<::!t<) às12 111lTC:.'stidsJ dos [ÜTfdt-o.3 dl:> e·IJDT1,ss:árjo. prest-aTti, contas ao CI6·veC!'Oi·,d.e eELdg venda qu.e ro:e l'€E\.Hz8x10.

Art. 9.° Não vale o COl1t:es.tü (1\:; p·enhor a,g.rlcola celebradopelo !ocatári'O, arrendatâri,o, colono ou qualquer prest.aclor de ser­viço.os, senl () consentim.elú,o expresso do prnpdetárl0 agTicola~

dado previamente ou no ato da cO!1Btitui\;i'ío do penhor.

G:;i~i~!~~l~(,~Y!a e;~;cl'jtu.tfl, de penhür ;),!~:dcolG~;]1 e 1,~onvGn18ntern8nté l})'Gl:)[[]:g(~OS

lJéu:S!, E'élnet!cLD8 devedor ~~t'O ousin1ples .fiepositáti,ü {tH p.9.T8. qne D,S ve!1clc..~

r:Dl"' c'Ü:oj~a e segundo 3-~ J!11,struçõa8 ·!io devedor ou '.i)S E8'OB e e'ost'lJ~

121B8 d[J~ pr2tq:11 11(~2j.'cal1.d·o~.se pr2,zu8 e quaJJticl,a.de.;) d~:,S ren18ssas.

2.3siln a dcdjt3~ da. escritura ôI!.ie~!~8~u~~a~1i~ti:~~,~iÇii'lJ,ninneZ''Ü d.a .sua t.:ranscriçaxl i:

~lrI - 88 t:\elu3j;":,. estxplíJ;J(~,6eoS USUB-F,') no (}ontrai~D de rrlú"éuo,

~ 1.0 1:0'0 Ca)30 i'alecirnentü do devedor üu d~J tetcein:ü ~)e=

nhorante, d8!Js C"JIsas ou a:cüxnais eD~11Jenhados, pôdeo eredor rtquer<~r \10 juiz cürnp~~b3nte SUS!J irD.adi~tCJ .. rerno,ção para() poder dü depo,3itário~ qu:a nOl'l'1ear.

§ 2.° Assiste ao eredor ou endoss8.,'I::,8,1'1o da céc1l!l~}, ruralnoratícia direito para? sernpr(~ que lha eOl'llriel", verificar 'D estgdoeo:Ls2~5 <ou anünais dados 131:.11 garantia. .!HBD;3e!ont1ud-ü-os Dnl1ç seael1ar'&l1(l, :oor si ou por interposta- péssoa; e de soIlcltar ~J res­peito inforrnações escritas do devedor.

g 3.° A nrüvada ressistêru:3iF... (iU J:ecus'[~ c.~ei3te IOti ele lJUenlofer·2c·au ao gãrantta no CUll1prirnerü-o -do disp03ÍiO ),10 parâgrafoanGeriar, imporia, 3e ao credor convier, no vencimento da dividae 15112 imediata exigibilidade,

§ 4." Em caso doe abandono das coisas ou ::mi:(nais empenha­dos pode I) credor, autorizando o juiz competente, ;311Carregar-sede os guardar, administrar e conservar.

Art. 4." Independe o penhor rural do consentimento do cre­dor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de prelação, nemrestringe a extensão da hipoteca, ao ser executad'a.

§ 1.0 Pode o d.evedor., independentemente de consentimentodo credor, constituir novo penhor rural se o valor dos bens oudos animais exceder ao da divida anterior, ressalvada para esta aprioridade de pagamento.

§ 2.° Paga uma das dívidas, subsiste a garantia para a outra,em sua totalidade.

§ 3.0 As coisas e animais dados em penhor g·arantem ao cre­dor, em privilégio especial, a importância da dívida, os juras, asdespesas e as demais obrigações constantes da escritura.

Art. 5.0 Entre os direitOs do credorpignOnltlCio especificadosna escritura compreendem-se ainda:

I - o valor da seguro dos bens dos animais empenhados, nocaso de seu perecimento;

II - a indenização a que estiver sujeito o causador da perdaou deterioração dos bens ou animais empenhadas, podendo exigirdo devedor a satisfação do prejuizo sofrido por vício ou defeitooculta;

lI! - o preço da desapropriação ou da requisíção dos bensou animais, em caso de utilidade ou necessid.ade pública.

SEÇAD I

Do Penhor AgríCOla (1)

Art. 6.0 Podem ser objeto de penhor agrícola:

I - colheitas pendentes ou em via de formação, quer resul­tem de prévia cultura, quer de produção espontânea da solo;

I! - frutos armazenados, em ser, ou beneficiados e acondicio­nados para venda;

III - madeira das matas, preparada para o corte, ou em torasou já ressada e lavrada;

IV - lenha cortada ou carvão vegetal;V - máquinas e instrumentos agrícolas.Art. 7.0 (Decreto-lei n.O 4.360, de 5 de junho de 1942, art.

1.0) - O prazo do penhor agrícola não excéderá de dois anos,prorrogável por mais dois, devendo ser mencionada, no contrato,a época da colheita da cultura apenhada e, embora vencido, sub­siste a garantia enquanto subsistirem as bens que a constituem.

§ 1.0 Sendo o objetiva do penhor 'agrícola a colheita pendenteou em via de formaçâo, abrange ele a colheita imediatamenteseguinte no caso de frustrar-se ou ser insufidente a dada em ga­rantia. Quando, porém, não quiser ou não puder o credor notifi­cado com 15 dias de antecedência financiar nova safra, fica odevedor com o direito de estabelecer com terceiro novo penhor,em quantia máxima equivalente ao primitivo cont,rato, consi­derando-se qualquer excesso apurado na colheita apenhado à liqui­dação da dívida anterior.

§ 2.0 Nesse caso, não chegando as partes a ajustá-lo, assisteao credor o direito de, exibindo a prova do tanta quanto na co­lheita se lhe consignou, ou se apurou, ou de ter-se frustrado nOtoda ou em parte, requerer ao juiz competente da situ'ação da

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2'I - eCTOO

1':UJ.'ü.! di:' n,t<:;) dCtS

)~ ü relatório.

P_i\IRECER DA COMISSAO DE CO:\STlTUIÇA.O E JUSTIÇA

I - Relatório

? Projeto ~e Lei n.o 197/íD, d.o i"lr5tre Deputado Ulysses Gui­marae", '·autorIza. O.S ag'entes do Sistema Naci-onal do CréditoRur~l ,a ~dotarem medidas finar:ceiras en::ergencL:ís, e dá outra:;provldenclas".

O insigne parlamemt:tr r·essalta na J'ustificJ.ciic do Projet.Qestar proc·edendo à .reapresentação de IJT-aj eto de lei submetido aesta Ca:s~, ~la Leg'lslatura pas~a-:la. pelo então Deputac!o .Jo3éCarlos Ten:elra ·8 arquivado ncs te.nnos regimentaIs.

. .De.teEmIna o .projeto de .Lei em apreço, inicialment·e, que asmstltmçges do.S~stema NacIOnal do Crédito Rural prorroguem,peJo .penodo maXlmo de um ano, os débites havidos à época dov.enclm.ento d·e contrat::>s de fina.nciament::> agrícola. Tal morató­na sera conc'edida quando de inadimplência devida a "Fenômenosnaturais ou conjunturais de reconhecida gravidade e que afetemas explorações agropecuárias".

RI - Voto do RelatürEm ueeürrénda da crise econômico-financeira; que o Pais está

a atr3.veEsar quando são impostas severas restrições ao créditoe a inflrcciio 'det.ermina Cl:3tJ'i operacionais cada vez mais elevadosà agropecuária, é sumamente grave a situaçáo dos proc!utorcsrur,1Í~, que nào têm como saldar seus débitos em tempo hábil.

Aliás, a situaçflO vívida pelo.s agricultor.es é ainda subst.ancial­mente agravada _ por questões c1imaLéricas - seja a g'8ada, {)frio e a estiagem pro'üngada, dependemj,o da região do país ­que determinaram uma apreciável diminuição de. produção agri-cola.

N'2~se contexto. a medida preconizada na proposição em exam2afigura-se-nos c.e fund::nnental importância para a Agricultura.eis que os agricultores inadimplentes - que são muitos, em t,odoo Brasil _ terão prazo adicional de um a:no para o pagamentode financIamentos que 111e,s foram outorgados, of,erecendo comogarantia as colheitas não comercializadas.

A providencia alvitrada, temos convicção, trará ma:ior tran­qüilidade aos hoje desesperados produtores rurais, ensejando umdesafogo em sua delicada situação financeira. permitindO, inclu-

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl (Seção I) S,íbado 13 821

sive, uma maior dedicação às culturas, o que determina:rá um au­mento de produtivida'de.

Assim, por entendermos ser iniciativa de interess,e da Agricul­tura, nosso voto é pela aprovação d'o Pro'j,eto de Lei n.o 197, de1979.

IH - PARECER DA COMISSÃO

A Comissão de Finanças, em reunião ordinária rea:I1zada 1)0dia 3 de dezembro doe 1981, opinou, unanimemente, pala Aprovaçaodo Projeto de Lei n.o 197/79 - do Sr. Ulysses .Guimarã'es - nostermos do parecer do Relator, Deputado Ruy Codo.

Estiveram pre,sentes os Senhores Deputados: Lui.z Baccarlni ­Presidente Olivir Gabardo e Vic,ente Guabiroba - VIce-Presidente,João Cunha José Mendonça Bezerra, Airon Rios, José Carlos Fa­gundes Ch~istovam Chiaradia, Ruy Côdo. Leorne Belém, AthiêCOUry,' F,arnando Magalhães, Hélio Garcia, Jáder Barbalho, Ho­norato Vianna, Jorge Vargas, HileMrico Oliveira, Leopoldo Bes­sone e Jorg,e Ferraz.

Sala da Comissão, 3 d,e dezembro de 19'81. - Luiz Baccarini,Presidente - Ruy Côdo, Relator.

II - Voto do R.elator

A par das irrefutáveis vantagens alvitradas ao aperfeiçoa­mento doa: produção agropecuária, a iniciativa em estudo está in­teiramente harmonizada com a COl1v,eniência das finanças pú­blicas.

No que tange às repercussões econômicas, objetiva-se a esta­bilização da produção agrícola pela gara;ntia de crédito aos pro­dutores inadimplentes em virtude de prejuízos causados por fe­nômenos naturais. l!l ocIoso ressaltar a imperiosa necessidade denossa economia em obter exc,elentes r'esultados agrícolas comocondição à superação da difícil crise que atravessamos.

Quanto ao aspecto financeiro, o almejado desempenho favo­rável do setor agrícola virá conc.orr,er dinltamente para maior ar­recadação de tributos estaduais - o 10M sobre o valor da sa,fra;- e secunda,riamente beneficiará o erário federal, seja p,ela tri­butação da parcela da produção agrícola industrializa:da, seja pelapropagação de seus efeitos em todos os demais ,,·etores da econo­mia, contribuindo para o incremento do produto interno bruto, e.assim, para. a elevação do VDlume de tributos a arr·ecadoar.

Pe~o exposto recomendamos a aprovação do p!,"o,j,etg de Lei n.o179, de 1979, de autoria do Deputado Ulysses Gmmaraes.

Sala da Comissão, 1.0 de dezembro de 1981. - Ruy Côdo, Re­lator.

IV _ Parecer da Corn.issáo

A Comissão de Agricultura e Política: Rural, ,em sua reuniãoordinária do dia 4 de novembro de 1981, opinou unanimementepela aprovação do Projeto de L'ei n.O 197/79, do Sr. Ulysses Gui­marães, nos termos do parecer do Relator, Deputado PachecoChaves,

\Estiveram pres·entes os Senhores Deputados: Marcus Cunha ­Presidente, Pacheco Chaves - Relator, José Amorim, ArnaldoSchmitt, Iturival Nascimento, Cardoso Alves, Sady Marinho, Ge­raldo Fleming, Pedro Corrêa, Pedro Germano, Jorge Vianna, Edil~

son Lamartine Mendes, Paulo Rattes, Carl!os Bezerra, FranciscoLibardoni, Melo Freire, Juarez Batista e Emidio Perondi.

Sala da Comiss'ão, 4 de novembro de 1981. - Marcus Cunha,Presid,ente - Pacheco Chaves, Relator.

PA'RiEiCER DA COMrSSãO DE nNAJN.çAS

I - Relatório

De autoria do ilustre Deputado Ulysses Guimarães, vem aexame desta Comissão 'o Projeto de Lei em epígrafe, o qual ínten­ciona autorizar os agentes do Sistema Nacional dI) Crédito Rurala admitirem a composição de dívidas ou efetuarem empréstimosespeciais em circunstâncías de ínsolvência de produtores ruraisatingidos por prejuízos decorr,entes de fenômenos naturais.

IEm apreciação da matéria a Conlissão de Constituição e Jus­tiça manif,estou-se pela constitucionalidade, juridicidade e boatécnica legislativa do pl'Ojeto.

Examinando o mérito da proposta a Comissão de Agriculturae Política Rural opinou unanimemente por sua aprovação.

iNos termos do art. 2-8, § 7.0, do Regimento Interno compete a:esta Oomissão Técnica opinar quanto aos aspectos financeiros daproposição.

l!l o relatório.

PARECER DA COMISSãO DE GONSTITUIÇAO E JUSTIÇAI - Relatório

Com o presente Proje.to, o ilustre Deputado Léo Simões preco­niza a inclusão de uma disposição na Lei Complementar n.o 26, no

§ 4.0 Aos participantes nas condições previstas no pa­rág:mfo 'anterior será permitido sacar os Il"espectivos saldos,em qualquer época do ano, para aplicação exclusiva emconstr,ução ()<urefo,rma de oasa própria. "

ADt. 2.° Esta Lei entrará em vigor na 'data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrálio.

Justificação

No momento em que ,assistimoo a Nação, pa:rticularmente seussegmentos populacionais mais humildes e de baixa renda, sohres­saltarem-secam a incontinência da inflação e do 'custo de vida,bem como com os anúncios de que os aluguéis vão subir ainda maisno ano que vem em vista das alte~ações nos critérios de seus rea­justes, parece oportuno e justo procurarmos algumas medidas quepossam, ao 'Contrário das generalizadas tendências atuais, pro­porcionar algum conforto ou benefício aOs referidos contingentesde pessoas menos .afortunrudas.

Assim é que,atendendo a reivindicação contida na Carta deVitória, a nós remetida pelo Sindicato· dos Trabalhadores nas In­dústrias <de Ene'vgia Elétrica e da Produção de Gás, do Rio de Ja­neiro, submetemos à consideração da Gasa 'este projeto de lei queobjetiva dar aos trabalhadores e se'rvidores de baixa renda (queganham até 'Cinco salários e que já fazem jus 3;0 14.0 salário) tam­bém'O direito de sacar os respectivos depósitos do PIS-PASEP paraaplicação na 'Construção ou reforma da casa próptla.

Conto com o apoio ·da Casa para aprovação deste projeto, lem­brando que a ,antiga legislação do PIS já continha medida equiva­lente, afinal revogada quando de sua unificação com o PASEP.

Saladas Sessões, 23 de junho de 1981. - Léo Simões.

LEGISLACÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO. DAS COMISSõES PERMANENTES

LEI COMPLEMENTAR N.O 26, DE 11 DE SETEMBRO DE 1975

Altera disposições da legislação que regula o Programade Integração Social (PIS) e o Programa de Formação doPatrimônio do Servidor Público (PASEP).

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.O 209-A, DE 1981(Do 81'. Léo Simões)

Acrescenta dispositivo à Lei Complementar n.o 26, de11 de setembro de 1975, que unificou os programas de In­tegração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio doServidor Público (PASEP); tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridi­cidade e técnica legislatíva; e, das Comissões de ServiçoPúblico e de Fínanças, pela aprovação.

(Projeto de Lei Oom411ementar n.O 209, de 1981. a quese referem os iPareceres.)

O congreso Nacional decreta:

Art. 1.0 l!l ·llJcr·esc:entado 'ao art. 4.0 da Lei Complementar n.O

26, de 11 de setembro de 1975, o seguinte § 4.°:

"Art. 4.0 •••••••.•••••.•..•..•....•............•••..

Art. 4.0 As importânc]as oreditadas nas contas individuais dosparticipant,es do PIS-PASEP são inalienáveis, impenhoráveis eressalvado 'O disposto nos .parágrafos deste artigo, indispO'Il.íveis porseus titulares.

§ 1.0 Ocorrendo casamento,aposenta:doria, transferência p-araa reserva remunerada, reforma ou invalidez do ti,tular da conta in­dividual, .poderá ele receber o re&pectivo saldo, 'O qual, no caso demorte, será pago a seus dependentes, de acordo com a legislaçãoda Previdência Social 'e com a legislaçã,o especifica :de servidorescivis e militares ou, na falta daqueles, aOS sucessores do titular,nos termos ,da lei civil.

§ 2.° Se·rá facultada, no final de cada exercicio fÍ'n-auceiro,posterior ao da abertura da conta indivià!ual, a retirada das ,par­celas correspondentes -aos créditos de que tratam as alineas b ec do art. 3.0

§ 3.0 Aos participantes cadastraJdos há pelo menos 5 (cinco)anos 'e que re'Cebam salário menrol igualou inferio,r a 5 (cinco)vezes o respectivo salário mínimo regional será facultado, ao fiI!alde cadaexercicio financeiro, retirada c'Omplementar que permitaperfazer vaJor igual ao do salálrio mínimo regi0J:?--al.Ill!ens~1vigente,respeitadas as disponibilidades de suas contas mdIvIduals.

Pacheco Chaves,Sa'a da Comissão,Relator.

822 Sábado 13 OIARIO no CONGRESSO NAC'lONAI (Sc~àn I) Marco de 1982

sentido de permitir a utilização, pelo pa,rticipante de baixa rendaque faça jus ao 14.° salário, do saldo da respeDtiva ,conta bancáriado PIS-PASEP, em qualquer época do ano, para construcão ourefonna 'de casa própria, em c-aráter €xcIusivo. .

Para tanto, o proje.to sugere a inclusão de um § 4.0 ao art. 4.0desta Lei Complementar, nesses mesmos termos.

O déficit habitacional em nosso País é imensG e cresce anual­mente não obstante o esfo,rço do BNH.Por isso mesmo, é precisovislumbrar outras formas de· estimular e favorece'r a ·construcão decasa própria, mormente para o pessoal de baixa renda. .

O projeto visa exatamente a dar condições ao paJ.'lticipante ca­dastrado há pelo menos cinco anos e que' receba saláJrio mens,aligualou inferior a cinco vezes o .respectivo salário minimo regio­nal, de reformar ou construir a sua casa própria. No caso o sa-que será apenas para esse fim. '

A medida não fere disposições -constitucionais e está bem apre­sentada qu>anto aos aspectos jurídico e técnico.

II - Voto do ,Relator

Por isso, tomo a libe,rdade de concitar os meus nobres compa­nheiros desta Comissão a secundar o proj€to, aprovando-o nos ter­mos .regimentais.

Sala ·da Comisão. 21 de outubro de 1981. - Luiz Leal, R'elator.UI - Parecer da Comisão

A Comisão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "B", opinou unanimemente pela constitucionalidade, jUlidi'CÍ­dalde ,e técnica legislativa do· Proje,to de Lei Complementar n.o209/81, nos termos do Q;lall'eCer do Relator.

Estiveram Q;lTesentes os Senhores Deputados: Adhemar San­tillo, no exe,rcíclo da P·resídência - Afrísio Vieira Líma - AntônioDias - Altair Chagas - Antônio Monmoto - Christiano DiasLopes - Djalma Marinho - Ernani Sa!tyro - FTancisco Benja­mim - Gomes da Silva - Jairo Magalhães - Natal Gale· - Nel­son Morro - NHson Gibson - Osvaldo Melo - Theodorico Ferra­ço - Elquisson 8oal'es - João Gilbe,rto - Brabo de Ca~alhoLourembe])g Nunes Rocha - Luiz Leal - Péric1es Gonçalves ­Igo· Losso - Roque Ams e Walter Silva.

Sala da Comissão, 21 de outubro de 1981. - Adhemar Santillo,no exercício da Presidência (art. 76 do RI) - Luiz Leal, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE SERVIÇO PúBLICO

I - Relatório

De autoria do ilustre Deputado Léo Simões, a presente pro­posição tem por objetivo permitír a utilização, pelo participantede baixa renda do Programa PIS-PASEP, do saldo da respectivaconta bancária, em qualquer época do ano, para construção ourefonna da casa própria.

A efetivação da medida é proposta através do acréscimo deum parágrafo ao art. 4.° da Lei Complementar n.O 26, de 1975.

II - Voto do Relator

O pres·ente projeto de Lei visa a criar uma fonte alternativada recursos para construção ou reforma de casa própria, desti­nada exclusivamente aos servidores públicos e trabalhadores debaixa renda.

Trata-se, de fato. do restabelecimento de uma faculdade pre­vista na regulamentação do Programa de Integração Social ­PIS, que inexplicavelmente foi suprimida quando da sua unifica­ção com o PASEP.

De extrema justiça e oportunidade a medi.da contida nestapropositura, cuj a aprovação recomendamos.

Sala da Comissão, 18 de novembro de 1981. - Augusto Lucena,Relator.

III - Parecer da Comissão

A Comissão de Serviço Públíco, em reunião ordinária reali­zada hoje, aprovou, por unanimidade, parecer do Relator, SenhorDeputado Augusto Lucena, favorável ao projet-a de Lei Comple­mentar n.o 209/81, nos termos do Parecer do Relator.

Compareceram os Senhores Deputados: Celso Peçanha ­Vice-Presidente no exercicio da Presidência, Augusto Lucena ­Relator, Epitácio Cafeteira, Fernando Gonçalves. Francisco Pinto,Gílson de Barros, José Maurício, Juarez Furtado, Moacir Lope",OEsiàn Ararlpe e Wildy Vianna.

Sala da Comissão, 18 de novembro de 1981. - Celso Peçanha,Vice-Presidente no exercício da Presidência - Augusto Lucena.Relatar.

PARECER DA COMISSAO DE FINANÇASI - Relatório

..A Lei Complementar n.o 26, de 11 de setembro de 1975, noart. 4.° r·efere-se às contas indivIduais dos participantes do PIS­PASEP, determinando "ipsi.s litteris" no § 3.0 deste artigo:

"Aos participantes cadastrados há pelo menos 5 anose que recebam salário mensal igualou inferior a 5 vezeso respectivo salário mínimo regional, será facultada aofinal de cada exercício financeiro, retirada complementarque permita perfazer valor igual ao do salário mínimoregional vigente, respeitadas as disponibilidades de suascontas individuais."

Com ·a presente proposta de lei, objetiva o Deputado LéoSimões aditar a seguinte disposição a esse artigo:

"§ 4.0 Aos participantes nas condições previstas noparágrafo anterior será permitido sacar os respectivossaldos, em qualquer época do ano, para aplieaçãoexclu­siva em construção ou reforma da casa própria."

. As COl~issõe~ ~e. J~stiça, de Serviço Públíco, e de Finanças,f~1 s!1bmetlda a llllclat1va, tendo opinado a primeira, sem diver­gencIa de votos, por sua constitucionalidade, juridicidade e téc­nica legislativa, nos termos do pal'ecer do Relator, Deputado LuizLeal. E a segunda, também à unanimidade, aprovou o parecerfavorável do Relat-ar, Deputado Augusto Lucena.

l!: o relatório.II - Voto do Relator

Os saques que o projeto faculta, para construcão ou reformada casa própria dos participantes 'do PIS-PASEP nos parecemmuito razoáveis. '

E a efetivação de tais medidas não irá influir inconveniente-mente nos recursos do fundo correspondente. .

Com este entendimento alusivo à matéria, o presente voto épela aprovação do Proj-eto de Lei CompIementar n.o 209, de 1981.

Sala da Comissão, 1 de dezembro de 1981. - Ruy Côdo, Re­lator.

III - Pareeer da Comissão

. A Comíssão de Finanças, em reunião ordinária realizada nodIa 3 de dezembro de 1981, opinou, unanimemente pela aprovaçãodo Projeto de LeI Complementar n.o 209/81 - d~ Sr. Léo Simões

nos termos do parec,er do Relator, Deputado Ruy Côdo.

?stiveram. I!resentes os Senhores Deputados: Luiz Haccarini,Pr~sldente, OlivIr .Gabardo e Vicente Guabiroba, Vice-Presidentes,Joao Cunha, J?se Mendon9a Bez.erra, Airon Rios, José CarlosFag.t:ndes, Chnstavam ChIaradia, RUYCôdo, Leorne Belém,AthIe Coury, F~rnando Magalhães, Hélio Garcia, Jáder Barba­lho, Honorato VIanna, Jorge Vargas, Híldéríco Oliveira, LeopoldoBessone e Jorge Ferraz.

Sala da Comissão, 3 de dezembro de 1981. - Luiz Baccarini,Presidente - Ruy Côdo, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 550-A, DE 1979

(Do Sr. Benedito Marcílio)

Altem o art. 116 da Consolidação das Leis do Traba­lho, aprovada pelo Decreto-lei n,O 5.452, ,de 1.° de maiode 1943.. e d~te~mina outras providências; tendo parece­res: da C01l11SSaO de Constituição e Justiça pela eonsti­tu.ci~nalidade, juridicidade e técnica legisl;tiva; da Co­mlsao de .Tra:balho ·e Legislação Social, pela aprovação.com:, SubstItutIvo;. e, da 'Comissão ·de 'Finanças, pela apro­vaçao, com adoça0 do Substitutivo da Comissão de Tra­balho e Legislação Social.

(Proj·eto de Lei n.o 550, de 1979. tendo anexado o den.O 1.727/79, a que se referem os pareceres.)

O Congre;so Nacíonal decreta:Art. 1.0 O art. 116 da Consolidação das Leis do Trabalho

aprovada pelo Decret.o-Iei n.o 5.452, de 1.0 de maio de 1943, pass~a VIgorar com a segumte redação:

"Art. 116. O decreto do Poder Execuü,,-o fixando osalário minimo obrigará a todos que utilizem o trabalhod·e outrem mediante remuneracão e terá vigência ime­diata e valor único em todo o térritório nacional.

§ 1.0 O salário mínimo vigorará pelo prazo de trêsmeses. coincIdindo com o trimestre civil. devendo ser rea­justado ou confirmado para o novo trimestre civil eassim ~ucessivamente.· '

§ 2.0 Da Comissão do MinBtério do Trabalho encar­r·egada de atualizar os níveis do salário mínimo fará par-

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào Il Sábado 13 823

Art. 84. Para efeito da apli.cação do salário mínimo, será opais dividido em 22 regiões, correspondentes aos Estados e Dis­trito Federal.

LEGISLAÇÃO ANEXADA PELO AUTOR

DECRETO-LEI N° 5.452, DE 1.0 DE MAIO DE 1943Aprova. a Consolidação das Leis do Trabalho.

SEÇÃO InDa Constituição das Comissões

Seção revogada pela Lei n.o 4.589. de 11-12-1964

PROJETO DE LEI N.o 1.727, DE 1979(Do Sr. Fernando Coelho)

Dispõe sobre a obrigatoriedade do reajustamento tri­mestral dos níveis do salário mínimo, e !fá outras provi­dência.s.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n.O 550. de 1970. nos ter­mos do art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os niveis do salário mínimo serão reajustados tri­

mestralmente. a 1.0 de janeiro, 1.0 de abril, 1.0 de julho e 1.0 deoutubro, através de decrete do Presidente da República.

Parágrafo único. Para todos os efeitos o reajustamento vi­gorará a partir do dia fixado para a sua decretação.

Art. 2.0 Nas mesmas datas e na mesma proporção serão rea­justadol, igualmente, os salários dos trabalhadores de quaisquercategorias que percebam, mensalmente, até 15 (quinze) saláriosmínimos.

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoDe acordo com o art. 116, § 1.0, da Consolidação das Leis do

Trabalho, o salário mínimo, uma vez fixado, vigorará pelo prazode três anos, podendo ser modificado ou confirmado por novo pe­riodo de três anos e assim seguidamente. Em caráter excepcional- prevê o § 2.0 do mesmo artigo - poderá o salárío mínimo sermodificado antes de decorridos três anos de sua vigência, sempreque ocorram "fatores de ordem econômica que alterem de ma­neira profunda a situação econômica e financeíra da região ousub-região interessada".

Estabelecido, inicialmente, pelo Decreto-lei n.o 2.162, de1.0-5-40 - em uma fase de maior estabilidade da economia - oprimeiro reajustamento do salário minimo ocorreu realmente trêsanos após, pelo Decreto-lei n.o 5.670, de 15-7-43. Constatado, lOgoem seguida, não haver correspondido ao aumento efetivo do custo

Art. 85. Revogado pelo art. 23 da Lei n.O 4.589. de 11-12-64(DOU de 17-12-19641.

Art. 86. Sempre que, em uma região ou zona se verifiquemdiferenças de padrão de vida, determinadas por circunstânciaseconômicas de caráter urbano, suburbano, rural ou maritimo, po­derá o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, mediante pro­posta da respectiva Comissão de Salário Mínimo e ouvido o Ser­viço de Estatistica da Previdência e Trabalho, autorizá-la a sub­dividir a região ou zona de acordo com tais circunstâncias.

§ 1.0 ·Na hipótese deste artigo, serão instituidas subcomissõeslocais, subordinadas às Comissões de Salário Mínimo, a quem pro­porão o salário mínimo local.

§ 2.0 Enquanto não se verifiquem as circunstâncias mencio­nadas neste artigo, vigorará nos municipios que se criarem o sa­lário mínimo fixado para os municipios de que tenham sido des­membrados.

§3.0 No caso de novos municípios formados pelo desmem­bramento de mais de um município, vigorará neles, até que severifiquem as referidas circunstâncias, o maior salário mínimoestabelecido para os municipios que lhe deram origem.

SEÇÃO IVDas Atribuições das Comissões de Salário Mínímo

E',eção revogada pela Lei n.O 4.589, de 11-12-1964

SEÇÃO VDa Fixação do Salário Mínimo

Art. 116. O decreto fixando o salário mínimo, decorridos 5()dias de sua publicação no Diário Oficial, obrigará a todos que uti­lizem o trabalho de outrem mediante remuneração.

§ 1.0 O salário mínimo, uma vez fixado, vigorará pelo prazode três anos, podendo ser modificado ou confirmado por novo pe­ríodo de três anos, e assim seguidamente, por decisão da respec­tiva Comissão de Salário Mínimo, aprovada pelo Ministro do Tra­balho. Indústria e Comércio.

§ 2.0 Excepcionalmente, poderá o salário mínimo ser modifi­cado, antes de decorridos três anos de sua vigência, sempre que arespectiva Comissão de Salário Mínimo, pelo voto de 3/4 (trêsquartos) de seus componentes, reconhecer que fatores de ordemeconômica tenham alterado de maneira profunda a situação eco­nômica e financeira da região, zona ou subzona interessada.

te, obrigatoriamente, um representante do DIEESE (De­partamento futersindical de Estatística e Estudos Sócio­Econômicos) .

§ 3.0 Para a fixação do reajuste trimestral do salá­rio mínimo considerar-se-á o levantamento dos índicesdo custo de vida e produtividade feito pelo DIEESE.

§ 4.0 Para a uniformização do valor do salário mí­nimo em todo o território nacional, de que trata o eaputdeste artigo, o decreto do Poder Executivo fixará:

I - reajuste real do maior salário minimo vigente, emidêntico percentual da elevação do custo de vida no tri­mestre;

II - reajuste real dos demais salários mínimos regio­nais, na forma do item anterior, acrescido de uma par­cela capaz de eliminar gradativamente a diferença entreos valores dos salários mínimos vigentes nas diversas re­giões.

§ 5.° Dar-se-á a uniformização, em todo o País, dovalor do salário mínimo, no prazo máximo de 6 (seis) tri­mestres."

Art. 2.0 O Poder Executivo regulamentará a presente Lei.dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de Suapublicação.

Art. 3.0 Es'ta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.0 Revogam-se especialmente os arts. 84, 85 e 86 da Con­

solidação das Leis do Trabalho e demais disposições em contrá­rio\

JustificaçãoA reVlsao trimestral do salário minimo e a fixacão de valor

único em todo o território nacional foram teses discutldas e apro­vadas pelo "IX Congresso das Entidades Sindicais dos Trabalha­dores nas I·ndústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elé­trico do Estado de São Paulo", realizado em Lins, São Paulo, de22 a 26 de janeiro do corrente ano.

Endossamos os fundamentos e as resoluções daquele Con­gresso que deba:teu matérias do maior interesse da classe dostrabalhadores.

O ritmo acelerado do aumento do custo de vida, absorve demaneira assustadora os .salários do trabalhador que, hoje, infeliz­mente, só os têm reajustados anualmente e sempre' em percentuaiinferior à efetiva inflação. Isto quer dizer que o aumento que éconcedido nunca deixa margem para que o trabalhador possaenfrentar o novo ciclo inflacionário; pelo contrário, não chega arepor o índice anterior.

Por esta razão, estamos sugerindo aHeração no texto da Con­solidação das Leis do Trabalho (art. 116), de sorte a assegurar oreajustamento trimestral dos saláríos.

Para que o trabalhador não fique sujeito à manipulação dosíndices, tal como ocorreu em 1973/74, consideramos importante aparticipação do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatís­tíca e Es'tudos Sócio-Econômicos) nos estudos e propostas de fixa­ção trimestral do valor do salário mínimo, além de deixar explí­cita a necessidade de ser considerado o levantamento dos índicesdo custo de vida e produtividade feito por esse órgão de assesso­ramento técnico dos Sindicatos.

A fixação de valor único do .salário mínimo. para todo o terri­tório nacional - que também estamos propondo -, é uma reivin­dicação plena de justiça e há muitos anos reclamada pelos traba­lhadores. Ela 'traz em seu bojo uma característica social parti­cularmente relevante: permitirá a fixação do homem em sua re­gião de origem, reduzindo as migrações para os g'randes centrosurbanos onde ela passa a enfrentar dificuldades. muitas vezesmaiores das que enfrentava, vivendo em condições precárias emfavelas, mocambos, etc.. sem emprego fixo, impossibilitado deprestar assistência a seus familiares. tentando ingre>sar nummercado de trabalho saturado pelo excesso de oferta de mão-de­obra sem qualificação técnica.

portanto, devemos contribuir para que, através da implanta­ção de um único valor do salário mínimo, possibilitemos condi­cões de sobrevivência ao trabalhador e sua familia. Essa uníformi­iação do valor do salário mínimo deverá ocorrer no prazo máximode dezoito meses, conforme § 5.0 proposto ao art. 116 da CLT.

Subtemos à consideração dos ilustres membros do CongressoNacional esta matéria que julgamos deva merecer a melhor aco­lhida, especialmente em vista da dimensão que ela encerra.

Sala das Comissões, 19 de abril de 1979. - Benedito l\'1arcílio.

824 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl.. (Seçào I) Março de 1982

SALÁRIO MíNIMODATA DE VIGí1JNCIA E VALOR NOMINALDECRETOS-LEIS (NÚMEROS E DATAS)

de vida, foi corrigido em dezembro do mesmo ano, pelo Decreto­lei n.o 5. 977, de 10-11-43.

Congelado durante oito anos, sofreu novo reajustamento peloDecreto-lei n.o 30.342, de 24-12-51, com vigência a partir de LO-l-52,De 1952 a 1960 os reajustes foram mais freqüentes, ocorrendo acada dois anos e meio. A partir de 1960 passou a sofrer r·evisãoanual - sem que, todavia, mantivesse o mesmo poder aquisitivo,sendo progressivamente deteriorado pela inflação.

As alterações do salário minimo, nesse periodo, corresponderamao seguinte quadro: Distribuição da Renda da População Economicamente Ativa

por Estratos Sociais - Brasil: 1960/70/76

dia 5% mais que os norte-americanos, enquanto os trabalhado­res recebem salários dez vezes menor que os seus colegas dos EUA(Estado de Minas, 7-3-79). Dai, certamente, o fato de que, noBrasil, apenas 3,16% da renda nacional cabe aos 20% mais pobresda população, enquanto 62,24% cabe aos 20% mais ricos (dadosda Fundação IBGE, 1972, e OCDE, "La répartition des revenusdans les Pays de OCDE", Paris, França, 1976l. Tais índices deconcentração de rendas vem aumentando ano a ano, como de­monstra o seguinte quadro:

Percentagem da renda total1960 1970 1976

Camada da PEC (*)por estratos sociais

Decreto-leiSalário Mínimo

Data daVigência

ValorNominal

N.O Data50% mais pobres .30% intermediários .15% mais ricos .

5% muíto ricos .

17,727,926,627,6

14,922,827,434,B

11,821,228,1

. 39,0

.. Expresso no Padrão !\'Ionetário vigente na época do Decreto.

Apesar dessas sucessivas alterações, com o recrudescimentodo processo inflacionário cada vez é maior a defasagem entre osalário mínimo e o custo de vida - o que fere frontalmente agarantia constitucional assegurada no art. 165, inciso I, da Car­ta em vigor. Segundo estudo divulgado recentemente pelo De­partamento Intersindical de Estatística e Estudos SóciO-Econômi­cos <DIEESE), no periodo de julho de 1940 a maio de 1979, en­quanto em São Paulo o custo de vida registrou um crescimento de1.528.841%, o salário minimo cresceu apenas 708.991%, ou seja.menos que a metade da alta dos preços. Nesse mesmo período oProduto Interno Bruto (PIB) por pessoa cresceu 326,88% - o queacarretaria, se incorporado aos salário, um mínimo atual no va­lor de cr$ 14.358,83. Daí porque, entre outras razões - consoanteinforma Joelmir Beting, transcrevflndo levantaomento eJ'ietuadopelo Dresdner Bank,da Alemanha - enquanto o trabalhadoralemão ganhava 148 cruzeíros por hora, o sueco 144 cruzeiros, oamericano 124 cruzeiros, o suíço 118, o holandês 116, o francês 92,o italiano 83, o belga 77, o canadense 76, o japonês 74, o inglês 64,o brasileiro ganhava apenas 32 cruzeiros por hora, na média dosespecializados. Em termos dos que percebiam salário minimo, en­tre nós, na mesma época, segundo o banco alemão, "seu poderaquisitivo corresponderia a Cr$ 5,80 - preço de meio maço decigarros" ("Off Senhor", Vogue, agosto de 1978) - justificandoplenamente a conclusão unânime da CPI que funcionou nesta Câ­mara dos Deputados em 1976, no sentid ode que "o salário do tra­balhador brasileiro é baixo e insuficiente para a manutenção dosque dele pedendem exclusivamente".

Embora resultante do próprio modelo econômico - como acen­tuou entre outros Albert Fishlow, em seu "Brazilians size distribu­tion of income" - a crescente concentração da renda nacionaltCIll uma das suas causas importantes na vigente politica sala­rial - que distancia cada vez mais a remuneracão atribuída aosdiferentes setores da população economicamente "ativa e às váriascategorias profissionais, apresentando distorções no perfil sala­rial talvez únicas no mundo.

Segundo estudo procedido pela Confederação NacIonal do Co­mércio, se bem seja a renda per capita nos Estados Unidos dezvezes maior que a brasileira, nossos executivos percebem em mé-

4- 7-194017- 7-19431-12-19431- 1-19524- 7-19541- 8-19561- 1-1959

18-10-196016-10-19611- 1-1963

24- 2-19641- 3-19651- 3-19661- 3-1967

26- 3-19681- 5-19691- 5-19701- 5-19711- 5-19721- 5-19731- 5-19741- 2-19741- 5-19751- 5-19761- 5-19771- 5-1978

220,00275,00360,00

1.190,002.300,003.700,005.900,009.440,00

13.216,0021.000,0042.000,0066.000,0084.000,00

105,00129,60156,00187,20225,00268,80312,00376,80415,20532,80768,00

1.106,401.560,00

2.1625.6705.977

30.34235.45039.60445.10649. 119-A51.33651.61353.57855.80357.90060.23162.46164.44266.52368.57670.46572.14873.9956.174

75.67977.51079.61081.615

1- 5-194015- 7-194310-11-194324-12-19511- 5-1954

14- 7-195624-12-195315-10-196013-10-196113-12-196221- 2-196426- 2-19652- 3-1966

25- 3-196825- 3-19681- 5-1958

30- 4-197030- 4-197127- 4-197230- 4-197329- 4-197429-11-197429- 4-197529- 4-197628- 4-197728- 4-1978

FONTES: Fundação IBGE - Censos Gerais 1960 e 1970; PNAD - 1976.(*) População economicamente ativa.

Esses indices são ainda mais gritantes nas áreas pobres doPaís, consoante revela estudo recente dos professores Jorge Ja­tobá e Ricardo Carneiro, sobre "A distribuição da renda na Re­gião Metropolitana do Recife", elaborado em decorrência de con­vênio entre a Universidade Federal de Pernambuco e a SUDENE,e cujas conclusões se ajustam igualmente a outras regíões do Ter­ritório nacilonal, com características semelhantes. Salientando quea desigualdade na distribuição é resultante de uma apropriaçãodesigual de fTações da renda pelas correspondentes frações dapopulação, revelou a pesquisa que a concentração cresceu na úl­tima década, conduzindo a que 53% da população detenha apenas19% da renda, enquanto 20% detêm 56% da renda total da re­gião. Com base no Censo Demográfico de 1970 a mesma pesquisarevelou que, enquanto 27,3% da força de trabalho recebiam atéCr$ 100,00 naquele ano, uma farção de apenas 1,6% tinha rendamensal superior a Cr$ 2.000,00.

A influência dos niveís de salário mínimo nesse quadro - mi­nimizada freqüentemente sob a falsa alegação de que não corres­podenria s·enão a uma pequena parcela da força de trabalho ­é significativa. Segundo o próprio Ministério do Trabalho, em le­vantamento divulgado no ano passado, dos 44 milhões de traba­lhadores brasileiros, 17 milhões e 600 mil - ou seja, doís quintosda população economicamente ativa - recebem o máximo de umsalário minimo (Jornal do Commercio, Recife, 12-3-1978). No Nor­deste, segundo a SUDENE, esse percentual atinge 66% (GazetaMercantil, 30-4-75).

A permanência dos fatores de ordem econômica que justifi­cam a modificação do salário minimo, sobretudo nos últimos anos,demonstra de forma inequivoca a necessidade de sua revisão emníveis superiores aos da elevação do custo de vida e em periodosmenos espaçados - sem prejuizo de outras medidas como a uni­ficação do salário mínimo em todo o território nacional objetode projeto de lei que apresentamos na legislatura passada' e, rea­presentado este ano, tramita presentemente nas Comissões Téc­nicas desta Câmara dos Deputados.

Ainda recentemente o In congresso Brasileiro dos Economis­tas, reunido em São Paulo, aprovou documento sintetizando opensamento oficial da maioria dos seus membros sobre a questão:

"São justas as reivindicações de reajustes salariaisaciIPa da elevação do custo de vida, com vistas a recupe­raçao do poder de compra da população assalariada. Osreajustamentos com periOdicidade menor que a anual se­riam mais facilmente absorvidos pela economia, a exemplode outros mecanismos de reajustes utilizados hoje (comoas minidesvalorizações cambiais)~ Uma importante cor­rente de opinião achou que eventuais aspectos inflacio­nários poderão ser evitados se os aumentos forem absor­vidos pelos lucros. Recomenda as negociações diretas en­tre empregados e patrões, assegurando a liberdade da or­ganização sindical" (Folha de São Paulo, 19-8-79,)

. Revela acentuar, nessa ordem de considerações, que o c'res­CImento dos lucros das grandes empresas supera fortemente aelevação ,dos salários 'Pagüs peJas mesmas. Em estudo· procedidopelo DmESE sobre os balanços doo estabeLecimentos bancários no.periodo de 1969 a 1976, constatou-se que enquanto seus lucros ti­veram um incremento de 1.578%, os salãrios aumentau-am -apenas'em 881%, em valores não Ideflaciemados - rev,eI.ando também sobeSSle aspecto as ,distorções inj ustrfí'cáv'eis na remuneração do capi­tal e do ·trabalho (Folha Bancária, julho/setembro, 1977).

A ser mantido o sistema artual, com o a,gravamento do pro­cesso inflacionário, 'a ,perda do poder aquisitivo dos salários con­tinuará cr.escente e prog1I'essiva, até mesmo porque os rea.just.a-

par­nDjj'()rrni~;R:::ão dot2J desic1erato. se

ar,a".'êYICi8: d.e rnelhüra,r o ni~

nrovocn,rIlegatlvas nas'2111'lJl"eSas iD.­

ao de;3.'l­OÍ'~Iecern \2

Tenho c.ertas Testliç:ÕE'Sticula.ro10nte" no quesnlá:do J.nírân1o ,3n1 todo

aCIJJhida. p~;;~~:o'~i~~;;il!R~~;:~~~~'vel doscQlJ.seclüenci9)3 econôryli.e~u;

dJlb:LB ~i:'egü3'2s :nlen0,5 afort-utr.8.ôas, levandodus"i::ritús ou e011161:cials ~a'l,.1~::~~~G;l~rO:3Jl\'3cirnento do p:rón·:tio TI de t'rs.hg,lhn quelT!.antêrcL --

mentos anuais são imediataJ:Il.P...nt:; 2!.bSOrvi1:los pela alta!mmtendo-se desatualizados durante doze m.eses. Os Y.;oflill",t,<;·"mestrais, conQuan.to não soluciO'nt'én o problenJ}3~ -arnplo 'B, .comõ já an.rrnamos, decorre 0.-0 -próprio 8COnÔLrli-co - ao IT!<;.n03 :red'lTIeITI lJn~Ju..ízG:; VêlY! senr1ü in.jl1st,8Jl1.e~.!te

irnpnst.oE. aü,3 tl~abEtlhadores. na meSll1a nrüDo-rcão as\[.el1sôes soeia1s agravadasz viol-entalTISll't-2! TI·ass·as i11-tlnl0S qU.in.ze anos. Dai pOTClue. :;cL{ren'do tan1hért! os efeitos :l1.'8-

des-sas (,ensões, a 'uTônrt!;?'o das Inciús'érias (i.o[Le- São Paulo" at,r:..:~JJé8- d() ;38U 8r. TheoiJSt-ldo

~~i~~h~~~;i:. d~;r~~Ye~~~;1~f~1~r~i~1~~U( C:~=;~~:~::'~;l~ 3CH~~~~~~)~os S-2l.-=

.diz rzs;p·2it,oultimani211te

(~e J:l~iQ

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legi,sla'i:i.va - 2.cTot.an.doI{}OV:&I'TID - orii;s,!:().'!iS

ú"o.:l.ífieaçã,) c8/s-uis&h:;~i ~;}L"I',

s·ub~ka·r:LclD..1 do 3'811 Ca=~, '," VêlYt 8;!1t1n(;la~(~o o pro=l.:-Taclo:r~2J; 8J"nd::t l1é:Ste anD~ üd:as Leis. (1,0 T'rabalho - eE!

l\::cr:'bct" c.rat'1rnento Eb:c8:ngente e

11SSil:n, DI) O·lH;! dIz e~r.=ra de eornnet·§ncia de::ta Co-rn1;s':;üo, (1 qne ;::'~ \le.rinc~i. que D pro,'lr.:;éo Df~o ari~osta. o CG1-:.:tO eOll;:;-Ui;ucional. -o or'deED..tTICntJ) jtll'" i.di:::"o OF u. téen:ica legislativa.

!\Testas rt!él'i.to à Conijssê~o deG é pelo, com,ti-Guciona!i-

dade.2a13, c\I3t COfDissz!o, 19 dI::: jUi"1ho de i979. -- (j'r{!':[rn(j§ lf:i18. §jRV2~

R,elator .

COI~TSOLID\AÇÃCj) DAS LEI::3 DO TFU1.B'ALI-IO

U\\pHlV.ada pelo Decreto-lei nO 5.'052, de 1.0 de maio de H;'~3)

'l'íTUI,O =1

CAPíTUVO IH

I~~ CO-misão de Const.ltuicáo e .JlJstn.ca. en1 reuni§,Q da sua, Tur~lTID. "An

, 'opinou, un:.::.uirr.18íXtente. pela ~ c6n8ti~ucionalida·cLe, jU.:fh:li.­cic1.adee técniea legislativ?, do Projeto n.o ;],51)/79, nos tennos doparecer do Rel8:Gor,

-~.si;J.veJ"s.:rr1 r,resent8s 0'8 SBIlhores Deputados: J~r11ani

TPresid.ertte err!o e:;{,ereício (a:ré. 76 do 'H,.1); Gor.a8S (l.a .silva _ P",,",t.r,,'·Erlgan::t .A,.n10rü11 -- Joaci! ;Per'3ir.8, - João Gilbert.o - Jorge Arba...ge - :Modesto da Silveira - Osvaldo Melo - Péricles Gonçalves eTarcisio Delgado.

SfJJa da CülDÍssáo, lG de junho de 19J19. - 1Eli'Kl18-1iE3Presidente (?oHl e~rercj.cio .( a:i.'l;. 76 010 J:tI.) - l]}®1i"Y1t38 da 8ÍrrV21~

latDr.PARECER ])f~ 'CO]ELSSAO n"E TRABALB':O TI:

LEGISLAÇAC~ SOOIAL

li -=o IR·elflú;,n,Y-lio

Hustre JJ8putado B,cl1cdlto IvIarcíJJo, auéo-r deste ellf:;::ta Casg,. da anerü-s[:~ clas8e

de São 'Paulo, lJTOpi5e-.S:e: tt apl'ovcdtar tese discutida, (:~

):1.0 (~I:~ Congl:e.s:;:so das li:D.tidades SindieaJ.s elo·;:;nas Indústrias JVletalúrglc~..s lVIeeàl1icas e de IVi.atsr:iB!

Elétrico do Estad1:1 de São Paulo", realizado na Cic1,acle de de22 a 26 de janeiro do corrente ano.

Pa.ra ta:n-bo, oIerecc~nos à análise a nres·3D.i:e inicÍ"2tiv81 nl,~.,2.tendo corno ohjetivos plir.w1p;i.Ís revisão trllTI_Gst'r8.l e valoX' lmiJêl".C;),­elo })ara {) saJârio ll1Ínilno, -em todo o Te'lTH:ório I\Jacional, 2istahe­Ieee, eln seu desenvo-lvirnento, o 8'8guinte:

a) (rue UJil1. te!nresental1té~ do DIl~E-S,E (Depf.tTGan:13TrC.l) Intel'sj.1l­dical de Esi;atist.fca e Escudos Sócio-BclJnõmicos) f:ará '1Jarte daCoulis8.o do IvIini.stério do 1.""\r:abcdl10 8ncalo:regada, de' at.llã1izar osníveis do s8Jário nüni:rno;

bl que, 110 reajustamento t·rimes.tral, 3, Comjs8fm consideraráo levantamento dos indi':::es do custo de vida e pl'odutivi.da,de feitopelo D!EE8E;

c) critério a ser seguido para uma gl'adai;iva unifo,rmizaç5,0dos salários minimos vi.gentes, no prazo máximo de' 6 meses.

Relativamente às providências contidas na.s 'Biineas "a", e ub"o autor argumenta qu-e a medida objetiva evitar que os saláliosnão fiquem sujeito-s a manipulações ,como a que owrreu -em 1973171.

Sobre o .tema c-entraI da proposição, o a,utor ·aeluz que a me­dida 'constituiria importante fator de fixação do homem à suaregião de oligem, fenômeno que atua'ri'a decisivamente no cOl'nba­te ao chamado êxodo rU'ral e·, conseqüente, superpovlJamento d8Bgrandes cidades.

Na Comissão de Constituição e .Justiça, 3Jcatou~se {} p.arecer doRelator, que considerou o p.rojeto viável, do ponto de vis.ta pecu!ía;rà 'Competência especifica dB.quele órgã:o Téenico,

Entendemos que a sugestão do nobre De.putado Benedito Mar­cílio deve ,ser acolhídanes,t'l1 Casa com a maíürB!tenç.âo e grandeinteress-e, pm-que, além de se mostrar ,conveniente e adequada ao­momento social e 'econômico que enfrentamos, ins:pira-se na ex­periência e nece'ssidade dos próprios trabalha;dores.

Após várias décadas de pol~tica trabalhista ass'entada, senãonD interes'se do empresário, mas, pelo menos, -com abstração daclasse verdadei!l:amente interessada, estamos em ,que é chegado Ü'

momento de praticarmos uma democracia mais orgânica, ou seja,mais atenta aos reais reclamos das várias üategorias pTofissio-

modi-

(~lê~.ordem

e-eo~

19a .w.l~':~?&'l':Ü{, ~J!L1! S!!1Jf;,~j,tl!

Pixt. 116. t.) -decreto fixaTHlo o salário nlíni!Yl-o~ decorridos 50dias de sua publicacão no ]J'!ádo Oiiei~i, obrigará a todos que lXij­Hzenl o trabãlho -de ~outreln lnedia.nte rernunera'çáo.

§ 1.0 Ct saJf:ni.o IJ1.inin10 1 VGZ fixado, vigorará. pelo p.rabOde três anos., podendo BGf ou confi:rmado novo P'3-ríodo de -(.rês anos, -2 as;::,iln s2guid~/rrl:':"11:te.por f1eciss.o reSfP8C'-tlvc~Cümissão Ide Salário JVIl:l1inlO J 8,iProv0à..8~ pelo n..íinistro do Trabalb;Q~

IndtlS1l:r1.a. '2 do C0111é:-cio.

........................................................ , .,., .

§ 2.0 o salário lninimo serficado, ante,o, decor,lià.os an03 de SUg, vigência,a respectiva Comiss.iio ele Salário Mínimo, pelo vo'GG deouartos) de seus cOlnponent.es, !"€conhecrer que fatÜlr-egéconômica tenham alterado de mz:n'jil'8. p!"iJftmda D, sj:i;u:~Ç:io

nârnicft ·e fJnancei:rarla região, ZO'HD.. ou 3ubzDnu inotere;SS:l::la.

PARECER DA CüIvITS8AO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - Relai:@ril)

O proje,to de Lei ora em exame, de autori~ do ilustre Deputa,doBenedito Marcilio pretende uma rerormulaçao total no mecams­mo vigente 'de re~justamentos do salário mínimo, pleiteando basi­camen'te:

I _ a uniformizacão do sai:íJrio mínimo em todo o país, noprazo máximo de seis> meses, em oposi9ão ao vig~~te sistema ~efixação de níveis diferentes para as dIve'rsas reglOes geo-econo­micas;

II - que os reajustamentos se façam nãD mais anualmente esim trimesbralmente;

lI! - que o Departamento Intersindical d:e ,Est:;tística~ e Es­tudos Sócio-Economicos (DIEESEl tenha partlclpaçao efetIva nafixação dos indices de reajustamentos salariais mínimos.

Informa o autor que a revisão trimestral do salário-mínímo,assim como a fixação ·de valor uniforme para todo o territórionacional são reivindicações aprovadas no recente IX Cong,resso dasEntrdades Sindicais dos Tr3;balhadores nas Indústrias Metalúrgi­cas Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de São Paulo.

Quanto à ,projetada participação do DIEESE nos es,tudos epropostB!S de fixação trimestral do valor do ~a!ário mini~o, segun­do o autor, é providência que se faz 'l1,ecessana paJra e,vltar gue otrabalhador fique à meorcê de qualquer eventual mampuIaçao deindices.

É o relatÓlio,

mAlHO DO CO:-JGllESSO ~L\nONAl (SOÇ;l" 1I ~.larço de 19M2

II - Voto do Relator

Ante o exposto, manifestamos-nos pela aprovação do Projetode Lei n.o 550/79, nos termos do Substitutivo que apresentamos emanexo.

Art. 17. O salário minimo terá valor único em todoo Território Nacional.

Parágrafo único. Para a uniformização prevista nocaput deste a,rtigo, o Poder Executivo, através de decreto.fixará:

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaçã.o,

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Sala da Comissão, de de 1979. - OsmarLeitão, Presidente - Artenir Werner, Relator.

I - reajuste real do maior salário mínimo vigente, empercentual corres·pond·ente ao ·da elevacão do custo de vi-da no trimestre; .

Ir - reajuste real dos demais salários mínimos regio­nais, na forma do item anteTior, acrescido de uma parcelacapaz de eliminar, em 6 I seis) trimestres, a diferenca en­tre os valores dos salários minimos vigentes nas diversasregiões.

IH - Parecer da Comissão

A Comisão de Finanças, em reunião ordinária realizada no dia3 de dezembro de 1981, opinou, unanimemente, pela aprovação,nos termos do Substitutivo da Comissão de Trabalho e LegislaçãoSocial, do Projeto de Lei n.o 550/79 (anexo o Projeto de Lei n.o

L 727/79) - do Sr. Benedíto Marcilio - acatando o parecer doRelator, Deputado Fernando Magalhães.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Luiz Baccarini,Presidente; Olivir Gabal'do e Vicente Guabiroba. Vice-Presidentes;.João Cunha - José Mendonca Bezerra - Airon Rios - José CarlosFagundes - Christovam chía1radia - Ruy Côdo - Leorne Belém- Athiê Coury - Fernando Magalhães - Hélio Garcia - JáderBarbalho - Honorato Vianna - Jorge Vargas - Hilderico Olivei­ra - Lcopoldo Bessone e Jorge Ferraz.

Sala da Comissão, 3 de dezembro de 1981. - Luiz Baccarini,Presidente - Fernando Magalhães, Relator.

PARECER D'A CO-TvlISE1Ao :DE FIi\TANÇAS

I - Reia:[:óTtio

ú. COHsolidaeão das Leis do no J.,rt. 116 e :;eU8 pará-pr''Ocl?ltLla

J

Cl-ue ü ,salári1J rrünilno por decreto, deeor-(lias de súa Du-blic.aeão, a todos que se uLilizern

d.iJ trabBJho de lJutrcrn.. Que> Dor três anos, Dodenc1o. ex-eepcionalrnente, ser l':nocUficado anb:,s de decorrido 'es~K~ lJrazo.

Com a presente proposta de lei. I) Depnt8.c10 Be11.editoMs,rcí­Eo jntenta imprimi!" nova redação '"', este artigo celet.istn, a fim deque o salário ulininlo tenha vigêncIa a partir da claTft da. publi­cação; valor único em todo o território nacional; e ::Eajuste tri­mestral.

As Conüssoes de .Justiça. de Trabalho. e de FLnanç3s, viu-sedistrIbllíd3. a proposição, tendo da primeira colhido pronunciamen­1:0 unânime. )]01' sua eonstitucionalidade, i uridicidade e técnicalegislaUva, nos termos do parecer do Relator. Deputado Gomes daSilva, E da segunda, a do mérito, também por unanimidade, pa­1'IOJcer pela s,provação, sufragando os term03 do Substitutivo do Re­lator, Deputado Artenir Werner.

Ao Projeto de Lei n,o 550/79 encontra-se anexado o projeton.~ 1.727179, do Deputa,do .Fernando Coelho, versando o mesmo as­,mnto: reajuste trimestral do salârio mínimo,

É o relatório.

II - Voto do Relator

A matéria faz jus à nossa atenção, € a nosso acolhimento, pe­los reflexos positivos de ordem social,

Quanto aos ângulos sob os quais nos com.pete sua análise,insCirÍ'tos do Regimento Interno, somos pela aprovação do primeiroprojeto, mas nos termos mediante os quais reformulado no Subs­titutivo da Comissão de Trabalho e Legislação Social o qual, maisrealista, tem chance de ser aprovado a,té em Plenárío.

É o nosso voto,Sala da Comisão. de dezembro de 1981. - Fcrnando Ma-

galhães, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 1.683-A, DE 1979

iDo Sr. Raul Bernardo)

Faculta ao funcionário público estadual e munielpalfiliar-se à previdência social administrativa pela União edetcrmina outras providências; tendo pareccres: da Co­missão dc Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa; da Comissão de Traba­lho e Legislação Social, pelo arquivamento, por prejudi­cialidadc; e, da Comissão de Finanças, pcla rejeição.

(Projeto de Lei n,o 1.683, de 1979, tendo anexado o den.O 2.427179. a que se referem os pareceres.)

O Congresso Nacional decreta:IArt. 1.0 Ao funcionário público dos Estados e Municípios, su­

jeito a regime próprio de previdência social, é facultado filiar-secumulativamente ao regime geral ou urbano de previdência socialadministrado pela União.

Art. 2.0 O segurado facultativo a que se refere o artigo pre­cedente recolherá em dobro a contribuição estabelecida para o s·e­gurado obrigatório, incidente sobre o salário base da tabela esta­belecida para o trabalhador autônomo.

Art. 3.0 Esta.ré entra em vigor a 1.0 de janeiro do ano sub­seqüente ao de sua promulgação.

Art. 4.0 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação1. Dentre outras pessoas excluídas do regime da Consolida­

ção das Leis da Previdência Social aprovada pelo Decreto n.o .. ,.77.077, de 24 de janeira de 1976 - vale dizer, do chamado regime

de 1979. - ArtcnirdeSala da Comissão,Werner, Relator.

nais que mourejam nos diferentes se,tares da atIvidade. Som('Ilt,~

assirft SeríR11.10S canazes de evita-r asdistorcões trv,bnthista3 (; :";8JJ­riais que tanto vêm contribuÍlldo .para o ernpobreehnento de nO.'3r::oSúpe,rários e 'pa,r3:. a deterioraçfio das n:Ja,{~~6[js patTáo~e'J:np1.-egado.

Biá pouco. edit.ou-se. no País. a Lei TI.o .70Bt de 30 de outubrode 1979, que dispôe sob!".) a correção dos sal;irios, mc-difica E .polítiea salarial e dá outras provi'clêllcias.

Esta Lei. não obstante as manifestaçõEs dos tmb,ühaclores eas gestões de inúmeros parlamentares, tendentes a in3erirem, emseu. texto. !uedidas corno a.s que oya '8x3..rninanlos. foi san.ctonao1a.Sell1 pl"23CreVer que a eorreç~ão sala,rial fosse trimestral e 3cb asupe·rvisão de um érgào como o DlEE8E, e com o Presiclente da.República, vetando o dispositivo que determinava a unifica.cão dovalor do salário minimo 'em todo o País, . .

Ante tais fatos, e consider<'xJ.clo que as dtsposições do presenteprojeto devem ser aproveitadas, concluímos pela elaboração de umsubstitutivo, visando transportar para o texto da refet'ida Lein.o 6.703 as sugestões que estamos a examinar.

·Com 'efeito, ,a Lei n.O 6,708, além de se cOllsti,tuir no diplom".legal espe{~ifico sobre a matéria ora tratacIa, contém aspectos S9n1os quais se'ria difícil aplícarem-sea:s medid:ls propostas pelo Depu­tado Benedito Marcílio,

111 - Parecer da Comissão

A Comissão de Trabalho e Legislação Social em reumao ordi­nária de sua Turma A, realizada em 26-8-81, opinou. unanimemen­te, pela aprovação do ProJeto de Lei n,o 550179, nos termos do Subs­titutivo apresentado pelo Relator.

Estiveram presentes os Srs. Deputados: Osmar Leitão, Presi­dente; Artenir Werner, Relato,r; Vivaldo Frota - Benedito Marci­lio - Carlos Chiarelli - Octávio Torrecilla - Ubaldino Meirelles- Antônio Amaral - Alvaro Gaudêncio - João Alves - MalulyNeto - Francisco Rollemberg - Joel Viv,as - Peixoto Filho _Nilson Gibson - Jayro Maltoni - Siqueira Campos e RezendeMonteiro,

Sala da Comissão, 26 de agosto de 1981. - Osmar Leitão, Pre­sidente - Artenir Werner, Rela:tor.

Substitutivo Adotado pela Comis~o

Altera dispositivos da Lei n.O 6.708, de 1979, estabele­cendo correçãO' trimestral para os salários, nas condiçõesque especifica, e unificando o valor do salário minimo emtodo o País.

O Congresso Nacional decreta:

Art. LO Os arts. LO e 17 da Lei n.o 6.708, de 30 de outubro de1979, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1.0 O ",alar monetário dos salários será corri­gido, trimestralmente, de acordo com o índice Nacional dePreços ao Consumidor e sob a ,supervisão do DepartamentoIntersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos(DIEESEl.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção!) Sábado 13 827

geral ou urbano da previdência social - estão os servidores dosEstados e Municipios amparados por regime próprio d·e previdên­cia (art. 3.0 , item n.

2. Ocorre, porém, que as entidades estaduais de previdênciasocial muitas vezes não prestam serviços médicos e hospitalares aseus segurados e dependentes, ou o fazem em forma mais precá­ria do que os do Instituto Nacional de Assistência Médica da Pre­vidência Social. Por outro lado, o INAMPS possui muito mais Postosde Atendimento Médico disseminados no País do que as entidadesestaduais de previdência, quando existem.

3. Par". atender ao desejo e à necessidade de inúmeros ser­vidores estaduais e municipais de fruírem dos benefícios e daassistência do Sistema Nacional de Previdência e Assistência So­cial, este projeto de lei vem permitir que os mesmos se filiem àprevidência social administrada pela União, sem afetar a previ­dência social a que compulsoriamente estejam sujeitos por im­r-osição de lei do respectivo Estado, que, para tanto, tem compe­tência legiferante supl-etiva, na forma do art. 8.0 , parágrafo único.da Constituicão Federal. Nesse caso, acumulariam as qualidadesde segurados obrigatórios da entidde previdenciária estadual esegurados facultativos da pr·evidência nacional. Cumpre notar queo servidor estadual ou municipal que não esteja submetido a re­gime próprio de previdência social é segurado obrigatório do regi­me geral mantido pela União (OLPS, arts. 3.0 e 5.0

).

4. Convém afirmar, desde já, o amparo constitucional paraesta proposição. De fato, o parágrafo único do art. 165 da Coristi­tuição Federal veda a criação, majoração ou extensão de presta­ção de serviço ou benefício compreendido na previdência socialsem a corr,espondente fonte de custeio total. Tendo em mente quea admissão do funcionário público dos Estados e Municípios estásendo feita na qualidade de segurado facultativo, a proposição es­tabelece, como ônus seu, a contribuição em dobro, já que não sefaz presente a contribuição do empregador, à semelhança do tra­tamento dispensado ao ministro de confissão r,eligiosa ou membrode congregação religiosa, no art. 12 da CLPS. :É presunção atuarialde que as contribuições a serem recolhidas cobrirão os respectivoscustos. Em harmonia com a sistemática existente, a contribuiçãoincidirá em função do tempo de contribuição, segundo a tabelafixada para o facultativo existente.

5. Apesar da cobertura oferecida para a extensão previd·en­ciária de que se ocupa este projeto, seu art. 3.0 estabelece para avigência o início do ano subseqüente ao de sua conversão ,em lei, afim de dar tempo para que a administração previdenciária roti­nize os procedimentos internos com a inovação legal.

Brasília, 21 de agosto de 1979. - Raul Bernardo.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES PERMANENTES

!<EI N.o 6.428, DE. 1.0 DE SEII'EiMERO DE 19'77

Institui o Sistema Nacional de Previdência e Assistên­cia Social e dá outras providências.

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

a seguinte Lei:

TÍ'DULO I

Do Sistema Nacional de Previdência eAssistência Social

Art. 1.0 Fica instituído o Sistema Nacional de Previdênciae Assistência Social - 8INPAS, sob a orientação, coordenação econtrol-e do Ministério da previdência e Assistência Social - MPAS,com a finalidade de integrar as seguintes funções atribuídas àsentidades referidas nesta Lei:

I - concessão e manutenção de benefícios, e prestação de ser­viços;

H - custeio de atividades e programas;IH - gestão administrativa, financeira e patrimonial.

.................................................................

Tí'I1UIJO H

Das Entidades do Sistema Nacional de Previdênciae Assistência Social

CAPíTULO II

Do Instituto Nacional de Assistência Médicada Previdência Social

Art. 6.0 Ao INAMPS compete prestar assistência médica, deacordo com os seguintes programas:

I - programas de assistência médica aos trabalhadores ur­banos, abrangendo os serviços de natureza clínica, cirúrgica, far-

macêutica e odontológica, e assistência complementar, devidos aossegurados do atual INPSe respectivos dependentes, na forma dodisposto nos itens I e IV do artigo anterior;

H - programas de assistência médica aos servidor,es do Es­tado. abrangendo os serviços de natureza clínica, cirúrgica, far­macêutica e odontológica, devidos aos funcionários públicos civisda União e de suas autarquias e do Distrito Federal, e respectivosdependentes, na forma do disposto no item TI do artigo anterior;

lU - programas de assistência médica aos rurais, abrangen­do os serviços de saúde e a assistência médica devidos, respec­tivamente, aos trabalhadores e aos empregadores rurais, na formado disposto no item IH do artigo anterior;

IV - programas especiais de assistência médica, abrangen­do os serviços médicos atualmente mantidos pela Fundação Le­gião Brasileira de Assistência - LBA e os que forem prestadosem determinadas regiões à população carente, sej a ou não bene­ficiária da previdência social, mediante convênios C{lm institui­ções públicas que assegurem ao INAMPS os necessários recursos.

§ 1.0 A assistência médica de que trata este artigo será pres­tada à cada categoria de beneficiários na forma das respectivaslegislações e com a amplitude que as condições locais e os recursospróprios permitirem.

§ 2.° Fica o Poder Executivo autorizado a instituir um es­quema de participação direta dos beneficiários, em função do seunivel d,e renda. no custeio dos serviços médicos de que se utiliza­rem e dos medicamentos qUe lhes forem fornecidos em ambula­tórios.

PROJETO DE LEI N.o 2.427, DE 1979

(Da. Sr. Valter Garcia)

Faculta a filiaçiílo à Previdência /Social 'do servidorpúblico federal, estadual ou municil>al, ocupante ,de cargoem comissão na ladministracãodireta 'ou 'indireta, na for­ma 'que especifica, 'e determina outras providências.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n.O 1.683. de 197-9, nostermos do art. 71 do Regimento Interno,)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 l!l facultada a filiacão à Previdência Social do servi­dor público fe(leml. E',~tadual. ou" municipal. ocupante de cargo emcomissão na administração direta ou indireta. enquanto durar oexercício do cargo e desde que não tenha vínculo com qualquersistema previdenciário.

Art_ 2.0 A contribuicão. previdenciária é a prevista no itemV do art. 69 da Lei n.O 3.807, de 26 de ago~t{) de 1960, e incidirá so­bre o vencimento ou salário percebido pelo segurado de que tra:taa presente lei.

Parál;raf{) únicD. Na hipótese de vencimento ou salário supe­rior ao limit,e máximo do salário-de-contribuiçã,o o cálculo recairásobre e-ste.

Art. 3 ° O Poder Exer.utivo regulamentará esta lei. dentrodo prazo de 90 (noventa) dias, a contar de sua publicação.

IArt. 4.0 iE~ta Lei entra; em vigor na c,ata de sua publicação.

Art. 5.° Revogam-se as dispcsiçÕoes em contrário.Justificação

Este projeto de lei obietiv' buscar soluc3o para O' problemarelativD 'i! necessid8.de de filiaGão. à Previdência Social. do servidorpúb'ico federal. e~tadual ou municipRl. ocupante de cargo emcomi,qsi'ío na a'dministracáo direta ou indir,eta, enquanto durar oexercicio do rarero e. evidentemente deE'deaue não tenha vínculocom qualquer sistema de previdência social.

:É comum a presença d'e pessoas exercendo, por longos ano~,

carg.os em comissão na administração pública e, no entanto, amargem de sistema previdenciário.

Fmoutros casos, atmvé8 de simple:s portarias ou ordens de~.erviro há decisões mandando formalizar a fíliação para uns.omitindo-se com relaçã'Ü a outros.

A ausência des.se vínculo previdenciário tem uma conse'qüênciasocial muito séria: são famílias e mais fa:milias, especialmente ~aesfera municipal. que estão totalmente d,esassistidas pela PreVI­dência Social.

Só podemos caminhar, rápido, para a verdadeira; seguridadeEOcia:1 na m,edida em que ampliarmos, de forma efetIva, >O lequed,e segurados e, conseqüentemente, em razão da admissão tambémdos seus dependentes, o rol dos beneficiários das prestações deprevidência social.

SllP'erimos a filiação na categoria de segurado facultativ'o,median"te contribuicão em dO'bro na forma prevista no item V, doa:rt. 69, da Lei or'gânica da Previdência social. .A&si~l .não hárepercussões na despesa pública e o. sistema preVld-enclan.o reco­lherá a quantia indicada para Ü' custeio das ,suas prestaçoes.

828 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seção I) ~Iarço de 1982

A contribuição, conforme o art. 2.°, será calculada sobre ovencimento ou salário percebido ;:leIo segurado de que trat~ a leiora projetada. Não obstante, ocorrendo a hipótese desse sa.lárioou vencimento ultrapassar o limite máximo do salário-de-contri­buição, o cálculo incidirá sabre este.

Por todo o exposto. submetemos a presente proposta legis­lativa ao crivo dos Ilustres Membros do Congresso NaciOnal espe­rando que r,eceba o apoio necessário a sua transformação em lei.

Sala das Sessões, de 1979. - Valter Garcia.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR

DEI iN.o 3.807, DE 26 DE AGOSTO 'DE 1950Lei Orgânica da Previdência Social

Art. 69. O custeio da pr·evidência .social será atendido pelascontribuições:

v - dos autônomos, dos s·egurados facultativos, e dos que seencontram n~ situacão ia art. 9.° na ba.se de 16% f dezesseis porcento) do respectivo salário-ele-contribuição, observaelas, quanto aeste, as normas do item I deste artigo:

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.890, DE 8 DE JUNHO DE 1973Altera a legislação de previdência social, e dá outras

providências.

Art. 9.° A aposentadoria especial será concedida ao seguradoque, contando no mínimo 5 (cínco) anos de contribuição, tenhatrabalhado durante 15 (quiniZe), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco.que, para esse efeito forem considera~os penosos, insalubres ouperigosos, por decreto do Poder Executivo.

§ 1.0 A aposentadoria especial consistirá numa renda men­sal calculada na forma do § 1.0 do art. 6,°, desta l·ei, aplicando-se­lhe ainda o disposto no § 3.° do art. 10.

§ 2.0 Reger-se-á pela respectiva legislação especial a apo­sentadoria dos aeronautas e a dos jornalistas profissionais.

LEI N.o 3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960I.,ei Orgânica da Previdência Social, com as modifi­

cações posterioJ.'les.

Ti'IlULO IHDas Prestações

CAPíTULO XVII

Disposições Diversas"Art. 67. Os valores dos benefícios em manutenção serão rea­

justados sempre que for alterado o salário mínimo,§ 1.0 O reajustamento de qU€ trata este artigo será devido a

pa,tir da data em que entrar em vigor o novo salário minimo,arredondado o total obtido para a unidade de cruzeiros imedia­tamente superior.

§ 2,° Os índices do reajustamento serão os mesmos da polí­tica salarial estabelecida no art. 1.0 do Decreto-lei n.O 15, de 29de junho de 1966, considerado como mês básico o de vigência donovo salário mínimo."

§ 3.° Nenhum benefício reajustado poderá ser superior a 90~;

Inoventa por cento) de 20 (vinte) vezes o maior salário minimovigente no País na data do reajustamento.

TfI1ULO IVDo Custeio

CAPÍTULO IDas Fontes da Receita

Art. fi9. O custeio da Previdência Social será atendido pelascontribuições:

I - dos segurados, em geral, na base de 8% (oito por cento I

do respectivo salário de contribuição, nele integradas todas asimportâncias recebidas a qualquer título;

!I - dos segurados de que trata o § 2,° do art. 22, em per­centagem do respectivo vencimento ígual à que vigorar para oInstituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado,com o acréscimo de 1% (um por cento), para o custeio dos de­mais benefícios a que fazem jus e de 2% (dois por cento) paraa assistência patronal;

III - das empresas, em quantia igual à que for devida pelossegurados a seu serviço, inclusive os de que trata o item !II doart. 5.°, obedecida quanto ros autõnomos a regra a eles perti­nente;

]V - da União, em quantia destinada a custear o pagamentode peõ.s-aal e as despesas de administração geral da previdênciasocial, bem como a cobrir as insuficiências financeiras verifica­das;

V - dos autônomos, dos segurados facultativos e dos que seencontram na situação do art. 9.°, na base de 16% ldezesseispor cento) do respectivo salário de contribuição, observadas quan­to a este as normas do item I deste artigo;

§ 1.0 A empresa que se utilizar de serviços de trabalhadorautônomo fica obrigada a Teembolsá-lo, por ocasião do respec­tivo pagamento, no valor correspondente a 8% (oito por centol daretribuicâo a ele devida até o limite de seu salário de contribui­ção, de ácordo com as normas previstas no item I deste artigo.

§ 2.° Caso a remuneração paga seja superior ao valor dosalário de contribuição, fica a empresa obrigada a recolher aoInstituto Nacional de Previdência Social a contribuicão de 8%foito por cento) sobl'e a diferença entre aqueles dois valores.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES PERIIJANENTES

LEI N.O 6.428, DE 1.0 DE DEZEMBRO DE 1977

Institui o Sistema Nacional de Previdência e Assis­tência Social e dá outras providências.

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:TíTULO I

Do Sistema Nacional de Previdência e Assistência SocialArt. 1.0 Fica instituído o Sistema Nacional de Previdência e

Assistência Social - SINPAS, sob a orientação, coordenação econtrole do Ministério da Previdência e Assistência Social- MPAS.com a finalidade de integrar as seguintes funções atribuídas àsentidades referidas nesta Lei:

I - concessão e manutenção de benefícios, e prestação deserviços;

Il - custeio de atividades e programas;In - gestão administrativa, financeira e patrimonial.

TÍTULO IrDas Entidades do Sistema Nacional de Previdência

da Assistência Social

CAPÍTULO II

Do Instituto Nacional de Assistência Médicada Previdência Social

ATt. 6.° Ao INAMPS compete prestar assistência médica, deacordo com os seguintes programas:

I - programas de assistência médica aos trabalhadores urba­nos. abrangendo os serviços de natureza clínica, cirúrgica, farma­cêutica e odontológica, e a assistência complementar, devidos aossegurados do atual INPS e respectivos dependentes, na forma dodisposto nos itens I e IV do artigo anterior;

II - programas de assistência médica aos servidores do Es­tado, abrangendo os serviços de natureza clínica, cirúrgica, far­macêutica e odontológica, devidos aos funcionários públicos civisda União e de suas autarquias e do Distrito Federal, e respectivosdependentes, na forma do disposto no item II do artigo anterior;

!II - programas de assistência médica aos rurais, abrangendoos serviços de saúde e a assistência médica devidos, respectiva­mente, aos trabalhadores e aos empregadores rurais, na forma dodisposto no item UI do artigo anteTior;

IV - programas especiais de assistência médica, abrangendoos serviços médicos atualmente mantidos pela Fundação LegiãoBrasileira de Assistência - LBA e os que forem prestados em de­terminadas regiões à população carente, seja ou não beneficiáriada previdência social, mediante convênios com instituições públi­cas que assegurem ao INAMPS os necessários recursos.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIO:"AL (Seçào I) S:ihado 13 S29

§ 1.0 A assistência médica de que trata este artigo será pres­tada a cada categoria de beneficiários na forma das respectivaslegislações e com a amplitude que as condições locais e os recursospróprios permitirem.

§ 2.° Fica o Poder E.xecutivo autorizado a instituir um esque­ma de participação direta dos beneficiários, em função do seunivel de renda, no custeio dos serviços médicos de que se utilizareme dos medicamentos que lhes forem fornecidos em ambulatórios.

LEI N.o 5.890, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1973

Altera a legislação de previdência social e dá outrasprovidências.

O Presidente da República:

.Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoa seguinte Lei:

Art. 1.0 A Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960, com asmodificações introduzidas pe10 Decreto-lei n.o ·66. de 21 de novem­bro de 1966, passa a vigorar com as seguinte alterações:

"Art. 2.° Definem-se como beneficiários da previdênciasocial:I - segurados: todos os que exercem emprego ou qualquertipo de atividade remunerada, efetiva ou eventualmente,com ou sem vínculo empregatício, a título precário ou não.salvo as exceções expressamente consignadas nesta lei.U - dependentes: as pessoas assim definidas no art. lI.""Art.3.0 .Ir - os trabalhadores rurais, assim definidos na forma dalegislação própria.""Art. 4.° Para os ·efeitos desta lei, considera-se:

a) empresa - o empregador, como tal definido na Conso­lidação das Leis do Trabalho, bem como as repartiçõespúblicas, autarquias e quaisquer outras entidades públicasou serviços administrados, incorporados ou concedidos peloPoder Público, em relação aos respectivos servidores incluí­dos no regime desta lei;b) .empregado - a pessoa fisica como tal definida na Con­solidação das Leis do Trabalho;

c) trabalhador autônomo - o que exerce habitualmente, epor conta própria, atividade profissional remunerada; oque presta serviços a diversas empresas, agrupado ou nãoem sindicato, inclusive os estivador·es, conferentes e asse­'melhados; o que presta, sem relação de emprego. serviçode caráter eventual a uma ou mais empresas; o que prestas·erviço remunerado mediante recibo, em caráter eventual,seja qual for a duração da tarefa.""Art. 5.° São obrigatoriamente segurados, ressalvado odisposto no art. 3.°:I - os que trabalham, como empregados, no território na­cional;

U - os brasileiros e estrangeiros domiciliados e contra­tados no Brasil para tl'abalharem como empregados nassucursais ou agências de empresas nacionais no exterior:UI - os titulares de firma individual e os direitores, só­cios gerentes, sócios solidários, sócios quotistas. sócios deindústrias, de qualquer empresa;

IV - os trabalhadores autônomos.§ L° ISão equiparados aos trabalhadores autônomos osempregados de representações estrangeiras e os dos or­ganismos oficiais estrang€lros ou internacionais que fun­cionam no Brasil, salvo se obrigatoriamente sujeitos a re­gime próprio de previdência.§ 2..° As pessoas referidas no artigo 3.°, que exerçam ou­tro ·emprego ou atividade compreendida no regime destalei, são obrigatoriamente segurados, no que concerne aoreferido empregado ou atividade.§ 3.° Após completar 60 (sessenta) anos de idad·e, aque­le que se filiar à previdência social terá ass·egurado, parasi ou seus dependentes, em caso de afastamento ou morte.um pecúlio ·em correspondência com as contTibuições ver­tidas, não fazendo jus a quaisquer outros benefícios,""Art. 6.° O ingresso em emprego ou atividade compreen­dida no regime desta lei determina a filiação obrigatóriaà previdência .social.Parágrafo único. Aquele que ·exercer mais de um empre­go ou atividade contribuirá obrigatoriamente para a pre­vidência social em relação a todos os empregados ou ativi­dades, nos termos desta Lei.""Art. 11. .

I - a esposa, o marido inválido, a companheira. mantidahá mais de 5 (cinco) anos, os filhos de qualquer condiçãomenores de 18 (dezoito) anos ou inválidos, e as filhas sol­teiras de qualquer condição, menores de 21 (vinte e um)anos ou inválidas,"

PA,REOER DA COMISSÃO DE CONSTITUI:QÃO E JUSTIÇA

I - RelatórioO Proj eto de Lei n.O 1. 683, de 1979, vem permitir ao funcio­

nário público dos Estados e Municípios, apesar de sujeito a regimepróprío de previdência social, que se filie cumulativamente ao re­gime geral ou urbano da previdência social administrado pelaUnião (art. 1.0),

2. Na condição de segurado facultativo, a contribuição seriarecolhida em dobro, incidente sobre o salário-base da tabela esta­belecida para o trabalhador autônomo (art. 2.°).

3. Just,ifica o autor da proposição que as entidades esta­duais de prevídência social muitas vezes não prestam serviçosmédicos e hospitalares a seus segurados e dependentes, ou o fazemem forma mais precária do que os do INA'MPS que, de resto, possuimuito mais Postos de Atendimento disseminados no Pais. Comvista à prestação desse.s serviços e inúmeros servidores estaduaise municipais, vem o projeto facultar que se filiem à previdêncianacional os que tenham interesse, sem prejuízo do sistema a queestejam obrigatoriamente sujeitos nos respectivos Estados. Escla­rece que o encargo estabelecido é igual ao fixado para o ministrode confissão religiosa e demais facultativos: contribuição ·em dobro.Análise

4. É da competência da União legislar sobre seguro e pre­vidência social, com atribuição complementar dos Estados (art.8.°, item XVII, alínea "c" e parágrafo único, da ·Constituição Fe­deral) .

5. Se a União tem competência legislativa para dispor sobrea matéria, a proposição também aponta os recursos para o cust·ei·odos encargos, através de contribuição dobrada fixada para os quedesejam se valer dos beneficios da lei. Considerando que essacontribuição é equivalente à exigida dos demais segurados facul­tativos, é de se supor o atendimento ao l'equisito contido no §único do art. 165 da Constituição Federal, eis que o "quantum"contributivo já se encontra fixado em lei com respaldo nos cálculosatuariais do Ministério da Previdência e Assistência Social.

6. Juridicamente, o projeto é coerente e se integra na legis­lação em vigor, cabendo ressaltar ainda, que fixa par·a a vigênciao inicio do ano imediato ao da promulgação da lei, a fim de que oPoder Executivo tenha tempo suficiente para as provídências denatureza administrativa.

7. A técnica legislativa atende aos padrões em uso, com umartigo para cada regra jurídica.

II - Voto do RelatorEm razão do exposto, voto pela constitucionalidade, juridici­

dade e boa técnica legislativa do Projeto de Lei n.o 1.683, de 1979.

Sala da Comissão, 9 de outubro de 1979. - Brabo de Carvalho,Relator.

Em tempo - Pelos motivos acima expostos somos favoráveisao Proj eto 2.427179, anexo, considerando estar o mesmo de acordOcom as normas constitucionais, juridicas e boa técnica legislativa.- Brabo de Carvalho.

In - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridici­dade e boa técnica legislativa do projeto n.o .1.683179 (Anexo oProjeto TI.o 2.427/79), nos termos do parecer do Relator.

Estiveram pT2sentes os Senhores Deputados: Gomes da Silva- Vice-Presidente, no exercício da Presidência, Brabo de Car­valho - Relator, Antônio Dias, Bonifácio de Andrada, CristianoDias Lopes, Elquisson Soares, João Gilberto, Lázaro de Carvalho,Natal Gales, Nelson Morro, Paulo Pimentel e Péricles Gonçalves.

Saia da Comissão, 8 de outubro de 1980. - Gomes da Silva,Vice-Presidente no exercício da Presidência - Brabo de Carvalho,Relator.

PARECER DA COMISSAO DE TRABAIJHOE LEGISLAÇÃO SOOIAL

I - RelatórioMediante o Projeto de Lei n.O 1.683, de 1979, quer-se permitir

que o funcionário dos Estados e Municípios, apesar de sujeito aregime próprio (estadual ou municipal) de previdência social, sefilie, cumulativamente, ao regime geral ou urbano de previdênciasocial, este administrado pela União (art. 1.0),

Para cobrir os respectivos custos, impõe-se a ·esse seguradOfacultativo a contribuição em dobro, segundo a mesma escala de

830 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seção I) Março de 1982

salário-base estabelecida para o trabalhador autônomo (art. 2.0).Isso significa, atualmente, a contribuição de 16% sobre um salário­de-contribuição que cresce de um salário mínimo até 20 unidadessalariaís, de um até mais de 25 anos de filiação.

Para o inicio de vigência da norma proposta, é previsto o dia1.0 de janeiro do ano imediatamente posterior ao da promulgaçãoda lei (art. 3.0 j.

O apensado Projeto de Lei n.o 2.427, também de 1979, vemfacultar qm, sc filie â previdência social (presumivelmente nor·egime geral ou urbano objeto da Lei n.o 3.807./60, conforme seconfirma no dispositivo subs·eqüente), o s·ervidor federal,estadualou municipal sem vínculo com qualquer sistema previdenciário,desde que ocupante de cargo em comissão na administração diretaou indireta (art. 1.0 I.

A contribuição desse segurado facultativo é reportad::t para oitem V do art. 69 da Lei n.O 3.807/60, porém sobre o vencimentoou salário percebido, ao invés da tabela de salário-base do autô­nomo, até o limite máximo de contribuição (art. 2.0 e seu § único).Esse dispositivo deveria ter explicitado que o inciso reportado cor­responde à redação dada pelo art. 1.0 da Lei n.o 5.890, de 8-6-73,eis que, consultando-se o art. 69 da Lei n.O 3.807/60, ver-se-á quenão contém qualquer item.

Esse mesmo Projeto n.o 2.427/79 ainda ordena que o PoderExecutivo regulamente em 90 dias a lei, s·e nela fosse transformado(art. 3.0) e estabelece para o início de sua vigência a data em queviesse a ser publicada (art. 4.0).

Sucede que, durante a tramitação dessas duas proposições, ocongresso Nacional decretou e o Presidente da República sancionoua Lei n.O 6.887, de 10 de dezembro de 1980, que introduziu diver­sas alterações na Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de 1960 (Lei orgâ­nica da Previdência Social).

Dentre essas alterações, modificou 'a regência concernente aoservidor civil e militar da União, dos Estadc'3, dos Municípios, dosTerritórios e do Distrito Fede<ral, bem como os das respectivas au­·t.arqui·as, ao estabelecer novo texto ,para o art. 3.0 ·e seu parágrafoúnico, da Lei n.O 3.807/60.

Citado o art. 30. item I, 'excluía do 'regime geral ou urbano daprevidência social robje·to da própria Lei n.o 3.807/60) os servido­res civis ou militares submetidos a regimes próprios de previdên­·cia 'Social, enquanto que seu parágrafo único ressalvav·a 'aquelesque eIJam contribuintes dos 'então Institutos de A!pos'entadoria ePensões, l"essalva que concernia, essencialmente, aos servidores re­gidos pela legislação trabalhista.

A inovação trazida pela Lei n.O 6.887/80 incol"pO'rou ao item Ia a:'eg.ra anberím e a de seu parágrafo e, na nova redação dada aeste, institui um regime espe'Cial, agora federal, ~ara o's servido­res que tenham garantido apenas aposentadoria pelo Estado ouMunicípio, nos regimes di&tintos ,a que se encontrem submetidosnas unidades da federação ou nRS municipalidades. Em comple­mento àquele direito único de aJPosentadoria, concede àqueles ser­vidores, ou a seus dependentes, por repol'tamento a alíneas 'especi­fic8das do art. 22 da Lei n.o 3.807/60 (para o qual vige a redaçãotambém dada pela Lei n.O 5.890/73), os seguintes benefícios ous€'rviços: auxílio-natalidade (ao segurado); pensão, auxílio'-reclu­são e auxilio-funeral (aos dependentes); e a.ssistêncta médica,farma·cêutlca, odontológica, compl'ementar, reeduca,tiva e de ,rea­daptação profissional (aos segurados ou a. seus dependentes),

N·e·sse regime especial, fede.ral, a Lei n.O 6. 887/80,ao dar novaredação ao art. 69, item IV, da Lei n.o 3.807, também ínstituiu umacontribuição especial, reduzida.. de ,apenas 4% (ao invés de 8% ou16%), ,para tais servidores públicospmtegidos por regime's espe­ciaise que, na verdade. ·sãoest,ritame:nte .dos Estados e Municíõlios(eis que os servidores da União, dos Territórios e do Distrito Fe­deral já são segurados do regime urbano ou então do regime esta­tutário). Tanto que instituiu contribuição idêntica para os Esta­dos e Municípios, no item VI.

Sobre1eva nota:r~ a esta altura, que essas inovações da Lein.O 6.887/80 tornaram segurado obriga.tório. do regime geral ouurbano de 'previdência social, administ,f1ado pelo Mini&tério daprevidência e Assistência Social e suas autarquiaes, o funcionárioestadual ou municipal protegidoapena's com aposentadoria noregime especiai administrado por qualquer Unida'de da Federação.ou por qualquer Municipio(se exi&tir na órbita deste).A Vi&ta dessas novas disposIçõ,es legisla'tivas, prejudicado se en­·contra o proJeto de Lei n.O 1.683, de 1979, que 'perseguia a mesmaproteção, pa,rém facultativamente e com maior ônus para o segu­rado.

Igualmente prejudicado se encontra, pelo mesmo motivo, {)Projeto de Lei n.o 2.427, também de 1979, que, ·dig.a-se de passa­gem, já continha a imprap'rieds.de, "d8!ta venia", de incluir, nafacuita:tiva filiação ao 'regime geral de previdência social, o ser­vidor federal, ao lado do esta'dual ou munidpal,quando ocupantede cargo ,em comissão. Ocorr,e que o ocupante de cargo de direçãoou assessoramento superior, na adlninistração federal, já 'era se­gurado obrigatólio. que·r ·daquele regime geral ou urbano, se o ti-

tular for regido pela legislação trabalhista, quer no regime esta­tutário, na hipôtese de estar submetida à Lei n.o 1.711/52. Rema­ne'scem, na proposição, os ocupantes 'de cargos em comissão nosEstados ·e Municípios, os quais já eram segurados obrigatórios doregime urbano se não protegidos por regimes estaduais 'Ou muni­cipais (art. 3.0, item I, da Lei n.O 3.807/60) e, agora, são prote­gidos complementarmente pela previdência federal, há hipótesede, naqueles regimes estaduais ou municipais, seus direitos previ­denciários se limitarem à aposentaedoria.

H - Voto do RelatorEm razão do exposto, voto pela prejudicialidaede, e conseqüen­

temente, Q:lelo arquivamento .dos projetos de Lei n.OS 1.683 e 2.427,ambos de 1979, eis que absorvidos 'pela Lei n.O 6.887, de 10-12-80.

Sala da comi:são, - Ubaldino MeireIles, Rel'a.tor.

IH - Pareeer da. ComissãoA Comissão de Trabalho e Legislação Social, em reunião ordi­

nária de sua Turma "B", realizada 'em 21-5-81, opinou, unanime­mente, pelo arquivamento ·do Projeto de Lei n.O 1.683/7~, por pre­judicialidade, nos termos do parecelr do Rela:tor,

Estiveram present€'s os Srs. Deputados: Osmar Leitão, presi­dente; Uhaldino Meil'elies, Relator; Benedito Marcílio - Ca,rlosChiarelli - Álvaro Gaudêncio - Octávio Torrecilla - João Alves_ FranciscD Rollemberg - Amadeu Geara - Alc'eu CoUares ­Caneiro Arnaud - Jayro ,Malwni - Nilson Gibson - Joel Lima- Rezende Monteiro e pedro Carolo.

Sala da Comisão, 21 de maio de 19B1, - Osmar Leitão, Presi­dente - Ubaldino Meirelles, Relator.

PARECElR DA COMISSAO DE FINANÇAS

I - Relatório

'Submetendo à e1evads. consideração de seus pares a presenteiniciativa, visou o Del]Jutado Raul Bernardo f·acultar ao funciooáriopúblico 'dos Estados 'e Municípios - sujeito a regime prôprio daprevidência social - "filia,r-se cumulativamente ao regime ge·raI ouurbano da rprevidência social administ;ra~o_p'ela União",. ~uandote1'iae1e de r.ecolher, em 'dohro, a. contn1:mlçmo sobre o salano-baseda tabela ·esta.belecida paTa o trabalhador a:utônomo.

A ,prorposição foi distri:bu1cl:a ~s ',?omissãe's de J~stiça, de :rra­balho e de Financa:s tendo a prImeIra se pronunCIado, una.mme­ment~ por sua constItucionalids.de, juridicidade e técnica legisla­tiva, :dos termos do parecer do Relator, Deputado Brabo d·e Carva­lho.

Em setTuida foi anexado ao Brojetode Lei nO 1.683/79 o Pro­j'eto n.o 2.427/79, .do DeiPutado Valter Garcia, ,por tratar de matériaidêntica,

A Comissão 'de Trabalho e Legislação Social, adentrando o mé­rito de 'ambas as ,proposições, Qp~nou, também sem discrepância tievoltos, pelo ,mrquivamentodas dUas, por pr~.iudicü~lidad'e, nos ter­mos do parecetT do Relator, DCiPuta:do UbaldlIlO M€'lrel,:s. Este tr?~­x·c à colacão a Lei n.O 6.887, de l(}-12-80, que introdu2!lndo ml()ldIfl­cacões na: Lei Orgânica da Previdência Socia.l, facultou aos fun­cionários es'ta.duais e municipais o que pretendiam es'tabelecel" osdois proj etos sob exame.

É o relatório.H - Voto do Relator

Se iei sU;perveniente à apresentação d!,s 'propositura.;; sob aná­lise, já confere o que ambas intentavam, fr~atam ,sem 'ObJeto.

Desse modo, não existe mais nenhum aspecoto a se,r 31pre.cladopela Comissão de Finanças, somente lhe _restand~, ·como· o f'ez .aComissão de mérito, manifestar-se pelo na:o-acol,hllnento dos dOISprojetos.

É o nosso voto',Sala da comissão, 1.0 de dezembro ·de 1981. - Fernando Ma­

galhães, Relato'r.111 - Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças, em r,eunião ordiná'ria realizaqa. ~odia 3 de dezembro 'de 1981,opinou, unaw:nemente,. lPe~a reJelçaodo Projeto de Lei n.O 1.683/79 (anexo o Projeto de LeI n. 2.427/79)_ do Sr. Raul Bernardo - nos termos do pa1recer do Relato,r,Deputado Fernando Magalhães.

Estivera.m presentes os Senhores Deput8!dos: Luiz Bacca,rini,Presidente' olivir Gabardo e Vicente Guabiroba, Vice-Priesidentes;João Cunha - José Mendonça Bezerra - Airon Rios - J'Osé Car­los Fagundes - Christóvam Chíaradia - Ruy Côdo - Leorne Be­lém - Athiê CoUJry ~ Fernando Magalhães - Hélio Garcia ­Jáder Barbalho - Honora.to Vianna. - J,arge Va.rgas - Hildérit:oOliveira - Leopoldo Bessone 'e Jorge' Fenaz.

Sala da Comisão, 3 de dezembro de 1981. - Luiz Baccarini,Presidente - Fernando Magalhães, Relator.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl (Seçào I) Sábado 13 831

PROJETO DE LEI N.o 2.778-A, DE 1980

mo Sr. Miro Teixeira I

Cria a estabilidade real, compati'bílizando-a COm oFG'I)~, _e dá outras providências; tem.o pareceres: daConussao de Constituição e Justiça pela constitucionali­dade, juridicidade e técnica legisl;tiva' da Comissão deTrabalho e Legislação ISocial, pela aprov~cão com emenda'e, da Comissão ,Ie Finanças, pela apl111'VaçiÍo. '

(Projeto de Lei n.o 2.778, de 1980, a que se referem ospar-eceres.J

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Depois da admissão, nos contratos de trabalho portempo indeterminado, Co empregado só poderá ser di&;Jensado porjusta causa ou por motivo socialmente justificável.

Art. 2.° Será socialmente justificáv·el a dispensa que tiverecomo. causa r·eleva~te circunstâncias derivadas da comprovadanecessIdade de funclOnamento do estabelecimento em que o em­pr,egado prestar serviço·,

Parágrafo único. !IJ despedida será socialmente injustificá­vel, quando o empregado puder ser 8-proveitado na mesma função,ou em outra com ela compativel, na mesma empresa ou em outraintegrante do mesmo grupo econômico, ou quando não fOr ele.em sua função, o menoS antigo no estabelecimento.

Art. 3.° A despedida será participada por escrito ao empre­gado, com os fatos que a motivaram.

§ 1.0 O empregado ficará com a primeira via da comuni­cação passando recibo na segunda, e a d·evolverá ao empregador.

§ 2.° A fa:lta de comunicação, nos termos d·este artigo impor-tará na reintegração do empregado. '

Art. 4.° A ação de reintegraçã·o do empregado terá carátersumário, podendo s-er concedida liminar, a critério exclusivo doJuiz.

§ 1.0 As normas re:ativas ao Mandado de Seguranca .serãélaplicáveis à ação de que tra:ta o caput. .

§ 2.0 Quando a reintegração for desaconselhável, dado o graude incompatibilidade resultante doa dissidio, o Juiz ou -o Tribunalpoderá converter a'quela obrigação em ressarcimento pecuniário,mediante o pagamento dos salários e demais vantagens a quefaria jus o empregado se não tivesse sido ilegalmente despedido,sem prejuízo da autorizaçãG para movImentação dos depósitosdo FGTS, pelo Código C1; além da indenização. se f,or o caso, peloperiodo não coberto p·ela Lei n.o 5.107.

Art. 5.0 Não configuradas as hipóteses previstas no art. 1.0,o empregado, em cujo favor houver sentença reintegratória, tran­sitada -em julgado, poderá optar entre o cumprimento desta e autilização dos depósitos do FGTS, pelo Código 01, sem prejuizo,em 'qualquer caso, dos saiários que lhe tiverem sido judiciallr.entereconhecidos.

Parágrafo únic·o. A opção a: que se refere este artig;o só pode­rá ser exercida até 3C dias, contados da notificação ao empre­gado para ciência do trânsito em julgacro da sentença reintegra­tória.

Art. 6.0 Nos C8.S0S da ação resolutória do contrato, de inicia­tiva do empregado, fundada ·em descumprimento contratual ouato faltoso do empregador, a sentença que acolher o pedido auto­rizará o trabalhador a movimentar a conta do FGTS. p.elo Código01. condenará o empregador aü pagamento da indenização pelotempo de tr!lJbalho não r,egido pelo sistema da Lei n.o 5.107, sehouver.

Art. 7.° Ocorrendo culpa reciproca na demissão prolata-daem s-entença, os adiconais atribuidos ao empregado sobre o mon­tante da cünta do FGTS serão rEduzidos à metade, adütando-seidêntico procedimento em relação à indenização. se a esta t.ambémfizer jus o emprega:do.

Art. 8.0 Nas despedidas baseadas n::t hipótese prevista noart. 2.°, 'O empregador deverá avisar o mpregado de sua resolu­cão com a antecedência minima prescrit.a nos itens I e II e § 1.0da Consolidacão das Leis do Tra:balho, -observado, ainda, o dis­posto· no art.. 488 desta.

Parágrafo único. No pedido dedemi.ssão. o empregado ficaráobrigado à dação de aviw prévio, no me·smo prazo e condiçõesfixados neste artigo.

Art. 9° Nos casos em que couber indenização. será esta cal­culada em dobro, se o empregado já contava dez anos de s'erviço.à época da vigência da Lei n.O 5.107.

IArt.. 10. Ao ser admitido, o empregado poderá optar pelodisposto nesta Lei ou pelo que estahelec·em os arts. 492 a 500da Consolidação das Leis do Traba1l10.

_Art. 11. Esta Lei .entrará em vigor na data de sua publi­caça0. revogados espeCIalmente. os arts. 4-87 e seus parágrafos,da. OL:f, os arts. 1.0 a s~us pa:ra~r~fos ·e 16 e seus parágrafos daLeI n. 5.107 e as demaIS d-1.5pOSlçoes em contrário.

Justificação

Entre 0,3 .vários. pr?blemas criticéls enfrentados pelo traba­lhador braslleHo esta sItuado como crônico, a rescisão arbitráriado contrato do trabalho ou. como define a PrJfessora Nair LelllosGonça:h'es. da Universidade de São Paulo, a denúncl::t vazia docontrato de trabalh'J.

O instituto da estabilidade. que protegia o trabalha,lDr do de­semprego, após a vigência da Lei n.O 5.107, de 13 de setembro delre6, passou a ser 'etra morta já q'.Ie. por ocasião da aôsina-turado .contrato de trabaiho, o contratado é obrig'udo a optar peloregime do Fundo de Garantia do Tempo de serviço.

Ê cada vez maior a: rotatividade da mãe-de-obra. Aos maio­res de 40 anos, é praticamente impossível conseguir emprego. OsestrategIstas do Gon~rno conseguiram incutir em algumas men­te3 a faisa assert.iva c.c que a estabilidad:c do trabalhador seria11lll inst.rumento nocivo ao progresso, ae desenvolvimento econô­~nico, irrpedindo a própria liberdade contratual.

Por estranha coincidéncia, conforme reporta o :J:dvogado JulioCesar Prado Leite, "o instituto da estabilidade contrariava, já de·longa data. os especialistas americanos em relação às empresasque a:tuavam ou pretendiam atuar no Brasil. CriOU-Se idiossin­crasia em relação ao assunto sendo certo que, Célmo refere G pro­fessor Evaristc dE Moraes Fílho, a missão Abink nos idoos de 1948,sugeriu a substituição da estabi'idade pelo seguro-desemprego".l-LTr. 42/550.)

Ainda no referido trabalho, prosseg'ue o doutor Julio OesarPra.do Leit-e: "Refere Cesarino que Lincoln Gordon, então embai­xador dos Estados Unidos no Brasil, conduziu jJesquisa realizadapela Flindaçáo Getúlio Vargas em que S2 dá curso a uma outra,::mterior. iniciada em lG'59, peio mesmo prcfessor e realizada peloCentro d:e Assuntos Internacionais da Univ-cr5idade de Harvard,ccn: recurso, da Fundação Ford. Na pc~quisa realizada em Har­vard indagou-se das empre'sas americanas que atuavam no Brasil.O universo pesquisado cingia-se a 431 empresas. A realizada pelaFundação Getúlio Varga's adot.ou como campo de trabalho 137empres~s indUe',triais, a maioria brasileira e as d-emais empresasinternacionais, atuanc',o no Pais e não americanas. Os dados p.:>­dem ser conferidos pelo ri;' a:tório 'Impacto da açã·o d-o Governosobre as emprEsas estrangeiras", Rio. 1963, de autoria dos téc­nicos Ricl1ers, Machiline. Bouzain, Carvalho e Bariani Ed. FGV".

E mais adiante: "De qualquer modo, essa é a linl1a que nosinteressa, os investimentcoS diretos an:ericanos procuraram advo­gar a liberdade d·e ação no de5;Jedir, ainda mais quando se co­nhece o fato d·e que a grande expansão c.e tais investimentos noBl'2Sil, a partir dos anos 60, realizou-se mediante a compra deunidades fabris já instal:tdas".

Segundo outro brilhante adv·ogade. Dr. Carlos Augusto Ri­beiro da Silva, "o doutor James C. Abeglen. ex-professor do Mas­sacl1ussetts Institute of Tecnology. 'em traba1ho publicado noSdentific American, de março de 1970, analisandc as c:msas eperspectivas d,) fantástico desenvolvimento Econômico japonês,afirma Que uma c.as causas fundamenta:is desse suc·esso s-en1 pre­cedentes- é o regime de emprego adotado e diz in vet'bis:

"O operário, o técnico, o en:pregado de ·escritÓrio '8 o admi­nistrador japoneses sào contratados por toda a vida, ou pe'o me­nos por todo o prazo de existência da empresa: empregadora ...Com efeito. ele é como um membro da família da -empresa du­rante toda a sua carreira; ele e a empresa têm as relações mú­tu:as, acrdos e privilégios que tal relação implica",

Apenas a titulo de curiosidade, mais .elc três dezenas de pa~­ses civilizados e. entre eles. no mundo OCIdental, os E'stados Um­dos (art. lG, inciso C, da Lei Nacional de Relações do Trabalho), aItália (·Leis n.CS 60'4/66 e 300/70) e a Alemanha Ocidental (o em­pr,egado adquire a estabiidade cO:ll 6 meses) consagra~ .entre ()~principias básicos de sua legislaçao trabal~11.st3 ~' e.stablllda~~. Ede "e notar qu·e nos Estades Unidos e na Italia eXIste a esta~ll1da~de real, isto é, a garantia plen::t do "mpregado. A despedIda s?poderá s'er motivada. c8.bendo ao Judiciario dizer cDm quem estaa razã·o (empregado ou empregador).

EmbESO meu projeto nas teorias descritas, em trabalho s-eme­lha.nte realizado pelo Instituto do.s Advogados Brasileiros e, aci­ma de tudo, no conhecimento que adquiri através do contatü diá­rio com essa dura realidade brasileira.

O trabalhador está cada: vez mais esmagado, talvez até porrazões culturais, resultantes da exploração da mão-de-obra es­crava, abolida há menos de 100 anos.

A docilidade. para não cizer a subserviência, de diversos ho­mens públicos bra:sileiros, ao longo da história republicana, no­tadamente nas úl-timas décadas, permitiu a influência do capitalestrangeiro no processo de ·elaboração das leis.

li.U Sáhadu 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Março de 1'l82

9rcio termo~ ,encido essa etapa, mais precisamos dar demons­tnu;ocs efetiv~'s, c~mcretas, palpáveis, de que ·estamos dispostos acnar uma leglslaçao que elimine a angústia da demissão arbitrá­ria.

. O projeta não e paternalista. Muitos menos, demag·ógico. Suaf!~,Senela esta contida no programa do Partido Popular. cal1ci'ia: ofundo de gar,mtla COlr. a estabilidade real do empregado. Prevêos ca,<;os d~ demissão, para assegurar a sobrevivência e o a:umenrada produçao das empre,as, mas acima de tudo, fDrma Os instru­mentos P?ra tranqüilizar os trabalhadOres bra',ílciros que, atual­mente, nao poclem .sequer, reclamar o pagamento de horas extra,a qu~ estão obrir;ado<; a cumprir, sem üsco de demi"são imediata,

Agradeço a paciência dDS eminentes profe~sores Eugznio Had­dock LDbo c Louzacla Cãmara, arr.bos conselheiros da Ordem dosAdvogados do Brasil, inexcedíveis nos esclarecimentos que mepre.staram a re.siJeito de nossa legislação trabaihista.

Sala: das Sessões 10 de abril de 1930. - .Miro Teixeira.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENA CÃODAS COMISSõES PERMANENTES .

CONSOLIDAÇAO DAS LEIS DO TRA,BA'J~HO

(Aprovada pelo D2creto-Iei n." 5.452, de 1.0 de maio de 1943 J

Tí'DULO IV

Do Contrato Individual do Trabalho

CL'l.PíTULO VI

Do Aviso Prévio. Art. 487. Não havendo prazo estipulado, a parte que, semJusto motivo, qlmer rescindir o contrato, d·everá 2.vi.sar a outrarlil. sua resolução. com a antecedência minima de:

r' -:-- oito dias, se o pagamento for efetuado por semana outempo Infenor;

II _. trinta c;.j~s aos que perceberem por quinzena ou mês,DU qU'2 tenham ma!.s de doze n:eses de serviço na empresa.

§ 1,° A falta do aviso prévio por parte do em:Jreo'ador dá a:0cu:pr2gado o direito aos salários correspondentes a~o prazo de,1,VISO ~arantida <:2mpre a integração desse periodo no seu tempoele servIço.

* 2." A falta de a,i,o prévio por parte do empreg'ado dá aocmpregador o direito de descontar os salários correspondentes aoprazo respectivo.

. § 3.0 Em se tratando de salário pag'o na ba.se de tarefa, ocalculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores será feito deacorde- com a média dos últimos doze meses de :>,e{'viço,

Art. 433. O horário normal dc trabaiho do empregado, du­mnte o prazo d? aVl:>o,. e se a rescisão tiver sido promovida peloempreg:;tdor, sera redUZIdo de duas horas diárias, sem prejuízo dosaiano lnt~gral.

Art. 4a9. Dado o avisa prevlO, a rescisão torna-se efetiva de­pois de. expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificanter,econsiderar o ato, antes de se!: termo, à outra parte é facultadoaceitar OU não a reconsideracão.

Parágrafo único. Ca:>o s<:j a aceita a reconsider2,cào JU con­tinuando a ;n'estação depois de expirado {) prazo, o cónt.rato con­tinuará a vigorar,wmo se o avi,o prévio não tivesse .'ido dado.

Art. 490. O clllpreg'ador qUé', durante o prazo d'o aviso préviodado ao empregado, praticar ,ito que justifique a rescisão ime­diata do contrate, sujelta-oe ao plgalll~nto da rel111meracào cor­re2pcndente ao prazo do referido avi~o. sem prejuizo' da in­denização qu·~ for devida.

Art. 4[;1. O empregac!o que, durante (} ,Hazo do av;w prévio.com2ter qU1lqllel' das faltas consideradas peja lei como justa,para a J'o8~cisií.ü, perde a direito ao restante do respectivo pra'zc.

CAPiTULO VII

Da Estabilidade

,Art. 492. O empregado que contar mais dez an0.5 de ser­viç-o na mesma empre"a não poderá ",,'2r despedido senão p-or mo­tivo de falta grave ou circunstância de forca maior devidlJ:lTI·entecom;)rovadas. . .

Parágrafo único. COnsidera-se como de serviço todo o tem­po em que o empregad{) ·esteja à disposição do empl:egador.

Art, 4r3, Constitui falta grave a prática. de qualqu,er dos fa­tos a que se refere o art. 4'2'l, quando por EUa repeticão OU natu­reza representem séria violação dos d2veres e obrigácões do ·3m-pregadc. .

P.rt. 49~. O empregado acusaÓ'J de falta grave poderá sersuspeneJ de suas funções, mas a sl:a despedida só se tornará efe­tiva ap6.s o inquérito em qUe S2 verifique a proced'ência da acusa­ção.

Parágrafo único. A suspensão, no ca:o deste artigo, perdura­rá até a decisão final do pr-oceosc.

Art. 4[,5. H2conhecida a nexistência de falta grave pratica­da p'21o empregcC:o, fica o empreg"dDr obrigado a readmiti-Io no':'3l'Viço e :J; pagar-lh2 os salários a que teria clireito no período, da.su.sp8nsf~o.

Art. 4.~6. Quando a reintegnção do empregado estável fordesaconselháve" dado o grau de inconmatibilidade r·esultantedodissídio, especi3.lmente quandc for ;) empr2.gador pesso:\ fisica, otribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em inde­nização deviÓ'a nos t,snnos do urtiga ,eguinte.

Art. 497. Extinguindo-se a 2mpresa. sem a ocorrência de mo­tiva de força maior, ao empr2gJ.(o estávei de<:pedido é garantidaa: indenizaçãJ por rescisão co contrato por prazo indeterrr..inado,pag:r em dcbro.

Art. 49a. Em caso de fechamento ao estabelecimento, filialou agêneia, ou supreôsf.o neces,ária de atividade, 5'3m ocorrêndade m.otlvo de força maior, é assEgurp.do 80S empl'egados estáveis,que ali exerçam SU~.3 funcé3s, o dirsito à indenizJ.çãc, na formado artigo anterior.

Ar\.. 499. NÜJ haV2rá e,tabilidad3 no Exercic:o do, cargos dediretoria, gerência ou outros de confiança imediata do emprega­dor, re,salvado () cômputo é.J tempo d3 é3rviço para todos osefeitos legais.

§ 10 Ao empreg·.::do ga'rantido nela estabilidade, que d,eixarde Exercer cargo de confiança, é as,egurac'a, .salvo no ca,o defalta grave, a reversão ao cargo efetivo que haja anteriormenteocupado.

§ 2.0 Ao empregado despedido sem justa causa, que só tenha,exercido cargos de confiança e que contar mais de dez anos deserviço na mesma empresa, é garantida a indenização proporcio­nai ao tempo de serviço nos termos dos arts. 477 e 478.

§ 3.0 A desp'edida que se verificar com o fim de obstar ao em­pregado a aquisição de estabilidade, sujeitará o empregador apagamento em dobro da indenização prescrita nos arts, 477 e 473,

Art. 50(}, O pedido de demissão do empregado estável sóserá válido quando feito com a assistência do respectivo sindicato'e, i~ não o houv~, perante allitoridade local oompetente doMinistélio do Trabalho ou da Justiça do Trabalho.......................................................................................................................... , ... . _., .

LEI N.o 5,107, DE 13 DE SETEMBRO DE 1966Cria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá

outras providências.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que sanciono a seguinte Lei, aprovada pelo Con­

gresso Nacional, nos termos do art. 5,°, do Ato Institucional n.o 2,d·e 27 de outubro de 1965:

Art, 1.0 Para garantia do tempo de serviço, ficam manti­dos os Capítulos V e VII do Título IV da Consolidação das !,.eis doTrabalho, assegurado, porém, aos empregados o direito de optarempelo regime instituido na presente Lei,

§ L0 O prazo para a opção de 365 (trezentos e sessenta ecinco) dias, contados da vigência desta Lei para os atuais em­pregados, € da data da admissão ao emprego quanto aos admitidosa partir daquela vigência.

§ 2.0 A preferência do empregado pelo regime desta Lei deveser manifestada em declaração escrita, e, em seguida anotada emsua Carteira Profissional, bem como no respectivo livro ou fichade registro.

§ 3,° Os que não optarem pelo regilne da presente Lei, nosprazos previstos no § L0, poderão fazê-lo, a qualquer tempo, emdeclaração homologada pela Justiça do Trabalho, observando-se odisposto no 2l't. 16,

§ 4.° O empregado que optar ,pelo regime desta Lei dentro doprazo estabelecido no § L° e que não tenha movimentado a suaconta vinculada, poderá retratar-se desde que o faça no prazo de3&5 dias a contar da opção, mediante declaração homologada pelaJustiça do Trabalho, não se computando para efeito de contagemdo tempo de serviço o periodo compreendido entre a opção e aretratação,

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL(Seçào I) Sáhado 13 833

§ 5.° Não poderá retratar-se da opção exercida o empregadoque transacionar com o empregador o direito à indenização cor­respondente ao tempo de serviço anterior à opção.

§ 6.° Na hipótese da retratação, o valor da conta vinculadado empregado relativo ao período da opção será transferido paraa conta vinculada da empresa e individualizada nos termos doart. 2.°

Art. 2.° Para os fins previstos nesta Lei todas as empresassujeitas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ficam obriga­das a depositar, até o dia 30 (trinta) de cada mês, em contabancária vinculada, importância correspondente a 8% (oito porcento) da remuneração paga no mês anterior, a cada empregado,optante ou não, excluídas as parcelas mencionadas nos arts. 457 e4>58 da CLT.

Parágrafo único. AB contas bancárias vinculadas a que seref-ere este artigo serão aberta sem estabelecimento bancário esco­lhido pelo empregador, dentre os para tanto autorizados pelo BancoCentral da República do Brasil, em nome do empregado que hou­ver optado pelo regime desta LeI, ou em nome da empresa, masem conta individuailzada, com relação ao ,empregado não optante.

Art. 16. Os empregr.dos que, na forma do art. 1.0 optarempelo regime desta Lei terão, na ocorrência de rescisão do contratode trabalho, regulados os direitos relativos ao tempo de serviçoanterior à opção, de acordo com o sist,ema estabelecido no Capí­tulo V do Título IV da OLT, calculada, .porém, a indenização, paraos que contem 10 (dez) ou mais anos de serviço, na base pr,evistano art. 497 da mesma CLT. Pelo tempo ,de serviço posterior àopção, terão assegurados os direitos decorrentes desta Lei.

§ 1.0 O valor da indenização, correSpondente ao tempo deserviço anterior à opção, será complementado pela empresa, me­diante depósito na conta vinculada do empregado.

§ 2.° É facultado à empresa, a qualquer tempo, desobrigar-seda vesponsabilidade da indenização relativa ao tempo de serviçCJanterior à opção, depositando na conta vinculada do empregado ovalor correspondente na data do depósito.

§ 3.° Aos -depósitos efetuados nos termos do § 2.0 , aplicam-setodas as disposições desta Lei.

Art. 17. Os contratos de trabalho que contarem mais de 10(dez) anos, na da:ta da publicação desta Lei, poderão ser r,escindi­dos a qualquer tempo, por livre acordo entre as partes. E, naocorrência desta hipótese, o empregado receberá, diretamente doempregador, a importáncia que convencionar como indenização.

§ 1.0 Se o empregado for optante poderá movimentar livre­mente a conta vinculada depositada a partir da data da opção.

§ 2.0 Para a validade do pedido de demissão é essencial ocumprimento das formalidades prescritas no art. 500 da Conso­lidação das Leis do Trabalho.

§ 3.0 A importância a ser convencionada na forma deste ar­tigo, nunca poderá ser inferior a 60% (sessenta por cento) do queresultú.r da multiplicação dos anos de serviço contado em dobropelo maior salário mensal percebido pelo empregado na empresa.

Art. 18. No caso de extinção do contrato de trabalho doempregado não optante, observar-se-ão os seguintes critérios:

I - havendo indenização a ser paga, a empresa poderá utili­zar o valor do depósito da conta vinculada, até o montante daindenização por tempo de serviço;

II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido oprazo prescricional para a reclamação de direitos por ]!arte doempregado, a empresa ]!oderá levantar a seu favor o saldo daresp,ectiva conta individualizada, mediante com]!rovação peranteo órgão competente do MTPS.

Parágra-fo único. A conta individualizada do empregado nãooptante, dispensado sem justa causa antes de completar um anode serviço, reverterá a seu favor; se despedido com justa causa,reverterá a favor do FGTS. Decorrido este periodo. a conta poderáser utilizada pela empresa na forma deste artigo.

PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - RelatórioO Projeto de Lei sob aprec~ação, de iniciativa do ilustre

Deputado Miro Teixeira, visa criar a estabilidade real, compati­bilizando-a com o FGTS, propõe, para tanto, revogar. especial­mente, os artigos 487 e parágrafos da OLT; o artigo 1.0 e pará­grafos, art. 16 e parágrafos da Lei n.O 5.107, de 1966, que "criao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço".

O projeto exarado em 11 artigos, objetiva conciliar o fundode garantia com a estabilidade real do empregado. propõe medidas

que visa atender tanto aos interesses das empr,esas quanto a dostra:balhadores. Na primeira, prevê os casos de demissões, visandoassegurar-lhes suas sobrevivências e um maior aumento de produ­ção. Na segunda, pretende eliminar a rescisão arbitária dos con­tratos de trabalho, permitindo aos trabalhadores uma maior segu­rança no trabalho.

Compete a esta Comissão analisar a matéria sob os aspectosda constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, ex vido artigo 28, § 4.° do Regimento Interno,

2. De conformidade com o art. 8.0 , inciso XVII, alnea b daConstituição Federal, a matéria insere-se na esfera da compe­tência da União e atende ao preceituado no art. 56, estandoexcluída das proibições consul:istanciadas no art. 57 de nossaCarta PoUtica.

3. O projeto é juridico, pois se harmoniza com a sistemáticaem vigor de nosso Direito Positivo e não infringe nenhum dosPrincípios Gerais do Direito.

4. Quanto a técnica legislativa a proposição está vazada nosdevidos termos.

II - Voto do RelatorEm face do -exposto manifestamo-nos pela constitucionali­

dade, juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de Lein.o 2.778, de 1980, de autoria do ilustre Deputado Miro Teixeira.

Sala da Comissão, 11 de junho de 1980. - Paulo Pimentel,Relator.

m - Parecer da ComissãoA Oomissão de Constituição e Justiça, em reumao de sua

Turma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidad,e, juri­dicidade e boa técnica legislativa do Projeto n.o 2.778/80, nostermos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Ernani Satyro,Presidente; Paulo pimentel, Relator; Altair Chagas, Antônio Rus­so. Amadeu Geara, Claudino Sales, Djalma Bessa, Djalma Mari­nho, Francisco Benj amim, Gomes da Silva, Jairo Magalhães,Joacil Per-eira, Lázaro Carvalho, Marcelo Cerqueira, Nilson Gibson,Osvaldo Melo, Tarcísio Delgado e Theodorico Ferraço.

Sala da Comissão, 11 de junho de 1980. - Ernani Satyro,Presidente - Paulo Pimentel, Relator.

PARECER DA COMISSãO DE TRABALHO ELEGISLAÇãO SOCIAL

I - Relatório

Pretende o nobre Deputado Miro Teixeira, da representaçãofluminense, instituir a estabilidade real do empregado, harmoni­zando-a com a já existente Fundo de Garantia do Tempo deServiço.

A finalidade principal da proposição é evitar a despedidaimotivada do empregado, assegurando-lhe a permanência noemprego ou, se a dispensa for efetivada, a reintegração.

No caso de incompatibilidade que desaconselhe a reintegra,cão, haverá então a conVlersão em ressarcfamento pecuniário,álém da movimentação do FGTS e demais direitos que porven­tura lhe caibam.

Justificando sua proposição diz em suas bem lançadas razõeso ilustre autor do projeto:

"Entr-e os vários problemas críticos enfrentados pelotrabalhador brasileiro está situado, como crônico, a resci­são arbitrária do contrato do trabalho ou, como define aProfessora Nair Lemos Gonçalves, da Universidade de SãoPaulo. a denúncia vazia do contrato de trabalho."

Após referir-se à extinção da estabilidade que praticamenteocorreu com a adoção do FGTS, pela opção forçada deste sistemae à alta rotatividade da mão-de-obra dai decorrente, tece comen­tários e faz referência a estudos havidos desd-e 1948 contra o insti­tuto da estabilidade existente à época.

Cita, em seguida, alguns países dentre mais d,e três dezenas de­les que adotam com algumas variações e consagram o princípio daestabilidade.

E aduz em c,onclusão:"O projeto não é paternalista. Muito menos, demagó­

gico. Sua essência está contida no programa do PartidoPopular. Concilia o fundo de garantia com a estabilidadereal do empregado. Prevê os casos de demissão, para asse­gurar a sobrevivência 'e o aumento da produção das em­pr·esas, mas acima de tudo, forma os instrumentos paratranquilizar os trabalhadores brasileiros que, atualmente,não podem, sequer. reclamar o pagamento de horas extras.a que estão obrigados a cumprir, s·em risco de demissãoimediata."

834 Sábado B DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Março de 1982

A proposição foi distribuída às Comissões de Constituição eJustiça, de Trabalho e Legislação Social e de Finanças.

Na prímeira delas mereceu aprovação unânime na reunião desua Turma "B". realizada em 11 de junho de 1980.

E o relatório.

II - Voto &0 Relahr

É-nos cometida a apreciação do mérito da proposição pelo dis­posto no § 16 do art. 28 do Regimento Interno desta Casa.

A, proposição cria. de forma harmônica, a compatibilizaçãode dois institutos que, malgrado a ,apinião de muitos, não são an­tagônicos nem excludentes um do outro. Pelo contrário. São compa­tiv-eis e o projeto sob exame vem demonstrá-lo de forma cabal.

Realmente. na forma atual em que se encontra a nossa legis­lação de manutenção de emprego, razão assiste à ilustre professo­ra paulista ao denominá-la muito acertadamente de "denúncia va­zia do contrato de trabalho".

Não há para o trabalhador qualquer segurança ou garantia depermanéncia no emprego.

As medidas prewnizadas na presente proposição sào de moldea viabilizar o sistema do 'Fundo de Garantia do Tempo de Servi­ço, escoimando-o e à CLT dos dispositivos prejudiciais às normaisrelações entre capital e trabalho.

O principio de proteção tutelar que se vem acentuando na le­gislação trabalhista e que, em grande parte, a inspira, resulta deuma realidade I::ocial contundente: a necessidade que o trabalha­dor sente de ser protegido em face do empregador, parte sempremais forte da relação.

É por essa razão que o Estado tem de intervir. legislando, paraque haja um equilíbrio entre as partes, tornando -efetiva a prote­ção, tanto em nome dos direitos inalienáveis do homem. quanto-,m nome dos interesses comunitârios de paz, tranqüilidade e se­gurança.

A garantia do emprego é uma das finalidades pr·ecipuas doDireito do Trabalho e é por meio dela, principalmente, que se aten­derão esses interesses de paz, tranqüilidade e segurança.

Há, no Projeto sob 8xame, pequena falha de ordem detílográ­fica que carece correção, No art. 8.° faZ-se menção a itens I e IIt' § 1.0 "da Consolidação das Leis do Trabalho", tendo ocorrido oolvido do artigo a que pertencem estes dispositivos. Trata-se, semctúvida. do art. 487 da cur, o que suprimos pela emenda em anexo.

Face a todo o exposto, somos pela aprovação do presente Pro­jeto de Lei.

Sala da ComissãD, 23 de setembro 'de 1981. - Nilson Gibson,Relator.

11I - Parecer da Com"3sãoA Comissão de Trabalho e Legislação Social. em reunião ordi­

nária de sua Turma "B", realizada em 1.°-10-81, opinou, unani­memente, pela aprovação do Proj eto de Lei n.O 2.778/80, nos ter­mos da Emenda oferecida pelo Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Osmar Leitão.Presidente; Nilson Gibson, Relat~r; Ubaldino Meirelles, VivaldoFrota, Benedito Marcilio. Adhemar Ghisi, Abel Ávila, Carlos Chia­relli, Túlio Barcelos, Álvaro Gaudêncio, João Alves. Francisco Rol­lemberg. Carneiro Arnaud e Peixoto Filho.

Sala da Comissão, 1 de outubro de 1981. - Osmar LeitãO',Presidente - Nilscn Gibson, Relator.

Emenda Adotada pela Comissão

Inclua-s-e no art. 8.° do Projeto de Lei n.O 2.778 de 1930, apósa expressão "itens I e II e § 1.0" e antes da expressão "da Consoli­dação das Leis do Trabalho", a expressão: "do art. 487".

Sala da Comissão, 1,° de outubro de 1981. - Osmar Leitão,Pre.sidente - Nilson Gibson, Helator.

PARECER DA COMISSÃO DE FINANÇAS

I - Relatório

Com a presente proposição, objetiva o Deputado :Miro Teixei­ra compatibilizar o sistema do FGTS com o instituto da estabili­dade do trabalhador, expresso na OLT e previsto na Constituição,quando lhe assegura: "estabilidade, com indeni!Zacão ao trabalha­elor elespedido ou fundo de garantia equivalente<

Ao justificá-Ia. cita doutrinadores da matéria, e destaca:"Entre o,s vários problemas criticas enfrentados pelo

trabalhador brasileiro está situado, como crônico, a resci­são arbitrária do contrato do trabalho ou, como define aProfessora Nair Lemos Gonçalves, da Universidade de SãoPaulo, a denúncia vazia do contrato de trabalho.

o- instituto da estabilidade, que protegia o trabalhadordo desemprego, após a vigência da Lei n,O 5,107, de 13 desetembro de 1966, passou a ser letra morta já que, porocasião da assinatura do contrato de trabalho, o contrata­do é obrigado a optar pelo regime do Fundo de Garantiapor Tempo de Serviço."

Foi submetida a iniciativa ao elevado exame das Comissõesde Justiça, de Trabalho, e de Finanças, tendo opinado a primeira,sem discrepância de votos, por sua constitucionalidade, juridici­dade, e técnica legislativa, nos termos do parecer do Relator. Depu­tado Paulo Pimentel.

Ê o relatório.

11 - Voto 11:0 Relator

De esperar-se atinja o Autor seu escopo, com a conversão -emlei deste Projeto, aumentando as possibilidades de dilargar a pazentre o capital e o trabalho.

Sob os aspectos que regimentalmente nos incumbe sua apre­ciação, nada encontramos no mesmo a reparar.

Tal convencimento nos leva a manifestar o presente voto por,'lua aprovação.

Sala da Comissão, 4 de dezembro de 1981. - Athiê Cour'y,~elator.

IH - Parecer da ComIssão

A Comissão de Financas, em reunião ordinária realizada nodia 4 de dezembro de 198f opinou, unanimemente, pela aprovaçãodo Projeto de Lei n.o 2.778/80 - do Sr. :Miro Teixeira - nos ter­mos do parecer do Relator, Deputado Athiê Goury.

Estiveram presentes os senhores Deputados: Luiz Baccarini,Presidente; Olivir Gabardo e Vicente Guabiroba, Vice-Presidentes;J-oão Cunha, José Mendonça Bezerra, Airon Rios, Christóvam Chia­radia, Ruy Côdo, José Carlos Fagundes, Leorne Belém, Hélio Garcia,Fernando Magalhã-es, Athiê Coury, Jáder Barbalho, Honorato Via­na. Hildérico Oliveira, Jorge Vargas e Leopoldo Bessone.

Sala da Comissão, 4 de dezembro de 1981. - Luiz Baccarini,Presidente - Athiê Coury, Relator.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o 262, DE 1982

(Do Sr. Siqueira Campos)

Introduz alteração na Lei Complementar n.o 40, de14 de dezembro de 1981, que "estabelece normas gerais aserem adotadas na organização do Ministério PúblicoEstadual".

(As Comissões de Constituição e Justiça e de ServiçoPúblico.)

O Congre,sso Nacional decreta:

Art. 1.° O art, 6.°, caput, da Lei Complementar n.O 40, de 14de dezembro de 1981, passa a vigorar com a seguinte redação:

'·Art. 6.° O Ministério Público do.> Estados terá porchefe o Procurador-Geral de Justiça, nomeado pelo Go­vernador e feita a escolha em lista triplice aprovada peloColégio de Procuradores."

Ar~. 2.° Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de.sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Aprovada há tão pouco tempo pelo Congresso -e sancionadapelo Presidente ela República em 14 de dezembro de 1981, a LeiConlplemcntar n.o 40, que estabelece nonnas gerais a S8ren1 ado­tadas na organização do Ministério Público dns Estados, nem poristo fica imune a criticas.

A designação do Procurador-Geral de Justiça, o chefe do Mi­nistério Público em cada Estado, sem a participação desse mesmoMinistério Público e de modo a po~.sibilitar que um estranho àcarreira possa ser guindado ao posto, tal como previsto no art.6.°, eaput, é. segundo nos parece, uma aberração inaceitável.

Tal é a razão do presente Projeto de Lei Complementar. Oque queremos, em síntese, é que o Governador de cada Estadocontinue com a atribuição de escolher e de nomear o chefe do :Mi­nistério Público, mas que tal escollla Se faça a partir de uma in­dicação do próprio Ministério Público, de seu colégio de Procu­radores, mediante lista tríplice.

Sala das Sessões, 4 de março de 1982. - Siqueira Campos.

Março de 1932 DI.~RIO nó CON(;RESSO NACIONAl (Sc<;;;" \)

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENACÃODAS COMISSõES PERMANENTES'

LEI COMPLEMENTAR N.o 40, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1981

Estabelece normas gerais a serem adotadas na Orga­

nização do Ministério Público estadual.O Presiden:e da República.Fago saber que o CongreEso Nacional decreta e eu sanciono a

~eguinte Lei Complementar:

CAPiTULO I

Das Disposições PreliminaresArt. 1.0 O Ministério Público, instituição permanente e es­

5en~i~! ~ fungão juriEdicional do Estado, é responsável, perante oJucllclano, pela defesa da ordem juridica e dos interesses indis­poníveis da sociedade, pela fiel observância da Constituicâo e dasLeis e será organizado, nos Estados. de acordo com as normas ge­rais desta Lei Complementar.

CAPÍTULO IH

Das Atribuições dos Órgãos do .Mínistério Públicodos Estados

SEÇãO I

Da Procuradoria-Geral de JustiçaArt. 6.0 O Ministério Público dos Estados terá por Chefe o

Procurador-Geral de Justiça, nomeado pelo Governador do Es­tado, nos termos da lei estadual.

Parágrafo único. Os serviços administrativos da Procurado­Tia-Ge~al .de Justiça s·eráo organizados por lei estadual. com qua­dro proprlo e carg'os que atendam às peculiaridade.sdo MinistérioPúblico do Estado.

PROJETO DE RESOLUÇÃO N,o 294, DE 1982

I Do Sr. Peixoto Filho)

Disciplina viag-ens de Parlamentares ao exterior.

IA Mesa.)

·A Câmara dos Deputados resolve:

Art. L0 !icam suspensas durante os periDdo,; legislaiivos de1~82/83 as VIagens de parlarnentares ao exterior por conta daCam~ra dos l?eput~dos ou ele Grupo,; e Instituições por ela: sub­venclonad'as, mclusIve de observadores diretos à ONU.

Art. 2.0 Esta Resolução entrarã em. vigor na data d2 sua pu­blicação, rev·ogadas as dispo.siçÓes em contráIio

Justificação

Reapresento o Projeto de Resoluqão n.o 2C5/31, que foi arql.ü­v'ado, por p,ersistirem os motivos de sua apresentaçüo.

!Enganam-se os que snpÕoem resistir porque calam e se re­traem. Não pode haver consciêncIas silenciosas diante da graverealidade nacional, com a Inflação atingindo, nos últimos dozemeses, a 107% refletindo nos lares dos assalariados, em perma­nente luta pela própria sobrevivência,

Então, as vozes que se caJam são vozes que se acumpliciam eos braços que ca:em são braços que colaboram. Por isso é impres­cindível a colaboraçâo de tocl0s, Indlstíntamante. para, pelo menOS..minimiza:r as ruinosas conseqüências da imprevidência governa­mental. alimentando uma politica econômica-financeira qne está:evando ao desespero milhões ele brasileiros que vivem de sa'ári-ose vencimentos.

,E a Câmara cIos Deputados deve dar o bom. exempio para ro.6­;hor fiscalizar, com isenção. conden8:IIdo o ·2,sbuniamel1t{} do di"nheim público, com l'eqúintadas mordomias nos °cHversos órgãoselo Governo Federal.

Assim entendendo, a. Comissáo E.."i:ecutiva da Casa deveria,desde logo, restringir os gastos com viagens d,e parlamentares aoext.eriot", Que não t.em o meDe!' ,sentido diante da crise eC{l!1ômie D,

em q1le se clebfrk (I Pais.As centenas de milhares de dólares despendidos ultimament.e

com. essas 1iiagens que, na maioria das vezes revelam-se improdu­tivas TJara 4) Parlamento Brasileiro pelo ,~eu caráter turístico, re­'Jresentam também uma imagem negativa díante da opinião pú­blica a quem estamos Obligados a prestar contas de nossa 3,çãoparlamentar.

Sala das Sessões, 5 de março de 1982. - Peixoto Filho.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ilNEXIlDA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

RESOLUÇAO N.o 30, DE 31 DE OUTUBRO DE 1972I Da Câmara: dos Deputadosl

Dispõe sobre o Regimento Int[;rno.

TtrULO X

Dos Deputados

CAPiTULO I

Da Licença

Art. 244. O Deputado poderá cbtEr licença para:

I - des'2mpenhar missões temporárias de c.arátH diplan1àticDou cultural;

II - tratamento d·e .saúde;IH - tratar de interesses particulares.~ 1.0 A licença será concedida: pela Mesa, exeeto nos casos

previstos no inciso I, quando dará parecer e apres8ntará projetode l:esoluqáo ao plenári.o.

§ 2.0 A licença depende de requerimento fundamentado, di­rigido ao Presid,ente da aümara. e lido na primeiro sessâo após·0 seu recebimento.

S 3.0 Não se concederá, no decorrer da Leglsiatu.ra, mais dedezoito meses de licença, 8:inda qlle pare·eladamente, para tratarde interesses particulares.

PROJETO DE LEI N,o 5.864, DE 1982

(Do Sr. Freitas Nobre)

Determina a inclusão de um l"epresentante (10 Con­g'l'esso Nacional na Comissão Nacional paI'a Assuntos An­tárticos (CONANTAR) e dá outras providências.

I..hs Comissões de Constituição e Justiça, de RelaçõesExteriores e à Mesa.)

O Congresso Nacional decret,a:Art. L" Na constit,l1ição da Comissão Nacional para Assuntos

Antartico:; lGONANTAR), será. obrigEtoriamente Ineluido um re­presentante do Congresso Nacional.

Art. 2.0 O n12mbro da CONANTtI.B, a que se alnde o artigoanterior será escolhido em s·essão conjunta elo Congresso Nacional,sendo, preferencialmente, deputado ou s'snador especialista emassuntos .i.ntt:lrnacionaLs.

Parágrafo único. O representante do O::ll1gresso Nacional naCONANTAR. não perceberá qualquc.r remuneração, sendo jUistifi­cadas as suas faltas nas sessõe,s dr" Câmara a que pertencerquando detenninadas por reuniõ,es ou missões da CONANTAR

Art. 3.0 Esta Lei entra em vigor nu, data de sua publicação.

Art. 4.0 Revogam-se as (ljsposiç6es em contrárIo.

Justifical;tlc;E (monne a importância não apenas estratégica, mas também

econômica da Antártica, particularmente Dara o Brasil, tendo em.vista as riquezas incalculáveis existentes 11aquela regiào.

Em verdade, a pesquisa e cx,ploração dc;s .recursos ma~tim.'~sexistentes na Antártica é ess·enciai para o propno c1esenvo1vlmeuwbrasiLeiro. Aliás, há muitos anos vários paises ,:el~l ~;t:J]l~ml1dOaquela, vasta perção do Hemisfério Sul, sendo lDjl1SHIlCavel aclluissão do BrasiL

Em boa hora - temos d.e reconhec·er - foi criada:.a ComissãoNacional para PillsUlltoS Antárticos (CONAcNTAR), _desnnao.a.. a 11_8­

S.2ssorar a Pl'esidência da Re.pública na fOr~l'l~~aç3.0 e cOlB·ecuçaode UlTIS. Política NacID·naJ. para Assunw.s Antarncos.

Esta comissão, a ser p.residida pelo Ministro das .R~I~'9ões Ex­teriores, será tntegrada por TeJ,:m;;s'~l.tan~es dos ~Irr.~l~G~.nos daMa.l'Ínha, do Exército, das Relaço8s bxterlOres, da .·l.gnclll:ura, daAe'rOlJáutica. 'lias MInas e Energia, da Secretaria d~ PlmIej2.mentoda presidêt1cir, da R:e,pública, da See.re1:aria-G·eral do Gam,elho deSeguranca J;Tacional, do Estadc-Maior das Farças lu:madas.e" doConselho Nacional de Desenvolviment.o Cientifico e Tecnologtílo.

Tbdavia, ine:Z;'plicav,eJmente, foi {) Congresso N8;cional. e;·v::lui.clode parücipa:r ele r-eferida Oomissao, o que S8 nos angura madmlS-sivel.

Efetivamente, a formulaçãü e eXEcução da política ~msneirapara o s.etor não pode pre.s.cin~ir de um acompanhamenW Legis­lativo, inclusÍ\><e para a:tuallzn."aü da legislaç§,o nacional sohre a

mÁRIO DO CúNt~RESSOI\M'IONAI. (Se~51l1) i\lan;n de 1982

l~<lltà,l'tica e 8. coorden8.ctlo da pn)sGnça brasileira -e111 congressointernacionais sobre 3> Jx12>téria.

Com o anelo de suprir tal lacuna. pr'econiz8.l1:los, !l·esta pro­posição, que haverá. obrigatoriamente, um representante do Con­

J:JacÍol1al junto à ConlÍssão I'Tacional pa.ra ...'1.ssuntos Antár­o qual exercerá suas funções sem remnneração.

li EJ.2dida, temos convicçil0, permitirá um melhor funciona­mento dessa Comissão, ensejando ao P'arlam:ento participa,: dessairn.portante Tnis:3ão.

Sala das Sessões. 2-3~B2. - F:reitas I<Jubr8o

g/ coordenar a pal't-icipaçfl<J ,,:,,!:lonal em reuniões congressose grupo,,, de trabalho ou qualquer outras atividades relacionadascom lll.atéria técnico-científica cl,~ Interesse antártico.

}\Ti. ~tO A Comissão NaCÍOIW.! para L"lEsuntos AntárticosrCONA:tITAR), no pr~,zo de novení:'), dias a c011tar da data de Sllainstituição, elaborará projeto o~e S,':li regulamento a ser submeticloà ap·reciação ti") Presidente da Bcepública.

PJEOJTILTú- DJ}E LER I,L~ 5.89~~7 IDI!: 198::;

(Do Sr. Antônll.) Anlaral;

LEGISLllÇiJ.O PER TllVEl'ITE_o llI'lEX!-1JJil PELA COORDENAÇgODAS COlVll,'][iõES PERMANENTES

lJ;\li:t2r3\ CP ~,TI.'t.

lk; lSú6~ qu® c1tkllH

vliço"

'LeJl. nY 5 .10'J~ (~e 1~~ de setembrofIe iGan:,:Hlti~ lflu Ternpfii [19 S-er-

··Art. 8.f]

II - .. ·0 .....

el pmL' 111.üUVO de e~(':.·.:.trnent):

IIl - duranr:E a V!!i<'-f:_cla do contl";J.~o de trabalho, acouta somente poderá ser l.!tilizada 11<'. ocorréncia das hi­póteses previsLas nad l(~í~l"as lb, c e €'o do itern 11 deste ar­tigo.!'

(Anexe-se ao Proj~:]ü~ de Lei 11,° 2.Df31/80, nos ter­DI0S do art. '71 do l=tegtro.cnt.o Intern.o.\

O Congresso Nacional decreta.:

Art. 1.° A letra e do ite111 11 o itern IX!. do a.rt. 8.o~ d:1 Lein.O 5.107, de 13 de setembro de 19GG, pn,<;am s, vigorar com a82guinte redação:

DECRETO N° 8,3.829, DE 12 DE JA,NEIRO DE 19132

CL"ia 2· C~')mis§ão Na·j]:JÍonali r:q~J.~2J ~o..SSl!lltos 11,Jc,táId;icI1)5(CONA.NTA.~O e dã outras !:r!"ovidêncil2so

O Presidente da F~e1Júh!ica, usando da .ltri.bnicão que lhe con-fere o artigo 81, item IlI, da Consmuição. .

Dec;'et:J>:

A.rt, LU Fica criada a Cümü~s§.o :t'Ia,cional lJ3..ra Assuntos ,}ül­táiticos (CONIANTJ'd~i, a qual assessorará o Pl;esidente da Repú­Y)1icn. rw. fürrnulv,cão e na consecucão d.0 unIa Política 1~~Hc:iori8!,l

para Assuntos AIltál'tieo.3 (POL.A_,-J~JTftR),

A·rt. 2.° A CONANTAR será Dresidida pelo Ministro das Rela­cões Exteriores. dev·=ndo consi:ituir~s.a de r·enresent:ll1tes dos se­. órgãos e entidsde:), alérn cl.aqneI2-s que,-a juizo do Pi'0sidcnte

C01'TL-lr-lTAR, forcin ccnvDcadcs para DarticiD~I;r das reuniõesr:n1. CELrater ~MJ l)l.~'le: . ~ -

lü'L 2.° E3ta Lei enLearâ '2inl"c'vogadas as dtsposi.t~ôe.s er:..11 CC)í.r;:n~rio.

nD. d:.:J.ta dE: ,SlJ.a publicação,

Ministério da IvIal'inha;

Ministério do Ezücito;

Ministé-rio das Relaqões Exteriores;

Ministério da Agricultunl;

IvIinistério da Aeronãutica;

IvUnlstério elas y:Hnas e Energia;

Secretaria de P1311sjamenl:o da Presidência dl República:

Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nac.ional;Estado-Maior c!80S Fcrqas Armadas;

Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecno­lógico,

~ 1." - Nos impedimentos do Ministro das Relaçóes ExteI'ioreG.as reuni6es da CONANTAR serão presididas pelo representante doreferido Ministério.

§ 2.° - Os nlernbros ela CCj:f.\~i\J:ITAH" in.dic::-ldos pelos resp8cti­vos Ministros dent.re as autoridades de alta categoria funcional e·elevada qualificação técnico-profissional, serão nom.eados pelo Pre­sid'8nte -da República. por propo&ta do Ministro das R.elaçõ·es Ex­teriores,

li 3." - As funqõe,s de membro da CONANTAR. náo serãoremuneradas, s·endo. porem, consideradas serviqo de caráter l'ele-vant-e. -

§ ,Lo - As eventuais despesas de tmnsporte. diárias ou .deDutra natureza dos participantes das reuniões ela CONANTARcorrerão por conta das clot.açõeR dos órgãos que representem.

§ 50 0 - Os serviços da secretaria, arquivo e outras facilidadespara o pleno funcionamento da CONANTAR serão asseguradosrelo Ministério das Relações Exteriores.

Art.. 3.° A Comissào Nacional para Assuntos Amárt.icosICONANTARI. dentro de sua competência, deverá:

a I propor diretrizes e medidas para a formulação, atualizaçãoe consecução de uma Política Nacional para Assuntos Antã,rticos,acompanhando os seus r·esultados e sug'erindo as necessárias al­terações;

bl orientar e coordena:r a elaboração dos planos e projetosrelativos a assunt.os antárticos;

c) examinar e aprovar um Programa Antártico BrasileiroIPROANTAR) fixando as prioridades dos projetos corresponden­tes;

dI sugerir a destinação de recursos financeiros adicionais paraincrementar o desenvoivimento das atividades antárticas;

e) estimular a participação de universidades, outros centrosde pesquis'as e de entidad,es privadas em atividades antárticas,propondo, quando for o caso, a inclu.são de seus projetos noPROANTAR;

fi propor a atualização da legislação relativa aos assuntos an-tárticos brasileiros; .

Há de .se tra,nsla:c1ar o co:oceHi) nrei:ens:JJuente pro ~ectonal àmulher para seu reclamo Íln\Jer:ül;;o -dI, onortunidade l1Sc. COl.l'l11a­tividad-2' de mercado; equivocam-se, todos 'quanto. soh a propocstada proteeiol1::tl'. muJtiplieam Eormas dbcrimln:1tórias, admitindopO;lsa ela. vir a .se cUs11ensar do enlpl~ego. afastnudo-se. por xl1otivode ca.~.anlel1.to~ de que é ,exeullJlo :), Lei qne ora preten-dernos vermodIficada.

Como pr'eliminar merecem registro a·s Leis Complementaresn.os 7, de 7 de .se~cmbro de 1970 - :1rt. ~!,o, B 1° - e 8, de 3 dedezembro de 1970 - art. 5.°, 'l.O - qne, D.O disporem sobre oPIS e o PASEP, - fundos de caracterLrUcas .sernelhantes:JO FGTS - na oco.tTi~ncia clr:~ l:~n/;";"UltDJ.11ento, cOlJsidc-ran:ul1, in­distintamente, àqueles re18JJvo::.~ ;)~ despesa5 "por oca,sião ,de casa­nlento'\ CUlllUI8.ndo o henefício 3.0 hornsnl e à lnulher.

PrevnléD.cID. a tr,au':>cender ~1.- qualquer sU.3t.entação é a do cor­ri.gi.r-se a Í11constituciol1fdidad2, no instituir-s·e tUscl'irninaç'áo e!nt01'nO de .5[,xo. eoi.bi.dg no § L" do art. 153 da Const.ltuição:

"Art·, 153. A ConsUtuil]ão assegura aos brasileiros eao.s cstrHng;ciros rc~idcntes no Pais a inviolabilida,de dosdireitos concernentes à vida, v.. liberdade. à seguranca e àprop:d:::clade, 11:],:; terrnQs seg·utotes: - ~

~ 10 Todo, são iguais perante H lroi. "em di8tincãoele sexo, raç.a, trabalho, credo religioso::: convicções póli­ricas. Será punido pela I<?i o preeoncei.to de raça.

R.eS'l1Jta, ele forma ineontesGo, que o di.spo.sitivo a ser al:el'adotraz no sentido liLeral discriminação ao homem. -lO na conseqüên­cia jurídica de sua finalidade, tfombém à mulher, ao impor-lheo nomomento do levantamento do FGTS, seu afl1,stament-o do emprego.

Pretendemos, com a nova redação. ver o FGTS, atendendo aopar no inicio de uma nova vida, sob o respaldo elo casamento, for­ma con,titucionalmente consagrada de consti:uição da família'Const. art. n." 1751.

A medida quando efetivada em Lei virá. igualmente. dar corpoà conduta assumicla no âmbito internacional quando tem-se ra­tificada textos de Ccnvenções, tais como a de n.o 111, de 1953, daOIT, concernente à discriminação em matéria de emprego, e pro­fissão, aprovada pelo Decreto Legislativo n.o 104, de 1964, D O de30-11-1964, e promulgada pelo Decreto n.O 62,150. de 19-1-68 - node 23-11-1968, da qual nos permitimos trazer à colação a alínea aodo § 1.0, do .seu art, l°:

"Art. 1.0 , , .

L Para os fins da presente convenção, o termo dis­criminação, compreende;

.,) Toda distinção, exclusão ou preferência fundada naraça, cor, sexo, .. o, que tenha por efeito destruir ou al­terar a igualdade de oportunidade ou de tratamento emmatéria de emprego ou profissão:

o equívoco do diploma em vigor, aliás, já esteve em vias derevisão, quando de estudo voltado à atualização da Consolida-

Março de 1982 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado 13 837

ção das Leis do Trabalho, a cargo da Comissão Interministerialcriada pela Portaria n.O 542, de 19 de setembro de 1975, em de­corrência de Exposição de Motivos n.o 72-B/75, dos Ministros daJustiça e do Trabalho, a qual foi aprovada pelo Excelenti,ssimoSenhor Presidente da República, em 21 de julho do mesmo ano.O Relatório da Comissão. publicado no Suplemento ao n.o 82, doDO de 2 de maio de 1979, seção I - Parte I, pág. 8, dispõe:

"82. A lei instituidora do Fundo facultou à empre­gadado Eexo feminino, por motivo de casamento, levan­tar os ·depósitos da sua conta, desde que nessa ocasião dei­xasse o emprego. Essa disposição encerra, no entender daComissão, uma dupla discriminação: contra o homem,porque não lhe confere igual direLo; contra a própria mu­lher, porque condiciona a aquisição do direito à circuns­tância de deixar o empr·ego. O anteprojeto estabelece que,em razão do casamento, o empregado optante, Sem distin­ção de sexo, poderá, mesmo na vigência do contrato detrabalho. levantar quantia não superior a vinte vezes oValor de Referência da localidade. A ampliação do campode incidência do direito impôs limite razoável ao valor daretirada. Mas é inquestionável que, para a grande maioriadO.3 trabalhadores, represen:ará valioso subsídio para omatrimônio, sendo certo que, em muitos casos, tanto ohomem como a mulher poderão se valer da faculdade quese lhes confere."

Soe no complexo jurídico-normativo tem-se esgotada a argu­mentação conducente à medida que se propugna, no âmbito dosórgãos competentes, em especial, a Pasta do Interior, já não sepodem levantar óbices, mormente quando na referida Comissãolnterministerial .se fez represen:ar pelo Dr. Edmo Lima De Marca,ilustre coordenador do FGTS, muito embora a proposta então sus..citada tenha 1:·e traduzido sob limitação do percentual a ser le­vantado: quantia não superior a vinte vezes o Valor de Referên­cia da localidade.

Optando pelo espírito norteador da Lei vigente no respeitantea levan:amento integral do FGTS, entendemos por sobejamenteju.stificada a pronta transformação do Projeto em Lei. corrigin­do-se o socialmente injusto e restaurando-.se o primado de ajus­tamento da Lei Ordinária à nossa Carta Magna.

Sala das Sessões, de março de 1982. - Antônio Amaral.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISS6ES PERMANENTES

LEI N.o 5.107, DE 13 DE SETEMBRO DE 1966

Cria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dáoutras providências.

Art. 8.° O empregado poderá utilizar a conta vinculada, nasseguintes condições, conforme se dispuser em regulamento:

I - rescindido o contrato de trabalho, seja sem, justa causa.provada esta pelo pagamento dos valores a que se refere o art. 6.0ou por declaração da empresa, ou ainda por decisão da Justiçado Trabalho, s·eja por justa causa nos termos do art. 483 da CLT,seja por cessação da atividade da empresa ou pelo término docontrato de trabalho por prazo estipulado, ou ainda no caEO deapo~entadoria conc€·dida pela pr-evidência social, a conta poderáser livremente movimentada.

II - no caso de r·escisâo, pelo empregado, sem justa causa.ou pela empresa com jus:a causa. a conta poderá ser utilizada.parcial ou totalmente, com a as,istência do Sindicato da categoriado empregado, ou na falta deste com ado representante do Mi­nistério do Trabalho e Previdência Social fMTPS) nas segtüntessituaçõe.,. devidamente comprovadas:

aI aplicação do capital em atividade comercial, industrial ouagropecuária, em que se haja estabelecido individualmente ou emsociedade;

bl aquisição de moradia própria nos ~ermos do <1ft. 10 dest(lLei;

c) necessidade grave e premente pessoal 0\.1 famU\<ll';

d) aquisição de equipamento destinado a attvt\la\lil \lil :n<'l­tureza autônoma;

e) por motivo de casamento do emprei<ldo do sel(Q femtntno.

IIr - durante a vigência d{) oontrato de trabalho. a contasomente poderá ..er utlUzada na ocorrênoia dtla hipóteses previstasnas le~ras b e c do lttlm 11 deste artilO,

ERRATARepublica-se por ter saído com incorreções no DCN de 17-11-81, página

13208, 2~ coluna.Na ementa, onde se lê:

PROJETO DE LEI N.o 4.313-A, DE 1981

(Do Sr. Antônio Zacharias)Leia-s·e:

PROJETO DE LEI N.o 4.413-A, DE 1981

(Do Sr. Antônio Zachariasl

ERRATA

Republica-se por ter saído com incorreções no DCN de 19-11-81, página13396, I~ coluna.

Na ementa, onde se lê:PROJETO DE LEI N.o 5.495-A, DE 1981

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 475/81

Leia-se:

PROJETO DE LEI N.o 5.496-A, DE 1981

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 475/81

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros)- Está finda a leitura do expe­diente.

IV - Passa-se ao Pequeno ExpedienteTem a palavra o Sr. Aluízio Bezerra.

O SR. ALUIZIO BEZERRA PRONUNCIA DISCURSOQUE, ENTREGUE À REVISÃO DO ORADOR, SERÃ PUBLI­CADO POSTERIORMENTE.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA (PDS - AM. Pronuncia o seguinte discur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, mereclê aplausos a decisão de váriasdas nossas cadeias de televisão, criando programas de debates, para quemembros dó Governo, altas figuras da política, inü:lectuais e cientistas te­nham ensejo de expor e discutir assuntos do maior interesse público, assuntosque empolgam, esclarecem, instruem, especialmente quando a Lei Falcão nãoalcançará, pela exigüidade do tempo destinado aos partidos políticos, pontosmaiores de interesse e mesmo de elucidaçào.

As várias redes de comunicação, já oferecendo os debates a que nos esta­mos referindo, credenciam-se, assim, no gozo de liberdades c franquias querevelam o espírito democrático, ncm sempre compreendido, do Presidente Fi.gueircdo, e têm alcançado os maiores índices de audiências, num êxito abso­luto a comprovar o interesse do povo brasileiro por·todos os grandes proble-­mas da atualidade. A elas se juntou agora, um novo programa e da mais sig­nificativa expressão. Pela Rede Globo temos, com jornalistas dos mais expe­rientes, e sobremodo independentes, programa sugestivamente chamado de"Sem Censura", através do qual ouvimos, crivado de perguntas, algumas de-­las impertinentes, o Sr. Governador de São Paulo, engenheiro Paulo SalimMaluf. Foram horas emocionantes em que a inteligência, a experiência, a ca­pacidade de diálogo e a argúcia de jornalistas e de um sábio administradordominaram o grande público. Ficamos a imaginar, todavia, Srs. Deputados,como importante e sensacional seria, se nos fosse dado o ensejo de ouvire vero encontro, a peleja, o debate anunciado com tanta ênfase, e depois cancela­do, entre o ilustre Senador Franco Montoro, político de longa e vasta sabedo­ria, ex-Ministro do Trabalho, agora Senador da Republica e candidato aoGoverno de Suo Paulo, com o atual governante do grande e próspero Estado,engenheiro Paulo Salim Muluf, hoje figUfu nueional pela coragem das suasatividades e pela indiscutível capacidade de trabalho que todos lhe reconhece­mos. S<:;riu este d<:;bute, que vem, segundo oS jornais, sendo <:;vítado pelo nobreSelludor, uma Iiçào política de dois gigantes do saber, do maior interesse e damui", vuliu p,ml o dl,lSlmVolvimellto, da nossa democracia. Não acreditamos,sinçef<lmllnle, no ,eçuo do SI'. Fl'anço Montoro. homem de palavra fâcil e lu­cidez alada proV<l. Alé pOl'que recUS<l <I deb<ltes dessa natuNla frustra e cau­S<l decepção, comprometendo os que desel'tam.

O SR.. NAftOft JÚN'Oft (PIVIOft - AC, PronuMla I) st'lIulnte discurso.)- Sí. ~r~sid~llt~, Srs. DcP\\\ildos, <1 Red~ Globo d~ Televis1lo engrandeceu-se<lind<1 m,lis, no cOl1ç~ito de s~us ox;peçt<1dONS <1cre<1nos. ao apresentar boletinssérios e objetivos sobr~ <I situ<lção c<ll<1mitosa vivida pelo Estado, em conse­qtlência das fortes chuvas que, nov<1mente, interromperam o tráfego na BR­364, a úhica via de acesso e de escoamento daquela Unidade.

838 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL. (Seçào J) ,\larço de 1982

Em dois dias consecutivos, reportagens do jovem e brilhante repórterPaulo Alceu mostraram com limpidez o drama vivido pelo Acre, a cada se­mestre "'invernoso": o índice pluviométrico e o desisteresse oficial se aliampara transformar aquela rodovia num lodaçal serpenteante dentro da mata,armadilha que esmaga quem se atreve - por desespero ou espírito de aventu­ra - a percorrer seu traçado, entre Porto Velho e Rio Branco.

Não é um asssunto novo para V. Exªs ao acompanharem as reportagensdo Jornal Nacional e do Jomal "Hoje", certamente deve ter-lhes vindo à me­mória as denúncias, os apelos e os relatos que tenho apresentado, nesta tribu­na, nos quase 8 anos de presença constante, como Deputado Federal. Antes,como integrante da Assembléia Legislativa, também tinha atenção prioritáriavoltada para o problema, pois é evidente que um Estado ilhado e estrangula­do não conseguirá jamais saltar para o progresso.

Não uso, nesta oportunidade, minha condição de oposicionista. Souapenas e fundamentalmente um cidadão acreano.

Angustiado, desesperado, reiterando pedidos, cobrando as promessasdos governantes. Procurando, acima de tudo, uma verdadeira saída para osproblemas acreanos, saída que deverá - sem dúvida alguma - passar pelarecuperação e perenização da BR-364.

O problema é antigo, mas apresenta sempre novos aspectos. A ele volta­rei oportunamente, com mais vagar e melhores informações sobre o dramacíclico dos transportes e do abastecimento, no Estado do Acre.

Não poderia, entretanto, deixar de registrar o trabalho objetivo e patrió­tico da Rede Globo de Televisão, ao desnudar para toda a Nação a tragédiavivida pelos acreanos. A Rede Globo mais uma vez dignifica e reforça a im­portância da liberdade de informaçào, dentro do nobre papel reservado à co­municação eletrônica.

Pàra a qualidade e a concisa perfeição das reportagens, sem dúvida deveter contribuído o esforço conjugado de uma das mais brilhantes equipes deprofissionais já formada no Brasil. Estão de parabéns todos eles, desde o re­pórter Paulo Alceu até o líder maior da equipe Armando Nogueira - uma le­genda no jornalismo brasileiro, filho que orgulha o Estado do Acre e seus ir­mãos de Xapuri.

Este o registro que se fazia necessário, Sr. Presidente.

O SR. ANTONIO PONTES (PDS - AP. Pronuncia o seguinte discur­50.) - Tomo conhecimento, através de noticiário da imprensa, da promis­sora queda de mortalidade infantil do Distrito Federal, a qual, além de ser amenor registrada no País. representa um marco na história da saúde públicabrasileira. em face da cxpansão da assistência materno-infantil, alcançada emtão curto espaço de tempo.

Em menos de dois anos, a mortalidade infantil no Distrito Federal caiuda taxa de 50 óbitos por mil menores de um ano para 33,5 por miL

Para os próximos anos, já se pode prever, sem incertezas, que a mortali­dade infantil na Capital da República chegará a um nível tal que poderá sercomparado aos obtidos nos países desenvolvidos.

E afirmo isso, tendo como base a mudança na estrutura social ocorridano Distrito Federal, patrocinada pelo Governador Aimé Lamaison e executa­da pelo Secretúrio de Saúde Jofran Frejat, que fizeram do projeto político deabcrtura, proposto pelo Presidente João Figueiredo, um projeto social damais alta rclevüncia.

Em menos de dois anos, a população brasiliense passou a usufruir dosserviços dc uma estrutura de saúde composta por 40 cent~os de saúde e oitohospitais, que, integrados em função da prevenção da doença e promoção dasaúde, obedecem à estratégia, calcada na expansão da cobertura, cm comple­xidade crescente, com a regionalização e hierarquização dos serviços de saú­de.

Trata-se de uma estrutura pioneira em todo o País, confirmando a tra­dição para o inédito da Capital da República. Cada centro de saúde é respon­sável pela saúde de 30 mil pessoas, residentes em áreas previamente definidas,e estão diretamentc ligados aos hospitais regionais de suas respectivas áreasresidenciais. que absorvem os casos de maior complexidade. No final dessa li­nha regionalizada c hierarquizada encontra-se o Hospital de Base, com todasofisticação que os casos graves requerem.

Como todos podem observar, existe no Distrito Federal um planejamen­to sério e que tem como objeto principal a valorização do homem, como pro­pôs o Presidente João Figueiredo.

Informam os jornais ainda que, após a in\plantação da rede de centros desaúde, que representam a infra-estrutura do sistema, o Governo do DistritoFederal dedicarú seus esforços e seus recursos em 82 para, 'na área de saúde.melhorar a rede hospitalar, através da recuperação física e renovação de equi­pamentos de suas unidades.

Fazemos essas observações por uma questão de registro histórico e apro­vaitamos a ocasião para parabenizar o Governador Aimé Lamaison e seu Se-

cretúrio de Saúde Jofran Frejat, pelo empenho com que têm resolvido, de ma­neira ericaz. os problemas de saúde da população do Distrito Federal.

o SR. HENRIQUE BRITO (PDS - BA. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, ocupamos a tribuna neste instante para, na con­dição de Presidente da Associação Brasilcira dos Municípios, convidar, porintermédio, de V. Ex', os integrantes da Mesa desta Casa e todos os Deputa­dos com assento na Câmara Federal, para assistirem ao I Encontro de Des­centralização Industrial, que nossa entidade, em convênio com a Confede­ração Nacional da Indústria c com o apoio do Governo do Estado da Bahia,do Ministério do Interior. do Ministério do Trabalho e do Ministério da In­dústria e do Comércio. realizará a partir do dia 21 deste mês, concluindo nodia 26, com a presença do Presidente da República. Esperamos que lá, duran­te esta semana, possamos, os Prefeitos Municipais, os Líderes municipais, osindustriais, os Governos estaduais e o Governo Federal, por intermédio dosMinistérios que citamos, chegar a um entendimento, a fim de que seja elabo­rada a denominada "'Carta de Salvador", quando buscaremos equacionarproblema altamente significativo e cruciante para a vida brasileira, mediantea implantação de indústrias nos pequenos e médios Municípios do Brasil,possibilitando, com essa providência, a contenção do êxodo rural, a saída dasfamílias interioranas em busca de trabalho na cidade grande. Daí achar opor­tuno que os Deputados Federais e Senadores, enfim, todos os segmentos queaspiram melhores dias e melhores oportunidades para o povo, discutam co­nosco a questão, trazendo a experiéncia colhida nos debates desta Casa, a fimde que possamos sair vitoriosos.

Esse encontro representará um grito de liberdade, para que patriotica­mente possamos levar de volta ao interior do Brasil aqueles que,encontrando-se nas grandes metrópoles, ali têm condições de permanecer.

Era o que tinha a dizer.

O SR. WILDY VIANNA (PDS - AC. Sem revisão do orador.) - Sr!Presidenta, Srs. Deputados, lamentavelmente a grande imprensa brasileiravem trazendo, nos últimos dias, ao conhecimcnto da Nação - naturalmcntepor informações maliciosas e dirigidas - conceito que só vem a prejudicar omeu Estado, o Acre.

Temos em mãos recortes do ,Jornal de Brasília, que respeitamos e do qualsomos leitor assíduo, que noticia que não ,ó o Prefeito do Município de Cru­zeiro do Sul é classificado de grileiro - n:lo sou seu advogado - mas tam­bém 90 outros cidadãos conlerrúneos nossos, que estão hoje sendo levados àPolícia Federal em meu Estado, alguns deles qualificados c~iminalmente,pelofato único e exclusivo de haverem. há anos passados, adquirido áreas de terrano perimetro rural do Município de Cruzeiro do Sul, autorizados pelo Prefei­to de entüo. que acredito atê jú tenha falecido. O fato nos coloca em dificulda­de. Acredito que se houve grilagem ela foi feita pela Prefeitura. não pela po­pulação de Cruzeiro do Sul.

Notamos que há má fé com relação ao trabalho do JNCRA em nosso Es­tado, pretendcndo envolver não só o Prefeito~ mas também Vereadores e oPresidente da CÚmara Municipal, além de outras pessoas daquela comunida­de. que nos merecem respeito e estima.

Não temos procuraçiio para fazer a defesa dessas pessoas, não temos ne­nhum interesse, não é nossa úrea política, mas o fato estú ocorrendo em nossoEstado e nos sentimos no dever de fazer, nesta Casa, o nosso registro, paraque essa agressão àquela população humilde e ordeira tenha termo e para qucse respeite mais aquela gente que, bem intencionada, amargura e sofre ­como bem provou, há poucos dias. o Jornal Nacional, com reportagem com­pleta de como se chega ao Acre e sobre como lá se vive. Fica aqui, pois, meuregistro.

o SR. ISAAC NEWTON (PDS - RO. Pronuncia o seguinte discurso.)- SI'. Presidente, Srs. Deputados, a criação do Estado de Rondônia, por viade lei complementar sancionada pelo eminente Presidente Figueiredo, no dia22 de dezembro de 1981, gerou para aquela unidade federativa a necessidadede reajustes e adaptaçôes it nova realidade jurídico-política, dentro das estru­turas administrativas que são privilégio dos Estados federados.

Rondônia vivia subordinada ao valoroso Estado do Acre, ou ao doAmazonas. embora as condições reais fossem ou sejam superiores às daquelesEstados irmiio,. a realidade reclamando um tratamento que a ficção jurídicanão permitia, esta, por incrível que pareça, sobrepondo-se aos fatos.

Mas agora temos a realidade em harmonia com a situação jurídica, semqualquer conflito.

Em vista di "0, fazemos veemente apelo ao eminente Ministro CésarCals. das Minas e Energia. para que autorize de imediato a criação de um dis­trito regional do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), emcarútcr prioritário, na cidade de Porto Velho, pelas razões que passaremos li

Março de 1982 DlÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sâbado I3 839

expor, destacando-se, entre elas, o fato de o DNPM já possuir, naquela capi­tal, todas as instalações necessárias às necessidades físicas do Distrito, cons­truídas numa área de 40.000 m', onde funcionou, no passado, a Sede da Dele­gação Especial do DNPM em Rondônia, que atuou de maneira muito maiseficaz na fiscalização das empresas mineradoras da área, graças à proximida­de e aos conseqüentes custos mais baixos.

A principal razão a justificar a criação desse Distrito na capital de Ron­dônia é o estanho, elemento raro na natureza. Poucos países no mundo detêmconcentrações significativas desse mineral. No contexto mundial, o Brasilocupa o sexto lugar como produtor de estanho contido no concentrado. Asmaiores minas de estanho do Brasil situam-se na província estanífera de Ron­dônia, que contribui com 80% da produção brasileira. Essa província, comodefinida na Portaria Ministerial n9 195/70, ocupa uma área de aproximada­mente 360.400 km', abrangendo parcialmente o Estado de Rondônia, os Mu­nicípios de Lábrea, Canutama, Humaitá e a totalidade do Município deNovo Aripuanã, todos no Estado do Amazonas, e partes dos Municípios deAripuanã, Diamantino e Mato Grosso, no Estado de Mato Grosso.

O rio Madeira possui importantes depósitos de ouro, cuja produçãovem-se desenvolvendo desde 1979, com a decretação da Reserva Garimpeirado Madeira, tendo atingido, em 1981, 6.946 kg de ouro, produção legal, istoé, aquela apurada através da arrecadação fiscal- o famoso DARF - o que,só essa, corresponde a 4% do produzido em todo o País.

No Município de Pimenta Bueno (RO) há uma reserva quantificada decalcário dolomítico de 266,2 milhões de toneladas.

O Estado de Rondônia produz também brita, cascalho, areia, argila e pe­dras preciosas.

A produção mineral do Estado de Rondônia favoreceu uma arreca­dação, em 1981, de Cr$ 713,7 milhões do Imposto único sobre Minerais.

O Estado do Acre é o único Estado brasileiro não integrado ao desenvol­vimento do setor de mineração a nível nacional. Isso não decorre de sua loca­lização geográfica mas da falta de uma política de fomento que permita ava­liar os recursos minerais do Estado, mormente com relação à brita, matéria­prima fundamental à construção civil.

Os Estados de Rondônia e Acre, situados no extremo sul da Amazônia,detêm uma área conjunta de 395,6 mil km', o que representa 4% do TerritórioNacional e 11% da Amazônia.

Essa região contém 3.525 km de fronteira internacional com as Repúbli­cas da Bolívia e do Peru, lindes definidas através, principalmente, de impor­tantes rios como o Guaporé, Mamoré, Madeira e Acre.

Em quc pese à importante posição geopolítica e geoeconômica no con­texto nacional, essa região é carente de estrutura técnico-administrativa capazde responder satisfatoriamente aos desafios constantes que o setor de mine­ração está a exigir.

A Residência de Rondônia, fraca na sua organização administrativa eautonomia, contingência do próprio cronograma administrativo­organizacional do Departamento Nacional de Produção Mineral, não se achaem condições de prover a coordenação, fiscalização e fomento do setor de mi­neração para os Estados de Rondônia c Acre,· dentro da competência doDNPM, definida na Constituição brasileira.

Ressalte-se, ainda, que a área do 89 Distrito é de 2.800.000 km', de umtotal de 3.500.000 km' da Amazônia.

Considerando, ainda, que a produção de ouro da Reserva Garimpeirado Madeira é proveniente de uma região de fronteira internacional, Brasil­Bolívia, a exigir disciplinamento atuante e contínuo, não só na atividade mi­neira em si, mas também.do controle da comercialização desse minério emuma extensão de cerca de 320 km, ao longo do trecho Porto Velho-Gujará­Mirim; que a tendência do surgimento de novas áreas de garimpo de ouro,como bem atestam produções esporádicas nos vales dos rios de fronteira in­ternacional Mamoré e Guaporé, bem como no vale do rio interior Ji-Paranãou Machado e no local Oriente Novo, que estão a pedir um posicionamentoimediato de coordenação e fiscalização dessas atividades; que a própria loca­lização geográfica dos Estados de Rondônia e Acre, com uma extensão defronteira internacional de 3.525 km demanda controle efetivo da pesquisa eprodução de bens minerais; que a extensão da área da província estanífera deRondônia, associada à sua localização geográfica, torna difícil, porém neces­sária, a coordenação e controle da produção de estanho; que a existência, járessaltada anteriormente, de todas as instalações necessárias à criação e fun­cionamento do Distrito, numa área de 40.000 m',onde funciona a Residênciade Rondônia, conclui-se que a criação do Distrito não acarreta despesas.

Levamos essas considerações ao exa~e patriótico e competente do Mi­nistro César Cals, para a criação do Distrito do DNPM em Porto Velho, ca­pital de Rondônia, com jurisdição nos Estados de Rondônia c Acre, e emtoda a província estanífera de Rondônia, como definida na Portaria Ministe-

rial n9 195/70, abrangendo uma área de 757.000 km', delimitada pelas seguin­tes coordenadas e acidentes geográficos: ao norte, a partir do ponto de encon­tro entre o meridiano 60900' (sessenta graus) a oeste do rio Madeira; daí, se­guindo o rio Madeira em direção ao montante até o paralelo 08900' (oit0graus) sul com a linha divisória do limite interestadual Acre-Amazonas; daí,seguindo a linha divisória interestadual Acre-Amazonas, em direção no­roeste, até o ponto de encontro da fronteira internacional Brasil-Peru; apartir desse ponto, seguindo toda a fronteira internacional Brasil-Peru,Brasil-Bolívia, até o paralelo 14900' (catorze graus) sul, até o meridiano58900' (cinqüenta e oito graus) oeste e o paralelo 14900' (catorze graus) sul atéo paralelo 09945' (nove graus e quarenta e cineo minutos) sul- Cachoeira Fi­gueira no rio Juruena; a partir daí, seguindo o rio Juruena em direção àjusan­te, até o limite interestadual Mato Grosso-Amazonas; a partir do ponto deencontro entre o rio Juruena e o limite interestadual Mato Grosso­Amazonas, em direção a oeste até o ponto de encontro entre o limite interes­tadual entre· Mato Grosso~Amazonascom o meridiano 59900' (cinqüenta enove graus) oeste; a partir daí, seguindo pelo limite intermunicipal entre osMunicípios de Novo Aripuanã e Borba, até o encontro do meridiano 60900'(sessenta graus) oeste com o rio Madeira, ponto inicial.

Temos aí, bem delineado, o que poderá ser o Distrito do DNPM emRondônia, para tornar mais efetiva e mais eficaz a atuação daquele Departa­mento no interesse da politica do setor mineral superiormente conduzida peloeminente Ministro César Cals, das Minas e Energia, de quem esperamos omelhor acolhimento à proposta que ora formulamos, com a responsabilidadeda representação do povo de Rondônia nesta Casa do Congresso Nacional,mas sem perder a visão global de brasileiro amante de sua Pátria.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. JERÔNIMO SANTANA (PMDB - RO. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, os pequenos produtores de Ari­quemes, cerca de 2.000 deles, estão revoltados pela frustração de suas propos­tas para o plantio de seringueiras. A eles foram prometidos os benefícios doPRO~OR e agora tomaram conhecimento de que, na chamada reunião deCuiabá, foram loteadas as áreas de terras para essa cultura. A Ariquemescoube apenas 1.680 hectares dos quais apenas 280 serão destinados aos pe­quenos produtores, o que significa que apenas 25 destes serão contemplados;400 hectares ficarão para médios produtores, beneficiando apenas 4 deles. Oremanescente de mil hectares de 10\ e 500 ha, que é o caso dos programasacompanhados pela ASTER, essa área foi diminuída para 250 hectares, o quesignifica que também apenas 4 produtores serão beneficiados.

A situação se agrava quando se sabe da existência de uma total indefi­nição sobre a liberação dos recursos destinados a esse cultivo e quando os pe­quenos produtores que têm viveiros próprios e toda sua família trabalha naagricultura, sentem-se ameaçados de usarem sua força de trabalho a serviçodos grandes e médios produtores, o que não deixa de ser uma grande contra­dição, num Estado forjado pelos pequenos produtores, como alardeia apublicidade oficial, e que o seu "sistema agrícola para o pequeno produtor"chegou a ser tema de palestras e conferêneias em todo o País e até mesmo noexterior.

Os pequenos produtores de Ariquemes exigem uma revisão do programapara plantio de seringueiras no município. A área que poderia atender partedas propostas seria de 8.000 hectares e não 1.680 como determinou ditatorial­mente a reunião de Cuiabá. Alega-se que a diminuta área de Ariquemesjustifica-se pela contingência de distribuir os quatro mil hectares no Estadopor II municípios.

Ariquemes reivindica a liberação de maior área para o .plantio de serin­gueira por contar com 63% de toda a área do PROBOR contratada em Ron­dônia.

Abordaremos oportunamente o problema dos produtores de café e ca­cau em Ariquemes. A sua situação também é de calamidade.

O SR. AIRON RIOS (PDS - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, a sucessão no Estado de Pernambuco passou a me­recer maior atenção da opinião pública, daquele importante Estado do Nor­deste, depois da revelação do nome do talentoso Prof. Roberto MagalhãesMelo. Em verdade ele ProllOCOU grande impacto na comunidade pernambu­cana, em virtude do indiscutível prestígio do seu nome, que se soma à respei­tabilidade da tradicional família do consagrado político brasileiro AgamenonMagalhães.

Exerceu as funções de Secretário de Educação com o brilho da sua inteli­> gência fértil, a seriedade da sua permanente compostura e a tolerância supe­rior que indicava a futura carreira política partidária.

O jovem professor universitário Roberto Magalhães Melo é um homemsério e conseqüentemente assim empolgou o eleitorado pernambucano e as

840 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seção I) Março de 1982

suas lideranças. Pode-se mesmo chegar à fácil ilação de que o seu nome ger­minou na preferência espontânea da comunidade, consolidando-se na cúpulado sistema partidário.

É verdade, Srs. Deputados, que a flexibilidade no camplo delimitado dopartido político, estimulada pelo Governador Marco Antônio Maciel, ajudoua criar as condições para o exercício livre da liderança política. E a preocu­pação dessas lideranças em estabelecer ou encontrar uma solução partidáriaconsensual ajustou-se entusiasticamente ao nome desse admirável homem declasse média.

Destacou-se entre os mais competentes advogados daquela históricaprovíncia brasileira, impondo-se pela larga e profunda indentificaçào com aCiência do Direito. Tem destaque e mcrece a mais lisonjeira deferência domundo intelectual da terra pernambucana. É um home de formação hu­manística, que transparece, entretanto, ria simplicidade da sua tocante mo­déstia.

Merece, Sr. Presidente, o mais simples respeito da magistratura de Per­nambuco e a confiança dos concidadãos, porque não sabe tergiversar oucomprometer a sua palavra empenhada. É um autêntico pernambucano nomelhor das suas melhores tradições. .

A exemplo de Kennedy, cultiva grande admiração pelos homens de cora­gem no exercício da vida pública. A democracia social é o sonho que lhe en­che de esperanças e alegria. Tem uma aversão visceral pela linguagem dema­gógica, a conduta demagógica e a demagogia que se tornaram instrumentosda voracidade de muitos brasileiros que desejam conquistar o Poder oumanter-se nele. E por isto mesmo é de se vislumbrar a beleza como vaidesenvolver-se a campanha eleitoral no meu Estado de Pernambuco.

Convém, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que fique registrado nos Anaisdesta Casa a grandeza do gesto iniCiai da sua candidatura ao Governo do Es­tado. É que ele sendá atualmente o Vice-Governador, estaria assumindo defi­nitivamente o Governo do Estado no momento da desincompatibilização doatual Governador de Pernambuco, Marco Antônio Maciel. Todavia, ele sedespoja desse importante patrimônio político e cultural para ser apenas ocandidato ao Governo de seu Estado.

Diz-se-ia que o homem público pernambucano Roberto MagalhãesMelo tem a certeza da sua vitória e, para isso, realmente não lhe faltam ra­zões. Mas não se pode negar que é um gesto muito pouco comum nos diasatuais, marcados pelo pragmatismo da vida. Qualquer outra pessoa certa­mente optaria pela assunção do Governo agora, o que lhe garantia o retratona parede e a pensão que a lei assegura aos ex-titulares do Governo.

Outro aspecto a salientar em sua candidatura, além do superior despren­dimento e espírito público aqui comprovados, é que o seu nome não encon­trou contestadores e consolidou todas as lideranças do Estado em seu derre­dor.

Estas duas preliminares da sua auspiciosa candidatura ao Governo dePernambuco somam muito em favor da preferência popular que se consagratambém na superioridade do seu gesto.

o SR. PEDRO FARIA (PP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados. não sabemos por que o Governo federal não de­cidiu de vez a construção do ramal ferroviário para atender ao escoamento daprodução cimenteira do Parque Industrial Euclides da Cunha, no Municípiode Cantagalo, Rio de Janeiro, servindo, também, a toda a região norte­fluminense.

Através de constante luta, liderada pelo dinâmico Vereador DesidérioNaegele rodrigues, da Cámara Municipal de Cantagalo, a população vem rei­vindicando a implantação do ramal ferroviário, ligando aquele Município aTrês Rios, no mesmo Estado do Rio de Janeiro.

Temos em mãos cópia de correpondêcia enviada pela Administração daRede Ferroviária ao ilustre vereador cantagalense. quc passamos a ler:

"N9 13jCRFj82

Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1982.

lIm9 Sr.Vereador Desidéiro Naegele RodriguesCâmara Municipal de CantagaloCantagalo - RJ.

Senhor Vereador:

Respondo à Carta de V. Sb-, a mim dirigida, de I. de dezembrocorrente. sobre o ramal ferroviário de Cantagalo.

;\través da ENGEFER, com o apoio da RFFSA, estão sendorealizados estudos preliminares de alternativas de traçado, visandoselecionar as de menor investimento para a ligação ferroviáriaCantagalo-Três Rio em bitola de 1,60 m.

No desenvolvimento das atividades, já foram realizadas ins­peções à região, coletados os projetos e estudos sobre o assunto, ad­quiridas e consultadas aerofotogrametrias existentes e estão-se ini­ciando serviços topográficos preliminares, ao longo de diretrizes depossíveis traçados alternativos.

Finalmente, os trabalhos que a ENGEFER desenvolve no mo­mento visam à obtenção de dados a nível de anteprojeto preliminar,permitindo maior confiabilidade aos valores até então disponiveisnesta fase, balizando, com segurança definida, as avaliações que oGEIPOT e a RFFSA se propõem realizar para a referida ligação.

Valho-me do ensejo para renovar a V. S- minha cxpressão de apreço econsidcração. - Waldo Sette de Albuquerque, Chefe do Gabinete."

A reivindicação do povo de Cantagalo encontrou também eco na "Cam­panha Poupe Energia. Poupe Combustível", dirigida pelo Ministério das Mi­nas e Energia, cujo "slogan", se lê, em Brasília, afixado em alguns veículos detransporte coletivo. O Sr. Ministro César Cals, em carta dirigida ao seu cole­ga do Ministério dos Transportes, endossou a solicitação da Câmara Munici­pal daquele município do norte do Estado do Rio de Janeiro.

Respondendo ao Ministro das Minas e Energia o Sr. Ministro Eliseu Re­sende expediu o Aviso n9 066jGM. em 24-6-81, cujo teor passo a ler:

A Sua Excelência o SenhorDoutor César Cals de Oliveira FilhoDD. Ministro de Estado das Minas e Energia

Scnhor Ministro:

Em atenção à carta de Vossa Excelência de 13 de abril do cor­retne ano, que endossa a solicitação da Câmara Municipal de Can­tagalo, referente à Construção de um ramal ferroviário naquela ci­dade, ligando Euclidelândia a Melo Barreto, tenho o prazer deinformar-lhe que já existe um projeto para a construção de uma li­nha férrea ligando a Estação dc Melo Barreto (Além Paraíba), noDistrito de Produção de Campos - CSP.3, às fábricas de cimento;localizadas no Municipio de Cantagalo. Esse projeto consiste numalinha principal, com 62 km dc extensão, e cinco outras linhas deacesso às fábricas, perfazend.o um total de 81 km. Deverá, ainda, seralargada a bitola entre Melo Barreto e Três Rios, nu~a extensão de63.3 km.

i Posso adiantar a Vossa Excelência que poderão ser estuda­das alternativas de atendimento, não só ferroviário, como rodofer­roviário, à referida região.

3. Todavia, a implantação do projeto em questão é inviável,no momento, em razão do seu elevado custo.

Valho-me do ensejo para apresentar a Vossa Exceléncia osmeus protestos de alto apreço e consideração. - Eliseu Resende,Ministro dos Transportes."

Sr. Presidente, bem sabemos que estudos dessa natureza exigem tempo emuita ponderação, mas esse assunto, apesar do esforço de algumas autorida­des, do interesse de um Grupo de Trabalho instalado na Associação Comer­cial do Rio de Janeiro, do empenho constante do Vereador Desidério Rodri­gues, da Câmara Municipal de Cantagalo, precisa ser mais acelerado, pois,além de valorizar a economia daquela região, virá solucionar o grave proble­ma que esta ameaçando as cidades vizinhas, corno Nova Friburgo, Cordeiro,Bom Jardim, Cachoeira de Macacu, cujas rodovias estão sendo destruídas pe­las pesadas carretas que transportam cimento para o Rio de Janeiro. O Sr.Ministro dos Transporte precisa atentar para esse fato.

É o apelo que fazemos desta tribuna, juntando-nos ao trabalho do Sr.Desidério Nageale Rodrigues, operoso Vereador à Câmara Municipal deCantagalo, no Estado do Rio de Janeiro.

o SR, JOSÉ RIBAMAR MACHADO (PDS - MA. Pronuucia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, estamos aqui para mani­festar ellforia com o superávit de energia criado pelo sistema energético, pro­cedcnte das hidrelétricas do Centro-Sul, fazendo com que São Paulo apresen­te excedentes de quilowatts-hora. Temos feito investimentos maciços noCentro-Sul, na área geradora de energia elétrica, com a ampliação ou a insta­lação de novas usinas hidrelétricas.

Chegou a hora tiio esperada para se realizar a interligação nacional dosis!emll energético do País, com prioridade essencial para corrigir as gritantesdesigualdades sociais e econômicas, ainda existentes, entre diversas regiões doPaís. A geraçào de energia hidrelétrica, que nada polui, representa o maior fa­tor de progresso como elemento impulsionador na formação e geração da ri­queza, nas cidades e nos campos.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO '<ACIONAI (Seçiín I) Sáb"do 13 841

Sr. Presidente, Srs. Deputados, relemhro neste momento o ideal procla­mado pelo saudoso homem público Gabriel Passos, mineiro da melhor estir­pe, ex-Deputado Federal, tendo sido o lutador pela instituição da ELE­TROBRÁS nesta Casa do Congresso Nacional. Como Ministro das Minas eEnergia defendeu nos programas energéticos a interligação dos sistemas re­gionais. para formar um mono-sistema nacional. com voltagem única e cicla­gem uniforme. de maneira a que houvesse economia industrial e residencialem equipamentos e aparelhos eletrodomésticos, quer nas f;ixas urbanas quernas áreas rurais de todo o País.

Se há sobra de energia hidrelétrica gerada no Centro-Sul, está faltandono Centro-Oeste, no Norte. no Nordeste e em grande parte do Leste, nas ci­dades. grandes, médias e pequenas, bem como na zona rural, em grandesáreas sem linhas de transmissão instaladas.

A Hidrelétrica de Paulo Afonso, no rio São Francisco. da CHESF, en­campou a hidrelétrica Boa Esperança, no médio rio Parnaíba, bem como a hi­drelétrica de Sobradinho, acima de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambu­co) tendo realizado extensões imensas de abastecimento de energia, conduzin­do energia até Salvador, na Bahia, posteriormente atendendo nove Estadosdo Nordeste. indo ao Norte com suas linhas de transmissão até Belém do Pa­rú. via Imperatriz, no alto serlào maranhense. Basta dizer que a ligação BoaEsperança-Imperatriz vence distância superior a mil quilômetros c daí a Be­lém. linhas a serem reabastecidas ou reforçadas pela hidrelétrica de Tucuruí,com prcvisão para breve inauguração.

Sr. Presidente, assim como se conduz energia de Paulo Afonso, deSobradinho ou de Boa Esperança a Belém do Pará, com quase três mil quilô­metros de distúncia. deve-se realizar, urgentemente, a interligação do SistemaCentro-Sul por Brasília a Salvador, por exemplo, com pouco mais de mil qui­lômetros, pois Brasília já está ligada ao sistema de FURNAS - CEMIG ­CELG, e com São Paulo.

É tarefa urgente essa interligação, para que se crie o Sistema Nacional dcEnergia. com geração hidrelétrica, com voltagem e ciclagem únicas, para im­pulsionar o progresso integrado do País.

Era o que tinha a dizer.

o SR. JOSÉ CARLOS VASCONCELOS (PMDB - PE. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na semana passada, no Recife,foi assassinado o Procurador da República que estava à frente do processo deapuração do escândalo, que envolve figuras representativas do Estado de Per­nambuco no grave "escândalo da mandioca" a agência Banco do Brasil na ci­dade de Floresta, Estado de Pernambuco, fez financiamentos para proprie­tários inexistentes. O fato tem tido grande repercussão em todo o Brasil.

Quero estranhar. na tarde de hoje, o comportamento do Procurador­Geral da República, o Sr. Inocêncio Mártires Coelho. que. chegando a Per­nambuco, depois de reunir-se com o Sr. Governador do Estado, acusou oProcurador assassinado. o Sr. Pedro Jorge de Mello e Silva, de não se tercomportado com isenção à frente da acusação dos fatos a que me referi. Disseele que afastou ° Procurador porque achou que não convinha que o mesmopermanecesse no feito como representante do Ministério Público Federal. Emais: que o Procurador não estava sendo isento na apuração dos fatos. Isso éde profunda gravidade, porque o Procurador assassinado, o Sr. Pedro Jorgede Mello e Silva, era conhecido em Pernambuco pela sua isenção. E tanto éverdade que a OAB, através do seu presidente, protestou. afirmando que erainexplicâvel a posição do Sr. Inocêncio Mártires. Procurador-Geral da Re­pública, pois o Sr. Pedro Jorge sempre teve a mais absoluta isenção na con­dução de todos os processos em que esteve à frente. Esta, aliás. Sr! Presiden­ta, foi a posição também assumida pela Associação Nacional dos Procurado­res da República, que, em Recife. analisou e esclareceu o comportamento doProcurador assassinado, mostrando que as representações feitas contra elepor pessoas envolvidas no "escândalo da mandioca", em Pernambuco, bus­cavam somente impedi-lo de continuar a apuração dos fatos com o rigor e aisenção com que o vinha fazendo. Ora, se um Procurador-Geral da Repúblicaassume a posição de afastar um Procurador que apura um escândalo que en­vergonha a Nação brasileira. ele tinha obrigação de esclarecer por que assimagiu. O que pensam hoje o povo de Recife c os membros da Associação Na­cional dos Procuradores da Rcpública é que o Procurador assassinado foiafastado para que sobre o processo se fizesse descer uma cortina de silêncio. Eisto é o mais grave porque incentiva a "lei da selva". O Procurador foi assas­sinado cumprindo o seu dever. Por outra lado, O Procurador-Geral. Sr. Ino­cêncio Mártires. foi ao Recife para incentivar os que fazem uso dessa "lei daselva". Procurou ele, justamente, ao invés de incentivar a descoherta dos cri­minosos, compactuar com aqueles que não querem ver apurados o crime e osdesfalqucs ocorridos na agência do Banco do Brasil. na cidade de Florcsta.

A propósito. Sr. Presidente, a nota da Associação Nacional dos Procura­dores da Repúhlica. desmente as levianas afirmações do Procurador-Geral daRepública Sr. Inocêncio Mártires.

O SR. AUDAuo DA:'-ITAS (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discur­so.) - Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que vem ocorrendo em SãoPaulo, com a utilização escandalosa de verbas públicas para a propagandaeleitoral dos candidatos do PDS, só pode ser classificado como furto do di­nheiro do contribuinte. As verbas destinadas à promoção desses candidatos,que se elevam a bilhões de cruzeiros, estão possibilitando uma verdadeira or­gia em meio à qual passeia impunemente o Governador biônico Paulo Maluf.

A propaganda pessoal, descarada. do Governador e de seus amigos vemembutida nos anúncios de empresas estatais, Secretarias de Estado e autar­quias. Ao mesmo tempo, disfarçada como notícia, é incluída em programasde rádio patrocinados pelo Estado e pela Prefeitura da capital a promoçãodesses cidadãos que julgam poder dispor impunemente dos dinheiros públi­cos.

Se são usados alguns artifícios de mascaramento, nos meios de comuni­cação privados, a impunidade leva ao abuso total, aberto, sem disfarces, nosveículos pertencentes ao Estado, como a Rádio e a Televisão Cultura.

Neste último vêm scndo investidas ultimamente grandes somas, a fim dese ampliar o sistema de retransmissão. hoje o maior do Estado. Em apenasseis meses, no ano passado, a Televisão Cultura passou de um potencial deaudiência de 6 milhões de espectadores para 20 milhões, no Estado de SãoPaulo. Tudo isso, que custou alto preço, está incluído no plano de propagan­da do Sr. Maluf. A Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura,praticamente triplicou sua dotação de verbas, passando de 968 milhões decruzeiros para Cr$ 2,2 bilhões, conforme revelou a Folha de S. Paulo do dia16 de dczcmbro passado.

Apesar disso. as dívidas acumuladas pela Fundação chegavam, no fimdo ano passado. a 300 milhões de cruzeiros. Além da aplicação abusiva deverbas públicas em sua propaganda, o Sr. Paulo Maluf é mau pagador, nãocumpre os compromissos assumidos pela Fundação, que deveria manter umaem issora educativa, mas, hoje, não passa de uma repetidora da vontade doPalácio dos Bandeirantes. Uma espécie de "Voz do Dono".

O uso abusivo de veÍCulos pertencentes ao povo, que os paga, não se li­mita, contudo, a São Paulo. Hoje é prática comum em todo o País. No iníciodesta semana, quando compareceu à Folha de 5, Paulo para um "debate" quepretendia impor ao Senador Franco Montoro, fixando dia e hora sem préviaconsulta, o Sr. Maluf deu um show de grosseria que foi, integralmente, re­transmitido pela TV Cultura, que não se deu ao trabalho de ouvir, nem porum segundo. a outra parte. Isto se caracteriza não apenas como péssimo jor­nalismo: caracteriza-se também como apropriação indébita de espaço numveículo de comunicação que pertence ao povo de São Paulo.

Tão grave quanto esta foi o fato de ter a Empresa Brasileira de Notícias,EBN. empresa do Governo Federal, repetido em parte a façanha da TV Cul­tura na "A Voz do Brasil". A EBN levou ao ar, ao vivo, num programa ofi­cial do Executivo, a palavra do Sr. Paulo Maluf, que atacou o quanto quis oSenador Montora. Ã mesma hora, em outro 10cal- a Universidade Católicade São Paulo -, o Senador, que dava aula inaugural, podia ser ouvido, nasnão o foi. o que caracteriza um parcialismo intolerável. Uma agência de notí­cias pertencente ao Governo não pode servir de veículo de propaganda dessemesmo Governo.

Tenho em mãos o conteúdo da gravação feita em São Paulo pela EBN.Registre-se, aliás. a dificuldade que o gabinete do Senador Franco Montoroteve de enfrentar para obtê-la. Como se não tratasse, pela transmissão a mi­lhões de ouvintes. de informação de pleno conhecimento público.

Tenho em mãos, ::ira. Presidente, o conteúdo da gravação da EmpresaBrasileira de Notícias. que deixo à consideração desta Casa.

O SR. WALDlVIlR BELINATI (PDS - PRo Pronuncia o seguinte discur­so.) - Atendendo a apelos de diversas associações comerciais do Paraná, so­licitamos aos Srs. Ministros da Fazenda e do Planejamento a adoção de medi­das visando à unificação das contas-correntes e contratos das empresas, demodo a viabilizar a redução da reciprocidade e cobrança do IOf (Impostosohre Operações Financeiras) no final do empré~timo. Pleiteiam tambémaquelas associaçôes o aumento de 70 para 80% da parcela dos empréstimosque o sistema bancúrio deve direcionar às empresas privadas nacionais, redi­mensionando este aumento para as pequenas e médias empresas.

Estas medidas visam essencialmente a minimizar os efeitos de uma eco­nomia recessiva sobre as pequenas e médias empresas, as mais afetadas atual­mente pelo alto custo do dinheiro.

842 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 11 Março de 1982

o SR. PAULO LUSTOSA (PDS - CE. Sem revisão do orador.) - Sr'Presidenta, Srs. Deputados, lamentavelmente, na programação de recursosestabelecidos no Orçamento Monetário, a expansão creditícia tem-se situadoem níveis inferiores, em termos reais. aos que ocorreram no ano passado. Istotem conduzido, a uma série de contratempos.

Na região nordestina, por exemplo, após três anos consecutivos de seca,verifica-se um inverno caracterizado como regular; entretanto, os recursosdestinados a financiar a atividade agropecuária não estão chegando às agên­cias dos principais bancos oficiais.

Por isso, gostaríamos de fazer um apelo especial ao Ministro Galvêas,aos Presidentes do Banco Central e do Banco do Brasil, para que liberem osrecursos necessários, uma vez que, no momento, eles não existem de formacompatível com a demanda, com vista à renovação dos EGFs e AGFs.

Faltam recursos também para o chamado custeio pecuário para animaisde pequeno porte, linha que o governo considera prioritária. E o mais sérioainda é a carência de recursos para o custeio agrícola. Recentemente, o Go­verno estabeleceu uma dotação especial para o Ceará da ordem de 1,6 bilhãode cruzeiros. Mas para que se tenha uma idéia de pouca significação destemontante, basta mencionar que, no caso específico de uma agência do inte­rior do Ceará, Canindé, só para atender ao pagamento de duas parcelas de re­cursos do custeio agropecuário, deveriam ser apartados recursos da ordem de200 milhões de cruzeiros àquela agência, quando, no programa, foram colo­cados apenas 40 milhões. e as novas propostas já entradas no banco requeri­riam recursos adicionais da ordem de 600 milhões. Desta forma, se por acasonão forem agregados recursos de 1,6 bilhão de cruzeiros para atender às ne­cessidades do custeio agrícola, teremos frustrada a expectativa de uma sériede lavradores, que, após três anos consecutivos de secas, teriam a oportunida­de, agora, de recapitalizar a agricultura, altamente penalizada e descapitaliza­da nos últimos anos.

Para concluir, gostaríamos. mais uma vez, de pedir ao Governo que re­veja de maneira bastante honesta e séria o problema relativo à aplicação doPROAGRO, porquanto, embora o programa devesse representar um instru­mento de segurança agrícola, da maneira como está sendo colocado tem sidomais um instrumento de insegurança do que, efetivamente, de segurança.

Este o apelo que levamos ao Ministro da Fazende, ao Presidente do Ban­co Central e ao Presidente do Banco do Brasil, sob pena de se tirar muito dacredibilidade do próprio Governo, que tem estabelecido a agropecuária comoatividade prioritária, mas que, lamentavelmente, parece situar-se mais no pIa­no retórico do que no plano objetivo.

O SR. HtLIO DUQUE (PMDB - PRo Sem revisão do orador.) - Sr~

Presidenta. Srs. Deputados. dentro do festival de absurdos que vem caracteri­zando este País, incluem-se aqueles que, não contentes. temendo o julgamen­to popular, desejam que esta Casa, sem prerrogativas c sem poder algum, au­mente o número de Deputados de 420 para 500, medida que seria muito im­portante em tempos democráticos, o que não ocorre no Brasil atual. A im­prensa divulga a ação de um senador "biotênico", porque produto de umasuplência de um senador "biônico", que, por sua vez, é produto de um ato deestelionatarismo político. de um ato de bateção da carteira do eleitor, já que oparlamentar eleito não precisou nem do título nem do voto do eleitor paraaqui comparecer. mas que propõe que o Senado passe a ter 96 membros.Trata-se de um absurdo, Sr~ Presidente, Srs. Deputados.

Outra cena deste festival de absurdos é o fato de o último programa "Vi­va o Gordo", da Rede Globo de Televisão, do humorista Jô Soares, estar sen­do motivo de protesto junto ao Ministério da Justiça, aqui em Brasília, porparte do Partido Democrático Social, para que scjam censurados alguns dosatos com os quais, através do humor inteligente e sério, Jô Soares enriqueceas noites das segundas-feiras, neste tempo tétrico, levando um pouco de ale­gria à família brasileira.

Ora. Sr~ Presidenta, Srs. Deputados, se um programa de humor já passaa ser produto de censusa, como desejam expressivos dirigentes do PDS, emprotesto, como já fizeram junto ao Ministro Ibrahim Abi-Ackel, a imprensadivulga hoje que a propaganda eleitoral para o pleito de novembro vindourodeverá ser paga. Esta é a manchete de hoje do jornal O Estado de S. Paulo.

Manifesto a minha convicção de que, na verdade, esta é uma medida quemostra uma nova face da corrupção eleitoral que invade este País.

Por intermédio de três indicadores básicos processa-se a corrupção elei­toral: em primeiro lugar, as empresas públicas, os governos de Estado e opróprio Governo Federal, através de pacotes publicitários, de veiculação deobras, de notícias pagas nas redes de rádio e de televisão, que, por certo, ha­verão de, no último "pacote", estabelecer que os candidatos do Partido Oe-

mocrático Social passem a ter direito também, como forma de complemen­tação desse "pacote" eleitoral. às redes de rádio e de televisão do País. Esta éuma forma indireta de corrupção eleitoral, caso passe esta medida.

O segundo ponto será através do pagamento do uso do rádio e da televi­são. por intermédio das empresas privadas, fornecedoras do Estado a nívelestadual e nacional, também fazendo com que as passagens, as presenças novídeo c no rádio tenham tais faturas pagas através das referidas empresas.

Finalizando. o terceiro ponto decorre de que toda concessão de rádio ede televisão é precária. porque a perempção pode ser decretada a qualquerinstante por um ato de unilateralidade do próprio Estado. E, sem dúvida al­guma. a pressão se verificará para que os candidatos do POS, utilizando aqui­lo que' a própria legislação de comunicação propicia, tenham acesso gratuito,apesar do enfoque de que estariam por pagar altas faturas pelo uso do vídeo etambém das rádios brasileiras. O que se quer é consagrar o poder econômiconas eleições do próximo ano. A exigência dc pagamento à propaganda no rá­dio e na televisão valerá apenas para os candidatos das Oposições, e todos sa­bem da pobreza franciscana que caracteriza as estruturas das Oposições nestePaís. Portanto. a Oposição brasileira passará a não ter acesso ao rádio e à te­levisào, Trata-se de uma Lei Falcão piorada, porque é a consagração de umanova fase da corrupção eleitoral que já começa agora pelo rádio e pela televi­são a se fazer presente na vida brasileira.

Se o programa "Viva O Gordo", de Já Soares, está merecendo repre­sálias por parte do Partido Democrútico Social, no sentido de que os SeUSquadros de críticas aos constumes políticos e aos atos desta Nação devem me­recer uma condenação, imaginem, quando for ferida a necessidade do acessoao rádio e 11 televisão para se debaterem os cruciantes problemas da naciona­lidade.

O SR. GERALDO GUEDES (PDS - PE. Sem revisão do orador.) ­Sr' Presidente. Srs. Deputados, o Projeto de Lei nQ 105, que objetiva uma re­formulação na lei de criação de novos Municípios, está aguardando, no Sena­do, desde novembro de 1981, a sua inelusão na Ordem do Dia. Como se sabe,há uma lci complementar ainda em vigor que estabelece certos requisitos, semo atendimento dos quais o Município não pode ser constituído.

Agora. um projeto aqui na Câmara, de iniciativa do Deputado SiqueiraCampos, salvo engano meu, foi votado e aprovado por nós e, em seguida, le­vado ao Senado. A proposição propõe, para efeito de amenizar o rigor dasexigências e atender melhor a criação de outros Municípios, modificações emtrês itens da lei complementar vigente.

No primeiro item exigia-se, segundo a lei atual, um númerO superior asete mil habitantes para a criação do município. O Projeto Siqueira Campos,oriundo da Câmara dos Deputados, encontra-se no Senado Federal propon­do a diminuição para apenas cinco mil habitantes.

A arrecadação, outra exigência, pela lei atual estimada em um mínimode 5 milésimos da receita do Estado, foi reduzida para I milésimo.

O terceiro requisito, incluído agora no Projeto Siqueira Campos, em tra­mitação no Senado Federal, estabelece a necessidade de ser essa declaraçãode cálculo considerada imediatamente pelo órgão federal fazendário que pos­sa in formar a respeito. Este projeto foi submetido à Comissão de Justiça doSenado. cujo parecer é no sentido de ser aprovado com apenas duas emendas:uma do Senador Bernardino Viana, o Relator, estabelecendo que se suprimaa letra "b" do ~ 5", art. 2" da Lei Complementar, exatamente para excluir des­sas exigéncias áreas territoriais já ocupadas por estâncias hidrominerais, bal­neárias ou climáticas: outra, do Senador Hugo Ramos, do Estado do Rio deJaneiro, pretende criar o Município de Campo Grande, hoje uma circuns­crição do Município do Rio de Janeiro.

Faço daqui um apelo às autoridades constitutivas do Senado Federal, li­gadas ao assunto, no sentido de que façam incluir, imediatamente, na Ordemdo Dia, esse 'projeto, a fim de que, ao ser votado, permita a criação de novosmunicípios no País.

O SR. JOAQUIM GUERRA (PDS - PE. Pronuncia o seguinte discur­so.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, regressou de uma viagem ao exterior,onde fora submeter-se a cuidados médicos, o ex-Governador Moura Caval­canti. permanecendo no Rio de Janeiro, onde, ouvido pela imprensa, decla­rou que, embora não participe diretamente, como candidato, do próximopleito, estará buscando influir na eleição dos seus amigos do PDS, a fim deque a grande agremiação continue em sua condição majoritária.

Se há um traço marcante da personalidade de Moura Cavalcanti é o dafIdelidade: às suas crenças, ãs tradições pernambucanas, aos amigos e à agre­miação política a que se filiou.

Eleito Governador de Pernambuco pela ARENA, nela se conservou atéa fundação do PDS, a que se encontra filiado, com o mesmo entusiasmo, omesmo espírito de luta, a mesma crença nos seus postulados, igual fidedigni­dade aos pressupostos da sua doutrina c aos ditames do seu programa.

Março de 1982 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAl (Se~àn I) Sáhado 13 843

Sempre foi ele um social democrata, no sentido de conciliar, em política,a liberdade individual e a igualdade econômica; de demonstrar a fidelidade dePernambuco tanto aos seus ideais libertários como à unidade nacional, colo­cada acima de tudo, apesar de todas as diferenças regionais. Por isso mesmo,colocou-se imediatamcnte ao lado da Revolução de março e, servindo aoExecutivo. no INCRA ou no Ministério da Agricultura, colocou à disposiçãodo Governo sua capacidade de trabalho, sua imaginação criadora, sua vo­caçào para o bem público, defendendo, principalmente, uma orientação eco­nômica que conduzisse à correção das disparidades de renda, sem prejuízo doharmônico desenvolvimento nacionaL

Por essas virtudes é que os seus correligionários, acreditando no seu rápi­do e pleno restabelecimento, fazem votos para que sua ação de presença nopróximo pleito encontre o destino de uma candidatura, Não será preciso oseu comparecimento à totalidade dos comícios, pois os quatro anos em quegovernou Pernambuco foram suficientes para consquistar a gratidào de todoo povo e a confiança inamovível dos seus correligionários,

Assim, o eleitorado de Moura Cavalcanti está intacto em nosso Estado,aguardando, apenas, sua palavra de ordem, Ficará muito mais feliz se puderdar-lhe diretamente o voto; mas cumprirá, decerto, qualquer outra recomen­dação, se Moura Cavalcanti persistir em participar apenas indiretamente dopleito, apontando os nomes da sua preferência, nessa invejável plêiade depolíticos que constituem o PDS pernambucano,

Ao saudar a volta ao Brasil do fiel amigo e do grande Governador dePernambuco, estamos seguros de que, prontamente restabelecido, terá opor­tunidade de influir, decisivamente, no resultado do pleito de novembro emnosso Estado.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente,

o SR. JOEL LIMA CPP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso,) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, em diversas ocasiões tenho manifestado minhapreocupação quanto ao tratamento que o País dá aos idosos, preocupaçõesestas que se agravam quando vejo o Sr. Presidente da República decretar o re­colhimento de contribuições de aposentados ao INPS, ao mesmo tempo emque estabelece que 1982 será o Ano Nacional da Pessoa Idosa.

A Organização Mundial dc Saúde está liderando uma campanha inter­nacional destinada a promover os direitos das pessoas em idade avançada,Por isso, começam a despertar a atenção dos governantes c governados paraas atividades programadas em duas oportunidades: o Dia Mundial da Saúdee a Assembléia Mundial da Saúde sobre Envelhecimento.

Marcado para 7 de abril próximo, o Dia Mundial da Saúde será umaoportunidade para se retletir sobre o tema"Aumentemos a Vida dos Anos".Convocada para Viena, na Áustria, de 26 de julho a 6 de agosto deste ano, aAssembléia Mundial da Saúde deverá propor aos governos a adoção de polí­ticas nacionais que assegurem a promoção dos direitos das pessoas idosas.

Na sociedade brasileira, é ainda insuficiente a consciência coletiva dessesdireitos. Por isso, as pessoas com idade superior a 60 anos devem agrupar-se eorganizar-se com o objetivo de reivindicar o que a sociedade brasileira aindalhes nega.

Assim, torna-se compreensível a recomendação do gerontologista AlexComfort, em "A Boa Idade".

"Você está prestes a se reunir a uma minoria oprimida. No mo­mento, nào há meio de evitar esta sina. Para combatê-la, cabe-lheusar os recursos empregados pelas demais minorias: organização,protesto e engajamento. Não se deixe apanhar sozinho e indefesopela cilada da velhice. Chegada a hora, sua renda será cortada pelametade. Sem dúvida, há benefícios sociais que você pode e deve exi­gir legah11t,nte, mas são irrisórios. Quando menos você esperar, serásurpreendido pela falta de dinheiro no momento em que mais preci­sar dele."

Se Alex Comfort soubesse o que está acontecendo no Brasil, SI. Presi­dente, Srs, Deputados, certamente pintaria um quadro muito mais sombrio.

No Brasil, o processo de envelhecimento biológico é acompanhado depenosa marcha para a miséria econômica c social. Cientes dessa marcha ine­xorável, os candidatos à aposentadoria preferem renunciar a um direito con·sagrado universalmente de gozar com dignidade os últimos anos de vida.

Aumentemos a vida dos anos, Sr. Presidente, Srs, Deputados, pois umdia eslaremos na mesma situação.

Era o que tinha a dizer.

o SR. GIÚIA JONIOR (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, antes eram mais veladas, Apareciam fechadasem envelopes opacos, escondidas nos cantos das barracas de venda de jornaise revistas ou nas livrarias. Tinham clientes certos, que chegavam disfarçada-

mente, o mais possível. falavam baixinho com o atcndente, que também dis­farçava o seu tanto, embrulhava a mercadoria, recebia o dinheiro - estavaconsumado o crime e mais uma publicação pornográfica entrava em circu­lação,

Hojc. o descalabro é completamente aberto a qualquer tipo de público.Há ainda a cínica advertência de que "é rigorosamente proibido para meno­res de dezoito anos", mas até essa adverténcia serve de chamarisco, porque olivro. a revista ou o poster aparecem embrulhados, sim. mas em plásticotransparente, para que todos. inclusive e especialmente os menores, saibamde que se trala, para que a venda fique bem mais fácil.

É a perversão impressa, mais perigosa do que a do cinema ou a da televi­são, eis que estas são vislas num programa que pode ser esquecido, Mas o li­vro, a revista e o poster, não. Estão ai na gaveta, para serem vistos, revistos etrclidos tantas vezes quantas o infeliz proprietário dcsjar.

De quem é a culpa. Sr. Presidente? De quem lê? Sim, em parte, pois bemque poderia não ter comprado, se o nào quisesse. Mas compra porque esseconsumo sórdido lhe é empurrado todos os dias. de todas as formas possíveis,inventadas pela sociedade de consumo.

De quem é a culpa') De quem vende as publicações pornográficas? Sim,até certo ponto, porque poderia estar vendendo literatura de nobre qualida­de. para a educação c a instrução do povo. Mas alegará, e com alguma razão,que esse material, de venda mais fácil. garante melhor seu comércio, do qualdepende. Se sua formação lhe permite esse crime, então ele se sente à vontade.

De quem é a maior culpa') Seguramente de quem fabrica essa literaturasuja a malsã, porque tem um estabelecimento legalizado, inscrito na Asso­ciação Comercial. pagando todos os impostos (minto, nem todos, porque,por incrível que pareça. essas publicações gozam de algumas isenções!) e per­feitamente dentro da lei. De quem é a culpa'? Do poder público, que permite afabricação primeira dc mercadoria tão deleléria. Cabe, pois, a essas aulorida­des, a iniciativa. ou. senão, que arque com todo o ônus desse negócio escuso eabsurdo,

Era o que tinha a dizer.O SR. NEREV GUIOI (PDS - Se. Pronuncia o seguinte discurso,) ­

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não se conseguiu ainda no Brasil realizar omilagre da multiplicação do pào.

lú quanto ao vinho, sobra talento a ponto de estarmos todos ameaçadospor mais um recorde - o de maior produtor mundial, e o Estado de SantaCatarina estaria colocado em segundo lugar na produção brasileira.

Há. no entanto. denúncias de que o segredo está em obter-se até três ve­zes mais vinho do que em outros países com a mesma quantidade de uva, oque representa um esbulho ao produtor.

Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, muitas vezes o viticultor en­trega à indústria cem toneladas de uva, mas, como a indústria precisa apre­sentar ao Ministério da Agricultura provas da quantidade comprada - justa­mente para dar garantias de que nào irá realizar milagres - exige do viticul­tor um comprovante de entrega de duzentas toneladas, pagando-lhe um valorcorrespondente a 120. 'O

Começaria, então. a multiplicação. Prensa-se a uva uma vez, outra emais outra. E o bagaço, antes de ser jogado fora, é prensado uma quarta vezpara a extração de um autêntico vinho de garrafão.

E assim é que, por diligência em se extrair da uva tudo o que ela pode enào pode dar, se chegaria à situação atual: em plena colheita da safra de81/82. a indúslria se recusa a comprar a uva, ainda que por dezessete cruzei­ros o quilo. Pois ela não sabe o que fazer com os estoques de vinho, estimadospor algumas empresas em duzentos e cinqüenta milhões de litros, contra 160milhões em janeiro do ano passado.

Diz agora o Ministro Amaury Stabile que vai agir com rigor: 40 mil cru­zeiros de multa para o estabelecimento que fraudar o produto. Ou seja, umapunição equivalente ao preço cobrado ao consumidor por menos de 200 gar­rafas.

Não serão 40 mil cruzeiros que impedirão o Brasil de tornar-se o maiorprodutor mundial de vinho, entre aspas.

O pior é que,. como não se admilem milagres do gênero no mercado ex­terno, o vinho. enlre aspas, não serú exportado e terá de ser bebido aqui mes­mo.

O SR. PEDRO CORRÉA CPDS - PE. Pronuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente. Srs, Deputados, notificam os jornais que o ex-GovernadorMoura Cavalcanti. que se recupera, em Recife, de intervenções cirúrgicas aque se submeleu nos Estados Unidos, não participará a conselho médico, dacampanha política em nosso Estado, mas depois de recuperar-se, antes dopleito. estará dando apoio a seus amigos.

Também por motivo de doença em 1978 deixou ele de disputar a senato­ria em Pernambuco, mas, mesmo assim, orientou o seu eleitorado, para asse-,

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gurar a vitória do Partido naquela disputa e na conquista da maioria da re­presentação legislativa estadual e federal.

Não temos nenhuma dúvida de que, candidatando-se agora, mesmo forado convívio direto com os eleitores pernambucanos, o ex-Governador temcondições de eleger-se. talo número de amigos de que dispõe no Estado, ca­pazes de engajar-se na sua propaganda.

Os pernambucanos não esquecem sua obra administrativa, a corajosadisposição com que se atira às disputas políticas, suas insuperáveis qualidadescomo amigo e as virtudes inexcedíveis de chefe e condutor que o caracteri­zam. Não precisaria, por isso mesmo, da presença física para disputar umcargo elctivo, sem dcsobedcccr aos consclhos médicos, pois a sua simples ins­crição, anunciada no Estado, mobilizaria não apenas o eleitorado pedessista.mas,o de outras agremiações, para fazer-lhe, nas urnas, a justiça que merececomo um dos mais eficientes governadores de Pernambuco.

Esperamos que esse afastamento, a conselho médico, não implique vo­luntúrio ostracismo. como estamos absolutamente seguros de que os nomesque apoiar. na disputa eleitoral, merecerão o sufrágio da gente pernambuca­na. fiel ao scu espírito de liderança. confiante nos seus conselhos, desejosa demanifestar-lhe. mais uma vez. a gratidão que soube despertar em seu povo,pela coragem da sua conduta política. pelo seu disccrnimento administrativo.pela nobreza das suas atitude;; e, sobretudo, por uma extremada fidelidadepartidária, que <1 ligou à ARENA desde o seu surgimento e o vincula, indisso­luvelmente. ao PDS, que se honra com a sua presença e a sua liderança.

Homens como o ex-Governador Moura Cavalcanti não podem, sob ne­nhum conselho, afastar-se do convívio da política, pois estariam contrarian­do uma vocação natural e deixando de orientar a maior parte do eleitoradoda sua terra, que confia largamente na sua experiência, no seu patriotismo eno seu amor lIs melhores causas do nosso Estado.

Ao saudarmos o rctorno de Moura Cavalcanti ao Brasil, seguros do seupronto restabelecimento, fazemos ardentes votos para que sua participaçãono próximo pleito. candidato ou animando candidaturas. comprove que nãose esqueceu, nunca, do seu eleitorado, que continua a prestigiá-lo na medidados seus dutes cívicos e da sua invejável formação política e administrativa.

o SR . .JORGE FERRAZ ( PP - MG. Pronuncia o seguinte discurso.)­SL Presidente. Srs, Deputados. na primeira semana deste mês, faleceu emBelo Horizonte. Luiz Gonzuga de Souza Lima, O registro do óbito que faço.para que u lamentável fato se inscreva nos Anais da Casa. é imperativo de jus­tiça a uma tão importante memória e estimado amigo.

Souza Lima. Srs. Deputados. foi daqueles a cuja passagem se curvavamo respeito público, a admiração e o aplauso,

Era, sobretudo. bom, justo e empreendedor. Guardo dele as melhoreslembranças, as quais, indelevelmente, estão vinculadas li cidade de Belo Hori­zonte. da qual foi operoso Prefeito Municipal, ao tem po do Governador Is­rael Pinheiro. nos idos de 1966 a 1970.

Dinâmico adminsitrador, legou à cidade obras de grande envergadura,qtre. para o seu tempo. eram desafios a serem vencidos. e que, tanto hojecomo no futuro. continuarão a prestar serviços de fundamental importância àCapital mineira.

Assim. merecem destaque, entre tantas outras. o abastecimento de águada cidade. com a entrada em funcionamento da adlltora do rio das Velhas; aabertura e construç1"to de várias avenidas, entre elas a Carlos Luz e a AfonsoPena Júnior; a implantação de redes de esgotos em muitas partes da cidade; aconstrução de 26 novos grupos escolares; a construção do elevado CastelloBranco; a co-r'articipação na construção do terminal rodoviário; e a perfu­ração do tún~' ch Lagoinha.

Faço esta sin ,ese para destacar a preocupação do Prefeito com os setoresmais fundamentais da administração pública, quais sejam a educação. ainfra-estrutura de saneamento bâsico e o sistema viârio, capaz de criar alter­nativas para o transporte de massa.

Neste período da Revolução de 1964. militamos em campos opostos, de­batemos. divergimos mas mesmo o calor político da controvérsia não foi ca­paz de extremccer a admiração e a amizade por aquela figura humana, quehonrou a nossa cidade e o nosso Estado.

Sua vida púlbica e empresarial. entretanto, não se limita à sua passagempela Prefeitura de Belo Horizonte, onde edificou um monumento à amizade,via de seu singular relacionamento com o funeionalismo público municipaLNão, Srs, Deputados, Souza Lima possuía um dos mais invejáveis eurrieulum

vitae de Minas Gerais.Ainda ccdo formou-se, com distinção. no Grupo Escolar de Cataguases

e no Ginásio Mineiro. Aos 21 anos tornava-se engenheiro, completando umaetapa de seus sonhos. A partir de então, foi prestar serviços à Empresa Dola­Jela Portela, como encarre~ado das obras da construção da estação da een-

trai do Brasil e da Oeste de Minas, da sede do Banco do Brasil e de diversostrechos da estrada Belo Horizonte-Rio de Janeiro. Foi, depois diretor do se­rivço de pavimentação da estrada Rio-Petrópolis, a primeira feita com con­creto nn Brasil.

Sua participaçãu como chefe de construção daquela empresa. no vigorde seus 25 anos, revelou suas especiais qualidades técnicas e administrativas,o quc valeu lIquela empresa o galhardão de maior empreiteira nacional, que aum tempo possuía importantes obras em quase todos os Estados da Fede­raç1io.

Para sintetizar, SL Presidente, Srs. Deputados, devo fazer referência àsua atuação, sempre exemplar, como organizador das Granjas Reunidas doNorte, como Diretor da Minas Fabril, sócio da Dolabela e Companhia, fun­dador, em 1938. da Brasil Construtora S/A. bem como, além de ter sidoacionsita. Dirctor-Presidentc e conselheiro de diversas empresas, como, porexemplo. a Ferro e Aço de Vitória, o Consórcio Somei. a ICA- Indústria deConcreto Armado, a Industrial Construtora. a SIT - Sociedade de insta­lações Técnicas, a EMPA - Empresa de Pavimentação S/A, a Economisa, aDernig, a Disbral e a DisteI.

Isso. Srs. Deputados, o que fez, em síntese, Souza Lima. Entretanto, oqLle é mais importante ê o que era Souza Lima: exemplo edificante de caráterhonrado. chefe de família amoroso e dedicado, empresário empreendedor edinúmico, homem público austero. correto, leal e operoso, além de amigo sin­cero e disponível. Ao partir, Souza Lima deixou entre nós a esposa. D. SelvaLessa de Souza Lima. os filhos Mirtes Maria de Souza Lima, luiz Gonzaga dcSouza Lima Filho. Selva Maria de Souza Lima, Dalva Maria de Souza Lima,Marcos de Souza Lima e Paulo Eduardo de Souza Lima.

Como Belo Horizonte e todo o Estado de Minas Gerais, também home­nageio sua memória, como daquelas que ficarão, através do tempos, mercé delua vida e sua obra. Que Deus o guarde~

Era o que tinha a dizer. Sr. Presidente.

O SR. OSVALDO MELO (PDS - PA. Pronuncia o seguinte discurso.)_ Sr. Presidente. Srs. Deputados, a Fundação do Bem-Estar Social do Parácomemora este mês 15 anos de profícua existência,

Nascida no período anterior de Governo do Coronel Alacid Nunes. foigraças, também, ao nosso apoio que foi criado um Serviço Social do Gabine­te do Governador, daí surgindo a Fundação como decorrência lógica da ne-­cessidade de ampliação e estruturação técnica e administrativa dc um serviço

que rapidamente superou a si mesmo.

Assim. a FBESP. criada pela Lci n? 3.853, de 30 dc março dc 1967, temcomo objetivo "'a formulação e implantação da política de bem-estar socialno Estado do Pará, mediante o estudo do problema e o planejamento das so­luções, a orientação e coordenação e fiscalização de entidades que executamessa política. e por delegação da Fundação do Bem-Estar do Menor (FUNA­BEM), nas áreas curativas e preventivas da marginalização do menor efamília".

Procurando levar amor. cducação, compreensão. segurança social e lazera todos quantos o processo de marginalização social atinge, tornando-os víti­mas de situações de abandono, exploração ou que apresentcm manifestaçõesde conduta anti-social. o trabalho desenvolvido se volta essencialmente parao menor, o idoso e aqueles necessitados de assistência emergencial. e se divideem ação curativa e preventiva.

Merece destaque especial a ação levada a efeito na Casa do Ancião D.Maccdo Costa c no Lar da Providência, voltada inteiramente para o atendi­mento integral da velhice. complemcntada pelo Clube dos Idosos, que osatende no seio do grupu familiar.

A satisfação das neeessidades básicas do homem é a meta principal doesforço da FBESP na área de assistência emergencial.

Todo esse empenho e a própria ampliação da política de bem-estar socialtiveram. a partir de 1978. un novo impulso. com a implantação do ProgramaNacional dos Centros Sociai, Urbanos, com a decidida colaboração do Go­verno federal. que permitiu um considerável alargamento do campo deatuação da Fundação, através do trabalho direto e efetivo junto à Comunida­de.

Nesses seus 15 anos de intensas atividades, a Fundação do Bem-EstarSocial do Estado do Pará foi presidida. inicialmente, pela Assistente Social,Dra. Maria Stella Soares de Brito; depois, pelo médico, Dr. João Paulo doValle Mendes. sucedido pelo advogado, Dr. Frederico Coelho de Souza, e, de1979 até a presente data, pela Assistente Social, Dr' Fernanda Celeste PereiraBarros, que já pertcncia a seus quadros funcionais.

Ao assinalar, pois. o transcurso de mais um ano de fundação da FBESP,desejamos louvar. de público. o excelente trabalho realizado em função de ca­rentes e marginalizados, o qual, dia a dia, vém acumulando êxitos e alargan-

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sábado 13 845

do seu campo de atuação, graças ao dinamismo e dedicação de todos quantosestão nele empenhados.

Parabéns, portanto, ü Diretoria da Fundação e a toda sua equipe técnicae administrativa, com quem possuímos o melhor relacionamento na obra querealizam em favor da nossa gcnte.

O SR. FRAN('IS('O LIBARDONI (PMDB - Se. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidentc, Srs. Deputados, a estrada de rodagem federalBR-158, que ligará Maravilha, no Estado de Santa Catarina, a Vitorino, noParaná, servindo a Campo Eré, Modelo, São Lourenço de Oeste etc., nessetrecho, pelo seu potencial econômico e papel social, já não pode existir ape­nas no papel.

Desde pelo menos 1971 venho fazendo apelos às autoridades nesse senti­do, pleiteando, em mais de uma dezena de pronunciamentos, não só a im­pluntação dessa rodovia, como a de outras do interesse de Santa Catarina edo Sul do País.

Fomos recebidos em audiência por todos os ministros dos Transportes,nos últimos 12 unos, tendó o atual titular, engenheiro Eliseu Resende, prome­tido várias vezes que iria construir o citado trecho. Há 9 anos, ou seja, em1973, o então Ministro Mário Andreazza declarou que inauguraria a estrada.

Estamos descrentes de tantas promessas, mas continuamos insistindo emque se execute essa obra quanto antes este ano ainda, por ser do mais alto in-teresse do povo da região. .

A importância econômica dessa ligação terrestre para os Estados de San­ta Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul salta aos olhosde quem quer que se disponha a consultar um mapa daquela região. Até mes­mo o Norte será atingido por esse verdadeiro elo rodoviário, beneficiando-sedo incremento das trocas comerciais, que se tornarão possíveis em escala.

Naquela parte do Estado, não há estradas asfaltadas, e a produção de so­ja, milho, feijão. suínos, madeiras etc. encontra sérias dificuldades de escoa­mento.

Por ela, que se denomina Rodovia Presidente Kennedy, poder-se-á. apartir o extremo Sul-Sudoeste do Rio Grande, atingir a cidade de Pato Bran­co, no Paranú, e daí acima, após cortar Santa Catarina pelo oeste.

Fazemos nosso derradeiro apelo nesse sentido ao Ministro dos Trans­portes, lembrando que o traçado já está feito e que são somente 75 quilôme­tros a implantar.

v - A SR" PRESIDENTA (Lúcia Viveiros) - Passa-se ao Grande Ex-pediente. '

Tem a palavra o Sr. Geraldo Fleming.

O SR. GERALDO FLEMING (PMDB - Ae. Sem revisão do orador.)- Sr' Presidenta, Srs. Deputados, inicialmente gostaria de comunicar aosprezados colegas que será um prazer para mim conceder apartes, mas, em vir­tude das denúncias que farei neste pronunciamento, só os concederei após aconclusão do mesmo.

Sr~ Presidenta, Srs. Deputados, os tecidos vivos da sociedade brasileiravêm sendo devorados, impiedosamente, pelo germe da corrupção. As denún­cias se avolumam e acabam caindo no esquecimento, arquivadas na incons­ciéncia e na cumplicidade dos Governos - que tudo permitem ou acobertam,dcsde os enriquecimentos fabulosos decorrentes da especulação até episódioscaracterísticos das páginas policiais.

O Estado do Acre, infelizmente, não fica atrás.Ao menos nisso, no volume e na gravidade dos casos de corrupção, o

Governo acreano consegue igualar-se ao resto do Brasil: envolvimentos fami­liares, políticos ou amistosos ensejam a prática de escândalos como o que es­tamos acompanhando, constrangidos, pela imprensa e pelo relato dos ami­gos: a corrupção na ELETROACRE.

Creio ser fundamental, nesta oportunidade, ressaltar um detalhe impor­tante: o caso da ELETROACRE não é isolado. Ao contrário, está inseridonum contexto geral de irregularidades, que marca a evolução da políticaacreana e reflete a falta de respeito pela coisa pública no plano federal.

As leis existem para serem descumpridas ou interpretadas dentro dos in­teresses particulares de grupos. Ou não será corrupção política o que o Go­verno está fazendo com seus sucessivos "pacotes"? O enriquecimento vertigi­noso dos privilegiados também não ê corrupção? Quem abarrotou os postosde gasolina às vésperas de um aumento secreto e ganhou mais de 20% em umfim de semana, não é um beneficiário dessc clima generalizado de desonesti­dade institucional?

Poderíamos ficar horas, dias, semanas inteiras nesta tribuna, relatando ediscutindo episódios constrangedores para nossa sociedade, onde a cupidez ea má fé se aliam para corroer as reservas duramente produzidas pelo trabalhoda sociedade. Não apenas eu, mas cada um dos representantes aqui presentesconhece ene casos semelhantes. Até mesmo os dignos Parlamentares gover-

nistas, ou talvez principalmente os Parlamentares governistas, pelo acessoque têm aos bastidores do Poder, ao uso da máquina oficial para as campa­nhas dos delfins ...

Para ficar na meia hora destinada pelo Grande Expediente, este orador,portanto, tem de se limitar a apenas uma denúncia. Deixo aos nobres colegasa tarefa de dar prosseguimento à luta em defesa da propriedade e dos cofrespúblicos.

Cumpro, hoje, minha obrigação: venho denunciar, com indignação e re·volta, os desdobramentos da crise na ELETROACRE - uma nódoa nas tra­dições de honestidade e de decência que fazem o apanágio do povo acreano.

A imprensa do Estado e os órgãos de circulação nacional têm acompa­nhado a evolução do escândalo, que explodiu nos últimos dias de 1981, comas declarações do empresário Romário Viana de Melo. Assumindo integral­mente a responsabilidade, assinando e reconhecendo a firma nas denúnciasRomário Viana de Melo acusou o ex-Presidente da ELETROACRE e postu~Jante a uma candidatura federal, Alércio Dias, da prática de atos desonestos edilapidadores do patrimônio da empresa.

Segundo a denúncia - até agora não contestada, quase 3 meses decorri­dos - Alércio Dias usou o nome do empresário para uma operação fictícia, a"compra" pela ELETROACRE de 1.140 postes, faturando Cr$ 15 milhões.

Acontece que, de real e concreto, só há o dinheiro saído dos cofres daELETROACRE, porque tais postes simplesmente não existem.

Para que esta Casa tome ciência do grave escândalo, faço questão de lera Íntegra da denúncia:

"O Sr. Alércio Dias está usando o meu nome", afirma o empresário Ro­mário Viana de Melo, "que é o nome de uma firma de postes no Distrito In­dustrial desde 24-11-80, quando o mesmo me enganou, dizendo que usariameu nome só para ganhar uma concorrência dc postes redondos em númerode 1.140 unidades".

Até aí ainda estamos no terreno da fraude, do nefando porém tradicionaluso de testas-de-ferro nas transações envolvendo órgãos públicos.

No item seguinte de sua denúncia, entretanto, o Sr. Romário Viana deMelo começa a pintar o quadro mais grave do roubo, da apropriação indébi­ta, pura e simples, praticada pelo então Presidente da ELETROACRE, con­tra a empresa que ele mesmo deveria proteger: "Aconteceu que ganhamos aconcorrência, no valor de Cr$ 15.780.000,00, sem existir a fábrica".

O rio de lama engrossa a partir daí, envolvendo procurações caducas, es­telionato, negociatas e perseguições a funcionários da ELETROACRE quenão compactuaram com a patifaria.

Chamo a atenção de V. Ex!s, Srs. Deputados, para a evolução do escân­dalo, já completando dois anos sem qualquer providência por parte do Go­verno Estadual. A Polícia Federal está investigando, mas o Sr. Alércio Diassó deixou a Presidência da ELETROACRE para ser candidato a DeputadoFederal, na chapa do PDS, onde será - sem dúvidas! - um dos expoentes...

Portanto, quando se chamar o Sr. Alércio Dias de "ex-Presidente daELETROACRE", verificar-se-á que esse afastamento é conseqüência de umacandidatura-prêmio e não da punição merecida.

O Governador e seus áulicos fazem que não sabiam, procuram mostrarinocência e desconhccimento das irregularidades na ELETROACRE. Maseles sabiam. E foram coniventes, através do silêncio inexplicável.

No dia 27 de janeiro do ano passado o engenheiro Maurício Massaudenviou extenso relatório de denúncias ao Diretor de Operações da ELETRO­NORTE. que, por seu turno, encaminhou o documento ao Governador doEstado. pedindo providências e apuração dos fatos.

E que fatos!São 24 denúncias diferentes, começando pela mais grave de todas: já em

1979 o Governador Joaquim Macedo foi inteirado de que as coisas na ELE­TROACRE estavam marchando rumo à completa imoralidade. Não se co­nheceu qualquer providência para deter a corrupção galopante, o que eviden­cia o apoio de S. Ex" ti escroqueria.

Destaco, agora, o teor das principais denúncias formuladas pelo enge­nheiro Maurício Massaud:

- O ex-Presidente da ELETROACRE, Alércio Dias, assumiu o contro­le de toda a movimentação de verbas, recursos e obras. Além de desprestigiaros técnicos e dirigentes setoriais, hipertrofiou sua posição de mando e afastouquaisquer eventuais concorrentes ao botim.

- Projeto para instalação de uma usina a gasogênio: Dessa pobre cor­nucópia saíram frutos nacionais e internacionais, festivas viagens à Alema­nha, compra de equipamentos não entregues e não operados. Projeto inviávelou, no mínimo, irreal, tanto assim que foi substituído pelo tradicional motorMerccdes Benz. Fica em suspcnso, entretanto, o rombo aberto nos cofres daempresa, que pagou, na época, Cr$ 400.000,00 por essa solução de emergên­cia. E, pior ainda: quem vai ressarcir a ELETROACRE pelos Cr$ \10.000,00

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gastos na compra de 10 toneladas de carvão, destinados a uma usina que nun­ca chegou a funcionar'!

- Construção do alimentador entre as Usinas Rio Branco I e 11. Haviaum orçamento, viável, de Cr$ 7,800,000,00 - abandonado pelo ex-Presidenteda ELETROACRE, que preferiu gastar, na mesma obra, Cr$ 14,000,000,00.Mais grave: a empreiteira teve de depositar Cr$ 300.000,00 na conta pessoaldo Sr. Alércio Dias, num banco de Rio Branco, a título de "empréstimo." ...

- O rumoroso caso dos postes. Havia uma orientação no sentido de quefossem usados postes de madeira, aproveitando-se a notória abundância ve­getal da Amazônia. Preferiu o então presidente da ELETROACRE, todavia,a solução mais cara e mais propícia à corrupção: comprou ferragcns, em va­lor acima de Cr$ 2.000.000,00, para postes inservíveis; a conseqüéncia eviden­tc foi a transformação desse material em ferro-velho. Comprou-se, então, umoutro lotc, dc especificações diferentes e preço também diferente: Cr$4,000.000,00, gastos sem as indispensáveis formalidades de concorrência equalificação dos licitantes.

- Transformação de funcionários da ELETROACRE em empregadospessoais do SI'. Alércio Dias. Pelo menos 4 casos concretos são denunciadosno relatório do SI'. Maurício Massaud, que cita, também, o uso de viaturas daempresa no serviço particular do ex-Presidente.

- Cobranças e dispensas irregulares. É vedada a cobrança de quotas­partes nas extensões ou reforços de redes, mas o ex-Presidente autorizou edispensou a cobrança, muitas vezes sem aprovação dos técnicos, em orça­mento ou projctos específicos.

- Irregularidades na elaboração de editais de concorrência pública,dando margens a mal-entendidos e práticas desonestas.

- Importação de equipamentos caríssimos, à revelia dos setores técni­cos. Conseqüência: compra de peças inúteis, problemas fiscais e pagamentode multas pela ELETROACRE.

- Irregularidades na formulação de diretrizes. Determinação verbal,não documentada, de isenções tarifárias.

- O escândalo do cimento. A ELETROACRE recebeu, a título dedoação. da Secretaria de Obras, 250 sacas de cimento, mas seu então Presi­dente faturou e embolsou o valor correspondente.

- Desaparecimento de processos importantes. O relatório do engenhei­ro Maurício Massaud cita um vergonhoso episódio:

Sentindo-se prejudicada em determinada concorrência, a firma HOOS­MÁQUINAS S.A. recorreu administrativamente, mas o processo sumiu.para güudio da firma MAQUIGERAL, confirmada como fornecedora.

- Desvio de óleo combustível. Existem registros comprovando que 350mil litros de óleo diesel foram "emprestados" a outros órgãos públicos e, oque é mais grave ainda, a particulares. Não se tem conhecimento de paga­mento posterior desse generoso e irregular "empréstimo".

- Privilégios tarifários. Amigos da diretoria faziam desaparecer os me­didores de suas residências e passavam a pagar irrisórias tarifas mínimas, en­quanto o povo sofre a voracidade de contas insuportáveis.

- Irregularidades no pagamento de serviços diversos. A firma ELE­TRA. por exemplo, recebeu o pagamento pela instalação de 600 unidades deentradas de serviço para medidores, quando só havia concluído 300.

- Gastos com promoção pessoal: Cr$ 400.000,00 em notas de imprensa,compra de brindes e material de propaganda eleitoral, quando da inaugu­ração de 4.124 luminúrias, no dia 13/12/80.

- Desvio de funcionúrios da ELETROACRE para órgãos estranhos.Assessores e <::quipamentos, despesas com viagens e diárias para entidadesque nada têm a ver com o órgão energético.

- Turismo e mordomias a pretexto de "viagem de serviço". Pior ainda,declaração de datas falsas, para aumentar o ganho com diárias.

- Despesas irregulares com pessoas estranhas à empresa. Inclui passa­gens, ajudas-de-custo e diárias para esses beneficiários.

- Favorecimento de firmas para manutenção de equipamentos. Ope­rações inexplicúveis, em que a ELETROACRE pagou mais caro para ter umserviço pior. recebendo peças de má qualidade e fora das especificações técni­cas.

- Favorecimento da OGT: Essa firma é contemplada com a maior partedos contratos para transporte, na ELETROACRE. Não há concorrênciasnem licitações. Vale ressaltar que a OGT pertence a um cidadão que tem no­tórias ligações com familiares do Governador.

- Pagamentos excessivos em serviços de topografia. Para um serviçoavaliado em Cr$ 140.000,00 a ELETROACRE pagou Cr$ 400.000,00,

São dcnúncias, como se vê, da maior gravidade, mas até agora, Sr. Presi­dente. Srs. Deputados, não foram contestadas pelo Sr. Alércio Dias nem peloGovernador do Estado. As únicas providências ficaram por conta da Polícia

Federal, que se torna credora do respeito de todos os acreanos pela decisãocom que tem agido no episódio. Nesse trabalho, as autoridades sindicantescontam com o apoio decidido da opinião pública, liderada I?ela bancada doPMDB na Assembléia Legislativa: vale ressaltar, inclusive, que o própriolíder Francisco Thaumaturgo já compareceu à Delegacia da Polícia Federal,em Rio Branco, para prestar sua colaboração e as informações de que dispõe,para a elucidação do caso.

Jú era impossível ao Governo, encobrir o escándado, que ganhou pro­jeç;}o nacional através dos noticiúrios da impr<::nsa.

O Jornal do Brasil, na sua edição do último dia 20 de fevereiro, informouque dois peritos da Polícia Federal foram enviados a Rio Branco para ajudarna apuração das irregularidades praticadas pelo Sr. Alêrcio Dias à frente daELTROACRE,

Embora não queiram antecipar conclusões quanto ao processo, os agen­tes federais estão arrolando ex-funcionários da empresa e pessoas suspeitas departicipação nas irregularidades.

A base das apurações é o relatório do ex-Diretor Maurício Massaud, cu­jos principais itens ralacionei, sucintamente, para que a Casa pudesse apreen­der a gravidade das acusações.

Süo fatos, repito. antigos. pois o relatório é datado de jan<::iro de 1981 e oSr. Alércio Dias continuou manipulando as verbas c os programas da ELE­TROACRE até alguns dias atrás, quando se desincompatibilizou para con­correr a uma cadeira de Deputado FederaL

À medida que avançam as investigações, verifica-se que o lodaçal é maisamplo, fétido e profundo do que se imaginava. O próprio Palâcio Rio Brancoestá sob suspeita de participação nas irregularidades. pois os inquéritos apon­ta para assessores diretos do Sr. Joaquim Macedo.

Quero, nesta oportunidade, expressar, minha integral confiança naatuação da Polícia Fed<::ral e no Juiz limar Nascimento Galvão, designadopara instruir o processo ejulgar os implicados. O Acre é um estado muito jo­vem e muito honesto para ver a impunidade de erimonosos, estelionatários,peculatários e desonestos como os que empolgaram a sua geradora de energiaelétrica.

Foi reaberto. por mais 90 dias, o prazo para as investigações policiais.Ainda neste semestre, portanto, deveremos ter suas conclusões. Esta, pelomenos. parece ser a determinação das autoridades federais, inclusive do pró­prio Ministro das Minas e Energia, que quer levar até o fi~ as investigações,

Concedo o aparte ao Sr. Wildy Vianna.

O Sr. Wildy Vianna - Agradeço a V. Ex' a oportunidade do aparte. V.Ex! se refere às notícias veiculadas pela imprensa segundo as quais o ex­Presidente da ELETROACRE é corrupto, e compactuou com uma série denegócios desonestos. Embora sem discordar do pronunciamcnto dc V. Ex!,espero que a Justiça FederaL recebendo o inquérito feito pela Polícia Federal,nos dê os meios para que desta tribuna possamos aplaudir as palavras de V.Ex' ou até mesmo contestú-las. Eu lamento, nobre Deputado, que o meu Es­tado, como disse há bem pouco, esteja caindo dia a dia no conceito destaNação e de todo o povo brasileiro, em decorrência do procedimento de mausbrasileiros ou de má notícia levada ao conhecimento público. Espero que se oSr. Alércio Dias realmente é corrupto. que a Justiça o puna. Estarei aqui parabater palmas. Mas eu gostaria de fazer uma ressalva. Tenho a impressão deque o Governador Joaquim Macedo não é culpado de tudo isso. Diz-se, àboca cheia, no meu Estado. nobre Deputado, que o Sr. Alércio Dias apareceucomo Presidente da ELETROACRE como que por um milagre. Tenha a cer­teza absoluta de que com o apoio deste Deputado não foi, porque comoacrcano. pcrdóe-mc a franqueza, sou bairrista, defendo a minha terra e a mi­nha gcnte.

O SR. GERALDO FLEMING - Agredeço a V. Ex~, nobre DeputadoWildy Vianna. o aparte, mas discordo de V. Ex~ quando não aceita em parteas minhas denúncias. Todo o Estado do Acre, nobre Deputado, todo o Brasil,sabe dessas irregularidades, assim como também V. Ex~ O Nobre Deputadoestá sendo benevolente com o Governador do Estado e com o seu partido. Eurespeito a sua posição.

Com relação II afirmaç;}o de V. Ex~, de que o Governador não tem, res­ponsabilidade, nobre Deputado, o maior responsüvel pela corrupção no Esta­do do Acre é exclusivamente S. Ex' Há pOllCO o Sr. Alércio Dias era um cor­retor de seguros no Estado do Acre, e. de uma hora para outra, como V. Ex'sabe e declarou neste instante. apareceu como o homem forte do Governadordo Estado, como o homem forte do Gabinete do Governador do Estado. Hámais de um ano o Governador recebe essa denúncia, que li aqui há pouco, enenhuma providência S. Ex' tomou. Foi preciso a intervenção da Polícia Fe­deral, foi preciso a intervenção do Ministério das Minas e Energia para que

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL. (Seção I) Sáhado 13 847

os tomasse uma providência, não por parte do Governo do Estado, mas, sim,por iniciativa das autoridades federais. Muito obrigado, nobre Deputado,

O Estado é pobre. Mal tem recursos para honrar os compromissos comseus servidores, mas vé desviados para fins excusos os poucos meios disponí­veis.

O problema energético no Acre é, acima de tudo, uma crise de honra e decompeténcia. Aliadas à desonestidade e à ignorância formam o quadro te­nebroso que conspira contra o desenvolvimento do Estado e o bem-estar deseu valoroso povo.

O bravo e combativo Deputado Manuel Machado, que compàe a banca­da do PMDB na Assembléia Legislativa acreana, disse claramente o que to­dos suspeitam no Estado: Alércio Dias, afirmou, "saiu da ELETROACREcom os bolsos cheios de dinheiro para comprar votos dos eleitores".

O Sr. Nabor Júnior - Permite V. Ex~ um aparte, nobre Deputado?

O SR. GERALDO FLEMING - Com muita honra concedo o aparte aV. Ex~

O Sr. Nabor Júnior - Nobre Deputado Geraldo Fleming, V. Ex~ honra,nesta tarde, as tradições de bravura do povo acreano, ao trazer ao conheci­mento da Casa e da Nação esta denúncia de irregularidades que vém sendocometidas em nosso Estado por pessoas que deveriam corresponder à con­fiança que o povo acreano nales depositou, ao dirigir uma das empresas maisimportantes, como a ELETROACRE. Neste instante V. Ex~ alinha em seupronunciamento uma série de irregularidades denunciadas por um ex-Diretorda empresa, designado pela ELETRONORTE para compor a Diretoria daELETROACRE, cujo relatório foi encaminhado ao Sr. Governador JoaquimFalcão Macedo, no início do ano passado, para as devidas providências. To­davia, nenhuma medida foi adotada por parte daquela autoridade estadualpara apuração desses fatos, que não condizem, de maneira alguma, com oespirito que deveria nortear os atos da administração estadual acreana. Demodo que me congratrulo com V. Ex~ pela bravura, pela coragem com quetrata este tema, de tão graves conseqüências, trazendo-os ao conhecimento daCasa e da Nação. Ao mesmo tempo quero dizer que estranho o fato de que oex-Presidente da ELETROACRE, Alércio Dias, justamente a pessoa que estásendo denunciada com veemência por V. Ex~, continue praticamente noexercício da direçào daquela empresa do Estado, porque apenas legalmenteele se desincompatibilizou para concorrer à cadeira de Deputado Federal. Eledisse que vai empregar Cr$ 30.000.000,00 para sair com o mandato de Depu­tado Federal pelo Estado do Acre, com dinheiro que ele amealhou no exercí­cio de uma missão oficial, que era a de Presidente daquela companhia. Antesde deixar li Presidência da ELETROACRE ele autonomeou-se assessor dessaempresa e continua mandando, continua sendo o homem forte da ELE­TROACRE...

O SR. GERALDO FLEMING - O que não deixa de ser corrupção,nobre Deputado.

O Sr. Nabor Júnior - ... mesmo depois de se ter desincompatibilizadopara concorrer às eleiçàes de 15 de novembro deste ano. Isto é uma vergonha,que não podemos aceitar, de maneira nenhuma, ilustre Deputado, porque éuma verdadeira farsa à própria lei eleitoral, que manda que a autoridade seafaste da sua função pública nove meses antes das eleições para concorrer aqualquer cargo eletivo. No entanto, o Sr. Alércio Dias desincompatibilizou­se apenas legalmente, mas continua na qualidade de primeiro assessor daELETROACRE, cargo para o qual ele autonomeou-se e continua a exerceros mesmos poderes que exercia anteriormente como Presidente. Quero pro­testar contra esse fato e emprestar o meu total apoio, a minha total solidarie­dade a V. Ex' pelas denúncias que está trazendo contra essa corrupção desen­freada que infelizmente está ocorrendo no nosso querido Estado do Acre.

O SR. GERALDO FLEMING - Agradeço o aparte ao nobre Deputa-do.

O Sr. Wildy Vianna - Permite-me V. Ex~ um aparte?

O SR. GERALDO FLEMING - Darci o aparte a V. Ex~, antes de con­cluir meu pronunciamento.

Exigem-se forças homéricas para continuar denunciando, criticando eanalisando os crimes cometidos contra o povo e a administração do Estadodo Acre. São tantos, tão graves, que seria fastidioso e assustador o relato inte­grai da corrupção e das irregularidades que se acumulam~ para desespero e re­volta daquela gente ordeira e honesta.

Quando pensamos que jâ se atingiu o máximo da imoralidade adminis­trativa. surgem outros fatos. igualmente graves e merecedores de puniçãoexemplar. Depois do escândalo da ELETROACRE, no momento em que asirregularidades do Hotel Chuí começam a se esclarecer, surge o roubo dc ma-

terial do Colégio Agrícola, que afeta o patrimônio estadual em mais de Cr$4.000.000,00.

Roubaram desde baldes para leite até máquinas do tamanho de uma vul­canizlldora de cúmaras de ar: de armário para ferramentos a 80 comedourosde frangos. Dezenas de itens foram surrupiados ao estabelecimento de ensinorural. Comerciantes, funcionários do Estado e outras pessoas participaramda rapina e li sociedade, estupefata, a tudo assiste e aguarda providências.

E uma faléncia moral que não conhece limites. Temos noticias de que afirma ENCAL, fabricante de tijolos, grande fornecedora para obras públicas,estú sendo adquirida pelos filhos do Governador.

O negócio tem aspectos peculiares que vale a pena registrar.

A SRA. PRESIDENTA (Lúcia Viveiros) - A Mesa comunica ao nobreorador que dispõe apenas de um minuto.

O SR. GERALDO FLEMING - Sr~ Presidenta, comecei o meu discur­so 2 minutos depois da hora prevista. Peço a V. Ex~ que seja benevolente, es­tendendo meu tempo em mais 2 minutos. .

A SRA. PRESIDENTA (Lúcia Viveiros) - V. Ex~ começou a falar umminuto depois da hora prevista, ou seja. às 14:31 horas. O seu discurso deveráterminar às 15:01 horas.

O Sr. Wildy Vianna - Permita-me V. Ex~ apenas um minuto.

O SR. GERALDO FLEMING - Concedo a V. Ex~ um minuto.

O Sr. Wildy Vianna - Nobre Deputado Geraldo Fleming, quero, nestebreve aparte, discordar, em parte, das afirmações do nobre Deputado NaborJúnior sobre o envio de um relatório ao Governador. Afirmo categoricamen­te, sob palavra de honra, que esse relatório até hoje não chegou às mãos de S.Ex' o Governdor de nosso Estado. E lamento discordar mais uma vez do De­putado Nabor Júnior quando diz que se compra voto no Estado do Acre. De­safio S. Ex', porque já ganhei cinco eleições e nào sei até hoje o preço de umvoto. Não acredito que o dinheiro possa levar um candidato à vitória.

O SR. GERALDO FLEMING - Garanto a V. Ex~ que o Governadordo Estado do Acrc tem fechado os olhos, não só essa, mas para todas as cor­rupções que lá têm ocorrido. E V. Ex' é conhecedor do problema. A provadisto é que outros Deputados, colegas de V. Ex', não vieram a este plenáriopara defender o Governador.

Concluo, SI" Presidenta que honra neste dia esta Casa, presidindo a ses­são, uma mulher do Norte, do nosso Norte sofrido e corrompido.

O negócio tem aspectos peculiares, que vale a pena registrar para depoiscobrar: trata-se de uma empresa que atravessa precária situação financeiramas que agora, 11 vista da transferência para a família do Governador, recebemelhorias e eslá sendo reequipada. Um investimento considerável que, certa­mente, já prevê novos e evidentes lucros...

Concluo Icmbrando uma promessa que me foi feita, há quase um ano,pelo Deputado Siqueira Campos, um dos honrados representantes do PDSnesta Casa: quando condenei, em 19 de junho último, casos de corrupção noEstado do Acre, S. Ex' assegurou que ia levar as acusações ao GovernadorJoaquim Macedo e pedir-lhe explicações, subsídios para rebater minhas de­núncias.

Só que até agora não recebi tais respostas.Porque corrupção nào se justifica. Fatos concretos, episódios comprova­

dos, fraudes documentadas - nada disso pode ser contestado, quando a de­núncia é feita lisa e francamente, baseada apenas na vontade de proteger obem comum.

Seguisse o nobre Deputado Siqueira Campos o exemplo da bancada doPDS acreano e teria ficado mudo, naqucla oportunidade - porque as minhasdenúncias e acusações foram ouvidas em silêncio e engolidas pelos porta­vozes do Governo Joaquim Macedo, num assentimento tácito a seus termos.Apenas o Deputado Siqueira Campos, repito, representante de Goiás,apresentou-se em defesa do Governo acreano.

Deve estar, a esta altura, arrependido de seu generoso gesto. Não pôdecumprir a promessa de rebater minhas acusações, porque elas se provaram ri­gorosamente verídicas, como admitiram, implicitamente, os governistas domeu Estado, ao ouvirem em silêncio as palavras que então proferi e hoje reite­ro.

Permaneço imbuído da esperança de que num futuro próximo o Acre fi­cará livre de tanta corrupção, tanta má-fé e tanto desinteresse pela sorte deseu povo.

Ê a certeza que trago no coração; só ela myanima a prosseguir na luta detantos anos. (Muito hem.)

O SR. RAFAEL FARACO (PDS - AM. Sem revisão do orador.) - Sr~

Presidenta, Srs. Deputados, nesta sexta-feira de recesso branco - quejá esta-

848 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1982

mos vivendo em pleno ano eleitoral - a Amazônia ganha mais uma tardeneste plenúrio. Desce da tribuna da Oposição o nobre Parlamentar GeraldoFleming. e ascendemos nós para falar não só sobre o nosso Estado, como fezS. Ex'. mas também sobre toda a nosa região.

Aliás. a Amazônia tem sido tema constante nesta Casa, ao longo dos pri­meiros dias de trabalho, nesta última sessão legislativa da atual legislatura.Há poucos dias, o Sr. Deputado Nivaldo Frota registrava, no Pequeno Expe­diente a passagem do 15g aniversário da criação da Zona Franca de Manaus,e o nobre Deputado Josué de Souza ocupou esta tribuna por 30 minutos paratratar especificamente daquele assunto. Naquela ocasião, alguns Parlamenta­res da área estavam presentes e apartearam S. Ex', inclusive nós, que nos en­contrúvamos no plenário, para fazer o registro da passagem de quinze anosdo único instrumento de desenvolvimcnto do nosso Estado e da área seten­trional da Amazônia Legal.

Volto à tribuna hoje, após concluir um trabalho de pesquisa, com a devi­da profundidade, acerca da validade desse instrumento desenvolvimentista daAmazônia Ocidental. Devemos questioná-lo, compará-lo com outros possí­veis projetos, talvez mais vocacionados para a nossa região, a fim de termosuma visão mais nítida do que pensam os Parlamentares, do que quer o povoda Amazônia e de como todos vêem e sentem o atual estágio de desenvolvi­mento em que nos encontramos, com a presença da Zona Franca de Manaus.

Sr' Presidenta, Srs. Deputados, todos conheccm a minha posição no Par­lamento brasileiro. A cada vez que subo à tribuna, trato sempre de assuntoespecífico, traduzindo as preocupações da Nação com a Amazônia, que paramim nào é apenas o Amazonas, meu Estado, mas é também o Pará, o Acre,Rondônia, Roraima e Amapá. É toda essa área que faz com que o Brasil, naexporessão de Benchimol, passe a ser considerado, na América Latina; comoum país amazônico, uma vez que integramos mais de 50% de sua área territo­rial. Por isso mesmo aceito que se proponha desta tribuna, como idéia paraser debatida, discutida, questionada, a criação do Ministério da Amazônia.Aliás. já posso iniciar a discussão deste tema. por discordar que esta seja amelhor solução para a garantia de que, no futuro a Amazônia, ainda seránossa. Entrctanto. admito que a idéia deva ser trazida para debate, muito me­nos neste plenário do que nas comissões específicas que se possam organizarpara esse fim, até mesmo no seio da Comissão do Interior desta Casa.

O Senador Jorge Kalume, uma das expressões humanas mais densas queconheço na nossa região. especialmente no Acre, tem uma idéia diferente.Propõe S. Ex' que, ao invés de se criar o Ministério da Amazônia, se crie anível de Secretaria da Presidência da República, um órgão que cuide exclusi­vamente dos recursos e dos projetos para o desenvolvimento da Amazônia,diretamente subordinado à Presidência da República. E esta proposta se jus­tifica. porque a Amazônia deve preocupar o Brasil não apenas em termos desegurança nacional, mas também pelo que ela pode produzir em alimentospara sustentar um país que, no final do século, terá 150 milhões de habitantes;pela sua capacidade em produzir alimentos para exportar e matar a fome dasgrandes populações do Oriente; pela sua enorme potencialidade no setor mi­neral.

Sr! Presidenta, no instante em que detectamos, através das pesquisas e daaerofotogrametria. as riquezas da Região Amazônica. ela irrompe para a co­biça mundial e atrai o capital nacional, chamando a responsabilidade do Po­der Central. Surge, numa hora de crise, o Projeto Grande Carajás. Não querodiscutir aqui o modo como se está implantando esse projeto de exploração eprospecção, desejo levantar essa questão apenas como uma prova da validadedas nossas preocupações em termos de sustentação econômica para estaNação, já que segurança nacional, stricto sensu, parece lembrar somentequestões militares, ou seja, preservação de domínio, soberania. No meu en­tender, nesse conceito cabem também aspectos sociais a serem explorados epreservados para as gerações pósteras.

Mas não é só Carajás. Há fenômenos isolados de Serra Pelada e de SãoGabriel da Cachoeira, onde foi encontrado ouro; há as jazidas de urânio nasaltas serras do Território de Roraima, capazes de garantir matéria-prima sufi­ciente para abastecer as centrais nucleares que fornecerão energia aos brasi­leiros no próximo século. Citaria também uma das maiores reservas de car­vão mineral na fronteira com o Peru, no Alto Javario Se falássemos só das po­tencialidades minerais da Amazônia, ocuparíamos todo o horário do GrandeExpedicnte. mas me preocupo com a Amazônia, principalmente, tendo emvista o que ela pode dar de alimentos para o homem.

Sr' Presidenta, Srs. Deputados, peço-lhes uma atenção especial para oProjcto Jari, à parte a questão de segurança nacional, de política externa e dedomínio estrangeiro. Esse projeto está produzindo celulose, visando à expor­taçào para os grandes mercados produtores de papel, assim como arroz, espe­cificamente quanto às suas particularidades econômicas em termos de pro­dução por hectare. Vejam V. Ex's, Srs. Parlamentares, que a Amazôniajá co-

meça a adentrar ~ terreno da produção de bens primários. Sem falar nas ter­ras rochas continentais, eu citaria os 200 milhões de hectares de várzeas, per­feitamente agricultáveis durante seis meses de cada ano.

Precisamos chamar a atenção do Ministério da Agricultura para o Nor­tc. através de sugestões que nós. Parlamentares da área, reunidos numa sub­comissão da Comissão do Interior, podemos fazer em forma de projetos, ob­jetivando a produção de alimentos destinados à exportação, entre os quais oóleo vegetal. A soja, por exemplo, cereal que se produzia no Sul somente, estásendo cultivada na Amazônia com excelentes resultados, tal como o café, noatual Estado de Rondônia. Um entrosamento entre técnicos e políticos, paradiscussão de programas e de idéias, postas em prática na Amazônia, na maiordas vezes à nossa revel ia, talvez ensejasse o surgimento de grandes projetosválidos, que fossem ao encontro das nossas aspirações, dos nossos desejos eda nossa vocação econômica.

Vejam como seria importante a nossa participação nos seminários dostecnoburocratas - _não uma reunião de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores,pequenos empresários, como a que está sendo feita em Salvador, para discutiro plantio da seringueira. Quanto se está gastando para levar centenas de pes­soas àquela cidade, para debater o problema fora da Amazônia? Nós dispen­saríamos o sacrifício, o esforço sobre-humano paa aumentar a produção daborracha natural, de que este País precisará sempre mais, à medida queescas­seia e encarece o petróleo no mundo.

Ouvi alguns conferencistas dizerem, nas antigas Co missões Técnicas Per­manentes da Casa. que, na Amazônia, as vocações essenciais são duas: mine­ração c exploração de mandciras. Admito a mineração como uma vocaçãofundamental da Amazônia e a exploração da madeira para aproveitamentodo subproduto, desde que se realize o replantio racional, a renovação das flo­restas heterogêneas. Mas vocação mesmo, não tendo em vista a área total,mas as "manchas" plenamente aproveitáveis para a agricultura, tal como asque Ludwig descobriu no Pará, a vocação essencial da Amazônia é a pro­dução de bens do setor primário.

Nesta altura do meu raciocínio, com todo o meu entusiasmo e a minhapaixão pela imensa terra amazônica, cu caio em mim e vejo meus irmãos doMédio e do Baixo Amazonas, a partir de Manacapuru, defrontarem-se com aelevação do nível das águas, que, descendo dos altos afluentes do Amazonas,numa volutuosidade incontida rumo ao Atlântico, já atingem quase I metrode altura. ameaçando ultrapassar - queira Deus não seja certa esta previsão!- o nível alcançado quando da maior enchente de todos os tempos, a de 53,que inundou inclusive a cidade de Manaus, levando à miséria, à fome e àmorte a criação e o homem no "inter/and.

Angustiam-me esses problemas diante da imensidão da Amazônia, ondeo homem parece pequenino e intruso, na expressão do grande Euclides daCunha.

Ouço V. Ex', Deputado Nabor Júnior.

o Sr. Nabor .Júnior - Ilustre Deputado Rafael Faraco, V. Ex', commuita propriedade, está abordando um tema realmente fascinante não sópara nós, amazônidas, mas também para os brasileiros dos diversos rincõesdesta grande Nação. O que nós observamos e V. Ex' disse com muita proprie­dade no seu pronunciamento oportuno, é que existem muitas distorções comrcferência à verdadeira vocação da Amazônia. V. Ex' tem toda a razão quan­do disse que a vocação da Amazônia é agrícola. V. Ex' está traduzindo o pon­to de vista dos maiores experts do assunto, corno Samuel Benchimol, ArturCésar Ferreira Reis e outros expoentes da cultura amazônica. O Governo de­veria entender que a vocação da Amazónia é de supridora de alimentos, nãosó para o Brasil, mas também para todo o mundo. Não faz dois meses, a re­vista "Veja" publicou um estudo referente à fertilidade das terras do Acre, oqual levou 20 anos para ser realizado, com a utilização inclusive de satélites ede levantamentos promovidos pelo Projeto RADAM. Ficou, então, constata­da a fertilidade das terras do Acre, que, com 252 mil quilômetros quadrados,tem pelo menos 200 mil quilômetros quadrados de terras das mais férteis doBrasil. No entanto, essa potencialidade não é aproveitada, ilustre DeputadoRafael Faraco. E se o fosse, a produção já estaria perdida, porque não have­ria escoamento para aqueles produtos. O Governo ensaiou a construção daTransamazônica e da Perimentral Norte, mas ambas as estradas estão aban­donadas, e o homem do hinler/and amazônico está morrendo de verdadeirainanição por falta de mcios de comunicação, de vias de acesso e por impossi­bilidade de escoamento da produção. Então, é preciso conciliar a cxploraçãodas terras férteis da Amazônia com a construção de vias de escoamento daprodução. com o oferecimento de meios de comercialização, porque os pro­dutos precisam chegar aos grandes centros consumidores. Parabéns a V. Ex'pelo brilhante pronunciamento que está fazendo nesta tarde, honrando e dig­nificando a representação do Amazonas no Congresso Nacional.

Março de 1982 DIÁRIO 1)0 CONGRESSO NACIONAL (Seção \) Sábado 13 849

o SR. RAFAEL FARACO - Agradeço a V. Ex~, nobre Deputado Na­bor Júnior. a generosidade de suas palavras.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, além do aproveitamento das terras agri­cultúveis. a Amazônia pode oferecer ao mercado interno as grandes reservasde peixe dos nossos rios. Devemos ter cuidado com as grandes empresas in­dustriais que pura lú se deslocam a título de beneficiar a região mas que po­dem implantar ali grundes frigoríficos c mecanismos que, depredando os nos­sos rios. os esvaziem da dieta mínima dos nossos homens, acabando com asespécies de pcixes ali existentes. Temos de implantar ali. para salvar essa ri­queza eom que a natureza nos abençoou. grandes fazendas pesqueiras, esco­las de pesca. para que O caboclo possa levantar a sua eabeça e contribuir,como no tempo da borracha. com 40% da renda nacional, e possa dar ao Bra­sil e ao mundo. com a sua altivez, a sua coragem, a sua teimosia horóica, ali­mentos para salvar da fomc a humanidade do próximo milênio.

O Sr: Geraldo Fleming - Permite-me V. Ex~ um aparte?

O SR. RAFAEL FARACO - Com pruzer, nobre Deputado.

O Sr. Geraldo Fleming - Nobre Deputado Rafael Faraco, digno repre­sentante do Amazonas. V: Ex~ aborda, no dia dc hoje, importante tema paratoda a nossa região. Lamentavelmente, as autoridades federais e - por quenão dizer'? - algumas autoridades estaduais procuram elaborar planos, comoaquele projeto de aproveitamento da floresta amazônica, que não saem dopapel. Neste caso, a maioria dos técnicos eram tecnocratas do Sul do País - equando digo sul. quero dizer de Brasília para baixo - que não procuraramouvir aqueles que conhecem realmente a Região amazônica. Daí a dificulda­de para o aproveitamento não só da floresta, mas também da Região Amazô­nica. em todos os seus aspectos. Esse é um problema nacional, é problemados nosso governantes. Continue debatendo o assunto c lutando pela nossaesquecida Região Amazônica. Congratulo-me com V. Ex' pelo seu brilhantepronunciamento.

o SR. RAFAEL FARACO - Agradeço a V. Ex~ o aparte, nobre amigoe Deputado Geraldo Fleming.

Devo concluir. dizendo que pretendo propor, tão logo se renovem asMesas das Comissões Permanentcs, em conjunto com a bancada da Amazô­nia, a criação de uma Subcomissão permanente na Comissão do Interior,para debater esses temas, elaborar projetos com o assessoramento de técnicosque nos possam dar cobertura neste trabalho. A Amazônia, apesar dessesproblemas todos levantados por V. Ex' e pelo Deputado Nabor Júnior, terá asua vez. Não será para a nossa geração, por causa da sua grandeza e da di­mensão dos problemas que a Amazônia encerra, mas não tenho nenhuma dú­vida de que o futuro lhe reserva muita prosperidadc. Ela será semprc do Bra­sil, e nenhum interesse em nome da humanidade será capaz de dissuadir-nosda convicçiio dc que é o braço brasileiro, quiado pela inteligência e pelo amora este País. que haverú de garantir os dias de esplendor. de riqueza e de pros­peridade para a Amazônia. que haverá de assegurar ao Brasil a condição pri­vilcgiada de líder deste continente. que lhe está reservada pelo fatalismo his­tórico. (Muito bem! Palmas,')

Durante o discurso do Sr. Rafael Faraco, a Sr" Lúcia Viveiros.SUf'le11le de Secretário, deixa a cadeira da presidência. que é ocupadapelo SI'. Furtado Leite, 19-5ecretário.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite') - Está findo o tempo destinadoao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs:

Nelson MarchezanJosé CamargoPaes de AndradeSimão Sessim

Acre

Amilcar de Quciroz - PDS; Geraldo Fleming - PMDB; Nabor Júnior- PMDB.

Amazonas

Mário Frota - PMDB; Rafael Faraco - PDS; Ubaldino Meirelles­PDS; Vivaldo Frota - PDS.

Pará

António Amaral- PDS; Brabo de Carvalho - PMDB; Jader Barbalho- PMDB; Manoel Ribeiro - PDS; Nélio Lobato - PDS; Osvaldo Melo ­PDS.

Maranhão

José Ribamar Machado - PDS; Luiz Rocha - PDS; Magno Bacelar­PDS; Nagib Haickel - PDS: Temístoeles Teixeira - PBDB; Victor Trovão- PDS; Vieira da Silva - PDS.

Piauí

Carlos Augusto - PP; Correia Lima - PDS: Joel Ribeiro - PDS; Lud­gero Raulino - PDS: Pinheiro Machado - PP.

Ceará

Adauto Bezerra - PDS; Antônio Morais - PP; Cesário Barreto ­PDS: Claudino Sales - PDS: Flávio Marcílio - PDS; Iranildo Pereira ­PMDB; Mauro Sampaio - PDS; Ossian Araripe- PDS; Paulo Lustosa­PDS; Paulo Studart -.: PDS.

Rio Grande do Norte

Antônio Floréncio - PDS; Henrique Eduardo Alves - PP; João Faus­tino - PDS: Vingt Rosado - PDS: Wanderley Mariz - PDS.

Paraíba

Ademar Pereira - PDS: Ãlvaro Gaudêncio - PDS; Antônio Gomes­PDS: Antônio Mariz - PP; Arnaldo Lafayette - PMDB; Carneiro Arnaud- PP: Marcondes Gadelha - PMDB; Octacílio Queiroz - PMDB.

Pernambuco

Augusto Lucena - PDS: Cristina Tavares - PMDB; Fernando Coelho- PMDB; Fernando Lyra - PMDB; João Carlos de Carli - PDS; JoaquimGuerra - PDS: José Carlos Vasconcelos - PMDB; José Mendonça Bezerra- PDS: Josias Leite - PDS; Marcus Cunha - PMDB; Milvernes Lima ­PDS: Oswaldo Coelho - PDS; Roberto Freire - PMDB; Sérgio Murilo ­PP; Thales Ramalho - PP.

Alagoas

Albérico Cordeiro - PDS; Geraldo Bulhões; Mendonça Neto ­PMDB; Murillo Mendes - PMDB.

Sergipe

Celso Carvalho - PMDB; Francisco Rollemberg - PDS.

Bahia

Carlos Sant'Ana - PP; Fernando Magalhães - PDS; Francisco Benja­mim - PDS; Francisco Pinto - PMDB; Henrique Brito - PDS; HonoratoVianna - PDS; Horácio Matos - PDS; Jorge Vianna- PMDB; JoséAmo­rim - PDS; José Penedo - PDS; Leur Lomanto - PDS; Marcelo Cordeiro- PMDB; Menandro Minahim - PDS; Odulfo Domingues - PDS; PriscoViana - PDS: Raymundo Urbano - PMDB; Rogério Rego - PDS; Rômu­lo Galvão - PDS; Roque Aras - PMDB; Stoessel Dourado - PDS; Ubal­do Dantas - PP: Wilson Falcão - PDS.

Espírito Santo

Christiano Dias Lopes - PDS; Gerson Camata- PMDB; Luiz Baptis­ta - PP; Max Mauro - PMDB; Parente Frota - PDS.

Rio de Janeiro

Alair Fcrreira - PDS; Alcir Pimenta - PP; Álvaro Valle - PDS; CélioBorja - PDS; Celso Peçanha - PMDB; Daniel Silva - PP; Darcílio Ayres- PDS; Délio dos Santos - PMDB; Edison Khair - PMDB; Felippe Penna- PMDB; Florim Coutinho - PMDB; Hydekel Freitas - PDS; Joel Lima- PP: Joel Vivas - PP; JG de Araújo Jorge - PDT; Jorge Gama - PMDB;Jorge Moura - PP; José Maria de Carvalho - PI\1DB; José Torres - PDS;Lázaro Carvalho - PP; Léo Simões - PDS; Leônidas Sampaio - PP; MaeDowell Leite de Castro - PP; Marcello Cerqueira - PMDB; Marcelo Me­deiros - PP; Miro Teixeira - PP; Modesto da Silveira - PMDB; OsmarLeitão - PDS; Oswaldo Lima - PP; Paulo Rattes - PMDB; Peixoto Filho- PP; Rubem Dourado - PP; Rubem Medina - PDS; Saramago Pinheiro- PDS; Walter Silva - PMDB.

Minas Gerais

Aécio Cunha - PDS; Antônio Dias - PDS; Batista Miranda - PDS;Bento Gonçalves - PP; Bias Fortes - PDS; Bonifácio de Andrada - PDS;Carlos Eloy - PDS; Ch ristóvam Chiaradia - PDS; Delson Searano - PDS;Edgard Amorim - PMDB; Fued Dib - PMDB; Genival Tourinho - PP;Gerardo Renault - PDS; Hélio Garcia - PP; Hugo Rodrigues da Cunha­PDS; Jairo Magalhães - PDS; Jorge Ferraz - PP; Jorge Vargas - PP; JoséMachado - PDS; Juarez Batista - PP; Júnia Marise - PMDB; LeopoldoBessone - PP; Melo Freire - PP; Navarro Vieira Filho - PDS; Newton

850 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) J\larço de 1982

Cardm;o - PP; Paulino Cícero de Vasconcelos - PDS; Raul Bernardo ­PDS; Renato Azeredo - PP; Sérgio Ferrara - PP; Telêmaco Pompei ­PDS; Vicente Guabiroba - PDS.

São Paulo

Adalbertú Camargo - PDS; Adhemar de Barros Filho - PDS; AirtonSandoval - PMDB; Alcides Franciscato - PDS; Alberto Goldman ­PMDB; Antônio Morimoto - PDS; Antôniú Russo - PMDB; Antônio Za­charias - PDS; Athiê Coury - PDS; Aurélio Peres - PMDB; Baldacci Fi­lho - PTB; Benedito Marcílio - PT; Bezerra de Melo - PDS; Caio Pom­peu - PP; Cantídio Sampaio - PDS; Cardoso de Almeida - PDS; CarlosNelson - PMDB; Erasmo Dias - PDS; Flávio Chaves - PMDB; FreitasNobre - PMDB: Gióia Júnior - PDS; Henrique Turner - PDS; HerbertLevy - PP; Horácio Ortiz - PMDB; Israel Dias-Novaes - PMDB; JoãoArruda - PDS; João Cunha - PMDB: Jorge Paulo - PDS; José de CastroCoimbra - PDS; Maluly Netto - PDS; Mário Hato - PMDB; Natal Gale- PDS; Octávio Torrecilla - PDS; Pacheco Chaves - PMDB; Pedro Caro­lo - PDS; Ralph Biasi - PMDB; Ruy Côdo - PMDB; Ruy Silva - PDS;Salvador Julianelli - PDS; Samir Achôa - PMDB; Santilli Sobrinho­PMDB; Valter Garcia - PMDB.

Goiás

Anísio de Souza - PDS; Brasilio Caiado - PDS; Fernando Cunha­PMDB; Genésio de Barros - PMDB; Guido Arantcs - PDS; Hélio Levy­PDS; Iram Saraiva - PMDB; José Freire - PMDB; Paulo Borges ­PMDB; Rezende Monteiro - PDS.

Mato Grosso

Bento Lobo - PP; Carlos Bezerra - PMDB; Gilson de Barros ­PMDB; Júlio Campos - PDS; Milton Figueiredo - PP.

Mato Grosso do Sul

Antônio Carlos de Oliveira - PT; Leite Schimidt - PP; Ruben Figueiró- PP; Ubaldo Barém - PDS.

Paraná

Adolpho Franco - PDS; Ãlvaro Dias - PMDB; Alípio Carvalho ­PDS; Antônio Annibelli - PMDB; Antônio Ueno - PDS; Braga Ramos­PDS; Ernesto DaJrOglio - PMDB: Heitor Alencar Furtado - PMDB; Her­mes Macedo - PDS; Igo Losso - PDS; halo Conti - PDS; Lúcio Cioni ­PMDB; Mário Stamm - PP; Nivaldo Kruger - PMDB; Norton Macedo­PDS; Olivir Gabardo - PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB; Paulo Pimentel- PDS: Pedro Sampaio - PP; Reinhold Stephanes - PDS; Roberto Galva­ni - PDS; Vilela de Magalhães - PTB; Walber Guimarães - PP.

Santa Catarina

Artenir Werner - PDS; Ernesto de Marco - PMDB; Esperidão Amin- PDS; Evaldo Amaral - PDS; João Unhares - PP; Luiz Cechinel- PT;Nereu Guidi - PDS; Pedro Ivo - PMDB; Víctor Fontana - PDS; Walmorde Luca - PMDB.

Rio Grande do Sul

Aleebíades de Oliveira - PDS; Aldo Fagundes - PMDB; AlexandreMachado - PDS; Aluízio Paraguassu - PDT; Cardoso Fregapani ­PMDB: Cláudio Strassburger - PDS; Darcy Pozza - PDS; Eloar Guazelli- PMDB; Eloy Lenzi - PDT; Emídio Perondi - PDS; Harry Sauer ­PMDB; Hugo Mardini - PDS; Júlio Costamilan - PMDB; Magnus Gui­marães - PDT; Pedro Germano - PDS; Rosa Flores - PMDB; Túlio Bar­cellos - PDS; Victor Faccioni - PDS; Waldir Walter - PMDB.

Roraima

Hélio Campos - PDS.

VI - ORDEM DO DIA

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - A lista de presença acusa ocomparecimento de 214 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar poderãofazê-lo.

JOSIAS LEITE - Projeto de lei que acrescenta parágrafo único ao art.29 da Lei n" 5.991. de 17 de dezembro de 1973.

WALDMIR BELINATI - Projeto de lei complementar que acrescenta~ ao art. 4" da Lei Complementar n" 26. de 1I de setembro de 1975, para per­mitir o saque das importâncias creditadas nas contas dos participantes doPrograma de Integraçào Social (PIS), no caso de desemprego que especifica.

EDSON VIDIGAL - Projeto de lei que acrescenta §§ ao ar!. 29 da Leide IT]lprcnsa. relativamente ao direito do jornalista de prestar esclarecimentossobre desmentidos de matéria que fez publicar.

PEDRO FARIA - Projeto de lei que cria o Dia do Fonoaudiólogo Bra­sileiro.

PA ULO LUSTOSA - Projeto de lei que dispõe sobre a criaçào do Fun­do Nacional de Casas do Estudante Carente, e dá outras providências.

JOSÉ FREJAT - Projeto de lei que proíbe a venda de empresa em débi­to de salários com seus em pregados.

SIQUEIRA CAMPOS - Projeto de lei que dispõe sobre o fornecimentode gêneros de primeira necessidade ao trabalhador desempregado, e determi­na outras providências.

PEIXOTO FILHO - Requerimento para inserção em ata de voto de pe­sar pelo falecimento de Ari Milesi, no Rio de Janeiro.

- Requerimento de informações ao Ministério da Previdência e Assis­tência Social sobre as providências adotadas para instituição do seguro obri­gatório para atlelas profissionais.

RUY CÔDO - Projeto de lei que estabelece normas para a realizaçãodo concurso vestibular.

o Sr. A~rto~ Soares - Líder do PT - Sr. Presidente, peço a palavra paraLima comunIcaçao.

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Tem a palavra o nobre Depu­tado.

o SR. AIRTON SOARES (PT - SP. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, há poucos minutos o Deputado Freitas Diniz recebeu do Supre­mo Tribunal Federal notificação de uma representação que contra ele perpe­tra a Procuradoria-Geral da República.

Sr. Presidente. o Exm" Sr. Procurador-Geral da República, em sua pe­tição, afirma que:

"I. No dia 8 de setembro de 1981, proferiu o denunciado vio­lento discurso, na Cám ara dos Deputados, a propósito de criticardeterminada autoridade eclesiástica que, no exercício de seu minis­tério, desligara da Arquidioccsc de São Luiz o padre alienígenaMarcos Passerini.

2. Todavia, nesse mesmo discurso, ao solidarizar-se com opadre que, segundo a imprensa da época (publicações anexas) eraum radical, opunha-se às autoridades constituídas e vinha insuflan­do invasões de propriedades "pelas populações sem casa" (cf. Folhade S. Paulo, de 8/9 e revista "Isto é", de 16-9-81, recortes anexos), odenunciado, por manifesta motivação político-subversiva, resultan­te de inconformismo político-social, passou a ofender gratuitamentea honra do Excclentíssimo Senhor Presidente da República, com oobjctivo de indispô-lo com a opinião pública.Continua o Procurador!

"3. Segundo consta das notas taquigráfieas, distribuídas "pa­ra uso exclusivo dos jornalistas", declarou, a certa altura, o denun­ciado o seguinte" e transcreve trecho do discurso proferido nestaCasa pelo Deputado Freitas Diniz!

"Entào estamos aqui, nesta hora, para não só protestar, mas para avisaros representantes do povo e desta Nação que é exatamente o Sr. João Figuei­redo que aí está com esta tal de mão estendida, que está mandando tropaspara matar posseiros. matar o povo, expulsar o povo das terras públicas eentregá-Ias aos ladrões de terras públicas. A responsabilidade direta, portan­to. é do Presidente da República. Não adiantam os desmentidos do MinistroDélio Jardim de Maltos. porque as tropas foram deslocadas para lá. Não sa­tisfeito em prender padres e assinalando que lá existem tropas federais emvários quarteis está deslocando para massacrar posseiros e estamos sendo in­formados de que há determinação no sentido dc prender padres c bispos. demassacrar e assassinar os verdadeiros brasileiros que lá estão trabalhandopara o futuro deste País.

Era o que queríamos registrar para que todos saibam que o Presidente daRepública João Baptista de Figueiredo é quem está deslocando tropas, dandoordens diretas por intermédio do Sr. Otávio Medeiros para prender padres ebispos e matar posseiros."

(Doc. anexo.)

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 1151

o Diário do Congresso Nacional, de 9-9-81, publica esse dis­curso com retoques e algumas modificações, mas sem deixar de re­gistrar os tópicos caluniosos, in verbis:

"Estamos aqui, nesta hora, não só para protestar, mas paraavisar os representantes do povo e desta Nação que é exatamente oSr. João Figueiredo, que aí está com essa tal de mão estendida,quem está mandando tropas para expulsar o povo das terras públi­cas e entregá-las aos ladrões de terras públicas. A responsabilidadedireta, portanto, é do Presidente da República. Não adiantam osdesmentidos do Ministro Délio Jardim de Mattos, porque as tropasforam deslocadas para lá. Não satisfeito o Presidente em prenderpadres - e assinalamos que lá existem tropas federais em váriosquartéis, deslocadas para massacrar posseiros - estamos sendo in­formados de que há determinação no sentido de prender padres ebispos, de massacrar e assassinar os verdadeiros brasileiros que láestão trabalhando para o futuro deste País.

Era o que queríamos registrar, para que todos saibam que oPresidente da República, João Baptista de Figueiredo, é quem estádeslocando tropas, dando ordens diretas nesse sentido por intermé­dio do Sr. Otávio Medeiros para prender padres e bispos."

(Doc. anexo.)"E continua o Procurador argumentando.!

4. Ante o exposto, por razões de inconformismos político­social, atribuindo, de público, ao Presidente da República, citadonominalmente. e a um Ministro de Estado. fatos caluniosos (man­dar ... "cxpulsar o povo das tcrras públicas e entregá-Ias aos la­drões" ... , mandar .....prender padres e bispos... massacrar e assassi­nar os verdadeiros brasileiros....., etc.), cometeu o Deputado emcausa o crime do art. 33. parágrafo único, da Lei nO 6.620, de 17-12­78, - Lei de Segurança Nacional - pelo qual fica denunciado.

5. Nestes termos, requer-se a instauração da respectiva açãopenal, procedendo-se nos termos dos arts. 233 e seguintes do Regi­mento Interno do Supremo Tribunal Federal; e desdejá se pede que,recebida a denúncia, citado o acusado e realizada a instrução, seja oréu afinal condenado às penas do crime capitulado no item anterior,com a conseqüente suspensão de seus direitos políticos,dispensando-se prévia licença da Cámara, nos termos da Lei e daju­risprudéncia.

Protesta-se pela juntada de novos documentos, pela realizaçãode perícias, requisições e outros meios de provas permitidos.

Termos em queP. Deferimento.Brasília, 20 de janeiro de 1982. - Inocêncio Mártires Coelho,

Procurador Geral da República."

O Deputado Freitas Diniz foi notificado. O Ministro para o qual foi dis­tribuída a representação é o Ministro Moreira Alves, e a partir desta data cor­re o prazo de 15 dias para que S. Ex9 apresente a sua defesa prévia.

Sr. Presidente, o discurso foi proferido nesta Casa no dia 8 dc setembro,e a representação do Procurador-Geral, esse mesmo, que é o representante doTribunal. reconheceu. depois, que havia cometido um erro, tinha-se equivo­cado quanto à fundamentação junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Simples­mente no dia 20 de janeiro, ou seja, quatro meses depois, no ano seguinte, éque entende que houve infração à Lei de Segurança Nacional.

Sr. Presidente, o inconformismo político-social, que é a base da acu­sação, ter-se-ia manifestado através de discurso proferido dessa tribuna. Ora,nesta Casa muito se falou em prerrogativas. Até o Presidente Nelson Marche­zan, na sua campanha eleitoral para a Presidência, em discurso contra o De­putado Djalma Marinho prometia que iria defender as prerrogativas dos De­putados e Senadores.

Sr. Presidente, o Deputado fez um discurso nessa tribuna no exercício desuas funções. O discurso não foi sequer censurado pela Mesa da Câmara dosDeputados. No entanto, quatro meses depois, um Procurador-Geral, que jámanifestou sua incompetência no processo do Tribunal Superior Eleitoral ­incompetência quanto à competência mesmo. Competência quer dizer conhe­cimentos técnico-jurídicos da legislação e do Direito - porque defendeu oGoverno muito mal, vem e representa contra o Deputado Freitas Diniz. Oque fez o Deputado Freitas Diniz, num discurso nesta Casa? Defendeu o que,no exercício do seu mandato'?

Desta forma, Sr. Presidente, temos de concluir que está na hora, de no­vo, de, nesta Casa. levantarmos a bandeira das prerrogativas. Vi o Presidente

da Câmara defendendo o Deputado Anísio de Souza em todos os foros. Eraum Deputado do Governo que cometera um crime comum, fora desta Casa,quando não estava exercendo o seu mandato, um Secretário de Estado que,aqui em Brasília, se indispôs contra um motorista de ônibus e contra ele arre­meteu três ou quatro liras. Esse Deputado foi processado pelo Supremo, queacaba de receber a denúncia. mas o Presidente da Câmara se mexeu, foi falarcom o Ministro, defendeu o Parlamentar, consultou a Comissão de Justiça. Eos Deputados acusados de atentarem contra a Lei de Segurança Nacional?Passam in albis agora'? Não se faz mais nada? A defesa das prerrogativas nãoexiste mais'? Quer dizer que processar por atentado à Lei de Segurança Nacio­nal pode, que imunidade parlamentar não existe? Nem o Sr. Presidente nem aMesa da Câmara dos Deputados não fazem nada, neste Plenário não se diznada, mas um Deputado que agride a tiros um transeunte qualquer, um mo­torista de ônibus, este, sim, merece a atenção toda da Casa, por ser do partidodo Governo" É esta a relação que existe entre Deputados do Governo e De­putados da Oposição'? Ou vão dizer que é crime contra a segurança nacional?Mas é o exercício do mandato. Quantas vezes ouvimos desta e daquela tribu­na injúrias, calúnias. difamações, tudo na busca da verdade, seja falando deum ou de outro, de autoridade ou não, porque esta é uma tribuna que deveser livre, e não cabe a nós o ónus da prova. O ónus da prova cabe à autorida­de constituída. que tem de mostrar que não cometeu aquele deslize. Sr. Presi­dente, não entendemos e reclamamos, aqui, um comportamento do Presiden­te da Casa em defesa dos mandatos dos Deputados que são apenados, quesão processados. uma ação na busca do restabelecimento das prerrogativasdos Parlamentares, coisa que se esqueceu aqui - objeto de campanha, todomundo dizia: não vai scr assim como quer o Dcputado Djalma Marinho,como quer o Deputado Flávio Marcílio, mas o Presidente Nelson Marchezantem uma proposta para defender as prerrogativas dos Parlamentares. E ondeestá'? Onde está o partido do Governo, que também dizia querer defender asprerrogativas dos Parlamentares? Defender prerrogativas dos Parlamentaresé defender Deputado fora do exercício do mandato, que comete crime co­mum'? Fora da tribuna da Câmara? Ou é defender a inviolabilidade do discur­so, seja qual for. contra quem quer que seja'? Essas questões estão muito bemcolocadas. Vui mais um Deputado desta Casa para o pclourinho do SupremoTribunal Federal, à mercê das acusações do Procurador da Justiça, que é umórgão do Executivo. nomeado pelo Presidente da República, para fazer valeros princípios da segurança nacional e dizer que um discurso pronunciado nes­ta Casa promoveu o inconformismo político-social. Inconformados somostodos nós, da Oposição, e também muitos do Governo, que não nos confor­mamos com muitas coisas que existem neste País. Inconformismo político­social, crime contra a segurança, praticado desta tribuna, quatro meses de­pois registrado pelo Procurador! Ora, Sr. Presidente, isso para nós é uma cla­ra vingança dos órgãos de segurança do Governo, que foram atingidos peloDeputado Freitas Diniz, desta tribuna, quando S. Ex9 denunciou o compro­metido inquérito do Riocentro, onde o crime foi abafado. Esse Deputado foium dos que mais denunciaram o fato nesta Casa e recebe, agora, daquelesmesmos integrantes do aparelho do Riocentro. uma reação - muito inteli­gente, porque não se vai dizer que há uma relação causa e efeito, mas está oDeputado sendo processado. E também porque sc meteu, lá no sul do seu Es­tado, o Maranhão, em Goiás e no Pará, na defesa dos posseiros, contrariandoo famoso GETAT, contrariando o famoso Conselho de Segurança Nacional,que é responsável pelo GETAT. Por isso é que S. Ex9 está sendo processado.E esta Casa tem que ver que estão usando um discurso feito da tribuna paraatingir um Deputado dos mais conseqüentes da Oposição nesta Casa.

Fica registrado o nosso protesto e o requerimento, para que o Presidenteaja para com o Deputado Freitas Diniz como agiu com o Deputado Anísio deSouza, na defesa das prerrogativas do parlamentar.

o Sr. Álvaro Dias - Sr. Presidente. peço a palavra para uma comuni­cação, como Líder.

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Tem a palavra o nobre Depu­tado.

o SR. ÁLVARO DIAS (PMDB - PRo Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, primeiramente colocamo-nos ao lado da Lide­rança do PT no protesto contra essa violência que se pretende praticar contrao bravo Deputado Freitas Diniz e que, mais que uma violência contra umparlamentar. é uma agressão ao Poder Legislativo deste País.

Em segundo lugar devo registrar, em nome do meu partido, o reclamodos estudantes brasileiros representados pela União Nacional dos Estudan­tes, em função da pretensão do Ministério da Educação em instituir o ensinopago nas Universidades Federais.

852 Sábado 13 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Março de 1982

Eu resumo este documento e peço a V. Exª que o considere como lido nasua íntegra em raz.ão do tempo que me resta:

"SOBRE A PORTARIA N9 3/82 doMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

Mal começou o ano, os estudantes das Universidades Federaisdo país souberam pela imprensa da intenção do MEC de: em pri­meiro lugar, tentar avançar no sentido de instituir o ensino pago nasuniversidades federais e, em segundo lugar, adotar medias drásticasno que diz respeito aos representantes universitários (RU's).

A tentativa de extinguir o ensino público em nosso país não énovidade. Embora essa política esteja intimamente ligada à Portarian9 3/82, não serú objeto de análise profunda neste documento.Abordaremos a questão: relativa aos RU's e as recentes medidas doGal. Ludwig.

O quadro quc precisa ser levado em consideração para melhorentendermos a Portaria é, em rápidas pinceladas, o seguinte:

I) O ensino pago já engloba mais de 75% das escolas superio­res do país. Os poucos menos de 25% estão distribuídos em insti­tuições federais, estaduais e municipais. Sendo que, a grande maio­ria se concentra nas federais.

2) As universidades federais se dividem em "autárquicas" e"fundações". Muitas fundações já cobram taxas que são verdadei­ras mensalidades.

3) A dotação destinada inicialmente para as universidades fe­derais dentro do orçamento global do MEC foi cortado em 14,6%(exercício de 82). Este corte significou a subtração de um bilhão equatrocentos milhões das verbas destinadas aos subsídios dos RU's.

4) O MEC extinguiu progressivamente todos os seus organis­mos vinculados à SESU (Secretaria de Ensino Superior) que cuida­vam da assistência estudantil. Antes existia o DAE (Departamentode Assuntos Estudantis), posteriormente transformado em Coorde­nação de Assuntos Estudantis, e. agora, reduzido a um assessor.

5) Existem 325 mil estudantes matriculados em universidadesfederais, desses, apenas 48 mil utilizam os serviços dos RU's o querepresenta uma taxa baixíssima de 14,7%, deixando claro portantoque. em vez de reduzir, o MEC deveria ampliar e muito este serviçobásico para o bom rendimento do estudante.

Considerações

I) A Po rtaria adotou a medida inédita de tabelar nacional­mente os preços dos RU's, desrespeitando a autonomia das univer­sidades. que. até então, fixavam os preços a partir da situação es­pecífica de cada instituição. Geralmente o preço do RU's só era fi­xado depois que os estudantes resolviam aceitar um preço exequível,fruto da luta de nossas entidades.

2) A Portaria. além de adotar o tabelamento nacional, deter­mina reajustes semestrais baseados no INPC de Janeiro e Julho. Êbom frisar que os funcionários e professores das universidades fede­rais autárquicas não tem reajustes semestrais. E são 19 as autárqui­cas justamente as maiores do país como a UFRJ (Rio de Janeiro),co~ 24 mil estudantes, a UFBA (Bahia) com 17 mil estudantes, aUFMG (Minas Gerais) com 17 mil estudantes etc.

3) A Portaria fixa preços entre Cr$ 30,00 e Cr$ 130,00 (veranexo). Isto acarreta grandes aumentos como ocorreu na Universi­dade Federa! de São Carlos, de Cr$ 7,00 para Cr$ 30,00 e de Cr$15,00 para Cr$ 130.00. Na Bahia (4 refeições gratuitas desde 1969passaram para Cr.$ 30.00 e as de Cr$ 50,00 para Cr$ 130,00).

4) As medidas da Portaria n9 3, embora textualmente não se­jam obrigatórias para universidades estaduais, algumas delas vêmsendo adotadas. Como é o caso da USP (a maior e a primiera uni­versidade do país com mais de 40 mil estudantes) e da UniversidadeEstadual do Maranhão.

5) A Portaria tem gerado alto grau de descontentamento jun­to às reitorias. pois. parte das administrações das federais conside­ram a Portaria uma agressão à autonomia de cada instituição. Alémdisso, ela não tem o mínimo fundamento do ponto de vista adminis­trativo, dado que muitas universidades podem. perfeitamente, comverbas do MEC, subsidiar as refeições a um preço baixo ou mesmomanté-las gratuitas, como já acontece. Afora isso, as universidadespodem, também, econtrar mecanismos próprios que levem ao bara­teamento dos custos das alimentações. Exemplos disso já existem,como dois Camp; da UFPB (Paraíba) - Areia c Bananeiras - queutilizam hortaliças, frutas e carne fornecidas pelas fazendas-modelo

da própria universidade, fazendas que, além de fornecerem alimen­tos baratos e de boa qualidade, servem para as aulas práticas de cur­sos como os de Agronomia e Veterinária. Isso acontecia na UFBAalguns anos atrús. Na Universidade Federal Fluminense o restau­rante é subsidiado pelo renda de um cinema no centro de Niterói depropricdade daquela instituição.

6) A Portaria visa também estender e consolidar uma políticade divisão dos estudantes em carentes, semi-carentes. não carentes...baseada numa fórmula matemática que, se aplicada. reduziria aquase zero a taxa de beneficiados pela dita carência. Esta políticatem como objetivo a divisão das forças dos estudantes.

Conclusões

I) A Portaria n9 3/82 do MEC ofende profundamente os inte­resses e direitos de estudantes, professores e funcionários das Uni­versidades públicas especialmente das Federais.

2) A Portaria n9 3/82 fere profundamente a autonomia uni­versitária. Obs: Os Conselhos Universitários da Universidade Fede­ral Fluminense e da Universidade Federal de Minas Gerais repudia­ram a dita portaria pelo termo anterior.

3) A Portaria nQ 3 decreta preço e outras medidas não condi­zentes com a realidade econômica dos estudantes.

4) A Portaria n9 3 é a aplicação em uma área específica dapolítica geral do MEC de recessão de verbas às Universidades brasi­leiras e de implantar a cobrança de serviços e mensalidades nas Fe­derais, extinguindo assim o ensino gratuito.

Nossas Reivindicações

I) Revog:,lção Imediata da Portaria.2) Reabertura imediata dos restaurantes fechados.3) Abertura de discussão democrática entre reitorias, estu­

dantes e comunidade universitária para fixação dos preços da re­feição à nível local.

4) Devolução do subsídio de I bilhão e 400 milhões cortadospara os RU"s.

5) Devolução dos 14,6% cortados dos orçamentos das Fede-rais.

6) Suplementação de verbas para as Universídadesjá em défi­cit orçamentário no início do ano e para as que solicitarem comple­mentaçào a partir deste período.

Nossa disposiçào é a de lutar até conseguirmos bons resultadospara os estudantes. pondo fim às medidas draconianas do MECpara os RU"s.

Defendemos o ensino superior brasileiro contra a política deasfixia que o governo promove, através dos cortes de verbas. Estapolítica visa justificar o atrelamento de nossas universidades àsgrandes empresas, principalmente as multinacionais, e à implan­tação do ensino pago.

As tomadas dos restaurantes por parte de nossos colegas e soba direção dos DCE"s, UEE"s e da UNE têm-se dado de maneirapacífica e ordeira, Esta atitude é de quem quer preservar nossas uni­versidades. Visa impedir o desrespeito à comunidade universitária ea aplicação de aumentos desnecessários. O dinheiro arrecadado temsido entregue as reitorias e. quando não a ceito pelas mesmas, usadopara compra de géneros alimentícios.

Para os estudantes e para o restante da comunidade universi­túria, está claro que a intenção do Governo e, em particular, do Mi­nistro da Educação, é de extinguir os restaurantes universitários.Prova disso foi a declaração à impensa do porta-voz do MEC; Sr.Antônio Praxedes: "A conseqüência natural da crise dos RU"s é aextinção dos mesmos" Folha de S, Paulo, de 10-3-82).

Acreditamos, no entanto, que foi justamente o Sr. Ministrocom sua Portaria que criou a crise e foi também o próprio Gal. Ru­bem Ludwig que, desrespeitando os reitores, obrigou o fechamentodos restaurantes. E agora ameaça extinguí-los.

Mas é só o Ministro que quer acabar os RU"s. Os reitores etoda comunidade universitária, sabem que a universidade não podefuncionar sem eles.

É. por isso, que toda comunidade universitária hoje exige c lutapela reabertura dos restaurantes e o restabelelcimento da normali­dade na Universidade brasileira.

Várias Universidades já deflagaram greve exigindo o fim daPortaria e mais verbas. Respondendo a isto, o Ga!. Ludwig e o seu

Mar~o de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ào Il Sábado 13 853

porta-voz oficial Antônio Praxedes agridem a UNE dizendo quenão representa os estudantes brasileiros.

A UNE que. em 1982, completa 45 anos de existência e luta emprol da democracia, da independência nacional e do ensino públicoe gratuito não aceita as agressões e provocações proferidas pelosmembros do Governo no MEC.

Os universitários brasileiros estão dispostos a discutir seria­mente os problemas da Universidade brasileira e ajudar a encontrarsoluções. O que não queremos é deixar de estudar nem passar fome.- Francisco Javicr Alfaya, Presidente da UNE."

o SR. NEY FERREIRA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma co­municação. como Líder. ,-

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Tem a palavra o nobre Depu­tado.

O SR. NEY FERREIRA (PDS - 8A. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, a ira, a revolÚI do Deputado Airton Soares é das mais justas. Ele élíder do PT; defende um companheiro que é levado às barras do tribunal. Oque não entendemos é que em todas as manifestações da Oposição, algumasjustas. hú sempre a conotação da ingratidão. da revolta contra o partido doGoverno. que não pode ser responsabilizado por posições adotadas peloProcurador-Geral da República, pelo Supremo Tribunal Federal, enfim, poroutros órgãos.

Lembra-se V. Ex', Sr. Presidente, e lembra toda a Casa, do esforço querecentemente todos nós, do PDS e das Oposições, fizemos para impedir umprocesso contra o Deputado Eloy Lenzi. Fizemos, para tanto, um esforço dosmais justos; era um companheiro que estava sendo levado ao pelourinho. fi­zemos duas ou três votações para impedir que ele fosse condenado. Mas des­sas coisas a Oposição se esquece e, na hora em que quer defender um seucompanheiro, parte desabridamente contra um outro companheiro, tambémparlamentar. o Deputado Anísio de Souza. Nós achamos justo que se denfen­dam as prerrogativas do Deputado Freitas Diniz.

Não concordamos, em nenhum instante, com as palavras proferidas porS. Ex' no discurso agressivo, injusto e injurioso que proferiu contra o Gover­no. quando atribuiu ao Presidente Figueiredo e ao General Otávio Medeirosprovidências que não foram realmente tomadas por S. Ex~, pois há uma hie­rarquia de autoridades no conjunto de uma República federativa.

Sr. Presidente, o Deputado Freitas Diniz está sendo convocado pelo Su­premo Tribunal Federal para provar o que disse. Se não forem verdadeiras asacusações ele será absolvido, é evidente. Então, diz o Deputado Airton Soa­res que o Procurador-Geral é incompetente porque o TSE julgou contra elequando julgou a favor da Oposição, no caso da incorporação. O Procuradorpassa a ser, por isso, incompetente. Se o TSE julgasse em consonância com oProcurador estaria influenciado pelo Governo. Enfim, é uma balbúrdia. Re­clamam, mas o fazem assim, disparatadamente, Sr. Presidente. É por isso quenós, do Governo, queremos que. pelo menos, se faça justiça.

Defendemos o direito do Deputado Freitas Diniz ter as suas prerrogati­vas, e quem está defendendo o Deputado Anisio de Souza é a Comissão deConstituição e Justiça da Câmara, que entende, ao contrário da decisão doSupremo Tribunal Federal, que não houve um hiato, que não houve uma so­lução de continuidade no mandato de S. Ex~, vez que estava licenciado porexerccr um cargo de Secretário de Estado. Já o Deputado Airton Soares, noafã de defender o seu companheiro do PT, acha que o Deputado Anisio deSouza talvez deva até ser condenado. Esse tratamento, de dois pesos e duasmedidas, nós não aceitamos. Nós, do Governo, aqui, queremos dizer queachamos justo o pronunciamento do Deputado Aírton Soares. Não aceita­mos, todavia. que se venha criticar o Presidente da Câmara porque ele não to­mou nenhuma medida quanto ao Deputado Freitas Diniz. Pelo contrário, te­nho certeza que o Sr. Presidente procurará resguardar o mandato do Deputa­do Freitas Diniz, como fez no caso do Deputado Anisio de Souza, e como fa­rá com todos os Deputados. Ê uma injustiça que se faz ao Deputado NelsonMarchezan, um dos maiores companheiros que temos nesta Casa. Ê precisoque a Oposição tenha mais comedimento e não queira atribuir tudo ao partí­do do Governo, que não responde pelo fato de o Sr. Ministro do Exército ter­se considerado ofendido, oficiado ao Procurador-Geral da República e estefeito com que o Deputado Freitas Diniz fosse chamado à responsabilidadepelo Supremo Tribunal Federal. Não vejo por que esse desespero, pois, se oDeputado Freitas Diniz fez uma acusação séria, válida, ele vai prová-la;provando-a, ele scrú absolvido, esta é a grande verdade. Por que o partido doGoverno teria culpa disso? Nós não podemos responsabilizar o PDS por pro­vidências tomadas por órgãos do Executivo.

Ê essa a ressalva que a Liderança do PDS quer fazer nesta tarde, sem re­tirar, um instante sequer, a solidariedade que dá a todos os Deputado quanto

üs suas prerrogativas, quanto its suas imunidades. Jamais a Liderança do Go­verno darú o seu aval para injúrias, calúnias ou difamações, porque, quanto aessas - sobretudo é minha opinião pessoal - acho que todos os Deputadosdevem ter responsabilidade, devem responder pelos seus atos, para que estanão seja uma Casa onde se tenha como objetivo principal denegrir autorida­des. injuriar pessoas e instituições. Acho que todos devemos ser responsáveisdentro das nossas prerrogativas, das nossas imunidades, que não devem serabsolutas porque somos, em verdade. cidadãos comuns. O Deputado não es­tá acima do bem e do mal. Se um Deputado afirma alguma coisa, deve ter res­ponsabilidade pelo que afirma.

Por isso, acho injustas as palavras do Deputado Airton Soares quandodiz quc o Presidentc Nelson Marchezan defende um Deputado e não defendeoutro. Não. A posição do Deputado Marchezan é equânime, e a posição daMcsa também, tenho certeza, será equanime.

Quanto a nós - quero apenas refrescar a memória do Deputado AirtonSoares - já o fizemos no passado, e tantas quantas forem as oportunidadesdefenderemos as prerrogativas, as imunidades e o mandato parlamentar sejade Deputados do PDS, seja de Deputados dos partidos de oposição.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Vai-se passar à votação da ma·téria que está sobre a Mesa e a constante da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Há sobre a mesa e vou subme­ter a votos o seguinte

REQUERIMENTO

Sr. Presidente:Nos termos regimentais. requeiro urgência para a tramitação do Projeto

de Lei nº 5.000-A/81, que "dispõe sobre a criação de cargos na Secretaria doTribunal Regional Eleitoral do Estado do Maranhão, e dá outras providên­cias".

Sala das Sessões, 10 de março de 1982. - Edison Lobão, Vice-Líder doPDS no exercício da Liderança.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que o aprovam quei­ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Fnrtado Leite) -

Discussão única do Projeto de Lei n9 5.617-A, de 1981, que al­tera disposições da Lei n9 5.887, dc 31 de maio de 1973, referentes aoregime jurídico do Diplomata; tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicídade e técnica le­gislativa. Pendendo de parecer da Comissão de Serviço Público. (DoPoder Executivo) - Relator: Sr. Gomes da Silva.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Tem a palavra o Senhor WildyVianna, para proferir parecer em substituição à Comissão de Serviço Público,na qualidade de Relator designado pela Mesa.

O SR. WILDY VIANNA (PDS - AC) - Sr. Presidente, é o seguinte oparecer da Comissão de Serviço Público:

"I - Relatório

De autoria do Poder Executivo, chegou-nos às mãos, parasobre ela emitirmos parecer, a Mensagem n9 537/81, pela qual sepropõe os arts. 49, 89 e 10 da Lei n9 5.887, de 31 de maio de 1973,com a redação que lhe foi dada pelas Leis n9s 6.595, de 1978; 6.716,de 1979; e 6.857, de 1980.

2. Com as modificações ora propostas, o instituto da agre­gação de Diplomata ficaria alterado no sentido de proporcionar aoAdministrador os meios necessários para planejar o fluxo de pro­gressões verticais, mantendo aos funcionários diplomáticos a expec­tativa de acesso às classes mais altas em prazo previsível.

3. A par disso, as alterações estabelecem um mecanismo queevita com o tempo efeitos danosos à carreira diplomática, face aovirtual bloqueio que o retorno imprevisto de certo número de desa­gregados ao Ministério das Relações Exteriores provocaria no fluxodas progressões verticais, a longo prazo.

4. Trata ainda o Projeto de evitar a agregação de diplomataem determinados casos, como o de licença por motivo de doença empcssoa da família por prazo superior a seis meses, desde que relacio­nada ao exercício da profissão, cuidando também de eliminar res­trições existentes na legislação atual quanto à progressão de funcio-nário com exercício em organismo internacional. .

Ê o relatório.Não há, no projeto, nada que vislumbre prejuízo aos direitos

pessoais ou funcionais do funcionário em atividade, do funcionário

854 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1982

agregado ou do funcionário cuja agregação venha a terminar. Aocontrário, resguarda ao servidor diplomático todos os seus direitosquanto a remoção, progressão funcional, designação para chefias,etc.

11 - Voto do Relator

Ante o exposto, somos pela adoção das medidas propostas noProjeto de Lei nO 5.617, de 1981, votando por sua aprovação."

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Não havendo oradores inscri­los, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar it votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Vou submeter a votos o

PROJETO N0 5.617-A, DE 1981

O Congresso Nacional decreta:

Arl. lO Os artigos 40, 8Q e 10 da Lei nQ 5.887, de 31 dc maio de 1973,com as modificações que lhe foram introduzidas pelas Leis nOs 6.595, de 21 denovembro de 1978, 6.716, de 12 dc novembro de 1979, e 6.857, de 19 de no­vembro de 1980. passam a vigorar com a seguinte redação.

"Ar!. 4" O Diplomata temporariamente afastado do exercíciode seu cargo será agregado nos seguintes casos:

I - licença para trato de interesses particulares por prazo supe­rior a seis meses;

II - licença especial por prazo superior a seis meses;III -licença por motivo de doença por prazo superior a seis

meses, salvo em caso de acidente em serviço ou doença contraída emdecorrência de condições peculiares ao excrcício da profissão;

IV - licença por motivo de doença em pessoa da família porprazo superior a seis meses, salvo em caso de acidente em serviço oudoença contraída em decorrência de condições peculiares ao exercí­cio da profissão que vitimem dependentes diretos;

V - desempenho de cargo, função ou encargo em outros ór­gãos da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, doDistrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - exercício em organismo internacional de cargo ou comis­são que impeça o efetivo desempenho da função de Diplomata;

VII- desempenho de mandato eletivo;VIII - afastamento do exercício do cargo para acompanhar o

cônjuge, funcionário da Carreira de Diplomata removido para pos­to no exterior ou que já se encontre servindo no exterior;

XI - afastamento para freqüentar qualqucr curso, por indi­cação da Administração, com prazo de duração superior a seis me­ses. excetuados aqueles próprios da Carreira de Diplomata;

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no item V desteartigo os casos de afastamento para o desempcnho de cargo, funçãoou encargo de ocupação privativa de Diplomata nos Gabinetes Civilc Militar da Presidência da República, previstos no artigo 32 doDecreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967.

Art. 89 Nào poderá haver progressào funcional do Diplomataagregado nos termos do item I e VIII do ar!. 49

§ 2° N~IO poderá haver progressão, por merecimento, do Di­plomata agregado nos termos desta Lei, salvo nos casos de:

a1ocupante dos cargos de Conselheiro e de Ministro de Segun­da Classe, agregado de conformidade com os itens V e VI do art. 4Q;

b) ocupantes dos cargos de Segundo-Secretário e Primeiro­Secrctário agregados de conformidade com o item V do art. 4", parao exercício dc cargo, encargo ou função nos Gabinetes Civil e Mili­lar da Presidência da República, bem como nos órgãos de assessora­mento direto da Presidência da República, previsto no art. 32 doDecreto-lei n" 200, de 25 de fevereiro de 1967; e

c) afastamento nos termos do item IX do ar!. 4"

......................................................Art. lO. Cessado o motivo da agregação, o Diplomata, me­

diante ato do Ministro de Estado, reassumirá o exercício do cargo,pa5sando a ocupar, na respectiva classe, o lugar que lhe competirpor ordem de antigüidadc.

§ I" Terminada a agregação, o Diplomata figurará sem nume­ração na lista da antigüidade de sua própria classe, no luga~que lhe

corresponda. até lhe ser atribuído número, ocorrendo a primeira va­ga, após transcorrido:

a) tempo equivalente ao que permaneceu agregado nos casosdos itens I e II do ar!. 4"

hl tempo equivalente à metade do que permaneceu agregadonos casos dos itens III e IV do ar!. 4";

c) tempo equivalente a um terço do que permaneceu agregadonos casos dos itens V, VI, VII, VIII e IX do art. 4Q

§ 2" Ao cessar a agregação, caso o Diplomata não se encontre,por motivo justificado, no local onde deverá exercer suas atividades,ser-Ihe-á assegurado, para efeito de apresentação, o prazo de trintadias.

§ 39 No caso do item I do art. 4Q, o Diplomata só poderá vol­tar a ser agregado, pelo mesmo motivo, decorrido o tempo idênticoao que permaneceu agregado, a contar do término da agregação an­terior, se essa agregação tiver tido duração inferior a dois anos, e de·corridos dois anos se a agregação anterior tiver ultrapassado essetempo."'

Art. 2" Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Ar!. 39 Revogam-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Senhores que o aprovamquciram pcrmancccr como estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai it redação final.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Há sobre a mesa e vou subme­ter a votos a seguinte redação final:

PROJETO DE LEI N" 5.617-8, DE 1981

Altera disposições da Lei n95.887, de 31 de maio de 1973, refe­rentes ao re!!;ime ,jurídico do Diplomata.

O Congresso Nacional decreta:Ar!. 19 Os arts. 49,89e 10 da Lei nQ5.887, de 31 de maio de 1973, com

as modificações que lhe foram introduzidas pelas Leis nQ6.595, de 21 de no­vembro de 1978; n9 6.716, de 12 de novembro de 1979; e n9 6.857, de 19 de no­vembro dc 1980, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 4" O Diplomata temporariamente afastado do exercí­cio de seu cargo será agregado nos seguintes casos:

1 - licença para trato de interesses particulares por prazo su­perior a 6 (seis) meses;

II - licença especial por prazo superior a 6 (seis) meses;111 - licença por motivo de doença por prazo superior a 6

(seis) mcses, salvo em caso de acidente em serviço ou doença con­traída em decorrência de condições peculiares ao exercício da pro­fissão;

IV - licença por motivo de doença em pessoa da família porprazo superior a 6 (seis) meses, salvo em caso de acidente em serviçoou doençu contraída em decorrência de condições peculiares aoexercício da profissão que vitimem dependentes diretos;

V - desempenho de cargo, função ou encargo em outros ór­gãos da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, doDistrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - exercício, em organismo internacional, de cargo ou co­missão que impeça o efetivo desempenho da função de Diplomata;

VII - desempcnho de mandato eletivo;VIII - afastamento do exercício do cargo para acompanhar o

cônjuge, funcionário da Carreira de Diplomata, removido para pos­to no exterior ou que já se encontre servindo no exterior;

IX - afastamento para freqüentar qualquer curso, por indi­cação da Administração, com prazo de duração superior a 6 (seis)meses, excetuados aqueles próprios da Carreira de Diplomata;

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no inciso V desteartigo os casos de afastamento para o desempenho de cargo, funçãoou cncargo de ocupação privativa de Diplomata nos Gabinetes Civile Militar da Presidência da República e nos órgãos de assessora­mento direto do Presidente da República, previstos no ar!. 32 doDecreto-lei n" 200, de 25 de fevereiro de 1967.

Art. 8" Não poderá haver progressão funcional do Diploma­ta agregado nos termos dos incisos I e VIII do art. 49 desta lei.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sábado 13 855

Parágrafo único. Não poderá haver progressão, por mereci­mento, do Diplomata agregado nos termos desta lei, salvo nos casosde:

a) ocupante dos cargos de Conselheiro e de Ministro de Segun­da Classe, agregado de conformidade com os incisos V e VI do art.4" desta lei;

b) ocupantes dos cargos de Segundo-Secretário e Primeiro­Secretário agregados de conformidade com o inciso V do art. 49 des­ta lei, para o exercício de cargo, encargo ou função nos GabinetesCivil e Militar da Presidência da República, bem como nos órgãosde assessoramento direto do Presidente da República, previstos noart. 32 do Decreto-lei n9 200, de 25 de fevereiro de 1967; e

c) afastamento nos termos do inciso IX do art. 49 desta lei.

Ar!. 10. Cessado o motivo da agregação, o Diplomata, me­diante ato do Ministro de Estado, reassumirá o exercício do cargo,passando a ocupar, na respectiva Classe, o lugar que lhe competirpor ordem de antigüidade.

S 19 Terminada a agregação, o Diplomata figurará sem nu­meração na lista da antigüidade de sua própria Classe, no lugar quelhe corresponda, até lhe ser atribuído número, oeorrendo a primeiravaga, após transcorrido:

a) tempo equivalente ao que permaneeeu agregado, nos casosdos incisos I e II do art. 49 desta lei;

b) tempo equivalente à metade do que permaneceu agregado,nos casos dos incisos 111 e IV do art. 49 desta lei;

c) tem po equivalente a um terço do que permaneceu agregado,nos casos dos incisos V, VI, VII, VIII e IX do art. 49 desta lei.

S29 Ao cessar a agregação, caso o Diplomata não se encon­tre, por motivo justificado, no local onde deverá exercer suas ativi­dades, ser-lhe-á assegurado, para efeito de apresentação, o prazo de30 (trinta) dias.

S39 N o caso do inciso I do art. 4" desta lei, o Diplomata sópoderá voltar a ser agregado, pelo mesmo motivo, decorrido tempoidêntico ao que permaneceu agregado, a contar do término da agre­gação anterior, se essa agregação tiver tido duração inferior a 2(dois) anos, ou decorridos 2 (dois) anos se a agregação anterior tiverultrapassado esse tempo."

Art. 29 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3" Revogam-se as disposições em contrário. 'Comissão de Redação, 12 de março dc 1982. - Murillo Mendes, Presi-

dente - Djalma Bessa, Relator - Francisco Rollemberg - João Alves.

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.

SR. PRESIDENTE(Furtado Leite) -

Discussão única do Projeto de Lei n" 4.942-A, de 1981, que au­toriza o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ­INCRA, a doar imóvel que menciona; tendo pareceres: da Comis­são de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidadee técnica legislativa; e, das Comissões de Agricultura e Política Ru­ral e de Finanças, pela aprovação. (Do Poder Executivo) - Relato­res: Srs. Theodorico Ferraço, Cardoso de Almeida e Leopoldo Bes­sone.

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leíte) - Não havendo oradores inscri­tos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Vou submeter a votos o Proje­to n" 4.942-A, de 1981.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 19 Fica o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária­INCRA, autorizado a doar, ao Município de Magé, no Estado do Rio deJa­neiro, uma área com 107,2691 ha (cento e sete hectares, vinte e seis ares e no­venta e um centiares) representada por dois lotes rurais e respectivas benfeito­rias, remanescentes da gleba Conceição do Suruí situada naquele Município,cujos limites e confrontações constam das plantas e memoriais descritivosexistentes no processo INCRA/CR(07) N" 730/80.

Parágrafo único. O imóvel a que se refere este artigo está matriculado emnome do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA,

no Registro de Imóveis dos 49 e 59 Distritos da Comarca de Magé, no Livro 3­J, fls. R8, sob o n" 7.695.

Ar!. 2" O imóvel doado destina-se à criação de um Núcleo de Treina­mento Demonstrativo Agropecuário.

Ar!. 39 A doação de que trata esta Lei será efetivada mediante termo aser outorgado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária­INCRA.

Art. 4" O imóvel doado, com suas benfeitorias e acessórios, reverterá,de pleno direito, ao patrimônio do Instituto Nacional de Colonização e Re­forma Agrária - INCRA. independentemente de qualquer indenização, seno prazo de 2 (dois) anos, contados da data da assinatura do termo referidono artigo anterior, não estiver definitivamente incorporado ao Núcleo deTreinamento Demonstrativo Agropecuário ou se ao mesmo, em qualquertempo. vier a ser dada destinação diversa da prevista nesta Lei.

Ar!. 59 Esta lei entrarú em vigor na data de sua publicação, revogadasas disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estào. (Pausa.)

Aprovado.Vai à redação final.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Concedo a palavra ao Sr.Francisco Benjamin. na qualidade de Líder do Partido Democrático Social.

O SR. FRANCISCO BENJAMIM (PDS - BA. Como Líder. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, em pronunciamento publicado no"Diário do Congresso Nacional" do dia 17 de novembro, o Deputado RubenFigueiró faz criticas infundadas à PETROBRÂS, que demonstram desconhe­cimento total dos problemas relacionados com o petrôleo no Brasil, além dese constituir em uma injustiça inominável à atividade daquela companhia eaos seus técnicos. que hoje se encontram na floresta amazônica, a muitos qui­lômetros da costa, no Acre e em vários pontos do País e do exterior, num tra­balho ininterrupto para que o Brasil deixe um dia de ser tão pobre, como afir­ma o Parlamentar.

Disse o Deputado que a PETROBRÂS enriquece enquanto o País se en­divida. referindo-se, naquela oportunidade, ao lucro da PETROBRÂS nosnove primeiros meses do ano, que havia sido Cr$ 54 bilhões.

Esquece ou ignora o parlamentar que, para descobirir petróleo, são ne­cessários investimentos vultosos, notadamente quando este petróleo não apa­rece fácil na natureza, como é o caso do Brasil. E somente em 1981 a PE­TROBRÂS investiu Cr$ 278 bilhões, dos quais 83% em exploração e pro­dução, em um trabalho que supera até aquele que vem sendo operado no Mardo Norte, e não encontra paralelo no mundo.

Se há - como diz o Deputado Rubem Figueiró - "necessidade de res­tabelecer o conceito da PETROBRÂS perante a opinião pública", será certa­mente porque líderes - como o Deputado Rubem Figueiró - divulgam ine­xatidões gritantes em assuntos de energia, exatamente no Congresso, que de­veria lutar pelo fortalecimento da PETROBRÂS - que foi por ele criadaatravés da lei n9 2.004, de 3-10-1953.

Um breve retrospecto da atuação da PETROBRÂS evidencia que, mes­mo lutando contra a adversidade de abastecer um país-continente, conseguiutornar o Brasil auto-suficiente na produção de derivados; desenvolver cam­pos de petróleo em terra e no mar, apesar das dificuldades geológicas; criar amaior frota de petroleiros da América Latina; implantar e desenvolver a in­dústria petroquímica: criar o único processo economicamente viável paraproduzir óleo de xisto existente no mundo; colocar nossa tecnologia em igual­dade de condições com os países de tradição petrolífera; além de marcar apresença brasileira na área internacional, descobrindo petróleo em outrospaíses e fomentando o relacionamento comercial com as nações produtorasde petróleo.

Para atuar no setor de petróleo, qualquer companhia tem que ser forte,ter capacidade técnica, recursos financeiros, projeção e reconhecimento inter­nacional.

Este, aliás, um dos pontos em que se confunde bastante a atuação da PE­TROBRÂS, que foi criada como instrumento para explorar o petróleo brasi­leiro, não para abastecer de petróleo o País. Entendem alguns ser fracasso daempresa não ter ainda descoberto um volume considerável de óleo bruto quepermita a <luto-suficiência de petróleo para o Brasil. Esquecem-se esses deque, ao lado da atividade precípua que determinou a Lei n9 2.004, que criou aPETROBRÂS, pela sua credibilidade, pela sua organização, pela valorizaçãoquc deu ao tema que buscava resolver, dentro da problemática nacional,impôs-se a PETROBRÂS como empresa de credibilidade internacional para,em nome do interesse nacional, em nome de nosso País, buscar no exterior,onde é bem mais farta a oferta de petróleo, o óleo de que necessitamos paracobrir o déficit de energia que nosso País reclama para seu desenvolvimento.

856 Sábado 13 DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seciío I) M arco de 1982

Se descobrir petróleo no Brasil fosse tarefa fácil, simples e barata, os grandesgrupos internacionais que vinham pesquisando. antes da criação da PE­TROBRÁS. ter-se-iam fixado aqui, ao invés de se lançarem em exploração noOriente Médio. onde os resultados eram imediatos.

Imaginem os Srs. Deputados que os dados, que a PETROBRÁS enume­ra pam sua produção de óleo, relletem exatamente circunstâncias bastante in­teressantes c que deixam à mcrcê de reparos o pronunciamento de nosso ilus­tre colega.

Gostaria de ler aqui, para os meus eminentes colegas, uma cronologia deexplorações realizadas ao longo dos tempos pela PETROBRÃS e mostrarque o que se fez antes da constituiçào dessa empresa, em termos de petróleobrasileiro. foi muito pouco para se poder acenar como um instrumento de di­ficuldade ou, como afirmou o ilustre Deputado, de retrocesso no encaminha­mento das soluções de energia brasileira.

Mas a PETROBRÁS - a despeito de todas as dificuldades e do desinte­resse da iniciativa privada em explorar no Brasil no tempo do petróleo barato- esquadrinhou todo o território nacional, no vale amazônico, do Acre aRoraima, no Nordeste, no Leste, e no Sul do País, derivando para o mar, aomesmo tempo em que as grandes empresas mundiais voltavam-se para a ex­ploraçào submarina.

É de se perguntar que companhia privada teria se aplicado durante tantotempo. diante das respostas pouco promissoras em tcrmos de descobertas.Está claro que às grandes companhias só interessavam grandes descobertas,poços gigantes como os do Oriente Médio. Por tudo isso, Srs. Dcputados, éprofundamente injusto atacar a PETROBRÁS por ter lucro de Cr$ 54 bilhõesem nove meses. enquanto ela investe cinco vezes mais do que isso na atividadearriscada de encontrar mais petróleo. É injusto dizer que a PETROBRÃSestá-se enriquecendo. enquanto o País está-se endividando. A PETROBRÁScumpre um dever de bem administrar os recursos dos seus acionistas, comoempresa responsável c de porte nacional, para que. assim, ganhando maisainda e conquistando condições na comercialização do produto. do ouro ne­gro, no mundo. possa ela rcpassar para o País e para a nossa economia asvantagens de uma credibilidade e de urna posição de empresa forte no merca­do de petróleo mundial.

Se a nossa situação não é das melhores em termos de petróleo. muitopior seria sem a PETROBRÁS. pois os pequenos campos localizados com adedicação persistcnte dos geólogos brasileiros nem sequer teriam sido desco­bertos, pois não constituíam atrativos para as grandes companhias, que, na­quele tempo, encontravam no Orientc Médio e na África grandes rcserva­tórios, com óleo produzido a baixos custos.

O Deputado Ruben Figueiró fala, também, em seu pronunciamento, daestrutura de preços de derivados, esquecendo-se de que o preço que o consu­midor brasileiro paga pelos derivados de petróleo é um instrumento valiosocom que conta o País para a distribuição dos recursos entre diversos segmen­tos prioritários da atividade econômica nacional.

Assim é que, em 1980, dos Cr$ 977 bilhões gerados pelas vendas de deri­vados. apenas 16.6, ou seja. Cr$ 162 bilhões, destinaram-se à PETROBRÁSpara suas despesas operacionais e de investimentos, especialmente em explo­ração e produção. A maior parcela, Cr$ 548 bilhões, destinou-se ao pagamen­to do petróleo importado. Os postos de gasolina receberam Cr$ 56 bilhões eas distribuidoras particulares Cr$ 44 bilhões. O Fundo Nacional de Desen­volvimento recebeu, somente no ano passado, Cr$ 20 bilhões das vendas dederivados. Os Estados e Municípios receberam mais de Cr$ 22 bilhões, e oPIS-PASEP arrecadou cerca de Cr$ 13 bilhões.

Mas não pára aí a divisão dos rccursos provenientcs do consumo de deri­vados. Também são beneficiados o Programa Nacional do Álcool, o Progra­ma Nuclear e outros projetos energéticos. Igualmente recebem recursos diver­sos programas sociais e de transporte.

Um erro, Sr. Presidente, ter-se afirmado, naquele momento, quando re­feriu o Deputado Ruben Figueiró - e não está tão distante, em novembro.ao apagar das luzes da nossa sessão legislativa - que o Governo devia vo1tar­se para um incremento muito maior ao PROÃLCOOL. Em primeiro lugar,para incrementar o Programa Nacional do Álcool a níveis superiores aos doque realiza o Governo brasileiro. precisaríamos colocar um aporte de recur­sos fantásticos. comprometendo. conseqüentemente, o programa de sanea­mento financeiro e o enxugamento da economia brasileira que realiza a políti­ca financeira do Governo. Estaríamos, por via da conseqüência, retirando re­cursos dos campos de cultura e produção de alimentos, que são importantespara manter o equilíbrio social para as populações carentes e de baixa rendae, ainda. estaríamos agora com a baixa dos preços de petróleo. em conseqüên­cia de uma lei simples, que é a da oferta e a da procura, a sofrer novamenteuma estocagem fabulosa de álcool, sem a conseqüente viabilização do merca-

do interno para seu consumo ou sequer para um programa de maior enverga­dura de exportação de tal produto.

Por tudo isto vê-se como são injustas inconsistentes as afirmativas doDeputado Figueiró sobre a atuação da PETROBRÁS, que, além dos benefí­cios diretos, ainda tem incentivado a participação do empresário nacional naproduçào de bens e prestação de serviços pioneiros, beneficiando LI economiainterna e transferindo para a iniciativa privada nacional tecnologia antes do­minada por poucos países do mundo.

Fala, ainda, o Deputado Ruben Figueiró que "a fatia maior do lucrovem das vendas dos derivados sobre os quais ela detém o monopólio". e nãodos Cr$ 2,42 que lhe cabem pela venda da gasolina.

A verdade é que esses Cr$ 2,42 representam o que a PETROBRÁS reco­lhe da venda de todos os derivados de petróleo e não exclusivamente da gaso­lina, para cobrir os seus custos operacionais, depreciações e remuneração docapital.

A fixação de preços políticos para a gasolina não é invençào dos brasilei­ros. mas uma prática adotada por todos os países do mundo. Visa privilegiarsegmentos dá sociedade que têm menor capacidade de poder aquisitivo, paralançar o ônus maior sobre os segmentos que estão mais aptos a arcar comgastos maiores. É o caso, portanto, de carregar no preÇo da gasolina, benefi­ciando, com essa polítca. o GLP - gás de cozinha, óleo diesel- que servepara incrementar a produção da agricultura brasileira, ou ainda o querosenepara a aviação brasileira, permitindo o incremento de uma política de inte­gração de transportes no País. Exatamentc por isso, quase todos os países im­portadores de petróleo utilizam a venda de gasolina como mecanismo paragerar recursos destinados a programas sociais, permitindo que os outros deri­vados, de consumo mais essencial, possam ser comercializados a preços maisbaixos.

É exatamente por isso que nào se pode - e não se conseguiria - expor­tar a gasolina ao preço varejista do mercado interno. Aliás. este fenômenonão constitui exclusividade do mercado de petróleo e derivados. A ocorrênciade diferenças entre preços para exportação e paa venda no mercado internoocorre também com produtos primários (açúcar. por exemplo).

Não se poderia exportar um litro de gasolina embutindo nele a contri­buição social ou o imposto que se cobra nesse produto para países que não te­riam que pagar para nós, brasileiros, essa contribuição. Os impostos ou as ta­xas que estão embutidos neste preço político constituem um instrumento depolítica nacional que nào se pode transferir para o exterior no ato de expor­tação.

A PETROBRÁS tem explicado exaustivamente as operações de impor­tação e exportação de derivados que têm proporcionado dividendos à ba­lança comercial do País. Mas não custa lembrar, mais uma vez, que a PE­TROBRÁS tem como prioridade maior a produção de derivados, abastecer omercado interno a menores custos, o que nunca deixou de fazer, nem mesmono boicote 73 e na guerra Iraque/Irã. Para isso procura adaptar a produçãode derivados ao mercado, surgindo daí défieits em alguns produtos e superá­vits em outros. Como estes saldos são variáveis no tempo, em função do elen­co de petróleo disponível, das condições operacionais e dos fatores conjuntu­rais que influenciam a demanda. procura-se "acertar" o perfil de consumoaproveitando as oportunidades comerciais no mercado externo, com even­tuais exportações de derivados excedentes e importaçao daqueles faltantes,sempre visando ao menor dispêndio de divisas para o País.

Este é outro ponto interessante para esclarecer. Tem mudado, ao longode algum tempo, em decorrência da política adotada pelo Governo brasleiro,o perfil do consumo de derivados de petróleo. Tínhamos, antes, um perfil deconsumo voltado preferencialmente para a gasolina e, em segunda e terceiraposições, para o óleo combustível e o óleo diesel. Hoje, com a política que seadotou. inclusive de alternativa da produção de outras fontes de energia,como é o PROÃLCOOL; que já funciona nas misturas ou através do consu­mo puro. invcrtemos a posição e as plantas industrias das refinarias, que tra­balhavam dentro de um perfil de consumo. passaram a ter necessidade de fa­zer a sua revisão de política industrial para estarem compatibilizadas com operfil do consumo que a sociedade brasileira no momento adota.

Portanto, a análise simplista de um produto específico, ou em circuns­táncias específicas, pode levar a conclusões que, embora à primeira vista pa­reçam corretas, são desprovidas de signifcado. Sem considerar as demais ope­rações, podemos medir os benefícos destas exportações levando em contaque, em 1980. as divisas geradas pela exportação de um barril de gasolinapossibilitaram a aquisição de 1,3 barril de petróleo em correspondência. Em1981 as exportações de derivados pela PETROBRÁS geraram divisas da or­dem de I bilhão e trezentos milhões de dólares.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seçào I) Sábado 13 857

Mas estas exportações são mais função de oportunidades comerciais doque necessidade da estrutura de refino da PETROBRÁS, que é uma das maisOexives do mundo.

Assim, a mudança do perfil de consumo não corresponde sobre a de de­rivados, como afirma o Deputado, pois a PETROBRÁS pode produzir maio­res ou menores quantidades de determinado derivado na medida em que a de­manda o exigir, evitando grandes volumes excedentes, exatamente ao eon­trúrio do que disse o parlamentar.

Para comprovar a flexibilidade operacional das refinarias da PE­TROBRÁS, basta consultar as publicações da empresa, que mostram comomudou o corte do barril de petróleo, acompanhando perfeitamente a necessi­dade do consumo. Assim é que, se em 1973 a PETROBRÁS tirava de um bar­ril de petróleo 29% de gasolina, pode, hoje, tirar apenas 17, evitando sobrasdo produto. O mesmo ocorre com o óleo diesel, cujo consumo, ao contrárioda gasolina, cresceu. Mas a estrutura flexível de refino permitiu aumentar, de23% em 1973 para 30% hoje, o percentual de diesel tirado de um barril de óleobruto. Igualmente com o óleo combustível, a maleabilidade das refinarias daPETROBRÁS permitiu acompanhar o consumo, saindo de 31%, em 1973,para os 24% deste derivado que se extrai de um barril de petróleo.

Mas é importante ainda destacar que a empresa não esgotou suas possi­bilidades de jogar com a divisão do barril, para atender às alterações no con­sumo de derivados. Toda aquela movimentação do corte do barril foi conse­guida sem qualquer investimento adicional, senão a visão aberta dos técnicose dirigentes da PETROBRÁS, que anteviram as possibilidades de mudançasno perfil de consumo.

Saibam, Srs. Congressistas, que aqueles mesmos técnicos jamais para­ram de procurar soluções para casos mais extremos dc mudanças. E no Cen­tro de Pesquisas da PETROBRÁS já desenvolveram outras opÇões que per­mitirão maximizar a produção de diesel.

É estranho. também, que o Deputado Ruben Figueiró desconheça o quea PETROBRÁS vem fazendo para viabilizar o álcool combustível, desde osprimeiros tempos do programa. Foi ela que primeiro testou as misturas de ál­cool anidro à gasolina em seus próprios carros, obtendo parâmetros práticose confiáveis para chegar ao percentual mais adequado de 20%. Foi também aPETROBRÁS que montou as primeiras bombas de álcool hidratado, quandopouca gente acreditava no novo combustível, e é quem mantém hoje bombasdo produto em pontos de pouco consumo, onde não há interesse de outrascompanhias que não têm a sua preocupação social.

Na verdade, Srs. Congressistas, é a PETROBRÁS - ironicamente, pelaincompreensão ou desinformaçào de alguns, acusada de boicotar o PROÁL­COOL - que vem viabilizar a distribuição eficiente do produto através desua extensa rede de dutos. scm auferir qualquer tarifa por esse serviço. Ê,também, a PETROBRÁS quem vem adiantando capital de giro aos usineiros,ao comprar-lhes safras adiantadas, estocando o álcool em seus tanques, emtodo o Brasil.

Importante acrescentar que a companhia vem construindo tuncagens ex­clusivas para álcool, investindo sem qualquer retorno, pois não obtém lucroscom seu transporte e estocagem.

Foi também a PETROBRÁS, saibam, senhores, que construiu a primei­ra e única destilaria de álcool de mandioca do mundo, hoje operando em Cur­velo, e que desenvolveu o processo de produção de eteno de álcool, o que vaipermitir com que nossa indústria petroquímica não pare por falta de pe­tróleo.

Outra calúnia assacada contra a PETROBRÁS pelo Deputado RubenFigueiró é a de que uma parte substancial dos lucros da PETROBRÁS é re­passada em forma de dividendos aos seus diretores. Os diretores da PE­TROBRÁS não têm nenhuma participação nos lucros da Companhia. É bomlembrar, também, que quase todos os diretores pertencem aos quadros técni­cos da empresa, como seus emprcgados de carreira.

A administração da PETROBRÁS está voltada para otimizar custos, au­mentar a produção nacional de petróleo, viabilizar fontes alternativas, colo­cando sua infra-estrutura técnica a serviço do País, para que jamais falte com­bustível ao nosso desenvolvimento. Assim é que a empresa está conduzindo,em todos os niveis, diversos programas de racionalização de combustíveis eotimizaçào de custos com excelentes resultados.

Por tudo isso, Srs. Congressistas, não aceito a afirmação do DeputadoRuben Figueiró de que a prioridade da PETROBRÁS é fazer lucros. Suaprioridade está mostrada em seus resultados operacionais, aumentando, men­salmente, nossa produção e nossas reservas de petróleo e gás, que hoje têmum valor superior à nossa dívida externa.

Não se pode culpá-la pelos caprichos da natureza, em não dotar nossoPaís de grandes campos de petróleo. Antes devemos é respeitá-Ia pelo traba-

lho sério que vem realizando em todas as suas atividades. Hoje a PE­TROBRÁS é a empresa que mais perfura no mar em todo o mundo, uma daspoucas que descobriram petróleo em águas superiores a 200 metros de pro­fundidade e o Brasil um dos poucos países que perfuram mais de I milhão demetros em um ano, na busca de petróleo.

Ao contrário do que o Deputado Ruben Figueiró disse, a PETROBRÁSnão é a companhia petrolífera que mais lucra por dólar investido; mas, se issofosse verdade, seria sinal de eficiência, eficácia e utilização correta do dinhei­ro público. pois o lucro volta cm bcnefício do próprio País, através de investi­mentos para descobrir mais petróleo. E isto tem sido efetivo. Tanto que, ape­sar de já ter produzido. até dezembro de 198 I, cerca de I bilhão e 200 milhõesde barris de petróleo, ainda possuímos reservas superiores a I bilhão e 800milhões de barris. Isto signfica que a PETROBRÁS descobriu, desde suacriação, cerca de 3 bilhões de barris de petróleo, volume que, aos preçosatuais, significa quase 90 bilhões de dólares.

A PETROBRÁS é tambêm uma das empresas que mais petróleo des­cobriu por metro perfurado, excetuando-se o Oriente Médio. Descobrimosno Brasil 2 milhões e 400 mil barris por metro perfurado, enquanto nos Esta·dos Unidos esta relação é de apenas 852 barris por metro e, em todo o Hemis­fério Ocidental, de 1 milhão e 300 mil barris descobertos por metro perfura­do. Por tudo isso. a PETROBRÁS é hoje um orgulho para nós, do Poder Le­gislativo. que a criamos e a mantemos intocável.

Ten ho o prazer de ler para os senhores o Relatório do Tribunal de Con­tas da União. quando da aprovação das contas da PETROBRÃS, cujas refe­rências à sua administração endosso neste momento como membro destaCasa que a criou e hoje a vê como uma vitória da capacidade técnica do ho­mem brassileiro. É o seguinte o relatório do TCU:

"As demonstrações apresentadas no relatório da PETROBRÁS com­provam os resultados plenamente satisfastórios obtidos pela empresa, noexercício em apreço.

Apraz-me, sobremodo. verificar a invejável posição patrimonial e finan­ceira da PETROBRÁS, conseqüéncia incontestável de uma administraçãocorreta e eficaz, digna de empresários que buscam, acima de tudo, a melhoraplicação dos dinheiros públicos, associada à obediência aos princípios de au­ditoria, contabilidade e administração financeira.

Assim, por todo o exposto, considerando que o Certificado de auditoriaatestou a regularidade plena das contas (fls. 149), observando-se, outrossim,que a empresa contou com os trabalhos dos auditores internos e também comos serviços da "Prinee Whaterhouse Auditores Independentes", acolho os pa­receres e voto no sentido de que as contas da PETROBRÁS, exercício de1980, sejam julgadas regulares, dando-se quitação ao responsável, Sr. Shigea­ki Ueki. a quem rendo minhas homenagens por tão feliz administração".

o Sr. Álvaro Dias - Permite-me um aparte, Deputado?

O SR. FRANCISCO BENJAMIM - Com prazer.

() Sr. Álvaro Dias - Nobre Deputado, não ouvi o discurso do DeputadoRuben Figueiró. No entanto, se S. Ex~ abordou a ganância da PETROBRÁS,ienho a impressào de que o fez com competência, já que sentimos neste País ainjustiça repetida insistentemente por aquela empresa na elevação abusiva dopreço da gasolina. V. Ex~ sabe que todos os dias partem do porto de Parana­guá, no Paraná. dois navios cargueiros carregados de gasolina exportada paraoutros países ao preço de 27 cruzeiros o litro. No Brasil, no entanto, no últi­mo" més de fevereiro. elevou-se o preço da gasolina para 104 cruzeiros o litro.Na cidade de Barracão. no Paraná. quc faz divisa com a Argentina, os para­naenses ultrapassam a fronteira e compram gasolina a 50 cruzeiros o litro, ga­solina que a Argentina adquiriu do Brasil. segundo consta, a 27 cruzeiros o li­tro.

Portanto. nobre Deputado, fica muito difícil justificar essa ganâneia daPETROBRÁS. Em Barracão estão dizendo que o Governo brasileiro devepedir votos, através do PDS, àqueles que estão pagando gasolina a 27 cruzei­ros o litro, porque aqueles que aqui no Brasil pagam 104 cruzeiros o litro difi­cilmente poderão votar no partido que defende esta política do Governo.

O SR. FRANCISCO BENJAMIM - Agradeço ao eminente DeputadoLíder da Oposição o aparte. Mas lamento, realmente, a sua colocação eleito­reira.

O Sr. Álvaro Dias - Citei apenas o que dizem em Barracão, no Paraná,não sou eu que estou dizendo.

O SR. FRANCISCO BENJAMIM - Concluo respondendo não àscríticas para gerar votos, críticas de homens da Oposição que se dizem defen-.sares do monopólio estatal, que dizem estar aqui defendendo sempre a PE­TROBRÁS, mas que sabem não existir nenhuma possibjlidade de o Governoestar interessado em se jogar contra a opinião pública. Por que o Governo do

858 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1\ Março de 1982

Presidente Figueiredo ou o PDS estariam interessados em criar dificuldades àpopulação brasileira num ano de eleições'? Temos é a responsabilidade de nãoendossar este tipo de crítica e não aceitar este tipo de veiculação da opiniãopública. O que se tem a mostrar ao País é exatamente um trabalho diuturnoque a PETROBRÁS vem realizando, um trabalho consistente que a colocanos melhores níveis entre as empresas mundiais. É muito fácil, com uma sim­ples manifestação desse tipo, jogar por terra todo um trabalho desenvolvidohá longos anos por tanta gente pioneira. A empresa cumprc com o seu dever.Ela foi criada pelo legislador brasileiro para explorar petróleo do solo brasi­leiro, mas não tem responsabilidade, pelo seu diploma legal, de realizar oabastecimento de petróleo nacional. Ela o faz convocada pelo Governo pelacredibilidade que a empresa tem no ranking internacional das empresas de pe­tróleo. ajudando ao Governo brasileiro, captando em toda essa fase difícil, deprcços em ascensão, em preços médios mais baixos que o mercado de consu­mo de pctrólco rcgistrou.

Lcmbro ao nobre Deputado Álvaro Dias que quem consome gasolinasão ~s segmentos da sociedadc que podem pagar esse tipo de combustívelmais caro. não repassando para outros mais carentes. como a agricultura e oslares que consomem o gas dc cozinha. Se fôssemos adotar a teoria da Opo­sição. estaríamos vendendo gasolina mais barata para os que podem e au­mentando os preços dos outros derivados de petróleo para os scgmentos maiscarentes da sociedade brasileira.

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Concedo a palavra ao Sr. Jua­rez Furtado na qualidade de líder do Partido do Movimento DemocráticoBrasileiro.

O SR. JVAREZ FVRTADO (PMDB - SC. Como Líder. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidcnte, Srs. Deputados. há pouco ouvimos o Sr. Depu­tado Francisco Benjamim defender. com veemência, até. a PETROBRÂS, ouaqueles que dirigem a PETROBRÁS. Gostaríamos quc S. Ex' e mais os Srs.Deputados da Situação viessem aqui explicar por que mais de mil funcio­nários da PETROBRÁS atingidos pelos atos institucionais ainda não foramreadmitidos. ainda não adquiriram seus direitos após a desanistia dada em1979.

O Sr. Álvaro Dias - Permite V. Ex' um aparte'!

O SR. JllAREZ FURTADO - Honra-me V. Ex~ com o aparte.

O Sr. Álvaro Dias - Antes que V. Ex' inicie o seu discurso, que sei serábrilhante, sobre a questão da anistia. e j á que não tive oportunidade de dialo­gar com o nobre Deputado Francisco Benjamim, uma vez que o aparte me foidado no final do seu pronunciamento, eu gostaria de dizer que já se está tor­nando norma nesta Casa os Deputados do Governo afirmarem que nós só fa­zemos colocações eleitoreiras. Como este é um ano eleitoral, para o Governoe seu partido não podemos abordar nenhum tema que agrade a opinião públi­ca deste País. simplesmente não querem que defendamos os interesses popu­lares. Naturalmente. desagrada ao Governo e ao seu partido a defesa do con­sumidor brasileiro. que está pagando um preço abusivo pela gasolina. Aliás,não há no mundo população que pague mais, proporcionalmente, pela gasô­lina do que a brasileira, apesar de existirem países que não possuem sequeruma gota de pctróleo. O Governo comparece sempre para elevar o preço dagasolina com pretextos que considcramos inadimissíveis. Mas não quero tiraro tempo de V. Ex~ Voltei a esta tribuna apenas para dizer que é fácil ao nobreDeputado do PDS esbravejar desta tribuna contra a Oposição simplesmentepo rque vem aqui em defesa do interesse da população brasileira. Quero queV. Ex' tenha o tempo que merece para expor o seu pensamento sobre essaquestão da anistia. que é de fundamental importância para o País.

O SR. JUAREZ FURTADO - É uma honra para nós o seu aparte. Épraxe agora esbravejar. muito especialmente depois que S. Ex~ o Sr. Presiden­te da República iniciou a campanha pró-defesa do PDS, não pró-defesa doBrasil. nas eleições de 1982, já que S. Ex' mesmo diz que somos mentirososquando falamos do desemprego. da inflação, do problema do servidor públi­co, do petróleo e dos programas energéticos.

Mas o nosso assunto é a desanistia que o Governo deu a esta Pátria eagora um tema muito usual nos discursos de S. Ex~ o Sr. Presidente nas cam­panhas e1eitoreiras - aí, sim - do seu partido, que não tem salvação, parti­do que disse fim já mesmo antes das eleições.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, desde que assumimos nosso mandatoprocuramos fazer com que o Governo Federal. e também esta Casa, atravésde sua Presidência, dessem aos desanistiados desta Pátria aquilo que por leijálhes foi dado. apenas não cumprido.

Já em 1979. procuramos discutir a anistia com S. Ex' o Ministro IbrahimAbi-Ackel. Fomos pessoalmente até S. Ex~ e o convidamos a participar deuma reunião na Comissão que presidíamos na época - a Comissão de Ser-

viço Público - para. juntamente com os demais membros. encontrarmosuma fórmula de resolver o problema de mais de 10 mil anistiados que, segun­do se soube depois. pela OAB. são mais de 50 mil.

Posteriormente. voltamos a insistir com S. Ex~ para que viesse à Casa fa­lar sohrc o problcma dos anistiados quc até então nada haviam recebido apósa Lei da Anistia. S. Ex!. como Pilatos. lavou as mãos. Oficiava-nos, no dia 22­10-80. dizendo: "'Ao Ministério da Justiça compete apenas prestar infor­mações e esclarecimentos sobre servidores ligados a esta Pasta".

Vamos provar. como já provamos várias vezes, que o próprio Ministérioda Justiça não dá cumprimento à Lei da Anistia. S. Ex~ lavou as mãos, comoPilatos. mas nós continuamos a luta. Adentramos nesta Casa com um reque­rimento solicitando a criação de uma CPI da Anistia, em 12 de maio de 1981.Para espanto nosso. S. Ex', o Presidente da Casa, do PDS. em 16 de outubrode 1981. enviara ü douta Comissão de Constituição e Justiça uma consultasobre a matéria objeto do referido requerimento de criação da Comissão Par­lamcntar de Inquérito. O objetivo de tal medida, todos nós sabemos, a Naçãosabe, era arquivá-Ia para não trazer a esta Casa 50 mil desanistiados destaNação. Foi escolhido então como Relator aquele Deputado já conhecido nes­ta questão da anistia, Ernani Sátyro. que engavetou até mesmo o pedido daPresidência - não sei. possivelmente por ordem do próprio Presidente. Ofato é que não paramos. Em 13 de maio de 1981, voltávamos a esta Casa, nostermos do art. [I I, § 19, do Regimento Interno. para fazer uma rcclamaçãodizendo que já há cinco meses requerêramos a constituição da CPI da Anis­tia. nos termos regimentais. e não fôramos atendidos. Nada foi respondido,nada feito. e a luta continua.

Temos recebido milhares de cartas, e escolhemos algumas para trazer aesta Casa, pedindo aos Srs. Deputados para comprarem - no dizer de umadelas - a briga com a Presidência desta Casa, eom o Governo revolucionárioe com os órgãos do Governo que não cumprem a lei deles próprios.

S. Ex. o Sr. Presidente da República anda por aí dizendo, em seus comí­cios c!citoreiros. que a Lei da Anistia foi uma realidade. Foi uma realidade.sim. para alguns políticos cassados. que voltaram e estão aí a lutar dentro dosseus próprios partidos e pelos seus próprios partidos. Mas eu pergunto: epara os restantes punidos, as exigências da lei serão ou não cumpridas?

Para um esclarecimento quanto ao problema dos 50 mil brasileiros,queríamos dizer que recebemos da Comissão de Defesa da Liberdade de Im­prensa c Direitos Humanos. da ABI. um relatório, onde destacamos o seguin­te trecho:

"Os exemplos consignados na nossa História levaram aCDUDH a concitar o Presidente da República, General João Bap­tista Figueiredo. a conciliar o País através da anistia. E no momentoem que faz reiteradas afirmações de redemocratizar o Brasil eavança na abertura política. são alijados dos direitos e benefícios daanistia de 1979, cerca de 50 mil brasileiros, integrantes das diversasclasses, especialmente das mais humildes do povo. A anistia, que deum lado possibilitou o retorno dc uma parcela dc brasileiros que es­tiveram fora do País, perseguidos e punidos pelo movimento militarde 1964. bem como de milhares de brasileiros que passaram peloscárceres, por outro lado, deixou de beneficiar, até aqui, trabalhado­res. servidores humildes, marinheiros, fuzileiros, praças-de-pré emgeral, e também intelectuais. Os anistiados aposentados das autar­quias e sociedade de economia mista. até hoje. aguardam o cumpri­mento da Lei. com a solução efctiva dos proventos das mesmas aque têm direito. Mas de 5.000 marinheiros e fuzileiros foram excluí­dos da Lei. a exemplo de outros militares punidos por defenderemum Governo constituído."

Pois bem. este problema de lei dc anistia vem, aliás. de muito tempo.Chegou Ils nossas mãos, hoje, casualmente, uma fotocópia. tirada do jornalCorreio do Sul. de um artigo de Cid Marques da Silva, escrito em março desteano. ÜS páginas 3, 4. e 5. onde relembra o problema do pai do Presidente quefora anistiado. também, após a luta de 1932. Para não sermos cansativo, des­tacamos alguns pontos:

"A Revolução de 1932 não foi, de imediato, bem sucedida. Daípor que resultou o exílio de alguns de seus principais mentores, en­tre eles o Cel. Euclides Figueiredo, que se exilou em Buenos Aires.Mas, mcsmo no exílio, Figueiredo continuou conspirando contra onovo regimc, como testemunha o seu particular amigo, Paulo Duar·te. no 29 volume de suas "Memórias" (Editora Hucitec. S. Paulo,1975).

Vale. a esse rcspeito. reproduzir o retrospecto de Roberto Ri­beiro Martins:

"Com a capitulação dos paulistas, a repressão é grande. Eleva·se a centenas o número de prisões. São deportados e têm os seus di·

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NA('JONAL (Seçào I) Sábado 13 859

reitos políticos cassados por 3 anos, entre outros Austregésilo deAtaíde, Júlio de Mesquita Filho, Paulo Duarte, Prudente de MoraisNeto, general Isidoro Dias Lopes, general Bertholdo Kingler, coro­nel Euclides de Figueiredo e o tenente Agildo Barata."

E, mais adiante:"Instalada a Constituinte, um dos temas que vai abrir os deba­

tes é o da anistia, principalmente por iniciativa da bancada paulista(... )"

"Conforme previram os constituintes, a anistia decretada peloGoverno Provisório, a 28 de maio de 1934, contém restrições. O de­creto, dcpois dc revogar as cassações de direitos políticos, isenta deresponsabilidade criminal os participantes do surto revolucionáriode 32, declara insubsistentes as "decisões da Justiça dc exceção" edetermina o arquivamento dos processos dela decorrentes. Excetuano entanto os crimes apurados "comuns ou de natureza funcional".Determinava a reintegração dos militares às Forças Armadas, po­rém condicionava a reintegração de servidores civis a uma préviaaudiéncia "por uma ou mais comissões especiais de nomeação doPresidente da República, as quais considerariam as respectivas re­c1amações" .

Mais adiante:

Entre os anistiados de então estava o coronel Euclides Figueire-do.

6. Sempre discriminado pelo "Estado Novo", anistiado em1934 e em 1945, o coronel Euclides Figueiredo foi reintegrado nas fi­leiras do Exército por decreto específico do Presidente Eurico Gas­par Dutra, de maio de 1946 e, no mesmo dia, transferido para a re­serva com a patente de general-de-brigada.

Assim mesmo, sendo anistiado em 1945, teve o já então generalEuclides Figueiredo que recorrer ao Poder Judiciário para obter opleno reconhecimento dos seus direitos, por isso que o Tribunal Fe­deral de Recursos firmou decisão favorável à sua pretensão."

Hoje é o inverso.Hoje, os anistiados procuram a Justiça e lá vêem rejeitados os seus direi-

tos.Prossegue, mais adiante:

"Em II de abril de 1946, tendo sido reconhecido seu direito àanistia, contida no Decreto-lei n9 7.474, de 18 de abril de 1945, re­verteu ao serviço ativo, sendo na mesma data promovido a general­de-brigada e novamente transferido para a reserva do Exército.

Pela anistia ficou ele reintegrado ao Exército, como se nunca ti­vesse saído, e assim é de ser tido no serviço ativo do Exército, de IIde junho de 1952 a II de abril de 1946 (...)".

Prossegue, mais adiante:

"A doutrina liberal sobre anistia única é aquela que não conhe­ce restrição alguma. Esquecimento ou é completo, total, ou nãoexistirá. Tudo quanto possa restringi-lo lembra crime, é penalida­de."

Pois bem, tudo isso se passou com o pai do Sr. Presidente da República.Perguntamos: será que isto não sensibilizou e não sensibiliza S. Ex~ o Sr. Pre­sidente da República, e seu séquito, para resolver um problema que não éapenas de âmbito político, mas apenas o cumprimento de lei oriunda do pró­prio Executivo federal? Será que isso não faz com que S. Ex~, ao dizer que suamão continua estendida, lembre-se de que ela nada traz ao povo brasileiro, anão ser a desesperança, neste País que é rico - é bem verdade - mas não temsequer um gerente para administrá-lo?

Diz S. Ex~:

"É por isso que me sinto encorajado a permanecer com minhasmãos estendidas, esperando aqueles brasileiros que, de fato, quei­ram, ao invés de querelas políticas, trazer a mim apenas propostaspara um Brasil feliz."

Estamos levando uma proposta, ou lembrando a sua proposta, apenaspara que S. Ex~ a cumpra, e não venham os Walter Pires dizer que estão aí e,após definir o papel constitucional do Exército, destacar a missão confiada àsForças Armadas de promover a defesa da Pátria e de garantir os poderesconstituídos, a lei e a ordem.

Pergunto se a lei está sendo cumprida neste caso. Pergunto se a desordemnão está sendo trazida também por este caso. Os desanistiados desta Pátriajánão sabem mais o que fazer. Já lutaram de todas as formas e todas as entida­des e associações que lutaram pela anistia não conseguem nada, sequer mover

a Justiça para fazer com que o Governo cumpra suas próprias determinações.Por isso. é a hora de voltarmos a fazer com que o Governo cumpra as suas de­terminações, e não como dádiva. Ela tem que ser cumprida porque é lei.

E o que reclamam os anistiados desta Pátria, que são mais de 50 mil? Osmilitares, a sua reintegração, o acesso à carreira e demais direitos, como aspromoções, a reparação de danos e prejuízos, a não-classificação dentro deníveis e padrões. São revertidos a posto anterior sem, no entanto, serem pro­movidos devido ã idade. São jogados para a reserva, por força do Estatutodos Militares e a Lei da Inatividade.

Um exemplo é o do Coronel Rui Moreira Lima. E como estão os fami­liares delc'?

Isso acontece dentro do Exército, que está lá para garantir o cumprimen­to da lei e da ordem.

E os civis. o que reclamam? A sua readmissão no início de carreira. Oservidor civil quer ir para o nível anterior, cujo padrão corresponde ao seucargo, porque não foram classificados. Os civis, em grande parte, vão integraros quadros suplementares, e são classificados em início de carreira, sem rea­da[1tação e sem se levar em conta os anos de serviço e as funções exercidas poreles. Que contradição' Se ele volta, depende de vaga. Mas elejá não tem essavaga"

Então, como fica a reparação de danos e prejuízos morais, financeiros epromocionais')

E os desaparecidos, onde estão, e como estão as suas famílias?Por isso. então, é que a luta não pode parar. E nesta luta estão os advo­

gados, os comitês, as frentes, as associações, como é o caso da AMPLA, noRio Grande do Sul, os Deputados, a ABI, que fizeram levantamentos de mor­tos, desaparecidos e dos anistiados. O Ministro da Justiça sabe de tudo isso, oPresidente da República sabe de tudo isso, o Conselho de Defesa dos Direitosda Pessoa Humana também sabe, mas nem sequer dão resposta às reivindi­cações dos Srs. Deputados. Enfim, quem vai ressarcir os danos morais e eco­nômicos havidos? Quais serão as soluções adotadas especialmente se a CPI daAnistia não for criada, porque ela viria justamente investigar como vem sen­do aplicada a Lei da Anistia aos servidores civis, militares, aos trabalhadoresem geral e a todos os que por ela deveriam ter sido beneficiados? Quais são osfatos que estão caracterizando o descaso do Governo, a lentidão excessiva dainstalação e funcionamento das Comissões, as exigências descabidas e abusi­vas') O INAMPS chega a exigir até o currículo daqueles que foram anistiados.Há divergéncias na interpretação da lei, nas decisões administrativas, contra­riando a lei. e muitos casos há que os políticos não conhecem. É o caso, porexemplo. dos dirigentes sindicais.

São alguns fatos que trazemos mais uma vez à Casa. porque são do co­nhecimento não só de nossa parte, mas de muitos Deputados da Oposição etambém de inúmeras c incontáveis entidades, como já dissemos, que já estãonessa luta.

Destacamos algumas das cartas recebidas, enviadas pelos Srs. CíceroGomes da Silva, portuário anistiado, José Manoel de Lima, portuário da ati­va, José Fernandes de Oliveira, ex-representante sindical anistiado, JoséAmaro da Silva, portuário anistiado.

Temos uma carta dirigida ao Sr. Murillo Macedo.

"Com a decretação dos AI de nºs 1 e 2, foi irreeonheeida a cartapatente do Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços Portuários doEstado de Pernambuco pelos interventores militares do Porto deRecife. Deverá o Sr. Murillo Macedo, Ministro do Trabalho, reco­nhecer e determinar o reconhecimento da carta patente sindical, deacordo com o regime instituído pela Consolidação das Leis do Tra­balho e a Superintendência da PORTOBRÃS que encontre uma saí­da. o mais rápido possível, da reavaliação da mão-de-obra e serviçode capatazia do Porto de Recife com o Sindicato dos Portuáriospelo restabelecimento dos direitos adquirido entre a Lei da Anistia,n" 6.683/79, o Decreto Lei n" 84.143 e o art. 153, parágrafo 1", daConstituição brasileira. O Superintendente da PORTOBRÃS deRecife, General Walter Moreira Lima, atualmente vem descumprin­do as leis constitucionais do País, impondo um sistema de abuso deautoridade e de poder."

E o que nós dizíamos ainda há pouco. Cumpre-me a lei e até mesmo a or­dem alguns setores das Forças Armadas. Esse, não, e está comprovado, e as­sim tantos outros.

No chamado período revolucionário, há uma carta de São Paulo, de de­zembro de 1981, do Sr. Osvaldo Rubine:

"Centenas de militares das Forças Armadas foram presos, in­terrogados. processados, muitos expulsos sumariamente, e o exem­plo é o meu caso, que fui colocado no olho da rua, sem direito al-

860 Sábado B DIÁRIO ()O CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1982

gum. Aguardei por longos anos a Lei da Anistia, assinada pelo Pre­sidente da República. General João Baptista Figueiredo. Entrei comrequerimento etc. etc."

A resposta do Ministério da Aeronáutica foi esta:

"Não tomar conhecimento do teor do requerente. por falta deamparo legal."

Ele pede. encarecida mente. que sua luta não termine aí, que peçamosauxílio aos demais companheiros para que realmente seja instalada a CPI daAnistia. e que todos os brasileiros, civis e militares, sejam realmente anistia­dos.

E assim por diante."A instalação da CPI da Anistia, requerida pelo Sr. Deputado

Juarez Furtado, PMDB. Santa Catarina, e outros, segundo infor­mação recentemente recebida de Brasília, vem recebendo maior re­sistência do Deputado Nelson Marchezan, Presidente da Câmara.Marcehzan alega que ainda existe motivo ponderável para a criaçãodessa CPI. Entretanto, em face da insistência dos Deputados oposi­cionistas. o Deputado Nelson Marchezan resolveu, antes de despa­char o requerimento, consultar a Comissão de Constituição e Jus­tiça da Câmara para que a mesma dê o seu parecer a respeito do as­sunto. Diante dessa circunstância, é necessária a imediata mobili­zação de todas as entidades que participam da campanha pela apli­cação e execução da Lei nQ 6.683/79 e concretização da anistia gerale irrestrita. a fim de manifestar o apoio externo àquela justa e opor­tuna iniciativa parlamentar."

Esta é lima carla vinda do Sr. Hélio Silva, Presidente da ABI e Asso­ciação dos Militares Cassados, representando a Comissão.

E a carta ao Congresso sobre a Constitucionalidade da iniciativa parla­mentar também temos em mãos.

Mas o fato é. Sr. Presidente, que, se lemos alguma coisa. é porque incon­táveis são os documentos que possuímos para poder fazer valer a lci, para po­dcr fazer com que esses 50 mil desanistiados desta Pátria deixem de ser pres­sionados, deixem de ser perseguidos pela Revolução que os perseguiu, e passea cumprir a legislação dela própria."

"O MDB. de maõs dadas com o povo, exigiu e a mão falsamen-le estendida fingiu ceder.

Para o Governo. dádiva; para o povo, conquista.A dádiva foi enganosa; o que ganhamos, foi a desanistia.Já estamos num futuro e ele não é resultado de um determinis­

mo cego inevitável.Os objetivos proclamados, para serem atingidos com a Lei nQ

6.683. dc 28-8-79, urgem, ainda, por cumprimento."

Dizíamos isso em 12 de maio de 1981. Dali para cá, muitos julgamentoshouvc, todos eles contrários aos pcdidos. Será que não vamos fazer com queseja dada realmente a anistia exigida, lutada e adquirida por Euclydes Figuei­redo. pai do atual Presidente da República? Aí, sim, vamos estudar o proble­ma da mão estendida de S. Ex" o Sr. Presidente da República. Vamos conti­nuar lutandEJ em busca do emprego, em busca de melhores salários, em buscado reajuste semestral para o servidor público, do 139 salário, do Estatuto que,depois dc análise feita pela Comissão que tínhamos a honra de presidir, estãohoje engavetados na Presidência da República; em busca, enfim, da ameni­zação, por exemplo, da dívida externa. cada vez mais galopante, e da interna,também insuportável; em busca, enfim, da paz para esta Pátria, que a estáprocurando desde 1964. Mas, infelizmente, o caminho que está sendo seguidoparece o pior. E se não houver eleições, não sabemos o que vai acontecer,_porque o povo não suporta mais o desgoverno que aí está. (Palmas,)

Durante o discurso do Sr. Juarez Furtado, o Sr. Furtado Leite,Ir-Secretário. deixa a cadeira da presidência. que é ocupada pelo Sr.Osvaldo Melo. nos termos do artigo 76 do Regimento Interno.

Durante o discurso do Sr. Juarez Furtado, o Sr. Osvaldo Melodeixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Furtado Leite.l'-Secretário.

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Concedo a palavra ao Sr. Mag­nus Guimarães, na qualidade de Líder do Partido Democrático Trabalhista.

O SR. MAGNUS GlJIMARÃES (PDT - RS. Como Líder, Sem revisàodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o nosso partido, o Partido De­mocrático Trabalhista, sob o comando do Dr. Leonel de Moura Brizola, temuma visão muito nítida, muito profunda e muito séria do atual momentopolítico, econômico e social por que passa o nosso País. E a classe política,

em estando nesse contexto. não pode esquecer das dificuldades e dos dramaspor que passa o povo brasileiro, que ao longo destes últimos anos viu-se des­capitalizado no seu poder aquisitivo, com suas propriedades hipotecadas cpenhoradas. com suas safras agrícolas, sua produção e sua maquinaria empe­nhadas. E. o que é mais grave. o suor do seu rosto e o fruto do seu trabalhonão têm sido recompensados. Tudo isto ocorre face a um modelo econômicoque já ultrapassou as raias de qualquer compreensão por parte daqueles queentendem a política como coisa séria. Diante desses problemas de ordem eco­nómica e social, e p'Jra que o nosso povo passe a respirar com liberdade e de­mocracia. lutando cada vez mais e melhor por seus direitos, encontrando umtipo de sociedade onde pelo menos cada um ganhe o justo por aquilo que pro­duz, não podemos esquecer que devemos procurar solução para nossas ques­tões, que, fundamentalmente. são de ordcm política.

Antes de tocar no tema principal deste pronunciamento. enfatizo o em­penho. sempre extraordinário, do eminente Líder do meu partido, DeputadoAlccu Collarcs, quc scmpre quc assoma à tribuna o faz da forma mais condi­zente. mais real e de acordo com as aspirações e os interesses do povo brasilei­ro. Ao longo de sua vida. S. Ex~ só deu exemplos de como deve o homempúblico político permanecer fiel aos seus ideais e às suas origens. E é por issoque devemos enfatizar figuras como a de nosso Líder. Que seu trabalho sirvade exemplo e modelo para a classe política. O Deputado Alceu ColIares já setransformou no mais novo fenômeno político da história do Rio Grande doSul como candidato do meu partido ao Governo do Estado.

Por tais razões, considero que reunimos credenciais suficientes. Sr. Presi­dente, para abordar aqui tema político da maior importância. As elciçõcs so­mente se realizarão neste País se tivermos - a classe política - o bom sensode também prestarmos a nossa colaboração no sentido de encontrar o cami­nho. a saída. Estamos a nove meses do 15 de novembro, e se qualquer colono,do interior do Rio Grande ou do Amazonas, perguntar-nos como serão aseleições. nenhum político. por certo, poderá responder. E isto não é bom paraa prática democrática. Não podem hoje permanecer sem respostas as inda­gações e formulações levantadas pelo nosso povo. Temos o dever, a obri­gação moral dc respondê-Ias de acordo - é claro - com as nossas condiçõesc a nossa capacidade. Mas como fazé-Io, Sr. Presidente, se, em verdade, nãoconheccmos as regras do jogo político para as eleições?

Diante de todas essas questões, o presidente do nosso partido, Sr. Leonelde Moura Brizola. compareceu hoje, às 10:30 horas, ao Palácio da Justiça,para. em audiência com o Sr. Ministro Ibrahim Abi-Ackel, apresentar a S.Ex~ propostas concretas e viáveis ao Governo Federal.

O importante para o PDT é a realização das eleições. Se elas nào vão es­pelhar, nas suas regras, o modelo ideal para a prática democrática, não cabe anós, agora. inviabilizarmos o que é possível, mesmo porque a política é a artedo possível. temos, também, consciência muito profunda da dicotomia porque passa o próprio regime que se instalou no País em 1964. Hoje ninguémconsegue esconder que há dois grupos nitidamente formados: um, que anseiapelos ventos da democracia; outro, que joga bombas no Riocentro. E é nesseterreno que temos de oferecer propostas viáveis e exeqüíveis. Medir forçascom o regime, com o sistema seria gesto tresloucado e inconseqüente. Parece­nos que a apresentação de propostas mais viáveis e mais consentâneas com asdificuldades do nosso povo e do nosso regime é o passo mais correto e maisacertado. Depende também, e muito, de nós, classe política, a melhoria dasregras do jogo político, principalmente se considerarmos que o terreno é mi­nado e não comporta os blefes políticos nem as situações de confronto. Cita­mos como exemplo o processo de incorporação PMDBjPP. No nosso enten­der - é a visão do Partido Democrático Trabalhista - isto implica um retro­cesso político, porque gera uma ampliação da bancada do PDS, já majori­tária, na Câmara dos Deputados. E gerou também - por que não dizer? ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, uma quase euforia no mundo dos negócios edas finanças internacionais, porque agora, somados os libcrais conservadoresa outras correntes minoritárias, dentro de um único partido, o PMDB, nãovemos como, se este partido chegar ao Poder, poderá ele, pelas idiossincrasiaspessoais das suas lideranças, pela falta de conteúdo ideológico, aprcsentar àopinião pública brasileira, se governo for, se Poder for, um elenco de suges­tões capazes de modificar a estrutura, a base da sociedade nacional ou impri­mir as reformas o que o povo tanto está a reivindicar. Ao contrário! a conti­nuar com gestos como este, mais aumentará a euforia internacional diante dacerteza de que o modelo econômico e social que dá sustentação ao regime nãoserá tocado mesmo que o PM DB, repito, venha a ser governo, ser Poder nestePaís.

Então, dentro dessas primeiras linhas, o nosso Presidente apresentou,como primeiro item ...

O Sr. Ãlvaro Dias - Permite um aparte, Deputado?

Março de 198i DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 861

o SR. MAGNUS GUIMARÃES - ... ao Sr. Ministro da Justiça a pro­posta de revogação do privilégio antidemocrático de candidatos natos, que osSrs. Senadores se autoconcederam, outorgado pelo decurso de prazo aos Srs.Deputados Federais e Estaduais. Numa profunda reflexão e exame, na nossavisão pluralista e democrática, não podemos conceber que tanto na Câmarados Deputados como na Câmara Alta, no Senado Federal, possamos gerirnossos privilégios, nossos interesses, mantendo candidaturas natas, quandoisto significa o sufocar de novas gerações de liderança política, que poderãobrotar nas estradas, nas vilas, nas campanhas, em todas as partes do nossoPaís, revigorando o Congresso Nacional através de suas duas Casas Legislati­vas.

É preciso que comecemos a combater esse tipo de expediente continuístae atentatório ao princípio de igualdade e oportunidade. O mais grave é que aextensão da candidatura nata, por exemplo, do Senado Federal, implica que,se um Senador deixar um partido e buscar outra agremiação política, a suacondição de candidato nato o acompanhará até mesmo nessa sua nova esco­lha. Isso tudo ao arrepio da convenção partidária que, parece-me, é o campomais democrático possível para a aplicação das lideranças políticas.

Ouço o eminente Líder do PMDB, Deputado Álvaro Dias, do Paraná.

O Sr. Álvaro Dias - Nobre Deputado Magnus Guimarães, embora ovazio desta sexta-feira desestimule o debate, não poderia deixar de discordarde V. Ex~, com todo O respeito, pois reconheço em V. Ex~ um oposicionistaautêntico. Nesta hora, por certo, estamos divergindo numa questão tática,mas sei, tenho absoluta convicção de que o nosso objetivo é o mesmo. Por is­so, com todo respeito, repito, discordo de V. Ex' quando condena a incorpo­ração do PP ao PMDB. Foi - e isso já tem sido dito e repetido aqui desta tri­buna ~ como que uma defesa, talvez a única que encontramos, para fazercom que o tiro saísse pela culatra. O "pacote" eleitoral do Governo, sem dú­vida, teve a intenção, o objetivo claro de esmagar as oposições, de impedirque aspirassem, pelo menos, chegar próxima do Poder. Elas, através do PP edo PMDB, encontraram na incorporação a devida resposta, adiando, destaforma, o projeto, válido, da implantação do pluripartidarismo no Brasil.Queremos o pluripartidarismo, queremos partidos respaldados ideologica­mente, como V. Ex' Apenas consideramos que, em função do grupo que seencontra no poder e que não deseja o pluripartidarismo, que não deseja de·mocracia, é hora de nos unirmos, mesmo que o instrumento da unidade tenhade acolher as mais diferentes tendências do pensamento político nacional, pa­ra, derrotando os que estão no poder, abrir espaços, aí sim, ao verdadeiropluripartidarismo no Brasil, possibilitando inclusive que o seu PDT tenhacondições de organizar-se devidamente, sem legislações casuísticas, vindo atornar-se grande e aspirar até a conquista do poder.

O SR. MAGNUS GUIMARÃES - Nobre Deputado Álvaro Dias,aborda V. Ex! a grande diferença que sempre existiu entre os trabalhistas e osemedebistas, estes hoje componentes do PMDB. Lembro que, naquela época,há cerca de I ano, I ano e meio, já debatíamos essa diferença, que é funda­mentaI, e daí os nossos caminhos abrirem-se numa encruzilhada muito gran­de. Enquanto V. Ex' e seus companheiros sempre advogavam - e continuamadvogando - a tese de que se deve chegar ao Poder e à democracia juntos,numa frente ampla, num conglomerado de oposições, sem procurar aper­feiçaomento no campo das idéias, nós, trabalhistas, achamos que a democra­cia que se quer, para os povos, passa, necessariamente, pelo sistema pluripar­tidário. Primeiro, os políticos devem agrupar-se e procurar sentir os anseios,as reivindicações e o pensamento filosófico, político e ideológico da socieda­de. Devem organizar-se para poder organizar o povo e, assim, pluripartida­riamente, chegar à democracia. Esta a visão dos trabalhistas. Os nossos com­panheiros, hoje no PMDB, desejam, primeiro, através de uma frente ampla,chegar à democracia para, depois, se identificarem junto ao povo brasileiro.

Essa incerteza, essa insegurança, esse fator é decisivo para a criação desucessivos impasses políticos por que passa a Nação brasileira. Não somos,nobre Deputado Álvaro Dias, uma mera republiqueta latino-americana; nãosomos um Paraguai, não somos uma Bolívia, um Chile, como não somos elSalvador, a Nicarágua, a Guatemala. Nós compomos uma sociedade perfei­tamente delineada, estratificada socialmente. A classe média, no Brasil, é quevem sustentando esse massacre tributário, econômico e social imposto àNação nos idos de 1964. Mas, em razão exatamente desta estraficiação social,é que não pode passar pela cabeçadas trabalhistas a omissão do conteúdoideológico dos partidos políticos. Se vivêssemos uma situação social e geográ­fica igual ã das nações pequenas da América do Sul c da América Central, nóspoderíamos estar reunidos em uma frente, como na Nicarágua ou em El Sal­vador, ou como na Guatemala, última frente política, da guerrilha, para der­rubar o governo ditatorial daquele país. Mas nós não temos, no nosso País,tais condições, pela formação, pela índole do povo brasileiro.

Assim, se nós divergimos, nobre Deputado Álvaro Dias, nós divergimosjá no início. Então os nossos caminhos cada vez mais nos afastam e cada vezmais o PMDB vem adotando atitudes políticas que geram, quase que exclusi­vamente, o confronto. Sabemos que não temos forças, o povo não está orga­nizado, não temos cacife nem jogo para confrontar o regime e o sistema quedomina o congresso Nacional, que domina o Poder judiciário e que, atravésda máquina administrativa, faz e dita todas as regras do jogo político, inclusi­ve até o que podemos dizer e o que não podemos dizer.

Cedo novamente o aparte a V. Ex~.

O Sr. Álvaro Dias- Nobre Deputado Magnus Guimarães, em tese, nãohá discordância, porque nós também entendemos que o pluripartidarismo éindispensável para se chegar à democracia.

O SR. MAGNUS GUIMARÃES - Então há um contra-senso.

O Sr. Álvaro Dias - Não há contra-senso. O que entendemos éque, ain­da em função do "pacote" eleitoral e dos atos de casuísmo impostos à Naçãopelo Governo, não é possível implantar o verdadeiro pluripartidarismo noBrasil. O que deseja o Governo, quando fala em pluripartidarismo - e o fazde maneira não sincera - é um partido governista forte, robusto, inchado,cercado por pequenos partidos raquíticos de oposição, sem força para buscaro poder, para buscar o regime democrático. Entendemos que a hora, portan­to, é de unidade, de somar forças, de unir os esforços para possibilitar, depoisdas eleições de 1982, quem sabe, a implantação do verdadeiro pluripartidaris­mo no Brasil que abra os caminhos para trazermos de volta a democracia quedaqui foi expulsa por aqueles que assumiram o poder sem voto. Portanto,Deputado Magnus Guimarães, esta aliança surge e é consolidada como umatática provisória e não como uma providência em definitivo. Entendemos,sim, que provavelmente após as eleições de 1982 já tenhamos uma alteraçãoprofunda no quadro partidário do País. E queremos que isto ocorra para queos partidos que surgirem depois possam realmente se denominar partidospolíticos com o respaldo ideológico que V. Ex! e nós também desejamos.

O SR. MAGNllS MAGALHÃES - O que pede V. Ex!, nobre Deputa­do Álvaro Dias, é o retorno ao sistema bipartidário, como tática, como umcontragolpe ao "pacote" eleitoral e aos casuísmos da legislação. Ocorre quejú vivemos o bipartidarismo no Brasil. Ocorre que todas as forças da Opo­siçào. todas as corrente ideológicas, todos os perfis do pensamento políticobrasileiro já estiveram unidos sob uma mesma bandeira, sob o nome MDB­Movimento Democrútico Brasileiro. E mais: ao tempo do MDB, em 1974,quantos milhões de votos a mais tiramos do Governo? Mais de seis milhões.Fomos para o Governo? Não. Fomos para o poder? Não. Fizemos maioriano Congresso Nacional? Não.

O Sr. Álvaro Dias - Mas quando ameaçamos o Governo, ele extinguiuos partidos.

O SR. MAGNUS GUIMARÃES - Em 1978, o MDB repetiu a dose.Vencemos as eleições por milhões de votos. Não fomos para o Governo, nãofomos para o poder, não fizemos maioria no Congresso. Por quê? Porque oGoverno, sendo o dono de todas as disposições de força armada, preparoutodos os seus mecanismos, todos os seus casuísmos e foi ceifando a vitória doMovimento Democrático Brasileiro. Essa tática, nós dela já nos utilizamos,sem dela obtermos êxito. Parece-me que, na fase de transição, o povo brasilei­ro não quer confronto. O povo brasileiro - já disse antes, Deputado ÁlvaroDias - por índole, é bom. O que quer é encontrar uma saída para o nossoPaís, visando à solução dos seus problemas mais imediatos - casa, saúde,melhor salário. Esse é o desejo do nosso poso. E nós, conscientes dessa reali­dade, conscientes de que o nosso povo não quer guerrilha, porque não somosuma republiqueta latino-americana, da América Central, se o povo quer coi­sas mais imediatas, quer crescer na escala social e ser alguém na vida, paraque o sol também o ilumine, como podemos retroceder a teses quejá utiliza­mos e que foi provada, no dia-a-dia, que não levou a nada, absolutamente na­da. Hoje, nas nossas reuniões, nos nossos comícios, pelo menos nos comíciosdo PDT e outros comícios por aí, sabemos, o colono, o trabalhador quer ex­plicação sobre a ideologia política. Ele quer saber o que eu penso sobre a re­forma agrária. Eles exigem dos Deputados do PDS explicações sobre o desca­labro econômico e social em que o regime o colocou. Então, se o nosso povoestá com essa disposição, ele quer buscar saídas. Ele não quer luta fratricida,não quer confrontos que não geram nada. Na hora em que espicaçamos osbrios da alma e da consciência nacional, inclusive dizendo que os militares éque estão dando sustentação a esse modelo econômico e social que infelicitaeste País, eles também estão sendo convocados para modificar a sua mentali­dade. Agora, nós não vamos modificar essa mentalidade com espírito revan­chista, colocando numa mesma trincheira tipos diferentes de pessoas. Sabe V.Ex!, Deputado Álvaro Dias, muito mais do que eu, que não dá certo a convi­vência comum numa mesma trincheira desde os radicais de direita aos radi-

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cais da extrema esquerda, que apelam para a luta armada. Acaba-se brigandona própria trincheira. Ê por isso que, no meu entendimento e no posiciona­mento também do Dr. Brizola, presidente do nosso partido, se algum partidopolítico quiser ajudar o País a encontrar uma saída tem que dizer quem é.Nós temos, alias, obrigação moral de dizer quem somos. Afinal, o que pensa­mos sobre os problemas nacionais? Qual é o meu perfil político e o perfil polí­tico do meu partido? No momento em que nos escondermos num biombo,numa cortina de fumaça, estaremos a omitir do povo o que ele tem o direitode saber: a nossa definição ideológica. Neste momento não estamos servindoà Pátria; passamos a servir a outros interesses, mas jamais aos interesses dopovo brasileiro.

O SR. ÁLVARO DIAS - Nobre Deputado Magnus Guimarães, V. Ex~diz que nós já experimentamos o bipartidarismo e não mudamos a situaçãodo País, mas quando nós ameaçamos o Governo ele extinguiu os partidos.Naturalmente ele extinguiu os partidos, a pretexto de implantar o bipartida­rismo, para dividir as forças de oposição e perpetuar-se no poder ou pelo me­nos mantê-lo por mais algum tempo. Se ficássemos agora divididos, com o"pacote" eleitoral seríamos esmagados pelo Governo. O Governo assegura­ria a manutenção do poder por mais algum tempo. Daí o entendimento dosoposicionistas ligados ao PMDB e ao PP, ou seja, que a incorporação era a ú­nica resposta tática para o momento. Realmente a incorporação pode estabe­lecer confronto, mas o confronto político - e entendemos que esse seja ne­cessário; o que não queremos é o confronto através da violéncia, pela forçadas armas. Nós queremos o confronto pela força das idéias. O confronto polí­tico entendemos ser necessário, indispensável neste momento histórico doPaís, neste momento de transição política. Não fugiremos do confronto polí­tico. Queremos o confronto político para que dele a Nação participe, buscan­do decidir o seu próprio destino através do regime democrático. Portanto,nobre Deputado Magnus Guimarães eu não entendo que haveremos de nosafastar cada vez mais, porque há uma causa fundamental a nos ligar, que é acausa da democracia, não desejada por aqucles que sc encontram no poder.

O SR. MAGNUS GUIMARÃES - Nobre Deputado Álvaro Dias, ogrande argumento do PMDB sempre foi este: que o Governo instituiu o plu­ripartidarismo para dividir a Oposição. Esta tese, estc argumento não resisteà mínima análise. Quantos governos tem hoje a Oposição? Nenhum. Ou, poroutro lado, poder-se-ia dizer que tem dois: no Pará e no Rio de Janeiro. Masnão vamos entrar na querela regional. Os cálculos segundo os colcgas de V.Ex\ Deputado Álvaro Dias, nos apontam que nas eleições de 1982 o PMDBvai fazer 15 a 16 governadores estaduais. Então, que tipo de divisão é essa queo Governo está fazendo? Praticou contra si o suicídio político. Fracionou ospartidos de oposição para que um deles inchasse, crescesse - V. Ex~ usoubem os termos - e tivesse possibilidade de ir às urnas e ganhar 15 a 16 gover­nadores. Veja que tipos de governo teríamos, então. Quem seriam esses 15 ou16 peemedebistas? Esta é a grande questão. Não sei se vale a pena pagar essepreço para ver tanta dicotomia, tanta idiossincrasia, tantas pessoas diferentesnuma mesma trincheira. Nós continuamos trabalhistas e, por sermos traba­lhistas, apresentamos em alto nível, às claras, em audiência marcada com oSr. Ministro, a nossa proposta para que o Governo a estude como uma suges­tão do Partido Democrático Trabalhista no sentido de buscarmos uma saídae realizarmos, real e efetivamente, eleições democráticas, limpas e livres a 15de novembro. (Muito bem! Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Concedo a palavra ao Sr. NeyFerreira, na qualidade de Líder do Partido Democrático Social.

O SR. NEY FERREIRA (PDS - BA. Como Líder. Sem revisào do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, completo, neste ano de Cristo de1982, 16 anos de mandato nesta Casa. Estou na minha quarta legislatura e,mercê de Deus, haverei de cumprir o saldo que me resta no ano em curso,mantendo o respeito e a dignidade, que sempre foram objeto de admiraçãopor parte de meus amigos e até de alguns adversários, no trato com os meuspares nesta Casa.

Sr. Presidente, dei entrada hoje a um documento, endereçado ao Sr. De­putado Nelson Marchezan, do seguinte teor:

"Exm9 Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, acusado quefui, de maneira grosseira, leviana e sobremodo injuriosa, em sessãoplenária do dia 10 próximo passado. pelo Sr. Deputado lranildo Pe­reira - PMDB, Ceará - que excrcia a função de Líder da Minoria,após haver pronunciado discurso em nome da Liderança do meupartido, o PDS, requeiro a V. Ex~ que se digne de adotar as provi­dências previstas no bojo do art. 266 do Capítulo IV do RegimentoInterno desta Casa. Apenas à guisa de informação, quero agora pe­dir vênía a V. Ex' para lembrar que, instantes antes de ocupar a tri­buna, mantive ligeiro diálogo com V. Ex~, que presidia momenta-

neamente a Mesa da Câmara dos Deputados, e melhor testemunhodo que este não poderia ter da compostura e sobriedade de minhasatitudes naquela ocasião. Anexo recorte do Jornal de Brasília, comfotografia, inclusive, onde se constata, ademais, que me mantive natribuna de apartes, enquanto outros, principalmente o meu infelizcolega e detrator, gesticulavam em meio a um breve tumulto. Certo,absolutamente convicto de justeza da atitude de V. Ex', que visarásobretudo ao resguardo da instituição e da dignidade parlamentarde quantos ncla mourejam, subscrevo-me, Ney Ferreira. DeputadoFederal, Vice-Líder do PDS."

Sr. Presidente, esta providência que eu tomei não visa, nem de longe, aprocessar colegas, a buscar punições; visa, sim, a não aceitar a acusação, por­que há um velho ditado nordestino que afirma que "quem cala consente".Repeli-a na mesma hora, embora alguns jornais tivessem dado informaçõesconfusas. Levantei uma questão de ordem e provei que tinha usado palavrascandentes, irrespondíveis, porque realmente são irrespondíveis, e aqueles quefugiram ao diálogo, ao voltar, impossibilitados, intelectual ou moralmente,de dialogar e de me responder, apelaram para a covardia, para a felonia.

Ora, Sr. Presidente, quem produz um discurso - modéstia à parte ­com a lucidez com que produzi, - gratia argumentandi - indiscutivelmentedeveria estar no uso perfeito das suas faculdades. Mas o que eu disse foramcoisas muito sêrias. O discurso está aqui, não vou repeti-lo. Ele merecia res­posta. Mas é impossível contraditar a verdade.

Eu sei, Sr. Presidente, que eu tenho sido, nesta Casa, de certo modo, umaespécie de promotor público da Oposição - promotor público no sentidoexato da função que desempenha um representante do Ministério Público: odefensor da sociedade, o homem encarregado de zelar pelos interesses da so­ciedade. Eu tenho zelado tanto quanto possível pelos interesses da sociedadebrasileira, pelos interesses desta Casa, do meu partido e, sobretudo, de minhaPátria.

Sr. Presidcntc, a verdade é que eu levantei questões de difícil resposta. Eufalei da incorporação de um partido, e ainda há pouco um Deputado do PDTafirmava suas discordâncias com o PMDB, que inchou, que inflacionou, queinflou e que deseja 15 governos. Realmente, esta é a luta do PMDB nestePaís. O PMDB é o partido mais contraditório. Eu diria, parafraseando al­guém - a expressão não é minha e não sou de plagear - que o PMDB, hoje,se constitui na catedral de todos os credos. Aglutinam-se na legenda doPMDB homens de direita, de ultradireita. de centro-direita, de centro­esquerda, de esquerda, de esquerda radical - de todos os matizes políticos.Por qué? Porque o PMDB tem um objetivo: atinjir o poder. Ele qucr apenasisto. Ele está rigorosamente dentro da doutrina de Maquiavel: os fins justifi­cam os meios. Eu disse isto, Sr. Presidente, e disse com muita propriedade.Fiz uma pergunta e exigi uma resposta. Porque nós outros ficávamos aquiconstrangidos quando víamos os Senadores indiretos adentrarem csta Casa, eos Deputados da esquerda radical do PMDB insuflar as galerias, vaiando-ose chamando-os de "biônicos". Sr. Presidente, V. Ex', esta Casa e o Brasil to­dos devem lembrar-se daquela frase célebre do ex-Deputado Alencar Furta­do, de alto valor intelectual, que classificou os Senadores indiretos de "pica­retas" da República. Hoje um desses "picaretas" da República, segundo o ex­Deputado Alencar Furtado, faz parte do Diretório Nacional do PMDB.

o Sr. Álvaro Dias - Permite-me V. Ex· um aparte?

O SR. NEY FERREIRA - São estas verdades, Sr. Presidente, que eutrago para mostrar as incoerências, as incongruências de um partido que searvorou, durante muito tempo, aqui, em dono da verdade.

Nós mudamos, metamorfoseamos a nossa conduta aqui, porque houveuma fase em que os homens da Oposição, de modo geral, chamavam os De­putados do PDS e também os da antiga ARENA de capachos, de subservien­tes, de bonecos. Diziam que vivíamos à mercê dos ventríloquos. Nós, os De­putados do PDS, resolvemos colocar um dique a este estado de coisas. Parti­mos para o cantra-ataque, mostrando a nossa melhor arma de defesa. E colo­camos este dique, levando à parede estes homens do PMDB. E o que se viufoi que a bancada do PMDB se retirou.

Sr. Presidente, eu afirmava, por exemplo - e hoje vou descer a detalhes- que o PMDB hoje não é mais comandado por homens do quilate de Ulys­ses Guimarães e Tancredo Neves. Quem assistiu à convenção extraordináriapara a incorporação - os jornais publicaram à saciedade - puderam ver quepredominavam faixas do MR-8, do Valpamares, enfim, de todas as matizes;camisas coloridas com retrato de Che Guevara, Lamarca, Prestes. Só falta­ram ressucitar o velho Lenine, que talvez ficasse envergonhado, porque sabeque o marxismo que ele pregou na Rússia de t7 está em decadência, em der­rocada e o exemplo maior disso é a Polônia de nossos dias.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 863

Sr. Presidente, pelo hábito profissional de advogado, não gosto de fazeracusações no vazio. E é por isso que não podem responder-me. Atente bem,Sr. Presidente, para a nota do "Jornal do Brasil" que vou ler. E por isso euperguntava ontem como podem os Deputados Modesto da Silveira e Mar­cello Cerqueira, que sempre trataram o chaguismo como se fosse um câncer,uma lepra, serem liderados, hoje, por Chagas Freitas. Eu, pessoalmente, nãotenho nada contra o Sr. Chagas Freitas e o Sr. Miro Teixeira. Mas, antiga­mente, falar aqui em Chagas Freitas e Miro Teixeira era como falar em coisapestilenta. Ontem, no "Jornal do Brasil", o Sr. Giocondo Dias dizia admitirdar seu apoio a Miro Teixeira. Mas atentem para o detalhe:

"O Secretário-Geral do PCB revelou ontem que os comunistaspoderão apoiar a candidatura de Miro Teixeira para o Governo doEstado do Rio, mas esclareceu que isso só será depois da convençãoregional do PMDB fluminense. Giocondo garantiu que os integran­tes do PCB não fazem restrições a Miro Teixeira, principal mete de­pois da incorporação" - principalmente depois da incorporação­"porque o PT passou a aceitar o programa e os estatutos doPMDB."

Sr. Presidente, isso é quase que um triângulo, um triângulo escaleno. OPC do Brasil, que não é bem do Brasil, o PC internacional aceita apoiar o Sr.Miro Teixeira do PP, a medida que o PP aceite os estatutos do PMDB. Ora,Sr. Presidente, não dá nem para levantar uma premissa, nem um corolário,porque fica confuso. Será que os estatutos do PMDB estão em acordo com osestatutos do PC, partido clandestino, ilegal, porque o PC apóia um candidatodo PP à medida que ele concorde com os estatutos do PMDB? Mas, Sr. Presi­dente, há Um pouco mais ...

O Sr. Álvaro Dias - Permite-me V. Ex' um aparte?

O SR. NEY FERREIRA - Darei o aparte a V. Ex. com o maior prazer;quero apenas concluir meu raciocínio. Temos bastante tempo.

O SR. NEY FERREIRA - Ontem a Deputada Lúcia Viveiros acusava oPMDB de acionar um AI-S branco. Sr. Presidente, eu faço justiça. Ninguémlutou nesta Casa para acabar com as cassações, com o AI-S, do que os inte­grantes do PMDB. Mas, agora, na hora em que eles se incorporam, se agluti­nam, se fundem - e alguns não aceitam, até por questão de amor próprio, depejo, de respeito aos seus princípios - eles poderiam tcr entendido a atitudedos Deputados Magalhães Pinto, Herbert Levy e tantos outros que não que­rem ser comandados pelo MR-S. Então a Deputada Lúcia Viveiros se desligado PMDB: vêm os membros da executiva do PMDB e dizem que vão cassar omandato dos afastados. Condenavam a Revolução com o Al-S porque cassa­va mandatos de subversivos e de corruptos. E querem cassar mandatos deDeputados porque mudam de partido. São essas as minhas formulações depromotor, diria assim, do PMDB. E porque faço essas formulações sou acu­sado de não estar no uso perfeito das minhas faculdades mentais.

Sr. Presidente, há mais, e há bem mais. Observe V. Ex. que o próprio Se­nador Tancredo Neves, incorporado ao PMDB, declarava ontem que achavaodioso esse processo de cassação de mandatos; achava triste, achava doloro­so. Vê V. Ex. que nessa catedral de todos os credos, nessa mesquita de muçul­manos, xiitas, maometanos, enfim, de toda a classe religiosa, diria assim, háhoje, inquestionavelmente, duas posições meridianamente claras: de um lado,os fisiologistas, dentro do PMDB, buscando, a qualquer preço, os Governosestaduais, as senatorias, enfim, buscando as posições: de outro lado, os sub­versivos - volto a dizer - aqueles liderados. aqueles integrantes das corren­tes que só a benevolência dos latino-americanos poderia permitir que voltas­sem à vida pública. E voltaram aqueles que assaltaram bancos, que mataram,que fizeram guerrilha, que deixaram várias famílias na orfandade. Fala-semuito aqui em direitos humanos, mas nunca se cogitou daqueles que forammortos pelos terroristas, pelos assaltantes dc bancos, pelos latrocidas travesti­dos de políticos.

Então, há essas duas correntes: dc um lado, os fisiologistas; do outro. osesquerdistas, os subversivos, que acham que, atingindo, juntos. o poder, po­dem fazer como aconteceu na velha Rússia de Trotsky, de Stalin e de Lenini.Ninguém foi mais revolucionário na Rússia do que Trotsky; ninguém maisquc elc lutou e pregou o marxismo histórico; depois se viu caçado, no mundointeiro. e foi apunhalado no México por um homem de Stalin.

Foram estas afirmações: irrespondíveis, que levaram um colega a prati­car a felonia de uma acusação gratuita, estúpida. barata e desrespeitosa a sipróprio, a seus pares e a esta Casa. Contra isso, Sr. Presidente, e em respeito amim mesmo, à minha mulher. aos meus quatro filhos. aos meus amigos e aosmeus eleitores é que formulo este protesto e este requerimento à Presidênciada Casa.

Ouço o Deputado Álvaro Dias.

O Sr. Álvaro Dias - Nobre Deputado Ney Ferreira, as afirmativas de V.Ex. estão longe de ser irrespondíveis. Por isso estamos aqui. Não pense V. Ex~que a Oposição estará sempre ausente deste plenário quando na tribuna esti­ver V. Ex' Ê um direito. somos democratas e não negamos o direito que V.Ex' tem de analisar o nosso partido. V. Ex' pode fazer o tipo de análise queentender deva ser feita. No entanto, o que a Oposição não pode admitir ê queo Governo, além de administrar o seu próprio partido, queira administrasr aOposição. O Governo não se conforma. e V. Ex. também. com a incorpo­ração do PP ao PMDB. Desejava o Governo e V. Ex' que fôssemos esmaga­dos pela imposição de um "pacote" eleitoral indecente. que não teve outroobjetivo a não ser fulminar as oposições do Pais, e não aceitam a resposta dacompetência, do bom senso e do desprendimento de políticos oposicionistasque, divergindo - concordamos com V. Ex. - em idéias, em pensamentos,uniram-se em torno da causa fundamental, a conquista da democracia.Engana-se V. Ex' quando afirma que o PMDB quer o poder a qualqure cus­to. Não queremos o poder, queremos a democracia. para que o povo, só opovo e mais ninguém, decida quem deve assumir o poder na Naçào. Ê claroque acolhemos as mais diversas tendências do pensamento político nacional.e nunca negamos isto. Acolhemos, sim, liberais e esquerdistas. porque enten­demos que a hora é da unidade oposicionista como tática provisória. nãocomo comportamento definitivo. V. Ex. fez referência a crimes, a mortes. aatentados etc. Realmente, não me posso esquecer - V. Ex~ tem razão - porexemplo, de Vladymir Herzog, não me posso esquecer de Rubens Paiva, nãome posso esquecer de tantos outros que foram presos, torturados e assassina­dos.

O SR. NEY FERREIRA - E nós não podemos esquecer do cabo que foimorto na porta do quartel.

O Sr. Álvaro Dias - Estamos vivendo um momento de transição políti­ca na vida nacional, e para nós está claro que o Governo ou o grupo que seencontra no poder não deseja a democracia. Derrubou a máscara e mostraagora a truculenta face do autoritarismo. V. Ex' não pode retirar dos oposi­cionistas o direito que temos de unir nossas forças em torno do fundamentalpara a Nação, a conquista do regime democrático. Depois, nobre Deputado,quando este País estiver vivendo realmente a democracia - porque ela existenão apenas para ser cantada, como quer o Governo, mas para ser vivida ­quando este País estiver vivendo a democracia, V. Ex' terá oportunidade dever cada corrente do pensamento político nacional representada por partidospolíticos. E, por certo. nós, que hoje nos encontramos juntos no PMDB. esta­remos em partidos diferentes. Ê o que queremos e o que gostaríamos quisessetambém o Governo deste País.

O SR. NEY FERREIRA - Deputado Álvaro Dias, realmente, emboratenhamos divergências e posições diametralmente opostas, V. Ex. dá umexemplo a alguns companheiros de seu partido: adere ao diálogo e defende osseus pontos de vista com talento e delicadeza, demonstrando aos seus compa­nheiros do PMDB que é possível o diálogo. mesmo com idéias diferentes, masnum clima como este que eu e V. Ex' estamos conduzindo, de respeito e serie­dade. Portanto, agradeço a V. Ex' o aparte, embora dele discorde. como efeti­vamente não poderia deixar de fazê-lo. mas rendo-lhe minhas homenagenspela dísposição para o debate e o diálogo. Esta é uma Casa de debates, nào deacusações vãs e pueris, quando se tenta desmoralizar inocuamente a dignida­de de quem há 16 anos se faz nela respeitar, como é o meu caso.

Sr. Presidente, a verdade acaba de ser dita pelo Deputado Álvaro Dias: acatedral de todos os credos está hoje abrigando as correntes e os matizes maisvariados. Talvez. algum dia, consigam eles concretizar o Anho de verào da­quela república almejada por eles, que não é a república que queremos, ...

O Sr. Álvaro Dias - Democracia é sonho de verão para V. Ex.?

O SR. NEY FERREIRA - ... já o que desejamos é o que o PresidenteFigueiredo está tentando fazer neste País, com a mão estendida - a Repúbli­ca do pluripartidarismo, sem confrontos, sem casuísmos como este da incor­poração.

O Governo é acusado de mandar pacotes de casuísmos, mas todos elesvisam ao aperfeiçoamento político, e deles na maioria das vezes a Oposiçãotem-se beneficiado, e o PMDB confessa isto. Ele não poderia entender que oPresidente Figueiredo tivesse adotado a filosofia do japonês, de fazer o con­trário do óbvio. Jamais. O que o Presidente quer, como todos os brasileiros, éadmitir até a alternância no poder, desde que se faça pelas vias democráticas,desde que se faça pelo caminho normal. E até lá chegaremos. Chegaremos aoaperfeiçoamento de um partido que está no poder ceder a vez a outro pelo vo­to. Disso temos exemplos bem claros, bem flagrantes em todos os Estados daFederação.

Mas, Sr. Presidente, ainda à guisa de ilustração, e mostrando esse mosai­co que é o PMDB, na minha Bahia, há dias - em que pesem a todas as reco-

864 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1982

mendações do Papa João Paulo lI, pedindo que a Igreja não se imiscua, nãose intrometa na vida política dos povos, trabalhe em favor dos humildes, sigaa pregação de Jesus - o Arcebispo de Olinda fazia uma pregação político­religiosa e congregava centenas de pessoas. Ao final, Sr. Presidente, ao invésde levantar o crucifixo para saudar o povo, ao invés de levantar um terço paramostrar aos seus fiéis, ao invés de fazer o sinal da cruz, fazia esta saudação oArcebispo de Olinda. (O orador exibe recorte de jornal com fotografia.) Se nãome engano, Sr. Presidente, o punho cerrado, estendido para o alto, sempre foia saudação da Internacional Comunista. Deve ser um equívoco ou uma ligei­ra coincidência, mas são dessas coisas que coincidem muito, equívocos que sefazem dentro da linha de oposição ao Governo brasileiro.

Sr. Presidente, a grande verdade é que o PDS - dizia ainda ontem o Pre­sidente, na festa da uva no Rio Grande do Sul- o PDS mostrará ao Brasil,através de trabalho, iniciado hoje no Estado de São Paulo, o que vem fazendopelo povo através da sua organização, o labor consciente dos seus governado­res, do Presidente da República e dos seus Ministros. Um dos maiores exem­plos disso é o Ministro Mário Andreazza, que muito tem feito pelo Norte e­Nordeste, atendendo ao problema da habitação, influindo decisivamente nasolução do problema da terra, com a distribuição de terras aos que não têm.O problema da alimentação, sobretudo no meu Estado, vem sendo minoradocom aquela grande obra do Governador Antônio Carlos Magalhães, a cestado povo.

Enfim, Sr. Presidente, é por este camlllho, é pelo caminho da disputaeleitoral, pelo caminho do diálogo, que nós, do PDS, haveremos de vencer.Quanto a mim, Sr. Presidente, pouco importam as adjetivações as mais ab­surdas e caluniosas que me possam fazcr nesta Casa. Lutarei atê o limite dasminhas forças, sem demagogia, mas dizendo com toda minha alma, lutareiaté com o sacrifício de minha própria vida, mas não tergiversarei. não aceita­rei que ideologias espúrias e estranhas tentem interferir no processo democrá­tico brasileiro. Haverei de lutar, de dar o meu sangue, mas deixarei o exemplopara meus filhos. O Brasil jamais perderá a sua soberania. pertencerá sempreaos brasileiros. Haverá sempre um pendão verde-amarelo tremulando no al­tar da Pátria. Homens de bem, das Forças Armadas, do PDS e também dospartidos de Oposição, estarão vigilantes para que o Brasil seja sempre a terrados nossos filhos. a terra dos brasileiros. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) -

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n" 2.86l-A, de1976, que dispõe sobre o exercício da profissão de esteticista, e dáoutras providéncias; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa;da Comissão de Trabalho e Legislaçào Social, pela aprovação, comemendas; e, da Comissão de Finanças, pela aprovaçào, com adoçãodas emendas da Comissão de Trabalho e Legislação Social. (Do Sr.Peixoto Filho) - Relatores: Srs. Gomes da Silva e Arnaldo La­fayette.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - A Comissào de Trabalho e Le­gislação Social, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter avotos as seguintes

Emendas- N9}-

Inclua-se no art. 19, entre "cabeleireiro" e "manicura", a palavra "bar­beiro".

-No 2­

Imprima-se no art. 39 a redação seguinte:

"Art. 39 Nos Municípios onde não houver escola nas con­dições exigidas por esta lei. o certificado poderá ser fornecido peloSindicato respectivo.

Parágrafo único. No caso de não existir Sindicato no Municí­pio, o certificado será expedido pela entidade de classe da categoriaprofissional do Município mais próximo."

-N93_

Reescreva-se o art. 79 da forma seguinte:

"Art. 79 O Esteticista que exercer a profissão, sem qualquervínculo empregatício, contribuirá para o INPS na qualidade de au­tônomo."

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que as aprovam quei­ram permanecer como estão. (Pausa.)

Rejeitadas.

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Vou submeter a votos o

PROJETO N0 2.861-A, DE 1976

O Congresso Nacional dec,reta:Art. 19 O exercício da profissão de esteticista, incluindo nesta catego­

ria. cabeleireiro. manicura. pedicuro, massagista e maquilador, será permiti­do somente aos portadores de certificado expedido por escola de formaçãoprofissional devidamente registrada e fiscalizada.

Art. 29 O registro só poderá ser concedido se a escola estiver sob a res­ponsabilidade de Município, Estado, Território ou da União ou, ainda, deentidades dc c1assc ou do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SE­NAC).

~ \9 O registro será concedido pelo Delegado Regional do Trabalho,com recurso. dentro de 60 (sessenta) dias, para o Ministro do Trabalho e Pre­vidência Social.

~ 29 Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho fiscalizar as escolasde formação profissional a que se refere esta lei.

Art. 39 Nos municípios onde houver escola nas condições exigidas poresta lei. o certificado revalidado trimestralmente e convalidado só para essesmunicípios poderá ser fornecido por entidade de classe com jurisdição no res­pectivo território.

Parágrafo único. No caso de não existir sindicato no município, o cer­tificado será expedido pela entidade de classe da categoria profissional domunicípio mais próximo.

Art. 49 A Carteira de Trabalho e Previdência Social, de que cuida aConsolidação das Leis do Trabalho. somente será expedida aos esteticistasqlle apresentarem' o Certilícado de que trata a presente lei.

Art. 59 Fica obrigatória a csterilização do material a ser usado no clien-te.

Ar!. 6" Os esteticistas que, à data da publicação desta lei. estivcrem noexercício da profissão há mais de 5 (cinco) anos. farào jus à carteira profissio­nal e ao exercício da profissão desde que requeiram o registro no prazo de 12(doze) meses. a contar da regulamentação referida.

Parágrafo único. Os que não tiverem completado 5 (cinco) anos noexercício da profissão. à data da publicação desta lei, poderão continuarexercendo-a. pelo prazo de 12 (doze) meses, dentro do qual terão de provi­denciar o cumprimento dos requisitos para obtenção do certificado.

Ar!. 79 Os esteticistas. que exercerem o seu ofício sem qualquer vincu­lação empregatícia. contribuirão na qualidadc de autônomos para a Previ­dência Social.

Ar!. 89 O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 120 (cen­to e vinte) dias. a contar da data de sua publicação.

Art. 9' Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Ar!. 10. Revogam-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permaneccr como estão. (Pausa.)

Rejeitado.Vai ao Arquivo.Estão prejudicados os Projetos n9s 4.175/77 e 4.746/78, anexados.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) -

Discussãn única do Projeto de Lei n9 137-A, de 1979, que alterao ar!. 29 da Lei n96.168, de 9 de dezembro de 1974, que criou o Fun­do de Apoio ao Desenvolvimento Social - FAS; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade,ju­ridicidade e técnica legislativa; da Comissão de Educação e Cultura,pela aprovação. com Substitutivo; e. da Comissão de Finanças, pIaaprovação. com adoção do substitutivo da Comissão de Educação eCultura. (Do Sr. Adhemar Ghisi) - Relatores: Srs. Jorge Cury, Jo­sé Torres e Christóvam Chiaradia.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Não havendo oradores inscri­tos. declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Há sobre a mesa e vou subme­

ter a votos o seguinte

REQUERIMENTO

Sr. Presidente:Nos lermos regimentais. requeiro a V. Exq o adiamento da votação do

Projeto n9 137-A/79. por cinco Sessões.Sala das Sessões. 12 de março de 1982. - Ney Ferreira.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 865

o SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Em conseqüência. o projeto sai da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) -

Primeira discuss~1O do Projeto de Lei n9 203-A, de 1979, que dánova redaçiío ao "caput" e ao § 29 do art. 89 da Lei n9 5.890, de 8 dejunho de 1973, que altera a legislação de previdência social; tendopareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucio­nalidade e juridicidade e quanto à técnica legislativa pela aprovaçãodeste e rejeiçiío dos demais: da Comissão de Trabalho e Legislaçãosocial, pela aprovação. com emenda e rejeiç~lo dos demais; e, da Co­missão de Finanças, pela rejeição destc e aprovação do de n9

1.007/79. anexado. (Do Sr. Victor Faccioni) - Relatores: Srs. Al­tair Chagas. Túlio Barcellos e Athif.: Coury.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Não havendo oradores inscri­tos. declaro encerrada a discussão.

V:Ji-se passar ã votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - A Comissão de Trabalho e Le­gislw;ão Social, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter avotos a seguinte:

Emenda

Acrescente-se o seguinte art: 29 ao projeto, renumerando-se os atuaisarts. 29 e 39 para arts. Y e 40• respectivamente:

"Art. 29 O custeio dos encargos decorrentes da execução desta lei seráatendido pela receita de que trata o art. 17 da Lei n° 6.430, de 19 de setembrode 1977."

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que a aprovam queirampermanecer como estão (Pausa.)

Aprovada.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Vou submeter a votos o

PRO.JETO N9 203-A, DE 1979

O Congresso Nacional decreta:Ar!. 19 O caput e o ~ 29 do ar!. 89 da Lci n95.890, de 8 de junho de 1973,

passam a vigorar com a seguinte redação:

.• Art. 89 A aposentadoria por velhice será concedida ao segu­rado que. após haver realizado sessenta contribuições mensais, com­pletar 60 (sessenta) anos de idade, se do sexo masculino ou femininoc consistirú numa renda mensal calculada na forma do ~ I~ do art.69desta Lei."

~ 1~l ••••• , •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

,.~ 2" Serão automaticamente convertidos em aposentadoriap<lr velhice o auxilio-doença e a aposentadoria por invalidez do se­gurado do sexo masculino ou feminino que completar 60 (sessenta)anos de idade."

Ar!. 2\' Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Ar!. Y Revog~llll-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Os Srs. que o aprovam quei­ram permanecer como estào. (Pausa.)

Aprovado.Volta 11 Comissão de Trabalho e Legislação Social, para redação em 2'

di~CU~!'i~lO.

Estão prejudicados os Projetos nOs 1.007/79, 2.118/79, 2.655/80 e4.238/80. ~l1lex~ldos.

O SR. PRESIDFNTE (Furtado Leite) - Nada mais havendo a tratar.vou lev~l1lLlr a sessáo.

Deixam de comparecer os Senhores:

Minas Gerais

Luiz Bacc~lrini - PP: Silvio Abreu Jr. - PP.

Sào Paulo

Francisco Rossi - PDS; Tidei de Lima - PMDB.

Paraná

Anwdeu GeHra - PMDB.

Rio Grande do Sul

Jorge Uequed - PMDB.

VII - O SR. PRESIDENTE (Furtado Leite) - Levanto a sessão desig­nando para a ordinúria da próxima 2'-feira, dia 15, às 13:30 horas, a seguinte:

ORDEM DO DIA

TRAMITAÇÃO

EM URGÊNCIA

Votação

1

PROJETO DE LEI N,0 5-.000-A, DE 1981

Votaçãn,em discussão única, do P<rojeto de Lei n.o 5.000-A,de 1981, que dispõe sobr;e a criação de cargos na Secretaria.. doTribunal Region3Jl El'eHoral do Estado do Maranhão. e dá outrasprovidênc~as; tendo. parece,res: da Comissão de Constituição eJus·tiça, pela constitucionalidade, jmidicidade e ,técnica legiBl3itiva,com emenda; da Comissão de Serviço Público, pela aprovação,com emenda; 'e, da Comissão de 'Finanças, pela wprovação. (Do

Tribunal Superior Eleitora,l) - Relatores: Sr. Nilson Gibson, Epi­tácin Cafo8t,eira e Luiz Bacc·arini.

PRIORIDADE

Discussão

2

PROJETO DE LEI N.o 265-A, DE 1979

Discussão única do Projet<J de Dei n.o 265-A, de 1979, queaerescea:J.ta parágJ.'afo ao art. 11 da Lei n.o 3.807, de 26 de agostode 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social); tendo pa·receJ.'es:da Comi·ssoo· de Constituiçoo e J.ustiça, pela cnnstitucionalidade,juridicidade e técnica Legislativa; '8, das Comissões de TJ.1ahalho eILegi.slação 80cial -e de Finanças, .pe<la apwvtação. (iDo SenadoFederal) - Relator·es: 81'S. Theodorico Ferraçn, Amadeu Geara eVicente GuabiiI'oba.

ORDINÁRIA

Votação

3

PROJETO DE LEI N.o 3.012-A, DE 1976

Votaçãn, em pJ.'imei.ra discussão, do Pmj'eto de Lei n,O 3.0Hl-A,de 1976, que dá nova r,edação ao art. 24Q da Lei n,o 4.737, de 15de julho de 1965. que "in8'titui o Código Eleitoral·"; tendo pail'e.cer,da Comissão de Constituição e J·u,s,tiça, pela oons,titucionalidade,juridicidade 'e técnica legislativa e, no mérito, pela apro:vação.(Do Sr. Lidovino Fanton) - Rela'ror: S'r. Afrisio Vieira Lima.

Discussão

4

PROJETO DE LEI N.o 80-A, DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei. n.o 80-A, de 1979, queestabelece normas pama a concessão do benefício da Assistência

GRANDE EXPEDIENTE

Homenagem

Homenagem à memória do Senador·AdalbwtoBena.

866 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1982

Inscrições automáticas para o mês de abril, nos termos daResolução n.o 37, de 1979

DATA DIA DA SEMANA NOME

1.0 Quinta-feira Alfredo MarquesMilton Brandão

2 Sexta-feira Pimenta da VeigaAudálio Dantas

5 Segunda-feira Tarcisio DelgadoOctacílio Queiroz

PDS

Canti-dio Sampaio

Homenagem

Homenagem à memória do Sr. JúlioPrestes de Albuquerque, ex-DeputadoFederal.

Antônio MazurekAnisio de Souza

Nosser AlmeidaMilton Figueiredo

Ruy CôdoNabor Júnior

Inocêncio OliveiraJúlio Campos

Brabo de CarvalhoValter Garcia

Ruben FigueiróVivaldo Frota

Airton SandovalHélio Duque

Daniel SilvaSebastião Andrade

Freita.s DinizOarlos Bezerra

Nivaldo KrügerIsaac .Newton

17 Quarta-feira

18 Quinta-feira

19 sexta-feira

22 Segunda-feira

23 Terça-feira

24 Quarta-feira

25 Quinta-feira

26 Sexta-feira

29 Segunda-feira

30 Terça-feira

31 Quarta-feira

DATA DIA DA tSEMANA

Líder

NELSON MARCHEZAN

Presidente da Cámara dos Deputados

ELEIÇAO DOS PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTESDAS COMISSõES

- Comissão de Agl':cultw:a e Política Rural- Oomissão de Ciência e T-ecnologia- Oomissão de Comunicação- Oomissão de Constituição e Justiça- Oomissão de Defesa do Oonsumidor- Comissão de Economia. Indústria e Oomércio- Comissão de Educação e Cultura- Comissão de Finanças- Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas- Comissão do Interior- Comissão de Minas e Energia- Comissão de Redação- Comissão de Relações Exteriores- Oomissão de Saúde- Comissão de Segurança Nacional- Comissão de Serviço Público- Comissão de Trabalho e Legislação Social- Comissão de Transportes

Avisos

Judiciária na Justiça do Trabalho; tendo pareceres: da Comissãode Conl>tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidadetécnica legislativa e, no mérito, pela apcrovação, com emendas; e:da Comis~ão de Trabalho e Legislação Social, :pela aprovação,com adoça0 das emendas da Comissão de Constituição e Justiça.- (Do Sr. Oantídio Sampaio) - Relatores: Brs. Bonifácio deAndrada e Adhem:l!r Ghisi.

CONVOCAÇAO

Nos termos do § 2.° do art. 76 do Regimento Interno, ficamos Srs. Membros das Comissões Permanentes abaixo relacionadasconvocados para o dia 17, (4.a-feira), às 9:00 horas, a fim deprocederem à eleição dos Presidenws e dos respectivos Vice-Pre­sidenws.

Brasília, 8 de março de lV82.

5

PROJETO DE LEI N.o 419-A, DE 1979

Primeira discuS\São do P,rojeto de Lei n.o 419-A, de 1979, quedá nova redação ao a'rt. 6.° da Lei n.o 5.107, de 13 de setembrode 1966 - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; tendo pa­receres: da Comissão de Constituição e Ju&tiça, pela constituciona­lidade, juridicidade e técnic-a legislativa com emenda; da Oomissãode Trabalho -e Legislação Social, pela aprovação; e, da, Comissãode Finanç,as, 1=ela rejeição. (Do Sr. Alvaro Dias) ......: Relatores:Srs. Feu Rosa, Amadeu Geal'a e Vicente Guabiroba.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

SECRETARIA GERAL DA MESA

Relação dos Deputados Inscritos no Grande ExpedienteMarçoll982

DATA DIA'DA SEMANA NOME

Homenagem15 8egunda-feira Homenagem à memória do Senador

Adalberto Sena.

16 Terça-feira Paulo GuerraArnaldo Schmitt

Hugo MardiniAlipio CarvalhoBonifácio de AndradaOlaudino SalesEdison LobãoHugo Napoleão

Jorge ArbageRicardo FiuzaDjalma Bessa

Siqueira CamposCarlos AlbertoCarlos Chiar.elli

VICE-LíDERESGióia JúniorJairo MagalhãesJosias LeiteJoaci! PereiraAlcides FranciscatoAlvaro ValleJúlio MartinsNelson MorroRuy Bacelar

Saramago PinheiroPaullno Cícero de VasconcellosNey FerreiraAdolpho Franco

Março de 1982

Vice-Líderes

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçà;) I)

(escala em Plenário)

Sábado 13 867

S.a-feira

Líder

Vice-Líderes

2.a -feíra

3.a -feira

4.a-fei1'a

Claudino SalesJúlio MartinsSiqueira Campos

Carlos AlbertoGióia JúniorNelson Morro

Bonifácio de AndradaCarlos ChiarelliEdison LobãoNey iFerriira

Alvaro ValleDjalma BessaRicardoFiuza

Hugo NapoleãoJorge ArbageJoacll Peretra

rMDB

Odacir Klein

(escala -em Plenário)

Pimenta da VeigaMendonça NetoWalmor de Luca

Alvaro DiasEdson KhairAudálio Dantas

Osvaldo MacedoJorge ViannaJader BarbalhoIranildo Pereira

Fernando CoelhoIsra-el Dias-NovaesWaLter Silva

4.a -feira

6.a-feira

Líder

VIce-Líderes

2.a -feira

3.a-feira

4.a -fei1'a

S.a-feira

Líder

VIce-Líderes

2.a -feira

4.a -feira

S.a-feira

6.a -feira

Magnus Guimarães\

Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

rT

Airton Soares

(escala em Plenário)

Freitas Diniz

Freitas Diniz

Freitas Diniz

Freitas Diniz

Freitas Diniz

PTB

Jorge Cury

(escala em Plenário)

Vilela de Magalhães

Vilela de Magalhães

Vilela de Magalhães

Vllela de Magalhães

Vilela de Magalhães

6....-feira

Líder

Vfce-Líderes

2.a -feira

4.a -feira

S.a-feira

6.a-feira

Líder

Vfce-Líderes

2.a-feira

Mendonça NetoRalph Biasicarlos Bezerra

rrThales Ramalho

(escala em Plenário)

Carlos CottaPeixoto Filho

Carlos Sant'AnnaWalber Guimarães

João LinharesRubem Dourado

Antônio MarizRubem Dourado

Louremberg Nunes RochaJoão Menezes

rDT

Alceu CoUares

(escala em Plenário)

Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

CPI - DISTORÇÕES NA COMEROIALIZAÇÃO DO CAFÉReunião: 16-3-82

Hora: 10:00 hPauta: COmparecimento dos 81'S. José Eugênio Lefrêve, Oafei­

cultor, e Luiz Alberto Ribeiro, Presidente da Associação Comercial,Industrial e Agropecuária de Patrocínio, MG.

• • •CPI - CAUSAS E GONSEQ"ü'ÊNCIAS DA FOME

Rieunião: 18-3-82Hora: 10:00 hPauta: COmpar.ecimento dos Srs.: Dl'. Bertoldo Kruse Grande

doe Arruda, Presidente do Instituto Nacional de Alimentação eNutrição - INAN, e Maria Lúcia Zulzke Galli, Assistente TécniCOde Planejamento de Controle ITI - PROCON (Sistema Estadual deProteção ao Consumidor).

COMISSõES TÉCNICAS

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR"Seminário sobre a Defesa do Consumidor"

Data: 15 a 19-3-82Local: Auditório Nereu Ramos.

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Reunião: 17-3-82Hora: 10:00hPauta: Comparecimento do Dl'. Oscar Lamounier Godofre­

do Jr. --'-- Diretor da Coordenação Nacional do Ensino Agrope­cuário.

868 Sábado 13 OIARIO DO CO~GRESSONACIONAl (Seção [) Março de 1982

CONGRESSO NACIONAL

1

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 52/81

"Altera a redação do art. 164 da Constituição Federal." (AUnião, plestabelecer Regiões Metropolitanas, visando à realizaçãode servIços comuns, deverá respeitar a vontade dos municípios.)Autor: Deputado Ralph Biasi.

Comissão MistaPresidente: Deputado José BrunoVice-Presidente: Deputado Antônio PontesRelator: Senador Almir Pinto

PrazoAté dia 15-3-82 - No Congresso Nacional.

2

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 53/81

"Restabelece benefícios fiscais ao Nordeste." Autor: DeputadoIranildo Pereira.

Comissão MistaPresidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado Altair Chagas

PrazoAté dia 15-3-82 - No Congresso Nacional.

3

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 54/81

"Dá nova redação à alínea "e" do § 1.0 do artigo 151 da Cons­tituição Federal." (S/a obrigatoriedade do domicílio eleitoral peloprazo mínimo de um ano.) (Mensagem n.o 4H/81-PE e número86/81-CNJ Autor: Poder Executivo.

Comissão MistaPresidente: Deputado Flávio ChavesVice-Presidente: Deputado Nilson GibsonRelator: Senador Jutahy Magalhães

PrazoAté dia 15-3-82 - No Congresso Nacional.

4

PROPOSTAS DE EMENDA À CONSTITUIÇÃON.os 55, 57, 58, E 59/81

"Alteram a redação do art. 15, § 1.0, alínea "a", da Consti­tuição Federal, restabelecendo as eleições diretas para Prefeito eVice-Prefeito das Capitais dos Estados e dos Muni'cípios conside­rados estâncias hidrominerais." Autores: Deputados Hélio Garcia,Navarro Vieira Filho, Júnia Marise e Senador Mauro Benevides.

Comissão MistaPresidente: Senador Pedro SimonVice-Presidente: Benador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado Josi'as Leite

Prazo

Até dia 22-3..82 - no Congresso Nacional.

5PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITlj'IÇAO N.o 56/81

"Altera dispositivo da vigente Constituição Federal, para o fimde impedir r, incidência de Tributação do Imposto de Renda sobresalários." Autor: Senador Orestes Quércia.

Comissão MistaPresidente: Deputado Leopoldo BessoneVice-Presidente: Deputado Adolpho FrancoRelator: Senador Almi'r Pinto

PrazoAté dia 22-3-82 - Congresso Nacional.

6

PíROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 62/81

"Altera o art. 98 da constituição Federal." (S/os vencimentosdos cargos do Poder Legislativo e Poder Judiciário.) - Autor: SenoAffonso Camargo.

Comissão MistaPresidente: Senador Alberto SilvaVice-Presidente: Senador Martins FilhoRelator: Deputado Gomes da Silva

PrazoAté dia 29-3-82 - no Congresso Nacional.

7PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇAO N.o 63/81

"Modifica o § 2.° do art. 102 da Constituição, que dispõe sobreproventos da inatividade." Autor: Deputado Celso peçanha.

Comissão MistaPresidente: Deputada Júnia MariseVice-Presidente: Deputado Ossian AraripeRelator: Benactor João Calmon

PrazoAté dia 29-3-82 - no Congresso Nacional.

8

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.Os 64 E 66/81

"Alteram a redação do § 1.0 do art. 47; acrescenta item emodifica a redação do § 4.° do art. 35 e acrescenta o item VI doart. 152 da Constituição Federal." (Proibindo a abdlçâo da Fe­deração ou a República, e a prorrogação de mandatos eletivos).Autores: Deputados Lúcio Cionl e Alceu Collares.

ComiSSão MistaPresidente: Senador Humberto LucenaVice-Presidente: Senador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado Jairo M:l1galhães

PrazoAté dia 5-4-82 - No Congresso Nacional.

9

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 65/81

"Dá nova redação ao art. 147 da Constituição FederaL" (Sãoeleitores os brasileiros maiores de 16 anos alistados na formada lei.) Autor: Deputado Daniel Silva. '

Comissão MistaPresidente: Deputado Aldo FagundesVice-Presidente: Deputado Bezerra de MeloRelator: SenadOT Moacyr DaIla

PrazoAté dia 5-4-82 -No Congresso Nacional.

10PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.os 67 E 69/81

"Alterant as .aIíneas "a" e "h" do parágrafo único do art. 151da Constituição Federa!." (Reeleição de prefeitos, vice-prefeitos,governador e vice-governador.) Autores: Dep. Henrique Brito e JoséCamargo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Orestes QuérciaVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado Osvaldo Melo

PrazoAté dia 12-4-82 - No Congresso Nacional.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl. (Seçào I) Sánado 13 869

11

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 68/81"F;xa a competência do Congresso Nacional para aprovar os

nomes indicados para. membros dos Conselhos Administra.tivos dasEmpresas Públicas e Sociedades de Economia Mista da Adminis­tração Federal Indireta." Autora: Deputada Cristina Tavares.

Comissão MistaPresidente: Deputado Waldir WalterVice-Presi'dente: Deputado Castejon BrancoRelator: Senador Passos Pôrto

PrazoAté dia 12-4-82 - no Congresso Nacional.

12NtOPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 70/81

"Dá nova redação ao art. 14 ·da Constituição Federal." (Dandocompetência aos Estados p/ criarem municípios.) Autor: Depu­tado Lldovino Fanton.

Comissão MistaPri"isidente: Senador Mauro Bi"inevidesVice-Presidente: senador Almir PintoRelator: Deputado Paulo Guerra

PrazoAté dia 19-4-82 - no Congresso Nacional.

13PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 71/81

"Dá nova redação ao § 3.0 do art. 152 da Consti:tuíção Federal."(Os candidatos eleitos p/legendas partidárias que não obtiveremos percentuais fixados, terão seus mandatos asseguradOS.) Autor:Deputado JG de Araújo Jorge.

Comissão MistaPresidente: Deputado Waldir WalterVice-Presidenre: Deputado Oswaldo MeloRelator: Senador Aluysio Chaves

Prazo·Até dia 19-4-82 - no Congresso Nacional.

14

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 72/81

"Altera os artigos 4.°, item TI, e 5.° da Constituição Federal."(Que o domínio da União fi'que restrito às ílhas oceânicas costeiras,excetuadas as q/sejam sede de municípios.) Autor: senador ArnoDamiani.

Comissão Mista

Presidente: Senador José RichaVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Deputado Horácio Matos

Prazo

Até dia 19-4-82 - no Congresso Nacional.

15

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 73/81

"Acrescenta dispositivo ao Título V das Disposições Gerais eTransitórias da Constituição Federal, destinando investimentosfederais ao Nordeste." Autor: senador Humberto Lucena.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Elquisson SoaresVice-Presidente: Deputado Josias LeiteRelator: senador Moacyr DaIla

Prazo

Até dia 26-3-82 - Apresentação do parecer, pela Comissão.Até dia 26-4-82 - no Congresso Nacional.

16

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 74/81

"Destina 12% do orçamento da união à educação, e determinaoutras providências." Autora: Deputada Júnia Marise.

Comissão Mista

Presidente: Senador Adalberto senaVice-Presidente: Senador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado Antônio Pontes

Prazo

Até dia 26-4-82 - no Congresso Nacional.

17

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 75/81

"Ac~escenta mais um parágrafo ao art. 98 da COnstituiçãoFederal, estabelecendo a gratificação natalina aos servidores pú­blicos." Autor: Deputado Osvaldo Macedo.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Juarez FurtadoVice-Presidente: Deputado Hélio CamposRelator: Senador Lenoir Vargas

Prazo.

Até dia &-&-82 - Apresentação do parecer, pela Comissao;Até dia 3-5-82 - no Congresso Nacional.

18

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N.o 76/81

."Altera diSpositivos da Constituição Federal, constantes doCapitulo VI - Do Poder Legislativo - e do Capítulo VII - doPoder Executivo." Autor: Deputado Epi'tácio Cafeteira.

Comissão MistaPresidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Bi"irnardino VianaRelator: Deputado Adolpho Franco

PrazoAté dia &-3-82 - Apresentação do parecer, pela Comissão;Até dia 3-5-82 - no Congresso Nacional.

19

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 77/81

"Só permite modificação relativa a matéria eleitoral até umano antes dos pleitos aos quais se destiIla." Autor: Dep. Cafo Pom­peu.

Comissão Mistapresidente: Deputado Aldo FagundesVice-Presidente: Deputado Osmar LeitãoRelator: Senador Aloysio Chaves

PrazoAté dia 10-5-82 - no Congresso Nacional.

20

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 78/81

"Cria a Procuradoria Geral do Povo, órgão constitucional des­tinado à fiscalização dos Atos do Poder Executivo, inclusive os daadministração indireta, à investigação das violações à lei e à pre­servação dos direitos fundamentais do cidadão." Autor: Dep. Men­donça Neto.

Comissão Mista

Presidente: Senador Lázaro BarbozaVice-Presidente: Senador Jutahy MagalhãesRelator: Deputado José Alves

870 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào Il Março de 1982

Pr~zo

Até dia 10-5-82 - no Congresso 'Nacional.

21

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 79/81

"Dá nova redação ao § 6.° do art. 21 da Constituição Federal."(Imposto s/ glebas rurais) - Autor: Deputado Nabor Júnior.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Ruben FigueiróVice-Presidente: Deputado Antônio MazurekRelator: Senador Benedito Canelas

Prazo

Até dia 17-3-82 - A!presentação do parecer, pela Comissão;Até dia 17-5-82 - no Congresso Nacional.

22

PROPOSTA DE EMENDA A CON8TITUIÇAO N.o 80/81

"Acrescenta § 5.0 ao art. 62 da Constituição Federal." (30%dos recursos p/ nordeste). Autor: Deputado Paulo Lustosa.

Comissão MistaPreSIdente: senador Màuro· BenevideBVice-PreBidente: senador Aloysio ChavesRelator: Deputado Igo Lesso

PrazoAté dia 17-3-82 - Apresentação do parecer, pela Comissão;Até dia 17-5-82 - no Congresso Nacional.

23

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 81/81

"Altera a redação do § 2.0 e suprime o § 3.0 do art. 17 daConstituição." (Estabelecendo a eleição direta do Governador do DFe dos Governadores dos Territórios.) Autor: Deputado Paulo Guerra.

Comissão MistaPresidente: Deputado Alfredo MarquesVice-Presidente: Deputado Leorne BelémRelator: Senador Benedito Canelas

Prazo

Até dia 24-3-82 - Apresentação do parecer, pela Comissão;

Até dia 24-5-82 - no Congresso Nacional.

24

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITl;'IÇAO N.o 82/81

"Assegura ao Vereador servidor público federal, estadual Oumunicipal, da administração direta ou indireta, enquanto no exer­cício do mandato, a intocabilidade das vantagens do cargo, empregoou função, e proíbe sua transferência." Autor: Deputado corrêada Costa.

Comissão MistaPresidente: Senador Pedro SimonVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Deputado Júlio Martins

Prazo

Até dia 24-3-82 - Aprellentação do parecer, pela Comissão;Até dia 24-5-82 - no Congresso Nacional.

25

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUlÇAO N.o 83/81

"Restabelece eleições diretas para prefeitos dos municípiosque especifica, cria a representação política do Distrito Federal edá outras proviâências". Autor: Deputado Mauricio Fruet.

Comissão MistaPresidente: Deputado Epitácio CafeteiraVice-Presidente: Deputado Nilson GibsonRelator: senador Almir Pinto

Prazo

Até dia 30-3-82 - Apresentação do parecer, pela Comissão;Até lfia 31-5-82 - no Congresso Nacional,

26

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.OB 1 E 2/82

"Dá nova redação ao artigo 206 e seus parágrafos," Autores:Senador Berna·rdino Viana e Deputa{!o Ruy Côdo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Se-nador Moacyr DanaRelator: Deputado Marcelo Linhares

Calendário

Dias 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17-3-82 - Apresentação dasemendas, perante a Comissão;

PrazoAté dia 7-4-82 - Apresentação do parecer, pela Comissão;Até dia 7-6-82 - Prazo no Congresso Nacional.

27

BROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA NP 4179

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paraelaboração de lei, criando o Ministério da Produção Animal, edeterminando outras providências". Autor: Deputado Ruben FI­gueiró.

Comissão MistaPresidente: Deputado Geraldo FlemingVice-Presidente: Deputado Genésio de BarrosRelator: Senador Benedito Canelas

28

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 5/79

"propiJe delegação de poderes ao Presidente da Repúb~c~ p~~aelaboração de leI, dispondo sobre o desdobramento do Mlmsterlodas Minas e Energia, em Ministério das Minas e Ministério df:lEnergia." Autor: Deputado Horácio ortiz.

Comissão MistaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: senador Almir PintoRelator: Deputado Carlos Sant'Ana

29

PROPOSTAS DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N,oa 6, 7 E 8179

"Propõem delegação de poderes ao Presidente da Riepública paraelaboração de lei dispondo sobre a criação do Ministério da Mu­

lher e da Criança e do Ministério da Família e do Menor". Autores:Deputada Lúcia. Viveiros, Senador Lázaro Barboza e DeputadaJúnia Marise, respectivamente.

Comissão Mista

Presidente: Deputada Júnia MariseVice-Presidente: Deputado Leur LomantoRelator: Senador Almir Pinto

30

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.O 1/80

"propõe delegação de poderes ao Presidente da Rep....blicacriando um parque alcoolquímico no litoral do Estado do Piauí".Autor: Deputado Carlos Augusto.

Março de 1982

Comissão Mista

Presidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Osmar Leitão

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Prazo

Prazo na Comissão - dia 22-3-82.Prazo no Congresso - dia 4-12-81 ao dia 9-4-82.

Sâbado IJ 871

31

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.O 3/80

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paracriação do Ministério do Desenvolvimento do Nordeste, e dá outrasprovidências". Autor: Deputado Sérgio Murilo.

Comissão Mista

Presidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador Bernardino VianaRelator: Deputauo Nelson Morro

32

PROPOSTAS DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.os 4, 5/80 e 7/80

Propõem delegação de poderes ao Presidente da !Repúblicapara elaboração de Lei, dispOndo sobre a criação do Ministério daAmàzônia". Autores: Deputados Lúcia Vivelroll, Vivaldo Frota, eSenador Jutahy Magalhães.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Néllo LobatoVice-Presidente: Deputado Antônio FerreiraRelator: Senador Almir Pinto

33

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 6/80

"Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da Repú­blica para a elaboração de lei dispondo sobre a reestruturação dosMinistério da Saúde e da Previdência e Assistência SOcial". Autor:Deputado Carlos Sant'Ana.

Comissão MistaPresidente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Deputado Túlio Barcelos

34

PROJETO DE LEI N.o 27-eN/81

"Dispõe Ilobre a alienação de imóveis de propriedade da União,e dá outras providências". Autor: Poder Executivo (Mens. n.os536/81-PE e 108/81-0N).

Comissão MistaPresidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Bernardino VianaRelator: Deputado João Arruda

:Prazoprazo na Comissão - dia 15-3-82;

Prazo no Congresso - dia 27-11-81 ao dia 5-4-82.

35

PROJETo DE LEI N.o 29-CN/81

"Autoriza a alienação de açõeB e direitos de capital, de pro­priedade da União, em empresas privadas e dá outras providên­cias". Autor: Poder Executivo (MeDll. n.o 113/81-CN).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Felippe PennaVice-Presidente: Deputado 19ooLollsoRelator: senador Gabriel Hermes

CalendárioDias 3, 4, 5, 6, '7, 8, 9 e 10-3-82 - Apresentação das emendas,

perante à COnUssão.

36

PROJETO DE LEI N.o 1-0N/82"Altera a Lei n.o 5.919, de 17 de setembro de 1973, para auto­

rizar o Poder Exeeutirvo a transferir o controle acionário de Em-·presas Subsidiárias da Siderurgia Brasileil'a S/A - SIDERBRASe dá outras providências." Autor: Poder Executivo (Mens. n.os2-CN-82 e 67/82-PEl.

Comissão l\1ista

Presidente: senador Henrique SantilloVice-Presidente: Senador octávio CardosoRelator: Deputado Paulino Cicero

Calendário

Dias 10 a 17-3-82 - Apresentação das emendas, perante àComissão.

PrazoPrazo na Comissão - dia 29-3-82;Prazo no Congresso - dia 5-3-82 ao dia 16-4-82.

3'7

PROJETO DE LEI N.o 2-CN/82

"Dispõe sobre atransferência das ações da COALBRA- Coquee Arcaol da Madeira S/A, de propriedade do lBDF - InstitutoBrasileiro de Deoonvolvimento Florestal, para a União Federal, edá outras providências." Autor: Poder Executivo (Mens. n.OS 3/82-CNe 68/82-PEl.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Modesto da SilveiraVice-Presidente: Deputado Oswaldo CrelhoRelator: Senador Almir Pinto

CalendárioDias 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 1'7-3-82 - Apresentação das.

emendaIS, perante à Comissão.

:Prazo

Prazo na Comissão - dia 29-3-82;Prazo no Congresso - dia 5-3-82 ao dia 16-4-82.

38

MENSAGEM N.o 100-0N/81

"Submete à dellberação do Congre.sso NacIonal o teXto doDecreto-lei n.O 1. 876, de 15 de julho de 1981, que "dispensa do paga­mento de foros e laudêmios os titularell do domínio útil dos imóveisda União, nos casos que eBpecifica, e dá outras providências".Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 304/81).

Comissão MistaPresidente: Deputado Walter SilvaVice-Presidente: Deputado AthiêCouryRelator: Senador Passos Pârto

Prazo

Até dia 29-3-82 - no Congresso Nacional.

39

MENSAGEM N.o 101-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.877, de 15 de julho de 1981, que "inclui gratifi­cação no Anexo Ir do Decreto-lei n.O1.341, de 22 de agosto de 1974e dá outras providências". Autor: Poder Executivo (Mens. n.á305/81).

Comissão Mista

Presidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Senador Jorge KalumeRelator: Deputado Ossian Araripe

872 Sábado 13 DIÁRiO DO CONGRESSO NACIONAL (Secào i) Marco de 1982

Prazo

Até dia 5-4-82 - no Congresso Nacional

40

MENSAGEM N.o 102-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto~lel n.o 1. 878, de 23 de julho de 1981, que "altera disposiçõesdo Decreto-lei n.O 1. 703, de 18 de outubro de 1979". Autor: PoderExecutivo (Mens. n.O 312/81).

Comissão l\1istaPresidente: Deputado Marcelo CordeiroVice-Presidente: Deputado Darcílio AyresRelator: Senador Almir Pinto

PrazoAté dia 5-4-82 - no Congresso Naeional.

41

MENSAGEM N.o 103-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.O 1.879, de 23 de julho de 1981, que "autoriza a conversãodos créditos que especifica em ações de sociedade de economiamista ou empresas públicas. Autor: Poder Executivo (Mens. n.o313/81).

Comissão Mista

Presidente: Senador José RichaVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado Antônio Pontes

Prazo

Até dia 12-4-82 - no Congresso Nacional.

42

MENSAGEM N.o 1M-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.O 1.880, de 27 de agosto de 1981, qUe "acrescenta pará­grafo ao art. 1.0 , do Decreto-lei n.O 1.798, de 24 de julho de 1980."Autor: Poder Executivo (Mens. nO 360/81).

Comissão MistaPresidente: Deputado Jorge UequedVice-President-e: Deputado Francisco RollembergRelator: Senador Jorge Kalume

PrazoAté dia 12-4-82 - no Congresso Nacional.

43

MENSAGEM N.o 105-0N/81

"Submete à dellberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-iei n.o 1.881, de 27 de agosto de 1981, que "altera a Lein.o 5.172, de 25 de outubro de 1966, cria a Reserva do Fundo deParticipação dos Municipios - FPM e dá outras providências."Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 361/81).

Comissão Mista

Presidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Almir PintoR~lator: Deputado Nilson Gibson

Prazo

Até dia 19-4-82 - no Congresso Nacional.

«MENSAGEM N.o 106-CN/81

:'Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1.882, de 1.0 de setembro de 1981, que "altera dIs­posições da Lei n.O 5.787, de 27 de junho de 1972, modificada pelos

Decretos-leis n.os 1.824, de 22 de dezembro de 1980, e 1.848,de 6 de janeiro de 1981." Autor: Poder Executivo (Mens. n.ll362/81) .

Comissão Mista

Presidente: Deputado Geraldo FlemingVice-Presidente: Deputado José Carlos FagundesRelator: Senador Jorge Kalume

PrazoAté dia 19-4-82 - no Congresso Nacional.

45

MENSAGEM N.o 107-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.883, de 2 de setembro de 1981, que "dispõe sobrea concessão de adicionais de insalubridade e de periculosidade aosservidores públicos civis do Distrito Federal, e dá outras provi­dências." Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 417/81).

Comissão Mista

Presidente: Senador Humberto LucenaVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Deputado Inocêncio Oliveira

Prazo

Até dia 19-4-82 - no Congresso Nacional.

46

MENSAGEM N.o 109-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­'.:reto-lei n.o 1.884, de 17 de setembro de 1981, que "acrescentaparágrafo ao art. 4.° do Decreto-lei n.O 1. 798, de 24 de julho de1980, que estabelece limite de remuneração mensal para os servi­dores da Administração Federal." Autor: Poder Executivo (Mens.n.O 440/81).

Comissão MistaPresidente: Deputado Adhemar SantllloVice-Presidente: Deputado Wlldy Vianna.Relator: Senador Raimundo Parente

PrazoAté dia 15-3-82 - na Comissão Mista;Até dia 26-4-82 - no Congresso Nacional.

47MENSAGEM N.o UO-ON/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1.885. de 29 de setembro de 1981, que "eleva o Adi­cional do Imposto de Renda de que trata o § 2.0 do art. 1.0 doDecreto-lei n.o 1. 704, de 23 de outubro de 1979, para as instituiçõesque relaciona." Autor: Poder Executivo (Mens. n.O 442/81).

Comissão MistaPresidente: Senador José RichaVice-Presidente: Senador Passos PôrtoRelator: Deputado Athiê Coury

PrazoAté dia 15-3-82 - na Comissão :Mista;Até dia 26-4-82 - no Congresso Nacional.

48

MENSAGEM N° U1-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecret<l-lel n.O 1.886, de 26 de outubro de 1981, que "modifica aredação de dispositivo do Decreto-lei n.O 1.691, de 2 de agosto de1979, que altera a legislação da Taxa Rodoviária Única, e dá outrasprovidências." Autor: Poder Executivo (Mens. n.o 468/81) .

Comissão MistaPresidente: Dl>putado Jorge UequedVice-Presidente: Deputado Honorato ViannaRelator: senador Jorge Kalume

Mnrço de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábndo 13 873

PrazoAté dia 16-3-82 - na Comissão Mista;Até dia 26-4-82 - no Congresso Nacional.

49

MENSAGEM N.o 4-0N/82

"Submete à delibemção do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei li.o 1.887, de 2S de outubro de 1981, que "altera alegislação I1elativ,a ao imposto de renda de pessoa física." Autor:Poder Executivo (Meus. n.O 470/81).

Comissão MistaPresidente: Senador Roberto Sa.turninoVice-Presidente: Senador Bernardino VianaRelator: Deputado Honorato Viana

PrazoAté dia 29-3-82 - na Comissão Mista;Até dia 7-5-82 - no Congresso Nacional.

VIII - Levanta-se a sessão às 18 horas e 5 minUlOS.

SECRETARIA-GERAL DA MESAResenha da Correspondência Recehida

15-1-82 - Of. CN/N9 3, de 13-1-82, do SF, encaminhando autógrafo doPL n9 26/81-CN, que "dispõe sobre a aquisição, por usucapião especial, deimóveis rurais, altera a redação do § 29 do art. 589 do Código Civil e dá outrasprovidências", sancionado.

Of. CN/N9 4, de 14-1-82, do SF, comunicando a remessa à sanção do PLn928/81-CN, que "estabelece normas para a realização de eleições em 1982, edú outras providências".

Or. CN/N9 5182, de 14-1-82, do SF, encaminhando autógrafo do PL n9

21/8 J-CN, que "estima a Receita e fixa a Despesa da União para o exercíciofinanceiro de 1982", sancionado.

25-2-82 - Av. n940-SUPAR/82, de 19-2-82, do Gab. Civil da Prcsidên­cia da República, encaminhando cópia do Av. n9 11, de 20-1-82, do Minis­tério da Saúde, contendo resposta ao Requerimento n9 178/81, através doqual o Sr. Dep. João Linhares solicita informações sobre fiscalização e con­trole de medicamentos em comercialização.

28-1-82 - Av. n902-SUPA R/82, de 19-1-82, do Gab. Civil da Presidên­cia da República, encaminhando cópias dos Ofícios n9s 3.941, de 19-12-81, doDASP. e 443, de 21-12-81, da SEPLAN, contendo resposta ao Requerimenton9 184/81, atravês do qual o Sr. Dep. Mauricio Fruet solicita informaçõessobre despesas que especifica, de órgão da Administração Federal, incluídasna proposta de lei orçamentária da União para o exercício de 1982.

Av. n903-SUPAR/82, de 19-1-82, do Gab. Civil da Presidência da Re­pública. encaminhando cópias dos Ofícios n9s 1.484, de 18-11-81, do Minis­tério da Justiça, e 02/07, de 11-1-82, do Ministério das Relações Exteriores,contendo resposta ao Requerimento n9 175/81, através do qual o Sr. Dep.Audálio Dantas solicita informações sobre o seqüestro do paraguaio RemigioGimenez, em 1978, e entregue ao Governo de seu país.

2-3-82 - Or. CN/N9 8, de 19-3-82, do SF, solicitando sejam indicados osmembros da CD que integrarão a Comissão Mista a ser incumbida de relataro veto parcial ao Projeto de Lei Complementar n9 223/81, que "estabelecenormas a serem adotadas na Organização do Ministério Público estadual".

3-3-82 - Of. n9 022/82, de 26-2-82, do IPC, manifestando-se contraria­mente ao PL n9 3.451/80, quc "ratifica direitos isonômicos, junto ao Institutode Previdência dos Congressistas - IPC, de funcionários admitidos em am­bas as Casas do Congresso Nacional antes da vigência da Lei n9 6.497/77, edá outras providências".

Av. n" 076-SUPAR/82, de 2-3-82, do Gab. Civil da Presidência da Re­pública, encaminhando a Mensagem n9 073, que envia o projeto de lei que"autoriza o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - IN­CRA a vender, em concorrência, o imóvel urbano que menciona, de sua pro­priedade".

Av. nº 077-SUPAR/82, de 2-3-82, do Gab. Civil da Presidência da Re­pública, encaminhando a Mensagem n9 074, que envia o projeto de lei que"autoriza o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - IN­CRA, a doar o imóvel que menciona".

Av. n9078-SUPAR/82, de 2-3-82, do Gab. Civil da Presidência da Re­pública, encaminhando a Mensagem 075, que envia o projeto de lei que "con­cede pensão especial à atriz Henriette Fernandez Zoé Morineau".

Av. n" 079~SUPAR/82, de 2-3-82, do Gab. Civil da Presidência da Re­püblica, encaminhando a Mensagem nº 076, que envia o projeto de lei que"concede pensão especial ao cineasta Victor Lima Barreto".

Av. n9 080-SUPAR/82, de 2-3-82, do Gab. Civil da Presidência da Re­pública, encaminhando a Mensagem n9 077, que envia o projeto de lei que"concede pensão especial ao escultor Francisco Biquida dy Lafuente Guara­ny".

Av. n° 081-SUPAR/82, de 2-3-82, do Gab. Civil da Presidência da Re­pública, encaminhando a Mensagem n9 078, que envia o projeto de lei que"autoriza a doação. ao Estado de Goiás, do imóvel que menciona, situado noMunicípio de Pedro Afonso, naquele Estado".

10-3-82 - Of. CN/No 13, de 10-3-82, do SF, solicitando a indicação demembros da CD para integrarem a Comissão Mista a ser incumbida de rela­tar o veto parcial ao Projeto de Lei Complementar n9 237/81, que "altera aLei Complementar nº 5, de 29 de abril de 1970, que estabelece, de acordo como art. 151 e seu parágrafo único da Emenda Constitucional n9 I, de 17 de ou­tubro de 1969. casos de inelegibilidades, e dá outras providências".

11-3-82 - Or. CN/N9 11, de 9-3-82, do SF, encaminhando autógrafo doDecreto Legislativo n9 001. de 1982, que "aprova o texto do Decreto-lei n9

1.872, de 21 de maio de 1981, que dispõe sobre a aquisição, pelos concessio­nários, dc energia elétrica excedente gerada por autoprodutores, c dá outrasprovidências". (PDL 58/8I-CN).

Or. CN/N9 12, de 9-3-82, do SF, encaminhando autógrafo do DecretoLegislativo n9 02, de 1982, que "aprova o texto do Decreto-lei n9 1.873, de 27de maio de 1981, que dispõe sobre a concessão de adicionais de insalubridadee de periculosidade aos servidores públicos federais, e dá outras providên­cias". (PDL 55/81-CN).

Of. SM IN9 14, de 9-3-82, do SF, comunicando a remessa à sanção do PLn9 4.265/81. que "autoriza o Instituto Brasileiro do Café- IDC, a doar, parao fim que indica, faixa de terreno ao Município de Comélio Procópio, no Es­tado do Paraná".

Resenha da Correspondência Expedida

Ofício n9

SGM-009 a 048, de 3-3-82, e 049, de 9-3-82 - Aos Srs. Ralph Nader;Antônio Carlos Zanini, Secretário Nacional de Vigilância Sanitária, Presi­dente do Conselho Federal de Medicina Veterinária; Secretário de Agricultu­ra e Abastecimento do Estado de São Paulo; Presidente do Instituto Históri­co e Geogrúrico Brasileiro; Presidente da Associação Nacional de Defesa aoConsumidor; Presidente da CEF; Presidente do Conselho Federal da OAB;Vice-Presidente de Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional deControle de Qualidade em Saúde; Presidente do Conselho Diretor da ABI­FARMA; Presidente da CEME; Diretor da Divisão de Bromatologia e Quí­mica do Instituto Adolfo Lutz; Reinaldo Junqueira Barros, da CaBAL; Se­cretúrio de Inspeção de Produto Animal; Diretor do Departamento de Fisca­lização de Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal; Presidente daAssociação Brasileira de Supermercados: Coordenadora do Jornal da Feira;Presidente da Associação de Donas-de-Casa de Brasília; Diretor-Presidenteda COBAL: Jornalista Davi Raw; Publicitário Carlito Maia; Luiz FernandoFurquim. da Associação Brasilcira de Anunciantes: Presidente da AssociaçãoNacional de Defesa do Consumidor; Prof~ Maria Antônia Macdowel, doConselho Federal de Educação; Salvador Firace, da Federação Centro dasIndústrias de São Paulo; Prof. Acácio Ferreira, do Conselho Federal de Cul­tura: Prof. Carlos Dubois, do Colégio Taylor Egídio; Presidente da Asso­ciação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores; Firmino RochaFreitas. da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrónica; Presiden­te do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus­trial; Presidente do Comitê Brasileiro de Construção Civil da ABNT; Diretorde Operações da Caixa Econômica do Estado de São Paulo; Sérgio Dourado;Presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis; Jornalista JoacirGóes; Consultor Jurídico do MIC; Presidente da Associação Brasileira daDefesa do Consumidor; Pedro Tucori, da PROCON; Dionísio Poli, da RedeGlobo de Televisão; e Prof~ Sandra Cavalcanti, convidando-os para partici­parem do Seminário sobre a Defesa do Consumidor, a realizar-se de 15 a 19de março, numa promoção da Comissão de Defesa do Consumidor.

GP-O-120, de 27-1-82 - Ao SF, encaminhando a Proposta de EmendaConstitucional, do Sr. Deputado António Amaral, que "limita em atê 500 onúmero de representantes do Povo na Câmara dos Deputados".

GP-0-121. de 11-2-82 - Ao Supremo Tribunal Federal, transcrevendo odespacho proferido pela Presidência da CD na representação que fez o Dr.Walter Amaral contra o Dr. lbrahim Abi-Ackel, Ministro da Justiça.

874 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Março de 1982

G P·0-13!. de 18-2-82 - À Comissão de Defesa do Consumidor. comu­nicando o deferimento do Of. n9 251/81.

GP-0-183. de 2-3-82 - Ao SF. comunicando a designação dos Srs. De­putados Nelson Morro, Wildy Viana e Pimenta da Veiga para integragrem aComissão Mista a ser incumbida de relatar o veto parcial ao Projeto de LeiComplementar n" 223/81, que "estabelece normas a serem adotadas na Orga·nização do Ministério Público estadual".

GP-0-197. de 4-3-82 - lo. Comissão de Defesa do Consumidor. comuni­cando o deferimento do Of. 004/82.

GP-0-207, de 9-3-82 - Ao Sr. Presidente da Comissão Especial destina·da a dar Parecer ao Projeto de Lei n? 634/75. do Poder Executivo, que instituio Código Civil. solicitando sua colaboração para que a CD possa deliberar,ainda no primeiro semestre, sobre a matéria.

GP-0-20S. dc 9-3-82 - Ao SF. encaminhando a Proposta de EmendaConstitucional. do Sr. Deputado Brabo dc Carvalho, que "dá nova redaçãoao § 4? acrescenta parágrafos e renumera os atuai, §§ 59 e 69 do ar!. 144 daConstiiuiçao Fedcral. dispondo sobre os vencimentos da magistratura".

GP-0-213. de 10-3-82 - Ao SF. comunicando a designação dos Srs. De­putados Afrísio Vieira Lima, Prisco Viana e Pimenta da Veiga para integra­rem a Comissão Mista a ser incumbida de relatar o veto parcial ao Projeto deLei Complementar n" 237/81, que "altera a Lei Complementar nº 5, de 29 deabril de 1970, que estabelece, de acordo com o ar!. 151 e seu parágrafo únicoda Emenda Constitucional n9 I, de 17 de outubro de 1969, casos de inelegibi­lidade. e dá outras providências".

ERRATA

Publica-se por ler havido omissao no arquivamento publicado no DCNde 3-12-81, pág. 14293. col. 02 (Anexo ao Projeto de Lei n9 4.409-A/81).

Arquivem-se e publique-se para os fins dO'disposto no § 49 do art. 28 doRegimento Interno:

Projeto de Lei n" 4.760/81 (Osmar Leitão) - Isenta os sindicatos de em­pregados do pagamento da contribuiçao previdenciária, na qualidade de em­pregador. e indica os programas que serão desenvolvidos mediante a apli­caçào dos recursos financeiros resultantes dessa isenção.

DISCURSO DO SR. DEPUTADO MILTON FIGUEIRE­DO. PROFERIDO NA SESSÃO VESPERTINA DE 9-3-82.

O SR. MILTON FIGUEIREDO (PP - MT. Como Líder.) - Sr. Presi­dente. Srs. Deputados, surpreendidos, não tanto, surpresos, mas não o bas­tante. Recebemos a notícia, ontem, de que o Presidente Figueiredo irá man­dar para o Congresso, para que o PDS vote, mais um projeto aético, imoral,indigno e irresponsável, que me envergonha c que envergonha toda a Naçãobrasileira.

Deseja o iluslre Presidente que aqueles descontentes com o ato mais va­ronil praticado pelos políticos nesses últimos 20 anos, que foi a incorporaçãoPMDB-PP. possam sair e ingressar no paraíso, no paraíso onde se digladiamhoje todos os Estados brasileiros, no paraíso onde tudo vai bem; onde Adau­lo Bezerra se entende magnificamente com César Cals, que, por sua vez, seentende magnificamente com o Governador Virgílio Távora. Nesse partidotodos podem entrar, mas ninguém pode sair. É a camisa-de-força, é o infernode Dante, é o sétimo inferno, onde as pessoas. depois que entram, diante dopeso da consciéncia, da dor dos crimes praticados, ficarão por toda a época,por todo o tempo, por toda a vida. por todos os séculos.

Melhor seria, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que este Presidente da Re­pública. usando a mesma força com que usa o arbítrio, usando a mesma forçacom que usa para monlar casuísmos, determinasse ao seu staffque estudassecondições melhores e soluções melhores para os problemas que afligem a po­pulação brasileira. Que ele viesse disputar eleições conosco ao sereno, ao sol eà chuva, vestido com a túnica inconsútil dos justos. O que adianta um, dois,lrês ou quatro "pacotinl}os" aéticos, imorais, indignos c indecentes'!

Melbor seria que o Governo tratasse de fixar as taxas de juros, de fixá-lasrealmente nas condições em que o povo brasileiro pudesse sobreviver, pudes­se pagar suas prestações e tomar o seu dinheiro. Melhor seria. ao invés dos"pacotinhos" de São João. que o Presidente congelasse os aluguéis. Aí ele po­deria discutir conosco. Melhor seria que, ao invés desses "pacotinhos", do"pacotinho" de São João...

O Sr. Modesto da Silveira - Permite V. Ex~ um aparte?

O SR. MILTON FIGlIEIREDO - ... que o Presidente. do alto do seupoder - poder de príncipe, de monarca - proibisse 05 reajustamentos das

tarifas dos serviços publicos de transporte, de energia, de telefone etc. Aí, sim,o Presidente poderia disputar eleições conosco.

Tem V. Ex' o aparte.

O Sr. Modesta da Silveira - Nobre Deputado Mílton Figueiredo, V. Ex~faz. hoje. um pronunciamento muito sério e grave. Na verdade, nós vemosaqui na Casa um exemplo do que V, Ex' afirma. Se o Governo usasse fazerleis - não leis de pril'ilegiulIl. como diziam os romanos e as proibiam - masleis que atingissem a lodos igualmente, jamais teria essa coragem, essa ousa­dia. esse displante e veria, então. os resultados - e somente dentro do PDS.Se não fosse um supcrcasuísmo, apenas para beneficiá-Ia. por certo ele veria.mais tarde. um PDS diferente do que vemos nesta Casa. hoje. Até a sua lide­rança fugiu. Todo o lado do PDS é. verdade, um deserto estéril, como estéril élodo o Partido do Governo. Está aqui o quadro bem claro, bem nítido daimagem que V. Ex' acaba de transmitir. Parece até a história daquele cidadãoque foi obrigado a assistir a um espetáculo desagradável- às vezes alguém éobrigado a assistir a um espetáculo desagradável. Na pantomima, todos fugi­ram e só ficou ele. Depois. aquele da pantomima, ou melhor. aquele que apre­sentara a peça. agradeceu ao único que restava na assistência. Ele, então, res­pondeu: "- Eu estou amarrado a esta cadeira. Não pude fugir como os de­mais", Esta é a realidade de hoje, que se constata nesta mesma Casa, diantedo supercasuísmo apresentado pelo sistema, por esse General e por todos osdemais que, na verdade. sufocam este País. Muito obrigado,

O SR. MILTON FIGUEIREDO - Muito obrigado, nobre DeputadoModesto da Silveira.

Mas. Sr. Presidente. por que apresentar leis inteiramente inócuas? Nin­guém mais sairá do PMDB? Os que saírem. depois do dia 14. se venderão.Após o dia 14. a temporada de compras estará aberta e todo aquele que sair ofará com a marca. com o ferrete de vendilhão.

Ninguém de bom senso acredita que este Governo deseja a abertura. OTribunal Superior Eleitoral demonstrou que a abertura está indo de vento empopa ... Mas a populaçào sofre, o povo está entregue à sua própria sorte. OPresidente da República e o sistema. preocupados com a vitória do seu parti­do, deveriam procurar fazer a felicidade dos eleitores, isto é. do povo brasilei­ro. do infeliz aposentado, essa pobre massa que trabalhou durante 35 anos,hoje é obrigada. por incúria. por incapacidade do Ministro Jair Soares. a con­tinuar a p<l&m INPS. Este sim. seria um program<l de Governo que desejiiga­nh<lr elei,ões. Mas ele é incapaz de reduzir os benefícios dos grandes empre­súrios c lransformú-Ios em hencsses para o povo.

Na minha terra c no Brasil toda a corrupção anda solta. está institucio­naliwda. E não sou eu quem o diz mas o Deputado Cláudio Strassburgcr, ho­mem de hem. da melhor cepa. da melhor qualidade.

O Deputado Cláudio Strassburger, sulino. uma das melhores figuras quetêm assento nesta Casa, sente o peso da corrupção, da perseguição, da insani­dade do Governo do Rio Grande do Sul sobre seus colegas, que ousoucontrariá-lo. Gritou, ameaçou. E o Deputado Marchezan, ao seu lado, diz:"Não pise no poncho dos meus amigos, porque estará pisando no meu pon­cho". É o grito do próprio partido contra a corrupção, contra a violência.contra a perseguição institucionalizada. E essa violência contra li Oposiçàonão leva a nada. O povo já sabe o destino que vai tomar: o povo sabe emquem vai votar, pois ele vai à feira, ao armazém, paga a mensalidade da esco­la do seu filho, recebe um mísero salário no fim do mês. E o aposentado temde pagar INPS, sabendo que esse dinheiro é gasto em publicidade.

Não se combate o povo à sombra, não se combate a Oposição através deatos e leis aéticos, imorais, indignos, que não resolvem nada.

Ninguém mais irá sair do PMDB, a não ser aqueles que, por seus pró­prios atos, quiserem resolver os problemas de suas contas bancúrias.

Mas, Sr. Presidente, falta apenas o casuísmo final. Quando começar acrescer essa avalancha do povo contra o Governo. desle povo esmagado pelafome, pelos preços. deste povo sem horizontes, sem emprego, que recebe sa­lário de fome, aí virá o golpe final. E eu daqui denuncio: em nome da conti­nuidade. do continuísmo, este Governo vai impor eleições indiretas, porque éo único remédio contra a incorporação. E já se fala nos bastidores do Paláciodo Planalto, nos seus corredores imensos. que incorporação só rima com in­direta eleição.

Esta, Sr. Presidente, esta é a grande preocupação do povo brasileiro: nãosofrer mais um retrocesso, não correr mais em perigo, para que os Estadosnão sejam violentados nas suas vocações, para que não sejam nomeados go­vernadores tecnocratas perdidos no cspaço e no tempo, apenas para salis­fação daqueles que comandam a República. Se isto não acontecer. Sr. Presi­dente, há um outro caminho. E eu sugiro ao Presidente que mande para cúuma lei dizendo que o voto dado ao PDS conte por três: ou entiio que todobrasileiro que não votar no PDS seja morto, esquartejado, tenha seu corpo

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL. (Seção I) Sábado 13 875

salgado e exposto. É só o que falta, Sr. Presidente. Ã menor medida que se to­ma, à menor atuação das Oposições, o Governo responde com uma lei ener­gúmena, como no caso da incorporação PP-PMDB, quando se respondeu àvinculação total dos votos.

A vinculação é um ato energúmeno, porque é contra os políticos. Os la­borat.órios que montaram a vinculação total praticaram um ato contra a clas­se política e contra a autodeterminação dos povos, no embate livre das pala­vras e das idéias, para a escolha de seus candidatos.

Sr. Presidente, sinto muito por esse extravasamento. Eu gostaria de estaraqui a dizer que tudo vai bem, como naquela cançoneta francesa: "O celeiropegou fogo, o gado morreu, a cisterna secou, mais ça va bien, Mme. Ia Mar­quise".

Mas a verdade é que tudo vai mal, pessimamente.Sr. Presidente, V. Ex~ não encontrará um só segmento da sociedade bra­

sileira satisfeito com os rumos que as coisas estào tomando.Homem da Amazônia, sabe V. Ex~ das dificuldades em que vivem os ho­

mens heróicos daquela região; sabe V. Exª que a classe produtora do meu Es­tado, Mato Grosso, está à beira da falência. Os criadores estão inteiramenteabandonados pelo Governo. Os recursos são dados aos grandes empresáriosde São Paulo, aos grandes empresários de outros Estados, não ao mato­grossense, há 250 anos no amanho de sua terra, na criação do seu gado, e hojeinteiramente descapitalizado. Nossos criadores usam a fêmea, Sr. Presidente,a novilha, a vaca, como capital de giro. Não há horizontes. O bezerro, objetodo seu trabalho, da sua jornada, está sendo oferecido a preço vil. E isso não sereflete, Sr. Presidente, para os consumidores, porque enquanto o preço do boiem pé subiu 20% para o criador, desde 1979 - está hoje em 7 mil cruzeiros­para o envernista o aumento foi acima de 200%, e o consumidor tem de pagaraumentos de mais de 300%. Aquele que tem no boi a matéria-prima do seutrabalho não encontra remuneração condizente com o capital aplicado, jáque nenhuma outra atividade é possível exercer.

Pois é nessa classe, Sr. Presidente, que repousa a economia mato­grossense. Das costas dessa classe produtora sai o ICM, impostos e taxaspara o desenvolvimento do Estado. E o Banco do Brasil, Sr. Presidente, pororientação do "Ministério da Desagricultura" - que, se extinto, ninguémdele se lembraria, pois não faria falta - não vê nem sente que é necessáriauma revitalização dessa área produtiva. Os enganos, os erros e as omissõesdos órgãos que executam a política da pecuária no Brasil não têm noção nemconhecimento dos grandes malefícios que estão levando ao suicídio lento essaclasse outrora florescente e progressista.

Sr. Presidente, essa é a classe com cujos votos o PDS conta, fazendeirosque o PDS - partido que se diz centrista, urbano e rural - esquece. A áreaurbana liquida a área rural! É sobre ela que repousam, no meu Estado, Sr.Presidente, 90% dos Municípios, que estão sofrendo a falta de descortino e oresultado nefasto da política governamental, responsável pelo empobreci­mento da classe rural ~ pelo terrível êxodo que transforma as grandes cidadesem grandes favelas, sob a garantia e os auspícios do Banco Nacional da Habi­tação, que contribui para inchar as grandes cidades, oferecendo à populaçãocarente residéncias de baixo custo, sem oferecer a infra-estrutura social, a es­cola, o emprego e o futuro.

Sr. Presidente, não me refiro ao Governador, porque ele morreu em Cu­batão, dolorosamente.

Mas denuncio: o Mínistério da Agricultura nem mais anuncia sua políti­ca no setor agropecuário. Ela não existe. O setor agropecuário do meu Estadoestá inteiramente abandonado, entregue à sua própria sorte e ao seu própriodestino, porque nada recebe de órgão nenhum. Tanto que na minha terra,quando um fazendeiro vai colocar gasolina no seu carro, manda botar um bc­zerro, porque uma tanqueada num utilitário representa o valor de um bezer­ro. E V. Exª pode imaginar quanto anda essa pobre viatura na imensidãomato-grossense, onde até a distância é fator de estrangulamento da nossa eco­nomia. O preço de um bezerro de "sobreano" é exatamente o valor de umatanqueada na C-lO do fazendeiro. Imagine V. Ex~ a situação de um fazendei­ro que não é polivalente, pois tem sua terra no Pantanal, que não admite ou­tro tipo de cultura a não ser, extensivamente, a criação de gado; que não temoutras ativídades a não ser aquela do criatório; ou, então, o fazendeiro daáreas altas, de morro, com terras impróprias para a agricultura. Pode V. Exªimaginar qual o caminho, qual o destino desses criadores, desses pecuaristasde 800 a mil cabeças de gado. Eles têm apenas no trato do gado, no seu cuida­do, e no amanho da terra, as suas atividades produtoras. E lá, no meu Estado,o partido do Governo não poderá e não deverâ contar com esses votos quesempre foram o sustentáculo da ex-ARENA, da ex-UDN e do ex-PSD, por­que foi essa exatamente a classe que garantiu as sucessivas vitórias arenistasnaquele Estado e que, hoje, desgraçadamente empobrecida e desorientada

não encontra uma saída para a solução dos seus problemas. Quer dizer, ao in­vés de o Presidente Figueiredo mandar um "casuisminho", uma "bombinha"de São João, convidando os vendilhões a entrarem para o PDS, os vendáveis.abrindo o mercado de compras, S. Exª deveria computar os votos daquelesque eram seus. Ê uma política inteiramente errada e suicida.

V. Ex~ vê as preferências, Sr. Presidente, na Amazônia mato-grossense.Os proprietários de terra em Aripuanã, em Ijuara em Alto Floresta, em Portodos Gaúchos, abnegados brasileiros, estão plantando cacau, que é amazôni­da. Mas apenas um produtor, Sr. Presidente, consegue financiamento doBanco do Brasil. Só ele. Apenas ele num protecionismo inacreditável, quenão sei nem como definir.

Sr. Presidente, a Cooperativa Agrícola de Cotia, os plantadores de Ari­puanã estão já há dois anos, batendo às portas do Banco do Brasil e lhes ê ne­gado o financiamento para o plantio do cacau. Eles estão plantando cacaucom seus próprios recursos. Entretanto, outros há que conseguem esse finan­ciamento, Sr. Presidente; e somente eles o conseguem.

Sr. Presidente, que nós, da Oposição, não estamos muito preocupadoscom "pacotes", "pacotinhos" e "pacotões", "embrulhos", "embrulhinhos" e"embrulhões", venham eles em papel celofane, em papel de seda ou em papelde festas. Não estamos nos importando com eles, Sr. Presidente, porque isto éo fim. Ê assim como o desespero final, uma espécie de falta de ar. Está todomundo desesperado. Lá, no terceiro andar do Palácio do Planalto, há umafalta de ar monstruosa, a falta do ar da vitória. Há, assim, um desespero total,que faz com que os homens percam os sentidos e os padrões de comporta­mento.

Quero dizer a V. Exª, Sr. Presidente, que para o final, o grand /inale, coma Marcha Triunfal da Aída, como fundo, só falta o Presidente mandar para oCongresso uma emenda constitucional reinstituindo as eleições indiretas paragovernador, que virá, não tenho dúvidas. Quem viver verá.

Leio a seguir, Sr. Presidente, editorial do Diário da Manhã, de Goiânia,intitulado "Um bezerro no tanque", e que se refere à sítuação dos criadoresde minha terra:

"UM BEZERRO NO TANQUE

O Deputado Milton Figueiredo, de Mato Grosso, denunciouontem na Câmara Federal as distorções de relacionamento econô­mico que tanto aviltam a situação do criador e, embora estivcsse sereferindo de modo especial ao caso mato-grossense, a sua aborda­gem exprime uma realidade de todo o Centro-Oeste.

Como o Deputado levou para a tribuna uma queixa generali­zada que recolheu junto aos criadores, de sua denúncia constou umcomponente incontestável sobre dramática realidade, exprimívelatravés de uma comparação muito simples. Queixam-se os criadoresde que para se manterem estão sendo obrigados a entregar aos inter­mediários seus bezerros de um ano e meio pelo valor de que cha­mam uma "tanqueada", isto é, o equivalente ao que se paga paraencher o tanque de gasolina de um utilitário, que é o veículo maisusado na zona rural.

O exemplo vale bem para ilustrar a dimensão da defasagem en­trc o valor dos bens produzidos no campo e a dos bens industriais, oque na verdade corresponde a um paradoxo, pois a economia rural éconvocada a contribuir para a redução do custo de vida e conse­qüentemente para ajudar o combate à inflação, liberando ainda ex­cedentes para o País aliviar a sua balança comercial, enquanto, emcontrapartida, ela própria fica marginalizada. O paradoxo avançaainda mais, porque também os consumidores acabam pagando umpreço final elevado pelos gêneros alimentícios, os quais, na fonte deprodução, foram mal remunerados. Verificamos assim que o avilta­mento sacrifica apenas as atividades situadas no início da cadeia decomercialização e são clas que precisam ser maís estimuladas, poisse entrarem em colapso toda a economia se manifestará em pane.

Existe uma soma muito grande de equívocos deformando to­das as relações da economia brasilcira, gerando esses impasses cadavez mais complexos. O atendimento do interesse de um setor entraem choque com as aspirações de outro. A construção do equilíbriose transforma, pois, em uma tarefa quase impossível. No caso es­pecífico das díficuldades enfrentadas pelos criadores percebemosporém a existéncia de um desequilíbrio acentuado demais e, além designificar essa circunstância uma grande injustiça, projeta-se aindaum grave risco para a própria economia brasileira, bem como o deconseqüências explosivas de ordem social.

Enquanto um bezerro de um ano e meio, resultado de investi­mentos e de um trabalho paciente, estiver valendo apenas o corres-

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pondente a um tanque de gasolina, ninguém poderá apostar no fu­turo dessa pecuária que é potcncialmente tão promissora, mas queesbarra nessa muralha de desestímulos.

M as devemos ainda considerar que a extensão desse problemade desamparo do produtor rural refere-se, no caso, ao que podere­mos classificar de segmento médio da categoria, pois muito pior se­rá a situação do pequeno criador, praticamente sem acesso aos cré­ditos e ao patrimônio de equipamentos mínimos. Para estes, então,nào vale nem mesmo a comparação entre o aviltado preço de um be­zerro de ano e meio com o dispêndio de um tanque de gasolina, poislhes é impossível sequer sonhar com um utilitário para o serviçomais simples de transporte.

Vemos pois que o objetivo nacional de extrair do campo meiosde liberar produção excedente para o mercado externo, aliviando-seos ônus da balança comercial, e praticar-se o abastecimento abun­dante que retlita positivamente ~obre o custo de vida, esbarra tam­bém no irrealismo da~ nossas prioridades. E se acentuam as contra­dições de uma economia que tem força latente e resultados lamenta­velmente frágeis, por ser ela mal administrada".

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

DISCURSO DO SR. DEPUTADO ALUIzIO BEZERRA,PROFERIDO NA SESSÃO VESPERTINA DE 11-3-82.

o SR. ALtIIZIO BEZERRA (PMDB - AC. Como Lider.) - Sr. Presi­dente. Srs. Deputados. não poderia deixar de fazer referência, antes de iniciaro meu pronunciamento, ao que foi dito neste plenário há poucos instantespelo Deputado Júlio Martins, da bancada do partido do Governo. Parece-meque S. Ex' fez um relatório sobre sua viagem à África do SuL No entanto, oque foi dito pelo nobre Deputado cria um sêrio problema para o Governo,sobretudo para o Ministério das Rclações Exteriores, tendo em vista o quctem sido defendido pelo Chanceler Saraiva Guerreiro nos organismos inter­nacionais, especialmente no que diz respeito ao problema africano e à políticado apartheid praticada pela África do SuL

O que o Deputado Júlio Martins acaba de dizer é realmente muito grave,Ao acentuar que a África do Sul é o último baluarte da democracia na África,S, Ex' demonstra que não tem conhecimento do que tem defendido a diplo­macia brasileira nos últimos tempos nos foruns internacionais. Faça-se jus­tiça, tamhém, aos Chanceleres anteriores de Afonso Arinos, passando porSantiago Dantas e outros em relação a este problema, quando estiveram deacordo com as dcnulis nações afric[lnas~ que sen1pre condenaram nos organis­mos internacionais a política do apartheid. A posição do Deputado JúlioMartins renete resíduos racistas internos qúe infelizmente ainda existem e quevêm à tona com o oxigênio recebido em Pretória. Fico até admirado quesobre assunto de tamanha importância o PDS tenha deixado falar um dosseus membros menos autorizado, desconhccedor da política externa, Dizerque a África do Sul ê o último baluarte da democracia na África é desconhe­cer a recente invasão militar à Repúblíca Popular de Angola, ocasião em que,através da palavra do Ministro Saraiva Guerreiro, o Brasil ofereceu até apoiomilitar, se necessário, para defender a integridade territorial daquela jovemrepüblica africana, com a qual, atualmente. temos relações diplomáticas e co­merciais para ampliar e aprofundar.

Ora, Sr. Presidente, Srs. Deputados, acredito que num País como o Bra­sil, que hoje procura ampliar suas relações não somente com Angola, mascom Moçambique, com Guiné Bissau e com os demais países africanos, essa éuma declaraçào de extrema gravidade e. no meu entender, mereceria uma pa­lavra da própria Liderança do Governo, dizendo se está ou não de acordocom ela. S. Ex'! demonstra desconhecer o que tem sido feito na OUA. Organi­zação da Unidade Africana, na Organização das Nações Unidas, na UNES­CO, na Organização Mundial de Saüde e outras, onde a África do Sul sequertem assento. justamente pela sua política de apartheid, mundialmente conde­nada,

O Deputado Júlio Martins, de repente, sensível pelas mordomias de umaviagem il África do Sul, chega a este plenário tecendo elogios desmerecidos aum país racista, que aplica a política de segregaçào racial contra os demaispaíses africanos, O que aqui foi dito é um desrespeito a todas as nações docontinente africano, inclusive à formação étnica e histórica do povo brasilei­ro.

Antes dc iniciar o meu pronunciamento não poderia deixar de fazer estaobservação de profunda indignação ao que aqui foi declarado por um repre­sentante do PDS que, ao final de sua fala, foi até aplaudido pelos seus pares,

Sr. Presidente, Srs, Deputados, é dc se estranhar que csteja certo o Sr.Jülio Martins e errado todo o resto do mundo, todos os países membros da

Organizaçuo das Naçôes Unidas, com exceção dos Estados Unidos, que dei­xaram de condenar, no Conselho de Segurança da Organização das NaçõesUnidas, a ocupação militar da Namíbia e a invasão de Angola pela África doSuL De repente, o Deputado Júlio Martins, sensibilizado com a mordomia,que. naturalmente, o tocou profundamente, chcga aqui fazendo a apologia deum país mundialmente condenado, nos organismos internacionais e no Con­selho de Segurança da ONU, depois de invadir o território da República Po­pular A fricana e de praticar uma política de violência contra a Namíbia, cujoterritório mantém sob controle, contrariando as resoluções da Organizaçãodas Nações Unidas.

Ouço o nobre Deputado Airton Soares.

o Sr, Airton Soares - Nobre Deputado Aluízio Bezerra. querosolidarizar-me com V. Ex' por este discurso, na preliminar do tcma principal,que se dú em função da comunicação do Deputado Júlio Martins, nesta Casa,sobre a viagem que fez ir África do Sul, Considero um direito do Parlamentaraccitar convite de quem quer que seja para conhecer a realidade de um país.Tanto é direito que por várias oportunidades temos visitado países os maisvariados e constatado a sua realidade nacional. É conhecida a posição doBrasil no que diz respeito à África do Sul. Sabem perfeitamente os Parlamen­tare;; desta Casa que o Brasil, nos foros internacionais, sempre tem votadocontra a política do apartheid, contra a política racista da África do Sul e quemantém em Pretória uma representação diplomática que nào chega a nível deembaixada. Portanto. a política externa brasileira é tradicional, e desde oChanceler San Thiago Dantas - o grande articulador dessa política -, sen­do de ressaltar também seu sucessor, Afonso Arinos, mantém-se o nosso País,felizmente, dentro de uma postura digna, no que diz respeito ao apartheid eao racismo na África do Sul. Mas o Deputado Júlio Martins voltou de lá en­tmiasmado com o apartheid, com o racismo, Isso nós condenamos. Tambémlembramos que dessa viagem fizeram parte dois Parlamentares oposicionis­tas, o Dcputado Antônio Anibelli e um outro, também do PMDB, cujo nomenão mc ocorre. quc deveriam ter vindo aqui dizer o que é o racismo e oapartheid, para rebater o Deputado Júlio Martins e condenú-lo por suas con­clusões otimistas com relação à África do Sul. Julgamos que o discurso de V,Ex' repõe a coisa nos seus devidos termos, pois mostra claramcntc que a in­terferéncia do Deputado Júlio Martins, nesta Casa, contrariou até a políticaoficial do seu Governo e que não podemos concordar com ela, Esperamosque os Deputados oposicionista;; que compuseram essa delegação venham aeste plenúrio e façam a denúncia do racismo, do apartheid por eles presencia­dos, in loco. no Estado que percorreram, a África do Sul.

() SR. ALlIfzlO BEZERRA - Agradeço a V. Ex', Deputado AirtonSoares, nohre Lider do Partido dos Trabalhadores, e incorporo o seu aparteao meu discurso. Concedo o aparte ao nobre Deputado Djalma Bessa.

O Sr. Djalma Bessa - É certo que se o Deputado Júlio Martins estivessepresente teria oportunidade de participar do discurso de V. Ex' Mas, comoniío estú, eu me permito declarar que S. Ex' foi claro no seu discurso. S, Ex',no histórico que fez, teve oportunidade de dizer qual é a política do nossoPaís em relação ir África do Sul. Ele não ocultou. Agora, temos de convir emque nuo hú como exercer uma patrulha ideológica. Não é do nosso estilo.Cada companheiro nosso tem liberdade. E o Deputado Júlio Martins falouno Grande Expediente, foi claro, teve oportunidade dc debater o assunto comeminentes colegas da Oposição, De modo que havemos de considerar que é oponto de vista dele, ele não procurou esconder, foi claro, foi explícito. Eraesta a intervençào que me permitiria fazer no discurso de V. Ex'

O SR. Al.lIlZIO BEZERRA - Agradeço ao nobre Deputado DjalmaBessa o aparte. que me permite tirar a conclusão de que S, Ex', na qualidadede Líder, não aprova o conteúdo do pronunciamento feito pelo DeputadoJúlio Martins sobre a África do Sul, porque se trata de um pais onde existe aprútica do apartheid. raziío suficiente para não ser considerado um país de­mocrútico.

o Sr. Djalma Bessl1 - Não O aprovo nem rejeito. Não tenho por quefazê-lo. Ouvi o discurso de S. Ex' e o respeito.

O Sr. Pinheiro Maehl1do - Nobre Deputado Aluízio Bezerra.encontrava-me em meu gabinete quando ouvi o discurso de V. Ex' Não tenhopor que me envergonhar de tcr feito partc da comitiva quc visitou a África doSul. Até porque acho que um Parlamcntar, para excrcer bem o seu mandato.deve estar sobretudo bcm informado. Foi com essa intenção quc aceitei oconvite para visitar aquele país. Nenhum brasileiro de boa formação aprovao apartheid, como também nenhum dos nossos companheiros, daqueles queparticiparam daquela viagem, o faz, V. Ex' é uma pessoa pela qual tenho omaior respeito, na Comissão de Relações Exteriores, da qual fazemos parte.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClONA'- (Seção I) Sábado 13 877

A nossa missão é esta: tomar conhecimento dos assuntos ligados ao comércioe à vida exterior do Brasil. Então, a nossa obrigação, nobre Deputado, é to·mar conhecimento da realidade de cada país com o qual o nosso mantém ounão relações. Não vou tomar muito tempo de V. Ex', porque até pretendo fa·zer um relatório realista, mas queria dizer que para cada assunto, para cadaobjetivo discutido há sempre três verdades: a sua, a minha e a de um terceiroque observa. Foi com esse objetivo que fui 11 África do Sul, onde conheci umaterceira versão, que achei muito mais verdadeir<t do que as que tenho ouvido.Primeiro, resumidamente, o apartheid se modifica rapidamente. O PartidoNacionalista, do Sr. Mallan, não é mais aquilo que eu pensava daqui de fora,que fazia toda discriminação racial. O Partido Nacionalista se divide em trêsfaces: a conservadora, a radical de direita e a liberal, mais de esquerda. Esteproblema eu vivi nos Estados Unidos, quando era rapazinho e morei lá. Osnegros eram discriminados e o Sr. Truman não teria feito a efetivação dos di·reitos civis se a minoria fosse preta nos Estados Unidos. Eles estão progredin­do, estão fazendo largos progressos no apartheid, como constatamos quandolá estivemos recentemente. Agora, o que há é um problema, parece·me, deconjunção de dois fatores: o apartheid. que é condenado e que está sendo uti·lizado por correntes marxistas para complicar o problema, e a invasão mar·xista da Namíbia. E digo mais a V. Ex', meu caro colega de partido: ouvimosas lideranças negras, ouvimos as condenações à Namíbia, ouvimos as lide·ranças negras do Cabo, ouvimos os indianos, ouvimos todo o mundo e con·cluímos que não é bem o que se diz aqui e não é bem o que Ex' está a dizer.Mas respeito a opinião de V. Ex' e espero que no momento oportuno possa·mos contar ao Parlamento brasileiro o que está errado e o que está certo. Oque está errado e o que está certo, quanto à política do Governo brasileirocom relação à África do Sul. Há coisas que precisam ser dítas, a bem da ver­dade e da política externa brasileira, que tem um bifrontismo. Por exemplo,aqui dentro se condena o comunismo e lá fora temos uma outra posição quehaveremos de discutir aqui com franqueza, sobretudo com lealdade, sobretu­do com respeito à posições daqueles que conhecem o assunto. Muito obriga­do a V. Ex'

o SR. AUJlZIO BEZERRA - Agradeço o aparte de V. Ex' e o incor­poro ao meu pronunciamento. Vejo que V. Ex' não leva, parece·me, seuaplauso às posições do nobre Deputado JCtlio Martins. Não somos contra ofato de se viajar para conhecer a realidade e examinar in loco os problemas.Entretanto, as principais lideranças negras, ao que me parece, não estão nacapital da África do Sul: o melhor ponto de vista sobre o problema doapartheid podemns ouvir na Assembléia da OUA, organização dos países queformam a Unidade Africana, onde existem inúmeras nações não marxistasque condenam a política do apartheid.

O Sr. Pinheiro Machado - Todos nós condenamos.

O SR. ALlJlZIO BEZERRA - Tenho o maior respeito por V. Ex~

Acredito mesmo que o scu relatório vai concluir pc1a posição que atualmentetomam os paises membros da Organização das Nações Unidas. Por várias ve­zes, naquela grande Assembléia mundial, foram aprovadas resoluções decompleta condenação à política do apartheid. Tendo em vista o posiciona­mento desses dois grande fóruns internacionais, a Assembléia da Organi­zação da Unidade Africana e a Assembléia Geral da Organização das NaçõesUnidas. acreditamos que a opinião unânime dos países membros é por de­mais objetiva com relação à atual política da África do Sul que, não ficandoapenas na política do apartheid, passa à invasão da Namíbia e da Angola,sem nenhum respeito aos princípios da autodeterminação e da não inter­venção que regem a Organização das Nações Unidas e todos os países demo­cráticos que respeitam a soberania dos povos vizinhos.

Concedo a palavra ao nobre Deputado Audálio Dantas.

O Sr. Audálio Dantas - Nobre Deputado, vejo quc V. Ex' ainda nãoconsegu iu entrar no tcma específico que o trouxe à tribuna, no dia de hoje.Isso demonstra a importüncia do assunto que estamos discutindo. Em viagemque fiz em setembro do ano passado aos Estados Unidos. mais precisamente11 Organização das Nações Unidas, onde recebi o Prêmio de Humanismo, tivea oportunidade de examinar a posição adotada pelo Governo brasileiro. Ago·ra. a pretexto dc se combater o comunismo. parece que se formou aqui umabancada da África do Sul nesta Casa. Sei que o assunto que V. Ex' vai ferir éa situação existente em El Salvador, que é mais um pretexto para a inter­venção. que os Estados Unidos estão tentando obter dos países da AméricaLatina. fato que está sendo condenado, hoje, por um ilustre militar brasileiro.

O SR. ALUiZIO BEZERRA - Agradeço o aparte ao nobre DeputadoAudálio Dantas e parabenizo S. Ex' pejo prêmio que honrosamente recebeu,pela sua luta na defesa da democracia neste País.

O Sr. Pinheiro Machado - Quero afirmar ao Deputado Audálio Dan­tas. que é homem brilhante. homcm de letras, que não se está formando aquinenhuma bancada da África do Sul. Poderia ser formada uma bancada de ou­Iras ideologias.. mas bancada da África do Sul é até um insulto à nossa digni·dade de brasileiros. de um homem como eu que, convocado nos Estados Uni­dos para servir ao Exército americano, recusei e saí de lá quase deportado,porque não aceitava vestir outra farda que não a do meu País. Então, nãoaceito de S. Ex' a afirmativa de que aqui se pretende formar uma bancada afavor de qualquer outro país. Estou nesta Casa eleito pelo povo do pobre Es­tado do Piauí e repilo veementemente essa afirmação. Lamento que S. Ex~ setenha ausentado neste momento do plenário, sem antes ouvir-me dizer que aminha bancada é a verde-amarela, a do Brasil brasileiro.

O SR. ALUiZIO BEZERRA - Nobre Deputado, go~taria de ressaltarque as palavras do nobre Deputado J Ctlio Martins, todos os elogios que trou·xe a este plenário, dizendo mesmo que era contra a política do Ministro dasRelações Exteriores, não tiveram o aval da Liderança do seu partido. Parece­me que haveria então um grupo isolado, onde não incluo V. Ex' Acredito queo relatório de V. Ex' será esclarecedor da sua viagem, com o respeito que te.mos pelos países africanos, pelo nosso relacionamento cultural, econômico,diplomático e comercial.

Continuando. Sr. Presidente, o que me traz a esta tribuna na tarde de ho­je. em primeiro lugar. é um assunto de profunda gravidade, com relação aoproblema da América Central. As páginas dos jornais, nos últimos dias, estãorepletas de notícias sobre a política intimidatória praticada pelo Sr. Reagan,ameaçündo de intervir nos países do Caribe, na América Central.

Sr. Presidente, os jornais publicam hoje manchetes como esta: "O Brasilnão vai 11 Guerra do Caribe". O Chefe do Estado Maior do Exército declarouque o BrasilconlÍnua a respeitar o princípio da autodeterminação e da nãointervençiio e que não vai à guerra, atitude correta que merece o apoio dos de­mocratas deste País. Essa a situação de ameaça aos países da América Cen­tral. especialmente a EI Salvador, preocupa não somentc a América Latina,mas lodo o mundo. Essa região é considerada, hoje, um dos pontos maisquentes dentre os que poderão levar a um conflito mundial. Tive a oportuni.dade de ouvir membros do Comitê Latino-Americano do Canadá, em visita àComissão de Relações Exteriores da Câmara. No dizer daqueles senhores nãose pode. de maneira alguma, colocar a situação de conflito existente nos paí­ses do Curibe como um conflito leste-oeste, como costumam simplificar aqui,especialmente os representantes do Governo. Em absoluto. Diziam os repre­sentantes do Canadá. que é um país capitalista, que o problema resulta sobre­tudo da injustiça social.

O Sr. JlÍlio Martins - Permite-me V. Ex'?

O SR. ALUIZIO BEZERRA - Na qualidade de membro da Comissãode Relações Exteriores desta Casa não poderia deixar de referir-me ao planoanunciado pelo Presidente Reagan para a América Central, que introduz umnovo componente político na América Latina, afetando, portanto, a toda aHumanidade.

Jamais um país do tamanho de EI Salvador concentraria de tal forma asatcnções mundiais, caso não vivêssemos hoje um período inquestionavelmen­te decisivo para toda a Humanidade. Analistas políticos, estudiosos, cientis­tas sociais e intelectuais, membros ou não de governos espalhados por todoesse planeta indagam ansiosos que estranha força teria um pequeno movi­mento guerrilheiro, à frente de uma pequena população, para desafiar, ques­tionar e impor derrotas aos interesses do poderoso Estados Unidos da Améri­ca. Todos sabem que, do ponto de vista técnico-militar, as forças armadasnorte·americanas podem simplesmente destruir EI Salvador em questão desegundos. No entanto, apesar de toda mentira organizada pela imprensa im·perialista mundial, a Frente Farabundo Marti, já domina quase metade doterritório salvadorenho.

Se não analisássemos as transformações históricas ocorridas na últimadécada seria difícil compreender a paralisia ou a cautela em que se move hojea maior potência capitalista diante de processos que questionam esse regimeaté a medula. Somente no ano passado, vimos, além da afirmação da Revo­lução Sandinista na Nicarágua, o povo francês e o grego darem um decididopasso para transformar as relações de dominação capitalista em seus países,elegendo governos socialistas, que já estão operando medidas econômicas,sociais e políticas, que afetam, cm distintos níveis e alcances, os interesses his­tóricos do sistema capitalista mundial. Esses fatos vêm precedidos das mu­danças que ocorreram desde o final da Segunda Guerra Mundial, e estabele·ceram uma nova e mais desfavorável condição para a existência do capitalis­mo: vários países socialistas se formaram na Europa Oriental, o núcleo fun­damental do fascismo foi arrasado, criando, por sua vez, um novo patamar

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de relações políticas mundiais quc resultaram na Revolução Chinesa e a se­guir na Coréia do Norte. Na década dc 60, a parte da Humanidade que habitaa América Latina vê na Revolução Cubana triunfarem as aspirações e espe­ranças que depositava na interrompida Revolução Mexicana. O imperialismoseria varrido da Argélia poucos anos depois, abrindo para a Âfrica a via dastransformações sociais que vimos continuada através dos processos revolu­cionários na Líbia, Guiné e Congo, mais recentemente em Angola. Moçambi­que e Madagascar. Isso sem falar do Vietnã!

Ê, portanto, inútil querer classificar o processo presente em EI Salvadorcomo resultado da infiltração de um outro país: as transformações sociais sãouma necessidade da própria história humana!

Se os analistas regiamente pagos pelo imperialismo pudessem ter sereni­dade ou um pingo de objetividade. veriam que a face desse planeta mudou ra­dicalmente após a Segunda Guerra Mundial. E essas mudanças não reforçamo sistema capitalista. O que a Humanidade pôde comprovar é que sob odomínio do capitalismo não foi possível desenvolver todo o potencial da Hu­manidade, deixando de resolver os problemas ligados a repugnantes diferen­ciações econômicas, sociais e culturais, bem como impedindo a criação quepermitisse justiça, dignidade e relações inteligentes entre todos os povos.

O Plano de Reagan para a América Central e Caribe deixa patente aomundo que os interesses do Sistema capitalista representado pelos EstadosUnidos da América são objetivamente contrários ao progresso, objetivos dospovos subdesenvolvidos. Pela primeira vez em centcnas de anos o povo nica­ragüense se vê no direito de aprender a ler, conforme o programa de alfabeti­zação em massa do Governo Sandinista. Cuba, depois de ser um mero bordeldas multinacionais, atualmente é o país que tem o mclhor nível sanitário daAmérica Latina. E só agora em Granada, depois do rompimento com a sub­~issão ao imperialismo ianque, as crianças podem tomar leite regularmente.E eontra esse progresso que o plano de Reagan se destina. Não se destina aresolver nenhum problema social dos países daquela região, mas simplesmen­te criar uma cortina de fumaça que lhe permita intervir para causar danos aesses países, minando sua autoridade e querendo fazer intocáveis os interessesdos trustes c das oligarquias apodrecidas que dominam e estrangulam na mi­séria os habitantes daquela região.

O atual plano de Reagan já nasce morto, derrotado, pois já não existemmais as mesmas condições históricas que permitiram aos Estados Unidos or­ganizar o Plano Marshall, para o que restava da Alemanha nas mãos dasforças socialistas. Também os grandes países capitalistas atravessam umagrave crise econômica, mais grave do que aquela que antecedeu a SegundaGuerra Mundial, e não têm mais o mesmo potencial, em termos de colônias,para ser explorado, pois nas colônias, hoje, o exemplo do Vietnã fez escola!Além de não fazer mais que engordar pequenas camarilhas que governam ospaises daquela região, acentuando, portanto, a concentração econômica e opoderio de grupos parasitas que não vão investir no desenvolvimento econô­mico de seus países. o protecionismo às economias daquela região abrirá no­vos níveis de contradição da cconomia norte-americana com o restante domundo capitalista, prejudicando economias mais débeis. principalmenteaquelas, como a brasileira, que dependem do comércio exterior, já que nãoconstruiu ainda seu mercado interno.

As burguesias latino-americanas verão ainda nessa atitude de Reaganuma evidente perda de poderio daquele país, que antes era temido por todos.Na década de 60, o bloqueio contra Cuba foi monoliticamente seguido pelaAmérica Latina, e também a OEA se dobrou frente às ordens dos EstadosUnidos quando da questão da República Dominicana. A comparação com aatualidade é imediata, e a insegurança nos dirigentes burgueses é inevitável.

Foi um governo da linha pós-64 que enviou tropas à República Domini­cana, e, no entanto, hoje, 18 anos depois. um governo representante dos mes­mos interesses declara, através do Ministro das Relações Exteriores e doChefe-do-Estado-Maior do Exército. que é contra qualquer envio de tropaspara EI Salvador. Em primeiro lugar, o regime brasileiro foi obrigado a reco­nhecer, através da sua própria política exterior, que não podia seguir inflexi­velmente os ditames do Pentágono e, apesar destes, estende e aumenta a cadadia suas relações com os países do bloco socialista. E, depois, porque um go­verno que teme enfrentar seu próprio povo nas urnas não tem a menor autori­dade para convocar a Nação para uma intervenção militar contra o povo sal­vadorenho, em nome de uma "luta contra o comunismo", na qual nem umacriança mais se ilude.

Nesse sentido vale a pena citar a declaração do Presidente do Comitê En­carregado das Relações com a América Latina e o Caribe, do Parlamento doCanadá, Deputado Maurice Dupras, que, sendo membro do partido do go­verno daquele país, declarou perante a Comissão de Relações Exteriores daCâmara dos Deputados: "Se eu estivesse na Nicarágua na época da guerra ci-

vil, teria lutado ao lado dos sandinistas." E, vejam bem, não era nenhummarxista, mas sim um membro do partido do governo de um país capitalista.

O Sr. Elquisson Soares - V. Ex~ permite um aparte, Deputado?

O SR. ALUIZIO BEZERRA - Ouvirei rapidamente o aparte do nobreDeputado Elquisson Soares.

O Sr. Elquisson Soares - Nobre Deputado Aluízio Bezerra, serei breve,até porque V. Ex~ já não dispõe de tempo. Eu gostaria de manifestar minhasolidariedade a V. Ex~ pelo discurso que faz, porquanto, ao defender um paíspequeno como EI Salvador, ao defender, afinal de contas. a política que paí­ses da América Central procuram empreender em defesa dos seus interesses epara afirmação de seus povos. V. Ex~ presta ao povo um excelente serviço.Sabemos que essa é a vocação do povo brasileiro, contrariando a postura demuitos que assumem uma conduta diferente. A posição que V. Ex' adota nes­te instante é a mesma de certos setores do Governo, como é o caso do Itama­raty. Mas eu me permito fazer uma ligeira referéncia ao pronunciamento doDeputado Júlio Martins. Imagine V. Ex~ que todos os Governos, ao longo daHistôria do Brasil, têm procurado salientar que somos um país sem racismo,onde questões como essa têm sido resolvidas com flores, como foi a própriaabolição do cativeiro entre nó,. Evidentemente, esta é a versão oficial, porquesabemos que há racismo no Brasil. Há nas Forças Armadas. nas universida­des e em vários setores, até mesmo no Congresso Nacional, porquanto sãopoucas as figuras de raça negra entre nós. Mas o que mc alegra. sob certo as­pecto, é que tenha sido um membro do partido oficial, do partido do Gover­no, um Vice-Líder, que tenha feito essa afirmaçào. Porque isso talvez provo­que, junto à população, a devida reação. para que o Governo coíba esse tipode comportamento. Não é a primeira vez que o Deputado Júlio Martins fazafirmações dessa natureza. Há um discurso de S. Ex~, do fim do ano passado,em que, denotando total desconhecimento da História, chega a afirmar quena sua terra, no Território de Roraima, os índios estariam invadindo terrasdos fazendeiros. Trata-se de uma declaração que inverte a História. Afinal decontas, o provável é que os fazendeiros, lá, estejam invadindo terras indíge­nas, estejam, inclusive, assassinando índios, para dominar suas terras. O De­putado Júlio Martins reincide nesse erro, falando em nome do Governo, por­quanto no exercício da Liderança. Deputado. eu pediria a V. Ex~ que adver­tisse, neste instante, através da tribuna, toda a Nação, no sentido de que pro­curasse discutir essa questão, para que o Congresso Nacional não seja apro­veitado por quem, eleito pelo povo e que tem o dever de defendê-lo. assumepostura absolutamente contrária aos interesses do povo e da Humanidade,como fez ainda há pouco o Deputado Júlio Martins.

O SR. ALUIZIO BEZERRA - Nobre Deputado Elquisson Soares, in­corporo o seu aparte ao meu discurso. V. Ex~ toca um ponto de extrema gra­vidade, ao comentar o pronunciamento do Deputado Júlio Martins. que elo­gia e florifica o apartheid, prática condenada mundialmente por todos os paí­ses membros da Organização das Nações Unidas, e pelos países que com­põem a Unidade Africana.

Concluo. Sr. Presidente.

As eleições em EI Salvador não resolverão nenhum dos problemas so­ciais que deram origem ao atual processo. São mais fraudulentas e hipócritasque a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Sadat e a Beguin, que ninguém le­vou a sério. Não há sequer a listagem dos eleitores. Não será com mentirasque um povo terá solucionados seus problemas mais graves. E quando che­gam a lançar mão de mentiras, é porque já antevêem seu fracasso frente àHistória. O "soldado" nicaragüense preso em EI Salvador, que seria a "pro­va" da intervenção nicaragüense naquele país, nada mais cra que um estudan­te de Física em viagem para o México e que, sem dinheiro. teve de permane­cer mais tempo em El Salvador. Tanto é assim que o deixaram ir embora, poisninguém acreditaria nessa estória. E o próprio Haig confirma que notícias efotos publicados pelo díário Le Figaro, de Paris, versando sobre chacinas queteriam sido cometidas pclos sandinistas contra os índios miskitos, refcrem-se.na verdade, a fatos ocorridos na época de Somoza, durante sua ditadura as­sassina.

Ora, Srs. Deputados, um governo da autoridade do Governo Portillo fezuma proposta viável, para que o conflito em EI Salvador fosse discutido porvários países interessados, inclusive Cuba e os EUA. A Françajá manifestousua posição, reconhecendo a Frente Democrática Revolucionária e a FrenteFarabundo Marti de Libertação Nacional, como legítimos representantes dopovo salvadorenho. Ê nessa linha que o problema deve ser equacionado.Uma intervenção militar não trará nenhuma solução a curto prazo, e os Esta­dos Unidos lembram-se da amarga lição do Vietnã. E, além disso. é precisoconsiderar que chacina nenhuma pára a História. Hitler matou muito maisdo que os 32 mil mortos que se podem contar em El Salvador, e Hitler foi es­magado.

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Portanto, a saída neste momento é discussão, a negociação de todas aspartes, respeitando a FDR e FMLN como legítimos representantes do povosalvadorenho. É esta a posição que conclamamos às forças progressistas doPaís a apoiar. Ao mesmo tempo, e~igimos do Governo brasileiro o imediatorompimento de relações com a Junta Militar que "governa" EI Salvador, emapoio às posições defendidas pelo México e pela França.

Existe uma nova situação na História, e quem a desconhecer será impla­cavelmente ultrapassado. A hegemonia norte-americana começa a ser ques­tionada em termos de América Latina, porque não corresponde mais aos in­teresses legítimos dos povos que habitam esta região e que querem viver comoseres humanos, livres da dominação oligárquica, colonialista e semifeudal.

Neste sentido, conclamamos todos os movimentos progressistas do País,nacionalistas de dentro e de fora das Forças Armadas, o clero, os estudantes,os intelectuais e artistas, a organizarem uma firme campanha de solidarieda­de ao povo salvadorenho, exigindo do Governo brasileiro uma posição que

favoreça uma saída democrática e progressista para aquele conflito, que tam­bém ocorre no Brasil: as forças que querem a liberdade, a independência, odesenvolvimento objetivo e emancipador, contra os que querem a conti­nuação da miséria, da opressão e do retrocesso social.

Sr. Presidente, diante de tão grave problema, como o de EI Salvador, queconstitui um dos pontos mais críticos da política internacional e coloca emrisco a paz mundial, devemos dizer que o problema da América Central tam­bém diz respeito aos brasileiros. Temos de buscar e propor soluções democrá­ticas e não militaristas, não fazendo como os caixeiros-viajantes dos EstadosUnidos, que vão à Argentina e a outros países todo dia e vêm ao nosso tam­bém, tentando fazer com que o Brasil entre no conflito, como entrou, em1965, no da República Dominicana.

Aqui fica, portanto, Sr. Presidente, a nossa posição por uma saída políti­ca que requer negociações entre as partes em conflito. (Muito bem! Palmas.)

ATA DAS COMISSÕES

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIADistribuição

O Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Deputado BentoGonçalves, fez a seguinte distribuição em 5 de março de 1982.

Ao Senhor Deputado Walter de Prá:Projeto de Decreto Legislativo n9 116, de 1982, de autoria da Comissão

de Relações Exteriores, que "aprova o Acordo de Cooperação Científica eTecnológica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governoda República Socialista da Romênia, assinado em Brasília, a 12 de maio de1982".

Projeto de Lei n9 5.360, de 1981, de autoria do Sr. Deputado InocêncioOliveira, que "fixa em 20% (vinte por cento), no máximo, a quota de utili­zação de gesso sintético na indústria de cimento, na de construção civil eobras artesanais, e dá outras providências".

Brasília,5 de março de 1982. -.Ivan Roque Alves, Secretário.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JlJSTI(AP Reuniào Plenária Extraordinária

Ãs quinze horas e trinta minutos do dia sete de janeiro de mil novecentose oitenta e um, na sala n9 I do Anexo 11 da Câmara dos Deputados, reuniu-se,extraordinariamente, a Comissão de Constituição e Justiça, sob a Presidênciado Senhor Deputado Afrísio Vieira Lima, Presidente, presentes os SenhoresDeputados Tarcísio Delgado, Vice-Presidente, Claudino Sales, Djalma Bessa,Ernani Satyro, Gomes da Silva, Jairo Magalhães, Joacil Pereira, NelsonMorro, Nilson Gibson, Antônio Russo, Brabo de Carvalho. Elquisson Soa­res, José Costa, Marcello Cerqueira, Osvaldo Macedo, Pimenta da Veiga,Antônio Mariz, Henrique Eduardo Alves, Luiz Leal, Márcio Macedo, MiroTeixeira, Péricles Gonçalves, Hugo Napoleão, Igo Losso, Isaac Newton,Leorne Belém, Ney Ferreira, Jorge Moura e Roberto Freire. ORDEM DODIA: CONSULTAS S/Ng/81 - do Sr. Presidente da Câmara dos Deputa­dos - que "solicita pronunciamento da Comissão de Constituição e Justiçasobre requerimento do Sr. Ronaldo Ferreira Dias, suplente de Deputado Fe­deral, que postula a Iq suplência da extinta ARENA, pelo Estado do RioGrande do Norte, em substituição ao Sr. Ulisses Bezerra Potiguar". Relator:Deputado Ernani Satyro. Parecer: pelo não acolhimento do solicitado pelopostulante. Encerrada a leitura do parecer, o Sr. José Costa solicitou infor­mações complementares ao relator, tendo sido atendido. Concedida a palavraao Deputado Tarcísio Delgado, Sua Excelência usou da oportunidade paralembrar a figura do ex-Deputado Djalma Marinho, recentemente falecido,enaltecendo seu caráter, humano e cordial, dizendo-o o melhor de todos, pe­las sábias lições que deixou ao longo de toda a sua vida pública. Disserecordar-se do colega com saudade, e que seria um orgulho para aquele queviesse a ocupar a vaga deixada na Comissão pelo extinto. O Senhor Presiden­te endossou as palavras do Deputado Tarcísio Delgado, aproveitando a opor­tunidade para sugerir que fosse dado o nome de Djalma Marinho à sala dereuniões da Comissão de Constituição e Justiça. A proposta foi aprovada porunanimidade, com aplausos. Falando a seguir, para uma questão de ordem, oDeputado José Costa declarou estar a matéria em discussào suhjudice. tendoem vista haver o requerente, Ronaldo Ferreira Dias, impetrado mandado desegurança no Supremo Tribunal Federal. Entendeu o parlamentar que a con­sulta deveria ficar sobrestada até decisão final do Judiciário. O Deputado Er­nani Satyro, para contraditar a questão de ordem levantada, disse que o STFainda não concedera a liminar; assim, não poderia a Câmara ficar aguardan-

do o encerramento desta e de outras questões sub judice. sob pena de emper­ramento do processo legislativo. Falando pela ordem, o Deputado ElquissonSoares discordou do relator, concluindo que a decisão da Comissão não deve­ria ser política, mas técnica. A discussão da matéria ficou adiada, face ao pe­dido de vista conjunta formulado pelos Deputados Jairo Magalhães, Elquis­son Soares, Brabo de Carvalho e Pimenta da Veiga. O Deputado MarcelloCerqueira requereu ao Sr. Presidente que solicitasse ao Supremo Tribunal Fe­deral informações sobre os motivos que levaram aquela Egrégia Corte a ne­gar a liminar ao mandado de segurança interposto pelo Sr. Ronaldo FerreiraDias. ENCERRAMENTO: às dezesseis horas e vinte minutos, nada mais ha­vendo a tratar, foi encerrada a reunião e, para constar, eu, Ruy Ornar Pru­dência da Silva. Secretário, lavrei a presente Ata, que depois de aprovada seráassinada pelo Senhor Presidente.

2' Reunião Plenária Extraordinária

Ãs dez horas e trinta minutos do dia quatorze de janeiro de mil novecen­tos e oitenta e dois. na sala n9 I do Anexo II da Câmara dos Deputados,reuniu-se a Comissào de Constituição e Justiça, extraordinariamente, sob aPresidência do senhor Deputado Afrísio Vieira Lima, Presidente; presentes osDeputados Antônio Dias, Vice-Presidente; Nelson Morro, Pimenta da Veiga,Ernani Satyro. Joacil Pereira, Claudino Sales, Nilson Gibson, Gomes da Sil­va, Osvaldo Melo, Antônio Morimoto, Djalma Bessa, Jorge Arbage, NeyFerreira. Isaac Newton, Raimundo Diniz, Francisco Benjamim, Darcílio Ay­res, Jairo Magalhães, Péricles Gonçalves e Júlio Martins. A Ata da reuniãoanterior foi aprovada por unanimidade. Ordem do Dia: Consulta S/N9/81­do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados - que "solicita pronunciamentoda Comissão de Constituição e Justiça sobre requerimento do Sr. RonaldoFerreira Dias, suplente de Deputado Federal, que postula a I' Supléncia daextinta ARENA, pelo Estado do Rio Grande do Norte, em substituição aoSr. Ulisses Bezerra Potiguar". Relator: Deputado Ernani Satyro. Parecer:pelo não acolhimento do solicitado pelo postulante. O deputado Jayro Maga­lhães. que pedira vista conjunta com os Deputados Elquisson Soares, Brabode Carvalho c Pimenta da Veiga, devolveu o projeto concordando com o Re­lator. O Senhor Presidente solicitou aos. colcgas o apressamento da soluçãodo problema, pois, segundo o Deputado Nelson Marchezan, a Câmara dosDeputados estava desfalcada de um de seus membros. Disse concordar com orelator. sugerindo a apreciação da preliminar que naquele instante levantava,a de que os interessados na suplência do ex-Deputado Djalma Marinho deve­riam apresentar-se devidamente habilitados com o diploma ao Presidente daCâmara, o qual daria posse ao 19 suplente; o discordante, então, se inconfor­mado, recorreria ao Poder Judiciário. Assume a Presidência o Deputado Antô­nio Dias. Falando a seguir, o Deputado Pimenta da Veiga levantou questãode ordem. indagando da Presidência sobre a exata finalidade da reunião, ten­do em vista que a consulta anunciada na Ordem do Dia estava com vista con­junta concedida a diversos Deputados; o prazo não estaria esgotado, vez quenão houvera sessão da Câmara no dia 1I passado, segunda-feira; citou o ar!.49 do Regimento Interno. que trata do prazo para concessão de vista a pro­cesso. O Deputado Ernani Satyro, usando da palavra para contraditar aquestão de ordem suscitada. disse ter havido sessão no dia 1I, já que a mesmafora aberta pelo Presidente em exercício, Deputado Aleir Pimenta; disse mais,que pedido de vista conjunta nào exigia devolução. O Senhor Presidente con­cordou com o relator, esclarecendo que se a sessão fora aberta seria computa­do aquele dia no prazo. Discordando da Presidência da Comissão, o Deputa-

880 Sábado 13 DIÃRIO DO CONGRESSO NAC'lONAL. (Seção Il Março de 1982

do Antônio Mariz disse que naquela segunda-feira não houve sessão no Ple­núrio porque não havia número; sugeriu a leitura da ata, para constatação,pois o Presidente abriu os trabalhos às 13:30 horas, suspendendo a sessão por30 minutos, devido à falta de número regimental, após o que encerrou os tra­balhos. uma vez que a falta de quorum persistiu. Falando após, o DeputadoJoacil Pereira disse que a ausência dos parlamentares que pediram vista doprocesso era da responsabilidade deles. Levantando questão de ordem, o De­putado Braho de Carvalho esclareceu que o prazo de cinco sessões para devo­lução de vista somente se esgotaria naquela data (14/1) à tarde, já que a vistafora concedida em reunião da Comissão de Justiça realizada às 15:30 horasdo dia 7/1: contando os dias (e respectivas sessões Plenárias). justificou suaafirmação: dias 8. I L 12, 13 e 14 (total de cinco sessões, mesmo se considera­da a do dia 11). O Senhor Presidente deu por encerrada a discussão dos pra­zos, afirmando trata-se de matêria resolvida e, portanto, vencida. O Deputa­do Jorge Arbage solicitou a abertura da discussão da preliminar levantadapelo Presidente da Comissão. reassume a Presidência o Deputado AfrÍsio Viei­ra I.ima. Pedindo a palavra pela ordem. o Deputado Ernani Satyro, relatordil matéria, concordou com a preliminar levantada pelo Deputado AfrísioVicira Lima, justificando sua posição. O Deputado Pimenta da Veiga levan­tou nova questão de ordem. baseado no art. 97 do Regimento Interno, princi­palmente seu *3": "art. 97. À hora do início da sessão, os membros da Mesa eos Deputados ocuparão os seus lugares. § 3" Se não cstiver presente o dêcimodo número total de Deputados, o Presidente aguardará, durante meia hora,que se complete o número, deduzido o retardamento do prazo destinado aoExpediente. Se persistir a falta de número, o Presidente declarará que nãopode haver sessão", alegil1ldo Sua Excelência que a sessão do dia 11 últimonão se realizou. Requereu a imediata suspensão dos trabalhos, reafirmandoque o prazo de vista ainda não estava esgotado. O Senhor Presidente declaroutratar-se de assunto já decidido pelo Deputado Antônio Dias. Colocou emdiscussão a preliminar, dizendo que se fosse rejeitada voltaria à questão dospedidos de vista. Usando da palavra, pela ordem, o Deputado Raymundo Di­niz afirmou que a preliminar era de caráter geral, enquanto que a consulta emdiscussão era caso particular e, portanto, enquadrado naquela. O DeputadoBrabo de Carvalho disse que a Comissão de Constituiçao e Justiçacontagiara-se do mesmo pecado do Plenário. Retirou-se da Comissão, em si­nal de protesto peJas decisões tomadas pela Presidência. Colocada a prelimi­nar em votação, foi esta aprovada, contra os votos e protestos dos DeputadosPimentu da Veigu e Antônio Mariz. Encerramento: às onze horas e trinta mi­nutos, nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião e, para constar,eu, Ruy Omar Prudência da Silva, Secretário, lavrei a presente Ata, que de­pois de aprovada será assinada pelo Senhor Presidente.

* * *O Presidente da Comissào de Constituiçào e Justiça, Deputado Afrísio

Vieira Lima, em 18 de agosto de 198 I, fez a seguinte:

Distribuição

Ao Sr. Adhemar Santillo:Projeto n" 4.856/81 - Do Sr. Flávio Chaves, que "Assegura às pessoas

físic"s contribuintes do Imposto de Renda, o direito de optar pela aquisiçãode bonus do Tesouro Nacional com os recursos provenientes da redução doimposto a que se refere o art. 3" do Decreto-lei n9 157, de 10 de fevereiro de1967, e dá outras providências".

Ao Sr. Afrísio Vieira Lima (Avocado):Projeto n" 4.956/81 - Do Poder Executivo (Mensagem n" 318/81), que

"Autoriza o Poder Executivo, por intermédio do Instituto Nacional de Colo­nização e Reform" Agrária - [NCRA, a doar ao Estado de Goiás os imóveisque menciona" (avocado).

Projeto n9 4.938/81 - Do Poder Executivo (Mensagem n" 291/81), que"Autoriza o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - IN­CRA ,a vender, em concorrência, os imóveis urbanos que menciona, de sua'propriedade" .

Ao Sr. Altair Chagas:Projeto n'! 4.816/81 - Do Sr. Delson Scarano, que "Denomina "Aero­

porto Juscelino Kubitscheck", o aeródromo localizado em Confins, Municí­pio de Lagoa Santa, Estado de Minas Gerais".

Projeto n9 4.839/81 - Do Sr. Antônio Annibelli, que "Dispõe sobre asdatas do pagamcnto parcelado da Taxa Rodoviária Única, alterando o artigo2° do Decreto-lei n9 999, de 21 de outubro de 1969".

Ao Sr. Antônio Russo:Projeto n9 4.873/81 - Do Sr. Jorge Cury, que "Concede estabilidade

provisória uo empregado reclamante e dá outras providências".

Projcto no 4.874/81 - Do Sr. Mac Dowell Leite de Castro, que "Intro­duz alteração na Lci n" 5.107. de 13 de setembro de 1966, que instituiu o Fun­do de Gurantia do Tempo de Serviço".

Projeto n" 4.877/81 - Do Sr. Freitas Nobre, que "Altera a redação doart. 453. da Consolidação das Leis do Trabalho".

Ao Sr. Brabo de Carvalho:Projeto no 4.745/81 - Do Sr. Saramago Pinheiro, que "Declara de utili­

dade pública o Centro Espiritualista "Unidade do Amor Universal", comsede no município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro".

Ao Sr. Christiano Dias Lopes:Projeto n" 4.87°/81 - Do Sr. Antônio Annibcl1i, que "Autoriza a aber­

tura dos postos aos domingos e feriados, para a venda de diesel".

Ao Sr. Djalma Marinho:Projeto no 4.880/81 - Do Sr, João Arruda, que "Altera a Lei sobre de­

sapropriações por utilidade pública".

Ao Sr. Elquisson Soares:Projeto n9 4.813/81 - Do Sr. Mendonça Neto, que "Proibe aos estabe­

Iccimentos de ensino de qualquer nível, a adoção de livros didáticos que atri­buam " Domingos Fernandes Calabar a pecha de "traidor".

Ao Sr. Ernani Satyro:Projeto n" 4.859/81 - Do Sr. Evandro Ayres de Moura, que "Altera de­

nominação de Categoria Funcion,,1 do Quadro Permanente das Secretariasdas Auditorias da Justiça Militar".

Projeto n" 4.881/81 - Do Sr. Adriano Valente, que "Introduz alteraçãono Decreto-lei n" 667, de 2 de julho de 1969, que dispõe sobre as polícias mili­tares, com o fim de atribuir-lhes a função de orientar a entrega de documen­tos achados".

Ao Sr. Francisco Benjamim:Projeto n" 4.940/81 - Do Poder Executivo (Mensagem n" 298/81), que

"Dispõe sobre aproveitamento de pessoal na Universidade Federal de Juiz deFora".

Ao Sr. Jairo Magalhães:Projeto n9 4.837/81 - Do Sr. Louremberg Nunes Rocha, que "Cria uma

Escola Técnica Federal no Município de Rondonópolis, no Estado de MatoGrosso, e dá outras providências".

Projeto n" 4.854/81 - Do Sr. Adhemar de Barros Filho, que "Altera aredação dos artigos 29, 30 e 31 da Lei nO 5.194, de 24 de dezembro de 1966,que "regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto eEngenheiro-Agrônomo, e dá outras providências".

Projeto no 4.858/81 - Do Sr. Octacílio Queiroz, que "Dispõe sobre a re­gulamentação da profissão de museólogo".

Projeto n" 4.882/81 - Do Sr. João Faustino, que "Autoriza os estabele­cimentos públicos fedemis de ensino a nomear em caráter efetivo professorescontmtados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, e dá outrasprovidências".

Projeto n" 4.883/81 - Do Sr. Àlvaro Valle, que "Altera a redação doitem 11 do art. 37, da Lei n" 5.540, de 28 de novembro de [968, que fixa nor­mas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulaçãocom a escola média".

Projeto n" 4.887/81 - Do Sr. Isaac Newton, que "Dispõe sobre o Con­selho Federal de Educação, e dá outras providências".

Ao Sr. João Gilberto:Projeto n° 4.875/81 - Do Sr. Pacheco Chaves, que "Introduz alteração

na Lei n" 5.527, de 8 de novembro de 1968, que restabeleceu, para as catego­rias profissionais que menciona, o direito à aposentadoria especial".

Ao Sr. Jorge Arbage:Projcto n" 4.852/81 - Da Sr' Lúcia Viveiros, que "Introduz alteração

na Lei n" 5.787, de 27 de junho de 1972, que "dispõe sobre a Remuneraçãodos Militares, e dá outras providências".

Ao Sr. Josê Costa:Projeto n9 4.855/81 - Do Sr. Adhemar de Barros Filho, que "Acrescen­

ta dispositivo ü Lei Orgânica da Previdência Social (Lei nQ 3.807, de 26 deagosto de 1960)".

Ao Sr. Louremberg Nunes Rocha:Projeto n" 4.773/81 - Do Sr. Pacheco Chaves, que "Declara de utilida­

de pública as santas casas de misericórdia de todo o País, e dá outras provi­dências".

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sábado 13 881

Ao Sr. Nclson Morro:Projeto nQ 4.869/81 - Do Sr. Antônio Annibelli, que "Determina a

transformação em rodoferroviária a ponte sobre o rio Iguaçu, na cidade deUnião da Vitôria, no Estado do Paraná".

Ao Sr. Nilson Gibson:Projeto n" 4.817/81 - Do Sr. Antônio Russo, que "Dá nova redação ao

art. 9" da Lei n" 6.683, de 28 de agosto de 1979, que "concede anistia, e dá ou­tras providências".

Projeto n" 4.838/81 - Do Sr. Antônio Annibelli, que "Acrescenta pará­grafo ao art. 55 do Código Eleitoral".

Ao Sr. Osvaldo Macedo:Projeto n94.835/81 - Do Sr. Natal Gale, que "Altera a redação dos ar­

tigos 70.71. 72 e 73 do Código Civil Brasileiro, relativo ao bem que serve dedomicílio il família, ficando o mesmo isento de execução por dívidas, inclusi­ve as provenientes dos encargos fiscais do próprio imóvel".

Ao Sr. Osvaldo Melo:Projeto n9 4.939/81 - Do Poder Executivo (Mensagem n9 292/81), que

"Dispõe sobre segurança para instituições financeiras, estabelece normaspára constituição e funcionamento das empresas particulares que exploramserviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências".

Projeto n" 4.885/81 - Do Sr. Gilson de Barros, que "Altera dispositivoda Lei n9 2,J08, de 31 de agosto de 1954, que "[nstitui o Fundo Federal deEletrificaç~lo, cria o imposto único sobre energia elétrica, altera a legislaçàodo imposto de consumo, e dá outras providências".

Ao Sr. Péricles Gonçalves:Projeto n94.867/81 - Do Sr. Navarro Vieira Filho, que "Altera os §§ 29

e 39 do art. 12 da Lei n94.591, de 16 de dezembro de 1964, dispondo sobre aatualizaç~lo monetária de contribuições em atraso de condôminos".

Ao Sr. Tarcísio Delgado:Projeto n9 4.836/81 - Do Sr. Natal Gale, que "Acrescenta ao artigo 69

do Decreto-lei n9 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Pe­nai, que "dispõe sobre a Identificação do indiciado pelo processo datiloscópi­co".

Projeto n9 4.857/81 - Do Sr. Célio Borja, que "Regula a profissão deCorretor de Seguros, de Capitalização e de Previdência Privada".

Projeto n94.871/81 - Do Sr. Victor Faccioni, que "Revoga o § único doart. 41, acrescentando-lbe parúgrafos 19 e 29, do Decreto-lei n9 73, de 21 denovembro de 1966, que "dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Priva­dos, regula as operações de seguros e resseguros, e dá outras providências".

* * *

O Deputado Tarcísio Delgado, Vice-Presidente da Comissão de Consti­tuição C Justiça, fez a seguinte

Distribuição

Em 24-11-81Ao Sr. Péricles Gonçalves:Projeto n9 5.460/81 - Do Sr. Waldmir Belinati - que "dispõe sobre os

direitos c tratamento especial devidos à pessoa deficiente".Ao Sr. Waldir Walter:Projeto n9 5.356/81 - Do Sr. Victor Faccioni - que "regulamenta as

profissões da úrea de processamento eletrônico de dados, e dá outras provi­dências" .

Ao Sr. Osvaldo MeIo:Projeto n~ 5.559/81 - Do Senado Federal - que "altera a diretriz da

Rodovia BR-222. integrante do Plano Nacional de Viação, aprovado pela Lein~ 5.917. de lO dc setcmbro de 1973".

Brasília. 24 de novembro de 1981. - Ruy Ornar Prudêncio da Silva. ­Secrctúrio.

COMISSÃO DE ECONOMIA. INDOSTRIA E COMtRCIO

Distribuição n9 1/82

Efetuada pelo Senhor Presidente, Deputado Marcondes Gadelha:Em 3-3-82

Ao Senhor Pedro Sampaio:I. Projeto de Lei Complementar n9 165/80 - Acrescenta § 49 ao art. 49

da Lei Complementar n9 26, de 1I de setembro de 1975, que unificou o PIS­PASEP. Autor: Dep. Maurício Fruet.

2. Projeto de Lei n9 4.326/81 - Estabelece as bases para venda e finan­ciamento de imóveis habitacionais e comerciais. Autor: Dep. Léo Simões.

3. Projeto de Lei n93.966/80 - Modifica a redação do artigo 687 da Lein9 5.859. de Ii de janeiro de 1973. Autor: Dep. Jorge Arbage.

4. Projeto de Lei n\' 3.345/80 - Enquadra as entidades do Sistema Na­cional de Seguros Privados nas disposições do Decreto-Lei n9 8.621, de 10 dejaneiro de 1946, e do Decreto-lei n99.853, de 13 de setembro de 1946, e esten­de aos securitúrios os benefícios e atividades do SENAC e SESC. Autor: Dep.Celso Peçanha.

Ao Senbor Deputado João Clímaco:5. Projeto de Lei n9 5.253/81 - Dispõe sobre valores do Crédito Educa­

tivo, amplia o prazo de carência, e dá outras providéncias. Autor: Dep. Cor­réu da Costu.

6. Projeto de Lei n9 5.035/81 - Proíbe a cobrança de multa pelo atrasono pagamento dos serviços prestados por empresas concessionárias de ser­viços públicos. Autor: Dcp. Pimenta da Veiga,

7. Projeto de Lei n9 3.522/80 - Proíbe a venda de fogos de artifício amenores dc 14 anos. Autor: Dep. Carlos Nelson Bueno.

S. Projeto de Lei n" 2.102/79 - Dispõe sobre a aplicação de percentualdo lucro líquido das empresas que especifica, em conjuntos habitacionaispara os seus empregados. Autor: Dep. Leopoldo Bessone.

Ao Senhor Deputado Felippe Penna:9. Projeto de Lei n9 3.334/80 - Dispõe sobre a incidência do Imposto

de Renda sobre os lucros não operacionais das empresas de qualquer nature­za. Autor: Dep. Ruy Códo.

10. Projeto de Lei n92.041/79 - Veda cobrança de taxa de transferênciade alunos de um para outro estabelecimento de ensino. Autor: Dep. Ruy Cô­do.

lI. Projeto de Lei n9 1.290/79 - Introduz modificações na Lei n94.117,de 27 de agosto de 1962, que institui o Código Brasileiro de Telecomuni­cações. Autor: Dep. Mendonça Neto.

Ao Senhor Deputado Evaldo Amaral:12. Projeto de Lei n94.996/81 - Limita o valor da tarifa do serviço me­

dido em telefonia. Autor: Dep. Ronan Tito.13. Projeto de Lei n9 2.1 07-A/79 - Emenda oferecida em Plenário ao

Projeto de Lei n9 2.1 07-A, de 1979, que "dispõe sobre a contratação dos ser­viços de autoria externa independente pelos órgãos da administração públicadireta e indireta, da União, Estados e Municípios, Distrito Federal e Terri­tórios; as sociedades de economioa mista: as empresas públicas: as Fundaçõesde Direito POúblico". Autor: Dep. Álvaro Valle.

Ao Senhor Deputado Ricardo Fiuza:14. Projeto de Lei n94.267/81 - Estabelece limite de encargos financei­

ros nos empréstimos e tínanciamentos concedidos a Estados c Municípios.Autor: Dep. Paulo Lustosa.

15. Projeto de Lei nQ 1.289/79 - Modifica a redação dos arts. 42 e 89,XXIX, da Lei n9 5.108. de 21 de setembro de 1966, Código Nacional de Trân­sito. Autor: Dep. Octávio Torrecilla.

Ao Senbor Deputado [saac Newton:16. Projeto de Lei n9 4.292/81 - Fixa em 25 anos o prazo para as pres­

tações dos imóveis adquiridos pelo Sistema Financeiro de Habitação. Autor:Dep. Samir Achôa.

17. Projeto de Lei n9 2.790/80 - Estabelece norma sobre a incidência dejuros em financiamentos e empréstimos pessoais. Autor: Dep. Pacheco Cha­ves.

Ao Senhor Deputado Rubem Medina:IS. Projeto de Lei n9 2.831/80 - Estabelece a uniformidade dos venci­

mentos das contas de luz, água e telefone em todo o País, e dá outras provi­dências. Autor: Senado Federal.

19. Projeto dr: Lei n' 2.767/80 - Institui o "Dia do Profissional de Mar­keting". Autor: Dep. Israel Dias-Novaes.

Ao Senhor Deputado Carlos Augusto:20. Projeto de Lei n' 4.958/81 - Introduz alteração'rto art. 169 da Lei

das Sociedades por Ações (Lei n9 6.404, de 15 de dezembro de 1976), Autor:Dep. Evandro Ayres de Moura.

21. Projeto de Lei n94.803/81 - Estabelece sanções pela prática de irre­gularidades na concessão, fiscalização, aplicação e cumprimento do créditorural ou subsidiado. Autor: Dep. Ubaldo Dantas.

Ao Senhor Deputado Hêlio Duque:22. Projeto de Lei n9 3.265/80 - Estende o monopólio estatal do pe­

tróleo ao xisto pirobetuminoso, reservando à PETROBRÁS o direito exclusi­vo de explorar e industrializar o minério, Autor: Dep. Lúcio Cioni.

23. Projeto de Lei n9 3.163/80 - Dispõe sobre a proibição do pagamen­to de "royalties" sobre produtos estrangeiros fabricados por indústrias aliení-

882 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Março de 1982

genas sediadas no Brasil. e detcrmina outras providências. Autor: Dep. RalphBiasi.

Ao Senhor Deputado João Arruda:24. Projeto de Lei n94.398/81 - Determina a obrigatoriedade do uso de

densímetros nos postos revendedores de álcool carburante. Autor: Dep. An­gelina Rosa.

25. Projeto de Lei n" 4.384/81 - Obriga a identificação numérica demotores pelas fúbricas produtoras de veículos automotores, e dú outras pro­vidéncias. Autor: Senado Federal.

Ao Senhor Deputado Getúlio Dias:26. Projeto de Lei n') 4.711/81 - Autoriza o Tribunal Fedcral dc Recur­

sos. nas causas em quc for vencida a União, a depositar o valor do crédito naagência do Banco do Brasil da Capital do Estado em que o feito se iniciou.Autor: Dcp. Jorge Vianna.

27. Projeto de Lei n9 2.733/80 - Acrescenta parágrafos ao art. 29 doDecreto-lei ng 936. de 21 de outubro de 1969, que "institui normas básicassobre alimentos". Autor: Dep. Adhemar de Barros Filho.

Ao Senhor Deputado Santilli Sobrinho: .28. Projeto de Lci nº 4.713/81 - Disciplina a comercialização de subs­

túnci~s corrosivas, e determina outras providências. Autor: Dep. Pedro Sam­paio.

29. Projeto de Lei nº 3.971/80 - Faculta ao trabalhador aposentadoreadmissão na empresa, e dú outras providências. Autor: Dep. Léo Simões.

Ao Senhor Deputado Cesúrio Barreto:30. Projeto de Lei nº 2.489/79 - Estabelece medidas de estímulo à

criação de matrizes bovinas, eqüinas. caprinas. suínas e ovinas. c dá outrasprovidências. Autor: Dep. Siqucira Campos.

Ao Senhor Deputado Antônio Carlos dc Oliveira:31. Projeto de Lei nº 206/79 - Dispõe sobre a execução de serviços ex­

traordinúrios nas empresas que reduzirem seu quadro de pessoal. Autor:Dep. João Arruda.

Ao Senhor Depoutado Ralph Biasi:32. Projeto de Lei nº 921/79 - Regula a obrigatoriedade da instalação

de cintos de segurança com ancoragem em três pontos nos veículos automoti­vos comercializados no País, e determina outras providências. Autor: Dep.Gerson Camata.

Ao Senhor Deputado Sílvio Abreu Júnior:33. Projeto de Lei nO 4.821/81 - Institui a contribuiçào previdenciária

sobre a receita bruta para a pessoa jurídica de fins econômicos e à firma indi­vidual. Autor: Dep. Cristina Tavares.

Ao Senhor Deputado Igo Losso:34. Projeto de Lei n94.867/81 - Altera os §§ 29 e 39 do art. 12 da Lei nº

4.591, de 16 de dezembro de 1964, dispondo sobre a atualização monetária decontribuições em atraso de condôminos. Autor: Dep. Navarro Vieira Filho.

Ao Senhor Deputado Manoel Gonçalves:35. Projeto de Lei nº 5.353/81 - Obriga as empresas que se beneficiam

dc incentivos fiscais a prestarem contas, na forma que especifica, aos investi­dores. Autor: Dep. Antônio Carlos de Oliveira.

Ao Senhor Deputado Paulo Lustosa:36. Projeto de Lei nº 4.695/81 - Disciplina a cobrança de acessórios

pelo pagamento. em atraso, de obrigações de cumprimento periódico. Autor:Dep. Ubaldo Dantas.

Ao Senhor Deputado Aldo Fagundes:37. Projeto de Lei Complementar n9 173/80 - Introduz alterações no

artigo 19 da Lei Complementar n9 19, de 25 de junho de 1974, determinando aaplicação de 5% (cinco por cento) dos recursos do PIS/PASEP em programasespeciais de financiamento de veículos movidos a álcool para condutores au­tônomos, e dá outras providências. Autor: Dep. José Carlos Vasconcelos.

Brasília. 4 de março de 1982. - Delzuite Macêdo de Ave1ar, Secretária.

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURAo

O Sr. Presidente da Comissão de Educação e Cultura, Deputado Rômu­lo Galvão, fez. nesta data, a seguinte

Distribuição

I) Ao Sr. Deputado João Herculino:Projeto de Lei nº 2.292/79, do Sr. Adhemar de Barros Filho, que "inclui

entre as profissões cujo exercício é regulado pela Lei nº 5.194, de 24 de de­zembro de 1966, a de Tecnólogo, de modalidade compreendida nas áreas ouatividades de Engenharia. Arquitetura e Agronomia, e determina outras pro­vidências".

2) Ao Sr. Deputado Luiz Baptista:Projeto de Lei nº 3.080/80, do Sr. Joaquim Guerra, que "dispõe sobre a

publicaçào de fotonovelas e histórias em quadrinhos. e dá outras providên­cias"'.

3) Ao Sr. Deputado Caio Pompeu:Projeto de Lei n? 3.526/80. do Sr. Maurício Fruet, que "dá nova redação

ao ar!. 20 da Lei n" 6.251. de 8 de outubro de 1975, que institui normas geraissobre desportos".

4) Ao Sr. Deputado Braga Ramos:Projeto de Lei nº 3.722/30. do Sr. Caio Pompeu. que "regula as ativida­

des desportivas dos surdos, mudos e surdos-mudos".

5) Ao Sr. Deputado Darcílio Ayres:Projeto de Lei nº 3.872/80. do Sr. Norton Macedo. que "reconhece o di­

reito de uso do título de doutor a professores adjuntos concursados, e dá ou­tras providências".

6) Ao Sr. Deputado Paulo Marques:Projeto de Lei nº 4.1 15/80, do Sr. Luiz Chechinel, que "altera a redaçào

do capu! do ar!. 79 da Lei n9 5.692. de 1I de agosto de 1971, que "fixa Diretri­zes e Bases para o Ensino de 19 e 29 Graus. e dú outras providências". (Anexoao PL n" 4.140/80. do Sr. Gióia Júnior).

7) À Sr' Deputada Lygia Lessa Bastos:Projeto de Lei n9 4.159/80. do Sr. Valter Garcia. que "dispõe sobre a or­

ganização e manutençào dc bibliotecas escolares aos nívcis dc 19 e 29 Graus enível superior".

Projeto de Lei n" 4.457/81, do Poder Executivo (Mensagem n9 146/81),que "autoriza a doaçào. 11 Sociedade Brasileira de Geografia. do domínio útildo terreno que menciona, situado no Município e Estado do Rio de Janeiro".

8) Ao Sr. Deputado Álvaro Dias:Projeto de Lei nº 4.171/80. do Sr. Borges da Silveira, que "obriga a im­

pressão nos cadernos escolares da letra do Hino Nacional e do desenho daBandeira Nacional, determinando outras providências".

9) Ao Sr. Deputado Rosemburgo Romano:Projeto de Lei nº 4.275/31, do Sr. Carlos Santos, que "fixa a duração de

Residência Médica, e dá outras providéncias".Brasília, 5 de agosto de 1981.

COMISSÃO DE FINANÇAS

O Senhor Deputado Luiz Baccarini. Presidente da Comissão de Fi­nanças. fez a seguinte

Distribuição

Em 5-3-82Ao Senhor Deputado Adhemar Ghisi:Projeto de Lei n9 5.441/81 - do Sr. Nilson Gibson - dispõe sobre a

constituição e o funcionamento das sociedades centralizadoras de operaçõesdas empresas produtüras de açúcar ou de álcool e dá outras providências.

Ao Senhor Deputado Athiê Coury:Projeto de Lei Complementar ng 214/81 - do Sr. Ruben Figueiró _

Cria a região metropolitana de Campo Grande, MS, e dá outras providên­cias.

Projeto dc Lei n93.075/80 - do Sr. Lúcio Cioni - Assegura aos Minis­tros de Religião e aos Membros de Congregaçào Religiosa o direito de inscre­verem para fins de assistência e previdência social todo o tempo de exercíciodas funções religiosas, a contar da data de ordenação ou investidura.

Projeto de Lei nº 3.128/80 - do Sr. Pacheco Chaves - Altera a redaçãodo art. 29 da Lei nº 5.890. de 3 de junho de 1973, que alterou a legislação deprevidência social.

Projeto de Lei nº 3.527/80 - do Sr. Ruy Côdo - Autoriza as universi­dades a criar o Curso de Formaçào de Instrutores de Fanfarra, Banda Mar­cial e Banda Musical.

Projeto de Lei n9 5.068/81 - do Sr. Newton Cardoso - Exige a manu­tenção de escrita contábil pelas entidades de fins não lucrativos.

Ao Senhor Deputado José Carlos Fagundes:Projeto de Lei n9 1.345/79 - do Sr. Ralph Biasi - Aplica a dirigentes

sindicais. trabalhadores rurais autônomos, parceiros e arrendatários disposi­tivos da Consolidaçào das Leis do Trabalho e determina outras providências.

Projeto de Lei n9 3.624/80 - da Sr' Lúcia Viveiros - Concede aposen­tadoria especial à mulher aos 25 (vinte e cinco) anos de contribuição previ­denciária.

Projeto de Lei nº 4.125/80 - do Senado Fedcral- Acrescenta parágra­fo ao art. 2º da Lei n9 5.107, de 13 de setembro de 1966 que cria o Fundo deGarantia do Tempo de Serviço e dá outras providências.

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I) Sáhado 13 883

Ao Senhor Deputado José Mendonça Bezerra:Projeto de Lei n° 3.007/80 - do Sr. Benedito Murcílio - Acrescenta pa­

rúgrafo único ao art. 467 da CLT.Projeto de Lei n'i 3.985/80 - do Sr. João Herculino - Extingue, na Lei

n' 5.692. de 1i de agosto de 1971. o caráter profissionalizante do ensino de 29Grau.

Ao Senhor Deputado Leorne Belém:Projeto de Lei n' 1.146/79 - do Sr. Antônio Zacharias - Dispõe sobre

o rateio dos prémios da Loteria Esportiva Federal.Emenda oferecida em Plenário ao Projeto de Lei n9 l.316-A/1979 que

"regulamenta o exercício da profissão de Desenhista e determina outras pro­vidéncias".

Projeto de Lei n9 2.479/79 - do Sr. Adhemar de Barros Filho - Dispõesobre o seguro de acidentes do trabalho a cargo do SINPAS e determina ou­tras providéncias.

Projeto de Lei n9 3.978/80 - do Sr. Nilson Gibson - Altera a redaçãodo "caput" e acrescenta parágrafo ao art. lO da Lei n96.708, de 30 de outubrode 1979. que "dispõe sobre a correção automática dos salários, modifica apolítica salarial e dú outras providências".

Ao Senhor Deputado Olivir Gabardo:Projeto de Lei n93.548/80 - do Sr. Henrique Eduardo Alves - concede

adicional de periculosidade aos profissionais do volante.Projeto de Lei n9 4.350/81 - do Sr. Rosemburgo Romano - Introduz

alteração na Lei n9 3.807, de 26 de agosto de 1960, que dispõe sobre a legis­lação orgânica da previdência social.

Ao Senhor Deputado Ruy Côdo:Projeto de Lei n9 3.761/80 (anexos os Projetos de Lei nQs 4.397 e 5.215,

de 1981) - do Sr. Marcelo Cordeiro - Introduz modificações na Consoli­dação das Leis do Trabalho. e na Lei Orgânica da Previdência Social paradispor sobre o trabalho da mulher c a proteção 11 maternidade.

Projeto de Lei n\' 3.931180 - do Sr. Wilmar Guimarães - Autoriza oPoder Executivo a criar a Companhia de Desenvolvimento do Vale do Ara­guaia - CODEVARA - e dá outras providências.

Projeto de Lei n° 5.261/81 - do Sr. Henrique Eduardo Alves - Alteradispositivo da Consolidação das Leis do Trabalho, para o fim de estabelecervantagem remuneratória aos professores.

Ao Senhor Deputado Vicente Guabiroba:Projeto de Lei n° 1.768/79 - do Sr. Nilson Gibson - Acrescenta pará­

grafo único ao art. 467 da Consolidação das Leis do Trabalho.Projeto de Lei n9 2.442179 - do Sr. Júlio Costamilan - Acrescenta art.

ü Lei nQ4.090, de 13 de julho de 1962, que institui a gratificação de natal paraos trabalhadores.

Sala da Comissão, 5 de março de 1982. - .Jarbas Leal Viana, Secretário.

COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

Ata dll !lo Reunião Ordinária, realizadaa 3 de setembro de 1981

Às dez horas e vinte e cinco minutos do dia três de setembro de mil nove­centos e oiten ta e um, em sua sala de sessões, no Anexo II da Câmara dos De­putados, reuniu-se a Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Con­tas, sob a presidência do Senhor Deputado Nosser Almeida, Presidente, e doSenhor Deputado Wilson Braga, Vice-Presidente. Compareceram os Senho­res Deputados Daso Coimbra, Josias Leite, Angelina Rosa, Castejon Branco,Jorge Arbage, Wlllter Silva, Telmo Kirst, Adhemar- de Barros Filho, BiasFortes, Joel Ferreira, Manoel OSéllS e Jairo Brum. Havendo número legal, oSenhor Presidente deu por abertos os trabalhos; lida a ata da reunião ante­rior, foi posta em discussão; flllou o Senhor Deputado Albérico Cordeiro, so­licitando esclllrecimentos que foram dados pela presidência; em votação, foiaprovada sem restrições; foi lido o seguinte expediente: a) Aviso nÇ 263-SP, de1981, do Tribunal de Contas da União, que "comunica a aplicação desanções aos responsáveis que menciona" em obediência ao disposto no § 1çdo art. 5ç da Lei nQ 6.223, de 14 dejulho de 1975, combinado com o art. 25 daResolução n9 206, de 27 de novembro de 1980; b) Ofício n9 116, de la de agos­to de 1981, do Sr. Líder do PMDB, indicando o Sr. Deputado Manoel Arru­da para intcgrar. em substituição ao Sr. Deputado Ronlln Tito, a composiçãodesta Comissão; dá conhecimento da distribuição, em 7 de agosto, da seguin­te matéria: I) Mensagem nQ151, de 1981, do Poder Executivo (Aviso nQ 278­SP. de 1981, do Tribunal de Contas da União), que "submete à consideraçãodo Congresso Nacional as contas do Governo Federal ao Exercício de 1980";aos Senhores Deputados Josias Leite, Relator, Telmo Kirst, Sub-relator, eJorge Arbage, Relator-Substituto; 2) emendas oferecidas em plenário ao Pro-

jeto de Lei nQ 4.779. de 1979, que "retifica, sem ônus, a Lei nQ 6.367, de 3 dedezembro de 1980. que "estima a Receita e fixa a Despesa da União para oExercício Financeiro de 1981 ": ao Senhor Deputado Telmo Kirst, para rela­tar; tendo em vista a ausência momentânea do Relator da matéria constantedo primeiro item da pauta, li presidência llnuncill os itens seguintes: 2) Projetode lei n° 3.147. dc 1980, de autoria do Sr. Deputlldo Vicente Guabiroba, que"acrescenta parágrafo único ao ar·l. 101 da Lei nQ4.320, de 17 de mllrço de1964. que "estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e con­trole dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e doDistrito Federal"; o relator. Senhor Deputado Daso Coimbra, ofereceu pare­cer pela aprovação da matéria, nos termos do Substitutivo da Comissão doInterior. tendo se pronunciado os Srs. Deputados Castejon Branco e WalterSilva, que apresentaram pedido de vista da proposição; foi concedida vistaconjunta, na forma regimental, pelo prazo de cinco sessões; 3) Projeto de Lein9 3.773. de 1980, de autoria do Sr. Deputado Murilo Mendes, que "estabele­ce normas sobre cllrga e descarga de mercadorias em transporte rodoviário edá outras providências"; o Relator, Senhor Deputado Castejon Branco, pro­feriu parecer favorável: usaram da palavra, na discussão, os Senhores Depu­tados Waller Silva e Angelina Rosa, tendo sido deferido pedido de vista apre­sentado pelo Sr. Deputado Wlllter Silva, pelo prazo de cinco sessões; a presi­dência. atendendo requerimento do Senhor Deputado Adhemllr de BllrrosFilho, põe em discussão o seguinte item da pauta: I) Requerimento SIN, de1981. de autoria do Sr. Deputado Maurício Fruet, que "requisita ao Tribunalde Contas da União as informações que especifica"; lido o parecer do Rela­tor, Sr. Deputado Jorge Arbage, contrário ü aprovação, usaram da palavra osSrs. Deputados Adhemar de Barros Filho e Walter Silva, tendo este últimopedido vista do processo, deferida pelo prazo de cinco sessões. Nada mais ha­vendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e declllrouencerrada a reunião às dez horas e cinqüenta e cinco minutos, do que, paraconstar. eu, Geraldo da Silva, Secretário, lavrei a presente Ata que vai assina­da pelo Senhor Presidente e encaminhada à publicação. - Nosser Almeidll.

Atll dll 90 Reunião Ordinária, relllizadaa 8 de outubro de 1981

Às dez horas e trintll minutos do dill oito de outubro de mil novecentos eoitenta e um, em sua sala de sessões, no Anexo II da Câmara dos Deputados,reuniu-se a Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas, sob apresidência do Sr. Deputado Nosser Almeida, Presidente. e com a presençados Srs. Deputados Wilson Braga, Vice-Presidente, Ernesto de Marco, RafaelFaraco, Walter Silva. Vasco Neto, Castejon Branco, Telmo Kirst, AirtonSandoval, Angelina Rosa, Bias Fortes, Victor Faccioni, Amílcar Queiroz,Ubaldo Barém, Ãlvaro Valle e Manoel Arruda. Havendo número legal, o Sr.Presidente deu por abertos os trabalhos; lida a Ata da reunião anterior eanunciada sua discussão, ninguém fez uso da palavra; em votação, foi apro­vada sem restrições; lido o seguinte expediente: Aviso nQ 401-SP, de 1981, doTribunal dc Contas da União, em que "comunica a aplicação de sanções aosresponsáveis que menciona", foram apreciados a seguir, os seguintes itens dapauta: I) Requerimento SIN, de 1981, do Sr. Deputado Maurício Fruet, que"requisita ao Tribunal de Contas da União, as informações que especifica",tendo parecer contrário do Relator Sr. Deputado Jorge Arbage, com pedidode vistas ao Sr. Dcputado Walter Silva; anunciada a discussão S. Ex~

manil'esta-se contrário ao Parecer do Relator (favorável à aprovação do Re­querimento): lido o Parecer do Sr. Deputado Jorge Arbage, o Sr. DeputadoWallcr Silva pede a palavra pela ordem e declara haver exposto seu voto emdecorrência do pedido de vista; o Sr. Presidente solicita seja enviado à presi­dência o parecer consubstanciando as declarações contrárias ao Parecer doRelator. na forma regimental; é deferido Requerimento Verbal do Sr. Depu­tado Walter Silva solicitando o adiamento da matéria a fim de possibilitar aformulação do seu voto; 1) Projeto de lei nÇ 1.992, de 1980, do Sr. DeputadoPeixoto Filho, que "proíbe as promoções publicitárias de empresas públicasno extcrior"; com parecer favorável do Sr. Deputado Daso Coimbra; devolvi­do ü tramitaçào normal, sem parecer, pelo Sr. Deputado Adhemar de BarrosFilho. que pedira vista: lido o Pllrecer e anunciada a discussão, usaram da pa­lavra os Srs. Deputados Walter Silva e Daso Coimbra; em votação, foi apro­vado o Parecer do Relator, Sr. Deputado Daso Coimbra, favorável ao Proje­to: vai à Coordenação de Comissões Permanentes; 3) Projeto de Lei nQ3.147,de 1980, do Sr. Deputado Vicente Guabiroba, que "acrescenta parágrafo úni­co ao art. 101 da Lei n" 4.320, de março de 1964, que "estatui normas geraisde direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balançosda Uniào, do, Estados, dos Municípios e do Distrito Federal": tendo parecerfavorável do Sr. Deputado Daso Coimbra, Relator, foi reinc1uído na pautapor término do prazo da vista conjunta deferida aos Srs. Deputlldos CllstejonBranco e Wa1ter Silva, sem pronunciamento escrito de S. Ex's; usaram da pa-

884 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL [Seção 1) Março de 1982

hivra, na discussão, o Relator Sr. Deputado Daso Coimbra e os Srs, Deputa­dos Manoel Arruda e \Valter Silva; em votação, foi aprovado, à unanimidadedos presentes, o Parecer pela aprovação do Projeto, nos termos do Substituti­vo da Comissào do Interior, conforme Parecer do Relator: vai à Coodenaçãode Comissões Permanentes; 4) Pedindo a palavra pela ordem, o Sr. Deputado\Valter Silva, autor do pedido de vista do Parecer sobre o Projcto de Lei n9

3.773, de 19RO. de autoria do Sr, Deputado Murilo Mendes, requereu audiên­cia para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes, sobreo mencionado Projeto: submetido o Requerimento à apreciação, falaram seuautor e os Srs. Deputados Daso Coimbra, Ernesto de Marco, Angelino Rosae M~lOoel Arruda; em votação, foi o Requerimento aprovado à unanimidade;vai 11 Presidência d~1 Casa. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente agra­deceu o prestígio aos trahalhos evidenciados pelos presentes e encerrou a reu­ni~10 üs lO horas e 5X minutos, do que, para constar, eu Geraldo da Silva, Se­crctúrio, hivrci a presente Ata que vai assinada pelo Sr. Presidente e enviada àpuhlicac;ão. - Nusser Almeida.

Ata da IO~ Reuniào Ordinária, realizadali 12 de novembro de 1981

Ãs dez horas e vinte oito minutos do dia doze de novembro de millÍove­centos e oitenta e um, em sua sala de reuniões, no Anexo II da Câmara dosDeputados, reuniu-se a Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada deContas, sob a presidência do Sr. Deputado Nasser Almeida, Presidente; coma prescnça dos Srs. Deputados Joel Lima, Vice-Presidente; Jorge Arbage, An­gelina Rosa, Vasco Ncto, Josias Lcitc, Mcndcs dc Melo, Victor Faccioni, Er­nesto de Marco, Cláudio Philomeno, Airton Sandoval, Walter Silva, ErasmoDias, Telmo Kirst e Amilcar Queiroz, Havendo número legal, o Sr, Presiden­te deu por abertos os trabalhos; lida a ata da reunião anterior e anunciada asua discussão, ninguém fez uso da palavra; em votação, foi aprovada sem res­salvas, A seguir, o Sr. Presidente deu conhecimento à Comissão do seguinteexpediente: a) Ofício n9 2,171, de 30-10-81. da Presidência da Casa, solicitan­do sugestões para o Projeto de Resolução de autoria do Sr. Deputado Al­cebiades de Oliveira, que "dá nova redação ao art. 22 do Regimento Internoda Cúmara dos Deputados"; b) Ofício n9 475/81, de 22-10-81, da Presidênciada Confcderação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres opi­nando pela aprovaçào do Projeto de Lei n9 3.773, de 1981, em resposta ao Re­querimento do Sr. Deputado Waller Silva; c) Aviso n9 45-SP, de 1981. do Tri­bunal de Contas da União, em que "comunica a aplicação de sançõcs aos res­ponsúveis que menciona"; e comunica a distribuição, para relatar, das seguin­tes proposições: a) Projeto de Lei n9 4.509. de 1981, de autoria do Sr. JorgeViana, que "limita os gastos das instituições financeiras públicas com propa­ganda e dá outras providências", ao Sr. Deputado Castejon Branco; b) Proje­to dc Lci nQ 4.509, de 1981, de autoria do Sr. Deputado Nélio Lobato, quc"dispõe sobre a fiscalização de tributos federais, e dá outras providências",ao Sr. Deputado Angelino Rosa; c) Projeto de Lei n9 5.496, de 1981, do PoderExecutivo (Mensagem n9 475. de 1981), que "autoriza o Poder Executivo aabrir ao Ministério da Educação e Cultura, em favor da Emprcsa Brasileirade Filmes S.A., o crédito espccial de Cr$ 200.000,000,00 (duzentos milhões decruzeiros). para o fim que especifica", ao Sr. Deputado Telmo Kirst; anun­ciou a apreciação da seguinte pauta: Mensagem n9 151. do Poder Executivo(Aviso n9 278-SP, de 1981, do Tribunal de Contas da União) que "submete àconsideração do Congresso Nacional as contas do Governo Federal doexercício de 1980": leu o calendário de seu andamento e deu a palavra ao Re­lator da matéria, Sr. Deputado Josias Leite para leitura do Parecer; S. Ex~

preliminarmente, esclareceu ljue o Tribunal de Contas da União havia ofere­cido parecer pela aprovaçüo das contas após exaustivo exame; os Srs. Dcpu­tados Walter Silva e Amilcar Queiroz, pedindo a palavra pela ordem, solici­tam a leitura das conclusões, dispensada a leitura do relatório: o Sr. Presiden­tc, defcrc o requerimento, uma vcz quc o Pareccr fora distribuído com antece­dência aos Srs, Membros da Comissão; o Sr, Rclator, prosscguindo, lê o seuVoto pela aprovação das Contas do Scnhor Presidentc da República, relati­vas ao exercicio de 1980, tendo em vista os termos do Parecer Prévio profcri­do pelo Tribunal de Contas da União - como órgão auxiliar do Co~gresso

Nacional- e as considerações do Relatório, nos termos do Projeto de Decre­to Legislativo anexo, ressalvadas as importâncias lançadas à conta "DespesasImpugnadas". pendentes de ulterior deliberação daquele Tribunal. ao con­cluir a leitura do texto daquele Projeto, expressou agradecimentos ao Tribu­nal de Contas da União, mencionando seu Presidente Sr. Ministro LucianoBrandão Alves de Souza; igualmente ao Sr. Presidente desta Comissão e aosintegrantes da Assessoria de Orçamento e Fiscalização Financeira. Durante aleitura do Voto do Sr. Rclator, o Sr. Deputado \Valter Silva pede a palavrapcla ordcm e indaga sobre quais são as despesas impugnadas; tendo o Sr. Re-

lator informado quc elas sc encontram enunciadas na página 201 do relatórioe se referem a quatro Ministérios; anunciada a discussão, o Sr. DeputadoWalter Silva ressalta a extensão do Parecer e, mencionando as despesas lança­das ü Conta "Despesas Impugnadas", dcclara-se despreparado para apreciara matéria na ocasião por não ter podido examinar o relatório; o Sr. Rclator,em aparte, oferece esclarecimcntos; o Sr. Deputado Angelino Rosa, em apar­te, sugere a leitura das despesas impugnadas; o Sr. Relator lê o seguinte item:_ Despesas Impugnadas - "Esta conta registra as despesas realizadas sem aexistência de crédito que as comportc, as não imputadas à dotação própria,ou que incidam nas proibições legais, O Tribunal de Contas da União verifi­cou, nos demonstrativos referentes ao mês de dezcmbro de 1980, despesasalém do crédito e sem crédito em alguns Órgãos, relacionados a seguir, sendoque nos Ministérios da Justiça e da Saúde observa-se essa irregularidade des­de 1978: Ministério da Educação e Cultura - 39.570,00; Ministêrio da Fa­zenda - 1.822.00; Ministério da Justiça 12.586,50; Ministêrio da Saúde ­10.779,40, num total de 64.757,90."; prosseguindo, o Sr. Deputado WalterSilva declara que todos os anos a Comissão aprova as Contas do Governocom essa ressalva, sempre delegando a incumbência ao Tribunal de Contas daUnião, e, depois, não lhe consta, tenha a Comissão tomado conhecimento doresultado dessas diligências, dessas investigações; lembra que o Tribunal deContas é um órgão auxiliar do Poder Legislativo, mas que no Brasil, de umamaneira muito estranha e contrária à lógica - e, isto, sem reparo ao méritodos seus Ministros que são do maior gabarito e dignos da melhor conside­ração, mas abstraindo as qualidades pessoais de cada um, - acha uma dis­torção o Executivo nomear os Ministros daqucla Corte, no Legislativo, por­quc ela é um Órgão do Legislativo; aduz que nos paíscs mais civilizados, dedemocracia mais aperfeiçoada, a tarefa de fiscalização é específica da opo­sição; cita a Inglaterra. onde a Comissão é sempre presidida por um parla­mentar da oposição, pois isto interessa à oposição; conclui declarando que,quando a situação sc autofiscaliza, é lícito suspeitar da eficácia, pclo mcnos,dessa fiscalização; voltando a comentar o item das despesas impugnadas,declara-se interessado em examinar melhor as contas. seu conteúdo c suasressalvas e apreciá-Ias, como se tem feito, segundo política econômica adota­da, porque não sabe se o nobrc Relator teria examinado nesse aspecto, e paraque possa fazer mclhor exame dessas contas, de sua profundidade, dos scusnúmeros, na sua substdncia, pede vista do Parecer, solicitando que seja mar­cada reuniào para a quarta-feira seguintc, quando se compromete a entregaro seu Voto, analisando as contas c o Parecer do Relator; o Sr. DeputadoAmilcar de Queiroz solicita vista conjunta do Parecer; o Sr. Presidente defereos pedidos, na forma regimental e convoca reunião para o dia 18 de no­vembro também para esse fim; o Sr. Deputado Walter Silva pede a palavra,pela ordem, e solicita a inclusão na pauta do Projeto n9 3.773, de 1981, objetode audiência, tendo em vista a resposta da CNTTT, lida no expediente; solici­ta ainda a inclusão do Requerimento S/N, do Sr. Dcputado Mauricio Fruetsobre o qual já se pronunciou em voto entregue à Comissão; o Sr. Presidenteacolhe as solicitações e, nada mais havendo a tratar, agradecc a presença dosSrs. Membros da Comissào, bem como dos integrantes da Asscssoria deOrçamento e Fiscalização Financeira, e declarando encerrados os trabalhos,às 11 horas, do quc, para constar. eu, Geraldo da Silva, Secretário, lavrci apresente Ata que vai assinada pclo Sr. Presidente e enviada à publicação, ­Nasser Almeida.

Ata da 11" Reunião Ordinária, realizadaem 18 de novembro de 1981

Às dez horas e quarenta minutos do dia dezoito de novembro de mil no­vecentos e oitenta e um, em sua sala de sessões, no Anexo n da Câmara dosDeputad05. reuniu-se a Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada deContas, sob a presidência do Sr. Deputado Nosser Almeida, Presidente, coma presença dos Srs, Deputados Victor Faccioni, Castejon Branco, Walter Sil­va. Milton Figueircdo, Airton Sandoval, Mendes de Melo, Ubaldo Barém,Ernesto de Marco, Jorge Arbage, Telmo Kirst, Fernando Gonçalves, Adhe­mar de Barros Filho. Angelino Rosa, Rafael Faraco c Ronan Tito, Havendonúmero legai, o Sr. Presidente deu por abcrtos os trabalhos; deu conhecimen­to à Comissão da presença do Sr. Secretário do Controle Interno, da Secreta­ria de Planejamento - SEPLA N - Dr. Fernando de Oliveira, acompanhadoda Ora. Sumie Butuem, Secretária de Contabilidade daquele Órgão;convidou-o a tomar lugar à mesa e, igualmente, ao DL Luiz Vasconcelos,Chefe da Assessoria de Orçamento e Fiscalização Financeira; informou aosSrs, Deputados que o tcxto da ata sc cncontrava sobre a bancada, a fim deque pudessem apreciá-Ia; submeteu ao Plenário o requerimento do Sr. Depu­tado Jorge Arbage, solicitando dispensa da leitura da ata, uma vez que foradistribuída, sendo aprovado por unanimidade; não havendo expediente a serlido, submctcu ao Plenário o primeiro item da pauta, constante da "Mensa-

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 llllS

gem n9 151, de 1981, do Poder Executivo (Aviso n9 278-SP, de 1981, do Tribu­nal de Contas da União), que "submete à consideração do Congresso Nacio­nal as contas do Governo Federal do Exercício de 1980"; informou que a pro­posição já havia sido discutida na reunião anterior e que o Parecer do Rela­tor, que concluiu pela formulação de Projeto de Decreto Legislativo, foi obje­to de pedido de vista por parte dos nobres Srs. Deputados Walter Silva eAmílcar de Queiroz; deu a palavra ao Relator, Sr. Deputado Josias Leite, e, aseguir, acolheu questão de ordem do Sr. Deputado Jorge Arbage, para quefosse ouvido o autor do pedido de vista; o Sr. Deputado Walter Silva, com apalavra, lê voto de sua autoria, contrário ao Parecer do Relator, cujo texto seencontra anexo, como parte da presente ata; foi aparteado, ao longo de seupronunciamento, pelo Sr. Deputado Adhemar de Barros Filho, Josias Leite cJorge Arbage; este, aparteando o Orador, manifestou respeito ao seu espíritode vigilância e declara que a competência da Casa se esgota no aspecto legis­lativo, para concluir solidarizando-se com o Orador e ponderando-lhe que hádiferença entre editar uma lei e executá-la; o Orador prosseguiu, dizendo que,embora o Sr. Deputado Jorge Arbage considere a questão uma providêncialegislativa, acha que não se pode aprovar contas com ressalvas, se não sãocorrigidas no tempo oportuno; ao concluir a leitura de seu voto em separado,renovou a sua posição quanto às contas impugnadas c reclamou da Presidên­cia a juntada de seu voto na publicação enviada ao Plenário, tanto na propo­sição em exame, quanto nas anteriores; elogiu a equipe de Assessores que tracbalhou intensamente nas Contas apresentadas pelo Relator, reconhecendoseu alto nível técnico e, parabenizando a Comissão, esclareceu que suas críti­cas às Contas e ao modelo econômico, não se dirigem à Assessoria, cujo tra­balho é eminentemente técnico; deu, com cssas observações, por concluídoseu voto contrário ao Parecer do Relator; A Presidência, respondendo à re­clamação. informou que tomará todas as providências que o caso exigir e deua palavra ao Orador seguinte, Sr. Deputado Adhemar de Barros Filho o qualrequereu fosse convidado o ilustre Relator do Parecer Prévio, Sr. MinistroArnaldo Prieto, a fim de que S. Ex~ compareça à Comissão e apresente as me­didas práticas que o Tribunal tomará, para tornar realidade as propostas donobre Relator, sobre as prestações de contas de responsabilidade dos minis­térios. como condição para que pudesse votar favoravelmente ao parecer; oOrador foi aparteado pelo Sr. Deputado Jorge Arbage, que solicitou esclare­cimentos sobre sua posição e os termos do requerimento; pelo Sr. DeputadoJosias Leite que assumiu ponto de vista mais amplo, em relação à presença doSr. Ministro, acrescentando que atenderia à questão levantada pelo Sr. Depu­tado Walter Silva, quanto ao desconhecimento dos resultados das penalida­des aplicadas, ou atitudes tomadas pelo Tribunal, propondo também o pedi­do de providências em relação às penalidades; foi aparteado, ainda, pelo Sr.Deputado Angelino Rosa, o qual sugeriu a reformulação do requerimento,quanto à autoridade indicada para falar à Comissão, pelo Tribunal de Con­tas; aparteado, também, pelo Sr. Deputado Jorge Arbage, que se solidarizoucom o Orador e sugeriu se solicitasse a presença do representante do Tribunale informações quanto às providências relativas às Contas anteriores; o Sr.Deputado Walter Silva, em aparte, justificou-se, face a crítica recebida, dizen­do que seu voto exorbita, entrando na crítica ao modelo econômico, mas le­vado pelo Parecer do Relator; o Sr. Deputado Josias Leite, em aparte, decla­rou que iria mais longe, aludindo ao requerimento convocando o Relator doParecer Prévio, bem como à reclamação de providências quanto à penali­zação dos infratores, e sugere a solicitação ao Tribunal de Contas da Uniãode esclarecimentos quanto aos anos anteriores, em relação às mencionadaspenalidades; concluiu, o Orador, Sr. Deputado Adhemar de Barros Filho, so­licitando a apreciação de seu requerimento; a Presidência solicitou a formali­zação da proposição e anunciou o prosseguimento da discussão; não houveorador; S. Ex~ deu a palavra ao Relator, Sr. Deputado Josias Leite, para o en­cerramento da discussão: S. Ex 9 declarou haver procurado retratar, fielmen­te, o comportamento e o desempenho da economia brasileira, no ano de 1980;referiu-se ao Voto do Sr. Deputado Walter Silva, declarando que tal constituiuma tradição anual e que, nele, S. Ex~ fugiu muito ao Parecer, quanto aoperíodo, trazendo fatos extra-orçamentários, bem como críticas ao modeloeconômico; ressaltou que S. E~ poderia ter enfocado o assunto a partir dcuma análise mundial da economia, porque somente assim poderia chegar aoestágio em que estamos, uma vez que nenhum fato econômico é isolado; citoua interdependência dos países e aduziu que não desejava fazer críticas ao Vo­to, mas declarar que, como governista, procurou ser refll em seu parecer;acrescentou que seguia a orientação econômica traçada pelo Governo, cujobirô financeiro tinha, em sua chefia, o nobre eminente Ministro Delfim Nettoe que ninguém poderia fazer melhor do que ele, no estágio atual da economiabrasileira; prosseguindo, declarou que S. Ex~, quando "carregou nas tintas"ao falar da inflação. citando jornais de hoje e da semana, permitir-lhe-ia, tam­bém, lcr trecho de um periódico de Brasília em que é ressaltado o êxito do se-

tor econômico. como a queda da inflação para dois dígitos, ainda este ano, ea estabilização dc um patamar de 80%, para o ano que vem; em continuação,o Orador declara que, se S. Ex~ houvesse feito a análise mundial da economia,iria encontrar, na Argentina, que sempre teve uma economia forte, uma in­flação superior à nossa e que o problema do petróleo estrangulou as econo­mias mundiais; em aparte, o Sr. Deputado Jorge Arbage, mencionando o no­ticiário, citou fato enaltecedor da atuação do Sr. Ministro Delfim Netto, de­clarando que o atual governo dos Estados Unidos da América está adotandocritêrios econômicos idênticos àqueles empregados no Brasil, pelo Sr.Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento; o Sr. Deputado Walter Silva,em aparte, declarou que a Argentina prorluz 100% do petróleo que consome eque. se ele tivesse o peso aludido pelo Relator, não seria por isso que aquelePaís en rrenta o problemi\ inflacionário; cita o Japão e a Alemanha Ocidental,poténcias que não possuem jazidas de petróleo, e acrescenta que a Argentina,inclusive, já vai exportá-lo; critica o Governo por culpar o petróleo, mencio­nando trecho de seu voto relacionado com o menor gasto da fabricação deequipamento pesado; concluiu seu aparte, perguntando sobre como explicara estabilização do consumo de petróleo e, ainda assim, continuar-se a culpá­lo pela inflação;o Orador, Sr. Deputado Josias Leite, prosseguindo, esclareceque foi o petróleo que trouxe o distúrbio. fazendo subir os preços; o Sr. De­putado Walter Silva. aparteando, menciona a venda de tecnologia como fatore situa a Argentina e o Brasil como países parentes em suas dificuldades, am­bos em vias de desenvolvimento; o Sr. Deputado Jorge Arbage, em aparte,declara-se profundamente satisfeito com o debate entre Oposição e governo emenciona o esforço brasileiro para vencer a dificuldade da balança de paga­mentos. onde aponta "superavit" de um bilhão, como resultado da expor·tação de 23, contra 22 bilhões de importação, lembrando que, aí, entram 9 bi­lhões atribuídos ao petróleo: prossegue, criticando a Oposição, quando elaconfronta dados de 1964 e de hoje, sendo que, então, o barril de petróleo cus­tava 2 dólares e. atualmente, 34; conclui o aparte, declarando que, considera­da sob esse ângulo. a economia brasileira estaria muitíssimo bem; o Relator,Sr. Deputado Josias Leite. conclui. condenando a visão pessimista do Sr. De­putado Walter Silva, e declarando discutível sobre se se deve, ou não, receberas multinacionais e lembra que, até mesmo países comunistas as recebem,como capital estrangeiro nccessário ao desenvolvimento; o Sr. Presidente en­cerou a discussão: anunciada a votação, foi aprovado o Parecer do Relator,Sr. Deputado Josias Leite. favorável à aprovação das Contas do Governo, doexercício financeiro de 1980, nos termos do Projeto de Decreto Legislativoanexo. contra o voto em separado do Sr. Deputado Walter Silva; a Presidên­cia recebeu, a seguir, o Requerimento do Sr. Deputado Adhemar de BarrosFilho, o que foi lido pelo Sr. Secretário, no qual é solicitado o compareci­mento do Sr. Ministro Relator do Parecer Prévio para esclarecer os membrosda Comissão. quanto às medidas efetivamente tomadas para que os diversosresponsáveis sejam submetidos às sanções previstas na legislação em vigor,com esclarecimentos sobre contas anteriores assinaladas como "Despesas Im­pugnadas": discutiram a proposição os Srs. Deputados Josias Leite, Relator eJorge Arbage. que solicitam reformulação do requerimento; o Autor do Re­querimento, acolhendo o pedido, entrega à Mesa o texto reformulado que foiposto em discussão e em votação, sendo aprovado com a seguinte redação;"Ao ensejo da discussão e votação do Relatório sobre as Contas do Sr. Presi­dente da República, relativas ao exercício de 1980, e considerando ainda aexistência de despesas impugnadas (pág. 20 I do Relatório), em diversos Mi­nistêrios, requeiro, na forma regimental, seja convidado o Sr. Presidente doTribunal de Contas da União, para esclarecer os membros desta Comissãoquanto às medidas efetivamnte tomadas para que os diversos responsáveis se­jam submetidos às sanções previstas na legislação em vigor. Estes esclareci­mentos devem abranger contas anteriores onde estejam assinaldas "DespesasImpugnadas". Sala da Comissão, em 18 de novembro de 1981. (a) DeputadoAdhemar de Barros Filho"; vai à Presidência da Casa; anunciada a discussãoda ata da reunião anterior, ninguém fez uso da palavra, sendo encerrada adiscussão: em votação. foi aprovada sem ressalvas; passou-se a apreciação doProjeto de Lei n° 5.496, de 1981, do Poder Executivo, que "autoriza o PoderExecutivo a abrir ao Ministério da Educação e Cultura, em favor da EmpresaBrasileira de Filmes SIA. o crédito especial de Cr$ 200.000.000,00 (duzentosmilhões de cruzeiros), para o fim que especifica", foi lido o Parecer do Rela­tor, Sr. Deputado Telmo Kirst, que concluiu opinando pela constitucionali­dade, juridicidade e técnica legislativa da matéria e favorável quanto ao méri­to: em discussão o Parecer, ninguém solicitou a palavra, sendo encerrada adiscussão: em votação, foi aprovado por unanimidade; vai à Coordenação deComissões Permanentes; antes de concluir, o Sr. Presidente agradeceu a pre­sença de todos e. em especial, do Dr. Fernando de Oliveira e da Dra. SumieButuem, bem como da Assessoria de Orçamento e Fiscalização Financeira:encerrou os trabalhos às onze horas e dez minutos, do que, para constar, eu,

886 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1982

Geraldo da Silva, Secretário, lavrei a presente Ata que vai assinada pelo Sr.Presidente e enviada à publicação. - Nosser Almeida.

Ata da 12. Reunião Ordinária, realizadaem 19 de novembro de 1981

Às dez horas e quarenta e cinco minutos do dia dezenove de novembrode mil novecentos e oitenta e um, em sua sala de sessões, no anexo rr aoEdifício da Câmara dos Deputados, reuniu-se a Comissão de fiscalização fi­nanceira e Tomada de Contas, sob a presidência do Sr. Deputado Nasser Al­meida, Presidente, e do Sr. Deputado Wilson Braga, Vice-Presidente, e com apresença dos Srs. Deputados Castejan Branco, Walter Silva, Milton Figueire­do, Airlon Sandoval, Mendes de Melo, Ubaldo Barém, Ernesto de Marco,Jorge Arbage, Adhemar de Barros Filho, Angelino Rosa, Joel Ferreira, Eras­mo Dias, Victor Faccioni e Amílcar de Queiroz. Havendo número legal, o Sr.Prcsidente deu por abertos os trabalhos; submeteu à Comissão pedido paraque fosse a ata da sessão anterior apreciada ao final dos trabalhos, o que foiaprovado; não havendo expediente a ser lido, o Sr. Presidente distribuiu, aoSr. Deputado Rafael Faraco. para relatar. o Projeto de Lei n9 3.886. de 1980,de autoria do Sr. Deputado Juarez Furtado, que "autoriza o Presidente daRepública a atribuir a ministro extraordinário a coordenação de assuntosmunicipais e dá outras providências", anunciou o primeiro item da pauta e,não estando presentes os Srs. Relatores, passou ao segundo item; "compare­cimento do Sr. Secretário de Controle Interno da Secretaria de Planejamentoda Presidência da República - SEPLAN - Dr. Fernando de Oliveira, aten­dendo a convite desta Comissão, através do Requerimento aprovado na Ses­são de 25 de junho do corrente ano, de autoria do Sr. Deputado Adhemar deBarros Filho"; informou que o Sr. Convidado vinha acompanhado da Ora.Sumie Butuem, Secretária de Contabilidade da SEPLAN; convidou o Dr. Fe­ranndo de Oliveira a tomar lugar à Mesa para proferir sua conferência; deu apalavra ao Sr. Secretário da Comissão, para leitura do "curriculum" do Sr.convidado; concluída a leitura, indagou do Sr. Convidado sobre se S.S. dese­java que as perguntas fossem formuladas durante, ou ao final de seu pronun­ciamento. tendo S. S. optado pela segunda alternativa; com a palavra, o Sr.Convidado discorreu sobrc aspectos gerais do controle interno, bem comosobre sua experiência na atividade pública, nos diversos cargos quc desempe­nhou e naquele que atualmente ocupa. titular que é da Secretaria Central deControle Interno da Secretaria de Planejamento da Presidência da República;ao final. S. S' respondeu as questões formuladas pelos Srs. Deputados Adhe­mar de Barros Filho e Walter Silva, após o quc expressou seus agradecimen­tos; o Sr. Presidente, interpretando o pensamento dos integrantes deste ÔrgãoTécnico. agradeceu a presença do Dr. Fernando de Oliveira e da Dra. Sumie,assim como a presença e a colaboração recebidas da Assessoria de Orçamen­to e Fiscalização Financeira, representada por seu Diretor, Dr. Luiz Vascon­celos, e pela maioria de seus Assessores; dirigindo-se ao Sr. Convidado, decla­rou que aproveitava a ocasião para enaltecer a importância daquele relacio­namento. que a todos beneficia e, primordialmente, aos interesses nacionais,pelo funcionamento harmônico dos Ôrgãos Executivos e Legislativos, dosPoderes da República, destinados à importante tarefa de fiscalização, quantoà adequada aplicação dos dinheiros públicos; congratulou-se com S. S' e comos ilustres integrantes desta Comissão de Fiscalização Financeira e Tomadade Contas, cujas presenças agradeceu; antes de concluir os trabalhos, pôs emdiscussão a ata da reunião anterior, cujo texto fora distribuído aos Srs. Depu­tados; ninguém solicitou a palavra. sendo encerrada a discussão; em votação,foi aprovada sem ressalvas; nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reu­nião às doze horas e quinze minutos, do que, para constar, eu Geraldo Silva,Secretário, lavrei a presente Ata que vai assinada pelo Sr. Presidente e envia­da il publicação. - Nosser Almeida.

Ata da 13~ Reuniào Ordinária, realizadaem 2S de novembro de 1981

Às dez horas e cinquenta minutos do dia vinte e cinco de novembro demil novecentos e oitenta e um, em sua sala de reuniões, no Anexo II da Câma­ra dos Deputados, reuniu-se a Comissão de fiscalização Financeira e Tomadade Contas. sob a presidência do Sr. Deputado Nosser Almeida, Presidente, epresentes os Srs. Deputados Wilson Braga e Joel Lima, Vice.Presidente; bemcomo os Srs. Deputados Jocl Ferreira, Ernesto de Marco, Castejon Branco,Angelina Rosa, Erasmo Dias, Victor Faccioni, Adhemar de Barros Filho,Amilcar Queiroz, Jorge Arbage, Rafael Faraco e Josias Leite. Havendo nú­mero legal, o Sr. Presidente deu por abertos os trabalhos; submeteu ao Ple­nário o requerimento do Sr. Deputado Jorge Arbage, solicitando dispensa deleitura da Ata; anunciada sua discussão, não houve orador; encerrada a dis­cussão e posta em votação, foi aprovada sem ressalvas; não havendo expe-

dienle a ser lido, passou-se a apreciação da seguinte pauta; item I) Requeri­mento S/No de 1981. de autoria do Sr. Deputado Maurício Fruet, que "re­quisita, ao Tribunal de Contas da União, as informações que especifica", de­volvido pelo Sr. Deputado Walter Silva, acompanhado do texto de seu voto,para ser reincluído na pauta; anunciado o prosseguimento da discussão, nãohouve orador: concluindo a discussão foi dada a palavra ao Relator, que leuseu parccer: enccrrada a discussão e anunciada a votação foi aprovado o Pa­recer do Relator. Sr. Deputado Jorge Arbage. opinando pela rejeição do Re­querimento. contrariamente ao voto oferecido pelo Sr. Dcputado Walter Sil­va: 2) Projeto de Lei n9 3.773, de 1980, de autoria do Sr. Deputado MuriloMendes, que "estabelece normas sobre carga e descarga de mercadorias emtransporte rodoviário e dá outras providências". proposição que foi objeto depedido de vista pelo Sr. Deputado Walter Silva, sendo devolvida, sem voto,para reinclusão na pauta; anunciado o prosseguimento da discussão, nin­guém solicitou a pabvra; para encerrar a discussão, foi dada a palavra ao Re·lalor que leu seu parecer; encerrada a discussão e posto em votação, foi apro­vado o Parecer do relator. Sr. Deputado Castejon Branco, concluindo pelaaprovação do Projeto: item 3) Projeto de Lei ng 4.509. de 1981. de autoria doSr. Deputado Jorge Vianna, que "limita os gastos das instituições financeiraspúblicas com propaganda e dá outras providências", com a palavra o Rela­tor. Sr. Deputado Castejon Branco, lê seu parecer, anunciada a discussão,não houve orador; encerrada a discussào e posto em votação, foi aprovado, àunanimidade. o Parecer do Relator, opinando pela rejeição do Projeto; nadamais havendo a tratar, S. Ex~ agradeceu a presença de todos e encerrou os tra­balhos às onze horas c quinze minutos. do que, para constar, eu Geraldo daSilva. Seeretúrio. lavrei a presente Ata que vai assinada pelo Presidente e en­viada à publicação. - Nosser Almeida.

Ata da 14. Reunião Ordinária, RealizadaEm 2 de Dezembro de 1981

Às dez horas e quarenta minutos do dia dois de dezembro de mil nove­centos e oitenta e um, em sua sala de sessões, no Anexo II no Edifício da Câ­mara dos Deputados. reuniu-se a Comissão de Fiscalização Financeira e To­mada de Contas. sob a presidência do Sr. Deputado Nosser Almeida, Presi­dente, e presentes os Srs. Deputados Joel Lima, Vice-Prcsidente, Rafael Fara­co, Jorge Arbage, Castejon Branco, Ernesto de Marco, Joel Ferreira, MiltonFigueiredo. Vasco Neto, Adhemar de Barros Filho, Telmo Kirst, Rosa FIa­res, Wilson Falcão, Angelina Rosa, Victor Faccioni, Amilcar de Queiroz, Jo­sias Leite e Walter Silva. Havendo número legal, o Sr. Presidente declarouabertos os trabalhos; aprovada pelo Plenário a dispensa da leitura da ata dareunião anterior. a requerimento do Sr. Deputado Jorge Arbage, o Sr. Presi­dente submeteu-a a discussào; não havendo orador, foi encerrada a discus­são: em votaçiio, foi aprovada sem ressalvas; do Expediente constou o Avison9 494-SP, de 198 I. do Tribunal de Contas da União, que "comunica a apli­cação de sanções aos responsúveis que menciona"; passou-se, a seguir, à apre­ciação da pauta. sendo anunciado o seguinte item: 1) Projeto de Lei n9 4.050,de 1980. do Senado Federal, que "dispõe sobre o processo de fiscalização,pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, dos atos do Poder Execu­tivo e dos da administração indireta": com a palavra o Relator, Sr. DeputadoAdhemar de Barros Filho, expressou a honra que tinha em relatar aquelaproposição que, na outra Casa do Congresso, teve como autor o Sr. SenadorMauro Benevides e onde recebeu a contribuição do Sr. Senador BernardinoViana. através de três emendas que ficaram fazendo parte daquele projeto; es­clareceu tratar-se de uma dentre muitas outras tentativas de regulamentar oArt. 45 da Constituição Federal, considerado letra morta no sistema legal, hámais de \6 anos; leu, a seguir, o seu Parecer, favorável ao Projeto; submetidoa discussão, solicitou a palavra o Sr. Deputado Walter Silva; S. Ex' declarouser a matêria da maior importância e que, por ela se tem batido no conjuntoda Casa: considerando o parecer conclusivo e pertinente, manifestou total eintegral apoio ao Relator, subscrevendo por inteiro o relatório e fazendo vo­tos que a Comissão o aprove e, igualmente, a Casa, conquanto não seja a pro­posição completa e perfeita na regulamentação do assunto; conclui declaran­do que sua adoção representará um grande passo na devolução ao Congressode seus poderes de fiscalização do Poder Executivo e reafirma seu voto favo­rável ao Parecer; anunciado, a seguir, o prosseguimento da discussão, nin­guém solicitou a palavra, sendo encerrada a discussão; em votação, foi apro­vado, à unanimidade, o Parecer do Relator, Sr. Deputado Adhemar de Bar­ros Filho, opinando pela aprovação do Projeto; vai à Mesa; "Item 2) Projetode Lci n9 3.886, de 1980, de autoria do Sr. Deputado Juarez Furtado, que"autoriza o Presidente da República a atribuir a ministro extraordinário acoordenação de assuntos municipais e dft outras providências"; em decorrên­cia da momentânea ausência do Relator, o Sr. Deputado Adhemar de Barros

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção \) Sábado 13 887

Filho leu as conclusões do Relatório, dispensada a leitura integral por have­rem sido distribuídas cópías aos presentes; anunciada a discussào, não houveorador: em votaçào, foi aprovado, à unanimidade, o Parecer do Relator, Sr.Deputado Rafael Faraco, que concluiu pela aprovação do Projeto; "Item 3)Ofício n" 695, de 1981, da Presidência da Assembléia Legislativa da Bahia,quc "encaminha cópia do Requerimento nQ 2.167/81, do Sr. Barbosa Romeu,acompanhado de documentaçào, acusando o Deputado Federal StoesselDourado"; o Relator, Sr. Deputado Jorge Arbage, com a palavra, leu o rela­tório c voto: durante a leitura, S. ExQ mencionou a anexação, pelo acusador,de ~ópia da petiçào dirigida ao ExmQ Sr. Juiz de Direito da Vara Cível de Sal­vador (Interpelação Judicial de 21/10/1981), bem como da Procuração ou­torgada pelo Sr. Adauto ao scu procurador quc é de 22/10/1981, dando a en­tcnder que a documentação adotada como suporte da acusação já estaria sub­judiee, enquanto S. Ex Q Deputado Stoesscl Dourado traz certidão da inexis­tência de distribuiçào de ações cíveis, concordatas e falências; o Sr. DeputadoStoessel Dourado, em aparte, declara que, até aquela data, não havia qual­quer ação em juízo, como alegado nos autos; o Sr. Deputado Walter Silva,aparteando o Relator, solicita esclarecimentos, para concluir declarando quea interpelação não é uma ação; o Relator, Sr. Deputado Jorge Arbage, pros­seguindo, lembra que não houve ingresso de ação; o Sr. Deputado Walter Sil­va esclarece que a declaração de inexistência de ação não exclui a existênciada interpelaçào, um ato cautelar, prcparatório; o Relator, Sr. Deputado Jor­ge Arbage. continuando, declara-se socorrido pelo aparte, mas lembra quc acertidão exclui o prosseguimento da ação correspondente; S. ExQ discorreusobre o mecanismo da indicação das entidades beneficiárias das subvenções esobre a participação do parlamentar nesse processo, com o fim de demonstrarque a prestação de contas não lhe está afeta; o Sr. Deputado Walter Silva, emaparte, acrescenta que, às vezes, lé na imprensa, notícias que, por desinfor­mação, atribui ao parlamentar o recebimento de mais tantos mil cruzeiros desubvenção, como acréscimo aos subsídios, sendo que, à subvenção, não sepode referir nem como repasse para a entidade, pois o parlamentar não rece­be dinheiro, apenas tem o direito de destinar tais verbas às instituições; reto­mando a palavra, o Relator, Sr. Deputado Jorge Arbage, lembrou o rigorcom que age o Conselho N acionai do Serviço Social, acrescentando que asentidades que não tiveram suas contas aprovadas não recebem as subvençõesque lhe forem atribuídas e cita caso de uma que, mesmo tendo prestado con­tas, não as recebeu: o Sr. Deputado Walter Silva indaga sobre o texto do Re­querimento, fundamento da representação; o Relator, Sr. Deputado JorgeArbage, leu o Ofício nQ 695/81 e o Requerimento, assinalando que este con­clui indicando como objetivo a "adoção de providências que o caso requer";o Sr. Deputado Walter Silva, com a palavra, classifica o objetivo como ge­nérico, tendo o Relator concluído que não se caracterizou qualquer forma deilícito por parte do Sr. Deputado Stoessel Dourado e que a Assembléia Legis­lativa se louvou no discurso; o Orador, em prosseguimento, expressou sua de­cisão de proferir voto por escrito e wlicita vista do Requerimento; a Presidên­cia esclareceu o motivo do encaminhamento do processo à Comissão, não ex­presso no despacho, mas apontado pela Presidência da Casa; o Sr. DeputadoAdhemar de Barros Filho, com a palavra, declarou que o assunto versavamais sobre decoro parlamentar e que, no seu entender, caberia mais à Comis­são de Constituição e Justiça; o Relator, em aparte, esclareceu que esta foisua primeira impressão, mas que não agira nesse sentido porque não encon­trou procedência, senão no fato de ser S. ExQ irmão do responsável pela enti­dade, o que não constitui motivo; o Sr. Deputado Stoessel Dourado, com apalavra, discorreu sobre o Instituto Baiano de Educação e ASSistência, decla­rando, entre outras coisas, que, daquela Instituição, fazem parte seus paren­tes e amigos e que ela não remunera a diretoria, recaindo sua escolha sobrepessoas de confiança; menciona documentos que certificam sobre a regulari­dade de seu funcionamento e atribui a razões políticas a causa do processo;prosseguiu lamentando os fatos políticos que conduzem os homens públicos asituação das mais vexatórias e que fazem até com que descreiam dos própriosesforços, ou da legitimidade do esforço que fazem aqueles que, abandonandoseus interesses particulares, se dcdicam à vida pública; circunstanciou a perse­guição política a sua pessoa, qualificando-a de inusitada e cruel e informandoque ela extrapolou a todas as coisas possíveis e imagináveis, pois atingiu seusfamiliares e amigos, transformados em objeto de desmoralização, embora oobjetivo fosse atingi-lo, pessoalmente; assinalou que milhares de entidades rc­cebem subvenções através da indicação dos Deputados e que, por esse moti­vo, quando foi alvo dessa acusação, cuidou logo de enviar à Comissão de Fis­calização Financeira a documentação competente, embora o ônus da provacaiba a quem alega; finalizou dizendo que assim agiu porque não tem "capasencobertas", não tem o que tcmer e que toda documentação foi enviada, in­clusive aquela que será objeto de futura prestação de contas e que, na verda­de, o que se deseja com o processo é atingir o decoro do parlamentar; o Sr.

Deputado Roque Aras, com a palavra, solicita ao Relator a retirada do textodo Parecer de S. ExQ a expressão "na qual não devemos nos imiscuir", escla­recendo as razões do pedido; o Relator, em aparte, exibindo o tcxto do Pare­cer, demonstrou que a expressão havia sido retirada anteriormente; o Sr. De­putado Walter Silva, com a palavra, esclareceu a razão do pedido de vista doRequerimento, mas que, tendo em vista encontrar-se findando a sessão legis­lativa, apresentava naquele momento, por escrito, ajustificação de seu voto,no sentido da inépcia do Requerimento, sem entrar no mérito da matéria; aPresidência leu, a fim de esclarecer o pronunciamento do Sr. Deputado Adhe­mar de Barros Filho, o texto de notas taquigráficas, onde a Presidência daCâmara, resolvendo reclamação do Plenário, esclareceu os motivos do enviodo processo à Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas,fundado no fato de se tratar de recursos destinados a auxílios, isto é, sub­venções; a seguir a Presidência anunciou o prosseguimento da discussão; nãohavendo oradores, encerrou-a; em votação, foi aprovado o Parecer do Rela­tor, Sr. Deputado Jorge Arbage, emitido sobre o Processo encaminhado peloOfício nQ 695, de 1981, da Assembléia Legislativa da Bahia, e que concluiupela incxistência de provas, bem como, opinando pelo seu envio à Mesa, su­gere o seu arquivamento, após a devolução ao Instituto Baiano de Educaçãoe Assisténcia, do original do Processo de Prestação de Contas de 1980 Uáapreciado por qucm de direito), bem como das xerocópias dos documentosrelativos a 1981, que também lhe pertencem; tendo votado favoravelmente,com restrições, o Sr. Deputado Walter Silva: o Processo vai à Mesa. Nadamais havendo a tratar, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e decla­rou encerrada a reuniào, às doze horas, do que, para constar, eu, Geraldo daSilva, Secretário, lavrei a presente Ata, que vai assinada pelo Sr. Presidente eencaminhada à publicação. - Nosser Almeida.

Ata da 15Q Reunião Ordinária, realizadaem 3 de dezembro de 1981

Às dez horas do dia três de dezembro de mil novecentos e oitenta e um,em sua sala de sessões. no Anex.o n ao Edifício da Câmara dos Deputados,reuniu-se a Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas, sob apresidência do Sr. Deputado Nosser Almeida e presentes os Srs. DeputadosJoel Lima, Vice-Presidente, Rafael Faraco, Jorge Arbage, Castejon Branco,Ernesto de Marco, Joel Ferreira, Milton Figueiredo, Vasco Neto, TelmoKirst, Rosa Flores, Wilson Falcão, Angelina Rosa, Victor Faccioni, 10siasLeite, Walter Silva e Amílcar de Queiroz. Havendo número legal, o Sr. Presi­dente declarou abertos os trabalhos; pôs em discussão a ata da reunião ante­rior; usaram da palavra os Srs. Deputados Jorge Arbage e Walter Silva; en­cerrada a discussão e submetida à votação, foi aprovada sem ressalvas; nãohavendo expediente a ser lido, foi anunciado o primeiro item da pauta: P,(oje­to de Lei nQ 5.660, de 1981 (Mensagem nQ 546, de 1981), do Poder Executivo,que "autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares ao Orçamen­to da União até o limite de Cr$ 13.833.334.000,00 e dá outras providências";com a palavra o Relator, Sr. Deputado Jorge Arbage, leu o relatório e o voto;em discussão, foi concedida a palavra ao Sr. Deputado Walter Silva; S. Ex'falou sobre a parte da Emenda, que não considerou despicienda, pois o pará­grafo do artigo 43, referido no projeto original, apenas define ou conceitua oque seja recurso; quanto aos recursos destinados ao Ministério da Educação eCultura, considera oportunos e esclareceu que a situação daquele Órgão estáa exigir providência legislativa, até através de Emenda Constitucional, a fimde que possa receber recursos superiores; manifestou voto favorável de seuPartido c da Liderança ao Projeto, ainda que os recursos sejam insuficientes;anunciado o prosseguimento da discussão, ninguêm mais solicitou a palavra,sendo encerrada; em votação, foi aprovado, à unanimidade, o Parecer do Re­lator, Sr. Dcputado Jorge Arbage, pela aprovação do Projeto de Lei n9 5.660,de 1981. com Emenda ao seu art. IQ, de caráter aditivo; anunciado o item n9 2."Projeto de Lei n? 5.046, dc 1981 (Mensagem n9 320, dc 1981), do Poder Exe­cutivo, que "autoriza o Instituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária - INCRA - a vender ou doar bens móveis, nas condições que espe­cifica"; lido o parecer do Relator, foi submetido a discussão; com a palavra oSr. Deputado Walter Silva, S. Ex' declarou que o Projeto não especifica osbens e que deveria haver, pelo menos, uma relação, à parte, para que se pu­desse verificar quais são e onde se situam os móveis, fato que considera grave;

. ressalta que se trata de uma autorização ampla e de exceção a um conjunto denormas legislativas muito bem elaborado, sobre licitação de bens pertencen­tes à União; concluiu declarando seu voto contrário; o Sr. Deputado JorgeArbage, chamou a atençào para a elevada finalidade da proposição,lembran­do que o assunto estará sob o controle do Tribunal de Contas e que o limiteestá especificado no caput do art. I?; anunciado o prosseguimento da discus­são, ninguém solicitou a palavra; em votação, foi aprovado o Parecer do Re­lator, Sr. Deputado Telmo Kirst, que concluiu pela aprovação do Projeto de

888 Sábado 13 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1982

Lei n9 5.046, de 1981, contra o voto do Sr. Deputado Walter Silva. Nada maishavendo a tratar, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e encerrou areunião às doze horas, do que, para constar, eu, Geraldo da Silva, lavrei apresente Ata, que vai assinada pelo Sr. Presidente e encaminhada à publi­cação. Nosser Almeida.

COMISSÃO DO INTERIOR

Redistribuição de Pro.ietos

O Senhor Presidente da Comissão do Interior, Deputado Adauto Bezer­ra, fez, em 10 de março de 1982, as seguintes redistribuições:

Ao Senhor Deputado Afro Stefanini:Projeto de Lei n9 3.948/80, do Sr. Artenir Werner, que "altera o art. 99

da Lei n9 4.380, de 21-8-64, que institui a correção monetária nos contratosimobiliários de interesse social, o sistema financeiro para a aquisição da casaprópria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH), e sociedades de créditoimobiliário. as letras imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação e Urbanis­mo. e dá outras providências".

Ao Senhor Deputado José Frejat:Projeto de Lei n94.406/81, do Sr. Jerônimo Santana. que "dispõe sobre

as terras devolutas dos Territórios Federais".Sala da Comissào, 10 de março de 1982. - Edson Nogueira da Gama, Se­

cretário.

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Termo de Reunião

Aos onze dias do mês de março de mil novecentos e oitenta e dois, a Co­missão de Minas e Energia deixou de reunir-se por falta de quorum. Compa­receram os Senhores Deputados: Guido Arantes, Paulino Cícero de Vascon­celos e Clúudio Strassburger. Para constar. eu Al1ia Felício Tobias, Secre­túria, lavrei o presente Termo.

x x x

O Senhor Presidente da Comissão de Minas e Energia, Deputado GuidoArantes, avocou em 5-3-82 o

PDL n9 119/82 (Mensagem n9 467/81). que "aprova o texto da Con­venção sobre a Proteção Física do Material Nuclear, assinada em Viena, a 15de maio de 1981". Autor: Comissão de Relações Exteriores.

E fez a seguinte distribuição de Pro.ieto, em 5-3-82:Ao Senhor Deputado Magnus Guimarães:Projeto de Lei n? 5.376/81 - que "dispõc sobre cota de produção deÁI-

cool". Autor: Deputado João Arruda.E a seguinte redistribuição de Projeto, em 5-3-82:Ao Senhor Deputado Osvaldo Lima:Projeto de Lei n9 1.109/79 - que "dispõe sobre a criação do Fundo de

Exaustão, destinado ~l finalidade que especifica, e dá outras providências".Autor: Deputado Jorge Ferraz.

Brasília, 5 de março de 1982. - Deputado Guido Arantes, Presidente.

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DAR PARECERAO PROJETO DE LEI N9 634/75, DO PODER

EXECIJTIVO, QUE INSTITUI ° CÓDIGO CIVIL

Ata da 36- Reunião, realizada em 19-12-81

Às dezessete horas do dia primeiro de dezembro de um mil novecentos eoitenta e um, reuniu-se, no Plenário da Comissão do Interior, na Câmara dosDeputados, em Brasília, sob a Presidência do Senhor Deputado João Linha­res, a Comissão Especial destinada a dar Parecer ao Projeto de Lei n9634/75.do Poder Executivo, que institui o Código Civil, com a presença dos SenhoresDeputados Elquisson Soares, Djalma Marinho, Afrísio Vieira Lima, Francis­co Benjamin, Geraldo Guedes, Tarcísio Delgado, Raymundo Diniz, RubemDourado e Brabo de Carvalho. Deixaram de comparecer os Senhores Depu­tados Igo Losso, Israel Dias-Novaes. Verificada a existência de número regi­mental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos, esclarecendo quea presente reunião se destinava à discussão do prazo estabelecido pelo Regi­mento Intcrno ao Relator Geral, que se encerraria no próximo dia dois docorrente mês, prazo este exíguo e impraticável, mesmo para a inteligência ecultura do Deputado Djalma Marinho. Informou, também. aos Senhores De­putados que, pelo Regimcnto, o referido prazo poderia ser suspenso, por atécento e vinte (120) sessões e, deixou a questão aberta para ser discutida. Usa­ram da palavra os Senhores Deputados Raymundo Diniz, Elquisson Soares.Djalma Marinho, Tarcísio Delgado, Brabo de Carvalho, debatendo sobre opedido dc suspensão do prazo. Colocado em votação, foi aprovado, por una-

nimidade, o pedido dc suspensão. O Senhor Presidente comunicou aosmembros da Comissuo que em entrevista com o Senhor Ministro da Justiça,S. Ex' mostrou-se desejoso de que até junho de um mil novecentos e oitenta edois o Projeto do Código Civil fosse aprovado pelo Congresso. Comunicou,ainda, que no Estado de São Paulo a OAB está promovendo um Painel e semostrou interessado na presença dos membros da Comissão Especial do Có­digo Civil a estas reuniões. O Senhor Deputado Tarcísio Delgado informouque o presidente da OAB, com quem esteve, comunicou-lhe o interesse da Or­dem em convidar todos os relatores do Código Civil para debaterem a ma­téria, de sua úreu. no Painel. que se estenderá até meados do próximo ano.Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a reunião às de­zessete horas e cinqüenta minutos. E. para constar, eu, Antônio FernandoBorges Banzan. Secretário, lavrei a presente Ata que, depois de lida e aprova­da, serú assinada pelo Senhor Presidente. - João Linhares.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADAA APlJRAR AS OISTORÇOES EXISTENTES

NA COMERCIAILIZAÇÃO DO CAFtt BRASILEIRO

Ata da 17' Reunião, realizada a 19 de dezembro de 1981

Às dez horas e vinte minutos do dia primeiro de dezembro de mil nove­centos e oitenta e um, reuniu-se, no plenúrio da Comissão do Interior - Ane­xo " da Câmara dos Deputados, em Brasília. a Comissão Parlamentar de In­quérito destinada a apurar as distorções existentes na comercialização do cafébrasileiro. sob a Presidência do Senhor Deputado Cardoso de Almeida. Pre­sentes os Senhores Deputados Delson Scarano, Vice-Presidente; Cardoso Al­ves, Relator; Odulfo Domingues, Adriano Valente, Álvaro Dias, Gerson Ca­mata, Navarro Vieira, Renato Azeredo e Hélio Duque, membros efetivos;Hugo Rodrigues da Cunha, Ronan Tito, Edilson Lamartine e Melo Freire,suplentes. Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou aber­tos os trabalhos destinados à tomada de depoimento dos Senhorcs Júlio Cé­sar Marino, Presidente do Grupo J. Marino e Luiz Alberto Ribeiro, Presiden­te da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Patrocínio. Dis­pensada a leitura, foi a Ata da reunião anterior considerada aprovada porunanimidade e assinada. Determinou o Senhor Presidente que a Secretárialesse o expediente constante de telex do Senhor José de Paula Motta Filho.Diretor de Produçào do Instituto Brasileiro do Café, informando haver to­mado conhecimento de sua convocação pela CPI através da imprensa. e cartado Advogado Ivan Sebastião Barbosa Afonso, solicitando envio de depoi­mentos, tendo o Senhor Deputado Melo Freire, pela ordem, solicitado escla­recimentos sobre a correspondência encaminhada pelo Diretor de Produçãodo IBC, no que foi atendido pela Presidência. A seguir, o Senhor DeputadoHélio Duque usou da palavra, pela ordem, para sugerir que o Senhor José dePaula Motta Filho seja ouvido na mesma reunião para a qual for convocadoo Senhor Presidente do me. Em votação, aprovada. A convite do SenhorPresidente, o Senhor Júlio César Marino tomou assento à Mesa, tendo o Se­nhor Deputado Hugo Rodrigues da Cunha, pela ordem. comunicado que oSenhor Luiz Alberto Ribeiro solicitou-lhe justificar a ausência por motivo desaúde e. também, colocar-se à disposição da CPI em outra oportunidade. Emvotação, foi aprovada a proposta. Prestado o juramento de praxe, o Depoen­te Júlio César Marino. após a apresentaçào pelo Presidente, passou à expo­sição, tendo o Senhor Deputado Hélio Duque, na qualidade de Relator adhoc, iniciado a inquirição, havendo também exercido este direito os SenhoresDeputados Adriano Valente, Hugo Rodrigues da Cunha, Delson Scarano.Ronan Tito e Cardoso Alves, Relator, que deu entrada no recinto às dez ho­ras e quarenta e cinco minutos. Durante a inquirição do Senhor Relator, oSenhor Depoente, solicitando sigilo da Comissão, fez entrega à Presidênciadc cópia de contrato firmado entre a Comercial e Exportadora J. MarinoS.A. e a Anderson Clayton S.A., objetivando cessão de dircitos à obtenção dequotas de exportação junto ao Instituto Brasileiro do Café por esta últimaempresa.'Aquiescendo. o Senhor Presidente recebcu o documento. No decor­rer da argüição do Senhor Deputado Adriano Valente. o Senhor Depoentedeclarou ser do seu conhecimento a aprovação pela CPI da acareação do Pre­sidente do IBC com o Jornalista Hélio Fernandes e que, também, ele, gostariade participar desta acareação. Na inquirição feita pelo Senhor Deputado Ro­nan Tito, o Senhor Depoente entregou à Presidência quatro mapas do balan­cele do custo industrial do café, no período de agosto a novembro de 1981. ODepoente foi assessorado pelos Senhores Nely Lopes Casali. Advogado doGrupo J. Marino e José Caetano Perri, Diretor Superintcndente da COTAM.Finalizando, o Senhor Presidente argiii o Senhor Depoente, enfatizando queo depoimcnto hoje tomado pela Comissão deveu-se ao fato de o Senhor JúlioCésar Marino haver-se, expontaneamente, colocado à disposição deste órgãosindicante. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente, agradecendo a

Março de 1982 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 13 889

presen<;a ao Depoente e aos demais. encerrou a reunião às treze horas e qua­renta minutos. Depoimentos e inquirições foram gravados e, após traduzidose datilografados, serão anexados aos autos deste inquérito. E, para constar,eu, Myrthes Hooper Silva, Secretária, lavrei esta Ata que, lida e aprovada, se­rú assinada pelo Senhor Presidente. - Cardoso de Almeida.

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADAA APVRAR AS CAUSAS E CONSEQÜI':NCIAS DA FOME,DESNUTRIÇÃO E FALTA DE SAÚDE NA POPULAÇÃO

DE BAIXA RENDA NO BRASIL

Ata da 9' Reunião. realizada em 26 de novembro de 1981

Às dez horas e vinte minutos do dia vinte e seis de novembro de mil no­vecentos c oitenta e um, presentes os Senhores Deputados Castejon Branco,Presidente; Sebastião Andrade, Vice-Presidente; Adhemar Santillo, Relator;Jayro Maltoni, Carneiro Arnaud, Pedro Lucena, Cristina Tavares e PedroCorréa, membros efetivos da Comissão, Jorge Gama, membro suplente, e,ainda, os Senhores Deputados Ubaldo Dantas, AIípio Carvalho, RoqueAras. Evandro Ayres de Moura e Jackson Barreto, reuniu-se a Comissão Par­lamentar de Inquérito, na Câmara dos Deputados, em Brasília, para a toma-

da de depoimento do Senhor Valfrido Salmito Filho, Superintendente da SU­DEN E. Ata: foi lida. aprovada e assinada a da reunião anterior. Com a pala­vra, o Senhor Presidente fez a apresentação do depoente, passando, a seguir,a palavra ao Dr. Valfrido Salmito Filho que, havendo prestado o compromis­so na forma da lei. passou a discorrer sobre o assunto em pauta. Finda a ex­posição, o Senhor Depoente foi interrogado pelos Senhores DeputadosAdhemar Santillo. Relator; Jayro Maltoni, Carneiro Arnaud, Sebastião An­drade, Cristina Tavares. Evandro Ayres de Moura e Pedro Corrêa. A Sra.Deputada Cristina Tavares com a palavra, solicitou ao Senhor Presidente querequeresse à SUDENE cópia do relatório original daquele órgão sobre a fo­me. Depois de responder às indagações que lhe foram dirigidas e não haven­do mais inscritos para inquiri-lo, o Depoente agradeceu a atenção de que foialvo durante os debates. O Depoimento e as inquirições foram gravados e,depois de traduzidos e datilografados, serão anexados aos autos do presenteinquérito. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a pre­sença do Depoente e, ao agradecer também a presença de todos, declarou en­cerrada a reunião às treze horas e trinta e cinco minutos. E, para constar, eu,Maria Teresa de Barros Pereira, Secretária, lavrei a presente Ata que, depoisde lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente. - Castejon Branco.

PÁGINA ORIGINAL EM BRANCO

MESA LIDERANÇASPDS

Líder:

Cantídío Sampaio

Vice-Líderes:Hugo Mardini Jairo Magalhães

Alípio Carvalho Josias LeiteBonifácio de Andrada Joacil Pereira

Claudino Sales Alcides FranciscatoEdison Lobão Alvaro Valle

Hugo Napoleão Júlio MartinsJorge Arbage Nelson MorroRicardo Fiuza Ruy BacelarDjalma Bessa Saramago Pinheiro

Siqueira Campos Paulino CiceroCarlos Alberto de Vasconcellos

Carlos Chiarelli Ney FerreiraGióia Júnior Adolpho Franco

PP

Líder:

Thales RamalhoVice-Líderes:

Presidente:

Nelson Marchezan - PDS

1.°_Vice-Presidente:

Haroldo Sanford - PDS

2.°-Vice-Presidente:

Freitas Nobre - PMDB

l.°-Secretário:

Furtado Leite - PDS

2.o-Secretário:

Carlos Wilson - PP

3.0 -Secretário:

José Camargo - PDS

4.0 -Secretário:

Paes de Andrade - PMDB

SUPLENTES

Simão Sessim - PDS

JoeZ Ferreira - PDSLúcia Viveiros - PP

Jackson Barreto - PMDB

Herbert LevyAntônio MarizCarlos Cotta

Carlos Sant'AnnaJoão LinharesJoão Menezes

Louremberg NunesRocha

Walber GuimarãesPeixoto Filho

Rubem Dourado

PMDBLíder:

Odacir Klein

Vice-Líderes:Fernando Coelho Mendonça NetoPimenta da Veiga Ralph Biasi

Audálio Dantas Jader BarbalhoAlvaro Dias Carlos BezerraEdson Khair Walmor de Luca

Osvaldo Macedo Iranildo PereiraJorge Vianna Walter Silva

Israel Dias-Novaes

PDTLíder:

Alceu CoIlares

Vice-Líderes:JG de Araújo Jorge Magnt.ls Guimarães

PTLíder:

Airton Soares

Vice-Líder:

Freitas Diniz

PTB

Líder:Jorge CuryVice-Líder:

Vilela de Magalhães

Suplentes

PDSDEPARTAMENTO DE COMISSÕES

Diretor: Jolimar Corrêa PintoLocal: Anexo Ir - Telefones: 224-2848 e

213-&278 - Ramal &278

Coordenação de Comissões Permanentes

Diretora: Silvia Barroso MartinsLocal: Anexo Ir - Telefones: 224-5179 e

Preto 213 - Ramais 6285 e 6289

COMISSÕES PERMANENTES1) COMISSÃO DE AGRICULTURA E POLlTICA

RURAL

Presidente: Marcus Cunha - PMOBVice-Presidente:Vice-Presidente: João Carlos de Carli - PDS

Albérico CordeiroAlexandre MachadOAntonio DiasAntonio UenoCorreia LimaDarcy PozzaFrancisco LeãoHenrique BritoHumberto Souto

Adhemar Santll10Antônio AnnibelliErnesto de ]aarcoFrancisco CastroGeraldo FlemingIsrael Dias-Novaes

Júlio MartinsOswaldo CoelhoPaulo LustosaPedro CorrêaPrisco Viana.Stoessel DouradoWildy Vianna4 vagas

PMDB

João CâmaraJorge ViannaPimenta da VeigaManoel ArrudaSantilli SObrinho

Fernando CunhaMário Frota

Pedro Faria

Francisco RossiJosé de Castro

Coimbra.Nelson Morro

Horácio OrtizJorge Uequed

PMDB

Mário Moreira

PP

Suplentes

PDS

Prisco VianaVingt Rosado2 vagas'

PMDB

Mário HatoOctacilio Queiroz

Cardoso AlvesCarlos BezerraErnesto Dall'OglioFrancisco LibardoniGerson Camata

Samir Achôa

PP

PP

Paulo Torres

PDT

Roberto GalvaniVieira da Silva2 vagas

PMDB

JG de Araujo Jorge

Aroldo MolettaAudálio Dantas

Milton Figueiredo

3) COMISSAO DE COMUNICAÇAO

Presidente: Antonio Morais - PPVice-Presidente: Jorge Paulo - PDSVice-Presidente: Cristina Tavares - PMDB

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 3 - Ramal 6295­Secretário: Ivan Roque Alves

Titulares

PDS

Herbert Levy

Alcebí:3Jdes de OliveiraCarlos AlbertoGióia Júnior

PT

PP

Pedro LucenaRosemburgo RomanoUbaldo Dantas

PDS

José PenedoVago

PDT

Titulares

Antônio FlorêncioBrasílio Caiado

Presidente: Bento GOnçalves - PPVice-Presidente: Walter de Prá - PDSVice-Presidente:

REUNIÕES

Quartas e quintas-feirll8, às 10:00 horasLocal: Anexo Ir - Sala n.· 11 - R. 6293

e 6294

Secretário: José Maria de Andrade Córdoba

Getúlio Dias

2) COMISSÃO DE CI~NCIA E TECNOLOGIA

Vago

Arnaldo SchmittJorge VargasLouremberg Nunes

Rocha

PMDB

Iturival NascimentoNivaldo KrügerPacheco ChavesPaulo RattesRonan Tito

PP

Melo FreireRenato AzeredoVago

PDT

PT

Titulares

PDS

Luiz RochaPedro GermanoSaramago PinheiroSebastião AndradeTelêmaco Pompei4, vagas

Freitas Diniz

Bento LoboJuarez BatistaLeite Schmidt

Eloy Lenzi

Adolpho FrancoAntonio GomesAntonio MazurekCardoso de AlmeidaDelson ScaranoEmilio PerondiHugo Rodrigues

da CunhaJoaquim GuerraJosé AmorimJúlio Campos

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 6 - Ramal 6304­

e 6300secretária: 101e Lazzarini

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇAPresidente: Afrísio Vieira Lima - PDS

Vice-Presidente: Antônio Dias - PDSVice-Presidente: Tarcísio Delgado - PMDB

Titulares

PDS

.Altair ChagasAntônio MorimotoAntonio ValadaresBonifácio de AndradaChristiano Dias

LopesClaudino SalesDjaIma BessaErnani SatyroFrancisco Benjamin

Pinheiro MachadoVago

Nagib HaickelRogério RegoVictor Trovão3 vagas

Norton MacedoNosser AlmeidaPedro GermanoRafael FaraeoSimão SessimVieira da Silva

PT

Mário MoreiraMurilo MendesOctacílio Almeida

PP

PDT

José Maria d.eCarvalho

Raymundo Urbano

PPLuiz Baptista.Rosemburgo Romano

PDT

Daso CoimbraJosé Bruno

PDT

PMDB

Pacheco ChavesSebastião Rodrigues

JúniorVago

PP

PMDB

Suplentes

PDS

Airon RiosAlcides FranciscatoAdolpho FrancoAntonio MazurekBatista MirandaCardoso de AlmeidaDiogo NomuraHonorato Vianna

Caio PompeuDaniel Silva

Vago

Juarez BatistaMac Dowell Leite de

Castro

Lidovino Fanton

7) COMISSÃO DE EDUCAÇAO E CULTURAPresidente: ROmulo Galvão - PDS

Vice-Presidente: Bezerra de Melo - PDSVice-Presidente: Paulo Marques - PMDB

Titulares

PDS

José TorresLeur LomantoLygia Lessa BastosSalvador JulianelliVago

PMDB

Euclides ScalcoFlávio ChavesHarry SauerJoão Cunha

Alvaro ValleBraga RamosDarcílio AyresJosé AlvesJoão Faustino

Vago

Alvaro DiasFrancisco CastroJoão Herculino

Antonio ValadaresBonifácio de AndradaBrasílio CaiadoEvandro Ayres de

MouraHydeckel FreitasJairo Magalhães

Suplentes

PDS

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo n - Sala 4 - Ramal 631~Secretária: Delzuite Macedo de Avelar VillM

Boas

Aleir PimentaCarlos Sant'Anna

Magnus Guimarães

REUNIOES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 9 - (224-0769)

Ramal 6318Secretária:Tasm!nia Maria de Brito Guerra

Celso Peçanhalram SaraivaJackson Barreto

Hugo MardíniJosé Carlos FagundesJosé Mendonça BezerraPaulo GuerraRezende MonteiroWalter de Prá

PT

PDT

Paulo LustosaRicardo FiuzaRubem Medina4 vagas

PDS

Siqueira CamposTúlio BarcelosVasco Neto2 vagas

PPUbaldo DantasWalber Guimarães

PDT

PP

Mendes de MeloJosé Bruno

PDT

PMDB

Mendonça NetoRoberto FreireRoque Aras

PMDB

Nabor JúniorSamir AchôaSebastião Rodrigues

Júnior

PMDB

Hélio DuqueRalph BiasiSantilli Sobrinho

PPSílvio Abreu Júnior

Alvaro ValleAntônio FerreiraCesário BarretoCláudio PhilomenoCláudio StrassburgerFrancisco RollembergHonorato Vianna

José Frejat

Carneiro ArnaudLeopoldo Bessone

Daso CoimbraJorge Vargas

Celso PeçanhaElquisson SoaresJorge Uequed

Antônio AnnibelliAurélio PeresCardoso FregapaniJúnia Marise

Aécio CunhaAlbérico CordeiroJoão ArrudaPaulo LustosaRubem MedinaSalvador Julianelll

REUNIt'lES

Terças, quartas e quintas-feir-as, à.'; 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 6308Secretário: Ruy Omar Prudêncio da Silva

Antônio Carlos deOliveira.

Reunióes

Quartas e quintas-feiras, às 1():00 horasLocal: Anexo II - Ramais 6378 e 6379Secretária: Maria Júlia Rabello de Moura

PTBJorge Cury

JG de Araújo Jorge

Suplentes

PDS

Getúlio Dias

6) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDOSTRIA ECOM~RCIO

Presidente; Marcondes Gadelha - PMDBVice-Presidente: Arnaldo Schmitt - PPVice-Presidente: Igo Losso - PDS

Titulares

PDS

5) COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDORPresidente: Stoessel Dourado - PDS

Vice-Presidente: Humberto Souto - PDSVice-Presidente: Gerson Camata - PMDB

Titulares

Cesário BarretoIsaac NewtonJoão AlbertoJoão ArrudaJoão ClímacoManoel Gonçalves

Alberto GoldmanAldo FagundesFelippe Penna

Carlos AugustoPedro Sampaio

Francisco RossiGomes da SilvaJairQ MagalhãesJoaci! PereiraNatal GaleNilson GibsonNelson MorroOswaldo MeloTheodorico Ferraço2 vagas

João ArrudaManoel RibeiroRômulo GalvãoTelmo Kirst

PMDB

João GilbertoMarcello Cerqueira

PP

Lúcia Viveiros

PDT

PT

PMDB

João GilbertoJosé CostaMarcellQ CerqueiraOsvaldo MacedoPimenta da Veiga

PP

Luiz LealMárcio MacedoMiro TeixeiraPéricles Gunçalves

l'DT

PMDB

Roberto FreireRoque ArasValter GarciaWaldir WalterWalter Silva

PP

Walber GuimarãesRubem DouradoSérgio Ferrara.

PT

PDT

Suplcntelll

PDS

Suplentes

PDS

José PenedoJosé Mendonça BezerraJúlio MartinsLeorne BelémMaluly NettoNey FerreiraOsmar LeitãoRaimundo DinizRicardo Fiuza2 vagas

Fernando Lyra.Gerson Camata

Alair Ferreira.Antônio Ferreira.Antonio ZachariasEdison Lobão

Vago

Carlos Augusto

Vago

Lidovino Fanton

AntOnio MarizHenrique Eduardo

AlvesLouremberg Nunes

Rocha

Adhemar BantilloAntOnio RussoBrabo de CarvalhoElquÍSson SoaresHarry Sauer

Amadeu GearaCardoso AlvesDélio dos SantosEdgard AmorimJuarez Furtado

Adhemar de BarrosFilho

Cantídio SampaioCarlos ChiarelliCélio BorjaDarcilio AyresGeraldo GuedesHugQ NapoleãoIgo LossoIsaac NewtonJorge Arbage

Vago

Luiz Cechinel

Caio PompeuJorge MouraLeite SchimidtMarcelo Medeiros

9) COMISSAO DE FISCALIZACÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS •

Presidente: Nosser Almeida - PDSVice-Presidente: Wilson Braga - PDSVice-Presidente: Joel Lima - PP

Titulares

REUNIõES

Quartas e l1uintas-feiras, às 10 :00 horuLocal: Anexo II - Sala 16 Ramal 6322

e 6323(Direto 226-8117)

Secretário: Jarbas Leal Viana

8) COMISsAo ·DE F~NÇAS

Presidente: Luiz Baccarini - PPVice-Presidente: Olivir Gabardo - PMDBVice-Presidente: Vicente Guabiroba - PDS

Titulares

PDS

Milvernes LimaPrisco VianaPaulino Cícero de

VasconcellosSiqueira Campos

PP

Newtcín Cardoso

PDT

PMDB

Marcelo CordeiroMauricio FruetWalmor de Luca

PP

Oswaldo Lima

PDT

Jorge FerrazNélio Lobato

Fued Di])Genésio de Barros

Magnus Guimarães

Suplentes

PDSJoão Carlos de CarUJ oel RibeiroJosé PenedoOdulio DominguesVago

Adroaldo CamposAltair ChagasDelson ScaranoGomes da SilvaHélio LevYJoão Alberto

Presidente: Guido Arantes - PDSVice-Presidente: Horácio Matos - PDSVice-Presidente: Horácio Ortiz - PMDB

Titulares

PDS

11) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 6336Secretária: Allia Felício Tobias

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 8 - Ramal 6333Secretário: Edson Nogueira da Gama

Antônio FerreiraAntônio ZachariasCláudio StrassburgerHugo MardíniLéo Simões

Antônio MoraisLeônidas Sampaio

PMDB

Carlos Nelson Mário FrotaHeitor Alencar Furtado Ralph BiasiJerônimo Santana Tidei de Lima

José Frejat

PPMendes de MeloMilton Figueiredo

PDT

PT

PP

Lúcia ViveirosNewton CardosoVago

PDT

PT

Inocêncio OliveiraJosué de SouzaJúlio MartinsManoel NovaesMilton BrandãoNagib HaickelOswaldo CoelhoVictor TrovãoVingt RosadoWanderley Mariz

PMDB

Nivaldo KrügerPaulo BorgesRosa Flores

PMDB

José Carlos Vascon-celos

José FreireModesto da SilveiraOctacilio QueirozRoberto Freire

Helio DuqueJairo BrumJorge UequedJosé Carlos

Vasconcelos

Vago

João MenezesMelo Freire

Adroaldo CamposAfro StefaniniAlbérico CordeiroAlexandre MachadoAngelo MagalhãesCorreia LimaCristino CortesEdison LobãoEvandro Ayres de

MouraHenrique Brito

Vago

Herbert LevyJorge MouraJosé Bruno

José Frejat

Presidente: Adauto Bezerra - PDSVice-Presidente: Paulo Guerra - PDSVice-Presidente: Ruben Figueiró - PP

Titulares

PDS

Freitas Diniz~ , REUNIõES

QuarJs e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 6325Secretário: Geraldo da Silva

Antônio AnnihelliCarlos NelsonDélio dos SantosJackson BarretoJerônimo SantanaJoão CâmaraJorge Gama

10) COMISSÃO DO INTERIOR

José Carlos FagundesJosé Mendonça BezerraLeorne BelémVago

PDT

PP

PMDB

João CunhaRuy Côdo

PP

Jorge Vargas

PDT

Silvio Abreu Junior

Suplentes

PDS

Antônio PontesPedro CaroloRuy SilvaSebastião AndradeVago

PMDB

Maurício FruetPaulo Marques

Airon RiosAthiê CouryChristovam ChiaradiaFernando MagalhãesHonorato Vianna

Carlos VinagreHildérico Oliveira

Jorge Ferraz

Alceu Collares

Hélio GarciaLeopoldo Bessone

Vago

Antônio RussoAroldo MolettaJoão Herculino

Adhemar GhisiAdriano ValenteAécio CunhaAntônio FlorêncioAngelo Magalhães

PP

Djalma Bessa

PMDB

Ulysses Guimarães

PP

PMDB

Suplentes

PDS

João Alves·Prisco Viana

12) COMISSÃO DE REDAÇAOPresidente: Murilo Mendes - PMDB

Vice-Presidente: Alcir Pimenta - PPVice-Presidente: Francisco Rollemberg - PDS

Titulares

PDS

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - 14 - R 6342, 6340 e 6341Secretária: Laura Perrela Parisi

Ail'On RiosClaudino Sales

Edson Khair

Vago

Iranildo Pereira

Ernani SatyroHugo Napoleão

Oswaldo Lima

Manoel GonçalvesMauro SampaioMenandro MinahimMilvernes LimaOssian AraripeRuy BacelarVivaldo Frota5 vagas

Mário StammNélio LobatoPedro FariaPeixoto Filho

PT

PDT

PMDB

Iturival NascimentoJulio CostamilanNabor JúniorOsvaldo MacedoPedro IvoVago

PP

Amilcar de QueirozAntônio AmaralAntônio MorimotoChristóvam ChiaradiaHugo MardiniHumberto Soutorsaac NewtonJosé AmorimJosias LeíteLudgero Raulino

Vago

Suplentes

PDS

Aluizio BezerraArnaldo LafayetteAurélio PeresCardoso FregapaniCarlos RezerraIranildo Pereira

Freitas Diniz

Bento GonçalvesBorges da SilveiraHenrique Eduardo

Alves

PT

PP

Márcio Macedo

PDS

Josias LeiteRafael FaracoTelmo KirstVasco NetoVictor FaccioniVago

PDT'

PMDB

Manoel Arrudamysses GuimarãesWalter Silva

Suplentes

PDS

Joel FerreiraMarcelo LinharesUbaldo BarémWanderley MarizWilson Falcão2 vagas

Airton SandovalErnesto de MarcoFernando CoelhoIranildo Pereira

Daso CoimbraMarcelo' Medeiros

Adhemar de BarrosFilho

Amilcar de QueirozCastejon BrancoClaudio PhilomenoHumberto SoutoJorge Arbage

Alvaro GaudêncioAlvaro ValleBias FortesErasmo DiasFernando GonçalvesJ osué de SouzaHélio Campos

Vago

Vago

13) COMISSÃO DE RELAÇõES EXTERIORES

Titulares

PDS

Presidente: Flávio Marcílio - PDSVice-Presidente: Diogo Nomura - PDSVice Presidente: Mao Dowell Leite de Castro

-PP

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: - Anexo TI - Sala 7 - Ramal 6347secretária: Edna Medeiros Barreto

PPJoel VivasPeixoto Filho

PDT

PT

PPRuben FigueiróUbaldo Dantas

PDT

PMDBPedro Ivo3 vagas

PDT

PMDBGilson de BarrosJuarez Furtado

PDT

PMDBJcrge UequedJúlio CostamilanMendonça Neto

Suplentes

PDSJoão ClímacoOsvaldo Melo2 vagas

Suplentes

PDSLygia Lessa BastosNatal GaleNilson GibsonPedro CorrêaRezende MonteiroWilson BragaVago

PMDBMarcelo CordeiroMax MauroTarcisio Delgado

16) COMISSÃO DE SERViÇO POBLICOPresidente: Reitor Alencar Furtado ­

PMDBVice-Presidente: Celso Peçanha - PMDBVice-Presidente: Augusto Lucena - PDS

Titulares

PDSWildy Vianna3 vagas

Adauto BezerraAdernar PereiraClaudino SalesHorácio Matos,

Vago

Fernando GonçalvesOssian AraripeParente Frota

Epítácio CafeteiraFrancisco Pinto

Vago

17) COMISSÃO DE TRABALHO E lEGISLAÇAOSOCIAL

Presidente: Osmar Leitão - PDSVice-Presidente: Vivaldo Frota - PDSVice-Presidente: Benedito Marcillo - PT

Titulares

PDSMaluly NettoOctávio TorrecillaPedro CaroloTúlio Barcelos2 vagas

Magnus Guimarães

Antônio Carlos deOliveira

Carlos SantosFernando Coelho

Amadeu: GearaEdgard AmorlmEdson KhairFlávio Chaves

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioAntônio AmaralCarlos ChiarelliFrancisco RollembergJoão Alves

Antonio GomesBezerra de MeloGióia JúniorJayro MaltoniJoaci! PereiraJosé Carlos FagundesJulio Campos

Antônio MarizJoel Lima

REUNIOESQuartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo Ir - Sala 12 - Ramal 6363Secretário: Delair de Mattos Rezende

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 6367Secretário: Agassis Nylander Brito

Audálio DantasDel Bosco AmaralEloar GuazzelliFernando Cunha

Alceu Collares

Carneiro ArnaudEdson Vidigal

Mauro SampaioMenandro MinahimNavarro Vieira FilhoPedro CorreaVago

PP

Ubaldo Dantas

4 vagas

PP

Péricles Gor.çalves

PDS

PDS

João AlvesSalvador JulianelliWilson FalcãoVago

PP

Rubem Dourado

PDS

J oel FerreiraNey FerreiraRélio Campos

PDS

PMDB

Max Mauro

PMDB

Marcondes Gadelha2 vagas

PP

Paulo GuerraTelêmaco PompeiTúlio BareelosVicente GuabirobaWalter de Prá

PMDB

PMDB

3 vagas

Suplentes

Suplentes

Adernar PereiraJosé de Castro

CoimbraLudgero Raulino

Leônidas SampaioPedro Lucena

Euclides ScalcoJorge Vianna

Athiê CouryBraga RamosCastejon BrancoFrancisco RollembergInocéncio Oliveira

Ernesto Dall'OgUo

Carlos CottaPaulo Torres

Eloar Guazzelli

Carlos CottaCarneiro Arnaud

15) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

Presidente: Mário Rato - PMDBVice-Presidente: Borges da Silveira - PPVice-Presidente: Waldmir Belinatti - PDS

Titulares

Presidente: Paulo Studart - PDSVice-Presidente: Odulfo Domingues - PDSVice-Presidente: Pedro Ivo - PMDB

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 13 - Ramais 6355 e6358

Secretário: Walter Flores Figueira

Alípio CarvalhoAntonio P{)ntesAry KffuriErasmo Dias

14) COMISSÃO DE SAODE

Modesto da Silveira

Joel VivasVago

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal 6352

e 6350Secretária: Iná Fernandes Costa

ltalo ContiJosé Ribamar

MachadoMilton BrandãoOctavio Torrecilla

Edson VidigalLuiz Baccarini

Norton MacedoRaymundo DinizRoberto CarvalhoRogério RegoRuy SilvaStoessel Douradouoaldo BaremWilson Falcão3 vagas

Leur LomantoPaulo StudartRaul BernardoRoberto GalvaniSiqueira CamposTheodorico FerraçoVasco NetoVictor FaccioniWaldmir Belinati4 vagas

Jairo BrwnJúnia MariseRoque ArIUlRosa FloresSebastião Rodrigues

JúniorWaldir Walter

PP

Magalhães PintoMendes de MeloPinheiro Machado

PT

PDS

PDT

PTB

PTB

PT

PP

Mil'O TeixeiraPedro SampaioRenato AzeredoWalber Guimarães

PDT

PMDB

PMDB

Mendonça NetoOlivir GabardoPaulo RattesRonan TitoSamir AchÔaillysses Guimarães

Suplentes

Adalberto CamargoAdriano ValenteAntonio UenoBatista MirandaBias FortesCélio BorjaGeraldo GuedesHenrique TurnerHugo Napoleãoítalo ContiJosé Ribamar MachadoMarcelo Linhares

José Maurício

Jorge Cury

Aluízio BezerraArnaldo LafayetteCardoso FregapaniCarlos SantosDel Bosco AmaralIsrael Dias-NovaesIram Saraiva

Carlos Sant'AnnaJoão LinharesJoão MenezesLeopohiu Bessone

Augusto LucenaBonifácio de AndradaChristiano Dias LopesCláudio PhilomenoErnani SatyroFernando MagalhãesGnido ArantesHermes MacedoJosé AlvesJosé TorresLeorne Belém

Aldo FagundesE1qnisson SoaresFrancisco PintoFelippe PennaHildérico OliveiraJosé FreireMarcus Cunha

Luiz Cechinel

1 vaga

Vilela de Magalhães

Magnus Guimarães

Daniel SilvaHélio GarciaLázaro CarvalhoMárcio Macedo

Eloy Lenzi

Adalberto CamargoAlcebíades de OliveiraAlIpio CarvalhoCesárlo BarretoCláudio StrassburgerCristino cortesDarcílio Ayres

Hugo Rodriguesda Cunha

Octávio TorrecillaVictor Fontana

PP

Pedro Sampaio

PMDE

Elquisson SoaresRonan Tito

Suplentes

PDS

Antônio MorimotoAntonio UenoAthiê CouryEdilson Lamartine

REUNIõES

Terças-feiras. ás 10 :00 horasLocal: Plenário das CPIs - Anexo IIRamal: 6404Secretária: Myrthes Hooper Silva

Titulares

PMDE

Alvaro Dias Hélio DuqueGerson Camata

Melo Freire

PDS

4) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQU~RITODESTINADA A APURAR AS RAZÕES DETER.MINANTES DAS CONSTANTES E CRESCENTESMAJORAÇÕES DAS TARIFAS DE AGUA, ES.GOTO, LUZ, TELEFONE E TRANSPORTE CO.lETIVO URBANO

Adriano Valente Navarro VieiraAdolpho Franco Odulfo DominguesCastejon Branco

Airton SandovalCristina Tavares

PP

Luiz Leal Renato Azeredo

PPCaio Pompeu

PMDBTarcísio Delgado

VagoVagoVago

PMDBRoberto Freíre

PP

SuplentesPDS

Geraldo Guedes (PDS) - Livro II - Parte Es­pecial - Atividade NegociaI.

Afrisio Vieira Lima (PDS) - Livro lII - ParteEspecial - Coisas.

Igo Losso (PDS) - Livro IV - Parte Especial- Família.

Tarcisio Delgado (PMDB) - Livro V - ParLeEspecial - Sucessões.

TitularesPDS

Geraldo GuedesRaymundo Diniz

Brabo de CarvalhoF1ávio Chaves

2) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

DESTINADA A INVESTIGAR A SITUAÇAO DOPATRIMôNIO HISTÓRICO E ARnSTICO NA·CIONAl E AVALIAR A PDLlTlCA DO GO­VERNO FEDERAL PARA SUA DEFESA ECONSERVAÇAO

RESOLUÇAO N.O 11, DE 1980

Prazo: 5-12-80 a 30-3-82

Presidente: Célio Borja - PDSVice-Presidente: Vicente Guabiroba - PDS

Relator: Fernando Coelho - PMDB

Titulares

Afrisio Vieira LimaFrancisco BenjamimErnani Satyro

Leite Schimidt

Elquisson SoaresIsrael Dias-Novaes

Rubem Dourado

VagoVagoVago

PMDBOctacilio de AlmeidaPaulo BorgesTidei de LimaValter Garcia

PPVago

PTB

PDT

Raul Bernardo - PDSAlair Ferreira - PDSSérgio Ferrara - PP

TitularesPDS

Jayro MaltoniJ oel RibeiroManoel RibeiroRezende MonteiroRuy BacelarSimão 8essim

João LinharesLuiz Leal

AIrton SandovalFrancisco LibardoniFued DibGilson de Barros

Aluizio Paraguassu

18) COMISSÃO DE TRANSPORTESPresidente

Vice-PresidenteVice-Presidente

Lázaro CarvalhoMário Stamm

Aurélio PeresFernando LyraGeraldo FlemingNabor Júnior

Vilela de MagalhãesSuplentes

PDSEmídio PerondlFrancisco BenjaminJoaquim GuerraJorge PauloLéo SimõesNavarro Vieira Filho2 vagas

PMDBJosé Maria de CarvalhoOdacir KleinRuy CôdoVago

PPNélio LobatoVago

PDT

Alcides FranclscatoDarcy PozzaFrancisco LeãoHélio LevyHermes MacedoHidekel FreitasHomero Santos

Chefe:Local.

Chefe:Local:

Israel Dias-Novaes

PDS

Angelo Magalhães José AlvesAntônio Zacarias

PMDB

Amadeu Geara João HerculinoDélio dos Santos

PPCarlos Augusto

Suplentes

PDS

Altair Chagas Wildy ViannaAntônio Amaral 2 vagasJoel Ribeiro

PMDB

Júlio Costamilan Valter GarciaMaurício Fruet

PP

Mendes de Melo Jorge Moura

Titulares

REQUERIMENTO N." 138/81

Prazo: 12-8-81 a 26-4-82

Presidente: Alexandre Machado - PDSVice-Presidente: - PDS

Relator: Mário Stamm - PP

REUNIOESTerças-feiras, às 10 horasLocal: Plenário das CPIs - Anexo IISecretária: Lourdinete Honório Paiva

Anexo II - Ramal 6406

João FaustinoLeur LomantoVieira da Silva

PMDB

Modesto da SilveiraPP

Ubaldo Dantas

REUNIOES

Ronan Tito

Márcio Macedo

Alcebiades OliveiraAlvaro ValleHugo Napoleão

3) COMISSAo PARLAMENTAR DE INQU~RITO

DESTINADA A APURAR AS DISTORÇõESEXISTENTES NA COMERCIALIZAÇAO DO CAF~

BRASilEIROREQUERIMENTO N." 139/81

Prazo: 16-6-31 a 30-3-82

Presidente Cardoso de Almeida - PDSVice-Presidente Delson Scarano - PDS

Relator Cardoso Alves - PMDB

PDSBezerra de Melo Nilson GibsonGeraldo Guedes Rômulo Galvão

PMDB

Vilela de Magalhães

Suplentes

PDS

Quintas-feiras, às 10 horasAnexo II - Sala das CPIsRamal: 6406secretário: Geraldo Jair Barros

PPEdson Vidigal Juarez Batista

PTB

Seção de Comissões Parlamentaresde Inquérito

Lucy Stumpf Alves de SouzaAnexo II - T~l.: 223-7280 (diretoiRamal 6403

Diretor: Walter Gouvêa CostaLocal: Anexo II - Tel.: 226-2!H2 (direto)

Ramal 6400 e '6401

Seção de Comissões EspeciaisStella Prata da Silva Lopes

Anexo n - Tel: 223-8289(direto) Ramais 6408 e 11409

REUNIOESQuartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 5 - R. 6372 e 6373Secretário: Carlos Brasil de Araújo

VagoPTB

COORDENAÇÃO DE COMISSÕESTEMPORARIAS

1) COMISSAO ESPECIAL DESTIfADA A DARPARECER AO PROJETO DE LEI H.o 634/75,DO PODER EXECUTWO, QUE INSTITUI OCóDIGO CWIL

Presidente: João Linhares - PPVice-Presidente: Igo Losso - PDSVice-Presidente: Elquisson Soares - PMDB

Relator-Geral: - PDSRelatores Parciais:

Israel Dias-Novaes (PMDB) - Pal"te Geral ­Pessoas, Bens e Fatos Jurídicos.

Raymundo Diniz (PDS) - Livro I - Parte Es­pecial - Obrigações.

Lúcio CioniManoel GonçalvesMilvernes Lima

Luiz Baptista

PP

PDT

PP

Pedro Lucena

PMDBFued Dib

PMDB

Octacilio QueirozWaldir Walter

Suplentes

PDS

Carneiro Arnaud

Cristina TavaresMax Mauro

Alceu Collares

REUNIõES

Fernando MagalhãesJoão AlbertoJUlio CamposLeorne Belém

.Jorge GamaMário Frota

Carlos Catta

Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Plenário das CPIs - Anexo IISecretária: Maria Teresa de Barros Pereira

Anexo II - Ramal 640'1

Júlio MartinsPedro Corrêa

PP

Daniel Silva

PDS

Carlos Bant'Anna

REQUERIMENTO N.o 140/81Prazo: 29-9-81 a 11-6-82

Presidente: Castejon Branco - PDSVice-Presidente: Sebastião Andrade - PDS

Relator: Adhemar Santillo ~ PMDB

Titulares

REUNIõES

QUintas-feiras. às 10 horasLocal: Plenário das CPIs - Anexo IIsecretaria.: Anexo II - Ramal 6410Secretária: Nelma Cavalcanti Bonifácio

6) CO~~ISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

DESTINADA A APURAR AS CAUSAS ECON·SEQü!NCIAS DA FOME, DESNUTRIÇAO EfALTA DE SAÚDE NA POPULAÇAO DE BAI­XA RENDA MO BRASIL

Antônio MazurekHenrique TurnerJayro Maltoni

PMDBJosé Maria de

Carvalho

PPRosemburgo Romano

SuplentesPDS

Cláudio BtrassburgerPedro Carola

Jorge Uequed

RESOLUÇAO Nº 18/81Prazo: 13-8-81 a 27-4-82

Presidente: Braga Ramos - PDSVice-Presidente: Francisco Leão - PDS

:Relator: Nivaldo Krüger - PMOB

TitularesPDS

Cesálio Barreto Diogo NomuraDarcy P<>zza Theodorico Ferraço

PMDBOUvir Gabardo

5) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUmlTODESTINADA A AVALIAR OS RESULTADOSDA REFORMA DO ENSfiO DE 1.° E 2.°GRAUS

Luiz Baptista

Antônio FerreiraAugusto LucenaChristóvam Chiaradia

João HerculinoMurilo Mendes

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL

PREÇO DE ASSINATURA(Inclusa as despesas de correio)

Seção I (Câmara dos Deputados)

Via-Superfície:

Semestre Cr$Ano Cr$Exemplar avulso Cr$

Seção 11 (Senado Federal)

Via-Superfície:

Semestre Cr$Ano Cr$Exemplar avulso Cr$

3.000,006.000,00

50,00

3:000,006.000.00

50.00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, pagáveis em Brasília ouOrdem de Pagamento pela Caixa Eco.nômica Federal - Agência Parlamento. Conta-Corrente n9

950.052/5. a favor do:

Centro Gráfico do Senado Federal

Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 - Brasília - DF

CEP 70.160

REVISTA DE INFORMAÇÃOLEGISLATIVA NfJ 70

Está circulando o n9 70 da Revista de Informação Legislativa, periódico trimestral de pesquisajurídica e documentação legislativa editado pela Subs€;cretaria de Edições Técnicas do SenadoFederal.

Este número, com 380 páginas, apresenta as seguintes matérias:

COLABORAÇÃO

Pelo governo parlamentar - Paulino JacquesConsiderações em torno dos Poderes do Estado -

Paulo de Figueiredo

O decreto-lei na Constituição - Ronaldo Rebello deBritto Poletti

Aspectos da técnica jurídico-legislativa aplicáveis àinterpretação do regime jurídico das leis com­plementares à Constituição Federal - EdgardLincoln de Proença Rosa.

Direito romano e sistema jurídico latino-americano- Anna Maria Vil/ela

A unificação do direito internacional privado e aConvenção da CEE em matéria de lei aplicávelàs obrigações contratuais - C. G. J. Morse

Da doutrina brasileira do direito adquirido e a pro­jeção dos efeitos dos contratos contra a incidên­cia da lei nova - Amoldo Wald

A doutrina da tipificação e sua extensibilidade ­Márcio Antônio Inacarato

O ilícito civil e o ilícito penal- José de Castro Meira

Defesa social - Armida Bergamini Miotto

As novas leis penais do Brasil - Benjaff'in Moraes

Repressão penal às violações do direito de autor -Antonio Chaves

Direito de autor na obra fotográfica - Carlos AlbertoBittar

No centenário da Lei Saraiva - Mircea Buescu

Justiça agrária - 19or Tenorio

A licença de ocupação no direito agrário - Welling­ton Lopes

Brasília 20 anos depois - Wilhelmus G. Hermans

Conselho Deliberativo - Silveira Neto

DOCUMENTA çÃO

Código Penal

Anteprojeto de Lei (Parte Geral) comparado ao Códi­go vigente

A Revista pode ser adquirida na Subsecretaria de Edições Técnicas - Senado Fede­ral - 229 andar - Brasília - DF ou pelo REEMBOLSO POSTAL (CEP 70160)

Preço: Cr$ 240,00

Assinatura da Revista de Informação Legislativa (n9s 70 a 73): Cr$ 960,00.

SEGURANÇA NACIONAL

(edição 1980)

Lei nl? 6.620/78 - texto, índices sistemático e temático

textos constitucionais e legislação ordinária

- A lei vigente comparada à legislação anteriorAnotações (opiniões e legislação correlata)

Projetos em tramitação no Congresso Nacional

Histórico da Lei nl} 6.620/78

384 páginas

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LEI ORGÂNICADA

MAGISTRATURA NACIONALLei Complementar n9 35/79

(alterada pela Lei Complementar n9 37/79)

Texto anotado

índice temático

Histórico das leis (tramitação legislativa)

Regimento Interno do Conselho Nacional da Magistratura

2' edição - 1980

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Senado Federal

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-

o PODER LEGISLATIVOEA CRIAÇÃO DOS

CURSOS JURíDICOS

Obra comemorativa do Sesquicentenárioda Lei de 11 de agosto de 1827, que criou os Cur­sos Jurídicos de São Paulo e Olinda.

Precedentes históricos, debates da Assem­bléia Constituinte de 1823, Decreto de 1825 comos Estatutos do Visconde da Cachoeira, completatramitação legislativa da Lei de 11-8-1827, com aíntegra dos debates da Assembléia Geral Legislati­va (1826-1827), sanção imperial e inauguração dosCursos de São Paulo e Olinda.

índices onomástico e temático

410 páginas

PREÇO: Cr$ 70,00

Pedidos pelo reembolso postal àS.UBSECRETARIA DE EDIÇOES Tl:CNICAS DO SENADO FEDERAL

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EDIÇÃO DE HOJE: 96 PÁGINAS

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IPREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 50,00 l