Maquinas 124

40

description

Novembro de 2012

Transcript of Maquinas 124

Page 1: Maquinas 124
Page 2: Maquinas 124
Page 3: Maquinas 124

Rodando por aí

Semeadoras de soja transgênica

Carretas graneleiras

Ficha Técnica - MF 2625

Preparo inicial do solo

Test Drive - Valtra

Depreciação de máquinas

Ficha Técnica - HydraFlex Draper

Como escolher pulverizadores autopropelidos

Segurança em máquinas florestais

Força de tração

Test Drive - Enfardadoras Challenger 18Conheça a família de enfardadoras Challenger, distribuídas no Brasil pela Valtra, e confira o desempenho dos modelosSB 34, LB34B e RB452 no nosso test drive

04

06

09

12

14

18

26

28

31

34

36

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados po-dem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoCharles EcherCarolina Simões Silveira

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialSedeli FeijóJosé Luis Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

DireçãoNewton Peter

[email protected]

CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

Carretas graneleirasAs carretas graneleiras são oferecidas

nos mais diversos tamanhos e modelos, que se adaptam a vários trabalhos

Pulverizadores autopropelidosSaiba quais são as características que devem ser observadas para acertar na

escolha do pulverizador autopropelido

31

• REDAÇÃO3028.2060

Assinatura anual (11 edições*): R$ 173,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00€ 110,00

Cultivar Máquinas • Edição Nº 124 • Ano XI - Novembro 2012 • ISSN - 1676-0158

• Coordenação CirculaçãoSimone Lopes

• AssinaturasNatália RodriguesFrancine MartinsClarissa Cardoso

• ExpediçãoEdson Krause

• Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Destaques

Nossa capa

Índice

09

Matéria de capa

Cap

a: C

harl

es E

cher

CCCultivar

• GERAL3028.2000

• ASSINATURAS3028.2070

• MARKETING3028.2065

Page 4: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br04

roDANDo por AÍ

História preservadaFoi inaugurado no dia 23 de outubro o Museu do Plantio Direto, na cidade de Mauá da Serra (PR). Nele estão expostas as primeiras máqui-nas e implementos agrícolas usados no sistema que mudou a história do município e serviu de exemplo para a agricultura no Brasil. Uma das importantes peças do Museu do Plantio Direto é a semeadora Allis Chal-mers, doada pelo produtor Herbert Bartz, pioneiro do Sistema Plantio

Encontro de gerentesA Massey Ferguson reuniu 150 gerentes da área de pós-venda da empresa durante o 1º Encontro Nacional de Gerentes de Serviço Massey Ferguson, realizado nos dias 28 e 29 de outubro, em Porto Alegre. No evento foram apresentadas as estratégias de gestão da marca diante do crescimento da comercialização de máquinas com eletrônica embarcada. O foco das apre-sentações foi a etapa do pós-venda, em que o cliente necessita do acompa-nhamento da concessionária na utilização dos equipamentos agrícolas.

Onze anosA Agritech Lavrale, fabricante dos tratores e microtratores Yanmar Agri-tech, completou no dia 1º de novembro 11 anos de atuação no mercado de tratores e cultivadores motorizados focados para a agricultura familiar. Instalada na cidade de Indaiatuba (SP), a Agritech começou em 2001, quando o Grupo Francisco Stédile adquiriu a fábrica de tratores volta-dos ao pequeno produtor da Yanmar do Brasil, que havia iniciado sua produção em 1987. Atualmente a empresa detém uma participação de 4,5% do mercado total de tratores, e atingirá uma marca superior a 2,2 mil unidades produzidas em 2012. “Temos orgulho de contribuir com o desenvolvimento do agronegócio brasileiro pensando e criando produtos específicos para uma importante parcela de pequenos produtores do país”, destaca Nelson Watanabe, gerente nacional de Vendas da Agritech.

Colheita simuladaA Case IH entregou mais um simulador de colheita de cana-de-açúcar para a Usina Santa Adélia, em Ribeirão Preto (SP), que investiu no equipamento para capacitação de operadores de colhedora de cana. O simulador, desenvolvido principalmente para treinar uma demanda cada vez mais crescente de mão de obra especializada para o setor, simula

HomenagemA New Holland foi homenageada durante o XII Encontro Estadual de As-sociados do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural

SimuladorJohn Deere está lançando no Brasil um simulador para o treinamento dos operadores da colhedora de cana 3520, que reproduz a cabine da colhedora. O simulador não funciona apenas para preparar os novos operadores, afirma Carlos Newton Graminha, gerente de Contas Estratégicas da John Deere, mas é importante também para fazer a avaliação dos operadores já formados.

MulheresEsposas de produtores rurais participaram do 1º Dia de Campo Feminino Castrolanda, que teve o apoio técnico e operacional da concessionária John Deere Macponta. Durante o evento, aproximadamente 30 mulheres puderam

Consórcio MetalforA Metalfor realizou no mês de outubro a segunda etapa dos eventos de divulgação do Consórcio Nacional Metalfor, lançado em agosto deste ano. Os primeiros eventos foram realizados nos estados da Bahia, Piauí e Maranhão. Agora, na segunda etapa, o estado do Paraná receberá encontros para a divulgação da nova ferramenta de comercialização dos produtos da empresa.

virtualmente as condições reais de colheita. “Temos dez uni-dades que serão entregues até o final do ano, além de outros cinco para entidades de ensino e capacitação de profissionais para o setor sucroenergéti-co”, explica o especialista de marketing de produtos para cana-de-açúcar da Case IH, Fábio Balaban.

(Emater), realizado de 23 a 26 de outubro em Praia de Leste, no litoral do Paraná. No mesmo evento César Garrido, de Cianor-te (PR), recebeu um trator TT após ser contemplado no sorteio realizado entre os associados do Emater. “A entrega deste trator simboliza a preocupação da marca com o trabalho dos extensionistas e também com a melhoria de produtividade na agricultura fa-miliar”, explica Luis Feijó, diretor comercial da New Holland.César Garrido

O equipamento foi desenvolvido através de uma parceria da John Deere e a South West, empresa líder na tecnologia de simuladores, que também produz equipamen-tos para aviação, Forças Armadas, equipamentos médicos e para a Nasa. O simulador foi apresenta-do em Campinas (SP) juntamente com a versão 2013 da colhedora de cana 3520 da John Deere.

conhecer e experimen-tar realidade do campo e tiveram a tarefa de ope-rar máquinas agrícolas dos mais variados tipos. Para o gerente da filial de Castro da Macponta, Irapuan da Silva, o inte-resse das mulheres pela operação das máquinas surpreendeu a todos.

Direto no Brasil. Ele comprou a seme-adora nos Estados Unidos, para onde viajou em busca de informações sobre o sistema no-tillage (sem preparo do solo) no início dos anos 1970.

Page 5: Maquinas 124
Page 6: Maquinas 124

SEMEADorAS

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br06

Mais barato e rentável

Diferentes sistemas de plantio de soja convencional e transgênica comparados entre si mostram que o Plantio Direto traz vantagens

econômicas e operacionais em relação ao convencional

New Holland

De maneira difundida em todas as partes do mundo a tecnologia dos organismos geneticamente

modificados ou comumente chamados de transgênicos se popularizou nos últimos dez anos entre os agricultores. A cultura da soja é uma das espécies geneticamente modificadas que existe no mercado, a resistência ao herbi-cida glifosato nela implantada representa uma inovação tecnológica no controle de plantas daninhas para essa cultura.

No Brasil, a cultura da soja é uma das principais e, segundo dados da Conab (2012), ela vai superar 24,63 milhões de hectares plantados, com uma produção estimada de 82,44 milhões de toneladas. O Brasil possui grande potencial de se tornar o maior produtor mundial de soja, pois dispõe de ampla base tecnológica para a produção, corpo técnico qualificado e novas áreas ainda inexploradas pela cultura, principalmente no cerrado e em área de renovação de canavial.

A desestruturação do solo, a compactação e a redução nos teores de matéria orgânica são consideradas os principais indutores da degradação dos solos agrícolas. Preocupados com isso e com o intuito de reduzir o número de operações de preparo de solo, muitos agri-cultores têm adotado sistemas conservacionistas como o cultivo mínimo e o plantio direto, sendo que nesse sistema de manejo realiza-se a mobilização somente na linha de semeadura das culturas, mantendo assim toda cobertura vegetal em sua superfície, havendo vantagens físicas e químicas através da presença constante de matéria orgânica que aumenta os teores de nutrientes e a infiltração de água no solo.

Devido aos altos custos de produção na agricultura, vários agricultores estão buscando sistemas de produção e novas técnicas de mane-jo que reduzam a demanda energética em todas as operações agrícolas. O uso da soja transgênica reduz o número de aplicações com herbicidas, promovendo com isso uma redução no uso de energia nos sistemas de produção.

A tecnologia RR (Roundup Ready - RR) resistente ao herbicida glifosato, representa uma inovação tecnológica no controle de plantas

Avaliação buscou estimar a relação entre a produtividade de soja transgênicae convencional e o consumo de combustível em diferentes sistemas de plantio

Mais barato e rentável

Diferentes sistemas de plantio de soja convencional e transgênica comparados entre si mostram que o Plantio Direto traz vantagens

econômicas e operacionais em relação ao convencional

Page 7: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 15

daninhas. No cultivo da soja transgênica o glifosato é aplicado tanto em pré-semeadura (dessecação), como em pós-emergência, fle-xibilizando as práticas de controle químico de plantas daninhas.

Em decorrência do advento da soja trans-gênica e dos diferentes sistemas de plantio possíveis para sua implantação, objetivou-se neste trabalho estimar a relação entre a produ-tividade de soja transgênica e convencional e o consumo de combustível em diferentes sistemas de plantio.

O ensaio foi conduzido no ano agrícola 2010/2011, na Fazenda Experimental La-geado, pertencente à Faculdade de Ciências

Agronômicas – Unesp, localizada no município de Botucatu (SP), em solo classificado como Nitossolo Vermelho Distroférrico.

Na implantação e condução do experi-mento foi utilizado trator de pneu com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA), com potência de 91,48kW (121cv) no motor, além de outro trator com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA) com potência de 63,2kW (86cv) no motor, equipado com pulverizador com capacidade de 600L e barra de 14m.

Para a aquisição e monitoramento dos sinais obtidos pelos sensores no sistema de alimentação de combustível das máquinas, foi utilizado painel com instrumentos eletrônicos

indicadores tipo “Micro-P”. Foi utilizado um fluxômetro, com precisão de 0,01L. Este flu-xômetro gera um pulso a cada mililitro (ml) de combustível consumido pelo trator.

Para quantificar a produtividade média dos grãos, foram colhidas manualmente plantas em dois metros de linha nas três linhas centrais da parcela. As amostras foram debulhadas manualmente e pesadas em uma balança de precisão com justeza de 0,1kg, e posteriormente foram retiradas as amostras para determinação da umidade dos grãos que foi corrigida para 13%.

O consumo de combustível por área tra-balhada foi obtido através da relação entre o

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições em que os fatores foram três sistemas de preparo de solo e uma cultivar de soja convencional e outra transgênica

Fotos Tiago Pereira da Silva Correia

Page 8: Maquinas 124

retamente na palhada previamente dessecada ignora operações como gradagem e gradagem de nivelamento.

Na Tabela 2, observa-se que houve diferen-ça estatística entre os tratamentos, destacando a maior produtividade para o sistema de plan-tio direto com soja convencional e a menor produtividade para o sistema de plantio direto com soja transgênica. A maior produtividade encontrada foi 12,41% maior do que a cultivar transgênica no sistema de cultivo mínimo.

Comparando o sistema de plantio conven-cional com o plantio direto, Alvim et al (2004) relata que o sistema de plantio direto apresenta maiores vantagens comparativas, o que compro-va que, além de sua maior lucratividade, este sistema é o mais indicado para se desenvolver uma agricultura sustentável, por ser melhor conservador de recursos naturais.

O sistema de plantio direto confirma menor COC e, portanto, maior rentabilidade, sendo um indicativo para a preferência de um sistema com maior produtividade com soja convencio-nal e ao mesmo tempo conservacionista.

As conclusões obtidas neste trabalho são que o sistema plantio direto requer menor con-sumo operacional de combustível em relação aos sistemas de cultivo mínimo e convencional, respectivamente. O uso de cultivar convencio-nal de soja em sistema plantio direto apresentou melhor produtividade que a transgênica.

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br08

consumo horário de combustível e a capacidade de campo efetiva, de acordo com a equação:

COC = CHC CCE

Onde:COC = Consumo operacional de combustível

(l.ha-1)CHC = Consumo horário de combustível

(l.h-1)CCE = Capacidade de campo efetiva (ha.h-1)

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualisados, com seis tratamentos e quatro repetições em que os fatores foram três sistemas de preparo de solo e uma cultivar de soja convencional e outra transgênica. Os tratamentos eram: cultivo mínimo com soja convencional (CMC), cultivo mínimo com soja transgênica (CMT), preparo convencional com soja convencional (PCC), preparo convencional com soja transgênica (PCT), plantio direto com soja convencional (PDC) e plantio direto com soja transgênica (PDT), em esquema fatorial 3x2, no total o experimento era composto por 24 parcelas experimentais.

Observando a Tabela 1 o total do consumo operacional de combustível (COC) para o cultivo da cultura da soja transgênica no siste-ma plantio direto (PDT) foi de 15,23L/ha. O

Tiago Pereira da Silva Correia,Leandro Augusto Felix Tavares,Saulo Fernando G. de Sousa,Paulo Roberto Arbex Silva eSérgio Hugo Benez,FCA/Unesp

.M

Tabela 1 - Operações realizadas nos sistemas plantio di-reto, cultivo mínimo, plantio convencional e respectivo consumo operacional de combustível (COC)

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, a 5% de probabi-lidade, pelo teste de Tukey. * Siglas das operações agrícolas; GRI: Grade intermediária, GRL: Grade leve, ESC: Escarificador, PUL: Pulverizador, SEM: Semeadora, COLH: Colheita

Tratamentos

PDCPDTCMCCMTPCCPCT

CV (%)

GRI----

12,3412,34

ESC--

15,6215,62

--

GRL----

10,5710,57

PUL2,481,241,860,621,860,62

SEM5,725,726,436,436,926,92

COLH8,278,278,278,278,278,27

Total COC16,47 C15,23 C32,18 A

30,94 AB32,18 A38,72 B

6,87

Operações* COC (L ha-1)

Tabela 2 - Produtividade média de soja convencional e transgênica nos sistemas plantio direto, cultivo mínimo e plantio convencional (PC)

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

TratamentosPDCPDTCMCCMTPCCPCT

CV (%)

Produtividade3.953,75 A2.981,50 B3.138,75 B

3.462,75 AB3.230,50 AB2.989,50 B

13,76

sistema de cultivo mínimo (CMT) e o plantio convencional (PCT) demandaram 30,94L/ha e 38,72L/ha de combustível, respectivamente, ou seja, o sistema plantio direto apresentou 50,78% menos COC do que o cultivo mínimo e 60,17% que o plantio convencional.

Nos três sistemas de preparo para ambas as cultivares de soja, as diferenças de COC notadas entre eles se devem principalmente em função das operações que os divergem. No tratamento com soja convencional foram realizadas três aplicações com herbicidas para controle de plantas daninhas, o que diferencia da soja transgênica em que é necessária apenas uma aplicação com herbicida pós-emergente no cultivo mínimo e plantio convencional, já no sistema de plantio direto são realizadas duas aplicações, a dessecação antes da semeadura e uma aplicação pós emergente com herbicida glifosato.

No SPD o preparo demanda menos operações, o fato de realizar a semeadura di-

O sistema de cultivo mínimo e o plantio convencional demandaram 30,94L/ha e 38,72L/ha de combustível, respectivamente

Foto

s Ti

ago

Pere

ira

da S

ilva

Cor

reia

Page 9: Maquinas 124

IMplEMENtoS

Da semeadura à colheita

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 09

Com ampla gama de modelos oferecidos no mercado, as carretas graneleiras tornam-se cada vez mais dinâmicas, possibilitando sua utilização em

operações do plantio à colheita nos diversos tipos de culturas

Utilizadas para realizar o escoamento de grãos da lavoura, as carretas graneleiras agrícolas vêm passan-

do por modificações com intuito de melhorar a eficiência operacional da colheita e, mais recentemente, da semeadura. O aumento da capacidade de colheita e armazenamento das colhedoras fez com que estes equipamentos necessitassem transportar maiores volumes e realizar os processos de descarga mais ra-pidamente, bem como minimizar os danos provocados por esse incremento de carga nas características físicas do solo como, por exemplo, uma possível compactação. O objetivo deste tra-balho foi realizar um levantamento dos modelos de carreta graneleira agrícola disponíveis no mercado, descrevendo as características técnicas principais que podem auxiliar no aumento da eficiência operacional da semeadura e colheita e também na aquisição deste equipamento.

A importância de um estudo técnico para a compra de carretas graneleiras pode ser exemplificada quando o produtor necessita dimensionar um equipamento para armazenar provisoriamente uma determinada quantidade de produto na lavoura. Isto se faz necessário em função da baixa disponibilidade de estruturas de armazenamento em nível de propriedade e das grandes distâncias destas unidades arma-zenadoras e/ou beneficiadoras de grãos, além da busca por uma alta eficiência operacional na colheita.

Outro caso expressivo diz respeito a suprir plenamente a retirada de grãos da colhedora e os transportar até o caminhão ou a outro arma-zenamento intermediário, final ou temporário, pois não podem ocorrer paradas no processo

Cha

rles

Ech

er

de colheita.Os graneleiros podem ser classificados con-

forme a forma de utilização, aplicação, número de eixos, capacidade de carga, tipo e velocidade de descarga, entre outros. Quanto ao número de eixos, é possível encontrar reboques de eixo único e de eixos múltiplos (geralmente dois). Os reboques com um eixo geralmente são utilizados para realizar o transporte de grãos da colhedora até o caminhão em percursos meno-res, especialmente de dentro da lavoura até os locais acessíveis pelos caminhões ou para um local de armazenamento temporário próximo da lavoura, possuindo uma capacidade de três a dez toneladas. Estes são utilizados principal-mente para transporte de grãos na colheita do arroz, devido às condições da operação serem em solo com alto teor de umidade e consequen-temente não permitir o trânsito com elevado peso da carga. Os equipados com dois ou mais eixos podem ser exclusivamente estacionários ou também utilizados para o transporte, desde que especificado pelo fabricante, sendo mais utilizados em terrenos planos e em condições de solo seco. Possuem capacidade de carga que varia entre dez e 20 toneladas, normalmente são mais utilizados para armazenamento temporário na lavoura devido a sua elevada capacidade de carga.

No que se refere ao material de fabricação

do compartimento de carga, existem três tipos de carreta graneleira: metálico, em aço inoxidá-vel e alguns novos modelos vêm apresentando reservatório de grãos em polietileno. Este último permite a remoção do compartimento para manutenção e limpeza do equipamento, o que pode proporcionar maior durabilidade que os reservatórios metálicos convencionais, além de reduzir o peso e o custo do implemento.

SISTEMA DE DESCARGA Quanto ao sistema de descarga, a maior

parte dos modelos existentes no mercado brasileiro tem acionamento por eixo cardã acoplado à TDP (tomada de potência) do trator. Em graneleiros de dois eixos, devido ao seu maior tamanho, ocorre a movimentação por uma rosca sem-fim, localizada no fundo do reservatório, para transportar o produto até o tubo de descarga. Em alguns modelos, o produto pode ainda ser descarregado por comportas ou através do basculamento da car-roceria, com funcionamento semelhante a uma caçamba. Para graneleiros de um eixo, o tubo de descarga coleta os grãos diretamente no fundo do reservatório, não necessitando estruturas adicionais anteriores ao tubo de descarga. O acionamento do sistema de descarga pode ser realizado pelo acionamento da TDP do trator ou, em alguns modelos, pelo controle remoto da carreta graneleira, através de um sistema de embreagem eletromagnética de acionamento do caracol do tubo de descarga.

Page 10: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br10

A escolha da carreta graneleira agrícola deverá ser feita levando em consideração fatores que facilitem e otimizem o transporte de grãos na colheita e aumentem a eficiência operacional no momento da semeadura

Nos modelos mais antigos, a movimenta-ção do tubo de descarga é realizada de forma manual, possibilitando a operação nas posições aberta ou fechada, de acordo com a necessidade da operação, além de permitir o recolhimento do tubo de descarga para facilitar as manobras e/ou armazenamento da carreta graneleira. Atu-almente a grande maioria das carretas já utiliza sistema de abertura do tubo por acionamento hidráulico, através do comando hidráulico do trator, agilizando e facilitando o processo de descarga e proporcionando um maior conforto e segurança na operação do equipamento.

A capacidade de descarga também está entre um dos parâmetros mais importantes a serem considerados na seleção da carreta grane-leira, sendo que quanto maior for a capacidade de descarga, menor será a perda de tempo durante a operação, o que aumenta a eficiência operacional no momento da colheita. Porém, esta elevada capacidade pode ser um fator negativo, já que a alta rotação da rosca transpor-tadora, aliada à umidade inadequada dos grãos no momento da colheita, pode ocasionar alto índice de quebra destes. Atualmente no mer-cado agrícola existem carretas com capacidade de descarga de 600kg por minuto e outras que podem chegar a até 12 mil quilos por minuto, estando isto relacionado ao diâmetro do tubo de descarga e à rotação da rosca transportadora. Estas características permitem a realização da descarga em um reservatório temporário ou permanente em um menor tempo, possibili-tando o retorno imediato da carreta graneleira ao talhão onde está sendo efetuada a colheita, podendo inclusive dispensar a utilização de um maior número destes implementos para esta atividade.

NA SEMEADURAAtualmente as carretas graneleiras estão

sendo utilizadas para agilizar e facilitar o pro-cesso de semeadura. Para tanto, é acoplado à saída do tubo de descarga, um tubo abastecedor telescópico flexível e que facilita o abastecimen-

to sobre os reservatórios de adubo e semente e, em alguns modelos, a rosca transportadora é revestida com borracha, reduzindo os danos mecânicos às sementes. As principais vanta-gens da utilização de carretas graneleiras na semeadura são a reposição de sementes e ferti-lizantes no local da operação, sem necessidade de deslocamento da semeadora do interior da lavoura para outro local de abastecimento, e a simplicidade da operação, que reduz o tempo de carregamento de sementes/adubo, aumentando a eficiência operacional, pois dispensa sacaria e reduz a mão de obra na lavoura, além de ser útil também para o transporte de grãos.

Para a proteção de plantas no estádio inicial de desenvolvimento, uma das alternativas mais viáveis é o tratamento de sementes que devem ser recobertas previamente com inseticidas e fungicidas, geralmente de alta toxicidade, além de, algumas espécies, necessitarem também de inoculação. Este trabalho pode ser realizado pelas empresas produtoras de sementes ou pelos próprios agricultores. No entanto, esta operação é de grande risco, apresentando alto índice de intoxicação e problemas no manu-seio inadequado dos produtos utilizados para tratamento.

Alguns modelos vêm sendo fabricados exclusivamente para facilitar a operação de semeadura, realizando além do abastecimen-to da semeadora o tratamento de sementes através de um conjunto opcional (kit) tratador

de sementes instalado na entrada do tubo de descarga, possibilitando a aplicação de inocu-lante, fungicida, inseticida, micronutrientes e também a aplicação de lubrificante grafite em pó. Este opcional viabiliza o processo de tratamento fitossanitário no campo, aumenta a eficiência da atividade e também proporciona economia de tempo, produto e semente. Isso ocorre pelo fato de tratar somente a semente que será utilizada durante a operação de se-meadura, possibilitando outro destino para a semente que não foi utilizada e que está sem o produto fitossanitário, além de reduzir o risco de intoxicação. Estas características são impor-tantes, pois as sementes depois de tratadas não podem ser reutilizadas pela indústria ou para consumo animal e acabam sendo obrigatoria-mente descartadas, acarretando num maior custo de produção e risco de contaminação ambiental.

PNEUSUm aspecto importante na escolha do

equipamento é a seleção do tipo de pneu a ser utilizado. Uma situação muito encontrada é a utilização de pneus traseiros de tração que são descartados por chegar ao fim da vida útil para o trator. Estes podem trazer desvantagens econô-micas como, por exemplo, o aumento da tração necessária para movimentar o equipamento e o risco de ocasionar tombamento devido ao des-gaste e por não estar em condições de suportar o peso da carga.

Outra questão a ser avaliada é a compac-tação dos solos, devido ao intenso tráfego de máquinas agrícolas, que em muitos momentos estará sendo realizado em condições inadequa-das de umidade, ou seja, após chuvas o agricul-tor muitas vezes necessita retomar o processo de colheita assim que possível, estando o solo muitas vezes em uma faixa de umidade além do friável. Esta condição, somada ao alto peso das carretas e com a calibragem muitas vezes ex-cessiva dos pneus, provoca uma compressão do solo contribuindo para uma compactação em superfície e também em profundidade. Estas alterações da estrutura e aumento da densidade podem afetar a capacidade de armazenamen-to e disponibilidade de água e proporcionar um declínio da produtividade das culturas.

Alguns modelos possuem reservatório de grãos em polietileno, que permite a remoção do compartimento para manutenção e limpeza, contribuindo para o aumento da vida útil do equipamento

Charles Echer Dauto Carpes

Agr

imec

Page 11: Maquinas 124

cional em carretas graneleiras. Estas, quando desacopladas, não possuem estabilidade para permanecer em terrenos com pequena decli-vidade, de forma que a parada é realizada pela frenagem do trator, que nesta circunstância, não deve estar tracionando mais que seu próprio peso, a fim de evitar acidentes.

A correta escolha da carreta graneleira agrícola deverá, então, ser realizada levando em consideração fatores que facilitem e oti-mizem o transporte de grãos no momento da colheita e também aumentem a eficiência operacional no momento da semeadura, através da utilização dos novos modelos que, além do transporte de grãos e de fertilizantes, realizam reabastecimento das semeadoras e também o tratamento e aplicação de lubrifi-cante grafite nas sementes. Também podem ser considerados itens que proporcionem maior manutenção da qualidade dos grãos e segurança no momento das operações.

As operações agrícolas são realizadas quase sempre desconsiderando estas informações, mas perante as novas opções que estão sendo disponibilizadas pelos fabricantes, será possível escolher o pneu adequado para cada atividade. Dessa forma, além de poder escolher um pneu que provoque menor compactação, sendo este adequado ao peso da carreta graneleira carre-gada, o produtor deverá estar atento à pressão de inflação, umidade do solo, carga máxima recomendada por pneu e especificações técnicas dos implementos utilizados.

Ao optar, por exemplo, por pneus radiais, com maior largura e área de contato, a pressão total que o pneu exerce sobre o solo será dis-tribuída em uma área de contato maior, dimi-nuindo o efeito da maior carga e consequente maior pressão contra o terreno. O correto manejo de solo com a manutenção da palha na superfície, que ajuda a absorver parte da energia transmitida pelos rodados das máquinas, aliado às práticas de prevenção contra compactação do solo como, por exemplo, o tráfego controlado de máquinas dentro da área de lavoura, pode diminuir a possibilidade de ocorrência da compactação. Em contrapartida, os pneus dia-gonais, amplamente utilizados, possuem menor área de contato, consequentemente aumentam a pressão exercida e a compactação do solo em superfície e também em camadas mais inferio-res em comparação aos pneus radiais.

ITENS DE SEGURANÇA E OPCIONAISAlguns modelos atuais de carretas grane-

leiras estão sendo equipados com estruturas de segurança, como grades de proteção interna, evitando o contato do operador com o sistema de rosca sem-fim que efetua a descarga. A escada pode ser equipada com plataforma, pro-porcionando melhor apoio necessário à subida do operador no equipamento para realização de vistorias, quando necessárias. O eixo cardã deve possuir capa de proteção para que evite o

.M

contato de partes do corpo ou ocasione apre-ensão de roupas no eixo, a fim de se reduzir o risco de acidentes.

Enfim, as peças móveis de transmissão que forem suscetíveis ao contato do operador e, quando estas estiverem em movimento, de-verão ser desenhadas e projetadas, de forma a ficarem protegidas ou embutidas. Alguns modelos estão sendo equipados com acessó-rios para facilitar a abertura de uma lona de proteção, além de arcos para suporte da lona, que podem ser acionados pelo operador de forma manual sem a necessidade de subir no implemento, protegendo a carga de grãos do risco de exposição ao sol ou à chuva.

Para aumentar a utilidade da carreta graneleira para transporte de grãos, algumas empresas estão disponibilizando modelos com reservatório basculante e com tubo de descarga acoplado, permitindo o transporte de diversos materiais como madeira, solo, entre outros. O acionamento do tubo é feito pelo sistema hidráulico do trator e a rosca sem-fim transportadora fica protegida por uma comporta fechada no fundo do reser-vatório.

Apesar de ser de extrema importância para segurança na operação de transporte dos grãos, o sistema de freios ainda é um item op-

Dauto Carpes,Airton Alonço,Otávio Machado,Mateus Bellé,Tiago Francetto,Cristian Franck. Laserg-UFSM

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria mostram quais oscritérios devem ser levados em conta na hora de escolher a carreta graneleira

Dauto Carpes

Page 12: Maquinas 124

FIChA téCNICA

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br12

MF 2625Com 62cv de potência, o MF 2625 chega ao Brasil para ampliar a oferta da Massey Ferguson para o mercado de tratores de baixa potência

O novo trator compacto da Massey Ferguson, o MF 2625, adentra o mercado como opção

no que tange a tratores de baixa potência, projetado para trabalhos em talhões peque-nos, com terrenos de topografia irregular e relevos ondulados. Este trator vem equipa-do com tração dianteira auxiliar (4x4) de série, indicado para os mais variados tipos de trabalho. Seu visual é mais moderno, perceptível pelo formato de seus faróis, de corte retangular e projeção além da frente do trator, sem mencionar o desenho de seu capô. Essa modernidade atualmente passou a figurar como requisito por parte do consumidor, que valoriza cada vez mais o aspecto visual e acabamento da máquina. Outro fator de destaque fica por conta da visibilidade que se tem a partir do posto de operação, o que garante facilidade e segurança na execução do trabalho por parte do operador.

MOTOREquipado com motor Simpson de qua-

tro cilindros de aspiração natural, O MF 2625 apresenta uma potência de 62cv a uma rotação do motor de 2.250rpm. Esta configuração de motor possibilita o alcance de 218Nm de torque, característica que se traduz em capacidade de tração em terrenos

que exijam maiores demandas de força por parte do trator e torna a máquina adaptável aos mais variados tipos de trabalho.

TRANSMISSÃO E TDPO MF 2625 está equipado com uma

transmissão deslizante (central), com oito velocidades à frente e duas à ré, operando em uma faixa de velocidade à frente que varia de 2,8km/h a 29,7km/h e de deslocamento à ré de 3,8km/h a 15,1km/h. Para alcançar estas velocidades, esse modelo é equipado com pneus 16.9-28 R1 na traseira e 9.5-24 R1 na dianteira. Esse trator está equipado com tomada de potência dependente de 540rpm. Essa rotação é possível de ser alcançada a um giro relativamente baixo do motor, cerca de 1.790rpm. Essa característica funcional possibilita uma economia de combustível quando da execução do trabalho, que torna-se um dos principais critérios na seleção de uma máquina desse porte.

SISTEMA HIDRÁULICOO MF 2625 conta com o consagrado

sistema Ferguson de levante hidráulico com apoio em três pontos. Este sistema transfere o peso do implemento para o eixo traseiro do trator, melhorando sensivelmen-te a capacidade de tração da máquina. Para implementos que trabalhem abaixo do solo,

como subsolador ou arado, utiliza-se a ala-vanca externa de profundidade. Neste caso, a alavanca interna de posição permanece na posição “transporte”. Nos implementos acima do solo, que não necessitam acompa-nhar as ondulações do terreno, como uma plataforma de transporte, um guincho, um pulverizador ou roçadeira, é preciso usar a alavanca de posição. A alavanca de profun-didade, nesse caso, permanece posicionada toda para trás.

A capacidade de levante no sistema hi-dráulico de três pontos chega aos 2.050kgf na rótula. Também é pertinente destacar que este modelo vem equipado com uma válvula de duas saídas no controle remoto, que apresenta os maiores valores de vazão da categoria, na casa dos 42L/min, o que confere maior agilidade e capacidade de suporte na operação com implementos de maior peso e/ou que necessitem de respostas rápidas em trabalho.

ERGONOMIA, ACESSIBILIDADE E SERVICIBILIDADEEm relação aos parâmetros de acesso ao

posto de operação, este trator se destaca por manter adequada altura do primeiro degrau ao solo, o que torna o acesso ao posto de ope-ração bastante seguro e confortável. Quanto aos pontos de verificação e manutenção mais

Page 13: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 13

Fotos Massey Ferguson

frequentes da máquina, o capô basculante é de abertura frontal, onde se torna simples e prático o acesso à parte superior do mono-bloco, facilitando as tarefas de verificação diária do motor. Basta apenas acessar o gatilho que facilmente destrava a maçaneta de acesso. O resultado é o aumento da efi-ciência nas tarefas pré-operação, essenciais para o bom funcionamento do trator nos momentos em que o mesmo é exigido em trabalho. No que se refere à segurança, o MF 2625 é equipado com estrutura de proteção contra capotamento (EPCC) basculante, ideal para trabalhos em culturas adensadas e de baixo porte, evitando danos às plantas e/ou às estruturas de amarramento e sus-tentação das mesmas.

DIMENSÕES GERAISPara tratores de menor porte as in-

formações de dimensões gerais acabam se tornando, muitas vezes, fator decisivo na seleção de um trator especificamente destinado a um determinado trabalho. Nesse intuito, muitos consumidores que

Detalhe do acesso aos principais pontos de manutenção do motor Simpson de 62cv e sistema de levantehidráulico em três pontos com capacidade de 2.050kgf na rótula e um conjunto de válvulas de controle remoto

procuram máquinas desta categoria prezam por tratores versáteis, com dimensões que possibilitem, ao mesmo tempo, estabilidade na operação, agilidade nas tarefas e melhor ajuste de peso da máquina, otimizando a tração e garantindo a qualidade da opera-ção. Esta máquina, já lastrada, apresenta peso aproximado de 3.410kg, o que resulta em uma relação peso/potência de 55kg/cv. Outro valor a se mencionar diz respeito ao vão livre desta máquina, de 395mm, um dos maiores para tratores situados nesta faixa de potência. Ainda mantendo esta linha de otimização das dimensões, a altu-ra máxima do modelo chega a 2.395mm, com 3.510mm de comprimento, exaltando as características de dimensionamento reduzido da máquina. O raio de giro do MF 2625 é de 3.620mm, com o auxílio do freio individual, e 4.260mm sem utiliza-ção deste artifício. Cabe ressaltar que as dimensões citadas estão atreladas ao casal de pneus que equipa esta máquina, com pneus 9.5-24 R1 na dianteira e 16.9-28 R1 na traseira.

POSICIONAMENTO DE MERCADOO MF 2625 carrega consigo caracte-

rísticas comuns a esta família de tratores, voltados a atividades de produção agrícola intensiva, como nos casos de produção olerícola e frutícola. Além das atividades citadas, essa máquina pode ser utilizada para atividades diversas na cadeia produ-tiva, facilitando a logística e barateando o custo final das operações. Nesse contexto, um trator com 62cv de potência do motor se encaixa em uma lacuna de mercado, na faixa de 55cv a 65cv de potência do motor, porém, com características e especificações que o habilitam a competir de forma iguali-tária com tratores que se aproximem do teto máximo desta faixa. Desta forma, os tratores MF 2625 se posicionam como opção com-petitiva frente aos modelos atualmente dis-poníveis no mercado, sem deixar de atentar à relação custo/benefício da máquina, um dos principais fundamentos no processo de tomada de decisão por parte do consumidor frente a um cenário agrícola cada vez mais competitivo.

A estrutura de proteção contra capotamento que equipa o MF 2625 possui articulação

Cul

tiva

r

.M

O MF 2625 foi lançado durante a Expointer 2012 em Esteio, no Rio Grande do Sul

Page 14: Maquinas 124

trAtorES

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br14

Preparo inicial

Nesta nova era de escassez de recursos e economia globaliza-da, em que se exige alto grau

de competitividade de todos os segmentos, o setor agroflorestal brasileiro deve buscar o caminho da modernidade, ou seja, adotar tecnologias avançadas a fim de tornar-se ren-tável e, dessa forma, manter-se competitivo (Leite et al, 2004).

O homem do campo deve, portanto, exercer o verdadeiro papel de empresário ru-ral, buscando, sempre que possível, técnicas aprimoradas de gerenciamento e condução do seu negócio, com o intuito de alcançar altas produtividades, baixos custos, melhor qualidade de seus produtos e, consequente-mente, maior lucratividade do empreendi-mento (Leite, 1995).

Nesse sentido, as chances de o agricul-tor obter incrementos significativos na sua remuneração encontram-se cada vez mais associadas ao maior grau de precisão nas decisões relativas ao gerenciamento de suas atividades. Entretanto, para que isso ocorra, é necessário que o agricultor disponha de um sistema de informações adequado (preciso e confiável) a respeito de todo seu negócio.

Podem ser citados, como exemplos de algumas das tecnologias disponíveis para se

alcançar tal objetivo, a adoção de sementes selecionadas, o uso de fertilizantes, a aplica-ção de defensivos, a implantação de sistemas de irrigação etc. Entretanto, uma etapa fundamental, que não pode ser esquecida, é o preparo adequado do solo com o uso de má-quinas e implementos apropriados. Ressalta-se que, da qualidade de execução dessa etapa dependerá o êxito das fases subsequentes do processo produtivo e, consequentemente, do empreendimento como um todo.

Segundo Saad (1986), o preparo inicial do solo corresponde ao conjunto de operações realizadas em dado terreno, com a finalidade de dar-lhe condições de receber sementes ou órgãos de reprodução vegetativa de plantas cultivadas.

Ainda segundo esse autor, o preparo inicial do solo compreende as operações ne-cessárias para criar condições de implantação de culturas em áreas não utilizadas anterior-mente com essa finalidade. As referidas áreas podem estar cobertas de vegetação natural ou de alguma forma de regeneração, que deverá ser eliminada (desmatada) ou, ainda, neces-sitar de alguma movimentação de terra para tornar a sua superfície regular e facilmente trabalhável.

Dessa forma, o preparo inicial do solo

caracteriza-se pelas seguintes etapas: der-rubada da vegetação e retirada da madeira; destocamento; enleiramento; limpeza do terreno; e movimentação de terras.

O desmatamento consiste na eliminação total ou parcial da vegetação de determinada área, com o intuito de possibilitar seu uso posterior para outras finalidades, como re-florestamentos, pastagens, culturas agrícolas, áreas de recreação, estradas, hidrelétricas etc.

O desmatamento requer a elaboração de um plano adequado (criterioso e racional), a fim de que suas operações sejam executadas o mais próximo possível do programado.

Um levantamento detalhado do local corresponde à primeira providência na ela-boração do planejamento do desmatamento de determinada área, que, de acordo com Balastreire (2005), deve considerar os seguin-tes fatores: finalidade do terreno, vegetação, condições do solo, topografia e clima.

A vegetação constitui um dos princi-pais fatores a serem considerados, pois é a partir das características da vegetação que será escolhido o método de desmatamento a ser utilizado e será feita uma previsão do tempo necessário e dos custos envolvidos na execução dessa atividade. A caracterização

Preparo inicial

A abertura de novas áreas requer máquinas certas, com potência e dimensionamento que atendam às exigências de cada tipo de vegetação a ser abordadaA abertura de novas áreas requer máquinas certas, com potência e dimensionamento que atendam às exigências de cada tipo de vegetação a ser abordada

Page 15: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 15

da vegetação é feita normalmente com base na medição do diâmetro à altura do peito (DAP), na altura das árvores, no número por unidade de área (densidade), no sistema radicular etc.

As condições de solo que normalmente afetam o desmatamento incluem a profun-didade da camada superficial, o tipo de solo, o teor de umidade e a presença de rochas ou pedras. Esses fatores podem influir sobre a tração, a flutuação e o rendimento operacio-nal dos tratores.

Terrenos com declividade acentuada, abundância de rochas ou forte desnível po-dem aumentar consideravelmente os custos do desmatamento e/ou mesmo limitar a uti-lização de determinados tipos de máquinas e implementos.

O índice de pluviosidade da região do desmatamento deve ser conhecido, especial-mente a duração das estações chuvosa e seca, uma vez que o corte, o empilhamento da

vegetação e o tráfego do maquinário utilizado nas diversas operações de preparo do terreno são afetados pelas variações de temperatura e pelo volume de chuvas. Assim, pode-se elaborar o seguinte esquema simplificado do planejamento de desmatamento:

A decisão sobre qual método de desmata-mento adotar dependerá da consideração dos fatores descritos anteriormente, do tamanho da área e dos recursos disponíveis para a aquisição do maquinário. Basicamente, os métodos de desmatamento classificam-se em: manual, semimecanizado e mecaniza-do. O método manual é aquele executado pelo homem, com o auxílio de ferramentas como machado, serras manuais, enxadão etc. Recomenda-se o desmatamento ma-nual somente para áreas pequenas e/ou locais de difícil mecanização, pois o método apresenta as seguintes desvantagens: exige grande quantidade de mão de obra, baixa produtividade e requer elevado esforço físico do trabalhador.

O método semimecanizado é aquele executado pelo homem com o auxílio de motosserra e/ou implementos de tração animal. A motosserra apresenta a desvanta-gem de deixar tocos remanescentes na área, necessitando que seja feito, posteriormente, o destocamento do local.

O método mecanizado caracteriza-se pela utilização de máquinas autopropelidas e implementos diversos, como lâminas cor-tadoras, correntão, destocadores, lâminas en-leiradoras etc. O desmatamento mecanizado apresenta uma série de vantagens, dentre as quais podem ser destacadas: exige pequena quantidade de mão de obra, alta produtivi-dade, possibilita a exploração de áreas mais extensas e requer menor tempo na execução dos trabalhos.

Os tratores de esteira são bastante utilizados no preparo inicial do solo e em operações de movimentação de terra por apresentarem grande potência e maior capacidade de tração

Figura 1 - Organograma simplificado do planejamento do desmatamento

Fotos Welington do Vale

Page 16: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br16

Basicamente, as máquinas utilizadas no desmatamento mecanizado são classificadas, segundo o tipo de rodado, em dois grupos: tratores de pneu e tratores de esteira.

Os tratores de pneu são usados normal-mente em quase todas as etapas do processo produtivo do setor agrícola e, quando utili-zados no desmatamento, são mais indicados para vegetação do tipo cerrado ralo e/ou campos sujos. Estas formações florestais são caracterizadas por árvores esparsas, fustes tortuosos, o diâmetro à altura do peito (DAP) geralmente é menor que 40 centímetros.

Entretanto, mesmo nessas condições, torna-se necessária a utilização de tratores com rodados de pneus de grande potência, de 120cv a 160cv, e com tração nas quatro rodas, para se trabalhar no desmatamento. Isso se deve ao fato de essa atividade ser caracterizada por trabalhos pesados, que exigem grande esforço tratório (empurro frontal) dessas máquinas, na derrubada da vegetação. Em decorrência disso, os tratores de pneus não são máquinas apropriadas para a execução do desmatamento, uma vez que apresentam alto grau de deslizamento dos rodados, baixa capacidade de empurro frontal e de tração, além dos sérios danos causados aos pneus.

Segundo Leite (1995), os tratores de es-teira são bastante utilizados no preparo inicial do solo e em operações de movimentação de terra. São, também, as máquinas mais indi-cadas para o desmatamento por apresentarem

grande potência, maior capacidade de tração e de empurro frontal, bem como menor grau de deslizamento dos rodados (esteiras).

A Tabela 1 traz algumas indicações de marcas e modelos de tratores de esteira. A indicação das marcas e dos modelos de tra-tores de esteira com lâminas, a seguir, teve como referência Testa (1983).

A seleção adequada dos tratores constitui outro ponto extremamente importante para a execução do desmatamento. Podem ser citados como fatores importantes o prestígio da marca, o projeto da máquina (incluindo design, segurança, ergonomia etc), a produ-tividade e/ou o rendimento da máquina, a garantia de assistência técnica e a facilidade de reposição de peças, o custo de aquisição, o custo operacional e de manutenção da máquina.

Especialmente em relação à segurança, é fundamental que um trator apresente no

mínimo os seguintes dispositivos para se fazer um desmatamento: cabine fechada com grade de aço ou vidro resistente, cabine equipada com estrutura de proteção contra capotamento (EPCC), protetores do motor (partes frontal, inferior e laterais), protetor do tanque de combustível e protetor dos cilin-dros hidráulicos e válvulas dos pneus etc.

De acordo com Balastreire (2005), pode-se estimar o número de horas-trator por hectare, num desmatamento, empregando a lâmina Rome K/G, através da seguinte equação:

T = B + M1N1 + M2N2 + M3N3 + M4N4 + DF

em que:T = tempo por hectare, min;B = tempo base para o trator por hec-

tare, min;M = minuto por árvore em cada escala

de diâmetro, min;N = número de árvore por hectare em

cada escala de diâmetro obtido através de levantamento no local;

D = soma de todas as árvores por hectare com mais de 180cm de diâmetro ao nível do solo, obtida através de levantamento no local; e

F = minuto por 30cm de diâmetro para árvores com mais de 180cm de diâmetro.

Conforme pode ser observado, a estima-

Peso bruto com a lâmina variando de 8 a 13 toneladas

Peso bruto com a lâmina variando de 11,8 a 18,3 toneladas

Peso bruto com a lâmina variando de 15,8 a 20,8 toneladas

Peso bruto com a lâmina variando de 25 a 42,8 toneladas

Tipo de vegetaçãoCerrado: árvores de até 20cm de

diâmetroCerradão: árvores de até 50 cm de

diâmetroMata: árvores de até 60 cm de

diâmetroMata: árvores de diâmetro maior que

60cm e alta densidade de espécies

Tabela 1 - Tratores para o preparo inicial (desmatamento) de diferentes tipos e vegetação

D4E (75 cv) da Caterpillar

D5B (105cv) e D6D (140cv) da Caterpillar

D7G (183 cv) da Caterpillar

D8K (300cv) e D9H (410cv) da Caterpillar

AD7B (88 cv) da Fiat-Allis

-------

14CS (158 cv) da Fiat-Allis

FD30 (300cv) da Fiat-Allis

D30 (77 cv) e D50(91cv) da Komatsu

D60A (142cv) e D65 (142cv) da KOMATSUD60E (162 cv) e D65E (162 cv) da Komatsu

D155 (380cv) da Komatsu

Tratores

Em relação à segurança, é fundamental que um trator apresente cabine fechada com grade de aço ou vidro resistente, estrutura de proteção contra capotamento e protetores do motor (partes frontal, inferior e laterais)

Fotos Welington do Vale

Page 17: Maquinas 124

tiva do tempo gasto no desmatamento de determinada área com lâmina Rome K/G é bastante complexa. Recomenda-se, caso não se tenha feito a amostragem da vegetação, na prática, utilizar os coeficientes técnicos dispo-níveis na literatura (tabelas específicas para cada caso) ou, então, basear-se em valores de experiências próprias ou de empresas desma-tadoras, a fim de simplificar o problema.

De acordo com Balastreire (2005), pode-se estimar a produção ou o rendimento do correntão pelas seguintes equações:

CEf = D * V x 1 10 2

em que:CEf = capacidade efetiva, ha/h;D = distância entre tratores, m;V = velocidade de deslocamento, km/h;

e½ = corresponde a duas passadas do

trator (ida e volta).

COp = CEf x f

em que:COp = capacidade operacional, ha/h; ef = fator de eficiência.

Na prática, quando não se dispõe de da-

dos reais da jornada de trabalho dos tratores, geralmente utilizam-se os seguintes valores percentuais médios para o fator de eficiência: no caso de usar dois tratores (f = 0,7) e no caso de usar três tratores (f = 0,5).

Salienta-se, ainda, que o cálculo do tempo necessário para a realização do desmatamento de determinada área florestal deve ser feito com base na capacidade operacional da máquina, uma vez que esta representa a pro-

Welington Gonzaga do Vale,UFMT/Campus Sinop

dução real dos tratores de esteira ao levar em consideração seus tempos de interrupções.

Os coeficientes apresentados na literatura servem apenas como referência, uma vez que os valores reais vão depender de cada situação específica e, portanto, devem ser determinados através da sua mensuração no campo.

A seleção adequada dos tratores constitui outro ponto extremamente importante para a execução do desmatamento

.M

Page 18: Maquinas 124

CApA

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br18

Enfardadoras Challenger

Em geral os nossos testes de má-quinas para a Revista Cultivar têm sido com tratores, em sua

maioria e, em menor número, com colhe-doras e outros equipamentos como seme-adoras, pulverizadores etc. No entanto, foi uma surpresa absolutamente agradável ter-mos a oportunidade de testarmos máquinas enfardadoras, como estas que apresentamos nesta edição.

A equipe da Revista Cultivar Máquinas se deslocou até São Carlos, no interior do estado de São Paulo, para avaliar três enfar-dadoras da marca Challenger, distribuídas no Brasil pela rede de concessionários Val-tra. São três máquinas fabricadas na cidade

Lançada no Brasil durante a Expointer 2012, a SB 34 produz fardo cúbico de pequenas dimensões e está há mais de 30 anos no mercado mundial

A família de enfardadoras da Challenger que testamos é formada pelos modelos SB 34, LB34B e RB452. Estes chegam ao Brasil para atender ao mercado de fenação, além de serem utilizados

na obtenção de recursos para bioenergia, fornecendo fardos retangulares e cilíndricos nos mais variados tamanhos

Page 19: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 19

Fotos Charles Echer

de Heston, no estado do Kansas, EUA, bastante diferentes entre si em termos de funcionamento e tipo de fardo produzido. Duas delas produzem fardos cúbicos e uma produz o fardo redondo.

SB 34 – CHALLENGERA primeira máquina testada foi do

modelo SB 34, que produz fardo cúbico de pequenas dimensões e está há mais de 30 anos no mercado mundial, porém, no Brasil, ela foi lançada na Expointer, em Esteio (RS) neste ano. Este equipamento que testamos está destinado para o progra-ma de demonstrações da empresa, mas a rede de concessionários está autorizada a comercializar o produto, desde a época do seu lançamento. Em geral, as aquisições têm sido feitas com recursos próprios dos produtores, porém, há linhas de crédito bancário, assim como o aproveitamento de financiamento através da AGCO Finance,

Detalhes do acesso às correias e coroas do sistema de recolhimento do material e compactação dos fardos

Cabeçalho e cardã de acoplamento da máquina com o trator (esq.) e o rolo recolhedor, “pick up”, com uma área de recolhimento de 1,90 metro de largura

Page 20: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br20

que pode ser acionada pelos próprios con-cessionários.

É uma máquina de pequeno porte e que requer potência entre 45cv e 50cv de motor de trator. Para o teste utilizamos um trator Valtra modelo A750, que evidentemente estava sobrando potência, o que se refletiu no teste, pois em nenhum momento senti-mos qualquer sintoma de falta de potência, para qualquer das operações que a máquina executou.

O equipamento é acionado pela tomada de potência (TDP) do trator na rotação padronizada de 540rpm, através de uma

árvore cardânica devidamente protegida. Já na entrada do movimento na máquina se constata a presença de um volante de alta inércia, necessário para o equilíbrio do movimento rotativo, com embreagem de segurança e pino de segurança fusível, para proteção dos dispositivos internos da máquina e do próprio trator. Ainda verificamos a presença de outros pontos fusíveis dentro da máquina, o que garante a proteção do trator, do equipamento e dos seus componentes, caso haja a entrada de objetos ou corpos estranhos, por ocasião do recolhimento do produto.

O cabeçalho da máquina é ligado dire-tamente à barra de tração do trator, com união por parafuso e não por um pino flutuante, como na maioria dos casos, e ainda se nota a presença de uma corrente de segurança. Para o acoplamento e a posi-ção de descanso do equipamento a empresa fabricante dotou a máquina de um macaco, que em posição de trabalho fica colocado em um suporte e, quando for utilizado deverá ser colocado na extremidade do engate. Para o acionamento do elemento recolhedor, o chamado pick up, é utilizado o sistema de controle remoto, exigindo-se do trator que ele tenha disponível um conjunto de válvulas de dupla ação, que serve para o levantamento do pick-up e ao controle da altura do recolhimento.

Para ter um melhor aproveitamento do equipamento, é recomendado que o ma-terial a ser recolhido seja enleirado numa largura próxima à largura útil do pick up que é de 1,90m, o que garantirá melhor desempenho do conjunto. Verificamos que

Os rolos de fios que amarram os fardos ficam localizados na lateral da SB 34

O modelo SB 34 pode produzir até 17 fardos por minuto em situação ideal de recolhimento

Densidade do fardo é definida com ajuste rápido localizado na traseira da máquina

Lateral da LB34B pode ser acessada para manutenções periódicas

Rolo recolhedor da LB34B, com 2,26 metros de largura

Page 21: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 21

Fotos Charles Echer

a velocidade de deslocamento do trator depende principalmente da quantidade de material. Durante os testes nos deslocamos a aproximadamente 6km/h, no entanto, se notava que havia capacidade para adaptar o trabalho a velocidades mais altas.

A operação da máquina em recolher o material inicia com o trabalho do pick up recolhedor, que possui dedos recolhedores e que tem a função de introduzir o mate-rial, levantando a massa a ser enfardada e a introduzindo na máquina. Este material é centralizado por um caracol que o leva à câmara de pré-carga, que é preenchida com o material recolhido pelo rolo alimentador. A partir deste ponto, um conjunto de dedos alimentadores levará o material da câmara de pré-carga para a câmara de fardos, para que o sistema de êmbolo realize a com-pactação final por meio de cem golpes por minuto sobre o material, obtendo um fardo homogêneo e padrão.

Na parte traseira da máquina existe um sistema de fusos verticais que regulam a densidade do fardo, devendo o operador

fazer este ajuste igualando os dois lados. Esta máquina utiliza o sistema de amar-ração do fardo por meio de nó simples, fazendo o estiramento da pequena corda que amarrará o fardo com um nó, sistema que durante os testes apresentou funcio-namento perfeito.

Durante o teste um dos nossos propó-sitos era medir a produção de fardos no tempo e em volume de material, mas esta capacidade de produção depende do tipo de produto, da quantidade de material, do

tamanho e da densidade que se coloca ao sistema para a formação do fardo. No nosso caso os fardos formados tinham 45cm de largura, 35cm de altura e aproximadamente 80cm de comprimento, medida esta que pode variar entre 30 e 135 centímetros.

Durante os testes verificamos que uma das qualidades que deve ter uma máquina enfardadora, para operar com eficiência, é a montagem de pneus largos e que promovam a menor compactação possível. Neste caso a SB 34 utiliza pneus IIL – 14.5 L, com boa

Para garantir uma longa jornada da LB34B, sem paradas, dois compartimentos laterais acomodam 30 rolos de fio de polipropileno de alta resistência

Sistema responsável pela amarração dos fardos, composto por seis conjuntos que confeccionam nós duplos e são constantemente lubrificados automaticamente de acordo com a programação efetuada pelo operador

Detalhe da parte frontal da LB34B, onde fica um volante de alta inércia, para garantir um movimento mais suave

Luzes indicam se alguma unidade deamarração estiver com problemas

Page 22: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br22

área de contato, recomendável em um tipo de aplicação como esta, em que a cultura permanece vários anos sem a mobilização da superfície do solo, como em outras culturas. Também na frente do pick up o fabricante montou pequenos pneus, que servem como protetores do componente em caso de desníveis ou obstáculos, tocando no solo antes dos dedos recolhedores para evitar danos ao sistema.

Como característica básica e marcante deste equipamento, verificamos que um

detalhe que pode diferenciá-lo dos demais encontrados no mercado é o engate e a posição de trabalho, que permitem que a enfardadora trabalhe centralizada, em relação ao trator, o que facilita a operação, pois basta o operador colocar o material entre os pneus do trator para que este esteja também centralizado na máquina. Outros

modelos, existentes no mercado, utilizam o engate lateral, em que o equipamento trabalha ao lado do trator.

LB34B – CHALLENGERTambém testamos uma máquina maior,

recomendada para a formação de fardos retangulares grandes, com dimensões de 0,87m de altura, 1,20m de largura e com-primento variável de 1m até 2,75m.

É uma máquina mais completa que a anterior, que utiliza mais recursos, como controles eletrônicos e hidráulicos, e todo o seu funcionamento é realizado do posto de operações do trator e controlado através de um monitor colorido de 7”, modelo C1000.

Esta enfardadora está há apenas dois anos no mercado brasileiro, embora esteja sendo comercializada em diversas partes do mundo, a partir do mercado norte-america-no e sua fábrica em Heston, EUA.

Fardos da LB34B têm 1,20m de largura, 0,87m de altura e de 1m até 2,75m de comprimento

Detalhe da parte interna do sistemade recolhimento da RB452

Câmara de compactação e formação de fardos cilíndricos da RB452

Page 23: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 23

Fotos Charles Echer

Por sinal o requerimento de potência é bastante significativo, demandando a recomendação de um trator de, pelo me-nos, 180cv de motor. No caso do nosso teste tínhamos acoplado um trator modelo BT 190 da Valtra, com posto de operador cabinado. Também é recomendado pelo fabricante que o trator, de preferência, tenha câmbio do tipo automático. Para o acionamento da máquina exige-se que o trator tenha uma TDP padronizada em 1.000rpm e que disponha também de um controle remoto de dupla ação e outra válvula de ação simples, para o controle do sistema tandem no eixo traseiro e que proporcione direção das rodas.

Em face de sua grande dimensão, o acionamento dos componentes internos é feito através de um conjunto da árvores cardânicas, uma curta e outra mais longa, inserido dentro da estrutura do cabeçalho

da máquina. Nesta enfardadora o macaco já está colocado na posição de trabalho, pronto para o uso, tanto para auxiliar o acoplamento ao trator, como para a posi-ção de descanso. Assim como na máquina menor, há um volante de alta inércia com embreagem e com a particularidade de que este conta com um freio no volante, para facilitar a operação de manutenção e transporte.

Embora seja uma máquina bem mais desenvolvida tecnologicamente, o sistema e o conjunto de componentes são seme-lhantes ao menor modelo, com câmara de pré-carga, câmara de enfardamento etc. No entanto, todo o processo é bem mais complexo, com cuidado especial do fabri-

O modelo LB34B é o mais complexo e que possui maior tecnologia embarcada entre os três exemplares testados

Visão lateral da RB452 com porta de acesso aos componentes aberta

Page 24: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br24

ApoIo No tEStE

A Concessionária Valtra, que nos atendeu neste teste, foi a Comper

Tratores. O fundador da empresa foi Antô-nio Luiz Comper, que em 1970 inaugurou a empresa em Araraquara (SP) e que hoje comercializa, além da marca Valtra, tra-tores usados, máquinas e implementos agrícolas, acessórios e peças. Atualmente, os proprietários são os senhores Marcos Comper e Paulo Comper.

A área de abrangência da concessão é a chamada região araquariense, centro do estado de São Paulo, com uma loja

matriz na cidade de Araraquara e filiais nas cidades de Jaú, Lençóis Paulista e Brotas. É uma empresa com mais de 40 anos de vida e aproximadamente 210 funcionários.

Acompanharam-nos durante o dia de testes o senhor Tarso Oliveira, que é vendedor externo, e Frederico Cusumano, mecânico especializado Valtra. Pela Valtra nos acompanhou o engenheiro Marcelo Pupin, que foi incansável em demonstrar o funcionamento e realizar todas as regu-lagens demandadas no teste.

cante para uma utilização mais árdua, com previsão inclusive de formação de fardo com material mais rústico, voltado para a produção de energia.

Chamam a atenção o uso de eletrônica e a possibilidade de controle de certos mecanismos através deste meio, a partir do painel colocado no trator. E algo que nos despertou interesse foi a lubrificação automática do mecanismo de atamento. Neste sistema o operador pode, de acordo com o uso que estiver previsto para a má-quina, configurar como será a lubrificação deste complexo sistema de formação do nó do cordão que dará sustentação ao fardo. Podem ser previstos o momento e o inter-valo em que os mecanismos serão acionados para trazer o óleo desde o reservatório até os 36 pontos a lubrificar. Também para a conservação dos atadores a empresa fabri-cante dotou a máquina de um ventilador, tipo turbina, com acionamento hidráulico, que promoverá a limpeza destes importan-tes componentes.

RB452 CHALLENGERFinalmente testamos o terceiro modelo

de enfardadora oferecida pela Valtra ao

mercado brasileiro, que faz um fardo de forma cilíndrica, conhecida como enfar-dadora de rolo. Assim como a de fardos cúbicos pequenos, esta foi lançada na última Expointer e já está à disposição dos clientes Valtra, nos concessionários da marca.

O funcionamento desta máquina é razoavelmente simples, e a operação da formação do fardo conta com um sistema de câmara variável, em que a compressão inicia desde a entrada do material até a finalização, obtendo fardos homogêneos de alta densidade, com dimensões de 0,76m até 1,60m de diâmetro e 1,20m de largura. Embora os fardos formados por esta máqui-na sejam de grande dimensão, a demanda de potência é razoavelmente pequena, pois durante os testes, a utilizamos acoplada a um trator médio-pequeno, o modelo A750 da Valtra, o mesmo utilizado para a máqui-na de fardos pequenos.

Nesta máquina, o diâmetro dos fardos é determinado através de sensores na lateral do equipamento. A câmara de compressão dos fardos é constituída por duas molas e dois pistões cilíndricos hidráulicos, reali-zando compactação dos fardos desde o iní-

cio, através dos movimentos realizados por correias de borracha. Ao final da montagem e compressão do fardo um sensor determi-na o ponto de final da formação da carga, quando o operador, para o recolhimento e com máquina estática, faz o atamento do nó de acionamento automático e a expulsão do fardo de dentro da câmara. Como dife-rencial desta máquina notaram-se as cintas de borracha (correias) de ótima qualidade, com emendas metálicas de alta tecnologia, o que é muito importante para evitar ma-nutenção indesejada e as interrupções no trabalho.

Além do uso normal com o recolhimen-to de pasto, como era o caso da nossa área de testes, estes equipamentos estão sendo aplicados para a produção de fardos de material para a biomassa, briquetes, palets, cogeração, principalmente com palha de cana-de-açúcar, onde a rigidez do trabalho é bastante superior. A empresa já desen-volveu vários testes com estes materiais e segundo os técnicos o êxito foi superior ao esperado.

Em resumo, notamos muitas qualida-des nas máquinas apresentadas pela Valtra para o enfardamento de material para forragem. Podemos citar com destaque a razoável simplicidade de funcionamento

Os fardos cilíndricos podem variar de 0,76m a 1,60m de diâmetro, por 1,20m de largura

Page 25: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 25

Fotos Charles Echer

loCAl Do tEStE

O local do teste foi a Estância JE, localizada no subdistrito de Santa

Eudóxia, município de São Carlos (SP). Estiveram conosco durante todo o teste a proprietária da fazenda Patrícia Nazzari e seu esposo Fábio Alex Nazzari. Na fazenda, a família desenvolve um cultivo de pasto para enfardamento, utilizando o pasto Gigs. A área plantada é de 8,5 alqueires, aproximadamente 20 hectares, de forragem e no ano que vem mais 20 hectares serão incorporados. O plantio se faz por mudas e a longevidade do pasto é superior a dez anos, na forma de condução e uso feito na fazenda.

O sistema de implantação começa com a preparação do solo, seguida de um nive-lamento com grade. Depois de preparada e adubada a terra, com KPK, entram os diaristas que plantam as mudas a mão, na razão de aproximadamente seis mudas por metro quadrado. Depois entra a adubação nitrogenada, para favorecer o desenvolvi-mento vegetal. Quando a cultura atinge aproximadamente 15cm a 20cm, se realiza o corte, com segadora de barra lateral, de-pois entra o ancinho, que forma uma leira de aproximadamente 50cm a 60cm, pronta para ser enfardada.

O corte e o enleiramento ocorrem em um dia e no máximo no dia seguinte se enfarda o material colhido, em fardos retangulares de

aproximadamente 12kg. No mesmo dia em que são montados os fardos, estes são reco-lhidos e armazenados em galpão, à espera do transporte. Em alguns casos o comprador carrega diretamente do campo.

Depois de recolhidos os fardos, há que se esperar um período de 35 a 40 dias para o seguinte corte, quando a planta superar novamente os 15cm a 20cm de altura. No entanto, para manter a fertilidade e garantir bom desenvolvimento é feita uma adubação de cobertura, com superfosfato simples e NPK, pois a proprietária nos contou que no acompanhamento da fertilidade, devem ser repostos todos os nutrientes, pois o consu-mo pela planta é grande.

O padrão da carga retirada da área é de 12kg por fardo e com uma densidade ideal para o consumo por equinos, que é o caso da maioria dos clientes da fazenda. A produ-tividade média é de mil fardos deste peso por alqueire, com a possibilidade de três a quatro cortes por ano.

Tanto o pessoal da fazenda, como os técnicos da Valtra nos contaram que o mercado de fardos é amplo, tanto para o grande como para o pequeno criador, além de uma demanda muito grande de fardos para as usinas utilizarem para a queima de biomassa, principalmente de resíduos da cana-de-açúcar.

O test drive foi realizado na Estância JE, no município paulista de São Carlos, com apoio da concessionária Comper Tratores

e regulagem dos três equipamentos e que resultaram em uma ótima uniformidade de trabalho, dentro do esperado pelos proprie-tários da fazenda, que desejam entregar ao mercado um produto com peso uniforme e constante e sem deixar de lado a densidade adequada. Esta é uma virtude que poucas máquinas conseguem realizar da maneira que vimos, ao longo do dia, com a natural alteração do material depositado no cam-po. Também é bastante elogiável o ótimo acabamento das máquinas com um projeto que privilegia a segurança do operador e do próprio equipamento.

Dispositivo indica o tamanho do fardo no interior da câmara de enfardamento

A RB452 realiza fardos cilíndricos com compactação igual desde o seu miolo até as bordas externas

José Fernando Schlosser,Nema - UFSM

.M

Page 26: Maquinas 124

trAtorES

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br26

Quanto vale seu usado?

Chegar a um consenso sobre os valores de tratores usados no Brasil é uma tarefa difícil. No entanto, é possível ter uma estimativa da desvalorização destas máquinas

Os tratores agrícolas são as principais fontes de potência no meio rural e continuarão sendo a base da me-

canização, proporcionando a energia necessária para o acionamento dos diversos equipamentos da propriedade. Considerando os últimos 15 anos, foram vendidos aproximadamente 435 mil tratores para o mercado interno, com uma média de 29 mil máquinas anuais.

A seleção correta de tratores agrícolas implica em uma série de aspectos a serem observados, através de um adequado e cui-dadoso planejamento. Um dos aspectos mais importantes é o técnico, devendo-se analisar a potência, o torque, a caixa de câmbio, a relação peso/potência do motor, a relação peso/força de tração, o consumo de combustível, o nível de ruídos entre outros. Além destas características técnicas, o agricultor deve ainda considerar ou-tras informações, tais como demonstrações de campo, assistência técnica, operações e regula-gens, experiência de outros, padronização, custo inicial, condições de financiamento, conforto, segurança e o valor de revenda.

Entretanto, a aquisição de um trator novo necessita de um elevado investimento, que muitas vezes o agricultor não tem como obter, assim, a compra de um usado pode ser a solução. Somente critérios técnicos poderão orientar para uma avaliação confiável, já que existem no mercado muitos tratores usados e em diversos estados de conservação. Pode-se conseguir um bom valor de revenda se forem observados certos aspectos: revisão geral em

Para determinar o valor de um trator usado é necessário adotar critérios técnicos, já que existem no mercado muitos tratores usados em diversos estados de conservação

cada máquina após a safra ou período de utilização; uso de peças originais, mecânicos treinados e ferramentas adequadas; uso de re-vendedor autorizado; utilização da manutenção preventiva ou preditiva; uso de máquina com boa engenharia; planejamento de consertos, reforma e revisão; uso de insumos de primeira linha (combustíveis, lubrificantes, peças, mão de obra).

Sempre que possível, deve-se escolher um equipamento que, mesmo no final da sua vida útil, apresente boas condições de revenda, com este valor sendo constantemente analisado no mercado.

DEPRECIAÇÃOTodas as máquinas e equipamentos sofrem

uma perda de valor e eficiência causada pelo passar do tempo através do desgaste ou pelo obsoletismo tecnológico, sendo conhecida co-mumente pelo nome de depreciação. Diversas são as formas para se realizar o seu cálculo,

sendo que o método do valor de mercado, realizado através de uma pesquisa dos valores praticados, estima o valor do equipamento usado e é considerado o mais preciso. Atual-mente a popularização das páginas eletrônicas de revendedores de máquinas usadas favorece a pesquisa de valores praticados, podendo-se esti-mar os valores em relação ao ano de fabricação de diversos equipamentos. De maneira geral as páginas da internet trazem marca, modelo, ano de fabricação, valor de revenda, estado da federação entre outros.

VALOR DE MERCADO DE TRATORESO preço médio de veículos de passeio,

utilitários, motos, caminhões e micro-ônibus é conhecido através de empresas ou fundações de pesquisa, como a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), não sendo contemplados os tratores agrícolas que ficam sem um parâmetro para se estimar seus valores de revenda.

Charles Echer

Chegar a um consenso sobre os valores de tratores usados no Brasil é uma tarefa difícil. No entanto, é possível ter uma estimativa da desvalorização destas máquinas

Quanto vale seu usado?

Foto

s Re

nan

Bern

ardi

Page 27: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 27

Por exemplo, a tabela Fipe expressa preços médios de veículos efetivamente praticados no mercado com base nacional, havendo transa-ções que ocorrem acima ou abaixo dos preços divulgados. Para a obtenção do valor médio de mercado são analisados preços de veículos das várias regiões do País e com diferentes caracte-rísticas, sendo desconsiderados, para efeito de cálculo, aqueles preços excessivamente distantes da média, servindo como uma referência para compra e para venda.

Observando-se a ausência de informações sistematizadas sobre preços de tratores usados buscou-se a formação de uma equipe de tra-balho, assim como uma metodologia para, de forma isenta, criar um método que estime os preços e que sirvam de referência, refletindo o valor comercial mais próximo possível do trator pesquisado. Portanto, este trabalho tem o obje-tivo de auxiliar o profissional do setor agrícola a estimar o valor de tratores usados, de modo a servir como um método prático que auxilie a tomada de decisão na compra e na venda.

A METODOLOGIA PARA ESTIMAR O VALOR DE MERCADOA busca dos dados que fundamentaram

este trabalho foi realizada nos meses de abril e maio de 2011, através da pesquisa em páginas eletrônicas especializadas na revenda de tratores usados, sendo encontrados seis locais. As variá-veis respostas foram: marca (Case, John Deere, Massey Ferguson, New Holland e Valtra), modelo, ano de fabricação do equipamento, potência, preço e estado da federação. Os dados foram coletados entre os anos de fabricação de 1990 e 2011, sendo tabulados em uma planilha eletrônica formando uma sequência de dados conforme a ordem das variáveis respostas.

Posteriormente foram feitas análises estatís-ticas: média, intervalo de confiança da média de 95%, desvio padrão, análise de regressão expo-nencial, análise de correlação e teste t (student). Para a validação foram encontrados 1.322 trato-

res, 197 com tração nas rodas traseiras (4x2) e 1.125 com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA). A Figura 1 apresenta o comportamento da per-da de valor médio em porcentagem encontrada entre os anos de 1990 e 2011.

Para estimar o valor de mercado de um trator usado se obtém o valor da máquina nova e se multiplica pelo coeficiente da porcentagem em relação ao novo, de acordo com a Figura 1. Se o equipamento não existir mais na linha de produção do fabricante, utiliza-se o valor do similar atual.

Salientamos que este trabalho está sendo feito utilizando-se a mesma metodologia para o ano de 2012 (atualizado com mais 1.620 modelos, totalizando até o momento 2.942 tratores pesquisados) e será atualizado ano a ano para se colocar mais dados nas equações e aumentar cada vez mais o nível de confiança nos valores médios dos tratores a ser estimado o seu valor de revenda. Método semelhante foi criado e está sendo atualizado para a avaliação de colhedoras autopropelidas usadas.

EXEMPLO DE CÁLCULOA seguir, é apresentado um modelo de trator

para ser utilizado para fins de exemplo e uso da metodologia.

Exemplo: trator da marca Massey Ferguson,

modelo 275, 4x2, ano de fabricação 2003.Valor novo: R$ 75.000,00Idade do trator: nove anosUtiliza-se a Figura 2 para se encontrar a re-

lação entre o ano de fabricação e a porcentagem em comparação ao novo:

Estimativa do valor usado = valor novo ou similar x % (decimal) em relação ao novo

Estimativa do valor usado = R$ 75.000,00 x 0,60

Estimativa do valor usado = R$ 45.000,00

Espera-se que este projeto contribua para a criação de um método técnico-científico de estimativa, isento, para o valor de mercado para tratores e colhedoras autopropelidas, permitindo que o técnico ou agricultor tenha um parâmetro confiável para a negociação dos valores de revenda destes equipamentos agrícolas, de forma semelhante aos praticados pela Fipe, Molicar e outros.

Professores da Universidade Federal de Pelotas criaram metodologia que pode auxiliar na estimativa de valores de tratores usados

Renan Bernardy,Roberlan Martins Moreira,Mauro Fernando Ferreira, Ângelo Vieira dos Reis eRoberto Lilles Tavares Machado, DER/Faem/UFPel

.M

Figura 1 - Relação entre a idade da máquina e porcentagem em relação ao novo Figura 2 - Relação entre a idade da máquina e porcentagem em relação ao novo para o exemplo

Page 28: Maquinas 124

FIChA téCNICA

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br28

HydraFlex DraperA John Deere lançou as plataformas HydraFlex Draper, em versões de 35 e

40 pés, que podem ser utilizadas para colher diversos tipos de culturas

A John Deere colocou no mercado as plataformas HydraFlex Draper 600FD, disponíveis nos tamanhos

de 35 e 40 pés, com sistema de corte de quatro polegadas, correias mais largas e tambor de alimentação maior.

As plataformas possuem um sistema de flu-tuação, com amplitude de flexibilidade da barra de corte em 190mm. O sistema HydraFlex controla a flutuação da barra de corte hidrau-licamente, diretamente da cabine. O operador pode ajustar a pressão de flutuação de acordo com a condição do terreno. Isto proporciona

maior flexibilidade à barra de corte em todas as faixas de pressão de trabalho, além de propor-cionar corte mais rente ao solo, maximizando a capacidade de colheita da máquina.

CORTEO sistema de corte Dura-Cut de quatro

polegadas é o equipamento padrão do sistema de corte das plataformas HydraFlex Draper 600FD. O sistema duplo de acionamento das caixas de navalha proporciona corte uniforme em velocidades mais altas, reduzindo o efeito de “mascar” o caule da planta. O acionamento

é por cardã e sincronizado, o que minimiza a vibração das navalhas. A proteção do sistema de corte é realizada por uma embreagem deslizan-te, aumentando a confiabilidade da operação.

Para elevar a vida útil e a resistência do sistema de corte, as peças levam um tratamento único e de elevada resistência ao desgaste, co-nhecido como borização, e estão presentes em todas as versões das plataformas. As unidades de corte possuem caixas reforçadas Heavy-Duty que proporcionam ao sistema de acionamento das navalhas aumento de capacidade de acio-namento com menos vibração.

A velocidade de corte das facas é de 520 ciclos e o cabeçote da barra de corte alinhado oscila em linha reta para uma maior confia-bilidade.

CAIXA DE NAVALHAS DUPLAO acionamento das navalhas com epicíclico

duplo é standard nas plataformas HydraFlex Draper 600FD. Este método é sincronizado, tornando o sistema de acionamento das na-valhas mais suave, confiável e robusto. Um único eixo cardã aciona a caixa principal de engrenagens da plataforma. A força contínua se divi-de entre a caixa princi-pal de engrenagens da plataforma e o sistema de corte e a correia Draper, cilindro alimentador para melhor distribuição e maior produtividade, mesmo em condições de difícil cultivo.

As plataformas HydraFlex Draper 600FD de 35 e 40 pés são fabricadas na unidade de Horizontina, Rio Grande do Sul

Page 29: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 29

CORREIA DRAPERO deslizamento da cultura que pode

ocorrer é minimizado com 19mm de altu-ra dos sobressaltos da correia. O sistema de transporte de material da plataforma HydraFlex Draper 600FD proporciona uma movimentação suave e contínua da cultura que está sendo colhida. O acionamento das correias é hidráulico e os rolos de transmis-são das correias são emborrachados. Este recurso fornece uma melhora significativa na capacidade de transmissão por correia em condições difíceis de cultivo úmido, seco e/ou empoeirado.

TAMBOR DE ALIMENTAÇÃOO tambor de alimentação tem diâmetro

de 406mm, que melhora o desempenho das correias e aumenta a movimentação de

materiais. Essas plata-formas possuem um

projeto de correias laterais duplas que possuem folga mí-nima de 19mm,

permitindo melhor flexibilidade da correia Draper, especialmente quando acoplado com a tecnologia da barra de corte. A geometria da barra de corte em relação à correia é mantida, fazendo com que ocorra melhor alimentação da cultura e aumento da performance da colheitadeira.

PISO DE ALIMENTAÇÃO EM AÇO INOXA plataforma possui o piso de alimentação

de aço inox sob o tambor de alimentação, que ajuda a aumentar significativamente sua vida útil, especialmente em culturas abrasivas, e é resiste à ferrugem, que pode interferir no fluxo de cultura. Este piso de alimentação de aço inox

As plataformas HydraFlex Draper 600FD possuem um exclusivo sistema de flutuação, com amplitude de flexibilidade da barra de corte em 190mm. O sistema controla a flutuação da barra de corte hidraulicamente através de um toque em um botão na cabine

A velocidade das correias Draper laterais pode ser controlada a partir de um ajuste no apoia-braço do Command Touch na cabine do operador

Fotos John Deere

Page 30: Maquinas 124

A velocidade das correias laterais pode ser controlada a partir de um ajuste no apoia-braço do Command Touch na cabine. O operador pode armazenar três diferentes posições de memória do molinete e pressão da barra de corte para diferentes condições de cultura e terreno. O recurso de reversão do molinete é acionado em conjunto com o tambor de alimentação central e a correia Draper central.

ACOPLAMENTO DA PLATAFORMAA conexão do tipo acoplamento único

permite fácil engate sem necessidade de uso de ferramentas. Um leve movimento da alavanca conecta os circuitos elétricos e hidráulicos junto com os pinos de retenção da plataforma.

ILUMINAÇÃOLuzes montadas na plataforma propor-

cionam iluminação da área diretamente atrás da plataforma de corte, assim, o ope-rador pode ver a altura de corte durante colheitas noturnas.

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br30

.M

Fotos John Deere

é substituível e fornecido via peças de reposição quando houver a necessidade de troca.

A plataforma utiliza correias Draper com largura lateral de 1.016mm, que estão expostas 100% para o corte da cultura. Esta característica proporciona um excelente manuseio de mate-rial em culturas altas e densas. Isso possibilita a entrada de material de maneira suave e con-tínua no alimentador e separador, melhorando o desempenho e a produtividade.

MOLINETEAs plataformas Draper oferecem uma

característica de elevação do molinete que melhora o desempenho em culturas altas e proporciona fácil acesso às correias para ma-nutenção. O controle Dial-A-Speed permite ao operador administrar a velocidade e a posição do molinete da mesma maneira que é feito nas plataformas de corte convencio-

nais da marca. O acionamento hidrostático e o levante hidráulico permitem ao operador ajustar a altura do molinete e variar a veloci-dade para se adequar às condições do campo e da cultura. O motor de acionamento do molinete usa engrenagem de acionamento positivo ao invés de correntes que desgastam e requerem ajustes constantes.

O molinete é feito com dedos de poliureta-no resistentes e duráveis e possui uma caracte-rística de projeto de baixo perfil para permitir a entrada suave nas culturas, a fim de reduzir a perda de vagens.

SERVICIBILIDADEA janela central tem abertura para baixo

para facilitar o acesso e a manutenção, propor-cionando proteção aos componentes durante o corte sobre o solo. A Draper 600FD é projetada para manter visibilidade da barra de corte atra-vés da variação de inclinação do alimentador da colheitadeira e proporciona uma altura de corte o mais baixo possível.

A plataforma possui o piso de alimentação de aço inox sob o tambor de alimentação e os molinetes podem ser elevados para melhorar a performance em culturas altas, além de facilitar o acesso às correias para manutenção

O acionamento das navalhas com epicíclico duploé sincronizado, o que deixa o sistema mais suave

Page 31: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 31

pulvErIzADorES

Segurança priorizada

Na hora de escolher o pulverizador autopropelido, um dos principais itens que deve ser levado em conta pelo produtor é a segurança que ele proporciona ao

operador e ao meio ambiente

A necessidade de operações rápidas, eficientes e com alta qualidade, que é uma exigência da agri-

cultura competitiva, tem proporcionado atualmente ao mercado brasileiro a opor-tunidade de conhecer vários modelos e marcas de pulverizadores autopropelidos, cujas características principais são o alto rendimento operacional e a alta tecnologia em eletrônica embarcada para o preciso controle da pulverização.

A operação segura de um implemento ou máquina agrícola envolve uma série de fatores oriundos da sua fabricação e do seu uso. Muitos desses problemas, que expõem o operador a riscos de acidentes, podem ser eliminados se, em sua concepção, a máquina ou o implemento for projetado e construído convenientemente.

As principais referências legais quanto

à segurança do trabalho com máquinas agrícolas no Brasil são: NR 12 (2010) Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos; NR 31 (2005) Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicul-tura e o Decreto presidencial 1255, de 1994. Porém, apesar de existir uma legislação es-pecífica para regulamentação da segurança relacionada com máquinas agrícolas, muitos fabricantes, por desconhecimento ou des-cumprimento à lei, não observam algumas recomendações legais, disponibilizando no mercado equipamentos que oferecem certos tipos de riscos aos operadores.

SEGURANÇA Neste contexto, alguns pontos rela-

cionados à segurança e ergonomia dos pulverizadores autopropelidos devem ser

considerados. Eles podem ajudar o agri-cultor na hora de se decidir pela compra de uma dessas máquinas levando em conta esses critérios de avaliação.

Proteção de partes móveis - Elementos de fixação, transmissão e peças salientes devem estar protegidos ou embutidos na máquina. Partindo do princípio de que “máquinas agrícolas e florestais devem ser projetadas e construídas de tal modo que não causem perigo, quando utilizadas ade-quadamente”.

Presença de tanque de água limpa - O tanque de água limpa deve estar fixado a, no máximo, 60 centímetros do solo ou de uma plataforma de acesso, para facilitar sua utilização.

Presença de dispositivo para lavagem de embalagens – A interpretação das normas regulamentadoras diz que este item é obri-gatório nesse tipo de máquina e, além disso, deve estar posicionado a uma altura que não ultrapasse 60 centímetros do solo ou de uma plataforma de acesso. O incorporador e o aparelho para efetuar a tríplice lavagem são peças fundamentais para evitar que os pro-dutos químicos utilizados na pulverização sejam jogados no meio ambiente. Com este mecanismo presente na máquina é possível efetuar a mistura da calda de aplicação sem desperdícios e perdas.

Desligamento emergencial - Este co-mando deve permitir o desligamento do

Met

alfo

r

Page 32: Maquinas 124

Dezembro 2011 / Janeiro 2012 • www.revistacultivar.com.br14 Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br32

pulverizador de forma rápida, com isso, em caso de acidente, o uso deste comando pode evitar uma possível contaminação ambiental por derramamento da calda de pulverização.

Presença de sinal sonoro e luz de marcha à ré – O som é adequado para transmitir sinais de alerta, porque o mesmo se pro-paga em todas as direções. Estes itens são extremamente necessários e obrigatórios em máquinas autopropelidas. A presença destes mecanismos facilita a visualização do equipamento por pessoas alheias à operação. Por serem máquinas de grande porte e por possuírem grande aparato para a realização da tarefa a qual são construídas, essas má-quinas apresentam muitos pontos cegos, tais locais proporcionam perigo às pessoas que estiverem próximas ao pulverizador. A sinalização de marcha à ré é extremamente útil, com a presença deste comando todas as vezes que for utilizada a marcha à ré, um

sinal sonoro de alerta é ativado.Filtro de ar com elemento absorvente

na cabine - A norma orienta os fabricantes que disponibilizem em suas máquinas um meio que impeça que o produto que está sendo aplicado possa estar presente no interior da cabine de operação. Para sanar esta indicação é necessário que a cabine seja completamente vedada com filtro de carvão ativo, evitando assim intoxicação do operador.

Presença de sinalização para tráfego - Embora o pulverizador autopropelido seja projetado para operar em zonas rurais, existe a necessidade de deslocar-se de uma área para outra, utilizando-se não só de estra-das de terras, como também de rodovias. Segundo o Capítulo IX, Seção I, artigo 96 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997), todo veículo automotor encontra-se submetido ao artigo 103, da Seção II deste mesmo capítulo, que

torna obrigatório o uso do cinto de segu-rança e, também, do encosto de cabeça no assento. Além desses dois dispositivos de segurança, ainda devem obrigatoriamente ser equipados, conforme manda a Resolução no 14/98 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com faróis dianteiros, de luz branca ou amarela; lanternas de posição traseiras, de cor vermelha; lanternas de freio, de cor vermelha; indicadores luminosos de mudança de direção, dianteiros e traseiros; pneus que ofereçam mínimas condições de segurança; e, quando a visibilidade interna não permitir, deverão ser utilizados os espe-lhos retrovisores laterais. Outro dispositivo de sinalização de extrema importância para o tráfego em rodovias é o emblema de veículo lento. Este dispositivo consiste em um triângulo luminoso, que é um símbolo universal usado para indicar que o veículo trafega a 40km/h ou menos.

ERGONOMIARegulagens do assento, volante e co-

mandos - Para que o posto de trabalho seja adequando ao condutor, independente-mente da sua estatura e peso, é necessário que o assento tenha regulagem horizontal e vertical, inclinação do encosto e o apoio para os braços, além disso, deve haver a presença de regulagem do volante de direção.

Em relação aos comandos, é desejável que estes sejam do tipo adequado à função a ser exercida, proporcionando compa-tibilidade entre o homem e a máquina, devendo estar ao alcance do operador, onde a força necessária ao acionamento dos mesmos não deve ser excessiva, devendo haver suficiente espaço entre os controles e destes em relação a outros obstáculos. A identificação destes comandos deve ainda ser clara e não oferecer perigo ao operador.

O incorporador e o aparelho para efetuar a tríplice lavagem são peças fundamentais e que devem estar instaladas a uma altura de no máximo 60cm do solo

Quando o autopropelido for trafegar em rodovias é obrigatória a presença de sinalização de veículo lento

Jacto Charles Echer

Mon

tana

Page 33: Maquinas 124

Outra característica importante é que todos os pedais devem ser recobertos com uma superfície antiderrapante e ainda que não deva haver nenhum ponto cortante ou de esmagamento dentro do alcance das mãos e dos pés do operador, considerando o mesmo na posição sentada.

Apresentar boa visibilidade na cabine - O operador, em sua posição no banco, deve ter uma ampla visibilidade, tanto das barras de pulverização e da cultura, como do trajeto onde está percorrendo, podendo assim desviar de possíveis obs-táculos.

Apresentar uma plataforma de se-

Pelo grande porte, os autopropelidos são máquinas que exigem cuidado na condução

gurança - Uma plataforma segura deve apresentar os seguintes itens: plana e ni-velada, material antiderrapante, não pos-suir rodapé no vão de entrada, apresentar mecanismos para evitar o acúmulo de água e sujidades, presença de pega-mãos em um ou ambos os lados onde há riscos de queda, pontos de apoio para mãos pelo menos 30 centímetros dos elementos de articulação, primeiro degrau a no máximo 60 centímetros do solo.

Presença de estrutura de proteção contra capotagem – São estruturas mon-tadas sobre a cabine com a finalidade de garantir um espaço seguro para o opera-dor, evitando ou limitando os riscos que o condutor corre em caso de capotagem da máquina durante a sua utilização normal.

CONSIDERAÇÕES FINAISAlguns itens de segurança, quando presen-

tes nas máquinas agrícolas, podem, além de garantir o conforto e o bem-estar do operador, impedir acidentes de trabalho. Os critérios de ergonomia e segurança devem ser considera-dos pelos agricultores no momento da compra de uma dessas máquinas, fazendo com que os fabricantes passem a prestar mais atenção nestes requisitos, favorecendo diretamente os próprios operadores e consumidores.

Michele da Silva Santos eJosé Gustavo Bonotto,UFSMHelder Morais Mendes Barros,UFCGThyago Augusto Medeiros Lira,UEPB

.M

Guarda-corpo e plataformas com piso antiderrapante são alguns dos itens que obrigatoriamente devem fazer parte do projeto dos autopropelidos

Charles Echer Valtra

Page 34: Maquinas 124

Corte arriscadoAnálise dos riscos no ambiente de trabalho e na utilização de máquinas

florestais mostra que a segurança ainda é um problema na retirada de madeira

MECANIzAção

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br34

A importância e as potencialidades produtivas do setor florestal no Brasil se apresentam em números

expressivos: esse setor contribui com cerca de 5% na formação do PIB Nacional e com 8% das exportações, sendo responsável por 1,6 milhão de empregos diretos e 5,6 milhões de empregos indiretos.

Apesar do grande número de trabalhadores, a questão da Segurança e da Saúde Ocupacio-nal, que trata diretamente da saúde do traba-lhador no ambiente do trabalho, na exploração florestal, é relativamente nova.

O trabalho florestal no sistema tradicional é caracterizado pela sua grande exigência física e geralmente com alto risco de acidentes, prin-cipalmente pelo meio ambiente rústico e pelas grandes dimensões do produto que é tratado, a árvore. Esses trabalhadores estão expostos diretamente aos riscos físicos (ruído e vibração), riscos químicos (pó), riscos biológicos (fungos, parasitas e bactérias), riscos ergonômicos (es-

forço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inade-quada, ritmos excessivos, jornada de trabalho prolongada, repetitividade) e riscos de acidentes (animais peçonhentos, quedas de galhos).

Nas atividades florestais, diferentes máqui-nas, como cortadores de arbustos, motosserras e máquinas mais complexas destinadas ao processamento de árvores, podem produzir níveis perigosos de vibração e ruído. O ruído produz uma redução de capacidade auditiva no operador, influindo negativamente na produtividade, além de ser, frequentemente, o causador de acidentes do trabalho, por distração ou mau entendimento de instruções, podendo ainda mascarar avisos e sinais de alarme. Em relação aos efeitos sobre o sistema auditivo, estes podem ser de três tipos: 1) mudança temporária do limiar de audição ou surdez temporária; 2) surdez permanente, que se origina da exposição repetida, durante longos períodos, a barulhos de intensidade excessiva; 3) podem provocar

ações sobre o sistema cardiovascular, alterações endócrinas, desordens físicas e dificuldades mentais e emocionais, entre as quais, irritabi-lidade, fadiga e maus ajustamentos, incluindo também a possibilidade de conflitos entre os trabalhadores expostos ao barulho.

A exposição do trabalhador no ambiente de trabalho à vibração causa efeitos considerá-veis. A vibração pode ser subdividida em duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro. A vibração de corpo inteiro é aquela transmitida ao corpo como um todo, geralmente através de superfície de suporte, tal como pé, costas ou na área de suporte de um homem reclinado, um exemplo simples e claro é de tratorista. A vibração localizada é aquela que atinge certas partes do corpo do trabalhador, principalmente as mãos e os braços, que é o caso do operador de motosserra.

Outro problema ao qual o trabalhador da atividade de extração florestal é frequentemente submetido são as poeiras provenientes da ma-

Div

ulga

ção

Page 35: Maquinas 124

deira. Podem acontecer problemas irritativos das vias aéreas superiores, como as alergias ao pó.

Existem ainda os riscos ergonômicos, que relacionam-se ao esforço físico, ao levantamento e transporte manual de pesos e às exigências de posturas, que podem causar cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, acidentes e problemas da coluna vertebral entre outros.

Os riscos mecânicos ou de acidentes ocor-rem em função das condições físicas do ambien-te físico de trabalho e tecnológicas impróprias, capazes de colocar em perigo a integridade física do trabalhador, como, por exemplo, máquinas sem proteção, iluminação deficiente, ferra-mentas defeituosas, equipamento de proteção individual inadequado, animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, cobras), entre outros.

Para conferir as condições de segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores de extra-ção florestal foram acompanhados o trabalho e a rotina dos funcionários de uma empresa no estado do Rio Grande do Sul. A empresa tem como atividade principal a produção de cavacos de madeira, utilizados como fonte de energia em indústrias da região. A matéria-prima utilizada é o pinnus sp., oriunda do desbaste, e resíduos de colheita florestal, como galhos e copas. Os equipamentos utilizados pela em-presa são um trator, um picador florestal, uma motosserra e um carroção. Os principais riscos avaliados durante a observação das atividades compreenderam: agentes físicos (ruídos e vibrações), agentes ergonômicos (atividade de carregamento da matéria-prima e alimentação do picador florestal) e riscos mecânicos ou de acidentes.

Os agentes físicos, oriundos do conjunto trator-picador, trator-carroção e pelo funciona-mento da motosserra, foram quantificados com auxílio de um decibelímetro e os valores obtidos confrontados com o estabelecido pela NR 15 – Atividades e Operações Insalubres.

Com relação aos níveis de ruído contatou-se que a motosserra utilizada para seccionar o ma-terial em tamanhos menores, representa uma fonte de riscos, pois emite altos níveis de ruído, que chegam a 96,4dB e tornam obrigatória a utilização de protetores auriculares, conforme a NR 15. O ruído médio emitido pelo conjunto trator-picador é de 100,45dB, alcançando picos superiores a 106dB, situação em que mesmo com a utilização de EPI causa desconforto aos operadores. Outro fator observado foi a utilização da motosserra, onde esta transmitia vibrações ao operador do equipamento.

Os agentes ergonômicos foram analisados a partir de imagens fotográficas e observação das posições e posturas que os trabalhadores adota-vam na realização das tarefas inerentes a suas atividades. Foi observado que no carregamento da matéria-prima e na alimentação do picador

florestal, os trabalhadores assumiam uma flexão de tronco, pescoço e penas, verificando-se um nível de risco alto para a saúde do trabalhador, necessitando assim de uma mudança rápida no modo de realização desta atividade. Notou-se ainda que o levantamento e transporte manual de cargas exigiam um esforço físico intenso.

Em relação aos riscos mecânicos ou de acidentes constatou-se na etapa de preparação da matéria-prima, que o próprio ambiente de trabalho oferece risco de acidentes aos trabalha-dores. A declividade do terreno e a cobertura de restos vegetais representam uma dificuldade ao deslocamento e podem acarretar em quedas e escorregamento. Nestas condições também há o risco de picadas de insetos e animais peço-nhentos. Outras possíveis fontes de acidentes nesta etapa são os equipamentos utilizados para desgalhamento, que são foices e facões, cujo uso oferece risco de cortes.

No Quadro 1, são descritos os equipamentos de proteção individual ou medidas de proteção recomendados nos manuais dos equipamentos

(motosserra e picador florestal) ou ainda pre-sentes nas NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual e NR31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Na coluna da direita, está descrita a presença ou realização das medidas pela empresa, sendo que quando consta “conforme” é porque estas medidas ou equipamentos existem e são utilizados e “não conforme” quando são inexistentes.

Como pode ser visualizado no Quadro 1, apenas 36,36% das medidas de proteção são atendidas pela empresa, o que expõe os traba-lhadores a riscos que poderiam ser minimizados com medidas simples.

Outras condições de risco de acidentes são referentes às más condições de manutenção do equipamento. O controle dos rolos alimen-tadores está sujo e não possui indicador visual da funcionalidade dos botões, o que pode con-fundir o operador. Outro aspecto que chama a atenção é a inexistência de proteção do eixo cardã, que liga a TDP do trator ao disco tritu-rador, que por sua alta rotação pode provocar acidentes graves.

É considerável ressaltar que os acidentes de trabalho geram grandes prejuízos econômicos e sociais, para o governo, para os empregadores e para os empregados. Os princípios gerais relativos à segurança e à saúde ocupacional se aplicam a toda atividade econômica, e deve ser uma preocupação de todos, empregados, empregadores, fabricantes e revendedores de produtos. Michele da Silva Santos eJosé Gustavo Bonotto,UFSMThyago Augusto Medeiros Lira, UEPBHelder Morais Mendes Barros, UFCG

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 35

Medida PrescritaCapacete

Protetor auricularÓculos ou viseira de proteção

LuvasCalças com proteção contra serraJaleco com elástico nas mangas

Bota antideslizante e biqueira de açoProtetor solar

Curso operação motosserraCurso operação trator

Curso operação picador florestal

Conformidade com as normas e manuais

Não conformeConformeConformeConforme

Não conformeNão conformeNão conformeNão conformeNão conformeNão conforme

Conforme

Quadro 1 – Medidas de proteção prescritas para as atividades e adotadas pela empresa

.M

Exemplo de trabalhadores em ação semequipamentos de proteção individual

Mic

hele

da

Silv

a Sa

ntos

Page 36: Maquinas 124

trAtorES

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br36

O crescente aumento da população mundial e a consequente escassez de terras férteis e produtivas têm

obrigado a agricultura a se modernizar cada vez mais, com a criação de novas tecnologias e sistemas de produção que permitam obter maiores produtividades, ou seja, produzir muito mais em muito menos espaço. Com isso, faz-se necessário o uso da mecanização das atividades agrícolas.

A seleção do sistema de preparo de solo correto leva em consideração a demanda por energia e características do solo como umidade e o teor de água do solo, ou seja, com a correta adequação do trator e equipamento, obtém-se redução na demanda energética de máquinas agrícolas. A avaliação energética pode ser realizada com base na medição do consumo de combustível, que é o principal indicador técnico de referência na avaliação da eficiência de utilização dos tratores agrícolas.

No sistema de preparo conservacionista (também chamado de reduzido), além de produzir um leito de semeadura adequado, mantém-se consideráveis quantidades de resíduos na superfície do solo. Para realizar o preparo reduzido do solo em áreas de lavouras mecanizada, são utilizados equipamentos de hastes (escarificadores), que é um implemento que promove a desagregação do solo, sendo uti-lizado, também, para o rompimento de camadas compactadas. Além de permitir economia de combustível, a escarificação proporciona melhor conservação do solo e maior capacidade ope-

Coleta de amostras de solo para determinaçãodo teor de água das parcelas

Água que consomeÁgua que consome

Avaliação da demanda energética do trator em função da profundidade de escarificação e do

teor da água no solo mostra que quanto maior a umidade do terreno, maior também é o consumo

de combustível do trator

Avaliação da demanda energética do trator em função da profundidade de escarificação e do

teor da água no solo mostra que quanto maior a umidade do terreno, maior também é o consumo

de combustível do trator

Charles Echer

Page 37: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br 37

racional da máquina agrícola, economizando tempo e dinheiro.

O teor de água do solo e a profundidade de trabalho são variáveis que influem nas ope-rações de preparo de solo, e o conhecimento e os domínios destas variáveis podem levar à redução dos custos de produção das culturas. O presente trabalho teve como objetivo de-terminar a demanda energética do conjunto trator-escarificador em função da profundidade de trabalho e do teor de água do solo.

CONDUÇÃO DO EXPERIMENTOO experimento foi conduzido no Labo-

ratório de Máquinas e Mecanização Agrícola (Lamma), em uma área da Fazenda de En-sino, Pesquisa e Produção da Unesp/Jaboti-cabal, no estado de São Paulo. O solo da área experimental é classificado como latossolo vermelho eutroférrico típico. Na área experi-mental, anteriormente, foi colhido milho que encontrava-se em pousio, sem a presença de plantas daninhas.

Cada parcela experimental era constituída por 40 metros de comprimento e cinco metros de largura, sendo que os tratamentos testados foram dois teores de água do solo (26,2% e 21,9%) e duas profundidades de escarificação

(20cm e 30cm), com cinco repetições por tratamento. As variáveis analisadas foram: consumo de combustível horário (L/h), por área trabalhada (L/ha) e por volume mobilizado (ml/m3); e capacidade de campo operacional (Cco, ha/h).

Para obter dois teores de água diferentes, as parcelas experimentais do tratamento de 26,2% foram irrigadas com aspersores dois dias antes da realização do experimento até o solo chegar próximo à capacidade de campo. As demais parcelas não foram irrigadas, permanecendo o solo na condição de umidade que se encontrava naturalmente (21,9%).

Foram coletadas amostras de solo em um ponto por parcela no momento da escarificação, para determinação do teor de água do solo nas parcelas experimentais, com auxílio de trado ho-landês, nas profundidades de 0-10cm, 10-20cm e 20-30cm. As amostras foram acondicionadas em latas de alumínio e posteriormente levadas para secagem em estufa a 105ºC por 24 horas, possibilitando o cálculo do teor de água. Para as profundidades amostradas, não houve diferença no teor de água do solo, constando homogenei-dade nas camadas de solo das parcelas.

Para a operação de escarificação do solo, foi utilizado um trator da marca Valtra, modelo

BM 125i, 4x2 TDA, com potência de 91,9kW (125cv) no motor, o qual trabalhou na mar-cha 2ª L a 2.100rpm, e um escarificador da marca Marchesan, modelo AST/Matic 450, constituído por sete hastes espaçadas entre si em 45cm, com ponteira sem asa com 7cm de largura, e largura útil de trabalho de 3,15m. Este equipamento está munido com discos de corte de palha para cada haste com diâmetro de 18 polegadas, sistema de segurança de desarme automático e rolo destorroador. O controle de profundidade se deu pelos pneus do escarificador, com o auxílio de anéis presos ao pistão hidráulico.

Para realizar a aquisição e o armazena-mento dos dados referentes à velocidade de deslocamento e consumo de combustível foi utilizado um sistema composto por Micrologger CR23X produzido pela Campbell Scientific Inc. A velocidade real de deslocamento foi mensurada por meio de um radar, marca Dick John, modelo RVS II, instalado na lateral do trator, fazendo ângulo de 45º com a superfície do solo, conforme recomendação do fabricante. Os valores de velocidade foram obtidos em m/h e convertidos para km/h.

Para determinação do consumo de combus-tível, utilizou-se um sistema composto de dois conjuntos de medição, sendo um para a alimen-tação da bomba injetora e o outro de retorno, obtendo-se o volume realmente utilizado pelo trator durante o percurso. Cada conjunto con-tém um medidor de fluxo, marca Oval M – III, modelo LSF41. Os valores de fluxo de combus-tível foram obtidos em mililitros e convertidos para litros. De posse dos dados, determinou-se

Para a operação de escarificação do solo, foi utilizado um trator da marca Valtra, modelo BM 125i, 4x2 TDA, com potência de 125cv

Escarificador de sete hastes utilizado no experimento que teve a regulagem da profundidade de trabalho feita por anéis colocados no pistão hidráulico (detalhe)

Micrologger CR23X utilizado para realizar a aquisição e o armazenamento dos dados

Fotos Ariel Muncio Compagnon

Page 38: Maquinas 124

Novembro 2012 • www.revistacultivar.com.br38

Figura 1 - Velocidade real de deslocamento (km/h) e capacidade de campo operacional (ha/h) nos teores de água do solo de 26,2% e 21,9% e nas profundidades de trabalho de 20cm e 30cm

o consumo horário (L/h) em função do tempo gasto em cada parcela experimental.

O consumo de combustível por volume de solo mobilizado (ml/m3) foi determinado em função da largura e da profundidade de trabalho do escarificador, como mostrado na Equação 1.

A capacidade de campo operacional (Cco) foi obtida em função da largura de trabalho do escarificador, da velocidade de deslocamento do conjunto trator-escarificador e da eficiência da operação, a qual foi adotada para efeito de cálculo como sendo 75%, como mostrado na Equação 2.

RESULTADOSA velocidade real de deslocamento (Figura

1) não foi alterada tanto pelo teor de água do solo quanto pela profundidade de trabalho do escarificador, sendo de 3,9km/h, para a marcha 2ª L a 2.100rpm. Esperava-se que, para a con-

dição de solo mais seco (21,9%), que houvesse maior atrito do solo com os pneus, causado pela sustentação do solo, o que faria com que o conjunto trator-escarificador se deslocasse com maior velocidade do que quando o solo está mais úmido, mantendo-se a mesma marcha e rotação de trabalho, mas isto não ocorreu. Como a capacidade de campo operacional é dependente da largura de trabalho do escari-ficador e da velocidade de trabalho, uma vez que esta não variou nos tratamentos, também não houve alteração da capacidade de campo operacional tanto para o teor de água quanto para a profundidade de trabalho, e esta foi de 0,9ha/h.

O consumo horário de combustível (Figura 2) para o teor de água de 21,9% foi de 10L/h, e foi 5% superior quando aumentou-se o teor de água do solo para 26,2%. Para o fator pro-fundidade de trabalho, o consumo horário de combustível aumentou 5% quando a profun-didade aumentou de 20cm para 30cm, devido ao aumento da área mobilizada do solo pelas hastes escarificadoras.

O consumo por área trabalhada elevou em 7% quando se aumentou o teor de água do solo, passando de 11L/ha para 11,8L/ha,

semelhante ao que aconteceu com o consumo horário. Para a profundidade de trabalho, houve maior consumo para a profundidade de 30cm (11,7L/ha), em função da maior força exigida pelo equipamento de hastes para vencer a resistência oferecida pelo solo.

O consumo por volume de solo trabalhado quando o solo estava mais úmido foi de 3,51mL/m3, e este foi 12% maior do que quando o solo estava mais seco. Para a profundidade de tra-balho, o aumento da profundidade fez com que diminuísse o consumo em 35%, ocorrido pela diluição em função do maior volume de solo trabalhado.

Concluindo, aumentando-se o teor de água do solo e a profundidade de trabalho, aumenta-se o consumo de combustível, tanto horário quanto por área trabalhada. Para as variáveis velocidade e capacidade de campo operacional, não houve influência do teor de água e da profundidade de trabalho.

EQuAção 1

Como calcular o consumo de combustível por volume de solo

mobilizado. (1)Cvt = ( Va - Vr ) Vr x Cp x Peem que,Cvt = consumo de combustível por

volume de solo trabalhado (mL/m3);Va = volume de alimentação de

combustível na entrada da bomba inje-tora (mL);

Vr = volume total retornado dos bicos e da bomba injetora (mL);

Le = largura útil de trabalho do esca-rificador (m);

Cp = comprimento da parcela expe-rimental (m); e

Pe = profundidade de trabalho do escarificador (m).

EQuAção 2

Como calcular a capacidade de campo operacional (Cco):

(2)Cco = ( v x Le ) x e 10em que,Cco = capacidade de campo opera-

cional (ha/h);v = velocidade real de deslocamento

do conjunto trator-escarificador (km/h);Le = largura útil de trabalho do esca-

rificador (m);e = eficiência (0,75); e10 = fator de conversão de unidades.

Figura 2 - Consumo de combustível horário (L/h), por área trabalhada (L/ha) e por volume mobilizado (mL/m3) nos teores de água do solo de 26,2% e 21,9% e nas profundidades de trabalho de 20 cm e 30 cm

Radar Dick John, alinhado com ângulo de 45º em relação ao solo, utilizado para obtenção da velocidade de deslocamento

Ariel Muncio Compagnon,Kauê Alves Oshiro,Carlos Eduardo Angeli Furlani,Fábio Alexandre Cavichioli eRafael Scabello BertonhaLamma - Unesp Jaboticabal

.M

Ariel Muncio Compagnon

Page 39: Maquinas 124
Page 40: Maquinas 124