L’Islande et le Portugal : une crise financière, deux gestions différentes de la crise
Crise do Ensino Jurídico no Brasil
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O ENSINO JURÍDICO NO BRASIL: Impactos da massificação dos cursos de Direito na
qualidade da formação dos profissionais de carreira jurídica no País.1
Marcos Pereira da Silva Filho2
Jairo Rocha Ximenes Pontes3
SUMÁRIO: Resumo. 1 Introdução. Evolução do processo de
massificação dos cursos jurídicos no Brasil. 2.1 O surgimento dos
cursos de Direito no Brasil; 2.2 A expansão dos cursos jurídicos no
País na primeira metade do século XX; 2.3 A massificação de cursos
jurídicos no século XXI. 3 O perfil dos cursos de Direito quanto à
instituição de ensino. 3.1Quantidade e perfil de cursos de Direito em
instituições públicas; 3.2 Quantidade e perfil de cursos de Direito em
instituições privadas; 3.3 Comparação entre os cursos de Direito em
instituições públicas e privadas. 4 Os cursos de Direito e o Exame da
Ordem. 4.1 O surgimento do Exame de Ordem no Brasil; 4.2 O
processo de unificação do Exame de Ordem em todo o território
nacional; 4.3 O surgimento do ENADE e sua importância atual na
qualificação dos cursos de Direito no Brasil do século XXI; 4.4 A
involução (ou evolução) percentual de aprovações (ou reprovações)
dos recém-graduados no exame da OAB e/ou no ENADE. 5
Malefícios e/ou benefícios provocados pela massificação dos cursos
jurídicos no Brasil. 5.1 Os principais malefícios que a elevada
quantidade de cursos jurídicos no Brasil repercute na formação e
qualificação dos graduandos de Direito; 5.2 Os principais benefícios
que a elevada quantidade de cursos jurídicos no Brasil repercute na
formação e qualificação dos graduandos de Direito. 6 Considerações
Finais.
RESUMO
O trabalho tem como objetivo demonstrar se, de que forma e em que medida o processo de
massificação de cursos jurídicos existente atualmente no Brasil se relaciona e impacta de
forma negativa na qualidade da formação dos profissionais do ramo do Direito. Para tanto,
inicialmente se traça um panorama histórico da evolução da quantidade de cursos de Direito
no País, do século XIX a esse início do século XXI. Posteriormente, estabelece-se um perfil
dos cursos nas instituições públicas e particulares, quanto ao quantitativo, das grades
curriculares, atividades de pesquisa, extensão e práticas jurídicas. A seguir, discorre-se sobre
alguns aspectos da relação entre o exame da Ordem e a qualificação dos recém-graduados em
Direito. Por fim, tenta-se demonstrar como o processo de massificação de cursos jurídicos no
Brasil interfere e influencia na formação dos profissionais e na qualidade dos cursos, valendo-
se dos indicadores apresentados pelos resultados do exame de Ordem e do ENADE.
Palavras-chave: Massificação. Direito. Qualificação. Exame de Ordem. ENADE.
1 Paper apresentado à disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, da Unidade de Ensino Superior Dom
Bosco – UNDB. 2 Aluno do 1º período do curso de Direito, da UNDB. 3 Professor Mestre, orientador.
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1 INTRODUÇÃO
Pesquisa acadêmica revelou que, no final da década de 1980 e durante a década de
1990, houve um crescimento vertiginoso na quantidade de cursos de Direito implantados no
país, pois somente entre 1995 e 1997 mais de 589 pedidos de aberturas de novos cursos
chegaram à OAB, e que, no início de 2004, já existiam mais 700 cursos jurídicos no território
brasileiro. O crescimento maior foi nos cursos de instituições privadas, sendo que o Censo de
Educação Superior mostrou que de 1992 a 2002 houve um crescimento de 718% do número
de criações de faculdades privadas no país, chegando em 2005 com um número em torno de
864 cursos funcionando. (MORAES, 2005). A partir de consulta formulada no portal “e-
mec”, do Ministério da Educação, obteve-se como resposta a existência de 1.167 cursos de
Direito em atividade no País neste ano de 2012.
Com toda essa proliferação de cursos jurídicos, já na década de 1990, muitos
juristas começaram se preocupar com o grande número de bacharéis em Direito
despreparados que estavam saindo de algumas dessas novas faculdades. Eles questionavam se
a maior causa dessa despreparação e desse ensino problemático era o tal crescimento
desenfreado dos cursos, tendo em vista que muitas faculdades abriam seus cursos jurídicos
sem muito critério e exigências e os resultados dos exames da Ordem dos Advogados do
Brasil apresentavam índices de reprovação muito altos, sem falar nas notas baixas do ENADE
– Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (do ensino superior). Em função dessa
situação, esse artigo tem como missão a tentativa de obter e demonstrar respostas ao seguinte
problema: “Em que medida a massificação de cursos jurídicos no Brasil prejudica a qualidade
da formação dos profissionais de carreira jurídica?”
Preliminarmente, foram elencadas algumas hipóteses, a seguir descritas, que, em
princípio, têm o mesmo grau de possibilidade de verossimilhança, não havendo uma
hierarquia de importância ou prioridade entre elas, apenas situações possíveis de se chegar à
solução da problemática acima:
a) Tendo em vista que grande parte dos novos cursos de Direito provém de
instituições de ensino privadas, as quais, em sua esmagadora maioria, não definem
mecanismos de seleção de ingressantes com rigor razoável, os estudantes desses cursos não
detêm pré-requisitos mínimos necessários para uma absorção adequada dos conhecimentos,
não conseguindo produzir o raciocínio suficiente para entender a realidade, reduzindo o
aprendizado e impactando negativamente na formação/qualificação profissional dos mesmos.
3
b) As instituições, sendo privadas, precisam de resultados financeiros positivos,
não sendo desejável, ou mesmo praticável, rigor nas avaliações e nas mensurações do
aprendizado. Essa redução do rigor avaliativo tem consequência indesejada na
formação/qualificação profissional dos graduandos desses cursos.
c) A elevada quantidade de cursos jurídicos em nível de graduação dificulta a
fiscalização pelo Ministério da Educação, o qual não tem condições de fazer um trabalho de
acompanhamento desejável em todos os cursos numa periodicidade que se julga necessária.
Dessa forma, o presente tema continua atualizado e, apesar de não se inserir em
ineditismo, ainda carece de respostas convincentes e esclarecedoras, razão pela qual despertou
o interesse acadêmico desse graduando, já que essa temática o intriga há tempos,
possibilitando, hodiernamente, apresentar dados confiáveis que sustente a argumentação de
que muitos cursos não possuem qualidade necessária. De outro modo, esse trabalho justifica
sua feitura como tentativa de apresentar elementos à comunidade acadêmica, ao mercado de
trabalho e ao Ministério da Educação, que a massificação dos cursos jurídicos, apesar de ser
importante para a democratização e expansão do ensino, sem a definição de critérios mínimos
de qualificação para a abertura e funcionamento de cursos, se torna uma medida inócua, sem a
devida preparação adequada de profissionais para o mercado de trabalho. Outro fator
importante que justifica a escrita deste artigo se relaciona com a relevância do tema, já que
pode servir para que se promovam debates acadêmicos e institucionais e se obtenham
soluções que possam conciliar a democratização do ensino com a qualidade profissional
necessária e exigida.
Nesse diapasão, o artigo tem como objetivo geral “demonstrar se, de que forma e
em que medida o processo de massificação de cursos jurídicos existente atualmente no Brasil
se relaciona e impacta de forma negativa na qualidade da formação dos profissionais do ramo
do Direito”. Como objetivos específicos, o trabalho pretende: (i) Apresentar a evolução do
processo de massificação de cursos jurídicos no Brasil, desde a criação do primeiro curso até
o ano de 2012; (ii) Demonstrar a proporção entre cursos de Direito em instituições públicas e
em instituições privadas; (iii) Enumerar a evolução percentual de reprovações dos recém-
graduados no exame da OAB e/ou no ENADE; (iv) Expor conclusões que apontem os
malefícios e os benefícios causados pela massificação de cursos jurídicos na formação e
qualificação dos recém-graduados.
2 EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE MASSIFICAÇÃO DOS CURSOS JURÍDICOS NO
BRASIL.
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2.1 O surgimento dos cursos de Direito no Brasil.
Durante o período do Brasil-Colônia não houve qualquer evolução em termos de
educação superior no Brasil, limitando-se ao objetivo de ensinar o povo a ler e escrever, pois
Portugal via o ensino superior nas suas colônias como um ato “atentatório ao poder da
Coroa”. A situação somente começou a mudar após a vinda da Família Real portuguesa ao
Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte, que impôs seu Bloqueio Continental na Europa.
(CASTELO BRANCO, 2010).
Os cursos jurídicos somente iniciaram sua história em território nacional após a
proclamação da independência. Mendes e Chaves (2007) indicam que:
Os cursos jurídicos no Brasil surgiram e começaram a funcionar a partir da criação
do Estado nacional imperial brasileiro. O primeiro projeto de criação e implantação
foi apresentado em 1823, no ano seguinte ao da proclamação da independência. A
partir de então, começaram os debates a respeito do papel e dos objetivos do curso
de Direito na sociedade brasileira, seus currículos e metodologia, bem como o limite
de influência da Universidade de Coimbra na sua formação e estrutura.
De fato, a primeira faculdade de Direito brasileira iniciou suas atividades em
março de 1828, em São Paulo, após a regulamentação legal feita em 1827. Rodrigues (2005,
p. 25) prescreve: “Os primeiros cursos de Direito brasileiros foram criados através da Lei de
11 de agosto de 1827, com sedes em São Paulo e em Olinda, e denominados, então, de
Academias de Direito”. Complementando, o mesmo autor indica que “O curso de São Paulo
foi instalado no Convento de São Francisco, em março de 1828; o de Olinda, no Mosteiro de
São Bento, em maio desse mesmo ano. Em 1854 passaram-se a denominar-se Faculdades de
Direito, e o Curso de Olinda foi transferido para Recife.” (RODRIGUES, 2005, p. 25)
Os primeiros cursos de Direito no Brasil tinham a característica de serem
direcionados para a elite e preocupados em formar pessoas para ocupar cargos políticos ou
administrativos da esfera estatal. Os cursos iniciais não tinham a missão de criar um corpo de
advogados, juristas, procuradores no País, mas sim alimentar a máquina burocrática da
administração pública ou dos cargos políticos. Castelo Branco (2010) assim informa:
O objetivo [dos cursos jurídicos do Brasil-Império] era, eminentemente, compor
burocratas para ocupar as carreiras jurídicas e, em segundo plano, cargos político-
administrativos [...]. O currículo dos cursos era basicamente um resumo da doutrina
então em vigor na Europa [Coimbra, Portugal], o que demonstra a influência da
formação obtida por seus primeiros mestres. Até mesmo alguns costumes, apesar de
inadequados para o clima, foram importados, como o uso de cartola e sobrecasaca.
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Fato curioso é que os cursos eram gratuitos, valendo a velha máxima de que as
despesas da classe dirigente deveriam ser socializadas com toda a população.
Percebe-se que não há pensamento crítico, resumindo-se o ensino jurídico desse
período a uma reprodução resumida do que era ensinado na Europa, mais especificamente em
Portugal, limitando o ensino a aulas-conferência, no estilo de Coimbra. Além disso, havia um
predomínio de alunos oriundos das classes dominantes, apesar de os cursos serem custeados
pelo Estado brasileiro. Ademais, a doutrina predominante era o Jusnaturalismo, que perdurou
até próximo de 1870, quando se iniciou no Brasil as correntes do Evolucionismo e do
Positivismo.” (RODRIGUES, 2005, p.25)
2.2 A expansão dos cursos jurídicos no País na primeira metade do século XX.
Vencida essa fase inicial e, após o advento da proclamação da República, em
1889, especialmente com a Constituição de 1891, houve o primeiro movimento de expansão
dos cursos jurídicos no Brasil, saindo-se do monopólio de São Paulo e Recife (note-se que em
1854 o curso que inicialmente funcionava em Olinda foi transferido para Recife) em oferta de
formação de bacharéis em Direito. Dessa leva, em função da autorização para que os Estados
e a iniciativa privada pudessem abrir cursos superiores em Direito, foram criadas “as
faculdades de Direito da Bahia e Rio de Janeiro (1891), Rio Grande do Sul (1900), Pará
(1902), Ceará (1903), Amazonas (1909), Paraná (1912) e Maranhão (1918)”. No Piauí
somente a primeira faculdade iniciou seu funcionamento em 1931. (CASTELO BRANCO,
2010)
Note-se que se passaram mais de 60 (sessenta anos), desde o início dos primeiros
cursos, em 1828, até o início da expansão, em 1891. Daí, percebe-se que há uma aceleração
na criação de cursos, sendo que em 1918, ou seja, em 27 anos, já haviam sido criados mais 8
(oito) novos cursos. Certo é que, em 1927, já havia 14 cursos de Direito. O perfil da clientela,
nessa época, já se mostra um pouco diferenciado daquele dos primeiros cursos da era do
Império brasileiro. Agora, a maior parte da clientela dos cursos jurídicos dessa primeira
metade do século XX era predominantemente formada dos “filhos da classe média e dos
pequenos industriais, e não mais os descendentes da decadente aristocracia”. (CASTELO
BRANCO, 2010)
Outra mudança que se observa nessa época, além do crescimento maior na
quantidade e no perfil do corpo discente de cursos jurídicos, diz respeito ao conteúdo
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doutrinário ensinado nas faculdades. Dessa forma, abandonou-se o apego ao Direito Natural e
a influência da Igreja Católica e passou-se a dirigir-se e reger-se pelas influências do
Positivismo e do Cientificismo, perdurando desse modo até a reforma de 1962, quando foi
instituído o currículo mínimo. Ainda, assim, percebe-se um ensino tecnicista, conforme
afirma Castelo Branco (2010), “privilegiando o estudo de códigos em detrimento de aspectos
humanistas, sociais e políticos”. Esse mesmo autor afirma que isso só piorou com a reforma
de 1972, em pleno regime militar, que pretendeu acabar por completo o senso crítico da
formação dos profissionais do Direito, privilegiando práticas esportivas e disciplinas
equivalentes a “Educação Moral e Cívica”.
A redemocratização do país resultou em nova reforma, necessária em função da
mudança de paradigma governamental e da própria demanda da nova sociedade, ávida por
exercer seus direitos de cidadãos. Nesse sentido, o Ministério da Educação instituiu diretrizes
curriculares e conteúdos mínimos que demonstram um perfil de “dimensão teórico-prática e
uma formação abrangente e reflexiva”, contendo a volta de disciplinas como Filosofia e
Ciência Política na parte chamada de “disciplinas fundamentais” e, na parte das chamadas
“disciplinas profissionalizantes”, o enfoque foi direcionado para mais discussões e menos
“decoreba”, simples ato de memorização de leis, códigos e doutrinas. (CASTELO BRANCO,
2010)
Esse período de fins do século XX e início do século XXI, momento de intensas
mudanças políticas, econômicas e sociais na vida dos brasileiros, repercute no ensino jurídico.
Livre das amarras da ditadura militar, o país tenta a redemocratização. Assim, percebe-se a
tentativa de (re)inserir o ensino baseado no pensamento crítico, sem perder a vertente de
preparação prática para atuar no mundo real, com casos reais que o profissional se depara no
dia a dia de sua atividade laboral. Exemplo disso é a compatibilização de disciplinas como
Filosofia, Sociologia, Introdução ao Ensino do Direito e Ciência Política em perfeita
harmonia com estudos dos códigos, leis e de disciplinas de prática jurídica, mediante
laboratórios de simulação ou escritórios-modelos que usam casos reais, em programas de
extensão universitária.
2.3 A massificação de cursos jurídicos no século XXI
O ensino jurídico no Brasil chega ao século XXI com a missão de mudar seu
paradigma. Houve massificação de cursos de Direito, principalmente em instituições privadas,
ou seja, de cerca de 500 cursos nos idos de 1997, chega em 2004 com mais de 700 cursos e
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em 2012 com quase 1200 cursos de Direito em funcionamento no País. Isso levou a mudanças
em termos de avaliação dos cursos e dos profissionais tanto por parte do MEC (Ministério da
Educação) quanto pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Nesse início de século XXI,
o MEC instituiu o Exame Nacional do Desempenho de Estudantes (ENADE), que avalia o
desempenho dos alunos e das instituições de ensino superior no Brasil, incluindo os cursos e
alunos de Direito. Também, a OAB promoveu mudanças no seu “Exame de Ordem”,
tornando-o nacionalmente unificado, dentre outras alterações em termos de aferição do
conhecimento.
Oliveira (2004) indica que há necessidade de se desenvolver novo paradigma no
ensino jurídico desse século XXI. Vejam-se: “O ensino superior em todo mundo passa por
uma transformação [...]. O ensino repetitivo já perdeu o seu sentido, faz-se mister que o
ensino se complemente com a pesquisa e extensão universitária, como meios de proporcionar
uma boa formação acadêmica”. No século XXI, o profissional do direito necessita
desenvolver algumas capacidades, tais como: “liderança, confiabilidade, comunicação,
ousadia, criatividade, trabalho em equipe, conhecimentos técnicos, aprender a aprender,
profissional cidadão e empreendedorismo”, e o aluno não deve esperar a transmissão de “um
conhecimento pronto [...] [já que o] aprendizado é construído”, o professor apenas faz uma
intermediação entre o conhecimento e o aprendiz. (OLIVEIRA, 2004).
3. O PERFIL DOS CURSOS DE DIREITO QUANTO À INSTITUIÇÃO DE ENSINO
3.1 Quantidade e perfil de cursos de Direito em instituições públicas
O Quadro I, a seguir, traz o quantitativo de cursos presenciais de Direito em
instituições de ensino públicas, quer sejam da esfera federal, estadual ou municipal,
apresentando a evolução anual desde 2007 até 2011, segundo dados do INEP/MEC:
Quadro I – Quantitativo de Cursos Presenciais de Direito em Instituições de Ensino Públicas
ANO/ESFERA FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL TOTAL
2007 57 47 24 128
2008 57 49 26 132
2009 63 48 31 142
2010 67 50 27 144
2011 69 50 34 153 Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados obtidos do sítio do MEC/INEP/DEED na Internet.
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O perfil das instituições públicas se concentra em cursos universitários, ou seja,
ofertados por universidades no sentido de instituições de ensino superior onde se encontra
estabelecido o tripé ensino, pesquisa e extensão, estabelecendo-se em cerca de 89% do total
das instituições públicas, com exceção de um percentual mínimo de aproximadamente 11% de
instituições municipais que não são universidades. Isso se verifica em todos os anos citados.
3.2 Quantidade e perfil de cursos de Direito em instituições privadas
O Quadro II, a seguir, traz o quantitativo de cursos presenciais de Direito em
instituições de ensino privadas, distribuídas em particulares, propriamente ditas, e em
comunitárias/filantrópicas, apresentando a evolução anual desde 2007 até 2011, segundo
dados do INEP/MEC:
Quadro II – Quantitativo de Cursos Presenciais de Direito em Instituições de Ensino Privadas
ANO/TIPO PARTICULAR COMUNITAR/FILANTROP TOTAL
2007 639 284 923
2008 662 286 948
2009 757 197 954
2010 753 194 947
2011 768 199 967 Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados obtidos do sítio do MEC/INEP/DEED na Internet.
O perfil das instituições privadas se concentra em cursos não universitários, ou
seja, ofertados por centros universitários, faculdades, institutos ou centros de educação
tecnológica, ou seja, onde não se encontra estabelecido de forma sistemática e recorrente o
tripé ensino, pesquisa e extensão, existindo, quando muito, de forma acidental, fixando-se em
torno de 70% do total das instituições privadas nessas situações, sendo, portanto, apenas em
cerca de 30% delas que são universidades. Isso se verifica em todos os anos citados.
3.3 Comparação entre os cursos de Direito em instituição públicas e privadas
De forma resumida, a partir das informações explicitadas nos dois itens anteriores
(3.1 e 3.2), chega-se aos seguintes dados comparativos entre os cursos jurídicos das
instituições públicas e aqueles das instituições privadas em três bases a seguir descritas:
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a) Em termos quantitativos, há uma supremacia de cursos em instituições
particulares em relação às públicas, já que estas representam apenas 13% do total, enquanto
aquelas chegam a 87%.
b) Em termos qualitativos (considerando os cursos em universidades com melhor
qualidade em função de aplicar o tripé ensino, pesquisa e extensão de forma sistemática),
percebe-se que as instituições públicas possuem os cursos de melhor qualidade, já que 89%
dos mesmos são cursos universitários, enquanto que nas instituições privadas esse número
chega a apenas 30% do total.
4. OS CURSOS DE DIREITO E O EXAME DA ORDEM
4.1 O surgimento do Exame da Ordem no Brasil
A primeira regulamentação legal, que fez surgir a exigência do Exame de Ordem
no Brasil, foi a Lei 4.215, de 27 de abril de 1963, que afirmava, em seu art. 48, Inciso III, que,
para “inscrição no quadro dos advogados é necessário [...] habilitação no Exame de Ordem”.
Essa lei foi revogada pelo atual “Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil”, estatuído pela
Lei 8.906, de 4 de julho de 1994, que reafirmou, em seu art. 8º, Inciso IV, a necessidade de
“aprovação em Exame de Ordem” como condição indispensável para “inscrição como
advogado é necessário”.
4.2 O processo de unificação do Exame de Ordem em todo território nacional
A aplicação de um Exame de Ordem em 2006 unificado nacionalmente foi
instituída a partir do Provimento nº 136, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, de 19 de outubro de 2009, publicado no Diário de Justiça de 10 de novembro de 2009.
Tal previsão está prescrita nos arts. 5º, 11 e 12 desse Provimento, in verbis:
Art. 5º O Exame de Ordem ocorrerá 03 (três) vezes por ano, em calendário fixado
pela Diretoria do Conselho Federal da OAB, realizado na mesma data e horário
oficial de Brasília, em todo o território nacional, devendo o edital respectivo ser
publicado com o prazo mínimo de 30 (trinta) dias de antecedência da data fixada
para realização da prova objetiva.
[...]
Art. 11. O Exame de Ordem Unificado será realizado pelas Seccionais que a ele
aderirem, mediante celebração de convênio.
Art. 12. O Exame de Ordem Unificado será executado pelo Conselho Federal,
facultando-se a contratação de pessoa jurídica idônea e reconhecida nacionalmente
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para a aplicação, indicada pela Diretoria do Conselho Federal, após a manifestação
da Comissão Nacional de Exame de Ordem. (OAB, 2009, grifamos)
A primeira edição desse exame unificado ocorreu no primeiro semestre de 2010.
Desde então, já ocorreram 8 (oito) edições desse exame, sendo que a última está em fase de
execução, com resultados preliminares da segunda fase divulgados em 08 de novembro de
2012. Já existe calendário para as próximas 4 (quatro) edições, ou seja, novembro de 2012 a
março de 2013, março a julho de 2013, julho a novembro de 2013 e novembro de 2013 a
março de 2014.
4.3 O surgimento do ENADE e sua importância atual na qualificação dos cursos de
Direito no Brasil do século XXI
No portal do MEC na internet pode-se ter uma ideia genérica do que venha a ser o
ENADE, senão, veja-se:
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia o rendimento dos
alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos
conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é
obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do
histórico escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima
com que cada área do conhecimento é avaliada é trienal. (MEC, on line)
Destacam-se da citação acima algumas características do ENADE, quais sejam:
obrigatoriedade, avaliativo, abrange tanto ingressantes quanto concluintes, necessário para
fins de emissão do histórico escolar e periodicidade trienal por área de conhecimento. Essa
última revela que nem todos os alunos são obrigados a fazer o exame, apenas aqueles que
ingressam ou concluem o seu curso no ano de avaliação da área de conhecimento na qual está
inserida.
O ENADE é uma evolução do antigo Exame Nacional de Cursos, que ficou
popularmente famoso sob a alcunha de “Provão”, que causou tantas polêmicas nos primeiros
anos de sua implantação. Seu erguimento ao mundo jurídico se deu por meio da Lei 10.861,
de 14 de abril de 2004, a qual, em seu art. 5º afirma que “A avaliação do desempenho dos
estudantes dos cursos de graduação será realizada mediante aplicação do Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes – ENADE”. (BRASIL, 2004)
O ENADE ganha importância no cenário atual de qualificação dos cursos
jurídicos na medida em que seu resultado “é utilizado para a composição da nota do curso e
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essa é empregada para a composição do conceito da instituição.”, conforme indicam Verhine,
Dantas e Soares (2006) em artigo no qual comparam o antigo “Provão” ao atual ENADE.
Esses mesmos autores indicam que há outra variável que faz o ENADE
importante na avaliação da qualidade dos cursos, tendo em vista que, avaliando os
ingressantes, pode-se comparar o desempenho dos mesmos quando se tornarem concluintes,
mensurando-se o grau de evolução desses alunos e, assim, mensurando a capacidade do curso
em preparar de forma adequada, satisfatória, ou não, seu corpo discente.
Complementarmente, a prova do ENADE busca captar e avaliar a formação gera e
específica do futuro profissional, mensurando itens como:
(i) ética profissional, (ii) competência profissional, e (iii) compromisso profissional
com a sociedade em que vive. Ao mesmo tempo, devem avaliar a habilidade do
estudante para analisar, sintetizar, criticar, deduzir, construir hipóteses, estabelecer
relações, fazer comparações, detectar contradições, decidir, organizar, trabalhar em
equipe, e administrar conflitos. (VERHINE, DANTAS e SOARES, 2006)
4.4 A involução (ou evolução) percentual de aprovações (ou reprovações) dos recém-
graduados no exame da OAB e/ou no ENADE
No ensino jurídico, a constatação é mais evidente ao analisarmos o número dos
últimos exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Vejamos o Quadro III abaixo:
Quadro III – Percentual de Aprovação nos Exames da Ordem Unificados a partir de 2010
ANO DE REALIZAÇÃO DO EXAME PERCENTUAL DE APROVAÇÃO
1º EXAME DE 2010 14.18% de aprovados
2º EXAME DE 2010 14.91% de aprovados
3º EXAME DE 2010 12.04% de aprovados
1º EXAME DE 2011 15.28% de aprovados
2º EXAME DE 2011 24.52% de aprovados
3º EXAME DE 2011 25.98% de aprovados
1º EXAME DE 2012 14.97% de aprovados
2º EXAME DE 2012 ???? Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados obtidos no sítio da OAB na Internet.
Nota-se, pelos dados acima, que, desde a unificação do exame da OAB,
compreendendo uma mesma prova sendo aplicada em todo o território nacional, que os
índices de aprovação se fixaram em torno de 14%, com exceção dos dois últimos exames
realizados no exercício de 2011, os quais se situaram em torno de 25%.
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Trazendo para o Estado do Maranhão os resultados de aprovação e fazendo a
comparação entre os índices de aprovação dos alunos das instituições públicas e privadas,
obtém-se o seguinte Quadro IV:
Quadro IV – Percentual de Médio de Aprovação nos Exames da Ordem Unificados a partir de
2010: Comparativo entre as Instituições de Ensino Públicas e Privadas.
EXAME
UNIFICADO
PERCENTUAL MÉDIO DE APROVAÇÃO
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS
Presentes Aprovados % Aprovação Presentes Aprovados % Aprovação
1º EXAME DE 2010 117 70 59,83% 1.502 129 8,59%
2º EXAME DE 2010 153 46 30,07% 1.656 136 8,21%
3º EXAME DE 2010 146 58 39,73% 1.833 154 8,40%
1º EXAME DE 2011 142 63 44,37% 1.862 206 11,06%
2º EXAME DE 2011 95 47 49,47% 1.940 363 18,71%
3º EXAME DE 2011 134 78 58,21% 1.872 426 22,76%
1º EXAME DE 2012 143 55 38,46% 2.159 235 10,88% Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados obtidos no sítio da OAB na Internet.
Conforme se pode destacar do quadro acima, os índices de aprovação nos Exames
de Ordem, após a unificação, são flagrantemente inferiores nas instituições privadas quando
comparados com os índices obtidos pelos alunos de instituições públicas. Outro dado que
chama a atenção é a quantidade de alunos que se fazem presentes aos exames, que são
extremamente superiores nas instituições privadas em relação às instituições de ensino
públicas
Os índices de aprovação no ENADE, que serão demonstrados a seguir, se referem
apenas aos cursos de Direito de instituições de ensino superior públicas e privadas atuantes no
Estado do Maranhão, relativamente aos dois exames realizados desde o início de vigência
desse Exame e o ano de 2012, ou seja, nos idos de 2006 e 2009, respectivamente. Serão
demonstrados no Quadro V, a seguir, os dados acerca dos conceitos dos cursos somente das
instituições que foram avaliadas nos dois exames citados:
Quadro V – Conceitos dos cursos, por Instituição de Ensino do Estado do Maranhão, daquelas
que foram avaliadas nos exames ENADE de 2006 e 2009.
IES CIDADE PUB/PRIV CONCEITO
2006
CONCEITO
2009
VARIAÇÃO
%
UFMA São Luís Pública 5 4 -20%
CEUMA São Luís Privada 2 2 0%
Fac. São Luís São Luís Privada 3 3 0% Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados obtidos do sítio do MEC/INEP/DEED na Internet.
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O conceito 2, 3, 4 e 5 correspondem às médias situadas entre 1 a 1,9; 2 a 2,9; 3 a
3,9 e 4 a 5, respectivamente, sendo, portanto, 5 o maior conceito possível. Percebe-se que,
também pelo ENADE, os cursos das instituições públicas se situam em patamar superior aos
da instituições privadas. Contudo, há que esclarecer que, no ENADE de 2009, a Unidade de
Ensino Superior Dom Bosco – UNDB ficou com o conceito 4, igual, portanto, ao da
Universidade Federal do Maranhão – UFMA, mesmo sendo uma instituição privada.
5. MALEFÍCIOS E/OU BENEFÍCIOS PROVOCADOS PELA MASSIFICAÇÃO DOS
CURSOS JURÍDICOS NO BRASIL
5.1 Os principais malefícios que a elevada quantidade de cursos jurídicos no Brasil
repercute na formação e qualificação dos graduandos de Direito.
Se forem tomados isoladamente apenas os dados listados outrora acerca da relação
existente entre a quantidade de cursos jurídicos e os índices de aprovação no Exame de
Ordem, chega-se a conclusão de que, infelizmente, a democratização do ensino superior feita
apenas pela abertura sem limites de vagas em instituições particulares, que não desenvolvem
de forma sistemática o tripé ensino-pesquisa-extensão, como base da metodologia de ensino-
aprendizagem, está trazendo um efeito danoso na qualidade da formação profissional dos
bacharéis em Direito, que não conseguem inserir-se no mercado de trabalho, já que não
conseguem o requisito essencial, qual seja o da aprovação no Exame de Ordem e, assim, obter
habilitação legal para exercício da profissão. Este, com certeza, é o efeito mais prejudicial da
massificação de cursos jurídicos observada no País nas últimas décadas.
Outro malefício que se pode citar é no tocante à ilusão que as instituições de
ensino passam às pessoas de excelente oportunidade de emprego e sucesso profissional,
levando-as a fazer investimentos de tempo e dinheiro e, ao final, não haver a concretização do
ganho tão propalado. A grande quantidade de cursos dificulta sobremaneira a fiscalização
pelo Ministério da Educação, de forma a detectar as falhas e corrigir rumos ou mesmo fechar
cursos que não tenham a menor condição de subsistir. O MEC fica limitado a atuar apenas a
partir de resultados demonstrados após o ENADE e isso ocorre apenas trienalmente. Note-se
que, desde a sua implementação, em 2004, houve apenas dois Exames e o terceiro está
previsto para este ano de 2012. Difícil tomar tão poucos dados como parâmetros avaliativos.
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5.2 Os principais benefícios que a elevada quantidade de cursos jurídicos no Brasil
repercute na formação e qualificação dos graduandos de Direito.
Como benefícios da expressiva quantidade de cursos jurídicos, pode-se citar, por
exemplo, o acirramento da concorrência entre instituições de ensino, públicas ou privadas,
que tenham efetivamente comprometimento, fazendo com que elas invistam cada vez mais na
melhoria da qualidade do ensino e, assim, obtenha resultados satisfatórios tanto no ENADE
quanto no Exame de Ordem e, dessa forma, ofertar ao mercado profissionais melhores
preparados e obter uma boa imagem junto à comunidade, atraindo mais cliente (alunos).
Outro ponto que pode ser considerado como positivo é a seleção feita daqueles
profissionais que se destacaram e que, por conseguinte, tendem a ofertar um serviço de
melhor qualidade aos consumidores e usuários dos serviços advocatícios, o que, por tabela,
permitirá uma valorização maior do profissional e, consequentemente, uma melhor
remuneração pelos serviços prestados.
Por fim, cita-se a tendência que as instituições de ensino superior de investirem
em tornar-se universidade e centros universitários, alavancando a pesquisa científica no País.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O artigo teve o propósito de demonstrar se a massificação de cursos jurídicos
verificada no Brasil nas últimas décadas, especialmente em instituições privadas de ensino,
influi na qualidade do ensino e na formação dos profissionais. Partindo do surgimento dos
primeiros cursos ainda no Brasil-Império até chegar ao século XXI, demonstrou-se que muita
coisa mudou, desde a quantidade de cursos, passando pelas doutrinas dominantes e conteúdos
e grades curriculares mínimas, até se chegar aos exames de aferição da qualidade do
aprendizado e da formação dos profissionais do Direito.
Dessa forma, mesmo com dados limitados utilizados na pesquisa, tomando-se por
base apenas os cursos de Direito em funcionamento nas instituições públicas e privadas
localizadas no Estado do Maranhão, demonstrou-se que os resultados do ENADE não são
satisfatórios e que há altos índices de reprovação no Exame de Ordem, aplicados pela OAB de
forma unificada em todo o território nacional, desde 2009, aos que desejam ascenderem da
categoria de bacharéis à de advogados. Isso se mostrou especialmente nas instituições de
ensino privadas, nas quais se verifica de forma mais evidente a massificação.
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O ENADE, apesar de disponibilizar poucos dados, em função de ter sido realizado
apenas em duas ocasiões para a área em que o curso de Direito se encontra inserido, já
demonstra uma tônica verificada ao longo da pesquisa, isto é, ainda há uma distância, um
abismo entre o aprendizado obtido nas instituições públicas e aquele verificado nas
instituições particulares, já que os indicadores destas são bem inferiores aos daquelas, pelo
menos nos dados obtidos das instituições do Estado do Maranhão. Para ilustrar, verificou-se
que a instituição pública obteve conceitos 4 e 5, enquanto as particulares obtiveram conceitos
2 e 3, respectivamente, nos dois exames realizados. O Exame de Ordem já havia demonstrado
essa realidade. Obviamente, que a tradição de instituições de ensino públicas, como são as
universidades, com certeza influem na qualidade de ensino.
Assim, pode-se fazer uma avaliação, ainda que temerária, de que a quantidade de
cursos está se mostrando inversamente proporcional à qualidade dos mesmos, ou seja, quanto
mais se democratiza o acesso ao ensino jurídico por meio da massificação de cursos de
Direito, menos profissionais qualificados estão disponíveis no mercado. Assim, na sociedade
maranhense, por exemplo, existe uma quantidade enorme de bacharéis em Direito que,
sequer, conseguem tornar-se habilitados ao exercício da profissão de advogado, já que não
conseguem aprovação no Exame de Ordem.
REFERÊNCIAS
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Brasília, DF, 05 jul. 1994.
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16
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