Maquinas 81

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Dezembro 2008

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Rodando por aí

Manutenção preventiva

Aplicação aérea

Informe empresarial - Massey Ferguson

Abrigo de máquinas

Ficha Técnica - Plataforma 5.000 Mantovani

Armazenagem de precisão

Test Drive - Massey Ferguson

Desempenho de tratores

Ficha Técnica - Motor X-TORQ Husqvarna

Coluna jurídica

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Teste MF 7180Testamos o MF 7180 e conferimos as novidadesda nova série da Massey, antes mesmo dechegar às concessionárias

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados

podem solicitá-las à redação pelo e-mail:[email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONES: (53): (53): (53): (53): (53)

• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL3028.20003028.20003028.20003028.20003028.2000• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINATURASTURASTURASTURASTURAS3028.20703028.20703028.20703028.20703028.2070

• Editor• Editor• Editor• Editor• EditorGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan Quevedooooo

• Redação• Redação• Redação• Redação• RedaçãoCharles EchCharles EchCharles EchCharles EchCharles Echererererer

• Revisão• Revisão• Revisão• Revisão• RevisãoAlinAlinAlinAlinAline Pe Pe Pe Pe Partzsch dartzsch dartzsch dartzsch dartzsch de Alme Alme Alme Alme Almeieieieieidddddaaaaa

• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiCristiCristiCristiCristiananananano Ceio Ceio Ceio Ceio Ceiaaaaa

• Comercial• Comercial• Comercial• Comercial• ComercialPPPPPedededededrrrrro Batistino Batistino Batistino Batistino BatistinSedSedSedSedSedeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijó

• Circulação• Circulação• Circulação• Circulação• CirculaçãoSimSimSimSimSimononononone Lopese Lopese Lopese Lopese Lopes

• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• AssinaturasÂnÂnÂnÂnÂngggggela Oliveirela Oliveirela Oliveirela Oliveirela Oliveira Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

Cultivar MáquinasEdição Nº 81

Ano VIII - Dezembro 08 / Janeiro 09ISSN - 1676-0158

DireçãoDireçãoDireçãoDireçãoDireçãoNNNNNewton Pewton Pewton Pewton Pewton Peteretereteretereter

SchSchSchSchSchubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Peteretereteretereter

SecretáriaSecretáriaSecretáriaSecretáriaSecretáriaRosimRosimRosimRosimRosimeri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alves

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00Assinatura Internacional:

US$ 90,00EUROS 80,00

Taxa variávelDepois de equipar os pulverizadoresterrestres, a tecnologia de aplicação à taxavariável chega aos aviões agrícolas

Ficha TécnicaPlataforma 5.000Mantovani e MotorX-TORQ, da Husqvarna

Matéria de capa

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• RED• RED• RED• RED• REDAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO3028.20603028.20603028.20603028.20603028.2060• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING3028.20653028.20653028.20653028.20653028.2065

• Expedição• Expedição• Expedição• Expedição• ExpediçãoDiDiDiDiDianferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson AlvesEdson KrEdson KrEdson KrEdson KrEdson Krauseauseauseauseause

• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:KKKKKunununununddddde Ine Ine Ine Ine Indústridústridústridústridústrias Gráfias Gráfias Gráfias Gráfias Gráficas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltda.a.a.a.a.

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Yanmar 1155-4

Primeiro no RSPrimeiro no RSPrimeiro no RSPrimeiro no RSPrimeiro no RSA Valtra entregou ao produtorPaulo Roberto Scopel, do muni-cípio de Ipê, o primeiro trator damarca vendido dentro do progra-ma Mais Alimentos no Rio Gran-de do Sul . Participaram do ato ogerente do Banco do Brasil de Ipê,Martinho Marson, e o gerente deVendas da Comércio de TratoresStella, Adrian Frozi.

Agritech YAgritech YAgritech YAgritech YAgritech YanmaranmaranmaranmaranmarA Agritech Yanmarparticipa do Progra-ma Pró-Trator, quetem por objetivofacilitar o acesso deprodutores paulistasa tratores compotência entre 50 e120 cavalos, aagricultores comrenda bruta de até R$400 mil e queobtenham pelomenos 80% destareceita com odesenvolvimento deatividades rurais. Oprograma prevê ofinanciamento de seismil tratores comdesconto médio de10% no valor demercado, carência deaté três anos e jurozero. O prazo depagamento é de atécinco anos. “Além defacilitar a questãofinanceira, o Progra-ma Pró-Trator de SãoPaulo também é umprocesso democrático,pois é o produtorquem escolhe omodelo que vaicomprar”, acrescentao gerente de Vendasda empresa, NelsonWatanabe.

TTTTTrator do anorator do anorator do anorator do anorator do anoA New Holland foi

premiada na competi-ção “Tractor of the

Year”, edição 2009. Acerimônia de premia-

ção ocorreu emBologna (Itália) e

coincidiu com aExposição Internacio-nal de Máquinas para

Agricultura (Eima)2008. O novo trator

New Holland T4050Fganhou na categoria“Best of Specialized”,

que premia excelênciatecnológica e inovação

de produto emtratores especializados

em pomares evinhedos. Já o modelo

T6080 foi um dosvencedores do prêmio

“Golden Tractor forDesign”. O trator

TK4000 recebeu oprêmio “2008

Technical Innovation”pelo seu patenteado

sistema de lagartasilenciosa que reduz os

níveis de ruído evibração.

RecordeRecordeRecordeRecordeRecordeEm coletiva em novembro, Martin Richenhagen, presidente e CEO da AGCO, anunciourecordes de vendas na América do Sul, impulsionadas pela crescente demanda de mercadoe pelos preços mais altos das commodities no Brasil. Para André M. Carioba, vice-presi-dente sênior e gerente geral daAGCO na América do Sul, asvendas das unidades de trato-res na América do Sul aumen-taram aproximadamente 36%e as vendas das unidades decolheitadeiras aumentaramaproximadamente 87% nosprimeiros nove meses de 2008em comparação com o mesmoperíodo do ano anterior. Co-lhedora de cana-de-açúcar epulverizador foram anuncia-dos para os próximos meses.

AgraleAgraleAgraleAgraleAgraleA Agrale recebeu o

diploma de DestaqueNacional na Área

SocioambientalEmpresarial, em

reconhecimento àsações de responsabili-

dade social e depreservação do meio

ambiente promovidaspela montadora. O

título foi concedidopelo Instituto

Ambiental Biosfera.As iniciativas

ressaltadas foram olançamento de

tratores movidos abiodiesel no Brasil na

mistura B5 (5% debiodiesel misturado

ao diesel mineral) e aaprovação em 2008 do

emprego do B25 emtratores da empresa.

ComemoraçãoComemoraçãoComemoraçãoComemoraçãoComemoraçãoCarmen Galli, gerentede Comércio Exteriorda Semeato, comple-tou em novembro 30anos na empresa e re-cebeu a homenagem eo reconhecimento doscolegas de trabalho ede colaboradores.

AssinaturaAssinaturaAssinaturaAssinaturaAssinaturaA John Deere participou em novembro da cerimônia de assinatura do Termo de Ade-

são ao programa Mais Alimentos, du-rante a 5ª Feira da Agricultura Famili-ar. O presidente da John Deere Brasil,Aaron Wetzel, e o diretor de AssuntosCorporativos para a América do Sul, Al-fredo Miguel Neto, assinaram o termoem nome da montadora. Wetzel encon-trou-se com a ministra Dilma Rousseffe comunicou a inauguração em dezem-bro do Centro de Distribuição de Peçasda América do Sul (um investimentode 18 milhões de dólares), em Campi-nas, São Paulo.

KKKKKuhn Metasauhn Metasauhn Metasauhn Metasauhn MetasaA Kuhn Metasaapresentou a Semea-dora SDM e oPulverizador Reboca-do Trainer, durantedia de campo no finalde novembro, em SanAlberto, Alto Parana.A empresa é represen-tada no Paraguai porRieder e Cia.

TTTTTrator entreguerator entreguerator entreguerator entreguerator entregueNo último dia 3 de dezembro a revendaMassey Ferguson de Fernandópolis, de pro-priedade do Grupo Arakaki, entregou o pri-meiro trator dos 250 comercializados desdeagosto através do Programa Mais Alimentos.Trata-se de um 275 XE Advanced 4x4, quefoi adquirido pelo produtor rural Clair For-tunato Pereira, do sítio Boa Esperança, nomunicípio de Ouroeste (SP).

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manutenção preventiva

Amanutenção de tratores agríco-las é o conjunto de procedimen-tos que visam mantê-los nas me-

lhores condições de funcionamento e pro-longar-lhes a vida útil, através de lubrifica-ções, trocas de partes e fluidos, reparos e pro-teção contra agentes que lhes são nocivos,podendo esta ser preventiva ou corretiva.

A manutenção preventiva é compostapelos cuidados realizados em intervalos re-gulares, sendo determinada pelo número dehoras trabalhadas pelo equipamento, antesde surgir o defeito ou avaria visando pro-longar a vida útil dos componentes. Estaoperação possibilita oferecer à máquina con-dições satisfatórias de operação, ou seja,deixá-la sempre apta ao trabalho. Os proce-dimentos de manutenção são agrupados emperíodos estabelecidos pelo fabricante, po-dendo ser chamados, por isso, de manuten-ção periódica, e utiliza-se para seu controle,em tratores agrícolas, o horímetro – instru-mento localizado no painel do trator queregistra o número de horas trabalhadas emfunção da rotação do motor.

A manutenção corretiva é realizada como intuito de reparar algum defeito ou algu-

ma avaria ocorrida pela falta de manuten-ção preventiva, uso de partes ou fluidos nãoapropriados, ocorrência de acidente, uso in-devido do equipamento ou sobrecarga. Amanutenção corretiva virá aumentar os cus-tos da utilização da máquina, além de acar-retar prejuízos para o proprietário com otempo parado para a correção do defeito.

O acompanhamento do número de ho-ras trabalhadas normalmente é realizadopelo operador através de anotações manu-ais, podendo ser registrado também em pla-nilhas eletrônicas e aplicativos específicos.

Com a finalidade de facilitar o trabalhode acompanhamento dos procedimentos es-pecíficos sugeridos pelo fabricante, foi de-

Mecânico virtualMecânico virtualJohn Deere

Valtr

a

Programa computacional desenvolvido porpesquisadores da Uenf informa o momento exatode realizar manutenções preventivas em tratores

Programa computacional desenvolvido porpesquisadores da Uenf informa o momento exatode realizar manutenções preventivas em tratores

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“““““A manutenção preventiva é composta pelos cuidados realizados em intervalosA manutenção preventiva é composta pelos cuidados realizados em intervalosA manutenção preventiva é composta pelos cuidados realizados em intervalosA manutenção preventiva é composta pelos cuidados realizados em intervalosA manutenção preventiva é composta pelos cuidados realizados em intervalosregulares, sendo determinada pelo número de horas trabalhadas pelo equipamento”regulares, sendo determinada pelo número de horas trabalhadas pelo equipamento”regulares, sendo determinada pelo número de horas trabalhadas pelo equipamento”regulares, sendo determinada pelo número de horas trabalhadas pelo equipamento”regulares, sendo determinada pelo número de horas trabalhadas pelo equipamento”

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. M

New Holland

senvolvido um programa computacionalcom o objetivo de determinar o momentoexato da realização da manutenção preven-tiva em função das horas acumuladas regis-tradas no horímetro do trator agrícola, po-dendo também calcular o custo dos itensde reposição, como lubrificantes, filtros eoutras partes para cada procedimento.

O PROGRAMAO programa, criado no setor de Meca-

nização Agrícola da Universidade Estadualdo Norte Fluminense Darcy Ribeiro – Uenf,foi idealizado em linguagem PHP utilizan-do o banco de dados informado pelo fabri-cante do trator – inicialmente, baseou-se nasérie 5000 dos tratores John Deere e na sé-rie 200 da AGCO.

Para a execução do programa, o usuá-rio deverá fornecer o modelo do trator e otempo acumulado de serviço registrado nohorímetro do trator, uma vez que variáveisdiferenciam a busca por horas no códigofonte do programa. Depois de digitadas asinformações iniciais e realizada a busca, oprograma analisa o banco de dados e in-forma os cuidados que devem ser realiza-

Figura 1 – Página inicial do programa

Como o produtor fica sabendo com antecedênciaquais os itens terá que substituir, é possível

fazer previsão das peças de reposição

dos separados por setores do trator e a pe-riodicidade.

O programa disponibiliza uma seçãopara inserção de dados, onde se pode inse-rir a periodicidade, ou seja, o número dehoras, e a operação de manutenção preven-tiva que deverá ser realizada. Essa seção deinserção só poderá ser acessada por login esenha definidos previamente pelo adminis-trador do programa.

Com a utilização deste programa com-putacional, busca-se a rapidez na consultados cuidados de manutenção, reduzindo otempo de consultas manuais, quando estesestão disponíveis, permitindo ainda a pre-visão do custo em peças de reposição.

O programa desenvolvido apresentaduas versões de execução. A primeira ver-são é de uso pela Internet, sem a necessida-de da instalação de qualquer aplicativo. Ousuário acessa o endereço eletrônico do pro-grama e executa o aplicativo de manuten-ção preventiva digitando os dados de entra-da. Nesta opção, o usuário não tem acessoao código fonte do programa que está hos-pedado num provedor de Internet, prote-gendo o direito autoral contra modificações,ataques ou cópias. Outra opção é fornecidacom versão de instalação, para o usuário quenão possui Internet em sua propriedade. Noexemplo apresentado, o modelo de trator

utilizado é o John Deere JD5705 4x4.

FUNCIONAMENTOO programa para manutenção preven-

tiva desenvolvido possui apresentação defácil uso, dispensando a necessidade de co-nhecimentos avançados de informática, e,em função disso, pode ser utilizado por usu-ários leigos em computação atingindo facil-mente o público da área de produção agrí-cola.

Após iniciar o programa pelo acesso doendereço eletrônico ou pela opção de insta-lação, o usuário faz a escolha do modelo dotrator. Em seguida, o usuário deve fornecero número de horas registrado no horímetropara o programa fazer a busca em seu ban-co de dados.

Após a entrada dos dados, o programaacessa seu banco de dados e retorna numatela para o usuário os procedimentos perió-dicos que devem ser realizados.

A rapidez na saída de dados é notóriapermitindo agilidade e fazendo deste apli-cativo uma ferramenta facilitadora de con-sulta a catálogos ou manuais. O projeto con-tou com o apoio da Uenf e Faperj.

Figura 2 – Seção de entrada de dados Figura 3 – Resultado da consulta ao banco de dados

Pablo Pereira Corrêa Klaver eRicardo Ferreira Garcia,Uenf

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taxa variável

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Aaplicação aérea se caracteriza pelagrande velocidade de deslocamentodo veículo aplicador. Os aviões en-

volvidos em aplicações aéreas voam geralmen-te com velocidade superior a 160km/h. A “taxade aplicação” também denominada “volumede aplicação”, expressa em “litros/hectare”, éuma função direta da vazão (em litros/minu-to), da velocidade (km/h) e da largura de faixa(m).

Considerando uma aeronave deslocando-se a 160km/h, cobrindo uma faixa de 15 me-tros de largura e com uma vazão de 120 litros/minuto, pode-se facilmente determinar a “taxade aplicação”:

hectares/minuto = (160km x 1000m) x15m / 10.000m2 / 60min = 4,00ha/min

Taxa de aplicação (l/ha) = 120l/min /4,00ha/min = 30,0 litros/hectare

Se neste volume de 30 litros estiver conti-do um produto na proporção de dois litros paracada 30 litros da mistura defensivo + água (a“calda”), então a dose do produto será de doislitros/hectare.

É preciso, portanto, ter controle sobre asquatro variáveis acima referidas, para assegu-rar uma aplicação com dose uniforme. Recapi-tulando: velocidade, largura de faixa, vazão eproporção de produto na “calda”.

AÉREA COM TAXA CONSTANTEO DGPS (Sistema de Posicionamento Glo-

bal, Diferencial), ao informar com precisão avelocidade de deslocamento, de forma instan-tânea, possibilita que o equipamento de pulve-rização do avião varie a vazão (litros/minuto)proporcionalmente à variação de velocidade, deforma a manter razoavelmente constante a taxade aplicação (litros/hectare).

Ao lado, é mostrado um esquema típico decontrolador de vazão acoplado ao DGPS.

O funcionamento do sistema basicamentese dá da seguinte forma: uma vez aberta a vál-vula manual (válvula “by-pass”), o líquido emaplicação passa pelo interior da turbina, fazen-do o seu rotor girar, em velocidade proporcio-nal à vazão. A turbina, assim movimentada, geraum sinal constituído por pulsos elétricos, sen-do um determinado número de pulsos produ-zidos a cada unidade de volume (pulsos/litro).Este número é único e característico de cadaturbina, sendo determinadona fabricação e nela grava-do. O número de pulsos/li-tro (ou pulsos/galão) éconhecido como “nú-mero de calibração daturbina” e é inseridomanualmente pelo pilo-

to através do teclado do DGPS. Os sinais pro-duzidos pela turbina são enviados à “caixa decontrole” através de um cabo, são processadose enviados à CPU do DGPS, que os remetepara apresentação (em litros/minuto ou litros/hectare) na tela ou mostrador do DGPS. Atéaqui, então, o equipamento funciona como ummonitor de aplicação.

O computador do equipamento, processan-do o sinal várias vezes por segundo, compara ainformação remetida pela turbina (litros/minu-to) com a vazão necessária em cada circuns-tância. Ou seja, calcula a vazão, conforme vistoanteriormente, usando os parâmetros largurade faixa, taxa de aplicação e velocidade no solo(VS), sendo esta, medida pelo DGPS. Se a va-zão for maior que a necessária (por exemplo,no caso da velocidade diminuir), a caixa de con-trole envia um comando elétrico para que a vál-vula elétrica feche, até que a vazão que passapela turbina seja igual àquela desejada. Se, aocontrário, a vazão for menor que a necessária(por exemplo, no caso da velocidade aumen-tar), a caixa de controle comanda a maior aber-tura da válvula elétrica.

O quadro a seguir exemplifica as três situa-

Precisão aéreaDepois de ganhar espaço na pulverização terrestre, a tecnologia de aplicação

em taxa variável passa a ser usada também em aviões agrícolas

O controlador de vazão, instalado na parteexterna da aeronave, recebe os dados da

caixa de controle com os mapas da lavoura

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“No método de aplicação à taxa variável e diluição fixa é feito automaticamente“No método de aplicação à taxa variável e diluição fixa é feito automaticamente“No método de aplicação à taxa variável e diluição fixa é feito automaticamente“No método de aplicação à taxa variável e diluição fixa é feito automaticamente“No método de aplicação à taxa variável e diluição fixa é feito automaticamenteo ajuste da dose do produto mediante variação da taxa de aplicação”o ajuste da dose do produto mediante variação da taxa de aplicação”o ajuste da dose do produto mediante variação da taxa de aplicação”o ajuste da dose do produto mediante variação da taxa de aplicação”o ajuste da dose do produto mediante variação da taxa de aplicação”

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ções citadas acima, para uma taxa de aplicaçãode 30 litros/hectare e largura de faixa de 15metros:

Os gráficos a seguir ilustram o funciona-mento real de um sistema de controle automá-tico à taxa constante:

Ao observar as Figuras 2 e 3, ao longo dasduas linhas pontilhadas verticais, vemos umpico no gráfico da velocidade (velocidade maisalta) corresponde também um pico no gráficoda vazão (l/min), ou seja, o equipamento atuouno sentido de compensar o aumento da veloci-dade, aumentando a vazão. Já quando a veloci-dade cai (uma depressão no gráfico da veloci-dade), também a vazão é reduzida, para com-pensar (depressão no gráfico da vazão). Comoresultado, temos o terceiro gráfico (taxa de apli-cação, em litros/ha), variando muito pouco emtorno da taxa média, de 11,0 litros/ha,

AÉREA COM TAXA VARIÁVELHá situações em que, ao contrário da ante-

rior, é desejado variar a dose de um produto deacordo com a seção da lavoura sobrevoada, sema necessidade de interromper o vôo, fazer novacarga etc. No entanto, dentro de cada seção, adose deve ser mantida constante, independen-temente das variações de velocidade do avião.Há hoje duas técnicas para atingir tais objeti-vos: aplicação aérea com taxa variável e dilui-

ção fixa e aplicação aérea com taxa constante ediluição variável.

Aplicação aérea com taxa variável e dilui-ção fixa é o método atualmente já disponívelem alguns equipamentos DGPS e controles devazão para aviões. O segundo método, já exis-tente em alguns equipamentos terrestres, estáainda em desenvolvimento para aviões, sendomuito mais complexo.

No método de aplicação à taxa variável ediluição fixa, é feito automaticamente o ajusteda dose do produto mediante a variação da taxade aplicação (daí o nome do sistema). A dilui-ção do produto na calda é fixa. Ao ser necessá-rio um aumento na dose, um comando é envi-

ado para que a válvula elétrica abra, atuandono sentido oposto onde é necessária uma dosemenor. Enquanto voando sobre as seções dalavoura correspondentes a cada dose, o sistemase comporta como um sistema de taxa cons-tante, compensando as variações de velocida-de, no sentido de manter constante a taxa – e adose – de aplicação, naquele setor.

Para que um avião agrícola possa trabalharcom um sistema de taxa variável ele deverá terum DGPS, um controlador de vazão e um sof-tware, todos com tal capacidade. Um exemplodesta combinação é o sistema DGPS “Airstar

Figura 1 – Controlador automático de vazão “Intelliflow” (HemisphereGPS/Satloc)

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M3”, acoplado a um controlador de vazão “In-telliflow” e usando o programa “AirTrac”, to-dos produzidos pela Hemisphere GPS, maisconhecida no Brasil através de uma de suasmarcas (Satloc).

Ainda, para que o conjunto possa traba-lhar com taxas variáveis, é necessário alimentaro equipamento DGPS com um arquivo de com-putador denominado “mapa de prescrição”. Omapa de prescrição é um arquivo que numeri-camente representa o mapa da lavoura a sertratada, no qual estão identificados como “po-lígonos” os setores da lavoura e, nestes, as taxasde aplicação necessárias em cada um. Os polí-gonos são delimitados por coordenadas geográ-ficas. Assim, toda vez que o equipamento DGPSdetecta, pelas coordenadas geográficas, que oavião saiu de um polígono e entrou em outro,imediatamente comanda o sistema para alte-rar a vazão e, conseqüentemente, a taxa de apli-cação e a dose de produto. Na verdade, o co-mando para alterar a dose é enviado ao equipa-mento um pouco antes de o avião sair de umpolígono e entrar em outro. Este intervalo detempo, da ordem de meio segundo aproxima-damente, é ajustável pelo operador de forma aadaptar-se à velocidade do avião e ao tempo dereação do sistema.

A Figura 4 é um exemplo simplificado deum mapa de prescrição. Neste exemplo, ao so-brevoar a seção de cor azul-clara (marcada com30.00), o sistema será ajustado automaticamen-te para aplicar 30 litros/hectare. Ao entrar naseção (polígono) de cor vermelha, marcada com35.00, a válvula receberá um comando doDGPS para abrir mais, de forma a aplicar 35litros/hectare. Ao sobrevoar o polígono de cor

verde (25.0) passará a aplicar 25 litros/hectare,e assim sucessivamente.

A tabela a seguir mostra as variações da taxa

Vazão inicial na turbina120lpm120lpm120lpm

Velocidade (VS)160km/h170km/h150km/h

Taxa de aplicação momentânea30l/ha

28,2l/ha32l/ha

Ação da válvula elétricaNenhuma

AbrirFechar

Vazão resultante corrigida120lpm

127,5lpm112,5 lpm

Taxa de aplicação resultante30l/ha30l/ha30l/ha

Figura 2 – Funcionamento do controlador automático de vazão

de aplicação e da dose do produto, consideran-do que taxa-padrão (taxa de diluição) = 30 li-tros ha (ou seja, 0,5 litro de produto para cada

Figura 3 – Gráficos de funcionamento do controlador automático de vazão – Taxa constante

Detalhe do painel controlador de vazão,que está localizado no interior da cabine,

junto com os demais comandos da aeronave

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“Uma das limitações do sistema em taxa variável está nas eventuais dificuldades“Uma das limitações do sistema em taxa variável está nas eventuais dificuldades“Uma das limitações do sistema em taxa variável está nas eventuais dificuldades“Uma das limitações do sistema em taxa variável está nas eventuais dificuldades“Uma das limitações do sistema em taxa variável está nas eventuais dificuldadesimpostas pelo equipamento de pulverização (bicos ou atomizadores)”impostas pelo equipamento de pulverização (bicos ou atomizadores)”impostas pelo equipamento de pulverização (bicos ou atomizadores)”impostas pelo equipamento de pulverização (bicos ou atomizadores)”impostas pelo equipamento de pulverização (bicos ou atomizadores)”

Visão geral do painel de controle da cabine,onde está instalado o DGPS M3, que possibilitaa aplicação de produtos a taxas variáveis

PolígonoAzul claro (30.0)Vermelho (35.0)

Verde (25.0)Azul escuro (27.0)

Cinza (32.0)

Taxa de aplicação30.0 litros/ha35.0 litros/ha25.0 litros/ha27.0 litros/ha32.0 litros/ha

Dose0,50 litros / ha0,58 litro/ha0,42 litro/ha0,45 litro/ha0,53 litro/ha

Variações da taxa de aplicação e da dose do produto, consi-derando que taxa-padrão (taxa de diluição) = 30 litros ha(ou seja, 0,5 litro de produto para cada 30 litros de calda)

30 litros de calda)Conforme anteriormente explicado, den-

tro de cada um dos polígonos o equipamentofuncionará como sendo um controlador de taxaconstante, isto é, variará a vazão conforme avelocidade do avião, de forma a manter cons-tante a taxa de aplicação.

O sistema de aplicação a taxas variáveis tam-

bém pode, opcionalmente, ser dotado de umsistema de fechamento automático de forma ainterromper a aplicação quando detectado al-gum setor do mapa de prescrição marcado como0 (zero) e nas bordas da área. A estes polígonosaos quais se atribui o valor 0.00 se dá o nomede “polígonos de exclusão” e podem ser consti-tuídos, por exemplo, por açudes, rios e outras

áreas que não podem receber o produto emaplicação.

Uma das limitações do sistema em taxavariável está nas eventuais dificuldades impos-tas pelo equipamento de pulverização (bicos ouatomizadores). Nem todos os tipos de bicos/atomizadores permitem a variação de taxa deaplicação necessária para atingir os limites ne-cessários, considerando, ainda, a necessidadede aumentar ainda mais a taxa de aplicação emfunção de variações de velocidade do avião.

Outra limitação decorre da influência dasvariações de taxa de aplicação – e conseqüente-

Fotos Eduardo Araújo

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. Mmente da pressão e vazão – sobre o espectro degotas. Os bicos hidráulicos, principalmente, têmo espectro de gotas bastante influenciado pelapressão/vazão. Assim, ao aumentar-se a pres-são e a vazão para aumentar a dose, estamos

impondo grandes modificações no espectro degotas. Por tal razão, de um modo geral os ato-mizadores rotativos são mais indicados para estetipo de aplicação, já que o espectro de gotas,neles, é menos influenciado pelo aumento da

Figura 5 – Esquema de um controlador automático de taxa constante/dose variávelFigura 4 – Mapa de prescrição: aplicação aérea com taxa de aplicação variável

COMO FUNCIONA A APLICAÇÃO AÉREA EM TAXA VARIÁVELca a velocidade de vôo em cerca de 10% a20% abaixo da velocidade normal e, da mes-ma forma, verifica se o controlador atua nosentido de compensar a variação de velocida-de, mantendo constante a taxa de aplicação.

O sistema acima descrito atua, portanto,no sentido de manter constante a taxa de apli-cação, variando a vazão de acordo com a ve-locidade. Por isso é conhecido como contro-lador de vazão à taxa constante, sendo muitoútil para manter constantes a taxa de aplica-ção e a dose em situações de variação de ve-locidade, comuns na aplicação aérea.

As causas mais comuns de variação develocidade são:

a) Ventos - As componentes do vento deproa ou de cauda são uma das maiores cau-sas de variação da velocidade. Ao contráriodo que se possa pensar, as bombas “eólicas”não compensam as variações de velocidadedevidas a este componente, já que a veloci-dade aerodinâmica do avião não se altera.

b) Topografia - Em terrenos ondulados épraticamente inevitável o aumento de veloci-dade no declive e sua redução nos aclives.

c) Densidade do ar - Em dias ou localida-des de ar menos denso (maior altitude), asvelocidades em relação ao solo aumentam.

d) Carga do avião - Se não houver ade-quada compensação através de ajuste de po-tência, a velocidade aumenta à medida que oavião se torna mais leve, pela redução de suacarga.

Aoperação do sistema é bastantesimples:

a) O piloto introduz, no DGPS, os dadosnecessários que são: largura de faixa e taxa deaplicação desejada, assegurando-se tambémde que o número de calibração da turbina es-teja correto.

b) Com o controlador desativado – ape-nas monitorando o fluxo - o piloto calibra oavião da forma convencional, com água ape-nas, de forma a se assegurar que o equipa-mento, uma vez aberta a válvula manual atéatingir o limitador de curso, proporcione umavazão em torno de 20% a 30% da vazão de-sejada (ou a percentagem máxima que ele es-pera possa variar a velocidade durante a apli-cação). Por exemplo, desejando 120 litros/mi-nuto (30 litros/hectare no exemplo acima),posiciona o limitador de curso de forma que,a 160km/h, o equipamento aplique 144 li-tros/minuto (20% a mais) ou 156 litros/mi-nuto (30% a mais). De forma corresponden-te, as taxas de aplicação seriam respectiva-mente 36 e 39 litros/hectare.

c) Após, o piloto ativa o controlador au-tomático e verifica se, na velocidade normalde aplicação (160km/h, no exemplo), o con-trolador passa a ajustar taxa de aplicação em30 litros/hectare, tolerando-se uma variaçãode aproximadamente 3%. Após, aumenta avelocidade em torno de 10% a 20% e verificase a taxa de aplicação se mantém estável emtorno de 30 litros/hectare. Finalmente, colo-

pressão/vazão.Visando minimizar o efeito sobre o espec-

tro de gotas, principalmente quando usandobarra e bicos, está sendo desenvolvido, paraaviões, o sistema denominado “aplicação comtaxa constante e diluição variável”.

TAXA CONSTANTE E DILUIÇÃO VARIÁVELO sistema de aplicação aérea com taxa cons-

tante e diluição variável, ainda não disponívelcomercialmente para aviões agrícolas, usa umsubsistema de taxa constante para aplicar ape-nas água e um subsistema de taxa variável paradosagem do produto. A diluição é feita no mo-mento da aplicação, mediante injeção direta doproduto nas barras, pelas quais está sendo apli-cada água à taxa constante.

Os mapas de prescrição, semelhantes aosdescritos anteriormente, neste sistema infor-mam a dose do produto (e não a taxa de aplica-ção). Ao passar de uma seção à outra da lavou-ra (polígono), apenas o subsistema de produtotem sua válvula atuada para modificar a dilui-ção – e a dose – do produto. O subsistema quecontrola a água atua, apenas, de acordo com asvariações de velocidade do avião, de forma amanter constante a taxa de aplicação.

Naturalmente, para usar o sistema de taxaconstante e dose variável é necessário que o aviãodisponha de sistemas separados para a água epara o produto (dois tanques, duas válvulas,duas turbinas etc). Este método de aplicação,por complexo e caro, estará limitado a aplica-ções muito especiais. Ainda, o método estarálimitado ao uso de produtos empregados emdoses muito baixas, já que o tanque de produ-tos não pode ter grandes dimensões.

A Figura 5 é o esquema de um sistema decontrolador automático de taxa constante e dosevariável, conforme descrito anteriormente.

Eduardo Cordeiro de Araújo,Agrotec Tecnologia Agrícola eIndustrial Ltda.

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Massey Ferguson

A Massey Ferguson apresentou os tra-tores da nova Série 7100. Projetadano Centro de Tecnologia da monta-

dora no Brasil, já são produzidos na unidadede Canoas, no Rio Grande do Sul. Em 2009chegam ao mercado com quatro modelos nafaixa de potência entre 140cv e 180cv. O de-senvolvimento do novo produto durou qua-se três anos. Foram 21 mil horas de teste de

campo em todas as regiões brasileiras e naAmérica do Sul. Os tratores já foram testa-dos, também, por usuários de diversas regi-ões agrícolas do Brasil, inclusive nas lavou-ras de cana do Nordeste.

A série 7100 foi projetada para atender àdemanda nas lavouras de grãos e nos canaviais,principalmente no plantio e manejo de gran-des áreas. Ela vem para substituir a linha 600

que cobria essa categoria até o momento. Osnovos tratores estão com design mais modernoe arrojado, seguindo o atual padrão internacio-nal da Massey Ferguson.

Os motores que equipam essa série sãode seis cilindros turbinados AGCO SisuPower, que proporcionam mais força e ve-locidade de trabalho para realizar os servi-ços na lavoura com alto rendimento e baixoconsumo de combustível. Os quatro mode-los também têm câmbio sincronizado e es-tão equipados com controle remoto de altavazão de centro fechado e sistema de levan-te de três pontos com nova geometria.

O local de trabalho também está dife-rente, com comandos bem posicionados.Instrumentos que monitoram os sistemasda máquina, cabine com ampla visibilida-de, inclusive à noite, e pontos de manuten-ção mais acessíveis são algumas das vanta-gens dos tratores da série 7100 apresenta-dos pela empresa. Os modelos cabinadostambém podem ser configurados com o sis-tema de direcionamento automático Auto-Guide e todos os equipamentos de agricul-tura de precisão.

Confira o test drive exclusivo da Culti-var Máquinas com a nova série na página24 desta edição.

Nova série 7100

. M

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14 • Dezembro 08 / Janeiro 09

A compactação do solo pode facilitar a erosão, poisonde a água não penetra ocorre o carreamento da

fração mineral e de fertilizantes presentes

Charles Echer

abrigos e oficinas

As máquinas e os implementos agrí-colas possuem um custo inicial ele-vado e requerem cuidados especiais,

sobretudo quando estão inativas e, nessa situa-ção, elas devem ser guardadas em um abrigoou galpão. Entretanto, se isso não for possível,precisam, no mínimo, estarem cobertas comuma lona que impeça a ação do sol, da chuva ede outros agentes nocivos.

Os motivos que levam o produtor ruralà construção de um abrigo são os custosda produção agrícola, onde está embutidoo custo da depreciação das máquinas e im-plementos, que é inversamente proporcio-nal à conservação das mesmas e a possibi-lidade de organização e controle dos con-juntos mecanizados, principalmente quan-do se tem um grande número de equipa-mentos.

A partir do momento em que é feita aopção por construir um abrigo ou galpão demáquinas na propriedade, deve-se estaratento e escolher o local mais adequado paraa instalação. Os critérios como acesso, cen-tralização, disponibilidade de água e ener-gia, topografia e segurança, devem ser con-siderados.

ACESSODeve ser fácil para todos os pontos de tra-

balho, tendo estradas largas e de boa qualidadepara evitar acidentes e danos aos equipamen-tos, considerando que para alguns implemen-tos a largura é muito superior à do trator.

CENTRALIZAÇÃO E TOPOGRAFIAO abrigo deverá ser central em relação às

áreas mais utilizadas para que se possa movi-mentar o mínimo possível o trator. O terrenoescolhido para a construção do abrigo deve teruma declividade suave para facilitar o escoa-

AbrigomodeloAbrigo

modeloCuidar das máquinas agrícolas é muito mais do que apenas conduzi-las

corretamente e fazer as manutenções necessárias. Proteger e dar segurança adequadaquando estão ociosas são cuidados indispensáveis para aumentar a sua vida útil

Cuidar das máquinas agrícolas é muito mais do que apenas conduzi-lascorretamente e fazer as manutenções necessárias. Proteger e dar segurança adequada

quando estão ociosas são cuidados indispensáveis para aumentar a sua vida útil

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“““““A partir do momento em que é feita a opção por construir um abrigo ou galpão de máquinasA partir do momento em que é feita a opção por construir um abrigo ou galpão de máquinasA partir do momento em que é feita a opção por construir um abrigo ou galpão de máquinasA partir do momento em que é feita a opção por construir um abrigo ou galpão de máquinasA partir do momento em que é feita a opção por construir um abrigo ou galpão de máquinasna propriedade, devena propriedade, devena propriedade, devena propriedade, devena propriedade, deve-se estar atento e escolher o local mais adequado para a instalação-se estar atento e escolher o local mais adequado para a instalação-se estar atento e escolher o local mais adequado para a instalação-se estar atento e escolher o local mais adequado para a instalação-se estar atento e escolher o local mais adequado para a instalação”””””

mento de água da chuva, facilitando também aconstrução com uma menor movimentação deterra.

O ideal é que esteja localizado em local se-guro contra roubos e vandalismo, sendo cons-truído ao redor da sede da propriedade ou per-to das casas dos funcionários.

ÁGUA E ENERGIAA disponibilidade de água é necessária para

efetuar a limpeza das máquinas e dos imple-mentos, mantendo, assim, um bom estado demanutenção dos mesmos. Algumas ferramen-tas ou equipamentos necessitam de energia elé-trica para realizar a manutenção das máqui-nas, como o esmeril, aparelhos de solda, fura-deiras etc, possibilitando que certos reparos se-jam realizados no próprio abrigo.

PARTES DE UM ABRIGOAlgumas condições técnicas, tais como pé-

direito respeitando a altura das máquinas per-tencentes à propriedade, principalmente sehouver colhedoras; um número mínimo de pi-lares para facilitar a manobra; boa ventilaçãopara a dispersão dos gases lançados pelos mo-tores e formato retangular para facilitar umaprovável ampliação do local, devem ser consi-derados no planejamento da construção doabrigo. É importante também ter um espaçopara o escritório, local destinado à organizaçãodo uso das máquinas, implementos, controledo pessoal operacional, reuniões e planejamen-to do trabalho

TIPOS DE CHAVES NECESSÁRIAS NUMA OFICINAda) diametral na cabeça (-);

• Chave Phillips, usada para girar pa-rafusos com dois rasgos (fendas) perpen-diculares na cabeça (+);

• Chave allen é utilizada em parafu-sos cuja cabeça tem um sextavado inter-no;

• Chave soquete ou cachimbo é cha-ve que necessita, para seu funcionamen-to, de um cabo de força independente. Éusada para apertar porcas e parafusos emlocal de difícil acesso, sendo que o tama-nho do esforço que se pode aplicar à cha-ve está diretamente relacionado com otamanho do encaixe. Os cabos de forçapodem ter diferentes tamanhos e forma-tos, sendo constituídos de junta univer-sal, catraca, haste T, extensão.

• Chave de boca fixa não sofre varia-ção de medida, sendo usada para segurarou apertar porcas e parafusos com cabe-ças quadradas ou sextavadas;

• Chave de estria apresenta a grandevantagem de aplicar esforços em todos oscantos da porca ou parafuso, permitindoum aperto mais adequado e seguro do quea chave fixa;

• Chave de mista ou combinada e cha-ve de roda;

• Grifo é própria para montagens edesmontagens de tubo;

• Chave ajustável, se ajusta aos di-versos tipos e tamanhos de porcas e pa-rafusos, pelo ajuste da bitola de sua boca;

• Chave de fenda, usada para apertarou afrouxar parafusos com um rasgo (fen-

universal pressão trava externa trava interna chave de boca

chave de estria chave mista chave de roda grifo chave ajustável

chave phillips chave Allen chave soquete ou cachimbo

Em fazendas maiores, os abrigos possuemtambém oficinas mecânicas, com profissionaisqualificados para manutenção das máquinas

Altura do abrigo é um item que deve ser observadocom cuidado na hora do projeto, prevendo a possívelaquisição de máquinas maiores e mais altas no futuro

FERRAMENTASEste local é utilizado para guardar ferra-

mentas, facilitando a organização e o con-trole das mesmas. Quando há uma grandevariedade e quantidade de ferramentas, é ide-

al que se tenha no local um quadro de ferra-mentas, minimamente organizado por tipoe função. Este quadro pode ser adquirido nocomércio ou construído na propriedade.

OFICINA E ALMOXARIFADOA oficina geralmente é encontrada em

propriedades com um maior número de má-quinas, a fim de facilitar as manutençõespreventiva e corretiva, evitando, assim, otransporte do trator para fora da proprieda-de, possibilitando que os reparos possam serrealizados no próprio abrigo. A oficina deum abrigo de máquinas deverá conter al-guns equipamentos básicos como: esmeril,policorte, esmerilhadeira, furadeira de co-

Fotos Paula Rinaldi

chave de fenda

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16 • Dezembro 08 / Janeiro 09

Haroldo, Paula e Amanda mostram aimportância dos galpões para abrigaro maquinário agrícola nas fazendas

Instalações menores e mais simples sãoopções mais acessíveis e cumprem bem a

função de proteger os equipamentos

luna, máquina de solda e até mesmo umpequeno torno mecânico.

O almoxarifado é o local onde se armaze-nam as peças de reposição e deve estar sempremuito bem organizado, com as peças e compo-nentes devidamente catalogados e com entra-da restrita a um pequeno número de pessoas.

COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTESSendo necessário armazenar uma maior

quantidade de combustíveis e lubrificantes noabrigo, é aconselhável construir um local apro-priado, que deve ser arejado e que facilite oreabastecimento das máquinas.

ENCARRETADOR E VALAUtiliza-se o encarretador para a coloca-

ção/retirada de máquinas em caminhões oucarretas quando é necessário efetuar o trans-porte destas para outras propriedades emlocais distantes.

A manutenção, lubrificação e limpeza dasmáquinas e implementos são facilitadas quan-do se tem uma vala na propriedade. Sua cons-trução geralmente é simples e pode ser feita tam-bém em forma de rampa, sendo assim tambémutilizada como encarretador.

PÁTIOO pátio deve ser um local aberto, sendo

utilizado para facilitar as manobras, regulagemde implementos, treinamento de novos opera-dores e para realizar ajustes finais depois de al-

guma manutenção.As fotos que ilustram este artigo mostram

alguns tipos de abrigos para o armazenamentode insumos e conservação das máquinas e im-plementos. A estrutura desses abrigos não ne-cessita ser sofisticada, apenas deve atender asexigências de cada propriedade.

FERRAMENTASAlgumas ferramentas são necessárias e

imprescindíveis na propriedade para efetu-ar os reparos e a manutenção dos maquiná-rios na propriedade.

Os alicates servem para segurar, aper-tar, cortar, dobrar, colocar e retirar de-terminadas peças nas montagens. As cha-ves de torção (aperto) são ferramentas ge-ralmente de aço vanádio ou aço cromoextraduros, que utilizam o princípio daalavanca para apertar ou desapertar pa-rafusos e porcas.

OUTRAS FERRAMENTAS FUNDAMENTAIS PARA OFICINAS NA FAZENDA

• Paquímetro: usado para fazer medi-das internas, externas e de profundidade,com rapidez e precisão;

• Micrômetro: instrumento com ca-pacidade de aproximação superior ao pa-químetro e difere do deste pela possibili-dade de fazer apenas leituras de medidasdas partes externas das peças;

• Torquímetro: instrumento destina-do à medição do torque exercido num es-forço de tração, geralmente associado auma chave do tipo soquete. O torquíme-tro permite apertar porcas e parafusos demaneira uniforme;

• Tacômetro: é um aparelho mais efi-ciente do que o contagiros, pois forneceo número de rotações do eixo ou polia,em função do tempo;

• Horímetro: instrumento destinadoà medição do número de horas trabalha-das pelo motor da máquina agrícola, o qualestá relacionado com o número de rota-ções efetuadas pelo eixo do motor.

O martelo é uma ferramenta de im-pacto, sendo empregado para bater pe-ças, para permitir seu encaixe ou remo-ção. Os martelos de borracha e de madei-ra são utilizados em manutenções nasquais não se deseja deformações nas pe-ças a serem trabalhadas. O martelo penaé utilizado em funilaria. A marreta é ummartelo maior, com peso superior a 1kg,destinado a bater sobre uma talhadeira ouum ponteiro.

Saca-polia, arco de serra, punção, ta-lhadeira e cinta são usados respectivamen-te para remover polias, serrar, fazer umamarca inicial antes de iniciar a perfuração,retirar talhas de uma peça e montagemde anéis de segmento.

Além das ferramentas listadas anterior-mente, quando se realizam serviços em umaoficina, pode ser necessário o uso de instru-mentos de medição a fim de se obter umresultado eficiente e seguro. Alguns dessesinstrumentos estão listados a seguir:

martelo de borracha martelo de madeira martelo pena marreta saca polia

arco de serra punção talhadeira cinta

Haroldo C. Fernandes,Paula Cristina N. Rinaldi eAmanda M. Bernardes,UFV

. M

Fotos Paula Rinaldi

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Plataforma 5.000

18 • Dezembro 08 / Janeiro 09

AMantovani foi a primeira fabrican-te nacional de plataformas de mi-lho, tendo sua primeira plataforma

construída em 1973. Sempre com foco em mi-nimizar as perdas na colheita, a Mantovanidesenvolveu plataformas que atendem às di-versas condições de cultivo, com excelente re-colhimento de plantas caídas ou tombadas,opções de regulagens e facilidade de uso e ma-nutenção. A ficha de hoje destaca as platafor-mas da Geração 5.000.

CHASSIO projeto da geração 5.000 resultou num

chassi versátil, bem estruturado e distribuído,conferindo equilíbrio entre resistência, peso edesempenho. O seu engate é universal, acoplá-vel aos mais variados modelos e marcas de co-lheitadeiras. Acompanha um kit de acoplamen-to formado por acessórios de transmissão con-forme a colheitadeira (superior, inferior, porcardan, por eixo, apenas de um lado, ambos

lados) e suporte que dimensiona o tamanho erealiza a fixação da plataforma na garganta dacolheitadeira.

TRANSMISSÃO E ROTAÇÃOA rotação padrão de fábrica é, aproximada-

mente, de 150rpm para a rosca sem-fim,800rpm para as linhas despigadoras e 360rpmpara as correntes coletoras. Saem equipadas comcoroas de 20 e 25 dentes, respectivamente paraa rosca sem-fim e a transmissão principal dascaixas.

Contudo, confor-me as condições da la-voura ou da co-lheitadeira, én e c e s s á r i o

ajustar a rotação da plataforma. O ajuste é sim-ples e não necessita modificar os elementos in-ternos da plataforma. Basta trocar as duas co-roas externas que tracionam a plataforma. Háas coroas de 19, 22, 25, 27 e 30 dentes para aslinhas despigadoras e há ascoroas de 20, 22 e 24 den-

Plataforma 5.000Com opções de 45cm a 90cm, as plataformas de colher milho Mantovani podem

ser configuradas com o número de linhas desejado pelo produtor

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“““““AAAAA Mantovani desenvolveu plataformas que atendem às diversas condições de cultivo, com excelente Mantovani desenvolveu plataformas que atendem às diversas condições de cultivo, com excelente Mantovani desenvolveu plataformas que atendem às diversas condições de cultivo, com excelente Mantovani desenvolveu plataformas que atendem às diversas condições de cultivo, com excelente Mantovani desenvolveu plataformas que atendem às diversas condições de cultivo, com excelenterecolhimento de plantas caídas ou tombadas, opções de regulagens e facilidade de uso e manutenção”recolhimento de plantas caídas ou tombadas, opções de regulagens e facilidade de uso e manutenção”recolhimento de plantas caídas ou tombadas, opções de regulagens e facilidade de uso e manutenção”recolhimento de plantas caídas ou tombadas, opções de regulagens e facilidade de uso e manutenção”recolhimento de plantas caídas ou tombadas, opções de regulagens e facilidade de uso e manutenção”

Dezembro 08 / Janeiro 09 • 19

Fotos Mantovani

Os despigadores são tracionados por eixo estriado e pos-suem mancal de apoio com pino de aço e bucha de bronze

tes para a rosca sem-fim, sendo que as maioresaumentam a rotação. O mais usual é utilizar ascoroas de 25 ou 27 dentes para a transmissão e20 dentes para a rosca sem-fim.

A transmissão das linhas despigadoras é poreixo sextavado, externo às caixas de trans-

missão, na parte inferior do chassi, afi-xada neste próprio por flanges

e suportes. Tal mecanis-mo confere maior espa-

ço e facilidade para manu-tenção e regulagem de espa-

çamentos e aumenta sua du-rabilidade. A transmissão da

rosca sem-fim é independenteda transmissão das linhas, feita

diretamente do eixo de traciona-mento da colheitadeira, que per-

mite a variação de sua ro-tação sem interferências.

ROSCA SEM-FIMA rosca sem-fim é montada em tubo mecâ-

nico de 165mm, apoiado em mancais duplosnas duas extremidades, com helicóide com pas-so de 500mm e extremidade rebitada, o queconfere excelente alimentação e uniformidadede espigas para a colheitadeira.

Além da possibilidade de alterar a rotaçãosem interferência na velocidade das linhas ecorrentes, possui embreagem de disco de fric-ção, além de que sua estrutura permite o ajustede altura.

LINHAS DESPIGADORASA caixa de transmissão é compacta, fundi-

da em ferro nodular, banhada a óleo ou a graxa,composta por engrenagens com tratamento desuperfície. É apoiada em tubo quadrado de açocarbono por sistema de alça, que permite seudeslocamento e, conseqüentemente, regulagemde espaçamento.

As linhas são formadas por mesa e contra-mesa dobradas e soldadas, feitas em aço carbo-no de 3mm e 4,75mm de espessura, respecti-vamente, que conferem resistência e integrida-de ao sistema.

Os rolos despigadores possuem quatro ale-tas, são tracionados por eixo estriado e possu-em mancal dianteiro com pino de aço e buchade bronze. O duplo apoio evita a aglomeraçãode impurezas e confere maior resistência. Com

A plataforma possui embreagem de disco de fricção emcada conjunto mecânico, para evitar sobrecarga

As linhas são formadas por mesa e contramesadobradas e soldadas, feitas em aço carbono

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20 • Dezembro 08 / Janeiro 09

comprimento compacto (510mm), evita o efeitoalavanca sobre a garganta da colheitadeira. Alémdisso, entre a caixa e os rolos há duas chapasprotetoras contra capins, cipós e acumulaçãode sujeira.

Abaixo dos rolos estão os facões decepado-res. Trata-se de conjunto de dois facões maio-res e dois facões menores, que devem sempreestar o mais próximo dos rolos despigadores,pois sua função é evitar o acúmulo de sujeiras efacilitar a colheita.

Acima dos rolos, encontram-se os apa-radores, cuja função é guiar os pés do híbri-do até o centro dos rolos e aparar as espigaspara que as correntes recolhedoras as levematé a rosca sem-fim. São reguláveis e devemser ajustados de acordo com a largura doscaules e das espigas. Quanto maior a espes-sura de ambos, maior deve ser a aberturapara melhorar o rendimento da colheita.Saem de fábrica com 35mm de abertura nafrente e 40mm atrás.

As correntes recolhedoras são tocadas porcoroas fundidas e tratadas de sete e oito dentes.São mantidas esticadas por guia e braço tensor,com ajuste de força, e devem estar sempre ali-nhadas. Saem de fábrica com as canecas alter-nadas. Para cada corrente há uma corrediça,feita em chapa de aço, que serve de guia da cor-rente e apoio da carenagem central. Deve seralinhada com a corrente, a uma distância de5mm a 6mm.

As linhas despigadoras foram projetadaspara não deixar espaços vazios acima e abaixodos rolos. Assim, evita-se o acúmulo de sujeirase a possibilidade de espigas se prenderem e tom-barem as plantas adiante.

CARENAGEMA carenagem é metálica, com estrutura leve

e resistente. Fácil manutenção, alta durabilida-de e excelente versatilidade. As ponteiras pos-

Desenho com detalhes de uma das linhas daplataforma

As plataformas da linha 5.000 podem serconfiguradas com espaçamentos de 45cm a 90cm

suem regulagem de altura. Seu comprimento éreduzido para possibilitar o melhor recolhimen-to de plantas caídas ou tombadas. Na sua ex-tremidade, possui chapa deslizante (skate) paraflutuar e recolher melhor as plantas caídas outombadas.

Juntamente com os capôs centrais, sãoajustáveis para diversos espaçamentos. Paratanto, há determinadas peças cambiáveis (fi-tas de espaçamento e suportes) que confe-rem alta versatilidade ao produto. São dobrá-veis para trás, o que facilita o transporte e o

armazenamento.O capô central é fixado integralmente so-

bre todo o comprimento da corrente recolhe-dora, inclusive na parte frontal. Dessa forma,não há espaços vazios sobre a corrente, o queevita o acúmulo de sujeira ou que espigas seprendam e conseqüente derrubada das plan-tas. São abertos para trás, de forma simples, oque facilita o manuseio e a manutenção.

Os capôs possuem “orelhas” de borracha,que devem ser retiradas em lavouras sujas. Aslaterais são elevadas para evitar a perda de espi-gas nas linhas laterais.

DISPOSITIVOS DE SEGURANÇATodas as Plataformas Mantovani possuem

embreagem de disco de fricção para cada con-junto mecânico. Trata-se de um dispositivo quelimita, através dos discos de fricção, o torqueda transmissão para o conjunto e de forma pro-gressiva, não deixando sobrecarregar os com-ponentes. Esse dispositivo de baixo custo ope-racional e de fácil manutenção contribui signi-ficativamente para a alta durabilidade dos con-juntos, bem como para a redução das perdasna colheita.

Ademais, há chapas de proteção entre aslinhas despigadoras e embaixo do chassi paraevitar acúmulo de sujeiras e danos nas trans-missões.

ESPAÇAMENTOS E COLHEITAA Plataforma Mantovani Geração 5.000 foi

projetada para oferecer o maior número de op-ções de espaçamento de 45cm a 90cm.

Além da facilidade para movimentar as li-nhas, o chassi possui uma régua, situada acimadas caixas de transmissão, com furações dosespaçamentos disponíveis. O ângulo de ataqueda plataforma é reduzido, o que melhora o re-colhimento de plantas tombadas, cortando oscolmos a partir de 10cm a 12cm do solo.

No chassi, para facilitar a movimentação das linhas e espaçamentos,existe uma régua com as furações de espaçamentos disponíveis

. M

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cuidados básicos

22 • Dezembro 08 / Janeiro 09

Nos últimos anos o Brasil vem de-monstrando avanços significativosna tecnologia do agronegócio. Isso

vem ocorrendo em todas as etapas, seja emnovas variedades de culturas, correções de solo,agricultura de precisão, máquinas e implemen-tos agrícolas, chegando até a comercializaçãointernacional e demais processos dessa cadeia.Porém, em todas estas fases, registramos per-das que implicam na redução da rentabilidadedo negócio em que estamos envolvidos.

Sempre se comentou que as perdas chegam,em alguns casos e dependendo do tipo de cul-tura, a valores estimados em 25% no pós-co-

lheita. Dentro deste percentual, encontramosaquelas decorrentes do processo da armazena-gem, que começam na recepção do produto naunidade armazenadora e vai até a expedição,passando por uma limpeza deficiente, secageminadequada e não-uniforme e falta de monito-ramento da massa de grãos armazenada. Todasestas deficiências no processo geram perdas fí-sicas (técnicas) e qualitativas que, potenciali-zadas, resultam na perda de valor do produto.Analisando estes aspectos, podemos afirmar queos percentuais podem ser superiores a 7% naarmazenagem.

O armazenamento é o último estágio do

produto considerando o que ocorre da porteirapara dentro. Desta forma, necessitamos traba-lhar para que ele não anule toda a tecnologiaaplicada nas etapas anteriores. Em todos oscursos e palestras que a Agrocult ministra re-forçamos essa importância e instruímos comofazer para minimizar as perdas.

Eis alguns itens que sempre devemos enfa-tizar no processo de armazenagem: na recep-ção, sabendo segregar os grãos por percentuaisde impureza e umidade, já criamos condiçõesde obter um maior rendimento do sistema delimpeza e secagem. Regular o sistema de lim-peza para o produto sair com percentual de

Grãos protegidosEvitar perdas em cada um dos processos pós-colheita, desde a recepção dos

grãos na unidade até a distribuição final, é passo importante para aumentara lucratividade e chegar a uma armazenagem precisa

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Dezembro 08 / Janeiro 09 • 23

impureza uniforme, evita problemas na seca-gem, como, por exemplo, os riscos de incêndio.A boa limpeza da massa de grãos também con-tribui para não obstruir o fluxo interno das in-terligações tubulares. Da mesma forma, a seca-gem uniforme também é um item de extremaimportância para garantir uma armazenagemsegura, evitando risco de aquecimentos namassa de grãos em pontos localizados. Isso eli-mina a necessidade de realizar aeração gerandogastos desnecessários com energia;

Durante a armazenagem, ter um acompa-nhamento diário com registros do comporta-mento dos grãos e promover aeração e recircu-lação da massa em casos extremos, além de eli-minar os focos de aquecimento, contribui paraa manutenção da qualidade dos produtos ar-mazenados.

São cuidados básicos que obrigatoriamen-te devemos realizar durante todo o processo dearmazenagem, o que demonstra a necessidadeque existe em capacitar nossas equipes de tra-balho. Estas práticas devem ser continuamen-te realizadas, visando manter e agregar valoraos produtos colhidos e armazenados. Quan-do todos os itens acima são observados, é possí-vel ter uma armazenagem de qualidade comperdas bastante reduzidas.

ARMAZENAGEM DE PRECISÃOO tema Armazenagem de Precisão é com-

plexo, mas importante colocar em pauta paracriar um conceito. Hoje possuímos a Agri-cultura de Precisão, a qual está focada no con-junto de técnicas e práticas que permitem ogerenciamento das lavouras considerando suaviabilidade espacial e que podemos chamarde Plantio de Precisão.

Analisando esse conceito, a Agriculturade Precisão dentro de uma visão sistêmica,podemos afirmar que também possuímosuma Armazenagem de Precisão, onde existeum conjunto de técnicas que possibilitam aoprodutor ou armazenador realizar o gerenci-

amento da unidade, com maior precisão dasmáquinas e da própria massa de grãos. Esteconjunto de ferramentas viabiliza, além dogerenciamento com maior precisão, a admi-nistração de uma ou mais unidades simulta-neamente, a uma distância indeterminada.Exemplificando: um silo na lavoura é opera-cionalizado “in loco” e, ao mesmo tempo,pode também ser monitorado e operaciona-lizado a partir de um centro urbano.

Esse acompanhamento abrange a massa degrãos contida no interior dos silos e armazéns,analisando o volume e a temperatura (termo-metria) de armazenagem, o acionamento dosistema de aeração e a identificação de situa-ções críticas (riscos), possibilitando as tomadasde decisão mais rápidas e eficazes. Ainda pode-mos incluir a precisão que temos no processode secagem, com sistemas que monitoram a

temperatura de secagem (ar e grãos), umidadefinal da massa de grãos, pressão interna, umi-dade relativa, fluxo de secagem (tlh) e rendi-mento do secador, tanto no que diz respeito àcapacidade de secagem como também térmi-co, com todos estes dados registrados atravésde planilhas e relatórios gráficos.

Estes equipamentos detectam as fontesde erros, possibilitando métodos de correçãoeficazes. São dotados de programas compu-tadorizados para conexão de dados, sensori-amento direto ou remoto para avaliação, co-leta de amostragem para análise das caracte-rísticas da massa de grãos, mapeamento dorendimento dos equipamentos da unidadearmazenadora e viabilidade de calibraçãoimediata, proporcionando tomadas de deci-sões rápidas, estratégia de ações e novos ru-mos de operação. Armazenagem de Precisãoé ter informações corretas, precisas e se com-pleta com decisões exatas.

Dentro dessa mencionada visão sistêmi-ca da cadeia onde estamos envolvidos, con-sideramos que o Brasil Agrícola também pos-sui uma armazenagem com maior precisãode informações, com menos riscos de erros.Concluímos que Agricultura de Precisão temum conceito amplo de aplicação, remetendoo foco para maior lucratividade do negócio edeve ser considerada como um círculo contí-nuo, composto por várias etapas: plantio, ar-mazenagem e outras.

O Brasil possui agricultura de precisão, nãosomente para o plantio das lavouras, mas tam-bém para a armazenagem de grãos. Ambos vi-sam contribuir com o produtor para alcançar amelhor rentabilidade, reduzindo a chamada“perda de valor” na safra, que detectamos so-mente quando fecha o circuito do negócio, nahora da comercialização.

Adriano Mallet,Agrocult - Consultoria & Treinamentoem Armazenagem

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A capacitação de pessoal é um investimento quese paga facilmente, pelo aumento da eficiência

nos processos e diminuição das perdas

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Test Drive - MF 7180

ACultivar Máquinas teve a oportu-nidade de conhecer em primeiramão a nova série 7100 dos tratores

Massey Ferguson e realizar o test drive com omodelo MF 7180. Esta série, que está sendolançada no mês de janeiro nas concessionáriase depois nas feiras de verão, como Show RuralCoopavel, em Cascavel (PR), e Expodireto, emNão-Me-Toque (RS), já inicia com quatro mo-delos: MF 7140 de 140cv, MF 7150 com 150cv,MF 7170 com 170cv e o MF 7180 com 180cv.Estes novos tratores substituem de forma per-manente e definitiva os tratores da série 600,dos modelos 650, 660 680 que por vários anosformaram a gama alta de tratores MF. Assim, o7140 substitui o modelo 650, o 7150 substituio 660, o 7170 substitui o 680, ganhando o mer-

cado um novo trator de que é o 7180.Estes robustos tratores vêm ao mercado com

o objetivo de atender as grandes lavouras degrãos (soja, milho, trigo etc) e a lavoura de cana-de-açúcar, naturalmente exigente em tratoresde maior porte. Os concorrentes diretos do MF7180 são o John Deere 7715, o Case MXM180, o New Holland TM 7040 e o Valtra BH180. Antes, o MF 680, que tinha 173cv, estavaem desvantagem na potência de motor e, ago-ra, o 7180 equilibra forças.

Inicialmente impressiona a adoção pelo fa-bricante do padrão de design da linha interna-cional da Massey Ferguson, comercializada na

Europa e nos Estados Unidos, com algumascaracterísticas básicas, mas que são bem repre-sentadas pela nova grade dianteira envolventee que aparece abraçando o capô dianteiro, pelafrente. A cor da pintura está mais viva com umvermelho puro sem tonalidades de laranja e ochassi, antes pintado de preto, adota agora acor cinza, acompanhando o padrão tradicionale mundial da marca.

MOTORO motor escolhido para equipar esta li-

nha, foi o modelo 620 DS produzido pelaAGCO Sisu Power. Este motor foi projetadopara manter uma potência constante nas ro-tações próximas à nominal (1.800 a2.200rpm). Assim, mesmo com uma peque-na queda de rotações, a potência se mantémnaquela faixa em que, na maioria dos trato-res e operações, é necessário o uso da reservade torque. Este motor, que inicia nesta série,tem fama de econômico e possui uma exce-lente rede de atendimento em mais de 500postos em toda a América do Sul e aproxi-madamente 200 somente no território bra-

MF 7180Em primeira mão, testamos o MF 7180, integrante mais

potente da nova linha 7100 da Massey Ferguson, quechegará nas concessionárias no início de 2009. Design

arrojado e nova motorização são as principais novidades

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“““““Estes novos tratores substituem de forma permanente e definitiva os tratores da série 600,Estes novos tratores substituem de forma permanente e definitiva os tratores da série 600,Estes novos tratores substituem de forma permanente e definitiva os tratores da série 600,Estes novos tratores substituem de forma permanente e definitiva os tratores da série 600,Estes novos tratores substituem de forma permanente e definitiva os tratores da série 600,dos modelos 650, 660 680 que por vários anos formaram a gama alta de tratores MFdos modelos 650, 660 680 que por vários anos formaram a gama alta de tratores MFdos modelos 650, 660 680 que por vários anos formaram a gama alta de tratores MFdos modelos 650, 660 680 que por vários anos formaram a gama alta de tratores MFdos modelos 650, 660 680 que por vários anos formaram a gama alta de tratores MF”””””

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Fotos Charles Echer

sileiro. Portanto, há uma vasta experiênciacom este motor no uso agrícola. Para umapotência máxima de 180cv, 132,5kW a2.200rpm e um torque máximo de 720Nm a1.400rpm, verifica-se uma boa reserva de tor-que de 25%. O fabricante recomenda um pe-ríodo de amaciamento de 100 horas comomínimo para que se possa obter uma prolon-gada vida útil.

ESTRUTURA GERALA estrutura escolhida foi de monoblo-

co, tradicional da marca MF, porém com umprojeto mais robusto, em função das exigên-cias que estes modelos irão ser submetidosno trabalho de campo, embora fosse espe-rado algum movimento da engenharia dafábrica para nesta série ser iniciada a utili-zação de chassi ou semichassi. O modelo que

testamos tinha 7.800kg de peso lastrado comágua, relação peso/potência de 44kg/cv, coma possibilidade de colocação de pesos metá-licos de até 1.900kg com 12 placas de 42kgcada, para o suporte dianteiro, e de um atrês discos de 95kg presos a cada uma das

Capô do motor bascula com apenas um toque nopino de destravamento; as laterais são removíveis

para facilitar a manutenção

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rodas traseiras. Também há a opção de co-locar-se um centro de roda de 540kg e ro-das duplas (duplado), chegando a um pesomáximo de 9.900kg que dá uma relação depeso/potência de 55kg/cv. No entanto, o fa-bricante criou várias opções de combinaçãoentre estes lastros em função de qual roda-do equipa o trator e, é claro, em função dotrabalho que se pretende executar, evitandocompactar o solo, porém, diminuindo o pa-tinamento, otimizando a tração e, no final,proporcionando maiores capacidades ope-racionais.

PROJETOSem dúvida, a Massey Ferguson não gosta-

ria de perder as principais características quemarcam há tantos anos esta marca que, talvezdevido a isto, esteja se mantendo líder no mer-cado nacional, que é o baixo custo operacionale a fácil manutenção. E, pelo visto, nos novostratores a mantenabilidade e a servicibilidadeforam fatores primordiais do projeto. Exemplodisto é o capô basculante, que facilita o acesso eincentiva o usuário a fazer a manutenção pre-ventiva. A abertura é feita pela frente com osimples aperto de um botão. De cara, impressi-ona a dimensão do filtro de ar do sistema dealimentação. Também as tampas laterais, facil-mente removíveis, dão acesso fácil no lado di-reito à correia do alternador e bomba d’água,turbocompressor, alternador, sedimentador,motor de arranque e, pelo lado esquerdo aosfiltros, bomba injetora e cárter do motor. Nocentro e ao alto, facilmente acessível está o re-servatório auxiliar de líquido de arrefecimento.Igualmente chama a atenção a criatividade aomontar uma estrutura corrediça que facilita a

limpeza da parte frontal do radiador, deslocan-do-se o radiador do sistema hidráulico. O tra-tor testado tem tanque para 420 litros de com-bustível e, como todos os outros modelos dasérie, possui caixa de ferramenta de fácil acessoe um depósito de água limpa. Aliás, como pre-vê a NR-31 do Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE), vários itens foram incorporados,como chave corta corrente, triângulo de alerta,em material fosforescente, a tomada de eletri-cidade padronizada e o local para a placa deidentificação. Todos os modelos cabinados destasérie podem ser equipados com o recurso depiloto automático, já explicado detalhadamen-te em número anterior da Revista CultivarMáquinas.

POSTO DE OPERAÇÕESNo posto de operação visualizaram-se al-

gumas melhorias feitas pela engenharia, no sen-tido de melhorar a ergonomia. O acesso foimelhorado e o local do operador está em posi-ção mais elevada, com plataforma e com ummelhor posicionamento dos comandos e dospedais. Para aumentar a agilidade, principal-mente nas manobras, foi providenciado umvolante de menor diâmetro, que não aumen-tou o esforço do operador pelo excelente siste-ma de direção assistida hidraulicamente. Hápossibilidade de regulagem da posição do vo-lante e um bom sistema de regulagem de posi-

Visões traseira e frontal do MF 7180: novo designe componentes com materiais diferenciados, comoo toldo, que, além de ser ampliado, é de plástico

Pára-lamas traseiros ganharam novo projeto.Acima, o modelo que equipa os tratores da linhasem cabine; abaixo, a versão para os cabinados

Visão do painel lateral onde estão localizados osprincipais comandos. Acima, a versão do modelosem cabine; abaixo, o painel da versão cabinada

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“N“N“N“N“Nos novos tratores a mantenabilidade e a servicibilidade foram fatores primordiais do projeto. Exemploos novos tratores a mantenabilidade e a servicibilidade foram fatores primordiais do projeto. Exemploos novos tratores a mantenabilidade e a servicibilidade foram fatores primordiais do projeto. Exemploos novos tratores a mantenabilidade e a servicibilidade foram fatores primordiais do projeto. Exemploos novos tratores a mantenabilidade e a servicibilidade foram fatores primordiais do projeto. Exemplodisto é o capô basculante, que facilita o acesso e incentiva o usuário a fazer a manutenção preventivadisto é o capô basculante, que facilita o acesso e incentiva o usuário a fazer a manutenção preventivadisto é o capô basculante, que facilita o acesso e incentiva o usuário a fazer a manutenção preventivadisto é o capô basculante, que facilita o acesso e incentiva o usuário a fazer a manutenção preventivadisto é o capô basculante, que facilita o acesso e incentiva o usuário a fazer a manutenção preventiva”””””

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Visão do posto do operador do MF7180 sem cabine: os comandos

ficaram mais acessíveis e práticos

Fotos Charles Echer Dianteiro14.9-26R114.9-28R218.4-26R114.9-26R116.9-28R116.9-28R1

540/65 R28600/60 R30.518.4 – 26R2

Traseiro23.1-30R123.1-30R224.5-32R118.4-38R1*20.8-38R1

20.8-38R1 (DUPLO)680/75 R32710/65 R38

18.4 – 38R2 (DUPLO)*PAVT

ção do banco, o que configura posições ade-quadas para todos os portes de operadores. Ospostos podem ser abertos ou cabinados. Os ca-binados têm como principais mercados a la-voura de cana-de-açúcar e as de agriculturacomercial de grande porte. Os postos abertos,sem cabina, são os preferidos pelos prestadoresde serviços e parte da agricultura comercial,principalmente da região Centro-Oeste do paíse sul da Bahia. Em todos os modelos a platafor-ma está montada sobre coxins de borracha,para diminuir as vibrações que chegam aoposto de operação. O painel é simples, embo-ra suficiente, e conta com poucos instrumen-tos como tacômetro, horímetro, indicador devolume de combustível e termômetro da águade arrefecimento. O arco de segurança é auto-certificado pelo seu laboratório, como já acon-tece normalmente com a marca. É ampla adisponibilização de adesivos indicativos deações e cuidados. Positivamente chama a aten-ção um espelho panorâmico, interno ao postodo operador, que possibilita a visão traseira detodo o equipamento que está acoplado. O fa-bricante também solucionou o problema ge-rado pelo acúmulo de calor no toldo de chapautilizado anteriormente, substituindo por demaior tamanho e construído em plástico bran-co. O banco é convencional com apoio para osbraços e boa regulagem de posição (distânciaao volante).

TRANSMISSÃO DE POTÊNCIAO sistema de transmissão, marca ZF é do

tipo sincronizado com 12 velocidades à fren-te e cinco a ré. A sexta marcha não engata ré,por questões de segurança. O escalonamen-to parece ser bem adequado para operaçõespesadas de preparo do solo e semeadura, comsete marchas entre 4 e 12km/h, a faixa develocidades mais utilizada nestas operações.O bloqueio do diferencial é ainda mecâni-

co, através de um pedal posicionado entreos pedais de embreagem e freios. O sistemautilizado na transmissão é o sincronizado,com um arranjo de 12 marchas, divididasem regimes de alta e de baixa para cadamarcha. Não existe o tradicional sistema degrupos, normalmente utilizado pela Mas-sey Ferguson na linha de pequenos e médi-os tratores. As alavancas de troca de mar-chas agora utilizam cabos para a troca e fo-ram reprojetados os trambuladores na cai-xa. Quanto à tomada de potência (TDP), éindependente com duas opções de rotação,540rpm e 1.000rpm, acionada por alavan-ca. Todos os tratores da série são fabricadoscom a tração dianteira auxiliar (TDA). Oeixo dianteiro é marca ZF, reconhecidamenterobusto e funcional, com um sistema de au-toblocante de diferencial e com excelenteângulo de esterçamento de 55°, como in-forma o fabricante. Este eixo dianteiro é di-vido em três partes, o que facilita a manu-tenção corretiva.

PNEUSA variedade de pneus oferecidos é bastante

ampla, sempre em casais para sincronizar a ve-locidade dos dois eixos, com possibilidades deoferta em pneus duplados e inclusive em de-terminadas opções com o sistema bastante uti-lizado em outras linhas da marca que é o PAVT,que permite o ajuste de bitola de forma auto-mática com o trator parado, somente atravésdo ajuste de pequenas castanhas.

SISTEMA HIDRÁULICOO controle remoto é bastante qualificado,

com centro fechado e que permite a utilizaçãosimultânea de mais de um equipamento. Temvazão máxima de 138l/minuto e, dependendodo modelo, pode chegar a quatro módulos comdois corpos para motores hidráulicos e dois parapistões. As alavancas de acionamento do con-trole remoto estão posicionadas ergonomica-mente ao lado direito do operador. Nos termi-nais de engate dos módulos do controle remo-to possui um sistema que retém e armazena oóleo que venha a escorrer durante o acoplamen-to das mangueiras do implemento ao trator.

Nesta gama de tratores passa a ser comum

O filtro de ar está posicionadona parte frontal do motor, comacesso facilitado para as trocas

Vários itens de segurança previstos na NR-31 doMinistério do Trabalho e Emprego foramincorporados, como chave corta corrente

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o fornecimento de unidades sem sistema hi-dráulico de três pontos, componente que é fun-damental nos modelos de pequeno porte. As-sim, o cliente pode solicitar o trator sem siste-ma hidráulico de três pontos, para reduzir ocusto de aquisição. Esta opção será uma versãomuito usual em cereais, sob plantio direto, prin-cipalmente nas regiões de fronteira de expan-são da área agrícola brasileira. O sistema hi-dráulico mantém as funções existentes em tra-tores da série 600 com Boschtronic, com umpainel fácil de operar, com botões de memori-zação da regulagem de altura máxima e míni-ma e, em substituição às famosas duas ala-vancas do sistema Ferguson, de controle deprofundidade e tração, fazendo uso apenas debotões. Como inovação, temos o controle ele-trônico no sistema hidráulico, que introduzum componente eletro-hidráulico no sistemaFerguson de controle de profundidade e tra-ção do terceiro ponto, tradicionalmente feito

por meio de uma mola. A capacidade de le-vantamento está bem adequada à dimensãodos tratores da série, aproximadamente5.500kg no olhal e 4.500kg a 610mm. O acio-namento do sistema hidráulico nesta sériedeixa de ser por alavancas e está colocado nopainel lateral do trator, ao lado direito do ope-rador. Assim mesmo, como já é um critério dequalidade atual, há comandos de hidráulico,por botões, no pára-lama do trator, proporcio-nando mais segurança ao operador, que nes-tas condições pode acoplar os implementossem necessitar de auxílio de outra pessoa.

O TESTE FINALFizemos um teste de campo em uma par-

cela na Fazenda Experimental da Ulbra, Uni-versidade Luterana do Brasil, na cidade deNova Santa Rita (RS). Tivemos o auxílio daequipe da fábrica, principalmente do enge-nheiro agrônomo Daniel de Souza Dias, ana-lista de Marketing de Produto, que nos pro-porcionou o equipamento e o apoio de cam-po. Trabalhamos com uma plantadeira Mas-sey Ferguson, MF 512 L45 com 11 linhas de0,5m de espaçamento entrelinhas, em terceiramarcha baixa, a aproximadamente 6km/h.Notamos que é muito interessante a possibi-

Equipe testou o MF 7180 naFazenda Experimental da Ulbra,

em Nova Santa Rita (RS)

Detalhe dos contrapesos na parteinterna da roda e dos elementos paraacrescentar o segundo jogo de rodas

Em todas as versões da série,o sistema hidráulico de trêspontos é um item opcional

O acesso ao posto de comando ganhouitens que facilitam o embarque e aumentam

a segurança do operador

lidade da troca sincronizada de marchas en-tre grupo de alta e baixa, com um escalona-mento que só nesta faixa entre 5 a 10km/hhá cinco marchas disponíveis. Outro pontoimportante é a agilidade no levante da plan-tadeira nas manobras de cabeceiras, devidoà elevada capacidade do sistema hidráulicoacionado pelo controle remoto. O ruído domotor é bastante característico e diferente doque estávamos acostumados na linha MF. Otrator demonstrou não ter nenhum proble-ma para efetuar este trabalho, mesmo comuma demanda bruta aproximada de 16cv/li-nha, inclusive sugerindo que com o espaça-mento convencional de 45 centímetros des-ta plantadeira, poderíamos estar perfeitamen-te tracionando as 12 linhas, que normalmen-te é utilizado.

CONCLUSÃO FINALAo final tivemos a impressão de que esta-

mos frente ao um trator com um excelentemotor, já comprovado e com tecnologia com-patível com a faixa de potência e com a reali-dade da agricultura brasileira. Notamos quevários problemas antes detectados pelo mer-cado na linha 600 foram resolvidos e houveuma melhora substancial no projeto, sem aces-sar demasiadamente itens de tecnologia avan-çada, que encarecem o produto.

José Fernando Schlosser,Gismael Francisco Perin eUlisses Giacomini Frantz,UFSM

Fotos Charles Echer

. M

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consumo

Ademanda mundial por combus-tíveis renováveis tem se expan-dido rapidamente nos últimos anos

devido à preocupação com a redução do volu-me de emissões de gases causadores do efeitoestufa até 2012, como determina o Protocolode Kyoto. Essa demanda é verificada tambémno Brasil, pela necessidade de diminuir a de-pendência de derivados de petróleo nas matri-zes energéticas nacionais e pelo incentivo à agri-cultura e às indústrias locais (Baldonedo, 1995).

O governo federal, em outubro de 2002,lançou o Programa Brasileiro de Biocombustí-veis, com o objetivo de viabilizar a utilização dobiodiesel. Hoje, aproximadamente, 10% dodiesel consumido no Brasil é importado. Essecombustível é o mais utilizado no país, princi-palmente no transporte de passageiros e de car-gas. Anualmente, comercializa-se cerca de 38,2bilhões de litros, o que corresponde a 57,7% doconsumo nacional de combustíveisveiculares.

A disponibilidade das fontesagrícolas para a produção do biodie-sel varia de acordo com o clima e ascondições das regiões de produção. A áreaplantada necessária para atender ao percen-tual de mistura de 2% de bio-diesel ao diesel de petróleo é

estimada em 1,5 milhão de hectares, o que equi-vale a 1% dos 150 milhões de hectares planta-dos e disponíveis para agricultura no Brasil. Estenúmero não inclui as regiões ocupadas por pas-tagens e florestas. As regras permitem a produ-ção a partir de diferentes oleaginosas e rotastecnológicas, possibilitando a participação doagronegócio e da agricultura familiar (Progra-ma Nacional de Produção e Uso de Biodiesel -PNPB, 2008).

Existem várias oleaginosas que podem serusadas na fabricação de biodiesel. As principaissão: mamona, babaçu, colza, dendê, nabo for-rageiro, soja, algodão, girassol, amendoim, ca-nola, gergelim, palma etc. Além das oleagino-sas, existem outras matérias-primas que podemser utilizadas, tais como: sebo, óleo de fritura,algas e esgoto. (Miragaya, 1995).

Na região Sul do Brasil a cultura que maisse destaca na produção de biocombustível, de

acordo com Gontijo (2008), porapresentar tolerância a

baixas temperaturas e até mesmo geada, é onabo forrageiro: planta herbácea, ereta, muitoramificada, raiz pivotante profunda, às vezestuberosa, porte de 100cm a 180cm, da famíliadas Crucíferas, espécie utilizada tradicional-mente para a alimentação animal e coberturavegetal de inverno, com elevada capacidade dereciclagem de nutrientes (principalmente ni-trogênio e fósforo), de rápido desenvolvimentoe bom desenvolvimento em solos relativamen-te pobres e ácidos, além de ser conhecida comofornecedora de massa para a adubação verde –de acordo com a Epagri, (1995), produz 20 to-neladas de massa verde por hectare.

Silva (1996), relatou que o nabo forrageiro,além de suas utilidades tradicionais, possui emseus grãos consideráveis teores de óleo, relativafacilidade de extração (prensagem) e, assim,poderá se tornar matéria-prima de substancialinteresse aos produtores rurais. Seu baixo cus-to em relação às demais culturas de coberturade inverno, como a ervilhaca e até mesmo aaveia preta, favorece a sua aceitação e utiliza-ção pelos produtores rurais (Nicoloso et al).

O nabo forrageiro é uma planta muito vi-gorosa, que em 60 dias cobre cerca de 70% dosolo. Seu florescimento ocorre aos 80 dias após

Desempenho à provaEnsaio desenvolvido por pesquisadores em Santa Catarina avalia performance

de tratores em operação de plantio com diferentes tipos de preparos de solo

Alb

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o plantio, atingindo sua plenitude aos 120 dias.A altura da planta varia de 100cm a 180cm e,devido ao seu rápido crescimento, compete comas ervas daninhas invasoras desde o início, di-minuindo os gastos com herbicidas ou capi-nas, o que facilita a cultura seguinte. Não háocorrência de pragas ou de doenças que mere-çam controle (Pereira, 2008).

O manejo do solo se constitui de práticassimples e indispensáveis ao bom desenvolvi-mento das culturas e compreende um conjun-to de técnicas que, utilizadas racionalmente,proporcionam alta produtividade, mas, se malutilizadas, podem levar à destruição dos solos acurto prazo, podendo chegar à desertificaçãode áreas extensas (Nicoloso, 2008).

Um dos grandes desafios da agriculturamoderna, mecanizada, é a compatibilizaçãoentre as variáveis de manejo do solo, de meca-nização agrícola e de produção. A escolha deum sistema de cultivo é complexa e varia con-forme a região, tipo de solo, condições climáti-cas, entre outros. Assim, métodos de preparodo solo e sistemas de manejo da cobertura ve-getal tornam-se ferramentas importantes noauxílio da conservação do solo.

O sistema de semeadura direta é um méto-do que visa maior conservação do solo e dimi-nuição do tráfego de máquinas, tendo comoprincípio a semeadura diretamente em solo nãorevolvido. (Furlani et al, 2004).

Para consolidar a adoção desse sistema hánecessidade de solucionar problemas por oca-sião da sua instalação, como, por exemplo, osde compactação do solo, baixos teores de maté-ria orgânica, baixa fertilidade, presença de er-vas daninhas e aumento do consumo energéti-co em função de uma seleção inadequada dasmáquinas existentes.(Casão Júnior et al, 2000).

Quanto às operações agrícolas, Mazzeto(2008) destaca que estas devem ser executa-das no prazo agronomicamente recomendado.No planejamento tradicional, a seleção e o di-

mensionamento de máquinas têm como obje-tivo realizar a operação no menor prazo possí-vel, para evitar perdas por atrasos, sobretudodevido ao risco climático e a falhas de equipa-mentos.

Todavia, isso pode exigir elevada capa-cidade operacional das máquinas, resultan-do na elevação dos custos da operação. Poroutro lado, menor capacidade não permitea conclusão da operação no prazo ótimo,resultando em perdas quantitativas e quali-tativas. Por isso, as informações de desem-penho operacional e consumo de combus-tível auxiliam no gerenciamento de sistemasmecanizados agrícolas, permitindo a racio-nalização do emprego de máquinas e do con-sumo energético, bem como a otimizaçãodas operações de máquinas agrícolas commenores perdas.

O preparo convencional provoca inver-são da camada arável do solo, mediante ouso de arado; a esta operação seguem ou-tras, secundárias, com grade ou cultivador,para triturar os torrões; 100% da superfície

é removida por implementos. Este tipo depreparo só deve ser utilizado quando da cor-reção de algumas características na subsu-perfície do solo, onde necessite de incorpo-ração de corretivos ou rompimento de ca-madas compactadas.

O preparo vertical consiste no uso de im-plementos sobre os resíduos da cultura an-terior, com o revolvimento mínimo neces-sário para o cultivo seguinte. Geralmente éutilizado um escarificador a 15cm, sufici-ente para romper crostas e pé de grade ni-veladora.

O sistema de plantio direto traz váriosbenefícios para a conservação do solo, prin-cipalmente pela menor mobilização do soloe menor remoção da terra. Por outro lado, aausência da mobilização do solo poderá le-var a um aumento ou manutenção de altosníveis de compactação do solo, podendo sernecessário realizar escarificações ou subso-lagens a determinados intervalos de tempo(Pérez, 1998 et al apud Nagaoka, 1999).

Tendo em vista a importância deste as-sunto, a Universidade Federal de Santa Ca-tarina (CCA-UFSC), em experimentos im-plantados e conduzidos na Fazenda Expe-rimental da Ressacada, localizada no mu-nicípio de Florianópolis (SC), está desen-volvendo pesquisas com esta cultura paraatender as necessidades dos agricultores econtribuir na produção de biodiesel. A áreado experimento localiza-se nas coordenadasgeográficas 27º41’ latitude Sul e 48º32’ lon-gitude Oeste, com altitude média de setemetros em uma área que estava há três anosem pousio. O solo da área experimental foiclassificado como Neosolo QuartzarênicoHidromórfico Típico, de acordo com o Sis-

Os experimentos foram implantados e conduzidospela UFSC na Fazenda Experimental da Ressacada,

localizada no município de Florianópolis

Solo com manejo no sistemade plantio direto para cultura

do nabo forrageiro

Conjunto trator e escarificador utilizado paracomparar o desempenho no plantio em solos

e subsolos e plantio convencional

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Alberto Nagaoka

tema Brasileiro de Classificação dos Solos(Embrapa, 1999).

Para avaliação do desempenho do tratorem função do manejo do solo, a semeadurafoi realizada com uma semeadora da marcaVence Tudo, modelo SA7300, numa profun-didade média de 3cm. Antes da semeadurada cultura de inverno realizou-se uma des-secação da área com a aplicação de 1 Lha-1

de glifosato (Round-Up), com um pulveri-zador de 400 litros da marca Jacto. Utili-zou-se arado da marca Jan modelo J26, umagrade da marca Massey Fergusson modeloMF2512 e um escarificador da marca Janmodelo Jumbo. Para tracionar os equipa-mentos, utilizou-se um trator da marcaFord, modelo 6600, com 62,5kW de potên-cia no motor. Os dados foram obtidos comauxílio de um sistema de aquisição de da-dos fabricado pela Campbell Scientific, Inc.Modelo CR10X Micrologger, cujos senso-res (de temperatura, fluxômetro, célula decarga) e componentes eletrônicos (chaveliga/desliga, leds e resistores) foram instala-

dos e programados pelo Núcleo de Ensaio ePesquisa de Motores e Equipamentos Agrí-colas e Automotivos – NEPMEAA/CCA/UFSC - e pelo Centro de Informações deRecursos Ambientais e de Hidrometeorolo-gia de Santa Catariana – Ciram/Epagri.

A Figura 1 apresenta os resultados obti-dos das principais operações de preparo dosolo para implantação da cultura do naboforrageiro, em diferentes tipos de manejos(plantio convencional e com escarificador).O consumo horário de combustível foi mai-or no preparo do solo com escarificador(10,27l/h) e seu consumo específico (9,34l/ha) foi menor, devido a sua maior capacida-de operacional nesta operação. Os valoresde patinagem no preparo do solo com grade(18,44%) e com o escarificador (16,93%)foram maiores do que o recomendado, sen-do o ideal entre 10% a 15% em solos não-mobilizados. Este resultado ocorreu, prin-cipalmente, devido ao alto teor de água(30%) no momento do preparo do solo.

Na Figura 2, observa-se os dados de con-

O desempenho foi testado no plantio denabo forrageiro, cultura em testes nafazenda para produção de biodiesel

sumo horário, capacidade de campo opera-cional, consumo específico e patinagem naoperação de semeadura em cada manejo dosolo (convencional, escarificação e plantiodireto). Os consumos horário e específico,bem como a patinagem nesta operação, fo-ram menores para o sistema de plantio di-reto, demonstrando vantagem para estemanejo e outros benefícios como menormobilização do solo, maiores restos vegetaisna superfície do solo, redução de custos erecuperação das características físicas, quí-micas e biológicas do solo.

Como mencionado anteriormente, onabo forrageiro, além de ser utilizado paracobertura e incorporação no solo, pode serutilizado na produção de biodiesel. Análisesiniciais demonstram que as sementes de naboforrageiro têm grande capacidade para a pro-dução do biodiesel de boa qualidade. Segun-do pesquisadores, outra vantagem desta ole-aginosa é a facilidade da extração do óleo dassementes e o grande teor (cerca de 35%).

Os registros constam que a média deprodutividade seria de 500kg a 800kg de se-mentes por hectare, sendo que uma tonela-da de semente tem a capacidade de gerar280 litros de biodiesel. Ainda não há regis-tros precisos do litro de biodiesel a partir donabo forrageiro, mas, por ser uma culturade custos mínimos (quase zero) e o governoter instituído um programa de pagamentomínimo de R$ 27,00 por saca de 60kg, osprodutores poderão ser motivados a produ-zir essa cultura.

Alberto Kazushi Nagaoka,Mariane Abreu Silveira eDjalma Eugenio Schmitt,CCA/UFSCMarilda da Penha T. Nagaoka,FABM/Saber

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X-TORQ

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Os motores Husqvarna, dotadosda tecnologia X-TORQ, foramdesenvolvidos para oferecer

mais força através de uma ampla faixa derevoluções por minutos (rpm). Aumentarprodutividade dentro de uma faixa ideal de“rpm”, significa submeter o produto ao usointensivo e concluir tarefas com maior qua-lidade e de forma mais rápida.

O potencial de ganhos com o empregoda tecnologia X-TORQ vai além, pois com

os preços dos combustíveis sempre estan-do em evidência e podendo subir a qual-quer momento, torna-se essencial encon-trar meios de tornar as máquinas maiseconômicas sem que haja perda de efici-ência durante o trabalho. Essa tecnologiapode oferecer até 20% de economia decombustível. Isto significa mais tempo detrabalho no campo, uma vez que há me-nos paradas para reabastecimento, semcontar a economia no bolso, que é bas-

tante significativa. Os motores X-TORQ,também estão diretamente relacionados àsquestões ambientais, de modo que emi-tem até 60% menos poluentes (g/kWh).Isto se deve à tecnologia que utiliza o arde forma pura ao invés de misturado aocombustível, para eliminar os gases resul-tantes da combustão interna do motor.

Cabe ressaltar que todos os equipamen-tos Husqvarna, dotados de motores com tec-nologia X-TORQ, encontram-se de acordocom as mais restritas normas ambientais,estando aptos a serem comercializados alémdos padrões mundiais de emissões estabe-lecidos até 2010.

MOTOR TRADICIONAL A DOIS TEMPOSOs motores a dois tempos que equi-

pam os produtos portáteis, tais como ro-çadeiras, motosserras e congêneres, são decombustão interna e destacam-se pelasimplicidade de sua construção, baixopeso, além da elevada potência que con-seguem desempenhar. Como outros mo-tores do ciclo Otto, realizam as quatro fa-ses (admissão, compressão, expansão e es-cape) porém, em apenas dois movimen-tos do pistão e ao longo de uma única voltado virabrequim, motivo pelo qual é possí-vel obter potências mais altas que as en-contradas nos motores a quatro tempos,onde ocorre um tempo total de combus-tão a cada duas voltas do virabrequim.

Dentre as grandes vantagens de se em-pregar motores a dois tempos em máqui-nas portáteis, pode-se mencionar a altapotência graças à centelha que é liberadapela vela a cada volta completa do vira-brequim enquanto nos motores a quatrotempos, a centelha é liberada a cada duasvoltas do virabrequim. Eles podem funci-onar em qualquer posição de trabalho,uma vez que a lubrificação ocorre atravésdo óleo adicionado proporcionalmente àgasolina. Já a grande maioria dos motoresa quatro tempos encontra problemas defalta de lubrificação ao trabalhar de for-ma inclinada.

X-TORQ

Componentes e sistema deconstrução de um motor X-TORQ

Os gases com combustível não detonado sãoreaproveitados, ao invés de eliminados

Detalhe do fluxo de ar nomotor X-TORQ

Após inúmeras pesquisas e testes de campo elaboratoriais, a Husqvarna desenvolveu emseus novos equipamentos portáteis, os motoresX-TORQ, mais econômicos e menos poluentesque os convencionais motores dois tempos

Após inúmeras pesquisas e testes de campo elaboratoriais, a Husqvarna desenvolveu emseus novos equipamentos portáteis, os motoresX-TORQ, mais econômicos e menos poluentesque os convencionais motores dois tempos

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Fotos Husqvarna

MOTOR A DOIS TEMPOSO motor recebe esse nome por seu ciclo

ser constituído por apenas dois tempos. Me-canicamente ele é bastante simples e possuipoucas peças móveis. O próprio êmbolo (pis-tão) funciona como válvula deslizante,abrindo e fechando as janelas de transfe-rência por onde a mistura é admitida de umlado e os gases queimados são expulsos dooutro lado.

Estes motores não possuem válvulas e ficaa cargo das janelas de transferência, efetuarema comunicação entre a câmara de combustão eo cárter onde se encontra o virabrequim, tam-bém conhecido como eixo de manivelas.

No tempo de compressão, o pistão compri-me a mistura ar e combustível (gasolina + óleodois tempos) que se encontra na câmara decombustão. Neste momento o próprio pistãoencarrega-se de abrir a janela de admissão, per-mitindo que a mistura (ocorrida no carbura-dor) possa penetrar no cárter onde se formouvácuo oriundo do deslocamento do pistão.

Quando o pistão chega ao máximo de seucurso superior (Ponto Morto Superior) a velaemite uma centelha. A mistura comprimida nacâmara inicia sua combustão, impulsionando

o pistão para baixo, sendo que no seu curso deretorno ao Ponto Morto Inferior, possibilita aabertura da janela de escape, por onde os gasesqueimados são conduzidos ao escapamento.

Os gases queimados que ainda não saírampara o escapamento são empurrados pela mis-tura de combustível, sendo comum em moto-res tradicionais a dois tempos que combustívelnão detonado seja eliminado juntamente comgases não queimados, o que impacta negativa-mente no consumo da máquina, além de pre-judicar o meio ambiente.

X-TORQ E GASES TÓXICOSA grande maioria dos componentes en-

contrados no motor a dois tempos tradicio-nal também se faz presente nos motores comtecnologia X-TORQ, eliminando, assim,qualquer complicação durante sua manu-tenção. Esse motor possui estrutura similarao modelo convencional, exceto uma entra-da adicional de ar além do pistão que pos-sui um desenho diferenciado. A mistura are combustível entra no cárter exatamentecomo ocorre no motor a dois tempos tradi-cional, contudo, há um fluxo adicional dear que em um determinado momento, pas-sa através do meio do pistão que possui umrecorte lateral.

Este fluxo de ar puro torna-se o primei-ro elemento a entrar no cilindro e, conse-

qüentemente, acaba empurrando os gasesda combustão para fora do motor, caracte-rística que difere dos motores a dois tempostradicionais, que eliminam combustível nãodetonado juntamente com os gases queima-dos, favorecendo o aumento de consumo.A tecnologia X-TORQ possibilita que omotor emita menores níveis de poluentes,além de oferecer notória economia de com-bustível, proporcionando maiores autono-mias de trabalho, já que ocorrem menosparadas para reabastecimentos.

Ao contrário dos motores a quatro tem-pos, que possuem diversas partes que se mo-vem e necessitam constantemente de ajus-tes nas válvulas, esta inovada tecnologia X-TORQ utilizada pela Husqvarna em seusnovos equipamentos portáteis não oferecenenhuma dificuldade quando o assunto émanutenção. Tão simples quanto os moto-res tradicionais a dois tempos.

É por tudo isto que os motores X-TORQvieram para oferecer mais força, maior autono-mia e menos impactos, tanto ao bolso do con-sumidor quanto ao meio ambiente!

A tecnologia X-TORQ possibilita que o motoremita menores níveis de poluentes

Motosserra Husqvarna, um dos equipamentosequipados com motor X-TORQ

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Comparação X-TORQ e motor dois tempos convencional

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38 • Dezembro 08 / Janeiro 2009

Arescisão de contrato de trabalho por justa causa, artigo 482da CLT (vide ao lado), usualmente atrai empregadores ex-perimentando momentos de fúria. Frente a alguma ação da-

nosa perpetrada pelo empregado, pensam em aplicar-lhe um castigo do-loroso. É uma péssima idéia.

Mesmo um leitor atento poderá ser induzido ao erro ao analisar odispositivo sobre rescisão por justa causa decorrente de culpa do empre-gado. Parece claro. Não é.

Desafortunados empregadores já descobriram a enorme distânciaentre o texto da lei e as interpretações aplicadas pelos tribunais aos casosconcretos.

Exemplo ocorreu no caso da demissão de motoristas que, provavel-mente, agiam em conluio para furtar combustível dos caminhões de umatransportadora. Havia adulteração dos hodômetros dos veículos para si-mular trajetos superiores aos realizados. O combustível extra-retiradodos tanques era, aparentemente, negociado. A trama foi descoberta pormeio de comparações entre os trajetos constantes do sistema de monito-ramento e aqueles declarados pelos empregados.

Sua demissão por justa causa foi revertida em demissão sem justacausa pelos tribunais do trabalho. Apegaram-se os juízes e desembarga-dores ao fato de o perito haver dito que era possível manipular os resulta-dos no banco de dados do sistema. Se era possível, então a prova nãopoderia ser qualificada de irrefutável. Por essa interpretação, poucas pro-vas constantes em computadores poderiam ser válidas, pois passíveis dealterações.

Esse exemplo, um dentre vários existentes, demonstra a neces-sidade de o empregador avaliar a pertinência da utilização desseinstituto. Às vezes, melhor uma rescisão sem justa causa para evitarincomodação.

Caso o empregador deseje utilizar esse instituto, entre outros aspec-tos, convém ponderar: a sanção deve ocorrer em seguida à falta, para quenão se caracterize o perdão; necessária a proporcionalidade entre a falta ea punição; caracterizam negociação habitual a inexistência de autoriza-ção, a concorrência à empresa e, por certo, a habitualidade na conduta;alcoolismo é enfermidade, não causa para demissão; a violação de segre-do deve ser grave; não pode haver duas punições pelo mesmo fato.

ustiça em debateSchubert K. Peter - [email protected]

Justa causa vale a pena?

Contratos de compra e venda de moeda estrangeira voltam àdiscussão no Judiciário por causa das recentes variações cam-

biais. Na maioria dos casos, consta desses contratos cláusula arbitral(tecnicamente chamada cláusula compromissória), por meio da qualas partes se obrigam a recorrer à arbitragem para solucionar conflitos.

Na tentativa de obter provimento rápido ou mais favorável, algu-mas empresas recorrem ao Judiciário; mas esbarram no reconheci-mento da validade da cláusula compromissória.

A discussão sobre a obrigatoriedade de decisão arbitral antes dasubmissão da causa do Judiciário mereceu destaque há alguns anos.Acabou pacificada pelo Supremo Tribunal Federal, que reconheceu aconstitucionalidade da Lei de Arbitragem, embora não em Ação Dire-ta de Inconstitucionalidade.

Essa interpretação pode mudar? Pode. Mas por enquanto nadaocorreu. Devem as empresas apostar na via judicial? A idéia de recor-rer ao Judiciário antes da decisão arbitral não é absurda, todavia, ine-gável sua pequena possibilidade de sucesso.

Em dólar Depositário infiel

Recentes julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) ten-dem a restringir as hipóteses de prisão por inadimplemento

de obrigações em todo o país. Prisão civil por dívida era exceção.Tornou-se mais remota essa possibilidade. Agora, tende a ser decre-tada apenas em casos de inadimplemento voluntário e inescusávelde obrigação alimentar, embora, na prática, raras vezes um juiz con-sidere uma situação como escusável (nem desemprego é comumen-te aceito).

No caso do depositário infiel, a possibilidade de prisão tornou-seletra morta em decorrência de uma alteração na Constituição. Por ela,foi conferida hierarquia privilegiada, constitucional ou supralegal, atratados sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil. Um dessestratados afasta a possibilidade da prisão civil do depositário infiel.

As decisões, por enquanto, valem apenas para os casos analisa-dos, mas seu conteúdo tende a prevalecer em outras situações. Cer-tamente, haverá repercussões econômicas, principalmente quandose fala em alienação fiduciária.

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho peloempregador:

a) ato de improbidade;b) incontinência de conduta ou mau procedimento;c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador,

e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado,ou for prejudicial ao serviço;

d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havi-do suspensão da execução da pena;

e) desídia no desempenho das respectivas funções;f) embriaguez habitual ou em serviço;g) violação de segredo da empresa;h) ato de indisciplina ou de insubordinação;i) abandono de emprego;j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço

contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condi-ções, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicaspraticadas contra o empregador e superiores hierárqui-cos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou deoutrem;

l) prática constante de jogos de azar.Parágrafo único - Constitui igualmente

justa causa para dispensa de empregado aprática, devidamente comprovada em inqu-érito administrativo, de atos atentatóriosà segurança nacional.

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