Maquinas 104

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Fevereiro 2011

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Rodando por aí

Agricultura de precisão

Plantio

Manutenção de tratores

50 anos de Stara

Test Drive - MF 9030

Show Rural 2011

Conjunto mecanizado

Seleção de máquinas

Ficha Técnica - Yanmar

Ficha Técnica - Agrologic

Test Drive MF 9030 22Confira o test drive realizado com o MF 9030, o primeiro autopropelido fabricado pela Massey Ferguson no Brasil, lançado durante o Show Rural e que estará nas lavouras brasileiras a partir de maio deste ano

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados po-dem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoCharles EcherCarolina Simões Silveira

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro BatistinSedeli FeijóJosé Luis Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

DireçãoNewton Peter

[email protected]

CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

Agricultura de PrecisãoSaiba por que é necessário seguir todas as etapas para alcançar sucesso com a

Agricultura de Precisão

Manutenção de tratoresEstudo mostra que a manutenção perió-dica dos tratores agrícolas nem sempre é

realizada como realmente deveria ser

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• REDAÇÃO3028.2060

Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00EUROS 110,00

Cultivar Máquinas • Edição Nº 104 • Ano X - Fevereiro 2011 • ISSN - 1676-0158

• Coordenação CirculaçãoSimone Lopes

• AssitenteAriani Baquini

• AssinaturasLuciane MendesNatália Rodrigues

• ExpediçãoEdson Krause

• Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Destaques

Nossa capa

Índice

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Matéria de capa

Cap

a: C

harl

es E

cher

CCCultivar

• GERAL3028.2000

• ASSINATURAS3028.2070

• MARKETING3028.2065

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roDANDo por AÍ

MetalforAníbal Martinez, do departamento do Comércio Exte-rior, esteve no Show Rural para compor a equipe da Metal-for. Martinez atua no Brasil e na Ar-gentina, auxiliando as equipes dos dois países.

ArvusA Arvus Tecnologia, empresa de desenvolvimento e fabricação de equipamentos para Agricultura e Silvicultura de Precisão, destacou em seu estande no show Rural Coopavel o Titanium Corte de Seção, produto nacional, “finamizável” e que proporciona economia de até 15% no uso dos agroquímicos.

Santiago e CintraRodrigo Tamani e a equipe da Santiago e Cintra destacaram no Show Rural o Monitor CFX-750. Com tela sen-sível ao toque, o produ-to possui custo acessível e possibilita orientação, direção e funcionalida-de na Agricultura de Precisão.

Pla do BrasilApós quase três décadas de atuação na Massey Ferguson, André Rorato assumiu a direção comercial da Pla do Brasil, empresa que fabrica e comercializa pulverizadores autopropelidos, de arrasto e de três pontos. O destaque no Show Rural foi o pulverizador Túnel de Vento.

IncomagriA tradicional empresa fabricante de implementos agrícolas Incomagri expôs no Show Rural sua completa linha de produtos, com destaque para equipamentos de pulverização.

ComilA equipe da Comil, liderada por Odarli Gottardo, gerente Nacional de Vendas, apresentou aos visitantes do Show Rural sua linha completa de silos, elevadores autoportantes, correias transportadoras, máquinas de limpeza e pré-limpeza, redlers, secadores de fluxo contínuo ou intermitente, tulhas de expedição, captadores de impurezas, filtro de mangas e roscas transportadoras.

ReinkeA equipe de vendas da Reinke apresentou no Show Rural o equipamento LSM 130 – Metálica. A empresa desenvolve, fabrica e reforma equipamentos, peças e acessórios para limpeza, classificação e padronização de grãos.

ErrataAo contrário do que pu-blicamos na edição 103 da Cultivar Máquinas, o nome correto do sis-tema de agricultura de precisão da John Deere é AMS.

Aníbal Martinez

Rodrigo Tamani

André Rorato

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PagéA Industrial Pagé marcou presença no Show Rural da Coopavel, expondo sua linha de máquinas para pré-limpeza, silos armazenadores, secadores e transporte de cereais a granel. Maiara dos Santos, que recentemente assumiu o marketing da empresa, acompanhou a equipe no evento.

AgritechNelson Okuda Watanabe, gerente da Divisão Comer-cial da Agritech Lavrale, e equipe, destacaram no Show Rural o trator 1175-4. O modelo foi desenvolvido para atender lavouras de grãos e culturas que neces-sitem de tratores com maior poder de tração.

MiacIndústria líder na colheita do fei-jão e amendoim, a Miac lançou no Show Rural a colhedora de milho, feijão e batedora de cereais RCM 11. Segundo Luiz Antônio Vizeu, a máquina chega para preencher uma lacuna existente no merca-do para pequenas propriedades e terrenos que não permitiam a entrada de máquinas de porte médio e grande.

Metalúrgica ScarabelotO estande da Metalúrgica Scarabelot, no Show Rural, chamou a atenção do público com a linha de correntões niveladores para uso na agricultura e pecuária. Nury Jafar Abboud, diretor comercial da empresa, mostrou as aplicações do produto para os produtores.

CeresA Ceres Agrotecnologia participou pela primeira vez do Show Rural. A empresa estreou no mercado com os produtos Ostera, um Controlador de Fertilização a Taxas Variáveis, com monitor digital de plantio integrado.

TrelleborgA Trelleborg lançou linha com-pleta de pneus para atender as necessidades de máquinas e implementos agrícolas. A em-presa, atenta à expansão do agronegócio, designou Adriano Toniolo, supervisor regional da Divisão Agrícola e Florestal, para atender às regiões de Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro, Mato Grosso e parte da região Sul.

Nelson Okuda Watanabe

Luiz Antônio Vizeu

Adriano Toniolo

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SemeatoA colheitadeira Multi Crop 4100, da Semeato, completa-mente remodelada, será apresentada na Expodireto 2011 em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. A máquina foi desenvolvida especialmente para a agricultura familiar e está sendo comercializada pelo programa Mais Alimentos. Trata-se da única no mer-cado que se enquadra na categoria III. Um dos seus diferenciais é a maior área total de limpeza.

TeejetHelder Zucckini e Kleber Colomarte fizeram o pré-lançamento do Matrix Pro, disponível para a venda a partir de junho. Uma função exclusiva

AgrologicO agrônomo Carlos Adrover, da empresa Agrologic Tecnologia de Precisão, demonstrou e comercializou durante o Show Rural o medi-

AuteqPela primeira vez a Auteq apresentou seu portfólio no Show Rural Coopavel. Os produtos foram expostos no estande da John Dee-re, empresa parceira nos produtos de agricultura de precisão. Alberto Menoni, diretor comercial da Auteq, destacou que o evento foi excelente pela qualidade do público que busca in-formações técnicas junto aos expositores.

ValtraUm dos destaques da Val-tra foi o volante elétrico de precisão AES-25 e a barra de luzes System 110 da AGCO. Segundo Douglas Vincenzi, gerente de Pro-duto, estes equipamentos podem ser instalados em máquinas que já estejam no campo e ajudam a minimizar as falhas e as sobreposições durante a aplicação de insumos e pulverizações.

do equipamento é a possibilidade de uso da imagem do campo captada por uma câmera de ví-deo. Essa imagem é trazida para a tela do GPS e sobreposta às linhas de orientação do GPS. Com isso o operador tem, si-multaneamente na tela, a visualização do campo e a orien-tação via GPS.

dor de umidade para cereais e oleaginosas Portatil AL-101. O equipamento mede umidade, peso e é totalmente por-tátil com balança incorporada. Inclui memória interna para armazenagem de leituras, visor luminoso e bateria interna de longa duração.

GoodyearA Goodyear Enginered Products apresentou em primeira mão no Show Rural o Catálogo de Correias para Colheitadeiras 2011 e o Catálogo de Correias para Tratores 2011. De acordo com Frederico Martins, gerente de Marketing, a publicação é referência no Brasil e América Latina em reposição de correias agrícolas e uma ferramenta de extrema importância para os proprietários de colheitadeiras e tratores.

MasseyEduardo Martinatti e Everton Pezzi, respectivamente coordenador de marketing de tratores e supervisor de marketing de tratores Massey

Ferguson, acompa-nharam de perto as apresentações dos tra-tores da linha pesada e da recém-lançada série 4200. A série pesada tem como foco gran-des clientes que neces-sitem de alto nível de tecnologia embarcada. Já a linha 4200 tem como foco o programa Mais Alimentos.

John Deere WaterA nova divisão de negócios da John Deere, a John Deere Water, ganha corpo no Brasil e no mundo. A equipe formada pelos gerentes regionais Tereza Reis e Guilherme Ferreiras, juntamente com a gerente de Marketing América do Sul, Gislene Pessin, teve espaço especial no estande da empresa durante o Show Rural, onde apresentou as soluções para irrigação localizada.

Helder Zucckini e Kleber Colomarte

Carlos Adrover (dir.)

Alberto Menoni (esq.)

Douglas Vincenzi

Tereza Reis, Guilherme Ferreiras e Gislene Pessin

Eduardo Martinatti e Everton Pezzi

Frederico Martins (dir.)

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AgrICulturA DE prECISão

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Sem errosO futuro da Agricultura de Precisão depende do sucesso em cada fase do processo. O insucesso em qualquer uma dessas etapas leva ao desperdício de recursos, à perda de tempo e a um processo de desânimo em relação à técnica importante

para impulsionar a produtividade na lavoura

O desenvolvimento de um bom projeto de Agricultura de Precisão (AP) está associado a um conjunto

de várias etapas interligadas e sequencialmente dependentes entre si. Além disso, o conceito de AP é cada vez mais amplo, aplicado tanto no mapeamento dos índices de fertilidade do solo, como na aplicação de agroquímicos e mapas de colheita, bem como na georreferência e rastreabilidade dos equipamentos durante a operação na lavoura, permitindo avaliar a eficiência de uso das máquinas e de insumos. A sincronia dessas informações é fundamental para o sucesso das intervenções a taxa variável, sendo uma etapa decisiva dentro de um proje-to de Agricultura de Precisão. Neste sentido, temos reportado, com certa frequência, vários problemas que comprometem a eficiência téc-nica da AP aplicada à correção de solos a taxa variável. O objetivo deste artigo é discutir o assunto e alertar sobre pontos técnicos impor-tantes a serem considerados durante as várias etapas, principalmente a etapa de intervenção a taxa variável, para que não ocorra ao final do processo o comprometimento dos resultados da Agricultura de Precisão.

ETAPAS QUE ANTECIPAM UMBOM MAPA DE APLICAÇÃOUm bom mapa de aplicação começa com

uma correta amostragem de solo, pois os parâ-metros que irão compor um mapa de prescrição

ou aplicação são basicamente alicerçados em informações geradas a partir dos resultados laboratoriais oriundos desta coleta. Assim, cuidados com a representatividade das amostras de solo compostas de subamostras, bem como a profundidade padrão da coleta, são fundamen-tais para geração de informações de qualidade. Erros comuns são procurar nutrientes com pouca mobilidade, como o fósforo, em cama-das profundas, ou nutrientes móveis, como o enxofre, em camadas superficiais. Conhecer a dinâmica do nutriente no solo e a forma de fertilização é informação relevante na definição da estratégia de amostragem do solo.

Realizada a coleta com qualidade, a “or-ganização” é a palavra chave na entrada das amostras nos laboratórios. A sequência das amostras não pode ser alterada em hipótese alguma. Assim, é importante que o conjunto de amostras de cada lavoura seja sempre acompanhado com uma planilha numerada, bem como das informações de origem (cidade, produtor, propriedade, lavoura, parâmetros a serem analisados e contato para dúvidas). Pre-ferencialmente, as amostras devem ser enviadas para laboratórios credenciados nos sistemas de avaliação quanto a sua qualidade (Rolas-SC/RS, IAC-SP, Embrapa), que utilizam amostras padronizadas para avaliar os possíveis desvios analíticos que possam ocorrer. Mesmo assim, deve ser observada a coerência técnica dos resultados do ponto de vista analítico, como

as relações entre pH, saturação por bases e alumínio. Por exemplo, quando o pH em água estiver acima de 5,3, praticamente não deverá haver a presença de alumínio e a saturação por bases deve estar em torno de 50% a 60% (Figura 1).

Além disso, apesar dos mecanismos de segurança e da precisão sempre preservada nos laboratórios, erros podem ocorrer. Os produ-tores e técnicos devem estar sempre atentos à coerência dos resultados em relação ao relevo, mapas de colheita, ao histórico de manejo e as suas próprias experiências de campo. Haven-do dúvida das informações deve-se solicitar a repetição analítica das amostras que devem ficar armazenadas no mínimo por seis meses nos laboratórios. Esse processo é padrão e não tem custo na maioria dos laboratórios. O outro aspecto importante a ser destacado são os valores discrepantes (muito altos ou muito baixos) dos pontos amostrais vizinhos que de-vem ser analisados com cuidado, buscando uma causa lógica ou na ausência desta, repeti-los ou eliminá-los. O interpolador utilizado também pode ocasionar erros, causados pela interferên-cia dos pontos amostrais mais próximos e mais distantes no mapa.

QUALIDADE VISUALUm bom mapa se “vê no olho”, ou seja,

é perceptível visualmente através da padroni-zação das informações. Quando há coerência técnica nos resultados associada à variabilida-de espacial de uma área e à de informações auxiliares (exemplo mapa de relevo, histórico de manejo ou mapa de colheita), é possível identificar a qualidade dos resultados apenas pela observação visual (Figura 2). Sendo que para o sucesso dos trabalhos de intervenções a taxa variável as mesmas somente devem ocorrer após uma avaliação prévia da coerência técnica dessas informações com outros atributos e o histórico da lavoura.

Na Figura 2 pode-se observar o efeito da erosão e do escoamento superficial em pro-mover a redistribuição espacial do fósforo na lavoura. Como este nutriente tende a se acu-mular nas camadas mais superficiais do solo, a ocorrência de erosão nas áreas mais declivosas (Sudoeste e Sudeste) no mapa é acompanhada de menores teores no solo.

Além das cores padronizadas e da consistência das informações geradas

Figura 1 - Falta de coerência técnica encontrada em um mapa de saturação por alumínio e um mapa de pH em água que pode comprometer o resultado da Agricultura de Precisão

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pelos mapas os produtores devem estar atentos também às quantidades a serem aplicadas. As mesmas devem ser coerentes tecnicamente e economicamente. As metas técnicas devem

ser claras para possíveis reavaliações e também viáveis (Figura 3). Assim, é importante obser-var a experiência dos prestadores de serviço, das ferramentas de calibração dos índices de reposição, como monitoramento por ancora-gem que permite a calibração constante dos índices de reposição, e também da própria filosofia de trabalho em relação à quantidade a ser aplicada. Além disso, a recomendação da aplicação de insumos deve estar coerente com a produtividade histórica da lavoura. Se a área tradicionalmente colhe sete toneladas de milho de um ano para o outro não se deveria adubar para 12 toneladas. Os ganhos de produtividade são consequências de acertos no manejo como um todo e são obtidos gradativamente.

OPERACIONALIDADE DAS INFORMAÇÕESA posse de informações de qualidade ainda

não garante o sucesso do trabalho de AP. Há necessidade de que as informações sejam tradu-

zidas para a linguagem numérica com coordenadas geográf icas associada às quantidades específicas, ge-

rando um

arquivo de aplicação que é copiado para um cartão de dados ou pendrive e introduzido em um controlador eletromecânico que contro-lará a abertura e o fechamento de comportas (aplicador hidráulico) ou a movimentação de uma esteira de borracha (aplicador de arrasto) (Figura 4). Essas informações devem respeitar o raio de interpolação dos dados adquiridos, a largura da faixa de aplicação dos equipamentos, o número de classes possíveis, os intervalos de doses a serem aplicadas, condições de superfície do solo, condições climáticas no momento da aplicação e qualidade do produto quanto à uniformidade e à granulometria.

Máquinas de qualidade e de fácil manuseio são fundamentais para a operacionalidade das informações. Entretanto, as mesmas devem estar bem calibradas e ajustadas a cada tipo de produto. Um pré-ajuste deve ser realizado com máquinas paradas, configurando-se o GPS e o volume que deve ser aplicado em relação à faixa de aplicação. A faixa de aplicação deve ser compatível com o tipo de produto. Para o calcário a faixa de aplicação oscila entre oito e 12 metros, dependendo se está seco ou molhado. Nos fertilizantes (fontes de fósforo, potássio ou nitrogênio) a faixa oscila entre 20 e 30 metros, dependendo mais do produto e das condições do vento. A faixa sempre deve ser ajustada à gra-

Figura 3 - Mapa de aplicação de correção e manutenção

Figura 2 - Associação do mapa de relevo com a distribuição espacial dos teores de fósforo

Fotos Drakkar Solos Consultoria

Claas

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possam contar com equipamentos que foram desenvolvidos para a realidade brasileira, me-lhorando a facilidade de operação e o suporte técnico. Hoje, a evolução dos controladores eletrônicos permite que os usuários possam “migrar” o controlador entre as diferentes eta-pas da Agricultura de Precisão, uma facilidade operacional e que reduz custos da tecnologia. Estes controladores podem ser utilizados em múltiplas atividades, como preparo do solo, distribuição, plantio, pulverização e colheita. Essa é mais uma nova ferramenta que garante a operacionalidade das informações de forma ágil e com qualidade.

CONSIDERAÇÕES FINAISO conceito da Agricultura de Precisão veio

para ficar, não temos dúvida disso. Entretan-to, ainda temos muitas dificuldades a serem vencidas. Uma das primeiras já vencidas foi a introdução dos conceitos da AP e do manejo sítio específico como uma técnica viável e efi-ciente dentro do meio agrícola, o qual é sempre bastante conservador e criterioso quanto a mudanças. Agora, estão sendo feitos ajustes da técnica a cada realidade de manejo. E no futuro próximo (já realidade dentro de algumas propriedades) a melhoria das intervenções, baseada em informações de melhor qualidade e com equipamentos bem calibrados. O futuro

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Figura 4 - Equipamentos de aplicação a taxa variável: a) comportas eletromecânicas do Twister/Stara, equipamento acoplado ao hidráulico do trator e b) esteira de borracha do hércules/Stara, equipamento de arrasto

Fotos Drakkar Solos Consultoria

nulometria de cada produto, sendo necessário fazer uma avaliação criteriosa com bandejas de calibração (Figura 5).

Com a máquina em movimento outros fatores devem ser levados em consideração. O primeiro deles é a compatibilidade do tipo de produto calibrado para aplicação e o produto dentro do reservatório. Depois é importante buscar eficiência de aplicação com o melhor alinhamento da máquina no sentido de maior comprimento e respeitando, é claro, a inclina-ção do relevo. Após a calibração da largura de transpasse das faixas de aplicação, o primeiro ato em movimento é a realização de uma boa faixa de bordadura com no mínimo duas passadas de máquina. A velocidade também deve ser compatível com o produto, relevo, dimensio-namento da máquina e as condições de vento no momento da aplicação.

Mesmo com todos os ajustes corretos o controle do equipamento e a observação dos acontecimentos ainda são de responsabili-dade humana. Assim, é fundamental que o profissional responsável esteja ciente da importância dessa etapa e com informação suficiente para identificar possíveis problemas durante a aplicação. Deve-se estar sempre de posse dos mapas de aplicação e controlando a quantidade total a ser aplicada e também se

há coerência das quantidades que estão sendo aplicadas. Deve-se ter o máximo de cuidados no alinhamento das máquinas e nos retornos das bordaduras. Uma das principais fontes de erros é no reabastecimento, deixando-se espaços sem aplicação (Figura 6). Deve-se também procurar posicionar as cargas de corretivos e os volumes de fertilizantes de forma mais acessível possível, buscando uma maior eficiência de deslocamen-to para reabastecimento.

Além de todos os cuidados ainda há mais um recurso associado às vantagens da AP. Praticamente todos os processos realizados com máquinas georreferenciadas armazenam, além da localização, um relatório com o dia e a hora de execução das tarefas. No caso da aplicação a taxa variável é gerada simultane-amente informações que permitem a geração de um mapa de rastreabilidade possibilitando fazer uma avaliação da qualidade de aplicação e a eficiência do processo. Esse mesmo mapa pode servir como referência identificando erros de posicionamento, calibração, velocidade de deslocamento e reabastecimento dos produtos (Figura 7).

Outra evolução nas tecnologias ligadas à Agricultura de Precisão está nas empresas que possuem internamente o desenvolvimento desta tecnologia a nível nacional. Isso permi-tiu que os usuários (agricultores e técnicos)

Figura 5 - Calibração da faixa de aplicação e do transpasse entre faixas de equipamento a taxa variável

Figura 6 - Mapa de rastreabilidade que mostra erros durante a aplicação a taxa variável na cultura do arroz irrigado

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Em algumas localidades, os utilitários são construídos em pequenas oficinas regionais

da Agricultura de Precisão depende do sucesso em cada uma das etapas do processo. O insu-cesso em qualquer uma dessas etapas leva ao desperdício de recursos, à perda de tempo e a um processo de desânimo em relação à técnica. Problema gerado no erro humano que é atribu-ído muitas vezes como um problema na técnica da AP. Neste sentido, o controle de qualidade nos processos da AP é fundamental para que frases como: “estamos na era da precisão na agricultura e não da agricultura de precisão”,

seja uma mera retórica ou jogo de palavras, daqueles que de fato não estão comprometidos com a evolução da agricultura.

Figura 8 – Controlador eletrônico múltipla-tarefa: pre-paro do solo, distribuição, plantio, pulverização e colheita

Alan Acosta,Telmo Amado,Cristiano Paim Buss,Claudio Luiz Lemainski,Marcelo Busato eGuilherme Londero,Drakkar Solos e UFSM

Figura 7 - Mapa de aplicação à taxa variável (a) e mapa de rastreabilidade (b)

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SEMEADorAS

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Estande certoVelocidade de deslocamento e índice de patinagem de semeadoras são diferentes em

operações de semeaduras direta e convencional. Entender estes índices e saber quais as consequências no estande é importante para garantir maior uniformidade no plantio

No Norte Fluminense, grande parte do relevo é plana, favore-cendo a utilização de máquinas

em todas as etapas da produção agrícola. Com o uso intenso de máquinas na cultura da cana-de-açúcar, principal produto da região, e a ocorrência de chuvas de grande intensidade no verão verificam-se, com frequência, pro-blemas pertinentes à conservação do solo e da água, resultando na desagregação e exposição do solo aos agentes intempéricos.

Os métodos convencionais de produção compostos por aração e gradagem caracteri-zam-se pelo excessivo revolvimento do solo e, como consequência, ausência de cobertura na superfície do terreno. Por esse motivo, são

questionados pelos crescentes e graves proble-mas de erosão, perda da fertilidade e umidade do solo, além de sua compactação.

O sistema de semeadura direta (SD) está cada vez mais presente na agricultura brasileira. O método visa à maior conservação do solo e à redução do tráfego de máquinas, tendo como princípio a semeadura direta em solo não revolvido. Os aspectos mais relevan-tes para o sucesso da lavoura, na semeadura direta, estão relacionados ao desempenho da semeadora, no que se refere ao corte eficiente dos restos culturais, à abertura do sulco e colocação da semente e adubo em profundidades corretas e em contato com o solo. Também é importante que as máquinas

apresentem adequada regularidade, com distribuição precisa de insumos (Embrapa, 1994).

Avaliar máquinas agrícolas é, funda-mentalmente, obter informações para uma tomada de decisão, que está se tornando tarefa cada vez mais complexa, especializada e altamente exigente em dados e informações técnicas em mecanização agrícola.

A avaliação de máquinas agrícolas é muito importante, principalmente das semeadoras, pois um dos grandes entraves para a adoção plena da semeadura direta é a dificuldade em se obter semeadoras versáteis e resistentes, que sirvam para culturas e solos distintos, abram o sulco, removendo pouca terra e palha, tenham penetração e controle de profundidade aceitáveis e cubram ade-quadamente a semente, fatores esses que garantiriam o sucesso da exploração (Gassen e Gassen, 1996).

Para se obter maior produtividade, a pesquisa tem contribuído para cada fator de produção das culturas, tais como adubação, irrigação, genética, manejo de solos e arranjos espaciais com populações e espaçamentos adequados. Um bom arranjo espacial só é possível com uma correta distribuição lon-gitudinal de sementes.

Normas, procedimentos de ensaios e tra-balhos de pesquisa apontam a uniformidade de distribuição longitudinal de sementes como uma das características operacionais

Determinação da patinagem das rodasmotrizes da semeadora-adubadora

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de semeadoras que mais contribuem para obtenção de um estande adequado de plantas e, consequentemente, de uma boa produti-vidade da cultura (Kurachi et al, 1989). A desuniformidade de distribuição longitudinal pode ainda dificultar operações posteriores, tais como pulverizações, tratos culturais e colheita, por exemplo (Pacheco, 1994).

As semeadoras mais comuns e de menor custo são as dotadas de mecanismo dosa-dor do tipo disco perfurado horizontal. As funções de uma semeadora-adubadora para

semeadura direta (Asae, 1996) são: cortar a palha, abrir o sulco, dosar a quantidade de sementes e adubo, posicionar tanto a semente quanto o adubo no sulco, na pro-fundidade e distância adequadas, cobrir as sementes e o adubo e efetuar a compactação lateralmente.

Segundo Balastreire (2005), os fatores que afetam a eficiência de semeadura podem estar relacionados com as sementes, solo, máquina, clima e operador. As sementes influenciam a semeadura pela quantidade a ser distribuída,

pela sua viabilidade, uniformidade de tama-nho e distribuição, forma, profundidade de colocação e tratamentos com defensivos ou inoculantes. O solo pode influenciar pelo seu preparo, fertilidade e textura, além de fatores ligados aos fatores climáticos como o teor de umidade, temperatura e aeração. O operador é um fator importante na eficiência de semeadura pela sua capacidade em regular a máquina, manter a velocidade adequada de operação e espaçamento adequado entre as linhas de semeio e manter a máquina em

Figura 1 - Patinagem das rodas motrizes da semeadora-adubadora nos sistemas de semeaduras convencional e direta

Figura 2 - Influência da patinagem no espaçamento entre sementes

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adequada condição de uso, com manutenção e reparos corretos.

A semeadora-adubadora, atualmente, é uma das máquinas agrícolas que mais incor-poram tecnologia no processo de produção. A precisão, durante a operação de semeadura, é garantida por mecanismos bem projetados, eficientes e precisos. Porém, são vários os fatores que influenciam na sua precisão.

DENSIDADE DE SEMEADURAPrimeiramente, devem-se estabelecer,

para a cultura as ser implantada, a densidade e o espaçamento de semeadura. Em seguida, devem ser considerados os fatores relativos à semente utilizada – índices de germinação (G), pureza (P) e sobrevivência (Sb) – infor-mados pelo fornecedor de sementes. Final-mente, há que se levar em conta os índices de enchimento de grãos (Eg), o dano mecânico (Dm) do mecanismo dosador de sementes e a patinagem (S) da roda motriz da semeadora. Esses fatores podem interferir na expressão do potencial produtivo da cultura.

O índice de enchimento do mecanismo dosador deve ser considerado para os dosa-dores de precisão, sendo discos perfurados e sistemas pneumáticos os mais comuns. Esse índice é usado para compensar as falhas as-sociadas à velocidade de giro dos mecanismos

e, em geral, considera-se o índice de 97% de eficiência para os cálculos. Para os demais sistemas de distribuição, recomenda-se a calibração dos mecanismos através de ensaios de campo, com o deslocamento da máquina coletando material.

Em testes de campo, observou-se uma grande variação na distribuição de sementes, devida, principalmente, à irregularidade do perfil do solo. Garcia (2005) observou que o índice de variabilidade relacionado à patinagem chegou a 40% em algumas situações. Vale et al (2008), observaram o efeito do tipo de sistema de preparo de solo

sobre a patinagem dos rodados motrizes de uma semeadora-adubadora (Figura 1). Eles concluíram que no sistema de semeadura direta a patinagem dos rodados da semea-dora foi menor. No sistema de semeadura convencional (SC), o solo encontra-se mais solto, reduzindo a capacidade de aderência entre o pneu e o solo, ocorrendo maior patinagem. No SD, como o solo não foi mobilizado, pode-se considerá-lo firme e isso ajuda a diminuir a patinagem por favorecer a aderência entre o pneu e o solo.

A patinagem de um rodado de tração, como o pneu traseiro de um trator, pode ser

CoMo CorrIgIr NA SEMEADurA

A seguir, é apresentado um teste de uma semeadora em determinada

condição de uso:1) No asfalto, obteve-se uma distância

de 10,99m para o pneu girar cinco voltas.2) No campo, obteve-se uma distância

de 12,27m para o pneu girar cinco voltas.3) Aplicando a equação:

4) Foi determinado o índice de 0,1043, que representa 10,43% de patinagem.

Esse valor encontrado significa que há uma redução de 10,43% no número de voltas da roda de transmissão da semea-dora. Isso ocasiona um aumento, de valor correspondente, no espaçamento entre as sementes distribuídas na linha. Ou seja, se a semeadora está regulada para distribuir sementes na linha com 15cm de distância uma da outra, considerando-se o índice de patinagem acima determinado, essa distân-cia irá aumentar para 16,6cm. A redução da densidade final de semeadura fica, portanto, evidente.

Para corrigir esse erro, deve-se refazer os cálculos de densidade de semeadura,

conforme é apresentado no seguinte exem-plo. Supondo-se que se deseja calcular a quantidade de sementes a serem distribuídas por hectare, levando-se em consideração os seguintes índices:

• estande final de plantas desejadas por hectare: 50.000 plantas/ha;

• índice de germinação (G): 95%;• índice de pureza (P): 98%;• índice de sobrevivência (Sb): 98%;• índice de enchimento dos discos (Eg):

97%;• índice de dano mecânico (Dm): 97%;• índice de patinagem (S): 10,43%.

Eficiência da transmissão = 100 – 10,43 = 89,57%.

A partir de então, deve-se regular a semeadora-adubadora para a densidade de semeadura igual a 65.026 sementes/ha, atra-vés da seleção adequada das engrenagens cambiáveis do sistema de transmissão e da determinação correta do número de furos do disco no mecanismo dosador.

Figura 3 - Influência da patinagem no estande de plantas por hectare Figura 4 - Velocidade periférica do disco dosador

Welington Gonzaga do Vale conduziu o experimento juntamente com outros pesquisadores da Uenf

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Fotos Welington Gonzaga do Vale

definida como a redução de deslocamento em determinada condição de piso, compa-rada com uma condição específica, também chamada de condição zero, em que se mede o rolamento do pneu em piso indeformável e em situação sem carga.

Por sua vez, a patinagem do rodado tracionado, como o pneu da semeadora que aciona os mecanismos dosadores, pode ser definida como a redução do número de voltas do rodado em determinado desloca-mento, também comparada com a condição zero definida acima.

No rodado da semeadora, a patinagem é influenciada pelo estado do pneu e pelas condições do solo – forma de preparo, tipo de cobertura, umidade e presença de irre-gularidades. Ela está relacionada também à resistência ao rolamento oferecida pelo solo, pelos mecanismos de transmissão e pelos dosadores de sementes e adubo que integram o equipamento.

Portanto, é recomendável que, para cada condição de trabalho, seja determinada a patinagem da semeadora, para que se possa corrigir este efeito no cálculo da densidade de semeadura. O efeito da patinagem do rodado da semeadora causa o surgimento de falhas e o aumento da distância entre sementes na linha. Há também a redução da quantidade de adubo aplicada, ocasionando principalmente a queda da produtividade da cultura.

Vale (2007) observou o aumento do es-paçamento entre sementes (EES), efeito da patinagem do rodado da semeadora (Figura 2). A semeadora-adubadora foi regulada para distribuir sementes na semeadura do milho (SC), com espaçamento de 8,5cm entre elas. Considerando a patinagem ob-servada neste plantio, o espaçamento entre sementes calculado foi de 9,6cm – esta interferência resultou num acréscimo de 12,9% no espaçamento entre sementes. Já na semeadura do sorgo (SD), a semeadora-adubadora foi regulada para distribuir

sementes com espaçamento de 5,5cm. Con-siderando a patinagem observada neste tipo de plantio, o espaçamento entre sementes calculado foi de 6,0cm – a interferência da patinagem resultou num acréscimo de 9,1% no espaçamento entre sementes.

Com o aumento do EES na linha há uma redução da quantidade de sementes depositada, ocasionando principalmente uma redução no estande desejado no final da instalação da cultura no campo.

Vale (2007), notou esse efeito da patina-gem dos rodados motrizes de uma semeado-ra-adubadora sobre o estande final desejado de plantas por hectare (Figura 3). Na seme-adura do milho com espaçamento de 8,5cm entre sementes, teríamos um estande com 130.719 plantas/ha, mas devido ao aumento do espaçamento entre sementes observado, o estande final passa a ter 113.856 plantas/ha. Com espaçamento de 5,5cm entre sementes, teríamos um estande com 202.020 plantas/ha, mas devido ao aumento do espaçamento entre sementes observado, o estande final passa a ter 183.636 plantas/ha.

Vale et al (2008) observaram na semea-dura do milho no sistema convencional, que a velocidade periférica do disco dosador da semeadora-adubadora calculada, segundo as condições de trabalho e regulagens da máquina, foi de 0,34m/s. Já na semeadura

do sorgo no sistema de plantio direto, a velocidade periférica do disco dosador da semeadora-adubadora calculada foi de 0,19m/s (Figura 4).

Delafosse (1986) recomenda, para determinadas espécies de sementes e tipos de distribuidores, o uso de velocidades peri-féricas máximas entre 0,29 e 0,32m/s, para uma boa precisão de dosagem.

Na condição de semeadura do milho, a velocidade observada se encontra bem próxima da faixa sugerida, enquanto que na semeadura do sorgo, a velocidade observada se encontra abaixo do limite sugerido. Velo-cidades acima de 0,32m/s podem prejudicar a uniformidade de distribuição, pois com es-sas velocidades as sementes não têm tempo suficiente para preencher todos os furos do disco dosador, com isso haverá falhas na dis-tribuição. Já velocidades abaixo de 0,29m/s favorecem o preenchimento total dos furos do disco dosador, e somente podem ser problemáticas quando as sementes tiverem tamanhos muito menores que os furos do disco, com isso, os furos do disco dosador podem capturar duas ou mais sementes, ocorrendo o surgimento de duplos (duas ou mais sementes depositadas com um espaço menor entre elas do que o espaço normal). Essas plantas competirão entre si e o seu crescimento, desenvolvimento e produção serão afetados por essa razão.

As capacidades de campo teórica e efetiva apresentam comportamento igual à velocidade, pois a largura útil de traba-lho foi igual em todas as parcelas. Foram observadas maiores capacidades de campo teórica e efetiva na velocidade de 6,36km/h na SD (Figura 5).

Avaliação da semeadora-adubadorano sistema convencional

Avaliação da semeadora-adubadorano sistema de semeadura direta

Figura 5 - Capacidades de campo teórica e efetiva

Welington Gonzaga do Vale, Ricardo Ferreira Garcia, Delorme Corrêa Júnior, Pablo Pereira Corrêa Klaver eJosé Francisco de Sá V. JúniorCCTA, Leag - Uenf

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.M

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trAtorES

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Agrale

Descuido caro

A manutenção periódica é utilizada para evitar possíveis falhas e quebras em máquinas e instalações, durante

o processo produtivo, aumentar a vida útil dos equipamentos e reduzir problemas de segu-rança para o operador. O abrigo de tratores, equipamentos e materiais de uso permite que as diversas operações de manutenção sejam otimizadas.

Os gastos com reparos e manutenção cor-retivos compõem os mais elevados itens dos custos operacionais, o que pode ser atribuído ao uso intensivo dos tratores agrícolas, e que pode até tornar economicamente inviável a utilização

da máquina em uma empresa. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Goiás realizou trabalho para analisar a periodicidade de manutenção de tratores agrícolas de pneu utilizados em propriedades rurais.

Foram analisados dez tratores agrícolas de pneu na região de Anápolis (GO) escolhidos aleatoriamente, com marcas, modelos, ano, potência, fonte e aplicações variadas dentro do setor rural. Foram avaliados itens como nível de fluido da bateria, nível da água do radiador, nível do óleo do cárter e transmissão final, lâm-padas, combustível, pressão dos pneus, altura das garras, folga nos pedais de embreagem

e freio, funcionamento dos pinos graxeiros, convergência das rodas, trocas de filtros de combustíveis e lubrificantes, presença de itens de segurança e abrigo das máquinas.

Para a manutenção diária realizada antes do início e na troca de turno de trabalho, todos os tratores apresentaram nível de óleo lubrificante do cárter e água do radiador dentro dos limites aceitáveis, 90% não usam completar o tanque de combustível ao final da jornada de trabalho (Figura 1).

Os operadores mostraram ser bastante cuidadosos quanto aos níveis de óleo do cárter e água do radiador. A falta de água no sistema

Figura 1 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção diária nos tratores avaliados Figura 2 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 50hs nos tratores avaliados

Descuido caroAvaliação realizada com dez tratores agrícolas mostra que as manutenções periódicas nem sempre são feitas de acordo com as recomendações e itens simples, mas importantes, como drenagem do copo sedimentador, são realizados em apenas 10% dos casos

Avaliação realizada com dez tratores agrícolas mostra que as manutenções periódicas nem sempre são feitas de acordo com as recomendações e itens simples, mas importantes, como drenagem do copo sedimentador, são realizados em apenas 10% dos casos

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de arrefecimento, durante o funcionamento do motor, provoca superaquecimento, causando queima de junta do cabeçote, ou até fusão de alguns componentes internos.

O ato de não abastecer o tanque de combus-tível do trator ainda quente ao final da jornada de trabalho acarreta na formação de gotículas de água ao resfriar-se. A presença da água compro-mete os componentes da injeção, provocando o desgaste prematuro e combustão imperfeita. Já os sedimentos comprometem o sistema de filtragem e sua presença nos componentes de injeção danifica os bicos injetores.

A drenagem do copo sedimentador de im-purezas e do pré-filtro ameniza os problemas de

água e sedimentos presente no diesel, 90% dos tratores avaliados não realizam esta ação. Dos tratores avaliados 60% apresentaram problemas com faróis e lâmpadas. O funcionamento ade-quado dos faróis e das lâmpadas é essencial para segurança do operador e do equipamento.

Nota-se que 50% dos tratores avaliados apresentaram no mínimo um pino graxeiro da-nificado ou com anomalias, não possibilitando a correta lubrificação do sistema. A má lubri-ficação de pinos graxeiros aumenta o desgaste e os esforços na peça, levando a estragos nela e ao conjunto interligado.

São apresentados na Figura 2, os resultados referentes à manutenção de 50 horas trabalha-

das. A verificação do nível de óleo da direção hidráulica encontrava-se incorreta em 40% dos tratores podendo interromper o processo de direção pela formação de bolhas de ar no sistema.

Nota-se que 80% dos tratores avaliados não apresentaram problemas quanto ao item reaperto geral de porcas, e tensão da correia do ventilador. O reaperto de porcas evita que as peças suportem rupturas e desgastes pelo choque entre elas. Uma correia com tensão inferior interfere no sistema de arrefecimento do motor e na carga da bateria. E a correia com tensão superior facilita o rompimento da própria correia.

Figura 3 - Distribuição percentual da altura da garra dos pneus

Filtro de ar muitas vezes recebe manutenção inadequada, por desconhecimento dos operadores

Charles Echer

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O nível de solução de bateria encontrava-se inferior em pelo menos uma célula em 50% dos tratores avaliados. O baixo nível da solução eletrolítica resulta em desempenho pobre e redução da vida útil da bateria ou até mesmo inutiliza a bateria. Em 60% dos tratores a lim-peza dos contatos da bateria é insatisfatória, interrompe a passagem de corrente e impede a partida normal pelo motor de arranque.

Nas propriedades visitadas apenas 10% possuíam equipamentos para aferir a pressão dos pneus sendo na maioria das vezes realizada visualmente. O tipo de pneu e pressões inade-quadas representam elementos negativos para a maioria das operações.

Nota-se, na Figura 3, que 40% dos pneus avaliados apresentaram altura de garra abai-xo de 10mm, inviável para o uso, pois estes induzem a patinagem reduzindo a tração e aumenta o consumo de combustível, já para os pneus direcionais esse desgaste dificulta a dirigibilidade. Dos tratores avaliados, 25% apresentaram altura de garra entre 11mm e 20mm, caracterizando pneu meia-vida e 35% dos pneus apresentaram altura de garra entre 21mm e 35mm, caracterizando pneu novo.

Para a manutenção 100 horas de tra-balho (Figura 4), verifica-se que 60% dos equipamentos estavam com nível de óleo dos redutores finais adequados para trabalho, 90% apresentaram níveis de óleo da transmissão e hidráulico dentro do limite aceitável. O nível de óleo da transmissão e sistema hidráulico apresentou níveis satisfatórios na maioria dos equipamentos, sendo que o óleo dos redutores finais não apresentou o mesmo índice, devido a vazamentos encontrados nos retentores da

carcaça.Para a manutenção de 200 horas de

trabalho (Figura 5), em todos os tratores foi realizada a limpeza dos suspiros e 70% das máquinas vistoriadas não apresentaram folga do rolamento das rodas. Quando esta folga existe, possibilita a entrada de água, terra no cubo leva a um desgaste prematuro ou até mesmo sua inutilização.

Somente 20% dos tratores não estavam regulares com a troca de óleo, descuido que implica desgaste prematuro do motor ao trabalhar com óleo contaminado. Em 40% dos tratores foi encontrada desregulagem nos pedais de embreagens. A correta regu-lagem do pedal de embreagem evita desliza-mentos e reduz potência disponível para o trabalho. Apenas 30% dos tratores avaliados apresentaram freios regulados. Os freios dos tratores funcionam independentemente, o que ocasiona o desgaste desigual das lonas em cada roda.

De acordo com dados prestados pelos responsáveis pela máquina, verifica-se que a manutenção de 500 a 1.000 horas é o período com menor índice de realização nos intervalos sugeridos (Figura 6).

Somente 10% dos tratores avaliados fize-ram substituição do óleo da direção hidráulica com a periodicidade determinada. Não houve a preocupação dos responsáveis pelos tratores em executar calibração do bico e da bomba injeto-ra. O bico injetor com o uso sofre variação no diâmetro do orifício de pulverização, enfraque-cimento da mola e entupimento, já a bomba em sua composição interna possui diversas peças móveis sujeitas a atrito e desgaste.

A substituição do óleo da transmissão e hidráulico também foi realizada fora da perio-dicidade indicada, este procedimento torna o óleo com características de lubrificação inade-quadas, apenas 20% realizaram estas operações no tempo indicado.

A convergência das rodas dianteiras in-correta interfere na dirigibilidade, provoca um desgaste prematuro e desuniforme dos pneus, danifica rolamento e retentores e facilita a entrada de poeira e água. Apenas 30% dos tratores apresentaram ajuste de convergência adequados.

A construção de abrigos para guardar os tratores agrícolas em período ocioso aumenta a vida útil do equipamento. Nas propriedades vi-sitadas a existência de abrigo ocorre na maioria, no entanto, todas apresentaram alguma falha de manejo ou construção inadequada. Na Figura 7, verifica-se que dentre os critérios avaliados o item piso e limpeza apresentou o menor índice de realização.

A presença do cinto de segurança nos tratores que possuem cabine ou estrutura de proteção contra o capotamento é essencial para evitar ferimentos graves na ocorrência de acidentes; na maioria dos tratores foi observada a estrutura de proteção contra capotamento e apenas em um verificou-se o cinto segurança.

CONCLUSÕESHouve uma grande preocupação de seus

responsáveis pela manutenção nos tratores avaliados quanto a níveis de óleo do cárter, transmissão, hidráulico e nível da água do ra-diador, ficando os demais itens de manuten-

Figura 4 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 100hs nos tratores avaliados Figura 5 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 200hs dos tratores avaliados

Figura 6 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 500 a 1.000hs nos tratores avaliados Figura 7 - Distribuição percentual dos tipos e condições dos abrigos nas propriedades visitadas

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ItENS AvAlIADoS NoS DEz trAtorES

O trabalho analisou os itens mais importantes que devem ser ob-

servados nas manutenções preventivas periódicas, como:

• O nível de fluido da bateria: verificado por meio de uma pipeta graduada para correta visualização do nível que deve se encontrar a 1,5cm.

• Nível de água do radiador: avaliado com o motor em temperatura ambiente, em 1cm acima das placas;

• Os níveis de óleo do cárter e trans-missão final: determinados com o trator em superfície plana e o motor em repouso por tempo mínimo de 30 minutos, conforme recomendações dos manuais de fabricante.

• Lâmpadas: observados a existência e o funcionamento das mesmas.

• Combustível: foi verificado, por ques-tionário, o reabastecimento após jornada de trabalho com o trator ainda quente.

• A pressão dos rodados: obtida com um manômetro portátil inserido nas válvulas dos pneus, estando estas na posição superior e com o pneu em temperatura ambiente e à sombra.

• Altura das garras: verificada com auxí-lio de uma régua metálica e um paquímetro com precisão de 0,01mm em três pontos aleatórios na região central dos pneus.

• Folga nos pedais de freios e embre-agem: observada visualmente com auxílio do operador.

• Pinos graxeiros do trator: avaliados visualmente quanto existência, anomalias e lubrificação.

• Abrigo do trator: verificada a existência e se respondem aos critérios; ventilação sufi-ciente; piso não absorvente e que não solte poeira; espaço para manobras e circulação de pessoas; distância de água.

• Quanto à segurança do trabalho: foram verificados existência de equipamento de proteção contra capotagem e sinto de segurança.

• Convergência das rodas dianteiras: feito o alinhamento visual das rodas e com auxílio de uma haste regulável foi feita a verificação na altura do eixo quanto à distorção.

• Substituição de lubrificante e filtros: avaliado através de informações prestadas pelo responsável de manutenção.

Charles Echer

90% dos operadores entrevistados não realizam a drenagem do sedimentador e do pré-filtro do óleo

Dorneles Machado de Freitas,Gracielly Ribeiro de Alcântara,Elton Fialho dos Reis eJosué Gomes Delmond,UEG

ção com baixo índice de realização de acordo com uma periodicidade. A manutenção de 500 a 1.000 horas apresentou o menor índice de realização dentro de uma periodicidade recomendada. .M

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EMprESAS

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O ano de 2010 foi um marco im-portante na história da empresa Stara, fabricante de máquinas e

implementos agrícolas, situada na cidade de Não-Me-Toque (RS). A empresa comemorou dias 1º e 2 de dezembro de 2010, 50 anos de atividades. Do início das atividades, no ano de 1960, quando era apenas uma ferraria que con-sertava máquinas e equipamentos importados da Europa, tocada por Johannes Bernardus Stapelbroek, até o presente, muitas mudanças aconteceram na empresa. Atualmente, é uma das maiores fabricantes de implementos para a agricultura e exporta produtos para 30 países nos cinco continentes.

O grande passo para que a empresa che-gasse ao patamar atual pode ter sido dado no ano de 2006, quando mudanças significativas na raiz societária da Stara conferiram à filha de Franciscus Stapelbroek, Susana Stapelbroek Trennepohl, ao seu genro Gilson Trennepohl e aos seus netos, o controle acionário da empresa. A partir de então a Stara teve ampliada sua ma-triz industrial, o que contribuiu para o cresci-mento do portfólio de produtos, fortalecendo a

marca e oportunizando uma maior participação nos mercados nacional e internacional.

Atualmente, a empresa possui uma vasta gama de equipamentos e implementos para a agricultura, que vai desde pequenas plainas, passando por plantadoras modernas, até os mais sofisticados pulverizadores autopropelidos do mercado, equipados com pacotes tecnológicos e de agricultura de precisão fabricados pela própria Stara.

COMEMORAÇÃOAs comemorações do cinquentenário de

“evolução constante” - como prega a filosofia da própria empresa - foram recheadas de pa-lestras e apresentações artísticas para mais de 1.800 produtores do Brasil e do exterior e aos 1.344 funcionários que trabalham nas unidades da empresa nas cidades de Não-Me-Toque e Carazinho. O primeiro evento ocorreu no Bier Site, na cidade de Carazinho, onde os parti-cipantes conheceram a história da empresa e ouviram palestra motivacional com o técnico de futebol, Luiz Felipe Scolari, além de participar da inauguração de uma nova unidade fabril de

Fundição e Usinagem, na mesma cidade. No mesmo dia, na cidade de Não-Me-

Toque, os convidados tiveram a oportunidade de conhecer as instalações da empresa e, já no parque de exposições da Cotrijal, além de apresentar toda a linha de produtos, a empresa mostrou os lançamentos que estarão no mer-cado em 2011, como a plataforma Brava com kit roçadeira e kit caracol lateral; o pulverizador autopropelido Imperador 3100, o único com barras centrais do mundo; os pulverizadores autopropelidos Gladiador 2300 4x2 com trans-missão mecânica e Gladiador 2700 4x4 com transmissão hidro; e as plantadoras Victória Top Pneumática e Absoluta com 35 linhas de plan-tio. O grande diferencial dos lançamentos 2011 é que todos os modelos citados sairão de fábrica equipados com controlador Topper 4500.

As comemorações tiveram ainda dinâmi-ca de máquinas, apresentação de show aéreo, show com cantores locais e nacionais e um leilão do distribuidor de fertilizantes sólidos Hércules 10000 Inox, que teve todo o valor arrecadado doado para entidades culturais e beneficentes da cidade.

Entre as comemorações do cinquentenário, foi inaugurada a novaunidade de usinagem da Stara no município de Carazinho (RS)

Um dos pontos altos do evento foi o desfile do portfóliocompleto da empresa, com mais de 80 modelos

50 anos de evolução

50 anos de evolução

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CApA

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MF 9030Testamos o mais recente lançamento da Massey Ferguson.

O MF 9030, primeiro pulverizador autopropelido produzido no Brasil pela marca, tem alguns traços da

linha 7100 e impressiona pela velocidade de deslocamento durante a pulverização

O MF 9030 tem motor AGCO Sisu Power 620DS, de seis cilindros, com potência de 200cv, é o mesmo motor utilizado nas colhedoras MF 32

Mesmo com previsão de entre-ga das primeiras unidades comercializadas a partir da

Agrishow 2011, a Massey Ferguson já está apresentando nas principais feiras do Brasil o novo pulverizador autopropelido, modelo MF 9030, produzido na unidade de Canoas (RS). O primeiro pulverizador autopropeli-do da marca no Brasil foi apresentado pri-meiramente para a rede de concessionários na última convenção nacional da MF em

dezembro último. A designação do modelo 9030 refere-

se à série 90, e 30 pela sua capacidade de tanque, para três mil litros. Isto deixa aberto para que no futuro se possa ampliar a linha, seguindo esta designação e com outros nú-meros referindo-se a, principalmente, outras capacidades de tanque de produto.

O projeto deste pulverizador iniciou em 2008, com os primeiros passos da fase de projeto e posteriormente de validação de

componentes, e no final os testes de campo, que já somam muitas horas de uso, princi-palmente junto a clientes da marca. Foram em princípio, construídos seis protótipos que somam mais de 3.500 horas de testes, nas mais diferentes condições, entre as quais as culturas anuais do Rio Grande do Sul e do Paraná, a lavoura da cana-de-açúcar de São Paulo e o algodão e a soja do Mato Grosso. O lote piloto, posterior à fase de protótipos é de dez máquinas que representam uma prévia da linha de produção. Por uma política da empresa, as máquinas que servem aos testes não são vendidas, e depois de cumprirem um determinado número de horas no campo voltam à fábrica para as avaliações da equipe de projeto. No final ainda se utilizam clíni-cas, com a participação de diferentes setores da empresa, clientes e fornecedores, onde o projeto é avaliado sobre todos os aspectos.

O novo pulverizador utiliza um desenho de capô dianteiro igual ao da linha 7100 de tratores, recentemente lançada no mercado brasileiro e que acompanha uma tendên-cia mundial da marca.

O Motor AGCO Sisu Power 620DS tem 200cv e é o mesmo utilizado na colhe-dora MF 32. Pelo que se viu no teste sobra potência e, além disto, é econômico em consumo de combustível. Talvez exatamente por estar dimensionado com esta reserva apresente dados de consumo abaixo do que se espera de um pulverizador deste porte. O motor AGCO Sisu Power é B100, ou seja, pode utilizar 100% Biodiesel.

TRANSMISSÃO/CHASSIA transmissão é do tipo hidro com três

velocidades, com duas bombas hidráulicas e

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Fotos Charles Echer

A suspensão é pneumática ativa, onde os eixos diantei-ros e traseiros são ligados ao chassi por câmaras de ar

A escada de acesso à cabine recolhe automaticamente cada vez que o freio de estacionamento é liberado

motores individuais de roda. A tração é 4x4 cruzada, isto é, os motores de rodas traba-lham em “X”, onde, o dianteiro esquerdo traciona com o traseiro direito e o dianteiro direito com o traseiro esquerdo, o que pos-sibilita um bom desempenho em terreno macio, úmido e em casos de ondulações do terreno onde a aderência costuma diminuir em uma das rodas.

O chassi é do tipo Flex-Frame (flexível), que se baseia em um chassi confeccionado em aço liga estrutural formado por vigas em formato C, não tubular com todos os seus componentes fixados de forma parafusada,

sem uniões por solda. Esta característica pro-porciona uma melhor articulação, evitando trincas em seus componentes, aumentando, assim, a vida útil da máquina e diminuindo eventuais paradas para manutenção corre-tiva e por fim melhorando a estabilidade da máquina durante o trabalho, principalmente em áreas com topografia mais acidentada. Tanto o eixo dianteiro como o traseiro são unidos ao chassi por bolsas de ar (bags), amortecedores e barras estabilizadoras, constituindo-se em uma suspensão pneu-mática ativa. Estes bags são controlados

por válvulas individuais que mantêm a pressão ideal de trabalho in-dependentemente do tipo de terreno.

Um diferencial importante é a total proteção dos motores de

roda, porém, de uma forma que facilita a remo-ção para a ma-

nutenção.Com a transmissão que equipa este

pulverizador é possível realizar aplicações a velocidades de até 30km/h, em 3ª marcha a uma rotação de 1.800 a 2.000rpm com pra-ticamente a mesma potência para esta faixa de rotação. Outro ponto diferencial é que, neste modelo, os filtros do circuito de óleo do sistema hidráulico, ar e óleo do motor e combustível são aparentes para incentivar e facilitar a manutenção.

PULVERIZAÇÃOQuanto ao depósito de calda, este tem

capacidade para três mil litros, produzido em polietileno rotomoldado, com sistema de agitação hidráulica que possibilita uma boa autonomia, podendo-se trabalhar com vazões de 30 a 500 litros por hectare.

A bomba de pulverização é do tipo

A transmissão hidrostática utiliza duas bombas hidráu-licas e motores individuais de roda, da marca Bosch

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Fotos Charles Echer

centrífuga e possui sensor que o desliga automaticamente se a mesma estiver traba-lhando em seco, o que evita danos à mesma. Também o tanque de produto pode ser lim-po por um sistema de autolavagem, quando se troca de produto, e que utiliza para isto o depósito de água limpa.

Ainda do conjunto de recarga e mistura de produto (indutor químico), encontramos para mencionar uma boa iluminação do posto de reabastecimento de produto, que possibilita o trabalho de aplicação noturna. Vimos também que o bocal de abastecimen-to é standard de duas polegadas e de três po-legadas para recarga de água ou calda pronta, dependendo do que se necessitar e do sistema utilizado pelo usuário. Outro item opcional deste equipamento é uma bomba de recarga de produto do tipo centrífuga de alta vazão, que facilita o abastecimento, em menor tempo, podendo incrementar a eficiência operacional do pulverizador.

BARRASA barra de pulverização pode ser de 24

ou 28 metros. Como estamos tratando de um equipamento que pode ser utilizado em agricultura de precisão, a barra é dividida na versão standard em cinco seções, uma no meio e duas para cada lado. Como opcional pode a mesma barra ser dividida em sete seções. Também é possível contar-se como opção um bico end row para o remate de final de barra.

Além disto, vimos e acompanhamos o desempenho durante os testes de campo dos estabilizadores, horizontal e vertical, com-postos pela ação conjunta de uma mola e de um amortecedor para cada lado da barra. Surpreendeu-nos positivamente a possibili-dade de regulagem da altura da barra ao solo que pode variar desde 0,55 a 1,95 metro. Como item opcional é disponibilizado pelo fabricante um sensor automático de altura de barra, que possibilita regular automati-

camente e com visualização do operador, diretamente no painel de instrumentos.

Também testamos durante a avaliação no campo o desarme automático presente na ponteira da barra que, ao encontrar um obstáculo, recua a ponteira da barra e, após cessado, o efeito do obstáculo faz retornar a ponteira da barra à posição original que es-tava anteriormente, evitando, assim, maiores danos à mesma.

Os pneus que equipavam o nosso equi-pamento de teste eram do tipo radial na

O ajuste da bitola é automático, bastando remover um pino “R” para realizar a operação

Detalhe do lava-frascos e incorporador de produtos, que pode descer ao nível do operador, facilitando a operação

Amortecedor e mola responsáveis pela estabilização das barras de pulverização verticalmente

O modelo testado estava equipado comtodos os itens de Agricultura de Precisão

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medida 380/90R46 nas quatro rodas, mas há duas outras opções: 320/85R38 e o 18.4-26. O ajuste de bitola é automático, sem grande dificuldade de variação. Basta que se retire um pino “R” e se desloque a máquina em baixa velocidade, enquanto vai acionando o mecanismo de variação de dentro da cabine. Mesmo com um rodado com aro menor o vão livre continua com 1,5m devido à utili-zação de uma “canela” maior. O vão livre é dos maiores que pudemos encontrar nesta classe, pois chega a 1,5 metro na altura do eixo. Sobre os pneus há um para-lamas de material plástico, facilmente retirável, para manutenção.

Quanto à segurança, vimos que o equi-pamento atende integralmente à Norma Regulamentadora NR 31, o que é um requisito importante de escolha entre esta

classe de máquinas. Para o acesso ao posto de condução há uma escada, muito bem pro-jetada em número e dimensões dos degraus, que é recolhida automaticamente durante o trabalho. Este recolhimento automático é feito toda a vez que se libera o freio de estacionamento ou é desligada a máquina. Para a manutenção há uma ampla área de plataforma lateral protegida de forma a impedir a queda do operador.

A cabine, bem dimensionada, com amplo espaço de movimentação, é dotada de uma

grande visibilidade da área de trabalho e com filtragem do ar por carvão ativado. Desde o posto de condução pode-se ter acesso visual à frente, às laterais, principalmente a toda extensão da barra e também à parte traseira da máquina. Avaliamos como interessante a disponibilidade de porta-objetos que muito servem para colocação de material dos operadores.

MF 9030: poSICIoNAMENto No MErCADo brASIlEIro

O pulverizador MF 9030 entra em um mercado bastante concorrido

de máquinas autopropelidas e concorrerá na categoria de três mil litros e tração 4x4.

Detalhe de uma das cinco seções de barra que equipam o pulverizador na versão standard. Como opcional, é possível dividir a barra em sete seções, uma central e três para cada lado

Com a transmissão equipada é possível realizar aplicações a até 30km/h, velocidade utilizada durante o teste, onde o equipamento manteve bravamente a estabilidade das barras

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Também é item de série um bom ante-paro contra o sol frontal e um limpador de para-brisas com esguicho de água. Para o operador uma grande vantagem é a ilumi-nação noturna, que tem um conjunto de faróis frontais na cabine e no capô dianteiro, na traseira da máquina e nas barras de um e outro lado, além das teclas dos comandos que também são iluminadas.

O equipamento pode vir na versão com sistema de barra de luzes para apoio à di-reção ou piloto automático hidráulico, que está disponível para aqueles que querem se inserir diretamente nas tecnologias de agri-cultura de precisão. Durante o nosso teste, tivemos ocasião de verificar a facilidade de, nas manobras, encontrar a próxima linha de tiro da máquina, apenas acompanhando pelo visor do controlador de pulverização. O fechamento automático de seções de barra é standard neste equipamento, favorecendo a qualidade da aplicação, pois impede uma nova aplicação de produto onde já havia sido empregado antes, principalmente em áreas mais irregulares. Neste sentido, du-rante os testes vimos que a resolução de tela poderia ser melhorada no controlador de pulverização, equiparando-o ao contro-lador das funções da máquina que possui

rElAto DE uM opErADor EXpErIENtE

O pulverizador MF 9030 que ava-liamos em Lucas do Rio Verde

estava sob responsabilidade do operador Deni Luis Salapata, experiente neste tipo de equipamento e que operava antes um dos concorrentes por mercado com o MF 9030. As operações que estavam sendo feitas eram aplicações de herbicida e inseticida no algodão. Segundo nos relatou Salapata, a maior vantagem, para ele, é a excelente visibilidade, que o ajuda a manter-se na rua do algodão. Também destacou o conjunto de

boa resolução e que controla todo o restante do equipamento. No painel propriamente dito há apenas um instrumento que é um manômetro analógico, que também, assim como o controlador de pulverização, mos-tra a pressão de trabalho, ou seja, mostra a pressão de aplicação. Como elementos para facilitar o trabalho diário do operador, constatamos a presença de uma caixa de ferramentas, em ótima posição.

TESTEO local escolhido para os testes foi a

Fazenda Cedro I, no município de Lucas do Rio Verde, no estado do Mato Grosso. A fazenda tem mais de 4.100 hectares alter-nando soja e algodão.

Depois de uma manhã com muita chuva partimos para uma tarde ensolarada de testes com a máquina. Com a ajuda do operador, funcionário da fazenda e do engenheiro Vitor Kaminski, da AGCO do Brasil, fomos até uma parcela de algodão fazer aplicação com uma taxa de 100 litros por hectare e a uma velocidade aproximada de 30km/h. Confesso que mesmo depois de mais de 25 anos trabalhando na área de máquinas e de ter operado os mais diferentes equipamentos, por força da profissão, nunca tínhamos an-

A barra porta-bicos varia de 24 a 28 metros sendo recomendada a de 24 metros para cana-de-açúcar, com um rodado maior, e de 28 metros para a versão grão. A altura da barra em relação ao solo pode variar desde 0,55 a 1,95 metro

dado a esta velocidade dentro da lavoura, e o que é mais difícil, com a cultura implantada com espaçamento entre linhas de 90 cen-tímetros. Acho que não nos saímos mal. O sistema de direção com assistência hidráulica é bastante sensível e obediente. As próprias referências do novo capô do MF servem para a manutenção da direção e a excelente visibilidade não deixa oportunidades para muitos erros. As manobras se tornam fáceis com o sistema de direção e o apoio do painel de aplicação. Recolocar-se na nova trajetória é uma operação bastante fácil. Além do que, o comando central, tipo joystick, é de rápida resposta e nele estão situados quase todos os comandos que devem ser acionados ao final e ao início do talhão.

Nossa avaliação foi extremamente posi-tiva sobre o equipamento, em comparação com os demais da sua classe. Acreditamos que o pulverizador MF 9030 traz para uma

O MF 9030 estava equipado com piloto automáticoe pacote de Agricultura de Precisão

comandos que facilita o controle da máquina e o ótimo acesso ao posto de operação. Ele elogiou também o consumo de combustível do equipamento medido pela equipe da fazenda, que em operação com velocidades entre 24 e 25km/h, avaliou um consumo médio de 14 litros por hora trabalhada, o que, com sua alta capacidade operacional de aproximadamente 56,0 hectares em uma hora, deu aproximadamente 0,25 litro de combustível por hectare trabalhado com um volume de aplicação de 30L/ha.

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Marcha

1ª marcha2ª marcha3ª marcha

1ª marcha2ª marcha3ª marcha

1ª marcha2ª marcha3ª marcha

Velocidades

22,8 km/h29,1 km/h43,0 km/h

24,8 km/h31,5 km/h46,6 km/h

19,7 km/h25,1 km/h37,1 km/h

320/85R38

380/90R46

18.4R26

Enfim, um prazer realizar este teste, com um equipamento que pode trazer ao agri-cultor a união entre tecnologia e robustez com o máximo de economia.

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Fotos Charles Echer

.M

Massey FergusonMF9030

AGCO Sisu Power620 DS

6200cv @ 2200rpm

750Nm @ 1400rpm6,6 litros

Turbo

Hidrostática 4x4 cruzadaBosch Rexroth

90 cm3

Bosch Rexroth55 cm3

22,6 : 1

Hidrostático dinâmicoPacote de discoEletro-hidráulico

Flex-frame (Flexível)Aço liga

Seção em “C”

Pneumática ativa20 Litros

8 bar

Hidráulico2,7 a 3,3 m (10 em 10cm)

Hidráulica7,5 m

5,0 m2

4 coxins de borrachaQuente / Frio

Carvão ativadoCom regulagem de posição

Sim

365 litros200 litros24,7 litros46,0 litros

1,3 litros/redutor2 litros

8,5 m3,95 m

MarcaModeloMotorMarcaModelo

Número de cilindrosPotênciaTorque

CilindradaAspiração

TraçãoTipo

Bomba hidroCapacidade volumétrica bomba hidro

Motor de rodaCapacidade volumétrica motor de roda

Redução motor de rodaFreio

ServiçoEstacionamento

Acionamento do freio de estacionamentoChassiTipo

MaterialFormato

SuspensãoTipo

Independente Reservatório de arPressãoBitolaAjuste

Mínima/MáximaDireção

TipoRaio de giro (com rodado 320/85R38)

CabineÁrea envidraçada

SuspensãoAr Condicionado

FiltrosVolante

Assento auxiliarCapacidadesCombustível

Óleo hidráulicoÓleo Carter com filtros

Líquido de arrefecimento motorÓleo redutores de roda

Limpador para-brisaDimensões e PesoComprimento total

Altura total

3,2 m3,5 m1,5 m

8.900 kg11.900 kg

320/85R38 Standard18.4-26 Opcional

380/90R46 Opcional

3000 litrosPolietileno

2 e 3”Esguicho giratório

Hidráulicos

TopconGX-45

StandardOpcional

Standard (System 110)

Hidráulico-System 150

Centrífuga auto-escorvanteHypro

717 litros/minuto a 0,7 barPolipropileno

240 litrosPolietileno

Traseira28m(19) (24m(18) – opcional)

6 m55 cm

195 cmSch80Triplo50 cmElétrica

CentrífugaHypro

Motor hidráulico549 litros/minuto a 2,1 bar

Ferro fundido

26,5 litrosPolietileno

Pressão (30 mesh)um por seção (80 mesh)

Largura mínima (transporte)Distância entre eixos

Vão livreMáquina vazia

Máquina carregadaRodados

Tanque de produtoCapacidade

MaterialBocal de abastecimentoLavagem do tanque 1

Agitador 2Controlador de pulverização

MarcaModelo

Fechamento automático seções barraSensor altura barra

GPSPiloto automático

TipoBomba integrada de recarga de produto

TipoMarca

Capacidade MáximoMaterial

Tanque de água limpaCapacidade

MaterialBarras

MontagemLargura

Ponteira (desarme)Altura mínima barra (com R38 ou R46)Altura máxima barra (com R38 ou R46)

Tubulação Polipropileno de 1”Porta-bicos

Espaçamento entre bicosVálvulas de seção (abertura/fechamento)

Bomba de pulverizaçãoTipo

MarcaAcionamento

Vazão máximaMaterial

Incorporador de defensivos e lava frascosCapacidade estática

MaterialFiltros sistema de pulverização

Filtro principalFiltro de linha

O test drive com o MF 9030 foi realizado na Fazenda Cedro I, em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, numa área onde está sendo cultivado algodão

gama mais econômica, alguns itens que somente são oferecidos em gamas mais altas e evidentemente mais caras. Talvez esta seja a vantagem da empresa já possuir uma vasta experiência de campo, com outra linha de pulverizadores, o RoGator, que pro-porcionou a toda a equipe de engenharia e marketing da empresa, partir de um patamar elevado, resolvendo na fase de projeto alguns requisitos para o mercado brasileiro, pelas suas peculiaridades, entregando ao produtor rural um equipamento mais adaptado às lavouras do Brasil e da América do Sul.

Outro aspecto testado foi a capacidade do equipamento passar obstáculos na la-voura e que apresentam-se como terraços, drenos, cabeceiras de lavoura etc. Dirigimo-nos até uma destas situações e passando com o pulverizador verificamos a capacidade em manter as barras no plano paralelo ao terre-no e nenhuma das rodas perder contato com o solo, graças ao chassi Flex-frame. Neste caso, em função do comprimento das barras e a elevada velocidade de aplicação, é um importante item de decisão ao comprador.

Outro opcional importante que pode acompanhar o MF 9030 é o sistema de telemetria AGCOMMAND, que ajuda no gerenciamento da frota, disponibilizando informações sobre o equipamento em tempo real a uma central, que pode estar localizada na sede da fazenda.

O pulverizador possui um sistema de desarme auto-mático das barras, caso ocorra colisão com algum objeto

Jose Fernando Schlosser,Nema/UFSM

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EvENtoS

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O Show de 2011Primeira grande feira e termômetro da agricultura brasileira no ano, o Show Rural da

Coopavel foi palco de grandes lançamentos, conferidos de perto por mais de 180 mil pessoas

Apesar da semana chuvosa, o Show Rural Coopavel 2011, realizado de 7 a 11 de fevereiro, em Cascavel (PR),

serviu como alavanca para o comércio de máquinas agrícolas, que conseguiu se superar nas vendas e recuperar a defasagem dos últimos tempos.

O público de 187.765 mil visitantes não foi recorde, mas superou a expectativa inicial da co-missão organizadora, que era de 160 mil pessoas. De acordo com o diretor-presidente da Coopavel e coordenador geral do evento, Dilvo Grolli, “não é possível fazer um levantamento sobre o valor comercializado na feira, porque durante o even-to são fechados apenas 20% dos negócios que começam ali e se concretizam durante o ano”. O

parque teve melhorias significativas que o deixaram ainda melhor do que nas edições anteriores, como a substituição das calçadas de paralepípedos por calçadas asfaltadas e cobertas.

Os 370 expositores, incluindo as maiores empresas do segmento maquinário agrícola do Brasil, se encarregaram pela apresentação de lan-çamentos do setor. Confira as principais novidades divulgadas no evento.

VALTRAA Valtra apresentou em primeira mão aos

visitantes do Show Rural 2011 o Pulverizador BS 3020H, que estará disponível ao mercado a partir do terceiro bimestre de 2011. O chassi Flex Frame

é o diferencial do pulverizador, que mantém a máquina sempre tracionada em qualquer tipo de terreno e, mesmo em maiores velocidades, não desestabiliza a barra de aplicação. O BS 3020H é construído em aço de liga estrutural sem a utiliza-ção de solda, característica que garante resistência à ruptura. O BS 3020H tem vão livre de 1,5m com diferentes opções de rodado, o que permite o trabalho em culturas de maior porte. Sua trans-missão é hidrostática 4x4 cruzada permanente, com três velocidades.

O novo pulverizador virá equipado com motor AGCO Sisu Power 620DS de 200cv, preparado para operar com B100 (100% biodiesel) que reduz o nível de emissão de gases. O tanque de combus-

Pulverizador BS 3020H, apresentado pela Valtra, estarádisponível ao mercado a partir do terceiro bimestre de 2011

Colheitadeira 9470 STS apresentada pela John Deere faz parte da ampliação das opções de colhedoras com o rotor STS

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tível com capacidade para três mil litros e as barras de pulverização de 24 ou 28m, dividas em cinco ou sete seções. A capacidade do tanque diminui o número de reabastecimento de calda, aumentando a eficiência operacional. A suspensão pneumática ativa com barras estabilizadoras permite, além da aplicação correta, o conforto nas operações em todos os tipos de solo.

JOHN DEEREA John Deere lançou a colheitadeira 9470

STS, que amplia as opções de modelos com o rotor STS desenvolvido pela empresa. Outras novidades foi a colheitadeira 1175, que agora pode ser finan-ciada pelo programa Mais Alimentos, e dois novos modelos de tratores, 5075E e 5078E, incluídos no programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário. A linha de tratores ainda ganhou nova nomenclatura e mais modelos, como o 6180J, de 180cv, também lançado no Show.

Uma nova colhedora de cana, a 3522, também foi apresentada. A máquina foi projetada para colher duas linhas no canavial, que conta com motor John Deere de nove litros e 342cv. Ainda na área de colheita, foi apresentada a colheitadeira de grãos 9570 STS, com tecnologia de rotor, e a 1470, ambas da Série 70.

Também foram mostrados seis modelos de tratores da série 6J com variação de potência do motor entre 110 e 180cv.

Voltados à tecnologia da Agricultura de Pre-cisão, foram apresentados quatro lançamentos. O receptor StarFire 3000, um receptor que capta sinais dos satélites GPS e Glonass; o Console Ra-ven SCS 660M; o Guia Inteligente para a Colheita de Milho, ou AutoTrac RowSense; e o Monitor GreenStar 3 2630.

Na área de irrigação e utilitários a John Deere Water esteve presente pela primeira vez no Show Rural. A empresa adquiriu três indústrias da área de irrigação, Plastro, T-System e Roberts, para a formação da John Deere Water, oficializada no ano passado e, a partir de agora, pretende ofere-cer ao mercado soluções completas de irrigação localizada.

NEW HOLLANDA New Holland apresentou o sistema PLM

(Precision Land Management – sigla em inglês para Gerenciamento Preciso do Campo), que pos-

sibilita a correta utilização dos insumos em função da necessidade de cada metro quadrado.

Entre os equipamentos está o FM-750 da New Holland, uma barra de luz colorida acoplada no monitor que, além de orientar o percurso de trabalho para o operador, pode fornecer o controle na aplicação de defensivos e aplicação em taxa variável de líquidos e sólidos. O item possui saída USB para atualização e descarregar os mapas da área trabalhada e pode ser conectado ao piloto automático elétrico (EZ-Steer) ou hidráulico, o que possibilita diversas opções de orientação (reta, curvas, pivô central).

O conjunto de PLM também dispõe do Siste-ma de Direção Auxiliar - EZ-Steer, que funciona com informações vindas do EZ-Guide 250 ou FM-750. É um piloto automático que possui sistema que compensa a inclinação do terreno e pode ser utilizado em retas e curvas tanto para adubação e pulverização, como para colheita.

MASSEY FERGUSONA Massey Ferguson apresentou novidades na

instalação de tecnologia de agricultura de precisão e pulverizadores com inovação no chassi.

A nova linha After Market oferece a instala-ção de tecnologias de agricultura de precisão em máquinas que já estão no campo. Entre as opções

está o sistema de Piloto Automático System 150, tanto para máquinas preparadas para o recurso, quanto sem, através do volante elétrico de precisão AES-25. Outros destaques disponíveis são a barra de luzes System 110, sistema visual de navegação por GPS utilizado na aplicação de insumos e pulverização para minimizar as falhas e sobrepo-sições, e o sistema de controle de seções de barra ASC-10, que automaticamente controla as seções do pulverizador para evitar desperdícios.

Outro lançamento trazido pela Massey Fergu-son é o sistema de telemetria AGCOMMAND. A novidade oferece a possibilidade de monitorar a partir do escritório todo o trabalho realizado pelo equipamento no campo e todas as informações para acompanhar a eficiência da máquina podem ser visualizadas e acompanhadas pelo acesso on-line do sistema.

Visualmente, um dos produtos que mais chamaram a atenção no estande foi o estreante pulverizador autopropelido MF 9030 (leia Test Drive exclusivo da Revista Cultivar Máquinas, página 22), com chassi Flex Frame, que mantém o contato das rodas com o solo em qualquer to-pografia, absorvendo as irregularidades do terreno e melhorando a tração e a estabilidade da barra de pulverização independente da velocidade de aplicação. O MF 9030 vem com motor AGCO Sisu Power 620DS, de 200cv, e chega à rede de concessionárias da marca a partir de maio.

GOODYEAROs visitantes da feira puderam conferir o Tire

IQ, sistema de controle e monitoramento via chip de pneus, e a tecnologia Duralife de produção, que proporciona maior durabilidade e economia aos pneus. O Goodyear Tire IQ é um sistema que possibilita maior eficácia no controle da gestão de uma frota através da aplicação de um chip eletrô-nico em cada pneu, que transmite informações sobre o status de cada unidade monitorada. Esse sistema monitora eletronicamente com precisão os dados relativos à quilometragem, à posição, à profundidade de sulco e à pressão, entre outras informações. A instalação é feita com a aplicação do chip na parte interna dos pneus e outro no veículo. Os dados são transmitidos com ou sem fio para o software de controle de pneus RS Web, que pode ser acessado pela internet a partir de qualquer computador.

A Massey Ferguson destacou em seu estande o pulverizador autopropelido MF 9030, com chassi Flex Frame e barras que podem chegar até 28 metros

A Jacto destacou a linha Optimis de Agricultura de Precisão, com os equipamentos para os diversos níveis aplicação

Sistema Precision Land Management (PLM) de Agricultura de Precisão apresentado pela New Holland

Fotos Charles Echer

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JACTOA Jacto lançou quatro produtos da linha Otmis

no Show Rural. A barra de luzes Otmis LB 1100 orienta o operador sobre o traçado correto dentro da lavoura. Já o Piloto Automático Hidráulico Otmis HP 2200 recebe informações de satélites por GPS e dirige automaticamente o pulverizador dentro da lavoura sem a necessidade do operador colocar as mãos no volante. O Controlador Auto-mático de Seções Otmis SC 3300 tem função de ligar ou desligar a pulverização automaticamente onde for necessário. Outro destaque foi o sensor automático de altura Otmis LC 4600, composto por sensores de altura ultrassônicos, posicionados ao longo das barras e que têm função de mantê-la automaticamente na altura ideal de trabalho, possibilitando que o operador foque sua atenção em outros controles.

A Jacto aproveitou o Show Rural para lançar um novo programa de relacionamento com os clientes, a Clínica de Pulverizador, um espaço composto por uma equipe multidisciplinar que apresenta conteúdo técnico que abrange aspec-tos de uma manutenção simples e segura nos pulverizadores até a configuração e apresentação de ferramentas que garantam produtividade e lucratividade no trabalho diário de uma proprie-dade agrícola.

PLA DO BRASILO lançamento da Pla do Brasil foi o Túnel

de Vento, composto por um novo desenho de turbina axial de vazão, acionada por um sistema eletro-hidráulico com válvula de regulagem, que permite variar a velocidade de giro conforme as

condições ambientais e de cultivo. Ele proporciona o controle de deriva, o que reduz a evaporação na aplicação e o risco de contaminação do meio ambiente. O sistema permite trabalhar com bicos de baixo volume e gotas pequenas, em condições climáticas de altas temperaturas, baixa a umidade relativa e alta pressão atmosférica. Os trabalhos podem ser realizados com uma menor quantidade de litros de água por hectare e doses menores de agroquímicos.

O sistema também permite uma maior pene-tração, principalmente em culturas mais densas, por conta da cortina de vento que produz movi-mento na planta e permite uma maior penetração das gotas mesmo na parte inversa das folhas.

CASEFabricada em Sorocaba (SP), desde o final de

2010, a colheitadeira Axial-Flow 7120, da Case IH, foi apresentada no Show Rural. A máquina é equi-pada com um motor de 383cv, tanque graneleiro de 11,1 mil litros de capacidade, rotor AFX (que pode ser configurado de acordo com a qualidade do material e condições de debulha) e transmissão de variação contínua (CVT), que combina a trans-ferência de potência da transmissão mecânica com a praticidade do controle hidráulico de velocidade variável, eliminando correias.

A Case IH ainda lançou as versões cabinadas dos tratores da linha Farmall (80 e 95 cavalos) agora também produzidas no Brasil. Elas permi-tem acesso à cabine por ambos os lados do trator, através de degraus antideslizantes que garantem a segurança do operador. Os dois tratores vêm com motor quatro cilindros de aspiração natural, 3,9

litros e bomba injetora mecânica. Eles possuem duas válvulas de controle remoto e sistema hidráu-lico de centro aberto com uma vazão de 51,7 litros por minuto. Seu sistema de levante hidráulico tem capacidade de 2.700kg a 610mm do olhal para ambos os modelos.

GTSA GTS lançou a plataforma de colher milho

com espaçamento reduzido X10, com opções de 12 a 26 linhas nos diversos espaçamentos exigidos na cultura do milho. Este modelo é o maior do mercado, construído em alumínio, para colheita-deiras de classe IX, e tem acoplamento universal. O novo chassi tem perfil ultrabaixo que permite melhor visualização da colheita, com sistema de centro leve que concentra todo o peso da plata-forma mais próximo do processador, reduzindo a tensão sobre o sistema hidráulico da colheitadei-ra. O sistema estrutural é formado por colunas ajustáveis do chassi porta linha, sem solda, o que permite a montagem em qualquer espaçamento. As linhas de colheita são de alumínio, com chapas despigadoras em ângulo “V” e sua a abertura e fechamento são ajustados automaticamente atra-vés de uma caixa de controle com painel digital. A transmissão do sem-fim recolhedor também é nova, com duplo acionamento subdividindo a força de tração. A troca de velocidades é feita através da inversão do conjunto de engrenagens, sem a necessidade de movimentar o sem-fim ou a transmissão lateral.

AGRALEA Agrale apresentou no Show Rural 2011 a

Axial-Flow, da Case IH, tem motor de 383cv, tanque graneleiro de 11,1 mil litros de capacidade e rotor AFX

RCM 11, da Miac, é colhedora de milho, recolhedora de feijão e batedora de cereais, com sistema de trilha axial

O destaque da Pla foi o pulverizador com sistema Túnel de Vento, composto por um novo desenho de turbina axial de vazão

A maior plataforma de colher milho estava no estande da GTS, com 26 linhas em espaçamentos de 45cm

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manual, bastando remover a tampa do sistema de trilha. A RCM 11 pode ser acoplada no sistema de três pontos do trator, o acionamento é feito pela TDP a 540rpm, e necessita tratores com potência entre de 65cv e 75cv.

SEMEATOA Semeato apresentou as semeadoras-aduba-

doras Sol Tower, para semeadura de grãos graúdos em versões de sete a 17 linhas com espaçamento de 45cm. Este modelo possibilita diversas opções de montagens de sulcadores na linha de adubo, conforme a necessidade do agricultor e de acordo

nova cabine dos tratores da Linha 6000, com maior conforto para o operador e maior espaço interno. O novo modelo tem como principais diferenciais novo desenho, sistema de vedação aprimorado e melhor refrigeração do interior, com saídas de ar que otimizam o fluxo e impedem a entrada de poei-ra. A cabine foi dimensionada para que o operador tenha todos os comandos bem próximos ao volante e melhor ergonomia. A linha 6000 é voltada para médios e grandes produtores, principalmente

para as culturas de grãos e cana-de-açúcar, já que o trator é robusto e pode ser usado em diferentes aplicações durante todo o ano.

MIACA Miac apresentou o seu mais recente lança-

mento, a RCM 11, colhedora de milho, recolhedo-ra de feijão e batedora de cereais. Ela possui sistema de trilha axial, plataforma recolhedora de feijão com 800mm de largura e duas bicas para ensaque dos grãos. Para a cultura do milho, a colhedora possui sistema de despigamento tipo pirulito e o sistema de alimentação pode ser automático ou

LSM 130, da Reinke, possui sistema de aspiração para limpeza e separação das impurezas dos grãos

A Goodyear descatou o Tire IQ, sistema decontrole e monitoramento de pneus via chip

A Sol Tower, da Semeato, tem sistema de facão sulcador com desarme automático

Fotos Charles Echer

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Plantadora-adubadora 5030 7/7, da Fankhauser, com sistema de acoplagem de duas máquinas em um cabeçalho cambão

Linha de pneus radiais Earth Agro PHT, voltada para grandes máquinas, foi o destaque da Pirelli

Yanmar Agritech lançou o maior trator da marca, o 1175-4 , com 75cv de potência

Pulverizador Imperador, da Stara, é o único do mercado com barras de pulverização centrais

com o tipo de solo e palhada encontrados. A Sol Tower possui linha pantográfica de grande flutu-ação, com transmissão realizada através de eixos e com uma corrente montada em torre, cabeçalho articulável, que permite posição de operação ou armazenamento, com regulagem de altura da ponteira para nivelamento da máquina, através de fuso regulador. Os reservatórios de adubo são basculantes, produzidos em materiais resistentes e de fácil manutenção, são interligados entre si com passagem interna de um módulo para outro. O reservatório de sementes é individual por linha, com fecho rápido. O destaque desta máquina é o facão com desarme automático, com possibilidade de regulagem na pressão de desarme.

YANMAR AGRITECHO destaque da Agritech foi o novo trator,

o modelo 1175-4 Agrícola (leia Ficha Técni-ca na página 38 desta edição), desenvolvido para atender lavouras de grãos e culturas que necessitem de tratores com maior poder de tração. Ele tem motor Yanmar de 75cv com 16 válvulas e os rodados agrícolas de diâmetro 12.4-24 (R1) na dianteira e 18.4-30 (R1) ou (R2) na traseira. Além do 1175-4 Agrícola, a Agritech levou ao evento a linha completa de tratores e implementos agrícolas aptos a serem contemplados pelo Mais Alimentos, segmento onde a Agritech é recordista em vendas.

STARAO que mais chamou atenção no estande

da Stara foram os pulverizadores autoprope-lidos, como o Gladiador 2300 4x2 mecânico, o Gladiador 2700 Hidro e o primeiro auto-

propelido do mundo com barras centrais, o Imperador 3.100.

O Imperador possui transmissão 4x4 hidrostática constante e independente nas quatro rodas, motor MWM de seis cilindros turbo com 185cv de potência e tanque de combustível de 280 litros. O reservatório de calda tem capacidade para 3.100 litros, con-feccionado em polietileno e com quebra-ondas interno. A altura de vão livre, do chassi até o solo, é de 1,65 metro, possui suspensão pneu-mática ativa, que minimiza significativamente o efeito da patinagem e compactação do solo. O seu chassi é construído em perfil “C” e todo parafusado, que garante maior resistência e versatilidade em diferentes tipos de terrenos sem alterar a estabilidade das barras.

A Stara também destacou sua linha de plantio, com as plantadoras Victória Top Pneu-mática e Absoluta, uma plantadora articulada com monitor de sementes e taxa variável para a população de sementes, ela pode variar de 27 a 35 linhas de plantio.

FANKHAUSERA Fankhauser destacou a plantadora-adu-

badora 5030 7/7, com sistema de acoplagem de duas máquinas em um cabeçalho cambão (opcional). Ela possui linhas pantográficas e é indicada para plantio de precisão de grãos graúdos em plantio direto ou convencional. Os reservatórios de fertilizantes e semente são confeccionados em polietileno e o acesso ao compartimento de carga é facilitado. O espaçamento entre linhas é regulável ao longo do chassi. Outro destaque é a altura elevada

que permite melhor fluxo da palhada, o que diminui a possibilidade de embuchamentos.

REINKEA Reinke mostrou no Show Rural a LSM

130. A máquina é constituída de um sistema de aspiração para limpeza e separação das impurezas leves dos grãos. Possui também grampos de aperto rápido que facilitam a troca das peneiras.

A LSM 130 apresenta um peneiramento retilíneo, sendo todas as caixas sincronizadas, o que proporciona uma execução mais leve na limpeza do grão. A máquina também demanda baixo consumo de energia.

PIRELLIA Pirelli levou ao Show Rural toda a gama

de medidas da sua primeira linha de pneus radiais, a Earth Agro PHT, desenvolvida e produzida no Brasil, voltada a máquinas e implementos agrícolas de alta potência. Além da Linha Earth, o fabricante apresentou as demais linhas Agro já consagradas e os produtos Truck e Car mais utilizados pelos produtores rurais.

Entre as vantagens prometidas pela linha Earth Agro PHT está rendimento quilométrico até três vezes superior a um pneu convencional equivalente, menor compactação e melhor transmissão da potência da máquina para o solo, melhor autolimpeza e tratividade.

A camada de borracha entre a banda de rodagem e a carcaça é 70% maior e as barras de tração receberam um reforço na sua base para resistir aos picotamentos e lacerações. .M

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Não basta possuir elevada tecno-logia no maquinário agrícola, mas é preciso adequar seu uso de

maneira racional, obtendo-se o maior apro-veitamento possível. A seleção de sistemas mecanizados agrícolas é parte indispensável dentro da mecanização racional, pois sua finalidade é encontrar o conjunto motome-canizado que oferecerá maior rendimento, menor desperdício de energia e, consequen-temente, maior lucro para a propriedade rural. O processo de seleção de máquinas agrícolas é um tanto complexo devido ao elevado número de fatores envolvidos e às alternativas a considerar, quando se tem em mente tomar o máximo de proveito do conjunto mecanizado. Todavia, quando se define clara e objetivamente os propósitos da seleção da maquinaria agrícola e o deli-neamento dos roteiros utilizados, chega-se

mais facilmente a uma seleção racional do problema, principalmente com a ajuda de um software específico que pode automatizar algumas etapas neste processo.

Sistemas informatizados têm sido desen-volvidos para auxiliar o produtor ou gerente agrícola no processo de seleção de frota. Esta seleção é feita de acordo com as necessidades técnicas para se realizar uma operação meca-nizada em um período definido, e adequan-do-se uma máquina que é capaz de realizar este trabalho naquele período. Todavia, vários softwares desenvolvidos necessitam da en-trada de várias informações técnicas, muitas vezes desconhecidas por parte do produtor/usuário. A automatização no preenchimento de dados de entrada no software do maior número possível de informações torna o programa mais fácil de ser utilizado e, con-sequentemente, com uma maior chance do

sucesso em sua abrangência.Na grande maioria das vezes, no Brasil,

a compra de uma máquina é realizada com base em informações empíricas de campo, ou seja, o comprador corre o risco de obter uma máquina que possui uma maior capa-cidade do que ele necessita, elevando seus custos operacionais, ou corre o risco de comprar uma máquina de menor capaci-dade do que ele necessita, impossibilitando terminar a operação mecanizada dentro do prazo estipulado.

O programa Select, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, possui o objetivo de apresen-tar ao usuário uma ferramenta gratuita e de fácil uso via internet, que em poucos passos básicos para adequação do parque de máquinas, minimiza a possibilidade de um erro nos cálculos da capacidade de campo

IMplEMENtoS

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Conjunto ideal

Figura 1 - Tela ilustrando um dos resultados principais do programa, onde há falta, sobra ou adequação do parque de máquinas

É importante o correto dimensionamento do conjunto trator-implemento, para evitar sobra ou falta de potência do trator

Conjunto idealPrograma disponível na internet auxilia o produtor a definir o implemento

mais adequado de acordo com o modelo de trator e a operação a ser realizadaPrograma disponível na internet auxilia o produtor a definir o implemento

mais adequado de acordo com o modelo de trator e a operação a ser realizada

Fotos Charles Echer

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operacional e seus custos, devido ao menor número de informações de entrada por parte do usuário. Assim, o programa utiliza uma complexa modelagem matemática para a automatização destes cálculos, baseada em diversos resultados de ensaios e de autores que estudam este tema.

A compatibilidade do conjunto meca-nizado confronta a potência exigida pelo implemento e a potência disponibilizada pela fonte de potência. A largura nominal de trabalho, a capacidade do tanque, a velocidade de trabalho e o tipo de cada modelo de im-plementos e de autopropelidos foram obtidos dos prospectos dos fabricantes. A capacidade de campo operacional foi calculada a partir dos dados dimensionais de cada implemento e das estimativas de eficiência das operações. O cálculo do ritmo operacional é dependente da área em relação ao tempo disponível. A metodologia utilizada para a seleção e os custos operacionais da maquinaria agrícola baseiam-se em Mialhe (1974), Hunt (1995), Harrigan & Rotz (1994) e Asae (1998). A depreciação é calculada pelo método linear. As estimativas de eficiência das operações foram baseadas em Silveira et al (2006), Asae (1998) e Hanna (2002). O modelo de programação linear é baseado em Baio et al (2004).

O software pode ser acessado pela in-ternet onde o usuário pode selecionar uma máquina agrícola dentro de uma vasta lista de opções no mercado, que estão cadastradas em sua base de dados e que contêm as suas especificações técnicas.

O programa visa três perfis de usuários: o produtor/gerente agrícola, que poderá utilizar os resultados para a tomada de uma decisão de compra; o consultor técnico em vendas, que poderá negociar uma venda de uma máquina mais adequada ao produtor; e

o acadêmico em ciências agrárias, que pode-rá utilizá-lo em suas aulas de mecanização agrícola durante seu curso.

O programa permite uma adequação da frota de máquinas para o cultivo de uma cul-tura em um tempo muito pequeno, de forma fácil e técnica, mostrando-se como uma ferramenta eficiente de planejamento.

Figura 2 - Carta de controle para profundidade do sulco (cm) Figura 3 - Carta de controle para profundidade de deposição dos rebolos (cm)

Figura 4 - Carta de controle de distribuição de gemas no sulco Figura 5 - Carta de controle para porcentagem de gemas inviáveis

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CoMo ACESSAr E uSAr o progrAMA

O programa foi desenvolvido em uma linguagem de programação

orientada ao objeto para plataforma web e foi hospedado em um servidor na UFMS, com dedicação exclusiva para este programa e com um DNS específico dentro da rede (www.maquinas.ufms.br).

Os preços do maquinário devem ser informados pelo usuário, uma vez que varia com as regiões de vendas, com a idade da máquina, assim como as informações fi-nanceiras para financiamento, combustível e mão de obra. Estes dados somente são aces-

sados pelo usuário específico. Caso o usuário não digite estas informações necessárias, o programa usa as da base de dados geral.

Todo o processo de uso do programa pelo usuário seguem seis etapas básicas: 1) cadastro das características da propriedade, com as condições financeiras e preços de insumos; 2) cadastro da frota disponível; 3) cadastro das operações mecanizadas utilizadas em cada cultura; 4) associação das operações mecanizadas com a frota disponível; 5) simulações (Figura 1); e 6) relatórios.

Fábio H. R. Baio,Gilson S. Dos SantosUFMS

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FrotA

Como escolherNa hora de comprar uma máquina nova, muitos são os apelos que

influenciam a escolha do produtor. Para evitar cair em armadilhas, é necessário obedecer alguns critérios que aumentam as chances de adquirir um

equipamento confiável e adequado às condições da propriedade

A agricultura brasileira caminha a passos largos em direção à moderni-zação, nesse contexto a mecanização

agrícola se destaca, criando e desenvolvendo novas tecnologias. Do agricultor se exige o uso racional destas, com o objetivo de aumentar o rendimento e a produção, juntamente com a redução de custos, além da preservação dos re-cursos naturais e do meio ambiente. Porém, não basta possuirmos à disposição altas tecnologias, é preciso adequar seu uso de maneira sensata.

A seleção de um implemento ou de uma máquina agrícola, pode se tornar uma tarefa árdua, pois é um processo metódico, complexo e para o qual existem diversas variáveis que devem ser consideradas, entretanto, é parte indispensável dentro de uma mecanização ra-cional. A sua finalidade é encontrar o conjunto motomecanizado que ofereça maior rendimen-to, menor desperdício de energia e consequente-mente maior lucro para a empresa rural.

O trabalho de produção agrícola, em sua maior parte, é realizado em etapas cronologi-camente distintas, uma vez que está sujeito à periodicidade, tanto das condições climáticas como das fases de desenvolvimento e produção das culturas. Estas etapas e operações agrícolas

ocorrem em uma sequência ordenada, desde a instalação das culturas até a entrega dos produtos ao mercado consumidor. Algumas atividades como o preparo periódico do solo, ainda realizado para a implantação de alguns cultivos agrícolas, ou até mesmo sua simples implantação anual, por exemplo, por serem consideradas operações “gargalo”, no que diz respeito ao cumprimento dessas atividades no tempo disponível, que na maioria das vezes é limitado, necessitam de uma determinada largura de trabalho, ou número de conjuntos mecanizados para sua execução.

Devido à complexidade e à falta de conhe-cimento do referido assunto, alguns agriculto-res encontram dificuldades no momento de adquirir e dimensionar os equipamentos que se ajustem às condições específicas de suas propriedades e região.

Como foi dito anteriormente, a seleção de máquinas agrícolas é um assunto bastante complexo devido ao elevado número de fatores envolvidos e de alternativas a considerar. É importante lembrar que antes da seleção do equipamento agrícola há que se desenvolver um detalhado planejamento das atividades agrícolas, com previsão do tamanho do equi-

pamento que se necessita e da quantidade de insumos e mão de obra que requer o conjunto de operações.

A seleção é uma etapa posterior ao pla-nejamento que visa escolher entre as opções disponíveis no mercado e que tenham relação com as necessidades técnicas avaliadas no pla-nejamento executado.

No momento da seleção de máquinas

A seleção da marca e modelo a ser adquirido éum passo após o planejamento da propriedade

Na hora de comprar uma máquina nova, muitos são os apelos que influenciam a escolha do produtor. Para evitar cair em armadilhas, é

necessário obedecer alguns critérios que aumentam as chances de adquirir um equipamento confiável e adequado às condições da propriedade

Como escolherFotos Charles Echer

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agrícolas devem ser observados três pontos principais que são: o mercado de máquinas agrícolas, a capacidade operacional e o custo operacional das máquinas ofertadas.

Especificamente quanto ao mercado de máquinas agrícolas, alguns fatores devem ser levados em consideração, sendo que devemos destacar fatores como marca, modelo, garantia e assistência técnica.

MARCAA marca é o nome que o fabricante dá

às máquinas que produz, para diferenciá-las das similares produzidas por outras empresas. Um fabricante tradicional fará o possível para manter sua reputação e garantir o prestígio da marca de seus produtos, uma vez que tal posição não é conquistada de um momento para o outro, nem pode ser comprada, mas é adquirida com o tempo, dedicação e trabalho honesto.

Na escolha da maquinaria agrícola é reco-mendável iniciar pela marca, averiguando qual seu conceito e sua tradição. Máquinas de boa marca são de qualidade e no caso de alguma ocorrência de problema técnico, o revendedor dará solução ou em casos mais complexos encaminhará ao fabricante, que tem o maior interesse em manter a qualidade e o prestígio da marca.

MODELOO modelo constitui um designativo para

certo grupo com características particulares, que diferenciam máquinas do mesmo tipo. Cada fabricante tem um modo particular de designar os modelos dos diferentes tipos de máquinas de sua linha de produção. Geralmente, essa designação é feita por combinações de letras e números, com significado especial. No padrão europeu, por exemplo, o primeiro número referente ao modelo designa a classe de peso a que o trator pertence.

Para máquinas agrícolas, geralmente não se vincula modelo com ano de fabricação, como ocorre com automóveis e caminhões, uma vez que os modelos não surgem anualmente.

Na seleção da máquina agrícola, é impor-tante considerar o modelo objeto de análise devido às seguintes razões:

a) Existem diferenças de características técnicas mais ou menos profundas entre os modelos, resultando que um mesmo tipo, de mesma marca, poderá apresentar modelos cujos comportamentos sejam totalmente diversos. Por exemplo: potência disponível dos tratores, torque máximo do motor, consumo horário de combustível e consumo específico (g/kW/h);

b) É possível que certos modelos, de determinadas marcas, não atendam às neces-sidades em algum aspecto, mas poderá existir um novo modelo ou modelo especial que se adapte perfeitamente a determinadas condições

operacionais;c) Existem certos modelos de máquinas e

implementos montados que melhor se adaptam a determinados modelos de tratores; a compa-tibilidade implemento x trator é fundamental para o desempenho do conjunto.

GARANTIA E ASSISTÊNCIA TÉCNICAAntes de decidir sobre a compra de certa

marca e modelo de trator e de implemento, é necessário verificar as condições que o reven-dedor oferece com relação à assistência técnica. Um indício de que se pode contar com boa assistência técnica é, ao visitar o revendedor, notar pontos como: estoque razoável e bem organizado de peças de reposição, equipe de mecânicos devidamente treinados na fábrica (notar certificados ou diplomas de cursos, ge-ralmente expostos em local visível), oficina de reparos e revisão bem equipada e devidamente organizada e possibilidade de atendimento na propriedade agrícola.

PADRONIZAÇÃO DA FROTAA padronização da frota de máquinas, espe-

cialmente de tratores, é uma das preocupações de muitos empresários rurais. A padronização da frota tem como vantagens: facilitar o treina-mento tanto de mecânicos como de operadores, uniformizar os cuidados e as tarefas da equipe de manutenção, contribuir sensivelmente para o aprimoramento de operadores ou tratoristas, simplificar a organização e o funcionamento do almoxarifado de peças e da oficina de reparos e manutenção, diminuindo itens a comprar.

Todavia, essa padronização, embora possa trazer muitos benefícios, também apresenta algumas desvantagens, principalmente quando em determinados casos as marcas comerciais de máquinas agrícolas não oferecem número suficiente de tipos e modelos, a fim de atender adequadamente a todas as necessidades do produtor e do trabalho na propriedade. Outra limitação é que reduz sensivelmente a liberdade de aplicação de novos modelos de máquinas e implementos, enquadrando o sistema de má-quinas agrícolas num esquema rotineiro, sem possibilidade de evoluções.

Quando há dúvida na escolha entre duas marcas de elevada confiabilidade e tradição, para a tomada de decisão, devem ser conside-rados dois fatores primordiais para a seleção do espécime: custo de aquisição e de manutenção e ainda garantia e assistência técnica.

Por fim, há uma série de variáveis que devem ser levadas em consideração quando se deseja selecionar uma máquina agrícola, como é o caso do mercado, da marca, do modelo, da garantia, da assistência técnica e da pa-dronização da frota. Fatores esses, que são de extrema importância para a satisfação integral do produtor.

O tamanho da propriedade não define a potência do trator; é importante analisar as atividades que serão realizadas e quais as maiores exigências da máquina

Atendimento pós-vendas e proximidade da concessio-nária são itens que devem ser considerados na escolha

Marcelo Silveira de Farias,José Fernando Schlosser,Ulisses Giacomini Frantz eGustavo Heller Nietiedt,Nema/UFSM

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FIChA téCNICA

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1175-4 AgrícolaO novo trator Agritech 1175-4 Agrícola se destaca pelo motor de 75cv, limpo e silencioso, com consumo reduzido de combustível e escalonamento de marchas

que o destaca entre os modelos da mesma categoria

A Agritech, fabricante dos tratores e microtratores Yanmar Agrite-ch, consagrados para o uso na

agricultura familiar, ampliou sua linha de tratores 1175-4, com o lançamento do trator 1175-4 Agrícola.

O novo trator amplia a linha 1175-4, composta por tratores compactos, com ver-sões cafeeira e fruteira. O modelo 1175-4 Agrícola foi desenvolvido para atender la-vouras de grãos e culturas que necessitem de tratores com maior poder de tração, graças ao equilíbrio do conjunto, ao escalonamento do câmbio, ao peso e à potência do motor Yanmar de 75cv com 16 válvulas. Estão disponíveis também as versões arrozeira e cultivo 12.4 (R1) na dianteira e 13.6 X 38

(R1) na traseira.O projeto do 1175-4 Agrícola é 100%

nacional e foi desenvolvido pela fábrica da Agritech, localizada em Indaiatuba (SP). A empresa utilizou seu vasto know how em tratores de menor porte, e econômicos, para desenvolver um trator com maior potência, que mantivesse o baixo consumo de combustível. Dos tratores menores, ele também mantém as características do eixo dianteiro blindado, feito em ferro fundido nodular, que confere alta resistência me-cânica e robustez, com acionamento por engrenagens cônicas, dispensando o uso de cruzetas, totalmente desenvolvido e produzido pela empresa. O motor Yanmar utilizado é de última geração, reconhecido

mundialmente, da série TNV que equipa os produtos da empresa há 12 anos. Para a produção do 1175-4 Agrícola, a empresa conta com produção própria de fundidos e engrenagens, graças a uma divisão de pro-dução criada em 2010.

Mesmo com maior porte, o trator 1175-4 Agrícola continua com baixo raio de giro, devido ao sistema de tração dianteira com sistema de transmissão por engrenagens sem cruzeta, blindada, que mantém a mesma resistência com as rodas em linha reta ou completamente esterçadas. Esta característica permite fa-zer toda e qualquer operação com a tração ligada, inclusive usando os freios. O motor de alta

A transmissão do eixo dianteiro é completamente blindada, o que diminui a manutenção

Capacidade de levante hidráulico é de 3.200kg (rótula) e vazão da bomba hidráulica de 80 litros por minuto As alavancas estão posicionadas nas laterais,

o que facilita o manuseio pelo operador

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performance com 16v, limpo e silencioso, que obedece as normas ambientais euro-peias de emissões e proporciona economia de combustível de 10% a 25% dependendo da aplicação.

O 1175-4 Agrícola foi concebido com um design diferenciado, que resultou em um trator com linhas modernas e estilizadas. Estas características também permitem que o operador tenha total conforto e ampla

visão da operação de dentro do seu ha-bitáculo. A plataforma do

trator é de livre acesso, o banco do operador é ergonômico e as alavancas laterais são

de fácil manuseio.O modelo é uma opção

aos produtores que querem um trator com grande capacidade, que possibilite o uso de implementos para tratos culturais desde o preparo do solo até a colheita, que tenha boa manobrabilidade e seja econômico.

DESTAQUESO trator possui uma das melhores ca-

pacidades de levante hidráulico de imple-

mentos da categoria, de 3.200kg (rótula), com a maior vazão da bomba hidráulica do mercado de 80 litros por minuto e equipado com válvula de controle remoto como item de linha.

Ele conta com um sistema de ondula-ção preciso, que permite bom desempenho quando acoplado a implementos para o pre-paro de solo, como subsolador, escarificador

O motor que equipa o 1175-4 Agrícola é um Yanmar de 75cv, Serie TN, de alta performance com 16V

O posto do operador possui plataforma plana, com piso antiderrapante e com banco ergonômico

Fotos Yanmar

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e arado. Tem tomada de força independente e de fácil manuseio através de alavanca, e reserva de torque que proporciona maior rendimento. A transmissão é com 12 ve-locidades à frente e três à ré e possibilita o trabalho com uma ampla gama de im-plementos e velocidade adequada. Permite ainda engate e desengate precisos através do sistema collar shift.

O trator pode contar com um sistema opcional redutor de velocidade, denominado Super-Redução para operações específicas que necessitam de baixa velocidade de avanço, como ensiladeira na cana, tritu-rador de massa, valetadeira etc. A redução final epiciclíca proporciona uma perfeita distribuição de esforços na redução final e um nível muito baixo de ruído.

O eixo dianteiro é uma exclusiva tecno-logia japonesa, sem cruzeta, totalmente atra-vés de engrenagens cônicas blindadas em banho de óleo, proporcionando lubrificação permanente, sem necessidade de engraxar rolamentos, o que garante alta durabilidade e baixa manutenção.

O tanque de combustível é de polietileno rotomoldado, de longa durabilidade e livre de oxidação. Os freios são em banho de

óleo, multidisco, com alta eficiência e du-rabilidade, maior facilidade de manutenção e regulagem.

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Fotos Yanmar

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

ModeloTração MOTOR

TipoNº cilindros

Cilindradas (volume litros)Nº válvulas

Diâmetro do cilindro X curso do pistão (mm)Potência máxima a 2.500rpm (ISO 14396)

Potência máxima a 2.500rpm (ISO-NBR 1585)Torque máxima do motor (ISO-NBR 1585) km/m/rpm

RefrigeraçãoTRANSMISSÃO

Nº marchasRedutor de velocidade

Velocidades com redutor (KM/H)Posição das alavancas de mudança

Engrenamento principalTDF

AcionamentoPotência a 540 rpmEixo de saída (mm)

FREIOSISTEMA HIDRÁULICO

Categoria Capacidade de levantamento – na rótula (kg)

ControlesSistemas de direção

Vazão da bomba hidráulica (l/min)Válvula de controle remoto (VCR)

PESOPeso completo (kg) s/lastro

Lastro dianteiro (kg) DIMENSÕES

Raio de giro com freio (mm) *Raio de giro sem freio (mm) *

Vão livre eixo – dianteiro (mm)Tanque de combustível

11754X4

Yanmar diesel – 4TNV98-XATVertical, diesel, 4 tempos

4 em linha3,3

16 válvulas (4 por cilindro)98 X 110

55kw/75cv52kw/70cv25,5/1.500

ÁguaAgritech YA – 70

12F / 3ROpcional

0.4 / 0.53 / 0.67 / 0.88 / 1.16 / 1.54Lateral (lado direito)

Collar shiftIndependente

Mecânico59cv

35/6 estriasDiscos úmidos

II3.200

Posição e ondulaçãoHidrostática

80Dupla ação de centro fechado

3.300/3.450480

3.3104.04540085

Detalhe da construção do eixo dianteiro, sem cruzeta, através de engrenagens cônicas blindadas

O 1175-4 Agrícola é o maior modelo da Yanmar Agritech, voltado para produtores maiores

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caso é preciso fazer uma curva específica usando o laboratório da Agrologic.

Na produção de óleos e de biodiesel, é possível utilizar na determinação de umidade dos produtos primários (canola, mamona, soja, milho, gergelim etc) e tam-bém nos subprodutos (farelos). Em indús-trias de farinha, é utilizado para análise da umidade durante e no final do processo de produção.

OUTROS PRODUTOSA Agrologic oferece outro modelo de

medidor de umidade denominado Agrologic AL-102 ECO, de operação simples, que determina umidade em 30 tipos de grãos, e projeta para 2011 o lançamento de novos produtos para atender as necessidades do produtor agropecuário.

FIChA téCNICA

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O Agrologic AL-101 é um medidor de umidade e peso hectolítrico totalmente portátil. O equipa-

mento foi projetado para apresentar resulta-dos de alta precisão tanto de umidade como de peso hectolítrico sem a necessidade de balança e outros equipamentos adicionais.

Em poucos segundos o aparelho apre-senta os resultados de análises, como percentual de umidade, peso hectolítrico, temperatura e peso da amostra. As baterias internas são recarregáveis e permitem uma autonomia de 60 horas em operação (sem luz da tela) e, quando necessário, é possível recarregá-las usando o carregador de tomada bivolt que acompanha o equipamento.

O medidor armazena todos os dados das análises numa memória interna que pode guardar até 128 medições. Os dados podem ser visualizados no equipamento, organizados por hora e data, ou baixados através da conexão USB em um computa-dor mediante o software que acompanha o equipamento.

O software de usuário é compatível com todas as versões de MS Windows e oferece funcionalidades como atualização do equipamento com as últimas curvas disponíveis no site da Agrologic, análises com o equipamento ligado ao computador e armazenamento diretamente no compu-tador, download de dados armazenados na memória do equipamento e cria relatórios

AL 101O medidor de umidade portátil da Agrologic AL-101, indicado para diversas aplicações, tem capacidade

de armazenamento para até 128 diferentes mediçõesem MS Excel das análises feitas em campo, através do computador.

A Agrologic dispõe de um la-boratório equipado com estufa de ar forçado, calibrada pelo Inmetro, para desenvolvimento de curvas para novos produtos conforme o método avaliado pelo Ministério de Agricultura do Brasil. Os clien-tes podem solicitar este trabalho em produtos especiais, que não estão incluídos ainda, e depois de realiza-do o trabalho de laboratório, o novo produto pode ser inserido no equipamento mediante o software de computador.

APLICAÇÕESO medidor Agrologic AL-101 é uti-

lizado em diferentes aplicações. Produ-tores agropecuários podem utilizá-lo no momento da colheita, para conhecer a umidade e o peso hectolítrico do produto que será entregue para cooperativas ou centros de armazenagem. Em unidades de recebimento de grãos, o equipamento pode ser utilizado no momento do rece-bimento na sala de balança, ou no seca-dor para acondicionar os grãos, ou pelos compradores da empresa.

Em fábricas de ração, pode ser aplicado para medir a umidade das matérias-primas (milho, soja, farelos) ou para medir a umi-dade do produto pronto (ração). No último

Kit que compõe o medidor Agrologic AL-101, para diferentes aplicações

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