Universidade Anhanguera Curso Administração de Empresas Disciplina: Desenvolvimento Econômico 5º...
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Universidade Anhanguera
Curso Administração de Empresas
Disciplina: Desenvolvimento Econômico
5º Período
1 – Carlos André Barroso Galdino RA 350404.
2 – Dayanna Ribeiro Silva RA 358394
3 – Hudson Martins Fidalgo RA 363070
4 – Raiane Oliveira RA 377915
5 – Rejane Dantas de Moura Abou Lahoud RA 349742
Professor: Maria Renata Dalpiaz
Macaé, 01 de junho 2014.
1
Introdução ........................................................................................................................ 3
1 – Conceitos ................................................................................................................... 4
2- BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) ...........................................................................8
2.1– Representativa Global .............................................................................................12
2.2– Investimentos Diretos Internos ...............................................................................10
2.3– Novo Padrão Monetário ........................................................................................ 13
2.4 – Características Comuns destes Países ....................................................................16
2.5 – Critérios de Avaliação ..........................................................................................18
2
3 – Comentários sobre o IDH da Região ....................................................................... 19
4 – Conclusão ................................................................................................................ 22
5 – Bibliografia .............................................................................................................. 24
3
Introdução
Desenvolvimento econômico é um processo que aumenta a
economia nacional real durante um longo período de tempo;
essa renda nacional real, refere-se ao produto total do
país de bens e serviços finais, expresso não em termos
monetários, mas sim em termos reais.
Os detalhes do processo variam sob condições diversas no
espaço e tempo, mas, há características comuns básicas, e o
resultado geral é o crescimento do produto nacional da
economia que, por si só, é uma variação particular a longo
prazo. O processo de desenvolvimento econômico supõe que
ajustes institucionais, fiscais e jurídicos são
necessários, tais com incentivos para inovações,
empreendedorismo e investimentos, e também fornecer
condições para um sistema eficiente de produção, circulação
e distribuição de bens e serviços à população.
Quando qualificado pelo adjetivo econômico, refere-se a
produção de riqueza material, a partir do potencial dado
pela disponibilidade de recursos humanos e naturais e uso
de tecnologia.
4
1 – Conceitos
PIB (Produto Interno Bruto)
É um indicador da atividade econômica de um determinado
país na medida em que representa o valor total da produção
de bens e serviços. Dividindo o PIB pelo total da população
obtém-se o PIB per capita, indicador que mede o grau de
desenvolvimento econômico de um país. O PIB per capita é
por vezes ajustado às paridades do poder de compra entre
países.
O PIB per capita (por pessoa), também conhecido como renda
per capita, é obtido ao através do PIB de uma região,
dividindo pelo número de habitantes. O PIB é a soma de
todos os serviços e bens produzidos num período de uma
determinada região; Ele é expresso em valores monetários
(no caso do Brasil em Reais), e importante na atividade
5
econômica de uma região para representar seu crescimento
econômico. Vale dizer que no em seu cálculo não são
considerados os insumos de produção (matérias-primas, mão-
de-obra, impostos e energia).
A Fórmula para calculá-lo o PIB de uma região é: PIB =
C+I+G+X-M. Onde, C (consumo privado), I (investimentos
totais feitos na região), G (gastos dos governos), X
(exportações) e M (importações).
Índice de Gini
Desenvolvido em 1912 pelo economista italiano Corrado Gini
a fim de suprir uma necessidade de que tomasse como
pressuposto a desigualdade distributiva da renda, criando
então, uma escala comparável desses graus de desigualdade.
Embora muito utilizado na análise da distribuição de renda,
também possui a função de medir o grau de concentração de
qualquer distribuição estatística. Por exemplo, o
coeficiente de Gini é um indicador do grau de concentração
espacial de uma determinada classe de indústria em certa
base geográfica; Neste caso, verifica quais atividades são
regionalmente mais concentradas. O índice de Gini é
calculado como razão das áreas no diagrama da curva de
Lorenz - um dos instrumentos analíticos mais usados para
compreender a desigualdade.
Curva de Lorenz6
É representação gráfica construída a partir da ordenação da
população pela renda. A curva de Lorenz é representada por
uma função L(P), que corresponde à fração recebida pela
péssima fração inferior da população, quando a população
está ordenada por renda de forma crescente.
A inclinação da curva é sempre positiva e é convexa, e L(0)
= 0 e L(1) =1
A linha L(p) =p é a linha de perfeita igualdade, e
corresponde à linha OB.
A linha de extrema desigualdade corresponde aos segmentos
AO e AB, e a uma situação na qual todos recebem zero com
exceção do mais rico, que recebe o total da renda. A curva
de Lorenz sempre se encontra entre a linha de perfeita
igualdade e a de extrema desigualdade, quando mais próxima
ela estiver da linha de perfeita igualdade, mais
igualitária é a distribuição de renda.
Índice de desenvolvimento Humano (IDH)
Desenvolvido em 1990 pelo economista Mahbub Ul Haq, com a
ajuda de Amartya Sen, para ser uma ferramenta para aferir o
avanço do bem-estar de uma população. Desde 1991, vem sendo
atualizado e divulgado pelo programa das nações unidas no
seu relatório anual e publicado em mais de cem países.
Trata-se de um índice que se contrapõe a outro indicador
muito utilizado, o produto interno Bruto (PIB) per capita,
e que procura considerar não apenas a dimensão econômica,
mas outros aspectos que influenciam na qualidade de vida
humana.
7
O IDH varia de 0 (Zero) a 1(Um) e representa uma medida
conjunta de três dimensões do desenvolvimento humano:
2 A renda medida do PIB per capita, corrigido pelo poder de
compra da moeda de cada país;
3 A longevidade, medida pelos números de expectativas de
vida ao nascer;
3. A educação, avaliada pelo índice de analfabetismo e pela
taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. Deve-se
mencionar, no entanto, que o índice não é uma medida
abrangente do desenvolvimento humano, pois deixa de incluir
indicadores importantes como o respeito pelos direitos
humanos, a democracia e a desigualdade. No Brasil, o índice
pode ser consultado no Atlas do desenvolvimento Humano no
Brasil.
O Conceito Histórico do Desenvolvimento Econômico consiste
na eliminação das privações de liberdade que limitam as
escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer sua
condição de agente. É um fenômeno histórico que passa a
ocorrer nos países ou estados-nação que realizaram sua
revolução capitalista, e se caracteriza pelo aumento
sustentado da produtividade ou da renda por habitante.
Desenvolvimento e Crescimento desenvolvimento econômico
implica mudanças estruturais, culturais e institucionais, e
crescimento econômico é o simples aumento da renda per
capita, os dois termos não se confundem porque há casos em
que a produção média por habitante aumenta, mas mesmo no
longo prazo não há aumento generalizado dos salários e dos
padrões de consumo da sociedade.
8
O Desenvolvimento Econômico do Brasil durante o período do
populismo teve inicio em 1929, nos últimos dez anos da
industrialização do Brasil no século XIX veio a crise do
sistema capitalista, que, de certa forma, relaciona-se à
terceira fase, iniciada em 1930, com a revolução. Nessa
fase, a industrialização ganhou corpo e se firmou. Em
primeiro lugar, pela falência do federalismo da República
Velha e pela implantação de um Estado fortemente
centralizado, culminando na instituição da ditadura de
Vargas (Estado Novo). Em virtude disso, formou-se um
mercado verdadeiramente nacional para a indústria, em razão
da quebra de barreiras entre as distintas unidades da
federação, que facilitou a livre circulação de mercadorias,
levando à fusão dos mercados isolados e locais. Além do
mais, a construção de portos, ferrovias e rodovias, nesse
período, integrou fisicamente as regiões dispersas. Porém é
a industrialização não se difundiu igualmente por todo o
Brasil, concentrou-se em São Paulo, que se tornou o estado
mais industrializado.
Desenvolvimento e dependência. Os estudos sobre o
desenvolvimento ganharam impulso depois da segunda guerra
mundial, graças ao progressivo e tumultuado processo de
descolonização que se vinha tendo.
As ideias que tomaram seu lugar preocupam-se principalmente
com a competitividade empresarial, com a liberdade de ação
dos capitais privados e com a integração subordinada a
algum dos blocos econômicos que estão construindo os
grandes centros capitalistas.
9
Já a Dependência e Desenvolvimento na América Latina, foi
obra de dois presidentes segundo Cardoso, Faletto, (1970) e
Smaniotto, (2006). Assim, Smaniotto que utilizou da obra de
Cardoso e Faletto, que trata de um assunto bastante
estingante do ponto de vista político, vem tratar das
questões mais complexas que são: os entraves do não
desenvolvimento das economias dos países da América do Sul
e mais precisamente da economia subdesenvolvida do Brasil.
Na abordagem apresentada por Fernando Henrique, o governo
populista de Vargas teve por característica subsidiar o
desenvolvimento industrial brasileiro, contudo, a burguesia
industrial brasileira não se alinhou desde o início ao
projeto de Vargas, como elucida os autores: “(…) o Estado
surge como instrumento não só de regulação do sistema
industrial, mas também como instrumento direto de sua
constituição, através da criação de empresas públicas,
autárquicas ou paraestatais. (…) A preocupação de formar um
mercado interno capaz de estimular o desenvolvimento e de
conduzi-lo posteriormente para uma expansão auto-sustentada
não surgiu nem se transformou em política efetiva a partir
dos setores industriais; só em um segundo momento os grupos
empresariais quando o impulso industrialista já está dado
voltaram seus interesses para esse tipo de política”.
(CARDOSO, FERNANDO HENRIQUE; FALLETO, ENZO; p 103, 104).
Assim entendemos que o Brasil é um país subdesenvolvido
incapaz de revolucionar o sistema de governo transformando
o seu crescimento e desenvolvimento econômico.
10
Concluímos que, para que um estado democrático seja
realmente forte é necessário que sua ordem jurídica e seu
governo apoio na sociedade civil.
Nas sociedades modernas, essa legitimidade depende da
capacidade do estado de cobrar impostos em níveis
suficientes para prover os serviços sociais, hoje
considerados direitos de cidadania. Construir estados
fortes, capazes de lograr a relativa igualdade necessária à
estabilidade política essencial para o desenvolvimento
econômico.
Estes países emergentes possuem características comuns
como, por exemplo, bom crescimento econômico. Ao contrário
do que algumas pessoas pensam que estes países não compõem
um bloco econômico, apenas compartilham de uma situação
econômica com índices de desenvolvimento e situações
econômicas parecidas. Eles formam uma espécie de aliança
que busca ganhar força no cenário político e econômico
internacional, diante da defesa de interesses comuns.
O Índice de Gini do Brasil é de 51,9 (ano de 2012) o que
demonstra que nosso país, apesar dos avanços econômicos dos
últimos anos, ainda tem uma alta concentração de renda.
Porém, devemos destacar um avanço do Brasil neste índice,
já que em 2008 era de 54,4.
A curva de Lorenz é um simples instrumental gráfico e
analítico que nos permite descrever e analisar a
distribuição de renda em uma sociedade, além de permitirem
que ordenassem distribuições de renda sob um ponto de vista
de bem-estar. A curva Lorenz é uma curva que expressa à
11
relação entre a proporção de pessoas com renda pelo menos
tão elevada do que determinado valor e a proporção de renda
recebida por essas pessoas.
Um resultado de IDH igual a zero significa a inexistência
de desenvolvimento humano; já um resultado igual a um
significa um desenvolvimento total ou pleno. Em geral os
países são classificados do seguinte modo:
Países com IDH entre 0 e 0,499 tem desenvolvimento humano
considerado baixo;
Países com IDH entre 0,500 e 0,799 são considerados de
médio desenvolvimento;
Países com IDH superior a 0,800 tem desenvolvimento humano
considerado alto. O conceito base “Em economia, os seres
humanos são entes racionais que sempre perseguem seu auto-
interesse” Adam Smith (1723-1790). A Economia estuda a
forma pela qual os indivíduos e a sociedade fazem suas
escolhas e tomam decisões para que os recursos disponíveis,
sempre escassos, possam contribuir da melhor maneira para
satisfazer as necessidades individuais e coletivas da
sociedade. A apresentação de três medidas de
desenvolvimento (ou desigualdade) teve como objetivo
contrapor as analise que se baseiam somente na visão
economicista de comparar o PIB per capita dos países.
Entretanto, o consenso em torno da melhor maneira de
mensurar o desenvolvimento econômico também esta longe de
ser estabelecido.
2 - BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China)
12
O BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China crescem mais que a
média mundial e atraem investimentos do mercado interno em
expansão, investimentos externos crescentes, e a busca por
uma nova governança global colocam Brasil, Rússia, Índia e
China em evidência no cenário internacional.
Ha três décadas era imaginável a mudança geopolítica e
econômica que a dos países que compõe o BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China). O Brasil vivenciava fortemente a
estagnação econômica que levou os anos de 1980 a serem
conhecidos como "a década perdida", a Rússia ainda vivia
sob um regime comunista, a Índia engatinhava em sua busca
pelo comércio externo, e a China iniciava reformas para
abrir seu imenso mercado consumidor às empresas
capitalistas.
E 30 anos depois estes países lideram a retomada do
crescimento econômico global após uma severa crise, entre
2008 e 2009, ter abalado as estruturas financeiras dos
países mais desenvolvidos. Para consolidar este novo
posicionamento e importância no cenário mundial, os países
do BRIC (acrônimo criado pelo economista chefe do banco
Goldman Sachs, Jim O´Neill, em 2001) se articularam
buscando formas de aumentar sua participação nos rumos
econômicos do planeta, bem como uma maior inserção na
política internacional, sejam por meio de uma participação
mais relevante em organismos multilaterais, seja reforçando
entre si posicionamentos e parcerias comerciais e
tecnológicas.
13
Neste sentido, realizou em 2009, na Rússia, a primeira
cúpula dos BRIC, encontro cujo ponto central foi à busca de
uma maior representatividade dos países emergentes no
processo decisório no campo das relações internacionais. Um
ano depois, o Brasil sediou a II Reunião de Cúpula dos
países que formam o BRIC, ocorrida no Palácio do Itamaraty
em Brasília, no dia 15 de abril, na qual o presidente Luís
Inácio Lula da Silva recebeu seus colegas Hu Jintao (China)
e Dmitri Medvedev (Rússia) e o primeiro-ministro Manmohan
Singh, da Índia. Em paralelo, o Ipea promoveu, entre os
dias 14 e 15 de abril, um encontro entre representantes de
alguns dos principais centros de estudo econômicos da
Rússia, China e Índia, para discutir o papel dos BRIC na
transformação global pós-crise.
2.1– Representativa Global
A busca por uma maior cooperação no cenário político
internacional reflete o crescimento que estes países
obtiveram nos últimos anos, especialmente no âmbito
econômico. De acordo com dados do Banco Mundial, em 1990 os
países do BRIC representavam 8% Produto Interno Bruto (PIB)
mundial, e em 2006 passaram a representar 12% da economia
global. O comércio internacional é uma das dimensões na
qual a importância dos BRIC aumentou visivelmente. No mesmo
intervalo de tempo, o peso destes países no comércio
mundial passou de 3,9% para 10,6%, excetuando-se deste
total a Rússia, cujos dados de 1990 não estão disponíveis.
14
O BRIC trabalha com economias que apresentam grandes
mercados internos "aumentando as possibilidades para que
possam obter exportações viabilizadas pelo crescimento”, em
vez de um “crescimento liderado pelas exportações”, o que
lhes permite um espaço maior de participação nas relações
internacionais, argumentou o pesquisador no texto O
comércio entre os países do BRIC, divulgado durante o
evento em Brasília. Alguns estudos chegam a apontar que os
nos próximos 50 anos o BRIC poderá superar o G-6 (Estados
Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália) como
principal força propulsora da economia global.
2.2 – Investimentos Diretos Internos
Parte do crescimento destes países se explica pelos
investimentos diretos externos (IDE) feitos em suas
economias, e por suas economias. A Unctad, órgão das Nações
Unidas para o comércio e desenvolvimento, estima que em
2009 o fluxo total de IDE tenha alcançado US$ 1,4 trilhão,
após pico de US$ 1,97 trilhão em 2007, e US$ 1,69 trilhão
em 2008. O órgão da ONU projeta que a partir de 2011 os
fluxos de IDE se recuperem consistentemente, com boa parte
deste fluxo sendo gerada e absorvida pelos BRIC.
Dentre os países do BRIC, o Brasil é o mais
internacionalizado, com o maior estoque de IDE em relação
ao seu PIB (18%), seguido pela Rússia (13%), Índia (10%) e
China (9%).
15
Entretanto, considerando os investimentos feitos em outros
países, o Brasil fica em segundo lugar. O estoque de
investimento no exterior corresponde a 10% do PIB
brasileiro, enquanto na Rússia este porcentual alcança 12%.
Luciana Acioly, coordenadora de Estudos de Relações
Econômicas Internacionais do Ipea, citou o exemplo da
Rússia, que se aproveitando do ciclo de valorização das
commodities minerais na década de 2000, acumulou um elevado
nível de divisas (mais de US$ 439 bilhões ao final de
2009), tornando-se assim a maior fonte de IDE dentre os
BRIC.
O IDE russo concentra-se nos setores de petróleo e gás,
mineração, siderurgia e telefonia móvel, detalhou Luciana,
acrescentando que cerca de 30% do estoque de IDE russos
estão localizados na Comunidade dos Estados Independentes
(CEI), que reúne países que faziam parte da URSS, com a
União Européia concentrando mais de 40%. "A Rússia não
possui políticas específicas de apoio à internacionalização
de suas empresas, tais como incentivos fiscais,
financiamentos e seguro contra risco político, mas apesar
desta inexistência de políticas BRICS - O tempo do BRIC -
Brasil, Rússia, Índia e China crescem mais que a média
mundial e atraem investimentos específicos, é clara a
influência do Estado sob o processo de internacionalização
das empresas", ressalta.
Já Svetlana Glinkina, do Instituto de Economia da Academia
de Ciências da Rússia salientou que metade dos
investimentos totais da Rússia em 2009 foi IDE. A
16
pesquisadora reconhece que o papel do Estado russo no setor
de óleo e gás é muito grande, e que "mudar esta situação
hoje é muito difícil, porque as companhias estão lucrando
muito com o alto preço do petróleo". Svetlana avaliou que a
melhor maneira de a Rússia a superar sua dependência da
exportação de commodities minerais é aproveitar as grandes
reservas em moeda estrangeira e "aplicá-las para organizar
créditos específicos para nossas empresas, melhorando sua
eficiência e o próprio sistema russo".
Índia e China, em termos de IDE, Índia e China estão em
posições distintas dentro do BRIC.
A China é o país que mais recebe investimentos externos
direto dentro do bloco (US$ 108 bilhões em 2008, sendo o
terceiro país que mais recebeu IDE no mundo), enquanto no
mesmo ano a Índia recebeu US$ 42 bilhões, a Rússia
recepcionou US$ 70 bilhões, e o Brasil US$ 45 bilhões.
A Índia, apesar do menor volume de recursos recebidos,
apresentou avanço considerável nos seus investimentos
externos. Os investimentos feitos por empresas indianas no
exterior cresceram de menos de 1% dos investimentos
originados em países em desenvolvimento no ano 2000 para 6%
em 2008, movimento marcado pelas empresas indianas
adquirindo e se fundindo com empresas estrangeiras. Muitas
vezes, adquirindo ativos no exterior em volume superior ao
seu próprio patrimônio líquido, com ênfase na compra de
empresas em países desenvolvidos. As maiores negociações
foram: em 2007, a compra da britânica Corus Steel pela
indiana Tata Steel no montante de US$ 12 bilhões, a compra
17
das operações africanas da empresa de telefonia móvel do
Kuwait, Zain Telecom, pela indiana Bharti Airtel por US$
10,7 bilhões, a compra da norte-americana Novelis pela
Hindalco, na área de alumínio, também em 2007, por US$ 6
bilhões, e a emblemática compra da britânica Jaguar-Land
Rover pela Tata Motors, em 2008, pelo montante de US$ 2,5
bilhões.
Estas fusões e aquisições, no entanto, estão altamente
concentradas no setor automotivo e em Tecnologia da
Informação (TI). Segundo Radhika, isso se dá porque
tradicionalmente os países desenvolveram primeiro seu setor
primário, em seguida o secundário e por último o terciário.
"Na Índia desenvolvemos primeiro o setor primário, mas
pulamos o estágio de expandir o setor secundário, e
avançamos muito o setor terciário. Agora temos que elaborar
políticas para auxiliar o desenvolvimento do setor
manufatureiro, até por uma questão de geração de empregos
para a mão de obra menos qualificada", avalia a
pesquisadora do ICRIER.
Para Radhika, o IDE deve auxiliar precisamente no
fortalecimento do setor manufatureiro indiano, para evitar
a manutenção do que ela chama de "círculo vicioso", no qual
o setor de serviços, por ser mais desenvolvido, atrai mais
trabalhadores qualificados, que por sua vez o alavancam
ainda mais. Ela explica que historicamente houve uma
mudança, iniciada na presente década, do perfil de
investimentos externos na Índia: "quando a economia indiana
18
se abriu em 1991 o primeiro setor que a ser explorado foi o
de manufatura, que recebeu mais IDE.
BRICS - O tempo do BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China
crescem mais que a média mundial e atraem investimentos O
setor de serviços só se abriu em 1997. “Entretanto, entre
2000 e 2005 o IDE para o setor de serviços dobrou, gerando
esta disparidade”.
A China, por sua vez, apresenta números superlativos em
termos de investimento externo.
Com taxas médias de crescimento em torno de 10% ao ano nos
últimos anos, o gigante asiático atingiu a posição de um
dos principais pólos mundiais de atração de investimentos,
passando a exercer influência em todos os mercados globais.
"Juntamente com o rápido do comércio exterior e a maior
absorção de tecnologia e recursos de grandes empresas
estrangeiras, a China se destacou por aprofundar o processo
de internacionalização das suas principais corporações",
frisa Luciana Acioly.
"Os fluxos de investimento direto chinês no mundo
multiplicaram-se por mais 60 vezes entre 1990 e 2008,
segundo os dados da Unctad. Quando o país iniciou seu
processo de abertura econômica em 1979, esses investimentos
saíram de um valor próximo a zero para atingir US$ 830
milhões em 1990 e, posteriormente, US$ 52,1 bilhões em
2008", destaca a pesquisadora do IPEA.
O investimento direto chinês no mundo concentrou-se
majoritariamente no setor de serviços, seguido pelo setor
primário. Dados de estoque de IDE de 2008 mostraram que os
19
serviços relacionados a negócios responderam por 30% do
total, o setor financeiro por 20%, enquanto que as
atividades do setor primário contabilizaram 13%, sendo que
quase a totalidade desses recursos foi aplicada nas
atividades mineradoras.
As características do processo de internacionalização da
China "responderam à estratégia e ao conjunto de políticas
determinadas pelo governo a fim de controlar o timing e
dispersão setorial e espacial de saída dos investimentos",
explica Luciana. (ver tabela 1) Até o final da década de
1990 os investimentos chineses no exterior eram fortemente
restringidos pela State Administration of Forein Exchange
(SAFE), e, na década seguinte, essas restrições foram sendo
gradualmente reduzidas.
Atualmente a China procura balancear esta forte
participação no comércio internacional com maior peso
político em órgãos multilaterais. Neste sentido, Liu Youfa,
vice-presidente do Instituto Chinês de Estudos
Internacionais, destacou que um dos objetivos do país,
juntamente com os demais que conformam o BRIC, é
"transformar poder econômico em influência geopolítica".
Youfa ressaltou a importância do bloco em números: segundo
ele, os países do BRIC respondem por 42% da população
global, 40% da superfície terrestre, 75% das reservas
internacionais em dólar ou títulos lastreados nesta moeda,
além de 14% do PIB mundial, sendo responsáveis por metade
do crescimento anual deste último. Ele cita que os países
do bloco têm desafios comuns a enfrentar, e dá especial
20
destaque a "uma reforma do sistema político e econômico
mundial e a formação de uma nova ordem global".
2.3 – Novo Padrão Monetário
Parte dos esforços para a reforma do sistema econômico
passa pela alteração do padrão monetário internacional. Com
a confiança no dólar arranhada após a crise financeira
internacional, os países do BRIC esboçam sinais de que é
preciso buscar alternativas para a dependência do dólar,
para salvaguardar suas reservas em eventual desvalorização
e para uso nas transações monetárias do comércio
internacional entre Brasil, BRICS - O tempo do BRIC -
Brasil, Rússia, Índia e China crescem mais que a média
mundial e atraem investimentos Rússia, Índia e China.
Desde antes da primeira cúpula dos países do BRIC, ocorrida
em junho do ano passado em Ecaterimburgo (Rússia), se
aventa possibilidades tais como compor as reservas
internacionais com os bônus emitidos pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI), e como firmar acordos de trocas
cambiais (swap) para a cesta de moedas do BRIC.
A discussão de mudança do padrão dólar nas reservas
internacionais e nas transações comerciais foi debatida
durante o evento do Ipea, paralelo à reunião de cúpula do
BRIC. "Não é descartado que isso possa ocorrer", assinalou
na ocasião Márcio Pochmann, presidente do Ipea. Ele lembrou
que a mudança do padrão libra-ouro para o padrão dólar
levou 30 anos, mas afirmou que "não é desprezível a
possibilidade de comércio não feito mais com o padrão do
21
dólar". Pochmann salientou que o Brasil já vem testando com
outros países a possibilidade de intercambiar com moedas
nacionais, e citou as transações entre Brasil e Argentina
feitas desde 2009 em real e peso.
A questão do padrão monetário é especialmente delicada para
a China que possui mais de US$ 1 trilhão em reservas
internacionais. "O país com a moeda de referência tem que
ter mais espírito de responsabilidade", disse durante o
evento o vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências
Sociais, Li Yang, em referência velada aos Estados Unidos.
Além da responsabilidade monetária, o chinês aponta para a
hegemonia na governança global. "Após a crise financeira
reconhece-se que o sistema monetário internacional não só
está impotente para lidar com a crise, mas, o que é pior,
serve para aguçar e espalhar a crise financeira" criticou.
Yang reconhece, no entanto, que a reforma monetária
internacional é uma tarefa de longo prazo, e que o papel
dos países do BRIC é limitado, pois a mudança depende de
toda a comunidade internacional.
Yang disse diplomaticamente que a China "observa com
interesse" a diversificação das reservas internacionais e
as trocas comerciais com as próprias divisas dos países.
Vladimir Davydov, diretor do Instituto da América Latina da
Academia de Ciências Russa, se revelou mais cético com as
possibilidades de mudança do padrão monetário. Ele
identifica em diferentes zonas geográficas, como na Europa
com o Euro, alguma "busca de solução", mas pergunta se "há
vontade política e possibilidade técnica para realizar as
22
mudanças?". Sua resposta é que "não", mesmo estando o atual
sistema monetário sob dúvidas.
Para André Vieira, técnico em planejamento da Diretoria de
Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais
(Dicod), "não existe no curto prazo a menor perspectiva de
extinção do dólar norte-americano como padrão de troca
A estrutura internacional está montada sob a hegemonia
norte-americana", ponderou. O economista aponta que o
principal interessado na troca do padrão monetário é a
China, por razões de hegemonia econômica e política. "A
moeda é uma construção social. A sociedade se vê no seu
equivalente geral, mas limitada nacionalmente. A única
moeda que extrapolou isso BRICS - O tempo do BRIC - Brasil,
Rússia, Índia e China crescem mais que a média mundial e
atraem investimentos foi o dólar norte-americano", explica.
Segundo Vieira, o esforço de um país que quer transformar-
se em hegemônico passa por transformar a sua moeda, um
papel simbólico de troca, em uma moeda "universalmente
conhecida. “É uma coisa de longo prazo que interessa ao
país que hoje se lança como desafiante do futuro”, conclui.
Uma nova liderança
O desejo de uma nova governança tem sido sistematicamente
afirmado nos fóruns diplomáticos e nas reuniões Além do G-
20 e da reforma das chamadas "instituições da Conferência
de Bretton Woods", os chefes de A demanda por uma maior
participação do Brasil e demais países em desenvolvimento
em uma nova governança Apesar do consenso entre os quatro
países sobre a necessidade de renovação, as reformas nos
23
organismos BRICS - O tempo do BRIC - Brasil, Rússia, Índia
e China crescem mais que a média mundial e atraem
investimentos Perspectivas Sul-Sul na revista Tempo do
Mundo Revista do Ipea traz um novo olhar para as relações
entre países do hemisfério Sul, e recupera a No ciclo
econômico recente, os países em desenvolvimento têm
apresentado sistematicamente taxas de Para 2010, o FMI
projeta uma recuperação mais rápida das economias em
desenvolvimento, que apresentariam Esse maior dinamismo das
economias em desenvolvimento abre a possibilidade do
fortalecimento de diferentes Esta nova geopolítica que se
desenha direciona a publicação Empresarial do O nome da
revista é uma homenagem ao historiador francês Fernand
Braudel (1902- 1985), um dos pensadores Para Milko
Matijascic, assessor chefe da presidência do Ipea A ênfase
na temática do desenvolvimento, a partir de uma perspectiva
Sul-Sul, propõe o debate de experiências BRASIL NO SUL-SUL
O Brasil tem ainda uma contribuição Já para Marcos Antônio
Cintra, diretor adjunto de cooperação técnica e políticas
internacionais do Essa rodada tem como objetivo promover o
comércio internacional e aprofundar os mecanismos de
cooperação Para Cintra, os benefícios desse acordo para o
comércio exterior e para BRICS - O tempo do BRIC - Brasil,
Rússia, Índia e China crescem mais que a média mundial e
atraem investimentos as relações Sul-Sul podem ser enormes.
"Esses países respondem Ippoera 13% do Produto Interno
Bruto (Nestes países, a formação de novas classes médias
24
está em pleno andamento, e pode apresentar uma Verônica
Goyzueta - de São Paulo.
O Brasil, é o que menor apresenta crescimento em relação
aos demais países do BRIC, também se difere dos demais por
não ser uma potencia militar como os outros, no entanto, é
o que possui maior variedade de recursos naturais (destaque
para a água) e grande área de terras com clima apropriado
para a agricultura.
As de crescimento do Brasil (média de 1,8% nos anos 90 e de
3,1% entre 2000 e 2006). Tais taxas de crescimento são bem
menores do que aquelas vivenciadas entre 1960 e 1970, em
que os níveis de crescimento econômico foram da ordem de 7%
ao ano (milagre econômico). Após um período de prolongada
instabilidade monetário e recessão, com altíssimos índices
de inflação, arrocho salarial, elevada dívida publica e
baixo crescimento, a segunda metade da década de 1990 foi
marcada pela implementação das reformas liberalizantes
(abertura comercial financeira, desregulamentação dos
mercados, privatizações, redução do papel do estado) e pela
estabilização inflacionaria conseguida por meio da
implantação do Plano Real.
Rússia, após o colapso da URSS, a Rússia promoveu o
estabelecimento de uma economia de mercado moderna para
conseguir um forte crescimento econômico. A partir de 1999,
com o governo Putin, a economia russa iniciou uma fase de
rápida expansão econômica, e, no período recente, a
economia russa vem apresentando taxa média de crescimento
25
do PIB em torno de 6,73% (1999-2006), taxa de inflação
declinante, conta fiscais e corrente superavitárias e alto
volume de reservas internacionais. De forma geral o
crescimento do PIB encontra-se apoiado nos preços mais
altos do petróleo, na moeda desvalorizada, no aumento da
produção no setor de serviços e da produção industrial e no
fortalecimento do mercado interno (IMF, 2007; World Bank,
2005)
Índia, a economia indiana tem apresentado elevadas taxas de
crescimento do PIB no período recente (média de 5,7% nos
anos 1990 e de 6,7% entre 2000 e 2006). Os fatores
explicativos do desempenho econômico indiano encontram-se
associados às reformas econômicas implementadas na índia
desde o início da década de 1990, com ênfase na liberação
comercial, na abertura aos investimentos estrangeiros
diretos, na modernização do sistema financeiro e do mercado
de capitais e na redução dos monopólios do setor público.
China, as origens do crescimento da economia chinesa
remetem as reformas pró-capitalistas iniciadas em 1978,
conhecidas como Política de Portas Abertas, implementadas
sob a liderança de Deng Xiaoping, as quais apontam a
evidente mudança de concepção do Partido Comunista Chinês
(PCC) em direção ao desenvolvimento econômico. Esta mudança
do PCC pavimentou o caminho da transição dos países para
uma economia cada vez mais mercantilizada e integrada,
embora tenha havido uma clara opção pela manutenção de um
regime político fechado e centralizado (Andrade; Vieira:
2006). Desde então, a economia chinesa tem se destacado por
26
apresentar elevadas taxa de crescimento, quando comparada
as demais economias em desenvolvimento (média igual a 9,9%
na década de 1990 e 9,6% entre 2000 e 2006).
2.4 – Características Comuns destes Países
Economia estabilizada recentemente; Situação política
estável; Mão-de-obra em grande quantidade e em processo de
qualificação; Níveis de produção e exportação em
crescimento; Boas reservas de recursos minerais;
Investimentos em setores de infra-estrutura (estradas,
ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, etc);
PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento; Índices sociais
em processo de melhorias; Diminuição, embora lenta, das
desigualdades sociais; Rápido acesso da população aos
sistemas de comunicação como, por exemplo, celulares e
Internet (inclusão digital); Mercados de capitais (Bolsas
de Valores) recebendo grandes investimentos estrangeiros;
Investimentos de empresas estrangeiras nos diversos setores
da economia.
PIB dos países BRICS:
Brasil: R$ 3,675 trilhões (ano de 2010) ou US$ 2,21
trilhões
Rússia: US$ 2,22 trilhões (estimativa 2010)
Índia: US$ 4,04 trilhões (estimativa 2010)
China: US$ 6,05 trilhões (2010)
África do Sul: US$ 524 bilhões (2010)
“[...]Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida
comparativa usada para classificar os países pelo seu grau
27
de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os
países como desenvolvidos (desenvolvimento humano muito
alto), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e
alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A
estatística é composta a partir de dados de expectativa de
vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um
indicador do padrão de vida) recolhidos a nível nacional.
Cada ano, os países membros da ONU são classificados de
acordo com essas medidas. O IDH também é usado por
organizações locais ou empresas para medir o
desenvolvimento de entidades subnacionais como estados,
cidades, aldeias, etc. O índice foi desenvolvido em 1990
pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo
usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) no seu relatório anual.
O IDH surge no Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e no Relatório de Desenvolvimento
Humano (RDH). Estes foram criados e lançados pelo
economista paquistanês Mahbub ul Haq em 1990 e teve como
objetivo explícito: "Desviar o foco do desenvolvimento da
economia e da contabilidade de renda nacional para
políticas centradas em pessoas."2 Para produzir os RDHs,
Mahbub ul Haq reuniu um grupo de economistas bem
conhecidos, incluindo: Paul Streeten, Frances Stewart,
Gustav Ranis, Keith Griffin, Sudhir Anand e Meghnad Desai.
Mas foi o trabalho de Amartya Sen sobre capacidades e
funcionamentos que forneceu o quadro conceptual subjacente.
Haq tinha certeza de que uma medida simples, composta pelo
28
desenvolvimento humano, seria necessária para convencer a
opinião pública, os acadêmicos e as autoridades políticas
de que podem e devem avaliar o desenvolvimento não só pelos
avanços econômicos, mas também pelas melhorias no bem-estar
humano. Sen, inicialmente se opôs a esta ideia, mas ele
passou a ajudar a desenvolver, junto com Haq, o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). Sem está preocupado de que
seria difícil capturar toda a complexidade das capacidades
humanas em um único índice, mas Haq o convenceu de que
apenas um número único chamaria a atenção das autoridades
para a concentração econômica do bem-estar humano.
2.5 – Critérios de Avaliação
A partir do relatório de 2010, o IDH combina três
dimensões:
Uma vida longa e saudável; Expectativa de vida ao nascer;
acesso ao conhecimento; Anos Médios de Estudo e Anos
Esperados de Escolaridade.
Um padrão de vida decente: PIB (PPC) per capita Mapa-múndi
indicando o Índice de Desenvolvimento Humano (baseado em
dados de 2011, publicados em 2 de novembro de 2011) Acima
de 0,900.
0,850–0,899
0,800–0,849
0,750–0,799
0,700–0,749
0,650–0,699
0,600–0,649
29
0,550–0,599
0,500–0,549
0,450–0,499
0,400–0,449
0,350–0,399
0,300–0,349
Abaixo de 0,300 Sem dados até 2009, o IDH usava os três
índices seguintes como critério de avaliação:
Índice de educação: Para avaliar a dimensão da educação o
cálculo do IDH considera dois indicadores. O primeiro, com
peso dois, é a taxa de alfabetização de pessoas com quinze
anos ou mais de idade — na maioria dos países, uma criança
já concluiu o primeiro ciclo de estudos (no Brasil, o
Ensino Fundamental) antes dessa idade. Por isso a medição
do analfabetismo se dá, tradicionalmente a partir dos 15
anos. O segundo indicador é a taxa de escolarização:
somatório das pessoas, independentemente da idade,
matriculadas em algum curso, seja ele fundamental, médio ou
superior, dividido pelo total de pessoas entre 7 e 22 anos
da localidade. Também entram na contagem os alunos
supletivo, de classes de aceleração e de pós-graduação
universitária, nesta área também está incluído o sistema de
equivalências Rvcc ou Crvcc, apenas classes especiais de
alfabetização são descartadas para efeito do cálculo.
Longevidade: O item longevidade é avaliado considerando a
expectativa de vida ao nascer. Esse indicador mostra a
quantidade de anos que uma pessoa nascida em uma
localidade, em um ano de referência, deve viver. Reflete as
30
condições de saúde e de salubridade no local, já que o
cálculo da expectativa de vida é fortemente influenciado
pelo número de mortes precoces.
Renda: A renda é calculada tendo como base o PIB per capita
(por pessoa) do país. Como existem diferenças entre o custo
de vida de um país para o outro, a renda medida pelo IDH é
em dólar PPC (Paridade do Poder de Compra), que elimina
essas diferenças metodologia no Relatório de
Desenvolvimento Humano de 2010 o PNUD começou a usar um
novo método de cálculo do IDH. Os três índices seguintes
são utilizados:
1. Expectativa de vida ao nascer (EV) =
2. Índice de educação (EI) =
2.1 Índice de Anos Médios de Estudo (IAME) =
2.2 Índice de Anos Esperados de Escolaridade (IAEE) =
3. Índice de renda (IR) =
Finalmente, o IDH é a média geométrica dos três índices
anteriores normalizados:
Legenda:
= Expectativa de vida ao nascer
= Anos Médios de Estudo
= Anos Esperados de Escolaridade
= Produto Interno Bruto (Paridade do Poder de Compra) per
capita
Antiga
Até 2009, para calcular o IDH de uma localidade, fazia-se a
seguinte média aritmética: (onde = Longevidade, = Educação
e = Renda).
31
Nota: pode-se utilizar também a renda per capita (ou PNB
per capita).
Legenda:
= Expectativa de vida ao nascer;
= Taxa de Alfabetização;
= Taxa de Escolarização;
= logaritmo decimal do PIB per capita.
Para entender, o conceito de desenvolvimento humano nasceu
definido como um processo de ampliação das escolhas das
pessoas para que elas tenham capacidades e oportunidades
para serem aquilo que desejam ser.
Diferentemente da perspectiva do crescimento econômico, que
vê o bem-estar de uma sociedade apenas pelos recursos ou
pela renda que ela pode gerar, a abordagem de
desenvolvimento humano procura olhar diretamente para as
pessoas, suas oportunidades e capacidades. A renda é
importante, mas como um dos meios do desenvolvimento e não
como seu fim. É uma mudança de perspectiva: com o
desenvolvimento humano, o foco é transferido do crescimento
econômico, ou da renda, para o ser humano.[...]”
O que é IDH?
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida
resumida do progresso a longo prazo em três dimensões
básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.
O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer um
contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto
Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a
dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul32
Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen,
ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH
pretende ser uma medida geral e sintética que, apesar de
ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, não
abrange nem esgota todos os aspectos de desenvolvimento.
O que é RDH?
O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) é reconhecido
pelas Nações Unidas como um exercício intelectual
independente e uma importante ferramenta para aumentar a
conscientização sobre o desenvolvimento humano em todo o
mundo. Com sua riqueza de dados e abordagem inovadora para
medir o desenvolvimento, o RDH tem um grande impacto nas
reflexões sobre o tema no mundo todo. Os RDHs incluem o
Índice de Desenvolvimento Humano e apresentam dados e
análises relevantes à agenda global e abordam questões e
políticas públicas que colocam as pessoas no centro das
estratégias de enfrentamento aos desafios do
desenvolvimento. O PNUD publica anualmente um RDH Global,
com temas transversais e de interesse internacional, bem
como o cálculo do IDH de grande parte dos países do mundo.
Além dele, são publicados periodicamente centenas de RDHs
nacionais, incluindo os do Brasil. Até hoje, o PNUD Brasil
já publicou três Relatórios e dois Atlas de Desenvolvimento
Humano nacionais
que é o RDH.
3 – Comentário sobre o IDH da Região
33
Posição Lugares IDHM IDHM
Renda
IDHMLongevida
de
IDHMEducaçã
o
1 º Niterói (RJ) 0.837 0.887 0.854 0.773
2 º Rio de Janeiro(RJ) 0.799 0.840 0.845 0.719
3 º Rio das Ostras(RJ) 0.773 0.784 0.854 0.689
4 º Volta Redonda(RJ) 0.771 0.763 0.833 0.720
5 º Resende (RJ) 0.768 0.762 0.839 0.709
6 º Maricá (RJ) 0.765 0.761 0.850 0.692
7 º Macaé (RJ) 0.764 0.792 0.828 0.681
Caracterização do território de Macaé
Área 1230,91 km²
IDHM 2010 0,764
Faixa do IDHM: Alto IDHM entre 0,7 e 0,799)
População (Censo 2010): 206728 hab.
Densidade demográfica: 167,96 hab/km²
Ano de instalação 1813
Microrregião Macaé
Mesorregião Norte Fluminense
34
4 – Conclusão
Observa-se a complexidade do Desenvolvimento Econômico,
que, para tentar compreender são utilizados indicadores,
tais como PIB – Produto Interno Bruto, Índice de Gini,
Curva de Lorenz e IDH - Índice de Desenvolvimento Humano.
Aprendemos também, sobre BRIC, destacando seus índices
estatísticos voltados ao PIB e outros indicadores dos
países que o compõem – Brasil, China, Rússia e Índia.
Percebemos a influencia das ciências e tecnologias no
desenvolvimento das nações, o esforço dos países para
conhecer e dominar os processos de produção, a inovação
provocada por eles, políticas de apoio e a influência do
ensino superior que é de 12,7% no desenvolvimento pessoal
dos habitantes.
Evolução do IDH-M de Macaé (RJ) - 811º dentre 5514
municípios no ano de 2007, 2006 População urbana de
Macaé: 202.873 habitantes, O número de habitantes do censo
2010 em Macaé é de 206.748.
Atualmente, Macaé conta 113 unidades municipais de ensino,
50 com tempo integral e que oferecem aos alunos cinco
refeições por dia. São 40 mil alunos matriculados em
escolas, creches e unidades de atendimento especializado. A
cidade tem uma das menores taxas de analfabetismo do
estado: 7,3%.
35
O ensino superior tem recebido especial atenção do poder
público municipal, localizada na Linha Verde, uma das
principais vias do município, a Cidade Universitária é o
principal exemplo do desenvolvimento do Ensino Superior em
Macaé. A meta é transformar a cidade no novo pólo
universitário do estado do Rio. A cidade conta com campus
avançados de diversas universidades, que oferecem um total
de 35 cursos superiores, inclusive cursos ligados ao setor
de petróleo e gás.
No total, a Cidade Universitária ocupa uma área de 95 mil
metros quadrados. Na primeira etapa de obras, foram
construídos dois prédios – um para o Centro Administrativo
e outro com 30 salas de aula, além de uma área para
estacionamento com 200 vagas. Ao todo, o complexo terá sete
blocos – seis somente para laboratórios e salas de aula. A
Cidade Universitária já concentra três faculdades gratuitas
– UFF, UFRJ e FeMass, esta última é a única faculdade
municipal gratuita do país.
Além das faculdades públicas, Macaé também conta com o
ensino superior particular, entre elas está a Estácio,
FAFIMA, Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora e a
Unigranrio com cursos nas áreas de ciências biológicas,
exatas e humanas. Oferecendo o melhor do ensino para o
desenvolvimento educacional de Macaé.
Os indicadores econômicos e sociais de Macaé apresentam
contrastes: é um município dentre os 10 mais ricos do país
e com um desempenho social que o situava abaixo de 810
dentre os 5 mil municípios do país.
36
Embora seu dinamismo econômico seja intenso e crescente, a
efetividade dos direitos dos cidadãos à saúde, educação e
segurança tem piorado (IQM-CIDE),
Portanto, fica evidente mais uma vez, que o desenvolvimento
sócio-econômico de nosso país e o tão longamente aguardado
avanço do estágio de “Economia Emergente” para um país
realmente desenvolvido se materialize, está intimamente
relacionado ao desempenho de nossos estudantes, à qualidade
do ensino, às políticas oficiais de educação e à gestão
eficiente dos recursos disponíveis.
37
5 – Bibliografia
Fonte: PNUD – Atlas do IDH-M, 2006 - PNUD Relatório de
Desenvolvimento Humano de 1990, baseado no conceito de que
as pessoas são a verdadeira riqueza das nações.
http://www.ipea.gov.br
HTTPQ//www.pnud.org.br/idh/
(Texto para Discussão EESP/FGV 157, dezembro 2006). Versão
de 31 de maio de 2008.
38