CÂMARA. DOS DE~PUTADOS

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·ANO xxx - 026 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO J SÁBADO, 12 DE ABRIL DE 1975 CÂMARA. DOS SUMÁRIO 1- 24." SESSAO DA 1." SESSÃO LEGISLATIVA DA s.a LEGISLATURA, EM: 11 DE ABRIL DE I- Abertura da Sessão II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior IH - Leitura do Expediente PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Decreto Legralatívo n.? 2-A, de 1975 (Da Comissão de Relações Exteriores) - Mensagem n. o 26/75 -- Aprova o texto da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, concluída em Washmgton a 3 de março de 19'73 e assinada pelo BrasIl na mesma data; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, [urídícídade e boa técnica legislativa; e, da Comissão de Agríeultura e Política Rural, pela aprovacáo. Projeto de Lei n.? 3.169-B, de 1965 (Do Sr. RUI Amaral) - Disciplina a outorga de pensão aos beneficiários dos segurados da previdência socíal, tendo pareceres: da Comissão de Cons- tituição e Justiça, pela constitucionalldade e juridicldade, com três emendas; favorável, com emenda, da Comissão de LegIS- lacão Social; e, da Comissâo de Finanças, favorável, com adoção das emendas das oomíesões de Constituição e Justiça e de Legis- lação Social. Pareceres às Emendas de - Plenário: da Ccmissâo de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridici- dade ; da Oormssào de Serviço Público, emrtído em audiência, pela rejeição; da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela rcjeicão, contra os votos dos 81'S. Argilano Dano, Carlos corta e Francisco Amaral; e, da Comissão de Finanças, pela rejeição. Projeto de Lei n.v 1.493-B, de 1968 mo Sr. Oswaldo Lima Filho) - Faculta aQS funcionários públicos da União e aos servidores das autarquias federais, eleitos prefeitos e vereadores, a opção pelos vencimentos de seus cargos efetivos, e outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade. contra. os votos dos Srs. Luiz Braz, João Linhares e José Bonifácio; e, da Cormssâo de Serviço Público, pela aprovação, com substitutivo e voto em separado do Sr. Hugo Aguiar. Parecer da Comissão de Constituição e Justlca, emitido em audiência. pela constitucionalidade, jurrdícídade e boa técnica legislativa do Substitutivo da Comissão de Servico Público. ' PROJETOS APRESEN'rADOS Projeto de Lei n.? 156. de 1975 (Do Sr. José de Assis) - Iritroduz alterações na Lei n v 4.215, de 27 de abril de 1963, que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. Projeto de Lei D.O 157, de 19'75 (Do Sr. Jorge Paulo) - nova redação ao artigo '72 da Lei n.O 5.682, de 21 de julho de 1971 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos. Projet.o de Lei n.v 158, de 19'75 (Do Sr. Ruy Côdo) - Institui' a Semana Nacional de Anchieta e outras providências. Projeto de Lei nO 159, de 1975 (Do Sr. Aldo Fagundes) Cria o Conselho Comunitário de Brasília - COBRAS - e outras providências. Projeto de Lei n.? 164, de 1975 (Do Sr. Siqueira Campos) - Revigora e altera dispositivos da Lei n.O 5.108, de 21 de setem- bro de 1966 (Código Nacional de Trânsito" revogados e modifi- cados pelo Decreto-lei n.? 584, de 16 de maio de 1969. Projeto de Lei n.? 165, de 19'75 (Do Sr. Florim Coutinho) Dispõe sobre condições etárias para o trabalho em todas as categorias de atividade Projeto de Lei n.o 166, de 1975 (Do Sr. Edgar Martins) Obriga as empresas de ônibus, concessionárias de linhas com percurso igualou superior a 100 km, manter em seus veículos serviço de radiofonia para contato direto com sua sede ou paradas de apoio. IV - Pequeno Expediente JUTAHY MAGALHAES - Temas nacionais. FREDERlCO BRANDAO - Implantação de aeroporto metro- politano em Cumbíca, São Paulo. OSWALDO ZANELLO - Argumentação do Jornalista Rafael Cifuentes sobre as inconveniências da implantação do divórcio no Brasil. NEREU GHIDI - Eletrificacão rural. RUY CôDO - Administração Miguel Colassuormo, São Paulo. WALTER DE CASTRO - Suspensão das aulas das- discipli- nas básicas do curso de Engenharia da Universidade Estadual de Campo Grande, Mato Grosso. PINHElRO MACHADO - Interiorização do ensino superior. Campus avançado em Floriano, Piauí. MAGNUS GUlMARAES - Custo dos livros didáticos e das anuidades escolares. Distorções no setor educacional brasileiro. RUY BACELAR - Asfaltamento da BR-llO, trecho Ribeira do Pombal-Paulo Afonso, Bahia. PEDRO LAURO - Artigo de jornal: "O Paraná precisa ser sede da RFF." NOSSER ALME[DA - Aposentadoria dos "SOldados da bor- racha". RUY LINO - Reclassificacão dos funcionários federais do Acre. > ABEL ÁVILA - Elementos de convicção que informam a conveniência de novo terminal acroviárto entre .Tomville e Blumenau, Santa Catarina. ELOY LENZI - Aumentos de anuidades escolares nas universidades. ODACIR KLEIN - Ponte sobre o rio São Gonçalo, Rio Grande do Sul. AMAURY MüLLER - Criminalidade no Rio Grande do Sul. FRANCISCO LIBARDONl - Alta do custo de vida. Repor- tagem do jornal Folha d'Oeste, de Chapecó. Sant,a Catarina: "500 Alunos não têm onde sentar em São Lourenço do Oeste."

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·ANO xxx - 026 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO J

SÁBADO, 12 DE ABRIL DE 1975

CÂMARA. DOS DE~PUTADOSSUMÁRIO

1 - 24." SESSAO DA 1." SESSÃO LEGISLATIVA DA s.aLEGISLATURA, EM: 11 DE ABRIL DE 1~75

I - Abertura da Sessão

II - Leitura e assinatura da ata da sessão anteriorIH - Leitura do Expediente

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Decreto Legralatívo n.? 2-A, de 1975 (Da Comissãode Relações Exteriores) - Mensagem n. o 26/75 -- Aprova otexto da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espéciesda Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, concluídaem Washmgton a 3 de março de 19'73 e assinada pelo BrasIl namesma data; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade, [urídícídade e boa técnicalegislativa; e, da Comissão de Agríeultura e Política Rural, pelaaprovacáo.

Projeto de Lei n.? 3.169-B, de 1965 (Do Sr. RUI Amaral) ­Disciplina a outorga de pensão aos beneficiários dos seguradosda previdência socíal , tendo pareceres: da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalldade e juridicldade, comtrês emendas; favorável, com emenda, da Comissão de LegIS­lacão Social; e, da Comissâo de Finanças, favorável, com adoçãodas emendas das oomíesões de Constituição e Justiça e de Legis­lação Social. Pareceres às Emendas de -Plenário: da Ccmissâode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridici­dade ; da Oormssào de Serviço Público, emrtído em audiência,pela rejeição; da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pelarcjeicão, contra os votos dos 81'S. Argilano Dano, Carlos cortae Francisco Amaral; e, da Comissão de Finanças, pela rejeição.

Projeto de Lei n.v 1.493-B, de 1968 mo Sr. Oswaldo LimaFilho) - Faculta aQS funcionários públicos da União e aosservidores das autarquias federais, eleitos prefeitos e vereadores,a opção pelos vencimentos de seus cargos efetivos, e dá outrasprovidências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade. contra. os votos dos Srs. LuizBraz, João Linhares e José Bonifácio; e, da Cormssâo de ServiçoPúblico, pela aprovação, com substitutivo e voto em separado doSr. Hugo Aguiar. Parecer da Comissão de Constituição e Justlca,emitido em audiência. pela constitucionalidade, jurrdícídade eboa técnica legislativa do Substitutivo da Comissão de ServicoPúblico. '

PROJETOS APRESEN'rADOS

Projeto de Lei n.? 156. de 1975 (Do Sr. José de Assis) ­Iritroduz alterações na Lei n v 4.215, de 27 de abril de 1963,que dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.

Projeto de Lei D.O 157, de 19'75 (Do Sr. Jorge Paulo) - Dánova redação ao artigo '72 da Lei n.O 5.682, de 21 de julho de1971 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos.

Projet.o de Lei n.v 158, de 19'75 (Do Sr. Ruy Côdo) - Institui'a Semana Nacional de Anchieta e dá outras providências.

Projeto de Lei nO 159, de 1975 (Do Sr. Aldo Fagundes)Cria o Conselho Comunitário de Brasília - COBRAS - e dáoutras providências.

Projeto de Lei n.? 164, de 1975 (Do Sr. Siqueira Campos) ­Revigora e altera dispositivos da Lei n.O 5.108, de 21 de setem­bro de 1966 (Código Nacional de Trânsito" revogados e modifi­cados pelo Decreto-lei n.? 584, de 16 de maio de 1969.

Projeto de Lei n.? 165, de 19'75 (Do Sr. Florim Coutinho)Dispõe sobre condições etárias para o trabalho em todas ascategorias de atividade

Projeto de Lei n.o 166, de 1975 (Do Sr. Edgar Martins)Obriga as empresas de ônibus, concessionárias de linhas compercurso igualou superior a 100 km, manter em seus veículosserviço de radiofonia para contato direto com sua sede ouparadas de apoio.

IV - Pequeno Expediente

JUTAHY MAGALHAES - Temas nacionais.

FREDERlCO BRANDAO - Implantação de aeroporto metro­politano em Cumbíca, São Paulo.

OSWALDO ZANELLO - Argumentação do Jornalista RafaelCifuentes sobre as inconveniências da implantação do divórciono Brasil.

NEREU GHIDI - Eletrificacão rural.

RUY CôDO - Administração Miguel Colassuormo, SãoPaulo.

WALTER DE CASTRO - Suspensão das aulas das- discipli­nas básicas do curso de Engenharia da Universidade Estadualde Campo Grande, Mato Grosso.

PINHElRO MACHADO - Interiorização do ensino superior.Campus avançado em Floriano, Piauí.

MAGNUS GUlMARAES - Custo dos livros didáticos e dasanuidades escolares. Distorções no setor educacional brasileiro.

RUY BACELAR - Asfaltamento da BR-llO, trecho Ribeirado Pombal-Paulo Afonso, Bahia.

PEDRO LAURO - Artigo de jornal: "O Paraná precisa sersede da RFF."

NOSSER ALME[DA - Aposentadoria dos "SOldados da bor­racha".

RUY LINO - Reclassificacão dos funcionários federais doAcre. >

ABEL ÁVILA - Elementos de convicção que informam aconveniência de novo terminal acroviárto entre .Tomville eBlumenau, Santa Catarina.

ELOY LENZI - Aumentos de anuidades escolares nasuniversidades.

ODACIR KLEIN - Ponte sobre o rio São Gonçalo, RioGrande do Sul.

AMAURY MüLLER - Criminalidade no Rio Grande do Sul.

FRANCISCO LIBARDONl - Alta do custo de vida. Repor­tagem do jornal Folha d'Oeste, de Chapecó. Sant,a Catarina:"500 Alunos não têm onde sentar em São Lourenço do Oeste."

1362 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1975

ALOíSIO SANTOS - Ausência de representação popular noGoverno do Distrito Federal.

DASO COIMBRA - Crescimento do tráfico internacional dedrogas.

ALVARO VALLE - Levantamento da arte primitiva brasi­leira.

HENRIQUE CARDOSO - Amparo credítícío à lavoura ca.­caueíra,

GOMES DO AMARAL - Situação do funcionalismo doBanco do Brasil.

ADHEMAR SANTILO - Discurso do Deputado HenriqueSantílo, na Assembléia Legislativa de Goiás, analisando o Go­verno do Sr. Leonino Caiado, e o que se instala agora, do Sr.Irapuã Costa Júnior.

ANTôNIO BELINATI - Discurso do Deputado José Boni­fácio na Câmara dos Deputados, sessão de 9 de abril corrente.

GASTÁO MüLLER - Anel Rodoviário de Ouiabá.

ALCIR PIMENTA - Crônica em homenagem à memória deNatalino José do Nascimento, o Natal.

INOCl!lNCIO OLIVEIRA - Despejo de arsênico no AtlânticoSul.

ANTôNIO PONTES - Dinamização da Comissão da Amazô­nia.

JERôNIMO SANTANA - Ação penal con tra policiais, naComarca de Porto Velho, Rondônia.

JúLIO VIVEIROS - Aposentadoria dos "soldados da borra­cha".

JOEL FERREIRA - Oficialização do "jogo do bicho".

JORGE FERRAZ - Construção de agência do INPS emJtabíra,

VASCO NETO - Vitória da natação brasileira na III CopaLatina de Las Palmas, Ilha das Canárias.

PEIXOTO FILHO - Saneamento básico em Magé, Estadodo Rio de Janeiro.

ANTôNIO CARLOS - Desenvolvimento urbano de Dourados,Mato Grosso.

ANTôNIO BRESOLIN - Restabelecimento dos recursos na­turais e do equilíbrio ecológico.

ADHEMAR GHISI - Aspectos da política social do Governo.

EDUARDO GALIL - Discurso do Senador Jarbas Pa8sarinho,no Senado Federal, sessão de 3 de abril corrente.

HERMES MACEDO - Expansão da rede de silos e armazéns.PEDRO FARIA - Homenagem à memória do Sr. Natalino

José do Nascimento, o Natal.

MARCELO MEDEIROS - Situação do ensino em Nova Igua­çu, Estado do Rio de Janeiro.

JOSÉ COSTA - Sobre questão de ordem referente à votaçãosimbólica.

V - Grande Expediente

JORGE ARBAGE - Vencimentos da magistratura.

JOSÉ ALVES - (Retirado pelo orador para revísão.) Apro­veitamento do cloro a ser produzido em Alagoas.

VI - Ordem do Dia

SIQUEIRA CAMPOS, FRANCISCO AMARAL, LINCOLNGRILLO, ALCIR PIMENTA, ALDO FAGUNDES, JORGE ARBA­GE, LUIZ HENRIQUE, JúLIO VIVEIROS - Apresentação deproposições.

JOSÊ ALVES - Díscusssão do Projeto n.O 1.553-A, de 1973.

MARCELO LINHARES - Eooaminhamento de votação doPro]eto n. o 1. 553-A, de 1973.

DASO COIMBRA - Discussão do Projeto n.o l.053-A,de 1972.

Projeto n,v 1. 525-A, de 1973 - Emendado.

Projeto n.o 1. 553-A, de 1973 - Rejeitado.

Projeto n.o 1. 829-A, de 1974 - Aprovado.

projeto n.O 1.053-A, de 1972 - Emendado.

PEIXOTO FILHO - (Como Líder.) Problemática do traba­lhador brasileiro.

PARSIFAL BARROSO - (Como Líder.) Resposta ao discursodo Deputado Peixoto Filho.

VII - Comunicações das Lideranças

JERôNIMO SANTANA - Problemas sociais do Território deRondônia.

EDUARDO GALIL - Situação do ensino superior no Pais.

VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 - MESA (Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

4 - CQMISSõES (Relação dos membros das Comissões Per­manentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

5 - GRUPO BRASILEIRO DA ASSOCIAÇÃO INTERPAR­I,AMENTAR DE TURISMO - 2.a Convocação.

6 - ATAS DAS COMISSõES

ATA DA 24.0 SESSÃOEM 11 DE ABRil DE 1975

PRESlDfNCIA DOS SRS.:CHIO SORJA, PRESIDENTE;

AtENCAR FURTADO, 2.o-VICE-PRESIDENTE;

E PINHEIRO MACHADO, 3.o·SECRETARID.

1.- Às 13 horas e 30 minutos comparecemos Senhores:

Célio Borj aAlencar FurtadoOdulfo DominguesHenrique Eduardo AlvesPinheiro MachadoLéo SimõesJúlio ViveirosLauro RodriguesUbaldo BarémAntônio Florêncio

Aere

Nosser Almeida - ARENA; Ruy Lino ­MDB.

AmazonasAntunes de Oliveira - MOB; Joe1 Ferrei­

ra - MOB; Mário Frota - MDB; RafaelFaraco - ARENA; Raimundo Parente ­ARENA.

Pará

Edison Bonna - ARENA; JadeI' Barbalho- MOB; Newton Barreira - ARENA.

Maranhão

Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba­mar Machado - ARENA; Magno Bacelar- ARENA; Temistocles Teixeira - ARENA.

Piauí

Dyrno Pires - ARENA; João Clímaco ­ARENA; Murilo Rezende - ARENA.

Ceará

Figueiredo Correia - MOB; Flávio Mar­cílio - ARENA; Furtado Leite - ARENA;Gomes da Silva - ARENA; Humberto Be­zerra - ARENA; Marcelo Linhares - ARE­NA; Ossian Araripe - ARENA; ParsifalBarroso - ARENA; Paulo Studart - ARE­NA.

Rio Grande do Norte

Ney Lopes - ARENA; Pedro LucenaMOB; Ulisses Potiguar - ARENA.

ParaíbaAntônio Gomes - ARENA; Antônio Ma­

riz - ARENA; Humberto Lucena - MDB;Petrônio Figueiredo - MOB; Wilson Braga- ARENA.

Pernambuco

Aíron Rios - ARENA; Fernando Coelho- MDB; Inocêncio Oliveira - ARENA; Jar­bas Vasconcelos - MOB; Joaquim Guerra- ARENA; Josias Leite - ARENA; Monse­nhor Ferreira Lima - ARENA; Valério Ro­drigues - ARENA.

Alagoas

José Alves - ARENA; José Costa - MOB;Theobaldo Barbosa - ARENA.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; Francisco Rol­lemberg - ARENA; Passos Pôrto - ARE­NA; Raimundo Diniz - ARENA.

Bahia

Henrique Cardoso - MDB; Horácio Ma­tos - ARENA; João Alves - ARENA; JoãoDurval- ARENA; Manoel Novaes - ARE­NA; Menandro Minahim - ARENA; PriscoViana - ARENA; Ruy Bacelar - ARENA;Vasco Neto - ARENA; Vieira Lima - ARE­NA.

Espirito Santo

Henrique Pretti - ARENA; Moacyr Da11a- ARENA.

~ilde 19'15 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (~ I) Sábado 12 1S6S

. :1Uberto Hoffmann - ARENA; Ale:s:andreMachado - ARENA; Aluizio Paraguassu ­W:B; Amaury Müller - MDB; AntônioBJ'Molín - MDB; Célio Marques Fernandes- ARENA; Fernarido Gonçalves - ARENA;Getúlio Dias - MDB; João Gilberto ­MDB; JOllé Mandelli - MDB; Nelsnn Mar­~n - ARENA; Nunes Leal - ARENA;Vasco AmarQ - ARENA.

Rio. de .Janeiro

Alair Ferreira - ARENA; Alvaro Valle- ARENA; Daso C<Jimbrll - ARENA;Eduard{) Galíl - ARENA; Eraimlo MartinsPedro - MDB; Hélio de Almeida - MDB;JG de Araúj() Jorge - MDB; José Haddad- ARENA; J()sé Maria de Carvalho - MDB;José Sal1y - ARENA; Luiz Braz - lUtENA;Lygia Lessa Bastos - ARENA; Mac DowellLeite de Castro - MDB; MoreÍl'a Franoo­MDB; Oswaldo Lima - MDB; Pei:zoto Filho- MDB; Rubem Dourado - MDB; RubemMedina - MDB; Walter Silva - MDB.

desaparecimento de cada especie desenca­dela o desap!J.recimento de várias outras,

Segundo o etólogo víenense Otto Koening:''É a degradação em cadeia. COmo cada.espécie constitui uma reserva vital parauma outra - ou vária.'! outras - quan­-do se destróI uma espécie Se destroemvárias. Quando o DDT, por exemplo,mata os insetos e as plantaa, os peque­nos mamíferos e os passaras que se ali­mentam de insetos e plantas tambémmorrem. Os mamíferos maiores, que sealimentam de mamíferos menores e depássaros, também morrem. E morremtambém outras plantas, que não sãofecundadas pelos insetos."

Medidas urgentes se fazem necessárias a­fim de evitar o desequllíbrío ecológico da.terra.

No âmbito nacional decretos e portariasvêm sendo assinados neste sentido e em1973 foi criada, no âmbito do Ministério dolnterior, a Secretaria do Meio Ambiente ­SEMA, orientada para a conservação domeio ambiente e Q uso racional dos recursosnaturais,

No{) âmbito internacional eonvenções eacordos têm sido elaborados e COnferen­cias programadas com o fim de debater eelaborar princípios que norteiem a preser­vação do meio ambiente.

A Convenção ora submetida a esta Co­missão é mais um passo decísívo para esteobjetivo e abrange 0$ prineipíos básicosadotados na Conferência das Nacões Uni­das sobre o Meio Ambiente, realizada em.Estocolmo, de 5 a 16 de junho de 1972 e dosquais destacamos:

"O homem tem direito fundamental àliberdade, à igualdade e a adequadascondições de vida em ambiente que lhepermita viver com dignidade e bem­estar. :til seu inalienável dever melhorare proteger o meio ambiente para as ge­rações atuais e futuras.""Os recursos naturais, incluindo-se o ar,a água, a terra, a fIora, a fauna e, es­pecialmente, amostras representativasdos eeosístemas naturais, devem sersalvaguardados em beneficio das gera­ções atuais e das futuras, por meio deeuídadoso planejamento ou administra­ção, eonfprme o caso.""O homem tem responsabilidade espe­cial em salvaguardar e administrarconscienciosamente o património dafauna e da flora primitivas e seu habi­tat, ora gravemente ameaçados por umconjunto de fatores diversos. A conser­vação da natureza, incluindo a flora ea fauna selvagens, torna-se pois, impor­tante nos planos de desenvolvimentoeeonômleo.""Os recursos não renováveis da Terradevem ser aproveitados de forma a evi­tar o perigo de seu futuro esgotamentoe assegurar que os beneficios de suautílízaçâo sejam compartilhados portoda a humanidade."

"Todos 01\ países, grandes ou pequenos,devem tratar das questões internacio­nais relativas à proteção e' melhoria domeio ambiente com espírito de coope­ração e em pé de igualdade. A coopera­ção, quer por acordos multi ou bilate­rais, quer por outros meios apropriados,é essencial para controlar eficazmente,prevínír, reduzir ou eliminar 0$ efeitosambientais adversos que resultem deatdvídades em qualquer esfera, de talmodo que a soberania e os interessesde todos os Estados sejam assegurados."

Encontramos ainda, no texto da Conven­ção, em sua introdução, o reconhecimento

PARECER DA COMISSãODE REL.AÇÕES EXTERIORES

]f - RelatórioO Ex.mo Senhor Presidente da República,

com a Mensagem n,? 26, de 1975, que fazacompanhar de Exposição de Motivos doEx.IUO Senhor Mmístro de Estado das Re­lações l1:xterlores, vem submeter ao refe­rendo do Congresso Nacional, ex vi do dis­posto no item I, do art. M da ConstituiçãoFederal, o texto da "Convenção sobre oCOmércio Internacional das Espécies daFlora e Fauna Selvagens em Perigo de E"­tínção, concluída em Washington a 3 demarço de 1973 e assínada pelo Brasil namesma data".

A preservação do meio ambiente, atravésda proteção da .flora e fauna selvagens vemsendo matéria de interesse mundial.

É sabido que a lista de espécies vegetaise animais em extinção cresce dia a dia. O

, Amapá.

Antônio Pontes - MDB.

RAlndônia

Jerônimo Santana - MDB.O SR. PRESIDENTE (Alencar Furltaélo)

- A lista de presença acusa o compareci­mento de 177 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos ncesos

trabalhos.

O Sr. 8eéretãrio procederá à leitura tlaata da sessão anterior.

II .- O SR. J'üLIO VIVEIROS, Suplente,de Secretário, servindo como Z.o-Secretário,

procede à leitura da ata da sessão snteee­dente, a qual é, sem observações, assinada.

O SR. l'R-ESIDENTE (Alencar Furtado) ­Passa-se à leitura do expediente.

O SR. LAURO RODRIGUES, Suplente deBeeretárío, servindo como l.°-Secretário,procede à leitura do ,seguinte

lU - EXPEDIEN~rE

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVON.a 2-A, de 1975

(Da Comissão de Relações Exteriores}MENSAGEM N.o 26/75

Aprova o texto da OoIlvençíio sobre(I Comércio Internacional das "Eslléciesda F101"3 e Fauna Selvagem em. Perígnde Extinção, concluída em Washingtllllli. 3 de março de 1973 e assinada peloBrasil na mesma data j tendo parece­res: da Comissão de Constituição cJustiça, pela constitucionalidade, j;uri­dicidade e boa técnica legislativa; e,da Com5ssã.o de Agricultur~ e l'oliUcaRural, pela aprovação. .

(Projeto de Decreto Legislativo n5' 2,de 1975, a que se referem os pare­eeres.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica aprovado o texto da Con­venção sobre o Comércio Internacional dasEspécies da Flora e Fauna Selvagens emPerigo de Extinção, eonelnida em Washing­ton a :I de março de 1973 e assinada peloBrasil na mesma data.

Art. 2.° Este Decreto Legislativo entrará.em vigor na data de sua publicação, revo­gadas as disposições em contrário.

Brasílía, em 2 de abril de 1975. - Depu­tado Flávio Mareílio, Presidente - Depu­tado Hugo Napolcão, Relator.

Rio Grande do Sul~ I',.

Paraná

~ .Agostinho Rodriguell - ARENA; AlvaroDias - MDB; Antônio Annibelli - MDB;Antônio Ueno - ARENA; Braga Ramos ­ARENA; Gamalíel Galvão - MDB; HermesMacêdo - ARENA; João Vargas - ARENA;Ne1wn Maeulan - MDB; OUvir Gabardo­MDB; Santos FiJl10 - ARENA; SebastiãoRodrigues Júnior - MDB.

Santa Catarina.Abel Avíla - ARENA; Adhemar Ghisi­

ARENA~ Dib Cherem - ARENA; FranciscoLibardoni - MDB; João Línhares - AR.E­NA; Laerte Vieira - MDB; Pedro Oolln ­.~Nll..

Minas Gerais

Aécio Cunha - ARENA; Bías Fortes ­.ARENA; Fábi() Fonsêea - MDB; Francelino,Pereira - ARENA; Francisco Bílac Pinto -­:ARENA; Genival Tourinho - MDB; no-:~e~R~~~sJOSé~~~d~rahi~::l~A::!noet de Almeida - ARENA; Marcos Tito-­MDB; Melo Freire - ARENA; Nelson TllÍ­bau - MDB; Nogueira da Gama - MDB;Nogueira de Rezende - ARENA; Padre No­

,'bre - MDB; Raul Bernardo - lUtENA; Re­inato Azeredo - MDB;'

São l'aulo

A.H. Cunha Bueno - ARENA; Adalberto[Camargo - MDB; Amaral Furlan - ARE-·;NA; Antonio Marimoto - ARENA; Athiê.Ooury -MDB; Aurélio Campos - MDB;;Diogo Nomura - ARENA; Francisco Ama­;ral - MDB; Freitas N()bre - MDB; Gi<;lia:Junior - ARENA; Guaçu Píterí - MDB;:Israel Dias-Novaes - MDB; Jacob caroío'- ARENA; Joaquim Bevítacqua ~ MDB;,Jorge Paulo - MDB; Marcelo Gato - MDB;Otávio Oeccato - MDB; Pacheeo Chaves­MDB; Roberto Carvalho - MDB; Ruy Câdo- MDB; Theodoro Mendes - MDR

Goiás

Adhemar Bantãlo - MOB; Ary Valadão- ARENA; Hélio Levy - ARENA; Iturtval

,Nascimento - MDB; Juarez Bernardes ­'MDB; Rezende Monteiro - ARENA; Siqueí­ra Campos - ARENA.

Mato al"OSSO

Antônio Carlos - MDB; Benedito oa­nellas - ARENA; oastãc Müller - ARENA;Nunes Rocha - ARENA; Valdomiro Gon­çalves - ARENA; Vicente Vuolo - ARENA;Walter de Castro - MDB.

1364 Sábado 12 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 19'<5

_das riquezas animais e vegetais existentesna terra e a conscientização da incapacida­de de sua substituição nos sistemas natu­rais do nosso planeta, ressaltando a impor­tância de sua preservação a fim de seremmantidos os valores estéticos, científicos,culturais, recreativos e econômicos de suafauna e flora selvagens, reconhecendo quecada Estado deve ser o guardião dessas suasriquezas cooperando ainda com os outrosEstados no sentido de evitara sua excessi­va exploração pelo comércio internacional.

Através de seus artigos, pela ordem te­mos: B. definição dos termos técnicos porela adotados; os princípios fundamentaisque nortearão o comércio das espécies jáameaçadas de extinção, das espécies quepoderão vir a sofrer esta ameaça, das quedevem ser objeto de uma regulamentaçãoque permita um controle eficaz de seu co­mércio e, ainda, das que qualquer pais con­tratante, nos limites de sua competência,solicitar seja a sua negociação regulamen­tada; a regulamentacão do comércio de es­pécimes de todas as espécies anteriormenteenumeradas; o critério de concessão de li­cenças e certificados de importação, expor­tação e reexportação e o que neles deveráconstar; as isenções e outras disposiçõesespeciais relacionadas com o comércio dosespécimes das espécies de que trata a Con­venção; as medidas que deverão adotar asPartes a fim de velar pelo cumprimento dasdisposições fixadas no presente documento;a designação de Autoridades Administrati­vas e Científicas responsáveis pelo controleda importação e exportação de que trataa Oonf'erêneía ; o critério a ser adotado- comrelação ao Comércio com Estados que nãosão Partes da Convenção; o estabelecimen­to da agenda de encontros da .Conferêneladas Partes, os assuntos que neles serão de­batidos, os organismos ou entidades quedelas poderão participar e os termos destaparticipação; a criação de uma Secretaria,no âmbito do Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente, as funções que elaexercerá, bem como a maneira como serãosupervisionadas as atividades do seu Secre­tariado; as medidas internacionais que se­rão adotadas pela Secretaria quando qual­quer, espécie selvagem for prejudicada peloc~ll:rerclO ora proposto ou quando as dispo­siçoes da presente Conferência não foremaplicadas eficazmente; e os limites que asdisposições da presente Convenção atingirãoem relação às medidas ínternas sobre ocomércio da flora e da fauna de cada umadas Partes ,. que poderão ser mais rígidasque as adotadas no texto ora em estudo _bem como em relação às medidas decor­rentes de convenções ou acordos 'interna­cionais por elas celebrados Ou que venhama-sê-lo.

O presente instrumento se faz acompa­nhar de 3 anexos onde são relacionadastodas as espécies consideradas de acordocom o grau de ameaça de extinção, quepodem ser emendados através de propostapreviamente comunicada à Secretaria, quedela dará conhecimento às Partes e enti­dades interessadas e será submetida "lJ. vo­tação em reunião da Conferência.

J<l prevista a possibilidade de emendas àConvenção, através de' votacão realizadacom uma maioria de dois terias das Partespresentes e votantes. em reunião extraor­dinária, convocada pela Secretaria, atravésde pedido, por escrito, de, no mínimo, umterço das Partes.

Segundo a Exposição de Motivos do Chan­celer Azeredo da Silveira, que acompanha apresente Convenção, esta já foi assinadapor 43 Estados e ratificada por 5 outros.

TI - Voto do RelatorPor entender que a ratificação da Oon­

venção de que .trata a Mensagem em deha-

"te é da maior importância, para a luta emfavor da preservação do meio ambiente, éque propomos a sua aprovação.

Este é o nosso parecer, salvo melhor juízo.Sala da Comissão, em 2 de abril de 1975.

- Deputado Hugo Napoleão, Relator.IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Relações Exteriores, emsua 1.a reunião ordinária, realizada dia 2de abril de 1975, aprovou por unanimidadea Mensagem n.? 26175, do Poder Executivo,que "Submete à consideração do CongressoNacional o texto da Convenção sobre o ;:':1­méreío Internacional das Espécies da Florae Fauna Selvagens em Perigo de Extinção,concluida a 3 de março de 1973 e assinadapelo Brasil na mesma data", nos termos do,parecer favorável do Relator, Deputado Hu­go Napoleão, na forma do Projeto de De­creto Legislativo oferecido como conclusão.

Estiveram presentes os SenJiores Depu­tados; Flávio Marcílio - Presidente, JairoBrum, Vice-Presidente, Carlos Santos, No­gueira de Rezende, Pedro Colm, AdalbertoCamargo, Raimundo Diniz, Marcelo Linha­res, Antunes de Oliveira, Faria Lima, CottaBarbosa, Hugo Napoleão, Antonio Ueno,Yasunort Kunigo, Paulo Marques, árioTheodoro, João Vargas, Fernando Gama,João Cunha, Padre Nobre, Rogério Rego,Passos Pôrto, Dias Mene2les, Francisco stu­dart, Bias Fortes, Paulo Studart e José Ma­chado.

Sala da Comissão, em 2 de abril de 1975.- Deputado Flávio Marcílio, PresidenteDeputado Hugo Napoleão, Relator.

MENSAGEMN.o 26, de 1975

(Do Poder Executivo)Submete à consideração do Congres­

so Nacional o texto da Convenção so­bre o Comércio Internacional das Es­pécies da Flora e Fauna Selvagens emPerigo de Extinção, eoneluírta em Wa­shington a 3 de março de 1973 e assi­nada pelo Brasil na mesma data.

(Às Comissões de Relações Exterio­res, de Constituição e Justiça e deAgricultura e Política Rural.)

Excelentissimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Tenho a honra de submeter à alta con­sideração de Vossas Excelências, de con­formidade com o disposto no Artigo 44,item I, da Constituição Federal, o texto da"Convenção sobre o Comércio Internacio­nal das Espécies da Flora e Fauna Selva­gens em Perigo de Extinção, concluída emWashington !J. 3 de março de 1973 e assi­nada pelo ,Brasil na mesma data".

Brasília, em 19 de fevereiro de 1975. ­Ernesto Geisel.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS .DNU/DAI/DPB/OO3/650.3(08), DE 8 DEJANEIRO DE 1975, DO MINISTÉRIODAS RELAÇõES EXTERIORES.

A SUa Excelência o SenhOrGeneral-de-Exército Ernesto Geisel, Presi­dente da República.

Senhor Presidente,Tenho a honra de submeter à alta apre­

ciação de Vossa Excelência a Convençãosobre Comércio Internacional das Espé­cies da Flora e Fauna Selvagens em Perigode Extinção, concluída em Washington a3 de março de 1973 e assinada pelo Brasilna mesma data.

2. A questão da regulamentação do co­mércio internacional de espécies da florae fauna ameaçadas de extinção foi, no

âmbito das Nações Unidas, consideradainicialmente pela Conferência sobre oMeio Ambiente, realizada em Estocolmo, em1972. Entre os princípios então aprovadasficaram explícitas as idéias de que os recur­sos naturais da terra, inclusive da flora eda fauna, devem ser protegidos para o be­neficio das gerações presente e futuras; deque o homem tem responsabilidade especí­fica de proteger e utilizar com' sabedoria aherança da vida selvagem e de seu habitat,atualmente sob graves ameaças de extinçãopor uma combinação de fatores adversos ede que a proteção e a melhoria ambientale questões correlatas deveriam ser tratadas,internacionalmente, de acordo com um es­pírito de cooperação e em pé de igualdade.

3. Igualmente, várias das recomendações(n.> 24, 27, 30, 39, 40, 41, 42 e 43, entre ou­tras) da Conferência de Estocolmo tratamespecificamente da flora e da fauna, comvistas à sistematização de sua exploração eà conseqüente regulamentação de seu co­mércio, como forma de proteção.

4. A presente Convenção sobre o Co­mércio Internacional das Espécies da Florae Fauna Selvagens em Perigo de Extinçãoincorpora esses príncípíos básicos emana­dos da Conferência de Estocolmo.

5. Na Convenção, o comércio internacio­nal das espécies da flora e da fauna estásistematizado .em runcão de critérios técni­cos definidores do grau de ameaça de ex­tinção das mesmas. Para tal fim, são adi­cionados à Convenção três apêndices, ondese relacionam todas as espécies considera­das.

6. Os artigos de III a VIII dispõem, nes­se sentido, sobre o estabelecimento, em cadapais, de Autoridades Administrativas eCientíficas responsáveis pelo controle daimportação e exportação.

7. A entrada em vigor da Convençãocriará um "secretariado, no âmbito do Pro­grama das Nações Unidas para o Meio Am­biente (artigo XII), que terá, entre outras,as funções de preparar e coordenar as reu­niões periódicas dos países signatários daConvenção, coordenar a ,troca de informa­ções e as, relações entre eles, bem como pre­parar estudos que servirão de subsidias aoaperfeiçoamento do comércio internacionalda flora e da fauna. As atividades do Se­cretaríado serão supervisionadas e aprova­das, nas reuniões periódicas, pelos paísessignatários (artigos XI e XII). .

8. Caberia ressaltar, Senhor Presidente,que a Convenção provê a que nenhum deseus dispositivos afete a capacidade de osEstados adotarem medidas sobre o comércioda flora e da fauna mais estritas que asindicadas em seu texto (art. XIV), bem ee­mo as medidas internas ou outras obriga­ções das Partes decorrentes de outros tra­tados internacionais.

9. A Convenção já foi assinada por 43Estados e ratificada por 5 outros.

10, Elevo, assim, à alta apreciação deVossa Excelência, projeto de Mensagem aoCongresso Nacional, conforme o dispostono art. 44, Inciso I, da Constituição Fe­deral, e o texto da Convenção, traduzidapara o português, para que, caso Vossa Ex­celência esteja de acordo, se dê início- aoprocesso constitucional de ratificação daCOl1vencão sobre o Comércio Internacionaldas Espécies da Flora e Fauna Selvagens emPerigo de Extinção.

Aproveito a oportunidade para renovar ayossa Excelência, Senhor Presidente, osprotestos do meu mais profundo respeito.- Azeredo da Silveira.

Abril de 1975 DIÃRIO DO CONGRESSO NACWNAL (Seção I) Sábado 12 1365

CONVENÇAO SOBRE O COMÉRCIO IN­TERNACIONAL DAS ESPÉCIES DA FLO­RA E FAUNA SELVAGENS EM PERIGODE EXTINÇAO. '

Os Estados Contratantes,Reconhecendo que a fauna e flora selva­

gens constituem em suas numerosas, belase variadas formas um elemento ínsubstítuí­vel dos sistemas. naturais da terra que deveser protegido pela presente-e- futuras gera­ções;

Conscientes do crescente valor, dos pon­,to.s de vista estético, científico, cultural, re­creativo e econômlco, da fauna e flora sel­vagens;

Reconhecendo que os povos e os Estadossão e deveriam ser os melhores protetoresde sua fauna e flora selvagens;

Reconhecendo ademais que a cooperaçãointernacional é essencial à proteção de cer­tas espécies da fauna e da flora selvagenscontra sua excessiva exploração pelo co­mércio internacional;

Convencidos da urgência em adotar me­didas apropriadas a este fim;

Convieram no seguinte:ARTIGO IDefinições

Para os fins da presente Convenção, esalvo quando o contexto indicar outro sen­tido:

a) "Espécie" significa toda espécie, subes­pécie ou uma população geograficamenteisolada;

h) "Espécime" significa:(O qualquer animal ou planta, vivo ou

morto;Oi) no caso de um animal: para as es­

pécies íncluídas nos Anexos I e II, qualquerparte ou derivado facilmente identificavel;e para as espécies incluídas no Anexo IIIqualquer .parte ou derivado facilmente iden­tificável que haja sido especificado no Ane­xo III em relação a referida espécie;

(iii) no caso de uma plantar. para as es­pécies incluídas no Anexo 1, qualquer parte

- "ou derivado, facilmente identificável; e pa­ra as espécies incluídas nos Anexos II e III,qualquer parte ou qualquer derivado facil­mente identificável especificado nos reterí­dos Anexos em relação com a referida es­pécie;

c) "Comércio" sígníf'íca exportação, reex­portação, importação e introdução proce­dente do mar;

d) "Reexportação" significa a exportaçãode todo espécime que tenha sido previamen­te importado;

e) "Introdução procedente do mar" signi­fica o transporte, para o interior de um Es­tado, de espécimes de espécies capturadosno meio marinho fora da jurisdição dequalquer Estado;

f) "Autoridade, Científica" significa umaautoridade científica nacional designada de

"acordo com o árt, IX;

g) "Autoridade Administrativa" significauma autoridade aidministrativa nacionaldesignada de acordo com o art. IX;

h) "Parte" significa um Estado para oqual a presente Convenção tenha entradoem vigor.

ARTIGO IIP~'incípios Fundamentais

1. O Anexo I incluirá todas as espéciesameaçadas de extinção que são ou possamser afetadas pelo comércio. O comércio de

espécimes dessas espécies deverá estar sub­metido a uma regulamentação particular­mente rigorosa a fim de que não seja amea­çada ainda mais a sua sobrevivência, e seráautorizado somente em circunstâncias ex­cepcionais.. 2. O Anexo II incluirá:

a) todas as espécies que, embora atual­mente não se encontrem necessariamenteem perigo de extinção, poderão chegar aesta situação, a menos que o comércio deespécimes de tais espécies esteja sujeito aregulamentação rigorosa a fim de evitarexploração incompatível com sua sobrevi­vência; e

b) outras espécies que devam ser objetode regulamentação, a fim de permitir umcontrole eficaz do comércio dos espécimesde certas espécies a que se refere o sub­parágrafo (a) do presente parágrafo.

3. O Anexo III incluirá todas as espé­cies que qualquer das Partes declare sujei­tas, nos limites de sua competência, a regu­Iamentação para impedir ou restringir suaexploração e que necessitam da cooperaçãodas outras Partes para o controle do comér­cio.

4. As Partes não permitirão o comérciode espécimes de espécies incluidas nos Ane­xos I, II e In, exceto de acordo com as dis­posições (ia presente Convenção.

ARTIGO IIIRegulamentacão do Comércio de

Espécimes de Espécil'-sincluídas no Anexo I

1. Tódo comércio de espécimes de espé­cies íncluídas no Anexo I se realizara deconformidade com as disposições desteArtigo.

2. A exportação de qualquer 'espécime deuma espécie mcluida no Anexo I requererá aconcessão e apresentação prévia de uma li­cença de exportação, a qual se concederásomente após terem sido satisfeitos os se­guintes requisitos:

a) que uma Autoridade Científica do Es­tado de exportação tenha emitido parecerno sentido de que tal exportação não pre­judicará a sobrevivência da espécie de quese tratar;

b) que uma Autoridade Admírüstratíva doEstado' de exportação tenha verificado queo espécime não foi obtido em contravençãoà legislação vigente desse Estado sobre aproteção de sua fauna e flora;

c) que uma Autoridade Admlníatratãva doEstado de exportação tenha verificado quetodo espécime vivo será acondicionado etransportado de maneira a que se reduza aominimo o risco de ferimentos, dano à saúdeou tratamento cruel; e

d) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado quefoi concedida uma licença de importaçãopara o espécíme.

3. A importação de qualquer espécime deuma espécie incluída nc- Anexo I requereráa concessão e a apresentação prévia de umalicença de importação e de uma licença deexportação ou certificado de reexportação.A licença de importação somente se conce­derá urna vez satisfeitos os seguinces requi­sitos:

a) que uma Autoridade Cientifica do Es­tado de importação tenha dado parecer nosentido de que os objetivos da importaçãonão são prejudiciais à sobrevivência da es­pécie de que se tratar;

h) que uma Autoridade Oien tiflea do Eis­tado de importação tenha verificado que, nocaso de espécime vivo, o destinatário dispõe

de instalações apropriadas para abrigá-lo edele cuidar adequadamente; e

c) que uma Autoridade Administrativa doEstado de importação tenha veríríeado queo espécime não será utilizado para fins,principalmente, eomercíaís.

4. A reexportação de qualquer espécimede uma espécie Incluída no Anexo, I reque­rerá a concessão e apresentação prévia deum certificado de reexportação, o qual so­mente será concedido uma vez satisfeitosos seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação haja verificado queo espécime foi importado no referido Es­tado em conformidade com as disposiçõesdesta Convenção;

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação tenha verificadoque .todo espécime vivo será acondicionadoe transportado de maneira a que se reduza.ao mínimo o risco de ferimentos, dano àsaúde ou tratamento cruel; e

c) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação tenha verificado tersido concedida uma licença de importaçãopara qualquer espécime vivo.

5. A introdução procedente do mar dequalquer espécime de uma espécie Incluídano Anexo I requererá a prévia concessão deum certificado expedido por uma Autori­dade Administrativa do Estado de introdu­ção. O certificado somente será concedidouma vez satisfeitos os seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade Cientifica do Es­tado de introdução tenha manifestado quea introdução não prejudicará a sobrevivên­cia da espécie de que se tratar;

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de introdução tenha verificado queo destinatário de um espécime vivo dispõede instalações apropriadas para abrigá-lo edele cuidar adequadamente; e

c) que uma Autoridade Administrativado Estado de introdução tenha verificadoque o espécime não será utilizado para fins~principalmente comerciais.

ARTIGO IVRegulamento do Comércio de

Espécimes de EspéciesIncluídas no Anexo II

1. Todo comércio de espécimes de espé­cies incluídas no Anexo II se realizara deconformidade com as disposições desteArtigo.

2. A exportação de qualquer espéclme deuma espécie incluída no Anexo II requereráa concessão e apresentação prévia de umalicença de exportação, a qual somente seconcederá uma vez satisfeitos os seguintesrequisitos:

a) que uma Autoridade Científica do Es­tado de exportação tenha emrtído parecerno sentido de que essa exportação não pre­judicará a sobrevivência da espécie de quese tratar;

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado queo espécime não foi obtido em contravençãoà Iegíslaçâc vigente no referido Estado sobrea proteção de sua fauna e flora;

c) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado quetodo o espécime vivo será acondicionado etransportado de maneira a que se reduza aomínímo o risco de ferimento, dano à -saúdeou tratamento cruel.

3. Uma Autoridade Científica de cadaParte fiscalizará as licenças de exportaçãoexpedidas por esse Estado para espécimes deespécies incluídas no Anexo II e as expor-

1366 Sáb,ll.do 1! mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Ab:ril de 1975

tações efetuadas de tais espécimes. Quandouma Autoridade Científica determinar quea exportação de espécimes de qualquer des­aas espécies deve ser limitada, a fim deconservá-la em toda sua área de distribui­ção, em nível consistente com seu papel nosecosststemas onde se apresenta e em nívelnitidamente superior àquele no qual essaespécie seria suscetível de inclusão no Ane­xo I, a Autoridade Científica comunicará àAutoridade Adminis-trativa competente asmedidas apropríadas a serem tornadas, afim de limitar a concessão de licenças deexportação para espécimes dessa espécie.

4. A importação de qualquer espécime deuma espécie incluída no Anero TI requereráa apresentação prévia de uma licença deexportação ou de um certificado de reex-portação. .

5. A reexportação doe qualquer espécimede uma espécie meluída no Anexo II re­quererá a concessão e a apresentação pré­vias de um certificado de reexportação, oqual somente será concedido uma vez satis­feitos os seguintes requisitos;

a) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação tenha verificado queo espécime foi importado nesse Estado deconformidade com as disposições da presen­te Convenção; e

b) que uma Autoridade Admínístratíva 10Estado de reexportação tenha verificado quetodo espécime vivo será acondicionado etransportado de maneira a que se reduza aomínimo o risco de ferimentos, danos à saúdeou tratamento cruel.

6. A introdução procedente do mar dequalquer espécime de uma espécie íncluídano Anexo II requer a concessão prévia deum certificado expedido por uma Autori­dade Administrativa do Estado de introdu­ção. Somente se concederá um certificadouma vez satisfeitos os seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade Científica. do Es­tado de introdução tenha' emitido parecer nosentido de que a introdução não prejudicaráa sobrevivência de tal espécie; e

b) que uma Autoridade Administrativado Estado de introdução tenha verificadoque qualquer espécime vivo será tratado demaneira a reduzír. ao mínimo o 1'ÍSw deferimentos, dano à saúde ou tratamentocruel.

7. Os certificados a que se refere o pará­grafo 6 do presente Anexo poderão ser con­cedidos por períodos que não excedam deum ano, para qtrantítíades totais de espé­cimes ~L serem íntroduaídos em tais períodos,com o assessoramento prévio de uma Auto­ridade Científica em consulta com outrasautortdadea cientificas nacionais ou, quandoseja apropriado, com autoridades científicasinternacionais.

ARTIGO VBegufamentacão -do Comércio de

Espécimes de EspéciesIncluídas no Anexo m

1. Todo comércio de espécimes de espé­cies incluídas no Anexo lU se realizará deconformidade com as disposições do presen­te Artigo.

2. A exportação de qualquer espécime deuma espécie incluída no Anexo UI, proce­dente de um Estado que a tenha incluídono referido Anexo, requererá a concessãoe apresentação prévia de uma licença deexportação, a qual somente será concedida,uma vez satrsreítos os seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade AdministratIva doEstado de exportação tenha verificado queo espécime não foi obtido em contravenção.à legislação vigente no referido Estado sobreproteção de sua fauna e flora; e

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado quetodo espécime vivo será acondicionado etransportado de maneira a reduzir ao mini­mo o risco de ferimentos, danos à saúde outratamento cruel.

3. A importação de qualquer espécime deuma espécie incluída no Anexo lI! reque­rerá, salvo nos casos prevístosno parágrafo4 deste Artigo, a apresentação prévia de umcertífíeado de origem e, quando a importa­ção provenha de um Estado que tenha in­cluído tal espécie no Anexo lII, de uma li­cença de exportacão.

4. No caso de uma reexportação, um cer­tificado concedido por uma Autoridade Ad­ministrativa do Estado de reexportação nosentido de que o espécime foi transformadonesse Estado ou está sendo reexportado, seráaceito pelo Estado de importação, como pro­va de que foram cumpridas as dísncsíçõesda presente oonvençâo com referência aoespécime de que se tratar.

ARTIGO VILicenças e Certificados

1. As licenças e certificados concedidosde conformidade com as díspostções dos Ar­tigos lII, IV e V deverão estar de acordocom as disposições do presente Artigo.

2. Cada licença de exportação conteráa informação especificada no modelo repro­duzido no Anexo IV e somente poderá serusada para exportação, dentro de um perío­do de seis meses a partir da data' de suaexpedição.

3. Cada licença ou certificado conterá otítulo da presente Convenção, o nome e 0_

carimbo de identificação da Autoridade Ad­ministrativa que o emitir e um número decontrole aposto atribuído pela AutoridadeAdministrativa.

4. Todas as cópias de uma licença oucertificado expedido por uma AutoridadeAdministrativa serão claramente marcadascomo cópia somente, e nenhuma cópia po­derá ser usada em lugar do original, a me­nos que seja estipulado de modo diferentena cópia.

5. Será requerida uma licença ou certi­ficado separado para cada embarque deespécimes.

6. Uma Autoridade Administrativa doEstado de importação de qualquer espécimecancelará e cOllilervará a llcença de expor­tação ou certificado de reexportação e qual­quer licença de importação correspondenteapresentada para amparar a importaçãodesse espécime.

7. Quando for apropriado e factível aAutoridade Administrativa poderá afixaruma marca sobre qualquer espécime parafaeílítàr sua identificação. Para esse fim"marca" significa qualquer impressão inde­lével, selo de chumbo ou outros meios ade­quados de identificar um espécime, dese­nhado de maneira a tornar sua imitação,por pessoas não autorízadas, a mais difícilpossível.

ARTIGO VIIIsenções e Outras Disposições

Especiais Relacionadascom o Comércio

1. & dísposíções dos Artigos lII, IV e Vnão se apltcarão ao trânsito ou transbordode espécimes através do/ou no território deuma Parte, enquanto os espécimes perma­necerem sob o controle aduaneiro.

2. Quando uma Autoridade Administra­tíva do Estado de exportação ou de reexpor­tação verificar que um espécime foi adqui­rido antes da data em que tenham entradoem vigor as disposições da presente Oon-

venção com referência a esse espécime, asdisposições dos Artigos IlI, IV e V não seaplicarão a esse espécime, se a AutoridadeAdministrativa expedir um certificado nessesentido.

3. A13 disposições dos Artigos In, IV e Vnão se aplicarão a espéeímes' que sej amobjetos pessoais ou de 11SO doméstico. ESBaisenção não se aplícará se:

a) no caso de espécime de uma espécieincluída no Anexo I, estes foram adquiridospelo dane fora do Estado de sua residêncianormal e forem importados para esse Esta­do; ou

b) no caso de espéeímes de uma espécieincluída no Anexo II;

i) estes foram adquiridos pelo dono forado Estado de sua residência normal e noEstado onde foram retirados do meio (sel­vagem);

íi) estes foram importados no Estado deresidência normal do dono; e

iii) o Estado onde se realizou a retiradado meio selvagem requer a concessão pré­via de licença de exportação antes de qual­quer exportação doesses espécimes; a menosque uma Autoridade Administrativa. tenhaverificado que os espécimes roram adquiri­dos antes que as díspnsíções da presenteConvenção entrassem em vigor com refe­rência a ellSes espécimes.

4. Os espécimes de uma. espécie animalíneluída no Anexo I e criados no cativeiropara fins comerciais, ou de uma espécievegetal, incluída no Anexo I e reproduzidosartificialmente para fins comerciais, serãoconsiderados espécimes das espécies Incluí­das no Anexo Il.

5. Quando uma Autoridade Administra­tiva do Estado de exportação verificar quequalquer espécime de uma espécie animalfoi criado em cativeiro ou que qualquer ea­péeíme de uma espécie vegetal foi reprodu­zido artificialmente, seja uma parte desseanimal ou planta, seja um derivado de umou de outra, será aceito um certificado dessaAutoridade Administrativa nesse sentido,em substítuíção as licenças exigidas, emvirtude das disposições dos Artigos m, IVou V.

6. As disposições dos Artigos m, IV e Vnão se aplicarão ao empréstímo, doação 01.+intercâmbio não comercial entre cientistasou instituições cíentírícas registradas [un­to à Autoridade Administrativa de seu Es,:,tado, de espécimes de herbárío, outros espéx

, eímes preservados, secos ou incrustados demuseu, e material de plantas vivas que le;;.vem um rótulo expedido ou aprovado poruma Autoríríade Administrativa.

7. Uma Autoridade Administrativa dequalquer Estado poderá dispensar os requi­sitos dos Artigos lII, IV e V e permitir omovimento, sem üeanças ou certificados, deespécimes que sejam parte de um parquezoológico, circo, coleção zoológica ou botâ­nica ambulantes ou outras exibições ambu-:lentes, sempre que:

a) o exportador ou ímportador registretodos os por:fuenores sobre esses espécimesjunto à Autoridade Administrativa; "

b) os espécímes estejam incluídos emqualquer das categorias zneneíonsdas nosparágrafos 2 ou 5 do presente Artigo, e

c) a Autoridade Admínístratíva tenha ve­rificado que qualquer espécime vivo serátransportado e cuidado de maneira a que sereduza ao mínimo o risco de ferimentos"danos à saúde ou tratamento cruel.

DIÁRl~ DQ CONGRESSO ;5AClOoNAL. (Seção I) . Sábado 1% 136"l

ARTIGO VIII

Medi'dlaS que dlev~ão adotall as Partes

1. Ai;. l?'iUtes. adat>a.rão. as medidas apro­prLaw..s- para velar p.ê.wl cumpzímento dasttisJílOBiçó.ei; des:ta. c.mvençâo e proibir o. co­mêre.i0. de ~~e!il em y,~. das mes­maR. E~ ll:Il2dida.s incl'uirfu»:

flI) san~iQ>1'Jlju (!li ealll!léreío ou: Q posse deta~s espéei'.WIes, 0'1'1 wnJbw; e

b) prever o connseo ou devcluçâo ao E~­

tado de e.xpm:t~ão. de tais espécimes.2. Além das medidas tornadas em con­

formidade com o parág;!:afo 1 do presenteArtigp., q.ualquer Parte poderá, quando oj,uJ:g;ue neeessârío, prever um métodO de re-

. embal80 Interno jila.ra gas'tQs íncorrídas co­ma resurtadn da cm1ÍÍ8.CO de um espécime,adquirido em víotaçâo das medidas tomadasna aplicação das disposições da presenteCOI1IJ"f~~

e. ..Na medida do passível, as Partes' ve­larâo para Qjl!J.8 se cumpram. com um míni­mo de cremora, as fa.r:maTIdades requeridaspara o comércio de espécimes. Para facili­tar o que precede. cada Parte pcderâ de­signar portos. de s.aí.dR e portos de entradanos quais deverâc ser apresentados os es­lDéeiwJrJles para ~ ~ftSiJllaehl!l<. J!J.s Partes. de­Vierio ·we;rlfílft.r, <!I1IOltr~, <que lJ!l<io espêeí­Rille mo>, ~lIlie ~ualíi[iUe1' p.el:íoillu, em trilEl­sito, permanência. fliIilt ~M>, se:j;ill> eul-

.~ ad.eqjW!4taJ:J:l&'Ji1té, ~ fim de red\J.zU: aominillJo'1 o rtsco. d.e í€l1imento." danos. à suaIílaúde 0.11 tratamento eruel,

4. QiJJIJlJOOOI;.e ~mq,1aIe um esjD.êeime vi­vo. de It':~;trmi:.llill.d!e com Ii!l$ ~ç:ões dopar:!ig.ra~ ] ~ presente A.ti;jjgo~

a) o espécime será conrtado a uma Au­toridade Ad'miDistraUva do Estado conüs­cador:

b) a Autoridade Administrativa, a];J.Ósconsulta ao Estado de exportaçâo, devorve­rá o espêeirne -a esse Elltado às custas domesmo, ou a um Centro de Resga.te ou aoutro higar- que a Autoridade Administrati­va ool!l'Sf,deJre Slp'FO:l}riafI€l e eO':ID1!HiIlti'l'el eomas tlbj'eti'vot! áeS'\;ao C01l!l>..,en~;.e

c) a ~utoridade Administrativa poderáobteT a agSelSSiOr~a de uma Al:lt~tic!adeCien­tificl9; o'u, quando o cODS'idere d'esejâV'el, plJ­derá consultar' a Secretaria, a fim de faci­litar a decisão a ser tmn~a de confol!mi­(lacre com o subparâgrafo Ib) do presenteparâgrafo, ine..l'uindo a seleção élo Centro deResgate ou outro lugar.

5. Um Centro de Resgate, a que se re­fere o parág;rai'o '* do presente Arti.!,\,o, sig­nifica uma instttni'Ção designada por mrtaAutol'idade Ad'mi'llis:trativa J:lara cuidar dobem-estar dos espécimes vivos, espeeial­mente ~.!II.Q[wel!es q;tIle tf'JD.lham si:ID,0 eoofmca­dos.

a. Calllb Parw diC"lerá manter regi.s.trosdo, eo.!'l'lére:io de espêc1mes das esPeeJ.<e.f' í:n­clu1d!!il.\l fiOS Ane%lIlll: I, ]] e UI 1!J:lille tteverãocenter:

a) os nomes e OS endeJ:eços·oos. el:.pórta­dores e impol'tadores; e

b) '" número. e a natUJ:e.za d.a;s licenças ecert~ficaOO.il emrnflÍOB.; os. Estados com osquais se ):~:u o referido oomércio; asquantidades e o.s tipos, de espécimes, os. no­mes das espécies inclJ.lid.as nos Anems I,. IIe UI e, q,uanoo ~j,li1o apro.priado, o tamanhoe sexo. dQs, Mpêe1mes.

'7. Cada Pal!te Pl."!!JOO'l'lu·lfu e transmitlráà Secretaria relatórios _'periódÍleoB' wbre aaplieação das àiiSplll~ões da presente Con­venção, i!neluia:ldc.:

a), um r~tóril0 anual c.JD,nten& um re­S'tlmll d:1J$ in:J'6rmaçlies pre'risUas :00 suhjl.a~

rágl'afo (b) do parágra.fo 6 do presente Ar­tigp; e

b) um l'e1at(ifDG> bienal sobre medidas le­giJsIIllUvM, Ji'egLÜammta.:rres e adminis:tl'a.ti­V~, ildootaflial'l eom a finatidad,e de dar cum­primento às diS])oslÇÕes. da presente Con­ve.nçoo.

8. As informações a que se refere o. ps­rágyaflD. 'i die presente Artigil. estará dispo­nível.pam o púJllJti.eo quando o permita aIegi's:Is,ç'ão l'igente elJa Parte mteressada,

ARTIGO IX

AwI.o;ridades.Ad:w.hJistrativa.s e Cientificas

1. Para, os fins da presente Convenção,cada. Parte desígnará.;

aJ mn:a OiU J::l12lLs. Autoridad>ell Adminis­vathrM c(lropewntes. ]l;iUa eomeeeler melillç;ase certJficad{]$ em nome da referida Pa rte; e

M uma ou .1!l'8.Í's A11!to:rridades Cientificas.2. Ao depositar seu ínstrumenta de rati­

ficação, aceítaçâo, aprovaçãc ou adesão, ca-da Estado comunicará ao Gaverno deposita­rio o. nome e o. endereço da AutoridadeAdministrativa autorizada a se comunicarcom outras Partes e com a Secretaria.

3. Qualquer alteração nas designaçõesou autorizações p.reyistas no presente Arti­go, será eomunícada à s.ecretaria pela Par­te interessada, a fim UIl que seja txaIlsmi­tida a toaas as demais Partes.

~L Qual.q'Uer Autoridade Administratlvaa que se refere o paragrate :.1 do presenteArtigo, ~rumdtl1l solicitada pel'a Secretari.a oupell!ll A1!l'toiricl'adie AdmiElis;!;rati-va de Imt.raParse, trlmsmftirá :m.arlrelQ;S de earímbos euoutaes meios u1jl~l!llos para autentíear li­eenças eu eertifiea-dM.

ARTIGO xComércio com Estados que não são

Pal'tes da Convel'lçãoNos e:ll.,5Cll. de Impertaeões d<J', ou exporta­

~õ.es e reexpostaçôes ~a Estad<:ls que nãosiilo P<lrt.es da presente COlUVençfuJ, 0& E:Sta­dos-Partes poderão aceitar, em lugar daslie€:.nças e ee.J!tificadcs mencionadas na pre­sente Ocnvençâó, documentos co.mparaveisque es.t2.iam de scoroo, subst.a.nciaJtmente,c.um os, reqwsit.os da. p1!~ente Convenção~a j,lIis lilCe:n.ças e ce~tHicadoo, s:.emplTe queten1uun sido el'llihdos pelas !Iluto:r1dll>des /1;0­VeEJIlãmentais cOl'llpe'tent>es do Estado nãoPaJ!te da preselLl\e Col!lVeJ!1çí1o.

AR'TIGO XIConferência. das Pa.rtes

1. A SeeJ!etaria OOl!waeará uma Co.nfe­rêJ1llc:.m das. Partes o mais uEdar dom aJ!l<)Sdepois da entrada em vigor da presente~E1l'en~.

2. Posteriormente, a Secretaria eoÍwo­eará reuniões ordinárias da Conferênciapelo menos nma vez eacra dois anos, a me­nps que a ConfeJ"êne'Ía decida de outro mo­00, e ,'eumêies e.x:tt__J!dili:Lfurias a qual.querml'l<mento, a p.erodo, p.or eBerito, de pelo me­nDS um terçe das Partefi;. '

:3. I Nas reuniões ordinárias ou e.lct;raor~

dinárias da Conferêneias, as Partes exami­narão a ap1'1eação da presente Convençãoe poderãD:

á) adotar qualquer medida necess.áriapara facilitar o desempenho das funções daSeeretaria;

b) cmnsiderar e adot>lr emendas aosAnexos I e TI de conformidade com (), dis­posto JJ.tJ .Artigo XV;

c) ana~ O progresso ohtido na re,s­taltOO'ação e COnser'l'al!iào das espécies in­clu:id::l.s noo Anexos I, II e Iil;

d) receber e cons.i.derar os relatóriosapresentados pela Secretaria ou qualquerdas Partes; e

e) quando for o caso, formular reco­mendações destinada" a melhorar a eficá­cia da presente Oonvençâo.

4. :m.m cada reunião ordinária da Con­ferência, as Partes poderão determinar adata e sede da reunião ordinária seguinte,que se celebrará de conformidade com asdisposições do parágrafo 2 do presente Ar­tigo.

5,. Em qualquer reunião, as Partes po­derão determinar e adotar regras de pro­cedimento para essa reunião.

6. As Naç.ões Unidas, suas Agências Es­pecializadas e a Agência Internacional de.Energia Atômica, assim como qualquer Es­tado não Parte da presente Convenção, po­derão ser representados em reuniões daConferência por observadores que terão di­reito a participar sem voto.

7. Qualquer organismo ou entidadetecnícamente qualífieado na proteção, pre­servação ou adnlinistra~o de fauna e florasetvagens e que esteja compreendido emqualquer das categorias mencionadas a se­guir. poderá co-municar à Secretaria seu de­sejo de estar representado por um obser­vador nas reuniões- da Conferência e seráadmitido, salvo objeção de pelo menos umterço das Partes presentes:

a) organismos ou entidades internacio­nais, tanto governamentais como não go­vernamentais, assim como organismos ouentidades gevernamentata nacionais; e

b) organismo! ou entidades nacionaisnão governamentais que tenham sido para.tal autorizados pelo Estado onde se encon­trem Ioeahaados.

Uma vez admitidos, estes observadores te­rão o direito de partícípar sem direito a votonos traballios dá reunião.

ARTIGO XUA Seeretarta

1. Ao entrar em vigor a presente Oon­venção, o Diretor-Executivo do Programadas Nações Unidas para o Meio-Ambientepl'Overá uma Secretaria. Na medida e formaem que considere apropriad(l, o Diretor-Exe­cutivo poderá ..;er auxiliado por organismose entidades internacionais ou nacionàis, go­vernamentais ou não governamentais, comcompetcncia técnica na proteção, conser­vàção e administração da fauna e flora sel­l'agens.

2. As. funções da Secretaria serão as se­guintes:

a) organizar as Conferências das Partese lhes prestar serviços;

b) desempenhar as funç.óes que lhe se­jam eonfiad~s de canformidade com os Ar­tigos XV e XVI d2. presente Convenção;

c) realilsar estudos científicos e técllÍcosde oonfarmidade com os programas autori­zadoo pela Conferência das Partes, qU€ con­tribuam Pll,Fa a melhor aplicação da pre­sente Convenção, lncluindo estudos relacio­nadôs com norm~ para a adequada prepa­ração e embll.J'que de espécimes vivos e osmeios para sua identificação;

d) estudar os relatórios das Partes e so­licitar a es.tas qualquer informação adicio­nal que se torne necessária para assegurara melhor aplicação da presente Convenção;

e) chamar a atenção das Partes paraqualquer questão relacionada com os finsda prlasente Convenção;

f} publicar periodicamente, e distribuiràs Partes, edições revistas dos Anexos l, li

1368 Sábado l~ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril àe 1975 "

e m, juntamente cem qualquer outra >in­tormação que possa facilitar a identificaçãodas espécimes das espécies incluídas nos re­fetidos Anexos;

c) preparar relatórios' anuais para asPartes sobre as suas atividades e sobre aaplicação da presente Convenção. assim co­mo os demais relatórios que as Partes pos­sam solicitar;

h) formula! recomendações para a rea­lizaçã.o dos obj etívos e disposições da pre­sente Convenção, íncluíndc o intercâmbiode tnrormações de natureza científica outécnica; e

i) desempenhar qualquer outra funçãoque as Partes lhe possam atribuir.

ARTIGO ::KIII

Medidas Internacionais1. QUlUldo a secretana, à luz de ínror­

mações recebidas, considere que qualquerespécie incluída nos Anexos I ou Ir estásendo afetada, prej udicada adversamentepelo comércio de espécies dessa espécie, ouque as dísposíções da presente Convençãonão estão sendo aplicadas eficazmente, co­municará essas ínformaeôes à AutoridadeAdministrativa autorizada da Parte ou dasPartes Interessadas,

2, Quando qualquer Parte receba umaeomunlcação de acordo com o disposto noparágrafo 1 do presente Artigo, esta, coma possível brevidade e na medida em quesua legislação o permita, comunicará à Se­cretaria todo dado pertinente e, quando forapropriado, proporá medidas para corrigir asituação. Quando a Parte considerar queuma investigação é conveniente, esta po­derá ser levada a cabo por uma ou maispessoas expressamente autorizadas pelaParte,

3. A informação proporcionada pelaParte ou' emanada de uma investigação deconformidade com o previsto no parágrafo 2do presente Artigo, será examinada pelasubseqüente Conferência _das Partes, a qualpoderá forrnulaz qualquer recomendaçãoque considere pertinente.

ARTIGO XIVEfeito Sobre a Legísíaçâo Nacional e

Convenções Internacionais

1. As dísposiçôes da presente Convenç&onão afetarão. de modo algum, o direito dasPart.ell de adotar:

a) medidas internas mais rígidas com re­ferência às condições de comércio, captura,posse ou transporte de espécimes de espé­cies incluídas nos Anexos I, TI e TIl, ou proi­bi-los inteiramente; ou

b) medidas internas que restrinjam ouproíbam o comércio, a captura, a posse ou otransporte de espécies não incluídas nosAnexos I, TI ou lU.

2. As disposições da presente Convençãonão afetarão, de modo algum as díspoai­>ções de qualquer medida interna ou obriga­ções das Partes derivadas de qualquer tra­tado, convenção ou acordo ínternaeíonal re­ferentes a outros aspectos do comércio, dacaptura, da posse ou do transporte de es­pécimes que esteja em vigor, ou que entreem vigor posteriormente para qualquer dasPartes, incluídas as medidas relativas a al­fândegà, saúde pública ou quarentenas ve­getais ou animais,

S. As' disposições da presente Conven­ção não afetarão de modo algum as disposi­ções ou obrigações emanadas de qualquertratado, convenção ou acordo internacionalcelebrados ou que venham a ser celebradosentre ESyados e que criem uma união ou'

acordo comercial regional,- que estabeleçaou mantenha um controle aduaneiro comumexterno e elimine controles aduaneiros en­tre as partes respectivas, na medida em quese refiram ao comércio entre os Estados­membros dessa união ou acordo.

4. Um Estado-Parte da presente Con­venção que seja também parte de outro tra­tado, convenção ou acordo internacional vi­gente quando entrar em vigor a presenteOonvençâo e em virtude de cujas dísposíçôesse protejam as espéeíes marinhas incluídasno Anexo Ir, ficará isento das obrigaçõesque lhe impõem as disposições da presenteConvenção com referência aos espécimes deIncluídas no Anexo Ir capturados tanto porbarcos matriculados nesse .J:stado e de con­formidade com as disposições desses trata­dos, convenções ou acordos internacionais.

5. Sem prejuízo das disposições dos Ar­tigos ITI, IV e V, qualquer exportação de umespécime capturado de conrormínads COm oparágrafo 4 do presente Artigo, somente se­rá necessário .um certificado de uma Auto­ridade Administrativa do Estado de intro­dução. assegurandoque o espécime foi cap­turado de acordo com as disposições dostratados, convenções ou acordos internacio­nais pertinentes.,6. Nenhum d't~positivo da presente Con­venção prejudicará a modíücacão e o de­senvolvimento progressivo do' direito domar pela Conferência das Nações Unidassobre o Direito do Mar, convocada' de aeor- 'do com a Resolução n.? 275Q C (XXV) daAssembléia-Geral das Nações Unidas, nemas reivindicações e teses jurídicas presen­tes ou futuras de qualquer Estado no que'serefere ao direito do mar e a natureza e aextensão da [urtsrüeâo costeira e dá bandei­ra do Estado.

ARTIGO XVEmendas aos Anexos I e II

1. Em reumoes da Conferência dasPartes, serão 'apücadas as seguintes dispo­sições eom referência à adoção das emen-das aos Anexos I e TI: .

a) qualquer Parte poderá propor emendasaos Anexos I ou II para eonsideracão nareunião seguinte. O texto da emenda pro­posta será comunicado à Secretaria pelomenos 150 dias antes da reunião. A Secre­taria consultará as demais Partes e as enti­dades interessadas na emenda de acordocom o disposto nos subparágraf'os (b) e (c)do parágrafo 2 do presente Artigo e comu­nicará as respostas a todas as Partes pelomenos 30 dias antes da reunião;

b) as emendas serão adotadas por umamaioria de dois tercos das Partes presentese votantes. Para estes fins. "Partes presen­tes e votantes" significa Partes presentes eque emitam um voto afirmativo ou negati­vo. As Partes que se abstenham de votarnão serão contadas nos dois terços requeri­dos para adotar a emenda;

c) às emendas adotadas numa reuniãoentrarão em vigor para todas as Partes 90dias depois da 'reunião, com exceção dasPartes que formulem reservas de acordo como parágrafo 3 do presente Artigo.

2. Com referência às emendas aos Ane­xos I e II apresentadas entre reunlões daConferência das Partes, aplícar-se-ão as se-guintes disposições: .

a) qualquer Parte poderá propor emen­das aos Anexos I ou Ir para que sejam exa­minadas entre as reuniões da Conferência,mediante o procedimento por correspondên­cia enunciado no presente parágrafo;

b) com referência às espécies marinhas,a Secretaria, ao receber o texto da emendaproposta, fará COm que seja comunicado

imediatamente a todas' as Partes. Consulta­rá, outrossim, as entidades íntergoverna­mentais que tenham uma função relacio­nada com tais espécies, especialmente coma finalidade de obter qualquer informaçãocientífica que estas possam fornecer e asse­gurar a coordenação das medidas de con­servação aplicadas pelas xeferidas entida­des. A Secretaria transmitirá a todas asPartes, . com a possível brevidade, as opi­niões expressadas e os dados fornecidos portais entidades, juntamente com suas pró­-prias conclusões e recomendações;

c) com referência a espécies que não asmarinhas, a Secretaria, ao receber 0- textoda emenda proposta, o comunicará imedia­tamente a todas aI! Partes e, posteriormen­te, com a possível brevidade, comunicará atodas as Partes suas próprias recomendá­ções:

d) qualquer Parte poderá, dentro de 60­dias da data na qual a Secretaria tenhacomunicado suas recomendacões às Partesde acordo com os suhparágrafoa (b) ou (c)do presente parágrafo, transmitir ã Secre­taria seus comentários sobre a emendaproposta, juntamente com todos os dad~scientíficos e informações pertínentea;

e) a Secretaria transmitirá a todas asPartes, tão logo lhe seja. possível todasas respostas recebidas, juntamente com suaspróprias recomendações;

f) se a Secretaria não receber objeçãoalguma à emenda proposta dentro de "sodias a pal:tir da data em que comunícar asrespostas recebidas de acordo com o díspos­to no subparágrafo '(e) do presente par:j:;­grafo. a emenda entrará em vigor 90 diasapós para todas as Partes, com exceção qa.Sque houverem formulado reservas de acor­do com o parágrafo. 3 do presente Arttgo;

g) se .a Secretaria receber uma objeçãode qualquer Parte. a emenda proposta serásubmetida a votacão por correspondência deacordo com o disposto nos subparágra-­fos (h), (i) e (P do presente parágrafo; .

h) a Secretaria notificará todas a Part~s

de que foi recebida uma notificação deobjeção;

i) salvo se a Secretaria receber os votos afavor, contra ou de abstençâc de pelo me­nos a metade das Partes dentro de 60 di;y;a partir da da ta de notificação de acordocom o subparágraro (h) do presente pal1~­

grafo, a emenda proposta será transferikIapara a reuníão seguinte da COnferência~Partes;

j) desde que sejam recebidos os vctoe dametade das Partes, a emenda proposta seráadotada por uma maioria de dois terços d@s ,Estados que votem a favor ou contra; cf,'

:'k) a Secretaria notificará a rodas as Pa:r,-

tes o resultado da votação; ,1) se a emenda proposta for adotada, est,a

entrará em vigor para todas as Partes: 90dias após a data em que a Secretaria n<i'ei­fique sua adoção, exceto para as Partes queformulem reservas de acordo com o dispostano parágrafo 3 do presente Artigo,

s. '-íSentro do prazo de 9D dias previstono subparágrafo (c) do parágrafo 1 ou 1l'lllJl:l\..parágrafo (1) do parágrafo 2 deste ·Art:igl!l,qualquer Parte poderá formular uma"r~serva a essa emenda mediante notifica9iopor escrito ao Governo depositário. Até '!!J'@eretire sua reserva, a Parte será consider~

como Estado não Parte da presente Con­venção com referência ao comércio da espé­cie respectiva.

ARTIGO ::KVI , i

Anexo TIl e suas Emendas '.$1

1. Qualquer Parte poderá. a qualqíÍermomento, enviar à secretana uma lista.llfie

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (~ill X) Sábado 12 13t1t

espécies que identi:l'ique como estando sujei­tas a regulamentação dentro de sua juris­dição para o fim mencionado no parágrafo 3do Artigo II. No Anexo In serão íneluídosoe nomes das Partes que as apresentarampara inclusão, os nomes científicos de cadaespécie assim apresentada e qualquer parteou derívado dos animais ou plantas respec­:f;ivas que se especifiquem com referência aessa espécie para os ríns do subparâgrafo(b) do Artigo 1. '

2. A Secretaria comunicará às Partes,com" a possível brevidade após seu recebi­mento, as listas apresentadas de acordo como disposto no parágrafo 1 do presente Arti­go. A lista entrará em vigor. corno parte doAnexo HI, 90 dias após a data da eomuni­.eação em apreço. Em qualquer oportunida­de após o recebimento da comuníçação dalista, qualquer Parte poderá. mediante no­tificação por escrito ao Governo depositário,'turmular uma reserva com' refe-rência aqualquer espécie ou parte ou derivado da

, mesma. Até que retire essa reserva, o Es­tado respectivo será considerado Estado nãoParte da presente Convenção com rererên­'cia ao comércio da espécie, parte ou deriva­~do de que se trata.

3. Qualquer Parte que apresente uma"'espécie para inclusão no Anexo UI, poderá,retirá-la a qualquer memento, mediante no­Vtificação à. Secretaria, a qual comunicará aretírads a todas as Partes. A retirada en­

oltrará em vigor 30 dias depois da data daiJIIlotificação.r ; 4. Q1llIlquer Parte que apresente uma'lista de acordo CDm as disposições do pará­'!pafo 1 do presente Artigo, remeterá à. Se­éretarta cópias de todas as leis e regula­

"'mentos internos aplícáveís à proteção detais espécies, junto com as interpretaçõesque a Parte considere apropriadas 01' que f,\

Secr.etaria lhe solicite. A Parte, durante operíodo em que a espécie se encontre in­1!11;tída no Anexo IH, comunicará todaemenda às rererldas leis e regulamentos as­sim' corno qualquer íntert.retação nova, a,medida que sejam adotadas.

ARTIGO XVII

"~ Emendas à Convenção." L A Secretaria, a pedido, por escrito,"'âe,' pelo menos um terço das Partes, COI'VO­"tillrá uma reunião extraordinária da Con­':ferência das Partes para considerar e ado­"Ila1r emendas à presente Oonvençâo. As re­''.fef"idas emendas serão adotadas por umamaioria de ríoís terços das Partes presentes

•.1", votantes. Para estes ríns, "Partes presen­.itf!>l e votantes" significa Partes presentes...q.i'1e emitam um voto afirmativo ou negati­vo. As Partes que se abstenham de votarnão serão contadas entre os dois terços re­-qüéridos para adotar a emenda.

c.~' A Secretaria transmitirá a todas asriijartes os textos de 'propostas de emendapeio menos 90 dias antes de sua aprecia­ção pela Conferência.

3. Toda emenda entrará em vigor. paraas Partes que a aceitem 60 dias após que

,mis terços das Partes 'depositem com o...Gil0venlO· depositário seus instrumentos de.~tação da emenda. A partir dessa data,-3~ emenda entrará em vigor para qualquer'.0lut:ra Parte 60 dias após ter essa Parbe de­'..il~jlÍtado seu instrumento de aceitação da"~sma.

ARTrGO XVm:

Slllução de Controvérsias1. Qualquer controvérsía que possa sur­

gir entre duas ou mais Partes com reterên­1i~i~l à Interpretação ou aplícaçâo das dís­~~íções da presente Convenção, ~estarâ

\

sujeita a negociação entre as Partes en­volvidas nas controvérsias. '

2. Se a controvérsia não puder ser re­solvida: de acordo com o parágrafo 1 dopresente Artigo, aS Partes poderão, porconsentimento mútuo, submeter a contro­vérsia a arbitragem, especialmente à CortePermanente de Arbitragem da .Haia e asPartes que assim submetam a controvérsiase obrigarão pela decísão arbitral.

ARTIGO XIXAssinatura

A presentc Convenção estará aberta àassinatura em Washington, até 30 de abrilde 1973 e, a partir dessa data, em Berna,até 31 de dezembro de 11174.

ARTIGO XXRatificaçao, Aceítação e Aprovação

A presente Convenção estará sujeita, aratificação, aceitação ou aprovação. Os ins­trumentos de ratificação, aceitação. ouaprovação serão depositados junto ao Go­verno da Confederação Suíça, o qual seráo Governo depositário.

ARTIGO XXIAdesão

A presente Convenção está aberta inde­finidamente à adesão. Os instrumentos deadesão serão depositados junto ao Goyernodeposítárlo,

ARTIGO XXIIE:ntrada em Vigllr

1. A presente Convenção entrará emvigor 90 dias após a data em que tenha sidodepositado, junto ao Governo depositário, odécimo instrumento de ra.tíríeação, aceita­ção, aprovação ou adesão.

2. Para cada Estado que ratificar, acei­tar ou aprovar a preaente Convenção ou aela aderir, depois do depósito do décimoinstrumento- de ratificação, aceitação,aprovação ou adesão,a Convenção entraráem vigor 90 dias depois que o referido Es­tado. tiver depositado seu instrumento deratàrícaçâo, aceitação, aprovação ou adesão.

ARTIGO XXIIIReservas

1. A presente Convenção não está su­jeíta a reservas gerais. Poderão ser Iormu­Iadas unicamente reservas especirícas deacordo com o disposto no presente Artig'Q enos Artigos XV e XVI.

2. (~ualquer Estado, ao depositar seuinstrumento de ratãrícação, aceitação,aprovação- ou adesão, poderá formular umareserva especifica com referência a:

a) qualquer espécie incluída nos AnexosI, II e lII; ou

b) qualquer parte ou derivado especifi­cado em relação a uma espécie incluída noAnexo UI.

3. Até que uma Parte retire a reserva,fõrmulada de acordo com as disposições dopresente Artigo, esse Estado será consíde­.rado como Estado não Parte dá presen teConvenção com referência ao comércio d~

espécie, parte ou derivado especificado emtal reserva.

ARTIGO :XXIVDenúrrela

Qualquer Parte poderá denunciar a pre­sente Convenção, mediante notificação porescrito ao Governo depositário a qualquermomento, A denúncia produzírá efeito dozemeses após ter o Governo depositário re­cebido 11 notificação.

AR'i'IGO XXVDeposhário

1. O original da presente Convenção,cujos textos em chinês, espanhol, francês,inglês e russo são, igualmente autênticos,'será depositado junto ao Governo deposi­tário, o qual enviará cópias autenticadas atodos os Estados que a tenham assinado oudeposltado instrumentos de adesão à mes­ma,

2. O Govcrno depos.tárío informará to­dos ,os Estados signatários e aderentes,assim como a Secretaria, das assinaturas,depósitos de instrumentos de ratificação,aceitação, aprovação ou adesão, da entra­da em vigor já presente Convenção, emon­das, apresentação e retirada de reservas enotificações de denúncias.

3. Quando a presente Oonvençâo entrarem vigor, o Governo depositário transmi­tirá uma cópia certificada à secretana dasNações Unidas para registro e publicaçãona forma do Artigo 102 da Carta das Na­ções Unidas.

Em testemunho do que, os Pleriípoterr-:cíáríos abaixo assinados, devidamente au­torizados para tanto, firmaram a presenteConvenção.

Feito em Washíngtcn, aos três dias demarço de mil novecentos e setenta e três.

ANEXO I

Interpretação: !

1. No presente Anexo é feita referênciaàs espécies:

a) conforme o nome das espécies; ouh) como se estivessem todas as espécies

/ineluíctM num Taxon superior ou em umaparte designada do mesmo.

2. A abreviatura "spp" se utiliza paradenotar todas as espécies de um 'I'axunsuperior.

3. Outras referências aos Taxa superio­res às espécies têm o único fim de servirde informação ou classificação.

4. Um asterisco (*) colocado junto aonome de uma -spécíe ou 'I'axnn superior in­dica que uma ou mais das populações geo­graficamente separadas, subespécies ou eS­pécies do referido Taxou estão incluídas noAnexo II e que essas populações, subespé­eles ou espécies, estão excluídas do Anexo I.

5 .. O símbolo (-) seguido de um nú­mero colocado junto ao nome de urna es­pécís ou 'I'axon superior indica a exclusãode tal espécie ou 'I'axon das populaçõesgeograríeamente separadas, subespécies ouespécies, designadas como se segue:

101 Lemur catta .- 102 População australiana.6. O símbolo (+) seguido de um número

colocado junto ao nome de uma espécie de­nota que somente uma população geografi­camente separada ou subespécie designadadessa espécie se inclui neste Anexo, comosegue;

+ 201 Unicamente população italiana.7. O símbolo (Xl colocado junto ao .10­

me de uma espécie ou Taxon superior indi­ca que as espécies correspondentes estãoprotegidas na forma do programa de 1972da Comissão Internacional da Baletá,

FAUNAMAMMALIA

MARSUPIALIAMacropodidae - Maeropus parma, Ony~

ehogalae frenata, O. íunata, Lagcrriesteshírsutus, Lagoatrophus faseíatus, CaloprYIIl-

1370 Sábado 1!

nus campestrís, Bettongia penícíllata, B.Iesueur, B. tropical.

Phalangerídae - Wyuida squamícaudata,

Burramyidae - Burramys parvus.Vombatidae - Lasiorhínus glllespíel,

Perameíídae - Perameles bougaínvflle,Ohaeropus ecaudatus, Macrotis lagotis, M.Ieueura, .

Dasynrldae - Planígale tenuírostrís, P.subtiííssâma, Smirrtlaopsâs psammophíla, S.kmgteaudata. A'l1.'teehinomys lantger, Myr­mecobius fascíatus ruf'us.

Thylaeinídae - ThyIacinus cynocephalus.

PRIMATE8

Lemurídae - Lemu spp. • -101, Lepi'le­mur spp., Hapalernur sp1'., 'Al!oceol;LS s1'1'.,Cheíroga.leus s1'1'., Mícrocebus spp., Phanerspp.

Indriidae - Indri s1'1'., Propítheeus spp.,Avahi spp.

Daubentoniídae - Daubentonia mada­gasearíeneís.

Calli/,hrl..cídae - Leontopitheeus (Leonti­deus) spp., Callimico goeldii.

CebJidae - Saimiri oerstedíí, Ohíropotesalbínasus, Oacajae spp., Alouatta palhata(víllosu) , 'Ateles geoffroyi frontatus, A. g.panamensis, Brachyt.e1.es arachnoides.

Cercoplthecidae. - Cercocebus galeritu'8galeritus Macaca silenus, CoJDbus badhlsrUfomitratus, C. b. kirkii, Presbyt.is g.eei, P.pileatus, P. entellus, Nasalis larvatus, Si­mias conoolor, Pygathl:ix nel11ae'l1s. '

Hyl.obatl.dae - Hylo'\)ates spp., Symp!ha­langus syndactYIoo.

Pongidae - PaTIgo pygmaeus pygmaeus,P. p. abe1ii, Gorilla gorHJa.

EDEN'rATADasypodidae Priodolltes giganteus

(::::: maxirnusl.

PlIOLIDOTA

MaxlÍdae - Manís temmincki.

LAGOMORPHA

Lep(Jrlda~ - Romerolag.us diazi, Capro­lagus hi.sPL_dus.RODE:NTIA

Scil1Iidae - Cynomys mexicanus.

Castoridae - Castor fiber birulaia, Cas­tor eanadensis roexieanus.

Muri-dae - Zyzomys pedunculatus, Lepo­rillus oonditor, Pseudornys novaehollandiae,P. praeconis, P. shortridgei, P. fumeus, P.occidental1s, P. fieldi, Notomys aquilo, Zero­mys myoideB.

Chinchillldae Chinehílla brevieaudataboliviana.CETACEA

pu.,taJ:listidae P!latanista gangetic.a.

Esehrichticlac - E8chrichtius rabustus(gl.aueus) •

Balaenopterldae - Balaenoptera museu­lus, Megaptera novaeangliae.

Ba1aellidae - Balaena mysticetus, Euba­laena app.

PARNIVORACanidae - Canis lupus monstrabilis, Vul­

pes velox hebes.

Viverridae - prionodon pardicolor.

'i1:rllidae - Ursus americanos emmonsti,U. a.retos pruinDsus, U. arctos * + 201, U. a.nelsoni.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Mustelldae - Mustela nígrípes, Lutra lon­gicaudís (platcneís/anneotens), L. felina, L.provoeax, Pteronura j)r.asiã1i~,Ao:nyx mí­erodon, Enhydra Iutrís nereís,

E:Yaenídae - Hyaena brunnea.Felidae - Felis píaníceps, !F. ill,grlpes, F.

concoíor coryí, F. 'C_ eosltarl.ccllílsis, F. c. <OOlJ!­

gar, F. temmincki, !Fclis be.:n.gil.1ensis benga­Iensís, F. yagouaroun.di eaeonntlí, F. y. f-os­sata, F. y. panamensãs, F. s. tolteca, F. par­dalis mearnsí, F. p. mítís, F. wiedii nicara­

.guae, F. w. salvínía, F. tigTina oncílla, F.marmorata, F. [acobíta, F. (Lynx) rufa es­cuínapae, Neofelis nebulosa, Panthera ti­

. grís .. P. parríus, P. uncia. P. anca, Aeãnonyxjubatus.

PINNIPEDIA

Phoeídae - Monaehus spp. MiroulI'lga an­gustírostria.PROBOSCil:DEA

Elephantidae - Elephas maxímus.SIRlflNIA

Dugongídae - Dupong dugon * -102.

Trichechidae - 'I'rícheehus rnanatus, T.

ínunguís,

PERISSODACTYLAEquídae _ Equus przewalBJili, H. hemío­

nus hemionus, E. h. khur, E. zebrll.l?íebra.Tapiridae - Tapirus pinchaque, T. pair­

dii, T. indicus.Rhinocerotidae - Rhinocerós unicornis,

R. IlOn!da~eus, DidermoceruB sm:,'i!\trensis,Oeretotherim:n simum cotooni.ARTIODACTYLA

Suidae - Sus salvanjus, Babyr-o'llSa ba­byrussa.

Calnelidae - Vicugna vicug"l11!\, CameluBbaclrianus.

Cervidae - MDschus IDoschíferUB mos­chiferus, Axis (Hyelaphus) pillrciJnl'lS a!1rul­miticus, A. CEIyelaphw;l e:alamianensís, A.(HyelapbusJ k:uhlii, Cerros duva.u-d~ii, ,C.eldi, C. eIapl'lus hangIu, Hippocamelus bf­sulcus, H. antisensis, Biasroceros dichoto-.mus, Ozotoceros b-ezo.artieus, Pudu pudu.

AntilocapTidae - Aniíloea'lll'a americanaoonorieIlBÍS, A a. peninl'lularis.

Bovidae - Bubalus (A=a) mindoren&is,B. (AnOa) depressicornis, B. (Anoa) .quarle­si, Dos gaul'us, B, (grunniens.) lllut,\!S, Novi­'bes (Bos) sauveJi, B;i= bioo1fi atmbaseae,K,olJ'US 1eche, Hip.potragus níge.. lVaIi:8.u:i,O!IYX l.euooryx, DamaliirelllB oo!rcas dorCll.fi,Saiga tatarica mcJngo[iea, Nemoi"l:ilaoous go­raI, CapricorIlls suroatraensis, R:u,piea;prarupícapra ornata, Capra l'aleoneri jcrd.oni,C. f. megaceros, C. f. chiltanensis, Ovisorien-t1ll.lis :PUiOll, O. ammon hodg'BOllli, O.vignet

AVES

TINAMIFORMES

, Tinamiclae - Tinam~1s soJitarius.PODICIPIDIFORMES

Podici1'edidae - Podilymbus gigas.

PROCELLARIIFORMES

Diomedeidae - Diomedea. albatrul>.

PELECANIFORME13 '

Bulidae - Sula abbotti.Fregat1dae - F1:egata andrewsi.

CIOQNllFORMESCieoniidae - Ciconia ciconia boyeiana.

Threskiornithidae - Nipponia IJippon.

Abril de 1975

ANS'ERIFDRMES

Anatidae - ànas lWe.klam!liea l!l!eSWtis.AUa:5oustaleti, AD:as 3.a)"SaIlloflIlsill,~ dia­Z<i, Cai!!'ina scutul:a.ta, iR.OOd~sa .e/l.ryo­phyililS>C>ea, Blrl!l.ifilta eanadensís !LeJJliOOjpul'eia,B1m[i1ta sanciwicens!lil.

FALOONIFORMESCathartidae - Vultul' gl'ypilJ.Ug, Gymnagy­

ps calíforniamzs.

.e.oe:ipitrid~e - PithOODlJjlh8,ga jefferyi,Harpi9. ha.rpyja, Haliaet,Wil I. 1eJWaMpJ1.a1U8,li&liae:!Jus he.lilu.ca adaiLberti., RJill-ae,tus albí­cílla groenlandíeus.

'Fle,loonidlae - Faloo peregrínus anatum,Fa~oo peregrínus tul'\orllIii'Uls, FaIoo peitlegTiíJnI!lSperegrinns, F'al.eo peregrtnus hail!l~llmie'\J(Il,

GALLIFORMES

M:egaj%l,(jj.üdae - :Ma.el'ooe.l'lha1on 11lia.~.

Oracidae - orax bíumenhachíí, Pl;pi1e 1>­pípíle, pi,pi1e jacutin,g:a, Mitu. mítu mítu,Oreophnsís tlerbí=us. '

TetrMnM.a.e - ~p..annre!t:lw! eUlpn.dil!l ,a.t­t\Wltlterl.

Phastanídae - Colínus vírgíntarms rídg­\Ió"2.}'Í, ~blytl:ili, '['~ cabetí,'I'mg:D!pan, mmn=ephad1lJl8, Lúl,plu~

sciaterl, LiJphopm.rm; lJil\lllY'SÜ., iLoJl'~rilll'8

ímpej:anl'llil, CrooroptiWJm !Ill!ldiWIDclilwrJ:euml,Crosoop,fdon CIrosoopltikm, LlD~'IIUt'a sW'iÍiI1líbu:M.i,Lúlphllllia imp&Í9.1is., LophUll'.ll. eo!Wll,illcMi"SYl'maticus elllati, Syrmaticu$ lUIIJllIlliae,Syrmaticus mikado, Poly;plectron empha­nnm, ''I'etl'ao-gallI!lB ti'be't'!!.nus, "iI'etn.ogal1IuscaS'pÍ'lls, Cyr'bonyx l'U011te!!l1l.'lna-e 'l'l'leTrií'!l.J:ni.

GRUIFORMES ,GnlÍlil-a'el - GroB í!lcplmemlÍ.B, G'l'1I1S }s'IJleo­

gCl'anns, GT1I.B 1<.metieana, Gl'usca'lli!l:lftoo'fliispuRRa, Gnl.B ,eana.densis nesiQtes, G!rns ~igri­

eollis, G:rus 'V1llio, Grus m01'la.e!b:a.Rallidae - Tricholimna.s sylvestris.Rhynachetidâe - Rhy:ooc!Q,e'bos jubatus.Otididae - EUPDd.otiS be.ngalensis.

CI:IARADRIIFORMES

Scolopacidae - Num.enÍus borealis, Trin­ga guttifer.

Larida.e - La.rus relictul>.

OOLUMBU'ORMES

, Columbidae - Ducula min-l1ílrensis.reCITTACIF'ORMES

Psittacidae - strigops llitbroptili.ts, RhylJ.-­chopsitta p,a.chyrhynl:ha, Amazona le:ueo­c.eph.ala, Amazona llittata, Amazona ,guil­dingii, Amawna versiocolor, Am.azoua Ílll­p.eriaIis, Am.azona rhodocoryt:!:l.a, Amazo-napetrei petrei, AnlJi1.ZOl1.a 'llina.ce.a, PyrrJ:;uir.ll.cruentata, ill:lDoorhynclms glaucus, Ano­dorhynchus leari, Cyanopsitta 'spixií, Pio­nnp,sitU. púleata, A.r:atl:ng,a~, Psl,tta­cula krameri .eeib.o, 'PJle1'lnota:u: pil'llmeTlrJimDlll,Paephotus -ci::uy.so:J.:lre!l:}"gím,N_~ c1lmy­sogaster, Neophema spBJeml~, C~am­

phus novaezelandiae, Cyall0ramphus auri­OOIJíl ful'besÍ-, Geupsittlil.Cg,1l '0oe1tdootil.lbis, Psí­ttacus e!l:itha'cus princeps.

APG:Dil:FOiR~ES

Troehilidae - Rampho.don dohroU.

TROGONIF'OFl.MES

Trogonidae - Pharomachrus rn.ocin.nomocinna, Pharamachrus mocinno costari­censis.

STRIGIFOR:MES

Strigidae - otus gurneyi.

CORAClr;plQRMESBucerotidae - Rhinoplax vigíl.

AbrlI de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 1371

ANEXO II

WELWITSCHIACEAE - Welwitschia baí­nesíí.

ZINGIBERACEAE - Hedychium phílíppí­nense,

SALMONIFORMESSalmonidae - Coregonus alpenae.

CYPRINIFORMESoatostomídae - Ohamistes cujus, Cypri­

nídae - Probarbus [ulliení.

SlLURIFORMESSclúlbeidae - Pangaeíanodon gígae,

PEROIFOR:MES

Pereídae - stizostedion vítreum glaucum.MOLLUSCA

Interpretação

1. No presente Anexo se faz referênciaàs espécies:

a) conforme o nome das espécies; oub) como se estivessem todas as espécies

íncluídas num Taxon superior ou em umaNAIADOIDA parte do mesmo que tenha sido designada.

Unlonídae - OonradilIa eaeíata, Dromus 2. A abreviatura "spp" é utilizada paradromas, Epioblasma (;:::Dysnomia) floren- denotar todas as espécies de um Taxon su­tina curtísl, Epioblasma (=Dysnomia) fio- períor.rentína florentina, Epioblasma (=D!Ysno- 3. outras referências aos Taxa superlc­mia) sampsoní, Epioblasma (=Dysnomia) res às espécies têm a finalidade única desulcata peroblíqua, Epioblasma (=Dysno- servir de Informação ou classificação.mia) torulosa gubernaculum, Epioblasma(:=;])ysnomia) torulosa torulosa. 4. Um asterisco (*) colocado junto ao

Uníonídae _ Epioblasma (::=Dysnomia) nome de uma espécie ou Taxon superiorturgídula, Epioblasma (=Dysnomia) walkeri, indica que uma ou mais das populaçõesFusconaia coneolus, F'usconaíe edgaríana, geograficamente separadas, subespécies. ouLampsílís higginsi, Lampsílís orbíeulata espécies do referido Taxon se encontram in­orbículata, Lampsílts satura, Lampsllls vi- ,cluídas no Anexo I e que essas populações,rescens, Plethobasis elcatríeosus, Plethobasis subespécies ou espécies estão excluídas docooperíanus, Pleuroberna plenum, Potamílus Anexo II.(::=Proptera) capax, Quadrula íntermedía, 5. O símbolo (#) seguido de um númeroQuadrula sparsa, TfJxolasma (=Carunculi- colocado junto ao nome de um espécie ouna) cylindrel1a;Unio (megalonais/?/) níck- Taxon superior indica as partes ou derí­Uniam]" Unia (Lampsilis/?/) tampiccensis vados que se encontram especificados emteccmatensís, Víllosa (;:::Micmmya) trabalís. relação ao mesmo para 00 fins da presente

FLORA Convenção como segue:

ARAOEAE - Alocasía sandertana, Alocá- # 1 designa a raizsia sebrína.

# 2 designa a madeiraOARYOCARACEAE - carvocar costarí-

cense. # 3 designa os troncos

CARYOPHYLLACEAE _ Gyn;mocarpos 6. O símbolo (-) seguido de um númeroprzewalskii,"'Melandrium mongolícum, SUene colocado junto ao nome de uma espécie oumongolíca, SteIlaria pulvinata., Taxon superior indica a exclusão, de tal

espécie ou de um Taxon superior, das popu­CUPRESSAOEAE - Pllgerodendron uví- Iações geograficamente separadas, subespé-

ferum. eles, espécies ou grupos de espécies designa-OYOADACEAE - Encephalartos spp., Mi- das, como segue:

crocycas calocoma, Stangeria eriopus. - 101 Espécies que não são suculentas.GE:NTIANACEAE - Prepusa hookeriana. 7. O símbolo (+>- seguido de um númeroHUMIRIAOEAE - Vantanea barbourii. co16cado junto ao nome de uma espécie ou

Taxon superior denota que somente popu­JUGLANDACEAE - Engelhardtia ptero- lações geograficamente separadas ou subes-

carpa. pécies ou espécies de tal espécie ou TaxonLEGUMINOSAE _ Ammopiptanthus mon- superior se incluem no presente Anexo, como

golicum, Cynometra hemitomophylla, Pla- segue:tymiscium p~eiostachyum. + 201 Todas as subespécies da América

LILIACEAE- Alce albida, Aloe pillansii, do NorteAloe polyphyl1a, Aloe thorneroftii, Aloevossií. + 202 Espécies da Nova Zelândia

MELASTOMATAOEAE _ Lavoisiera i'tam- + 2D3 Todas as espécies da família nasbana. Américas

ME.LIACEAE - puarea longipetiola, Ta- + 204 População australiana.chigalía versicolor. FAUNA

MORACEAE - :Batocarpus costaricenae. MAMMALIAOROHIDACEAE - Cattleya jongheana, MARSUPIALIA

Cattleya skinneri, Cattleya trianae, Didicieacunninghamii, Laelia lobata, Lycaste virgi- Macropodidae - Dendrolagus inustus,

Dendrolagus ursinus.~a1is val: alba, Peristeria elata. INSEOTIVORA

PINAbEAE - Abies guatamalensis, Abiesnebrodensis. Erinaceidae - Erinaceus frontalis.

PODOCARPAcEAE - Podocarpus cost,a- ' ,PRIMATESlia, Podocarpus parlatorei. Lemuridae - Lemur catta

PROTEAOEAÉ - OrothamnUB zeyheri, Lorisidae - Nycticebus coucang, LoriaProtea odorata.' tardigradus.

RUBIACEAE - Balmea stormae. €lebidae - Oebus capueinus. _SAXIFRAGACEAE (GROSSULARIACEIi.El Oercopithecidae - Macaca sylvanus, Co-

_ Ribes sardoum. labus badiUB gordonorum, Colobus verqs.Presbytis johnii.

TAXACEAE - Fitzroya cupressoides. Pongidae _ Pan paniscus, Pan troglo-ULMAOEAE - Celtis aetnensis. dytes.

OROCODYLIAAligatoridae - Alligator míssísslppíensís,

Alligator sínensís, Melanoguehus riiger, oaí­man eroeodüus apaporiensis, oaíman lati.­rostrís.

Crocodylídae - 'I'omístoma sehlegelíí, 013­teolaemus tetr~pis tetraspis, Osteclaemustetraspís osbornt, Crocodylus cataphractus,Oroeodylus aíamensís, Oroeodylus paluatríspalustrís, Orocodylus palustris kímbula, oro­eodylus novaeguíneae míndorensís, Oroco­dylus mtermedíus, Orocodylus rhombtter,Orocodylus moreletíí, Crocodylus nílotãcus,

Gavíalídae - Gavialis gangeticus.TESTUDINATA

Emydidae - Batagur baska, Geoclemmys(::=Damonia) hamiltonií, Geoemyda (=Ni­coria) tricarinata, Kachuga tecta tecta, Mo­renia ocellata, Terrapenecoahuila.

Testudinidae - Geochelone (::=Testudo)elephantopus, Geochelone (=Testudo) geo­:metrica, Geochelone (=Testudo) radiata,Geochelone (=Testudo) yniphora.

Cheloniidae - Eretmochelys imbricataimbricata, Lepidochelys kempii.

Trionychidae - Lis8emy punctata punc­tata, Trionyx ater, Trionyx: nigricans, Trio­nyx gangeticus, Trionyx hl'ruIU.

Chelidae'- Pseudemydura umbrina.LACERTILIA

Varanidae - Varanus koniodoensis, Va­ranus flavescens, Varanus bengalensis; Va­ranus griseus.SERPENTES

:Boidae - Epicrates inornatUB inornatus,Epicrates subflavus/ python molurus molu­rus.

RHYNCHOCEPHALIASphenodontidae - Sphenodon punctatus.

PISCES

AcIPENSERIFORMESAcipenseridae - Acipenser brevirostrum,

Acipenser oxyrbynchus.

OSTEOGLOSSIFOli'MES

Osteoglossidae - Scleropages formosus.

PICIFORMES

Picidae - ,Dryocopus javensis richardIlii,Capephílus ímperíalís.

PASSERIFORMESOotingidae - Ootinga maculata, Xipho-

lena atro-purpurea.Pittidae - Pitta kochí.

Atrichornithidae - Atnehornís clamosa,Muscícapídae - Pícathartes gymnocepha-

Ius, Picathartes oreas, Psophodes nígrogula­ris, Amytcrriis goyderí, Dasyornis brachyp­terus longírostrla, Dasyornis broadbenti lit­toralis.

Sturnidae - Leucopsar rcthschíldl,Meliphagidae - MeJiphaga eassídíx,Zosteropidae - Zosterops albogularis.

, Fringillidae - Spinus cucuüstus.AMPHIBIA

'tIRODELAOryptobranchidae - Andrías (=Megalo­

batraehus) davídíanus [aponícus, Andrías(=Magalobatrachus) davídíanus davidianus.

SALIENTlABufonidae - Bufo superoílíarís, Bufo pe-

rtglenes, Nectophrynoides spp. 'Atelopodidae - Atelcpus varíus zetekí,

REPTILIA

13'12 Sába.do 12

EDENTATAMyrmecophagidae - Myrmecophaga trí­

dactyla, Tamandua tetradactyla chapa­densís,

Bradypodidae - Bradypus boüvíensís,

PHOLIDOTAMánidae - Manis crassícaudata, Manis

pentadaetyla, Manis javaníca,LAGOMORPHA

Leporidae - Nesolagus netscherí.

RODENTIAHeteromyidae - Dípodomys phillipsii

phillípsn.

Sciuriclae - Ratufa spp., Larlscus hoseí.Castorídae - Castor canadensís tronda­

tor, Castor canadensis repentínus.Oríeetldae - Ondatra síbethícus bernardi.

CARNIVORACanidae - Canis lupus pallipes, Canis

lupus írremotus, Oanis lupus evrassodon,Cuon alpiríus.

Ursídae - trrsus (Tbalarctos) marttlmus,Ursus aretos .. +201, Helarctos malavanus.

Procyonidae - Ailurus fulgens,Mustelidae - Martes americana atrata.

Viveridae - Prionodon Iirisang, oynogalebennettí, Helogale derbíanus,

Felidae - Felis yagouaroundi " Felis co­locolo pajeros, F'elís colocolo crespoí, B'eiíscojoeolo budiní, Felis concolor míssculens.s,Felis concolor mayensis, Felis concolor azte­ca Feliz serval, Feliz lynx tsabellína, Feliswi~dií *, Felis pardalis .., Felis tigrina *, Fe­lis (=Oaracal) caracal, Panthera leo persica,Panthera tigris altaica (=amurensis).

PINNIPEDIAOtariidae - Arctocephalus australis, Arc­

tocephalus galapagoensis, Arctocephalusphilippli, Arctocephalus townsendi.

Phocidae - Mirounga australis, Miroungaleonina.TUBUI,IDENTATA

Orycteropidae - Orycteropus afer.

SIRENIADugongidae - Dugong dugon ' + 204.Trichech;dae - Trichechlls senegalensis.

PERISSODAOTYLA

Equidae - Equus hemionus *Tapiridae - Tapirus terrestris.

Rhinocerotidae - Dieej:os bicornis.

'ARTIODACTYLA

Hippopotamidae - Ohoeropsis liberiensis.Cervidae - Ce.'vus elaphus bactrianus,

Pudu meprisrophiles.Antilocapridae - Antilocapra americana

mexicana.Bovidae - Cephalophus monticola, Oryx

(tao) dammah, Addax nasomaculatus,Pantholops hodgsoni, Capra faleoneri ",Ovis ammon *, Ovis canadensis.

AVES

SPHENISOIFORMES

Spheniseidae - Spheniscus demersus.

RHEIFORMES

Rheidae - Rhea americana albescens,pterocnemia pennata pennata, Pterocne­mia pennata garleppi.

TINAMIF'ÜRMES

Tinall1idae - Rhynchotus rufescens ru­fescens, Rhyncho:us rufescens pallel'lcens,Rhynchotus rufescens maculicollis.

DIARIO DO CONGRE~SO NACIONAL (Seção I)

CICONIFORMESCíconíídae - Cíconía nígra,Threskiornithidae - Geronticus oalvus,Platelea Ieucorodía,

Phoenícopterídae. Phoenicopeterusruber chílensís, Proenicoparrus andínus,Phoenícoparrus [amesí.PELECANIFORMES

Pelecanídae - Pelecanus erlspus,ANSERIFOR~1ES

Anatidae - Anas aucklandíca aucklandí­ea, Anas aucklandiea chlorotís, Anas ber­níerí, Deridrocygria arbórea, Sarkidionismelanotos, Anser albífrons gambellí, Gyg­nus bewlckít [ankowskíí, Cygnus melan­coryphus, Coscoroba coscoroba, Branta ru­ficollis.FALCONIFORII-lES

Aceipitridae - Gypaetus barbatus merí­díonalís, Aquíla chrysaetos.

Falconidae - SP.il.GALLIFORMES

Megapodiidae - Megapodius freycinetnícobaríensís, Megapodíus Ireycínet abbotti.

Tetraonidae Tyrnpanuclrus cupidopinnatus.

Phasianidae - Francolinus ochropectus,Fmncolinus swíerstraí, Oatreus wallichii,Polyplectron malacense, Polyplectron ger­maini, Polyplectron bícalcaratum, Gallussonneratii, Argusianus argus, Ithaginuscruentus, Oyrtonyx montezumae montezu­mae, Cyrtonyx montezumae mearnsi.GRUIFORMES

Gruidãê - Balearica regolorum, Gruscanadensis pratensis.

Rallidae - Gallirallus australis bectori.Otididae - Chlamydotis u:Q,.dulata, Oho­

riotis nigriceps, Otis tarda.CHARADRIIFORMES

Scolopacidae - Numenius -tenuirostris,Numenius minutus.

Lal'idae - Larus brunneicephalus.COLUMBIFORMESColumbidae - Gallicolumba luzonica, Gou­ra cristata, Goura scheepmakeri, 'Gouravictoria, Caloenas nicobarica peJewensis.PSITTACIFORMESPsittacidae - Coracopsis nigra barklyi,Prosopeia personata, Eunymphicus cornu­tus, CyanoramI'bus unicolor, Oyanoram­phus novaezelandiae, Cyanoramphus mal­herbi, Poicephalus robustus, TanygnathusIllzoniensis, Probosciger aterrimus.CUCULIFORMES

Musophagidae - Turaco corythaix, Gal­lirex porphyreolcphus.STRIGIFORMES

Strigidae -.: Otus nuc.ipes newtoni.CORACIIFORMES

Bucerotidae - Buceros l'hinoceros rhb.o­ceros, BÍlccros bicornis, Buceros hydroco­rax hydricorax, Aceros narcondami.

PIOIFORMESPicidae - Pictts squamatus flavirostris.PASSERIFORMESCotingidae - Rupicola ruplcola, Rupicolaperuviana.

Pittidae - Pitta brachyura nympha.Hirundinidae - Pseudochelidon sirin-

tarae.Paradisaeidae - 8pp.Muscicapidae - Muscicapa ruecki.Fringillidae - Spinus yal're1lii.

Abril de 19"5

AMPHmIA

URODELAAmbyístomídae - Ambystoma mexíca­

num, Ambystoma dumerillií, Ambystomalermaensís.

SALIENTIA

Buforiídae - Bufo retírormís.REPTILIA

CROOODYLIAAlligatoridae - Oaímari croeodílus croco­

dílus, Oaíman crocodílus yacare, Caírnancroeodüua fuscus (chíapasrus) , Paleosuchuspa.lpebrosus, Paleosuchus trigonatus.

Crocodylrdae - Crodocylus jonsoni, oro­codylus novaeguíneae novaeguíneae, oroco­dylus porusus, crocodvlua acutus.TESTUDINATA

Emydidae - Olemmys muhlenbergã.

Testudinidae - Chersine spp. Geochelonespp, *, Gopherus spp., Homopua spp., KnixyssPP., Malaaochersus spp., Pyxís spp., Testu­do spp. '.

Ohelonlidae - Caretta caretta, Cheloniamydas, Chelonia depressa, Eretmochelysímbrícata bíssa, Lepíâochelys olívacea.

Dermochelidae - Dermochelys coriace,a.

Pelomedusídae - Podocnemís spp.

LACERTILIA

Teiidae - Onemidophrus hypervthrus,Iguanidae - Conolophus pallídus, Cololo­

phus subcristatus, Amblyrhynchus cristatus,Phrynosoma coronatum blainvillei.

Helodermatidae - Heloderma suspectum,Heloderma horridul11.

Varanidae - Varanus spp. '.

SERPENTES

Boidae - Epicrates cenchris cenchris,Eunectes notaeus, Constrictor constrictor,python spp. *.

Oolubridae - Cyclagras gigas, Pseudoboacloelia, Elachistodon wcstermanni, Thamno­phis elegans hammondi. .

PISCES·

ACIPENSERIFORMES

Acipenseridae - Acipenser fulvescens,Acipenser sturio.

OSTEOGLOSSIFORMESOstcoglossidae - Arapaima gigas.

SALMONIFORMESSalmonidae - 'Stenodus leucichthYs leou­

cichthys, Salmo chrysogaster.

OYFRINIFORMES

Oyprinidae - Plagopterus argentissimull.Ptychochelius lucius.

ATHERINIFORMESCyprinodontidae - Cynolebias constan­

ciae, Cynolebias marmora..tus, Cynolebiasminill1us, Cynolebias opalescens, Cynolebiassplendens.

Poecillidae - Xiphophorus couchianus.COELACANTHIFORMES

Coelanthidae - Latimeria chalumnae.CERATODIFORMES

Ceratodidae - Neoceratodus forsteri.MOLLUSCA

NAIADOIDAUnionidae - Cyprogenia aberti, Epio­

blasma (= Dysnomia) torulosa rangiana,Fusconaia subrotunda, Lampsilis brevicula,Lexingtonia dolabelloides, Pleoroberoa cla­va.

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 13'1'&

DESCRIÇAO no (8) ESPÉCIME (8) OU PARTE (8) OUDERIVADO (8) DE ESPÉCIME (S)!NCLUINDO QrALQUER

MARCA (8) COLOCADA (8):

Espécimes" vivos

Espécie IQuantidade I TIpo de produto I Marca

I (se houver)

II

I·ICarimbo da autoeldade que realiza a Inspeção ra) na exportação .

• b) na importação *• Este ceuimoo inutiliza esta licença para rtne de futuras tl'fLllSa,ções eomerotate,

e esta licença deverá ser entregue á Autorrdade Administrativa.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - RelatórioO Presidente da República encamínha ao

Congresso Nacional, para o seu exame, otexto da Convenção sobre o Comércio In­ternacional das Espécies da Flora e FaunaSelvagens em Perigo de Extinção, conclui­da em Washington, a 3 de março de 1973e assinada pelo Brasil.

A Convenção está constituída de 25 arti-gos e 4 anexos. .

A Exposição de Motivos aponta o objetivoda Convenção:

"Entre os príncípíos então aprovaocs,ficaram explícitas as idéias de que osrecursos naturais da terra, inclusive daflora e da fauna, devem ser protegidospara o benefício das gerações presentee futura; de que o homem tem respon­sabilidade especíríca de proteger e uti­lizar com sabedoria a herança da vidaselvagem e de seu habitat, atualmentesob graves ameaças de extinção poruma combinação "de fatores adversos ede que a proteção e a melhoria ambien­tal e questões correlatas deveriam sertratadas, internacionalmente, de acordocom um espíríto de cooperação e em péde igualdade."

A Comissão de Relações Exteriores apre­ciando a Convenção, concluiu pela sua apro­vação, apresentando Projeto de Decreto Le­gislativo, que recebeu o n.o 02, de 1975.

É o Relatório.n - Voto do Relator

Trata-se de ato multilateral assinado quefoi por 43 Estados e ratificado por mais S.

Está a Convenção aceita pelo Presidenteda República, ao encaminhá-la, para apre­ciação do Congresso Nacional.

A Constituição outorga competência pri­vativa do Presidente da República para ce­lebrar tratados ad .referendum do Congres­so Nacional, assim:

Art. 81. Compete privativamente aoPresidente da República:

.................................... ,..X - celebrar tratados, convenções eatos internacionais, ad referendum doCongresso Nacional;

Explica, a propósito, Eduardo Espinola:"Esse ad referendum do Congresso Na­cional, tem a significação de dependerda aprovação do Congresso Nacional,em resolução de sua exclusiva eompe­têncía," - Constituição dOI! EstadosUnidos do Brasil. (17 de setembro de1946) (1952, 1.° vol , pág. 359)"Declara Themístocles Cavalcantí que asconvenções são realizadas por represen­tantes do Poder Executivo, mas sua.conclusão depende de outro Poder,identificando-se como ato complexo quesomente toma-se perfeito e acabadocom.a manifestação de dois Poderes.

Eis o que escreve o ilustre comentarista:"I - Os tratados e convenções são con­cluídos pelo poder Executivo atravésdos seus delegados, embaixadores e ór­gãos próprios, mas a sua validade de­pende precipuamente da aprovação pe­lo Congresso, que sobre eles resolve de­finitivamente. "

Adianta:"Consiste esta aprovação, na chama­da ratificação, admitindo-se, portanto,implicitamente, que a conclusão do tra­tado da convenção não escapa à com­petência de outro Poder.".

\

Tamanho , Ma:rca.(ou volume) (se houver)

. " ~ , .(data)

Cyatheaceae - Cyatbea (Hemitel1a) ea­pensís # 3, CYathea dredgeí # 3, Cyatheamexicana # 3, Cyathea (Alsophíla) salví­nü # 3.

Dioscoreaceae - Díoseorea deltoides # 1.Euphorbiaceae - Euphorbia spp. --101.Fagaceae - Quercus copeyensís # 2.Legunííncsae - Thermopsis mongolíca,Liliaceae - Aloe spp. '.Meliaceae - Swietenia humíüs # 2.Orchídaceae - Spp. *.Palmas - Arenga ípct, Phoenix haneeana

varo phílíppínensís, Zalacea elemenaíana.Portulaeaceae 7'" Anaeampseros spp.Prirnulaeeae - Cyclamen spp.Bolanaceae - Bolanum sylvestrís,Sterculiaceae - Baslloxylon excelsum

# 2."vemebenaeeae - Caryopterís mongolíca,Zygophyllaceae - Guaíaeum sanctum

# 2.(Anexo lU: vide Artigo II -- parágrafo

3, e artigo XVI,)

Sexo

..........................(d.. ta)

Autoridade Admlnlstratlva que emite a ltcença

Núnlero

......... ·ú;;g.;;j··· .

Partes ou Derivados

Espécie(nomes cterrttrtcoe

e comuns)

(lugar)

(oanmbo e assinatura dade exportação.)1) Indique o tipo de produto2) Suprfma a. menção inútil

IN8ECTA

PAíS EXPORTADOR:Esta licença é concedida a: " .Endereço; ..........•............... : .o qual declara conhecer as disposições da Convenção, a- fim deexportar .. , ,....................... . ..........•

(espécíme (8) ou' parte (8) ou derivado de espécime (s) (1) de umaespécie rncl'ulda no Anexo I (2)~ Anexo n (2), Anexo TIl da Convenção ta.l comoespeetrteado abaIXO (2).

(criado em cativeiro ou cultivado .em ..•. , .•.•••..• ) (2) Este (s)espécime (s) está (estão) consignados a .Endereço: País: .

ANEXO IVCONVENÇÃO SOBRE O COMERCIO INTERNACIOSAL DE

ESPÉCIES DA FAUNA li: FLORA SELVAGENS EMPERIGO DE EXTINÇAO.

LICENÇA DE :mXPORTAÇAO N.o ....•.. ,Villida até: (data)

LEPIDOPTERAPapillontdae - Parriassius apollo apcllo.

FLORAApocynaceae - Pachypodium spp.

.Aralíaceae - Panax quínquetoüum #1,Araucarta aracana # 2.

Cactaceae - Caetacea spp, + 203, Rbip­salis spp,

Oomposítae - Saussurea lappa # 1.

STYLOMMATOPHORAOarnaentdae - Papustyla (= Papuína)

pulcherríma.Paraphantidae - Paraphanta spp, +202.

PROSOBRANCHIAHydrobiidae - Ooahuilíx hubbsi, Oochlio­

pína mílíerí, Durangoriella coahuilae, Mexi­pyrgus carranzae, Mexípyrgus ehuríneea­nus, Mexípyrgus escobedae, Mexípyrgus íu­goí, Mexípyrgus mojarralís, Mexipyrgusmultilíneatus, Mexitbauma quadrípaludíum,Nymphophilus mínckleyí, Paludíscala ca-ramba. '

11'74 Sábado a

E afirma:"Trata-se, portanto, de ato complexo,que só se conclui, só se torna perfeitoe acabado com a colaboração dos doisPoderes (Constituição Federal Comen­tada, 2.'" ed. 1952, vol, n, pág. 128)."

11: poís, ato do Presidente da República,sujeito a aprovação do Congresso Nacional.

A Constituição confere ao Congresso Na­cional competência exclusiva para resolverdefinitivamente sobre convenções, no art.44, item "J", assim redigidos:

Art. 44. É da competência exclusiva doCongresso Nacional:

I -- resolver definitivamente sobre ostratados, convenções e atos tnternacto­naís celebrados pelo Presidente da Re­pública:

Por ser da competência exclusiva do Con­gresso Nacional é proposição que não com­porta, postcrícrmante, a manifestação doPresidente da República, por ísso, não asanciona nem a veta; e é promulgada peloC{mgresso Nacional, mediante decreto le­gtslatívo,

A competência, pois, não é privativa daCâmara dos Deputados, tão pouco do Sena­do Federal, é, do Congresso Nacional, oussja, das duas casas - Oâmara e Senado- manifestando-se, sucessívamente, pri­meiro, a Câmara; depois o Senado.

Atente-se em que a Constituição defereao Congresso Nacional "resolver definitiva­mente", redação aliás combatida por algunsjuristas por não ser a conclusão do proces­so constttucíonal da retificação das oon­venções,

A expressão - resolver definitivamente- atribui ao Oorigresso a aprovação dotratado, convenção ou atos internacionais,que abarcam os acordos, protocolos, arran­jos, troca de notas, etc., processando-se, de­pois, a ratifil!ação pelo Presidente da Re­públíea, fase em que, na verdade ocorre adeliberação, definitivamente.

Conclusão

A Convencão sobre o Comércio Interna­eional das Éspécies da Flora e Fauna Sel­vagens em Perigo de Extinção, concluídaem Washington, a :'I de março de 1973, estáconforme a oonstrtutção . Ajusta-se à lei.

O Decreto Legislati"o n.o 02 ,de 1975, obe­dece à técnica legislativa.

Pela constitucionalidade. legalidade. [u­ridicidade e técnica legislativa da propo­sição.

É o voto do Relll,tor.Sala da Comissão. em de abril de 1975.

- Djalma Bessa, Relator.

DI - Parecer da. ComissãoA Oomíssão de Constituição e Justiça, em

reunião plenária, realizada em 9-4-75, opi­nau, unanimemente, pela constitucionali­dade, [urídícídade e' boa técnica Iegislablva,do Projeto de Decreto Legislativo n,o 02/75,nos -termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados:

Luiz Braz, Presidente; Dajalma. Bessa, Re­lator; Nereu Guidi, Albino Zeni, AlceuColla.res, Altair Chagas, Antônio Mariz,Cantídio Sampaio, Blota sr., Celso Barros,Claudino Sales, Cleverson Teixeira, ErasmoMartins Pedro, Ernesto Valente, Gomes daSilva, Jairo Magalhães, Jarbas VasconC"elos,;Toão Llnhares, Jo.~é Sal1y, Lauro Leitão,Luiz Henrique, Ney Lopes, Nogueira da Ga­ma, Noide Cerqueira, Norton Macedo, Pe-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

trõnio Figueiredo, Rubem .Dourado, Tarci­sío Delgado e Theobaldo Barbosra,

Sala da Oomíssão, em 9 de abril de 1975.- Luiz Braz, Presidente; Di.alma BessR, Re­lator.

PARECER DA COMISSãO DEAGRICULTURA E POLíTICA

RURALSubmete à apreciação do Corigreaso Na­

cional texto da Convenção sobre o Comér­cio Internacional das Espécies da FIara eFauna Selvagens em perigo de Extinção,concluída em Washington, a 3 de março de1973, e assinada pelo Brasil juntamente com15 Estados.

I - RelatórioA matéria, objeto da Mensagem Presiden­

cial é de alta relevância e versa assunto damaior atualidade e interesse.- A conservação e preservação dos recur-'sos naturais tem sido objeto de debates nasnações mais cultas e civilizadas pela suaíntima correlação com o bem-estar dospovos.

Vale ressaltar a responsabilidade que ageração atual tem para com as geraçõesfuturas no sentido de assegurar-lhes ummundo habitável .ornado pelas belezas na­turais de que hoje desfrutamos e se cons­tituem .em requísítos indispensáveis aobem-estar.

Esta comíssão tem se preocupado em fa­zer realizar simpósios para debater o usode defensivos na atividade rural, buscandoavaliar suas implicações na destruição daflora e da fauna.

Com freqüência, assistimos às devasteeõesdecorrentes de explorações industriais de­sordenadas, na maioria das vezes insensa­tas e predatórias.

l!i inadmissível que a humanidade destruaa natureza sem respeito, sem limitações,cabendo ao Estado o dever de estabelecernormas que assegurem sua conservação.

Na Exposição de Motivos elaborada porS. Ex.'" o Senhor Ministro Azeredo da Sil­veira, e encaminhada ao Congresso Nacio­nal pelo Ex.mo Sr. Presidente da República,a conveniência da ratificação da Conven­ção sobre o Comércio Internacional das Es­pécies da Flora e da Fauna Selvagens emPerigo de Extlncão, eoncluída em Washing­ton, é amplamente sustentada, valendo re­petir que já foi subscrita por 45 Estados,inclusive o Brasil, e ratificada por cincooutros.

11 - Voto do Relator

Pelas razões expostas, somos favoráveis àratificação da Oonvenção objeto da Mensa­gem Presidencial.

Sala da Comissão, em 9 de abril de 1975.- Renato Azeredo, Relator.

DI - Parecer da Comissão.

A oorotssão de Agricultura e Polítíca Ru­ral, em reunião ordinária, realizada em 10de abril de 1975, opinou unanimemente pe­la aprovação do Projeto de Decreto Legis­lativo 0.0\ 02/75, nos termos do parecer doRelator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Pacheco Chaves, Presidente; RenatoAzeredo, Relator; Yasunori Kunigo, Henri­que Cardoso, Alexandre Machado, JoséMandelli, Antônio Bresolln, Juarez Berriar-.des, Humberto Souto, Manoel Rodrigues,Iturival Nascimento, Antônio Gomes, JoãoDurval, Juarez Batista, Ernesto De Marco,Osva140 Buskei, Antônio Anníbeüí, VascoAmaro, Nelson Maculan, Inocêncio Oliveira,Ferraz Egreja, Celso Carvalho, Sinval Boa-

Abril de 1975

ventura, Alvaro Dias, Melo Freire, AlcidesFranciscato, Benedito Oanellas e MaurícioLeite.

Sala da Comissão, em 10 de abril de 1975.- Pacheco Chaves, Presidente; Renato Aze­redo, Relator.

PROJETO DE LEIN.o 3.169-B, de 1965(Do Sr. Rui Amaral)

Disciplina a outorga de pensão aOSbeneficiários dos segurados da previ­dência social; tendo pareceres: da Co­missão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade e juridiciilil.de, comtrês emendas; favorável, com emenda,da Oomíssão de Legísleçâo Social; e, daComissão de Fmaneas, favorável, comadoção das emendas das Comissões deConstituição e Justiça e de LegjslaçãoSocial. PARECERES AS EMENDAS DEPLENÂRIO: da Comissão de Constitui.­"ão e Justiça, pela constitucionalidadee juridicidade; da Comissão de ServiçoPúblico, emitido em audiência, pela re­jeição; da Oomíssão de Trabalho e Le­gislação Social, pela rejeição; contra. os'votos dos Srs, Argilano Darío, CarlosCotta e Francisco Amaral; e, da Oomís-:são de FinaD<;;as, pela rejeição.

(PROJETO DE LEI N.o 3.169-A, DE 1965,emendado em Plenário, tendo anexado o.de n,v 2.168/70, a que se refere os pa­reeeres.)

O oongrosso Nacional decreta:Art. 1.0 A pensão concedida pelo IPASE

e demais Institutos e Caixas. de Aposentado­ria e Pensões, aos beneficiários dos seus.segurados obrigatórios, será deferida na se';guinte ordem:

I - à viúva;• II - aos filhos de qualquer condição, ex­

elusíve os maiores do sexo masculino, quenão sejam interditos ou inválidos;

ITr - aos netos, órfãos de pai e mãe, nascondições estipuladas para os filhos;

IV - a mãe natural ou civil, ou à mãe.adotiva, viúva, solteira ou desquitada, e aopai natural, adotivo ou civil, inválido ou ín­terdítc:

V - às irmãs germanas e consangüíneas,solteiras, viúvas ou desquitadas, bem comoaos irmãos menores mantidos pelo corrtrt­buinte, ou maiores interditos ou ínválídoa;

VI - ao beneficiário instituído, desdeque viva na dependência do segurado e,sendo do sexo masculino, enquanto for me­nor de 21 (vinte e um) anos, salvo se ínter­dito ou inválido, permanentemente. .

§ 1.0 A viúva não terá direito à pensãose, por sentença passada em julgado, hou­ver sido considerada cônjuge culpado, ouse, no desquite amigável ou litigioso, nãolhe foi assegurada qualquer pensão ou am-paro pelo marido. •

§ 2.° A invalidez do filho, neto, irmão,pai, bem como a do beneficiário instituído,comprovar-se-á em inspeção de saúde rea­lizada por junta médica, e só dará direitàa pensão quando os mesmos não disponhamde meios para prover a própria subslstên­eía.

S 3.0 se o contribuinte deixar pai ínvá­lido ou interdito e mãe que vivam sepa...ã ..dos, a pensão será dividida entre ambos. Ndcaso de falecimento, quer vivam eles sepasrados, ou sob o mesmo teto, o direito à pen­são transfere-se ao cônjuge sobrevivente. .

Art. 2.0 O beneficiário a que se refere oitem VI do artigo anterior poderá ser in'&".

Abl';1 de 1975

tituído a qualquer tempo, mediante decla­ração, ou por meio de testamento feito deacordo com a lei civil.

§ 1.0 Havendo beneficiário legítimo, nãopoderá o instituto receber a pensão previstana presente lei salvo se aquele houver per­dido o direito à mesma.

S 2.0 O contribuinte poderá instituir maisde um beneficiário, bem como substituir umpor outro, em qualquer tempo.

Art, 3.° O direito à pensão nasce como óbito do contribuinte.

Parágrafo único. Se o beneficiário deuma ordem estiver impedido de receber apensão, será ela deferida ao beneficiárioimediato, que esteja em condições de habi­litar-se a sua percepção,

Art. 4.0 Esta lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação, revogadas as disposi­ções em contrário.

Justificação

Visa o presente projeto regular, de formamais justa, sob o ponto de vista social, aconcessão de pensâc aos beneficiários dossegurados obrigatórios de todos os institutose Caixas de Aposentadoria e Pensões, ado­tando-se o mesmo critério estabelecido naLei n. O 3.765, de 4 de maio de 1960, aten­dendo a sua maior atualidade com a dinâ­mica social.

J!j principio inserto no art. 157, XVI, daCarta Magna, de que a previdência socialobedecerá aos preceitos que visem, além deoutros, amparar a família dos trabalhado­res contra as conseqüências da invalidez eda morte. Logo, é indiscutível a constitucio­nalidade do projeto em causa.

Atualmente, por razões várias, numerososcontribuintes obrigatórios dos Institutos dePrevidência sofrem os respectivos descon­tos sem, entretanto, deixar qualquer pensão,eis que a legislação em vigor restringe aque­le benefício a uns poucos casos, deixandoao desamparo milhares de dependentes da­queles contribuintes. A Lei n. O 3.765, de 4 demaio de 1960, neste particular, veio em so­corro dos militares, quando amparou, commuita justiça, não só as pessoas integrantesde sua família, mas também todos os quevivam sob a sua dependência - o beneficiá­rio instituído.

De notar-se, igualmente, que esse benefí­cio é concedido ao militar mediante a con­tríbuícâo mensal de um dia dos seus venci­mentes, o que representa pouco mais de 3%.

.Ademaís, é inegável o aspecto positivodeste projeto, se considerarmos que eleatende a numerosos reclamos dos contri­buintes, especialmente os solteiros e viúvos,além do seu imenso alcance social. postoque o atual sistema, sobre ser ;njusto, nãoampara, satisfatoriamente, a família e de­mais dependentes dos segurados.

A Constituição Federal proclama a igual­dade de todos perante a lei. Porém, essaigualdade não deve se limitar às obrigações:mas aos direitos também. Já é tempo de seacabar. com os privilégios: especialmenteem matéria de previdência social. E estaCasa, que representa todo o povo brasileiro,não .pode, negar a uns o que dá a outros!Assim, os segurados da previdência socialesperam dos seus representantes no Con­gresso Nacional o apoio necessário à apro­vação deste projeto, colocando-os sob a égi­de dos princípios estabelecidos na Lei n. o3.765, acima referida, por ser sentida ejusta reivindicação.

Sala das Sessões, agosto de 1965. - RuiAmaral.

DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

LEGISLAÇlIO CITADA, ANEXADAPELA SEÇÃO DE COMISSõES

PERMANENTES

CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOSUNIDOS DO BRASIL

TíTULO VDa ordem económica e social

Art. 157. A legislação do trabalho e ada previdéncia social obedecerão aos se­guintes preceitos, além de outros que visemà melhoria da condição dos trabalhadores:

xvr - previdência, mediante contrtbuí­ção da União, do empregador e do empre­gado, em favor da maternidade e contra asconseqüências da doença, da velhice, da in­validez e da morte;

LEI N.o 3.765, DE 4 DE MAIODE 1960

Dlspõe sobre as pensões Militares

CAPíTULO II

Dos beneficiários e sua Habilitação

Art 7.° A pensão militar defere-se naseguinte ordem:

I - à viúva;II - aos filhos de qualquer condição,

exclusive os maiores do sexo masculíno, quenão sejam interditos ou ínválidos:

lU - aos netos, órfãos de pai e mãe,nas condíções estipuladas para os filhos;

IV -- a mãe viúva, solteira ou desquita­da, e ao pai inválido ou interdito;

V - as irmãs germanas e oonaangúineas,solteiras, viúvas ou desquitadas, bem comoaos irmãos menores mantidos pelo contri­buinte, ou maiores ínterdítos ou inválidos;

VI - ao beneficiário instituído, desdeque viva na dependência do militar e nãoseja do sexo masculino e maior de 21 (vintee um) anos. salvo se for interdito ou in­válido permanentemente.

§ 1.0 A viúva não terá direito à pensãomilitar se, por sentença passada em julga­do. houver sido considerada cônjuge culpa­do, ou se, no desquite amigável ou litigioso,não lhe foi assegurada qualquer pensão deamparo pelo marido.

§ 2° A invalidez do filll0, neto, irmão,pai, bem como do beneficiário instituídocomprovar-se-á em inspeção de saúde, rea­lizada por junta médica militar ou do Ser­víco Público Federal, e só dará direito àpensão quando não disponham de meios pa­ra prover a própria subsistência.

Art. (l.0 O beneficiário a que se refereo item VI do artígo anterior poderá ser ins­tituído a qualquer tempo, mediante decla­racão na conformidade do Capitulo UI des­ta .lei ou testamento feito de acordo coma lei civil, mas só gozará de direito à pensãomilitar se não houver benerícíárío legitimo.

Art. 9.° A habilitação dos beneficiáriosobedecerã à ordem de preferência estabe­lecida no art. 7.0 desta lei.

§ 1.0 O beneficiário será!habilítado coma pensão integral; no caso de mais de umcom a mesma precedência, a pensão será

Sábado 12 13'75

repartida igualmente entre eles, ressalvadasas hipóteses dos §§ 2.° e 3,° seguintes:

§ 2.0 Quando o contribuinte, além da viú­va, deixar filhos do matrimônio anterior oude outro leito, metade da pensão respectivapetencerá à viúva, sendo à outra metadedístrtbuida igualmente entre os filhos ha­bilitados na conformidade desta lei.

§ 3.0 Se houver, também, filhos do con­tribuinte com a viúva ou fora do matrímô­nío reconhecidos estes na forma da Lei n.?883, de 21 de outubro de 1949 metade dapensão será dividida entre todos os filhos.adicionando-se à metade da viúva as co­tas-partes dos seus filhos.

§ 4,° Se o contribuinte deixar pai invá­lido e mãe que vivam separados, a pensãoserá dividida igualmente entre ambos.

Art. 10. Sempre que, no início ou duran­te o processamento da habilitação, for cons­tatada a falta de declaracão de beneficiá­rio, ou se ela estiver Incompleta ou oferecermargem a dúvidas, a repartiçáo competenteexigirá dos interessados certidões ou quais­quer outros documentos necessários à com­provação dos seus direitos.. § 1.0 Se, não obstante a documentaçãoapresentada, persistirem as dúvidas, a pro­va será feita mediante justificação judicial,processada, preferencialmente na AuditoriaMilítar, ou na falta desta, no foro civíl.

§ 2° O processo de habilitação à pensãomilitar é considerado de natureza urgente,

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO EJUSTIÇA

Parecer do Relator

I - RelatórioO Projeto visa díscíolínar a ordem da

outorga das pessoas aos beneficiários dos se­gurados da Previdência Social.

O autor adota os critérios aplicados nalei que rege as pensões militares, alegandoa igualdade de todos perante a Lei, nostermos do Art. 141, § 1.0 da Constituição.

Na verdade a Lei n.v 3 765/60. ordenoua matéria, do ponto de vista social e huma­no, da melhor maneira possível.

Aliás, a Câmara votou há poucos dias oProjeto TI.o 2.680/65 que esclarece a inter­pretação do incíso IV, do art. 7.° da Lei n.?3.765/60.

E não vejo como a Prevtdéncia possa ado­tar tratamento diverso para classes ou gru­pos.

Vale notar porém, que o Instituto de Pre­vidência dos Congressistas, pela sua sis­temática especial deve obedecer a critériospróprios estabelecidos na Lei que o rege.

O número IV do art. 1.0 ao nosso ver en­cerra erro de técnica legislativa, quando fa­la em "mãe natural ou civil, ou adotiva"e em "pai natural ou civil, ou adotivo". Ci­vil e adotivo são a mesma coisa. É o queconsta do Código Civil no Art. 232:

"O parentesco é legitimo ou ilegitimo,segundo procede ou não do casamento;natural ou civil, conforme resultar deconsangüinidade ou adoção."

Não vejo, pois, motivo para dizer: "civilou adotivo". Adotivo é o mesmo que civil.

Não se afigura de acordo com a técnicalegislativa. Seria dizer "adotivo" duas ve­zes. Parece mais correto adotar a termino­logia do Código Civil. Proponho emendanesse sentido.

1376 Sábado 12 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1) Abril de 1975

o Art. 1.0 também precisa de um escla­recimento. O Instituto de Previdência dosCongressistas possui sistemática e caracte­ristícas diferentes dos órgãos Previdenciá­rios da Administracão descentralizada doPoder Executivo devendo, dessarte, obedeceras normas da Lei especial que o rege.

Existem Institutos dos Estados, MontepiosMunicipais e até Caixas particulares quetambém concedem beneficios, dentro desuas possibilidades e devem reger-se porseus Estatutos, não pela Lei Geral de Pre­vidência.

O § 1.0 do Art. 2.° deve ser suprimido. Es­tabelecida a ordem nos itens de I a VI, éevidente que este parágrafo é redundante.Tem ainda o defeito de técnica legislativa,entendendo-se o "legitimo" qual "o prove­niente de casamento", de o projeto entrarem choque com alguns itens do Art. 1.0,inclusive o item n.

Ademais, a frase final: "salvo se aquelehouver perdido o :iireito à mesma", é tam­bém redundante e pleonástica.

Se os beneficiários ordinários perderam apensão é claro que não existem como tais,prevalecendo a ordem dos itens do Art. 1.0,e o beneficiário instituído ingressa natural­mente no gozo do direito constante do itemVI daquele artigo.

II-Parecer

Opino pois, pela constitucionalidade e ju­ridicidade da proposição, com emenda.

Sala da Comissão, 17 de novembro de1965. - Arruda Câmara, Relator.

EMENDAS DA OOMISSAON.o 1

Ao art. 1.0:Acrescente-se, após a palavra "pensões"

da Administração descentralizada do PoderExecutivo Federal".

Sala da Comissão, 10 de novembro de 1965.- Tarso Dutra, Presidente _ Arruda Câ­mara, Relator.

N.O 2Suprima-se no número IV as expressões:

"ou à mãe adotiva" e "adotivo".Brasília, 10 de novembro de 1965. - 'I'ar­

80 Dutra, Presidente - Arruda Câmara, Re­lator"

N.o 3

Suprima-se o ~ 1.0 do art. 2.° do projeto.

Brasília, 10 de novembro de 1965. - TarsoDutra, Presidente - Arruda Câmara, Rela­tor.

PARECER DA COMISSAOA Comissão de Constituição e Justiça, em

reunião de sua Turma "A", realizada em 10de novembro de 1965, opinou, unanimemen­te pela constitucionalidade e [urídícídadedo Projeto n.o 3.169/65, com emendas, nostermos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Tarso Dutra, Presidente Arruda Câ­mara, Relator - José Barbosa - DjalmaMarinho - José Maria Ribeiro - Ivan Luz- Flávio Marcílio - Noronha Filho - Ce­lestino Filho - Floriceno Paixão - DnarMendes - Laerte Vieira - Aurino Valois ­Pedro Marão e Geraldo Freire.

Brasília, 10 de novembro de 1965. - Tar­80 Dutra, Presidente - Arruda Câmara, Re­lator.

COMISSÃO DE LEGISLAÇAO SOCIALParecer do Relator

I - RelatórioO presente Projeto, de autoria do nobre

Deputado Rui Amaral, visa disciplinar a

outorga de pensão aos beneficiários dos se­gurados obrigatórios da Previdência Social.

Sua constitucionalidade e juridicidade jáfoi reconhecida sem discrepância, pela Co­missão de "Constituição e Justiça da Casa,tendo sido seu Relator, ali, o eminenteDeprtado Arruda Câmara, que apresentouemendas aos artigos 1.0 e 2.°

li-Parecer

Trata-se como é evidente, de Proposiçãoda mais alta relevância social, uma vez queobjetiva colocar sob a égide da Previdênciatodos aqueles que vivem na dependência dosegurado, critério, aliás, já estabelecido naLei n.v 3.765, de 4 de maio de 1960, que"dispõe sobre pensões de militares".

Somos, assim, plenamente favoráveis àaprovação do Projeto, com as emendas apre­sentadas, sugerindo apenas em face da re­cente unificação da Previdência Social, umaEmenda ao art. 1.0

l1: o nosso Parecer salvo melhor Juizo.

Sala da Comissão, 28 de julho de 1967 ­Raimundo Parente.

EMENDA DA COMISSAO

O Art. 1.0 passa a ter a seguinte redação:Art. 1.0 "A pensão concedida pelo IPASE

e pelo INPS aos seus segurados obrigatóriosserá deferida na seguinte ordem."

Sala da Comissão, 28 de [unho de 1967. ­Fraucisco Amaral, Presidente - RaimundoParente, Relator.

PARECER DA COMISSÃO

A Comissão de Legislação Social, em sua15.& Reunião Ordinária, realizada em 28 dejunho de 1967, opinou, unanimemente pelaaprovação do Projeto n.o 3.169/65, comemenda, nos termos do Parecer de Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Francisco Amaral, Presidente - JoãoAlves, Vice-Presidente - Monsenhor Vieira- Júlia Stembruch - Israel Novaes - Rai­mundo Parente - Edyl Ferraz - LigiaDoutel de Andrade - Sadi Bogado - Rey­naldo Sant'Anna - Temistocles Tmxeira ­Magalhães Mello - Armindo Mastrocola ­Léo Neves - Cid Rocha - Clodoaldo Cos­ta - Wilmar Guimarães e Adylío Vianna.

Brasília, 28 de junho de 1967. - Francis­co Amaral, Presidente - Raimundo Parente,Relator.

COMISSÃO DE FINANÇASParecer do Relator

I - Relatório

Este projeto vem com a finalidade de dis­ciplinar a outorga de pensão aos beneficiá­rios dos segurados da Previdência Social,baseado na lei das pensões dos mílítares.

Na Comissão de Justiça o nobre DeputadoArruda Câmara, que relatou o projeto e aComissão aprovou .~ sua constitucionalidadee juridicidade, porém com emendas.

Na Comissão de Legislação Social, tam­bém foi aprovado o projeto com emenda dorelator, nobre Deputado Raimundo Paren­te.

Esta emenda ao artigo 1.0 do projeto queacrescenta o INPS que não existia na épocado projeto.

11 -ParecerJulgo por este parecer que a Previdência

deve tratamento igual para todos.

O autor do projeto deseja aplicar aos pre­videnciários civis o que rege as pensões mi­litares.

Somos de acordo com o lado humano doproj eto pela sua aprovação com as emendasdos relatores das Comissões de Justiça e Le­gislação Social, aprovadas pelas citadas Co­missões.

Sala das Sessões da Comissão de Finan­ças, em 16 de novembro de 1967. - AugustoFranco, Relator.

PARECER DA OOMISSAO

A Comissão de B'írianças em sua 39.8 Reu­nião Ordinária, realizada em 16 de novem­bro de 1967, pela Turma "B", sob a presi­dência do Senhor Pereira Lopes, Presíden­te e presentes os Senhores Osmar Dutra ­Flores Soares - Augusto Franco - AthiêCoury - Antônio Magalhães - José MariaMagalhães - Cidi Sampaio - Marins Jú­nior - Raimundo Bogéa - Marcos Kertz­mann - Antônio Nev es - Vasco Filho ­Ultimo de Carvalho - Wilmar Guimarães- Anacleto Campanela - Manoel Rodriguese Furtado Leite, por unanimidade, de acor­do com o parecer do relator Deputado Au­gusto Franco, pela aprovação do Projeto n.?3 169/65, que "disciplina a outorga de pen­são aos beneficiários dos segurados da pre­vidência social", com a adoeãc das emendasda Comissão de Constituição e Justiça e deLegislação Social.

Sala das Sessões da Comissão de Finan­ças, 16 de novembro de 1967. - Pereira Lo­pes, Presidente - Augusto Franco, Relator.

EMENDAS OFERECIDASEM PLENARIO

N.o 1Art. 1.° ..........................•.....lU - Aos netos, nas condições estipula­

das para os filhos..Justificação

A emenda pretende cancelar a exigênciade serem os netos órfãos de pai.

É que, na época atual, milhares são oscasos em que o pai, ganhando pouco, vê-sena contingência de entregar o filho à de­pendência dos avós.

Plenário, 9 de julho de 1970. - Ady!ioMartins Vianna.

N.o 2Leia-se o item V do art. 1.0 como segue,

passando o item com esse número para VIe este para VII:

V - As filhas solteiras. viúvas ou des­quitadas.

Plenário, 9 de julho de 1970. - AdylioMarfins Vianna.

N.o 3Dispõe sobre as pensões de depen­

dentes de funcionários públicos eivis.Dê-se ao projeto a seguinte redação:Art. 1.0 A concessão de pensão aos bene­

ficiários de funcionários públicos federaisserá feita na conformidade da Lei n.v 3.765,de 4 de maio de 1960, e suas alterações sub­se quentes.

Art.2.0 Revogadas as disposições em con­trário, esta Lei entra em vigor na data desua publicação.

Sala das Sessões, 9 de julho de 1970.Martins Jr.

COMISSãO DE SERVIÇO PÚBLICOOf. ri.? 83/71

Brasília, em 29 de ..setembro de 1971A Sua ExcelênciaDeputado Pereira LopesPresidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente:Solícito de V. Ex.& as necessárias provi­

dências no sentido de que o Projeto n,o .,.

Abril de 1975

2.168/70, que "inclui os netos como depen­dentes do IPASE", de autoria do SenhorDeputado Adylo Vianna, seja anexado ao deTi.O 3.169/65, que "disciplina a autorga depensão aos beneficiários, aos segurados daPrevidência social", de autoria do SenhorDeputado Rui Amaral, por se tratar de ma­teria análoga.

Aproveito a oportunidade para apresentara V. Ex. a protestos de distinta consideração.

a.) Deputado José Freire, Presidente.PROJETO

N.o 2.168, de 1970

ANEXADO AO DE N.o 3.169-A/65

(Do Sr. Adylio Vianna)

Inclui os netos como dependentes desegurados do IPASE.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Serviço Público e de Finan­cas.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 C' art. 5.°, item n, da Lei n.?

:'I 373, de 12 de março de 1958. fica acresci­do da alínea "c", com a seguinte redação:

"c) o neto ou a neta, aquele até a ida-de de 21 anos ou, se comprovadamentematriculado e com freqüência regularem estabelecimento de ensino ou. ain­da, se inválido, enquanto durar a inva­lidez; esta, na forma do parágrafo úni­co deste artigo, desde que, um ou ou­tro, viva sob a dependência econômicado segurado."

Art. 2.° O § 6.° do art. 5.°, da Lei n.?,4 069, de 11 de junho de 1962, passa a tera seguinte redação:

"Na falta dos beneficiários referidos nosparágrafos anteriores, o servidor civil,militar ou autárquico poderá destinar apensão à filha desquitada ou viúva, ouà irmã solteira. desquitada ou viúva,comprovada a dependência econômica."

Art.3.0 Revogadas as disposições em con­trário, esta Lei entrará em vigor na data desua publicação.

Justificação

Nos dias atuais, tão grande é a luta pelasobrevivência que, ao mesmo passo em que,homens e mulheres de uma mesma família,trabalham e colaboram em prol da econo­mia comum, há avós que mantêm netos, e aajuda recíproca é uma constante na vídade todos quantos vivem de ganhos fixos, no­tadamente dos servidores públicos.

De outra parte, como se infere da legis­lação citada, a filha desquitada ou viúvaque, não tendo economia própria, volta aviver às expensas paternas, não está am­parada, ao contrário do que ocorre. commuita [ustíca. com a írmã solteira, desqui­tada ou viúva.

Sala das, Sessões, junho de 1970. - Depu­tado Adylio Martins Vianna.

LEGISLACÃO CITADA, ANEXADA·PELO AUTOR

LEI N.o 3.373DE 12 DE MARÇO DE 1968

Dispõe sobre o Plano de Assistênciaao Funcionário e sua Família, a que sereferem os arts. 161 e 256 da Lei D.o ...1. 711, de 28 de outubro de 1952, na par­te que diz respeito à Previdência.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional de­creta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1.0 O Plano de Previdência tem porobjetivo principal possibilitar aos funcioná-

DIÁRIO IDO CONGRESSO NACIONAL (Sellão I)

rios da União, segurados obrigatórios defi­nidos em leis especiais e peculiares a cadainstituição de previdência, meios de propor­cionar, depois de sua morte, recursos para8. manutenção da respectiva família.

Art. 2.° O Plano de Previdência com-preende:

I - Seguro Social obrigatório;

II -' Seguro privado facultativo.

Art. 3.° O Seguro Social obrigatório ga-rante os seguintes benefícios:

I - Pensão vitalícia;

II - Pensão temporária;

III - Pecúlio especial.

§ 1.0 O pecúlio especial será calculadode acordo com o art. 5.° do Decreto-lei n.o3.347, de 12 de junho de 1941, não poden­do, porém, ser inferior a 3 (três) vezes o sa­lário-base do contribuinte falecido.

§ 2.° O pecúlio especial será concedidoaos beneficiários, obedecida a seguinte or­dem:

a) o cônjuge sobrevivente, exceto o des­quitado;

b) os filhos menores de qualquer condi­ção, ou enteados;

c) os indicados por livre nomeação do se­gurado;

d) os herdeiros, na forma da lei civil.

§ 3.° A declaração dos beneficiários seráfeita ou alterada a qualquer tempo, somen­te perante o IPASE, em processo especial,r-ela se mencionando claramente o critériopara a divisão, no caso de serem nomeadosdiversos beneficiários.

Art. 4.° Ê fixada em 50% (Cinqüenta porcento) do salário-base sobre Q qual incideo desconto mensal compulsório para o .. ,IPASE a some das pensões à família do con­tribuinte, entendida como esta o conjuntode seus beneficiários que se habilitarem àspensões vitalícias e temporárias.

Art. 5.° Para os efeitos do artigo ante­rior, considera-se família do segurado:

I - Para percepção de pensão vitalícia:

a) a esposa, exceto a desquitada não re­ceba pensão de alimentos;

b) o marido inválido;

c) a mãe viúva ou sob dependência eco­nômica preponderante do funcionário, oupai inválido no caso de ser o segurado sol­teiro ou viúvo.

II - Para a percepção de pensões tempo­rárias:

a} o filho de qualquer condição, ou en­teado, até a idade de 21 (vinte e um) anos,ou, se inválido, enquanto durar a invalidez;

b) o irmão, órfão de pai e sem padrasto,até a idade de 21 (vinte e um) anos, ou, seinválido, enquanto durar a invalidez, no ca­so de ser o segurado solteiro ou viúvo, semfilhos nem enteados.

Parágrafo único. A filha solteira, maiorde 21 (vinte e um) anos, só perderá a pen­são temporária quando ocupante de cargopúblico permanente.

Sábado 12 137'7

LEI N.O 4069DE 11 DE JUNHO DE 1962

Fixa novos valores para os vencimen-~ tos dos servidores da União, institui em­

préstimo compulsório e altera legisla­ção do Imposto de Renda, autorizaemissão de títulos de recuperação finan­ceira, modifica legislação sobre emissãode letras e obrigações do Tesouro Nacio­nal e dá outras providências.

O Presidente da República,Faço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPíTULO I

Fixa novos valores de vencimentosdos servidores da União

. ~ .Art. 5.° É concedido aos pensionistas ci­

vis pagos pelo Tesouro Nacional um aumen­to correspondente a 40% (quarenta por cen­to) sobre as respectivas pensões.

§ 1.0 As pensões concedidas pelo Insti­tuto de Previdência e Assistência dos Ser­vidores do Estado serão reajustadas auto­maticamente. na mesma base do a{lmentode 40% (quarenta por cento), na forma doDecreto número 51.060, de 26 de julho de1961.

§ 2.° Para os efeitos do pagamento dapensão deixada pelos servidores civis, mili­tares e autárquicos, consideram-se seus de­pendentes os filhos de qualquer condição.

§ 3.° O servidor civil. militar ou autár­qutco, solteiro, ~esquitado ou viúvo, poderádestinar a pensao, se não tiver filhos capa­zes de receber o benefício, à pessoa que vivasob sua dependência econômica no mínimohá cinco anos, e desde que haja subsistidoimpedimento legal para o casamento.

S 4.° Se o servidor tiver filhos, somentepoderá destinar à referida beneficiária me­tade da pensão.

§ 5.° O servidor civil, militar ou autár­quico, que for desquitado, somente poderávaler-se do disposto nos parágrafos ante­riores se não estiver compelido judiciaimen­te a alimentar a ex-esposa.

S 6.° Na falta dos beneficiários referidosnos parágrafos anteriores, o servidor civil,militar ou autárquico poderá destinar apensão à irmã solteira, desquitada ou víú­va, que viva sob sua dependência econômi­ca.

§ 7.° Os beneficios deste artigo serão ex­tensivos aos pensionistas dos servidores au­tárquicos..a·········· w •••••••••••••••••••

COMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICOOf. n.o 84/71

Brasília, em 29 de setembro de 1971

A Sua ExcelênciaDeputado Pereira LopesPresidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente:

Nos termos do art. 31, § 15, do Regimen­to Interno, solicito de V. Ex.a a audiênciada Comissão de Serviço Público para o Pro­jeto n.> 3.169/65, que "disciplina a autorgade pensão aos beneficiários, aos seguradosda previdência social". de autoria do Se­nhor Deputado Rui Amaral.

Aproveito a. oportunidade para apresen­tar a V. Ex.a protestos de elevada estima edistinta consideração. - Deputado JoséFreire, Presidente.

1378 Sábado 12

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

I e 11 - Relatório e Voto do RelatorPretende o projeto disciplinar a ordem da

outorga de pensões aos beneficiários dossegurados da Previdência Social. Partindo dopreceito constitucional da igualdade de to­dos perante a lei, procura ajustar a matériaaos dispositivos da Lei n.O 3.765/60, que dis­pas sobre as pensões militares, chegando arepetir ípsís verbis a enumeração ali con­tida.

Teve parecer favorável desta Comissão,em novembro de 1965, sendo proclamada asua constitucionalidade e juridicidade, ado­tadas três emendas. A Comissão de Legisla­ção Social manifestou-se, no mérito, deacordo, oferecendo uma emenda, em parecerde junho de 1967; a de Finanças, por igual,revelou-se a favor da proposição e dasemendas dos outros órgãos técnicos.

No plenário, encerrada a discussão nasessão de 1.° de julho de 1970, foram 'ofe­recídas três emendas, obrigando o retornoda matéria às Comissões.

A Comissão de Serviço Público, em 29 desetepülro do ano passado, solicitou a ane­xaçao a este Projeto do de n.O 2.168170 quealtera as Leis números 3.373, de 12 de ~ar­ço de 1958 (que dispõe sobre o Plano deAssistência ao funcionário e sua família, noque diz respeito à Previdência) e 4.069, de11 de junho de 1962 (que fixou novos valo­res para os vencimentos dos servidores daUnião e regulou as pensões concedidas pelosInstitutos e deixadas pelos servidores civismilitares e autárquicos). '

Esse Projeto, de n.O 2.168/70, incluía osnetos como dependentes de segurados doIPASE, ao dirigir-se à Lei n.v 3.373/58. Poroutro lado, ampliava o § 6.° do art. 5.° daLei n.O 4.069, para permitir a inclusão dafilha desquitada ou viúva ao lado da irmãsolteira, a quem, na falta daquelas, poderiao segurado destinar a pensão.

Tal projeto mereceu, também, como o prí­melro, parecer favorável desta Comissão, noano passado.

Em face da anexação requerida pela Co­m1SS~o de Serviço Público e deferida peloPresidente da Casa, os dois Projetos estãoagora, eamínhando juntos. '

Não colhe, nesta oportunidade, reexami­nar o Projeto n.> 3.169/55, sob o aspecto daconstitucionalidade, em face da Constitui­ção vigente, o que, à primeira vista, poderiaaparentar aconselhável. Isto por que estaComissfLo, ao apreciar o Proj eto n.v 2.168/70,que dispõe sobre matéria correlata - alte­ração de dispositivos legais referentes apensões de servidores - entendeu, unani­memente, ser a mesma constitucional.

Nesse parecer, que é de julho de 1971, dalavra do nobre Deputado Hamilton Xavier,ficou dito, com inteira aplicação a espécie:

"In easu, não há falar em aumento dedespesa pública, que, em última anáhse,significa a imposição ao erário de gastospara. os quais não haja receita prevista.Para atender às finalidades do Projeto,há disponibilidade de recursos, eis que osegurado pagou o prêmio correspon­dente ao seguro, garantindo, assim, odireito dos beneficiários, pouco impor­tando, no que se refere a tal disponibi­lidade, sejam estes pais ou filhos, avós,netos ou, até mesmo, estranhos à famí­lia ele quem o segurador recebeu as im­portâncias em dinheiro como contra­prestação pelo risco assumido."

E mais adiante:"Na espécie, a "fonte custeio" não pre­cisa ser criada: ela preexíste à propo-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n

sacao, e está eonsubstancíada nas im­portâncias pelo segurado pagas ao se­gurador."

Respeitando, assim, o entendimento jáfirmado pela Comissão de Constituição eJustiça, cabe, agora, opinar, tão-somente,'sobre as três emendas apresentadas em ple­nário.

A de n.O 1, supressíva, cancela a exigênciade serem órfãos os netos, constante do in­ciso III do art. 1.0 do projeto.

A de n,> 2, aditiva, inclui as filhas sol­teiras, viúvas ou desquitadas, entre os be­neficiários.

A de n.o 3 é substitutiva de todo o projetoe, se aceita, prejudicará, evidentemente, asdemais.

Escapa-nos, "nesta Comissão, a atribuiçãode julgar o mérito das alterações propostas,incumbindo-nos, só, dizer da constítucíona­lidade e juridicidade.

Quanto a esses prismas, nada temos aopor às emendas, pois versam a matéria daproposição, já tida, aqui, como constitucio­nal e jurídica.

Sala das Sessões. em 19 de junho de 1972.José Bonifácio Neto, Relator.

111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em

reunião de sua Turma "A", realizada em19-6-72, opinou, unanimemente, pela cons­titucíonalidade e [urídícídade das Emendasde Plenário ao Projeto n.? 2.169/65, nos ter­mos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: José Bonifácio, Presidente; José Bo­nifácio Neto, Relator; Altair Chagas, Anto­nio Mariz, Dib Cherem, Hildebr.ando Guima.­rães, José Alves, Lauro Leitão e Luiz Braz.

Sala das Sessões, em 19 de junho de 1972.- José Bonifácio, Presidente - José Boni­fácio Neto, Relator.

PARECER DA COMISSAO DESERVIÇO PúBLICO

I - RelatórioO Projeto n.? 2.168/70, que "inclui os

netos como dependentes de segurados doIPASE, ora em pauta, foi, a meu pedido,anexado ao de n.O 3 169/65, face à identi­dade de matéria entre ambos, estando esteúltimo com sua fase de tramitação _bemmais adiantada do que o primeiro, a julgarpelos pareceres 'ravorávors e unânimes dasdoutas Comissões de Constituicão e Jus­tiça, de Legislação Social e dê Finanças,além de já terem sido apreciadas e aprova­das, quanto à constitucionalidade e juridi­cidade, as três emendas que lhe foram apre­sentadas em Plenário, ao ensejo de sua pri­meira discussão.

A proposição não fora, anteriormente, dia­tribuida a esta Comissão.

Em conseqüência, cabe-me dar parecersobre o Projeto n.? 3.16'9/65 e às emendas aele apresentadas, com vistas ao art. 182, "c",do Regimento Interno, que considera preju­dicada a discussão, ou a votação, de propo­sições anexas, quando a aprovada, ou rejei­tada. for idêntica, ou de finalidade oposta àanexada. No caso em exame, a proposiçãoanexa - Projeto n.? 2.168/70 - é de fundoidêntica à anexada - Projeto número3.169-A/6'5.

. Il - Voto do RelatorO projeto em tela visa a estabelecer me­

lhor díscípünacão de outorga de pensão aosbeneficiários dos segurados da PrevidênciaSocial, ajustando a matéria aos dispositivosda Lei n.v 3.765/60, que "dispõe sobre aspensões militares.

AbrU de 1975

Três são os diplomas legais básicos que'regulam o assunto, conforme a classe socialprotegida: a Lei n.? 3.373/58, aplicável aosservidores civis da União; a Lei n.> 3.765/60aplicável aos militares e a Lei n.> 3.807/60,aplicável aos segurados do INPS.

A primeira dessas leis, ,a de n.O 3.373/58,com as modificações que lhe trouxe a den,? 4.069/62, díspôe sobre o Plano de Assis­tência ao Funcionário e sua 'F'amilia. Refe­rído Plano compreende o Seguro Social obri­gatório e um Seguro Social facultativo. OSeguro Social obrigatório garante os bene­ficios de uma pensão vitalícia ou tempo­rária e um pecúlio especial, este quase sem­pre correspondente a três vezes o salário­base do contribuinte.

A pensão, fixada em 50% do salário decontribuição, é concedido à família do con­tribuinte, entendida esta como o conjuntode seus beneficiários que se hàbilitarem àspensões vitalícias e temporárias.

Considera-se família de segurado, para ofim de percepção da pensão, seja esta vita­lícia ou temporária, as seguintes pessoas: aesposa, exceto a desquitada que não recebapensão de alimentos; o marido inválido, amãe viúva ou sob dependência econômicado funcionário; o pai inválido, no caso deser o segurado solteiro ou viúvo; o irmão;órfão de pai e sem padrasto, até 21 anos; oirmão inválido, no caso de ser o seguradosolteiro ou viúvo sem filho; a filha solteiramaior de 21 anos, desde que não sejaocupante de cargo público permanente; ;\irmã solteira, desquitada ou viúva, que vivasob a dependência econômica do servidor;e, finalmente, a beneficiária que viva sob adependência econômica do funcionário, hámais de cinco anos, com impedimento lega]para o casamento e desde que inexista filhocapaz de receber o benefício, caso em quesó lhe poderá ser destinada a metade dapensão.

Relativamente aos servidores públicoscivis, a Lei n.? 3.373/58 só estabelece ordempara o recebimento do pecúlio mensal; apensão é concedida aos que se habtlttaremao seu recebimento, não podendo a suasoma ultrapassar a 50% do salário-base doservidor.

Quanto à Lei n.v 3.765/60, que dispõe so­bre as pensões militares, cumpre-nos des­tacar alguns dos seus aspectos básicos, ia.que se trata de diploma legal bastante mí­nucioso e de grande alcance social.

A pensão militar é deferida segundo aordem estabelecida no art. 7.° da referidalei, aos seguintes beneficiários: viúva; fi­lhos, exceto os maiores do sexo masculinoque não sejam interditos ou inválidos; ne­tos, órfãos de pai e mãe, nas condições esti­puladas para os filhos; mãe viúva, solteiraou desquítada; pai inválido ou interdito;irmãs germanas e consangüíneas, soltei­ras, viúvas ou desquitadas; irmãos menores',mantidos pelo contribuinte, ou maiores in­terditos ou inválidos; e, finalmente, ao be­neficiário instituído, desde que viva na de­pendência do militar e não se] a do sexomasculino e maior de 21 anos, salvo se in­terdito ou inválido.

É de notar-se que a hibilitação dos be~nerícíáríos obedecerá à ordem de prererén­cia estabelecida no referido art. 7.°, o quenão ocorre com os beneficiários de servido­res civis, cuja pensão é concedida à família.

Quanto ao valor da pensão, este corres­pende a 20 vezes a contribuição, a não serque o falecimento do contribuinte tenhacomo causa acidente ocorrido em serviço oumoléstia nele adquirida, quando então apensão será igual a 25 vezes a contribuição.E se o óbito se verificar em conseqüência deoperações de guerra, defesa ou manutenção

Ab!il de 1975 DI.tiRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 137.

da ordem interna, o beneficio será igual a30 vezes à mesma contribuição. .

O valor dessa contribuição, anteriormentefíxado em um dia dos vencimentos (soldo cgratificação) do contribuinte, nos termos doart. 3.0 da Lei n.o 3 :765/60, veio a ser ele­Y!l.do para três dias do soldo, de acordo coma/Lei n.o 5,475/68, posteriormente alteradopara dois dias do mesmo soldo, ínclusívecom a incorporação da gratificação de fun­ção militar, ex vi dOS arts. 2.0 e 9.0 , da Leill.o 5.552, de 4-12-68. Então, se o soldo e agratificação atingirem a Cr$ 2.HlO,00, porexemplo, a contribuição correspondente adois díes será de Cl'$ 140,00. Neste caso, apensão militar será igual a Cr$ 2.800,00, re­sultado de 20 vezes a respectiva contribui­ção.

.Finalmente, a Lei n. o 8.807/60 - Lei 01'­gância da Previdênca Social - aplicávelaos trabalhadores em geral, contribuintesdo INPS, concede aos seus dependentes pen­são correspondente a 50% (cinqüenta porcento) do valor da aposentadoria que o se­gurado teria direito na data do falecimento,acrescida de 10% do valor da mesma apo­sentadoria em favor de cada dependenteaté o máximo 5 (cinco), isto é, um total de50% (cinqüenta por cento) que no caso donúmero de dependentes ultrapassar o teto(je 5 (cinco) fixado será rateado entre todostll-rt. 74 e § 1.0 ) . E esses dependentes, nOStermos do seu art. 11, são os seguintes: aesposa: o marido inválido; os filhos dequalquer condição, quando inválidos ou me­nores de 18 anos; as filha& solteiras de qual­quer condição, quando inválidas ou zneno­reade 21 anos; o pai inválido e a mãe; osirmãos inválidos ou menores de 18 anos:as irIlJ.ÉÍ1S solteiras, quando inválidas ou me­nores de 21 anos; pessoas 'que vivam sobsua dependência, inclusive a filha ou irmãmaior, solteira, viúva ou desquitada.

Res.salte-,se que, em se tratando de esposa,marido e filhos inválidos, filhos menores de18 anos e filhas solteiras, menores de 21anos, a dependência eeonômtca é presn­mída; nos demais casos, ela precisa sercomprovada para ser deferido o beneficio.Semelhante exigência inexiste para os be··neficiários de servidores civis e mtlítares daUnião.

O exame das normas jurídicas de prote­eão social, que ora fazemos para mostrar' opanorama atual do sistema vigente para asdiversas classes de segurados, nos conduz,sem qualquer dúvida, a considerar a justiçado projeto, cujo escopo principal é o deaprofundar o sentido de proteção ao grupofamiliar, pela generaãzaeão de beneficios fitodos os dependentes..

Com efeito, essa proteção é tão justa ehumana, no direito social moderno, atémesmo quando alcança a companheira dosegurado, sem ofender a estrutura ética ejurídica da familía.

'O direito previdenciário, que teve o seuadvento sob o influxo das aspírações da de­mocracia cristã e que busca realizar a jus­tiça social, por ser de tutela e ter sede naprópria Constituição Federal, quando à fa­milia :le assegura a proteção do Estado, nãodeve se constituir numa utopia, ainda maisquando o seu espírito atual é o de sua orga­nização estatal, com medidas efetivas, aptasa 'assegurar a seus beneficiários os meiosindispensáveis ao seu bem-estar.

Por tal razão, justifica-se aprofunde osentido de proteção ao grupo familiar, sejapela melhoria de beneficios assistenciais,seja pela sua generalização a todos os de­pendentes, eomo preconiza o projeto.( Vimos, através do estudo comparado da

legislação de previdência social que acaba­mos de examinar, grandes desigualdades no

tratamento das diversas clases abrangidas.Tal desigualdade carece de qualquer razãoobjetiva e não se explica de modo algumpelas diferenças entre as condições de exis­tência de tal ou qual classe, sabido que asneeessídades básicas da família são, emessência, as zeesmas. É incompatível com osprmctpíos da justiça social dtrcrençar aamplitude de proteção previdenciária, se­gundo os grupos amparados, garsntrnêo-seuma posíção prívtlegíada a uns e denegan­do-se, ao mesmo tempo, sem qualquer fun­damenta, as mesmas vantagens a outros.A proteção deve ser igual contra os mesmosriscos. med --:te concessão dos mesmos be­nefícios.

É importante ressaltar que todo conjuntode normas de proteção e assísteneia social,pelos fins elevados que busca, reclama quese atende para o princípio de eqüidade. Deoutro modo não se realizará a justiça, nãose alcançará o bem social, meta a que visao 1-c"Íslador quando dispõe sobre a proteçãodaqueles que, por quaisquer circunstâncias,se fazem merecedores de especiais atenções.

Por derradeiro, é necessário que se firmeser o conceito de assistência, da lei de se­guro social, um conceito econômico e nãojurídico. A Previdência &:leia! é uma insti­tuição de caráter alimentar, que tem comopresunção e exclusiva dependência seonô­mica, sendo relevante destacar o seu cunhoético. O projeto se afina com esses prin­cipias.

O projeto é, também, dos maís justos,havendo, inclusive, disponibilidades de re­cursos para. o atendimento de suas finali­dades, eis que, como bem acentuou o ilus­tre Deputado Hamilton Xavier, no parecerque proferiu na douta Comissão de Consti­tuição e _Justiça, o "segurado pagou O prê­mio correspondente ao seguro, garantindo,assim o direito dos beneficiários, pouco im­portando, no que se 'refere a tal disponibili­dade, sejam estes pais ou filhos, avós, netos,ou, até mesmo, estranhos à família de quem

,o segurador recebeu as importâncias em di-nheiro como contraprestação pelo risco as­sumido". E mais, "na espécie, a fonte custeionão precisa ser criada; ela preexíste à pro­posição e está consubstancíada nas impor­táneías pagas pelo segurado ao segurador".

A proposição estabelece, tão-somente,uma ordem no deferimento da pensão; quecoincide com a da Lei n.o 3.765, de 4-5-60.As três emendas sugeridas pelo ilWltre Re­lator na oomíssão de Constituição e Justiça,o saudoso Deputado Arruda Câmara, aper­feiçoaram a sua redação original, ajustan­do-a à melhor técnica jurídica. Entretanto,a de n.o 1 se desatnaüzou com o tempo.

No Plenário, encerrada a primeira dis­cussão, foram oferecidas três emendas. Ade n.o 1, pretende cancelar a exigência deserem os ne tos órfãos de pai; a de nP 2,inclui as filhas soíteíras, viúvas ou desqui­tadas; e, finalmente, a de n.? 3, substitutivade todo o projeto, dispõe que a concessão depensão aos beneficiários de funcionários

'públicos federais será feita na conformi­dade da Lei n,o 3.765, de 4-5-&0 e suas alte­rações subseqüentes. '

Sou contrário a todas essas emendas dePlenário. A de n.o 1, porque não me parecedevam os netos fazer jus à pensão, se vívosos pais, salvo se interditos ou inválidos. Ade n.o 2, porque jã contemplada a hipóteseno inciso II, art. 1.0 do projeto. Finalmente,a de n.o 3, porque reformula todo o sistemavigente, implicando, ademais em ônus parao funcionalismo, ônus esse representadopelo aumento de suas contríbuíções, já quenão dispõe ele de suporte financeiro paraarcar com tal despesa.

Em conseqüência, entendendo que o regi­me previdenciário no País deva ser uniforme

para todas as classes, tomando-se como baseo adotado para os militares, ex vi da Lein,o 3.765, de 4-5-60, sou pela aprovação doprojeto.- Sou também favorável às emendas denúmeros 2 e 3, sugeridas pelo Relator naCOmissão de Constituição e Justiça, o ex­Deputado Arruda Câmara. Quanto à de n.o1, também por ele apresentada, sou pelarejeição, tendo em vista que se desatuaüzouno tempo, Oontudo, para atingir aos objeti­vos que a mesma se propunha, sugiro emen­da ao artigo l.0 ·do projeto.

Com esses fundamentos, submeto a ma­téria à consideração dos ilustres membrosdesta Comissão, que julgarão melhor da suaoportunidade e conveniência.

Sala da Comissão, em 22 de novembro de1972. - Deputado Hugo Aguiar.

fi - Parecer da ComissãoA Ccmíssão de Serviço Público, em' reu­

nião ordinária, realizada em 22 de novem­bro de 1972, apreciando o Projeto número3.169/65, às Emendas da Comissão de Cons­tituição e Justiça e às Emendas de Plenáriooferecidas ao mesmo, opinou, por unanimi­dade:

a) pela aprovação do parecer do Relator,Senhor Deputado Hugo Aguiar, favorável aoprojeto, com emenda;

b) pela aprovação das Emendas de núme­~:tfça~ 3 da Comissãp de Constituição e

c) pela rejeição das emendas de números1, 2 e 3 do Plenário e n,v 1 da Comissão deConstituição e Justiça.

Compareceram os Senhores DeputadosJosé Freire, Presidente; Hugo Aguiar, Rela­tor; Lauro Rodrigues, Paulo Ferraz. France­lino Pereira, Agostinho Rodrigues, FreitasNobre, Nina Ril:>eiro, Bezerra de Norões, Pe­dro Lucena, Francisco Libardoni e GrimaldiRibeiro.

Sala da Comissão, em 22 de novembro de1972. - Deputado José Freire, Presidente ­Deputado Hugo Aguiar, Relator.

Emenda Adotada pela ComissãoDê-se ao artigo 1.° do projeto a seguinte

redação:"Art. 1.0 A pensão concedida peloIPASE e INPS, aos beneficiários dosseus segurados obrigatórios, será de­ferida na seguinte ordem:"

Sala da Comissão, em 22 de novembro de1972. - Deputado José Freire, Presidente ­Dejnrtado Hugo Aguiar, Relator.

PARECER DA COMISSãO DE TRABALHOE LEGISLAÇãO SOCIAL

I - Relató!io

Segundo a proposição, passarão a serídêntícaa as normas disciplinadoras daconcessão de pensões pelo IPA8E e INPS àsque regem o pagamento das pensões mili­tares, na forma da Lei n. o 3.765, de 4 demaio de 1960.

Ao apreciar a matéria, a Comissão deConstituição e Justiça, em reunião de suaTurma "A", realizada a 10 de novembrode 1965, considerou o Projeto constitucionale juridico, nos termos do voto do Relator, osaudoso Deputado Padre Arruda Câmara,com emendas.

A 28 de junho de 1967, em sua 15.a Reu­nião Ordinária, opinou a Comissão de Le­gislação SOcial pela aprovação, com emen­da ao art. 1.0, consoante parecer do relator,nobre Deputado Raimundo Parente.

A Comissão de Finanças, a 16 de novem­bro de 1967, manifestou-se favoravelmente

1380 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Abril de 19-15

ao projeto com as emendas das Comissõesde Constituição e Justiça e de LegislaçãoSociaL

Em Plenário recebeu a proposição trêsemendas, todas de autoria do ex-DeputadoAdylio Martins Vianna. Ouvida a Comissãode Constituição e Justiça foram as emen­(las de Plenário tidas como jurídicas econstitucionais por unanimidade de suaTunna "A", reunida a 19 de junho de 1972.Igualmente por unanimidade a Comissãode Servico Público, acolhendo' parecer deseu Relator, opinou pela rejeição das emen­das de Plenário.

É o relatório.

II - Voto do Relator

A amplitude que se quer dar ao paga­mento das pensões aOS beneficiários doIPASE: e aos dependentes dos segurados doINPS, sem a previsão de fonte de custeto,tem Implícações negativas, de caráter nítí­damente social

De fato, o equilíbrio econômico-financeirodo INPS é condição fundamental para quea autarquia cumpra- a sua missão previstaem lei.

Por outro lado, a única prestação que estácondicionada à existência de disponibilida­des financeiras do INPS para ser conce­dida aos beneficiários em geral,. é a assis­tência médica, nos termos do art. 45 da LeiOrgânica da Previdência Social.

Assim sendo, 'os novos encargos previstosnas emendas em exame se aprcvados impli­carão necessária e imediatamente em redu­ção equivalente da prestação de asslstêncíamédica por parte do INPS, o que se nos afI­gura socialmente desaconselhável.

É o voto.

Sala da Comissão - Deputado MaurícioToledo, Relator.

III - Parecer da Comissão

A Comissão de Trabalho e Legislação So­cial em sua reunião ordinária, realizada em8 de novembro de 1973, opinou pela rejeiçãodo Projeto n.o 3.169, nos termos do Parecerdo Relator, Deputado Maurício Toledo, con­tra os votos dos Senhores Deputados Argí­lano Dario, Carlos Cotta e Francisco Ama­ral.

Estiveram .presentes os Senhores Depu­tados: Wi180n Braga, Fernando Cunha, Ro­berto Galvani. João Alves, Wilmar DaUa­nhol Rezendé Monteiro, Argílano Dario,CarlOs Cotta, Cid Furtado, Hem:ique de LaRocque, Álvaro Gaudêncio, Alcir Pimenta,José da Silva Barros, Raimundo Parerrte,Francisco Amaral, Osmar Leitão, Helbertdos Santos e ítalo COnti.

Sala da Comissão, em 8 de novembro de1973. - Cid Furtado, Presidente - Maurí­cio Toll~do, Relator.

PARECER DA COMISSÃODE FINANÇAS

I - RelatórioVolta às comissões o Projeto de Lei n.o

3.169-A/65 em razão do oferecimento detrês (3) Emendas de Plenário, todas de au­toria do Sr. Adylio Martins.Vianna.

Quant.o ao projeto propriamente dito, es­ta Comissão já manifestou sua opinião fa­vorável, tendo em vista os objetivos unitor­mísadores da proposição que, principalmen­te visa estabelecer uma ordem nodeferimento de pensões previdenciárias, emtudo coincide com a Lei n.> 3.7615, de 4 demaio de 1960. Por outro lado, influiu tam-

bém na manifestação favorável desta Co­missão, a circunstância já apontada emquase todos os doutos pareceres proferidosnestes autos, de que a proposição não ca­rece de criação de fonte de custeio, umavez que esta é normalmente disponível pelosó fato de os segurados já virem contribuin­do para a Instítuíção previdenciária.

O Projeto de n.v 2.168/70, aqui anexado,tem prejudicada a sua discussão em razãode versar matéria idêntica à constante dode n.v 3.169-A/65, este em fase bastantemais adiantada e com a vantagem suple­mentar de haver sido recomendada a apro­vação em todas as comissões pelas quaistramitou.

Resta-nos, assim, opinar acerca das re­feridas Emendas de Plenário.

É o relatório.'

II - Voto do Relator

A aceitação da Emenda de n.? 3 ímplíca­ria em substituição total do Projeto de Lein.O 3.169-A, o que nos parece amplamentedesaconselhável a esta altura, máxime sefor considerado que aquele (o Projeto den.o 3 .169-A) , com as emendas sugeridas eacatadas, particularmente a da Comissãode Serviço Público (fls. 26), é bastante maisabrangente e, pois, de maior alcance social.

Já as Emendas de n.OS 1 e 2, visando am­pliar o pagamento de pensões e não preven­do a correspondente fonte de custeio, so­mente podem ser havidas como inequivo­camente negativas, tal como apontado nodouto parecer da Comissão de LegislaçãoSocial (fls. 27 a 29).

É que a imposição de novos encargos àinstituição previdenciária, tal como que­rem as referidas Emendas (n.o5 1 e 2) im­plica necessariamente em um desequiiíbrioeconômico-financeiro e, pois, fatalmente,numa redução da prestação de outros be­nefícios, particularmente o de assistênciamédica.

Nestas condições e tendo em vista os as­pectos sobre os quais deve esta Comissãoopinar, entendemos que as Emendas dePleriárto ao projeto de Lei n. O Z'.169-A/65,devem ser rejeitadas.

Sala da Comissão. em ---: Deputado AthiêCoury, Relator.

UI - Parecer da Comissão

A Comissão de Finanças, em sua reuniã~

ordinária, realizada em 9 de abril de 1975,opinou, unanimemente, pela rejeição dasEmendas de Plenário ao Projeto de Lein.o 3.169-A/65, nos termos do parecer doRelator, Deputado Athíê Coury.

Compareceram os Senhores DeputadosHomero santos, Presidente; João Castelo,Vice-Presidente; Adriano Valente, AntônioMarimoto, Dyrno Pires, Fernando Maga­lhães, Francisco Bilac Pinto, Hélio Campos,João Vargas, Antônio José, Athíê coury, Epi­tácío Cafeteira, Gomes do Amaral, JorgeVargas, Mário Mondino, Nunes Rocha, Moa­eyr Dalla, Ribamar Machado, 'I'emistoclesTeixeira, Odacir Klein, João Menezes, Mil­ton' Steinbruch, Roberto Carvalho, RuyCôdo, Theodoro Mendes, Florim Coutinho eDias Menezes.

Sala da Comissão, em 9 de abril de 1975.-'Deputado Homero Santos, Presidente ­Deputado Athíê Ooury, Relator.

PROJETO DE LEIN.o 1.493-B, de 1968

(Do Sr. Oswaldo Lima Filho)Faculta aos funcionários públicos da

União e aos servidores das autarquiasfederais, eíettos "prefeitos e vereadores,a opção pelos vencimentos de seus car­gos efetivos, e dá outras providências;tendo pareceres: da Comissão 'de Cons­tituição e Justiça, pela cOnstitucionali­dade, contra os votos dos Srs. Luiz Braz;,1"oão Línhares e José Bonifácio; e, daComissão de Serviço Público, pela apro­vação, com substitutivo e voto em sepa­rado do Sr. Hugo Aguiar. Parecer daComissão de Constituição e Justiça,emitido em audiência, pela constitucio­nalidade, juridicidade e boa técnica le­gislativa do Substitutivo da Comissãode Serviço Público.

(PROJETO DE LEI N.o L 493-A, de 1968, AQUE SE REFERE O PARECER)'O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O funcionário público da União

e os servidores das autarquias federais,quando eleitos Prefeito ou Vereador pode-:rão optar a partir da posse no mandato ele':'tivo pela percepção dos vencimentos do seucargo efetivo e ficarão afastados do seuexercício, contando o tempo de serviço parapromoção por antiguidade e para aposen­tadoria.

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação revogadas as dispo­sições em contrário.

Sala das Sessões, em 26 de junho de 1968.- Oswaldo Lima Filho.

-Justífíeação

O projeto tem como objetivo assegurarmelhor remuneração à administração mu­nicipal e permitir uma mais ampla seleçãode Valores humanos para direção dos ser­viços municipais, permitindo-se que funcio­nários federais, em cujo número se encon­tram alguns dos melhores especialistas naadministração dos servíços públicos, possamser escolhidos por eleição para administra­rem municípios.

De outro modo á baixa remuneração queos municípios podem assegurar aOS seusprefeitos e vereadores impediria a seleçãode nomes altamente capazes para aquelasfunções.

'no ponto de vista constitucional, nenhu­ma proibição existe prevendo mesmo o art.102, parágrafo 1.°, da Constituição, que nãoexiste impedimento entre a função eletiva.munícípal e o exercício de cargos federais.

Sala das Sessões, em 26 de junho de 1968.Oswaldo Lima Filho.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

I e 11 - Relatório e Voto do ~elator

Objetiva a proposição facultar aos fun­cionários públicos da Uníão e aos servidoresdas autarquias federais, eleitos prefeitos evereadores, a opção pelos vencimentos deseus cargos efetivos.

Em sua exposição de motivos, o· nobreDeputado Oswaldo Lima Filho afirma que oobjetivo do projeto é assegurar melhor re­muneração municipal e permitir uma sele­ção mais ampla de valores humanos para adireção dos serviços municipais, permitin­do-se que funcionários federais - em cujonúmero se encontram. alguns dos melhores,especialistas na administração dos serviçospúblicos - possam ser escolhidos por elei­ção para administrarem municípios.

Sabe-se que, em alguns municípios, a re-'muneração para os cargos de Prefeito, Vice-'

Abril de 1975 DIARIO DO OONGRESSO NAOIONAL (seção I) Sábado 12 1381

prefeito e Vereador é reduzida, afastando,dessa maneira, bons administradores, osquaís, se funcíoriártos públicos, e lhes per-

, mítíndo o direito de opção, poderiam pres­tar relevantes serviços às nossas comum­dades,

A proposição sob o ponto de vista da suaconstitucionalidade não encontra óbice pa­ra a sua tramitação.

Sala da Comissão, 6 de setembro de 1972.- Alceu Collares, Relator., lU - Parecer da Comissão

A Comissão de COnstituição e Justiça, emreunião de sua Turma "13", realizada em27-9-72, opinou, contra os votos dos Senhore.sLuiz Braz, João Linhares e José Bonifácio,pela constitucionalidade do Projeto n,?

1.493/68, nos termos do parecer do Relator.Estiveram presentes os Senhores Depu­

tados: José Bonifácio, Presidente; AlceuCoUares, Relator; Airon Rios, Ferreira doAmaral, Antônio Mariz, João Linhares, Ly­sâneas Maciel, Luiz Braz e Sylvio Abreu.

Sala das Sesllóes, em 27 de setembro de1972. - José Bonifácio, Presidente - AlceuCÓllares, Relator.

. PARECER DA COMISSAODE SERVIÇO PúBLICO

Segundo Parecer

Redação do vencido, nos termos do § IId'l art. 50 do Regimento Interno.

·1 e U- Relatório e Voto do RelatorO nobre Deputado Oswaldo Lima Filho,

[á.em 1968 reconhecia, com muita' razão, avalorização de um representate do povo naárea municipal. O projeto visa estimular fi­nanceiramente àqueles que deixando atranqüilidade de um gabinete, ou o burocrá­tíoo e rotineiro serviço por um trabalho domaior valor no que eoncerne a ajudar ascomunidades. E ainda mais, considerando-,se que além da remuneração ser reduzida eem' alguns municípios ela nem existe, acre­dito que a proposição daquele parlamentartem o mérito que se deve ressaltar.

a nobre Deputado Hugo Aguiar, em seuvoto em separado, alinhou argumentos queressaltaram a prejudicialidade do projetoem dois aspectos, quais sejam:

J) contagem de tempo de serviço parapromoção e aposentadoria do funcionáriopúblico e servidores de autarquias federaiseleitos Prefeitos ou Vereadores;

2.> afastamento dos respectivos cargoseretívos.

Subsistiu, no entanto, o aspecto referenteã ppçâo,"a partir da posse, pela percepçãodos vencimentos do cargo efetivo daquelesservidores públicos eleitos Prefeítos ou Ve-readores. '

Concordo com as razões expostas no votoem separado do nobre Deputado HugoAguiar, concluindo por um Substitutivo aoProjeto n.o 1,493/68.

sou, portanto, pela aprovação do Substi­,tutivo.

Sala da Comissão, em 25 de abril de 1973.- .Bezerra de Norões, Relator.

UI - Parecer da Comissão

A Comissão de Serviço Público, em reu­nião ordinária, realizada em 25 de abril de19'73, aprovou, por unanimidade, o sunsítu­tivo oferecido ao Projeto n.? 1.493/68, naforma do voto do Senhor Deputado HugoAguiar, sendo adotado pelo Relator, SenhorDeputado Beaerra de Norões, oomparece­ram os Senhores Deputados Freitas Nobre,Presídente ; Bezerra de Norões, Relator;Agostinho Rodrigues, José Freire, HugoAguiar, Grírnaldí Ribeiro, Léo Simões, Elias

Carmo, Magalhães Melo, Lauro Rodrigues,Francelino pereira, Getúlio Dias, MarcosFreire e Paulo Ferraz.

Sala lia Comissão, em 25 de abril de 1973.- Freitas Nobre, Presidente - Bezerra deNorões, R,elator. -

Substitutivo oferecido pelo Sr. JIugo Aguiar

"O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O servidor público eleito Pre­feito ou Vereador cujo mandato seja re­munerado poderá optar pelos vencimentosdo seu cargo efetivo a partir da posse nocargo eletivo.

Art. 2." Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. S.l> Revogam-se as disposições emcontrário."

Sala 'da Comissão, em 25 de abril de 197:1.- Freitas Nobre, Presidente; Hugo Aguiar,Relator.

Voto em separado do Sr. Hugo Aguiar ..

Devemos considerar três aspectos nesteprojeto:

1.0 contagem do tempo de serviço parapromoção e aposentadoria do funcionáriopúblico e servidores de autarquias federaiseleitos Prefeitos ou Vereadores;

2.0) afastamento de seu cargo efetivo;

3.°) opção a partir da posse pela percep­ção dos vencimentos do seu cargo efetivo.

Sobre o primeiro aspecto a matéria é ven­cida. A legislação atual manda computar otempo de serviço jrúblíco federal, estadualou municipal (E.C. n.o 1/69, art. 102, § 3.0

;

E.F.P.U. arts. 79 e 80).Entende-se que o servídor público eleíto

prefeito ou vereador tem, de acordo com es:"ses dispositivos legais, o seu tempo de man­dato eletivo considerado de efetivo exercício.Nesse· sentido é o parecer da ConsultoriaJuridica do DASP, publicado no D.O. de 19de março de 1962:

"Com excrcícío de função legislativanão pode ser entendido o desempenhodo cargo de Prefeito Municipal, vistoque tal cargo representa a chefia doPoder Executivo do Município. É real­mente uma função eletiva e o seu de­sempenho mais se assemelha ao exer­cício de um cargo em comissão na ór­bita municipal, para o qual o item XIIdo art. 79 do EFPU prevê a contagemdo períorío dos servidores nele ínvestí­dos."

"Observe-se que o art. 121 do EFPUimpede apenas a percepção do respec­tivo vencimento; conseqüentemente,dessa vedação especificamente estabe-

. Iecída, deduz-se a permissibilidade dacontagem do período, como se de efe­tivo exercício fosse, à semelhança doque está previsto nos itens VIII e XIIdo art. 79, para os que se afastam pa­ra mandato legislativo ou para desem­penho de cargo em comissão estadualou municipal."

É inquestionável a contagem do tempode' duração do mandato de prefeito ou ve­reador,' ficando, dessa forma, prejudicadoo proj eto nessa matéria.

Relativamente ao segundo aspecto, quediz respeito ao afastamento do servidor pú­blico de seu cargo efetivo, devemos ressal­tar duas hipóteses: para exerecer mandatode prefeito, o afastamento é automático,pois trata-se de exercício permanente eínínternrsto. O mesmo não ocorre com osvereadores, que se afastam do cargo efeti­vo de forma intermitente, percebendo osseus vencimentos, com apoio na lei e na

doutrina que lhes asseguram compareci­mento a todas as sessões da Câmara.

Resta o terceiro aspecto do projeto queversa sobre a opção de vencimento do car­go efetivo e os do mandato.

Trata-se, a nosso ver, de uma iniciativaválida que carece de amparo legal, eis por­que a acolhemos.

Não é raro verificar-se a hipótese de ven­cimentos de servidor superior ao do cargoeletivo, não sendo justo que o exercício domandato signifique também diminuição derendimentos para quem venha a exercê-lo.

Assim acolhemos a idéia do projeto nes­se aspecto por nos parecer de conveníên­cia e justiça reportando-nos, para isso, àjustificativa de seu autor.

Em vista de ser prejudicado o projeto emdois aspectos apresentamos substitutivo,para que possa ser consubstanciado em leio terceiro se merecer aprovação.

Nesse substitutivo amparamos a opçãoquando o mandato é remunerado, já que,na hipótese do mandato náo remuneradodo vereador a matéria encontra-se regula­da em ,lei.

Preferimos empregar a expressão Servi­dor para substituir as expressões do proje­to: "o funcionário público da União e osservidores das autarquias federais", por seraquela mais abrangente.

Somos assim pela aprovação do projetonos termos que apresentamos em seguida.

Sala da Comissão, em 25 de abril de 1973.- Hugo Aguiar, Relator.

Substitutivo apresentado pelo Sr.JIUgO Aguiar

"O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O servidor público eleito Prefei­to ou Vereador' cujo mandato seja remu­nerado poderá optar pelos vencimentos doseu cargo efetivo a partir da posse no car­gv eletivo.

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação. .

Art. 3,0 Revogam-se as disposições emcontrário."

Sala da Comissão, em 25 de abril de 1973.- Hugo Aguiar.

Senhor Presidente:Na forma regimental, requeiro audiência

da Comissão de Constituição e Justiça so­bre o Substitutivo da Comissão de ServiçoPúblico ao, Projeto de Lei n," 1. 493-A/68.

Sala das Sessões, em 19 de setembro de1974. - .........

PARECER DA COMISSAO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

I - RelatórioO Projeto n,o 1.493/68, de autoria do ilus­

tre Deputado Oswaldo Lima Filho, recebeuparecer favorável, da lavra do nobre depu­tado Alceu Oollares, na Comissão de Cons­tituição e Justiça, e da Comissão do ServiçoPúblico, conforme parecer do Deputado Be­zerra de Norões, em forma de Substitutivo.

Volta a este egrégio colegiado o exame daproposição, requerida audiência da Oomís­são de Constituição e Justiça sobre o subs­titutivo adotado na Comissão de ServiçoPúblico.

II - Vnto do RelatorSubsistem os argumentos oferecidos no

Iírnptdo parecer do eminente colega Depu­tado Alceu Collares,

Não encontramos, salvo melhor juízo,qualquer obstáculo de ordem constitucionalà tramitação do proj eto.

1382 Sábado 12 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1975

PROJETO DE LEIN.o 157, de 1975

(Do Sr. Jorge Paulo)Dá nova redação ao art. 72 da Lei

n,o 5. 682, de 21 de julho de 1971 - LeiOrgânica dos Partidos Políticos.

(A Comissão de Constituição e Jus­tiça.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 72 da Lei n.o 5.682, de 21

de julho de 19'11, passa a vigorar com a se­guínte redação:

"Art. 72. O Senador, Deputado Federal,Deputado Estadual, Prefeito Municipalou Vereador que, por atitude ou pelo vo­to, se opuser as diretrizes legítima­mente estabelecidas pelos órgãos dê di­reção partidária, ou deixar o Partidosob cuj a legenda for eleito, perderá omandato."

Parágrafo único. Equipara-se à renún­cia, para efeito de convocação do respectivosuplente, a. perda de mandato a que se re­fere este artigo.

Art. 2.° Esta iei entrará em vigor· na 'M-ta de sua publicação. , ,

Àrt. 3.° Revogam-se as dísposíções êmcontrárío. •

;rustificação

Preceitua o art. 72; eaput da Lei n,? ..••5.682, de 21 de julho de 1971 (Lei Orgânicados Partidos Políticos):

"Art. 72. O Senador, Deputado Federal,Deputado Estadual ou Vereador que,pOI' atitude ou pelo voto, se opuser àsdiretrizes legitimamente estabelecidaspelos órgãos de direção partidária oudeixar o Partido sob cuja legenda foreleito, perderá o mandato."

A Vista 'do texto transcrito, indaga-se: epor que deixou O legislador de sujeitar oPrefeito Municipal à fidelidade partidária?

Decididamente, por mais que se' rastreiemmotivos quanto a essa orníssão, não há co­mo encontrar um sequer capaz de justificá­la,

Pois se o Senador, o Deputado Federai, oDeputado Estadual e o Vereador não esca­param a semelhante agrilhoamento üíscí­plínar, como permiti-lo ao Prefeito?

É possível que, em semelhante passo,' sedescubra um motivo de natureza políti~a,inerente à contãngêncía partidária - sohe-.jamente inidôneo, diga-se de passagem­mas jamais uma razão jUl'idica que, antesde maia nada, há de se ínrormar em ditamesmorais com vistas à proteção do interessecoletivo.

Se a fidelidade é principio básico da ,or­ganísação partidária, como deixa bem claroo dispositivo legal em apreço, impõe-se quetodos os mandatários da vontade popularfiquem a ela [ungidos. Ao revés, abrigará' a.lei um privilégio odioso 6, por isso mesmo,intolerável

Mediante o presente projeto de lei, co~­tamos, exatamente, de suprir a inexplicávelfalha que é exibida pelo art. 72 da I;ein,o 5.682, de 21 de julho de 1971, ao inclqiro Prefeito Municipal na seriação de J:lllHl­datáríos a que se aplica fi regra ela perdado mandato, no caso de afronta à fide1id!J,­de partidária.

SaJ.a das Sessões, em _ Jorge Paulo. I

Vale lembrar que o próprio governo, atra­vés de Mensagem, ora em exame no oon-,gresso Nacional, dá tratamento maia amploao assunto, ampliando a remuneração a to­dos os vereadores.

Ooneluímos pela aprovação.Sala da comíssão, 20 de março de 1975. ­

Deputado Altair Chagas, Relafur.lU - Parecer da Comissão

A Comissão de COJ;Ultituição e Justiça, emreunião Plenária, realizada em 20-03-75,opinou, unanimemente, pela constituciona­lidade, [urídícídade e boa técnica legislativada Substitutiva ao Projeto n,o 1.493/68, nastermos da parecer do Relator.

l!:.stiveram presentes os Senhores Depu­tados: .

Luiz Braz - Presidente, Altair Chagas ­Relator, Alceu COllares Antônio Mariz, Ar­lindo Kuml1er, Celso Barros, oíeverson Tei­xeira, Djalma Bessa, Erasmo Martins Pedro,Enresto Valente, Gomes da Silva, Jairo Ma­galhães, Jarbas Vasconcelos, João Gilberto,J()ãa Lirihares, Joaquim Bevilácqua, JoséMauricio, José Sal1y, Lauro Leitão, LidovinoFanton, Luiz Henrique, Miro -Teixeira, NeyLopes, Nogueira da Gama, Noide Cerqueíra,Norton Macedo, Petrônio Figueiredo, Ru­bem Dourado, Sebastião Rodrigues, TarcisioDelgado e Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, 20 de março de 1975._ Deputado Luiz Braz, Presidente - Depu­tado Altair Chagas, Relator.

PROJETO DE LEIN.o 156, de 1975

(Do Sr. José de Assis)Introduz alterações na Lei n.? 4.215,

de 27 de.abril de 1963, que dispõe sobreo Estatuto da Ordem dos Advogados doBrasil.

(A oomíssão de Constituição e Jus­tíça.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Dê-se ao inciso II do art. 84 da

Lei n,o 4.215, de 27 de abril de 1963, quedispõe sobre o Estatuto da. Ordem dos Ad­vogados do Brasil, a seguinte redação:

"Art. 84.............. ~ ~ .II - presidente, primeiro e segundo se­cretários de órgão do Poder Legislativofederal e estadual e das Câmaras dosmunicípios das capitais."

Art.2.o Esta lei entrará em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

Justificação1. A redação atual do dispositivo que se

pretende alterar é a seguinte:"lI - membros da Mesa de órgão doPoder Legislativo federal e estadual, daCâmara Legislativa do Distrito Federale Câmara dos muuícípíos das capitais."

f..- simples leitura do inciso mostra que elenão está de acordo com a Constituição Fe­deral, que aboliu a Câmara de Vereadoresdo Distrito Federal.

De fato, nos expressos termos do art. 42,inciso V, da Lei Maior, compete privativa­mente ao Senado

"V - legislar para o Distrito Federal,segundo o disposto no § 1.0 do art. 17,f: nele exercer a fiscalização financeirae orçamentária, com o auxílio do res­pectivo Tribunal de Contas."

Portanto, inexistindo Câmara de Vereado­res no Distrito Federal, não tem qualquerrasão de ser a referência à Câmara Legis-

làtiva do Distrito Federal, reminiscência daConstituição de 1946.

Assim, o primeiro objetivo do projeto éadequar a Lei n,o 4.215/63 ao Estatuto Bá­sico vigente.

2. A segunda meta da proposição visaalterar o teor mesmo do inciso II, paramanter as incompatibilidades definidas noEstatuto da Ordem apenas para aquelaapessoas que têm poder de administraçãodas -Casas do Poder Legislativo.

:ffi sabido que esse poder é atribuído aopresidente, ao primeiro e ao segundo secre­tário.

0(1 demais cargas são puramente decora­tivos. Tanto assim que existe sério proble­ma nas Câmaras Legislativas, sobretudonas estaduais, para se conseguir que advo­gados aceitem ocupar tais 'cargos.

Como é sabido, membros do Poder Legis­lativo são mal remunerados. Ora, íncompa­tibiJ.ízar o vice-presidente, o terceiro esecretários, que ocupam cargos decorativose que nenhum poder têm para, em virtudedo cargo, criar condições favoráveis aoexercício da advocacia, é verdadeiramenteuma iniqüidade.

A injustiça do dispositivo cresce mais ain­da se considerarmos que tal incompatibili­dade só atinge os advogados. As outras pro­fissões não são afetadas. Então, a lei atualcontém uma discriminação odiosa contra osadvogados, contrariando o principio deigualdade de todos perante a lei, que épostulado constitucional.

3. Diremos, finalmente, que não existequalquer óbice de natureza constitucional,jurídica ou de técnica legislativa, que obs­taeule a livre tramitação deste projeto.

A matéria legislada é da competência daUnião, por força do disposto no art. 8.° daConstituição Federal, íneíso XVII, letra r,que versa sobre as "condições de capacida­de para o exercício das profissões liberais etécníco-cíentífícas",

O poder de iniciativa não pertence à com­petência exclusiva do Presidente da Repú­blica, eis que o assunto não está inseridonos diversos itens dos artigos 5'1 e 65 da LeiMaior. Portanto, pertence ele a qualquermembro ou comissão da Câmara dos Depu­tados ou do Senado, conforme taxativa­mente dispõe o art. 56, Nem tampouco oprojeto sugere qualquer conflito com qual­quer outro dispositivo da Carta Magna.Assim, não há qualquer barreira de natu­reza constitucional.

Do ponto de vista jurídico, a proposiçãonão fere os príneípíos gerais que nortearama elaboração do Estatuto da Ordem dos Ad­vogados. O objetivo das incompatibilidadesé de ética profissional: impossibilitar queocupantes de cargos de relevo e influêncianas Mesas Diretoras das Câmaras Legisla­tivas federais, estaduais ou municipais pos­sam se valer do cargo ou função para anga­riar clientela, ou obter quaisquer outros fa­vores, que não conseguiriam senão em vir­tude daquelas funções.

Finaimente, no que respeita à técnica le­gislativa, adotou-se a norma mais aceitaatualmente pelos doutrinadores que é aque­la que manda inserir as alterações no pró­prio texto da lei modificada, a fim de lhemanter a unidade, que facilita sua aplica­ção e consulta.

Em face desses motivos, esperamos a boaacolhida de nossos ilustres pares à proposi­ção que ora lhes submetemos. .

Sala das Sessões, em 4 de abril de 1975. ­José de Assis.

Sala das Sessões, em Jorge .paulo.

Abril de 1'97'5 DIAlUO DO 'OONGR'É8S0 NAOIONAL (SeçáEl 1) Sábado 1~ 1383

Art, 3,° O Conselho, presidido pelo Go­vernador, reunir-se-á, <ordinariamente, nomínimo uma vez por mês, e extraordina­riamente, por convocação da-mesma auto­ridade,

Art. 4.0 São membros do Oonselho osrepresentantes índícàdos pelas seguintes en­tidEiles representativas:

I - Conselho Regi.onal de Medicina eFarmácia - 1 médico;

II - Ordem dos Advogados do Brasil ­Seção do Distrito Fedeml - 1 advogado:

IH - oonsetho Regional de Arquitetura eUrbanismo - 1 engenheiro, arquiteto ouagrônomo;

IV - Conselho Regional de AssistentesSociaís - 1 assistente social:

V - Conselho Regional de EconomistasProfissionais - 1 economísta:

VI - Fundacão Univerflidade de Brasília- 1 professor de Sociologia;. Vil - Fundação E.dlleac'Í{mal do DistritoFederal - 1 proressor de Educação Morale Cívica (2.° grau) e I professor (l.o grau);

VIII - Associação dos Servidores Civis doBrasil - 1 servidor públioo;

IX - Associação Comercial do DistritoFederal - 1 comerciante ou industrial;

::l!; - Sindicato dos Jornalistas Profíssíc­naís do Distrito Federal - 1 jornalista;

XI -Sindicato dos Condutores Autôno­mos de Veiculas Rodoviários de Brasília- 1 motorista;

XII - ffindicaw Rural de Brasília - 1pequeno produtor,

ParágnU'o único. Resolução do Conselho,ali referendum do Governador, poderáacrescentar outras entidades ao elenco, sejulgar necessário, ou substituir as enume­radas, quando se 'extinguirem, ou surgiremoutras, a seu critério, .eorn maior represen­tativiruwe.

'Art. 5.0 O Conselho se instalará 110 prazode 06 (sessenta) dia..9,dapublicação desta leie elaborará seu regímento interno até 120(eento c vinte) dias de sua instalação.

Art, 6.° O exercicio de ConEelheiro Co­munitário não será remunerado, mas seráconsiderado de caráter relevante, assegu­rando ao titular um certificado honoríficode Amigo da Com.unidade e a justificaçãc eabono da ponto ou das faitas ao serviço nDSdias de reunião 00 Conselho. ,

Art, 7,° Será dispensado da função deConselheiro Comunitário e em 15 (quinze)dias substituído aquele que não comparecer,salvo motivo justificado, a três reuniõesconse:eutivas {lU a 2/3 (dois terços) das rea­líza.d8.s no peri<Jdo de'6 (seis) meses.

Parágrafo único, A substituição previstaneste artigo será provocada por oficio doPresidente do COnselho à entidade repre­sentada,

Art. B.O Esta lei ent.ra em vigor na datada sua publicação. .

Art. 9.° ~evogam-se _as diEposiçóes emcontrário.

Sala das Sessões, em 2 de abril de 1975.- Aldo Fagundes.

;Justificação

A presente proposição foi bem acolhidap,ela imprensa e .a opinião pública, quandoapresentads na legislaturapassa·da.

Émbora com pareceres favoráveis em vá­rias Comissões, o projeto nãq. chegou a .servotado em Pienário, pois ficou aguardandoa resposta de uma diligência pedida ao Go­vernador do Distrito Federal.

de 19'15.-

PIWJE'I'ü DE LEIN." 159, de 1975

(Do Sr. Aldo Fagundes)iCl-ia li OGns.elho 06m.lI1l1ÚtáriO de

BI'a.&.Ília - COBRAS - e'dá outras l!'l"O­

v.iJiêncill5.

(Ãs Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Finanl}as.)

O .congresoo Naetonal decreta:.Art. 1," Fica instituído, conío entidade

para-actministrativá, o Conselho Comunitá­rio de Brasília (COBEÁS).

Art. 2:° AQ Conselho CQmunitãrio de'Brn.!Iilia com.pete:

I -' le'Var ao Governador sugest'ões Iluevisem depurar e aproveítar aB legítimasaspiraçõ,es d.a comunidade;

II -- opinar SÇlibre -as iniciativas r~lacio­

nad.as aoB priJl;l1.emas econômicos, sociais,juridiMs, i:ie ensino e de saúde pública, queenrolvam interesse comunitário;

ITI - opinar sobre' alte~ões a seremintroduz1das nos Planos Urbanístico e Ar­,!:uitet6nieo de Brasília ou no respectivoPlano ,Diretor Regional (Lei n:O 4, 'ro6, de3'0 de 3ig>ost0de lOO§);

IV - opinar sobre critérios de prioridB.d.ee de 11tilidad.e pública n.a m>ocuç;.ão de <obrasno Plano Piloto e nas cidMes satélites;

V .- exercer outras iltribuições que lheto:rem cometidas peio Governador.

Obra nrateríal e espirituaL de Anehieta,nossa Pátria não lhe devolveu, em 'carinho,

-: o saeríríeío ID'lenllo de uma vida inteira desaertfícíos inauditos. Balvante a provídêneíatardi.a de {j,-ar, à aldeia de Reritiva, no Espí­ríto Santo, o nome flustre do mais autênticodos seguidores do Sonhador tmpenltente da.Galiléia, a reeoestrução na Colina Sagradade Piratining.a, da Igreja do Colégio, nadatem sido feito no sentido de se fixar inde­levelmente sua figura entre as maiores figu­ras de nossa :História.

Todos os a!I:1OO, desde 1968, entre .:JB dias:I e Jl de junh.jij, sob o patrocínio D.."l. oasa deAncbleta, dirigida pelos :MembrM da oomís­são oívica ,do pátio do Colégio, são Paulocomemora cfícíalmente a Semana de An­ebieta,

Andarilho inoorrigível, .Anchíeia pereor­reu tudo .quanto SI' conhecia de nossa terra,Abr.angeu. sua obra catequética e de fíxaçâodo homem à terra, praticamente, todas asáreas brasâleíras então connecídas.

O F'i.:;vdor. da Paz de I:pemig de.izvu exten­sa. obra literária. típiea de uma époea de~o, quando a Iingua geral!. entrava emeonábío eom a '"última fl!'>!' do Laeío, incultae bela". dando orígem ao Iínguajar arreve­zado e '&!.eant~r do bm.sileím. Foi o tra­balho de Anchieta que deu. à rudeza dalíngua portuguesa, o .eolorído dos sóis arden­tes do Equador, a f1.exlJ<)Sidade des ríoscaudalosos do sertão, e a harmonia suave depá-ssaros que cantam no raiar da lIJti.mavec~.a..

Mais do que santo, foi rnúsíeo e poeta, .não se pejando de misturar sua míserasotaina àquela gente humilde e despreo­cu~-da que ia passear "somente com o gorrona eaoeça sem outra roupa", tudo "lhespáreeendo que Tão allBim milito ele~ntes""..

I'Gr todas estas razões, do mais alto in te­resse culturaã da Nação, é que decorre aneeessídade da ínstítuícão da Semana Na­cional de Anchíeta.. sob (J pazrocínío e erga­~ão do Minillté.rio da EàllM.ÇáD e Oul~u­ra, como contínuador da obr.a de educação ecultura que Anchieta lhe deiXDu com.o umpatrimônÍ!J inalienável.

Sala :das Sessões, de'Ruy Côdo.

.1UHbific.aç.á.oApósi;o/O 00 NoIVO Mundo, no diiãe1' eío­

qüeaai;e de Fl"eiw Nobre, TheJljluta.lli:J; e S:mw00 Brn.ml, no .de P.edro Calmon, Alilehi.eJ;afoi., para Q Brasil, ao mesmo cempo, a f.u'l;acentrífuga que reuniu os homens da con­quista no solo sagrado de Piratdrringa, e a:fut'ça cenu'il'let-a arue {~ 00 pa'lll!lÍllita " ho­mem <'1aíl banlieims. .o mesmo hom'cm q'l1.e,l'lODl, bow-de-sete-1éguns dev1l.SSOu a 'fMtí.­dfOO OOnOO'!l!Ii\t>l.[, ,e andou plantando, em.cada j;l0'UlOO, uma "Cid.aide.

A humildade evangélica e a pobreza iran- \cis=a de Anchieta têm =vi& apenaspara 1iiluix seu nome, negando-lhe o res­peito e o culto que todos :lhe devemos. Pou­cos são os que con'b~em as p~'ens Bilmi­m:veis que marearJVIl sua presença na Ten"ade Santa Cruz, num dos :tnstantes maisdramático.s de sUa vida, qu-ando tudo .exaroadveTsi.dades, quando "'p.ar/Ias e nus, semroisa aiguma que lhes C'O'brissem suas ver­gonhas", ,os tupis, que haviam descido dospiatôs bolí'vianos, espreitavam OE povoado­'J:'e<l, com arcos e fle:Jl:as, dispostos à eaT­nagem,

Nascida no planalto, â. caValeiro do ser'uão,a brulMileiÍm var.a.v:ll. a "enkada pa,ira inúme­ra.s .ru;tç.õe.s, .s'lB,jeit.as aG ju'I§íJI da raziW", nollliIer ,de A1'JJeh.i.eta, .de:rmúndo D.3 rnmDJ! fiewna incipiente política .de. Jl.en.e:tm~, a;m.·esma JPljlitil'a qlite wmpos depiliB, apoiadanas lanç;:J.s, lltGB m.ach.ados, nas arrobu=e nas 2,ll'ootl, eneul'Varia ,(I) meridiano m.a.r­!,ladQ por- Tordezilhas, dando-lhe a co010r­ID1'l.Ç'âo de U'Msa5 lindes geográficas do beste,cump!l'índú-se, 'assim, o yatí:eml.-o de J%ó]:)re­ga: "ElIlta te!rra·é a nossa empresa" ...:. E os rumas cl'istã.0sa.a .civi1lzaçãD brasi­I1lJira re r.etrlllÇav.a.m, llilqu,ele- casebre depalh& e de harró; a.TI.mentadoo fi. farinhaas ma:o.dío.c.a, 'c.al'n.es .de mac.aoos, peixes,làv.a.s, abóboras e pa1míto.'J. Sacíava-lhes a'Ile.de água, cozida com nillho e com mel'quanoo ha:vla .. , Festins de bugr.es .que fes­tejavam os caminhos do futuro, caminhosque se amontoavam enroladas na ponta dl.Ulléguas às portas do sertão b:ra;vio.

PROJ1ETO DE LEIN.o 15$, de isrs

(Do Si', Ruy Côdo)

lnlStiíul a Semana Nacional de Al1-eh1ie'i;ae rlá oUttl'R'5 pro'riílêneia,s.

IM Comissões de' C<JlVltit.uição e JUS­t.lça; de Erl~ e Cult.ura e deFinanças,) .

O Colig':ll:'eS13O Naeioual decreta:, Art. 1." Fica instituída a Bemana Na.cio­

rial de Ancbieta, a coznemorar-se fie jJ a 9 dejunluJ, anualmente.

Art, 2.0 Os festejos e comemcrações, deC,w:átel'ew.1tw::aJ. e PDPlUlllM", deveri.o reali=­se em WOO (D teH.1ritórfucl nacíonar, sob o pa.­trceínío e organização do Ministério daEducação e Cultura,

, Art. 3,P O· MlnÍ'S'bério d-a Eduea.efu!l eOuI1l!tra fará. ,editar, par interm.oo.io d>é Ins­tituto Nacionai! do Livro, a "Arte de Gr.a­mittea ãa Lill1g'1a,a mais ueada na Costa (j,oBirasil", bem ed~lO Q ''Poema da V'u.'gem.".

Parágrafn :6~, As 4]lJra.sde An.e,hieta,de Que trata este artigo, serão mcluídas, emcaráter obrigatório nos currícutos da LínguaPortuguesa mãnístrados nas :5...., 6.'8., 7.... e J'l....séries do Pximeiro Grau, e nos estabeleci­mentos de ensino do Segundo. Grau.

Art. 4." A'lllualme1l!te, o~ da Ed:u­cação ,e cmtun'l. lJ.~ portarta nomeando

·00 membms da Com.il>sáD Naew;r;aJ. dos Fe/;­tejos,

Art,5;0 !Esta lei .entmci ,em vigor na ·datada Sm:l. pnl:!J!I~oo. '

Art. 6.0 Revogam-se as dispos1t;õesemeon trárío.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril. de 1!l7"

Pela atualidade lia matéria e pelo seu altosígmrícado, reapresento-o no início destanova legislatura, usando a mesma justifica-tiva. .

I - Da Constitucionalidade\ A prímelra impressão que tivemos, ao

occrrer-nos a lembrança de apresentar umprojeto de lei no sentido de criar um Con­selho Comunitário em Brasília foi o de suaIneonetítuctonalídade. De fato, a Consti­tuição, em seu Art. 42, prescreve:

"Art. 42. Compete privativamente aoSenado Federal:

v - legislar para o DIstrito Federal, se­gundo o dispoato no § 1.0 ao artigo 17, enele exercer a fiscalização financeira e

.orçamentaría, com auxílio do respecti-.va Tribunal de Cantas;"

E o art. 17, § 1.0, verbís:"Art. 17. A lei disporá sabre a orga­nização administrativa e judiciária daDistrito Federal e dos Territórios.§ 1.0 Caberá ao Senado Federal dis­cutir e votar projetos de lei sobre ma­téría tributária e orçamentáría, servi­ços públicos e pessoal da administraçãodo Distrito Federal."

Ainda sobre o assunto, ,dispõe o art. 57:".ffi da competência exclusiva do Presi­dente da República a iniciativa de leisque:

rv - disponham sobre organízação ad­ministrativa e judiciária, matéria tri­butária e orçamentárta, serviços públi­cos e pessoal da administração do Dis-trito Federal." -

Pelo que dispõe a Lex Magna, fácil é com­preender que 'a Câmara dos Deputados nãopode: 1.0 legislar para o Distrito Federal so­bre matérta tributária e orçamentária, so­bre serviços públicos e pessoal de sua ad­rmnísí.ração; 2.0 ter míeiativa de leis so­J5re sua organização administrativa e judi­ciária, cuja competência é exclusiva do Pre­sidente da República.

Detendo-se, entretanto, no exame da ma­téria, veríríea-se que a instituição do Con­selho Comunitário, nos moldes como o rma­ginamos,- refoga de qualquer tentatlva pa­ra enquadrá-lo na estrutura administrati­va do 'Distrito Federal. Seria o Conselho umaentidade próxima à apministração, voltadapera ela, embora não Integrante de sua es­trutura.

Estabelecida. a natureza do Conselho' ­um orgamsmo - extra-administrativo ­composto de homem do povo, de variadaformação intelectual, afastamos a. sua cria­ção, desde' já, da inconstitucionalidade. Nãoestamos a invadir área privativa do Sena­do, .porque não pretendemos legislar sobrematéria tributária ou orçamentária, nem so­bre serviços públicos ou pessoal do DistritoFederal. 'Serviços Públicos, todos sabemos,são aqueles que a Admínístração ou seuseoncessíonáríos prestam diretamente ao po­vo, por seu caráter coletivo e perene; serví-:eos postais, telegráficos, de água e esgoto,de iluminação, transporte etc. Legislar parao pessoal da Administração do Distrito Fe­deral seria, data venía, criar cargos, fixarvencimentos etc. Neste projeto, não preten­demos tocar na Administração da Capital:objetivamos tão só dar existência a umaentidade que, fora da: administração, sugira,encaminhe, opine junto ao Governador so­bre as iniciativas que vão alcançar os an­seios da comunidade.

Ainda mais uma vez nos distanciamos damecnstitucíonalítíade, quando emprestamoscaráter não retributivo às funções dos Con­selheiros, agraciando-os com títulos hono­ríneoe e concedendo-lhes,' nos dias de reu­níão, o abono do ponto, se funcionários pú­blicos, e a jusütíeaçâc da falta ao serviçose empregados' sujeitos à CLT.

fi - Dos Conceitos de Comunidadee Sociedade

a Comunidade ("community"), num con­ceito sociológico, constitui um tipo de agru­pamento que se opõe à sociedade e se ca­racteriza' por uma forte coesão 'baseada noconsenso espontâneo dos individuas. Esta adefinição dos dicionários. Para Hayes ("TheProblem of Communtty"), comunidade é asociedade local e .suas instituições com asquais os moradores se identificam.

Esse ou aquele conceito, embora entre sipossa divergir em alguns pontos, não retiraà comunidade o interesse pelos problemas devida comum, numa área não muito extensa,mas que pode extrapassar e independer atéáe base territorial, como no caso de mem­bros de síndícat-os, de conüssões religiosas,de partidos pclíticoa. A comunidade é maisuma obra da natureza, por estar mais pró­xima dos fatos biológicos; seu objeto prece­de as determinações humanas, criando umapsique comum, ao passo que a socíedade éobra da razão, relacionando-se antes com oespíríto e o intelecto do homem, e seu ob­jeto é uma tarefa a ser feita ou um fim aser atingido (Marit.ain - "O Homem e oEstado"). A sociedade engloba problemas esoluções gerais em 'áreas mais amplas e,portanto, de maior complexidade. Tudo oque é confiante, intimo, vivendo exclusiva­mente junto, é comunidade. A sociedade éo que é público. É a vida comum, verdadei­ra e durável a catacterístíca da comunida­de, ao passo que a sociedade é um agrega­do mecàníco, artrücíal e efêmero (Tonnies- "Oommunauté et Societé"). Extrinseca­mente, -a comunidade é uni agregado cons­cientemente organizado de individuas queresidem numa área especifica, mantendoinstituições de necessidade' primária, comoescolas, igrejas etc.; intrinsecamente, é umprocesso de interação social, dando lugar àprática da independência, cooperação, cola­boração e unificação. A primeira definiçãoacentua a estrutura e a segunda valorizasua função. Mc Iver - ("Society: A Te"t­book of Socíclogy") ensinou que a comuni­dade consiste num circulo de pessoas quevivem juntas, que permanecem juntas, detal sorte que não buscam este ou aqueleinteresse particular, mas todo um conjun­to de interesses, suficientemente amplo ecompleto, de modo a abranger suas vidas.Ao comenta}' esse conceito, Robinson ("MenGroups arid Community") lembro. a carac­terística importante da comunidade: a vi­da individual é vivida em seu interior, Aise realiza o ajuste das gerações ao meio am­biente, o gozo das horas de lazer, a prepa­ração do grupo para captação de nOVaS nor­mas de conduta,

111 - Do Desenvolvimento daComunidade

Por tudo isso, nada mais premente doque proceder a uma planificação da vida co­munitária, seja urbana, seja rural, Umacomunidade que não tenha sua organizaçãosocial é como uma pessoa destituída de per­sonalidade. E o desenvolvimento comunitá­rio pode colocar-se com acerto entre os CO):1­

ceítos mais amplos de desenvolvimento eco­nõmíeo e social. O conceito mais amplo fóidado pelas próprias Nações Unidas, trans­formando-o na grande meta, a meta de to­dos os continentes, depois que as estatísti­cas revelaram que de cada 3 homens nomundo, 2 passam fome, e de cada 2 seres

humanos, 1 não tem casa para morar.._Opapel da comunidade, nesse transe, despcn­ta importantíssimo para p desenvolvírnen­to econômico e social; pode tneentívar ,!locapacidade de produção, tnríuenctanoo n~

tipos de atividade que as pessoas exerceme educando-as como consumidoras de mer­cadorias e serviços. Para o desenvclvímeiiteintegral, econômico e social, é inarredá'vrro planejamento. Para a comunidade, bá-S"taría a dimensão do "mícroplanejamentrr",isto é, o que tem por objeto os "pequenosgrupos populacionais, dinamizan1:l0 a suaação, coordenando os recursos de que dis­ponham, precipitando -o desabrochar deenergias latentes, integrando, enfim, as pe­quenas comunidades no esforço comum )?elpdesenvolvimento social e econômico." •

IV - Das Funções Comunitárias ;';

Sabido é que as funções da comunidadeaparecem no curso de esforços coletivos P'l.'­ra resolverem as continuas necessidades co­muns. Suprimento é uma delas; ordem, se­gurança, tráfego e transportes, outras;combate à poluição da água, do som, do ar,as mais recentes. Todas, enfim, cada vez setornam problemas mais sérios, para OI! qul!l.~

as comunidades 'de hoje procuram respol!i'lf'âcoletivas. Oportuno repettr tópicos da Iis'tkde serviços elaborada pela cidade de Chicà'l..go (USA) que, embora incompleta, dá-:til:llluma indicação dos serviços públicos nas ~ldades modernas: Aeroporto - Administ)9J.lção do bem-estar - Assistência à infâmÜke à pobreza - Biblioteaa -,Çlonstrução ','1Corit.role de doenças venéreas - Oontrtill~de ratos e da peste - Embllrca,douro.s;f<! 'Educação - Inspeção do leite - Hospi'tã:Ise Clinicas - Habitação - Limpeza das 'f'à!­velas - Operações em pontes - Parques. ­Policiamento - Planejamento (espaço) ~"Play-grounds" - Praias - R,ecreação ­Remoção de animais mortos - Serviço deambulância - (Walker - '~Chicago", in"Greats Cities of the World", editado porW. Robson), , ,

Sob outro ângulo, devem ser alvo de ob­servação numa comunidade: a. populaçãoem seus vários aspectos (tamanho, compe­síção, estrutura etc); a área social (gruposde vizinhança): as relações e contatos in~­

mos; a tradição; os Interesses: a consciên­cia da participação em idéias e valores: co­muns. Uma comunidade é -corno um peque­nc mundo. Nasce dai a dificuldade de seestabelecer um critério para saber o quedeve ser observado e analisado. Não se develimitar apenas aos fatores estruturais, fisio­gráficos, demográríeos, mas investigar osproblemas sociais resultantes de conflitosentre atitudes, valores, personalidades, ins­tituições e grupos econômicos, raciais e C111­turaís (Wirth - "Ambito e Problemas' daComunidade" apud. F. P. Ferreira, in "Teo-ria Social da Comunídade.") ,

V - Da Comunidade Brasílíense '.F~ita uma digressão que nos pareceu nJ­

cesaáría à compreensão do conceito, do 'dg­senvolvímento e das funções da comunida­de, .tranaportemo-nos a Brasília e tentemosno seu escopo de cidade nova, criar um ór­gão que defenda as aspirações comunitá­rias, seus traços próprios, a "cor" local,

Brasília - cidade Impar do p-onto de vis­ta arquitetônico ~ sobreleva-se por suaconcepção original aos grupamentos urba­nos mais sofístícados do mundo. Aqui seentrecruzam, por isso mesmo, elementos re­presentativos de "cadinho heterogêneo deculturas". Qualqüer "enquete" realizada en­tre q público brasítíense colheria, na certa,as mais variegadas opíníões sobre qualquerproblema da comunidade. Enquanto unsaplaudiriam, por exemplo, a idéia doa ins­talação de semáforos na Avenida W-S, ou­tros a reprovariam veemente; a interliga-

AlIril de 19'5 DIÁItIO' DO CONGRESSO. NACIONAL (Seção X) Sábado 12 13M

~ão ãos- trechos estrangulados na Avenida 'W-2 foi combatida até no Congresso Na­cional, ao pRBSO que outros apoiaram a so­lução encontrada para desengarrafar aW'-3.

'>bai a necessidade de criação de um ór­~iW local que reunisse representantes das];Ítincipais tendências, atividades ou classes.da Capital Federal, com o propósito de 01e­l!\l,Cel" cada qual, a sua contribuição a res­pllito de tal ou qual problema comunitário,

A história da cidade' de Brasíüa, se bemexaminada, virá revelar-nos que os seus pía­XJosEducacionais e MédiOO'-HospitaIar, ori­ginais e quase perfeitos, foram adulteradose não cumprldos em grande parte, o queconstitui afronta aos mais alevantados in­teresses da comunidade brasíüense.lJ·,endo pronunciamento do Instituto dos

Ar,quitetos do Brasrl, publicado no "Correio:Braziliense" de 1.0 de outubro do ano de1972, sob o titulo Os Arquitetos e a Experi­ência de Bri\sília, ocorreu-me a idéia de su­gerir' a instituição de um Conselho, na Ca­pital Federal, que se chamaria Conselho 00­.m,\lnitário d€ BrasíI1a., composta de repre­~nta.tltes indicados pelos órgãos represen­l~itivos das classes de engenheiros, advoga­J:l'Ps, médícos, economístas, professores, ar­8pitetos, funcionários públicos, eornereian­:tes, industriais e até dos humildes produ­Jií;ll'es rurais, sediados na Capital da 'Repú­};Jlica, e sob a presidência do Governador.do, Distrito Fedel'al, a fim de inteirar SuaJilxcelência. dos problemas que a todos are­.tam, sobretudo emitindo parecer sobre 1'1'0­;jl,'tos relevantes relacionados com os mes­.:xp,os problemas.

.3. ausência em Braailia de uma AssembléiaLegislativa ou de uma Câmara de Vereado­res vem reforçar a necessidade da existên­cia de um órgão que represente ativa e efe­tivamente a' população da C.apita~ e possareivindicar para ela uni tratamento equâ­nime da solução de seus problemas,

j Esta é a finalidade do projeto que tenhota; honra de submeter à consideração dos-nebres colegas. '

11 Sala das Sessões, em. 2 de abril de 1975. ­-:peputado .A.ldiJ Fa,gundes.

. PROJETO DE LEIN.o 164, de 1975

(Do SI', Siqueira Campos)Revigora. e altera dispositivos da Lei

n.O fi . lOS, de 21 de setembro de 1966(Código Nacional de Trânsito), revoga­dos e modificados pelo Decretn-Ieí n,?

584, de 16 de maio de 1969.

(ÀS Comissões de Constituição e Jus­tiça e de TranspOrtes.)

O Congresso Nacional decreta:Art, LO, É revigorado o art. 32 da Lei n,?

,!i.l08, de 21 de setembro de 1966, que passa,~iviger com a seguinte redação:

"Art, 82. Poderá ser concedida autori­zação para dírígír veículo automotor, atítulo precário, na eategoria amador, amenor com dezesseis anos completos,desde que este, satisfazendo as exígên­CiM para ohteçâo de oarteíra Nacionalde Habilitação apresente:I - autorização do' pai ou responsável;11- autorísação do juiz de menorescompetente; em - apólice de seguro de responsabtli­dade civil, de valor estabelecido pelooonaejho Nacional de Trânsito.Parágrafo único. Completados dezoitoanos de idade, a autorização de quetrata este ãrtígc transformar-se-á emCarteira Nacional de Habilitação, índe-

pendentemente de novos exames, desdeque o interessado não tenha praticadoqualquer das infrações previstas nosGrupos "1" e "2" e preencha os deU).aisrequisitos -legais."

.3.rt. 2.0 • O § LO' do art. 70, da Léi n.o5.108, de 21 de setembro de 1966, com re­dação alterada pelo Decreto-lei 1).0 584, de16 de maio de 1969, passa a vigorar com aseguinte redação:

"~rt. 70 .••....•.•.• , .. , •.••••..•....•

§ 1.0 Não se concederá inscrição a ean­dida to que não souber ler e escrever,

Art. 3.0 Esta Lei entrará em vigor na datade sua publicação.

Art. 4.0 Revogam-se as disposições emcontrário. '

Sala das Bessõea, em 4 de abril de 1975.- &iqueirà Campos.

Justificação'

Em 2'7 de abril de 1972 apresenteí à eon­síderacão da Casa um projeto de lei, querecebeu o n.? 633/72 ê que tinha por obie­tívo restabelecer a ãnovação eontida no art.

, 82 da Lei n. o fi. 103, de 21 de setembro de1966, pela qual era fMultado, mediante cer­tas condições especiais, aos menores de de--.zessete (17) anos obter autorização paradirigir veiculas automotores.

Tal ínovacão, como se sabe, não prospe­l'OU, uma vez que o referido artigo 82, daLei n.? 5.108/66, foi revogado pelo Decreto­lei n.? 584, de 16 de maio de 1969, restabe­lecendo-se a situação anterior em que aautorização para dirigir veículos somentepodia ser obtida PO" maiores de dezoitoanos, mesmo na categoria amador.

O praj eto em questão, distribuído tão-so­mente a duas comissões técnicas da Oâ­mara, logrou obter parecer favorável quan­to à constitucionalidade e [urtdícídade nade Constituição e Justica e, na de Trans­portes, teve' igualmente 'recomendada a suaaprovação, mas nos termos de um substítu- ,tivo oferecido pelo relator.

Dito substitutivo - reconheço-o com to­da a humildade - não só aperfeiçoava ajrroposíção original, como tinha o grandemérito de compatibilizá-la com a tendência[urídíeo-rloutrínárta vitoriosa no texto donovo Oódigo 'Penal, que atribuiu imputabi­lidade aos menores que, já tendo completa­do dezesseis :;InOS, revelem "suficiente de­senvolvimento psíquico para entender o ca­ráter ilícito do fato e determinar-se deacordo com esse entendimento" (art, 3"3, doDecreto-lei n,? 1.0Q4, de 21 de outubro de1969 -- novo Código Civil Brasileiro),

Em razão disso, o limite de idade par nósestabelecido no projeto original para obten­ção da autorização precária de dirigir veí­culos automotores (17 anos), ficou redu­zido para dezesseis anos, sendo este o cri­tério que passamos a adotar no presenteprojeto; ,

No Senado o projeto em: questão não tevea mesma sorte que na Câmara dos D.epu-,tados. acabando por ser arquivado em vir­tude de rejeição, apesar de recomendaçãoem contrário da Comissão de Transportesdaquela Casa do Congresso (vide D.O.C. de17-8-'14, Seção II, págs, 3087/8).

Tratando-se, contudo, de matéria de lar­go alcance social, conforme reconhecidoamplamente durante a tramitação do pro­jeto, 'considero oportuno reanresentá-lo,ainda que não com a forma. original pornós preconízada, mas com a que resultoudas sábias ponderações da Comissão deTransportes da Câmara dos Deputados Afi­nal, os objetivos continuam. sendo os mes-

mos, apenas alterado, como já disse, o cri­tério de limite de idade,

Pensa que os motivos que nos levarama elaborar o projeto em causa continuamatuais e válidos.

Na verdade, a evolução da sociedade,grandemente favorecida pelo desenvolvi­mento da tecnologia, está a exigir uma re­visão das antiquados conceitos de meno­ridade e, por via de conseqüência, dos tam­bém ultrapassados conceitos de maturidade,seja para outorgar direitos, seja para imporobrigações às pessoas, O novo Código Penal,conforme já mencionado, não se alhcíou atal problema e o seu texto atual 'é perfei­tamente condizente com a realidade.

E, se assim é, creio que ao legislador com­pete ir atualizando os demais diplomas le­gais que permanecem anacrônicos, máximeeste pertinente ao Código Nacional de Trân­sito, que somente permite conceder autorr­sação para dirigir a pessoas com mais dedezoito anos de idade.

Ora, os tempos são outros e as pessoasalcançam a maturidade muito mais cedodo que antigamente, quando não se dispu­nha da avançada tecnologia de hoje.

Além disso, conforme muitíssimo bemlembrado pelo ex-Deputado Silvio Lopes(que foi o relator da matéria da Comissãode Transportes da Câmara), "é durante ajuventude que .se acham mais 'aguçadasM percepções sensoriais, acentuadamenteaquelas ligadas aos sentidos da vísâo, daaudição e, acompanhando-as, a velocidadedos reflexos, que compõem o conjunto dashabilitações indispensáveis" para a condu­ção de um veículo automotor.

Por último - e ainda uma vez - convémlembrar que a retorno à permíssão de o me­nor de dezoito anos poder dirigir veículos,nos termos e mediante as condições pre­vistas no presente projeto, não minímízaos limites de segurança que devem ser im­postos em razâo da 'idade, já que somenteserá deterrda, ou concedida, quando o inte­ressado (o menor entre dezesseis e dezoitoanos) puder junta)' ao pedido autorizaçõesexpressas do pai e do juiz de menores. alémda apólice de seguro de responsabilidadecivil, destinada esta a suportar encargospor eventuais danos.

A alteração constante do art. 2.0 do pro­jeto, é mera conseqüência do que se está.pretendendo no art. 1.0, uma vez que. COIDOse sabe. o § 1.0 do art. 70 do Código deTrânsito teve alterada a sua redação peloDecreto-lei n,o 584/69. para o fim de com­patibilizar-se com a revogação então ope­rada.

Sala das Sessões. em 4 de abril de 1975.- SiqucÍl'a Campos.LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA

COOFUJENAÇAO DAS COMISSõESPERMANENTES

LEI N,o 5.108DE 21 DE SETEMBRO DE 1966

Institui o Código Nacional de Trânsíto

CAPíTULO IXDos Condutores de Veículos

Art, 70. A habilitação para dirigir veí­culos será apurada através de exame queo candidato requererá à autoridade de tran­sito, juntando os seguintes documentos,além dos que' forem exigí dos na regula­mentação deste Oódígo,

§ 1.0 Não será concedida inscrição a can­didato que não souber ler e escrever.,

-1386 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçi4 I) Amil de :t9!15

Art. 82. Poderá ser eoneedída autoriza­ção para dirigir veículo automotor, a tí­tUID p;recáriQ na ca.tegoria de amador, aquem tenha dezessete ~s de. ~d~, desdeque, satisfazendo as dem:a~s axigencias 'p.ar aobtenção da Carteira NaclOnal de Hablhta­ção, apresente ainda:

a) autoriiação do pai ou responsável;b) autorísação do Jui3 de Menores da

jurisdição onde reside; ,c) Apólice de Beguro de Responsabilidade

Civil, com valor estabelecído pelo ConselhoNacional de Trânsito.

Parágrafo único. Ao completar' dezoitoanos de idade, a autorização de que trataeste lU'tígo poderá ser tr::msformada emCarteira Nacional de Habilitação, índepen­dentemente de novos exames, desde que obeneficiado não tenha incorrido em infra­ções dOJ!! Grupos "1" e "2" c que preenchatodos os requisitos deste Código e seu Re­gulamento.

... ~ 0,0 & ..

COOIWENAÇÁO DAS COMISSõESPERMANENTES

DECRETO-LEI N." 584DE 16 DE MAIO pE 1969

Modifica c renova Dispositivosd,IJ) Código N=ional de Trânsito

Art, 1." O .art. 70 e seu § 1." do CódigoNacional de Trânsito (Lei n." 5.108, de 21de setembro de 1966), modíflcada pelo De­creto-lei n." 237, de 28 de fevereiro de 1967)passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 70. A habilitação para dirigir veí­euíoe apurar-se-á através de exame reque­rido pelo candidato à autoridade de trân­sito, instruido o requerimento com os se­guintes documentos, além de outros queexij a o Regulamento deste Capitulo:

a) carteira de identidade ou documentoreconhecido por lei como prova de iden­tidade.

b) folha corrida ou atestado de bons an­tecedentes, passado pela repartição com­petente

§ 1.0 Não se concederá ínscríçâo a can­didato que: '

I -- não contar dezoito ou mais anos deidade; ~

TI ._. não souber ler e escrever."

Art.2.0 Fieam revogados o parágrafo úni­co do art. 64, o § 3." do art. 66, os arts. 81e 82 e parágrafo único do Código Nacionalde Tl·ânsito.

Art. 3.0 Este Decreto-lei entrará em vi­gor na data da sua publicação, revogadasas disposições em contrário.

PROJETON.o 633-A, de 1972

(Do Sr. Siqueira OarnpcslRestabelece a vigência. de dispositivos

do Código Nacional de Trânsito, revo­gados pelo Decreto-lei n,O 584, .de 16 demaio, de 1969, que "modific:j. e revogadispos,itiv06 do Código Nacional deTrânsito". e dá outras providências;tendo pareceres: da Comissão de Cnns­titui~ão e Justiça, pela. constituciona­lidade e juridieidade; e, da Comissãode Transportes, Comunicações e Obrasr~licas, pela aprovação, com Substi­tutivo.

<PROJETO DE LEI N." 633, DE 1972, A QUESE REFEREM OS PARECERES.)

O Congresso Nacional. _decreta:Art. 1.0 :fl restabelectda. a vigência do

artigo 82 e seu parágrafo único, da Lei n.o

5.108, de 21 de setembro de 1966 (CódigoNacional de Trânsito.), llcvogados pelo arti­go 2." do Decreto-lei n.o 584, de- 16 de maiode 1969.

Art. 2." É revogado o item r do § 1,° doartigo 70, do Códige Nacional de Trânsito(Lei n." 5.108/66).

Art. 3." Esta lei entrará em vigor nadata de sua publícaçâo, revogadas as dis­posições em contrário.

Sala das Sessões, 27 de abril de 1972. ­Siqueira Campos,

JustificaçãoEm sua forma ortgínal, o Código Nacional

de Trânsito, ínstítuido pela Lei n.o 5.103, de21 de setembro de 1966, facultava aos maio­res de 17 (dezessete) anos, a obtenção delicença para dirigir veículos autometores, atitulo precário, na categoria de amador.

Ainda de acordo com o diploma legal emfoco, ao completar 18 (dezoito) anos, o por­tador da autorízaeâo provisória, poderia tê- 'la transformada em Oarteíra Nacional deHabilitação, independentemente de novosexames, desde que não tivesse íncorrído eminfrações graves (Grupos 1 e 2) e preen­chesse as: demais exigências do Código ede seu regulamento.

Para alcançar a autorização provisória, ocandidato estavs. sujeito, além da presta­ção dos exames normalmente exigidos paraobtenção da Carteira, à apresentação de:autorízaçào dt, pai ou responsável, autorí­sacão do Juiz de Menores do local-de resi­dência e apólice de seguro de responsabili­dade civil, com valor estabelecido pelo Con­selho Nacional de Trânsito (letras 21, b, e cdó artãgo 82).

Com a revogação do prefalado dispositi­VO, determinada pelo Decretu-Iei n.? 584c, dela de maio de 1969, restaurou-se a situaçãoanterior à Lei número 5.108-166, em que,apenas aos maiores de 18 (dezoíto) anosera permitido obter Carteira de Motorista,mesmo na cai.egoxia de amador.

Não obstante, o noticiário dos jornaiscontinua registrando acidentes de automó­vel envolvendo menores nãe habálitados,quase sempre na faixa doe- idade entre 17(dezessete) e 18 (dezoíto) anos.

A explícação desse tipo de ocorrência ésimples. Consíderandc-se quase adultos, osmenores em caus,,., com ou sem licença pa­terna, colocam-se ao volante dos carros ­já agora sem qualquer verificação de ca­pacidade, porquanto esta foi abolida com arevogação do artigo 82 do Códige Nacionalde Trã.nsiro - termmando por provocaracidentes que, obviamente, impõem aos paisou responsáveis o ressarcimento dos pre­juízos' causados.

A evolução da sociedade, grandementefavorecida pelo desenvolvimento vecnológi­co, está a exigir a revísãó dos conceitos demenoridade civil e de responsabilidade cri­minal. A prova disto é que o ex-Ministro daJustíça, Pror. Gama e Silva, ao aubmeter àsanção o projeto afinal transformado noDecreto-lei n,o 1,004, de 21 de outubro de1969 (Código Penal), assim referiu ao pro­blema da menoridade penal:

"A tendência geral da legislação é a defixação da menoridade penal nos de­zessete anos. O VI Congresso da Asso-

'. etaçâo Internacional de Direito Penal,fixou em dezessete anos o limite paraa apltcação de pena (of. VI, CongrésInternatíonal, Oompte Rerrdu des Dis­eusaíons, Milão, 1957, página 310). Vá­rios códigos atuais fixam esse limiteem quatorze anos como é Q case da leialemã. Repetindo, de certa forma, o

.que já se disse, em toda 11 procedência,parece certo que a possível reduçâo dolimite da imputabilidade a deaesseísanos aumenta a coascíêneía 'da ·res.· 'ponsabtlídade social dos jovens. ~­plemento do Diário Oficial de 21 de ou­tubro de 1969, pág, 4i.!"

Não vemos, assim, m-otivo para :insistirno retrceesso causado pela revogaçãe doartigo 82 e seu parál:rafo único do CódigoNacional de Trânsito. CrnlfQ,rme ficou de­monstrado, a citada revogação longe deimpedir o uso de carros por menores, deumargem à continuação da prática, agoradesvínetéadas, aas exígêneías de exame dehabilitação, - autoríeaeão paterna ete., im­postas pelo diapositivo em questão.

O presente projeto visa, pais, li restabele­cer a vigência do artigo 82 e seu parágrafoúnico, do Código Nacional de Trânsito e,com ela, a moralização do uso de carrospor menores de i8 (dezoito) anos.

Merece destaque especial, o fato de, entrea idade p,rev'ista no artigo, ora restabelecido(17 anos) e a exigida para a regular' ob­tenção de Carteira.de Hab.flitação (18 anee),registra-se I) intervalo de apenas 1 (um)ano .1urante qual nos dias que correm, o.corpo e a mente- da j'l,vem não chegam asofrer alterações eapases de j us.tificro,o' adíscrtrnínaeão existente.

Cumpa,e lembrar, finalmente, que a pro­posição estabelece o- artig,m 82 e seu paJ:'â..grato único - que tratam da aut{}.)"ilil~o

para dirigir veiculas automotcr - mas; não,o 11.rtígo 81;' que, além de permitir a ean-.duçâo de veículos Inseguros eomo bíeíeíe­tas motorizadas, mctonetas e similares, re~duzía para 15 (qulnze) anos a idade míní­ma para obtenção da licença necessária. àdireção dos mencícnados veículos,

Oonfíamos em que, examinado à luz dosmodernos conceitos de necessidade eMI ede responsabilidade penal, o presente pro­jeto venha a ser aprovado,

Sala das Sessões, 17 de abril de lB72.Siqueira Campos.

PARECER DA COWSSAO ·nE:CONSTITUIÇAO' E JUSTIÇA

I - Relatól"Ío

Restabelece- a pJ!'OpO,ISíÇM a vigência daredação original do aJrt,igo 82 e seu pará­grafo único do. Código Nacionlll de Trânsito,ínstãtuído pela Lei número 5, 10a, de 21 d~setembro de 196& e pcsteríormente modlfí­cada pelo Deer-eto-Ieí n." 5!l4, de 16 de maiode 1969, bem assim revoga o item I do § 1.0do artigo 70, tudo com a finalidade de per­mitir a concessão de autortsação para dír'l­gir veículos automotores, a título precário,na categoria de amador, aos. que tenhamdezessete anos de idade, desde que satis­feitas as demais exigências para ebteneãoda Carteira Nacional de Habilitação,acrescida das seguintes:

a} autorísação do pai ou responsável;

b) autortzacâo do Juiz de Menores dajurisdição de sua residência;

c) apólice de seguro de responsabflídadecivil, com valor estabelecido pelo ConseluoNacional de Trânsito.

Recebeu o pro.cto despacho de eneamí­nhamento ao exame das: oomíssões de Cons­títuição e Justiça e de Tranfl'POl'tes., Comu­nicações e Obras Púhlícaa, cabendo-nos afunção de relator nesta Comissão, em de­corrência de distribuição proeessada a 22de maio recém-findo.

É o relatórío,

bbril de 1975 D~RIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção lO Sábado 12 1387

D - Voto do Relato...,~a forma do preceito contado na letra n,

do item XVII, do artigo 8.0 da Constituição,é competência da Uriíâo legislar sobre trãn­sita 'nas vias terrestres, assegurada a ini­ciativa de proposições a respeita a qualquerparlamentar, consoante a norma do artigo411 combinado com o artigo 56 do textoconstitucional.

Juridicamente o projeta de Lei número6S3, de 1972, do sr. Siqueira Campos, nãose ressente, por igual, de impropriedades.

Mq.nifestamo-nos, conseqüentemente, pe­la [urídíctdade e constitucionalidade doprojeta sob exame. '

É'O parecer.,Bala da Comissão, em 13 de junho de,

1972.. - Norbel'to Schmidt, Rélator.DI - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituiçá<) e Justiça, emreunião de sua TUJ:ma~"A", realizada em 13de junho de 1972, opmou, unanimemente,pela constitucionalidade e jurldicidade doPro1eto número 633/72, nos termos do pa­recer do Relator.: Estiveranl presentes os Senhores Depu­

t1ido.s: Jbsé Bonifácio - Presidente; Nor­berto Schmidt - Relator; Alceu Oollares,Dib Oherem, Djalma Bessa, Êlcio Alvares,Ra;nilton XaV;il:r, João Línhares, José Saíly,LWll Braz, Mano Mondino."Sala das Sessões, em 13 .de junho de 1972.

..:l ;José Bonifácio, Presidente. - NorbertoSchmidt, Rela,tor.

PARECER DA COMISSÃO DETRANSPORTES, CO:M:UNICAÇOES

E OBRAS P'úBLICASI - :Relatório

O nobre Deputado Siqueira oampoa, coma Inlcíatíva de apresentação do Projeto deLei ,n.o 633, de 1972, tem em vista, por viapo pretendido revígoramento do artigo 82e seu parágrafo único, da Lei n.o 5.108, de'21 de setembro de 1966 (Código Nacionalde Trânsito), revogados pelo artigo 2.0 doDecreto-lei n.o 584, de :1.6 de maio de 1969,permitir que os menores, comp).etadoll os17 anos de idade, possam novamente diri­gir veículo automotor, na categoria de mo­torista amador, desde que autorizados pelos]Jáis e pelo Juiz de Menores competente e .atendidas pertinentes prescrições legais pa­J1à'a obtenção da Carteira Nacional de lia­l'i'il,itação, apresentando, ainda, apólice deseguro de responsabilidade civil, em valor~hfado pelo Conselho Nacional de Tr~sito.

Justifica o ilustre autor do projeto a voltaao sistema de permissão vigorante anterior­D;\j}p.te à edição do Decreto-lei n,o 584, de~l) de maio de :1.969, no fato de ser persís­~nte o envolvimento de' menores - espe­1l}/loJ,mente dos incluídos na faixa etária dos~,7. aos 18 anos - nos acidentes de trânsito,com o agravante de que a revogação da au­ta11z.ação, sobre não lograr, impedir, naprática, o uso dos carros por menores dedezoito anos realçou o problema porque,hoje, envolvidos que se achem em aciden­tes de trânsito menores tecnicamente ína­l;>~litados, o terceiro prejudicado nem se­quer tem minimamente garantido o ressar­cimento de prejuízos materiaís que, presu­mivelmente, tantas vezes ensejava a com­pulsória emissão de apólice de seguro, der~ponsabilidade civil emitida em favor domotorista menor de 18 anoa de idade se­gundo a preceítuação do revogado artigo82 do Decreto-lei n.o 584 prefalado,, Sustenta, ainda, o nobre Deputado Siquei­ra Campos que a medida proposta acom­panha a revisão dos conceitos de menori­dade civil e de responsabilidade criminal

(

1388 Sábado 1! DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1975

lU - Parecer da ComissiioA Comissão de Transportes, oomuntoa­

ções e obras Públícas, em sua reunião or­dinária de 4 de outubro de 1972, aprovouparecer favorável, com substitutivo do Re­lator do Projeto n.? 633/72, Deputado SilvioLopes, que "restabelece a vigência de dis­positivos do Código Nacional de Trânsito,revogadas pelo Deereto-Ieí n.o 534, de 16de maio de 1969, que "modifica e revogadispositivo do Código Nacional de Trânsi­to", e dá outras providências", contra o vo­to do Deputado Alberto Costa.

Compareceram os senhores Deputados:Rozendo de Souza, Monteiro de Barros,Emílio Gomes, Ardínal Ribas, Alberto Cos­ta, .roão Guido, Alair Ferreira, Vasco Neto,Ruy Bacelar, Mário Telles, Sílvio Lopes,Rubens Berardo, Antônio ,Florêncio, JúlioViveiros, ;Arnaldo Prieto e Léo Simões.

Sala das Sessões, em 4 de outubro de 1972._ Deputado Rozendo de Souza, presidente;Deputado Sílvio Lopes, Relator.

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELACOMISSÃO

PROJETO DE LEIN.o 633172

Revigora dispositivos da Lei n,? 5.108,de 21 de setembro de 1966 (Código Na~

eionat de Trânsito) , revogadas peloDecreto-Ieí n.? 584, de 16 de maio de1969, e dá outras providências.

Art. 1.0 Ficam revigorados, com a reda­ção subseqüente, o art. 82 e seu parágrafoúnico da -Leí n.v 5.108, de 21 de setembrode 1966 (Código Nacional de Trânsito):

"Art. 82. Poderá ser concedida autorí­zação para dirigir veículo automotor, atítulo.precário, na categoria.amador, aomenor com dezesseis anos completos,desde que este, satisfazendo as exigên­cias para a obtenção da Carteira Nacio­nal de Habilitação, apresente:a) autorização do pai ou responsável;b) autorização do Juiz de Menores dajurisdição onde reside;c) Apólice de Seguro de Responsabili~

dade Civil, de valor estabelecido peloConselho Nacional de Trânsito.

Parágrafo único. Ao completar o me­nor dezoito anos de idade, a autoriza­ção de que trata este artigo poderá sertransformada em Carteira Nacional deHabilitação, independentemente de no­vos exames, desde que o interessadonão tenha incorrido em ínrracões dosGrupos "I" e "2" e preencha -todos osrequisitos deste Código e de seu Re­gulamento. "

Art.2.0 O g 1.°, do art. 70 da Lei,n.o 5.108,de 21 de setembro de 1966 passa a vigorarcom a seguinte redação:

"Art. 70. . ....•.....•...•••..•.••.•••

§ 1.° Não se concederá inscrição a can­didato que não souber ler e escrever."

Art. 3.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.. Sala da Comissão, em de setembro de1972. -- Sílvio Lopes, Relator.

PARECER N.o 366, de 1974

(Da Comissão de Constituição e Justiça)Relator: Senador Nelson Oarnefro

Aprovado pela Câmara dos Deputados,vem a nosso exame o Projeto de Lei daCâmara n.O 55, de 1974, que dá ao art. 82 eseu parágrafo único da Lei n,o 5.108, de 21

de setembro de 1966 (Código Nacional deTrânsito> a seguinte redação:

"Art. 82. Poderá ser concedida auto­rização para dirigir veículo automotor,a título precário, na categoria de ama­dor, ao menor com dezesseis anos com­pletos, desde que este, satisfazendo 'asexigências para a obtenção da CarteiraNacional de Habilitação, apresente:a) autorização do pa.i ou responsável;b) autorização do Juiz de Menores daJurisdição onde reside;c) apólice de seguro de responsabilida­de civil, de valor estabelecido pelo Con­selho Nacional de Trânsito.Parágrafo único. Ao completar o me­nor dezoito anos de idade, a autorizaçãode que trata este artigo poderá sertransformada em Carteira Nacional deHabilitação, independentemente de no­vos exames, desde que o interessado nãotenha incorrido em infrações dos Gru­pos 1 e 2 e preencha todos os requisi-

tos deste Código e de seu Regulamento."

Também o § 1.° do art. 70 da mesma lei,se aceito o projeto, passaria a ser assim re~

digido:"Não se concederá inscricão a candidato

que não souber ler e escrever ."

E o relatório.VOTO

A modificação principal, contida no pro­jeto, ora em exame, é o da permissão, aosmaiores de dezesseis anos, de dirigir veí­culo automotor, "a titulo precário, na ca­tegoria de amador".

O projeto, de autoria do nobre DeputadoSiqueira Campos, visava a princípio resta­belecer a vigência do art. 82 e seu parágra­fo único da Leí n.? 5.108, de ,21 de setembrode 1966 (Código Nacional de Trânsito), re­vogados pelo art. ?o do Decreto-lei n. o 584,de 16 de maio de 1969. Pelo citado Código,era facultado aos maiores de 17 anos aobtenção para dirigir veiculo automotor, atitulo precário, na categoria de amador.Invocava o ilustre representante goianotrecho da exposição de motivos do Minis­tro Gama e Silva. ao encaminhar ao Sr.Presidente da República, o projeto que seconverteu no Decreto-lei n. O 1.004, de 21de outubro de 1969 (Código Penal):

"A tendência geral da legislação é a defixação da menoridade penal nos dezes­sete anos. O VI Congresso da Associa­cão Internacional de Direito Penal, fi­xou em dezessete anos o limite para aaplicação de pena (or, VIe. Corigrés In­tematíonaí, Compte Rendu des Dís­cussíons, Milão, 1957, página 310). Vá­rios códigos atuais fixam esse limite emquatorze anos como é o caso da lei ale­mã. Repetindo, de certa forma, o que jáse disse, em toda a procedência, parececerto que a possível redução do limiteda imputabilidade a dezesseis anos au­menta a consciência da responsabillda­de social dos jovens."

Aprovado o projeto na ~omissão deConstHuição e Justiça, também o acolheuà Comissão de Transportes, Comunicaçõese Obras Públicas, que lhe ofereceu substí­tutívo, diminuindo para 16 anos completosa idade minima para a autorização de diri­gir, ao invocar o texto do art. 33 do citadoCódigo Penal, cuja vigência não deveriatardar, naquele setembro de 1972:

"O menor de dezoito anos é inimputávelsalvo se, já tendo completado dezesseisanos, revela suficiente desenvolvímentopsíquico para entender o caráter ilícito

do fato e determinar-se de acordo comeste entendimento. Neste caso, a penaaplicável é diminuída de um terço atémetade."

E foi essa orientação a que prevaleceu noplenário da Câmara.

O projeto põe em relevo uma das maiscontrovertidas disposições do Código de1969, que, prorrogada sua vigência por setevezes, ainda será submetido à apreciaçãodo Congresso Nacional, com as numerosasemendas sugeridas pelo Executivo, e àsquais se somarão outras, possivelmente emnúmero igualou maior, propostas pelosmembros das duas Casas do Congresso.

O texto ora aprovado pela Câmara dosDeputados procura cercar a autorização aomaior de dezesseis anos das cautelas pos­síveis, exigindo não só a expressa concor­dância do pai ou responsável, mas tambéma do Juizo de Menores. Para assegurar aresponsabilidade civil contra danos causa­dos a terceiros determina ainda a apresen­tacão de apólice de seguro, de valor esta­belecido pelo Código Nacional de· Trânsito.

Pela legislação em vigor (art. 23 do Có­digo Penal), são "penalmente irresponsá­veis os menores de 18 anos". O projeto nãomodifica esse limite, fia-se num Código quenão se sabe quando entrará em vigor. Res­guarda a responsabilidade civil, mas dei­xaria, se aprovado, um vazio na responsa­bilidade penal, justo quando as estatísticasdos crimes de automóvel reclamam provi­dências especiais ne legisladores, juízes eautoridades. O moço de dezesseis anos logoterá dezoito, tanto mais quando não se tratade profissional, que precise ganhar o pãode cada dia, mas de amador. Berá a rejeiçãoprejudicial a muito poucos, em comparaçãoao número dos que, transeuntes ou condu­tores de outros veículos, poderão sofrer asconseqüências do ímpeto e da afoiteza dosmuito jovens.

E possível que a conclusão, que sugiro,tenha suas raizes na convicção, em que per­maneço, na necessidade de manter-se o tex­to em vigor, que estende até aos 18 anos airresponsabilidade penal. Mas, como diziaVíetra, "o pregador prega o seu, não oalheio".

O projeto, entretanto, não se esgota como debate agora renovado. Em seu art. 2.°,manda que o § 1.° do artigo 71,l da Lei n.?5.103, de 21 de setembro de 1966, passe avigorar com a seguinte redação:

"Não se concederá inscrição a candlda­to que não souber ler e escrever."

O texto atual ~ispõe:"Não será concedida inscricão a candi­dato que não souber ler e escrever."

A providência ora proposta é curlal, nãodeveria haver necessidade de lei especialpara exigi-la. Acresce que o texto propostonão difere do em vigor, não havendo assimrazão para acolhê-lo.

Por tudo isso, e com a devida vênia, soupela constitucionalidade do projeto, por suajuridicidade, mas, no mérito, opino por suarejeição.

Sala das Comissões, em 12 de junho de1974. - Daniel Krieger, Presidente - Nel­son Carneiro, Relator - Wilson Gonçalves,vencido - José Sarney - José Augusto ­Cádos Lindenberg - Heitor Dias - Gusta­vo Oapanema - Helvídio Nunes - JoséLindo5o.

Abril de 1975

PARECER N." 367, de 1974Da Comissão de Transportes,

Comunicações e Obras PúblicasRelator: Senador Benedito Ferreira

O presente projeto revigora dispositivosda Lei n.? 5.108, de 1966, Código Nacionalde Trânsito, revogados pelo Decreto-lei n.?584, de 1969.

2. Esses dispositivos são:"Art. 82. Poderá ser concedida autori­zação para dirigir veículo automotor,a título precário, na categoria de ama­dor, ao menor com dezesseis anos com­pletos, desde que este, satisfazendo asexigências para a obtenção da CarteiraNacional de Habilitação, apresente:a) autorização do pai ou responsável;

b) autorização do Juiz de Menores dajurisdição onde reside;c) apólice de seguro "de responsabili­dade civil, de valor estabelecido peloConselho Nacional de Trânsito.Parágrafo único. Ao completar o me­nor dezorto anos de idade, a autoriza­çâc de que trata este artigo poderá sertransformada em Carteira Nacional deHabilitação, inJependentemente de no­vos exames, desde que o interessado nãotenha incorrido em infrações dos Gru­pos 1 e 2 e preencha todos os requisitosdeste Código e de seu Rêgulamento.

Art. 70. . .............•......•.......

§ 1.0 Nào se concederá inscrição a can­didato que não souber ler e escrever. "

3. Na justificação do projeto, seu ilus-tre autor, Deputado Siqueira Campos, sa­lienta as vantagens de se conceder ao me­nor, com dezesseis anos, autorização paradirigir veículo automotor:

"Com a revogação do prefalado disposi­tivo, determinada pelo Decreto-lei n. o

584, de 16 de maio de 1969, restaurou-sea situação anterior à lei número .....5.108-66, em que, apenas aos maiores de18 (dezoito) anos era permitido obterCarteira de Motorista, mesmo na cate­goria de amador.Não obstante, o ' noticiário dos jornaiscontinua registrando acidentes de auto­móvel envolvendo menores não habili­tados, quase sempre na faixa de idadeentre 17 (dezessete) e 18 (dezoíto) anos.A explicação desse tipo de ocorrência ésimples. Considerando-se quase adultos,os menores em causa, com ou sem licen­ça paterna, colocam-se ao volante doscarros já agora sem qualquer verífíca­ção de capacidade, porquanto esta foiabolida com a revogação do artigo 32do Código Nacional de 'I'rânsíto - ter­minando por provocar acidentes 'que,obviamente, impõem aos pais os res­ponsáveis o ressarcimento dos prejui­zos Causados.A evolução da sociedade, grandementefavorecida pelo desenvolvimento tecno­lógico, está a exigir a revisão- dos con­ceitos de menoridade civil e de respon­sabilidade crímínal. A prova disto é queo ex-Ministro da Justiça Prof. Gama eSilva, ao submeter à sanção o projetoafinal transformado no Decreto-lei n.?1.004, de 21 de outubro de 1969 (CódigoPenal), assim referiu ao problema damenoridade penal:"A tendência geral da legislação é a defixação da menoridade penal nos de­zesseis anos. O VI Congresso da Asso­ciação Internacional de Direito Penal,fixou em dezessete anos o limite para a

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

aplicação de pena (or. Vle Congrés In­ternatíonal, Compte Rendu des Díseus­síons, Milão, 1957, págtns 310). Várioscódigos atuais fixam esse limite emquatorze anos como é J caso da lei ale­ma. Repetindo, de certa forma, o que jáse disse, em toda a procedência, parececerto que a possível redução do limiteda imputabilidade a dezesseis anos au­menta a consciência da responsabilida­de social dos [ovens. (Suplemento doDiário Oficial de 21 de outubro de 1969,pág. 4).

Não vemos, assim, motivo para insistirno retrocesso causado pela revogação doartigo 82 e seu parágrafo único do Có­digo Nacional de Trânsito. Conforme fi­cou demonstrado, a citada revogaçãolonge de impedir o uso de carros pormenores, deu margem à continuação daprática, agora desvinculadas das exi­gências de exame de habilitação, auto­rização paterna, etc., Impostas pelo dis­positivo em questão,O presente projeto visa, pois, a resta­belecer a vigência do artigo 82 e seuparágrafo único, do Código Nacional deTrânsito e, com ela, a moralização douso de carros por menores de 18 (dezoí­to) anos."

4. Do ponto de vista da politlca nacio­nal de trânsito, entendemos que o retornoà permissão de o menor de dezoito anos po­der, dirigir não ofende aos limites da segu­rança impostos ao se proj etar uma via pú­blica, sobretudo o relacionamento da velo­cidade com as distâncias mínimas de visi­bilidade. Em outras palavras, a habilidademédia ou os reflexos do menor acima alu­dido são suficientes para conduzir veículode forma a evitar choque, consoante normaspara classificação ou construção de vias(Cap. UI da Lei n.o 5.108, de 1966 e Portarian.v 19 de 10-1-1949 do MVOP e suas altera­ções, em anexo),

5. Ante o exposto, opinamos pela apro­vação do presente projeto.

Sala das Comissões, em 14 de agosto de1974. -- Alexandre Costa, Vice-Presidente,no exercício da presidência - Benedito Fer­reira, Relator - Lenoír Val'g'as - Luis deBarros.

PROJETQ DE LEIN.o 16.'>, de 1975

(Do Sr. Florim Coutinho)

Dispõe sobre condições etárias para 0'-., trabalpo em todas as categorias de ati­

vidade.(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Trabalho e Legíslação Social

e de Serviço Púhlíco.)

O Congresso Naciohal decreta.Art. l.0 Não há limitações para o tra­

balho de individuos maiores ele idade, deambos os sexos, a não ser aquelas que estãoespecificadaS em leis em vigor,' para a ad­missão a empregos em todas as 'categoriasde trabalho.

Parágrafo único São excetuadas as ati­vidades com carreira perfeitamente defini­da em leis especificas e nas quais o ingressosó é permitido no primeiro posto da hierar­quia, para as quais o limite de idade é pre­cisamente fixado. Também o trabalho dosmenores, regulado por leis ou disposiçõesespecíficas.

Art. 2.0 Para a obtenção de emprego,tanto no serviço público civil como na áreadas atividades privadas, ficam estabeleci­das as seguintes faixas etárias:

a) entre 18 anos (inclusive) e 35 anos(Inclusívej em diante, sem limitações, a não

Sábado 12 1389

ser as já previstas na legislação em vígor,para todas as atividades em que o vigorfísico não seja absolutamente necessárionem exígível.

b) de 35 anos (ínclusíve) em diante, semlimitações a não ser as já previstas na le­gislação em vigor, para todas as atividadesem que o vigor físico não seja absolutamen­te necessário nem exigível.

Parágrafo Único Incluem-se no Artigo2. 0 as Organizações pertencentes à Admi­nistração Pública Indireta, ou sejam: asEmpresas de Economia Mista, as EmpresasPúblicas, as Autarquias e as que venham aser criadas pelos Governos Federal, Esta­duais ou Municipais.

Art. 3." Revogam-se as disposições emcontrário.

Art. 4.0 Esta Lei entre em vigor na datada sua publicação.

Sala das Sessões, de março de 1975. -Florim Coutinho, MDB - RJ.

Justificação

Trabalho é obrigação social.Criar obstáculos àqueles que precisam,

devem e estão aptos, física e mentalmente,para executar trabalhos e prestar serviçospara os quais estão habilitados é, pois, irde encontro à Ordem Social.

E isto está acontecendo atualmente comtrequêncía e intensidade irritantes.

Não só irritantes como reveladoras deprofunda ignorância e até mesmo insensi-bilidade acentuada. .

As exigências para a obtenção de empre­gos junta-se a da "idade mínima de 35anos".

Basta percorrer os anúncios de ofereci­mento de empregos publicados na impren­sa, para se verificar a veracidade do queestá dito aqui.

35 anos para tudo ou quase tudo.Por que a, exigência inteiramente desca­

bida, anti-social, anti-humana e anti outrascoisas mais?

Por que atirar no desemprego ou no sub­emprego cidadãos de ambos os sexos, emplena faixa de atividade útil e produtiva,só porque tem mais de 35 anos?

Será para criar um antagonismo parti­cularmente perigoso para a estabilídade so­cial e, em conseqüência, até para a própriaSegurança Nacional?

A não ser esse, não vejo outro objetivo oujustificativa par a absurda exigência.

Vamos, agora, apresentar algumas justi­ficativas, as principais, a nosso ver, para oProjeto que temos a honra de propor àalta aprecíaçâo desta Casa.

1.0 É admissivel e até óbvio que não seadmita para atividades como homens rã,jogadores de futebol, escafandristas, pára­quedístas e várias outras, pessoas com ida­de superior a 35 anos.

Essas e várias outras atividades exigemum vigor e condições físicas que podem serencontradas em pessoas de idade inferioraos 35 anos, mas não em grande número enunca na generalidade.

Não vai ser fácil se imaginar um para­quedísta, ou um homem rã ou um jogadorprofissional de futebol na faixa etária aci­ma dos 35 anos.

Como um perneta, um mutilado ou umquase cego.

É fato que as excepções existem, e, du­rante a 2." Guerra Mundial, houve até umSargento inglês, tripulante de um bombar-

13918 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão I) Abril de 19~

deíro abatido em missão sobre a Alemanha,que se lançou de mais de mil metros dealtura sem pára-quedas e foi recolhido, nosolo, com apenas algumas luxações e con­tusões, fato que foi comprovado na época.

Assim como há praticantes da pesca sub­marina com bem mais de 35 anos de idade.(pesca esportiva).

Mas casos como esses não servem comojUlltificativa, mas apenas como exeepções àr'egra geral.

2.0 A idade pesa, naturalmente, isto é aordem natural na vida dos seres vivos.

Com o passar dos anos, muitas qualidadesfísicas e fisiológicas vão decrescendo e atése extinguem.

Uma pessoa com 50 anos de idade não é,evidentemente, a mesma dos 20 ou 25 anos.

Física e fisiologicamente falando, é claro.Mas não é decrépita e está longe disso.

Mentalmente, intelectualmente, digamos,é até muito superínr ao que era antes.

Mais vivida, mais experiente, mais ins­truída e mais apta para o exercício de cer­tas atividades, sem dúvida alguma.

Não poderá ser um craque de futebol, masserá um excelente técnico ou preparadortécnico, certamente.

Nful será um bom pára-quedísta, mas se­rá um primoroso instrutor da especialidade.

Isto, apenas, para ilustrar o que afirmo.E para 2Jl missões de combate nas Forças

Armadas, é até preferível que tenha maisde 25 anos.

O exército turco, .um dos melhores emmatéria de combatividade, era, pelo menosaté algum tempo, formado por homens nafaixa dos 40 anos.

Um exército tão duro que o Gen. MacArthur, na guerra da Ooreía, onde teve sobsob seu comando uma Brigada turca, quemorreu toda em combate, declarou: se eutivesse uma Divisão Turca, já tinha ganhoesta guerra.

E os soldados do célebre 8.0 Exército doMarechal Montgomery, eram, pelo menosos australianos e neozelandezes, homenscasados e com mais de 35 anos seguramen­te e em grande número.

Pessoalmente, confio muito mais nessessoldados no que em jovenzinhos entre' 18 e20 anos.

O que é Inegável, no entanto, é que "separa certas atividades o mais jovem é mui­to importante, para muitas outras é pri­mordial que a aptidão, a expertêncía e amaturidade, predominem.

Claro que não se trata de estado de saú­de, que- é essencial em qualquer idaçle e paraqualquer atividade.

E até para certas atividades, de nature­za sedentária, comó comerciários, bancários,e outras, a preferência pende, com certeza,para os maiores de 35 anos.

Mas sei de contadores e outros profissio­nais que são recusados por terem mais de35anoll.

E mesmo engenheíróa, para trabalhos degabinete; não de campo, onde é naturalque se exija mais rusticidade e resistênciafísica.

Enfim, poderia em alongar muito sobre otema, que é apaíxonante, tem implicaçõesvárias, sobre as quais melhor se poderiampronunciar, especialistas na matéria.

Mas vou ficar por aqui mesmo, por [ul­gar suficiente o que já disse.

o que é indicado, natural e inteligente­mente, deve ser uma "gradação" que per­mitirá um melhor rendimento do trabalho.

Se o trabalhador, pela idade, não podemais render o que dele é exigido, nem porIsso deve ser lançado no desemprego.

Ao contrário, pode ser empregado em ou­tros servíçoa de acordo com as suas possibi­lidades físicas e qualificações profissionais.

Um torneiro, ou um fresador, ou um bal­conista, só para exemplificar, ao envelhe­cerem na função, podem passar a mestres,encarregados, subgerente ou' outras fun-.ções menos cansativas, mas de maior res­ponsabilidade, cedendo a vez a gente maisjovem.

Creio ter dito tudo, porque ir mais longeseria duvidar da percepção alheia e perdertempo.

Mas lembrarei ainda o caso do hábil egrande cirurgião que, por deficiências deordem, física, não mais poderá operar coma eficiência de antes, mas que pode rendermuito como professor emérito no preparode jovens cirurgiões.

E o trabalho dos intelectuais, escritores,cientistas, e outros, para o qual não há li­mite de idade.

Bernard Shaw, Hemingway, só paraexemplificar, são dos mais conhecidos.

Para esses, a capacidade de produzir, àsvezes, só termina mesmo com a morte.

Em suma: transferir, lançar para clma,mudar de função o trabalhador que já nãopode mais executar seu trabalho por defi­ciência devidas ao avanço da idade, apro­veitando-o em outras tarefas onde aindapode ser útil e render muito, isto é a solu­ção inteligente para, quem é inteligente, éclaro.

Atirá-lo na rua por imprestável ou re­cusar-lhe o ensejo de obter trabalho maisapropriado a sua idade, isto nunca!

Em hipótese alguma isto será solução.Finalmente, resta dizer alguma coisa so­

bre o ambiente, o meio, as condições emque o trabalhador exerce sua profissão.

Trabalho ao tempo, sujeito ao íntempe­rísmo, sob um sol escaldante, mais de 10.0de temperatura, ou sob a chuva e o friointenso, acaba com o trabalhador em poucotempo, reduz o rendimento do trabalho,causa doenças e, aünar, é um meio de for­necer inválidos é aposentados antes dotempo. '

Também oficinas, fábricas e lojas exí­guas, escuras, mal ventiladas, sujas e semcondições higiênicas, igualmente.

Sem falar nos trabalhos considerados pe­rigosos, como Os das indústrias químicas,fabricação e manuseio de explosivos, pol­voras e munições, refinarias, fundações,limpeza de galerias, e outros, onde o riscode vida é permanente e que mina a' saúdee resistência do trabalhador, bem mais doque a idade.

Enfim, o que quero dizer é que ambienteslimpos, arej ados, higiênicos e com condiçõesmínimas de conforto, aumentam o rendi­mento do trabalho e prolongam a vida útildo trabalhador.

Num ambiente destes, a mudança de ãti­vidade do trabalhador demora muito maisa se tornar necessário.

E é claro que a redução do esforço físicoà custa de modernos equipamentos, tam­bém é fator de grande valor.

Mias, nesse ponto, surge o angustíosoproblema da automação, da máquina quefaz o trabalho de 10 (dez) homens à custa

de um só, e que, por isso mesmo, é um fatorde desemprego.

:m problema sério, com implicações tre­mendas, mas que não cabem na justíficaçãodo presente Projeto.

Senhor Presidente! S~nhores Deputados!Acredito ter, embora simples e' sem gran­

de profundidade, alinhado algumas consi­derações que julgo necessárias e suficien­tes para justificar o Projeto de Lei quetenho a honra de trazer ao exame destaCasa.

Meu principal- objetivo é impedir que se­ja, negado trabalho a quem está em plenascondições físicas e intelectuais para tra­balhar e produzir, unicamente por limita­ções que lhes são impostas por questão deidade. '

E repito: negar emprego a quem pode eprecisa trabalhar por mera exígêncía áeidade que não encontra justificativa nemapoio em lei alguma, é absurdo, negativo eprejudícíaí à estabilidade social, à estabili­dade econômica, ao desenvolvimento e atéà Segurança Nacional.

Porque, marginalizar grandes contingentesde indivíduos ainda bastante aptos e úteis,lançando-os no desemprego com :;orlas asimplicações nefastas que isto acarreta, écriar focos de perígosos "antagnnísmos",

O que, sob todos os pontos de vista, é umgrande mal para qualquer Estado moderno,como {} nosso.

Antagonismos, aliás, perfeitamente evitá­veis. ~ Florim Coutinho, MDB ~ RJ'.

LEGISLAÇÃO PERTINENTEJ ANEXADAPELA COORDENAÇAO DAS COMISSOES

PERMANENTES

LEI N.o 1.711DE 28 DE 'OUTUBRO DE 1952

Dispõe sobre o Estatuto dos Funci.o,­ná.rícs Púhlieos Civis da União.

· ,; _,

TíTULO IIDo Provimento e da Vacância

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CAPíTULO IIDa Nomeação

........................................................... " ..,

SEÇAO TIDo Concurso

• ~ • '*

Art. 19. O concurso será de provas ou d:etitules, ou de prOVM e títulos símultanees­mente, na conformidade das leis e regula­mentos.

§ 8.0 . O prazo de validade dos concursase os Iímltes de idade serão fixados I10ISregulamentos ou instruções. ' r

.................................................;

SEÇAO IIIDa Posse

Art. 22. Só poderá ser empossado emcargo público quem satisfizer os seguintesrequisitos:' ,• •••.•••••••••.•••••••••••.••••••••••••••r; ~j

II - ter completado 18 anos de idade;. '"'' '" _ .. ~~'.'CONSTITUIÇãO DA REPúBLICA

FF..DERATIVA DO BRASIL

Com as modificações introduzidas pe)~Emenda Constitucional n.o 1, dé 17 de outu­bro de 1969.

Abril de 1975 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 1391

TiTULO I

CAPÍTULO VII

SEQAO VII

Do Poder Executivo

ônibus param sem qualquer possibilidadede se comunicarem com suas bases.

Sala das Sessões, em - Edgard Martins.O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) -

Está finda a leitura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno ExpedienteTem a palavra o Sr. Jutahy Magalhães.

O SR. JUTAHY MAGALHãES - (Pro­nuncia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, o Movimento DemocráticoBrasileiro está, com razão, exultante peloresultado que colheu no último pleito, naseleições livres asseguradas pelo PresidenteErnesto Geisel. O êxito, entretanto, foi par­cial. Elegeu 16 Senadores e a ARENA ape­nas 6, mas, nas proporcionais, o resultado,embora favorável, não foi tão expressivo,já que continuamos com significativa maio­ria na Câmara Duzentos e quatro Depu­tados da ARENA contra cento e sessentado MDB.

É cedo ainda para precisar todos os fato­res que contribuíram para o resultado dopleito, com a balança a pender para o pra­to da Oposição. Iludem-se, porém, os quepensam que a vitória passada é irreversível,como nós da ARENA baiana não podemosdescansar sobre os louros do resultado queconseguimos. É que fatores circunstanciaiscontribuíram para os números que ambosos partidos obtiveram. Na Bahia, por exem­plo, contamos, como candidato ao Senado,com o melhor nome de que dispúnhamos nomomento, o Senador Luiz Viana, ex-Gover­nador, que tinha, por si, a grande obrarealizada no Estado, contrapondo-se a umcandidato que não empolgou a opinião pú­blica. A este fato uniu-se um outro. o daescolha, para Governador, do Prof. Robert.oSantos, nome da melhor expressão de nossaterra, professor universitário com grandetrabalho realizado à frente da Universidadeda Bahia e no Conselho Federal de Educa­ção e que, demonstrando grande sensibili­dade política, teve o cuidado de percorrero Estado, sem a companhia do então Gover­nador, que tanto contribuíra para a desa­gregação do partido. Então, dialogando comos grupos em que se dividiam as ARENA'smunicipais, impondo confiança, asseguran­do harmonia, reunificou o partido em quasetodos os municípios, onde os arenístas, deum modo geral, sufragaram os candidatosdo partido.

O homem do interior busca, principal­mente, paz e tranqütlírtade para o seu tra­balho - paz e tranquilldade asseguradaspela Revolução - de que o governo eleitoseria fiador. E foi sensível aos temas na­cionais que lhe levamos. Não somente àsgrandes obras já executadas pelos governosrevolucionários, mas aos temas sociais quelhe submetemos. Daí não se conclua quesomos dos que acreditam que tudo já foifeito em favor do progresso da Nação e dobem-estar do povo. Há, ainda, desníveis re­gionais; há, ainda, pobreza, há uma ex­pressiva camada popular não beneficiada.O Brasil não é um País isolado no mundo,mas sujeito à ação inevitável do que sepassa em seu derredor e mesmo mais dis­tante. A inflação em que ainda nos encon­tramos é, em boa parte, importada, com ospreços do petróleo que pesaram impressio­nantemente na nossa balança de pagamen­tos (116%), e fertilizantes em 143%. De­senvolve-se, porém, o País. E disse, na suamensagem de 1.0 de março, o PresidenteGeisel:

"O desenvolvimento que almejamos pa­ra o País é um desenvolvimento integrale humanista - humanista, sobretudonos seus fins, uma vez que o homem, naatualização de todas as suas potencía-

Do MinistériO Público

Da Organização Nacional

LEI N.o 5.890DE 8 DE JUNHO DE 1973

Altera a legislação de previdênciasocial c dá outras providências.

Art. 101. O funcionário será aposentado:

I - p<JI' invalidez;

Art. 8.0 A aposentadoria por velhice seráeoncedída ao segurado que, após haver rea­lizado 60 (seesenta) contribuições mensais,compretar 85 (sessenta e cinco) anos dej'dade, quando do sexo masculino, e 60(sessenta) anos de idade, quando do femi­nino, e consistirá numa rendafmensal cal­culada na forma do § 1.0 do artigo 6."desta lei.

§ 1.° A data do início da aposentadoriapor velhice será a da entrada do respectivorequerimento ou a do afastamento da ativi­dade por parte do segurado, se posterioràquela.

§ 2." Serão automaticamente convertidosem aposentadoria .por velhice o auxílio­doença e a aposentadoria por invalidez dosegurado que completar 65 (sessenta e cin­co) ou 60 (sessenta) anos de idade, respec­tivamente; se do sexo masculino ou femi­nino.

Art. 10. A aposentadoria por tempo deserviço será concedida aos trinta anos deserviço:

PRO.TETO DE LEIN.u 166, de 1975

IDo 81'. Edgard Martins)Obriga as empresas de ônibus, con­

cessionárias de linhas com percursoigualou superior a 100 km, manter emseus veículos serviço de radiofonia paracontato direto com sua sede ou paradasde apoio.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Transportes e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1." As empresas de ônibus concessio­

nárias de linhas de percurso igualou supe­rior a 100 quilômetros manterão a bordode seus veículos serviço de radiofonia, parafins de comunicação imediata com as sedesdas empresas e com as chamadas paradasde apoio.

Art. 2." As empresas definidas no artigoanterior terão um prazo de 180 dias, a con­tar da regulamentação desta lei, para satis­fazerem às exigências nela contidas.

Art, 3." Ficam vedadas pelo prazo detrês anos, a partir da regulamentação destalei, quaisquer alterações nos processos deconcessão de linhas de ônibus que impli­quem na redução do percurso para distânciainferior a 100 quilômetros, ressalvadasaquelas que forem citadas por necessidadereconhecida pelo Poder Público.

Art. 1.° O Poder Executivo expedirá, den­tro de 90 dias contados da data da publica­ção desta lei, decreto regulamentando ebaixando instruções para a instalação eruncíonamento dos referidos serviços de ra­diofonia.

Art. 5." Esta lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

JustificaçãoNão raro encontramos em nossas estra­

das ônibus que apresentam defeitos e ficamparados horas e horas, expondo seus usuá­rios ao sol, a chuva, ao calor ou ao frio.Enguiçam, param e ficam aguardando quepasse outro carro da mesma empresa quetransportará os passageiros em completodesconforto até o final do percurso ou leva­rá mensagem de S,O.8 para ser atendidahoras mais tarde.

O serviço de comunicação por radietfonia§ 3.0 A aposentadoria por velhice poderá não ti novidade em nossos sistemas de

ser requerida pela empresa, quando o segu- transportes. Já vem sendo adotado e de hárado houver completado 70 (setenta) anos muito, nas empresas de navegação aérea ede idade, ou 65 (sessenta e cinco), respec- marítima. Algumas empresas de ônibus já setivamente, se do sexo masculino ou femi- utilizam deste sistema moderno, o mesmo.níno, sendo nesse caso compulsória, garan- ocorrendo com outras empresas ou institui­tida ao empregado a indenização prevista ções de grande porte, que instalam em seusnos artigos 478 e 479, da Consolidação das veículos o sistema de rádio que permiteLeis do Trabalho e paga pela metade. contato imediato com os mais diversos pon-

tos do País.Art. 9." A aposentadoria especial será Recentemente, por ocasião da inaugura-

concedida ao segurado que, contando no ção da Ponte Rio-Niterói, uma viatura damínimo 5 (cinco) anos de contribuição, te- Patrulha Rodoviária Federal, instalada nanha trabalhado durante 15 (quinze), 20 Praça do Pedágio, em Niterói. comunicava­(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos pelo se com vários pontos do País, dando notíciasmenos, conforme a atividade profissional, da referida inauguração inclusive outra via­em serviços que, para esse efeito, forem tura da PRF estacionada no interior doconsiderados penosos, insalubres ou perí- togosos, por decreto do Poder Executivo. Ma Grosso.

. . .. '"' A medida proposta garante maior segu-I § 1.0 A aucsentadríoa especial consístírá rança ao sistema de tráfego. Promove.numa renda. mensal calcula~a na. forma do tranqüilidades aos passageiros e permite às§ 1." .do artIg? 6.", desta Iei, aplIcan.do-se- empresas controlarem o trajeto de seus vei­lhe ainda o disposto no § 3.", do artígo 10. eulos. providenciando de imediato o socorro

§ 2.0 Reger-se-á pela respectiva legis- n~cessário em caso de acidente ou de de­.lação especial a aposentadoria dos aeronau- feito,tas e a dos jornalistas profissionais. Esperando a aprovação deste projeto, que

há de ser transformado em lei, estamoscertos de seu grande alcance social, aten­dendo à segurança de inúmeros brasileirosque, diariamente, são expostos ao sacrifíciode se verem detidos nas estradas, onde os

II - compulsoriamente, aos setenta anosde idade; ou

III - voluntariamente, após trinta e cínco.anos de serviço.

Parágrafo único. No caso do item lI!, oprazo é de trinta anos para as mulheres.

1392 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1975

lídades, é o objeto supremo em proveitodo qual os maiores esforços deverão sercoordenados e multiplicados; integral,porque não se exaure no simples desen­volvimento econômico da coletividade edo indivíduo; antes, deve combinar, or­gânica e homogeneamente, todos os se­teres - político, psicossocial e econô­mico - do desenvolvimento do cidadãoe da comunidade nacional."

A tarefa, assim, não é fácil. Somos umPais continental, com peculiaridades regio­nais; com desequilíbrios não só regionaiscomo entre classes. E não se pode obter oequílibrío de um dia para outro, nem rea­Iízar o milagre de um nivelamento rápido.Experiências válidas já foram implantadascom relação ao Nordeste, à Amazônia e aoCentro-Oeste. Expandiu-se o nosso setoragrícola em 8,51%, o industrial em mais deoito por cento, o comércio em quase onzepor cento e o transporte em 16 e meio porcento. Assim, houve no café um aumentode produção de 45%, contribuindo com umbilhão de dólares no valor das nossas ex­portacões: a soja elevou sua produção em53%, o trigo em 30%, a laranja em 22%,o fumo em 20%, o milho em 16%, o cacauem 8,(i%, com queda na produção do amen­doim, algodão e mandioca de 22, 13 e 12%,respectivamente. Nosso rebanho bovinocresce, em geral, 3%. No setor de energia,passamos de 15.506 megawatts em 73, paramais de 17 mil em 74; Itaipu será iniciadaneste ano e planeja-se o aproveitamento doTocantins. A produção nacional de petróleoaumentou, no ano passado em 4,6% e sur­gem, promissores, os campos da platafor­ma do Estado do Rio, de Alagoas, Sergipee Rio Grande do Norte, com a perspectivade, ao se iniciar a década de 80, sermosauto-suríeíente.

O Governo do Presidente Geisel não des­cansa, porém, no êüito obtido nestes seto­res e se volta, com determinação para o de­senvolvimento social, para o que foi cons­tituído um Conselho, com um fundo deapoio que contará, em 1975, com três e meiobilhões de cruzeiros. A política previden­cíárta conta, hoje, com um Ministério autô­nomo. Claro que a assistência dada peloINPS não é a desejada; mas é bom não es­quecer que este Instituto. há seis anos, con­tava com 7 milhões de associados e hojesão 14 milhões, graças principalmente aodesenvolvimento industrial do País e à cen­tralizacão dos trabalhadores nos grandesnúcleos urbanos

E tudo isso foi obtido, em parte, peloapoio irrestrito dado pela ARENA aos gover­nos da Revolução. Diz-se que somos o par­tido do Governo mas não o partido no Go­verno. Defendemos, por isso mesmo, maiorparticipação da agremiação nas soluções dosgrandes problemas nacionais. Aproxima-semais um pleito. No ano próximo, teremoseleições municipais em todo o território na­cional e haveremos de levar a bandeira darevolucão a todos os recantos do Pais. Nãosó esclarecendo o que já se faz, mas plei­teando muito do que ainda precisa ser fCIto.Principalmente no restabelecimento plenoda democracia. A ação não pode ser só doGoverno, mas, destacadamente, da área po­lítica.

O mundo atravessa uma quadra de in­compreensões, sacudido por uma violênciasem precedentes. Ainda bem que o Brasll éum oásis na geografia política do mundo;vivemos em paz, na tranqüilidade. Não sepense, entretanto, que a semente da desor­dem morreu. E temos que buscar esta se­mente, onde ainda se encontre, para exter­miná-Ia. Não cremos na violência pela vio­lência, ou na violência contra a violência,Punir, sem violentar. A lei possui os ínstru-

mentes normais contra a desordem, e sópodemos viver sob o império da lei, E, naprofilaxia da violência, precisamos estaratentos ao problema do menor abandonado.O marginalizado precisa apanhar o leitotranqullo da comunidade. Educando-o, dan­do-lhe aptidão para o trabalho, demons­trando-lhe as vantagens de integração namáquina da produtividade nacional. Mos­trando-lhe a Lei.

O restabelecimento pleno da democraciaé meta da Revolução de março. E temos queajudar o atingir dessa meta. Oorre a dis­tensão gradual. O restabelecimento do ha­beas cOrpus e a vitaliciedade dos juízes ha­verão de chegar mais adiante, bem como aolímínacâo dos Atos Institucionais da Cons­tituição' e até a reforma desta. Temos quereconhecer, entretanto, que não é limpa aestrada a percorrer, e a retirada das pedrase cruzes do caminho é trabalho nosso, danossa compreensão, do nosso patriotismo edo nosso desejo real de democracia plena,sem retorno às licenciosidades do passado.Uma liberdade com responsabilidade, En­fim, os partidos, conscientes dos seus deve­res constituem-se em trace de união entreo povo e o Governo: sejamos a favor deuma justiça social mais justa, encontremosos meios de diminuir o peso, tão forte, dacorreção monetária na aquisição da casapopular, aparelhemos o INPS para uma as­sistência perfeita; procuremos dar ao sis­tema escolar condícões de assegurar Igual­dade de oportunidade a todos. A idéia deilustre representante da Oposição, de que aARENA não pode submeter-se ao debateeleitoral, parece-nos inteiramente descabi­da. E veremos isto no próximo pleito, poisnão se trata de simples mensagem a apre­sentar, desde que temos dados positivos derealízacões em favor do povo. Nascemos pa­ra o díàfogo e gostamos do diálogo, e a nossacaminhada política tem-se construido dia­logando como o povo. Não para dizer ape­nas o que lhe agrada, mas o que interessadizer a serviço da Nação. Sem a demagogiado gosto de tantos. Não se serve ao povo,dizendo-lhe apenas o que lhe deve agradarouvir, mas posrtívando distorções e afas­tando falsos conceitos. E parte do êxito danossa vitória na Bahia, inclusive a signifi­cativa votacáo que tivemos, está na since­ridade com' que sempre falamos ao elel to­rado.

Dentro de um ângulo exclusivamente re­gional represerrtantes que somos do povobaian~, devemos acrescentar ainda queapesar do muito que já se fez por nossaregião, muito há por ser feito. Felizmenteexiste hoje, em tudo o País, a compreensaoexata do que ainda somos e do que podere­mos ser. E depois de escrita e bem escritaa realidade nordestina, precisamos marcnarpara a construção da grandeza definitiva doNordeste. A forca do nordestino é elementovital para isto,' e está configurada no seusofrimento, divinizada na sua esperança. Osincentivos fiscais não estão ainda aplica­dos como deveriam ser. A redução do Im­posto de Renda não pode continuar pro­priedade de quem se beneficiou com a re­dução; o imposto que deixou de ser pagoao Tesouro é do Tesouro. Assim, a aplicaçãodos recursos resultantes dos arts. 34/18 deveficar a cargo da SUDENE, que estudará aviabilidade da industrialização, ou da cons­tituição de empresas agropecuárias, sem sa­crifício de uma Unidade da Federacão emfavor de outra. .

Por outro lado, o ICM e o Fundo de Par­ticipação estão sendo distribuídos sem selevar em conta o propósito de eliminar des­níveis regionais. Aquele descapitaliza o Nor­deste e este não obedece a critério justo, ocritério de justiça que inspirou sua criação.

Deve-se a um baiano, Constituinte de 46, anova discriminação de renda da União, oentão Deputado Aliomar Baleeiro. Seu pro­pósito foi dar amparo aos municípios queviam ficar com o poder central a parte doleão. Ê o § 4.° do art. 15 da Constituição de46, pelo qual a União entregava às comunasbrasileiras, com exceção das Oaprtaís, 10%do que a;rrecadasse do Imposto de RendÍl..Com a reforma tributária, feita ao tempodo Presidente Castelo Branco - Emendan.o 18 à Carta de 46 - 10% do produto daarrecadação do Imposto de Renda e do Im­posto sobre Produtos Industrializados foramreservados ao Fundo de Participação dosEstados e do Distrito Federal e 10% ao Fun­do de Participação dos Municípios. Tal cri­tério foi mantido, com as mesmas palavrasna Oonstituição de 1967, no art. 26. A Emen":da n.? 1, entretanto, no seu art. 25, estabe­lece que, do produto de arrecadação daque­les Impostos, 5% iriam para o Fundo deParticipação dos Estados e do Distrito Fe­deral - a que se acrescentaram os Territó­rios - e 5% iriam para o Fundo de Parti­cipação dos Municípios. Houve desse modouma redução de 50 % nesses F~ndos. contr~Es.tados e Municípios, o que foi um mal,eVldentemente. A União voltava a querer aparte do leão ...

Esta.s, Sr: Presidente e Srs. Deputados, asconslderaçoes que julgamos de nosso deverfazer, ao subirmos a esta Tribuna que o po-svo da Bahia nos concedeu. E a ela voltare­mos outras vezes, a servíeo da democraciabatalhan?-~ pelo progresso nacional, fiei~aos prop?SltoS da Re.vo.lução de março, comque contínuamos soltdártos,

Cada um dos tópicos que abordamos su­perflclalmente, aqui, haverá de, oportuna­mente,. ser examinado em pronunciamentosespecíücos. Buscamos apenas neste ensejodar notícia resumida da nos~a posicão em.relaçãn a cada um deles e traçar as linhasgerais de nosso pensamento em relacão aostemas nacionais, para que do entrechoquesadio das idéias cheguemos onde deseja iro povo brasileiro, OS seus governantes osseus líderes. '

O SR. FREDERICO BRANDAO _ (Pro.nuncia o seguiute discurso.) Sr. PresidenteSrs. Deputados, representando nesta opor~tunidade os interesses de Guarulhos e de~ua. comunidade, trago a esta Oasa, para oregistro e o debate, a questão que mais deperto nos últimos tempos, no Estado de S.Paulo, vem apaixonando a todos os quegovernantes, urbanistas, cientistas ou ape~nas gente comum, nela se encontram dire­t~ ou indiretamente envolvidos: a localiza­çao do futuro aeroporto metropolitano deS Paulo.

Partfcularmenta, fui procurado, logo apósas e.lelzoes de novembro de 1974, por umacormssao de moradores da região de Oumbi­ca, naquele município, a fim de que tomas­se sua defesa junto ao poder público emtodos os niveis de decisão de vez qJe sediz~am prejudicados com ~ anúcío e prí­meiras medrdas, de parte do Governo esta­dual, tendentes a desapropriar seus imó­veis, com vistas a construcâo em futuropróximo, do mencionado aerop~rto.

Desde então busquei, como é de meu de­ver de homem público investido de manda­to parlamentar, recolher de todas as fon­tes possíveis os indispensáveis subsídios quedeveríam orientar minha ação, na procurado cumprimento da missão que me fora en­tregue. E minha presença hoje nesta tri­buna significa, ao lado de uma pública eresponsável prestação de contas do que pu­de fazer com a ajuda de muitos, uma ten­tativa de cobrar às autoridades competen­tes uma solução breve c justa, que respon­da, de modo satisfatório, à íntranqüírída-

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de que existe na comunidade guarulhense,ante uma mdeüníçêo oficial sobre se o 'ae­roporto será ou não construído em oumbí­es. Pois todas as íníeíaíavas que tomamosdesGlce o princípio apenas serviram para rea­brir o debate e acender, pela imprensa, apolêmica entre os que defendem e os quesão eontráríos, por toda a sorte de argu­mentos, à implantação do aeroporto na­quela região. Como medida inicial, os mo­radores de Oumbíca e região adjacente seorganizaram numa Associação de Desapro­priados, com vista à defesa de seus inte­resses medíatos e ímedíatos. Foi redigidoum memorial, onde expuseram suas preo­cupações e sugeriram medidas destinadasa impedir ou suavizar os prejuízos advin­dos da construção do aeroporto. Um gigan­tesco abaixo-assinado, com 'cerca de 5.000assinaturas, acompanhou o memorial quefoi entregue, sucessivamente, ao ex-oover­nador do Estado, Sr. Laudo Natel, ao atualGovernador, Sr. Paulo Egydio Martins, e ao,Presidente da República, Gen. Ernesto Gei­sel, tendo S. Ex.", -posteríormente, encami­nhado o documento ao Ex.m o Sr. Ministroda Aeronáutica, Brigadeiro Ararípe Macedo.

EJ;te Deputado, pessoalmente, esteve como llttigadl:li;ro Hélio Costa, Presidente daIm'~AERO - organismo do Ministério daAe~'1Iroáutics. que orienta e executa a políti­ca !l>Broportuária do Pais - de quem reco­IhmJ' preciosa orientação para este pronun­ciflll!l.ento.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, há deze­nove- anos que os moradores da região deClID'lbica vivem sobressaltados ante OB cons­tante)' anúncíos de que "desta vez o aeropor­to sesá mesmo construído"-... Posteriormen­te, vêm os desmentidos oficiais e oficiosos,volta o silêncio, cessam OS boatos. Depois,corno agora, voltam e ganham nova inten­sidade, demonstrando a insegurança, a in':certeza' do poder público diante da neces­sidade de proceder à escolha definitiva, roas,também, os espúrios interesses de especula­dores imobiliários, jogando 'com o desespe­ro l'! a desíntormação, para auferir eleva­dos ':lucros.

A história é longa: em 1956, o GovernoFe&er;al criou uma "eomíssâo técnica" paraestudar a localização do fpturo aeroportointe-rnacional da cidade. Houve acirrada po­lêlll1~ca e divergências tnüransponivais entreos 'l!lue defendiam a escolha de Santo An­geilltl\ na região de Mogi das Cruzes, e os quede:tlemdiam Campinas. Ganhou Campinas,e pe1ilar de Santo Angelo haver reunido apra:tle-rência da maioria dos especialistasC«II'J:Sultados. Doze anos mais tarde, a ques­tM-<foi reaberta quando, Governo do Esta­díl'/e Prefeitura da Cap1tal, iniciaram umas.ê!dl~1 de estudos qUE) determinassem as pos­sil!lll'J'í.'i:'lades de' ampliação, modernização oure~trução dOB aeroportos da cidade, de;o;ut't;1;o a adequá-los ao desenvolvimento daa.~~ão comercial em nosso País. A eonclu­sãl!>"'apontou Campinas corno a região ondedE'l'/1'lI'ia ser ecnstruído 9 aeroporto interna­cional. Nos anos seguintes, o debate conti­nuou, já ai entre OB que defendiam a eons­trução de um aeroporto em Oumhíea e osq~ pretendiam apenas a _ampliação do deViN:eopos, em Campinas. O Ministério daAM'l!lnáutica então, intervindo no debate,oo!llllÍrr'atou estudos a uma empresa paulistaà:E'~onsultoria técnica, que concluiria pelaOO!i!l'Strução simultânea de dois aeroportos,ãeo'pCllrte internacional, no Rio de Janeiro ee:m>.B. Paulo. O do Rio de Janeiro, no Ga­1., foi imediatamente iniciado, enquantoq~e"em S. Paulo reacendía-se a velha polê­lilllioo. entre os defensores de Viracopos eOi.!rrohica, ambos os grupos reivindicando a}:ll'J!oiazia de recebê-lo em seu sitio prefe­rJli.e: O Governo Estadual, pressionado porÍl'.\4;eresses de toda a sorte, inclusive pelo de

grupos fundiários da região de Oumbíea, ire­solveu mais recentemente, em fins de 1974,que S. Paulo teria dois aeroportos: um, in­ternacional, em Viracopcs; o outro, metro­polítano, em Cumbíea,

Isto Jeito, o Ministério da Aeronáutica,concordando com essa decisão, autorizou aimediata execução de suas medidas preli­minares, tendo o Governador de S. Paulo,à época o Sr. Laudo Nat.el, através o De­creto n.v 4.556, de 23 de setembro de 1974,declarado "de utíüdade pública, para frnsde desapropriação e destinadas à constru­ÇM do aeroporto metropolitano de S. Pau­lo", uma area de 37,5 quilômetros quadra­dos. ,Posteriormente, em vista da "grita" elosprejudicados, simples moradores da regiãoou especuladores imobiliários, estes atingi­dos em seus interesses, dada a extensão daárea a ser desapropríada, o Sr. GovernadorLaudo Natel, pelo Decreto n,v 5.498, de 15de janeiro de 1975, reduziu a área abrangi­ua pelo Decreto anterior para, apenas, 2:&,5quilometros quadrados, com o "que foramiavorecidcs também os proprtetarios de di­versas indústrias da região. Desta vez, ape­nas os moradores, não favorecidos pela re­dução, protestaram: .é que a area liberadapertence - ou pertencia, à época - a pou­cos, bem poucos donos.

Sr. Presidente, srs. Deputados, aqui esta­mos nós, no caso do debate, buscando en­contrar serenidade e equilíbrio, para, comisso, chegarmos onde se encontra, na ques­tão, o verdadeiro interesse público - queé o que nos interessa acima de tudo. Pois aeste Deputado, como a muitos outros nes­ta controvertida questão - técnicos, soció­logos, arquitetos, urbanistas, políticos ­o empreendimento se apresenta, "prima fa­cíe", como causa de tremendos e irrepará­veis males, a curto, médio e longo prazos,ao município e à sua população. E quaisseriam esses Inconvenientes e suas conse­qüências?

Segundo os entendidos na matérla, sãovárias as exigências que devem ser atendi­das, antes que se escolha o local onde de­va ser construído um aeroporto, principal­mente se do porte do que se pretende cons­truir em cumbtca: área despovoada; con­dições atmosféricas e topográficas aceitá­veis, pelo menos; boas condíções de acessi­bilidade ao local, possibilidade de amplia­ção futura; economia de construção; dís­ponibilidade, na região, de serviços públí­C0S; local próximo dos centros geradores detráfego.

. Dentro de nossas limitações e com os da­dos de que dispomos até este momento, nospermítamos discorrer sobre cada uma des­Sf,.S exigências, apontando, no caso concretoda opção-Oumbíca, o que nos aparece ade­quado ou defasado:

Area despovoada - A. região de Cumbícae, como dissemos no início, densamente po­voada, o que contraria rundamentalmenteessa exigência. Nela se localizam dezenas deindústrias, de médio e grande porte, alémde cerca de 7,000 famílías, representando,aproximadamente, uma população de 30.000pessoas.

Condições atmosféricas e topográfíeas -­São reconhecidamente más as condições at­mosrérícus e topográficas da região de Cum­bica. Quem o diz também é o Brigadeiro­do-Ar Rm. Almir de Souza Martins, emcarta enviada a "O Estado de S. Paulo" epublicada na edição de 31-8-69; "nos valesdo Paraíba e do Tietê são freqüentes os rte­voeiros em várias épocas do ano, o que jus­tifica sérias dúvidas quanto à escolha deCumbica para local do aeroporto supersô­nico de S. Paulo". Diz ainda que "além deinadequada para vôos regulares, mercê docitado nevoeiro, o local se situa nas proxi-

mldades de montanhas". O Brigadeiro A.I­mil' Martins pertenceu à Diretoria de Ro­tas Aéreas, de 1940 a 1946. Exerceu as fun­ções de Vice-Presidente da Comissão de Na­vegação Aérea da OACI (Organização deAviação Civil Internacional), em Montreal,Canadá, corno delegado do Brasil, até 1948.De 1949 a 1952, voltou a servir na Diretoriade Rotas Aéreas, de onde passou à reservaremunerada.

No mesmo sentido e recentemente se pro­nunciou o Sindicato Nacional dos Aeronau­tas, afirmando: "Uma Instalação de sistemade radar em Cumbíca traria problemas de­vido aos obstáculos naturais de morros eelevações que provocam interferências"("Folha de S. Paulo", de 4-3-75).

. No entanto, poder-se-á inquinar de gra­tuita tal afirmativa, diante do notável de­senvolvimento do instrumental de controlede tráfego aéreo. Mas, analisando a inci-.dêncía de desastres aéreos no mundo oci­dental, diz o Setor de Operações da PanAmertcan: "63% dos acidentes são em ope­rações de aproximação e pouso, sendo que80% do total desses acidentes ocorreram empaíses sem instrumental adequado de con­trole do tráfego (Asía, América Latina eAtríca i. Os Estados Unidos, com cerca de62% de operações de aproximação e pou­so, teve apenas 10% dos acidentes nesse ti­po de operações, sendo os outros 10% naEuropa, com 21% das operações de aproxí­mação e pouso. A maior causa desses aci­dentes tem sido o mau-tempo-e a cerração,principalmente em áreas de aproximaçãodifícil devido à topografia local. Vários mé­todos têm sido tentados para dissipar a cer­ração: lançamento de gelo moído, lança­mento de produtos químicos, sal soprado daterra, método de vácuo e vibrações ultra­sônicas. Para dar maior segurança existe osistema ILS (Instrument Landing System),com exatidão até a altura de 600 metrosda pista; depois, o piloto tem de manobrarpor si. Existe ainda o AWLS (All WeatherLandíng System), que opera com relativasegurança nesses últimos 600 metros de des­cida, roas ainda existem muitos acidentesdevido à cerração e é comum a interdiçãode aeroportos com instrumental para apro­ximação e pouso o mais aperfeiçoado. Pode­se concluir, pois, diante de depoimentos deentendidos, pessoas e organizações, não serCumbica o local apropriado para a cons­trução de um aeroporto desse porte, con­[liderando-se suas condições naturais, in­satisfatórias.

Condições de acesso - A região de Cum­bica somente pode ser alcançada atual­mente pela via Dutra, reconhecidamentecongestionada, tanto que se planeja suaampliação. A construção do novo aeropor­to demandaria pesados investimentos paraa construção de vias-expressas, que, neces­sariamente, teriam de atravessar áreas den­samente habitadas, impondo vasta desa­propriação ímobílíária, a elevado custo.

Possibilidade de ampliação - Se o cri­té110 que presidiu a atual opção - o de des­conhecer a questão social - for mantido,então não haverá problemas para uma fu­tura ampliação do aeroporto de Cumbica.Bastará, então, que sejam feitas as desa­propriações, pagas as indenizações corres­pondentes. .. e a população desapropriadapartirá para o desconhecido.

Economia de construção - Nosso País nãoé tão rieo que se dê so luxo de optar pelomais oneroso dOB proj etos. Além das desa­propriações para a construção de vias-de­acesso, cálculos realizados por uma comis­são de técnicos dirigida pelo engenheiroRomeu Corsini, da Faculdade de Engenha­ria de S. Carlos, estudando as alternativaspara a construção do aeroporto metropolí-

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tano de S. Paulo, concluiu, no tocante aoscustos de construção em Oumbíca, "que se­riam necessários investimentos de cerca de7 bilhões de cruzeiros apenas para as desa­propriações, enquanto que a construção to­tal custaria pelo menos 5 bilhões de cruzei­ros". E, o que é mais importante e decisivopara a equipe do professor oorsmt - quese fixou em outra alternativa de local ­se o aeroporto fosse construido em Cotia,distante da Capital apenas 33 quilômetros,"estaria localizado em gleba do Estado,numa reserva de 7.000 alqueires", onde "épossível diminuir o aterro na zona médiapela construção de grandes hangares e ins­talações abaixo do nível como suporte dafaixa, o que leva a um custo total maisbaixo, além das vantagens técnicas e ope­racionais evidentes" ("O Jornal do Brasil",de 29-3-75).

Serviços públicos - O munícípío de Gua­rulhos e, principalmente, a região de Cum­bica, não dispõem de infra-estrutura deserviços públicos adequada para suportar oempreendimento. Evidentemente, qualquerque fosse o sitio escolhido poderia, em cur­to prazo, dispor de tais serviços, não cons­tituindo esse item obstáculo insuperável àimplantação de semelhante empreendimen­to.

Distância - O mais forte argumento dosque defendem a construção do aeroporto emCumbica é a distância que o separaria doprincipal centro gerador de tráfego, a Ca­pital de S. Paulo, a apenas 20 quilômetros.Dizem que essa distância tem grande influ­ência nos passageiros que consideram otempo gasto no percurso "porta-a-porta",o que achamos válido - e de modo relati­vo -- apenas para os vôos de curta distân­cia. Ora, esquecem-se os defensores dessatese de que o tempo gasto no percurso ae­roporto-cidade ou vice-versa é minímo emrelação ao tempo perdido com o desemba­raço de bagagens etc. E mais: esquecem-seos defensores ainda de que os passageiros,via de regra, preferem, isto sim, voar sem­pre menos, nOO lhes importando o tempogasto no percurso para ou do aeroporto. Nãoachamos, pois, que o fato de o aeroporto serconstruído próximo ou distante dos chama­dos centros geradores de tráfego, por si só,pudesse provocar o êxodo de passageiros dasImhas aéreas. Basta verificar o que ocorrenos países ditos desenvolvidos - e cujosbons ensinamentos e experiências devemosassimilar _. sobre a questão da distânciados aeroportos: Tóquio construirá seu novoaeroporto a uma distância de 100 quílôme-

. tros; Washington, um segundo, a 40 quilô­metros; Londres, um terceiro, a 72quilôme-tros. -

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o que foidito, particularmente a este Deputado, preo­CUPlilID duas coisas, das mais danosas con­seqüências, se efetivada a intenção de cons­truir o aeroporto em Cumbica: o drama so­cial da comunidade desapropriada, a curtoprazo, e a poluição sonora, após o início dasoperações.

Na região a ser desapropriada para aconstrução do aeroporto metropolitano, emCurnbica, residem e trabalham cerca de7.000 famílias, cerca de ~o. 000 pessoas.

Há 25 ou 30 anos, quando para lá foramos primeiros moradores, Cumbica sequer re­presentava remota esperança de que, lá, vin­gasse um núcleo habitacional que fosse, tãodesprovida de recursos de infra-estruturaera. além de deserta, coberta de matas. Osprimeiros habitantes eram apenas sitiantes,ehacnreíros, pequenos criadores e comer­ciantes. A terra era barata e farta. A maio­ria das residências foi erguida com a ajudade parentes e amigos. Muitos lotes aindasão pagos em prestações irrisórias. Não são

poucos os que não têm documentação defi­nitiva, em face da impossibilidade práticade comprovar, junto ao Instituto Nacionalde Previdência Social, terem sido suas ca­sas construídas pelo sistema de mutirão.Presentemente, existem resídênclas r'humil­des, mas, também, outras de elevado pa­drão, o que representa, agora', a diferencia­da condição econômíea e §Dcial de seus pro­prietários.

Em 1967, começaram os estudos para alocalização do futuro aeroporto metropoli­tano de São Paulo. A região de Oumbica jáaparecia, então, como uma das que, poten­cialmente, se prestariam à implantação detal empreendimento. Então, aconteceu a es­tagnação imobiliária. A Ineerteza, o medodo futuro, se incumbiram de desestimularos tão necessários investimentos públicos, afim de dotar a região de condições mate­riais absolutamente indispensáveis à con­solidação e desenvolvimento dos novos agru­pamentos populacionais. Os particulares,por sua vez, também não se sentiram en­corajados 'para reallzar benfeitorias devulto em suas propriedades, a não ser unspoucos, espíritos temerários, que jamaisdeixaram de lutar contra a vinda do aero­porto.

Enquanto isso, as terras das áreas eír­cunvízínhas experimentavam intensa valo­rização: o preço do metro quadrado subiade Cr$ 10,00 para Cr$ 200,00 ou mais!

O prejuízo dos proprietários será, pois,inevitável e de grande porte, pois não hácomo se possa pagar mais, por imóveis se­melhantes aos que serão desapropriados,quando se recebe, pelo mesmos, valores in­feriores, eis que estagnada sua valoriza­ção:

Maior ainda será o ônus social advindoda desapropriação: uma vigorosa - apesarde tudo - comunidade, já razoavelmenteorganizada e auto-suficiente, com escolas,pequenos clubes, igrejas, entidades assisten­ciais e comércio está condenada a desapa­recer. Toda uma promissora estrutura co­munitária, penosa e diligentemente ergui­da ao longo de uma convivência de muitosanos, será destruída pela dispersão de seusmembros, desaparecendo também as van­tagens sociais e econômicas da proximida­de do trabalho e da escola, da treqíiêncíaao culto religioso e ao clube.

Se, no entanto, as autoridades estaduaise federais tiverem como Irreversível a de­cisão de fazer construir o aeroporto metro­politano em Cumbica, ainda assim insisti­riamos na nossa preocupação pelo destinosocial dos desapropriados. E nos permitiría­mos sugerir, então, a única alternativa quese nos afigura capaz de aliviar o desassos­sego dessas pessoas: cuide o poder público,nOS dois níveis, não apenas de prover ajUsta e, acima de tudo, real compensaçãopelos imóveis desapropriados, mas, igual­mente, de oferecer opções de moradia ade­quada.

Nesse sentido, uma outra área, nas pro­ximidades da que for desapropriada, deve­ria também ser desocupada, para que, umavez dotada de infra-estrutura de serviçospúblicos, nela viessem a morar os desapro­priados. Do contrário, será o retrocesso so­cial, a Iavelizaçâo, que o Governo Federalprincipalmente tanto vem combatendo.

A sorte de milhares de pessoas -estã, des­te modo, entregue à maior ou menor sensi­bilidade de nossas autoridades federais ouestaduais. A opção que se coloca é a de que,acima de eventuais necessidades que o pro­gresso material impõe, o homem e seus maiscaros interesses sociais devem prevalecer.Ou será, ao contrário, que os imperativosde natureza econômica, ainda desta vez,prevalecerão sobre o social?

Queremos acreditar, porém, que os atuaisgovernantes, nesta rumorosa questão, deci­dirão de maneira a preservar, antes de tu­do, os mais legítimos; os mais justos direi­tos e desejos dessas pessoas.

Outra questão que se coloca na discus­são do problema da localização do aeropor­to metropolitano de S. Paulo - e que seconstitui para nós também na segundagrande preocupação - é a de que não seo construa em área habitada; ou, apenasque seja, como ocorre em Cumbica, parcial­mente habitada, poís preocupa-nos, em bre­ve futuro, venha a região periférica ao no­vo aeroporto sofrer as danosas conseqüên­cias de um fenômeno, objeto de acurados es­tudos pelos cientistas em todo o mundo; apoluição sonora.

Costuma-se dizer', em todas as partes, que"o aeroporto sempre chega primeiro, mas,uma vez aberta a estrada, começam a sur­gir os loteamentos, que vão-se transforman­do em pequenas comunidades". Mais tarde,entretanto, todos irão sofrer com os ruídosdas aeronaves.

A região de Oumbíca -desde há bastantetempo - e já o dissemos - vem sendo pro­gressivamente habitada. Não mais se podeassemelhar, no momento, à região onde, em1936, foi construido o aeroporto de oongo­nhas, então praticamente despovoada e co­berta de extensas áreas verdes. Recente­mente, o DAC (Departamento de Aeronáu­tica Civil), em face do elevado número dereclamações de moradores e de advertên­cias de técnicos, proibiu as operações noaeroporto de Oongonhas, no período de. 22às 6 horas da manhã. Ora, não seria Iógíeofe'char um aeroporto à noite, por causa dobarulho, quando se planeja e se pretendeconstruir um outro em local que,_além deoutras contra-indicações, como demonstra-

. mos, está quase que cercada de residênciase de estabelecimentos industriais.

Jl: a poluição sonora, sem a menor dúví­da,- um dos mais fortes argumentos que' seoferece àqueles que combatem a idéia daimplantação do aeroporto metropolitano emCumbica. Dela nos dizem inúmeros depoi­mentos de cientistas, técnicos ou, apenas,gente comum, simples observadores de seusmaléficos efeitos sobre a fisiologia humanae o meio ambiente. Ou, ainda, aqueles quepor ela são diretamente atingidos, porqueresidentes em áreas próximas a aeroportos.Do engenheiro Bchaía Akkerman, Diretor daDivisão de Acústica do Instituto de Enge­nharia, lemos que "estudos realizados emLondres, no aeroporto de Heathrow, com­provaram que mulheres grávidas residentesnas proximídades daquele aeroporto ttveramfilhos com reflexos lentos, baixo QI de tn­teligência, lesões cardíacas e nervosas". Emais, que "as crianças que vivem nas pro­ximidades dos aeroportos são bem mais vio­lentas" ("O Estado de S. Paulo",' de 19-2-75).Do professor Aristides Monteiro, da cadeirade Audíclogia da Escola Carlos Chagas, le­mos que "estudos demonstraram que o ruí­do das aeronaves provoca os seguintes sin­tomas neurológicos: hípoacusía (ou perdade audição), fadiga maior, baixa capacida­de de concentração, declínio da memória,instablJidade emocional, estado depressivo,irritabilidade, freqüente anorexia (ou faltade ar), insônia, transtornos neurovegetatí­vos, perturbação do aparelho circulatório- edigestivo e, até, diminuição da virilidade .. '."("O Estado de S. Paulo", de 1~-2-75).

, Sr. Presidente, 81'S. Deputados, Guarupjpsé caracteristicamente uma cidade operária.Cerca .de 80% de sua população, t;üv,ezmais, é marcadamente de feição proletária.São pessoas de dura Iída ve de dura vida,portanto. Habitam, em elevada concentra­ção, os bairros mais humildes da cídáds,de onde a cada manhã saem para o trablf.-

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lho, dele retornandd às primeiras horas danoite. E como recompensa maior pelo seutrabalho encontram, na solidão e no silên­cio daqueles bairros periféricos, o ambientepropício ao repouso, capaz de devolver suasenergias roubadas pelo trabalho intenso,pesado. E é exatamente nessa região, emOumbíca, que se pretende' construir esseaeroporto, não sendo fácil, pois, concluirpelos elevados prejuízos à saúde daquelagente.

Costuma-se indagar - e isso é bastanteantigo - a quem aproveita algo, quandose pretende definir responsabilidades.

Pois bem, nesta questão da localizaçãodo aeroporto metropolitano de São Paulo,por tudo o que dissemos e citamos, por maisque procurássemos, não conseguimos, atéeste momento, vislumbrar a quem realmen­te aproveitaria a construção desse aeroportoem Cumbíca, Apenas um organismo oficial,o DAC, Departamento de Aeronáutica Civil,através de declarações de seu ilustre titular,o Brigadeiro Deoclécio Siqueira, tem-se ma­nifestado, reiteradas vezes, no sentido daopção de Oumbica e, assim mesmo, tão­somente enfatizando a questão da urgênciadll que se reveste a construção de um novoaeroporto para São Paulo, dado o estadod~':.saturação_do aeroporto de Congonhas.:N"ão demonstra, assim, aquela digna auto­r;í4ade, acentuada preferência pelo sítio deG'lI-mbica, pelas suas condições próprias. denatureza técnica e/ou econômica: apenasInsiste em que urge uma solução.

Outra autoridade á quem índubttavel­mente deveria interessar a construção des­se -aeroporto em Cumbica seria o prereítode -Guarulhos, por razões óbvias, de pres­tígio para o município, econômicas etc, Noentanto, S. Ex.", após ter sido um dos maio­res entusiastas da idéia, por ter sido con­vencido por terceiros dos "benefícios" vá­rios que o empreendimento traria para suacomuna, agora, diante dos prejuízos imi­nentes, apontados por todos aqueles - pes­soas ou entidades - a quem a questão foisuscitada, recuou para uma atitude de dis­creta' oposição, declarando, como o f~, que."e;lém do problema. social, há o tormentosonoro e a ímpossíbílídade de se implantarum novo distrito indústrial, já planejado,na cobiçada região que margeía a via Du­tra e o vale do rio Baquirívu". Lamenta-seainda S. Ex." de que "a retificação desserio, - feita a propósito do distrito indus­trial - custou uma fortuna à Prefeitura"("Veja", de 2-4-75). No mesmo sentido, umoutro ex-defensor do empreendimento emCllmbica, o vice-Prefeito de Guartilhos. ma­níresta-se, dizendo tratar-se de "presente~ê grego" {"Veja", de 2-4-75).

"O que resulta ímplictto das declaraçõesdessas duas autoridades é o prejuízo, prln­Ci!1pahnente de natureza econômica, que oMunicípio de Guarulhos sofrerá, pela ime­diata inibição do seu crescimento industrial,se concretízada a medida desaprcprlatoríac' a posterior construção desse aeroporto,pois, entre a implantação de tal empreen­dimento - de resto, sequer administradopelo município, a ele também nada retri­

. buíndo em taxas ou impostos diretos - e~"de um distrito industrial, já dímensíona­no- para centenas de novas unidades, não.~ como não escolher-se a segunda alter­nll,uva. A poluição sonora, o ~xodo da co­munídade, a desagregação social, a agres­são urbanístíca e o -prejuízo econômico, de11m lado, quando confrontados com a tran­e:Jji:I1idade e a estabilidade de um agrupa­mento social em desenvolvimento, com avoéacão industrial crescente do município

-di;- Guarulhos - gerando, direta e iridire­··tà;mente, empregos e riquezas - apontam'f,lp nosso espírito e à nossa conscíêncla umajj)~tteza: esse aeroporto não pode ser eons­'truído em Oumblca.

Quem mais, além de pessoas tão direta­mente ligadas à questão - e por isso, tal­vez, pouco merecedores de fé em seus de­poimentos - pensa assim?

O Presidente do Instituto dos Arquitetosdo Brasil, Sr. Eurico :Prado Lopes, procura­do recentemente por uma comissão de mo­radores da região de oumbíca, disse: "ll:muito importante que a população guaru­Ihense discuta os problemas que- virão coma implantação do aeroporto, em nível téc­nico com o governo; devem procurar saberquais os motivos que determinaram a es-­colha do local. Se a obra é realmente ine­vitável, é necessário também que ge vejao problema social que poderá surgir. Ge­ralmente essas áreas tendem a concentrara camada mais baixa da população. as demaior poder aquisitivo procuram área.s ondenão exista poluição sonora, fazendo com>não exista poluição imobiliária atinja umíndice sensivelmente mais baixo na regiãoque abondonaram. A verdade é que o pre­juízo urbano será sentido tanto pela dete­rioração do desenvolvimento em Guarulhos,como na Grande São Paulo, uma vez com­provado que a zona leste está sendo apon­tada como a melhor alternativa para a con­centração urbana. O ruído e o espaço queserá ocupado pela área do aeroporto serãodois fatores que irão indíeir no prejiiízo daurbanização de Guarulhos ("Guaru News",de 27-3-75).

A equipe sob a direção do Professor Ro­meu Corsini, da Fa0uldade de Engenhariade São Carlos, elaborou um plano aeropor­tuário em que, analisando a situação atualdo tráfego, faz previsões de seu crescimentoaté 1990, ocasião em que chegará a 25 mi­lhões o número de passageiros transporta­dos anualmente por aviões, dentro do Esta­do de São Paulo. Depois de discorrer sobreo que isso significará em termos de exi­gência para ampliação dos aeroportos exis­tentes, o ilustre professor diz sobre a polê­mica questão da localização dos que deve­rão obrigatoriamente ser construidos parao atendimento da demanda prevista. Segun­do ele, "é falsa a idéia de que Víraeopos,'em Campinas, não poderá ser o prtneípalaeroporto internacional de São Paulo, tão­somente em função do seu distanciamentoda .Oapíbal que, segundo alguns é principalcentro gerador de tráfego". Acrescenta que"todo o interior do Estado, o sul de Minas,o norte do Paraná, o sul de Goiás e de MatoGrosso estarão claramente na zona de in­fluência de Víracopos". Quanto ao problemada dístàncía da Oapital, "sugere que, umavez reduzida pela construção de vias ex­pressas, ferroviárias ou rodoviárias, Vira­copos poderá bem ser, também, o aeroportometropolitano de São Paulo". Pesquisandooutras alternativas, como Cumbica, e Ootia,o estudo conclui, de modo categórtco, quan­to a oumbíca, afirmando que esta escolhanão representa a melhor escolha, pois "nãoresistiu à menor análise, visto suas condi­ções de atendimento serem negativas, emquase todos 013 itens recomendados pelaOACI (Organização de Aviação Civil In­ternacional) e lATA (Assoclacão Interna­cional de Transportadores Aéreos), dois re­nomados órgãos técnicos da aviação civilinternacional". Entre essas desvantagensaponta: "Sua operação não seria paralelaà dos demais aeroportos existentes, emborasua distância de Congonhas seía suficien tepara diminuir esse inconveniente; as apro­ximações e afastamentos das aeronaves se­riam feitas em direção ao centro da cidadede São Paulo; não tem possibilidade deexpansão; há grandes loteamentos resi­denciais e operários" ao redor de Oumbíca,exigindo fabulosos investimentos em desa­propriações; suas condições meteorológicassão medíocres e até ruins; sua segunda pis­ta não poderá ter as dimensões convenien­tes por causa de sua 'topografia ruim".

o projeto Cotia - como uma outra alter­nativa para a solução do problema de loca­lização, principalmente - de autoria daequipe do Professor oorsíní, baseou-se nasrecomendações internacionais de que osnovos aeroportos comerciais de grande por­te precisam "ter operação paralela aos jáexistentes na área (aproximação-afasta­mento); evitar as aerovías de maior trá­fego; dispor de grande capacidade de ex­pansão; localizarem-se de tal forma queimpeçam concentração. urbana adjacente;atender aos requisitos técnicos normais dedimensão, ventos, recursos, acessos e con­dições meteorológicas". Por isso, o estudodefende a construção do aeroporto metro­politano de São Paulo na região de ootía,"que exige investimentos menores e se des­tina a ser o maior de todo o hemisfériosul". Apresentando os resultados desse tra­balho ao novo Governador de São Paulo,engenheiro Paulo Egydio Martins, afirmamos técnicos que "Cotia, basicamente, aten­de a todas as recomendacões" ("Jornal doBrasil", de 29-3-75). >

Já, para o Professor Arp Procópio de Car­valho, aposentado das cadeiras de Regula­mentação da Aviação Civil e Direito Aero­náutico, do Instituto Tecnológico de Aero­náutica, de São José dos Campos, e autordo livro "Geopolítica do Transporte", editadopelo CTA, Oentro Técnico da Aeronáutica,em janeiro de 1963, "a escolha do sítio deCumbíca foi precipitada, uma vez que na­VIa, pelo menos, mais dois locais - Cotiae Santo Angelo - que apresentavam con­dições mais favoráveis e que foram postasde lado sem uma explicação convincente".Para o Professor Procópio de Oarvalho "oestudo de seleçào, a cargo de uma empresaparticular - a Hidroservice - baseado nocritério de atribuição de pontos para várioslocais, e~tre eles,' Cumbíca, Cotia e SantoAngelo, e passível de reparos mormente napreferência que estabelece peio local situadomais próximo do centro da Capltal, isto éCumbica", Segundo o Professor Procópio d~Carvalho, "os problemas com a poluicão so­nora dos locais próximos a aeroportos e avasta extensão de terreno a ser ocupada jádeterminaram que estes deveriam Iocalízar­se cada vez mais distantes dos núcleos ur­banos"; e que "a aproxímaeão dos aeropor­tos se faz, antes, através de meios de trans­portes eficientes, quer por í'errovias ou ro­dovias". No mais, acredita que "tanto aregião de Oumbtca, quanto a de Santo Ân­gelo apresentam problemas de instabilidadede terreno, com necessidade de aterro; masa grande vantagem de Santo Angelo é quealém de menos acidentado do que Oumblea'sua desapropriação seria quatro vezes mai~barata, pois localizado em área essencial­mente rural, de baíxo .custo e s!,m proble­mas quanto a nabítaçõcs, que sao poucas".E o principal argumento em favor de SantoAngelo, segundo o Professor Procópio deCarvalho, e na parte referente às possibili­dades de expansão do 'aeroporto: "Cumbicaestá entre a Serra da Cantareira e a ViaDutra e tem área limitada, enquanto queSanto Angelo possui planícies vizinhas. pa­ra onde poderia expandir-se a longo prazo"("O Estado de São Paulo" de 23-1-75).

Aqui estamos, a esta altura do debate.O novo Governador de São Paulo, Enge­

nheiro Paulo E~dio .Martíns, assume bemno aceso da polêmíca. Mas. mesmo antesde ser empossado, S. Ex." jÍí. havia mani­festado sua preocupação a respeito do as­sunto, quando, após entrevistar-se com oEx.mo Sr. Ministro da Aeronáutica. Briga­deiro Araripe Macedo, disse à imprensa:"Tratamos da localização do novo aeroportometropolitano, das várias opções que exis­tem para ele. No caso de cada opção, dis­cutimos as subopções de acesso, estradasque deveriam ser construídas ou duplicadas,

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localização das pistas, condições ambientais,desapropríações necessárias, dificuldades evantagens para realizá-las. E cada alter­nativa era minuciosamente discutida. Oproblema envolve um aspecto sobre o qualdiscutimos e estamos pensando muito. Afi­nal, queremos construir um novo aeroportometropolitano, justamente porque Congo­nhas está hoje no centro da cidade. híper­trofiado e hípertrortando. Mas, será quelogo mais Ournbíca também não estará hi­pertrofiado e hípertrofíando a cidade?"("O Estado de São Paulo", de 12-1-75).

COerente com essas apreensões passadas,S. Ex.a, já Governador, corno- uma de suasprimeiras medidas de administração, de­terminou à sua- assessoria técnica proce­desse à revisão dos estudos feitos, de loca­lização desse aeroporto em Cumbica, tendoem vista, principalmente, a questão socialsuscitada com a iminente desagregação deuma comunidade de cerca de 30.000 pes­roas, mercê da desapropriação daquelaárea, já determinada por decreto do go­verno anterior.

Começa bem S. Ex.a, enfretando combom senso uma questão que, evidentemente,transcende os limites das necessidades téc­nicas e econômicas - do 'país que o sejam- para atingir danosamente o que de maisprtorítàrío e precioso existe: a comunidade,o homem.

Por outro lado, não é outra a atitude queesperamos das digníssímas autoridades doMinistério da Aeronáutica - S. Ex." o Sr.Ministro Ararípe Macedo, à frente - aquem compete, em instância final, decidirsobre a localização desse aeroporto.

Eu, pessoaímente, estou convencido deque Oumbíca não é llc melhor escolha paraesse empreendimento. Parque, além de to­dos os argumentos que recolheu de eminen­tes personalídades da técnica e da ciência,ainda encontra os seus próprios argumen­tos, vindos da circunstância de que é mo­rador da região de Cumbíca - embora nãovenha a sei: diretamente afetado, se o aero­porto for efetivado naquele sitio - e, prin­cipalmente, representante nesta Casa doMunicípio de Ouarulhos, de onde recebeuum mandato e, mais que isso, a responsa­bilidade de defender os melhores interessesdaquela comunidade.

E este trabalho, que agora concluo, pre­tende ser apenas um convite à reflexão,para que nossas autoridades, a quem estáafeta a questão aqui posta, bem possamdecidir, presentes o humano e o social queela indubitavelmente encerra.

O SR. OSWALDO ZANELLO - (Pronun­cia o seguinte discurso.) Sr. presidente, Srs.Deputados, o sempre vigilante e combativo"O Estado de São Paulo" trouxe, em suaedição dominical de 23 de março findo,substancial artigo do jornalista Rafael 01­fuentes analisando as inconveniências queadvíríam com a implantação do divórcioem nosso Pais. A argumentação que desen­volve, de modo seguro, merece ser registra­tia nos Anais da Casa, para que todos pos­sam sentir que parcelas significativas dopensamento brasileiro insurgem-se contraa minoria que pretende solapar as basesde nossa ramílía,

O articulista desenvolve suas considera­ções apenas no campo natural, sem entrarem aspectos religiosos, demonstrando queo divórcio não é a verdadeira solução paraas crises matrimoniais. Acentua que o di­vórcio não é um problema que afeta só aocatólico, mas a todo brasileiro. "A índísso­lubilidade do vínculo matrimonial ou a nãopermissão do divórcio não representa ape­nas uma característica do matrimônio ca­tólico, mas do matrimônio natural Assimcomo afirmamos, por exemplo, que o homí-

cídío ou o aborto devem ser reprovados pelaIegfslaçâo independentemente do credo re­ligioso de quem o provoca, porque é umcrime contrário ao direito natural, ísto é,ao direito mais essencial gravado não jánas leis mas no próprio coração humano,de forma análoga poderemos dizer que odivórcio é uma anomalia que afeta não so­mente a família católica, mas a familiabrasileira, porque desvirtua o matrimônionatural, comum a todos os homens e atingea célula mater de toda a sociedade". Esseentendimento é o de homens de ciência,de renome universal, tais como Comte,Hume, Kant, Hegel, Loisy e Durkheim. Mor­sell,.i concluiu, depois de longa argumenta­ção de caráter puramente naturalista: "Porestes motivos de índole não mística, nemreligiosa, nem teológica, nem moral, masde índole positiva, sociológica sou levadoa considerar o divórcio como 'um' regressono caminho da seleção humana".

Essa linha de argumentação é reforçadacom o seguinte desenvolvimento: todosconcordam que, sem a educação, a geraçãoe um ato imperfeito. Mais ainda: funesto."A.~im como o organismo prepara o em­!JrIao humano para o parto biológico deIgual modo o recinto familiar prepara ~ fi­lho para o que poderíamos chamar o partosociológico, isto é, a entrega à sociedadeglobal de um homem, no sentido cabal dapalavra, fisica e psicologicamente amadu­recido." E essa tarefa educadora da tamí­11'a deve realizar-se integrando em um prin­cípio educador único a influência femini­na e masculina, exercida cada uma delascom suas caracteristicas próprias: a auto­ridade e a disciplina paterna e a ternurae dedícação materna. Tarefa laboriosa eprolongada conquista que reclama a esta­bilidade e permanência deste processo edu­cador integrado.

Acrescenta Rafael Cifuentes que existeuma causalídade direta entre o divórcio ea deli~qüência juvenil: na Bélgica, 80%dos delinqüentes pertenciam a casais sepa­rados ou divorciados. O Instituto de PolíticaCriminológica de Moscou constatou que 90%dos delinqüentes infantis provinham de fa­mílias desunidas.

Augusto Comte, em seus estudas. chegouà rormulacão de uma lei que domina todaa biologia animal: a maior ou menor esta­bilidade da união dos sexos' é' determina­da pela duração das necessidades do de­senvolvimento da prole. A estabilidade faz­se quase absoluta nas espécies animais queguardam maiores semelhanças biológicascom o homem. COmo são os primatas e osgibões Conclui. 'depois de suas pesquisas,que a permanência do vínculo conjugal éuma prerrogativa característica da espéciehumana.

A permanência da união conjugal, se­gundo WeBtermarck, aparece como um tra­ço peculiar ao longo da linha hístóríea doscostumes, da literatura e das normas jurí­dicas: nos povos primitivos tanto mais doque nos povos civilizados. De uma formaímnlíclta ou explícita, todas estas maníres­tacões da vida humana proclamam que sóhá uma forma digna de declarar o amor Ee esta: amar-te-aí até à morte. O que sairdaí poderá chamar-se tendência, gosto,prazer, vontade, mas não amor. no sentidoprofundo que. esta palavra encontra no' co­ração humano. Porque, quem se contenta­ria em ouvir uma declaração como esta:amar-te-eí, até os 30 anos: amar-te-eí atéque conserves teus atrativos; até que mesejas útil ou agradável?

Tolas e ínsubsístentcs são as assertivasdivorcistas de que o divórcio viria a ser oremédio que possibilitaria solucionar os ca­sos anômalos: permitiri.a o surgimento deum verdadeiro amor, em segundas núpcias.

Este modo de argumentar é aparente­mente convincente, mas no fundo é um en­gano. Porque o divórcio não pode ser eon..síderado apenas como um remédio para so­lucíonar um número isolado de casos. Eleopera, pelo contrário, uma verdadeiratransmutação de valores, desvirtuando ainstituição matrimonial toda.

Não é cabível aceitar-se o divórcio comomedida para resolver' o desajustamentoocorrido depois que este tenha acontecído,porque o divórcio inocula os bacilos da de­sintegração antes do casamento e duranteo desenvolvimento do mesmo. Diriamos,com a frase certeira de Comte: "A possi­bilidade do divórcio provoca-o".

E o jornalista Rafael Cifuentes, com aclareza de raciocínio que tem faltado amuitos, esclarece: "Enganosa é a alternati­va posta em debate - é melhor o divórcioou o desquite? A pergunta deve ser outra:qual é a solução melhor - o divórcio ou aíndíssolubilldade, com a possibilidade dodesquite?

Não cabe, todavia, uma exceção à lei?Sim. Mas quando esta deturpa a regra,quando a aparente solução provoca mil PJ;o­blemas piores, essa exceção passa a ser sub:"versão. '

Não estão dizendo as estatísttcas que, seo Brasil tem muitos desquitados, a soluçãonão está no divórcio, mas no fortalecimeh­to da tamíha? Não nos estão gritando que,se nos doem os conflitos dos filhos de paisdesquitados, não podemos multiplicá-los pormil, aumentando os lares separados COJ:)l,~íntrodução do divórcio? ,

Clóvis Bevilacqua dizia que "a díssolubã­lídade é, muitas vezes, um incentivo paraa dissolução". Paulo Sé vai mais longe, aodeclarar: "Mesmo que o divórcio, de inicio,fizesse felizes os lares mal unidos, seria in­justo porque íría causar, no futuro, a in­felicidade e a desunião de um maior núme­ro de casais."

E, com raciocínio írrespondível, o bravojornalista completa seu artigo com a afir­mação: "O nervo da argumentação dívor­císta reduz-se a permitir aos esposos umnovo casamento para que não vivam emconcubinato ou não cometam adultério . .Is­to equivale a dizer que quando os homensfazem algo de imoral, é preciso legalizar es­se ato para que perca a aparência de de­sordem social. Mas se temos em conta queexistem muitas pessoas casadas que têmuma amante, por que não autorizar a bi­gamia?"

Estamos de acordo, Sr. presidente, comos conceitos de Rafael Cifuentes. E, comoele, achamos que o divórcio não é uma so­lução, é um sintoma de fraqueza. Se o di­vórcio foi legitimado em tantos países, nãofoi pela força de suas razões, mas pela fra­queza da sociedade. É a fraqueza que aco­lhi benignamente, a fraqueza para multi­plicar, num galopante circulo vicioso, aprópria e mortal fraqueza.

A familia brasileira tem suas mazelas,mas é forte. Não abramos as portas à con­taminação exterior. Combatamos as nossasbactérias. Reforçemos as' defesas naturaisdo nosso organismo jovem. Revigoremos,através de um trabalho profundo de forma­ção, as raízes dos nossos próprios lares, pa­ra que possamos, alegres e confiantes, man­ter Intacta a família brasileira.

Este pronunciamento,. Srs. Deputados,contém apenas razões naturais contra o di­vórcio. Em outras ocasiões analisarei asquestões religiosas. Mas, tanto em uma co­mo em outra áreas, verificamos que o di­vórcio não atende às necessidades da fa­mílía e, pois, deve ser arastadc.

Abril de 1975

O SR. NEREU GUIOI - (Pronuncia oseguinte díscurso.) Sr. Presidente, sra.Deputados, no momento em que Q Sr. Mi­nistro das Minas e Energia se prepara paraentregar a S. E~a o Sr. Presidente da Re­pública Q novo Plano de Eletrificação Ru­ral, queremos elevar nossa VQZ perante oParlamento, a. fim de aplaudir a medida.

Também apoiamos o II Plano Nacional deDesenvolvimento através do qual se preten­de aumentar em 114% os investimentos nopróximo período, em relação aOE já exis­tentes.

Aplaudo, por outro' lado, o Sr. MinistroShigeaki Ueki pela feliz e necessária ini­ciativa de levar ao homem do campo osbenefícios da eletricidade, os quais provo­carão reformas profundas no meio agrí­cola.

A fixação do homem nas atividades ru­ríeolas está a depender de que se leve aocampo não só o conforto da eletricidade,mas basicamente que se desenvolva proje­tos básicos na agricultura.

Fala-se muito em problemas urbanos, osql}ais evidentemente não podem ser despre­zados, mas em boa hora volta-se o Gover­no Federal para. investir no meio rural,no setor energético, a fim de garantir a for­mação de uma sociedade rural que possaacojnpanhar todos os avanços da tecnolo­gia moderna.. Leio, Sr. President~ e Srs. Deputados, por

ser oportuna, a noticia inserida no CorreioBrazifiense, na edição de domingo, dia 6 deabril de 1975, na página 12, sob o título"Eletrificação Rural com Maior Dinamis­mo":

"Contrariando algumas áreas do setorenergético até mesmo políticas, o Mi­nistro Shigeaki Ueki, das Minas e Ener­gia, deverá levar ao Presidente Geisel,nos próximos dias, o novo Plano de Ele­trificação Rural, destinado, segundo sepreconiza, a. provocar reformas profun­das 110 meio agrícola.O Plano que deverá ser acompanhadode algunS.as normas relativas às condi­eões de financiamento e captação ·derecursos para sua implantação, preten­de, de acordo com os objetivos propos­tos, ao mesmo tempo, levar ao homemdo campo os beneficios de eletricidade,privilégio quase que exclusivo das po­pulações urbanas, e servir de base paratirar a sociedade rural brasileira do seuprtmarísmo econômico, que, apresenta,em algumas áreas, resquícios de rela­ções de produção medievais.As autoridades do Ministério das Minase Energia estão convencidas de que, umprograma de eletrificação rural não temcondições de se autofinanciar, comoquerem muitos, e que os seus frutos se­rão colhidos a longo prazo. Importa di­zer que, se o Governo não pretende.sub­sídíar a sua implantação, as condiçõese prazos de financiamento deverão fugiraos procedimentos financeiros regula­res, devendo o Governo mostrar ampladisposição de aceitar, parcialmente, atémesmo como "fundo perdido", algunsínvestímentos.O conceito de "fundo perdido", segun­do um técnico do Ministério das Minase Energia, é também muito relativo seconsiderados os benefícios globais, dire­tos e indiretos, dos investimentos nessaárea. .

Há que compreender - observa o téc­nico - que a eletrificação rural é ca­paz de, por si só, alterar profundamen­te as condições de vida do homem docampo e a economia agrícola. A ener-

DIARIO )[)O CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

gla relétríea - frisa - poderá provocarum fluxo de homens e bens de capitalpara o meio rural, que não podem ja­mais ser avaliados numericamente.Embora pequena, o projeto encontradentro do próprio Ministério das Minase Energia uma certa oposição. Defen­dem alguns técnicos que a eletrificaçãorural deve ser, necessariamente, inte­grado a um plano global de desenvolvi­mento para o meio rural que envolvadesde a expansão do número de salasde aula, preparação do agricultor, atéum sistema de distribuição de corretivose adubos, serviços de saneamento bási­co, irrigação, distribuição de sementes,assistência téeníeo-fínanceíra para aprodução - não só aos grandes proprie­tários - e 1J,m fluxo comercial equili­brado.Aí está localizado um dos pequenos, seassim pode ser considerado, eonfütosdentro dos projetos de eletrificação ru­ral, que, para um outro grupo, só po­deriam alcancar os efeitos desejadosatravés de uma ampla' reforma da es­trutura e não da infra-estrutura agrá­ria brasííeíra;'A outra corrente é a "financista", re­presentada por uma parcela significa­tiva de técnicos da ELETROBRÁS, queinsiste na necessidade de a empresamanter seu atual nível de crescimentoflnnnceiro, e através dos reinvestimen­tos constantes, ampliar, gradativamen­te, sua presença no campo, onde os in­vestimentos não apresentariam umarentabtüdade míníma razoável.O Plano de Eletrificação Rural que estásendo concluído no Ministério das Mi­nas e Energia incorporando cuidadosa­mente algumas das diversas variáveisem conflito, de maneira que não che­guem a prejudicar a sua implantação.Procurando manter alheio em relaçãoàs dívergêncías, que envolvem desdeaprofundamentos de ordem política, atéinteresses reconhecidos, o Ministériodas Minas e Energia deverá detínír,brevemente, seu projeto.É possível, não se sabe ainda, que suaimplantação não seja ínícínda pelas re­giões menos empobrecidas, mas poraquelas que apresentem condições deautodinamizar, expandindo-se, em se­guida, gradativa e o mais rápido possí­vel, para as demais áreas. As iniciativascooperativas e algumas, do caráter par­ticular desde que apresentem viabili­dade econômica terão o apoio técnico efina nceiro do Governo."

Santa Catarina, meu Estado, constituídode minifúndios com pequena transição ru­ral urbana, necessita de uma política pro­tecionista no setor de eletrificação rural,com inversão de investimentos, mesmo afundo perdido, mas que ssrvírão para for­talecer a constítuícão de uma sociedade ru-ral. - ,

Nosso apelo e nosso aplauso se faz emconsonância com todos os municípios deSanta Catarina mas particularmente pelosmunicípios de' Araranguá, Sombrio, SãoJoão do Sul, Praia Grande, Turvo, JacintoMachado, Meleiro, Criciúma, Içara, NovaVeneza, Siderópolis, OrIeans, trrussanga,Jaguaruna, Treze de Maio, Grão-pará, La­guna, Pedras Grandes, Tubarão, Rio Fortu­na, Braço do Norte, Maracaj á e Imbituba..

O SR. RUY CõDO - (Pronuncia o se­guinte díseurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, quando se serve à Pátria, não hájovens nem velhos, não há profissões de fé,e não há credos político-partidários. Há,sim, um País que necessita do trabalho, daajuda e do esforço de todos os filhos.

Sábado 1% 1397

Refiro-me, Sr. Presidente, à luta que oPrefeito da Cidade de São Paulo, ProfessorMiguel ootasuonno, vem realizando em-prolda Capital. Os ,paulistas sabem que o Pre­feito Miguel Colasuonno foi chamado aocargo, em substituição ao Prefeito Figuei­redo Ferraz, quase que numa Improvísaçâo,num mandato tampão, Apesar do pequenotempo, muito fez. Adentrou as portas daPrefeitura como técnico em Economia e a.deíxa como humanista com larga experiên­cia politica. Fez planos sobre tudo, mor­mente sobre as áreas verdes, dando, assim,fisionomia diferente à cidade, pois São'Paulo é uma cidade mumana onde o ho­mem, centro do Universo, sempre estevemarginalizado. São Paulo se sufoca com afalta de tuno, com o problema do menorabandonado, com a crimlnalídade que cam­peia livremente, com as deficiências deabastecímento, transportes, saúde etc.

S. Ex." dá uma demonstração de que, paradirigir uma cidade do porte de são Paulo,é necessário possuir atributos técnicos, aolado de atributos humanos e políticos.

Os atributos humanos, o Prefeito Cola­suonno procurou enfatizar no dia a dia, emcontaeto com o povo e na solução dos seusmagnos problemas, mostrando ao País queSão Paulo mais necessita do Brasil do queo Brasil de São Paulo, pois são onze milhõesde brasileiros que ali vivem, na GrandeSão Paulo, com problemas que estão a de­safiar os governos. No campo político,S. Ex.a respondeu à revista Veja dizendoque há necessidade do seu desenvolvimento,acreditando mesmo que a "Política Brasi­leira certamente será resolvida nos termosclássicos da política, isto é, com Direita.Esquerda e Centro".

Cumprimento, desta tribuna, o PrefeitoMiguel Colasuonno, que, no apagar das lu­zes do seu mandato, através de entrevistade cunho polítlco, mostra ao seu Partidouma verdadeira bandeira, a do pluriparti­darismo, pois só com ela o setor políticobrasileiro atingirá seus objetivos.

Leio, para que c conste dos Anais destaaugusta Câmara, a referida entrevista, con­cedida pelo Sr. Miguel oolaeuonno à revistaVeja n.? 344, deste mês:

"Quando começou a discutir com seusassessores os planos administrativos'para a cidade de São Paulo, MiguelColasuonno - então um jovem econo­mista de 34 anos - costumava com­parecer às reuniões de seu grupo detrabalho dirigindo uma motocicleta.Honda-75D - e exibia capacete e blusade couro, como convém a um "moto­queiro" paulistano. Dezoito meses de­pois, um pouco mais gordo e envolvidopelas obrigações protocolares do cargode prefeito, ele abandonou tão perigosohábito. Mesmo porque, às vezes, lrreco­nhecíveí, fugia ao alcance da. atentavigilância de seu esquema de segu­rança, Contudo, ainda insiste em sair,

-com os cinco filhos, nos fins de sema­na para "dar um passeio de metrô",seguindo o exemplo de muitos milharesde paulistanos desde que foi Inaugura­da, há dois meses, a primeira linha dosubterrâneo.

Essa integração aos costumes da cida­de nlostra coerência COnl as opções es­colhidas por Colasuonno em seu tempode prefeito da maior cidade brasileira,posto que se prepara agora para deixar.Colocando de lado os viadutos e elevá­dos, que marcaram as admínístracõesde seus antecessores (quase todos enge­nheiros), ele preferiu desenvolver "umasérie de propostas de melhoria da qua­lidade de vida urbana". como define

1398 Sábado 1:2 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Abril de 1975

seus projetos dé aproveitamento dasáreas verdes da cidade e a ênfase dadaaos problemas de saneamento e à im­plantação do sistema de transporte demassa.Integrante da geração de técnicos que,nos últimos dez anos, foi convocadapara cargos antes reservados, exclusi­vamente, a políticos de carreira, Cola­auonno é, no entanto, um apaixonadopela política desde os tempos de uni­versitário. E não pretende esquecê-la,'mesmo agora quando já aceitou o con­vite para assumir a eoordenaeão deprojetos especiais da Secretaria doPlanejamento em Brasília. Essa inten­ção ele a deixa clara nesta entrevistaem que chega a formular solucões po­titicas originais para o partido do go­verno.

VEJA - O que o prefeito de São Paulotem para levar a Brasília, em termosde experiência política?COLOSUONNO - Creio que a licãopolítica maior que extraí desse tempoem que administrei uma cidade comcaracterístíeas extraordinárias - masnão impossíveis - como São Paulo, eque conseqüentemente íreí legar parao planalto, é a de que o esforço do de­senvolvimento brasileiro se concentra,cada vez mais, nas grandes cidades. Emconseqüência disso, nelas também devepassar a ser concentrada a atividadepolítica das agremiações partidárias.Especialmente a do partido. do gover­no, ou seja, a ARENA. Porque na ver­dade 80% da população brasileira, nospróximos dez anos, deverão estar vi­vendo nas grandes concentracões urba­nas. Portanto, a solução de problemasde desenvolvimento urbano pelo Go­verno, a melhoria da qualidade de vidadesses 90 milhões de brasileiros que en­tre '1980 e 1985 estarão habitando asgrandes cidades, é uma excelente ban­deira polltica para a ARENA. Umabandeira que ainda não foi desfraldada- e que não mereceu a justa atençãodos políticos arenístas,VEJA - Essa·falta de percepção é sen­tida só na área política?COLASUONNO - Creio que sim. OBr~sil, hoje, na administração Geisel,mars do que nunca acordou para a ne­cessidade do desenvolvimento urbanocomo tese nacíonal. Os resultados po­rém, só têm sido sentidos do ponta devista econômico e social. Politicamen­te, essa necessidade não foi percebida.E prova disso é que, nem novembroúltimo, ainda prevaleceu a clássica 'sub­divisão no resultado das eleições: nascidades perde o Governo e no campono interior, ganha o Governo. Ess~.subdivisão é comprecnsíevl porque o fe­nômeno da industrialização e o aumentode concentração de massas nas grandescidades geram uma necessidade perma­nente de rápidas - e nem sempre pos­síveis - soluções e um .eonseqüentegrau de insatisfação e de ansiedade porparte dessas massas, que se reflete nosresultados eleitorais. Por tudo issoacredito que o nartãdo do Governo de~veria atentar cuidadosamente paraessa nova bandeira política, que seriauma arma eleitoral eficiente e indis­cutivelmente atualizada.

VEJA - O senhor acredita que usandoessa arma a ARENA poderá inverter osresultados eleitorais francamente des­favoráveis ao Partido do Governo nasgrandes cidades, nas últimas eleições?COLASUONNO - Não tenho dúvidasde que os objetivos urbanos - econô-

micos e principalmente socrats - queO Governo pretende alcançar atravésde uma ação coerente e de grandes in­vestimentos devem gerar frutos políti­cos. Mas temos que ter, também, aconsciência clara de que a maior partedesses programas - :m pelo menos asmais expressivos - é de resultados demédio e longo prazo. Portanto, a curtoprazo, para a ARENA, como bandeira,somente a ênfase na urbanízacâo talveznão seja o suficiente. >

VEJA - Qual serra o sentido político,e não meramente eleitoral, de sua pro­posta?COLASUONNO -\ A essência desse te­ma indiscutivelmente é o homem ­centrá das decisões polrtícas do gover­no e em função do qual se movimentatodo o processo de desenvolvimento noBrasil: E creio que aqui cabe um exem­plo: se nós conseguirmos resolver sa­tisfatoriamente, nas capitais, o proble­ma do transporte de mass-i, segura­mente estaremos atingindo o âmago daquestão. O problema do tráfego nas,grandes cidades, hoje em dia, é trau­matízante. Então, se nós resolvêssemosproblemas como o transporte de mas­sa, nós estaríamos devolvendo uma sé­rie de horas de lazer ao homem. E oestaríamos devolvendo à sua família.Da mesma forma o saneamento básico.Atacando-o decidídamente, nós esta­ríamos diminuindo, por exemplo, o ín­dice de mortalidade infantil. E, porsinal, esses seriam os dois setores ondeo investimento do Governo, em termospolíticos, tería reflexos imediatos.VEJA - Como o senhor espera que oenfoque político principal do partido doGoverno seja" deslocado para os proble­mas das grandes cidades, quando ele éformado, em sua maioria, por políticoscom bases eleitorais no campo?C0LASUONNO - É preciso ter cora­gem de enfrentar essa realidade e mu­dá-la segundo as necessidades do mo­mento. É preciso que o Partido do Go­verno OCupe os espaços vazios nosgrandes centros urbanos e até conquis­te os já ocupados pela oposição. E issosó será possível com novas lideranças.VEJA - Mas isso não significaria, naprática, o fim da ARENA? Ou seja,essa ARENA com novas lideranças ur­banas não seria um novo partido?COLASUONNO - Tenho duas respos-'tas para esta pergunta. A curto prazoeu diria que o que pretendo é adicionaruma nova bandeira para o mesmo par­tido. A longo prazo, porém, acredito quea nova perspectiva política brasileiracertamente será resolvida nos termosclássicos da política. Isto é, com direi­ta, esquerda e centro.VEJA - Aceita, então, o fim do bípar­tidarismo atualmente existente?COLASUONNO - Eventualmente, coma perspectiva.de criação de outro tipode bípartídarísmo ou poli partidarismo.Não tenho uma visão muit» clara decomo irá desembocar tudo isso daqui adez anos. Mas seguramente nós preci­samos pensar que, a médio prazo, de­veremos ter, cada vez maís, consciên­cia doutrinária para os par'tldos polí­ticos.VEJA - MDB e ARENA' são, na suaopinião, partidos provtsóríos?

COLASUONNO - São partidos que re­presentaram uma fusão de um con­junto de cerca de catorze partidos emduas áreas. Mas que não representam,

no meu entender, todas M diferençasde pensamento político no atual mo­mento .brasíleíro,VEJA - Acha, então, que todas as cor­rentes políticas de opinião existentesno Brasil deveriam estar representadasna vida política da Nação?COLA.SUONNO - Se possível, sim.Contudo eu não acredito que isso sejatecnicamente viável. É impossível com­patibilizar um processo político commais de três ou qua tro partidos. ''VEJA - Além da necessidade de aARENA encontrar uma nova bandeira,as eleições recentes não deveriam levarà reflexão também o governo, no sen­tido de que este precisai ía realizar. cer­tas modíücações institucionais, umavez que a necessidade dessas transfor­mações teria sido manifestada nas ur­nas pela votação maciça obtida peloMDB?COLASUONNO - É evidente que doponto de vista de reflexão política, asúltimas eleições nos fazem pensar queexiste uma ansiedade na- população poruma participação maior no prccessopolítico e no processo decisório. Isto é,desenvolvimento econômico é uma eta­pa, um caminho para se atingir umdesenvolvimento social e polítíco. Osprimeiros dez anos de Revolução! pra­ticamente configuraram com muita ni­tidez que o Brasil é viável economica­mente. Agora nós estamos diante deum fato onde temos que provai quesomos viáveis também social e politica-mente. .

VEJA - Quais seriam suas sugestõesde aperfeiçoamento institucional parao País?

COLASUONNO - Sem querer me apro­fundar muito na matéria, parece-meque a própria criação dos conselhos deassessoria, pelo Presidente Geisel, éuma forma de autoümítaçãc no quadroinstitucional vigente. Na área econômi­ca, atraves do Conselho de Desenvolvi­mento Econ:Jmico. Na área social atra­vés do Conselho de DesenvolvimentoSocial.,E, com a futura criação do Con­selho de Desenvolvimento Políticotambém se pretende trazer, para den~tI'O do processo decisório do Governocomo um todo, uma diluição de pode~res que aliás significa um aumento decor.senso para a decisão do presidente.Na verdade, esta é a escalada para oencontro de um futuro modelo político.VEJA - Mesmo assim existem setoresdo MDB --, como o senador gaúchoPaulo Brossard deixou claro em seuúltimo discurso - que consideram im­possível qualquer progresso institucio-nal sem o fim do AI-5. . . I

COLASUONNO - Aí me parece que oSenador Brassard exagera. O que estáse objetivando no Brasil não é pura esimplesmente discutir a ínstrtuícão bra­sileira, mas sim o desenvolvimento co­rno um todo: social, político e econômi­co. E o AI-5 seguramente pode ter sidouma espécie de um dique para o pro­cesso político. Mas não o foi para o de­senvolvímento econômico e social.VEJA - O senhor acha que a áeiçãode 15 de novembro prejudicou ol} aju­dou a distensão politica pregada peloPresidente Geisel? 'COLASUONNO - Seguramente"favo­receu, no sentido de obrigar realmentea sociedade brasileira, que estava aco­modada como um todo - e a classepolítica em particular -, a ter de to-

Abril de 1975

mar uma atitude e atuar em favor dacausa, levantando bandeiras novas eoriginais.VEJA - As bandeiras acenadas pelosarentstas nas últimas eleições teriam.sído pouco originais?'COLASUONNO - Dou meu testemu­nho pessoal: nos últimos meses da mi­nha admmístraçãó, em São Paulo, par­ticipei ativamente da campanha elei-

. toral e verifiquei que eontínueu predo­minando, entre os políticos, uma preo­cupação muito maior pela política declientela, uma política de curtíssimosprazos, de pequenos problemas, em de­trímento das grandes causas, das gran­des bandeiras. A preocupação maiorentre os arerrístas foi pelas transferên­cias de uma posição pela outra; pela

'garantia de um cabo eleitoral; pelo as­·lfaltamento de meia rua; pelo empre­guísmo dos correligionários. Uma ban­deira muito minúscula diante dos can­didatos do MDB que utilizaram umabandeira institucional muito poderosa.VEJA - Então, pode-se chegar à con­clusão de que o MDB é conseqüente­anente, o partido ideal no momento po-·,mico brasileiro? . .'COLASUONNO - O MDB está munaposição mais cômoda. Criticar é fácil.Mas, se nós invertêssemos as posições epuséssemos o MDB no governo, ele tam­ebém não resolveria da noite para o dia,:por exemplo, o problema da redíatrlbuí­'.~~o da renda. Porque a redistribuição'\'1'a renda' não é um milagre. :li: conse­.qüêneía de um esforço majestoso de to­da uma economia que, depois de pro­duzir, redístríbuí.VEJA - O senhor acredita que os polí­ticos que atualmente exercem somentecargos legislativos - deputados e sena­dores - voltarão a ter influência na.políttea propriamente dita? Ou seja,.na condução dos destinos do país?'cOLASUONNO - No momento o Brasil'vive uma fase de grande transição po­'iítica e administrativa. Porque de umlado nós temos os chamados políticos'da velha guarda, do outro, administra­;etores que aos poucos vão se' tornan­do políticos, pelas decisões que são obri­

'gados a tomar, e ainda temos os pclítt­cos jovens, que já começam a atuar nas'parlamentos. Assim, acredito que os po­'JitICOS capazes terão condições de de­cisão no pais.,VEJA - E o senhor como se enqua­draria: como um político jovem ou co­

.mo um administrador que está tomando,ttecisões políticas? .COLASUONNO - Acredito que na se­gunda hipótese, e que posso, até, metransformar num politico.

VEJA - O senhor reclamou que os po­líticos teriam de certa forma prejudi­cado não só as eleições como tambéma máquina administrativa com um tipode ação de clientelas. E as elites econô­micas urbanas tiveram algum tipo de.atuaçâo nociva durante sua adminis­tração?.COLASUONNO - Sim, elas demonstra­.rarn, por exemplo, uma preocupaçãomuito grande em relação aos problemasde caráter de ocupação do solo. E pa­receu-me que agora é chegado o mo­mento de conscientizar cada vez maisas elites econômicas nas grandes cida­des de que existe um macroproblema,urbano que deve preppnderar sobre asmícroquestões.''VEJA - Ou sobre os mtcrointeresses?

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçiio I)

COLASUONNO - Ou sobre os micro­interesses. Claro que não estou invali­dando o direito .indívidual de cada um,em termos de propriedade. Mas é ne­cessário conscientizar as elites de que épreciso concilíarja magnitude dos pro­blemas das grandes cidades com os in­teresses individuais. E, durante a mi­nha admínístração, houve certos pro­cessos de pressão nitidamente confli­tantes com o interesse geral. Por exem­plo: a fixação de uma indústria às mar­gens da represa Billings, um dos reser­vatórios de água de São Paulo, é umflagrante conflito entre o interesse in­dividual e o coletivo. Ê uma incoerênciade política urbana inaceitável.

VEJA - O senhor diria que a falta decontinuidade administrativa é um gran­de mal ao desenvolvimento das grandescidades?COLASUONNO - Sem dúvida. Partin­do-se do pressuposto - como já disse­mos - de que desenvolvimento urbanoé um processo de médio e longo prazo,e considerando-se um outro pressuposto- de que existem alternâncias periódi­cas no poder -, há sempre o risco dese perder a linha do desenvolvimento,desde que não haja um SIstema de pla­nejamento bem estruturado e que dêcontinuidade a todas as etapas do pro­cesso. Entác. eu, diria que, para não seperder administrativamente toda a lí­nha de desenvolvimento. é muito im­portante que se tenha unia estrutura, deplanejamento muito bem fundamenta­da.VEJA - Considerando-se que o trata­mento político é inevitável nas mudan­ças de cargos de prefeitos e governado­res, e que nestas mudanças freqüen­temente o processo de desenvolvimentotem sido fragmentado, qual seria a for­ma de se garantir a continuidade admi­nistrativa?COLASUONNO - Talvez utilizando umtermo forte demais, eu diria que o ma­chismo política, no meio brasileiro, é ex­tremamente danoso à continuidade dosproj etos básicos. Claro que as alteraçõesde prefeitos ou governadores - para fi­car nesses dois níveis - e dos secretá­rios são normais, e até desejáveis. Masos demais escalões da administraçãonão podem ser permanentemente tu­multuados. E, no memento, este é oprincipal fator de descontinuidade. poroutro lado, acredito que a própria posi­ção, hoje em dia, da Secretaria do Pla- .nejamento, constituída como secretariageral da presidência da República, ense­[a que as experiências consolidadas emterm os de continuidade administrativaDO âmbito federal possam ser transmiti­das aos Estados e aos municípios.VEJA - Como prefeito de São Paulo osenhor esteve inúmeras vezes em Brasi­lia. Por quê?COLASUONNO - Eu usei muito umajustificativa para essas viagens: é im­portante governar a cidade de São Pau­lo de costas para ela. Nós vendemosmuito a realidade brasileira para SãoPaulo, mas não é fácil vender a realida­de de São Paulo para o governo. E, doponto de vista urbano, creio que agicorretamente indo sempre a Brasília.Porque eu ia mostrar o quanto o gover­no tem de se preocupar com as grandesconcentrações urbanas e humanas.VEJA - Trazer as atenções do gover­no para São Paulo significa mostrar aele Que, na verdade, São Paulo é umacidade pobre?

Sábado 1~ 13,.

COLASUONNO - Do ponto de vista dodesenvolvimento urbano, São Paulo re~

almente se constitui num problemamuito grave para o Brasil Aqui vivempraticamente 11 milhões de brasileiros,ou seja, 10% do total da população dopaís. E vivem desassistidos de todas asnoções básicas de saneamento: 60% dacidade ainda não tem esgotos ou água.Assim, ir ao governo federal, e trazê­lo para são Paulo, não significa esten­der o chapéu e pedir esmola para a ci­dade. Mê-S, sim, ajudá-lo a entender aproblemática que existe em 8'\0 Paulopara que novas fontes de recursos sc­

. jam descobertas e, dentro do processoda redistribuição de renda da país, essapopulação carencíada sej a mais bematendida. Isso nãc vale apenas para SãoPaulo, mas para todas as capitais bra­sileiras - que têm problemas seme­lhantes.VEJA - Quais 0.; problemas principaisque o senhor teve como administradorda capital paulista?

COLASUONNO - Resumiria todos elesnum grande problema que atinge todasas grandes capitais brasileiras: a poli-

_ tíca .tributária nacional, que não dá c­cursos suficientes às cidades para queelas resolvam §eus principais proble­mas. Por iGSO é que costumo dizer queum prefeito tem um sono muito intran­qüilo. A populaçãc de uma cidade comoSão Paulo cresce em 400 000 novos ha­bitantes poi ano. Arredondando-se como calendârío, teríamos 365.000 novoshabitantes por ano, ou L 000 novos ha­bitantes por dia. Entãc, quando o pre­feito de :::.ão Paulo vai dormir, ele acor­da com os problemas de 1.000 novoseídadâo, a resolver - 300 dos quaisnascidos na própria cidade, durante oseu sono, e os restantes, imigrantes. Is­so sígnítícs, 200 novas casas a seremconstruídas, rio mínimo. Sem se falarem saneamento, transporte, lazer e .u­do o mais. Assim, todos os dias o pre­feito acaba tendo um. pesadelo."

O SR. WAI,TI~R DE CAS'.rnO (Sem revi­são do orador.) - Sr. Pree lderite, Srs. Depu­tados, é aflitiva e de abandono a situaçãodos estudantes da Universidade Estadual deCampo Grande, em Mato Lhosso. Há doismeses, os ·alunos que cursam a Faculdadede Engenharia estão sem as au.as das dis­ciplinas básicas deste semestre. No próxi­mo, terão eles matérias outras para cujoaprendrzadc é indispensável o conhecimen­to das constantes do programa do atual ae­mestre.

O Reitor daquela Universidade, Ilegal­mente reconduzido ao cargo pelo então Go­vernador Jose Fra!);elli, resolveu afastar vá­rios professores tituíares que prestavam co­laboração à Escola há maís de cinco anos,todos com currículos aprovados pelo Con­selho Federal êc Educação,

As medidas arbitrárias do Sr. Reítorprendem-se ao fato dto que aqueles pro­fessoras, quando membros do Conselho Uni­versitário, vetaram o nome de Sua Magni­ficência que figurava na lista de nomes aser encaminhada ao Sr. Governador paraescolha do novo Reitor.

Aqueles catedráticos foram exoneradostão-somente porque pretendiam o cumpri­mente da lei -11e vedava a recondução deSua Magnificência. EMa lei tem o mesmoespírito das que impedem de igual modo a,reeleição dos Presidentes das Casas Legis­lativas, bem como dos Prefeitos.

O injusto procedimento do Sr. Reitortrouxe sérios prejuízos aos alunos da Urií-

1400 Sábado I! DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção-I) Abril de 1975

versldade, que, pela circunstância de nãoestarem em ~ula, terão a conclusão do seucurso atrasada em um ano.

Apelamos, em face disso, ao Exmo. Sr.Ney Braga, Ministro da Educação, paraque não permita no setor da educação in­gerências po.íbícas dessa ordem, que pre­[údtcam enormemente a formação culturale técnica da juventude estudiosa do País.Certo do atendimento por parto de S. Ex."'aguardamos providências no sentido de sepôr cobro a esse estado de coisas naquelaUníversídade, cujos estudantes estão hojerelegados à própria sort-.

O SR. PINHEIRO MACHADO - (Pronun­cia o seguinte discurso) - Sr. Presidente,Srs. Deputados qualquer crescimento, nãosendo uniforme, torna-se pernicioso.

A economia de um pais é diretamenteproporcional à capaeíc.ade técnica e cultu­ral de seu povo. Um povo despreparadc , ãopode produzir e um pais sem produção nãotem economia a projetar, não tem condi­ções de promover o ritmo de crescimentoque corresponda à sua escala de neees-I­dades imediatas.

A ínteríortzação do ensino de nível supe­rior no Brasil víría, a nosso ver, comple­mentar toda a implantação de uma in­fra-estrutura capaz de. promover a ocupa­ção dos imensos espaços vazios existentese a viabilidade de seu aproveisamento eco­nômico.

Com um total de cerca de 1.400 estabe­lecimentos e quase 850 mil estudantes ma­triculados, o ensino superior no Brasil ain­da tem seu acesso limitado a um númerorestrito de jovens em idade escolar.

De modo geral, as escolas superioresacompanharam a tendência das concentra­ções humanas brasileiras e proliferaram nolitoral. A interiorização foi lenta, como len­ta foi até há poucos anos a conquista dogrande interior brasileiro.

Apesar da expansão- do ensino superiornos últimos anos, a relação entre os uni­versitários e o conjunto da população noBrasil ainda é bastante inferior à da Ar­gentína, por exemplo, que tem mais de 12estudantes de nível superior em cada milhabitantes, ao passo que esta proporção éInreríor a 9, entre nós.

O método ideal para se interiorizar o en­sino superior é a ampliação do número decampi avançados em todo o País, median­te levantamento prévio de condíçõesjocaís,técnica usada com sucesso pelo governo darevolução, evitando-se, por outro lado, aproliferação de certos tipos de faculdadesque irão ter, por muitos anos, elevado núme­ro de vagas ociosas.

No Piaui, além de dois campi avançados,um em Parnaíba, outro em Píccs, tivemosa experiência salutar de instalar, na Facul­dade de Administração de Par-naíba, a pri­meira unidade isolada da Universidade Fe­deral do Estado, no interior piauiense. O Es­tado do Ceará foi mais longe: dispõe deunidades isoladas instaladas em Sobral, Cra-.to e Iguatu, as quais vêm contribuindo con­sideravelmente para o processo de desen­volvimento de suas respectivas regiões.

Há, em todo o Nordeste, bem como no res­to do Brasil, a consciência de que as Uni­versidades devem servir como complemen­tos indispensáveis aos pólos de desenvolvi­mento, estendendo-se pelo interior, por in­termédio de unidades avançadas. A evoluçãodesse processo.jjonturío, ocorre morosamen­te, se comparada à evolução dos mecanis­mos de desenvolvimento econômico atual­mente acionados pelo Governo, tais como a

abertura de vias de integração e as tenta­tivas de fixação do homem à terra.

Em relação ao Piauí, consideramos damáior importância para o desenvolvimentodo Estado e para o início do aproveitamen­to dos grandes recursos do Vale do Parnaí­ba a instalação da Faculdade de Agronomia,na cidade de Floriano, como maís uma uni­dade avançada da Universidade Federal.

Floriano dispõe de uma infra-estruturaque a coloca como a segunda cidade do Es­tado, além de situar-se, estrategicamente,no limiar do Nordeste com a Amazônia.

A 868 quilômetros do litor-al, Floriano éponto intermediário na rodovia 'I'ransama­zõníca, cujo marco inicial é Picos, tambémno Pi;1uÍ. Através da PI-4 - a Transpiaui- interliga-se COm todo o Vale do Gurguéia,cujo aproveitamento agroindustrial o GDver­no Federal vem incentivando através degrandes projetos executados pelo Departa­mento Nacional de Obras contra as Secas,DNOCS.

carinhosamente apelidada de "Princesa doSul", pela influência econômica, política esocial que exerce em toda a região sul-pi­auíense, a cidade de Floriano conta atual­mente com uma população de 45 mil habi­tantes - 30 mil no perímetro urbano - euma densidade demográfica de aproxima­damente 12 habitantes por quilômetro qua­drado.

As perspectivas de desenvolvimento paraFloriano são excelentes, desde a construçãoda ,Hidrelétrica de Boa Esperança e a res­tauração da navegabílidade do rio Parnaí­ba.

Instalar uma Faculdade de Agronomia emFloriano seria adaptar o ensino às poten­cialidades agrícolas regionais, que estão aexigir mão-de-obra qualificada. Seria umcontrasenso estimular a agricultura na área,através de projetos de irrigação. sem se' criara ínrra-estrutura humana capaz de darcontinuidade à obra governamental, que en­volve consideráveis recursos.

. Esperamos que as autoridades examinemcuidadosamente a questão e adotem coma maior brevidade possível as devidas pro­vidências para a instalação da Faculdade deAgronomia de Florlano, inicialmente atravésda localização ali de um campus avancado,atendendo às aspirações da população deuma região que desperta para os seus me­lhores dias.

( O SR. MAGNUS GUIMAR.!íES (Pronunciao segulnte díseurso.) - Sr. Presidente e Srs.Deputados, os preços dos livros didáticos edas anuidades escolares continuam se cons­tituindo um problema que está a desafiara capacidade das autoridades responsáveispor esse importante setor da vida educacio­nal brasileira. A par disso, a existência sem­pre crescente de cursinhos pré-vestibular,entidades que funcionam paralelas às es­colas estão a esvasíar o conteúdo e a vali­dade do ensino ministrado nas escolas, ver­dadeiramente responsáveis pelo ensino nonosso País.

Efetivamente, todos os. anos sobem os pre­ços dos livros didáticos, do ensino funda­mental ao universitário. Os pais - comosempre - já não sabem como enfrentar' talsituação. Além das taxas, anuidades, unifor­mes e cadernos, ficam ao sabor de uma ele­vação sempre crescente nos preços dos livrosdidáticos. Mais ainda, todos os anos têm decomprar livros novos, os quais surgem emquantidade enorme no mercado, escritos pornovos autores, Sem que se conheça quais oscritérios que levam a escola ou os professo­res a adotarem este ou aquele livro.

Milhares e milhares de famílias todos osanos se mobilizam para encontrar recursose adquirir para seus filhos 00 livros neces­sários ao estudo. É inquestionável o extra­ordinário potencial de milhões de consumi­dores de livro didático. O mercado é certo.Inobstante isso, os preços - e já nem se falanas opções pelos livros - continuam a su­bir desordenadamente, descriteriosamente,prejudicando, cada vez mais, os interessesdos país dos alunos, dos próprios alunos, en­fim, do próprio País, pois muitos deixam deestudar, o que prejudica a Nação, a primei­ra a estar interessada na educação dos seusfilhos.

Algumas escolas se socorrem com as apos­tilas. Ai então o mal é maior, porque a edu­cação passa a ser de resumo, de sinopse,de síntese, o que positivamente frauda osprincípios mais elementares de aprendísa­gem, atenta contra os direitos autorais etorna deficiente o ensino no País.

A Câmara Braatleira do Livro, de sua par-te, assim se expressa quanto à apostila:

"Um puro e simples roubo, feito às ela­ras, sem que ninguém tome providên-cias." .

Somos dos que acreditam que a apostilamínímíza o trabalho intelectual dos autores,e limita o potencial intelectual dos estudan­teso Nada mais é a apostila do que uma ".in­dústría marginal" que está a víciax.cons­tantemente a juventude brasileira. Não de­vemos nos esquecer também de que a repro­dução total, parcial e, ou disfarçada de cqn­teúdo de livros cujos direitos são reserva­dos constitui infração contida no Código ~e­

nal Brasileiro. O mal não se limita apenasna exploração a que é submetido o autor,no seu trabalho, posto que não recebe a re­muneração por direitos autorais. O mal émuito maior, porque deforma o aprendiza­do do estudante, vicia-lhe a vontade e im­pede o pleno desenvolvimento das suas ~a-paeídades. '

Sobre os chamados cursinhos o que acon­tece 'é realmente incrível. Nem se discuteos preços, de tão exorbitantes, a ponto, ,de'serem quase tão ou mais caros que as anui- ­dades da escola. Vamos mais longe. Os C1l1r­sínhos são a prova evidente e insofísmávelde que o ensino, no Brasil, vai mal. SUPge­se que um estudante que complete 0,:;2.°grau esteja apto a enfrentar um vestibular.Mas não. Matricula-se num cursinho paragarantir sua vaga na Universidade. Mas oque a escola fez até então? Que tipo de en­sino foi ministrado? Incapacidade, ínsegu- .rança do aluno? Do professor? Da escola?A continuar essa situação exdrúxula e obtu­sa, totalmente inconseqüente, os cursinhosocunarâo ° lugar das escolas. E estas, o:quefa>rão?

O mais importante para uma Nação .quedeseja se afirmar pelo labor de seus filhos,pelas suas riquezas naturais e humanas, ée sempre será a educação. Os males aquiapontados devem ser reparados. Urge umesforço urgente e coeso a fim de que estasdistorções sejam corrigidas. Com a palavraas autoridades educacionais do País.

-, O SR. RUY BACELAR (Pronuncia o "se­guinte discursu.) - Sr. Presidente, Brs.Deputados, três razões maiores colocam oasfaltamento da BR-ll0, trecho Ribeira doPombal-Paulo Afonso, na Bahia, como umimperativo de nossa época:

A primeira prende-se à segurança nàcio­naI. Se não, vejamos: Paulo Afonso é, "porassim dizer, o pulmão do Nordeste. Seu co­lapso implicaria na paralisação de cerca de1/4 do território nacional e, apesar de ser

Sábado 12 1401Abril de 1975 DIARm DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

um dos nascentes, é um dos mais promisso­res parques industriais do País, mormenteapós a instalação na Bahia do complexo pe­troquími~á a eonsíderar ainda a hídro­elétrica de .I1o Afonso, propulsora das di­versas unidades da PETROBRÁS e do mo­derníssimo Parque Industrial de Aratu. Enão se pode assegurar a defesa das turbinasque movem o Nordeste, sem um complexosistema viário, capaz de propiciar a rápidae eficiente chegada de reforços. O exem­plo do Orferrte Médio aí está, com Israelconstruindo excelentes vias de escoamentode suas tropas, em quase todas as direções.

A segunda grande razão é a eccnôrníca.Na crise atual de combustíveís, todos os re­cursos energéticos devem ser poupados, nãose compreendendo que, por não se construir180 quilômetros de asfalto, os veículos trans­portadores de cargas que se destinam aoabastecimento do Nordeste tenham que am­pliar em algumas centenas os quilômetros aserem rodados, encarecendo os fretes e au­mentando o consumo de combustível, comreflexOl3 na economia nacional, que ocorrecom subsídios na compra de petróleo, Poroutro lado, o desvio do tráfego determinouum êxodo dos proprIetártos de postos de ga­solína, hotéis e comércio varejista para ou­tras áreas de maior e melhor circulação, oque, sem dúvida, vem debilitando a econo­mia dos municípios cortados pela BR-110.

" A terceira grande razão é determinada'pela necessidade de ser convenientemente'explorado o potencial turístíco oferecidopela..região em pauta: Caldas de Cipó, aor­1'0, Jorrinho e Itapleuru, com suas águastermais são atrativos .capazes de, se bemexploradas, determinarem um afluxo turís­tico que earreará para a região os recursosindispensáveis ao "take off", que precisa seriniciado imediatamente. Paulo Afonso, quealia a pujança do eapíríto empreendedor donosso povo à beleza f encantos naturais dacachoeira, num enlace feliz entre a açãohumana e as forças contidas na natureza,é um deleite aos olhos do turista Indígenaou alienigena. Mais que isso, deveria ser umponto obrigatório de convergência a todosaqueles interessados pela grandeza e de~en­

volvímento de sua terra. A par de tudo "13130,as reminiscências históricas, perdidas na po­eira do tempo, como que destinadas a su­cumbir ante a inclemência do sol que tudoqueima e devora, 'secando destarte os "olhosd'água" rachando a terra e despedaçandoas esperanças que se aninham nos indomá­veis coracões sertanejos. Por lá passou a

.,"Coluna Prestes" deixando no povo o sen­l tímento de que á fuga é o destino dos que,. tl)aem nossa consciência histórica, política.a-soeíal. Por lá transitaram os beatos de An­

..j;ônio Conselheiro, marcando com trabalho,sangue e lágrima a convicção extremada deum povo que de tanto esperar desesperou,atirando-se na poeira da estrada, ao grito

--'do primeiro fanático. Alí amaram, matarame morreram os "cabras de Lampião", noprimeiro grito de revolta contra o "corone­Iísmo" do Nordeste. Tudo, isso, lamentavel­mente, esquecido.

Diante do que aqui foi esposado, é quefaço -um veemente apelo ao sensivel e com­petente Sr. Ministro dos Transportes, Gene­ral Dirceu Araújo Nogueira, no sentido deque apresse, na medida do possível, o asfal­tamento da BR-ll0, trecho de Ribeira doPombal-Paulo Afonso, na Bahia, trazendode volta assim o retirante, que deste modoformulará perguntas, vasculhará o passado,'construirá o presente e fará mais próspero',e.feliz o futuro.

. O SR. PEDRO LAURO - (Pronuncia o se­. guinte díseurso.) Sr. Presidente, 81'S. Depu-

.tados, é o seguinte o texto de matériapublicada na imprensa, sob o título "O Pa­raná Precisa ser Sede da RFF":

"O Paraná, que tem menos de dez porcento da população brasileira e ocupaum território que é apenas 3,5 por centoda superrícíe total do Pais - é respon­sável por 17 por cento da exportaçãode produtos agrícolas e de manufatu­rados, vindo logo após São Paulo novolume total. É por isso que o sistemaparanacnse de "corredores de expor­tação" é considerado corno dos maisimportantes para a economia do Pais e,assim, é aqui que 'o Governo Federalpretende investir os maiores recursos naconstrução de ferrovias (1.141 km den­tro dos próximos anos) e na construçãoe aperfeiçoamento da malha rodoviária.Por tudo isso é que não se compreendeo fato de o Ministério dos Transportescontinuar irredutível em sua disposiçãode manter o Rio Grande do Sul comosede administrativa da 11." Regional daRede Ferroviária Federal. Um contra­senso que, pelo que se observa, só viráa prejudicar os próprios planos do Go­verno em propiciar ao Paraná umeficiente sistema de escoamento da'produção (que só tende a aumentar),entravando burocraticamente o desen­volvimento do Estado e, conseqüente­mente, do País."

Era só, Sr. Presidente.

O SR, NOSSER ALMEIDA - (Pronunciao seguinte dtseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, as recentes medidas adotadaspelo Governo, através do Mínístérío doTrabalho, no sentido de assegurar- aos "sol­dados da borracha" o beneplácito da apo­sentadoria dentro do programa de assistên­cia do FUNRURAL, constitui mais um passoavançado em defesa dos sagrados direitosda laboriosa classe.

Esses heróis anônimos, Sr. Presidente, quedurante longos anos foram o sustentáculoda economia da Amazônia, príncípalmentedo Acre, viviam, por assim dizer, marginali­zados, à sombra de promessas demagógicasde maus brasileiros, que só se referiam aosseus problemas às vésperas dos pleitos polí­ticos.

O direito à aposentadoria, Sr. presidente,os "soldados da borracha" sempre o tiveram.O que faltava era alguém que tornasse rea­lidade aquilo que estava na letra da lei.

Agora, com as dernarches empreendidasatravés de comíssão especial do Ministériodo Trabalho, o assunto volta a ser objeto de'ProvidênciaS concretas, de largo alcancesocial e humano.

É certo que o FUNRURAL, desde suacriação, já vinha prestando assistência aessa gente, mas, infelizmente, esses bene­ficios não chegavam à aposentadoria de quetanto necessitam após longos anos de inces-sante atividade. '

Acontecimento como este, Sr. Presidente,só pode receber os nossos melhores aplausos,Sabemos do elevado espírito humanitário doeminente Ministro Arnaldo Prieto e do seuinteresse em solucionar tais problemas, deconformidade com o programa de reformasocial preconizado pelo Governo do Presi­dente Ernesto Geisel.

O Acre, por nosso intermédio, é agrade­cido e reconhecido aos Governos da Revo­lução, pelo muito que têm feito em prol dodesenvolvimento da Nação.

Que medidas complementares não se fa­çam esperar. Ideal seria que a Delegacia doFUNRURAL no Acre, dentro desse espírito,fosse cadastrando os beneficiários, paraabreviar a tramitação dos respectivos pro­cessos.

Eram estas, Sr. Presidente, as nossas con­siderações sobre um problema de soluçãorelativamente simples e que se arrastou emnosso Estado durante tanto tempo.

O SR. RUY LINO -' (Sem revisão doorador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,através desta tribuna, quero manifestar aapreensão dos funcionários públicos federaisdo Acre, com relação à tão propalada classi­ficação de cargos que, até agora, não saiupara ninguém, inclusive para o meu Estado.É que o longínquo Acre continua sendoabandonado, enquanto os seus servidoresenfrentam um custo de vida dos mais altosdo País.° Plano de Reclassificação está muito

atrasado, dependendo de normas que serãobaixadas pelo DASP, através de uma sim­ples portaria. Deste modo seria solucionadoo caso angustiante desses funcionários.

Através desta tribuna, Sr. Presidente,cumpro o meu dever de fazer um apelo aoSr. Diretor do DASP e também ao Exmo. Sr.Governador do meu Estado para que deter­minem urgência para esse processo de clas­sificação dos funcionários do meu Estado,que, como disse, estão relegados a segundoplano. Como brasileiros, os acreanos tam­bém merecem a consideração e a assistênciados Poderes Públicos da União.

O SR. ABEL ÁVILA - (Pronuncia o se­guinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, Santa Catarina tem no Vale do ttaraíe na Região Norte do Estado os seus doismaiores pólos industriais.

No prímeíro deles desponta Blumerrau, aprincipal cidade da bacia do rio Itajaí-Açu,com desenvolvido parque fabril, que somadoa indústrias de outros munícípíos do Valeconcorre com quase 80% das exportaçõeseatarínenses para o mercado mundial.

Para ali convergem a atenção de empre­sas nacionais em busca de manufaturados ede muitos importadores estrangeiros, inte­ressados nos têxteis e outros produtos cata­rinenses.

Os indices do crescimento industrial têmsuperado a média nacional. A Secretariada Fazenda divulgou dados a respeito doImposto sobre Circulação de Mercadoriasque vem arrecadando em Blumenau nosúltimos anos. Em 1971, f-oram arrecadadosCr$ 42.708.711,30 e em 1972, Cr$ 58.258.489.84,com um crescimento de 36,41% nesse tri­buto, que compreende a maior fonte de re­ceita do Estado.

Têm sede em Blumenau sete das vintemaiores empresas de Santa Catarina. queno ano de 1970. tiveram um faturamento deCr$ 22.278.452,00.

Quanto ao Norte do Estado devemos des­tacar Joinvílle, com pujante setor industriale que sedía cinco das grandes indústriascatarínenses, que faturaram ............•ors 310.233.363,00 em 1970.

Relativamente à arrecadação do ICM,Joinville recolheu Cr$ 56.373.312,19 no anode 1972 e Cr$ 78.076.917,33 no ano seguinte,com aumento de 38%.

Outros municípios das duas regiões en­contram-se em grande expansão industrial,participando ativamente do aumento daprodução.

Também a agricultura e indústrias detrnnsrçrmaeâo têm concorrido para esseaumento da produção regional.

As duas Regiões somam 56 municípios ereúnem 33% da população catarínense, esti­mando-se hoje em mais de 950.000 os habi­tantes daquela área.

Cabe fazer especial referência ao turismona região, pois Blumenau recebeu em seushotéis 180.486 visitantes no ano de 1973 e o

1402 Sábado 12 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1975

Segundo documento em meu poder, aFaculdade de Engenharia Operacional, dareferida universidade, cobra de seus alunosanuidade superior à estabelecida pelo OIP.Segundo divulgou a imprensa, o aumentoda anuidade e da taxa de ínscríção permi­tido pela OIP, para o exercíeío de 1975, foide 30%, mas os níveis aplicados pela facul­dade em referência são bem superiores.Para exemplificar: na disciplina TecnologiaQuímíca o aumento efetivamente cobrado éde 36,4%, em Mecânica, 36,4% em outrasdisciplinas, 37,5%. Isto não se falando nosaumentos cobrados no segundo semestre doano passado.

De nada valeram OS protestos do DUE ­Diretório da União dos Estudantes - contrao escesso do aumento do preço. A Direção daUniversidade agiu com excessivo rigor earbitrariedade: ameaeou não aceitar a ma­trícula do jovem que·não pagasse as taxase anuidades na forma e no valor que lheseram cobrados, ou então cancelar as já ere­.tuadas. É evidente o arbítrio, que por si só

balneário de Camboriú 150.000 veranistas,na época própria. "-

Atualmente servem as duas importantesregiões os aeroportos de Joinville e de Nave­gantes, Esses dois terminais, segundo opi­nião de técnicos altamente qualificados, nãodispõem de condições que possibilitem suaampliação. Até mesmo as condições técnicasnão podem atender os jatos hoje utilizadospelas empresas aéreas brasileiras.

Tais empresas vêm realizando a rnoder­níaação de seus equipamentos de vôo, emface das exígôncíaa do nosso desenvolvimen­to. Elas estão passando a operar comaeronaves a jato, bastante modernas.

Ante' esta modernização, as classes em­presariais do nosso Estado têm-se preocupa­do com as precárias condições dos aeroportosde Joinville e Navegantes, pois elas darãocausa à paralisação dos vôos quando asvelhas aeronaves forem retiradas de opera­ção naquela rota.

'Com estas retiradas as companhias aéreasnão poderão servir à região de Joinvílle e aoVale do Itajaí, utilizando-se dos novos jatos.

Cremos que a solução virá com os estudospara a construção de um moderno terminalaeroviário entre as cidades de Joinville eBlumenau, dotado de todas as condiçõestécnicas para operação de jatos de grandeporte.

Esse novo aeroporto deve estar eqüídls­tante de Blumenau - Joinville, de modo aatender bem aos dois pólos índustríaís cata­rínenses,

Recentemente estivemos em audiênciacom o Brigadeiro Hélio costa, ilustre Pre­sidente da INFRAERO, encarecendo daquelaautoridade os estudos necessários à cons­trução do novo terminal.

Deste contato, do qual participaram Dire­tores da Associação Comercial e Industrialde Blumenau, Município líder do > Vale doItajaí, acompanhando seu Presldente, ficouassentado que se deva examinar com amaíór preocupação a Iocalízação de um novoaeroporto naquela região do Estado, paraenfrentar no futuro os problemas que adví­rão com o desenvolvimento da avíaçâo co­mercial que, sem dúvida alguma, irá aban­donar o uso de aeronaves absoletas que nãomais atendem os objetivos da modernizaçãodo tráfego aéreo comercial, passando-se aouso de aviões a jato de maior porte, ímpos­síbílttados de pousar nos aeroportos deJoinville e Navegantes.

Por várias vezes usamos a tribuna daCâmara para defender a manutenção e me­lhoria do aeroporto de Navegarrtes e enten­demos que ele vem prestando serviços àregião do Estado, compreendida pelo litorale Vale do Itajai. Contudo, diante da reali­dade da situação e da evolução dos aconte­cimentos parece-nos esteja comprovada aneceBsid~de de se construir um aeroportode grande porte e passamos a raciocinardiferentemente, para iniciar, desde logo,este movimento, juntamente com as classesinteressadas da Região, para consolidar anossa posição, neste setor, face da alta ~m­portâncía que representa para o Vale, üto­ral e norte, a existência, mesmo que nãoseja para já, de um bom e adequado campode pouso, localizado preferencialmente naárea compreendida entre Itajai e JoinviUe,a critério dos órgãos competentes. após 'Ilevantamento e exame do terreno apro­priado.

Tão logo retorne a Santa Catarina pro­curaremos acompanhados de representantesdas classes empresaríaía, entrevistar-noscom o Sr. Governador do Estado para deba­ter o importante problell1;a e, inclus!ve,examinar com aquela autoridade a possívelimplantação do Escritório da INFRAERO

em Santa Catarina, que poderia ter, como representa outra ilegalidade, e que no casosua primeira incumbência, o estudo da loca- não resistiria a um exame [udícíal. Assim,lização do aeroporto a que nos referimos. o estudante universitário de Caxias do Sul,

além de ter de suportar o famigerado 477 eNão só desejamos trazer o assunto ao outros atos de império, que lhe tolhem até

conhecimento da Casa, mas queremos tam- o direito de interessar-se. pelos -assuntosbém fazer sentir o quanto de necessário e econômicos sociais e políticos do País temurgente se torna a tomada de uma posição agora de a~eitar afnda a injustiça de pagarpor parte das classes produtoras do_ meu o que não é devido e a arbitrariedade par-Estado, com atividade naquela Regiao de t· da nelos resnonsâ I re ida Unisanta Catarina. Transformo estas oonsíde- roa a pe os responsaveís pe a re r -racões em apelo ao Sr. Ministro da Aero- versídade.náutica e, em especial, ao Presidente da Dai por que apelo ao Ministro Ney BragaINFRAERO Brigadeiro Hélio Oosta, certos para que determine à Universidade de Ca­de que este nosso ponto de vista _encontre xias do SUl que atenha a cobrança dasressonância e se efetive uma solução dentro anuidades escolares aos limites do que foida urgência que o empreendimento venha a estabelecido pelo CIP, e a este para queexigír, cesse de autorizar aumentos exagerados, a

O SR. ELOY LENZI (Pronuncia o seguinte nível escolar, sob pena de tornar-se merodiscurso.) Sr. Presidente, 81'S. Deputados, a órgão homologador dos pedidos de aumentocada dia a vida se torna mais dificil de ser - mesmo exagerados - que lhe fazem e,vivida pelo povo. Os permanentes aumentos desta forma, cair em total descrédito pe­dos preços das utíüdades para um povo de rante a opinião pública.baixa renda per capita torna difícil, senão O SR. ODACIR KLEIN (Pronuncia o se.impossível, a manutenção <;0.;> encargos. guinte díseurso.) Sr. Presidente, Brs, Depu­Assim acontece com os operarios, com os tados, há, no Brasil, uma classe injustiçada.funcionários públicos não eategorízados, nos Os que transportam a nossa produção, ostrês âmbitos, municipal, estadual e federal, motoristas, que deixam o aconch.eg.o de s,euscom os comerciários com os estudantes.Apenas menciono algumas d~s principa~s Iares e o carinho de seu~ famili.ares AAJ:~camadas que integram a SOCIedade brasí- p.artirem em viagens de dias e noites, d!1v;e-Ieíra. Tudo sobe de preço constantemente e riam receber melhor atenção, ,;,tudô se torna difícil de ser realizado. O No entanto, são obrigados, por vezes, Plllraestudante brasileiro de curso superior, com descarga do que transportam, a espe~r

raras exceções, talvez seja o mais sofrida pêla boa vontade das empresas adquirentesdo mundo, principalmente a que estuda. em da carga ou encarregadas da descarga, diasuniversidade particular. Geralmente, f'ilho seguidos em filas sem o recebimerrto ,dede rarnílía modesta, dotada de poucos ou ~ nenhuma inçlenização pelos lucros cessantessem nenhum recurso material, não disp§e ou danos emergentes. .de meios para pagar seus estudos, que saoextremamente caros. As vagas nas uníver- No Rio Gr!1nde ~o Sul, algumas veses, ossídades públicas, que não cobram anuidades, n:0toristas sao obrigados a uma espera, emsão poucas para a imensa leva de estudan- fílas, para descarga de produtos transpor­tes que a cada ano busca os bancos aea- tados, por p~riodos de até seis dias, nadadêmícos. Os livros são earíssímos. No estudo recebendo alem do. valor do frete, ,mas f~­

de Medicina - para exemplificar - exís- c~do com seus V:€lculos parados, impossi­tem livros que custam mais de Cr$ 1. 000,00 bílítados de aufenrem; rendimento e ínelu­cada um. A taxa de matrícula e a anuidade, síve gastando com alímentaçâo ou mesmona universidade particular, são extrema- com alojamento. .mente elevadas. Pior é que as aumentam Mas como se não bastasse essa situação,constantemente, sem. que haja o correspon- o Poder Público não tem propiciado, t~m­dente aumento ~alarI_al, ~ que provoca uma bém facilidades para os transportado'relldefasagem na sítuaçâo ~man~elra do estu- ~do'viários.dante ou de quem lhe fmanclll Os estudos. ._Assim vem acontecendo 'em todas as uníver- .No ano passa,do, por, ocasiao do trl;lI.lSportesídades particulares, as quais, diga-se de d~ safra de soja para o por~o marítimo 1epassagem, contam com integral apoio do RlO Grand!, uma ponte sobre .0. canal SaODIP, Conselho Interministerial de preços, o.0l}çalo nao apresen0p as suflCH;ntes ean-para aumentar suas anuidades. díções para traregabíüdade, obrigando os

. motorístas;' para travessia pelo processoA Universidade de Caxias do Sul, situada obsoleto de balsas a esperarem em filas p<1lr

na cidade do mesmo nome, no Rio Grande longo tempo cauSando, também, prejuízos,do Sul não ficou atras e até extrapolouas' , !,

limites' de aumento estabelecidos pelo CIP. Houve uma fila para atravessar o ca~le outra para a descarga. . .'J

Parece que no corrente ano a situaç{j)onão mudou muito. .j

O Jornal do Brasil de 8 de abril pub1i~areportagem sob o título "Velha Ponte é Pr~­blema Para o Escoamento das Safras", ondese tem conhecimento de que a ponte sobre-oSão Gonçalo está dando passagem em ape­nas uma das pistas, obrigando os motoristasà. espera para a travessia, isto no início dotransporte da safra de soja, quando aind!anão é expressivo o volume do movimentodos caminhões.

O fato é irritante, pois parece que, mes­mo com o problema surgido no ano passado,a solução ainda não foi definitiva.

E os motoristas continuam em filas p!i,r~transpor o São Gonçalo e para a descarga,do que transportam. '

Até quando?Até quando?

Era o que tinha a dizer•

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Sábado 12 14.03

O SR. AMAURY MVLLER - (Pronuncia,o seguinte ãíscurse.) Sr. Presidente, srs,Deputados, a população da área metropoli­tana de Porto Alegre, a exemplo de outroscentros urbanos do Pais, continua expostaà ação cada vez mais intensa e audaeíosade um verdadeiro exército de crímínosos emarginais.

O aparelho policial, não raro voltado parao combate à suposta subversão, mostra-seImpotente para coibir a escalada da vio­lência.

Nem mesmo a Invíolabíltdade dos laresdesfruta, hoje, de um mínímo de garantia.

O homem comum, que paga Impostos enecessita de segurança para trabalhar eproduzir, vive permanentemente aterrorí­zado ,

O crime tornou-se instituição nacional.Dia a dia, numa proporção alarmante, o

problema assume dimensões mais graves.Por todos os lugares, crescem e se multi­phcam bolsões de miséria, onde a única leié a da sobrevivência a qualquer preço, mes­mo à custa de preciosas vidas humanas.

O próprio Governador Sinval Guazelli,certamente alarmado com o espantoso au­mento da eríminalídade no Rio Grande doSul, propôs, dlas atrás, o reaparelhamerito40 mecanismo policial, com a admissão decentenas de pessoas e a aquisição de veí­.culos e equipamentos para combater, comdesejável erícíêncía, a escala do crime e da-víolêncía,. '.'Não nego validade às medidas adotadaspelo chefe do executivo gaúcho.

~ Todavia, dinamizar o sistema policial nãobasta.

As origens do problema são outras. Resi­dem, sobretudo, nas precárias condições devida de extensas faixas da população, que,marginalizadas do processo social, buscamno crime a única forma de sobrevivência.

Desemprego e subemprego, baixos salá­rios, êxodo rural e freqüentes burlas à le­gislação trabalhista vigente constituem, semdúvida, poderoso estímulo à delinqüência.

Sem pão não há segurança. E hoje, ape­sar de toda a publicidade oficial, a miséria

, ê) muito maior do que ontem.,1 • Proclama-se todos os dias que o Brasil,não obstante a crise econômica que afeta

.o mundo inteiro, consegue manter expressí­,rv.as taxas de crescimento. Esse dado pode'ser alentador, mas mostra-se insuficientee .até romântico para refletir a trágica rea­lidade nacional. A repetição cansativa e

I monótona de que o Pais alcança indice in-vejáveis de expansão do Produto Interno

.Bruto parece-me, data venia, um argumerr-to prosáíeo e trivial. Importa saber se essecrescimento tem beneficiado à maioria da'popula~ão, de modo que todos e cada umdos brasileiros disponham do minimo Indís-

''Pensável a um padrão de vida compatívelcom a dignidade humana.

Ora, Sr. Presidente, seria fechar os olhos'[para a realidade admitir que esse objetivo,!J:qi ou está prestes a ser alcançado.(, Em conseqüência, torna-se inevitável oespantoso aumento das taxas de crímínalí­dade ,I Uma vigorosa política de prevenção e derepressão ao crime precisa, por isso mesmo,.ser precedida de providências no campo so­/ial, a fim de que o espectro da fome seja'tiefinitivamente erradicado. Contudo, qual-quer providência nesse sentido estará fada­da ao mais rotundo fracasso se, paralela­mente ao efetivo engajamento social de mi­lhões de brasileiros, não for assegurado am­plo respeito !:WS direitos do homem. A de-

mocratízaçâo do -ê:Jisino, especialmente naárea superior; a autonomia sindical; aauto-organização das formas profissionaisrurais; e livre exercício da crítica, semquaisquer pressões ou coações; a expressãodas minorias validamente configuradas nocontexto social; a abolição total e definitivadas torturas, dos seqüestros e das prisõesarbitrárias configuram uma postura inadiá­vel para que, através do esforço de todos edo trabalho de cada um, possa o Brasiltransformar-se num grande país,-capaz deservir de paradigma às demais nações domundo.

Por tudo issso, Sr. Presidente, é que ousoenfocar o problema sob um ângulo geral­mente desprezado pelas autoridades gover­namentais.

Em resumo, considero válidas e louváveisas medidas propostas pelo Sr. Sinval Gua­zelli para atenuar a escalada da violênciaem Porto Alegre e em outros centros urba­nos do Rio Grande do Sul. Penso, porém,que o submundo do crime só, desaparecerá.quando houver justíça social, com a COIJ..Se­quente elímínação do lamentável abismoque, hoje, separa uns poucos privilegiadosda imensa maioria dos brasileiros.

O SIto FRANCISCO LmARDONI ~ (Pro­nuncia o seguinte ãíseurso.) sr. Presídente,81'S. Deputados, as constantes altas do custode vida já passam a constituir um dos maissérios desafies para o Governo Federal.-

Os aumentos, que ocorriam em penadosrelativamente largos, passam a acontecer,agora, quase semanalmente,

O óleo, a carne, o açúcar, o arroz, o leite,o pão, as frutas e as. verduras, sem falarmosem remédios, em automóveis, em objetos deuso pessoal, ou outros artigos, são remarca­dos por iniciativa única do vendedor, quelamentavelmente dispõe desse poder pessoal.

Quando a 8UNAB aparece é para homo­logar os aumentos mais espantosos.

Creio que os órgãos eetatístícos do Go­verno Federal já perderam o ritmo de seutrabalho, pois a velocidade registrada naelevação artigos indispensáveis à subsistên­cia humana tornou-se inacreditável.

Como podem viver os que percebem saiá­rios baixos, ou até mesmo salários médios?

Esse processo de esmagamento salarial,até aqui não contido ou abrandado pelasautoridades do País, está. criando um am­biente de desencanto e de ceticismo no seiodo povo brasileiro.

Se perguntarmos por que não se estancaessa avassaladora torrente de preços, quemvai responder ou explicar?

Ora, o Governo Federal está armado defortes dtsposãtívos jurídicos.

E por que não os exerce na proteção di­reta dos orçamentos populares?

Entendemos, por isso mesmo, ser pro­fundamente controvertida a política desen­volvímentísta do Governo. 8e de um ladoconstrói edificios suntuosos, faz obras dearte faraônicas ou consome fortunas empropaganda, por outro lado deixa o povo àmargem de sua ação objetiva. '

É deplorável que, utilizando-nos de ele­mentos írretorquíveís, tenhamos de formarquadro tão sombrio. Mas esta é a amargaverdade.

Sr. Presldente, aproveito a oportunidadepara referir um fato inédito no Brasil.

_Numa reportagem da Folha D'Oeste, doMunicípio de Chapecó, há uma notícia que

me parece muito triste, por dizer respeito àjuventude brasileira. Ei-la:

"500 ALUNOS NAO T:ffiM ONDE SEN­TAR EM SAO LOURENÇO D'OESTECoisa inédita acontece em São Louren­ço D'Oeste. Coisa fora do normal. Umabsurdo e estarrecedor: 500 alunos de1.° grau não têm onde sentar; numprédio novo, inaugurado no dia 13 demarço do corrente ano. O prédio temcinco salas de aula, cabendo em cadauns trinta alunos, o que lhe dá. umacapacidade de espaço para aproxima­damente 500 escolares. Estes alunos,deste o início do ano letivo, vão à esco­la, respondem à chamada, mas nãotêm aula por falta de banco onde seacomodarem. Nenhum banco, sem exa­gero. Nem para amostra sequer.Trata-se de um fato Incrível, demons­trando-o desinteresse do Governo Esta­dual para com o ensino em São Louren­ço.Este desinteresse vem, de há tempo,começando pela construção do grupoescolar "Soror Angélica" com duas sa­las a menos do que o constante doplano.Agora se abate sobre a cidade mais estacatástrofe.Na história da construção do novo gru­po escolar, aquele que hoje não dispõede bancos, a Prefeitura Municipal deSão Lourenço D'Oeste prontificou-se adoar o terreno e a fazer a terraplena­gem. Inaugurou-se o prédio, com sole­nidades, discursos, almoço, palmas equejandos em homenagem às autorida­des ínauguradoraa.Mas foram esquecidos os bancos. Nãohá material didático. As carteiras fo­ram requeridas à Coordenadoria Regio­nal de São Miguel D'Oeste, a qual atéagora não deu nenhuma solução parao caso, omitindo-se, conforme se omi­tiu em muitos outros casos relativos aoensino de São Lourenço D'Oeste.E o que se faz na escola sem bancos?Não se estuda. Os alunos, às centenas,sentam-se no chão como Os hindus,"como provam as 'fotos", ou ficam empé. Respondem à chamada e são man­dados para casa.Quem perde? Os alunos, que não apren­dem; os pais, que vêem seus filhos cres­cerem na ignorância; o próprio Estado,que paga professores sem lhes dar con­dições de trabalho.Além destes prejuízos, o grupo escolartem outra desvantagem - a falta deágua. Daí que os alunos matriculadosnele não bebem nunca; nem das fontesda cultura, nem das fontes da nature­za.Aí estão os fatos.E vem eles demonstrar que o governodo Estado está abandonando São Lou­renço D'Oeste à sua própria sorte. Ummunícíplo como este, que é um dos maisprogressistas do oeste catarínense e o4.° na arrecadação do ICM dentro dosmunicípios da AMOSC, efetivamentenão merece tal desconsideração porparte dos órgãos estaduais.Por enquanto São Lourenço D'Oeste de­fende-se sozinho no setor do ensino,resolvendo, inclusive, problemas quesão da obrigação do poder estadual. Éo caso do prédio construido pela Pre­feitura Municipal para atender ao en­sino de 2.° grau mantido pela EscolaTécnica de Comércio Jorge Lacerda, daCNEC.Pelo fato de que os alunos de 2.° grauestudam à noite, o citado prédio, que

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possui seis salas de aula, foi cedido aoEstado na parte do horário diurno, pa­ra o funcionamento do ensino de pri-meiro grau, ou fundamental. -Deve-se ressaltar que a cessão foi gra­tuita e que este prédíe dispõe de salasamplas, agua, iluminação e... BapcosEscolares para todos os alunos.E qual é a retribuição do Estado em fa­vor de São Lourenço? Simplesmente odescaso, ou benefício às migalhas.Trata-se de uma relação injusta, pois oensino de primeiro grau é de inteiraresponsabilidade do Estado, ao menosem sua maior parcela. Não parece queisto ocorra em São Lourenço D'Oeste.Foi noticiado que o Governo Estadualcriou escolas básicas em Jupiá, em San­ta Lúcia, em Três Voltas e em Saltinho,todas localidades próximas à cidade deSão Lourenço D'Oeste.Perguntamos agora: Quais são as con­dições dos alunos que concluem estasescolas básicas de prosseguirem nosseus estudos? Irão para onde frequentaro ensino de .segundo grau?Em Pato Branco? Em Chapecó? Ou tal­vez se queira que seja em Florianópo­lill? ...Daí surge, pois, a questão de que SãoLourenço D'Oeste não tem apenas pro­blemas no setor do ensino básico, mastambém ao nível de 2.0 grau. Estes pro­blemas têm de ser rescívídos. E aoGoverno Estadual cabe grande parte daresponsabilidade na sua solução.Ê isto que a população de São Louren­co D'Oeste exige e agora reivindica aoGoverno do Estado. São exigências ereivindicações de todas as classes e detodas as correntes partidárias do nossomunícípío. .

Resta-nos, pois, o apelo que fazemos aonovo Governador do Estado KDnderReis, no sentido de que aceite comosuas as aspirações do povo de São Lou­renço D'Oeste,Valmiro RezzieriVereador."

O SR. ALOíSIO SANTOS (Pronuncia oseguinte discurso) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, no terceiro discurso que pro­nunciamos nesta Casa, trazendo procuraçãodos capixabas para representá-los na Câ­mara dos Deputados, nos próximos quatroanos, queremos assinalar a existência deum problema bastante sério na admínís­tração da Capital da República, onde ire­mos desempenhar nosso mandato.

C01110 pessoa que chega, como mais umbrasiliense na Capital do Brasil - porquejá se convencionou que são brasílienses nãosó os que aqui nascem, mas também os queaqui vivem - não poderíamos desconhecerque a faLta de representação popular noGoverno do Distrito Federal é uma disfun­ção que reflete problema idêntico existentenas capitais estaduais e nos munícípíosconsiderados de interesse da Segurança Na­cional.

Em Brasília, como nesses munícíptos, opovo não pode escolher o seu governante emuito menos contar com, uma Oâmara deVereadores ou um COnselho Representativopara advogar a causa pública junto aos ad­ministradores.

Em Brasília rasgam-se avenídas ou su­primem-se estacionamentos, dilacera-seuma área verde ou derrubam-se árvores,sem consultar a ninguém. Constroem via­dutos ou desmontam uma fonte Iumínosa,sem que ninguém, sem que os principais

interessados, sem que a população que usaesses locais, possa se expressar, possa emi­tir a sua opírrlâo.

Quem defende os motoristas de táxis deBrasília? Quem luta por um melhor aten­dimento médico-hospitalar? Quem pode di­zer se o ensíno que as crianças recebem nasescolas é o mais adequado, ou se as despe­SaS são demais, ou se os horários não sãoconvenientes, ou se a criança não é bemtratada? Quem pode tratar de qualquer ou­tro problema relaclonado com o ensino oumesmo com a falta de programação cultu­ral na cidade?

Não se dirá que estamos desprovidos deautoridade para falar desse jeito, porqueexatamente por sermos um "chegante",mais um entre os tantos que chegam aBrasília, procedentes de outros Estados,sentimos, ao andar pela cidade, ao convivercom DS seus habitantes, neste primeiro mês,ao entrar nas repartições públicas, sentimoso impacto dessa queixa surda de todos osbraslllenses contra a falta de um '5rgão re­presentativo que fale em nome dos morado­res de Brasílla.

Nesses poucos dias, temos visto só nosjornais aquela defesa VIgilante de que fala­mos há pouco. Leitor assíduo dos jornais,devemos destacar honestamente, desde esteterceiro discurso, a imparcialidade de umjornal que é distribuído diariamente noapartamento - o "Jornal de Brasília" ­sem pretender, de longe sequer, desmerecero brilhantismo dos outros dois. Nesse jor­nal, específlcamente na Editoria de Cidade,temos podido acompanhar, ultimamente, odesenrolar de uma campanha em favor damelhorta do atendimento médico-hospita­lar da cidade, o que culminou com a subs­tituição do presidente e de toda a direto-riada Fundação Hospitalar do Distrito Federal,órgão da Secretaria de Saúde responsávelpela administração dos hospitais desta ci­dade, onde a saúde, como ocorre no interiordo Brasil e especialmente de nosso EspírrtoSanto, ainda é problemática, ainda é caóti­ca, ainda é incapaz de garantir aos maisnecessitados um atendimento conveniente.

Entretanto, é preciso que a população deBrasilía tenha não apenas na vígtlâncía dosjornais a sua tribuna de defesa, porque, sebem dinâmica e de elevado nível de impar­cialidade, a imprensa de Brasília não é, emsentido próprio, um corpo representativoem relação ao povo e longe está de partici­par do governo, por seus próprios principiosde independência, que a situam entre asmais edíftcantes do Pais. Os jornais per­manecem completamente impossibilitadosde levarem sua atuação além da simplesobservação e análise dos fatos.

Brasília, não obstante a condição hege­mônica e a pujança que ostenta, permane­ce, em termos de sistema representativo ede vida democrática, incompreensivelmentedissociada da realidade nacional.

Nesta Oapital, talvez devido a um excessode originalidade que contaminou todas assuas dimensões, aboliram por completo osistema representativo.

Se atentarmos para o sistema de governodesta Cidade-Estado, observaremos que oseu povo não participa, de forma alguma,da Administração, vez que não conta com'um corpo político-legislativo suscetível decanalizar as correntes de opinião e de fis­calizar, segundo a idiossincrasia própria doambiente, a performance do chefe do Exe-cutivo. '.

Segundo o § 1.0 do art. 17 da CDnstituiçãoFederal, compete ao Senado discutir e votarprojetos de lei sobre matéria tributária eorçamentária, serviços públicos' e pessoal daAdministração do Distrito Federal. O § 2.°já prevê a nomeação do Governador do nis-

tríto Federal pelo Presidente da República,depois de aprovada a escolha pelo Senado.

Come vemos, a situação é realmente es­drúxula e prima por contrastar com o sis­tema de identidade representativa, eis queD Senado Federal é um corpo inteiramenteestranho à vontade e sentimento da popu­lação de Brasília.

Se uma das características fundamentaisdo sistema representativo atual é, como vi­mo-s, o poder de pressão dos grupos ou daprópria comunidade sobre os representan­tes, aqui este poder não é dado à popula­ção, já que o Senado Federal 'é um corpode constituição e renovação inteiramenteindependentes da vontade da população deBrasília.

Entendemos que é chegado o momento dese normalizar a vida politíca desta cidade,democratizando-se o seu Governo. Brasflíanecessita de uma Assembléia Legislativa ede um Chefe de Executivo eleito direta­mente pelo povo.

Não vemos razões que possam obstaculi­zar a implantação de um sistema realmenterepresentativo nesta Capital. O próprio Wode Janeiro, quando Oapital Federal, possuíasua Assembléia Legislativa. Então, por qneexcepcíonalízar, de forma tão extravagante,a vida política e administrativa desta ím-portante e significativa cidade? .

Estamos nos dirigindo a uma Casa j;l~ll,í­tíca de expressão e tradição democrátjease que por isso mesmo haverá de comunga)."conosco neste ponto de vista e de se mos­trar sensível ao nosso apelo no sentido decomeçarmos a nos preocupar com uma vidademocrática para Brasília. ,.

O SR. DASO COIMBRA - (Pronunciao seguinte díseurso.) Sr. Presidente e srs,Deputados, o alarmante crescimento do ín­dice de toxicômanos, nos dias de hoje, vemcomprovar a inadequação de medidas pro­postas pela própria Organraçaâo Mundialde Saúde.

Evidentemente, os alucinógenos vêm esti­mulando prósperas culturas na Turquia, naTailândia e em outros países. Os responsá­veis pela produção de substâncias entorpe­centes justificam, via de regra, que essematerial visa a atender às exigências çiecentros de estudos Ou laboratórios farma­cêuticos.

Na verdade, parte da produção - predo­minantemente o ópio - destina-se a fínsctentitícos. Mas é inegável que o tráficointernacional de drogas cresce de momentoa momento. E temos - quanto a este aspec­tu - de lamentar a inexistência de umalegislação mundial de molde único, capazde prevenir, pelo menos, o agravamentodesse problema social. :

O uso dos tóxicos, cada vez mais inten­sivo, e abrangendo quase todas as ~reas .domundo, cria, hoje, as conotações espantosasde uma crise que acabrunha e traumatíza amoral do século.

As leis de cada país variam, havendoalgumas nações que adotam, neste âmbito,um comportamento permissivo, íneompatí­vel, mesmo, com 9S padrões de ética queainda restam à Humanidade.

Há o traficante e há o toxicômano. Aque­le constitui um caso penal. Este, um casopsicossocial. As leis brasileiras - vale MSi­nalar - vêm sendo rigidas e necessaria­mente lúcidas, separando os que cornercíalt­zam as drogas dos que infelizmente as con­somem. É oportuno, porém, analisar abertu­ras involuntárias em nossas fronteiras, ~r­restres e marítímas; por onde as drogaschegam a esse trágico mercado de consumo.Ocorrem, às vezes, em nossos aeroportos,compreensivos lapsos fiscais. de que se va­lem traficantes de alta periculosidade, a

Abl'iJ de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 1465

fim de atenderem, maldosamente, ao graveestado de. dependência psíquica de nossosviciados.

A questão - por lastrear-se em funda­mentos sociais complexos - deve ser colo­cada como tema de indiscutível seriedade.

Prioritariamente, cabe à OrganizaçãoMundial da Saúde, um dos mais importantessetores da ONU, impor caráter mais enérgicoao seu comportamento legal, atuando emáreas Internaeíonaís, de modo que ervas quecriam e desenvolvem o vicio tenham acultura severamente vigiada, obrigando osprodutores a uma canalização única paraas instituições médico-cientificas.

Constata-se, deploravelmente, o desdo­bramento espetaculoso dessa catástrofe so­cial, enquanto assistimos ao extravio írre­parável de consideráveis parcelas de nossapreciosa juventude. .

Trata-se, sem dúvida, de angustioso casouniversal. Porque cada jovem, aliciado esacrificado pelos tóxicos, é um desfalquemoral que se debita ao futuro dos povos.

O SR. ALYARO YALLE - (Pronuncia osegutnte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.'1lleputados, em fins de 1973, fomos procura­dos por artistas que nos alertavam sobre aímportâncía de se promover um levanta­mento .da arte brasileira, dita primitiva.

Realmente, Sr. Pnlsidente, n08SOS artistas-:tn-gênuos, às vezes mal conhecidos no pró--;Pl'io Pais, são admirados ínternaeíonalmen-'te, e participam de catálogos e obras que seJ;l'1!lblicam na Eur{)pa e nos Estados Unidos.

J ,; Não se pretendia uma exposição, e muitomenos se pensava em promover uma sele..ção de pintores; os melhores criticas e estu­díosos da matéria sentem em toda ,parte adificuldade do encontro de critérios e nor­mas que permitam a seleção, onde tantose manifestam as características, os senti­mentos, a alma, a sensibilidade desordenadado povo.

Levei a idéia ao :M:ínistro Jarbas Passa­rlnho, que imediatamente determinou que setomassem as providêncià,s para o necessá­rio levantamento, tendo designado o críticoifayme Maurício coordenador do Grupo deTrabalho que se formou. O Sr. Jayme Mau­ricio, reconhecidamente um dos melhorescríticos do Pais e de renome internacional,entregou-se ao projeto, que recebeu apoio~ colaboração de toda a imprensa e daque­les que se dedicam à cultura em nosso País.

,.0 sistema Globo decidiu copatrocínar oempreendírnento, e a chamada nacional dos.artretas prímitívos começou a ser feita so-

, bretudo pelo Estado de S. Paulo. Jornal do, .Brasil, Correio do Povo, última Hora, 'I'zibu­.,na da Imprensa e pelos principais órgãos dedivulgação de cada, Estado.

O grupo visitou capitais brasileiras, reco-,,;lhendo obras daqueles que pareciam os.autores mais significativos, e no início de1974 já estavam reunidos cerca de 500 qua­dros. Quase 200 pintores, compreendendoa importância do que se fazia confiaramsuas obras, que foram reunidas no Palácioda cultura, e no Museu Histórico no Rio de

,Janeiro. 'A exposição seria apresentada no Rio, e

posteríormente levada para outras Capitaisque manifestaram interesse por ela. Assim,a Bienal de 13, Paulo e o Museu Chateau­bríand deveriam recebê-la. O Ministro Ney'Braga solicitou pessoalmente ao EmbaixadorWladmir Murtllnho que encontrasse emBrasília o local apropriado para que nãose privassem de conhecê-la os habitantesda caprtal,

Antes de ser aberta, a exposição já come­"lava a apresentar seus frutos. Discutia-sea propriedade dos locais escolhidos. Alguns­queriam-na no próprio Palácio da Cultura,

no Rio de Janeiro, enquanto outros mostra­vam o exemplo internacional, quando levan­tamentos semelhantes foram expostos emquartéis, praças públicas 011 escadarias demonumentos e teatros. Os críticos dividiam­se quanto à própria terminologia, e come­çou-se a falar em arte ingênua, ínsita ouínsítíca, naít ou até em arte camponesa,como pretende Herbert Read.

Todo esse movimento, Sr. Presidente, quecomeçava a representar um passo impor­tante na história da arte brasílíera, foi subi­tamente envolvido pelas teias espessas daburocracia.

O critico Jayme Mauricio aceitara a 00­ordenação dos trabalhos, com a condição denão preocupar-se com a sua administraçãofinanceira. Resolveu-se que as verbas seriamcontroladas pelo Museu Nacional de BelasArtes do 'Rio de Japeiro. E então, Sr. Pre­sidente, sem que se entenda porque, emépoca de mudança de administrações, oMuseu de Belas Artes assumiu a direçãoefetiva do projeto. Não haveria queixas seele fosse conduzido de acordo com a inspi­ração original. Mas, talvez porque faltassemrecursos, reduzrü-se o levantamento da arteingênua brasileira a uma pequena exposiçãoigual a tantas outras que podemos ver emgalerias espalhadas pelo País.

Inexplicavelmente decidiram os novos res­ponsáveis fazer uma seleção de obras, utili­zando critérios estéticos tradicionais em umgênero de pintura que mesmo os europeusnão classificam. Pretendia-se mostrar aopovo a manifestação válida de nossos pin­tores que transmitem em suas cores umBrasH ensolarado, a natureza simples denossa gente, a herança de uma Nação quese forjou nos canaviais, nas senzalas, nasminas, nos campos do Sul e nos alagados daAmazônia. Por ela Iriamos sentir a capa­cidade brasileira de dizer com arte o que lhevai na alma, ainda quando faltem os re­cursos da erudição. E, sobretudo, Sr. Pre­sidente iríamos discutir um tema extrema­mente complexo e agitar o pensamento bra­sileiro com um debate que nos conduziriaàs nossas próprias raizes.

Ao invés disse tivemos algumas dezenasde quadros, pendurados em paredes antlgas,ao lado de. outras obras assinadas por crian­ças e excepcionais.

Fica um apelo li sensibilidade do MinistroNey Braga, que certamente não tem conhe­cimento di:! que ocorreu. Que se volte li idéiaoriginal, e que se continue o ,levantamentojá iniciado.

O interesse pelo proj eto é evidenciadopelos debates que vem promovendo a im-

- prensa .eseríta. Os artistas brasileiros têmmais um débito com o Jornal do Brasil e seucritico de arte, Roberto Pontual com a Re­vista Veja, e tantos outros que abriram suaspáginas para a discussão do tema, liderandoeste movimento ao qual não ficará alheio oMinistro da Educação, que é também daCultura.

Era o que eu tinha a dizer.O SR. HENRIQUE CARDOSO - (Sem re­

visão do or-adur.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, a Comíssào de Agricultura desta Casateve a feliz iniciativa de convidar S. Ex.ao Sr. Ministro da Agricultura, AlyssonPaulinelli, para um debate franco, a fim deque os Brs. Deputados pertencentes àquelaComissão pudessem conhecer melhor a si­tuação da agropecuária do País. Infelizmen­te o tempo de 5 minutos concedído a cadaDeputado para abordar problemas tão com­plexos em referência às culturas nacionaise à própria pecuária não deu margem aque falássemos' sobre o nosso ponto de vistaa respeito do cacau. Registramos apenas al­gumas pineeladas, sem aquc'a condição ne-

. cessáría para, em cores vivas, mostrar à

Nação e, principalmente naquela hora es­pecifica, ao Sr. Ministro, que a lavoura docacau precisa de uma injeção de créditopara que o lavrador não seja presa fácil dehomens que, como disse ontem, quandosaem deixam o coração em casa. São oscompradores.do produto. Eles têm apenas ointeresse de lucro. Como a injeção credití­cia é pequena, os exportadores exploram opobre plantador do cacau, aviltando-lhe opreço em 10 ou 20 cruzeiros a menos do queo mercado Internacional. Além disso, trans­ferem-se para a posição de tínaneladores,cobrando, naturalmente, os jUlXJS do dinhei­ro que -tomarn aos bancos e que se somamao lucro obtido na compra a preço inferiorao do mercado Internacional.

Sr. Presidente, quisera eu, já que nãopude ontem, pela premência do tempo, lan­çar daqui um alerta ao Sr. Ministro daAgricultura para que faça ver ao Banco doBrasil que 21 cruzeiros, apenas, em 120 cru­zeiros por arrobá, que é o preço do merca­do, não são suficientes para garantir 4 me­ses de entressafra. Fica, então, o lavradorsujeito à exploração daqueles que fazem acomercialização do cacau. Se realmente oGoverno quer apoiar o lavrador e defenderaquela máxima que diz "plante que o Go­verno garante", é preciso que o Sr. Presi­dente da República, o Sr. Mlníatro da Agri­cultura, enfim, todos os órgãos governa­montais que tenham interesse em que, plan­tando esteja garantida a produção, voltemsuas vistas para o pobre do lavrador decacau - e nesta hora quero referir-me nãoapenas ao plantador do cacau, mas a -todosaqueles homens que abrem o ventre da ter­ra e asseguram a produção deste País - eseja ampliada a área de crédito a fim deque esses homens não fiquem sujeitos à

exploração daqueles que saem e deixam ocoração em casa.

O SR. GOMES DO AMARAL - (Pronun­cia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, movido pelo senso de justiça,faca uso desta tribuna para levar ao conhe­cimento dos grados pares um dos proble­mas mais sérios e urgentes e que deverámerecer toda a nossa atenção. Não mais nospoderemos manter alheios aos fatos que en­volvem o funcionalismo no Banco do Bra­sil S.A., elite que paulatinamente vem per­dendo as esperancas de melhores dias e demais justiça quanto às suas pretensões sa­lariais.

Sr. Presidente, é do conhecimento de todaCasa que o Banco Central, organismo cria­do não há muito tempo, teve seu quadrofuncional totalmente preenchido com ho­mens oriundos do quadro do Banco doBrasil. Sabemos, porém, que a desigualdadeno tratamento do funcionalismo dos doisestabelecimentos vem se acentuando dia adia.

Acabou de ser levada a efeito a reclassi­ficação dos cargos para o funcionalismo doBanco Central, medida justa e. digna deaplausos, enquanto o funcionalismo do Ban­co do Brasil continua apenas na expecta­tiva, na esperança e, alguns, já no incon­formismo da desesperança.

Srs. Deputados, a situação é injusta. Hámuito temno vem o Banco do Brasíl dei­xando de remunerar convenientemente seusfuncionários, e tal fato vem diariamentecausando perda de mão-de-obra de altaqualificação para aquele estabelecimento decrédito oficial, eis que seus funcionáriospreferem transferir-se para outras empresasem busca de melhores dias.

.Cremos que é chegada a hora de recor­rer a todas as forças, nas várias esferas daRepública, para que possamos generalizarotimismo capaz de influir nas decisões da

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diretoria daquela sociedade de economiamista, a fim de que seja reparada a lamen­tável situação.

Temos certeza de que o atual Presidente,Dr. Angelo Calmon de Sá, homem de mani­festo bom senso, haverá de considerar comsimpatia as gestões que fizermos na Câma­ra dos Deputados, no Senado e mesmo jun­to a B. Ex.a o Sr. Presidente da República,para que as distorções havidas principal­mente na gestão anterior, possam ser corri­gidas.

Pam tanto, é indispensável e urgente que'seja processada, nos mesmos moldes doBanco Central, a reclassificação de cargosdo runctcnaltsmo do Banco do Brasil S.A.

O SR. ADHEMAR SANTILO - (Sem re-. visão do oraãor.), Sr. Presidente, registro

nos Anais da Casa o discurso proferido peloDeputado Henrique Santilo na AssembléiaLegislativa de Goiás, analisando o Governodo Sr. Leonino Caiado e o que se instalaagora, do Sr. Irapuã Costa Júnior.

O SIt. ANTONIO BELINATI - (Sem re­visão do 'orador) Sr. Presidente, na sessãode anteontem, no calor dos debates o Sr.Líder do Governo, Deputado José Bonifácio,deixou uma grande interrogação, que estásendo cecebída com estranheza pela opiniãopúbííca nacional, quando deu a entenderque dentro do partido ao qual temos a hon­ra de pertencer, o MDB, existiriam cincoelementos comunistas.

Não que pretendamos, aqui, desacreditarda palavra do Sr. Deputado José Bonifácio,que àquela altura ocupava a tribuna emnome da Liderança, falando, evidentemen­te, pelas suas altas funções, em nome doG<Jverno da República.

Sr. Presidente, para dirimir essa dúvida,veiculada pela imprensa nacional, gostaría­mos que V. Ex.a interpelasse o nobre Líderdo Governo, Deputado José Bonifácio, nosentido de que S. Ex.a revelasse os nomesdaqueles' cinco parlamentares, pois, casocontrário, todos nós, ao percorrer as nossasregiões eleitorais, teremos de dar explica­ções, ainda que desnecessárias.

É uma acusação inoportuna essa, do no­bre Líder do Governo, contra 160 Deputados.S. Ex a , com sua inteligência, com a vivên­cia politica queo caracteriza como velha ra­posa, sabe muito bem que, ao lançar aacusação, sem mencionar os nomes, estavaderramando lama sobre 160' parlamentaresda ilustre bancada do Movimento Democrá­tico Brasrleiro, formada por pais de famíliae jovens cristãos bem intencionados.

Nestas condições, Sr. presidente, na qua­lidade de membro do Partido da Oposiçãosolicito de V. Ex.a que interpele o Lider doGoverno, Deputado José Bonifácio, sobre aacusação que lançou contra toda a nossabancada, revelando a identidade dos par­lamentares que, segundo ele, adotam credoscontrários aos interesses da Pátria, quetanto amamos e que queremos ver sempresob um regime capaz de' preservar-lhe osgloriosos destíncs;

O SR. GASTA0 MÚLLER - (Pronuncia oseguirrte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, faz longo tempo que Cuiabá as­pira a tero seu "Anel Rodoviário" concluí­

.do, com a pavimentação astáltíca. No últl­mo Governo Médici, por várias vezes, o Mi­nistro Mário Andreazza prometeu que a obrairia ser realizada, mas passou-se o Gover­no e até hoje nada. Agora está-se receben­do apelos nesse sentido, de várias autori­dades, como por exemplo do or. LeónidasPereira Mendes, Presidente do Conselho Es­tadual de 'I'ransport.es, em Mato Grosso. Dizo citado Engenheiro, no seu apelo: "Em no­me do Conselho Estadual de Transportes' vi-

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

mos, com o presente, encarecer de V. Ex.&sejam envidados esforços junto ao Ministé­rio dos Transportes e DNER, no sentido deque seja determinado o início da pavimen­tação do Anel Rodoviário de Cuiabá, obrade vital importância para esta Capital, ten­cio-se em vista que há mais de um ano foraaquela obra autorizada pela administraçãosuperior, e se encontra paralisada. .. Com a presente obra poder-se-á, dennítí­vamente, fechar o anel com a integração dosistema rodoviário com o hídrovtárío, quesomente benefícios trará à nossa Capital."

Recebi, também; Sr. Presidente, Srs.Deputados, um outro apelo, no mesmo sen­tido, da Câmara dos 81'S. Vereadores deCuiabá, por iniciativa do nobre VereadorBenedito Ferraz, da representação arenís­ta naquela: Casa do Legislativo Municipal,com aprovação, por unanimidade, dos srs,Vereadores.

Diante desses pedidos, Sr. Presidente, Brs.Deputados, transmito essa reivindicação aoSr. Ministro dos Transportes, bem como aoSr. Diretor-Geral do Departamento Nacio­nal de Estradas de Rodagem.

Tenho certeza de que o Sr. Ministro e oSr. Diretor levarão a sério este desejo maisque justo, do povo cuíabano, de ver de umavez por todas concluídas a obra.tmportantís­síma do Anel Rodoviário da capital Mato­grossense,

O SR. ALCIR PIMENTA - (Pronuncia oseguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, é minha intenção, nesta opor­tunidade, prestar homenagem póstuma aocidadão Natalino José do Nascimento, re­centemente falecido na Cidade do Rio deJaneiro. E o faço através de uma crônica,que peço licença para ler:

"ELEGIA A NATALAlcir Pimenta

Ao mesmo tempo que traz comodidade,o progresso nas comunicações não dei­xa de importunar e até de deprimir."Camboja não se rende!" ~ diz a man­chete. "Jacqueline viúva outra vez!" ­lê-se em primeira página. "Quem vaiadotar um bebê importado?" - per­gunta a folha do interior, que tambémaponta inconvenientes no divórcio.Esse é o mundo em que vivemos, ou me­lhor, em que vamos morrendo a cadadia, na avidez desenfreada com que bus­camos prolongar a vida. Vitaminas, saisminerais, pílulas rejuvenescedoras, tô­nicos disso, tônicos daquilo, operaçõesplásticas, romarias a lugares santos ..•Eis a ânsia humana pela materíalídude.,tão mal disfarçada em ocasionais de­monstrações de afeto.Nesse tumulto de contradições, contro­vérsias e incertezas, nasceu também Na­talino José do Nascimento, Natal daPortela para os íntimos. Que veio de larpobre, todos o sabem e proclamam. Quefosse rico, muitos imaginavam. Mas quedissipara quanto ganhara entre a suagente, poucos acreditavam ou queriamsaber!.: .O que a filosofia leva, às vezes, séculospara mostrar, prova-o facilmente o quo­tidiano, sem rebuços, sem pesquisas, porsi mesmo.Desde a mais remota antigüidade, po­rém, discutem as escolas filosóficas so­bre o que mais convém ao homem co­mo criatura de Deus:' se viver vida lon­ga, acrisolando o espírito entre os mor­tais, para depois usufruir bem-aventu­ranças nos páramos celestiais. -Ou seabreviar, quanto possa, o trânsito ter­reno. indo logo ao encontro da espírí­tualídade,

Abril de 19'15

Natal não sabia nada disso. Não era fi­lósofo, mas, sem estudar filosofia., tinha.a sua filosofia. Não sei se digo bem para.expressar o que lhe negou o mundo tér-'1'00 em intelectualídade sobejou-lhe aoProvidência em grandeza interior, emalma, em vontade de servir e de serbom, em uma palavra, em esforço para.redimir-se, talvez ante si próprio, da­queles pecados que lhe eram atribuí­dos, tributos da popularidade.Não sendo propício o momento a inda­gações dessa ordem, cumpre-me falardo lado positivo da sua vida. Do bemque praticou. Do que distribuiu com apobreza. Dos gastos inestimáveis com asua Portela, paixão que lhe consumiu amocidade e o dinheiro.Que homem estranho! Não fez cursosde liderança, mas era líder, na melhoracepção do termo, congregando ao redórde si uma comunidade pobre, que ° ido­latrava. Poderá alguém objetar que foiautocrático, que impôs sempre, que fezprevalecer a sua lei. Que fosse! Mas nempoderia se).' de outro modo. Tendo ple­na consciência do quanto cada qual es­taria apto ou disposto a dar-lhe, retrí­buía a todos segundo o mérítc e as i:ri!­teneões de cada qual, antecipando-sesempre, para obsequiar ou para magoar,para .cortejar ou para atacar, que nil.pesperava o outro dia para conferir. <,Era astuto. Moço pobre, teve coragempara enfrentar a vida. Doente, não 'fieintimidou nem esmoreceu. Apenas, mJ.1.>­dou de tática e de ramo, mas continuoutrabalhando. A seu modo, é verdade, 1

Dirieis, ainda, que foi contraventor. Erealmente o foi. Mas quantos neste Paísnão contrariam a lei! ... Nem por issose sabe de prodigalidade de tantos. Ouda perseverança. Talvez da obsessão emver alguém fora do submundo do anal­fabetismo. ' i

Natalino era mesmo diferente. Vindo donada, queria tudo para todos. Não sam­bando, amava o samba. Não estudando,multiplicava o número de doutores. semum braço, com o outro comandava deforma admirável. Fugindo à polícia, Pl1­nha a polícia atrás de alguns. Negro, osbrancos o amavam.Pela Portela, brigou, chorou, fez tudo. ~J.Elevou-a ao ápice da fama internacio­nal.Mas, triste sorte! Gente de escola desamba não tem biografia. Falo de bío­grafia escrita nos livros pelos homensque sabem medir as virtudes e os de­feitos dos outros. Natal, essa você eer...tamente não terá, só lhe restando, p01"­tanto, para consolo dos amigos a me;mõria da posteridade, a que o pró­prio povo escreveu espontânea e cole­tivamente. O deslumbramento do car-

- naval fascinante que ajudou a criar. Oespetáculo inédito dos funerais de rei.O soluço sincero de quem se sentiuapequenado e pobre com a separação.A dor profunda de quem desmaiou. Alágrima furtiva de quem, pensando serforte, toi ao enterro e não resistiu. ~

mágoa dos companheiros de noites ín­dormidas, na agonia do resultado íncer­to. A gratidão dos bacharéis que for~mou. A indecisão policial ante a magna­nimídade do seu coracáo, O último bei­jo no estandarte, quê não mais verá;O alarido das multidões eletrízadaá,quando a Portela explodia na avenida.O coração não poderia mesmo resistir.Parou de cansado, para sempre, oprimi­do pela tensão das emoções que repri­miu.

Ahril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção IJ Sábado 12 140'7

cíal:

Natal morreu, meus amigos, e Madu­reíra ficou menor. Menor, porque per­deu a alma li o coração. Menor, porqueperdeu o entusiasmo. Menor, porqueperdeu o esplendor expectante da vi­tória almejada. Menor, porque perdeua esperança de ver-se reabilitada naeventualidade de uma derrota desola­dora. Menor, enfim, porque perdeu aalegria de ser toda de Natal.Pela Portela, brigou, chorou, fez tudó ...até morreu."

O SR. INOCRNCIO VIEIRA - (Pronun­eía o seguinte díseurso.) 81'. presidente, 81's.Deputados, mais uma vez, o nosso País sefez ouvido e respeitado no exterior, graçasà ação enérgica e eficiente do Governo bra­sileiro, no recente caso do Buperpetroleíro"Enskeri", da Empresa Petrolífera Finlan­desa "Neste O. Y .", que pretendia lançar noAtlântico Sul 690 barrís de arsênico, ou ou­tro material, até mesmo, quem sabe, de na­tureza radioativa; quando dizemos até mes­mo de natureza radíoatíva, é porque nãoentendemos como um país auperíndustríaü­:!lado, como a Finlândia, iria perder tama­l;l4a quantidade de arsênico, que poderiaaer utilizado para industrialização de no­'VQ,S subprodutos.': Congratulo-me, portanto, com o Ex.mo·Sr. Presidente da República, General Er­'ríesto Geisel, e com o Ex.mo Sr. Ministrodas Relações Exteriores, Dl'. Antônio F'ran­çi.Bco Azeredo da Silveira, pela maneira co­),:10 nosso País se conduziu, impedindo que9 fato se consumasse, com graves eonse­Ii'\iências para o meío-ambíente e tambémpara a população. Mesmo que se tratasseapenas de arsênico, existem vários de seus'sais, que são extremamente solúveis naágua, contaminaria o plâneton, de que sealimentam os peixes, podendo causar amortandade dos mesmos, com grandes pre­juizos para nossa indústria pesqueira, ouapenas contaminação dos peíxee, que, seingeridos pela população, causariam gra­ll'es conseqüências, pois, como sabemos, ape­JYlS pequena quantidade de arsênico causa~; morte humana. O' que nos surpreende ,é,que os responsáveis pela Empresa Petrolí­,;fura "Neste O. Y." diziam que <J materialnão causaria nenhum mal ao AtlântIco Bul,quando se sabe que !lo profundidade médiadeste é de 5.000 metros e a do Max Báltico,que banha as costas finlandesas, é de apro­xímadamente (l.200 metros, que seria mais'éconômico e teria menor possibilidade decontaminação, pelo que se conclui que outro.motívo deve existir para o pretendido lan­çamento às águas do Atlântico Sul.

Há de se louvar a atuação do governofinlandês, defensor tradicional dos Mares,e que provocou a Convenção de HelsinquiSObre a "impoluição do. Mar Báltico", nãopoderia permitir que seus próprios argu­mentos, tantas vezes repetidos naquelaConvenção e também na "Conferência sobrea 'defesa do Meio-Ambiente", em Estocolmo,se voltassem-contra aquele país.

Sabemos da oonrerêncta realizada em1972, em Londres, relatíva a normas proi­bitivas da poluição do Mal'., Quando o Governo fínlandês adotou a!decisão de impedir o despejo da carga dearsênico nas águas do Atlântico SUl, já es­tava marcada uma reunião, em Washing­ton, da OEA, a pedido do Brasil, para apre­ciar o problema, notando-se, portanto, queo protesto de nosso Pais apressou a medidaproibitiva.

Gostaria, no final, de fazer um apelo pa­ra que nosso Governo mande estudar a flo­ra e a fauna do Atlântico Sul no litoral bra­sileiro, para que se verifique se já houvealguma contaminação por outra espécie de

dejeto industrial ou qualquer outro mate­rial poluente.

O SR. ANTôNIO PONTES - (Pronunciao seguinte diseurso.) 81'. presidente, 81'S.Deputa dos, reenergízada com o sopro de re­novação que recentemente atingiu o Con­gresso Nacional, a Comissão da Amazôniaadentrou uma fase de pleno dínamísmo,

Reativados os trabalhos desse operoso ór­gão téeníco, espera-se que dinamizadas se­rão todas as iniciativas em favor do de­senvolvilnento da fabulosa Região Amazô­nica.

Eleito o Presidente da Comissão da Ama­zônia, Deputado Alacid Nunes, e os Vice­Presidentes, Nósser Almeida é o orador queocupa a tribuna neste instante na reuniãodo dia 2 do mês em curso, fOi' aprovado oPrograma do órgão para suas atividades noano de 1975.

De abril a junho serão realizadas pales­tras por autoridades e técnicos vinculadosaos problemas da Amazônia. Reuniões se­rão levadas a efeito: na primeira viagem,em Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima;na segunda viagem. no Pará, Amapá e Ma­ranhão; e na terceira, em Mato orosso eGoiás. "

Os resultados colhidos nessas viagens se­rão analisados pela comissão, na Câmara,durante a primeira quinzena de junho. Naquinzena subseqüente, as conclusões serãolevadas ao conhecimento da., áreas interes­sadas.

No período de agosto a novembro. serãorecebidas as análises procedidas pelos vá­rios órgãos interessados, e ordenadamentecatalogados.

No mês de setembro será preparado o IrSimpósio Nacional da Amazônia, a realizar­se no mês seguinte, em Manaus, Santa­rém e Belém.

OS resultados finais, enreíxados em rela­tórios mínudentes e expressivos, serão publi­cados e distribuidos em novembro.

Para se ~er uma idéia do que será o Pro­grama de Palestras, a ser rigorosamentecumprido, passamos a ler os temas que neleserão abordados e que bem dímensíonamQ esforço a que se propõe esse órgão técnicoda Oàmara dos Deputados e do que poderáalcançar em favor do Impulso desenvolvi­mentista da nunca sufíeíentemente decan­tada Região Amazônica:

1 -- A Experiência da SPVEA;2 - A ExperiêncIa da SUDAM;3 -- A Experiência do INP A;4 - Realiclade e Perspectivas da Agrope­

cuária na Amazônia;5 - Política e Perspectivas do Desenvol­

vimento Regional na Amazônia;

6 - O que é e o que se pode esperar doProjeto RADAM;

7 - Política de Integração Rodofluvíalna Amazônia;

8 - Politica e perspectiva da Mineraçãona Amazônia;

9 - O que pocle ser feito pelo Turismo naAmazônia;

10 - Política da Produção e Comerciali­zação da Borracha Amazônica:

11 - O Trabalho do INCRA na Ama­zônia;

12 - O Trabalho da SUCAM na Amazô-nia; .

13 - O Plano de Saúde para a Amazônia;

14 - Plano de Ação para o POLAMAZô­NIA;

15 - O mDF e a Area Amazônica;

16 - O BASA no Desenvolvimento daArea Amazônica;

17 - O Trabalho da Câmara na RegiãoAmazônica;

18 - O Plano Rodoviario da Amazônia;19 - O Trabalho da SUFRAMA;20 - Ação do DNPVN na -área Amazô-

nica;

21 - A SUNAMAN e a Região Amazônica;

22 - Energia na Região Amazônica.

No programa de atividades outras, parao presente exercício, a Comissão cogitará,aindaDa Amazônia como "região-problema":

- região continental;

- região isolada;

- região vazia;- região desconhecida;

- relações e interesses internacionais.Para as tentativas de valorização da Re­

. gíão:

prclegômenos de uma Política Espe-

a criação dos Territórios Fcderais;

a lição da COnstituição de 1946;

- a experiência da SPVEA;- a Revolucão de 1964 e a rerormulacão

da Política dê Valorização - a "OperaçãoAmezônía";

- a criação do BASA;

- a criação da 8UDAM;- a reformulação da polítíca da borra-

cha;

- a ZOna Franca de Manaus;

- a PolítIca de Incentivos Fiscais;- a experiência da Lei n,? 5.174/66; e- as inovações do Decreto-lei n.O 1.376/74.

Quanto às responsabilidades do PoderLegislativo, cuidará o superatívo órgão:

..:.... das prerrogatívas constitucionais; e,propriamente, da Comissão da Amazônia.

No 'Plano das atividades serão conside­rados:

- os objetivos em mira;- a observação da ambíência físico-eco-

nômica-social e de seus problemas;- o diálogo entre Governos e entidades

de classe locais;- o registro das observações e das rei­

vindicações da Região;- consulta aos órgãos federais compe­

tentes;- conscientização e aparelhamento téc­

nico-político da Comissão da Amazônia pa­ra o eficiente desempenho de sua missão; e

- avaliação do desempenho da Política eValorização RegionaL

E finalmente, Sr. Presidente, será esta­belecido esquema de atuação e fixado umcronograma para sua execução, que abran­gerão:

- diálogo com especialistas na proble­mática amazônica;

- visitas à Região;

- organização dos encontros e debates.

1408 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) AbrI" de 19'75

Esse ambicioso esquema, Sr. Presidente,que tem a animá-lo a tônica nacionalista,foi mínudentemente explicitado e eonvín­centemente justificado pelo nosso ilustra­do Presidente Alacid Nunes, festejadoexpert em assuntos da grande área Amazô­nica.

Em medidas paralelas, do maior alcan­ce, com vistas a atingir e concretizar asprovídêncías que temos em pauta, a Comis­são, incorporada, vísíton o Ministro da Jus­tiça, o Ministro da suúde, o Ministro daAgricultura e o Vice-Presidente da Repú­blica, de todos recebendo a promessa deincondicional apoio às realizações que so­bremíramos com o espírito voltado para osinteresses de toda a Pátria.

Aproveitamos o ensejo, Sr. Presidente, pa­ra trazer ao conhecimento da Casa - tra­duzindo nossa grata .iatísraçâo e a da Co­missão da Amazônia - que recebemos ofi­cio subscrito pelo enrínente e sereno Pre­sidente Célio Borja, em que nos comunicahaver aprovado a real.zação do II SimpósioNaeíonal i da Amazônía, o que, penhorada­mente, agradecem quantos ainda vivem sobas inóspitas condições existenciais da maisgrafada e mais desconhecida das regiõesdo Mundo!

O SR. JERôNIMO SANr~ '\NA (Prornm­eía o seguinte discurso) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, o nobre representante doMinistério Público em Porto Velho fez ins­taurar ação penal no Forum da Comarcacontra os policiais, por crimes de corrupção,subserviência, venalidade e ganância e abu­so de autoridade.' São os seguíntes os ele­mentos da Policia do Território processa­dos:

Dr. Ary da Costa Agra - DD. Subdelegadode Polícia de Vila de Rondônia; .

Nelson Rivoredo - DD. Subdelegado dePolicia de Vila de Rondônia;

Sargento Nunes - Policial lotado na Sub­delegacia de Vila de Rondônia;

Tenente otávio Pinto de Azeredo - Po­licial lotado na Subdelegacia de Polícia deVila de Rondônia;

Carlos Alberto Brito dos Santos - Escri­vão de Pvlicia lotado na Subdelegacia deVila de Rondônia;

Sargento Elpiniano 8. Lopes - Policialresponsável pelo Destacamento de Vila deOaeoal, subordinado à Subdelegacia de Vi­la de _-tondônia.

Sr. Presidente, a- denúncia' reconheceu,pública é expressamente, que tais policiaisagiam, e agem, mediante paga dos grileirosde terras públicas, atuando no Território,entre eles;

- CALAMA SIA;- CIodoaldo de Almeida Nunes;- Manuel de Almeida Nunes;- Walmar Meira Paes Barreto e- José Milton de Andrade Rios.Diz expressamente a denúncia, recebida

pelo Juiz de Porto Velho, a respeito da par­ticipação dos grileiros nos crimes pratica­dos pelos policiais, objeto de denúncia,verbis:

"As autoridades acima qualificadas,"por subserviência, venalidade e ga­nância", vêm (de braços dados com se­ringalistas e grileiros de terras públicas,entre aquelas, CALAMA S/A, Clodoaldode Almeida Nunes, Manoel de AlmeidaNunes, Walmar Meira Paes Barreto eJosé Milton de Andrade Rios) derru­bando moradas, queimando casebres,destruindo plantações de pequenos

agricultores e lavradores analfabetos;ordenando e efetuando prisões ilegais epor mais tempo do que determina a lei;

. mantendo presas pessoas que se pro­põem a pagar fiança, recebendo vulto­sas quantias para liberar presos e fa­cilitar-lhes o inquérito; recebendo pro­pinas vultosas desses latifundiários quepretendem limpar as terras que namo­ram, delas expulsando posseiros anti­gos, seringueiros e Iavradores nelas hávários anos radicados,"

Como se vê, Sr. Presidente, a denúnciasó o foi contra os elementos passivos doscrimes - os subornados. Os subornadoresou mandantes, qeu são sujeitos ativos doscrimes, não figurarr da denúncia.

Comprova - se aí a imunidade penal dosgrileiros de terras de Roridônía, tantas ve­zes por nós denunciados desta tribuna.

É oportuno ressaltar que o Ministério Pú­blico em sua denúncia reconheceu que ospoliciais não agiam moto-próprio, eram pa­trocinados, mediante paga, pelos grileirosque mencionou expressamente. Entretanto,de modo estranho, esses elementos não fo­ram denunciados e, conseqüentemente, nãoestão sendo processados. Estaria essa de­núrreía a merecer, pois, um aditamento. ')U

se processam todos os responsáveis pelocrime, ou não se processa ninguém. Por­que, da maneira como fizeram, estabelece­ram um processo discriminatório. Uma ver­dadeira farsa.

Numa ação penal, como é o caso, tão sé­rio, de repercussão social nefasta, não sepode transformar numa farsa. No caso pre­sente, existem mais de trinta testemunhas,em Vila de Rondônia, que se ofereceram pa­ra depor e relatar 0$ crimes dos grileiros, naRegião, e não se encontra autoridade judi­ciária disposta a ouvi-Ias. Ê lamentávelque, quando se trata de processar. grileiros,em Rondônia, a Justiça desapareça. Isso épreciso acabar. A Lei é igual para todos.É de se esperar que o Dr. Juiz Dirceu Fa­rias, recentemente empossado na Comarcade Porto Velho, em relação à ação penal quetrata dos crimes dos polícíaís que mencio­namos, determine o aditamento da denún­cia para que sejam processados todos oscrí­mínosos de que dá notícia a representaçãoque deu origem à denúncia. Isso é o mínimoque espera da Justiça a ordeira populaçãode Rondônia.

Leio, integrando este pronunciamento,para o conhecimento do Dr. Juiz de PortoVelho, carta que venho de receber do Sr.Pedro de Brito Ferreira, denunciando cri­mes impunes de. policiais, no interior doTerritório. Verbis:

Rio de Janeiro, 20 de março de 1975Ex.mo Sr.Jerônimo SantanaMD. Deputado FederalBrasília - DFSenhor Deputado:Através da imprensa tomei conheci­mento do seu valoroso e corajoso dis­curso proferido na Oâmara dos Depu­tados denunciando crimes em Rondô­nia, terra que deve orgulhar-se por terum representante da qualidade de V.EX,aIlustre Deputado, aproveitando o mo­mento oportuno desejo expor a V. Ex.!>o seguinte fato:No dia 4-8-73, na localidade de Oacoal,bem próximo de Vila de Rondônia, ondese deu o assassinato da pessoa que V.Ex. a fez referência em seu discurso, foimorto a tiros pelo subdelegado WalterAlves Brasil, o meu irmão de nome Ti-

to de Brito Ferreira. Esclareço ao se­nhor que o meu irmão não era bandidoe nem marginal, pois se assim o fossejamais escreveria sequer uma linha aseu favor, e também não era conside­rado elemento perigoso na Iocalídade,Era ele doente, com várias internaçõesno Hospital Psiquiátrico Adauto Bote­lho de Cuiabá, MT. Isto já foi, e aindapoderá ser provado por documentos for­necidos pelo referido hospital. A Secre­taria de Segurança em Porto Velho, to­mou conhecimento disso, mas apesar detudo isso, parece que esse assassino con­tinua impune fazendo parte da segu­rança pública de Rondônia.Na reportagem do Jornal Alto Madeiraque noticiou a triste noticia, esse sub­delegado afirma que horas antes haviaprendíno o meu irmão (espancando-otambém). Esse mesmo subdelegado tio­ras depois mata o meu irmão. Oomoo senhor bem sabe, nessas localidades"os chamados representantes da lei"são considerados intocáveis, ninguémpode falar nada, dado ao clima de receioque eles criam nos moradores. Nessascírciinstâncías o inquérito é do começoao fim contra o morto. ' .-Solicito por obséquio ao ilustre Depu­tado/ incluir o assassinato do meu ir-mão na lista dos crimes impunes. .Certo de merecer a atenção de V. Ex. a

antecipo os agradecimentos, apresen­tando a S. Ex.'"Respeitosas saudaçõesPedro de Brito Ferreira

Era o que tinha a dizer.O SR. JÚLIO VIVEIROS (Sem revisão do

orador) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,uma das grandes lutas que empreendemosno Plenário desta Casá prendeu-se à proble­mátíca do soldado da borracha.

O Deputado Jerônimo Santana começou-ae nós o seguimos, chegando a sugerir ao Mi­nistro Arnaldo Prieto fosse constituída umacomissão ou grupo de trabalho a fim dedecidir sobre qual o destino a ser dadoàqueles brasileiros abandonados de nossoPaís. Este grupo de trabalho concluiu peláaposentadoria, através do FUNRURAL. En­tretanto, já se passaram quase sessenta diase o Ministério do Trabalho, hoje da Previ­dência e Assistência Social, a que está liga­do o FUNRURAL, não tomou qualquer pro­vidência para que chegassem às represen­tações do FUNRURAL nos municípios doBaixo Amazonas as competentes instruções.

Deixo aqui o nosso apelo aos MinistrosArnaldo Prieto e Nascimento "e Silva, nosentido de que interfiram diretamente epromovam o envio às sedes daquela En.ti­dade no Baixo Amazonas, no Pará, no Acree nos Territórios, dos modelos de requeri­mento para que de imediato se processe aaposentadoria dos "soldados da borracha",que vivem em sua maioria pedindo esmolas.

O SR. JOEL FERREIRA - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente, em meu nomepessoal - se forem verdadeiras as notícias- quero deixar meu inconformismo quantoao pensamento do Governo de oficializar o"jogo do bicho", com um nome sofisticadoapenas para empanar a realidade.

Confesso que, oficialmente, não sei denada; tampouco possuo os dados que infor­maram aquele comportamento.

O certo, porém, é que a imprensa temfalado com muita trequêncta sobre o assun­to, entendendo eu que o Governo deveriaantes atentar para os males decorrentes dalegalização do "jogo do bicho".

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 1469

Articula-se, por exemplo, que o Governocarece de recursos, sobretudo para apli­cação na área social. Cabível, pois, pergun­tar seria válido oficializar a prcatítuíção, acrímínaüdade, o "Esquadrão da Morte",desde que earreassem recursos para o erá­rio? Logicamente que não. Por isso, falecede seriedade, de dignic1,ade, de sentido hu­mano o argumento de que a oficializaçãodo "jogo do bicho" propiciaria meios utili­záveis na área social. Se verdadeiros os in­formes - porque elementos concretos eunão tenho - desde já fica lavrado o meuprotesto, pois a economia da classe assala­riada já está no chão, na miséria, na sarjetae não há mais nada para se recolher.

A oficialização do "jogo do bicho", para­lelamente à existência das Loterias Espor­tiva e Federal, atingiria exatamente a áreamais pobre da Nação, contra a qual o PoderPúblico estaria realmente praticando umcrime.

Se porventura a matéria vier ao Congres­so, tem desde já o meu voto contrário, por­quanto não honra nem dignifica o senti­mento cristão do povo brasileiro. (Palmas.)

: "0 SR. .JORGE FERRAZ - (Pronuncia oseguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, estou recebendo da CâmaraMunicipal d~ Itabira uma solicitação quehão posso deixar de veicular através destatribuna, bem como de tentar fazê-la chegariJ, autoridade do Governb Fcderal que temc<;>mpetência e condições para atendê-la,ainda que em forma de apelo, se esta fora maneira mais eficaz de obter a soluçãodesejada.

Trata-se do seguinte: em 1972, portanto,há três anos passados, o Instituto Nacionalda Previdência Social pediu e a PrefeituraMunicipal de Jtabíra procedeu à imediatadoação de área, destinada à construcão desede própria para a agência daquela autar­quia na cidade.

Na verdade, Itabira comporta o empreen­dimento, uma vez que a arrecadação men­sal da instituição previdenciária, ali, alcan­ça a elevada cifra de três milhões de cru­zeiros, fíeando as despesas, também men­sais, em cerca de um milhão e quinhentosmil cruzeiros. Jamais houve deficit para orNPS, senão que, sistematicamente, supe-ravíts, '

-, Inobstante tudo isto, máxime o fato de amunicipalidade haver acudido incontinenti,iI. solicitação do Instituto, no tocante à.doação. do terreno para edificação do pré­,dia de sua agência local, os segurados e de­mais beneficiários da Instítuíeão continuamsendo atendidos de forma precaríssíma, em'agência provisória, localizada em cômodo'comercial e sem as mínimas condícões defuncionalidade. para o desempenho dasatividades peculiares do INPS. -

-Ó; E, mais ainda: a informação oficial quese tem a respeito do assunto, obtida atravésde comunicação direta do INPS ao LionsClube local, dá conta de que os estudos eplanejamentos para a construção da sededa agência de Itabira estarão concluídossomente em 1976 e que as obras correspon­dentes serão iniciadas só no ano seguinte,'isto é, em 1977.

Ora, será possível que os planejamentosdessa natureza, 'no INPS - notoriamenteuma instituição não carente de recursos ­.precísern caminhar com tanta morosidade?

Será possível, ainda, que Itabira, cidadeonde o Instituto arrecada somas vultosas egasta sempre menos do que arrecada, me­reça tal preterição de parte do INPS?

O povo e autoridades locais não se confor­mam com a situação. Os segurados e benefi­ciários do Instituto muito menos, visto como

sentem pessoalmente as dificuldades doatendimento deficiente nas atuais precáriascondições da agência local.

Por isto apelam a S. Ex." o Sr. MinistroNascimento e Silva, da Pasta da Previdênciae Assistência Social, para que antecípe osestudos e planej amentos do prédio a seredificado em Itabira, 'bem como o inicio econclusão das obras respectivas.

Esclareço finalmente que o pedido que meestá sendo feito pela Câmara Municipal deItabira e ora divulgado da Tribuna da Câ­mara dos Deputados, consubstancía reque­rimento de um de seus Vereadores, apro­vado unanimemente pela referida edilidade.Com isto estou querendo dizer que não setrata de reivindicação pessoal, senão que detodo o povo através de seu legítimos repre­sentantes.

O S.R. VASCO NETO - (Pronuncia o se­guínte díscurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, estamos ao fim de uma semana pordemais movimentada no setor das lides po­líticas.

Ainda que tenha havido lutas, discussões 'por vezes acerbas, críticas nem sempre jus­tas, entrechoques de ídéías e grande movi­mentação de plenário, não podemos deixarpassar sem registro um admirável feito dajuventude do Brasil.

Refiro-me, Sr. Presidente, Srs. Deputados,à vitória da natação brasileira na II CopaLatina de Las palmas, nas ilhas Canárias.Caminhamos a passos largos para outrashegemonias esportivas que não só a do fu­tebol. No feito dos nossos nadadores, dosnossos atletas configura-se mais uma der­rota dos pessimistas.

O entusiasmo e a responsabilidade de to­da uma equipe, - cujo admirável feito nomomento assinalo, para que fique registradonos Anais desta Casa, -" é motivo de orgu­lho e da gratidão de todos os esportistasbrasileiros.

Os índices técnicos alcançados por nossosjovens patrícios, segundo a grande atleta dopassado, Maria Lnnk - legitima glória denossa natação, recordista mundial - mos­tram que "o Brasil já superou a fase em quea hegemonia na América do Sul era a meta.Agora o 'lue importa é disputar competiçõescom países mais adiantados".

E Maria Lenk tem razão. Basta que seregistrem os recordes sul-americanos e bra­sileiros assinalados para realçar a justeza doque ela afirma.

São os seguintes:

Djan Garrido Madruga - Recordes sul­americano e brastleíro para os 200m na­do livre, lm56s7; 400m medley 4m42s;aOOm 15m56s2. ~,

Ohrtstíane Paquelet - Recordes sul­amerícano e brasileiro para os 100mnado de costa, 1m09s9, e 200m; nadode costa, 2m30s9.Rosemary Peres Ribeiro - Recordessul-americano e-brasileiro para os 100mnado livre, 1mOOs4, e 100m nado, "bor­boleta", 1m05s4.Flávio Nadalutti - Recorde sul-ameri­cano e brasileiro para os 4oom, medley,5m09s6.Rômuío Arantes .TI'. - Recorde brasi­leiro para os 100m, nado "borboleta",57s8.Itevezamento 4 x 200m nado livre ­EqUlpe formada .por Paul Henry Joun­neau, Ruy Tadeu drAquino, Djan Ma­duga e Sérgio Pinto Ribeiro, CDm orecorde sul-americano e brasileiro,7m5888.

Revezamento 4 x 100m nado livre ­Equipe formada por Rosemary Pires Ri­beiro, Christiane Paquelet, Maria ElisaGuimarães e Lucy Burle, com o recordesul-amerícano e brasileiro, 4m06s.

Revezamento 4 x 100m quatro estilos­Equipe formada por Rosemary, Ohris­tíane, Lucy e Cristina Bassaní, com re­corde sul-americano e brasileiro, 4m34s.

Os nossos cumprimentos são extensivosao Almirante Heleno Nunes, aos dirigentesde nossa natação, pelo êxito da equipe bra­sileira na IH Copa Latina de Las Palmas.

É mister que se faça um apelo - pois omomento é propício - ao Sr. Ministro daEducação no sentido de que providênciasvenham propiciar facilidades de treinamen­to aos nossos atletas.

Há carência, principalmente de piscinas,como lembrou o jovem Djan Madruga.

É tempo, pois, de o nosso Ministro NeyBraga, na reformulação das diretrizes quese anuncia para o esporte brasileiro, venhaao encontro das prementes necessidades dainfra-estrutura de nossa natação, para quese multipliquem os nossos campeões e paraque os nossos jovens, "com seus admiráveistriunfos, engrandeçam a nossa terra. comoo fizeram, há pouco, em Las Palmas.

O SR. PEIXOTO FILHO - (Pronuncia> oseguinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, retorno a esta tribuna, para renovarapelo ao Eng\'lnheiro Hugo de Matos. Secre­tário de Obras e Servico Público do Estadodo Rio, no sentido de que, prioritariamente,adote medidas que conduzam às solucõesreclamadas pelas laboriosas populações ma­geenses no que se refere ao grave problemade saneamento básico (água e esgotos), es­pecialmente nas localidades de Piabetá,Guia de Pacobaíba, Vila Inhomirím, Suruí,Guapl-Mlrím e Santo Aleíxo.

A água que abastece a ilha de Paquetá,na cidade do Rio de Janeiro; é oriunda demananciais existentes no município deMagé, onde está localizada a adutora ccns­truída pelo antigo Estado da Guanabara.Mas, embora a canalização da rede de abas­tecimento d'água passe por essas localidades- Piabetá, Surui e Guia de Pacobaiba. emdireção à ilha de Paquetá, as valorosas po­pulações locais continuam bebendo água depoços escavados ao lado de fossas. É chega­da a hora de se somar esforços para equa­cionar os problemas de infra-estrutura detão próspera região fluminense. Até quan­do?

O SR. ANTôNIO CARLOS - (Pronuncia oseguinte díscurso.j Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, embora a Assessoria de Divulgação doGoverno José Fragelli tenha feito esforcasbastante onerosos para os cofres estaduaisno sentido de mostrar realízacõcs de vultodurante o seu malfadado período governa­mental, a realidade do Mato Grosso de hojebem demonstra que estávamos-plenos derazão quando. em nosso primeiro pronun­ciamento. desta tribuna, qualificamos suagestão como "irresponsável administrativa­mente".

O Município de Dourados, um dos maispromtssores no sul mato-grossense passahoje SI' Presidente, e 81'S. Deputados, pormomentos díficeís, quer na zona urbana,quer na rural.

A fama, justa, por sinal, de município rico,fez de Dourados um "primo pobre" do últi­mo Governo estadual, tanto que ficou en­tregue à própria sorte e aos cuidados quaseexclusivos da Administração Municipal.

A SANEMAT - empresa de saneamento'do Estado - parece mesmo ter sido criada

1410 8ábado lZ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 19~5

para servir aos familiares dos governadoresmutc-gressenses e, por isso, contagiado pelaineficiência, incapacidade, irresponsabilida­de e uma inexplicável arrogância. No gover­no anterior tinha a dirigi-la um irmão do­Governador José Fragelli. Hoje, está à suatosta um filho do Sr. Garcia Neto. Em Dou­rados, sob o comando de Cláudio Fragelli,construiu um poço destinado ao abasteci­mento de água da cidade, com capacidadede vazão da ordem de 150.000 litros por hora.

Os corres estaduais foram onerados emuma quantia Iabulcsa, mas o poço, com de­feitos técnicos, jamais serviu à populaçãodouradense. O filho do novo Governadorestá propenso a solucionar o problema, dan­do o poço como condenado, pois apresentaum defeito íncorrígível,

Recentemente o atual Governador visitoua região para anular, segundo a imprensaas ~ideranças de seu antecessor. Voltou à.Cuiabá frustrado. Fragelli não deixou ·lide­ranças ali; pelo contrário, o Prefeito deDourados, Sr. João Câmara, que é da ARE­NA, disse-lhe que a situação do abasteci­mento de água na cidade é quase de cala­midade pública.

A principal rua de Dourados foi tema dasprincipais promessas dos candidatos arenís-

o tas nas últimas eleições. Permanece, aindahoje, alagada, esburacada e abandonada,criminosa e irresponsavelmente.

Na zona rural, mais de 3.000 alunos nãoestão estudando por falta de prédios esco­.Iares e 45, também na zona rural, estão fe­chadas por falta de professores.

Eis porque, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados, venho, desta tribuna - lembrando tero Governador Garcia Neto afirmado, emDourados, no dia 24-03-75, "não ser possí­vel liberar mais verbas do que as já prome­tidas" -- solicitar à S. Ex." o Presidente dada República que mande incluir os proje­tos de desenvolvímento urbano de Dourados- já elaborados pela Prefeitura Municipal- no Programa de Desenvolvimento daGrande Dourados.

Essa medida virá, se tomada, beneficiar opróprio programa, possibilitando dotar omunicipio-base, Dourados, de uma infra­estrutura que não possui e que é indispen­sável à sua condição de pólo de desenvolvi-mento na região. '.

O SR. ANTONIO BRESOLIN - (Sem re­visão do orador.) Sempre fui apaixonadodefensor das árvores. Discursos na Câmara,artigos de jornal, palestras no interior etc.- são os instrumentos que uso nesta cruza­da.

Ao lado destas ativídades, sou coleciona­dor de essências florestais, aqui em Brasilia.No meu pequeno e modesto horto possuomais de cento e oitenta variedades de plan­tas, de muitos lugares e Estados do País.Planto tudo misturado: madeiras de lei, ár­vores frutíferas, plantas ornamentais e atéalgumas vegetações que, na linguagem dopovo são consideradas pragas.

Nesta oportunidade, desejo registrar queapresentei dois projetos à Câmara: um tor­nando obrigatório o ensino da importânciada árvore nos cursos primário e secundário;o outro determinando o plantio de árvoresao longo de todas as rodovias federais. Esteúltimo projeto foi em grande parte inspira­do no que vi nos EUA e em outros países,Por outro lado, quando se devasta crimino­samente as nossas florestas, não há nadaque [usüüqué' os imensos vazios perdidos aolongo das estradas federais. Fui informado,também, que com base neste meu projetofoi apresentada uma proposição na Assem­bléia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Acabo de receber atenciosa 'correspondên­cia dos Srs. Acadêmico Waldemo NaU e 01­miro C. Medeiros, Presidente e 2.0 -Secretá ­rio do Lions Clube de Ij uí, RS, informan­do-me que aquela entidade - organizaçãode invejável vitalidade .~ há tempos se pre­ocupa com o problema. Isto é muito louvá­vel.

O Lions de Ijuí, em bem elaborado prole-"to, encaminhado ao IBDF, pretende arbori­zar as margens da BR-285, uma das maisimportantes rodovias do meu Estado. O pro­jeto é muito interessante e obedece às téc­nicas modernas de reflorestamento. Entreoutros, vale a pena destacar este tópicoda justifieativa do projeto:

"O LIONS CLUBE-DE IJUí, dentro deseus objetivos de servíco à comunida­de e à humanidade, e consciente da suasua responsabilidade, busca uma formaconcreta de participação na tarefa co­mum de defesa, preservação e restabe­lecimento do meio ambiente e do equí li­brio ecológico. Para tanto, apresentauma idéia e o projeto para concretizá­la:

1. O Líons Clube de Ijui julga que asextensas margens das rodovias pode­riam ser aproveitadas no esforço queé preciso envidar para repor, ainda queparcialmente, as florestas exterminadasem nossa região pelo desmatamento.

2. O Lions Clube de Ijuí apresenta opresente projeto que visa efetivar oaproveitamento das margens das rodo­vias BR-285 e RS-10, nos respectivos tre­chos em que percorrem o municipio deIj ui,

OBJETIVOS

- Aproveitamento racional e embele­zamento das margens das rodoviasBR-285 e RS-I0, nos trechos em quepercorrem o munícípío de Ijuí;

- Contribuição ao eqtulíbrio ecológico,através do plantio de cerca de 400 milárvores.

- Contribuição à formação e ao forta­lecimento de uma consciência favorá­vel à preservação e restabelecimentodos recursos naturais e do equilíbrioecológico."

O Sr. Sady Barnewitz, representante doIBDF, por sua vez, vem dando integral apoioà patriótica e oportuna mlcíatíva do Lions.

De minha parte, consigno aqui meus ca­lorosos aplausos à íníciatrva dos dirigentese associados desta importante entidade quetantos serviços vem prestando à comuni­dade íjuíense.

O SR. ADHEMAR GUISI - (Pronuncia oseguinte díseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, nosso pronunciamento versarásobre vários aspectos da política social doGoverno.

Primeiramente, um registro muito felizpara nós, ao assinalarmos que vinte pes­soas receberam na última segunda-feira(dia 8) as primeiras rendas mensais vitalí­cias concedidas .pelo INPS, em Brasilia, aosmaiores de 70 anos e 'inválidos, conformeprevê a Lei n.v 6.179/74. A renda cnrrespondeà metade do maior salárío-mintmo vigenteno País, e j á beneficiou mais de 2.500 pes­soas em todo o território nacional.

O Ministério da Previdência e Assistên­cia Social prevê que a referida Lei bene­ficie cerca de 200 mil pessoas, que não dis­ponham de renda mensal igual ao benefícioconcedido. Em diversos Estados, o INPS jáfez entrega da renda vitalícia, e, agora, a

Superintendência Regional do Instituto Na­cional de Prevídência Social.no Distrito Fe""deral, concedeu as primeiras na Capitalda República. .i

.'HA entrega dos primeíros benefícios foi fei:'!

ta na agência do INPS -DF, localizada :iwBloco "K", no setor de Autarquias Sul, 9.0andar, às 14 horas. -,I

Por oportuno, mencionamos que para I1fuoceber o salário previsto na Lei n,v 6.l79/H·-epreciso que o interessado procure qualquerposto de benefícios do INPS, fazendo provade idade, e levando documentos compro­batórios que atendam aos requisitos da lei.

A partir do primeiro dia da inscrição, aspessoas passam a ter direito à pensão víta­Iicia, em contribuições mensais do INPS;Entre os que j á se beneficiaram com a mê.>dida encontram-se ex-comerciários, religló1.sos, lavradores, pedreiros, costureiras e peS'::soas das mais diversas profissões.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, é opor':'tuno que se mencione as providências queo Mínístro da Previdência e Assistência So­cial se apresta a tomar relativamente á:Óao plano de melhoramento dos serviços daINPS na Baixada fluminense, principalmeq~te no tocante ao atendimento mécüco-hosçplbalar. • i.:~

Nos últimos dias, por força das príorlda­des resultantes da fusão Guanabara-Rio'~

J~neiro, visitando o Estado, teve ~ opor~Vi;riidade de proceder a uma exposição ao g9e,vernador Faria Lima do que vem sendo fei.,.to para melhorar o atendimento médíoéna Baixada fluminense, em primeiro lugar;e no restante do Estado:' O INPS tem prqn..,.tos dois planos de ação para o Estado <1.0Rio de Janeiro, o que concorrerá sobre­modo para a melhoria dos serviços previ­denciários na região.

Serão recuperados diversos hospitais, con­cedidas verbas para compra de equípamen­to moderno, construídos novos ambulató­rios e aproveitadas instalações que, por aoo.).so estejam ociosas. O plano prevê tambéma inauguração de novas agências do INPS.

Com a adoção dessas medid'as, conformeo Mimstro Nascimento e Silva explicou aógovernador Faria Lima, o Ministério da Pre­vidência e Assíatência Social espera que haj s,uma substancial reducão dos deficits ríeatendimento médico atualmente registradosna Baixada fluminense, bem como a canse,qüente redução das filas e dos grandes vo­lum-es de atendimento nos hospitais da Gua­nabara, cuja clientela em grande númeroprocede das cidades daquela região.

SenHor Presidente, ainda no campo so­cial, seria oportuno recordar recente e im­portante medida tornada pelo titular daPasta da Previdência Social.

Com a finalidade de acompanhar a evolu­cão dos custos levados em conta na fixa­ção das diárias e' taxas hospitalares, o Mi­nistro Luiz Gonzaga do Nascimento e Sil­va instituiu uma Comissão de Controle dePreços Hospitalares junto à Secretaria deServicos Médicos do Ministério da Previdên­cia e -Assistência Social.

A medida foi tomada levando-se em con­ta que o Conselho Interministerial de Pre­ços (CIP) transferiu para' o Ministério daPrevidência, a partir de 1.0 de julho de 1975,a competência para fixar o valor das diá­rias e taxas hospitalares pagas pela previ­dência social.

A Comissão será presidida pelo Secretá­rio de Serviços Médicos do MPAS, e, inte­grada por dois representantes do INPS edois do IPASE, indicados pelo Presidente decada uma dessas autarquias e designados

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (SllÇÍÍlO I) Sábado 12 Ull

pelo Ministro da Previdência e AssistênciaSocial. Contará com o assessoramento téc­nico e apoio administrativo do INPS e ..•IPASE, podendo articular-se com a .....DATAPREV e as Federações de Hospitais:p~ra obter as informações de que necessitar.

A Comissão de Controle de Preços Hospi­talares proporá, periodicamente, à Secre­taria Geral, os reajustamentos que devamBel' feitos nos respectivos valores em fun­ção daquela evolução dos custos. O Secretá­rio-Geral do MPAS aprovará as tabelas dediárias e taxas hospitalares reajustadas aserem pagas, pelas instituições de previdên­cia social.

Finalmente, Sr. Presidente, uma palavrasobre a Central de Medicamentos (CEMEL),objeto das atenções maiores dos parlamen­t\'.res, da imprensa e do povo em geral, nasúltimas semanas.

Em dias da semana passada, com efeito, oPresidente da República assinou decretopassando à competência do' Ministério daIndústria e do Oomércío, através da Secre­taria de Tecnologia Industrial, a promoçãok; coordenação das atividades destinadas aoo!,senvolvimento tecnológica industrial dasetor químíco-rarmacêutíco da Oentral de:Medicamentos, órgão vinculado ao Ministé­rio da Previdência e Assistência Social. '

~ A transferência das pesquisas farmacêuti­cas da CEME para o MIO foi feita atenden­do a exposição de motivos dos MinistrosSevero Gomes, da Indústria e Comércio, eLuiz Gonzaga do Nascimento e Silva, daPrevidência e .Assístênelu Social. O decretopresidencial ressa.Ita ainda que os recursosorcamentários previstos para projetos e ati­vidades de tecnologia industrial da CEMEserão transferidos para o Ministério da In­dústria e do Comérclo.

Por oportuno, e para que passem a fazerparte dos nossos Anais, reproduziremos naíntegra as' superiores e patrióticas razoesque levaram as mais altas autoridades doGoverno a procederem como o fizeram, dan­io mais flexibilidade ao órgão e aperf'ei­eoando-o sob os seus vários aspectos exis­.teneíaís, para a sua grande missão no _eon­,texto sócio-político da Nação.

Possui o seguinte texto, que passaremos aler, a Exposiçâo de Motivos dos Srs. Minis­tros da Previdência e Assistência Social e-da Indústría e Comércio, justificando atransferência.

"Excelentíssimo Senhor Presidente daRepública, 'Entre as atividades da Central de Me­dicamentos - CEME, se incluem aque­

-Ias de fomento à industrialização do se­tor bem como as de desenvolvimentotecnológico industrial que víabílízam odesenvolvimento da indústria nacional.Estas atividades foram fortemente in­tensificadas a partir de março de 1974,principalmente devido a um perfeitoentrosamento entre a CEME e o Mí­nístérío da Indústria e do Comércio,através da Secretaria de Tecnologia In­dustrial e do Conselho de Desenvolvi­mento Industrial.O setor industrial farmacêutico constí­tuí-se, por parte do Ministério da In­dústria e do Oomércío, em alta priori­dade, tendo em vista a necessidade ur­gente de intensificar a produção no paísdas matérias-primas industrializadas,fundamentais ao setor.Com o objetivo de evitar duplicaçõesdesnecessárias e dado ao 'fato de a , ...CEME contar com ampla e sólida basede conhecimentos sobre a problemáti­ca do setor químíço-farrnacêutíco, gra­ças aos aprofundados estudos que em-

preenderam para a elaboração do Pla­no Diretor de Medicamentos, objeto doDecreto n.o 72.552, de 30 de julho 'de1973, O setor correspondente da CEMEtem servido ao Ministério da Indústriae do Comércio como imprescindível ór­gão consultor especializado no campoda tecnologia industrial bem como nas

. diretrizes estabelecidas por este Minis­tério através do Conselho de Desenvol­vimento Industrial para disciplinar eintensificar este importante setor in­dustrial.A programacâo da CEME na área defomento à capacítaçâo tecnológica daempresa nacional tem sido sistemáticae ordenadamente compatíbíhzada comas diretrizes e a programação da Se­cretaria de Tecnologia Industrial doMIC, inclusive com os programas destaSecretaria em setores correlatos comoos de química, petroquimíca, fertilizan­tes e matérias-primas vegetaís.Os estudes diagnósticos realizados pelaCEME, no âmbito da mdústría farma­cêutica e do setor saúde, permitiramíríentifícar com precisão a lista das ma­térias-primas farmacêuticas prioritáriasque necessitam ser produzidas no pais,de tal forma que os produtos constan­tes da Relação Nacional de Medicamen­tos da programação de distribuição daCEME possam ser disponíveis, indepen­dente de importação. Aliás. o setor far­macêutico depende, no momento, em75% de importação de matérias-primasindustriais. num montante. em 1974, deaproximadamente ors 1.000.000.000,00(um bilhão de cruzeiros).II relação dessas matérias-primas estu­dadas pela CEME mereceu a homologa­ção do Conselho de Desenvolvimento In­dustrial, através .da Resolução n,v ...36/74, que regulamenta a concessão dosincentivos governamentais previstos noDecreto-lei n.? 1.137 de 7-12-70.No fomento à Indústria farmacêuticanacional o fator tecnológico tem se cori­títuidc no principal impedimento à pro­dução dessas matérias-primas pela in­dústria nacional, posto que a tecnolo­gia industrial disponível é de domíniode um pequeno grupo de empresas es-trangeiras, .A ação de fomento tecnológico indus­trial, empreendida pela CEME foi refor­çada, a partir de março de 1974, pela Se­cretária de Tecnologia Industrial doMIO junto a empresas nacionais e vemalcançando resultados concretos alta­mente promissores, como se pode cons­tatar pelos seguintes exemplos:a) fnbrtcacão de Vitamina C com tec­nologia em desenvolvimento no GrupoGuanabara Quimica Industrial -S.A. ­GETEO;11) fabricacão dos ácidos Salicilicos eAcetil-Saliéilico e Sulfanílamida com

. tecnologia de produção desenvolvida pe­la Fundacão Centro Vale de Ensino ePesquisa Quimico Industrial;e) fabricação de Acido 6-Aminopenici­Iãmíco, desenvolvida pela Faculdade de'I'ecnologia de Alimentos da Universi­dade de Campinas;d) desenvolvimento da Sintese de Oci­tocína pela Escola Paulista de Medici­na;e) produção de Nitrofurano "ê:i\nálogos,desenvolvida na Universidade Federalda Bahia, e mais 16 projetos ainda emandamento vísando também o desen­volvimento no país de tecnologia indus­trial vinculada a matérias-primas far­macêuticas.

Com recursos da Secretaria de Tecno­logia Industrial do MIC está sendo im­plantado junto ao CEPED. no Oomple­xo Petroquímico de Oamaçarr-Ba, umCentro de Desenvolvimento Tecnológicoda Indústria Farmacêutica.Cabe salientar que a aplicação siste­mática de medidas de desenvolvimentotecnológico somente faz sentido quan­do apoiada na existência de uma políti-.ca atuante de desenvolvimento indus­trial, de tal forma que os estímulos eíncentívos à índustrlalízacâo do setorsejam orientados no sentido de se obtermelhor desempenho tecnológico porparte das empresas envolvidas.Está assim perfeitamente constituídoum sistema de desenvolvimento tecno-

, lógico-industrial, atuante em área prío­rítárta do Governo, cujo funcionamen­to deverá ser mantido e aperreíçoado,para que possa produzir os efeitos quea política de desenvolvimento do paisprevê para o setor.Face ao exposto, Senhor Presidente, etendo em vista a transferêncíe da Cen­tral de Medicamentos da esfera da Pre­sidência da República para o. Ministé­rio da Previdência e Assistência Sociale as atnbuícões e objetivos deste Minis­tério, sugerimos a Vossa Excelência atransferência das atividades acima re­feridas da Central de Medicamentos pa­ra o Ministério da Indústria e do Co­mércio que tem estas atividades entreas mais importantes .das suas funções,permitindo assim sem distorções fun­cionais e de atribuição, uma corretavinculação que permitiria o prossegui­mento e mesmo a intensifícacão dessasatividades. 'Para permitir a imediata transrerêneíaproposta rar-se-á necessário que sejammantidos os recursos previstos no Or­çamento da União no período 1975-77para estas atividades, transferindo-os,a partir de 1976 para a esfera do Mi­nistério da -Indústria e do Comércio,bem como os compromissos assumidosmediante oonvênío com Agências Go­vernamentais de finaneiamento e exe­cutoras dos projetos. em andamento.Coristderamos, Senhor presidente. opor­tuno reafirmar a alta conveniência deum perfeito entrosamento entre os doisMinistérios, de maneira que as ativida­des dr área de assistência farmacêuti­ca, de competência do Ministério daPrevidência e Assístêneía Social, iden­tjficadora que é das prioridades do con­sumo de medicamentos, deverá subsidiarde forma permanente, as atividades edinamização da estratégia de desen­volvimento tecnológico industrial dosetor. Do adequado relacionamento eatuaçãqharmôníca das duas áreas pro­gramáticas em causa advírão, por cer­to os resultados esperados de produçãono pais desses importantes produtos bá­sicos industriais.Por estas razões Senhor Presidente. pe­dimos vênia para submeter a Vossa Ex-

. celência o anexo Projeto de Decreto que, regulamenta a transferência das ativi­

dade de desenvolvimento tecnológicoindustrial do Ministério da Previdênciae Assistência soctat para o Ministério daIndústria e doComéreio.Aproveitàmos a oportunidade para re­novar a Vossa Excelência os protestosdo nosso mais profundo respeito.

Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva ­Severo Fagundes Gomes"

Sr. Presidente e srs. Deputados, ao en­cerrarmos estas palavras gostaríamos de

1412 Sábad<l 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I)..

Abril de 1915

ressaltar a providência governamental, nomomento em que ocorre a nomeação do no­vo Presidente da Central de Medicamentos,na pessoa do Vice-Almirante médico Ger­son Sá Pinto Ooutlnho.

A nomeação de um homem da experiên­cia e do conhecimento técnico do novo Pre­sidente evidencia, por si só, a grande preo­cupação que domina os setores do Governo,para que a CEME continue a trilhar os ca­minhos vítoríosos que vem percorrendo,desde que foi criada n() Governo Médici.

É de serem ressaltadas as palavras doMinistro Nascimento e Silva, nesse ato deposse, ao enfatizar que o importante orga­nismo governamental continuará prestan­do os mesmos relevantes serviços à' popu­lação brasileira, como hoje ocorre, atualí­zando -se e aperfeiçoando-se cada vez mais,no mais alto, nobre e patriótico objetivo decumprir a sua histórica e pioneira missãode fabricar medicamentos e distribuí-los,valendo-se de nossa imagtnaçâo criadora edos recursos que a Nação lhe possa colocarà disposição.

O SR. EDUARDO GALIL (Pronuncia oseguinte discurso) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, traz-me hoje à tribuna o senti­mento patriótico, a admiração e a amizadepessoal. Ouvimos, no dia 3 de abril desteano, no Senado Federal, um dos melhoresdiscursos parlamentares da sua História,que se constituiu num documento histórico'de relevante prova testemunhal da atuaçãopatriótica e democrática das Forças Arma­das brasileiras, como inconfundíveis guar­diãs das leis e dá Constituição.

O seu autor, um ex-Ministro, ex-Gover­nador e atualmente Senador pelo Estado doPará, Jarbas Gonçalves Passarinho.'

O sentimento de brasílidade somado aodever nos leva a esse registro histórico deprimeira grandeza, para orientar as novasgerações de brasileiros que por certo um diaestarão neste Plenárão, nesta tribuna, cornona presença de milhões de brasileiros querepresentamos.

A admiração e a amizade se fazem sentirno nosso espírito neste momento, pois setrata de Jarbas Gonçalves Passarinho. Sr.Presidente e Srs. Deputados, poucos têmsido os homens da sua coragem cívica e dasua coerência moral; jamais tergiversou nadefesa das instituições livres, jamais se in­timidou na defesa da justiça e da lei, nemjamais se lhe subiu à cabeça as honrariase as glorias dos cargos ocupados; humílda­de e simplicidade nunca estiveram ausentesde sua pessoa.

Daí a minha presença se fazer obrigató­ria nesta tribuna, nestes ,dias em que tantoprecisamos de homens deste valor, para re­gistrar - Sr. Presidente, nos Anais destaCasa -- o discurso pronunciado em 3 deabril deste ano pelo Senador_Jarbas Gon­çalves Passarinho.

Assim Sr. Presidente e Srs. Deputados,esperamos em Deus estar cumprindo com osnossos deveres parlamentares fazendo jus­tiça para com aqueles homens que, provin­dos das mais diversas camadas da popula­ção brasileira, constituem as nossas For­ças Armadas, cujas ações sempre foram nointeresse soberano da pátria, da lei e dobem comum.

O SiR.. HERMES MACEDO (Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, sob o titulo de "O Brasil perde20% das safras agrícolas", o Jornal Folhade São Paulo, de 12 de março, publicava aseguinte nota:

"/I informação partida do InstítutoTecnológico de Alimentos (ITAL), deCampinas, de que os produtos agrícolasbrasileiros se perdem por falta de ar-

mazenamento, recebeu ontem anuênciadas autoridades federais, que tambémestimam em 20% a deterioração das sa­fras agrícolas do país desde o ato dacolheita até o da venda ao consumidor.O ITAL estima que tal perda significao prejuizo para a economia nacional decerca de Cr$ 2 bilhões anuais, aos pre­ços médios da atualidade. E não só osprodutos tipicamente perecíveis entramneste rol, como é o caso das frutas ehortrgranjeíras, mas chega-se a perderinclusive parte das safras de cereais,como o milho e o arroz."

Eis aí uma realidade profundamente in­quietante, que tantos danos vem causandoà nossa economia.

Por diversas vezes, desta mesma tribuna,tivemos oportunidade de defender enfatica­mente o fortalecimento da agricultura bra­sileira como uma das metas prioritárias doGoverno Federal, em face não apenas dosinteresses legítimos dos consumidores bra­sileiros. mas em face também da crise mun­dial de alimentos que se delineia no hori­zonte - e que certamente possibilitará umaumento substancial das nossas exporta­ções de produtos agrícolas.

Para esse fortalecímentc imperioso de­fendíamos - e continuamos defendendo ­a necessidade de se dar uma atenção maisacentuada ao' desenvolvimento da infra­estrutura de transportes rodorerrovíáríos eà expansão da rede de silos e armazéns nospólos de produção e nos terminais de ex-portação. .

Sabemos que o recente cadastramento dasunidades armazenadoras do Pais propicia­rá à Companhia Brasileira de Armazena­mento (CIBRAZEM) subsídios valiosos parao equacionamento de uma política maiseficiente e adequada às necessidades dessesetor vital.

Mas náo devemos esquecer a necessidadede que a CIBRAZEM venha a ter futura­mente uma dotação orçamentária que lhepermita cumprir, em toda a plenitude, asua transcendental missão, para a qual fal­tam, por enquanto, os necessários recursoshumanos e financeiros.

Por outro lado, impõe-se a concessão deincentivos e facilidades para que tanto aárea oficial como a iniciativa privada pos­sam ampliar decididamente a rede nacio­nal de silos e armazéns, que é insuficienteem termos quantitativos e ineficiente emtermos qualitativos.

O futuro da nossa agricultura, não de­vemos esquecê-lo, depende fundamental­mente dessa ampliação. Pois o certo é quenão poderemos continuar assistindo q,e--bra­ços cruzados, a cada ano que passa, aosprejuízos gritantes provenientes da perda.de uma parcela substancíal das nossas sa­fras agrícolas, produzidas à custa de tantosuor e de tantos sacrifícios desse herói ~b­negado e anônimo que é o agricultor brasi­leiro.

O SR. PEDRO FARIA (Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr, Presidente, Srs.Deputados, estou retornando do Rio de Ja­neiro, onde assisti aos funerais de umasdas figuras mais identificadas com a vidacaríoca,

Natalino José do Nascimento - mais co­nhecido popularmente como Natal - fale­ceu aos setenta e sete anos, deixando paraseus parentes e para a imensa legião deseus amigos um exemplo de liderança íncon­teste baseada numa vontade férrea de ven­cer na vida.

Da cidade de Queluz - Estado de SãoPaulo -, onde nasceu, Natalino José doNascimento veio, ainda menino, para o Riode Janeiro, fixando-se com a família no

subúrbio de Oswaldo Cruz. Neste bairro eem outros adjacentes, como Madurelra, Na­talino passou a ser o "Natal", que maistarde "serra conhecido internacionalmentecomo reformador da apresentação das cha­madas Escolas de Sambas no carnaval ca­rioca.

Natal não era músico, não era composi­tor, mas o seu desejo de apresentar O me­Ihor foi fazendo com que a sua "Escola" ­a campeoníssíma Portela - liderasse asinovações, apresentando em cada desfilecarnavalesco uma série de novidades que,logo após, eram absorvidas por outras "Es­colas". O carnaval carioca ia, assim, ga­nhando, ano após ano, um novo colorido, e,sem medo de errar, podemos afirmar que afesta máxima dOI> brasileiros perdeu, como falecimento de Natalino José do Nasci­mento, um dos principais -responsáveís pelabelezà do carnaval de rua.

Natal foi também ferroviário, onde, numacidente, perdeu um braço - o que em nadalhe diminuiu fisicamente; ao contrário, aliderança que possuía em todas as suas ati­vidades era sempre destacada e respeitada,Essa sua condição lhe valeu uma músíeapopular, o samba "O homem de um braçosó", com permanência nas paradas de ~\i":';cesso.

Sr. Presidente, o tempo é curto para rela-'tal' fatos da vida de Natalino José do Nas­cimento, pois a figura de Natal tomou-seuma legenda, não apenas na sua Escola deSamba Po rtela, onde recebeu principese,princesas, Presidentes de Repúblicas, semfalar nos inúmeros diplomatas, sempre se­quiosos de conhecer a verdadeira vida dopovo brasileiro, mas na vida social, ondeassistiu orfanatos, asilos e inúmeros de­samparados que, acostumados aos "gritosdo maneta", sempre encontravam um aga­salho no seu coração acolhedor.

Sua fama de banqueiro no chamado "jo­go do bicho" decorria de sua posição de líderque defendia a mesma idéia hoje defendidapelo Governo, ao tentar orgarnzar a zoote­ca, e por mim, em particular, quando apre­sentei a esta Casa projeto de lei criando aloteria "A popular". E foi por conhecer deperto a figura humana de Natal que recor­ri no meu proj eto ao instituto de anistiapara aqueles que, na prática, foram verda­deiros mártires de uma idéia tão ao gostopopular e agora endossada pelo Governo.

Natal foi levado ao cemitério do Parqueda Saudade, mas não morreu na' lembrançadaquela multidão, jamais vista em. funerais,e, aqui, na Câmara dos Deputados, não po­deria deixar de registrar nos Anais a pro­funda tristeza que seu desaparecimentocausou a toda a população carioca, prtncí-;palmente a da zona suburbana da cidadedo Rio de Janeiro.

O SR. MARCELO MEDEIROS - (Pro­nuncia o seguinte díseurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, o Prefeito de Nova Iguaçu,em entrevista ao prestigioso semanário"Opinião Pública", relata a situação criticaem que se encontra o seu Municípío, com500 mil craínças em idade escolar e carênciade escolas. '

Afirmando que enviou relatório ao Go­vernador do Estado e espera uma soluçãourgente da Secretaria de Ec;lucação, o Prof.Joaquim de Freitas, Prefeito de Nova Igua­çu, considera "dramática a situação de mi­lhares de famílias, sem recursos para a ma­nutenção de seus filhos nas escolas".

Sr. Presidente, a falta de recursos muni­cipais para a construção de unidades esco­lares em número suficiente à demanda éum problema crônico dos municípios bra­sileiros, que precisa ser solucionado com UI'""gência. Os milhares e milhares de criança/s

Abril de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçã(lt I) Sábado 12 1413

o Slt. PRESIDENTE (Alenear Furtado) ­Nobre Deputado, o aparte não é permitidono caso em espécie, em razão do que de­termina o § 9.0, do art. 110, do RegimentoInterno. O orador versa questão de ordemobjeto de deliberação da sessão anterior enão pode ser interrompido, salvo, diz o Re­gimento, para uma questão de ordem.

O SR. JOSÉ COSTA - Nobre DeputadoEpitáeio Cafeteira, sem dúvida alguma élamentável que, em face de um preceito re­gimental, V. Ex.a não possa enriquecer omeu breve discurso, mas V. Ex.a terá opor­tunidade de fazê-lo brevemente, porque vol­tarei ao assunto perante esta Casa.

Mas, concluindo, Srs. Deputados, o Presi­dente desta Casa julgou improcedente mi­nha questão de ordem, porque a matéria.tinha sido objeto de deliberação do Plená­rio. Mas o art. 110 do Regimento diz:

"Toda dúvida sobre a interpretação des­te Regimento, na sua prática, exclusiva,ou relacionada com a Constituição, con­sidera-se questão de ordem."

Foi exatamente o que fi:;!, Srs. Deputados:considerando que havia necessidade de in­terpretar-se o preceito regimental à luz daConstituição e não a Constituição à luz do

<preceito regimental, suscitei a questão deordem, afinal tida como improcedente, don­de o recurso regimental para o Plenário,ouvida a Comissão de Constituição e Jus­tiça.

Srs. Deputados, concluindo a minha brevealocução, espero contar, na decisão desta.matéria, não apenas com o apoio dos meuseminentes colegas do MDB, mas principal­mente ...

O SR. PRE8IDEN'l'E (Alencar Furtado) _(Fazendo soar os tímpanos) V. Ex.a dispõede dots.mínutos para concluir a sua oração,

O SR. JOSÉ COSTA - ... com o apoiodos Srs. membros da Alianca RenovadoraNacional. O que está em Iogo não é ummero inóquo e inodoro preceito regimentale· sim a dignidade desta Casa, a honra des':te Parlamento e a valorização da atividadeparlamentar. .

. ~rs. Deputados, espero que, quando a ma­téría for submetida à superior deliberacãodeste Plenário, esta Casa, de pé sem con­siderar interesses políticos, ma's conside­rando, sobretudo, os interesses da democra­cia, derrogue o preceito regimental que au­toriza o Líder a votar até contra o opiniãoda sua Bancada.

V - O 8R. PRESIDENTE (Alencar Fur­tado) - Passa-se ao Grande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Jorge Arbage.

O SR. JORGE ARBAGE _ (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente Srs.·Deputados, jamais se poderá afirma~ quea questão referente à remuneracão dos ma­gistrados alguma vez ficou esquecida dasvárias Constituições que já' regeram a vida.deste Pais. Ao contrário, desde os primórdiosda República que essa matéria vem sendoreiteradamente consignada nos textos cons­titucionais, cada vez com uma fórmula dife­rente, visando a dar ao problema solucãocompatível com a sua magnitude. >

Assim, a Constituição de 1891 já cuidavade estabelecer que os vencimentos dos JuizesFederais, então considerados vitalícios, se­riam determinados por lei e não poderiamser dímínuídos.

Em 1934 já se quis adotar critérios paraa fixação dos vencimentos de Juízes e De­sembargadores, mediante a determinação deque o seu mínimo, em cada Estado, ficassedependendo de lei federal, obedecidas ascondições peculiares de cada. Unidade da

Por essas razões, Srs. Deputados, querodeclarar que, em principio, sou favorávelao voto do Líder, desde que respeitado oconsenso de sua Bancada, para facilitar oprocesso de votação nesta Casa. Mas nãoposso aceitar o voto do Líder tal como vemsendo exercido. porque o povo do meu Es­tado em momento algum admitiu sequer aidéia de que eu delegasse a quem quer quefosse o direito de aqui votar por mim.

O SI'. Epitácio Cafeteira - Permite V.Ex.'" um aparte?

O Slt: JOSÉ COSTA - Pois-não, nobreDeputado. '

"Salvo disposição constitucional emcontrário, as deliberações de cada Oâ­mara serão tomadas por maioria de vo­tos, presente a maioria de seus mem­bros."

, 'o art. 33, § 3.°, que tive oportunidade deler também na sessão de ontem, diz:

"O pagamento da parte variável do sub­sídio corresponderá ao comparecimentoefetivo do congressista e à participaçãonas votações."

Não basta, Srs. Deputados, que o Parla­mentar esteja na Casa. Quando fala decomparecimento efetivo, -a Constituição exi­ge que o Deputado esteja realmente em ple­nário e condiciona o pagamento da partevariável do subsídio a que ele vote, a queele participe das votações. Até porque, srs,Eleputados, se o Parlamentar não votar ereceber a parte variável, ele estará rece­bendo uma vantagem Ilícita, e, segundo estamesma Constituição, isso é razão para acassação de seu mandato.

Srs. Deputados, não suscitei a questão deordem apenas para criar dificuldades, ape­Das para, no plenário da Casa, apresentaruma manobra oposíocíonísta. Suscitei-a pa­ra que a Constituição fosse cumprida, por­que o desuso não derrogo. a lei, muito menos

que não têm recursos para estudar em co- a Lei Maior, o preceito constitucional. Nãolégios particulares - poucos são hoje em importa o que o Regimento diz, se o dispo­dia os pais que têm condições financeiras sítívo r contra a Constituição.para custear os estudos de seus filhos -não podem ficar na dependência de solu- Srs. Deputados, não sou, em princípio,ções retardadas. Os jovens precisam de es- contra o voto do Líder, sou contra o fatocolas e de professores para aprenderem, e o de o Líder votar em nome de sua BancadaGoverno tem o dever constitucional- de pro- sem a consultar. Isso é uma violência eon­porcíonar-Ihes as condições adequadas ao tra todos nós, isso não dignifica o Parla­aprendizado. mente: ao contrário, avilta-o. Imaginem,

Srs. Deputados, se algum candidato a umaCabe aos Governos Estadual e Federal, cadeira nesta Casa dissesse, na televisão,

comprovada a falta de recursos do Munici- que queria o voto do eleitor para ser Depu­pio, promover a construção de novas eseo- tado, mas que não iria decidir, não iria terlas e a contratação de novos professores. oportunidade de votar, porque o Líder iria

votar por ele. Tenho impressão de que esseO novo Governo do Estado do Rio de Ja- candidato estaria derrotado antes mesmo

neiro deve empenhar-se, prioritariamente, de o pleito se realizar, porque não teriana solução desse problema. talvez nem o voto de sua própria esposa..

Era o que tinha a dizer. Minha luta nesta Casa é para dignificaro trabalho parlamentar, para que 'esta Casa,

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) - através de várias providências, recobre aoConcedo a palavra ao Sr. José Costa, nos menos uma parcela mínima dos poderes quetermos do § 7.°, artigo 110 do Regimento lhe toram subtraídos desde 1964. SusclteiInterno. uma questão de ordem que não interessa ao

,o SIt. JOSÉ C08TA - (Sem revisão do Deputado José Costa, que não interessa aooraãor.) Sr. Presidente, nobres Deputados, meu Estado, que não interessa particular­na' tarde de ontem, 'por ocasião da votação mente aos Deputados do MDB nem aos dado' requerimento formulado pelo meu Par- ARENA. Interessa à Nação, interessa à de-'tIdo, o MDB, no sentido de convocar-se S. moeracía, interessa fundamentalmente aEx.'" o Sr. Ministro da Justiça, para prestar esta Casa. (MlIlito beml) A prática do votoellclarecimentos à Casa a respeito do desa- do Líder é aceita nos Estados Unidos, ondeparecímento de presos políticos, suscitei é conhecida há muito tempo e exercitadauma questão de ordem, na qual argüía a há vários anos. Mas, ao votar, o líder re­inconstitucionalidade do voto do Lider pela presenta o consenso obtido na reunião doS!Ua respectiva Bancada sem a ouvir, tal seu partido, o consenso que nada mais éeomo se encontra no Regimento Interno da do que a vontade da maioria, o consensoOasa.· obtido no caucus, na eonference ou no me-

eting, se eventualmente essa reunião for do" O Sr. Presidente entendeu .ser descabida partido mínorítárlo. Essa prática víge tam­a questão de ordem, porque a matéria tinha bém na Austrália e na Nova Zelândia. Hásido aprovada pelo Plenário, não' tendo /""" adeptos dela mas há também figuras emí­S. Ex. a como não dar conseqüência ao pre- nentes que ~ontra ela se levantam. Trouxeceito regimental. aqui apenas uma referência contida na

Sr. Deputados, na medida em que S. Ex.a "E.nC!clopaedi~.of Parliament", qe Normanfez cumprir a norma regimental, negou va- W.l!~mg e Phílíp Laundy, que diz ~~r essaIiríadc, negou eficácia a um preceito maior, pla~l~a con~enavel,. porq~le a. pohtl~a deo preceito constitucional Não critico S. l~x.a, dec.ldlr matéría suíeíta a dell?_eraçao doque agiu _ perdoe-me a ausência _ mais ~al1amento no caucus, na reuniao do Par­politicamente do que como Professor de Di- tl~O. na verdade .fa:vcom que o Parlam~ntoreíto Constitucional, pois segundo o príneí- deixe de ser o fOlUD?- ~a Nação, tra?s!ermdopio da hierarquia (ias leis, a Constituição se este lugar, e~t~ posiçao, esta con~lçao parasobrepõe evídentemente, ao Regimento. o pa~t~qo potítico. Peço q~e y. Ex. s eSCl~tem, , a opmiao dada pelo ex-Míntstro australiano',O art. 31 da Constituição, que passo a Robert Menzies, emitida em 1945. Numaler, diz: tradução livre, ele diz que o Poder Legisla­

tivo, tal como estava sendo concebido àépoca na Austrália, não existia. E não exis­tia por quê? Porque a matéria legislativaera submetida primeiro ao caueus, à deli­beração da Bancada, para obtenção do con­senso..Quando esta matéria, sujeita à deli­beração do Parlamento, obtinha aprovaçãodo caueus, o debate, no Parlamento, torna­va-se mera formalidade. O Prot. Bland ali­nhava argumentos, sem dúvida alguma res­peitáveis. Ele diz que o forum da Nação éo Parlamento, não o eaueus, e que o proces­so legislativo, que a elaboração legislativadeve repousar no processo dialético, o de­bate público. O contrário desnaturarta aatividade parlamentar.

1414. Sábado 1~ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) A.TÜ de 11175

FederaçãD. E, conquanto não prevalecesseesta proposta de fixação de vencimento mí­nimo, a verdade é .que o texto constitucionalde 1934 não desprezou a necessidade de aga­salhar dispositivos pertínentes à matéria,ficando estabelecido que os vencimentos dosDesembargadores das Cortes de Apelaçãonão poderiam ser ínreríores aos percebidospor Seeretários de Estado bem como que osdos demais Juízes não poderiam apresentardiferenças superiores a trinta por centoentre uma categoria e outra, tomado comoteto, para os meíhormente remunerados, ovalor correspondente a dois terços do esti­pêndio dos Desembargadores.

Em 1937 apenas se repetiu o preceito, omesmo acontecendo em 1946, sem contar,naturalmente, a Emenda n.o 1, que não per­mitia pudessem os Desembargadores perce­ber quantia inferior a setenta por cento daremuneração atribuída aos Ministros do Su­premo Tribunal Federal.

A Constituição de 1967 foi inovadora, nosentido de que se desfez de qualquer critériorelacíonável com o limrte mínímo, determi­nando apenas gradação entre vencimentosde Desembargadores e Juízes.

Em 1969, quando ocorreu ampla reformaeonstttuclonal, nova reviravolta de critério,estabelecendo-se um novo limite Já entãomáxímo, de tal modo que nenhum membrode Justiça Estadual poderá perceber men­salmente importância total superior ao tetoestabelecido em iei federal. Como novidade,a volta ao recurso da lei federal, em face doconstatado desequilíbrio resultante das le­gislações estaduais que, em alguns casos,permttiam Desembargadores percebendo re­muneração superior à de Ministros do Su­premo Tribunal Feederal.

O sistema atual, decorrente da EmendaConstitucional n.v 1, de 17 de outubro de1969, é, pois, o da remuneração fixada porlei estadual, mas em obediência ao tetofixado em lei federal. Entretanto, aindadesta ves - e depios de tantas modificacões- não foi possível ao legislador constituintee mesmo ao legislador ordinário estabelecercritérios que possam ser considerados efica­zes para resolver o angustiante problema daremuneração à magistratura em todos osEstados.

Tanto que Alcino Salazar, em seu livro"Poder Judiciário - Bases Para Reorgani­zação", Já começa apontando flagrantes in­convenientes. :m que, tendo sido deixadoaos Estados a fixação dessa remuneração,não tem sido difícil verificar que a condição'econômica de cada unidade, assim como oarbítrio dos outros poderes locais e a varie­dade e precariedade dos respectivos re­cursos, acabaram levando ao injusto e desa­lentador quadro, onde se podem encontrarjuízes bem remunerados, juízes mediana­mente remunerados e juizes mal pagos, estessem o mínimo indispensável. à própria sub­sistência. O mesmo se diga quanto aos .pro­motores públicos, cujos vencimentos emgeral ou estão baseados nos vencimentos damagistratura ou são inferiores.

Entremeando as modificações constitucio­nais apontadas, houve uma época em que doGílvemo Federal partiu a idéia, entâo tidacomo salvadora, de uniformizar a remune­ração dos membros da magistratura e doMinistério Público em todos os Estados, me­diante complementação salarial por parteda União.

Tal ocorreu em 1963, quando se editou oDecreto n. a 53.342, de 24 de dezembro da­quele ano, dispondo sobre "normas para aeelebraeão de acordos entre a União e osEstadOlÍ, destinados a regular a contribuiçãofinanceira do GDvemo Federal para o paga­mento suplementar dos membros da Magis­tratura e do Ministério Público Estaduais".

No ano seguinte e apenas dois meses de­pois, era baixada a portaria n. a 95-B, de28 de fevereiro de 1964, do Ministério daJustiça, onde se -mencíonavam providênciasadministrativas para o fim de possibilitaros acordos de que tratava o Decreto núme­ro 53,342.

É certo que muitos dos critérios entãoutilizados para fixação dos limites da con­tribuição federal aos Estados, destinada aopagamento suplementar de juízes e promo­tores, já estão superados e sequer se compa­tibilizam com o ordenamento jurídico-cons­títueíonal vigente. Mas, não é menosverdadeiro que essa foi mais uma tentativavã, visto como, embora o Decreto e a Por­taria determinassem expressamente que oExecutivo encaminharia mensagem ao Con­gresso Nacional solicitando a abertura doscréditos necessários aos pagamentos refe­ridos, jamais se deu execução a tal objetivo,ficando a uniformização dos vencimentos dejuízes e promotores, a partir daí, em totalesquecimento.

Afinal, a remuneração atribuída à magis­tratura e ao Ministério público, em quasetodos os Estados brasileiros, continua sendoincompativel com a importância e dignidadede ambas as funções, além de completa­mente descríteriosa e injusta.

Nalgumas regiões, como a Amazônia e oNordeste, então, a situação ganha foros derídícularta, eis que ambas as classes - ma­gistrados e promotores públicos - vivem namaior das dificuldades, em razão dos parcose até irrisórios vencimentos que lhes sãopagos.

Assim, por exemplo, enquanto um Juiz doEstado de' São Paulo ou da Guanabara,atualmente .Estado do Rio de Janeiro, per­cebem, inicialmente, somas acima de , .....Cr$ 10.000,00, os Juizes do Estado da Paraí­ba ganham Cr$ 2,012,00 e os Desembarga­dores de seu Tribunal de Justiça Cr$ 3.220,00,os Juízes de Sergipe Cr'$ 2.187,00 e os De­sembargadores Cr$ :;.500,00, os Juízes doMaranhão Cr$ 2.200,00 e os Desembargado­res Cr$ 4.300,00.

Tais dados podem estar desatualizados,mas sua' atualização, decorrente talvez deaumentos salariais verificados no comecedeste ano, não representam mais do quevinte e poucos ou trinta por cento de acrés­cimo às cifras mencionadas.

Ora, como pretender dignidade funcional,independência jurisdicional, status pessoalenfim, com tão miseráveis estipêndios, pagosa pessoas cujo encargo e cuj a natureza deserviço ainda lhes impõe a obrigação deandar invariavelmente bem vestidas e comas bibliotecas atualizadas para bem atuar edistribuir justiça.

No Estado do Pará, que tenho a honrade representar nesta Casa do CongressoNacional, ressalvada a nunca assaz pro­clamada e reconhecida dignidade de suamagistratura e de seu Ministério Públtco,a situação não é menos constrangedora nemmenos vexatória do que nas demais unidadesda Amazônia e do Nordeste, quando se tratede remuneração. Pagam-se importânciasmensais, aos Juízes e Promotores do Estadodo pará, que jamais ultrapassam .Cr$ 5.500,00, sendo este o nível mais alto,atribuído à função de desembargador, doque resulta estarem aqueles runcíonáríoada Justica atravessando estado de verda­deira miséria.

Os Juízes da Capital, Belém, ganham en­tre Cr$ 3.85p,00 e crs 4,550,00, sendo queaos pretores da capital e do interior sãoatribuídos vencimentos que variam entreCr$ 2.700,00 e ors 3.000,00 para os primei­ros e Cr$ 2 312,00 a Cr$ 2.800,00 para osúltimos. Um Juiz no interior do Pará ga­nha entre Cr$ 2,875,00 e Cr$ 3.000,00 e pou-

eos cruzeiros, sendo de ressaltar que em to­das as cifras mencionadas já estão incluídosos adicionais a que fazem jus.

Há poucos meses a cidade de Belém assis­tiu a um espetáculo deprimente para: assuas tradições; Juizes, Pretores e Promoto­res tiveram necessidade de loeomoveq-aeaté o palácio governamental, aonde foramcoarctados pela absolúta necessidade 'depedir a misericórdia de uma melhoria sa­larial. De um aumento nos vencimentosque, ao menos, bastasse para suprir as suasnecessidades mais fundamentais e maisprementes. Fizeram-no em desespero; eisque percorreram as ruas principais da ea­pital paraense, numa atitude 'pouco comume que aparentemente não quadra com aodignidade da toga, mas que acabou tendovalor extraordinário, já que todo o povq aocompreendeu e com ela se solidarizou... ; "

Não pretendo aqui criticar ou culpar osEstados e suas eventuais administrações, eisque a situação se lhes apresenta irremediá­vel. Os Estados, particularmente os daAmaz~nla e do Nordeste, são pobres. pau­pérrimos mesmo e não dispõem dos recljU"­sos financeiros para uma satisfatória so,I~­ção do problema, ou seja, para a just,,;ecompatível melhoria dos vencimentos deJuízes e Promotores públicos. " :

O que quero é fazer chegar às autorídadéscompetentes da República, príncípalmerfteao Presidente Geisel e ao, Minfstro da Jus­tiça, o conhecimento da dramática situa­ção pecuniária em que vivem tais membrosda Justiça, particularmente no Estado tioPará e, com o conhecimento, o apelo pàÍJ.-aque encontrem a soluçãô adequada, aindaque mediante a utilização de medidas inu­sitadas como a da complementação salaríala cargo da União.

A uniformidade dos vencimentos, querpara a magistratura ou para o MinistérioPúblico, é uma exigência dos tempos emque vivemos e somente a União tem condi­ções de proporcioná-la, com critério e jus­teza indispensáveis.

A uniformidade, além da adequada -" equem diz é Alcino Balazar, em seu livro qi­tado -, ou seja, proporcionada em relaçãoàs condições de subsistência do Juiz ­acrescento, do Representante do MinistérioPúblico - e de sua ~Illilia, tendo ainda em­conta os gastos especiais inerentes ao ca­ráter técnico do oficio, a remuneração docargo deve ínquestíonavelmente seguir umalinha de uníformldade em todo o País.

, Preocupa-nos, Sr. Presidente, assegurartanto quanto possível a posição de indepe:rn.­dência dos Juízes, que sempre foi enfatica­mente proclamada nos textos do nosso Di­reito Constitucional como condição essen­cial do livre exercício da judicatura.' Egarantía ~undamental dessa independênciatem sido considerada a adequada remune-ração dos Magistrados. ,

É oportuno lembrar a lição do insigneJoão Barbalho, que dizia em seu "Oomen­tário a Constituição Federal Brasileira",pág. 57, o seguinte: "Com escasso venci­mento, não proporcionado à altura do car­go e à importância de sua míssã1, o Ma­gistrado ficará escravo da necessidade' e"le bosoín d'al'gent est la pire das servítu­des".

Oportuno também é lembrar perante estaaugusta Casa, o eminente Prot. AlfredoBuzaid, na exposição de motivos ,com que,em 1964, apresentou ao Ministro da Justicao Anteprojeto do Código de Processo Civil,-de sua autoria, na qual assinalou dois fato­res da deficiência de nossa organização ju­diciária, um dos quais era o da insuficiên­cia da remuneração atribuída aos Magi*­trados, em razão de sua conseqüência ge-

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 1415

rando "um motivo de desalento no-espírito ,daqueles que pretendem ingressar e fazercarreira no Poder Judiciário". Este, obser­vou o eminente processualista, "foi o quenão recebeu a consideração devida à altadignidade de sua função", "nunca foi con­templado com cotações orçamentáriassubstanciais, correspondentes à sua missãono sistema constitucional brasileiro".

E, considerando indispensável' "restabe­lecer o equilíbrio' entre o aparelhamentoprocessual e os órgãos de sua aplicação",preconizou o Prof-, Alfredo Buzaid a ería­ção de uma verba, no Orçamento da União,"destinada a subvencionar o Poder Judi­ciário dos Estados".

Como se pode observar, o problema dasubvenção do P .ríer Judiciário estadual,

'pela União, já tem raízes remotas no espí­rito do legislador pátrio, porém lamenta­vetmente não' ultrapassou os limites dateoria dentro do _campo doutrinário.

Hoje a tese por mim defendida parecemais sensata e objetiva, porque visa a be­neficiar com a subvenção federal apenasos Magistrados e Os Representantes do Mí­mstério Público dos Estados considerados

" em estágio de subdesenvolvimento. Parao estes é quê pleiteamos a complementação

a nível de Juizes e Procuradores Federais,sabído que os Estados pobres não poderãooferecer melhores condições salariais oumesmo o estritamente necessário para queII Magistratura e o Ministério Público es­

.taduaís tenham um padrão de vida com­patível com o status da independência quedevam manter perante a sociedade.

. Sr. Presidente, não entendo situação maisvexatória para um Magistrado do que fa­zê-lo transparecer um mendigo de gravata.Não precisamos ser pitonísas para prevera existência de Desembargadores, Juizes ePromotores sofrendo a humilhação da mí­

I séria em Estados subdesenvolvidos, e aindaassím mantendo a dignidade da função coma mais absoluta índependêneía nas suasdecisões. No meu Estado, o Pará, conheço

· não apenas Juízes e Promotores, mas Dê~sembargadores já no outono da vida judi­ciária que se transportam de ônibus cole­

I Uvas, porque nunca lhes foi possível eco­nomizar o necessário para a compra do

I carro próprio ou da casa própria. Não éI hoje, porventura, o carro um objeto de uti-lidade indispensável ao homem de classe

'média. Contudo, forçados pela circunstân­, Estados pobres, figuram no elenco da classemédia, Contudo, forçados pela circunstân­cia que lhes impõe os cargos, despendemno trajar o que não é exigível para outrosservidores ainda que da mesma classe.

Repito, pois, que a remuneração compen­.sadora é a primeira condição do status dojuiz: a sua independência.

Não há conflito na hermenêutica dessepensamento, porque com ele estão acordes

· grandes mestres do direito pátrio, um dosquais Alcino Salazar antes citado, paraquem "o juiz insuficientemente retribuído,será posto na contingência de recorrer aterceiros, na área de sua jurisdição, par-aa complementação- de sua economia do­méstica com emprego para seus familiarese suprimentos .eventuaís obtidos em termosde favor".'

O Sr, Hugo Napoleão - Nobre Deputado,·o problema que V. Ex.'" tão bem vem tra­tando é do meu conhecimento. Advogado

,militante já faz sete anos, tenho acompa­mhado, no seu Estado, o Piauí, os proble­mas qy,e afligem a 'magistratura e até mes­mo aqueles que afligem o Ministério Pú­blico .•De modo que não só a Capital, mastodas as entrâncias do interior do Piauí,também por suas necessidades, por sua in-

rra-estrutura, necessitam de apoio à orga­nízacào jurídica. Congratulo-me com V. Ex.'"por tão importante e elevada tese, à qualestendo, neste momento, com o maior pra-zer, toda a minha solidariedade. .

O SR. JORGE ARBAGE - O aparte deV. Ex.'" me honra e sensibiliza, nobre Depu­tado, porque V. Ex.'" realmente representa,nesta Casa, um daqueles Estados que fi­guram no elenco dos- chamados Estadospaupérrimos deste País. Agradeço a V. Ex.'"o aparte.

Prossigo, Sr. Presidente.

Se o tempo regimental não conspirassecontra minha presença nesta tríbuna, euiria razer referência aos tipos mais rigorososde proibições existentes nos Códigos Judi­ciários estaduais, que tornam os Magistra­dos suscetíveis de perda do cargo, como porexemplo prevê o de São Paulo - Lei Com­plementar· n.O 03, de 27-8-69 - para oscasos de: exercer qualquer outra funçãopúblíca, receber percentagens, exercer ati­vidade político-partidária - até aqui repro­duzindo os ditames da Oonstítuíçâo Federal- exercer o comércio ou participar de so­ciedade comercial, inclusive de secnomíamista, exceto como acionista, e exercer fun­ção de árbitro ou juiz fora dos casos previs­tos em lei (art. 191).

Impõem, assim, a Constituição vigente eas Leis de Organização Judiciária nos Esta­dos que o Juiz deva promover seu sustentoapenas com os vencimentos e vantagens aque f.az jus. Correta a imposição. Injusta,contudo, quando constatamos os desníveissalariais existentes entre a Magistratura eo Ministério Público com atividades em Es­tados desenvolvidos como São Paulo e Gua­nábara, que pagam vencimentos bem maio­res que os percebidos pelos Juízes e Pro­curadores federais - daí surgir um forteobstáculo ao principio de federalizaçã,o dajustiça, comparados com os Estados e Ter­ritórios em estágto de subdesenvolvimentocomo Pará, Amapá, Roraima, Maranhão,Piauí, Amazonas, entre outros.- E eu quero fazer um destaque para nãoincorrer em injustiça para com o Governa­dor do meu Estado, Prol. Aloysio Chaves.Nos primeiros quinze dias de _Governo,S. Ex."', não resistindo à situação calamitosaem que se encontravam os Membros doPoder Judiciário, fez encaminhar mensagemao Poder Legislativo, proporcionando umaumento que, embora não substancial, pelomenos serviu para atenuar as necessidadesda classe quando esta beirava o desespero.

O mérito da íníclatíva governamental, nocaso paraense, deve ser ressaltado e lou­vado, notadamente porque, ao que' sabemos,provocou uma sobrecarga orçamentária su­perior a um milhão de cruzeiros, sem cueisso impedisse o Governo de conceder <O be­nefício. E eu pergunto, Sr. Presidente, seoutros Estados em eondícões econômicas efinanceiras iguais ao Pará suportariamesses orçamentos. Él evidente que não. En­quanto isso, continuam a ser criados os des­níveis salariais, chegando não só ao estadode desestímulo ,para os que integram o Po­der Judiciário, como a não interessar o in­gresso de novos juízes na carreira judiciá­ria, pela má remuneração que percebemnesses ~tad')s pobres.

O Sr. Júlio Viveiros - Permita-me, nobreDeputado Jorge Arbage, V. Ex.a focaliza, natarde de hoje, um dos problemas mais an­gustiantes da nossa terra, o da remuneraçãoda magistratura, problema esse que, na le­gislatura passada, procuramos, dentro dasnossas possibilidades, focalizar, para sensi­bilizar o então Governador Fernando Gui­lhon, mostrando que não era possível umMagistrado da nossa terra viver do salário

que recebe dos cofres públicos, O entãoGovernador Fernando Guilhon, não sei porque, não se sensibilizou com os reclamose apelos desta Casa. Mas parece que o atualGovernador já enviou à Assembléia Legis­lativa do Estado uma mensagem conceden­do um aumento sensível, de 70%, aos pro­ventos da Magistratura do Estado. Não obs­tante essa problemática, acabei de receber,em meu gabinete, uma reclamação vinda deConceição do Araguaia, Município dos maisimportantes da área amazônica, onde aJuíza permanece na sua comarca apenasde 3 a 5 dias por mês. No Baixo Amazonasexistem municípios, como Alenquer e óbí­dos, onde há vinte anos não se faz um jul­gamento, e os presos já andam na rua nor­malmente, procurando um meio de sobre­vivência, porque, infelizmente, os juizes ­e eu defendo os juízes das comarcas - nãopodiam sobreviver com um salário que variaentre 1.200 e 1.600 cruzeiros, quando sóuma passagem para aqueles Municípioscusta aproximadamente 1.000 cruzeiros. Nãoe possível, Eis a razão por que, a magistra­tura de Estado do Pará é constttuírla, nasua maioria, de advogadas, pois o sexo frá­gil, infelizmente, se acomoda mais .com oaviltamento salarial que existe na nossaterra. O pronunciamento de V. Ex.'" é umalerta à Nação brasileira, mostrando o queocorre e demonstrando ser necessário que o~inistério da Justiça, faça a complementa­çao dos proventos da Magistratura não sóno Estado do Pará, mas também no Ma­ranhão, no Piauí, no Amazonas e nos 'Per­rítóríos, onde a Justiça j á é federalizadapara que a classe viva condignamente. Dig~complementação, porque infelizmente a-ar­recadação nesses Estados, como diz~m osarautos do Governo da ARENA, não com­porta um aumento substancial não só dosvencimentos da magistratura, mas da clas­se dos servidores públicos estaduais e dasprofessoras primárias que, V. Ex.'" sabe, sãomiseravelmente pagas em nosso Estado. Seureclamo, neste momento, se enquadra per­feitamente nas aspirações de todo o povodo Pará, principalmente da classe politicado seu Estado.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) _Lembro ao orador que dispõe de sete mí­nutos para concluir sua oração.

O SR. JORGE ARBAGE - Como V. Ex.'"e eu pertencemos ao viveiro político da mes­ma região, são dispensáveis maiores consi­derações ao aparte de V. Ex.a Mas me hon­ra ouvir V. Ex.a

Dou o aparte ao nobre Deputado JerônimoSantana. '

O Sr. Jerônimo Santana - Nobre Depu­tado Jorge Arbage, ganha campo a tese dafedel.'alização da justiça no País. Seria ummeio de 'tornar uniforme, inclusive o pro­blema da remuneração ...

O SR. JOUGE ARBAGE - ~ a tese quedefendemos.

O Sr. Jerônimo Santana - '" e o graveproblema da fíxaçào de Juízes em váriasáreas, inclusive sobre as garantias de umam~lhor e w:iforme remuneração para osJmzes. É muito oportuno o pronunciamentode V. Ex."', quando aborda os problemas dajustiça do Pará. que tem realmente um en­foque nacional.

O SR. JORGE ARBAGE - Nobre Depu­tado, permita-me ínterrompê-lo apenas pa­ra dar um esclarecimento. Minha tese nãose refere especificamente ao Pará, mas atodos os Estados em estágio de subdesen­volvimento, incluindo o de V. Ex.'"

O Sr, Jerônimo Santana - V. Ex.a verifi­ca que nos Territórios, após sua cri:J.çib, em1943, baixou-se o Decreto-lei n.o 7.470, em

1416 Sábado U DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1975

1945, estabelecendo uma organização judi­ciária que vigoraria até 1948, e até hoje nãose reformulou, Nos Estados, normalmente ~s

Constituições Estaduais dispõem que a or­ganização judiciária, a revisão, a promoçãode comarcas ou a criação de novas comar­cas se faça de cinco em cinco anos. A União,que administra os 'I'errttórlos, deveria darexemplo de implantação de Justiça nos Ter­ritórios dentro desse tempo. Sobre a Orga­nização Judiciária dos Territórios há umdecreto-lei superado, arcaico e que temacarretado aos Territórios problemas naadminístração da Justiça. Há, inclusive, ca­BOS de corrupção, de desvios de toda ordem.É preciso lembrar que lutamos há quatroanos em busca da reforma da- organizaçãojudiciária doa Territórios Federais, já su­perada na época, em que ela foi editada.

O Bit. JORGE ARBAGE - Muito obriga­do a V. Ex. a pelo aparte.

Prossigo, Sr. Presidente.É do eminente João Mendes Junior esta

lição incontestável:

"Se o Poder Judiciário é eminentemen­te nacional - não sendo federal nemestadual; se é uno, se é um só, na ex­pressão do Prof. Buzaid (Exposição deMotivos citada) - "há de ter coeren­temente uma organização também úni­ca, nacional, eompcndíada em um esta-tuto geral." I

Mas, Sr. Presidente, se a teoria defendidapor João Mendes Junior não é viável dentroda atual estrutura judiciária brasileira, porassim entenderem os jurisconsultos, porque,então, não tentamos a forma da Suplemen­tação, abrangendo, como é óbvio, apenas osEstados das regiões em estágio de subde­senvolvimento. Para estes, reconheça a Na­ção aq111 representada por V. Ex.as a justiçade serem corrigidos os desníveis nos seussalários, para que se atinja o ponto vitalda uniformidade, atribuindo-se à Revoluçãode 64 mais essa admirável conquista denotório mérito social e humano.

O Sr. Antônio Pontes - Nobre DeputadoJorge Arbag», aborda V. Ex.a tema que in­teressa a todos nós brastleíros, sobretudoaos magistrados. Parabenizo-me com V.Ex. a pela sua iniciativa, Reiteradas vezes,desta: tribuna, nestes quatro anos que sepassaram, abordamos também o problemacitado pelo nobre Deputado Jerônimo San­tana, da reorganização judiciária dos Ter­ritórios Federais. Devo adiantar, neste mo­mento, para que fique inserido no discursode V. F;x.", que o projeto da reforma judi­ciária já se encontra realmente pronto,graças ao nosso trabalho e, evidentemente,à sensibilidade do Governo para este an­gustiante problema. Recentemente estive­mos com S. Ex.a o Ministro da Justiça aquem solicitamos o envio da proposição aoCongresso Nacional antes do Plano- Geralda Refürma Judiciária do Brasil. Atende­ríamos, assim, de imediato, ao problema dareorganização judiciária dos Territórios Fe­derais. S. Ex. a manifestou todo empenho emassim agir. Portanto, acreditamos que nes­te semestre teremos aqui, para discussão, oprojeto da Reforma Judiciária dos Territó­rios Federais. E mais, nobre Deputado: emvisita que fizemos, juntamente com o Pre­sidente da Comissão da hmazônia, Depu­tado Alacid Nunes, e com o Deputado Nas­ser Almeida ao eminente Ministro da Jus­tiça, solicitamos também de S. Ex.a eigualmente do Mínístro do Interior, a cons­trução de casas residenciais para todos osjuizes da comarca e a instituição de biblio­tecas, pequenas que fossem, para, nas pró­prias comarcas servirem de consulta per­manente aos Juizes que por ali passarem.Estamos vendo este trabalho repercutir noPoder Executivo. E acreditamos no traba-

lho de V. Ex." e de todos aqueles empe­nhados nesta luta para o melhor aparelha­mento do Judiciário brasileiro. Naturalmen­te teremos a solução deste problema.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)- Nobre Deputado Jorge Arbage, o tempode V. Ex. a está esgotado.'

O SR. JORGE ARBAGE - Sr. Presidente,solicito a V. Ex." permissão para ler o se­guinte trecho:

A este respeito, falando à imprensa doRio, magistrados de Pernambuco, RioGrande do Norte e Minas Gerais, hápoucos meses, davam seu autorizado de-

. poimento em termos bem expressivos.Um dos juizes de Recife, Dr. BenfldesRibeiro, afirmava, textualmente, que "abaixa remuneração dos magistrados,em Pernambuco, tem afastado os jovensda carreira do Poder Judiciário". E alu­diu a livro de autoria de outro magis­trado pernambucano, já de 40 anos, sobo titulo Magistratura Vencida pela Fo­me.No Tribunal de Justiça do Rio Grandedo Norte foi apresentada e aprovadauma proposição adiando o concursopara juiz de direito por ausência deinteressados, até "quando houver au­mentos substanciais para a magistra-tura." .

Outro juiz, de Belo Horizonte, assim seexprimia: "fica bem claro que nossosadvogados preferem enfrentar os con­cursos da Guanabara, Estado do Rio eSão Paulo, onde começam ganhandomais que os nossos desembargadores"(O Globo, de 17-12-73).

Esse quadro de desinteresse pela carrei­ra da magistratura é bem vivo e bemconhecido nos dias atuais.São freqüentes as notícias de concursosabertos, principalmente nos Estadosmenos desenvolvidos, com precária con­corrência de candidatos ou mesmo semínscríções,

O preenchimento dos cargos iniciais dacarreira é hoje no País outro problemaagudo.

Coincidem com esse estado de coisas,as freqüentes e públicas reclamações demagistrados. tanto de inferior como desuperior instância, contra os vencimen­tos baixos e as dificuldades que osafrontam. Até ameaças de greve comrecessão dos trabalhos forenses vêmocorrendo.

A gravidade da situação cresce com aimpossibilidade em que se encontram osgovernos estaduais, pelo menos em suamaior parte, de remediar ou atenuar acrise, por falta ou deficiência de re­cursos financeiros. Este é outro aspectobem conhecido do problema.

Fiz referência ao já existente Decreto n. O

53.342/63, o qual tem inserido em seu textoembora em termos desatualizado, para aconjuntura presente, a forma prevista daSuplementação dos Vencimentos do Judi-ciário. .

Meu ponto de vista, defendido neste pro­nunciamento, conflita com os princípios es­tabelecídos naquele édito federal, quanto asáreas que devam ser beneficiárias. Pelo es­tabelecido no Decreto n,v 53.342/63, a Su­plementação seria extensiva a magistratu­ra de todo o País. Eu a pleiteio apenas paraos Estados das regiões subdesenvolvidasporque, do contrário, os vícios da desigual­dade permaneceriam, tornando inócua amedida.

De qualquer forma me parece eonsiderá­vel, se for o caso, não de se revigorar esse

Decreto n.v 53.342/63 uma vez que 'não meconsta sua revogação - mas, dizia Sr. Pre­sídente.: talvez fosSe o caso de se aprimoraro texto desse diploma legal para adaptá-loao ordenamento jurídico-constitucional vi­gente, modificando os ultrapassados crité­rios de equiparação salarial nele contem­plados, 'visando apenas a beneficiar a ma­gistratura e o Ministério Público doa Esta­dos reconhecidamente pobres, praticando-o,executando-o.

Há, também, outro aspecto técnico dentrodo qual o Governo poderá encaixar a solu­ção do problema. Este seria o do encamí­nhamento de Mensagem ao Congresso Na­cíonal, propondo a Suplementação com re­cursos oríundos de parcelas do Fundo deParticipação .ou do Fundo Especial, com aressalva, reprto, de s6 beneficiar o PoderJudiciário e o Ministério Público das áreasem estágio de subdesenvolvimento. .

Creio" Sr. Presidente, que esta AugustaCasa há de se mostrar sensível à solucâodo problema que ora abordo não negandoa ele a indispensável parceia de ateneãop~r!, que, em consonância com os bons pro­POSItoS do Governo, que reconhecemos, tem!,dotad.o medidas adequadas ao respeito 'ea digntdade do ·Poder Judiciário brasileiroPOSS:ar:l0B., em ?rdenação de ação conjunta;c<:rnglr. os ef~Itos de uma injustiça que deha muito avilta a majestade da própliaJustiça. (Muito bemf ) -

(DISCURSO DO DEPUTADO JOSÉ ALVESRETIRADO PELO ORADOR PARA RE~VISAO),

Durante o discurso do Sr. José Alves,o Sr. Alencar Furtado, 29 Vice-Presi­dente" deixa a cadeira da presiâénei«,que e ocupada pelo Sr. CéZio B07'jaPresidente. '

, O .SR PRESIDENTE (Célio Borja) _ Es­ta flrido o tempo destinado ao Expediente.

Vaf-se passar a Ordem do Dia.Comparecem mais os Sl·S.:

Herbert Levy

AcreNabor Júnior - MDB.

Pará

Alacid Nunes - ARENA; Gabl'iel- Hermes- ARENA; João Menezes - MDB; Jorge'Arbage - ARENA; Juvêncio Dias - ARE­NA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

Maranhf

Eurico Ribeiro - ARENA; João Castelo'- ARENA; Luiz Rocha - ARENA" Marão'Filho - ARENA; Vieira da Silva - ARENA.

Piauí

Celso Barros - MDB; Hugo Napoleão _ARENA; Paulo Ferraz - ARENA.

CearáAntonio Morais - MDB; Olaudírio Sales"

- ARENA; Ernesto Valente - ARENA' Ja­nuárío Feitosa - ARENA; Manoel IÚ>dri­gues - ARENA; Mauro Sampaio - 'ARE­NA; Paes de Andrade - MDB.

Rio Grande do NorteFrancisco Rocha - MDB; Vingt Rosado I

- ARENA; Wanderley Maríz - ARENA. -

ParaíbaAdemar Pereira --ARENA; Alvaro Gau­

dêncío - ARENA; Janduhy Carneiro ­MDB; Mauricio Leite - ARENA; Teotônio l

Neto - ARENA.Pernambuco

Carlos Wilson - ARENA; Fernando Lyra'- MDB; Geraldo Guedes - ARENA; Gon­zaga Vasconcelos - ARENA; Lins e Silva -

Abril de 1975 DIARIO Jl)O CONGRESSO NACIONAL (Seçlio I) Sábado 12 141'1

ARENA; Marco Maciel - ARENA; RicardoFiuza - ARENA; 13érgio Murillo - MDB;Thales Ramalho - MDB.

Alagoas

Antonio Ferreira - ARENA; Geraldo Bu­lhões -. ARENA; Vinicius Cansanção ­MDB.

Sergipe

José Carlos Teixeira - MDB.

BahiaAntonio José - MDB; Djalma Bessa

ARENA; Fernando Magalhães - ARENA;Henrique Brito - ARENA; Hildérico Oli­veira - MDB; Jutaby Magalhães - ARE­NA; Leur Lomanto - ARENA; LornantoJúnior - ARENA; Ney Ferreira - MDB;Neide Cerqueira - MDB; Rogério Rêgo ­ARENA; Rõmulo Galvão - ARENA; Tbeó­dulo Albuquerque - ARENA; Viana Neto_ ARENA; Wilson Falcão - ARENA.

Espizito Santo

Aloisio Santos - MDB; Argilano Dario ­MDB; Gerson Camata - ARENA; MárioMoreira - MDB; Oswaldo Zanello - ARE­NA; Parente Fmta - ARENA.

Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alberto Lavi­nas - MDB; Alcír Pimenta - MOB; Ama­ralNetto - ARENA; Ano, Theodoro ­MDlS; Brígido Tinoeo - MOB; Daniel Brlva_ MDB; Darcilio Ayres - ARENA; FlexaRibeiro - ./\.RENA; Florim Coutinho ­MOB; Francisco Studart - MOB; HydekelFreitas _ ARENA; Joel Lima - MOB; Jor­ge Moura -MOB; José Bonifáci{) Neto ­MDB; José Mauricio - MDB; Leõnídassampaio - MDB; Lysâneas Maciel- MDB;Marcelo 'Medeiros - MOB; Milton Stein­bruch _ MDB; Miro Teixeira'- MDB; os­mar Leitão - ARENA; Pedro Faria ­MDB.

Minas Gerais

Altair Chagas - ARENA; Benta Gonçal­ves _ ARENA; Carlos Cotta - MDB; CottaBl>l'Íflosa - MDB; Geraldo Freire - ARE­NA; Humberto Souto - ARENA; Jairo Ma­galhães - ARENA; Jorge Ferraz - MDB;Jorge Vargas - ARENA; José Boni!áeio ­ARENA' Juarez Batista - MDB; NavarroVieira ..:..- ARENA; Paulino Cícero - ARE­NA; Sílvio Abreu Júnior - 'MDB; SinvalBoaventura' - ARENA; 'I'arcisio Delgado-MOB, .

São Paulo

Airton Sandoval - MDB; Airton Soares_ MDB; Alcides Fralleiscato - ARENA;Blotta Júnior -- ARENA; Oantídío Sam­paio - ARENA; Cardoso de Almeida ­AR!IilNA; Dias Mene:z;es - MDB; Edgar Mar­tins - MDB' Faria Lima - ARENA: Fer­ra>! Egreja -'ARENA; Frederico Brandão ­MnlJ3- Ivahir Garcia - ARENA; João Arru­da ~ MDB; João Cunha - MDB; JoãoPedro - ARENA; José Camargo - MDB;Líneoln Grillo - MDB; Octacílío Almeida_ MDB; Odemir Furlan - MDB; SalvadorJulianeUi - ARENA; Santillí Sobrinho ­MDl'l; Sylvío Venturolli - ARENA; Ulys­ses 'Çtuimarãés - MDB; Yasunorí Kunigo-MOR

GoiásFernando Cunha - MDB; Genervíno

FOl~seca _ MnB; Hélio Mauro - ARENA;Jarmund Nasser - ARENA; José de Assil\- ARENA.

Pal'anã

Adriano Valente - ARENA; Alípío Car-,val'j::to - ARENA; Antonio Belinati - MDB;Arr'Kfuri - ARENA; Oleverson Teixeira ­AR'ENA; Fernand{) Gama - MOB; Flávio

GioYini - ARENA; Gomes dó Amaral ­MDB; :LtalD Conti - ARENA; Norton Macê­do - ARENA; OSvaldo Buskei - MDB;Paulo Marques - MDB; Pedro LauroMDB; Walber Guimarães ~ MDB.

Santa Catarina

Angelina Rosa - ARENA; Ernesto deMarco - MDB; Henriqúe oórdova - AH.E­NA; Jaison Barreto - MDB; José Thomé- MDB; Luiz Henrique - MDB; NereuGuidi - ARENA; Valmor de Luca - MDB;Wilmar Dallanhol - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alceu Collares - MDB; Aldo Fagundes­MIJB; Arlindo Kunaler - ARENA; AugustoTrein - ARENA; Carlos Santos - MDH;Cid Furtado - ARENA; Eloy Lenz! - MDJ8;Harry Sauer - MDB; Jairo Brum - MOB;Jorge Uequed - MDB; Lauro Leitão ­ARENA: Lidovino Fanton - MDB; MagnusGuimarães - MDB; Mário Mondino ­ARENA; Nadyr Rossetti - MDB; NorbertoSchmidt - ARENA: Odacir Klein - MOB;Rosa Flores - MDB.

Roraima

Hélio Campos -- ARENA.

VI - ORDEM no DIA

o SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Alista de presença acusa o comparecimentode 352 8rs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão rasê-Jo.

O SR ALDO FAGUNDES - Projetade lei que estabelece a 'participação eleum diretor, indicado pela Oposição, nadiretoria das empresas públicas e so­ciedades de economia mista em que oGoverno Federal tenha o controle acio-nário. '

o SR. ALCIR PIMENTA - Projetode lei que altera a Lei n.? L 081, de 13de abril de 1950, que dispõe sobre usode canos oficiais.

a SE. LINCOLN GRILLO - Projetode lei que dispõe sobre a distribuiçãogratuita de medicamentos pela CEME:,nas condições que espécífíca.

O SR. SIQUEIRif-CAMPOS - Proj e­to de resolução que acrescenta dísposí­ti vos e altera a redação do art. 85 doRegimento Interno da Câmara dosDeputados, aprovada pela Resoluçãon. o 30, de 1972.

O SR JORGE ARBAGE - Projetode lei que dispõe sobre proibição doabate de árvores frutíferas.

- Projeto de lei que institui a Diada Amazônia.

O SR. LUIZ HENRIQUE - Projetode lei que proibe a venda de bebidasaleócltcas nos estabelecimentos comer­ciais localízados ao longo das rodovias.

O SR. JúLIO VIVEIROS - Projetade resolução que modifica o § 1.0 doart. 81. do Regimento Interno_

O SR. FRANCISCO AMARAL - Re­querimento de informações ao Depar­tamento Administrativo do Pessoal Ci­vil e outros órgãos competentes, acercado ingresso, no Serviço Pública Federal,de pessoas com deficiências rísícas.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Vai-se passar à matéria constante da Or­dem do Dia.

o SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votoso seguinte

REQUERll\'IENTO

Sr. Presidente:

Requeíro preferência para a votação ediscussão do Projeto n.O 1. 829-AI74.

Sala das Sessões, 11 de abril de 1975. ­Lysâneas Maciêl.

O SR. PRESÍDENTE (Célio Borja) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -Discussão única do Projeto de Lei

n. o 1. 525-A, de 1973, que acrescentaparágrafo ao art. 5.0 do Decreto-lein,v 999, de 21 de outubro de 1969, queínstítuíu a Taxa Rodoviária única eregulou a sua distribuição 'entre aUnião, Estadas e Municípios; tendopareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade e ju­rídícidade, e, das Comissões de Trans­portes e de Finanças, pela aprovação.(Do Sr. Fernanda Cunha.) Relator: Sr.Altair Chagas.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)Tem a palavra a 8r. Olívir Gabardo, paradiscutír o projeto. (Pausa.)

Não está presente.O SR, PRESIDENTE (Célio Borja) _Não havendo mais oradores inscritos, de-

claro encerrada a discussão.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­

Tendo sido oferecida uma emenda ao Pro­jeto n. O L 525-A, de 1973, em díscussãc úni­ca, volta o mesmo às Comissões de Oons­títuíção e Justiça; de Transportes; e de Fi­nanças.

Substitua-se o projeto pejo seguinte:

"Art. 1.0 Acrescente-se ao art. 1.° do De­creto-lei n.v 1.242, de 30 de outubro de 1972,o seguinte § 1.0, passando o seu atual pa­ragrato único a § 2.°

"§ 1,° A lei estadual fixará os critériosde rateio entre os Estadas e seus Municí­pios, levando em conta o total arrecadadoe a número de veículos licenciados, nãopodendo ser inferior a 20% a quota atri­buída aos Municípios."

Art. 2.0 Suprima-se o art. 5.° do Decre­to-lei n.s 999, de 21 de outubro de 1969.

Art. 3.° Esta lei entrará em vigor nadata da sua publicação, revogadas as dis­posições em contrárío.

Sala das Sessões, em 10 de abril de 1975.- Siqueira Campos.

O SR. PRESIDEN'I'E (Célio Borja) -Discussão única 'do Projeto de Lei

n. O 1. 829-A, de 1974, que dispõe sabreCurso de Agropecuária, ministrada pe­lo Centro de Treinamento de 'I'raba-.Ihadores Rurais, situado junto à Es­tação Experimental de Sertãozinho, noMunicípio de Patos de Minas, Estadode Minas Gerais, e dá outras providên­cias; tenda pareceres: da Comissão deOonstítuíção e Justiça, pela constitu­cionalidade e [nrtdícídade; e, das Co­missões de Educação e Cultura e deFinanças, pela aprovação. (Do Sr. Ly­sâneas Macíel.) RE!latores: Brs, JoãoLínhares e Jorge Vargas.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Tem a palavra o Sr. Antônia Bresolín, paradiscutir o projeto. (Pausa.)

Não está presente.

1418 Sábado 1~ DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) BriI de 19'15

o SR. PRESIDENTE (Célio B()rja) ­Tem la palavra o Sr. Luiz Rocha, para dís­eutir o proj eto, (Pausa.)

Não está presente.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)

Não havendo mais oradores inscritos, de­claro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)

Vou submeter a votos o seguinte

PROJETON.o 1. 829-A, de 1974

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° O Centro de ;I'reinamento de

Trabalhadores Rurais, situado junto à Es­tação Experimental de ~ertãozinho, no M~­nícípío de Patos de Mmas, Estado de Mi­nas Gerais, e pertencente ao Instituto dePesquisas e Experimentações Agropecuá­rias (IPEACO), criado pela Lei DelegadanO 9 de 11 de outubro de 1962, passará aministrar Curso de Agropecuária, na formado disposto nesta lei.

Art. 2.° O Curso de Agropecuária mi­nistrado pelo Centro de Treinamento deTrabalhadores Rurais, funcionará autono­mamente sob a denominação de EscolaAgropecuária de Patos de Minas e formaráos seguintes profissionais:

I -- Técnicos de Agropecuária;II - Técnicos de Pecuária;IH - Técnicos de Agricultura;

IV - Auxiliar de Análise de Solos;V - Agente de Defesa Sanitária Vegetal;

V! - Agente de Defesa sanitária Animal;

V!I - Auxiliar de Adubação;VIII - Auxiliar de Forragens e Rações;IX - Classificador de Produtos Vegetais.Parágrafo único. Os profissionais de que

trata este artigo serão formados em nívelde 2.° grau de curso regular ou supletivo.

Art. 3.° A Escola a que se refere estalei incluirá também as funções de apren­dizagem e qualificação dirigidos à áreaagropecuária primária em nível de 1.0grau.

Art. 4.° Responderão pela manutençãodo Curso de Agropecuária as dotações or­eamentárías previstas para o Departamen­to de Ensino Médio do, Ministério da Edu­cação e Cultura, em sua programação espe­cifica de Manutenção e Reequipamentodas Escolas Agrícolas.

Art. 5.0 Esta lei entra em vigor na datada sua publicação.

.Art. 6.° Revogam-se as disposições emcontrário.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Os srs, que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.Vai à redação final.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) "-

Discussão única do Projeto de Lein.> 1. 553-A, de 1973, que torna obriga­tória a distribuição mensal à impren­sa, pela COBAL, das tabelas de levan­tamentos de preços de gêneros altmen-'ticios e produtos hortígranjelros, rea­lizados pelos órgãos do Governo, e dáoutras providências; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e [urídícidade;e, das Comissões de Agricultura e Poli­tíca Rural e de Economia, Indústria eComércio, pela aprovação. Relatores:Srs. Arlindo Kunzler e João Arruda.

o SR. -PRESIDENTE (Célio Borja) ­Tem a palavra o Sr. José Alves, para dis­cutir o proj eto.

O SR. JOSÉ ALVES - (Sem revisão doorador.) Sr. Presidente, o nobre DeputadoIvan Ferreira do Amaral, nosso saudosocompanheiro, da representação do Paraná,que tão tragicamente deixou esta Casa,apresentou o Projeto n.o 1. 553-A, de 1973,que torna obrigatória a distribuição men­sal à imprensa, pela COBAL, das tabelas delevantamento de preços de gêneros ali­mentícios e produtos hortlgranjeíros rea­lizadas pelos órgãos do Governo, e dá ou­tras providências.

Sr. Presidente, minha presença nesta tri­buna, neste momento, é para dizer que aidéia do ex-Deputado Ivan Ferreira doAmaral é válida. Há necessidade de se es­tabelecer um controle mais eficaz dos pre­ços dos gêneros alímentícíos. Preocupa-nos,realmente, a verdadeira desordem queocorre nesse 'setor. Há que se imaginar ummecanismo que contenha esse absurdo. Asdiferenças entre os preços de um mesmoproduto chegam a ser incompreensíveis.

Há poucos dias, Sr. Presidente, passavaeu por Rooife e ali ocorreu um fato quetive a intenção de trazer ao conhecimentodesta Casa, o que faço agora, por conside­rar um absurdo. De certo modo tem rela­cão com o contido neste Projeto do ex­Deputado Ivan Ferreira do Amaral.

Trata-se do seguinte: dirigi-me a umafarmácia, no Recife, pretendendo comprarum produto - antisséptico "Senophile" ­e fui informado de que não existia mais,porque deixara de ser fabricado. Ao mes­mo tempo disseram-me que existia um su­cedâneo - o "Senopó" - que está agorasendo fabricado. Ambos os produtos sãoidênticos em tudo, menos no preço. O "Se­nophile" custava, salvo engano, cerca dedois cruzeiros, e o outro, que entrou napraça no mês s~guinte à saída daquelecustava 300% mais. Com a precauçao quedevemos ter antes de trazer determinadosassuntos à tribuna, verificarei se efetiva­mente se trata de produtos idênticos. Casoafirmativo, haveremos de estar de acordoem que não é possível continuar neste Paísessa indústria de realimentação da infla­ção que são os preços não contidos, os pre­ços manipulados por aqueles que antiga­mente eram chamados "os tubarões", aque­les que consumiam todas as pequenas mar­gens de poupança da bolsa ,popular.

De forma que, elogiando a idéia do Depu­tado Ferreira do Amaral, quero fazer-lhejustiça à tentativa de resolver essa gravequestão.

Vejam, Srs. Deputados, outro fato quetem correlação com este assunto: no dia 26de setembro de 1974 - tenho em mãos oDiário do Congresso Nacional -w- tive opor­tunidade de ocupar a tribuna para fazeruma denúncia. Era o seguinte: "Começoua safra de acúcar em Alagoas e em Per­nambuco. Para se transportar- o açúcarnecessita-se de muitos caminhões. E qual­quer produtor de açúcar que queira com­prar caminhões só recebe esse veículo docomerciante se pagar um ágio de mais de20 mil cruzeiros sobre os preços oficiais,de tabela." Para se comprar um caminhão,portanto, era preciso pagar, por fora, ágiosque iam até 20 mil ou mais cruzeiros. Ha­via uns, que eram "bonzinhos", e apenasdiziam: "Não paga o ágio mas compra. umautomóvel de luxo para levar o caminhão."

Falou-se de outra forma de se pagar esseágiÓ, pela subscrição de ações de determi­nadas companhias revendedoras de veí­culos. No ano passado falei desse problema,e pensava que o assunto havia sido supe-

rado e que eu não precisaria mais ocupara tribuna para tratar dele. Porém, paraminha surpresa, recebo, pelo Lux Jornal,notícia publicada no Diário de Pernambu­co, de 2 de abril de 1975, que tem o se­guinte titulo: "Presidente do Instituto doAçúcar e do Alcool atende reívíndíeação doBancoplan e financiamento para capital degIro tem novo critério ... " Nela, com osubtítulo "Acima do preço da tabela", vejoo seguinte:

"Continuando com a palavra, o Sr. Fer­nando Rabelo advertiu que ao seuconhecimento têm chegado informa­ções, segundo as quais algumas firmas,como que "sentindo no ar o cheiro dolucro fácil" a exemplo do que houve noano passado, pretendem vender veículospor preços muito aeíma daqueles fi~­

dos nas tabelas. Antes da reunião, umfornecedor havia lhe mostrado uma co­tação de veículos da linha "MercedesBenz", onde se via que excedia em maisde 30 mil cruzeiros, o valor do preço ta­belado. Ao fornecedor afirmara queaquele fato mostrava a reatírmação quefizera, ano passado, quando denuncioua existência dessas irregularidades ,tIAvenda de veículos, dizendo que se tra­tava de crime contra a economia popu­lar. Em outras palavras, é "câmbionegro no duro". O presidente da AS~o.­

dação ch~mou a atenção dos pres~p.~e.spara outro ardil que também seria usa­do por algumas firmas do comércto derevenda de veículos: mantêm o preçoi(latabela do caminhão, mas impõem cbmocondição de venda deste, a compra !li­multãnea de uma carroçarta.ipela firmaconsiderada tipo especial, mas que deespecial só tem o nome. Enquanto umacarroçaria como a oferecida custa 8 a 9mil cruzeiros em todos os fabricantes, afirma a vende por ao a 40 mil cruzeiros:mas como o caminhão não é vendidosomente em chassis, e, sim, juntamentecom a carroçaria, evidente está que ocomprador passa a ter esse ônus e pa­gar por uma carroçaria duas ou trêsvezes a mais do seu valor real."

Sr. Presidente, é para mostrar esses ab­surdos existentes no comércio brasileiro queestou 'falando agora. Os abusos precisamser coibidos.

Quero chamar a atenção da SUNAB eoutros órgãos - Ministério da Indústria edo Comércio e a própria indústria automo­bilística - para que ponham suas Vistassobre essa distorção. Faz-se necessário umainvestigação, para apurar se esse câmbionegro parte só de alguns revendedores ouse vem de outros setores. li: para reafirmaressa denúncia, que fiz no ano passado, quevolto a esta tribuna. Precisamos reagircontra esses abusos, ~ntra o câmbio negroque, em determinadas épocas, se verifica na .venda de produtos ao consumidor final.(Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE. (Célio Borja) ­Não havendo mais oradores inscritos, de­claro encerrada a díscusão.

Vai-se,passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)

Tem a palavra o Sr. Marcelo Linhares, paraencaminhar a votação.

O SR. MARCELO LINHARES (Sem revísâodo orador.) - Sr. Presidente, uma das me­lhores figuras que esta Casa produziu, nalegislatura passada e que a mão do destinonos ceifou foi o Deputado Ferreira do Ama­ral, que subscreveu o projeto hoje em debatee que tem por objetivo a obrigatoriedade. dapublicação dos levantamentos dos preços degêneros alimenticios e produtos hortígran­jeiros nos principais supermercados, et'etil.vados pelos órgãos federais com a finallda-

Sá"bado 12 141.A"btil de 19.75 DIARIO ])0 CONGMSSO NACIONAL (Seção I)

de de alertar o públíeo consumidor a res­peito dos preços cobrados pelo comérciovarejista.

.Oonquanto objetive medida salutar ,à de­feea do interesse público, o projeto e des­neeessárío por isso que, no campo norma­tivo de primeiro grau, a matéria já estácqnvenientemente tratada.

De fato pela Lei Delegada n.o 4, de 26 desetembro 'de 1962, que dispôs sobre li. inter­venção no domínio econômico, para asse­gU)l~r a livre distribuição dos pr~dutos ne­cessários ao consumo popular, rícaram osórgãos incumbidos de sua aplicação auto­rizados a estabelecer condições de vendade mereadorías ou serviços, li. fim de imJ;le­dir lucros excessivos - item IV do ArtIgo6.0 - inclusive a superintender e fiscalizara. << çxecução das medidas adotadas - item'V;q:I,do Artigo 6.0.

Em igual data, a Lei Delegada n.o 5, queeríou a SUNAB - Superintendência Nacio­nal do AbasteCimento - atribuiu-lhe com­petência para acompanhar a execução dasmedidas estabelecidas em planos e progra­mas que elaborasse, bem assim as decorren­tes de aplicação da lei de intervenção nodomínío econômico - item VII do art. 2."

:.K.dist'ribuição à imprensa das tabelas doslê;mÍ).tamentos de preços de gêneros alímen­t~~os e produtos hortígranjeíros, ~~ q,!-~tX~ta o artigo 1.0 da referida proposiçao, iaê'~:a atividade regular e diária do Serviço~''1;nformação de Mercado do' Ministério da~ifY:ulturll,. Os preços se ref.er~m aos. n~vei!léflij.tacado e varejo nas CaPltaLS brasíleíras,vlU:ios órgãos vinculados ao Ministério da~ultura participam da coleta e distri­b;úl~ão desses preços, incluindo-se a COBAL.,'lW1'que pese seu cará~r de rel~vância em

defesa do interesse da economia popular,as medidas propostas no Art. 2.0 do Projeto,se aprovadas importariam em quebra doprincípio da democrnticidade na distribui­ção da publicidade oficial, com graves co;o.­seqüências, certamente, para o. ess!lnclalequ.ílíbrio dos órgãos de eomumcaçao doPaís e seu relacionamento com a Adminis­tração Pública.

Outrossím a Lei n.? 6.045174 transfere aosMi"üstérios 'da Fa:zend~, Planejamento,T1,'ID:).sporte e Agricult)u'a, sob a coordenaçãodeste último, os-assuntos referentes a abas­teelmento alimentar, antes também da al­çad'n. do Oonselho Monetário Naci.o'n~l. Istonnphca de imediato na transferenCla, dasdeéísões relativas ao abastecimento da areaesiritamente monetária para a da produção.Pt.s· informações de mercado, como compo­nénte desse elenco de medidas que compõeo-ubasteeímento, está reservada i~Jl<?rtt:nte.tl:treta de orientar produtores, dístríbuído­'reg, e consumidores sobre os preços corren­te1ll'ii1e gêneros ahmentíeíos. Outra eonse­q~neia da Lei referida foi a críação doOcnselho Nacional de Abastecimenro, cuja

, tarefa é coordenar a ação integrada a queela se refere. Todos os órgãos ligados aabastecimento têm assento nele, inclusivea COBAL.

Assim trata-se de assunto já devida­mente .~quacionado pela legislação vig~n.te,vindo as disposições constantes do ProJeJ1:Oa. constituir-se em interferência desneces­sâria ao bom exercício dos encargos doGoverno. .

x,Di-ante do exposto, a Liderança da Maio­ríaropína pela rejei~ão do' Projeto.

O' SR. PRESIDENTE (Célio Borja)Vóu submeter a votos o seguinte:c,'" PROJETO N.o 1.553-A, DE 1913

'0 Oongresso Haeional decreta;

"l:&~ 1." Ficl!, a Companhia Brasileira lieA~entos - COBAL, vinculada ao Mlníaté-;; .

rio da Agricultura, obrigada a distribuirmensalmente à imprensa, as tabelas doslevantamentos de preços de gêneros alímen­tícíos e produtos hortãgranjeíros, dos prín­eípaís supermercados, realizados pelos Mi­nistérios da Fezenda e da Agricultura.

Art. 2.0 Os órgãos de imprensa que pu­blicarem as tabelas citadas no art. 1.0 destaLei gozarão da preferência de publicidadedos órgãos da administração pública.

Art. 3.0 A presente Lei entrará em vigorna data de sua publicação.

Art. 4.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Os Brs. que o aprovam queiram ficar comoestão (Pausa.)

Rejeitado.Vai ao Arquivo.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -

Primeira discussão do Projeto de Lein.o 1.053-A, de 1972, que dispõe sobreo exercício QDS cultos religiosos; tendoparecer da Comissão ,de 09nstitu.ição.eJus1;iça, pela constãtueíonahdade, [urírü­cidade e, no mérito, pela aprovação, comemendas. (Do Sr. Marcelo Medeiros.)

< Relator: Sr. José Bonifácio Neto.O SR. PRESIDENTE (Célio )Borja)

Tem a palavra o Sr. Daso Coimbra, paradiscutir o projeto.

O SR. DASO COIMBRA (Pronnnota o sle­gllinte discurso.) Sr. Pl'esldente, 61'S. Depu­tados no estudo do Projeto de Lei de n.o1.053' de 1972 de autoria do ilustre Depu­tado 'Marcelo' Medeiros, da representaçãooposicionista nesta Casa pelo E.stado ELo Riode Janeiro verificamos que a Intenção da­quele parlámentar se confunde eom o espí­rito e a letra de seu projeto, sensivelmenteprejudicando, as instituições religiosas eleculto e aos crentes em geral.

A ementa do projeto diz:

"Dispõe sobre o exercício dos cultos re­ligiosos; tendo .parecer da Comissão de

.:» Constituição e J'ustiça, pela constitucio­nalidade, juridicidade e, no mérito,pela aprovação, com emendas,"

Tal ementa não reflete a. realidade doprojeto. Insinua que a proposição venhagarantir a liberdade de culto - já garantidaplenamente pela Constituição em seu artigo153, § 5.0, princípio este consagrado na LeiMaior, símbolo da conquista dos que sentema necessidade de livremente prestarem oseu culto, na forma melhor de se expressa­rem diante de Deus.

Não precisa o legislador firmar outrosprlneípios além daqueles estabelecidos pela'Constituição e, no caso presente, o Sr. Mar­celo Medeiros, ao estabelecer os crttéríos queorientam o seu projeto, vem mutilar o prin­cípio constitucional, abolindo, de fato e dedireito, a liberdade de culto.

Se aprovarmos este projeto do Sr. MarceloMedeiros estaremos decretando o fim daliberdade de culto no País. .

Se não, vejamos;

"As associações religiosas com persona­lidade jurídica, comunicarão às autori­dades competentes e ao público em ge­ralos dias', os horários e os lugares, emque se praticarão ordinariamente ascerimônias religiosas, de acordo com orito que adotarem" -

J!: o texto do artigç 2.° do projeto de leido Sr. Marcelo Medeiros, do MDB do Estadodo Rio de Janeiro.

Ora, se o sacerdote católico tem que avi­sar à polícia que vai rezar missa, ele deixou

de ser livre para celebrá-la no interior dotemplo católico. Isso a missa de caráter or­dinário, eucarística, dominical, em horáriosvariáveis com as circunstâncias de tempo,local e disponibilidade de sacerdote paraesta ou aquela paróquia.

Se o sacerdote chega depois da hora queavísou à policia, já não poderá celebrar amissa e o culto dos fiéis deixa de ser reali­zado.

O mesmo em relação aos protestantea, aosespírítas aos israelitas e quantos outrostenham forma pessoal e particular do culto.

Os protestantes brasiÍeiros não podemaceitar como boa a lei proposta pelo Sl".Marcelo Medeiros, do MDB do Estado doRio de Janeiro. Serão os grandes prejudi­cados se o Congresso Nacional transformá­1& em decreto.

De ordinário, realizam os protestantestrabalhos de culto todos os dias, nos tem­plos, em casas particulares, em recintosparticulares alugados ou cedidos, em praçaspúblicas, sem enumerar hospitais, peníten­.eiárias, asílos, orfanatos, albergues, díspen­sáríos e tantos outros lugares onde levam amensagem do Orísto VivD, Balvador e Re­generador do Homem, que está perdido emdelitos e pecados. Sua obra evangelízante épermanente, constante, não pode ser Inter­rompida nem para um comunicado à polí­cia, como quer o Sr. Marcelo Medeiros emseu projeto,

O mesmo se pode dizer dos espíritas, quefazem da caridade o fundamento de seuculto. Não teriam liberdade para serem ca­ridosos. A caridade teria que ser comunica­da à policia, para depois ser efetuada comoelemento d~ culto e manifestação de fé.

E, se os oficies ordinários encontram taisbarreiras, em nome de uma pseudo-liberda­de, os extraordinários, maior entrave ainda.Assim se depreende pelo que prescreve o §único do artigo 2.° mencionado, que sofreuna CCJ emenda supressíva, como arremedoà sua aberração lógica e instrumento deofensa às coneeíêneías religiosas e à liber­dade de culto propugnada pela ConstituiçãoFederal.

A mesma ofensa foi cometida pelo últimoGoverno do Estado da Guanabara, quandodecretou a proibição da liberdade de cultoem praças públicas.

Mais tarde, sob o impulso do imperativoconstitucional e pressionado pelas correntesreligiosas do Estado, o Governador reconsi­derou o seu ato víolentador das consciênciascrentes, que não aceitaram a proibição e istomanifestaram de forma enérgica e sentida.

Não queira o COngresso Nacional, por suamaioria, Incorrer no mesmo engano do Go­vernó último da Guanabara, aprovando estaproposição do Sr. Marcelo Medeiros que,naquílo onde não repete a Constituição,ofende a liberdade de culto, limitando suaexpressão à audiência prévia da autoridadepolicial, num flagrante desrespeito à LeiMaior e num engodo aos que, de boa fé,pensam ser o Projeto de n.O 1.053, de 1972,uma garantia para a liberdade de culto ereligião. /

Votando contra este projeto estamos fi­xando a nossa posição de crentes no SenhorJesus Cristo, que não precisa e nem quercomunicar à autoridade policial sua neces­sidade, que é permanente, de manifestar emcânticos, adoração e louvor o seu culto, pes­soal ou coletivo, ao Deus dos Céus e Senhorda História.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) _Não havendo mais oradores inscritos, de­claro encerrada a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)- Tendo sido oferecida uma emenda ao

1420 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1975

Projeto n.o 1.053-A de 1972, em 1.a discussão,volta o mesmo à Comissão de Constituiçãoe Justiça.

Suprima-se o art. 4.°Justificação

O que dispõe o art. 4.° é inteiramenteocíoso,

Sala das Sessões, 10 de abril de 1975. Olí­vÍl:" Gabardo.

o SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Nos termos do inciso II do art. 10 do Re­gimento Interno, concedo a palavra ao Sr.Peixoto Filho, na qualidade de Líder doMovimento Democrático Brasileiro.

O SR. PEIXOTO FILHO - (Como Líder,Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o Parlamento brasileiro não po­de prescindir da liberdade de apreender averdade e procurar comunicá-la através daação e dos pensamentos de seus membros.Assim entendendo, em que pese as limita­ções Impostas ao Poder Legislativo, tenhoutilizado a crítica como duro ofício de di­zer verdades, objetivando proporcionar aosgovernantes melhor conscientização dosproblemas nacionais, principalmente da­queles relacionados com os trabalhadoresbras lleiros.

Por outro lado, impõe-se dizer, também,que é através do' debate parlamentar queas soluções desses problemas são transmiti­das, com um caráter de consideração, àopinião pública, concorrendo para que aImagem do Congresso Nacional em si e ados parlamentares que o integram corres­penda à realidade, como elemento básicopara que, de fato, a democracia seja repre­sentativa.

Sr. Presidente, assistimos nos últimos diasnesta Casa às maiores demonstrações derevítalízaçâo do Parlamento brasileiro, atra­vés de calorosos debates sobre os mais va­riados assuntos, especialmente de naturezapolítica.

Hoje, ocupo esta tribuna para abordar aproblemática do trabalhador brasileiro, ra­zão maior da nossa constante preocupação.

Em primeiro lugar, desejo reportar-meàs estatísticas de acidentes' de trabalho sob ,a responsabilidade do INPS durante o pe­ríodo de 1971 a 1974, no qual os acidentesmortais se elevaram a mais de 10 mil e osnão-mortais atingiram a casa dos Bmilhões.

Os técnicos em Higiene e Segurança doTrabalho sustentam que a ênfase deve serfixada na prevenção de, acidentes, porque oque se investe na prevenção redundará emeconomia na área de reabilitação profissio­nal.

O número sempre crescente de acidentesno trabalho - e a previsão é de mais de1 milhão de acidentados - conduz a que oproblema seja reputado de grande impor­tância, porque as horas perdidas e a baixade produção ocasionadas por este fato sãoconsideráveis e influenciam no desenvolvi­mento do País.

"Em uma empresa, a responsabílídadc daprevenção de acidentes compete a todos.Portanto, para que um programa de pre­venção de acidentes alcance sucesso, é con­dição necessária que todos os que traba­lham na empresa, independentemente deseu grau hierárquico, participem de maneiraativa no programa. I

Dos supervisores, é necessária a comuni­cação, ou seja, o diálogo, que leve a umareciprocidade de entendimentos e que per­mita alcançar os resultados desejados. Estediálogo, quando bem orientado, conduz àquebra de barreiras geralmente existentes,

que marcam acentuado grau de apatia dogrupo diante dos problemas de prevenção.Como elemento supletivo da comunicação,deve-se lançar mão de recursos que pode­rão facilitar a exposição, tais como:

a) dados estatístíeos:b) ocorrências típicas relacionadas com

o trabalho a executar;e) aplicação correta do equipamento de

proteção.A exposição sobre segurança deve ainda

procurar os seguintes objetivos:a) dar ínformações:b) fazer com que o grupo reflita sobre o

assunto;c) conseguir que todos os elementos se

proponham firmemente a executar o planode segurança relativo ao serviço programa­do.

Especial atenção deve ser dada aos doisúltimos itens, uma vez que toda a motiva­ção do grupo deriva da habilidade com queos conceitos são transmitidos.

Os melhores resultados são alcançadosquando se consegue a interveniência dogrupo na discussão, sendo, para isso, neces­sário despertar o interesse geral por meiode perguntas.

Sendo a quase-totaltdade de acidentes de-< vida a falhas humanas (cerca de 80 por

cento), temos perfeitamente definido o am­plo campo de trabalho que se oferece aosupervisor. Nas exposições devem ser assi­nalados cinco fatores importantes que dãoorigem à maioria dos acidentes:

a) imprudência;b) desobediência às instruções;

e) deficiência física e mental;d) falta de conhecimento das regras de

segurança;

e) condições emocionais.Uma análise pormenorizada destes cinco

'itens determina condições especiais paraexplanações diárias sobre a prevenção deacidentes, fornecendo, simultaneamente,aos supervisores, elementos valiosos na dis­tribuição de tarefas, cabendo ainda a estesdestacar o papel do trabathador na em­presa, assinalando a sua responsabilidadeno serviço, focalizando as más práticas nasua execução e mostr-ando, enfim, "que apersistência em maus hábitos de trabalholeva fatalmente -ao acidente."

O Ministério do Trabalho há tempos ins­tituiu lB tipos de doenças profissionais, deacordo com Portaria que baixou.

Em trabalho divulgado por conceituadoórgão da imprensa carioca, foram ofereci­dos valiosos subsídios para melhor equacío­namento do problema originário das doen­ças profissionais, prlncípalmente quando ésabido que no Brasil só existem quatro am­bulatórios de doenças profissionais, sendoo último inaugurado há três anos na capi­tal do Estado ,de São Paulo.

O primeiro ambulatório para doençasprofissionais foi criado pelo Serviço Socialda Indústria, em 1960, em São Paulo, paraatender os casos ocorridos no seu parqueindustrial. Há dois anos, 'o SESI criou maisdois serviços semelhantes, no Rio e em Por­to Alegre,

Doenças profissionais e doenças do traba­lho são dírerentas, segundo a legislaçãobrasileira, porque as primeiras só podemocorrer aos trabalhadores que se dedicama determinadas áreas profissionais, e asdoenças do trabalho também podem oeor-

rer por fatores exteriores ao trabalho. Umahérnia, um reumatismo, por exemplo, po­dem ter como causa tanto as condições detrabalho como qualquer atividade fora de­le.

Por esta, razão, a lei de acidentes do tra­balho exige uma sindicância para determi­nar as verdadeiras causas das doenças dotrabalho, ao passo que os trabalhadores comdoenças profissionais recebem amparo au­tomático da lei.

O tipo de doença profissíorrál" mais fre­qüente num pais está diretamente ligadoao seu grau de desenvolvimento. Atualmen­te, no Brasil, 'são as intoxicações por chum­bo as mais freqüentes. No Serviço de Medi­cina Industrial do SESI, 80 por cento dosatendidos são intoxicados por chumbo eprovêm de indústrias de aeumuladores elé­tricos, automóveis (setor de funilaria), fún­díções de metais não-ferrosos.

Essas observações são amparadas por uma.exposição do Dr, Bernardo Berdríkow, Dire­tor do Serviço de Medicina Industrial doSESI, que, em 1972, informou serem rarosos casos de intoxicação por chumbo na in­dústria gráfica, adiantando que no iníciodas nossas atividades, há doze anos,', osdoentes proveníentes de gráficas eram maísfreqüentes, pois as condições de tra1Ja.P;1oeram mais precárias: muitos linotipos!úú­cíonam em área pequena, sem ventilij.g1j.o.Hoj e, as condições que criam na atmosferauma quantidade de chumbo superior à to-lerância humana não sucedem mais. •

As intoxicações por chumbo, que vêmacompanhadas de complicações digestiy,as,no sistema nervoso e urinário, podem serfacilmente curadas, quando bem diagnos­ticadas. Após três semanas de repouso eafastamento do local de trabalho, o pacien­te fica pronto para voltar à mesma ativi­dade, desde que seja feito um controle men­sal sistemático. A prevenção para este tipode doença é manter na atmosfera umaquantidade de chumbo abaixo do nível to­lerável, através de instalação de sistemasde ventilação exaustora.

Tudo isto está previsto pela Lei de 1943:fosse ela obedecida na íntegra, e não have­ria intoxicação por chumto nó arasn..

Sobre a incidência, em maior escala, :dasdoenças protlssíonaís, disse que entre asmais freqüentes estão as dermatoses, doen­ças da pele ocasionadas por cimento, nas'construções civis e industriais de derívadosde petróleo, cromo, níquel e uma série' dematérias-primas de indústrias químíoas,Muitas alergias jamais são curadas; quan­to a outras, mesmo que sanadas, o tratra­lhador fica impedido de retornar ao trl3J19a­lho. Para evitar este tipo de doença, bastahigiene geral e pessoal, água abundante etoalhas limpas e proteções pessoais, 1;aiscomo luvas, aventais, peneiras etc. '

As doenças pulmonares estão em terceí­1'0 lugar entre as mais freqüentes atendi­das no ServiÇO de Medicina Industrial doSESI. São causadas por poeiras das fábri­cas de vidro, cerâmicas, fundições e meta­lúrgicas. Nas minerações também são mui­to freqüentes, embora não haja casos emSão Paulo. "

Os agentes físicos, como calor, ruii:i~ epressão atmosféricas, são os responsázéts,em quarto, lugar, pelas doenças proríssío­naís.

O barulho exagerado pode levar à. surdezem cinco ou lO anos, e este processo é írre­versível, O calor leva à prostração térmica,que pode ser evitada através da retrígera­ção local, roupas adequadas e seleção .mé­dica cuidadosa.

.Abril de 1975 BIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Sábado 12 U!1

Explicou, ainda, o Dr. Bernardo Berdri··kow que nem todas as pessoas estão sujei­tas à prostração térmica. Por esta razão,uma seleção bem feita do pessoal para tra­balhar em ambiente de alta temperatura,seguida de uma aclimatação lenta, comojá se faz nas grandes indústrias siderúrgi­cas, pode evitar este tipo de doença.. O aeroemboJismo, que em muitos (laSOS

pode levar à morte, é ocasionado por umadescompressão rápida. No mundo inteiro hátabelas com o tempo de descompressão ne­cessário, para trabalhadores submetidos adeterminadas pressões atmosféricas. Segun­do informou o Doutor Berdrikow, muitasempresas de construção civil que trabalhamcom tubulões pneumáticos não dão ao tra­balhador o tempo necessário para se des­comprimirem, por medida de economia.

Os casos mais raros de doenças profissio­nais atualmente são as intoxicações pormanganês, mercúrio, benzol e monóxido decarbono.

O problema de prevenção e segurançavem sendo debatido em vários SimpósiosInternacionais, com a participação de, re­presentação brasileira.:,"A semente de uma colaboração e de umintercâmbio constante entre as nações decütturas irmãs no campo de saúde ocupa­cional foi lançada em 1970, quando em Lis­boa se realizou a I Semana Luso-Hispano­Brasileira de Prevenção e Segurança.

No Brasil, como em outros países, obser­va-se maior preocupação em proporcionarmelhores condições nos locais de trabalho.

Ressalte-se que, com a modernização dastécnicas de trabalho, a prevenção adquiremaior validade.

Sr. Presidente, há dois anos passados, asestatísticas registravam a existência demais de 15 milhões de brasileiros incapaci­tados e que precisam ser reabilitados, parao que se impõe a implantação de programade Medicina preventiva e de reabllitação.

"De cada 100 brasileiros, 4,9 possuem de­feitos do tronco e extremidade (mãos e pés)e 3,5 têm deficiência mental; há uma faltatotal de fisiatras (médico especializado notratamento de reabilitação) no Brasil, e ca­rêncÍ&- de centros de reabilitação."

Acresce dizer que em vários pronuncia:"mentes tenho analisado o problema comestatísticas de acidentes no trabalho, notrânsíto, e de doenças profissionais. De 1milhão e quinhentos mil acidentes no tra­balho verificados em 1972, segundo estatís­.ti0as extra-oficiais do INPS, foram liquida­dos quase 3 mil acidentes mortais e, da par­cela restante, não-fatais, 40% dos aciden­tados ficaram com defeitos rísícos. No ca­so de acidentes de trânsito, o Brasil é ocampeão mundial, pois para cada grupo de10 mil veículos morrem quase 40 pessoas.Ressalte-se que esse percentual nem de lon­ge se aproxíma do 2.° colocado, a AlemanhaOcidental, que registra a taxa de 13,8 mor­tos por 10 mil veículos.

Sr. Presidente, há necessidade de conse­guir-se um nível ideal de prevenção e segu­rança nas áreas de trabalho em geral: pre­venção de acidentes e doenças profissionais;transporte aéreo, marítimo e 'terrestre; in­cêndios e explosões no setor industrial e co­mercial, bem corno no lar e em outros lo­cais. Ressalte-se que, com a modernizaçãodas técnicas de trabalho, a prevençãoadquire maior validade.

Assim, ao fazer uma despretensiosa aná­lise de assunto tão controvertido,' mas dealta significação para o próprio desenvol­vimento nacional, recorro aos mais renoma­dos médicos especíalístas e aos técnicos em

Higiene e Segurança do TJ.'abalho, para rei­vindicar uma ação conjunta das Medicinaspreventivas, assistencial e de reabilitação,já que, em alguns países, as perdas econômi­cas por incapacidade de trabalho represen­tam uma quantidade muitas vezes maiordo que os gastos com o tratamento. Os pla­nos governamentais até agora conhecidosrefletem o desconhecimento dessas relaçõesíntimas de interdependência entre econo­mia e saúde, ou foram elaborados por cimada realidade presente.

Sr. Presidente, ontem, os jornais anun­ciaram algumas providências adotadas peloMinistro Arnaldo Prieto,' implantando cur­sos de prevenção contra acidentes do traba­lho, conforme adiante se constata,

"Duzentos e dezesseis cursos para 6.480dirigentes sindicais sobre prevenção deacidentes e dois cursos de preparação eorientação para instrutores que minis­trarão as aulas, serão realizados pelaFundacentro, e supervisionados pelaSecretaria de Relações do Trabalho,através do Departamento ~Tacional deSegurança e Higiene do Trabalho.'O objetivo do convênio firmado ontem,entre a Fundação Centro Naci<lnal deSegurança, Higiene e Medicina do Tra­balho - Fundacentro -, Ministério doTrabalho e DNSHT é promover a inte­gração das entidades sindicais na 'cam­panha nacional de prevenção de aci­dentes do trabalho, conforme previstono plano de ação do MinistériQ do Tra­balho, e na conformidade do artigoterceiro do estatuto da Fundacen1,ro,aprovado pelo Decreto n.o 62.162, de 25de janeiro de 1968. As atividades serãodesenvolvidas no período de abril a de­zembro.li: a seguinte a distribuição, por estados,do número de cursos: Amazonas, Pará,Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande doNorte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espi­rito Santo, Mato Grosso, Goiás e Dis­trito Federal terão oito cursos cada um.Para Pernambuco, Bahia, Paraná eSanta Catarina serão 12 cursos emcada Estado; e São Paulo, Rio de Ja­neiro, Minas Gerais e Rio Grande doSul, terão, cada Estado, 16 cursos.Ao ato da assinatura do convênio peloministro do Trabalho, Arnaldo Prieto,e o presidente da Fundacentro,. generalMoacyr Gaya, estiveram presentes oar­los Alberto Chiarelli, secretário de Re­lações do Trabalho do Ministério doTrabalho, e Roberto Raphael Weber,diretor-geral do Departamento Nacío­nal de Segurança e Higiene do Tra­balho.O custo total do convênio, para reali-zação dos cursos, será de Cr$ .3.1'/0.000,00. Os órgãos competentes doMinistério do Trabalho providenciarãoo repasse da verba para a AgênciaCentral do Banco do Brasil, em SáoPaulo, nos seguintes períodos e parce­las: Cr$ 1.070.000,00 em abril, Cr$1.050.000,00 em junho, e Cr$ .1.050.000, em setembro. Os pagamentosdas parcelas posteriores à primeira so­mente serão efetuados após a apresen­tação de relatórios das etapas já con­cluidas, ao DNSHT, que fiscalizará eatestará a conclusão das mesmas."

Como se verLfíca, a identificação de pro­pósitos conduz sempre a resultados satisfa­tórios tendentes a pelo menos minimizaras desastrosas conseqüências que a omis­são ou negligência das autoridades respon­sáveis há provocado no campo da preven­ção de acidentes, segurança e higiene elotrabalho.

A notícia é alvissareira, merecendo o re­gistro ora formalizado.

Sr. Presidente, outro assunto que está amerecer a atenção do Governo é a partici­pação da mulher brasileira no mercado detrabalho. Sofre ela as mais variadas restri­ções, por culpa da própria legislação tra­balhista vigente, que foi elaborada há 32anos, visando a disciplinar as relações detrabalho .entre empregado e empregador,quando é forçoso reconhecer que mudaramos tempos, de 1943 para cá, e a transitorie­dade dos valores sócio-econômicos. As su­cessivas alterações de dispositivos da Con­solidação das Leis do Trabalho ainda nãoatingiram o art. 307, que trata da proibiçãodo trabalho da mulher em diversas ativi­dades laborativas.

Por diversas vezes analisei o problema,sem que me animasse oferecer projeto de leinesse sentido, porque entendo que a atuallegislação trabalhista, ou melhor, a COnso­lidação das Leis do Trabalho, por estar di­vorciada da realidade, deve, quanto antes,ser substituída por um Código do Trabalhoe um Código do Processo do Trabalho, paraque estes traduzam o fato sociológico, obje­tivando maior produtividade, tendente àjustiça social. .

lÊ grato assinalar que, há dois anos, estaCasa, por sua Comissão de Legislação So­cial, criou um Grupo de Trabalho dentreos seus membros e promoveu um ciclo dedebates, reunindo juristas, representantesde entidades patronais e de trabalhadores,para sentir o pulso da questão e aferir ossubsidias necessários ao equaclorramento dopalpitante assunto.

O Governo, por sua vez, não tomou ne­nhuma iniciativa para a elaboração dosCódigos do Trabalho e do Processo do Tra­balho, embora não desconheça que, na Ex­posição de Motivos da Consolidação das Leis@ Trabalho vigente, o então Ministro Mar­condes Filho sustentou a transitoriedadeda lei, afirmando que a Consolidação cor­respondo a um estágio no desenvolvimento

jurídico.

As limitações impostas pela "eglslaçãotrabalhista para utíüzação de mão-de-obrafeminina afetam não só o bem-estar dasociedade brasileira como sua própria es­tabilidade.

"Diversas são as causa!'! para a pequenaparticipação do elemento feminino no mer­cado de trabalho brasileiro. As razões sãoclassificadas em dois setores: o socíológtcoe o jurídico.

A Sociologia, no caso, estuda o comporta­mento de chefes de família e grupos so­ciais, avessos a que a mulher trabalhe forade casa, presos, ainda, a preconceitos quevão cedendo lugar a idéias modernas, nummundo em constantes modificações e numPaís em processo de desenvolvimento. Nosetor juridico, no entanto, a transformaçãoé bem mais lenta, de tal sorte que velhasleis - que poderiam ter espelhado a reali­dade sócio-econômica do tempo em que fo~

ram editadas, mas que não mais se coadu­nam com a realidade presente - passama representar um estorvo para a mulher.

A proteção ao trabalho feminino, queocupa todo o Capítulo lU da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, transformou-se numempecilho ao trabalho da mulher.

O art. 387 daquele diploma legal, porexemplo, veda-lhe o caminho a uma sériede carreiras, proíbe-lhe o trabalho em sub­terrâneos, minerações de subsolo, obras deconstrução pública ou privada ou atividadesconsideradas perigosas, como é o caso, porexemplo, da venda de gasolina em postosde serviço. Na época da edição da COnsoli­dação das Leis do Trabalho, nos idos de1943, não se cogitava da construção dometrô paulistano, sendo raro uma mulher

142% Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 19'7ij

querer ser geóloga, engenheira ou, até mes­mo, conduzir automóvel. Tudo isso mudou:o metrô paulistano está para ser inaugura­do - e necessitará de pessoas para venderpassagens; há muita geóloga e engenheira,por estes brasís a fora, nesta fase de aber­tura da educação nacional. No entanto, talcomo está, a lei proíbe que a mulher venhaa trabalhar no metrô, ou em construçõespúblicas ou privadas - até mesmo cornoengenheira - ou que venda gasolina empostos de serviço. Quando muito, ela podeandar de metrô, conduzir seu automóvelaté o posto de gasolina e mandar enchero tanque, ou projetar a construção de gran­des obras públicas ou privadas - desde quenão suba aos andaimes.

A revista "Banas", em seu último núme­ro, agasalha substancioso trabalho de pes­quisa sobre a mulher, elaborado pelo jorna­lista Paulo Sérgio Markím, e cujos princi­pais tópicos passo a ler, para que integremeste pronunciamento:

"Ela continua a ser "a proletária doproletário", uma categoria social ex­plorada e subjugada para a qual as pro­messas de igualdade e os direitos in- ~

ternacíonalmente reconhecidas poucovalem.Sua participação na produção é bemmenor que a dos homens, seus salários,invariavehnente mais baixos; a possi­bilidade de atingir um posto de coman­do, reduzida, E, enquanto enfrentam ospreconceitos de toda espécie, as mulhe­res começam a descobrir as possíbíltda­fies da luta feminista, enveredando porcaminhos radicais e aprendendo as vir­tudes da prudência e da organização.Este é o Ano Internacional da Mulher.Mas, enquanto as Nações Unidas pre­param documentos e congressos e asfeministas colocam nas ruas e em li­vros suas reivindicações, a maioria dasmulheres enfrenta os mesmos proble­mas do passado.

Da força de trabalho mundial, calcula­ida em 1,6 bilhão de pessoas, 562 milhões.- ou trinta e cinco por cento - sãomulheres. Cerca de vinte e oito porcento da população feminina está in­tegrada ao processo produtivo, semprepercebendo salários de cinqüenta a oi­tenta por cento menores - quando sãoremuneradas. A maior parte das tra­balhadoras - 363 milhões, ou sessentae quatro por cento - está nas zonassubdesenvolvidas, principalmente naagricultura de subsistência. Dos 198 mi­lhões de mulheres que trabalham naszonas industrializadas, apenas dez porcento continuam no campo,

A força de trabalho feminina nos pai­ses desenvolvidos estava assim dividi­da, em 1970: 71,9 milhões na Europa;65,4 na União Soviética; 34,1 nos Es­tados Unidos e Canadá e 21.6 milhõesno Japão. Oportunidade e funções tam­bém aram desiguais; os países socialis­tas há muito integraram a mulher naprodução, o que lhes pode ter validomuitas criticas, mas lhes asseguroualgumas conquistas estatístícas: naUnião Soviética, cinqüenta e dois porcento das pessoas que concluem cursosuniversitários são mulheres, assimcomo setenta e cinco por cento dos mé­dicos, trinta e dois dos juristas, cín­qúenta e sete por cento dos economis­tas e quarenta e cinco por" cento dosoperários da indústria,Entre as brasileiras, que enfrentam amesma discriminação quanto a salá­rios, participação na produção e acessoa postos elevados, a única vitória ficano campo da educação, onde as pesqui-

sas demonstram que elas j á superam oshomens, em escolaridade. O que podeser um investimento para o futuro, mastambém pode ser uma simples acomo­dação à dura realidade do mercado.Como acreditam as autoras de um tra­balho sobre população economicamenteativa e educação: "Considerando que,em média, o nível educacional das mu­lheres é mais elevado que ° dos ho­mens, poder-se-ia dizer que a mulhero utiliza como elemento de ingresso nomercado de trabalho." O que, pre­conceituosamente, não permitem queocorra,

A mulher brasileira participa pouco daprodução, ganha bem menos, é maisatingida pelo desemprego e quase nãotem' acesso a postos de direção, A estesaspectos da discriminação, as pesquisasmais recentes acrescentaram um dadonovo: seu nivel de escolaridade já émaior que o dos homens, em pelo me­nos três Estados do Brasil: São Paulo,Pernambuco e Rio Grande do Sul.A taxa de participação feminina ­número de mulheres que trabalham so­bre a população feminina com mais dedez anos - caiu sensivelmente, de 1940para cá, nos centros urbanos. Os 31,2por cento passaram a 23,1. em 1950;23,6, em 1960. e 24,3 por cerrto, em 1970.O que vale dizer que o desenvolvimen­to criou a possibilidade de fi. mulher seintegrar efetivamente na produção,equiparando-se ao homem, mas aindaoferece um número muito reduzido deoportunidades,

No campo, onde houve também umaqueda - 35,3 por cento, em 1940, para26,4, em 1950 -, os índices voltaram asubir, para trinta e sete por cento, em1960, e 43,4, ew 1970. Mas isso não re­presenta uma vitória das aspirações fe­ministas:'

S1',Presidente, é preciso exemplificar comsegurança, para que as autoridades respon­sáveis melhor Se conscientizem da graveproblemática.

O homem, antes de se casar, reune osamigos, em uma despedida de solteiro. Amulher, antes de Se casar, é despedida doemprego, Isso porque o artigo 392 da jácitada Ç,onsolidaçáo das Leis do Trabalhaproíbe o trabalho da mulher, 4 semanasantes e 8 após o parto: se for despedidadurante a gravidez, fará jus ao salário das12 semanas -- é a jurisprudência _. e terádireito às 8 semanas posteriores à delivran­ça, mesmo a criança tendo nascido morta.Na maioria dos países reconhece-se o di­reito ao repouso feminino, mas não por 3meses, E quem paga os respectivos salários ­é a Previdência Social, isto é, a nação,maior interessada no problema demográ­fico. e não o empregador, como acontece noBrasil. Resultado, prático: mulher dificil­mente consegue emprego ou nele se man­tém, se casada".

"Na França, entre 1954 e 1968, o númerototal de assalariados masculinos aumentoude 7%; no mesmo período, cresceu de 30%o total de mulheres trabalhadoras. Na Re­pública Federal da Alemanha, da mão-de­

_obra civil, o contingente feminino empre-gado é de 36,9%, contra 41% na RepúblicaDemocrática da Alemanha, Na AlemanhaOriental, duas em cada doze operárias têmemprego de meio período, na maioria, coma idade entre 35 e 45 anos, casadas, .comfilhos. Na Áustria, 41.3% da mão-de-obracivil são fornecidos pelas mulheres. Nos Es­tados Unidos, 34,1 % e na França, 34,9%.

Entre nós, a mão-de-obra da brasileiraé pouco utilizada, conforme se constata dosseguintes dados: no Estado de São Paulo,

as mulheres são 28% da mão-de-obra, aopasso g.ue no resto do Brasil, a percentagemé de apenas 10%. . 'I

Ninguém pode negar que os homens são,naturalmente, mais fortes que as mulhe­res, no que diz respeito à força física. Ep.­tretanto, na vida moderna, a necessídadede força física é cada vez menor.

No mundo íntetro há uma queixa: ossa­Iáríos das mulheres são mais baixos do ;tj,'úeos dos homens, Como justificativa désSadistorção, afirma-se que os encargos paraos patrões são maiores com a mão-de-obrafeminina.

Por. outro lado, a Organização Interna­cional do Trabalho anuncia vigorosa cam­panha de âmbito mundial, para a prolife­ração do maior número possível de creqqesdistritais ou de bairros, para oferecer à mu­lheres condições de concorrer em igualdadecom os homens no mercado de trabalho,

O ex-Ministro do Trabalho, procuradorArnaldo Sussekind, chegado recentementede Genebra, onde participou da reuniãoanual da Comissão de Peritos na AplíClJll.',@.üde Convenções da OIT, preparatória.)iaConferência Geral da Organização III;'tJ%­nacional do Trabalho, que se realiza no:m~sde junho, prestou valiosos eaclarecímentdssobre a atuação da ONU, que elegeu ,L\975como o "Ano Internacional da Mulherà',para que se proceda a estudo do trabB.:lhpfeminino, tema de Direito Comparado, p!IJé­viarnerrte escolhido pelo Conselho de ~'Ad­

ministração e Organização, para ser envia-do à Conferência Gm'aL ' I .

"O grupo de Juristas analisou as divets~sformas de díscrírnínacâo sofridas pela iiJ.'u­lher, que participa com 34,3% da forç.ã" detrabalho mundial, mas recebe, em média,salários inferiores aos dos homens. Há ca­sos, inclusive, de países em que o saláríomíntmo da mulher é inferior 3.0 do homem.

Segundo o ex-Ministro Arnaldo sti's15e­kind, a discriminação sofrida pela mulherestá lllasicamente na falta de empreg;2~ ede formação profissional e nos salários liraisbaixos, E também intimamente ligadlr~oproblema da maternidade, que acarretaônus para o empregador. .

- Nos países em que a legislação impõeônus para a empresa no caso da mu1he~ aprática demonstra que o empregador ovttao trabalho feminino. Por isso, os encargosdecorrentes dessá proteção especial devemcaber ao Estado, à previdência social of! Jafundos especiais, para o qual contri\J'uatn.todos os empregadores, . ",

A média dos salários dos homens, inf&­ma o ex-Ministro Bussekínd, é maior mês­mo nos países onde vigora o príncípíól dosalário igual para trabalho igual, isto, .P\Jll:­que é bem superior o número de nomenernafaixa de trabalho qualificado ou técnícocnüum dos fatores que leva a mulher li!. ·l1ij.Oconcorrer em igualdade de condícões-onaárea da formação profissional é que ela ·temmuitos encargos doméstíecs e geralmente,quando casada, não tem onde deixar seusfilhos".

Partindo desse princípio, explica o. ex­Ministro, a Organização Jnüernacíonal.s.âoTrabalho está interessada em desenvolveruma campanha em favor das creches, dií!­tritais ou de bairros, a fim de evitílll' .otransporte da criança atéos locais de,il}ra­balho das mães e não onerar os emprega­dores com o encargo de manutenção dascreches nas suas empresas. !'J ..,

, '} ~!'1Vt

Essas creches poderiam ser mantida~ll'ler

los municípios, pelo Estado -- aí em â.l:\JjW,tpfederal - eu por serviços sociais, ,1j:QJ:l\loSESI e SESC, no caso do Brasil. Temo01!íU.m!\grande quantidade de mão-de-obra :t:,llmf­nina, principalmente trabalhando em tecí-

Abríl de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado I! 14!J

dos, serviços de telefonia, indústrias quí­micas, balconistas do comércio e em esta­belecimentos de crédito, por exemplo, o quejustificaria plenamente o sistema.<« forma ideal para a mecânica do síste­má, na opinião de Sussekindo, seria atravésde' convênios entre SESI e SESC e as pre­feituras municipais, a fim de que os órgãosde assistência social eonstruíssem crechesem terrenos doados pela municipalidade,popendo a administração ficar sob a res­ponsabtlídade tanto dos serviços quanto dasprefeituras".

CONTROLE DE CONTRAVENÇÕESA Comissão de Peritos na Aplicação de

Convenções da OIT, da qual o ex-ministroArnaldo Sussekind faz parte há vários anos,é leomposta de 17 juristas independentesnão vinculados aos' governos de seus países,e ,.tem como objetivo principal examinarrelatórlos enviados pelos governos sobre ocumprimento de Convenções,

Na Comissão há juristas de todos os con­tinentes e de todos os regimes políticos,estando a América do Sul representada1Ie10 brasileiro e pelo peruano DarciMl~ayan. Existem, até hoje, aprovadas pelaC!T, 140 convenções e 148 recomendacões~~!e Direito do Trabalho. ., rM.. convenção é um tratado plurilateralaberto, que o governo de cada pais temInlalUl de um ano para encaminhar ao seuBlJqer Legislativo - o encaminhamento éobrígntórío - que é soberano para aprovar<m"não a convenção no âmbito interno dopaís. Se aprovado, o Governo ratifíca otrJj<tado e tem um ano para .cumpri-Io, al­~ê~'fLndo sua legislação ou adotando outrasmedidas necessárias à sua aplicação.

Atualmente, cada governo manda à Co­missão um relatório sobre a aplicação dasconvenções, com base num modelo espe­eial elaborado pela OIT que dificulta muitoa distorção das informações. É tambémob,rigado a mandar cópias desse relatóriopara as confederações nacionais de empre­ga:êlbs e empregadores, Quando a conven­çãti' completa 10 anos de ratificada, o go­verno tem o direito de denunciá-la, mas,se" não o faz, ela fica automaticamenteprorrogada por igual período. .

:No caso de a Comissão constatar irregula­ridades no cumprimento de um tratado, ofi­cia inicialmente ao governo do país infrator"1,; CaBO este não tome aos providências pe­dtt;tas, faz relatório à Conferência Gerald« 'OIT, que poderá punir o país com penasqüe vão' desde o efeito moral - as quemais ocorrem, segundo o Ministro Sussekind:~ até a eliminação da Organização.',Este ano, diz o ex-Ministro Arnaldo

SUlSSekind, a Comissão apreciou 1.854 re­latéríos e comprovou 81 casos de progressona aplicação das convenções - governosque tinham sido orícíados e tomaram pro­vidências no sentido de melhor cumprir otratado.

Foram aprovadas na reunião deste anoduas notas de satisfação para o GOvernobrasileiro, "o que não é muito comum". A]JJ.imeira refere-se a ter o saláríc-mater­ri~dade passado à responsabilidade do INPS~Ijei n,v 6.136, de 17-11-74 -, eliminando­/leio principal fator de discriminação contrao trabalho feminino. A segunda, por tero 'Cl-overno anulado a denúncia da Oonven­Çâo°IH, da OIT."Arbaldo Sussekind explicou que a Con­

venção 94 refere-se aos contratos entreórgãos públicos e empreiteiros de obras ouempresas prestadoras de serviços, onde deve$e1!Jincluída uma cláusula que obriga os em­);ilíéiteiros a aplicarem inteiramente a le­gíslação do trabalho em vigor, sob pena de .

incorrer em infração de contrato sujeita atPunições que podem variar de multa arescisão do compromisso.t Ressalte-se que .a própria ONU está preo­cupada em eliminar as causas que retar­fCiam ou impedem que a mulher recebailllelhores condições de concorrer em igual­Idade com os homens no meeado do tra-tbalho. .

• O Congresso Nacional será chamado a~pinar sobre a convenção a ser aprovada,pela OIT em junho próximo.

r Mas, antes, o Poder Legislativo deve sepreparar, através de debates neste Plená­,rio e nas Comissões Técnicas, para melhor,desempenhar sua missão., Senhor Presidente, pelo visto, esta Casanão pode omitir-se diante, de grave pro­blema da falta de mercado de trabalhopara a mulher brasileira e de outros nãomenos importantes como Q dos trabalha­dores maiores de 35 anos, consideradosociosos etc, prcvocados ou alimentados poruma legislação trabalhista que poderia tera realidade sócio-econômica da época emque foi elaborada, mas que não mais seajusta à realidade atual.

Ninguém desconhece que a maioria doempresariado nacional cria empecilhos ourecusa admitir em seus serviços, trabalha­dores maiores de 35 anos, constituindo-seesse injustificável procedimento grave aten­tado aos princípios de seguridade e justiçasocial.. Ê bem verdade que a luta para o equa­cíonamento desse problema remonta hádezenas de anos, sem que até agora o 010­vemo disponha do Instrumental indispen­sável de amparo a essa classe de trabalha­dores.

A Câmara Federal também cuidou doassunto através de vários projetos de leique tramitou por suas Comissões Técnicas,sendo certo que, como Relator na Comissãode Legislação Social, ofereci parecer favo­rável a um deles, o de n.v 186/71, que es­tabelece proporcionalidade de empregadoscom mais de 45 anos de idade. Considereia medida justa, aduzíndo, dentre outros'argumentoaque se tratava de iniciativa degrande alcance social sobre a qual a legis­lação social brasileira, tão farta e ampla noamparo ao trabalhador, é ínteíramenteomissa.

Por assim também entender, o Br, Minis­tro do Trabalho baixou a Portaria n.O 3.028,de 3 de fevereiro de 1972, designando umGrupo de Trabalho integrado de técnicos e[urístas do maior gabarito profissional parapromover os estudos necessários à fixaçãode diretrizes a serem formalizadas em lei,visando a assegurar aos trabalhadoresmaiores de 35 anos a possibilidade da ob­tenção de emprego.

'Do Decreto-lei do Presidente GetúlioVargas à Portaria do Professor Júlio Baratahá um mterregno de 26 anos e 8 meses.Durante esse longo período, quantos tra­balhadores maiores de 35 anos morreramao abandono por falta de mercado de tra­balho?

A Oposição não culpa o atual Governopor essa omissão,' marginalizando ponderá­vel parcela da mão-de-obra brasileira. •

Sr. Presidente, enquanto o GDverno nãoadota medidas objetivas que conduzam fi,

solução do problema, o Presidente da As­sociação Nacional das. Empresas de Tra­balho Temporário anuncia que, até o finaldesta década, o Brasil terá mais de meiomilhão de pessoas engajadas no trabalhotemporário, mobilizando praticamente todaa mão-de-obra ociosa ou aquela que se vem

mantendo ã. margem do mercado de tra­balho".

Esta previsão :toi feita, pelo Sr. JanWiegerinck, presidente da Associação Na­cional das Empresas de Trabalho Tempo­rário, esclarecendo ainda que vem cres­cendo geometricamente a utilização dotrabalhador temporário no Brasil e queisto representa um evidente sintoma deque o País se -encontra num estágio deeconomia desenvolvida.

"Numa. economia desorganizada ou in­cipiente - afirmou - não há possibilidadede uma apropriação eficiente de recursoshumanos, nem de especialização profis­sional, ínexístíndo, portanto, o trabalhotemporário".

- O trabalho temporário é típico deeconomias desenvolvidas, onde se pode dis­por de mão-de-obra qualificada para com­plementar o trabalho efetivo.

O Sr. Jan Wiegerinck revelou que o tra­balho temporário surgiu no Brasil em 1963e já em 1971 utilizava 5.900 trabalhadores,número que se elevou para 8.200 profissio­nais no ano seguinte. No ano passado, se­gundo ele, 150 mil pessoas se dedicavam aotrabalho temporário, representando umaparticipação econômica de Cr$ 35 milhões.

Disse que 70% do pessoal utilizado atra­vés de meia centena de empresas especia­lizadas no País pertencem a categoriasmargínallzadas do trabalho permanente eque, por esse meio, conseguem reintegrar­se na mão-de-obra efetiva. Essa reintegra­ção tem sido da ordem de 80%.

Sr. Presidente, não costumo criticar asautoridades que não mais exercitam afunção pública. Mas uma das autoridadesque mais foi alvo da minha fiscalização,durante 4 anos de mandato, foí o Profes­sor Júlio Barata, de cultura invejável, do­tado de elevado espírito público, mas umsonhador. E o sonhador não pode admi­nistrar coisa alguma, sobretudo quando setrata de lidar com a classe de assalariados.A gestão do ilustre Professor Barata foi operíodo em que a Consolidação das Leis doTraoa1ho foi mais remendada, e sem qual­quer objetivo salutar em favor do traba­Ilhador brasileiro. Juntamente com ele,nnaís 2 outros Ministros foram muito pro­movidos: o grande "ex-Premíer" DelfimNetto, que hoje passeia lá na França, e omão menos ilustre Ministro da Justiça. OCMinistro Júlio Barata baixou centenas deportarias criando grupos de trabalho parasolucionar os problemas que afligem os tra­balhadores, principalmente nos setores deprevenção de acidentes de trabalho, doen­ças profissionais, higiene e segurança dotrabalho. O mercado de trabalho é res­trito para a mulher brasileira em virtudede dispositivo da Consolidação, datado de1943. Há 32 anos a. mulher não poderiaevoluir, porque a lei que a protege tambémnão evoluiu. Há, ainda, a questão da mão­de-obra ociosa, pois trabalhadores experi­mentados são marginalizados aos 35 anosde idade, por culpa da omissão e negli­gência das autoridades. J1l preciso falarfranco para sensibilizar as autoridades go­vernamentais. O ilustre Minístro ArnaldoPrieto, brilhante Deputado gaúcho, nãoocupava muito a tribuna, mas nós enten­díamos bem. Político estudioso, de grandevísão, também está entretanto, conver­sando muito. (Rises.) Parece que a doençado Ministro Júlio Barata' está contaminan­do S. Ex." Está aqui a notinha que umilustre Deputado da ARENA registrou noPequeno Expediente:

"Arnaldo Prieto implantando cursosde prevenção contra acidentes do tra­balho."

1424 Sábado 1~ DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Abril de 19"15

Isto é bonito, Sr. Presidente. Duzentos edezesseis cursos para 6.480 dirigentes sin­dicais sobre prevenção de acidentes e doiscursos de preparação e orientação de ins­trutores que ministrarão as aulas que serãorealizadas e subvencíonadas pela Secreta­ria de Relações do Trabalho, através doDepartamento Nacional de Segurança eHigiene d9 Trabalho.

Existem 115 leis conflitantes neste País,que poderiam ser reduzidas a 30.0 por­tarias revogam leis. Tenho repetido aquique há falta de entrosamento entre as pró­prias autoridades responsáveis do G<lverno,e isso está aqui patente: o maior segura­dor, o INPS, nem foi ouvido sobre essescursos. Ele é que é o responsável, ele é queassiste, ele é que dá cobertura ao segurode acidentes do trabalho. O Ministro oIlustré, brilhante Parlamentar, e agora' sereveli!-.tldo um competente Ministro de Es-'tado, se esqueceu de convocar o Ministérioda previdência Social, através do INPS.Isso não terá resultado prático, Sr. Presi­dente, e vou explicar o motivo. Neste Paíssó há 4 ambulatórios preparados para osetor de higiene e segurança do trabalhotodos eles localizados em S§.o Paulo d~mícíatfva privada. A parte teórica fica' como G<lverno e o ônus da execução do quepense o Governo fica com QS empresáriosbrasíleíros, através do SESI, do SENAI ede outros órgãos da administração indir~ta,ou de economía mista ou .de autarquia. Épreciso falar uma linguagem clara semrodeios, porque o atual Miníatro amanhãao deixar o cargo, se 1'eencontra~á CQm o~políticos, colegas, satisfeito de haver cum­prido CQm o seu dever, de haver exercidoa contento a missão que lhe foi. confiadapelo Poder Executivo. . .

Mas desta forma faca a minha crítica:não acredito que as providências adotadas,nesse estilo, pelo Ministro do Trabalho,conduzam' à diminuição dos acidentesmortais ou não, porque na preparação, Sr:Presidente, tem de haver uma conjugaçãode esforços, através dos órgãos técnicos.E quem está aparelhado - pergunto _neste setor? É o setor industrial, Sr. Pre­sidente. E para tristeza nossa, somente SãoPaulo está em condições de oferecer umresultado positivo na diminuição, ou pelomenos na estagnação, porque nós conhe­cemos' o crescente índice. E eu o citei ini­cialmente. Começamos 1971 com 2.393 aci­dentes mortais e em 1974 já estávamos commais de dez mil; eomecamos com 1.475.000não-mortais, e em 1974 já estávamos comdez milhões. Quais as provídênelas adota­das. pelo Governo neste interregno detempo - quatro anos? Estou-me repor­tando a este período, porque é o meu deexercício do mandato de Deputado Federal,de fiscalizador do ooverno.

Vamos deixar para lá a previsão de aci­dentes, segurança e higiene do trabalho,e vamos abordar agora, ligeiramente, aproblemática do mercado de trabalho paraa mulher brasileira. Sr. Presidente, ne­nhuma medida foi adotada pelo Governopara alterar a COlliJolidação das Leis doTrabalho no seu dispositivo específico so­bre o assunto, que é o art. 307, que trata daproibição do trabalho da mulher em di.versas atividades laborativas. É precisodizer que se isso está acontecendo é porculpa da própria legislação trabalhista. quefoi elaborada há 32 anos vísando a díscí­plínar o trabalho entre empregado e em­pregador, quando é forçoso reconhecer quemudaram os tempos de 1943 para cá,.e atransitoriedade dos valores sócio-econô­micos.

Sr. Presidente, dizia eu, no início daminha fala, que o Ministro Júlio Barata

esteve sempre atento aos debates aquitravados e dava satisfação a todos nós. Aliestá presente o ex-Ministro do Trabalho,o nosso brilhante colega Deputado ParsífalBarroso. Ninguém melhor do que S. Ex."acompanhou a gestão do Ministro JúlioBarata. O que debatíamos aqui dias de­pois líamos nos jornais: "Criado grupo detrabalho para estudar determinado proble­ma". O mais engraçado é que esse .grupode trabalho nunca divulgou o seu resulta­dos. S. Ex."' foi embora e os grupos detrabalho ficaram por ai. O Ministro Ar­naldo Prieto não conhece o acervo que lhefoi legado. A verdade, Sr. Presidente, é quea ONU está tão preocupada com o assunto,

. que elegeu 197& como o "Ano Mundial daMulher". O Presidente Geisel. homem re­ligioso e sensível, tem demonstrado asqualidades do estadista que o Brasil re­clamava para essa fase difícil por quepassa a Nação brasileira. Rendo minhashomenagens a S. EX.", porque, assim o fa­zendo, em consonância com a nossa repre­sentação na Organização Internacional do'I'rabalho, através do ex-Ministro e bri­lhante procurador, Sr. Arnaldo Sussekind,que recentemente lá esteve representandoo nosso País, será encontrada a soluçãoadequada para ampliar o mercado de tra­balho da mulher, compatibilizando sua ati­vidade, igualando-a à do homem, pois asituação não pode perdurar. Sem quererparodiar o ilustre Líder da Maioria, bri­lhante colega Deputado José Bonifácio,conto episódio um pouco irônico, mas nãojocoso, porque se trata de assunto sériocom relação à mulher, já que estamos noseu ano. A mulher precisa do amparo dohomem, sem que com isso se vej a em pe­rigo de ser por ele dominada em outrasatividades que não o exercício laborativo.(Palmas.)

Mas, repito, Sr. Presidente: o homem, an-o tes de casar-se, reúne 'os amigos - é uma

despedida de solteiro; a mulher, antes decasar-se, é despedida do emprego o É o queacontece neste País, Sr. Presidente, porquea consolidação das Leis do Trabalho aindaé uma xerox da imagem do saudoso esta-,dista Getúlio Vargas. Parece que os Gover­nos têm medo de alterá-la, para não medi­dificar essa imagem que o trabalhadorjamais deixará de manter, dessa figurá portodos nós reverenciada a todo momentocomo um dos maiores vultos da nossa na­cionalidade .

Mas, Sr. Presidente, durante estes 11 anos,Ministros do Trabalho, dos mais cultos, dosmais operosos, dos mais bem dotados deespírito público, nada fizeram. Essas alte­rações, quase todas elas são originárias doCongresso Nacional, a trances e barrancos,porque as principais receberam a oposiçãoda Liderança da ARENA.

Realizamos aqui, em 72, Sr. Presidente,um dos mais movimentados simpósios. Ou­vimos juristas, técnicos em debates calorosósno Plenário da Câmara, pelo valor do te­márío e a importância do Simpósio. Sóaqui se poderia oferecer espaço para aco­lher a todos os seus particípantes.

Até a representação da Espanha e daFrança aqui compareceram. Ficou deci­dido que o Ministro Júlio Barata providen­ciaria a elaboração da reforma da Conso­lidação das Leis do Trabalho, criando oCódigo do Trabalho, o Código de Processodo Trabalho e o Código de Direito Sindical.A Câmara gastou dinheiro, engordou muitagente; todos passaram bem, distribuiram­se pastinhas bonitas como. recordação, emais nada, Sr. Presidente. Decorrtdos qua­se três anos, ninguém mais fala do assunto."A Consolidação é boa, deve-se deixar comoestá, para ver como fica". É mais uma

frase atribuída a esse vulto por rodos nósvenerado, o ex-Presidente Getúlio Vargas.Porque essa Consolidação, Sr. Presidente,não agüenta mais remendo, não agüentamais paliativo. É preciso que o Brasil secoloque na sua posição de Iíder no campo·do Direito do Trabalho e do seguro social'.Nós somos os precursores, mas não sabemosmanter essa posíção de liderança. Outrospaíses subdesenvolvidos já melhoraram suaIegíalação trabalhista e social. Copiaramda nossa, mas já estão na nossa frente. Epor que, Sr. Presidente? Por culpa destaCasa do Oongresso Nacional, que não querusar de suas prerrogativas para oferecer osubsídio de 'que carece o Governo a fim depromover esta nova codírícaçâo .

Abordo este assunto, Sr. Presidente, re­sumindo-o, porque minha fala compreendetrês problemas para os quais ofereço solu­ções, como já o fiz anteriormente. Algunsdos meus pronunciamentos deram motivoa que fossem constituídos grupos de traba­lho pelo então Ministro do Trabalho, Pro­fessor Júlio Barata.

Trato, agora, Sr. Presidente, do problemada mão-de-obra ociosa. Todos sabemos quea maioria do empresariado nacional criaempecilhos ou recusa admitir. a seu serviçotrabalhadores maiores de 35 anos. Esse in­justificável procedimento eonstítuí-se emum quase atentado aos príncípío de segu..rídade e justiça social. Mais uma vez souobrigado a falar em Getúlio Vargas. Sóexiste mesmo a legislação por ele inspirada.ou por ele colocada em vigência e não me­díficada até a presente data.

Pelo Decreto-lei n. o 4.362, de 8 de junhode 1945, cogitou-se da proteção do traba­lhador maior de 45 anos. A maior preocupa­ção do Governo do saudoso Presidente Var­gas, consubstancíada nesse diploma legal,fixava-se "em amparar os trabalhadores queao curso de longos anos, por terem atingi­do idade avançada, tivessem interrompidassuas atividades profissionais".

Acontece, porém, que a obrigatoriedadeestabelecida no Decreto-lei se restringia àsentidades' que percebessem subvenção dopoder público, as quais passariam a man­ter em seus quadros de pessoal tantos em­pregados brasileiros, maiores de 45 anos deidade, quantas fossem as parcelas de "vintecontos de réis" eornpreendídas no valor dasubvenção. Por outro lado, também as em­presas que colaborassem com o GovernoFederal, Estadual, Municipal ou com enti­dades paraestatais ou autárquicas por meiode contrato de duração superior a seis me­ses, deveriam manter tantos trabalhadorE;s;naquela faixa, quantas fossem as parcelasde "duzentos contos de réis" compreendidasno valor do contrato, respeitada a propor­cionalidade estabelecida na lei de nacíona­lízaçâo do trabalho. .:

Ao trabalhador maior de 45 anos admitídona vigência do referido diploma legal erapermitido renunciar a estabilidade, desde,que não houvesse servido nos dois anosanteriores e em caráter efetivo para o mes­mo empregador. Fic-a.rá igualmente pre­visto que a cada em-pregado brasileiro ad-:mítído nas condições estabelecidas corres­ponderia a isenção de um estrangeiro, nãoequiparado na proporcionalidade previstana mesma lei de nacionalização do trabalho.Limitado a dez o número de empregadosobrigatórios nos termos da lei.

Sr. Presidente, fora disso não existe maisnada. Aqueles que mantinham relações co­merciais com o Governo, as firmas, as em­presas estavam obrigadas a cumprir o de:".ereto estabelecido pelo Presidente GetúlioVargas. Mas as empresas que não tinhamqualquer relação comercial com o Governo

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1\ Sábado 12 1425

mantinham marginalizados os trabalhado­res nessa faixa etária de 35 a 60 anos.

Lembro-me muito bem do cuidado do Mi­nístro e hoje Deputado, Parsifal Barroso,quando à frente daquele Ministério, em mi­nimizar as conseqüências da estagnação deuma legislação que era motivo de orgulhopara todos nós, que foi copíada pela Argen­tina, o Chile, a Colômbia, por todos 08 paí­ses da Africa, e até por Cuba. Hoje, nas.representações da ONU ou nas OrganizaçõesInternacionais do Trabalho, as representa­ções desses países se sobressaem das donosso, porque levam para o debate umalegislação mais aprimorada, mas avançada,tendente à justiça social.

11: por ísso que ocupo a tribuna nestatarde, porque queremos sentir, a revítalí­zação do Parlamento brasileiro, através dosdebates lúcidos e sinceros, em campo aber­to. Esta Casa tem revivido, nos últimosdias, seu passado de _glória, o que servirá,por certo, para elevar cada vez mais o con­ceito do Congresso em si e dos Parlamenta­res que o integram com tanta sapiência ec9~ tanto espírito público.

Tudo isso devidamente considerado, im­põe-se dizer, afinal, que não mais se jus­tâfdca a procrastinação da reforma da le­gtalação trabalhista brasileira, o que se fazsentir acima de tudo, como uma imperiosaneeessídade para completa revisão do queexiste, vísando a maior produtividade comum nível ideal de prevenção de acidentes edoenças proríssíonaís, segurança e higienedo trabalho, ampliação do mercado de tra­balho da mulher brasileira, absorção damãe-de-obra ociosa e melhor distribuiçãode renda, o que só poderá ser conseguidoatravés dos Códigos do Trabalho e do Pro­cesso do Trabalho, que, por eento, implanta­rão no Brasil, em uma nova dimensão, aautêntica e tão desejada justiça social.(Palmas, O orador é cumprimentado.)

Durante o discurso do Sr. Peixoto Fi­lho, o Sr. Célio Boria, Presidente, deixaa cadeil'a da presidência, que é ocupa­da pelo Sr. Pinheiro Mar;hado, 3'-'-8e­cretário,

O SR. PRESIDENTE (Pírihetro M:acbado)- Nos termos do inciso Ir do art. 10 doRegimento Interno, concedo a palavra aoSr. Parsifal Barroso, na qualidade de Líderda Aliança Renovadora Nacional.

O SR. PARSIFAL BARROSO - (ComoLider.) Br Presidente e 81'S. Deputados, alfderança da ARENA ouviu com a maior­atenção o discurso com que nos brindoualnda há pouco, o ilustre Deputado Pei­xoto Filho. E embora S. Ex. a a certa altu­ra de suas considerações houvesse soücíta­co minha colaboração através de apartepara um esclarecimento melhor da com­plexa matéria que ele estava a tratar, pre­feri aguardar para.. nesta ocasião, dizer aS. Ex.a que estamos realmente começandoa encontrar uma nova perspectiva paratodas essas matérias que se situam nocampo da justiça social. Na realidade, ogrande mérito do Sr. Chefe da Naçâo, quetodo povo brasileiro já reconhece - comoV. Ex." o reconheceu ainda há poucoquando ocupava a tribuna, nobre LiderPeixoto Filho - é justamente o de havercompreendido que na evolução do Brasilchegado era o momento da separação dosdois campos: o econômico e o social, semque nenhum dos doís tivesse prevalênciaou preferência. E essa atitude que marcae define uma orientação de Governo vemtrazendo conseqüências pouco a pouco noMinistério do Trabalho e no da Previdên­cia e Assistência Social, sem que, todavía,possamos, como deseja S. Ex.", obter depronto soluções que de há muito são re-

clamadas, ~01ll0 as que S. Ex.a apresentouquando se referiu ao problema da ooneo­lidação das Leis do Trabalho. POSBO afir­mar a S. Ex." que, nos quase três anos emque estive à frente da Pasta do Trabalho,Previdência, Indústria e Comércio, de 1956a 1958, os velhos temas, que agora afloram,já eram objeto de estudo por parte do Go­verno. Na realidade, ainda estamos numafase em que certas preliminares, que sesitua no terreno social, ainda não pude­ram ser retormuladas, rederímdas ou re­orientadas, a começar por aquelas que V.Ex.a rememorou, O seminário aqui reali­zado discriminou as obrigações que cabe­riam ao ex-Ministro Júlio Barata, em rela­ção à Consolidação das Leis do Trabalho,ao Código de Direito do Trabalho, ao Códi­go do Processo do Trabalho e ao Código deDireito Sindical. Salvo engano, foi essadíscnmínação que V. Ex.a fez ainda hápouco. Mas não estamos ainda em condi­ções, no Brasi.<, de iniciar as primeiras re­formulações de que necessita o nosso Di­reito Sindical, ,porquanto, se antigamentejá se apontavam defeitos na organizaçãopaternalista do nosso eíndíealísmo, criadaessa estrutura de cima para baixo, àqueletempo já se apresentavam essas criticas,principalmente em virtude do ramígeraaofenômeno do peleguísmo, Ainda hoje nãoestamos amadurecidos no campo do Di­reito do Trabalho de modo a sabermos porque forma essas primeiras rerormulaçõesou reorientações teriam de ser adotadas pe­lo Governo, que se está notabilizando doponto de Vista histórico, porque decorremais sob o signo do social.

O Sr. Frederico .Brandãe - DeputadoPal'sifal Barroso, V. Ex.", com a experiênciade quem já foi Ministro do Trabalho, numaoutra conjuntura, diz muito bem sobre essaestrutura, basicamente a mesma que V.Ex." encontrou e viveu na sua passagempelo então Ministério do Trabalho, Previ­dência, Indústria e Comércio, porque, semuita coisa tem sido feito neste Pais nosúltimos 11 anos - e não o negamos -- nocampo da legislação sobre a estrutura eco­nômica e social do Pais, basicamente, comodisse eu, a estrutura sindical permanece amesma: estrutura vertical paternalista ge­rando distorções que cri-am os pelegos, osquais, ainda permanecem em seus postos,malgrado a ação dos Governos que se su­cederam de 64 a esta data, no sentido dosaneamento da vida administrativa peloafastamento de pessoas consideradas, a seucritério, inabilitadas para o exercício dessasfunções. No que compete particularmenteao ex-Ministro Júlio Barata, que conhecicomo dirigente sindical que fui dos ban­cários de Sã.o Paulo, posso dizer que aque-­la autoridade .foi o que de pior já passouà frente desse Ministério, de 64 a esta data.S. Ex.a nada fez para modificar essa e.5­trutura; ao contrário, valeu-se arbitraria­'mente da sua função para destituir rigorosae violentamente de seus cargos e funçõesdirigentes sindicais, sem lhes dar o mínímoe elementar direito de prévia defesa. Estouabsolutamente seguro do que estou dizendo,porque com este orador ocorreu desagradá­vel fato. -Fui destítuído da direcão da Fe­deração dos Bancários de .São 'Paulo portelex, aqui de Brasília, em que pesem asnumerosas manifestações do movimentosindical paulista no sentido de que S. Ex.",professor de Direito que é, pelo menos aten­dendo a esta condíção me assegurasse odireito d., saber por que estava sendo objetodessa ação. Mas como disse bem V. Ex.a,esta estrutura sindical ainda permanececomo ama nódoa num regime que veio paracolocar as coisas nos seus devidos lugares,que veio para moralizar. O que existe desindicalismo neste Pais é, na realidade, umaampla fornada de pelegos subservientes,

desservíndo os trabalhadores que pretendemrepresentar, desservíndo o Governo que seorienta numa ação moraüzador.; desservín­do o País porque o impede de evoluir nassuas estruturas sindicais e trabalhistas. 8ãoestes os reparos ou adendos que V. Ex.a in-­corporará ou não ao seu discurso.

O SR. PARSIFAL BARROSO - Queroagradecer o Valioso aparte do meu nobrecolega Frederico Brandão, que veio trazerexemplos de sua própria vida de líder sin­dical para tornar mais evidente a verdade,que se deve enfrentar tal qual ela se nosapresenta, porquanto, desde o inicio, tenho

'sustentado, em resposta ao nobre LíderPeixoto Filho, que, embora estejamos numGoverno interessado vivamente em ir aoe!lCOn~ro das necessidades sociais, ainda as­sim nao estamos numa fase de nossa evo­lução sócio-cultural-política que permita afixação das primeiras diretrizes de reorien­tação e rerormulação das bases do nossoDireito Bíndíeal, Por isso mesmo ocorremessas aberrações a que V. Ex.a fez referên­cia no seu aparte. Elas são mais uma de­corrência da impossibilidade em que se en­contra ainda o Brasil de mudar para novaforma de estrutura sindical, como tantodesejáramos todos nós. Há de convir V.Ex. a que, primeiramente, é preciso que al­guns passos sejam dados no sentido de sesaber como a estrutura Sindical brasileirapode mudar-se de modo a não possibilitaro surgimento daqueles líderes que se eterni­zam, e sobre os quais recai a grande res­ponsabilidade da má direcão da politicasindical brasileira. .

O Sr. Frederico Brandão - Permita-meV. Ex.a só para complementar. Para queeu não me apresente à Casa numa atitudeaparentemente radical, emocional ou deretaliação pessoal contra S. Ex.a o ex-Mi­nistro Júlio Barata, gostaria num ato dejustiça, de ressaltar que, c~mo dirigentes~ndical, durante minha gestão, tambémtíve o grato prazer d , conviver, de discutirde divergir e de dialogar acima de tud~com S. Ex.a o Sr. Jarbas Passarinho umgrande Mini~tro do Trabalho, o melhor quea Revolução já nos deu. E os trabalhadores...... tenha certeza V. Ex.a - ainda hoje selembram com saudade do Ministro JarbasPassarinho, homem que, em que pese asua formação militar, deu a nós, traba­lhadores, um exemplo de capacidade dedíalobar, um homem realmente voltadopara a coisa pública acima e além dospreconceitos. Era o que eu queria regis­trar.

O SR. PARSIFAL BARROSO - Concedoo aparte ao nobre Deputado Hugo Napoleão.

O Sr. Hugo Napoleão - Nobre DeputadoParsifal Barroso, quem lhe fala é um colegaque o admira como homem público, pelotrabalho que tem desenvolvido em prol desua terra, de seu Estado e do Brastl. O mes­mo posso dizer com relação ao meu pai etambém ao meu avô. De forma que, nestatarde em que tenho a grande honra deaparteá-Jo no momento em que V. Ex."vem, tão brilhantemente, trazer belíssimacontribuição à Casa, gostaria de fazer umpequeno registro. O Govemo brasiieiro nãoestá, em matéria sindical, trabalhista e pre­videnciária, se preocupando única e exclu­sivamente com determinados setores, parabeneficiar poucos em detrimento de muitos.O que em verdade o Governo brasileiro estáfazendo é uma obra ciclópica, gigantescae universal, poderia eu dizer assim. Inclu­sive no campo da aposentadoria, repetiriaeu mais uma vez, se V. Ex.a me permitisse:não quer o Governo beneficiar um setor es­pecifico, mas sím analisar profundamentetodos os setores de atividade do Pais, paradar um tratamento equânime e justo Erao registro que eu gostaria de fazer, pedin-

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do a V. Ex.a que ° fízesse Incluir na suabrflhanta oração. :Muito obrigado.

O SIt. PARSIFAL BARROSO - Agradeço,desvaneeído também, ao nobre DeputadoHugo Napoleão o aparte com que me hon­rou. S. Ex.a soube colocar perfeitamente sobo enfoque exato a diretriz que vem seguindoo Governo em matéria de política traba­lhista e com relação à polrtica prevíden­eíáría. O Governo vem procurando atendera necessidades realmente sentidas, recla­madas, de caráter social, mas atingindogrande número de beneficiários, como acon­tece principalmcnte no campo da previdên­cia social, desde que se fez a separação dosdois Ministérios. S. Ex." compreendeu mui­to bem que a atitude do Governo tem umadiretriz básica que a sustenta, para justi­ficar o apoio às entidades sindicais, a fimde que elas tenham condições de favorecerao maior número possível de associadosnum sentido assistencial que anteriormen­te o sindicato não exercia, por ser mais umórgão de luta e de reivindicações. Essa agrande mudança, hábil e oportuna, que se'processou no campo do 'direito sindical edas relações de trabalho e capital, sem que,todavía, pudéssemos, quer em relação aocampo patronal e ao campo dos trabalha­dores, modificar a estruturação sindical, demodo a se poder marchar um pouco adian­te no sentido, não digo de um pluralismosindical, mas de uma unidade sindical di­versíríeada tanto quanto possível pela pró­pria evolução das profissionalizações nocampo do trabalho;

Mas o que me trouxe realmente a estatribuna na tarde de hoj e foi responder aduas indagações do nobre Deputado e LíderPeixoto Filho, porquanto S. Ex.a fez, comosempre, um discurso de análise em que re­conheceu - e até chegou a louvar - o em­penho do Sr. Presidente Ernesto Geisel emenfrentar esses aspectos sociais que só ago­ra estão plenamente aflorados. S. Ex." en­trentou-os por amor à verdade, embora sen­tindo as eontíngêneías que eu senti com opresidente a que servi, quando tentávamosmodíríear ou trazer certas inovações dentrodo campo, àquele tempo restrito ao Tra­balho, à Previdência e à Assistência Social.

Ora, V. Ex.", nobre Deputado, há de re­conhecer que o Ministro Arnaldo Prietoencarregou o ex-Ministro e Procurador emi­nente Arnaldo Sussebnd de apresentar,dentre tantos trabalhos já em curso, umaredação final para a Consolidação das Leis

. do Trabalho. E, salvo engano, o MinistroArnaldo Sussekind já deu conta da tarefade que fora incumbido pelo Sr. MinistroArnaldo Prieto.

Mas no Ministério do Trabalho sempreacontece- que, ao ser reformulado qualquersetor da Iegtslação, por mais perfeita queseja a obra do ponto de vista jurídico, doponta de vista técnico, há órgãos que de­sejam e até por lei são chamados a opinarsobre a matéria proposta ao Sr. Ministro.Basta falar na Comissão de Direito Social,órgão permanente do Ministério e que tema primazia no exame e na critica de tra­balhos dessa natureza.

Acredito, todavia, que ainda este ano te­nhamos oportunidade de debater a ques­tão da Consolidação das Leis do Trabalho,em sua feição de reconsolidação e de sis­tematização ordenada raeíonal e o mais lo­gicamente possível, porquanto na formacomo vem ela sendo acrescida de modifica­fióes torna-se difícil o seu manuseio por umestudante de Direito do Trabalho.

Mas o qne me anima, Deputado PeixotoFilho, o que me torna plenamente convictode que estamos marchando já sob uma luz,uma orientação de Governo, que nos per­mite certas aberturas no terreno social, é

o fato de estar a matéria do divórcio in­teiramente entregue à nossa livre manifes­tação de pensamento, intciramente postaem nossas mãos, num sentido supraparti­dúrío, em que vão surgir todos os debates.Mas, na realidade, não há da parte do Go­verno senão o interesse de' com plena liber­dade, analisar todos os aspectos sociais doproblema do divórcio, para que a decisãodo Congresso Nacional venha a ser a maisacertada e adequada às contingências domomento que atarvessamos. É uma provamais do que ínsoflsmável, nobre Deputado.

O Sr. Presidente Geisel, quando ainda naConvenção da ARENA, disse que sua preo­cupação principal seria o homem e o seugrupo social ~ não apenas a humanização.E nesta Casa, quando sagrado candidato,reafirmou o mesmo propósito. É muito di­ferente de quem diz: "interesso-me poruma democracia humanízada ou pela hu­manização de uma politíca", Não, S. Ex."disse claro: "A meta do meu Governo seráo homem e seu grupo social". Se S. Ex.afalou assim tão claro, antes de ser eleito,se S. Ex.a vem, por atos e palavras, abrindocada vez mais essas janelas, essas pers­peetívas por onde antevemos todo o pano­rama das necessidades sociais e todos osproblemas brasileiros sob seus aspectos so­ciais, é porque realmente temos um Gover­no que a esse respeito só merece nossosaplausos, e nele podemos crer e confiar.(Palmas.)

VII - O SR:. PRESIDENTE (PinheiroMachado) - Vai-se passar ao período des­tinado às Comunicações das Lideranças.

Tem a palavra o Sr. Jerônimo Santana.O SR. JERôNIMO SANTANA - (Pronun­

cia o seguinte díseurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, recentemente, encaminha­mos ao Presidente Ernesto Geisel exposiçãode motivos abordando problemas SOCiais noTerritório de Rondônia.

Lerei alguns documentos para que cons­tem dos Anais e a Casa deles tome conhe­cimento, a fim de que, aos poucos, os no­bres Deputados se conscientizem do queseja o regime politico e a vida nos Territó­rios Federais.

Entre outras, com os respectivos do­cumentos, enviamos: Exposição de Moti­vos n.o 3, correspondente ao ProcessoPR - 110/75, sobre o Hospital de Vilhena;exposição de motivos correspondente aoProcesso PR - 2.056175; exposição de mo-tivos corres.pondente ao Processo .PR - 2.181175; exposição de motivos emadendo ao Processo n.o 2.338174.

Senhor Presidente, a tônica dessas ex­posições de motivos enviadas ao Sr. Pre­sidente da República, como temos assina­lado sempre, é o combate à corrupção, des­mandos e arbitrariedades que predominam,ainda, na administração do Território deRondônia.

Desde 1971, estabelecemos, como uma denossas metas no exercício da representa­ção nesta Casa, o combate à grande cor­rupção que dominou e ainda domina, la­mentavelmente, a administraçã-o do Terri­torio de Rondônia.

É preciso denunciar à Nação a existên­cia de uma verdadeira Máfia, agindo, en­raizada e articulada, no Território de Ron­dônia. Essa Máfia se díssocía em pelo me­nos quatro grupos interligados. Assim, éque existem:

a) o grupo dos cooaíneíroa, que age notráfico da cocaína de procedência boli­viana;

b) o grupo da grilagem de terras, queage na venda de nossas terras devolutas,com apoio da administração territorial;

c) o grupo da administração do Territó­rio, que manipula essa administração hãomais de vinte anos, praticando toda espé­cie de corrupção, arbitrariedades e desvios.Trata-se dê um dos grupos mais perigojlPs.porque atrasam, deliberadamente, o desen­vclvimento do Território;

d) o grupo que atua junto à Jnstiça dePorto Velho, que foi liderado, até recente­mente, pelo Dr. Antônio Alberto ·PELGila,Juiz da Comarca, colocado em disponibili­dade pelo Tribunal de Justiça do DistritoFederal.

Ê preciso veríücar que esses grupos seínserpenetram na ação maléfica. Há ele­mentos que pertencem, simultaneamente,aos quatro grupos: são os responsáveis peloatraso e criação da maioria dos problemassociais de Rondônia, assim como no cons­tante desvio de verbas que a União enca­minha ao Território.

A luta contra essa Máfia tem sido nossoempenho neste Congresso, naquilo que noscompete denunciar a sua ação anti-sociale predatória aos interesses do povo de Ron­dônia. Porém, ela é uma luta muito matorpara o Governo Federal, que é responsávalpela boa e eficiente administração dos +llr­rítóríos, É preciso assinalar que toda' v~zque o Governo Federal pretender atua:/-' riosentido de desmontar a quadrilha que ài<,Ú9.em Rondônia terá a nossa colaboraç~~onosso decidido apoio e aplauso. Entende:p;fq;sque "não é possível administrar um Tel'+1j;\l­rio Federal, da expressão do de Rond6~sendo todo' ele entregue à sanha de u,ré1adúzia de corruptos e inescrupulosos. EX1.quanto predominar ali a corrupção "naadministração, as coisas não irão bem paraG povo. Dai as razões de nossa grita e denossa luta.

Sr. Presfdente, a questão se complícamuito porque os Territórios não têm As­sembléia Legislativa para exercer um poderde controle ou fiscalização, ainda que s1'm­bélica. Lá, também, não existe Tribunais deJustiça e de Contas, e isso propicia a im­punidade, no que diz respeito à aplicaçãodos dinheiros públicos, na área.

As prestações de contas do Governadorao Ministro do Irrteríor se transformaramem atos entre amigos, onde a confian­ça - o lamentável mecanismo da eon­fiança - sobrepaíra, absolvendo responsa­bilidades ou quaisquer suspeitas, não per­mitindo, mesmo, qualquer ínvestlgaçãe ou.inquérito.

As DSI dos Ministérios tudo apuram, ex­ceto Ef,S atividades ou atos dos Sra. Minis­tros. Apura-se o que for contra os Srs.. Mi­nistros, mas não apuram os atos e os efei­tos, nefastos, às vezes, do :Ministério e :seusórgãos, contra o povo.

Vê-se, pois, que essas DS! foram reítase agem para apurar tudo a favor dos Srs.Ministros; contra, nunca. E o caso de Ron-dônia é um exemplo típíco, .

Em relação a Rondônia, é preciso louvara saudável preocupação do PresidenteErnesto Geisel, interessado em desmontara estrutura de crimes e corrupção instala­da no Território. Apesar das providênciasadotadas, com muita lentidão, já se podeverificar benéfica preocupação do Sr. 'Pre­sidente da República, traduzida em provi­dências concretas, no que diz respeito' aosseguintes setores: combate à grilagem emnossas terras públicas, com as desapropria.ções decretadas; combate à corrupção noJudiciário local, colocando em disponibili­dade o senhor Antônio Alberto Pacca,.,que,na condição de Juiz de Porto Velho; alise tornara a pedra angular na corJ:lJpçãoterritorial e na grilagem das terras ~ suadraponibiüdade representa a desartículàçâo "

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do grupo mais perigoso que atua no Terri­tório; transferência, de Porto Velho, de ele­mento que detinha importante cargo fe­deral e que vivia em banquetes e recebendocaprinos das Iasendas dos grileiros, parafazer churrascos. Essa pessoa tem a predí­Ieçâo por churrasco' de carne de cabritos equem o sustentava com esses animais, comfornecimento gratuito, eram os grileiros,que mandavam buscar cabritos, de avião,para presentear essa autoridade, atenden­do aos requintes do seu gosto. É precisoverificar que esse elemento foi, também,transferido da área, por ato do GovernoF'edera.l.

Como se vê, uma estrutura de corrup­ção, racionalmente organizada e plane­jada, em que se reúnem vários escalões deautoridades do Poder ,da República, é muitodifícil desmontar. '

Conquanto louvável, são ainda tímídasas providências do Governo Federal nocombate à corrupção no Território de Ron­

'dônia. Corrupção que é manipulada hámais de vinte anos pelo mesmo grupo quedomina a administração territorial, envol­vendo, sempre, os governadores. Ê uma ro­tina.

Antes, porém, de requerer a constituiçãode uma Comissão Parlamentar de Inquéri­to, buscando apurar a grande corrupçãoque' domina as administrações dos Territó­rios Federais, preferimos dar conhecimen­to dessa corrupção, com os respectivos do­cumentos, ao EX.ID<> Sr. Presidente da Re­pública, que tem os meios legais para ado­tal' enérgicas providências que o grave pro­blema comporta.

A administração do Te1'l'itório não poderáprosseguir com absoluta predominância dacorrupção e distorções de toda ordem emSUM finalidades. ...

Esta é a nossa principal preocupação.Não adianta mudar, anualmente, o Gover­nador do 'I'errítórío, deixando a sua admí->nístracão nas mãos do mesmo grupo, queali, viciado, atua por mais de 20 anos. Épreciso combater as causas 'desse mal e não05 seus efeitos.

O problema é tratado, especificamente,nas exposições de motivos que menciona­mos e que integram este pronunciamento,como seguem, ípsís:

"Brasília, 21 de março de 1975.

E. M. n.> 11175

, 8enh01' Presidente:Encaminhamos para conhecimento

de Vossa Excelência denúncia sobre ir­regularídades no asfaltamento das ci­dades de Porto Velho e Guajará-Mi­rim, no Território de Rondônia.

O asfaltamento de ruas de Porto Velhofoi objeto de acirrados debates, desde1969, quando o cidadão Frontim Rai­mundo Cunha propôs uma 'Ação Popu­lar contra a Prefeitura, visando coibirabusos e distorções dessas medidas,feitas sem ordem de príorídades no quediz respeito aos requísítos técnicos.

Asfaltaram ruas de qualquer maneirae poucos meses depois o serviço estavatotalmente perdido. Além da erosão na­tural não se procedeu à necessária im­plantação de esgotos sanitários e plu­viais e outras obras de íntra-estrutura.Puseram o carro adiante dos bois.Embora já tenhamos nos pronunciadosobre o assunto na Sessão do Oongres­so Nacional de 28-4-1971 (cópia ínclu­sa), achamos oportuno relembrá-Ioporque ainda hoje está a causar pre­juízos ao Governo.

Há cerca de três anos os prefeitos deRondônia foram acometidos da febredo asfalto e com recursos do Fundo deParticipação dos Municípios, quiseramasfaltar as ruas das cidades a qualquerpreço.O problema teria passado desapercebí­do não fossem as Irregulartdades, des­vios e corrupção ocorridos em PortoVelho e Gualará-Mírím. As CâmarasMunicipais, a quem caberia a fiscali­zação das administrações, são subme­tidas à vontade do Governador e dosprereítos e não legislam nem fiscali­zam. Somos obrigados, então, a preo­euparmo-noa com o grave problema,visto ser o dinheiro dos contribuintesque está sendo esbanjado, pois não setem obediência a quaisquer requisitostécnicos para a implantação de taisobras que, na Amazônia, requerem téc­nica especial devido às característicaspróprias da Região. '

As prefeituras não dispõem de um de­partamento técnico que faça análiseexperimental para escolha do melhormétodo de implantação de asfalto nasruas das cidades e, sem tal orientação,fazem as obras ímprovísadarnente, l'e­sultando no pior, embora os orçamen­tos ,comportassem obras de qualidadesuperior,

As orientações e critérios oscilam eleuma administração para outra, nãoocorrendo nunca a continuidade deobras mais demoradas porque geral­mente os pref'eítos têm passagens rá­pídas pelas prefeituras, Assim, enquan­to uns fazem gastos vultosos, comprammaquinário carissímo e asfalto emgrande quantidade, com as verbas malaplicadas do Fundo de Participação,outros chegam e paralisam tudo. J1: o·que se verífíea agora. Parece que a fe­bre de asfaltamento está em deeüníoatualmente no Tenitório.Em recente viagem a Rondônia, pude­mos constatar, conforme atestam as 'fo­tografias anexas, que os equipamentosde asfalto das prefeíturas, se encon­tram totalmente abandonados, se de­teriorando pela ferrugem, acabando­se obsoletamente nos depósitos.O problema comportaria uma Comissãode Inquérito a ser instituída pelas res­pectivas Câmaras de Vereadores, nãoexercem as funções e prerrogativas emdefesa do povo e dos' contribuintes. Nãofazem comissões de Inquéríto e não fis"calízam e as verbas do Fundo Parti..dárío vão sendo pulverizadas írrespon­savelmente.As fotografias que exibimos mostram,através de cada legenda que as tdon­tifica, máquinas e grande quantidadede tambores de asfalto abandonadosnos respectivos depósitos, já meio en­cobertos pelo matagal que está crescen­do no meio deles.O negócio dos prereítos não foi proprla­mente asfaltar ruas, mas sim fazer ne­gociatas nas aquisições de maquinárioe asfalto, :É o que atestam esses benspúblicos abandonados ao relento.Em Guajará-Mirim, a máquina de pre­parar asfalto se encontra quebrada eparalisada há mais de um ano, apesarde ser uma peça caríssima. As instala­ções das oficinas de asfalto naquela ci­dade, inclusive uma fábrica de mani­lhas, foram entregues no mesmo localda máquina de asfalto, a uma fírmaparticular denominada Barreto Almei­da Ltda. que ali faz manilhas, vendi­das posteríormente , para a firm.a

ETESCO que, por sua vez, é empreitei­ra da Companhia de Aguas e Esgotosde Rondônia (CAERD).Constata-se, desta forma, desvio e mal­baratamento do patrimônio municipal,entregue escandalosamente a um gl'U­po particular que o usa para fazer ma­nilhas vendidas ao Poder Público. As­sim é bom demais, A Municipalidademonta tudo, empata capital 'e depoisentrega para protegidos explorarem àscustas das verbas públicas que sãoabundantemente encaminhadas pelaUnião ao Tel'l'Ítório e, ali pulverizadas,desviadas, roubadas mesmo, em prejuí­zo de interesses mínímos e maiores denossa população.Esses quadros, ao lado de outros maisescabrosos, como o setor hospitalar ede saúde e educação, mostram o quan­to têm sido relapsos, incapazes e ne­gligentes os admínístradores do Tári­tório de Rondônia. Sempre à vontade,fazem o que querem, não são fiscaliza­dos, não têm a quem prestar contas equando alguém do povo reclama ou de­nuncia, perseguem, ameaçam e pren­dem.Os fatos e as fotos mostram que o 'I'er­rítórío de Rondônia se encontra total­mente falido em matéría de adminis­tração pública. A corrupção é genera­lízada, o desteíxo, o descaso e os desa­oertos formam um panorama desalen­tador e perigoso,Com a denúncia desses fatos e proble­mas, esperamos contribuir de algumaforma para que Vossa Excelência possaimpor naquele 'I'errttórío uma Admí­nlstração eficiente e austera, que res­peite o povo e realize algo em beneficiode nossa comunidade.

Reíterando a Vossa Excelência nos­sos protestos de elevada consideração,subscrevemo-nos,

respeítosamente,Deputado Jerônimo Santana."

"Brasflia, 3 de janeiro de 1975.Excelentissimo SenhorGeneral Ernesto GeiselDD, Presidente da RepúblicaFederativa do BrasilPalácio do PlanaltoBrasília - DFEM N.O 3/75

Excelentíssimo Senhor PresidenteTenho a honra de encaminhar ao co­nhecimento de Vossa Excelência, ograve problema do Hospital de Vflheria,no Território de Rondônia.Com recursos :fedoerais da ordem deCr$ 2.000. 000,00 construíram o famosoHospital de Vílhena, destinado ao tra­tamento de tuberculose em vista deserem apropriadas as condições climá­ticas da localidade,Na construção do Hospital, houve es­cândalo administrativo, quanto a em­preitada da obra etc. Construido oprédio, instalou-se preearíamente onosocõmío, uma vez que construí­1'aJ;U um hospital para tuberculosossem terem médicos tíaíoíogístas paratratarem dos doentes. Esse absurdonão viram antes de construir o hos­pital. Antes só pensavam numa coisa,gastar os Cr$ 2.000.000,00 destinadospara aquela finalidade.'oonstruído, inaugurou-se o Hospita.l deVilhena, que passou a funcional' pre­cariamente, porque não foi completa­mente aparelhado, falta de aparelho

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de Raio-X, etc. e o mais estranho éque nunca esteve no hospital um mé­dico tísíclcgísta, Estivera lá um mé­dico abnegado, mas sua especialidadenão era tísíologta ...

Depois de construído o hospital, semmédicos, sem condições de administrá­Io.: ou melhor a Secretltria de Saúde rioTerritório sem interesse em adminis­trar aquele hospital e para tal alegamfalsamente que apenas 15% de suacapacidade era ocupada ... um hospi­tal sem médicos, não era para ter qual­quer doente ...AI~Qra pretendem arrendar Q HQspitalde Vilbena a Grupos de Médícos queplanejam ali explorar a medicina semeompromísso de atendimento de cará­ter social, mormente os indigentes. CQmtal arrendamento falam até que a con­sulta médica custaria naquele hospitalaté Cr$ 150,00 indiscriminadamente,quando a finalidade da construção da­quele hospital não foi a comercíalíza­ç€lo da medicina em tão baixos níveis.

Primeiro criaram a crise, não se in­teressaram em colocar médicos no hos­pital, depois eoncluíram o óbvio, queo hospital tinha capacidade ociosa, es­sas cOnC1USÓB[ não expressam a verda­de em se tratando de uma região emexplosão demográfica como Vilhena.Se o hospital tem cadacidade ociosa en­tão e porque outros médicos ~igados aexploração de medicina, cobiçam ar­rendá-lo? Tudo está a provar a fa­lência administrativa da Secretaria deSaúde do Território ... O número detuberculosos pobre no Território é as­sustadoramente elevado. Não é pois,por falta de tuberculosos que fecharamo hospital. Fecharam-no pura e sim­plesmente, por total e absoluta inca­pacidade administrativa, e por que nãodizer mesmo, por corrupção que ímpe­ra na Secretaria de Saúde.O Ofício do Chefe de Gabinete ao Se­nhor Ministro do Iriterlor, cópia inclu­sa, apenas comprovou ainda mais o es­cândalo do Hospital de Vilhena.Sabe-se naquela Vila, que dos Cr$ ....60.000,00 mensais destinados peloF'UNRURAL àquele nosocômín, nuncaesse dinheiro chegou a Vilhena, osfuncionários do Hospital chegaram atépassar fome.() Governo do Território de Rondôniapoderia alegar, inclusive, falta de 1'e­cursos para contratar médicos zísiolc­gístas para atender em Vílhena, ououtros médicos de que a população daregião tanto carece.O escândalo do Hospital de Vilhena,11.0 lado de tantos outros no Territóriode Rondônia, torna-se mals chocantequando o Governo do Território gastamilhões de cruzeiros com a instalaçãode aparelhagem de televisão na capi­tal, televisão aquela que fechada. Taisgastos não constam de qualquer auto­rização ern rubrica orçamentária, bemassim dinheiro que distribuíram paraas escolas de samba ou viagens deturismo, conforme publicação do jornalAlto Madeira, que vão inclusas.Na qualidade de 'Representante do Po­vo de Rondônia no Congresso cumpre­me o indeclinável dever ditado pelaminha eonscíência e mesmo decorrentede mandato que me outorgou o brâvopovo daquele rincão pátrio, denuncian­do esses fatos ao conhecimento de Vos­sa Excelência, mas a verdade é que taisfatos são efeitos de uma administra­ção exercida ali por um Governador

comprometido com os grupos econômi­cos, inclusive de "grileiros", cujas ati­vidades não colncidem com os interes­ses da comunidade rondornense, quejá o repudiou por três eleições ...Não somos adeptos de quanto pior me­11101', por isso damos conhecimento detais fatos a Vossa Excelência.Porém o povo de Rondônia, aguardaprovidencias enérgicas contra os des­mandos, omissões e negociatas que -oradenunciamos. O caso do Hospital deVilbena, comporta um rigoroso ínqué­rito, que esperamos seja realizado forada órbita do Ministério do Interior, noqual deverá ser ouvido o Dr. Vitória,médico radicado em Vilhena.

Com os protestos de elevada estima econsideração, subscrevo-me. .

Atenciosamente - Deputado JerônimoSantana."

"Brasília, 2 de abril de 1975.

EM N.o 12/75

Excelentíssimo Senhor Presidente

Como já tivemos ocasião de fazer emoportamídade passada levamos nova­mente agora ao conhecimento de Vos­sa Excelência esclarecimentos sobre ir­regularidades que se repetem no Terri­tório de Rondônia, com relação a suaAdministração e aos diversos órgãos que111e são diretamente subordinados. O ar­tigo 23 caput do Decreto-lei n.o 411/69e seu parágrafo único, prescrevem:

"Art. 23. O Governador e os Secre­tários de Governo taráo declaraçãopública de bens erendimentos, no ato .da posse e ao término do exerciciodos respectivos cargos.

Parágrafo único. As declaraçõesprevistas neste artigo serão obriga­toriamente registradas em Cartóriode Títulos e Documentos da Capitaldo Território."

A certidão anexa, expedida pelo Cartó­rio competente.:. em Porto Velbo, ates­ta que nem o l::ir. João Carlos MarquesHenriques, atual Governador do Ter­ritório, ao assumir o cargo em 23 deabril de 1974, nem o seu Secretariado,tiveram o cuidado de prestar as decla­rações de bens exigidas pela lei.

Esse fato não é novo no Território.Quando, em 1969, o mesmo Sr. Mar­ques Henriques assumiu o Governo pelaprimeira vez, também não fez sua de­claração de bens, sintoma evidente deque as irregularidades e as ilegalidadesem Rondônia surgem já com as possesdos governadores que não observamnem os mínimos dísposttdvos legais eéticos indispensáveis para a posse emcargos públicos. Não é de se estranharque as ilegalidades e corrupção- se fa­çam presentes durante toda a gestãode um governo, como no 'caso atual.Que confiança podem inspirar um GQ­vernador e Secretários que não pres­tam suas competentes declarações debens e rendimentos sabendo que terãoem suas mãos- um orçamento territo­rial da ordem de Cr$ 145.450. OOO,OO?O Território Federal não tem órgão defiscalização financeira, não tem Assem­bléia Legislativa, nem Tribunal de Con­tas. Devía ser, então, alvo de uma fis­calização mais objetiva por parte doMinistério do Interior, cuja atuação énecessária não apenas no sentido deapoiar a administração como tambémde orientá-la e puni-la quando neces­sário.

O Ministério do Interior, entretanto,não promove inquéritos admínístratí­vos para apurar corrupção e escànda­los no âmbito da Admínístraçáo Ter­ritorial. Não temos notícias de nenhuminquérito, 'reguíarmente instaurado .noMinistério do Interior, visando apurara responsabilidade nos Inúmeros casosde corrupção administrativa verifica­dos nos últimos seis anos em Rondô­nia. Promovem apenas síndtcancíassígrlosas cuj a finalidade não tem s~clo

outra que prestigiar os responsáveispela pratica íJ.OS atos d:enunClados _uinquinados ue irregularidades.

O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Depu­tado, ouvimos mais um discurso de V. J!;x.",feito sempre COIr o talento que o caracte­riza. Como se trata de assuntos pecullã­res ao Território que V. Ex." com t,mtódescoremo representa nesta Casa, é ótiV:il?que a Liderança da Maioria não dispõede dados para,uma respostas imediata.

Entretanto, com todo o respeito que V.Ex." nos merece, devo dizer que V. Ex,"está de um Iado da ponte e, às vezes, atéexagera nas cores, para tirar efeiW m~

impressionante do quadro que pinta. Si1uquase capaz de jurar que neste Governoda Revolução nunca poderia nave- grupesclandestinos de malfeitores, de ladrões" ede traríeantes. Não posso aceitar a arírma­tíva, senão como uma forma que V. E'f."encontrou para tirar melhor efeito do sêudiscurso. Também não tenho meios pílob~contestar in Itmíne, porque, como ::isse ini­cialmente, são fatos ocorridos em local mui­to distante. Talvez V. Ex. a mesmo não te­nha ido muito freqüentemente ao seu Ter­ritório, porque - todos reconhecemos - adificuldade de transporte deve, de certamaneira, impedir que sua vontade, nestesentido, seja satisfeita. Quero que fique re­gistrado que a Liderança da Maioria vaiapreciar seu discurso e tomar contato como eminente Governador do Território deRoraima, para tão breve quanto possíveldar resposta à oração que V. Ex." produznesta tarde.

O SR. JERôNIMO SANTANA - É o queespero, nobre Deputado.

Prossigo a leitura do documento, Sr. Pre-sidente.

"Também os Governadores não orde­nam a abertura de inquéritos adminis­trativos para apuração de irregulari­dades que ocorrem na área dessa oudaquela Secretaria do Governo Terri­torial. Forma-se, dessa forma, umaverdadeira co-participação generalizadanessas administrações. As irregulari­dades se contaminam de cima parabaixo, isto é, do Ministério do Interiorpara o Governo do Território. E debaixo para cima também. O Ministé­rio do Interior, unilateralmente, acei­tando as justificativas ou defesas es­farrapadas dos governadores e secre­tários territoriais sem nunca ouvir 3.Svítimas de perseguição ou arbitrarie­dades, nem também aqueles que de­nunciam o que só seria possível com ainstauração de processos competentese não apenas sindicâncias sigilosas pa­ra facilitar a defesa dos implicados enunca puni-los. No final, forma-se umverdadeiro círculo vtcíoso, fecha•.íssi­mo.No âmbito do Território, quando algué:né acusado de ato corrupto, de grande re­percussão na população, é afastado docargo sem inquérito administrativo. Apunição, quando muito, é o afastamen­to do cargo, mas que, quando ocorre,é temporária pois, algum tempo depoisé o elemento novamente aproveitado

Abril de 1975

em outra nínção geralmente mais van­tajosa, na qual volta a praticar outrasirregularidades mais graves que as an­teriores. O caso do Sr. Odacir SoaresROdrigues é prova bastante.

Meu tempo está esgotado, mas dou oaparte ao Deputado Hélio Oampos.

O Sr. Hélio Campos - Tomarei apenasum segundo. Não quero p,erturbá-Io nos úl­timos 'minutos da sua brilhante oração, daq1Jl,a1 discordo apenas quanto à atuação doMinistério do Interior, que em outros terri­tórios não tem agido desta forma. O fatorealmente me surpreende. No entanto peço­lhe que acompanhe -um novo projeto queem breve virá à Câmara. Que outros re­presentantes de cada território possam es­tar, aqui para contestar ou, então, mesmo2,p()iar as palavras de V. Ex.ll. e de todos nós.~s.tf' é o meu pedido: acompanhe-nos, paraque tenhamos aqui outros que possam fa­lar sobre os Territórios, porque nós, eviden­temente, representamos um só.

O SR. JERôNIMO Stll'VTtll'VA - Satistaz­me a opinião de V. Ex.", porque, sendo re­presentante da Maioria, naturalmente essa;t:l;pposição será aprovada.. ;['10 SR. PRESIDENTE (Pinheiro Machado)..." O tempo do orador está esgotado. Peço­.Ihe que conclua seu discurso.r:~;o sn, JERôNIMO Stll'VTAN"A - Já eon­6tuirei, Sr. Presidente. Entretanto, ainda1~rei o que consta das exposições que remeti',~b:Sr. Presidente da República.

"Formou-se, assim, um grupo corruptoe impune, em torno da. Admínístraçâodo Território de Rondônia. Eles sãoimunes à lei penal. já que a lei morale ética não conhecem.Como se não bastasse o escândalo deum Governador de um Território e seuSecretal'1ado assumirem os cargos semprestar sequer declarações de bens, semo mínimo requisito legal, infringindo aletra expressa da lei, esse fato tem seusdesdobramentos negativos na adminis-tração. .

Abisma a orgia de gastos das verbas doTerritório, decorrência da ausência dequalquer ríscalízação em sua adminis­tração. A Lei 411/69 diz que o Governa­dor do Território prestará contas pe­rante o Ministério do Interior - con­tas que só Deus sabe como são. O Go­vernador exerce o cargo até certo pon­to, graças à indicação e confiança doMinistro do Interior. Então, desde queassume, não é punido nem advertidoporque, nesse caso, perderia a confian­ça implícita na indicação.A punição. quando necessária, é a sybs­trtuíção, a exoneração. Mas, até .queocorra, o buraco já está grande e o 11:1al­baratamento já se deu, os desvios já fo­ram praticados. E daí? Nunca se viuum confisco de bens por enriquecimentoilícito e são inúmeros os casos nos go­vernos dos Territórios Federais.Os desvios de verbas em Rondônia che­gam ao ponto de se publicar um editalde tomada de preços (doc. incluso) pa­ra a compra de móveis e equipamentospara a Seção da Ordem dos Advogadosdo Brasil. Essa Ordem, por acaso, é ór­gão da administração do Território?·

Pela Lei 1.215, a Ordem dos Advogadosé uma entidade autônoma, constituídapela associação de bacharéis em Direitode todo o País, com autonomia finan­ceira e administrativa. Mas em Rondô­nia ela se transformou, não se sabe co­mo, em órgão da Administração Terri­torial

DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Este é apenas um exemplo primário dedesvio das verbas destinadas pela Uniãoao Território, sem qualquer autorizaçãoorçamentária. Estão acostumados a fa­zer assim, sempre impunemente, poisnão têm a quem prestar contas, nemsão fiscalizados.A aquisição pelo Território do conjuntoCUJUBIN ao grupo FERUSA, é outraimoralidade. Aquele grupo ofereceu es­se conjunto residencial para terceiros,em Porto Velho, até por Cr$ 700.000.00,vendendo-o, afinal, para o Território.por 01'$ 2.000.000,00, graças à avaliaçãooficiosa que a Administração fez dízen­do que os imóveis valiam esse preço enão o que pedia antes o vendedor. Fi­zeram mais uma negociata e lá se foio dinheiro do Terrttórío, outro escân­dalo que já denunciamos na tribuna daOãmara (documentos inclusos). Por quepagar duas vezes mais do que aquilo queo vendedor pedira? Como não acredita­mos em tão grande ingenuidade, o l1e­gócio só pode ter sido intencional, mes­mo porque foi feito sem qualquer avi­

.so, tomada de preços ou concorrênciapública. Trata-se de caso típico de açãopopular pois é um desvío caracterizadodos dinheiros públicos. Todavia, o Mí­nistério d-o Interior não fez qualquer in­quérito visando apurar o escândalo.

A reforma e arrendamento do Porto Ve­lho Hotel foi outra irregularidade fla­grante. A reforma desse Hotel, sua ofer­ta à venda e, depois, sua readaptacãopara serem nele instaladas as Secreta­rias do Governo mostram até que pon­to chegam os desatinos administrativosem Rondônia.Em 1972 promoveram uma reforma na­quele próprio da' União, na qual se gas­taramrnaís de Or$ 365.000,00 (publica­ções a respeito inclusas). O Governa­dor passou, então, a explorar o Hotelsem dizer, até hoje, onde foramrecolhidas as rendas do empreendimen­to. Os desvios foram de grande monta.De repente, deixaram o prédio abando­nado por mais de dois anos e novamen­te resolveram arrendá-lo para um gru­po que iria explorar o turismo no Ter­ritório. Fizeram-se contratos, etc. maso grupo, por ser inidôneo, não instalouo Hotel. Rescindido o contrato, deeídíu-,se vender o prédio. Entretapto, frente

,à reação contrária da opinião pública,foi o prédio destinado para abrigar ór­gãos do Governo, visto estarem pagan­60 somas fabulosas em aluguéis. Nestafase veio o escândalo maior do PortoVelho Hotel. Resolveram reformá-lo no­vamente. Não bastou aquela que fize­ram em 19721 Oomo se vê, é a indústriadas reformas dos prédios em Rondônia.Fazem um conserto hoje, desfazemamanhã e as verbas são gastas ataba­lhoadamente em empreitadas escanda­losas.Conforme se vê do edital incluso, con­trataram as obras durante o período decampanha eleitoral por Cr$ 1.800.000,00,soma esta que adicionada à verba gas­ta com a primeira reforma seria maisque suficiente para a construção de ou­tro prédio do tamanho e melhor do queo Porto Velho Hotel (fotografias in­clusas).

Mas a época era de eleições que a ARE­NA precisava ganhar de qualquer ma­neira, visto que tanto o Governador co­mo os Secretários e emprelteírns depen­diam da vitória para continuação desuas negociatas. E como pretexto paraarranjarem o dinheiro para o finan­ciamento d-a campanha inventaram a

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reforma do Hotel, alterando para maiso preço da empreitada que poderia serfeita, no máximo, com Cr$ 600.000,00.Majoraram para Cr$ 1.800.000,00, com­binando-se que uma importância rece­bida a mais pelos empreiteiros, a pre­texto de tal reforma, seria destinada aocusteio da campanha eleitoral da ARE­NA.Como não existe um mecanismo sérioe isento para exercer fiscalização fi­nanceira quanto à aplicação dos di­nheiros públicos do Território, a con­veniência dessa aplicação fica apenasa juizo dos Governadores cujos critérios

, são em primeiro lugar enriquecer ra­pidamente.Também em Guajará-Mirim existe umprédio do Governo destinado a hotel,em abandono completo, no qual, por mi­lagre, ainda não está em prática aindústria das reformas.

ESCANDALOS DOS HOSPITAISDO TERRITóRIO

Em inúmeros pronunciamentos na Câ­mara, durante a última legislatura, de­nuncíamos a corrupção e desvios no se­tor médico e hospitalar de Rondônia.Fizemos, inclusive, um requerimento deinformações até hoje sem resposta, re­lacionado com o problema.

Os desvios começam com a indústria dereformas e reparos do Hospital São Jo­sé, em Porto Velho, e a construção depavilhões, ao invés de novos hospitais,como reclamam nossas necessidades.Mas isso não lhes interessa porque épreciso manter a indústria dos desviosdos dinheiros públicos nas reformas, co­mo fizeram no Porto Velho Hotel e emoutros setores.O Governador do Território, numa pu­blicação ao povo, em 31 de dezembro de1974 (cópia inclusa do Jornal "Alto Ma­deira"), dizia que iria gastar Cr$ ...•14.000 000,00 no setor de saúde, assimespecificando, sem contudo dizer o quese havia feIto nos anos anteriores:- Recuperação e ampliação do Hospi­tal São José (indústria das reformas);- Criação do Centro Ambulatorial eampüação do Hospital de Vila Ronríô­nía (neste último novamente a indús­tria de reformas, pois a localidade re­clama é um moderno hospital);

Com respeito ao problema de saúde emGuajará-Mirhn, Vilhena e PimentaBueno, nada falou.É importante' salientar, como já o fi­zemos em pronunciamento na Câmarados Deputados, que em Porto Velho fo­ram construídos dois hospitais, há maisde 10 anos, com recursos da extintaSPÉVIA e Ministério da J'ustíca, Sáo sóhospitais de oíínícas e Infantil (foto­grafias inclusas). Esses hospitais, atéhoje não foram instalados ou tiveramsuas finalidades desviadas. Se não ve­jamos:O Hospital das ClinIcas não foi apare­lhado por falência administrativa, ir­responsabilidade, desleixo ou outro mo­tivo obscuro. O Hospital Infantil foi en­tregue ao 5.° BEC que dispõe de verbasmais que suficientes para prover suaspróprias necessidades sem que o Terri­tório precise se prejudicar para favore­cê-lo.Por que o Governo do Território, ao in­vés de propor o gasto de milhões comreformas no Hospital São José, não ins­tala esses dois outros hospitais já cons­truídos em nossa Capital?

1430 Sábado 12

'Esse é o primeiro aspecto da falênciada política de saúde posta em práticaem Rondônia. Hospitais construídos porabsoluta necessidade da população ecom a finalidade desviada. E não ficamsó aí as distorções. Os hospitais do Ter­ritório, apesar de mantidos pelos Po­deres Públicos, foram entregues a umamáfia de médicos que os exploram da

,maneira que bem entendem, deixandoa população carente, à mercê da rnedí­cína para cujo fornecimento foramcriados esses hospitais.

Verifica-se, pois, que hospítaís do Go­verno, por ele mantidos com gastos demíthões com médicos, funcionários,aparelhagem, laboratórios, raios X, ma­terial, medicamentos, tudo feito paraamparar e atender uma populaçãodoente dá, como único resultado, a piormedicina do mundo para Porto Velho,verdadeiro balcão e fábrica de proble­mas socíaís. Os indigentes não são aten­didos. Só tem tratamento e atendimen­to nesses hospitais quem pagar bem eadiantado as taxas de operação, inter­namento, medicamentos e honoráriosmédicos. Constata-se, então, que os hos­pitais custeados pelos Poderes Públicos,com toda essa complexa estrutura desaúde, custando caríssima ao contrí­buínte para atender prioritariamenteaos necessitados, passou a servir pri­meiro aos favorecidos pela fortuna, aosque pagam adiantado. São hospitaistransformados em casa de saúde parti­cular de médicos protegidos pelo Palá­cio e que ali atuam. É uma.jíístorçãofabulosa, onde a corrupção não tem li­mites, nas compras e desvios de medica­mentos. Os aparelhos de Raios X desseshosnítaís, adquiridos pelo Território,com o respectivo material, foram en­tregues a médicos radiologistas, tam­bém contratados pelo Território por al­tos salários, mas que transformaramos aparelhos em propriedade particular.Os preços das radiografias só são aces­síveis aos ricos. A pobreza não tem di­reíto de tirar uma chapa de graça, en­quanto o radiologista ganha milhõesdos cofres do Território.

O jornal "A Palavra", em edição cujacópia vai inclusa, já denunciava a má­fia branca que atua no Território. E apopulação de Porto Velho e Guajará­Mirim não tem a quem recorrer. O Go­vernador do Território, sem qualquerforça moral, entregou a Secretaria deSaúde a essa máfia de médicos, quefazem o que bem entendem. O interessepúblfco foi relegado pela cobiça dessesmédicos que se enriquecem rapidamenteà custa do patrimônio público.

Na aquísição de medicamentos para es­ses hospitais, outra corrupção mons­truosa se pratica. O vendedor dos medí­camento, às vezes, recebe o dinheiro dafatura sem entregar o produto, ouentão, vendendo-os, dá substanciosas"gratHicações" aos responsáveis pelospedidos e compras desses medicamentos.Parte dos remédios comprados ou rece­bidos da CEME são entregues para ospostos médicos do interior, onde os en­fermeiros, em inúmeros casos, desviama maioria, vendendo o produto, ao in­vés de fornecerem aos necessitados.É verdadeiramente contraditória a po­lítica de saúde do governo do Territó­rio, ou melhor, a ausência de qualquerpolítica de saúde ali. Gastaram milhõespara construírem o hospital de Vílhena.Depois techaram-no e, agora, arren­daram-no ao Dr. Valéria. Ali, a consul­ta mais barata é de Cr$ 70,00 e o índí-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

gente não tem vez (cópias de denún­cias inclusas).Agora, o Governo do Território anunciaa compra de um bospital velho, aban­donado, sem qualquer condição de fun­cionamento, da Prelasia, em Vila Ron­dônia. É preciso esclarecer que esse hos­pital foi construído pela Prelasía, emgrande parte, com subvenções dadaspelo poder público. Agora, o Governocompra por preço elevado o mesmo hos­pital que ajudou antes a construir, comverbas que para ele destinou.Em Pimenta Bueno, o Governo do Ter­ritório construiu um bospital que, atébem pouco, se encontrava fechado, eque sequer havia sido aparelhado ouinaugurado.Qual a orientação dessa Secretaria deSaúde, entregue a uma máfia de médi­cos corruptos, mercenários, desumanose desalmados?Quando se denuncía alguma coisa arespeito, eles se reúnem em abaixo-as­sinado, publicando notas de repúdio,conforme documento incluso, que fize­ram publicar em 8 de novembro de 1974,em Porto Velho.Com tais fatos e documentos, deseja­mos demonstrar o quanto é grave o pro­blema da assistência médica 'em Ron­dônia, transformado num dos maioresfocos de corrupção administrativa doTerritório.'Até o presente momento, não veio apúblico qualquer noticia da instauraçãode inquérito para apurar responsabili­dades no incêndio da Central de In­cubação de Porto Velho, conforme no­ticiaram 05 jornais de 15 de janeiro de1975, bem assim, da queima de cincomil pintos, conforme cópias inclusasde edições de jornais de 9 de agosto de1974. Em casos dessa natureza e emoutros mais graves não se faz inquéritono Território.

I

O CASO ODACIR SOARESRODRIGUESO Sr. Odacir Soares Rodrigues foi exo­nerado da Prefeitura de Porto Velho em10-5-72, pela prática reiterada de cor­rupção e, agora, retorná àquela Prefei­tura, nomeado pelo mesmo Governadorque o exonerara (documentos inclusose processo PR-004/73 e pronunciamen­tos na Câmara Federal).Trata-se, pois, de incentivar e premiara corrupção. A nomeação recente doSr. Odacir para Prefeito de Porto Ve­lho causou problemas e péssima reper­cussão na opinião pública, porque a Câ­mara de Vereadores, tendo conhecimen­to dos escândalos de sua primeira ges­tão, inclusive não aprovara suas con­tas, se recusou a ernpossá-Io agora, ten­do o Governador requerido mandado desegurança para obrigar o legislativomunicipal a dar posse ao seu protegi­do.Assim é em Rondônia. Quando um cor­rupto se torna insustentável num car­go, é posto de lado por algum tempo,sem qualquer punição; depois, ele res­surge premiado para cargo até mais im­portante. O caso de Odacir é outra pro­va disso. Foi empossado, via mandadode segurança, na Prefeitura. A sua pri­meira gestão, impregnada de todos osvicios, não foi considerada, apesar deuma comissão de inquérito criada naCâmara Municipal, ter apurado fatosgraves (cQpia inclusa do relatório).Em Rondônia ocorre o inverso do restodo Brasil. Se nos antecedentes do ele-

Abl'il de 19'i

mento constar que é bonesto e seno,não é aproveitado pela Administração.mas se for corrupto, tem uma' procuraespecial. '

Outro escândalo que não passa desaper­cebido da população do Território é ofato de uma empreiteira, ligada ao Ga­binete do Sr. Ministro do Interior.transformar-se na quase que empreitei­ra única do Território de Rondónia,mormente na área da Prefeitura dePorto Velho. Trata-se da Gurgel Técni­ca de Máquinas Ltda. - GURTEME. OSr. General Aníbal Gurgel do Amaralé Subcllefe do Gabinete do Ministé­rio do Interior e integra, também, oConselho Territorial de Rondônia e, porínerível coincidência, os proprietários

~ da GURTEME têm os seguintes nomes;Antônio Cipriano Gurgel 40 Amaral,Antônio Adelino Gurgel do Amaral. An­tônio Adamor Gurgel do Amaral, Lp­cio Gurgel do Amaral, Antônio Orlandí­no Gurgel do Amaral e Jorge Gurgel doAmaral Neto. Não seriam eles, por aca­so, parentes do General Subcbefe doGabinete ou é apenas uma mera coin­cidência de nomes? Quem levou essegrupo de Brasília a Porto Velho? Porque tantos privilégios para empreitadasatravés da GURTEME? As outras em­preiteiras do Território estão quase in­do a falência porque não se lhes dãoobras. Tudo é reservado para a GURTE­ME que, alíás, é grupo estranho lá. Naárea da Prefeitura de Porto Velho to­maram conta de tudo. As obras da Pre­feitura são entregues à GURTEME semqualquer concorrência.

SERRARIA DO TERRITóRIOPor ocasião da instalação do Território,as administrações de então, mais volta­das para os problemas sociais da popu­lação, pobre em sua maioria, fizeraminstalar uma serraria e uma cerâmica,ambas bem aparelhadas, para atender

. às necessidades do Território, assim co­mo, fornecer materiais de construção apreços especiais às famílias necessita­das que buscavam fazer suas casas.Hoje, acabaram com tudo isso. A Ser­raria Tiradentes (fotografias inclusas)montada para finalidades socíaís, foi en­tregue a Eduardo Lima e Silva (Dudu) ,amigo do Governador, para explorá-lasem nenhum compromisso de atenderàquelas famílias necessitadas de madei­ras para construção, a preços especiais.A Cerâmica se acabou e ninguém, hoje,dá noticia de seu equipamento que épatrimôniopúblíco. No seu local, insta­laram o Quartel do Corpo de Bombeí­1'Os e não se sabe o destino das máqui­nas da fábrica de cerâmica. Sabe-se,entretanto, que na Colônia Penal 1!:nioPínhéíro, nas proximidades da Capital,existem ali instaladas uma cerâmica euma serraria, que são exploradas peloSenhor Antero, vulgo "Boca Larga",administrador dessa Colônia, às custasdo trabalho dos presos. Não se sabe dodestino do produto das atividades dessacerâmica e da serraria. Entretanto, oSr. Antero é protegido do Governadore do Sr. Antônio Alberto Pacca, ex-juizde Porto Velbo.No setor de saúde, é importante assi­nalar que o Governo do Território afir­ma que irá aplicar Cr$ 14.000.000,00 em1975. Entende~se que é uma área deação social que estaria a reclamar ur­gentes e imediatas providências, objeti­vando o atendimento às populações ca­ren-tes. Os hospitais e maternidades doTerritório não são montados para darlucros ou como fonte de receitas e, sim,

Abril de 19"15 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeI;ão I) Sibado 12 1431

Porto Velho (ROl, 28 de janeiro de 1975.P/Oficial, Esc. Autorizado

"REPÚBLICA FEDERA'rIVA DOBRASIL

TERRITóRIO FEDERAL DERONDôNIA

COMARCA DE PORTO VELHODURV.IlL GADELHA, Escrivão de Ju­

dicial, Tabeliã.o de Notas, Oficial do Re­gistro Civil e mais cargos anexos, pornomeação legal na forma da lei, etc.

CERTIDãOCERTIFICO e dou fé, que revendo emmeu Cartório e arquivo nos livros neleexistentes, verifiquei que não constanenhuma declaração de bens em que,figure, como declarantes, nos livros n.o'C-i de Registro por Extrato de Titulase Documentos e outros Papéis e no li­vro n.o 20 de Registro Integral de Tí­tulos, Documentos e outros Papéis, asseguintes pessoas: - Exm,o Sr. Ten.Oel, João Carlos Marques Herrríques,DD. Governador do Telritório de Ron­dônia, Roberto Borborema, Mariseoastret e Hélio Lins Guimarães, a par­tir da data de 18 de setembro de 1973.O referido ê verdade e dou fé. Dada epassada nesta cidade de Porto Velho,Capital do Território Federal de Ron­dônia, aos vinte e oito dias do mês dejaneiro de mil novecentos e setenta ecinco. Eu, P/Oficial, Esc.Autorizado, a mandei datilografar,subscrevo e assino.

volvidas em toda espécie de corrupção,até em tráfico de cocaína, perseguido­res, desumanos e arbitrários, na suaquase totalidade.A essa gente, com esses currículos e es­.sa mentalidade, é que se entregou nabandej a s administração de um Terri­tório da expressão de Rondônia, comum orçamento de Cr$ 144.450,000,00.O povo não pára de recriminar essasítuaçâo e quando pode, em cada elei­ção, desautoriza esse grupo, mas os re­sultados das eleições não são acatadose, até hoje, aqueles corruptos profissio­nais permanecem em cargos de altaexpressão territorial, manobrando comobem entendem, na vida política e ad­ministrativa do Território.São documentos e atos da maior gravi­dade que esperamos haja por bem Vos­sas Excelências determinar sua apura­ção por órgãos de investigação alheios àórbita do Ministério do Interior. Sepossível, através do Conselho de Se­gurança Nacional, ou outro órgão li­gado diretamente a essa douta Presi­dência,Aproveitamos a oportunidade para rei­terar a Vossa Excelência os nossos pro­testos de respeito lõ elevada admiração.Atenciosamente,Deputado Jerônimo Santana.';

MaIs ainda, Sr. Presidente:

para atender à grande faixa. que exís­te de população carente, desemprega­dos, de renda baixa. Entretanto, no or­çamento do Território, as unidades sãoapresentadas como fontes de receita.Assim, previram para o exercíeío de1975:Hospital São José Cr$ 470.000,00Hospital N. S. Perpé-tuo Bocorro Cr$ . 180.000,00Maternidade DarciVargas Cr$ 270.000,00Maternidade CláudioFialho Cr$ 120.000,00

As verbas aplicadas no setor de saú­de das populações da Amazônia nãotêm finalidade de retorno. O Poder Pú··blico não almeja Iueros financeirosquando investe para atender o setorsocial, mormente aquele que visa am­parar as populações carentes, margina­lizadas, de rendas baixas ou desempre­gados. Verifica-se, pois/ outro lado daenorme distorção no setor da saúde, noTerritório. Além de transformarem oshospitais em casas de saúde particula­res dos médicos 9ue a].1 atuam, estãocom a preocupaçao de fazerem desseshospitais, mantidos para atender a po­breza, fonte de renda para o Território.Não foi essa a finalidade da eríaçâo emanutenção desses hospitais. É uma.distorção que precisa ser corrigida eque só tem traeído prejuízo para a po­pulação, agravando ainda mais a nos-sa problemática social. ,Uma coisa é preciso ficar bem clara nasituação de Rondônfa. As eleições têmdado esmagadora ;naioria ao MDB dés­de 1970 mas apesar disso, existe umaorientação central no sentido de entre­gar a administração do Território à.II.RENA, dela tirando os corruptos e cri­minosos reincidentes porque o que senotou em Rondônia, em 1964, foi quetoda espécie de corruptos e criminososcorreram e formaram ali a ARENA. Nãohouve a preocupação de selecionar osnomes para integrar o comando parti­dário. e sabiam eles que essa roupagemde partido oficial, além de lhes daroportunidades raras em cargos da ad­ministração, os eximiria de suspeita, oque de fato ocorreu. Entretanto, um le­vantamento na ficha e na vida pregres­sa dos elementos do Diretório Regionalda ARENA em Rondônia, demonstraráque a Revolução se equivocou desde oseu primeiro momento com os arenístas.Ali não há arentstas: há corruptos seaproveitando de uma sigla de um parti­do oficial que deveria ser integrado so­mente por homens de bem.Como se vê, a maíóría dos membros doDiretório Regional da ARENA, no Ter­ritório, tem o procedimento e a perso­nalidade que vimos de enumerar. Osque são honestos na ARENA local e quenão concordam com as irregularidadesque praticam, são logo marginalizadas.Como dissemos, se o negócio é entregartudo para o pessoal da ARENA, deve-se,então, para o bem do Território, co­locar gente honesta e com espírito pú­blico nesse Partido, porque, com suaatual constituição, redunda na frustra­ção completa das iniciativas do Gover­no Federal que envia somas elevadaspara o Território e que são, na suamaioria, absoluta, desviadas, enquantoo povo permanecer na maior desassís­têncía que se pode imaginar.A gente que compõe ali a ARENA, opovo conhece muito bem e o resultadodas eleições o demonstrou já por duasvezes. Além do mais, são víeíados, en-

"Cas,tello Branco até. o Presidente ErnestoGeisel, tem conseguido realmente surpre­ender não só (J povo brasileiro, mas tam­bém, de modo geral, outros países. Diga-se,de passagem, que conseguimos alfabetizar,pelo MOBRAL, em 5 anos, a milhões de bra­sileiros e reduzir o índice de recuperaçãodo analfabeto de 20 para dois anos. Tendoem vista os extraordinários resultados doPrimeiro Plano Nacional de Desenvolvi­mento e com base no Segundo Plano Nacio­nal de Desenvolvimento, podemos assegu- .rar que iguais resultados serão obtidos nosensinos de 1.0 e 2.0 graus e universitário,nos próximos anos.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, comoprofessor universitário no meu Estado, te­nho recebido vários apelos de jovens estu­dantes que estão enfrentando uma das maissérias dificuldades: o preço do ensino. Hoje,quando podemos dizer que os nossos Gover­nos oferecem mais de 1 milhão de vagas nosetor do ensino universitário e, de acordocom o Segundo Plano Nacional de Desen­volvimento, chegaremos a 1 milhão e 800mil vagas, vejo, com .uma certa apreensão,que muitos que ingressaram em faculdadesparticulares, estabelecimentos que se eons­trtuíram pelo idealismo de alguns poucos,dentro de certos munícípíos, não estão emcondições de concluir esses cursos. Mas há.uma esperança: a política desenvolvidapelo Ministro Ney Braga, continuidade dapolítica educacional dos Ministros que o an­tecederam, pretende dotar essas faculdadesde condições tais, que esses jovens não se

'vejam ameaçados de interromper os seuscursos. E não são, por certo, aqueles maisaquinhoados que necessitam dessa medida esim, os estudantes pobres. Cito um exem­plo aos nobres colegas, a esta Casa e a to­dos os que se preocupam com o setor edu­cacional: no ex-Estado do Rio de Janeiro,pessoas provindas das camadas sociais me­nos aquinhoadas, filhos de engraxates, es­tavam cursando a Faculdade de Medicina,na cidade de Teresópolis, oportunidade ofe­recida pelos Governos da Revolução de 1964,o que é uma prova democrática da atuaçãodesses Governos para a promoção e reali­zação do bem comum. Hoje, Sr. Presidente,o ensino atinge um preço que talvez umjovem naquelas condições não possa su­suportar para poder concluir o seu cursosuperior de Medicina. Perguntar-se-á: acrise é provocada pelo Governo da Revolu­çâA:l? Não, Sr, Presidente. ~odos sabemosque ela decorre de uma crise mundial, quevem atingir o Brasil, que, por sua vez, re­siste e se torna, neste mundo conturbado,um oásis de tranqüilidade e paz. Sntão, Sr.Presidente, gostaríamos de levantar outraquestão: embora no ensino universitário sópossam ser aumentadas as anuidades como consentimento do COnselho Federal deEducação, há necessidade de que se revejatal política, pois há desníveis em termos depreços de anuidades. Há Faculdades de Di­reito que cobram determinados preços, ~ eoutras, quase na mesma região geoeconô­mica e política, exigem preços muito su­periores.

Mas a razão de ser da nossa presençanesta tribuna é trazer à consíderacâo doilustre Ministro Ney Braga e de quantos sepreocupam com este tema a necessidade de

Albino Lopes do Nascimento!' que o Governo volte as vistas para essa si-Eram estas, Sr. Presidente, as considera- tuação angustiante.

ções que desejava fazer sobre os problemas O Sr. Cantídio Sampaio _ Nobre Depu-do Território de Rondôni!1. tado Eduardo Galil, tenho a impressão de

O SR. EIOUARDO GALI - (Sem revtsãe que o caminho inevitável será a regula­do oraâor.) Sr. Presidente e Srs. Deputados, mentação, tão urgente quanto possível, doo tema que me traz a esta tribuna, nesta art. 176 da Constituição Federal. Ele é ela­tarde, é o educacional. Ninguém pode ne- ro. No item 2.0 do § 3.0 dispõe que o ensinogar, em sã .conscíêneía, o êxito dos Gover- primário é obrigatório para todos, dos 7 aosnos do período de 1964 a 1975 neste setor. 14 anos, e gratuito nos estabeleeímentos

_.li. Revolução, através dos seus Governos, oficiais. Também estabelece que será gra­desde o Presidente Humberto de Alencar .. tuíto nos dois níveis, médio e superior, a

.Abril de 19761432 Sábado 1% DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

qUMll,os demonstrem .efetivo aproveitamen­to e provem falta ou insuficiência de re­cursos. Em seguida, o § 2.0 di,. que subsis­tirá quantitativamente o regime de gratui­dade no ensino médio e superior, pelo síste­ma de concessão de bolsas de estudo, me­diante restituição que' a lei regulará. Ora,esse é um principio que vem desde 1946.Sabe V. E:l:.''', professor universitário, queum dos maiores problemas de nossas uni­versidades são os parquestíe estacionamen­to para guardar os veículos dessas criaturascarentes de recursos. Os pais podem dar au­tomóveis belíssimos, de último tipo, aos fi­lhos e não podem pagar a universidade. Háaí uma inversão. Ê claro que um moçooriundo de família de recursos pode terum curso secundário muito melhor do queoutro saído da classe média e, muitas vezes,de lares operários. E disputam, de igualpara igual, lugares nas universidades gra­tuitas. É necessário também enfrentar esse

-problema. A minha verba pessoal, eu a gas­to quase toda com subvenções a faculdadesparticulares, que, em compensação, conce­dem bolsas de estudo para moços que nãopodem pagar e estão na iminência de irpara o olho da rua, principalmente em fa­culdades de Medicina e Engenharia. Nós,da ARENA, temos, realmente, de colocar odedo nessas feridas. Isto precisa ser resol­vido. Sei que haverá tempestades, para en­frentar dificuldades, mas para isso foi feitaa Revolução.

O SR. EDUARDO GALIL - Agradeço aV. Ex." o aparte, nobre colega e Vice-LiderCantídio Sampaio, que bem demonstraquanto é importante o problema educacio­nal, não só para o bem-estar social do Pais,como também para a Revolução, que seaürrnurá cada vez mais em termos de rea­lizações para o bem comum. Animou-nosfazer aqui, desta tribuna, este apelo, nestetempo que nos cede a Liderança da ARENA,principalmente pelas intenções, pelo idea­lismo e pela luta desenvolvida pelo Ministroda Educação, Ney Braga, e acima de tudoporque esta tribuna também é o local certode se fazerem apelos em favor dos menosnecessitados da nossa Pátria.

Nobre Deputado Cantídio Sampaio, ou­tras dificuldades que encontramos - e nãofalo em causa própria, porque estou licen­ciado e talvez não tenha mais nenhum vin­culo empregatíeío com a Faculdade - é obaixo safár'io do professor, que não corres­pende às suas necessidades de professor ede chefe de família. Dai porque tambémsolicitamos a atenção do Sr. Ministro daEducação para este aspecto do problema.A par de melhores salários para o professor,que se dêem condições aos alunos de ensinouniversitário, impossibilitados de pagar opreço earíssímo de certas faculdades parti­culares.

De outro lado. queremos congratular-noscom o Governo Federal pelas conquistasque vem realizando no campo educacional.Temos uma perspectiva para 1980 de ummilhão e oitocentos mil vagas nas universi­dades, de acordo com o Segundo Plano Na­cional de Desenvolvimento, e isto realmen­te é animador. Mas, de imediato e urgente,faz-se necessário que o Sr. Ministro daEduca~ão. Ney Braga, volte suas vistas paraas faculdades particulares e ampare aque­les estudantes que tanto estão necessitandodo auxilio do Estado e do Governo Federal.

Agradeço a V. Ex.", Sr. Presidente, e aosilustres colegas peja atenção e a tolerância,prometendo voltar a este tema em outraoportunidade, quando trarei dados maisconcretos e estatistícas sobre este proble­ma. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Pinheiro Machado)- nada mais havendo a tratar, vou levan­tas a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:

I,'iaui

Correia Lima - ARENA.

, Paraíba

Marcondes Gadelha - MDS.

PernambucoJoaquim Coutinbo - ARENA.

Rio de Janeiro

Emanuel Waissmann - MDB; Nina Ri­beiro - ARENA.

. Minas Gerais

Batista Miranda - ARENA; Murilo Ba­daró - ARENA; Tancredo Neves - MDB.

Goiás

Elcival Caiado - ARENA.

Paraná

Expedido Zanotti - MDl3; Igo Losso ­ARENA; Minoro Miyamoto - ARENA.

VIII - O SR. PRESIDENTE (PinheiroMachado) - Levanto a sessão, designandopara a Ordinária da próxima 2.R-feira, a se­guinte:

ORDEM DO DIA

Sessão em 14 de abril de 1975

<Segunda-Feira)

EM PRIORIDADE

Discussão

1

PROJETO N.o 2.388-A, DE 1974

Discussão única do Projeto de Lei n,o2,388-A, de 1974, que dispõe sobre a ínutíü­zação, movimentação e transporte, inclusiveintermodal, de mercadorias em unidades decarga, e dá outras providências; tendo pa­receres: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade, juridicidadee, no mérito, pela aprovação; e, das Comis­sões de Transportes e de Finanças, pelaaprovação. (Do Poder Executivo - Men­sagem 'n.o 636/74.) Relatores: srs, DjalmaBessa, Henrique Pretti e Jorge Vargas.

2-

PROJETO N.o 1.606-A, DE 1973

Díscusâo única do Projeto de Lei n.o1.606-A, de 1973, que dispõe sobre o adicio­nal de insalubridade, e dá outras providên­cias; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionali­dade e [urídícídade; da Comissão de Tra­balho e Legislação Social, pela aprovação;e, da Comissão de Finanças, pela aprovação,com emenda. (Do Senado Federal.) Relato­res: Srs. Jairo Magalhães, Francisco Ama­ral e Athiê coury.

EM TRAMITAÇÃO ORDINARIA

Discussão

3

PROJETO N.o 963-A, DE 1974

Discussão única de> Projeto de Lei n.o96S-A, de 1974, que acrescenta um parágrafoao artigo 124 do Decreto-lei n.O 2.627, de 26de outubro de 1940, que dispõe sobre associedades por ações; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade e [urídlcídade, comsubstrtutivo: e, da Comissão de Economia,Indústria e Comércio, pela aprovação, comsubstitutivo. (Do Sr. Faria Lima.) Relator:Sr. Tancredo Neves.

.;,

PROJETO N.0 1. 627-B, DE 1973

Discussão única do Proj eto de Lei n.o1.627-B, de 1973, que dispõe sobre a remu­neração do empregado investido em man­dato de vereador gratuito nos dias de ses­sões da Câmara; tendo pareceres: da Co­missão de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade e juridicidade; e, das Co­missões de Trabalho e Legislação Social ede Finanças, pela aprovação. Pareceres àEmenda de Plenário: da Comissão de Tra­balho e Legislação Social, pela rej eíção ; e,da Comissão de Finanças, pela aprovação.(Do Sr. Luiz Braz.) ,

5

PROJETO N,o 1. 612-A, DE 1973

Primeira discussão do Projeto de Lein.O 1.612-A, de 1973, que dispõe sobre a obrí­gatoriedade de identificação policial de me­nores, e dá outras providências; tendoparecer da Comissão de Constituição eJustiça, pela constitucionalidade, [urídtcí­dade e, no mérito, pela aprovação. (Do ArFreitas Nobre.)

6

PROJETO N.o 2.00S-A, DE 1974

Primeira discussão do Projeto de Lein. O 2. DOS-A, de 1974. que altera a redação doart. 10, "caput", do Codigo de Processo Ci­vil (Lei n,v 5.869, de 11 de janeiro de 1973)~

tendo parecer da Comissão de ConstituiçâQIe Justiça, pela constitucionalidade, juridici"'lldade e, no mérito, pela aprovação, comSubstitutiv? (Do Sr. Pacheco Ohaves.j Re~,lator Sr. Dja.lma Bessa.

AVISOS

COMISSAO DE AGRICULTURA EPOLíTICA RURAL

Reunião: dia 16-4-75HOra: 10:00 horasPauta: "Mesa-Redonda sobre Orédíte.

Agrícola".

COMISSÃO DE SAÚDE

Reunião: dia 16-4-75Hora: 9:00 horas

Pauta: Comparecimento do Dr. Paulo deAlmeida Machado - Ministro da Saúde.

Reunião: dia 23-4-75 'Hora: 9:00 horas

Pauta: Comparecimento do Sr. Luiz Gon-:zaga do Nascimento e Silva - Ministro daPrevidência e Assistência Social.

Reunião: dia 7-5-75Hora: 9:00 horas

Pauta: Comparecimento do Sr. SeveroGomes - Ministro da Indústria e do CQ-mércío, '

Reunião: dia 14-5-75Hora: 9:00 horas

Pauta: Comparecimento do Prof. MárioHenrique Simonsen - Ministro da Fazenda,

Reunião:dia 21-5-75Hora: 9:00 horas

Pauta: Comparecimento do Dr. AlyssonPaulinelli - Ministro da Agricultura.

COMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Reunião: dia 23-4-75Hora: 10:'00 horas

Pauta: Comparecimento do Sr. CoronelDarcy Duarte Siqueira - Diretor-Geral do,DASP.

AbriJ de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Sábado 12 1431

COMISSÃO DE TRANSPORTESReunião: dia 15-5-75Hora: 9:00 horasPauta: Comparecimento do General Dyr­

ceu Araújo Nogueira - Senhor Ministro dosTra,nsportes.

COMISSÃO PARLAMENTAR DEINQUERITO "MULTINACIONAIS"

Reunião: Dia 15-4-75Hora: 17:00 horas

Local: Plenário da Comissão de Minas eEnergia.

IX - Levanta-se a Sessão às 17 horase 30 minutos.

GRUPO BRASILEIRO DA ASSOCIAÇÃOINTERPARLAMENTAR DE TURISMO

2.a ConvocaçãoDe ordem do Senhor P,residente, Depu­

tado OSWALDO ZANELLO, fica convocadauma reunião da Comissão Executiva doGrupo Brasileiro da Associação Interparla­mental' de Turismo, de acordo com aletra a, item rr, do art. 6.0 do RegimentoInterno, para o dia 16 de abril vindouroquarta-feira, às 16 horas na Sala dO.Grupo Brasileiro, 23.0 andar do Anexo [ doSenado Federal.

Ordem do Dia; /

1) Relatólio do Presidente Orlando~ancaner, sobre a reunião preparatória daAssembléia-Geral da AIDT, a realizar-se emMONTREUX;

"2) Relatório sobre a atual situacão daEntidade; ~

3) Organização Mundial de Turismo(OMT); e

4) Assuntos Gerais.

Não havendo número suficiente paraabertura da r~união, fica, desde já, feitanova convocaeao, para o mesmo dia, locale ordem do dia.Brasília, 09 de abril de 1975. - Paulo JoséMaestralli, Secretário-Gerál.

ATAS DE COMISSÕES

COMISSAO DE CONSTITVIÇAO E,JUSTIÇA

5.a Reunião PlenáriaAos nove dias do mês de abril do ano

de mil novecentos e setenta e cinco na salaD,o 17, do anexo Ir, às dez horas e vintee' cinco minutos, reuniu-se esta COmissãoem sessão plenária, sob a presídêncía doSr. Luiz Braz, Presidente, presentes osSenhores: Luiz Henrique, Jairo Magalhães,Ejramos Martins pedro, Norton Macedo,José Sal1y, Nogueira. da Gama, MoacirDalla, Gomes da Silva, Claudino SalesLidovino Fanton,' Blotta Júnior, NoideCerqueira, Celso Barros, Tarcísio Delgado,José Maurício, Cleverson Teixeira, ErnestoValente; Joaquim Bevílaequa. Lauro I~eitão,

Djalma Bessa, Cantídio Sampaio, Alceucollares, Petrônio Figueiredo, João Li­nhares, Antonio Mariz, Osmar Leitão, MiroTeixeira, Ney Lopes, Rubem Dourado, AltairChagas, Jarbas Vasconcelos, Nereu Guidi.Lida e aprovada a Ata da reunião anterior,foram apreciadas as seguíntes- proposições.1) Projeto n.? 9/75, do Poder Executivo, que"Dispõe sobre a organização do SistemaNacional de Saúde". Relator: Lauro Leitão.Parecer pela constitucionalidade e [urídlcí­dade com Emenda. Aprovado, unanimemen­te. 2) Projeto n,o 10/75, do Poder Executivo,que"Autoriza a traasrerêneía para o patrí-

mônío da Universidade Federal de Juiz deFora, dos imóveis que menciona". Relator:Sr. Nortan Macedo. Parecer pela constitu­cionalidade e jurídícídade . Aprovado, una­nimemente. 3) Projeto de Decreto Legis­latígo n.> 2/75" que "Aprova o texto elaConvenção sobre o oomércío Internacionaldas Espéeies da Flora e Fauna selvagensem Perigo de Extinção, concluída emWashington a 3 de marco de 1973 e assi­nada pelo Brasíf na mesma data". Relator:Sr. Dj-alma Bessa. Parecer pela constitucio­nalidade, [urídícidade e boa técnica Iegís­Iatíva.. Aprovado, unanimemente. 4) Pro­jeto n.a 19/75, do Poder Executivo, que"Fixa os valores de retribuição do Grupo­Planejamento e dá outras provirênclas",Relator: Sr. Blotta Júnior. Parecer pelaconstitucionalidade e jurídícldade comEmenda. Discorreram sobre o projeto osSenhores: Lauro Leitão, Celso Barros,Erasmo Martins Pedro, Djalma Bessa,Alceu Collares, Antônio Mariz, ClaudinoSales, Luiz Henrique, Cantídio Sampaio,Tarcísio Delgado, Ney Lopes, João Línhares.Continuando a discussão, o .sr. ErasmoMartin.~ Pedro apresentou a seguinte Emen·da ao Projeto n.o 19/75: Redija-se assimo § 2.0 do artigo 2.0 : "Não será exígído olimite de idade fixado no § 1.0 desde que ocandidato seja funcionário ou servidor pú­>blico". O Sr. relator solicitou adiamentoda discussão e votação da matéria por umareunião. O Sr. Presidente deferiu o pedido.Adiada. O SI', Presidente diante das con­trovérsias surgidas quanto a apresentaçãode emendas por parte dos Senhores mem­bros da Comissão esclareceu que é praxedeste órgão permitir aos seus integrantesemendarem as proposições em tramítacâonesta COmissão. O Sr. Alceu COllaresrei­terou seu pedido de distribuição de avulsose a confecção de uma pauta dos projetosque serão relatados O Sr. Presidente es­clareceu que já determinou a distribuiçãode avulsos e renovou apelo aos Srs. mem­bros no sentido de comunicar à Secretaria,com antecedência, quais os projetos emensagens que irão relatar, a fim de quea Secretaria providencie os correspondentesavulsos. 5) Projeto n.o 3/75, do PoderExecutivo, que "Retifica a Lei n.a 6.042, de23 de novembro de 1974, a fim de corrigiromissão nos níveís de classificação de car­gos do Grupo-Serviço de TransPDrte Ofi­cial e Portaria do Quadro Permanente daSecretaria do Tribunal Regional do Traba­lho da Quinta Região". Relator: Sr. MiroTeixeira Parecer'pela constttucíonalídade ejuridicidade. Aprovado. unanimemente.6) Projeto n.? 66175, do Poder Executivo,que "COncede pensão especial a EdvaldoSilveira Coelho de Abreu". Relator: Sr.Alceu Collares. Parecer pela constituciona­lidade e juridicidade. Aprovado, unanime­mente. 7) Projeto n. o 6/75, do Poder Exe­cutivo, que "Autoriza a doação, à Univer­sidade de São Paulo, do domínio útil dosterrenos de marinha que menciona, situa­dos no Município de Ubatuba". Relator:Sr. Rubem Dourado. Parecer pela constltu-.cionalidade e-juridicidade. Aprovado, una­nimemente. 8) projeto n. o 67175, ,9,0 Sr. Jai­son Barreto, que "Altera a redação do § 2.°do art. 79 da Lei Orgânica da PrevidênciaSocial, modificada pela Lei n. o 5.890, de8 de junho de 1973". Relator: Sr. LuizHenrique. Parecer çeja constitucionalidadee juridicidade. Concedida vista conjuntaaos Senhores Alceu Onllares' e Blotta Júnior.Adiada. 9) Projeto n. o 7'2.175, do Sr. NinaRibeiro, que "Dispõe sobre a obrigatorie­dade de indicadores no chamado "TelefoneMedid'O", Relator: Sr. Luiz Henrique. Pa­recer pela- constitucionalidade e [urtdícida­de. COncedida vista ao Sr. CantídioSampaio. Adiada. Projeto n. o 1 339-A/68,do Sr. Ewaldo Pinto, que "Disciplina a pro-

fissfuJ do Geógrafo, cria o Conselho Federale 'Os COnselhos Regionais de GeógrafosProfissionais, e dá outras providências".Relator: Sr. Luiz Henrique. Parecer(EMENDA DE PLENARIO) Pelaconstitu­cionalidade e [urídteídade da Emenda.Aprovado, unammemente.: As doze horas eItirnta e cinco minutos foi encerrada a,presente reunião e, para constar, eu,Agassis Nylander Brito, servindo como Se­cretário, lavrei a presente Ata que, depois-de lida e aprovada, será assinada pelo Sr.Presidente. - Deputado Luiz Braz.

l.a Reunião Extraordinária da

TURMA "A"

Aos oito dias do mês de abril do ano demil novecentos e setenta e cinco, na salan," 17, do Anexo lI, às dez horas e trintaminutos, reuniu-se esta Comissão em sessãoextraordinária de sua Turma "A", sob aPresidência do Sr. Luiz Braz, Presidente,presentes os Senhores: Djalma Bessa, Go­me, da Silva, Lídovíno Panton, Ney Lopes,Celso Barros, Nogueira da Gama, NoideCerqueira, Henrique Córdova, Luiz Henri­que, Ernesto Valente, Tarcísio Delgado,Jarbas Vasconcelos, Henrique Pretti, Clau­díno Sales, Mcacyr Dalla, Jorge Uequed,Rubem Dourado, Erasmo Martins Pedro,Jairo Magalhães, Silvio Abreu Jr., CantidioSampaio, Joaquim Bevilácqua, Nereu Guidíe Raul Bernardo. Lida e aprovada a Atada reunião anterior o Senhor Presidente es­clareceu os motivos da convocação da pre­sente reunião extraordináriã e comunicouas providências tomadas pela Presidênciacom o i.ntuito de coordenar os trabalhos d<JSSrs. Membros da Comíssâo. Em seguida,f 'Oram apreciadas as seguintes proposições:projeto n.? 12/75, do Sr. Daso Coimbra, que"Institui o Dia da' Bíblia para ser come­morado em todo o território nacional, no 2.0

domingo de dezembro". Relator: Sr. CelsoBarros. Parecer pela constitucionalidade e[urtdícídade. Aprovado unanimemente. 2)Projeto n.? 25/75, do Sr. Adhemar Ghisi,que, "altera a redação do art. 57 da Leina 5.991, de_17 de dezembro de 1973, que"dispõe sobre o controle sanitário do co­mércio de drogas, medicamentos, insumosrarmacéutícos e correlatos, e dá outras pro­vidências". Relator; Sr. Noide Cerqueira.Parecer pela constitucionalidade e [urídi­cídade, com emenda. Aprovado unanime­mente. 3) Projeto n.? 85/75, do Sr. JoãoMenezes, que "dá nova redação ao art. 453da Consolidação das Leis' do Trabalho,aprovada pelo Decreto-lei n.? 5.452, de 1.0de maio de 1943". Relator: Sr. TarcisioDelgado. Parecer pela constitucionalidadee [urídtcídade. Aprovado unanimemente 4)Projeto n.o 23175, do Sr. Wihnar Dallanhol,que "revoga os §§ 1.0, 3.0, 4.° e 5.0 do art.477 da Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decreto-lei n.? 5 452, de 1.0de maio de 1943". Relator: Sr. 'I'arcísíoDelgado. Parecer pela constitucionalidadee [urídícídade. Aprovado unanímemente.5) Projeto n.o 1. 335173, do Sr. Peixoto Filho,que "dispõe sobre a comunicação ao órgãode identificação civil das alterações subs­tanciais das linhas fisionômicas de pessoassubmetidas à cirurgia plástíca e determinaoutras providências". Relator: Sr. TarcísioDelgado. Parecer: (EMENDA DE PLEN4.­RIO) Pela constitucionalidade e [uridícída­de da Emenda. com submenda. Concedidavista ao Sr. Deputado Luiz Henrique. 6)Projeto n.? 29/75, do Sr, Joel Ferreil'a, que"dá nova redação ao art. 474 do Código deProcesso Penal, alterado pela Lei n.? 5 941,de 22 de novembro de 1973". Relator: Sr.Jarbas Vasconcelos. Parecer: pela constí­tucíonalídade e [urídícídade e, no mérito,pela aprovação. Aprovado unanimemente.7). Projeto n,? 4/75, do Poder Executivo, que

1434 Sábado 1~ DURIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Abril de 1915

- Projeto n.? 100175, do Sr. Francisco Ama­ral, que "dispõe sobre medidas comple­mentares à fiscalização de pesca de ca­rater amador".

Ao Sr. Deputado Nereu Guidi

- Projeto n." 108175, do. Sr. Aloísio Santos,que "altera a redação dos artigos 24, 36e 64 da Lei Orgânica da PrevídênaíaSocial".

Ao Sr. Deputado Osmar Leitão

Projeto n,? 102175, do Sr. José de ASsilfl:,que "introduz alterações na Lei n.? 5.45g,de 14 de junho de 1968, que ínstítuít-esistema de sublegenda",

Ao Sr. Deputado Noide Cerqueira

Projeto n.' 109/75, do Sr. Aldo Pagun]..des, que "dá nova redação ao art. ~do Decreto-lei n.o 3.688, de 2 de outu­bro de 1941 (LeI das Contravenções Pe­nais) , dispondo sobre a entrega, con­sumo, venda e uso de bebidas alcoólicas",

Ao Sr. Deputado Rubem Dourado

- Projeto n,? 118175, do Sr. Prisco Vianll-,que "numera o parágrafo único do art.33 da Lei n.o 5.682, de 21 de julho de1971 (Lei Orgânica dos Partidos Polítd­cos) , acrescentando-lhe o parágrafo se"­gundo".

Ao Sr. Deputado Runem Dourado

- Projeto de Deereto Legislativo n." 3/75,da -':::omissão de Relações Exteriores, que"aprova o texto da Convençáo Destina­da a Evitar a Dupla Tributação c Pre­venir a Evasão Fiscal em Matéria deImpostos sobre a Renda, firmada entrea República Federativa do Brasil e oEstado Espanhol, em Brasiüa, a. 14 denovembro de 1974". .

trole governamental, e dá outras pro-vídênclas", " :

- Projeto n,? 967/72, do Sr. Braz Nogueir3,que "dispõe sobre a concessão de eP,i.­préstimos pessoais a empregados p~laCaixa Econômica Federal, mediáifteamortização mensal descontada em ;ro:­lhas de pagamento, e dá outras prçy.i;­dêncías". (Audiência).

Ao Sr. Deputado Miro Teixeira

- Projeto de Decreto Legislativo n." 4175,da Comissão de Relações Exteriores, que"aprova as modificações introduzidas nostextos dos artigos n, Seção 1 (b I, e IV,Seção 3 (b) , do Oonvênío Constitutivodo Banco Interamericano de Desenvol­vimento".

Ao Sr. Deputado Ney Lopes

- Projeto de Lci Complementar n.? 08/75,do Sr. Lincoln Gríllo, que "estabelecenormas para a fiscalização financeira eorçamentária da União pelo Poder EXll:'eutívo". ...

, ,- Projeto n," 50175, do Sr. Jaison Barreto,

que "concede anístía relativa [ COI1t"Í­buíções cobradas pelo INPS em virtude

. de co.sstruçâo da casa própria.".

Brasília, em 10 de abril de 1975. - Agas­sís NYlander Brito, Secretário-Substituto..

COMISSAO DE FINANÇAS

Ata da Quarta Reunião Ordinária,realizada no dia 9-4-1975

As dez horas do dia nove de abril demil novecentos e setenta e cinco, na sala16 do Anexo II da Câmara dos Deputados,sob a Presidência do Deputada HomeroSantos, presentes os Senhores DeputadoJoão Castelo Vice-Presidente, Adriano Va­lente, Antônio Morimo1xJ, Dyrno Pires, Fer~

nando Magalhães, Francisco Bliac Pinto,

Ao Sr. Deputado Cleverson Teixeira

- Projeto n," 94175, do Sr. .José camargo,que "limita o poder de intervenção doMinistério do' Trabalho nos Sindicatos".

Ao Sr. Deputado Djalma Bessa

- Projeto n." 111175, do Sr. Marco Maciel,que "'lltcra o ar". 2.0 da Lei n.? 5.782,de 6 de junho de 1972, que fixa prazopara filiação partidária, e dá outras pro­vídêncías",

- Projeto n," 668/72, do Sr. Laerte Vieira,que "dá nova redação ao art. 144, daLei n,> 3.807, de 26 de agosto de 1960,que dispõe sobre a Lei Orgânica da Pre­vidéncia Social".

Ao Sr. Deputado Erasmo M. Pedro-. Projeto n,? 124175, do Poder Executivo,

que "autoriza o Departamento Nacionalde Estradas de Rodagem a doar áreade terra à Prefeitura Municipal de JoãoPessoa - Estado da Paraíba".

- Projeto n." 114175, do Sr. Eduardo Galil,que "dispõe sobre a fixação de preçospara bares e restaurantes de estabeleci­mentos hoteleiros".

Ao Sr. Deputado João Línhares- Projeto n.? 50/71, do Sr. Francisco Ama-

-ral, que "dispõe sobre o exereíeío da ati-vidade de Condutor Autônomo de Veí­culo RodoviárlO, e dá outras provídên­cías" - Emenda de Plenárío.

- Projeto n.? 882172, do Sr. Freitas Nobre,que "modifica a redação do art. 7.0 daLei n.? 2.591, de 7 de agosto de 1912,que regula a emissão e circulação decheques" - Emendas de plenário:

Ao Sr. Deputado Jairo Magalhães

- Projeto n," 119175. do Sr. Humberto Sou­to, que "estende os beneficios da áreada SUDENE à totalidade dos territóriosjá parcialmente incluidos na zona doPohgorro das Secas".

- Projeto n.? 8.7-A/"I2, (Emendas de Ple­nário) do Sr. Miro Teixeira, que "ccn­cede o direito de purgação da mora nas

. locações residenciais, não amparadaspela Lei n.? 4.494, de 25 de novembrode 1964, que regula a locação ce prédiosurbanos".

Ao Sr. Deputado Joaquim Bevilacqua

Projeto n,? 95175, do Sr. Ruy Côdo, que"torna prévia a obrigatoriedade de :e­conhecimento e autorização para cursossuperiores ministrados em universidadese estabelecimentos isolados constítuíãosem fundações ou associações".

Ao Sr. Deputado Jarbas Vasconcelos

- Projeto -n.o 110/75, do Sr. Padre Nobre,que "dá nova redação à alínea a doart. 17 da Lei n.o 5.540, de 28 de no­vembro de 1968, que fixa .normas deorganização e funcionamento do ensi­no superior e sua artãculaçào com a es­cola média, e determina outras provi­dências".

/1.0 Sr. Deputado Blotta Júnior

/1.0 Sr. Deputado Alceu Collares

- Pl'Ojeto n." 117175, do Sr. Siqneira Cam­pos, que "assegura aos arrendatários delotes rurais do Distrito Federal o direitode optar por sua. compra, regula a ces­são gratuita de terras a pequenos lavra­dores, e determina outras provídências",

"revoga a Lei n.? 602, de 28 de dezembrode 1~48, que dispõe sobre o julgamenco deaptidao para o oficialato dos alunos 0.0Curso Previa e dos 1.° e 2.° anos do CursoSuperior da Escola Naval". Relator: Sr.Ja11'O Magalhães. Parecer pela consntucío­naíídade e iurtdicídade. Aprovado unanime­mente. 8) Projeto n.o 2/75, do Senado Fe­deral, que "íristatui medidas de proteçáoaos bens, não tombados, de valor culturaldo País". Relator: Sr. Erasmo Martins Pe­dro. Parecer pela consutucionancade e [u­rrdícídaoe. Aprovado unanimemente. 9)Projeto n.v 16/75, do Sr. FrancIsco Amaral,que "modifica a redação do artigo da Lein.v 6.171J, de ~1 de 'dezembro de 1974, que"instltUl amparo previdenciarío para maio-

. res de setenta anos de idade c para mvá­lidos" Relator: t::Ir. Jairo Magatrráes, Pa­recer pela mccnstrtucíonalídade. Em 0.105­cussao, discorreram sopre o projeto os 8e­nhores Celso Barros, Runem Dourado, Tar­ClSIO Delgado e Luiz Henrique que SUSLen­taram a constatuctonunuuoe do projete. OSr. Djalma. Bessa manírestou-se tavora­veunence ao parecer do RelaUlr. Concedi­do o pedido ne vista solicitado pelo SennorCraucnno Sales. Adiada a votaçao, O >:lr.Runem Dourado SOI~CltOU ao Sennor Presi­dente Iosse assentado em Ata que, por mo­tivos superiores, ClelXOU de comparecer á.aucaencia com o Sr. Ministro da Justiça. OSenhor Presidente dererru o pedido. Emseguida o Sr. Claudlno Salles, em questaode ordem, solicitou ao Sr. Presidente fosseesiendidc as demais Corníssoes a urscrrtn.i­çào dos pareceres. O Senhor presidente es­clareceu a dificuldade que terá para aten­der ao pedido mas que dispensara o maiorcarinho no sentido de atender à eohcítaçáo.As doze horas e dez minutos, nada maishavendo a tratar o Presidente encerrou apresente reunião e, para constar, eu, All;as­sís Nylander Brito, servindo como Secre­tário, lavreí a presente Ata que, depois delida e aprovada será assinada pelo Sr. Pre­sidente. - Ass, Deputado Luiz Braz, Pre­sidente.

O Senhor Presidente da Comissão deOonstatuíção e Justiça, Deputado Luiz Braz,:fez a seguinte dlstríbuíção, em 9-4-1975:

/1.0 Sr. Deputado Altair Chagas

- Projeto ri.? 1.360-1\173, do Sr. Cardosode Almeida, que "dISpõe sobre discruni­nação, pelo Mmistério", da Agricultura,de regiões para exeeuçao obrigatória deplanos de combate à erosão do solo, ee dá outras providências".

projeto de Lei Complementar n," 15173,Emendas de Plenário, do Sr. Jaíson Bar­reto, que "concede aos trabalhadores :u­raís e seus dependentes o auxilio-reclu­são e o auxílio-natalidade".

Ao Sr. Deputado Lidovino Fanton

- Projeto n:o 104175, do Sr. Israel Dias- Projeto n," 105175, do Sr. .Francis~o.Ama- Novaes, que "acrescenta dispositivos ao

ral, que "acrescenta parágrafo umeo ao _ Código Civil Brasileiro"art. 8.0 da'Lei n.? 5.107, de 13 de setem- .bro de 1966 (Fundo de Garantia do Tem- Ao Sr. Deputado Luiz Henriquepo de Serviço)". _ Projeto n." 107175, do Sr. Silvio Ventu-

Ao ar Deputado Claudino Sales r~li,. que "alter3; disposl~iyos da. lei 01'-. gamca dos Partidos Políticos",

- Prllje1\1l n.o 115/75, do Sr. Joel Ferreira,. . _. que "assegura licença especial aos tra- Ao SI. Deputado Lauro Lertão

balhadorea regidos pela Consolicação das Projeto n." 133175, do Poder Executivo,Leis do Trabalho e determina outras que "dispõe sobre a incidência do Im-pl'Uvidénclas". posro de Renda das empresa.s sob con-

Abril de li.75 mARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 1435

e verificada a existência de "quorum" re­gimental, o Senhor Presidente anunciou quea Secretaria desta Comissão havia elaboradouma pasta contendo esclarecimentos e in­formações úteis sobre os trabalho-s desteórgão Técnico e que o mesmo já se encon­trava frente a cada um dos senhores mem­bros da Comissão. Em seguida, designouescrutínadores os Senhores DeputadosPaulino Cícero e Mário Moreira e iniciou ostrabalhos de vota.cão. Além dos membrosefetivos, votaram também os seguintes su­plentes: Airton Santana, José Machado eGastão Müller. Procederam, então, a aber­tura da urna e a contagem do número desobrecartas, que totaJizou vinte e quatro,que coincidiu com o número de votantes.Encerrada a apuração, o Senhor Presidenteproclamou eleitos os Senhores LysâneasMaciel, como Presidente, José Camargo eGongaza Vasconcelos, Vice-Presidentes. Aseguir, o Senhor Presidente em exercíciofelicitou as lideranças pela escolha dos no­mes e convidou os novos dirigentes daComissão a tomarem assento à Mesa. As­sumindo a Presidência, o Senhor DeputadoLysâneas Maciel agradeceu a seus pares e,em especial, ao Senhor Deputado JorgeFerraz pela maneira elogiosa de como con­duziu os trabalhos desta reunião. Prosse­guindo, o Senhor Presidente ressaltou que OBrasil, a exemplo de outras nacões em de­senvolvimento, "deve libertar-se do controleenergético exercido por grupos estrangeirose assumir uma posição firme de preserva­ção de suas riquezas naturais. Poderá atéditar normas nesse campo, como já fazemalguns países". Aduziu que a preservação'das riquezas naturais dos países em desen­volvímento é uma constante preocupação,sendo necessária ao Brasil uma reorienta­ção nesse setor, objetivando superar a es­cassez de informações sobrr a estruturageológica nacional, -"que vem sendo mani­pulada por elementos estranhos ao Pais".Manifestou, ainda, seu firme propósito deemprestar um maior dinamismo aos tra­balhos deste órgão Técnico. através de umacontribuição mais marcante e decisiva aosetor energético e mineral do Pais, nãocogitando ter preocupação "com ideologias,nem com condutas partidárias, mas apenascom os interesses nacionais", tendo em vis­ta a necessidade de se eliminar, tanto quan­to possivel, a interferência dos grupos inter­nacionais no setor mineral e a de o Brasilsair do estágio de "colônia de extração",pois "economistas insuspeitos, como RaulPrehisch e H.H. Singer, demonstraram quea participação estrangeira na exploração eexportação de minérios, sobretudo petróleo,não só deixou de fecundar a economia in­terna, no sentido de seu crescimento nor­mal, como até se opôs a este cresclrnento ese converteu em agente de extracão derecursos que beneficiaram outras economias,geralmente da origem da inversão". Refe­riu-se, também, à intocabilidade da Petro­brás e defendeu o monopólio estatal dopetróleo, que, no seu entender, foi fator degrande Importância na recente crise decombustíveís, que vem atingindo o mundointeiro, face à alta do preço da gasolina edos demais derivados do petróleo, renovandoo apelo no sentido de que sejam estimuladosos interesses, independentemente de qual­quer natureza de ideologia, visando apenasuma real contribuição a este setor ae tantarelevàncí a atual e futura, possível apenasatravés de uma verdadeira comunhão deesforços. Externou sua satisfação em ver opartido do Governo, a Arena, representadanesta Comissão por valores tão exponen­ciais, citando, inclusive, a prlJsença de cincovice-lideres do Governo; além de um emi­nente ex-Governador, prova inconteste daimportância que efetivamente atribui a esteórgão Técnico. Finalmente, concedeu a pa­lavra. ao Senhor Deputado Jorge Ferraz que

Em 9-4-75

Ao Deputado Nasser Almeida:

Projeto n," 101175 - do Sr. Wilmar Dal­lanhol - Retifica a Lei n.O 6.187, de l6 dedezembro de 1974, que "estima a Receita efixa a Despesa da União para o exercíciofinanceiro de 1975";

nado Federal. Relator: Deputado PedroCarola. Parecer: Favorável. Em discussãoo projeto, usaram da palavra os SenhoresDeputados Francisco Amaral, José Costa,Nelson Ms.rchezan, Nereu Guidi, SiqueiraCampos, Argilano Dario, Adhemar Ghisi,Frederico Brandão, Luiz Rocha e MarceloGato. l~m votação. Aprovado o Projeto nostermos do parecer favorável do Relator,tendo o Senhor Deputado Adhemar Ghisivotado com restrições. Nada mais havendoa tratar, o Senhor Presidente encerrou ostrabalhos às onze horas e quarenta mínu­tos. E, para constar, eu, Nelson Oliveira deBcuza, lavrei a presente ata que, depois delida e aprovada, será assinada pelo SenhorPresidente.O Presidente da Comissão de Trabalho eLegislação Social, em reunião de 9-4-75, fez

a seguinte distribuição:

Ao Senhor Deputado Argilano Dario:

Projeto n,? 987172 - que "autoriza oaproveitamento dos cegos no Serviço Públi­co e Privado, e dá outras providências".

Autor: Sr. Deputado Rubem MedinaAo Senhor Deputado Nereu Guidi:

Mensagem n.o 256174 - que "submete2. consideração do Congresso 'Nacional otexto da Recomendação n.? 131, adotadapela 51." Sessão da Conferência Internacio­nal do Trabalho, em 1967, relativa a "apo­sentadoria por invalidez e por velhice epensões por morte".

Autor: Poder Executivo

COMISSAO Dl'~ FISCALIZAÇAOFINANCmRA E TOMAUA

DE CONTAS

DISTRIBUIÇAO

COl1USSãO DE SEGURANÇA NACIONAL

Distribuição feita pelo Senhor Presidente,Deputado ítalo Oonti

Em 10-4-75

Ao Senhor Deputada Paulo Studaxt:Pl'Ojeto n.o 4175 (Mensagem n.? 34/75),

do Poder Executivo, que "revoga li Lein.? 602, de 28 de dezembro de 1948, quedispõe sobre o julgamento de aptidão parao oficialato dos alunos do Curso Prévio e.dos 1.0 e 2.° anos do Curso Superior da_Escola .Naval".

COMISSãO DE MINAS E ENERGIAAta da l.a Reunião Ordinária

realizada em 12-3-1975

As dez horas e trinta minutos do dia dozede março de mil novecentos e setenta e cin­co, reuniu-se a Comissão de Minas eEnergia, com a finalidade de eleger seuPresidente e Viee-Presidentes., Comparece­ram os Senhores Deputados Jorge F'erraz,-Gonzaga Vasconcelos, Jutahy Magalhâes,Antônio Ferreira, ,João Pedro de CarvalhoNeto, Alacíd Nunes, Pedro Lauro Doma­radzkl, Aírton Soares, José Camargo, NelsonThibau, Paulino Cicero, Alberto Hoffmann,Newton Barreira, Marco Maciel, PriscoViana, Hélio Levy, José Machado, MárioMoreira, Lysâneas Maciel" Francelino Pe­reira, Yasunori Kunigo, Aécio Cunha, Gas­tão Müller, Luiz Rocha, Djalma Bessa, Ru­bem Dourado, Walmor de Luca e RafaelFaraco. Abertos os trabalhos sob a Pre­sídêncía do Senhor Deputado Jorge Ferraz

,:Hélio Campos, João Vargas, Antônio José,Athlê Ooury, Epitácio Cafeteria, Gomes doAmaral, Jorge Vargas, Mário Monrlino,Nunes Rocha, Moacyr Dalla, Ribamar Ma­cf.lado, Temístocles Teixeira, Odacir Klein,Jqá'o Menezes, Milton Steinbruch, RobertoCarvalho, Ruy Côdo, Theodoro Mendes,Fi:orim Coutinho e Dias Menezes, reuniu-sefi Comissão de Finanças. A Ata da reuniãoanterior foi aprovada por unanimidade semr~t,rições. Ordem do Dia: Emendas de Ple­nacío ao Projeto n,? 3.169-A/65, do SenhorRui Amaral, que "disctplína a outorga depensão aos beneficiários dos segurados daPrevidência Social". Relator: DeputadoAthiê oourv. Parecer: pela rejeição dasEmendas de Plenário, aprovado por unani­midade. Vai à Coordenação de ComissõesIlarmanentes. O Senhor Presidente subme­tl!\u à Comissão pedido do Deputado Fer­nando Magalhães, Relator do Projeton v 3.945/66, do Senhor Tufy Nassíf, que"dispõe sobre a emissão e circulação de che­ques, harmonizando-as com a Convençãode Genebra concernente à Lei UniformeRelativa ao Cheque, consolida a legislação.11igente, e dá outras providências", no sen­trdo de reiterar ao Ministério da Fazendasolicitação de audiência sobre a matéria.Aprovado por unanimidade. A seguir o Se­)3Jhor presidente anunciou haver marcado(Jõm o Senhor Ministro' da Fazenda, au­ldiência para os membros da Comissão parao próximo dia dezessete, às doze horas.Encerramento: ÀS, dez horas e quarentaminutos, nada mais havendo a tratar, eu,-Panlo José Maestrali, Secretário, lavrei afIilresente Ata que, depois de lida e aprovadaserá assinada pelo Senhor Presidente.

". DISTRIBUIÇAO.Em 7-4-75Ao Deputado Márió Mondino:

P"ojeto n,? 478/71, do Senado Federal,. que "dispõe sobre o cálculo de ramuneraçàoJ que se refere a Lei n.? 4.090, ãe 13 derulho de 1962, que institui a gratificação4e Natal para os trabalhadores.

Em 10-4-75

Ao Deputado Ribamar Machado:. Projeto n.? 2.037164, do Sr. Geraldo Frei­-re que "modifica o art. 53 da Lei de Aci­dentes do Trabalho (Decreto-lei n.o 7.036,de 10-11-44)".

COMISSÃO DE TRABi\,LBO ELEGISLAÇãO SOCIAL

Ata da 4.a Reunião Ordiná.ria da OitavaLegislatura, realizada em 9 de abril de 1975

Às dez horas do dia nove de abril de.míl novecentos e setenta e cinco, reuniu-se.a Comissão de Trabalho e Legislação So­.cial, Anexo II da Câmara dos Deputados,sob a Presidência do Senhor DeputadoWilson Braga. Compareceram os SenhoresDeputados: Adhemar Ghisi; Nereu Guidl,l'\lvaro Gaudêncío, Eduardo Galil, lbl'ahinAbi-Ackel, Nelson Marchezan, Osmar Lei­-tâo, Luiz Rocha, Pedro Carola, RaimundoParente, Siqueira Campos, Vicente Vuolo,Wilmar Dallanhol, Carlos Cotta, AloisioSantos, Getúlio Dias, Francisco Amaral,Frederico Brandão, Joel Lima, JoIlé Maurí­cio. Jorge Moura, José Costa, Marcelo Gato,Otávio Ceccato, Rosa Flores, Hélio Mauro,Lígia Lessa Bastos, Rezende Monteiro, Fer­nando Cunha, Gamaliel Galvão e Peixoto-B'ilho. Deixou de comparecer o Senhor"Deputado Cid Furtado. Havendo númeroregimental, o Senhor Presidente deu por.inícíado os trabalhos. Lida e aprovada a.ata da reunião anterior. Ordem do Dia:Projeto n.? 1.839/74, que "altera a redaçãodo art. 11 da Consolidação das Leis do

• Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.o'5.452, de 1.0 de maio de 1943". Autor: Se-

1436 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NAÇIONAL (Seçio I) Abril de"1975

solicitou da Presídêneia fosse tomada algu­ma providência no sentido da realização deuma homenagem 9..ue marcasse o ano decentenário de nascimento do PresidenteArthur Bernardes, Também usou da palavrao Senhor Deputado Paulino Cícero, que fezum breve e elogioso retrospecto do trabalhodesenvolvido pelas Presidências anterioresdesta Comissão e congratulou-se com seuspares pela eleição dos novos Presidente eVice-Presidentes, augurando-lhes uma pro­fícua gestão. Agradecendo, inclusive emnome de seus Vice-Presidentes, o SenhorPresidente ratificou as palavras do SenhorDeputado Paulíno Cícero e convocou osmembros desta oomísãc para a próximareunião ordinária. E, para constar, eu, Te­resíriha de Jesus Versiani Pitangui, Secre­tária, lavrei a presente Ata que, depois delida e aprovada, será assinada pelo SenhorPresidente.

Deputado Lysâneas Maciel - Presidente.

COMISSãO DE REDAÇãO

Ata da 3." Reunião Extraordinária, da L"Sessão Legislativa da 8.a Legislatura,

realizada em 9 de abril de 1975.

As dez horas e cinco minutos do dia novede abril de mil novecentos e setenta e eín­00, reuniu-se extraordinariamente a Co­mtssão de Redação, na sala quatorze doAnexo Dois da Câmara dos Deputados. Es­tiveram presentes os Senhores DeputadosDlogo Nomura, Presidente; Furtado Leíte,Vice-Presidente; Alcír Pimenta, AntônioBresolin e Altair Chagas. Lida, foi aprovadaa ata da reunião anterior. A seguir, foramlidas, discutidas e aprovadas, nos termosdo parecer do Relator, Senhor DeputadoAlcir Pimenta, as Redações Finais do Pl'O­jeto de Decreto Legislativo n ú m e r ol-BI1975, da Câmara dos Deputados, que"aprova decisão do Presidente da Repúblicaque ordenou a execução do ato que concedeureajustamento de proventos do servidoraposentado Darcy dos Santos Ribeiro, Te­soureiro-Auxiliar do Quadro de Pessoal daMarinha"; e, do Projeto de Lei n.o1.507-B/1973, da 'Câmara dos Deputados,que "estabelece normas para a prática di­dáücc-ctentiücu da vivissecção de animaise determina outras providências". As dezhoras e quinze minutos, nada mais havendoa tratar, o Senhor Presidente encerrou ostrabalhos. E, para constar, eu, José LyraBarroso de Ortegal, Secretário, lavrei _apresente ata que, depois de lida e achadaconforme, será assinada pelo Senhor Pre­sídente. .

Deputado Diogo Nomura, Presidente.

COMISSAO DE ECONOMIADISTRIBUIÇãO N.o 3/75

Efetuada pelo Senhor Presidente DeputadoAldo Fagundes

AO SENHOR DEPUTADO VIANA NETOEm 3-4-751. projeto n.O 2.290-A/74

Substitutivo oferecido em Plenário aoProjeto de Lei n,v 2.290-A, de 1974, que"dispõe sobre a contratação de seguros semexigências e restrições previstas na Lei n.o4.594, de 29 de dezembro de 1964".

Autor: Poder Executivo.AO SENHOR DEPUTADO ANTONIO CAR­LOSEm 4-4-751. projeto n.O 105-A/71

Emenda l!e Plenário ao Projeto de LeiD.o l05-A, de 1971, que "Modifica o artigo379 do Decreto-lei n.? 5.452, de 1.° de maiode 1943, que "aprova a Oonsoltdação dasLeis do Trabalho."

Autor: Deputado Jaison Barreto.

AO SENHOR DEPUTADO CARLOS WILSON2. Projeto n.? 8175

Altera o parágrafo 1.° do artigo 22 da Lein.? 4.229, de 1.° de junho de 1963, que trans­formou o DNOCS em autarquia.

Autor: Poder Executivo.

Ao Senhor Deputado AUGUSTO TREIN:,Em 7-4-751. Projeto de Decreto Legislativo n.o 3175

"Aprova o texto da Convenção Destinadaa Evitar a Dupla Tributação e Prevenir aEvasão Fiscal em Matéria de Impostos sobrea Renda, firmada entre a República Fe~

deratíva do Brasil e o Estado Espanhol, emBrasília, a 14 de novembro de 1974".

Autor: Comissão de Relações Exteriores.(Mensagem n.o 30/'15)

IAo Senhor/ Deputado FERNANDO GON­ÇALVES:

!2. Projeto de Decreto Legislativo n.> 4175

"Aprova as modificações introduzidas nos,textos dos Artigos n, Seção I (b) , e IV,Seção :I (b), do Convênio Constitutivo doBanco Interamericano de Desenvolvhnen-~~ -

Autor: Comissão de Relações Exteriores.(Mensagem n.? 31/75)Brasilía, 8 de abril de 1975. - Delsuíte

Macêdo de AveIar VilIas Boas, Secretária. -

COMISSãO DE ECONOMIA, INDúSTRIAE COMÉRCIO

Ata da 2.a Reunião Ordinária Plena,,realizada em 2 de abril de 1975

Aos dois dias do mês de abril de milnovecentos e setenta e cinco, às dez horase quinze minutos, realizou-se a segundaReunião Ordinária da Comissão de Econo­mia, Indústria e Oomércío, presentes osseguintes Senhores Deputados: Aldo Fa­gunríes, Presidente, Santilli Sobrinho, Vice­Presidente da Turma "A", José Haddad,Vice-Presidente da Turma "B", Igo Losso,Fernando Gonçalves, A.H. Ounha Buenó,Amaral Furlan, Harry Sauer, João clí­maeo, Vieira Lima, Carlos Wilson, João Ar­ruda, oenervíno Fonseca, Henrique có,r­dava, Angelíno Rosa, Moreira Franco, Am~'::ra.l Netto, José Thomé e Rubem Me­dina. ATA: Foi lida e aprovada a a'tada reunião anterior. Distribuição: O Se­nhor Presidente dá conhecimento aosSenhores Deputados da distribuição de umaproposição, nos seguintes termos: Ao Se­nhor Deputado Rubem Medina, Projeto n. o582/72 - "Torna obrigatória a realíançãode, sessões cinematográficas, de censrtralivre, no horário vespertino dos sábadoS; edomingo, entre 16 e 18 horas em todo o ter­ritório nacional, nos estabelecimentos dogênero". Comunicação: O Senhor Presi­dente comunica aos Senhores Membros odeferimento do Ofício n.? P-17/75, que so-

-lícita providências para que seja convidadoo Senhor Ministro da Fazenda, ,ProfessorMárío Henrique Simonsen, a fim de quepronuncie palestra sobre a. nova Lei deComércio do Governo dos Estados Unidos,e suas repercussões na economia nacional.Nada mais havendo a tratar, às dez horase vinte e cinco minutos, o Senhor Pre­sidente encerra a reunião. Para constar,eu, Delzuite Macêdo de Avelar VílIas Boas,Secretária, lavrei a presente ata que, depoisde lida e aprovada, será assinada peloSenhor Presidente.

TERMO DE REUNIAO'A Comissão de Economia, Indústria e

Comércio deixou de realizar a sua 3." Reu­nião Ordinária, desta legislatura, por faltade matéria. '

Oompareceram os Senhores DeputadosAldo Fagundes Presidente, Santilli Sobri­nho e José' Haddad, Vice~Presidentes,Genervino Fonseca, João Clímaco, RubemMedina Henrique Córdova, Antônio Carlos,Viana Neto, Fernando Gonçalves, AngelínoRosa, Vieira Lima, Harry Sauer, Igo LosSO,José Thomé, Amaral F'urlan e José Marão.

Brasília, 03 de abril de 1975. - DelzuiteMacêdo de Avelar Víllas Boas, SecretáriA.

Abril de 191.5 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 12 143'

MESA LIDJERANÇAS

Presidente :Célio Borja - ARENA

1."-Vice-Presidente:Herbert Levy - ARENA

2.°-Viee-Presidente:Alencar Furtado ...,... .MDB

l."-Secretário:OduJfo Domíngnes - ARENA

2."-Secretario:Henl'iqu~ Eduardo Alves - MDB

3.o-Secretário:Pinheiro Machadn - ARENA

4.o-Secretario:Lêo Simões - MDB

SUPLENTES'

Júlio Viveiros - MDBLauro Rodrigues - MDBUbaido Harém - ARENAAntônio Florêncio - ARENA

ARENA - MAIORIA

Líder:José Bonifáeill

Vice-Lideres:

João Línhares

Alipio CarvalhoJorge VargasJosé AlvesJairo MagalhãesParente FrotaAlron RiosBlotta JuniorMac.edo Unhares

.yasco NetoLuiz RochaParsiIal B"rl'usoAdhemar GhisiCantídio Sampaio

MDB - MINORIA

Líder:

Laerte Vicil'a

Vice-Líderes:

Alceu Cofiares

Fernando Lyra

Figueiredo Correia

Freitas Nobre

Getúlio Dias

Guaçu Piterl

Israel Dias Novaes

João M'enezes

JOel Ferreira .

Marcondes Gadelha

Padre Nobre

Peixoto Filho

DEPARTAMENTO DE COMiSSÕES MDB 3) COMISSAO DE COMUNICAÇÕES

COMISSOES PERMANENTES

1~ COMISSÃO DE AGRICULTURA E POUTICARURAL

Edison BonnaJorge Arbage

Magno Bacelar

Minoro Mlyamoto

Oswaldo Zanello

Maurício Leite

Norberto 8chmidtOssían Ararípe

Vieil'a da Silva

Freitas NobreJorge Paulo

José CamargoJúlio ViveirosMário Frota

MDB

ARENA

ARENA

Suplentes

REUNIõES

Dias MenezesGetúlio DiasJoão GilbertoJoel Ferreira

Quartas e quíntas-feíras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 6 - Ramais; 653 e 654secretária: Yole Lazzarinl

Abel AvilaAntônio Ferreira

Arnaldo Busato

Augusto Trein

Blotta Junior

'-"resIdente: Humberto Lucena - MDB

Vice-Presidente: JG de Araújo Jorgll - MDB

Vice-Presidente: Gioia J=ior - ARENA

Titulares

Aluizio ParaguassuAurélio CamposEloy Lenzi

Alair Ferreire.

Correia Lima

Dib Chetem

Ferreira Lima

Gerson Camata

Jorge UequedSilvio Abreu Júnior

Gabriel HermesJoaqrum GuerraMurílo RezendeUbaldo Barêm

Jaison BarretoMilton SteinbruchVago

F'Iávio GiovineNma RibeiroParsrtal Barroso

Moreira FrancoOsvaldL BUSKeiPedro LaU1'(lRoberto CarvalhoSebastião RodriguesYasunori Kumgo

MDB

MDB

ARENA

Suplentes

ARENA

Antônio FIorêncioAry ValadãoBatista Mira_1daEdison Bonna

Alberto IJavina~Exp<>ditO Zanott,iJanduhy Carneü'o

Titulares

2) COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

REUNIÕES

Quartas e quintas-ferras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 11 - Ramal 621Secretária: Eni Machado Coelho

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal. Anexo II - Ramal: 766Secretário; Zorando Moreira de Oliveira

Ar! KffuriCélio Marques

E'ernal1de~

oo-reía LimaDíogo Nomura

Abdon GonçalvesDias MeneJlesFrancisco AmaralHéllo de Aimel.:la

REUNIõES

Presidente Brigido Tinoco - MDBVice-PresIdente: Fernando Cunha - MOl~

Vice-Presidente: .rarrnunc Nasser - ARENA

EI()~ LenziErnesto de MarcoIturrvaí NascnnentoJos;' .\1:auricicJuarez BatistaMilton S\;'!illbrl1eh

Jorge Varga/iJosé de AssisMauricio LeiteMenandro MinahimPrisco VianaRuy BacelarSinval Boaventura

Celso C~'alho

Elcivai CmadoFerraz EgrejaGeraldo BulhõesHenrique BritoMelO Freirevasco Amaro

MDB

José MandelliJuarez Ber.lardesNelson MaeulanRenato AY,eredoVinicius Cansanção

Suplentes

ARENA

Presidente: Pacheco Chaves - MDB

Turma A

Vice-Presidente: Antônío Annibelli - MDB

Turma HViee-Presidente: Manoel Rodrigues - ARENA

Titulares

AdENA

Turma B

Alcides FranciscatoAntônio UenoBatista MirandaBlao F.:.rtesF,'ancÍ8Co Bilac PintoHoráciO MatosInocêncio Oliveírs,Joaquim Coutinho

Alvaro Dias4ntônio BresolinFrancisco !hl:lardoniGUl>I}U PrteríHenrique Cardoso

~~aulo RochaLocal: Anexo II - Ramal 661

Coordenação de Comissões Permanentes

Geny xavier MarquesLocal: Anexo II - Telefones: 24-11179 e

24-4805 - RamaIs: 601 e 619

,Turma A, AleJ':andre MachadoAntônio GomesBenedito CanellasCardoso de Aimei .aHumberto SoutoJo5.o DurvalJnvêncio Dias,

1438 Sábado U BURlO no CONGRESSO NACIONAL (Sflilão I) Abril de 19'75

Marco MacielNewton BarreiraPaulíno oiceroPriscO VianaRafael FaraeoUbaldo Co.rrêl\

MOB

VagoVagoVagoVago­Vago

Manoel NovaesMinoro Miyamo!;QNosser Almeida.Oswaldo zanenoRicardo FiúZa'I'heôdulo Albuquerque

MDB

Júlio ViveirosMagnus GuimarãesMarcelo MedeÍl:OS

- Peíxoto F'ilhoWalber Guímarâes

MDB

SUl'lente.s

ÀRENA

MarãoFl1hOMelo FreireNelson MarchezanJacob Cll.1'oloPedro ColínRaimundo DlnizWilson Braga

Suplentes

ARENA

João CasteloLauro LllItâoLomanto JüniorMw:celo LínharesMáJ'io MondinoWanderley MarizWilson FalcãoVago

Dias Mene2lellFlorim CoutinhoJosé Bonifácio NetoVago,VagoVago

REUNIõESQuartas e Quintas-feiras às 10 horas, ti!Local: Anexo II - Sala 16 - Ramais 643 e MSsecretário: Paulo José Maestralli.

.l\.rlindo KlmzlerEurico RibelrOFurtado LeiteGabriel HermesJorge ArbageJOsias Leite

Airton Sa.ndovalDias MellezesErnesto de MarcoJ ader Bll.rblillloJOSé Bonifácio Neto

AlUizio ParaguassuAntônio CarlosMarcelo MedeirOllVagoVagoVago

8) COMISSÁO DE flSCALlZACAO fINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS •Presídente: Aloerto Hoffmann - ARENA

Vice-Presidente: Gastão MüIlett - ARENAVice-Presidente: Walter Silva - MDB

Titulares

ARENA

Aécio CunhaAlvaro ValleDarnflio AyresFernando GonçalvesFreitas GarciaGeraldo Freire

9) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Aécio CunhaAlacid NunesAntônio' Ferl'eiraHélioLevy .Horâcío MatosJoão PedroJutahy Magalh!ies

REUNIõES

Quartas e Quinta.s-!eirllS às 10 horas.Local ; Anexo II - Sala 2 - Ramal 665.Secretário: Wílson Ricardo BllIrbosa Via.nllll.

Presidente: Lysâneas Maciel- MDBVice-PresIdente: Jose Camargo - MDB j

Vice-Presidente: Gonzaga Vasconoolos- ARENA.

"_'itull'res

ARENA

Alair FerreiraAngelíno RosaAntônio FlorêncioArlindo KumtlerCarlos WilsonCelso CarvalhoJoão ClnnacoJosias Leite

Epitácio CafeteiraJoaquim BevtlacquaJosé Ca.r1os Teixeira

- VagoVagoVagl)

Juarez BatistaNelson MacU1A1lOtávio oeccatoRuy CôdoVinicius Cansanção

Turma B

Jorge VargasMário MondmoMoacyrDaUaNunes RochaRibamal' Machado'I'emístocles Teixeira

João MenezeaMilton StelDhrllchOdacir KleinRoberto CarvalhoRuy CôdoTheodoro Mendea

MDB

Genival TourinhoHildél'lcO OííverraJoãO GilbertoJosé Maria de CarvalhoNadyr Rossetti

MDB

MDB

Suplentes

ARENA

Nosser AlmeidaOssian ArarrpePaulo FerrazRafael FlIl'llCOSylvio Venturolll'I'emíatocles TClxeiraValélio RodrIgues

Flexa Ribeiro - ARENA.Salvador Julianelli - ARENAOlivir Gabardo - MDB

Titulares

ARENA

Leur LomantoLygia Lessa BastosMagna BacelarManoel de AlmeidaMenandro MinahimRômulo Galvão

Airton SoaresAlcir PimentaAntônio MoraisDaniel SilvaEdgar MartinsFigueiredo Correia

REUNIOES

Quartas e Quintas-feiras às 10 horas,Local: Anexo TI - Sala 4 ~ Ramal 631.Secretária: Delzuite Macedo de Avelar Villas

Boas.

PresidenteVice-PresldenteVice-Presidente

Amaury MüllerAntônío PontesFel'nando GamaFrancisco AmaralJader BarbalhoJorge Uequed

Alvaro ValIeBraga RamosDareího AyresDaso CoimbraGeraldo FreireHélio MaUl'OJosé Alves

6) COMISSAO DE EDUCAÇÁO E CULTURA

AntÔJlio MarizGOmes da SilvaHydekel FreitasJairo MagalhãesJutahy MagalhãesLuiz BrazNey LopesNorton Macedo

Antonio JoséAthiê OOuryEma.nuel WaissmannEpitácio CafeteiraGomes do Amaral

Turma A

Adriano ValenteAntonio MarimotoDyrno PiresFernando MagalhãesFranCISCo Bilac PintoHélio CamposJoão Vargas

MDB

Alvaro Dias Lauro Roct:iguesAntunes de Oliveira. Lincoln GrílloArgflano Dario Magnus Guimarã-esExpedito Zanotti Octacílio AlmeidaFrancisco Amar~ Paulo MarquesJG de AraÚJO Jorge Theodoro Mendes

REUNIõESQuartM-feiras, às 10 horas.Local: Anexo TI - Sala 9 - RllI1na.l 639.Secretária: Marta Clélia Orrico.

1) COMISsAo DE FINANÇASPresidente: Homero Santos - ARENA

Turma AVlce-Preliidente: João Castelo - ARENA

Tunna BVice-Presidente: Pedro Faria - MDB

Titulares

ARENA

MDBJa.~bas VasconcelosJoaquim BevilacquaLuiz HenriqueLidovino PantonMiro TeixerraRubem Dourado

Turma BAmaral' F'm'lanAUguS'to TreinCarlos WilsonHenrique CórdovaJoão CllmaeoViana NetoVieü'a Lima

MDBGenervino FonsecaJoão ArrudaMarcondes GadelhaRubem Medina

MDBJosé Bonifácio NetoJosé MauricioNadyr Ros.'lCttiSérgio MurilloSílvio Abreu JúniorWalher GuimarãesWalter Silva

SuplentesARENA

Hugo NapoleãoHumberto SoutoJanuádo FeitosaPaulíno oíceroRicardo J!'íúZaRogério RégoUlisses Potiguar

SuplentesARENA

Moacyr DallaNereu GuidiNcgueíra de RezendeOsmar LeitãoParente :FrotaRaimundo ParenteRaul BernardoViana Neto

4) C:OMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTIÇAPresidente: Luiz Sl'aII - ARENA.

TURMA nA"Vice-l'residente: Djalma Bossa - ARENA.

TURMA nB"Vice-l're~dente: Nogueira da Gama - MDB

J.'ít_l::,resARENA

Turma BBlotta JuniorErnesto ValenteJosé EallyLauro LeitãoNey LopesNorton MacedoTheobaldo BarbOsa

Turma AAltair ChagasAntônio MarizCantidio SampaioClaudíno SalesCleverson TeIXeiraGomes da SilvaJa.iro MagaltláeSJoão Lmnares

Alceu CollaresCelso BarrooErasma Martins PedroNoiae oerquerral'etl'õmo FigueiredoSebastião RodrIguesTarc1sio Delgado

Femallllo CoelhoFigueiredo CorreiaFra.ncisco StudartHumberto LucenaJader BarbalhoJoão GilbertoJ orge TIequed

Antõnio (111.1'105Harry SauerJosé ThoméMoreira F'rancoTancredo NeVe<!

AírDn Rios •Alexandre MachadoAltair ChagasCardoso de AlmeidaCleverson Teb<eiraDyrno PíresFari/l. LínUl.

5) COMISSÃO DE ECONOMIA, IND(iSTRIA ECOMeRCIDPresidente: Aldo Fagundes - MDB

Turma AVice-Pl'esidente: Santllh Sobr.ínho - MDB

TU1'ma BVice-Presidente: José Haddad - ARENA

TitularesARENA

REUNIõESQuartas e Quintas-feiras às 10 horas.Locaol: Anexo TI - Sala 17 - Ramal 626.Secretária: Snvia Barroso Martins.

Turma AA. H. Cunha Bueno-Amara). NettoAngelina RosaFernando GonçalvesIgo LossoMarão Filho

Antônio MarimotoDib ChoremEduardo Galil

" Gonzaga vssconceioeHenrique CórdovaHenrique PrettíHomero S'an.tosIgo L06SOJarmund Nasser

Abril de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção ]) Sábado 12 1431

Suplentes Suplentes

MDB

VagoVagoVago

ARENA

Humberto Bezerra.Newton BarreiraRibamar MachadoTeotônio NetoVieira Lima

Quartas e Quintas-feiras às 10 horas.Local: Anexo Ir - Sala 13 - Ramais 688e 689.Secretário: Walter Gouvêa Costa.

Alaeid NunesBaldacci FilhoBento GonçalvesFlávio MarcilioFrancisco Rollemberg

Aldo FagundesAluizio ParaguassuDias MenezesJG de Aroojo Jorge

REUNIõES

José CamargoMagnus 3:UJmarãesPaes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio Murillo

MDB

ARENA

Hermes Mac&loJoão VargasJuvêncio DiasLeur LomantoMarco MacielNorberto scnmtdtPaulo StudartV.'aldomiro GonçalVell

Aldo FagundesAntunes de OliveiraAntônio MoraisDaniel SilvaDias MenezesJoão Menezes

Adhemar GhisiAlvaro GaudéncioAry ValadâoCunha BuenoFernândo MagalhãesFlexa RibeiroGeraldo GuedesGerson Camata

hpJB

Nelson ThibauPedro LauroWalmor de LucaYasun6r:i Kunigo

MDB

Suplentes

ARENA

JOlléMachadoLins e SilvaLuiz àoohaSiqueira CamposVingt lUJ6adoWllmar DallanholVago

Israel Dias NovaesJerônimo SantaMJorge FerrazMarcos TitoMário Moreira

Alberto HoffmannAmaral NettoBenedíto CanellasDj!ilma BessaFerraz EgrejaFrancelin~ PereiraGastão Müller

MDB

Altail' Chagas

10) COMISSAO DE REDAÇAO

11) COMISsAo DE RELAÇõES EXTERIORES

José CostaPedro LucenaThales RamalhoVago

Manoel -de AlmeIdaMauro SampaioRômulo GalvãoTheobaldo BarbosaVieira da SIlva

Paulo FerrazUbaldo BarémVasco NetoValdomiro GonçalvesWamderley MarIZ

Nereu Guid!Osmar LeitãoRaimundo ParenteSiqueira CamposVicente VuoloWilmar Dal1anhol

MDB

MDBJorge MouraJosé CostaJoSé -MaurICioMarcelo GatoOtávro CeccatoRosa Flores -

MDB

Gamalíel GalvãoJoel Perreh-a :Lauro Rodrigues

Suplentes

ARENA

Titulares

ARENA

Antônio AnnlbelliDias MénezesErasmo Martins PedroFreitas Nobre

Adhemar SantiloAntônio PontesFernando Coelho

14) COMISSÃO DE SERViÇO POBLICO

Presidente: Wilson Braga - ARENAVice-Presidente: Víngt RosaKlo - ARENAVice-Presidente: Argilano Dario - MDB

Titulues

ARENA

15) COMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAOSOCIAL

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioCid FurtadoEduardo GalflIbrahím Ab! AckelJacob CarolaLuiz RochaNelson Marchezan

Agostinho RodriguesAmaral FurlanCid FurtadoClaudino SalesErnesto ValenteEurico Ribeiro

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10 horas.Locaol: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694.Secretário: Hélio Alves Ribeiro,

Aloisio SantosCarlos CottaFrancisco AmaralFredel'lco BrandãoGetúlio DiasJoel Lima

Ary KffuriFrancelmo PereiraFreitas GarciaGeraldo· GuedesHumberto Bezerra

Presidente: Paes àe Andrade - MDBVice-Presidente: Sérgio Murillo - MDBVIce-Presidente: Raul Bernardo - ARENA

MDB

MDB

Osvaldo Buslrei. Pedro Lucena

Walter de Castro

ARENA

João AlvesMauro SampaioValério Rodl'lguesUlisses PotaguarWilson Falcão

;3uplentes

ARENA

Manoel NovaesParsifal BarrosoSalvador .rutíanelnTheódulo AlbuquerqueVago

Antônio BelínattiAntLUles de OliveiraFlorim Coutinho

Adríano ValenteBraga Ramos.Daso CoimbraHenrique BritoJoão DurvalJoSé Alves

Presidente: ítalo Conti - ARENAVice-Presidente: Célio Marques Fernandes

ARENAVice-Presidente: Ruy Lino - MDB

Titulares

ARENA

Agostinho Rodrigues Parente FrotaAlipio Carvalho Paulo StudartJanuário Feitosa Sylvio VonturolliNuneli Leal Sínval Boaventura

MDB

J osé Carlos TeixeiraLincoln Glill0 -Ney Ferreira

A'bdon GonçalvesLeôniclas SampaioOdemír Furlan ,

Adernar PereiraAiron RiosDiogo NomuraFrancisco RollembergIrioeêneío Oliveira

13) (OMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

REUNIõES

QullXtas-feiras, às 10,30 horas.Local: Anexo n - Sll,la 1 - Ramal 677S€cretária: sylvia ourí Kramer Benjamin do

Canto.

12) COMISSÃO DE SAúDE

Presidente: Fábio Fonseca - MDBVice-Pl'esiclente: Jaison Barreto - MDBVice-Presidente: Navarro Vieira - ARENA

Titulares

Athiê Coury Líncoln GrflloCarlos Cotta Marcondes GadelhaJanduhy Carneiro Walmor de LucaJoaquim Bevilacqua Vago

REUNIõES

QWlJ'tlUl e Quintas-felrns às 10 horas.Local: Anexo n - Sala 10 - Ramal 682.Secretária: Inâ Fernandes Costa.

João CunhaMac Dowcl Leite

de CastroPadre NobrePaulo MQrquesThalell Ramalho

Lauro RodriguesRubem DouradoSílvio de Abreu JúniorVagoVago

Titulares

ARENA

Murilo Bada,róNogueira de RezendePassos PôrtoPedro ColinRaimundo DinlzRogériO RêgOTeotônio Nl'to

MDB

AdhemllX Santillo'Âltton SoaresDias Men'fzesFrederico BrandãoJorge MouraJosé Carlos Teixeira

REUNIOES

Quartas e Quintas-feiras às 10,30 horas.Local: Anexo n - Sala 7 - Ramal 660.Secretário: Luiz de qliveira Pinto.

MDB

Henrique Cardoso Vago

REUNIOES

Quartas-feiras às 10 horas.Local: Anexo II - Sala 14 - Roonal 673.Secretário: José Lyra Barroso de OXtegal.

ARENA

Prisco Viana Theobaldo BarbosaRibamar Machado

Alcir Pimenta. Antônio BresoUn

Juplentes

Presidente: Flávio Marc1lio - ARENAVice-Presidente: Joaquim ooutínno - ARENAVice-Pl'esidente: Jairo Brum - MDB

Presidente: Diogo Nomura - ARENAVice~P,residente:Furtado Leite - ARENA

Titulares

ARENA

Antônio UenoBras FortesFaria LimaHugo NapoleãoJOSé MachadoLins e SilvaMarcelo LinhllXes

Adalberto CamargoAno TheodoroCarlos SantosCotta Barbosa:Fernando GamaFrancisco studart

1440 Sábado 12 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1915

16} COMISSÃO DE TRANSPORTES

Quartas e Quintas-feiras às 10,30 horas,Local: Anexo II - Sala 5 - Ramal 696.Secretário; Carlos Brasil de Araújo,

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPORÁRIAS

S,eQâD de Oomíssões de Inquérito

Chefe: J1\lrO Terezinho Leal ViannaLocal: Anexo li - Ramais: 609, 610 e 612

VagoVago

MDB

Juarez Bernardea

Lauro LeitãoPedro Colm

,MDB

Eloy LenziJaison Barreto

Suplentes

ARENA

Hermes MacêdoVasco AmaroWilmar Dallanhol

MDB

VagoVago

Manoel de AlmeidaRuy Bacelar

MDB

Genival TourinhoVinicius Cansançâo

Suplentes

ARENA

José AlvesJutahy MagalhãesPrisco Viana

MDB

Antônio CarlosFernando Cunha

Hélio LevyJosé de ASlÚsNunes Rocha

, Suplentes

ARENA

Siqueira CamposTIbaldo BarémVicente Vuolo

MDB

Adhemar SantilJo VagoGenervíno Fonseca VagoVago

Presrdente r Abel AvJ1a - ARENAVice-Preerdcnte : Norberto Schmldt - ARENAVice-Presidente: Dias Menezes - MDB

Titulares

ARENA

Odacir KleinVagoVago

Ahnzío ParaguassuAntônio Anníbelü

Adriano ValenteArlmdo KunzlerHenrique Córdova

REUNIõES

QUIntas-feiras às 11 noras.Local: Anexo II - Sala 8-E - Ramal 885.Secretário: Romualdo Fel'nandes Arnokío ,

4} COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO SUL

Antônio UenoJoão V3Irgas

BEUNIõES

Quartas-feiras às 10 horas.Local; Anexo li - Sala B-B - Ramal 685.Secretária; Allia .Felício Tobiaos.

Humberto SoutoInocêncio OliveiraJanuárlo Feitosa

Ernesto ValenteF.rancelino Pereira

5) COMISSAC DO POL(GONO DAS SECAS

José CostaFernando Lyra

Presrdente : Geraldo Guedes - ARENAVice-PreSldente: Dymo Pires - ARENAVICe-Presidente; Celso Barros - MDB

TitulAres

ARENA

Fernando CoelhoJ llIroas VasconcelOllJosé Carlos Teixeira

REUNHms

Quintas-feiras às 10 horas.Local: Anexo II - Sala. !l-A - Rama.l 005.Secretária: Vânia Garcia Dórea,

Jerômmo SantanaNabor Júnior

VagaVago,

Rezende Montéirl;>Valdomiro Oonçaíves

Juvêncio DiasRaimundo PllIrente

MDB

ARENA

RIcardo Fíúza ~\

Rogélio Rêgo

Vinicius Cansanção

MDR

Titulares

Suplentes

ARENA

SiqueIra camposTerrnstocles reixelraUbaldo Oorrêa

MDB

VagoVago

REUNIõES

Gabriel HermesHélio Campos

Antunes de OliveiraEpitácio Cafeteira

Edison BonnaElclvaJ CaladoRafael Faraco

Quartas-feiras, às 10 horas.Local: Anexo II - S""la B-A - Ramais 605,

606 e 616.Secretário; Jacy da Nova Amarante ,

Presidente Alaeid Nunes - ARENAVice-PreSIdente Nosser de Almeida - ARENAVice-Presidente: Antônio Pontes - MDB

TitularesARENA

2) COMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

COMISSOES ESPECIAIS

Júlio ViveIrosMárIO FrotaRuy Lino

1) COMISSÃO DA AMAZôNIA

EpitácIO CafeteiraJosé Costa

'I'hales RamalhoVagoVago

Suplentes

ARENA

Fernando Magalhães Marco MacielJairo Magalhães Passos PôrtoJOSiM Leite PauJino oicero

MDB

REUNIõES

Quintas-feiras às 10 horas,Local: Anexo li - Sala 3 - Ramal 611.Secretária: Maria de Nazareth Raupp Ma-

chedo,

Presrdente ; Ney Ferre1ra - MDBVice-PresIdente: José Carlos 'I'eíxerra - MDBVice-Presl<lente: FrancISCO Rollernnerg

ARENA

3) COMISSÃO DO DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO CENTRO-oESTE

Benedito CanellasGastão MüllerJarmund Nasser

Presidente: Iturival Nascimento --" MDBVice-PresIdente: Walter de Castro - MDBVice-Presidente: Ary Vala.dao - ARENA

Titulares

ARENA

Bento Gonçalves, Geraldo BulhõesManoel Novaes

José de AssisMurllo RezendeRezende MonteiroRny BacelarSlm~os Filho

Mário FrotaNabar JúmorDctacílio AlmeidlJoOswaldo Lima

MDB

Suplentes

ARENA

José HaddadJosé SaJlyLygia Lessa BastosManoel RodriguellMurllo BadarôNina RibeiroRezende MonteiroSantos Filho

MDB

SilVIO de Abreu JÚDiorTarci.sio DelgadoTheodoro MendesVagoVagoVago

'MDB

SuplentesARENA

Nunes RochaPassos PôrtoUbaldo oorreaVasco AmaroVasco Nllto·Vicente Vuolo

José MandelliMário Morerrll.Odacir KleinPedro LauroRuY Côdo

BEUNIõES

Adernar PereiraAntômo GomesEle!val CajadoFurtado LeiteGeraldo BulhõesGIOla JuniorHélío Mauroítalo Conti

Aurélio CamposFernalIdo CunhaGamahel GarvâoGenrval rourmhoLUIZ HenriquePeixoto FilhoRuy Côdo

Abel AvilaAícines FraneíscatoBento GonçalvesHenrrque PrettiHydekeí Freitl>SJoaqUIm Guerra

Fernando LyraFrancisco RochaHélIo de AhneidaIturival NaSCImentoJuarez Batista

Alfpio CarvalhoHélio CamposHélio LevyJoão LinnaresJ08.0 PedroNavarro VieiraNunes Leal

Antônio CarlosDias MenezesEl'llesto de MarcoFrancisco LíbardoníJ airo Brum

BEUNIõES

Quartas e Quintas-feiras às 10 horas,Local: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647.Secretário: Nelson Oliveira de Souza.

Presidente: Lomanto Júmor - ARENAVice-Presidente: Hermes Macédo - AH.ENAVice-Presidente: Amaury Mülier - MDB

TitularesARENA

Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo li - Ramais;

Sessão de Oemíssões Especiais

Chefe: Stella Prata da Silva LopesLocal: Anexe li - Sala 8-B - Ramaol.: 604

IPREÇO OUU EXEMPLAR: c.r$,0,50 I Centro Gráfico do Senado FederalCaIxa Postal 1. 21)3

Braaílía - DFEDiÇÃO DE HOJ~80 PAGINAS]