Trabalho de fim de curso final

74
QUALIDADE NOS INQUÉRITOS Outubro de 2011 1.INTRODUÇÃO Determinar o poder das nações com ajuda de recenseamentos parciais/completos (produção, população, territórios etc.) tem sido uma pratica constante ao longo do tempo. Desde a antiguidade observamos que esses registos eram feitos, na obra de Jacqeline Hecht (INSEE, 1987) nos faz constatar que os primeiros desenvolvimentos conhecidos remontam da civilização Suméria (5000 anos de Cristo) com a descoberta das tábuas de argila com registos de lista de homens e bens, foi relatado também na mesopotâmia a colheita de observações sobre os bens e pessoas entre 3000 e 2000 a.c, na china a avaliação dos produtos agrícolas 1200 anos antes da era cristã, vemos no império Romano a contagem da riqueza comandado por César- Augusto no ano da nascença de Cristo, na idade media os registos são executados sobre ordem de Carlos Magno e de Guillaume o conquistador, estes registos eram feitos com a finalidade de melhor gerir os impérios. Foram várias as fases que culminaram para o fortalecimento de recolha de dados mas foi no século XVII que a estatística ganhou um progresso significativo permitindo com que esta técnica se desenvolvesse, isso deveu-se na maior parte a escola descritiva alemã que elaborou várias compilações Na Inglaterra, William Petty (1623-1687), usando um método de contagem da população de Londres com ajuda de extrapolações baseadas sobre proporções medias entre as casas e a composição das famílias evita um recenseamento exaustivo e dispendioso.

Transcript of Trabalho de fim de curso final

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

1.INTRODUÇÃO

Determinar o poder das nações com ajuda de recenseamentos

parciais/completos (produção, população, territórios etc.) tem

sido uma pratica constante ao longo do tempo.

Desde a antiguidade observamos que esses registos eram feitos,

na obra de Jacqeline Hecht (INSEE, 1987) nos faz constatar que

os primeiros desenvolvimentos conhecidos remontam da

civilização Suméria (5000 anos de Cristo) com a descoberta das

tábuas de argila com registos de lista de homens e bens, foi

relatado também na mesopotâmia a colheita de observações sobre

os bens e pessoas entre 3000 e 2000 a.c, na china a avaliação

dos produtos agrícolas 1200 anos antes da era cristã, vemos no

império Romano a contagem da riqueza comandado por César-

Augusto no ano da nascença de Cristo, na idade media os

registos são executados sobre ordem de Carlos Magno e de

Guillaume o conquistador, estes registos eram feitos com a

finalidade de melhor gerir os impérios.

Foram várias as fases que culminaram para o fortalecimento de

recolha de dados mas foi no século XVII que a estatística

ganhou um progresso significativo permitindo com que esta

técnica se desenvolvesse, isso deveu-se na maior parte a escola

descritiva alemã que elaborou várias compilações

Na Inglaterra, William Petty (1623-1687), usando um método de

contagem da população de Londres com ajuda de extrapolações

baseadas sobre proporções medias entre as casas e a composição

das famílias evita um recenseamento exaustivo e dispendioso.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Esta técnica chamada de ”multiplicateur” se propaga dentro de toda

Europa.

Mas é na segunda metade do século XIX que os recenseamentos

voltam a ganhar importância até ao inicio do século XX, tendo

sido a necessidade de Sondagem de opinião nos E.U.A um

catalisador para essa afirmação.

Durante este período um debate sobre a “representatividade” é

proposto pelo Noruegues Anders NIcolai Kiaer que se desenvolve

a partir de 1895 no meio do instituto nacional de estatística

criado 10 anos antes.

A batalha é realizada entre os simpatizantes das estatísticas

exaustivas e os adeptos das amostras representativas.

Em 1901, L.Von Bortkiewicz, professor da universidade de Berlim

propõe a utilização do cálculo das probabilidades através para

uma amostra representativa.

No ano de 1920, o Inglês Arthur Bowley estabelece os

fundamentos da amostragem aleatória estratificada e a choix

raisonné.

Nos estados Unidos a maior parte dos jornais realizassem os

“votes pailles” o que quer dizer pediram a opinião de voto por

escrito a milhões de cidadãos algumas semanas antes das

eleições.

A partir de 1916 a “ Literary Digest” começa a fazer sondagens de

opinião com algum sucesso até 1936 onde este jornal prevê com

uma amostra de 2.400.000 a Vitória do candidato republicano

M.Landos.

A eleição de Franklin Delano Roosvelt, prevista pelo americano

Georges Gallupa usando uma amostra de 4.000 pessoas leva os

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

votes de pailles a descrença, em que as amostras são frequentemente

tendenciosas.

Como a « Literary Digest » tinha distribuído suas cartas

através de contractos de telefone e a proprietarios de

viaturas, esta fracção de eleitores estava mais ligada a Landon

que a Roosvelt, a não representatividade prevaleceu apesar do

tamanho da amostra.

O sucesso de Gallup que culminou com a fundação em 1936 do

instituto de opinião pública, abre o caminho as sondagens

representativas e sem viés tornando os inquéritos num

instrumento indispensável como suporte ao conhecimento directo

que procede a realização de sondagem, ou como uma medida de

informação à partir de uma colheita exaustiva no seio da

população, os inquéritos tornaram-se um outil essencial para os

observadores da sociedade contemporânea preocupada em

compreender o seu funcionamento.

O inquérito é uma técnica de estudo efectuada a partir da

observação de documentos ou testemunhos (Guy Ansion, 1997, pag

49).

A alternativa da observação directa, mesmo que viável, em

certos casos, levaria demasiado tempo, ou seria impossível

quando os fenómenos em estudo se reportam ao passado (Ghiglione

e Matalon, 1992).

O recurso ao inquérito é necessário de cada vez que temos

necessidade de informação sobre uma grande variedade de

comportamentos de um mesmo indivíduo, ou quando pretendemos

conhecer o mesmo tipo de variável para muitos indivíduos.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Hoje em dia muitos organismos públicos e privados efectuam a

cada ano inquéritos com finalidades de varia ordem, estes

inquéritos cobrem diferentes tipos de pessoas podendo ser por

telefone ou presenciais sendo questionário de inquérito a

principal via de comunicação entre estes organismos e essas

pessoas (os inquiridos), e a qualidade de dados destes

inquéritos estará directamente ligada a qualidade do inquérito

utilizada para colheita nesta óptica há necessidade de bem

analisar cada passo a tomar em conta pois um bom plano de

sondagem e um tratamento de dados altamente sofisticado não

podem garantir que a qualidade dos dados se o questionário for

mal elaborado.

A concepção e a realização de um questionário são por

consequência as etapas mais importantes no desenvolvimento de

um inquérito.

A qualidade das respostas obtidas num inquérito depende das

escolhas efectuadas a cada uma das etapas da realização do

mesmo, e não simplesmente do número de respostas obtidas no

inquérito, mesmo sendo este método muito usado como critério

único de qualidade da sondagem, seja por ignorância ou por

falta de conhecimento sobre a metodologia de inquérito.

Dada a importância dos inquéritos por amostragem em muitas

áreas, é essencial executar os métodos que permitam garantir a

qualidade dos resultados, controlar e avaliar.

A realização do inquérito é baseado em regras metodológicas,

cuja violação pode ser uma fonte de dificuldade e desafio ao

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

que se quer realmente medir. Gollac (1997, p. 33), e como os

inquéritos muitas vezes aparecem para responder a problemas

sociais pois o inquérito é o método de investigação sociológica

mais utilizado Derivry (1998, p. 768), a sua ma elaboração vai

dar resultados que podem ser bem interpretados mas se o

problema já vem da sua elaboração representara uma catástrofe

para a sociedade.

1.1 Descrição do problema

Os estudos clássicos de Teoria de sondagem e técnicas de

sondagem estão consagrados na sua maioria aos métodos de

sondagem, isto é aos métodos que permitem seleccionar uma

amostra a partir de uma população finita, aos métodos para

melhorar as estimações e aos métodos para o cálculo das

variâncias da amostragem (Ardilly (2006), Tillé (2001)).

Estes métodos são geralmente delineados no quadro teórico de um

modelo em que cada indivíduo seleccionado na amostra pode ser

contactado e se compromete a concluir o inquérito (nenhum erro

a não-resposta), e pode atender, concorda em atender perguntas

e dar a resposta real (nenhum erro de medição). Neste contexto,

o único tipo de erro que afecta os resultados é o erro de

amostragem isto é a diferença entre o valor do parâmetro

estudado sobre toda população e o valor estimado sobre a

amostra seleccionada.

Na prática de inquéritos por amostragem, outros tipos de erro

podem afectar os resultados. As fontes de erro são por exemplo:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

■ A recusa em participar da pesquisa;

■ O entrevistado não dá uma resposta exacta para a pergunta;

■ O investigador que não atende às directrizes para a

concessão do questionário, dar um definição incorrecta dos

termos usados no questionário, etc;

■ A entrada de dados se os erros são feitos durante a

apreensão.

Para conceber um inquérito, avaliar e melhorar a qualidade dos

resultados do inquérito, é essencial conhecer as diversas

fontes de erro com a finalidade de saber como prevenir e se

possível de seguida reduzir o impacto dos mesmos sobre os

resultados.

1.2. Objectivos

1.2.1 Objectivo geral da pesquisa

● A proposição geral deste trabalho é dar uma visão global

das diferentes fontes de erro que podem afectar a

qualidade dos inquéritos e os possíveis métodos para

prevenir e/ou remediar.

1.2.2 Objectivos específicos

● Descrever as fontes de erros e os meios para a prevenção

e/ou remediar;

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

● Apresentar as diferentes etapas da realização de um

inquérito;

● Apresentar as regras de construção de um questionário;

● Fazer menção a noções sobre como seleccionar os elementos

da amostra e ainda a preparação do relatório para

apresentação final dos resultados;

● Falar sobre a qualidade do inquérito.

● Apresentar novas abordagens

1.3. Relevância do Estudo

O Inquérito é um dos instrumentos mais utilizados no domínio da

investigação aplicada, nomeadamente na área social. Desde os

estudos de mercado às pesquisas puramente teóricas, passando

pelas sondagens de opinião, poucos são os estudos que não se

apoiam,

parcial ou totalmente, em informações recolhidas com base em

inquéritos.

Com a constante necessidade de estudos em varias áreas e com

diferentes finalidade os inquéritos tem sido alvo constante de

uso por varias entidades muitas vezes través de sondagens e

sendo a sondagem uma técnica que consiste em administrar um

questionário a uma amostra de indivíduos representativa de uma

população mais ampla chamada população-mãe ou população-alvo.

A sondagem não é mais do que um processo particular de

inquérito. Assim, ainda que seja a sua forma mais habitual, a

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

sondagem de opinião é apenas uma modalidade do inquérito de

opinião.

E por termos varios organismos elaborando inqueritos e

apresentando resultados ha uma forte necessidade de analisar o

percurso de sua elaboraçao para dar um possivel cotributo a

garantia da sua qualidade .

2. As diferentes etapas num inquerito por sondagem

Um inquerito por sondagem é uma procura de informação feita à

uma fracção da população estudada, que se chama amostra,

geralmente por meio de questionario ou por vezes por observação

directa(ex :painel de telespectadores, painel de

distribuidores,…), no entanto o objectivo é de estimar à partir

de dados colhidos numa amostra, alguns parâmetros

caracteristicos da população.

Existe uma grande diversidade de inquéritos por sondagem, mas

neste trabalho nos limitaremos a falar de estudos

quantitativos, isto é os estudos que se limitam a quantificar

os comportamentos, opiniões ou as atitudes de uma dada

população a partir de uma amostra.

A amostra deve no entanto ter um tamanho suficiente.Ela deve

ser seleccionada de uma maneira que permita a extrapolação na

população em estudo, com uma precisão aceitável atendendo os

objectivos do inquérito.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

A determinação do tamanho da amostra em função da precisão

desejada e os métodos de sondagem são tratados em todos manuais

de teoria de sondagem (por exemplo Ardilly, 2006) .

A qualidade dos resultados de um inquérito dependem das

escolhas feitas em cada passo da realização do mesmo, sendo

necessário aqui referir essas etapa.

Distinguem-se num inquérito geralmente as etapas

seguintes(Dussaix e Graobras, 1996)

a) Concepção geral do inquérito

Esta fase muito importante compreende a definição dos

objectivos do inquérito, da população estudada (população

alvo), as informações que podemos obter com sua respectiva

periodicidade e os pormenores (Qual zona geográfica ?, Qual

periodo de tempo ?, Sobre qual populaçao alvo ou sub-

populações ?)

Nesta fase, é essencial assegurar que as informações

procuradas não existam por acaso (dados segundarios).

Em função dos pontos precedentes, dos custos e do tempo também

em função da existência ou não de uma base de sondagem, da

demora do questionario é que se escolhe uma técnica de colheita

de informações ( questionario ou observação). Esta escolha tem

uma influencia directa sobre a qualidade dos resultados.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

As diferentes formas de administraçao do questionario são os

seguintes :

● Por inquerito ( face a face ou por telefone)

● Em auto-administraçao ( essencialmente questionarios

enviados por coreio ou através da internet chamado « 

questionario em linha »).

A escolha do modo de colheita é fundamental porque há uma

incidência no modo de escolha do tipo de sondagem e a forma do

questionario.

Esta escolha depende de diferentes critérios, a mais importante

são (Evard et al. (2006) e Jourdan ( 2006)) :

● O custo de diferentes modos de colheita (porta a porta que

é a mais dispendiosa, ele é necessário quando o inquérito

é longo ou complexo),

● O questionario (sua demora, sua complexidade, a

necessidade de amostrar suportes visuais, a existência de

questões abertas),

● A taxa de respostas antecipadas,

● A dispersão geográfica desejada : um inquérito porta a

porta não é uma boa escolha quando os objectivos do

estudos passam por entrevistar uma população com uma

grande dispersão geográfica.

Enfim determinamos simultâneamente o método de sondagem que

será utilizado para obter a amostra .Determinamos também o

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

tamanho da amostra necessária, a disponiblidade dos valores

que poderemos disponibilizar para essa pesquisa, a precisão

desejada e os objectivos do inquérito.

A escolha do método de sondagem é um factor determinante

para a qualidade dos resultados

b) Elaboração do questionario

La elaboração propriamente dita do questionario se faz em 3

étapas :

● Primeira elaboração do questionario ( se possivel

usando resultados de questionarios antigos),

● Pré-teste do questionario para um pequeno numero de

indivíduos provenientes da população em estudo com a

finalidade de garantir uma boa aceitação do

questionario, da sua facil implementação e da boa

compreensão das questões,

● Elaboração definitiva incluindo a pré-codificação do

questionario para facilitar no momento de

informatizaçao dos dados.

c) Administraçao do questionario

No tereno realiza-se é a fase de coleta de informações aos entrevistados. Esta fase começa com uma explicaçao dos objectivos do inquerito ao entrevistando por parte dos entrevistadores e é seguida pela administração dos

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

questionários e, finalmente, pelo controle de qualidade do trabalho dos inquiridores. Este controle à posterior é essencial, ele permite de assegurar que o questionario foi bem elaborado e foram respeitadas as regras para a sua elaboração.

d) Tratamentos e analises de dados

Esta ultima étapa compreende :

● As operaçoes de verificaçao de codificaçao a captura iformatica do dados

● O tratamento eventual de questoes abertas● O calculo do peso das sondagens e dos coeficientes de

valorizaço● O tratamento informatico geralmente por aplicaçoes

informaticas especializadas para o tratamento de inqueritos

Os resultados destes tratamentos sao entao sintetizados num reporte final.A importancia e a complexidade destas diferentes fases variao muito de um inquerito para o outro, as escolhas feitas em cada uma das fases da elaboraçao do inquerito vao ter uma incidencia directa sobre a qualidade global do inquerito.

3. Qualidade do inquerito

Nao existe uma definiçao unica da qualidade dos dados de um inquerito.Para os estatisticos, a qualidade é muitas vezes associada a precisao dos calculos pela tecnica dos intervalos de confiança.Mas para os utilizadores dos resultados, outros aspectos sao importantes como por exemplo a pertinencia de responder ao casode estudo, a disponiblidade dos dados em tempo preciso.

No manual de Eurostat sobre a avaliaçao da qualidade dos dados (Handbook on Data Quality Assement Methods and Tools), tres aspectos da qualidade dos dados sao considerads ;

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

● As componentes do producto estatistico,● A percapçao da qualidade dos dados pelos utilizadores,● Algumas características do processo de produção, tais

como carga de trabalho solicitada aos entrevistados.

No Sistema Estatistico Europeu (SEE), a qualidade do produto

estatístico é avaliado segundo os seguintes critérios

(Eurostat, 2005) :

● A pertinencia (relevance) grau em que as estatísticas

satisfazem as necessidades correntes e potenciais dos

utilizadores. Permite saber se todas as estatísticas que

são necessárias são produzidas e o grau em que os

conceitos usados (definições, classificações, etc.)

reflectem as necessidades do utilizador.

● A precisao (accuracy) «Precisão», no sentido estatístico geral, denota a proximidade dos cálculos ou das estimações em relação aos valores exactos ou verdadeiros das variáveis consideração (a informação deve descrever bem o fenómeno que ele quer estudar) os erros amostrais e não amostrais que serão descritos neste trabalho, afectam a exactidão dos resultados.

A pontualidade e actualidade (timeliness and punctuality)

A pontualidade diz respeito ao intervalo de tempo existente entre a data de divulgação dos dados e a data em que estes deveriam ter sido entregues, por exemplo, com referência a datas definidas em calendários de publicação oficiais, estabelecidos por regulamentos ou previamente acordados entre as partes.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

A actualidade da informação reflecte o intervalo de tempo entrea sua disponibilidade e a ocorrência do aconte- cimento ou fenómeno que descreve.

3.1. PontualidadePara compreender e solucionar os problemas relacionados com a pontualidade, deverá ser fornecida informação sobre o processo de realização do inquérito a nível nacional, em particular sobre a correspondência entre datas previstas e reais:— prazos de resposta para os inquiridos, incluindo igualmente avisos e seguimento; — duração do trabalho de campo; — duração do processamento de dados; — datas de publicação dos primeiros resultados.

3.2. ActualidadeOs relatórios de qualidade referentes às estatísticas sobre a estrutura dos custos da mão-de-obra e sobre a estrutura dos ganhos devem incluir informação sobre o intervalo de tempo entre a divulgação dos dados e o período de referência dos dados a nível nacional.

● A acessibilidade e inteligibilidade (accessibilility and

clarity) dos dados estatisticos,

● A comparabilidade (comparability) visa medir o impacto dasdiferenças entre conceitos estatísticos aplicados e entre instrumentos/procedimentos de medição quando se comparam estatísticas entre zonas geográficas, domínios não geográficos ou ao longo do tempo.

● Consistência (coherence) A coerência das estatísticas é a sua adequação para serem fiavelmente combinadas de diferentes formas e para várias utilizações. No entanto, égeralmente mais fácil mostrar casos de incoerência do que provar a coerência.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Existem outras versões um pouco diferentes para garantir a

qualidade dos dados estatisticos Brackstone(1999) apresenta os

critérios utilizados em Canada.

As componentes escolhidas para garantir a qualidade dos dados

estatisticos variam segundo a metodologia de inquerito

escolhida. Uma dada metodologia de inquérito não pode garantir

a optimizaçao de todas componentes de qualidade

simultaneamente; por exemplo deve-se encontrar um acordo entre

a precisao e os atrasos da realizaçao do inquerito.

As dimensões da qualidade do produto estatístico também podem

ser utilizadas como base para avaliação da qualidade pelos

utilizadores. Mas em muitos casos, os usuários percebem a

qualidade de maneira diferente dos produtores (pesquisadores,

Institutos Nacionais de Estatística,...) e não privilégiam as

mesmas dimensões.

No que concerne ao ultimo aspecto da qualidade, isto é, a

qualidade do processo de produçao, nao existe uma definiçao

padrao.

De maneira geral a qualidade do processo de produçao pode ser

avaliada da seguinte maneira:

● Escolha de uma metodologia que se adapta aos objectivos do

estudo

● A realização no "terreno" de acordo com as regras da arte

de inquerir

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

● Escolha de técnicas adequadas de análise estatística

(aplicação adequada do cálculo do peso nas sondagens e

ajuste de coeficientes, os resultados calculados em um

tamanho de amostra aceitavel...).

Em 1944,W.E.Deming, em um artigo intitulado “On errors in

surveys”, citou treze factores que podiam afectar a validaçao

de um inquerito.

O objectivo desejado era de insistir na necessidade de se

fazerem esforços para reduçao destas treze fontes de erros e

nao simplesmente para um ou dois desses erros.Ele prossegue

afirmando:

“...no planejamento de um estudo esforços devem ser feitos paraa redução de todos os erros que seja impossíveis de reduzir, porém o esforço deverá ser repartido com o objectivo de produzir a maior eficácia possível com os recursos disponíveis...”, insistindo assim sobre a necessidade de realizar esforços para obter a qualidade procurada e implicitamente, a utilização dos resultados, esta continua a ser uma das grandes difículdades: muitas vezes é possível com custos adicionais reduzir o viés num inquerito, mas a dificuldade está em fazer adequado sesforços de ajustamento nautilização que será feita aos resultados.

O sentido tradicional de qualidade é a ausência de erros em cada estágio de implementação da pesquisa (desenho, plano de sondagem, redaçao do questionario, terreno, analise e conclusoes), a avaliação da qualidade de um inquerito passa pela análise de possíveis fontes de erro em cada etapa de sua implementação, a com finalidade de prevenir ou remediar. Sobre isso falaremos nas paginas subsequentes.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

4. As fontes de erro num inquérito por amostragem

Um inquerito por amostragem permite estimar os valores desconhecidos dos parametros caracteristicos da populaçao (Nível de conhecimento, duração media de escuta,...)Os valores estimados serao diferentes dos verdadeiros valores devido aos erros que podem se ter produzido a cada uma das etapas da realização do inquérito e criando o erro total que pode ser definido como a diferença entre o valor estimado pelo inquérito e o verdadeiro valor do parâmetro populacional.

Estes eros podem se dividir em dois grupos:

● Erros de amostragem (sampling error)● Os outros tipos de erro (non sampling errors) que se devem

geralmente aos erros de medida e de não resposta

O erro amostral está directamente relacionada ao processo de amostragem e é intencional: é obviamente o máximo quando apenasuma unidade da população é observada, quando há um número crescente de observaçoes na amostra diminui, seria zero se a população inteira fosse observada (censo). Para o fazer diminuir, podemos aumentar o numero de unidades observadas.

Salientar que estamos falando de erro clássico de amostragem de modo que não é de forma alguma um erro devido à ma selecção da amostra, mas de uma flutuação aleatória ou devido ao próprioprincípio da amostragem.

Ao erro de amostragem, se juntam outros tipos de erros que podem ser considerados de uma forma não intencional : o erro demedição pode ser devido por exemplo aos entrevistados, que por várias razões, dão respostas que não correspondam à realidade de suas opiniões ou do seu comportamento e também pode ser

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

devido aos inquiridores que podem dar uma interpretação errada das perguntas feitas ou orientar as respostas. Esses erros geralmente não diminuem geralmente com o tamanho da amostra e podem eventualmente até aumentar com o aumento do tamanho da amostra: pode ser mais difícil por exemplo garantir uma gestão coerente da rede de inquiridores, quando um grande número de inquiridores é necessário.

Como já foi dito , o erro de amostragem é o mais visto quando otema de qualidade de um inquerito é discutido. Sabemos quantificar o erro de amostragem, é no entanto difícil medir o impacto sobre a qualidade dos resultados de outros tipos de erros. Não há fórmula mágica contra eles, é apenas com experiência que se aprende a detecta-los, por vezes, corrigir ou prevenir, é preciso para isso compreender as suas causas e encontrar formas de minimizar .

Observemos que há uma outra classificação de erros em um inquérito por exemplo erros de não observação (erro de cobertura, erro de amostragem, erros de não-resposta) e erros de observação (principalmente o erro de medição, erros na entrada dos dados ecodificação).

4.1. O erro amostralO erro amostral é definido como a diferença entre um resultado amostral e o verdadeiroresultado populacional; tais erros resultam de flutuações amostrais aleatóriasO cálculo deste tipo de erro por meio da técnica de intervalos de confiança é o objecto de estudo nas obras de teoria de sondagens.Neste trabalho se limitara apenas em descrever brevemente os diferentes métodos, fornecendo caminhos para o calculo de errosde amostragem. Colocamos mais ênfase na importância da escolhado método para a qualidade global do inquerito.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Existem muitas maneiras de construir uma amostra e fazendo com que exista uma grande diversidade na maneira como as amostras podem permitir obter resultados confiáveis aceita-se facilmenteo tamanho à qualidade, relacionando geralmente a qualidade dos inquéritos ao tamanho das amostras, ou seja sobre o numero de respostas obtidas enquanto uma boa amostra, seleccionada segundo as regras é de longe preferível que uma grande amostra.

Destingue-se geralmente duas grandes categorias de métodos de sondagem

● Os metodos aleatórios (ou probabilistas) nos quais cada individuo da populaçao estudada tem uma probabilidade conhecida, diferente de zero, dada antes de pertencer a amostra , esta probabilidade é chamada probabilidade de inclusao;

Os metodos empiricos ( ou nao aleatorios) nos quais as probabilidades de inclusao nao sao conhecidas, a constituiçao da amostra resulta de uma escolha premeditada visando fazer a amostra parecer a sua populaçao de origem.

Ambos os métodos serão descritos, mas o cálculo do erro de amostragem pode ser explicado apenas para o caso de amostragem aleatória simples. Deixamos ao leitor livros didáticos de teoria de amostragem para calcular o erro de amostragem, no caso de sondagens mais complexas.

A terceira seção discute de maneira rapida as técnicas de recuperação, que são muitas vezes utilizados a posteriori para reduzir o erro de amostragem, mas também o erro de não-respostae erro de medição.

4.1.1. A amostragem aleatória

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Elas podem ser simples, estratficadas, de múltiplos estágios, aprobabilidades desiguais.Uma amostragem é aleatória quando todos na população estudada tem uma probabilidade conhecida, dado com antecedência e diferente de zero de pertencer à amostra. Essas probabilidades,chamado de probabilidades de inclusão não são necessariamente iguais , é necessário que elas sejam definidas a priori e que oalgoritmo de desenho da amostra atenda a essas probabilidades eo método de estimativa as leve em conta.

As amostragens aleatórias tem três grandes vantagens:

● O Conhecimento das probabilidades de inclusão de cada indivíduo na população utilizada para calcular uma margem de erro para os resultados;

● O acaso fornece aos usuários proteção contra a seleção da amostra tendenciosa (mas o risco de viés devido à pesquisaou não-resposta permanecem, e esses potenciais viés serãodescrito mais tarde).

● Conhecimento da taxa de resposta fornece um critério para avaliar a qualidade dos resultados.

Os principais incovinientes das amostragens aleatorias sao os seguintes:

● É preciso dispor de uma base de sondagem, isto é uma listade individuos da populaçao em estudo ou pelo menos uma lista de sub-populaçoes, este é o principal obstáculo parao uso de amostragem aleatória , porque há muitos casos em que tais listas não existem. Por exemplo, o INE sozinho pode tirar amostras de domicílios a partir da base de amostragem de habitação em Moçambique, esta base não está disponível para os pesquisadores privados. Outro exemplo não há registo de visitantes a um local turístico em um determinado dia;

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

● Elas são geralmente mais caras e exigem prazos mais longos: uma vez que a amostra foi seleccionada, é essencial e indispensavel tentar obter uma resposta dos indivíduos selecionados: por revisita no caso de ausência nos inquéritos porta a porta, na necesidade de voltar a fazer chamadas telefónicas para dias diferentes dos concebidos para pesquisas telefonicas, com lembretes no caso de pesquisa através dos correios.

Descrição dos principais métodos de amostragem aleatória, as suas vantagens e desvantagens.

a) a amostragem aleatória simples

O tipo de amostragem probabilística mais conhecido é o da amostragem aleatória simples. Segundo Stuart (1984), uma amostra aleatória simples (a.a.s.) de dimensão n é uma amostra seleccionada por um processo que confere a cada conjunto possível de n elementos a mesma probabilidade de ser seleccionado. Pode-se mostrar que neste plano de amostragem, todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de serem escolhidos para fazer parte da amostra.

A obtenção de uma amostra aleatória simples pode ser feita mediante os seguintes passos (Vicente, Reis e Ferrão, 1996):

Passos para obtenção de uma amostra aleatória simples: 1. Numerar consecutivamente os elementos da população de 1 a N;

2. Escolher n elementos mediante o uso de um procedimento aleatório como seja o método da lotaria ou utilizando tabelas de números aleatórios, que podem ser geradas por computador. Osnúmeros têm que ser diferentes e não superiores a N;

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

3. Uma vez escolhidos os números, os elementos da população que lhes correspondem constituirão

A escolha das a.a.s. nem sempre é a melhor opção. Devido a todos os indivíduos da população terem a mesma possibilidade depertencerem à amostra, pode resultar em amostras muito dispersas geograficamente e, se forem exigidas entrevistas pessoais, a amostra obtida torna-se dispendiosa e morosa. Estasamostras podem ser uma óptima escolha se a população for reduzida, existirem listas com os elementos da população, sendoportanto possível a definição da base de sondagem, e se a dispersão geográfica dos elementos não for um problema.

A amostragem aleatória simples é, na verdade raramente utilizada:

- Se a população é muito heterogénea em relação ao problema estudado, os resultados obtidos por amostragem aleatória simples podem ser imprecisos. Se tivermos informações dos indivíduos da população podemos dividir em classes ou sub-populações mais homogêneas, sendo assim vantajoso usar a amostragem estratificada;

- Quando não temos a base de sondagem e / ou para reduzir os custos de investigação, é muitas vezes utilizado amostragem porconglomerados ou multi-estágio de amostragem.

A amostragem aleatória simples, no entanto, é muito importante porque serve como um"ingrediente" de base para as amostragens aleatórias mais complexas.

Por outro lado, a precisão dos resultados em uma amostragem aleatória simples é fácil de calcular e é frequentemente usada para o cálculo da aproximação de precisão dos resultados, incluindo:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

- quando outros métodos mais complexos são utilizados e que a presença de erros de não resposta e erros de medição possa tornam ilusória um cálculo exacto da precisão,

- No caso de amostragens empíricas que, teoricamente, o desconhecimento das probabilidades de inclusão não permitem calcular a precisão dos resultados.

Precisão dos resultados em uma amostragem aleatória simples

Na amostragem aleatória simples, onde o objectivo é estimar o valor médio m de uma variável quantitativa em uma população de tamanho N, se o tamanho da amostra é suficientemente grande (n>30), o intervalo de confiança a nível de confiança de 95% é estimado por:

(1) -1,96 +1,96

onde e s designam respectivamente a media e o desvio padrão da variável estudada na amostra

Este resultado indica que a precisão da pesquisa (definido comometade o intervalo de confiança correspondente a um determinadonível de confiança) depende:

● Do desvio padrão da variável de interesse,● Do tamanho da amostra,● Do tamanho da população através da fracção de amostral n /

N.

Mas se a taxa de amostragem é baixa (na prática, menos de 10%),pode-se considerar o factor de correcção população finita

é insignificante (na verdade, ele é maior que 0,949 quando n / N é inferior a 10%). O intervalo de confiança ao nível de confiança de 95% é:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

(2) -1,96 +1,96

Neste caso (taxa de amostragem abaixo de 10%), a precisão do levantamento não depende da taxa de amostragem. Ela só depende do tamanho da amostra e do desvio padrão da variável de interesse: uma pesquisa com 1000 indivíduos em uma população de50 milhões de pessoas dão a mesma precisão que um levantamento do mesmo tamanho em uma população de 100.000 habitantes, da metodologia da pesquisa e assumindo que a dispersão da variávelde interesse é idêntica em ambas as populações.

As fórmulas (1) e (2) permitem calcular a priori, antes de realizar o inquerito o tamanho da amostra necessária para estimar a média m na populaçao com uma precisão D dada com antecedência. A fórmula (2) permite calcular o tamanho da amostra, se o fatcor de correcção finita é insignificante:

n

Neste caso, s é uma estimativa do desvio padrão da população feita antes da realização do inquérito e obtido por uma sondagem anterior ou pré-inquérito.

Quando a finalidade da pesquisa é estimar uma proporção p de indivíduos na população com um carácter dado, o intervalo de confiança ao nível de confiança de 95% para p se escreve, quando o factor de correcção da população finita é insignificante e para n suficientemente grande:

-1,96 +1,96

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Neste intervalo, f é a proporção de indivíduos com a característica dada na amostra.

Por exemplo, a tabela a seguir apresenta o demi-intervalo de confiança ao nível de confiança de 95% para diferentes tamanhosde amostra, quando a proporção f na amostra toma valores nas colunas da tabela.

Proporçao f 5% 10% 15% 20% 30% 40% 50% 95% 90% 85% 80% 70% 60%Tamanho daamostra100 7,8 9,0 9,6 9,8150 5,7 6,4 7,3 7,8 8,0200 4,2 4,9 5,5 6,4 6,8 6,9300 2,5 3,4 4,0 4,5 5,2 5,5 5,7400 2,1 2,9 3,5 3,9 4,5 4,8 4,9 500 1,9 2,6 3,1 3,5 4,0 4,3 4,4 700 1,6 2,2 2,6 3,0 3,4 3,6 3,71000 1,4 1,9 2,2 2,5 2,8 3,0 3,1 2000 1,0 1,3 1,6 1,8 2,0 2,1 2,25000 0,6 0,8 1,0 1,1 1,3 1,4 1,410000 0,4 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,0

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Lembre-se que esta clarificação pelos semi-intervalo de confiança se refere apenas ao erro de amostragem e não a outrostipos de erros.

b) Amostragem aleatoria estratificada

Nos casos em que as variaveis estudadas apresentam uma distribuiçao forte em toda populaçao, a precisao de resultados de uma amostra aleatoria simples pode ser melhorada,existem situações em que se consegue identificar subdomínios ou subgrupos, que resultam da divisão da população em grupos ou estratos (Vicente, Reis e Ferrão, 1996). É o caso da amostragem estratificada. Nesta, cada estrato é tomado como uma população separada e a selecção dos elementos dentro de cada um dos estratos éfeita à parte.A amostragem estratificada tem, assim, por princípio, dividir a população em subconjuntos chamados estratos, de forma a realizar umasondagem em cada um deles.Este tipo de amostragem é muito usado, visto que a maioria das populações podem ser divididas em estratos (por exemplo, homens/mulheres, alunos do ensino superior/não superior, etc) e conduz-nos a análises de subgrupos com variabilidades inferiores do que na a.a.s. Este tipo de amostragem tem como desvantagem ser muitocaro e moroso quando existem muitos estratos.

A estratificação torna possível controlar a amostra e assim, melhorar a precisão das estimativas obtidas na pesquisa,

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

eliminando a possibilidade de recolha de amostras em que algumas classes são sub ou super-representadas pelo facto de terem sido recolhidas de forma aleatória. No caso em que a população é estratificada por região, por exemplo, podemos dividir a amostra total em todas as regiões na proporção da população de cada região: isso é chamado de uma amostra estratificada proporcional. Mas essa distribuição, por ser natural, nem sempre é o mais relevante. A escolha da distribuição depende essencialmente dos objectivosda pesquisa:

-Quando a pesquisa se destina a fornecer estimativas em termos da população em geral e de alguns estratos, pode-se sobre-representá-los na amostra (se tomados em consideração os procedimentos de estimação);

- Quando a pesquisa destina-se apenas para fornecer o nível dasestimativas da população com a melhor precisão possível, a melhor distribuição é a distribuição chamada alocação óptima oualocaçao deNeyman em que o tamanho da amostra em um estrato é proporcional ao número de indivíduos no estrato e o desvio padrão da variável de interesse no estrato Cochran (1977).

Para realizar uma amostragem aleatória simples ou amostragem aleatória estratificada, é necessário ter a base de sondagem. Por outro lado, mesmo que tenhamos a base de sondagem, o custo da pesquisa pode ser proibitivo por causa de despesas de viagemquando a população está geograficamente dispersa e que a investigação é realizada por inquiridores porta a porta.

Podemos então usar dois outros métodos de amostragem aleatória:a amostragem por conglomerados e amostragem em múltiplos estágios.

Passos para obtenção de uma amostra estratificada:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

1. Definir os estratos. Os estratos têm de ser bastante diferentes uns dos outros, mas os elementos dentro de cada estrato têm de ter características comuns (ex. sexo, grupo etário).

2.Seleccionar os elementos dentro de cada estrato, independentes unsdos outros.

3.Conjugar os elementos seleccionados em cada estrato, que na sua totalidade constituem aamostra.

A população com N unidades é, assim, dividida em subpopulações ou estratos com N1, N2, ..., Nk elementos, onde N1+N2+...+Nk = N. Os estratos assim formados são mutuamente exclusivos e exaustivos. Comojá foi referido, a lógica que assiste à estratificação de uma população é a daidentificação de grupos que variam muito entre si, ou seja, no que diz respeito ao parâmetro em estudo, mas muito pouco dentro de si, ou seja, cada um é homogéneo e com pouca variabilidade (Vicente, Reis e Ferrão,1996). Cada estrato é tomado como uma população separada, de onde se retira uma amostra, que fornece uma estimativa.As estimativas obtidas a partir dos k estratos servem de base à construção de estimativas do parâmetro populacional em estudo.

c) Amostragem por conglomerados e amostragem em múltiplos estágios.

A pratica de amostragem por conglomerados ou a múltiplos estágios é muito difundida, ela é motivada pela natureza dos dados a serem colectados, pelas considerações de custo ou de viabilidade e de má qualidade ou a falta de base de sondagem.

De facto, em muitos exemplos de pesquisas, a população pode serconsiderada como dividida em grupos (chamados clusters ou unidades primárias): as famílias são grupos de indivíduos, os voos das companhias aéreas são grupos de passageiros, os edifícios são grupos de casas ,....

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Em seguida, desenha-se uma amostra aleatória por conglomerados:

● Se todos os indivíduos "clusters" são seleccionados a partir da pesquisa é chamada amostragem por conglomerados,

● Se observarmos apenas uma amostra em cada um dos "clusters" , estamos falando de amostragem à múltiplos estágios.

Este tipo de pesquisa

● Pode resolver o problema da falta de base de amostragem (ao fazer uma amostragem aleatória),

● Geralmente reduz os custos de investigação.

Mas, se os indivíduos dentro de um cluster ou uma única unidadeprimária tendem a ser semelhantes em relação ao objecto da investigação, os resultados podem ser menos precisos do que a amostragem aleatória simples com o mesmo tamanho (mas a reduçãodos custos permite aumentar o tamanho da amostra).

4.1.2 Amostragem não-aleatória ou empírica

Depois de termos abordado algumas técnicas de amostragem aleatória, veremos alguns tipos de amostragem não aleatória. Segundo Bacelar (1999), ao contrário das técnicas aleatórias, estas técnicas não têm"garantia estatística" de que a amostra seleccionada seja representativa. Não existe, nestes casos, uma teoria estatística de suporte à obtenção de amostras representativas, mas pode existir umaprobabilidade significativamente elevada de que a amostra obtida seja representativa, embora esta probabilidade não seja muitas vezesfácil de determinar. Estas técnicas de amostragem não aleatória são muito utilizadas e muito úteis quando não é possível usar amostras aleatórias, no âmbito de estudos preliminares ou exploratórios.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

A amostragem é não aleatória, quando ela não inclui um mecanismo para selecção aleatória de indivíduos na população: aprobabilidade de seleção de indivíduos na população não é conhecida, pode até ser zero para alguns ,dai a existência do chamado viés de seleção, e a incapacidade de calcular as margens de erro.

Os métodos não-aleatórios, principalmente o método de quotas, são amplamente utilizados nas pesquisas de opinião e pesquisas de mercado por duas razões principais.- A escassez ou indisponibilidade da base de sondagem: em Moçambique, os institutos de pesquisas privados geralmente não têm a base de sondagem para tirar suas amostras: a base de amostragem de habitação após o censo é coberto pelo segredo estatístico. Poderíamos pensar nas listas eleitorais (neste caso inquirir Moçambicanos a partir dos 18 anos), mas o voto não é obrigatório em Moçambique, elas são muito imprecisas. Resta o diretcório de assinantes da empresa TDM que pode realmente ser usada como base de sondagem no caso de pesquisas telefonica, apesar das suas imperfeições crescentes, das quais falaremos ainda neste trabalho. Outro exemplo sao as pesquisas realizadas em centros comerciais, nos sites turisticos onde sempre se realiza sem nenhuma base de sondagem turístico.

- Custos e datas de conclusão

No caso de inqueritos porta a porta, considera-se que uma amostragem aleatória porta a porta custa cerca de três vezes mais caro do que uma amostragem por quotas.

a) Amostragem por quotas

Dentre os métodos não-aleatória, o método das quotas é certamente o mais utilizado

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

nas pesquisas de opinião e pesquisa de marketing.É muito semelhante à amostragem aleatória estratificada, mas a selecção dos elementos da amostra não é aleatória. A existência deste método de amostragem justifica-se fundamentalmente pela inexistência de listagens da população (Vicente et al, 1996). A amostragem por quotas conduz a uma amostra onde a proporção de elementos que possuem uma determinada característica é aproximadamente igual à proporção de indivíduos na população que possuem essa mesma característica. Por exemplo, se a população tem tantos homens como mulheres, o mesmo vai acontecer na amostra.

O princípio do método das quotas é construir um modelo, um modelo da população de estudo, de acordo com critérios de distribuição conhecida da população.

O princípio do método é o seguinte:-Nós escolhemos algumas características das quais conhecemos a sua distribuição na população estudada, por exemplo, nos inquéritos de pessoas ou famílias, critérios demográficos, geralmente correspondem às estatísticas divulgadas pelo Censo dos institutos nacionais de estatística;

-Damos cada entrevistador um plano de trabalho que exige o cumprimento de determinadas proporções em suas entrevistas.

A estrutura da população estudada de acordo com estes critériosé conhecido:- A partir de estatísticas disponíveis (por exemplo inqueritos do INE)

- A partir de um inquérito ad hoc de preferência em populaçoes grandes chamado inquerito de enquadramento

A qualidade de uma amostragem por quotas depende da forma como os entrevistadores procuram os indivíduos e entram em contacto com eles(Ghiglione e Matalon, 1992). Para assegurar uma melhor representatividade, os entrevistadores devem ser enviados para zonas

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

tiradas à sorte. Aí, eles poderão, ou abordar quem passa, ou utilizar o método porta-a-porta, ou eventualmente, combinar os dois. A reprodução das distribuições da população deve ser considerada como uma condição necessária, mas não suficiente, da qualidade de uma amostra. Neste método o tempo de realização do trabalho de campo é inferior ao dos métodos aleatórios, pois não há necessidade de contactar mais do que uma vez o entrevistado (Vicenteet al, 1996). Se no primeiro contacto o indivíduo não se encontra é automaticamente substituído por outro. Esta pode ser uma vantagem expressiva se existir uma grande urgência na obtenção da informação.Essa fiabilidade depende, nomeadamente do método de selecção deárea em que os investigadores irão operar. A selecção aleatória dessas áreas é uma garantia contra uma insuficiente dispersão geográfica de entrevistas e, em alguns inquéritos, melhora-se ainda mais a dispersão por tiragem aleatória das ilhas onde as entrevistas devem ocorrer Isso pode ser importante na investigação em que alguém está interessado no comportamento relacionados com a mobilidade. Também é importante acompanhar o trabalho de pesquisadores através do contra-inquérito (contra-visita, controle por carta ou telefone).

Passos para obtenção de uma amostra por quotas:

1.Definir as quotas, isto é, dividir a população em categorias. A escolha das variáveis é feita na maioria dos casos com base no recenseamento da população, quando se trata de variáveis sócio- demográficas.

2.Seleccionar os elementos, cabendo ao entrevistador tomar a decisãode quem é escolhido. A única obrigatoriedade é que respeite as quotas estabelecidas no plano de amostragem. Muitas vezes definem-seplanos para seleccionar os elementos, tais como circuitos urbanos oufórmulas para encontrar o andar e o alojamento a inquirir num prédio.

Exemplo de utilização da amostragem por quotas:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Suponhamos que queremos fazer uma pesquisa sobre "quem le livros cientificos". É certo que temos de ter em conta a idade, o sexo, tempo livre, etc. O primeiro passo que tem de serdado é saber a proporção existente na população dessas características. Vamos supor que existem na população 40% de homens e 60% mulheres. Então, o entrevistador terá de inquirir 40% de homens e 60% de mulheres, o que sera a sua “quota”.

A escolha dos entrevistados é deixada ao critério do inquiridor, desde que cumpra a repartiçao fixada.

Note-se que a amostra obtida é representativa da população em relação às variáveis de quotas em que respeita as proporções encontradas na população sobre essas variáveis. Não há indicação de que é representante de outros critérios sobre as variáveis que são objecto do estudo.

Na prática, limita-se a liberdade dos inquiridores , acrescentando a folha de quotas instruções de pesquisa a fim de reproduzir, tanto quanto possível uma tiragem equiprovável:

- Não faça mais de uma entrevista por edifício ou mais de uma casa por rua;

- Varie os andares onde as entrevistas são conduzidas,

- Mudança de bloco ou bairro depois de cada investigação,

- Cumprir com a distribuição de entrevistas durante o dia e noite

- Não entrevistar novamente o mesmo inquirido por menos de um ano

Como na estratificação, as quotas devem ser relacionados ao assunto, mas não se multiplicam de forma a não tornar o trabalho do investigador tão difícil no fim de quotasque Use

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

duto não é para satisfazer as suas quotas (que é aceitável dentro de limites razoáveis), ou fazer batota. O melhor é usar variáveis consideradas variáveis importantes, como a recuperação, pensando em incluir no questionário.

Finalmente, como mencionado acima, é geralmente dada ao inquiridor não quotas cruzadas, mas as quotas marginais, com osinquiridores experientes, pode permitir a reduçao do tempo de procura dos entrevistados.

As desvantagens do método das quotas são aqueles dos métodos não-aleatória em geral:

-A existência de viés não pode evitar a realização das linhas de investigação geralmente as quotas. Em particular, se o número de recusas que sofreu o investigador é alta, a representatividade pode ser questionável. A qualidade das investigações por quotas basea-se principalmente na qualidade do trabalho do pesquisador.

-A Impossíbilidade de calcular a margem de erro é geralmente dada como uma aproximação grosseira.

As vantagens do método de quotas são essencialmente:

O custos e prazos de entrega são inferiores aos de uma amostragem aleatória, o que justifica o seu uso quando os errosde medição e erros e de não-resposta são difíceis de comprimir no caso das pesquisas de opinião.

b) Outros métodos de amostragem não aleatória

São principalmente o método de unidade padrão, pouco utilizado e que não será neste trabalho descrito e a amostragem de voluntários.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Amostragem de voluntários

Ocorre, por exemplo, no caso da aplicação experimental de uma nova droga em pacientes, quando a ética obriga que haja concordância dos escolhidos.

É a pesquisas feita a leitores de qualquer jornal, membros de associações que concordam responder a um questionário, os telespectadores dispostos a responder por telefone ou internet a uma ou mais questões no decorrer de um programa de televisao.O mesmo vale para usuários que respondem a um questionário proposto sobre um site o. A extrapolação dos resultados obtidosa população do estudo deve ser feito com cautela, tentando avaliar qualitativamente o impacto do viés de seleção, dependendo do objecto de estudo. Por exemplo, sabemos que o recrutamento na Internet tende a sobre-representar os grandes consumidores de Internet, a questão é saber se esse viés pode afectar os resultados, e se sim, tentar corrigi-lo através de processos de reorganização.

Também podemos classificar nesta categoria as amostras obtidasem "painéis de acesso." Os painéis de acesso nos dão amostras, muitas vezes muito grandes, formadas de indivíduos pré-recrutados por um instituto de sondagem e aceitando o princípiode serem entrevistados se forem solicitados. Eles podem ser interrogados pelo correio, por telefone ou online. Seu grande tamanho faz com que seja possível identificar um número suficiente de consumidores de um produto ou produtos comprados com pouca frequência. O desenvolvimento de painéis de acesso é devido a dificuldades crescente do recrutamento de amostras ad hoc e a proliferação de produtos que tornam necessários os estudos cible fini.No entanto, especialmente no caso de painéis de acesso à Internet, a representatividade da amostra de entrevistados deve

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

ser estudada caso a caso, dependendo do objecto da investigaçãoe da população em estudo.

Métodos de valorização

Entre os métodos de pesquisa que descrevemos, a estratificação permite aumentar a precisão dos resultados utilizando a informação disponível sobre a população.Este conhecimento da população permite definir as modalidades de tiragem mais eficientes.Os métodos de recuperação são usadas a posteriori, quando a pesquisa chega ao fim, para reduzir o erro de amostragem e/ou oerro de não-resposta (por isso sao chamados de métodos ponderação) e eventualmente os erros medida.

O princípio é o seguinte:Nos temos:

● Resultados obtidos sobre uma amostra (simples, estratificada,,...) num inquérito

● Informações sobre a população de estudo (por exemplo: sexoe idade dos médicos em uma pesquisa de médicos).

Observamos que a estrutura da amostra difere da estrutura da população (devido às flutuações de amostragem, de não-resposta ao inquérito,o que afecta diferentes categorias da população,dos erros de medição,...).

Os métodos de recuperação servem para melhorar os resultados àluz de informações conhecidas sobre a população e diferenças constatadas. Eles consistem em atribuir pesos as respostas dosentrevistados na análise dos resultados de tal forma que encontremos as proporçoes conhecidas sobre a populaçao.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Observe-se que em inquéritos por sondagem, se a amostra é retirada com probabilidades desiguais, introduz-se geralmente os pesos de amostragem na analise dos resultados (estes pesos de amostragem são inversamente proporcionais a probabilidade deinclusao).Os pesos de valorizaçao irao modificar os pesos de sondagem com um propósito descrito abaixo.

Concretamente, os objectivos de reparação do inquéritos são:

- Melhorar a precisão das estimações (reduzir os intervalos de confiança)

- Assegurar que a estrutura da amostra seja idêntica à estrutura da população para algumas variáveis ligadas as variáveis estudadas,

- Corrigir parcialmente o viés devido à não-resposta (ou mais raramente a erros de medição).

Nota: Se a amostra é "correcta", a recuperação traz pouca mudança aos resultados.

Existem muitos métodos, a sua escolha está relacionada com a natureza das variáveis de recuperação (quantitativa versus qualitativa) e seu número (um versus múltiplos)

Exemplo: A pós-estratificação (de recuperação em um único critério de qualidade)Considere uma amostra de 1000 estudantes universitarios com idades a partir dos 20 anos que foram interrogados sobre a leitura de uma dada revista, durante os seis meses anteriores àpesquisa.

Com o critério "Homens-Mulheres" onde foi encontrado em inquéritos anteriores que estavao relacionados a leitura da

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

revista, sabemos que a proporção de mulheres na população é de 25%, na amostra, a proporção é de apenas 22%.

A pós-estratificação consiste em calcular os resultados:

- Dando um peso (chamado de factor de conversão) 0,25 / 0,22 =1,136 aos questionários feitos as mulheres.

- Dando um peso de 0,75 / 0,78 = 0,962 aos questionários feitosaos homens.verifica-se que a proporção de homens é então estimada por:

Verificamos que a proporçao de mulheres é dada por:;yhgvgvgv

Quando queremos ajustar a amostra em vários critérios, que não sabemos a estrutura cruzada dos algoritmos ( algoritmo do raking ratio ou método de calibração generalizada, Ardilly (2006)) para determinar um peso único para cada indivíduo que éentão utilizado para calcular os resultados do inquérito.

A recuperação sobre múltiplos critérios é utilizado em todos "grandes" inquéritos .

4.2. Os outros tipos de erros

Outros tipos de erros incluem principalmente erro de cobertura,o erro de não-resposta e erros de medição.

Erro de cobertura se deve principalmente à diferença entre o valor do parâmetro da população alvo ou população estudada e o valor do parâmetro da base de sondagem a partir do qual a amostra será seleccionada.

O erro de não-resposta surge da falta de resposta dos indivíduos pertencentes à amostra seleccionada.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

O erro da medição (ou observação) vem das diferenças entre as respostas dos entrevistados e os verdadeiros valores.

Pode ser devido:Aos iquiridores (treinamento e supervisão necessária);Ao instrumento de medida (modo de inquerito, questionário usuário,...);Ao entrevistado (que fornece informações incorretas, intencionalmente ou não).

Outros tipos de erros (não descrito neste trabalho) podem ocorrer:

Erros de codificação e de entrada de dados

Erros devido à imprecisão das informações utilizadas para a construção da amostra ou durante o processo de reparação (por exemplo, de reparação de um painel de utilizadores de Internet em uma pesquisa de enquadramento).

As tendências observadas são:

1.Uma redução de erros de medição devido ao desenvolvimento significativo durante duas décadas de novas tecnologias para colecta de informações (colecta assistida por computador, audimétros, leitores de código de barras em painéis de consumidores e distribuidores,...)

2.Um aumento dos erros de resposta, devido ao aumento observadoem grande parte das taxas de não-resposta nos inquéritos (ver Brignier e Dupont, 2005).

Erro de cobertura

Erro de cobertura é o erro causado pela diferença entre:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

o valor do parametro da população alvo ou população estudada, eo valor do parametro da população realmente estudada (às vezes chamado de população de origem).

Esta diferença pode ser devido a uma diferença entre a população alvo e da base de sondagem ou lista utilizado para seleccionar a amostra. Em teoria, a base de sondagem é uma lista completa, sem omissão ou repetição, de indivíduos da população. Na prática, as bases de sondagem são na maioria imperfeitas. O erro de cobertura resulta da diferença criada sobre os resultados do inquérito pelo acto de selecção da amostra a partir desta lista incompleta.

Várias ilustrações deste erro de cobertura podem ser dadas.

Exemplo pag 155

Um exemplo de "listas vermelhas" e "móveis exclusivos" em pesquisas por telefone.

Detentores de telefones móveis exclusivos em 1998 representou 2% da população, havia cerca de 15% em 2006, o que corresponde a 17% dos domicílios. No entanto, a falta de linhas fixas está relacionada com uma série de critérios como idade, profissão e classe social (PCS) ou nível de renda.

Para limitar o erro de cobertura de pesquisas por telefone, alguns institutos incluem "exclusivo indivíduos móvel" é um método possível e serve para gerar números aleatórios de telefonia móvel respeitando o peso das operadoras móveis, para identificar com uma chamada os números de telefone gerados a partir desses correspondentes a um indivíduo"exclusiva móveis "e que concordam em ser pesquisados em um estudo posterior, e, finalmente,retirar uma amostra do banco de dados e incorporados(Dudoignon e Vanheuverzwyn, 2006)

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Em algumas pesquisas por telefone das famílias nas listas vermelhas (cerca de 20%dos domicílios da França são cotadas) estão incluídos na amostra pela técnica conhecida como "variação". A seleção aleatória de números de telefone a partirdo diretório de assinantes de telefone fixo é feita e, em seguida, uma ou ambas das seguintes técnicas é usado: - os números operacionais tiragem inicial e números sem variação resultou em uma entrevista - números declinação imediata e declinação dos números de tiragem inicial de impressão não levou a uma entrevista.Quando a amostra de números de telefone é desenhado no diretório France Telecom,o segundo método permite também a inclusão familiar não cotadas ou acesso compartilhadoEm uma pesquisa telefônica, a não inclusão de indivíduos pertencentes a uma ou outra dessas duas subpopulações pode criar um viés nos resultados, se o comportamento desses indivíduos diferem sobre o assunto estudado.

É chamado de viés de seleção ao facto de que devido a não conveniência da base de sondagem e/ou processos de selecção das unidades amostrais, certos elementos ou grupos de elementossão excluídos à priori. Cada inquerito tem seus riscos de viés de selecção e deve-se elaborar com muita atençao, nos inqueritos por quotas por exemplo, as instruções dadas aos investigadores visam reduzir esses riscos.

Outra causa de erro de cobertura está relacionada com as restrições de conduzir a pesquisa no campo: em pesquisas de satisfação com o vôo, os passageiros de voos nocturnos não são pesquisadas, e em painéis de audiência de televisão, alguns tipos de televisões não podem ser equipados com audimétros etc.

O viés resultante do erro de cobertura é mais apreciado qualitativamente.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Exemplo 2

Outro exemplo de erro de cobertura pode se dar por inquéritos aos desabrigados. A falta de base de sondagem confiável pode ser superada através do uso das estruturas de oferta de serviços (catering, alojamento, cuidados, etc.) Para formar umabase de amostragem (Quaglia e Vivier (2006)). Essas pesquisas de pessoas sem-teto são realmente mais precisamente inqueritos de usuários de serviços de apoio: aqueles que não frequentam estas extruturas escapam ao inquerito.

Observe que o método atribuiçao de pesos (Lavallée, 2002) sera usado para reduzir a super-representação de indivíduos pertencentes a várias listas por frequentare varios centros de atendimento.

O Erro de nao-respostaO erro de não-resposta surge da ausência total ou parcial de informações sobre indivíduos da amostra. A tendência global é um aumento na taxa de não-resposta em pesquisas.

Existem:

- A não-resposta total pode ser devido a várias causas: ausência no momento da passagem do investigador ou da chamada telefónica, recusa de resposta, o abandono no meio entrevista, incapacidade de participar no inquérito e questionário cancelado.

- A não-resposta parcial é devido à recusa em responder algumasquestões sensíveis, incompreensão do significado da pergunta, erros óbvios na codificação ou captura levando ao cancelamento da resposta, etc.

O problema, devido à não-resposta é geralmente menos grave: as respostas a outras perguntas no questionário são frequentemente

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

pistas de explicação usada pelos métodos de imputação que serãodescritos mais tarde.

No caso em que assumimos um modelo simples (ver Ardilly (2006) para o efeito de não-resposta em outros modelos), no qual a população é dividida em dois grupos: o grupo de respondentes eo o grupo de não-respondentes, mostraremos que as respostas em falta num inquérito criam um viés que depende tanto da taxa de não resposta e da diferença entre o comportamento dos respondentes e o o grupo de não-respondentes, com relação à variável ou variáveis estudadas. É claro, que o comportamento dos não-respondentes não é conhecido, a diferença entre as respondentes e não respondentes às vezes pode ser avaliado qualitativamente quando a informação está disponível, de tipo sócio-demográfico por exemplo, sobre os não-respondentes.

A não-resposta também provoca uma perda de precisão já que os resultados serão calculados com um menor número de entrevistados em relaçao ao tamanho da amostra planejado originalmente. Esta perda de precisão pode ser esperada, estimando a priori uma taxa de não resposta provavel, e aumentando por consequencia o número de indivíduos selecionados.

A taxa de não resposta não mede por si só o erro de não-resposta: uma baixa taxa de não resposta pode causar um viés significativo se os respondentes e não respondentes têm comportamentos muito diferentes em relação ao tema do inquérito. Inversamente, uma taxa de não resposta elevada não étão ruim se esses comportamentos são muito semelhantes. Note-seque este viés não diminui com o aumento do tamanho da amostra.

O problema da não-resposta surge de forma diferente dependendo do tipo de inqueritos e métodos de pesquisa utilizados:- Nos métodos não-aleatórios (método de quotas, por exemplo quando a pesquisa é conduzida face a face), o usuário dos dados

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

geralmente não tem conhecimento do problema de não-respostas, recusas que o investigador tem sofrido e assim por diante. Ele pode, eventualmente, ter uma breve avaliação, examinando as instruções dadas aos investigadores e a conduta do campo;

- Nos métodos aleatórios, ao contrario, os indivíduos da amostra são nomeados. Portanto, serao conhecidas após a investigação o número de não respostas e se possivel classificados por categoria;

-Em pesquisas on line, com o questionário proposto aos visitantesde sites, o usuário geralmente não tem conhecimento da taxa de resposta;

Finalmente, em painéis, as não-respostas são bem identificadas, temos geralmente um monte de informações sobre si mesmos (através do questionário de recrutamento e suas respostas a outras perguntas do painel). Pode-se então usar as informações para corrigir o efeito da não-resposta ou para estimar as respostas em falta. Os painéis são amostras permanentes ou quase permanentes de indivíduos ou agregados familiares que são entrevistados ou observados regularmente sobre o seu comportamento.

Dois tipos de estratégias podem ser usadas para reduzir o erro de não-resposta:

-A primeira estratégia é minimizar a taxa de não resposta por tratar muito conscientemente as técnicas de colecta (questionários, os pesquisadores, lembretes...);

- A segunda estratégia é reduzir a posteriori o erro de não-resposta usando técnicas de ponderação (para não-resposta) ou carga (para não-resposta parcial).

a) Cálculo das taxas de resposta

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Não existe uma definição universalmente aceite de taxa de resposta. Portanto, deve-se ter cuidado ao analisar a taxa de resposta ou de comparação.No entanto, esforços têm sido realizados para determinar regrasde cálculo: A associação Americana para Pesquisa de Opinião Pública (AAPOR) publicou (AAPOR, 2008) um guia para o cálculo das taxas de resposta em pesquisas por telefone, as pesquisas porta a porta e nas pesquisas postais.

Em resumo,

a taxa de resposta é definido como a razão entre o número de entrevistas pelo número de indivíduos seleccionados elegíveis

a taxa de recusa é definida como a razão entre o número de recusas e de abandonos pelo o número de indivíduos seleccionados elegíveis.

Para estas últimas duas taxas, várias definições são possíveis,dependendo de como nos lidamos com casos de elegibilidade desconhecida (por exemplo, numa pesquisa por telefone, não se sabe se os números de telefone que não respondem sao atribuídosou não) .

a taxa de cooperação é a razão entre o número de entrevistas realizadas sobre o número total de indivíduos elegiveis.

a taxa de contacto é o rácio entre o número total de indivíduos elegíveis sobre o número de indivíduos elegíveis seleccionados.

A taxa de resposta é igual à taxa de cooperação multiplicado pela taxa de contacto.

Exemplo pag 158

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Distribuição de números de telefone de acordo com o resultado obtido após a última chamada, com base em números úteis

Como ilustração, da-se a seguir uma análise das taxas de resposta no estudo da audiência na imprensa diária e semanal daimprensa regional realizados desde 2005 pela TNS Sofres, em nome da AudiPresse. Este estudo foi realizado por telefone.Até o final de 2007, uma tiragem inicial de números foi feita apartir da lista telefónica respeitando a categoria habitaçao x bairro a razao de 5 numerospor uma intervista a realisar desde janeiro de 2008, os númerosda lista telefónica são declinados imediatamente (adicionou-se uma unidade para o último dígito do número). Este procedimento permite a inclusao na amostra dos números de linha fixa em separação parcial e representar melhor as pessoas cujos númerosde telefone são cotadas.

As chamadas são classificados de acordo com o resultado obtido da seguinte forma:1. Entrevista aceites 2. Abandonada durante a entrevista3. Recusa 4. Fora do ar (fax, empresa...)5. Fora da zona inicial 6. Não residente7. Número errado (número não atribuído) 8. Voltar outro dia9. Marcação de consultas 10. Número ocupado11. Sem resposta

Nos quatro últimos se a entrevista não for obtida após dez tentativas de chamada, o número é automaticamente apagado pelo software.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Os resultados seguintes dizem respeito ao estudo realizado entre julho de 2007 e junho de 2008 (período de 25 julho - 26 agosto excluído) e são calculados com base em números úteis (números dando origem a uma entrevista aceite, uma rejeição, abandono, ou "nenhuma resposta" para a exclusão de outras categorias). A taxa de resposta de 22,9%, calculada e ignora o facto de que alguns números entre os "sem resposta" não são atribuídas.

A medição e o monitoramento das taxas de resposta em inquéritosrepetidos permite monitorar um importante indicador de qualidade, mas também analisar as dificuldades de conseguir o levantamento no campo, podemos alterar as instruções e horas deentrevistas e monitorar o impacto dessas mudanças.

Quando as taxas de resposta estão disponíveis, observamos que são muito diferentes:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

- Dependendo do objectivo da investigação: a investigação de questoes de saúde obtem geralmente taxas de resposta mais altas do que as pesquisas de audiência de média, por exemplo,

- A natureza pública ou privada do inquérito: INSEE recebe as taxas de resposta aos seus inquéritos que são na sua maioria acima de 70% (Ardilly, 2006)

- O método de colecta: inquéritos face a face baseada em endereços ou telefone normalmente obtém uma melhor taxa de resposta do que as pesquisas através da Internet.

Não há uma resposta clara à questão:As taxas de resposta sao suficientes? As taxas de resposta a uma pesquisa devem ser avaliadas por comparação com as taxas obtidas em pesquisas de temas semelhantes, com modos similares de inquérito (cf. Brignier e Dupont, 2005).

b) Factores que afectam a taxa de resposta

Como observado anteriormente, a taxa de não resposta é um dos dois componentes do viés de não-resposta. É obviamente mais fácil de reduzir esta taxa, que reduzir o fosso entre os respondentes e os nao-respondentes sobre as variáveis do estudo. É por isso que muito esforço tem sido dedicado a compreender os factores subjacentes a não-resposta e desenvolvimento de técnicas de investigação para reduzir a taxade não-resposta (Biemer e Lyberg, 2003).

Para reduzir esta taxa, é essencial:

- Adaptar o questionário, sua forma e comprimento, o método de colecta, o indivíduo entrevistado deve ser capaz de responderfacilmente ao questionário;

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

- Treinar os Investigadores para melhor abordarem os indivíduos seleccionados para evitar tanto quanto possível recusa ou abandono;

- A certeza de obter uma resposta dos indivíduos seleccionados por revisitas (pesquisas domiciliares) , lembretes (pesquisas por telefone).

Por outro lado, recompensa ou remuneração paga aos indivíduos que concordam em responder geralmente aumenta a taxa de resposta.

c) O tratamento de não-resposta

A posteriori é possível reduzir o efeito de não-resposta com o uso de métodosestatísticos apropriadas.Usualmente, ocorrem dois tipos de não resposta nas sondagens, anão resposta total e a não resposta parcial. Por regra, o ajustamento por recomposição é utilizado para corrigir a não resposta total e a imputação para corrigir a não resposta parcial. Na prática, esta distinção poderá não ser tão evidente, “existindo organizações a utilizar frequentemente métodos de tratamento de não resposta parcial para não respostas totais, com as respectivas alterações” (Azevedo, 1999, p.31).

Métodos de imputaçãoOs métodos de imputação, geralmente associados à correcção da não resposta parcial, têm por objectivo substituir os valores em falta, por um valor estimado. Isto é, a imputação implica que um valor imputado yˆji seja calculado para substituir um valoromisso em y ji (onde j = 1, ..., q identifica as

variáveis em estudo e i = 1, ..., n oselementos pertencentes à amostra). Isto é, o valor yˆji preenche o espaço deixado em

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

branco na matriz de dados recolhidos juntos dos elementos pertencentes à amostra. Geralmente, recorre-se a variáveis auxiliares para gerar o valor yˆ ji .Existem diferentes métodos de imputação, bem como diferentes classificações para os mesmos (veja-se um resumo destas classificações em Azevedo, 1999, pp.48-50). Importa salientar que todos os métodos visam escolher um valor a imputar tão semelhante quanto possível do valor omisso. Azevedo (1999, p.51) refere que esta semelhança é definida em função de um conjunto de variáveis auxiliares estatisticamente relacionadas com a variável que apresenta não resposta, segundo critérios que são válidos tanto paraos respondentes, quanto para os não respondentes.

Para a não-resposta total, uma estratégia possível é a da reponderação da amostra de entrevistados, reajustando em distribuições conhecidas. Formalmente, os cálculos são os mesmos que os do pós-estratificação ou ajuste em vários critérios, mas eles têm estatuto teórico diferente. Nestes métodos, consideramos que as diferenças entre as distribuições observadas na amostra e da população resultam apenas de incertezas relativas à amostragem e aos cálculos da teoria matemática de estimação. Na ponderação para a não-resposta, aplica-se de novo uma hipótese verificavel assumindo que em cada classe definida pelas variáveis de recuperação, os respondentes e não respondentes sao em média semelhantes. Os métodos de uma nova ponderação permitem reduzir o viés devido ànão-resposta, mas não necessariamente a variância.

Para a não-resposta parcial usam-se métodos de imputação (Ardilly (2006)) que traduzem-se, em geral, na substituição de um valor de uma determinada variável y para um determinado elemento i, por um valor imputado yˆi que significa substituir cada valor ausente por um dado "predito" com base em informações obtidas do mesmo indivíduo e seus proximos. Embora existam outros métodos de tratamento de não resposta, nesta secção abordar-se-ão os dois métodos de tratamento acima referidos. Referências

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

mais detalhadas dos métodos de tratamento de não resposta podemser encontradas em Azevedo (1999) e Groves, Dillman, Eltinge e Little (2002)

Esta secção visa efectuar uma apresentação sumária de alguns dos métodos de imputação existentes, nomeadamente do método de imputaçãoda média, método de imputação hot-deck, método de imputação cold-deck, método de imputação pela regressão e método de imputação múltipla. Outros desenvolvimentos da temática poderão ser encontrados, por exemplo, em Kalton e Kasprzyk (1982), Lessler e Kalsbeek (1992), Särndal, Swensson e Wretman (1992) e Azevedo (1999).

Quanto aos métodos de imputação da média, dois casos particulares poderão ser considerados:• Imputação da média geral, que é um método simples onde se substituem os valores omissos de cada questão j, para cada não respondente i, pela média das respostas à questão j, yrj .

• Imputação da média por estrato, onde se estratificam os elementos respondentes através de variáveis auxiliares, para que no mesmo estrato fiquem os elementos a que correspondam valores semelhantes para as variáveis consideradas. Neste método, substituem-se os valores omissos de cada questão j no estrato h, paracada não respondente i, pela média das respostas à questão j no mesmo estrato,yrjh .

Denominam-se métodos de imputação hot-deck aqueles onde os valores omissos são substituídos por um valor disponível, de um elemento similar, pertencente à mesma amostra. Estes métodos são bastante utilizados na prática, dado que tendem a ser mais eficazes a reduziro enviesamento devido à não resposta que outros métodos de imputação. Vários casos particulares surgem no âmbito destes métodosde correcção da não resposta.

Considerem-se os seguintes quatro casos particulares:• Método de imputação aleatória onde, para cada questão j, o valor omisso é substituído por um valor observado yji , escolhido aleatoriamente da amostra de

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

respondentes. Uma variante deste método é o método de imputação aleatória por estrato, onde o valor omisso é substituído por um valor observado, escolhido aleatoriamente do conjunto de respondentes do estrato.

• Método de imputação hot-deck sequencial, onde quando se observa um valor omisso em certa questão um dador é identificado – de forma sequencial no ficheiro de dados – localizando-se um elemento que apresente uma resposta para aquela questão e que pertença à mesma classe de imputação (caso esta exista) do elemento ao qual se vai imputar o valor.

• Método de imputação hot-deck hierárquica que corresponde a um aperfeiçoamento do método anterior. Neste método utiliza-se um amploconjunto de classes de imputação, pelo que por vezes não é possível encontrar um dador; deste modo, as classes de imputação são hierarquizadas até se conseguir encontrar um respondente.

• Método de função distância onde se mede a proximidade entre os valores observados e os valores reais, utilizando uma função distância. Assim, a cada

valor omisso é imputado o valor do elemento classificado como o maispróximo, através da comparação das distâncias calculadas através dosvalores das variáveis auxiliares. Este método também é designado na literatura por método de imputação pelo vizinho mais próximo. Ver mais pormenores deste método de imputação, por exemplo, em Chen e Shao (2000) e consulte-se Lessler e Kalsbeek (1992, pp.218-219) paramais detalhes acerca da função distância.

Outro tipo de método de imputação é o método de imputação cold-deck, que recorre a informações exteriores ao inquérito para efectuar a imputação. Embora não muito utilizado actualmente, poderá ser utilizado em inquéritos repetidos no tempo, em que a informação em falta é obtida a partir de um inquérito de uma vaga precedente.

O método de imputação pela regressão, contrariamente aos métodos hot-deck, utiliza estimativas das relações entre as variáveis em estudo. Kalton e Kasprzyk (1982, p.24) consideram dois modelos do método de

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

imputação pela regressão, o caso determinístico e o caso estocástico.Considerando uma relação funcional entre o valor a imputar ( Zi ) e ovector das qvariáveis auxiliares Xi = (X1i ,..., Xqi ) , conforme pressupostos de Kalton e Kasprzyk(1982, p.24), o valor a imputar para o i-ésimo não respondente será estimado por: ˆ ∑q ˆZi = β0 + j=1 β j X ji + ei , onde os parâmetros desconhecidos β0 , β1,..., βq podem serestimados pelos métodos usuais, como seja o método dos mínimos quadrados. Este modelo pressupõe que as variáveis auxiliares são quantitativas; também poderão ser consideradas variáveis

qualitativas no contexto das variáveis dummy.Caso ei = 0 ,

estamos perante o modelo determinístico, onde Zi é o valor determinístico estimadoconsiderando os dados dos elementos respondentes. Uma desvantagem domodelo determinístico é que pode distorcer a forma da distribuição da variável de interesse Y. Para evitar esta desvantagem, pode-se considerar o modelo estocástico do método de imputação pela regressão onde, por exemplo (vide Kalton e Kasprzyk, 1982, p.24), se pressupõe que os resíduos são homocedásticos e normalmente distribuídos, pelo que um resíduo pode ser escolhido de forma aleatória de uma distribuição normal, com média zero e variância igual à variância residual da regressão.

Um caso particular do modelo determinístico do método de imputação pela regressão, é o modelo pelo quociente, onde no modelo acima definido, β0 = ei = 0 e se considerasó uma variável auxiliar (vide Ford, Kleweno e Tortora, 1980, citados por Kalton e ˆKasprzyk, 1982, p.24), pelo que Zi =β1X1i para o i-ésimo não respondente.Estemodelo pode ser aplicado em inquéritos repetidos no tempo com vertente longitudinal (e.g. painéis, painéis com rotação) onde a resposta da vaga anterior é ajustada e imputada ao não respondente da vaga corrente.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Vários desenvolvimentos do método de imputação pela regressão têm surgido na literatura, tanto no âmbito da abordagem design based quantoda abordagem model based. Para mais referências a estes modelos veja-se, por exemplo, Lessler e Kalsbeek (1992), Särndal, Swensson e Wretman (1992) e Azevedo (1999).

No método de imputação múltipla, como referido por Rubin (1987), citado por Azevedo (1999, p.64), “começa-se por imputar vários valores, seja m, a cada não resposta. As imputações múltiplas são ordenadas de forma que o primeiro conjunto de valores imputados sejausado para formar o primeiro conjunto de dados completos, e assim sucessivamente. Deste modo, as m imputações originam m conjuntos de dados completos e cada um destes conjuntos de dados são depois analisados usando os procedimentos usuais.”

Método de imputação aleatória onde, para cada questão j, o valor omisso é substituído por um valor observado yji , escolhido aleatoriamente da amostra derespondentes. Uma variante deste método é o método de imputação aleatória por estrato, onde o valor omisso é substituído por um valor observado, escolhido aleatoriamente do conjunto de respondentes do estrato.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Erros de medida

O processo de medição é certamente a fonte de erro mais complexa em um inquérito por amostragem . Ele inclui seis componentes básicos: o método de colecta de dados, o entrevistador, o entrevistado, o questionário, o sistema de informação e meio ambiente. O sistema de informação refere-se atodas as informações que o entrevistado tem para formular uma resposta, ele pode por exemplo consultar documentos, ou outraspessoas em sua casa ou sua própria memória. O ambiente refere-se ao o local onde se realize a entrevista: pode ser as casas dos entrevistados, uma sala de aula, hospital, loja, etc. (Biemer e Lyberg (2006)).

Todos estes componentes interagem durante o processo de mediçãode formas complexas, por exemplo, uma formulação da pergunta pode ter diferentes efeitos sobre a resposta, dependendo do modo de administração do questionário, as características do investigador, a natureza da população da pesquisa, e assim por diante...

Como foi descrito anteriormente, o erro de medição (ou observação) vem das diferenças entre as respostas registadas e os verdadeiros valores.

Ele pode ser devido, principalmente:

Ao instrumento de medição (modo de colecta, questionário,...), Ao entrevistado (que fornece informações incorrectas, intencionalmente ou não),Aos inquiridores (treinamento e supervisão necessário).

a) A influencia do inquiridor

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Nós remetemos o leitor ao livro de Biemer e Lyberg (2006) para uma descrição detalhada do que é muitas vezes chamado de efeitoentrevistador.

O "Guia Prático de Qualidade em pesquisa de mercado", publicadopela Syntec - Pesquisa de mercado enfatiza a importância da realização do estudo em campo, esta realização é emoldurada portrês eventos: a formação de investigadores ou briefing,ponto departida essencial, a supervisão de pesquisadores no campo de treinamento ou escutas telefônicas, controle finalmente.

b) A influência do modo de recolha de informação

A influência do método de recolha de informação sobre a qualidade dos resultados também é descrito em detalhes em diversos trabalhos (eg, Biemer e Lyberg (2006), no contexto geral de inquéritos por amostragem, Evrard et al. (2003) , Jolibert e Jourdan(2006) no contexto de estudos e pesquisa de marketing) e não serão detalhados aqui.

Note, no entanto, que o desenvolvimento de pesquisas assistidaspor computador (système CATI pour «Computer Assisted Telephone Interviewing», système CAPI pour «Computer Assisted Personal Interviewing », système CAWI pour «Computer Assisted Web Interview » etc.)

Estes sistemas tem contribido em geral para melhorar a qualidade dos inqueritos. Na verdade, esses sistemas

- Oferecem oportunidades nas pesquisas por telefone para recordar os números em falta, gerenciar entrevistas por telefone telefone

- Promover uma maior coerência do trabalhos dos investigadores,

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

- permitem uma permutação aleatória dos itens, reduzindo o efeito de ordem que serámencionados abaixo,

- permite a inserção de sinais de tempo para medir a duração daadministraçãodiferentes partes do questionário e assim, controlar o trabalhodos investigadores.

c) O questionário

Se for possível identificar as características dos vários métodos de colecta de informações, é mais difícil dar regras precisas para a construção de um bom questionário: o know-how eexperiência desempenham um papel determinante.

Segundo Dussaix e Grosbras (1996) o objetivo desta seção é principalmente para educar o leitor para a influência da formulação de perguntas e de construção dos resultados do questionário. Existem muitas obras sobre a formulação de questões e seu impacto sobre as respostas.

Como já foi dito, o desenvolvimento do questionário geralmente inclui os seguintes passos:

- Estudo exploratório ou qualitativo (para entrevistas em profundidade, para entrevistas a grupos ), o seu objetivo é contribuir para a definição e formulação do problema e de identificar as dimensões relevantes (por exemplo, componentes de qualidade em um estudo de qualidade do serviço de uma cadeiade restaurantes), desenvolver hipóteses, identificar palavras eexpressões utilizadas na população do estudo.

- Primeira versão do questionário

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

- Estudo piloto (ou pré-teste) do questionário com uma pequena amostra que reflecte a diversidade de população visada (10 a 30pessoas).Esta fase é essencial e permite verificar se as perguntas e as palavras usadas são bem compreendidas, que o questionário é simples e não muito longo;

- Questionário final tendo em conta as observações feitas pelosentrevistadores e entrevistados na fase anterior

c.1) O formato das perguntas

As primeiras questões de um questionário são muito importantes (Ghiglione e Matalon, 1992). São elas que indicam às pessoas inquiridas o estilo geral do questionário, o género de resposta que delas se espera e o tema que vai ser abordado. É também a partir delas que se estabelece a relação entrevistador-entrevistado e que determinam a forma de reacção do entrevistado, nomeadamente se este sente que a sua vida privada está a ser incomodada. Normalmente é preferível começar por questões que despertem interesse no entrevistado e não o assustem.As questões de um questionário podem ser fechadas, abertas e semi-abertas.

4.1.1 Questões fechadasDiz-se que uma questão é fechada se as modalidades de resposta são impostas (Grangé e Lebart, 1994). Por exemplo,

Qual é a sua situação de estado civil ?[1] Solteiro [2] Casado ou a viver maritalmente [3] Divorciado ou separado [4] Viúvo

Este tipo de questões autoriza uma pré-codificação, ou seja, uma tradução imediata da resposta sob a forma de um código alfanumérico.Estas questões limitam as pessoas inquiridas a responder somente àquilo que lhes é apresentado como modalidades de resposta.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Podemos distinguir vários tipos de questões fechadas:• Questões de resposta única (o inquirido escolhe apenas uma modalidade de resposta). • Questões de resposta múltipla (o inquirido escolhe de várias modalidades de respostas emnúmero limitado ou não), por exemplo:

Quais são, na sua opinião, os pontos fortes do produto X ? (indique, no máximo, 3 escolhas)[1] apresentação geral [2] forma [3] comodidade de emprego [4] variedade de utilizações [5] eficácia[6] robustez [7] preço [8] duração da garantia [9] serviço pós-venda

• Classificação (o inquirido ordena as várias modalidades de respostas por ordem de importância), por exemplo:Para o produto Y, classifique as seguintes características, partindo daquilo que considera como os seus pontos mais fortes até aos pontos mais fracos, utilizando a numeração de 1 a 9, sendo o 1 o ponto mais forte e o 9 o mais fraco.

[ ] apresentação geral [ ] forma [ ] comodidade de emprego [ ] variedade de utilizações [ ] eficácia [ ] robustez [ ] preço [ ] duração da garantia [ ] serviço pós-venda

As questões em escala também são um tipo de questões fechadas. Este tipo de questões permite atenuar as respostas quando estamos na presença de questões do tipo concordo/não concordo. Para uma situação deste tipo, poderíamos estabelecer uma escala completa de respostas do tipo:

Concordo plenamente / concordo um pouco / indiferente / não concordo muito / em desacordo total

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Um questionário composto, na sua maioria, por questões fechadas, nãodeve ultrapassar os 45 minutos quando a sua aplicação é feita em boas condições, ou seja, em casa do inquirido ou num lugar tranquilo(Ghiglione e Matalon, 1992). Ultrapassando esse limite, o interesse perde-se, o que se nota através de sinais como a rapidez das respostas indicando pouca reflexão sobre as mesmas.Do ponto de vista da análise de resultados, as questões fechadas são, em principio, as mais cómodas. Quando se trata de um inquérito de aplicação e exploração rápida, como uma sondagem de opinião, esforçamo-nos por aplicar apenas este tipo de questões.

4.1.2 Questões abertasPara estas questões não existe qualquer tipo de restrição à resposta, devendo esta ser transcrita literalmente, através do modo mais fiável.O espaço reservado para esta restrição deverá ser medido previamentepara facilitar a exploração das respostas (Grangé, 1994).

Exemplo de uma questão aberta:

Qual o tipo de detergente que usa para a máquina da louça?_______________________________________________

Há várias razões para se formularem questões abertas. Muitas vezes não se tem tempo para elaborar uma lista de respostas-tipo a apresentar às pessoas e, por essa razão, deixa-se um espaço aberto para registar a resposta do inquirido. Por outro lado, podemos ter que recorrer a questões abertas quando os pré-testes (ver 4.5) do questionário forem insuficientes, ou ainda quando as respostas a esses pré-testes pareçam demasiado complexas para poderem ser resumidas numa lista de tamanho aceitável (Ghiglione e Matalon, 1992). Por último, há uma razão forte para nos levar a preferir deixar uma questão aberta: é que um questionário totalmente fechado torna-se rapidamente fastidioso. Apoiando-se nas listas de respostasque lhes apresentamos, as pessoas podem reflectir cada vez menos e tomar cada vez menos cuidado com o que dizem. Outra motivo para

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

escolher a forma aberta é que esta permite várias codificações. Depois de analisarmos todas as respostas, estas vão ser codificadas mediante a construção de um livro de códigos.

Questoes abertas permitem a colecta de informações, às vezes mais sutil do que questoes fechadas, dão ao entrevistado a sensação de que sua opinião conta e faz parecer simples questionarios complexos. No entanto, tenta-se evitar questoes abertas em estudos quantitativos, há muitas vezes fica respostas estereotipadas ou superficias, o entrevistado cita asque vêm à mente, por outro lado, a análise de questões abertas é complicado e caro, apesar da existência de softwares "ad hoc"deve-se realmente combinar as respostas de significado semelhante, em um número limitado de temas, que envolve, ainda,um grau de subjectividade. Portanto, é melhor. "fechar" as questões utilizando resultados de um estudo qualitativo preliminar.

Inúmeras formulações perguntas têm sido propostos para medir opiniões e atitudes por exemplo, escala de Thurstone, escala deLikert, escala semântico diferencial .Deixamos o leitor com a literatura para uma discussão destes diferentes tipos de escala, suas vantagens e desvantagens (Evrard Y. et al. (2003),Jolibert e Jourdan(2006)).

4.1.3 Questões semi-abertas Num questionário podem ocorrer simultaneamente modalidades de resposta fechada e abertana mesma questão:

Qual o nome da companhia de seguros do seu veículo?[1] companhia A [2] companhia B [...] ... [10] outra:___________________

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Esta forma mista tende a resolver os problemas de pertinência e de exaustividade das questões fechadas, reduzindo fortemente os custos de codificação pós-inquérito de uma resposta "literal".

c.2) A formulação de perguntas

A redação das perguntas devem obedecer às regras simples e essenciais.

Primeira regra: as perguntas devem ser compreendidas pelo entrevistado.

Portanto, evitar

- O vocabulário técnico quando o questionário se versa ao público em geral, esta recomendaçao é particularmente importante nos inqueritos concernantes as novas tecnologias: Modos de recepção de TV por exemplo. Deve-se tentar adaptar ao máximo a formulação de perguntas ao vocabulário usado pelos entrevistados;

- As palavras cujo significado é vago, "ler uma revista" tem umsignificado diferente para todos. É preferivel utilizar a formulação extensiva:

"Pessoalmente, você já leu ou consultou, .. ?

"É o mesmo de" muitas vezes, às vezes, raramente. "É melhor perguntar:

Para cada um dos jornais que você mencionou, indicar a freqüência com a qual você está acostumado a ler ou consultar:

Todas semanas 2 à3 vezes por mes 1 vez por mes

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

5 à 6 por anoCom menos frequência

- As duplas negaçoes

A questão, tais como:"Você não acha que não devemos permitir a abertura de grandes lojas aos domingos?

O inquiridor deve ter um treinamento pois existem questoes comvárias idéias ao mesmo tempo.

Segunda regra: os entrevistados devem ser capazes de responderà pergunta.

Deve-se, portanto, assegurar, em particular

- Que quando uma lista de possíveis respostas são fornecidas, todas as situações possíveis são previstas;

- A resposta não deve ser muito difícil para a memória em alguns estudos (por exemplo, a propriedade de produtos financeiros por parte das famílias), o questionário auto-administrado pode ser mais apropriado do que o questionário porta a porta: ele permite a utilizaçao de documentos de consulta por parte do entrevistado.

Terceira regra: a formulação de perguntas deve permitir a obtençao de respostas honestas. Evite perguntas tendenciosas cuja formulação induz a respostas; Quem não esta de acordo com a seguinte afirmação?

O município tem a ambição de fazer Maputo a capital económica da Africa de amanhã.O que você acha?

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Concordo ␣Eu não concordo ␣Nenhuma opinião ␣

Temos também de considerar:

- O viés de desejabilidade social, as reações de prestígio do entrevistado que subestima o consumo de álcool, mas superestimao consumo de shampoo ou creme dental

- O medo da mudança ou tendência ao conformismo

- A atração da resposta positivas ou a tendência dos entrevistados a responder que sim, é verdade, concordo, e assimpor diante.

Finalmente, na interpretação dos resultados, não devemos esquecer que a ordem das respostas afecta os resultados, conforme descrito no exemplo a seguir (em GrémyLebart, 1992) emque um questionário foi apresentado duas formas, cada um oferecendo uma ordem diferente na lista de possíveis respostas à pergunta

"Quais sao os dois problemas que voce considera mais graves nosdias de hoje ?O primeiro mais grave ,o segundo mais grave? ".A tabela abaixo mostra as percentagens de resposta para o problema considerado mais grave. Vemos um efeito bastante significativo na ordem de apresentação (embora os três problemas mais graves são os mesmos).

Problème le plus grave aujourd'huiRéponseOrdre : direct n1 = 1186Ordre : indirect n2 = 1186

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

le chômage le terrorisme la faim dans le monde la guerre la superpopulation du monde le racisme le non-respect des droits de l'homme l'insuffisante formation professionnelle des jeunes la délinquance34,2% 8,5% 21,3% 15,3% 1,5%5,0% 8,0%1,3% 1,2%19,2% 7,0% 17,7% 18,3% 1,7%8,5% 10,4%6,2% 8,2%

Em pesquisa de audiência, por exemplo, o estudo da audição EPIQimprensa diária e semanal da imprensa regional, os títulos são apresentados aos entrevistados após permutação aleatória de títulos dentro de cada grupo de títulos (Imprensa Diária regional, imprensa nacional diária, imprensa diária gratuita deinformações, etc.) com a finalidade de limitar o efeito de ordem.

Não podemos esquecer, na interpretação e comparação dos resultados na importância da escolha de palavras.

c.3) A ordem das perguntas do questionário

A ordem das perguntas do questionário tem uma influência sobre as respostas, que sao:

- Por efeito de aura: quando as perguntas são as escalas orientadas no mesmo sentido (por exemplo, escalas de satisfaçãosobre a qualidade dos pratos em um restaurante, o valor, atendimento), os inquiridos tendem a responder da mesma maneira

- Efeito da contaminação pela sequência de questões que afectamas seguintes perguntas.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

É melhor iniciar o questionário com perguntas gerais que introduzem o tema, que aumentam a motivação do entrevistado, e terminar com questoes de identificação (idade, profissão)

c.4) O comprimento do questionário

O comprimento aceitável de um questionário depende de vários factores

- O método de administração: um questionário por telefone deve ser mais curto do que um questionario administrado em casa face-a-face

- Onde ele é administrado: Um questionário administrado na "rua" não deve exceder os 15 minutos, geralmente dá-se um limite superior de 45 minutos seadministrados em casa;

- O interesse do assunto para entrevistados.

4.3. O erro total

O erro total de uma pesquisa é a soma do erro de amostragem e outros erros que foram explicados nos parágrafos anteriores.

Na concepção de um inquerito, devemos tentar escolher o tamanhoda amostra, o modo de administração do questionário, a rede de inquiridores, procedimentos de contacto e recuperação dos entrevistados, etc. Isso ajuda a minimizar o erro total respeitando as restrições de custo e tempo.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

A medida do erro total na maioria das vezes utilizado na literatura sobre inquéritos por amostragem é o erro médio quadrado ou MSE (erro médio quadrado ou MSE).

Neste contexto, uma classificação útil dos erros não amostraisconsiste em distinguir:- Erros alatorios- Erros sistemáticos

Os erros das variáveis são os erros que se compensam uns aos outros entre os entrevistados, falamos de erro sistemático ou viés se os erros positivos e negativos não se anulam.

Os erros aleatorios são menos prejudiciais para a qualidade dosresultados, no que concerne ao seu efeito sobre as estimativas dos parâmetros comumente medidos em pesquisas (médias, totais, proporções) diminui se aumentarmos o tamanho da amostra. Este não é o caso de erros sistemáticos.

Um medida pode portanto ser: - exata e precisa (i.e., com pequeno erro sistemático, e pequeno erro aleatório); - exata, mas imprecisa (pequeno erro sistemático, mas grande erro aleatório); - inexata mas precisa (grande erro sistemático e pequeno erro aleatório) - inexata e imprecisa (grande erro sistemático e grande erro aleatório).

Erro quadrático médio

O erro quadrático médio é uma medida que pode ser utilizada para medir a precisão de um estimador θˆ . O erro quadrático médio de θˆ define-se por:

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

ˆˆ2ˆˆ2 E Q M ( θ ) = E [θ − θ ] = V ( θ ) + [ B ( θ ) ] . 2 . 2 . 1 6ˆ Da expressão 2.2.16 facilmente se conclui que, se θ é centrado ou não enviesado paraˆˆ θ , então o EQM(θ) =V(θ).ˆ Aquando da escolha do melhor estimador θ para o mesmo parâmetro θ , normalmenteescolhe-se aquele que apresenta um menor erro quadrático médio.Todavia, a utilização do erro quadrático médio, como único critério de precisão de um estimador, pode ser perigoso, dado que estar-se-ia disposto a aceitar qualquer enviesamento, desdeque a redução na variância fosse compensadora. Deste modo, paraalém de um pequeno erro quadrático médio, também é desejável ter um enviesamento pequeno.13Sendo assim, entre dois estimadores alternativos, θˆ1

sendo enviesado é preferível a θˆ2 centrado desde que o valor do erro quadrático médio de θˆ1 seja inferior ao valor daˆˆˆ2ˆ variânciadeθ2,istoé,desdequeV(θ1)+[B(θ1)]<V(θ2) .Särndal, Swensson e Wretman (1992, p.164) referem inclusive duas situações em que a utilização de um estimador com enviesamento moderado é adequada:• quando o parâmetro tem uma estrutura formal que dificulta a determinação de um estimador centrado;• quando existe um estimador com um enviesamento moderado, que tenha variância e erro quadrático médio inferior a um estimador centrado.Em todo o caso, deve evitar-se a utilização de estimadores que sejam consideravelmente enviesados, já que nesse caso não será possível obter intervalos de confiança válidos.

A concepção de um inquérito será, portanto, para minimizar os estimadores do erro quadrado médio das variáveis de interesse, respeitando as restrições de orçamento e tempo.Vamos definir o erro quadrado médio (MSE), sem introduzir o formalismo estatístico.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Para um parâmetro característico da população, o MSE será definido como a média dos desvios quadrados entre os valores deT obtidos em muitos repetições hipotéticas do processo investigatiçao e o valor desconhecido verdadeiro do parâmetro T.

Por analogia com o MSE de um estimador nas estatísticas, podemos escrever:

EQM = E(Tˆ − T)2 Sendo E a média de todas repitiçoes hipoteticas do inquerito

Podemos também escrever:EQM = [E(T) − T] + E[T − E(T)]

Sendo: EQM = (Biais) 2 + Variance

O viés [E (T) - T] é diferente de zero se os valores médios obtidos durante todas as repetições possíveis da pesquisa difere do valor verdadeiro desconhecido. Tomando a analogia do tiro ao alvo, se usar, os impactos do fogo não são distribuídasao redor do coração do alvo.

E a variância [T-E (T)] reflete a dispersão dos valores obtidosem todas as repetições possíveis da pesquisa em torno da média E (T), onde viés é diferente do realvalor desconhecido T.

5. A avaliação da qualidade

A avaliação da qualidade no inquérito tem por objectivo:

- Identificar fontes de erro e corrigir o impacto destes erros

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

- para avançar a qualidade durante a execução do estudo ou em uminvestigação subseqüente - para fornecer aos usuários um dos resultados da avaliação de qualidade de dadosde investigação.

Este processo de avaliação pode ser realizada em cada etapa da investigação, por exemplo:- Estudos-piloto para avaliar esquemas alternativos no desenho do questionário de pesquisa,

- Pré-teste do questionário para assegurar que as perguntas e as palavras são entendidas, que o questionário é suave e não muito longo,

- Identificação de fontes de erro durante o curso da investigação, a fim de corrigir se ainda houver tempo (por exemplo, participação dos investigadores em briefings, controlo do cumprimento das instruções e a condução adequada do questionário com a escuta das entrevistas nos inquéritos por telefone, etc).Este controle também ajuda a garantir que as especificações da pesquisa é seguida (Giudicelli et al.(2006) descreve em detalhes os pontos a serem avaliados em uma pesquisa por telefone).

Auditorias do Centro para o Estudo de meios de publicidade (CEPA) é um exemplodeste tipo de avaliação e preocupação Estudos de "referência" na medição de audiência de mídia (Brignier et al., 2002) e s "exercício em dois níveis, distinguindoentre:- Controle da condução do estudo é uma síntese das lições aprendidas de chequessobre o andamento da investigação,- A auditoria da metodologia de pesquisa em que a coerência entre as escolhas metodológicas e os objetivos da pesquisa é

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

examinado (modo de amostragem, de entrevista, questionário, hora e duração da estrutura de entrevista da amostra observada e método de recuperação, análise dos resultados e consistência).

2.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● Javeau, C. (1990) L’enquete par questionnairehe . Editions de

l’Université de Bruxelles. 4ª Edição.;

● Brossier, G e Dussaix, Anne-Marie.(1999), Enquêtes et

sondages.Dunod,Paris

● Lavallée, Pi. e Rivest, Louis-Paul (2006), Méthodes

d’enquêtes et sondages

● Tillé, Y. (2001), Théorie des sondages, Dunod.

● Ardilly, P. (2006) Les techniques de sondage, Technip.

● GHIGLIONE, R. e MATALON, B. (1992), O Inquérito, Teoria e Prática,

Oeiras, Celta Editora;

● Jacqeline H, (1987) Politiques de population.Etudes et documents.v.3,n

1,p.5-87

● Gollac, M. (1997). Des chiffres insensés ? Pourquoi et comment on

donne un sens aux données statistiques.Revue Française de Sociologie, 38, 5-

36.

● Derivry, D. (1998). Les méthodes de la sociologie. In Dictionnaire de la

Sociologie (pp. 767-773). Paris : Albin Michel, collection Encyclopedia

Universalis.

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

3.CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

Actividade

s

Períod

o de

execuç

ão -

ano

2007

Outubr

o

Novemb

ro

Dezemb

ro

Jane

iro

Feve

reir

o1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3

Recolha de

material

bibliográf

ico

Analise

das

ferramenta

s

Análise de

dados

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Produção

do

relatório

final

Revisão,

apresentaç

ão

5.ORÇAMENTO

MATERI

AL

QUANTIDADECUSTOS UNITCUSTO

TOTALEquipamento

Computador1 ****** ******Impressora1 ****** ******Flash disk 1 ****** ******Softwares de

aplic

3 ****** ******

Livros ****** ****** ******Consumíveis

Resma de papel2 150,00 300,00

QUALIDADE NOS INQUÉRITOSOutubro de 2011

Toner 1 3500,00 2500,00Esferográficas 5 5,00 25,00Borrachas 1 5,00 5,00Transporte****** 100,00 100,00Internet ****** ****** ******Fotocopias500 500,00 500,00Total ****** ****** 3440,00