ETAPA 01 -A EVOLUÇÃO DO SISTEMA TRIBUTARIO BRASILEIRO AO LONGO DO SÉCULO

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ETAPA 01 - A EVOLUÇÃO DO SISTEMA TRIBUTARIO BRASILEIRO AO LONGO DO SÉCULO O Direito Tributário Brasileiro principiou a ganhar consistência sistêmica a partir da Emenda Constitucional nº 18/65. Anteriormente, apesar de já se ter desenvolvido, com razoável densidade, a técnica impositiva no concernente a alguns tributos, o certo é que faltava arcabouço capaz de harmonizar as diversas tendências, aspirações e necessidades dos diversos entes com competência para tributar. Os conflitos se sucediam, as formas tributárias eram utilizadas com imperfeições notórias, as garantias se diluíam em casuísmos surgidos da melancólica vocação da Federação brasileira em transformar os governantes em criadores de despesas úteis e inúteis a serem apenas após sua projeção cobertas pelas receitas fiscais. Nesta linha de raciocínio, os abusos e ilegalidades geravam choques contínuos, com soluções penosas, quando não se consagrava o arbítrio e a impunidade, pelas poucas forças dos contribuintes em enfrentar os Erários, levando suas divergências às barras dos tribunais. Os pagadores de tributos, sem fôlego ou recursos para as grandes discussões judiciais recolhiam o injusto, incentivando ainda mais o espocar de ilegalidades por parte dos governos, visto que poucos eram os que discutiam. Por outro lado, a própria lentidão da justiça dificultava aos poderes impositivos a cobrança judicial dos tributos legais em atraso ou sonegados, criando-se área de permanente e generalizada insatisfação. A tudo se acrescia o fato de que, à falta de

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ETAPA 01 - A EVOLUÇÃO DO SISTEMA TRIBUTARIO BRASILEIRO AO

LONGO DO SÉCULO

O Direito Tributário Brasileiro principiou a ganhar

consistência sistêmica a partir da Emenda Constitucional nº

18/65. Anteriormente, apesar de já se ter desenvolvido, com

razoável densidade, a técnica impositiva no concernente a

alguns tributos, o certo é que faltava arcabouço capaz de

harmonizar as diversas tendências, aspirações e

necessidades dos diversos entes com competência para

tributar. Os conflitos se sucediam, as formas tributárias

eram utilizadas com imperfeições notórias, as garantias se

diluíam em casuísmos surgidos da melancólica vocação da

Federação brasileira em transformar os governantes em

criadores de despesas úteis e inúteis a serem apenas após

sua projeção cobertas pelas receitas fiscais. Nesta linha

de raciocínio, os abusos e ilegalidades geravam choques

contínuos, com soluções penosas, quando não se consagrava o

arbítrio e a impunidade, pelas poucas forças dos

contribuintes em enfrentar os Erários, levando suas

divergências às barras dos tribunais. Os pagadores de

tributos, sem fôlego ou recursos para as grandes discussões

judiciais recolhiam o injusto, incentivando ainda mais o

espocar de ilegalidades por parte dos governos, visto que

poucos eram os que discutiam. Por outro lado, a própria

lentidão da justiça dificultava aos poderes impositivos a

cobrança judicial dos tributos legais em atraso ou

sonegados, criando-se área de permanente e generalizada

insatisfação. A tudo se acrescia o fato de que, à falta de

um sistema constitucional tributário, os problemas se

multiplicavam para contínuo desassossego entre fiscais e

contribuintes, abrindo-se campo fértil aos ajustes entre

eles, à margem do interesse nacional e de uma máquina

fiscalizadora ainda não modernizada. A Constituição de 1946

trazia alguns princípios constitucionais, porém veiculados

de forma esparsa e inconsistente, em nível de sistema. Uma

reforma da Carta Magna era, portanto, necessidade

imperiosa, imposta pelo crescimento nacional e pela

complexidade decorrencial que a Economia brasileira

ganhava. Os fundamentos básicos da referida reforma

surgiram a partir da percepção do fenômeno federativo, que

no Brasil, por outorgar competência impositiva aos

Municípios, criava tríplice ordem de atuação autônoma,

experiência inexistente no Direito Constitucional dos

demais países com idêntica forma de Estado. A Federação,

portanto, constitui-se no primeiro elemento escultor do

sistema. Objetivando regulá-la, assim como permitir que

suas virtualidades crescessem e fossem corretamente

aproveitadas, nasceu a Emenda Constitucional nº 18/65. Por

outro lado, a sistematização das espécies tributárias era

uma exigência, visto que no desarmônico complexo anterior,

taxas havia que invadiam as áreas pertinentes aos impostos,

assim como contribuições que se confundiam com impostos e

taxas, sobre não se definir com correção e adequação os

fatos geradores dos diversos tributos. A necessidade de um

corpo de princípios e normas gerais revelou-se de aguda

preocupação entre os aplicadores da legislação, razão pela

qual o Código Tributário passou a ser o elemento segundo

desse anseio por um sistema. Por fim, prevaleceu também o

desejo de orientar a própria conformação das finanças

públicas, a partir de um dos três orçamentos, que é o

fiscal, facilitando sua análise e aprovação legislativa,

pela da transparência do sistema.

A Emenda Constitucional nº 18/65 foi, portanto, a

semente do CTN, veiculado, à época, como lei rdinária, mas

recebendo, pouco depois, eficácia de lei complementar,

quando da promulgação da Constituição de 1967. O Sistema

Tributário decorreu, portanto, do crescimento do país, de

sua evolução econômica e dos anseios de fortalecimento da

Federação, em uma concepção centralizadora, autônoma, mas

não ao ponto de permitir o desequilíbrio impositivo, em

nível de carga global a ser suportada pelo contribuinte.

Estou convencido que o sistema fora proposto à luz de uma

visão que considerava a imposição norma de rejeição social,

posto que sobre ser rígido, de um lado, objetivou ofertar à

União –e aos demais entes tributantes- o poder de se

orientar em sua política tributária, sem abrir mão da

harmonia previamente estabelecida nos comandos

constitucionais. O CTN, portanto, passou a ser elemento de

particular relevância na veiculação do sistema introduzido.

DICAS DE ECONOMIA TRIBUTÁRIA - PESSOA FÍSICA

DEDUÇÕES PARA A FONTE PAGADORA

Para não sofrer retenção excessiva do imposto na fonte,

apresente à fonte pagadora os seguintes documentos e

informações, que constituem-se deduções da base de cálculo:

1. Declaração de dependentes, por escrito.

2. O INSS retido deduz da base de cálculo, tanto para o

autônomo quando para o assalariado.

3. Contribuição de previdência privada, para os

assalariados e dirigentes de empresa, desde que o valor

seja encargo da pessoa física, no limite de 12% da renda

tributável do contribuinte.

4. Pensão alimentícia judicial, quando a fonte pagadora

tiver a obrigação de reter.

DEDUÇÃO DE DESPESAS PROFISSIONAIS

Para os profissionais liberais é admissível a dedução, no

livro caixa, das despesas decorrentes de tais atividades.

Desta forma, o recolhimento do imposto mensal (carne-leão

ou mensalão) pode ser minimizado, pois a base de cálculo

compreenderá as receitas auferidas na atividade

profissional menos as despesas escrituradas em livro caixa

(como água, luz, telefone, aluguel de consultório, salários

e encargos pagos aos empregados, etc.)

DEDUÇÕES ANUAIS

Ao longo do ano, vá guardando os recibos (ou cópias dos

cheques nominais emitidos, que também são comprovantes

válidos) com despesas médicas, odontológicas e pagamentos

de seguro-saúde e planos médicos. Estes valores são

dedutíveis na apuração anual do imposto, desde que os

mesmos tenham sido ônus da pessoa física declarante.

ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS DE PEQUENO VALOR

A partir de 16.06.2005, fica isento do imposto de renda o

ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos

de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês

em que esta se realizar, seja igual ou inferior a:

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de

ações negociadas no mercado de balcão;

II - R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais

casos.

Base: Lei 9.250/1995, artigo 22, na redação dada pelo

artigo 35 da MP 252/2005 (período de 16.06.2005 a

13.10.2005) e artigo 38 da Lei 11.196/2005 (a partir de

14.10.2005).

SIMPLES NACIONAL – DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS

Consideram-se isentos do imposto de renda, na fonte e na

declaração de ajuste do beneficiário, os valores

efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da

microempresa ou empresa de pequeno optantes pelo Simples

Nacional, salvo os que corresponderem a pro labore,

aluguéis ou serviços prestados.

VENDA DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS

A PARTIR DE 14.10.2005

A partir de 14.10.2005, fica isento do imposto de renda o

ganho auferido por pessoa física residente no País na venda

de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de

180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do

contrato, aplique o produto da venda na aquisição de

imóveis residenciais localizados no País.

No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo referido

será contado a partir da data de celebração do contrato

relativo à 1a (primeira) operação.

A aplicação parcial do produto da venda implicará

tributação do ganho proporcionalmente ao valor da parcela

não aplicada.

No caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção

aplicar-se-á ao ganho de capital correspondente apenas à

parcela empregada na aquisição de imóveis residenciais.

O contribuinte somente poderá usufruir do benefício de que

trata este artigo 1 (uma) vez a cada 5 (cinco) anos.

Base: artigo 39 da Lei 11.196/2005.

DICAS DE ECONOMIA TRIBUTARIA

Verificar se as dicas se aplicam ou não a sua empresa

é de extrema importância, pois podem haver restrições

quanto a aplicabilidade, de acordo com a forma de

tributação escolhida (Lucro Real, Presumido, Simples) e

outras características específicas que restrinjam o uso do

planejamento.

LOJA VIRTUAL – DISTRIBUIÇÃO VIA ESTADO COM MENOR ICMS 

Ao lançar uma loja virtual, é importante verificar se

não há possibilidade de operar a distribuição de seus

produtos através de operação em estado com menor alíquota

do ICMS para o consumidor final. Caso seu produto tenha

substituição tributária, verifique as normas do estado para

viabilizar a não cobrança do imposto, ou o ressarcimento da

diferença do ICMS pago anteriormente sobre a base de

cálculo maior. São planejamentos deste tipo que viabilizam

um preço mais competitivo.

Atenção: com a publicação do Protocolo ICMS 21/2011, as

vendas não presenciais para os Estados que aderiram ao

Protocolo são duplamente oneradas, pois deverá ser

recolhido, a favor da unidade federada de destino da

mercadoria ou bem, a parcela do ICMS – devida na operação

interestadual em que o consumidor final adquire mercadoria

ou bem de forma não presencial por meio de internet,

telemarketing ou showroom.

BENS DE CONSUMO EVENTUAL: ECONOMIA DE IRPJ E CSLL - LUCRO

REAL 

A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor

não exceda a 5% do custo total dos produtos vendidos no

exercício social anterior, poderá ser registrada

diretamente como custo (parágrafo único do artigo 290 do

Regulamento do Imposto de Renda). Como regra geral, toda a

matéria-prima em estoque, no final do período, deveria ser

inventariada e mantida em conta do Ativo. Porém, com

relação aos materiais de consumo esporádico cujo valor não

tenha sido superior a 5% do custo total dos produtos

vendidos no exercício social anterior, as eventuais sobras

não necessitam ser inventariadas, podendo ser levadas

integralmente para custos. Desta forma, economiza-se IRPJ e

CSLL devidos sobre o Lucro Real.

DESCONTOS FINANCEIROS X COMERCIAIS: ECONOMIA PARA

FORNECEDOR E CLIENTE

O desconto financeiro, condicionando a sua existência

a evento definido (pagamento no prazo, fidelidade, etc.) é

uma prática muito cara, em termos tributários. Recomendamos

as empresas que o praticam, a reverem seus procedimentos,

adotando, em princípio, sua substituição pelo desconto

comercial.

Desta forma, por exemplo, se desejar premiar os

clientes que pagam pontualmente, bastaria conceder desconto

relativo ao evento no próximo pedido de compra, como

desconto comercial. A economia de tributos, para uma

empresa comercial, optante pelo Lucro Presumido, pode

chegar até 24,73% do valor do desconto concedido. O cálculo

é o seguinte:

até 18% a título de ICMS

3% a título de COFINS  (alíquota do lucro presumido)

0,65% a título de PIS (alíquota do lucro presumido)

até 2% a título de IRPJ/Lucro Presumido (8% x até 25% de

alíquota do IRPJ) e

até 1,08% a título de CSLL/Lucro Presumido (12% x alíquota

de 9% da CSLL)

Interessante observar que, para o cliente, o desconto

comercial também pode ser menos oneroso, já que, quando for

tributado pelo Lucro Presumido, o custo tributário pode

chegar a 37,65 % do desconto financeiro obtido (IRPJ até

25%, CSLL até 9%, PIS e COFINS 3,65%). Como desconto

comercial, este custo não existe.

REDUZINDO O IRPJ A PAGAR COM COMPENSAÇÕES NA FONTE

Podem ser compensados, mediante dedução do IRPJ devido

pelas empresas, os valores retidos na fonte, como: a)

remuneração de serviços profissionais, comissões,

propaganda e publicidade, limpeza, conservação de imóveis,

segurança, vigilância e locação de mão de obra; b)

rendimentos de aplicações financeiras; c) importâncias

recebidas de entidades de administração pública federal,

pelo fornecimento de bens e serviços; d) juros do capital

próprio pago ou creditado por empresa da qual tenha

participação societária. Base: Regulamento do Imposto de

Renda (artigos 229 e 231).

ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR - DEDUÇÃO DO EXCESSO DE

GASTOS

Os valores aplicados pelas empresas optantes pelo

Lucro Real no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)

que excederem ao limite legal de dedução, poderão ser

deduzidos em até 2 (dois) exercícios subsequentes. Basta

controlar estes valores na Parte "B" do Livro de Apuração

do Lucro Real e deduzi-los de acordo com sua efetiva

utilização. Base: artigo 582 do Regulamento do Imposto de

Renda.

GASTOS COM VEÍCULOS - NÃO TRIBUTAÇÃO (INSS E FGTS)

O valor pago pelas empresas para ressarcimento dos

gastos dos empregados que utilizam seus veículos a serviço

da empresa não sofrerá incidência de INSS ou FGTS, desde

que devidamente comprovada a despesa (notas fiscais). Base:

artigo 214, parágrafo 9, item XVIII do Regulamento da

Previdência Social.

GANHO DE CAPITAL E TRIBUTAÇÃO

O ganho de capital apurado na venda de bens do

imobilizado deverá ser apurado por qualquer empresa,

independentemente de ser optante pelo SIMPLES, Lucro

Presumido ou Real, para fins de tributação do Imposto de

Renda.

O ganho de capital é a diferença positiva entre o

valor de venda e o custo contábil. No caso das empresas

optantes pelo SIMPLES, o custo contábil é o valor corrigido

do bem até 31.12.1995 (utilizando-se a UFIR de 0,8287). Nas

aquisições de 1996 em diante, não há mais correção do

custo. Assim, a venda de um bem adquirido em 30.12.1994,

por exemplo, terá uma correção de 25,219%, reduzindo assim

o eventual ganho de capital e o respectivo pagamento do

Imposto de Renda. Em relação as demais empresas, a

determinação do ganho ou perda de capital terá por base o

valor contábil do bem, assim entendido o que estiver

registrado na escrituração e diminuído, se for o caso, da

depreciação, amortização ou exaustão acumulada (artigo 418

do Regulamento do IR).

O contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de

capital obtido na desapropriação de bens, desde que:

I – transfira o ganho de capital para reserva especial de

lucros;

II – aplique, no prazo máximo de dois anos do recebimento

da indenização, na aquisição de outros bens do ativo

permanente, importância igual ao ganho de capital;

III – discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto da

aplicação de que trata o inciso anterior, em condições que

permitam a determinação do valor realizado em cada período

de apuração (artigo 422 do Regulamento do Imposto de

Renda).

Está isento do imposto o ganho obtido nas operações de

transferência de imóveis desapropriados para fins de

reforma agrária (Constituição Federal, artigo 184, § 5º).

IPI - APROVEITAMENTO DE TODOS OS CRÉDITOS 

Os estabelecimentos industriais e os que lhes são

equiparados poderão creditar-se do IPI em diversas

hipóteses previstas no Regulamento do respectivo imposto,

dentre as quais é destaque:

1. IPI pago na aquisição de materiais, inclusive os

consumidos, destinados ao processo de

industrialização, inclusive de produto isento ou

tributado à alíquota zero (artigo 11 da Lei

9.779/1999). Nota: não confundir o crédito do IPI na aquisição de

insumos (quando destacado o respectivo imposto) com os créditos de

insumos com alíquota zero ou naquelas não tributadas (ou seja, quando

não há destaque do imposto na nota fiscal). Os primeiros são créditos

admissíveis, por Lei, enquanto os últimos não se constituem créditos -

conforme julgado do STF.

2. do imposto pago no desembaraço aduaneiro;

3. do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar

produtos estrangeiros, diretamente da repartição

que o liberou;

4. sobre produtos adquiridos com imunidade, isenção ou

suspensão, quando descumprida a condição, em

operação que dê direito ao crédito;

5. destacado nas notas fiscais relativas a entregas ou

transferências simbólicas do produto, permitidas pelo

Regulamento do IPI;

6. de 50% do valor dos materiais adquiridos de

comerciante atacadista não contribuinte, mediante

aplicação da alíquota correspondente, para os

estabelecimentos industriais.

CUSTO UNITÁRIO DE AQUISIÇÃO  DO IMOBILIZADO

O Regulamento do Imposto de Renda (artigo 301) permite

que se deduza como despesa operacional, o custo unitário de

bem imobilizado no valor de até R$ 326,61 – desde que para

sua utilização não se exija um conjunto desses bens. 

Assim, ao invés de imobilizar o bem (débito a Ativo

Imobilizado), efetua-se o lançamento a uma conta de

resultado, reduzindo o montante tributável, no caso de

empresa tributada pelo Lucro Real, com redução do Imposto

de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro.

DEPRECIAÇÃO ACELERADA CONTÁBIL - EM FUNÇÃO DOS TURNOS

Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em

função do número de horas diárias de operação, os seguintes

coeficientes de depreciação acelerada (Lei 3.470/1958,

artigo 69): 

I – um turno de oito

horas................................ 1,0

II – dois turnos de oito

horas........................... 1,5

III – três turnos de oito

horas........................... 2,0 

Portanto, a utilização da aceleração da depreciação

contábil, quando há mais de um turno diário de operação,

poderá permitir uma contabilização maior de encargos

dedutíveis na apuração do resultado tributável. 

DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA (DIPJ) 

Por ocasião da entrega da DIPJ, observe os seguintes

procedimentos: 

1. Não deixe atrasar a entrega, pois isto gera multa.

2. Verifique se todo o Imposto de Renda Retido na Fonte

(aplicações financeiras, serviços, etc.) foi

compensado. Caso tenha esquecido de compensar, efetue

a compensação e utilize o valor pago a maior para

abater o IRPJ no próximo recolhimento deste imposto. O

mesmo procedimento é válido para CSLL, PIS e COFINS

retidos por órgãos públicos ou outras retenções

previstas pelo artigo 30 da Lei 10.833/2003. Caso haja

crédito a utilizar, não esquecer de elaborar a

PER/DCOMP e, se for o caso, retificar DCTF/ DACON.

3. Cheque se todas as aplicações em benefícios fiscais no

Lucro Real foram procedidas, como exemplo: Programa de

Alimentação do Trabalhador – PAT.

4. Antes de entregar a declaração, faça a confrontação

entre os cálculos de tributos a recolher, gerados pelo

programa, e os DARF efetivamente recolhidos. Verifique

especialmente as exclusões/deduções permitidas, que

podem gerar valores recolhidos a maior e compensáveis

(corrigidos pela SELIC) com recolhimentos futuros de

tributos federais arrecadados pela SRF.

5. Cruze os valores informados na DCTF, com os informados

no Imposto de Renda (PIS, COFINS, IRPJ, CSL), com o

objetivo de identificar possíveis divergências.

ETAPA 2

TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS

SIMPLES NACIONAL O Simples nacional é um regime

compartilhado de arrecadação,

cobrança e fiscalização de tributos

aplicável às microempresas e

empresas de pequeno porte, previsto

na Lei Complementar nº 123 de 2006.

Esse regime traz duas

grandes vantagens desejadas

por empresários: as

alíquotas tendem a ser

menores e a administração da

agenda tributária é mais

simples.

SIMPLES NACIONAL

Ideal para micro e pequenos

empreendedores, o imposto é

apurado com base na receita

bruta. A alíquota de imposto

varia em função do segmento

e o valor médio do

recolhimento varia entre 4%

e 17,42%. Além disso, o

pagamento é único,

englobando a maior parte dos

impostos (estão englobados

os impostos: IRPJ, CSLL,

Pis/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e

Contribuição para a Seguridade

Social). Para se enquadrar no

Simples nacional é preciso

preencher requisitos como

atividade da empresa,

faturamento anual, quadro de

sócios, entre outros. Vale

conhecer na íntegra a Lei do

Simples Nacional.

Mas cuidado! Nem tudo são

flores. Se a sua empresa

tiver poucos ou nenhum

funcionário, é recomendado

comparar o regime do Simples

com o Lucro Presumido.

O perfil das empresas

optantes pelo regime de

tributação Simples Nacional

é:

Margens de lucro médias

ou altas.

Custos operacionais

baixos.

Folha salarial média ou

grande.

Mercadorias não

contempladas por

benefícios do ICMS na

modalidade geral.

Mercadorias não

submetidas ao regime de

substituição tributária.

Ter como cliente o

consumidor final.

LUCRO PRESUMIDO O lucro presumido é uma forma de

tributação simplificada para

determinação da base de cálculo do

LUCRO PRESUMIDO

imposto de renda e da CSLL das

pessoas jurídicas que não estiverem

obrigadas à apuração do lucro real.

Esse regime pode ser

vantajoso para empresas cujo

lucro seja superior a 32% do

faturamento bruto. Isso

porque, para maior parte das

empresas a base de cálculo

dos impostos é 32% sobre o

faturamento bruto (essa é a

base presumida). Depois de

obtido o valor do lucro

presumido são calculados os

impostos e contribuições

federais (IRPJ, CSLL, impostos

estaduais e municipais, como ICMS e

ISS).

O perfil das empresas

optantes pelo lucro

presumido é:

Folha salarial baixa.

Margens de lucro

reduzidas.

Custos operacionais

baixos (prédio próprio,

compras sem frete, etc.).

Mercadorias

contempladas por benefícios

do ICMS na modalidade geral.

Mercadorias submetidas

ao regime da substituição

tributária.

Independente do cliente

comprador.

LUCRO REAL

LUCRO REAL

De acordo com o artigo 247 doRIR/1999, lucro real é o lucro líquidodo período de apuração ajustadopelas adições, exclusões oucompensações prescritas ouautorizadas pela legislação fiscal.

A determinação do lucro realserá precedida da apuraçãodo lucro líquido de cadaperíodo de apuração comobservância das leiscomerciais. O lucro real érecomendado para empresascom lucro inferior a 32% dareceita bruta, é calculadono resultado da receita,menos as despesasdedutíveis. Dessa forma éobtido o lucro real onde sãocalculados os impostos econtribuições federais (IRPJ,CSLL, impostos estaduais e

municipais, como ICMS e ISS). Esseregime é normalmente adotadopor empresas de maior porte,pois carregam grandesdespesas ou são obrigadas aadotar esse regime por forçade Lei.

Para optar por essamodalidade é importante teruma rigorosa escrituraçãocontábil, pois somente asdespesas comprovadas poderãoser consideradas para finsde dedução ou compensação.

O perfil das empresasoptantes pelo regime detributação Lucro Real é:

Folha salarial baixa. Margens de lucro baixa.

Custos operacionaisaltos (aluguéis, fretes,energia elétrica e etc.).

Mercadoriascontempladas porbenefícios do ICMS namodalidade geral.

Mercadorias submetidasao regime da substituiçãotributária.

Independente do clientecomprador.

A cobrança de tributos é realizada desde os primórdios

da história, no Brasil em suma aconteceu da seguinte forma:

Durante o período denominado pré-colonial, que vai de

1500 a 1530, a preocupação de Portugal era manter a posse

das terras conquistadas, a primeira atividade econômica

realizada no Brasil foi a extração do pau-brasil, sendo que

para a exportaçãodo mesmo o Rei o fazia por meio de

terceiros, a parir disto passou-se a cobrar o primeiro

imposto pago no Brasil que foi o Quinto, tendo base na

legislação portuguesa. O período que se seguiu, de 1530 a

1580, foram criados novos tributos tais como: o pagamento

pela concessão para exploração e comércio do pau-brasil,

especiarias e drogas; direitos das alfândegas reais;

quintos dos metais e das pedras preciosas; dízima dos

pescados e das colheitas de todos os produtos da terra,

colhidos ou fabricados. Em 1548 constatou-se que a

arrecadação não se dava como era esperado, então se criou a

figura do Provedor-Mor, que se iniciou a estrutura de

administração tributária. Em 1640 com a crise financeira

Portugal dependia do Brasil para se sustentar, assim a

tributação do comércio de escravos passou a ser da seguinte

forma: pela entrada do escravo na colônia, pela mudança de

atividade e taxa adicional. Em 1808 os portugueses se

refugiaram a colônia, foi preciso criar novos impostos para

sustentar a elite lusitana, tais como: décima urbana,

décima de herança e legados, sisa dos bens e meia-sisa dos

escravos; impostos sobre o consumo de gado e água ardente.

O Banco do Brasil foi criado em 1812, a partir dos custos

dos impostos. No período das regências houve revoluções

marcantes, como exemplo, a Farroupilha, esta se motivou

pelos altos impostos que eram cobrados sobre charque e

couro. Ainda neste período ocorreu a primeira reforma

tributária. Em 1844 através da tarifa Alves Branco ampliou-

se as alíquotas dos produtos importados. Nos anos que se

sucederam houve grandes mudanças na economia, tais como o

crescimento da indústria, o início damigração estrangeira e

o crescimento da economia cafeeira.

O início da República no Brasil foi marcado pela hegemonia

da oligarquia cafeeira do oeste paulista. Neste período

cada Estado da federação estabelecia sua própria política

fiscal. Em 1922 foi criado o imposto de Renda, sua cobrança

foi iniciada a partir de 1924. Nos anos de 1930 a 1945

houve um período denominado a Era Vargas, onde ocorreu

forte centralização de poder tendo o governo federal como

foco a eliminação dos regionalistas. Foram criadas regras

tributárias com o objetivo de facilitar a importação de

máquinas e dificultar a importação de mercadorias. Boa

parte da legislação trabalhista, referente aos

trabalhadores urbanos, foi criada neste período.

Durante a república populista (1945—1964) seguiu-se o

modelo da Era Vargas, dando continuidade ao processo

tributário iniciado, tendo a inauguração da política de

isenções fiscais, a criação da SUDAM e SUDENE e concessão

de benefícios fiscais as montadoras de automóveis para se

instalarem no país. O Regime Militar (1964-1985) ofereceu

incentivos fiscais a grandes grupos econômicos. A reforma

tributária realizada durante este período vigorou até a

promulgação da Constituição, em 1988.

ETAPA 3

Toda empresa enquadrada no Simples Nacional deve cumprir

diversas obrigações legais que geralmente são executadas

por seu contador periodicamente.

Veja a tabela abaixo e saiba quando precisam ser feitas as

obrigações legais, o que acontece se elas não forem

cumpridas e descubra como gerenciar a saúde contábil de sua

empresa:

Qual a

periodicid

ade?

Qual a

Obrigação?

E se não for

cumprida?

Como posso

garantir

que está

feita?

Mensal Apurar e

gerar o DAS

do Simples

Nacional,

caso a

empresa

fature no

mês

- Fica

inadimplente

- Paga juros e

multa no recálculo

- Pode ser

excluído do

Simples Nacional

- Cobrando de

seu contador

o envio da

guia do DAS

- Solicitando

o extrato do

Simples

Envio da

GFIP

- Não conseguirá

retirar as

certidões nem

- Solicitar

ao contador a

GFIP enviada.

gerar as guias de

pagamento do INSS

e do FGTS

- Quando

fiscalizado,

poderá ser autuado

Gerar a

folha de

pagamento e

calcular os

encargos de

funcionários

e do pró-

labore

- Pagamentos

equivocados,

causando danos ao

empregado e/ou à

empresa

- Possibilidade de

processo por parte

do empregado, caso

o pagamento tenha

sido incorreto.

- Solicitar

ao contador o

envio do

resumo de

cálculo da

folha de

pagamento.

Enviar

declarações

à Secretaria

da Fazenda

(municipal

para

serviços,

estadual

para

produtos)

- Paga multa por

atraso no envio da

declaração

- Fica

inadimplente na

Secretaria da

Fazenda

- Fica

impossibilitada de

retirar as

respectivas

Solicitar ao

contador o

recibo de

entrega da

declaração

certidões

negativas

Anual,

normalment

e no mês

de março

Entrega do

balanço

patrimonial

e o DRE

Não poderá

participar da

maioria das

licitações

Quando

fiscalizado,

poderá ser autuado

Solicitar ao

contador

Anual,

normalment

e em Abril

Elaboração e

envio da

DASN

- Fica

inadimplente

- Paga juros e

multa no recálculo

- Pode ser

excluído do

Simples Nacional

Solicitar ao

contador o

recibo do

envio da

declaração

Anual Envio da

RAIS

- Paga multa

- Impede o

funcionário de

receber Abono

Salarial

Solicitar ao

contador o

recibo do

envio da

declaração

Na

admissão

ou

demissão

de

Envio CAGED - Paga multa por

funcionário não-

informado

- Quando

fiscalizado,

funcionári

os

poderá ser autuado

Ativo Circulante

R$  560.000,00

Passivo Circulante

R$  280.000,00

Ativo Não Circulante

R$  230.000,00

Passivo Não Circulante

R$  320.000,00

Patrimônio Liquido

R$  190.000,00

Total Ativo

R$  790.000,00

Total Passivo + PL

R$  790.000,00

O Faturamento Bruto do ano 2011 foi de R$ 450.000,00 e os

custos e despesas equivaleram a 60% do faturamento, sendo

10% despesas gerais e 15% despesas com salários e o

restante (35%) referente ao CMV.

O Faturamento Projetado para 2012 será de R$ 1.200.000,00

A empresa terá que fazer empréstimos bancários em 2012 no

montante de R$ 1.000.000,00 para aumento de sua estrutura.

Devido o aumento de faturamento a empresa terá um aumento

no quadro de funcionário e os valores gastos com salários

em 2012 serão de R$ 250.000,00

O CMV para 2012 está previsto em R$ 400.000,00

E as despesas gerais em 10% do faturamento Bruto

Lembrando que nossa empresa é comercial.

Para os cálculos utilize alíquotas reais e vigentes.

Considerar que todo oestoque comprado foi vendido no mesmo

período.

Informações Importantes:

Para efeito de utilizar base de cálculo para 2011, é sabido

que a empresa iniciou suas atividades em janeiro de 2011.

Faturamento detalhado: (utilizar esta informação para

encontrar alíquotas)

F Faturamento 2011

Faturamento 2012

Mês

Valor R$

Mês

Valor R$

janeiro-11

R$    25.000,00

janeiro-12

R$        67.000,00

fevereiro-11

R$    32.000,00

fevereiro-12

R$        85.000,00

março-11

R$    41.000,00

março-12

R$      110.000,00

abril-11

R$    44.000,00

abril-12

R$      120.000,00

maio-11

R$    36.000,00

maio-12

R$        10.000,00

junho-11

R$    52.000,00

junho-12

R$      140.000,00

julho-11

R$    45.000,00

julho-12

R$      120.000,00

agosto-11

R$    28.000,00

agosto-12

R$        85.000,00

setembro-11

R$    35.000,00

setembro-12

R$      101.000,00

outubro-11

R$    32.000,00

outubro-12

R$      105.000,00

novembro-11

R$    44.000,00

novembro-12

R$      120.000,00

dezembro-11

R$    36.000,00

dezembro-12

R$      137.000,00

Total 2011

R$  450.000,00

Total 2012

R$   1.200.000,00

2 Elaborar os cálculos de valores dos tributos que foram

recolhidos no ano de 2011, e calcular os tributos a serem

recolhidos no ano de 2012, supondo que a empresa é optante

do Simples Nacional.

Supondo que a empresa é optante pelo Simples Nacional no

ano de 2012.

Ano 2012

Mês

Receita (R$)

Imposto Simples Nacional (R$)

Soma Parcial(R$)

Jan

67000,00

2680,00

67000,00

Fev

85000,00

3400,00

152000,00

Mar

110000,00

6017,00

262000,00

Abr

120000,00

8208,00

382000,00

Mai

10000,00

684,00

392000,00

Jun

140000,00

9576,00

532000,00

Jul

120000,00

9048,00

652000,00

Ago

85000,00

6460,00

737000,00

Set

101000,00

7676,00

838000,00

Out

105000,00

8694,00

943000,00

Nov

120000,00

9936,00

1063000,00

Dez

137000,00

11453,20

1200000,00

Total

1200000,00

83832,20

 

Faturamento até 180 mil, aliquota de 4%

de 180 mil até 360 mil, aliquota de 5,47%

de 360 mil a 540 mil, aliquota de 6,84%

de 540 mil a 720 mil, aliquota de 7,54%

de 720 mil a 900 mil, aliquota de 7,60%

de 900 mil até 1080 mil, aliquota de 8,28%

de 1080 mil até 1260 mil, aliquota de 8,36%

Total de Imposto do ano de 2012: R$83.832,20