Nutrição e Hipertensão

24
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE JEAN PIAGET DE ALGARVE CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES CICLOS DE ESTUDOS EM ENFERMAGEM Unidade Curricular de Nutrição e Dietoterapia Nutrição e Hipertensão Arterial Alexandre Bernhart Anton Borysov Edgar André Ramos Figueira

Transcript of Nutrição e Hipertensão

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE JEAN PIAGET DE ALGARVE

CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES

CICLOS DE ESTUDOS EM ENFERMAGEM

Unidade Curricular de Nutrição e Dietoterapia

Nutrição e Hipertensão Arterial

Alexandre Bernhart

Anton Borysov

Edgar André Ramos Figueira

Silves

Janeiro, 2014

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE JEAN PIAGET DE ALGARVE

CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES

CICLOS DE ESTUDOS EM ENFERMAGEM

Nutrição e Hipertensão Arterial

Discentes:

Alexandre Bernhart n.º 51452

Anton Borysov n.º 51516

Edgar Figueira n.º 51451

Docente:

Maria Joana Cruz

Silves

Janeiro, 2014

ÍndiceÍndice de Tabelas.......................................ii

Lista de Siglas........................................iii

1. Introdução............................................1

2. Hipertensão Arterial..................................2

3. Aconselhamento dietético na Hipertensão...............2

3.1. Abordagem Dietética para parar a hipertensão (DASH) 3

3.2. Aspeto preventivo da Nutrição no desenvolvimento na

Hipertensão.............................................5

3.2.1.Mudanças no estilo de vida que contribuem para a

redução da Hipertensão Arterial.......................9

4. Conclusão............................................10

5. Referência Bibliográficas............................11

i

Índice de Tabelas Tabela 1-Definições e classificação dos níveis de pressão

arterial.................................................2

Tabela 2- Plano alimentar DASH...........................4

Tabela 3- Efeitos dos fatores dietéticos e padrões

alimentares na pressão arterial: Um resumo da evidência.. 5

Tabela 3- Mudanças no estilo de vida recomendado

relacionados com a dieta capazes de reduzir a pressão

arterial.................................................6

ii

Lista de Siglas HA Hipertensão Arterial

AVC Acidente Vascular Cerebral

PA Pressão Arterial

OMS Organização Mundial de Saúde

DASH Diatary Approaches to Stop Hypertension Diet

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

iii

iv

1.Introdução De acordo com a literatura recente a hipertensão

arterial (HA) é um dos principais fatores de risco

cardiovascular. É do conhecimento comum que a pressão

arterial (PA) com valores elevados pode levar á

hipertensão, que é um importante fator de risco para a

mortalidade global numa escala global.

Em 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) atribuiu

13% a todas as mortes a nível mundial devido a PA elevada

tornando-se uma área de relevância para a saúde pública em

ambos os países desenvolvidos e em desenvolvimento.

O fator genético é importante para a evolução da HA,

todavia agentes ambientais e de estilo de vida possuem um

papel importante tanto na prevenção como no tratamento da

patologia. São considerados fatores ambientais importantes

o excesso ou deficiência de sódio na dieta, ingestão

excessiva de álcool, inatividade física, tabagismo, stress e

a obesidade.

Investigações indicam que a ingestão alimentar e o

estado nutricional têm um efeito importante sobre a

probabilidade de se desenvolver a HA. Uma dieta adequada

pode prevenir o seu aparecimento, erradicar ou melhorar

graus mais iniciais da patologia e pode ser um complemento

útil à terapia farmacológica para o tratamento em estados

mais severos.

A Dietary Approaches to Stop Hypertension Diet (DASH), fornece

informações muito pertinentes sobre uma dieta específica

1

para controlo da pressão arterial. Esta abordagem recomenda

uma dieta baixa em gordura saturada e colesterol, pobre em

sódio, rica em frutas e vegetais, lacticínios com baixo

teor de gordura, cereais integrais, peixe, aves e sementes.

Alterações no estilo de vida podem alcançar pequenas

reduções na PA que tendem a reduzir as taxas de doença

cardiovascular e a mortalidade significativamente.

2.Hipertensão Arterial A relação contínua entre a pressão arterial e eventos

cardiovasculares fazem a distinção entre normotensão e

hipertensão difícil quando baseada no limite valores de PA.

Isto torna-se ainda mais difícil porque na população em

geral os valores de pressão arterial sistólica (PAS) e

pressão arterial diastólica (PAD) apresentam uma

distribuição unimodal (Mancia et al., 2013).

No entanto, na prática clinica os valores limite de PA

são universalmente utilizados, tanto para simplificar a

abordagem diagnóstica como facilitar a decisão terapêutica

(Mancia et al., 2013).

A classificação recomendada é inalterada desde as

diretrizes de 2003 e 2007 da Sociedade Europeia de

Cardiologia / Sociedade Europeia de Hipertensão como se

observa na tabela 1. A hipertensão arterial é definida como

2

valores de PAS ≥ 140 mmHg e / ou ≥ 90 mmHg na PAD (Mancia

et al., 2013).

Tabela 1-Definições e classificação dos níveis de pressão arterial (mmHg). Fonte: Tabela adaptada de Mancia et al., (2013).

Classificação Pressão

Sistólica

Pressão

Diastólica

Ótima < 120 E <80Normal 120 – 129 e/ou 80 – 84Normal – Alta 130 – 139 e / ou 85 – 89HipertensãoGrau 1 (Leve) 140 – 159 e / ou 90 – 99Grau 2 (Moderada) 160 – 179 e / ou 100 – 109Grau 3 (Grave) ≥ 180 e / ou ≥ 110Sistólica Isolada ≥ 140 E <90

3.Aconselhamento dietético na Hipertensão Vários estudos indicam que o fator alimentação

representa um papel proeminente na homeostasia da PA. Em

indivíduos não hipertensos, incluindo aqueles com pré-

hipertensão, mudanças na dieta que potenciem uma diminuição

na PA possuem a capacidade de prevenir a hipertensão e de

forma mais ampla de reduzir o risco de complicações

clínicas relacionadas com a PA (Appel et al., 2006).

Estima-se que a redução de 3 mm Hg na pressão arterial

sistólica pode levar a uma diminuição de 8 % na mortalidade

por acidente vascular cerebral (AVC) e a um decréscimo em 5

% da mortalidade por doença cardíaca coronária. Nos casos

de hipertensão classificados de Grau I (PA sistólica de

140-159 mmHg ou pressão arterial diastólica de 90 a 99

3

mmHg), as mudanças na dieta podem servir como tratamento

inicial antes do início da terapêutica medicamentosa (Appel

et al., 2006).

Deste modo, parece-nos importante fazer referência a um

plano alimentar designado DASH cujas pesquisas mostram que

a hipertensão arterial pode ser prevenida e reduzida de

acordo com esta abordagem dietética que inclui um menor

consumo de sal e sódio.

Outros estudos também indicam que o potássio, magnésio e

fibra podem afetar a PA. Frutas e vegetais são ricos em

potássio, magnésio e fibras e pobres em sódio. Além disso,

nozes, sementes, legumes, carnes magras e aves são boas

fontes de magnésio (Beckerman, 2013).

3.1. Abordagem Dietética para parar a hipertensão

(DASH)Existem duas versões da dieta que atendem às

necessidades de cada individuo de acordo com fatores

ambientais, genéticos e a interação ente esses dois fatores

(indivíduos com mais de 51 anos ou mais, raça negra,

hipertensos, diabéticos ou doentes renais crónicos):

• Dieta DASH padrão: podem ser consumidos até 2.300

miligramas (mg) de sódio por dia.

• Dieta DASH limitada em sódio: podem ser consumidos até

1.500 mg de sódio por dia.

A dieta DASH padrão atende a recomendação das

Orientações Diatéticas para Americanos para manter a

ingestão diária de sódio a valores inferiores a 2.300 mg

4

por dia. A Associação Americana do Coração recomenda 1500

mg por dia como um limite superior para todos os adultos

(Mayo Clinic, 2013).

O plano alimentar DASH exige um certo número de doses

diárias de vários grupos de alimentos. Estes são dados na

tabela 2 que fornece o número de porções para 1.600, 2.000

e 2.600 calorias.

Tabela 2- Plano alimentar DASH. Tabela adaptada de Departamento de Saúde e

Serviços Humanos Americano, (2006).

GrupoAlimentar

Porções por dia Tamanho da Dose Significadode cadagrupo dealimentospara o DASH

1,600Cal

2,000Cal

2,600cal

Grãos 6 6-8 10-11 1 Fatia de pão 28,35g cereal seco; ½chávena de arrozcozido, massa, ou

cereais

Asprincipaisfontes deenergia efibra

Vegetais 3-4 4-5 5-6 1 Chávena de folhasvegetal; ½ chávena de

legumes crus oucozidos; ½ chávena de

sumo vegetal

Ricas fontesde potássio,magnésio e

fibra

Frutas 4 4-5 5-6 1 Peça de frutamédia;

1/4 de chávena frutossecos; ½ chávena de

fruta fresca,congelada ou

enlatada; ½ chávenade sumo de frutas

Importantesfontes depotássio,magnésio, e

fibras

Leitelivre degordura oubaixo teorde gordura

2-3 2-3 3 1 Chávena de leite ouiogurte; 42,17 g de

queijo

Asprincipaisfontes decálcio e deproteína

5

e produtoslácteosCarnesmagras,aves epeixes

3-6 6 oumenos

6 28,35 g de carnescozidas, aves, ou

peixe;1 ovo

Ricas fontesde proteínae magnésio

Nozes,sementes elegumes

3 porsemana

4-5porsemana

1 1/3 Chávena ou 42,17g de nozes; 2

colheres de sopa demanteiga de amendoim;2 colheres de sopa ou28,35 g de sementes;½ chávena de legumescozidos (feijõessecos e ervilhas)

Ricas fontesde energia,magnésio,proteínas e

fibras

Gorduras eóleos

2 2-3 3 1 Colher de chá demargarina mole;

1 Colher de chá óleovegetal; 1 colher desopa de maionese;

2 Colheres de sopa demolho salada

Calorias naforma degordura,

incluindo amatériagorda ou

adicionada aalimentos

Doces eaçúcaresadicionado

s

0 5 oumenosporsemana

≤ 2 1 Colher de sopa deaçúcar; 1 colher desopa de geleia ou

compota,½ Chávena de gelado,gelatina; 1 copo de

limonada

Doces devemser pobresem gordura

3.2. Aspeto preventivo da Nutrição no

desenvolvimento na Hipertensão As Recomendações da Sociedade Europeia de Hipertensão,

da Sociedade Europeia de Cardiologia e da Associação

Americana de Cardiologia, baseadas na evidência sobre a

eficácia de fatores relacionados com a dieta que baixam PA

(Appel et al., 2006).

6

De acordo com o estudo realizado por Appel et al., (2006),

foi-nos possível constatar o resumo da evidência sobre a

eficácia de fatores relacionados com a dieta que

efetivamente baixam a PA. Como pode ser observado na tabela

3, as modificações dietéticas que efetivamente diminuem a

pressão arterial são a perda de peso, a ingestão reduzida

de sal, o aumento da ingestão de potássio, a moderação do

consumo de álcool, e o consumo de um padrão alimentar

saudável em geral, chamado de dieta DASH.

Tabela 3- Efeitos dos fatores dietéticos e padrões alimentares na pressão

arterial: Um resumo da evidência. Tabela adaptada de Appel et al., (2006).

Efeito hipotético Evidência

Peso Direto ++Cloreto de sódio

(sal)Direto ++

Potássio Inverso ++Magnésio Inverso +/-Cálcio Inverso +/-Álcool Direto ++GorduraG. saturada Direto +/-G. polinsaturada

ómega-3Inverso ++

G. polinsaturadaómega-6

Inverso +/-

G. monosaturada Inverso +ProteínaP. total Duvidoso +P. vegetal Inverso +P. animal Duvidoso +/-Hidratos de carbono Direto +Fibra Inverso +Colesterol Direto +/-Padrões dietéticosDietas vegetarianas ++Padrões tipo DASH ++

7

+/- Indica evidência limitada ou duvidosa; +, evidência sugestiva,tipicamente de estudos observacionais e alguns ensaios clínicos; e ++,evidência persuasiva, tipicamente de ensaios clínicos.

As mudanças no estilo de vida recomendado que mostraram

ser capazes de reduzir a pressão arterial relacionados com

a dieta (tabela 3) são: (i) perda de peso, (ii) redução do

consumo de sal, (iii) padrões dietéticos do tipo DASH, (iv)

aumento da ingestão de potássio e (v) moderação do consumo

de álcool (Appel et al., 2006).

Tabela 4- Mudanças no estilo de vida recomendado relacionados com a dieta capazes de reduzir a pressão arterial. Tabela adaptada de Appel et al., (2006).

Mudanças no Estilo de Vida Recomendações

Perda de Peso Para as pessoas com excesso de peso

ou obesas, perder peso para atingir

idealmente o IMC <25 kg/m2; para as

pessoas sem excesso ponderal, para

manter o desejável IMC <25 kg/m2.Redução do consumo de sal Reduzir o consumo de sal (cloreto de

sódio) tanto quanto possível,

idealmente para 3,8 g/d (equivalente

a 1.5 g/d de sódio)Padrões dietéticos do tipo DASH Fazer uma alimentação rica em frutos

e vegetais (8-10 porções/d), rica em

produtos pobres em gordura (2-3

porções/d) e com pouca gordura

saturada e colesterolAumento da ingestão de potássio Aumentar o consumo de potássio para

4,7 g/d que é também o nível

proporcionado pelas dietas tipo DASHModeração do consumo de álcool Não consumir mais que 2 bebidas

alcoólicas/d (20-30 g etanol/homens)

8

e mais que 1 bebida alcoólica/d (10-

20 g etanol/mulheres)

I. Perda de Peso

A hipertensão está intimamente relacionada com o excesso

de peso, a redução de peso é seguida por um decréscimo da

pressão arterial. Verifica-se em estudos que a PAS e a PAD

apresentam reduções médias de 4,4 e 3,6 mmHg,

prospectivamente associadas a uma perda de peso na média de

5,1 kg. A redução de peso é recomendada em pacientes

hipertensos com excesso de peso e obesidade para controlo

dos fatores de risco, mas a estabilização de peso pode ser

um alvo razoável para muitos deles. A manutenção de um peso

corporal saudável (IMC de cerca de 25 kg/m2) e perímetro

abdominal (102 cm para homens e, 88 cm para mulheres) é

recomendada para indivíduos não-hipertensos para prevenir

HA e em pacientes hipertensos de forma a reduzir PA (Mancia

et al., 2013).

A perda de peso também pode melhorar a eficácia de

medicamentos anti-hipertensivos e perfil cardiovascular de

risco. A perda de peso deve empregar uma abordagem

multidisciplinar que inclui aconselhamento dietético e

exercício regular (Mancia et al., 2013).

II. Redução do consumo de sal

Segundo a OMS (2013), estudos mostram que existe uma

relação causal entre o consumo cronicamente elevada de sal

e o desenvolvimento da pressão elevada e hipertensão. Isto

9

deve-se à redução da capacidade de excreção sal por parte

dos rins e do impacto sobre os próprios vasos sanguíneos.

Esta relação ilustra a razão pela qual a ingestão de sal

afeta a prevalência de doença cardiovascular, pressão

arterial alta e hipertensão.

Na Europa, cerca de 70-75% de todo o sal consumido está

oculto em alimentos processados ou outros produtos da

indústria alimentar, que não estão sob o controlo do

consumidor. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças

americanos sugerem que, dos 25% de sal adicionado “ à

mesa”, 12% está contido naturalmente nos alimentos, 5% é

adicionado na confeção, e 6% é adicionado na refeição (na

verdade, na mesa) (OMS, 2013).

Reduzir a ingestão de sal para menos de 5g por pessoa

por dia está associada com reduções no risco a longo prazo

de eventos cardiovasculares e AVC. Numa análise

sistemática, verificou-se que uma diferença de 5g/dia de

consumo crónico sal está associada com uma diferença de 23%

na taxa de AVC e uma diferença de 17% na taxa de doenças

cardiovasculares em geral (OMS, 2013).

III. Padrões dietéticos do tipo DASH

Pacientes hipertensos devem comer legumes, produtos

lácteos com baixo teor de gordura, fibras alimentares

solúveis, grãos integrais, proteínas de fontes vegetais,

reduzir de gordura saturada e colesterol. O tipo de dieta

mediterrânica, especialmente, tem atraído interesse nos

últimos anos. Uma série de estudos têm relatado sobre o

10

efeito protetor cardiovascular da dieta mediterrânea

(Mancia et al., 2013).

Doentes com hipertensão devem ser aconselhados a comer

peixe pelo menos duas vezes por semana e 300-400 g / dia de

frutas e legumes. O ajuste da dieta deve ser acompanhado de

outras mudanças de estilo de vida. Em pacientes com

hipertensão, em comparação com as abordagens dietéticas da

DASH por si só, a combinação da dieta DASH com o exercício

e a perda de peso resultou em maiores reduções na PA e

hipertrofia do músculo cardíaco (Mancia et al., 2013).

IV. Aumento da ingestão de potássio

Alta ingestão de potássio está associada à redução da

pressão arterial. Os efeitos de potássio na PA dependem da

ingestão concorrente de sal e vice-versa. Especificamente,

um aumento da ingestão de potássio tem um maior efeito

redutor da pressão arterial no contexto de uma maior

ingestão de sal e menor redução da PA no contexto de uma

menor ingestão de sal. Por outro lado, a redução da PA a

partir de uma ingestão reduzida de sal é maior quando a

ingestão de potássio é baixo (Appel et al., 2006).

O nível de ingestão de potássio adequada definido pelo

Instituto de Medicina Americano está recomendado como 4,7 g

/ d (120 mmol / d) (Appel et al., 2006).

V. Moderação do consumo de álcool

O consumo de álcool está diretamente relacionado com a

pressão arterial elevada. Com o aumento do consumo, o mesmo

11

se verifica com a pressão arterial. É ainda mais

preocupante, o impacto prolongado que o consumo de álcool

tem sobre a pressão arterial em consumidores crónicos (OMS,

2013).

Reduções significativas no consumo de álcool estão

diretamente relacionadas com a redução da pressão arterial

média. Reduzir o consumo de álcool é vital para a prevenção

e tratamento da pressão arterial elevada (OMS, 2013).

3.2.1. Mudanças no estilo de vida que contribuem para a

redução da Hipertensão Arterial

Mudanças de estilos de vida adequados podem com

segurança e eficácia atrasar ou prevenir a hipertensão em

indivíduos não-hipertensos como também impedir ou adiar a

terapia médica. Em casos de hipertensão de grau I pode

ajudar na redução da PA em doentes já em tratamento médico,

permitindo a redução do número de doses e agentes anti-

hipertensivos (Mancia et al., 2013).

Dois fatores ambientais importantes que contribuem para

a redução da PA e têm um efeito importante sobre a

probabilidade de se desenvolver hipertensão arterial são o

tabaco e a atividade física.

Há uma forte associação entre tabagismo e doença

cardiovascular. O consumo crónico de tabaco provoca rigidez

arterial, que pode persistir por anos após a cessação do

tabagismo. Além disso, os consumidores de grandes

quantidades de tabaco aumentam a incidência de hipertensão

(Mancia et al., 2013).12

Quando combinado com o tabagismo, os pacientes

hipertensos de forma inquietante, são mais propensos a

sofrer uma redução da função do ventrículo esquerdo e,

assim, a experienciar de um evento cardíaco. Além disso, o

consumo de tabaco é muitas vezes emparelhado com o consumo

de álcool (uma relação que se torna mais forte com o

aumento de qualquer um dos hábitos), expondo assim o

consumidor a múltiplos fatores de risco para a hipertensão

arterial (Mancia et al., 2013).

Estudos epidemiológicos sugerem que a atividade física

aeróbica regular pode ser benéfico tanto para a prevenção e

tratamento da hipertensão e para reduzir o risco e

mortalidade devido a doenças cardiovasculares. Mesmo a

atividade física regular de menor intensidade e duração tem

mostrado estar associada a uma diminuição de 20% na

mortalidade (Mancia et al., 2013).

Os pacientes hipertensos devem ser aconselhados a

realizar pelo menos 30 minutos de intensidade moderada

exercício dinâmico aeróbio (caminhada, corrida, ciclismo ou

natação) em 5-7 dias por semana (Mancia et al., 2013).

4.Conclusão A pressão arterial elevada tem sérias implicações para a

saúde, pois é um importante fator de risco para eventos

cardiovasculares graves, incluindo doença isquémica do

coração e acidente vascular cerebral. Na Região Europeia

estas questões são particularmente relevantes como o

13

aumento da prevalência e incidência das doenças causadas

pela pressão arterial elevada são evidentes.

Um número substancial de estudos reconhecem que a

evidência apoia fortemente o conceito de que vários fatores

dietéticos afetam pressão arterial. Concluímos que as

modificações dietéticas que realmente diminuem PA são a

perda de peso, a ingestão reduzida de sal, o aumento da

ingestão de potássio, a moderação do consumo de álcool

(entre aqueles que bebem), e o consumo de um padrão

alimentar saudável em geral da dieta DASH.

Tendo em vista o aumento dos níveis de pressão arterial

em crianças e adultos e um aumento contínua de doenças

cardiovasculares relacionadas com a pressão arterial,

parece-nos necessário reduzir a PA em ambos os indivíduos

não hipertensos e hipertensos. Deste modo, acreditamos que

a mudança de comportamento por parte da sociedade em termos

de hábitos tabágicos e realização de atividade física

regular podem fazer transformações significativas na

melhoria do estado de saúde dos indivíduos.

14

5.Referência BibliográficasAppel, L. J., Brands, M. W., Daniels, S. R., Karanja, N.,

Elmer, P. J., & Sacks, F. M. (2006). Dietary Approaches to

Prevent and Treat Hypertension: A Scientific Statement From the

American Heart Association. Obtido de American Heart

Association:

http://hyper.ahajournals.org/content/47/2/296.full.pdf

+html

Beckerman, J. (15 de Outubro de 2012). High Blood Pressure and

the DASH Diet. Obtido de WebMD:

http://www.webmd.com/hypertension-high-blood-

pressure/guide/dash-diet

Beckerman, J. (30 de Outubro de 2013). High Blood Pressure Diet.

Obtido de WebMD: http://www.webmd.com/hypertension-

high-blood-pressure/high-blood-pressure-diet

Cardiologia, F. P. (14 de Fevereiro de 2006). Hipertensão

arterial . Obtido de Portal da Saude :

http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclope

dia+da+saude/ministeriosaude/doencas/

doencas+do+aparelho+circulatorio/

hipertensao+arterial.htm

edition, A. P. (2013). Normas para a elaboração de Bibliografias,

Referências Bibliográficas e Citações – APA (American Psycological

15

Association). Obtido de c3i I Congreso Iberoamericano

sobre Cuidadores Informais de Pessoas Idosas 2013:

http://c3icongresso2013.web.ua.pt/wp-content/uploads/2

013/05/Normas_APA6th.Portugues.pdf

Europe, W. H. (2013). WHO Regional Office for Europe. Obtido de

High blood pressure - country experiences and

effective interventions utilized across the European

Region:

http://www.euro.who.int/en/health-topics/noncommunicab

le-diseases/cardiovascular-diseases/publications/

2013/high-blood-pressure-country-experiences-and-

effective-interventions-utilized-across-the-european-

region

Health, N. I. (Dezembro de 2006). Your Guide To Lowering Your

Blood Pressure With DASH. Obtido de US National Institutes

of Health:

http://www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/

new_dash.pdf

Mancia, G., Fagard, R., Narkiewicz, K., Redon, J., & al, e.

(30 de Dezembro de 2013). 2013 ESH/ESC Guidelines for the

management of arterial hypertension. Obtido de European Heart

Journal:

http://eurheartj.oxfordjournals.org/content/early/2013

/06/13/eurheartj.eht151

Moore, T. J., Conlin, P. R., Ard, J., & Svetkey, L. P.

(2001). DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) Diet Is

Effective Treatment for Stage 1 and for the DASH Collaborative. Obtido

de American Heart Association:

16

http://hyper.ahajournals.org/content/38/2/155.full.pdf

+html

Perdigão, C., Duarte, J. S., Rocha, E., & Santos, A.

(2009). Prevalência e caracterização da Hipertensão Arterial em

Portugal. Implicações numa estratégia de Prevenção. Uma análise do

Estudo AMALIA. Obtido de Sociedade Portuguesa de

Cardiologia: http://www.spc.pt/DL/RFR/artigos/181.pdf

Research, M. F. (15 de Maio de 2013). DASH diet: Healthy eating to

lower your blood pressure. Obtido de Mayo Clinic:

http://www.mayoclinic.org/dash-diet/ART-20048456?pg=1

S.A, S. (2011). Hipertensão. Obtido de Centro de Nutrição

Fula:

http://www.centro-nutricao-fula.pt/bem-estar/alimentac

ao/necessidades/casos-especiais/hipertensao

17