Prova no Processo Civil e Trabalhista

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Provas do Direito Processual Civil eTrabalhista

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SUMÁRIO

1 TEORIA GERAL DAS PROVAS DO PROCESSO CIVIL.....................41.1 Conceito..................................................41.2 Prova, meio de prova e conteúdo da prova..................41.2.1 Regra.................................................41.2.2 Exceção – Prova Legal.................................5

1.3 Atividade probatória – Finalidade.........................61.4 Objeto da Prova...........................................61.5 Fatos que independem de prova.............................61.6 Prova emprestada..........................................61.7 Irrelevância da autoria das provas........................71.8 Atividade do juiz.........................................71.9 Ônus da prova.............................................81.10 Prova ilícita............................................9

2 PROVAS EM ESPÉCIE DO PROCESSO CIVIL..........................102.1 Depoimento pessoal.......................................102.2 Confissão................................................112.3 Prova documental.........................................112.4 Exibição de documento ou coisa...........................132.5 Prova testemunhal........................................132.6 Prova pericial...........................................152.7 Inspeção judicial........................................16

3 PROVAS NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.....................173.1 Da natureza Jurídica da prova............................173.2 O juiz e a prova.........................................173.3 Das presunções...........................................183.4 Do ônus da prova.........................................183.5 Da licitude dos meios de prova...........................193.6 Da isonomia da produção da prova.........................193.7 Da oportunidade da prova.................................203.8 Espécies de provas.......................................203.9 Fatos notórios...........................................203.10 Prova de normas jurídicas...............................213.11 Classificação das provas................................213.12 A prova e a CLT.........................................213.13 Da apresentação da prova documental.....................22

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3.14 Das perícias............................................223.15 Da inspeção judicial....................................23

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1 TEORIA GERAL DAS PROVAS DO PROCESSO CIVIL

1.1 Conceito

Consiste em meios, definidos pelo direito ou contidos porcompreensão num sistema jurídico, como idôneos a convencer o juizda ocorrência de determinados fatos.

Prova, portanto, é o modo pelo qual o magistrado tomaconhecimento dos fatos que embasam a pretensão das partes.

Assim, conceitua-se prova como o instrumento processual adequadoa levar ao conhecimento do juiz os fatos que envolvem a relaçãojurídica objeto da atuação jurisdicional.

Humberto Theodoro Junior ensina que:

"Há, por isso, dois sentidos em que se pode conceituar a prova no processo:

Um objetivo, isto é, como o instrumento ou o meio hábil, para demonstrar a existênciade um fato (documentos, testemunhas, perícia etc);

E outro subjetivo, que é a certeza (estado psíquico) originada quando ao fato, emvirtude da produção do instrumento probatório. Aparece a prova, assim, comoconvicção formada no espírito do julgador em torno do fato demonstrado" (THEODOROJUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 22 ed. Rio de Janeiro: Forense,1997. Vol. 1).

1.2 Prova, meio de prova e conteúdo da prova

1.2.1 Regra

Meio de prova são as diversas modalidades pelas quais aocorrência dos fatos chega ao conhecimento do juiz, podendo serdiretos (inspeção judicial, fatos notórios) ou indiretos(documentos, testemunhas).

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Conteúdo de prova é o resultado que o meio produz, ou seja, oconhecimento que o juiz passa a ter dos fatos, porque lhe foramlevados pelo meio.

Portanto, o meio de prova é apenas o mecanismo pelo qual se buscalevar ao conhecimento do juiz a ocorrência dos fatos. Estes, umavez demonstrados, se consubstanciam em conteúdo de prova.

O sistema pátrio adota o princípio do livre convencimentomotivado do juiz, previsto no art. 131 do CPC, sendo assim, entreos meios de prova, como regra geral, não há hierarquia. Isto querdizer que não há prevalência de um meio sobre o outro.

Os meios de provas previstos são:

Depoimento pessoal; Confissão; Exibição de documento ou coisa; Documental; Testemunhal; Pericial; e Inspeção judicial.

1.2.2 Exceção – Prova Legal

Há, todavia, exceções para a isonomia dos meios de prova. Umexemplo é a denominada ‘prova legal’, prevista no art. 366 do CPC,que dispõe que nenhuma outra prova pode suprir a falta deinstrumento público, quando este for da substância do fato.

Note-se, porém, que, neste exemplo, o requisito posto está nodireito material: o instrumento público é essencial à própriaexistência jurídica do ato.

A inexistência de hierarquia entre os meios de prova sempredesaparecerá quando houver norma expressa determinando aprevalência de um sobre o outro.

Os mestres Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery sustentam que:

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"O princípio do livre convencimento motivado do juiz (CPC, art. 131) encontra-se limiteslegais (CC, art. 134 e CPC, art. 366). Se a prova legal existir validamente, o juiz nãopoderá deixar de lhe atribuir o valor probante que a lei lhe confere. Apesar de viger noprocesso civil o principio da verdade formal, o legislador optou pela adoção deprincípio mais rígido e seguro, no qual toca à prova legal" (NERY JUNIOR, Nelson eNERY, Rosa Maria Andrade. Código de Processo Civil comentado. 3 ed. São Paulo:Revista dos Tribunais, 1997).

1.3 Atividade probatória – Finalidade

Toda atividade probatória deve subordinar-se necessariamente, sobpena de inutilidade ou impertinência, ao esclarecimento dos fatosque servirão de base à sentença, pois, do contrário, há de serindeferida.

O destinatário da prova é o processo. O juiz deve julgar segundoo alegado no processo, porque "o que não está nos autos não estáno mundo".

1.4 Objeto da Prova

O direito alegado não é objeto de prova, mas apenas os fatos, ouseja, aquilo que ocorrer no mundo.

A exceção ocorre quando se tratar de direito municipal, estadual,estrangeiro ou consuetudinário. Nestes casos, cumpre a partirdemonstrar sua vigência e teor.

1.5 Fatos que independem de prova

A prova diz respeito aos fatos. Mas não a todos os fatos:

Não deve ser admitida a prova dos fatos notórios (conhecidospor todos);

Dos impertinentes (estranhos à causa); Dos irrelevantes (que, embora pertençam à causa, não influem

na decisão); Dos incontroversos (confessados ou admitidos por ambas às

partes);

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Dos que sejam cobertos por presunção legal de existência ouveracidade (CPC, art. 334); ou,

Dos impossíveis (embora se admita a prova dos fatosimprováveis).

1.6 Prova emprestada

Prova emprestada é a prova produzida em outro processo, mas quetem relevância para o atual.

O mestre Arruda Alvim, em sua obra Manual de direito processualcivil, entende que:

"Excepcionalmente admite-se a chamada prova emprestada. Assim, havendo osrequisitos:

Identidade da relação fática; e,

As mesmas partes, deve-se admitir, em princípio, a prova produzida em outro feito, ouseja, a prova emprestada, tanto mais admissível quanto mais difícil sua realização.

A respectiva valoração, todavia, poderá, dependentemente do poder de convicção quecarreguem, sofrer esta ou aquela restrição" (ALVIM, Arruda. Manual de direitoprocessual civil. 6 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. Vol.1.).

1.7 Irrelevância da autoria das provas

A prova não pertence à parte. Uma vez produzida passa a integraro processo, pouco importando com quem a produziu.

Nelson Nery e Rosa Maria explicam que dentre os princípiosprocessuais relativos à prova, está o:

"Da aquisição processual (ou da comunhão da prova), segundo o qual a prova, uma vezproduzida, é adquirida pelo processo, não mais podendo dele ser extraída oudesentranhada, sendo irrelevante saber-se quem a produziu" (NERY JUNIOR, Nelson eNERY, Rosa Maria Andrade. Código de Processo Civil comentado. 3 ed. São Paulo:Revista dos Tribunais, 1997).

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1.8 Atividade do juiz

Como processo civil moderno, se exige um julgador que secomprometa com a descoberta da verdade e a correta distribuiçãoda justiça.

Arruda Alvim ensina que:

"Se, de um lado, pode o juiz, licitamente, adentrar a atividade probatória, tendo emvista a necessidade da prova para a formação de sua convicção, deverá sempre fazê-losubsidiariamente, não suprindo as omissões da parte inerte" (ALVIM, Arruda. Manualde direito processual civil. 6 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. Vol.1.).

O ilustre Humberto Theodoro Júnior em sua magnífica obra Curso dedireito processual civil, assevera que o juiz:

"No processo moderno, deixou de ser simples arbitro diante do duelo judiciário travadoentre os litigantes e assumiu poderes de iniciativa para pesquisar a verdade real e beminstruir a causa" (THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 22ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997. Vol. 1).

1.9 Ônus da prova

Ônus da prova pode se conceituado com a conduta que se espera daparte.

O ônus da prova é de fundamental importância quando não há prova.Como a prova não pertence à parte, cabe-lhe manuseá-la a seufavor. Se a prova vem aos autos, independentemente de quem aproduziu, compete ao juiz recolher os efeitos que ela produz.

Se há prova, as regras do ônus da prova são totalmentedesnecessárias.

Mas se não há provas, é necessário que o sistema trace osprincípios a serem trilhados pelo juiz ao chegar à justa soluçãoda demanda.

José Frederico Marques afirma:

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"A questão do ônus da prova surge principalmente quando se verifica, afinal, aausência ou precariedade das provas. Sem embargo disto, os princípios sobre o ônusda prova orientam a atividade processual das partes, visto que lhes mostram a‘necessidade jurídica de serem diligentes, se pretendem evitar prejuízos einconvenientes’. Daí a grande importância prática do assunto" (MARQUES, JoséFrederico. Manual de direito processual civil. 1. ed. atual. Vilson Rodrigues Alves.Campinas Bookseller, 1997.).

O CPC divide o ônus da prova pela posição processual que a parteassume. Compete ao pólo ativo provar o fato constitutivo de seupretenso direito. E ao pólo passivo, deverá provar se alegar fatoimpeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado peloautor.

Arruda Alvim entende que:

"As regras do ônus da prova destinam-se aos litigantes do ponto de vista de como sedevem comportar, à luz das expectativas (ônus) que o processo lhes enseja, por causada atividade probatória" (ALVIM, Arruda. Manual de direito processual civil. 6 ed. SãoPaulo: Revista dos Tribunais, 1997. Vol.1.).

Nelson Nery e Rosa Maria sustentam:

"O não atendimento do ônus de provar coloca a parte em desvantajosa posição para aobtenção do ganho da causa. A produção probatória, no tempo e na forma prescritaem lei, é ônus da condição de parte" (NERY JUNIOR, Nelson e NERY, Rosa MariaAndrade. Código de Processo Civil comentado. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,1997).

Finalmente, o código veda a alteração convencional do ônus daprova em se tratando de direito indisponível ou quando tornarexcessivamente difícil o exercício do direito, regra, estaúltima, que não possui parâmetros específicos, mas uma vezconfiando o legislador no prudente arbítrio do juiz.

Inversão do ônus da prova

O Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) veiopossibilitar ai juiz a inversão do ônus da prova, em favor doconsumidor, quando considerar verossímil a alegação ou for ele

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hipossuficiente, segundo as regras de experiência (Lei 8.078/90,art. 6º, inc. VIII).

1.10 Prova ilícita

O ordenamento jurídico veda a utilização da prova obtida por meioilícito. O conceito de meio ilícito deve ser obtido por exclusão,tendo em vista o disposto do art. 332 do CPC, que prevê autilização das provas obtidas por meios legais, isto é, previstosem lei, e os moralmente legítimos, ou seja, que não repugnam aosenso ético.

Atualmente, três são as correntes sobre o tema:

Obstativa: considera inadmissível a prova obtida por meioilícito, em qualquer hipótese e sob qualquer argumento, nãocedendo mesmo quando o direito em debate mostra elevadarelevância. Derivação desse entendimento é a "teoria dofruto da árvore envenenada", que considera que o ilícito naobtenção da prova contamina o resultado havido;

Permissiva: aceira a prova assim obtida, por entender que oilícito se refere ai meio de obtenção da prova, não a seuconteúdo;

Intermediária: admite a prova ilícita, dependendo dosvalores jurídicos e morais em jogo. Aplica-se o princípio daproporcionalidade.

Esta última parece a que melhor se coaduna com o aspectopublicístico do processo. Sempre que a prova for obtida por meioilícito, deve ser tratada com reservas. Mas se o direito emdebate for relevante, envolvendo questões de alta cargavalorativa, é admissível reconhecer-se eficácia a tal prova.

Essa é a posição adotada pelos célebres mestres Nelson Nery e RosaMaria Nery:

"A doutrina se manifesta de forma bastante controvertida a respeito da validade eeficácia da prova obtida ilicitamente. A proposição da doutrina quanto à teseintermediária é a que mais se coaduna com o que se denomina modernamente de

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princípio da proporcionalidade" (NERY JUNIOR, Nelson e NERY, Rosa Maria Andrade.Código de Processo Civil comentado. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997).

2 PROVAS EM ESPÉCIE DO PROCESSO CIVIL

2.1 Depoimento pessoal

Depoimento pessoal é o meio de prova pelo qual o juiz conhece dosfatos litigiosos ouvindo-os diretamente das partes.

É notável ferramenta a ser utilizada pelo juiz.

Neste meio de prova dá oportunidade ao juiz para colher ainformação diretamente da fonte, inquirindo a parte sobre todosos pormenores que interessam para a solução da lide.

Presta depoimento quem tiver a condição jurídica de parte, ouseja, além do autor e do réu, todos aqueles terceirosintervenientes que assumem a posição de parte.

Apenas a parte pode depor, não se admite, em regra, que oadvogado preste o depoimento em seu lugar, mesmo com poderesexpressos, porque o escorpo é trazer à luz os fatos vivenciadospela parte, e não por outrem. Trata-se de atividade pessoal eindelegável.

Mas se o procurador com poderes expressos tem conhecimento diretodos fatos, pode depor em nome da parte.

Outra exceção é a do preposto: quando a parte for pessoajurídica, em determinadas situações é usual que a pessoa que temconhecimento dos fatos conflituosos não seja aquele cujosestatutos apontam para representa-la em juízo. É mister que opreposto esteja autorizado pela pessoa jurídica a prestar odepoimento, inclusive com poderes para confessar.

O depoimento pessoal tem por finalidade propiciar ao juiz oconhecimento dos fatos, obtendo-o diretamente dos sujeitos darelação jurídica conflituosa. Podendo gerar duas conseqüências:

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Obtenção da confissão real seja espontânea ou provocada.

Confissão ficta, quando a parte não comparece à audiência.

O CPC prevê duas modalidades de depoimento pessoal:interrogatório e depoimento pessoal propriamente dito. Oprimeiro, o juiz age de ofício, e pode faze-lo em qualquermomento procedimental. No segundo, é necessária a iniciativa daparte contrária em requere a prova.

Denomina-se confissão ficta ou presumida, a conseqüênciaresultante do não comparecimento da parte ou da recusa aidepoimento, ocorrendo apenas do depoimento pessoal propriamentedito.

Por razões de ordem ética, o legislador estabeleceu que a partenão é obrigada a responder sobre os fatos que possam lhe trazerconseqüências mais sérias do que a sucumbência.

2.2 Confissão

Confissão é meio de prova, pois revela ao juiz a verdade de umfato que tenha sido alegado por uma das partes e, emboracontrariando seu interesse, é admitido pelo confitente.

Para sua validade, exige-se a capacidade do confitente, pois aconfissão só é admissível acerca de fatos referentes a direitosdisponíveis, e, somente quem tem capacidade poderá dispor(confessar).

A confissão classifica-se em:

Judicial: quando obtida dentro do processo, como meio de prova,que se subdivide em:

a.1) Espontânea: quando emana de um ato de declaração da parte,sem ser instada a tal.

a.2) Provocada: quando oriunda de outro meio de prova.

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Extrajudicial: quando ocorrer não no curso do processo e dentrodeste, mas fora do processo, por escrita diretamente à parteadversa ou seu representante.

2.3 Prova documental

Conceitua-se documento como todo objeto capaz de "cristalizar" umfato transeunte, tornando-o, sob certo aspecto, permanente. Poucoimporta o material que é utilizado – para caracterizar documentobasta à existência de uma coisa (inanimada) que traga em sicaracteres suficientes para atestar que um fato ocorreu.

O documento tem a função de tornar fixo, estático, um momento davida humana. O fato, que acontece e desaparece, torna-sepermanentemente retratado no documento, que exatamente a isso sepresta.

Denomina-se suporte o material sobre o qual a expressão do fato émanifestada.

O conteúdo do documento é a expressão do pensamento humano ou dofato que o suporte contém. É o conteúdo da prova, ou seja, ademonstração do fato ou do pensamento humano que o meio leva aoconhecimento do julgador. Pode ser direto ou indireto. Direto,quando o próprio suporte traz a representação do fato. Indireto,quando contém uma mensagem de alguém expressando ter ciência deum fato. Tanto um quanto outro são modos hábeis de prova.

É mister distinguir entre autor material e autor intelectual.Materialmente, é autor aquele que cria o documento,independentemente de ser responsável pelo seu conteúdo, ou seja,é quem elabora o suporte, nele lançado idéias que não são suas.Autor intelectual é quem transmite o pensamento que se tornará oconteúdo do documento, ainda que venha a ser materialmenteelaborado por outrem.

Os documentos classificam-se em:

Públicos: quando seu autor material for uma autoridade pública.

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a.1.) Documento Judicial: são os oriundos do processo.

a.2) Documento Extrajudicial: elaborados pelos serventuários dajustiça – foro extrajudicial; e,

a.3) Documento Administrativo: originados de repartiçõespúblicas, quer da administração direta ou indireta.

Particulares: quando elaborados pela própria pessoa, seja com oobjetivo específico de servir no futuro de provar (instrumento)ou meramente para registrar um fato.

O documento produz efeitos inter partes, somente sendo oponível ergaomnes caso seja registrado no ofício de títulos e documentos.

Argüição de falsidade

A argüição de falsidade só é cabível quando se tratar defalsidade material, porque o conteúdo inverídico do documento orapode ser provado dentro do próprio processo, ora reclamada emação autônoma.

Na dicção dos arts. 390 e 395, ambos do CPC, a arqueação é umaação incidental que objetiva afastar a autenticidade que odocumento aparentemente tem. É admissível tanto, durante a faseinstrutória, como depois de seu encerramento, como também em açãoautônoma.

Argüida a falsidade, o processo fica suspenso, e a parte queproduziu o documento terá o prazo de 10 dias para responder,findo o qual "o juiz ordenará o exame pericial".

Nessa ação incidental, é possível a cumulação ao pedido principalde outros pedidos acessórios, como o de perdas e danos, ouindenização por dano moral.

Cabe ressaltar que, quando a assinatura é contestada, não háensejo ao incidente. É caso de se demonstrar à autenticidade daassinatura no próprio processo.

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2.4 Exibição de documento ou coisa

Exibição de documento ou coisa é o meio de prova pelo qual aprodução se dá não por quem a prova aproveita, mas pela partecontrária ou por terceiro, ou ainda, por iniciativa do juiz, nouso do poder que lhe assegura o art. 130 do CPC. Se, no curso doprocesso, verificar o juiz que alguém detém documento ou coisaque possa esclarecer ponto relevante da demanda, nada obsta que,de ofício determine a exibição.

Fala-se em "documento ou coisa" para significar que este é ummeio para produzir prova material, ou oral. Busca-se carrear aosautos o documento, com o que o meio de exaure, ou algum objetocom o fito de o submeter à perícia ou simplesmente se visto. Podea simples visualização do objeto, pelo juiz, ser suficiente paraa demonstração da veracidade de um fato ocorrido.

Há dois meios para obtenção do documento ou coisa que interessacomo prova:

Incidente processual; e, Ação cautelar preparatória.

Tanto um como noutro casa o procedimento é o mesmo.

A exibição pode ser pedida:

Contra a parte contrária; e, Contra terceiro.

2.5 Prova testemunhal

Prova testemunhal consiste em uma reprodução oral do que seencontra guardado na memória daqueles que não sendo parte,presenciaram ou tiveram notícia dos fatos da demanda.

Testemunha é a pessoa física que, dotada de capacidade, podedepor desde que não seja suspeita ou impedida.

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A capacidade para ser testemunha não se confunde com a capacidadecivil. O cego e o surdo, bem como o enfermo, não são incapazescivilmente, mas serão para testemunhar, se a debilidade resultarna impossibilidade de percepção sensorial do fato a ser narrado.

Conforme tenham notícia dos fatos, as testemunhas classificam-seem:

Presenciais: são as que tiveram contato direito com o fatoprobando;

De ouvida: são as que não presenciaram o fato, mas deletiveram notícia por terceira pessoa; e,

Referidas: aquelas que, embora não arroladas pelas partes,surgiram através do depoimento de outras testemunhas.

É admissível sempre a prova testemunhal, somente por exceçãosendo afastada, em face de necessária expressa proibição legal.Diz o CPC que não se admite:

Quando o fato já estiver provado por documento ou confissão; Quando o fato, por sua natureza, só puder ser provado por

documento ou perícia; e, Exclusivamente testemunhal, nos contratos de valor excedente

ao décuplo do salário mínimo.

Os principais deveres da testemunha são:

Comparecer em juízo; Prestar depoimento; e, Dizer a verdade.

Os direitos da testemunha são:

Ter o depoimento tomado por juiz; Ser tratada com respeito e urbanidade; Recusar-se a responder; e, Ressarcimento das despesas.

A prova testemunhal deve ser requerida na fase postulatória.

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Quando ocorrer divergência entre os depoimentos prestados e aaparte, é lícito ao juiz determinar, de ofício ou a requerimento,a acareação, ou seja, o confronto na audiência entre as pessoasque prestarem depoimentos divergentes, com intuito de verificar averdade dos fatos, bem como se teria havido a prática do delitode falso testemunho.

2.6 Prova pericial

Denomina-se perícia o meio de prova destinado a esclarecer aojuiz sobre circunstâncias relativas aos fatos conflituosos, queenvolvem conhecimentos técnicos ou científicos.

O CPC classifica a perícia em:

a) Exame: é a perícia propriamente dita, pois consiste notrabalho que o perito faz de inspecionar coisas ou pessoas,procurando desvendar os aspectos técnicos ou científicos que,ocularmente, não se encontram visíveis;

b) Vistoria: entende-se a mesma atividade do exame, mas restritaaos bens imóveis; e,

c) Avaliação: é a atribuição de valores para bens jurídicos.

Pode ainda a perícia ser classificada em:

a) Judicial: a que ocorrer dentro do processo, por requerimentodas partes ou decretada de ofício, com perito nomeado pelo juiz;

b) Extrajudicial: a Lei 8.455/92 autoriza as partes a instruírema inicial e a contestação com pareceres técnicos; e,

c) Informal: espécie de perícia judicial, onde está dispensado olaudo.

Por se tratar de meio de prova oneroso e causador de retardoprocedimental, e necessário que ela seja:

a) Útil;

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b) Necessária; e,

c) Praticável.

O perito é um especialista em determinado ramo do saber, técnicoou científico, convocado como auxiliar da justiça para atuar noprocesso onde este meio de prova é admissível. O perito é alguémde confiança do juiz, por ele nomeado, aplicando-se ao perito, asmesmas regras de suspeição e impedimento.

Ao ser nomeado, pode o perito se escusar, quando a tarefa lhe forimpossível ou acarretar ônus excessivo, ou ainda quando não tiverele o conhecimento necessário.

Aceitando o encargo, assume o perito o dever de cumprir adiligência com zelo, podendo ser severamente responsabilizado nahipótese de prestar informações inverídica.

A remuneração do perito, honorário, é arcada pela parte querequereu a prova; ou pelo autor, quando ambas as partes requereuou quando determinado de ofício pelo juiz.

A perícia é requerida na Petição Inicial e na Contestação, esomente após ser deferida no saneamento é que exige a delimitaçãoda perícia com a apresentação dos quesitos.

O laudo se compõe de uma parte expositiva, onde o perito descreveo objeto da perícia e os procedimentos que adotou, e uma parteconclusiva, onde responde aos quesitos.

Cabe ressaltar, que as partes podem indicar assistente técnico,quando se trata de perícia mais complexa, conforme o art. 431-bdo CPC.

2.7 Inspeção judicial

É o meio de prova pelo qual o próprio juiz examina pessoas,coisas ou locais, sempre que os demais meios de prova semanifestarem insuficientes para o seu convencimento.

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A inspeção judicial pode ter por objeto:

Pessoas; Coisas; e, Lugares.

A inspeção judicial pode ocorrer em qualquer fase procedimental,sempre antes da sua realização, com a necessária intimação daspartes e seus procuradores para assegurar o contraditório.

Em regra, deve a coisa ou pessoa ser apresentada em juízo, naaudiência. Todavia, o CPC prevê no art. 442, três circunstânciasem que a inspeção se dará no local onde se encontre seu objeto:

Para melhor visualização dos fatos; Inviabilidade do transporte da coisa; e, Reconst5ituição dos fatos.

A presença das partes é assegurada, podendo estas, inclusive,manifesta-se mediante observações e esclarecimentos.

Durante a realização da inspeção judicial, deve o escrivão, porordem do juiz, ir documentando tudo o que ocorrer, pois,concluídos, será lavrado um ato circunstanciado.

Essa documentação é imprescindível, pois, inobstante se tratar demeio de esclarecimento do juiz, os pontos esclarecidos devem serregistrados, até para efeitos recursais.

3 PROVAS NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

3.1 Da natureza Jurídica da prova

A prova é o conjunto dos meios empregados para demonstrarlegalmente a existência de um ato jurídico e, no DireitoProcessual, buscar o convencimento do magistrado a propósito daveracidade das alegações das partes. A um só tempo interessa aoDireito material e ao Direito processual.

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3.2 O juiz e a prova

A CLT nos arts. 818 a 830 se ocupa das provas. Tal regramento nãodisciplina integramente esta matéria, aplicando-se ao processo dotrabalho, face a lacuna da lei, os dispositivos existentes noprocesso civil, que com aquele ramo do Direito não sejamincompatíveis.

Importante se ressaltar s regra prevista no art. 130 do CPC, aqual confere ao juiz, de ofício ou a requerimento das partes,determinar as provas necessárias à instrução do processo,indeferindo as diligências inúteis ou procedimentos meramenteprotelatórios.

Conduz o juiz o processo, tanto na forma preconizada pelo art.765 da CLT, quanto na forma prevista no art. 125 do CPC.Entretanto, o impulso dado pelo juiz não desonera as partes deprovarem suas alegações, indicando e apresentando as provasnecessárias para o convencimento do julgador.

A prova não só interessa às partes, como ao juiz, que representao Estado, pois a ele cumpre preservar a paz social. O juizavaliará a prova, na forma prevista no art. 131 do CPC, dando acada um o valor e peso que merecem, segundo a impressãoregistrada por cada uma na formação do seu convencimento. Estanorma consagra a teoria objetiva da prova, pela qual oconvencimento do juiz haverá de ser motivado pelas provascolacionadas aos autos, restando

apenas a liberdade de interpreta-las. O CPC faculta ao juiz tomarprovidências úteis ao aclaramento das divergências trazidas aosautos e rejeitar pedidos de provas que considere desnecessáriasaos objetivos do processo.

3.3 Das presunções

Muitas são as teorias sobre a natureza jurídica da presunção. Aclássica vê a presunção como substitutivo da prova. Temos ainda:

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a teoria da maior ou menor facilidade na conclusão, dofundamento, do efeito probatório e da inversão do ônus da prova.

Para chegar à verdade dos fatos, a prova trilha o caminho diretocom o concurso dos sentidos e o indireto mediante a reflexão. Oprimeiro é o da prova e, o segundo, o da presunção que se divideem legal e comum.

O CPC não considera as presunções como meio de prova, mas ummétodo de raciocínio.

O juiz forma sua convicção com fundamento da prova dos fatos, é aprova direta.

Quando, porém, ele parte de um fato conhecido para chegar a umoutro ignorado, temos a presunção.

A presunção se divide em:

Comum ou judicial (dehominis), que não é extraída da lei, masdeduzida livremente de fatos da mesma espécie de outros, quegeralmente ocorrem e que servem para formar o juízo domagistrado;

Legal absoluta (jure et jure), quando a lei declara verdadeiro umfato e não admite prova em contrário;

Relativa (juris tantum) que, embora aceita como verdadeira pelalei, pode ser elidida por provas que a elimine;

De fato (praesumptio facti) é aquela que, sozinha, não leva aprova necessária;

Simples, a que o juiz deduz, em acatamento às regras de Direito esegundo certas circunstâncias.

Sobre a presunção "jure et jure", reza o inc. IV do art. 334 do CPC,que não depende de prova, fato em cujo favor milita presunçãolegal de existência ou de veracidade.

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3.4 Do ônus da prova

Dispõe o art. 818 da CLT que a prova das alegações incumbe àparte que as faz. Por conseguinte, cabe ao autor a prova do fatoconstitutivo do seu direito. Tal norma é complementada pelo art.333 do CPC. Compete ao réu, diante dos exposto no inciso II doart. 333 do CPC, a prova do fato modificativo, impeditivo ouextintivo do direito postulado pelo autor.

Nos posicionamos que é inaplicável ao processo do trabalho ainversão do ônus da prova, mencionada no parágrafo único da normaadjetiva civil supracitada, por não atender à finalidadeprimordial do Direito do Trabalho, que é de proteger otrabalhador contra os abusos do mais forte economicamente – oempregador. Contudo, cabe aqui mencionar uma regra de exceção aesta ressalva: se o trabalhador alegar um fato, cuja provaencontre-se tão-somente com o réu, e dela dependa o julgamento,poderá requerer ao juiz que determine a sua produção pela parteadversa, sob pena de aplicação do teor do art. 359 do CPC, sempreque a parte contrária admitir a sua existência.

Cabe a cada parte, diante da distribuição do ônus da prova,provar adequadamente suas alegações. Se a prova for precária ouinsuficiente, a parte, a quem tem o dever de produzi-la, ficaráprejudicada. O TST possui alguns enunciados que tratam damatéria, entre eles o Enunciado n. 86, que dispõe que é doempregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ouextintivo da equiparação salarial. Já o Enunciado 212, do mesmocolendo Tribuna, determina que compete ao empregador a provasobre o término do contrato de trabalho, quando negados àprestação dos serviços e o despedimento, em face do princípio dapresunção da continuidade da relação empregatícia, que favorece ohipossufuciente.

3.5 Da licitude dos meios de prova

A matéria tem tratamento constitucional, posto que o inciso LVIdo art. 5º da Carta Magna dispõe que são inadmissíveis noprocesso, as provas obtidas por meios ilícitos.

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No ordenamento infraconstitucional, também temos essa garantia,conforme preceito inserido no art. 332 do CPC, que assimdisciplina a matéria: "Todos os meios legais, bem como os moralmentelegítimos, ainda que não especificamente neste Código, são hábeis para provar averdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa". Uma prova para serconhecida pelo juiz não pode ser obtida por meio ilícito ouimoral. O conceito de licitude e moralidade se complementam paraa aceitação da prova oferecida para parte.

3.6 Da isonomia da produção da prova

O princípio da Isonomia na produção das provas é uma projeção doPrincípio da Igualdade das partes no processo. Tanto o autorquanto o réu devem ter iguais oportunidades no processo pararealizar as provas de suas alegações. Mas esta garantia deverátambém ser estendida às manifestações das partes sobre as provasproduzidas pela parte contrária. A ofensa a este princípioacarreta a caracterização do cerceamento do direito de defesa daspartes no processo.

3.7 Da oportunidade da prova

Têm as partes de realizar a prova no momento processual adequado.Não o fazendo opera-se a preclusão. Contudo, poderão as partesproduzirem-na após o prazo assinalado para este fim, se restardemonstrado a impossibilidade de sua apresentação no momentoadequado ou porque não tinha a parte conhecimento desse meio deprova.

A prova, em geral, pode ser produzida ad perpetuam rei memoriam,isto é, antes da abertura do processo, nos casos que se seguem: atestemunha que pode revelar fatos essenciais à elucidação dolitígio tem idade muito avançada, está muito doente ou estáprestes a realizar viagem para o exterior; está prestes a serdesativada a indústria em que o trabalho é prestado, sobcondições insalubres ou periculosas.

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3.8 Espécies de provas

As provas podem ser produzidas mediante depoimentos detestemunhas, pela apresentação de documentos e pelos laudostécnicos. Entretanto, sempre há a possibilidade de o fato, emdebate, ser provado de forma ignorada pela lei, sempre queestiver em acordo com o preceito contido no art. 332 do CPC, quetrata sobre a licitude das provas. O que importa é que o meio deprova não afronte a lei, nem seja imoralmente ilegítimo. Istoporque com o desenvolvimento tecnológico, surgem, todos os dias,novos meios e processos de provar a verdade dos fatos. Por estarazão a lei não estabelece critério taxativo para a produção daprova. Na valoração das provas, inexistindo norma jurídicaparticular, é dado ao juiz aplicar as regras de experiênciacomum, administradas pela observação do que ordinariamenteacontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado,quanto a esta, o exame pericial. Como se vê, no silêncio da lei,a máxima se assemelha à fonte formal do Direito. Lembrando-se quea prova documental só pode ser aceita na forma original ouautenticada. As fotos devem ser acompanhadas dos respectivosnegativos.

3.9 Fatos notórios

Segundo o disposto na art. 334 do CPC não dependem de prova osfatos: notórios, afirmados por uma parte e cofessados pela partecontrária, admitido no processo como incontroversos e em cujofavor milota presunção legal de existência ou de veracidade. Fatonotório é aquele que tem caráter geral, que é o conhecimento detodos. Não se pode conceber como notório fato que é doconhecimento de tão-somente de determinado círculo de pessoas.

3.10 Prova de normas jurídicas

Jura novit curia é uma antiga máxima latina, utilizada no Direito, naqual revela-nos que o juiz é obrigado a conhecer o direitopositivo nacional. Tal regra encontra uma exceção estabelecida noart.337 do CPC, que diz que a parte deverá provar o direito,

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baseado em lei municipal, estadual, estrangeira ouconsuetudinária, comprovando a vigência da norma, se assimdeterminar o juiz. Tal regra encontra parâmetro no art. 14 daLICC, pela qual o juiz poderá exigir a prova da lei estrangeira.Verifica-se a aplicabilidade destas regras ao Direito doTrabalho, mormente quanto ao direito internacional, já que asConvenções da OIT incorporam-se ao nosso ordenamento jurídico, omesmo acontecendo com os tratados internacionais, sempre quedevidamente ratificados. Com a referência ao direitoconsuetudinário, se não for notório, ter´pa de ser atestado porautoridade da localidade ou região onde o costume é direito.

3.11 Classificação das provas

As provas podem ser classificadas:

a) Quanto ao sujeito: reais e pessoais;

b) Quanto ao objeto: diretas ou históricas e indiretas oucríticas; e,

c) Quanto a forma: literais, testemunhais e materiais.

O sujeito da prova tanto pode ser a pessoa ou a coisa que dãoorigem à prova.

O objeto da prova é o fato sobre o qual versa a ação a que sedeseja provar.

A forma da prova é modalidade ou a maneira como ela é apresentadaao juiz

A prova é direta quando se constitui no mesmo fato probando ou aele vinculada; se diz respeito a outro fato, mas que, medianteoperação mental, leva ao fato probando, ela é indireta.

3.12 A prova e a CLT

As provas admitidas pela CLT são as seguintes: depoimento pessoalda parte, testemunhas, documentos, perícias e inspeção judicial

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(CPC, arts. 440 e 441). Poderão ser testemunhas todas aquelaspessoas não mencionadas no art. 829 da CLT.

3.13 Da apresentação da prova documental

A prova documental será apresentada pelo autor junto com a peçapostulatória (CLT, art. 787) e pelo réu, junto com a defesa (CLT,art. 845). Deverão os documentos ser anexados em sua formaoriginal ou devidamente autenticados (CLT, art. 830). Poderão serjuntados documentos novos, relacionados a fatos acontecidos apósa propositura da ação e da defesa (CLT, art. 397).

Os documentos inautenticados poderão ser conhecidos pelo juiz, sea parte contrária não lhe apresentar qualquer impugnação, seja deordem material ou formal.

3.14 Das perícias

Estas serão determinadas sempre que houver necessidade para suarealização, sendo assinalado prazo de cinco dias para as partesapresentarem seus quesitos. O exame pericial, como meio de prova,é de duas ordens: de informação e de verificação. O art. 420 doCPC reporta-nos que a prova pericial consiste em exame, vistoriaou avaliação.

A norma adjetiva civil permite ao juiz indeferir a prova técnicaem três hipóteses: a prova do fato não dependa do conhecimentoespecial do técnico, desnecessária em vista de outras provas jáproduzidas e quando esta se tornar impraticável.

Os peritos devem ser escolhidos entre profissionais de níveluniversitário, devidamente inscritos no órgão de classecompetente (CPC, art. 145, §§ 1º, 2º e 3º). O perito que, pordolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelosprejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por dois anos afuncionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a leipenal estabelecer (CPC, art. 147). Esta responsabilidade seráapurada nos próprios autos, depois de permitir-se ampla defesa aoexperto.

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O experto poderá se recusar a realizar a perícia, alegando motivode foro íntimo, mas terá de faze-lo no prazo de cinco dias apósser intimado para a prática do ato ou do impedimentosuperveniente (CPC, art. 138).

Este realizará o laudo independentemente de assumir termo decompromisso. O perito poderá ser substituído sempre que ocorreras seguintes hipóteses: quanto não tiver conhecimentoespecializado para o bom desempenho da prova pericial; quando,sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhefoi assinalado. Nesta última hipótese, cabe ao juiz comunicar, àrespectiva corporação profissional, a negligência do perito eimpor-lhe multa fundada no valor da causa e possível prejuízodecorrente do atraso no processo.

O art. 432 do CPC autoriza ao juiz a prorrogar, uma única vez e aseu prudente arbítrio, o prazo concedido ao perito para realizara perícia. O juiz poderá julgar em dissonância com o teor dolaudo pericial, motivando as razões do seu convencimento comfatos provados nos autos ou com base em outros elementos deconvicção. Por fim, ressaltamos que o perito, que deverá realizarperícia de insalubridade, deverá encontrar-se inscrito na DRTcomo técnico na área de saúde ocupacional; o mesmo correndo com operito engenheiro, que deverá ter curso na área de prevenção àacidente de trabalho, com destaque em segurança do trabalho. Operito contador deverá ser formado em contabilidade ou ter cursode economia.

3.15 Da inspeção judicial

Esta tem natureza processual, podendo ser requerida pelas partesou por uma delas, ou por determinação do Juízo.

A inspeção abrange tanto pessoas quanto coisas. Encontra-sedisciplinada nos arts. 440 a 443 do CPC.

O art. 442 do CPC é taxativo ao dizer que o juiz irá ao localonde se encontra a pessoa ou a coisa quando julgar necessáriopara melhor verificação ou interpretação dos fatos que devaobservar; quando a coisa não puder ser apresentada em Juízo, sem

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consideráveis despesas ou graves dificuldades; e quandodeterminar a reconstituição dos fatos.

O mesmo artigo estatui que as partes têm o direito a assistir àinspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações quereputem do interesse da causa.

No encerramento da inspeção, lavrar-se-á auto circunstanciado nopróprio local em que se realizou, mencionando tudo que considerarútil ao julgamento da causa. O auto poderá ser instruído comdesenho, gráfico ou fotografia (CPC, art. 443, parágrafo único).

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