TRABALHO DE PROCESSO CIVIL

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................ 2 2. EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA....................3 3. TIPOS DE ALIMENTOS....................................4 4. TÍTULOS EXECUTIVOS....................................6 5. MODO DE EXECUÇÃO......................................6 6. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO.......................7 7. PROCEDIMENTO.......................................... 8 8. COBRANÇA EM ALUGUÉIS OU OUTROS RENDIMENTOS DO DEVEDOR 10 9. PROCEDIMENTO......................................... 10 10. EXPROPRIAÇÃO DE BENS...............................11 11. PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO POR EXPROPRIAÇÃO.........12 12. COERÇÃO.............................................14 13. PROCEDIMENTO.......................................16 14. CONCLUSÃO...........................................19 15. FONTES BILBIOGRÁFICAS..............................20

Transcript of TRABALHO DE PROCESSO CIVIL

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................22. EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA....................33. TIPOS DE ALIMENTOS....................................44. TÍTULOS EXECUTIVOS....................................65. MODO DE EXECUÇÃO......................................66. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO.......................77. PROCEDIMENTO..........................................88. COBRANÇA EM ALUGUÉIS OU OUTROS RENDIMENTOS DO DEVEDOR

109. PROCEDIMENTO.........................................1010. EXPROPRIAÇÃO DE BENS...............................1111. PROCEDIMENTO DA EXECUÇÃO POR EXPROPRIAÇÃO.........1212. COERÇÃO.............................................1413. PROCEDIMENTO.......................................1614. CONCLUSÃO...........................................1915. FONTES BILBIOGRÁFICAS..............................20

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar

pontos específicos sobre a Execução de Prestação

Alimentícia, que deve ser observada com grande cautela,

haja vista tratar-se de Execução Especial, houve o cuidado

de escrever de forma que tanto acadêmicos iniciantes,

quanto aqueles que já possuem prática jurídica entendam de

maneira clara.

Com relação ao objeto principal deste estudo,

observou-se a lei especial e seus principais pontos,

conceito, natureza jurídica e os aspectos relevantes sobre

o assunto.

Trata-se de um assunto atual e de grande importância,

pois fala de um direito primordial e básico de todo ser

humano.

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2. EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA

Alguns créditos necessitam de formas de execução mais

ágeis, dentre eles, os créditos de natureza alimentar, que

são considerados de suma importância para a manutenção

essencial de cada indivíduo, caracterizados pela

necessidade e urgência.

Alimentos são as prestações para cumprimento das

necessidades vitais de quem não pode provê-las por si só,

entendendo-se a moradia, vestuário e saúde. Entretanto, não

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há um valor fixo determinado, tendo em vista que as

necessidades mudam com relação a cada pessoa.

Neste sentido, o Código Civil em seu artigo 1694, diz

que o valor dos alimentos fixados deve abranger a quantia

que proporcione ao alimentado viver de modo compatível com

sua condição social, até mesmo em relação a sua educação:

Art. 1.694. Podem os parentes, oscônjuges ou companheiros pedir uns aosoutros os alimentos de que necessitem paraviver de modo compatível com a sua condiçãosocial, inclusive para atender àsnecessidades de sua educação.

§ 1o Os alimentos devem ser fixados naproporção das necessidades do reclamante edos recursos da pessoa obrigada.

Não obstante, os alimentos devem ser fixados na

proporção das necessidades do alimentado, e dos recursos do

devedor, como institui o § 1º do referido artigo.

A execução de prestação de alimentos tem como

parâmetro o Princípio Constitucional da Dignidade da Pessoa

Humana, haja vista que não envolva uma simples diminuição

patrimonial do devedor, mas sim risco da própria

sobrevivência do alimentado.

Todavia, como os alimentos não se comparam as outras

espécies de dívidas, o legislador criou mecanismos mais

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ágeis para o credor de alimentos, visando a necessidade do

alimentando.

No entanto, nota-se que em regra geral, não há

distinção entre as espécies de alimentos, sejam eles civis,

naturais, provisórios, definitivos ou provisionais, porém,

a importância fixada deve ser periodicamente ajustada, de

acordo com os índices oficiais.

Art. 1.710 do CC: As prestaçõesalimentícias, de qualquer natureza, serãoatualizadas segundo índice oficialregularmente estabelecido.

3. TIPOS DE ALIMENTOS

Classificam-se os alimentos, fundamentalmente em dois

critérios: finalidade e origem.

Quanto à origem, os alimentos podem ser (legítimos),

voluntários ou de caráter indenizatório.

Serão legítimos quando oriundos de vínculo de

parentesco, conjugal ou união estável, previsto no artigo

1.694 do Código Civil.

Os alimentos voluntários são aqueles em que o

alimentante não está obrigado por lei a prestá-los ao

alimentado, que o faz por vontade própria e espontânea.

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Os indenizatórios decorrem de ato ilícito, fixado em

sentença judicial condenatória em razão de responsabilidade

civil. Previsto nos artigos 948, 950, 951 do Código Civil.

Quanto à finalidade, os alimentos podem ser

definitivos, provisórios ou provisionais.

Os alimentos definitivos são fixados por sentença ou

de acordo entre as partes, após sua homologação.

Previsto nos artigos 852 a 854 do Código de Processo

Civil, os alimentos provisionais são aqueles que a parte

pede enquanto durar a lide, para seu sustento e para os

gastos da demanda, é obtido através de liminar, sendo ou

não confirmados pela sentença.

Já os alimentos provisórios, previsto na Lei de

Alimentos nº 5.478/68, são fixados através de medida

específica, determinados quando já se tem prova que existe

a relação de obrigação do alimentante, demanda que visa

apenas quantificar o que se deve.

A classificação de alimentos pretéritos é em relação

ao momento em que esses alimentos são devidos. Sendo eles

pretéritos quando o pedido retroage ao período anterior ao

ajuizamento da ação.

Acerca da possibilidade de desconto em folha de pagamento

para alimentos pretéritos, existem divergências

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doutrinarias, pois como ensina Wambier, os alimentos

pretéritos, não executados, somente poderão ser cobrados

por meio das regras de quantia certa de devedor solvente.

Por outro lado Luiz Marinoni ensina que é

perfeitamente possível que seja utilizado o desconto em

folha de pagamento, quando se tratar de alimentos

pretéritos, desde que a remuneração do alimentante seja

suficiente para tanto.

E de acordo com a Quarta Turma do Superior Tribunal de

Justiça (STJ), é possível o desconto em folha de pagamento

de parcelas já vencidas, desde que a quantia não

impossibilite a subsistência do alimentante. De acordo com

o ministro Luis Felipe Salomão, parcelas vencidas no curso

da ação de alimentos têm também a natureza de crédito

alimentar. 

Os alimentos futuros são aqueles devidos a partir da

sentença.

4. TÍTULOS EXECUTIVOS

Via de regra, temos o título executivo judicial

figurando como base para a execução de alimentos. No

entanto, é lícita a execução por título executivo

extrajudicial, previsto no Artigo 585, II do CPC, versar

sobre alimentos, desde que a obrigação alimentar assumida

pelo devedor fique expressamente mencionada, assim como o

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valor das parcelas e o termo final, podendo então o credor

de tal título, executá-lo por qualquer dos modos admitidos

na execução de alimentos.

5. MODO DE EXECUÇÃO

A execução de prestação alimentar pode ser realizada

de quatro modos: Desconto em folha de pagamento; Cobrança

de aluguéis ou outros rendimentos do devedor; expropriação

de bens do devedor; e coerção.

O Código Civil de 2002 não nos traz claramente uma

ordem a ser seguida, porém a Lei de Alimentos nº. 5.478/68,

em seus arts. 16 a 18 trazem uma análise seqüencial:

Art. 16. Na execução da sentença ou doacordo nas ações de alimentos seráobservado o disposto no artigo 734 e seuparágrafo único do Código de ProcessoCivil.

O artigo 16 da Lei de Alimentos, diz que o modo

preferencial será o desconto em folha de pagamento, quando

remete ao artigo 734 do Código de Processo Civil, verbis:

Art. 734. Quando o devedor forfuncionário público, militar, diretor ougerente de empresa, bem como empregadosujeito à legislação do trabalho, o juizmandará descontar em folha de pagamento aimportância da prestação alimentícia.

Parágrafo único. A comunicação será

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feita à autoridade, à empresa ou aoempregador por ofício, de que constarão osnomes do credor, do devedor, a importânciada prestação e o tempo de sua duração.

Não sendo possível a efetivação da sentença por

desconto em folha de pagamento, deverá operar os modos de

cobrança de aluguéis ou outros rendimentos do devedor, como

segunda opção, como dispõe a referida lei:

Art. 17. Quando não for possível aefetivação executiva da sentença ou doacordo mediante desconto em folha, poderãoser as prestações cobradas de alugueres deprédios ou de quaisquer outros rendimentosdo devedor, que serão recebidos diretamentepelo alimentando ou por depositário nomeadopelo juiz.

Ainda assim, frustrados os modos anteriores, como

última alternativa, restará os modos de expropriação dos

bens do devedor (arts. 732 e 735 do CPC) e coerção (art.

733 do CPC), litteris:

Art. 18. Se, ainda assim, não forpossível a satisfação do débito, poderá ocredor requerer a execução da sentença naforma dos artigos 732, 733 e 735 do Códigode Processo Civil.

Esta análise visa proteger tanto os interesses do

credor, por colocar em primeiro lugar o modo mais ágil de

execução, quanto os interesses do devedor, por restarem os

modos mais drásticos em último caso.

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6. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO

Configura o desconto dos alimentos na remuneração do

alimentante. De maneira que o valor decidido na sentença

será descontado na própria folha de pagamento do

alimentante, tornando muito mais difícil o inadimplemento.

Pois o desconto será feito da remuneração do

alimentante, mas quem realizara de fato o desconto é o

terceiro responsável pela remuneração do devedor.

Essa forma de cumprimento da obrigação poderá somente

ser feita no caso do devedor ser funcionário público,

militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito

à legislação do trabalho, de acordo com artigo 734 do

Código de Processo Civil. Logo, notasse que é necessário

que o alimentante tenha pagamento estável e periódico.

Entretanto, o rol determinado no artigo 734 do Código

de Processo Civil não é taxativo, pois o profissional

liberal que for pago de maneira periódica e estável, poderá

sim o alimentando optar por essa forma de cumprimento da

obrigação.

Também, de acordo com os artigos 114 e 115 da Lei

8.213/1991, o beneficiário da previdência poderá estar

sujeito a tal forma de execução. Como possui fonte fixa e

determinada de renda, assim reúne as condições para que

seja utilizada essa forma de execução.

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Sendo essa forma utilizável, segundo ensinamento de

Luiz Marinoni, nos casos de alimentos provisionais,

provisórios, definitivos, pretéritos, futuros, legítimos,

voluntários e indenizatórios.

7. PROCEDIMENTO

O desconto em folha de pagamento somente será possível

nos casos em que alimentante estiver incluso no rol do

artigo 734 do Código de Processo Civil, ou profissional

liberal que tiver remuneração estável e periódica.

Sendo feito esse desconto por quem tem acesso a

remuneração do devedor, o empregador ou quem faz a

remuneração do alimentante.

O desconto é ordenado por meio de ofício, contendo a

qualificação do alimentante e alimentando, o valor a ser

descontado e o tempo de duração da prestação desses

alimentos.

Podendo ser descontado por prazo certo ou prazo

indeterminado, a luz de Wambier, é mais comum por prazo

indeterminado. É possível a revisão do valor, por isso no

caso de mudança será emitido novo oficio.

A partir do recebimento do ofício pelo empregador (ou

equiparado para exercer essa modalidade de execução),

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deverá ser descontando da remuneração do alimentante o

valor determinado pelo juiz para que seja entregue ao

credor.

A maneira como deverá ser entregue o valor ao

alimentando não esta expressa em lei, sendo assim, deverá

ser da forma determinada judicialmente mais cômoda ao

alimentando, por meio de deposito bancário, recebimento no

escritório, ou por meio conveniente ao credor.

O empregador ou equiparado, tem o dever de fazer o

desconto, como determinado judicialmente, sob pena de

incorrer e ser punido na forma do artigo 22 da Lei nº.

5.478/68:

Art. 22. Constitui crime conta aadministração da Justiça deixar oempregador ou funcionário público deprestar ao juízo competente as informaçõesnecessárias à instrução de processo ouexecução de sentença ou acordo que fixepensão alimentícia:

Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 1(um) ano, sem prejuízo da pena acessória desuspensão do emprego de 30 (trinta) a 90(noventa) dias.

Parágrafo único. Nas mesmas penasincide quem, de qualquer modo, ajuda odevedor a eximir-se ao pagamento de pensãoalimentícia judicialmente acordada, fixadaou majorada, ou se recusa, ou procrastina aexecutar ordem de descontos em folhas depagamento, expedida pelo juiz competente.

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Essa forma de execução é uma espécie de penhora,

poderá o alimentante por meio de embargos à execução,

insurgir-se contra o desconto em folha de pagamento, tendo

inicio do prazo de quinze dias para embargar, a partir da

juntada aos autos do comprovante da citação.

8. COBRANÇA EM ALUGUÉIS OU OUTROS RENDIMENTOS DO DEVEDOR

Tal forma de execução de pensão alimentícia se

encontra prevista no artigo 17 da lei de alimentos. Assim

como o desconto em folha de pagamento, tal execução também

é uma forma de penhora sobre dinheiro. Na hipótese do

desconto em folha de pagamento frustrar o cumprimento da

execução, o credor pode socorrer-se de outros valores

pecuniários obtidos pelo devedor, para ter sua pretensão

atingida.

Art. 17. Quando não for possível aefetivação executiva da sentença ou doacordo mediante desconto em folha, poderãoser as prestações cobradas de alugueres deprédios ou de quaisquer outros rendimentosdo devedor, que serão recebidos diretamentepelo alimentando ou por depositário nomeadopelo juiz.

Esses valores pecuniários trazidos no artigo em

questão mencionam os alugueres de prédio ou de qualquer

outro rendimento obtido pelo devedor. Logo, a penhora pode

ocorrer em qualquer espécie de renda que o devedor venha a

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ter, como as aplicações financeiras, participações de

lucros em empresa, carteira de ações, entre outros.

9. PROCEDIMENTO

Como a lei de alimentos não mencionada especificamente

o tipo de procedimento a ser seguido, entende-se que é

análogo ao desconto em folha de pagamento.

A cobrança será ordenada pelo juiz, através de ofício

endereçado àquele que tem obrigação de pagar o rendimento

ao alimentante, tal como locatário, estabelecimento

bancário, empresa, etc. Devendo tal ato conter os seguintes

requisitos: os nomes do credor e devedor, a importância a

ser descontada e o tempo que durará tal demanda. Os

requisitos supramencionados estão previstos no artigo 734,

parágrafo único do código de processo civil.

A prestação assim cobrada pode ser recebida

diretamente pelo alimentando, ou pelo depositário que o

juiz indicará no momento da nomeação como disposto ao final

do artigo 17. Assim como no desconto em folha de pagamento,

o valor a ser pago deve ocorrer através do meio que traga

maior comodidade ao alimentando, não admitindo retenção de

valores.

10. EXPROPRIAÇÃO DE BENS

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Para a realização de créditos alimentícios, existe a

possibilidade da satisfação da obrigação por expropriação.

Este procedimento é praticamente idêntico ao que se usa na

execução da sentença por obrigação de pagar quantia certa

em que segue basicamente o rito processual previsto nos

artigos 475-J e 475-P do CPC, onde se realiza a penhora do

bem do devedor para que o produto (soma do valor) seja

carreado ao alimentado.

Os Tribunais têm entendido que a execução por

expropriação é a que causa maior prejuízo ao executado,

sendo o desconto em folha de pagamento a melhor forma de

execução, mas, leva-se em conta a idoneidade do executado

para dar efetividade à tutela do direito, e isto é o que

determina a forma de execução que deverá ser usada dentro

de um processo de Execução de Alimentos. Deste modo,

somente deve se pensar em expropriação de bens ou prisão

civil em caso de ser frustrada a possibilidade de desconto

em folha de pagamento.

A gradação para se verificar qual a ordem que se deve

adotar para a Execução dos Alimentos se encontra na Lei

respectiva:

Art. 16. Na execução da sentença ou doacordo nas ações de alimentos seráobservado o disposto no artigo 734 e seuparágrafo único do Código de ProcessoCivil.        (Redação dada pela Lei nº 6.014,de 27/12/73)

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Art. 17. Quando não for possível aefetivação executiva da sentença ou doacordo mediante desconto em folha, poderãoser as prestações cobradas de alugueres deprédios ou de quaisquer outros rendimentosdo devedor, que serão recebidos diretamentepelo alimentando ou por depositário nomeadopelo juiz.

Art. 18. Se, ainda assim, não forpossível a satisfação do débito, poderá ocredor requerer a execução da sentença naforma dos artigos 732, 733 e 735 do Códigode Processo Civil.      (Redação dada pelaLei nº 6.014, de 27/12/73)

Desta forma, passaremos a observar seu procedimento.

11. PROCEDIMENTO

Como citado, o processo de Execução de Alimentos segue

o procedimento previsto para Execução comum, porem vale

ressaltar que muitas vezes pelo fato da demora em se

conciliar bens para alienação para satisfazer o credito

alimentar dá-se grande importância para a penhora on line.

Lembrando que a penhora deve seguir a ordem redigida

junto ao artigo 655 do CPC:

Art. 655.  A penhora observará,preferencialmente, a seguinte ordem:(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

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I - dinheiro, em espécie ou emdepósito ou aplicação em instituiçãofinanceira; (Redação dada pela Lei nº11.382, de 2006).

II - veículos de via terrestre;(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

III - bens móveis em geral; (Redaçãodada pela Lei nº 11.382, de 2006).

IV - bens imóveis; (Redação dada pelaLei nº 11.382, de 2006).

V - navios e aeronaves; (Redação dadapela Lei nº 11.382, de 2006).

VI - ações e quotas de sociedadesempresárias; (Redação dada pela Lei nº11.382, de 2006).

VII - percentual do faturamento deempresa devedora; (Redação dada pela Lei nº11.382, de 2006).

VIII - pedras e metais preciosos;(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

IX - títulos da dívida pública daUnião, Estados e Distrito Federal comcotação em mercado; (Redação dada pela Leinº 11.382, de 2006).

X - títulos e valores mobiliários comcotação em mercado; (Redação dada pela Leinº 11.382, de 2006).

XI - outros direitos. (Incluído pelaLei nº 11.382, de 2006).

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No mais, pode ainda o credor dos alimentos pedir ao

juiz que requisite por meio eletrônico ao Banco Central

informação dos ativos financeiros do devedor para que sendo

identificado depósito de valores disponíveis em conta possa

ser realizada a penhora on line para satisfação do crédito.

Caso retorne positiva a penhora em conta o valor fica

bloqueado podendo ser levantado pela requerida em valores

iguais as prestações que estão sendo pleiteadas, ressalte-

se que esses valores podem ser levantados independentemente

da existência Embargos à Execução (vide artigo 732 do CPC).

Há ainda a hipótese de interposição de impugnação e

neste caso o juiz pode atribuir o efeito suspensivo, “desde

que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja

manifestadamente suscetível de causar ao executado grave dano ou de difícil

ou incerta reparação” (art. 475-M do CPC) na mesma linha ainda

afirma o artigo 739-A § 1º, que “juiz poderá, a requerimento do

embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes

seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa

causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a

execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes”.

Marinoni entende que mesmo que se diga que, ao se

atribuir efeito suspensivo à impugnação, o exeqüente pode

dar continuidade à execução prestando calção, isto não se

aplicaria aos alimentos, pois, os alimentos constituem

crédito com função não-patrimonial, sendo imprescindível

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para a realização de uma necessidade primaria de direito

fundamental de todos. Ou seja, é descabido afirmar que

aquele que precisa de alimentos tem condições de dar caução

para levantar as prestações alimentícias.

12. COERÇÃO

A coerção é o ato de induzir, pressionar ou compelir

alguém a fazer algo pela força, intimidação ou ameaça.

A execução de alimentos é cabível para os provisórios,

provisionais ou definitivos determinados sua fixação

através de sentença judicial ou decisão liminar.

De acordo com o Princípio da Patrimonialidade,

previsto pelo artigo 591 do CPC, em regra, o patrimônio

responde compulsoriamente pelo não pagamento das obrigações

por parte do devedor, e o mesmo sendo insolvente, a

execução processar-se-á nos termos dos artigos 748 e

seguintes do mesmo diploma.

Porém, nos casos de inadimplemento alimentar, a

legislação prevê a alternativa de coerção pessoal como modo

de coagir o devedor a quitar os alimentos devidos,

consoante os artigos 18 e 19 da Lei nº. 5.478/68:

Art. 18. Se, ainda assim, não forpossível a satisfação do débito, poderá ocredor requerer a execução da sentença naforma dos artigos 732, 733 e 735 do Código

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de Processo Civil. (Redação dada pela Leinº 6.014, de 27/12/73)

Art. 19. O juiz, para instrução da

causa ou na execução da sentença ou doacordo, poderá tomar todas as providênciasnecessárias para seu esclarecimento ou parao cumprimento do julgado ou do acordo,inclusive a decretação de prisão do devedoraté 60 (sessenta) dias.

Assim dispõe os artigos 732, 733 e 735 do CPC:

Art. 732 A execução de sentença, quecondena ao pagamento de prestaçãoalimentícia, far-se-á conforme o dispostono Capítulo IV deste Título.

Parágrafo único. Recaindo a penhora emdinheiro, o oferecimento de embargos nãoobsta a que o exeqüente levante mensalmentea importância da prestação

Art. 733. Na execução de sentença oude decisão, que fixa os alimentosprovisionais, o juiz mandará citar odevedor para, em 3 (três) dias, efetuar opagamento, provar que o fez ou justificar aimpossibilidade de efetuá-lo.

§ 1º Se o devedor não pagar, nem seescusar, o juiz decretar-lhe-á a prisãopelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

§ 2º O cumprimento da pena não exime odevedor do pagamento das prestaçõesvencidas e vincendas. (Redação dada pelaLei nº 6.515, de 26.12.1977)

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§ 3º Paga a prestação alimentícia, ojuiz suspenderá o cumprimento da ordem deprisão.

Art. 735. Se o devedor não pagar osalimentos provisionais a que foi condenado,pode o credor promover a execução dasentença, observando-se o procedimentoestabelecido no Capítulo IV deste Título.

Esta alternativa, como mencionado no parágrafo acima,

é a exceção a regra realizada através de um modo coercitivo

para fazer com que o réu cumpra uma ordem emanada pelo

poder judiciário a fim de satisfazer a necessidade do

alimentado por uma possibilidade jurídica eficaz e plena.

A coerção pessoal nas execuções de alimentos tem

caráter estritamente econômico. O intuito da custódia do

devedor é fazer com que este seja compelido ao cumprimento

da sentença judicial, por pressão psicológica, para que

assuma sua responsabilidade e obrigação haja vista que os

alimentos não são de direito disponível tampouco

irrenunciável. Contudo, é preciso esclarecer que o devedor

é posto prontamente em liberdade após quitação dos débitos

devidamente comprovados através de depósitos.

Esta exceção a regra é uma opção do credor que deve

seguir os requisitos previstos no artigo 733 do Código de

Processo Civil.

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Quando se é possível comprovar os rendimentos do

devedor incauto através de registro de labor ou renda de

benefícios, é possível optar pela coerção patrimonial,

observado o conteúdo do artigo 732 do CPC, e pedir a

penhora de seus bens.

Dentre as opções vale elucidar que o devedor poderá se

valer da forma mais apropriada, a que melhor condizer com a

situação que visa evitar que os débitos não se prolonguem

ao ponto de prejudicar o alimentado, em alguns casos

podendo resultar em óbito da criança.

13. PROCEDIMENTO

Preenchidos os elementos necessários, a execução

deverá ser proposta através de petição inicial nos mesmos

autos em que houve o pronunciamento. Nos títulos

extrajudiciais a inicial seguirá as normas de competência

gerais. Em ambas as situações, deve-se anexar o memorial de

cálculos para que seja possível o pagamento.

Feito isso, o juiz manda citar o devedor para que

este, dentro do prazo de três dias, pague o valor do débito

ou faça prova de já ter efetuado o pagamento, que poderá

ser feita através de recibo, ou ainda que justifique a

impossibilidade deste pagamento.

Mesmo que o devedor não possa efetuar o pagamento, o

crédito continua a vigir, pois a impossibilidade de

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pagamento é momentânea e por isso não extingue a execução.

O julgador poderá suspender o processo até que o devedor

tenha possibilidade de pagar, quer seja através de desconto

em folha após estar empregado ou desconto em renda de

pagamento de alugueres, por exemplo, quer seja por

aquisição de bem penhorável.

A prisão como forma coercitiva só pode ser decretada

por inadimplemento voluntário e indesculpável do devedor.

Esta exceção de defesa tem previsão em norma constitucional

e deverá ser feita por advogado.

Esta defesa não alcança o título, ele continua a

vigir, porém, afasta uma prisão imediata.

Há de se elucidar que o mandado de prisão como medida

coercitiva para que o devedor venha a cumprir efetivamente

com sua obrigação é rápida e eficaz já que ultrapassa a

vontade do alimentando e alcança o objetivo do alimentado

que é ter saciadas suas necessidades. Porém, esta medida

não pode ser feita de ofício pelo magistrado devendo ser

requerida pelo credor já que este possui condições melhores

de ponderação quanto a oportunidade da prisão.

A Súmula 309 do STJ diz que "o débito alimentar que autoriza a

prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao

ajuizamento da execução e as que vencerem no curso do processo".

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Prevalece na doutrina o rito pelo artigo 733 CPC,

quando o tema se refere ao vínculo familiar ou decorrente

de lei para os débitos alimentares, enquanto os alimentos

provindos de sentença criminal condenatória ou civil

indenizatória deverão seguir o artigo 732 do referido

diploma legal.

Marinoni rejeita esse entendimento, pois defende a

possibilidade de prisão civil por alimentos que não decorra

de vínculo parental, uma vez que a previsão constitucional

garante a coerção civil para tutelar o alimentando, não

importando a origem do seu direito a alimentos, não

existindo motivos para discriminação do credor dos

alimentos. E diz mais:

“A menos que se entenda, por exemplo,que os filhos daquele que se afasta do larmerecem tutela jurisdicional mais efetivado que os filhos que têm o pai morto emacidente automobilístico”

Artigo do CPC que trata da competência é o 575, II:

Art. 575. A execução, fundada emtítulo judicial, processar-se-á perante:

...II - o juízo que decidiu a causa no

primeiro grau de jurisdição;

Ou seja, tem a execução de ser feita no juízo que

tomou conhecimento, sendo essa regra como absoluta, porém,

doutrinadores e a jurisprudência pacificam no tocante ao

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entendimento de que se o credor mudar o domicílio a demanda

poderá ser ajuizada nesse novo local.

Para as ações de execução por carta precatória, esse

juiz não poderá expedir o mandado de prisão civil, pois

deve seguir apenas o que consta na carta precatória.

Somente o juiz deprecante poderá fazê-lo.

14. CONCLUSÃO

A execução de prestação de alimentos é um procedimento

diferente das demais execuções. Os alimentos são essenciais

para a manutenção das necessidades do alimentado, para que

este obtenha recursos que irão possibilitá-lo a ter uma

vida digna, conforme estabelece nossa Carta Magna:

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Art. 227. É dever da família, dasociedade e do Estado assegurar à criança,ao adolescente e ao jovem, com absolutaprioridade, o direito à vida, à saúde, àalimentação, à educação, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade,ao respeito, à liberdade e à convivênciafamiliar e comunitária, além de colocá-losa salvo de toda forma de negligência,discriminação, exploração, violência,crueldade e opressão.

Verificasse no estudo abordado, que a execução de

alimentos, tendo em vista seu caráter de urgência, utiliza

procedimentos mais céleres, buscando a rápida satisfação do

credor, porém, valendo-se em um primeiro momentos, dos

métodos menos agressivos ao devedor.

A jurisprudência já firmou entendimento acerca da

coerção, única hipótese de prisão civil do devedor, fundada

no artigo 733 do Código Civil, que não deve ultrapassar os

últimos três meses antes do ajuizamento da ação, e vencendo

com o pagamento dos débitos.

27

15. FONTES BILBIOGRÁFICAS

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil: execução e processo cautelar: v.3/ Marcus Vinicius Rios Gonçalves – 4ª. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.

ARENHART, Sergio Cruz; MARINONI, Luiz Guilherme. Curso

de Processo Civil, 1ª. ed. São Paulo: Revista dos

tribunais, 2007. v. 3.

WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso

Avançado de Processo Civil. 11. ed. rev. ampl. e atual. São

Paulo: Revista dos tribunais, 2010. v. 2.

_______________________________________. Curso

avançado de processo civil. 12. ed. rev. ampl. e atual. São

Paulo: Revista dos tribunais, 2012. v. 2.

SIQUEIRA, Alessandro Marques de. O conceito de família

ao longo da história e a obrigação alimentar. Disponível

em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?

n_link=revista_artigos_leitura & artigo_id=8374 . Acesso em

15/03/2014.

LUSTOSA, Dayane Sanara De Matos. Vias para Execução da

Prestação Alimentícia. Disponível em:

28

http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=8994. Acesso

em 15/03/2014.