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FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Autarquia Municipal PETIÇÃO INICIAL NO PROCESSO DO TRABALHO Seminário para aprovação da Disciplina Direito Processual do Trabalho Profº Sílvio Dutra Grupo 9 RA CAMILA CRISTINA RAIMAN MONDACA 16623 CARLOS VINÍCIUS DA SILVA 16577 GABRIELA GAZAL 16287 LAÍS GOMES TEIXEIRA 16295 RAFAEL MOREIRA FERREIRA 16280 RICHARD DE SOUZA TOTOLO 16271

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PETIÇÃO INICIAL NO PROCESSO DO TRABALHO

Seminário para aprovação da Disciplina Direito Processual do Trabalho

Profº Sílvio Dutra

Grupo 9 RA

CAMILA CRISTINA RAIMAN MONDACA 16623 CARLOS VINÍCIUS DA SILVA 16577 GABRIELA GAZAL 16287 LAÍS GOMES TEIXEIRA 16295 RAFAEL MOREIRA FERREIRA 16280 RICHARD DE SOUZA TOTOLO 16271

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Sumário

Introdução .............................................................................................................................................. 3

1. Conceitos e Fundamentos ................................................................................................................. 4

2. Requisitos da Petição Inicial Trabalhista ........................................................................................ 6

3. Efeitos processuais da inicial ...........................................................................................................11

4. Da emenda e aditamento da inicial no Processo do Trabalho .......................................................13

5. Documentos que devem acompanhar a inicial trabalhista .............................................................15

6. Do indeferimento da petição inicial no Processo do Trabalho ......................................................18

7. Da inépcia da inicial trabalhista ......................................................................................................21

8. Do recurso em face do indeferimento liminar da inicial no Processo do Trabalho ......................23

Conclusão ·············································································································································· 25

Bibliografia ············································································································································ 26

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Introdução

A petição inicial, também chamada de peça de ingresso, peça atrial, peça vestibular,

peça preambular ou exordial, dentre outras denominações, é considerada como o ato jurídico

processual mais importante praticado pela parte autora dentro do processo, isto porque, em

regra, define os limites da litiscontestatio em relação ao titular do direito perseguido, além de

ser o ato por intermédio do qual provoca-se a jurisdição a ser exercida pelo Estado-Juiz.

Como se não bastasse, a petição inicial, em uma análise mais ampla, representa o

próprio exercício do direito de ação, pois é ato introdutório do processo, ao qual todos os

demais irão se seguir e manter estreita correlação com o objetivo de alcançar o fim maior do

processo, qual seja, a tutela jurisdicional através da sentença de mérito.

Pouco importando a nomenclatura a ser adotada, porquanto sinônimos usuais denota-

se existir características e particularidades inerentes à petição inicial do processo comum e do

processo trabalhista, ocasionando assim diferenciações/particularidades cujo estudo é

imprescindível aos operadores do direito de cada uma dessas áreas.

Tratando o presente trabalho de Petição Inicial no Processo do Trabalho, alguns desses

requisitos estão previsto do Código de Processo Civil, pois a própria CLT viabiliza esse ato processual

no Art. 769 no qual dispõe que em casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária

do direito processual do trabalho, exceto naquilo que for incompatível com as normas da CLT.

Sendo assim, vislumbra-se que o objetivo do presente trabalho é o de abordar de

forma precisa e direta as peculiaridades atinentes à petição inicial no processo trabalhista.

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Petição Inicial no Processo do Trabalho

1. Conceitos e Fundamentos

Petição inicial, segundo Cândido Rangel Dinamarco, é a peça escrita em que o demandante

formula a demanda a ser objeto de apreciação do Juiz e requer a realização do processo até final

provimento que lhe conceda a tutela jurisdicional.

De acordo com Arruda Alvim, a petição inicial é o edifício do processo, pois nela se

expressam e se condensam todas as linhas básicas sobre as quais se desenvolverá, constituindo-se

expressão relatada dos fatos, a que deve se opor a outra parte. Com base nesse contraditório, de fato, é

que será proferida a sentença.

Diante do princípio da inércia da jurisdição, a petição inicial é a peça formal de ingresso do

demandante em juízo, em que apresenta seu pedido, declina a pessoa que resiste ao seu direito, explica

os motivos pelos quais pretende a atuação jurisdicional e pede ao Estado-Juiz a tutela de seu direito.

São características da petição inicial:

a. Peça formal: A petição inicial é peça formal, pois deve ser elaborada observando aos

requisitos previstos em lei (art. 840 da CLT e art. 282 do CPC). Ainda que a CLT admita a

petição inicial verbal, ela deve ser reduzida a termo, conforme o §2º do art. 840 da CLT;

b. Rompe a inércia do judiciário: pela petição se provoca o exercício da jurisdição, que deve

dar uma resposta à pretensão que foi trazida a juízo;

c. Individualiza os sujeitos da lide: é estabelecido o limite subjetivo da lide, ou seja, em face

de quais pessoas a jurisdição atuará. Ela individualiza as partes do conflito trabalhista, que

no Processo do Trabalho são denominados como reclamante e reclamado;

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d. Motivo da lide e pedido: o demandante deve dizer os motivos pelos quais há resistência

de seu direito e em razão dos quais pede a tutela jurisdicional.

A petição inicial é a materialização do ato no sentido de manifestação de vontade, de se

exercitar o direito de ação e é, ao mesmo tempo, ato introdutório do processo. Apresentada a um Juiz

ou simplesmente distribuída em um órgão jurisdicional, por quem tenha capacidade de ser parte,

considera-se proposta a ação e instaurado o processo. A petição inicial, materialização do direito de

ação é, assim, um dos pressupostos processuais ou requisito extrínseco do processo.

A importância da inicial é vital para o processo, pois é ela que baliza a sentença, que não

pode se divorciar dos limites do pedido, conforme art. 128 e 460 do CPC, e é sobre ela que o réu

formulará sua resposta, resistindo ao direito do autor.

Diante do princípio da eventualidade da inicial, todas as pretensões que pretende o

reclamante postular no Processo devem ser articuladas no corpo da inicial, sob consequência de, salvo

quando a lei permitir aditamento ou emenda da inicial, não poder mais alegar qualquer outra matéria

na mesma causa. De outro lado, se a matéria não estiver prescrita, o reclamante pode, em outro

processo, mesmo com suporte em idêntica causa de pedir do processo anterior, aduzir novas

pretensões, mediante nova petição inicial.

Uma petição bem elaborada possibilita o exercício do direito de defesa e propicia a exata

compreensão da lide pelo Juiz. De outro lado, uma petição inicial mal formulada pode comprometer o

direito do demandante, inviabilizar o direito de defesa e dificultar por demais a tarefa do Juiz ao

sentenciar.

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2. Requisitos da Petição Inicial Trabalhista

Requisitos são exigências legais necessárias para alcançar determinados efeitos, como

condição de validade da inicial e de viabilidade do prosseguimento da relação jurídica processual.

Alguns desses requisitos estão previsto do Código de Processo Civil, pois a própria CLT

viabiliza esse ato processual no Art. 769 no qual dispõe que em casos omissos, o direito processual

comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo que for incompatível

com as normas da CLT.

A CLT, no artigo 840, traz os requisitos da petição inicial trabalhista, assim dispondo:

“Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.”

Por sua vez o artigo 282 do CPC estabelece:

Art. 282. A petição inicial indicará: I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - o requerimento para a citação do réu.

Na análise desses dois dispositivos podemos verificar que a CLT é bem mais sucinta do que

o CPC, tendo alguns elementos em comum. Dos elementos que são exigidos pela CLT podemos

expor:

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a. O Endereçamento, que é a necessidade da indicação da autoridade judiciária a quem a

petição é endereçada, ou seja, indica a Vara do Trabalho ou o órgão judiciário (Tribunal

Regional do Trabalho ou Tribunal Superior do Trabalho), e esta indicação devera ser dirigida

ao órgão e não ao ocupante do cargo, tendo em vista o caráter impessoal do exercício da

jurisdição. Com o endereçamento o reclamante já declina a competência em relação a

matéria, do lugar e funcional;

b. Qualificação das partes, que é exigido o reclamante indicar o seu nome completo, CPF,

RG, número da CTPS, endereço, estado civil, profissão, domicilio, nome do reclamado,

endereço e CNPJ da empresa. Tudo o que torne mais fácil uma individualização totalmente

precisa da parte, evitando problemas posteriores como em casos de homônimos e outros

possíveis equívocos. Na prática alguns advogados colocam até o nome da mãe do

reclamante, para individualizar de maneira mais precisa o reclamante.

c. Causa de pedir, os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido, também deverão ser

aplicados ao processo trabalhista, estando compreendido na breve exposição dos fatos de que

resulte o dissídio prevista na CLT, assim, entende-se que a causa de pedir deve se fazer

presente na reclamação trabalhista, por se tratar do fato constitutivo da relação jurídica de

direito material na qual o autor apoia a sua pretensão. Desta forma, a causa de pedir deve

conter a afirmação da existência de uma relação jurídica (fundamento jurídico) e a afirmação

da existência de um fato particular, calcado nesta relação jurídica, que dá origem ao direito

invocado;

d. O pedido com suas especificações, é através do pedido que o autor externa a sua

pretensão, é o objeto do processo. O pedido deve decorrer de uma consequência lógica dos

fatos narrados e dos fundamentos jurídicos, e deve ser certo e determinado, somente

admitindo-se genérico quando houver autorização legal. Como exemplo no caso que o

pedido é de indenização por danos morais.

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d1. Da cumulação dos pedidos, conforme o Art. 292 do CPC:

"É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1º. São requisitos de admissibilidade da cumulação; I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2º. Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário."

Tal artigo se encaixa perfeitamente com ao Processo do Trabalho pois adota como

regra geral a acumulação de pedidos em um único processo.

d2. Pedido alternativo, conforme o Art. 288 do CPC

"O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único - Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.”

Ou seja, a qualificação do pedido é dada pela natureza da obrigação exigida pela réu.

Como exemplo de pedidos alternativos temos os de adicionais de insalubridade e

periculosidade, nulidade da alteração contratual ilícita ou rescisão indireta do contrato

de trabalho.

d3. Pedido sucessivo, dispõe o Art. 289 do CPC

"É lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de

que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior."

Isto é, o pedido sucessivo é a pretensão subsidiária deduzida pelo autor, no qual

quando o Juiz não acolhe o pedido principal, passa a examinar o sucessivo. Como

exemplo no pedido de reconhecimento de vinculo de emprego, com as verbas dele

decorrentes, caso não reconhecido este vinculo, sucessivamente analisar as verbas

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decorrentes da relação de trabalho ( contrato de prestação de serviço, representação

comercial, etc)

e. Do valor da causa no Processo do Trabalho, o valor da causa é a expressão econômica

dos pedidos formulados pelo reclamante no processo. Com o advento do rito sumaríssimo na

justiça do trabalho a atribuição de valor à causa se tornou imprescindível para definição do

rito, assim, a toda causa deverá ser atribuído um valor. Também serve como base de cálculo

para as custas e demais taxas judiciárias.

O art. 840 da CLT não exige que o reclamante expresse o valor da causa, porém neste caso

há uma divergência da doutrina, alguns doutrinadores entendem que o valor deve ser

indicado para definir o rito, outros entendem que o valor pode ser fixado de ofício pelo Juiz

do Trabalho.

f. Data e assinatura, ao contrário da petição inicial do Processo Civil, a CLT exige que a

petição inicial esteja assinada pelo reclamante, ou seu advogado. A petição sem assinatura é

inexistente. Porém, como trata-se de vício sanável, o juiz poderá intimar a parte para saná-lo

em 10 dias.

Estes são os pontos comuns entre os dois dispositivos, porém há outros requisitos que não

são exigidos na inicial trabalhista, que são o requerimento de produção de prova e a indicação dos

meios e o requerimento para citação (notificação) do réu.

a. Da produção de prova, a teor do que dispõe o art. 845 da CLT, o reclamante e o

reclamado comparecerão à audiência acompanhado de suas testemunhas, apresentando,

nessa ocasião, as demais provas. Por sua vez o artigo 765, diz que “os Juízes e Tribunais do

Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das

causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. O art.

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852-D, quando trata do procedimento sumaríssimo, diz que o Juiz dirigirá o processo com

liberdade para determinar as provas a serem produzidas.

Com a análise dos artigos acima citados, percebe-se que a CLT não exige que o autor ou réu

indiquem as provas com que pretendem demonstrar a verdade dos fatos alegados.

b. Requerimento da citação, o art. 841 da CLT, descreve que notificar a parte contrária para

comparecer à audiência designada, remetendo cópia da petição inicial é uma atribuição da

Secretaria da Vara do Trabalho, portanto, nos termos da lei, se o reclamante em sua inicial,

não formular o pedido de notificação da parte contrária não haverá nenhuma nulidade a ser

declarada.

Além dos requisitos objetivos, temos os requisitos subjetivos que são: CLAREZA,

PRECISÃO E CONCISÃO, que consistem em:

a. Clareza: A petição deverá expor os fatos de uma forma simples, objetiva, sem rodeios,

obedecendo a uma linha cronologia lógica que torne os fatos compreensíveis para o Juiz, na

primeira leitura;

b. Precisão: Além de claros os fatos devem ser precisos, ou seja, deve conter uma precisão

de detalhes que não deixe nenhuma informação relevante de fora da petição inicial;

c. Concisão: A petição inicial devera ser breve, ou seja, que transmita a mensagem de forma

clara e precisa.

Tanto a petição inicial escrita quanto a verbal devem ser registradas em livro próprio,

vendendo o Distribuidor fornecer a parte um recibo, no qual consta o nome do autor e o do réu, a data

da distribuição, o objeto da ação e o Juízo ou Vara que for dirigida a demanda. Em alguns casos até a

data da audiência já é marcada.

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3. Efeitos processuais da inicial

Conforme depreende-se da doutrina, a propositura da petição inicial gera os seguintes efeitos

processuais:

I. Determina os limites da lide (pedido e causa de pedir), e também a natureza do

provimento jurisdicional.

Pedido: É a providência jurisdicional pretendida com a demanda.

Causa de Pedir: Denomina o conjunto de fatos ao qual o requerente atribui o efeito jurídico

que deseja.

Natureza do Provimento jurisdicional: O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta,

sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa

da parte. (Art. 128 do CPC). Não é permitido ao juiz proferir sentença a favor do autor, de

natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto

diverso do que lhe foi demandado. (Art. 460 do CPC)

II. Serve de parâmetro para confronto com outras demandas já propostas (litispendência,

conexão ou coisa julgada).

Litispendência: Ocorre a litispendência quando se reproduz ação idêntica a outra que já está

em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja, quando

têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido

(mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a

litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda

ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o

processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).

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Conexão: Quando se verificam elementos da ação (causa de pedir e pedido) parcialmente

idênticos em processos distintos. Como consequência, deve se reunir estes processos para

julgamento conjunto.

Coisa julgada: É quando o autor ajuíza ação idêntica à outra que já fora julgada. Dessa

forma, não se pode permitir que o autor busque uma diferente decisão a respeito de um tema

sobre o qual já tenha tido um pronunciamento judicial definitivo.

III. Fixa a competência em relação à matéria, funcionalidade e territorialidade;

Competência Material: Isto quer dizer que um determinado juízo é competente para julgar

determinadas ações em razão da matéria, isto é, do tema.

Competência Territorial: também conhecida como competência em razão do lugar ou ex

ratione loci, é aquela que cuida dos limites geográficos do exercício da jurisdição, atendendo

ao interesse das partes, visando lhes facilitar o acesso ao Judiciário. Determina a vara

competente para apreciar a reclamação.

Competência funcional: Leva em conta critérios de divisão de atribuições dentro de um

órgão jurisdicional.

IV. Influi no procedimento a ser adotado no processo.

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4. Da emenda e aditamento da inicial no Processo do Trabalho

Quando se diz que uma petição inicial foi emendada, significa que esta necessitou de

correção a fim de não prejudicar a pretensão por conta de elementos equivocados.

Aditar significa adicionar. Portanto, o aditamento da petição inicial consiste em acrescentar

pedidos.

Como a CLT não prevê as hipóteses de aditamento da inicial, aplica-se o disposto nos arts.

264 e 294 do CPC, por força do art. 769 da CLT.

"Art. 769 CLT. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título."

Assim, o art. 294 do CPC permite a autor aditar a petição inicial antes da citação do réu.

"Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo

à sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa."

O art. 264 do CPC veda o aditamento da inicial após a citação, salvo se o réu consentir.

"Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de Pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei."

No processo do Trabalho, o Juiz tem contato com a inicial pela primeira vez na audiência,

haja vista que a citação é realizada por Diretor de Secretaria (art. 81 da CLT). Há uma corrente

doutrinária que defende que, diferente do que acontece no Processo Civil, o reclamante poderá aditar

ou emendar a inicial, mesmo sem a concordância da reclamada, na audiência, antes do recebimento da

defesa, ou antes de decorrido o prazo para contestação (art. 847 CLT).

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Porém, ao reclamado deverá ser concedido um novo prazo para que se complemente sua

defesa, adequando-a a nova realidade da demanda e evitando que seja cerceado o direito de se

defender.

Esta complementação poderá ser realizada na própria audiência se assim quiser o reclamado,

ou em nova oportunidade que deverá ser reagendada no prazo de cinco dias.

Reitera-se que após ser recebida a defesa, o aditamento somente será possível com a

concordância do reclamado.

Portanto, no processo do trabalho, a estabilização da demanda se dá com o recebimento da

defesa.

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5. Documentos que devem acompanhar a inicial trabalhista

Para propor uma ação na Justiça do Trabalho é necessário apresentar documentos perante o

advogado, para que este possa juntá-los ao processo e, consequentemente, apresentar ao Juiz e à parte

contrária para a comprovação das alegações feitas.

São documentos indispensáveis à propositura da demanda apenas aqueles sem os quais o

mérito da causa não possa ser julgado. Os documentos do réu devem vir com a defesa e devem estar

autenticados, sob pena de não valerem como prova.

“Art. 787 CLT – A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar.”

“Art. 283 CPC – A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.”

“Art. 396 CPC – Compete à parte instruir a petição inicial, ou a resposta, com os documentos destinados a provar-lhe as alegações.”

“Art. 830 CLT – O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.”

Os documentos essenciais para que uma Reclamação Trabalhista seja proposta são:

Documento de identidade e CPF (na falta do CPF, nome da mãe e data de nascimento do

autor da ação);

Nome e endereço completo da empresa em questão;

Contrato de Trabalho;

Rescisão do Contrato de Trabalho (se houver);

Aviso Prévio;

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Recibos de pagamentos (se possível dos últimos 12 meses), inclusive 1ª e 2ª parcela do

13º salário, e em caso de salário comissionado ou por produção, relatório base para formação

da comissão ou produção paga);

Documento sindical (acordo coletivo, convenção coletiva, etc), obtido junto ao Sindicato

de Classe;

Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos (quando for reclamar salário-

família);

Livro ou ficha de registro de empregado;

Aditivos contratuais (transferência de local, transferência de horário de trabalho,

promoções e etc.);

Aviso e recibos de férias pagos;

Cartão ponto de todo o período;

Atestados médicos;

Licença maternidade;

Comunicação de acidente de trabalho - CAT;

Advertências disciplinares, suspensões;

Comprovantes de comunicação (registrado via correio) no caso de Abandono de

Emprego;

Outros comprovantes de descontos como grêmio, farmácia, convênios, empréstimos e

etc.;

Empregados menores de 18 anos devem estar acompanhados do pai, mãe ou responsável

legal (munido de documento de identidade);

Em caso de falência da empresa, apresentar nome e endereço do síndico da massa falida.

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Os documentos que geralmente são preparados pelo advogado são:

Procuração com poderes especiais ao Advogado;

Declaração de pobreza (nos casos de pedido de justiça gratuita);

Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria.

Até pouco tempo todos estes documentos eram juntados aos autos de forma física, ou seja,

por meio de documentos originais ou cópia autenticada. Mas este cenário está mudando já em grande

parte do país, principalmente na área trabalhista, por meio das Varas Digitais.

Com a era digital os documentos devem ser digitalizados e sua autenticação é feita por meio

do Certificado Digital, onde o Advogado da parte assina "digitalmente" (por meio de senha exclusiva)

os documentos que serão juntados ao processo via internet.

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6. Do indeferimento da petição inicial no Processo do Trabalho

Indeferimento da inicial significa rejeitá-la liminarmente, antes do recebimento da defesa.

Por indeferimento podemos entender que a petição inicial foi liminarmente trancada, ou seja,

não foi dado o prosseguimento ao pedido do autor. O ato do Juiz que indefere a petição inicial a

petição inicial é sentença, impugnável pelo recurso de apelação. Salvo no caso de pronúncia de

decadência e prescrição, todas as demais sentenças de indeferimento da petição inicial são de extinção

do processo sem resolução do mérito.

O art. 284 do CPC determina que o Juiz, verificando que a inicial contém nulidade sanável,

ou seja, que pode ser corrigida facilmente, sem alteração da substância da inicial, como por exemplo,

erros materiais, falta de juntada de documentos, qualificação errônea das partes, endereçamento

incorreto, esclarecimento sobre qual parte pretende o vínculo de emprego, quando não estiver

especificado e houver mais de um reclamado no polo passivo, etc., deve conceder à parte prazo para

emendá-la. Segundo a jurisprudência, a concessão do prazo para a emenda não fica ao critério

discricionário do Juiz, sendo um direito subjetivo processual da parte.

Quando for determinar a emenda, o Juiz deve esclarecer à parte qual o ponto incorreto que

deverá ser corrigido.

Nesse sentido, temos os seguintes exemplos de ementas:

“Agravo de petição – Indeferimento da inicial. Verificando o Juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, é mister que determine que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de cercear o direito da parte” (TST – 4ª R – 5ª T – Ap nº80249241/97-8 – Rel. Juiz Fernando Krieg da Fonseca – DJRS 18.5.98)

“Requisitos da petição inicial da ação trabalhista – Arts 840 e 852-B, I, da CLT – Inaplicabilidade do art. 284 do CPC. A ausência da liquidação do pedido em

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procedimento sumaríssimo (art. 852-B, I, da CLT) e da assinatura na petição inicial (art. 840, §1º do mesmo diploma) implica a extinção da ação nos termos do art. 267, I, do CPC. O art. 284 do Código Buzaid, que prevê a abertura de prazo pelo Juiz para a supressão da falta antes de indeferir a petição inicial, é inaplicável no processo do trabalho. Neste não há despacho saneador, e a análise da petição é feita na audiência em que é apresentada a defesa, após a qual é impossível a determinação de providências”. (TRT 12ª R – 2ª T – ROV nº 7486/2004 037.12.01-2 – Ac nº 9549/05 – Relª Marta M. V. Fabre – DJSC 5.8.05 – p. 169) (RDT nº 09 – Setembro de 2005).

PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE – Salvo nas hipóteses do art. 295 do CPC, o indeferimento da petição inicial por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 10 (dez) dias, a parte não o fizer. SÚMULA Nº 263 DO TST.

Conforme a referida Súmula, a inicial somente será indeferida, sem possibilidade de emenda,

se contiver os vícios insanáveis. Os vícios insanáveis são os constantes do art. 295 do CPC.

Assim, segundo Nélson Nery Júnior, quando a inicial não estiver apta a ser processada,

ocorre sua inépcia, ou seja, sua inaptidão. O contrário de petição inepta é petição apta. Os casos de

inépcia da petição inicial estão arrolados no CPC, art. 295, parágrafo único em numerus clausus. O réu

deverá alegar inépcia como preliminar de contestação (CPC, art. 301, III).

Então, mesmo com a Súmula 263 do TST, se a inicial trabalhista contiver os vícios

mencionados no art. 295 do CPC, o Juiz do Trabalho deverá indeferi-la de plano, sem concessão do

prazo mencionado no art. 284 do CPC. Caso o Juiz não indefira de plano a inicial, poderá, na sentença

final, decretar a extinção do processo sem resolução de mérito no aspecto, por conter um defeito

previsto no art. 295 do CPC.

Como no Processo do Trabalho, dificilmente, o Juiz do Trabalho toma conhecimento da

inicial antes da audiência, uma vez que não há despacho saneador, costumeiramente, a apreciação dos

vícios da inicial é deixada para a sentença final, após a dilação probatória.

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Desta forma, poderá o Juiz do Trabalho extinguir sem resolução de mérito quando verificar a

inépcia da inicial, quando a parte manifestante for ilegítima, quando autor carecer de interesse

processual, quando o tipo de procedimento escolhido pelo autor não corresponder à natureza da causa

ou ao valor da ação, caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento

legal, quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte e, 284, ambos

do CPC.

E quando pronunciar prescrição ou decadência, extinguirá o processo, com resolução de

mérito, nos termos do art. 269, IV, do CPC.

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7. Da inépcia da inicial trabalhista

A petição apta é aquela que contém os requisitos dos art. 840 da CLT e não contém vícios

prescritos no art. 295 do CPC. Inépcia da petição inicial significa defeito, falta de aptidão da inicial,

impedindo que a relação jurídica processual prossiga com o pronunciamento sobre o mérito da causa.

Quando a inicial se apresenta inepta, não há como corrigi-la ou emendá-la, pois o vício apresentado é

insanável, devendo o Juiz do Trabalho indeferi-la desde logo.

No parágrafo único do art. 295 do CPC temos:

“Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:

I- lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II- da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

III- o pedido for juridicamente impossível;

IV- contiver pedidos incompatíveis entre si”

Outro caso que levará a petição inicial trabalhista a inépcia, é não conter algum requisito do

Art. 840 da CLT:

“Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º. Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante”.

“RECURSO ORDINÁRIO. INÉPCIA DA INICIAL. ESCOLHA DO RITO PROCESSUAL. A petição inicial apta é a que contém os requisitos do artigo 840 da CLT, porém, como as hipóteses do parágrafo único do artigo 295 do CPC se aplicam ao Processo do Trabalho (artigo 769 da CLT), a jurisprudência tem tido tolerância maior para declarar a inépcia da inicial a fim de aproveitar ao máximo os pedidos, até porque o excesso de formalismo não se estende ao Processo do Trabalho. Assim sendo, se o julgador entende que a parte errou ao escolher o rito processual, pode converter o feito para o rito adequado (ordinário ou sumaríssimo), desde que intime o autor a emendar a peça vestibular, não sendo a extinção do feito a medida mais razoável.”

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As hipóteses do parágrafo único do art. 295 do CPC se aplicam ao Processo do Trabalho (art.

769, da CLT), entretanto, a jurisprudência tem apresentado tolerância maior para declarar a inépcia da

inicial, principalmente na aferição do inciso III do parágrafo único do art. 295 do CPC, considerando-

se o jus postulandi da parte, e os princípios da simplicidade e informalismo do Processo do Trabalho.

A inicial trabalhista inepta, além de prejudicar todo o andamento do processo, torna a

compreensão da inicial muito dificultosa e, muitas vezes, inviabiliza a defesa do reclamado. Por isso,

no nosso sentir, se a inicial trabalhista contiver os vícios do parágrafo único do art. 295 do CPC, deve

o Juiz do Trabalho indeferi-la de plano.

A inicial contém pedidos incompatíveis entre si quando um pedido formulado excluir outro

também formulado na inicial Por exemplo: o autor pretende rescisão indireta do contrato de trabalho e

em seguida reintegração no emprego.

Quando da narração do fato não decorrer logicamente a conclusão, deverá o Juiz do Trabalho

decretar inépcia. Por exemplo, o autor narra na causa de pedir que sofre danos de ordem moral, pois

fora ofendido e, no pedido, postula danos materiais.

Se a inicial não contiver pedido ou causa de pedir, a parte contrária não poderá defender-se e

o Juiz do Trabalho não poderá compreender a lide, razão pela qual deve decretar a inépcia.

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8. Do recurso em face do indeferimento liminar da inicial no Processo do Trabalho

A decisão que indefere a inicial tem natureza terminativa, pois extingue o processo, sem

resolução de mérito (art. 267,1, do CPC) Desse modo, no Processo do Trabalho, tal decisão desafia a

interposição de Recurso Ordinário (art. 895, da CLT). Pensamos, em razão da omissão da CLT e

compatibilidade com os princípios do Processo do Trabalho da efetividade e celeridade (art. 769, da

CLT), no art. 296 do CPC que assim dispõe:

"Indeferida a petição inicial. o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão (Redação dada pela Lei n 8952, de 1994). Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente (Redação dada pela Lei n 8952, de 1994).

Desse modo, se o Juiz do Trabalho indeferir a inicial, o reclamante poderá recorrer, no prazo

de oito dias, facultando-se a retratação do Juiz e deferir o recebimento da inicial.

Cabe destacar que a aplicabilidade do art. 296, do CPC se refere apenas ao indeferimento

liminar da inicial Se a inicial for indeferida apôs designação da audiência e oferecimento da defesa, o

recurso cabível será apenas o Ordinário, sem possibilidade de retratação do Juiz do Trabalho.

Se o Juiz decretar a inépcia de eventual pedido apôs a devida instrução do processo, a pane

poderá interpor recurso ordinário questionando a inépcia, juntamente com as demais matérias

recursais.

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Conclusão

De todo o exposto, verifica-se que os requisitos da petição inicial trabalhista não são os

mesmos da petição inicial do processo comum. Pode-se dizer que todos os requisitos daquela são

requisitos desta, mas o inverso não é verdadeiro. A simplicidade do processo laboral, que chega ao

extremo de adotar o Princípio do Jus Postulandi, possui contornos permissivos bem maiores que os do

processo comum.

Por mais similaridades que possuam, diferenças marcantes existem entre a peça da seara

comum e a da seara trabalhista. Se é verdadeiro sustentar que uma legislação deve manter rígido

controle das suas formas a fim de não comprometer sua própria existência, também é correto dizer que

princípios como os da instrumentalidade das formas, do interesse e da economia processual atenuam

na medida exata um exacerbamento formal que poderia ser ocasionado ao adotar-se irrestritamente a

exigência de rígidos critérios para indeferimento das petições iniciais.

Com isto, concluímos que a Petição Inicial no Processo do Trabalho tem por função noticiar

o fato ilegal ou abusivo ao poder publico, para que providencie as medidas adequadas, sendo ela a

primeira peça a compor os autos do processo. Assim, a petição inicial é um instituto de vital

importância para assegurar a efetividade prestação jurisdicional, pois quando bem redigida e

estruturada, contém uma declaração de vontade apta a produzir efeitos no mundo jurídico.

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Bibliografia

GONÇALVES, Emílio. Manual de Prática Procesual Trabalhista, 5ª Ed. São Paulo: LTr,

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SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho - 2ª Ed. 2009.

www.slideshare.net/mirtzcorrea68/petio-inicial-trabalhista. Acesso em 27 abr. 2014.