diario acional - Diários da Câmara dos Deputados

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DIARIO ACIONAL SEÇÃO J ANO XXXVI - N9 026 CAPITAL FEDERAL QUINTA-FEIRA, 9 DE ABRIL DE 1981 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 25' SESSÃO DA 3' SESSÃO LEGISLATIVA DA 46' LEGISLATURA EM 8 DE ABRIL DE 1981 I- Abertura da Sessão II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior III - Leitura do Expediente PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO Do Sr. Celso Peçanha e outros. OFICIOS - N 9s 87 e 88/81, do Sr. Cantidio Sampaio, Líder do Partido Demo- crático Social; - N9 57/81, do Sr. Odacir Klein, Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro; - N 9s 34 e 35/8'I-LID/PP, do Sr. Thales Ramalho, Líder do Parti- do Popular; e -- N 9s 23 e 24-L/81, do Sr. Airton Soares, Líder do Partido' dos Trabalhadores. COMUNICAÇ0J<:S - Do Sr. Airton Soares, Líder do Partido dos Trabalhadores, comu- nicando que o Sr. Luiz Cechinelexercerá a Vice-Liderança do referido Partido; e .- Do Sr. João Cunha, comunicando seu desligamento do Partido dos Trabalhadores, ao qual havia se filiado. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Resolução n 9 201-A, de 1981, (do Sr. Claudino Sales) - Altera o art. 10do Regimento Interno; tendo parecer favorável do relator designado pela Mesa. Pendente de parecer da mesa às emendas de Ple- nário. Projeto de Lei n 9 490-A, de 1979 (do Sr. Nilson Gíbson) "'7'" Institui a Loteria Zoológica do Brasil e determina outras providências; tendo pare- cer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade. Projeto de Lei n 9 2.591-0, de 1976- Emenda do Senado ao Projeto de Lei n 9 2.591-C, de 1976, que "modifica o art. 649 da Leinv 5.869, de 1i de janeiro de 1973, acrescentando dispositivo que torna impenhorável o imóvel rural até um módulo". PROJETOS APRESENTADOS ,Projeto de Lei n 9 198-B, de 1979 (do Sr. Ulysses Guimarães) (2' dis- cussão) - Assegura direitos aos empregados no caso de falência ou con- cordata da empresa. Projeto de Resolução nv 204, de 1981 (do Sr. Hugo Mardini) -Cria a Comissão do Meio Ambiente. Projeto de Lei n 94.362, de 1981(do Sr. Oswaldo Lima) - Altera a re- dação do art. 19da Lei nv 5.958, de 10 de dezembro de 1973, que dispõe sobre a retroatividade da opção pelo regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Projeto de Lei nv 4.363, de 1981 (do Sr. Caio- Pompeu) - Dispõe sobre o aproveitamento dos cegos nas mesas telefônicas das empresas pri- vadas e dos serviços públicos. Projeto de Lei n 9 4.369, de 1981 (do Senado Federal) - Estabelece normas de proteção à empresa privada nacional produtora de bens de ca- pital e de serviços de engenharia. ' Projeto de Lei' nv 4.375, de 1981 (do Sr. Celso Peçanha) - nova redação aos arts. 2 9 c 79da Lei nv4.266, de 3 de outubro de 1963, dispondo o aumento da quota percentual do salârio-família do trabalhador. Projeto de Lei nv 4.381, de 1981 (do Sr. Pedro Geraldo Costa) - Proíbe o registro de crianças com o nome de Jesus, e determina outras providências. ' (*) Projeto de Lei nv 149-C, de 1975 (do Sr. Geraldo Bulhões) - Alte- ra a redação do artigo 27 e seu § 4 9, da Lei n9 2.004, de 3 de outubro de 1953, que "dispõe sobre a política nacional do petróleo e define as atri- buições do Conselho Nacional do Petróleo, institui a Sociedade por Ações Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima, e outras providências"; tendo pareceres: da Comissão de Minas e Energia, pela aprovação; e, da Comis- são de Finanças, pela aprovação, nos termos do Substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça. Pareceres à Emenda de Plenário: da Comissão de Constituição' e Justiça, pela constitucionalidade; e, das Comissões de Minas e Energia e de Finanças, pela aprovação. Pareceres à Emenda ofe- recida em Plenário quando da reabertura da discussão: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica le- gislativa; da Comissão de Minas e Energia, pela rejeição, contra o voto em separado do Sr. Ubaldino Meire1lles; e, da Comissão de Finanças, pela re- jeição. (**) Projeto de Resolução n 9 201, de 1981 (do Sr. Claudino Sales)- Altera o art. 10 do Regimento Interno. ! IV - Pequeno Expediente JORGE VIANNA - Convocação de Assembléia Nacional Consti- tuinte. Aspectos da realidade brasileira. < (*) Publicado neste n 9 por omissão no DCN n 9 21 (**) Publicado neste n9 por omissão no DCN n 9 20

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIARIO ACIONAL

SEÇÃO J

ANO XXXVI - N9 026 CAPITAL FEDERAL QUINTA-FEIRA, 9 DE ABRIL DE 1981

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - ATA DA 25' SESSÃO DA 3' SESSÃO LEGISLATIVA DA 46'LEGISLATURA EM 8 DE ABRIL DE 1981

I - Abertura da Sessão

II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

III - Leitura do Expediente

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO

Do Sr. Celso Peçanha e outros.

OFICIOS

- N9s 87 e 88/81, do Sr. Cantidio Sampaio, Líder do Partido Demo­crático Social;

- N9 57/81, do Sr. Odacir Klein, Líder do Partido do MovimentoDemocrático Brasileiro;

- N9s 34 e 35/8'I-LID/PP, do Sr. Thales Ramalho, Líder do Parti­do Popular; e

-- N9s 23 e 24-L/81, do Sr. Airton Soares, Líder do Partido' dosTrabalhadores.

COMUNICAÇ0J<:S

- Do Sr. Airton Soares, Líder do Partido dos Trabalhadores, comu­nicando que o Sr. Luiz Cechinelexercerá a Vice-Liderança do referidoPartido; e

. - Do Sr. João Cunha, comunicando seu desligamento do Partidodos Trabalhadores, ao qual havia se filiado.

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Resolução n9 201-A, de 1981, (do Sr. Claudino Sales) ­Altera o art. 10 do Regimento Interno; tendo parecer favorável do relatordesignado pela Mesa. Pendente de parecer da mesa às emendas de Ple­nário.

Projeto de Lei n9 490-A, de 1979 (do Sr. Nilson Gíbson) "'7'" Institui aLoteria Zoológica do Brasil e determina outras providências; tendo pare­cer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade.

Projeto de Lei n9 2.591-0, de 1976 - Emenda do Senado ao Projetode Lei n9 2.591-C, de 1976, que "modifica o art. 649 da Leinv 5.869, de 1ide janeiro de 1973, acrescentando dispositivo que torna impenhorável oimóvel rural até um módulo".

PROJETOS APRESENTADOS

,Projeto de Lei n9 198-B, de 1979 (do Sr. Ulysses Guimarães) (2' dis­cussão) - Assegura direitos aos empregados no caso de falência ou con­cordata da empresa.

Projeto de Resolução nv 204, de 1981 (do Sr. Hugo Mardini) -Cria aComissão do Meio Ambiente.

Projeto de Lei n94.362, de 1981 (do Sr. Oswaldo Lima) - Altera a re­dação do art. 19da Lei nv 5.958, de 10 de dezembro de 1973, que dispõesobre a retroatividade da opção pelo regime do Fundo de Garantia doTempo de Serviço.

Projeto de Lei nv 4.363, de 1981 (do Sr. Caio- Pompeu) - Dispõesobre o aproveitamento dos cegos nas mesas telefônicas das empresas pri­vadas e dos serviços públicos.

Projeto de Lei n9 4.369, de 1981 (do Senado Federal) - Estabelecenormas de proteção à empresa privada nacional produtora de bens de ca-pital e de serviços de engenharia. '

Projeto de Lei'nv4.375, de 1981 (do Sr. Celso Peçanha) - Dá novaredação aos arts. 29c 79da Lei nv4.266, de 3 de outubro de 1963, dispondosobr~ o aumento da quota percentual do salârio-família do trabalhador.

Projeto de Lei nv 4.381, de 1981 (do Sr. Pedro Geraldo Costa) ­Proíbe o registro de crianças com o nome de Jesus, e determina outrasprovidências. '

(*) Projeto de Lei nv149-C, de 1975 (do Sr. Geraldo Bulhões) - Alte­ra a redação do artigo 27 e seu § 49, da Lei n9 2.004, de 3 de outubro de1953, que "dispõe sobre a política nacional do petróleo e define as atri­buições do Conselho Nacional do Petróleo, institui a Sociedade por AçõesPetróleo Brasileiro Sociedade Anônima, edá outras providências"; tendopareceres: da Comissão de Minas e Energia, pela aprovação; e, da Comis­são de Finanças, pela aprovação, nos termos do Substitutivo da Comissãode Constituição e Justiça. Pareceres à Emenda de Plenário: da Comissãode Constituição' e Justiça, pela constitucionalidade; e, das Comissões deMinas e Energia e de Finanças, pela aprovação. Pareceres à Emenda ofe­recida em Plenário quando da reabertura da discussão: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica le­gislativa; da Comissão de Minas e Energia, pela rejeição, contra o voto emseparado do Sr. Ubaldino Meire1lles; e, da Comissão de Finanças, pela re­jeição.

(**) Projeto de Resolução n9 201, de 1981 (do Sr. Claudino Sales)­Altera o art. 10 do Regimento Interno.

!

IV - Pequeno Expediente

JORGE VIANNA - Convocação de Assembléia Nacional Consti­tuinte. Aspectos da realidade brasileira. <

(*) Publicado neste n9 por omissão no DCN n9 21

(**) Publicado neste n9 por omissão no DCN n9 20

1856 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

CLÁUDIO STRASSBURGER - Fortalecimento do sistema em­presarial social brasileiro.

SARAMAGO PINHEIRO - Construção do trecho rodoviárioManilha-Duque, Estado do Rio de Janeiro.

HÉLIO DUQUE - Comercialização de defensivos agrícolas.

CORRfA DA COSTA - Aniversário de fundação de Cuiabá, MatoGrosso.

FRANCISCO LIBARDONI - "Saúde para Todos", lema da Cam­panha da Fraternidade da CNBB.

MÁRIO HATO - Greve dos médicos-residentes.

LÚCIA VIVEIROS - Manifestação de empresários paraenses con­tra a redivisão territorial.

THEODORICO FERRAÇO - Posse do jurista Clóvis Ramalheteno cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

NELSON MORRO - Cinqüentenârio de emancipação política doRio do Sul, Santa Catarina.

PINHEIRO MACHADO - Custeio da produção de cera de carnaú-ba.

PAES DE ANDRADE - Reivindicações dos estudantes universi­tários. Greve de advertência.

ÂLVARO DIAS - Crise da Universidade brasileira. Eleições noSindicato dos Profissionais de Enfermagem, Massagistas e Empregadosem Hospitais e Casas de Saúde de Curitiba.

BRAGA RAMOS - Instalação de posto avançado do Banco doBrasil em Grandes Rios, Paraná.

HÉLIO LEVY - Administração do Ministro Jair Soares da Previ-dência e Assistência Social. ' ,

WALTER DE PRÂ - Posse do jurista Clóvis Ramalhete no cargode Ministro do Supremo Tribunal Federal.

MILTON FIGUEIREDO - Controle da rezicultura pelo IRGA,Instituto Rio-Grandense do Arroz. Aniversário de Fundação de Cuiabá,Mato Grosso.

IRANILDO PEREIRA - "Saúde para Todos", lema da Campanhada Fraternidade da CNBR Sugestões do Movimento Sindical do Cearápara o combate à seca. Intimação, pela Polícia Federal, da Deputada Es­tadual Maria LuízaFontenele para prestar depoimento.

LÂZARO DE CARVALHO - Reabertura dos cassinos nas estân-cias hidrominerais e balneárias do Pais.

JOSE TORRES - Inflação e carga tributária.

CARLOS ALBERTO - Ampliação do diálogo político.

CARDOSO DE ALMEIDA - Preço do algodão.

LÚCIO CIONI - Prorrogação do prazo de vencimento de financia­mento de custeio.

JOSÉ FREJAT - Ação da policia fluminense contra assaltantes noConjunto dos Bancários, Ilha do Governador, Rio de Janeiro, Estado doRio de Janeiro.

ANTONIO DIAS - Assistência governamental à região mineira doPoligono das Secas.

DANIEL SILVA -- Instituição do direito do voto para os maioresde 16 anos.

PAULO LUSTOSA - Reavaliação do Programa do Ãlcool.

OCTÁVIO TORRECILLA - Subdivisão, na Policia Militar de SãoPaulo, da graduação de soldados em classes.

MAURO SAMPAIO - Instalação de postos de abastecimento daCOBAL na região do Cariri, Ceará.

JOACIL PEREIRA - Estudo do escritor paraibano Ivan BicharaSobreira sobre "José Vieira e os Caminhos do seu Romance".

RUBEN FIGUEIRO - Serviços telefônicos interurbanos de Cassi­lândia, Mato Grosso do Sul.

PIMENTA DA VEIGA- Reajustes das prestações do BNH.

LUIZ LEAL - Invasão de Guaranilândia, Minas Gerais, por ban­dos de morcegos.

NOSSER ALMEIDA - Atividade gumifera no Acre.

JERONIMO SANTANA - Ligação rodoviária Cuiabá-PortoVelho-Rio Branco.

PEIXOTO FILHO - Desburocratização da Justiça.

PEDRO SAMPAIO - Restabelecimento do transporte ferroviáriode passageiros entre Ourinhos e Maringá, Paraná.

SIMÃO SESSIM - Necrológio do ex-Prefeito carioca Marcos Ta­moyo.

DARCILIO AYRES- Necrológio do ex-Prefeito carioca MarcosTamoyo.

CELSO PEÇANHA - Uniformização das condições de venda deapartamentos financiados pelo BNH no Conjunto Residencial Santa Re­gina, Estado do Rio de Janeiro.

FEU ROSA - Legalização dos terrenos de marinha no Espirito San-to.

JORGE ARBAGE - Posse do jurista Clóvis Ramalhete no cargo deMinistro do Supremo Tribunal Federal.

CARDOSO FREGAPANI - Prazos de desincompatibilização.

OSVALDO MELO - Convênio turístico Governo do Pará­SUDAM-EMBRATUR. l' Semana Cultural-Artística do Pará, emBrasília, Distrito Federal.

NILSON GIBSON - Anistia e moratória de dividas de produtoresrurais pernambucanos.

OSVALDO LIMA - Política financeira do Governo.

JORGE UEQUED - Aumento do preço do leite.

JOSÉ FREIRE - Falta de elucidação dos atentados terroristas noPaís.

ANTONIO ANNIBELI - Reclamações das multinacionais contra apolítica econômica.

JÚLIO COSTAMILAN - Nono Festival do Cinema Brasileiro,Gramado, Rio Grande do Sul.

LUDGERO RAULINO - Necrológio do Sr. Francisco Ribeiro deCastro.

EDISON KHAIR - Autodeterminação da Polônia.

ALCEBrADES DE OLIVEIRA - Revisão de financiamento doPROAGRO.

PEDRO GERALDO COSTA - Aumento das prestações da casaprópria.

CARLOS AUGUSTO - Aferição de taxímetros.ROSEMBURGO ROMANO - Restauração e manutenção da es­

trada vicinal Sapucai-Mirim-Camanducaia, Minas Gerais.

, ADHEMAR GHISI - Centenário de nascimento de Henrique Lage,

SAMIR ACHOA - Acesso da classe média à aquisição da casa pró­pria. '

MAC DOWELL LEITE DE CASTRO - Indicação do empresárioLeonidio Ribeiro como "Homem do Ano".

ISAAC NEWTON - Financiamento de bovinos.aos pequenos agri­cultores de Rondônia.

BORGES DA SILVEIRA - Obras públicas no Estado do Paraná.

PEDRO IVO - Reajustamento de vencimentos, salários, proventose pensões.

JORGE PAULO - Reativação da mina de carvão mineral de Caça­pava Velha, São Paulo.

V - Grande Expediente

THEODORICO FERRAÇO - Papel das Forças Armadas na vidanacional. Criação do Ministério da Reforma Agrária.

MODESTO DA SILVEIRA - Política indigenista no Pais.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secão 1) Quinta-feira 9 1857

VI '- Ordem do Dia

SIQUEIRA CAMPOS, JOEL LIMA, JERONIMO SANTANA,DANIEL SILVA, BENEDITO MARCILIO, VALTER GARCIA, JOR­GE VIANNA, PEDRO GERALDO COSTA, MAURICIO FRUET,HOMERO SANTOS, ANTONIOZACHARIAS, THEODORICOFERRAÇO, PEIXOTO FILHO, SARA MAGO PINHEIRO, PACHE­CO CHAVES, JOÃO MENEZES - Apresentação de proposições.

MAGNUS GUIMARÃES - Comunicação, como Líder, sobre aprisão, em Brasília, de dirigentes do PDT.

AIRTON SOARES - Comunicação, como Líder, sobre o desliga­mento do Deputado João Cunha do PT.

OSVALDO MACEDO - Comunicação, como Líder, sobre o Proje­to Grande Carajâs.

ÉDISON LOBÃO - Comunicação, como Líder, sobre o processo devotação do decreto-lei que cria o Projeto Grande Carajás.

HERBERT LEVY, MODESTO DA SILVEIRA; BONIFÃCIO DEANDRADA - Encaminhamento de votação do Projeto de Lei n92.139­D, de 1979.

HERBERT LEVY (Como Líder.)- Revisão da política mcnetaris-ta.

CARLOS CHIARELLI - Comunicação, como Líder, sobreatuação do Ministro Jair Soares, da Previdência e Assistência Social.

OSVALDO' MACEDO - Comunicação, como Líder, sobre o en­dosso, pelo .PMDB; do discurso pronunciado pelo Deputado EuclidesScalco a propósito da administração do Ministro Jair Soares, da Previdên­

. cia c Assistência Social.

CARLOS CHIARELLI - Comunicação, como Líder, sobre a acei­tação dc debate parlamentar em torno da administração do Ministro JairSoares, da .Previdência e Assistência Social.

JOSUÉ DE SOUZA (Como Líder) - Assistência do Governo Fede­ral à Amazônia.

VILELA DE MAGALHÃES(Como Líder.)- Convenção Nacionaldo Partido Trabalhista Brasileiro.

ALBERTO GOLDMAN (Como Líder.) -Diálogo político.

PRESIDENTE - Anúncio da prorrogação da sessão.

Projeto de Lei n92.139-D, de 1979, que "dispõe sobre a criação de Es­tações Ecológicas, e dá outras providências" - Aprovado.

Projeto de Lei n9 2.608-A, de 1980, que revoga o art. 35 do Decreto­lei n9 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Do Se­nado Federal.) - Adiada a discussão por 10 sessões.

Projeto de Lei n9 2.93Ó-A, de 1976, que acrescenta parágrafo ao art.19 da Lei n96.179, de 11 de dezembro de 1974, que instituiu amparo previ­denciário para maiores de setenta anos de idade e para inválidos. - Apro­vado.

Projeto de Lei n9 236-A, de 1979, que acrescenta item ao § 19do art. 19da Lei n9 6.205, de 29 de abril de 1975, que estabelece a descaracterizaçãodo salário mínimo como fator de correção monetária. (Do Sr. Mário Fro­ta.) - Rejeitado.

Projeto de Lei nv 239-A, de 1979, que considera perigosa a atividadedos trabalhadores que exercem atividades em contato com energia elétricade alta tensão, e dá outras providências. (Do Sr. Octávio Torrecilla.) ­Adiada a discussão por 5 sessões.

Projeto de Lei n9 1.316-A, de 1979, que regulamenta o exercício daprofissão de Desenhista e determina outras providências. (Do Sr. CarlosNelson.) - Emendado; volta às Comissões.

Projeto de Lei n9 198-A, de 1979, que assegura direitos aos emprega­dos, no caso de falência ou concordata da empresa. (Do Sr. Ulysses Gui­marães.) - Aprovado.

VII -r-' Designação da Ordem do Dia

VIII - Encerramento.

2 - MESA (Relação dos membros)

3- LfDERES E VICE.LIDERES DE PARTIDOS (Relação dosmembros)

4 - COMISSOES (Relação dos membros das Comissões Permanen­tes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

Avisos DATA DIA DA SEMANA NOME

CAMARA DOS DEPUTADOS 15 Quarta-feira Antõnío MorimotoFlorim Coutinho

SECRETARIA GERAL DA MESA 22 Quarta-feira Edison LobãoAdhemar Santillo

Relação dos Deputados Inscritos no Grande Expediente23 Quinta-feira Waldir Walter

Milton FigueiredoAbrill1981

24 Sexta-feíra Feu lWsa .

DATA DIA DA SEMANA . NOME lWque Aras

27 Segunda-·feira NakJur Júnior

9 Quinta-feira Horácio Ortiz Mário Frota

Tarcisio Delgado28 Terça-feira Nasser A~meida

10 Sexta-feira Paulo Guerra Emídio Perondi

João Gilberto29 Quarta-feira Leorne Belém

13 Segunda-feira Mendonça, Neto Cláudio Strassburger

Aluízio Bezerra30 Quinta-feira Chrístiano Dias Lopes

14 Terça-feira Louremberg Nunes Rocha· üdulfo Domingues

Jerônimo Santana

1858 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ATA DA 25' SESSÃOEM 8 DE ABRIL DE 1981

PRESIDENCIA DO SRS.:NELSON MARCHEZAN, Presidente

HAROLDO SANFORD, }9-Vice-PresidenteJOEL FERREIRA, Suplente de Secretário; eLÚCIA VIVEIROS, Suplente de Secretário

Abril de 1981

I - Ás 13:30 horas comparecem os Senhores:

Nelson MarchezanHaroldo SanfordFreitas NobreFurtado LeiteCarlos WilsonJosé CamargoPaes de AndradeSimão SessimJoel FerreiraLúcia ViveirosJackson Barreto

Acre

Amilcar de Queiroz - PDS; Nosser Almeida - PDS; Wildy Vianna ­PDS.

Amazonas

Josuê de Souza - PDS; Vivaldo Frota - PDS.

Pará

Antônio Amaral - PDS; Brabo de Carvalho - PTB; Jorge Arbage ­PDS; Osvaldo Melo - PDS;

Maranhão

Edson Vidigal - PP; Epitácio Cafeteira - PMDB; Freitas Diniz - PT;João Alberto - PDS; José Ribamar Machado - PDS; Nagib Haickel ­PDS;

Piauí

Correia Lima - PDS; Hugo Napoleão- PDS; Joel Ribeiro - PDS;Milton Brandão - PDS;

Ceará

Adauto Bezerra - PDS; Antônio Morais - PP; Evandro Ayres deMoura - PDS; Flávio Marcílio - PDS; Iranildo Pereira - PMDB; ManoelGonçalves - PDS; Mauro Sampaio - PDS;

Rio Grande do Norte

Antônio Florêncío - PDS; Carlos Alberto - PDS; Djalma Marinho­PDS; Wanderley Mariz - PDS.

Paraíba

Antônio Gomes - PDS; Ernani Satyro - PDS; Joacil Pereira - PDS;Octacílio Queiroz - PMDB;

Pernambuco

Airon Rios - PDS; Augusto Lucena - PDS; Cristina Tavares ­PMDB; Geraldo Guedes - PDS; Inocêncio Oliveira - PDS; Josias Leite­PDS; Marcus Cunha - PMDB; Milvernes Lima - PDS; Roberto Freire ­PMDB; Thales Ramalho - PP.

Alagoas

Albérico Cordeiro - PDS; Antônio Ferreira - PDS; José Costa ­PMDB; Mendonça Neto -- PMDB;

Sergipe

Francisco Rollemberg - PDS; Raymundo Diníz - PDS;

Bahia

Afrísío Vieira Lima - PDS; Ângelo Magalhães - PDS; CarlosSant'Anna - PP; Djalma Bessa - PDS; Francisco Benjamim - PDS; Hil­derico Oliveira - PMDB; Honorato Vianna -PDS; João Alves - PDS;Leur Lomanto - PDS; Manoel Novaes - PDS; Marcelo Cordeiro ­PMDB; Odulfo Dorningués - PDS; Prisco Viana - PDS; Roque Aras ­PMDB; Ruy Bacelar - PDS; Vasco Neto - PDS;

Espírito Santo

Christiano Dias Lopes - PDS; Feu Rosa - PDS; Mário Moreira ­PMDB; Theodorico Ferraço - PDS; Walter de Prá - PDS.

Rio de Janeiro

Alair Ferreira - PDS; Alvaro Valle - PDS; Darcílio Ayres - PDS;Daso Coimbra - PP; Edison Khair - PMDB; JG de Araújo Jorge - PDT;Jorge Cury - PTB; José Bruno - PP; José Frejat - PDT; José Torres­PDS; Lázaro Carvalho - PP; Leônídas Sampaio - PP; Lygia Lessa Bastos- PDS; Marcello Cerqueira - PMDB; Modesto da Silveira - PMDB; Os­mar Leitão - PDS; Oswaldo Lima - PP; Peixoto Filho - PP; PêriclesGonçalves - PP; Saramago Pinheiro - PDS;

Minas Gerais

Aécio Cunha - PDS; Antônio Dias - PDS; Bento Gonçalves - PP;Biàs Fortes - PDS; Bonifácio de Andrada - PDS; Carlos Cotta - PP;Dario Tavares - PDS; Delson Scarano - PDS; Fued Dib - PMDB; Home­ro Santos - PDS; Humberto Souto - PDS; Jorge Vargas - PP; José CarlosFagundes - PDS; Juarez Batista - PP; Leopoldo Bessone - PP; Luiz Bac­earini - PP; Luiz Leal - PP; Melo Freire - PP; Nogueira de Rezende ­PDS; Paulino Cícero de Vasconcelos - PDS; Pimenta da Veiga - PMDB;Raul Bernardo - PDS; Rosemburgo Romano - PP; Sérgio Ferrara - PP;Tarcísio Delgado - PMDB;

São Paulo

Adalberto Camargo - PDS; Adhemar de Barros Filho '- PDS; AirtonSandoval - PMDB; Airton Soares - PT; Alcides Franciscato - PDS; AI·berto Goldman - PMDB; Antônio Morimoto - PDS; Athiê Coury - PDS;Audálio Dantas - PMDB; Bezerra de Melo - PDS; Caio Pompeu - PP;Cantídio Sampaio - PDS; Darcy Passos - PMDB; Del Bosco Amaral ­PMDB; Erasmo Dias - PDS; Herbert Levy - PP; João Cunha - PT; JorgePaulo - PDS; Octacílio Almeida - PMDB; Pacheco Chaves - PMDB;Ralph Biasi - PMDB; Roberto Carvalho - PDS; Samir Achôa - PMDB;Tidei de Lima - PMDB; Ulysses Guimarães - PMDB;

Goiás.

Adhemar Santillo - PMDB; Anísio de Souza - PDS; Brasilio Caiado- PDS; Genésio de Barros - PMDB; Guido Arantes - PDS; Hélio Levy­PDS; Iram Saraiva - PMDB; José Freire - PMDB; Siqueira Campos ­PDS.

Mato Grosso

Bento Lobo - PP; Corrêa da Costa - PDS; Júlio Campos - PDS;Louremberg Nunes Rocha - PP; Milton Figueiredo - PP. •

Mato Grosso do Sul

Antônio Carlos de Oliveira - PT; Leite Schimidt - PP; Ruben Figueiró- PP; Ubaldo Barêm - PDS;

Paraná

Adolpho Franco - PDS; Adriano Valente - PDS; Alípio Carvalho ­PDS; Amadeu Geara - PMDB; Ary Kffuri - PDS; Braga Ramos - PDS;Euclides Scalco - PMDB; Heitor Alencar Furtado - PMDB; Hélio Duque- PMDB; Hermes Macedo - PDS; halo Conti - PDS; Maurício Fruet ­PMDB; Nivaldo Krüger - PMDB; Norton Macedo - PDS; Osvaldo Mace­do -.PMDB; Roberto Galvani - PDS; Sebastião Rodrigues Júnior ­PMDB; Vilela de Magalhães - PTB; Walber Guimarães - PP;

Santa Catarina

Adhemar Ghisi - PDS; Angelino Rosa - PDS; Arnaldo Schmitt - PP;Francisco Libardoni - PMDB; João Linhares - PP; Nelson Morro - PDS;Pedro Ivo - PMDB;

Rio Grande do Sul

Alcebíades de Oliveira - PDS; Alceu Collares - PDT; Aldo Fagundes- PMDB; Alexandre Machado - PDS; Cardoso Fregapani - PMDB; Car­los Chiarelli - PDS; Carlos Santos - PMDB; Eloy Lenzi - PDT; EmídioPerondi - PDS; Fernando Gonçalves - PDS; Getúlio Dias - PDT; HugoMardini - PDS; Jairo BTUm - PMDB; João Gilberto - PMDB; Jorge Ue­qued - PMDB; Júlio Costamilan - PMDB; Odacir Klein - PMDB; PedroGermano - PDS; Túlio Barcellos - PDS; Waldir Walter - PMDB.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1859

Amapá

Antônio Pontes - POS; Paulo Guerra - POSo

Rondônia

Isaac Newton - PDS; Jerônimo Santana- PMDB;

Roraima

Hélio Campos - PDS; Júlio Martins - PDS.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford)- A lista de presença acusa ocomparecimento de 222 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão., Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

Il-A SRA. LÚCIA VIVEIROS, Suplente de Secretário, servindocomo 29-Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é,sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Passa-se à leitura do expe­diente.

O SR. FURTADO LEITE, 19-5ecretário, procede à leitura do seguinte

IlI- EXPEDIENTEPROPOSTA DE EMENDA Á CONSTITUIÇÃO

Modifica o parágrafo 29do art. 102 da Const1tulçio, que dispõesobre proventos da Inatividade.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termosdo art. 49 da Constituição, promulgam a seguinte emenda ao texto constitu­cional:

Artigo único. O parágrafo 29 do art. 102da Constituição Federal passaa vigorar com a seguinte redação:

"Art. 102. . .§ 29 Os proventos da aposentadoria serão fixados com base na re­muneração percebida pelo funcionário, relativamente ao último car­go ocupado ao passar à inatividade.I - Os proventos do inativo guardarão total e permanente relaçãode paridade com a remuneração do funcionário em exercício, ocu­pante do cargo de denominação e símbolo iguais ou equivalentes aodaquele em que se aposentou.11- A paridade referida no inciso anterior atenderá, contínua eobrigatoriamente, à posição hierárquica ocupada pelo funcionárioao passar à inatiyidade.IH - Não mais existindo com os mesmos nomes e símbolos o cargoou a carreira a que esteve ligado o inativo, o nível dos proventos aque faz jus será determinado pelo padrão salarial de outro cargo oude outra função cujas atribuições mais próximas estiverem daquelasque exercia ao aposentar-se."

Justificação

QUase dispensável é justificar a presente proposta de alteração do textoconstitucional, tão conhecidas são, de todos, os problemas e as situações rela­cionados com o tratamento injusto e desumano que o, Estado costuma dis­pensar, sob diferentes alegações, a seus funcionários que, por imprudência oucontingência, pedem aposentadoria. .

Em contraste com o que se está constantemente repetindo, a partir, in­clusive, do próprio texto constitucional, de que o Estado, na globalidade desuas instituições e de seus mecanismos de ação, tem por finalidade precípuaassegurar o bem estar dos seres humanos a ele subordinados - ao contráriodisso, no caso especifico dos aposentados perdura uma inexplicável atitude deindiferença e até mesmo de hostilidade aos interesses do homem.

Prevalece, para muitos, a estranha presunção de que o aposentado é sem­pre um parasita. Daí, o estranho e injustificável procedimento, pelos que de­cidem das coisas neste Pais, de mantê-lo numa posição de subalternidade,como se ele fosse um desprezível cidadão de segunda classe.

Trata-se de uma iniqüidade. De uma lamentável incompreensão do quevem a ser justiça social, pelos que assim pensam e procedem, de um desrespei­to, enfim, aos sagrados direitos da pessoa humana.

Todos os cidadãos que trabalham, em qualquer sociedade organizada,têm direito, atingido o tempo de trabalho previsto em lei, a encerrarem seu cioelo de atividade, passando a receber' proventos que lhe garantam a sobrevi­vência. A passagem da atividade à inatividade não poderá ter, em nenhumahipótese, a conotação humilhante de um favor que alguêm fique a dever aoEstado.

São antigas e persistentes as distorções que se verificam no assunto, entrenós. O aposentado, a diferentes pretextos, é sempre passado para trás, opri­mido enfim, no seu direito de viver com dignidade sua vida. E os argumentosjustificadores dos abusos carecem de um mínimo de substancialidade em ter­mos de justiça humana.

Várias tentativas têm sido feitas, é verdade, na área do legislativo, paracorrigir a velha situação de injustiça. Todos os esforços, porêm, redundaraminúteis até agora. Repete-se a cada situação nova, a velha e brutal espoliaçãode direitos.

Agora, por exemplo, com a implantação que hâ-anos vem sendo feita doPlano de Classificação de Cargos, no Serviço Público Federal estamos assis­tindo, estarrecidos, ao absurdo de rebaixar proventos de aposentados,colocando-os ao nível do cargo inicial da respectiva carreira. Qual a lógica oua moralidade desse procedimento?

Expediente, por exemplo, muito comum posto em prática para dificultarreivindicações de aposentados, é mudar o rótulo dos cargos e das carreiras aque pertenceram eles quando em atividade. Desaparecido o antigo cargo ocu­pado pelo inativo, fica faltando o indispensável parâmetro evocado para aobtenção de uma justa paridade.

Vamos tentar, pois, em termos novos, uma justa, ampla e definitiva so­lução do problema. E não hesitemos, para que a desejada solução seja encon­trada, em fugir um pouco do estilo ambíguo e impreciso da clássica lingua­gem constitucional- formulando uma emenda integrada por disposições ob-.jetivas, claras, detalhadas.

O que buscamos, cabe concluir, não é a modificação pura e simples deum item constitucional. É promover, sim uma alteração que, de fato, eliminaa possibilidade de que a injustiça persista.

DEPUTADOS: Celso Peçanha - MarceIlo Cerqueira - FelippePenna- Cristina Tavares - Edison Lobão - Ruben Figueiró - Louremberg Nu­nes Rocha -Borges da Silveira - Evaldo Amaral - José Amorim - Flo­rim Coutinho - Adolpho Franco - Walter Silva - Vilela de Magalhães­João Herculino - José Torres - Mário Frota - Peixoto Filho - LázaroCarvalho - Freitas Diniz - Elquisson Soares - Lúcia Viveiros - CarlosAlberto - Octacilio Almeida - Odacir Klein - Genival Tourinho - Nel­son Morro - Angelina Rosa - Maurício Fruet - Rosa Flores - RobertoFreire - Mendonça Neto - Igo Losso - Djalma Bessa - Júlio Campos ­Jorge Uequed --'- Joel Ferreira - Cardosdo Fregapani - Júlio Martins ­Aldo Fagundes - Horácio Ortiz - Luiz Leal - Simão Sessim - DasoCoimbra - Saramago Pinheiro - Djalma Marinho - Paulo Lustosa - Os­sian Araripe - João Menezes - Figueiredo Correia - Magnus Guimarães- Diogo Nomura - Mauro Sampaio - Cláudio Philomeno - Ruy Côdo- Paulo Rattes - Antônio Carlos de Oliveira - José Ribamar"Machado -Max Mauro - Pedro Lucena - Márcio Macedo - Waldmir Belinati - Ni­valdo Kruger - Raymundo Urbano - Hildérico Oliveira - Amadeu Geara- Mário Moreira - Iram Saraiva - Heitor Alencar Furtado - Daniel Sil­va - Pacheco Chaves - Adhemar de Barros Filho - Octávio Torrecilla ­Jerônimo Santana - Airton Sandoval- Carlos Augusto - Milton Brandão- Salvador Julianelli - Navarro Vieira Filho - Samir Achôa - Ernesto deMarco - Pedro Ivo-e- Freitas Nobre - Ãlvaro Dias - Ronan Tito - Ira­nildo Pereira - Sérgio Ferrara - Antônio Russo - Benedito Marcilio ­Eloar GuazzeJli - Roberto Galvani - Epitácio Cafeteira - ArnaldoSchmitt - Albérico Cordeiro - Edson Vidigal - Emídio Perondi - Sebas­tião Andrade - Ludgero Raulino - Stoessel Dourado - Francisco Benja­mim - Pedro Corrêa - Arnaldo Lafayette - Cardoso Alves - Sérgio Mu­rilo - Manoel Gonçalves - Brabo de Carvalho - Euclides Scalco - JoséMaurício - Edgard Amorim - Josuê de Souza - Wildy Vianna - AudâlioDantas - Tidei de Lima - Jorge Gama - Tertuliano Azevedo - Fued Dib- Aluízio Bezerra - Paulo Marques - José Freire - Flávio Chaves - Car­neiro Arnaud - Edison Khair - Alberto Goldman - Renato Azeredo ­José Bruno - Henrique Turner - Adroaldo Campos - Rosemburgo Ro­mano - Alcebíades de Oliveira - Gilson de Barros - Marão Filho - An­tônio Florêncio - Darcílio Ayres - Ralph Biasi - Paulo Borges - Ray­mundo Diniz - Osvaldo Macedo - Ernani Satyro - Augusto Lucena ­Ary Kffuri.

SENADORES: Dirceu Cardoso - Humberto Lucena - Henrique San­tillo - Pedro Simon - Roberto Saturnino - Saldanha Derzi - Lázaro Bar­boza - Franco Montoro - Bernardino Viana - Henrique de La Rocque­Nilo Coelho - Passos Pôrto - Mauro Benevides - José Lins - LomantoJúnior - Agenor Maria - Aderbal Jurema - Marcos Freire - Gilvan Ro·cha - Affonso Camargo - Mendes Canale,- Dinarte Mariz - ItamarFranco - Paulo Brossard - Cunha Lima.

1860 Quinta-feira 9 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

OFIcIOS

Do Sr. Líder do PDS, nos seguintes termos:

Oficio nv 87/81Brasllia, 7 de abril de 1981.

Senhor Presidente:Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do Sen'hor Deputa­

do Waldmir Belinati para membro efetivo da Comissão de Saúde, em substi­tuição ao Senhor Deputado Wilson Falcão, que fica desligado da mesma Co­missão.

Outrossim, indico o nome do Senhor Deputado Waldmir Belinati parasuplente da Comissão de Relações Exteriores, em vaga existente, ficando, emconseqüência, desligado de suplente da Comissão de Saúde.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos deelevado apreço e consideração. - Cantfdlo Sampaio, Líder do PDS.

xxxDo Sr. Líder do PDS, nos seguintes termos:

Oficio n9 88/81Brasília, 7 de abril de 1981.

Senhor Presidente:Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do Senhor Wilson

Falcão para membro efetivo da Comissão de Relações Exteriores, em substi­tuição ao Senhor Deputado Waldmir Belinati, que foi indicado para a Comis­são de Saúde.

Outrossim, indico o nome do Senhor Deputado Wilson Falcão para su­plente da Comissão de Saúde, em vaga decorrente do desligamento do SenhorDeputado Waldmir Belinati.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos deelevado apreço e consideração. - Cantfdlo Sampaio, Lider do PDS.

x x x

Do Sr. Líder do PMDB, nos seguintes termos:

Oficio n9 57/81Brasília, 8 de abril de 1981.

Senhor Presidente:Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência que, em decorrência da

indicação do Deputado Jorge Uequed para pertencer, como titular, à Comis­são de Trabalho e Legislação Social, encaminhada pelo Of. n9 53, de 7 deabril de 1981, deixa ele de figurar como membro da Comissão de Ciência eTecnologia.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos deestima e consideração. - Odacir Klein, Líder do PMDB.

xxx

Do Sr. Líder do PP, nos seguintes termos:

Ofício n9 34/81-LIDjPPBrasília, 8 de abril de 1981.

Senhor Presidente:Tenho a honra de indicar li Vossa Excelência, nos termos do que dispõe

o art. 80,§ l0, do Regimento Interno, os Senhores Deputados Herbert Levy,Antônio Mariz, Carlos Corta, Carlos Sant'Anna, João Línhares, João Mene­zes, Lourernberg Nunes da Rocha, Peixoto Filho, Rubem Dourado e WalberGuimarães para compor o quadro de Vice-Líderes do Partido Popular.

Valho-me da oportunidade para renovar a Vossa Excelência meus pro­testos da mais alta estima e distinta consideração. - Thales Ramalho, Líderdo Partido Popular.

XKX

Do Sr. Líder do PP, nos seguintes termos:

Ofício nv 35/81-LIDjPPBrasília, 8 de abril de 19SI.

Senhor Presidente:Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência, para os devidos fins,

que a escala dos Vice-Líderes do Partido Popular, nos trabalhos de Plenário,obedecerá a seguinte ordem: .

2'-feira - Deputados Carlos Cotta e Peixoto Filho;3'-feira - Deputados Carlos Sant'Anna e Walber Guimarães;4'-feira - Deputados João Unhares e Rubem Dourado;5'-feira - Deputados Antônio Mariz e Rubem Dourado; e6'-feira - Deputados Louremberg Nunes Rocha e João Menezes.Valho-me da oportunidade para renovar a Vossa Excelência meus pro-

testos de estima e consideração. - Thales Ramalho, Líder do Partido Popu­lar.

xxx

Do Sr. Líder do PT, nos seguintes termos:

Ofício nO 23-L/SIBrasília, 8 de abril de 1981.

Senhor Presidente:Tenho a honra de me dirigir a V. Ex' a fim de indicar o Deputado Luiz

Cechinel para membro efetivo da Comissão de Relações Exteriores e para su­plente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Ao ensejo apresento a V. Ex' as expressões de minha estima. - AirtonSoares, Líder do PT.

xxx

Do Sr. Líder do PT, nos seguintes termos:

Oficio nv 24-Lj81Brasília, 8 de abril de 1981.

Senhor Presidente:Tenho a honra de me dirigir a V. Ex' a fim de indicar o Deputado Antô­

nio Carlos de Oliveira para membro efetivo da Comissão de Economia daCâmara dos Deputados.

Ao ensejo apresento a V. Ex' as expressões de minha estima. - AirtonSoares, Líder do PT.

COMUNICAÇOES

Senhor Presidente:Comunico a V. Ex' que o Deputado Luiz Cechinel exercerá a Vice­

Liderança do Partido dos Trabalhadores. - Airton Soares, Líder do PT.

x x x

Senhor Presidente:Desejo pelo presente, para todos os efeitos legais pertinentes, comunicar

à Mesa da Câmara dos Deputados, como me determinam a Lei e normas in­ternas do Legislativo, meu desligamento do Partido dos Trabalhadores (PT),reservando-me o direito de, oportunamente indicar a V. Ex' o Partido em quedeverei ingressar.

Nesse sentido, libero-me da condição de Vice-Líder do Partido dos Tra­balhadores (PT) pata OS efeitos internos da Casa.

Sala das Sessões, 8 de abril de 1981. - João Cunha.

SEÇÃO DE SINOPSE - CEL

Arquivem-se e publique-se, para os fins do disposto no § 40 do artigo 28do Regimento Interno..

Projeto de Lei

N9 952-A/79 - (Waldmir Belinati) - Abole qualquer forma de censu­ra à livre manifestação de pensamento. (Anexo: 1.883j79).

N9 973-A/79 - (Paulo Lustosa) - Estabelece a gratuidade na ob­tenção de documentos, e determina outras providências.

N9 1.175-Aj79 - (Peixoto Filho) - Acrescenta parágrafo único ao arti­go 861 do Código Civil (Lei nv 3.071, de l0 de janeiro de 1916).

N0 1.296-Aj79 - (Celso Peçanha) - Isenta do imposto de renda a ces­são gratuita de imóvel para habitação, a parente até o 39 grau.

N9 1.483-A/79 - (Jorge Gama) - Isenta de custas judiciais os mu­tuários do Sistema Financeiro de Habitação, quando percebam até cinco sa­lários de referência.

N9 1.991-Aj79 - (Nilson Gibson) - Cria a Junta de Conciliação e Jul­gamento de Belo Jardim, no Estado de Pernambuco, e determina outras pro­vidências.

N0 2.038-A/79 - (Alcides Franciscato) - Concede estímulo aos adqui­rentes de veículos movidos a álcool destinados ao serviço urbano de táxis, edetermina outras providências. (Anexo: 3.55Ij80.)

N0 2.157-Aj79 - (Mendonça Neto) - Assegura às pessoas jurídicas quemantenham estabelecimentos de ensino, dedução de até 70% (setenta por cen­to) do imposto de renda, nas condições que especifica.

N9 2.236-Aj79 - (Odacir Klein) - Dispõe sobre a expedição, em dupli­cata, dos documentos de identificação, pessoal, e dá outras providências.

N0 2.269-A/79 - (Feu Rosa) - Dispõe sobre a estatízação do sistemanacional de seguros a cargo do SINPAS, e dá outras providências.

N0 2.418-A/79 - (Francisco Libardoni) - Estabelece, como parcelasdedutíveis dos rendimentos, para fins do imposto de renda, as contribuiçõespagas a título de tributos federais.

N9 2.439-Aj79 - (Nilson Gibson) - Altera a alíquota do IPI incidentesobre produto que especifica.

N0 2.519-Aj79 - (Alípio Carvalho) - Supre omissão, corrige e constí­tucionaliza o inciso Ill, do artigo 17, da Lei n9 4.506, de 30 de novembro de

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1861

1964, que dispõe sobre o imposto que recai sobre as rendas e proventos dequalquer natureza, para retirar da incidência desse tributo os aposentados ereformados que foram invalidados por acidente em serviço.

N9 2.533-A/79 - (Celso Peçanha) - Dá nova redação ao Título II doLivro I do Código de Processo Penal (Decreto-lei nv 3.6S9, de 3 de outubro de1941), e dá outras providências.

N9 2.690-A/80 - (Antônio Zacharias) - Institui abono aos aposenta­dos e pensionistas da Previdência Social, e dá outras providências.

N9 2.703-A/80 - (Peixoto Filho) - Cria um seguro-pecúlio por mortede policiais civis e militares, vítimas de agressão em função policial ou de se­gurança, e dá outras providências.

N9 2.736-A/80 - (Daso Coimbra) - Determina a realização de home­nagens no transcorrer do quarto centenário da morte de Luiz de Carnões, e dáoutras providências.

N9 2.737-A/80 - (Peixoto Filho) - Concede aos ex-integrantes daForça Expedicionária Brasileira (FEB) e Batalhão de Suez, uma pensão equi­valente ao soldo de 39 Sargento das Forças Armadas.

N9 2.738-A/SO -.(Pacheco Chaves) - Dispõe sobre a inaplicabilidadeda pena de demissão ao servidor público no caso que especifica, e dá outrasprovidências.

N9 2.777-A/80 -:- (João Carlos de Carli) - Disciplina a liberação doaçúcar exportável comercializado pelas cooperativas regionais, e dá outrasprovidências.

N9 2.821-A/80 - (Antônio Zacharias) - Dispõe sobre o limite de idade'para a inscrição em concursos públicos.

N9 2.866-Aj80 - (Carneiro Arnaud) - Estabelece normas disciplinado­ras do planejamento familiar, e dá outras providências.

N9 2.895-A/80 - (Nilson Gibson) - Autoriza a conversão em dinheirode licença especial, por conveniência da administração e do servidor federal.

.N9 2.899-A/80 - (Carlos Santos) - Dispõe sobre isenção de direitosautorais nas obras literárias e musicais para deficientes físicos e mentais, e dáoutras providências.

N9 2.904-A/80 - (Octávio Torrecilla) - Dispõe sobre a dedução no im­posto de renda de despesas efetuadas por paraplégicos.

N9 2.916-A/80 - (Osvaldo Melo) - Dá nova redação aos parágrafos 19e 29do artigo 11 da Lei n94.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Mili­tar), dispondo sobre presidentes das Juntas de Serviço Militar.

N9 2.945-A/80 - (Maurício Fruet) - Revoga os dispositivos que espe­cifica, da Lei n96.620, de 17 de dezembro de 1975, que define os crimes contraa segurança nacional, estabelece sistemática para o seu processo e julgamen­to, e dá outras providências.

N9 2.951-A/SO - (Ruben Figueiró) - Altera o caput e o parágrafo úni­co do artigo 31 da Lei n94.545, de 10 de dezembro de 1964, que autoriza o Po­der Executivo a dispor sobre a criação de Municípios no Distrito Federal, tra­ta de organização político-administrativa desses Municípios, e determina ou­tras providências.

N9 2.976-A/80 - (Jorge Arbage) - Dispõe sobre a quitação antecipadade débitos para com o Sistema Financeiro de Habitação, nos casos e con­dições que especifica.

N9 3.014-A/SO - (Jorge Aruage) - Manda contar para todos os efeitoso tempo de serviço que menciona.

N9 3.050-A/SO - (Jorge. Gama) - Transfere, para o Ministério da Jus­tiça, a Polícia Rodoviária Federal.

N9 3.095-A/80 - (José de Castro Coimbra) -Dispensa os empregado­res do pagamento de contribuições previdenciárias, desde que admitam defi­cientes físicos em suas empresas.

N9 3.103-A/80 - (Délio dos Santos) - Concede 139salário e reajustessemestrais aos funcionários públicos estatutários, e dá outras providências.

N9 3.l46-A/SO ~ (Ruy Côdo) - Autoriza o Poder Executivo a criar oColégio Militar no Estado de São Paulo.

N9 3.168-A/80 - (Lúcio Cioni) - Cria o Serviço Nacional de Aprendi­zagem do Transporte Rodoviário.

N9 3.216-A/SO - (Hélio Duque) - Restabelece a Companhia Nacionalde Seguro Agrícola, e dá outras providências.

N9 3.231-A/80 - (Benjamim Farah) - Dispõe sobre a correção mone­tária do imposto de renda retido na fonte em 19S0

N9 3.235-A/80 - (Léo Simões) - Dispõe sobre a aposentadoria especialdos vigias noturnos.

N9 3.25S-A/SO - (Athiê Coury) - Dispõe sobre a percepção conjuntade pensão previdenciária e acidentária.

N9 3.287-A/80 - (Inocêncio Oliveira) - Altera a redação do inciso XIdo artigo S4 da Lei nQ 4.215, de 27 de abril de 1963 - Estatuto da Ordem dosAdvogados do Brasil, facultando aos militares da ativa o exercício da advoca­cia.

N9 3.291-A/80 - (Athiê Coury) - Introduz alterações na Lei n9 1.711,de 28 de outubro de 1952, que dispõe sobre o Estatuto dos FuncionáriosPúblicos Civis da União.

N9 3.373-A/80 - (Pedro Faria) - Institui o Fundo de RecuperaçãoEconômica do Norte 'do Estado do Rio de Janeiro.

N9 3.438-A/80 - (Henrique Eduardo Alves) - Dá. a denominação dePapa João Paulo II a parque recreativo de Brasília.

N9 3.467-A/80 - (Paulo Lustosa) - Estabelece que de cada 10 (dez)funcionários contratados pelo Poder Público Federal, Estadual ou Munici­pal, :i (dois) sejam deficientes físicos.

N9 3.47S-A/SO - (Edson Vidigalj c-- Isenta os proventos de aposentado­ria do imposto de renda.

N9 3.495-A/80 - (Juarez Furtado) - Obriga o CEBRAE (Centro Brasi­leiro de Apoio à Pequena e Média Empresa) a conceder recursos financeirosàs pequenas e médias empresas, para pagamento a estagiários de adminis­tração, e dá outras providências.

N9 3.547-A/SO - (Lêo Simões) - Dispõe sobre a gratificação de cargotécnico.

N9 3.551/80 - (JocJ Lima) - Concede isenção de taxa e tarifa que men­ciona a proprietários de veículos movidos a álcool hidratado, e dá outras pro­vidências. (Anexado ao 2.038-A/79.)

N9 3.662-A/80 - (Theodorico Ferraço) - Autoriza o Poder Executivoa criar Batalhões Agropecuários no Exército Brasileiro, e determina outrasprovidências.

N9 3.768-A/SO - (Lúcio Cioni) - Dispõe sobre as promoções dos inte­grantes do Quadro de Oficiais Auxiliares e dos Graduados de Carreira doExército da Ativa.

N9 3.847-A/SO - (Júlio Martins) - Dispõe sobre o Ministério da Mo­dernização, e dá outras providências.

N9 3.904-A/80 - (Saramago Pinheiro) - Dispõe sobre a remoção e atransferência de funcionário ou empregado eleito Vereador, alterando dispo­sitivos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União e da Consoli­dação das Leis do Trabalho.

N9 3.910-A/SO - (Jackson Barreto) - Assegura aos docentes das insti­tuições de ensino superior, mantidas pela União, vencimentos e vantagens sa­lariais integrais, quando afastar-se do cargo para exercer mandato em sua as­sociação de classe.

N9 3.939-A/SO - (Benedito Marcílio) - Dispõe sobre a concessão deempréstimo financeiro a empregado sindicalizado, com aval da empresa.jun­to à Caixa Econômica Federal, e determina outras providências.

N9 3.942-A/80 - (Agassiz Almeida) - Obriga as empresas comerciais àaplicação de lucros na agricultura, e dá outras providências.

N9 3.967-A/SO - (José Carlos Vasconcelos) - Autoriza o Poder Execu­tivo a instituir contribuição sobre o preço ao consumidor, dos produtos queespecifica, destinada a subsídio em favor do consumidor do leite, e determinaoutras providências.

Projeto de Lei Complementar

N9 lDO-A/80 - (Telmo Kirst) - Estende a pensão de que trata o artigo69da Lei Complementar n9 11, de 25 de maio de 1971, à Viúva do trabalhadorrural falecido antes da vigência daquela lei.

N9 l11-A/80 ,.... (Edson Vidigal) - Dispõe sobre a utilização de benspúblicos, e determina outras providências.

PROJETO DE RESOLUÇÃO N9 201-A, DE 1981(Do Sr. Claudino Sales)

Altera o art. 10 do Regintento Interno; tendo parecertavoráVlel do relator designado pela Mesa.. Pendente de pa­recer da Mesa às emendas de Plenário.

(Projeto de Resolução n.o 20'1, de 1981, a que se refereo parecer.)

A Câmara dos Deputados resolve:

Art. 1.0 Os incisos li e IV do art. 10 do Regimento Internopassam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 10. . .

LI - Fazer comuníeação considerada urgente à Câmarados Deputados no Início da Ordem do Dia, pelo prazo detrinta minutos Improrrogáveis, dividido entre a Maioria ea Mlnoría, Igualmente, facu.tando o fraeíonamento dotempo a critério d08 respectivos Líderes;IV - índícar alternadamente a inscrição de dois Depu­tados por sessão, para falar durante a Ordem do Dia, apósdiscutida e votada a matéria incluída em pauta em regimeespecial ou que tenha preferência solicitada pelos Líderesconjuntamente, pelo período de cento e vinte minutos, di-

1862 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

ca.

_N.O 2-

a seguinte redação ao art. 10, item. IV, do Regimento

vldído igualmente entre a Maioria e a Minoria, assegu­rado s-empre o último tempo à Maioria."

Art. 2.° Esta Res(}lução entra em vigor na data de sua pu-blicação.

Art. 3.° Revogam-se as disopisções em contrário.Sala das Sessões, '31 de março de 198,1. - Claudíno Sales.O'Presente projeto visa ajustar o Reg;mento à pluralidade par-

tidárta.

RESOLUÇAO N.o 30, DE 3,1 DE OUTUBRO DE 1972

Dispõe sobre o Regimento Interno.

TtrULO I

Disposições Preliminares

CM'íTULO III

Dos Líderes ,. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... .... .. .. .. .... .. .. ... .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ~ .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

'Art. 10. Os Líderes têm as seguintes prerrogativas:I - falar. uma vez por sessão, em defesa da respectiva linha

política. durante a Ordem do Dia, pelo período de sessenta minu­tos, após discutida e votada a matéria incluída em pauta, ·em re­g'me especial, ou que tenha preferência solícítada pelos Líderes,conjuntamente;

II - fazer comunícacões ínadíáveís e urgentes à Câmara, peloprazo máxímo de cinco mimr'os, não permitidos apartes;

m - participar pessoalmente, ou por intermédio de seus Vi­ce-Líderes, dos trabalhos das Comissões) sem direito a voto, maspodendo requerer verificação de votação;

IV - indicar, alternadamente, a inscrição de um Deputado.por sessão. para falar durante a Ordem do Dia, pelo período dequarenta e cinco minutos, após discutida e votada a matéria in­cluída na pauta em reg:ime especial ou que tenha preferência so­licitada pelos Líderes, eonjuntamente;

V - indicar. alternadamente, a inscrição preferencial de ora­dores para o horário destinado às comun.cacões parlamentares.desde que haja tempo e por período não excedente a quinze mi­nutos, para cada orador, não permitidos apartes;

VI - indicar à Mesa a re.acão dos seus Vice-Líderes, que ossubstituirão na ordem da respectiva colocação,

§ 1.0 A prerrogativa prevista no íncíso I deste artigo é de­ferida somente ao respectivo Líder titular do Partido.

§ 2.° Os Vice-Líderes, no exercício da liderança, ou os Depu­tados que esta indicar. poderão falar durante a Ordem do Dia.nos termos do inciso IV deste artigo, quando houver expedienteescrito enviado à Mesa pelo respectivo Líder.

PARECER DO RELATOR DESIGNADO PELA MESA

RelatórioO presente- Projeto de Resolução n.O 201, de 1981, de autoria do

nobre Deputado Claudíno Sales, intenta modífícar o RegimentoInterno da Casa a fim de estabelecer que seja ampliado o prazoconcedido aos Líderes para comunicações urgentes à Casa bemcomo o concedido a Deputados, per eles designados, para falardurante a ordem do dia. Na segunda hipótese existe ainda o au­mento de um para dois oradores, por sessão. Em ambos os CMOS,

o tempo disponível "eri- dividido entre a Maioria e Minoria, igual­mente. Quando a fala for do próprio Líder é facultado o fracio­namento do tempo, a critério dos respectívos Líderes; quando afala ror do Deputado, assegura-se à Maioria, sempre, o últimotempo.

VotoQuanto à amp.íação do prazo para o pronunciamento e o au­

mento de número de oradores, nada há a objetar, sendo unânimeo entendimento de todos os parlamentares. E quanto à divisão dotempo, de forma ígualítáría, entr,e a Maioria e a Minoria, trata-sede solução justa e democrática.

Em todos os parlamentares democráticos. os congressistas sãoagrupados. conforme o número de ca-deiras ocupadas, em Maioriae Minoria. As Minorias sempre é assegurado ü direito de manifes­tação. Na hipótese em tela, a medida alvitrada é generosa: o tem­po será dividido igualitariamente, ou seja. a Minoria poderá utili­zar-se do mesmo período daquele ocupado pela Maioria. O absurdo- que não pode ser tolerado - é que parlamentares quelntegrama Minoria disponham de espaço de tempo superior ao daqueles quecompõem a Maioria. Esse critério, sim, é antídemocrátíco,

O Pro-jeto visa o aperfeiçoamento do funcionamento de nossaCasa Legislativa. Favorece a manifestação dos Líderes, por prazosuficiente. para a qhorctag,em de temas políticos. E. outrossim, 00-.

jetíva permitir que um número' maior de Deputados ocupe a t:ii.­buna para a discussão dos grandes temas nacionais.

Face ao exposto, manifesto-me pela aprovação do Projeto.Sala das Sessões, de abril de 1981. - Furtado Leite, Primei-

ro-secretário, Rela1pr.

EMENlDAS OF'ERElCIDAS EM PLENARJO

- N9 l-O íncíso IV do art. 10 do Regimento Interno passa a vigorar

com .0. seguinte redação:"IV - indicar, alternadamente, a inscrição de deputadospara falar durante a Ordem do Dia, após discutida e vo­tada a matéria incluída na pauta em regime especial ouque tenha preferência solicitada pelos Líderes conjunta­mente, pelo período de cento e vinte minutos, divididoigualmente entre a Maioria e a Minoria, podendo o daMinoria ser dívídído entre os Partidos que a compõem eassegurado sempre o último tempo à Maioria."

Sala das Sessões, 7 de 'abril de 1981. - Odacir Klein, Líder doPN0YB. .

(Dê-seInterno:

"indicar altennadamentc a inscrição de dois deputados porsessão, para falar durante a Ordem do Dia, após discutidae votada a matéria incluída em pauta em regime especialou que tenha preferência solicitada pelos Líderes conjun­tamente, pelo período de cento e vinte minutos divididoígua.ments entre os partidos .da Maioria e da Minoria, deacordo com tabela de distribuição a ser assina-da por todosos Lideres."

Justificação

A Emenda ora proposta defende o direito para que se dispen­sem. às diversas Lideranças igual tratament,o mantendo. assim. ocritério já adotado no atual Regimento Interno, evitando-se pro­cedimentos característicos do bipartidarismo.

Sala das Sessões. 7 de abril de 1981. - João Línhares, Vice­Líder do Partido Popular.

- N.O 3-Dê-se a seguinte redaçâo ao art. lO, item H, do Regimenw In­

terno:

"II - Fazer comunicação considerada urgente à Càimarsdos Deputados no início da Ordem do Dia, pelo prazo detrinta minutos ímprorrogáveís, dividido entre a Maioria ea Minoria, igualmente, facultado o fraclonamentc do tem­po a critério dos respectivos Líderes, não sendo pcrmítídosapartes."

.Tustífíeação

A emenda ora proposta tem por finalidade não permítir apar­tes, nessa prerrogativa da Liderança,. vez que, além da naturezada ccmunícação - considerada urgente -, a limitação do tempo.dividido entre a Maioria e Minoria, impossibilitaria o orador demelhor expor a sua linha de pensamento.

Sala das Sessões, 7 de abril de 1981. - João Línhares, Vice­Líder do Partido popular.

PROJETO DE LEI N9 490-A, DE 1979

Institui a Lotlilià 8!:od1\i~1 fii1BílMll e determina outras provi­dências; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pelainconstitucionalidade.

(Projeto de Lei n" 490, de 1979, tendo anexados os de nvs978/79,992/79, 1.137/79, 2.933/80 e 4.156/80, a que se refere o pa­recer.)

O Congresso Nacíonal decreta:Art. 19 Fica instituída a Loteria Zoológica do Brasil - Zooteca.Parágrafo único. A Zooteca se destina à exploração de prognósticos

populares baseados na lotería chamada "jogo do bicho".Art. 29 Cabe à Caixa Econômica Federal explorar e fiscalizar a Zoote-

.§ 19 A Caixa Econômica Federal pode autorizar, às casas de loteria, a-exploração da Zooteca.

§ 29 No caso previsto no parágrafo anterior, fica reservada à CaixaEconômica Federal, a superintendência, a coordenação e a fiscalização daZooteca.

§ 39 Para fazer jus à autorização de que trata o § 19deste artigo, as casaslotéricas devem estar previamente cadastradas na Caixa Econômica Federal.

Art. 39 A.extração da Zooteca dar-se-á nos mesmos dias da Loteria Fe­deral.

Abril de 1981 DIÁ~10 DO CONGRESSO NACIONAL fSe,iio-IJ Quinta-feira 9 1863

Art. 49 Do que for arrecadado pela Zooteca, 50% (cinqüenta por cento)serão destinados às bolsas de estudo para os níveis do primeiro e segundograus, e o nível superior.

Art. 59 O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (no­venta) dias.

Art.69 O art. 58 do Decreto-lei n93.688, de 3 de outubro de 1941- Leidas Contravenções Penais - modificado pelo art. 58 do Decreto-lei n9 6.259,de 10 de fevereiro de 1944, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 58. Explorar ou realizar, sem a devida autorização, a loteriadenominada jogo do bicho.Pena: Prisão simples de 5 (cinco) meses a 1 (um) ano e multa deCr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00 (cinqüenta milcruzeiros).§ 19 Na mesma pena incorre quem, sem a devida autorização, pra­ticar qualquer ato relativo a realização ou a exploração da loteria dojogo do bicho.§ 29 Incorre na pena de multa de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros)a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) aquele que pratica a loteria vi­sando à obtenção de prêmio para si ou para outrem, sabendo-a nãoautorizada."

Art. 79 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.'Art. 89 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Pelos múltiplos aspectos positivos que apresenta, o presente projeto delei deve ser apoiado pelo Congresso Nacional.

2. Entre outros, queremos destacar seu aspecto social.3. Sabemos que o jogo de bicho é da índole do povo brasileiro, tão ar­

raigado nos nossos costumes que se torna incôngruo continue proibido pelodireito pátrio.

Ora, todos sabemos que é próprio do direito a sua evolução, acompa­nhando a evolução dos conceitos sociais. Assim, não deve o direito estagnarno' tempo, por meio de disposições legais já ultrapassadas, fora da realidadesocial imperante.

5. Por isso mesmo, o costume, se não pode, entre nós, ser contra legem,como ensinam os civilistas pátrios, não pode, também, ser ignorado pelo orodenamento jurídico nacional. Não podemos negar que a prática reiterada dedeterminados atos da vida social tende a dar nova feição à própria estruturajurídica. .

6. Devemos, pois, considerar, em certos casos, a força modificadorainerente aos costumes, pois, do contrário, perderia ele um dos importantes as­pectos que o caracteriza como fonte do direito. Devemos ter aqui a lição deEnnecerus, Kipp e Wolff, no seu Tratado de Direcho Civil (Vol. I, Tomo I, §35), de que o direito consuetudinário é o único remédio contra leis intolerá­veis, de cuja revogação não se decide o legislador. Por outro lado, como nosensina Caio MArio da Silva Pereira (Instituição de Direito Civil Vol.L 1974,pág. 120), é ao legislador que incumbe, e não ao aplicador da lei, cogitar dastransformações sociais subseqüentes, decretando a revogação ou a modifi­cação de leis que passam a se colocar em posição contrária à nova realidade, àrealidade atual.

7. Ora, há na realidade social brasileira, no atinente à prática do jogode bicho, um verdadeiro divórcio entre essa realidade social e o direito positi­vo pátrio: enquanto o nosso direito se dirige no sentido da proibição da práti­ca do jogo de bicho, a sociedade, na sua expressão mais autêntica, se dirigeem sentido contrário. Enquanto o direito proíbe, a sociedade pratica o jogodo bicho. Cabe, pois, ao legislador, na expressão do nosso eminente civilista,cogitar dessa nova realidade social e fazer desaparecer essa proibição, que jáse torna espúria, através de uma regulamentação capaz de tornai: a prática dojogo do bicho propicia a dela serem tirados os melhores proveitos sociais eeconômicos.

8. Outra conseqüência social que daí advêm ê a extirpação das ativida­des ilícitas dos chamados "banqueiros" ou "vendedores", verdadeiros cân­eras na sociedade brasileira, existentes precisamente em decorrência da proi­bição do jogo do bicho. Além da eliminação dessa atividade injurídica, outraconseqüência de ordem social advirá, qual seja a abertura de novo mercadode trabalho, pela necessidade de mão-de-obra para o novo campo de trabalhoaberto.

9. Contamos, é certo, com a oposição dos que, vivendo, como disse­mos nas clandestinidade, não desejam a criação e a regulamentação da Zoo­teca, principalrr ente porque essa loteria lhes trará obrigações que, agora, jul­gam não possui.. r:: o caso dos encargos trabalhistas e fiscais a que ficarão su­jeitos.

10. Por todo o exposto, estamos convictos da oportunidade do presen­te projeto de lei. Os conceitos sociais da época em que surgiu a proibição dojogo do bicho são outros que hoje caíram em desuso, peja criação. de outrascondições sociais emergentes com o correr do tempo, o que, em última análi­se, representa a evolução daqueles conceitos.

Por tudo isso é que confiamos na sabedoria do Congresso Nacional, e es­peramos, por decorrência, a aprovação deste projeto de lei.

Sala das Sessões, 16 de abril de 1979. - Nilson Gibson.

LEGISLAÇÃO CITADA PELO AUTOR

DECRETO-LEI N9 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais.

Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, oupraticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:

- O processo. especial relativo ao jogo do bicho é regulado pelaLei n9\.508, de 19-12-51.

Pena - Prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de quatro milcruzeiros a quarenta mil cruzeiros.

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de quatrocentos cruzeiros aquatro mil cruzeiros, aquele que participar da loteria, visando à obtenção deprêmio, para si ou para terceiro.

DECRETO-LEI N9.6.259, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1944

Dispõe sobre o serviço de loterias, e dá outras providêncils.

Art. 58. Realizar o denominado "jogo do bicho", em que um dos parti­cipantes, considerado comprador ou ponto, entrega certa quantia com a indi­cação de combinações de algarismos ou nome de animais, a que correspon­dem números, ao outro participante, considerado o vendedor ou banqueiro,que se obriga mediante qualquer sorteio ao pagamento de prêmios em dinhei­ro.

Penas - de 6 (seis) meses a I (um) ano de prisão simples e multa deCr$ 10,00 (dez cruzeiros) a Cr$ 50,00 (cinqüenta cruzeiros) ao vendedor oubanqueiro, e de 40 (quarenta) a 30 (trinta) dias de prisão celular ou multa deCr$ 0,20 (vinte eentavos)a Cr$ O,SO (cinqüenta centavos) ao comprador ouponto.

§ 19 Incorrerão nas penas estabelecidas para vendedores ou banqueiros:a) os' que servirem de intermediários na efetuação do jogo;b) Os que transportarem, conduzirem, possuírem, tiverem sob sua guar­

da ou poder, fabricarem, derem, cederem, trocarem, guardarem em qualquerparte, listas com indicações do jogo ou material próprio para a contravenção,bem como de qualquer forma contribuírem para a sua confecção, utilização,curso ou emprego, seja qual for a sua espécie ou quantidade;

c) os que procederem à apuração de listas ou à organização de mapas re­lativos ao movimento do jogo;

d) os que por qualquer modo promoverem ou facilitarem a realizaçãodo jogo.

§ 29 Consideram-se idôneas para a prova do ato contravencíonal quais-oquer listas com indicações claras ou disfarçadas, uma vez que a perícia revelese destinarem à perpetração do jogo do bicho.

§ 39 Revogado pelo art. 79 da Lei n9 1.508, de 19-12-51.

PROJETO DE LEI N9 978, DE 1979(Do Sr. Leônidas Sampaio)

Dispõe sobre reabertura de caninos.(Anexe-se ao Projeto n9 490, de 1979, nos termos do art. 71 do

Regimento Interno.)O Congresso Nacional decreta:Art. 19 Fica autorizado o funcionamento de cassinos e similares em

todo o território nacional, para a prática de jogos de azar.Art. 29 A prática de jogos de azar, em todo o território brasileiro, CItá

condicionada à salvaguarda dos interesses nacionais relacionados ao controleda evasão de divisas e à política de incentivo ao turismo, sendo somente per­mitidas nos locais fixados nas disposições legais que regulamentam a matéria,

Art. 39 Caberá aos Ministérios do Interior e da Indústria e do Comér­cio, através de seus órgãos próprios, a fixação dos locais referidos no artigoanterior e a regulamentação concernente à concessão de licença e funciona­mento de estabelecimento neles situados.

Art. 49 O Poder Executivo baixará, dentro de 60 dias, a regulamen­tação da presente lei.

Art. 59 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogado oDecreto-lei n9 9.215, de 30 de abril de 1946, e todas as demais disposições emcontrário.

1864 Qalnta-feíra 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACION~L (Seçio I) AIIrIl.1Ml

Justificação

As leis,devem visar ao bem-estar do povo, à defesa de suas instituições,ao equilíbrio social dentro da realidade em que vive a coletividade a que elasse destinam.

As leis jamais conseguirão consagrar ideais, por mais elevados que se­jam, pois os argumentos sociais de onde e para onde emanam são formadosde homens, com as naturais falhas e fraquezas que caracterizamo ser huma­no.

A lei sábia não é a que consagra um alvo inatingível pela sociedade, masa que consegue discipliná-la com normas de efetivo cumprimento. Se não épossível atingir-se determinados ideais, sem causar um mal maior, é melhorque se legisle dentro da realidade, evitando-se, por todos os meios, as reper­cussões negativas, os efeitos colaterais dos mandamentos que regem um po­vo.

Há inúmeros exemplos históricos que demonstram a inocuidade de cer­tos textos legais idealísticos, a par dos terríveis resultados materiais e moraisque se lhes seguem.

Bastaria citar o exemplo da chamada Lei Seca norte-americana, comsuas desastrosas conseqüências sobre os costumes do povo dos Estados Uni­dos, e suas implicações na corrupção da Administração Pública, principal­mente nos setores policiais, como é do mais amplo conhecimento.

A realidade não se suprime.Outro não é o exemplo brasileiro.O insigne e saudoso Presidente Dutra, tentando defender as tradições

morais e religiosas de nosso povo, almejou proibir o jogo em todo o territóriobrasileiro, mediante o Decreto-lei n9 9.215, de 30 de abril. de 1946.

Seus efeitos inesperados são por demais conhecidos por todos os que es­tão atentos a esse magno problema nacional.

Dos cassinos, fiscalizados e confinados a certos lugares, o jogotransferiu-se para os apartamentos das grandes cidades, para os lares brasilei­ros.

E, em nosso País, reflexos semelhantes ,ao da Lei Seca, cada dia são maisfreqüentes, E patente se torna a impossibilidade com que se defronu, .oda equalquer autoridade para pôr fim a tal estado de coisas.

A força do poder econômico, aliada à inexistência da lei reguladora, e apresença de lei meramente proibitiva, conduzem a esse insucesso reinante emtantas esferas policiais e até administrativas.

Além do aspecto moral de que se reveste o projeto de lei, ora apresenta­do, que tem como escopo principal a eliminação da prática clandestina dosjogos de azar, e todo o seu corolário de corrupção, quatro outros objetivos deordem social e econômica estão implícitos em seu conteúdo: .

1. a cessação do constante fluxo de divisas que se dirige para o exterior,levado pelos brasileiros afeitos à prática do jogo, que lá vão buscar. a liberda­de que para tal fim eles outorgam às leis de outros países, menos sonhadores emais realistas.

2. a canalização para o nosso País, de igual volume de recursos, de ori­gem estrangeira, levados por turistas de outras nacionalidades para aquelespaíses onde a lei regulamenta a disciplina do jogo.

3. uma dupla incrementação do turismo em nosso País. De caráter na­cional, pelo incremento de viagens de brasileiros aos locais fixados em leipara o funcionamento dos cassinos. De cunhoestrangeiro, pela atração de ciodadãos de outros países para pontos turísticos nacionais que deixariam de servisitados, como ocorre hoje em dia, não porque careça o País de belezas natu­rais, mas porque inexiste lei regulamentadora do funcionamento de cassinos.E, em geral, cidadãos estrangeiros não se aventuram a freqüentar casas ou lu­gares clandestinos, que funcionem à margem da lei.

4. a salvaguarda de grandes setores de nossa administração, principal­mente o policial, cujo funcionamento tem ficado, às vezes', comprometidopela clandestinidade a que a legislação vigente leve toda e qualquer prática dejogo, com enormes reflexos sociais, que manifestam sintomas de insegurançada coletividade.

Safa das Sessões. - Leônidas Sampaio.

LEGISLAÇÃO CITADA. ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSOES PERMANENTES

DECRETO-LEI N9 9.215, DE 30 DE ABRIL DE 1946

Proíbe a prática ou exploração de jogos de azar em todo o terri­tório nacional.

Art. 19 Pica restaurada em todo o território nacional a vigência do art.50 e seus parágrafos da Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei n9 3.688,de 2 de outubro de 1941).

Art. 29 Esta lei revoga os Decretos-leis n9S 241, de 4 de fevereiro de1938,5.089, de 15 de dezembro de 1942, e 5.192, de 14 de janeiro de 19-43 edisposições em contrário.

Art. 39 Picam declaradas nulas e sem efeito todas as licenças, ccnces­sões ou autorizações dadas pelas autoridades federais, estaduais ou municiopais, com fundamento nas leis ora revogadas, ou que, de qualquer forma,contenham autorização em contrário ao disposto no art. 50 e seus parAsrafosda Lei das Contravenções Penais.

Art. 49 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSOESPERMANENTES

DECRETO-LEI N9 3.688, DE 2 DE OUTUBRO DE 1941Lei das Contravenções Penais

CAPITULO VIIDas Contravenções Relativas à Policia de Costumes

Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ouacessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele:

Pena - prisão simples de três meses a um ano, e multa de CrS 2.000,00(dois mil cruzeiros) a CrS 15.000,00 (quinze mil cruzeiros), estendendo-se osefeitos da condenação à perda dos móveis e objetos de decoração do local.

§ 19 A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados 011

participa do jogo pessoa menor de 18 anos.

§ 29 Incorre na pena de multa, de CrS 200,00 (duzentos cruzeiros) a CrS2.000,00 (dois mil cruzeiros), quem ê encontrado a participar do jogo, comoponteiro ou apostador.

§ 39 Consideram-se jogos de azar:a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principal­

mente da sorte;b) as apostas sobre corridas de cavalos fora de hipódromo ou de local

onde sejam autorizados;c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.§ 49 Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público:a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habi-

tualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores

se proporciona jogo de azar;c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza

jogo de azar;d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que

se dissimule esse destino.

Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, oupraticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração: ,

Pena - prisão simples de quatro meses a um ano, e multa de Cr$2.000,00 (dois mil cruzeiros) a CrS 20.000,00 (vinte mil cruzeiros).

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de Cr$ 200,00 (duzentoscruzeiros) a Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros) aquele que participa da loteria,visando a obtenção' de prêmio para si ou para terceiro..................., .

PROJETO DE LEI N9 992, DE 1979

(Do Sr. Antônio Zacharias)

Altera a redação do Decrete-Ieínl'3.688, de 2 de outubro de 1941(Lei das Contravenções Penais), a fim de permitir a legalização dosjogos de azar e do jogo do bicho.

(Anexe-se ao Projeto n9 490, de 1979, nos termos do art. 71 doRegimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 O Decreto-lei n9 3.688, de 2 de outubro de 1941 (Lei das Con­

travenções Penais) passa a vigorar com as seguintes modificações:1) É alterado o art. 30, o qual passa a viger com a seguinte redação:

"Art. 30. Estabelecer ou explorar jogo de azar em local público ouacessível ao público, mediante o pagamento de entrada, ou sem ele,fora dos cassinos que poderão ser instalados nas estâncias hidromi­nerais e turísticas.Pena - Prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de duas adez Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN,estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos móveis e obje­tos de decoração do local.

AbrlI.de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1865

§ 19 ., ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

§ 29 Incorre na pena de multa, de uma a cinco Obrigações Reajus­táveis do Tesouro Nacional- ORTN, qU«ID é encontrado a participar do jo­go, como ponteiro ou apostador.

§ 39 ..................•................ , .§ 49 .

2) São suprimidos o art. 58 e seu parágrafo único, renumerando-se os de­mais artigos.

Art. 29 A União, através de órgão competente, arrecadará 50% (cin­qüenta por cento) da renda líquida auferida pela prática dos jogos autoriza­dos na presente lei.

Parágrafo único. Do produto da arrecadação de que trata o caput desteartigo, 30% (trinta por cento) destínar-se-ãoaos Estados e 20% (vinte por cen­to) aos Municípios, que os utilizarão exclusivamente em programas de saúdee na expansão e aprimoramento dos sistemas de ensino de 19 e 29 graus.

Art. 39 O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 90(noventa) dias, a contar da data de sua publicação.

Art. 49 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 59 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A doutrina jurídica classificou os jogos em três categorias: I) aqueles su­jeitos exclusivamente à influência do acaso; 2) aqueles em que a influência doacaso é compartida com a da inteligência; e, 3) aqueles cujos resultados sãoprodutos de técnicas, habilidades ou cálculos inteligentes.

Os dois primeiros grupos abrangem os jogos de azar, o jogo do bicho e asloterias sem autorização legal, enquanto que o último refere-se às compe­tições desportivas.

A legislação brasileira, influenciada por razões de ordem moral, proíbetaxativamente os jogos em que o resultado seja aleatório, ou obra do acaso. Epunidos os que participem das apostas, palpites, concursos ou prognósticosesportivos. A Loteria Esportiva constitui exceção à regra, embora persista aproibição legal, porque o Governo Federal reconheceu a penetração populardo futebol e-percebeu nos prognósticos dessa modalidade desportiva umaapreciável fonte de renda para financiar atividades de interesse social.

A evolução dos costumes vem causando mudança de valores cada vezmais acentuada. Hoje, o conceito de moral não é. tão rígido. Principalmente.se pudermos converter o mal num bem.

A proibição dos jogos de azar, no Brasil-e em outros países, demonstrou..nos a inocuidade da medida. Além disso, contribui enormemente para a cor­rupção, mormente nos meios policiais. Costuma-se citar, como exemplo de­sastroso de repressão moral, o episódio da Lei Seca nos Estados Unidos, comdeploráveis repercussões sobre os costumes do povo americano, e suas impli­cações na corrupção da Administração Pública daquele país.

No Brasil, a realidade é um pouco diferente. Aqui não se reprime a bebi­da, mas o jogo. A corrupção que lhe é conseqüente ensejou a criação de umverdadeiro folclore em torno das personagens do jogo do bicho, em que o ú­nico beneficiário é o banqueiro com seu séquito de conselheiros, serviçais epoliciais.

Precisamos reconhecer uma realidade: a lei não está sendo cumprida. E,se está sendo cumprida apenas em parte, os prejuízos financeiros advindospara a sociedade são superiores aos prejuízos morais que lhe possam ser im­putados.

A Lei das Contravenções Penais data de 1941. época em que o País estu­empenhado f;fill uma g'lcrra, ê verdade. mas não s'~ enpenhavaem solucio­

lJí,O'b]lç"w,; ]{';":[dis,.'Que bcje se, avolumam GE1 pfÜp'iJrl;'~);ee, nl:1tü'i:'Jtl'b;I:;S,.,

D:;:~;:K":;:.Z, ~:~_~bn~~i~rL"i;:;:s~ :!lf-:I~1 t:l~J ·de ,?;:J:?,L;F~Xilo

OlG nossos.Se a experiência da Loteria 'Esportiva já demonstrou a eficácia da utili­

zação de parte da renda das apostas para fins sociais, nada mais j listo do que

estender a liberação aos jogos de azar e ao jogo 'do bicho, destinando seusrendimentos aos setores mais car-entes de atendimento: saúde e educação.

Tendo em vista a necessidade'de confinar a exploração dos jogos de azara determinados locais, propomos a alteração do art. 30 do Decreto-lei nv3.688, de 1941, a fim de que a contravenção penal se configure somente quan­do o jogo se realizar fora dos cassinos a serem instalados nas estâncias hidro­minerais' e turísticas.

Atualizamos, a-seguir, as penas a serem cominadas aos transgressores, deacordo com a legislação em vigor.

A supressão do art. 58 e seu parágrafo único permitirá a liberação dojogo do bicho, cabendo ao Poder Executivo regulamentá-lo, como ocorre emrelação às demais disposições da propositura.

A destinação de 50% (cinqüenta por cento) da renda dos cassinos aos co­fres públicos condiz com a intenção do projeto, que é a de onerar pesadamen­te o vicio,desestimulando a proliferação dos cassinos.

Se explorado o jogo, o Estado o tolerará, mas se locupletará coma meta­de da renda, que será repassada aos Estados-Membros e Municípios, confor­me prescreve o parágrafo único do art. 29, os quais a utilizarão em beneficioda população, destinando-a à melhoria das condições de saúde e atendimentodas escolas de 19 e 29 graus.

O presente projeto de lei, pela sua oportunidade e pelo alcance social,certamente merecerá a aprovação dos Ilustres-pares, empenhados que esta­mos em oferecer fórmulas-visando à elevação dos padrões de vida de nossaimensa população.

Sala das Sessões, 21 de maio de 1979. - Antônio Zacharias.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSOES PERMANENTES

DECRETO-LEI N9 3.688, DE 2 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais

CAPITULO IIIDas Contravenções referentes li incolumidade pública

Perigo de Desabamento

Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada pelo estado ruinoso deconstrução que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe:

Pena - multa, de um a cinco cruzeiros.

CAPITULO VII

Das Contravenções Relativas li Polícia de Costumes

Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ouacessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele:

Pena - prisão simples de três meses a um ano, e multa de Cr$ 2.000,00(dois mil cruzeiros) a CrS 15.000,00 (quinze mil cruzeiros), estendendo-se osefeitos da condenação à perda dos móveis e objetos de decoração do local.

§ 19 A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ouparticipa do jogo pessoa menor de 18 anos

§ 29 Incorre na pena de multa, de CrS 200,00 (duzentos cruzeiros) li Cr$2.000,00 (dois mil cruzeiros), quem é encontrado a participar do jogo, comoponteiro ou apostador. •

~. J'~ Consideram..se jogos de azar:t;~-anho e (I Idi.~,p~_3nl,:lr.':;L1

it!,l~ 'iE~pl"::J(rt t~~.::'k.:'1~ tiiJ~f:'ffLJ. d',)em' qU:J!que.r ato relativo fi. sua rCBliz:Jção QU cxphYra;~Jlü;

Pena- prisão simples de quatro meses a um ano, e multa dç Cr3i2.000,00 (dois mil cruzeiros: a Cr$ 20.000.00 (vinte mil ·~ruzeimB),

1866 Quinta-feira 9: DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Abrilde 1981

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de Cr$ 200,00 (duzentoscruzeiros) a Cr$ 2.000~00 (dois mil cruzeiros) aquele que participa da loteria,visando a obtenção de prêmio para si ou para terceiro.

PROJETO DE LEI N9 1.137, DE 1979(Do. Sr. Pedro Correia)

Permite a realização dos jogos de fnrtena-ou azar nas estânciashldrominerals e libera o jogo do bicho em todo o terrlt6rlo nacional.

(Anexe-seao Projeto de Lei n9490, de 1979, nos termos do art.71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 Ê permitido realizar o jogo de fortuna ou de azar nas estâncias

hidrominerais.Art. 29 Fica liberado, em todo o território nacional, o jogo do bicho.Art. 39 O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 90

(noventa) dias de sua vigência, observadas as seguintes diretrizes:I - destinação de:a) 50% (cinqüenta por cento) da renda l!quida aos ensinos primário, mé­

dio e superior;b) 25% (vinte e cinco por cento) aos municípios de receita orçamentária

anual inferior a Cr$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros), para aplicaçãoexclusiva em setores social e educacional; .

c) 15% (quinze por cento) ao Instituto Brasileiro de DesenvolvimentoFlorestal- IBDF, para aplicação exclusiva em planos e programas de defesada ecologia;

II - aplicação de 10%(dez por cento) da renda liquida em projetos, pla­nos e programas oficiais de recuperação e assistência ao menor desamparado.

Parágrafo único. Considera-se renda líquida a que resultar da rendabruta de todos os jogos do bicho e de azar realizados no território nacional,deduzidas unicamente as despesas com pessoal da fiscalização e ~s encargossociais.

Art. 49 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 59 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Sabemos que várias tentativas foram feitas por parlamentares, no senti­do do retorno à permissão dos jogos do bicho e de azar. A Sinopse desta Casaregistra os Projetos de n9s 127/75, 867/75, respectivamente dos nobres Depu­tados Siqueira Campos e Lincoln Grillo; 635/75, oriundo do Poder Executi­vo; 2.363/76, do Deputado Nina Ribeiro; 2.846/76, novamente do DeputadoSiqueira Campos e 5.121/78, de autoria do Deputado Nêlson Thibau,.todosintentando, mutatis mutandis, o mesmo objetivo: permitir a volta do jogo emtodo o País.

2. O jogo ê como a prostituição: todos querem erradicá-Ia, porém elaperdura através dos milênios. g que ambos constituem um mal social e paraacabar com eles é preciso dar fim a todas as mazelas da sociedade, mudandoradicalmente os costumes e atingindo o âmago da própria concepção huma­na. No estágio atual da humanidade, vemos que isso é impossível.

3. Somos, pois, daqueles que entendem que ê melhor conviver com O

vício, tirar dele o máximo proveito possível, procurando transformá-lo emum mal que se pode converter em benesses para todos.

4. Já que ê impossível eliminar o jogo, pelo menos o regulamentemos,convertamo-lo em atividade lícita, retiremo-lo da clandestinidade nociva e ­.oficializando-o - façamo-lo derramar a cornucópia opulenta em' favor dobem-estar social e do progresso da coletividade. .

5. A própria clandestinidade do jogo do bicho já o torna impunível, .porque, não sofrendo fiscalização dos poderes públicos, sofre repressão poli­ciai, o que facilita a corrupção, conseguida com as gordas verbas que se desti­nariam aos cofres públicos, mas que são desviadas para a concupiscência, adesfaçatez, o crime.

6. Nosso Projeto pretende oficializar os jogos de fortuna ou azar ape­nas nas estâncias hidrominerais, locais em que ficam minimizados os seusefeitos, porque praticados por grande número de pessoas abastadas, que po­dem muito bem contribuir com seu dinheiro para os fins meritórios aqui pro­postos. Relativamente ao jogo do bicho, propomos sua liberação em todo oPaís, porque, ante a impossibilidade de eliminá-lo, achamos que sua prática,bem regulamentada e pesadamente onerada, virá contribuir para que o Bra­sil, a exemplo dos países mais civilizados, possa finalmnete cuidar melhor desetores essenciais à sua sobrevivência como nação em desenvolvimento e aspi­rante a uma posição de relevo no mundo.

Eis, portanto, o nosso Projeto que, após aperfeiçoado pelos dignos cole­gas de Parlamento, há de tornar-se, se aprovado, 'em lei das mais justas e.oportunas.

Sala das Sessões, 4 de junho de 1979. - Pedro Correia.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE. ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSOES PERMANENTES

DECRETO-LEI N9 3.688, DE 2 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais

....................................................................CAPITULO VII

Das Contravenções Relativas à Polícia de Costumes

Art. 50. Estabelecer' ou explorar jogo de azar em lugar público ouacessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele:

Pena - prisão simples de três meses a um ano, e multa de Cr$ 2.000,00(dois mil cruzeiros) a Cr$ 15.000,00 (quinze mil cruzeiros), estendendo-se osefeitos da condenação à perda dos móveis e objetos de decoração do local.

§ 19 A penaê aumentada de um terço, se existe entre os empregados ouparticipa do jogo pessoa menor de 18 anos.

§ 29 Incorre na penà de multa, de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) a Cr$2.000,00 (dois mil cruzeiros), quem ê encontrado a participar do jogo, comoponteiro ou apostador.

§ 39 Consideram-se jogos de azar:a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principal­

mente da sorte;b) as apostas sobre corridas de cavalos fora de hipódromo ou de local

onde sejam autorízadôs;c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.§ 49 Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público:a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habi-

tualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se

proporcionajogo de azar;c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza

jogo de azar;d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que

se dissimule esse destino...................................................................

Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, oupraticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:

Pena - prisão simples de quatro meses a um ano, e multa de Cr$2.000,00 (dois mil cruzeiros) a Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros).

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de Cr$ 200,00 (duzentoscruzeiros) a Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros) aquele que participa da loteria,visando a obtenção de prêmio para si ou para terceiro.

PROJETO DE LEI N9 2.9~3, DE 1980(Do Sr. PêriclesGonçalves)

Altera a Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei n93.688, de 2de outubro de 1941, alterado pelo Decreto-lein99.215, de 30 de abrilde 1946 e legislação posterior), tornando regulamentável o jogo deazar.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n9 490, de 1979, nos termos do art. 71do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 O "caput" do art. 50 da Lei das Contravenções Penais

(Decreto-lei n9 3.688, de 2 de outubro de 1941, alterado pelo Decreto-lei nv9.215, de 30 de abril de 1946), passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ouacessível ao público, com ou sem pagamento de entrada, sem prévialicença e fiscalização permanente de autoridade federal, estadual oumunicipaL"

Art. 29 O art. 58 do citado Decreto-lei n93.688, de 1941, passa a vigorarcom a seguinte redação:

"Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bi­cho, ou praticar qualquer ato relativo à sua realização ou explo­ração, sem prévia licença e permanente fiscalização do Poder Públi­co:Pena - prisão simples, de quatro meses a um ano e multa de dez acem mil cruzeiros.§ 19 Incorre na pena de multa, de mil a dez mil cruzeiros, o maiorde vinte e um anos que pratica a loteria visando à obtenção de prê­mio, para si ou terceiro.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClOriAL (Seção I) Quinta-feira 9 1867

§ 29 A pena de que trata este artigo será aplicada em dobro contrao banqueiro, se o apostador for menor de 21 anos, podendo este res­ponder por medida de segurança, a critério do juiz que recebeu a de­núncia contra o principal infrator."

Art. 39 Fica o Poder Executivo autorizado a regulamentar a presentelei, destinando aos municípios onde ocorrer a aposta, pelo menos cinqüentapor cento das rendas resultantes da licença prevista nos arts. 29e 39, no prazode 120 (cento e vinte) dias.

Art. 49 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 59' Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Além da Loteria Federal e da Loteria Esportiva, o Governo Federal, emrecente mensagem ao Congresso, propôs a criação de uma outra, de palpites,que configura jogo de azar, dando destinação social ao seu produto.

Fica, portanto, com essa iniciativa, reiterada a intenção do Poder Públi­co de permitir o jogo de azar, desde que tomadas certas preocupações e desti­nada a renda da sua exploração a obras de assistência social, como ocorrecom as loterias existentes e a proposta, com uma característica singular: elasservem de verdadeiras bombas de sucção de economia municipal, enquanto àUnião é exelusivo juiz da sua aplicação.

Até hoje, com quase quarenta anos de experiências menos quanto aoscassinos, permitidos entre .1942/1946 - ficou demonstrado, meridianamente,que a lei não acaba como o jogo, inextirpável vício humano, citado até nabíblia, quando os centuriões romanos jogaram aos dados a túnica inconsútildo Cristo.

Por isso mesmo o Estado, depois de continuar explorando a Loteria Fe­deral, criou a Loteria Esportiva e propôs outro tipo de loto.

O mais estranhável em tudo isso - além da hipocrisia contra o jogo dobicho, que provoca a contravenção organizada, - é que toda a renda se vêabocanhada pela União, a distribui-Ia como Estado-esmoler, por intermédio­do Fundo de Assistência Social, que beneficia, em primeiro lugar, uma classe,a dos cconomiários.

Diante disso, o propósito do presente projeto é não apenas regulamentaros jogos de azar no País - confiada tal disciplina ao governo Federal- mastambém adjudicar, diretamente, aos municípios, onde se arrecadam as apos­tas, cinqüenta por cento da renda auferida pelo poder. público, com a explo­ração do jogo permitido.

Alterando apenas o "caput" do art. 50 da Lei das Contravenções Penais,deixamos inalterados os dispositivos que o complementam; mas, quanto aoart. 58, além da alteração do "caput", desdobramos o restante do manda­mento em dois parágrafos, prevenindo a participação dos menores na práticade jogos de azar, pela maior penalização do banqueiro, enquanto aquelesapostadores de menoridade poderiam sofrer medida de segurança, arbitradapelo juiz que receba a denúncia contra o principal infrator.

Evidentemente, o presente projeto pode ser aperfeiçoado nos órgãos téc­nicos do Congresso Nacional, mas sua aprovação implicará na moralizaçãodo jogo no País - tanto quanto um vício pode e deve ser fiscalizado - e naobtenção de renda para os serviços assistenciais dos municípios, diretamenterecebidas e não como esmola da união.

Sala das Sessões,Péricles Gonçalves;

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO. DAS COMISS()ES PERMANENTES

DECRETO-LEI N9 9.215, DE 30 DE ABRIL DE 1946

Proíbe a prática ou exploração de jogos de azar em todo Q territórionacional.

Art. 19 Fica restaurada em todo o território nacional a vigência do art.50 c seus parágrafos da Lei .das contravenções Penais (Decreto-lei n9 ).688,de2 de outubro de 1941). .. Art. 29 Esta lei revoga os Decretos-leis nvs 241, de 4 de fevereiro de

1938,5.089, de 15 de dezembro de 1942 e 5.192, de 14 de janeiro de 1943 e dis­posições em contrário.

Art. 39 Ficam declaradas nulas e sem efeito todas as licenças, conces­sões ou autorizações dadas pelas autoridades federais, estaduais ou munici­pais, com fundamento nas leis ora revogadas, ou que, de qualquer forma,contenham autorização em contrário ao disposto no art. 50 e seus parágrafosda Lei das Contravenções Penais.

Art. 49 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.DECRETO-LEI N9 3.688, DE 2 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais

CAPITULO VII

Das Contravenções Relativas à Polícia de CostumesArt. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou aces­

sivo ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele:Pena - prisão simples de três meses a um ano, e multa de Cr$ 2.000,00

(dois mil cruzeiros) a Cr$ 15.000,00 (quinze mil cruzeiros), estendendo-se osefeitos da condenação à perda dos móveis e objetos de decoração do local.

§ I Q A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ouparticipa do jogo pessoa menor de 18 anos.

§ 29 Incorre na pena de multa, de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) a Cr$2.000,00 (dois mil cruzeiros) quem é encontrado a participar do jogo, comoponteiro ou apostador.

§ 39 Consideram-se jogos de azar:a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principal­

mente da sorte; .b) as apostas sobre corridas de cavalos fora de hipódromo ou de local

onde sejam autorizadas;e) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.§ 4° Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público:a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habi-

tualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se

proporciona jogo de azar; .c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza

jogo de azar. .d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que

se dissimule esse destino.

Árt. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, oupraticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:

Pena - prisão simples de quatro meses a um ano e multa de Cr$2.000,00 (dois mil cruzeiros) a Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros).

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de Cr$ 200,00 (duzentoscruzeiros) a Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros) aquele que participa da loteria,visando a obtenção de prêmio para si ou para terceiro.

PROJETO DE LEI N9 4.156, DE 1980

(Do Sr. Natal Gale)

Revoga o art. 58, da Lei de Contravenções Penais, relativo aojogo do bicho, e dá outras providências.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n9490, de 1979, nos termos do art.71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 É revogado o art. 58 da Lei das Contravenções Penais, instituí­

da pelo Decreto-lei n9 3.688, de 3 de outubro de 1941.Art. 29 São anistiados todos os condenados, com sentença transitada

em julgado ou não, por infringência ao art. 58, da Lei de Contravenções Pe­nais.

Parágrafo único. São cancelados os inquéritos policiais e os processoscriminais atualmente em curso, instaurados com base no dispositivo legal aque alude este artigo.

Art. 39 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário.

J ustlflcação

O jogo do bicho, irrecusavelmente, é o mais popular jogo praticado emtodo o Brasil. É hábito essencialmente brasileiro, sem distinção de classe, ida­de, sexo, posição social, já enraizado em nossos costumes.

Exatamente por estar indissoluvelmente ligado aos costumes nacionais,toda a legislação que surgiu para combatê-lo tornou-se absolutamente inefi­caz.

Em verdade, o jogo do bicho, em face à legislação repressiva, é fator denotória desmoralização da Polícia, eis que esta não tem condições nem mes­mo interesse em combatê-lo, tal a magnitude que alcançou, em âmbito naciona!.

. E~ assim sendo, hoje, em todo o País, praticamente sem excessões, ojogo do bicho é aberta e livremente praticado. Vez por outra, no entanto, al­gum Delegado de Polícia mais pressuroso promove campanhas policiais con­tra essa modalidade de jogo, prendendo alguns infelizes cambistas. bicheirose atê apostadores, que ficam sendo autênticos "bodes expiatórios".

1868 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Essas pessoas, muitas vezes, são detidas e submetidas a inquérito policialhavendo, inclusive, condenações por infrigência ao preceituado no art. 58, daLei das Contravenções Penais.

Assim, por uma infração irrisória e inconseqliente, deixam de ser pri­mários, podendo, pela prática de qualquer outra infração, ainda que leve,submeter-se aos rigores da lei, aplicáveis aos que deixaram de ser primários.

Ora, o próprio Governo, através da Caixa Econômica Federal, acaba delançar jogo denominado Loto, que nada mais é do que uma forma estilizadado velho jogo do bicho.

Nesse contexto, não mais é admissível que o jogo do bicho continue sen­do considerado como contravenção penal e algumas pessoas sendo condena­das pela sua práticá.

Por esse motivo, preconizamos que deixa de ser considerada contra­venção a prática do jogo do bicho, sendo revogado o art. 58, da Lei das Con­travenções Penais.

Além disso, para extinguir a punibilidade dos condenados ou processa­dos como incursos no questionado dispositivo, prevê a proposição que a estesé concedida a anistia, que implicará na cessação dos efeitos penais do fato,não mais sendo considerados reincidentes os anistiados que vieram a cometeroutro delito.

Atendendo, ainda, ao princípio da retroatividade benéfica da lei penal,determina o projetado sejam sustados todos os inquéritos policiais e procedi.mentos judiciais fundamentados na disposição a ser revogada.

Por todos os motivos expostos, temos convicção de que a medida alvitra­da merecerá a aprovação dos ilustres membros desta Casa.

Sala das Sessões, - Natal Gale.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSOES PERMANENTES

DECRETO·LEI N9 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais

Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, oupraticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:

- O processo especial relativo ao jogo do bicho é regulado pela Lei nvI. 508, de 19·12·51.

Pena - Prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa de quatro milcruzeiros a quarenta mil cruzeiros.

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de quatrocentos cruzeiros aquatro mil cruzeiros, aquele que participar da loteria, visando à obtenção deprêmio, para si ou para terceiro.

Por outro lado, já existe a Loto criada pela Lei n9 6.711, de 12 de no­vembro de 1979, realizada pela Caixa Econômica Federal, como modalidadeda Loteria Federal, através de "concurso dc prognósticos sobre o resultadode sorteios de números", com a distribuição de prêmios mediante rateio.

Por versarem matéria idêntica ou semelhante, foram anexados à presenteproposição os seguintes projetos de lei.

I) Projeto de Lei nv978/79, de autoria do Deputado Leónidas Sampaio;2) Projeto de Lei nv 992/79, de autoria do Deputado Antonio Zacharias;3) Projeto de Lei n9 1.137/79, de autoria do Deputado Pedro Correia;4) Projeto de Lei nv 2,933/80, de autoria do Deputado Pêricles Gonçal-

ves.

II - Voto do RelatorAnte ° exposto, ° nosso parecer é pela rejeição, por inconstitucionalida­

de,dos Projetos de Lei nvs 490/79, 978/79, 992/79, 1.137/79 e 2.933/80.Sala da Comissão, 3 de dezembro de 1980. - Osvaldo Melo,. Relator.

(_ 111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Turma "B",

opinou, unanimemente, pela inconstitucionalidade do Projeto n9 490/79 (a­nexos os Projetos nvs 978/79; 992/79; 1.137/79 e 2.933/80), nos termos do pa·recer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Ernani Satyro, Presidente;Osvaldo Melo, Relator; Afrísio Vieira Lima, Antônio Dias, Antônio Mariz,Brabo de Carvalho, Djalma Marinho, Francisco Benjamim, Gomes da Silva,Jairo Magalhães, Joacil Pereira, Jorge Arbagc, Lázaro de Carvalho, NelsonMorro, Osvaldo Melo e Paulo Pimentel.

Sala da Comissão, 3 de dezembro de 1980. - Ernani Satyro,Presidente - Osvaldo Melo, Relator.

PROJETO DE LEI N9 2,591-D, DE 1976

Emenda do Senado ao Projeto de Lei n,? 2.591-C, de1976, que "modifica o art. 649 da Lei n.? 5.869, de 11 de ja­neiro de 1973, acrescentando dispositivo que torna impe­nhorável o imóvel rural áté um módulo".

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Agricul­tura e Política Rural e deEconornia. Indústria e Comércio. I

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A Lei n.? 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código deProcesso Civil -- passa a vigorar com o seu art. 649 acrescido deum Inciso numerado como X, C0)11 a seguinte redação:

"Art. 649.

tE;'r :,(~rí~-l'!;'~ L!'~',:"(' ,"2<: l'i(.,o·[ü'~':?rn D::?111"'Di'aÔ,;?J:~

X - o imóvel rural. até um módulo, desde que este seja oúnico de que disponha o devedor."

Art. 2° Esta Lei sntrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 3." Revogam-se as dísposicôes em contrário,

Cá mn ru dos Dr-p utndus. 27 de m a lo c:.~ Hl30.

n('K\:~:i_n;:j_jJ(?nÓ·F,?l<-·. r?"I :.;~_- j(,j'~'J;' :1, r. :--I'j1i~:_:)O

LEGI8LllÇA.O CITADA

LEI NC' 5360. DE 11 DE: .JA"lEIRO DE 1073

1:~:

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAI - Relatório

Através do presente projeto de lei, o eminente Deputado Nilson Gibsonp.retende instituir a Loteria Zoológica do Brasil- Zooteca, destinada à ex­ploração de prognósticos populares baseados na loteria chamada "jogo dobicho".

Atribuiu-se tI competência da Caixa Econômica Federal a exploraçãoefiscalização da Zooteca, bem como a sua superintendência. coordenação ecalizucâo.

A extração da Zooteca dar-se-ia nos mesmos dhl~ du Cl)Leri~J Federu:

i~ ~,2'~· cr+:rn ~,'}.f\:Ü;",)\~:,

A exploracão e- a :fi~(alil'1);2.0 UG'!d '.,d:"! E(.>Ya-;j;rnk;:1.·f,~,,:5('irt~1

implicam na criação de serviços, (:'lfg(~8e funções, ,/(:::.dado20 Con-gresso Nacional.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1869

Cria a Comissão do Meio Ambiente.

PROJETO DE RESOLUÇÃO N9 204, DE 1981(Do Sr. Hugo Mardini)

LEGISL.4.ÇAO CITADA, ANEXADA PELA COURDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

CONSOLIHAÇ1í.O DAS LELS DO TRABALHOAprovada pelo Decreto-lei n.O !i.452, de 1.° de maio

de 1943.

TiTULO I

Do Contrato Individual do Trabalho

CAPíTULO I

Disposições Gerais

de março de 1979. - Ulysses GuimarãesSala das Sessões,- Freitas Nobre:'

(Ã !Mesa.)

A Câmara dos Deputados resolve:O art. 23 do Regimento Interno passa a vígorae acrescido do

seguinte. item: I

"XVIII - Comissão do Meio Ambiente."O art. 28 do Regimento Interno passa a vigorar a-crescido do

§ 11, renumerados os demais:

"§ 11. A Comissão do Meio Ambiente compete opínar so­bre:

a) assuntos de contro.e e proteção do meio ambiente;b) medidas saneadoras e preservatívas do meio ambiente;

c) conteúdo de risco ou preservação ambíental de projetosapresentados à oãmara dos Deputados;d)análise de proposições com referência a efeitos sobreo meio ambiente;e) perspectiva de ameaça ecológica."

Art. 3.° P" presente Resolução entra em vigor na data de sua:publicação.

Art. 449. Os direitos oriundos da existência do contrato detrabalho subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolu-ção da empresa. '

'~1.0 Na falência, constituirão créditos privilegiados atotalidade dos salários devidos ao empregado e a totali­dsde das indenizações ,~a que tiver direito."

lhemo-Ia com muita honra e a submetemos à consideração daCâmara dos Deputados esperando que os nossos pares recebamcom entusiasmo esse trabalho daquele incansável parlamentar.

O ex-Deputado José Carlos Teixeira na oportunidade da apre-sentação do Projeto de Lei n.O 5..6H. cie 1978, assim' o justificou:

"Muito mais importantes e significativos para o trabalhador. do que os salários atrasados e o terço das indeniza­ções a ele devidas, são os depósitos contidos no Fundo deGarantia do Tempo de Serviço.De fato, o FGTS, além de representar o resultado finan­ceiro e patrimonial de longos e exaustivos anos de labutaconstitui a única garantia efetiva com que o trabalhadorpoderá contar nos momentos difíceis ou decisivos de suavida.No entanto. a Consolidação das Leis do Trabalho, em seuart. 449, ao especificar os direitos trabalhistas considera­dos como crédito preferencial, nas hipóteses de falênciaou concordata da empresa, não faz referência aos depó­sitos do FGTS.

Esta falha, porém, deve ser relevada, porque a ediçãoda CLT remonta a 1943 e a implantação do sistema doFGTS data de 1966.Entretanto estaríamos nós, os legisladores. cometendoomissão imperdoável se, transcorridos 11 anos desde ainstituição do FGTS, não procurássemos. de imediato.atualizar a lei trabalhista, em ponto da mais alta signi­ficação para o individuo, a família e a própria sociedade.Assim voltados para a sensibilidade e o descortino denossos ilustres pares. trazemos à .consíderação desta Casa.a presente proposição, epnvíctos de sua conversão ,emlei."

- N.O 1-

(Corresponde à Emenda n.? 1, de Plenário)

Dê-se ao inciso X do art. 849 a seguinte redação:

"Art. 649 .X - o ímóvel rural, até um módulo, desde que este sejao único de que disponha o devedor, ressalvada a hipotecapara fins de financiamento agropecuário."

Senado Federal, 6 de abril de 1981. - Senador Jarbas Passa­rinho Presidente.

EMENDA DO SENADO

Ao Projeto d'e Lei da Câmara dos Deputados n,° 24, de1980 (n.o 2.591-C, d,e 1976, na Casa de origem) que "modi­fiea o art. 649 da Lei n.? 5.869, de 11 de janeiro de 1973,acrescentando dispositivo que torna impenhorável o imó­vel rural até um módulo.

PROJETO DE LEI N9 198-8, DE 1979(Do Sr. Ulysses Guimarães)

(2' discussão)

Assegura direitos aos empregados no caso de falêneíaou concordata da empresa.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O § 1.0 do art. 449 da Consolidação das Leis do Tra­balho, aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.45a; de 1.0 de maio de 1943,passa a vigorar com a seguinte redação:

"§ 1.0 Na falência e na concordata, constituirão créditopreferencial os depósitos devidos ao Fu:p.do de Garantiado Tempo. de Serviço a totalidade dos salários devidosao empregado e um terço das índenízacões a que tiverdireito e. crédito quírográfíco, os restantes dois terços."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

SINOPSEProjeto de Lei n.? 24, de 1980, Senado Federal

(n.o 2.591-C/76, na Câmara dos Deputados)Modifica o art. 649, da Lei n.? 5.869, de 11 de janeiro

de 1973, acrescentando dispositivo que torna impenhorávelo imóvel rural até um dódulo.

Lido no expediente da sessão de 28-5-80, e publicado no DCN(Seção II) de 29-5-80.

Distribuido às Comissões de Constituição e Justiça e de Agri­cultura.

Em 16-9-80, foram lidos os seguintes Pareceres:

N.o 704/80, da Comissão de' Constituição e Justiça, relatadopelo Senhor Senador Nelson Carneiro pela Constitucionalidade ejuridícídade do projeto.

N.o 705/80, da Comissão de Agricultura, relatado pelo SenhorSenador José Richa, pela aprovação do projeto.

Em 6-10-80, é incluído em Ordem do Dia da próxima sessão.

Em 7-10-80, discussão encerrada, após a leitura da Emendan.v 1, de Plenário, apresentada pelo Sr. senador Leite Chaves.

Em 10-3-81, foram lidos os seguintes Pareceres:N,o 50/81 da Comissão de Constituição e Justiça, relatado pelo

Senhor Senador Nelson Carneiro pela Constitucionalidade e juri­dicidade do projeto.

N.o 51/81, da Comissão de Agricultura, relatado pelo SenhorSenadúr José Richa pela aprovação da referida Emenda.

Em 23-3-81, é Incluído em Ordem do Dia.

Em 24-3-81, é aprovada, com a Emenda n.o 1.

Em '27-3-81, é lido o Parecer n.O 88/81, da Comissão de Reda­ção.

Em 2-4-81, é incluído em Ordem do Dia.

Em 3-4-81, é aprovada a redação final da emenda do Senadoao projeto.

À Câmara dos Deputados com o Ofício n.? SN/141 , de 6-4-81.

.Tustificação

A medida proposta nada mais é que reapresentação de projetooferecido à Casa, na legislatura passada, pelo então Deputado.,José Carlos Teixeira, da bancada de Sergipe.

Referida proposição foi arquivada em obediência às normasregimentais. Entretanto, porque a consideramos meritória, aco-

1870 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçâo T) Abril de 1981

Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

Desde há muito o Regimento Interno da Câmara dos Depu­tados ressente-se 'da falta da provisão de um dos assuntos maisrelevantes dos últimos tempos: a preservação ecológica.

Com efeito, tão logo as nações se iniciam no processo indus­tríalízatne, quando não disponham os pólos de desenvolvimento degrandes áreas vazias sobre as quais exerçam 05 efeitos negativosda polarização Industría', as populações começam a sentir suadastltulção ambiental. Não raro a preocupação ecológica é apagadapela febre causada pelos efeitos positivos da própria polarlzação,em termos de empregos, transações novas intensificadas, novosnegócíos - a urbanização, mesmo que não orientada no sentidode uma continuidade sadia,

Em todas as partes do mundo. mesmo as demograficamentenão tão densas que o ar se torne irrespirável, as gentes já iniciamprotestos contra a poluição de sua atmosfera, movimentos dedefesa e recuperação dos cursos d'água, das florestas e da fauna.Os movimentos já são intensos, ainda que as atitudes não lhesiguale em responsabilidade. '

No Brasil, onde, a despeito da vastidão territorial, as urbaní­zações se fizeram em i has algumas já bastante adensadas ainiciativa comunitária doe defesa ecológica tem-se adiantado àatitude governamental. Os protestos já são constantes aínda quenem sempre, ou rsrarnenta, resultantes em ação efetiva. Mesmonas providências legislativas, a despeito do fato de que o legisladorconstantemente se apresse em representar na sua Câmara o sen­timento em um número substancial de projetos. Os projetos apre­sentados, por sua vez, tiveram, quase sempre o destino do Arquivo,quem sabe por análise insuficiente ou orientação política íme­diatista.

. Na verdade não é.f~c!l agir sobre o futuro, admínístrar o por­VIr. Enquanto o admlnlstrador mantém uma valoração intensa­mente a:ventureira, audaz e ambiciosa, no sentido de transformara natureza em produtos, não necessariamente por egoísmo às vezesaté por idealismo, querendo produzir a qualquer preço só 'as popu­'ações do futuro, ainda sem voz, vão sentir os efeitos'do seu gestoquando ele não preserva o ambiente.

Só muito poucos, precavidos do que poderá vír, ousam opor-sea uma operação que hoje é concreta e produtiva. No mais essaoposição é bastante fraca. Só depois que de há muito a comuní­dade absorveu o entusiasmo da aventura industrial. seus eventuaisestragos sobre a natueeza começam a: ser notados. Quando ostranstornos são mais catastróficos, se não previstos, será semprepela ação de grupos estudiosos do assunto com relativamente pou­ca força política.

Na circunstância brasileira: de um processo doe desenvolvimentoinduzido, a própria pessoa atingida não se conscíentíza com surí­ciente intensidade do prejuizo. Ou o prefere, já que é pouco visívelem comparação com o emprego que se lhe oferece de pronto,ávido por um meio de sobrevivência. Sobretudo a maioria de hojenão se sente responsável pelas gerações de amanhá, tarefa quese atribui ao Governo.

O risco da poluição e destituição· ambiental se acumula semque as maiorias o percebam. As secas do nordeste, de terras des­protegidas. sem f orestas, não são suficientes para lembrar o quepode aconteceu- a tantas outras regiões, hoje ricas; não afetam avida dos que decidem sobre o futuro. As doenças alérgícas cus~ama matar, o barulho também, mas não a tensão constante das CIda­des superpovoadas.

Só quem para por um instante o intenso processo vívencíaldeste século lembra e reconhece, mas só por instantes, dos riscosque estão no futuro se a autoridade responsável não' prcvídencíartormas de defesa para o meio ambiente.

No presente projeto queremos tornar mais viva essa lembran­ça, mais presente essa preocupaçào, e Ihe dar pelo ~nenos maiscondições de análise quando ela surja entra os Iegtsladores..0Regimento Interno atual não explícita funções de defesa eeoló­gíca a qualquer das comissões perman~n~es. Pode-se .supor qu~ asmesmas estejam difusas entre as oomíssõcs do InterIOr, de Mina.se Energia', Agricultura e Política Pural Saúde etc. Achamos ne­cessário enfatizar o assunto numa Comissão própria para darrelevo ao seu estudo. Daí propormos a criação de uma Comissão·Permanent-e para debate do problema do meio ambiente.

É nossa j ustific.aç5.o.Sala das Sessões, ,~ de abril de 1981. - Hugo JUardini.

PROJETO DE LEI N9 4.362, DE 1981(Do Sr. Oswaldo Lima)

Altera a redação do art. 19da Lei n9S.9S8, de 10 de dezembro de1973,que dispõesobre a retroatividade da opção pelo regime do Fundode Garantia do Tempo de Serviço.(Anexe-se ao Projeto de Lei n93.043, de 1980, nos termos do art. 71do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art.19 O capnt do art. 19 da Lei n9 5.859, de lO de dezembro de 1973,

passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 19 Aos atuaisempregados que não tenham optado pelo regi­me instituído pela Lei nv5.107, de 13 de setembro de 1966,é assegu­rado o direito de fazê-lo com efeitos retroativos a 19 de janeiro de1967 ou à data da admissão ao emprego se posterior àquela."

Art. 29 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário,

Justificação

Desde sua criação, o regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviçotem sido questionado tanto pelas lideranças sindicais mais expressivas doPaís, quanto por nossos melhores especialistas em Direito de Trabalho.

Criticado em seus fundamentos de justiça social, o sistema apresenta umponto particularmente vulnerável: a pretensa opção assegurada ao emprega­do, uma vez que é o empregador quem a utiliza na prática. Impondo suascondições para a concessão do emprego, ao empregado não resta outra alter­nativa senão a de optar pelo novo regime. Assim, quando a opção significaabrir mão da estabilidade ou da perspectiva de sua aquisição, o empregadonão tem outra saída. ,

No entanto, se a opção é retroativa, em benefício do empregado, impõe­se a concordância do empregador, nos terinos do art. 19 da Lei n9 5.859, de10-12-73. É por entendermos descabida tal exigência de concordância, quesubmete o empregado a uma dependência inadmissível, que estamos propon­do sua extinção.

Para tanto, estamos preconizando a alteração do caput do art. 19da cita­da lei, facultando-se ao trabalhador o exercício dó direito de opção com efei­tos retroativos, sem qualquer condicionamento.

Ressalta-se que, como o nosso sistema tributârio e fiscal baseia-se noprincípio da tributação indireta, onde os componentes de-custo (salários e en­cargos sociais, matérias-primas, tributos e lucros) são incorporados aospreços e portanto transferidos ao consumidor, não existe qualquer funda­mento de natureza financeira ou social para que a empresa participe ou inter­fira no processo de opção retroativa. Ademais, os valores referentes ao FGTSdescontados e recolhidos pelos empregadores são absorvidos pelos custosoperacionais e pertencem, portanto, aos empregados.

Assim, por uma questão de justiça social, esperamos ver a presente pro­posta legislativa transformada em lei, contando com a participação dosnobres colegasparlamentares no aperfeiçoamento de nossas leis trabalhistas.

Sala. das Sessões, 25 de março de 1981. - Oswaldo Lima.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSOES PERMANENTES

LEI N9 5.958, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1973

Dispõe sobre a retroatividade da opção pelo regime do Fundo deGarantia do Tempo de Serviço, criado pela Lei nP 5.107, de 13 de se­tembro de 1966.

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte

Lei:Art. 19 Aos atuais empregados, que não tenham optado pelo regime

instituído pela Lei nv5.107, de 13 de setembro de 1966,é assegurado o direitode fazê-lo com efeitos retroativos a 19 de janeiro de 1967 ou à data da admis­são ao emprego se posterior àquela, desde que haja concordância por partedo empregador.

- § 19 O disposto neste artigo se aplica também aos empregados que aoinício da vigência da Lei nO 5.107, retroagindo os efeitos da nova opção a essadata ou à da admissão.

§ 29 .Os efeitos da opção exercida por empregado que conte dez ou maisanos de serviço poderão retroagir à data em que o mesmo completou o decê­nio na empresa.

Art. 29 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadasas disposições em contrário.

Brasília, LO de dezembro de 1973; 1529 da Independência e 859 da Re­pública. - EMfLlO G. Mf:OICI - Júlio Barata - José Costa Cavalcantí.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1871

PROJETO DE LEI N9 4.363, DE 1981(Do Sr. Caio Pompeu)

Dispõe sobre o aproveitamento dos cegos nas mesas telefônicasdas empresas privadas e dos serviços públicos.

. (Às Comissões De Constituição e Justiça, de Trabalho e Legis­lação Social e de Saúde.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 19 Os cargos vagos de operadores de mesa telefônica das empresasprivadas serão preenchidos, preferencialmente, pelos trabalhadores cegos.

Art. 29 No âmbito dos serviços públicos em que o selecionamento detelefonistas é feito através de concurso, 50% (cinqüenta por cento) das vagasserão disputadas, exclusivamente, por candidatos cegos.

Parágrafo único. Na hipótese de o concurso referido no caput deste ar­tigo não promover, por qualquer razão, o preenchimento de todas as v~gas

reservadas aos cegos, estas serão liberadas aos demais pretendentes devida­mente classificados no concurso público.

Art. 39 O disposto nesta Lei aplica-se, também, aos deficientes visuaisque O Poder Executivo, através de regulamento, considerar equiparados aoscegos,

Parágrafo único. A condição de deficiente mencionada neste artigo se­rá comprovada mediante apresentação de atestado médico oficial.

Art. 49 A contratação ou nomeação de telefonista efetuada com inob­servância de qualquer das normas estabelecidas nesta lei é nula de pleno direi­to, além de sujeitar o infrator ao pagamento de multa no valor de 10 (dez) sa­lários do profissional irregularmente admitido.

Parágrafo único. Os valores arrecadados com a aplicação da multaprevista neste artigo reverter-se-ão em beneficio da Fundação Para o Livrodo Cego no Brasil, com sede na Cidade de São Paulo.

Art. 59 No prazo de 60 (sessenta) dias, o Poder Executivo regulamenta­rá a presente Lei. euidando, especialmente, da designação do órgão que deve­rá fiscalizar o cumprimento das presentes disposições.

Art. 69 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 79 Revogam-se as disposições em contrário.

J ustificaçào

Sob o nobre patrocínio de entidades da mais alta representatividademundial, estamos a comemorar, em 1981, "O Ano Internacional do Deficien-te Físico". .

O objetivo primordial dos promotores desta comemoração é convocar aatenção da humanidade para a condição dos deficientes físicos, realçar a si­tuação de profunda carência em que sobrevivem e, em especial, esclarecer, aomaior número possível das pessoas normais, sobre as mais elementares neces­sidades desses deficientes e os principais cuidados que devemos dispensar­lhes, a fim de integrá-los, verdadeiramente, ao meio social.

Desejosos de participar, de alguma forma, deste movimento internacio­nal, e convencidos de que compete, prioritariamente, às autoridades assumiras primeiras iniciativas neste sentido, animamo-nos a elaborar o presente pro­jeto com a esperança de, através da lei dele conseqüente, proporcionarmossignificativo subsídio em favor da nobre causa.deponderável parcela dos ele­mentos mais frágeis de nossa sociedade.

Sabemos que a presente proposição, tomada isoladamente, poderá confi­gurar medida de reduzida abrangência e de pequena expressão social.

Entretanto, considerada no contexto de todas as demais providênciasque a sociedade brasileira haverá de propor em proveito dos deficientes emgeral, esta nossa iniciativa deverá revelar-se de extrema valia para a deplorá­vel situação dos cegos brasileiros.

Mostramo-nos particularmente sensibilizados com a situação dos cegosporque sabemos que, numa população de 600 mil deficientes visuais, no Bra­sil, apenas dosi mil deles, ou seja, 0,3%, exercem umá função específica e re­munerada, não obstante o grande número de deficientes desta natureza quemostra habilitação para o trabalho em conseqüência de cursos de treinamen­to profissional ministrados por entidades como o Serviço Nacional de Apren­dizagem Industrial (SENAI).

Segundo o Professor Geraldo Sandoval de Andrade, Chefe da área deTreinamento para Deficientes Visuais no SENAI de São Paulo, os métodosutilh;dos por esta entidade asseguram ao Brasil invejável posição entre ospaíses que lutam pela integração profissional e social dos cegos, já que grandenúmero desses elementos possui excelentes habilitações técnicas. Ainda deconformidade com as declarações do Professor Sandoval, o baixo índice de

aproveitamento profissional dos cegos decorre de preconceitos que precisamser eliminados com urgência, máxime, através de leis impositivas capazes dequebrar as primeiras resistências dos empregadores com relação ao seu apro­veitamento.

Para o Sr. Ivan Lúcio Cláudio, presidente do Grupo de Integração dosDeficientes Visuais, uma nova associação criada em São Paulo, um cego pro­fissionalmente treinado pode exercer diferentes funções remuneradas na agri­cultura, indústria e comércio, e que já está suficientemente comprovado que,nos serviços de mesa telefônica, o cego é capaz de apresentar nível de desem­penho igualou superior ao de uma pessoa com visão normal.

Segundo o Sr. Ivan Lúcio Cláudio, corroboram estas suas afirmaçõesempresas como a Volkswagen, Amo, Walita, Pfizer, Nestlê, Staroup, Cinza­no e várias outras que, desde longa data, admitem cegos em igualdade de con­dições com os outros trabalhadores.

Outro aspecto que deve ser analisado nesta justificação e que, ao nossover, não, apenas, nos incentiva neste trabalho, mas, inclusive, nos compele àassunção de medida como esta, relaciona-se com a Emenda Constitucional n912, de 17 de outubro de 1978, que sentencia:

"Artigo Único. É assegurado aos deficientes a melhoria de suacondição social e econômica, especialmente mediante:I - educação especial e gratuita;II - assistência, reabilitação e reinserção na vida econômica e so­cial do País;In - proibição de discriminação, inclusive quanto à admissão aotrabalho ou serviço público e a salários;IV - possibilidade de acesso aediflcios e logradouros públicos."

Coma" vemos, trata-se de um mandamento constitucional que já reco­nheceu a situação discriminatória em que vivem nossos deficientes Iísicos eque, devido a sua própria característica técnico-legislativa (não é auto­aplicável), está a exigir do legislador ordinário providências tendentes a, pelomenos, suavizar a difícil situação de desvantagem experimentada pelos defi­cientes físicos em nossa injusta organização social.

Queremos, com essas observações, esclarecer que o procedimento do le­gislador, diante dasentença mandamental contida na referida Emenda n9 12,deverá se identificar com o procedimento que vem sendo adotado diante doinciso V do art. 165 da Carta Magna, que assegura aos trabalhadores inte­gração na vida e no desenvolvimento da empresa, com participação nos lu­cros e, excepcionalmente, na gestão, segundo for estabelecido em lei.

Ocorre que esta complementação legislativa, prevista pela ConstituiçãoFederal, não deverá surgir, necessariamente de um único diploma legal, maspoderá ser implentada, como de fato está a acontecer, através de inúmerasedições de leis diferentes e esparsas, de iniciativas as mais variadas, que, sem­pre de acordo com o fluxo da imaginação criadora de nossos legisladores,vêm, paulatinamente, implantando uma sistemática para regular a realizaçãodo preceito constitucional.

•Face a todas. estas ponderações, trazemos a presente proposição à análisee julgamento de nossos ilustres pares, convicto~ de que saberão c?mprcen~ê­la e apoiá-Ia e, se for o caso, oferecer-lhe os apnmoramentos considerados in­dispensáveis a sua plena viabilização.

Sala das Sessões, de 1981. - Caio Pompeu de Tolede.

PROJETO DE LEI N9 4.369, DE 1981(Do Senado Federal)

Estabelece normas de proteção à empresa privada na­cional produtora de bens de eapital e de serviços de en­genharia.

(Às Corníssôes de Constituição e Justiça, de Economia,Indústria e Comércio e de FinançaB.)

O congresso Nacional decreta:

Art. 1.° O apoio do Governo Federal à empresa privada na­c.onal produtora de bens de capital e de' servíços de engenharia sedará em obediência ao disposto nesta LeI.

Art. 2.0 Os órgãos federais, bem como as instituições de apoiofinanceiro e entidades gestoras de incentivos rtscaís, satoríaís eregionais deverão dar prioridade nos processos de assocíação decapital nacional e estrangeiro:

1- ao fortalecimento da posição do sócio nacional, que terápreferência na negociação inicial, e a quem serão oferecidos, quan­do necessário, recursos para capítalízação, através dos mecanis­mos oficiais;

1872 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1\181

H - ao sócio estrangeiro, que der garantia da abertura datecnologia externa de processes e/ou produtos, de forma a possi­bilitar 'ao sócio nacional obter a efetiva transferência da tecnolo­gia e sua asstmüaçâo.

Art. 3.0 As pessoas [urídícas de direito público ou empresassob o seu controle, empresas públicas, sociedades de economia mis­ta ou suas subaídlártas, bem como as ínstítuíções de apoio finan­ceiro e entidades gestoras de incentivos üseaís e outros benefícios,setoriais e regionais adotarão prceedímento de, uma vez ídentífí­cada qualquer oportunidade de investimento, procurar esgotar aspossibilidades da participação do setor privado nacional.

Art. 4.0 Para a utilização, absorção e nacíonalízação de tec­nologia, as entidades mencionadas no art. 2.0 desta Lei, darãoprioridade:

I - ao aproveitamento da tecnologia existente no País;H - à execução, no Pais, da engenharia básica e processual;IH - à realização, no Pais, de toda a engenharia de detalha-

mento;IV - ao maior indice de nacionalização possível nas máquinas,

inclusive componentes.

Art. 5.0 A importação de bens de capital, tais como máquinas,equipamentos, aparelhos e instrumentos, com redução ou ísençãode impostos B taxas, só poderão ser efetivada", uma vez compro­vada, pelo órgão competente, a inexistência de similar e/ou ca­pacidade de produção nacional.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicar-se-á tam­bém à contratação de serviços de engenharia.

Art. 6.° Na execução de projetos de interesse de empresase/ou órgãos oficiais, mesmo amparados por financiamentos ex­ternos, adotar-se-á a obrigatoriedade de determinar primeiro omontante do torneeímento de equipamento pela indústria nacio­nal. realizando, em seguida, licitação internacional ou outra for­ma de negociação, para a parcela a ser adquirida no exterior.

§ 1.0 O montante do tomecímento de equipamento pela in­dústria nacional será determinado pelo exame, por órgão compe­tente, de existência de similar nacional e/ou capacidade de pro­dução nacional.

§ 2.° Nos casos de consórcios para fornecimentos, dar-se-ápreferência àqueles sob a liderança de empresas nacionais, às quaisdeverá ser confiada a posição de contratante principal.

Art. 7.° Os órgãos e·entidades da administração federal, di­reta e indireta, somente poderão importar diretamente ou adqui­rir no Pais, arrendar ou locar bens de capital de origem externa,tais como máquinas, equípamentos, aparelhos e instrumentos, umavez comprovada, pelo órgão competente, a inexistência de similare/ou da capacidade de produção nacional.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicar-se-á tam­bém à contratação de serviços de engenharia.

Art. 8.° A política a ser adotada na área de bens de capitale de serviços de engenharia, deverá compreender, basícamente,os seguintes princípios e normas:

I - os órgãos mencionados no art. 2.° desta Lei e outros comatribuições legaís da mesma natureza, quando da análise e apro­vação de projetos, deverão observar um equilíbrio a fim de evitar,de um lado, o monopólio, e, de outro, o excessivo número de em­presas na mesma linha de produção, visando uma relativa espe­cialização e a obtenção de um adequado grau de competição;

II - a dlretrtz estabelecida no inciso anterior deverá ser se­guida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico ­BNDE, no apoio e partícípação em financiamento, e pela AgênciaEspecial de Financiamento Industrial - FINAME no credencia­mento de fornecedores, bem como pelas empresas oficiais seto­riais compradoras. inclusive as pessoas de direito público ou em­presas sob seu controle, empresas públicas, sociedades de economiamista ou suas subsídíáríaa;

lI! - o Poder E,xecutivo promoverá e incentivará todo esforçopela progressiva nacionalização de componentes.

Art. 9.0 O dísposto nesta Lei será aplicado aos órgãos da ad­mínístração direta e indireta dos Estados e dos Munieípíos nos seusprojeto" que tenham amparo B participação do Governo Federal.

Art. 10. Esta Lei será regulamentada no prazo de 180 (centoe oitenta) dias.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.Senado FBderal, 6 de abril de 1981. - Senador Jarbas Passa­

rinho, Presidente.

PROJETO DE LEI N9 4.375, DE 1981

(Do Sr. Celso Peçanha)

Dá novaredaçio a08arts. 29e 79da Lei n9 4.266, de 3 de outubrode 1963, dispondo sobre o aumento da quota percentual do ""rlo­família do trabalhador.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n9 3.346, de 1980, nos termos doart. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. I.~. A Lei n94.266, de 3 de outubro de i963, passa a vigorar com aseguinte redação para os arts. 29e 79:

"Art. 29 O salãrio-famílía será pago sob a forma de uma quotapercentual, calculada sobre o valor do salârío mfnimo local, arre­dondado este para o múltiplo de cruzeiro seguinte, por filho menorde qualquer condição, atê 18 (dezoito) anos.

Art. 79 Ficam fixados os seguintes valores relativos à presenteLei:I - de 10% (dez por cento) para cada quota percentual a que se re­

fere o art. 29

11 - de 6% (seis por cento) para a contribuição de que trata o art.39"

Art. 29 Os encargos decorrentes com a execução desta Lei serão atendi­dos pelos recursos constantes do art. 69 da Lei n9 3.807, de 26 de agosto de1960.

Art. 39 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

O salário-família, beneficio de característica eminentemente social, tempor objetivo proteger, economicamente, os cônjuges e os filhos nos gastosinevitáveis de manutenção da prole.

Criado, pois, com a finalidade de melhor amparar a família do trabalha­, dor, representa, na verdade, uma ajuda ínfima, eis que é pago ao trabalhador

à razão de 5% do salário mínimo regional, arredondado este para a unidadede cruzeiros imediatamente superior, e até a idade de quatorze anos.

Todos sabemos, entretanto, que é na faixa dos quatorze aos dezoito anosque as despesas são maiores com a educação dos filhos. Por sinal, é nesseperíodo que normalmente passam a estudar em escolas de 29grau ou a fre­qüentar cursos técnicos e profissionalizantes, onde o preço das mensalidadesescolares, dos livros e do material didático atinge níveis alarmantes.

Saliente-se, por outro lado, que os funcionários estatutários percebem obenefício, por filhos menores ou dependentes, até os vinte e um anos de idade(art. 138 da Lei n9 1.711, de 1952), não se justificando a discriminação feitaaos empregados regidos pela CLT.

Por todo o exposto, esperamos venham os ilustres membros do Congres­so Nacional dar sua manifestação favorável ao presente projeto de lei.

Sala das Sessões, de de 1981. - Celso Peçanha.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR

LEI N9 4.266, DE 3 DE OUTUBRO DE 1963

Institui o salário-família do trabalhador I e dá outras providên­cias.

Art. 29 O salârio-família será pago sob a forma de uma quota percen­tual, calculada sobre o valor do salário mínimo local, arredondado este parao múltiplo de cruzeiros seguinte, por filho menor de qualquer condição, até14 anos de idade.

Art. 79 Ficam fixados, pelo período de 3 (três) anos, os seguintes valo­res relativos à presente lei:

I - de 5%(cinco por cento) para cada quota percentual a que se refere oart. 29;

II - de 6% (seis por cento) para a contribuição de que trata o art. 39§ 19 Se, findo o período previsto neste artigo, não forem revistos os va­

lores nele fixados, continuarão a vigorar até que isto se venha a efetuar.§ 29 A qualquer alteração no valor de uma das percentagens deverá cor­

responder proporcionalmente o da outra, de modo a que seja assegurado operfeito equilíbrio do custeio do sistema, no regime de repartição anual.

Ahril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1873

LEI N9 1.711, DE 28 DE OUTUBRO DE 1952

Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis daUnião.

Art. 138, O salário-família será concedido ao funcionário ativó ou ina-tivo:

I - por filho menor de 21 anos;Il - por filho inválido;In - por filha solteira sem economia própria;IV - por filho estudante, que freqüentar curso secundário ou superior,

em estabelecimento de ensino oficial ou particular, e que não exerça atividadelucrativa, até a idade de 24 anos.

Parágrafo único. Compreendem-se neste artigo os filhos de qualquercondição, os enteados, os adotivos e o menor que, mediante autorização judi­cial, viver sob a guarda e sustento do funcionário.

PROJETO DE LEI Nº 4.381, DE 1981(Do Sr. Pedro Geraldo Costa)

Proíbe o registro de crianças com o nome de Jesus, edetermina outras providências.

IÀ Comissáo de Constituição e Justiça. I

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 É proibido o registro de .pessoas rísícas com o nome

de Jesus.Art. 2.° Aquele que, com o nome de Jesus. for condenado pela

Justiça Penal em sentença transitada em julgado, perderá essenome, .

Parágrafo único. O juiz a quem competir exarar a sentençaproverá a pessoa condenada com outro nome, da escolha do con­denado, e, se este não fizer escolha, pela da família, ou, em últimocaso, da escolha do próprio juiz.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoMesmo para aqueles que não admitem a filosofia cristã, ou

.nela não acreditam, o advento do cristianismo se consubstanciano marco mais importante da história dos povos do ocidente. Atépara essas pessoas, é forçoso reconhecer que, numa atmosfera decompleta decadência moral e social. surgiu Jesus, ensinando-nosnovos conceitos de amor ao próximo, de solidariedade e grandío­sídade moral.

Não cremos, portanto, ser justo que pessoas, portando o mesmonome daquele a quem devemo" tanto na rerormulação de nossosvalores morais e esph-í tuai.s, venham macular esse nome, jogando-'Jna lama com suas ações indignas e aviltantes. .

Cremo" a o contrário, ser nosso dever, procurar, tanto quantopossível, proteger a grandeza que esse nome representa, Talvezpodemos. afirmar que o nome de Jesus, como tantos outros exis­tentes, não é mais que um rótulo pelo qual o maior dos' filósofose criador {lo cristianismo foI conhecido. Mas devemos ter emmente que. às .vezes, como acontece com o presente caso, é nossodever proteger mesmo aquilo a que chamamos de rótulo, porque,·dada a importância daquele que o portou, tornou-se ele insepará­vel da própria. criatura que lhe deu importância. Assim, por exem­plo, quando vemos nos jornais, manchetes como estas: "Jesussstrupou meríor", isso natural e conscientemente, nos faz lembrardaquele que, pela primeira vez, portou tal nome, daquele a quemdevemos tanto na nossa reforma moral. Fazemos, automaticamen­te, consciente ou Inconscientemente uma .ligação entre o criminosoe o que nos pregou e deixou ensinamentos grandiosos de engran­decimento espiritual.

Cremos, portanto, ser de nosso dever a proteção desse nome,não porque seja um simples nome mas pejo significado que elepossui e, principalmente. pelo no ,.00. dever de agradecimento portudo que o Jesus dos cristãos nos legou.

Por tudo isso é que achamos que não devemos vilipendiar ess€nome, e é por todo o exposto que estamos apresentando o presenteprojeto de lei, esperando..sinceramente, todo o apoio que ele me-rece do Congresso Nacional. .

Sala das Sessões, de de 1981. -Pedro Geraldo Costa.

PROJETO DE LEI N9 149-C, DE 1975(Do Sr. Geraldo Bulhões)

Altera a redação do art. 27 e seu § 4.0, da Lei n," 2.004,de 3 de outubro de 1953, que "dispõe sobre a política nueío­nal do petróleo e define as atribuições do Conselho Nacio­nal do Petróleo, institui a Sociedade por Ações PetróleoBrasileiro Sociedade Anônima, e dá outras providências";tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e juridicidade, com Substitutivo;da Comissão de Minas e Energia, pela aprovação; e, daComissão de Finanças, pela aprovação, nos termos do Subs­titutivo da Comissão de Constituição e Justiça. Pareceres àEmenda de Plenário: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade; e, das Comissões de Minas eEnergia e de Finanças, pela aprovação. Pareceres à Emen­da oferecida em Plenário quando da reabertura da dis­cussão: da Comissão de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Co­missão de Minas e Energia, pela rejeição, contra o voto emseparado do Sr. Ubaldino Meirelles; e, da Comissão de Fi-naças, pela rejeição. .

(projeto de Lei n.> 149-B, de 1975, emendado em Ple­nário (reabertura de discussão), a que se referem os pare­ceres.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Passam a vigorar com a segi inte redação o art. 27 e

seu § 4.0 da Lei n.O 2. D04, de 3 de outubro de 1958:"Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadasa pagar aos Estados e Territórios onde fizerem a lavra depetróleo e xisto betuminoso e a extração de gás, inclusive ­quanto ao petróleo e ao gás ~ na área da plataforma con­tinental conrroritante com as referidas Unidades Federa­das, indenização corresponde a cinco por cento sobre o va­,or do produto extraido. ,

§ 4.° Sem prejuízo da destinação determinada pelo artigoserão, também. atribuidos, cinco por cento do valor do pro­duto extraído da plataforma continental divididos em par­tes iguais, ao Departamento Nacional da Producão Mineraldo Ministério das Minas e Energia para constituição doFundo Nacional de Míneracào e ao Ministério da Educa­cáo e Cultura.. para incremento da pesquisa e do ensinode nivel superior ne er mpo dn.~ geociêrretas."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Justificação

Pertencem ao elenco de bens da União, na conformidade dotexto constitucional (art. 4.°) as terras devolutas indispensáveis àsegurança nacional, os lagos e correntes de "água em terrenos deseu domínio ou que banham mais de um Estado, as terras ocupa­das pelos silvícolas. o mar territorial e a plataforma continental.

Não caberia, assim, presentemente, o pagamento de qualquerpercentual relativo à produção petrolífera procedente da plata­forma continental aos Estados com ela eonfrontantes pela in­clusão dessa plataforma entre os bens da União por imposiçãoconstitucional.

Na verdade, entretanto, o principio consagrado pela Lei n.O2.004, de 3 de outubro de 1953, que criou a PETROBRAS e insti­tuiu, entre nós o monopólio estatal do petróleo, ao atribuir aos Es­tados onde for feita a lavra cinco por cento do valor da extraçãodo petróleo, xisto ou gás, não exclui dessa incidência as ocorrênciasregistradas em terras devolutas índíspensáveís à segurança daUnião e em outras localidades que constituem, por mandamentoconstitucional, bens da União.

Por isso mesmo, diante da ocorrência, relativamente recente e,sem dúvida muito posterior à promulgação da Lei n,O 2.004, de1953, de petróleo na plataforma continental, deve a legislação seratualizada a fim de que, coerentemente, outorgue aos Estados par­ticipação nos resultados da produção de petróleo na plataformacontinental que à semelhança de outros bens pertencentes à Uniãonada mais é do que o prolongamento submerso do território es­tadual.

Sala das Sessões. - Deputado Geraldo Bulhões - DeputadoAntônio Floréncio - Deputado Passos Pôrto - Deputado WalterSilva. ..

1874 Quinta-feira 9 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTE.S

DECRETO-LEI N.o 523, DE 8 DE ABRIL DE 1969

Acrescenta J)larágrafo ao art. 27 da Lei·n.o 2.00., de3 de outubro de 1953, com a redação que lhe foi dada pelaLei n,? 3.257, de 2 de setembro de 1957, e dá outras pro­vldêncial.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe con­fere o § 1.0 do art. 2.° do Ato Institucional n,o 5 de 13 de dezem­bro de 1968, decreta:

Art. 1.° O art. 27 da Lei n.O 2.004, de 3 de' outubro de 1953,com a redação que foi dada pela Lei n.O 3.257, de 2 de setembrode 1957, fica acrescido do seguinte parágrafo:

"§ 4.° Quando o óleo ou gás foram extraídos da platafor­ma continental, os 5% (cinco por cento) de que trata oéaput deste Artigo serão destinados, em partes iguais; aoDepartamento Nacional da Producâo Mi~eral, do Minis­tério das Minas e Energia, para eonstítuíção do FUndo Na­conal de Mineração e ao Ministério da Educacão e Cultura,para o íncremento da pesquisa e do. ensino de nível supe­rior no campo das geociências."

Art. 2,0 O art. 14 da Lei n.O 4.425, de 8 de outubro de 1964,passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 14. O Fundo Nacional de Mineração será consti­tuído:I - Da parcela, pertencente à União, do imposto único deque trata esta Lei, ressalvada a parte destinada à Co­missão do Plano do Carvão Nacional;II - Da parte que couber ao Departamento Na'Cional daProduçâo Mineral nos pagamentos devídos Pela. PetróleoBrasileiro S.A. - PETROBRÁS, sobre o valor do óleo ougás extraídos da plataforma continental;III - De dotações consígnadas no orçamento Geral daUnião;IV - De rendimentos de depósítos e de aplicação do pró­prio Fundo."

Art. 3.0 Este Decreto-lei entrará em vigor na data de SUl,publicação, revogadas as dísposíções em contrário.

DECRETO-LEI N.o 1. 288, DE 1.0 DE NOVEMBRO DE 1973

Altera o § 4." do art, 27 da;Lei n.O 2.004"de 3 de outu­bro de 1952, acrescentado pelo Deerete-Ieí n,? 523, de 8 deabril de 1969.

O presidente da República, no uso da atribuição que lhe con­fere o art. 55, itens I e lI, da Constituição, decreta:

Art. 1.0 .0 §.4.odo,art. 27 da.J.~i n,":, 2.00~, de a..d~, p:utlJQrodp- 19158, acrescentado pelo Decrp.t"l-.Iel n.9, 5~, .acrescentado- nelaDecreto-lei n.o 523', de 8 de abril de 1969, passa a vigorar com aseguinte redação:

"Art. 27. . ............................................................§ 4.° Quando o óleo ou gás forem extraídos da platafor­ma continental, os 5% (cinco por cento), de que trata ocaput deste artigo serão destinados ao. Conselho Nacionaldo Petróleo - CNP, do Ministério das Minas e Energia,para formação de estoques de combustíveis destinados agarantir a segurança e a regularidade de geração de ener­gia elétrica."

Art. 2.° Este Decreto-lei entrará em vigor em 1.0 de janeiro de1975, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 1.0 de novembro de 1973; 152.° da Independência e85.0 da República. - EMíLIO G. MÉDICI - Antônio Delfim Netto_ Jarbas G. Passarinho - João Paulo dos Reis Velloso - AntônioDias Leite Júnior.

LEI N.o 5.665, DE 21 DE JUNHO DE 1971

Altera o art. 41 da Lei n.O 2.004, de 3de outubro de1953, que dispõe sobre a política. nacional do petróleo e de­fine as atribuições do Conselho Nacional do Petróleo Brasi­leiro Sociedade Anônima, e dá outras providências.

O presidente da República:Faco saber que o Congresso Nacional de-creta e eu sanciono a

seguinte Lei:Art. 1.0 O art. 41 da Lei n.? 2.004, de 3 de outubro de 1953,

passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 41. A PE'I'ROBRAS, diretamente ou por intermédiode suas subsidiárias, associada ou não a terceiros e sem as

limitações previstas no art. 39, poderá exercer, fora doterritório nacional, as' atividades de que trata o art. 6.°"

ÁIt. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Att. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.Brasília, 21 de junho de 1971; 150.° da Independência e 83.°

da República. - E1\ULIQ G. MÉDICI - A:ntôwo Di~ Leitão Júnior.

PARECER DA COMISSAo DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - RelatórioVersa o presente Projeto de Lei, de autoria do ilustre Deputado

Geraldo Bulhões, sobre alteração na Leí n.o 2.004, de 3 de outubrode 1953, a qual dispõe sobre a política nacional do petróleo e defi­ne as atribuições do Conselho Nacional do petróleo, instituindo aSociedade porações Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima,

O projeto, também subscrito, pelos' Deputados Antônio Floren­cio, Passos Pôrto e Walter Silva" objetiva as~cgurar aos Estadosoorifrontante& com a plataforma 'COntinental" indenização corres­'pomllnte+'él~ ·pol'·oo»to -sobre,o'vator '-do produto,e~raido. Criaainda a proposição, sem prejuízo da destínaçãe determinada nocaput do artigo, o percentual de cinco por cento sobre o produtoextraido na plataforma continental, prevendo a 'divisão, em partesiguais, ao Departamento Nacional de produção Mineral do Minis­tério das Minas e Energia para a constituição do Fundo Nacionalde Mineração e ao Ministério da Educacão e Cultura para' incre­mento da pesquisa e do ensino, de nível superior, no campo dasgeociências.

11 - Voto do Relator

A análise da presente proposição impõe que se realce a suaoportunidade e senso pragmático. Evidentemente" a legíslação po­sítíva pertinente a lavra de petróleo e seus derivados necessita deatualízacão, em decorrência do próprio avanço tecnológico da hu­manidade.

Pretendem os autores do presente Projeto de Lei modificar oeaput do art. 27 e seu§ 4.°, da Lei n.? 2.004, de 3 de outubro de1953.

A alteração do art. 27 implica na destinação da indenizaçãocorrespondente à lavra de petróleo e xisto betuminoso e à extraçãode gás, inclusive quanto ao petróleo e ao gás na área da plataformacontinental. Preceitua a proposíção que a sociedade e suas subsi­diárias ficam obrigadas a pagar aos Estados e Territórios, onde seproceder a lavra, a indenização de cinco por cento sobre o valordo produto extraído.

A legislação vigente (art. 27 da Lei n.v 2.004, alterada pela Lein.O 3.257, de 2 de setembro de 1957) prevê a indenização equiva­lente a 4% (quatro por cento) sobre o valor do óleo extraído, oudo xisto ou do gás aos Estados e Territórios onde fizerem a lavrae indenização de 1% (um por cento) aos municípios onde se loca­lizarem a mesma lavra e extração. Nota-se que o projeto de leiinova nos seguintes aspectos: amplia a área de lavra ou extração,incluindo a plataforma continental confrontante com as referidasunidades tederades: fixa a indenização de 5% (cinco por cento)sobre o valor do produto extraído, destinando-a, exclusivamente,aos Estados e' Territórios; retira dos municípios, onde se situar alavra ou extração; o percentual de 1% sobre o valor do produtoobtido. j

Não compete a este colegiado a análise do mérito da proposi­ção, daí porque deixamos de comentar a ampliação do conceitojurídico da área de produção, incluindo a plataforma contlnental.. Quanto a retirada do percentual de 1% assegurado aos mu­

nicipios, onde se situar lavra ou extração, parece-nos contrariaro princípio da autonomia municipal, consagrado no art. 15, item lI,inciso a, da oonsütutção Federal. Isto porque, o percentual consti­tui para as comunidades municipais renda própria, típica, impos­sível de ser estendida a outros municípios, por faltarem as qualí-'f-icacões de ocorrência mineral que pudessem justifiCar. A Consti­tuição preceitua, que a autonomia municipal será assegurada "noque diz respeito ao seu peculiar interesse", especialmente quanto "àaplicação de suas rendas" (art. 15, item Ir, inciso a).

Entendf)mos, por, igual, que. a. presente .discussão ajusta-se aoprojeto de lei em flpreciação, sem a prellmina.r.de..tn~~Iídade, Visto que, .no caso em tela, não se trata de legislar sobrematéria financeirlj., e sim a simples destinação de indenização( ouroyalties), devida nas hípóteses supracitadas.

Propomos emenda modificativa (art. 134, § 5.°, do .RegimentoInterno) mantendo o percentual de 4% para os Estados e Territó­rios e 1% para os municípios, com a resalva de que, na hipóteseda lavra situar-se na área da plataforma continental confrontantecom as referidas Unidades Federadas, a indenização será, no totalde 5% (cinco por cento), destinada aos Estados Unidos.

Quanto a modificação contida no projeto de lei, relativa ao§ 4.° do art.' 27 da Lei n.o 2.004, parece-nos prejudicada, além. dedispor claramente acerca de matéria financeira. A prejudicialidade

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1875

nasce da ctrcunstância de que o pr.rágrafo proposto disciplina adestinação dos recursos oriundas do vs.lor do produto extraído naplatatorma continental. Ora. o do 2rtigo já dispõe que tais recur­sos serão pagos aos Estados e Territórios, a título de indenização,

Ademais verifica-se críacâo detríbutos. incidentes sobre o valordo produto extraido da pl~.taforma continental. preceituando anorma a sua destinação que seria dívlsâo, em partes iguais, parao Departamento Nacional da P"CdU·78.0 Mjner~cãü do Ministério dasMinas e Energia para constttuícâo do Fumlo Nacional de Mine­ração e 110 Ministério da Educacão e Cult.nr.i , uara incremento depesquisa e do ensino de nível superior no campo das geociências.S'Jb este ánzulo o dísuositívo é flagrn ntcmcnte íneonstttuctonal.Dor tratar de matéria financeira. com iniciativa nrívativa do PoderExecutivo. -

Sl~ o ponto de vista da ·tl'cnica legislativa, o projeto carece,data venta, de melhor explicttaníin no seu art. LO. visto que oart. ::7 ela Lei n.? 2.004, já h-rvía sido alterado pela Lei n.v 3.257,de 2 de setembro de 1957, sendo indispensável ('l registro, o que pro­pomos na emenda anexa,

Isto posto, e considerando que a anúüsa do mérito cabe àsComissões de Minas e Energia e de Fi!l2JJças..samos pela aurovaçãoda proposição 'Com a redação sugerida na Emenda anexada,

Este (1 nosso parecer, s.m.].Sala da Comissão, 15 de maio de 1975. - Ney Lopes, Relator.

lU - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição c Justiça, em reunião plenária,. rea­lizada em 15-5-75, opinou, unanimemente, pela constitucionalidadedo Projeto n.? 149175, na forma do substitutivo apresentado peloRelator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Luiz Braz, Pre­sidente; Ney Lopes. Relator; Antonio Morimoto - Celso Barros ­Olaudíno Sales - Cleverson Teixeira - Erasmo Martins Pedro ­Ernesto Valente - Jairo Magalhâes - Jarbas Vasconcelos - JoãoLinhares - José Sally - Joaquim Bevilacqua - Noide cerqueira ­'I'arnísío Delgado - walber Guimarães e Walter Silva,

Sala da Comissão, 15 de maio de 1975. - Luiz Braz, presíderíteNey. ,Lopes,. .Relator,

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃOAltera o art. 27 e seus parágrafos da Lei n.? 2.004, de

3 de outubro de 1958, modificado pela Lei n.? 3.257, de 2de setembro de 1957, e dá outras providências.

Art. 1.0 O art. 27, e seus parágrafos da Lei n:o 2.004, de 3 deoutubro de 1953, modificado pelo art. 1.0 da Lei n.v 3.257, de 2 desetembro de 1957, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadasa pagar indenização correspondente a 4% (quatro por cen­to) sob o valor do petróleo extraído ou xisto betuminoso ea extração de gás aos Estados e Territórios onde fizeram alavra e indenização de 1% (um por cento) aos municípiosonde fizeram a mesma lavra ou extração,§ 1.0 Quando o óleo ou gás forem extraído da plataformacontinental a indenização de 5% (cinco por cento) serápaga aos Estados e' Territórios conírontantes;§ 2.0 Os valores do óleo do xisto betuminoso serão fi­xados pelo Conselho Nacional de Petróleo.! 3,0 Será efetuado trímestnalmente o pagamento de quetra ta este artigo, .§ 4.0 Os Estados, Territórios e Municípios deverão -apíí­car os recursos fixados neste artigo, preferentemente, nal'l'otluçiia da energia elétrica e na 1"9.vImcnt2dí.o de ro­dovias."

Art. 2,° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3,° Revogam-se as disposições em contrário,Sala da Comissão, . - Luiz Braz, Presidente - Ney

Lopes, Relator,

COMISSAO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

Ofício n.O 63/75 - Brasília, em 6 de junho de 1975

A Sua Excelência o SenhorDD. Presidência da Câmata dos Deputados,

Senhor Presidente:Atendendo à deliberação unânime desta Comissão, em reunião

de sua Turma "A", realizada em 3 de junho do corrente ano.solicito a Vossa Excelência que o Projeto n.? 35V75, do senhor CelsoCarvalho, que "dá nova redacão ao art. 27 da Lei n.o 2,004, de 3 deoutubro de 19&3, dispondo sobre royaIties devidos pela exploraçãodo petróleo extraído da plataforma continental", seja anexado aode n.o 149175, do 81', Geraldo Bulhões, que "altera a redação do

art. 27 e seu § 4.° da Lei n.o 2.004, de 3 de outubro de 1953, quedispõe sobre a política nacional do petróleo e define as atribuiçõesConselho Nacional do Petróleo, institui a Sociedade por AçõesPetróleo Brasileiro Sociedade Anônima, e dá outras providências",por tratarem de matérias análogas.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelênciameus protestos de elevada consideração e apreço. - Luiz B1'a~.

Presidente.

PROJETO DE l.EI N.o 351, DE 1975

I Do SI', Celso Carvalho J

ANEXADO AO DE N.o 149/75

Dá nova redaeào ao art. 27 da Lei n.v 2.004, de 3 deoutubro de 1953, dispondo sobre "royaIties" devido pelaexploração do petrólco extraído da plataforma continentaL

IAs Comissões de Constituição e Justiça, de Minas eEnergia e de Finanças,)

I .O Congresso Nacional decreta;

Art. 1° o art. 27 da Lei n." 2.004, de 3 de outubro de 1953,que dispõe sobre a política nacional do petróleo e define as atrí­buicóes do Gc1n~ell10 Nacional d:> Pet.róleo, institui a Sociedade porAções Pet.róleo Brasllelro Sociedade Anônima, e dá outras provi­dências, pa.ss~ a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 127, A Sociedade e suas subsidiárias pagarão aosEstad;os, Território" e Munícípíos onde fizerem a lavra do·petróleo e xisto betnminoso e a extracâo do gás. inclurivcquando o óleo ou o gás forem extraídos da plataformacontínental, localizada defronte às praias daquelas uni­dades! políticas índenizacão correspondente a 5'7< (cincopor dente) sobre o valor do mineral extraído, dos quais4'k (guatro par cento! pertencerão aos E,tados e Territó­rios .~ 1'k (um por cento) aos Munícipios.

§ 19 ICaberá ao Conselho Nacional do Petróleo fixar ovalor I do óleo, do xisto betuminoso e do gás.

I

~ 2,° ! O pagamento da inde'~i":'3~áo aos Estados, Territóriose Murricipios será feita trimestralmente.

I .

~ 3.°: Os Estados. Territórios e Municípios somente po­derãol aplicar os recursos recebidos em programas de desen­volvimento econômica social, obedeetdas as diretrizes epríorídades dos respectivos Planos de Desenvolvlmento."

Art. 2.° ;E,ta Lei entrará em vigor a partir da data de suapublicação, !

Art. 3.° IRevogam-se as dísnosíções em contrárío, especial­1112nte a Lei 11,° 3,257. de 2 de setembro de 1957, e 03 Dec,'eto«-~.eis

n.vs 523, de 8 de abril de 1969, e 1.288. de 1.0 de novembro de 1953.

JustificaçãoUm dos acontecimentos mais importantes da década de 50,

tanto do ponto de vista eccnômico, como do político e social senãoo mais significativo para o de.senvolvimento do País, foi a. criaçãoda Petróleo Brastleiro S.A. (PETROBRAS) Dela Lei n.v 2.004, de3 de outubro de 1953 que definiu uma política nacional para aexploração do petróleo e estabeleceu o monopólio estatal para:

I - a pesquisa e lavra das [azídas de petróleo e outros hi­drocarbonetos fluidos e gases raros, existentes no território na-cional; .

II - a refinação do petróleo nacional ouestrangetre:

III - o transporte do petróleo bruto de origem nacional oude derivados de petróleos produzldo.i no País, bem assim o trans­porte por meio de con dutas, de petróleo bruto e :H:m.S d::l:V~t:::03

assim como gases raros de qualquer origem.A citada lei, de tão grande c benéfica repercussão para a eco­

nomia nacional, seguindo allás., orientação adotada em todo omundo, C;)lTIO fórmula de compensação para as áreas produtorasde petróleo, Instituíu, em toa hora. uma indenização de cinco porcento (5'70) sobre o valor do óleo ou do gá.s produzido, em ravordos Estados, Territórios e Munícipios onde se tízer a lavra respcc­tíva.

É o que estabelece o art. 27 da mencionada Lei n.? 2.004,assim redigido:

"A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadas a pagarindenizacão correspondente a, 4';{ (quatro por cento) sabreo valor do óleo extraído ou do xisto ou do gás aos Estado.se Territó,ios onde fizerem a lavra do petróleo e xisto be­tuminoso e extoacáo de gás. c,~ índenísacão à-,= 1~~ .umpor csnto i aos JYTUlJiCÍllios onde iízerem a mesma lavra ouextração,"

A exploração do petróleo 110 nosso País, nunca é demais res­saltar, constitui um capítulo épícc da hí., teria do povo brasileiro,

1876 Quínta-Ielra 9 DIÃRI0 DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

pelas incertezas. dificuldade, e obstáculos, tanto de natureza téc­nica. financeira e até mesmo de segurança que tiveram de serenfrentados. Foi uma luta que nos enche de orgulho pela demons­tração da capacidade. de tenacidade e de firmeza do nosso povo,sobo comando da PETROBRÁS que, em pouco tempo, conseguiupreparur uma equipe composta de técnicos de alto nível e comgrandes conheclmentos especíalízados e já agora com comprovadaexperiência em tão cmplexas e difíceis atívídades. Uma equipeinteiramente consagrada ao servi~o do Brasil que, com eompetên­cia e incomparável dedicação, vem procurando dar ao nosso Paíso petróleo de que necessita para acelerar o -seu desenvolvimento.É um trabalho notável que vem sendo desenvolvido com pertináciae conduzido em bases seguras, obedecendo às técnicas mais avan­çadas e segundo critérios bem definidos.

Dentro desse contexto e na convíção de que o nosso País,'dispondo de imensa área sedimentar com grande potencial petro­lífero, poderá se transformar num grande produtor, libertando-sedas onerosa.s ímportaeôes a que ainda está sujeito, a PErROBRASnão lem medido esforços no sentido de ampliar seus campos C:~

produção, pesquisando Intensamente nas áreas mais promissoras,localizadas em vários Estados. Esse esforço, felizmente, tem sidocoroada de êxito. Em 1968. pouco tempo depois de haver estendidosuas atividades à plataforma. continental. descobriu na orla marí­tima de Sergipe grandes ·e ausj-ícíosas reservas de óleo e gás quec'emm à Nação novas esperanças, abrindo perspectivas para li. de­sejada e tão ambicionada auto-surícíêncía na produção de petró­leo. Sergipe que. com os ricos campos de Carmópolis, descobertosem 1963. contribuíra para o fortalecimento da Empresa estatal,ameaçada de estagnação, novamente, cinco anos depois, passa aser o centro da descoberta píoneíra dos rícos jazimentos da plata­forma continental. Novos e valiosos campos 'foram sendo pesqulsa-:dos pela PETROBRAS que hoje conta com cs descobcrtcs nasplataformas do Rio Grande do Norte, de Alagoas e mais recente­mente do 1':i:tado do Rio de Janeiro com grandes e imensas possibí­lidade's de produção, rasgando novos horiaontes para o Brasil, numlC'Lomento ·811i qUE: o inundo Incelro se debate diante da C1M2 geradapelo ínopínado e exagerado aumento do preço do petróleo e pelasrunestas conseqüências para a economia de todos os países queesse fato representa.

Convém íembrar que, ao ser promulgada a Lei n." 2.004, nãose previa a possibilidade de vit a plataforma continental ser pro­dutora de petróleo. Tanto assim que o aludido diploma legal tam­bém náo cogitou dél assunto.

De'>j,.ertado posterlormerite para o problema. o Governo Fe­deral baixa o De;;rcto-lel n.U b2i5, em o ue J.uril de HJG9, acrescen­tand~ ao art. 27 da Lél de críacào da PETROBRÁS 12.DG41. maisum parágrafo com a seguinte redação:

u§ 4.0 Quando o óleo ou o gas rorem extraídos da pla­taforma continental, os 5'/;' (cinco por cento) de que tratao eaput deste artigo, seráo destinados, em partes iguais,ao Departamento Nacional da produção Mineral, do Minis­tériodas Minas e Energia, para constituição do FundoNacional de Míneração, e ao Míriístérío da Educaçâo eCultura, para o incremento da pesquisa e do ensino denível superior no campo das geociências."

Essa medida, além de ferir os interesses dos Estados produto­res de petróleo, embora beneficiando, aparentemente, a setores li­gados ao desenvolvimento da mineração do País, através do FundoNacional de Mineração e do incremento da pesquísa e do ensinosuperior no campo das geociências, não iria produzir os efeitosdesejados, tanto assim é que o Governo, certamente convencido daínocuídade da providência, dava, através do Decreto-lei n.v 1.228,de 1.0 d:e novembro de 1973, nova destinação am questíonadusrecursos, alterando o § 4.° introduzido pelo Decreto-lei n.> 523, daseguinte maneira:

u§ 4.0 Quando o óleo ou gás forem extraídos da platafor­ma continental, os 5% (cinco por cento) de que trata ocaputdeste artigo serão .destinados ao Conselho Nacionaldo Petróleo - CNP, do Minístério das Minas e Ensrgia,para formação do estoque de combustível destinado a ga­rantir a segurança e a regularidade de geração de energiaelétrica."

Ora, ainda segundo a opinião dos entendidos, o Ministério dasMinas e Energia não estaria, com essa mudança de orientação,eontríoutndo para o fortalecimento da política energética. do País,uma vez que o subsator' a ser beneficiado com a formação doestoque de combustível destinados a garantir a segurança e a re­gulai-idade de geração da energia elétrica - o da energia terme­létrica - tem pouca significação no conjunto da produção de ener­gia do nosso País que se baseia na geração de origem hidrelétrica,onde o consumo de combustível é totalmente ínexpressíeo.

Por outro lado, o "estoque de garantia" que se pretendia asse­gurar contra eventuais dificuldades 'de importação de petróleo faceà conjuntura internacional que escapa ao controle do Governobrasileiro, poderia ser formado, mais adequadamente, com a re­serva de parte da produção nadonfl;l destinada a tal fim, sem ser

necessário retirar dos Estados recursos que poderiam ser mobíliza­dos em favor do seu desenvolvimento econômico e social.

Não se deve Perder de vista que, dessa forma, a providênciacontida no questionado Decreto-lei n.v 523, longe de produzir re­sultados benéficos para a economia nacional como um todo, sedivorciava da política de correção, dos desníveis regionais e deIntegração nacional que vem sendo perseguida e cada vez maisíntensífícada pelos governos da Revolução.

O II Plano Nacional de Desenvolvimento (I! PND), assimcoloca o problema em relação ao Nordeste, uma das regiões maisatrasadas do Pais e pioneira na produção de petróleo, quandoestabelece o seguinte:

"A política de desenvolvimento do Nordeste, aqui adotada,conforma-se aos objetivos a seguir alinhados, que estãopor sua vez intimamente relacionados ·ao conjunto de ins­trumentos de acão econômica de que dispõe o Governo Fe­deral para a promocáo e garantia do desenvolvimento daRegião: .

- promover a integração do Nordeste ao processo dedesenvo.vímento do País;

- redllzi1as disparidades inter-regionais de renda;

-- assegurar. ao longo do processo de evolução econômica,uma crescente melhoria dos níveis de vida da populaçãodo Norte,"

Não devemos esquecer, ainda, que a orientação mais recentedo Governo Federal, a fim de assegurar maior dinamismo e efi­ciência ao setor público, é no sentido de dcscentralíaar, tantoquanto possivel. a ação governamental. mediante convênios ouacordos. trantertndo-ss aos Estados a execução de projetos e pro­gramas de interesse local. reservando-se aos Ministérios atividadesnormativas, de planificação, acompanhamento e fiscalização, noâmbito nacional. Com isso, não só se fortalece o sistema f·ederativode tanta significação num País de dimcn são continental como oBrast'. como se evita o paralelismo de ações. e a superposição deatividades, com evidente desperdício de recursos. Formas e proce­dimentos com essa diretriz estão sendo implementados visandocompatibilizar o esrorço de desenvolvimento econômico e social dasUniversidades Federais com as diretrizes do Plano Nacional deDesenvolvimento.

Sabe-se ..porém. que a implementação de uma política de desen­volvimento está na dependência da taxa de formação de capitale que, por sua vez, o volume dos investimentos fica limitado pelosrecursos disponíveís para o seu financiamento.

No que diz respeito às áreas menos desenvolvídas ou atrasadas,esse fato. ganha outra dimensão, considerando-se que, face aobaixo nivel de renda da produção, certos investimentos ou progra­mas só poderão ser custeados a fundo perdido, com recursos públi­cos que não exijam retorno de capital ou remuneração do investi­mento. Neste caso, estão os programas de saúde pública, desaneamento. de educação e de infra-estrutura econômica em re­giôss pobres carentes de recursos. pelo m2110~ na primeira etapado processo de desenvolvimento.

Assim. seria de toda conveníênciaque os Estados produtoresde petróleo, geralmente carente de recursos para ·enfrantar osproblemas gerados pela própria exploração petrolíreru, não sofres­sem a perda da parcela referente à produção oriunda da plata­forma continental.

É fora de dúvida que, ao lado dos benefícios que a presençada PETROBRAS pode proporcionar através do aumento da ofertade empregos e conseqüente melhoria do nível de atividade eco­nômica da área em que opera, graves e sérios problemas sãoprovados como desequilíbrio do sistema de abastecimento e donível geral de preços e de salários, ocasionando sérios distúrbiosna estrutura econômica da região que gcrulmente não está pre­parada para suj.ortar tal impacto, nem os equipamentos urbanosestão em condições de atender à nova demanda de serviços geradapelo desenvolvimento de exploração petrolífera, exigindo dos go­vernos locais um grande esforço, acima da sua capacidade finan­ceira, para ampliar ou manter esses serviços em boas condições de'funcionamerrto.

O projeto de lei que tomamos a iniciativa de apresentar àapreciação e estudo dos Senhores Deputados, visa a corrigir essadistorção, dando nova redação ao art. 27 da citada Lei n.O 2.004.no sentido de que fique garantido aos Estados, Territórios e Mu­nicípios onde seja feita a lavra do petróleo, xisto betuminoso e aextração do gás, o pagamento de unia indenização de 4% paraos Estados ·e Territórios e de 1% para os Municípíos, inclusivequando o óleo-ou gás sejam extraídos da plataforma continentallocalizada defronte a suas praias.

Cuida, igualmente. o citado projeto de lei de estabelecer cri­térios rigorosos, porém' condizentes com os interesses do Pais, paraa utilização dos referidos recursos que somente poderão ser aplica­dos em programas de desenvolvlmento econômico-social, obedeci­das as diretrizes e prioridades dos respectivos P1anos de Desen­volvimento.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Qulnta·felra 9 Im

Assim, corrige-se uma limitação que não mais se justifica, noatual estágio de desenvolvimento do País, contida no § 3.0 doart. 27 da antes citada Lei n,> 2.004, que mandava aplicar recursosem apreço, pref.erentemente, na produção de energia elétrica e napavimentação de rodovias.

Sala das Sessões, de abril de 1975. - Celso Carvalho.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSÕES PERMANENTES

LEI N.o 2.004, DE 3 DE OUTUBRO DE 1952

Dispõe sobre a Política Nacional do Petróleo e defineas atribuições do Conselho Nacional do Petróleo, institui aSociedade por Ações Petróleo Brasileiro Sociedade Anôní­ma, e dá outras providências.(,Com as modificações introduzidas pelas leis posteriores. I

CAPíTULO III

Da Sociedade por Ações Petróleo Brasileiro S.A.

(PETROBRAS) e suas Subsidiárias. -, , , .

SEÇÃO V

Dos Favores c Obrigações Atribuídos à PETROBRAS

Art. 27, A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadas apagar indenização correspondente a 4% (quatro por cento) sobreo valor do óleo extraído ou do xisto ou do gás aos Estados eT,err!tórios onde fizerem a lavra do petróleo e xisto betuminoso ea extração de gás, de indenização de 1% (uni por cento) aosMunicípios onds rízerem a mesma lavra ou extração.

§ 1.0 Os valores do óleo e do xisto betuminoso serão fixadospelo Conselho Nacional do Petróleo.

§ 2,° Será efetuado trimestralmente o pagamento de que trataeste artigo.

§ 3.° Os Estad.os. Territórios e Municípios deverão aplicar osrecursos fixados neste artigo, pr·eferentemente, na produção daenergia elétrica e na pavimentação de rodovias. .

§ 4.° Quando o óleo ou gás forem extraídos da plataforma con­tmental, os 5% (cinco por cento), de que trata o caput deste artlgo,serão destinados ao Conselho Nacional do Petróleo .:- CNP do Mi­nistério das Minas e Energia, para formação de estoques de com­bustíveis destinados a garantir a segurança e a regularidade degeração de energia elétrica.

LEI N.o 3.257, DE 2 DE SETEMBRO DE 1957

Modifica o .artigo 27 e seus parágrafos da \Lei n.O 2.004,de 3 de outubro d e1953 (dispõe sobre :a política nacionaldo petróleo e define as atribuições :do Conselho Nacionaldo Petróleo, institui a !Sociedade ;por ações Petróleo Brasí­Ieíro Sociedade Anônima, e :dá outras rprovldênefas) ,

O Presidente da República,Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei: '

Art. 1.0 O art. 27 e seus parágrafos 'da Lei n.v 2.004, de 3 deoutubro de 1953 (dispõe sobre a política nacional do petróleo edefíne as atríbuíçôes do Conselho Nacional do Petróleo, instituia. Sociedade por Acões Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima eM. outras providências), passam a ter a seguinte redação:

"Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadasa pagar indenização correspondente a 4% (quatro por cen­to: sobre o valor do óleo extraído ou do xisto ou do gás aosEstados ou Territórios onde fizerem a lavra do petróleo existo betuminoso e a extração de gás, de indenização. de1% (um por cento) aos I,junicípios onde fizerem a mesmalavra ou extração.f 1.0 Os valores do óleo e do xisto betuminoso serão fixa­c1Dc reja' Conselho Nacional de PetTó'eo,§ 2..0 Será efetuado trimestralmente o pagamento de quetrata este artigo.f. 3.° Os Ef,tacos, Territérios ,8 MUL'.círios deverão aplica:os recursos fixados neste artigo. preferentemente, na pro­dução ela energia elétrica e na pavimentação ds rodovias."

Art. 2.° Revügam-se as disposições em contrário.Rio de Janeiro. 2 de setembro de 1967; 136.° da Independência

e 69.° da República. - JUSOELINO KUBITSCHEK - Nereu Ra­mos - Antônio Alves Câmara r- lflenrique Lott _ .José Carlos del\'lacedo Soares _ J'oão de Oliveira Castro Viana .Jr. - :LúcioMeira _J Mário Meneghetti - Clóvis :Salgado - lParsilal Barroso-- Franclsco de Melo -Maurício de Medeiros,

DECRETO-LEI N." 523, DE 8 DE ABRIL DE 1969Acrescenta parágrafo ao artigo 27 da Lei R.O 2.004, dc

3 de outubro de 1953, com Q. redação que lhe foi dada pelaLei R. o 3.257, de 2 de setembro de 1957, e dá outras provi­dências.

O Presidente da República. DO uso da atribuição que lhe conte­re o § 1.0 do artigo 2.0 do Ato lnstitucional n,05, de 13 de de­zembro de 1968, decreta:

Art. 1° O artigo 27 da Lei n,v 2. Ü04, de 3 de outubro de 1953,com a redação que foi dada pea Lei n,o 3.527, de 2 de setembrode 1957, fica acrescido do seguinte parágrafo:

"§ 4.0 Quando o óleo ou gás torem extraídos da plata­forma continental, os 5% (cinco por cento) de que trata ocaput deste Artigo serão destinados, em partes iguais, aoDepartamento Nacional da Produção Minerul, do Mínísté­rio das Minas e Energir, nar-i constituição do Fundo Nacio­nal de Mineração e ao Ministério da Educação e Cultura,para o incremento da pesquisa e do ensino de nível superiorno campo das geociências."

Art. 2.° O artigo 14 da Lei n.v 4.425, de 8 de outubro de 1964,passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 14. O Fundo Nacional de Mineração será constituído:

I - da parcela. pertencente à União, do imposto único deque trata esta Lei. ressalvada a parte destinada à Oornlssâo doPlano do Carvão Nacional;

II - da parte que couber ao Departamento Nacional da Pro­dução Mineral nos pagamentos devidos pela Petróleo Brasileiro S.A.- PETROBRé'iS, sobre o valor do óleo ou gás extraídos da platafor-ma continental; .

III ...:. de dotações consignadas no Orçamento Geral da União;

IV - de rendimentos de depósitos e de aplicação do 'próprioFundo."

Art. 3.° Este Decreto-lei entrará em vigor na data de suapublicação. revogadas as disposições em contrário.

DECRETO-LEI N.o 1.288, DE 1.0 DE NOVEMBRO DE 1973Altera o § 4.° do artigo 27 da Lei R. O 2.Q04, de 3 de

outubro de 1953, acrescentado 'pelo lDecreto-Iei 'n.0 523.de 8 de abril de 1969.

O Presídenta da República, no uso da atribuição que lhe confe­re o artigo 55, itens 1:8 rr, da Constituição, decreta:

Art. 1.0 O § 4.° do artigo 27 da Lei n.o 2.004, de 3 de outubro1969, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 27. . '" .

§ 4." Quando o ó.eo ou gás forem extraídos da platafor­ma. continental, os 5% (cinco por cento), de que trata ocaput deste artigo, serão destinados ao Conselho Nacionaldo Fet.róleo - CNP, do Minlstérlo das Minas e Energia,para formação de estoques de combustdveísidestínados agarantir a segurança ,e 3. regu1aridade de geração de ener­gia elétrica."

Art. 2.0 Este Decreto entrará em vigor em 1.0 de janeiro de1n5, revogadas as disposições em contrário.

Brasília. 1.0 de novembro de 1973; 152.° da Independência e85.0 da República. - EMíLIO G. MÉDICI -- Antônio Delrí m ~dto

- Jarbas G. Passarinho - João Paula ãos Reis Velloso - AntônioDias Leite Júnior.

PARECER DA COMISSÃO DE MLNAS, E ENERGIA

I - RelatórioVisa o Projeto de Lei n.> 149171>, de autoria do ilustre Deputado

Geraldo Bulhões, alterar a 'redação do caput do artígo 27 da Lc~

n.v 2.004, de 3 de outubro de 1953, além do § 4.° do mesmo artigo,Já vígorando com a redação que lhe dera o Decreto-Ict n.O l.:>~i.l,

de 1.0 de novembro de 1973.As modificações propostas são as seguintes:

1 - destinar a indenização de 5% devida pela PEI'RIOBRASe suas subsidiárias aos Estados e 'Derritórios, em cujo litoral (pla­taforma concínentan sejam extraídos óleo, gás ou xisto betumi­noso;

1878 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

2 - criar uma outra indenização, também no valor de 5%, quea PETROBRÁS e suas subsidiárias devem pagar rela extraçãode óleo. gás ou xisto betuminoso na plataforma continental, ~.esti­

nada ao Departamento, Nacional da Produção Mineral, do Mímísté­rto de Mina,'; e Energia, e ao Ministélio da Ed'1.1Cação e ·Cult.rurs, ;:Lõ.­vidi da e-m partes íguaís..

O projeto é inda subscrito pelos Deputados A1lJtôl1no Flcrêncío,Passos Pôrto ·e Walter Silva

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião plenária,opinou, pelo voto unânime de seus membros, pela eonstítucíonaü­dade da proposição, na forma do substitutivo apresentado peloRelater, Deputado Ney Lopes.

11 - Voto do Relator

A evidente intenção do ilustre autor da proposiçao é trazero t-exto da Lei n.O 2.004/53 para uma realidade mais própria dosdias autais. Na verdade, quando foi promulgada .a referida. Lei:15-:) cogitava 0 nOS3o País de explorar a p~ratafcrma conünental,11J sentido de extrair-lhe óleo, gás ou xísto betuminoso. Daí o si­lêncio da mesma Lei quanto a esse pormenor.

Entretanto, com o correr dos tempos, passamos à exploracâoeconômica de todo o território nacional, inclusive a píadatrmacontinental. Hoie. de fato. inúmeras são as perfurações realizadascom esse fim, ao longo do litoral brasileiro. Imperioso, portanto,adaptarmos nossa legislação a tal realidade.

De fato. mesmo antes desta ínícíatíva parlamentar, já o De­creto-lei n.O 1. 288, de 1.° de novembro de 1973, alterava o § 4.0 doart. 27 da Lei n.v 2.004/53, para dispor que "quando o óleo ougás rorem extraídos da plataforma continental, os 5% (cinco porcento), de que trata o caputdest-e artrgo, serão destinados ê.JConselho Nacional do Petróleo - CiTI>, do Ministério das Minas eEnergia, ... " Essa 'destinação, na verdade, é que a proposiçãopretende modificar.

Em verdade, a modificação alvitrada, na forma preconízadaatravés do substitutivo .ofereeído pela Comissão de Oonstituição eJustlça, nos parece, em príncípío, oportuna e válida, por implicarem necessária atualízacão da legislação vigente, outorgando aosE"tado.3 justa participação. nos resultados da produçâo de petrú.eona plataforma. continental confrontante com seus respectivos ter­ritórios.

É nosso parecer. "sub censura".Sala da Oomissão, 11 de setembro de 1975 - João Pedro, Re­

lator.Parecer da Comissão

A oomíssâo de Minas e Energia, em reunião ordínátla, r salíza­da no dia 11-9-75, opinou, unanimemente, pela. aprovação do Pro­jeto n. o 149175 (anexo ao de n.O 3",1/75), nos termos do parecer doRelator. .

Estiveram presentes os 81'S. Deputados Lysâne,as Maciel - Pre­sidente. João Pedro - Relator, Antônio Ferretra, Marcos Tito,'Pedro Lauro, Rafael Faraco, Gonzaga vaseoncaíos, Aécio Cunha,Newton Barreira, JIélio Levy, Walmor de Luca, Yasunori Kunigo,Israel Días-Novaese Horácio Matos.

Sala da Comissão, 11 de setembro de 1975. - Lysâneas Maciel,Presídente - João Pedro, Relator.

PARECElR DA COMISSÃO DE FINANÇASI - Relatório

'I'raita-se de projeto de lei de autoria do Ilustre Deputado Genl­do Bulhões, suoscríto, também, pelos nobres Deputados AntônioFlorêncio. Passos Pórto e Waltzr Silva, que tem por objetivo alte­rar a redação do art. 27 e seu § 4.°, da Lei n,v 2.004, de 3 de outubrode 1953, que "dispõe sobre a política nacional do petróleo e defineas atríbuícões do Conselho Nacional do Petróleo, ínstítuí a Bocíedadepor Ações Petróleo Brasileiro Bocíedade Anônima. e dá outras pro­vidências"

Re.feridas alteraoôes têm por meta o seguinte:

a) Destinar a indenização de 5% devida pela PETROBRASe suas subsídtárías aos Estados e 'Derritários em cuja pla­taforma continental sejam extraídos óleo, >gás ou xisto be­tuminoso;

b) criar uma outra indenização, sem prejuízo da primeira,também no valor de 5%, que a PETROBRÁS e suas sub- ~

sldíárías devem pagar pela extração de óleo, gás ou xistobetuminoso na plataforma co!ntinental.a qual será desti­nada em partes iguais, ao Departamento NaciJOnal da Pro­dução Mineral do Milllistério das Minas ·e Energia. paraconstítuíção do Fundo Nacional de Mineração, e ao Mi­nistério da Educação 'e Cultura, para incremento da pes­quisa e do ensino de nível superior no campo das geociên­cias.

Nos termos do art. 71 do Regimento Interno foi anexado aopresente projeto o de n.o 351175, de autoria do nobre DeputadoCelso Carvalho, que "dá nova redação ao art. 27 da Lei n.> 2.004,de 3 de outubro de 1953, dispondo- sobre royalties devidos pelacxplcracâo dó petróleo extraído da plataforma continental".

A Comissão de Constituição e Jootiça, examinando a matéria,manífsstou-sc. unanimemente, pela constítuclonalídadc rc juridi­cidadn do Projeto n.o 149 !75, na forma do substitutivo apresenta­do pelo Relator, o nobre Deputado Ney Lopes, e que é o do seguin­te teor:

"Altera o art. 27 e seus parágrafos da Lei n.v 2.004, de 3de outub-ro de 1953, modíücado pela Lei n.O 3.257, de 2 desetembro de 1957, e dá outras providências."

Art. 1.0 O art. 27, e seus parágrafos da Lei n.v 2.004, de 3 desetembro de 1967, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadasa pagar indenização correspondente a 4% (quatro por een­to) sobre 6 valor do petróleo extraído ou xisto betuminoso€ a extração de gás aos Estados e Territórios onde fizerema lavra e indenização de 1% (um por cento) aos municí­pios onde fizerem a mesma lavra ou extracão.~ 1.° Quando o ó100 ou gás forem extraído da plataformacontinental a Indenízação de 5% (cinco por cento) serápaga aos Estados e Territórios eonrrontantes.

~ 2.° Os valores do óleo e elo xisto ·betuminoso serão fixa­dos pelo Oonselho Nacion.al de Petróleo.~ 3.° 8eráefetuado trimestralmente o pagamento de quetrata este artigo.

~ 4.0 Os Estados, Território e Municípios deverão aplicaros recursos fíxados neste artigo prererentemsnte. na pro­dução da energia elétrica e na pavimentação de rodovias.'

Depreende-se da leítura ·do presente projeto que a idéia doautor foi atualizar o texto da Lei 'n.o 2. M/53, colocando-a de acor­do com a realidade dos dias de hoje, pois, à época em que a mes­ma fora promulgada, o nosso País aínda não estava explorando aplataforma continental com a finalid-ELde de extrair-lhe óleo, gásou xisto betuminoso.

Entretanto, legislação posterior veio a alterar o art. 27 dareferida lei, bem como o seu § 4.°, que lhe fora acrescentado peloDecr-eto-Ieí n.o 523, de 8 de .abr.il de 1969. Trata-se do Decreto-Iein. o 1.288, de 1.0 de novembro de 1973, que díspõe:

"Art.. 27 , .•........ " ...•.•.... , .

§ 4.° Quando o óleo ou gás forem extraídos da platafor­ma continental, os 5% (cinco por cento), de que trata ocaput deste artigo, serão destdnados ao Oonselho Nacionaldo Petróleo - CNP, do Ministério das Minas e Energia,para formação de estoques de combustíveis destinados agarantir a segurança e a regularidade de geração de ener­gia elétrica."

O retrotranscrito substitutivo aprovado pela COmissão deConstituição e Justiça teve o cuidado de não só livrar o projeto datnconstrtucíonalídade em que tinha enveredado, bem como adaptá­lo à correta técnica de elaboração legislativa. Além do mais, comobem salientou o Relator dor projeto na Comissão Mista de Minase Energia. nobre Deputado João Pedro, "a modificação alvitrada,na forma preoonízada através do substítutívo oferecido pela CO­missão de Conetttuíção e Jnstiça, nos parece, em príncípío, opor­tuna e válida, por implicar em necessária atualização da legislaçãovigente. outorgando aos Estados justa participação nos resultadosda produção de petróleo na plataforma continental conrrontantecom seus respectivos terrítóríos".

11 - Voto do Relator

Por todo o exposto e, parrtl,cularmente, pelo f·a.to da presenteproposição não implicar em aumento da despesa pública, é quesomos favoráveis à sua aprovação, na forma do substítutavo apro­vado pelas doutas oomíssões de Constituição e Justiça e de Minase Energia.

Sala da Comissão, 'em de setembro de 1975. - HomeroSantos.

IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Finanç'a8, em sua reunião ordínáría, realizadaem 23 do corrente, opinou, unanimemente, pela aprovação do Pro­jeto de Lei 11.° 149/75, dorSr. Geraldo Bulhões, com adoção do subs­titutivo aprovado pelas Comissões de Constituição e Justiça e deMinas e Energia, nos termos do parecer do Relator, Deputado Ho­mero Slfl,ntos.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Quinta-feira 9 1879

Comparecem à reunião os S2nho'l'S Deputados Homero Santos,Presíden.te _.. João Castelo e Pedro Faria, Vice-'Presidentes ­Adriano Valente - António Marimoto - Carlos Alberto de Oliveira- Fernando Magalhães - Hélio Campos - Antônio José - AthiéC[}]]J"y -- Emanuel Watssm.arm - Epitácio Cafet·eka - Gomes doAmaral - João Vargas - M:oacyr Dana - Nunes RJocl1a -- Riba­mar Machado - TemístocIes Teili!eira - J,oão Mene7,cs - MiltonStei'l1bruch - Odacir Klein - Roberto Carvalho - Ruy C0d") --Theodoro Mendes e Dias Menezes, .

Sala da oomíssüo, 23 de setembro de 1975. - João Castelo,Vice-Presidente no exercício da presidência; Homero Santos, Re­lator.

SUBSTITUTIVO OFERECIDO EM PLENÁRIO

o Congresso Nacional decreta:

Art .. 1.0 Passam a vigorar com a seguinte redação o art. 27e seu § 4,0 da Lei n." 2.004, de 3 de outubro de 19·53:

EMENDAArt. 27.

Acrescente-se, onde .couber:Parágrafo:

Aos Estados e Territórios centrais, em cujos lagos, rios.ilhas f'luviaí s e lacustres, nos termos do art. 5.0 da Oonsti­tuícào. as sociedades e 'mas subsidiárias que fizerem a.lavra do petróleo, do xisto betuminoso, se efetuarem a ex­tração de gás. ficam obrigadas a pagar a indenize."ão de::<~ "cinc,) por CPl1tO I ;:Ob1'3 o valor co produto extraído.

Justificação

No, termos do art. ,5.0 da Constituicáo "incluem-se entre osbens dos Estados os lagos em terreno de seu domínio, bem comoos rios que neles têm nascente e foz, as ilhas fluviais e lacustres".

Ora, se a leí já obriga à indenização aJS Estados por parteda sociedade e suas subsidiárias, pel aextração feita em seu ter­rítórío: e agora o Ieg.slador amplia essa obrigação quando setrtar de operacões em nlatarnrmu continental. será de mais intei­ra justiça que se inclua entre esses beneficiários os Estados daFederação que a despeito de não terem mar em seu território. seusrios, lagos e ilhas fluviais ou lacustres podem guardar em seuleito jazidas desses mínéríos que. feita a prospeccão. venham a ser.extraidos 'pela sociedafie estatal.

Se a PETROBRÁS paga indenização aos Estados por extraçãofeita em áreas de domínio da União, muito mais [uto será que alei a obrigue ao pagamento aos Eetados por extração feita em bensque, por preceito constitucional, constituem bens de domínio dasUnidades federativas.

Sala das Sessões. ~ Daniel Faraeo,

PARECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇAI e 11- Relatório e Voto do Relator

Volta o Projeto de Lei n.s 149-A175 às comissões técnicas (pri­meiro à de Oonstttuícâo e .rustrca i. em razão de haver recebidouma Emenda de Plenário. essa de 'autoria do Sr. Rafael Faraco,mandando acrescentar mais um parágrafo ao art.27, da Lei n.o

2.004/53.

A proposição original, através das alterações que contém à leido monopólio petrolífero, objetiva preservar, de modo declarado,expresso, a orientação que levou o legislador, em 1953, a atribuiraos Estados uma participação nos resultados econõmico-financei­ros da exploração do petróleo. É que as recentes descobertas eexploração de petróleo na plataforma ccntínental, a rigor, não sepode enquadrar no texto da legislação em vigor, com evidenteprejuízo para as unidades íntra-estataís,

A Emenda de Plenário do Sr. Rafael Faraco. aproveitando oensejo da projeto, apenas amplia o alcance da medida nele prece­

'nizada .de tal modo que também .possam ter participação naquelesresultados e, pois, ser beneficiados, os Estados centrais quando alavra de petróleo e xisto betuminoso e.extração de gás se realizemem lagos, rios e ilhas fluviaís au lacustres, todos pertencentes aodomínio da União, como se sabe.

lf Emenda ora em exame, segundo nosso ponto de vista, apenasmantém a coerência da Lei n.o 2. OC4/53 no tocante à necessidadede participação dos EstadJs nos lucros da extração de petróleo ederívados, coerência que, de resto. é o mesmo obJetivo perseguidopelo Projeto n,v 149-A/75. .

Isto PDstO. é de se concluir que prevalecem os argumentos quelevaram. a Comissão de oonstttuícão e Justiea a manifestar-sefavoravelmente ao Proj eto de Lei ·n.o 149-AI75.

Ante o exposto, o nosso voto é pela constitucionalidade daEmenda de Plenário do Sr. Rafael Faraco ao projeto de Lei n. O

149-A175.Sala da Comissão, 24 de novembro de 1976. - DaSO Coimbra.

lU - Parecer da ComissãoA Comissão de constítuícão e Justiça., em rerníão de sua Tur­

ma 'A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade da Emen­da de Plenário ao projeto n. O 149-A/75, nos termos do parecer doRelatar.

Estiveram presentes os Senhores Deputados; Djalma Bessa,Presidente; Daso COimbra, Relator; Blota Júnior, Eloy Lenzi, Go­mes da Silva, João Gilberto, José Bonifácio Neto, Lauro Letão,Lidovino Fanton, Luiz Braz, Nóide Oerqueíra e Theobaldo Barbosa.

sala da Comissão, 24 de novembro de 1976. - Djalma Bessa,Presidente - Daso Coimbra, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE MINAS E ENERGIAI - Relatório

O presente Projeto de Lei, n,o 149-A/75, de autoria do nobreDeputado Geraldo Bulhões fi subscrito pelos eminentes DeputadosAntônio F:orêncio, Passos Pôrto e Walter Silva, aprovado ante­riormente em todas as Comissões, tendo recebido em plenário aemenda de autoria do Sr. Rafael Faraco, acrescentando mais umparágrafo ao art. 27, da Lei n. O 2.004, de 1953 e, mais uma vez,submetido à apreciação desta Comissão Técnica, depois de a doutaComissão de constituição e Justiça ter opinado, à unanimidade,pela constitucionalidade da Emenda de Plenário ao projeto de Lein. O 149-A/75. nos termos do parecer do eminente Relator DasoCoimbra. -

No parecer que oferecemos ao Projeto nesta Comissão, a 11 deSetembro de 1975, salientamos como principais modificações pro­postas, as seguintes:

"1 - d-estinar a indenização de 5% devida pela PETRO­BRÁS e suas subsidiárias aos Estados e Territórios, em cujolitoral rplatarorma contíncntal : sejam extraídos óleo, gásDU xisto betuminoso;

2 - criar uma outra indenização, também no valor de 5%que a PETROBRÁS e suas subsidiárias devem pagar pelaextração de óleo, gás ou xisto betuminoso na plataformacontinental ,destinada ao Departamento Nacional da Pro­dução Mineral, do' Ministério de Minas e' Energia, e aoMinistério da Educação e Cultura, dividida em partesiguais."

A Emenda de Plenário .apresentada pelo Sr. Rafael Faraco,como acentua o Sr. Daso Coimbra em seu Parecer, "apenas ampl.ao alcance da medida nele preconízada, de tal modo que tambémpossam ter participação naqueles resultados e, pois, ser beneficia­dos, os Estados centrais quando a lavra de petróleo e xisto betu­ruinoso e extração de gás se realizem em lagos, rios e ilhas flu­viais ou lacustres. todos pertencentes ao domínio da União, como sesabe".

'Manteve. assim. a Emenda de Plenário o mesmo espírito quenorteou a apresentação do Projeto' de Lei n.o 149-A175, reservandoaos Estados e Territórios mediterrâneos o direito à percepção inde­nizatória por parte das "sociedades e suas subsidiárias que fizerema lava d ptrúieo, do xisto betuminoso e efetuarem a extração degás", correspondente a 5% (cinco por cento) do valor do produtoextraido.

11 - Voto do Relator

Tivemos oportunidade de ressaltar .em nosso voto aqui prof'e­rido e aprovado, por unanimidade. por esta comissão, da oportuni­dade desta propositura em face da atual realidade fática em qUE'se explora a plataforma continental, visando à extracão de óleo,gás .ou xisto betuminoso. .

A Lei nO 2.04, de 1958. silenciou quanto a esse aspecto, quernos parecer, por não .se cogitar àquela época da exploração daplataforma continental. Hoje, além de se processar a exploracãoeconômica em todo o território nacional, estendeu-se, também, àplataforma Continental, perlongando todo o vasto litoral brasileiro,Dai, afirmarmos ser "imperioso, portanto, adaptarmos nossa legis­lação a tal realidade".

Dissemos, também, que: "De fato, mesmo antes desta inicia­tiva parlamentar, já o Decreto-iei n.? 1.288, de 1.0 de novembrode 1972. alterava o ~ 4.0 do art. 27 da Lei n.v 2.004/53, para dis­por que "quando o óleo ou gás forem extraídos da plataformacoritínental. os 5':0 (cinco por cento I, de que trata o caput desteartigo, serúo destinados ao Conselho Nacionai de Petróleo - CNP,do Ministério das Minas e Energia ... " Essa destinação .na ver­dade. é que a proposição pretende modificar.

A Emenda de Pienário ao Projeto de Lei 11.0 14lJ-A/75 ele auto­ria do nobre Deputado Geraldo Bulhões. acrescentando parágrafo

1880 Quinta·feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

ao artigo :','1. da Lei n.v 3.8rh/:':~. visando à indenização de 5%I cinco por cento i aos Estados c Terr:tórics centrais. em cujos lagos.rios, ilhas fluviais e lacustres J.S sociedades e suas subsidiáriasfizerem a Iavra co petróleo, dJ xisto betuminoso 8 efetuarem aextração d2 g :.:5. reveste-se. cama TI :JProj eto ol·igin:1l. de igualalcance n oque .se refere ao direito que o, Estados e Territórios,que n..o possuem pl.tta í'crnia contínentat tê:n em participar lI;)"lucros da extração de petróleo em seus respectivos territórios.

Por manter o mesmo principio que í nsp.rou o autor do Projetode Lei n.v 14!)-A/75 e por ser igualmente justo que os Estados eTerritórios medíterràneos usufruam da Indenizacâo ele 5% I cincopor cento), quando da extração' de petróleo em seus re5pe.cUv05territórios. como nas unidades federativas marítimas, opinamostavornvelmente pela sua aprovação. .

Sala das Sessões. 13 de agosto de 1977. -- João Pedro, Relator.

lU - Parecer da Comissão

A Comissão de Minas c Energia. em reunião ordinária realiza­da em 13 de agosto de 1977, opinou, unanimemente. pela aprova­ção da Emenda de Plenário ao Projeto de Lei n.v 149-A/75. nostermos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os. senhores Deputados: Ubaldo Corrêa,Presidente; João Pedro, Relator; Yasunorí Kunigo, Horácio Matos,Israel Días-Novaes, Newton Barreira, Jutahy Magalhães, SamuelRodrigues, Pedro Lauro, Walmor de Luca, Jorge Ferraz e Pa.ulínoCícero de Vasconcelos.

Sala da Comrssào, 13 de agosto de 1977. - Ubaldn Corrêa,Presidente - João Pedro, Relator.

PARECER DA COMISSÃO DE FINAl'QASI - Itelatório

O presente Projeto de Lei n.> 140-A. de 1975, de autoria doeminente Deputado Geraldo Bulhões e subscrito também pelosilustres Deputr,d·:,<j Antônio Florêncb, Passos Porto e walter Silva,tem por 2b,iet:vo alterar a redação no art. 27 e seu § 4.° da Lein.v 2.004, de 3 de outubro de ::(:53, que "dispõe sobre a polítícanacional do petróleo e defb.e as atribuições do Conselho Nacionaldo Petróleo. institui a Sociedade por Ações Petróleo Brasileiro So­ciedade Anônima ,e dá outras providências".

Ao ser examinada pelas Comissões de Constituição e Justiça,de MiEQS e Energia e de Finanças, foi a matéria aprovada emtodas elas, nos termos do SnhsUlltivo adotado pela primeira dascitadas Comissões. o qual é do teor seguinte:

"Art. 1.0 O art. 27 e seus parágrafos da Lei n:.o 2.004, de3 de outubro de 1953, modificado pelo art. 1.0 da Lei 11.°3.257, de 2 de setembro de 1957, passam a ter a seguinteredação:Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadasa pagar indenização correspondente a 4% (quatro porcento) sobre o valor do petróleo extraído ou xisto betumi­noso e a extração de gás aos Estados e Territórios ondefizerem a lavra e indenização de 1% (um por cento) aosmunicípios onde fizerem a mesma lavra ou extração.§ 1.0 Quando o óleo ou gás for extraído da plataformacontínenta la indenização de 5% (cinco por cento) serápaga aos Estados e Territórios controntantes.§ 2.0 Os valores do óleo e do xisto betuminoso serão fixa-dos pelo Conselho Nacional de Petróleo. .

§ 3.° Será efetuada· trimestralmente o pagamento de quetrata este artigo,§ 4.° Os Estados, 'I'errttóríos e Munícipíos deverão apli­car os recursos fixados neste artigo, preferentemente, naproducâo da energia elétrica e na pavímentacão de ro­dovias.

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário."

Volta agora a proposição ao exame desta nossa Comissão,tendo em vista li: Emenda que lhe fci apresentada em Plenáríope'o nobre Deputado :Rafael Faraco mandando acrescentar maisum parágrafo ao mencionado art. 27 da Lei n.? 2.004/1953. nostermos seguintes:

"Aos Esbdos e TerritórIos centrais, em cujos lagos, rios,Ilhas fluviais e lacustres, nos termos do art. 5.° da oonstí­tuíção- as sociedades e suas subsírãárias que fizerem a la­vra do petróleo, do xisto betuminoso e efetuarem a extra­ção de gás, ficam obrigadas a pagar a indenização de5% (cinco por cento) sobre o valor de produto extraído."

Referida Emenda já foi apreciada nas Comissões .de Consti­tuição e Justiç·a e de Minas e Energia, logrando parecer pela apro­vação em ambas.

É o relatório.

II - Voto do Relator

O presente pro,ieto foi aprovado, como vimos, em tochlS as Co­miss?e.s por onde tramitou. nos termos do Substituto adotado pelaComrssâo de Constituição e Justiça.

Eén nosso Parecer proferido antenormenn- nesta oomissãc ti-vemos a oportunidade de afirmar: . .

"O retrütran~crito substltutívn aprovado pela Comissãode ~omtJtUlçao e Justiça teve o cuidado de não só livrar oprojeto da; íuconstttucíona'tdarto em que tinha enveredado,bel? como, .tdaptá-Io à correta técnica. de eJabora\,ão Iegís­Iativa. Alem do mais, como bem salientou o Relator doprc!Jeto na Comi.ssão de Minas e Energia, nobre DeputadoJoao Pedro: "a modifi~aç~o alvitrada, na forma preconi­zada atraves do substitutivo oferecido pela Comissão deCor:s~itl:'ição ~ Ju~tiça, nos parece em princípio, oportunae v~1Jdil;, por lmplieur em necessária atualização da legís­iacão Vigente. outorgand-o aos Estados justa partícípaçâonos resu'tados da produção de petrólso na plataforma ccn­tinental confrontante com' seus respectivos territórios."

A. Emenda de Plenário ap~e5,,;ntJ.da pelo nobre Deputado Ra­fael. Faraco p~·~tende ampliar o alcance da medida pleiteada peloprojeto, permltl1:do q~e o~, Estados centrais sejam também berre­fJ.clados corr: a: Indeníaacão de 5% quando a lavra de petróleo einsto betumlll?~O e ~ extração de gás se realízarom em lago s. nose ílhas Il uviais ou .acustres, pertencentes aos seus territórios.

Em verdade. os Estados e Territórios que não possuem plata­forma continental têm também direito de parttcipar dos lucros daextração do petróleo que for realizarin em 'iag'os, rios e ilhas inte­grantes dos seus territórios.

Como se vê, trata-se apenas de estender às referidas UnídaoesFederativas o benefício de que usufruem os Estados possuidoresde plataforma continental.

.Assim sendo. a Emenda mantém a: coerência e o espírito doProjeto n.O 149-A, de 1975. o que nos leva conseqüentemente a votarpela sua aprovação.

Sala da Comissão, 18 de outubro de 1977. ~- Homero Santos,

lU - Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças, em sua reunião ordinária; realíza.dano? dia 19 de outubro de 1977, opinou. unanimemente, pela aprova­cao do parecer do Relator, Deputado Homero Santos. favorável àEmenda de Plenário ao Projeto de Lei n.o 149-A/75.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Oornes do AmaralPresidente: João Cunha: e Moacyr Dalla, Vice-Presidentes; Milton'Steinbruch, Francisco Bilac Pinto. Pinheiro l\rachado, .ToséAlves.Ruy Côdo. Dias Menezes. Emanuel waísman. Carlos Alberto Olivei­ra, Antônio Morimoto. Odacir K'ein, Temístocles Teixeira. JoáoMenezes, José Ribamar Machado, Florim ooutínno Homero San­tos, Athiê oourv, Jorge Vargas. Jair Brasilelro, Epitácio CafeteiraRoberto Carvalho e Antônio José. '

Sala da Comissão, 19 de outubro de 1977. - Gomes do Amaral,Presidente ~ Homero Santos, Relator.

Emenda oferecida em Plenário ao Substltutívo da Comissão deConstituição e Justiça, quando da reabertura da discussão

Dê-se ao § 1.0 do art. 27 da Lei n.o 2.004/58, na redação dadapelo Substitutivo apresentado pela Comissão de Constituição eJustiça ao Projeto de Lei n.O 149/75, a seguinte redação:

"§ 1.° Qrrttndo o óleo ou gás forem extraídos da plata­forma continental a indenização será respectivamente de3% aos EStados ou TerritóriO.·e 1% aos Municipios con­rrontantes, e 1% ao Conselho Nacional de Petróleo."

Sala das Sessões, 9 de outubro de 1979.~ Nilson Gibson.

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA'

I - Relatório

A presente Emenda. oferecida em plenário pelo nobre DeputadoNilson Gibson ao Projeto de Lei n.O 149-B/75, de autoria do ilustreDeputado Geraldo Bulhões, versa sobre a redação do art. 27 daLeln.o 2.004 de 1953.

A Lei n.o 2.004 é responsável pela instituição da PETROBRM'l,e o controvertido art. 27 dispõe sobre o pagamento, por parte daempresa, aos Estados ou Territórios e aos Municípios onde sefizera extração de petróleo, xisto betuminoso ou gás natural, depercentuais ca'culados sobre a produção dos referidos produtos,a título de -índenízação ou royaltles.

A Iegislação em vigor fixa para os percentuais mencionadosos vatores de 4% para. os Estados ou Territórios e 1% para os Mu­nícípíos, respectivamente.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1881

Quando da elaboração era Lei n.o 2.004. não foi prevista a Ipos­sibilidade de lavra petrolífera na plataforma continental, perma­necendo o instrumento omisso a respeito deste tópico até o ad­vento do Decreto-lei n.o 523. de 1969. que destinaria a indenizaçãoao MEC e ao DNPM. quando refere.nte à produção da plataforma.

Em 1973, o Decreto-lei n.> 1.288 transferiria .para o ONP odireito à percepção dos rovattíes, "para tormaçâo de estoques decombustíveis destinados a garantir a segurança e a regularidadede geração de energia elétrica".

O Projeto de Lei n.O 149-B, de 197'5. com a redação que lhe foidada pelo substitutivo da; douta Comissão de Oonstituição e Jus­tiça. modifica esta situação. destinando aos Estados ou Territó­rios conrrontantes, o total de royaltíes (5% do valor da produção)referentes à lavra na plataforma.

A Emenda; sob análise tem por meta propor uma distribuiçãomais ampla para as indenizações decorrentes da produção marí­tima. beneficiando os Municípios e o Oonselho Nacional do Pe­tróleo.

Destarte. a distribuição passa a ser 'de 3% para os Esta;dos ouTerritórios conrrontantes, 1% para os Municípios eonrrontantes,e 1% parao CNP. . .

Jl: _ Voto do Relator

As mesmas considerações que levaram a doura Comi.ssão deConstituição e Justiça; a opinar unanímementa :pela constitucio­nalidade.do Projeto n.O 149-B/75, nos termos do substitutivo apre­sentado pelo rei ator,' permanecem- válidas no que diz respeito àP4~te•.&lUmdJl.,

Com efeito, esta não altera em nada a substância original daproposição, limitando-se apenas ~ modificar a distribuição dospercentuais devidos. .

Não se trata de matéria fínaneeíra, nos termos do art. 57 daLei Maior, pois a proposição não dispõe sobre verbas orçamentárias,mas tão-somente sobre a destinação de índeníaeções ou royaltiesdevidos por uma empresa de economía mista, sem repercussõessobre as finanças públicas.

Nosso parecer é, portanto, pela constitucionalidade [urídíeidade~ 'boa técnica legislatíva da proposição em exame. '

Sala da Comissão, 20 de março de 1980. -r-r- Natal Gale, Re­latot

III - Parecer da Comissão

li. Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­ma "A". opinou, unanimemente. pela constitucionalidade, juridi­eídede e boa técnica legislativa da Emenda de Plenário GReaber­tura de Discussão) do Projeto n.> 149-B/75, nos termos do parecerdo Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Djalma Marinho- Presidente, Natal Gale - Recator, Antônio Russo, Ernani Satyro,Flávio Chaves, Francisco Benjamim, Francisco Rossi, Gomes daSilva, José Frej~t e Luiz Oechínel,

Sala da Comissão, 20 de março de" 1980. - Djalma Marinho,Presidente - Natal Galé, Relator.

PARECER DA COMISSÃO DE MINAS E ENERGIAParecer vencedor

I c li - Relatório c voto do Relator

A Emenda em epígrafe foi relatada nesta Comissão pelo no­bre Deputado Ubaldino Meirelles, que se pronunciou favoravel­mente à mesma.

Argumentou S. Ex.a que a alteração proposta pelo Autor "ofe­rece uma distribuição mais equânime às indenizações arrecadadas,beneficiando a um só tempo a União, os Estados e os Municípios".

E, concluindo, dizia o Relator:

"Caructeríza-se. assim a harmonia, financeira, entre ostrês níveis de .Governo, harmonia esta indispensável aofuncionamento da democracia plena."

Cabe-nos, entretanto, discordar de semelhante colocação. Co­mo é- por demais sabido, existe atualmente uma excessiva con­centração de poder na. esfera federal, com manifestações em to­das' as áreas. notadamente a política' e a financeira.

Neste particular, a reforma tributária, tendo como marcoinicial de atuação o ano de 1967, ensejou a que os Estados (etambém ·Ofl .Mnnícípíos) .sorressem uma progressiva deterioraçãoda sua capacidade de arrécadação e, portanto de. inY.eatimentos,

Uma CPI realizada na, Câmara o ano nassado demonstrou e ilus-trou amplamente este tato. .

Dessa forma" observa-se, nas nossas írisütuíções, uma hiper­trofia do Executivo Central que precisa ser corrigida.

No ambíto estrito da legislação sobre o petróleo, esta tendên­cia para a centralização teve dois momentos importantes:

I - quando se materializou a possibilidade de extração de pe­tróleo na plataforma continental, o ooverno Federal baixou oDecreto-lei n.? 523, de 1969, destínando "os 5% de que trata ocaput deste artigo", em partes iguais, ao CNPM e ao MEC;

Ir -- posteriormente. atr-avés do Dcercto-Iei n.o 1.288 os mes­mos 5% se transferiram para o CNP. "para formação de estoquesde combustíveis destinados a garantir a segurança e a regula-ridade da geração de energia elétrica" c

A própria redação dada aos citados Decretcs-Jeãs revela oseu caráter centralt-ta. Pois os "5% d" que trata o caput desteartigo" deveriam ser. por analogia, destinados aos Estados con­rrontantes. Se houve necessidade de se Introduzir a ressalva éporque havia um preceito geral a ser cumprido. E enquanto opreceito contempla os direitos dos Estados, a ressalva os ignora.

Vale ressaltar que a imputação do pagamento, a título deroyaltíes", aos Estados se justifica, não só pelo rato de se estarexplorando recurso, naturais localizados em seu perímetro geo­gráfico, mas também porque as Unidades federativas, em face dosproblemas sociais e de infra-estrutura, econômica trazidos palaimplantação em terra, das grandes instalações que caracterizama indústria de extração e transformação de petróleo, necessitamde recurso., específicos par; o enírentamento desses problemas.Nesse sent.do, não faz diferença alguma o fato de a j~zid:L selocalizar em terra ou no mar.

Acresce que a destinação de recursos ao CNP para os finsprevistos no referido Decreto-lei n.? 1.288 carece totalmente desentido, como está perfeitamente esclarccído-ria bem fundamen­tada Justificação ao Projeto de Lei n.O 351. de autoria do Depu­tado Celso de Carvalho, anexado a esta proposição. E aí não secogita da importância quantitativa da índenízaçâo. se 5%, se 1%,ou menos ainda.

Aliás, é estranhável uma modalidade de indenização onde oIndenizador ia PETROBRAS ou. em última instância, a União)se constitua também em beneficiado (através do CNP)

Finalmente é bom lembrar que os 5% que se pretende desti­nar aos Estados representam rela.tivamente pouco, sobretudoquando se leva em conta que os royalties são pagos com hase emvalores da produção estipulados pe~o CNP O 1.0 da Lei n.o 2,Q04),os quais, em ger!1L se situam muito abaixo dospreços,.iutej:n~~eíonaís do petróleo. Estes, por sua vez, são o ponto de referênciaprincipal para io aumento de preços dos derivados de petróleo,que o CNP vem determinando constantemente, mantendo aPetrobrás como uma das maiores empresas do. mundo em ter,m<li -de. ge~çã.odde.•1UCIQ&. .

Dlante de . todo o exposto, somos pela rejeição da presenteEmenda, de autoria do Deputado Nilson Gibson, ao Projeto deLei n.v 149-B/75.

Sala da Comissão de novembro de 1980. - Marcelo Cor-deiro, Relator vencedor..

IV - Parecer da Comíssão

A Comissão de Minas e Energia, em sua reuniao ordinária.desta data, opinou pela rejeição da Emenda de Plenário (Rea­bertura de díscussãc) ao Pr-ojeto de Lei n.v 149··B/75, nos termosdo Parecer Vencedor do Senhor Deputado Marcelo Cordeiro. OSenhor Deputado Prisco Viana absteve-se de votar. Voto em se­parado do Deputado Ubaldino Melreles.

Presentes os Senhores Deputados: Genésio de Barros - Pre­sidente; Fured Dib, José Frejat, Marcelo Cordeiro, Oswaldo Li­ma, Jorge Ferraz, Guido Arantes, Maurício Fruet Antônio Ferreira,Horácio Matos. Mário Frota, Natal Gale, José Camargo, Tidei deLima, Prisco Viana, Leorne Belém e Álvaro Dias.

Sala da Comissão, 19 denovembr-o de 1980. - Genésio deBarros, Presidente - Marcelo Oordeiro, Relator Vencedor.

Voto em separado do Sr. Ubaldino Meíretles

RelatórioO Projeto de Lei n.O 149-BI75, de autoria do nobre Depu­

tado Geraldo Bulhões. constituí mais uma iniciativa no sentidode alterar a redação do art. 27 da Lei 11.° 2.004, de 1953, que deuorigem à PETROBRÁS.

O art. 27 retere-se à obrigatoriedade de pagamento, por parteda PETROBRAS, de indenizações ou royalties aos Estados, Terri­tórios e Municípios produtores de petróleo, xisto betuminoso ougás,

1882 Quinta-feira 9 DlÁRro DO CONGRESSO NACroNAL (Seção I) Abril de 1981

Tais royalties correspondern a percentuais calculados sobre aprodução dos hidrocarbonetos, fixados pela legislação atual em4% para os E,stados ou Territórios e 1% para' os Municipios.

Aénooa em que surgiu a Lei n.> 2.004, não se cogitava a pos­sibilidade da extração de petróleo na plataforma continental. Oadvento da nova modalidade" de lavra viria a suscitar polêmicaquanto .a quem caberia. a. percepção dos rovultíes.

A redação atualmente em vigor é a do Decreto-lei n.? 1.288,de 1973, que destina as indenizações referentes à produção da pla­taforma ao Conselho Nacional do petróleo, "para formação de es­toques de combustíveis destinados a garantir a segurança e a re­gularidade de geração de energia elétrica".

O Projeto de Lei do ilustre Deputado Geraldo Bulhões, com aredação que lhe foi dada pelo Substitutivo da Comissão de consti­tuíção e Justiça, transfere o direito à percepção dos royaltíes oríun­dosda produção marítãma dos Estados ou Territórios conrrontan-teso .

Após merecer parecer ravoráveí das Comissões de Minas eEnergia e li'inanças pela .aprovaçào. a matéria voltou às Comis­sões técnicas, em virtude de haver recebido. 'Emenda de :p1euárlo,de autoria do nobre Deputado Rafael Faraco, objetivando acres­centar ao art. 27 o seguinte parágrafo:

"Aos Estados e Territórios centrais, em cujos Iagos, rios,ilhas fluviais e lacustres, nos termos do art. 5.° da Cons­tituição, as sociedades e suas subsidiárias que fizerem alavra do petróleo, do xisto betumínoso, se efetuarem a ex­tração de gás, ficam obrigadas a pagar a índenízação de5% (cinco por cento) sobre o valor do produto extraído."

Esta emenda recebeu manifestação. favorável de todas as Co­missões a que foi submetida.

O Projeto retorna, mais uma vez, às Comissões técnicas, paraapreciação da presente Emenda, oferecida em Plenário pelo ilustreDeputado Nilson Gibson.

A Emenda em foco, com parecer da douta Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, estabelece a seguintedistribuição para OS "royalbles" oriundos da plataforma:

a) 3% aos Estados ou 'Territórios con írcntantes.

b) 1% aos Municípios conrrontantes.

c) 1% ao Conselho Nacíonal do Petróleo.

A Proposição é enviada agora a este órgão técnico, para deli­beração a respeito.

É o relatório.

Voto do RelatorÉ válida, sem dúvida, a idéia levantada por intermédio da pre­

sente Emenda, pois oferece uma distribuição mais equânime àsindenizações arrecadadas, beneficiando a um só tempo a União,os Estados e os Municípios.

Caracteriza-se, assim, a harmonia financeira entre os trêsníveis de Governo, harmonia esta indispensável ao funcionamentoda democracia plena. .

Nossa manifestação é, portanto, pela aprovação da matéria.

Sala da Comissão, de de 1980. -Ubaldino Meirelles, Relator.

PARECER DA COMISSAO DE FINANÇAS

I - Relatório

Em 1975 o nobre Deputado Geraldo Bulhões submeteu ao exa­me desta Casa o Projeto n.? 149, de 1975, que após tramlí H" ;.::,,'''-sComissões a que distribuído, em Plenário recebeu a presente Emen­da, com assinatura ilegível, atribuída ao Deputado Nilson Oibson.

A iniciativa inicial propõe novas redações para o "caput" doart. 27 e de seu § 4.0 da Lei 2.004/53, instituidora da PETROBRáS.E a referida Emenda intenta imprimir ao § 1.0 do Substitutivo aoprojeto a seguinte redação:

"Quando o óleo ou gás forem. extraídos da plataforma con­tinental, a indenização será respectívamente de 3% aos

Estados ou Territórios, 1% aos Municípios conrrontantes,e 1% ao Conselho Nacional do Pe~róleo."

A Comissão de Justiça opinou - em manifestação unânime­por sua constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, aco­lhendo os termos do parecer do Relator, o Deputado Natal Gale.

A Comissão de mérito, a de Minas e Energia, decidiu pela re­jeição da Emenda, nos termos do parecer vencedor do DeputadoMarcelo Cordeiro. O Deputado Prisco Viana absteve-sede votar,e o parecer do Relator inicial, Deputado Ubaldino Meirellesfavorável à Emenda - foi considerado voto em separado.

É o relatório.

11 - Voto do Relator

O § 1.0 do Substitutivo, o qual pretende a Emenda em examemodificar, encontra-se concebido nos termos infra:

"Quando o óleo ou gás for extraído da plataforma conti­nental, a indenização de 5% será paga aos Estados e Ter­ritórios controntantes."

A proposição sob análise, como veríücamos acima, i eduz essaindenização, no rcspeítante aos Estados e Territórios, para 3%.E dos 2% restantes, 1% atribui ao Oonselho Nacional do Petróleo,e 1% para os Municípios confrontantes,

Ora, não há o que indenizar ao Conselho.

Assim sendo, somos pela rejeição da Emenda.

Sala da Comissão, 23-3-81. - Athiê Coury, Relator.

III - Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças, em reunião ordinária realizada no dia25 de março de 1981, opinou, unanimemente, pela Rejeição daEmenda Oferecida em Plenário ao Projeto de Lei n.O 149-B/75, nostermos do parecer do relator, Deputado Athiê oourv.

Estiveram presentes os Senhores Deputados Jorge Vargas, Pre­sidente, Leorne Belém e Alberto Goldman, Vice-Presidentes, Athiêcourv, Honorato Vianna, Christovam Chiaradia, Vicente Guabí­roba, Fernando Magalhães, José Carlos Fagundes e Olivir Gabardo.

Bala da Comíssâo, 25 de março de 1981. - Jorg'e Vargas, Pre­sidente - Athiê Coury, Relator.

PROJETO DE RESOLUÇÃO No 201, DE 1981(Do Sr. Claudino Sales)

Altera O art. 10 do Regimento Interno.

l\ CiUll8.l'a dos Deputados resolve:

Art. 1." O." incisu" Il (' IV elo art. l(). elo Regimento InternoPl1S'llll1 a viuoru r CO;]] a seguinte reducào:

"Art., 10.

11 _.- F:1Z::'~' C');ll i.:ni('a(·ü~o «onsitlr-rndu uJ''!.'C'nÚ'" à CÚ.­mura dos Deputados no início da Ordem do Dia. pelo pra­zo de trmta minuto, lmprurrcguveís dividido entre aMaioria e a ;\Iinoria, ígualm cu te. facultado o í ractouamen-

".1 () .' ("'i;:' ~u C;,'.: r; lLÇtivD' Liclrt :~'.':

IV - inclicar alt eruudumcnl.e a inscrição de dois depu­t"dlls por St:,,·<,O. p.i rn. [;1[:11' durante n.Ord cm dü Dia, apósd;"e'.l:.id~l r \·'.i1.:LCla a lIl:.l!l-ri'.l í nr luid a em pauta em regimee,pceial ou C!!I(' tenlla prder('ncia .soücrtadu pelos Lide­n'S conjuntnu.c-ut o. 111'10 pcriodr, de cento f' vinte minutos,dil'irJido i'.~ll:iil\ll.'lltC' r-ntr; a Maiorin «: a Minorin. ussegu­raclo ''l''l11pre .., último tempo à Maioria."

Art. :2." E,ta Rcsolnci'lo t-nt ra em vigor na data de sua pu-blic;)c:\o.

Art. 3,<) Revop::llll-:;;;: as disnosicóes em contrárto.

Sala elas Ses"óé'.'. 31 ele ciarco ele 1'J8Í. Claudino Sales.;: P; ••-'('!ite pr,"j: ',I Ví;;~l .i i u.sta r o Rf'girnpntu ~"t l\lr,lralLLldt:

l).lrtjd~í.l'ja.

RESOLUÇAO N.o 30, DE 31 DE OUTUBRO DE 1972

Dispõe sobre o Regimento Interno

TíTULO IDisposições Preliminares

CAPiTULO mDos Líderes

Art. 10. Os Lideres têm las seguintes prerrogativas:

I - falar, uma vez por sessão, em defesa da respectiva linhapolítica, durante a Ordem do Dia, pelo período de sessenta mi­nutos, após discutida e votada a matéria incluída em pauta, emregi.me especial, ou que tenha preferência solicitada pelos Lideres,conr un tamente;

Ir - fazer comunicações inadiáveis e urgentes à Câmara,pelo prazo máximo de cinco minutos, não permltídos apartes;

III - participar pessoalmente, ou por intermédio de seus Vice­Lideres dos trabalhos das Oomissões, sem direito a voto, mas po­dendo requ-erer verificação de votação;

IV - indicar, alternadamente, a inscrição de um Deputado,por SP.';3:J.O, para falar durante a Ordem do Dia, pelo período de

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào l) Quinta-feira 9 1883

guare:'t:t· e cíuco mínutos, após discutida e votada a matéria'incluída na pauta em regime especial ou que tenha preferênciasolicitada pelos Lideres conjuntamente;

V - indicar, alternadamente, a inscrição preferencial de ora­dores .F8.-a o horário destinado às comunicações pa rlamerit arcs,'diégt!-e ql:l'" haja t-empo e por período não excedente a quinzeminutos; para cada orador. não permitidos apartes;

... VI ~ -índícar {Í, ·Mero a relação dos seus Vice-Líderes. que ossubstituirão na ordem da respectiva colocação.

~ LU A prertog'Rtlva pIlevi'ita no inciso I deste artigo é de­feI'l:oo somente ao respectivo Lider titular do Partido.

§ 2 o 03 Vice-Líderes, no exercício da liderança, ou os Depu­tados que esta indicar, poderão falar durante a Ordem do Dia.nos ~8'rn10S dó ínotso IV deste artigo, quando houver expedienteMeVito enviado à Mesa pelo respectivo Líder.

o SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) -'- Está finda a leiturado expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente

Tem a palavra o Sr. Jorge Vianna.

O SR. JORGE VIANNA (PTD - DA. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, a propaganda governamental continua mon­tada para afirmar que tudo vai dentro de controles, com o País dirigido porum Governo que merece crédito e que sabe o que está fazendo.

Os fatos do dia-a-dia provam, porém, o contrário: o. Ministro todo­poderoso do Planejamento passa cada dia mais tempo fora do Brasil a mendi­gar empréstimos, cada vez mais caros. No ano passado, a taxa de Spread oude seguro pelo empréstimo era de 0,8% passando a 2,5% este ano, deixandoclaro o grau de confiabilidade dos dirigentes brasileiros.

Os atuais problemas brasileiros que têm por bode expiatório o petróleose devem exclusivamente à maneira corno foram conduzidos os negócios eco­nômicos nacionais por estes mesmos homens e pelo modelo econômico ado­tado nos últimos 17 anos.

O Poder Legislativo foi colocado à margem. Os tecnocratas precisavamtrabalhar sem o incômodo dos políticos. Levaram o Pais à situação em queestamos. Teimam em não devolver as prerrogativas desta Casa, para que osrepresentantes do povo e a Nação não possam acompanhar o que se passanos seus privilegiados gabinetes.

Por mais que tentem esconder o fato; todos sabemos da incompetênciaque dirige a Nação. Diariamente os jornais trazem notícias. A inflação acu­mulada atingiu 121,2%, segundo a Fundação Getúlio Vargas, ou 98,8%, se­gundo o Indice Nacional de Preços ao Consumidor da confiabilidade do Go­verno.

As fábricas estão sendo obrigadas a demitir empregados, ou à dimi­-nuição das horas de trabalho, ou ainda a férias coletivas. Ontem era o ABCpaulista com os estoques de carros à mostra sem compradores. Hoje são asindústrias petroquímicas da Bahia e todo o Pólo de Aratu, segundo denúnciasdo Presidente das Indústrias da Bahia, Sr. Fernanda D'Almeida.

Como reflexo de tudo isto, o consumo de alimentos caiu 10% no primei­r.o trimestre do ano, num País de desnutridos, de famintos e de taxa de morta­lidade infantil das mais elevadas do mundo.

Dizem os jornais que o Sr. Langoni mantém o otimismo. Isto deve servirde consolo à desvalorização, pela nona vez neste ano, do cruzeiro. Com taxasde cerca de 20% neste ano e de 61,81% nos últimos 12 meses. Há quem tenhasofrido com a desvalorização do peso argentino em quase 30%. Não percebe­ram, porém, como aqui são mais sutis.

Revogaram o AI-5 e embutiram-no nas leis de exceção que seriam usa­das como bem entendessem nos momentos que se fizessem necessárias. Quan­

.tos estão sendo incluídos nas leis de exceção ainda vigentes? As inúmeras Leisde Segurança Nacional continuam atuantes? Eram radicais e inconformadosos que lembravam que a abertura tem que se fazer com um cronogramapreestabelecido, com prévio conhecimento da Nação e com sua participação,não podendo ficar dependendo da vontade de um só homem ou de seu gr a-'mento por mais bem intencionado que pareça.

Com o Poder enfeixado nas mãos fizeram contratos secretos para expo­loração de petróleo. Nenhum deles achou nada atê agora, ao contrário daPETROBRÁS, apesar de fogo cerrado estabelecido contra ela. Realizaram-secontratos secretos na área nuclear. Hoje, toda a Nação sabe que a celeumacom os americanos foi pré-fabricada. Compramos tecnologia americana viaAlemanha, é claro acrescida do preço da triangulação. A denúncia é do cien­tista Celestino Rodrigues, e a reprovação do programa se efetivou por 150cientistas com apenas J2 favoráveis. A quem vai sensibilizar tal fato? AN ação passa dificuldades. A agricultura será a salvação, alardeiam os "ilumi-

nados", que deram de favor 78,5 bilhões de cruzeiros para serem emprestadosa juros sempre superiores a 35% (a lucratividade no setor é de 30%); gastarão35 bilhões na conservação das estradas 'de rodagem (acabaram nos 17 anoscom toda a cabotagem no Brasil, desativaram c arrancaram os trilhos das es­tradas de ferro). Quem é o responsável por tudo isto? O mesmo sistemas irres­ponsável capaz de vender álcool fazendo com que falte por cá, desmoralizan­do e pondo em dúvida todo um programa. São da mesma estirpe aqueles quedoam prédio do BNDE para associação de funcionários, bem que não lhespertence, mas, sim, ao patrimônio de um banco que já não tem recursos parapromover o desenvolvimento habitacional.

Querem nos fazer crer que o petróleo e os árabes são responsáveis pornossas mazelas, quando todas elas se devem aos nossos incompetentes colo­cados nos postos dirigentes.

Teremos que devolver a Nação aos seus legitimos donos - O povo bra­sileiro. Façamos isto enquanto ainda ê.tempo. É hora de convocar uma As­sembleia Nacional Constituinte.

O SR. CLÁUDIO STRASSBURGER (PDS - RS. Pronuncia o seguintediscurso.)-.Sr. Presidente, Srs, Deputados, vive o País a sua mais séria crisedeste século.

O espectro da fome e do desemprego ocupam as primeiras págínas denossos jornais.

A inflação não é o nosso maior inimigo. Mai; poderosa do que ela é anossa divida externa. Mais ainda do que esta é a instabilidade do emprego e aredução da jornada de trabalho, que fará com que os minguados saláriosminguem ainda mais. .

O Brasil está enfermo, Sr. Presidente da República e Srs. Ministros. OBrasil é uma empresa doente, cuja doença somente poderemos curar se des­

.compressionarmos seus altos custos, porque é na diminuição de custos quepoderemos voltar a ser competitivos.

O conceito mundial de administração pública nos diz que o Estado émau administrador, e é exatamente através da privatização dos serviços e dasempresas não essenciais que atingiremos, através da concorrência de livremercado, custos mais baixos.

Custos mais baixos para o povo poder ingressar na categoria de consu­midores, custos mais baixos para podermos exportar e, com isso, podermosimportar o que de mais sofisticado houver no mundo inteiro.

Dentro desse enfoque, não posso deixar de referir-me, com indisfarçávelapreensão, à crise que se abate sobre o setor empresarial brasileiro, em decor­rência da adoção de um elenco de medidas destinadas a conter a oferta de cré­dito no sislema financeiro, medidas que vêm, de certa forma, restringindo ediscriminando o setor produtivo, e parecem não conciliar os problemas mo­netários do presente com os interesses nacionais do futuro.

A evolução da política de crédito, nos últimos tempos, procura atenderapenas "às necessidades básicas de recursos de setores e programas priori­tários, representados pela agricultura, exportação e desenvolvimento de fon­tes de energia alternativa ao petróleo", levando ao agravamento da conjuntu­ra econômico-financeira, penalizando, destarte, a pequena e mêdia empresanacional, "célula viva do organismo econômico" e; sem sombra de dúvida,instrumento relevante de interiorização. do progresso.

Se a realidade nacional, Sr. Presidente, Srs. Deputados, requer atuaçãodinâmica e conseqüente dos setores produtivos, tendo em vista sua altafunção na estabilidade econômica e social, e requer que estes setores estejampreparados e fortalecidos para enfrentar os desafios da mutável conjunturasócio-econômica de nossos dias, logicamentecabe aos Poderes Públicos a im­plantação de uma conduta política que venha favorecer a expansão e o aper­feiçoamento do sistema produtivo.

Nessas condições, é desejável que a política econômica disponha de umrepertório de medidas de apoio fiscal e creditício, e os órgãos competentes,atentos às magnas necessidades d~ uma nação em acelerado crescimento, pro­movam medidas corajosas visando a solucionar os problemas que afetam oempresariado nacional.

Estou absolutamente persuadido da necessidade de estímulo com vistasao fortalecimento do sistema empresarial brasileiro. Estudos técnicos eviden­ciam, de maneira inquestionável, que a carência de recursdos financeiros,aliada à manutençãode uma política creditícia tímida e inadequada - querpara investimentos fixos, quer para manutenção do capital de giro - repre­sentam os grandes órbices com que se defronta o sistema produtivo nacional.

Ressalte-se, ademais, que a ausência de facilidades creditícias, para asempresas, tem necessariamente reflexos diretos no aumento dos preços dosbens de consumo e, por essa via, na própria espiral inflacionária, justamenteno momento em que toda a politica econômica estávoltada para o combate àinflação, quando deveria estar voltada, prioritariamente, para o aumento daprodução e conseqüente diminuição de custos.

1884 Quinta-feira 9 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril d. 1981

Eis por que, Sr. Presidente e Nobres Pares, com esta mensagem de alertae esperança, reitero a necessidade de um exame aprofundado da matéria, per­suadido, como estou, de que a mesma, nos moldes atuais, contraria os objeti­vos nacionais de fortalecimento da iniciativa privada, desatende aos interes­ses coletivos e não contribui para o processo de desenvolvimento econômico csocial do País.

O SR. SARA MAGO PINHEIRO (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte dls­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no início da legislatura, ao fazer onosso primeiro pronunciamento nesta Casa, solicitamos ao Sr. Ministro dosTransportes Eliseu Rezende fossem apressadas as providências necessárias àconstrução do trecho da BR-101 entre Manilha e Duque, no Município deItaborai.

Argumentamos que o tráfego intenso oriundo do Norte do País pela BR­101, e do norte do Estado do Rio de Janeiro através da estrada litoránea e darodovia que atravessa a região Centro-Norte, causava engarrafamentos emItaboraí e Venda das Pedras, dois centros populosos, levando perigo de vidaaos seus habitantes.

Atencioso e prestativo como sempre, o Ministro Eliseu Resende, nos co­municou que estava dando ênfase à questão, tomando as providências preli­minares para desapropriação da faixa de terra necessária à construção do re-ferido trecho. _

Recebemos há dias comunicação do Ministro dos Transportes de que se­rão acelerados as obras da estrada Ponte Costa e Silva-Manilha, o que é notí­cia alvissareira.

Realmente a Alameda São Boaventura, em Niterói, e a rodovia Niterói­Tribobó-Alcântara-Manilha já não suportam o tráfego intenso, principal­mente nos fins de -semana.

Mas a conclusão da estrada Ponte Costa e Silva-Manilha, sem a cons­trução do trecho da BR-IOI entre Manilha e Duque, vai causar terríveisproblemas para as populações de Venda das Pedras e Itaboraí. Urge retirardo centro de Itaboraí e de Venda das Pedras esse tráfego intenso. Do con­trário teremos desastres diários, com perdas de vidas preciosas, o que já ocor­re sem a conclusão da estrada Ponte Costa e Silva-Manllha.

Confiamos em que o Ministro Eliseu Rezende determinará providênciasurgentes para atender a este nosso reiterado apelo.

Era o que tinha a dizer.

O SR. Hf:LIO DUQUE (PMDB - PRo Pronuncia o seguintedlscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, concorrência desleal, dumping,subfaturamento e superfaturamento, além de outras ilegalidades visandoafastar as empresas nacionais do mercado vêm sendo praticadas na área dedefensivos agrícolas. Tanto assim é que, acolhendo representação da empresaparanaense Nortox Agroquímica S/A., o CADE (Conselho Administrativode Defesa Econômica) órgão do Minístêrio da Justiça, por unanimidade dosseus membros, abriu processo administrativo fundamentado na Lei nv4.137/62. Esta Lei pune a prática tendente à eliminação parcial da livre con­corrência e a formação de grupo econômico, em detrimento da livre delibe­ração dos compradores, através de atos ilícitos, como dumping, "venda casa­da" e "boicote".

É exatamente isso que vem fazendo a empresa israelense "Koor Chemi­cals Limited", através de sua subsidiária Defensa Indústria de DefensivosS/A, associada à Central de Cooperativas de Produtores Rurais do RioGrande do Sul Ltda, mais conhecida como Centralsul. É lamentável que umacentral de cooperativas se associe a grupos multinacionais para destruir a em­presa nacional. A origem dessa jogada contra a empresa nacional tem suadata inicial em 17-11-1975, quando foi criada a AGRICUR - DefensivosAgrícolas Ltda, com capital de Cr$ 500.000,00. Assim subscrito.

Koor Chemicals LimitedTel-Aviv, IsraelAv. Shaul Hemelekh, 8 , '" '" ". Cr$ 499.998,00.

Mauricio KerszBeer Sheva, IsraelRua Oren Omer, 27 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cr$ 1,00

Zwi WromenTel-Aviv, IsraelRua Openheimer, 16 . . . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . .... .. . . . Cr$ 1,00

A Koor Chernicals, através de sua representação no Brasil, que é a em-presa nominada acima, está empenhada em sabotar por todos os meios asempresas nacionais que têm projetos aprovados no CDI, visando o PNDA(Plano Nacional de Defensivos Agrícolas) que obriga a fabricação no Brasildos princípios ativos dos mais importantes defensivos agrícolas (inseticidas,fungicidas e herbicidas), antes produzidos pelas multinacionais em seus paísesde origem.

No caso ora denunciado ao CADE, a mu1tinaeional Koor Chemicals. as­sociada à Centralsul, tenta, de logo, afastar quatro firmas nacionais. Além daNortox S/A, são vítimas as empresas Leivas Leite, de Pelotas, RS; a TurfalLtda e a Nitral S/A, ambas de Curitiba, PRo As três empresas são produtorasde inoculantes para sementes de soja, mas o cartel multínacional/cooperatí­vas os vem distribuindo gratuitamente, em "operações casadas", num fla­grante desrespeito à lei. A empresa Agroquímica Planalto Ltda, de PassoFundo, RS, da qual 50% do capital social pertence ao Sr. Ary Dalmolin, Pre­sidente da Centralsul, e a seu irmão Argentino Dalmolin. Atualmente aocomprador do produto Trit1uralina se concede gratuitamente o inoculante,Isso para retirar as empresas nacionais do mercado. E que tem sua ampliaçãona venda dos produtos quimicos a preços inferiores ao custo de produção, vi­sando conquistar o mercado. E quem afirma isto é o empresário Osmar Ama­ral, Presidente da Nortox Agroquímica: "Enquanto pagamos US$ 3,70 porquilo de insumo importado, a dupla Centralsul/Koor paga US$ 4,50 paradeixar o dinheiro no exterior (O Estado de S. Paulo 5-4-81).

O subfaturamento e o superfaturamento ficam nítidos no quadro que sesegue: no dia 7-2-80, Centralsul/Koor importou 50 mil quilos de matéria­prima ao preço, por quilo, de Us$ 4,50; no dia 25-2-80, a Nortox importava100 mil quilos do mesmo produto ao preço, por quilo, de US$ 3,70. No dia24-8-79, a CentraIsuI importou 50 mil quilos da mesma matéria-prima e pa­gou US$ 4,05, por quilo; a Nortox, no dia seguinte, 25-8-79, importava 100mil quilos e pagava US$ 3,55. Entre 1979 e 1980 a Centralsul importou 2.300toneladas de insumos por uma diferença média de 50 centavos de dólar a maisdo que o preço do mercado. Só nessas importações superfaturadas o Brasilperdeu mais de I milhão de dólares.

O "dumping" fica caracterizado quando, importando mais caro passa avender mais barato, objetivando, pela concorréncia desleal, eliminar as em­presas nacionais concorrentes. Feito isso, os preços naturalmente subirãocomo foguete. O que ê triste é ver uma cooperativa servindo de testa-de-ferropara a defesa de grupos econômicos antinacionais.

Esperamos a decisão do CADE e sabemos que os verdadeiros interessesnacionais serão preservados.

O SR. CORRtA DA COSTA (PDS - MT. Pronuncia o seguintedíscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, com muita honra ocupo hoje atribuna desta Casa de Leis do Povo Brasileiro para saudar Cuiabá pela passa­gem de mais uma aniversário de sua fundação, Criada sob a influência do Ou­ro, pelos bandeirantes paulistas, sob o comando de Miguel Sutil, a 8 de abrilde 1719, cabem-me, como um dos representantes daquele ordeiro e laboriosopovo, enviar à comunidade, desta tribuna, efusivos parabéns pelo feliz even­to.

Cuiabá cresce de importáncia no cenário brasileiro pela sua posição es­tratégica, como trampolim para a ocupação racional da Amazônia.

Ao ensejo de mais um aniversário de sua fundação, volto ao passadopara lembrar, nesta data, em homenagem à Cidade Verde, algumas estrofesdo imortal Dom Aquino Corrêa, aquele que foi em vida o príncipe da poesiabrasileira.

"CUIABÁ - CIDADE VERDESob os flabelos reais de mil palmeirasTão verdes, sobranceirasE lindas comõ alhures não as há,Sobre alcatifas da mais verde relva,Em meio à verde selva,Eis a Capital Verde: Cuiabá!

Salve, meu verde ninho, onde, primeiroContemplei o CruzeiroE as alvoradas álacres de sóis!Tu tens a cor das oliveiras mansas,Das meigas esperançasE das láureas eternas dos heróis!

Não há tesouro que teu preço iguale!Tudo que o mundo vale,A par de ti, em lodo vil se esvaia;Pois tens o que há de mais sagrado e terno:O túmulo maternoE esses cabelos brancos de meu pai!

Com estas estrofes de Dom saúdo Cuiabá - a Cidade Verde - neste diade mais um aniversário de sua fundação, na esperança de que, dentro de pou­co tempo, seja ela a grande metrópole tão sonhada por to~os nós. Ho~e, co~

mais de dois séculos e meio, possui uma população de mais de 200 mil habi­tantes. Será, sem dúvida alguma, dentro de poucos anos, a Capital que todosnós esperamos, ombreando-se com as grandes Capitais do País.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1885

A divisão territorial de Mato Grosso consolidou a posição de extraordi­nária importância geoeconômica que Cuiabá exerce no processo de ocupaçãode novas áreas, proporcionando o apoio necessário para o aumento das fron­teiras produtivas do Brasil, já que é portal de entrada para a Amazônia, e suaocupação racional - obra prioritária do Governo Federal- É o grande de­safio do século, para o qual todos nôs estamos convocados.

Cuiabá precisa exercer sua posição no atual contexto de um novo BrasilAmazônico emergente, e, para isto, necessita superar seus própriosproblemas - os de infra-estrutura a curto prazo. O Governo Federal lhe veminjetando recursos e sob a orientação do Governador Frederico Campos e doPrefeito Gustavo Arruda, vemos dia a dia ser mudada a fisionomia da Gran­de' Cuiabá, que desperta para uma nova fase de crescimento. Sua populaçãocresce com incrívelvelocidade, alcançando o privilégio de ser um dos mais al­tos índices da Nação, com 11% ao ano, o que garante uma densidade de,aproximadamente, 16,65habitantes por quilômetros quadrado. A nova reali­dade mato-grossense advinda após a divisão dó Estado deixa claro que o au­mento global da produção brasileira dependerá muito da incorporação de no­vas áreas, ainda inaproveitadas economicamente, ao processo produtivo na­cional. Justamente neste particular acha-se' encravado o grande trunfo da re­gião de Cuiabá - centro de uma imensa área com muito espaço vazio, quesomente agora começa a ser explorada, construindo-se um novo Brasil nomaior pulmão verde do Mundo.

Sendo o centro de cruzamento das BRs Brasília - Porto Velho­Manaus; Brasília - Caracas, e a espinha dorsal da Amazônia, a SãoPaulo - Cuiabá - Santarêrn, transforma-se Cuiabá em um dos mais impor­tantes pontós de cruzamento rodoviário da Nação - o que dá o direito de sera Cidade Verde denominada de Portal da Amazônia c sentinela avançada doprogresso.. no oeste brasileiro.

É por tudo isto que nesta data magna de sua existência, no ParlamentoNacional eu te saúdo, minha querida terra Cuiabana, fazendo ainda minhasas palavras do imortal Dom Aquino nesta última estrofe:

"Salve! Cidade Verde! a ti, meu berço,Melhor do que o Universo,Eu te saúdo ao ósculo fugaz.Do rio Verdenegro que te esfrola,Catando a barcarola,Infinita dos beijos e da paz."

Era o que tinha a dizer.

O SR. FRANCISCO LIBARDONI (PMDB - Se. Pronuncia o seguintedlscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Comemorou-se. ontem, o DiaMundial da Saúde, e, dando maior brilhantismo à efemêride, a ConferênciaNacional dos Bispos do Brasil incluiu, na Campanha da Fraternidade, o lema"Saúde para Todos", demonstrando a preocupação da Igreja com o bem­estar do seu rebanho e com o verdadeiro desenvolvimento do País.

Realmente, a educação e a saúde são as vigas mestras do verdadeiro pro­gresso humano, também do ponto de vista material, pois da higidez física edo preparo intelectual depende a conquista, pelo homem, de todos os bencfí­cios propiciados pela civilização.

O Secretário-Geral da CNBB, Dom Luciano Mendes, apelou para as au­toridades brasileiras, no sentido de que dêem prioridade, nos seus orçamen­tos, à erradicação das doenças evitáveis, ao combate às endemias, à supe­ração dos surtos epidêmicos, ao combate, coordenado e sistemático, da ma­lária, da esquistossomose, da doença de Chagas e de dezenas de parasitosesque infestam, principalmente, as populações rurais e faveladas do País.

Merece destaque a participação da Fundação Educacional do DistritoFederal nessas comemorações, a qual ressaltou o objetivo do sanitarismo bra­sileiro de estender a educação e a saúde a todos os membros da comunidadeescolar.

Na oportunidade, foram expostosmêditos preventivos da cárie dentária,com aplicação do fluor, aplicados também testes oftalmológicos em alunos eprofessores.

Não se trata, apenas, de comemorar, de incentivar providências e propi­ciar recursos para que todos tenham atendimento sanitário básico até o ano2.000. Para isso devem ser ampliadas as dotações orçamentárias do Minis­tério da Saúde, devendo fazer o mesmo os Estados e Municípios quanto àprovisão de recursos públicos para o equacionamento e solução do problemasanitário.

Somos UIl) povo doente. Ainda há tuberculose no Brasil, doença já erra­dicada nos países desenvolvidos. A malária é endêmica no interior, onde a es­cassez de iodo na água e no alimento produz o bócio endêmico em milhões depessoas. A sífilis, depois de um primeiro recuo, com a descoberta da penicili­na, começou a prosperar novamente, mesmo nos centros urbanos, juntamen­te com as doenças venéreas. A lepra faz milhões de vítimas no País, com a

leishmaniose, a doença de Chagas, o pênfigo foliáceo e dezenas de doençastropicais, principalmente do trato intestinal.

.Esse quadro terrível pode edeve ser atenuado.Para isso, torna-se necessário não apenas conscientizar o povo, mas tam­

bém dotar o Ministério e as Secretarias de Saúde de recursos suficientes, prin­cipalmente para emprego preventivo nas tarefas da higiene pública.

Congratulando-nos com a CNBB pela sua participação nessa luta, quemobiliza toda a Igreja, fazemos votos para os governos - o Federal, os esta­duais e municipais - se compenetrem da sua responsabilidade na defesa sa­nitária do povo brasileiro.

Era o que tinha a dizer.

o SR. MÁRIO HATO (PMDB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, à guisa de intróito, quero dizer que muitos estãoa favor da saúde, mas, quanto a alguns tecnocratas, não sei de que lado se en­contram. No dia de hoje, em São Paulo e em todo o País, os médicos­residentes paralisam suas atividades, como greve de advertência, em prol daaprovação do substitutivo, de minha autoria, ao projeto que regulariza as ati­vidades dos médicos-residentes no território nacional. Lembro a esta Casaque, no dia 5 de junho do ano passado, esta Casa aprovou, por unanimidade,o nosso substitutivo que, encaminhado em novembro do ano passado ao Se­nado, foi ali aprovado na Comissão de Saúde, estando em tramitação.

'Os médicos-residentes entraram em greve, como uma adverténcia. Que­remos saber dos tecnocratas o que pensam e o que estão pretendendo fazerante essa greve de advertência, se despertará ela ressonância entre eles. Hápoucos dias, os médicos, através dos seus líderes representativos, estiveram

..em reunião com os Ministros da Saúde e da Previdência e Assistência Social,tendo o Sr. Ministro da Previdência e Assistência Social alegado falta de re­cursos para atender a uma das reivindicações que todos sabemos justa em re­laçào à Unidade de Serviço - USo Sabemos todos que, diante do achatamen­to salarial ao longo desses anos, os 8% de contribuição para o INAMPS cons­tituem importância irrisória. Daí por que o Sr. Ministro da Previdência e As­sistência Social deve saber que a falta de recursos ê decorrência do achata­mcnto salarial do trabalhador. Com esses 8% de arrecadação, obviamente oIN AMPS fica impossibilitado de atender à justa reivindicação de aumento de57 cruzeiros por USo Daí por que é mister que os tecnocratas que estão mas­sacrando a família brasileira - quando a saúde é um direito de todos e nãoum privilégio de uma minoria - façam uma reforrnulação e exijam dos Mi­nistros da área econômica uma revisão no sentido de atender à área mais ca­rente e prioritária da vida nacional, que é a da saúde. Quero solidarizar-mecom os médicos-residentes. com os estudantes de medicina, enfim, com osmédicos brasileiros. E a minha solidariedade não é isolada. Tenho absolutacerteza de que estou expressando o sentimento de todos os nobres pares. inde­pendentemente de cor partidária, porque acredito que não haja, nesta Casa,quem não pugne pela saúde do povo brasileiro. E essa solidariedade eu a es­tendo aos médicos-residentes do Hospital das Clínicas de São Paulo, que têmo apolo de todos os órgãos representativos da área da saúde.

Assim, deixo veemente apelo tanto aos tecnocratas, para que atentempara esse problema tão sério, principalmente quando ontem se comemorou oDia Mundial da Saúde, quanto às lideranças do Senado no sentido de queaprovem, com urgência, o nosso substitutivo que regulamenta a atividade dosmédicos residentes de todo o território nacional.

A SRA. LÚCIA VIVEIROS (PP r: PA. Pronuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Pará gritaUSOS" para o Brasil e os em­presários paraenses adotam greve como protesto. A eles todo o meu apoio, aminha solidariedade, porque não é possível que nenhuma autoridade do Paísse disponha a ouvir o protesto do povo do Pará, espoliado vergonhosamente,sem condições mínimas de sobrevivência: sem comida, sem escolas, sem hos­pitais e sem trabalho, apesar de viver em um Estado que com as descobertasde ouro e ferro, entre outros minérios, em Carajás e mais recentemente tam­bém na Fazenda de Cumaru, sem incluir Serra Pelada, é o mais rico do Brasil.

Já proferi cerca de duas dezenas de discursos desta tribuna, -ditado povo,a fim de que as autoridades do País e os homens paraenses que têm poderesde intervir junto à cúpula do Governo ouçam o brado, o grito repetido e nãoescutado,lançado contra o Decreto-lei nv 1.8t3, de 24 de novembro de 1980,que criou o Programa Grande Carajás - apelidado de "Carajazão" - e ain­da contra outro Decreto, o de nv85.387, que entrou em vigor, não por coinci­dência, exatamente no dia em que o famigerado Decreto-lei n" 1.813 foi bai­xado, e esse trata de detalhes, definindo inclusive o Conselho Interministerial.Como se não bastasse - e realmente esses dois diplomas ainda não bastampara aqueles que querem extinguir o Pará-c- agora continuo lutando contra oProjeto de Lei n9 133/80, naturalmente de iniciativa do Governo, que preten­de criar novos Estados e novos Territórios e que voltou à Comissão do Inte­rior por minha interferência - e Deus é testemunha do que eu tenho sofrido

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naquela Comissão, onde parece que está havendo um verdadeiro complô con­tra o Pará. Tudo porque resolveram concretizar esse plano demoníaco queconsubstanciá o que considero um dos mais graves, vergonhosos e violentosatentados contra os interesses nacionais e do meu Estado - o Pará.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, por tudo isso, louvo e incentivo a atitudedigna e corajosa dos empresários do setor lojista, que se reuniram no CDL edecidiram adotar uma idéia originariamente apresentada à Federação das In­dústrias - a de organizar um dia de greve em todas as empresas no Pará (es­pero que façam isso o mais breve possível), em protesto contra a projetada­já em execução - redivisão territorial do Pará que inclui a criação do Terri­tório Federal de Carajás e do "Estado de Tocantins" - o que, acabaria, defi­nitivamente, com o Estado do Pará. A propósito, o jornal O Liberal reprodu­ziu, em 13-11-80, um mapa com essa redivisão territorial. A greve dos empre­sários paraenses seria ainda um protesto contra todo um estado de coisas quese vem agravando e só tem prejudicado o Pará. O CDL deverá levar essa idéiaa todas as entidades e órgãos empresariais, para que a paralisação das ativi­dadcs tenha repercussão nacional e valha como um estrepitoso protesto dopovo paraense para que venha a ser ouvido em todo o Brasil.

Para a reunião dos empresários no dia 22 de janeiro próximo passado,foi convidado o Senador Aloysio Chaves, que disse não poder comparecerporque viajaria para Brasília. Parecia, assim, que a reunião seria meramenteprotocolar, mas os lojistas compareceram munidos de recortes de jornais eaté de frases selecionadas do discurso de posse do Presidente norte-americanopara reforçar as suas teses.

A reunião agrupou assim as reivindicações do Pará, revindicações,aliás,jamais atendidas, pois sempre fomos enganados, e manifestou-se contra tan­tas medidas do Governo Federal consideradas prejudiciais ao Estado. A idéiada greve dos empresários tomou corpo e foi aprovada como "única medidacapaz de produzir algum efeito", já que "não mais adianta expedir telex, ela­borar documentos, envivar emissários a Brasília ou delegações". dizem osempresários puraenses' - ou fazer discursos desta tribuna. complemento eu- "porque só temos sido embromados e o Pará espoliado cada vez mais"­agora, podemos dizer. em compasso de espera para sua extinção.

Sr. Presidente. Srs. Deputados, com todas as minhas forças. em nome dopovo paraense, aqui fica mais este violento protesto para a história. Deus temsido e continuará a ser a nossa força. Através de Jesus, Ele disse: "faz que eute ajudarel'L' Tenho fé, essa que transporta montanhas, de que não ficarãoimpunes os vendilhões c aproveitadores do Pará, porque o Pará é dos paraen­ses e dos brasileiros. Repito o que venho dizendo a mais de 10 anos: quem vi­ver verá.

Hoje, inclusive, fui provocada na Comissão do Interior para uma luta li­vre com o seu Presidente, que disse: "como homem, declaro que vou até o fimcom a Sra. Deputada". Respondi: "Como mulher, aceito, contanto que nãoseja em luta livre". Pelo Deputado Paulo Guerra também fui ameaçada decassação e respondi que, antes de ser Deputada Federal, era Arquiteta-e En­genheira. Portanto, não morreria de fome. (Palmas.)

O SR. THEODORICO FERRAÇO (PDS - ES. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a bancada do PDS do Espírito Santo,representada por nós e pelos ilustres Deputados Wa1ter de Prá, Feu Rosa eChristiano Dias Lopes, recebeu hoje, nesta Casa, a visita ilustre do Sr. Gover-

. nador Eurico Rezende, acompanhado dos Desembargadores Vitor Hugo,Presidente do Tribunal de Justiça; Geraldo Correia Lima, e Geraldo JoséVieira Coelho e do Procurador da Justiça, Anibal Lima.

S. Exts vieram a Brasília a fim de assistir à posse do Dr. Clóvis Ramalhe­te, o mais novo membro do Supremo Tribunal Federal. Clóvis Ramalhete,que foi Consultor da República, é membro permanente da Corte de Haia, .além de autor do projeto das 200 milhas. É o primeiro capixaba, depois doImpério, a ocupar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal. As ho­rncnagens que lhe prestamos hoje, como também a seu pai, Dr. Ubaldo Ra­malhete, que foi Parlamentar estadual e federal pelo Espírito Santo, dos maisbrilhantes, ex-Secretário do Governo Jerônimo Monteiro e fundador da OABno Estado. A posse hoje desse ilustre capixaba enche de orgulho os represen­tantes e o povo do meu Estado. Eis por que, pela primeira vez, em 50 anos,um Presidente da República comparece à posse de um membro do SupremoTribunal Federal.

Queremos aqui registrar nossa satisfação e nossa gratidão ao Sr. Presi­dente da República, que soube escolher um homem honrado, um homem dig­no para fazer parte do Supremo Tribunal Federal.

Ao Dr. Clóvis Ramalhete, toda a homenagem desta Casa. Através danossa pessoa, humilde representante do Espírito Santo. Parabéns Clóvis Ra­malhete. parabéns Brasil, parabéns Governo, por ter escolhido o Embaixadordo Espírito Santo em Brasília para cargo tão dignificante.

O SR. NELSON MORRO (PDS - Se. Pronuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, cumpre-nos nesta oportunidade o indecli­nável dever e honroso compromisso assumido com a nobre e generosa gentedo Município do Rio do Sul, do meu Estado, que procuramos representarcondignamente nesta Casa", o de registrar nos seus Anais a significativa dataem que comemora o cinaücntenário de sua emancipação política.

Encravado no Vale do Itajaí, e inserido num contexto da mais absolutarelevância e importância nos campos econômico, social, político e cultural doEstado de Santa Catarina, tem contribuído decisivamente para o desenvolvi­mento catarinense, prova eloqüente da larga visão, inteligência e desas­sombro dos colonizadores da terra catarinense, que fixando-se inicialmenteno litoral, mais hospitaleiro, renunciaram ao conforto do acolhedor e belo,para colonizar o interior.

O insinuante rio Itajaí-Açu, no século passado, impulsionou os desejos esonhos dos colonizadores ensejando que diante deles se descortinasse toda amaravilhosa natureza do verde Vale do Itajaí e ali nascessem povoados, de­pois vilas e agora cidades que correspondem plenamente aos fins para osquais foram implantadas, e aos acalentados sonhos dos idealistas e idealiza­dores.

Blumenau, fundado pelo sempre presente Dr. Hermann Blurnenau, aquem muito se deve, inicialmente, centro coordenador de todas as ações colo­ruzadoras, dele se desmembraram os inúmeros Municípios que hoje com­põem as microrregiões do médio e do alto Vale do Itajaí, ambas densamentepovoadas. .

Participação decisiva e que se há de registrar nesta oportunidade, pois in­dissociável da história catarinense são as destacadas ações dos colonizadoresalemães, que, além da figura superior, por todos os títulos, de Hermann Blu­menau. teve também a do engenheiro Emílio Odebrecht, que construiu a anti­ga estrada que serpenteia o rio Itajaí em direção a Curitibanos e Lajes, o qualindiretamente contribuiu para a realidade que hoje é Rio do Sul. pois foi seuauxiliar, o balseiro Basílio Correa de Negredo, quem a fundou -.

Registre-se, outrossim, a singular e substancial influência, na formaçãoda gente e da terra catarinenses, colonizadores italianos, cuja figura maior emâmbito regional encontramos em Emembergo Pelizzetti.

Rio do Sul não é exceção no contexto dos Municípios catarinenses,Como tal, sofreu em sua colonização a predominância dos usos. dos costu­mes. da história e dos hábitos dos germânicos e italianos, mas há que se regis­trar a relevante participação dos nativos catarinenses, com os quais os primei­ros se mesclaram e fizeram a vitalidade do Município e do Estado, o desen­volvimento econômico, político, cultural c social.

Alicerçado nestes aspectos e em tantos outros que poderíamos citar, ou­samos afirmar que o río-sulcnseque comemora sua emancipação política des­cende de raça povoadora e se envaidece da herança aborígene que lhe aper­fcíçou o direito de possuir a terra de seu berço. 1:: simples empreendedor e levaa marca da terra que desbravou, síntese de outra conquista: a alma indepen­dente.

Pi:história nos revela que se sucedem os anos, no entanto não esmoreceou desmaia a lembrança viva e palpitante da luminosa emancipação políticaocorrida a 15 de abril de. 193I. E porquenão empalidece ou esmorece tão im­portante e significativo acontecimento, aqui estamos com grande orgulho eindizível satisfação, como legítimo representante do Vale do Itajaí na Câmarados Deputados, registrando este festivo acontecimento, a par de reavivar namemória de todos os fatos que desaguaram no momento histórico que vive­mos.

A emancipação polítiea que registramos, trazendo-se a relevo tratar-sedo cinqüentenário dessa emancipação, traduz-se indubitavelmente numa fes­ta de emocionantes cores, todas a indicar e a constituir a inelutável e irreversí­vel confirmação de que há 50 anos os responsáveis por tão significtivo gestoacreditavam na gratidão do povo que não iria esquecê-los e na história queiria imortalizá-los.

O SR. PINHEIRO MACHADO (PP - PI. Pronuncia o seguinte díscur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no "pacote" de medidas que o Presi­dcntc João Figueiredo apresentou ao N ardeste na semana passada, em Reci­fe, faltaram várias providências.

Uma delas, e que nem precisaria estar incluída entre as que são de emer­gência, por ser de simples bom senso, é aquela que se relaciona com acobrança de juros no custeio de safras do Nordeste. Vejamos, por exemplo, acera de carnaúba, um dos esteios da economia do meu Estado, o Piauí, comotambém do Ceará, produzida em menor escala pelo Maranhão e Rio Grandedo Norte.

N o ano passado a taxa de juros para o custeio da cera de carnaúba era de14%; este ano passou para 33% gravados ainda mais com 3% de comissão aoBanco do Brasil sobre o PROAGRO, seguro que nada representa para o pro-

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1887

dutor de cera de carnaúba, pois cobre apenas os riscos sobre a cera propria­mente dita, quando o risco maior está na palha, que é estendida para secar epode ser perdida por fogo ou chuvas, assim como o pó que dela se extrai e quefica vários dias e semanas em armazéns inadequados, sem cobertura de q ual­quer seguro. Isso contraria o regulamento de garantia de preços mínimos daComissão de Financiamento da Produção que inclui o financiamento tantode cera como de pó. Constitui, portanto, uma flagrante contradição financiaro produto e efetuar o seguro somente da parte menos vulnerável, a cera, dei­xando a descoberto o risco maior que é o pó.

Então, para que serve o pagamento de 3% do PROAGRO'! Ocorre aindaque essa comissão não está incluída no regulamento de garantia de preços. Éinstrução do Banco Centra!. Assim o p,ROAGRO é um seguro que não exis­te, uma vez que a maioria dos produtores quase nunca transforma o pó emcera. A mercadoria que ele vende ao Banco do Brasil não é a cera e, sim, o pó'de cera. Cobrando risco sobre cera, o Banco do Brasil tem um lucro fabuloso,mas profundamente imerecido, pois quem paga esse lucro não recebe aquiloque deveria receber: o seguro sobre o pó de cera que produz.

E tem mais: os 3% desse PROAGRO são descontados antecipadamentesobre o total do contrato de custeio. Esse valor total nem sempre é utilizado,resultando daí um ônus maior para o produtor.

Por exemplo: se um produtor faz um contrato, digamos, de 2 milhões, eretira apenas a primeira parcela de I milhão, paga logo 60 mil cruzeiros de co­missão sobre os dois milhões antecipadamente. Ao chegar a época de retirar asegunda parcela, muitos produtores já colheram certa quantidade de pó e pre­ferem vendê-lo para financiar o restante de sua safra, evitando voltar ao Ban­co para retirar o restante da importância e pagar mais juros. Mas já pagaramos 3% sobre essa segunda parcela. E se tirarem só essa primeira parcela, terãopago não 3, mas 6% de PROAGRO: Pergunto: é justo essa cobrança?

E se houver um incêndio no depósito de palha ou nos armazéns de pó?Aí, então, o produtor simplesmente perde tudo, porque esse tal PROAGROsó cobre o risco de cera, que na verdade ele não produz.

Está faltando, portanto, melhor compreensão do problema por parte doMinistério da Agricultura, da Comissão de Financiamento da Produção e dopróprio Banco do Brasil e/ou Banco Central com relação à cobrança de jurose de comissão do PROAGRO, de modo a não onerar desnecessariamente umproduto específico do Piauí e do Ceará cujas 'economias atravessam uma desuas piores crises nos últimos anos.

Vale a pena ainda citar que nesta safra passada estima-se que 5 a 10% dosprodutores de cera do Piauí não se interessaram em colher a safra pela abso­luta falta de rentabilidade. Custos altos e preços de venda baixos. É nesta ho­ra, portanto, que apelamos para as autoridades citadas no sentido de quefaçam um reexame do custeio da produção de cera de carnaúba, especialmen­te da comissão de 3% do PROAG RO, que na verdade é injusta e extorsiva, damaneira como está sendo cobrada.

É o apelo que hoje fazemos, certos de que as bancadas do Piauí e do Cea­rá comigo estão solidárias.

O SR. PAES DE ANDRADE (PMDB - CE. Pronuncia o seguinte dis­curso.) -Sr. Presidente; Srs. Deputados, o Conselho de Entidades. Gerais daUNE decidiu fazer uma greve nacional de dois dias. Desta greve de advertên­cia, a UNE poderá passar para a greve por período indeterminado. Não va­mos esperar a universidade falir, pois temos a responsabilidade de responder,perante a Nação, por uma tarefa que o MEC não tem assumido. Esta a colo­cação feita ontem pelo Presidente da UNE, Aldo Rebelo.

A rigor, Sr. Presidente, as reivindicações da Classe estudantil se confun­dem com OS interesses superiores da universidade deprimida, esvaziada, semcondições sequer de manter seus cursos e de afirmar-se no seu desempenhoperante a comunidade de cada Estado. Suplementação de verbas para as es­colas públicas, reajuste do crédito educativo para um salário mínimo regio­nal, anistia para os devedores do crédito educativo, eleição direta para reitore demais cargos universitários, participação estudantil de um quinto nos ór­gãos colegiados e o reconhecimento das entidades estudantis, tudo isso seconstitui no mínimo de reivindicação que a classe coloca diante da insensibili­dade dos que querem deter, com mãos de ferro, os destinos da universidadeem nosso País.

As universidades nasceram livres no século XIII, pela iniciativa dos estu­dantes. Os iconoclastas do arbítrio, hoje, mais do que nunca, querem as uni­versidades dependentes e escravas. Querem as universidades como peças desua engrenagem e que obedeçam ao seu comando em todos os toques. E nãopodendo dobrá-Ias, pretendem destruí-Ias.

Aldo Rebelo, na sua afirmativa correta e refletida, assevera que a classenão vai esperar a universidade falir, pois, tem responsabilidades perante aHistória e os contemporâneos. Ocorre, no entanto, que a universidade já viveo estado de prê rlência. Negado o apoio financeiro à universidade, desmoro-

narn as instituições que guardam e produzem a ciência e a cultura. Ameaçadade ruína estará a própria Nação, no que ela tem de mais sagrado, que é o seufuturo, representado por uma juventude oprimida pela brutalidade da forçade agentes do obscurantismo.

Um Ministro da Educação já foi demitido, porque ousou confessar que oseu Ministério precisava ter de volta parte substancial das decisões políticas eeconômicas. Advertia o Ministro Eduardo Portel1a qu~ o déficit para oexercício de 1980 chegara a dez bilhões de cruzeiros. Diante do esvaziamentoem que estão as universidades, já não nos parece terefa unicamente delas aconquista do crédito que se lhes é negado. É tarefa, sim, dos líl,!erespolíticos,da sociedade brasileira, dos estudantes, que se levantam em movimentos cívi­cos de reivindicações justas, que reclamam a solidariedade de todas as corren­tes do pensamento livre dei País.

O desestímulo às universidades, aos professores e estudantes, aos quaisestá faltando o livro, e já faltandoo pão, assim como a limitação odienta eodiosa de meios 'para a formação de líder de nível superior, provoca o deses­pero e o clamor da família brasileira. O coração da pátria está golpeado emsuas esperanças. É que o jovem que se forma, sem a necessária capacitação,bem assim o que conlui o seu curso e não consegue ocupação na área corres­pondente - Engenharia. Medicina, Agronomia, Direito, Economia, enfim,nas atividades profissionais em que se graduou - poderá vir a ser um rnargi-

. nal do desespero, a que foi levado pela inércia governamental.Aos agentes do autoritarismo que, por vias oblíquas, manipulam vastas

áreas do ensino no Brasil, indagamos: que restará de uma Pátria sem mestrese de um País sem juventude?

N o quadro geral do ensino, temos trinta universidades federais, dez esta­duais, três municipais> vinte e uma particulares, oitocentas faculdades isola­das, sem suporte financeiro, vivendo na exaustão de recursos para custeio,para pesquisas, enfim, para a própria sobrevivência.

Sabe o Governo, sabe a Nação que a educação e a universidade se consti­tuem na vigorosa pilastra sobre a qual se apóia a própria soberania nacional.Fonte de criação e de saber, esta instituição não pode ser capitaneada peloobscurantismo e pela insensibilidade.

A universidade brasileira atravessa uma crise sem predentes em sua his­tória. A iniciativa privada já se assenhoreou de cerca de 75% das matrículasdo ensino superior, e as universidades públicas estão entregues à sua própriasorte, sendo obrigadas a reduzir seus gastos ou repassá-los à sua clientela, ad­vindo daí problemas como fechamento de cursos e péssimas condições defuncionamento das bibliotecas, laboratórios, restaurantes e outras atividadesindispensáveis à vida académica.

Foi o próprio MEC quem estipulou o índice de 39,4% para o aumentodas anuidades das universidades particulares. f: lamentável que existam cur­sos custando ao aluno matrícula de Cr$ 60.000,00 e mensalidades de até Cr$16.000,00, num flagrantes desrespeito à determinação do MEC. Nada maisjusto, pois, que os estudantes exijam o seu cumprimento.

Hoje, em nosso País, milhares de profissionais de nível superior amar­gam o desemprego e o subemprego, c ainda por cima carregam o fardo docrédito educativo, dívida que não podem liquidar. Torna-se indispensável quea UNE, expressando o sentimento dos estudantes, reivindique a anistia dedívida do crédito educativo.. E não nos venha o Sr. Ministro da Educação afirmar que a prioridade es-

tá sendo dada ao ensino primário. Que prioridade é esta, quando grande par­cela das professoras primárias do interior do Ceará - do Nordeste, em geral- percebe a miserável quantia mensal de trezentos cruzeiros?

A realidade i: que o Orçamento da União, que antes de 1964 contempla­va a educação com 12%, hoje está reduzido a pouco mais de 4%. O que pode­mos depreender desta incrível redução é que simplesmente não há prioridadepara a Educação. Por outro lado, sabe-se que, durante-estes 17 anos, a priori­dade foi sempre dada aos projetos faraônicos como a Transamazônica, aponte Rio-Niterói, o Acordo Nuclear, Itaipu, Tucuruí. Nada mais correto,mais imperativo, que os universitários clamem por 12% para a Educação.

Onde está, Sr. Presidente, o Governo? Alheio e distante dos problemasque angustiam a sociedade brasileira. Frio e empedernido encontra-se o regi­me autoritário, murado na intransigência e na insensibilidade.

Sabemos, no entanto, onde esteve nestes anos tormentosos de arbítrio eviolência. Esteve, Sr. Presidente, no combate à cultura, submetendo professo­res e homens da inteligência à violência de inquéritos policiais, forçando-os aemigrar para países onde enriqueceram o patrimônio cultural de outros po­vos. Esteve na perseguição a sacerdotes e religiosos envolvidos num clima deinsegurança e suspeição. Esteve na luta inglória, que ainda continua, contra ajuventude estudiosa, repelindo a sua participação na vida pública.

Contra essa iniqüidade, mais do que isso, contra essa insensatez ouvia-sea advertência dos bispos brasileiros:

1888 Quinta-feira 9 .DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

"Nós, adultos, não podemos ter o mesmo ritmo dos jovens, masprecisamos aceitara contribuição do dinamismo deles. Não cometa­mos a loucura de provocar o desespero da juventude, pelo endureci­mento das posições. Abramo-nos a um diálogo efetivo, capaz dechegar a programações comuns. Se esta é a hora dos jovens, não nosatrasemos ao encontro marcado pela história."

Sim, esta é realmente a hora da juventude, porque os estudantes têmconsciência do futuro dever de reconstruir e liderar uma nova sociedade bra­sileira.

Os que temem a universidade - que detêm o conhecimento, a tecnologiae o saber - como fonte de poder procuram hoje, como ontem procuravam,torná-la submissa, dobrá-la ao império dos seus interesses, destruí-la na com­petição da cobiça contra a cultura e a humanização; os que vêem no entanto,na univeridade a fonte da sabedoria e nela esperam e confiam como força dalibertação se solidarizam com todos os movimentos em sua defesa. E a juven­tude precisa ser ouvida, e tem direito de clamar por melhor ensino, por maisrecursos, por mais ciência, por mais liberdade.

O SR. ÁLVARO DIAS (PMDB - RR. S~m revisão do orador.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, inicialmente manifestamos a nossa solidariedadeaos estudantes brasileiros na sua luta contra a desastrosa política educacionaladotada pelo Governo. Comunicamos também à Casa que encaminhamos,ontem, à Comissão de Educação e Cultura um requerimento, convidando oMinistro da Educação e Cultura e o estudante Aldo Rebelo para, juntos,numa mesma reunião, debaterem conosco a crise da universidade brasileira.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a propalada abertura política efetiva­mente não chegou à Delegacia Regional do Trabalho no Paraná. O DelegadoRegional do Trabalho, Gen. Massa, age como um pequeno déspota, e a suaúltima proeza foi tentar fraudar os resultados da eleição do Sindicato dosProfissionais de Enfermangern, Massagistas e Empregados em Hospitais e ca­sas de Saúde de Curitiba. Ele permitiu e até mesmo comandou uma série deirregularidades que tornaram fraudulentas as eleições dos dias I, 2 e 3 destemês. Mas, apesar disso, a chapa situacionista não recebeu o número neces­sário de votos para a sua vitória. As irregularidades foram inúmeras e desta­camos algumas, como o registro de uma chapa, a publicação do edital com aalteração de normas, a recusa arbitrária dos mesários apontados pela Opo­sição, os fiscais que não puderam desempenhar o seu papel e urnas que eramcolocadas em carros particulares dos atuais dirigentes do sindicato, impedin­do desta forma a 'fiscalização por parte da Oposição.

A urna nv 5, por exemplo. Sr. Presidente, desapareceu durante duas ho­ras. c não se sabe o que ocorreu durante este período. A urna n? 6 percorreuresidências com cédulas já marcadas, sem, portanto, a fiscalização da chapaoposicionista.

O mais grave, Sr. Presidente, foi a violência praticada contra um dosmaiores líderes dos enfermeiros de Curitiba, José Felinto, que dirigiu por al­gum tempo a greve dos enfermeiros da Capital paranaense e que passou, apartir de então, a ser sistematicamente perseguido pelo Delegado do Traba­lho local. Ele não conseguiu mais emprego. E, no dia da eleição, foi 'presopelo DOPS de Curitiba, de forma prepotente e arbitrária, numa manobrapara que as lideranças da oposição se descuidassem do pleito e se preocupas­sem com a sua prisão.

Sr. Presidente, aqui estamos não apenas fazendo esta denúncia, mas diri­gindo um apelo ao Sr. Ministro do Trabalho no sentido de que atente paraaqueles lamentáveis acontecimentos de Curitiba e impeça que a fraude se con­cretize nas eleições da próxima segunda-feira, caso contrário haverá usur­pação e não eleição.

O SR. BRAGA RAMOS (PDS - PRo Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Banco do Brasil acaba de solicitar ao BancoCentral a criação e instalação de um Posto Avançado emGrandes Rios­Estados do Paraná, Município que tenho a honra de representar nesta Casa.

Implantado na .região centro-norte do Paraná, de grande potencialidadeeconômica, alicerçada em sólida agricultura, de moderna tecnologia, Gran­des Rios, por certo, experimentará vigoroso surto de progresso em todos ossentidos: no aumento da produção e da produtividade, na melhoria das con­dições urbanas e, sobretudo, na elevação do nível de vida dos seus habitantes:

Na realidade, a ascensão do homem, assim como a distribuição da jus­tiça social - elanão é mais que a soma de pequenos direitos que competemaos cidadãos - decorre da sua instrumentalização para o trabalho. E, naárea campesina. o crédito é instrumento que não pode faltar. Colocando-o aoalcance - mais próximo e mais fácil - dos mini e pequenos empresáriosagrícolas, o Governo se aproximará das grandes soluções que vem buscandopara a economia brasileira. No caso de Grandes Rios e da região onde se in­sere, as perspectivas são ainda mais promissoras. porque seus agricultores sefortalecem no esquema de poderosa cooperativa-a CANORPA, Coopera-

tiva Agropecuária Centro Norte do Paraná - cujo trabalho merece todos osaplausos aliás, ela poderia até ser modelo para outras associações congêneres,dada a lucidez e a oportunidade de suas decisões em beneficio dos seus 1.836cooperados de Grandes Rios e dos mais de 6.000 da região toda.

Facilmente se depreende, pois, a importância da criação de um PostoAvançado do Banco do Brasil em Grandes Rios. Grande produtor de milho,café, feijão, arroz e outras culturas, o Município se enquadra, perfeitamente,nos programas de produção de alimentos do Governo e, coro os recursos queo Banco do Brasil irá proporcionar aos seus agricultores, prestará grandiosacontribuição ao fortalecimento da nossa economia.

Assim estimulados, os lavradores logo se transformarão em cooperado­res mais eficientes da política do Governo, que precisa apoiar-se na força e noidealismo do homem do campo, na terra fecunda e generosa, de onde, afinal,provêm todas as riquezas.

Desta tribuna, saúdo o ilustre Prefeito Antônio Dirceu Ferrari e, na pes­soa dele, a todos .os grandes líderes que, juntamente com ele, conseguirameste grande benefício para o povo de Grandes Rios.

De outro lado, estendo meus aplausos ao Banco Central e ao Banco doBrasil, cuja atuação tanto promove a agricultura no País e tanto engrandece oGoverno do eminente Presidente Figueiredo.

O SR. HtUO LEVY (PDS - GO. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, ontem ocupei esta tribuna para denunciar àNação o pior político do Governo Figueiredo. Hoje volto para dizer que nemtudo está perdido,

Se vamos mal nas comunicações, vamos muito bem na Previdência So­cial.

Nas comunicações fomos mal recebidos de cima em baixo, na Previdên­cia, além de sermos bem recebidos, somos bem atendidos por todos, do Sr.Ministro ao último assessor.

É preciso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, enxergar além do horizontepara descobrir novos talentos administrativos, como o é o Ministro Jair Soa­res, homem forjado nas lutas eleitorais, conhecedor profundo das difuldadesde um político, a todos tratando com lhaneza e cordialidade.

Sabe até falar "não" e agradar.

Mas, se o Presidente teve méritos em escolhê-lo, tem-no também desobra o Sr. Ministro, por ver em D. Léa Leal a grande alavanca que está des­locando, com a sua força de vontade, com o seu dinamismo, com a sua gran­de capacidade de arregimentação, para o lado do completo atendimento as­sistencial, a miséria e a carência que domina o nosso País.

Quero, neste instante, cumprimentar D. Léa Leal.e seus colaboradorespelo muito que fez ao Brasil nestes dois anos de intenso trabalho.

Quero cumprimentá-Ia, especialmente, por ter colocado à frente da LBAde Goiás esta extraordinária mulher, agradável surpresa administrativa epolítica, a quem Goiás já muito deve, sem esquecer o Dr, Maurício, o Dr.Hugo, D. Arlete e demais auxiliares.

Em Goiás, muito já se fez através do Projeto Casulo, levando recursospara as creches da Capital e do Interior.

Quantos filhos já foram legitimados pelos casamentos comunitários!. Quantas crianças estão sendo formadas pelas mãos laboriosas da LBA

através do Programa de Educação para o Trabalho!Um sem-número de brasileiros estão sendo arrancados da obscuridade

através do Programa da Legalização do Homem.Uma infinidade de excepcionais e idosos estão sendo tratados com cari­

nho pelas legionárias, com amor e dedicação.E, neste ponto de meu pronunciamento, Sr. Presidente, é que quero cha­

mar a atenção dos Srs. Deputados, que sempre têm tempo para escutar.Estamos no Ano Internacional do Deficiente Físico, e, pelo que sei, pelo

que já li, é cuidando da mãe no período que vai do útero materno até os 36meses de idade que se realiza a forma do cérebro humano.

É fácil imaginar como a desnutrição tem influência fundamental na inte­ligência humana.

Sei também que foi baseado na realidade dos 12 milhões de deficientesbrasileiros que a LBA criou o Programa de Complementação Alimentar, emexperiência, com absoluto sucesso, na grande Belo Horizonte, em Brasília ena Baixada Fluminense.

Estive hoje em audiência com o Ministro Jair Soares, levando um rosáriode reivindicações, todas atendidas com a maior solicitude.

Enumero:I) Liberação do Convênio da Prefeitura de Goiânia, através da FUN­

DEC com; o Ministério da Previdência, para atendimentos nos bairros deGoiánia.

2) Construção do Posto de Atendimento Médico de Catalão, imediata­mente,

Abril de 1981 DIÁRIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Quinta-feira 9 1889

3) Nomeação de José Hermano Vieira para o lAPAS, em substituição aArlindo Gaudie Fleury, que se aposentou, pedido este que teve o respaldo detoda a bancada federal.

4) Implantação do Programa de Complementação Alimentar em Goiâ­nia, nos mesmos moldes de Belo Horizonte e Brasília.

5) Transformação dos Débitos Previdenciários dos estabelecimentos deensino em bolsas de estudos, não só de 75 para cá, como também os anterio­res a 75.

6) Credenciamento de médicos, dentistas e do Hospital Santa Helena deParaíso "do Norte.

Por tudo isso, é que não tenho receio dc afirmar que o Ministro Jair Soa­res alinha-se entre os melhores do Governo Figueiredo.

Dá prazer marcar audiência neste Ministério, porque é ter certeza debom atendimento do Sr. Ministro e todos os seus competentes auxiliares.

Era o que tinha' a dizer.O SR, WALTER DE PRÁ (PDS - ES. Sem revisão do oradcr.) - Sr.

Presidente, Srs, Deputados, encontram-se em Brasília o Governador EuricoRezende; o Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Victor HugoCupertino de Castro; o Vice-Presidente, Desembargador José Vieira Coelho;o Desembargador Geraldo Correia Lima, Presidente do Tribunal RegionalEleitoral; o Dr. Aníbal Ataíde Lima, Procurador-Geral do Estado, e os De­putados Estaduais Edson Machado, Juarez Martins Leite e Níder BarbosaMenezes para assistir à posse, que muito honra o Espírito Santo, de um dosseus mais ilustres filhos, o Dr. Clóvis Ramalhete Maia, ex-Consultar-Geralda República que, por indicação do Presidente Figueiredo se alça à condiçãode Ministro do Supremo Tribunal Federal.

Oportunamente faremos um registro mais extenso 'sobre o fato, pois setrata do primeiro capixaba, no regime republicano, a conquistar a posição deMinistro do Supremo Tribunal Federal. Filho de Ubaldo Ramalhete, Depu­tado estadual e federal, criador da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção doEspírito Santo, S. Ex' é o criador do mar das 200 milhas, uma das mais ilus­tres figuras humanas deste País e detentor do honroso título de juiz da Cortede Arbitragem de Haia.

Nós, capixabas, com imenso orgulho, iremos, juntamente com o Sr. Pre­sidente da República, assistir a essa investidura que, acima de tudo, homena­geia a inteligência, a bravura e o trabalho do povo espírito-santense.

O SR. MILTON FIGUEIREDO (PP - MT. Sem revisão do orador.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, mais uma vez o Governo federal se volta con­tra o Estado de Mato Grosso e seus agricultores. O pacote agrícola dado a lu­me, ontem, pelo Governo federal é contra o Estado de Mato Grosso, segundoprodutor de arroz do Brasil, por todos os motivos. A compra, aquisição e re­gularização do estoque serão feitos pelo IRGA, que destinará apenas 13%dototal dos recursos parao programa que será certamente contra os interesses'dos rizicu1tores dos Estados do Maranhão, Goiás, Mato Grosso, enfim con­tra todos os outros produtores de arroz do Brasil. O IRGA terá o monopólioda aquisição do arroz e de regularizador de estoque no Brasil, apesar de amaior produção estar no extremo Norte. Não sei por arte de quem os recur­sos serão entregues e desviados para o Instituto' Rio-Grandense do Arroz ­IRGA, que será o órgão executor desse pacote que veio a lume ontem. Maisuma vez, o Governo federal se coloca contra os rizicuItores do meu Estado ­daí o meu protesto-e- porque não lhes dá cobertura. O Governo estadual, porsua vez, é o grande ausente em tudo isso. Nenhum dos seus-integrantes está'acompanhando esse processo, lutando por ele. A única pessoa de Mato Gros­so que assistiu à reunião, da ante-sala, foi este Deputado. Lá não estavamnem os Secretários do Governo de Mato Grosso, nem sequer um dos 20 ou 30membros regiamente pagos e quecompõem a administração estadual. Protes­to, pois, contra o Governo federal e contra a ausência do Governo do Estado,que banca o avestruz, agindo sorrateiramente para não se colocar contra aAdministração Federal. Ao mesmo tempo, desejo consignar o aniversário dacolonial, vetusta e querida Cuiabá, Capital do meu Estado, que hoje se come­mora. Desta tribuna, saúdo os cuiabanos, este povo heróico que está a imoplantar a civilização na Amazônia Ocidental. Minhas saudações também aoPrefeito Antônio Francisco Monteiro da Silva.

O SR. IRANILDO PEREIRA (PMDB - CE. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o meu pronunciamento trata da XVIIICampanha da Fraternidade; lançada pela CNDB, cujo tema é "Saúde paraTodos".

Sr. Presidente, gostaria que fosse autorizada a publicação de dois 'discur­sos por mim proferidos na semana passada e que não tiveram curso pelo fatode conterem críticas ao Ministro Andreazza, que, levianamente, fez acusaçõescom relação à presença de agentes agitadores no Nordeste, e à ação da PolíciaFederal do Estado do Ceará, por tentar, de forma arbitrária, abusiva e desrespeitando as imunidades parlamentares, impor a um Deputado Estadual, no

caso a Deputada Maria Luiza Fontenele, seu comparecimento para depor naPolíeia Federal.

Sr. Presidente, Srs, Deputados, "Não há de se abusar da paciência de umpovo que suporta durante anos uma condição que dificilmente aceitaria quemtem uma maior consciência dos Direitos Humanos... São também responsá­veis pela injustiça todos os que não atuam em favor da justiça na medida dosmeios de que dispõem, e permanecem passivos por temor dos sacrifícios e ris­cos pessoais que implica toda ação audaz c verdadeiramente eficaz. A justiça,e por conseguinte a Paz, conquista-se pela conscientização e organização dossetores populares" (Documento de Medellin). -

Esta declaração, contida no documento elaborudopela ConfederaçãoNacional dos Bispos do Brasil, para divulgação da 18' Campanha da Frater­nidade cujo lema é "Saúde para todos", nós a escolhemos para marcar nossopronunciamento de hoje nesta Casa, apoiando mais essa iniciativa da CNBBque vem ao encontro das necessidades do momento histórico que atravessa­mos, para sensibilizar e organizar o povo através da reflexão sobre o proble­mas da saúde.

O texto escolhido declara que são responsáveis pela injustiça aqueles quenão atuam em favor da jutiça, e eu acrescento que são irresponsáveis aquelesque, como este Governo, procuram por todos os meios, manter a injustiça,tentando impedir que o povo se organize, que reclama, que se defenda e que,portanto, participe das decisões que devem ser tomadas no seu interesse.

Cada vez que os trabalhadores rurais ou urbanos tentam se manifestar, éa polícia que este Governo lhes envia para "dialogar". Cada vez que os hu­mildes procuram se organizar em suas comunidades ou os marginalizados emassociações de defesa, surgem as perseguições aos que eles classificam de líde-

. res, como se, ao eliminar um indivíduo, se pudesse suprimir suas idéias. É ocaso que está ocorrendo em Fortaleza, neste momento: ao se reunirem em re­cinto aberto, as mulheres daquela cidade, que procuravam organizar seu or­gão de representação foram visitadas por policiais federais de saías mandadasali para fazer o quê? O resultado dessa visita é um processo aberto pela Políti­ca Federal no qual foram intimadas a depor, além de outras pessoas, a Depu­tada Estadual Maria Luiza Fontenele, do PMDB daquele Estado e uma dasmaiores batalhadoras pela organização do povo.

Sr. Presidente a saúde de um povo não se mede apenas pelo estado físicodos membros da sociedade, que, aliás, no Brasil é precaríssírno, mas tambémpelo estado psíquico, moral, espiritual e social, os quais reunidos, represen­tam a realização do ser humano integral. E, para tanto, é preciso que todosparticipem do processo de construir sua própria história, escolhendo, comomaioria, os caminhos que querem trilhar; única forma de efetivar a verdadei­ra democracia, o que nos garantirá que alguns poucos não alimentem a idéiade que são superiores à grande maioria e que, portanto, tudo podem, princi­palmente decidir por aqueles que eles mesmos tentam impedir que se manifes­tem e participem.

Quanto à política específica da saúde; a irresponsabilidade e o desprezopara com as maiorias desassistidas é patente. Os peritos são unânimes emafirmar que, a partir dos anos 60, o nível de vida e saúde vem decaindo entrenós. A maioria do povo brasileiro tem uma dieta inferior à necessária para asobrevivência, conseqüência direta da distribuição inadequada e injusta darenda nacional, juntamente com uma política agrária preocupada exclusiva­mente com a exportação. Segundo dados do IBGE, nas famílias que procu­ram sobreviver com menos de dois salários mínimos, 174 crianças entre milmorrem antes de completar cinco anos de vida. Outro fato sobejamente com­provado é que nos períodos de-arrocho salarial, quando diminui o poderaquisitivo, cresce a mortalidade infantil.

Srs. Deputados, será que não podemos chamar de criminosos os gover­nos que nestes dezessete anos têm, reiteradas vezes, não só praticado o arro­cho salarial, como o tem defendido como a melhor forma de combate à in- .fiação? Será que podemos tratar "os danos" desses governos com adjetivosmais brandos, quando sabemos que o sangue de vítimas inocentes, que inicia­vam seus passos na vida, foi e está sendo derramado para alimentar a ânsiamegalomaníaca de alguns que implantaram no Brasil um modelo econômicoque privilegia as máquinas em detrimento do ser humano? Não, Srs, Deputa­dos, não podemos usar outros qualificativos quando sabemos que no ano de1975, em pleno "milagre econômico", de cada 100 crianças mortas, 33% ­um terço - tinham menos de cinco anos; quando lembramos que 50% da ren­da nacional se concentra nas mãos de 5% de privilegiados, o que redunda naescassez de recursos para os 95% restantes que constituem a grande popu­lação carente que agora é chamada pelos governantes a trabalhar mais e pou­par, para pagar o rombo da dívida externa, que é responsabilidade exclusivadesses que durante todos esses anos fizeram o que bem entenderam manchan­do nossa história com o arbítrio e a prepotência que só encontra paralelo naspráticas das ditaduras "mais odiendas. '

1890 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CO:-iGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Para finalizar, Sr. Presidente, faço minhas as palavras do documen­to da Campanha da Fraternidade de 1981: "Não basta ao homemser uno e único. Tem que ser e viver com os outros. Ele se torna sem­pre mais "pessoa" na medida em que se doa c comunica. Vida hu­mana é diálogo, Solidariedade. Fraternidade. Comunicação. Comu­nhão. Também "o outro" é imagem e dom de Deus, e deve sempreser encarado como alguém, como semelhante c Irrnão, jamais comoobjeto, propriedade ou inimigo." ,

Sr. Presidente, Srs. Deputados, renovam-se mais uma vez as evidênciasda incapacidade e desprezo com que este Governo trata dos problemas dopovo brasileiro, em particular daqueles dos trabalhadores rurais do Nordeste.

Os fatos reais que dia a dia vêm a público e as denúncias que temos tece­bido desmentem e tornam ridículas as declarações daqueles que são os res­ponsáveis pela política que efetivamente está se praticando nessa região, ba­seada em princípios desumanos, arbitrários e tradicionalmente inoperantes.

Em meados do mês passado, ocupei esta tribuna para trazer ao conheci­mento desta Casa os dados, análises e conclusões contidas no estudo realiza­do pelo Centro Industrial do Ceará, que, em suas considerações finais afirma:"a aplicação seguida desses princípios continuará penalizando o Nordeste,mantendo uma tradição histórica que é socialmente repugnante".

Naqueles dias, o Ministro Mário Andreazza, responsável por essa políti­ca, anunciava que o Nordeste receberá 101,9 bilhões de cruzeiros. Mas essesnúmeros não nos enganam, pois, ao fazermos a comparação com os de 1980,notaremos que os recursos do FINOR foram "aumentados" de 16 para 32 bi­lhões, representando um percentual de 100%, o que define uma redução, jáque a inflação alcança hoje oíndice de 112%. Em relação aos Programas Es­peciais, o "aumento" foi de 121%, segundo declarou ao jornal Correio Brazl-,liense o Chefe do Gabinete do Ministério do Interior, Sr. Luiz Carlos Urqui­za, o que, convenhamos, não merece o carnaval que cercou o anúncio dessesnúmeros. Asida mais quando sabemos que se destinam ainda esempre a ali­mentar e manter uma política historicamente aviltante para a qual o trabalha­dor explorado só tem uma atitude: a repulsa.

Srs. Deputados, dentre os vários documentos que têm chegado às nossasmãos, o mais representativo e que sintetiza as principais denúncias é o elabo­rado pelo Movimento Sindical do Ceará, resultado da reunião ocorrida na ci­dade de Fortaleza, da qual participaram 98 Sindicatos dos 141 existentes na­quele Estado que contam, atualmente, I milhão de filiados e que graças auma luta diária desenvolvida há várias décadas adquiriram uma representati­vidade indiscutível e uma experiência jamais alcançada por nenhum órgãotécnico do Governo.

Dentre as denúncias ali contidas, destacamos as seguintes:19 O Programa de Emergência atendeu no máximo a 10% dos necessi­

tados, pagando uma diária miserável e submetendo o trabalhador aos capri­chos dos propríetários, num vergonhoso retorno aos tempos de escravidão;

.29 , Os trabalhadores foram obrigados a trabalhar na realização de ben-feitorias nas terras dos patrões e não naquelas que beneficiariam toda a co­munidade,

39 Muitos trabalhadores não receberam seus salários integralmente, eem diversos Municípios os alistados estão inclusive por receber até hoje, em­bora se saiba que os patrões estão praticando agiotagem e fazendo uso dessedinheiro em proveito próprio;

49' O processo de alistamento, entregue exclusivamente ao escritório doGESCAP em cada Município, foi facilmente viciado pela influência dos che­fes políticos, já que os técnicos enviados da Capital não têm o menor conheci­mcnto dos problemas locais;

59 Tomando como base para o alistamento e propriedade e não o tra­balhador e sua família, o Programa de Emergência ficou sob controle do pa­trão. daí terem sido alistados parentes que não tinham necessidade de ajuda.nem prestaram os serviços a que estavam obrigados pela Bolsa de Trabalho.

Por isso, Srs. Deputados, é que, como o povo explorado que é a maiorianeste Pais, não acreditamos nesse Governo que em nada difere dos outrosque, nesses dezessete anos, têm usado as massas trabalhadoras do Brasilcomo cobaias de laboratório.

Não acreditamos em mudanças nessa política, porque sabemos da neces­sidade que o sistema tem dc manter esse tradicional e espúrio mecanismo dealimentar a ignorância, a fome e as necessidades humanas ao nívelmais extre­mado, mesmo à custa do sacrifício de milhões de seres humanos, tendo comoobjetivo, além de beneficiar seus cabos eleitorais, garantir, no Nordeste, umamaioria governista que no Congresso Nacional se comporte como vaca depresépio, concordando com todos os absurdos que nos querem impor.. Finalizando, Sr. Presidente, quero acrescentar que os trabalhadores ex­plorados destePaís não podem ser chamados a compartilhar dos erros acu­mulados por esse Governo, já que, como denuncia o referido documento "há

vários anos que o Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais vem fazendorecomendações e propondo mudanças na programação estatal para o campo,só tendo recebido o silêncio como resposta" . E que, "no ano passado, o atualSecretário da Agricultura do Ceará rasgou um documento dos Sindicatos deTrabalhadores Rurais do Cariri que fazia críticas ao Programa de Emergên­cia".

Consideramos esses fatos de extrema gravidade, de desrespeito total paracom aqueles que carregam o fardo mais pesado no processo de produção eentendemos que a luta que travamos para que se instaure um sistema demo­crático que permita a participação daqueles a quem interessam as decisõesdeve ter, como tem tido, o melhor da nossa dedicação.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, em nota da Comissão Executiva Nacio­nal do PMDB, lida nesta tribuna pela Liderança do Partido, esta Casa e aNação tomaram conhecimento do constrangimento a que está sendo subme­tida, por parte da Polícia Federal, a Deputada Estadual Maria Luíza Fonte­nele. É que aquela orgnização policial, agindo de forma arbitrária, ilegal eprovocativa, intimou a Deputada para comparecer à Superintendência Re­gional do Ceará e depor em um inquérito policial para apurar não se sabe oquê, nem a que objetivo está servindo. O que se sabe, entretanto, é que estaação da Polícia Federal ê provocativa, porque, ferindo as Constituições Fede­ral e Estadual e toda a legislação vigente, desconheceu e desrespeitou as prer­rogativas referentes às imunidades e inviolabilidades parlamentares a que temdireito a Deputada Maria Luiza pela sua condição de representante do povo.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, está claro para todos nós que estaé a preocupação menor dos órgãos de repressão do Sistema, pois o que lhesestá inquietando é constatar que os diversos setores da sociedade brasileira,sobretudo os setores populares, estão, através do processo de organização econscientização, avançando e conquistando maiores espaços na busca daconstrução de uma nova sociedade que se caracterize pela igualdade, justiça,humanidade e pela participação democrática das maiorias. E para isto, semdúvida alguma, a Deputada Maria Luiza e muitas outras pessoas e entidadestêm tido uma participação efetiva e permanente no Estado do Ceará, ondeesta luta se trava de forma constante através dos movimentos sociais que seorganizam nas comunidades de base, nas igrejas, nos sindicatos rurais, quecada vez mais estão tendo clareza do papel que representam num amplo mo­vimento por mais igualdade e maior participação na sociedade.

É claro que este comportamento social, nascido da vontade das bases enão por imposiçãos de cúpulas manipuladoras, vem criando um estado de in­quietação einsegurança para aqueles que estão no poder contrariando a von­tade popular. É por tudo isto que nestas horas afloram as contradições dentrodo próprio Sistema, pois enquanto o seu Governo estende a mão para odiálogo e pede compreensão para tal abertura política, por outro lado as mes­mas mãos estendidas tentam intimidar, ameaçar e reprimir as forças popula­res e oposicionistas que já têm uma posição clara e definida em relação aoatual modelo autoritário e antípovo.

E são vários os exemplos desse comportamento. Se não; vejamos: a re­pressão aos operários paulistas durante a greve do ABC, a ação contra a im­prensa alternativa, o enquadramento na Lei de Segurança Nacional do presi­dente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e do seuDelegado para a região do Acre e Rondônia, a repressão c o terrorismo con­tra a Igreja, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Câmara dos Vereadores doRio de Janeiro. Mais recentemente, as acusações do Ministro Mário An­dreazza afirmando levianamente a existência de agitadores comandando asconcentraçãoes de trabalhadores rurais e também as acusações feitas pelo De­legado de Polícia de Tauá, que vê como elementos esquerdistas, padres sindi­calistas c dirigentes do PMDB naquela cidade.

Entretanto, todos os que estamos engajados nesta luta temos plena cons­ciência do nosso papel e não nos intimidaremos; pelo contrário, essa luta revi.gora as nossas forças e nos propicia novo alento para o prosseguímento dessatarefa.

A Deputada Maria Luiza e todos os companheiros do Ceará, ameaçadospela repressão, têm recebido todo o apoio e a solidariedade da comunidadecearense e nacionalmente, são várias as manifestações de irrestrito apoio e de­sagravo, a começar pela direção nacional do PMDB que em sua nota oficialmanifesta sua estranheza diante dos fatos, ao mesmo tempo que os repudia edenuncia à Nação a existência em quase todas as Unidades da Federação deum clima notório de intimidaçào contra as forças oposicionistas, emprestan­do também total-e irrestrita solidariedade pelo agravo a que está sendo sub­metida a Deputada Maria Luiza.

Finalizando, Sr. Presidente, desejo manifestar todo o meu repúdio e re­volta diante de fatos desta natureza e dizer que a luta da companheira Depu­tada Maria Luiza, a lutado povo que se organiza é também a minha luta.

Era o que tinha a dizer.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL t Scção i) Quintn-feira 9 1891

o SR. LÁZARO CARVALHO (PP - RJ. Pronuncia o segunte discur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o jogo é tão antigo quanto a históriado próprio homem. Nas escrituras-há o episódio da disputa da valiosa túnicainconsútil de Cristo, que foi feita aos dados. O ser humano tem uma vocaçãolúdica insuperável e por isso mesmo inventa, a cada dia, novos jogos e apos­tas. Nesse particular, o brasileiro não é diferente de ninguém, e sua imagi­nação criadora foi responsável pela criação do "jogo do bicho", engenhosoprocesso de apostas da inventiva do Barão de Drumond, nascido para incre­mentar as visitas ao Jardim Zoológico do Rio de Janeiro.

Hoje temos a loteria federal'e as loterias estaduais; o "totocalcio" italia­no foi aqui traduzido sob a forma de loteria desportiva; e, mais recentemente,inventou-se a "loto", cuja quina, com um prêmio acumulado, multimilio­nário, até hoje ninguém conseguiu acertar.

Só não entendemos, diante desse quadro, porque não se permite a rea­bertura dos cassinos, pelo menos nas estâncias hidrominerais e balneários dolitoral.

A evasão de divisas, com os brasileiros que vão jogar nos cassinos doUruguai e da Argentina, representa uma importante sangria, sem que, atéagora, se tenha o Governo advertido dessa desvantagem, quando, havendocassinos aqui, nós é que atrairíamos dinheiro de argentinos e uruguaios.

Argumenta-se que não se deve alimentar um vício oficialmente. No en­tanto, um terço da arrecadação tributária federal, pelo menos, provém dofumo e das bebidas alcoólicas, que produzem malefícios não apenas de ordemmoralou psicológica, mas doenças incuráveis, como o câncer do pulmão e ascardiopatias nos tabagistas, a cirrose hepática e inúmeras doenças do estôrna­go, nos alcoólatras, também sujeitos a outros tantos malefícios de ordempsíquica.

Mas nem por isso o Governo proíbe o fumo e a bebida.Ao contrário, permite a mais larga campanha publicitária desses dois

vícios, pensando apenas nos resultados financeiros da arrecadação tributária.Se ê por isso, se o Estado só se move pelo apetite de arrecadar, então

cobre impostos nos cassinos, em estâncias minerais e balneários Iitorâneos'­única e exclusivamente - contando que permita aos Estados e municípiostambém arrecadarem a sua parte, para transformá-Ia em obras públicas e as­sistenciais.

Essa permissão, por outro lado, importará num grande incremento aoturismo interno, atraindo maiores levas de visitantes, mesmo porque o jogopropiciará meios para o custeio de outras diversões. Antes de 1946, o Cassinoda Urca era uma das mais famosas casas de espetáculos do continente, pro­movendo um grande desenvolvimento e maior intercâmbio artístico, quandoo rádio, a música popular, os carnavais tiveram o maior impulso no País.

f: preciso acabar com os resquícios de um inexplicável puritanismo queainda existe no Governo, regulamentando o jogo nas estâncias hidromineraise balneários, para que a arrecadação tributária propiciada se destine sobretu­do à assistência social.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. JOSE: TORRES (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte dIBcurso.)­

Sr. Presidente, Srs. Deputados, estamos, este ano, no ápice da crise inflacio­nária, que, diante das providências governamentais, deverá ceder a partir dopróximo ano, esperando-se em 1984 o equilíbrio do balanço de pagamentos eo controle Ela dívida externa. Aliás, neste último aspecto, vale salientar que oFundo Monetário Internacioanl, para dar evasão aos petrodólares - mais decem bilhões de dólares ociosos em mãos dos "sheiks" muçulmanos - já man­dou oferecer recursos ao Brasil, da ordem.de dez milhões de dólares,comprometendo-se a não exigir a modificação da politica salarial, mantido osistema das revisões semestrais.

Já se verifica a retração do consumidor até na procura de alimentos, nãoos essenciais - como o arroz, a farinha, o milho, a soja, o açucar - mas osenlatados e as conservas, que demoram mais nas prateleiras dos superrneca-dos. .

Donde se 'conclui que o povo - elevando a níveis nunca antes consegui­dos os depósitos nas cadernetas de poupança - - está fazendo um formidá­vel esforço voluntário, para conter a inflação, notável, também este ano, o de­sempenho da agricultura, elogiável a atuação dos metalúrgicos de São Paulo,sacrificando dias de trabalho para evitar o desemprego e permitir que se es­coem os pátios cheios de automóveis.

Mas é preciso haver um esforço correspondente por parte do poderpúblico. Se o Governo Federal policia os gastos das autarquias e empresas es­tatais, deve-se também policiar a ganância fiscal, quando o Imposto de Ren­da apresentado como um leão insaciável.

Esse apetite do fisco se estende às duas outras esferas administrativas,Estadual e municipal, cada qual pretendendo escorchar o contribuinte, semtermos de matar a galinha dos ovos de ouro.

Essa ganância fiscal tem sua maior expressão, no âmbito dos municípios,nos aumentos anuais e crescentes do Imposto Predial e Territorial Urbano.

É preciso que as Câmaras de Vereadores se capacitem de que esse apetitetributário é prejudicial ao próprio desenvolvimento dos Municípios, pois odinheiro arrecadado - retirado à poupança individual, que pode ser repro­dutiva - se destina, às mais das vezes, a obras adiáveis ou suntuârias, quan­do não ao sustento de clientelas políticas.

Se, na verdade, os efeitos da inflação se pronunciam em primeiro lugarnos centros urbanos, tipicamente consumidores e não produtores de bens pri­mários, quando chegam ao interior assumem sua forma mais devastadora.Ora o crescimento exagerado dos tributos tem resultado nítida e claramenteinflacionário, principalmente quando não há o necessário controle da despesapública, nem recursos financeiros endereçados às atividades de fomento eco­nómico,

Só os Vereadores, cônscios do seu papel de representantes da comunida­de, informados pejas reais necessidades do Município, tem, em sua tarefa de­libcrativa, condições para sofrear o apetite tributário no âmbito municipal.

Que o façam, desde Jogo, patrioticamente, cortando nas despesas públi­cas. para que o povo possa suportar, com agonia menor, os efeitos da"in­flação.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. CARLOS ALBERTO (PDS - RN. Pronuncia o seguinte díscur­

so.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nem mesmo o pipocar das bom­bas do terror tem sido argumento suficiente para dernover a classe política danecessidade de aprofundar o diálogo.Ao contrário, a demência do terrorismotem funcionado em sentido inverso do que certamente esperavam seus auto­res, ou seja, tem mostrado aos políticos que lutam pelo aperfeiçoamento doregime democrático que, de fato, a única saída é apoiar o Presidente João Fi­gueiredo, fiador-mor do processo de abertura.

Desnecessário dizer que o alvo dos atentados é, acima de tudo e de to­dos, a figura do Presidente. Registre-se, porém, que o reconhecimento de tal

. fato por parte da comunidade política é sintoma de maturidade. E é justa­~ente essa maturidade que transmite a necessária tranqüilidade para, porcima de todos os obstáculos, dar seqüência ao processo de abertura.

Concedida a anistiá assim como o pluripartidarismo e as eleições diretasde governador, entra a abertura em nova etapa. Até aqui, o Governoencarregou-se de fazer todas as concessões, devolvendo aos politicos amploespaço de mobilização. Não há mais presos políticos no Pais, os partidosorganizam-se livremente e os ventos eleitorais vão forjando as novas lide­ranças. Cumpre, agora, restabelecer velha prática do jogo político, essencialp.ar: que ~ legitimidade se obtenha da necessária correlação de forças: a nego­ciaçao. Não quer mais o Governo simplesmente ceder ou obrigar seus adver­sários a fazerem. Seriam, provavelmente, mais simples. Mas não necessaria­mente mais sólido.

O PDS, como se sabe, detém ainda sólida maioria nas duas Casas doCongresso. Os que disso duvidam acabaram surpreendidos com a ampla mar­gem com que foi eleito o Deputado Nélson Marchezan para a Presidência daCâmara dos Deputados. Ao Governo, pois, seria mais cômodo acionar sim­plesmente essa maioria em torno da aprovação sumária de seus projetos dereforma, que envolvem na presente etapa, a reforrnulação do Estatuto do Es­trangeiro, a devolução das prerrogativas do Legislativo e mudanças na legis­lação eleitoral.

Entendeu, porém, o Governo que tais reformas devem ter o carimbo doconsenso. E este tem sido procurado, através do diálogo aberto no Ministérioda Justiça, diálogo que a Oposição, através de seus eminentes dirigentes, nãose furtou apoiar.

Com a presença do Sr. Ministro da Justiça, hoje, na Câmara dos Depu­tados para dialogar com as lideranças da Oposição, rompe-se, assim, o nefas­to rnaniqueísmo herdado dos tempos do bipartidarisrno, em que a Nação es­tava artificialmente dividida entre "bons" e "maus" brasileiros. Entendeu,enfim, a classe política que o conforto de, idéias é algo salutar e que deve re­sultar em benefícios para o País. Políticos situados em partidos diferentes nãosão necessariamente inimigos: são adversários que se devem se entender emtorno do bem comum, pois para isso receberam o mandato popular. Tais as­sertivas, aparentemente elementares, apenas agora começam a ser considera­das. E isso já é muito, diante do quadro que tínhamos até pouco tempo. Fir­mado o entendimento da classe política, não há terrorismo capaz de abalar aconsciência democrática do País. E esse é o melhor antídoto para a nefastadoença do golpismo.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA (PDS -,- SP. Sem revisão do orador.)- SI. Presidente, Srs. Deputados, a situação dos algodoeiros, no Brasil, é amais dramática possível. Estão colhendo algodão - os que podem, visto quemuitos que não têm condições de fazê-lo - mas estão apavorados, porque omercado se encontra estagnado. O Sr. Benedito Moreira, Diretor da CA·

1892 Quinta-feira 9 D1ÃRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçíio I) Abril de 1981

CEX, no inicio da safra, ameaçou o mercado com importações do produto,sem taxas, e com isso o derrubou. O telex que recebi da Cooperativa Agrope- 'cuárla de Goio-Erê, Estado do Paraná, localizada em região algodoeira e cu­jos cooperados conhecem a minha luta, nesta Casa, em favor dessa laboriosaclasse exprime bem a situação:

"Como resultante da atual política econômica-financeira as coope­rativas do Norte e Oeste do Estado do Paraná, obrigaram-se a in­gressar na atividade algodoeira, a fim de salvaguardar os interesseseconômicos de seus associados.Tal fato coincide com uma grande produção e um mercado deterio­rado e apático, agravado pela colheita que se concentrou em doismeses, quando o normal era uma safra de quase quatro meses, essefenômeno decorre, segundo alguns técnicos, da utilização da novavariedade cultivada (lAC-17). Face aos usos e costumes nesse mer­cado, as cooperativas, quase em uma totalidade, já fixaram ospreços com seus associados.Com a apatia do comércio, traduzida por um mercado internacionalgravoso em torno de 15% e o mercado interno caracterizado pelanão renovação de estoque pelas indústrias, as cooperativas não es­tão encontrando condições para comercialização.Os mecanismos de comércio do setor algodoeiro, por seu lado, estãomostrando-se arcaicos e defasados em relação aos modernos canaisde comercialização, praticados em relação a outros produtos e vicia­dos no tocante aos compromissos assumidos,~ uma reestruturaçãonesse setor faz-se urgentemnte necessária.Com as incertezas advindas do mercado, inicialmente com umaau­torização inoportuna de importação de algodão pelo governo, atítulo de Drawback, cortando o fluxo de negócios indústria­produtores, a queda de vendas, associada a retração das fiadoras eindústrias têxteis na renovação de estoque, pressionaram o mercadode matéria-prima para baixo. Assim e que para um mercado queabriu com compras em torno de CrS 6S0,OOjarroba,hoje está situa­do em torno de Cr$ 5S0,OOjarroba. As cooperativas com suas usinasabarrotadas saíram do mercado. As máquinas que até então não ha­viam firmado posição, começaram a comprar o produto seco e porpreço baixo, estando em melhor posição frente às cooperativas queapoiaram o setor desde seu início. Como os volumes de produçãorecebidos pelas cooperativas são expressivos e proeocupados com ofuturo desse importante segmento da economia agrícola estadual,resolveram:I~ Criar um comitê permanente de algodão a nível de OCEPAR,assistida pela OCB;2 - Expor e, finalmente, sugerir medidas para socorrer o setor;2.1 - Que se conceda às cooperativas, o mesmo tratamento quevem sendo atribuído às indústrias, ou seja, isenções de impostos etaxas, bem como, subsídios para a exportação, pois o produtoencontra-se atualmente gravoso em nível de 15%em relação ao mer­cado interno. Desta maneira o excedente seria exportado, regulandoa comercialização interna;2.2 - Que seja reconsiderada a limitação da expansão creditíciapara esta finalidade em 5%(cinco por cento) para o trimestre, comovem ocorrendo, já que a colheita do produto se concentra no pri­meiro trimestre. Que também para o próximo trimestre não existalimite creditício para o setor;2.3 - Que haja possibilidade da alocação de recursos de.AGF paraaquisição do produto pela CFP, com cláusula de recompra dentrode 120 dias após a contratação;2.4 - Que o prazo para descontos de duplicatas e outros títulos decrédito seja alterado para 120 dias, tendo em vista que as operaçõesde comercialização, normalmente são efetuadas em prazos superio­res a 90 dias; .2.5 - Que o preço mínimo fixado para a cultura seja revisto, já queo atual não cobre os custos de produção.Acreditamos que se tais medidas forem adotadas dentro dos próxi­mos dias, a situação hoje existente será normalizada.Contando com a compreensão e apoio de Vossa Excelência paracom o assunto exposto, reiteramos as nossas cordiais saudações.Ignácio Mamanna NetoPresidenteCooperativa Agropecuária Goio-Erê LTDA "COAGEL"Goio-Erê - PRo442345CAMP BR611164CDEP BR"

o SR. LÚCIO CIONI (PDS - PRo Pronuncia o seguinte dIscurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, mais uma vez o meu Estado, superando todasas dificuldades conjunturais, vem dar inestimável contribuição à produçãonacional de alimentos. A agricultura paranaense, numa prova de pujança que.orgulha o País, ultrapassa as mais otimistas expectativas, atingindo marcasque colocam o Paraná no ápice dos grandes celeiros do mundo.

As máquinas, em trabalho diuturno, estão colhendo do generoso soloparanaense mais de 2 bilhões de dólares de soja, milho e café, assegurandonovos recordes à safra deste ano, calculada em torno de 15 milhões de tonela­das de grãos, correspondendo a quase 30%do total a ser produzido pelo Bra­sil, em torno da notável cifra dos 300 bilhões de cruzeiros.

Alcançando a média de 100 sacos de 60 quilos por alqueire, índice quesupera o dos melhores produtores do País, os lavradores paranaenses de­monstram que o êxito obtido resulta de sua participação no esforço nacionalpara o aumento da produtividade. O homem dos campos fertêis do Paranácumpriu c cumpre com heroísmo sua parte na luta da produção; restaria aoGoverno somente pagar as promessas assumidas, garantido-lhes facilidade decomercialização.

Infelizmente não é assim. Desapontando milhares de agricultores quenele confiaram, o Governo desatendeu aos apelos da classe produtora, impe­diu negociação no momento técnica e comercialmente recomendável, só fi­xando a política de exportação no último mês de fevereiro, quando o merca­do atingiu seus mais baixos niveis.

A falta de agilidade comercial e a imprevidência governamental acarreta­ram para o País e para os produtores de soja prejuízos avaliados em cerca de950 milhões de dólares, resultado da comparação entre as cotações de no­vembro e os preços dos negócios efetuados na Bolsa de Cereais de Chicago noúltimo dia 13.

O desnível calculado sobre o volume das exportações autorizadas, emtorno de I milhão e meio de toneladas de grãos, 7 milhões e meio de toneladasde farelo e SOO mil de óleo, e que equivale à totalidade dos recursos destina­dos à importação de trigo no último exercício, deixa revoltados os produtores.filiados às cooperativas paranaenses, apreensivos com a repetição dos prejuí­zos acarretados pelo Governo.

o Por isso, os produtores de Cascavel estão submetendo à SEPLAN, aoMinistério da Agricultura e ao Conselho Monetário Nacional um documentoreivindicando a imediata prorrogação do prazo dos financiamentos de cus­teio, vencíveis entre maio e junho, sem o que o sojicultor, acossado pela faltade recursos, será obrigado a saldar os financiamentos, obrigando-se a vendera produção a um preço mínimo totalmente defasado.

A inflação, a extorsiva elevação dos custos de produção e a antecipadacobrança dos investimentos tornaram impraticável a amortização do custeioc o pagamento das despesas diretamente desembolsadas. Obrigar o produtora comercializar a safra com essa finalidade é abandoná-lo ao esmagamentopelas indústrias multinacionais que atuam, com favores oficiais, no mercadoda oleaginosa.

O meu pronunciamento pretende ser uma advertência ao Governo Fede-o ral, para que não avalize novos prejuízos para os produtores rurais paranaen­ses e para a própria economia nacional. O atendimento às reivindicações daclasse produtora de Cascavel, ao contrário. demonstrará que as autoridadesgovernamentais reconhecem o esforço do sojicultor, merecedor de providên­cias que o preserve de danos econômicos que não pode mais suportar.

Era o que tinha a dizer.O SR. .rost FREJAT (PDT - RJ. Pronunc'la o seguinte dlscurso.) _

Sr. Presidente e Srs. Deputados, a população carioca assistiu, perplexa e re­voltada, a mais uma operação nazi-facista do governador biônico, Sr. ChagasFreitas, contra centenas de famílias moradoras dos 550 apartamentos doConjunto dos Bancários, na Ilha do Governador, a pretexto de prender 3 ou 4assaltantes, sintomaticamente apelidados pela Polícia de Comando Verme­lho...

A operação de cerco policial revestiu-se de uma operação de guerra.Pior, não houve o menor respeito aos moradores civis, mulheres, crianças,chefes de família que se encontravam tranqüilamente em seus lares, transfor­mados em alvos das metralhadoras e bombas dos policiais, que lançaramtambém bombas incendiárias sobre os apartamentos, provocando incêndiodos imóveis e ameaçando a vida de tantas famílias.

Somente sob um governo de irresponsabilidade total, sem compromissocom o respeito ao povo, atrabiliário e violador das leis e das garantias consti­tucionais, como é o governo do Sr. Chagas Freitas, é possivel a prática de tan­to arbítrio de brutalidade.

A imperícia das autoridades estaduais provocou a lastimável morte detrês policiais, que deixam em situação difícil suas famílias.

Repetindo amiudadamente o nome de Deus, o general Secretário dc Se­gurança assistia à matança dos seus subordinados e à ameaça de morte que,

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACiONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1893

durante mais de dez horas, pesou sobre centenas de moradores do Conjuntodos Bancários, sem se perturbar com a usurpação da Constituição e das leisque proíbem a brutalidade, a violência, a ilegalidade de tal comportamentodas autoridades encarregadas da segurança da população...

Registram os jornais que foram disparados mais de dois mil tiros, deze­nas de granadas, bombas de gás e tochas incendiárias.

Vidas perdidas, destruição do Bloco 7 do Conjunto, tudo isso poderia tersido poupado se o governo do Sr. Chagas Freitas praticasse a legalidade e ahonestidade de propósitos na condução da coisa pública. Chagas Freitas é fielho dileto gerado no ventre do golpe militar de 1964. ti uma vocação doditador-mirim a serviço de interesses menores, antinacionais, estranhos às as­-pirações da população fluminense.

Em qualquer país onde impere o regime democrático, o respeito aos ci­dadãos, seriam sumariamente demitidos os responsáveis pela operação deguerra e ainda prócessados civil e criminalmente para assumirem os crimessucessivos ali praticados.

O simples cerco dos assaltantes seria suficiente para que eles se rendes­sem às autoridades, sem o sacrifício de tantas vidas e danos materiais vulto­sos. A violência das autoridades policiais é um mau exemplo. Avolurna-se odescrédito do Governo do Estado junto ao povo. E aumenta a violência dosmarginais. .

Na verdade, a violência do regime político, a partir de 1964, que sempreteve o apoio calculado do Sr. Chagas Freitas, incentiva a prática rotineira daviolência policial. Hoje, é a violência contra os marginais. Amanhã, contratodos' nós. É o que vem ocorrendo. .

A violência diuturna dos órgãos de segurança do governo do Sr. ChagasFreitas, como do federal, chega ao ponto de ouvirmos dos dirigentes governa­mentais que "bandido tem de morrer", como se não existisse mais a justiçapara o julgamento dos criminosos. Hoje, mata-se o bandido. Amanhã, o tra­balhador. O noticiário está cheio de exemplos.

Apesar de presos três ou quatros marginais, entregues à guardapolícia,houve séria ameaça de serem mortos por elementos mais exaltados, não empouco número, finalmente contidos por outros elementos mais ponderados.A só possibilidade de tal ameaça retrata o grau de despreparo e, ao mesmotempo, de violência impune reinantes nos órgãos chamados de segurança.

Queremos chamar o povo do Estado do Rio de Janeiro à reflexão, paraque medite sobre a violência imperante no nosso Estado. Na medida em quenos calamos ante a violência do poder, das autoridades, estamos alargando ocaminho do arbítrio por onde, amanhã, seremos nós próprios alcançados.

Vamos protestar coletivamente contra o arbítrio, exigindo que o Sr.Chagas Freitas respeite o]lavo, a Constituição e as leis.

O SR. ANTÔNIO lHAS (PDS - MG. Pronuncia. o seguinte díseurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, uma lembrança necessária c urgente ao Sr.Ministro do Interior Mário Andreazza, em nome de Mínas. Parte de MinasGerais por lei também é Nordeste. Quarenta e dois municípios do Norte deMinas sofrem também as conseqüências desatrosas da seca impiedosa que seabateu sobre o País. •

A região mineira da SUDENE, com sua área de 120.751 km' correspon­dendo a 20 por cento do território do Estado, com quase 1.200.000 habitan­tes, não pode definitivamente ficar fora 'das recentes medidas decretadas emfavor do Nordeste pelo Presidente Figueiredo. Primeiro, porque ela I: Nor­deste. Segundo, porque as conseqüências da seca atingiram desastrosamente"aqueles municípios.

Decretou-se emergência em 41 municípios dos 42 de Minas pertencentesà área mineira da SUDENE, "em face da calamidade causada pelas secas eestiagens, no ano agrícola 80/8 I".

Aquela área do Vale do São Francisco e da região de Montes Claros tevesuas plantações perdidas em de 70%. O algodão mais resistente às estiagensteve uma queda de quase cinqüenta por cento. Perderam-se as plantações demilho e feijão.

Os produtores na sua maioria pequenos e médios vêem-se, agora, semforças c sem ânimo, diante do castigo que lhes impôs a natureza.

Solicitamos, assim, ao Sr. Ministro do Interior e ao Sr. Presidente da Re­pública que estendam a aplicação das normas decretadas, estes dias, na SU­DENE, aos municípios mineiros da SUDENE. Elas irão beneficiar o produ­tor que trabalha e luta para construir a grandeza nacional.

Acima de ser justo, será um ato humano e legal.Era o que tinha a dizer.

O SR. DANIEIJ SILVA (PP - RJ. Pronuncia o seguinte dlseurse.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, Estamos entregando à Mesa uma proposta deemenda constitucional dando nova redação ao art. 147 do nosso Estatuto Bá­sico, a fim de conceder direito a voto aos maiores de dezesseis anos.

Devemos esclarecer, Sr. Presidente, que, durante a fase de coleta de assi­naturas para a presente emenda, pudemos notar certa preocupação dos nos­sos pares em relação à possível vinculação que a autoridade possa estabelecercom a tese dos que defendem a antecipação para igual idade da maioria pe­nal.

Ora, Srs. Deputados, nada existe de objetivo que possa induzir a tal pen­samento, a não ser, é claro, a preocupação, aliás louvável, de nossos pares emrelação a uma possível exploração do tema com aquele fim. Isto porque o me­nor de 18 anos já se encontra sob legislação especial, que é o Código de Me­nores, e assim continuará, mesmo que a nossa emenda venha a ser promulga­da c incorporada ao texto constitucional.

Devemos declarar ainda que estamos cientes e conscientes em relação àsimplicações políticas, legais e sociais desta nossa emenda.

Ela significa, apenas, o reconhecimento tácito da sociedade brasileira dainequívoca e inegável capacidade do jovem para escolher o seu representantenas Casas legislativas do País, atendidas, naturalmente, as demais exigênciasfixadas na legislação eleitoral.

Somos dos que defendem a tese de que o jovem precisa receber cargamaior de responsabilidade, a fim de que possa responder aos anseios da socie­dade, que se torna a cada dia que passa mais precoce.

De fato, Sr. Presidente e Srs. Deputados, ninguêm pode hoje pretendercomparar um jovem de 20, 3D, 40 ou 50 anos atrás com o jovem dos nossosdias. Ele conta, além dos modernos meios de comunicação abastecidos porsatélite, com a maturidade que decorre de maior nívelde informação, possívelgraças à eficiência dos meios de transporte.

Nada existe, pois, a não ser uma preocupação que, conforme já frisamos,é até louvável, que possa contra-indicar a aprovação da emenda que estamosentregando à consideração do Congresso Nacional.

A antecipação para 16 anos de idade permitida para votar é hoje um im­perativo da consciência cívica brasileira, que certamente há de preferir ter oseu jovem participando da vida político-partidária a vê-lo entregue ao vício, àdepravação c à degeneração de costumes. Lembremo-nos todos de que tam­bém nós somos responsáveis.

São as nossas palavras, Sr. Presidente.

O SR. PAULO LUSTOSA (PDS - CE. Pronuncia o segulnte dlseurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, ninguém desconhece a crise energética hojeexistente e o esforço que o Brasil vem empreendendo, a fim de amenizar a suasituação através de desenvolvimento de fontes energéticos sucedâneas dos de­rivados de petróleo. O Brasil optou por um programa interessante para subs­tituir, pelo menos gasolina automotiva, no caso o Programa do Álcool, de re­conhecida relevância e saudado como a grande alternativa nacional.

Mas, Sr. Presidente, embora ainda em começo, já nos surgem algumasdúvidas e indagações a respeito do programa em apreço, pelos seguintes pon­tos merecedores de maior reflexão:

Em primeiro lugar, era uma das idéias básicas do programa amenizar osdesequilíbrios regionais, incorporando assim um conteúdo social ao seu es­forço, o que efetivamente parece não vir sendo cumprido.

Em segundo, lugar, à programa previa um grande estímulo às mini e mi­crodestilarias, também com o objetivo de beneficiar socialmente as popu­lações de áreas mais carentes com empregos e ajuda direta aos pequenos pro­dutores.

E em terceiro lugar, o que consideramos o mais relevante aspecto social,que deveria ter sido olhado com maior seriedade, foi esquecido e relegado aplano secundaríssimo, qual seja o comprometimento da produção de alimen­tos pelo programa. O estímulo à produção de álcool conduziu a que áreas tra­dicionalmente destinadas para o plantio do feijão, do arroz, da mandioca, domilho etc, perdessem, parcial ou totalmente, a sua finalidade de anterior, au­mentando ainda mais a escassez dos gêneros alimenticios, principalmentepara produtos onde já vêm reduzindo o rendimento por hectares e a própriaprodução total de tais culturas. Tais problemas acarretam uma redução nadisponibilidade de alimentos por pessoa, gerando, em conseqüência, °incon­trolável aumento nos preços. Basta verificar a elevação de quase 70% nospreços de produtos alimentares básicos nos supermercados.

Assim sendo, a política de produção do álcool que, inicialmente,apresentava-se como uma perspectiva de abrir oportunidades de emprego ede elevação da renda para os menos favorecidos, começa a surtir efeitos nega­tivos, notadamente na dieta do cidadão nordestino comum, ao substituir pelaprodução de álcool a produção de farinha, rapadura etc., reconhecidamentealimentos indispensáveis para a grande massa trabalhadora nordestina.Saliente-se, ainda, que a retirada dos subsídios do cafée do trigo fez com quetais gêneros, antes abundantes nas mesas pobres, tenham cada vez mais setornado escasso, agregando-se aos efeitos perniciosos da falta de planejamen­to na expansão da produção de álcool.

1894 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Será que é justo deixar de encher a barriga do povo para encher, de qual­quer forma, os tanques dos automóveis de álcool?

'Não que sejamos contrários ao Programa do Álcool, já que o considera­mos a mais válida e adequada alternativa de substituição de gasolina autorno­tiva. Pelo contrário, somos totalmente favoráveis, não só a esse, como a todosaqueles programas que busquem diminuir nossa dependência energética defontes externas. O que defendemos, Sr. Presidente, é urna redefinição na polí­tica do álcool, criando-se um zoneamento agrícola definido, a fim de estabele­cer as áreas destinadas ao programa. Para tanto seria de fundamental impor­tância a interferência do Governo no sentido de, inclusive, incentivar aquelesque cumprissem tal zoneamento. Urna outra sugestão seria determinar nasáreas o cultivo misto ou seja, que a tal área de produção de álcool incentivadacorresponderia tal área de produção de alimentos.

Desta forma se estaria coibindo o indiscriminado uso de áreas agrícolas,evitando, em conseqüência, a queda da produção de alimentos e sua escassez,fato gerador do aumento de preços.

Finalizando, Sr. Presidente, sugerimos ao Governo repensar o Programado Álcool, tanto com relação à política energética, corno, principalmente aoaspecto social. Sugerimos, ainda, corno forma suplementar de ajuda para areavaliação do programa (embora de extrema importância) um estudo acura­do do INAN sobre o problema, pautado fundamentalmente na perda qualita­tiva e quantitativa que o trabalhador tem sofrido em sua dieta alimentar, fru­to de distorções outras, inclusive as embutidas no Programa do Álcool.

O S~. OCTÃVIO TORRECILLA (PDS - SP. Pronuncia o seguinte dls­curso.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, é com satisfação que ocupamos atribuna da Câmara dos Deputados, nesta oportunidade, para dar conhcimen­to de alvissareira notícia aos policiais militares do Estado de São Paulo, espe­cialmente aos soldados.

Trata-se de antiga aspiração da categoria, que por reiteradas vezes en­dossamos nesta tribuna e pleiteamos junto às autoridades competentes, e fe­lizmente está prestes de se concretizar.

Referimo-nos à subdivisão da graduação de soldados em classes, a qualobteve parecer favorável do Comandante Geral da Polícia Militar paulista,Ce!. Arnaldo Bastos de Carvalho Braga, que já determinou se fizesse constardo anteprojeto do Estatuto Policial Militar, em fase "final de elaboração.

Como o assunto é de relevante interesse para os policiais, permitimo-nosdiscorrer com mais detalhes sobre o mesmo.

Em 2 de julho de 1969, o então Presidente da República Costa e Silvabaixou o Decreto-lei nv 667, reorganizando as Polícias Militares e os Corposde Bombeiros Militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal.

O diploma legal, no art. 89, § 29, estabalece que "Os Estados, Territóriose o Distrito Federal poderão, se convier às respectivas Polícias Militares: b)subdividir a graduação de soldados em classes, até o máximo de três".

Evidente a constatação de que não se trata de uma exigência, mas, sim,de uma faculdade a ser utilizada de acordo com a conveniência da própriaPolícia Militar.

Em 1977, pouco depois de assumirmos as funções nesta Casa e em opor­tunidades posteriores, pleiteávamos do Governo do Estado de São Paulo ouso da faculdade conferida pelo Decreto-lei n9 667 e que fosse determinada asubdivisão da graduação de soldados em classes.

Felizmente a nossa sugestão encontrou eco junto ao Governador PauloMaluf, que determinou pelo processo n9 GS 5241/79 (protc. 70026/80-PM)que o Comando Geral da Polícia Militar procedesse aos estudos.

A íntegra da manifestação do Comando Geral da Polícia Militar é a se­guinte:

"O processo anexo trata da proposta do Deputado Federal Octávio'Torrecilla, através do qual solicita seja feita subdivisão da gra­duação do Soldado PM, em 3 (três) classes, tendo em vista oDecreto-lei nv667, de 2-jul-79, pelo que informo a V. ExJ o seguinte:a) o anteprojeto do Estatuto Policial-Militar, desta Corporação.jáprevê em seu texto a subdivisão da graduação do Soldados PM, emtrês classes;b) o disposto está assim redigido:"Art. 37. Os Cabos e Soldados de 1Je 2' classe são' essencialmenteos elementos de execução.Parágrafo único. Os Soldados PM de 3J classes constituem oscomponentes recém-admitidos na Polícia Militar, em estágio de pre­paração técnico-profissional."O anteprojeto do Estatuto Policial-Militar está em fase final deela­boracão, devendo, brevemente, ser submetido à apreciação dessaPasta.Dessa forma, este Comandante Geral manifesta-se favoravelmenteà proposta apresentada por aquele Parlamentar.';

É extremamente gratificante, após anos de trabalho' representando osjustos anseios de uma classe sabidamente sofrida e à qual temos orgulho depertencer, ver aproximar-se a concretização do almejado.

Queremos deixar registrado o nosso aplauso ao Governador Paulo Ma­luf pelo encaminhamento da nossa solicitação, ao: Comandante Geral daPolicia Militar pelo acatamento da sugestão e aos policiais militares pela per­sistência com que trabalharam para a obtenção da subdivisão.

Era o que tinha a dizer.

O SR. MAURO SAMPAIO (PDS - CE. Pronuncia o seguinte dlseurse.)- Sr. Presidente, Srs.Deputados, a menos que alterações profundas venhama ser introduzidas na situação econômico-financeira do País, com a adoçãopor parte do Governo de uma política rígida de controle dos preços e de sa­neamento de mercado e com a eliminação da figura do atravessador ou inter­mediário, o barateamento do custo de vida dificilmente será conseguido.

Isto porque, Sr. Presidente, além do encarecimento dos gêneros de pri­meira necessidade, agravados pela crise do petróleo, muitos outros obstâcu­los estão a dificultar a situação das populações de menor poder aquisitivo, acomeçar pela presença indesejável do intermediário, sempre pronto a impedira venda pelo produtor diretamente ao consumidor. E, com isso, a carestia vaiagravando ainda mais os problemas do povo, incapaz, hoje, de prover os pró­prios meios de subsistência.

Campanhas e mais campanhas de cunho promocional são anunciadas atodo instante, mas em nada se altera a situação da nossa tão sofrida economiapopular. De nada adiantam "slogans" voltados para o barateamento de gêne­ros alimentícios ou utilitários, porque tudo não passa de mera fantasia publi­citária.

Não faz muito, fizemos desta tribuna um veemente apelo à CaBAL nosentido de mandar instalar armazéns na região do Cariri, em nosso Estado,notadamente na cidade de Juazeiro do Norte, onde já havia, inclusive, umimóvel em condição de atender às exigências do órgão. E susbscrevemoso in­teresse da população, pois víamos na solução uma medida de cunho social al­tamente positivo. Pois bem, Sr. Presidente, ao invês de colocar entrepostoscomerciais para atender diretamente à população, a CaBAL enviou paraJuazeiro alguns caminhões de mercadorias, que estão sendo vendidas aos in­termediários para que eles promovam a venda ao consumidor.

Como conseqüência, os benefícios ainda não se fizeram sentir, já que todosestão pagando um preço elevado por produtos que muito bem poderiam seradquiridos em condições muito mais acessiveis. Portanto, renovo o meu ape­lo à direção da CaBAL, solicitando que mande substituir os caminhões porum armazém mais amplo e em melhores condições de atender à população,afastando-se de uma vez por todas a presença do atravessador, que tantosmales tem causado à economia popular em nosso País.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JOACIL PEREIRA (PDS - PB. Pronuncia o seguinte dlscurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, editado em fins de 1980, recebi, em feverei­ro deste ano, mas só agora li, o notável estudo do Sr. Ivan Bichara Sobreira,intitulado "José Vieira e os Caminhos do seu Romance".

Trata-se de uma comunicação por ele apresentada ao V'Congresso Brasi­leiro de Crítica e Teoria Literárias e ao I Seminário Internacional de literatu­ra, realizados em setembro do ano passado, na cidade de Campina Grande,PB.

Como o próprio autor esclarece, o seu trabalho analisa a obra do esque­cido escritor paraibano. Destaca sua incursão pelo jornalismo e pela crônicaparlamentar; focaliza o pensamento daquele romancista sobre o seu próprioromance, bem como o dos seus predecessores e dos seus contemporâneos; dis­corre sobre o seu estilo; desvenda os caminho escolhidos, as intenções e obje­tivos alcançados.

. Com a modéstia queo caracteriza, Bichara classifica o seu escrito de "a­notações que têm a aspiração de despertar o interesse de estudantes, professo­res e críticos por um romancista que fez da arte de escrever uma obra de ar­te". Mas o que ele, em verdade, nos deu foi um vigoroso ensaio sobre a obrade um dos mais valorosos ficcionistas das letras nacionais.

Traz a lume a atividade jornalística de José Vieira, de que nasceu o seuprimeiro livro, "A Cadeia Velha". Nessa crônica parlamentar, realça a sutile­za e a malícia com que alguns políticos e deputados da Primeira República fo­ram retratados, traços por sinal já sublinhados por José Veríssimo.Recordaque das colunas dos jornais saíram, também, as impressões de viagem quecompõe o seu segundo livro "Sol de Portugal".

Com mão de mestre, Ivan Bichara revela-se, mais uma vez, o analista ecrítico magnífico, que já se notabilizara pelo substancioso ensaio sobre a obrade José Lins do Rego e, agora, se confirma nesse novo trabalho. Enaltece emJosé Vieira o "traço irnnerecível do estilo, a graça de dizer e de contar", como

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClO"'iAL (Seção 1) Quinta-feira 9 1895

cronista da vida e do tempo. Mostra a sua vocação que ele considera irresistí­vel, comprovada "pela sua tenacidade, pela sua fidelidade à literatura, pelasua guerra sem testemunhas..."

Protesta contra a injustiça do "esquecimento a que foi relegado o roman­cista que escreveu, entre outros, romances da importância de "O Livro deThilda", "Um Reformador na Cidade do Vício", "Espelho de Casados", e"Vida e Aventura de Pedro Malasarte".

Depois de ler o estudo de Ivan Bichara sobre a obra de José Vieira, quese dedicou ao romance "como realização da vida inteira", chego, com ele, àconclusão de que "é possível admitir, assim, que um dia alguém se lembre doescritor esquecido... vítima do seu temperamento arredio, que não soube, ou,melhor, não quis ser o gerente ou administrador da própria glória. E que nãose engajou a nenhuma corrente política, pejo menos no que se refere à suacriação literária".

Figuras do porte e da responsabilidade nas letras nacionais de um AlceuAmoroso Lima, dc um José Arnêrico de Almeida, de um Agripino Grieco, deum Manoel Bandeira, de um Osório Duque Estrada e de tantos outros jáexaltaram o romancista autêntico que ele o foi. Ivan Bichara Sobreira vemjuntar-se ao coro de admiradores. Ao fazer este registro do seu pequeno gran­de ensaio. não lhe presto apenas uma homenagem, a ele tão-somente, mas porigual ao seu perfilado, e sugira que a Câmara dos Deputados mande reeditar"A Cadeia Velha", o primeiro livro do grande escritor José Vieira, cujo subtí-.tulo, "Memória da Câmara dos Deputados", dá bem a idéia de que o cronistaenfocou homens e fatos em evidência na política e no Parlamento do início davida republicana.

O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (PP - MS. Pronuncia o seguinte dlscurso.)...:... Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Cassílândía Jornal, prestigioso órgão daimprensa que se edita na florescente cidade de Cassilândia, na fronteira demeu Estado com a região sudoeste de Goiás, clamou em uma de suas últimasedições que a cidade estava isolada pelos meios de comunicação e fez severascríticas à Companhia Concessionária dos serviços telefônicos interurbanos,ou seja, a Cia. Telefônica Brasil Central, com sede em Uberlândia, Minas Ge-rais. .

A CTBC, como é conhecida. na região, vem há tempos prometendo aoilustre c dinâmico Prefeito Dr. Antônio Teixeira de Lima que seus serviçosmelhorariam com a implantação de novos equipamentos.. Mas os serviços continuam precários, a ponto do Cassllândía Jornal afir-mar ípsís Iitteris: '

"O Sistema Interurbano de nossa cidade continua o mesmo ou atépior se duvidarem. Com a instalação dos 7 canais, a cidade benefi­ciada foi Paranaíba. que hoje, graças ao prefeito de nossa cidade,pode sem problemas ligar-se com o mundo sem demora ou ta­peação. E Cassilândia? Cassilândia continua solicitando e depen­dendo de boa vontade de uma firma que não demonstra a melhorvontade de solucionar o problema de uma cidade. Temos em Cassi­lândia, uma firma que administra o serviço telefônico Municipal,que doou o equipamento para que a CTBC, firma de maior porte,solucionasse de vez o problema.Desde que a CTBC não tenha condições ou não se interesse rn,aispelo nosso Interurbano, que devolva à INETEL, firma pioneira emnossa cidade, todo o equipamento e concessão, para que pelas mãosdo Pioneirismo seja implantado um sistema de Interurbano dignode Cassilândia, 'Que o Sr. Prefeito não caia novamente no ridículo, em confiar naCTBC, que tome providências enérgicas para que de fato seja sana­do em definitivo o' problema. A INETEL, através de seu DiretorPresidnete, Empresário Francisco Viana, tem hoje condições de li­gar Cassilândia com o mundo, através de sofisticada linha telefônicadiretamente de Jales, o que implicaria um sistema DDO (DiscagemDireta Operacional). Cansamos de aguardar que a CTBC, atravésde promessas vãs, solucionasse o problema que há anos encontra-sesob sua tutela. Esperar 8 horas por uma ligação é avacalhar todauma população. Sr. Prefeito, fica aqui registrado o expressivo votode toda a população para que Vossa Excelência dê fim a esse proble­ma, dotando Cassilândia de uma verdadeira imagem telefônica, ca­paz de atingir os objetivos desta população progressista que é. Soli­citamos de Vossa Excelência medidas drásticas contra a CTBC.Nossa gente quer falar. Esta cidade quer falar, afinal o segredo dobom êxito de todo um povo consiste em se comunicar. E Cassilândianão pode se comunicar."

Ao registrar o fato, solidarizando-me com a população de Cassilândia,faço um apelo ao Exmv Sr. Ministro das Comunicações e à TELEBRAS paraque verifiquem com urgência este lamentável estado de coisas, chamem- a

CTBC à responsabilidade ou a substituam pela TELEMAT, subsidiária daTELEBRÃS, que atua em território sul-mato-grossense, a fim de que o povode Cassilândia não continue sob a constante ameaça de não ter na hora neces­sária o telefone interurbano, uma das peças essenciais do processo de convi­vência e mesmo sobrevivência humana, rios agitados dias atuais.

O SR. PIMENTA DA VEIGA (PMDB - MG. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Ministro do Interior anuncioua adoção pelo BNH do reajuste semestral, nas prestações relativas li financia­mentos da compra de residências.

Há de se considerar a inconveniência dessa modificação, em virtude daperda do poder de compra dos salários e também porque, todos o sabem,uma grande faixa dos mutuários do BNH é composta de funcionários públi­cos que não têm aumentos salariais na proporção nem na freqüência com queo Ministro do Interior deseja aumentar as prestações.

Essa medida levaria, certamente, a uma enorme inadimplência na liqui­dação dos débitos dos mutuários, não por vontade própria, mas por absolutaimpossibilidade de cumprir as majorações anunciadas e ao mesmo tempomanter as demais despesas essenciais, como alimentação, ensino. transporte esaúde.

Acontece que o BNH parece não estar disposto a fazer incidir esse au­mento apenas no contratos novos - o que seria cruel, mas legal. Desejam asautoridades governamentais a incidência dos aumentos semestrais tambémnos contratos já firmados e em plena vigência. Aí, a medida sobre ser injusta eanti-social é plenamente ilegal, pois pretende alterar, unilateralmente, cláusu­las de um contrato bilateral.

A manifestação do BNH, além de perversa, revela grande desconheci­mento jurídico de seus dirigentes.

Certo está O diretor da Faculdade de Direito de UFMG, o ilustre profes­sor Baracho, quando apóia a decisão da Associação dos Mutuários do Brasilde recorrer à Justiça contra essa intervenção do BNH. Diz aquele eminentejurista, com muito' acerto, que a má administração do B~H sobrecarrega omutuário, para que o Banco saia de suas dificuldades, reclamando que oscontratantes não têm meios de fiscalizar as operações.

Solidarizamo-nos com a Associação dos Mutuários do Brasil na sua lutapara conter a voracidade do BNH, assim como estamos de acordo com as de­clarações de seu diretor José Gonzaga de Souza, quando afirma que a maio­ria dos mutuários perderá suas casas por não poder areal' com as prestaçõesrejustadas em valores incompatíveis com aumentos salariais.

Esse reajustamento pretendido pelo BNH demonstra que o Governopermanece distanciado do povo e viciado pelo arbítrio. Vivêssemos nós sobuma administração democrática, eleita em pleito direto e tais idéias não te­riam curso.

A verdade é que o Governo é hoje o grande algoz do brasileiro, não sópor seus conhecidos erros administrativos, .mas principalmente pelos absur­dos aumentos que decreta nos setores sob seu controle, como vemos, freqüen­temente, em relação à energia elétrica, telefone, água, entre outros.

Assim como o proposto aumento das prestações do BNH essas majo­rações não se limitam aos limites dos reajustamentos salariais, mas ao con­trário os superam, consideravelmente.

Diante do flagrande abuso que ameaça os mutuários do BNH e que cer­tamente ultrapassa sua capacidade financeira, pretendemos convocar o presi­dente do BNH para prestar 'depoimento em um dos órgãos técnicos da Câma­ra dos Deputados, passa ver se pode ele esclarecer essa repugnante demons­tração de insensibilidade que está intranqüilizando um grande número debrasileiros.

A tecnocracia mais uma vez demonstra sua insensibilidade e prova nãoestar convencida que a inflação, e de resto o caos econômico, são filhos legíti­mos de sua incompetência.

O SR. LUIZ LEAL (PP - MG. Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, o Jornal O Globo do dia 29 de março passadopublicou uma reportagem dando conta de um povoado mineiro invadido poruma nuvem de morcegos.

A notícia sem dúvida deixa transparecer a condição de abandono em quese encontram as populações do interior do Estado.

. Refiro-me, Sr. Presidente, a Guaranilândia, povoado de 300 habitantessituado a 40 quilômetros de Jequitinhonha.

Segundo a reportagem, os morcegos proliferam-dia após dia, oferecendoséria ameaça àquela população até agora indefesa. E lamentável que as auto-'ridades estaduais ainda não tenham tomado as devidas providências, pois hátrês meses que Guaranilândia vem sofrendo o assédio desses abomináveisin­vasores.

Os morcegos que estão atacando o povoado são HEMATOFAGOS,animais que se alimentam de sangue, e além disso transmitem, através de sua

1896 Quinta-feira 9 orÁRIO no CONGRESSO NAC'IONAL (Seção I) Abril de 1981

tromba apropriada à sucção ou pela boca, doenças, de modo particular a rai­va.

Mais de 46 vítimas já foram constatadas e algumas sugadas várias vezes.Quero, na oportunidade, da Tribuna da 'Câmara dos Deputados, fazer

um apelo ao Ministro Waldir Arcoverde, de Saúde, no sentido de que tomeimediatas providências enviando a Guaranilândia vacinas adequadas e umaequipe especializada no assunto, a fim de imunizar a sofrida população da­quela região.

O SR. NÓSSER ALMEIDA (PDS - AC. Pronuncia o seguinte díscur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, há alguns dias trouxe a esta Casa rei­vindicação das mais justas e pertinentes, relacio .iada à necessidade de se au­mentar o preço da borracha natural, a nível de produtor, em função dosatuais índices inflacionários e das dificuldades enfrentadas pelas áreas de pro­dução.

Volto a esta tribuna para consignar a minha satisfação em ver atendida asolicitação que formulei, porque desde o início de abril vigoram os novospreços pagos aos seringueiros, majorados em 45% e que constituirão certa­mente nova motivação para o aumento da produção gumífera nacional.

A borracha natural é fator de sobrevivência em imensas áreas no Acre eem toda a Amazônia, cujas populações, humildes e sujeitas ao sacrifício dotrabalho penoso, dependem substancialmente da atividade extrativa, aliás,numa contribuição extremamente valiosa para a economia brasileira, hojeainda importando grande parte das necessidades internas de borracha.

As potencialidades da produção de borracha natural são imensas noBrasil e particularmente no Acre, desde que scjam concedidos incentivos eapoio governamentais. Renovo, nesta tarde, a minha admiração ao trabalhoda SUDHEVEA, tantas vezes registrada em meus pronunciamentos, porquerealmente sua administração baseia-se no principio de estimular a produção,remunerando melhor quem efetivamente produz, em razão do que em poucosanos houve um espantoso aumento da prode novos seringais constituindo-seum notável alicerce dução, com os programas de recuperação de seringais na­tivos e o plantio para os mais recentes êxitos alcançados pelo Programa deBorracha, nas versões Probor r e Probor TI.

Realmente, o trabalho que o Dr. José Cezário Menezes de Barros execu­ta à frente da SUDHEVEA, embora de longo prazo, já oferece ótimos resul­tados não apenas em termos de aumento quantitativo da produção, comotambém e especialmente, pela motivação e o grau de conscientização que con­seguiu despertar em todos os que se dedicam a essa atividade, graças ao seupermanente contato com as áreas produtoras, dialogando e discutindoproblemas c soluções com seringueiros e seringalistas.

É indispensável salientar o grande apoio e interesse do Governador Joa­quim Falcão Macedo no desenvolvimento da heveicultura no Estado, numademonstração de alta sensibilidade para com a problemática acreana, o que,a propósito, tem sido a marca maior de seu governo, cuja administração semostra repleta de obras voltadas para o bem-estar de todos os acreanos, numtrabalho sério e consciente, a despeito das grandes dificuldades que enfrenta,sem razão da profunda carência de recursos.

É por inteira justiça, Srs. Deputados, que lembro estar esse magníficocrescimento da atividade gumffera no Acre associado também ao trabalho debase e de longo alcance executado pelo ex-Governador Geraldo Gurgel deMesquita, igualmente administrador dos mais capazes e que, apoiando as pri­meiras iniciativas para a recuperação dos seringais, contribuiu significativa­mente para os resultados que hoje estão sendo obtidos.

Assim sendo, às vésperas da viagem do Presidente Figueiredo ao Nortedo País, quando estará em Rio Branco, com muita honra para todos os acrea­nos, quero enfatizar o clima de expectativa que se verifica no Estado em re­lação a essa importante visita, todos querendo manifestar o carinho e admi­ração pelo Presidente que, mesmo diante das maiores dificuldades que uma é-

, poca pôde oferecer ao Brasil, realiza seu projeto de Governo com objetivosclaros de restabelecer por inteiro a democracia e promover ações que propor­cionem a todos os brasileiros segurança, paz social e, sobremodo, bem-estar,

Pois neste momento em que o Acre presta sua homenagem ao PresidenteFigueiredo, também pelo total apoio que concede à borracha natural, aos se­ringueiros e seringalistas, quero solicitar a especial atenção do Chefe daNação para que sejam agilizadas as providências, a fim de que se implante omais rápido possível o Probo r rn, cujas metas tornarão o Brasil bastante pró­ximo da auto-suficiência no setor.

E permito-me, ainda, sugerir aos responsáveis pela execução da políticada borracha para que seja estendida a outras áreas, notadamente no interior enos seringais, a instalação de minipostos da COBAL, de acordo com o convê­nio firmado com a SUDHEVEA, para que os seringueiros tenham um ade­quado atendimento no fornecimento de gêneros alimentícios a preços mais

acessíveis, o que hoje é prejudicado pelo difícil acesso às cidades onde se loca­lizam os citados postos da Companhia Brasileira de Alimentos.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

o SR. .JERÔNIMO SANTANA (PMDB - RO. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a BR!-364, entre Cuiabá - PortoVelho - Rio Branco, transformou-se na "Estrada das Promessas". Enquan­to fazem promessas e publicidade às custas do prometido asfaltamento dessarodovia, a sua situação real é de calamidade pública, transformada que estánum só atoleiro, de ponta a ponta.

A "Estrada das Promessas", como poderíamos denominá-la, entrouagora na sua fase mais crítica, com milhares de camilhões atolados, só no ter­ritório de Rondônia.

O Governo, autor, culpado e responsável 'pela calamidade dos atoleiros,não aparece ali agora sequer para oferecer socorro aos motoristas ilhados nosatoleiros, sacrificados pela doença, fome e desespero, muitos deles com suascargas perdidas.

O Governo é o único e exclusivo responsável pelos atoleiros e abandonoda BR-364. É uma obra do Governo o estado de calamidade em que setrans­formou a situçao daquela rodovia, da qual depende toda a economia e coloni­zação do Território de Rondônia e do Estado do Acre.

Em 1979, o Governador de Rondônia começou a prometer pelos jornaise televisão o asfaltamento da BR-364, dizendo ser obra sua. Planos de publi­cidade foram elaborados tendo por base uma campanha eleitoral demagógicaem cima do prometido asfaltamento. O plano de propaganda vasou e foipublicado por jornais em Porto Velho.

Somas fabulosas já foram gastas pelo Governo de Rondônia e pela SU­DECO para promover um Programa Especial denominado POLONOROES­TE. Essa publicidade ruidosa vem sendo mantida já por dois anos na impren­sa, O Plano publicitário recomenda, entre outras coisas, essa publicidadesempre estrondosa, montada em cima das seguintes metas e orientações:

"- caracterizar e programar como uma "grande.concreta e impor­tante" realização do Governo;- demonstrar sua importâcia e significação para toda a área ­área de fronteira agrícola;- destacar o aspecto social do programa (voltado para áreas degrandes extensões de terras, não ocupadas economicamente, tor­nando a região bastante atraente para a fixação no meio rural deelevados contingentes populacionais, o que aliás já vem ocorrendo);Lançamento:- distribuição de relesses precursores;- desencadeamente da campanha publicitária;- cobertura jornalística do anúncio e atos de criação do programa;- organização de exposições de esclarecimento e informações sobrea concepção do programa, com audiovisual;

Acompanhamento:- organização de reunião e encontros de avaliação e apreciaçãodos primeiros resultados;- preparação de material informativo dos primeiros resultadospara remessa via mala direta;- promover inauguração dos primeiros trechos asfaltados, se possívelcom a presença do Presidente da República;

Ampliar a repercussão:- provocar pronunciamentos de outras autoridades e técnicos nosmeios de comunicação;- envolver órgão de classe e segmento político para ampla discus­são;

Integração Sistêmica:- agregar os resultados obtidos do Programa nas ocasiões de ba­lanço da administrução/Governo:- anunciar, caracterizando envolvimento, as novas medidas deação em relação ao Programa;- etc.

Sugestão para peças avulsas:- capacetes (que poderia constituir o símbolo do programa)- slogan (A Estrada do Oeste)- adesivos para máquinas e caminhões- placa - indicando os primeiros trechos asfaltados

Indicando o local onde inicia a estrada- Medalha de Honra ao Mérito ("pela sua contribuição ao asfalta­mento da estrada do Oeste") aos trabalhadores."

Abril de 1981 DIÁRIO no CQNGRESSO NAnO~AL (Seçâe I) Quiuta-Ieíra 9 1897~

Essa montagem publicitária que está a cargo do Governo de Rondônia;que vem gastando somas fabulosas em publicidade, se acha inteiramente forada realidade. Enquanto se fala na grande Estrada do Oeste, ela se transfor­mou no maior atoleiro do País, por obra e graça deste Governo.

Talvez se o dinheiro gasto na publicidade fosse melhor aplicado, os mo­toristas hoje atolados na região de Caco ai não estariam pagando preços ab­surdos para se alimentarem naquelas imensidões ermas abandonadas.

Monta-se campanha publicitária tendo em vista o êxito, caso a obra sejarealizada. Nenhum esquema de apoio vem funcionando para assistir aos mo­toristas com fome. Nenhuma garantia é oferecida às cargas perdidas. Nenhu­ma recompensa é dada aos motoristas é aos comerciantes prejudicados portantos dias de serviços perdidos nos atoleiros. Nenhuma moratória é dada aocomércio e aos motoristas nos seus compromissos, um com os bancos, por­que compraram mercadorias cujas duplicatas são cobradas pelos bancos, sen­do que eles ainda não receberam as mercadorias; outro nos pagamentos dasprestações de seus caminhões, que permanecem parados até meses nos atolei­ros da BR-364.

Nestas horas, o Governo de Rondônia, que andava dizendo que a BR­j64 era obra sua, desapareceu e só anda de avião ou helicóptero, por cima, agrandes alturas dos atoleiros.

Os atoleiros foram por nós previstos e denunciados em agosto de 1980,quando era época de verão, oportuna para a recuperação dos trechos críticosda estrada. O que fez o DNER para promover essa recuperação?

O resultado lá está. O povo assistiu a reportagem do Jornal Nacional nanoite de 6-7 do corrente, que mostrou em abundância a calamidade dos ato­leiros da BR-364. Não mostrou qualquer providência do Governo visandoassistir aos flagelados desses atoleiros.

As regiões de Rondônia e da Amazônia Ocidental têm se constituído naárea das promessas não cumpridas do Governo. Tudo é feito para o Nordes­'te. As prioridades só são para o Nordeste. Nós, que vivemos também a cala­midade dos atoleiros, a calamidade fundiária da grilagem e a calamidade dafrustração dos agricultores, sem estradas vicinais e sem preços mínimos, nãosomos lembrados através de providências efetivas e concretas do Governo, enão tem sido falta de advertência.

Até quando a recuperação eo asfaltamento da BR-364 vão se contituirem promessas não cumpridas do Governo?

O SR. PEIXOTO FILHO (PP - RJ. Pronuncia o seguinte dlseurso.) ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, a ordenação imprimida pelo Governo aoproblema da desburocratização serve, por enquanto, para criar uma cons­ciência em torno da necessidade de simplificação dos procedimentos no ser­viço público. Todavia, impõe-se dizer, que, apesar dos decretos já publicadosnesse sentido, há poucas possibilidades de que ela produza efeitos práticosapreciáveis e no prazo previsto pelas autoridades.

As projeções do Sr. Hélio Beltrão são válidas enquanto voltadas para acriação de uma mentalidade e para a formação de uma ambiência favorável àpropagação de suas idéias. Se não for seguida, porém, de providências maisobjetivas, a destacada autoridade corre o risco de um dia surpreender-se pre­gando no deserto.

Sr. Presidente, não obstante esse entendimento, mas concordando comas afirmações do ex-Ministro do Planejamento, Professor Hélio Beltrão, deque esse problema se situa no campo político mais alto e está acima do Go­verno e dos Partidos e diz respeito aos interesses do povo de uma maneira ge­ral e de que a desburocratização ê, antes de tudo, um processo a favor do pe­queno, do humilde, a maior vítima da burocracia, cabe-me enfocar, na opor­tunidade, um problema similar existente no Poder Judiciário.

Sr. Presidente, a desburocratização da justiça é uma das mais antigas rei­vindicações da Magistratura, do Ministério Público, dos advogados e dopovo em geral, especialmente das camadas mais carentes. Daí, a necessidadeda adoção de medidas objetivas para acelerar o andamento dos processos ju- .diciais e para dar melhor assistência aos que não podem pagar advogados.

Há dois anos passados agasalhei, em pronunciamento desta tribuna, al­gumas sugestões de magistrados fluminenses, destacando a que se refere à as­sistência judicial aos mais pobres, que poderia ser obtida pela criação de umaequipe de defensores públicos que prestassem seus serviços a partir do regis­tro de ocorrências, para evitar erros, injustiças e favorecimentos intencionaise delituosos.

A presença dos defensores públicos em número suficiente para atender aessa necessidade contribuiria de modo decisivo para evitar a violência nas pri­sões e nas delegacias policiais. No momento em que o Ministro da Justiçaconvoca magistrados, advogados e Secretários de Segurança Pública dos Es­tados para um exame acurado do problema da violência nos diversos níveis eesferas em que ela costuma se manifestar, as sugestões acima, de toda a opor­tunidade, talvez não passem despercebidas.

Realmente, só se pode dizer que há justiça quando as partes disputamseu direito em igualdade de condições. Num processo em que o endinheiradose faz representar por um bom advogado e o pobre carece de quem o defenda,a desigualdade é tão flagrante que elimina de saída a idéia de justiça. Por ou­tro lado, se em cada delegacia houvesse um plantão de defensores públicosatuando em favor de cada acusado a partir do registro da queixa ou da entra­da do detento na repartição, muita iniqüidade poderia ser evitada.

Por sua vez, no interior do Estado o drama do pobre que necessita plei­tear justiça é dos mais dolorosos.

Sr. Presidente, a criação de mais varas cíveis, criminais, de família e demenores, nas diversas Comarcas do Estado do Rio é uma das medidas indis­pensáveis à desburocratização da Justiça Fluminense, ensejando a contra­'tação ::Ie pessoal especializado e reciclando servidores com o emprego decomputadores.

As Comarcas da Baixada Fluminense são as que acusam o engarrafa­mento de milhares de processos por falta de pessoal e de instalações condig­nas.

Em Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis e Nova Iguaçu osJuízes, Promotores, Defensores Públicos e funcionários forenses estão sedes­dol:irando para minimizar as conseqüências ruinosas do acúmulo de proces­sos.

O funcionamento inadequado do aparelho j .idiciário, por falta de recur­sos e de pessoal especializado, chega a ser consid rado na região um proble­ma grave fie segurança nacional.

Na justiça criminal, onde os processos cadu carn, o reflexo no aparelhopolicial é altamente negativo, tornando-o impotente para conter a violência.

Quanto às varas cíveis, suas uenciencras se refletem negativamente nasempresas, prejudicando a economia dos municípios onde está prevista a im­plantaçãc de outras empresas nos Distritos Industriais de Nova Iguaçu e Du­que de Cs xias, as quais deverão criar cerca de 10 mil empregos a médio prazo.

Sr. P 'esidente, finalmente impõe-se-me o dever de reafirmar que é chega­da a hora de se desburocratizar a Justiça, que sofre dos mesmos males do ser­viço público. Para tanto ê preciso uma melhor identificação de propósitos en­tre os Poderes Judiciário e Executivo, esperança maior do valoroso povo flu­minense.

o SR. PEDRO SAMPAIO (PP - PRo Pronuncia o seguinte díscurso.)- Sr. Presidente, Srs, Deputados, participei, no último domingo, na cidadede Andirá, no Estado do Paraná, de uma grandiosa comemoração cívico­religiosa que uniu paulistas e paranaenses na reivindicação para que seja res­tabelecida a ligação ferroviária entre Ourinhos e Maringâ, na parte relativaao transporte de passageiros. Foi um acontecimento marcante que contoucom a presença maciça do povo, de lideranças políticas e religiosas, de verea­dores e Prefeitos Municipais, de Senadores da República e de Deputados Fe­derais e Estaduais de todos os partidos políticos. Não foi, porém, uma reu­nião política: foi, antes, uma concentração popular para se tentar obter me­lhorias para o próprio povo.

O transporte ferroviário de passageiros existe, hácerca de quarenta anos,beneficiando o trecho compreendido entre Ourinhos e Maringá, atendendo auma grande região, bem povoada, sabidamente de grandes potencialidades.A população menos favorecida servia-se do transporte ferroviário, menosoneroso.

Sem explicar direito as razões de seu ato, a Rede Ferroviária Federal en­tendeu de suprimir esse tipo de serviço prestado. E o fez de modo peremp­tório, ignorando as razões sociais que recomendavam a abstenção de tãodrástica medida. Nem se diga Srs, Deputados, que essa foi medida de racio­nalização no eonsumo de combustíveis, eis que, sem a ferrovia, toda aquelagrande massa da população terá de se utilizar das linhas rodoviárias, sabida­mente maiores consumidoras de derivados de petróleo.

Em recentíssimo Balanço publicado nos maiores jornais do País, a RedeFerroviária Federal proclamou que já estavam definidos substanciais aumen­tos de capital capazes de garantir seus custos operacionais. No mesmo docu­mento, a Diretoria da Rede proclamava que, em apenas uma de suas empre­sas controladas, havia sido obtido um lucro líquido de 47,7 milhões de cruzei­ros, resultado esse superior, e, 181%, ao obtido no exercício anterior.

Fica, pois, a indagação: por que a supressão do transporte de passageirosentre Ourinhos e Maringá? .

As empresas controladas pelo Governo, Sr. Presidente, não devem ape­nas preocupar-se com lucros. Desempenham elas, sabidamente, importantesfunções sociais. Se a Rede Ferroviária não apresentava, em seu todo, resulta­dos negativos, qual o motivo que justificou essa desastrada decisão, que tantovem afetando o povo do norte paranaense e do sul paulista?

Note-se ainda que a retirada de circulação do trem de passageiros coinci­diu com um aumento de quase trinta por cento nas tarifas rodoviárias. O po-

1898 Qulnta·felra 9 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

vo, principalmente o do campo, não possui elevado poder aquisitivo. O Presi­dente João Figueiredo, ao assumir o comando político do Pais, proclamouque era chegada a vez do campo, a hora ruralista. Mas esse homem. Srs. De­putados, já está desiludido de tantas promessas e temeroso de tanta falação,pois a cada dia que passa novas medidas são tomadas em seu desfavor,

Os tecnocratas tomam decisões em gabinetes atapetados, com ar condi­cionado, longe da realidade dos fatos. E quem acaba sendo prejudicado é ohomem do povo. No caso presente, quem saiu prejudicado foi o homem domeio rural, esse mesmo homem que, de sol a lua, trabalha a terra com o seusuor e contribui pará alimentar a cidade e a mordomia dos tecnocratas.

O povo do norte do Paraná e do sul de São Paulo necessita do transporteferroviário. Nessa concentração em Andirâ, esse povo, através de seus legíti­mos representantes, elaborou uma Carta ao Presidente João Figueiredo, soli­citando sua intervenção pessoal na questão e enfatizando a necessidade de sedevolver ao homem do campo o seu transporte mais econômico.

Desejo destacar o seguinte trecho dessa Carta de Andirá:"Antes de transportar riquezas, as nossas ferrovias sempre transporta.

ram pessoas, gente que transformou, com o seu trabalho, a terra dadivosa emfonte de produção."

Todos os que participaram dessa contagiante concentração popular sen­tiram a imperiosa necessidade de ser atendida tão justa reivindicação.

Deixo. desta elevada trib.una do Parlamento brasileiro, o meu apelo paraque se restabeleça. o mais rápido possível, o transporte ferroviário de passa­geiros entre Ourinhos e Maringâ, Ao mesmo tempo, lanço o meu voto de des­confiança à alta cúpula da rede Ferroviária Federal, pelo seu insensibíllsmo,esquecida de que o homem deve ser. sempre. a principal meta dos governan­tes.

Era o que tinha a dizer.

O SR. SIMÃO SESSIM (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte dlscurso.)­Sr. Presidente. Srs, Deputados, o Rio de Janeiro perdeu ontem, de maneirasúbita e inesperada, um dos seus mais ilustres filhos e homens públicos, quesempre demonstrou, quer como empresário bem sucedido, quer como admi­nistrador capaz, seu enorme carinho e amor pelas coisas da cidade e do Esta­do, com seu espírito alegre e desportista, procurando realizar permanente­mente em benefício do Rio e do povo carioca.

Marcos Tamoyo, SI. Presidente, engenheiro por formação, foi um idea­lista constante. e, com um conhecimento profundo de sua cidade, desde cedodedicou-se inteiramente à realização de obras públicas, ocupando pratica­mente todas as esferas na área municipal, assumindo mais tarde o cargo deSecretário de Obras do Governo Carlos Lacerda, cuja administração foi res­ponsável por inúmeras grandes realizações, sobressaindo-se a construção demelhoramentos urbanos que modernizaram a cidade, como os vários túneis eoutras obras no setor de transportes.

Homem habilidoso, consciente de sua enorme capacidade como técnico,administrador e político, possuía humildade necessária para ouvir, dialogar etransigir, condição que lhe valeu uma indiscutível posição de liderança noRio de Janeiro, e que se firmou quando Prefeito, no período de 1975/79,oportunidade em que realizou extraordinária administração, dedicando-se asoluções de vários problemas crônicos da antiga Capital.

E considerado o mais realizador de obras nos subúrbios, onde, semprecom a preocupação de levar o bem-estar a todos os cariocas, implantou redesde iluminação pública, asfalto, áreas de lazer e principalmente escolas muni­cipais.

Por essa reconhecida liderança e por sua vocação para bem gerir os inte­resses da coletividade, Marcos Tamoyo já surgia como candidato natural doPartido Democrático Social ao Governo do Estado do Rio de Janeiro naseleições do próximo ano.

E profundamente lamentável o desaparecimento de Marcos Tamoyo sobos mais diversos aspectos: como homem público, político e sobretudo comoamigo leal dos que, como eu, tiveram o privilégio de sua próxima convivênciae de sua amizade. Fica, entretanto, o magnífico exemplo aos filhos, amigos, atodos os que conheceram e aos mais jovens, pela abnegação e interesse de­monstrado à causa pública, e sobremodo pelo seu espírito humanitário, semdúvida, uma das características marcantes do seu extraordinário caráter.

À esposa de Marcos Tarnoyo, D. Maria Izabel, às suas duas filhas, Flá­via Maria e lzabel, e aos demais parentes, a mais profunda expressão de pesarpor tão irreparável perda.

Fica um vazio na vida pública do Rio de Janeiro, com a morte de Mar­cos Tamoyo, de difícil preenchimento, mas que deixa, em contrapartida, umaenorme legião de admiradores e seguidores de sua obra, de sua liderança e deseu exemplar comportamento em todas as funções que teve a oportunidadede exercer, quando prestou os mais relevantes serviços ao povo carioca, quehoje pranteia sua morte.

Que a grande homenagem hoje prestada a Marcos Tamoyo pelo povocarioca, que ele tanto amou, se perpetue através da atribuição do seu nome auma de suas realizações que possa identificar a grandeza da obra por ele cons­truída, como brílhante homem público de nossa época e de nossa terra, é oque me permito-se sugerir à pronta iniciativa do Prefeito e da Câmara dos Ve-readores do Rio de Janeiro. .

Era o que tinha a dizer.

O SR. DARCILIO AYRES (PDS - RJ. Pronuncia o seguinte discurso)-Sr. Presidente, Srs. Deputados, em plena efervescência política, esbanjan­do otimismo e amor pela cidade do Rio de Janeiro, que tanto lhe deve, o ex­Prefeito Marcos Tamoyo teve bruscamente cortada pela morte uma carreirade homem público das mais brilhantes e fecundas. O funesto acontecimentocolheu-o em meio a múltiplas manifestações de fé na vida - justamente nomomento em que pensava no aniversário da esposa e preparava-se para en­frentar um dia repleto de contactos e articulações voltadas para a sua possívelcandidatura ao Governo do Estado do Rio de Janeiro pelo PDS - o grandesonho do carioca nascido coincidentemente a 7 de setembro, dia da Pátriaque sempre engrandeceu.':"

Primeiro Prefeito do Rio após a fusão, Marcos Tamoyo assumiu um en­cargo difícil, do qual se desincumbiu com êxito, graças à habilidade. vocaçãopara o diálogo político e incansável vontade de vencer que o singularizavam.Refiro-me à preservação das características especialíssimas de que se reveste acidade do Rio de.Janeiro, ameaçadas de perderem a expressão no momentoem que se deslocava a fonte de recursos para um novo pólo, o Estado da Gua­nabara. Foi então que o gênio criativo de Tarnoyo, posto a serviço de suainexcedível paixão pela cidade do Rio de Janeiro, conseguiu verdadeiro mila­gre. Não permitiu que o esvaziamento financeiro da Prefeitura, conseqüenteda fusão, viesse a desfigurar a belíssima Velhacap, retirando-lhe a prerrogati­Vil de centro turístico dos mais atraentes do mundo. Energia e dinamismo nãofaltaram nessa luta que culminou com a reidentificação do Rio, assegurando­lhe a coroa que se tentava arrebatar-lhe. Certo de que, pelo seu passado, Mar­cos Tamoyo jamais permitiria que o seu berço, o seu chão, suas praias, monu­mentos, museus, prédios históricos de incalculável valor, toda essa conjunçãoinusitada de fatores naturais e culturais de primeira água, que fazem do Riode Janeiro uma cidade primus inter pares, sofresse qualquer desvio no glorio­so destino que lhe foi apontado por Deus.

Animado da mais cálida f1ama, o soberano daquele reino despojado os­tentou como nunca ~ condição de "homem das grandes obras", dando inícioe seqilência a grandes projetos destinados a humanizara urbs proporcionan­do inúmeras áreas de lazer aos seus habitantes, e ao mesmo tempo criar umainfra-estrutura capaz de "aprontar" a cidade que. em 400 anos, nunca houve­ra realizado com tamanha plenitude suas vocações culturais, sociais e física.Engenheiro formado na Escola do Largo do São Francisco, teve acendradointeresse por este último aspecto. da portentosa metrópole e já no GovernoLacerda, de quem foi o Secretário de Obras, veio a se tornar o inspirador eum dos realizadores do Túnel Rebouças, obra marcante para uma cidade di­vidida entre as zonas sul e norte pela serra da Tijuca. Fator de integração en­tre as populações das duas regiões, o Túnel Rebouças está indissoluvelmenteligado ao nome do ex-Prefeito Marcos Tito Tamoyo da Silva, grande carioca,grande brasileiro.

Suas convicções políticas não o bitolavam nem o apixonavam como umfim cm si mesmas. Entendia a política partidária como o meio válido paraatingir seus objetivos de bem servir ao povo - estes sim, sua verdadeira reli­gião. Assim é que, inicialmente filiado ao MDB, deslocou sua preferênciapolítica para a ARENA, ao assumir a Prefeitura do Rio de Janeiro, em 1975,e mais tarde foi um dos mais entusiastas do fortalecimento do PDS no Esta­do. Circunstancialmente afastado do partido situacionista, caminhava a pas­sos largos para retornar ao seio da família pedessista, cujo apoio estavam emvias de obter a fim de deslanchar sua sonhada candidatura ao Governo do Es­tado.

Figura simpática, alegre, descontraída, protótipo do carioca de Botafo­go, torcedor do clube do bairro, Marcos Tamoyo viveu intensamente seus 54anos, durante os quais irradiou a forte luz própria característica das estrelasde primeira grandeza.

Lamentando a perda irreparável, que deixa mais pobre o Brasil. esta Câ­mara rende homenagens ao eminente político ao imaginoso administrador eprincipalmente ao homem que sintetizou como poucos o espírito aberto, livree grande do brasileiro.

Era o que tinha a dizer.

O SR. CELSO PEÇANHA (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte díscur­so.) - SI. Presidente, Srs. Deputados, inteiramente solidário com moradoresdo Conjunto Residencial Santa Regina, em Guadalupe, no Rio de Janeiro,

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1899

faço apelo ao Presidente do Banco Nacional da Habitação para que atendaao seu memorial, datado de 12 de março de 1981, no sentido de evitar queagentes financeiros negociem, com preços altos, os 360 apartamentos ocupa­dos.

Leio, para conhecimento da Câmara, o memorial patrociando pela As­sociação Pró-Melhoramentos dos Jardins Santo Antônio e Associação Atléti­ca São José, com sede no bairro de Guadalupe:

"Exmv Sr.José Lopes de OliveiraD. D. Presidente do Banco Nacional da HabitaçãoAv. ChilePrezado Sr.Nós, abaixo assinados, moradores do Conjunto Residencial SantaRegina, na rua Leocádio Figueiredo, em Guadalupe, vimos pormeio desta' denunciar a V. Ex' que continuamos sem condições decomprar os apartamentos financiados pelo Sistema Financeiro deHabitação, apesar de o BNH ter determinado, em portaria baixadapor V. Ex', a regularização dos atuais ocupantes.iseja a que títulofor. .

Ocorre que o Conjunto Residencial Santa Regina dispõe de quatro(4) agentes financeiros, que são o UNIBANCO, a CAIXA ECO­NOMICA, O BANERJ e a DELFIM S/A, Os 360 apartamentos doUNIBANCO estão sendo vendidos aos seus atuais ocupantes, porCr$ 233 mil, como determinou a portaria de V. Ex' a preço avaliadopelo BNH em condições que satisfizeram a grande maioria dos mo­radores. A venda por parte do UNIBANCO vem-se concretizandono próprio Conjunto, através de um salão cedido ao agente finan­ceiro por esta Associação.A denúncia que formulamos a V. Ex' tem por fundamento principalo fato de os três demais agentes financeiros, BANERJ, CAIXAECONOMICA E DELFIM S/A, se negarem, até agora, a cumprira determinação do órgão que, por lei, controla todo o Sistema Fi­nanceiro de Habitação, que é o BNH, e querem nos impor preço doapartamento e condições de pagamento além do nosso poder aquisi­tivo, e ameaçam despejar todos quantos se recusarem a comprá-los.Entendemos que o Sistema Financeiro de Habitação foi criado coma finalidade de propiciar a casa própria às camadas da população debaixa renda; assim sendo, a política adotada pelos três agentes fi­nanceiros já citados não é coerente com a filosofia do próprio BNH.Nós, moradores do mesmo Conjunto, não podemos e também nãodevemos comprar um apartamento em condições diversas das queestão sendo propostas pelo UNIBANCO, com preço avaliado peloBNH, só porque o agente financeiro do BNH tem outro nome. Ascondições impostas pelo BANERJ, CAIXA ECONOMICA e DEL­FIM S/A são totalmente incompatíveis com a realidade social doConjunto e, a nosso ver, contrariam fundamentalmente as diretrizesbásicas do Governo Federal no combate à inflação. Entendemostambém que o BNH não permitirá que as unidades do Sistema Fi­nanceiro de Habitação sejam negociadas por preço a bel prazer dosagentes financeiros, como se estivessem vendendo laranjas e bana­nas nas feiras livres da cidade, sem o menor risco de fiscalização.Assim sendo, vimos solicitar de V. Ex' providências enérgicas nosentido de uniformizar as. condições de compra doj nossos aparta-mentos. .Atenciosamente.':

O SR. FEU ROSA (PDS - ES. Pronuncia o seguinte dlscurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, um dos mais graves problemas que afligem gran­de camada da população de Vitória, Vila Velha e cercanias é o da legalizaçãodos terrenos designados como de marinha.

Premido pelas dificuldades financeiras e pela necessidade de construirseu lar, o povo vai aterrando os alagadiços e mangais que o circundam. Inva­de o mar, num trabalho incansável, constante e perseverante.

Assim começam as primeiras casinhas. Logo em seguida aparecem asruas e surgem os bairros. Ficam ali aquelas multidões amontoadas, na maiscornpungente das promiscuidades. Muitos habitam em palafitas, à seme­lhança dos que povoam as lagunas da pré-história.

Com o surgimento de vida humana desencadeia-se um processo normalem todas as sociedades: instalam-se casas comerciais, serviços públicos etransmissão de bens entre vivos e por morte. Os bens, cada vez mais valoriza­dos, vão passando de um para outro, mediante recibos precários, sem valorjurídico algum.

A propriedade do imóvel não pode ser legitimada, porque a legislação deterrenos de marinha, que data de mais de 35 anos, não o permite.

Trata-se de uma ler arcaica, totalmente ultrapassada pelos fenômenos so­ciais, que vem ocasionando problemas e dificuldades a toda uma coletivida­de.

Há edifícios em Vitória, situados a mais de mil metros do mar, que sãoconsiderados como em terreno de marinha, estando sujeitos os condôminosao pagamento de uma taxa e a se submeterem a um complicado ritual buro­crático quando da alienação.

Entendiam os legisladores, naquela época, que era preciso reservar-seuma área adjacente ao oceano para os casos de segurança nacional. Mas ra­ciocinemos: quem vai derrubar um edifício de 10, 20 andares, para ocupar umterreno de 300 metros quadrados? E se a segurança nacional assim o exigir, oGoverno vai deixar de demoli-lo por não ser terreno de marinha?

Baseiam-se os exegetas numa linha demarcatória do preamar máximo,traçada em 1831, que vem servindo como ponto de partida para a caracteri­zação das regiões sob regime de tumulto jurídico. Isto porque os integrantesdas classes média e alta ainda se podem dar ao luxo de seguirem os trâmitesnormais pelo Serviço do Patrimônio da União. Mas as camadas mais humil­des da sociedade não têm condições psicológicas nem financeiras para essetrabalho. Daí surgem as invasõese contendas insolúveis, que muitas vezes de­generam em brigas, lesões corporais e mortes. A justiça não possui meiospara solucionar essas demandas, devido à precariedade dos títulos. O assun­to, assim, é resolvido pela lei do mais forte, ou através das delegacias poli­ciais.

Já está bem chegada a hora de se encarar com seriedade esse tormentoso'problema social, criando-se uma legislação compatível com os agitados diasatuais.

Era oque tinha a dizer.

O SR. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Pronuncia o seguinte dlscurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, nomeado no dia 27 de março último, porato do Presidente João Figueiredo, empossa-se hoje no Supremo TribunalFederal o Ministro Clóvis Ramalhete, notável figura de jurista que sempreencontrou tempo suficiente para a literatura e o jornalismo.

Recentemente, o jurista Clóvis Ramalhete foi agraciado com a MedalhaTeixeira de Freitas, quando ocupava as funções de Consultor Geral da Re­pública, saudado, com brilhantismo, pelo Professor Sérgio Ferraz, que lou­vou na oportunidade sua dedicação à advocacia, sua excelente formação jurí­dica e, finalmente, o desempenho brilhante naquela Consultoria.

Se a homenagem foi prestada no Instituto da Ordem dos Advogados doBrasil, ela caberia em qualquer istituição cultural, numa cátedra ou num so­dalício literário, pois, além de tratar-se de figura notável pelo seu exemplar ci­vismo, é intelectual do mais fino lavor, de jurista percuciente, de literato pri­moroso, laureado pela Academia Brasileira de Letras, tendo colaborado nosmais importantes jornais do País.. Mestre de Direito Internacional, muitas decisões importantes, nesse pla­no, se basearam em parecer jurídico de Clóvis Ramalhete, por exemplo o re­ferente à legitimidade do ato do Governo brasileiro ampliando o nosso marterritorial.

Honrou as cátedras da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, da atualUniversidade Federal, tendo o título de Professor Emérito da Faculdade deDireito de São Carlos e honoris causa da Faculdade de Direito da Universida­de do Espírito Santo. Dentre as funções eminentes exercidas em organismosnacionais e internacionais, destaca-se o exercício da magistratura na CortePermanente de Arbitragem, em Haia, ocupando cargo na Internatlonal La",Association e na Interamerican Bar Assoclatlon, além de conselheiro da UnlonInternationale des Avocats.

Membro da Sociedade Brasileira de Direito Internacional e da SociedadeBrasileira de Direito Aeronáutico; Consultor Jurídico da Associação Brasilei­ra de Ráido e Televisão; membro destacado do Instituto dos Advogados doBrasil e ex-Conselheiro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados e doConselho Superior da OAB. .

Vocacionado preferentemente para as atividades liberais, antes de ocu­par a Consultoria Geral da República já ostentava as condecorações mais im­portantes do País, de Portugal, do Peru e da Venezuela.

Revelando-se singular conferencista, esteve nos mais importantes ínstítu­tos e universidades, explanando a melhor doutrina jurídica e demonstrandoínvulgares qualidades de exegeta.

Este o homem' que assume, hoje, um lugar no' Pretória Excelso, na quali­dade de advogado, para demonstrar, no Supremo Tribunal Federal, aquelavocação revelada em tribunais internacionais, ou seja, de eximia exegeta doDireito. A Nação está de parabéns, principalmente as nossas letrasjurfdicas ea classe dos advogados, por essa escolha, todos certos de que o Ministro Cló­vis Ramalhete honrará o mais alto Tribunal da República.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

1900 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçiio I) Abrilde 1981

o SR. CARDOSO FREGAPANI (PMDB - RS. Pronuncia o !!egulntediscurso.) -: Sr. Presidente, Srs. Deputados, assomo à tribuna da Câmara dosDeputados para reportar-me à notícia veiculada pelo conceituado jornal gaú­cho "Zero Hora", em data de 6 do corrente mês, em que o ilustre DeputadoHugo Mardini, 19 Vice-líder do PDS, Partido de sustentação do Governo di­tatorial, esterioriza sua simpatia à emenda constitucional proposta pelonobre Deputado Albérico Cordeiro, seu correligionário, que amplia de trêspara doze meses o prazo de desincompatibilízação de governadores, secre­tários e prefeitos, quando candidatos a cargos eletivos.

Sr. Presidente e Srs, Deputados, concordamos em grau, número e gênerocom o ilustre Parlamentar gaúcho, quando o mesmo afirma o seguinte: "Ostecnocratas, que tinham nojo dos políticos, agora querem descer-de pára­quedas na política, fazendo grossa politicagem e usando o patrimônio públi­co para se eleger". Disse mais o Deputado gaúcho Hugo Mardiní: "Os Secre­tários de Estado e os dirigentes de grandes autarquias usam aviões, veículos efarta propaganda nos grandes veículos de comunicação de massa para se pro­moverem, além de distribuírem generosamente favores entre os que se dis­põem a ajudá-los, numa concorrência desleal. Metade dos secretariados gaú­chos e pernambucanos são candidatos a Deputados Federais". Diz mais: '~A:

Proposta de Emenda Constitucional apresentada pelo Deputado AlbéricoCordeiro vem sendo encarada como uma arma de legítima defesa de todos osDeputados que se sentem ameaçados em sua sobrevivência".

Sr. Presidente e Srs. Deputados, essas acusações para nós, homens deOposição, não traduz em nenhuma novidade, eis que reiteradamente as de­núncias à Nação, mas o Governo, autor, as nega veementemente, argumen­tando serem infundadas as denúncias e críticas oferecidas pela Oposição.

Nas campanhas eleitorais, seja em que nível fôsse, nós a Oposição dizía­mos ao povo no Rio Grande do Sul que a nossa luta era a do tostão contra omilhão, eis que o Governo, usando indevidamente os recursos públicos, faci­litava aos seus candidatos os meios de transportes, os aviões, a propaganda,ofereciam cargos e benesses, enfim. utilizavam uma incrível máquina admi­nistrativa em seu favor.

Ora Sr. Presidente, para nós, enfatizo, bem assim para o povo. Rio­grandense e brasileiro, as denúncias feitas pelo 19 Vice-Líder do Governo nãosão novidades. A máquina existe e está à. disposição do mesmo, contra asOposições brasileiras.

Mas Sr. Presidente, quando essas denúncias são ratificadas em seus por­menores detalhes, pelo nobre Deputado Hugo Mardini, deve o Governo es­clarecer a Nação sobre esses gravíssimos e criminosos atos de corrupção ad­ministrativa, eis que está havendo malversação com o dinheiro público e o re­médio jurídico para punir tais crimes, sem sombra de dúvida, e a instauraçãode inquérito para apurar-se os responsáveis de tão violento e ignóbil crime.

Encerro Sr. Presidente, dizendo que as denúncias e críticas da Oposiçãoem nosso Estado sempre mereceram do povo gaúcho a maior credibilidade etanto é verdade que os resultados expressos pelas urnas eleitorais demonstra­ram de maneira incontestável esta assertiva. As declarações feitas pelo nobreDeputado Hugo Mardini, o 19 vice-líder do Governo, vêm ratificar, vêm en­dossar toda nossa pregação no sentido de que o Governo usa sua poderosamáquina administrativa para tentar esmagar seus opositores, nos diversospleitos eleitorais. Este fato serve para cada vez mais credenciar as Oposiçõesperante o povo, em especial no Rio Grande do Sul.

É o velho ditado popular que diz: "Pimenta nos olhos dos outros écolírio, mas no seu .... arde". Razão, no meu entender do desabafo do ilustreparlamentar gaúcho Hugo Mardini.

O SR. OSVALDO MELO (PDS - PA. Pronuncia o seguinte dlscurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, ninguém desconhece a importância do tu­rismo como elemento carreador de divisas para dinamizar o desenvolvimen­to. Faz algum tempo que nós, brasileiros, despertamos para esse fato, a pontode termos uma empresa estatal especialmente para cuidar desse assunto. O re­sultado já se faz sentir, principalmente com as campanhas propagandísticasque visam a atrair visitantes do exterior, em maior número do que até agorafoi conseguido. '

Do ponto de vista interno, à medida em que o País se desenvolve,dotando-se de melhores estradas e meios de transporte, é natural e mesmo de­sejável que a mobilidade horizontal dos brasileiros seja estimulada, como fa­tor de integração nacional, conhecendo-se os nossos patrícios uns aos outros,intercambiando costumes e trazendo, como corolário, o enriquecimento e adiversificação da cultura pátria em todos os Estados da Federação.

Entretanto, o incremento do turismo não vingará a menos que tenhamosuma estrutura que o permita, sendo imprescindível que todos os Estados se­jam equipados com a necessária rede de hotéis, 'de feição moderna e confortá­vel, tal como o exigem os turistas de hoje em dia. Neste sentido, é digno deelogios, por sua atualidade e realismo, o convênio que em dezembro de 1977

foi celebrado entre a SUDENE e a EMBRATUR, objetivando a construção,ampliação ou reforma de hotéis e também a execução de serviços e obras definalidade turística na área da SUDENE.

O referido convênio estabelece a participação de recursos do FINaR emcada projeto turístico a ser desenvolvido, até 50% do investimento total, po­dendo. essa margem ser complementada pela EMBRATUR com outros re­cursos por ela administrados, além de outros financiamentos que poderão serconcedidos ao projeto por, outras fontes de crédito. O que se pode dizer é quea implementação desse convênio poderádotar o Nordeste de uma estruturade hotelaria e obras de finalidades turísticas da maior conveniência para faci­litar o fluxo turístico naquela região.

Sr. Presidente, como representante do Estado do Pará, consciente de queo meu Estado também é possuidor de um potencial turístico capaz de trazerbem-estar e encantamento a todos que o visitam, só posso lamentar que mi­nha terra não tenha ainda uma estrutura que facilite o incremento do turis­mo, para se tornar mais conhecida no Brasil e no exterior. Afinal, o Pará éuma parte da Amazônia, e como tal está integrado naquele pedaço místico domundo, com seus rios e matas, peixes exóticos e animais variados, enfim, umadas últimas regiões onde a natureza ainda se apresenta na plenitude dá sua ri­queza. Ademais, a cozinha paraense é bastante rica, com seus pratos típicosconhecidos até mesmo fora do Estado; isso para não falar na hospitalidadedo meu povo, na riqueza do seu folclore e na sua religiosidade, que se expres­sa naquelas festas dedicadas aos santos, mas que são também excelentes oca­siões de congraçamento social.

Por isso, venho à tribuna para sugerir, com muito empenho, que se faça,igualmente. um convênio entre o Governo do Estado do Pará, a SUDAM e aEMBRATUR, com vistas à construção de uma rede de hotéis no interior domeu Estado. nas principais cidades da área turística, ou que tenham potencialpara tanto, como medida imprescindível destinada a abrir a possibilidade dofluxo turístico para o Estado do Pará. Sei que em 1978 já houve gestões nessesentido, que não foram levadas a efeito, apesar de haver a EMBRATUR seproposto a examinar o assunto.

Passados dois anos das gestões iniciais, agora que a direção da EMBRA­TUR é constituída por outros homens, inclusive contando com um Presiden­te que vem manifestando a intenção de dinamizar cada vez mais o setor turís­tico no Brasil, faço questão de voltar ao assunto para solicitar às autoridadescompetentes, isto é. ao Governo do Estado do Pará, ao Presidente daEMBRATUR e ao Superintendente da SUDAM, que estudem a possibilida­de de celebrar um convênio semelhante àquele que se realizou entre a SUDE­NE e a EMBRATUR. para dar ao povo do Pará uma oportunidade de parti­cipar mais ativamente dessa que é uma atividade atualmente situada entre asmais importantes para o desenvolvimento do País.

O Pará, esquecido durante tanto tempo, quer também ter a sua vez noâmbito do turismo, que já se aeha tão desenvolvido em outros pontos do País.

Sr. Presidente, passo a abordar outro assunto.Instala-se hoje, nesta cidade, a 19 Semana Cultural-Artística do Pará,

dentro dos festejos comemorativos dos 21 anos de fundação de Brasília, aocorrer no dia 21 do corrente.

É uma excelente promoção da Universidade Federal do Pará, trazendo amensagem cultural e artística do nosso Estado à comunidade de Brasília, aooferecer alguns aspectos do meio intelectual paraense, como palestras, expo­sições e concertos, promovendo ao mesmo tempo fecundo intercâmbio daAmazónia e de Brasília, centro político e administrativo do País, no campodas artes e do pensamento. .-

A 19 Semana Cultural-Artística do Pará, em Brasília, é organizada sob osauspícios da Universidade Federal do Pará, através do Pró-Reitoria de Ex­tensão e Assuntos Estudantis. do Departamento Cultural e Promoção do Ser­viço de Atividades Musicais da U.F.Pa., e conta com o patrocínio da Secreta­ria de Educação e Cultura do DF, cuja titular, Professora Eurídes Brito daSilva, é nossa conterrânea, assim como da Fundação Cultura do Distrito Fe­deral. além do Departamento de Artes da Fundação Universidade deBrasília.

O>programa será aberto hoje, através de uma palestra da Prof. Dra. Ma­ria Anunciada Chaves, Presidente do Conselho de Cultura do Pará, sobre os"Traços principais da cultura paraense", encerrando-se no dia 10, com umapalestra do Prof. Meirevaldo Paiva, Delegado do MEC no Pará, sob o título"Educação e Cultura Regional".

Haverá, também. a exibição de vários artistas e compositores do Pará,inclusive, a orquestra juvenil da Universidade Federal do Pará.

Queremos, nesta oportunidade, registrar esse evento nos Anais desta Câ­mara Federal, enviando nossas congratulações à Universidade Federal do Pa­rá e à Secretaria de Educação do Distrito Federal, pela promoção da l' Sema­na Cultura Artística do Pará, no Distrito Federal, pejos 21 anos de Brasília.

Abril de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1901

o SR. MILTON BRANDÃO (PDS - PI. Pronuncia o seguinte dlscur­sn.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, recebemos, no final da semana passa­da, a infausta noticia do desaparecimento do ex-Deputado Manuel NogueiraLima, chefe político no Município de Pedro 11.

Por volta de 1933, quando da organização do Partido Socialísta noPiauí, Governo do Interventor Landry Sales Gonçalves, de saudosa memória,meu conterrâneo Nogueira Uma - natural, como eu, de Pedro II - ingres­sou naquela agremiaçãopartidária e, após ocupar o cargo de Prefeito do Mu­nicípio, disputou, com êxito, uma cadeira à Assembléia Legislativa, exercen­do o mandato até novembro de 1937, quando o Presidente Getúlio Vargasdesfechou o golpe de Estado, em lO do mesmo mês. >

Comerciante próspero, empresário vitorioso, Nogueira Lima continuouchefiando o seu grupo de amigos, e em 1946, com a volta do País ao regimedemocrático, colaborou para a organização da União Democrátíca Nacional,UDN, que teve em seus quadros grandes vultos políticos, entre os quais opreclaro Brigadeiro Eduardo Gomes. Nessa ocasião, ilustres piauienses secongregaram para combater o Partido Social Democrático, que tinha comofigura principal o ex-Interventor e ex-Governador, ex-Deputado Federal eSenador Leônidas de Castro Melo. Naquela oportunidade, Nogueira Limadisputou novamente o mandato eletivo, e integrante da Constituinte de 1946,permaneceu na Assembléia, por várias Legislaturas.

Fomos seu colega e integramos a Assembléia Legislativa do Piauí, ondecontinuamos acompanhando a sua trajetória política. A partir de 1946, com­pôs os quadros da União Democrática Nacional, de cujas fileiras se desligouna década de 50. Daí por diante aderiu ao Partido Trabalhista Brasileiro e,posteriormente, no período da Revolução de março de 1964, ao Movimento

. Democrático Brasileiro.Comerciante e empresário, com o correr do tempo foi diminuindo essas

atividades, em virtude, principalmente, de vultosas despesas que os chefespolíticos do interior sempre enfrentaram e enfrentam.

Chefe de família exemplar, soube encaminhar seus diletos filhos, que osucederam não somente na vida pública como também no setor empresarial,bem assim em outras destacadas atividades.

Expressamos, Sr. Presidente, nossas sentidas condolências à ilustrefamília enlutada, por intermédio de D' Maria de Lourdes Nogueira, virtuosaesposa, estendendo nossos sentimentos aos seus filhos, Deputados ManoelNogueira Filho e Etevaldo Nogueira, ao Empresário Ciro Nogueira, ao Pre­sidente do Jóquei Clube do Piauí, Dr. Achiles Nogueira, às excelentíssimasSenhoras D. Nercy, Raimunda, Josefa e Doracy Nogueira, à funcionária fe­deral Srt! Maria de Lourdes Nogueira, aos seus irmãos, o ex-Prefeito Joa­quim Nogueira e o fazendeiro Olímpio Nogueira.

Sr. Presidente, prestamos à memoria de Manoel Nogueira Uma a nossahomenagem, em reconhecimento à sua contribuição em favor dos .nossoscoestaduanos e, em especial, dos nossos conterrâneos.

Na qualidade de seu adversário político, também o nosso registro pelosseus constantes exemplos de chefe político. Quando as tensões, principalmen­te por ocasião dos pleitos eleitorais, envolviam nossos decididos e honradoscorreligionários, não raro desaguando em disputas exacerbadas, sua açãosempre foi capaz de evitar derramamento de sangue, a violência, que poderiaderruir, pelo menos, temporariamente, os alicerces de nossa organização so­cial. Assim entre nos sempre houve oportunidade para o bom diálogo, para oentendimento cordial, e jamais tivemos a lamentar tristes e lutuosas ocorrên­cias.

Era o que desejávamos consignar nos Anais da Casa.

O SR. NILSON GIBSON (PDS - PE. Pronuncia o seguinte dlseurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, a rede bancária no Estado de Pernambucodeu início, ontem, ao levantamento dos empréstimos enquadráveis na anistiae moratória de dívidas concedidas pelo Governo Federal aos produtores ruorais da área atingida pela seca. Os bancos deverão comunicar aos clientes aconcessão dos benefícios, informando, ainda, que cessará, a partir do dia 30deste mês, a incidência de encargos financeiros sobre esses empréstimos.

Incluem-se na anistia os financiamentos rurais de custeio e prestação deinvestimentos, vencidos ou a vencerem este ano, inclusive os juros e aces­sórios devidos até o dia 30 deste mês; e os financiamentos de custeio de lavou­ras de ciclo superior a um ano, inclusive os juros e acessórios devidos atêaquela data.

A moratória abrangerá os juros e acessórios de financiamentos ruraisque não se enquadrem na anistia. O pagamento, nesse caso, será exigível noprazo de um ano após a data original devencimento, independentemente dotamanho do produtor. A circular n9 626, do Banco Central, que regulamentaa concessão da anistia e moratória, estabelece, ainda, que "a critério da insti­tuição financeira e desde que, com base nas informações disponíveis, se apureque a capacidade de pagamento futura do mutuário tenha sido afetada pela

estiagem, admitir-se-á também a prorrogoração das prestações de financia­mentos rurais de custeio e investimento, vencíveis em 1982, para reembolsono prazo de 2 anos após o vencimento original do título ou contrato".

Ocorre, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que Municípios não incluídosnos benefícios concedidos pelo Governo, de acordo com a-relação enviadapela SUDENE ao Banco Central do Brasil S;A, foram, infelizmente, dura­mente atingidos pelas enchentes. Os prejuízos sofridos em conseqüência daschuvas torrenciais dos últimos dias provocou a destruição de estradas, açu­des, barragens, perda de equipamento, veículos e a agricultura que estava nocampo para a colheita. Portanto, é necessário ajudar a reeguer a economiadesses M unicípios. .

Concluo, Sr. Presidente, Srs. Deputados, apelando para Exmv Sr. Presi­dente João Figueiredo - aliás, já encaminhei expediente a S. Ex' consultan­do sobre a possibilidade de incluir os Municípios de João Alfredo, Feira No­va, Limoeiro, Orobó, Bom Jardim e Vitória de Santo Antão na concessão dosbenefícios da Circular nv 626, do Banco do Central, que regulamenta a per­missão da anistia e moratória e outras vantagens, Municípios esses atingidospor inundações recentes que desabrigaram milhares de trabalhadores rurais ecausaram prejuízos à economia do Estado. Finalmente, peço que a assistênciaseja executada com rapidez, sem formalismo ou excessivas cautelas burocráti­cas, para alcançar o êxito desejado:

Sr. Presidente, leio, para que conste dos Anais, o seguinte telex enviadopelo Sr. Luiz Pimentel, da Sociedade dos Criadores de Limoeiro:

"Sociedade dos criadores de limoeiro apela ilustre deputado entrarentendimentos ministro Mario Andreazza incluir circular 626 Ban­co Central do Brasil municípios Limoeiro, Feira Nova, Orobó, BomJardim, João Alfredo, Vitória de Santo Antão também atingidosfortemente pela estiagem saudações.Luiz Pimentel"

Voltarei ao assunto, se Deus permitir.

O SR. OSVAloDO LIMA (PP - RJ. Pronuncia o seguinte dlscurso.)­Sr. Presidente, Srs. Deputados, o País assiste a mais um capítulo da tragico­média em que se transformou sua administração monetário-financeira. Ago­ra, um de seus principais coadjuvantes, o Presidente do Banco Central, comu­nica a criação de um grupo de trabalho para fazer um levantamento das exi­gências de alta reciprocidade na concessão de empréstimos bancários, comose isso fosse alguma novidade.

Segundo o Sr. Carlos Langoni, o Governo vai aplicar multas e outras pu­nições a todas as instituições que condicionam a aprovação de financiamen­tos à manutenção de elevados saldos médios ou à compra de apólices desegu­ro, certificados de depósitos bancários, debêntures e ações, dando a entenderque essa prática não existia anteriormente, ou que era desconhecida pelos al­tos escalões oficiais.

A verdade, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que, na guerra desencadeá­da pela liberação das taxas de juros, está valendo tudo no meio financeiro na­cional. Há bancos que acenam para seus investidores com remunerações deaté 108% ao ano, causando perplexidade e temores generalizados, pois não háeconomia que resista a esses índices.'

Em compensação, no período de outubro de 1980 a janeiro deste ano, astaxas reais de juros - já descontada a inflação - saltaram de 5,47 para 25%.Em meados de fevereiro, segundo denunciou a Federação do Comércio doEstado de São Paulo, as taxas nas operações de desconto de duplicatas co­meçaram a firmar-se em 200% ao ano, o que representaria uma taxa de Jurosreal da ordem de 52%, que foi considerada, e com justa razão, como francaagiotagem. Até no Banco do Brasil, que cobra menos, essas linhas de créditocustavam 146%.

Não há qualquer dúvida de que a liberação das taxas de juros está em­purrando a inflação brasileira para o alto. O próprio Presidente do Banco doBrasil, em recente depoimento aqui na Câmara, reconheceu "que os juros es­tão atuando como- fator de realimentação da inflação interna, ao pressionaros custos de produção de bens e serviços". Mas S. S, afastou a possibilidadede se voltar ao sistema de tabelamento, afirmando que "os juros estão eleva­dos atualmente, porque a inflação ainda está alta e, também, porque é precisomanter o custo do dinheiro interno acima das taxas internacionais, como for­ma de estimular a captação dos recursos externos necessários para o fecha­mento do balanço de pagamentos este ano".

Essa situação deve ser melhor explicada, Sr. Presidente. Se os juros estãoaltos por causa da inflação e, ao mesmo tempo, realimentam os índices infla­cionários,onde vamos parar'! Como o País vai sair desse círculo vicioso? Fi·caremos eternamente na dependência do mercado financeiro internacional? Aquem isto interessa?

1902 Quínta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Outra inqui 1tante constatação é a existência de crescente especulação fi­nanceira, em prejuízo de atividades produtivas capazes de gerar novos empre­gos, como forma de defesa dos capitais privados ante as incertezas que ron­dam a economia naciona!.

Qualquer empresa - e as multi nacionais já deram sobejas provas disso- tende a dar preferência a aplicações financeiras, em vez de arriscar recur­sos na ampliação de seus empreendimentos.

Reconhecendo a procedência dessa constatação, o Presidente do Bancodo Brasil admitiu que "possa ser necessária alguma forma de mudança na le­gislação, para impedir que pessoas físicas e jurídicas façam aplicações finan­ceiras - como em cadernetas - que remunerem mais do que investimentosem atividades produtivas".

Todas essas distorções, Sr. Presidente, Srs. Deputados, têm de ser corri­gidas imediatamente, sob pena de o País pagar um preço ainda mais alto doque vem pagando pelo desacerto e pela teimosia dos "magos" que comandamnossa economia.

o SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte díseur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Governo continua cada vez mais in­sensível e mais distante da verdade brasileira. Hoje o Secretário Especial deAbastecimentos e Preços anuncia que na edição de amanhã do "Diário Ofi­cial" será publicada portaria da SUNAB que autoriza o aumento do preço dolitro de leite de 27 para 36 cruzeiros, com vigência a partir de 16 de abril.

Os avisos e ponderações de que este aumento desabusado viria, como vi­rá, prejudicar sensivelmente a alimentação dos trabalhadores brasileiros nãoreceberam consideração. As ponderações da Oposição de que este aumentode 33% irá agravar a subnutrição, a misêria, a mortalidade infantil, tambémnão sensibilizaram o Governo do General Figueiredo e do Sr. Delfim Netto.

A partir do dia 16 de abril os trabalbadores brasileiros terão retirados desua mesa, a cada dia, 0,8 de litro de leite, pois, após um dia de trabalho,serápossível a um trabalhador, com uma parte destinada à alimentação, comprarapenas 2,5 litros de leite para toda a alimentação de toda a sua família.

Que Governo é este, quando um trabalhador tem de trabalhar uma horae meia para comprar um litro de leite? É um governo despreocupado com osbrasileiros, apenas voltado para os interesses de uma pequena minoria.

A partir de 16 de abril, se desejar comprar um litro deleite por dia, o as­salariado irá consumir 21% do seu salário mínimo (ou seja, 42% do valor des­tinado à alimentação). Isto é lamentável. É a prova da inexistência de um Go­verno para os brasileiros.

O alerta foi feito, mas o Presidente permaneceu insensível, deixando queos tecnocratas impusessem mais esse aumento violento ao bolso do trabalha­dor. Como admitir-se que seja autorizado pelo Governo um aumento de 33%no litro de leite?

Se 'este Governo deseja estimular os leiteiros, deverá proceder de outramaneira, mas não aumentando a miséria e a fome do povo brasileiro. Na ver­dade, o Governo está estimulando com maiores lucros as empresas da indús­tria leiteira. Agora, no Rio Grande do Sul, a CORLAC está fazendo propa­ganda do leite pela televisão - caríssimo veículo de comunicação - como seesse alimento de adoção obrigatória precisasse de propaganda. O que estáacontecendo é: ou a venda está pequena, porque o povo não pode comprar,ou lucro está tão grande que permite até a aplicação de recursos em publici­dade.

Em verdade, isto acontece porque não há Governo no Brasil.

O SR. rosr FREIRE (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte dlscurso)­Sr. Presidente, S~s. Deputados, em entrevista à Imprensa, em São Paulo, oMinistro da Aeronáutica, Brigadeiro Délio Jardim de.Mattos, defendeu a ne­cessidade de instituir-se uma lei antiterror no Brasil, quando manifestou o seurepúdio por esses "crimes contra a humanidade, condenáveis em qualquerparte do mundo". Esta declaração, sem dúvida, revela estar S. Ex' empenha­do em conter a onda de atentados perpetrados com impressionante freqüên­cia, comprometendo os nossos foros de povo civilizado.

- Mas esta ocasião torna-se oportuna para que, independentemente docombate ao terrorismo, se acabe, em definitivo, com o clima de revoltante im­punidade em que vivem os mercenários do terror, evidentemente a serviço doconservadorismo recalcitrante. Embora este aspecto não tenha sido abordadopelo Ministro Délio Jardim de Mattos, é necessário saber em que grau se en­contram as investigações referentes aos atos de terrorismo contra a Câmarade Vereadores, a Ordem dos Advogados do Brasil e o jornal Tribuna da Im­prensa, já que nada se conhece, de palpável, a respeito das promessas feitaspelo Ministro da Justiça quanto à apuração dos fatos.

Verifica-se claramente/ a aceleração da escalada da violência, E nada po­deria contestar o juízo já formado pela opinião pública, segundo o qual essesatos vandálicos e cruéis partem de áreas obscurantistas, inconformadas com

os propósitos de abertura política do Governo Federal, como, aliás, tem sidoinsistentemente revelado pelo próprio Presidente da República.

Ora, se os selvagens profissionais da violência transformaram o terroris­mo em hábito rotineiro, é porque deve haver, certamente, alguma cobertura aeste tipo de delito hediondo.

O Ministro da Justiça, Sr. Ibrahirn Abí-Ackel, não reluta em usar de suamágica dialética, sustentando que esses inqualificáveis abusos ferem a cons­ciência jurídica da Nação, colocando-nos em dúvida sobre se há ou não há,no País, o Estado de Direito. Em face desse comprometedor desinteresse dasautoridades quanto à elucidação de crimes do terrorismo, pode-se admitirqualquer conivência de setores oficiais junto aos facinorosos perpetradoresdessas tragédias, que, não raro, têm provocado vítimas fatais.

Não houve, até qui, conclusão de qualquer inquérito policial, enquantoos chamados agentes da lei vacilam, iludem, mentem e confundem o povo,como se não fosse possível localizar as vertentes dos delitos e capturar os res­ponsáveis ou autores materiais.

O mais fácil é deduzir que o Brasil, com todo um complexo de leis em vi­gor, escorrega e cai na vala do ridículo, gerando uma atmosfera de desapon­tamento e indignação em torno de tantos quantos defendem a ordem jurídica.

Falando como Deputado de formação democrática e como membro daOposição, sinto-me inteiramente à vontade para criticar O Governo por essaestranha passividade, à mesma hora em que os ativistas do obscurantismoagem livremente, incitando as próprias massas a reações imprevisíveis.

Parece-me - dentro de um racioncínio sereno - que o comportamentodo terror no Brasil é mais um fator que vem somar-se à crise inflacionáriaabismal, que engasga a vida nacional, de modo a provocar a criação de umclima que possa levar a um desejado impasse institucional, do qual, com cer­teza, sairíam vitoriosos os atuais detentores do Poder. Este é um ângulo inter­pretativo que não pode ser minimizado diante de um diabólico esquema sedi­cioso, já preestabelecido.

Em qualquer país do mundo onde haja estruturas legais arraigadas, oterrorismo não desfruta privilégios. Até na agitada Itália, os integrantes daBrigada Vermelha que seqüestraram e mataram o estadista Aldo Moro foramlocalizados c punidos. E, se todos os demais atentados deixaram de ser escla­recidos, é porque esses delitos se consumaram em .face de requintes virtual­mente mistoriosos. Mas, o que se pode afirmar é que, nessa ou naquela naçãorespaldada em firmes alicerces democráticos, não se admite que setores dopróprio Governo tramem contra o espírito da legalidade.

No Brasil, lamentavelmente, os terroristas são espectros fantásticos, quepraticam os atos mais atrozes, e ninguém os vê, nem lhes conhece o domicílio,nem tem a mais vaga informação desses marginais da lei, circunstância quenos deixa a impressão de tratar-se de almas de outro mundo. Por quê? Nãosubsiste dúvida de que há algum grupo dominante protegendo os vândalos eassassinos, e convalidando essa conduta cruel, aterradora e repugnante.

Venho exigir, da tribuna desta Casa, um pronunciamento claro e convin­cente sobre tal situação, que é absurda e inquietante. As esferas superiores doGoverno, por isso mesmo, estão na direta obrigação de manifestar-se, se éque o Poder Central deseja restaurar a sua imagem arruinada perante a ner­vosa' expectativa do povo.

, É o que tenho a dizer.

O SR. ANTÚNIO ANIBELLI (PMDB - PRo Pronuncia o seguinte db­curso) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em documento recentemente elabo­rado e entregue à diretoria da Federação das Indústrias do Estado de SãoPaulo, as empresas multinacionais instaladas no País reclamam contra a polí­tica econômica atual, não porque esteja conduzindo ao desemprego e proleta­rizando a classe média, mas por estar provocando o desestímulo à vinda denovos capitais estrangeiros para o Brasil.

Alegam essas insaciáveis empresas que os desestímulos à livre ação dastransnacionais desencorajam os investimentos, principalmente quando a açãogovernamental se traduz pelo policiamento mais eficiente da importação e daexportação, o que estaria retirando dessas empresas estrangeiras "a agilidadee a liberdade de que necessitam para maior competitividade no mercado in­ternacional" .

Lamentam elas que aquelas normas internacionais capazes de conferirmais estabilidade aos investimentos estrangeiros não se inscrevam em nossalegislação, ou, quando vigoram há mais de dezoito anos, são modificadas porsimples atos administrativos, que aumentam o risco do investimento.

Alegam, ainda, as mu!tinacionais:

"A burocracia tem dificultado e até mesmo impossibilitado o regis­tro de capitais interessados antes da promulgação da Lei n9 4.131 ­relativa à entrada de capitais estrangeiros no, mercado. de capitais ­disso resultando impedimento ao registro de reinvestimentos e cau­sando problemas com a distribuição de lucros."

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1903

Não se advertiram, ainda, essas empresas de que, vivendo o País uma dasconjunturas econômico-financeiras mais diffveis da sua História, deve repar­tir com todos, nacionais c estrangeiros, o ônus da necessária recuperação,principalmente utilizados os instrumentos da politica fiscal, de um lado c, dooutro, processadas tantas alterações sucessivas quantas necessárias, relativa­mente à importação e à exportação, das quais depende o equilíblio do nossobalanço .de pagamentos e o resultante fortalecimento da economia nacional.

No documento, confessam essas empresas que "grande parte dos em­préstimos externos foi contraída pelas empresas brasileiras de capital estran­geiro junto a instituições financeiras, o que poderá dificultar sua conversão

- em capital de risco".Muito mais difícil tem sido, para o Governo, converter a escassa pou­

pança nacional; decorrente, antes de tudo, da crise energética - contra a qualestamos lutando denodadamente - em recursos para enfrentar essa dívidaexterna, na sua maior parte de responsabilidade dessas empresas.

O documento termina pedindo uma politica definida de exportação parao período de um ano, quando a conveniência nacional pode ditar sua alte­ração conjuntural, no intuito de fortalecer as exportações e diminuir as im­portações.

Assim, a Resolução n9 638,do Banco Central, que disciplina os financia­mentos sobre as importações, deve ser mantida enquanto atenda aos interes­ses nacionais e não para satisfazer, por alterações descabidas, o apetite insa­ciável das multinacionais.

Se esses polvos reclamam além das benesses já conseguidas das nossasautoridades financeiras, devemos resistir mais ainda a essa ofensiva do capitalestrangeiro, na ânsia de maiores lucros, em detrimento da nação.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. JÚLIO COSTAMILAN (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte dís­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em pronunciamento feito da tribu­na há poucos dias, registramos a realização, na cidade de Gramado, RioGrande do Sul, do 99Festival do Cinema Brasileiro, conc1ave do mais alto si­ginificado.cultural e turístico, que anualmente tem lugar naquela cidade gaú­cha.

A projeção nacional conquistada pelo evento firma-se agora, ao ensejoda sua realização pela nona vez, quando os melhores filmes produzidos emnosso País foram projetados e obtiveram a sua premiação, bem como seusatores e diretores. A falta de apoio mais efetivo de parte do Governo do Esta­do, fato que registramos na intervenção anterior, foi mais uma vez notada pe­los participantes do Festival, que não entendem como um empreendimentode tal porte possa efetivar-se sem uma colaboração mais expressiva do PoderPúblico. No entanto, todos destacaram a participação ampla do Prefeito Mu­nicipal, Sr. Nélson Dinnebier, do Departamento de Turismo e dos diversos'setores da Municipalidade, que não mediram esforços, contribuindo decidi:damente para' o êxito do certame.

Ao encerramento do Festival de Cinema, foi divulgada a Carta de gra­mado, pela qual atores, diretores e técnicos de cinema exigem efetivo apoiodo Governo à cinematografia brasileira, repudiam o terrorismo e defendem odireito de o povo escolher, pelo voto, todos os seus governantes.

Para registro nos Anais da Câmara, lemos, a seguir, o texto da referidacarta onde é fixada a posição daqueles que se dedicam ao cinema em nossoPaís:

"Mais uma vez o Festival de Gramado confirma o potencial criativoe crítico do cinema brasileiro: sua capacidade de reflexão estética esua capacidade de investigar a realidade, numa livre convivência dasmais diferentes ou contraditórias tendências.Estamos certos de que este instante de afirmação está indissoluvel­mente ligado às tímidas mas efetivas conquistas democráticas: de­pois de anos de mordaça, mas não de silêncio, nosso cinema avança.atento às dificuldades e transformações da vida brasileira.Cada dia"ocupamos espaços mais significativos na busca deste con­seqüente e responsável diálogo com a platéia, no esforço do apro­fundamento desta reflexão crítica. Mas nosso trabalho é ainda bas­tante dificultado pela presença ativa e impune dos inimigos do cine­ma e da cultura brasileira, que manipulam fórmulas de desrespeito atoda legislação, até mesmo à já existente, que garanta a presença denossos filmes no mercado. Questão agravada pela inexplicável inde­cisão do Governo brasileiro em definir uma política clara de incenti­vo à produção e veiculação de nossos bens culturais.Nós, artistas e técnicos de cinema presentes ao 99 Festival de Gra­mado, vimos a público declarar:l) É dever do Estado participar ativamente da produção e veicu­lação do cinema brasileiro. Esta participação deverá ser colocada àaltura das necessidades efetivas. Não deverá nunca ser reduzida à

manutenção de eternas dificuldades nem à criação de soluções palia­tivas. São necessários investimentos significativos que permitam ca­pitalizar o cinema brasileiro. O que, em termos imeidatos, significa­rá retomada do ritmo de produção. Nesse sentido, nós apoiamosconcretamente a Embrafilme em seu pedido de aumento de capitalsolicitado à União, pois somente assim os projetos já aprovadospela empresa que têm deixado d cinema brasileiro num estado deprolongada expectativa, poderão ser finalmente concretizados. Masexigimos uma solução mais duradoura. Que elimine os injustificá­veis adiamentos que geram inquietação e uma eterna crise de pro­dução.2) Afirmamos que o cinema brasileiro, como projeto audiovisualoriginal, está pronto para ocupar seu espaço na televisão. Neste sen­tido, nós insistimos na necessidade de criação de uma legislaçãoadequada que, como acontece no mercado cinematográfico, crie de­finitivos espaços nas programações televisionadas, hoje ocupadaspor um produto de má qualidade vindo de fora do País. Entende­mos que a questão do cinema brasileiro na televisão éparte de umaquestão mais ampla; a relação da televisão com a sociedade brasilei­ra. Entendemos que é necessârio remeter com urgência ao Congres­so Nacional o projeto do Código de Telecomunicações, elaboradohá vários anos, mas arquivado sob pressão. Entendemos, nesse sen­tido que é fundamental a participação, num amplo debate, de todosos setores da sociedade brasileira.N ás, artistas e técnicos de cinema presentes ao 99 Festival de Gra­mado, apresentamos ainda duas moções:I) Apoio à continuidade e crescimento do Festival de Gramado, umdos acontecimentos mais expressivos e importantes do cinema brasi­leiro, instante de encontro, diálogo, unidade e reflexão.2) Repúdio ao terrorismo, insistindo aqui em nossa intransigenteposição de defesa dos direitos e liberdades do povo brasileiro: liber­dade de pensamento e de expressão, liberdade de organização e dereunião, assim como o direito de escolher livremente, pelo voto, to­dos os seus governantes."

Era o que tinha a dizer.

o SR. LUDGERO RAULINO (PDS - PIo Pronuncia o seguinte discar­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, registramos o falecimento de Francis­co Ribeiro de Castro, ocorrido em Teresina, no dia 2 de abril próximo passa­do.

Nascido na Cidade de São Raimundo Nonato, Piauí, no dia 10 de ou­tubro de 1906, viveu nessa cidade atêos 35 anos de idade, de onde se transfe­riu para Ociras. Em 1941, com nova residência, estabeleceu-se no comércio decouro e peles, tendo-se transferido dai para Teresina. Nesta cidade, bem suce­dido no comércio tradicional, acrescenta às suas atividades a indústria deóleo de babaçu,

Em 1968, atingido por grave crise financeira, teve de limitar suas ativida­des comerciais sem, entretanto, comprometer o seu passado de comerciante eindustrial íntegro.

Francisco de Castro, ajudado por seus filhos, diante da adversidade, nãodeixou-se abater pelo desânimo e, auxiliado pelo conceito de que sempre go­zou perante os estabelecimentos de crédito da praça, reagiu positivamente e,já em 1973, voltava a possuir o mesmo peso econômico e financeiro do passa­do.

. Acompanhei de perto essa luta, como médico e confidente, e dela tireivárias ilações, sendo a maior a de que o homem, d~sde que possua caráter,tem condições de vencer as maiores dificuldades. E, graças a Deus, ele ven­ceu!. ..

Voltando ao período de prosperidade, Francisco de Castro ampliou seuparque industrial e, ao morrer, possuía vários estabelecimentos no Piauí e noMaranhão.

Casado com D. Amália Ferraz de Castro, teve os seguintes filhos, genrose noras: Maria do Socorro Castro Araújo, casada com Pedro Gomes deAraújo, pecuarista no Estado de Goiás; Maria Aurora Castro Ferreira, casa­da com José Ferreira da Silva Sobrinho, comerciante em Campo Maior; Se­bastião Ferraz de Castro, industrial, casado com Ivaneide Sousa de AlmeidaCastro; Antonio Ferraz Castro, indústrial, casado com Maria Eliseu SantosCastro; Cleide de Castro Araújo, casada com o industrial Jairo Rodrigues deAraújo; José Ferraz de Castro, casado com Antônia Machado de Castro;Glauce de Castro Moura, casada com Antônio Augusto Moura, piloto co­mercial em Teresina; Francisco Ferraz de Castro, casado com Nelita Batistade Castro; Nautilde de Castro Rezende, casada com Antônio Luiz Rezende eMaria Filomena de Castro Remígio, casada com Eurivaldo Remígio Barbo­sa, Delegado da Polícia Federal em Brasília.

1904 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Descendente de ilustre família do sul do meu Estado, Francisco de Cas­tro deixa esta numerosa probe, que por certo honrará o seu passado de probi­dade empresarial e de exemplar chefe de família. Com o desaparecimento des­te grande amigo, perde São Raimundo Nonato 'um dos mais ilustres filhos, eo Piuí, um dos mais honrados homens da indústria.

Era o que tinha a dizer.

O SR. EDISON KHAIR (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte díseurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, a recente decisão do premiersoviético Leo­nid Brejnev, de respeitar a autodeterminação da Polônia, deixando a ela pró­pria a solução da crise que aquela Nação atravessa, vem trazer a tranqüilida­de a toda humanidade.

A atitude da URSS, representa decisiva contribuição para a causa da dis­tensão e da paz mundial.

No momento em que a Polônia procura renovar suas estruturas políti­cas, tendo à frente o seu líder operário Lech Walessa e que tal fenômeno pro­voca reações na atual máquina do poder vigente naquele país amigo, com im­plicações na ordem política internacional, a atitude da URSS traz um indis­cutível alívio para a Polônia e a Europa em particular e para todo o mundo de .um modo geral.

O SR. ALCEBIADES DE OLIVEIRA (PDS - RS. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs, Deputados, regresso de mais um roteiropelo meu Estado, onde visitei a área agrícola que represento no CongressoNacional. Verifica-se agora a safra de soja, que apresenta pequena queda deprodutividade em relação à previsão para 81, em face da seca existente a no­roeste do Estado. Pude observar também a preocupação do pequeno e médioprodutor com os indeferimentos de seus pedidos de financiamento ao PROA­URO.

Catuípe e São Luiz gonzaga são os Municípios mais atingidas, conformecarta que recebemos.

Catuípe é um Municípío agrícola onde prevalecem os minifúndios. Deinteresse dos pequenos proprietários, há uma parcela grande de processos emtramitação. Alguns foram indeferidos, outros aguardam decisão da ComissãoCentral de Revisão e Recursos. Todos estão preocupados com a falta de re­cursos para dar continuidade à sua tarefa agrícola.

Apesar da boa vontade da equipe de funcionários das Agências do Ban­co do Brasil, os dispositivos vigentes são rígidos e implacáveis.

Assim, apelamos hoje paraas autoridades responsáveis, para que exami­nem a possibilidade de revisão dos critérios atuais.

Passo aler o telex que estou encaminhando aos Ministros da Fazenda eda Agricultura, aos Presidentes do Banco Central e do Banco do Brasil, paraque a Nação dele tome conhecimento:

"Percorrendo constantemente região produtora Rio Grande do Sulque represento no Congresso Nacional vg em especial MunicípiosSanto Angelo vg Catuípe vg Giruavg Santiago vg São Luiz Gonza­ga vg Tupanciretá vg São Borja vg entre outros enorme produçãoagrícola do Estado vg tenho recebido inúmeras manifestações deprofunda apreensão sobretudo de pequenos médios produtores vgdesesperados .pela não cobertura PROAGRO mesmo depois conhe­cidas frustações se verificaram safras região pt O não atendimentoàs necessidades produtores parece estar associado critérios Bancodo Brasil vem aplicando fiscalização dos créditos aplicados vg se­gundo quais havendo diferença dez por cento entre área plantada etinformada vg produtor não terá direito cobertura PROAGRO ptNão obstante reconhecer necessidade fiscalização aplicação. recur­sos oficiais alocados agricultura vg permita-me entender como ex­tremo rigor decisão oficial vg especialmente porque medição agorarealizada não foi efetivada quando liberação crédito pt Conhecedorprofundo dedicados agricultores região só posso entender dife­renças eventuais área constatada em decorrência falta medição ante-

. rior vg razão por que encareço sejam revistos critérios adoção recen­te medida vg ou aumentando para vinte por cento margem tolerân­cia erro área informada ou autorizando cobertura PROAGRO pro­porção área medida vg de modo evitar novos graves desestímulos equeda produção futura pt Deputado Alcebíades de Oliveira."

Era o que tinha a dizer.

O SR. PEDRO GERALDO COSTA (PDS - SP. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, encaminhamos sentido apelo ao Sr. Ministro do Inte­rior no sentido de que se sensibilize em face da grave situação por que passamos adquirentes de casas pelo Sistema Financeiro de Habitação, tendo em vistao crescente aumento das prestações.

O SR. CARLOS AUGUSTO (PP - PI. Pronuncia o seguinte dlscurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, as dificuldades do povo brasileiro são reco-

nhecidamente grandes, especialmente quando a inflação nos brinda com umataxa superior a 100%.

Muitas são as categorias profissionais que se vêem a braços com sucessi­vos problemas de sobrevivência, mas, certamente, uma das mais atingidas ~ ados motoristas de táxi. .

Em conseqüência dos constantes aumentos dos preços dos derivados depetróleo, a situação desses profissionais do volante se vai tornando insusten­tável, porquanto seus ganhos são cada vez menores, por isso que o número depassageiros decresce' a cada dia, em razão dos repetidos aumentos das tarifas,ainda assim inferiores ao que seria justo.

Os jornais têm publicado uma das razões dessas dificuldades, que repou­sa nos altos valores cobrados para uma simples aferição de taxímetro, nuncainferior a três mil cruzeiros, o que, inegavelmente, é um abuso e uma explo­ração sobre uma classe já demasiadamente sacrificada, sob todos os aspectos.Tal fato vem causando grandes apreensões a esses profissionais, que não sa­bem como pagar tão elevado preço, considerando-se a simplicidade do traba­lho.

Apelo, portanto, para o Conselho Nacional de Trânsito, no sentido deque adote, com urgência, providências capazes de coibir esse abuso nacobrança da aferição de taxímetros. Não é possível permitir que uns se locu­pletem à custa da miséria de outros.

Não me parece difícil ao Conselho Nacional de Trânsito arbitrar preçosjustos para tal serviço evitando a exploração de que têm sido vítimas os mo­toristas de táxi, sendo, também, digno de ser levado em consideração o espec­to social de sua atividade e sua importância no contexto brasileiro, em uma é­poca em que se luta para reduzir o consumo de combustíveis.

Era o que tinha a dizer

O SR. ROSEMBURGO ROMANO (PP ~ MG. Pronuncia o seguintedíscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, há uma região ao Sul de MinasGerais cuja produção rica e abundante desenvolve-se entre os Municípios deSapucaí-Mirim, à esquerda, e Camanducaia, à direita. Muitos proprietáriosali cultivam hortigranjeiros, cenoura, batata, feijão milho, produzindo tam­bém leite, madeira, minério para vidro e areia especial. O trabalho obtém osmelhores resultados, dadas as condições climáticas excelentes, para as quais.contribui uma altitude que oscila entre 930 a 1.200metros, no percurso de 30quilômetros que liga um Município ao outro. Nessa estrada vicinal, justa­mente, reside a causa das maiores preocupações dos pequenos proprietáriosque dela se servem, pois encontra-se em estado precário, dificultando o escoa­mento dos produtos para o Vale do Paraíba e Cidade de São Paulo, onde sãoadquiridos.

Srs. Deputados, considero lamentável que condições ideais para a explo­ração de produtos agrícolas e extrativos não disponham de um suporte ade­quado para a competente comercialização com os Estados vizinhos. f: bemverdade que a rodovia intermunicipal existente entre Sapucaí-Mirim e Ca­manducaia vem recebendo os possíveis cuidqdos dos chefes do Executivo deambas as municipalidades; tais esforços são, todavia, insatisfatórios, não porfalta de capacidade administrativa do Sr. João Ribéiro Braga, Prefeito deSapucaí-Mirirn, nem do Sr. Odair Paiva Sá, Prefeito de Camanducaia. Aocontrário, por tratar-se de bons administradores, dedicados aos problemas desuas comunas, é que, à custa de muitos sacrifícios, têm conservado a níveis to­leráveis o estado da referida via de acesso, permitindo trânsito normal namaior parte do ano.

Conhecido o empobrecimento dos Municípios brasileiros em geral, dadaa atual centralização de meios no Governo Central, tem-se que o verdadeiroentrave à boa administração da rodovia em causa outro não é senão a carên­cia de recursos dos dois municípios, tão. pobres como a maioria dos 4.000Municípios do País. Não havendo perspectivas, senão a longo prazo, de alte­rar o sistema tributário e a filosofia centralista de governo que deu origem atão angustiante situação, vê-se como única alternativa viável para solucionaro assunto que aflige os agricultores dos Municípios em questão transferir aresponsabilidade da estrada intermunicipal para o Departamento Estadual de.Rodagem - DER, de Minas Gerais, providência que permitirá a rápida res­tauração dos trechos em mau estado, assim como realizar uma cuidadosa ma­nutenção da rodovia, beneficiando dessa forma produtores, comerciantes econsumidores que têm nessa fonte produtora a satisfação de suas necessida-des. '

Dirijo apelo, portanto, às autoridades competentes da área de transpor­tes para que promovam a transferência solicitada, com o que estarãocontri­buiundo para o incremento da economia da região e, em última análise, doPaís.

O SR. ADHEMAR GHISI (PDS - Se. Pronuncia o seguinte díseurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, ele nasceu no Rio' de Janeiro, a 14 demarço de 1881. Sonhador que foi, Dutra data não lhe assentaria melhor do

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quinta-feira 9 1905

que aquela, em que, há 34 anos, vira a luz do sol, pela primeira vez, um outrosonhador, de estatura não apenas nacional, mas também internacional: ogrande vate baiano Castro Alves.

Henrique Lage, Sr. Presidente, Srs. Deputados, cujo centenário de nasci­mento comemoramos, com justificado orgulho, foi um sonhador. Sim, toda­via, prático, pois, não era poeta: sonhava com a grandeza nacional, com oprogresso brasileiro, com nossa independência econômica, base de toda avida de um povo, para a qual contribuiu grandemente, desde que, impulsio­nado por esse patriotismo, chegou à realidade, pelo menos aquela realidadeque lhe foi possível alcançar com os recursos de que podia dispor, firmado emseu programa de carvão, ferro e siderurgia, a que incorporou a construçãonaval e a navegação costeira.

Pioneiro da extração do carvão de Santa Catarina, cujas jazidas haviamsido adquiridas, em 1889, por seu pai, Antônio Martins Lage Filho, ao Vis­conde de Barbacena; precursor da construção naval e de destilarias de álcool;fundador da vila de Imbituba, hoje, município com mais de 25.000 habitan­tes, onde se sediam a Indústria Carboquímica Catarinense (ICC) e a Siderúr­gica do Sul de Santa Catarina S/A (SIDERSUL); construtor de seu porto,atualmente com um movimento aproximado de um milhão de toneladas e umdos mais bem aparelhados do País, tem ele, o grande visionário, uma impor­tância fundamental em nosso pocesso desenvolvimentista.

Henrique Lage, que assumiu a direção da Cia. Nacional de Navegação'Costeira em 1918, em virtude do falecimento dos dois irmãos mais velhos,vítimas da gripe espanhola, foi um exemplo de perspicácia, de iniciativas au­daciosas, de pertinácia e de grande força de vontade, no terreno da cons­trução naval e na busca de meios e instrumentos para o progresso nacional.

A ele deve o Brasil a criação da primeira empresa de construção naval,produzindo navios de passageiros e mercantes, utilizados até mesmo nos es­forços nacionais para a Segunda Grande Guerra.

Henrique Lage foi um verdadeiro patriota, desses singularizados cida­dãos que não é comum encontrar, e que põem a Pátria acima de todos os inte­resses. Assim procedeu até a morte, a 19 de julho de 1941, pois, dois dias an­tes, escrevera carta de próprio punho, ao então Presidente Vargas,autorizando-o a vender todos os seus bens e pagar as dívidas, destinando oque sobrasse à sua Pátria, num gesto de incomum grandeza e desprendimen­to. E assim foi feito, passando a empresa para o patrimônio nacional.

Hoje compreendemos a importância do carvão para o desenvolvimentode Santa Catarina e do Brasil, e bem interpretamos o papel desse grande bra­sileiro - o primeiro a iniciar os trabalhos de sua extração, visando ao pro­gresso da região e ao bem-estar de sua gente, dos quais recebeu todo o apoionecessário para prosseguir em sua obra e que hoje se orgulham do grandecompatriota associando-se, por nosso intermédio, a todas as justas homena­gens que lhe são prestadas, ao ensejo do centenário de seu nascimento.

Na oportunidade, como representante do povo de Santa Catarina nestaCasa, e como barriga-verde, não posso deixar de ressaltar a extraordináriaobra do grande brasileiro em benefício de nosso porgresso, especialmente seupioneirismo na extração do carvão mineral e na construção naval, ao mesmotempo em que testemunho ao ilustré e lembrado patricia nossos agradecimen­tos e sinceras homenagens pelo que fez e realizou pela sua Pátria, asseguran­do que sua memória permanecerá indelével entre nós, numa afirmação de jus­tiça.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

O SR. SAMIR ACHÔA (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, criou-se no Brasil, provavelmente devidoao aparelho tecnocrata instalado no Executivo, o hábito de teorizar.Preocupamo-nos todos com aspectos - sem dúvida relevantes - da políticanacional, da abertura democrática. Filosofamos sobre a economia do País eacreditamos em fórmulas milagrosas que nos resgatem desse caos econômico.

Enfim, temos em mente sempre o que pretendemos ser ou o que o Gover­no, o Poder Executivo, acredita que devemos ser -e esperamos por esseBrasil-ideal. Perdemos a perspectiva do que somos. Nós, os brasileiros. so­nhamos coJ!l o que poderemos vir a ser e não somos capazes de perceber onosso momento.

Uma interpretação freudiana elementar e clássica entenderia esse malcomo uma simples fuga da realidade, realidade sem dúvida alguma funesta: agrande maioria de nossa população mora mal, alimenta-se mal, tem saúde de­bilitada, trabalha quando consegue emprego - para se sustentar, sem qual­quer acesso a algum luxo, e não tem direito assegurado ao ensino.

Desde 1964 o Poder Executivo vem adotando sucessivas medidas de ca­ráter econômico destinadas a um milagre que nunca chega. Nossa dívida ex­terna atingiu níveis inacreditáveis, a inflação mostrou que veio para ficarcomo uma das mais-persistentes e altas de toda anossa história, e a ameaça dedesemprego é hoje uma dura realidde. A vida nunca foi tão dificil para tantos

brasileiros. Precisamos, portanto, decretar a falência desse modelo econômi­co.

Embora seja possível demonstrar essa necessidade de mudar sob váriosângulos, gostaríamos de nos deter apenas no programa habitacional adotadopelo Poder Executivo, através do Banco Nacional da Habitação.

O estímulo ao mercado imobiliário foi a solução encontrada para, a paro,tir de 1964, minimizar os efeitos do desemprego. e assim nasceu o Plano N a­cionaI de Habitação. Até então só tinham acesso à compra de imóveis as ca­madas mais altas da população, já que era impossível o financiamento a lon­go prazo, por não existir então a correção monetária. O imóvel era adquiridopraticamente à vista, e as construções de novas moradias correspondiam àsnecessidades do mercado.

Quando, no segundo semestede 1971, o valor das ações na Bolsa de Va­leres começou a cair, o imóvel transformou-se decididamente na melhoropção de investimento. O Plano Nacional de Habitação. sem planejamentoadequado desde o seu início, oferecia recursos abundantes: finalmente a clas­se média podia' ter sua moradia própria assegurada.

A grande oferta e a procura desordenada deram início à especulaçãoimobiliária, Como sempre acontece nessas situações, por essa e outras medi­das o mercado tornou-se inflacionário, e pouco depois já era preciso comba­ter a escalada dos preços. Era preciso, agora, "desaquecer" o setor.

Vieram, então, as medidas restritivas, como a Lei do Lucro Imobiliário,as instruções do BNH, o achatamento da correção monetária, desestimulan­do as aplicações na caderneta de poupança. Reaparece o fantasma do desem­prego, com a quase paralisação da indústria de construção no segundo semes­tre de 1977. Empresas de médio e até grande porte deixaram o mercado porfalta de suporte financeiro.

Dois anos depois, reabrem-se os financiamentos para imóveis novos eusados. Reaparece o comprador, mas com o "desaquecimento" do setor, aoferta é reduzida. E, no ano passado, o Governo, para solucionar problemasde déficit de recursos, lança o Imposto sobre Operações Financeiras - IOF- encarecendo as operações imobiliárias sujeitas a financiamento.

Por outro lado, já acontecia um violento aumento nos materiais de cons­trução, como conseqüência da crise do petróleo. Com isso, eleva-se o preçodo imóvel e a Unidade Padrão de Capital - UPC- utilizada pelo BancoNacional de Habitação para determinar seus tetos de financiamento, nãoacompanha o mercado imobiliário. '

Assim, em outubro de 1977, uma UPC comprava 263 quilos de cimento.Três anos depois, em outubro de 1980, não comprava nem a metada, sócobrindo 130 quilos. Em janeiro de 1976, duas UPCs davam para pouco maisde um milheiro de tijolos maciços. Cinco anos depois, em janeiro de 1981,com todos os reajustes do período, seu valor cobria pouco mais de meio mi­lhão do mesmo tijolo.

Como conseqüência da perda do poder de compra da UPC nos últimoscinco anos, tornou-se cada vez mais difícil a aquisição de uni apartamentopara as classes média e baixa. Quem, por exemplo, desejasse comprar, no pri­meiro trimestre de 1976, um apartamento de Cr$ 850.000,00 com cerca de 200m' de área total, necessitava de uma poupança de Cr$ 383.000,00, correspon­dente a 2.874 UPCs. Hoje, para adquirir o mesmo apartamento, esse compra­dor necessitaria de uma poupança de 4 milhões. Isto porque esse mesmo imó­vel custa hoje Cr$ 8 milhões, e o financiamento de 5.000 UPCs representa me­nos de 50% do preço total de venda.

Sabemos que, recentemente, o Banco Nacional da Habitação, através daResolução 102/81, que entrou em vigor a 6 de março último, elevou o limitede financiamento do Sistema Financeiro de Habitação de 3.500 para 5.000UPCs, atingindo o máximo de Cr$ 4.129.150,00 o teto dos financiamentosdeste trimestre, para os imóveis com até 180 dias de "habite-se".

A medida revela-se insuficiente. Em primeiro lugar porque o setor imo­biliário vinha reivindicando um teto de 6 mil UPCs, que atende melhor à rea­lidade do nosso mercado. Em segundo lugar, porque a medida determina queos financiamentos acima de 3.500 UPCs se submetam ao sistema de correçãotrimestral para as prestações, ao invés do Sistema de Amortizações Constan­tes, com reajuste anual, que ainda vigora para empréstimos até 3.500 UPCs.

Como todos sabemos, nosso assalariado recebe aumentos semestrais, e acorreção de três em três meses só irá tornar novamente inviável a aquisição dacasa própria a uma larga camada social.

Nossa classe média; já vem sofrendo uma drástica redução do seu poder. aquisitivo. Todos sabemos que é essa mesma classe que mais consome no

País, e que ela é a maior força geradora da opinião pública, ti ela quem subsi­dia, no Sistema Financeiro de Habitação, as faixas mais populares, pagandojuros mais altos para que os mais pobres possam pagar menos. São tambémretirados do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço, alimentado, substan­cialmente, pela classe média assalariada, os recursos para a casa popular.

1906 Quinta-feira 9 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Criar mais dificuldades para trabalhadores que já vêm sofrendo de malestais como negociações diretas com o empregador para os que ganham acimade 20 salários mínimos nas épocas de aumento salarial, elevações substanciaisno preço da gasolina, nos impostos indiretos, na Taxa Rodoviária Única enos serviços públicos, pode ser a gota dágua.

O preço dos imóveis continua tornando-os inacessíveis à grande parte dapopulação, devido ao achatamento salarial imposto às camadas mais altas daclasse média. Por outro lado, graças às medidas que "desaqueceram" o mer­cado imobiliário e às quais já nos referimos anteriormente, aconteceu um de­sestímulo à construção de imóveis, provocando um descompasso entre a ofer­ta e a procura, o que elevou os preços do mercado.

Segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos ide Patrimônio(EMBRAESP), nos primeiros seis meses de 1980 foram lançados apenas 100novos prédios em São Paulo, contra 103 no mesmo período de 1979, quandoseria razoável, para atender à demanda, a construção de 200 empreendimen­tos novos. Reportagem publicada pela revista "Veja", de número 597, asse­gura que, no ano passado, o preço de imóveis no Guarujá chegavam a subir100% em apenas dois meses.

Por outro lado, a inflação massacrou as grandes empresas em geral e omercado imobiliário, em especial, no passado. Para se ter urna idéia, em 1977e 1978, quando a inflação era de 45%, as unidades habitacionais tiveram seuspreços elevados em menos de 30%. Quem conseguiu sobreviver ao baque pre­cisou reduzir sua capacidade operacíc-ial, dilatando prazos, diminuindo opessoal.

Novos sacrifícios foram impostos no ano passado, prejudicando o lucroempresarial. Ora, é a lucratividade que viabiliza o empreendimento, não setratando, portanto, de um luxo. Se a atividade não traz lucro, não há motivospara permanecer nela, a menos que se tenha a vocação para a filantropia. Oscustos subiram muito, os preços também se elevaram demais, houve impo­sição de medidas restritivas sob o argumento de combate à inflação. O empre­sariado em geral perdeu bilhões de cruzeiros e já deu, portanto, sua cota desacrifícios,

Sejamos realistas: o Banco Nacional da Habitação já construiu três mi­lhões de casas. No início de seu mandato o Presidente da República colocou aconstrução de seis milhões de habitações como meta do seu Governo.

, Entretanto, 'recentemente, numa reunião de Presidente de COHAB's eTNOCOOP's, em Campinas, o Presidente do Banco Nacional da Habitaçãoanunciou um grande corte de recursos anteriormente destinados a esses orga­nismos, alegando falta de disponibilidade financeira.

Acontece que atingiremos os 200 milhões de habitantes nos próximosvinte anos, e isso significa que o Brasil precisará construir a quantidade fabu­losa de um milhão de casas por ano para proporcionar teto a todos esses bra-sileiros. '

Um movimento no sentido de normalizar o mercado imobiliário e per­mitir à classe média brasileira o acesso à casa própria, nos limites da dignida­de, foi iniciado pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação eAdministração de Imóveis de São Paulo, SECOVI, quejâ encaminhou, inclu­sive, uma exposição de problemas aos Ministros do Planejamento e do Inte­rior.

São sete os itens principais reivindicados pelo SECOVI, que passo a enu­merar:

19 - Proibição do uso dos recursos das cadernetas de poupança em ati­vidades estranhas ao mercado imobiliário e habitacional.

29 - Elevação do teto do financiamento do BNH, que atingiria um valoraproximado de 6 mil UPC's. .

39 - A adaptação à realidade brasileira da comprovação de renda fami­liar.

49 - A eliminação do IOF nas operações do Sistema Financeiro de Ha­bitação.

59 - A adoção de prazos e sistemas de amortização mais flexíveis, resul­tando em prestações menores para os mutuários.

69- Permissão às empresas imobiliárias para acesso aos financiamentosde capital de giro, de modo que elas possam financiar parte da poupança doscompradores.

79- Utilização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço na comprado imóvel, independente do volume de financiamento requerido pelo mu­tuário final.

Por considerar extremamentes justas as idéias defendidas pelo SECOVI eperceber que elas visam a atender e a facilitar o acesso a um~ a~tig.a aspiraçãoda classe média brasileira, massacrada pelo modelo econormco Implantadopelo atual Governo, venho endossar as reivindicações d~quele sindica:oe. so­licitar às autoridades competentes que examinem e considerem a possíbilida-

de de viabilizar as sugestões apresentadas pelo Diretor do SECOVI, Sr. Ro­meu Chap Chap, em recente discurso sobre o mercado imobiliário.

Muito Obrigado.

O SR. MAC DOWELL·LEITE DE CASTRO (PP - RJ. Pronuncia oseguinte discurso) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o empresário LeonídioRibeiro, indicado como o Homem do Ano pela Câmara de Comércio Brasil­Estados, trouxe sensível contribuição ao aperfeiçoamento de nossas insti­tuições democráticas com entrevista que concedeu à Gazeta Mercantil, nosmeados do mês de março findo.

Esse executivo, que exerce decisiva atuação na Cia. Sul América de Segu­ros, da qual é Presidente, enaltece a forma democrática de governo como ga­rantia da livre iniciativa. E proclama que o empresariado nacional, no próxi­mo pleito de 1982, deverá atuar decisivamente em favor dos ideais democráti­cos.

Por acreditar que o empresariado nacional tem hoje plena consciência desua força, de sua capacidade de decisão e de seu papel determinante na vidaeconômica do País, Leonídio Ribeiro entende que a classe deve demonstraruma participação efetiva e sua influência no plano político brasileiro. Outros­sim, prega a certeza de que a economia de mercado sobreviverá e 'que nãoexiste mais clima para o paternalismo, anteriormente observado.

O empresariado vive hoje um momento ideal para o surgimento de novasopções que devem brotar dessa fase de transição. E um desses momentos maisimportantes será o da eleição para o Congresso Nacional, em 1982, quando oempresariado deverá manter uma representação forte dentro do Parlamento,local para onde devem ser transferidas as decisões, antes enfeixadas no PoderExecutivo.

Leonídio Ribeiro destacou que as decisões dos técnicos do Governo paraas empresas nem sempre se mostraram acertadas, enquanto não desmerece­ram as atuações dos próprios empresários em suas atividades. Essa experiên­cia de gestão pode ser levada ao Parlamento e, certamente, auxiliará no equa­cionamento dos grandes problemas brasileiros.

Fico muito satisfeito, Srs. Deputados, quando leio entrevistas como es­sas. O que todos nós desejamos é a participação dos segmentos responsáveisde nossa população. Somente assim iremos atingir a plenitude democrática,meta tão sonhada por todo o nosso povo.

Deixo assinalado o meu voto de reconhecimento a Leonídio Ribeiro eenalteço suas posições. Estamos em uma tarefa de reconstrução nacional. To­dos devemos pensar em termos de engrandecimento da Pátria. Atitudes comoas que foram tomadas somente servem para conduzir o País a seu destino glo­rioso.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ISAAC NEWTON (PDS - RO, Pronuncia o seguinte dlscurso.)Sr. Presidente, Srs. Deputados, fazemos Veemente apelo ao Ministro

Amaury Stábile no sentido de que se institua um programa prioritário quepermita às famílias das áreas rurais de Rondônia a compra de quatro vacas eum touro, para pagamento no prazo de 8 anos, com 3 de carência.

O progresso de Rondônia é indiscutível e inegável, diante dos números edos fatos patentes e comprovados.

O Território não foi explorado pela ação oficial, mas foi povoado eintegrou-se ao País, como o Acre; graças à Iniciativa privada, com início noséculo XIX, fruto do último movimento brasileiro de expansão territorial.

Sua-população, em 1950, era de apenas 36.935 habitantes; 1960,70.783;em 1970, 116.620, na década de 1971 a 1980, esse número de habitantes quin­tuplicou, No último decênio, construíram-se casas, houve mais ocupação emaior crescimento que em todo século anterior.

A transformação radical que se verificou esses anos na face do Territórioé o resultado de intensa migração de brasileiros do centro-sul, atraídos pelosprogramas governamentais de colonização, via INCRA, com distribuiçãogratuita de terras e apoio oficial no assentamento das glebas, com estradas depenetração, transporte, escolas e médicos, até a maioridade e conseqüenteauto-suficiência de cada projeto de colonização.

Paralelamente aos projetos oficiais, milhares de outros brasileiros forampara Rondónia com recursos próprios: venderam tudo que tinham na origeme chegaram confiantes, cheios de esperança no futuro, para construir a novafronteira agrícola do Pais com muito suor, dor e sacrifício de muitosmembros da família, vítimas da malária e da febre amarela silvestre.

Os índices de crescimento indicam que 4/5 da população de Rondônia­não estavam lá em 1970. Vieram do Paraná, de St! Catarina, do Rio Grandedo Sul, do Espírito Santo, de Minas Gerais, de Goiás, de Mato Grosso e, emmenor número, de outros Estados, aliviando, por certo, as tensões sociais nasáreas de origem.

Esses brasileiros merecem, pois, especial apoio. Ao invés de se dirigirempara os grandes centros, para viver na periferia das grandes metrópoles, con-

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1907

tribuíndo talvez para o aumento da criminalidade, esses patriotas se dedicamà expansão da nossa fronteira agrícola," acelerando o processo produtivo emregiões pioneiras, por isso eles fazem ao amparo de recursos oficiais.

Entretanto, de repente, o Governo volta suas costas, encolhe as mãos,deixa nossos agricultores abandonados à sua pr6pria sorte, elevando os jurosa níveis intoleráveis, de 70% ao ano nos financiamentos agrícolas.

O custo tão elevado do dinheiro amedronta o produtor honesto. Serianecessário que se lhe assegurasse, na venda do produto, correção monetáriacapaz de cobrir tal despesa.

Com coragem e denodo, os brasileiros que tomaram Rondônia poradoção abriram clareiras, fizeram suas culturas e plantaram seus pastos, como objetivo de implantar pequena pecuária bovina leiteira, capaz de suprir asnecessidades familiares desse produto vital à alimentação infantil - o leite.

Não obstante, seus esforços estão frustrados, pois não obtiveram ultima­mente recursos para povoar esses belos pastos do interior de Rondônia, aolongo da BR-364 e suas estradas vicinais. Os pastos são tão bons, que o visi­tante sente, por vezes, vontade de ser boi - ressalvada a preferência de al­guns pelo tipo de herbívoro a encarnar - só para aproveitar aquela verdurana paisagem buc6lica das encostas e ravinas.

Um hectare de pasto custa muito dinheiro, dinheiro desperdiçado, se nãohá povoamento. O prejuízo, sentido diretamente pelo homem do campo, éperda nacional, pois a prosperidade ou a miséria de cada cidadão é a prospe­ridade ou a miséria da Nação brasileira.

Faz-se necessário que o Ministério da Agricultura, dirigido por um ho­mem de grande competência e de muita sensibilidade como o Dr. AmauryStâbile, complemente esse esforço com decidido apoio, que se insere, aliás,nas promessas do Presidente Figueiredo, quando candidato.

Para isso, basta que financie, para quem tiver capacidade pastoril com­provada, a aquisição, diretamente pelo agricultor, de quatro vacas e um tou­ro, a fim de que a sua família possa contar com esse alimento indispensável àcriança - o leite.

A providência não implica quebra da política do INCRA de não permi­tir pecuária nos projetos de colonização. Não há bacia leiteira em Rondôniacapaz de atender a uma fração razoável sequer da demanda de leite, alimentobásico de que também a familia do agricultor não pode prescindir. O todonão pode ser melhor do que as partes componentes. Se a criançarondonienseestá mal alimentada, assegura-se desde logo que parte da população brasileiraestá subalimentada.

A riqueza nacional é a soma da riqueza de cada brasileiro. Esse capitalimolibizado em pastagens, improdutivo, resulta, em última análise, em atrasopara o País.

Apelamos, pois, para o Ministro Amaury Stábile, para que venha em so­corro dos agricultores rondonienses, amparando-lhes a justa pretensão de te­rem umas poucas vacas de leite. A medida é de grande alcance social, pois,além do mais, nossa gente não tem condições de consumir leite em pó, comosubstituto do leite natural, em virtude do alto preço.

Além do leite, essa pecuária de subsistência haverá de fornecer tambémum suplemento de proteínas às familias dos ruricolas, graças ao crescimentodo rebanho, que há de conservar-se pequeno por falta de maior espaço físico,limitado pelo pr6prio tamanho do lote. Esse financiamento seria vedado aospecuaristas, mas restrito aos agricultores.

Os casos especiais merecem tratamento especial. Rondônia é exceção e, "como exceção, deve ser tratada no contexto da política econômico-financeirado Governo.

Em Rondônia, arcamos com o ônus de criar apoio escolar, sanitário, detransporte, comunicações, segurança - toda uma estrutura que deve respal­dar uma sociedade moderna - para milhares de brasileiros provenientes deoutras regiões do País, gente que se vem incorporando ao processo produtivonacional. '

~ um crescimento repentino; não é um aumento demográfico gradual.Para cada criança que nasce em Rondônia chegam 10 de fora. Em vista disso,em que pese aos esforços do Governador Jorge Teixeira, que sempre está àfrente dos problemas e antecipando-se a eles, faz-se necessária a ação diretado Ministério da Agricultura, com toda sua experiência nesse tipo de progra­ma, cujo objetivo maior é a saúde e o desempenho' da juventude rondoniensede amanhã. "

Diz velho ditado: "Melhor é prevenir do que remediar". O leite que hojefalta na mesa da familia rondoniense evitaria futuros gastos na área de saúdecom médicos e dentistas. Evitaria o raquitismo e outros problemas decorren­tes da subalimentação, que impede a criança de desenvolver suas faculdadesplenas quando chegar à idade adulta - se chegar - marginalizando-a irre­mediâvel e injustamente, para enfraquecimento da Nação brasileira, que é asoma de todos nós - torno a enfatizar- quer sadios, quer doentes, quer for­tes, quer fracos. Se a proporção de fracos e doentes for maior, o País será,

conseqüentemente, fraco, doente e analfabeto. À sorte da maioria será fatal­mente a sorte de todos nós. O que acontece ao vizinho logo poderá acontecera nós também.

Não vale alegar quenão há recursos para esse programá. Quando se" quer, dá-se um jeito, o famoso "jeito"dos brasileiros, entre os quais se con­

tam, certamente, o Ministro Stábile e o Ministro Delfim Netto, da SEPLAN,o distribuidor de recursos, para cuja sensibilidade também apelamos emnome do povo de nosso Territ6rio.

Quando há calamidades, violência e outros.males, o Governo mobilizarecursos, como fez agora ao destinar 100 bilhões de cruzeiros para atender oNordeste, numa providência remediadora, quando o mal já está feito, e o pre-

juízo nacional contabilizado. .Pretendemos fortalecer o agricultor com uma pequena faixa de recursos,

que irá apenas complementar os investimentos já realizados com seus pró­prios recursos, tornando essa imobilização produtiva, com alto alcance sociale econômico.

Esperamos que nosso apelo, em nome de milhares de agricultores pionei­ros e corajosos, encontre ressonância, não seja sufocado, abafado pelos espi­nhos da indiferença oficialde insensíveis tecnocratas.

Reafirmamos nossa fé no espírito público e na sensibilidade do MinistroAmaury Stábile, credor de nosso respeito e admiração, quer pela sua vastacultura e experiência empresarial, quer pela atitude amiga e empática, sem sercondescendente, com que nos trata a nós, Parlamentares.

Finalmente, pedimos também que, ao conceder os recursos ao Banco doBrasil para a implementação do programa que ora pleiteamos," se leve emconta o custo do gado leiteiro de boa qualidade (sem registro, para não enca­recer), CIF Porto Velho, ou CrF Jy-Paraná, Vilhena etc., conforme o local daAgência do Banco do Brasil, pois a componente de frentes é terrivelmente al­ta, pelas razões conhecidas de todos.

Era o que tinha a dizer.O SR. "BORGES DA SILVEIRA (PP - PRo Pronuncia o seguinte discur­

so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Paraná, apesar de não ser dos maio­res Estados brasileiros em extensão territorial, é sem sombra de dúvidas umdos que mais têm contribuído para a economia deste País.

A produção agrlcola, em nosso Estado, graças ás suas terras férteis e aotrabalho incansável dos brasileiros que lá residem, atinge quase a terça partede toda a produção brasileira em grãos, especialmente quanto ao café, soja,trigo, milho e arroz. A safra agrícola deste ano está sendo considerável,apresentando-se como uma das mais" abundantes nos últimos tempos. Isso rc­presentará, para o Brasil, um resultado liquido de mais de dois milbões dedólares americanos.

Trata-se, inegavelmente. de uma ajuda substancial, principalmente nestetempos dificeis que estamos atravessando. Mas, inexplicavelmente, as autori­dades federais não têm oferecido qualquer contrapartida ao Estado do Para­ná, Não se tem verificado, como seria justo esperar, um adequado retornodesse volume de recursos que o Paraná tem carreado para o Tesouro Nacio­nal.

" A única obra de expressão que o Governo federal realiza, em nosso Esta­do, é a construção da Hidrelétrica de Itaipu. Essa grande usina irá, todavia,inundar uma área muito grande, com terras férteis (até mesmo das mais fér­teis do mundo), prejudicando centenas ou milhares de agricultores. E a inde­nização que lhes está sendo paga situa-se, corno tem sido, aliás, norma da ad­ministração Pública, bem abaixo do valor real daquelas propriedades...

Essa usina, porém, não trará grandes beneficios para o Paraná. Age·ração de energia será dividida com a República do Paraguai. A participaçãobrasileira será dirigida para outros Estados da Federação e o Paraná, uma vezmais, ficará prejudicado e não será indenizado pela perda de suas riquezas.

Srs. Deputados, o Governo federal gasta milhões de dólares construindoas usinas nucleares, empreendimento vivamente criticado pelos especialista eque, ademais, tem oferecido lances de duvidosa confiabilidade e seriedade nasua execução. Enquanto isso, não se constrói a Ferrovia do Soja, que traria,para a economia paranaense, grandes proveitos. E cuja construção, pela eco­nomia no transporte da produção do oeste paranaense representaria sensívelajuda no programa de racionalização de combustível.

A construção da Ferrovia do Soja, Sr. Presidente, representaria, sim,uma medida sansata do Governo federal em resposta ao muito que o Paraná,realmente, tem oferecido ao Brasil.

A culpa, por esse estado de coisas, todavia, não é apenas do Governo fe­deral. Também o Governo estadual e as lideranças politicas "quetém apoiadoo "sistema" carregam uma grande" parcela de responsabilidade e culpa: têm­se matindo inertes, subservientes e demonstrado um total desinteresse e amorpelo torrão natal.

Pertencemos a um partido de oposição, é certo. Mas somos urna opo­sição consciente, engajada na realidade nacional c: desejosa da grandeza de

1908 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

nossa Pátria. Acima de tudo, Srs. Deputados, procuramos o engrandecimen­to de nosso País e de nosso Estado. Por isso mesmo, tecemos essas críticas.

O Paraná já conheceu dias melhores nos governos revolucionários. Mes­mo naquela fase turbulenta em que o nosso Estado teve um Governador cas­lado, outro adoentado e um terceiro que apenas complementou o mandato, onosso Estado jamais vivem tal clima de estagnação, com o pessimismo to­mando. conta da população e, até mesmo, gerando revoltas.

A administração do Sr. Ney Braga tem sido calamitosa. 1:: preciso, é ur­gente que Ney Braga assuma, de fato, o Governo estadual. 1:: necessário que abancada governista do Paraná, com assento no Legislativo federal, deixe delado interesses personalistas e politiqueiros, unindo-se, de fato, na luta peladefesa dos interesses da terra paranaense. O Sr. Ney Braga pelo seu passadopolítico, deve exigir que o Paraná seja ouvido e seja atendido em suas reivin­-dicaçõesmais importantes, principalmente nos setores rodoviário, ferroviário

. e da agropecuária.Não podemos assistir, calados, à marginalização do Paraná, quando

contribuímos substancialmente para o Brasil. Deixo, desta elevada tribuna doParlamento, o meu grito de protesto contra o tratamento discriminatório queestamos recebendo.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. PEDRO IVO (PMDB - Se. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs, Deputados constitui evidente desestímulo á injustiçadaclasse dos servidores civis da União o Decreto-Lei n9 1.820, de 11 de de­zembro de 1980, que reajusta os vencimentos e salários, proventos e pensõespara o correr deste ano.

Segundo o Decreto, o servidores ativos e os funcionários inativos tive­ram seu aumento anual dividido em duas parcelas, a primeira a partir de IQ dejaneiro e a segunda a partir de IQ de abril corrente, atingindo um índice infe­rior ao da inflação - um total de 73%, em geral.

Esse reajuste pode ser considerado um desrespeito á classe dos servidorescivis da União, pois não recompõe o poder aquisitivo diluído em medidas an­teriores, como não os equipara aos trabalhadores regidos pela Consolidaçãodas Leis do Trabalho, que contam com reajustes semestrais e 139salário asse­gurados.

Ora, todos sabemos que devido às últimas modificações na política sala­rial os colégios, as prestações de aluguel e preços de serviços diversos vêmsendo reajustados de seis em seis meses, o que significa que os funcionáriospúblicos civis da União irão perdendo gradativamente o seu poder de compradurante o ano, e chegarão ao último trimestre enfrentando sérias dificuldadefinanceiras.

O Decreto-lei nv 1.820 constitui, ainda, flagrante injustiça, por ignorardireitos iguais entre os funiconários de quadro e os regidos pela CLT e um de­sestímulo e esse esorçado segmento da classe trabalhadora brasileira, forma­do pelo servidor público civil.

Mas o aspecto mais grave do citado Decreto está situado no seu artigo13, que determina:

"As leis especiais que fixam remuneração mínima para categoriasprofissionais regulamentadas não se aplicam aos servidores públicosocupantes de cargos ou empregos na Administração Direta daUnião, do Distrito Federal e respectivas autarquias."

Ou seja, esse artigo desrespeita a legislação em vigor, que assegura o sa­lário mínimo profissional a várias categorias, ao impedir que o funcionáriopúblico de nível superior receba o mesmo tratamento que um empregado re-gido pela CLT. '

Além de ser um desestímulo a grande número de profissionais que exer­cem, na área do funcionalismo público, atividades jé regulamentadas por le­gislação específica, transforma-se numa ameaça às classes que já conquista­ram o seu salário mínimo profissional e um empecilho á luta de outras pelomesmo direito.

A medida, se adotada efetivamente, certamente acabará se disseminandopelos poderes estaduais, municipais e até pelo setor privado, no sentido de re­duzir ou eliminar os pisos salariais de seus funcionários.

Finalmente, esse Decreto-Lei terminará por decretar também o emperra­mento de toda a máquina burocrática federal por desestimular o empenho aotrabalho, que passa a ser mal remunerado e discriminado, para o ServiçoPúblico.

Trata-se de mais uma iniciativa do Governo Federal no sentido de acha­tar os salários de seus funcionários, sob a alegação de dificuldades de recursos- o que é incompreensível, já que nunca se pagou tantos impostos e tributosno Brasil e só nos resta apoiar l!.luta empreendida por diversos segmentos dapopulação atingidos pelo Decreto-Lei n9 1.820,no sentido de reformulá-lo eao seu artigo 13.

Essa batalha foi iniciada em meu Estado, Santa Catarina, por asso­ciações de engenheiros arquitetos, economistas, farmacêuticos, assistentes so-

ciais, professores universitários. odontólogos, médicos, engenheiros agrôno­mos, técnicos de administração e enfermeiros, e merece o nosso apoio e a nos­sa compreensão, no sentido de atender às suas reivindicações c reparar a in­justiça cometida ao funcionalismo público civiL

Muito obrigado.

O SR. JORGE PAULO (PD8 - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)­Sr. Presidente, Srs, Deputados, após a crise do petróleo, iniciada em 1973, to­dos os povos tomaram consciência da necessidade de se proceder a estudosobjetivando a substituição daquele combustível fóssil que, pelo que se sabe,durará somente pOllfas décadas.

O Brasil, emergindo para uma era de industrialização e produzindo ape­nas cerca de vinte por cento de suas necessidades petrolíferas, como não po­dia deixar de acontecer, vem sofrendo drasticamente os efeitos da importaçãode petróleo .

É de se reconhecer, contudo, que o País vem desenvolvendo um agigan­tado esforço para suprir as nossas deficiências petrolíferas, seja economizan­do os seus derivados e, principalmente, incentivando, pesquisando e desen­volvendo novas alternativas energéticas, renováveis ou não.

É o caso, por exemplo, do carvão mineral, para agilizar cuja utilização oGoverno Federal criou mecanismos. Se por motivos vários, muitas das jazi­das carboníferas foram desativadas, não cabe agora discutir porque motivo oforam. Mas, sim, diante do quadro que se apresenta, aproveitar todas as jazi­das existentes, principalmente aquelas que se situam próximas a grandes cen­tros consumidores de energia. •

É o que ocorre com a Mina de Carvão de Pedra, de Caçapava Velha, noMunicípio de Caçapava, no Estado de São Paulo. A mina funcionou regular­mente até o ano de 1930. Fornecia carvão para a Estrada de Ferro Central doBrasil, contando mesmo com um ramal desta estrada de ferro que partia daestação de Caçapava até o seu interior. Fornecia, ainda, carvão para outrasferrovias e para diversas indústrias.

Não se sabe porque, se por coincidência ou não, o fato é que a partir de1930, com a alegação de que seu produto era de má qualidade, supõe-se, por­tanto, de baixo teor calorífero - a mina foi desativada, tendo sido retirado oramal ferroviário e a jazida permanece quase intata, como se oferecendo paraminorar as nossas necessidades energéticas.

'. Situando-se no Vale do Paraíba, na divisa com Minas Gerais, em umaregião de grande desenvolvimento econômico e de elevado consumo de ener­gia, favorecida pela proximidade com o Porto de São Sebastião, a Mina deCarvão de Pedra, de Caçapava Velha, apresenta todas as condições para tor­nar a ser ativada.

Em nome dos habitantes do Vale do Paraíba, apelo às autoridades res­ponsáveis pelo setor energético, de modo especial aos Srs, Ministros das Mi­nas e Energia e da Indústria e do Comércio, o nobre Senador César Cals e oilustre economista Camilo Penna, respectivamente, para que determinem arealização de estudos visando ao aproveitamento do carvão de Caçapava,pela sua elevada importância para toda aquela região, além de representar di­visas para o Brasil.

V - O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Passa-se ao GrandeExpediente.

Tem a palavra o Sr. Theodorico Ferraço.

O SR. THEODORICO FERRAÇO (PDS - ES. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o saudoso Ministro PetrónioPortella - que só a história poderá julgar - costumava dizer que, "quandoas luzes da minha casa estão acesas, a democracia vai melhor".

Sr. Presidente, Srs. Deputados, se as luzes não estão acesas para Petrô­nio, rio Planalto de Figueiredo as luzes estão mais do que acesas e seu brilhoilumina toda a Nação.

Entretanto, parece-me que os setores responsáveis da Oposição teimamem fechar os olhos e mantê-los bem apertados para não ver as luzes da demo­cracia acesas pelo Presidente Figueiredo. Mas não consigo entender a razãodessa atitude.

Se todos pretendem atingir o mesmo fim - que é à democracia plena, vi­gorosa e soberana, regendo os destinos do povo brasileiro - por que colocar­se cada um de um lado do campo de luta. como se fossem opositores, e sóaceitar.a vitória de uns mediante a derrota dos outros, quando todos afirmamdesejar a mesma coisa?

Tenho ouvido repetidas vezes nesta Casa que o Presidente Figueiredo es­tá só em sua luta pela abertura democrática.

Ora, se o Presidente resolveu empenhar sozinho uma bandeira,obrigando-se a entrar em cboque com alguns grupos extremistas que não têmnenhum interesse em ver alterado o status quo vigente, não vejo motivo queimpeça os oposicionistas democratas de ir ao encontro do Presidente e, acei-

Quinta-feira 9 1909----------------

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClO'liAL"(Seção I)----------------------tando O desafio, encetar sem receio o diálogo, e propor ao Governo a adoção'das medidas que julgarem importantes para o povo brasileiro,

Não sei porque esse receio em dialogar. A menos que as patrulhas ideo­lógicas estejam rasteiramente teimando em policiar e, se possível, impedir odiálogo democrático.

Ora, se é a própria Oposição que diz que o Presidente está sozinho com ademocracia, o que esperam para juntar-se a ele nessa luta, derrotando os seto­res conservacionistas da situação?

Ou estarão simplesmente esperando o caldeirão entornar, para, só então,reconhecer e saudar o Presidente FTgueiredo como o grande campeão da de­mocracia, depois de 17 anos de institucíonalização do poder?

o Sr. Jorge Vianna - Permite-me V. Ex! um aparte?

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Concederei o aparte a V. Ex~

logo mais. Espero que me compreenda. Preciso concluir meu raciocinio.

O Sr. Jorge Vianna - Pensei que V. Ex! queria o diálogo.

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Deixe-me concluir meu racioci­nio, para que V. Ex! veja onde quero chegar.

An uncia-se por aí a existência de um governo paralelo de direita radical,que seria, inclusive, o responsável. por esses atos de terror que vêm enchendoeste País de vergonha.

Se há alguma verdade nisso, o que estarão fazendo os verdadeiros defen­sores da democracia que hesitam em tomar partido entre o governo paralelo eo democrático jurado cem vezes de Figueiredo?

Será que os detém o pensamento da proximidade das eleições, quandoserão submetidos ao implacável julgamento da opinião pública? Entretanto,essa mesma opinião pública, embora permanentemente acusada de mal for­mada e manipulada, sabe discernir perfeitamente o que lhe convém e'conde­nar vigorosamente todos aqueles que, mesmo a pretexto das melhores .in­tenções, traem os interesses do bem comum.

Por tudo isso, desejo, pois, conclamar a coragem cívica e o talento fervi­lhante da Oposição para que empenhe seu talento em mostrar ao PresidenteFigueiredo o caminho do combate a inflação, do equilíbrio da balança de pa­gamentos, a fórmula para pagar a dívida externa, enfim, a maneira de melho­rar a sorte das multidões anônimas.

Não pode a Oposição, por um dever de consciência, deixar de colaborarna solução da crise nacional, quando o próprio Presidente toma, humilde­mente, a iniciativa de convocá-la para que se promova a união nacional. Amenos que para isso estejam impedidos não apenas pelos obstáculos criadospelas patrulhas ideológicas como também pela falta de condições para encon­trar soluções aceitáveis e eficientes.

De qualquer forma, é sempre muito mais fácil acusar e combater do queagir e resolver.

Contudo, a atitude do Presidente, de chamar a Oposição para o diálogo,deve ser registrada e elogiada vezes sem conta, para que nenhum cidadão bra­sileiro ignore seu gesto e nele reconheçamos o espírito democrático e humildede quem não fecha as portas do Poder para ninguém, nem mesmo para osseus opositores permanentes, radicais e mais ferrenhos.

Tenho mantido, nesta Casa, conversas com representantes oposicionis­tas - que considero dos mais cultos, honrados e inteligentes - em que S.Exts reconhecem o avanço democrático empreendido pelo Presidente Figuei­redo, bem como a premente necessidade que nós, democratas da Situação eda Oposição, temos de preservar não só o Presidente como o próprio regimecontra os radicais que ainda sonham com os regimes fortes dos atos institu­cionais.

Entretanto, essa louvável e corajosa atitude cívica só vem à tona nos bas­tidores, pois a maioria teme mostrá-la da tribuna desta Casa e, creiam-me,são muitos os que assim agem.

Nunca é tarde, porém, para empreendermos uma verdadeira guerra con­tra o radicalismo, seja ele de esquerda ou de direita, a fim de que possamos­todos os liberais - em nome da democracia, dar um basta a essa inominâvelcovardia que nos impede de enfrentar a realidade nacional.

Fala-se muito, por aí, que a situação de hoje, no Brasil, impossibilita acontinuidade do regime democrático. Isso já foi dito e repetido em outrasocasiões, mas, agora, temos um Presidente de quem ninguém pode duvidar,pois seus atos diários e constantes atestam, permanentemente, que ele preten­de manter-se rigorosamente dentro dos melhores princípios da democraciauniversal.

N o Brasil de hoje não existe sequer um único preso político, e os exiladosque ainda permanecem no exterior o fazem por sua livre e expontânea vonta­de. Os políticos falam o que querem e o que não querem e a imprensa goza deliberdade total.

Não devemos, entretanto, deixar-nos embalar e iludir com a tese dodiálogo e da democracia que a subida do Presidente Figueiredo ao podertrouxe ao País, nem nos ocupar apenas em criticar a falta de patriotismo daOposição em rejeitar o apelo ao entendimento formulado pelo Poder Central.

Existem ainda outros fatos que precisamos denunciar e analisar.Segundo os oposiocinistas, os militares que ocupam o poder estão dei­

tando e rolando com a administração governamental.Mas é preciso fazer justiça. E por isso, pergunto: quais os favores recebi­

dos pelos militares?Se, porventura, um ou outro militar no poder, inocente ou mesmo mal­

dosamente, deu cobertura a algum privilegiado, não podemos, levianamente,culpar e amaldiçoar toda a classe.

Não podemos esquecer-nos de que mais de 95% dos integrantes dos qua­dros militares são da classe média para baixo e, por isso mesmo, estão enfren­tando as mesmas aflições e agruras por que passa toda a família brasileira.

O Sr. Jorge Vianna - Deputado Theodorico Ferraço, permite-me V.Ext um aparte?

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Dá-lo-eí já, nobre Deputado. Éque tenho de concluir meu raciocínio, para que V. Ex~ entre no aparte nahora certa.

O Sr. Jorge Vianna - Pensei que V. Ex! queria dialogar, mas continuacom este monólogo a que a Nação inteira está submetida há 17 anos.

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Não é monólogo, nobre Deputa­do. Vamos chegar lá.

Prossigo, Sr. Presidente.Gostaria que outros Deputados, independentes e de ânimo isento como

eu, viessem fazer coro a esta minha defesa de uma classe-que não tem dado aoPaís senão uma histórica vibração cívica, em defesa do povo e das insti­tuições, às vezes até com o sacrifício de seu próprio sangue.

Não se pode atribuir aos militares a responsabilidade pela discutível epolêmica política econômica atualmente em vigor, pois eles não passam,

. como-a maioria do povo de suas vítimas também.O comando da política econômica e financeira do País está entregue à

Secretaria do Planejamento e ao Ministério da Fazenda e, ao que se saiba,não consta dos almanaques militares qualquer patente para Delfim ou Gal­vêas.

Não me consta, ainda, que nenhum militar seja dono do banco, e todossabemos perfeitamente que, hoje, os banqueiros são os privilegiados do País.

Essa estratégia econômica que permitiu a alta excessiva da taxa de jurosestá permitindo, também, o enriquecimento da pessoa física, em detrimentoda pessoa jurídica, em grande parte responsável pela política de empregos epromoção social.

O que estamos assistindo, corno resultado, é essa onda de falências e aprópria recessão, redundando em desemprego em grande escala, e com conse­qüências imprevisíveis e incontroláveis.

Mas há sempre alguém que se está beneficiando com tudo isso, e já sefala por aí que o pobre está morrendo de fome, o rico de raiva e o banqueiro~~ .

Sr. Presidente, Srs. Deputados, ao fazer a defesa dos militares, não querosignificar que tudo o que depende deles está perfeito. Há assuntos a respeitodos quais se faz urgente e necessária uma tomada ou mudança de posição.

É o caso do terrorismo, por exemplo. De tempos para cá, especialmenteo Estado do Rio de Janeiro foi assolado por verdadeira onda de violentas ma­nifestações extrernistas.rque feriram nossos brios de País que pretende ser ci­vilizado, pois esses atos atingem indiretamente toda a população, chegando'aos quartéis e áo próprioPresidentc, que, por inais de uma vez, publicamentedeclarou-se atingido pelos reflexos do terrorismo urbano.

Levantaram-se, nesta Casa, inúmeros protestos e repúdio contra os aten­tados, e ponderou-se no sentido de que essa culpa não deveria ser imputadaao Governo, uma vez que, no caso do Rio de Janeiro, caberia à própria opo­sição, através do Governador Chagas Freitas, do honrado Partido Popular, aresponsabilidade e o dever de punir os culpados.

Inteligentemente, a Oposição lançou mão do forte argumento de que oComandante da Polícia Militar - o CeL Cerqueira (não sei se parente do De­putado Marcello Cerqueira, cuja residência recentemente foi alvo da violên­cia terrorista) e o Secretário da Segurança do Estado do Rio de Janeiro sãoindicados e atê mesmo imposto pelo Governo Federal.

Ê por ver nesse episódio a urgente necessidade de uma atitude do Gover­no Federal que desejo formular ao Sr. Ministro do Exército, General WalterPires, um apelo no sentido de que seja permitida ao Governo do Rio de Janei­ro a escolha e nomeação do Comandante da Polícia Militar e de uma pessoada confiança do Governador para conduzir a Secretaria da Segurança, prefe-

1910 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO ],;ACIO~AL (Seção I) Abril de 1981

rentemente um integrante do mesmo partido da Oposição a que pertence oSr. Chagas Freitas.

Com isso, estar-se-ia entregando à oposição a inteira responsabilidadepela punição dos-atos terroristas e, ao mesmo tempo, impedindo que os pre­gadores de mentiras, intrigas e fofocas possam continuar a prejudicar, comsuas acusações levianas e calúnias insensatas o nosso povo, as instituições e oglorioso Exército nacional, pois não podemos admitir, nem de longe, que suahonra seja colocada em dúvida.

~ Essas manobras impatrióticas e atos condenáveis são na verdade pratica­dos por maus brasileiros, não sabemos a serviço de quem, mas sobre cujassérias intenções temos dúvidas bastante acentuadas.

Concedo, agora, o aparte ao nobre Deputado. Peço-lhe desculpas pelademora, mas precisava concluir meu raciocínio.

O Sr. Jorge Vianna - Nós, da Oposição, já estamos acostumados aomonólogo permanente do Governo, do partido do Governo.

O SR. THEOUORICO FERRAÇO - Não é verdade.

O Sr. Jorge Vianna '- Na validade, quem detém a maioria pode esma­gar, freqüentemente, a minoria, por mais que esta minoria procure represen­tar a Nação ~ o povo brasileiro.

O SR. THEOOORrCO FERRAÇO - V. Ex' comete uma injustiça in­tolerável.

O Sr. Jorge Vianna - Tenho, realmente, que homenagear V. Ex' portentar, com a inteligência que tem, defender nesta tarde o Governo que aí es­tá. Desejo apenas dizer-lhe -- o que ternos repetido aqui sempre - que a de­mocracia, infelizmente, não é hereditária, quer dizer, a democracia que o Pre­sidente Figueiredo etodo mundo aqui alardeia. Quando vi V. Ex' subir à tri­buna. fiquei até muito satisfeito. Pensei que o colega iria trazer, para debate,um cronograma da abertura política, pois o foro apropriado para isso é exa­jamente esta Câmara e esta tribuna que ocupo. Pensei, repito, que V. Ex' fos­se trazer a esta Casa esse cronograma, que V. Ex' fosse privilegiado e viesse,efetivamente, mostrar à Nação o programa da abertura, a fim de que pudés­semos discuti-lo e encaminhá-lo. Aqui, não nos gabinetes fechados, dos tec­nocratas, responsáveis por tudo isso. V. Ex' afirmou que os militares não po­dem responder pelo que a Nação faz, que o responsável é o Ministro do Pla­nejamento. Mas o Ministro do Planejamento foi nomeado e é mantido peloatual Presidente da República. A responsabilidade é dele. Agora, são essestecnocratas todos, Deputado...

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Fiz a defesa de uma instituição,Deputado, contra a qual V. Ex' não deve posicionar-se.

O Sr. .Jorge Vianna - V. Ex' está defendendo o sistema político vigente.

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Não é isso, Deputado.

O Sr. Jorge Vianna - Pergunto à V. Ex' se posso continuar o aparte.

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Que V. Ex' o conclua rapida-mente. .

O Sr. Jorge Vianna - Realmente, a Nação inteira vive querendo falar,dialogar, mas o diálogo é sempre interrompido assim; "Conclua, porque nãoqueremos ouvir".

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Lógico, Deputado. V. Ex' não.quer dialogar, quer falar sozinho. Ocupa o meu tempo e nem um contra­aparte me permite. Isso é que é.ditadura, Deputado, isso é que é uma atitudeantidemocrática. V. Ex' quer impedir que eu' entre com uma pequena frase noseu aparte.

Mas V. Ex' está com a palavra.

O Sr. Jorge Vianna - V. Ex' me assegura, então, democraticamente,esse direito. Agradeço ao nobre colega mais uma vez a sua generosidade.Gostaria de dizer que este sistema que aí está é o responsável por tudo isso. 1'.o Governo do General Figueiredo o responsável pela desvalorização do cru­zeiro que, neste ano, já atingiu 20%. Caiu em 10% a possibilidade de o povobrasileiro comprar alimentos. É este o Governo que V. Ex' está defendendo.Agora V. Ex' pede que a Oposição mostre os caminhos. Os caminhos haverãode ser encontrados por esta Casa no dia em que estiverem restabelecidas assuas prerrogativas de Poder abrir os gabinetes fechados dos tecnocratas, a fimde que o diálogo saia e venha alcançar todo o povo. É isso que defendemos.V. Ex' disse também que não existem mais presos políiicos no País, mas se es­quece de dizer que inúmeros Deputados, não só daqui, mas das AssembléiasLegislativas, foram inclusos na Lei de Segurança Nacional apenas pelos dis­cursos que pronunciaram, os quais poderão ser presos. Esquece-se de dizerque existem não sei quantos, talvez milhares, de operários presos.

O SR. THEOOORrcO FERRAÇO - Por algum ato de força ou pelaaplicação das leis em vigor? É V. Ex' contra a aplicação das leis em vigor?

O Sr. Jorge Vianna - Sou contra a Lei de Segurança Nacional, nos ter­mos em que está redigida. E estou aqui para tentar modificá-Ia, onde forpossível.

O SR. THEOOORICO FERRAÇO -Mas, enquanto elas vigorarem,serão leis.

O Sr. Jorge Vianna - Aconteceu exatamente como V. Ex' está dizendo:extinguiram o AI-S, mas o embutiram no texto legal. Que tipo de democraciaé está? Pergunto, para continuar o diálogo, se V. Ex' tem, efetivamente, umplano para a reconquista da democracia no Brasil. Se V. Ex' o tem, ou é oporta-voz do GOverno para apresentá-lo estamos prontos ao diálogo, esta­mos prontos a discuti-lo neste forum competente, que é a Câmara dos Depu­tados.

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Nobre e culto Deputado JorgeVianna, uma das figuras de maior expressão desta Casa, V. Ex' não permitiuque os seus ouvidos apurados gravassem o sentido das minhas palavras. Nãodefendi a política econômico-financeira do Governo. V. Ex' se apaixonoupela tese oposicionista e se esqueceu de que eu combati, aqui, essa política,pelos altos juros e por favorecer o privilegiados da Nação, que são os ban­queiros. V. Ex' tomou apenas uma parte do meu discurso e não me fez jus­tiça. De qualquer maneira, V. Ex' há de convir que, se a Oposição julga exis­tir um governo paralelo e que o Presidente Figueiredo está só - e muitos dossenhores oposicionistas desta Casa o reconhecem - por que, então, não nosagarrarmos a esta última "canoa", isto é, às luzes do próprio Presidente daRepública, a fim de ajudar S. Ex' a levar à frente seu regime democrático?

Ouço o ilustre Deputado Jorge Arbage.

O Sr. Jorge Arbage - Nobre Deputado Theodorico Ferraço, se um fa­nático, como foi Miguel Arrais, conseguiu encontrar uma legião de outros fa­náticos para o acompanharem naquela malsinada tarefa de tentar transfor­mar o Brasil numa republiqueta sindicalista, como se podc pensar que ummissionário, empunhando a bandeira da democracia - verdadeiramente agrande vocação da Pátria c do povo brasileiro - possa estar sozinho nessa lu­ta?

o SR. THEODORlCO FERRAÇO - O único regime universal que sepode aceitar.

O Sr. Jorge Arbage - O Presidente Figueiredo não está sozinho, emi­nente Colega. Se S. Ex' não tem o consenso da Nação pois desgraçadamente,no contexto nacional, ainda encontramos os radicais, aqueles de corações em­pedernidos - pelo menos uma evidência é inquestionável; a grande maioriado poõo brasileiro está ao seu lado, ansiando por um momento, tão sagradoquanto o da nossa independência, qual seja exatamente aquele em que o Pre­sidente anunciará que o ciclo da democracia já está completado na história donosso País. V. Ex' faz uma grande justiça à classe militar brasileira. Quandose criticam os militares ...

O SR. THEOOORICO FERRAÇO - Sem pucha-saquismo, porquenão lhes devo nenhum favor.

O Sr. Jorge Arbage - Sabemos disso. Mas quando se criticam os milita­res. se esquecem os críticos de que estão criticando o próprio povo. Qual aorigem dos militares brasileiros? A classe média. .

O SR. THEOnORICO FERRAÇO - Noventa e cinco por cento.

O Sr. Jorge Arbage - Não apenas a classe elitista, esão eles, DeputadoFerraço, que, desde 64, arcam com a responsabilidade, o sacrifício de susten­tar o condão da segurança e da liberdade neste País. f: a eles que a sociedadebrasileira deve o seu estágio de progresso c desenvolvimento, alcançado den­tro de um clima de paz, de ordem. Congratulo-me com V. Ex' e concluo afir­mando que o nosso modelo econômico, senão é realmente o desejável para aconjuntura que atravessamos pelo menos é o que dele se aproxima. O Gover­no tem feito um esforço inusitado para enfrentar e superar as dificuldades que- diga-se de passagem, - temos de reconhecer, não é privilégio do Brasil,mas de toda a sociedade universal.

o SR. THEOOORlCO FERRAÇO - O nobre Deputado Jorge Arbagebrilhou com o aparte que vai integrar o nosso discurso. S. Ex', com sua inteli­gência, tem angariado, em escala crescente, a admiração dos pares. nesta Ca­sa.

Mas ouço. com muito prazer, o meu querido companheiro Modesto daSilveira. '

O Sr. Modesto da Silveira - Meu prezado companheiro e amigo Theo­dorico Ferraço, constato agora que V. Ex' fez integrar no seu discurso o apar-

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGR~SSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9. 1911

te do seu Líder que, na verdade, contesta o que V. Ex' falou. De maneira quea contradição é interna, e vamos discuti-la. V. Ex' havia afirmado que o Ge­neral Figueiredo está sozinho, numa canoa - quem sabe, até pensa, furada- e pedia, afinal, como último recurso de-salvação, que as Oposições dialo­gassem com S. Ex' e' tentassem evitar que o País soçobrasse com ele. Ao fimvem o seu Líder e diz que não, que toda a Nação está com ele. Isso é uma con­tradição que poderemos discutir.

O SR. THEODORICO FERRAÇO - O importante são as palavras donobre Deputado.

O Sr. Modesto da Silveira - Bom, deixo para depois a briga interna, in­clusive, com lavagem de roupa suja, dentro do seu próprio partido.

O SR. THEODORICO FERRAÇO - Temos que respeitar as palavrasdos Deputados Jor$e Arbage e Jorge Vianna, dois Líderes antagonistas, nestaCasa.

O Sr. Modesto da Silveira - Afinal, estamos acostumados a ver tantascontradições, não só no seio da representação do Governo, mas, sobretudo,no próprio Governo. Por exemplo, extraio do seu pedido aquela solicitaçãogovernamental, a cada dia, de colaboração. Pois bem, V. Ex' acabou de men­cionar determinados pontos importantes, entre os quais, o terrorismo. Ora, oPresidente da República sabe - ele comanda essa canoa - que há áreas ab­solutamente inatingíveis no seio do próprio Governo. Se há setores que nãopodem ser investigados, dentro do próprio Governo - e S. Ex' não exige queo sejam - a Nação tem todo o direito de supor que essas áreas marrons se­jam responsáveis por esses atos. Sugiro, então, que S. Ex' mande investigaressas áreas.

O SR. THEODORICO FERRAÇO - Enquanto diz que o Presidentedeve conhecer essas áreas, sugiro a V. Ex! que aponte à Nação o farol e as lu­zes que nos possam levar aos terroristas, pois não acredito, de forma alguma,que o Presidente da República saiba quem são eles, porque esses atos terroris­,tas atingem a sua pessoa, a sua autoridade.

O Sr. Modesto da Silveira - Vou dar-lhe uma fonte excelente, Deputa­do, se é que o Presidente da República não o sabe, pelo fato de seus subordí­nados não lhe 'terem informado. Acabamos de ouvir um depoimento alta­mente ilustrativo sobre isso. O Presidente da OAB Federal acabou de infor­mar que ouviu de autoridades que não submeteriam suas áreas a um crivo deinvestigações. Isto já foi dito publicamente.

O SR. THEODORICO FERRAÇO - Quer dizer que estou correndorisco, hoje, ao pedir liberdade total para o Governo do Rio de Janeiro?

O Sr. Modesto da Silveira - Outro ponto é a inflação. Todos sabemos,inclusive nossas esposas, que a inflação, seja no seu lar, na sua cidade, no seuMunicípio, no seu Estado ou no seu País, temmuito a ver não só com o des­calabro administrativo; mas também com a receita e a despesa mal colocadas.Despesas suntuárias, supérfluas e desnecessárias são causas de inflação e deendividamento externo. Outro ponto é a entrega das riquezas nacionais a em­presas estrangeiras, que só querem usufruir lucros, sem dar nenhuma vanta­gem ao nosso País. Esta é outra causa. Isto é apenas para começar, porque omeu aparte será curto. O Presidente da República precisa dar uma demons­tração concreta nesses itens a que me referi. Então, já estamos dialogando,através de V. Ex' e pelo conhecimento que S. Ex' terá do que acabo de dizer.Entretanto, as nossas lideranças têm apontado, diariamente, as soluções. S.Ex', porém não as acolhe, e permanece dizendo que a sua mão continua es­tendida.

<y)R. THEODORICO FERRAÇO - Obrigado pelo aparte, DeputadoModesto da Silveira.

Prossigo, Sr. Presidente.Ao PDS também cabe a responsabilidade de uma tomada de posição.

Diante das acusações de corrupção praticada no Governo, ou fora dele, tam­bém temos que ser os primeiros a nos preocupar em apurar os fatos ~ exigirprovas. Ao invés de defender simplesmente por defender, devemos procurar,através da apuração dos fatos, punir os corruptos, ou os acusadores, caso severifique a improcedência das acusações.- '

Entretanto, o único instrumento de que dispomos para isso, nesta Casa,são as CPls, que considero uma brincadeira. Nunca, em tempo algum, 'secon­seguiu punir alguém através das cansativas e demagógicas comissões. Tudonão passa de palavrório, que serve apenas para enganar o povo brasileiro efingir que estamos fazendo alguma coisa.

Gostaria, então, de sugerir uma mudança no Regimento e na ligislação,a fim de que qualquer denúncia de atos de corrupção aqui feita seja imediata­mente encaminbada ao Poder Judiciário, que, através de uma Vara especial­mente criada para esse fim, passaria a julgar, em regime de urgência, a denún­cia. Contudo, -ssas denúncias só poderiam ser encaminhadas à Justiça com o

nome do acusador, o que viria obrigar os denunciantes a assumir a responsa­bilidade sobre suas palavras, sendo ele, caso se comprove calúnia ou falsidadeem suas afirmações, quem assumirá o papel de réu.

Acho que o Governo e o PDS devem ser os primeiros a pedir todo o ri­gor nas apurações, e essa seria uma fórmula muito especial de se tratar commais seriedade as acusações de corrupção que constantemente se fazem nestaCasa. Inclusive deveria constar da própria legislação a licença para que o Par­lamentar que levantar falsas acusações seja processado e até mesmo condena­do, se for o caso.

Vivemos atualmente uma época de irresponsabilidade generalizada.Chama-se o vizinho de corrupto impunemente, como se estivéssemos numareunião de confraternização entre amigos, e parece que ninguém se lembraque corrupto quer dizer ladrão, safado, desmoralizado, estragado, podre.

Entretanto, usa-se essa plavra indiscriminadamente, e ela é constante­mente repelida, como se estivéssemos numa inconseqüente conversa de bote­quim.

Creio que um dispositivo legal como o que proponho só viria beneficiarnão só esta Casa como o Governo, dando a toda a população a segurança deque as acusações procedentes seriam julgadas, assim como os caluníadores.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, outro assunto de que desejo tratar é acriação de um Ministério da Reforma Agrária.

Quero esclarecer, contudo, que por reforma agrária não entendo o sim­ples ato de tomar terras de alguém.

As terras produtivas são sagradas e a quem as trabalha e as faz produziro Governo deve dar ampla assistência e crédito abundante.

Porém, no caso de terras que passam de pai para filhos, chegando aos ne­tos e bisnetos sem nunca ter provado o gosto da semente e o seu cultivo é quealguma coisa precisa ser feita para colocá-las nas mãos daqueles que desejamproduzir, mas não têm onde plantar.

Para proceder aos estudos de viabilização desse Ministério, deveriam serconvocados órgãos particulares, como a CNBB, por exemplo, que é um orga­nismo sério e cujas idéias poderiam e deveriam ser aproveitadas.

É mais uma maneira de o Governo dividir suas responsabilidades comentidades que têm liderança e domínio, fazendo-as assumir sua parcela deobrigações e dando-lhes oportunidade de tornar realidade o que até agoranão passa de pregação e teorias.

Se a CNBB está certa a respeito da seriedade e validade dos pontos devista que defende, terá uma ótima ocasião para. pô-los em prática. Caso con­trário, estou certo de que seus integrantes, todos dotados das melhores in­tenções, não hesitarão em rever suas teses e adaptá-Ias à realidade brasileira.

Sei que já deve estar surgindo entre muitos dos Srs Deputados a objeçãoà falta de recursos para tornar viável esse Ministério da Reforma Agrária queora estou sugerindo. Mas esses recursos poderiam vir por intermédio do De­creto 157 e de grande parte dos recursos do BNH.

Ao invés de construir apenas nas cidades, o BNH, adaptando-se às ne­cessidades atuais do País, poderia e deveira usar a maior parte de suas apli­cações para financiar moradias na zona rural o que, além de outros, teriaogrande mérito de ajudar o assustador êxodo rural, fixando o homem à terra,meta esta que deveria merecer uma das principais prioridades governamen­tais. (Palinas.)

Durante o discurso do Sr. Theodorico Ferraço, o Sr. HaroldoSanford, IP Vice-Presidente.deixa a cadeira da presidência, que é ocu­pada pelo Sr. Joel Ferreira, Suplente de Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Tem a palavra o Sr. Modestoda Silveira. (Pausa.)

O SR, MODESTO DA SILVEIRA (PMDB - RJ. Pronuncia o seguintedíscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, apesar de tantos temas extraor­dinariamente importantes para este momento do País, lanço mão de um, deigual magnitude, quejá conta quase 500 anos.

A próxima semana seria de comemoração e homenagem formal ao pobreíndio brasileiro nesta Casa, se não fosse uma espécie de recesso devido à Se­mana Santa. O irônico Dia do lndio coincide, este ano, com o Domingo dePáscoa.

Diga-se, entretanto, que a situação do indio brasileiro como, de resto, ade todas as maiorias apelidadas "minorias discriminadas" - mulheres, ne­gros e trabalhadores em geral- continua sendo mais do luto d~ todos os diasdo que da festa de um só dia.

. ~ freqüente a afirmativa de que a FUNAI é um órgão ineficaz e con­trário aos interesses e direitos indígenas porque é dirigido por militares.Como geralmente ocorre com quase todas as opiniões sobre índios, a questãoestá mal colocada. A despeito do caráter particularmente atroz das relaçõeshistóricas de dominação dos brancos sobre Indios e do papel inegável nelasdesempenhado pelas Forças Armadas, podem ser apontados, com certa fre-

1912 Quinta-feira 9 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAl" (Seção I) Abril de 1981

qüência e destaque, militares que foram defensores fervorosos e leais dosíndios. Não é demais recordar os nomes de Ricardo Franco de Almeida Serrae Rodrigues do Prado, no Sêculo XVIII; Guido Mariliêre e Franciscode Pau­la Ribeiro, na época da independência; Couto de Magalhães e Araújo Ama­zonas, em meados do Século XIX; e, finalmente, Rondon e seus seguidoresno início do século atual.

De Rondon foi dito, em seu elogio fúnebre, "que ele foi o grande heróido nosso povo, a personalidade mais vigorosa, melhor definida, mais genero­sa que produzimos... Este povo de índios, de negros e de brancos, que cons­truiu urna civilização nos trópicos, através dele exprimiu o melhor de si mes­mo, de seus anseios de fraternidade, de paz e de progresso" (Darcy Ribeiro,"Uirá"... , Rio 1974:157), Talvez se deva acrescentar a este elogio.uão elo­qüente. uma observação que permite ampliar seu significado: no desempenhode sua missão civilizatória - no sentido que Darcy Ribeiro empresta ao ter­mo - em si mesma tão ameaçadora para a liberdade e a própria sobrevivên­cia dos índios, este militar converteu-se, pela força de seu gênio humanístico,em seu permanente patrono e defensor. O que há de extraordinário em Ron­don é sua inteireza moral, seu profundo sentido de justiça e de dedicação âcausa pública e sua sensibilidade para entender e defender os índios comoíndios. Mas, acima de tudo, a determinação permanente e inviolável em con­verter esses sentimentos em atos concretos de reparação histórica, fundando ediringindo um serviço oficial para ocupar-se dos índios e para defendê-los.

Muitos oficiais que haviam servido na Comissão Rondon acompanha.ram o chefe no Serviço de Proteção aos Índios e converteram-se nos primei­ros, mais responsáveis e leais servidores dos índios. E quando o Ministro daGuerra, pressionado por interesses anti indígenas, resolveu chamar de voltaaos quartéis os oficiais comissionados no SPI, quase todos desistiram de suaspatentes para continuar trabalhando com indígenas. As qualidades de carátere inteligência desses homens fazem justiça a Rondon. Entre eles há nada me­nos que quatro: o primeiro, alferes-aluno Francisco Bueno, morreu a serviçoda Comissão Rondon nas margens do rio Paraguai em 1904; o segundo, LuísBueno, perdeu uma perna na época da Revolução Federalista, o que não oimpediu de ser o principal assessor de Rondon e seu sucessor na direção doSPT; o terceiro, Nicolau Bueno, flechado por índios no pulmão, conseguiuconter a tropa que comandava, impedindo-a de atacar os indígenas - traba-

. lhou com vários setores do SPI e foi por anos chefe da inspetoria do sul doMato Grosso; o quarto, Júlio Caetano Horta Barbosa, teve os primeiros con­tatos pacíficos com os índios. Nambiquara, Mas há muitos outros militaresilustres na história da Comissão Rondon e do SPT, como Vicente de PaulaTeixeira de Vasconcelos, mais tarde General e Diretor do SPI, o Capitão Vas­concelos do posto indígena do parque do Xingu; Alípio Bandeira, o pacifica­dor dos Waimiri-Atroari c autor de várias obras clássicas sobre indigenismo;Eduardo de Lima e Silva, pacificador dos Xokleng, de Santa Catarina; Amil­car Botelho de Magalhães, biógrafo de Rondon e seu grande colaborador;Antônio Estigarríbia, Diretor do SPI etc.

Os militares que atualmente se ocupam dos índios, dentro e fora da FU­NAI são, via de regra, de outra natureza e qualidade, e nisto está toda a dife­rença e a explicação dos malefícios e desacertos que têm causado aos indios.Creio que a distinção ficará clara com a comparação dos valores, métodos eresultados perseguidos pelo Coronel Rondon na Comissão de Linhas Tele­gráficas, com o desempenho equivalente do Coronel Andreazza na implan­tação da Transamazônica:ambos são projetos de engenharia de grande enver­gadura e siginificação para a ocupação da Amazônia e para o destino dos po­vos indígenas. Em relação a estes a Comissão Rondon produziu uma novaconcepção sobre a natureza e a ética das relações entre índios e brancos noBrasil, além de ampliar enormemente o nível dos conhecimentos científicossobre a Amazônia e o Centro-Oeste, A publicação de mais de cem volumes deobras da mais alta relevância sobre antropologia, lingüística, geografia, astro­nomia, cartografia, zoologia, botânica, geologia, medicina etc., dá a medidado esforço sistemático de conhecer e de relacionar-se harmonicamente com anatureza e as sociedades humanas dessas regiões pioneiras. Entre outros cien­tistas de grande prestígio, trabalham com a Comissão Rondon: Roquette Pin­to, F. C. Hoehne, A. J. Sampaio, Alípio Miranda Ribeiro, J. KuhJmann,Adolfo Lutz, Pio Corrêa, Adolfo Ducke, Arnaldo Black, E. Stolle, H. VonIhering, Alberto Paes Leme, Euzêbio de Oliveira, Cícero de Campos, Francis­CO Moritz, Gastão Cruls etc.

A implantação da Transamazônica e de suas ramificações e projetosiniciou-se setenta anos depois da Comissão Rondon. Teve a beneficiá-la oenorme desenvolvimento científico e tecnológico da segunda metade do Sécu­lo XX e, no caso mais particular dos índios e da ecologia da Amazônia, podiatambêm contar com a larga experiência do próprio indigenismo rondoniano ecom instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras com programas e espe­cialistas permanentemente atuando na região. A própria área abrigava umadas mais prestigiosas entidades científicas do País, o Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia, órgão do CNPq, com setores diferenciados em Ma­naus e em Belém. Por outro lado, as próprias dimensões do projeto e de seusefeitos sobre a natureza e as sociedades humanas da região estavam a aconse­lhar uma avaliação prudente, deliberada e rigorosa dessas causas e de suas re­sultantes. A despeito disso, foram ignoradas sistematicamente todas as possi­bilidades de engajamento de cientistas, mesmo na qualidade de meros acom­panhantes das frentes de trabalho. Para citar apenas um campo de interessemenos decisivo para a sorte das populações atuais, pode-se dizer que a Tran­samazônica, como corte de milhares de quilômetros sobre toda a dimensãoleste-oeste da regiaõ, forneceria dados inestimáveis para a reconstituição ar­queológica das culturas indígenas. E esta oportunidade única foi perdida.Mas há questões muito mais graves: o desinteresse quanto à sorte das comu­nidades indígenas e sertanejas submeteu-as a processos desorganizativos ex­tremamente sérios. Alguns grupos indígenas, menos habituados ao contato e,portanto, mais vulneráveis, foram levados à beira do extermínio completo.Tal se deu, por exemplo, com os índios Kreen-akárore, da rodovia Cuiabá­Santarêm, ou com os Parakanã de Tucuruí, no Tocantins. Outros, como osvário~ grupos Kayapóe os Mundurucu viram suas aldeias e terras ameaçadasdiretamente por estradas e projetos de colonização. Comunidades sertanejasinteiras que viviam de uma economia de subsistência, em terras de posse tra­dicional, foram dispersadas pelo engajamento nas obras ou para dar lugar anovos proprietários ou colonos. O processo completou-se com a destruiçãoextensiva de florestas para a abertura de pastagens artificiais dos grandes pro­jetos agropecuários, sem os necessários estudos prévios.

O projeto da Transarnazônica, será, pois, em resumo, a antítese da visãode Rondon: formulado por setores tecnocráticos do Governo, a serviço deuma perspectiva reacionária e colonial das coisas e da gente da Amazônia, oprojeto dirigido pelo Coronel Andreazza produziu a devastação indiscrimina­da de recursos naturais, o estabelecimento de imensos latifúndios e prejuízossem conta para as suas populações tradicionais.

A FUNAI nasce quase ao mesmo tempo queo Projeto Transamazônicoe com perspectiva similar. É construída sobre escombros do SPI, degradadopela administração corrompida e incompetente de militares que dele se apro­priaram a partir de 1964."Palco de todos os crimes", no dizer do ProcuradorJader de Figueiredo, que procurou sumariá-los num documento até hoje ina­cessível à opinião pública, o Serviço de Proteção aos Índios extinguiu-se em1967, ao clarão de um incêndio, tido como intencional, que destruiu grandeparte do prédio da Agricultura, que o abrigava na Esplanada dos Ministérios.Com cle pereceram quase todos os textos do indigenisrno rondoniano, junta­mente com os documentos e testemunhos do patrimônio histórico, cultural ematerial dos grupos indígenas brasileiros.

Nascido, pois, sob condições funestas, desmemoriada pela perda da tra­dição indigenista do período anterior e gerada pela fase mais negra do regimede exceção, a FUNAI oferecia aos índios um futuro intranqüilo. E muitocedo as piores expectativas viram-se confirmadas pela visão empresarial dosnovos dirigentes do órgão: o Parque Indígena do Xingu, a mais bem sucedidaexperiência indigenista do período anterior, foi mutilado e ameaçado pelaBR-OSO, construída explicitamente para favorecer a expansão das empresasagropastoris na região, com a cumplicidade da direção da FUNp-'I e dos de­mais órgãos do Ministério do Interior. No vale do Guaporé as terras ocupa­das irnemorialmente pelos índios Nambiquara foram liberadas pela FUNAI eocupadas por fazendas, enquanto no extremo sul as terras Kaingang conti­nuavam sendo exploradas por invasores brancos ou eram objeto de projetosempresariais a cargo do próprio órgão indigenista. Em todo o País esses fatosse repetiam.

Com o novo órgão surgem indigenistas de um novo tipo, com outra vi­são do mundo e outras lealdades. Do meSIJlO modo como Rondon simbolizae resume os ideais do indigenismo brasileiro da fase do SPI, é possível encon­trar na figura singular de um dirigente da FUNAI dos primeiros tempos o pa­radigma do militar-indigenista da atualidade. Trata-se do "almirante" Dr.Arandu Fontes, Superintendente da FUNAI no início da década de 1970; o"almirante", que tinha como assessores diretos vários generais, corno Is­marth de Oliveira, seu sucessor e mais tarde Presidente da FUNAI, exerciaum domínio indisputado e despótico sobre funcionários e índios e contribuiupara fixar a imagem usual do diretor atrabiliáiro e incapaz de compreender osíndios e de sensibilizar-se com eles e seus problemas. A regência do "almiran­te" Dr. Arandu Fomes terminou bruscamente quando o Ministério da Mari­nha, alertado por sua notoriedade, desmascarou-o finalmente na sua con­dição de subalterno do corpo de Fuzileiros N avais, cabo ou sargento da reser­va, que se fazia passar por almirante.

Desde o início o que define, portanto, a FUNAI é a farsa e não mais aepopéia do tempo do General Rondon. Na FUNAI de hoje os Arandus são aregra em escalões decisórios, mais que em qualquer época.

Abril de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçâo I) Quinta-feira 9 1913

Além da qualidade notoriamente inferior de quase todos os assessores,técnicos e dirigentes da FUNAI, há outras evidências gritantes sobre a ilegiti­midade essencial do órgão como instituição capaz de ocupar-se, de entender ede garantir aos índios um mínimo de segurança e de proteção. A despeito detodas as suas insuficiências e contradições, a política indigenista oficial pro­duziu alguns diplomas legais que estendem aos índios o reconhecimento for­mai de alguns direitos essenciais. Como se verá adiante, a prática usual daFUNAI é ignorar os remédios legais ou fazer deles uso extraordinariamenteatenuado, como declarou seu presidente há poucos meses, na Comissão doInterior da Câmara dos Deputados. Coerentemente com esta posição auto­restritiva, a orientação geral e as providências setoriais do Ministério do Inte­rior são de molde a subordinar sistematicamente os direitos e necessidadesindígenas aos programas e interesses de desenvolvimento regional. A própriaFUNAI fez espontaneamente, como declara seu presidente, a opção de bus­cal' o consenso das várias agências oficiais, o que torna irrealizável qualqueração indigenista eficaz e ordenada. Pode-se concluir que a ação governamen­tal, em todos os níveis, é unânime e uniformemente anti indígena. No passadoa relativa ineficácia do SPI explicava-se pelo fato de que o órgão, por dever deofício, colocava-se inevitavelmente contra os interesses dominantes da socie­dade nacional. Atualmente as mazelas e desacertos da FUNAI são mascara­das por seu perfeito ajustamento e fidelidade às conveniências e interesses do­minantes no País. Tudo isso significa que-oórgão, desnaturado de sua missãoespecífica, é um setor burocrático confortável por sua indefinição e compla­cência, uma área adequada onde gozar uma sinecura ou para onde transferirservidores incapazes, civis ou militares. O que John Collier, o grande dirigen­te indigenista dos Estados Unidos do período de Roosevelt, chama de cor­rupção institucional do Bureau of Indian Affairs, que ele redimiu e dirigiu du­rante 25 anos, é o mesmo fenômeno que acabamos de descrever para a FU­NAI. Trata-se, em última análise, da desistência da responsabilidade pela for­mulação e execução da política indigenista oficial. O que resta é o simulacroda ação, a farsa e a' conivência com toda a sorte de decisões e interesses an­tiindígcnas.

Sabemos que a FUNAI é comandada por 16 coronéis e outras patentesmenores; sabemos também que esses dirigentes estão agora recrutando cabose sargentos para funções intermediárias; pelo ritmo da marcha, daqui a poucoestarão recrutando soldados para as funções subalternas. Tudo isso depois dehaver demitido dezenas de técnicos civis de alto nível, sob alegações improce­dentes ou sob nenhuma alegação.

Completa-se assim, a conversão da FUNAI em um grande quartel Semfardas. Tudo para dar ordem unida aos índios, na marcha picada da emanci­pação da ocupação de suas terras e do etnocídio? Queremos ouvir a palavrada FUNAI sobre isso. Se não aceitamos discriminação contra militares capa­zes, que se submetem democraticamente às mesmas condições para o exerci­cio das funções civis, também não podemos admitir um superprivilégio cas­trense, discriminador da sociedade civil.

O Sr. Bonifácio de Andrada - Permite-me V. Ex' um aparte?

O SR. MODESTO DA SILVEIRA - Ouço V.Ex', mas lhe peço objeti­vidade.

O Sr. Bonifácio de Andrada -Nobre Deputado, estranho a intolerânciade V. Ex' em relação a todos aqueles que porventura tenham passado peloquartel: Pergunto: Fez V. Ex' o serviço militar?

O SR. MODESTO DA SILVEIRA - Todos nós, brasileiros, em regra,fazemos. Não sou exceção..

O Sr. Bonifácio de Andrada - Muito bem. Estava achando que V. Ex' ti­nha fugido do serviço militar, porque V. Ex' é contra todos os militares. Ve­mos, pelo seu discurso que V. Ex'- só pelo fato de um antigo sargento refor­mado, de boas qualidades, com todos os atributos para exercer uma funçãopública, ser convocado para trabalhar na FUNAI - está contra o cidadão sóporque ele foi militar. Isto não é possível, nobre Deputado.

O SR. MODESTO DA SILVEIRA - Agradeço a V. Ex' o aparte.

O Sr. Bonifácio de Andrada - Devo dizer ainda a Y. Ex' que o esforçoda FUNAI está dentro da política estabelecida pelo Governo da República,embora tenha ela enfrentado as maiores dificuldades e, muitas vezes, os epi­sódios que vêm complicar a sua própria atuação podem levar a algumas pa­lavras de :rítica do nobre Deputado.

O SR. MODESTO DA SILVEIRA - Muito obrigado. Vejam, Excelên­cias, que o nobre Líder do Governo ou não ouviu, ou não entendeu o que ha­via afirmado. Iniciei ressalvando a ligeireza de interpretações que tendem adiscriminar militares. .

O Sr. Bonifácio de Andrada - É incoerência.

O SR. MODESTO DA SILVEIRA - Ao defender o Governo, S. Ex'confessa que a política desenvolvida pela FUNAI é a política governamental'oficial, e acabei de afirmar exatamente que sou contra a discriminação de mi­litares capazes que, democraticamente, concorram com os civis. Mas o queconstato no meu discurso - e S. Ex' devia ter ouvido - é que há discrimi­nação de militares contra civis. na medida em que todos os altos escalões daFUNAI são dirigidos por coronéis ou outras patentes imediatamente inferio­res.

O Sr. Bonifácio de Andrada - Por acaso, por coincidência.

O SR. MODESTO DA SILVEIRA - Agradecido a V. Ex' pelo aparte.Mais tarde lhe concederei outro. No momento, a FUNAI - portanto, o Pa­lácio do Planalto, a política do Governo - continua discriminando os civis,na medida em que despediu dezenas de civis do mais alto gabarito técnico,para arrebanhar sargentos ecabos, nos quartéis, para substituir os civis queforam demitidos e - quem sabe? - outros que também serão. Do mesmomodo que a Nação repudia a discriminação contra militares, ela repudia adiscriminação do civil. Na verdade, por esse ritmo de marcha, a FUNAI estáconvertendo-se num imenso quartel. .

Nobre Líder, mais tarde poderemos voltar ao assunto.

O Sr. Bonifácio de Andrada - Então me inscreva.

O SR. MODESTO DA SILVEIRA - Queríamos ouvir o Governo e ou­vimos.

Era o que tinha a dizer.

Com o novo órgão surgiram dirigentes de um tipo novo que tentavam­e tentam ainda - formular os princípios deum novo indigenismo, ajustado àimagem triunfalista e milagreira que a mitologia oficial procurava fazer crerao País. O que se pretendia, na realidade, era forjar os instrumentos legais eadministrativos que consagravam a tese absurda do índio como categoria êti­nica transitória e superável graças à política de integração. Este é o princípiodominante do Estatuto do Indio (convertido na Lei n9 6.001 em 19-12-73), adespeito das emendas que corrigiram ou minoraram as deformações mais ób­vias do projeto original. E esta continua sendo a tese de eleição de quantas di­retorias se têm sucedido na FUNAI, desde sua fundação até hoje. Não foi poracaso que o Ministro Rangel Reis, ao assumir a Pasta no inicio do GovernoGeisel, expressou sua confiança em poder, antes do término do mandato,anunciar o fim das reservas indígenas, o que representava, naturalmente, ofim do próprio índio como categoria sócio-econômica discernível e viável.Como se sabe, as administrações Rangel Reis, no Ministério, e General Is­marth de Oliveira, na FUNAI, terminaram tempestuosamente pela revoltagera] dos índios contra as deformações e ameaças do projeto de emancipaçãopatrocinado pelo Ministro.

A abertura política e o clima de descompressão e expectativa dos primei­ros dias do Governo Figueiredo produziram um quase milagre na FUNAI,com a indicação do Engenheiro Adhemar Ribeiro da Silva corno titular doórgão. O projeto de emancipação foi arquivado, assim como vários dos diri­gentes mais comprometidos com as deformações da política antiindígena dasgestões anteriores. Abriu-se imediatamente o espaço para a revisão dos agra­vos c desvios mais notórios, e a FUNAI, pela primeira vez em sua história,converteu-se numa instituição aberta à crítica e à inteligência, mas, principal­mente, num órgão sensível aos reclamos e direitos dos próprios índios, indíge­nistas e dirigentes indígenas, no ostracismo ou afastados do órgão, foram tra­zidos de volta e passaram a colaborar em programas de extraordinário alcan­ce, visando corrigir injustiças históricas em relação a vários dos grupos maisnumerosos do País. Nos poucos meses da gestão Adhemar Ribeiro da Silva,foram cquacionadas e definidas concretamente as etapas políticas e adminis­trativas para resolver problemas de áreas críticas, como dos Xavantes emMato Grosso, Guajararas no Maranhão, Nambiquara e Cinta Larga emRondônia e do Parque Yanomami em Roraima. Nesta ação foi decisiva aparticipação do Superintendente da FUNAI, o jovem engenheiro Pedro Pau­lo Fatore11i Carneiro. Pressões de toda sorte provocaram o afastamento doPresidente Adhemar Ribeiro da Silva, ainda em fins de 1979. A partir daíoperou-se paulatinamente a reconquista de todos os cargos de direção e asses­soria por militares-indigenistas de tipo tradicional. Oriundos quase todos dasáreas de segurança e informações, os novos dirigentes passaram a agir siste­maticamente contra os membros remanescentes da administração Ribeiro daSilva, em especial contra o Engenheiro Fatorelli Carneiro, alvo de rancor porparte da nova direção da FUNAI. Mas foram reprimidos também os funcio­nários, antropólogos e agentes indigenistas mais comprometidos com a causado índio e, naturalmente, todos os líderes indígenas que ousavam trazer seusproblemas à entidade.

Como se sabe, esta fase culminou há um ano com a demissão em massade dezenas de antropólogos e pessoal de campo da FUNAI, isto é, de quase

1914 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

todos os funcionários especializados da Fundação. A descaracterização in­tencional da FUNAI como órgão indigenista continuou até níveis ou exces­sos absolutamente inacreditáveis: o atual chefe da Divisão de Estudos e Pes­quisas, por exemplo, a quem incumbe dirigir e formular toda a política de in­vestigação e de assessoramento antropólogico do órgão, é descrita como umaprofessora de religião, sem qualquer familiaridade ou qualificação no campoda teoria e pesquisa em etnologia indigena. A ela cabe, não obstante, formu­lar juntamente com outras duas ou três pessoas, recém-contratadas e total­mente virgens de qualquer experiência com indios, os indicadores de inte­gração, isto é, as categorias classificatórias, que, segundo se pode presumir,da mais nova tentativa de solução final do problema indigena. Estes irão for­necer uma escala confiável e precisa para enquadrar e definir os vários está­gios de tranforrnação do índio branco em cidadão prestante. O teórico e arau­to dessa nova investida integrativa é o Coronel Ivan Zanoni Hausen, ex­diretor e atual assessor-chefe da Assessoria Geral de Estudos e Pesquisas. Anatureza autoritária c antiindígena do pensamento desse teórico do neo­indigenismo da FUNAI fica clara na transcrição de alguns trechos de sua res­posta ao documento dos antropólogos e indigenistas demitidos no início doano passado. É contudente e expressiva sua oposição a quaisquer formas deautonomia cultural, social ou política dos grupos indígenas, e não menos cla­ro é seu compromisso com a política de integração forçada e com uma "cons­ciência institucional pragmática", sinônimo conveniente para a disposição desubordinar o órgão aos interesses oligárquicos dominantes da sociedade na­cional.

Em itens o documento do Coronel Zanoni justifica o uso de força poli­cial para desalojar manifestantes indígenas que protestavam contra atos daFUNA!, falando em "invasão da FUNAI pelos índios", "caract~rísticasbeli­cosas dos silvícolas" contra as quais houve "prevenção e não repressão poli­ciai (com que) puseram-se em prática medidas preventivas e acauteladoras,expressamente previstas e permitidas pela legislação do País". Naturalmenteo documento não faz menção ao absurdo dessa prática repressiva que invali­da totalmente as obrigações e o próprio caráter ético e legal da relação entretutor e tutelados. Coerente com a mesma visão punitiva, o responsável pelaagência da FUNA! em Barra do Garça, MT, dirigiu-se em outra ocasião àautoridade policial solicitando a prisão do líder Mário Juruna, baseado na ar­gumentação de "apropriação indébita" de veículo oficial. Tratava-se natural­mente de uma represália mesquinha contra Juruna, após sua volta do Tribu­nal Russell na Holanda, e que simplesmente fora transportado pela cidadepor um motorista.

A prática' desastrosa dos arrendamentos de terras indígenas a fazendei­ros brancos, uma das principais causas da corrupção interna no órgão e daalienação irrecuperável de áreas tribais, apesar de formalmente interditaspelo Estatuto do Indio, é definida pelo autor do documento, sob a argumen­tação cavilosa de que "os recusos financeiros decorrentes desses arrendamen­tos revertem em beneficio do Patrimônio Indígena" (que.ide forma alguma,quer dizer em favor do índio mas, sim, da instituição). Como argumento finalem favor do esbulho tenta convencer os índios de que a perda das terras tem,pelo menos, a vantagem de prevenir males adicionais: - "As áreas arrenda­das estão livres de invasões c depredações, pois os arrendatários têm interesseem preservá-Ias". No item final o documento fala de um "novo e verdadeiroindigenismo", de natureza "multidisciplinar", a quem caberia equacionar eresolver "os problemas decorrentes do conflito entre as duas culturas, a indí­gena e a própria cultura brasileira não índia". Com esta singela noção, apa­rentemcnte tão aceitável, as tarefas históricas do indigenismo brasileirodeslocam-se da lealdade e da proteção devidas aos índios, para as funções degestor de negôcios leoninos entre índios e a sociedade nacional. Essa óticaconduziu, por exemplo, a direção da FUNAI a cobrar de servidores, hoje de­mitidos, a lealdade ao órgão quc procuravam 'defendere não aos índios Xa­vantes. Outra evidência dessa atitude de "neutralidade pragmática", que sig­nifica concretamente trair os índios e servir aos interesses dominantes. é oatual slogan da FUNA! que afirma sentenciosamente que "lndíos e nãoÍndios (são) Todos Brasileiros". A conclusão óbvia não mascara totalmente anoção de que alguns são mais (e melbores) brasileiros que outros.

Atualmente o Presidente da FUNA! '{isita o vale do rio Negro, cicero­neado pelo Brigadeiro Protásio de Oliveira, defenssor das virtudes do métodocivilizador salesiano. Esta região é dominio exclusivo dessa missão religiosa enela o órgão oficial jamais penetrou. Este método, perseguido infatigavel­mente pelos padres desde fins do século passado, é simples e radical:

" ...0 abrasileiramento dos índigenas que nela habitam ... isto repre­senta uma verdadeira Guerra de Conquista que o Brasil está fazen­do em seu próprio território... onde a FAB ajuda a quem se dedicaao àculturamento, à integração, e ao desenvolvimento do índio. ..Entendemos que a palavra Índio. longe de expressar uma origem ou

uma raça, o que naturalmente englobaria a maioria do povo brasi­leiro...expressa unicamente uma condição social inferior, uma ma­neira de vida primitiva, como os favelados ... que vivem num sub­mundo da miséria, doença, imundície e mortalidade infantil... OsSalesianos vêm enfrentando há mais de meio século (esta.guerra deconquista) através da humanização e da integração de nossos patrí­cios... no nosso contexto de civilização para livrá-los da pecha de se­rem chamados de índios ..." (A. Bruzzi, As Tribos dos Uaupés e a Ci­vilização Brasileira, Belém,s.d.: introdução).

Cada vez mais os dirigentes da FUNAI aproximam-se dessa visão pro­fundamente negativa e exlusória do índio. Isto significa que foram perdidos,para o órgão indigenista oficial, o longo aprendizado e a pregação humanísti­ca de Rondon. Mais que inútil, aliás, como já se disse à época da fundação doSPI, a doutrina de Rondon êperigosa por ameaçar a ordem natural das coi­sas e a paz social do Brasil. O Brigadeiro acima reingressa no tema para enfa­tizar a eventual ameaça que as minorias indígenas podem apresentar para aunidade nacional e a integridade do território amazônico:

..... Não permitindo nem dando pretexto que alienígenas ou mausbrasileiros ousem ou sequer pensem em dividir este território e quei­ram transformá-lo em aglomerado de povos e nações, com idiomaspróprios, tradições próprias e, quem sabe, governos próprios..."(Bruzzi, idem).

O grande historiador do século passado, Francisco Adolfo de Varnha­gen, Visconde' de Porto Seguro, militante defensor da tese de sujeição dosíndios como exigéncia da civilização, justificava seu ponto de vista com a ale­gação e que esses povos eram estranhos à história e ao destino do País e cons­titulam, ademais, "uma rebelião armada dentro do Império", pelo que de­veriamos impor a eles, com toda a dureza, "nossa lei e nosso rei". As teses deVarnhagem sobre a natureza potencialmente subversiva da própria condiçãosócio-cultural do índio parecem ter sido reassumidas modernarnente não sópelo Brigadeiro Protásio e segmentos religiosos, mas também por setores damais alta hierarquia administrativa e política do País, como acaba de ser con­fessada inclusive pelo Líder do governo.

Há uma constatação adicional a ser feita: a excessiva generosidade da le­gislação protecionista em favor das comunidades índígenas é um obstáculopermanente ao progresso, ao desenvolvimento, além de ameaçar nossas tra­dições democráticas e nosso estilo de vida. Quem descobre esta insidiosaameaça é nada menos que o Ministro Cordeiro Guerra, do Supremo TribunalFederal. Considera ele:

"Sr. Presidente, estou de acordo com o eminente Relator, mas dese­jo explicitar a minha apreensão, em face do art. 198, §§ I~ e 2~ daContituiçâo Federal. Creio que esses artigos ainda nos darão muitotrabalho. porque, a ser-em interpretados na sua literalidade, teriamestabelecido o confisco da propriedade privada neste País, nas zonasrurais ... Ora, nós somos um País de imigração, um País continental,em que o homem civilizado abre caminho para acriação de seu im­pério. Isso se fez sempre, através da história, à custa do aborígine,não só no Brasil, como na América do Norte, na Austrália, na Áfri­ca, na Sibéria, em qualquer parte do mundo. O que está dito no art.198 é mais ou menos o que está dito no art Iv do primeiro decretobolchcvique: Fica abolida a propriedade privada. Revogam-se asdisposições em contrário... Deixo, assim, isto bem claro, comoavant-premierc do meu pensamento, porque não me deixo levar porum sentimentalismo mal orientado, que pode conduzir à atrofia doPaís, ou à inquietação rural, com resultados imprevisíveis." (STF,Mandado de Segurança nQ 20.235, 4-6-80.)

As apreensões do ilustre Ministro Cordeiro Guerra são co-participadase, de certo modo, ampliadas pelo Coronel João Carlos Nobre da Veiga. Presi­dente da FUNAi. Em seu longo depoimento na Comissão do Interior da Câ­mara dos Deputados, em 17-9-80, o Coronel Nobre da Veiga responde ao De­putado Hélio Campos que expressa sua inconformidade em aceitar o dispostonos dois parágrafos do art. 198 da Constituição:

"Nobre Deputado Hélio Campos, o posicionameto de V. Ex' é mui­to justo, uma vez que a modificação da Constituição de 67, com asdisposições transitórias de 69, fizeram com que houvesse inclusãodo art. 198 na Constituição. De fato, é um aspecto legal bastanteviolento, uma vez que desconhece qualquer transação anterior, sejapelo Estado ou pelo Município, ou transações quaisquer que te­nharn havido com relação ao proprietário de terras. Uma vez carac­tcrizadas como terras ocupadas por índios, por sua imernorialidade,elas são passíveis de ser declaradas, pelo art. 198, que.ê violentíssi­mo, uma vez que não reconhece... Uma vez que não temos o direito

Abril de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1915

de ficar contra a lei, procuramos mimimiza-Ia: todas vez que é eleitauma área indígena, antes de ela ser decretada, de ser oficializada,procuramos encaminhar, como temos feito, aos Governos dos Esta­dos, aos órgãos Federais e Estaduais que se interessam pela terra,tais como o IBDF, a SENA, o INCRA, o DNER, o DNPM, enfim,todos os institutos de terras do Estado, de maneira que não passa­mos à eleição de áreas sem que esses órgãos nos digam quais osproblemas criados por essa eleição, para evitar os conflitos que hojeexistem em quase todas as 250 reservas indígenas." (Coordenaçãode Registro Taquigráfico de Debates: 3/1 e 3/2.)

Essa grave declaração é suficiente para desqualificar moral e funcional­mente o atual Presidente da FÚNAI do papel de titular do órgão que tem atutela legal dos índios. Por ela, adicionalmente, compreende-se porque a FU­NAI não demarcou, até o momento, sequer uma área indígena. Condiciona­do a tantos e tão conflitantes interesses, o consenso é inviável. Mas o CoronelNobre da Veiga não tarda a encontrar outros responsáveis pelo impasse,como revela numa entrevista:

"Procuramos formar comissões (para eleição de área) com pessoasque realmente conheçam o problema: Escolho pessoas que nãofaçam demagogia na escolha das áreas ... Por exemplo, na escolha deuma área indígena no Espírito Santo, elegeram áreas que eram daAracruz Celulose (que, inicidentalmente; não só apossou-se de to­das as terras dos indios Tupiniquins como de outros milhares dehectares ao longo do litoral do Espírito Santo). Há toda uma áreana margem de um rio que pertence à Aracruz e que os antropólogoselegeram, mas lá no meio há uma pequena gleba de terra que ficoude fora. Pertencia ao Prefeito da cidade. Eu deduzi, então, que setratava de mera implicância com a Aracruz... Eu os coloquei sobobservação. Se eles praticarem qualquer irregularidade, serão afas­tados." (Veja, 24-12-80:6.)

Este é o terrível quadro da situação atual do órgão indigenista brasileiro.f: provável que em toda a administração Nobre da Veiga não se possa isolaruma' só decisão ou ato significativo que tenha sido espontaneamente adotadopela direção com o propósito exclusivo de servir aos índios ou defender-lhesalgum direito ou interesse ameaçado. O comportamento da direção da FU­NAI em relação a índios é invariavelmente restritivo e, com freqüência, expli­citamente repressivo ou punitivo.

Mas a FUNAI, por sua incompetência, não ultrapassa muito os quadrosde uma ação puramente policial e repressiva. A consciência de que as decisõesrealmente importantes estejam sendo tomadas, cada vez com mais freqüênciae autonomia, por outras agências governamentais, tem causado um mal-estarcrescente nos dirigentes do Órgão. Esse ressentimento ficou patente, porexemplo, quando da intervenção do Conselho de Segurança Nacional na criseXavante, ou a presença do SNI e do GETAT após os conflitos na aldeia Go­rotíre. Sabe-se mais que a total incapacidade da FUNAI em eleger e demar­car áreas indígenas está sendo contornada por um grupo de trabalho do Mi­nisstério do Interior, que se ocupa da tarefa com a participação de estudantesdo Projeto Rondon, Trata-se do Sistema de Informações sobre Áreas Indíge­nas (Ver PORANTIN Jan-Fev. 1981, Plano de Trabalho, Implatação doSAI).

Como foi dito repetidamente, a degradação política, institucional e ope­rativa da FUNAI transferiu a outros setores as decisões críticas e talvez mes­mo as soluçõesrotineiras relativas aos índios. Isto quer dizer que o órgão, en­quanto agência especializada, é tão extinto e inexistente quanto o SPT.

Quero salientar ainda que esses atos não são isolados de maneira nenhu­ma e encontram guarida não apenas em inúmeros documentos da FUNAI,mas inclusive em vários documentos aqui transcritos do próprio Palácio doPlanalto; documentos dó General Golbery do Couto c Silva, ordenado peloPresidente General Figueiredo. .

Sr. Presidente, trata-se de uma questão de humanidade, uma questão in­clusive de não comprometimento deste PaÍJl com as gerações futuras. A pro­teção ao índio significa proteção da própria riqueza, não apenas em termosculturais, mas em termos de riqueza efetiva do nosso solo.

Tais atos não são isolados; combinam-se com uma política de liquidaçãofinal, sistemática, dos povos indígenas. Nessa linha encontra-se' também a re­cente instrução do cel.lvan Zanoni Hausen, Chefe da DGPC - FUNAI, dedeterminar pessoas tecnicamente inabilitadas para comporem uma Comissãopara fazer a exegese da Lei n9 6.001, Estatuto do Índio; definir conceitos e in­dicadores de indianidade para fins de integração na sociedade nacional, à cus­ta de desintegração das sociedades índias. Tarefa árdua e complexa, que oCoronel determinou fosse realizada em dez dias!

Num reconhecimento tácito de pressa, preconceito é incapacidade da co­missão nomeada, resumiu sua instrução, determinando que não precisava dar

nenhuma explicação sobre tão grande tarefa: bastava listar os índios por gru­pos 'étnicos, lingüísticos, econômicos etc.!! !.Enfim, tarefa de altíssimo nível, 'reduzida a um simples exercício de datilografia pelo Coronel!

Indio é gente e não tem vocação para o suicídio coletivo. Portanto, com­preendendo o seu drama, é natural que reaja contra sua própria extinção ebusque uma forma de autodefesa. Foi assim que surgiu, há pouco tempo, aUNIND - União das Nações Indígenas - como forma de associaçãoavançada e legítima pela qual o índio procura defender-se da marcha acelera­da de sua destruição final.

Daí surge o pior: sabemos que o General Figueiredo, através do GeneralGolbery (Casa Civil), deu ordens ao Coronel Andreazza (Ministro do Inte­rior) no sentido de que impeça o funcionamento dessa entidade não só justacomo necessária. Em outras palavras, o Palácio Presidencial impede o índiode se defender! Obriga-o a se deixar imolar como gado: quieto, pacífico, con­formado, sem um mugido nem esperneio!

Aguardamos as explicações da FUNAI, do Ministério do Interior e dopróprio Palácio do Planalto.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente! (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Modesto da Silveira, o Sr. Joel Ferrei­ra. Presidente. deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. NelsonMarchezan, Presidem/e.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Está findo o tempo desti­nado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.Comparecem mais os Srs.;:

Acre

Aluízio Bezerra - PMDB; Geraldo Fleming -PMDB; Nabor Júnior- PMDB. .

Amazonas

Mário Frota - PMDB; Rafael Faraco - PDS; Ubaldino Meirclles _PDS.

Pará

Jader Barbalho- PMDB; João Menezes - PP; Manoel Ribeiro _PDS; Nêlio Lobato - PP; Sebastião Andrade - PDS.

Maranhào

Edison Lobão - PDS; Luiz Rocha - PDS; Marão Filho - PDS;Temístocles Teixeira; Victor Trovão - PDS; Vieira da Silva - PDS.

Piauí

Carlos Augusto - PP; Ludgero Raulino - PDS; Paulo Ferraz - PDS;Pinheiro Machado - PP. .

Ceará

Cesário Barreto - PDS; Claudino Sales - PDS; Cláudio Philomeno ­PDS; Figueiredo Correia - PMDB; Gomes da Silva - PDS; Leorne Belém- PDS; Marcelo Linhares - PDS; Os'sian Araripe - PDS; Paulo L'ustosa­PDS; Paulo Studart - PDS.

Rio Grande do Norte

Henrique Eduardo Alves - PP; João Faustino - PDS; Pedro Lucena- PP; Vingt Rosado - PDS.

Paraíba

Adernar Pereira - PDS; Álvaro Gaudêncio - PDS; Antônio Mariz­PP; Arnaldo Lafayette - PMDB; Carneiro Arnaud - PP; Marco~des Gade­lha - PMDB; Wilson Braga -PDS.

Pernambuco

Fernando Coelho - PMDB; Fernando Lyra - PMDB; João Carlos deCarli - PDS; Joaquim Guerra - PDS; José Carlos Vasconcelos - PMDB;José Mendonça Bezerra - PDS;Nilson Gibson - PDS; Oswaldo Coelho­PDS; Pedro Corrêa - PDS; Ricardo Fiuza - PDS; Sérgio Mutilo - PJ;H.

Alagoas

Geraldo Bulhões; Murilo Mendes - PMDB.

Sergipe

Adroaldo Campos - PDS; Celso Carvalho - PP; Tertuliano Azevcic-PP.

Bahia

Elquisson Soares - PMDB; Fernando Magalhães - PDS; FranciscoPinto - PMDB; Henrique Brito - PDS; Horácio Matos - PD~; JorgeVianna - PMDB; José Amorim ....:. PDS; José Penedo .- PDS; ]I, .nandro

1916 Qulnt.-felr. 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Minahim - PDS; Ney Ferreira - PDS; Raymundo Urbano - PMDB; Rô­mula Galvão - PDS; Stoessel Dourado - PDS: Ubaldo Dantas - PP; Wil­son Falcão - PDS.

Espírito Santo

Luiz Baptista - PP; Max Mauro - PMDB.

Rio de Janeiro

Aleir Pimenta - PP; Célio Borja - PDS; Celso Peçanha - PMDB; Da­niel Silva - PP; Délio dos Santos - PMDB; Felippe Penna - PMDB; Fio­rim Coutinho; Hydekel Freitas - PDS; Joel Lima - PP; Joel Vivas - PP;Jorge Gama - PMDB; Jorge Moura - PP; José Maria de Carvalho ­PMDB; José Maurício - PDT; Lêo Simões - PDS; Mac Dowell Leite deCastro - PP: Marcelo Medeiros - PP; Márcio Macedo - PP; Miro Teixei­ra - PP; Paulo Rattes - PMDB: Paulo Torres - PP; Pedro Faria - PP;Rubem Dourado - PP; Rubem Medina - PDS; Walter Silva - PMDB.

Minas Gerais

Altair Chagas - PDS; Batista Miranda _- PDS; Castejon Branco_~

PDS; Christóvam Chiaradia - PDS; Edgard Amorim - PMDB; EdilsonLamartíne Mendes - PDS; Genival Tourinho - PDT; Hélio Garcia - PP;Hugo Rodrigues da Cunha - PDS; Jairo Magalhães - PDS; João Herculi­no - PMDB; Jorge Ferraz -- PP; Júnia Marise - PMDB; Magalhães Pinto- PP; Moacir Lopes - PDS; Navarro Vieira Filho - PDS; Newton Cardo­so - PP; Renato Azeredo - PP; Ronan Tito - PMDB; Sílvio Abreu Jr. ~PP; Telêmaco Pornpei - PDS; Vicente Guabiroba - PDS.

São Paulo

Antônio Russo - PMDB; Antônio Zacharias - PDS; Baldacci Filho;Benedito Marcílio - pi; Cardoso Alves - PMDB; Cardoso de Almeida ­PDS; Carlos Nelson - PMDB; Díogo Nomura - PDS; Flávio Chaves­PMDB; Francisco Leão - PDS; Gióia Júnior - PDS; Henrique Turner­PDS; Horácio Ortiz - PMDB; Israel Dias-Novaes - PMDB; Jayro Maltoni- PDS; João Arruda - PDS; José de Castro Coimbra - PDS; Maluly Net­to - PDS; Mário Hato - PMDB; Natal Gale - PDS; Octávio Torrecilla-e­PDS; Pedro Carolo - PDS; Pedro Geraldo Costa - PDS; Ruy Côdo ­PMDB; Ruy Silva - PDS; Salvador Julianelli - PDS; Valter Garcia ­PMDB.

Goiás

Fernando Cunha - PMDB; Francisco Castro - PMDB; Iturival Nasci­mento - PMDB; Paulo Borges - PMDB; Rezende Monteiro - PDS.

Mato Grosso

Carlos Bezerra-- PMDB; Cristino Cortes - PDS; Gilson de Barros­PMDB.

Mato Grosso do Sul

João Câmara - PMDB; Walter de Castro.

Paraná

Álvaro Dias - PMDB; Antônio Annibelli - PMDB; Antônio Mazurek- PDS; Antônio Ueno - PDS; Aroldo Moletta - PDS; Borges da Silveira- PP; Ernesto Dall'Oglío - PMDB; Igo Losso - PDS; Lúcio Cioni; MárioStarnm - PP; Olivir Gabardo - PMDB; Paulo Marques - PMDB; PauloPimentel - PDS; Pedro Sampaio - PP; Waldmir Belinati - PDS.

Santa Catarina

Artenir Werner - PDS; Ernesto de Marco - PMDB; Evaldo Amaral- PDS; Juarez Furtado - PMDB; Luiz Cechinel - PT; Mendes de Melo­PP; Victor Fontana - PDS.

Rio Grande do Sul

Aluízio Paraguassu - PDT; Ary Alcântara - PDS; Cláudio Strassbur­ger - PDS; Darcy Pozza - PDS; Eloar Guazelli - PMDB; Harry Sauer....,...PMDB; Lidovino Fanton - PDT; Magnus Guimarães - PDT; Rosa Flores- PMDB; "Telmo Kirst - PDS; Victor Faccione - PDS.

VI -- ORDEM DO DIA

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - A lista de presença acusao comparecimento de 274 Srs. Deputados. _

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar pode:aofazê-lo.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Projeto de lei que dá nova redação aoart. 59da Lei nv6.226, de 14 dejulho de 1975, que dispõe sobre contagem recí­proca de tempo de serviço público federal e de atividade privada, para efeitode aposentadoria.

o SR. JOEL LIMA - Projeto de lei que estende aos inválidos de nas­cença o amparo da Previdência Social, alterando a Lei nv 6.179, de 11-12-74, edetermina outras providências.

O SR. JERONIMO SANTANA - Projeto de lei que dispõe sobre asterras devolutas dos Territórios Federais.

O SR. DANIEL SILVA - Proposta de emenda constitucional que dánova redação ao art. 147 da Constituição Federal.

O SR. BENEDITO MARCluo - Projeto de lei que introduz alte­rações na lei instituidora do abono especial para apresentação da PrevidênciaSocial, para beneficiar os segurados que tenham durante o ano percebidoauxílio-doença, e aos dependentes que hajam recebido auxílio-reclusão.

- Projeto de lei que determina a participação do trabalhador nos lucrosda empresa, e dá outras providências.

- Projeto de lei que acrescenta dispositivo ao art. 69 da Lei nY 3.807, de26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social), isentando os sindi­catos de trabalhadores do recolhimento da contribuição empresarial à Previ­dência Social.

O SR. WALTER GARCIA - Projeto de lei que acrescenta dispositivoao art. 461 da CLT, para assegurar ao trabalhador admitido para exercerfunção idêntica à de outro, despedido sem justa causa, salário nunca inferiorao que a este era pago.

O SR. JORGE VIANNA - Projeto de lei que acrescenta parágrafo aoart. 69 da Lei nY 5.107, de 13 de setembro de 1968, para obrigar as empresas apagarem diretamente aos empregados optantes, despedidos sem justa causa, adiferença entre a indenização a que teriam direito, se não fossem optantes, eos valores que lhes cabem pelo sistema do Fundo de Garantia do Tempo deServiço.

O SR. PEDRO GERALDO COSTA - Projeto de lei que proíbe o regis­tro de crianças com o nome de Jesus, e determina outras providências.

O SR. MAURICIO FRUET - Requerimento da informações ao Tribu­nal de Contas da União sobre despesas com a manutenção de mordomias ofi­ciais, 'contratação de serviços publicitários pelo DNER e aplicação de recur­sos públicos pelos órgãos da União, da Administração Direta e Indireta.

O SR. HOMERO SANTOS - Projeto de lei que jnstitni o Salário Edu­CaÇa0, e dá outras providências.

O SR. ANTONIO ZACHARIAS - Projeto de lei que obriga as empre­sas com 50 (cinqüenta) ou mais empregados a admitirem ex-presidiários, nascondições que especifica.

O SR. THEODORICO FERRAÇO - Projeto de lei que permite a livremovimentação de conta bancária de menor que haja atingido 21 anos com­pletos.

O SR. PEIXOTO FILHO - Requerimento de inserção em Ata de votode pesar pelo falecimento do Engenheiro Marcos Tamoyo, ex-Prefeito da ci­dade do Rio de Janeiro.

O SR. SARAMAGO PINHEIRO - Requerimento de inserção em Atade voto de profundo pesar pelo falecimento do Engenheiro Marcos Tamoyo,ex-Prefeito da cidade do Rio de Janeiro.

O SR. PACHECO CHAVES - Projeto de lei que declara de utilidadepública a Associação de Assistência Social Betel, com sede em Piracicaba, noEstado de São Paulo.

O SR. JOÃO MENEZES - Projeto de lei que acrescenta item X ao art.13 da Lei nv 5.108, de 21 de setembro de 1966 (Código Nacional de Trânsito),permitindo'aos deficientes físicos embarque e desembarque de veículo detransporte de passageiros mesmo fora dos pontos de parada permitidos.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Dou conhecimento à Ca­sa, de Aviso recebido do -Sr. Ministro do Interior, nos seguintes termos:

Aviso/GM/N9 132 6-4-1981Senhor Presidente,Tenho a honra de acusar o recebimento do Oficio GP-0.325, de 23 de

março do corrente ano, por meio do qual Vossa Excelência comunica have­rem sido aprovados, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, os requeri­mentos dos Senhores Deputados, Cristina Tavares, Adhemar de Barros Filhoe Marcondes Gadelha, solicitando meu comparecimento para prestar esclare­cimentos sobre as ações do Governo no combate à seca do Nordeste e o apro­veitamento das cheias do São Francisco na irrigação de regiões semi-áridas.

Agradecendo a gentileza da comunicação, permito-me confirmar a Vos­sa Excelência a data de 22 de abril do corrente, às 15:00 horas, para meu com­parecimento a essa Casa Legislativa, quando terei oportunidade de prestar osesclarecimentos a que se referem os requerimentos acima citados.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ào I)I

\,luiola-feira 9 1917

Aproveito o ensejo para renovar a Vossa Excelência os meus protestosde consideração e do mais elevado apreço. - Mário David Andreazza,

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan)- Nos termos do artigo 86, §39, do Regimento Interno, convoco a Câmara dos Deputados para uma Ses-.são Extraordinária Matutina, amanhã, às 9'horas, destinada a trabalho dasComissões.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Vai-se passar à votação damatéria que está sobre a mesa e a constante da Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Há sobre a mesa e vousubmeter a votos a seguinte redação final:

PROJETO DE LEI N9 960-B, DE 1979

Dispõe sohre os requisitos para a venda de espingarda de ar com-primido. .

O Congresso Nacional decreta:Art.Tv A venda de espingarda de ar comprimido obedece às condições

estabelecidas na presente lei.Art. 29 Nenhuma espingarda de ar comprimido será vendida sem que o

comprador apresente os seguintes requisitos:I - carteira de sócio de clube de tiro ao alvo;" - cópia autenticada dos estatutos do clube de tiro ao alvo a que per­

tence;III - indicação de dispositivo dos estatutos que vede o abate de pássa-

ros.Art. 3Q A infração ao disposto na presente lei sujeita o agente à pena de

reclusão até cinco anos e ao pagamento de cinqüenta a cem dias-multa.Art. 49 Na mesma pena incorre quem, de qualquer modo, sem a obser­

vância do disposto no art. 29 desta lei, permuta, cede, empresta ou introduzem circulação espingarda de ar comprimido.

Art. 59 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 69 Revogam-se as disposições em contrário.

Comissão de Redação, 8 de abril de 1981.~ Murilo Mendes, Presidente.- Francisco Rolemberg, Relator - Hugo Napoleão ~ Djalma Bessa,

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marchezan) - Os Srs. que a aprovamqueiram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovada.Vai ao Senado Federal.

O Sr. Magnus Guimaràes - Sr. Presidente, peço a palavra para uma co­municação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Marehezan) - Tem a palavra o nobreDeputado.

O SR. MAGNUS GUIMARÃES (PDT - RS. Pronuncia o seguinte di­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a Liderança do PDT - Partido De­mocrático Trabalhista - vem denunciar e protestar, veementemente, contraa arbitrária, humilhante e vexatória prisão a que foram submetidos dois deseus membros, dirigentes partidários, Paulo César Timm, economista, Vice­Presidente do Diretório Regional do Estado de Goiás, dirigente do DiretórioNacional do PDT; membro do Conselho Federal de Economia, membro daDiretoria da Associçãodos Economistas do Distrito Federal..e Baylon Tavei­ra ViIla Nova; sociólogo, Tesoureiro da Comissão Provisória Regional doPDT do Estado de Goiás, funcionário Público Federal.

Os fatos ocorreram em data de ontem, dia 7 de abril, cerca de 11:00 ho­ras, na estrada Goiânia - Brasília, quando retornavam de uma missão políti­ca de estruturação e formação de Comissões Provisórias no Estado de Goiás,já dentro do Distrito Federal, quando depararam com uma barreira policialfederal do DOPS de Brasília. Foram submetidos a revista total, sendo condu­zidos. para a sede do DOPS. Aí, meio à força, policiais forçaram a que ambosnossos companheiros tirassem a roupa, tendo ficado apenas de cuecas.

Permaneceram, nestas condições até às 18:00 horas, numa Cela 3x4m,completamente fria, sem cadeiras ou camas, e com um mictório sem descarga.

Não foi suficiente a identificação dos nossos companheiros, nem o impe­dimento de se comunicarem com a liderança do Partido na Câmara Federal ea OAB, tendo ainda os policiais do DOPS, continuado com a arbitrária e vio­lenta disposição de interrrogar e submeter os dois líderes tralhistas do PDTao vexame e à humilhação.

Ê preciso repetir, como de outras tantas vezes, que o Governo, se quisesrque a Nação nele confie, ou que acredite em seus propósitos de abertura polí­tica, extinga essas células de repressão e violência, e que determine aos órgãosde segurança e informação a cessação imediata de todo o tipo de arbitrarieda­de, de inquéritos forjados, de coação moral e física, enfim, de qualquer tipode arbitrariedade.

Aproveitamos para fazer essa denúncia e lavrar o nosso protesto diantemais um fato anormal e ilegal, no exato momento em que S. Ex' o Sr. Minis­tro de Estado da Justiça visita o Gabinete do Líder do PDT na Câm ara Fede­ral, Deputado Alceu Collares e que recebe em mãos esse nosso protesto, eessa nossa denúncia.

O mínimo que se pode pedir é a punição dos responsáveis, para que fatoscomo esse não mais se repitam.

AOIi nossos companheiros Paulo César Timm e Baylon Taveira ViIlaNova fica registrada a nossa solidariedade integral num fato que não atingiuapenas a eles, mas a todo o Partido.

Durante o discurso do Sr. Magnus Guimarães o Sr. Nelson Mar­chezan, Presidem e, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelaSrP Lúcia Viveiros. Suplente de Secretário.

O Sr. Airton Soares (Líder do PT.) - Sr' Presidente, peço a palavra parauma comunicação.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - Tem a palavra o nobre De­putado.

O SR. AIRTON SOARES (PT - SP. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, a liderança do Partido dos Trabalhadores comuniea à Casa que,atendendo a uma reivindicação expressa em carta pelo Deputado João Cu­nha, acaba de desligá-lo da bancada. O Deputado João Cunha a seu pedido,não mais pertence ao Partido dos Trabalhadores.

O Sr. Osvaldo Macedo - Sr! Presidente, peço a palavra para uma comu­nicação, corno Líder.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - Tem a palavra o nobre De­putado.

O SR. OSVALDO MACEDO (PMDB - PRo Pronuncia o seguinte dls­curso.) - Não creio, Sr' Presidente, que o General João Baptista Figueiredo,Presidente da República, tenha plena consciência do sentido e da importánciade muitos decretos-leis de natureza econômico-financeira que tem assinado.Não creio. E não creio porque sei de sua formação militar, que ele tanto pro­clama e enaltece. O militar brasileiro, pela sua formação, é patriota, é nacio­nalista. Tem um compromisso com a Pátria de defendê-la contra agressõesexternas. E as agressões, nos 'dias de hoje, não se fazem apenas pelas armas.Fazem-se também pelas vias econômicas, com o assalto às nossas terras e àsnossas riquezas minerais.

Homem de arraigado sentimento militar, não creio que o Sr. PresidenteJoão Baptista Figueiredo queira, nesta hora difícil de sua vida política, sociale econômica, assumir a postura do Marechal Pêtain, Longe de mim admitirque S. Ex' possa ser comparado a Pêtain, que jogou por terra o seu passadoglorioso e a sua honra militar, aceitando presidir um governo colaboracionis­ta com estrangeiros. Não, não creio, não admito, não aceito essa hipótese.

Se assim não creio, por um lado, não posso deixar de estar absolutamen­te convicto de que o Sr. Ministro do Planejamento, Dr. Antônio Delfim Net­to, assume com muita desenvoltura o papel de Lavai, este o colaboracionistaconsciente e ativo.

Não vou perder-me em muitos detalhes, nem na indicação de muitosexemplos. Ficarei num só, atual, grave. Trata-se do que o Sr. Delfim Nettoesta fazendo com a miar reserva mineral do mundo, que é Carajás: Este ho­mem deixou aqui plantada a árvore do entreguismo. Deixou montado todo oesquema colaboracionista, com a assinatura que obteve do Sr. Presidente daRepública, e que agora pretende o aval silencioso, dócil, do Congresso Nacio­nal.

Três decretos-leis enviados a esta Casa e assinados no final do ano passa­do dão bem a mostra desse entreguismo.

São eles, Sr' Presidente: o Decreto-lei nQ 1.813, de 24-11-80, que instituiregime especial de incentivos fiscais para empreendimentos integrantes doPrograma Grande Carajás, e dá outras providências; o Decreto-lei n9 85.387,de 24-11-80, que dispõe sobre a composição, competência e funcionamentodo Conselho Interministerial do Programa Grande Carajás, e dá outras pro­vidências; e o último, assinado às vésperas do Natal, três dias antes do Natal,por recomendação do Sr. Antônio Delfim Netto e do Ministro. Emane Gal­vêas, que isenta do Imposto de Renda, de forma integral e por dez anos, osempreendimentos do Programa Grande Carajâs, c d'! outras providências.

O de n9 1.813 está para ser votado, no Congresso Nacional, até o próxi­mo dia 25. Faz a Liderança do PDS tudo o que lhe é possível para sua apro­vação por deeurso de prazo. Todos são decretos-leis e todos trazem a justifi­cativa de urgência e dc interesse público. Interesse de que público, Sr' Presi­dente? Do público brasileiro, não.

Delfim Netto já foi ao Japão, já foi à França oferecer Carajás. Está ago­ra na Alemanha, fazendo o mesmo. Está comprometendo a estrangeiros, a

1918 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de'1981

preço barato, com o oferecimento de recursos nacionais, de dinheiro do Te­souro Nacional, uma riqueza que não é patrimônio do Sr. Antônio DelfimNetto, que não está aí para arrumar saída para a política suicida que adotoupara o Brasil.

É o nosso protesto, em termos de urgência, nesta hora, Sr! Presidente,em que empresários nacionais, como o Sr. Antônio Ermínio de Morais, pro­pagam e dizem que o empresário nacional está em condições de assumir oProjeto Carajás, O Sr. Albano Franco, Presidente da Confederação Nacionalda Indústria, pediu uma entrevista ao Presidente da República e, ao sair doPalácio, disse à televisão, em cadeia, que, felizmente, os empresários nacio­nais haviam conseguido também o direito de participar de Carajás. Trata-sedo entreguisrno que se pratica com a riqueza dos brasileiros e das futuras ge­rações. Por isso, nesta hora, Sr' Presidente e Srs. Deputados, quero propor odiálogo ao Presidente Figueiredo. Nós, da Oposição, queremos dialogar comS. Ex' sobre Carajás, sobre a desnacionalização da nossa economia. Quere­mos esse diálogo com o Governo e com os empresários nacionais. Por quesobre isso não hâ diálogo?

Faço um apelo ao Sr. Presidente da República João Baptista Figueiredono sentido de que mande retirar esses decretos-leis e suspenda as suas exe­cuções. Vamos dialogar sobre eles e sobre Carajás com os brasileiros e com osnossos empresários. Não vamos permitir que o Sr. Delfim Netto, nas capitaiseuropéias, em rodadas de uísque, ou em conversas de bastidores, venda a ri­queza brasileira. Apelo para a Bancada do PDS a fim de que dignifique onome do Brasil. Se esse apelo não foi aceito pelo Presidente da República,que venha ao nosso lado, junto com as Oposições, junto com os brasileiros,dar o voto contrário à aprovação desses decretos-leis, já que não se podeemendá-los, já que eles tem prazo de 45 dias para aqui serem apreciados. Sa­bemos que esse prazo é fatal, sob pena de os termos transformados em leis,mesmo que não tenham sido votados. Apelo para o PDS e para os parlamen­tares representantes do Maranhão c do Pará, a fim de que defendam o solobrasileiro. E ofereço aqui, como resposta e incentivo, a palavra de um caciqueíndio do Paraná, o Cacique Goiovi Guaiacá: "Este torrão é nosso. Este chãotem dono."

O Sr. Edison Lobão - Sra. Presidente, peço a palavra para uma comuni­cação, como Líder.

A SRA. PRESIDENTE '(Lúcia Viveiros) - Tem a palavra o nobre De­putado.

O SR. EDISON LOBÃO (PDS - MA. Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, a reclamação do eminente Lider do PMDB, Deputado OsvaldoMacedo, refere-se ao decreto presidencial que cria o Projeto Carajás. Esteprojeto, a Nação inteira conhece, visa a garantir. um grande salto na econo­mia nacional, englobando os Estados do Pará, Maranhão e, de algum modo,Goiás. Todos nós, nesses três Estados e no Brasil inteiro, temos o maior inte­resse em que o projeto seja bem sucedido. Pelos dados levantados pelo Go­verno, dentro de 2 ou 3 anos começarão exportações do Projeto Carajâs, asse­gurando aproximadamente la bilhões de dólares de divisas por ano para onosso País.

Mas o que vemos por parte da Oposição neste instante? Há solidariedadeneste momento importante da vida política nacional? Não, Sr. Presidente, aOposição se levanta violentamente contra o decreto presidencial. Não contes­ta o projeto em si mesmo. ITIas tudo o que se faz para que ele seja viável, recla­ma que não há possibilidade de diálogo porque aqui se procrastina a votaçãodo projeto de decreto-lei para que ele passe por decurso de prazo.

Tenho em mãos um exemplar do "Diário do Congresso", da sessão ante­rior, destinado à discussão deste decreto-lei. A Oposição, através de muitosdos seus eminentes representantes, falou aqui o quanto quis, o tempo que en­tendeu. Falaram os Deputados Horácio Ortiz, Darcy Passos, Freitas Diniz,Marcello Cerqueira e, finalmente, o Líder Alvaro Dias. Não pôde falar um sôrepresentante do PDS, que é maioria nesta Casa. Quando o Líder Hugo Na­poleão tentou dar as explicações do Governo, o Líder da Oposição, Deputa­do Álvaro Dias, pediu que a sessão do Congresso Nacional fosse suspensapor falta de quorum. Realmente havia falta de quorum naquele instante, masa sessão já começara dessa maneira e era conveniente deixar a Oposição falartudo quanto entendesse contra a realização desse grande projeto nacional,que será a redenção econômica de toda aquela região da Amazônia brasileira.Agora o eminente Líder do PMDB vem acusar o Ministro do Planejamentode cntreguismo e ainda acrescenta o termo desavergonhado. Positivamente,esta não é uma expressão parlamentar digna de constar dos Anais da Casa.Protesto veementemente contra essas expressões e declaro que o Governo agepatrioticamente, não tem o sentido da demagogia e, por isso, enviou a estaCasa o decreto para ser examinado. .E assim que procedem o Governo e aMaioria.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) -

Votação, cm discussão única, do Substitutivo do Senado aoProjeto de Lei n'Í 2.139-B, de 1979, que "dispõe sobre a criação deEstações Ecológicas e dá outras providências"; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa; da Comissão de Finanças, pela apro­vação e da Comissão do Interior, pela aprovação. Relatores: Srs.Nilson Gibson e José Carlos Fagundes,

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - Tem a palavra o Sr. HerbertLevy, para encaminhar a votação.

O SR. HERBERT LEVY (PP - sr. Sem revisão do orador.) - Sra.Presidente, este Projeto que recebeu substitutivo do Senado e dispõe sobre acriação de estações ecológicas, e dá outras providências, transporta para oplano do racional, do científico e do técnico todos os problemas que dizem

. respeito à proteção da ecologia no País. Pode-se dizer que é a iniciativa de umpaís civilizado. Passamos a dar aos problemas relativos à ecologia aquele tra­tamento sério, equilibrado, sereno, objetivo e científico que devem ter.

Acredito que a entr.ada deste Projeto no quadro geral da legislação brasi­leira cria um fato novo, altamente auspicioso para os interesses nacionais.

Entregar-se a responsabilidade da condução da política de defesa da eco­logia à Secretaria do Meio Ambiente - que tem sido uma secretaria técnica,apolítica, voltada para os problemas que lhe dizem respeito - constitui de­monstração de que realmente a matéria será examinada sem implicações polí­ticas e sempre considerando o mérito, o interesse em defender a ecologia doPaís.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - Tem a palavra o Sr. Modestoda Silveira, para encaminhar a votação.

O SR. MODESTO DA SILVEIRA (PMDB - RJ. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, este projeto mereceu por parte doPMDB, na palavra deste Parlamentar, críticas muito graves e sérias na oca­sião em que foi submetido à Casa em regime de urgência. Na verdade, naque­la altura levantei a tese de que havia um risco muito grande, havia indíciosmuitos sérios de q LIe essas áreas ecológicas conteriam índios, e, como pelostermos da lei, é impossível a permanência de qualquer ser humano nessas re­giões, entendemos que seria uma fórmula de provocar diásporas indígenas.Naquela ocasião chegamos a provocar os representantes do Governo paraque nos dissessem o que iam votar em regime de urgência, até perguntando oque significa o termo biotas, mas logo depois disso o projeto foi retirado doregime dc urgência c o Presidente da SEMA, Dr. Paulo Nogueira Netto, com­pareceu ao meu gabinete e deu explicações que me pareceram absolutamentejustificáveis. Mais do que isso, ele confessou que em duas estações ecológicasconstatou a existência de índios e teve a dignidade bastante para pedir a ex­oclusão destas áreas do perímetro das estações ecológicas a que pertenciam.Portanto, encaminho a votação no sentido de que seja aprovado o projeto.por total confiabilidade, apresentando mais um novo crédito de confiança noDr. Paulo Nogueira Netto, que afirmou a este parlamentar, portanto comomensagem ao PMDB, que, se por acaso vierem a ser encontrados indígenasem quaisquer dessas áreas ou nas 10 estações, ele fará como já fez em relaçãoa duas outras, isto é, pedirá a exclusão das áreas do perímetro' das respectivasestações.

A SRk PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - Tem a palavra o Sr. Bonifá­cio de Andrada, para encaminhar a votação.

O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PDS - MG. Sem revisão do ora­dor.) - Srt. Presidente, Srs. Deputados, a aprovação desse projeto, de acordocom Substitutivo do Senado, representa um grande passo dado no País, como reconhecimento de todos, como demonstraram as palavras do ilustre Depu­tado Modesto da Silveira, em favor da nossa ecologia.

Quero mesmo aqui chamar a atenção da Casa para o art. 99 do Substitu­tivo, onde ficam claros os poderes da nossa política nesse setor com a criaçãodas estações ecológicas, assegurando condições ao Executivo para estabelecernormas, limitar, proibir, enfim, uma série de providências que vêm impediratos ou ações que visem a prejudicar, estragar, dificultar ou modificar mesmoas condições do nosso meio ambiente, de forma a trazer elementos negativosao nosso desenvolvimento e sobretudo contra o engrandecimento da nossabiota.

O nobre Deputado Modesto da Silveira trouxe-nos aqui também a infor­mação de que o ilustre Dr. Paulo Nogueira Netto, Secretário do Meio Am­biente, deu a S. Ex' as garantias necessárias a respeito do problema do índio,em face da criação das estações ecológicas.

Abril de 1981 mARIO DO CONGRESSO l\A('IONAL (Seção 1) Quinta-feira 9 1919

Assim, ficam esclarecidos todos os aspectos da proposição, que indiscu­tivelmente constitui uma grande providência em favor de pontos fundamen­tais do nosso desenvolvimento.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - O Senado Federal, ao apre­ciar o Projeto de Lei n9 2.139-B, dc 1979, ofereceu ao mesmo e vou submeter avotos o seguinte

SUBSTITUTIVO

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 Estações Ecológicas são áreas representativas de ecossistemas

brasileiros, destinadas à realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecolo­gia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação con:servacionista.

§ 19 Noventa por cento (90%) ou mais da área de cada Estação Ecológi­ca será destinada, em caráter permanente e definida em ato do Poder Executi­vo, à preservação integral da biota.

§ 29 Na área restante, desde que haja um plano de zoneamento aprova­do, segundo se dispuser em regulamento, poderá ser autorizada a realizaçãode pesquisas ecológicas que venham a acarretar modificações no ambientenatural.

§ 39 As pesquisas científicas e outras atividades realizadas nas EstaçõesEcológicas levarão semprc em conta a necessidade de não colocar em perigo asobrevivência das populações das espécies 'ali existentes.

Art. 29 As Estações Ecológicas serão criadas pela União, Estados eMunicípios, cm terras de seus domínios, definidos, no ato de criação, seus li­mites geográficos e o órgão responsável pela sua administração.

Art. 39 Nas áreas vizinhas às Estações Ecológicas serão observados,para a proteção da biota local, os cuidados a serem estabelecidos em regula­mento, e na forma prevista nas Leis nss 4.771, de 15 de setembro de 1965, e5.197, de 3 de janeiro de 1967.

Art. 49 As Estações Ecológicas serão implantadas e estruturadas demodo a permitir estudos comparativos com as áreas da mesma região ocupa­das e modificadas pelo homem, a fim de obter informações úteis ao planeja­mento regional c ao uso racional de recursos naturais.

Art. 59 Os órgãos federais flnanciadores de pesquisas e projetos nocampo da ecologia darão atenção especial aos trabalhos científicos a seremrealizados nas Estações Ecológicas.

Art. 69 Caberá ao Ministério do Interior, através da Secretaria Especialdo Meio Ambiente (SEMA), zelar pelo cumprimento da destinação das Es­tações Ecológicas, manter organizado o cadastro das que forem criadas e pro­mover a realização de reuniões científicas, visando à elaboração de planos e'trabalhos a serem nelas desenvolvidos.

Art. 79 As Estações Ecológicas não poderão ser reduzidas nem utiliza­das para fins diversos daqueles para os quais foram criadas.

§ 19 Na área reservada às Estações Ecológicas será proibido:a) presença de rebanho de animais domésticos de propriedade particu-

lar;b) exploração de recursos naturais, exceto para fins experimentais, que

não importem em prejuízo para a manutenção da biota nativa, ressalvado o'disposto no § 29 do art. 19;

c) porte e uso de armas de qualquer tipor-d) porte e uso de instrumentos de corte de árvores;e) porte e uso de redes de apanha de animais e outros artefatos.de captu-

ra.§ 29 Quando destinados aos trabalhos científicos e à manutenção da Es­

tação, a autoridade responsável pela sua administração poderá autorizar ouso e o porte dos objetos mencionados nas alíneas c, d, e e do parágrafo ante­rior.

§ 39 A infração às proibições estabelecidas nesta Lei sujeitará o infratorà apreensão do material proibido pelo prazo de 1 (um) a 2 (dois) anos, e aopagamento de indenização pelos danos causados. .

§ 49 As penalidades previstas no parágrafo anterior serão aplicadaspela Administração da Estação Ecológica.

Art. 89 ,O Poder Executivo, quando houver relevante interesse público,poderá declarar determinadas áreas do Território Nacional como de interessepara a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das populações hu­manas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais.

Art. 99 , Em cada Area de Proteção Ambiental, dentro dos princípiosconstitucionais que regem o exercício do direito de propriedade, o Poder Exe­cutivo estabelecerá normas, limitando ou proibindo:

a) a implantação e o funcionamento de indústrias potencialmente polui­doras, capazes de afetar mananciais de água;

b) a rea lização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quandoessas iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicaslocais:

c) o exercício de atividades capazes de provocar uma acelerada erosãodas terras e/ou um acentuado assoreamento das coleções hídricas.

d) o exercício de atividades que ameacem extinguir na área protegida asespécies raras da biota regional.

§ 19 A Secretaria Especial do Meio Ambiente, ou órgão equivalente noâmbito estadual, em conjunto ou isoladamente, ou mediante convênio comoutras entidades, fiscalizarão e supervisionarão as Áreas de Proteção Am­biental.

§29 Nas Áreas de Proteção Ambiental, o não-cumprimento das nor­mas disciplinadoras previstas neste artigo sujeitará os infratores ao embargodas iniciativas irregulares, à medida cautelar de apreensão do material e dasmáquinas usadas nessas atividades, à obrigação de reposição e reconstituição,tanto quanto possível, da situação anterior e à imposição de multas gradua­das de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) a Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros),aplicáveis, diariamente, em caso de infração continuada, e reajustâveis deacordo com os índices das ORTN - Obrigações Reajustáveis do TesouroNacional.

§ 39 As penalidades previstas no parágrafo anterior serão aplicadas por.iniciativa da Secretaria Especial do Meio Ambiente ou do órgão estadual cor­respondente e constituirão, respectivamente, receita da União ou do Estado,quando se tratar de multas.

§ 49 Aplicam-se às multas previstas nesta Lei as normas da legislaçãotributária e do processo administrativo fiscal que disciplina a imposição e acobrança das penalidades fiscais.

Art. lO. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - 'os Srs, que o aprovam quei-ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai à Sanção.

A SRA. PRESIQENTE (Lúcia Viveiros) -

Discussão única do Projeto de Lei n? 2.608-A, de 1980, que re­voga o art. 35 do Decreto-lei n9 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Có­digo de Processo Penal); tendo parecer, da Comissão de Consti­tuição c Justiça, pela constitucionalidade,juridicidade, técnica legis­lativa e, no mérito pela aprovação. (Do Senado Federal.) - Rela­tor: Sr. Osvaldo Melo.'

Sr. Presidente,Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex' o adiamento da discussão do

Projeto 'n 9 2.608-A/SO, por dez Sessões.Sala das Sessões, 8 de abril de 1981. - Jairo Magalhães.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Em conseqüência, o projeto sai da Ordem do Dia.

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) --" Concedo a palavra ao Sr.Herbert Levy, na qualidade de Líder do Partido Popular.

O SR. HERBERT LEVY Cpp - SP. Como Líder. sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o País atravessava uma difícil conjun­tura econômico-social, em grande parte provocada pela política monetaristae recessionista adotada pelo Governo, em que pese os desmentidos de quehaja qualquer recessão. Todos os dados confirmam a queda dos níveis de em­prego nos principais centros do País. Acabei de regressar do interior de SãoPaulo e devo testemunhar que, lamentavelmente, o interior não está sendopoupado da onda de desemprego. É difícil entender que um País como o Bra­sil adote uma política monetarista inspirada pelo Fundo Monetário Interna­cional, que, na verdade, vai provocar grave crise social. Temos um milhão emeio, ou mais, de jovens que todos os anos necessitam de empregos. Pelos da­dos dos últimos três meses, não apenas não há novos empregos, mas em gran­des proporções, aqueles que possuíam seus empregos os perderam. Na Gran­de São Paulo vai a várias dezenas de milhares o número de desempregadosnos últimos meses, e pelas notícias que se tem de outras unidades da Fede­ração e do interior não será de estranhar que some algumas centenas de mi­lhares os desempregados em todo o País.

Ora, a perda de um emprego representa uma verdadeira tragédia fami­liar. Se os tecnocratas que decidem sobre os destinos do País se detivessemnos sofrimentos impostos por uma política que corta e que encarece crêdito,

1920 Quinta-feira 9 mÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

que reduz consumo, que reprime a demanda, obrigando, automaticamente areduzir a produção e aumentando o desemprego, se esses tecnocratas tives­sem espírito político c a sensibilidade do homem de Estado, não estariamadotando, livremente, a orientação que está infelicitando o País neste mo­mento. Tenho aqui um exemplar da revista "Veja", da semana passada, emque, com simplicidade, narra alguns casos de pessoas que perderam seus em­pregos. Há uma seqüência de desastres pessoais e familiares. O desempregadonão pode nem pagar as prestações do seu apartamento, em atraso 5, 6 meses- dai a ameaça de perdê-lo - pois não lhe sobra recurso algum, a não sermil cruzeiros mensais para compra de alimentos. No caso aqui citado, essehomem vive graças à ajuda de amigos e tem a esposa grávida, à espera do pri­meiro filho, com as conseqüências naturais do aumento da família. Esse é umquadro sobejamente conhecido e não é preciso uma reportagem para expô-loaos nossos olhos. O homem que tem em suas mãos o poder de decisão precisaver esses quadros que se reproduzem às centenas de milhares em todo País,debaixo dos nossos olhos. antes de tomar medidas quê são profundamenteanti-sociais.

Vejo, com satisfação, e os jornais dão notícia, que o Chefe da Casa Mílí­tar, General Danilo Venturini, procurou diretamente das entidades de classe,empresariais, informações mais precisa, mais minuciosas sobre essa onda dedesemprego que se desencadeia atualmente no País. É urna demonstraçãolouvável de interesse do Governo da Repúbica. Mas será que essa manifes­tação de interesse, de simpatia, terá conseqüências? Ou continuaremos assis­tindo ao domínio total da economia por um Ministro, por dois ou três ho­mens que não gostam de ouvir ninguém, que se consideram donos da verda­de, auto-suficientes? Com relação ao problema do Projeto Carajás temosmais uma demonstração desta centralização ditatorial de todas as decisões: oque vai prevalecer? A preocupação humanitária e social do Governo, revela­da pelo ilustre Chefe da Casa Militar, ou, então, vamos prosseguir negandoque haja recessão, ainda que a promovendo.Ou mais: negar que vamos recor­rer ao Fundo Monetário Internacional, embora seguindo todas as suas dire­trizes ortodoxas. Em que ficamos, Sr. Presidente, Srs. Deputados? Estamosrealmente metidos num emaranhado de contradições e de confusão, não sa­bendo o que pensar. Não é o próprio Ministro do Planejamento, todo­poderoso, quem afirma que a recessão não virá? Mas a recessão já veio paracentenas de milhares de lares. Então, isto não é levado em consideração? Nãolevamos em consideração - repito - o fato de que um milhão e meio de jo­vens, que atingem os dezoitos anos, necessitam de um emprego para começara formar os seus lares. Não se lhes dá nenhuma oportunidade: ao contrário,os que têm emprego os estão perdendo.

Ouço o Deputado Osvaldo Macedo com muito prazer.O Sr. Osvaldo Macedo - Deputado Herbert Levy, corno todos os de­

mais Parlamentares desta Casa, gosto muito de ouvi-lo, porque traz a palavrade um homem ponderado, sério, bem informado e bem intencionado.

O SR. HERBER~ LEVY - Muito obrigado.

O Sr. Oswald'o Macedo - Não vai bem um Governo que não tem bonsconselheiros. Ainda há pouco, em comunicação de liderança, cu dizia que oPresidente da República não tem perfeita consciência do sentido e da impor­tância de muitos dos decretos-leis que tem assinado. V. Ex' faz urna denúnciaséria. Estamos em recessão. Basta abrir os jornais; diariamente. para verificá­la, pelo número de empregados demitidos, pela crise na indústria automo­bilística, na indústria de construção civil e até na indústria de alimentação. Ossupermercados estão constatando, dia a dia, diminuir a compra de gênerosalimentícios. No entanto, nesta hora de crise, uma Comissão do Fundo Mo­netário Internacional esteve no Brasil e saiu daqui elogiando a política doGoverno Federal, por ter adotado três medidas: 19 - a redução dos investi­mentos públicos; 29- a liberação da taxa de juros; e 39 - o controle do sa­lário. E aí está o Ministro do Planejamento estimulando o debate da reformada lei salarial, com relação ao reajuste semestral. O Sr. Ministro Delfim Nettocontinua insistindo na tese de que o salário é inflacionário. Quem q-uercom­bater a inflação, convencido de que o salário provoca a inflação, na verdade,está querendo o retorno da escravidão. Mesmo nos dias da escravidão, tínha­mos inflação no Brasil.

O SR. HERBERT LEVY - Agradeço a contribuição de V. Ex'.O que meparece é que as autoridades monetárias, responsáveis pela política econômi­ca, estão imitando os métodos das nações desenvolvidas quando pretendemcombater a inflação com deflação, com encarecimento do crédito e com de­semprego. Nesta imitação, lamentavelmente esses dirigentes se esquecem deque as nações desenvolvidas, graças à grande arrecadação per capita, pude­ram constituir os fundos sociais de combate ao desemprego. Assim o traba­lhador desempregado percebe ajuda, através do fundo social de combate aodesemprego.

o Sr. Carlos Chiarelli - Permite V. Ex' um aparte?

O SR. HERBERT U;:VY - Desta forma os efeitos desumanos e negati­vos não se fazem sentir. No Brasil não existe um fundo de combate ao desem­prego para sustentação do trabalhador. O que é preciso é assegurar-lhe umemprego. Ao invés de limitarmos a produção, encarecermos a produção e di­ficultarmos o crédito, provocando o desemprego, devemos aumentar a pro­dução por todos os meios para assegurar o pleno emprego, que, ao mesmotempo, é a única saída válida para as dificuldades que enfrentamos no ba­lanço de pagamentos. Necessitamos exportar mais, substituindo as impor­tações. Só com mais e mais produção teremos condições para fazê-lo.

Ouço V. Ex' com muito prazer.

O Sr. Carlos Chiarelli - Ouço seu pronunciamento com muito atenção,nobre Líder. Ao fazer uma análise da realidade sócio-econômica brasileira,V. Ex' discorre sobre problemas a que também temos dedicado a nossaatenção. Parece-me pertinente, quando se faz considerações sobre a proble­mática salarial - esboçadas no seu pronunciamento e no aparte do nobreLíder do PMDB - que se registre, por amor à verdade, ter sido essa sistemá­tica instituída no País, de novembro de 79 em diante, para ser mais exato, efe­tivamente por proposta c por, gestão do Governo Figueiredo, com o apoia­mento do Partido Democrático Social, constituindo-se inquestionavelmente,no melhor instrumento até agora encontrado, dentro do complexo legislativoque existe em nosso País, para, pelo menos, reduzir a perda de poder aquisiti­vo do trabalhador em face da inflação. Mas não queremos ficar apenas no re­gistro histórico. Gostaria, lembrando as suas considerações sobre o contextosocial em que vivemos - a problemática de desemprego e a eventualidade deum processo recessivo - de ponderar a V. Ex' que, além de eminente Líderpolítico, é um homem afeito, aos meios financeiros e ao sistema financeiro,particularmente, malgrado propostas sutis e às vezes claras de áreas econõmi­cas e de meios empresariais para a supressão do reajuste salarial automático,a palavra de S. Ex', o Presidente Figueiredo, foi taxativa e definitiva. Estaconquista, mesmo não sendo perfeita, como sabemos todos nós, se constituinum patrimônio do trabalhador brasileiro e que, por isso mesmo, seria into­cável. N esse contexto tenho a impressão de que se impunha o registro e que sefazia necessária essa' ressalva, particularmente quando a nossa preocupaçãovai bem mais além do problema salarial, cujo perfil parece-me devo ser pre­servado e aperfeiçoada sua sistemática. Devemos voltar os nossos olhos prin­cipalrnente para mecanismos que possam efetivamente controlar essa libe­ração absoluta c desenfreada alta das taxas de juros que vêm inviabilizando,graças aos ganhos incomensuráveis do sistema banqueiro do País, a atividadeprodutiva e operativa das nossas empresas, principalmente as de pequeno emédio portes.

O SR. HERBERT LEVY - Agradeço a V. Ex' o aparte. Não desejo en­trar no debate lateral da política salarial. Não acredito que a política salarialdeva ser alterada no sentido de diminuir as vantagens dos assalariados. Ela,pura e simplesmente, restitui o poder aquisitivo que, no decorrer do tempo,foi retirada dessas classes por reajustes que nunca corresponderam, efetiva­mente, à alta do custo de vida. Mas V. Ex' tocou num ponto que acho impor­tante, que já abordei desta tribuna- tenho feito isso constantemente. Creioque sou insuspeito porque, diretor de banco. por duas vezes, através da mi­nha presença junto ao Presidente da República, e contra a opinião do Minis­tro da Fazenda de então, que era o Sr. Delfim Netto, demonstrei por A+B aoPresidente Médici que a taxa de juros era exagerada, e podia e devia ser redu­zida. E foi reduzida duas vezes, à revelia e até contra a vontade do Ministrode então.

O Sr. Osvaldo Macedo - V. Ex' como banqueiro.O SR: HERBERT LEVY - Exato. O que está acontecendo é que ­

com essa fixação dg teto do crédito em 50%, comparado com o ano de 1980,quando a inflação foi de 110% e quando a procura é irreprimivel- se está re­duzindo a oferta de crédito, ao mesmo tempo em que a procura é exagerada e,se liberam as taxas de juros. Então, o resultado é que os juros mais baratos,que são os dos empréstimos externos, situam-se em redor de 140% ao ano. Osempréstimos no plano interno foram à base de 145 a 180% ou mais por ano.Então, eu pergunto aos Ministros responsáveis dessa área, ao Sr. Presidenteda República, enfim, ao Governo: digam-nos qual a empresa, o indivíduo, oprodutor ou comerciante que agüenta essas taxas sem ir à insolvência definiti­va? Respondam OS responsáveis (palmas) por esse absurdo que são as taxasde juros atualmente no Brasil. Não há uma resposta; há, seguramente, a auto­suficiência dos Ministros, que são os donos da verdade: impõem um sofri­mento social de grandes proporções, com desempregá, taxa de juros total­mente insuportável, que vai propiciar uma insolvência acentuada, vai aumen­tar o desemprego, agravar a crise social, mas nada acontece. Assistimos auma guinada de 180 graus. Se uma providência dá errado, ela é modificada,

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1921

mas as pessoas responsáveis por elas continuam. Então, há perda total daconfiança na ação do Governo na área econômica.

Outro aspecto precisa ser mencionado - a drenagem exagerada de re­cursos da área privada para área pública, através da Caixa Econômica, atra­vés de mecanismos legítimos. Ao mesmo tempo, há uma centralização docontrole das empresas estatais pelo Ministério do Planejmcnto. Isso até seriarecomendável se fosse possível controlar, evitar os gastos desnecessários .:k,·sus empresas e orientar os investimentos para obras essenciais. 12.5t]ri:, tudomuito bem. Mas assistimos a verdadeiros absurdos. Primeiro, com essa cen­tralização excessiva de recursos que saem do setor privado, acontecem fatoscomo o que trouxe o Presidente do Banco do Brasil perante a CPI de juros, daqual sou Relator atualmente. Ele disse que era um absurdo que ações do Ban­co do Brasil - um instituto de alta lucratividade e que faz questão de transfe­rir os benefícios dessa lucratividade aos acionistas - com valor patrimonialde 8 cruzeiros, fossem negociadas nas Bolsas por 3 cruzeiros.

Realmente, é uma anomalia grave. Se são ações "blue e chips", preferen­ciais, que se destacam no mercado, pode-se imaginar o que ocorre com as ou­tras. É uma decorrência da drenagem de recursos dos setores privados para osetor público. Faltam, por completo, recursos para investimentos nas Bolsasde Valores. São os dirigentes dessas Bolsas que proclamam isto e procuram osMinistros do Planejamento e da Fazenda a dizer: "Não nos deixem morrer àmingua". Não há recursos para transações de Bolsa. Então, o que faz o Go­verno? Ele se empenha declarada c repetidamente em promover, ampliar omercado de capitais. Ora, o mercado de capitais são as Bolsas de Valores. En­tão, se se negam recursos para as Bolsas de Valores, se o empresariado priva­do não pode recorrer a elas para fazer seu aumento de capital, tudo aquilo deque necessitam para expandir-se, o que vai prevalecer? O que a mão direitapretende fazer, amparando o mercado de capitais e dando força e apoio, ou oque a esquerda está fazendo, retirando todos os recursos, com o mercado decapitais sendo lançado às urtigas e as ações privilegiadas do Banco do Brasil,de 8 cruzeiros, negociadas a 3 cruzeiros, pela total ausência de recursos nessemercado? O Governo tem de decidir qual a orientação que pretende adotar,porque estamos de novo num emaranhado de contradições.

Ao mesmo tempo - repito - ê muito louvável que o Governo busquecontrolar as despesas das estatais. Õtimol Então, temos uma centralização di­tatorial de poderes do Ministério do Planejamento para autorizar investimen­tos. Agora não é um Deputado da Oposição quem fala. Passo a palavra aoMinistro da Indústria e do Comércio; passo a palavra ao Presidente e aoDiretor-Técnico da ltaipu Binacional, vou passar a palavra, talvez, ao maisdestacado membro da Comissão Nacional de Energia, o Engv Celestino Ro­drigues. O que eles reclamam? O Ministro da Indústria e do Comércio recla­ma que se fizeram cortes inaceitáveis no PROÁLCOOL. Eu pergunto: há al­gum programa mais prioritário neste País do que a produção de álcool paranos libertar da importação de combustivel e, hoje, para exportar a 52 dólareso barril, muito mais caro do que um barril de petróleo? Devíamos produzirálcool a todo vapor para exportar. Mas o Ministro da Indústria e do Comér­cio reclama de cortes nos recursos desse Programa. Onde está o critério?Onde está a justificativa para esta conduta dos ditadores da economia brasi­leira?

A segunda reclamação é do Sr. General Costa Cavalcanti, não é minha,de um Deputado da Oposição, e não é de ninguém desta Casa, é do Presiden­te da Itaipu Binacional, e do seu Diretor-Técnico, LicínioSeabra, que recla­ma que, com a não liberação de verbas - vejam bem que espécie de empreen­dimento - vai-se atrasar de seis meses a um ano a construção do linhão quedeve trazer a energia de Itaipu para a Grande São Paulo, que é o seu maiorcliente. Então, não só Itaipu vai perder milhões de dólares de renda, como setivermos uma estiagem, um contratempo perfeitamente previsível, faltaráenergia à Grande São Paulo. Aí não poderemos medira proporção dos pre­juízos causados à Nação. Onde está o critério na distribuição de recursos cen­tralizados no Ministério do Planejamento?

í Há mais, porém. O Engv Celestino Rodrigues é uma figura respeitável,pelo seu conhecimento em matéria de carvão, em matéria de eletricidade, umhomem que domina a Comissão Nacional de Energia, No 29Congresso Bra­sileiro de Energia, promovido pelo Clube de Engenharia no Rio de Janeiro, oEngv Celestino Rodrigues, elemento-chave da Comissão Nacional de Ener­gia, denunciou o Projeto Nuclear brasileiro, dizendo que o mesmo não con­sultava os interesses nacionais e que deveríamos limitar-nos à Angra I, per­dendo até os bilhões de cruzeiros que já investimos na Angra II e m. Que diráS, S' de Angra IV, programada para o ano que vem? E nesse Congresso, quereuniu 150 especialistas de todas as áreas, a proposta do Engv Celestino Ro­drigues, factotum da Comissão Nacional de Energia, foi aprovada quase porunanimidade, depois dos debates sobre o assunto. Dos 150 participantes, ape­nas três votaram contra. O Engv Celestino Rodrigues denuncia, ainda, que,

para esse programa desnecessário, adotado sem nenhuma razão ae ser, foramdestinados 100 bilhões de cruzeiros, enquanto que para todo o fistema, paratoda a campanha de energia no Brasil, que envolve carvão, hidrplétricas etc.,apenas 98 bilhões. Daí por que tem razão o General Costa Cavalcanti, quan­do se queixa de que se cortam verbas vitais para Itaipu, porque aqui está umcritêrio que ninguém compreende, que ninguém pode aprovar. qual seja, o dacanalizução de recursos de que não dispomos para um setor que está muitoadiantado no que diz,respeito lls nccess.dices brasileiras e em condiçôes queoneram, "de maneira insuportável, a economia do Pais.

Onde está ti critério? Tudo está centraliza..Jo. Muito bem. Deve-se con­trolar a economia das estatais; tanto melhor. Mas cometer erros deste porte,desta gravidade?' Ninguém responde por esses erros? Continuam os poderes

. ditatoriais entregues a um homem, a duas pessoas. sem que o Parlamento, te­nha o direito de discutir esse critério e sem que as nossas críticas cheguem àopinião pública. o que ocorre - devo dizer de passagem _ corn muita fre­qüência. O que estamos vendo é que nos encontramos.num terreno perigoso.O arbítrio na distribuição de verbas provoca erros graves, os quais são dcnun­ciados não por nós. mas por homens da maior responsabilidade, da maiorrespeitabilidade do Governo.

Diz-se que não vamos recorrer ao Fundo Monetário Internacional, mascumprimos toda a ortodoxia desse organismo iuternacional, ini::lusive o ab­surdo encarecimento das taxas de juro e a promoção do desemprego. Os tec­nocratas .rão se lembram do homem Que perdeu o emprego, qU9 não poderámais pagar as prestações do seu apartamento e q .e, portanto, pode perdê-lo;que tem uma mulher grávida, caso descrito na rrportagern da "VEJA" a quejá me referi. Mas essa tragédia particular pode ser multiplicada, deve ocorrercom 100, ISO, 20e f. '! pessoas ll~ót~ País. Deve ser isso ignorado pelo PoderPúblico? '

Eis (lar que, Sr. Presidente, temos de denunciar eomo inconveniente aoPaís, cor \0 desumana, como anti-social, a política monetarista que está sendoadotada, que é contrária à produção brasileira, pelo agravamento do custo dodinheiro; contrária ao homem brasileiro, porque ele está sendo posto na ruada amargura, sem que nada possa fazer para se defender. Não podemos pros­seguir nesse caminho, abafando as críticas, para dizer tuti quando que UrbtetOrbi aplaudem essa orientação desastrada para o Brasil. (Palmas.)

O Sr. Carlos Chiarelli - Sra. Presidente, peço a palavra para uma comu-nicação, como Líder. !

A SRA. PRESIDENTE (Lúcia Viveiros) - Tem a palavrao nobre De-putado. I

O SR, CARLOS CHIARELLI (PDS - RS. Pronuncia o seguinte díseur­so.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, falando ontem pela Liderança de seupartido, o nobre Deputado Euclides Scalco fez acusações ao Governo e aosMinistérios da Previdência e Assistência Social e da Saúde pelo qhe chama dedescaso em relação à saúde da população brasileira. Seu discurso, parcial­mente transcrito por alguns jornais do centro do País, não pode ficar sem re­paros, especialmente porque sua critica é, além de mal formulada; pela ausên­cia de dados atualizados e corretos, injusta. O ilustre representante do Paranáparece-nos verdadeiramente mais interessado em um simples ataque do queno exame real do problema da saúde do País.

Uma superficial leitura de seu pronunciamento de ontem demonstra, deoutro lado, que S. Ex' pouco tem lido sobre este importante ternaiedesconhe­ce, inclusive, o que a grande imprensa tem publicado sobre os esforços gover­namentais no sentido de aprimorar a prestação da assistência medica, hospi­talar e odontológica na cidade e no campo, bem como de esten~1ê-la a umágrande massa populacional ainda não servida.

De modo algum é possível fechar os olhos a esses esforços. Dois anos degoverno, dois anos de intenso trabalho no sentido de uma integração inéditaem termos brasileiros, a integração dos Ministérios da Previdênci~ e Assistên­cia Social e da Saúde para um trabalho - como tem repetido o Ministro JairSoares - em saúde, não em doença. E aí.está, também, o PREV-SAÚDE,posto ao exame e ao debate de toda a Nação, submetido às criticas de especia­listas e órgãos técnicos, reformulado algumas vezes para atender às sugestõese reivindicações de ilustres membros das Comissões de Saúde da Câmara e doSenado. Em breve, esse oportuno programa de ações básicas, cujas sementesjá estão lançadas no Distrito Federal, com o apoio dos Ministérios do Inte­rior, da Educação e do Trabalho, ganhará todo o vasto interior deste País,para integrar 40 milhões de irmãos nossos à rede de assistência à saúde, e tra­balbar preventivamente.

Não é difícil trazer a esta Casa centenas de exemplos da ação governa­mental nos setores de saúde e assistência pública. Não se pode, entretanto,ouvir calado, uma acusação como a do nobre Deputado Euclides Scalco, deque o Ministro da Previdência apenas se preocupa com a medicina lucrativa.

1922 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO l'IiACIONAL (Seção li Abril dc-1981

Os mais simples dados, os números mais singelos obtidos na assessoria da­quele Ministério indicam exatamente o contrário.

A par de urna ação abrangente, que visa a dois pontos fundamentais - amoralização da Previdência G a defesa da saúde - o Ministro Jair Soares temacionado todos os setores de sua área, tem motivado internamente o servidora prestar melhores serviços, tem exigido que o dever seja cumprido em todosos níveis, tem responsabilizado chefias e lutado diuturnamentc para que o be­neficiário da Previdência receba o que lhe é devido com presteza e correção.

Não se preocupa com o que o ilustre Deputado Euclides Scalco chamade medicina lucrativa aquele que luta contra a desorganização administrati·va, o que combate a fila interminável, a fila que não se vê e não se fotografa, apior das filas, a que não encontra uma porta de consultório aberta. Não sepreocupa com a medicina lucrativa quem, como o Ministro Jair Soares, temcortado o ponto de faltosos e aplicado punições por pouco zelo; quem sus­pendeu e demitiu; aquele que descredenciou o médico e o hospital que lesa­ram o cofre público e desatenderam o brasileiro.

Em sua atuação intensa, que se faz presente em todo o território brasilei­ro, o Ministro Jair Soares puniu, por suspensão ou descredenciamcnto, maisde 50 hospitais no País. Para que o ilustre Parlamentar oposicionista tenhauma idéia dessa ação moralizadora, direi apenas que, em seu Estado, o Para­ná, foram punidos 25 estabelecimentos hospitalares por irregularidades diver­sas, descumprimento de convênios e atê fraudes.

Foram punidos administrativamente, de março de 1979 a janeiro de1981, 130 servidores da Previdência, da simples advertência à demissão. Emum ano, 21 representantes do antigo FUNRURAL tiveram seus contratosrescindidos pela prática de irregularidades.

O comhate às fraudes, interna ou externamente, tem caracterizado ogrande esforço do Ministro Jair Soares pela completa moralização dos ser­viços previdenciários e de assistência médica. Até 31 de março último, o mon­tante, em cruzeiros, das fraudes detectadas alcança 1 bilhão e 56 milhões, de­pois de dois anos de permanente e enérgica fiscalização. Dessa importância, aPrevidência conseguiu reaver, sem qualquer medida judicial, 20 milhões decruzeiros.

Esses dados, Sr. Presidente e Srs. Deputados, bastariam para repudiar aacusação deque o Ministro da Previdência pune apenas o pequeno servidor ecobra apenas a dívida do pequeno devedor. Ora, nada mais distante da verda­de do que afirmar isso, e sob a responsabilidade de urna Liderança.

Toda a vida e a ação do Ministro Jair Soares, três vezes Secretário de Es­tado no Rio Grande do Sul, têm sido uma irrefutável prova de que, adminis­trador e executivo, não transige com os poderosos. Já combateu multinacio­nais por ação prejudicial à saúde do consumidor, c bem gravada está, na me­mória do brasileiro, a sua decisiva atuação no caso da poluição ambiental daBorregaard.

A punição não se destina ao pequeno ou ao grande, ao humilde ou aopoderoso. Punido é o faltoso, o criminoso, o que frauda e o que deve. A pu­nição. como a promoção, não discrimina. Pune-se o mau pagador, o que nãocumpre sua parte no contrato social: o mau empregador que desconta a con­tribuição previdenciária do seu empregado e não a recolhe aos cofres da Pre­vidência. mesmo quando se trata de empresas de Comunicação Social, contraas quais muitos não têm a coragem de investir. Esse devedor se faz por isso.um competidor desleal em relação a seu concorrente.

A punição é para o chefe ou para o subalterno. E se não fosse assim,acredito, o Ministro da Previdência estaria agindo como quer, ou parece que­rer o nobre Deputado Euclides Scalco. ou seja, estaria distinguindo catego­rias e níveis sociais.

Falou, ainda. o representante do Paraná no estado de penúria em que seencontra a população brasileira em matéria de saúde, afirmando que o Minis­tro da Previdência tem absoluto desconhecimento dessa situação. Não creioque seja necessário repetir aqui tudo o que, em mais de urna oportunidade,tem dit~ o Sr. Jair Soares, falando a este Plenário e às Comissões de Saúde daCâmara e do Senado. Não será preciso, também, voltar a mencionar oPREV-SAÚDE, pois o nobre Deputado Euclides Scalco bem o conhece.

Entretanto, não posso calar-me diante de suas afirmações a respeito doprograma de vacinas da Central de Medicamentos ou dos recursos da área so­cial. Apenas no Programa Especial de Vacinas, o Ministério da Previdência eAssistência Social aplicará, em 1981, I bilhão, 308 milhões e 269 mil cruzei­ros. No ano passado, foram aplicadas 127 milhões e 800 mil doses de vacina.Neste ano, 183 milhões e 100 mil doses. Com recursos exclusivos do Minis­tério.

Em um único dos grandes programas da área, o Programa Nacional deControle da Tuberculose, iniciado em 1981. serão aplicados 1 bilhão e 800milhões de cruzeiros. De recursos próprios, o INAMPS repassará às Secreta­rias de Saúde dos Estados 1 bilhão de cruzeiros este ano.

Sra. Presidente, não me parece que seja pertinente, oportuna, justa ouconveniente a crítica aqui apresentada, sobretudo com relação a um Ministroque, desde 1979, está visitando todas as capitais brasileiras, conhecendo fave­las, bairros e toda a pobreza. Não se diga que o faz em missão político­partidária. Não acredito que Fernando de Noronha seja base eleitoral do Mi­nistro da Previdéncia. Não se pode criticar quem tem conseguido reduzir des­pesas. quem tem combatido a sonegação e a fraude, quem tem diminuído asfilas. quem tem, afinal das contas, restringido e reduzido queixas. Estranhoque a Liderança da Oposição venha a público combater a ação moralizadorae saneadora do Ministro da Previdência e que venha defender, de maneira in­sistente o patrimônio, que não foi lesado, a situação financeira que não foi al­terada, de instituições empresariais e vinculadas ao patronato, corno o SESI,o SESC e o SENAC. Ao invés de invectivar o Ministro da Previdência pelaluta que promove em favor de melhores padrões salariais de médicos, odon­tólogos, ajudantes de enfermagem, enfermeiros, corno fez o Líder da Opo­sição, acusando S. Ex' de ser favorável à implantação de uma medicina lucra­tiva, corno a qualificou o Deputado, mas que chamaríamos 'de altamentesensível no campo social, melhor seria que se posicionasse o ilustre Parla­mentar em favor dos assalariados c estivesse sintonizado com o movimentosindical brasileiro. Pois, de fato, inequívoca e unanimemente, o Ministro deuapoio a todos os sindicatos médicos, que perfilharam e sustentaram a diretrizseguida por S. Ex'.

Estranho o posicionamento da oposição, combatendo justamente o mo­vimento sindical brasileiro, as suas inquietações e os seus pedidos. Não regis­trou, talvez por má memória, o Líder da Oposição os avanços no campo doatendimento, a inclusão dos religiosos e das domésticas no âmbito da Previ­dência; os projetos já em vias de encaminhamento, visando a igualar aos de­mais os direitos previdênciarios dos trabalhadores rurais, das donas-de-casa edos estudantes.

Estranho, finalmente, que tenha a Liderança da oposição atacado o Sr.Ministro, apodando-o de um tenista principiante, corno se ser esportista fossedefeito, ou se, pelo fato de ser principiante, tivesse, afinal de contas, cometidoalgum delito, talvez, querendo que Thomas Koch fosse o Ministro da Previ­dência. Pior ainda. atacou-o por ser, potencialmente, um candidato. Ora, nademocracia e na abertura, queremos que os cargos importantes e decisivos doPaís sejamocupados por políticos. Mas, quando eles os ocupam e exercemcom dignidade, c têm fidelidade partidária, atingem-nos e os acoimam de er­ros e de defeitos. Em todo caso, fica o registro do lançamento da candidaturade S. Ex' a Governador do Rio Grande do Sul por um Deputado do PMDBdo Paraná, em nome da Liderança da oposição. Melhor seria - e até lhe dei­xo o conselho - que o nosso ilustre e nobre Deputado Euclides Scalco setransfirisse para o Rio Grande do Sul e se perfilhasse no PDS, podendo, as­sim, engrossar as nossas fileiras com a sua voz e o seu apoio.

Durante o discurso do Sr. Carlos Chiarelli a Sra. Lúcia Viveiros,Suplente. de Secretário. deixa a cadeira da presidência. que é ocupadapelo Sr. Joel Ferreira. Suplente de Secretário.

O Sr. Osvaldo Macedo - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comu­nicação. corno Líder.

o SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Tem a palavra o nobre Deputa-do.

o SR. OSVALDO MACEDO (PMDB - PRo Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, ouvi, com muita atenção, o Deputado Carlos Chiarel1i que,usando regimentalmente de Comunicação de Liderança, promoveu a defesado Ministro da Previdência e Assistência Social, Sr. Jair Soares.

Estranhei a fórmula usada para a defesa. Em Comunicação de Lide.rança, Sr. Presidente, não há possibilidade de debates. O Deputado doPMDB do Paraná, Euclides Scalco, usou o horário da Liderança, na tribunada Câmara Federal, de forma a permitir apartes e debates. Quem fez a defesa

- não permitiu esse debate, talvez sabendo da ausência do Deputado EuclidesScalco no plenário e por isso, da impossibilidade de manter as denúncias queaqui fez e que nós, em seu nome, sustentamos.

O Sr. Jair Soares não foi aqui criticado por ser o cidadão Jair Soares,mas por ser o Ministro da Previdência e Assistência Social e um ineficiente'Ministro.

Sr. Presidente, gostaria de apresentar um dado apenas. Há dois anos,quando, o Sr. Jair Soares assumiu o Ministério da Previdência e AssistênciaSocial. este tinha um débito para com a rede bancária privada de 9 bilhões decruzeiros. Dois anos depois, Sr. Presidente, esse débito aumentou para 70 bi-lhões de cruzeiros. No entanto, as deficiências continuam. .

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1923

Vou ler, como resposta ao Deputado Carlos Chiarelli, reafirmando a de­núncia que aqui fez o Deputado Euclides Scalco, que, em nome do nosso Par­tido, endossamos, o seguinte texto:

"Dos 280 bilhões do INAMPS,nada mais que 6 bilhões foramdestinados para projetos sociais.

O titular da Previdência sequer propõe-se a financiar as vacinasda CEME. Alega que já deve 70 bilhões à rede bancária privada.Mas nada fez para deter o modelo de compra de serviços por unida­des de serviço e de pagamento por ato médico praticado.

Uma demonstração da falha desta situação sente-se naquilo'que o Sr. Reinhold Stephanes, ao tempo, Presidente do INPS, decla­rou: que em 1977, foram feitas 600.000 internações desnecessárias.Isto caracteriza que a orientação da Previdência não é a mais corre­ta e que atenda aos interesses da população brasileira. Prefere desfi­lar pela imprensa entre colunas sociais, transfigurando-se de tenistaprincipiante, que faz vista grossa com todas as grandes distorçõesdo seu Ministério, mas que pune, com grande rigor, o simples fun­cionário de posto, que é, antes de tudo, um indivíduo mal remunera­do e mal conduzido dentro de uma burocracia desvirtuada, caótica etotalmente esquecida de seus compromissos com a população, porculpa exclusiva dos seus superiores."

Vou concluir, fazendo uma proposta: que o Deputado Carlos Chiarelliuse do horário destinado à Liderança do PDS e convide previamente o Depu­tado Euclides Scalco a aqui discutir, num debate amplo, democrático e parla­mentar, a situação do Ministério da Previdência e Assistência Social. Assim,será mais democrático, mas correto e mais leal.

O Sr. Carlos Chiarelli - Sr. Presidente, pe90 a palavra para uma comu­nicação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Tem a palavra o nobre Deputa-do.

O SR. CARLOS CHIARELLI (PDS - RS. Sem revisão do orador.)­Sr. Presidente, utilizei horário nitidamente regimental, segundo pude consta­tar. Respondeu-me o Deputado Osvaldo Macedo utilizando um espaço que

. não me permitia aparteá-lo. Isso ,deve ser deixado bem claro.

Aceito fundamentalmente o repto que me lança S. Ex', e me disponho aodebate não apenas com o ilustre Deputado Euclides Scalco, mas com qual­quer dos integrantes da Oposição a respeito da ação fecunda, moralizadora ede profundo sentido social que o Ministro Jair Soares vem desenvolvendo àtesta do Ministério da Previdência e Assistência Social. A qualquer tempo equalquer hora.

O Sr. Osvaldo Macedo - Marque a data.

,O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Concedo a palavra ao Sr. Josuêde Souza, na qualidade de Líder do Partido Democrático Social.

O SR. rosue DE SOUZA (PDS- AM. Como Líder. Sem revisão'doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero, de início, como preâmbulodeste pronunciamento que se dirige a problemas da. Amazônia Ocidental,congratular-me com o ilustre Deputado Walter de Prâ pelo pronunciamento,do maior conteúdo de justiça, que fez referindo-se ao eminente Ministro Gol­bery do Couto e Silva. Congratulo-me com a Nação, porque aquela alta figu­ra da República, um dos grandes artífices da abertura democrática, está re­tornando, recuperado de sua saúde, às suas atividades noPlanalto, para con­tinuar servindo à Pátria com o patriotismo, com a inteligência e com a probi­dade que são características fundamentais do seu caráter.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a agricultura é, naturalmente, a atividadeeconômica mais estreitamente "vinculada à natureza".

Diante disso, pode haver certa incerteza tecnológica tão clara e quaseos­tensivamente, motivo pelo qual os planejadores oficiais, em nosso País, têmevitado assumir os projetos agrícolas, apesar de o Presidente João Figueiredoter considerado a necessidade do desenvolvimento prioritário desse setor, nãosó para a melhoria alimentar da população, como ainda para a exportaçãodos excedentes, a fim de garantir recursos destinados ao equilíbrio do nossobalanço de pagamento internacional.

Tudo isso resulta no atual descrédito da estratégia de antecipação de de­sembolsos pedidos pelos técnicos, que resultam nas conseqüências das insti­tuições financeiras, nacionais e internacionais, porque levam a maioria dosprojetos agricolas a serem apresentados, como se a procura surgisse, simulta­neamente, com a disponibilidade do suprimento de mercadorias. e serviçosconsumidos pelo empreendimento. ,

J;: sabido que o risco de deficiência da procura depende da exatidão dasexpectativas, quando estas demandam do processo de crescimento.

Evidentemente, aí é muito alto o fator de confiança, ou melhor, é bastan­te baixa a margem de erro que afeta a estimativa das futuras decisões de com-prar das empresas e indivíduos. '

Um exemplo óbvio - qu.e nem sempre se observa - é o de um projetoagrícola que eleve, realmente, a produção de alimentos básicos em um paíscom população em crescimento.

Em outras palavras, os projetos agrícolas correrão menos riscos de sofrerde excesso de capacidade, quando a procura de sua produção está ligada,realmente, à espera do desenvolvimento total do país, e não de qualquer seg­mento regional, setorial, ou de outra natureza econômica, como é hábitofazer-se no Brasil.

O que se tem constatado, infelizmente, em nosso País, é o erro do tecno­crata, combinado, estranhamente, com a renúncia à responsabilidade pela de­cisão final, de que ele se exime, alegando influência de fatores "políticos".

Aqui está, em prova provada, o engano, porque lhes falta competênciaprofissional.

Assim, sendo desprovidos das cautelas indispensáveis ao administrador,saem, sempre, pela "janela" fácil da transferência da responsabilidade paraos políticos, e nos equiparam, então, ao irracional, se não coisa pior, quandoa eles é que falta a imaginação.

Por que estão ocupando cargos públicos, se não' querem assumir os ris­cos políticos?

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não faltam experiências sobre projetos dedesenvolvimento agrícola no mundo'.

Na Amazônia peruana existe. projeto vitorioso financiado, inclusive,pelo Banco Mundial.

Por que não adaptá-lo à Amazônia brasileira?O projeto San Lorenzo é uma realidade na região setentrional do Peru,

transformado em executor da subdivisão das terras em pequenas e exeqüívespropriedades' agrícolas familiares, fornecendo créditos e assistência técnica aagricultores anteriormente desprovidos de terra.

Essa inciativa, já comprovada, estabeleceu padrão inteiramente novopara a agricultura, peruana, além de transformar-se num centro de prepa­ração de administradores agrícolas que estão aplicando, em outras partes doPeru, os conhecimentos aprendidos em San Lorenzo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não podemos admitir que o Amazonasfigure apenas na litaratice oficial. Vamos acabar com esse engano, com essaadulação mal redigida ao Amazonas e passar às medidas concretas.

Se os tecnocratas - burocratas administrativos - não querem ou nãopodem enxergar apresento, desta tribuna, a mais alta deste País, a fórmulaprática para a ocupação econômica de 5.057,2 milkm- do território nacional.

Reclamamos, por isso, a fixação das responsabilidades dos dirigentes daeconomia brasileira, quanto aos problemas da Amazônmia, porque, cumpre­lhes o estabelecimento, no quadro geral de prióridades adotadas para o Bra­sil, dos critérios orgânicos de caráter regional.

Insistimos na necessidade, inadiável, da participação das administraçõesestaduais da Amazônia, mais próximas dos problemas de cada Unidade Fe­derada, dessas decisões, a fim de que se possam adaptar às contingências im­postas pelo crescimento do Sul do País, numa tomada, prática e efetiva, de re­formulação dos seus métodos de ação, porque, até agora, se tem valido so­mente da modesta escala de recursos locais e dos meios de interferências dofluxo de investimentos e a orientação da economia regional, porque a admi­nistração federal desconheceu, até agora, a existência de cerca de 60%do Ter­ritório brasileiro.

Sr. Presidente, é incontestável que, somente com a participação dos ad­ministradores da Amazônia nas responsbiJidades da polltica de desenvolvi­mento, haverá melhor precisão nos projetos básicos de cada área. Tudo deveser feito dentro de critérios realizáveis e práticos.

Assim, os bancos estaduais, estimulados pelos respectivos governos, asautarquias e as companhias mistas, criadas para atenderem a objetivos seto­riais expressos e à orientação de favores fiscais e de outras naturezas, utiliza­dos para estimular nossos investimentos, vão transformar a política adminis­trativa estadual, dando-lhe maior racionalidade e sentido de oportunidade,criando também maior intensidade ao esforço de desenvolvimento do Brasil.

O Sr. Rafael Faraco - Deputado Josué de Souza, permite-me V. Ex'interrompé-Io por um instante? .

O SR. rosus DE SOUZA - Não interrompe V. Ex', antes honra e va­loriza meu pronunciamento.

O Sr. Rafael Faraco - E difícil distinguir entre encatar-se e ferver dezelo quando se ouve V. Ex' A Amazônia, nobre Deputado, só tem uma vo­cação positivamente válida, que é para a agricultura. Lamentavelmente, oeixo econômico nacional, neste final de século, não se dirigirá para o Nortebrasileiro. Os interesses econômicos da região Centro-Sul ainda são muito

1974 qulnta.felra 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

fortel para que o Governo possa movê-lo de um extremo ao outro do País. AAmazônia é marginalizada em todos os projetos nacionais de desenvolvirnen­to, Deputado Josuê de Souza. Ultimamente, o PROVARZEA deu recursospara São Paulo, mas não deu para as várzeas da Amazônia. O PRONAM,elaborado no Governo Enoch Reis, de nosso Estado, até hoje não recebeuaprovação da SUDAM. Para a juta, que produzimos há 40 anos, em substi­tuição à economia da borracha - cuja hegemonia perdemos, por desídia,para a Malásia - a CFP estabelece preço mínimo com que um quilo de fibrade juta corresponda a dois quilos de açúcar. O caboclo produz a juta e vaivendê-Ia para comprar dois quilos de açúcar. Sabem quanto custa um quilode tomate - pasmem os Srs. Deputados-do Brasil - em nosso Estado? Tre­zentos e cinqüenta cruzeiros. Sabem quanto custa um quilo de cenoura, queas nossas crianças não podem comer? Duzentos e cinqüenta cruzeiros. Masna Amazônia existe a riqueza mineral, a matéria-prima da qual o Brasil riconão pode prescindir, e a explora e transporta para o Sul. Dão para a Amazô­nia a indústria de transformação, que concentra o homem, atraído da zonarural e que deixa de ser produtor, nas capitais e grandes cidades, onde nãopassa a ser consumidor porque não adquire poder aquisitivo. O discurso deV. Ex', conduzido neste raciocínio, no sentido de reclamar do Governo Fede­·ral atenções especiais para o setor primário da produção, através de um pro­jeto gigantesco na Amazônia, é da mais válida oportunidade...

O SR. rosun DE SOUZA - Muito obrigado.

O Sr. Rafael Faraco - ...porque, se houvéssemos conduzido os projetosda Amazônia para a produção de alimentos básicos, estaríamos não só bai­xando o custo-de-vida, mas exportando muita comida para o exterior.

O SR. rosue DE SOUZA - Agradeço a V. Ex', Deputado Rafael Fa­raco, o brilhante aparte com que enriquece este pronunciamento.

Quero dizer a V. Ex' que chega a ser cômico que um País que dispõe deuma imensidão de várzeas fabricadas pela natureza, pelo humo, pela funçãodo macho - que é o grande rio, sobre a fêmea, que é a terra, a fecundá-la seesteja fabricando várzeas artificiais, gastando dinheiro inútil, quando ele po­deria ser empregado, com resultados imediatos, em magnífica produção de

'cereais, de hortaliças, de leguminosas, em todo aquele vasto colosso que é aAmazônia, a começar pelo nosso abençoado e tão desprezado e esquecidoAmazonas.

Não se compreende, Deputado Rafael Faraco, que se negue ao Amazo­nas recursos, que não se olhe, ao menos, para ele. Agora, os jornais estãoanunciando que serão cedidos 78,5 bilhões de cruzeiros para a agricultura.Duvidamos - e duvidamos mesmo - que o Amazonas, com aquele colossode terras, de águas, de matas de fertilizantes naturais, seja contemplada. Ora,nem conseguimos a nossa Balbina, prometida e assegurada pelo eminentePresidente da República, a quem não culpamos porque O sabemos assoberba­do por toda sorte de pressões - do Centro-Sul, do poder político -;- quandosomos tão poucos e tão humildes. Não o condenamos porque, numa repúbli­ca democrática, em que o peso do voto é força, o Presidente não pode fazercomo fez Getúlio Vargas de certa feita: uma só bandeira, uma só Pátria, umasó Nação, e não havia Estados grandes nem pequenos. Nós continuamos aser pequenos porque pequena é a nossa população.

O Sr. Rafael Faraco - Everdade, nobre Deputado, mas não posso resis­tir e volto à tribuna para mais uma intervenção.

O SR. JOsuE: DE SOUZA - Com muita alegria para mim, DeputadoRafael Faraco.

O Sr. Rafael Faraco -- V. Ex' é muito generoso, Deputado Josuê deSouza. Mas as, nossas reivindicações são de tal sorte levadas ao ridículo queimagine V. Ex. que, há seis meses, as classes produtoras do nosso Estado - aAssociação Comercial, a Associação de Legistas, a Indústria, a comunidadeinteira - pedem, suplicam, reivindicam, através da representação em Brasilia~ dos Deputados estaduais, que se eleve de 300para 800dólares a cota, perca­pita.de passageiros que possam ir a Manaus fazer compras de supérfluos, deinutilidades que não alimentam homem algum do mundo, mas, ainda assim,atrairiam o fluxo turístico para Manaus, porque a passagem de avião, aindaque com desconto de 30%, para viajar de madrugada...

O SR. JOSUE: DE SOUZA - E esse desconto havia sido suspenso, sen­do restabelecido hoje, pela clarividência do Sr. Ministro da Aeronáutica, aquem apresento, em nome da Amazônia e de nossa bancada, os mais sincerosagradecimentos.

O Sr. Rafael Faraco _ ...torna dispendioso ir a Manaus. Rio-Manaus,ida e volta, custa mais de 30 mil cruzeiros. O passageiro talvez se animasse a ira Manaus se a cota de compras subisse de 300 para 800 dólares. Mas as ban­cadas na Câmara e no Senado estiveram, ainda esta semana mais um vez como Ministro da Fazenda e S. Ex' respondeu que talvez desse para subi-la para

400 dólares: isto é rir da miséria de um povo que sofre e teima em continuar aser brasileiro.

O SR. .rosut DESOUZA - Veja V. Ex., Deputado RllJael Faraco,cuja bravura louvamos como plena satisfação, que não há, nesta estratégia doaumento da cota, nenhum prejuízo para a Nação, porque a cota determinadaé um todo: digamos, 200 milhões de dólares, para argumentar.

O Sr. Jorge Cury - Permite-me V. Ex. um aparte?

O I'R. rosua DE SOUZA - Permita que conclua e me honrarei emconcedê-lo.

Então, que importa que um cidadão leve mais 10, ou menos \Odólares,se a Zona Franca de Manaus nunca poderá importar mais que 500 mil dóla­res? Qual é o prejuízo? Se se dissesse que, se os visitantes levassem mais 200ou 300 dólares, a cota do Amazonas cresceria, ainda se entenderia. Mas, não:ela é determinada, condicionada. Ilustre Deputado Rafael Faraco, o eminen­te Presidente João Figueiredo, homem de uma clarividência e de um boa von­tade a toda prova, está sendo ludibriado. Claro que S. Ex' não pode ser onis­ciente e recorre a Ministros que riem sempre lhe são sinceros, porque se ape­gam a seus interesses regionais, e nós, do Norte, do Amazonas, não temos agraça de poder ter, um dia, apenas no segundo escalão de um Ministério, umhomem da região, que conheça os nossos problemas, que os sinta, que os vi­va, que os sofra, para dizer ao Presidente João Figueiredo que o Amazonas é,antes e sobretudo, Brasil que não pensa em separatismo, mas que desejatornar-se rico e poderoso pela sua produção, pela sua natureza, para ir em so­corro desse Brasil cada vez mais atropelado por problemas de toda a sorte, dainflação à doença.

O Sr. Rafael Faraco - O Sr. Ministro da Fazenda nem sequer ofereceuma justificativa convincente para negar o atendimento a esse pleito. E, mais,o Sr. Presidente da República, de cujo patriotismo ninguém, sensatamente,pode suspeitar neste País, irá a Manaus dia 23 e não lhe será convenienteanunciar como' dádiva, ou como atendimento às nossas'reivindicações, oacréscimo de mais 100 dólares. Até isto se coloca diante da mesa do Sr. Mi­nistro, para que o Sr. Presidente da República não seja levado a cometer atosque desagradem a comunidade amazonense. '

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Perfeito. Muito obrigado a V. Ex'. Ouçocom alegria o Deputado Jorge Cury.

O Sr..Jorge Cury - Sr. Deputado, ouvindo o discurso de V. Ex' e osapartes do eminente Deputado Rafael Faraco, confesso-me altamente orgu­lhoso de pertencer a esta Casa. O seu pronunciamento é de uma propriedadeabsoluta, no que concerne à região. É de um patriotismo incomum, sobretu­do de uma bravura inigualável, porque V. Ex' Deputado do Governo nestaCasa, e o ilustre Deputado Rafael Faraco, também integrando a bancada doGoverno nesta Casa, têm pelo menos a independência, a coragem de se con­trapor a uma política que violenta os interesses desta Nação, exercida peloGoverno e em nome do Governo. Ê incompreensível que o Ministro do Pla­nejamento, o Sr. Delfim Netto, não tenha volvido sua atenção para esse cru­ciante problema que aflige a Amazônia e, em verdade, todo o País. A ineficá­cia desse Ministro está a exigir uma mudança de rumos, ou, se tal não forpossível, que o Sr. João Figueiredo mude o seu Ministério dada a sua absolu­ta e total inoperância.

O SR. JOSUÉ DE S'oUZA - Agradeço sinceramente a V. Ex', De­putado Jorge Cury, o aparte, embora não possa, nem deva, sugerir a mu­dança dc Ministros, porque sei que a engrenagem brasileira tradicional é detal modo montada, que com qualquer Ministro do Planejamento, o Amazo­nas continuará olvidado. Ainda não temos a concepção de Nação como umtodo. Temos a concepção de governar regiões. E aquelas que estão mais pertodo fogo melhor se aquecem. Então, o Centro-Sul, a menos que se descubramaneira diferente, que rasgue tudo que está aí assentado na tradição, no cos­tume, no hábito, no vício, continuará sempre a dar as cartas e jogar de mão.

Com muito prazer e grato até, ouço o Deputado Wildy Vianna.

O Sr. Wildy Vianna - Deputado Josuê de Souza, cumprimento V. Ex.pela oportunidade em que vai à tribuna defender a nossa Amazônia tão sofri­da e tão esquecida. Cumprimento-o mais ainda pela segurança com que V.Ex' trata dos problemas daquela região tão imensa, tão esquecida, tão sofri­da, mas, felizmente, defendida sempre por esta bancada pequenina, que é abancada da Amazônia. Nobre Deputado, mesmo sabendo não produzir' efei­to, mesmo sabendo não ter eco a nossa voz quando defendemos a Amazônia,voltamos a cumprimentar V. Ex', porque fala no momento em que, ao queparece, uma série de medidas somam-se nesta hora, talvez na busca de aten­der àquela população que tanto reclama e tanto pede. E pede porque precisa.Ouvimos agora o nobre Deputado Rafael Faraco dizer da vocação da Ama­zônia: quase que exclusivamente agrícola. Vimos ontem, através da TV Glo-

Abril de 1981 OlÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1925

bo, no Jornal Nacional, uma beleza de programa, mostrando a todo o Brasil arealidade dos amazônidas, como sofremos e como vivemos corajosamentenaquela região. Mas, felizmente, nobre Deputado, temos a satisfação de in­formar que, ao que tudo faz crer, as bençãos de Deus voltam-se para a Ama­zônia; amanhã, visita o Estado do Acre S. Ex', o Presidente da República, le­vando em sua companhia diversos Ministros, e acredito que algo de bom eproveitoso ficará no Acre.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Obrigado.

O Sr. Wildy Vianna - Temos ã certeza de que no dia 23 do corrente oEstado do Amazonas vai ter a honra de receber o Sr. Presidente da Repúbli­ca.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Com a alegria de sempre.

O Sr. Wildy Vianna - Conhecendo o grande espírito de brasilidade, dehumanidade, de S. Ex', estamos certos, um pouco do muito de que precisa­mos nos será dado.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Muito obrigado, Deputado Wildy Vian­na. Devo dizer a V. Ex', à Liderança do meu partido e á Casa que não venhoa esta tribuna para fazer críticas destrutivas nem para jogar a imagem do Go­verno contra a opinião pública. Venho como amigo sincero que tem o deverde dizer aos amigos que estão errados, quando o estão, e não para afirmartão-somente que tudo vai no melhor dos mundos - como diria Pangloss ­nem dizer que a opinião pública, segundo pesquisas realizadas, acha nossoPardido mais forte e o Governo mais popular. Não. Nosso dever é auscultar arealidade; é senti-Ia e dizer sinceramente a S. Ex', o Presidente da República- de cujo patriotismo e probidade ninguém no Brasil duvida - e também aoSr. Ministro da Agricultura que despertem para o Amazonas, porque o seucomportamento à frente daquela Pasta se nos afigura menos prudente e me­nos objetivo do que o próprio Ministro do Planejamento. S. Ex' agora e voupedir a V. Ex' que me permita comentar - disse: "Ter dinheiro no bolso é omaior incentivo para uma próxima grande safra" - é o que foi dito 'pelo Mi­nistro da Agricultura ao visitar a localidade de Centralina, no Triângulo Mi­neiro, em companhia do Governador Francelino Pereira, de Secretários deAgricultura de alguns Estados, e dos Adidos de Cooperação e de Agriculturada Embaixada de Alemanha Ocidental, estes com a missão de colher subsí­dios para orientar a liberação de financiamento alemão para o Programa deAproveitamento de Várzeas Irrigáveis. (PROVARZEA.)

Disse o Sr. Stábile, na ocasião, que o aproveitamento de várzeas irrigá­veis "é o melhor meio de se eliminar para sempre as importações de alimen­tos, como também de dar condições aos agricultores de alcançarem lucromais significativo com a venda de mais safra". - .

É uma conclusão óbvia. Diremos, mesmo, o óbvio relevante...Os egípcios sabiam disso, há milhares de anos...Daí por que, em nome do Amazonas, que temos a honra de representar

nesta Casa do Congresso Nacional, vimos informar ao Sr. Ministro da Agri­cultura do Brasil que, em meu Estado - e toda a região - existe a maior ex­tensão de solo de várzea - alta e baixa várzea - cuja fertiJidadejá foi prova­da e comprovada pelos edafólogos, nacionais e estrangeiros, em trabalhosque datam 'de mais de um quarto de século ... Nós não precisamos fabricarvárzeas nem inventá-las. O que é necessário é o aproveitamento das terras doAmazonas, que produzem nas margens do Solimões, cana-de-açúcar a me­lhor do mundo - e mandioca, mais rica em proteínas e vitaminas do que aprópria farinha de trigo. O Amazonas tem a oferecer os seus rios navegáveis;terras adubadas pela mão sábia da natureza; e pelo caboclo, que só conhece opoder apenas pela presença do raio e das chuvas torrenciais. Ali, no interior,só se sabe que há vida pela presença da natureza, pois não há médicos, não háescolas, enfim, há carência de qualquer espécie de assistência. Não desejamosque apenas Manaus seja conhecidaO de que precisamos - e eu o pediria dejoelhos diante do altar da República - li que se conheça, que se sinta o Ama­zonas como ele é: fabuloso e vasto, e abandonado. O Governador José Lin­doso acaba de chegar ao segundo ano do seu Governo. S. Ex' fez o milagre demanter ali a paz social; atendeu ao funcionário público; realizou ou concluiualgumas obras; mas não foi sequer olhado pelo Ministério do Planejamentono sentido de conseguir recursos, verbas para tornar menos cruciante a reali­dade do nosso Estado, no interior e na Capital.

O Sr. Pedro Geraldo Costa -: Permite-me V. Ex' um aparte?

O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Lembro ao nobre orador que oseu tempo já está esgotado.

O SR. JOsuF, DE SOUZA - Veja V. Ex' como o amazônida sofre! Aoportunidade de ouvir V..Ex' seria uma festa para o meu espírito e um licorrevigorante para o meu coração.

O Sr. Pedro Geraldo Costa - Prometo a V. Ex' que o meu aparte serábreve. A extensão do território amazonense, que V. Ex' defende com a vozembargada, é conhecida no mundo inteiro. Portanto, endossamos os recla­mos de V. Ex' e cerramos a eles fileiras.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Muito obrigado a V. Ex'.Concluo, Sr. Presidente. O Amazonas tem à disposição do Brasil e do

mundo: borracha, cacau, dendê, mandioca, feijão, cana-de-açúcar, tudo damelhor qualidade. Mas é necessário que se cultive o seu solo, que se o assista.Se amanhã a cobiça estrangeira, que está sempre vigilante, estender os seusolhos sobre a nossa Amazônia, não sei com que autoridade moral defendere­mos a nossa terra. Sei que o faremos, com bravura e coragem, com o nossosangue e com patriotismo, com civismo e fidelidade à República mas contris­tados por oferecermos. nossa vida em holocausto, e vermos que nos é dadotãopouco, minguada, morosa e avaramente.

Submersos durante a metade do ano, os varzeados do meu Estado, oAmazonas, sofrem pelas enchentes fluviais, o processo de colmatagem, absor­vem massas de detritos minerais e orgânicos, que lhes regeneram constante­mente a fertilidade, permitindo uma produção em proporções geométricas,superior a qualquer outra região do território brasileiro.

São solos, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro da Agricultura doBrasil, com elevado poder de retenção dos elementos nutritivos trazidos pelasinundações, o que lhes imprime condições ideais para a formação de grandeslavouras, altamente produtivas, para abastecer o Brasil e exportarmos.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro da Agricultura, Sr. Presi­dente João Figueiredo, vamos acordar o Governo Federal para a formulaçãoe execução de programas agrícolas para o Amazonas, frente do objetivo na­cional do desenvolvimento da agricultura, para possibilitar a exportação deuma produção complementar, a fim de garantirmos meios para o equilíbriodo balanço de pagamentos do Brasil no Exterior.

Sr. Ministro da Agricultura do Brasil, quero informar a V. Ex' que:I) a batata doce (roxa e cinza) é originária da Amazônia, da região com­

preendida pelas Amazônias peruana e brasileira, até o México.Em 1495, foi introduzida na Europa por Cristóvão Colombo. Da Espa­

nha e Portugal foram levadas raízes para a Jndia, China, Japão e outros paí­ses do Mundo.

2) a batatinha é originária da América do Sul, podendo ser encontradaem estado selvagem no Peru, na Amazônia brasileira, na Bolívia, na Colôm­bia, no Equador e no Chile.

Quando Francisco Pizarro conquistou o Peru, em 1531, encontrou a ba­tatinha, assim como o milho, sendo cultivados pelos Incas, constituindo asduas principais fontes de alimentação daquele povo.

Foi Pizarro quem levou a batatinha para a Espanha, sendo depois disse­minada por toda a Europa, recebendo os nomes de batata "inglêsa", "holan­desa", "portuguesa" etc;

3) O cacau é planta americana, da América Central e do Norte da Améri­ca do Sul, notadamente da Bacia Amazônica. No Brasil, durante muitosanos, a sua cultura, em grande parte nativa, ficou restrita ao Estado do Ama­zonas, que foi o grande exportador para a Europa.

Nos meados do século XVIII, o Governo Federal passou a financiar e in­centivar o seu plantio no sul da Bahia, sendo este Estado, agora, o maior cen­tro brasileiro de produção. Tudo isso utilizando sementes e mudas da Ama­zônia. Apesar do prejuízo causado à Amazônia, ficou no Brasil. Não ocorreuo mesmo com a seringueira, da qual de exportadores passamos a importado­res;

4) a maior produção, por hectare, de cana-de-açucar no mundo, se regis­tra na Amazônia peruana: 104 toneladas por hectare, características iguais anossa. A média da produção brasileira fora da amazônía, é de 42' toneladaspor hectare...

Existe, no PROÃLCOOL, algo em relação ao-plantio de cana e à pro­dução de álcool na Amazônia brasileira?

Não!Entretanto, Sr. Amaury Stábile, em 1637, o Jesuíta Luiz Ferreira dirigiu

carta a Felipe IIT, em que se referia às Terras do Amazonas:

" ... As terras são muito férteis, e se podem fazer infinitos engenhosde açucar, porque estão nelas mui formosas canas ..."

Essa mesma opinião é sustentada pelo padre espanhol Cristóvam d'Acu­na que, acompanhando de Quito a Belém o capitão Pedro Teixeira, ratificoua afirmação dos portugueses:

" ... As maiores culturas que a meu ver se deverão iniciar neste riosão as de açucar ... "

Ainda em 1637, numa carta do "cornandeur" Gedcon Morris de Jorge,endereçada aos dirigentes da Companhia das Indias Ocidentais, com o objeti-

1926 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

vo de chamar a atenção de seus compatriotas holandeses que ocupavam Per­nambuco, a se interessarem' pelo Amazonas, destacava:

"A cana-de-açucar, aqui, no rio das Amazonas, é mais grossa e me­lhor que qualquer outro lugar; alonga-se muito, atingindo altura su­perior a um homem alto, é mais grossa do que o meu braço."

E. em outro trecho da mesma carta:

"Os portuguêses dizem que o solo desta região é muito mais própriopara a indústria de açucar do que Pernambuco ou Bahia."

Ainda mais: na carta em que o Vice-Rei ordenava ao Governador-Geraldo Brasil que socorresse Castello Branco, na conquista do Grão-Pará, o açu­car merece uma referência especial:

" ... pois que no Rio Grande das Amazonas, na banda do norte exis­te uma casa forte e povoação em que os holandeses possuem enge­nhos de açúcar. E sendo a terra fortalecida de todos os mantimentosque costumam haver no Brasil. Ela ê muito acomodada para efeitode se plantarem canas e se fazerem engenhos ..."

5) a mandioca é planta de origem brasileira, sua cultura é dali mais anti­gas e tradicionais do Brasil. Já era cultivada pelos índios, muito antes do des­cobrimento.

No Amazonas, a história dessa cultura perde-se no tempo. Há milharesde anos a cultivam c é onde, no Brasil, sua produção, por hectare, apresentamaior índice e melhor qualidade.

A terra é o fator menos escasso no Amazonas. Por isso sua utilizaçãoprodutiva mais intensa deve ser estimulada. Dessa maneira, vamos encontraro caminho menos oneroso, para disparar os elementos geradores do processode desenvolvimento, explorando-se racionalmente essas várzeas que já estãoroucas de tanto gritar pelo Ministro da Agricultura, oferecendo essa dádivade seu solo para alimentaro Brasil e ajudá-lo a crescer no conceito de País ci­vilizado.

Sr. Ministro Amaury Stábile, é no setor agrícola que a Amazônia tematingido, dentro de apenas os recursos locais, os índices mais elevados de ven­da real.

A expansão das safras agrícolas ocorreu em toda a Amazônia.Diante de tudo isso, como explicar-se que a Amazonia esteja esquecida,

criminosamente, do programa de expansão agrícola do Governo da Repúbli­ca?

As várzeas .do Amazonas - alta e baixa várzeas - são capazes de sus­tentar uma política de base agrária, para o alargamento das fronteiras daagricultura no Brasil. As nossas várzeas já são irrigadas e não irrigáveis...

Todas as culturas de interesse para a economia do Amazonas, quer noque diz respeito ao suprimento alimentar da população, quer quanto às suasatividades industriais são ciclo rápido, como o arroz, feijão milho, mandioca,a batata, que apresentam rendimento físico superior a qualquer outra pro­dução realizada no Brasil, mesmo no Sul, com toda a tecnologia aplicada.

As áreas amazônicas possuem a dádiva de Deus de dispor de condiçõesecológicas extremamente favoráveis ao desenvolvimento da cultura dessesprodutos, em curto rendimento excepcional por hectare, e de contá-los, comogêneros básicos nos hábitos alimentares de suas populações Furais e urbanas.

Também para o conhecimento do Sr. Ministro da Agricultura, queremosinformar ao Sr. Amaury Stábile que não existe, na agricultura brasileira,quantidade e qualidade que supere a mandioca produzida no Amazonas.

Diante disso, não compreendemos que ainda não se tenha essa euforbiá­cea incluída em um programa do Ministério da Agricultura, para a sua indus­trialização, para a fabricação de alimentos.

O principal objetivo a atingir nesse empreendimento, se o Ministério daAgricultura procurar enxergar, é o de-se transformar industrialmente, colo­cando no cículo de mercado, e sob a forma de bens de consumo nobres, umproduto agrícola de inusitada freqüência na região, mas tipicamente de auto­consumo.

Assim, a industrialização dessa "lavoura pobre" repercutiria seus efeitosaltamente benéficos na área de influência da empresa. além de vantagens ge­rais, particularmente financeiras à região, derivadas da conquista de mercadoexterno e subseqüentes receitas da exportação.

Desejamos informar também, ao Sr. Ministro da Agricultura, que análi­ses de laboratório atribuem às hastes e ramas de mandioca, do Amazonas,um teor médio de 20 a 25% em proteínas (a alfafa tem 17%, o milho 8%, aaveia J I % e o farelodc trigo 14%) e de 300 mil unidades internacionais de vi­tamina "A", por libra-peso, além de cálcio e fósforo.

Tudo isso significa que o seu consumo é de importância capital em paísesportadores de carências alimentares e de rebanho.

Um empreendimento industrial, com essa finalidade, pode e deve serexecutado pela iniciativa privada, cabendo ao Governo da República, através

de seus instrumentos financeiros largamente atuantes no Sul do País, guardarsuficiente flexibilidade em seu esquema de produção, selecionando-se, emprincípio, para a adoção alternativa, duas linhas operacionais:

a) produção de farinha de mesa comum, obtida do tubérculo da man­dioca, para dietas rústicas, e de farinha protéica recuperada da desidrataçãodas folhas e hastes de mandioca.

Associando-se as duas farinhas, ter-se-ia o produto enriquecido, paradietas selecionadas (alimentação promovida para grupos populacionais maiscarentes, ou em hospitais, escolas, quartéis etc.).

O material residual permitirá a fabricação de amido ou de tortas para ogado e criação de aves;

b) produção de amido e raspa de tubérculo da planta, notadamente paraexportação, e farelo protéico obtido das folhas e hastes, destinado à produçãocomplementar de rações balanceadas (associações ao farelo de sabugo de mi­lho, farinha de carne e peixe, sangue etc.).

Qualquer das direções adotadas dará ao empreendimento uma situaçãoespecialmente favorável em relação ao mercado.

A raspa da mandioca, se for obtida suficientemente padronizada e comalto rendimento em amido, o que pode ser conseguido facilmente, uns 85%,poderá ganhar, tranqüilamente, o mercado internacional, porque o principalexportador, a Indonésia, apresenta o rendimento máximo de 75%.

E isso, Sr. Ministro Stábile, só pode ser conseguido no Amazonas, ondeo solo das várzeas é uma dádiva de Deus, repito, à espera do Ministro daAgricultura, para transformar-se em um forte gerador de divisas para o País.

Teríamos, então, como características financeiras o fato de que, com bai­xo investimento em máquinas, instalações e estruturas, 'a empresa realizariaum faturamento anual expressivo.

O suprimento de matéria-prima é de solução pacífica, porque a Amazô­nia e toda a região apresentam cultivos de mandioca em estado natural, derendimento superior a 30 t/hectarc nos terrenos de várzea - anualmenteadubados pelo próprio rio.

Em lugar de ter seus próprios mandiocais, a indústria regularia a lavourade fornecedores independentes, financiando-ose assistindo-os tecnicamente.

Com essa informação, só não enxergará o Amazonas quem não quiserver o Brasil desenvolver-se como uma Nação, mas sim atrelado a interessesregionais, primários, sem a grandeza que a nossa querida Pátria exige do pa­triotismo dos verdadeiros brasileiros, para enfrentar o desequilíbrio de nossobalanço de pagamentos.

Tal princípio marginalista só está contribuindo para o agravamento dedesequilíbrio econômico interno, aumentando o mito industrial do Sul, para­relo ao atraso da Amazônia.

Aqui está, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro da Agricultura,Sr. Presidente João Figueiredo, mais esta minha colaboração, porque esseproblema, já dissemos e repetimos, reclama a atuação reguladora, direta e in­transferível. de Sua Excelência o Chefe da Nação, para colocar um ponto fi­nal nesse agravamento da preponderância de urnas regiões e classes sociaissobre as outras.

O SR. PRESIDENTE (Joel Ferreira) - Concedo a palavra ao Sr. Vieirade Magalhães, na qualidade de Líder do Partido Trabalhista Brasileiro.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES (PTB - PRo Como Líder. Pronun­cia o seguinte díscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Partido Traba­lhista Brasileiro realiza, domingo, dia 19 do corrente mês, sua ConvençãoN acional, última etapa na configuração legal para seu registro definitivocomo partida política da República Federativa do Brasil.

, Na verdade, o PTB só necessita de cumprir formalidades legais, poisnunca deixou de ser, para o povo brasileiro, o patamar de suas aspirações.

Outros partidos, após cumpridas as formalidades legais, terão que tentarfixar doutrinas e programas. O PTB já as tem. Não só porque estejam trans­critas em livros, mas pelo seu passado de realizações e conquistas em favor dopovo brasileiro. Mas, após a certeza dc que o PTB é um dos três partidos quese viabiliza diante da lei eleitoral, se faz necessário recapitular alguns fatos e o"porquê" destes fatos. . ,

No início de sua estruturação como partido provisório, estabeleceu-seuma disputa jurídica para a conquista da sigla. Os fatos ainda são recentes.Após ser derrotado em suas pretensões. o Sr. Leonel Brizola apanhou um pe­daço de papel onde estava escrita a sigla do PTB c, em gesto que julgou apo­teótico e definitivo, rasgou o papel diante das câmaras de televisão. Na verda­de, o Sr. Leonel Brizola nada mais fez do que mostrar a toda a Nação a suaimaturidade, o seu temperameto e o seu engano. A sigla do PTB não se des­trói, nem por decreto. A sigla do PTB representa muito mais do que a vonta­de de pessoas e grupos.

Após este fato o partido continuou. A Sr' Ivcte Vargas, demonstrandoum profundo amor ao partido, atuando como simples instrumento de ação

Quinta-feira 9 '11927DIÁRIO DO CONGRESSO NAClQNAL (Seçào I)------------------

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partidária, juntou-se àqueles que desejavam os mesmos propósitos, isto é,reestruturar o PTB.

Vieram, então, outras avalanchas de reações. Ao mesmo tempo em quepregavam que o partido não se viabilizada, que o partido não teria as mini­mas condições, iam à Justiça tentar anular os passos dados. Ocupavam os es­paços na imprensa com acusações, calúnias e difamações. Assim fez o Sr. Lei­te Chaves, Senador da República, que, ao concluir o seu mandato no próxi­mo ano, será lembrado como o senador que, após ter ocupado a tribuna doSenado e após ser chamado a se responsabilizar pelo que disse, retirou sua pa­lavra. Sua ação, diante da Justiça, não conduziu a nada.

Outros recursos e outras ações' se sucederam. A cada vitória do PTB.acusavam a Justiça de venal. Propalavam aos quatro ventos que o PTB eracachorro morto. mas ao mesmo tempo procuravam dar-lhe ponta-pé. Mas épreciso analisar estes fatos. Por que reagir contra o que estaria morto ou nãoexistiria? Por que em um período de formulação partidária, ao invés de sepreocupar com seus partidos. utilizar o tempo em ação nos seus partidos. al­guns ficavam preocupados com o partido do qual não faziam parte?

Essas atitudes têm que ter uma explicação lógica. f; preciso achar expli­cação para certos fatos. Que fatores estranhos teriam levado alguns oposicio­nistas a não permitir a participação do líder do PTB em uma reunião de opo­sições? A explicação dada foi dc que o Sr. Leonel não permitiria a partici­pação do PTB por considerar o PTB um partido adesista. Mas que fator des­conhecido teria Icvado o Ministro da Justiça, Sr. Abi-Ackel, a não convidar oPTB a participar do diálogo sobre a Lei dos Estrangeiros? Será que o Sr.Moura teria conseguido impor ao Sr. Abi-Akel o impedimento da partici- ,pação do PTB? Neste caso, então, o PTB não seria partido confiável ao Go­verno. Não é de estranhar que isto tenha ocorrido.

Aliás-a não presença do Sr. Abi-Ackel no Ministério da Justiça deve es­tar preocupando o Presidente Figueiredo. Até o Planalto deve estar sentindosaudades do ex-Ministro Petrônio Portella.

O Ministro Abi-Ackel, na verdade, faz lembrar a figura daquele cômicoao cinema mexicano - Cantinl1as - fala; fala e não diz nada. O Sr. Abi­Ackel não passa de um "cantinfleador",

Participar de diálogo com o Sr. Abí-Ackel nada representaria, seria detotal inutilidade.

Mas voltemos ao expurgo que tentariam impor ao PTB. O Governo nãoaceita conversar com o PTB. e segmentos da Oposição acusam o PTB de ade­sista. Fica diffcil de entender. mas não impossível. A tentativa teria que ser:matar o PTB no início, na casca, antes que o povo brasileiro soubesse de suavolta. Não conseguiram. O PTB não tem outro compromisso que não seja opovo. O PTB não é de ninguém. o PTB só é do povo.

Concedo o aparte ao Deputado Jorge-Cury,

O Sr. Jorge Cury - Quero dizer à Nação do 'orgulho que o Partido Tra­balhista Brasileiro, PTB, se acha possuído em ter um deputado da sua estirpenas suas fileiras. V. Ex' faz hoje, para esta Casa, um discurso que estava a setornar necessário para dilucidar determinadas dúvidas suscitadas pela má féde uma gama política se dizendo de oposições e nas oposições. e de urna outraincrustada no partido do Governo. Do lado do Governo é evidente o interes­se em obstaculizar o avanço popular do PTB. que está alcançando muitas ca­madas populares. pois é o único partido que tem fundo de comércio, é a únicalegenda que prosperou após a extinção dos partidos políticos em 1976. Vejabem V. Ex' que a UDN, o PSD, o PRo o PSP e outros partidos não renasce­ram. morreram. foram sepultados e relegados ao completo esquecimento. OPTB, não. O PTB ressurgiu qual fênix das cinzas. ressurgiu porque era umanecessidade imperativa para a consciência pública da Nação que fosse restau­rado o partido criado por Getúlio Vargas. um dos maiores presidentes queeste País já teve. o maior espírito nacionalista que teve a ventura de passarpela Presidência da República. Estamos, pois, sendo bombardeados pelo Go­verno e, paradoxalmente, pela Oposição. Até Ulysses Guimarães não protes­tou contra o ato do Ministro da Justiça, que comparece a esta Casa para visi­tar as lideranças dos partidos e relega ao olvido a liderança do PTB. Qual foio protesto do Sr. Ulysses Guimarães? Nenhum. Mas soube lançar seu protes­to, ao qual o PTB se filiou imediatamente, quando o Ministro da Justiça quisevitar o contacto com o Presidene do Partido dos Trabalhadores, Sr. LuizInácio da Silva. Vejam V. Exts que o PTB apanha por ter cão e apanha pornão ter cão. Resolvemos e vamos adotar esta linha de conduta: somos partidode oposição nesta Casa, mas não precisamos de aval de oposição para dizer .que somos partido de oposição. Somos partido de oposição ao Governo e va­mos saber exercitar essa oposição. Que se acautele o Governo, porque parti­rão das trincheiras do PTB os maiores disparates contra os disparos que estãoimperando neste Governo.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Nobre Deputado Jorge Cury, seo PTB não tivesse aqui cumprido aquela formalidade exigida. da realização

de convenções em mais de 9 Estados da País - houve doze ...,.... se o PTB nãotivesse feito as convenções nos seus Estados e, se não fosse agora. num atosimples. fazer a convenção nacional, dia 19 de abril próximo. então justifica­ria o Sr. Ministro da Justiça ter a desconfiança de que o PTB não era partido.Só porque ainda somos um número diminuto de parlamentares nesta Casa?Mas o PTB mostrou que tem representação popular, porque, apesar de umabaixa representação congressual, conseguiu o número de diretórios neces­sários - e muito mais do que o necessário - em todo o Brasil. Não quere­mos desmerecer o trabalho do PDT e do PT, mas eles ainda têm que testarsua capacidade popular na realização de eleições municipais. Esse desconhe­cimento do Sr. Ministro da Justiça. dc chegar hoje a esta Casa, visitar os gabi­netes das lideranças e dizer que o PTB não existe. é uma injúria - perdoe-meV. Ex' -. o que prova que ele não está preparado para ser ministro políticodo Governo.

O Sr. Jorge Cury - Revelo a V. Ex' que o PTB não fez diretórios regio­nais a nível de Brasil; porque se precatou contra os aventureiros.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Em alguns Estados.

O Sr. Jorge Cury - O PTB não está vigendo em todos os Estados daNação porque nós nos precatamos contra os aventureiros. Não admitimosem nossas fileiras aventureiros que se querem valer da legenda do trabalhis­mo sem serem autênticos trabalhistas.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Prossigo. Sr. Presidente.

O Partido Trabalhista Brasileiro é a esperança politica que resta ao povobrasileiro na busca do recquilíbrio entre o capital e o trabalho.

Sua doutrina tem, em seu passado, um enorme crédito nos direitos ad­quiridos pelo trabalho. A criação da Previdência Social .. o reconhecimento ea regulamentação das profissões liberais. o direito à aposentadoria, o saláriomínimo. a jornada de oito horas de trabalho foram conquistas adquiridas pe­los brasileiros em períodos em que o Partido Trabalhista Brasileiro esteve nopoder.

Apôs o golpe de 1964. a legislação social brasileira sofreu retrocesso, ealguns. aperfeiçoamentos apregoados pelos atuais detentores do poder sãomínimos em relação com aquilo que se extraiu. Nem podia ser diferente. Oexercício político somente será praticado em favor do povo, quando não seestiver a serviço de grupos econômicos, a serviço do capital. Os atuais deten­tores do poder buscam, única e exclusivamente, aumentar os lucros dos capi­talistas.

A propaganda realizada pelo atual Governo. mostrando "aparentes"novas conquistas sociais do povo brasileiro, só tem o objetivo de perpetuá-lono poder. .

A única verdade é que, se a política social, iniciada por Getúlio Vargas eimplantada politicamente através do Partido Trabalhista Brasileiro, não ti­vesse sido interrompida. não tivesse sido substituída por uma política de obje­tivos capitalistas. teríamos hoje uma nação valorizada pela capacidade de tra­balho dos brasileiros; uma nação onde os valores seriam dimensionados pelaquantidade de trabalho desenvolvida pelos brasileiros, onde o estímulo fossea produção de cada um e de todos; e não uma nação que hoje é medida. exclu­sivamente, pelos crescentes índices inflacionários e pela dependência, cadavez maior, de dinheiro que tomamos emprestado. que, em última análise, setem constitutuído na sangria pelo capital de quase todo o produto de traba-lho. '

Em resumo. no Brasil, na situação atual. o capital não usufrui unicamen­te de sua remuneração normal: ele avança brutalmente sobre um quinhão quenão lhe pertence, a parte que deve ser resultado do trabalho. Tudo o mais sãodetalhes.

No quadro, atual das determinações políticas, é impossível ter 'urnanação como ~ ente social.

Portanto, é preciso. antes de tudo. uma nova orientação política. porquetudo depende da doutrina política que adotarmos.

O combate à inflação, a dívida externa, o déficit habitacional, a crise deenergia. a crise de alimentos. a distribuição de rendas. a crise educacional e desaúde dependem da doutrina política que estiver no poder.

Uma nação é só um ente social. As doutrinas e modelos econômicos s6podem ser instrumentos e não objetivos. Fazer doinício das soluções, paraqualquer povo. a ação econômica é erro. O início é e s6 deve ser a ação políti­ca, o fim, o bem-estar do povo.

Nos fatores de produção, o capital é ente econômico, o trabalho é entesocial. O capital é detido por meia dúzia; o trabalho pertence a cada um:

Distribuir riqueza. portanto. é valorizar o trabalho. Valorizar o capital éconcentrar riquezas. Então. é preciso que o trabalho assuma o poder. Capita­lista e' banqueiros no poder só buscarão aumentar os lucro. do capital e,como conseqüência, roubar o fruto do trabalho. .

1928 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

É preciso não confundir com o capital selvagem de que fala, as empresasque acoplam seu capital ao trabalho de forma harmônica e distributiva.

O capital inconveniente é aquele que se utiliza de expedientes para explo­rar o trabalho. Capital só pode ser interpretado como resultado de trabalhoarmazenado. Não é justo que o capital tenha origem na exploração do traba­lho dc outros. Não é justo que a riqueza armazenada pelo trabalho dê origemao capital. a que se armazena como resultado do trabalho é riqueza, que deveter um só destino: a melhoria das condições de quem deu origem a esta rique­za - o trabalhador.

a que acontece no Brasil é exatamente o contrário. Tomemos um exem­plo: as multi nacionais oferecem ao Pais dinheiro emprestado com a finalida­de de implantação eleindústrias. Este dinheiro é repassado pelos ditos bancosde desenvolvimento às própriasmultinacíonais que implantam estas indús­trias. O País passa a pagar juros ao próprio grupo que usou o dinheiro. Como'a indústria usufrui de lucros na venda de sua produção, este lucro é na reali­dade fruto somente do resultado do trabalho e não do capital empregado poiseste está sendo remunerado na operação de empréstimo.

Portanto, o lucro da indústria deveria ser totalmente distribuído sob for­ma de salário ao trabalhador. Com este lucro que fica, indevidamente, namão do capitlista, ele passa a financiar o trabalhador na aquisição de produ­tos (automóveis, geladeiras, televisores etc...). Estes financiamentos gerammais lucros ao capital, que, na verdade, não foi investido.

O Sr. Magnus Guimarães - Agradecemos a V. Ex', Deputado Vilela deMagalhães, da valente e aguerrida bancada do Paraná, a oportunidade quenos dá para que possamos dizer algo, principalmente sobre o tema abordadopor V. Ex. nesta oportunidade: o trabalho, o trabalhismo, o capital. Segura"mente, a história já registra os feitos adminsitrativos dos governos trabalhis­tas daquela época. Tudo isso é condensado numa pessoa só, os êxitos, as rea­lizações administrativas, no campo da proteção à lavoura, ao agricultor àscrianças e às empresas nacionais: Dr. Leonel de Moura Brizola, Presidente doPartido Democrático Trabalhista.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - E Getúlio, onde é que fica?

O Sr. Magnus Guimarães - O Governo do Dr. Brizola, no Estado doRio Grande do Sul - e são fatos históricos, no campo das multinacionais,como V. Ex' bem falou, é um exemplo raro na América Latina: fez encamparpela Justiça a International Telefhonic Company e a Bond and Sharc. Sei queV. Ex. não preza muito a liderança do Dr. Brizola...

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Pelo contrário.O Sr. Magnus Magalhães - ... como seus colegas subestimam o seu va­

lor, ridicularizam-no e minimizam sua força eleitoral. Mas, a bem da verda­de, achamos que trabalhismo que se preze, no nosso País, tem que iniciar asua trajetória política no Rio Grande do Sul. E não me consta que o partidode V. Ex. se tenha firmado ou tenha sua sustentação eleitoral e política noRio Grande do Sul.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Nobre Deputado, permite-meum aparte?

O Sr. Magnus Guimarães - Devo dizer, que nós, trabalhistas, sob a lide­rança do Dr. Brizola, não aceitamos ironias. E mais, agora sim, para concluire contentá-lo, agradecendo a V. Ex' a generosidade do aparte, cito uma ex­pressão muito comum lá no Rio Grande do sul: o que é do homem, o bichonão come. A liderança do Dr. Leonel Moura Brizola ninguém tira, por maisque alguns iluminados se atrevam a tentar deslustrar a figura histórica que re­presenta.

a SR. VILELA DE MAGALHÃES - Permite-me V. Ex' responder aoseu aparte? A liderança do nobre Governador Leonel Brizola ninguém tira.V. Ex. talvez não estivesse aqui no começo do meu discurso, quando diziaque o PTB, apesar das dificuldades, havia chegado ao fim da primeira etapade formalização do partido: a Convenção Nacional, no dia 19. Estamosaguardando, ansiosamente, a liderança do Sr. Leonel Brizola. Juro a V. Ex'que, no dia em que V. Ex' anunciar aqui a Convenção Nacional do seu parti­do, ao invés de criticá-lo, cu o parabenizarei. Desejamos, ardentemente, que oSr. Leonel Brizola prove sua liderança, porque o PTB é um partido que nãotem dono. Para mim, Brizola e outros são apenas lideranças episódicas, quenada representam, Sua sigla é muito mais forte do que qualquer dessas lide­ranças ocasionais. Não será o Sr. Jânio Quadros, grande líder nacional, reco­nhecemos, nem Ivete Vargas que erguerão o PTB!

O Sr. Magnus de Guimarães - V. Ex' fala muito bem sobre siglas, mastratamos de princípios. A sigla de V. Ex' é quase um esbulho.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Nobre Deputado Magnus Gui­marães, permita-me responder à sua pergunta. O PTB representa, acima detudo, uma doutrina. Agora, V. Ex' dizer que.foi só Leonel Brizola... E Ge­túlio Vargas, onde fica? E Pasqualini, Fernando Ferrari, a brava gente do RioGrande do Sul? Onde estão os trabalhadores de São Paulo, do Paraná, que fi-

zeram passado no trabalhismo nacional? Respeito o Estado de V. Ex', Depu­tado Magnus Guimarães, como sendo a região onde tiveram origem os movi­mentos trabalhistas, todavia, pelo amor de Deus, não despreze um nomecomo o doDr. Doutel de Andrade, do seu vizinho Estado de Santa Catarina.V. Ex. mesmo, hoje, se utiliza de sua liderança naquele Estado.

O Sr. Magnus Guimarães - Do Dr. Brizola, especificamente.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Ele não é o único trabalhista doBrasil

O Sr. Magnus Guimarães - É do Rio Grande do Sul.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Reconheço nele a ação trabalhis­ta. Ele quer ser dono de uma nova sigla, mas achamos que ele devia ficar noPTB e provar, vamos dizer assim sua Lidernça a esta Casa e à Nação.

a Sr. Magnus Guimarães - Ele tem suas razões. E problema de compa­nhia.

O SR. VILELA DE MAGALHÃES - Prossigo, Sr. Presidente.

Estaroda-viva é injusta. A cada giro sangra o trabalho. Todo este siste­ma indevido de produzir riqueza transfere aos povos ditos desenvolvidos re­cursos resultantes do trabalho dos povos subdesenvolvidos.

Portanto, povo subdesenvolvido é um estado de transparência de rique­zas, fruto do trabalho a povos desenvolvidos.

O Brasil, como qualquer nação do mundo, só poderia sair do subdesen­volvimento, quando o resultado do trabalho deixasse de ser transferido a ou­tros povos ou grupos.

Evidentemente, povos e grupos que estejam usufruindo destes recursos,o fazem dc modo indevido. É uma forma legalizada de roubo. Costuma-se es­

_tabelecer paralelos de subdesenvolvimento e desenvolvimento, utilizando-secomo único parâmetro o distanciamento da educação do povo. Não é verda­de. Educação é um dos fatores.

Se educação fosse o único fator para o desenvolvimento econômico, al­guns países da OPEP não estariam nadando em dinheiro. O que aconteceucom estes países foi que passaram a valorizar o que têm.

O Brasil, como Nação, tem dois fatores fundamentais para o desenvolvi­mento: a natureza, representada pelas riquezas- naturais de seu território, ri­quezas que, dentro de suas características, são tanto ou mais significativasque O petróleo e não são extinguíveis como o ouro negro, e a capacidade detrabalho de mais de 120 milhões de hrasileiros. O nosso trabalhador tem tan­ta capacidade de produção quanto um trabalhador europeu. O capital, comofator de produção, deve entrar disciplinado e em sua devida posição.

Já são nítidas as vantagens territorais que o Brasil oferece, entre elas al­gumas boas condições para o bem-estar social e a segurança. Isto nos leva asupor que, muito brevemente, tais vantagens (já igualmente sensíveis diantedo mapa da Terra) poderiam até servir de argumento para que o Governofaça exigências ao ingresso de capitais estrangeiros no País. Não é coisa parao futuro, mas para já, talvez.

Nossos recursos naturais são taõ vantajosos para impor condições quan­to à vantagem que hoje é usufruída pelos países exportadores de petróleo.

A tese que o Brasil deve adotarê a de cobrar para participar de nosso ter­ritório. E não pagar. Então, por que se deixar ser explorado? Por que o traba­lhador brasileiro continua dando o fruto de.seu suor, quando ele é o dono doterritório? Por que passarmos fome?

São distorções que não devem continuar. Não podem continuar. Mas,voltemos ao princípio: a valorização do trabalho, lembrando que todo esseefeito negativo reside no princípio da exploração do trabalho pelo capital, depreponderância de quem utiliza o capital como único fator de enriquecimen­to. Os países da OPEP fizeram o capital se curvar diante da natureza.

Somente uma doutrina política voltada para a valorização do trapalho,em contraposição à desmesurada valorização do capital, permitirá uma inver­são da situação brasileira.

E qual é o caminho? É utilizar o instrumental político mais evidente.Não há necessidade de inventar novas fórmulas. Ê preciso juntar as forças detodos os setores de trabalho. O operário, o engenheiro, o professor, a donda­de-casa, o estudante (futura força de trabalho), o empresário nacional, enfim,todos. em torno de urna ação política de valorização do trabalho. O instru­mento político (em que ser um partido político.

E por que o PTB é o caminho mais rápido? Porque sua sigla possui o cré­dito adquirido como instrumento de constituição da-Nação como ente sociale não apenas econômico. PTB sobrepõe-se a toda e qualquer Liderança episó­dica. O PTB é muito mais forte que o mais prestigiado dos Líderes. Se algu­mas figuras corno Getúlio Vargas, Alberto Pasqualini, e Fernando Ferrarí sesituaram como Líderes trabalhistas. foi porque sempre souberam colocar-secomo personalidades, abaixo dos objetivos que o Partido Trabalhista Brasi­leiro propõe.

Abril de 1981- DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1929

o Partido Trabalhista Brasileiro sempre foi vocação das massas detra­balhadóres brasileiros. Ê preciso somar as forças dos operários, a força dosprofissionais Liberais, dos estudantes, do empresariado nacional e da dona­de-casa.

O que é incoerência é alguém sobrepor a sua personalidade a uma dou­trina política.

Durante o discurso do Sr. Vilela de Magalhães, o Sr. Joel Ferrei­ra, Suplente de Secretário, deixa a cadeira da presidência, que é ocu"pada pelo Sr. Haroldo Sanford, lr-Vice-Prestdente.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Concedo a palavra ao SI.Alberto Goldrnan, na qualidade de Líder do Partido do Movimento Demo-crático Brasileiro. .

O SR. ALBERTO GOLDMAN (PMDB - SP. Como Líder. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nosso País caminhána direção de um verdadeiro impasse no que se refere às decisões que devemser adotadas para que à Nação brasileira possa atravessar esta etapa de gra­ves dificuldades.

O Governo, embora de posse de um projeto de abertura política, contro­lada e limitada, encontra-se politicamente isolado, sem bases sociais sólidas,sustentado fundamentalmente pelas Forças Armadas.

Por outro lado, as oposições democráticas, que ainda estão dando ospassos iniciais no sentido de obter uma sólida unidade, encontram-se sem anecessária articulação orgânica com os movimentos esetores sociais que re­nascem e se reorganizam na luta pelos seus interesses.

Neste quadro, nem o Governo consegue levar adiante o projeto de aber­tura sem o apoio popular, nem as forças democráticas têm força suficientepara impor um rápido processo de democratização, que ignore a realidade dopoder instalado. '

O impasse, para a qual todos estamos sendo arrastados já há algum tem­po, reflete tanto a profundidade da crise que atravessamos como a simulta­neaneidade de suas manifestações. É uma grave crise nacional que se dá emum momento de aguda crise mundial. fi uma grave crise política que se super­põe a uma crise econômica, num quadro de gritantes carências sociais. Tal si­multaneidade de problems torna extremamente difícil a solução de um dos as­pectos dessa crise, o institucional, por exemplo, sem que se encaminhem so­luções para os demais problemas.

Dessa maneira, a indefinição de rumos e a inexistência de projetos nacio­nais confiáveis e legitimados, num contexto de agravamento da crise, levam aque os setores interessados no retrocesso político sintam-se estimulados emsua insanidade.

Assim, torna-se urgente a construção dos pré-requisitos básicos parauma solução democrática do impasse, que afaste decididamente as ameaçasde retrocesso e que, ao mesmo tempo, abra caminha para se avançar em di­reção a um desenvolvimento econômico que tenha como objetivo a melhoriadas condições sociais, na plena 'vigência das liberdades democráticas a seremconquistadas pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.

Tal esforço, porém, somente será frutífero se for assumido unitariamentepelo conjunto das forças comprometidas com a Democracia e se incorporaruma ampla participação popular. E isto porque a construção de tal saída éum empreendimento de natureza eminentemente política e de tal porte, quenão poderá ser levada a cabo apenas por alguns setores da sociedade.

Fazendo uma breve avaliação do quadro de virtual impasse em que nosencontramos, podemos constatar que ele decorre basicamente da falta deconfiabilidade que o Governo e seu projeto político inspiram à sociedade.

Reconhecemos que o Governo tem conseguido manter a iniciativa políti­ca, tanto em algumas questões de maior fôlego -como a reforma partidária- quanto no que diz respeito a questões agora ao propor diálogo às opo­sições nos termos definidos pelo próprio Governo, obrigando-nos a ir a rebo­que dos acontecimentos e de forma desarticulada.

Mas essa iniciativa tem sido sempre, até aqui, mais voltada para o pró­pósito de manter o conteúdo fundamental do regime, do que para a busca dasverdadeiras soluções que a crise reclama. Por isso ele evita tratar de questõesque envolvam as definições de rumos, que são fundamentais para a cons­trução de uma ordem democrática. E por isso a abertura não avança e podeaté retroceder, animado os insanos que almejam devolver o País ao arbítrio eàs violências intoleráveis de anos recentes.

Sabemos que o projeto, de abertura que o Governo se empenha emim­plementar foi formulado pelos setores que, tornando-se hegemônicosno blo­co das forças conservadoras que se juntaram em torno do golpe de 1964, pas­saram, a partir de certo momento, a recusar a ditadura aberta como a maisadequada e eficaz forma de controle político e social, voltando-se para a bus­ca de uma certa normalidade institucional.

Por isso esse projeto é excessivamente limitado. O reordenamento insti­tucional pretendido é tacanho e conservador, ao ser concebido como uma ca­misa de força para conter a iniciativa dos setores sociais majoritários no ce­nário nacional. A abertura é por demais estreita e excludente, para conseguirsoldar interesse sociais com o peso necessário para neutralizar as resistênciasdos setores mais retrógrados do regime c da sociedade..

Tal projeto, porém, não está aquém das atuais necessidades e possibili­dades nacionais apenas por sua formulação original mas, fundamentalmente,por não se defrontar, na sociedade brasileira, com uma dinâmica' política queacabe por levá-lo a ultrapassar seus próprios limites e a contribuir para oavanço do árduo processo de plena redemocratização.

E isto porque tal dinâmica, que fosse capaz de superar os limites do pro­jeto governamental, deveria ter como força implementadora e principal fia­dora os próprios partidos de oposição, unificados e intimamente articuladoscom os interesses sociais que dessem sustentação a um projeto mais avança­do.

Às oposições democráticas não interessa o fortalecimento dos setoresmais retrógrados do regime e o emperramento do processo governamental deabertura política que, embora limitado e insuficiente, representa um avançoem relação aos negros tempos de 1969/1975.

E entendemos que, a perdurar o atual impasse, a principal e mais nefastaconseqüência será o revigoramento dos setores interessados num drástico re­trocesso da situação política, os quais se nutrem da gravidade da crise sócio­econômica que aflige a Nação brasileira.

Nesse sentido, torna-se cada vez mais premente que os partidos de opo­sição assumam a iniciativa política e criem condições para a implementaçãode uma saída democrática e socialmente avançada. Para tanto, é necessária amais íntima e unitária articulação das forças oposicionistas em torno de umprograma mínimo comum, que as capacite a dialogar com o Governo nos ter­mos exigidos pela gravidade da situação nacional e não naqueles definidospela estreiteza de seu propósito de manutenção do poder político.

Às forças democráticas interessa o diálogo, mas o diálogo que, eliminan­do a ameaça de retrocesso, viabilizc uma crescente participação das forçaspopulares nas decisões a nível do poder político.

Para que o diálogo tenha tais características, faz-se necessário que suaforma seja tal que contribua para o fortalecimento dos partidos políticos edos demais organismos da sociedade civil, de forma a incentivar um profundoenraizamento social de tais instituições e uma maior organicidade brasileira.

E mais, além da forma adequada e democrática, impõe-se que tal diálogocentre-se nas questões nacionais mais urgentes, além das questões localizadase específicas, a fim de impedir que as oposições se afastem de suas reais preo­cupações: Ou seja, as oposições não devem negar-se à convocação governa­mental _para discutir questões especfficas, mas precisam empenhar-se paraque seja colocado na mesa e nas agendas da discussão aquilo que existe demais substantivo e decisivo. No momento julgamos que devem ser abordadosnas dicussões os seguintes temas: a questão da reforma da legislação eleitoral,que, ao repudiar os casuísmos, assegure às eleições de 1982 uma ampla legiti­midade; a revogação da atual Lei de Segurança: Nacional e sua substituiçãopor uma legislação que proteja a integridade nacional e a legalidade democrá­tíca; e a reorientação da atual política econômica num sentido claramenteanti-recessionista e que objetive a melhoria das condições de vida e de traba­lho da população mais carente. Isto implicará a corajosa renegociação dadívida externa, a implementação de políticas públicas nas áreas de extremacarência, tais como saneamento, saúde, educação, habitação, transporte e ali­mentação, e no aproveitamento das capacidades produtivas colocadas naociosidade pela atual orientação da política econômica.

Concedo o .aparte ao nobre Deputado Tidei de Lima.

O Sr. Tidei de Lima - Nobre Deputado Alberto Goldman, V. Ex' pro-, fere Um discurso cujo tema é importantíssimo não só pela polêmica que susci­ta, mas porque interessa profundamente à Nação brasileira. Entendo que V.Ex' coloca o assunto de maneira correta, mas haveria necessidade de lembrarque a oposição, na sua maioria, no que tange ao projeto de abertura do Gene­ral Figueiredo, é totalmente favorável. Na oposição se diz até que, "ruim comFigueiredo, pior sem Figueiredo". Então, é importante que se mantenha oPresidente Figueiredo e, se for o caso, em recurso extremo, a oposição sorna­rá com o Presidente para dar-lhe sustentação no sentido de garantir a conti­nuidade do seu projeto. Isso nos parece pacffico. Entretanto, há necessidadetambém de o Presidente Figueiredo agir concretamente para obstar a açãodos inimigos do processo de abertura - por exemplo, os que praticam osatentados terroristas, que todos sabemos de conotação direitista, os quaisquerem interromper a marcha do País rumo à democracia plena. O GeneralFigueiredo não tem tomado posições concretas a respeito disso. São essasomissões que fazem com que setores da oposição brasileira desco~fiem do ob-

1930 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

jetivo real ou da profundidade do projeto de abertura do Presidente. Parece­nos que V. Ex' faz uma colocação importante, ou seja, que as oposições esta­riam dispostas a dialogar e deveriam fazê-lo. Mas lenbro a V. Ex' que paraisso haveria necessidade de o General João Figueiredo dar mostra de que aabertura é real. Interessa-nos que o Presidente Figueiredo esteja empenhadona abertura, mas também que esteja empenhado em punir, em praticamente

, eliminar os inimigos de seu projeto de redemocratização.

O SR. ALBERTO GOLDMAN - Eu diria, nobre Deputado Tidei deLima, que a limitação desse regime está justamente no bojo, no centro, nocerne da sua própria substância, porque foi elaborado de uma forma exclu­dente em relação às grandes maiorias da Nação, exatamente porque elabora­do pelas forças hegemônicas que deram o golpe de 1964, que entenderam que,para que se pudesse manter seu próprio conteúdo, era preciso modificar a suaforma, dar-lhe certo invólucro institucional. O processo, utilizado durante es­ses 17 anos de violências, de traumatismos, de exclusão das grandes parcelasda população, não mais podia dar-lhes sustentação, para que pudessemavançar em seu projeto econômico-social e, principalmente, neste momento,para que possam superar a crise na qual o País está inserido.

O projeto do General Figueiredo, como do regime desde o General Gei­sel, é limitado e não tem condições de, por si só, debelar essa crise. A camisa­de-força que tenta impor ao povo brasileiro impede-o de resolver as dificulda­des econômicas que o País enfrenta, provocadas, é verdade, pela situaçãomundial, mas agravadas pelo modelo adotado.

O Sr. Tidei de Lima - Permite-me V. Ex'? Indaguei sobre a profundida­de do projeto de abertura, porque não houve, até hoje, referência à Assemble­ia Nacional Constituinte, cuja convocação viria coroar esse projeto. Como aAssembléia Nacional Constituinte representa o fim do regime, talvez não te­nha sido ela colocada como objetivo final, justamente porque iria desgostaros que, hoje, lhe dão sustentação.

O Sr. Cardoso Alves - Nobre Deputado Alberto Goldman, de certa for­ma não apenas me alegro, mas sobretudo exulto ao ver V. Ex' tratanto dessetema da maneira como o faz e recebendo, coincidentemente, um aparte donobre Deputado Tidei de Lima. Voltamos a março de 1979 quando se encon­travam unidas as oposições sob a legenda do MDB, partido profundamentevinculado com a Nação brasileira. Naquelaocasião, subi a tribuna e sugeri aoPresidente do partido, Deputado Ulysses Guimarães, ao Líder Freitas Nobree aos membros da bancada que o meu partido, pelas suas lideranças mais ex­pressivas, à luz meridiana do dia e da maneira mais franca possível, fosse aoPalácio do Planalto procurar conhecer o plano de abertura do General Fi­gueiredo, apoiando os pontos coincidentes, a fim de ganhar autoridade paradiscutir mais profundamente, em benefício da Nação, os pontos obscuros oucontrários ao nosso pensamento. Eu recomendava ainda que, se o MDB, querepresentava as oposições unificadas, hoje divididas, descobrisse na propostado Presidente a mentira, o engodo, ele voltasse à carga, fortalecido na sua au­toridade política, quando haveria de apontar à opinião pública o perjúrio doChefe da Nação. Mas nada disso aconteceu. E vejo agora V. Ex', o Vice­Líder de então, e o nobre Deputado Tidei de Lima que, em vigoroso aparte,se contrapusera à minha posição, assumirem essa mesma posição de uma ma­neira mais moderada, mais compreensiva, mais inteligente, fazendo hoje, tar­de, o que eu quis fazer mais cedo, aos olhos do povo à luz do dia, sem nenhu­ma trapaça, sem nenhum intuito adesista. E disto fui acusado na ocasião, aponto de o hoje Líder, ontem o Vice-Líder Odacir Klein, usando a palavrapela Liderança, declarar que este Deputado não falava em nome do partido,mas no seu próprio, e que suas teses não eram endossadas pelo MDB: Masnão mudei eu, mudou o Natal. O Presidente do partido que, ontem, não foiconversar com o Presidente da República sobre o seu projeto global, foi, hoje,conversar com o Ministro da Justiça sobre detalhes da Lei dos Estrangeiros.mutatis mutandis, nobre Deputado, V. Ex' repete o meu discurso, não ipsts Iil­tais. mas em todo seu espírito. E o nobre Deputado Tidei de Lima, que antesme aparteava contra, hoje aparteia V. Ex' a favor. O tempore. o mores!

O Sr. Tidei de Lima - Permita-me, Deputado Alberto Goldman. Gosta­ria de esclarecer ao Deputado Roberto Cardoso Alves que o meu aparte foi afavor do diálogo, com alguma ressalva, dentre as quais a de que o Presidentedeveria tomar algumas medidas concretas. Desejaria dizer ainda a S. Ex' que,à época, o Presidente João Baptista Figueiredo estava com o revólver aponta­do para o MDB. A situação era de extermínio do partido a que eu pertencia.Por isso é que quero justificar a nossa atitude, a minha e a do Deputado Ulys­ses Guimarães, pois jamais poderíamos dialogar com alguém que pretendiaexterminar o partido de forma criminosa. Eu corroborava, naquela oportuni­dade, a atitude do Presidente do MDB. Já que sentia também que, naqueletempo, jamais se poderia dialogar, porque o diálogo seria, repito, com aqueleque dispunha da força para acabar com a nossa legenda partidária. Nãopodíamos, portanto, concordar com tal iniciativa. Esse raciocínio é que nor-

teou as nossas palavras naquela época. Hoje, alterado todo o quadro parti­dário, há necessidade de diálogo que, inclusive, deve ser cordial. Expus a V.Ex', e tenho certeza de que ficará gravada nos Anais da Casa, a nossa po­sição, que não é contrária àquela que formamos no passado. Pelo contrário, oquadro da realidade brasileira mudou, e a nossa posição certamente evoluiucom essa mudança, o que não aconteceu com a do Deputado Roberto Cardo­so Alves.

O SR. ALBERTO GOLDMAN - Nobre Deputado Cardoso Alves, V.Ex' está alegrando-se com uma declaração que não fiz, que talvez esteja nasua mente, mas não no corpo deste discurso. V. Ex' não deve ter prestadoatenção, porque, em nenhum momento, eu poderia aceitar qualquer proximi­dade entre a posição exposta aqui e a de V. Ex' de ir ao Palácio do Planaltopara conhecer os planos do General Figueiredo.

O Sr. Bonifácio Andrada - Permita-me um aparte?

O SR. ALBERTO GOLDMAN - Darei o aparte, mas preciso estender­me até para que V. Ex' entenda melhor o que estou tentando dizer. Os planosdo General Figueiredo estão plenamente configurados - eu o disse - numaabertura que tem caráter excludente, tacanho e conservador, que tem caráterde uma camisa-de-força, na qual pretende colocar o povo brasileiro, com ofim de manter o conteúdo fundamental do regime.

Não pretendo apoiar esse tipo de abertura, se bem que a entendo umpasso adiante em comparação com o que aconteceu nos anos de 69 a 75,quando se procurava impor as vitórias deste sistema com base na violência,nos assassinatos, na agressão em todos os sentidos.

O. Sr. Darcy Passos - Permite-me um aparte?

O SR. ALBERTO GOLDMAN - Para que se entenda melhor o teordeste pronunciamento, devo ir um pouco adiante antes de dar os apartes aoDeputado José Bonifácio, ao Deputado Darci Passos e a outros Deputadostambém.

Prossigo, Sr. Presidente.Em síntese, entendemos que cabe às oposições a oportunidade histórica

de, pela sua iniciativa política, retirarem o Pais do impasse em que se encon­tra, levando a que sejam atendidas as mais sentidas reivindicações nacionais.Neste sentido elas devem adotar, desde já, uma afirmativa ação política, su­perando uma atitude, que cada vez mais se revela corno" imobilista, dereservar-se para o momento em que assumir o Governo.

A gravidade de nossa responsabilidade perante a história pode ser resu­mida no entendimento de que os limites da abertura governamental residemnas próprias limitações e debilidades das oposições democráticas.

O Governo Figueiredo não pode ir além das forças que o apóiam, da suabase social, das forças hegemônicas que estão ainda no regime, e que são asmesmas que sustentaram o movimento de 1964.

Ainda assim, é preciso que saibamos aproveitar as brechas que se abremna rígida postura do Governo, produto das pressões populares que se exer-­cem constantemente, forçando-as e ampliando-as com iniciativas políticasconcretas e avançadas, obrigando o Governo a se pronunciar sobre as ques­tões mais candentes e que definem o centro da crise em que vivemos.

Assim, cabe-nos realizar os esforços para romper os limites nos quais oGoverno tenta balizar a nossa ação, tomando decisivamente a iniciativa desuas mãos e propor o diálogo que é possível- e necessário - e que interessaà Nação.

Decididamente, não podemos-e não queremos nos manietar ao mani­queísmo do tudo ou nada. Devemos saber jogar, a todo instante, com as con­tradições do regime, aproveitando-as para avançar, isto é, valendo-nos deuma realidade imposta a esse regime, para que se mantenha. Ele é e está sen­do obrigado a aceitar um processo de abertura, que não é sua concessão, masconquista nossa. Então, tiramos proveito desses fatos para ampliar o proces­so, transformando-o numa realidade dentro da sociedade, para que as ques­tões fundamentais possam ser colocadas na mesa de negociações e não, evi­dentemente, serem tratadas dentro dos limites que a iniciativa política do Go­verno tenta nos impor, dentro das amarras que tentam estabelecer à Oposiçãoe ao povo brasileiro.

Com prazer, ouço o nobre Deputado Darcy Passos.

O Sr. Darcy Passos - Nobre Deputado ALberto Goldman, pelo que en­tendi do aparte do Deputado Roberto Cardoso Alves, S. Ex' reproduzindo aposição que teria defendido na época, colocava a visita ao Presidente Figuei­redo como uma iniciativa visando a julgar da credibilidade do seu projetopolítico o problema da credibilidade é eminentemente subjetivo. Nesse senti­do, uma visita para testar a credibilidade colocaria uma análise política nojogo do personalismo, do relacionamento de pessoas. O discurso de V. Ex',na medida em que o estou entendendo - e suponho que o esteja - apontacontradições que são objetivas, que não estão dentro da credibilidade das pes-

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Svçào I) Quinta-feira 9 19JI

soas, mas nos fatos. O modelo autoritário foi um instrumento pelo qual seimplantou um modelo econômico elitista. À proporção que os fatos ocorrem,tentam abrir o modelo autoritário, enquanto preservam o modelo econômicoelitista. Isto significa uma contradição que o Governo enfrenta, no sentido deser um regime forte, que não tem, porém, exercido com toda a violência e der­ramamento de sangue a sua força, mas que tem necessariamente, por causado plano econômico, uma base estreita de sustentação. Então, creio que o dis­curso de V. Ex' está justamente nos despertando para isso, para a contradiçãointerna, ínsita no projeto do próprio Governo, entre a tentativa de abertura,no plano político, e a restrição que o modelo impõe, no plano social. E apon­ta, pois, a tarefa das Oposições, que sequer são responsáveis pelo modelo au­toritário. Portanto, as forças contrárias ao Governo não têm que fazer com­promisso com democracia alguma possível, relativa etc. e tal. Elas têm o com­promisso de construir a democracia, apontando ao Governo - inclusive,porque é sua tarefa a representação popularc- a necessidade de mudar, nãosó no plano político, mas no plano econômico, para que a base social assegu­re a abertura democrática.

O SR. ALBERTO GOLDMAN - Obrigado a V. Ex'. Ouço o nobre De­putado Bonifácio de Andrada.

O Sr. Bonifácio de Andrada - De certa forma,nós nos regozijamos como discurso de V. Ex'. Aliás, o Deputado Cardoso Alves fez, aqui, alguns co­mentários, dentro dos quais poderíamos nos situar. Mas, de qualuer maneira,a conceituação de V. Ex' não casa com a nossa no tocante à terminologia, noque diz respeito, digamos assim, à concepção de certos valores. Diria a V. Ex'que-os grupos hegemônicos, hoje, fazem partes de um contexto, de um blocohistórico - para ir na direção da conceituação de V. Ex' - diverso de doisou três blocos históricos, por que passou a evolução revolucionária no País.Hoje, há uma síntese. E a nossa posição é de que o movimento de 64 buscou oreforçamento de certos valores, que consideramos permanentes na evoluçãorevolucionária brasileira que queremos cada vez mais consigam a sua reali­zação, a sua concretização: os valores democráticos e cristãos. E o Sr. Presi­dente da República está empenhado nisso, como todos nós, apesar - diga­mos assim - de algumas críticas que V. Ex' faz à sua atuação. No entanto,percebe-se que, de um modo geral, todas as Lideranças oposicionistas com­preendem e vêem no Líder da Nação, hoje, um grande esforço para que o seuprojeto democrático fique dentro desses valores permanentes da evolução re­volucionária brasileira, que são os valores cristãos e os democráticos, em prolda liberdade e de melhor justiça social para o nosso povo.

O SR. ALBERTO GOLDMAN - Nobre Deputado Bonifácio de An­drada, o que colocamos claramente é que o projeto de abertura política doGoverno, se bem que o entendamos em avanço em relação ao que existia nopassado, já se autolimitou, porque, na sua forma, não consegue mais superara crise que estamos vivendo. E esta crise não é algo' que afeta apenas o Gover­no, mas também a Nação, e o povo brasileiro. Sabemos que as suas conse­qüências serão descarregadas sobre os mais h umildes desta N ação, como já

. vem ocorrendo no processo de recessão e no processo de desemprego que es-tão acontecendo. Em São Paulo, presentemente, é um fato violento o desem­prego, sem falar 'na redução da jornada de trabalho e a conseqüente reduçãodos salários. Esta crise decorre das limitações do próprio projeto do Gover­no. O que estamos propondo é que a iniciativa política seja retirada do Go­verno. Fazemos uma proposta acima e além daquela que o Governo preten­de, assumindo a iniciativa polltica de uma proposta de diálogo sim, mas se­gundo os nossos ditames, segundo a nossa visão. Ouço o nobre colega.

O Sr. Cardoso Alves - Nobre Deputado, queria dizer apenas a V. Ex'que. ao contrário do que pensou o Deputado Darcy Passos, que aqui não es­tava presente, e do que insinuou V. Ex', não propus nenhuma visita de cor­dialidade do meu partido ao Presidente Figueiredo. Propus uma cobrança dapalavra do Presidente da República, através do Presidente Ulysses Guirna­rães,Apenas isto. Não propus que S. Ex' fosse em visita ao Palácio do Planal­to. como acho que S. Ex' não foi também ao Ministério da Justiça. Propusuma cobrança de intenções - nada de subjetivo, tudo de objetivo: sabe, o

, que pretendia e no que poderíamos ajudar, no que diz respeito à abertura, e °que poderíamos discutir no que diz respeito à fechadura.

O SR. ALBERTO GOLDMAN - Nobre Deputado Roberto CardosoAlves, não M necessidade de cobrar coisa alguma. Aquilo a que o regime sepropõe, ele vem cumprindo. Ele não propõe nada daquilo que nós efetiva­mente reafirmamos no sentido de uma democracia real, a nível dos interessesdo povo. Não há necessidade de cobrar uma coisa que sabemos que ele está,fazendo. A democracia do general Figueiredo é a democracia limitada quesempre se propôs a fazer; não é a democracia que defendemos a nível depro­grama. Devemos colocar na mesa das negociações a questão da consolidaçãode um processo eleitoral legítimo e democrático; de uma lei de segurança na-

cional que garanta a democracia e preserve os interesses nacionais; de supe­ração do falso dilema inflação ou recessão com uma política econômica de in­teresse de nosso povo, enfrentando conseqüentemente a questão da renego­ciação da dívida externa. Esses são fatos substanciais. Esses são fatos concre­tos que, até agora, o Governo não admite discutir. Esses três pontos já são su­ficientes para o início de um verdadeiro diálogo e para enfrentar-se, pela viaque interessa a toda a Nação, o impasse que ora se configura. (Palmas.)

O SR. PRESlDENTE (Haroldo Sanford) - A Presidência prorroga, deofício, a presente sessão pelo tempo necessário para a votação e discussão dasmatérias constantes na Ordem do Dia.

O Sr. Presidente (Haroldo Sanford) -

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei nv 2.930-A, de1976, que acrescenta parágrafo ao art. 19 da Lei n9 6.179, de 11 dedezembro de 1974, que instituiu amparo previdenciário para maio­res de sententa anos de idade e para inválidos; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa; da Comissão de Trabalho e legislaçãosocial, pela aprovação; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação,com Substitutivo. .,,- Relatores: Srs. Altair Chagas, Arnaldo La­fayette e Adriano Valente.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - A Comissão de Finanças,ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter a votos o seguinte

SUBSTITUTIVO

O Congresso Nacional decreta:Art. I. É acrescentado ao art. I. da Lei n. 6.179, de 11 de dezembro de

1974, o seguinte parágrafo:

"Parágrafo único. As exigências de que tratam os itens I, TI e In nãosão aplicáveis aos inválidos congênitos ou aos que se tenham invalida­do para o trabalho antes de 16 anos de idade."

Art. 2. O art. 8. da Lei nv 6.179, de 11 de dezembro de 1974, passa a vi-ger com a seguinte redação:

"Art. 8. O custeio do amparo estabelecido nesta Lei será atendido,sem aumcntode contribuições, pelo destaque de uma parcela da re­ceita do INPS e do FUNRURAL, correspondente a 0,5% (cinco dé­cimos por cento) da folha de salários-de-contribuição. onerando empartes iguais cada uma dessas entidades."

Art. 3. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estão. ((Pausa.)

Aprovado.Em conseqüência, está prejudicado o Projeto.Vai à redação final.

O Sr. Presidente (Haroldo Sanford) -Discussão única do Projeto de Lei n. 236-A, de 1979, que acres­

centa item ao § ]9 do art. 19da Lei n9 6.205, de 29 de abril de 1975,. que estabelece a descaracterização do salário mínimo como fator de

correção monetária; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa,com Substitutivo; da Comissão de Trabalho e Legislação Social,

.pela aprovação, com adoção do Substitutivo da Comissão de Cons­tituição e Justiça; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação. (DoSr. Mário Frota) - Relatores: Srs. Feu Rosa, Túlio Barcellos eOdacir Klein. .

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Não havendo oradores ins-critos, declaro encerrada a discussão. •

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - A Comissão de Consti­tuição e Justiça, ao apreciar o projeto, ofereceu ao mesmo e vou submeter avotos o seguinte,

SUBSTIT{jTIVO

O Congresso Nacional decreta:Art. 1. O item VI do § I. do art,"]? da Lei n. 6.:105, de 29 de abril de

1975, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. l,' ,; ,' .Ij I· .VI - O auxílio-natalidade, previsto no art. 3.3 da Lei o' :U07, de 26de agosto de 1960 - Lei Orgânica da Previdência Social."

1932 .QulatA.felrl 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

Art. 29 Os encargos financeiros decorrentes da aplicação desta lei cabe­rio ao Instituto Nacional da Previdência Social à conta dos recursos previs­tal pelo art. 69 da Lei n9 3.807, de 26 de agosto de 1960.

Art. 39 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Os Sr. que o aprovam quei­ram permanecer como estilo. (PallSl.)

Jt~j~il4do.

O SR. PRESIDENTE(Haroldo Sanford) - Vou submeter a votos o

PROJETO N9 236-A, DE 1979

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 Dê-se ao item VI do § 19do art. 19da Lei n96.205, de 29 de abril

de 1975, a seguinte redação:

"VI - o auxílio-natalidade, previsto no art. 33 da Lei Orgânica daPrevidência Social (Lei número 3.807, de 26 de agosto de 1960)."

Art. 29 Entrarã esta lei em vigor na data de sua publicação, revogadasas disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Os Srs. que o aprovam quei-ram permanecer como estão. (Pausa.)

Rejeitado.Vai ao Arquivo.

O Sr. Presidente (Haroldo Sanford) -

Discussão única do Projeto de Lei nv 239-A, de 1979, que consi­dera perigosa a atividade dos trabalhadores que exercem atividadesem contato com energia elétrica de alta tensão, e dá outras provi­dências; tendo. pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Co­missão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação, com Subs­titutivo; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação. (Do Sr. Octá­vio Torrecilla) - Relatores: Srs. Joaci! Pereira, Nelson Morro e Oli­vir Gabardo.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Há sobre a mesa e vou sub­meter a votos o seguinte

REQUERIMENTO

Sr. Presidente,Nos termos regimentais, requeiro a V. Ex! o adiamento da discussão do

Projeto n9 239-A, de 1979, por cinco sessões.Sala das Sessões, 8 de abril de 1981. - Bonifácio de Andrada.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford)- Os Srs. que o aprovam quei­ram permanecer como estão. (Paasa.)

Aprovado.Em conseqüência, a matéria sai da Ordem do Dia.

O Sr. Presidente (Haroldo Sanford) -

Discussão única do Projeto de Lei nv I.3l6-A, de 1979: que re­gulamenta o exercício da profissão de Desenhista, e determina ou­tras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade, juridicidade ,ç técnica legislativa;e, das Comissões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças,pela aprovação. (Do Sr. Carlos Nelson) - Relatores: Srs. LuizLeal, Adhemar Ghisi e Leorne Belém.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Não havendo oradores ins­critos, d.eclaro encerrada a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Tendo sido oferecida umaemenda ao Projeto n9 1.316-A de 1979, em discussão única, volta o mesmo àsComissões de Constituição e Justiça, de Trabalho e Legislação Social e de Fi­nanças

EMENDA AO PROJETO DE LEI N9 1.316-A/79I) Dê-se à alínea a do art. 29 do Projeto de Lei a segui~te redação:

"a) os portadores de diplomas de Desenhista expedidos por escolasoficiais ou reconhecidas;"

O projeto de lei na redação original refere-se à Diretoria do Ensino Supe­rior que já foi extinta. Por outro lado, o que interessa é que a escola seja reco­nhecida.

2) Suprima-se o art. 79, renumerando-se os demais.

O salário profissional não é razoável de ser estabelecido, pois em se tra­tando de profissional liberal deve-se deixar por conta do mercado de traba­lho. Além disto choca-se com a política salarial do funcionalismo público quetem legislação própria.

Sala das Sessões, 8 de abril de 1981. -·Booifácio de Andrada.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford)-

Primeira discussão do Projeto de Lei n9 198-A, de 1979, que as­segura direitos aos empregados no caso de falência ou concordatada empresa; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, daComissão de Trabalho e Legislação Social, pela rejeição deste eaprovação, com emenda, do de n9 2.445/79, anexado. (Do Sr. Ulys­ses Guimarães) - Relatores: Srs. Bonifácio de Andrada e AmadeuGeara.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Não havendo oradores ins­critos, declaro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Há sobre a mesa e vou sub­meter a votos o seguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente:Requeiro preferência, nos termos regimentais, para a discussão e vo­

tação do Projeto de Lei n92.445, de 1979, do Deputado Júlio Costamilan, queconsta anexado ao Projeto de Lei n9 198, de 1979, tendo em vista o parecer daComissão do Trabalho e Legislação Social, competente regimentalmentepara opinar quanto ao mérito.

Sala das Sessões, 8 de abril de 198I. - Odacir Klein, Líder do PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Os Srs. que o aprovamqueiram permanecer como estão. (Pausa.)

Rejeitado.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Vou submeter a votos o

PROJETO N9 198-A, de 1979O Congresso Nacional decreta:Art. 19 O § 19do art. 449 da Consolidação das Leis do Trabalho, apro­

vada pelo Decreto-lei n9 5.452, de 19de maio de 1943, passa a vigorar com aseguinte redação:

"§ 19 Na falência e na concordata, constituirão crédito preferen­cial os depósitos devidos ao Fundo de Garantia do Tempo de Ser­viço, a totalidade dos salários devidos ao empregado l: um terço dasindenizações a que tiver direito, e crédito quirográfico, os restantesdois terços."

Art. 29 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Os Srs. que o aprovamqueiram permanecer como estão. (Pausa.)

Aprovado.Passa à 2t discussão.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford)- Nada mais havendo a tra-:tar, vou levantar a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:

Alagoas

Divaldo Suruagy - PDS.

Bahia

Rogério Rego - PDS.

Espírito Santo

Gerson Camata - PMDB.

São Paulo

Aurélio Peres - PMDB.

Santa Catarina

Pedro Collin --"- PDS; Walmor de Luca - PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Sanford) - Levanto a sessão designan­do para amanhã a seguinte

Abril de 1981 D1Á~IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1933

ORDEM DO DIA

TRAMITAÇÃO

EM URG:F.:NCIA

Votação1

PROJETO DE RESOLUÇãO N.o 201-A, DE 1981

Votação em discussão única, do Projeto de Resolução n.O201-A, de 1981, que altera ,o art. ~O do Regimento Interno; tendoparecer favorável do relator designado pela Mesa. Pendente deparecer da Mesa às emendas de Plenário. (Do Sr. c.audíno Sales)- Relator: Sr. Furtado Leite.

PRIORIDADE

Discussão2

PROJ'ETO DE LEI N.o 4.159-A, DE 1977

Discussão única do Projeto de Lei n.o 4.159-A, de 1977, queacrescenta parágrafo único ao art. 439 da Consolidação das Leisdo Trabalho (CLT); tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade e técnica legislativa; e, daComissão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação. (DoSenado Federal) - Relator: Sr. Jú:io Costamilan.

ORDINÁRIA

Votação

3

PROJErO DE LEI N.o 1.312-A, DE 1979

Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.o 1.312-A,de 1979 que institui o "Dia do Aposentado"; tendo pareceres: daComissiÍ.o de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, ju­rídlcldade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação do den.> 1.451179 e pela prejudicialidade deste e do de n,> 1.452/79; e,da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação, comsubstitutivo. (Do Sr. Antônio Russo) - Relator:, Sr. Nilson Gibsone Adhemar Ghisi.

Discussão

4

PROJETO DE LEI N.o 78-A, DE 1979

Discussão única do Proj-eto de Lei n.o 76-A, de 1979, que acres­centa § 10 ao art. 10 da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973, quealterou a Lei Orgânica da Previdéncia Socia:; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, iun­dicidade e técnica legislativa, com emenda; da oomíssão de Tra­balho e Legislação Social, pela aprovação, com emenda; e daComissão de .Finanças, pela aprovação, com Substitutivo. (Do' Sr.Adhemar Ghisi) - Relatores: Srs. Lidovino Fanton, Pedro Carolae Ohristóvam Ohiaradia.

5

. PROJETO DE LEI N,? 244-A,DE 1979

Primeira discussão do Projeto de Lei n.> 244-A, de 1979, quedispõe sobre a aposentadoria proporcional, aos 25 anos de serviço,da mulher, através do INF'S; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constítucíona.ídadc e técnica legisla­tiva, com emenda: da Comissão de Trabalho e Legislacão SOcial,pela rcjeíçâo deste ·e aprovação do de n,o 673/79 a esté anexado,com emenda; e, da Comissão de Finanças, pela rejeição deste eaprovação do de 11.° 673179 a este anexado, com adoção da emendada Comissão de Trabalho e Legislação Social. (Do Sr. HenriqueEduardo Alves.) - Relatores: Srs. Francisco Benjamim, NilsonGibson e Adriano Valente.

Avisos

CAMARA DOS DEPUTADOS

SECRETARIA GERAL DA MESA

Relação dos Deputados Inscritos no Grande Expediente

Abril/19S1

DATA DIA DA SEMANA NOME

9 Quinta-feira Horácio OrtizTarcísio Delgado

10 Sexta-feira Paulo GuerraJoão Gilberto

13 Segunda-feira Mendonça NetoAluízio Bezerra

14 Terça-feira Louremberg Nunes RochaJerônimo Santana

15 Quarta-feira Antônio MorimotoFlorim Coutinho

22 Quarta-feira Edison LobãoAdhemar Santillo

23 Quinta-feira Waldir WalterMilton Figueiredo

24 Sexta-feira Feu RosaRoque Aras

27 Segunda-feira Nf<tJur JúniorMário Frota

28 Terça-feira Nosser A'meidaEmídio Pe.rondi

e 29 Quarta-feira . Leorne BelémCláudio Strassburger

30 Quinta-feira Christiano Dias LopesOdulfo Domlngues

CONVOCAÇAO

Nos termos do § 2.° do art. 76 do Regimento Interno, .fícamos Srs. Membros das Comissões Técnicas abaixo relacionadas con­vocados para, nas datas fixadas, procederem à eleição dos Presi­dentes e dos respectivos Vice-Presidentes.

Brasília, 27 de março de 1981. - Nelson Marchezan, Presidenteda Câmara dos Deputados.

ELEIÇAO DOS PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTESDAS COMISSOES

GRANDE EXPEDIEiNTE

Dia 9 de abril de 1981 - (quinta-feira)

- Comissão de Agricultura e Política Rural '.~ Comissão de Economia, Indústria e Comércio

- Comissão do Interior

- Oomissão de Trabalho e Legislação Social

- COmissão de Transportes

- Oomíssão de 8erviçó Público

oradores:

1 - Horácio Ortiz

2 - Tarcísio Delgado

''''-.'''';t.''''~'"",,

I"-----,~

OTÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçâ» I)1934 Quinta-feira 9

Líder

Více-Líderes

Z.a-feira

3.a-feira

4.a-feira

s.a-feira

6.a-feir a

Líder

Vice-Líderes

Z.a-feira

3.a-feira

LIDERANÇASPDS

Cantídio Sampaio

C~audino SalesSiqueira Campos

Carlos AlbertoGióia JúniorJairo Magalhães

Bonifácio de AndradaCarlos ChiarelliEdison Lobão

AIípio CarvalhoDjalma BessaRicardo Fiuza

Hugo Napoleão.Jorge Arbage

PMDB

Odacir Klein

(escala)

Pimenta da VeigaIranildo PereiraWalmor de Luca

Alvaro DiasEdison KhairAudálio Dantas

Líder

Vice-Lideres

Z.a-feira

4.a-feira

6.a-feira

Lider

Vice-Líderes

Z.a-feira

3.a-feira.

4.a-feira.

5.a-feira.

Líder

Vice-Líderes

Abril de 1981

PD~

Alceu CoUares

(escala)

I Magnus Guimarães

I Magnus Guimarães, ,

J Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

Magnus Guimarães

PT

Airton Soares

(escala)

Luiz Cechinel

Luiz Cechinel

,Luiz Cechinel

Luiz Cechinel

Luiz Cechinel

PTB

Jorge Cury

(escala)

• • •

4.a-feira

5.a-feira

6.a-feira

Líder

Vice-Líderes

Z.a-feira

3.a-feira

4.a-feira

5.a-feira

6.a-feira

Osvaldo MacedoJorge ViannaJáder Barbalho

Fernando CoelhoIsrael Dias-NovaesWalter Silva

Mendonça NetoRalph BiasiCarlos Bezerra

PP

Thales Ramalho

~ (escala)

'Carlos CottaPeixoto. Filho

Carlos Sant'AnaWalber Guimarães

João LinharesRubem Dourado

Antônio MarizRubem Dourado

Louremberg Nunes RochaJoão Menezes

Z.a-feira

4.a- feira

5.a -feira

6.a-feira

OP! - Juros

Reunião: 9-4-81

Hora: 10:00 h.

Pauta: Comparecimento dos Srs. Mailson Ferreira da Nóbrega- Coord. de Assuntos Econômicos do Min. da Fazenda, Dr. Alés.sioVaz Primo - Diretor de Crédito Rural do Banco do Brasil e Dr,José Kleber Leite de Castro -Diretor de Crédito Rural e Indus­tri'al do Banco Central.

OPI - CHEIAS DO S. FRANCISCO

Reunião: 9-4-81

Hora: 10:00 h

Pauta: Comparecimento do Deputado José Bandeira - Pre­sidente de Comissão Estadual de Defesa Civil - Alagoas.

Reunião: 23-4-81

Hora: 10:00 h

Pauta: Comparecimento do Sr. Paulo Abreu - Presidente doBlndíeato Bural de Pirapora -: MG.

* • •

Reunião: 30-4-81

Hora: 10:00 h

Pauta: Comparecimento do Sr. Erasmo José de Almeida ­Presidente da CODEVASF.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO'NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 1935

CONGRESSO NACIONAL

.l

PROPOSTA DE!ElMENDA A CONSTITUIÇAO N.D 94/80

"Altera e acrescenta dispositivos na Constituição FeQeral, parao fim de tornar regra o ensino gratuito a cargo do POOer Público."Autor: DeputaJClo Osvaldo Macedo. .

Comissão Mista

Presidente: Deputado Alcir PimentaVice-Presidente:. Deputado Jorge ArbageRelator: Senador Jutahy Magalhães

Prazo

Até dia 12-4-81 - no Congresso Nacional.

2

PROPOSTA DE EMENDA Â COW,TITUIÇAO N.O 95/80

"Altera a redacão dos §§ 3.° e 4.0 do art. 39 da ConstituiçãoFederal." (Maior representatividade, na Câmara, das populaçõesdos Territórios.) Autor: Deputado Odacir Soares.

Comi"l8ão Mista

Presidente: senador A.dalberto SenaVice-Presidente: Senador Jorge KalumeRelator: Deputado Júlio Martins

Prazo

Até ·dia 19-4-81 - no Congresso Nacional.

3

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTLTUIÇAO N.O 96/80

"Acrescenta.§ 8.° ao art. 32 da Constituição :Federal." (S/imu­nídades parlamentares.i Autor: Deputado Adhemar de BarrosFilho.

Comissão Mista

Presidente: Senador Nelson CarneirOViC'e-Presidente: Senador Bernardino VianaRelator: Deputado Arrisio Vieira Lima

Pruo

Até dia 10-5-81 - no Congresso Nacional.

~

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 97/80

"Dá nova redação aos arts. 101 e 102 e ao item XIX do art. 165da Constituição Federal." (S/aposentadoria.) Autor: senador Nel­son Carneiro.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Melo FreireVice-Presidente: Deputado Mrísio vieira LimaRelator: Senador Jutahy Magalhães

Prazo

Até dia 26-4-81 - no congresso Nacionlll.

5

PiROPOSTA DE EMENDA A CONBTlTUIÇAO N.o 98/80

"Acrescenta dispositivos à Constituição Federal, determinandoa realização de Plebiscito para a Instalação de Usina Nuclear DOTerritório Nacional.", Autor: Deputado Jorge Uequed.

Comissão MiSta

Presidente: Deputado Pedro FariaVlce4'resldente: Deputado Dareíüo Ayres~lator: nenador Bernardino Viana·

Prazo

Até dia 17-5-81 - no Congresso Nacional.

I)

PROPOSTA DE EMENDA A OON'STlTUIçAQ NP 99/80

"Dá nova redação ao item VI, do art. 13, dOa. ConstituiçãoFederal." Autor: Deputado Brabo de' Carvalho.

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado Afrisio Vieira Lima

Pralm

Até dia 24-5-81 - no Congresso Nacional.

'7

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o OI/SI

. "Introduz parágrafo no artigo 103 da Constituição Federal."(S/direito adquírído.)

Autor: Deputado Samir Achôa.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Juarez FurtadoVice-Presidente: Deputado JO!l:Cil PereiraRelator: Senador Raimundo Parente

Prazo

Até dia 14-4-81 - Apresentação do parecer, pela COmissão;

Até dia 13-6-81 - Prazo no Congresso Nacional.8

PROPOSTA DE EMENDA A CONBTlTUIÇAO N.o2/81

"Altera a redação do parágrafo único do artigo 145 da oons­títuíção Federal" ts/exercícío da: judicatura, nos tribunais supe­riores, por brasileiro naturalizado).

Autor: Deputado Alexandre Machado

Comissão Mista

Presidente: Senador Pedro SimonVice-Presidente: Senador Aderbal JuremaRelator: Deputado Bonifácio de Andrada

Prazo

Até dia 14-4-81 - Apresentação do parecer pela COmissão;

Até dia 13-6-81 - Prazo no Congresso Nacional.

11

PROPOS'11A DE EMENDA A CON8TITUIÇAO N.o 3/81

"Acrescenta parágrafo ao artigo 152 da Constituição Federal."(SI dotações PI fundos partídárío.) - Autor: senador RobertoSaturnlno.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Aldo FagundesVice-Presidente: Deputado ·Humberto Souto

.Relator: Senador Almir Pinto

Prazo

Até dia 21-4-81 .:- Apresentação do parecer, pela Comissão;

Até dia 20-6-81 - Prazo DO Congresso Nacional.

10

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 4/81

"Altera a redação do § 34 do artigo 153, da Constituição Fe­deral." (Aquisição de propriedade rural p/ brasileiro, estrangeiro,pessoa natural ou jurídica,) - Autor: Senador Roberto Saturnino.

1936 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACJONAL (Seção l) Abril de 1981

Comissão Mista

Presidente: senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Aloysio ChavesRelator: Deputado Francisco Benjamim

Prazo

Até dia 21-4-81 - Apresantação do parecer, pela comissão;

Até dia 20-6-81 - Prazo no congresso Nacional.

11

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.o.5/81

"Altera a redação do § 1.0 do art. 102 da Constituição Federal."(S/ proventos da ínatívídade.I Autor: senador Roberto saturnino.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Edgard AmorimVice-Presidente: Deputado -Honorato ViannaRelator: Senador José Lins

Prazo

Até dia 28-4-81 - Apresentação do parecer, pela comissão:

Até dia 29-6-81 - Prazo no Cpngresso Nacional.

12

PROPOSTA DE EMJ<JNDA A OONSTITUIÇAO N.o 6/81

"Assegura a Deputado e' Senador o direito de ser nomeadoGovernador do Distrito Federal, ou exercer a presidência de autar­quia, empresa pública ou sociedade de economia mista, sem perdado mandato." Autor: Deputado Hugo Mardini.

Comissão Mista

Presidente: Senador Henrique SantilIoVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Deputado olaudíno Sales

Prazo

Até dia 28-4-81 - Ap:resentação do parecer, pela Comissão;

Até dia 29-6-81 - Prazo no Congresso Nacional.

13

PROPOSTA DE EMENDA .A CONSTlTUTÇ1íJO IN!' 7/81

"Altera o art. 29 da Constituição Federal." (Decreto-lei, noperíodo do recesso do consresso.) Autor: Dep, José Costa;

Comissão Mista

Presidente: Deputado Délio dos SantosVice-Presidente: Deputado Antônio MorimotoRelator: Senador Passos Pôrto

Calendário

Dias 8, 9, 10, 11, 12, 13; 14 e 15-4-81 - Apresentação das emen­das perante a COmissão.

Prazo

Até dia 5-5-81 -Apresentação do parecer pela Comissão;

Até dia 4-8-81· - Prazo no Congresso Nacional.

14

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O$ 8, 9 !E 10/81

"Modificam disposições dos arts. 101, 102 e 165 do texto cons­titucional, visando à aposentadoria dos Professores aos vinte ecinco anos de serviços, sob os regimes Estatutário e da COnsoli­dação d!l.!l Leis do Trabalho." Autores: Alvaro Dias, Alvaro Valle eJl1n1a Marlse.

Comissãô Mista

Presidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Lenoir VargasRelator: Deputado Cardoso de Almeida

Calendário

Dias 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 11)..4-81 - Apresentação das emen­das perante a Comissão.

Praro

Até dia 5-5-81 - Apresentação do parecer pela Comissão;

Até dia 4-8-81 - Prazo no Congresso Nadonal.

15

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 4/79

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paraelaboração de lei, criando o Ministério da Produção Animal. edeterminando outras providências." Autor: Deputado Ruben Fl­gueiró.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Geraldo FlemingVice-Presidente: Deputado Genésio de BarrosRelator: Senador Benedito Canelas

16

PROPOSTA DE DELEGAÇãO LEGISLATIVA N.o 5/79

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paraelaboração de lei, dispondo sobre o desdobramento do Ministériodas Minas e Energia, em Ministério das Minas e' Ministério deEnergia." Autor: Deput-ado Horácio Ortlz.

Comissão Mista

Presidente: Senado-r Itamar FrancoVice-Presidente: 'Senador Almir PintoRelator: Deputado Carlos Sant'Ana

17

PROPOSTAS DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o. 6, 7 E 8/79

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paraelaboração d~. lei, dispondo sobre a criação do Ministério da Mu­lher e da Criança." Autores: Deputada Lúcia Viveiros, SenadorLázaro Barboza e Deputada Júnia Marise, respectivamente.

Comissão M:ista

Presidente: Depu'n da Júnia MariseVice-Presidente: Deputado Leur LomantoRelator: Senador Almir Pínto

18

PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLATIVcA N.o 1/80

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República.criando um parque alcoolquímíco no litoral do Estado do Piauf."Autor: Deputado Carlos Augusto.

Comissão Mista

Presidente: Senador Agenor MarIaVice-Presidente: Senador Luiz CavalcanteRelator: Deputado Osmar Leitão

19

PROPOSTA DE DEIJEGAÇA,O LEGISLATrv:A N.o 3/80

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paracriação do Ministério do Desenvolvimento do Nordeste, e dá outrasprovidências." Autor: Deputado Sérgio Murilo.

Abril de 1981 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 J937

Comissão Mista,

Presidente: Senador Marcos FreireVice-Presid:ente: Senador Bernardino VianaRelator: Deputado Nelson Morro

20

PROPOSTAS DE DBLEGAÇAO LEGISLATIVA N.OS 4,5/80 E 7/80

"Propõem delegação de poderes ao Presidente da Repúblicapara elaboração de Lei, dispondo sobre a criação do Ministério daAmazônia." Autores: Deputados·. Lúcía Viveiros, Vivaldo Frota, eSenador Jutahy Maga:lhães.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Nélio LobatoVice-Presidente: Deputado Antônio FerreiraRelator: Senador Almir Pinto

21

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 6/80

"Propôedelegat;\ão de poderes ao Benhor Presidente da Repú­blica para a elaboração de lei díspondo sobre a. reestruturação dosMinistérios da Saúdit e da Previdência e Assístêneía SoctaL" Autor:Deputado Carlos Sant'Anna.

Comissão Mista

Presidente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente: Senador Almir PintoRélator: Deputado Túlio Barcellos

22

PROJETO DI! LBI N.O OI-OH/81

"Dispõe sobre a aposentadoria dos juízes temporários da Uniãode que trata a Lei Orgânica da Magistratura NacionaL" (Mens.n.OS 7-CN/81 e 65/81-PE.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Lázaro BarbozaVice-Presidente: Senador Bernardfno Vil\naRelator: Deputado Adhemàr Ghisi

Prazo

Prazo no Congresso Nacional - do dia 16-3-81 ao dia 25-4-81.

23

PROJETO DE LEI N.o 2-CN/81

"Altera a composição dos Tribunais Regionais do Trabalho quemenciona, cria cargos, e dá outras providências." (Mens. n.06

8/81-0N e 72/81-PE.)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Antônio RussoVice-Presidente: Deputado Nilson GibsonRelator: Senador· Jutahy Magalhães

Prazo

Prazo na Comissão - dia 11-4-81;

Prazo no Congresso - dia 20-3-81 ao dia 1.°-5-81.

24

PROJETO DE LEI N.o 3-0N/81

"Fixa os valores de vencimento ou salário do Grupo-Ativi­dades Aeroespaciais do Serviço .Civil do Poder Executivo, e dáoutras providências." (Mens, n.O 13-CN/31 e 78181-PE.)

Comissão Mista

Prestriente: senador Lázaro BarbozaVíce-Prestdente: Senador Moacyr DallaRelator: Deputado Leorne Belém

Prazo

Prazo na Comissão - dia 20-4-18,1;

Prazo no Congresso Nacional - do dia 27-3-81 ao dia 8-5-el.

25

PROJETO DE LEI N,o 4-CN/81

"Restringe a aplicação do art. 2.° dá Lei n.> 4.729, de 14 dejulho de 1965, e do art. 18, § 2.°, do Decreto-lei n.o 157, de 10 defevereiro de 1967, e revoga o Decreto-lei n.o 1. 6,50, de 19 dedezembro de 1973." Autor: Poder Executivo (Mens. n.OS 84/31-PE e18-CN/8l) .

Comissão Mista

Presidente:Deputado Walter SilvaVice-Presidente: Deputado José Mendonça BezerraRelator: Senador Aloysio Chaves

Calendário

Dias 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14-4-81 - Apresentação das emen­das, perante a Comissão.

Prazo

Prazo na Comissão -'--- dia 27-4-81;

Prazo no Congresso Nacional- do dia 3-4-81 ao dia 15-5-81.

26

PROJETO DE LEI N.05-0N/81

"Acrescenta parágrafo ao art. 13 da Lei n.O 5.107, de 13 desetembro de 1966, que criou o Fundo de Garantia do Tempo deServiço." Autor: Poder Executivo. (Mens. n,o 85/81-PE, e n,o19/81-CNl .

Comissã.o Mista.

Presidente: Senador Franco MontoroVice-Presidente: Senador Lomanto JúniorRelator: Deputado Vivaldo Frota

Calendário

Dias 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15-4-81 - Apresentação das emen­das perante a Comissão.

Prazo

Prazo na Comissão - dia 27-4-81;

Prazo no Congresso - dia 6-4-81 ao dia 18-5-81.

27

MENSAGEM !N.o 149-CN180

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n,o 1.813, de 24 de novembro de 1980, que "instItuiregime especial de incentivos para os smpreendímentos integrantesdo Programa Grande Carajás e dá outras providências." Autor:Poder Executivo. (Mens. n.o 546/80.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Aloysio ChavesVice-Presidente: Senador Jorge KalumeRelator: Deputado Jorge Arbage

Prazo

Até dia 25-4-81 - no Congresso Nacional.

28

MENSAGEM N.o 9-00/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacíonal o texto doDecreto-lei n.O 1.314, de 28 de novembro de 1981, que "altera astabelas do imposto de renda incidente na fonte sobre rendimentosde trabalhos assalariados e não assalariados', e dá outras provi­dências." Autor: Poder Executivo. (Mens. n. O 621/80.)

1938 Qulnta.feira 9

Comissão Mista.

Presidente: Deputado M&rcelloCerqueiraVice-Presidente: Deputado Vivaldo FrotaRelator: senador Passos Pôrto

Prazo

Até dia 12-4-81 - na Comissão Mista;

Até dia 22-5-81 - no COngresso Nacional.

DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Fued DíbVice-Presidente: Deputado Raul BernardoRelator: Senador Passos Pôrto

Prazo

Até dia 20-4-81 - na Comissão Mista;

Até dia 29-5-81 - no Congresso Nacional.

33

Abril de 1981

29

MENSAGEM N.o 10~/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1.815, de 9 de dezembro de 1980, que "dispõe sobreapuração de resultados do exercício financeiro, e dá outras pro­vidências." Autor: Poder Executivo (Mens. 11.0 659/80).

(lomissão Mista

Presidente: Senador Alberto SilvaVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado José Carlos Fagundes

Prazo

Até dia 12-4-81 :- na Comissão Mista;

Até dia 22-5-81 - no Congresso Nacional.

30

MENSAGEM N.o 11/CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-Ieín,s 1.816, de 10 de dezembro de 1980, que "modifica a sís­temática de cálculo da correção monetária incidente sobre as con­tribuições de Prevídêncía Social não pagas, e dá outras provídên­cías''. Autor: Poder Executivo (Mens. n.o 660/80).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Sebastião RodriguesVice-Presidente: Deputado Antonio PontesRelator: Senador Lourival Baptista

Prazo

Até dia 22-5-81 - no Congresso Nacional.

81

MENSAGEM N.o 12/CN/81

"Submete à delíberação 00 Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n. O 1.817, de 11 de dezembro de 1980. que "dispõe sobre aexecução, no Território Federfrl de Rondônia, do Plano Nacional deHabitação Popular (PLANHAPJ. e dá outras providências". Autor:Poder Executivo (Mens, n." 661/30),

Oomlssâo Mista

Presidente: Senador Alberto SilvaVice-Presidente: Senador Jorge KalumeRelator: Deputado tsaae Newton

Prazo

Até dia 22-5-81 no Congresso-Nacional, '

32

, MENSAGEM N.o 14-CN/31

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1.818, de 11 de dezembro de 1980, que "dispõe sobrereavaliação de bens do ativo imobilizado da Rede Ferroviária Fe­deral S.A." Autor: Poder Executivo (Mens, n. O 662/30.)

MENSAGEM N." 15-DN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-Ieí n.O 1.819, de 11 de dezembro de 1980 que "reajusta ova'or do soldo base de cálculo da remuneração dos militares."Autor: Poder Executivo. (Mens. n. O /1.1>3/80.)

Comissão Mista.

Presidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Deputado Antonio Pontes

Prazo

Até dia 20-4-81 - na Con:b~50 Mista;

Até dia 29-5-81 - no co;;'gresso Nacional.

34

MENSAGEM N.o 16-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n,v 1.320, de 11 de dezembro de 1980, que "reajusta osvencimentos, salários e proventos dos servidores civis do PoderExecutivo, bem como das pensões, e dá outras providências." Autor:Poder Executivo. (Mens. n.o 664/30,)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Horácio HortizVice-Presidente: Deputado Ossían AraripeRelator: Senador Jutahy Magalhães

Prazo

Até dia 20-4-81 - na comissão Mista;

Até dia 29-5-81 - no Congresso ,Nacional.

35

MENSAGEM N.o 17-CN/81

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o ~xto doDecreto-lei n. O 1.821, de 11 de dezembro de 1980, que "re~Justa osvalores de venci mantos e proven tos dos membros da MaglstraturaFederal do Dístrito Federal e Territórios e do Tribunal de Contasda união. bem assim os de pensões e dá outras providências."Autor: Poder Executivo. (Mens. n.o &65/80.)

Comissão 1I-Iísta.

Presídente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Moacyr DallaRelator: Deputado Athiê Coury

Prazo

Até dia 20-4-81 - na Comissão Mista;

Até dia 29-5-81 - no Congresso Nacional.

·36

VETO PARCIAL - Projeto R. o 35-CN/80(MENS. 01/CN/31 e 643/30-PE)

"Dispõe sobre a extinção e criação de cargos dos Quadros Per­manerites das Secretarias do Superíor Tribunal Militar e das Au­ditorias da Justiça Militar, e dá outras providências.".

Abril de 1981

Comissão Mista

DIÁRIO DO CONGRESSO NA('J()~i\L (Secào I)

Prazo

Quinta-feira9 1939

Presidente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente: Deputado Milton BJ:andãoRelator: Senador Almir Pinto

Prazo

Prazo no Congresso Nacional - do dia 13-3-81 ao dia· 29-4-81.

37

VETO TOTAL - Projeto n.o 1.425179('MENS. n.? 2[CN/81 e 644/8ü-PE)

"Altera o art. 1.0 da Lei n,o 5.698, de 31 de agosto de 1971, quedispõe sobre as prestações devidas a ex-combatente segurado da,previdência social."

.Comissão l\lista

Presidente: Deputado Roque ArasVice-Presidente: Senador Aloysio ChavesRelator: Deputado Athiê Coury

Prazo

Prazo no Congresso Nacional - do dia 13-3-81 ao dia 2'9-4-81.

3&

VETO TOTAL - Projeto n.? 5.478/78fMENS. n.? 03/CN/81 e 645/80-PE)

"Acrescenta dispositivo ao art. 3.° da: Lei n.o 6,045, de 15 demaio de 1974, que altera a constituição e a competência do Con­selho Monetário Nacional, e dá outras providências."

Comissão Mista

Presidente: Deputado Femando CoelhoVice-Presidente: Denutado Antônio Moõ:motoRelator: Senador Lenoir Vargas

- Prazo

Prazo no Congresso Nacional - do dia 16-3-81 ao dia 30-4-81.

39

VETO PARCIAL - Projeto n.o 3.598/80(MENS. n.o 04/8hCN e 649/30-PE)

"Cria o Quadro Permanente da Secretaria do Tribunal Re­gional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências."

Comísaão Mista

Presidente: Senador Humberto LucenaVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Deputado Jairo Magalhães

Prazo

Prazo no Congresso Nacional - do dia 16-3-31 ao dia 30-4-81.

40

VETO TOTAL - Projeto 11.0 3.052[80(MENS. N.O 05/0N/ll E 655/30-PE)

"Elimina o prazo para candidatura a cargo eletivo, no caso dedesfiliação de um Partido e filiação a outro."

Comissão l\Iista

Presidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Sena:dor Murilo BadaróRelator: Deputado Bonifácio de Andrada.

Prazo no Congresso Nacional - do dia 16-3-81 ao dia 30-4-81.

41

VETO PARCJAJ~ - Projeto n.? 3.361180!IvIENS. N.o 06/CN/81 E 652/80-PE)

"Dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do co­mercio de fertilizantes, corretivos, inoculantes. estimulantes oubiofertilizantes. destinados à agricultura, e dá outras provídên­elas."

Comissão MIsta

Presidente: Deputado João GilbertoVice-Presidente: Deputado Ricardo FiuzaRelator: Senador José Lins

Prazo

Prazo no Congresso Nacional -do dia 16-3-flJ. ao dia 30-4-81.

VIII - Levanta-se a sessão às '8 horas e 40 minutos.

PORTARIA N9 01/81

O PRIMEIRO-SECRETÃRIO DA CÃMARA DOS DEPUTADOSRESOLVE:

De acordo com o art. 60 do Regimento Interno, combinado com o inciso11 do art. 49 do Ato da Mesa n9 26, de 1973,e tendo em vista decisão da Mesaem reunião de 25 de março de 1981.

Aprovar a renovação de credenciamento do Arquiteto Enildo BaptistaBarros como representante da Federação Brasileira de Associações de Enge­nheiros - FEBRAE.

Câmara dos Deputados, 2 de abril de 1981. - Furtado Leite, Primeiro­Secretário.

PORTARIA NQ 02(81

O PRIMEIRO-SECRETÃRIO DA CÃMARA DOS DEPUTADOSRESOLVE:

De acordo com o art. 60 do Regimento Interno, combinado com o inciso11 do art. 49do Ato da Mesa n926, de 1973,e tendo em vista decisão da Mesaem reunião de 25 de março de 1981.

Aprovar a renovação de credenciamento do Prof. Dante de Lima viannacomo representante do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públi­cas.

Câmara dos Deputados, 2 de abril de 198I. - Furtado Leite, Primeiro­Secretário.

PORTARIA "19 LT/ 318/80

O Diretor-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o Ato da Mesa nQ 34, de 27 de maio de 1976e nostermos do Processo-nv 013.726/80.

Resolve demitir, por justa causa, Alair Machado da Fonseca, Agente daPortaria, Classe "A", referência 8, a partir de 8 de outubro de 1980.

Diretoria-Geral, 29 de dezembro de 1980. - Alteredo de Jesus Barros.Diretor-Geral.

SECRETARIA·GERAL DA MESA

RESENHA DA CORRESPONDENCIA RECEBIDA

Ofício n9

24-3-81 - 0f.N9 023/81, de 24-3-81, do Líder do PMDB, solicitando asubstituição do Deputado João Gilberto pelo Deputado Tarcísio Delgado naComissão Mista incumbida de relatar o veto ao PL n9 3.052/80, que "eliminao prazo para candidatura a cargo eletivo, no caso de desligamento de um par­tido e filiação a outro"..

25-3-81 - or. nQ024/81, de 25-3-81, do Líder do PMDB, solicitando asubstituição do Deputado Roque Aras pelo Deputado Jorge Gama na Co­missão Mista incumbida de relatar o veto ao PL n9 1.425/79, que "altera oart. IQ da Lei nv5.698, de 3I de agosto de 1971, que dispõe sobre as prestacõc.devidas a ex-combatentes segurados da previdência social".

25-3-81 - Of. SM/NQ 120, de 23-3.81, do SF, comunicando a =.messa 2sanção do PL n9 1.996-C/76, que "determina a aplicação da correção mone­tária nos débitos oriundos de decisão jud1dal e dá outras providências",

25-3-81 - Of. SM/N9 121. de 23-3-81, do SF, comunicando'} \'cmessa i,sanção do PL n9 2.888/80, que "autoriza a alienação, Soi:·\ fonTI:i.!,~ doação

1940 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

modal, ao Estado do Pará, do imóvel que menciona, situado no Município deMarabá, Estado do Pará, e dá outras providências".

25-3-81 - Of. CN/NQ 12, de 24-3-81, do SF, encaminhando autógrafodo PL n9 429/80, q,ue "altera a legislação da Previdência Social Urbana e dá.outras providências", sancionado.

25-3-81 - Of. SM/N9 119, de 23-3-81, do SF, comunicando a remessa àsanção do Pl, nv 3.358/80, que "altera o art. 242 do Decreto-lei nQ2.848, de 7de dezembro de 1940 - Código Penal".

25-3-81 - Of. SM/NQ 118, d~23-3-81, do SF, comunicando a remessa àsanção do PL n9 3.898/80, que "dispõe sobre o provimento de cargos de Juizde Direito dos Territórios, nas condições que menciona, e dá outras provi­dências".

26-3-81 - Of. CN/NQ 17, de 26-3-81, do SF, encaminhando autógrafodo PDL nQ004/81, que "aprova o texto do Decreto-lei nQ1.809, de 7 de ou­tubro de 1980, que institui o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasi­leiro, e dá outras providências". (PDL n9 101/80 - (CN).

25-3-81 - Of. CN/NQ 14, de 24-3-81, do SF, encaminhando autógrafodo Pl, nQ32/80-CN, que "altera a Lei nQ6.708, de 30 de outubro de 1979, quedispõe sobre a correção automática dos salários, modifica a política salarial edá outras providências".

25-3-81 - Of. SM/NQ 124, de 25.3-81, do SF, encaminhando autógrafodo PL nQ 465/75, que "altera dispositivos da lei nQ4.215, de 27 de abril de1963, que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil", san­cionado. .

. 25-3-81 - Of. CN/NQ 13, de 24-3-81, do SF, encaminhando autógrafodo Pl, nQ 30/80-CN, que "dispõe sobre o Estatuto dos Militares", sanciona.do.

25-3-81 - Of. SM/NQ 125, de 25-3-81, do SF, comunicando a rejeiçãodo PL n9 922/79', que "altera a redação da Lei n9 5.479, de 10 de agosto de1968, que dispõe sobre a retirada e transplante de tecidos, órgãos e parte decadáver para finalidade terapêutica e científica, e dá outras providências".

25-3-81 - Of. SM/NQ 126, de 25-3-81, do SF, encaminhando autógrafodo PL nQ3.360/80, que "transforma a Fundação Faculdade Católica de Me­dicina de Porto Alegre em Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicasde Porto Alegre, e dá outras providências", sancionado.

25-3-81 - Of. SM/NQ 129, de 25-3-81, do SF, encaminhando autógrafodo PL nQ2.64 I/80, que "dispõe sobre a inscrição de" médicos veterinários mi­litares nos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária", sancionado.

25-3-81 - Of. SM/NQ 128, de 25-3-81, do SF, comunicando a rejeiçãodo PL nQ 528/75, que "altera a redação dos artigos 379, 380 e 404 e revoga oart. 375 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nQ

5.452, de IQ de maio de 1943".25-3-81 - Of. SM/NQ 127, de 25-3-81, do SF, comunicando a rejeição

do PL n9 1.775/76, que "dispõe sobre a apresentação de espetáculos musiciaisao vivo, aditando capítulo à Lei nv 3.857, de 22 de dezembro de 1960, que ins­tituiu a Ordem dos Músicos do Brasil".

30-3-81 - Av. N9 25/GM, de 27-3-81, do Ministro dos Transportes,acusando o recebimento do Of. nQ SGM/462, de lIde novembro de 1980,manifestando-se sobre a Mensagem nQ 360/80, do Poder Executivo.

30-3-81 - OF. CN/NQ 18, de 26-3-81, O SF, encaminhando autógrafodo DL nY 005/81, que "aprova o texto do Decreto-lei n9 1.810, de 23 de ou­tubro de 1980, que dispõe sobre a construção de usinas nucleoelêtricas",(PDL nQ 102/80 - CN).

30-3-81 - Of. CN/NQ 19, de 30-3-81, do SF, encaminhando autógrafodo DL n9 006/81, que "aprova o texto do Decreto-lei nQ 1.811, de 21 de ou­tubro Ile 1980, que dispõe sobre o tratamento tributário das operações de ar­rendamento mercantil e dá outras providências". (PDL nQ 103/80-CN).

3-4-81 - or.CN/N9 20, de 3-4-81, do SF, encaminhando autógrafo doDL n9 007/8 I, que "aprova o texto do Decreto-lei nQ 1.812, de 11 de no­vembro de 1980, que dispõe sobre recursos da União, estranhos ao Fundo Fe­deral de Eletrificação e dá outras providências", (PDL nQ104/80-CN).

3-4-81 - Of. SM/NY 136, de 3-4-81, do SF, encaminhando autógrafo doPL nQ2.888/80, que "autoriza a alienação sob a forma de doação rnodal, aoEstado do Pará, do imóvel que menciona, situado no Município de Marabá,Estado do Pará, e dá outras providências".

3-4-81 - Of. SM/NI' 135, de 3-4-81, do SF, encaminhando autógrafo doPL nQ 3.898/80, que "dispõe sobre o provimento de cargos de Juiz de Direitodos Territórios, nas condições que menciona, e dá 'outras providências", sanocionado.

RESENHA DA CORRESPONDENCIA EXPEDIDA

SGM-0016. de 20·3-81 - ao SF, encaminhando o PL lIQ 38/79, da CO,que "altera a redação da Lei nQ6.179, de I I de dezembro de 1974, que "insti­tui amparo previdenciário para inválidos. e dá outras providências".

SGM-0018, de 20-3-81 - ao SF, encaminhando o PDl nQ 67/80, que "a­prova o texto do Acordo de Cooperação Cinetífica e Tecnológica entre o Go­verno da República Federativa do Brasil e o Governo da República Argenti­na. firmado em Buenos Aires a 17 de maio de 1980".

SGM-GOI7, de 20-3-81 - ao SF, encaminhando o PL n9 78/79, que "in­troduz modificações na Lei n9 605, de 5 de janeiro de 1949, que "dispõe sobreo repouso semanal remunerado e o pagamento de salários nos dias feriadoscivis e religiosos".

SGM-OOI9, de 20-3-81- ao SF, encaminhando o PL nv 2.977/80, que"suprime a alínea b do art. 39 da Lei nQ 3.807, de 26 de agosto de 1960 - LeiOrgânica da Previdência Social".

SGM-0020, de 24-3-81 - ao Diretor-Geral, informando a Comissão querepresentará a CD no 11 Seminário de Prefeitos e Vereadores do Piauí, arealizar-se em Teresina. .

SGM-G021, SGM-0022 e SGM-0023, dc 24-03-81- respectivamente aosSrs. Deputados Milton Brandão, Ludgero Raulino e Carlos Augusto, comu­nicando a sua designação para representar a CO no II Seminário de Prefeitose Vereadores do Piauí, em Teresina.

SGM-0024, de 25-3-81 - ao SF, encaminhando o PDL nv 71/80, que "a­prova o texto do Acordo de Cooperação Cultural e Científica entre o Gover­no da República Federativa do Brasil e o Governo da RepúblicaPopular deAngola, concluído em Luanda a I I de junho de 1980".

SGM-0025, de 25-3-81 - ao SF, encaminhando o PL nv 1.909/79, que"acrescenta parágrafo ao art. 129 ·do Código Penal, instituído pelo Decreto­lei nQ 2.848, de 7 de dezembro de 1940".

SGM-0026, de 25-3-81 - ao SF, encaminhando o PL nQ 1.325/79, que"inclui ligação rodoviária na Relação Descritiva das Rodovias do SistemaRodoviário Federal do Plano Nacional de Viação, instituído pela Lei nY

5.917, de 10 de setembro de 1973".SGM-0027, de 26-3-81 - ao SF, encaminhando o PL nv 573/79, que "al­

tera a redação ao art. 484 da Consolidação das Leis do Trabalho, que dispõesobre a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho". .

SGM-0028, de 26-3-81 - áo SF, encaminhando o PL nQ 4.262/81, que"reajusta os vencimentos, salários e proventos dos servidores da Câmara dosDeputados, e dá' outras providências".

SGM-0029, de 26-3-81 - ao SF, encaminhando o PL n9 4.192/80, que"destina a renda líqüida de concursos de prognósticos esportivos à Cruz Ver­melha Brasileira, e dá outras providências".

SGM-OJO, de 25-3-81 - ao Diretor-Geral, informando a Comissão querepresentará a CD, na XXI Exposição Agropecuária e Industrial deLondrina-PR.

SGM-031, SGM-032, SGM-OJ3 e SGM-34, de 25-3-81 - respectiva­mente aos Senhores Deputados Álvaro Dias, Olivir Gabardo, Paulo Pimentele Waldir Belinatti, comunicando a sua designação para representar a CD naXXI Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina-PR.

SGM-035, de 25-3-81 - ao Inst, dos Advogados Brasileiros-Rl, encami­nhando avulsos dos PLs nvs. 2.109/79, que "altera o Código de Processos Ci­vil na parte relativa ao procedimento sumaríssimo", e 2.768/80, que "altera oart. 280 do Código de Processo Civil (Lei nQ 5.869, de II de janeiro de 1973)",em atendimento a sua solicitação.

SGM-036, de 27-3-81 - ao SF, encaminhando o PDL nQ 74/80, que "a­prova o texto do Acordo de Previdência Social entre o Governo da RepúblicaFederativa do Brasil e o Governo da República do Chile, concluído em San­tiago, a 10 de outubro de 1980".

SGM-037, de 27-3-81 - ao Diretor-Geral, informando a Comissão querepresentará a CD na l' Exposição Nacional Agropecuária de Itapetinga(BA).

SGM-OJ8, SGM-039, SGM-040, SGM-041 e SGM-042, de 27-3-81 ­respectivamente aos Senhores Deputados Henrique Brito, Fernando Maga­lhães, José Amorim, Ubaldo Dantas e Jorge Viana, comunicando a sua desig­nação para representar a CD na l' Exposição Nacional Agropecuária de Ita­petinga (BA).

GP-0-322, de 20-3-81 - ao Deputado Alceu Collares, encaminhando aProposta de Emenda Constitucional, de sua autoria, que "altera dispositivosda Constituição referentes aos Territórios e ao Distrito Federal", devolvidapelo Sf', por tratar de matéria constante das Proppostas de nvs, 85 e 87/80,declaradas prejudicadas por decurso de prazo.

GP-0-325, de 23-3-81 - ao Ministro de Estado do Interior, comunícan­do a aprovação de requerimentos dos Srs. Deputados Cristina TavaresAdhemar de Barros Filho e Marcondes Gadelha, solicitando sua convocaçãopara prestar esclarecimentos sobre as ações do Governo no combate à seca doNordeste e o aproveitamento das cheias do São Francisco na irrigação de re­giões semi-áridas.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9' J94J

GP-0-408, de 25-3-81 - ao SF, encaminhando a Proposta de EmendaConstitucional, do Sr. Deputado Iranildo Pereira, que "restabelece benefíciosfiscais ao Nordeste".

GP-0-409, de 25-3-81 - ao SF, comunicando que foi designado o Se­nhor Deputado Tarcísio Delgado para, em substituição ao Deputado JoãoGilberto, integrar a Comissão Mista incumbida de relatar o veto ao PL nv3.052/80, que "elimina o prazo para candidatura a cargo eletivo, no caso dedesligamento de um partido e filiação a outro". '

GP-0-41O, de 25-3-81 - ao SF. comunicando que foi designado o Se­nhor Dep. Jorge Gama para integrar a Comissão Mista incumbida de relataro veto ao PL n9 1.425/79, que "altera o art. 19da Lei n9 5.698, de 31 de agostode 197J, que dispõe sobre as prestações devidas a ex-combatente segurado daPrevidência Social", em substituição ao Dep. Roque Aras.

GP-0-458, de 26-3-8 I - ao Líder do PDS, encaminhando a tabela para aeleição' dos Presidentes e Vice-Presidentes das Comissões Permanentes daCD.

GP-0-459, GP-0-460, GP-0-46I, GP-0-462 e GP-0-463, de 26-3-81 - res­pectivamente aos Líderes do PMDB, PTB, PDT, PP e PT, encaminhando atabela para-a eleição dos Presidentes e Vice-Presidentes das Comissões Per­manentes da CD.

GP-0-465, de 27-3-81 -,ao Líder do PDS, encaminhando cópia do re­querimento do Senhor Deputado Del Bosco Amaral, que solicita providên­cias para a designação dos nomes dos Deputados que deverão integrar a CPIQuatro Rodas Hotéis do Nordeste S/A.

GP·0-466, GP-0-467, GP-0-468, GP-0-469, GP-0-470 e GP-0-47I, de 27­3-81 - aos Líderes do PDS, PMDB, PP, PDT, PT e PTB, encaminhando có­pia do Of. n9 17/81, da Comissão de Trabalho e Legislação Social, comuni­cando a impossibilidade de realização de suas reuniões, por falta de quorum.

GP·0-472, GP-0-473, GP-0-474, GP-0-475, GP-0-476 e GP-0-477, de 27c

3-81 - respectivamente aos Líderes do PDS, PMDB, PTB, PDT, PP e PT,encaminhando a tabela da proporcionalidade partidária para a composiçãodas Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados.

GP-0-478, de 30-3-81 - ao SF, encaminhando a Proposta de EmendaConstitucional do Sr. Deputado Hélio Garcia, que "altera a redação do art.15, § 19, alínea "a", da Constituição Federal, restabelecendo as eleições dire­tas para Prefeito e Vice-Prefeito dos Municípios considerados estâncias hi­drominerais."

SEÇÃO DE SINOPSE - CEL

Arquivem-se, nos termos do artigo 117 do Regimento Interno, as seguin­tes proposições:

Projeto de LeiNO 5.047-A/78 (Senado Federal- PLS n9 23/75) - Altera a redação do.

artigo 550 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).N9 135-A/79 (Daso Coimbra) - Acrescenta dispositivo à Lei nv 5.108,

de 21 de setembro de 1966 (Código Nacional de Trânsito).N9 491-A/.79 (Pacheco Chaves) - Introduz alteração na Consolidação

das Leis do Trabalho, para o fim de restringir a reelegibilidade dos membrosda diretoria e conselhos sindicais.

N9 521-A/79 (Antônio Morimoto) - Acrescenta parágrafo ao artigo530 da CLT, aprovada pelo Decreto-lei n9 5.452, de 19 de maio de 1943.

N9 591-A/79 (Fernando Coelbo) - Dispõe sobre a remuneração de au­las nos estabelecimentos particulares de ensino superior.

N9 776-A/79 (Peixoto Filho) - Autoriza o Poder Executivo a doar aoMunicípio de Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro, imóvel da União.

N9 929-A/79 (Ralph Biasi) - Dispõe sobre o pagamento de férias anuaise décimo terceiro salário aos segurados autônomos do Instituto Nacional dePrevidência Social, e determina outras providências. (Anexo: PL nv3.856/80).

N9 J.053-A/79 (Ruy Côdo) - Proíbe a concessão do visto permanentede entrada no Brasil ao estrangeiro que vier exercer profissão de nível supe­rior já regulamentada no País.

N9 I.l49-A/79 (Henrique Eduardo Alves) - Equipara os sindicatos àsentidades filantrópicas, para os' fins da Lei n93.577, de 4 de julho de 1959, queisenta da taxa de contribuição de previdência as entidades de fins filantrópi­cos.

N9 I.l56-A/79 (Adalberto Camargo) - Institui o Seguro em Garantiade Educação.

N9 1.366-A/79 (José Camargo) - Estabelece adicional sobre salário deempregado regido pela Consolidação das Leis do Trabalho, que curse escolasuperior particular, para fins de custeio de anuidades.

, N9 1.432-A/79 (José Camargo) - Revoga a alínea c do § 29do artigo 443e o parágrafo único do artigo 445 da Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decreto-lei n9 5.452, de ]9 de maio de 1943.

N9 1.446-A/79 (Walter de Prá) - Declara que a negativa de licença, daCasa Legislativa, para o prosseguimento de ação penal contra qualquer deseus membros importa em extinção da punibilidade.

N9 I.466-A/79 (Valter Garcia) - Altera dispositivos da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, determinando a obrigatória inclusão de trabalhadoresaposentados nas chapas que concorrem às eleições sindicais.

N9 1.788-A/79 (Athiê Coury) - Modifica a redação do artigo 564 daConsolidação das Leis do Trabalho.

N9 J.805-A/79 (AIípio Carvalho) - Dispõe sobre a movimentação demercadorias, realizadas fora da zona portuária. (Anexo: PL n9 3.894/80).

N9 1.883/79 (Fernando Coelho) - Revoga o artigo 50 daLei n9 6.620,de 17 de dezembro de 1978. (Anexado ao PL nv 952-A/79).

N9 1.889-A/79 (Senado Federal- PLS n9 19/79) - Fixa novos limitesde idade para inscrição em concurso público ou prova de seleção em entida­des da Administração Indireta, e dá outras providências.

N9 2.021-A/79 (Samir Achôa) - Obriga os fabricantes de produtos far­macêuticos fi imprimir o preço de seus produtos nas respectivas embalagens eproíbe sua remarcação. (Anexo: 3.853/80).

N9 2.081-A/79 (Paulo Lustosa) - Institui o salário-educação.N9 2.I81-A/79 (Jorge Paulo) - Torna obrigatória a utilização de nomes

brasileiros nos produtos industriais nacionais, e dá outras providências.N9 2.295-A/79 (Hugo Mardini) - Modifica a Lei n9 5.584, de 26 de ju­

nho de 1970, que altera dispositivos da CLT, disciplina a concessão e pres­tação de assisténcia judiciária na Justiça do Trabalho, e dá outras providên­cias. (Anexo: 3.687/80).

N9 2.308-A/79 (Fernando Coelho) - Dispõe sobre o salário mínimoprofissional e a jornada de trabalho dos contabilistas.

N9 2.354-A/79 (Jorge Paulo) - Torna obrigatório o ensino de músicabrasileira nos estabelecimentos de ensino, ria forma que especifica.

N9 2.649-A/80 (José Frejat) - Altera os artigos 494 e 495 da Consoli­dação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n9 5.452, de 19 demaio de 1943, e dá outras providências.

N9 2.698-A/80 (Fernando Coelho) - Modifica o artigo 169 da Lei n93.071, de 19 de janeiro de 1916 (Código Civil).

.N9 2.70 l-A/80 (Carlos Santos) - Autoriza o Poder Executivo a instituiro Programa Nacional de Informação e Tratamento do Câncer - PRO­CÃNCER, e dá outras providências.

N9 2.764-A/80 (Ruy Côdo) - Modifica e acrescenta dispositivos à Leinv 5.692, de I1 de agosto de 1971, que fixa diretrizes e bases para o ensino de19 e 29graus, incluindo a disciplina Xadrez no currículo dos estabelecimentosoficiais de 19 e 29 graus.

N9 2.811-A/80 (Heitor de Alencar -Furtado) - Estabelece normas deproteção ao consumidor, e dá outras providências.

N9 2.947-A/80 (Athiê Coury) - Dá nova redação ao artigo 564 da Con-solidação das Leis do Trabalho. .

N9 2.990-A/80 (Antônio Zacharias) - Extingue a fiança em todo o terri­tório nacional.

N9 2.991-A/80 (Antônio Zacharias) - Extingue o aval, em todo o terri­tório nacional.

N9 3.039-A/80 (João Linhares) - Dá nova redação ao artigo'392 do Có­digo de Processso Penal, instituído pelo Decreto-lei n93.689, de 3 de outubrode 1941.

N9 3.105-A/80 (Pacheco Chaves) - Proíbe a exigência de prova de con­clusão de curso de 19 e 29graus aos candidatos a vestibular e assegura matrí­cula aos que nele forem classificados.

N9 3.J77-A/8Ü (Antônio Zacharias) - Altera dispositivos da Lei nv6.503, de 13 de dezembro de 1977,'que dispõe sobre a Educação Física, em to­dos os ramos do ensino,

N9 3.283-A/80 (EvarÍdro Ayres de Moura) - Agrava a pena dos crimesde calúnia, difamação e injúria praticados contra o Presidente da República,Chefe de Estado Estrangeiro, Governador de Estado, Ministros, Prefeitos eSecretários de Estados.

N9 3.297-A/80 (Inocêncio Oliveira) - Altera a redação do caput do arti­go 40 da Lei n9 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar), tor­nando obrigatório o fornecimento imediato do Certificado de Dispensa deIncorporação,

N9 3.400-A/80 (Epitácio Cafeteira) - Atribui à União a responsabilida­de pela indenização dos danos causados por atos de terrorismo, no caso queespecifica.

N9 3.687/80 (Henrique Eduardo Alves) - Dispõe sobre a concessão deassistência judiciária na Justiça do Trabalho, e dá outras providências. (Ane­xado ao 2.295-Aj79).

1942 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

N9 3.S53/S0 (Adhemar Ghisi) - Altera dispositivo da Lei n. 6.360, de 23de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujei­tos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cos­méticos, saneantes e outros produtos. (Anexado ao 2.021-A/79).

N9 3.856/S0 (Oswaldo Lima) - Concede ao trabalhador autônomo, soba forma de benefícios previdenciários, a gratificação de Natal e a remune­ração de férias. (Anexado ao 929-A/79).

N9 3.S94/S0 (Amadeu Geara) - Dispõe sobre as atividades privativasdos carregadores e ensacadores de café, e dá outras providências. (Anexadoao 1.805-A/79). .

Projeto de Lei Complementar

N9 75-A/79 (Luiz Cechinel) - Altera a Lei Complementar n. 11, de 25de maio de 1971, que institui o Programa de Assistência do Trabalhador Ru­ral - PRORURAL, e dá outras providências. (Anexo o 108/80).

NQ 108/SO (Benedito Marcílio) - Altera o § lQ do artigo 6. da Lei Com­plementar nv 16, de 30 de outubro de 1973, que altera dispositivos da LeiComplementar nQ11, de 25 de maio de 1971, que institui o Programa de As­sistência do Trabalhador Rural - PRORURAL. (Anexado ao 75-A/79).

Projeto de Resolução

NQ 130-A/SO (Gióia Júnior) - Aprova a indicação de Jorge Amado parao prêmio Nobel de Literatura.

Arquivem-se, nos termos do artigo 200 do Regimento Interno, as seguin­tes proposições:

Projeto de Lei

NQ 2.780-A/80 (Epitácio Cafeteira) - Dá poderes às Comissões Munici­pais Provisórias para convocar e realizar Convenções Especiais e registrar

candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores nas eleições municipais de19S0.

NQ 2:7S7-A/SO (Maurício Fruet) - Altera a redação do caput do artigo33 da Lei nQ5.6S2, de 21 de julho de 1971- Lei Orgânica dos Partidos Políti­cos.

NQ 2.90S-A/SO (Maurício Fruet) - Dispõe sobre redução dos prazosprevistos na legislação eleitoral e partidária, para as eleições municipais de 15de novembro de 1980.

NQ 2.914-A/80 (Ruben Figueiró) - Confere poderes a grupos de eleito­res para requerer o registro de candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereado­res, nas eleições de 19S0.

N· 2.919-A/80 (Alberto Goldman) - Fixa a data de 14 de dezembropara a realização das eleições municipais de 19S0, e determina outras provi­dências.

N· 3.121-A/80 (Adhemar de Barros Filho) - Dispõe sobre a forma darealização das eleições municipais de 19S0, e dá outras providências.

NO 3.129-A/80 (Samir Achôa) - Modifica a redação do artigo 5. da Leinv 6.678, de 14 de agosto de 1979, que dispõe sobre requisição de servidorespúblicos da administração direta e autárquica pela Justiça Eleitoral, e dá ou­tras providências.

RequerimentoN9 17/79 (Celso Peçanha) - Solicita seja convocado o Sr. Ministro da

Educação e Cultura, a fim de expor o seu plano de ação.

N9 29/79 (Jayro Maltoni) - Solicita a convocação do Sr. Ministro daAgricultura, a fim de apresentar o plano do Governo em áreas daquela Pasta.

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NAClO~AL (Seçâu I) Quinta-feira 9 1943

LIDERANÇASVice-Lideres:

Peixoto FilhoRubem Dourado

Walber GUimarãesLouremberg

Nunes Rocha

PTBLíder:

.Jorge Cury

Vire-Líder:Brabo de Carvalho

Vice-LíderJoão CUnha

,PDTLider:

Alceu Collares

Vice-Lideres:JG de Araújo JorgeMagnus Guimarães

PTLider:

Airton Soaresy

Herbert LevYAntônio MariZCarlos SantéAna

J.oãa Linhares,Ricardo FiúzaDjalma Bessa

Siqueira Campos.carlos AlbertoCarlos Chiarelli

Gióia JúniorJairo Magalhães

Jorge ViannaIsràel Dias-Novaes

Mendonça NetoRalph Biasi

Jader BarbalhoCarlos BezerraWalter Silva

PDSLíder:

Cantídio SampaioVice-Líderes:

Hugo MardiniAlipio Carvalho

Bonifácio de AndradaClaudinõ Sales

Edison LobãoHugo Napoleão

Jorge ArbagePMDBLíder:

Odacir KleinVice-Líderes:

Fernando CoelhoPimenta da Veiga

Audálio DantasAlvaro Diasl1:dson Khair

Osvaldo MacedoWalmor de LucaIranildo Pereira

pp

Líder:Thales RamaJho

Presidente:Nelson Marchezan - PUS

1.0_Vice-Presidente:Haroldo Sanford - PDS

2.°_Vice~Presidente:Freitas Nobre - PMDB

l.o-Secretário:Furtado Leite - PDS

2.0 -Secretário:Carlos Wilson - PP

3.0 -Secretário :José Camargo - PDS '

4.o-Secretário:Paes de Andrade - PMDB

SUPLENTES

Simão Sessim - PDS.Toei Ferreira - PDSLúcia Viveiros - PPlackson Barreto - PMDB

MESA

DEPARTAMENTO DE COMISSÕES

COMISSÕES PERMANENTES1) COMISSÃO DE AGRICULTURA E POL(TICA

RURAL

Diretor: Jolimar Corrêa Pinto

Loca.I: Anexo II - Telefones: 224-'\8ol8 e213-6278 - Ramal 6278

Coordena.çã.o de Comissões Permanentf!l!lDiretora: Silvia Barroso Martins

Local: Anexo II - Telefones: 224-5179 ePref. 213 - Ramais 6285 e 6289

Roberto GalvanlSiqueira CamposVieira da Silva

Suplentes

PDSJoão ArrudaManoel RibeiroRllmulo OalvloTelmo Kirst

PMDBJoão GilbertoMarcello CerqUe!r&

PP

Agassiz Almeida

Lúcia. Viveiros

Fernando LyraGerson Camata

Audálio DantasCristina. Tavares

4) COMISSÃO DE CONSTlrUIÇAO E JUSTIÇAPresidente Atrislo Vieira Lima - PD8

Vice-Presidente Antônio Dias - PDSVice-Presidente Tarclslo Delgado - PMDB

Tita1al's

PDS

Alt&ir Chagu Ant6nio MorImoto

Presidente :Vice-Presidente:Vice-Presidente :

3) COMISSAO DE COMUNICAÇAO

TltÜlaresPDS

PP

REUNIõES

Quartas e quíntas-reíras, às 10:00 hOl"ULocal: Anexo II - Sala 6 - Ramal lI3(K

e 6300secretária: Iole I.azzarlni

PP

Felipe- Penna Herbert LevY

REUNIõES

Quartas e quíntas-teíras, às 10:00 horuLocal: Anexo li - Bala. 3 - Ramal 112115Secretário: Ivan Roque Alves-

Alair Ferreira.Antônio FerreiraAntonio Zacharlll8Edison Lobão

Gióis. JúniorJorge PauloPaulo PlméntelPedro Geraldo Costa

PMDBFreitas NobreIsrael Dias-Nova.ea

PDT

PP

Pedro LucenaUbaldo DantasWalber Gulma.ráes

PMDB

Máxio Moreira

PP

PMDBoctacfllo QUtlIrOll

PDT

Pedro CorrêaPrisco VianaEvaldo Amara.IPaUlo Lustosa

PMDB

Mario RatoPimenta da VeigaRonan TitoSantilli Sobdnho

Titll1a.resPDS

Walter de Pré.2 vagas

Saplelde.PDS

Pedro Gi!raldo da Coat&Prisco VIana.Vingt Rosado

José de CastroCoimbra

Jooué de SO\IJIlNelson Morro

Pedro Faria

CrIItin& Tf,YarM

Vago

Fernando CunhaJorge Uequed

Presidente:Vice-Presidente :Vice-Presidente :

Carlos AlbertoDivaldo suruagyJosé Penedo

2) COMISSÃO DE CIlNCIA E TECNOLOGIA

PT

REUNIOEa

Quartas e quintas-feiras. às 10:00 horesLocal: Anexo II - Sala n.O 11 - R. 6293

e 6294secretário: JOIlé Sa.Iomão Jacobina Aires

Getúlio Dias

"carlos WilsonJorge VargasLouremberg Nune8

Rocha

Adhemar SantflloErnesto de MarcoGeraldo FlemingIsrael Dias-NovaesLevY Dias

Júlio MartinsMoacir LopesOswaldo CoelhoStoessel Dourado

PDT

PMDBIturival NascimentoMarcus CunhaNivaldo KrUgerPacheco Chave8Paulo Rattes

PPJuarez BatistaMendes de Melo

SuplentesPDS

Correia LimaDarcy PozzaWildy ViannaFrancisco LeioHenrique BritoHumberto souto

Presidente: Carlos Bezerra - PMDBVice-Presidente: Melo Freire - PPVice-Presidente: Saramago Pinheiro - PDS

TitularesPDS

João Carlos de CarliJoaquim GuerraJosé AmorimJúlio CamposLuiz RochaPedro Gennanosebastião AndradeTelêmaco PompeiVictor Fontana

Albérico CordeiroArtenir WernerAlberto Hoffmann.lle:xandre MachadoAntonio DiasAlltonio Ueno

AIrton 'ReisArna.Ido SchmittCelao Carvalho

Eloy Lenzl'

Adolpho FrancoAntonio GomesAntonio MazurekAroldo MolettaCardoso de AlmeidaCorrêa da CostaDelson ScaranoEdllson Lamartine

MendesEmílio PerondiHugo Jl,odrigues

da Cunha

Cardoso AlvesDel Bosco Amara.IErnesto DaU'Oglio-Francisco LibardoniGerson Camata

1944 Quinta-feira 9 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1981

5) COMISSAO DE ECONOMIA, INDOSTRrA ECOMI!RCIO

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 630&secretária: Maria Inilta Pessoa César

Presidente: Ralph Biasi -PMDBVice-Presidente: Pedro Sampaio - PPVice-Presidente: Cláudio strassburger - PDS

TitularelJ

PDS

Bonifácio de AndradaChristiano Dias

LopesCla.uélino SalesDjalma Bessa.Djalma MarinhoFranclsco BenjaminJairo Magalhães

PDT

Humberto SoutoJorge ArbageRafael FaracoTelmo Kirstvasco NetoVictor Faccioni

PMDB

Ronan Titomysses GulmariesWalter Silva

pp

Marcelo Medeiros

Jorge Vargas

PDT

PP

Silvio Abreu Junior

PDTVago

Suplente!J

PDS

Antônio PontesPedro CaroloRUy Silvasebastião AndradeVictor Fontana

PMDB

Mauricio FruetPaulo Marques

Suplentes

PDS

J 001 FerreiraMarcelo UnharesUbaldo BarémWanderley MarizWilson ll'alcâoli vagas

Alceu Collares

Adhemar GhisiAdriano ValentleAécio CunhaAntônío FlorêncloAngelo Magalhães

Antônio RussoJader BarbalhoJoão Herculino

Hélio Garcia

Jorge FerrazLeopoldo Bessone

Alceu conares

Adhemar de BarrosFilho

Amilcar QueirozAngelina RosaOastejon BrancoClaudio Philomeno

Airton sandovalErnesto de MarcoIranildo Pereira

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horuLocal: Anexo II - Sala 16 Ramal 6322

e 6323(Direto 226-8117)

Secretário:

8) COMISSÃO DE FISCALlZAÇAO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

7) COMISSAO DE FINANÇASPresidente: Luiz Bacearini - PP

Vice-Presidente: Olivir Oabardc - PDSVice-Presidente: Vicente Guabiroba - PDS

Presidente: Nasser Almeida - PDSVice-Presidente: Wilson Braga - PDSVice-Presidente: Joel Lima - PP

TitullLl'ell

PDS

Titulares

PDS

Airon Rios Honorato ViaunaAthiê Coury José Carlos l"agundeaChristovam Chiaradia José Mendonça BeaerraFernando Magalhães Marão Filho

PMDB

Alberto Goldman RUy CôdoHildérlco Oliveira. Vago

PP

Daso CoimbraMárcio Macedo

Alvaro GaudêncioAlvaro VaJleBías FortesErasmo DiasFernando GonçalvesHélio campos

PP

Mac Dowell Leite deCastro

Pinheiro Machado

PDT

PMDB

Pacheco ChavesSebastião Rodrigues

Júnior

PMDB ,

Jackson BarretoMário MoreiraOctacillo Almeida

PPJosé Bruno

. Rosemburgo RomanoPDT

SuplentelJPDS

Divaldo SuruagyEdilson Lamartlne

MendesHonorato ViannaNagib HaickelRogério RegoVictor Trovão

Titulares

PDSJosé TorresLeur LomantoLygla Lessa. BastosRômulo GalvãoSalvador Julianelll

PMDBMurJlo MendesPaulo MarquesRaymundo Urbano

Arnaldo SchmlttJuareZ Batista

Airon RiosAlcides FranciscatoAdolpho FrancoAntonio MazurekAnglelino RosaBatista MirandaCardoso de Almeida.Diogo Nomura

Albert{) GoldmanEuclides ScalcoFlávio ChavesHarry Bauer

Lldovino Fanton

Aécio CunhaAlvaro ValleAnísio de SouzaBezerra de MeloBrasílío Caiado

Jader BarbalhoJoão HercullnoJosé Maria de

CarvaJho

Alcir PimentaCaio Pompeu

PPCarlos Sant'AnnaDaniel Silva

PDTvago

SuplentesPDS

Bonifácio de Andrada Nasser AlmeidaEvandro Ayres de Osslan Araripe

Moura Pedro GermanoHydeckel Freitas Rafael FaracoJairo Magalhães Simão ScsslmJoão Faustino Vieira da SilvaNorton Macedo

PT

Getúlio Dias

6) COMISSAo DE EDUCAÇAO E CULTURA\ Presidente:

Vice-Presidente :Vice-Presidente :

PDT

Airton ReisDa.so Coimbra

REUNIõESQuartas e quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala ~ - Ramal 631~

Secretária: Delzuite Macedo de Avel_ar VIDasBoas

Antônio Carlos deOliveira.

Alvaro DiasCelso ~çanha.

Iram Saraiva

Magnus Guímarães

REUNIOES

Qua.rtas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 9 - (224-0769)

Ramal 6318secretária: Martll. Clélill. OrricoTasmânia. Maria. de Brito Guerra - respondendo

J oaeíl PereiraNatal GaleNelson MorroNilson GibsonOswaldo MeloTheodorico Ferraço3 vagas

PP

Lázaro CarvalhoLuiz LeaJMiro TeixeiraPéricles Gonçalves

J!DT

FI'

PMDB

Maroollo oerqueíraOsvaldo MacedoPimenta da Veiga2 vagas

José Mendonça BezerraMaluly NettoNilson GibsonNey FerreiraOsmar LeitãoPedro CollinRaimundo DinízRicardo FiuzaVagoVagoVago

PMDB

Roberto FreireValter Garcia.Waldir WalterWalter SilvaVago

PI'

Marcelo MedeirosMárcio Macedol'l.ubem DouradoSérgio Ferrara.

PDT

PT

:Luiz VasconcellosManoel Gonçalves:f'aulo Lustosa.Ricardo Fiuza.Rubem Medina.2 vaga.s

PMDB

Hélio DuqueMarcondes GadelhaFernando Coelho

PP .

Snvio Abreu Júnior

Suplentes

PDS

Joáo Cunha

Antônio MarizJorge MouraLouremlJerg Nunes

Rocha.

.Adhem~ santllloAntônio RussoElquisson SoaresHarry SauerJoão Gilberto

Sérgio Murilo

Amadeu GearaCardoso AlvesDéllo dos SantosEdgard AmorimJosé Costa.Juarez Furtado

Adhemar de BarrosFilho

Ca.ntldio SampaioCa.rlos ChiarelliCélio BorjaDarcillo AyresFeu RosaGeraldo GuedesHugo NapoleãoIgo LossoJorge Arbage ..

Luiz Cechinel

Caio PompeuCarlos WilsonHenrique E;duardo

Alves

Lidovlno Fanton

Cesário BarretoEvaldo Amaral19o LossolBaac NewtonJoão AlbertoJoão Arruda

ftlippe Penna

Aldo FagundesDarcy PassosFellppe Penna

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 9 I'MS

9) COMISSAO DO INTERIOR

Suplentes

PDS

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLecal: Anexo n - Sala 15 - Ramal 6325secretário: Walter Gouvêa Costa

PMDB

Helio Duque Nivaldo KrügerJairo Brwn Paulo BorgesJorge Uequed Rooa FloresJosé Carlos Vasconcelos

Leur LomantoPaulo StudartRaul BernardoRoberto GalvaníSiqueira CamposTheodorico FerraçoVasco NetoVictor Faccioni7 vagas

PP

. Mac Dowell Leite deCastro

Magalhães Pinto

PDT

Magnus Guímarãea

PT

PMDB

Marcus CunhaPaulo RattesSamir AchoaUlysses Guimarães2 vagas

PP

Miro TeixeiraPedro SampaioVago

PMDB

Roque MUSebastião Rodrigues

JúniorWaldir WalterRosa Floresvago

Suplentes

PDS

Presidente: Mário Hato - PMDBVice-Presidente: Waldmir Belinatti - PDSVice-Presidente: Borges da Silveira - PP

Titul_

PDS

Menandro MlnahimNavarro Vieira FilhoPedro oorreaWilson Falcão

Ademar PereiraJosé de Castro

CoimbraLudgero RaulínoMauro Sampaio

Presidente: Flávio Marcflio - PDSVice-Presidente: Diago Nomura - PDSVice Presidente: Mao !DOIwell Leite de Castro

-BP

Titulans

PDS

Joaquim CoutinhoJosé Ribamar MachadoMarcelo LinharesNorton M&cedoPedro ColllnRaymundo DIn1zRoberto CarvalhoRuy SilvaStoessel DouradoUbaldo BaremWaldmir Belinati

Daniel SilvaHéIlo GarciaJorge MouraLázaro de Carvalho

Anísio de SouzaAugusto Lucena.Cláudio PhilomenoCbristiano Dias LopesErnani SatyroFernando MagalhãesGuido ArantesHermes MacedoJOsé TonasLeorne Belém

FiguplrE'do CorrêaJoão LinharesJoão MenezesLeopoldo Besson

Airton Soares

13) COMISSAO DE SAODE

PDTGetúlio Dias JG de Araújo Jorge

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: - Anexo II - Sala 7 - Ramal as.,secretária: Edna Medeiros Barreto

12) COMISSAO DE RELAÇõES EXTERIORES

Elquisson SoaresFrancisco PintoHildérico OliveiraIsrael Días-NovaesJosé Freire

Lidovino Fanton

Adalberto CllmargoAdriano ValenteAntonio UenoAry AlcântaraBatista MirandaBlas FortesCélio BorjaFeu RosaGeraldo GuedesHenrique TurnerHugo Napoleão1talo Conti

Aluizio BezerraArnaldo LatayettaCardoso FregapaniCarlos SantosIram SaraivaJairo BrumJúnia Marise

Marcelo CordeiroMauricio FruetOswaldo Lima

PP

Jorge Ferraz

PT

Suplentes

PDS

João Carbs de CarliJ001 RibeiroJosé penedoOdolfO DomínguesUbaldino MeireUes

Suplentes

PDS

Ernani Batyro Prisco VianaJoão Alves Vago

PMDB

Ulysses Guimarães Vago

PP

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 6333Secretária: Allia Felicio Tobias

Vago

José FrejatPDT

PMDBVago

11) COMlSSAO DE REDAÇAOPresidente: Mutilo Mendes - PMDB

Vice-Presidente: Alcir Pimenta - PPVice-Presidente: Francisco Rollemberg - PDS

'l'ltularesPDS

Claudino Sales Hugo NapoleãoDjalma Bessa

Altair ChagasAdroaldo CamposDelson ScaranoGomes da SilvaHélio LevyJoão Alberto

PMDB

Carlos Nelson . Mário Fr,otaHeitor Alencar Furtado Ralph BiasiJerônimo Santana Tidei de Lima

PPAntônio Morais Leônidas SampaioNewton Cardoso

REUNIOES

Quartas e quíntas-reíras, às 10:00 horasLocal: Anexo n -Bala 8 - Ramal 6333secretário: Edson Nogueira da Gama.

PT

10) (OMISSAO DE MINAS E ENERGIA

Freitas Diniz

Presidente: Guído Arantes - PDSVice-Presidente: Horácio Matos - PDSVice-Presidente: Horácio Ortíz - PMDB

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horaaLocal: Anexo n - 14 - R. 6342, 6340 e 63.1Seqretária: Laura Perrela parisi

Freitas Dnl1z

Nélio LobatoRubem Do~ado

Alvaro DiasGenésio de Barros

Titulares

PDS

Cláudio Btrassburger João FaustinoMilvemes Lima Léo SimõesPrisco Viana Paullno CíceroHugo Mardini 2 vagas

P,MDB

Iturival NascimentoJorge GamaJulio CostamilanNabor JúniorOsvaldo MacedoPedro Ivo

PP

Tertuliano AzevedoVagoVago

PDT

PT

pp

Mendes de MeloMilton Figueiredo

PDT

Josias LeiteManoel GonçalvesMaxão FilhoMauro SampaioMilvernes LimaMenandro MlnahimRuy BacelarVivaldo FrOta3 vagas

PMDB

PDT

José FreireModesto da SilveiraOctacillo QueirozPedro IvoRoberto Freire

PP

José BrunoLucia ViveirosWalber Guimarães

Josué de SouzaManoel NovaesMilton BrandãoNagib HaickelOdacir SoaresOswaldo CoelhoPaulo FerrazPaulo GuerraVictor TrovãoVlngt RosadoWanderley Mariz

PMDB

Amilcar de Queil'ooAntônio AmaralAntônio MorlmotoCorrêa da CostaChristóvam ChiaradiaLudgero RaulinoHugo Mardln1Hwnberto SoutoJosé Amorim

Arnaldo Lafa.yette

Bento GonçalvesLeopoldo BessoneHélio Lobato

Vago

Presidente: Inocêncio Oliveira - PDSVice-Presidente: Julio Martins - PDSVice-Presidente: Newton Cardoso - PP

Titulares

PDS

Albérico CordeiroAdauto BezerraAdroaldo CamposAlexandre MachadoAngelo MagalháesCorreia LimaCristino CortesEdison LobãoEvandro Ayres de

MouraHenriq4e Brito

José Frejat

Carlos WilsonHenrique Eduardo

AlvesHerbert Levy

Carlos NelsonDélio dos SantosJackson BarretoJerônimo SantanaJosé Carlos Vascon-

celos

João MenezesMelo Freire

Vago

Aluízio BezerraArnaldo Lafayette

, Aurélio PeresCardoso FregapaniCarlos BezerraIranlldo Pereira'

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL. (Seção I) Abril de 1981

REUNIOES

Quartas e quintas-feiras, àS 10:00 harBaLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal 835:1

e 6350Secretária: Iná Fernandes Costa

Genival Tourinho .

REIDUCiES

QUlutas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramais 6355 e

6358Secretário: Walter Flores Figueira

14) COMrsSAO DE SEGURANÇA NACIONALPresidente Paulo studart ~ 'POS

Vice-Presidente Odulfo Domingues - PDSVice-Presidente Pedro Ivo

Titulares

PIlS

José Maria de Carl'llJhoOdacir KleInRuyeôdo2 Vagas

Emídlo PerondíFrancisco BenjaminJoaquim GuerraJorge PauloLéo SimóesNavarro Vieira FilhoVago

PMDB

PMDB

Octacllio de AlmeidaPaulo BorgesTidei de LimaValter Garcia

PP

Sérgio Ferrara

PDT

Titula.res

PDS

Joel RibeiroManoel RibeiroRezende MonteiroRaul BernardoRuy BacelarSimão sesslm

Suplentes

PDS

Lucy SttIDlp! Alve.s de Souza.Anexe, II - Tel.: 223-n~~ (direoo)Ré<maI64í13

S""ã1l de Comissões Parlamenbu.dl"J Inqnfrltfl

Chefe:r.ocat:

Adalberto Camarg()Alcebiades OliveiraAlípío CarvalhoCesário BarretoCláudio StrassburgerCristina CortesDario Tavares

Francisco LibardoniGilson de BarrosHor*clo Ortiz

PT

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPORÁRIAS

Bento GonçalvesJoel Lima

11) COMlSSAO DE TRANSPORTESPresidente: Hydekél Freita& - pna

Vice-P,residente:Vice-Presidente: Antônio Morais - PP

PP

Carlos Sant'Anna Luiz LealJoão Linhares Nélío Lobato

. Seção de Comissões Espedllb

Aurélio PeresFernando LyraGeraldo FlemingNabor Júnior

Aluizio Paraguassu

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 5 - R. 6370, 6373 e m~Secretário: Carlos Brasil de Araújo

Chefe: Stella Prata da Silva LopesLocal: Anexo II - Tel: 223-8289

Úlireto) Ramais 6408 e M09

REUNIOES

PDT

Eloy Lenzi

Airton Soares

Diretor: Abeguar Machado Massera'Loca'l: Anexo II - Te!.: 226-2n2 (direto)

Ramal64{)l

Alair FerreiraAlcides FranciscatoDarcy PozaaFrancisco LeãoHélio LevyHermes MacedoJayro Maltoni

Júlio CostamilanJosé Costa

Maluly NettoOctávio TorrecillaPedro CaroloTúlio BarcelosUbaldino MeírelesVivaldo Frota

.roei VivasTertuliano Azevedo

PP

PT

PDT

PMDB

Fernando CunhaMax :MauroTarcísio Delgado

PPJorge FerrazUbaldo Dantas

PDT

PMDB

PP

Peixoto Filho

PDT

PDT

PMDB

Jorge GamaEpitácio Cafeteira

PP

SuplentesPDS

Julio CamposLygia Lessa BastosNatal GaleNilson GibsonPedro CorrêaRezende MonteiroWilson Braga

Suplentes

PDS

DjaIma MarinhoHorácio MatosOsvaldo MeloPaulo Ferraz

PMDB

Pedro Ivo2 vagas.

Antônio MarizJoel Lima

Audálío DantasDel Bosco AmaraiElonr Guazzelli

Antonio GomesAroido MolettaBezerra de MeloGióia JúniorJayro. MaltoniJ oacíl PereiraJosé Carlos Pagundes

Borges da SilveiraCarneiro Arnaud

Genival Tourinho

Benedito Mateílio

Antônio AmaralAdhemar GhisiAlvaro GaudêncloArtenir Werneroarjos ChiarelliFrancisco RollembergJoão Alves

Edgard AmorimFlávio ChavesJ,crge Ucqued

Presidente:Vice-Presidente: Osmar Leitão :..... PDSVice-Presidente: Amadeu Geara - PMDB

Titulares

PDS

Magnus Guimarães

REUNIÕES

REUNIOES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal 6363Secretário: Hélio Alves Ribeiro

Vago

José Mauricio

16) COMISSAO DE TRABAUfO E LEGISLAÇAOSOCIAL

Sérgio Murllo

Adauto BezerraAdernar PereiraAI;; AlcântaraClaudino Sales

Agassiz Almeida

Qua.rt&.s,.e quintas..feiras~ às 10:00 horasLocal: Anexo II ~ Sala 15 - Ramal 6367SBaetário: A(iassi, Nylúnder Blito

Carlos santosFernando CoelhoFreitas Nobre

Francisco PintoGilson de Barros

3 vagas

PP

Péricles Gonçalves

Ney FerreiraHélio Campos2 vagas

vago

PP

Vago

Vago

PP

Ubaldo Dantaa

PDT

PMDB

PMDB

Marcondes Gadelha2 vagas

PP

Joel vívasVago

PDT

Pl4DB

Suplentes

PDS

Paulo GuerraTelêmaco PornpeíTúlio BarcelosVicente GuabirobaWaiter de Pré.

PMDB

Suplentes

PDS

Inocêncio OliveiraJoão AlvesMoacir LopesSalvador JulianelIlVago .

15) COMISSÃO DE SERViÇO POBLlCOPresidente: Juarez Furtado - PMDB

Vice-Presidente: Heitor Alencar .Furtado .­PMDB

Vice-Presidente: Fernando Gonçalves - PDS

Tlhüares

PDS

Wildy vtarma;, vagas

Augusto LucenaMOilcyr LOp8Sossíen Araripe

Modesto da Silveira

Luiz BaccaríníEdson Vidigal

Eloar Guazzelll

ítalo ContlJosé Ribamar

MachadoMilton BrandãoOetavio Torrecilla

Carios CottaPaulo Torres

Alipio CarvalhoAntonio PontesAI;; Kf!uri

Ernesto Dall'Oglio

JOSé Frejat

Athiê CouryBraga RamosCastejon BrancoFrancisco Rollemberg

Le6nlda.s SampaioPedro Lucena

Carneiro Arnaud.Carlos Cotta.

Euclldel5 8call»Jorge vianna

Abril de 1981 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Quinta-feira 9 . 19047

Joáo FautsinoLeur LomantoVieira da Silva

PP

Juarez Batista

pp

Ubaldo Dantas

PDT

PMDB

Modesto da Silveira

PDSNilson GibsonRômulo Golvão

PMDB

PMDB

Mário Frota

Titulares

Arnaldo Schmitt

Airton SandovalMendonça. Neto..

Ronan Tito

Márcio Maoeclo

4) COMISSAo PARLAMENTAR DE INQUIRrrODESTINADA A INVESTIGAR A SrrUAÇAO DOPATRIMôNIO HISTMICO E ARnSTICO NA·CIONAL E AVALIAR A POLlTlCA DO GO­VERNO FEDERAL PARA SUA DEFESA ECONSERVAÇAO

RESOLUÇAO N." 11, DE 1980

Prazo: 5-12-80 a 26-9-81

Presidente: Célio Borja - PDSVice-Presidente: Vicente Guabiroba - PDS

Relator: Fernando Coelho - PMDB

REUNIõES

Anexo TI - SaJa das CPIsRamal: 6406secretário: Geraldo Jair Barros

Magnus Guimarães

Alcebiades OliveiraAlvaro ValleHugO Napoleão

pp

Edson Vidigal Juarez Batista

PTB

Vilela de Magalhães

Suplentes

PDS

REUNIOES

Quartas-feiras, às 9 :30 horas.

Local: Anexo TI - Sala das CPIs

Ramais: 6405 - 6407

Secretário: Sebastião Augusto Machado

Bezerra de MeloGeraldo Guedes

Israel Dias-Novaes

José AmorimNatal Gale

PDT

PMDB

Octaeilio Almeida

PP

Suplentes'PDS

Jairo MagalhãesJorge ArbageRicarda Fiuza

SuplentesPDS

José TorresLéo SimõesNelson MorroRicardo Fiuza.

Djalma BessaEdison LobãoHugo MardiniHugo Napoleão

Carlos Sant'Anna

Hélio Duque

José Maurioio

Antônio MorimotoAfrisio Vieira LimaIgo Losso

Fernando MagalhãesHonorato ViannaJosé Carlos Fagundes

Leopoldo Bessone

3) COMISSAO PARLAMENTAR' DE INQutRITO.DESTINADA A INVESTIGAR DENONCIAS DEATOS DE CORRUPÇAO' QUE TERIAM SIDOPRATICADOS NA ESFERA DA ADMINISTRA·ÇAO DIRETA E INDIRETA DA UNIAO

Requerimento n." 110, de 1980

(CP!)

Prazo 4-12-80 a 24-9-81

Presidente: Claudino Sales - PDS

Vice-Presidente: Victor Fontana - PDS

Relator: Walber Guimarães - PP

Relator Substituto: Adhemar Santillo - PMDI

TitularesPDS

Genival Tourinho

PDT

PP

PMDB

Nivaldo Krtiger

PP

.Mac Dowell Leite deCastro

Reuniões: Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo TI - Plenário das CPIsRamal: 6406Secretária: Irene Margarida Ferreira Groba

Herbert Levy

Fernando 'Coelho

PMDB

Adhemar Santillo Sebastião Rodrigues JúniorAlberto Goldman

Milton BrandãoRaymundo DínízVasco Neto

pp

Leopoldo Bessone

PDT

PMDB

Ronan Tito

PMDB

Elquisson Soares

PP

Tertuliano Azevedo

PDT

Leur LomaÍltoOswaldo Coelho

SUPLENTESPDS

1) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUIRITODESTINADA A INVESTIGAR AS CAUSAS EE CONSEQUI!NCIAS DAS CHEIAS DO RIO SAOFRANCISCO

2) COMISSAO PARLAMENTAk DE It,jQUIRITODESTINADA A INVESTIGAR AS CAUSAS DASELEVADAS TAXAS DE JUROS NOS DIVERSOSSETORES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

RESOLUÇAO N." 34/80Prazo: 27-11-80 a ~1-9-81

Presidente: Adhemar Ghisi - PDSVice-Presidente: Igo Losso - PDS

Relator: Edson Vidigal - PPRelator Substituto - Herbert Levy - PP

TitularesPDS

José Mendonça BezerraPaulo LustOSll

Edgard AmorlmJackson Barreto

Genival Tourinho

Afrlsio Vieira LimaAngelo MagalhãesAntônto DiasHumberto Souto

Juarez Batista

\RmoLuçAo N." 28/80

(Prazo: 6-11-80 a 24-8-81)

Presidente: Adroaldo Campos - PDSVice-Presidente: Prisco Viana - PDS

Relator: José Carlos Vasconcelos­PMDB

TITULARESPDS

HiElUNlOiESQuintas-feiras, àS 10 horasLocal: Plenário das CPIs - Anexo liSecretárla: Márcia de Andrade Pereira'Anexo li - Ramal 6407 ."

Carlos Wilson

Albérico CordeiroHenrique BritoHonorato Vianna

José Frejat

Cristina Tavares

Adolpho FrancoBoni!ácio de Andrada

Guido Arantes

- -LEI ORGÂNICA

DAMAGISTRATURA NACIONAL

Lei Complementar n? 35/79(alterada pela Lei Complementar n? 37/79)

Texto anotado

índice temático

Histórico das leis (tramitação legislativa)

Regimento Interno do Conselho Nacional da Magistratura

2~ edição - 1980

Preço: Cr$ 100,00

À venda na Subsecretaria de Edições TécnicasSenado Federal

229 andar ou pelo Reembolso Postal

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olARIO DO CONGRESSO NACIONAL

PREÇO DE ASSINATURA

Seção I (Câmara dos Deputados)

Via-Superfície:

Semestre Cr$

Ano Cr$

Exemplar avulso Cr$

800,00

1.600,00

10,00

Via-Aérea:

Semestre . Cr$ 2.500,00

Ano Cr$ 5.000,00

Exemplar avul.so'IAtrasado) .. cr$ 15,00

Seção II (Senado Federal)

Via-Superfície:

Semestre Cr$

Ano Cr$

Exemplar avulso Cr$

800,00

L600,00

10,00

Via-Aérea:

Semestre Cr$ 2.500,00

Ano Cr$ 5.000,00

Exemplar avulsó.(Atrasadol. .Cr$ 10,00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, pagáveis em Brasília ouOrdem de Pagamento pela Caixa Econômica Federal- Agência Parlamento. Conta-Corrente n? .950.052/5. a favor do:

Centro Gráfico do Senado Federal

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EDIÇÃO DE HOJE: 96 PÁGINAS

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Brasília - DF

PREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 10,00