ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE JEAN PIAGET DE ALGARVE
CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES
CICLOS DE ESTUDOS EM ENFERMAGEM
Unidade Curricular de Nutrição e Dietoterapia
Nutrição e Hipertensão Arterial
Alexandre Bernhart
Anton Borysov
Edgar André Ramos Figueira
Silves
Janeiro, 2014
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE JEAN PIAGET DE ALGARVE
CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES
CICLOS DE ESTUDOS EM ENFERMAGEM
Nutrição e Hipertensão Arterial
Discentes:
Alexandre Bernhart n.º 51452
Anton Borysov n.º 51516
Edgar Figueira n.º 51451
ÍndiceÍndice de Tabelas.......................................ii
Lista de Siglas........................................iii
1. Introdução............................................1
2. Hipertensão Arterial..................................2
3. Aconselhamento dietético na Hipertensão...............2
3.1. Abordagem Dietética para parar a hipertensão (DASH) 3
3.2. Aspeto preventivo da Nutrição no desenvolvimento na
Hipertensão.............................................5
3.2.1.Mudanças no estilo de vida que contribuem para a
redução da Hipertensão Arterial.......................9
4. Conclusão............................................10
5. Referência Bibliográficas............................11
i
Índice de Tabelas Tabela 1-Definições e classificação dos níveis de pressão
arterial.................................................2
Tabela 2- Plano alimentar DASH...........................4
Tabela 3- Efeitos dos fatores dietéticos e padrões
alimentares na pressão arterial: Um resumo da evidência.. 5
Tabela 3- Mudanças no estilo de vida recomendado
relacionados com a dieta capazes de reduzir a pressão
arterial.................................................6
ii
Lista de Siglas HA Hipertensão Arterial
AVC Acidente Vascular Cerebral
PA Pressão Arterial
OMS Organização Mundial de Saúde
DASH Diatary Approaches to Stop Hypertension Diet
PAD Pressão Arterial Diastólica
PAS Pressão Arterial Sistólica
iii
1.Introdução De acordo com a literatura recente a hipertensão
arterial (HA) é um dos principais fatores de risco
cardiovascular. É do conhecimento comum que a pressão
arterial (PA) com valores elevados pode levar á
hipertensão, que é um importante fator de risco para a
mortalidade global numa escala global.
Em 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) atribuiu
13% a todas as mortes a nível mundial devido a PA elevada
tornando-se uma área de relevância para a saúde pública em
ambos os países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O fator genético é importante para a evolução da HA,
todavia agentes ambientais e de estilo de vida possuem um
papel importante tanto na prevenção como no tratamento da
patologia. São considerados fatores ambientais importantes
o excesso ou deficiência de sódio na dieta, ingestão
excessiva de álcool, inatividade física, tabagismo, stress e
a obesidade.
Investigações indicam que a ingestão alimentar e o
estado nutricional têm um efeito importante sobre a
probabilidade de se desenvolver a HA. Uma dieta adequada
pode prevenir o seu aparecimento, erradicar ou melhorar
graus mais iniciais da patologia e pode ser um complemento
útil à terapia farmacológica para o tratamento em estados
mais severos.
A Dietary Approaches to Stop Hypertension Diet (DASH), fornece
informações muito pertinentes sobre uma dieta específica
1
para controlo da pressão arterial. Esta abordagem recomenda
uma dieta baixa em gordura saturada e colesterol, pobre em
sódio, rica em frutas e vegetais, lacticínios com baixo
teor de gordura, cereais integrais, peixe, aves e sementes.
Alterações no estilo de vida podem alcançar pequenas
reduções na PA que tendem a reduzir as taxas de doença
cardiovascular e a mortalidade significativamente.
2.Hipertensão Arterial A relação contínua entre a pressão arterial e eventos
cardiovasculares fazem a distinção entre normotensão e
hipertensão difícil quando baseada no limite valores de PA.
Isto torna-se ainda mais difícil porque na população em
geral os valores de pressão arterial sistólica (PAS) e
pressão arterial diastólica (PAD) apresentam uma
distribuição unimodal (Mancia et al., 2013).
No entanto, na prática clinica os valores limite de PA
são universalmente utilizados, tanto para simplificar a
abordagem diagnóstica como facilitar a decisão terapêutica
(Mancia et al., 2013).
A classificação recomendada é inalterada desde as
diretrizes de 2003 e 2007 da Sociedade Europeia de
Cardiologia / Sociedade Europeia de Hipertensão como se
observa na tabela 1. A hipertensão arterial é definida como
2
valores de PAS ≥ 140 mmHg e / ou ≥ 90 mmHg na PAD (Mancia
et al., 2013).
Tabela 1-Definições e classificação dos níveis de pressão arterial (mmHg). Fonte: Tabela adaptada de Mancia et al., (2013).
Classificação Pressão
Sistólica
Pressão
Diastólica
Ótima < 120 E <80Normal 120 – 129 e/ou 80 – 84Normal – Alta 130 – 139 e / ou 85 – 89HipertensãoGrau 1 (Leve) 140 – 159 e / ou 90 – 99Grau 2 (Moderada) 160 – 179 e / ou 100 – 109Grau 3 (Grave) ≥ 180 e / ou ≥ 110Sistólica Isolada ≥ 140 E <90
3.Aconselhamento dietético na Hipertensão Vários estudos indicam que o fator alimentação
representa um papel proeminente na homeostasia da PA. Em
indivíduos não hipertensos, incluindo aqueles com pré-
hipertensão, mudanças na dieta que potenciem uma diminuição
na PA possuem a capacidade de prevenir a hipertensão e de
forma mais ampla de reduzir o risco de complicações
clínicas relacionadas com a PA (Appel et al., 2006).
Estima-se que a redução de 3 mm Hg na pressão arterial
sistólica pode levar a uma diminuição de 8 % na mortalidade
por acidente vascular cerebral (AVC) e a um decréscimo em 5
% da mortalidade por doença cardíaca coronária. Nos casos
de hipertensão classificados de Grau I (PA sistólica de
140-159 mmHg ou pressão arterial diastólica de 90 a 99
3
mmHg), as mudanças na dieta podem servir como tratamento
inicial antes do início da terapêutica medicamentosa (Appel
et al., 2006).
Deste modo, parece-nos importante fazer referência a um
plano alimentar designado DASH cujas pesquisas mostram que
a hipertensão arterial pode ser prevenida e reduzida de
acordo com esta abordagem dietética que inclui um menor
consumo de sal e sódio.
Outros estudos também indicam que o potássio, magnésio e
fibra podem afetar a PA. Frutas e vegetais são ricos em
potássio, magnésio e fibras e pobres em sódio. Além disso,
nozes, sementes, legumes, carnes magras e aves são boas
fontes de magnésio (Beckerman, 2013).
3.1. Abordagem Dietética para parar a hipertensão
(DASH)Existem duas versões da dieta que atendem às
necessidades de cada individuo de acordo com fatores
ambientais, genéticos e a interação ente esses dois fatores
(indivíduos com mais de 51 anos ou mais, raça negra,
hipertensos, diabéticos ou doentes renais crónicos):
• Dieta DASH padrão: podem ser consumidos até 2.300
miligramas (mg) de sódio por dia.
• Dieta DASH limitada em sódio: podem ser consumidos até
1.500 mg de sódio por dia.
A dieta DASH padrão atende a recomendação das
Orientações Diatéticas para Americanos para manter a
ingestão diária de sódio a valores inferiores a 2.300 mg
4
por dia. A Associação Americana do Coração recomenda 1500
mg por dia como um limite superior para todos os adultos
(Mayo Clinic, 2013).
O plano alimentar DASH exige um certo número de doses
diárias de vários grupos de alimentos. Estes são dados na
tabela 2 que fornece o número de porções para 1.600, 2.000
e 2.600 calorias.
Tabela 2- Plano alimentar DASH. Tabela adaptada de Departamento de Saúde e
Serviços Humanos Americano, (2006).
GrupoAlimentar
Porções por dia Tamanho da Dose Significadode cadagrupo dealimentospara o DASH
1,600Cal
2,000Cal
2,600cal
Grãos 6 6-8 10-11 1 Fatia de pão 28,35g cereal seco; ½chávena de arrozcozido, massa, ou
cereais
Asprincipaisfontes deenergia efibra
Vegetais 3-4 4-5 5-6 1 Chávena de folhasvegetal; ½ chávena de
legumes crus oucozidos; ½ chávena de
sumo vegetal
Ricas fontesde potássio,magnésio e
fibra
Frutas 4 4-5 5-6 1 Peça de frutamédia;
1/4 de chávena frutossecos; ½ chávena de
fruta fresca,congelada ou
enlatada; ½ chávenade sumo de frutas
Importantesfontes depotássio,magnésio, e
fibras
Leitelivre degordura oubaixo teorde gordura
2-3 2-3 3 1 Chávena de leite ouiogurte; 42,17 g de
queijo
Asprincipaisfontes decálcio e deproteína
5
e produtoslácteosCarnesmagras,aves epeixes
3-6 6 oumenos
6 28,35 g de carnescozidas, aves, ou
peixe;1 ovo
Ricas fontesde proteínae magnésio
Nozes,sementes elegumes
3 porsemana
4-5porsemana
1 1/3 Chávena ou 42,17g de nozes; 2
colheres de sopa demanteiga de amendoim;2 colheres de sopa ou28,35 g de sementes;½ chávena de legumescozidos (feijõessecos e ervilhas)
Ricas fontesde energia,magnésio,proteínas e
fibras
Gorduras eóleos
2 2-3 3 1 Colher de chá demargarina mole;
1 Colher de chá óleovegetal; 1 colher desopa de maionese;
2 Colheres de sopa demolho salada
Calorias naforma degordura,
incluindo amatériagorda ou
adicionada aalimentos
Doces eaçúcaresadicionado
s
0 5 oumenosporsemana
≤ 2 1 Colher de sopa deaçúcar; 1 colher desopa de geleia ou
compota,½ Chávena de gelado,gelatina; 1 copo de
limonada
Doces devemser pobresem gordura
3.2. Aspeto preventivo da Nutrição no
desenvolvimento na Hipertensão As Recomendações da Sociedade Europeia de Hipertensão,
da Sociedade Europeia de Cardiologia e da Associação
Americana de Cardiologia, baseadas na evidência sobre a
eficácia de fatores relacionados com a dieta que baixam PA
(Appel et al., 2006).
6
De acordo com o estudo realizado por Appel et al., (2006),
foi-nos possível constatar o resumo da evidência sobre a
eficácia de fatores relacionados com a dieta que
efetivamente baixam a PA. Como pode ser observado na tabela
3, as modificações dietéticas que efetivamente diminuem a
pressão arterial são a perda de peso, a ingestão reduzida
de sal, o aumento da ingestão de potássio, a moderação do
consumo de álcool, e o consumo de um padrão alimentar
saudável em geral, chamado de dieta DASH.
Tabela 3- Efeitos dos fatores dietéticos e padrões alimentares na pressão
arterial: Um resumo da evidência. Tabela adaptada de Appel et al., (2006).
Efeito hipotético Evidência
Peso Direto ++Cloreto de sódio
(sal)Direto ++
Potássio Inverso ++Magnésio Inverso +/-Cálcio Inverso +/-Álcool Direto ++GorduraG. saturada Direto +/-G. polinsaturada
ómega-3Inverso ++
G. polinsaturadaómega-6
Inverso +/-
G. monosaturada Inverso +ProteínaP. total Duvidoso +P. vegetal Inverso +P. animal Duvidoso +/-Hidratos de carbono Direto +Fibra Inverso +Colesterol Direto +/-Padrões dietéticosDietas vegetarianas ++Padrões tipo DASH ++
7
+/- Indica evidência limitada ou duvidosa; +, evidência sugestiva,tipicamente de estudos observacionais e alguns ensaios clínicos; e ++,evidência persuasiva, tipicamente de ensaios clínicos.
As mudanças no estilo de vida recomendado que mostraram
ser capazes de reduzir a pressão arterial relacionados com
a dieta (tabela 3) são: (i) perda de peso, (ii) redução do
consumo de sal, (iii) padrões dietéticos do tipo DASH, (iv)
aumento da ingestão de potássio e (v) moderação do consumo
de álcool (Appel et al., 2006).
Tabela 4- Mudanças no estilo de vida recomendado relacionados com a dieta capazes de reduzir a pressão arterial. Tabela adaptada de Appel et al., (2006).
Mudanças no Estilo de Vida Recomendações
Perda de Peso Para as pessoas com excesso de peso
ou obesas, perder peso para atingir
idealmente o IMC <25 kg/m2; para as
pessoas sem excesso ponderal, para
manter o desejável IMC <25 kg/m2.Redução do consumo de sal Reduzir o consumo de sal (cloreto de
sódio) tanto quanto possível,
idealmente para 3,8 g/d (equivalente
a 1.5 g/d de sódio)Padrões dietéticos do tipo DASH Fazer uma alimentação rica em frutos
e vegetais (8-10 porções/d), rica em
produtos pobres em gordura (2-3
porções/d) e com pouca gordura
saturada e colesterolAumento da ingestão de potássio Aumentar o consumo de potássio para
4,7 g/d que é também o nível
proporcionado pelas dietas tipo DASHModeração do consumo de álcool Não consumir mais que 2 bebidas
alcoólicas/d (20-30 g etanol/homens)
8
e mais que 1 bebida alcoólica/d (10-
20 g etanol/mulheres)
I. Perda de Peso
A hipertensão está intimamente relacionada com o excesso
de peso, a redução de peso é seguida por um decréscimo da
pressão arterial. Verifica-se em estudos que a PAS e a PAD
apresentam reduções médias de 4,4 e 3,6 mmHg,
prospectivamente associadas a uma perda de peso na média de
5,1 kg. A redução de peso é recomendada em pacientes
hipertensos com excesso de peso e obesidade para controlo
dos fatores de risco, mas a estabilização de peso pode ser
um alvo razoável para muitos deles. A manutenção de um peso
corporal saudável (IMC de cerca de 25 kg/m2) e perímetro
abdominal (102 cm para homens e, 88 cm para mulheres) é
recomendada para indivíduos não-hipertensos para prevenir
HA e em pacientes hipertensos de forma a reduzir PA (Mancia
et al., 2013).
A perda de peso também pode melhorar a eficácia de
medicamentos anti-hipertensivos e perfil cardiovascular de
risco. A perda de peso deve empregar uma abordagem
multidisciplinar que inclui aconselhamento dietético e
exercício regular (Mancia et al., 2013).
II. Redução do consumo de sal
Segundo a OMS (2013), estudos mostram que existe uma
relação causal entre o consumo cronicamente elevada de sal
e o desenvolvimento da pressão elevada e hipertensão. Isto
9
deve-se à redução da capacidade de excreção sal por parte
dos rins e do impacto sobre os próprios vasos sanguíneos.
Esta relação ilustra a razão pela qual a ingestão de sal
afeta a prevalência de doença cardiovascular, pressão
arterial alta e hipertensão.
Na Europa, cerca de 70-75% de todo o sal consumido está
oculto em alimentos processados ou outros produtos da
indústria alimentar, que não estão sob o controlo do
consumidor. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças
americanos sugerem que, dos 25% de sal adicionado “ à
mesa”, 12% está contido naturalmente nos alimentos, 5% é
adicionado na confeção, e 6% é adicionado na refeição (na
verdade, na mesa) (OMS, 2013).
Reduzir a ingestão de sal para menos de 5g por pessoa
por dia está associada com reduções no risco a longo prazo
de eventos cardiovasculares e AVC. Numa análise
sistemática, verificou-se que uma diferença de 5g/dia de
consumo crónico sal está associada com uma diferença de 23%
na taxa de AVC e uma diferença de 17% na taxa de doenças
cardiovasculares em geral (OMS, 2013).
III. Padrões dietéticos do tipo DASH
Pacientes hipertensos devem comer legumes, produtos
lácteos com baixo teor de gordura, fibras alimentares
solúveis, grãos integrais, proteínas de fontes vegetais,
reduzir de gordura saturada e colesterol. O tipo de dieta
mediterrânica, especialmente, tem atraído interesse nos
últimos anos. Uma série de estudos têm relatado sobre o
10
efeito protetor cardiovascular da dieta mediterrânea
(Mancia et al., 2013).
Doentes com hipertensão devem ser aconselhados a comer
peixe pelo menos duas vezes por semana e 300-400 g / dia de
frutas e legumes. O ajuste da dieta deve ser acompanhado de
outras mudanças de estilo de vida. Em pacientes com
hipertensão, em comparação com as abordagens dietéticas da
DASH por si só, a combinação da dieta DASH com o exercício
e a perda de peso resultou em maiores reduções na PA e
hipertrofia do músculo cardíaco (Mancia et al., 2013).
IV. Aumento da ingestão de potássio
Alta ingestão de potássio está associada à redução da
pressão arterial. Os efeitos de potássio na PA dependem da
ingestão concorrente de sal e vice-versa. Especificamente,
um aumento da ingestão de potássio tem um maior efeito
redutor da pressão arterial no contexto de uma maior
ingestão de sal e menor redução da PA no contexto de uma
menor ingestão de sal. Por outro lado, a redução da PA a
partir de uma ingestão reduzida de sal é maior quando a
ingestão de potássio é baixo (Appel et al., 2006).
O nível de ingestão de potássio adequada definido pelo
Instituto de Medicina Americano está recomendado como 4,7 g
/ d (120 mmol / d) (Appel et al., 2006).
V. Moderação do consumo de álcool
O consumo de álcool está diretamente relacionado com a
pressão arterial elevada. Com o aumento do consumo, o mesmo
11
se verifica com a pressão arterial. É ainda mais
preocupante, o impacto prolongado que o consumo de álcool
tem sobre a pressão arterial em consumidores crónicos (OMS,
2013).
Reduções significativas no consumo de álcool estão
diretamente relacionadas com a redução da pressão arterial
média. Reduzir o consumo de álcool é vital para a prevenção
e tratamento da pressão arterial elevada (OMS, 2013).
3.2.1. Mudanças no estilo de vida que contribuem para a
redução da Hipertensão Arterial
Mudanças de estilos de vida adequados podem com
segurança e eficácia atrasar ou prevenir a hipertensão em
indivíduos não-hipertensos como também impedir ou adiar a
terapia médica. Em casos de hipertensão de grau I pode
ajudar na redução da PA em doentes já em tratamento médico,
permitindo a redução do número de doses e agentes anti-
hipertensivos (Mancia et al., 2013).
Dois fatores ambientais importantes que contribuem para
a redução da PA e têm um efeito importante sobre a
probabilidade de se desenvolver hipertensão arterial são o
tabaco e a atividade física.
Há uma forte associação entre tabagismo e doença
cardiovascular. O consumo crónico de tabaco provoca rigidez
arterial, que pode persistir por anos após a cessação do
tabagismo. Além disso, os consumidores de grandes
quantidades de tabaco aumentam a incidência de hipertensão
(Mancia et al., 2013).12
Quando combinado com o tabagismo, os pacientes
hipertensos de forma inquietante, são mais propensos a
sofrer uma redução da função do ventrículo esquerdo e,
assim, a experienciar de um evento cardíaco. Além disso, o
consumo de tabaco é muitas vezes emparelhado com o consumo
de álcool (uma relação que se torna mais forte com o
aumento de qualquer um dos hábitos), expondo assim o
consumidor a múltiplos fatores de risco para a hipertensão
arterial (Mancia et al., 2013).
Estudos epidemiológicos sugerem que a atividade física
aeróbica regular pode ser benéfico tanto para a prevenção e
tratamento da hipertensão e para reduzir o risco e
mortalidade devido a doenças cardiovasculares. Mesmo a
atividade física regular de menor intensidade e duração tem
mostrado estar associada a uma diminuição de 20% na
mortalidade (Mancia et al., 2013).
Os pacientes hipertensos devem ser aconselhados a
realizar pelo menos 30 minutos de intensidade moderada
exercício dinâmico aeróbio (caminhada, corrida, ciclismo ou
natação) em 5-7 dias por semana (Mancia et al., 2013).
4.Conclusão A pressão arterial elevada tem sérias implicações para a
saúde, pois é um importante fator de risco para eventos
cardiovasculares graves, incluindo doença isquémica do
coração e acidente vascular cerebral. Na Região Europeia
estas questões são particularmente relevantes como o
13
aumento da prevalência e incidência das doenças causadas
pela pressão arterial elevada são evidentes.
Um número substancial de estudos reconhecem que a
evidência apoia fortemente o conceito de que vários fatores
dietéticos afetam pressão arterial. Concluímos que as
modificações dietéticas que realmente diminuem PA são a
perda de peso, a ingestão reduzida de sal, o aumento da
ingestão de potássio, a moderação do consumo de álcool
(entre aqueles que bebem), e o consumo de um padrão
alimentar saudável em geral da dieta DASH.
Tendo em vista o aumento dos níveis de pressão arterial
em crianças e adultos e um aumento contínua de doenças
cardiovasculares relacionadas com a pressão arterial,
parece-nos necessário reduzir a PA em ambos os indivíduos
não hipertensos e hipertensos. Deste modo, acreditamos que
a mudança de comportamento por parte da sociedade em termos
de hábitos tabágicos e realização de atividade física
regular podem fazer transformações significativas na
melhoria do estado de saúde dos indivíduos.
14
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17
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