FACULDADE ANHANGUERA DE JACAREÍ CURSO DE DIREITO 5º E 6º SEMESTRE PROFESSOR: ROBSON DIREITO PENAL...

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FACULDADE ANHANGUERA DE JACAREÍ CURSO DE DIREITO 5º E 6º SEMESTRE PROFESSOR: ROBSON DIREITO PENAL III ATPS Alunos: Antonio Pádua de Carvalho RA: 5674135189 - [email protected] Jessica Mosca Belém RA: 6889510403 [email protected] Paulo H. M. Garcia RA: 5886158300 - [email protected] Faculdade Anhanguera de Jacareí - Entrega em 02/10/2014 1 Atividades: ______ Verificação: _____ Total: FACULDADE ANHANGUERA DE JACAREÍ Rua Santa Catarina, 75 – Vila Pinheiro – Jacareí / SP CEP: 12307-130 – (12) 3961-1733

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FACULDADE ANHANGUERA DE JACAREÍ

CURSO DE DIREITO 5º E 6º SEMESTRE

PROFESSOR: ROBSON

DIREITO PENAL III

ATPS

Alunos:

Antonio Pádua de Carvalho RA: 5674135189 -

[email protected]

Jessica Mosca Belém RA: 6889510403 [email protected]

Paulo H. M. Garcia RA: 5886158300 -

[email protected]

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Atividades: ______Verificação: _____

Total:

FACULDADE ANHANGUERA DE JACAREÍ

Rua Santa Catarina, 75 – Vila Pinheiro –Jacareí / SP

CEP: 12307-130 – (12) 3961-1733

Sandra Regina Martins RA: 5677147838 -

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Sumário

Etapa I – Crimes Contra a Vida............................51. Homicídio..................................................5

1.1 Conceito................................................51.2 Objeto Jurídico.........................................5

1.3 Objeto Material.........................................51.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo.........................6

1.5 Elemento Subjetivo......................................61.6 Momento Consumativo.....................................6

1.7 Tentativa...............................................71.8 Homicídio Simples.......................................7

1.9 Homicídio Privilegiado..................................71.10 Homicídio Qualificado...................................8

1.11 Anexo...................................................82. Induzimento, Instigação ou auxílio a Suicídio..............9

2.1 Conceito................................................92.2 Objeto Jurídico.........................................9

2.3 Elementos do Tipo.......................................92.3.1 Ação Nuclear..........................................9

2.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo........................102.5 Momento Consumativo....................................10

2.6 Tentativa..............................................102.7 Formas.................................................10

2.8 Pacto de Morte.........................................11

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2.9 Roleta Russa e Duelo Americano.........................11

2.10 Anexo..................................................123. Infanticídio..............................................13

3.1 Conceito...............................................133.2 Elementos do Tipo......................................13

3.2.1 Ação Nuclear.........................................133.3 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo........................13

3.4 Clausula Temporal “ Durante o Parto ou logo Após”......133.5 Estado Puerperal.......................................14

3.6 Momento Consumativo....................................143.7 Tentativa..............................................14

3.8 Anexo..................................................154. Aborto....................................................16

4.1 Conceito...............................................164.2 Elementos do Tipo......................................16

4.2.1 Ação Nuclear.........................................164.3 Meios de Execução......................................16

4.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo........................164.5 Consumação e Exame de Corpo de Delito..................17

4.6 Nexo Causal............................................174.7 Tentativa..............................................17

4.8 Formas de Aborto.......................................174.9 Causas da Exclusão de Ilicitude e o aborto do feto anencefálico................................................184.10 Anexo..................................................19

5. Julgados..................................................20

Etapa II – Crimes Contra a Honra.........................221. Calúnia...................................................22

1.1 Conceito...............................................221.2 Objeto Jurídico........................................22

1.3 Elemento do Tipo.......................................221.3.1 Ação Nuclear.........................................22

1.4 Elemento Normativo do Tipo: Falsidade da Imputação.....22

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1.5 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo........................23

1.6 Elemento Subjetivo.....................................231.7 Momento Consumativo....................................23

1.8 Tentativa..............................................231.9 Exceção da Verdade.....................................23

1.10 Exceção da Notoriedade e distinções entre Calunia e Denunciação caluniosa.......................................24

2. Difamação.................................................242.1 Conceito...............................................24

2.2 Objeto Jurídico........................................242.3 Ação Nuclear...........................................24

2.4 Propalação da Difamação................................252.5 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo........................25

2.6 Elemento Subjetivo.....................................252.7 Momento Consumativo....................................25

2.8 Tentativa..............................................252.9 Formas e distinção entre calunia, injuria e difamação..25

3. Injuria...................................................263.1 Conceito...............................................26

3.2 Objeto Jurídico........................................263.3 Elementos do Tipo......................................26

3.3.1 Ação Nuclear.........................................263.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo........................26

3.5 Elemento Subjetivo.....................................273.6 Consumação.............................................27

3.7 Tentativa..............................................273.8 Formas.................................................27

3.9 Perdão Judicial........................................274. Anexo.....................................................28

5. Julgados..................................................296. Parecer - Julgados........................................31

Bibliografia.................................................32

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Etapa I – Crimes Contra a Vida

A tipificação dos crimes contra a vida estão previstas no Código Penal a partir do artigo 121 ao 128, estando os mesmos dispostos da seguinte maneira;

Artigo 121 – Homicídio

Artigo 122 - Induzimento, Instigação ou auxílio a suicídio

Artigo 123 – Infanticídio

Artigo 124 a 128 – Aborto

1. Homicídio

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1.1 Conceito O homicídio é a morte de um ser humano provocada por

outro ser humano, ou seja, o ato de matar uma pessoa seja deforma voluntária ou involuntária.

Homo = Homem

Cídio = extermínio ou morte

O homicídio é considerado um dos crimes mais graves, poisé o atentado contra ao bem maior protegido pelaconstituição, a vida.

1.2 Objeto JurídicoO Objeto jurídico é o bem jurídico, ou seja, o interesseprotegido pela norma penal.

Sendo os bens jurídicos mais importantes protegidos, são:a vida, a integridade corporal, honra e patrimônio.

No caso do homicídio o bem jurídico protegido é a vidaextrauterina.

1.3 Objeto Material O Objeto material é a pessoa ou coisa sobre as quais

recai a conduta, ou seja, o objeto da ação.

O objeto material e jurídico não se confunde uma vez queo jurídico é o bem protegido que o crime viola e o objetomaterial sobre quem ou o que recai a conduta criminosa.

1.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo O Sujeito ativo é o ser humano que pratica a descrita na

lei, isoladamente ou em conjunto, sendo que o sujeito ativonão é apenas aquele que pratica o ato em concreto, mas osauxiliadores, a prática do ato ilícito.

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O Sujeito passivo é o sujeito sobre o qual recai a ação,ou seja, quem é morto, em termos técnicos o titular do bemjurídico lesionado ou ameaçado.

Sendo assim o sujeito ativo não é somente aquele quelesiona ou extrai a vida do sujeito passivo, mas qualquerque o auxilie neste ato, seja vigiando, fornecendotransporte de fuga e qualquer outra ação indireta ao crimepraticado.

1.5 Elemento Subjetivo O homicídio se subdivide em doloso e culposo, sendo

portanto que o elemento subjetivo do homicídio doloso é odolo e do culposo a culpa.

O fato típico só pode ser reconhecido na seguinteequação, composta por quatro elementos:

Conduta culposa ou dolosa + resultado naturalístico (somenteem crimes materiais) + nexo causal (somente em crimesmateriais) +tipicidade

1.5.1 Dolo Elemento psicológico de conduta, é a vontade e a

consciência de realizar, mais amplamente, é a vontademanifestada pela pessoa humana em realizar a conduta.

O dolo pode ser direto/determinado, a produção doresultado por meio da conduta; indireto/indeterminado, aação provoca o resultado não diretamente desejado maisaceito a sua possibilidade; e o dolo geral/erro sucessivo,pratica a ação acredita ter obtido o resultado, ao se livrarda evidencia, é que o resultado se concretiza.

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1.5.2 CulpaA culpa advêm, da imprudência, da negligencia ou da

imperícia, ou seja, a ação atinge a um resultado nãodesejado e muito menos esperado.

1.6 Momento ConsumativoA consumação do Delito nada mais é do que a ultima fase

das várias pelas quais passa o crime, sendo portanto o crimeconsumado aquele que conteve presente todos os elementos constantes na previsão legal.

No caso de homicídio, a consumação se da com a produção do resultado naturalístico morte, sendo portanto um crime instantâneo de efeitos permanentes.

1.7 TentativaA tentativa se diferencia no crime culposo e no crime

doloso.

1.7.1 Tentativa no crime dolosoQuando apesar da ação iniciada ou crime tentado, não é

possível verificar o resultado naturalístico.

Para haver a tentativa é necessário que o crime saia desua fase preparatória e comece a ser executado para que sereconheça o fato típico.

No homicídio por exemplo é a falta da consumação da açãopor vontade alheia a do sujeito ativo.

As tentativas podem ser imperfeitas, quando o processo deexecução é interrompido, sem que o agente esgote suaspotencialidades de hostilização; tentativa perfeita, quandoesgotada todas as possibilidades de hostilização, apósrealizar todas as tentativas o ato não se consuma; tentativabranca, é aquela que não resulta nenhum ferimento no sujeitopassivo, por falta de conhecimento ou similar, não

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concretiza a ação; e por fim a tentativa cruenta, quando avitima sofre apenas ferimentos.

1.7.2 Tentativa no crime culposoNão cabe tentativa no crime culposo, uma vez que a

tentativa é o inicio da execução de um crime querendo aprodução do resultado, mas não o realizando porcircunstancias alheias, ela não combina com o crime culposo,vez que o mesmo é o resultado sem a intenção, sem o desejo,é apenas um resultado de lesão por negligencia, imprudênciae ou imperícia.

1.8 Homicídio SimplesO homicídio simples constitui o tipo básico

fundamental, é o que contem os componentes essenciais docrime, conforme Caput do artigo 121, do CP.

Sendo por tanto, todo homicídio que não for qualificado ouprivilegiado, que é cometido buscando o resultado morte,sem qualquer agravante no crime.

1.9 Homicídio PrivilegiadoTrata-se da pratica da infração motivada por relevante

valor social e ou moral, ou se é provocado por defesa,conforme parágrafo 1º do artigo 121, tendo em contacircunstancia de caráter subjetivo há tratamentodiferenciado ao homicídio cujo motivos determinantesconduziram a menor reprovação moral do sujeito ativo.

Justamento por este quesito a pena pode ser reduzida emquantidade variável de 1/3 a 1/6.

1.10 Homicídio QualificadoEm face de certas circunstancias agravantes que

demonstrem maior grau de criminalidade da conduta do agente,conforme parágrafo 2º do artigo 121.

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É intensificado pela ação do agente, o que faz com quea pena com que sua pena seja consideravelmente mais alta,face à maior reprovabilidade moral da conduta.

Devido a prática qualificada, ou quando típico da açãode grupos de extermínio, é considerado como hediondo.

1.11 Anexo

Fonte: www.entendeudireito.com.br

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2. Induzimento, Instigação ou auxílio a Suicídio

2.1 Conceito O Suicídio é a destruição da própria vida, ou seja, é a

consequência pela busca direta e voluntariamente da própriamorte.

Apesar de o suicídio não ser ato ilícito penal, a vida éum bem jurídico indisponível, como o suicídio não é passívelde punição, por não existir mais a vida, a legislação punequem induz, instiga e ou auxilia outrem a suicidar-se.

2.2 Objeto JurídicoO Objeto jurídico é o bem jurídico, ou seja, o interesseprotegido pela norma penal.

Sendo os bens jurídicos mais importantes protegidos, são:a vida, a integridade corporal, honra e patrimônio.

Bem como no homicídio, no suicídio, o bem jurídicoprotegido é a vida extrauterina.

A ninguém é dado o direito e ser cúmplice na morte deoutrem ainda que haja o consentimento deste, pois a vidacomo já mencionado anteriormente é um bem jurídicoindisponível.

2.3 Elementos do Tipo

2.3.1 Ação NuclearO núcleo é composto por três verbos: induzir, instigar

ou auxiliar. É um tipo misto alternativo, ainda que o agentepratique todos os crimes responderá apenas por um.

A participação no suicídio mediante a induzimento ou instigação, poderá ser moral, também classificado como crimede ação livre, pois não exige o tipo qualquer forma especial

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de execução do delito, podendo ser praticado por qualquer meio comissivo ou omissivo.

Induz, quem suscita a ideia, ou seja, sugeri o suicídio; Instiga, quem reforça, estimula, ou encoraja um desejo já existente e presta auxílio quem presta ajuda material.

Há ainda o auxílio por omissão que é saber o que pretende o agente e não fazer nada para impedir o que o mesmo pretende.

2.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo O Sujeito ativo é o qualquer ser humano que tenha

capacidade de induzir, instigar ou auxiliar alguém, de modoeficaz e consciente a suicidar-se.

O Sujeito passivo é o sujeito que possa ser vitima, desdeque possua capacidade de resistência e discernimento, sendoassim o sujeito passivo neste caso por mais quecontraditório é o suicida.

2.5 Momento ConsumativoPor se tratar de um crime material exige-se a produção de

resultado, morte ou lesão corporal de natureza grave, sendo portanto este o momento da consumação deste crime.

Sendo portanto que se houver não houver morte ou a lesão corporal for leve, não há ato punível, portanto não há consumação.

2.6 TentativaNão há o que se falar em tentativa neste crime, uma vez

que a o código determina que se não houver, lesão corporal grave e ou morte, o fato é atípico, sendo assim uma vez que

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o resultado não se concretizou e o induzimento, instigação eou auxílio, para que alguém se suicide, de fato não ocorre sem o resultado material.

2.7 FormasAs formas são subdivididas em simples e qualificada que

por sua vez se subdivide em motivo egoísta, vítima menor ecapacidade de resistência diminuída por qualquer causa.

a) SimplesEstá configurada no caput do artigo 122 do CP, que

seria o simples e singelo ato de induzir, instigar e ou auxiliar, sem maiores pretensões.

b) QualificadaEstá prevista no parágrafo único do artigo 122, que

traz a severidade na aplicação da pena, e qualifica tal crime quando há:

(1) Motivo EgoísticoDiz respeito a interesse próprio, obtenção de vantagem

pessoal, ou seja por algum motivo o sujeito visa tirarproveito de qualquer modo do suicídio, como por exemplo orecebimento de herança.

(2) Vítima Menor Apesar de não haver indicação da menoridade na lei, ela

se aplica na menor capacidade de resistência da vítima acriação ou estimulo por parte do agente, mas a doutrinaadotada por Damasio E. de Jesus, traz que a faixa etáriacompreende maior de 14 e menor de 18, uma vez que se apessoa tiver menos que 14 anos e o seu consentimento éirrelevante, tratar-se-á de homicídio.

(3) Capacidade de Resistência diminuída por qualquer causa

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Como o próprio título deduz é a diminuição dacapacidade de entendimento por qualquer causa, seja porembriaguez, idade avançada, enfermidade física ou mental,entre outros, sendo estes portanto anuladores da capacidadede resistência, pratica-se portanto o homicídio.

2.8 Pacto de MortePacto é um “acordo” selado entre duas pessoas, neste

caso, é quando duas pessoas pactuam suicidar-se juntas, porcircunstancias que não conseguem superar, se apenas umsobrevive, o que for o agente que praticou o ato em si parao suicídio, respondendo por tanto pelo artigo 121, já quemapenas pactuou, responderá pelo 122; se os dois sobrevivemmas com lesão corporal grave, quem praticou o ato em siresponde por homicídio tentado e o que pactuou pelo artigo122; se os dois sobrevivem mas sem lesão grave, o agenteatuante na situação responde por tentativa de homicídio e oagente pactuante, não responde por nada, por se tratar sesituação atípica.

2.9 Roleta Russa e Duelo AmericanoÉ onde há uma arma e apenas um projétil, que será

disparado sucessivamente pelos participantes, já no dueloAmericano são duas armas, e apenas uma delas está carregada,seja em qualquer um dos casos os sobreviventes respondem porparticipação em suicídio.

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2.10 Anexo

Fonte: www.entendeudireito.com.br

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3. Infanticídio

3.1 Conceito Segundo o artigo 123 do código penal, define o

infanticídio como o momento da vida do ser nascente ou doneonato, realizado pela própria mãe que se encontra eminfluencia de estado puerperal.

È uma espécie de Homicídio doloso privilegiado, devido aoestado puerperal sob o qual se encontra a mãe, estado esteque pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora, o queem tese diminuiria sua capacidade de entendimento o que alevaria a tirar a vida do bebe.

3.2 Elementos do Tipo

3.2.1 Ação NuclearA ação nuclear da figura típica neste caso é a ação de

matar, similar ao homicídio que é a destruição da vida alheia, a ação física toda via deve ocorrer durante ou logo após o parto, não obstante a superveniência da morte em período posterior.

3.3 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo Por se tratar de crime próprio a única que pode cometê-lo

é a genitora, por influencia do estado puerperal, entretantonada impede que um terceiro se envolva no modo de concursode pessoas, contudo o sujeito ativo é quem aufere a vida dopróximo.

O Sujeito passivo é a vítima, o código civil faz mençãoao filho, durante ou logo após o parto, seja nascente,recém-nascido ou neonato, sendo que só haverá infanticídio

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quando o feto nascente estiver vivo, caso o mesmo já seencontre morto, não há crime.

Entretanto pode haver sujeito passivo adulto, que seriaem casos em que a mãe mata outro adulto sobre o efeitopuerpério, e até mesmo outra criança, sendo por tantodenominado como infanticídio putativo.

3.4 Clausula Temporal “ Durante o Parto ou logoApós”

O infanticídio é um delito que refere-se a clausula temporal uma vez que o mesmo só ocorre no momento do nascimento ou logo após, estando a mãe sob efeito do estado puerperal, conforme determina a legislação.

Delimita-se desta maneira isto porque o delito contra a vida antes do parto se denomina aborto e posterior ao parto homicídio, até porque uma das características deste crime é o estado puerperal da genitora.

3.5 Estado PuerperalO infanticídio segundo nosso código penal fundamenta-se

no critério psicofisiológico, embasa no art. 123, que menciona o estado puerperal que seria um estado de perturbação que acomete as mulheres devido ao parto, que podem acarretar transtornos mentais, produzindo sentimentos de angustia,ódio desespero o que vem a eliminar a vida do filho.

Ressalta-se apenas que também existe o critério psicológico, que seria me decorrência da honra, como por exemplo gravidez extramatrimonial.

3.6 Momento ConsumativoPor se tratar de crime material a consumação se dá

mediante a morte do neonato ou nascente, desde ocorra dentro

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do período estabelecido em lei, durante ou logo após oparto.

3.7 TentativaOcorre no momento em que a genitora por circunstancias

alheias a sua vontade, não elimina a vida do nascente ouneonato, que poderia ser por exemplo a interferência deterceiros para que este mal não venha a ocorrer.

3.8 Anexo

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Fonte: www.entendeudireito.com.br

4. Aborto

4.1 Conceito Aborto é a interrupção da gravidez, com a consequente

destruição do feto, ou seja a eliminação da vidaintrauterina,

Não incluindo-se na concepção de aborto a posteriorexpulsão do feto, uma vez que o mesmo pode ser dissolvido edepois reabsorvido pelo organismo.

Sendo que não distinção entre ovulo fecundado, embrião oufeto, pois em qualquer destas fazes se caracteriza o aborto.

4.2 Elementos do Tipo

4.2.1 Ação NuclearProvocar é o núcleo verbal deste tipo penal, que seria

dar causa, originar o aborto.

Tal ação deve ocorrer antes do parto, visando o ovo, embrião ou feto, sendo que para que o aborto se caracterize o mesmo deve ocorrer durante a gravidez.

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4.3 Meios de Execução Sendo o mesmo o método pelo qual a genitora decide

interromper a vida do feto, ele pode se dar por meios químicos que seriam substancias não propriamente abortivas, mas que atuam por vida de intoxicação, por meios psíquicos, que seria a provocação de susto, terror, meios físicos que seriam meios mecânicos, térmicos e elétricos, e também pela omissão.

4.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo O Sujeito Ativo pode ser somente a autora em aborto

consentido ou autoaborto, por se tratar de crime de mãoprópria e pode ser qualquer terceiro por se tratar de crimecomum onde o aborto é provocado por terceiro com ou sem oconsentimento da gestante.

Como no sujeito ativo existem dois tipos de sujeitopassivo, o feto em específico que se caracteriza nos doiscaso, mas sendo ele o único sujeito ativo no autoaborto, e agestante que também se torna sujeito passivo no abortoprovocado por terceiros com ou sem o seu consentimento.

4.5 Consumação e Exame de Corpo de DelitoA consumação se inicia no momento em que inicia-se o

ataque ao bem jurídico protegido, neste caso a vida intrauterina, que é quando se reconhece o fato típico, consumando-se definitivamente por tanto com a interrupção dagravidez e consequente morte do feto.

Tratando-se de crime material sua comprovação virá somente por meio do exame de corpo de delito, o que supre a impossibilidade da prova testemunhal ou documental, para quenão seja apenas a palavra da gestante que termine o fato real ocorrido.

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4.6 Nexo Causal É a morte do feto em decorrência da interrupção da

gravidez é resultado direto do emprego dos meios ou manobrasabortivas, mesmo que o feto nasça com vida e venha a morrerfora doo útero, devido a este fato ser em decorrência daslesões intrauterinas, ainda assim será caracterizado comoaborto.

4.7 TentativaOcorre em casos onde apesar das manobras ou meios

abortivos empregados, apesar de sua idoneidade e eficiência,não ocorrer a interrupção da gravidez, por circunstanciasalheias a vontade do agente, ou até mesmo com nascimentoprecoce e permaneça vivo.

Ou seja a tentativa se dá com a sobrevivência do feto.

4.8 Formas de Aborto

a) Aborto provocado pela própria gestante – Aborto consentido DP art. 124 e a exceção legal á teoria monística da açãoO autoaborto está previsto no art. 124, que seria o

aborto provocado pela própria gestante, ou seja, ela mesmaexecuta a ação material do crime, a participação deterceiros neste caso é apenas no ato de induzir, instigar ouauxiliar.

Já o aborto consentido é aquele em que a genitoraapenas consente a prática abortiva, entretanto a realizaçãoda prática é realizada por terceiro, podendo haver também oconcurso de pessoas, quando outro terceiro induz a genitoraa consentir o aborto.

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b) Aborto provocado por Terceiro sem o consentimento da agente, CP, Art. 125Trata-se da forma mais gravosa do crime, com pena de

reclusão de 3 a 10 anos. Sendo que neste tipo os meios e asmanobras abortivas não há o consentimento da genitora. Podeser por fraude, quando por exemplo o médico com desculpa derealizar exames pratica manobras abortivas; por grave ameaçacontra a gestante, ou seja a promessa de um mal grave,inevitável ou irresistível; e ou violência que nos remete aforça física.

c) Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante, CP, art. 126É o aborto provocado com o consentimento da gestante,

sendo possível o concurso de pessoas quando há o auxílio aoterceiro que provoca o aborto. Para que o aborto consentidotenha validade é necessário o consentimento válido dagestante, ou seja que ela tenha capacidade para tanto,ressalta-se que não se trata de capacidade civil, caso oconsentimento seja inválido, retrata-se o crime aodissentimento real.

4.8.1 Forma Majorada

Previsto no art. 127 do CP que prevê as formas majoradas do crime, sendo a ocorrência de lesão grave, onde a pena é aumentada em um terço, e em ocorrendo a morte, a pena é duplicada.

4.9 Causas da Exclusão de Ilicitude e o aborto dofeto anencefálico

Regulamentado pelo art. 128 do CP, onde não se pune oaborto cometido por médico, quando não há outro meio parasalvar a vida da gestante, o chamado aborto necessário outerapêutico, e quando a gravidez é resultante de estupro,

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que seria o aborto sentimental, humanitário ou ético , e emcaso de aborto de feto anencefálico.

4.10 Anexo

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Fonte: www.entendeudireito.com.br

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5. Julgados

Processo: RSE 00147317920128190000 RJ 0014731-79.2012.8.19.0000

Relator(a): DES. PAULO DE TARSO NEVES

Julgamento: 04/09/2012

ÓrgãoJulgador: SEXTA CAMARA CRIMINAL

Publicação: 05/12/2013 18:05

Parte(s):

RECORRENTE: RODRIGO WAKNINAdvogado: MARCOS VERISSIMO BANDEIRABASTOSRECORRIDO: MINISTERIO PUBLICO

EMENTA: ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO (ARTIGO 125, DO CP).1º- INÉPCIA DA DENÚNCIA INICIAL QUE NÃO OSTENTA, NEM DE

LONGE, MÍNIMO VÍCIO, POIS A PROMOTORIA PÚBLICA CUMPRIU OSREQUISITOS CONTIDOS NO ARTIGO 41, DO CPP.

2º- CERCEAMENTO DE DEFESA - O ARTIGO 222, DO CPP,PRECONIZA O SEGUINTE: § 1º- A EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIA NÃOSUSPENDE A INSTRUÇÃO CRIMINAL. § 2º- FINDO O PRAZO MARCADO,PODERÁ REALIZAR-SE O JULGAMENTO, MAS, A TODO TEMPO, APRECATÓRIA, UMA VEZ DEVOLVIDA, SERÁ JUNTA AOS AUTOS . ASSIM,NÃO SE REVESTE DE NULIDADE A OITIVA DE TESTEMUNHAS APÓS OINTERROGATÓRIO E SUBSEQUENTE PRONÚNCIA (PRECEDENTES DO STJ);

3º- ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (ARTIGO 415, DO CPP)- CONVICTODA MATERIALIDADE DO FATO E DA EXISTÊNCIA DE INDÍCIOSSUFICIENTES DE AUTORIA, O JUIZ PRO-NUNCIARÁ O ACUSADO(ARTIGO 413, DO CPP). SOB PENA DE NULIDADE DA DECISÃOINTERLOCUTÓRIA, É DEFESO AO MAGISTRADO ESMIUÇAR O ACERVOPROBATÓRIO (TAREFA COMPREENDIDA NA SOBERANA COMPETÊNCIACONSTITUCIONAL DO CORPO DE JURADOS). A ABSOLVIÇÃO SUMÁRIAEXIGE PROVA RO-BUSTA, CRISTALINA, DE CLAREZA SOLAR,ATRIBUTOS QUE NÃO SE FAZEM PRESENTES. DESTARTE, A TESEDEFENSIVA, CONSISTENTE NA NEGATIVA DE AUTORIA, DEVERÁ SEROBJETO DE AMPLA COGNIÇÃO PERANTE O CONSELHO DE SENTENÇA.DESPROVIMENTO DO APELO DEFENSIVO.

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Processo: HC 70056385230 RS

Relator(a): Jayme Weingartner Neto

Julgamento: 03/10/2013

ÓrgãoJulgador:

Terceira CâmaraCriminal

Publicação: Diário da Justiça dodia 24/10/2013

EMENTA:

HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. DÚVIDA QUANTO ÀOCORRÊNCIA DE INFANTICÍDIO. AUSÊNCIA DE PERICULUMLIBERTATIS. PACIFICAÇÃO SOCIAL. CONCESSÃO DE LIBERDADEPROVISÓRIA.

1. A periculosidade do agente, revelada pelo modus operandidesenvolvido para a prática do crime imputado, configurafundamentação idônea para decretação da prisão preventivapara garantia da ordem pública. O mesmo fundamento, na linhade impedir novos crimes, é motivo suficiente para asegregação, desde que amparada em elementos concretos querevelem risco de reiteração.

2. Caso dos autos em que a imputação é de homicídioqualificado cometido, em tese, pela paciente contra o seufilho, recém nascido. Por outro lado, diante dos elementoscontidos nos autos, é possível cogitar a possibilidade daocorrência do crime de infanticídio, desinflando o periculumlibertatis diante da maneira de execução do delitosustentado pela apontada autoridade coatora.

3. A pacificação social - que até pode ser uma dasfinalidade do processo penal como um todo - não ampara, porsi, a segregação cautelar. A confiança e a credibilidade dajustiça também dependem da prudente avaliação, que deveevitar sacrificar o indivíduo, mais ainda em situações deparoxística fragilidade, no altar da ansiedade, e do justo

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luto, da comunidade. A sociedade, se exercer a faculdade daalteridade, há de perceber que se trata de uma garantia queé de todos os cidadãos. Pacificação social virá com adecisão de mérito, na sentença ou no acórdão, queresponderá, de acordo com as regras do jogo, se e qual apena merecida ao fato cometido.

4. O simples fato de a paciente residir em outra comarca,considerada a existência de laços com o município no qualocorreu o fato, não encerra, isoladamente, "real perigo defuga", desautorizando a decretação da prisão cautelar paragarantir a aplicação da lei penal. LIMINAR RATIFICADA. ORDEMCONCEDIDA. (Habeas Corpus Nº 70056385230, Terceira CâmaraCriminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: JaymeWeingartner Neto, Julgado em 03/10/2013)

Etapa II – Crimes Contra a Honra

Retrata os delitos que ofendem bens imateriais dapessoa humana, ou seja sua honra pessoal, ou seja , tutela obem imaterial da dignidade da pessoa humana, garantia estaque é regulamentada pelos princípios fundamentais daConstituição Federal de 1988.

1. Calúnia

1.1 Conceito Calúnia é uma confirmação falsa e desonrosa, é a

atribuição falsa a responsabilidade pela prática de umdeterminado fato considerado crime, podendo ser realizadaverbalmente, por escrito, por representação gráfica e ouinternet.

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1.2 Objeto JurídicoTratando-se de reputação, honra subjetiva, ou seja o que

pensam a seu respeito.

1.3 Elemento do Tipo

1.3.1 Ação Nuclear É o verbo caluniar, como exposto anteriormente imputar

falsamente fato definido como crime, pode ser atribuído incorretamente a pessoa, ou até mesmo crime inexistente.

A calúnia pode ser inequívoca ou explícita, onde oagente afirma explicitamente a falsa imputação; equivoca ouimplícita, onde a ofensa não é direta, depreendendo-se doconteúdo da assertiva e reflexa, que imputa o crime a umapessoa, acusando outra.

Os requisitos da calúnia são: imputação de fato +qualificação de crime + falsidade da imputação.

1.4 Elemento Normativo do Tipo: Falsidade daImputação

Tal elemento está contido no termo falsamente, nãobastando por tanto a imputação de fato definido como crime,o mesmo precisa ser impreterivelmente falso.

Sendo que haverá erro de tipo quando ele crê erroneamentena veracidade da imputação, se tornando por tanto fatoatípico.

1.4.1 Propalação da CaluniaA mesma pena incorre sobre quem, sabendo a falsa

imputação, a propala ou divulga, sendo assim um subtipo docrime, sendo por tanto neste casos o verbo propalar edivulgar.

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Sua consumação dar-se-a somente com a divulgação dacalúnia para uma única pessoa que seja, entretanto caso omesmo seja realizado na presença de varias pessoas ou pormeios que facilite a divulgação, haverá incidência deaumento da pena, não sendo possível tentativas vez que setrata de crime cometido por meio verbal.

1.5 Sujeito Ativo e Sujeito PassivoSendo crime comum qualquer pessoa pode ser o sujeito

ativo do crime de calúnia, seja o autor ou o propagador.

O sujeito passivo é o ser humano que sofre a calunia,seja doentes mentais e menores de 18 anos, pessoasjurídicas, desonrados, e ou até mesmo contra mortos.

1.6 Elemento Subjetivo Trata-se de um dolo de dano, ou seja, vontade econsciência de caluniar alguém, atribuindo portantofalsamente fato criminoso, entretanto é necessários que ossujeitos ativos tenham ciência da falsidade de talimputação.

1.7 Momento Consumativo A consumação se da quando a calúnia torna-seconhecida, de outrem que não seja o sujeito passivo, sendonecessário haver publicidade para que seja portanto afetadoa honra.

1.8 TentativaNão admite-se tentativa vez que se trata de um crime

unissubsistente, por a calunia se perfazer de ato único, somente a calúnia escrita é que se admite a tentativa vez que trata-se de crime plurissubsistente.

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1.9 Exceção da VerdadeA falsidade de imputação é sempre presumida e a ofensa

a honra só deixa de existir se provado a veracidade do crimeatribuído ao ofendido, diante disto, admite-se via de regraque o agente prove que a ofensa é verdadeira por tanto nãohavendo fato que tipifique o crime, o que é denominado comoexceção da verdade, de acordo com o art. 138 do CP.

A exceção só não é admissível em hipóteses queconstituído o fato imputado crime de ação privada, oofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; se ofato for imputado contra o Presidente da República, e ouchefe de governo estrangeiro, e ou a funcionários públicos,em razão de sua função; se o crime imputado, embora de açãopública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

1.10 Exceção da Notoriedade e distinções entreCalunia e Denunciação caluniosa

Consiste na oportunidade facultada ao Réu de demonstrarque suas afirmações são de domínio público. A exceção denotoriedade é admissível tanto no crime de calúnia quanto nodelito da difamação. Esta menção está exposta no art. 523 doCP, uma vez que o fato é de domínio público, não há atentadocontra a honra objetiva.

2. Difamação

2.1 Conceito Termo jurídico que consiste a atribuir a alguém fato

determinado ofensivo a sua reputação, portanto uma desonra.

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2.2 Objeto JurídicoTal crime protege a honra objetiva, a reputação, boa fama

do indivíduo em seu meio social, preservando sobre tudo apaz social, evitar que se leve ao conhecimento de outremfatos desonrosos de que tenham conhecimento, ainda queverdadeiros.

2.3 Ação NuclearO verbo é difamar, que consiste em imputar a alguém

fato ofensivo a reputação, é o respeito que o indivíduo gozano meio social. É crime de ação livre praticado por emprego de mímica, palavras escritas ou orais.

Não importa que a imputação seja verdadeira ou não paraa caracterização do crime, por isto que via de regra tal fato não admite exceção de verdade, não há interesse em averiguar se o fato é verdadeiro ou não.

Entretanto a ofensa deve necessariamente ser conhecida por terceiros, uma vez que a tutela é pela reputação do ofendido.

2.4 Propalação da Difamação Não há previsão no código penal como há para a

propalação da calúnia, portanto presume-se que quem propalaa difamação não comete crime, entretanto a doutrina entendeque quem propala a difamação comete nova difamação, sendoportanto igualmente difamar, não fere o princípio da reservalegal ou da tipicidade.

2.5 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo Tratando-se de crime comum, qualquer pessoa pode ser

sujeito ativo, inclusive o propalador da difamação, que realiza nova difamação.

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Da mesma forma qualquer pessoa pode ser o sujeito passivo, aquele que Serpa alvo da desonra, seja imputável, pessoas jurídicas, mortos e ou desonrados.

2.6 Elemento Subjetivo Trata-se de um dolo de dano, ou seja, vontade livre econsciente de difamar alguém, atribuindo portanto fatoofensivo a sua reputação, não importando que o fato sejaverdadeiro ou não.

2.7 Momento ConsumativoConsuma-se no momento em que terceiro que não seja o

ofendido, tome ciência da afirmação que mancha a reputação, sendo prescindível portanto que várias pessoas tomem conhecimento do fato.

2.8 TentativaNão admite-se tentativa quando trata-se de palavra

oral, por se tratar de crime unissubsistente, sendo que por meio escrito é totalmente permissível a tentativa, por se tratar de crime plurissubsistente.

2.9 Formas e distinção entre calunia, injuria edifamação

A difamação pode ser simples, onde impõe a cidadãocomum fato ofensivo, e majorada que é a imposição de fatomaculador da honra, contra o Presidente da república, chefede governo estrangeiro, e ou funcionário público em razão desuas funções.

Há diferença entre a calúnia, difamação e a injúria, nacalúnia há fato imputado como crime, na difamação há aimputação de fato determinado, portanto atingindo a honraobjetiva, consumando-se quando terceiros tomam conhecimento,

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entretanto a injúria não há a imputação de fato e sim dequalidade, atingindo a honra subjetivo, e consumando-sequando o próprio ofendido toma conhecimento da imputação.

3. Injuria

3.1 Conceito Consiste na ofensa verbal, por escrito ou até

fisicamente a alguém,

ofendendo a moral com a intenção de abater o ânimo.

3.2 Objeto Jurídico Tal crime protege a honra subjetiva, que é constituído

pelo sentimento próprio de cada pessoa acerca de seusatributos morais, intelectuais e físicos, a honra objetivatambém pode ser atingida ma injúria entretanto é indiferentea configuração do crime.

3.3 Elementos do Tipo

3.3.1 Ação NuclearConforme Nelson Hungria, “ a manifestação, por qualquer

meio, de um conceito ou pensamento que importe ultraje, menoscabo ou vilipendio contra alguém.” É crime de ação livre, verbo injuriar, pode ser por meio de palavra escrita,oral, gestos, pinturas e até mesmo pela omissão.

A injuria não imputa fato concreto, determinado e sim, atribuições de qualidades negativas ou de defeitos.

A injuria pode ser imediata, quando é proferida pelo próprio agente; mediata, quando o agente usa-se de outros meios para executá-la, direta , quando refere-se ao próprio ofendido; oblíqua, quando atinge alguém estimado pelo ofendido; indireta ou reflexa, quando ao ofender alguém também se atinge a honra de terceira pessoa; equivoca,

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quando por meio de expressões ambíguas; explicita, quando são empregados expressões que não restam dúvidas; podendo ainda ser implícita, irônica, interrogativa, reticente, simbólica e truncada.

3.4 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo Tratando-se de crime comum, qualquer pessoa pode ser

sujeito ativo, vez que não existe condição especial do agente.

Da mesma forma qualquer pessoa pode ser o sujeito passivo, desde que tenha discernimento do conteúdo a expressão ou atitude ultrajante, seja contra pessoa imputáveis, jurídicas e até mesmo mortas.

3.5 Elemento Subjetivo É o dolo de dano, consiste em vontade livre e consciente

de injuriar alguém, atribuindo-lhe qualidades negativas e oudefeitos, além do dolo é necessário, um fim especial de agir, ou seja, vontade de ofender, denegrir a honra.

3.6 ConsumaçãoConsuma-se quando o sujeito passivo toma ciência da

imputação ofensiva, independente de se sentir ofendido ounão em sua honra subjetiva, sendo necessário tão somente queseja revista a idoneidade ofensiva.

3.7 TentativaÉ passível a tentativa em caso de meio escrito, contudo

como nos demais casos sendo injúria verbal não é admissível,afinal ou se fala ou não, não existe meio termo.

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3.8 FormasA Injúria pode ser simples, onde profere ofensa a honra

subjetiva, e majorada se a imputação ofensiva for contra oPresidente da república, chefe de governo estrangeiro, e oufuncionário público em razão de suas funções.

3.9 Perdão JudicialO perdão judicial ocorrerá em duas situações conforme o

código penal, no parágrafo 1º, art. 140, poderá deixar deaplicar a pena o Juiz quando, houver provocação, isso quandoo ofendido de forma reprovável, provocou diretamente ainjuria, e a retorção, quando uma provocação insiste em umainjuria que é remetida com outra injuria.

4. Anexo

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Fonte: www.entendeudireito.com.br

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5. Julgados

Dados Gerais

Processo: RHC 58660 AM

Relator(a): DECIO MIRANDA

Julgamento: 31/03/1981

Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA

Publicação: DJ 22-04-1981 PP-03484 EMENT VOL-01208-01 PP-00053

Ementa

PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA A HONRA. CONDENAÇÃO PELOCRIME DE CALUNIA. AÇÃO PENAL PRIVADA. INCABIVEL"REPRESENTAÇÃO" DO MARIDO EM FAVOR DA MULHER. CASO QUESERIA DE DIFAMAÇÃO, MAS IRROGADA EM JUÍZO, NA DISCUSSÃODA CAUSA, E, DE RESTO, OBJETO DE RETRATAÇÃO ANTERIOR ASENTENÇA DEFESA DATIVA TARDIAMENTE PROPORCIONADA AO RÉU.PROVIMENTO DO RECURSO E CONCESSÃO DA ORDEM DE "HABEASCORPUS".

Resumo Estruturado

CRIME CONTRA A PESSOA, HONRA, CALUNIA, DIFAMAÇÃO, AÇÃOPENAL PRIVADA. PROCESSO CRIMINAL, NULIDADE, ALEGAÇÕES,CERCEAMENTO DE DEFESA, INTERROGATORIO, RÉU, ADIAMENTO,DEFENSOR DATIVO, NOMEAÇÃO, EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE,RETRATAÇÃO, MARIDO, REPRESENTAÇÃO, ILEGITIMIDADE, PARTE,HABEAS CORPUS, CONCESSÃO. PN0019,CRIME CONTRA A PESSOAHONRA - CALUNIA RETRATAÇÃO PN0139,IMUNIDADE JUDICIÁRIAOFENSA PARTE PP0290,AÇÃO PENAL REPRESENTAÇÃO LEGITIMIDADEATIVA

Referências Legislativas

LEG-FED DEL-002848 ANO-1940 ART-00108 INC-00007 ART-00142 INC-00001 ART-00143

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Observações

VOTAÇÃO UNÂNIME. RESULTADO PROVIDO. Ano:1981 AUD:22-04-1981

Dados Gerais

Processo: AP 474 DF

Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA

Julgamento: 12/09/2012

ÓrgãoJulgador: Tribunal Pleno

Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-026 DIVULG 06-02-2013PUBLIC 07-02-2013

Parte(s):

ADEMIR GALVÃO ANDRADERAFAEL FECURY NOGUEIRAWLADIMIR AFONSO DA COSTA RABELOJÂNIO ROCHA DE SIQUEIRA

Ementa

QUEIXA-CRIME. CRIMES DE DIFAMAÇÃO E INJÚRIA. ALEGAÇÕESPRELIMINARES DE IMUNIDADE PARLAMENTAR E LEGÍTIMO EXERCÍCIO�DA CRÍTICA POLÍTICA �: INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES. PRELIMINARESREJEITADAS. ABSOLVIÇÃO QUANTO AO CRIME DE DIFAMAÇÃO.PRESCRIÇÃO DA PRETENÇÃO PUNITIVA ESTATAL DO CRIME DEINJÚRIA. AÇÃO PENAL JULGADA IMPROCEDENTE.

1. A preliminar de imunidade parlamentar analisada quando dorecebimento da denúncia: descabimento de reexame de matériadecidida pelo Supremo Tribunal.

2. Ofensas proferidas que exorbitam os limites da críticapolítica: publicações contra a honra divulgadas na imprensapodem constituir abuso do direito à manifestação de

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pensamento, passível de exame pelo Poder Judiciário nasesferas cível e penal.

3. Preliminares rejeitadas.

4. A difamação, como ocorre na calúnia, consiste em imputara alguém fato determinado e concreto ofensivo a suareputação. Necessária a descrição do fato desonroso. Fatosimputados ao querelado que não se subsumem ao tipo penal dedifamação; absolvição; configuração de injúria.

5. Crime de injúria: lapso temporal superior a dois anosentre o recebimento da denúncia e a presente data:prescrição da pretensão punitiva do Estado.

6. Ação penal julgada improcedente.

Decisão

O Tribunal, por maioria, absolveu o querelado quanto aocrime de difamação, com base no art. 386, III, do Código deProcesso Penal, vencido no ponto o Senhor Ministro AyresBritto (Presidente), e reconheceu a prescrição da pretensãopunitiva em relação ao delito de injúria, com base noart. 107, IV, doCódigo Penal, tudo nos termos do voto daRelatora e do Revisor. Falou pelo réu o Dr. Jânio Rocha deSiqueira. Ausentes, justificadamente, os Senhores MinistrosCelso de Mello e Joaquim Barbosa.Plenário, 12.09.2012.

Resumo Estruturado

- VIDE EMENTA. - VOTO VENCIDO, MIN. AYRES BRITTO:CONDENAÇÃO, QUERELADO, DIFAMAÇÃO, PRECONCEITO, GÊNERO.

Referências Legislativas

CF ANO-1988 ART-00005 INC-00004 INC-00010 ART-00053

DEL-002848 ANO-1940 ART-00107 INC-00004 ART-00109 INC-00006 REDAÇÃO ANTERIOR A LEI-12234/2010 ART-00139 ART-00140

DEL-003689 ANO-1941 ART-00386 INC-00003

LEI-005250 ANO-1967 ART-00020 ART-00021 ART-00022

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LEI-008038 ANO-1990 ART-00010 ART-00011

LEI-012234 ANO-2010

Observações

- Acórdão (s) citado (s): (LEI DE IMPRENSA, LIBERDADE DEINFORMAÇÃO)STF: ADPF 130 (TP). (IMUNIDADE PARLAMENTARMATERIAL, LIMITES)STF: Inq 503 QO (TP). (INJÚRIA, DIFAMAÇÃO,DIFERENCIAÇÃO) STF: Inq 2543 (TP), Inq 2503 (TP). - Veja Inq2390 do STF. Número de páginas: 37. Análise: 20/02/2013,MMR. Revisão: 25/02/2013, IMC.

6. Parecer - Julgados

Bibliografia

SIQUEIRA, Julio Pinheiro Faro Homem de. Considerações acercada disciplina do crime de homicídio no Código Penal brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1304, 26 jan. 2007.

NETO, Candido Furtado Maia. Crime de aborto e os direitos humanos no Código Penal e nas Cartas Magnas do Brasil. Ano 2012.

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CRUZ, Luiz Carlos Lodi da. Aborto legalizado: e agora? Que fazer diante da decisão do STF que "legalizou" o aborto de anencéfalos? Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3229, 4 maio 2012.

MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Editora Método, 2009.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal; parte especial. São Paulo, Saraiva, 2011. V. 2.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, Volume II, parte especial.13ª Edição, Editora Saraiva, 2013.

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