Retiro de Advento e Natal - VISIONVOX

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Capa e diagramação: Desígnios EditoriaisProjeto gráfico: Ronaldo Hideo InouePreparação de texto: Luzia SantosRevisão: Rosalina Siqueira

Edições Loyola JesuítasRua 1822, 341 – Ipiranga04216-000 São Paulo, SPT 55 11 3385 8500/8501 • 2063 [email protected]@loyola.com.brwww.loyola.com.br

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ISBN 978-65-5504-131-6

© EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 2021

Edição digital: outubro 2021

Arquivo ePub produzido pela Simplíssimo Livros

Sumário

Apresentação

Introdução1. O que é o Retiro de Advento e Natal?

2. Como organizar-se para o Retiro de Advento e Natal?3. Como fazer a oração pessoal diária?

4. Como fazer a revisão da oração?5. Como fazer uma leitura orante?

6. Como fazer uma contemplação evangélica?7. Como fazer a oração de atenção amorosa?

8. Acompanhamento espiritual do Retiro de Advento e Natal9. “Dicas” para os animadores espirituais do Retiro de Advento e Natal

Primeira Semana do AdventoDia 28. Domingo da 1ª Semana do Advento

Dia 29. Segunda-feira da 1ª Semana do AdventoDia 30. Terça-feira da 1ª Semana do AdventoDia 1º. Quarta-feira da 1ª Semana do AdventoDia 2. Quinta-feira da 1ª Semana do AdventoDia 3. Sexta-feira da 1ª Semana do Advento

Dia 4. Sábado da 1ª Semana do Advento

Segunda Semana do AdventoDia 5. Domingo da 2ª Semana do Advento

Dia 6. Segunda-feira da 2ª Semana do AdventoDia 7. Terça-feira da 2ª Semana do AdventoDia 8. Quarta-feira da 2ª Semana do AdventoDia 9. Quinta-feira da 2ª Semana do AdventoDia 10. Sexta-feira da 2ª Semana do Advento

Dia 11. Sábado da 2ª Semana do Advento

Terceira Semana do Advento

Dia 12. Domingo da 3ª Semana do AdventoDia 13. Segunda-feira da 3ª Semana do Advento

Dia 14. Terça-feira da 3ª Semana do AdventoDia 15. Quarta-feira da 3ª Semana do AdventoDia 16. Quinta-feira da 3ª Semana do AdventoDia 17. Sexta-feira da 3ª Semana do Advento

Dia 18. Sábado da 3ª Semana do Advento

Quarta Semana do AdventoDia 19. Domingo da 4ª Semana do Advento

Dia 20. Segunda-feira da 4ª Semana do AdventoDia 21. Terça-feira da 4ª Semana do AdventoDia 22. Quarta-feira da 4ª Semana do AdventoDia 23. Quinta-feira da 4ª Semana do AdventoDia 24. Sexta-feira da 4ª Semana do Advento

Dia 25. Natal do Senhor

Introdução à Oitava de NatalDia 26. Domingo. 2º Dia da Oitava de Natal

Dia 27. Segunda-feira. 3º Dia da Oitava de NatalDia 28. Terça-feira. 4º Dia da Oitava de NatalDia 29. Quarta-feira. 5º Dia da Oitava de NatalDia 30. Quinta-feira. 6º Dia da Oitava de NatalDia 31. Sexta-feira. 7º Dia da Oitava de Natal

Dia 1º. Sábado. 8º Dia da Oitava de Natal

Tempo do NatalDia 2. Domingo da Epifania

Dia 3. Segunda-feira depois da EpifaniaDia 4. Terça-feira depois da EpifaniaDia 5. Quarta-feira depois da EpifaniaDia 6. Quinta-feira depois da EpifaniaDia 7. Sexta-feira depois da Epifania

Dia 8. Sábado depois da Epifania

Oração de revisão da caminhada

Referências

Apresentação

A oração sempre será um caminho para Deus. O silêncio durante uma parada no dia, porexemplo, assegura a nós que esse encontro acontecerá da melhor forma possível. Com certeza,esse momento com Deus é desejado por muitas pessoas, que O buscam nas mais diversasrealidades e culturas. De fato, Deus sempre está querendo se comunicar conosco.Generosamente, Ele nos aguarda e nos espera.

Pensando nisso, o material do Retiro de Advento e Natal do Senhor nos ajuda na espera e noscoloca na dinâmica da encarnação de Cristo de modo especial. A partir desses roteiros, somosconvidados(as) a perceber como Deus habita a fragilidade da carne humana.

Para isso, teremos como pano de fundo o tema do Ano Inaciano de 2021-2022 “Ver novas todasas coisas em Cristo”. Mais do que nunca, o nosso olhar deve estar na contemplação dos mistériosda vida de Cristo, a fim de que consigamos receber a graça de um olhar novo, uma vida nova euma força nova, de modo que vivamos como Ele nos ensina em cada gesto e palavra.

O esforço este ano foi de fazermos um trabalho mais em equipe, partilhado e rezado, isto é, umtrabalho em comunhão. Convidamos doze leigos(as) de todo o Brasil, acompanhados(as) porcinco jesuítas, para a construção orante deste material que você tem em mãos. Em todo oterritório nacional, o nosso material chega a casas, a igrejas e a comunidades, alcançando tantoleigos(as), como religiosos(as). A missão é chegar, a cada ano, a mais pessoas.

Portanto, entremos no caminho da espera e da esperança, participemos da alegria da vida novaque nos chega e façamos o possível para que possamos experimentar a presença desse Meninoenviado para nos salvar. Quanto mais próximos do Senhor, mais amigo d’Ele seremos.

Que o Advento e o Natal do Senhor sejam para nós um momento contínuo de conversão e deacolhida.

Equipe

Alexandre TenorioPe. Cléber Gonçalves, SJ

Ednorma VazRenata Franco

Francis OliveiraPe. José Silva, SJ

Pe. José Tardin, SJLelia Sallis

Luís BeltrãoMaria Barbuto

Maria GomesOdilon Castro

Oiara LehnWêdja Melo

Zuleica Mitoso

Pe. Laércio Lima, SJ

Introdução

1O que é o Retiro de Advento e Natal?

O Retiro de Advento e Natal é um caminho de oração diária, um roteiro que acompanha aliturgia, com exercícios elaborados segundo a metodologia de Santo Inácio de Loyola. Esseroteiro oferece uma forma especial de fazer o retiro pessoalmente, em casa, no tempo doAdvento e do Natal, visando a uma vivência espiritual mais profunda desses importantes temposlitúrgicos. Também pode ser feito em grupos, em comunidades.

Fundamentalmente, o Retiro de Advento e Natal é um caminho de oração, um encontrar-se comDeus cotidianamente, por meio dos exercícios de oração, sugeridos e elaborados neste livro queora apresentamos.

2Como organizar-se para o Retiro de Advento e Natal?

Como nos ensina Santo Inácio, é preciso muito ânimo e generosidade para começar e perseverarno Retiro, por isso é importante que você dedique ao menos 30 minutos diários à oração pessoal,seguindo a metodologia que será explicada abaixo. Se você já tem sua rotina de oração inaciana,pode reservar até 1 hora.

Independentemente do tempo, é essencial escolher um horário propício para o “encontro íntimocom o Senhor”. O melhor momento é aquele em que você está mais descansado(a), menosdisperso(a) e agitado(a) pelas preocupações do dia. Recomendamos que seja sempre à mesmahora. Se isso não for possível, pelo menos faça um plano semanal. Além disso, o

Retiro requer muita fidelidade, a fim de colocar o Senhor acima de outros compromissos. Logo,vamos ao encontro do Senhor, em local e hora marcados!

Recomendamos também que você tenha uma espécie de diário espiritual (caderno de vida), noqual poderá anotar aquilo que, durante a oração, aconteceu de mais importante e significativopara o crescimento na fé e em sua prática na vida, além de desejos, apelos de conversão pessoaletc. Isso vai facilitar que você perceba os passos da caminhada e a partilha da oração. Vale apena anotar os toques de Deus.

3Como fazer a oração pessoal diária?

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Local: para uma conversa íntima, o lugar é importante, pois ajuda na conversa, semdistrações nem muitos ruídos. É importante também desligar o celular e evitar receber visitas.A ambientação também ajuda, por isso é bom sempre ter algo onde possa repousar o olhar:uma vela, um crucifixo, uma imagem, um ícone… e, claro, a Bíblia, com o texto a ser rezadopreviamente marcado.Postura: assim como o local, a posição corporal pode ajudar na oração. Deve ser confortável,mas não relaxada demais. Uma dica é sentar-se com os pés apoiados no chão, talvez semsapatos, com os braços soltos, e o dorso das mãos sobre a coxa, com as costas eretas. Ou seja,fique numa posição em que você não tenha que se reacomodar a todo momento.Iniciando sua oração: respire pausadamente, preste atenção à sua respiração, inspire o amor ea presença de Deus; expire suas preocupações e tensões. Pode ajudar colocar uma músicainstrumental suave. Pacifique-se. Acolha os ruídos próximos e distantes, pois a vida pulsa aoseu redor, mas este é um momento apenas seu com Deus. Assim que se sentir pacificado(a),faça lentamente o sinal da cruz, saudando a Deus. Você nunca está só. Deus já o(a) aguardapara conversar!Acolhimento: acolha a presença de Deus como amigo e invoque o Espírito Santo, para queEle o(a) ajude a rezar.Oração preparatória: faça uma oração “Senhor, que todos os meus pensamentos, palavras,sentimentos e ações estejam ordenados apenas para Ti, para que os transforme e ordene”.Que você esteja totalmente voltado(a) a Deus durante a oração.Pedindo a graça: sugerida em cada semana. Em cada oração, pede-se uma graça, que apontapara onde se está caminhando. Se você se distrair durante a oração, repetir a graça ajuda aretomar o “caminho”.Texto bíblico do dia: dedique tempo à Palavra de Deus. Não se trata de analisar o texto, masde perceber qual palavra ou imagem toca seu coração, que lembranças traz, o que aponta.Saboreie a Presença de Deus dentro do seu coração. Converse com Deus, como um amigofala a outro amigo.Despedida amorosa: termine agradecendo tudo o que se passou na oração. Depois, reze umPai-Nosso ou uma Ave-Maria e encerre com o sinal da cruz.

4Como fazer a revisão da oração?

Ao terminar de rezar, Santo Inácio sugere revisar a oração, para refletir sobre o que ocorreudurante cada tempo de oração. Para isso, é importante anotar a data, o texto rezado e analisarcomo se saiu: que elementos ajudaram? Que dificuldades apareceram? Isso pode ajudar apreparar melhor a próxima oração.

Então refletir sobre o que foi mais importante para o crescimento da fé e para a vida:Que palavra, frase ou imagem mais o(a) tocou?Que sentimentos predominaram na oração? (Não emoções, mas sentimentos profundos.)Sentiu algum desejo, inspiração, apelo à conversão?Sentiu alguma resistência para seguir esse apelo ou inspiração? Algum medo? Desânimo?

Anotar no caderno de vida (diário espiritual). Além de recolher os toques de Deus, essa síntese

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pode ser utilizada para partilhar a oração, em grupo ou com seu(sua) acompanhante.

5Como fazer uma leitura orante?

Quando se trata de um texto de ensinamento da Escritura, ou de uma oração, por exemplo o Pai--Nosso, Santo Inácio recomenda que se reze desta forma:

Leitura do texto: leia bem devagar, frase por frase, com atenção a cada palavra… Ou seja,uma leitura com todo o seu ser. Pergunte-se: o que diz o texto em si?Meditação: não tenha pressa de ler e entender tudo, pare onde o texto o(a) tocarinteriormente, saboreie a Palavra. Pergunte-se: o que diz o texto para mim?Oração: agora brota do coração, tocado pela Palavra lida e meditada, uma oração. Deus é Paie nos ama muitíssimo. Pergunte-se: o que o texto me faz dizer a Deus? Esta oração pode serde louvor, de ação de graças, de súplica, de silêncio. É necessário deixar que o Espírito rezeem nós. Abra seu coração a Deus e expresse o que sente.Aprofundando: agora é saborear o momento de intimidade com o Senhor, acolhendo o quetocar o seu coração e sua mente: desejos, luzes, apelos, lembranças, inspirações, sentimentos,resistências… Pergunte-se: o que eu experimento ao rezar este texto?Agindo: vendo novas todas as coisas em Cristo; a Palavra saboreada produz frutos de fé eamor, uma resposta amorosa concreta. Pergunte-se: o que fazer pelo Senhor?Finalize sua oração com gratidão. Reze um Pai-Nosso ou uma Ave-Maria.Após a oração, faça a sua revisão e anote (cf. número 4).

6Como fazer uma contemplação evangélica?

Quando o texto é uma cena bíblica, especialmente um acontecimento ou mistério da vida deJesus, Santo Inácio sugere fazer uma oração de contemplação. Contemplar é fixar o olhar comadmiração, com encantamento, por isso observar demoradamente, repousando o olhar naimagem. Ou seja, rezar também com os olhos da imaginação. Ele propõe alguns passos quepodem ajudar:

Ler ou reler para recordar a história a ser rezada.Ver, com os olhos da imaginação, o lugar onde se passa a cena evangélica (Casa? Montanha?Lago?…).Procure ver as pessoas da cena; observe onde estão e o que fazem. Dedique um olhardemorado, sem querer explicar ou entender.Tente ouvir, prestando atenção às palavras ditas ou implícitas. O que podem significar? E sefossem dirigidas a mim?Perscrute o que sentem: as pessoas na cena têm nomes, histórias, sofrimentos, buscas,alegrias… Como agem? Como reagem? Tente perceber os gestos, os sentimentos e asatitudes, sobretudo de Jesus.Deixe-se envolver pela cena. Contemple, saboreie e participe se desejar.

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Refletindo, tire proveito de tudo o que ocorreu durante a oração; deixe que a cenacontemplada ilumine sua vida e história, aponte novos caminhos.Finalize com uma despedida amorosa. Reze um Pai-Nosso ou uma Ave-Maria.Terminada a oração, faça sua revisão e anote (cf. número 4).

7Como fazer a oração de atenção amorosa?

Trata-se de uma retrospectiva orante do dia, conhecida como Exame do Dia ou Oração deAtenção Amorosa. É o exame espiritual de consciência a ser feito antes de se deitar, por uns 10minutos. Santo Inácio de Loyola sugere lançar um olhar para todo o dia vivido, em uma atitudede gratidão. Não se limitar às falhas, mas ter uma visão mais ampla, para tomar consciência daação do Senhor durante os eventos do dia e colocar o futuro nas mãos de Deus. Deve ser umexercício diário, mesmo depois do final do Retiro. Consta de cinco passos:

Agradecer

Traga à memória em que momento do dia você percebeu a presença de Deus e agradeça-Lhe tudo o que viveu.Gratidão é mais que um sentimento, é uma atitude, isto é, uma virtude que abre o coração.

Invocar o Espírito Santo

Invoque o Espírito Santo, pedindo luz para olhar o seu dia com os olhos de Deus, com clareza e amor.

Repassar o dia

Contemple o dia que passou. Deixe passar diante de seus olhos o dia todo ou se coloque diante de algunsacontecimentos. Não se trata de avaliar-se ou julgar-se, mas de buscar especialmente perceber a presença de Deusem si e nos outros. Permitiu que Deus atuasse em você, sendo sinal de sua presença e amor para com os outros?Dedique algum tempo àqueles acontecimentos que mais lhe chamam a atenção. Depois desse exame, encontramotivos para agradecer?

Pedir perdão

Se perceber que não foi atento(a) o bastante ao que o Senhor lhe pediu naquele dia, reconhecendo-se frágil ouomisso(a), peça perdão a Deus por suas faltas ou pelo bem que deixou de fazer, não se deixando conduzir por seuEspírito.

Oração de conclusão

Peça ajuda para superar suas fragilidades, faltas e omissões. Confie ao Senhor o seu amanhã, com a esperança deque um novo dom venha a ser vivido intensamente na alegria e na esperança, com a graça de Deus. Reze um Pai-Nosso.

8Acompanhamento espiritual do Retiro de Advento e Natal

Além das orientações dadas, seria desejável um acompanhamento mais direto. Tanto quantopossível, que os grupos sejam acompanhados por um orientador experiente nos ExercíciosEspirituais de Santo Inácio, auxiliado por outros acompanhantes que se disponham a prestar esse

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serviço pastoral. Há duas possibilidades:

Recomenda-se que as pessoas que desejarem fazer o Retiro formem grupos por proximidadegeográfica ou afetiva, sejam grupos já existentes ou a se constituírem. O objetivo é reunir-sesemanalmente de preferência, para a partilha das experiências (cf. número 9).Dada a realidade pandêmica, criou-se também oportunidade de acompanhamento virtual.Várias obras, movimentos e serviços em todo o Brasil reúnem grupos para partilhas eorientações para o uso do material.

Partilhar a experiência de oração enriquece a todos do grupo. Como dito na Revisão da Oração, apartilha é sobre as experiências durante as orações, por isso é também um momento orante, emque cada um abre seu coração a Deus e aos irmãos, que acolhem no silêncio de seus corações,rezando uns pelos outros.

9“Dicas” para os animadores espirituais do Retiro de Advento

e NatalConstituir grupos de no máximo 10 pessoas por animador(a), para que os encontros não sejamdemorados (no máximo 1 hora) e haja tempo para que todos(as) falem.

Formados os grupos de pessoas unidas pelo desejo de viver esses tempos litúrgicos do Advento eNatal com mais intensidade, o(a) animador(a) espiritual pode:

Combinar local e data em uma primeira reunião para:detalhar mais o sentido desses Tempos Litúrgicos;ler o objetivo do Retiro, em especial as instruções do Livro;agendar os encontros semanais para a partilha;verificar se todos adquiriram o livro do Retiro de Advento e Natal;recomendar que cada participante tenha um caderno de vida;esclarecer dúvidas sobre a metodologia inaciana.

Preparar o ambiente para a partilha: lugar propício, velas, a Palavra de Deus no centro, flores,cadeiras, estampas etc., de acordo com a criatividade de cada um ou do grupo. Pode-sesugerir que cada encontro seja preparado por algum participante.Escolher alguma música instrumental, mantra ou canto para iniciar o encontro. Depois fazeruma oração vocal ao Espírito Santo e talvez a leitura de um texto bíblico (pode ser algumtexto rezado durante a semana). Enfim, criar um momento de recolhimento.Explicar que a partilha é também oração: cada um(a) escuta e acolhe no coração a fala dooutro, sem comentar, com respeito e sigilo, pois não se trata de debate, nem resolução dedúvidas, muito menos réplica ao que o outro falou.Motivar cada um a partilhar, num clima de acolhida amorosa da oração, cuidando para quealgumas pessoas não monopolizem a partilha, a fim de garantir a plena liberdade de cada umna experiência espiritual.

Conduzir o grupo com delicadeza, tato e bom senso, para que as partilhas adquiram maiorqualidade espiritual. A pessoa deve se sentir à vontade para partilhar livremente a ação doSenhor em seu interior: as alegrias e dificuldades experimentadas, os apelos sentidos, asresistências… os “movimentos do coração” e qual impacto a oração está tendo na vidapessoal, familiar, eclesial, social…Animar para a fidelidade ao tempo da oração e à metodologia, além de dar brevesindicações para a semana de oração.Repassar a metodologia, esclarecer dúvidas sobre os “passos para a oração”, o “pedido dagraça”, a revisão da oração e o registro das moções no caderno de vida.Buscar ajuda quando sentir que algo está travando a experiência espiritual pessoal ou dealgum participante.Terminar o encontro com um canto ou oração vocal, por exemplo o Pai-Nosso.

INTRODUÇÃO

“Deus que nunca dorme, busca quem não durma.” Essa estrofe, cantada em um Hino deVésperas no Advento, nos alerta para a prontidão, atitude própria de quem espera a chegada dealguém ou de um acontecimento importante.

O Advento, itinerário que iniciamos hoje, significa “chegada”1. Como as virgens prudentes que,despertas e com as lamparinas preparadas, esperam a chegada do amado (Mt 25, 1-13), somosmovidos(as) por um compasso de preparação e espera d’Aquele que vem ao nosso encontro paranos salvar. Trata-se de uma espera ativa, que demanda disposição interna e externa, paramergulhar no mistério profundo de Deus, que, sendo infinito, faz-se criatura finita, no tempo eno espaço!

A beleza deste tempo forte da Igreja não está, somente, em nos inserir no mistério da Encarnaçãoe Nascimento do Cristo, evento histórico que ocorreu há mais de dois mil anos. A riqueza doAdvento revela-se na medida em que é capaz de nos despertar para a nova chegada de Jesus.

São Bernardo de Claraval2 pregava que são três as vindas de Jesus. A primeira aconteceu nanoite fria de Belém, em que Deus chegou até nós como um frágil recém-nascido envolto empanos e posto sobre uma manjedoura de bois. A segunda vinda de Cristo será a sua vindaGloriosa. E entre essas duas vindas existe uma intermediária, que se dá a cada dia de nossasvidas. “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos”, prometeu-nos Jesus.

Portanto, o Advento é a escola que nos ensina o lugar adequado para buscar e reconhecer oSenhor, que já está no meio de nós, todos os dias, até o fim dos tempos e para permitir que, desdejá, venha a nós o Seu Reinado.

O exame de consciência, ao qual Santo Inácio de Loyola deu especial atenção, é um instrumentovalioso para perceber a Presença do Senhor em nossa vida concreta. Ao fazer memória do diaque passou, vamos aprendendo a perceber como Jesus Ressuscitado se faz Presente em nossavida. São muitos os sinais do seu Amor: a vida que Deus sustenta em nós a cada instante, oalimento que nos é dado, a coragem para vencer as dificuldades, a oportunidade de suprir algumanecessidade do nosso irmão… Mas, para vê-los, é preciso que estejamos despertos(as) como ospastores e tenhamos um coração disponível, como os de Maria e de José.

A experiência deste Retiro de Advento abre-nos à possibilidade de conhecer um pouco sobre aescola dos afetos, que são os Exercícios Espirituais. Ao nos deixarmos afetar pelas imagens quebrotam do Evangelho, vamos mergulhando nos mistérios da vida de Jesus, e, ao mesmo tempo,na nossa própria vida. Assim, o modo de sentir e de proceder do Senhor vai ficando impresso emnosso coração e em nossas ações. Jesus vai se dando a conhecer e, ao mesmo tempo, revelandoquem somos e de que modo somos chamados(as) a servi-Lo na realidade de nossas vidas, pormeio de nossos irmãos(ãs).

Dia 28. Domingo

da 1ª Semana do Advento

“A Ti Senhor elevo a minha alma.”Jr 33,14-16 | Sl 24(25) | 1Ts 3,12-4,2 | Lc 21, 25-28.34-36

Graça a ser pedidaSenhor, que eu consiga ouvir e reconhecer a Tua voz e esteja disponível, pronto(a) e diligente ao Teu chamado.

Iniciamos agora nosso Retiro pedindo a Deus que nos ilumine e fortaleça, para que possamosentrar com o coração aberto, com ânimo, e que Maria nos ajude a ser fiéis e generosos(as) paracom Deus, cumprindo o que agora nos propomos.

Sempre é bom ler o texto a ser rezado com antecedência, além de deixar marcado. Deixar “nossocoração de molho” na Palavra de Deus, que é Amor!

Quando for se sentar para rezar, cumprimente a Deus, que já o(a) espera! Ele sempre nosantecede. Faça uma reverência… acomode-se tranquilamente, respire algumas vezes, devagar,inspire… ar novo… a presença e a paz de Deus… expire o seu cansaço, as preocupações… agorao que importa é estar com Deus…

Quando se sentir pacificado(a), faça a oração preparatória: “Senhor, que todos os meuspensamentos, palavras, sentimentos e ações estejam orientados apenas para Ti, para que ostransforme e ordene”.

Tente agora recordar o texto a rezar ou torne a lê-lo, devagar, com atenção. Note os verbos, osadjetivos, as pessoas envolvidas, o lugar…

Peça a graça desta semana e então retome o texto, sem pressa… tudo isso é oração.

No Evangelho de hoje, Jesus anima seus discípulos, já amedrontados ante a perseguição dosjudeus e romanos e pouco conscientes do que está por vir.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja os discípulos reunidos ao redor de Jesus. Enquanto oSenhor marcha, decididamente, para abraçar o projeto de amor até o fim, os discípulosparecem confusos e agitados com as “preocupações da vida”.Contemple a cena, tente perceber os sentimentos das pessoas: dos discípulos… de Jesus…procure ouvir o que dizem… o que fazem…

Refletir para tirar proveito:

Agora “reflita sobre si mesmo(a)”, deixe que o contemplado o(a) questione…Em que situações sinto ecoar em mim esse chamado de “ânimo” que Jesus propõe?Como ressoa em mim o alerta de Jesus “que os vossos corações não se tornem pesados

com as preocupações da vida”?Converse com Jesus “como um amigo fala a outro amigo”, Santo Inácio nos ensina. Deixeque Ele o(a) ajude a ver novas todas as coisas, aprenda com Ele um novo modo de perceber arealidade e de ser no mundo.Termine sua oração, despeça-se do Amigo com calma e reze um Pai-Nosso.Depois faça a revisão da oração, analise se o lugar foi bom, se o tempo foi suficiente, qualpalavra ou imagem foi mais forte… se teve alguma resposta do pedido de graça… amanhãserá um novo dia! Uma nova oportunidade de fazer e ser! Anote em seu caderno o principalda revisão.

Ver novas todas as coisas em Cristo“A conversão é um assunto cotidiano; raras vezes é de uma vez por todas. A conversão de Inácio começou em Pamplona, masnão terminou aí. Durante toda sua vida se converteu, dia a dia, e isso significa que, durante toda sua vida, pôs Cristo no centro.

E o fez através do discernimento” Papa Francisco, Peregrinos com Inácio, 23 de maio de 2021.

Dia 29. Segunda-feirada 1ª Semana do Advento

“Que alegria quando me disseram: vamos à casa do Senhor.”Is 4, 2-6 | Sl 121(122) | Mt 8, 5-11

Graça a ser pedidaSenhor, que eu consiga ouvir e reconhecer a Tua voz e esteja disponível, pronto(a) e diligente ao Teu chamado.

Você está preparado(a) para a chegada de Jesus? Ao tomar a iniciativa de fazer este Retiro doAdvento, você já demonstra possuir um coração animado e generoso, como dizia Santo Inácio deLoyola (EE 5). Mas é preciso fazer algo mais. O Advento, tempo forte da Igreja, é um chamadopara nos prepararmos para a vinda do Senhor, que deseja se encarnar e estar no meio de nós.Esse mistério é sinal de grande júbilo e esperança para nós, e a nossa preparação para umacontecimento tão importante deveria ser condizente. Afinal, quando sabe que alguém irá à suacasa, você não verifica se está tudo em ordem, arrumado, agradável e até bonito? Receber umavisita, seja de uma pessoa próxima, seja de um prestador de serviço, nos desperta um sentido deurgência, de preparação e uma certa preocupação em acolher bem quem chega. “Tu vens, tuvens, eu já escuto os teus sinais”, diz o poeta Alceu Valença. Nós sabemos que o Senhor chegaráe que Ele quer e deseja muito estar com você. Em sua casa. Em sua vida (Lc 19,5).

Este Evangelho pode questionar que casa é essa que o Senhor irá encontrar e se você se sentedigno(a) de recebê-Lo em seu coração.

Reconhecer-se frágil e pequeno(a) diante de tão grande mistério também faz parte do encontro

com o Senhor; aproveite para refletir sobre o que precisa ser arrumado antes da chegada d’Ele.

O centurião romano diz que não é bom o suficiente, não é adequado, não preenche os requisitospara receber o Senhor em sua casa. O chefe dos soldados romanos em Cafarnaum, uma grandeautoridade humana que mandava e era obedecido, se julga indigno de receber Jesus em sua casa.E não pede nada para si mesmo, mas a cura de um servo. Jesus fica maravilhado ao ver ahumildade, a fé e a percepção daquele homem. Fica maravilhado ao ver uma pessoa que sabe oque é… e o que não é. O Criador se maravilha com sua criatura!

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja como o centurião romano se comporta, como ele olhapara Jesus. Ouça como é o seu tom de voz.Perceba como as outras pessoas reagem a esse encontro e como Jesus se relaciona com essehomem poderoso, atemorizante para alguns, mas que reconhece o Senhor.

Refletir para tirar proveito:

É chegada a hora de “arrumar a casa”?O que desejo que o Senhor encontre ao entrar em minha casa?Como e o que mudar para acolher o Senhor?

Ver novas todas as coisas em Cristo“O ser humano é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus, nosso Senhor” (EE 23).

Dia 30. Terça-feirada 1ª Semana do Advento

Festa de Santo André, Apóstolo “Os céus proclamam a glória do Senhor.”Rm 10, 9-18 | Sl 18(19) | Mt 4,18-22

Graça a ser pedidaSenhor, que eu consiga ouvir e reconhecer a Tua voz e esteja disponível, pronto(a) e diligente ao Teu chamado.

Hoje a Igreja celebra a festa de Santo André, irmão de São Pedro. André já havia encontradoJesus anteriormente e O apresentou a seu irmão (Jo 1, 40-41), mas algo impressionante ocorreneste Evangelho: Jesus os convoca e diz que fará deles “pescadores de homens”. André e Pedroeram homens acostumados às dificuldades da vida, afinal ser pescador por profissão significa

despertar de madrugada, enfrentar o trabalho duro, o frio, a roupa molhada, o sol inclementequeimando a pele, entre outros.

Além disso, há que se ter paciência para esperar e apanhar os peixes, além de ter que enfrentar osperigos quando o tempo muda e uma tempestade retém o barco em meio às águas revoltas. Tudoisso eles já conheciam, mas a proposta de Jesus era misteriosa: “pescadores de homens”. OEvangelho nos leva a crer que Jesus percebeu duas características importantes naqueles irmãosque os fariam bons discípulos: a primeira é que, como pescadores, eles eram homens capazes deenfrentar as dificuldades. A segunda é o anúncio da Boa-Nova, que começa na família. André,após encontrar-se com Jesus, levou-O a seu irmão Simão, dizendo: “encontramos o Messias”.Jesus então diz: “Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Céfas (Pedro)”. Jesus o reconhece,mostrando que sabe quem é seu pai, o qual tinha lhe dado o nome de Simão, mas que então Elelhe daria outro nome: Pedro. Os pescadores foram pescados. Os irmãos, naquele momento, eramchamados para uma missão na qual enfrentariam dificuldades, mas que deveria ser conduzidacom amor fraternal: pescar almas para o Reino de Deus.

Santo André anunciará o Evangelho até a morte, mantendo essas duas características. A tradiçãopopular cristã atribui a Santo André uma oração, pronunciada pouco antes de sua morte na cruz:“Salve, ó cruz gloriosa, santificada pelo corpo de Cristo”. Assim como fez ao longo de toda a suavida missionária, Santo André enfrentou as dificuldades com paciência e amor, tal qual o próprioCristo quando se submeteu ao instrumento de tortura, embelezando-o e santificando-o.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja como Jesus se aproxima dos irmãos que trabalham e oschama.Perceba como André e Pedro ouvem o chamado e como reagem.

Refletir para tirar proveito:

Como você tem enfrentado as cruzes do dia a dia?Como renunciar à própria vontade e fazer a vontade de Deus?Como o Senhor o(a) convida para anunciar o Evangelho aos mais próximos?Santo Inácio nos interpela para seguir e servir a Deus de forma livre, sem nos prendermos àscoisas, tendo em vista apenas o Senhor.

Ver novas todas as coisas em Cristo“… da nossa parte, não queiramos mais saúde do que enfermidade, riqueza do que pobreza, honra que desonra, vida longa que

vida breve, e assim por diante em tudo o mais, desejando e escolhendo somente aquilo que mais nos conduz ao fim para oqual somos criados” (EE 23).

Dia 1º. Quarta-feirada 1ª Semana do Advento

“O Senhor é o pastor que me conduz.”Is 25, 6-10a | Sl 22(23) | Mt 15, 29-37

Graça a ser pedidaSenhor, que eu consiga ouvir e reconhecer a Tua voz e esteja disponível, pronto(a) e diligente ao Teu chamado.

No Evangelho de hoje, Jesus chega próximo ao mar da Galileia, vindo da região de Tiro eSidônia. Ele era seguido por uma multidão que levava seus enfermos para, talvez, serem curados.E Jesus os curou! (Mt 15, 30). A cura de aleijados, mudos e cegos já era um grande sinal dagraça do Senhor. Entretanto, algo ainda mais impressionante iria acontecer.

O Evangelho nos traz o relato da segunda multiplicação de pães e peixes que Jesus realizou,depois de uma longa viagem e após curar todos os doentes que a multidão colocou a seus pés. Aover a alegria daquele povo que glorificava a Deus por tantas graças, Jesus sentiu compaixão, poisaquelas pessoas já estavam com Ele havia três dias. Esse é um dado importante, pois naquelaépoca não havia mercados à beira da estrada para comprar comida. Os viajantes até podiampreparar uma bolsa com alguns itens, mas não era possível carregar uma quantidade de alimentossuficiente para muitos dias de viagem. Jesus, então, pergunta quanta comida os discípulos aindatêm. Eles respondem: “sete pães e alguns peixes” (Mt 15, 34). Era óbvio que a quantidade erainsuficiente para tanta gente. Entretanto, parece que Jesus queria deixar claro que o que iriaacontecer não era obra de mãos humanas. Portanto, não restando dúvidas de que não haviaalimentos para todos, Jesus recebeu dos discípulos o pouco que tinham, abençoou, partiu eordenou que eles distribuíssem. Todos comeram ficaram satisfeitos, e ainda sobrou muitacomida.

O Senhor escolheu agir assim para o bem de nossa própria fé (Jo 11, 15) e para podermoscontribuir, mesmo com nossos poucos recursos. Ele faz o milagre, e nosso trabalho é servir.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja os doentes sendo curados e o olhar de compaixão de Jesusao ver o povo sem comida.Preste atenção na reação dos discípulos ao entregarem o seu pouco a Jesus e distribuírem omuito que receberam d’Ele.

Refletir para tirar proveito:

Como você tem servido com aquilo que Deus lhe deu?Você percebe os milagres que ocorrem à sua volta?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Aja como se tudo dependesse de você, sabendo bem que, na realidade, tudo depende de Deus” (Santo Inácio de Loyola).

Dia 2. Quinta-feirada 1ª Semana do Advento

“Dai graças ao Senhor porque Ele é bom.”Is 26,1-6 | Sl 117(118) | Mt 7, 21.24-27

Graça a ser pedidaSenhor, que eu consiga ouvir e reconhecer a Tua voz e esteja disponível, pronto(a) e diligente ao Teu chamado.

No Evangelho de hoje, Jesus compara um homem prudente, que funda a estrutura de sua casasobre a rocha, àquele que põe em prática a Vontade do Pai.

A vida humana é cercada de incertezas: por mais que busquemos tantas seguranças, quem de nóspode garantir que chegará vivo ao final do dia?

A proposta feita por Jesus é irrecusável. Ele nos convida a construir o que somos e fazemosn’Ele. Assim, ainda que seja preciso enfrentar intempéries de todas as direções: de cima (chuva),de baixo (enchentes) e dos lados (ventos), continuaremos firmes, pois é Jesus, a Rocha, que nosdá estabilidade.

E como podemos cumprir a Vontade de Deus e, assim, ser “casa” fundada sobre a Rocha? Eis oparadoxo do seguimento de Jesus: para termos uma estrutura sólida, precisamos abandonar todasas nossas seguranças humanas para colocarmos nossa inteira confiança no Deus, Uno e Trino,revelado em Jesus. Por isso, o seguimento de Jesus exige uma resposta radical e uma entrega detudo o que somos: “Quem não deu tudo, deu nada. Com o Absoluto, não se regateia”, dizia o Pe.Leonel Franca, SJ.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: ouça Jesus alertando os seus discípulos: “Muitos me dirão:Senhor, não profetizamos em Teu nome? (…) E eu então lhes declararei: nunca vos conheci;apartai-vos de mim, malfeitores”.

Refletir para tirar proveito:

Qual é o fundamento de minha vida?Quais dimensões de minha vida parecem frágeis, como casa construída sobre a areia?

Estou disposto(a) a fazer de tudo um “meio” para atingir o único “fim”, que é inteiramentecumprir a vontade de Deus?

Ver novas todas as coisas em Cristo“(…) não ama a Deus de todo o coração quem ama qualquer coisa por ela mesma e não por Deus” (Carta de Santo Inácio a

Martín Garcia de Oñaz, 1532)3.

Dia 3. Sexta-feirada 1ª Semana do Advento

São Francisco Xavier“E disse-lhes: Ide por todo o mundo,pregai o Evangelho a toda criatura.”

1Cor 9,16-19.22-23 | Sl 95,1-2a.2b-3.7-8a.10 (R.: 3) | Mc 16,15-20

Graça a ser pedidaSenhor, que eu consiga ouvir e reconhecer a Tua voz e esteja disponível, pronto(a) e diligente ao Teu chamado.

Jesus Ressuscitado convoca e envia seus discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamando a BoaNotícia a toda a humanidade”. E “eles saíram para pregar por todos os lugares (…)”.

Ontem, o texto proposto nos convidava a uma opção radical e prática do seguimento de Jesus. Amesma disposição com que os discípulos saíram para levar a Boa Notícia foi vivida por SãoFrancisco Xavier, cuja festa celebramos hoje. Santo Inácio havia escolhido o companheiroNicolau de Bobadilla para destiná-lo às Índias. Mas esse companheiro adoeceu. Então, Ináciochamou Xavier e disse: “Este é o vosso destino”. E, “com muita alegria e presteza”, respondeuXavier: “Eis-me aqui”. E “logo no dia seguinte, remendando uns calções velhos e não sei quesotainazinha, partiu com tal semblante que bem se via que Deus o chamava para o que temosvisto”. Os dois companheiros, cuja amizade no Senhor havia sido tecida com a própriaidentidade e missão, se veem pela última vez na face da Terra. Um pouco antes da partida deXavier para as Índias, Inácio percebe que o amigo só veste uma fina camisa sob a sotaina eexclama: “Assim, Francisco, assim?”, e sem mais pediu que lhe providenciassem a roupanecessária4.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja os onze discípulos diante do Cristo Ressuscitado, que osenvia “por todo o mundo”. Ouça o que Jesus diz.Contemple Jesus sendo levado ao céu, à direita de Deus, enquanto os discípulos saem para

pregar. Mas o Senhor continua a “cooperar” e confirmar a mensagem com sinais.

Refletir para tirar proveito:

Sinto-me enviado(a) em missão, tal qual os discípulos, São Francisco Xavier e tantos outros?Sou capaz de ler os sinais que o Senhor me envia como confirmação de que Ele está comigo?

Ver novas todas as coisas em Cristo“(…) tirar de si todas as afeições desordenadas, e, tendo-as afastado, procurar e encontrar a vontade de Deus, na disposição da

sua vida para o bem da mesma pessoa” (EE 1).

Dia 4. Sábadoda 1ª Semana do Advento

Repetição da Semana

Ao encerrar a Primeira Semana do Advento, podemos avaliar como tem sido nossa caminhada enossa disposição: você tem dado espaço adequado para esta experiência? Se tem sido fiel aotempo de oração pessoal, mantenha-se firme. Em caso negativo, procure identificar o que precisaser revisto: horário fixado para a oração; local adequado; melhor compreensão da dinâmica…

Igualmente importante é rever a experiência vivida nesta semana. Podemos fazer uma repetiçãoou uma revisão. Na repetição, identifique o texto bíblico que mais o(a) tocou, seja por terexperimentado uma grande consolação, seja porque você sentiu alguma resistência em rezá-lo.Repita esse texto, pois parece que há algo importante a ser rezado. A segunda possibilidade éfazer uma revisão do percurso feito: após fazer a oração preparatória e o pedido da graça dasemana, releia suas anotações de oração da semana. Fique atento(a) para perceber se há um fiocondutor que liga as suas revisões de oração. Há pensamentos e sentimentos que parecem serepetir? Em que momentos apareceram movimentos interiores (pensamentos e sentimentos) deconsolação? E de desolação? Converse com seu Amigo sobre tais descobertas. Ao terminar aoração, anote o que foi importante, como de costume.

INTRODUÇÃO

Nesta Segunda Semana do Advento em preparação para o Natal do Senhor, continuamos nossacaminhada, tendo como pano de fundo os 500 anos da conversão de Santo Inácio de Loyola, cujolema nos convida a “Ver novas todas as coisas em Cristo”.

Durante esta semana, a novidade nos vem apresentada pela pessoa do profeta João Batista, quenos chama a “aplainar os caminhos do Senhor” (Jo 1, 23).

João Batista é a voz que grita no deserto: “preparai os caminhos do Senhor, endireitai suasveredas” (Jo 3, 4). Nós, neste tempo de Advento, somos convidados(as) a ter um encontro, umaexperiência com Deus. O deserto se constitui em um período propício para nos exercitarmosespiritualmente e desse modo encontrá-Lo. No Advento, vivemos uma alegre espera, buscamoscrescer em confiança na nossa vida cotidiana, isto é, buscarmos a vontade de Deus no comum dodia a dia.

No Advento, somos chamados(as) a ouvir essa voz para aplainar em nossos corações oscaminhos do Senhor, preparando com carinho e atenção a Sua vinda.

O deserto também pode ser visto como lugar do encontro de nosso coração com o de Deus.Trata-se de olhar a nossa vida com o olhar de Cristo e perceber o seu apelo neste tempo, que nosconvida a nos abandonarmos n’Ele.

Que a Sua graça esteja conosco durante esta caminhada, renovando a nossa fé e a nossaesperança em Jesus, pois Ele vem para nos salvar e dar sentido pleno à nossa vida.

Dia 5. Domingoda 2ª Semana do Advento

“Preparai o caminho do Senhor.”Br 5,1-9 | Sl 126(125), 1-6 | Fl 1, 4-6.8-11 | Lc 3,1-6

Graça a ser pedidaSenhor, dai-me a graça de deixar-me conduzir de volta para Ti, com alegria na luz de Tua glória.

Assim como o Senhor não abandonou o povo de Israel, também não nos abandona, apesar denossos pecados e infidelidades. Deus quer estar próximo a nós, e pela pessoa de Jesus vemcaminhar conosco, inserindo-se na nossa história, na nossa humanidade: Ele é o Emanuel. Vemnos resgatar de nossas misérias, nos salvar, fazer novo tudo n’Ele.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: contemple São João Batista, precursor de Jesus, em sua missãode percorrer toda a região do rio Jordão, com a finalidade de pregar e anunciar a vinda doMessias prometido. Hoje essa palavra é dirigida a cada um(a) de nós, na nossa própriahistória, na nossa vida aqui e agora.

Refletir para tirar proveito:

Como posso endireitar os caminhos do Senhor, hoje, na minha vida concreta?Estou atento(a) às necessidades do outro que caminha comigo?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Em tudo amar e servir” (EE 233).

Dia 6. Segunda-feirada 2ª Semana do Advento

“Restaura-nos, ó Deus, Salvador nosso.”Is 35,1-10 | Sl 84(85) | Lc 5,17, 26

Graça a ser pedidaSenhor, dai-me a graça de deixar-me conduzir de volta para Ti, com alegria na luz de Tua glória.

Hoje o Senhor, pela pessoa do profeta Isaías, nos diz: “Alegrem-se o deserto e a terra seca, ocampo floresça de alegria” (Is 35, 1). Deus virá e nos salvará. Ele vem ao nosso socorro, fazendonovas todas as coisas, manifestando sua glória.

No Evangelho de Lucas nos é apresentada a cura de um paralítico que só consegue chegar atéJesus com a ajuda de quatro homens generosos que, com muita disponibilidade, colocam-se a seuserviço. Segundo a mentalidade da época, a doença era vista como consequência do pecado. Aodizer “teus pecados estão perdoados”, Jesus quer curar as feridas internas da alma, ocasionadaspelo pecado. E a pessoa com o coração tocado pela graça obtém ao mesmo tempo a cura física.Pela nossa fé e adesão à Sua pessoa, nosso coração se renova e vemos como Ele nos vê, vemosnossas possibilidades e talentos. Desse modo nos colocamos a caminho para seguir seus passos,no serviço aos irmãos e às irmãs.

Refletir para tirar proveito:

Percebo quando alguém ao meu lado precisa de ajuda para chegar até Jesus?

Consigo identificar as pessoas que me acompanham e que me ajudam no seguimento a Jesus?

Ver novas todas as coisas em Cristo“O amor consiste mais em obras do que em palavras” (EE 230).

Dia 7. Terça-feirada 2ª Semana do Advento

“Cantemos para Deus um cântico novo!”Is 40,1-11 | Sl 95(96) | Mt 18, 12-14

Graça a ser pedidaSenhor, dai-me a graça de deixar-me conduzir de volta para Ti, com alegria na luz de Tua glória.

No dia de hoje, a Palavra de Deus nos interpela sobre a nossa fé e nos convida a nos alegrar coma presença amorosa de Deus, na pessoa de Jesus, que vem a nós. Ele nos toca profundamente, demodo a curar nossas feridas, restaurando nossas forças.

Com Ele, vemos novas todas as coisas, mesmo aquilo que é difícil: perdas, dificuldades,vicissitudes da vida cotidiana. Pela fé e esperança na Sua Palavra, que age em nós, nosrenovamos pela ação do Seu Espírito, que habita em nós, e, como resposta ao seu toque, damosum salto, nos levantamos e passamos a servi-Lo com amor.

Refletir para tirar proveito:

Na realidade em que vivemos hoje, como está meu coração?Mantenho firme a minha fé em Jesus como o centurião ou como a sogra de Pedro? Coloco-me a serviço dos irmãos?

Ver novas todas as coisas em Cristo“A vitória mais bela que se pode alcançar é vencer a si mesmo” (EE 21).

Dia 8. Quarta-feirada 2ª Semana do Advento

Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora “Cantai ao Senhor Deus um cantonovo, pois Ele fez maravilhas!”

Gn 3,9-15.20 | Sl 97(98) | Ef 1,3-6.11-12 | Lc 1,26-38

Graça a ser pedidaSenhor, dai-me a graça de deixar-me conduzir de volta para Ti, com alegria na luz de Tua glória.

Hoje nosso olhar e nosso coração voltam-se para a pessoa de Maria, que por graça de Deus foipreservada da marca do pecado original. Quem foi Maria? Ela foi a mulher que disse “sim” aoseu Deus e Senhor e tornou possível a concretização da encarnação de Jesus, o Emanuel.

O Evangelista São Lucas relata a anunciação do Anjo Gabriel a Maria. “Alegra-te, cheia degraça! O Senhor é contigo!” (Lc 1, 28). Maria perturbou-se: o que significa essa saudação? Maso Anjo a tranquiliza e anuncia que Ela será a Mãe do Salvador. Sua resposta é de amor e entregatotal: “Eis a escrava do Senhor: Faça-se em mim, segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

Maria nos mostra Jesus e nos ensina a buscá-Lo sem cessar. Com Ela, aprendemos a serseguidores fiéis de Jesus. Ela é modelo da Igreja: primeira discípula e evangelizadora, ouvinte eservidora da Palavra e do Projeto de Deus.

Refletir para tirar proveito:

Invoco Maria como intercessora nas minhas dificuldades?Reconheço Nossa Senhora como minha Mãe e Mãe da Igreja?

Ver novas todas as coisas em Cristo“O coração de Maria é como uma pérola de esplendor inigualável, formada e limada pela aceitação paciente da vontade de

Deus, através dos mistérios de Jesus meditados na oração” (Twitter, Papa Francisco 12.6.2021).

Dia 9. Quinta-feirada 2ª Semana do Advento

“Eu Te exalto, meu Deus, meu Rei.”Is 41,13-20 | Sl 144(145) | Mt 11,11-15

Graça a ser pedidaSenhor, dai-me a graça de deixar-me conduzir de volta para Ti, com alegria na luz de Tua glória.

Hoje Jesus nos diz que o Reino dos Céus é daqueles que se mantêm firmes e fiéis na Verdade, ouseja, na esperança do Deus que vem habitar entre nós, que caminha conosco e quer fazer moradaem nosso coração. Ele nos traz a novidade, que é Jesus. Que sejamos perseverantes, aplainandoos nossos corações, para arrancar o que nos impede de ser plenamente Filhos de Deus e entrar noseu Reino.

Nós, como seguidores e seguidoras de Jesus, precisamos nos esforçar para vencer nossasinfidelidades, acomodações, orgulhos e vaidades; desse modo seremos capazes de, com a ajudade Deus, revelar a presença do Reino entre nós e então poderemos “ver novas todas as coisas emCristo”.

Refletir para tirar proveito:O que me impede de abandonar-me em Deus e aderir ao seu Reino?Como revelo a presença do Reino de Deus no tempo atual? Testemunho sua Palavra comminha vida?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Portanto, quem quiser vir comigo, há de trabalhar comigo, a fim de que, seguindo-me na luta, também me siga na glória”

(EE 95).

Dia 10. Sexta-feirada 2ª Semana do Advento

“Com quem vou comparar esta geração?”Is 48,17-19 | Sl 1 | Mt 11,16-19

Graça a ser pedidaSenhor, dai-me a graça de deixar-me conduzir de volta para Ti, com alegria na luz de Tua glória.

O texto mostra que o povo daquela época comportava-se de modo infantil, criticando tanto JoãoBatista como Jesus. Esse mesmo povo não reconhecia que a vontade de Deus estava sendorealizada neles. João Batista e Jesus cumprem os desígnios de Deus, mesmo sendo rejeitadospelo povo.

E, hoje, essa Palavra nos confronta com uma realidade que está presente dentro de nós, quandorejeitamos a Deus com nossas atitudes egoístas, nossa soberba, individualismo etc.

Dando continuidade ao tempo de Advento, que vivemos na Igreja, tempo de mudança de vida,podemos fomentar a esperança preparando-nos para acolher a novidade, que é Cristo. NesteAdvento, Ele quer encontrar morada em nossos corações.

1.2.3.4.5.6.

Refletir para tirar proveito:

Que situação difícil em minha vida devo acolher como ensinamento de Deus, para guiar-mepor um caminho que me conduza a Ele?Onde está a minha vontade, meu coração: nas coisas de Deus ou nas propostas do mundo?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Que o amor que me move e faz escolher desça do alto, do amor de Deus” (EE 184).

Dia 11. Sábadoda 2ª Semana do Advento

Repetição da Semana

Continuando nossa experiência de retiro espiritual neste tempo de Advento e Natal do Senhor,convidamos a uma parada diferente no dia de hoje.

Volte-se sobre suas anotações e perceba como Deus esteve presente em sua semana.Perceba também as palavras mais fortes e mais repetitivas em sua oração.Identifique os sentimentos mais fortes e mais importantes.Escolha um texto bíblico especial desta semana e volte-se sobre ele outra vez.Aprofunde-se, volte a ele e perceba o que Deus quer lhe falar.Escreva uma síntese da sua semana em seu diário espiritual.

Introdução

“A voz do anjo sussurrou no meu ouvido

Eu não duvido, já escuto os teus sinais

Que tu virias numa manhã de domingo

Eu te anuncio nos sinos das catedrais” (Alceu Valença).

Entramos na Terceira Semana do Advento, a chamada semana Gaudete, da alegria.

A chegada do Messias se faz mais próxima. Ele já está para chegar. Isaías e João irão anunciarque Jesus é o grande motivo de júbilo para toda a humanidade. Um Deus que não é distante, quenão é uma ideia, nem um conceito, mas o Salvador, que vai se encarnar na humanidade e será oDeus Conosco.

Assim, a alegria de que tratamos nesta semana não é a alegria passageira do mundo de hoje,fugaz, efêmera e provocada muitas vezes por um narcisismo egocêntrico. Ao contrário, a alegriaque experimentamos na preparação para a chegada do Salvador é a duradoura, que resiste nosmomentos de adversidades porque é resultado espontâneo do encontro com o Jesus Cristo vivona intimidade da oração. É nessa fonte inesgotável da verdadeira alegria que repousamos nossocoração e assim damos graças a Deus de maneira permanente. Como dizia o Papa Francisco,“Alegria, oração e gratidão são três comportamentos que nos preparam a viver o Natal de modoautêntico” (Angelus, 17.12.2017).

Roguemos a intercessão de Maria, que gerou e nos apresentou Jesus e que continua nosapontando permanentemente para seu filho. Caminhemos assim nesta semana, preparando-nospara o Natal, atentos(as) ao anúncio de Isaías e de João Batista: Ele está para chegar!

Dia 12. Domingoda 3ª Semana do Advento

Nossa Senhora de Guadalupe“Ele é quem vos batizará com o Espírito Santo e o fogo.”

Sf 3,14-18a | Is 12, 2-3.4-6 | Fl 4, 4-7 | Lc 3, 10-18

Graça a ser pedidaExperimentar a alegria que vem do Evangelho como resposta ao amor de Deus, nosso Pai.

No Terceiro Domingo do Advento, nosso coração se enche de alegria diante da chegada doSenhor, que se aproxima.

O texto de Isaías nos convida: “Clama de alegria e júbilo, habitante de Sião! É grande, entre vós,o Santo de Israel” (Is 12, 6). A Carta aos Filipenses é uma explosão de alegria, “Alegrai-vossempre no Senhor! Repito-vos: alegrai-vos!” (Fp 4, 4). O convite é para acolher a alegria que nosvem do Senhor, como aquela a que nos convida o Papa Francisco: “É a alegria que se vive nomeio das pequenas coisas da vida quotidiana, como resposta ao amoroso convite de Deus nossoPai: “Meu filho, se tens com quê, trata-te bem (…). Não te prives da felicidade presente” (Sir 14,11.14) (Evangelii Gaudium, 4).

No Evangelho, João Batista anuncia ao povo a Boa-Nova. E o povo perguntava: “Que devemosfazer?”. A resposta de João é uma novidade para as multidões e diz respeito ao modo de viver decada pessoa em relação ao próximo: fraternidade, justiça, ética, retidão e solidariedade. Muitosperguntavam se João seria ou não o Messias, mas ele esclareceu: “Eu vos batizo com água, masjá está vindo alguém que é mais poderoso do que eu. Não sou digno de desamarrar-lhe assandálias. Ele é quem vos batizará com o Espírito Santo e o fogo” (Lc 3, 16).

João lhes falava do poder do Batismo no Espírito Santo, o qual Jesus viria ministrar. Hoje, todosnós que recebemos o Batismo temos em nós a capacidade de transformar o mundo com as açõespropostas por João Batista. Somos chamados(as) também a nos preparar para esperar o Natal doSenhor, dando ao mundo um testemunho de verdadeira conversão. Por isso, as atitudes quepreparam o nosso coração para acolher o menino Jesus no Natal identificam em nós o processode conversão. João Batista ensinava os que se aproximavam dele a repartir o pão e a veste, a nãojulgar, a não cobrar, a não viver com ambição, esses são atos concretos de conversão. Docontrário, a falta de partilha, o aproveitar-se do outro para enriquecer-se indevidamente são sinaisde que estamos longe do que o Senhor quer para nós.

Que tenhamos ouvidos para ouvi-Lo nos muitos clamores, olhos para enxergá-Lo nas maisdiversas situações da vida, boca para anunciar as Suas maravilhas. Que possamos caminhar“vendo novas todas as coisas em Cristo”, na alegria de sermos solidários(as) e sensíveis ao outro.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja o rio Jordão e a multidão que vem até João Batista.Coloque-se na presença de Deus… Procure identificar-se na multidão próxima ao rio Jordão.Perceba como se veste o profeta, com suas roupas rústicas, e a força de seu testemunho.Coloque-se na fila de penitentes que vêm buscar o Batismo.

Refletir para tirar proveito:

Escute as palavras. Os questionamentos dos penitentes: “Que devemos fazer?”. Asrecomendações de João Batista: “repartir, não cobrar o que não é devido, contentar-se com osalário”. “Eu batizo com água, mas vem Aquele que batizará com o Espírito Santo…”Percebo na minha vida as recomendações de João Batista?

Ver novas todas as coisas em Cristo

“Que o Ano Inaciano seja realmente uma inspiração para caminhar pelo mundo, ajudar as almas, vendo novas todas as coisasem Cristo. E também uma inspiração para nos deixar ajudar. Ninguém se salva sozinho: ou nos salvamos em comunidade ounão nos salvamos. Ninguém indica ao outro o caminho. Só Jesus nos indicou o caminho” (Papa Francisco, Vídeomensagem

sobre o Ano Inaciano, 27 de maio de 2021).

Dia 13. Segunda-feirada 3ª Semana do Advento

Santa Luzia de Siracusa“Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.”

Nm 24, 2-7.15-17a | Sl 24(25) | Mt 21, 23-27

Graça a ser pedidaSenhor, abre nossos olhos a Deus e ao outro, livra-nos da cegueira dos preconceitos e da discriminação.

A cena evangélica deste dia se passa no Templo de Jerusalém. Jesus está diante dos sacerdotes.Acontece um acirrado embate entre eles. A dificuldade de aceitarem a Jesus e se converteremfecha o coração dos sacerdotes. Eles questionam a autoridade de Jesus como desculpa para nãomudarem de vida. Jesus, por sua vez, devolve com uma inquietante pergunta: “o Batismo de Joãoprocedia de Deus ou dos homens?”. Essa pergunta de Jesus é uma provocação para que ossacerdotes saiam de suas cegueiras e preconceitos numa nova compreensão da realidade. Jesusconhecia bem o coração dos que se aproximavam d’Ele, e os chefes não sabem como responder,porque, de qualquer maneira, ficariam desmoralizados. João Batista tinha reconhecimento deprofeta e o seu Batismo vinha de Deus. Assim, Jesus deu a entender que também a Suaautoridade vinha de Deus. Ele foi enviado para abrir os olhos das pessoas não apenas com apregação, mas com as atitudes, a partir da lei do amor, da justiça e da fraternidade.

Jesus nos mostra a importância de superar uma visão fechada, autoritária e excludente, para noslançar a novos horizontes, de liberdade e comunhão com as pessoas e com toda a criação. “OSenhor é bondade e retidão, ele ensina o caminho aos pecadores. Guia pela justiça ospequeninos, ensina ao povo humilde a sua estrada” SL 24(25), 8-9.

Neste dia, celebramos a memória de Santa Luzia, uma mulher que, por amor e seguimento aoEvangelho, se recusou a abrir mão de sua fidelidade ao Senhor e não se deixou levar pelacegueira dos homens. Nós somos provocados(as) a superar nossas cegueiras, buscar e encontrar aluz e ver novas todas as coisas em Cristo.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja o Templo de Jerusalém, lugar de culto, mas também deinjustiça de suas lideranças.

Veja Jesus, Palavra de Deus, no seu convite à mudança de vida. Veja os sacerdotes fechadosem seus próprios interesses e egoísmo.

Refletir para tirar proveito:

Que cegueiras percebo em mim e de que necessito ser curado(a)?Como vivemos nosso Batismo, sinal de nossa fé em Deus, no nosso encontro com opróximo?

Ver novas todas as coisas em Cristo“… É preciso ter presente o fim para o qual sou criado, que é louvar a Deus nosso Senhor e salvar-me. Desse modo, achar-me

indiferente, sem qualquer afeição desordenada, de modo que não esteja mais inclinado nem apegado a assumir a coisaproposta ou a deixá-la. Mas que eu fique como o fiel da balança, pronto para abraçar o que sentir ser maior glória e louvor a

Deus nosso Senhor e minha salvação” (EE 179).

Dia 14. Terça-feirada 3ª Semana do Advento

“Bendirei o Senhor em todo tempo.”Sf 3,1-2.9-13 | Sl 33(34) | Mt 21, 28-32

Graça a ser pedida“Não sermos surdos ao chamado de nosso Senhor, mas sermos prontos e diligentes para cumprir sua santíssima vontade” (EE

91).

Continuamos vendo, no Evangelho, o embate entre Jesus e os sacerdotes do Templo. O textobíblico deste dia nos convida a refletir sobre nossa disponibilidade em relação à vontade do Pai.Ao escutarmos os apelos de Deus, desejamos realizá-la no mais íntimo de nossos desejos? Pararealizar a vontade de Deus, construir o Reino de amor, não basta um “sim” exterior, mas épreciso um “sim” que se concretiza em gestos de amor e fraternidade.

Jesus conta a parábola dos dois filhos a quem o pai faz um pedido. O primeiro disse querealizaria os desejos do pai, mas não o fez. O segundo, diante do mesmo pedido, disse que não ofaria e depois se arrependeu e fez conforme seu pai havia pedido. Jesus conta essa parábola paraos sacerdotes, demonstrando que eles eram hipócritas em suas atitudes: falavam uma coisa, masagiam ao contrário. Diziam-se a serviço de Deus quando, na verdade, estavam a serviço de seuspróprios desejos. Jesus quer despertar para a conversão.

Os sacerdotes, ao ouvirem a parábola, continuaram presos em suas cegueiras, fechados em simesmos, porque se diziam servidores de Deus, mas não reconheceram os seus enviados, João

Batista e o próprio Jesus. Jesus, com essa parábola, quer gerar uma nova dinâmica em seusopositores, que os fizesse perceber a realidade a partir de um novo olhar, que os fizesse descobrirque Jesus era o enviado de Deus. Nós, da mesma forma, somos constantemente provocados(as)por perguntas e parábolas de Jesus, para discernirmos a vontade de Deus, para realizá-la nasnossas vidas. Nossas palavras dirigidas a Deus na oração, por exemplo, têm de seracompanhadas de uma prática coerente com as palavras. Dizer e fazer têm de estar consonantes.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja Jesus no Templo, em diálogo com os sacerdotes epublicanos, provocando-os a refletir sobre a doação ao Reino.Veja nossas vidas, comunidades, famílias e relações. Como ouvimos o chamado para fazer avontade de Deus?

Refletir para tirar proveito:

Diante da parábola de Jesus, considerando os dois filhos, com qual deles temos nosidentificado mais?Se sou provocado(a) a dizer “sim” a Deus, como isso tem se concretizado na minha vidacotidiana?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Contemplação para alcançar o amor: é preciso ter presente duas coisas: 1º O amor consiste mais em obras do que em

palavras. 2º O amor é comunicação de ambas as partes. Isto é, quem ama dá e comunica o que tem ou pode a quem ama. Porsua vez, quem é amado dá e comunica ao que ama. De modo que, se um tem ciência, ou honras e riquezas, dá a quem não as

têm. E assim mutuamente” (EE 230-231).

Dia 15. Quarta-feirada 3ª Semana do Advento

“Senhor, foste bom com Tua terra.”Is 45, 6b-8.18.21b-25 | Sl 84(85) | Lc 7,19-23

Graça a ser pedidaQue eu possa perceber os sinais da ação de Deus na minha volta.

A leitura de Isaías hoje nos faz lembrar que só um é o Deus e Senhor a quem devemos prestarculto e adoração. É desse mesmo Deus que o salmista exalta a bondade e fidelidade para com o

povo. Somos convidados(as) a nos voltar para Ele e a viver uma vida de justiça e paz pela Suagraça. É nessa comunhão de coração com o Senhor que todos nós somos salvos(as), porque Eleperdoou os pecados dos que O temem e restaurou a terra. Fora d’Ele, perecemos sozinhos(as) eenvergonhados(as).

Indagado pelos discípulos de João sobre se era ou não o Messias esperado, Jesus respondepedindo que vissem as evidências. Um novo Reino estava presente a olhos vistos e era um sinalinequívoco, porque “os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdosouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciado o Evangelho”. “Jesus se identifica como oMessias vindouro e ao mesmo tempo descreve o Messias autêntico” (Bíblia do Peregrino). Nãohá expressão maior do Reino de paz e justiça do que dar a vida em plenitude. Jesus não sórestituiu a vida em sua exuberância a todos os doentes e necessitados que encontrou, mas Elepróprio deu a Sua vida por todos e continua se oferecendo hoje por toda a humanidade.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja as pessoas que vinham a Jesus e por Ele eram acolhidas ecuradas em suas enfermidades. Perceba como reagiam diante da graça que recebiam de Jesus.Ouvir as palavras de Jesus: Quando os discípulos de João Batista perguntam se Jesus era oMessias, Jesus lhes responde com as ações que vinha praticando: curar os doentes enecessitados, sinal de seu poder, glória e, ao mesmo tempo, anúncio do Reino. Com essaresposta, Ele também dá uma ordem: ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido.

Refletir para tirar proveito:

Vimos que Deus é o único Senhor nos céus e na Terra. Quem seguir Seus mandamentos eSua palavra será salvo. O Senhor tem sido no seu cotidiano o único Deus em sua vida?Que impacto os falsos deuses da nossa época, como o dinheiro, o conforto, o sucesso, otempo, têm em sua vida? Reconheço Jesus como o Messias e Salvador da minha vida?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Chamo consolação, quando se produz alguma moção interior, pela qual a pessoa se inflama no amor de seu Criador e Senhor,

e, portanto, quando não pode amar em si mesma nenhuma coisa criada na face da terra, exceto no Criador de todas elas…Chamo consolação todo aumento de fé, esperança e caridade, bem como toda a alegria interna, que chama e atrai para as

coisas celestes e para a salvação da própria pessoa, aquietando-a e pacificando-a em seu Criador e Senhor” EE (316).

Dia 16. Quinta-feirada 3ª Semana do Advento

“Senhor, Te exaltarei porque me livraste.”Is 54,1-10 | Sl 29(30) | Lc 7, 24-30

Graça a ser pedidaQue eu anuncie o Senhor tendo João Batista como modelo.

O profeta Isaías anuncia a intervenção da bondade de Deus em favor de seu povo, como anovidade de uma mulher estéril que, de repente, descobre-se grávida. A mulher pareciacondenada ao desamparo, mas a graça do Senhor fertiliza e dá vida e vida em abundância paratoda sua descendência, derramando as bênçãos sobre todas as gerações. O Senhor surpreende efaz a promessa de jamais abandonar Seu povo num pacto de paz, porque Deus é fiel. Sua aliançacom Seu povo é para sempre e sua proteção é infalível para todos os que lhe são fiéis e quepadecem de perseguições por causa do Seu nome.

Jesus, ao enviar os discípulos de volta a João pedindo que lhe anunciassem os sinais do Reinoque haviam testemunhado, exalta a figura de João como o maior profeta do povo, no entanto vaialém, afirmando que, apesar de toda a grandeza, João ainda está muito aquém do menor que estáno Reino de Deus. Jesus assim anuncia a inauguração de uma nova época. Ele mesmo, o Messiasesperado e agora ali diante da multidão, é o próprio Reino de Deus encarnado e realização plenado anúncio de João.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja a multidão que ia ao deserto em busca de uma palavra deJoão Batista. Veja essas mesmas pessoas também procurando por Jesus. Que desejos tinham?O que esperavam?Ouvir as palavras de Jesus: “Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior queJoão. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”.

Refletir para tirar proveito:

Jesus se revela como a grande novidade, instaurando e sendo o próprio Reino, muito maiordo que o maior profeta até então. Reconheço Jesus como a realização do próprio Reino deDeus? Como tenho vivido esta intimidade com o Senhor?Tenho anunciado Jesus como o Senhor da vida? Tenho pregado o Reino de Deus e anovidade que ele traz ao mundo?

Ver novas todas as coisas em Cristo“O que fiz, o que faço e o que farei por Cristo?” (EE 53).

Dia 17. Sexta-feira

da 3ª Semana do Advento

“Deus, dá ao rei Teu julgamento.”Gn 49, 2.8-10 | Sl 71(72) | Mt 1,1-17

Graça a ser pedidaSaber reconhecer como Deus prepara o caminho da salvação para o Seu povo e para mim, em particular.

Iniciamos a “novena do Natal”, quando a liturgia nos convida a uma preparação mais intensapara as festas que se aproximam. Aguardamos o Messias, assim como o povo de Deus Oaguardava. Na profecia de Jacó, que vimos na primeira leitura de hoje, já dizia que o cetro de seufilho Judá não se apartaria dele. Essa imagem nos mostra a fidelidade de Deus para com Seupovo, prometendo nunca deixar o poder afastar-se da casa de Judá; Jesus será sua descendência.E é nessa relação salvífica que a história vai se consolidando, de Judá a Davi, de Davi a Jesus.Uma história real e um povo concreto, cheia de altos e baixos, fidelidades e infidelidades, amor epecado, avanços e retrocessos. E é nesse contexto humano que Deus atua. Ele não abandona Seupovo nem observa a distância, como um espectador que olha de cima. Pelo contrário, o Senhorcaminha ao lado do povo, apontando os caminhos, sendo fiel no Seu compromisso e na Suaaliança salvífica, cujo ápice se encontra em Cristo, Senhor da História. Mais tarde o Livro doApocalipse vai se referir a Jesus como o Leão da Tribo de Judá, que venceu, como relatado naprofecia do Gênesis e recapitulando todas as coisas. E Jesus nasce de carne e osso no meio dessepovo concreto, no meio dessa história real, para transformá-la e ressignificá-la.

O Evangelista Mateus abre o seu Evangelho descrevendo a genealogia de Jesus a partir de Seupai, José. “Está claro o seu desejo de estilizar a série, pela divisão em três segmentos e pelonúmero de dois setenários para cada etapa. Com tal artifício, o nascimento de Jesus fica inseridona história da humanidade, na história de um povo” (Bíblia do Peregrino). Quatro mulheres sãomencionadas nessa genealogia, quatro mães do Antigo Testamento (Tamar, Raab, Rute eBetsabeia), antes da conclusão que afirma “Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceuJesus, chamado Cristo”.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja a caminhada do Povo de Israel, amado por Deus, na suaperegrinação terrestre. Seus momentos de lutas e sofrimentos, de conquistas e derrotas, deconversão e infidelidade, de amor e de traição e como o Senhor sempre foi fiel à promessa dasua Aliança, enviando seu próprio Filho.Ouvir as palavras: dos profetas que, na trajetória do Povo, anunciavam a Palavra de Deus edenunciavam a infidelidade ao projeto divino. Anunciavam também o Messias, que viria eque libertaria a todos da opressão.

Refletir para tirar proveito:

1.2.3.4.5.6.

Recapitulo minha própria história de vida. Como fui preparado(a), cuidado(a) e amado(a)desde minha concepção, também durante minha infância e juventude, até minha maturidade.Um Deus que me ama e me acompanha. Como tenho correspondido a esse amor? Como meinsiro no projeto de Deus para a humanidade da qual sou parte?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Princípio e Fundamento: o Ser humano é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus nosso Senhor e, mediante isso,

salvar sua alma… desejando e escolhendo aquilo que mais conduz ao fim para o qual somos criados” (EE 23).

Dia 18. Sábadoda 3ª Semana do Advento

Repetição da semana

Continuando nossa experiência de retiro espiritual neste tempo de Advento e Natal do Senhor,convidamos a uma parada diferente no dia de hoje.

Volte-se sobre suas anotações e perceba como Deus esteve presente em sua semana.Perceba também as palavras mais fortes e mais repetitivas em sua oração.Identifique os sentimentos mais fortes e mais importantes.Escolha um texto bíblico especial desta semana e volte-se sobre ele outra vez.Aprofunde-se, volte a ele e perceba o que Deus quer lhe falar.Escreva uma síntese da sua semana em seu diário espiritual.

Introdução

“A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida” (Vinícius de Moraes).

Chegamos à última semana do Advento. Como está o seu coração? Certamente você já não émais o(a) mesmo(a), pois o próprio Senhor se fez encontro conosco em todo esse caminho.

Encontro é o tema desta semana. Encontro marcado pela alegria, porque movido pelo serviço.Seguiremos os passos de nossa Mãe.

Olhando para a vida, é bom perguntar: como estão as suas relações? Qual é a qualidade dos seusencontros e relacionamentos? Numa época que nos impõe encontros virtuais, corremos o risco dasuperficialidade de relações que pouco comunicam, que nada ou quase nada significam.

Ao longo desta semana, nós o(a) convidamos a contemplar os encontros entre os personagensbíblicos e a troca fecunda de interioridades. Encontros alimentados pelo silêncio, pela escuta,pelo acolhimento da identidade do outro, pelo serviço desinteressado e alegre. Encontros querevelam o mistério e que, se necessário, levam ao enfrentamento e à assunção deposicionamentos conforme os valores do Evangelho. Talvez o encontro com esses personagenstenha algo a nos ensinar sobre a verdadeira arte do encontro e, em cada um deles, como propõe oAno Inaciano, nos fazer “ver novas todas as coisas em Cristo”, para encontrarmosdefinitivamente o Senhor.

Dia 19. Domingoda 4ª Semana do Advento

“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.”Mq 5,1-4a | Sl 79(80) | Hb 10, 5-10 | Lc 1, 39-45

Graça a ser pedidaSenhor, dá-me a graça de me maravilhar a cada encontro com as pessoas, percebendo nelas a Tua presença e o Teu chamado

ao amor e ao serviço.

Feliz é aquela que acreditou! Acreditar é mais que um ato de inteligência, é uma aposta desde ocoração, uma entrega radical de todo o ser. Maria deposita toda a sua confiança no projeto deDeus. Isabel também. Essa é a marca característica de nosso Deus, que escolhe os fracos, ospequenos, os simples e os pobres para fazer sua obra e se revelar ao mundo.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: a partir do coração, contemple o encontro dessas duasmulheres, figuras periféricas, numa sociedade patriarcal, mas que carregam em seus ventresaqueles que irão modificar o mundo para sempre.Ouça suas palavras, saboreie a alegria e a vida transbordante que jorra entre elas!

Refletir para tirar proveito:

Reflita um pouco sobre essa lógica paradoxal do Deus que se revelou a nós.Após alguns instantes, observe sua vida. Onde você costuma encontrar Deus? Traga àmemória ocasiões, lugares, eventos, pessoas, circunstâncias, momentos de encontros com oSenhor ao longo de sua vida e que fizeram você se sentir “bendito entre as mulheres” ou“bendito entre os homens”, “feliz porque acreditou”. Saboreie juntamente com Ele essesmomentos.Depois disso, num momento íntimo de conversa a dois, pergunte a Deus onde em sua vida(pessoas, circunstâncias, relacionamentos, ocasiões) Ele mais quer ser encontrado e onde Eleainda precisa ser encontrado para ser mais amado e servido. Ouça o que Ele responde.Provavelmente, você ficará surpreso(a) com a resposta!

Ver novas todas as coisas em Cristo“Deixe-se surpreender por Deus”

(Papa Francisco).

Dia 20. Segunda-feirada 4ª Semana do Advento

“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.”Is 7,10-14 | Sl 23(24) | Lc 1, 26-38

Graça a ser pedidaSenhor, dá-me a graça de me maravilhar a cada encontro com as pessoas, percebendo nelas a Tua presença e o Teu chamado

ao amor e ao serviço.

Pouco valor haveria se a missão de Maria se baseasse no medo. Maria coopera totalmente comDeus porque ama apaixonadamente seu Senhor. Por isso, ela não tem pudor em se reconhecercomo serva; a vontade de Deus e a sua própria se fundem em plena identificação. Por isso, Mariaé sempre uma presença cheia de significado: a mãe que espera, a mulher que acolhe a palavra, ajovem que arrisca, a amiga que ajuda, a mulher de fé que silencia e medita. Mas tudo começacom o silêncio que se faz encontro em seu íntimo, até crescer e se transbordar desde seu ventrepara o mundo. Nosso encontro com Deus deve sempre brotar da escuta e, desde aí, trazer

coragem, ânimo e serviço.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: situe-se na casa de Maria. Coloque-se na cena onde ocorrerá avisita do Anjo e o visualize se apresentando a Maria.Ouça as palavras: Escute o diálogo entre o mensageiro e Maria. Demo re-se na resposta deNossa Senhora: “eis-me… faça-se…”. Aprecie a grandeza do coração dessa mulher queousou depositar toda a sua confiança.

Refletir para tirar proveito:

Como o “sim” de Maria toca a minha vida? Meu “sim” a Deus tem sido dado desde osilêncio e a escuta, desde a liberdade e o amor? Fazer a vontade de Deus me soa como algoimpositivo e arbitrário?Como tenho traduzido concretamente meu “sim” a Deus? O meu “sim” traz as marcasmarianas da alegria, da mansidão, da humildade e do serviço?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Vem, Senhora da Estrada. Vou sem hora marcada. Pés no chão buscando o céu” (Música Senhora da Estrada, Grupo OPA).

Dia 21. Terça-feirada 4ª Semana do Advento

Dia de São Pedro Canísio“Vós sois o sal da terra.”Ct 2,8-14 | Sl 32(33) | Lc 1,39-45

Graça a ser pedidaSenhor, dá-me a graça de me maravilhar a cada encontro com as pessoas, percebendo nelas a Tua presença e o Teu chamado

ao amor e ao serviço.

O texto do Evangelho de hoje retoma o tema do Domingo, Lucas 1, 39-45. Você pode, portanto,fazer a repetição dessa contemplação, imaginando a viagem de Maria, de Nazaré à regiãomontanhosa, para servir a sua parenta Isabel. Propomos também a liturgia da memória facultativade São Pedro Canísio, jesuíta do século XVI que fez os Exercícios Espirituais sob a orientaçãode São Pedro Fabro, amigo de Santo Inácio e cofundador da Companhia de Jesus. Canísio sedestacou por sua profundidade e sua operosidade, seu espírito pacífico e conciliador, numa época

marcada por turbulências entre Reforma e Contrarreforma.

No Evangelho proposto, Jesus evoca a imagem do sal e da luz. Devemos ser o sal da terra.Podemos aproveitar essa imagem e fazer, em oração, algumas analogias sobre a função do sal nanossa vida de fé:

Sabor: o sal dá sabor e o sabor traz alegria. Cristão(ã) sem alegria, sem vitalidade e semotimismo é uma contradição.Equilíbrio: o sal não pode faltar nem ser colocado em excesso na comida. Se faltar ou for demais, fará mal para a pressão. O(a) cristão(ã) deve ter em si o equilíbrio para as boasescolhas; a mansidão, a pacificação interior, a liberdade e a disponibilidade internas (queSanto Inácio chama de “indiferença”), evitando excessos, apegos e radicalismos queimpossibilitam que enxerguemos belezas latentes, sobretudo nas diferenças.Conservação: o sal é usado para conservar alimentos, evitando a putrefação e a corrupção.O(a) cristão(ã) necessita encarnar o compromisso contra a corrupção da sociedade, ainjustiça, a exclusão social e econômica e fazer visceralmente a opção pelos pobres edescartados, como Jesus o fez. Isso é condição de autenticidade de nossa fé.

É necessário que o meu encontro com a palavra, a minha oração pessoal, o meu encontro comDeus sejam um verdadeiro processo de salinização, que me transforme e me ajude a transformaro meu mundo, a minha realidade. Minha presença precisa ter significado, ainda que discreto,como a de Maria, ou mais evidente, como a de São Pedro Canísio. Há diversos tipos de sal edevo ser um deles.

Refletir para tirar proveito:

Após meditar o Evangelho e refletir sobre as funções do sal, pergunte a si mesmo(a):Que dimensões de minha vida estão insossas? Se houver alguma, peça a graça de Deus parasalgá-la.Quais aspectos de minha personalidade e de minha vida estão mais equilibrados: afetivo,social, racional, espiritual, ecológico, profissional, familiar, paroquial, ético-comunitária,política…? E os que estão mais em desequilíbrio?Como tenho assumido a opção pelos pobres? Preciso me converter mais nesse sentido?Conversar com Deus sobre tudo isso, como um amigo fala a outro, coração a coração.

Ver novas todas as coisas em Cristo“Mãe de Deus, cheia de graça. Me cobre com teu véu azul da cor do céu, me proteja, traz o bem, rogai por todos nós, amém”

(Perfume de mil flores, Grupo OPA).

Dia 22. Quarta-feirada 4ª Semana do Advento

“A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!”1Sm 1, 24-28 | 1Sm 2, 1.4-5.6-8 | Lc 1, 46-56

Graça a ser pedidaSenhor, dá-me a graça de me maravilhar a cada encontro com as pessoas, percebendo nelas a Tua presença e o Teu chamado

ao amor e ao serviço.

O coração de Maria explode em uma canção. É o Magnificat! A maioria de nós a conhece, pelomenos a primeira frase, transcrita acima. Mas são poucos os que refletem sobre esse texto em suainteireza. Com isso, perdem a oportunidade de saborear em profundidade os motivos pelos quaisMaria realmente exulta de alegria.

Maria visitará Isabel e permanecerá cerca de três meses, servindo sua parenta idosa em todas assuas necessidades.

Leia com atenção, uma, duas vezes o texto. Após a saudação de Isabel, Maria não cabe em si. Ovulcão do amor entra em erupção no coração de Maria e o magma incandescente do Espíritotransborda!

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: visualize os detalhes da casa de Isabel e Zacarias e contempleo coração exultante de Maria.Ouça Maria exultar. Ouça Maria cantar. Mas ouça com o coração. Aprecie a beleza dessecanto, inspirado em diversas passagens do Antigo Testamento. Perceba com o coração osreais motivos pelos quais nossa Mãe se alegra.

Refletir para tirar proveito:

O que esse canto lhe diz? O que esse canto revela sobre Maria, sobre Deus e sobre você?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Primeiro preâmbulo é recordar a história do assunto que tenho de contemplar, que é aqui como as três pessoas divinas

observavam toda a planície ou redondeza de todo o mundo, cheia de homens, e como, vendo que todos desciam ao inferno, sedetermina, na sua eternidade, que a segunda pessoa se faça homem, para salvar o gênero humano. E, assim, chegada a

plenitude dos tempos, é enviado o anjo S. Gabriel a nossa Senhora” (EE 102).

Dia 23. Quinta-feirada 4ª Semana do Advento

“A Ti, Senhor, elevo a minha alma.”Ml 3,1-4.23-24 | Sl 24(25) | Lc 1, 57-66

Graça a ser pedidaSenhor, dá-me a graça de me maravilhar a cada encontro com as pessoas, percebendo nelas a Tua presença e o Teu chamado

ao amor e ao serviço.

“Ele vai se chamar João.”

A leitura do Evangelho de hoje faz um importante deslocamento: centraliza-se em Isabel eZacarias. Ela enfrentará a sociedade machista, que queria impor outro nome a seu filho. Zacariasconfirmará a posição da mulher; só a partir de então sua mudez chegará ao fim.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja a sinagoga onde João será circuncidado. Ao ler o texto doEvangelho, procure ouvir a conversa. Perceba o tom das vozes, a altura, o modo como aspessoas tentam se impor.

Refletir para tirar proveito:

Você considera que o encontro com o Senhor nos exigirá enfrentamentos e escolhas, opçõese posicionamentos, ainda que contrariem a sociedade e a opinião de amigos, como fizeramIsabel e Zacarias? Nosso Deus ama a todos(as), mas não é neutro. Ele toma partido, sai emdefesa dos(as) mais frágeis, dos que são injustiçados(as), das vítimas de um sistema injusto eexcludente. O canto de Maria já nos mostrava isso.Se tudo isso lhe parecer duro e difícil de ser assimilado, peça a graça da conversão para quevocê encontre cada vez mais o Senhor onde Ele realmente se revela, para desde aí amá-Lo eservi-Lo.

Ver novas todas as coisas em Cristo“A graça de não ser surdo a seu chamado, mas pronto e diligente para cumprir sua santíssima vontade” (EE 91).

Dia 24. Sexta-feirada 4ª Semana do Advento

“Vou cantar para sempre a bondade do Senhor.”2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16 | Sl 88(89) | Lc 1, 67-79

Graça a ser pedidaSenhor, dá-me a graça de me maravilhar a cada encontro com as pessoas, percebendo nelas a Tua presença e o Teu chamado

ao amor e ao serviço.

O texto do Evangelho de hoje é o canto de Zacarias, chamado de Benedictus. Zacarias, comoMaria, exulta no Espírito. Ele profetiza. Profetizar tem um duplo significado, anunciar edenunciar. Anunciar a palavra de Deus, sua misericórdia, sua bondade, sua vontade, sua ternura.E denunciar o erro, a injustiça, o desvio, a corrupção. Só movidos(as) pelo Espírito Santopodemos ter o equilíbrio entre essas duas dimensões da profecia, sem o perigo de uma fétriunfalista e estéril de um lado, ou de uma práxis sem mística e sem ternura, de outro.

Estamos na véspera do Natal. É o último dia do nosso Retiro, antes do encontro com o Senhor namanjedoura em Belém. Temos a convicção de que você fez um belo caminho. Como Zacarias,você está também repleto(a) do Espírito Santo.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: Propomos na oração de hoje que você faça Benedictus ou o seuMagnificat, ou seja, o seu “canto” a Deus.

Refletir para tirar proveito:

Após toda essa peregrinação, com tantos frutos recolhidos, o que você tem a dizer, a cantar, alouvar e a oferecer a Deus, antes de teu encontro com Ele amanhã?Em espírito de gratidão, saboreie o seu processo de caminhada junto com o Senhor. Ouçatambém Ele lhe dizer o quanto apreciou essa jornada a seu lado e o quanto ainda esperacaminhar com você. Que tal escrever tudo isso no seu diário espiritual?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Estava uma noite acordado, quando viu claramente uma imagem de Nossa Senhora com o santo Menino Jesus. Com essa

vista, por espaço notável, recebeu consolação muito excessiva e ficou com tanto asco de toda a vida passada e especialmentedos pecados da carne, que parecia terem-lhe tirado da alma todas as imagens que antes tinha nela pintadas” (Santo Inácio,

Autobiografia, 10).

Dia 25Natal do Senhor

“Vamos a Belém, para ver a realização desta palavra que o Senhor nos deu a conhecer.”Is 62, 11-12 | Sl 96(97) | Tt 3, 4-7 | Lc 2,15-20

Graça a ser pedidaSenhor, dá-me a graça de me maravilhar a cada encontro com as pessoas, percebendo nelas a Tua presença e o Teu chamado

ao amor e ao serviço.

É Natal!!! Jesus nasceu! O Salvador chegou! No céu a glória e na Terra a paz! Alegria para todoo povo, Deus se manifesta, a luz brilhou na escuridão da noite! Podemos exultar de alegria, poisa razão do nosso Retiro enfim apareceu!

Os pastores foram às pressas ver o que os anjos anunciaram: a glória de Deus. Mas que glóriaeles viram? Maria, José e um recém-nascido deitado numa manjedoura, num lugar improvisado,onde os animais se abrigavam do frio da noite. O rosto humano de Deus, imperceptível aoscritérios deste mundo, nascido nas condições mais precárias, pois não havia para Ele lugar nahospedaria. Deus não escolhe para si Jerusalém, a capital, mas Belém, cidade da periferia, semimportância geopolítica. Revela-se primeiramente a pastores, considerados a mais repugnanteclasse de trabalhadores. É a lógica do Deus, que se esconde dos sábios(as) e poderosos(as), dostiranos(as) e soberbos(as), mas se revela aos pobres e pequeninos(as), aos simples e puros decoração, aos mansos(as) e pacíficos(as), aos que promovem a paz e são perseguidos(as) porcausa da justiça. Mesmo sem compreender completamente, podemos, como Maria, acolher emeditar sobre todas essas coisas em nosso coração.

Santo Inácio sugere, na contemplação equivalente dos Exercícios Espirituais (EE 110-117), quenos coloquemos na cena, quem sabe, como quem ajuda, prestando algum serviço, talvezinteragindo com os personagens. O importante é se deixar afetar e, após o encontro com esseDeus desconcertante, sair como os pastores, louvando e glorificando o Senhor por tudo o que Elefez e transformou em sua vida – em seu modo de ser, pensar e agir.

Ver novas todas as coisas em Cristo“Primeiro ponto é ver as pessoas, a saber, ver nossa Senhora e José e a serva, e o Menino Jesus depois de já ter nascido,fazendo-me eu um pobrezinho e escravo indigno que os observa, os contempla e os serve em suas necessidades, como se

presente me achasse, com todo o acatamento e reverência possível; e, depois, refletir em mim mesmo para tirar algumproveito” (EE 114).

Introdução

Natal! Natividade! Nasce para nós o Salvador! Tão grande Mistério a Encarnação, à qual nemsempre damos a devida atenção. Deus Todo-Poderoso, criador dos céus e da Terra e de todas ascoisas visíveis e invisíveis, esvazia-se de si mesmo e entra em nossa história como um bebêindefeso! Diante de tamanho Mistério, o coração humano se extasia e se encanta. Isso porqueessa pequena família, com uma criança deitada numa manjedoura, entre animais, fora da cidade,é o modelo de toda família cristã!

“No fundo, nós habitualmente pensamos que as coisas ou estão longe, ou estão perto, ou sãograndes, ou são pequenas, ou são fortes, ou são fracas. Mas Deus é diferente. Parece que troca“o” pelo “e”. Ele está longe e está perto, é grande e é pequeno, é muito forte e é muito fraco, tudoao mesmo tempo e de uma maneira única que é só sua. Talvez Deus tenha ficado assim por sertão exagerado no amor. Porque, enquanto nós temos amor, ele é feito de amor. E isso faz toda adiferença! Se nós pensarmos que Deus ou é Deus ou é homem, não o conseguimos entender”5.

A Oitava é um tempo especial para a Igreja, quando se celebra de domingo a domingo como sefosse um único dia estendido, um dia sem o ocaso (pôr do sol). Temos a Oitava de Páscoa e a deNatal. Mais do que duas grandes Festas na Igreja, trata-se de um único e grande Mistério deAmor! Dentro desse tempo há algumas festas significativas e ele termina com a Solenidade deMaria, Mãe de Deus, a quem consagramos então todo o ano que se inicia.

Santo Inácio se preparou por um ano para celebrar sua primeira Missa, e escolheu a Capela daManjedoura na Igreja de Santa Maria Maggiore em Roma. É muito significativo unir o Sacrifícioincruento da Eucaristia com o Nascimento, o que mostra ser um único e grande Mistério:Encarnação, Nascimento, Paixão e Morte e Ressurreição de Jesus!

“Nasceu um menino: o nascimento é sempre fonte de esperança, é vida que desabrocha, épromessa de futuro. E este Menino – Jesus – ‘nasceu para nós’ um ‘nós’ sem fronteiras, semprivilégios nem exclusões. O

Menino, que a Virgem Maria deu à luz em Belém, nasceu para todos: é o ‘filho’ que Deus deu àfamília humana inteira” (Mensagem Urbi et Orbi do Papa Francisco, 25 de dezembro de 2020).

Com essa frase do Papa Francisco na mente e no coração, vamos rezar esta semana e aprofundarDeus, o Emanuel, Deus conosco. Deixemos que a Luz que iluminou a noite de Natal nos ilumine,que nos ajude a refletir a que Ele nos convida, e como podemos dar testemunho de tanto amor esermos também nós presença de luz onde estivermos.

Dia 26. Domingo2º Dia da Oitava de Natal

Festa da Sagrada Família

Eclo 3,3-7.14-17a | Sl 127(128) | Cl 3, 12-21 | Lc 2,41-52

Graça a ser pedidaSenhor, que eu me deixe iluminar por Tua luz.

A Igreja celebra, neste domingo, Oitava de Natal, a Festa da Sagrada família, dia mais queoportuno para rezarmos por todas as famílias e, particularmente, pela nossa. A Sagrada Famíliade Nazaré é modelo, por excelência, para cada família e cada pessoa que busca uma vida deintimidade com Deus, com docilidade na voz e disponibilidade interior para fazer a Sua vontade.

É possível entrar na liturgia deste domingo lembrando que alguns anos da Infância de Jesus já sepassaram, ocultamente, e que os laços afetivos entre Jesus, Maria e José se estreitaram; umcontribuiu com o crescimento integral do outro, sobretudo, os pais para com o Filho.

Sabe-se que, segundo a Lei, todos os israelitas deveriam comparecer diante do Senhor, nosantuário, três vezes por ano, por ocasião das festas da Páscoa, de Pentecostes e das Tendas (Ex23, 14-17; 34, 22-23; Dt 16, 16). Porém, muitos dos que habitavam em locais mais distantes,como era o caso de José, Maria e Jesus, iam apenas uma vez ao Templo de Jerusalém, porocasião da Páscoa.

Aquele ano teve um marco especial em suas vidas, pois, atingindo a idade de doze anos, oMenino chegava à maioridade. Nesse dia, Jesus se encontra com os Doutores da Lei, no Templo,e suas respostas causam enorme encantamento, por sua sabedoria.

O texto nos apresenta a inusitada perda de Jesus. É importante contemplar como a expressaangústia de Maria foi silenciada pelas sábias palavras de Jesus, ao fazer memória de Sua missão,que constitui o sentido de sua vida. “Que coisa ou que perda era perder Jesus? Ainda que aconfortassem os que a conheciam, nela não podia haver consolação6.

No “desfecho”, Jesus desce com os pais para Nazaré, e imerso na missão salvífica, em comunhãocom José e Maria (submisso), “crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens”,iniciando, assim, a sua fecunda vida oculta, mais concretamente.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: contemple a cena em clima de silêncio, recolhimento ereverência ante o Mistério, seguindo os passos para a oração. Veja o que fazem as pessoas,escute o que falam, saboreie…

Refletir para tirar proveito:

É possível imaginar a tremenda dor e a angústia causada “por perder” Jesus. Trata-se daprimeira vez que Maria e José experimentam a separação e a ausência de Jesus, que havia“desaparecido sem deixar nenhum sinal de seu paradeiro”. Diante dessa cena, você poderá seperguntar: O que significam, para mim, a presença e a ausência de Jesus e onde devo buscá-

Lo para O encontrar? Já senti a sua falta? Discorra sobre isso… Como é, para mim,“conviver” com Jesus, “em minha Nazaré” (o meu cotidiano)?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Jesus, teu jeito seja o meu jeito. Eu quero ser bem mais do que já sou. Jesus, teu jeito seja o meu jeito. Ensina-me a ser tão

bom” (Música Teu proceder, de Francys Adão, SJ).

Dia 27. Segunda-feira3º Dia da Oitava de Natal

São João Apóstolo e Evangelista“O Senhor reina, alegrem-se as ilhas numerosas.”

1Jo 1, 1-14 | Sl 96(97) | Jo 20, 2-28

Graça a ser pedidaSenhor, que eu me deixe iluminar por Tua luz.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estavaescuro e vê que a pedra fora retirada da entrada. Corre, então, até Simão Pedro e a outrodiscípulo, que Jesus amava, e lhes diz: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde Ocolocaram”. Pedro e o outro discípulo se dirigiram, então, ao sepulcro. Os dois corriam juntos,mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro. Inclinando-se, viu asfaixas de linho por terra, mas não entrou. Então, chega também Simão Pedro, que o seguia, eentra no sepulcro; vê as faixas de linho por terra e o sudário que cobrira o corpo de Jesus. Osudário não estava com as faixas de linho no chão, mas enrolado em um lugar à parte. Então,entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: e viu e creu. Pois ainda nãotinham compreendido que, conforme a Escritura, Ele deveria ressuscitar dos mortos. Osdiscípulos, então, voltaram para casa.

Madalena estava junto ao sepulcro, do lado de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-separa o interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar onde o corpode Jesus fora colocado, um à cabeceira e outro aos pés. Eles lhe disseram, então: “Mulher, porque choras?”. Ela lhes responde: “Porque levaram meu Senhor e não sei onde O puseram!”.Dizendo isso, voltou-se e viu Jesus de pé. Mas não sabia que era Jesus. Jesus lhe diz: “Mulher,por que choras? A quem procuras?”. Pensando ser o jardineiro, ela responde: “Senhor, se foste tuque O levaste, dize-me onde O puseste e eu O irei buscar!”. Diz-lhe Jesus: “Maria!” Voltando-se,ela fala em hebraico: “Rabbuni!”, que quer dizer “Mestre”. Jesus lhe diz: “Não me toques, poisainda não subi ao meu Pai. Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; ameu Deus e vosso Deus”. Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor”, e as coisasque Ele lhe disse.

Tendo sido comunicado, juntamente com Pedro, de que o sepulcro estava vazio e o corpo deJesus não se encontrava lá, João saiu correndo, na companhia de Pedro. “E viu, e creu”. Asexperiências com o Ressuscitado, entre o grupo de discípulos, se sucedem. Maria (Madalena)reconhece o seu Mestre ao escutá-Lo chamando-a pelo nome. Dez deles receberam juntos oEspírito Santo, após receberem a paz oferecida por Jesus. E Tomé é convidado a pôr o dedo naschagas e a mão no lado aberto de Cristo Jesus. Extasiado, ele exclama: “Meu Senhor e meuDeus!”.

Tendo feito o seu exercício de pacificação, seguindo os passos para a oração, dê-se conta do seugrau de amor por nosso Senhor, pois quem ama não pode esperar, mas corre apressadamente. Oamor pede atitude concreta como resposta. Isso você poderá contemplar em Maria Madalena,que, tendo se encontrado com o Ressuscitado e d’Ele recebido a incumbência de anunciar a suaRessurreição aos demais discípulos, vai às pressas…

Maria Madalena foi ao sepulcro quando ainda não surgira a aurora. Ela tem a evidência da morte,crê na morte. Tudo gira em torno do que lhe parece seguro, do que havia contemplado. A mortede Jesus tinha sido uma experiência muito dura, por isso ela ficou do lado de fora do túmulo,chorando. Mas Jesus é a presença impossível de suprimir.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: contemple o “jardineiro”. A imagem do jardineiro refletealguém que planta coisas belas, cuida da vida, dá alegria a quem passa e contempla o jardim;não desiste com facilidade, pois acredita na força vital, é conhecedor do vigor profundo naaparência daquilo que parece frágil.Contemple também Simão Pedro. Certamente ele gostaria de crer, mas não conseguia, e a suaansiedade o tomava por inteiro… a sua fé ainda não havia se transformado numa fé capaz deirradiar paz e alegria interior, nem de confirmar a seus irmãos, tampouco de levá-lo aanunciar, publicamente, Jesus Cristo. Porém, a semente que desabrocharia em frutos doespírito germinava, silenciosamente, no seu ser mais profundo. Como percebo a minhaexperiência de fé e a minha confiança em Jesus, hoje?Igualmente, contemple Tomé, o ausente… Ele não estava com os outros, porém não haviadeixado por completo o grupo, mas cuidava de sua vida… certamente a sua experiência desaudade de Jesus, a frustração da perda do Amigo e dos sonhos alimentados ao seu lado, oluto desolavam-no. O seu Senhor não estava morto… Teria aproveitado a Sua presença?Contemplado-o suficientemente, amado-o verdadeira e intensamente? Não basta escutar falarsobre Jesus, o ser humano anseia, como Tomé, por experiência pessoal. Necessita “tocar”.Essas e outras interrogações, certamente, ocupavam a sua mente e o seu coração. Teria Tomédemorado demais a chegar? Porém, o próprio Jesus o procura, apresenta-se para ser tocado eexperimentado por seu amigo “ausente”. A sua demora não impede a comunhão… Enfim, oencontrou… “Meu Senhor e meu Deus”…

Refletir para tirar proveito:

Reconheço a voz do Mestre, como Maria Madalena? Em quais circunstâncias Jesus tem me

chamado?Tenho me permitido contemplar o belo? Tenho encontrado “o jardineiro”?Sinto-me presente e atento(a) às chegadas de Jesus em minha vida ou tenho estado ausente?Quem é Jesus para mim, nesse momento da minha vida?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Apesar da sua incredulidade, temos de agradecer a Tomé, pois a ele não bastou ouvir dizer dos outros que Jesus estava vivo,e nem sequer com poder vê-Lo em carne e osso, mas quis ver dentro, tocar com a mão nas suas chagas, os sinais do seu amor.

O Evangelho chama Tomé de “Dídimo” (v. 24), ou seja, gêmeo; e nisso ele é verdadeiramente nosso irmão gêmeo. Poistambém a nós não basta saber que Deus existe: um Deus ressuscitado, mas longínquo, não nos preenche a nossa vida; não nosatrai um Deus distante, por mais que seja justo e santo. Não. Nós também precisamos “ver a Deus”, de “tocar com a mão” que

Ele tenha ressuscitado, ressuscitado por nós” (Papa Francisco, Homilia de 8 de abril de 2018).

Dia 28. Terça-feira4º Dia da Oitava de Natal

Missa dos Santos Inocentes“Se o Senhor não estivesse ao nosso lado.”

1Jo 1, 5-2,2 | Sl 123(124) | Mt 2,13-18

Graça a ser pedidaSenhor, que eu me deixe iluminar por Tua luz.

Após sua partida, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito. Fica lá até que eu te avise, porque Herodesprocurará o Menino para o matar”. Ele se levantou, tomou o Menino e sua mãe, durante a noite, epartiu para o Egito. Ali ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera oSenhor por meio do profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. Então Herodes, percebendo quefora enganado pelos magos, ficou enfurecido e mandou matar, em Belém e em todo o território,todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo de que havia se certificado com osmagos. Então cumpriu-se o que fora dito pelo profeta Jeremias: “Ouviu-se uma voz em Ramá,choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos; e não quer consolação, porque eles já nãoexistem”.

Com o desejo sincero de encontrar-me com o Senhor, silencio, recolho-me, pacifico o meuinterior e sigo os passos para a oração. À luz dessa perícope, olho para José, homem atento àPalavra e pronto para realizar a vontade de Deus. Contemplo Jesus, que precisou de refúgio eproteção ante a perseguição e risco de morte. Considero a ambição pelo poder, que provoca amorte de inocentes.

Eis que mais uma vez Deus se manifesta a José em sonho, dessa vez com o intuito de que seja

protegida a vida do Menino Jesus e de sua Mãe. O guardião da família de Nazaré escuta comdocilidade e age com precisão. Porém, Herodes, ao pressentir a possibilidade de ser destituído deseu poder e de perder o seu prestígio, destrói a vida de inúmeros inocentes. Jesus precisou seproteger, esconder-se e fugir porque Herodes O buscava “para matá-Lo”.

Peça ao Senhor a graça de ter uma atitude de escuta na fé. Bem como prontidão e disponibilidadepara realizar a vontade de Deus em sua vida e missão, para não se deixar atrair pela ilusão depoder, que vem acompanhada de honra e prestígio, colocando em risco a sua salvação esantificação. Peça a graça de não se sacrificar nem mesmo destruir a vida de seus semelhantes,por meio da calúnia, mentira, difamação e violência em suas diversas maneiras de manifestação.

Com o olhar fixo em Jesus, encarnemos a Sua pobreza, o Seu despojamento e a Sua humildade eO sigamos, por uma vida comprometida com o anúncio da Boa-Nova e a colaboração para ainstauração do Reino de Deus. Como fruto, colheremos paz e alegria interior indescritíveis,oferecidas pelo Pai todo amoroso e misericordioso que acolhe a oblação sincera do nosso ser. Ejamais compactuarmos com as estruturas que geram a morte de inocentes.

É certo que, “quem uniu indissoluvelmente sua vida e seu destino à vida e ao destino de Jesus,defrontar-se-á, mais cedo ou mais tarde, com missões difíceis e incompreensíveis; com missõesque têm de ser realizadas imediatamente, sem tempo para analisá-las, nem para pedirexplicações, nem para propor alternativas. A única opção é a da fidelidade incondicional eamorosa. Pegar o único necessário: ‘o menino e a mãe’, e partir imediatamente”7.

Atitude semelhante, por parte do ser humano, requer exercício da justiça, do silêncio, daprudência, do discernimento, que acontece por meio da oração. José foi um homem de comunhãocom Deus, o que justifica a sua atitude de escuta delicada. Na figura de José, o ser humanocontemporâneo é convidado a redescobrir a beleza e a importância do silêncio, que proporciona aentrada no mais íntimo do ser, e a encontrar os dons espirituais e os dons pessoais, a seremcolocados a serviço do Senhor, por meio de seus semelhantes, tornando-se templo dos mistériosde Deus.

Refletir para tirar proveito:

Aplicando essa Palavra à minha vida, diante de Deus, posso me perguntar: quais são osanseios profundos do meu coração? Quais são os “Herodes” da atualidade? Qual a minharelação com estruturas de ganância e poder, que geram opressão e morte?Como tenho buscado vivenciar o silêncio, o recolhimento e a oração?

Ver novas todas as coisas em Cristo“O Evangelho atribui a São José o título de ‘homem justo’ (Mt 1, 19): ele, guardião do segredo íntimo que está exatamente no

fundo do coração e da alma, depositário do mistério de Deus e, portanto, patrono ideal do foro interno, nos impulsiona aredescobrir o valor do silêncio, da prudência e da lealdade ao cumprir os próprios deveres” (Papa Francisco, Carta Apostólica

Patris Corde).

Dia 29. Quarta-feira5º Dia da Oitava de Natal

“Luz para iluminar as nações, e para glória de teu povo Israel.”1Jo 2, 3-11 | Sl 95(96),1-3.5-6 | Lc 2, 22-35

Graça a ser pedidaSenhor, que eu me deixe iluminar por Tua luz.

Na Oitava de Natal, rezamos sob o impacto do nascimento, da entrada do Todo-Poderoso nahistória humana, como bebê. É o Amor que se faz carne, no seio de uma família judia.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: contemple a Sagrada Família. Eles se dirigem a Jerusalém.Como é o caminho? Preste atenção em cada um, o que fazem? Como se relacionam?Conversam? Estão calados? Procure perceber quais sentimentos e pensamentos passam emseus corações. Vão ao Templo para cumprir um preceito da Lei. São judeus tementes a Deuse cumpridores da Lei, palavra que se repete quatro vezes neste trecho bíblico. Trata-se deuma obrigação, algo imposto de fora ou um desejo interior, uma alegria ir apresentar seufilho a Deus?Agora no Templo, observe Simeão, tão amigo do Senhor, homem justo e piedoso,aguardando a salvação, não apenas dele, mas de todo Israel. Sinta sua presença, sua fé naspromessas, sua certeza de que se cumpririam, e o Espírito o impeliu a ir naquele momento aoTemplo. Traga à memória os momentos de sua história em que sentiu a ação do EspíritoSanto, que confirma o amor de Deus por você, a suavidade de seu sopro, que aquece ocoração e anima, aconselha, fortalece, consola… Respire essa suave presença e saboreie acerteza de ser uma criatura muito amada, parte da criação. Deus quer contar com você.Aproxime-se, com os olhos da imaginação, para ouvir o que Simeão fala a José e a Maria.Preste atenção ao tom da voz, entonação. Procure perceber o que se passa nos corações, ossentimentos, os pensamentos de cada um deles. Simeão os abençoa, abençoa a você também.Continue escutando Simeão e a profecia que diz: “Eis que este menino está destinado a seruma causa de queda e de soerguimento para muitos… a ser um sinal de contradição… seremrevelados os pensamentos de muitos corações…”.

Refletir para tirar proveito:

O que é a Lei de Deus? Procure responder com suas palavras, não com uma respostaautomática. Reflita se para você se trata de uma relação de normas ou é mais um modo deviver e se relacionar com Deus e com os outros? O que você sente diante disso?Deixe ecoar em você essas palavras e depois reflita: que sentimentos me afloram? Qual a

origem desses sentimentos? A que levam? Converse com Maria, José, Simeão ou Jesus…com quem você sentir mais perto.Termine sua oração, agradecendo o tempo transcorrido, a oportunidade de encontro comDeus por meio do texto; pode fazer uma oração formal (Pai-Nosso ou Ave-Maria) ou umaque brote de seu coração. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém!Faça a revisão da oração e anote em seu diário espiritual.

Ver novas todas as coisas em Cristo“O Evangelho diz-nos também que ‘o pai e a mãe [de Jesus] estavam admirados com aquilo que dele se dizia’ (v. 33). José eMaria conservam a surpresa deste encontro, cheio de luz e de esperança para todos os povos. E também nós, como cristãos e

como pessoas consagradas, somos guardiões da surpresa. Um enlevo que deve ser sempre renovado; ai da rotina na vidaespiritual; ai de nós se cristalizarmos os nossos carismas numa doutrina abstracta: os carismas dos fundadores — como eu jádisse outras vezes — não devem ser fechados numa garrafa, não são peças de museu” (Papa Francisco, Homilia de fevereiro

de 2016).

Dia 30. Quinta-feira6º Dia da Oitava de Natal

“O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria.”1Jo 2,12-17 | Sl 95(96),7-10 | Lc 2,36-40

Graça a ser pedidaSenhor, que eu me deixe iluminar por Tua luz.

Retome onde estava em sua oração anterior. Respire com calma, permita-se sentir os corações.Rememore o que mais chamou sua atenção ontem. Faça a oração preparatória e peça a graça dasemana.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: perceba, com tranquilidade, trazendo à memória o Templo e aspessoas. Aproxima-se agora mais alguém, Ana, que, com grande amor a Deus, não seapartava do Templo, servindo a Deus dia e noite. Tente perscrutar seu coração, como ummédico com o estetoscópio.Ana louvava a Deus e falava de Jesus, da salvação. Como ela fala? Apaixonadamente?Vigorosamente? Com suavidade? Como quem a ouve recebe sua fala? O que ela diz? E você,anuncia a Boa-Nova? Como dá testemunho do Amor, presente entre nós? Como as pessoasrecebem seu testemunho? Algo diferente a fazer? Converse com Deus, como um(a) amigo(a)fala a outro(a) amigo(a), troque ideias, peça, ofereça, agradeça… o que brotar em seu

coração.Depois de cumprido o preceito, voltaram para a Galileia, para sua cidade, e o Menino iacrescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava n’Ele. Oencontro com Deus plenifica de graça, fortalece a fé, a caridade, os laços da família. Ocrescimento tanto físico quanto espiritual é visível no Menino Jesus. E você? Como se dá, emseu dia a dia, em sua “Galileia”, o crescimento espiritual? O que o(a) ajuda a crescerespiritualmente? O que atrapalha? Há algo a ser feito de outra forma para um melhorresultado?

Refletir para tirar proveito:

Como é ter essa relação com Deus? O que a move a fazer jejuns e orações? Como ela sesente? Talvez você possa se perguntar sobre sua relação com Deus.

Termine sua conversa com Deus, com Maria, ou José, ou Jesus ou Ana. Pergunte, questione,agradeça… o que brotar no coração.

Encerre tranquilamente sua oração, agradeça o tempo, reveja se há algo que pode ajudar mais napróxima vez… Depois faça a revisão da oração e anote o que foi mais importante, o que destacoumais, o que causa em você, o que o(a) “chama”.

Ver novas todas as coisas em Cristo“Precisamos de homens como Simeão e mulheres como Ana, da tribo dos que estão reconciliados com sua própria vida;pessoas com uma presença benevolente e carinhosa para tudo o que lhes rodeia. Com olhos expandidos por dentro, eles

puderam perceber a salvação de um modo muito diferente do que haviam imaginado” (Pe. Adroaldo Palaoro, Apresentação doSenhor: Deus no colo, Unisinos, 31 de janeiro de 2020).

Dia 31. Sexta-feira7º Dia da Oitava de Natal

São Silvestre I, Papa“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus.”

1Jo 2,18-21 | Sl 95(96),1-2.11-13 | Jo 1,1-18

Graça a ser pedidaSenhor, que eu me deixe iluminar por Tua luz.

Hoje rezaremos o Prólogo do Evangelho Segundo São João. O prólogo é um esclarecimento queantecede a história, é portanto a parte inicial do acontecimento, para ajudar na compreensão doque o escritor deseja transmitir e tudo aquilo que será apresentado para formular a história. Aqui

não se trata de um acontecimento qualquer, mas nos recorda a criação do mundo, a Trindade sefazendo presente em todas as criaturas: O Espírito pairava sobre as águas… e Deus disse – aPalavra criadora, que é Jesus Cristo. Alguns tradutores colocam “Verbo”, que na realidade nãodifere muito, pois verbo é ação, e a Palavra do Pai é criadora. Pois bem, comecemos como decostume com a oração preparatória, o pedido de graça da semana. Depois, vamos nos situar nomomento da criação: águas… escuridão… frio… como um mundo sem Deus, sem vida… e Deusdisse “faça-se a luz!”. Sem luz não poderíamos apreciar inteiramente a criação. E a luz brilha nastrevas… evoca o Ressuscitado… e a Palavra, o Verbo, emudece ao Encarnar, e se dá a nós,pequeno, indefeso, dependente… Que incompreensível e grande Mistério de Amor! Só podemosagradecer e acolher Deus-Amor, Deus-Menino, e crescer com Ele, aprendendo a ser como Ele.

Hoje o Evangelho nos ajuda a entender um pouco mais sobre a Lei, dada a Moisés, mas agoralemos que o amor e a fidelidade vieram por meio de Jesus Cristo. Sim, Jesus nos deu ummandamento novo: “Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amaruns aos outros. Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês sãomeus discípulos”. (Jo 13,34-35). Amar é diferente de gostar. Gostar tem relação com certasatisfação pessoal, com sentir “uma recompensa” pessoal; o amor verdadeiro tem sua origem emDeus, que é Amor, portanto é dar sem limites, dar de si, pensando mais na felicidade do outro doque na própria. Posso não gostar muito de alguém, mas posso aprender a amar, não desejando omal, ajudando quando possível, e buscando suas qualidades, afinal todos somos criaturas amadaspor Deus. Como tenho amado? Tenho desejo de amar mais?

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: traga à memória momentos em que sentiu a vida pulsando, amaravilha da criação, pois sua plenitude todos nós recebemos… agradeça, um coraçãoagradecido cresce, expande a capacidade de amar, de sentir compaixão, de ser fraterno.

Refletir para tirar proveito:

Leia o texto devagar, saboreie cada palavra, cada frase, cada imagem que venha a recordar ouperceber.Como você recebe a Palavra criadora? Permite que ela gere mais vida em você?

Ver novas todas as coisas em Cristo“Jesus traz a luz. Mas o povo, as pessoas, o seu povo não o recebeu. Está tão habituado às trevas que a luz o ofusca, não sabecomo caminhar (cf. Jo 1, 10-11). E este é o drama do nosso pecado: o pecado cega-nos e nós não conseguimos tolerar a luz.

Os nossos olhos estão doentes”.(Papa Francisco, Homilia de 6 de maio de 2020).

Dia 1º. Sábado

1.2.3.4.5.6.

8º Dia da Oitava de Natal

Repetição da semana

Continuando nossa experiência de retiro espiritual neste tempo de Advento e Natal do Senhor,convidamos a uma parada diferente no dia de hoje.

Volte-se sobre suas anotações e perceba como Deus esteve presente em sua semana.Perceba também as palavras mais fortes e mais repetitivas em sua oração.Identifique os sentimentos mais fortes e mais importantes.Escolha um texto bíblico especial desta semana e volte-se sobre ele outra vez.Aprofunde-se, volte a ele e perceba o que Deus quer lhe falar.Escreva uma síntese da sua semana em seu diário espiritual.

Introdução

Depois de algumas semanas, vamos chegando ao final do tempo de Advento e Natal e de maisuma experiência de Retiro no cotidiano da vida. Esta semana somos convidados(as) a entrar nomistério da vida pública de Jesus. Somos colocados(as) diante da Missão de Jesus, que O leva ase juntar aos(às) pobres, doentes, injustiçados(as) e excluídos(as) no seu tempo histórico. Jesusage de acordo com a realidade que se apresenta a Ele, buscando transformá-la.

Somos convidados(as) a entrar nesse mistério do dia a dia de Jesus e com Ele ver a nossarealidade histórica. Ver as pessoas, como elas se comportam nas diversas situações da vida diáriae das estruturas econômicas e sociais que lhes são impostas. É nessa realidade que, comobatizados(as), somos convidados(as) ao seguimento de Jesus. Devemos olhar com atenção ocotidiano e descobrir os ensinamentos trazidos pelos acontecimentos mais corriqueiros da vida. Éno cotidiano que devemos dar a nossa resposta de amor ao Senhor. E somos incentivados(as) afazê-lo a partir de nossa vocação de batizados(as), confiantes de que esse mesmo Senhor nosaponta as necessidades de nosso mundo. Dessa forma, acontece o encontro da vontade de Deuscom a nossa vontade, e, quando oferecemos nossos dons, contribuímos para a construção doReino aqui e agora. Tenhamos a coragem de responder com o SIM e a disponibilidade de Maria:“Eis-me aqui”.

Dia 2Domingo da Epifania

Santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno “Vimos a sua estrela no Oriente e viemosadorá-lo.”

Is 60,1-6 | Sl 71(72) | Ef 3, 2-3a.5-6 | Mt 2,1-12

Graça a ser pedidaPeço a Deus que este Novo Ano me traga um conhecimento mais íntimo e mais profundo deste Deus que vem ao meu

encontro, se encarna, desce até mim, para me salvar.

Quem eram os magos? Pensando dentro da tradição cristã, poderíamos dizer que os reis são:Baltasar, Gaspar e Melchior, que visitaram Jesus logo após Seu nascimento. Os magos vieram doOriente, portanto não eram do povo de Israel – eram estrangeiros.

Segundo alguns estudiosos, Mateus insere esses personagens na narrativa do nascimento de Jesuspara mostrar que a ação salvífica de Deus é aberta a toda a humanidade e não somente ao povojudeu.

Na oração, posso me deter na pergunta dos magos: “Onde está o recém-nascido, rei dos judeus?”.

Mas posso refletir também sobre a atitude do rei Herodes ao ouvir essa pergunta. O texto bíbliconos diz que ele ficou alarmado. Posso pensar que ele não suportou a ideia de outro rei. Ele ageentão com astúcia. Quer que os magos descubram onde esse bebê está e voltem para informá-lo,pois também quer ir adorá-Lo, mas na verdade quer tirar-Lhe a vida.

Posso trazer aqui minhas atitudes. Quantas vezes professo a fé e sou capaz de matar com meumodo de agir, no ódio ao irmão, na construção de um deus que não corresponde ao Deusrevelado por Jesus, mas um deus conforme minha conveniência, meus interesses? E quantasvezes pessoas que não professam essa fé são capazes de fazer uma experiência do Deus reveladopor Jesus, amando com uma grande intensidade e fazendo coisas que me desconcertam?

Por isso é preciso estar atento(a). Não basta dizer que “Jesus é o Senhor”. É preciso deixar queEle possa ser o Senhor em minha vida e viver como Ele ensinou. Caso contrário, corro o risco deser como Herodes, fechado(a) em minhas ideias, meus interesses, meu mundo, e não descobrir aestrela que brilha trazendo luz às minhas sombras, trazendo a revelação de Deus.

O Pe. Adroaldo nos diz que: “os Magos escutam outras palavras e sinais, aprendem a filtraraquilo que ‘ajuda para o fim’ e a não seguir nenhum conselho”. Poderíamos dizer ainda que éDeus se manifestando a todas as pessoas, que, como os magos, souberam discernir quais eram osinteresses de Herodes e tomaram outro caminho. Eu também preciso saber qual caminho estoutomando, se vou a Belém ao encontro do Menino – que é um caminho aberto, acolhedor,caminho de vida – ou se tomo o caminho de Herodes – que é um caminho limitado, egoísta, defechamento, caminho de morte.

Composição de lugar:

Com o olhar da imaginação: veja o caminho desde o Oriente a Belém, considerando nessecaminho o comprimento, a largura, se é plano ou se segue por vales e encostas.Olhe também a casa onde se encontram Maria e o Menino e como estava arrumada.Agora releia o texto bíblico, contemple o caminho feito pelos magos até eles entrarem nacasa onde o Menino estava. Entre com eles nessa casa e faça a sua homenagem ao menino.

Refletir para tirar proveito:

Que presente eu tenho para ofertar ao Menino Jesus?Olhando minha prática cotidiana, tenho buscado seguir por um caminho de luz ou meencontro num caminho de sombra e egoísmo, buscando meus próprios interesses?Olho… Vejo… Participo… Reflito para tirar proveito… Faço um longo colóquio com JesusMenino… Concluo minha oração rezando um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, um Glória ao Paie faço as anotações como um resumo do que aconteceu no meu encontro com o Senhor.

Ver novas todas as coisas em Cristo“Continuou o caminho de Monserrate, pensando, como sempre costumava, nas façanhas que devia realizar por amor de Deus.

Tinha o entendimento todo cheio das Aventuras do Amadís de Gaula e semelhantes livros, e vinham-lhe ideias parecidas

àquelas. Assim se determinou a velar armas toda uma noite, sem sentar-se nem se encostar, ora de pé, ora de joelhos, diantedo altar de Nossa Senhora de Monserrate, onde determinara deixar suas vestes e vestir as armas de Cristo” (Autobiografia de

Santo Inácio nº 17).

Dia 3Segunda-feira depois da Epifania

“Eu te darei por herança os povos todos.”1Jo 3, 22-4, 6 | Sl 2 | Mt 4, 12-17.23-25

Graça a ser pedidaA graça de compreender que o Reino de Deus está perto de nós e de converter-se procurando sempre fazer o bem às pessoas,

como Jesus fazia.

No texto de hoje, contemplamos Jesus iniciando suas atividades na Galileia, na cidade deCafarnaum. Aí Jesus vai começar a praticar o que o profeta Isaías tinha anunciado como missãodo servo de Javé, cheio do Espírito de Deus (Is 61,1-4). Jesus já foi batizado, já recebeu oEspírito Santo e age guiado por ele, fazendo o que Isaías indicava como missão do servo, quetinha o Espírito de Deus sobre ele. Então a pregação de Jesus é a Boa Notícia do Reinoanunciada aos pobres e suas ações são orientadas para aliviar a dor e libertar os sofredores.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja onde Jesus morava, a cidade de Cafarnaum e os arredorespor onde andava pregando o Evangelho do Reino e curando enfermos.Contemple Jesus pregando o Evangelho do Reino e curando as pessoas. Procure ver o rostode Jesus e das pessoas. Repare bem no rosto das pessoas, antes e depois da cura. Procureescutar as palavras de Jesus. Olhe bem o que Jesus faz. Você está diante de Jesus, queanuncia o Evangelho, ou seja, a Boa Notícia da chegada do Reino de Deus, que é o Reino doamor. O que Jesus faz? Ele cura enfermos. Sua preocupação é a dor de quem sofre. Seu agir émarcado pela ação de aliviar a dor. Esse Jesus, com esse tipo de preocupação e com seumodo de agir, é o modelo da pessoa convertida que se põe a serviço do Reino de Deus.

Refletir para tirar proveito:

Pergunte-se: qual é a minha preocupação? Como está a minha conversão?Olho… Vejo… Participo… Reflito para tirar proveito… Faço um longo colóquio com JesusMenino… Concluo minha oração rezando um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, um Glória ao Paie faço as anotações como um resumo do que aconteceu no meu encontro com o Senhor.

Ver novas todas as coisas em Cristo“Porque, lendo a vida de Nosso Senhor e dos santos, parava a pensar, raciocinando consigo: ‘e se eu realizasse isto que fezSão Francisco? E isto que fez São Domingos?’ Assim discorria por muitos assuntos que achava bons, propondo sempre a si

mesmo muitos empreendimentos dificultosos e grandes: quando os propunha, lhe parecia encontrar em si facilidade paraexecutá-los. Mas todo o seu discorrer era falar consigo: ‘São Domingos fez isso, pois eu hei de fazê-lo. São Francisco fez isso,

pois eu hei de fazê-lo’” (Santo Inácio, Autobiografia nº 7).

Dia 4Terça-feira depois da Epifania

“E os discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe.”1Jo 4, 7-10 | Sl 71(72) | Mc 6, 34-44

Graça a ser pedidaA graça de ser compassivo(a) como Jesus foi com a multidão.

Jesus se retira com seus discípulos para um local tranquilo. Ele busca um pouco de descanso parasi e para eles. Ele quer ficar a sós com o Pai, ou seja, quer o silêncio, quer rezar. Mas asnecessidades dos outros são imensas e uma multidão de famintos vai ao encontro de Jesus. Ele“teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor” (Mc 6,34). As ovelhas que nãotêm pastor podem se perder, não têm direção a seguir, uma vez que o pastor é quem vai à frente.Jesus acolhe, cuida, cura, dá a segurança que as ovelhas têm no redil.

Jesus se compadece, sente-se afetado. Ele é aquela pessoa que não suporta ver o sofrimento. Elesempre se sensibiliza e faz algo para ajudar os que sofrem. Nesse caso, os que estão famintos. Osdiscípulos por sua vez querem tomar um caminho mais fácil e por isso acham que Jesus devedispensar a multidão… Mas Jesus atua na realidade e manda que os discípulos deem alimentosao povo. É importante destacar que Jesus não quer fazer isso sozinho, por isso solicita aosdiscípulos que tragam tudo o que eles têm. Acreditamos, como alguns pensadores, que o milagreaconteceu no coração dos que estavam presentes e que, quando quem tinha levado cinco pães edois peixes os colocou à disposição, todos os presentes também foram movidos a dispor do quelevaram. Aí nasce o milagre da partilha. Todos comeram e ainda sobrou. E a sobra foi farta.

O Pe. Manuel Iglesias nos provoca quando pergunta: “o que estamos fazendo com ‘os dozecestos que sobraram’?”.

Olho para a minha realidade e vejo de que está cheio o meu cesto (fazer memória dos dons ebens pessoais). Com um olhar mais atento e amplo, posso também descobrir a multidão defamintos (desempregados, doentes, idosos, solitários, abandonados…) que me cercam e esvaziaro meu cesto distribuindo o que tenho nele guardado. Depois posso sentar-me com Jesus, que sesentou com o povo faminto e partilhou da alegria de ser também saciado.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja o lugar onde os barcos com a multidão foram se atracandoe Jesus, que os acolhia com carinho e atenção.Contemple a cena bíblica, veja o local onde Jesus se encontra com os amigos e coloque-sepresente na cena. Veja também as pessoas que vão chegando e se aproximando de Jesus.Como são acolhidas por Ele? Sinta como o tempo vai passando tão rápido e observe osdiscípulos já impacientes e preocupados em dispersar aquelas pessoas. Jesus quer mais, querensinar que o remédio para vencer as desigualdades é a partilha do que se tem. Assim nãohaverá necessitados e haverá fartura para todos, com uma larga vantagem de sobras. VejoJesus organizando as pessoas em grupos, sento-me em um grupo e fico observando os gestosde Jesus, que recebe os alimentos que cada um vai levando. Eu também me levanto e entregoo que estava guardado. Ele dá graças ao Pai e autoriza a distribuição. Tudo muito organizado.Todos ficam saciados.

Refletir para tirar proveito:

Eu também vou ao encontro de Jesus. Estou faminto(a) de quê? Como tenho partilhado oscestos que sobraram?Olho… Vejo… Participo… Reflito para tirar proveito… Faço um longo colóquio comJesus… Concluo minha oração rezando um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, um Glória ao Pai efaço as anotações como um resumo do meu encontro com o Senhor.

Ver novas todas as coisas em Cristo“Levava entretanto seis ou sete ducados, que lhe tinham dado para a passagem de Veneza a Jerusalém. Ele os recebera,

vencido em parte pelos temores que lhe incutiram, de não poder passar de outra maneira. Mas, dois dias depois de ter saído deRoma, começou a conhecer que aquilo fora desconfiança que concebera, e pesou-lhe muito ter aceito os ducados e já pensavaque seria bom deixá-los. Enfim, determinou-se a gastá-los generosamente com os que se ofereciam, que ordinariamente erampobres. Fê-lo de maneira que, ao chegar a Veneza, não levava senão alguns quatrins, que aquela noite lhe foram necessários”

(Santo Inácio, Autobiografia nº 40).

Dia 5Quarta-feira depois da Epifania

“Coragem! Sou eu! Não tenham medo.”1Jo 4,11-18 | Sl 71(72), 2.10-13 | Mc 6, 45-52

Graça a ser pedidaA graça de ter confiança em Deus e de vencer o medo.

O mar estava revolto e os discípulos estavam fatigados de remar. Quantas vezes experimentamosessa mesma sensação? Nossa vida parece um mar revolto: os problemas nos cansam e parece queé exigido de nós mais do que podemos dar. Queremos avançar e o “vento contrário” nos detém.A escuridão ameaça se apossar de nós.

Jesus caminha sobre as águas em direção aos discípulos. O Senhor reafirma seu cuidado paraconosco. Não nos abandona nos momentos de escuridão e incerteza. Vem até nós caminhandosobre a turbulência que nos assalta. Em meio à contradição e ao sofrimento, Ele nos trazesperança.

Porém, os discípulos acreditam que Ele é um fantasma e se apavoram. Muitas vezes, no frenesida vida, não reconhecemos o Senhor. Só enxergamos o medo e nos deixamos levar pela sensaçãode que seremos submergidos pelas dificuldades e pelo desânimo.

“Tende confiança. Sou eu. Não tenhais medo.” Quando acolhemos o Senhor e permitimos queEle se aproxime de nós, o vento se acalma, enchemo-nos de confiança e paz. Quantas vezesremamos contra o vento? Lutamos bravamente contra o que nos aflige e o que nos impede desegui-Lo. Porém, só Ele acalma o vento. Só com Ele podemos ter paz e caminhar na construçãode uma vida plena.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja o barco em que estão os discípulos. Já está escurecendo.Veja, também, o esforço com que remam para vencer o vento contrário.

Refletir para tirar proveito:

Permito que o Senhor caminhe comigo sobre as águas turbulentas? Perco-me no “espanto” daminha falta de compreensão da ação de Deus? Ou encontro pausas no meu dia e espaços derecolhimento para perceber o que o Senhor tem a me mostrar?Olho… Vejo… Participo… Reflito para tirar proveito… Faço um longo colóquio comJesus… Concluo minha oração rezando um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai efaço as anotações como um resumo do meu encontro com o Senhor.

Ver novas todas as coisas em Cristo“Por tudo seja bendito e glorificado nosso Criador e Redentor, de cuja liberalidade infinita deriva todo o bem e graça. Quis

Ele abrir cada dia mais as fontes de suas misericórdias, aumentando e promovendo o que em vós tem começado. Nem duvidoque assim o fará aquela suma bondade sumamente comunicativa dos seus bens e aquele seu eterno amor sempre mais pronto a

dar-nos a nossa perfeição do que nós a recebê-la. Se assim não fosse, não nos animaria seu divino Filho Jesus Cristo ao quepodemos alcançar de sua mão, dizendo: ‘Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito’.

Portanto, estejamos seguros de que Deus sempre está disposto em nosso favor, contanto que da nossa parte haja vaso dehumildade e desejo de receber as suas graças e bom uso do que já recebemos, sem pormos obstáculos às que de sua divinaliberalidade esperamos alcançar” (Trecho da Carta de Santo Inácio aos padres e irmãos de Coimbra, Roma, 7 de maio de

1547).

Dia 6Quinta-feira depois da Epifania

“Não é este o filho de José?”1Jo 4,19-5,4 | Sl 71(72), 2.14-17 | Lc 4,14-22a

Graça a ser pedidaA graça de deixar-se conduzir pelo Espírito Santo como Jesus, para que eu também assuma a missão de Jesus na

evangelização e no serviço aos(às) pobres.

Como qualquer outro judeu adulto, Jesus se apresenta para ler o texto sagrado. Ele escolhe umtrecho em que Isaías anuncia as mudanças que podem ocorrer no mundo quando nos deixamoslevar pelo Espírito do Senhor, quando ouvimos a Palavra e a praticamos. No envio do Messias,anunciado pelo profeta, está o nosso envio. O Senhor olha para os empobrecidos e para osúltimos deste mundo. Somos convidados(as) a dirigir nosso olhar também para eles. Jesus nuncadisse que eles eram bons ou virtuosos. São seres humanos privados de seu acesso legítimo aosbens deste mundo e, por isso mesmo, atingidos em sua dignidade. Por isso merecem nossasolidariedade, e devemos nos empenhar na luta pela justiça social.

Jesus se identifica como o ungido do Senhor e todos “se espantavam das palavras cheias de graçaque saíam de sua boca” (Lc 4,22a). Se lermos os versículos seguintes, veremos que Jesusmenciona que o profeta não é bem recebido em sua terra e isso enfurece as pessoas. Queriam atématá-Lo. Anunciar a Boa-Nova modifica o mundo, questiona posicionamentos enrijecidos edenuncia privilégios. A dureza de coração daqueles que se beneficiam das estruturas injustasdesencadeia perseguições e castiga duramente os que ousam defender formas mais fraternas deorganização social. Jesus foi atingido por essa intolerância que atinge também a todos e todasque ouvem o chamado do Senhor para profetizar. Por isso, não desanimemos! Somosconvidados(as) a atender com coragem e alegria ao chamado de Deus para proclamar a vida novaque é gestada em nossa esperança. Só Ele pode alimentar e sustentar essa empreitada.

Jesus quer compartilhar conosco tudo o que escutou do Pai (Jo 15, 15). Queremos, neste Retiro,escutar o Pai. Que Ele nos mostre o que quer de nós. Estejamos prontos(as) a segui-Lo e realizarsua vontade.

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja a sinagoga de Nazaré cheia de pessoas. Um espaçorelativamente pequeno, já que Nazaré era uma cidade pequena. Aí está também Jesus, veja oambiente.

Refletir para tirar proveito:

Coloque-se na cena da sinagoga de Nazaré. Ouça Jesus lendo o profeta Isaías. Que

sentimentos você experimenta: alegria, esperança, medo, angústia? Que apelos essa palavraprovoca em relação à sua vida? Converse com Jesus…Olho… Vejo… Participo… Reflito para tirar proveito… Faço um longo colóquio comJesus… Concluo minha oração rezando um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai efaço as anotações como um resumo do meu encontro com o Senhor.

Ver novas todas as coisas em Cristo“… chamam-se exercícios espirituais diversos modos de a pessoa se preparar e dispor para tirar de si todas as afeições

desordenadas. E, depois de tirar estas, buscar e encontrar a vontade divina na disposição de sua vida para sua salvação” (EE1).

“A quem recebe os exercícios, muito aproveita entrar neles com grande ânimo e generosidade para com seu Criador e Senhor.Ofereça-lhe todo o seu querer e liberdade, para que sua divina Majestade se sirva, conforme Sua santíssima vontade, tanto de

sua pessoa, como de tudo o que tem” (EE 5).

Dia 7Sexta-feira depois da Epifania

“Louvai ao Senhor, pois é bom.”1Jo 5, 5-13 | Sl 147, 12-20 | Lc 5, 12-16

Graça a ser pedidaA graça de deixar-se tocar e ser curado(a) por Jesus. Também a graça de ter uma vontade pronta para ajudar a quem precisar

de mim.

Jesus caminha por toda a Galileia. Várias pessoas acorriam para ouvi-Lo e para serem curadas. Ohomem com lepra O reconhece e prostra-se diante d’Ele: “Se queres, tens poder para purificar-me”. A doença o tornava impuro. No tempo de Jesus, ser curado(a) de uma doença significavaser purificado(a); significava eliminar a mancha que condenava a uma vida de isolamento erejeição. Ele deposita sua fé em Jesus, reconhece n’Ele o poder de transformar sua vida.Celebramos no Natal a chegada daquele que pode transfor mar nossa vida, que nos abre paranovos horizontes, que nos cura. Sua chegada trouxe esperança de renovação, de cura para suavida?

Diante do pedido do leproso, a resposta de Jesus é rápida e direta. “Eu quero. Sê purificado.”Mas esse gesto de Jesus não significa apenas a cura de uma moléstia. Jesus fez mais: Ele tocou oleproso. E tocar num impuro era contrair a impureza. Demonstrou o Seu grande amor ao fazer-seum com o homem enfermo. Assumiu junto com ele sua enfermidade para libertá-lo.

Uma vez curado, esse homem deveria se apresentar ao sacerdote para realizar os rituais depurificações previstos por Moisés e que estão descritos no capítulo 14 do Levítico. Só então eleseria reintegrado ao convívio da comunidade. Aquele homem não queria ser apenas curado, mas

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ser purificado. Então, coloca-se aos pés de Jesus e pede-lhe a cura física e espiritual. E Jesustransforma-lhe a vida. Resgata a sua dignidade ao curá-lo da lepra e, por causa da confiança dele,restaura a sua harmonia interior.

É claro que Jesus quer curar o leproso e quer também nos curar. Mas para isso temos que pedir,colocarmo-nos a caminho. Nossa liberdade é respeitada por Deus. O que você quer pedir a Deus?Do que você precisa ser curado?

Composição de lugar:

Com os olhos da imaginação: veja duas pessoas em pé na cena. Uma é Jesus e a outra é umhomem “cheio de lepra”. Em que lugar estão: numa estrada fora da cidade, à sombra de umaárvore? (É bom lembrar que os leprosos estavam proibidos de entrar na cidade.)

Refletir para tirar proveito:

Jesus diz-lhe, depois de curá-lo, que não conte a ninguém. Deus é Amor, mas Amor discreto,presença que quase não se nota, que não faz publicidade, mas sem deixar de fazer o Bem.Olho… Vejo… Participo… Reflito para tirar proveito… Faço um longo colóquio com Jesus.Olho-me com verdade e contemplo esse Jesus que quer e pode me curar. Aproximo-med’Ele… Concluo minha oração rezando um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, um Glória ao Pai efaço as anotações como um resumo do meu encontro com o Senhor.

Ver novas todas as coisas em CristoQue “o conhecimento verdadeiro e o amor de Deus nosso Senhor possua inteiramente e reja vossas almas por toda esta

peregrinação, até vos conduzir, com outros muitos por vosso meio, ao último e fidelíssimo fim de sua eterna bem-aventurança” (Extraído das Cartas de Santo Inácio de Loyola).

Dia 8Sábado depois da Epifania

Repetição da Semana

Continuando nossa experiência de retiro espiritual neste tempo de Advento e Natal do Senhor,convidamos a uma parada diferente no dia de hoje.

Volte-se sobre suas anotações e perceba como Deus esteve presente em sua semana.Perceba também as palavras mais fortes e mais repetitivas em sua oração.Identifique os sentimentos mais fortes e mais importantes.Escolha um texto bíblico especial desta semana e volte-se sobre ele outra vez.Aprofunde-se, volte a ele e perceba o que Deus quer lhe falar.Escreva uma síntese da sua semana em seu diário espiritual.

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Disponível em: www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/audiences/1978/documents/hf_jp-ii_aud_19781129.html.SAN BERNARDO DE CLARAVAL. Obras completas de San Bernardo. Madrid: BAC, 1953, p. 177.LOYOLA, Inácio de. Cartas escolhidas. Escritos de Santo Inácio, p. 31.GARCÍA-VILLOSLADA, Ricardo. Santo Inácio de Loyola. Nova biografia.LEMOS, Nuno Tovar de. O Príncipe e a Lavadeira: Redescobrir a fé cristã, histórias simples para falar de Deus e de nós, p.24.BARREIRO, Álvaro. Assumiu a nossa carne e acampou entre nós: subsídios para orar os Mistérios da Infância de Jesus.BARREIRO, Álvaro. Op. cit.

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Oração de revisão da caminhada

Terminado este Retiro de Advento e Natal, propomos como encerramento uma oração derevisitação de toda a sua caminhada, de modo que possa apreciar e saborear junto com o Senhoros frutos colhidos ao longo dessa jornada.

Como os magos, seguimos por longo tempo “uma estrela”; não uma estrela qualquer, mas aprópria Luz que é o Cristo Ressuscitado. Com Ele rezamos todas essas semanas, esperamos,silenciamos, partilhamos, nos alegramos e nos afligimos. A vida pessoal iluminada por Deus,pela Palavra geradora de vida, ganha novas cores, novo sabor, torna-se nova vida em Cristo.

Terminado esse trecho do peregrinar buscando conhecer mais intimamente a Deus, façamoscomo o “garimpeiro”, recolhamos as “pepitas de ouro” que encontramos no rio de nossa vida.

Estes passos podem ajudar:

Peça ao Espírito Santo a graça de perceber por onde Deus o(a) conduziu neste Retiro.Dê graças pela caminhada e por alguns momentos em particular: as luzes, ocomprometimento, o grupo ou pessoa com quem partilhou…Revise a sua caminhada: como foi a experiência? Sua disposição, seu comprometimento. Omaterial, o que ajudou, o que atrapalhou…Leia suas anotações dos sábados com tranquilidade, pois elas sintetizam cada semana rezada.Deixe ecoar em seu coração, perceba as moções, os movimentos interiores: o que mais serepete? O que parece “destoar”? Quais sentimentos, palavras, apelos, resistências maisaparecem?Converse com Deus sobre o que percebe agora, sobre “as pepitas” que recolhe. Esta leituraresumida pode ajudar a “ler” as marcas que Deus deixou neste Retiro, que são pistas para suacaminhada no cotidiano com um olhar renovado.Depois, reflita para tirar proveito: este tempo de Retiro do Advento e Natal me mostrou comoposso mudar meu caminho para seguir mais de perto o Senhor Jesus? A que novas atitudes oSenhor me convida e que missão Ele me confia?Você pode fazer um compromisso, de acordo com os frutos do Retiro. Algo concreto,simples, de que você dê conta, mas o(a) ajude no crescimento da fé, da esperança e dacaridade, virtudes que mais nos aproximam de Deus (Teologais);Por fim, depois de terminar sua oração de resumo, faça a revisão da oração e anote oprincipal, seu compromisso, ou, quem sabe, até escreva uma oração ao Deus-Menino.

Esperamos que tenha aproveitado essa experiência e feito uma profunda peregrinação até amanjedoura de Belém, a se desdobrar mundo afora na forma de amor e serviço.

Mas, como você sabe, o encontro com Cristo é diário. Por isso, deixamos abaixo alguns sites em

que você encontrará informações valiosas e material para aprofundamento sobre a espiritualidadeinaciana e este Ano Inaciano que estamos vivenciando.

Se quiser, procure um grupo inaciano, como os Núcleos Inacianos ou as Comunidades de VidaCristãs (CVX), caso existam em sua cidade. Neles você poderá experimentar a vivência de leigosque seguem, na realidade de suas vidas, os passos de Santo Inácio.

Agradeceremos se você puder nos enviar sua avaliação sobre este Retiro (o material, alinguagem, o conteúdo), com sugestões, críticas, elogios ou mesmo contar sua experiência. Tudoisso nos ajudará a melhorar as próximas edições. Pode nos enviar essas informações pelo e-mail:[email protected]

Sigamos juntos no compromisso de em tudo amar e servir, com os critérios, as opções e osvalores do Cristo, que se encarnou por nós, fazendo novas todas as coisas!

Para mais informações sobre a Espiritualidade Inaciana:

https://web.facebook.com/redeservirjesuitas/

https://anoinaciano.org.br/

https://www.nucleosinacianos.org.br/

https://cvx.org.br/

Revista de Itaici: https://www.loyola.com.br/busca/revista+itaici

Referências

BARREIRO, Álvaro. Assumiu a nossa carne e acampou entre nós: subsídios para orar osMistérios da Infância de Jesus. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

BÍBLIA DE JERUSALÉM: Nova edição revista e ampliada. 11. reimpr. São Paulo: Paulus, 2016,2206 p.

FRANCISCO, Papa. Carta Apostólica Patris Corde. Brasília/DF: Edições CNBB, 2020.

LEMOS, Nuno Tovar de. O Príncipe e a Lavadeira: Redescobrir a fé cristã, histórias simplespara falar de Deus e de nós. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2009.

LOYOLA, Inácio de. Cartas escolhidas. Escritos de Santo Inácio. São Paulo: Edições Loyola,2008, p. 31.

PAIVA, Raul. Da Ceia ao Pai-Nosso II: Para orar as aparições de Jesus ressuscitado. São Paulo:Edições Loyola, 1997.

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