Maquinas 69

36

description

Novembro 2007

Transcript of Maquinas 69

Page 1: Maquinas 69
Page 2: Maquinas 69
Page 3: Maquinas 69

Rodando por aí

Escolha de semeadoras

Vai plantar milho?

Ficha Técnica - Case Extreme

Test Drive - Parrudinha MA 2627M

NR 31

Ficha Técnica - Valtra BC 4500

Uso de lubrificantes

Explosões em silos

Técnica 4x4 - Lama

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Teste Parruda MA 2627MTestamos o Parruda MA 2627Me constatamos diversosavanços na nova versão

04

06

10

12

16

21

24

28

31

34

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 69

Ano VI - Novembro 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Como escolherSaiba o que deve ser consideradona hora de compraruma semeadora

Ficha TécnicaConheça a Cotton Express daCase IH e a primeira colhedorada Valtra, a BC 4500

Matéria de capa

16

06

12 e 24

• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

Page 4: Maquinas 69

04 • Novembro 07

Rubens Sandri

Aplique BemO Aplique Bem,

programa itineranterealizado através de

parceria público-privada entre o

Instituto Agronômicode Campinas (IAC) e a

Arysta LifeScience,esteve no Rio Grandedo Sul no período de30 de outubro a 3 de

novembro. O trabalho,que oferece orientaçãoa produtores de todo o

Brasil, sobre o usoracional de defensivosagrícolas, preservação

do meio ambiente eeconomia nos custos deprodução é coordenadopelo diretor do Centro

de Engenharia eAutomação do IAC,

Hamilton Ramos.

ExportaçõesA Rodo Linea fechou

contrato para ofornecimento de 29

implementoscanavieiros para uma

usina de açúcar daVenezuela. Serão

fornecidos 14 chassiscana picada e 14

reboques quatro eixoscana picada, além de

um semi-reboquecarrega-tudo dois

eixos com pescoçoremovível. O projeto

dos equipamentos foidesenvolvido

especificamente paraatuar nas usinas da

Venezuela. A empresatambém anunciou a

comercialização dequatro reboques carga

seca para a Angola.

YanmarA Agritech Lavrale, em parceria com a concessionária Hiramaq, lançou em Mogidas Cruzes (SP) o trator 1175, o primeiro da Yanmar Agritech, com potência de70 cavalos. O evento contou com a presença de aproximadamente 600 agriculto-res. “A região é uma das mais férteis do estado de São Paulo e concentra muitosdos nossos clientes que produzem as mais variadas culturas. Fazer este lança-mento aqui foiimportante paraficarmos maispróximos dessesprodutores esentir as expec-tativas deles emrelação ao nossotrator”, avaliouPedro CazadoLima Filho, ge-rente de Pós-Vendas da Agri-tech.

ItineranteA Caravana Mundo New Holland visitou no final de outubro a cidade de Joviânia, a 160quilômetros da capital de Goiás. No município de aproximadamente seis mil habitantes,cerca de 200 produtores conheceram os lançamentos da marca para o segmento de grãos,

como a colheitadeira TC5090 e a geração de tra-tores Série 30, com osmodelos 8030 e 7630. Aapresentação ocorre emuma espécie de arenacom cerca de 300 m²,equipada com tendas in-fláveis e um caminhãoque vira auditório parapalestras sobre as novasmáquinas.

John DeereO município de Palmeiradas Missões, no noroestedo Rio Grande do Sul,ganhou em outubro umconcessionário JohnDeere. A Maqgranja foiinaugurada com umafesta com a presença de500 convidados. Acerimônia começou compronunciamentos deCássio Peixoto e deVolinei Foresti, sóciosdo empreendimento.Em seguida, PauloHerrmann, diretor deMarketing da JohnDeere para a Américado Sul, falou sobre oinvestimento e saudouos clientes da região.

DoaçãoO presidente do Grupo Fiat, Sergio Marchionne, entregou ao Papa Bento XVIas chaves do trator especial da New Holland, empresa do Grupo Fiat. A máqui-na foi doada ao Pontífice. O modelo produzido especialmente para o Papa é umamáquina da linha T7000, recém-lançada no Brasil, porém completamente brancae que carregao Brasão Pa-pal. Seráusada parapuxar aenorme pla-taforma quea c o m o d aSua Santida-de duranteas cerimôni-as tradicio-nais realiza-das todas asquartas-fei-ras na praçaSão Pedro.

AGCOA AGCO do Brasil, fabricante dos produtos Massey Ferguson, esteve na Mercopar2007 - Feira de Subcontratação e Inovação Industrial, no final de outubro, em Caxiasdo Sul (RS). A empresa participou da Mostra de Práticas Sustentáveis na Indústria,através do projeto Reúso de Água, implantado na fábrica de tratores, em Canoas (RS).

ReconhecimentoO presidente das EmpresasRandon, Raul Randon, foiagraciado com o TroféuReconhecimento,Sincodiv/Fenabrave (RS)2007, na categoria LíderEmpresarial. O título éconcedido pelo SindicatoIntermunicipal dosConcessionários eDistribuidores de Veículose pela Federação Nacionalda Distribuição de VeículosAutomotores do RS.

Paulo Herrmann

Hamilton Ramos

Raul Randon

Page 5: Maquinas 69
Page 6: Maquinas 69

06 • Novembro 07

Nem sempre a decisão de comprade um equipamento pelo agri-cultor é uma tarefa fácil. Esbarra-

se em critérios financeiros e técnicos, muitasvezes levando à indecisão ou à escolha erradade uma determinada máquina. Ao passo quesurge a necessidade da ferramenta que executea função que ele deseja suprir, surgem inúme-ras opções no mercado, dia após dia, o que podecomprometer o tão sonhado investimento. Naatividade agrícola brasileira o produtor precisacorrer contra tudo e contra todos, tendo poucaou até mesmo nenhuma gerência sobre o preçode compra e/ou venda. A escolha racional nahora do investimento do produto que melhoratenda as suas necessidades exige uma série decritérios, que quando bem observados ajudama fortalecer o sucesso da aquisição do equipa-mento agrícola. Uma vez transpostas as barrei-ras financeiras, nasce a necessidade da eleição

do produto. Este texto aborda aspectos princi-pais que o produtor, técnico ou gerente devemter claros na hora de selecionar uma máquinapara semear, visando orientar para a diminui-ção da margem de erro na escolha da mesma,visto que é vasta a gama de equipamentos dis-poníveis no mercado brasileiro.

A semeadora pode ser, em alguns casos, umamáquina relativamente complexa. É compostapor uma gama de mecanismos obrigatórios eopcionais, formando um emaranhado de siste-mas que possuem sempre o mesmo objetivo:pôr a semente de forma adequada no solo paraa sua germinação e emergência, garantindo bomestande final de plantas, um dos preceitos bási-cos ao sucesso da lavoura. Quando as semea-doras atuais são analisadas em relação a sua es-trutura funcional, por exemplo, não existe nadamuito diferente em comparação com máqui-nas do passado. Quando se fala em estrutura

funcional, retrata-se ao objetivo da máquinapara semear relatada acima. Esse leque de fer-ramentas e configurações de semeadoras dis-poníveis pode ser um aliado importante nomomento da escolha, pois só escolhe quem temdiferentes alternativas. Abordamos a seguir osprincipais pontos técnicos dos componentes damaioria das semeadoras nacionais que, segun-do os autores, deverão ser observados.

VERSATILIDADE E ROBUSTEZFica clara a necessidade de o produtor co-

nhecer as culturas que deseja semear com amáquina que irá adquirir. Talvez pareça eviden-te, mas ainda existe o mito da “especialidade”que a semeadora deve ter em relação à cultura,isto é, semeadora para culturas de verão (se-mentes graúdas) ou semeadoras para culturasde inverno (sementes miúdas). Diversos traba-lhos têm demonstrado que as multissemeado-ras (semeadoras múltiplas que semeiam umgrande espectro de culturas) em nada perdemquanto ao desempenho para as semeadorasdenominadas de verão ou inverno. Fica então adica, de que quando são semeadas culturas emfluxo contínuo, como trigo e aveia no invernoe, em precisão no verão, como milho e soja, asmultissemeadoras são uma boa opção.

Quanto à robustez, esta não pode ser con-fundida com peso, o que é no-tável em alguns mode-los nacionais, existin-do semeadoras ex-

Escolha precisaSemeadoras são equipamentos fundamentais no processo produtivo. Portanto, nahora da compra é necessário estar atento a todos os componentes, além de saberexatamente qual o sistema que mais se adapta às necessidades da sua lavoura

Detalhe do equipamentopara nivelamento

longitudinal da máquina

Rodas limitadorasde profundidade e

discos duplos

característicasFo

tos

Viln

ei D

ias

Page 7: Maquinas 69

“Na atividade agrícola brasileira o produtor precisa correr contra tudo e contra todos,tendo pouca ou até mesmo nenhuma gerência sobre o preço de compra e/ou venda”

tremamente pesadas em comparação a outrasmais leves, e nem por isso estas últimas são maisfrágeis. O comprador pode aproveitar informa-ções de catálogo para estimar a demanda detração de uma semeadora, que geralmente édada em cv por linha. Esta informação é im-portante e determina qual a potência do tratorpara tracionar a semeadora, muitas vezes úni-co na propriedade.

MECANISMO DOSADOR DE SEMENTESDenominado por muitos como “o coração

da semeadora”, este é, sem dúvida, o sistemamecânico mais importante das máquinas parasemear. É do mecanismo dosador de sementesque se espera a função, como o próprio nome jáinforma, de individualizar as sementes no casode grãos graúdos ou determinar a taxa de seme-adura, no caso de grãos miúdos. Quando se falaem gramíneas de estação fria, como trigo e aveia,e também no caso do arroz irrigado, o mecanis-mo dosador universal é o tipo rotor acanalado(helicoidal ou não). Para semear com precisão,existem diversos mecanismos, sendo o tipo dis-co alveolado horizontal o mais comumente en-contrado nas semeadoras nacionais. Este me-canismo dosador alia simplicidade, eficiência ebaixo custo quando comparado a outros. Ou-tro mecanismo dosador encontrado com bas-tante intensidade é o do tipo pneumático, ondea semente é dosada com auxílio de pressão po-sitiva ou depressão no interior do dosador. Aprincipal característica positiva deste mecanis-mo é o baixo dano mecânico às sementes, dese-jável para semeadura de soja, por exemplo, queperde bastante em qualidade fisiológica quan-do submetida a danos mecânicos. Porém, o pre-

ço superior deste tipo de dosador acabacontando a favor do disco alveolado. Este

último, quando trabalha em rotações menores,não necessariamente baixa velocidade de deslo-camento da semeadora, também causa danosque são aceitáveis para a maioria das culturassemeadas com este mecanismo.

Outra característica desejável, que deve serobservada pelo comprador, é a altura do dosa-dor de sementes em relação ao solo. Em linhasgerais, quanto mais próximo do solo estiver omecanismo, mais precisa será a deposição desementes, visto que a mesma ao cair no tubocondutor sofre uma série de impactos que aca-bam retardando ou desviando a sua trajetória,causando imprecisão na deposição. No caso domilho, cultura de baixa densidade de plantaspor hectare, este fato pode influenciar na pro-dutividade final da lavoura. Existem outrosmecanismos dosadores, como dedos prensores,disco alveolado inclinado, entre outros, mas demenor expressão no mercado nacional.

O produtor também deve estar atento àconformação do tubo condutor, o que pode afe-tar a distribuição de sementes, por problemasexplicitados acima. Existem tubos condutoresque se comunicam com o sulcador mais direta-mente, depositando mais eficientemente a se-mente. É desejável também que o tubo seja li-geiramente inclinado para trás, devido ao des-locamento da semeadora impulsionar a sementeem sentido contrário.

MECANISMO DOSADOR DE ADUBOExistem diversos tipos de mecanismos do-

sadores de adubo, muitos deles de fabricaçãodas próprias indústrias de semeadoras, comorotores dentados, eixo com paletas, rotores aca-nalados e rosca sem- fim. Este último tem mos-trado bom desempenho em avaliações recen-tes, mas em alguns casos é oferecido apenascomo opcional pelas fábricas. Dentro deste tipode mecanismo, existem ainda mais opções,como passo do sem-fim, tamanho do segmen-to deste, por transbordo lateral, transversal oupor gravidade. Quanto ao passo, existem basi-camente dosadores de 25,4 e 50,8 mm (umaou duas polegadas). Um ensaio mostrou que opasso de 25,4 ocasiona menor oscilação na dosede fertilizante quando este é submetido a incli-nações longitudinais, ou seja, no sentido de des-locamento da semeadora, tanto para dosadorescom transbordo ou gravidade. Os dosadores tipopor transbordo apresentaram melhor desem-penho neste ensaio.

SULCADORESExistem basicamente três tipos de sulcado-

res, disco duplo, facão e guilhotina. Preferenci-almente, os sulcadores duplo disco devem teros discos com diâmetros diferenciados, o quediminui a área de contato com o solo e facilita aabertura do sulco. Estes sulcadores geralmentesão usados para abrir o sulco de sementes. Osoutros dois tipos de sulcadores devem ser pre-

Na hora da compra, o produtor deve levar em conside-ração as características da sua propriedade e da culturaa ser implantada, e só então escolher a máquina ideal

Novembro 07 • 07

John Deere

Case IH

Page 8: Maquinas 69

08 • Novembro 07

feridos em áreas pedregosas, de preferência comsistema de desarme, que evita quebras ao siste-ma. Esse tipo de sulcador geralmente necessitade mais potência do trator e mobiliza mais solo,o que pode favorecer a emergência de invasorasque competirão com a cultura.

Outro ponto é o sistema de corte de pa-lha, que no caso da semeadura direta é fun-damental. Os discos de corte tipo corruga-dos têm a finalidade de aumentar a área decontato do disco com o solo, e assim melho-rar o corte de palha. Os discos lisos tam-bém funcionam, mas os de diâmetro muitopequeno têm problemas com grandes quan-tidades de palha de gramíneas.

CONTROLADORES DE PROFUNDIDADEO sistema de controle de profundidade deve

ser eficiente, pois existem culturas que não to-leram profundidades demasiadas de semeadu-ra e por isso não emergem. Em contrapartida,quando houver um desnível no terreno as se-mentes podem ficar expostas e desidratar, oucaso consigam germinar ficarão pouco ancora-das e a qualquer momento podem acamar. No-vamente no caso do milho, pesquisas evidenci-am que a desuniformidade de emergência re-duz a produtividade. Existe um sistema bastanteeficiente, com duas rodas laterais controladorasde profundidade por linha, em sistema de ba-lancim, onde sempre uma das duas estará emcontato com o solo, propiciando bom controle

de profundidade. Este controle também é feitodando-se tensão nas molas do sulcador, quedevem ser ajustadas a cada condição de terre-no. Outro sistema bastante utilizado em sulca-dores de sementes é o mecanismo pantográfi-co, o qual mantém o ângulo de ataque da hasteou ângulo de convergência dos discos duplos.

As rodas compactadoras também podemafetar a uniformidade de emergência, princi-palmente influenciadas pelo teor de umidadedo solo, sendo desejável que as rodas exerçampressão em forma de “V”, ou seja, sobre as pa-redes laterais do sulco de semeadura.

RESERVATÓRIO E AUTONOMIAOs reservatórios devem primar pela dura-

bilidade, não-formação de canais no seu interi-or e ângulo que favoreça o escoamento do ferti-lizante. Atualmente, grande parte dos reserva-tórios é confeccionada em polietileno (plástico)o que evita a oxidação. Materiais metálicos quan-do tratados adequadamente também oferecemboa durabilidade. Quanto ao tamanho, devemoferecer autonomia regular, para que se evitemreabastecimentos contínuos que causam perdasde tempo e eficiência. Ressalta-se também comocaracterísticas importantes, a facilidade de lim-peza dos reservatórios e a altura da semeadora,permitindo fácil abastecimento da mesma.

REGULAGENSA facilidade de regulagem é um grande pro-

blema em muitas semeadoras brasileiras. Estefato é reportado principalmente por produto-res. As tabelas informativas de quantidade de

Detalhe dos reguladoresde pressão da linha

de plantio

Caixa de troca develocidade, facilita a

vida do operador

O tamanho da plantadora deve estar deacordo com a capacidade de tração dotrator existente na propriedade

sementes de acordo com a relação de transmis-são, ou seja, par de engrenagens utilizado, mui-tas vezes são apenas uma aproximação da reali-dade. Quando identificada a presença da caixade engrenagens, ou o chamado “pinheirinho”,que oferece inúmeras regulagens facilmentemodificadas, é um ponto positivo na facilidadede troca de relação de transmissão. Porém, emmuitos casos, ainda observa-se que estas rela-ções de transmissão, em total desacordo com alegislação brasileira, ainda são projetadas des-protegidas, oferecendo sérios riscos à integri-dade física dos operadores menos avisados.

A facilidade de regulagem de outros siste-mas também merece atenção. Neste sentido,cita-se a forma de acoplamento e nivelamentoda semeadora, regulagem do espaçamento en-tre linhas de semeadura, marcadores de linha,acessibilidade aos pontos de lubrificação (pi-nos graxeiros) e dispositivos de segurança, comopinos de cisalhamento, limitadores de torque,pinos nas hastes sulcadoras e localização do es-tribo (na frente ou atrás da máquina).

PÓS-VENDASAspectos pós-venda referem-se basicamente

à assistência técnica e à proximidade da con-cessionária. Existem algumas marcas que dis-ponibilizam catálogos de peças na Internet parafacilitar o contato com as revendas.

Além disso, opiniões de outros proprietári-os da marca e do modelo podem ser de grandeimportância. O produtor deve visitar mais deuma concessionária para escolher a melhor al-ternativa. Demonstrações de campo tambémsão valiosas, pois o produtor pode ver a máqui-na funcionando no campo e questionar direta-mente o fornecedor do produto. Neste aspec-to, feiras agrícolas podem oferecer uma boa idéiadas máquinas disponíveis no mercado.

Vilnei de Oliveira Dias,Airton dos Santos Alonço eReges Durigon,UFSM

Massey Ferguson

Imas

a

Fotos Vilnei Dias

O projeto de construção dos reservatóriosdeve levar em conta a facilidade de

limpeza e praticidade no abastecimento

M

Page 9: Maquinas 69
Page 10: Maquinas 69

10 • Novembro 07

regulagens

Avanços genéticos têm propiciado,ano a ano, crescente ganho emprodutividade. Variedades e hí-

bridos cada vez mais competitivos, com altopotencial de produtividade, estão sendo dis-ponibilizados ao mercado pelas instituiçõese empresas ligadas ao setor de sementes. Noentanto, sabe-se que a expressão do poten-cial genético está intimamente ligada ao usode práticas de manejo cada vez mais especí-

ficas. Assim, excetuando os fatores climáti-cos, cada variedade ou híbrido tem a me-lhor resposta quando o pacote tecnológicopreconizado é integralmente utilizado.

Nesse contexto, a produtividade da cultu-ra de milho está diretamente relacionada coma população final de plantas estabelecida que,por sua vez, depende funda-mentalmente do processo desemeadura em que a regula-

gem da semeadora pode fazer diferença.Fabricantes de semeadoras normalmen-

te disponibilizam manuais de manutençãoe regulagens que devem ser sempre consul-tados antes de qualquer procedimento de

Como plantar milhoNa hora de plantar milho é necessário regular bem a semeadora, porque pequenosdetalhes podem fazer diferença. Quanto menor o espaçamento entre linhas, maior

pode ser o erro na razão de distribuição de sementes

Como plantar milhoNa hora de plantar milho é necessário regular bem a semeadora, porque pequenosdetalhes podem fazer diferença. Quanto menor o espaçamento entre linhas, maior

pode ser o erro na razão de distribuição de sementes

Page 11: Maquinas 69

Novembro 07 • 11

COMO DETERMINAR O ESPAÇAMENTO

Para determinar qual o espaçamento entre as linhas de semeadura a ser estabe-lecido visando obter a razão de distribuição (sementes por hectare) pretendi-

da, basta usar a equação:

Portanto, se a opção for usar a regulagem de 3,5 s/m

ou, se a opção for usar a regulagem de 4 s/m

Explorar todo o potencial produtivo de uma lavoura não depende apenas do in-vestimento em insumos, como sementes, adubo, controle de doenças e pragas. Épreciso planejar cada passo com muita atenção, da implantação da lavoura à armaze-nagem. Precisar a técnica de semeadura a ser utilizada pode garantir o retorno dotrabalho do produtor no cultivo do milho.

uso ou de ajuste. Descuidos podem acarre-tar problemas de desempenho, que irão serefletir na semeadura incorreta.

Além dos aspectos mecânicos, relacio-nados com o equipamento, atenção especi-al deve ser dedicada ao correto ajuste da ra-zão de distribuição de sementes (sementespor unidade de área). Este aspecto ganhaimportância na medida em que aumenta apopulação de plantas e reduz o espaçamen-to entre linhas de semeadura. Conseqüen-temente, a implementação da prática doespaçamento reduzido no manejo da cultu-ra do milho requer maior atenção na regu-lagem da semeadora.

Considerando que a maioria das seme-adoras em uso apresenta opções estanquesde regulagem que, muitas vezes, não per-mitem obter a razão de distribuição preten-dida para o espaçamento entre linhas pro-gramado, a solução passa a ser ajustar o es-

paçamento entre linhas de semeadura.

PARA ILUSTRARPara ilustrar, citemos um caso. O pro-

dutor programou semear no espaçamentoentre linhas de 50 cm e a indicação técnicapara obter a população final de plantas re-comendada - considerando todos os fatoresque interferem no estabelecimento da lavou-ra - requer que sejam distribuídas 75 milsementes por hectare. Nessa situação, fazen-do os cálculos, verifica-se que a semeadoradeverá ser regulada para distribuir 3,75 se-mentes por metro linear. Considerando umasemeadora que propicie como opções de re-gulagem mais próximas 3,5 ou 4,0 semen-tes por metro linear, o produtor teria para oespaçamento programado uma razão de dis-tribuição de 70 ou 80 mil sementes por hec-tare. Se a opção for usar uma dessas regula-gens, ele teria, conseqüentemente, um erro

de cinco mil sementes, para menos ou paramais, em cada hectare semeado.

O que esse erro pode significar? Cinco milsementes a menos, para um índice de estabe-lecimento de 87%, por exemplo, correspondea 4.350 espigas de milho. Se considerar umpeso médio de 170 gramas por espiga, estariadeixando de produzir 740 kg/ha. Já se foremsemeadas cinco mil sementes a mais, pode-seestar perdendo produtividade pelo excesso deplantas ou, mais provável, faltar semente paraplantar toda a área planejada.

Dependendo das condições climáticas eoutros fatores que incidem sobre a produ-ção, essa diferença e produtividade propor-cionadas pelo erro no espaçamento das se-mentes podem significar uma boa parcelano lucro da produção.

Arcenio Satller,Embrapa Trigo

“Excetuando os fatores climáticos, cada variedade ou híbrido tem a melhorresposta quando o pacote tecnológico preconizado é integralmente utilizado”

M

Massey Ferguson

Page 12: Maquinas 69

12 • Novembro 07

Cotton Express 420 e 620

Apresentamos nesta edição a FichaTécnica completa de duas novasversões das colhedoras Cotton Ex-

press, da Case IH, que chegam ao mercado comincremento de ítens e novidades para os pro-dutores de algodão. A Cotton Express 420 pos-sui motor de 264 cv, cinco linhas, e capacidadedo cesto de 3.856 kg. Já a Cotton Express 620possui motor de 370 cv, seis linhas, capacidadedo cesto de 4.762 kg e tração nas quatro rodas.Ambos os modelos possuem elevada capacida-de nos tanques de água, graxa e combustível,resultando numa excelente autonomia.

UNIDADES DE LINHAAs novas Cotton Express 420 e 620 man-

têm as mesmas características dos modelos an-teriores com relação ao desenho das unidadesde linha. A colheita acontece dos dois lados,permitindo uma maior penetração nas plantase conseqüentemente uma maior eficiência.

As unidades de linha possuem 12 barrasna parte dianteira e 12 na traseira. Cada barrapossui 18 fusos, que contam cada um com trêslinhas de 14 farpas.

O tanque de água para a limpeza dos fusospossui capacidade de 1.380 litros, e a vazão deproduto pode ser ajustada de dentro da cabineconforme as condições de colheita.

O controle de altura é feito de forma auto-mática através de um sensor que percebe as ir-regularidades do solo, levantando as unidadesde linha e aumentando a eficiência da colheita.O sistema da unidade de linha tem pouca pati-nagem mesmo em condições de colheita emalgodão de alta produtividade.

Com relação à manutenção nas unidadesde linha, um ponto importante é que os supor-tes das escovas podem ser substituídos de for-ma individual. Além disso algumas melhoriasforam incluídas nessas novas máquinas. Umadelas é a possibilidade de girar o suporte dasescovas, deixando-as mais expostas e com issofacilitando a limpeza, reduzindo o tempo commanutenção e aumentando a produtividade.Outro ponto importante foi a inclusão de umanova ferramenta de manutenção que permite,através de um controle com botões, acionar tan-

to a rotação como o afastamento das unidadesde linha a partir do nível do solo.

O transporte da pluma das unidades de li-nha para o cesto é feito através de fluxo de argerado por duas turbinas que tiveram sua ca-pacidade elevada com relação ao modelo ante-rior.

CABINEPossui uma ampla área envidraçada e um

ar-condicionado digital, sendo extremamenteconfortável. O assento do operador é pneumá-tico e possui um sensor de presença, desligan-do os tambores caso o operador saia da posiçãocom a máquina em operação. As máquinas tam-bém possuem um sensor que, quando as uni-dades de linha estiverem em operação e a rota-ção do motor estiver muito baixa, avisa ao ope-rador, evitando que as unidades de linha traba-lhem numa rotação abaixo da recomendada.Ao lado do assento do operador está posiciona-do o assento do acompanhante.

Para o deslocamento da máquina existe umaalavanca que além de controlar a velocidade dedeslocamento tanto para frente como para trás,também concentra alguns botões responsáveispelas funções mais acionadas durante a colhei-ta como o ajuste da altura de trabalho das uni-dades de linha, abertura e levantamento do ces-to além do acionamento da esteira usada nodescarregamento do algodão.

No console lateral ficam concentradosos botões responsáveis pela compacta-ção do algodão no cesto, que pode

Cotton ExpressA Case IH acaba de lançar no Brasil a nova geração de colhedoras de algodão,são as Cotton Express 420 e 620 que substituem as já conhecidas Case IH 2555

O exclusivo desenho da unidade de linhapossibilita a colheita dos dois lados da planta

Monitor verifica constantemente o fluxode algodão e a rotação em cada linha

Page 13: Maquinas 69

Novembro 07 • 13

“A colheita acontece dos dois lados, permitindo uma maiorpenetração nas plantas e conseqüentemente uma maior eficiência”

ser tanto automática como manual, e os con-troles que ajustam a pressão da lubrificaçãodos fusos que pode ser observada de formadigital no monitor.

O novo monitor das unidades de linha in-dica com maior rapidez o que está acontecen-do com as unidades de linha. Existe uma luzque indica tanto o que está acontecendo com aparte dianteira como com a traseira da mesmalinha, facilitando ao operador encontrar ondeestá o problema.

O monitor é composto por visor, sensoresnas placas, sensor no rotor e alarme. O moni-tor foi projetado de forma a verificar constan-temente duas funções críticas da colheita:

1) Fluxo de algodão em cada unidadede linha.

Se ocorrer um acúmulo ou bloqueio dapassagem do algodão, os sensores nas placas se-rão deslocados contra o sensor e com issoum sinal será enviado ao monitor queirá notificar o operador. Os sen-sores estão posicionados

Sistema de descarga pode ser interrompido a qualquermomento, e o levante vertical garante menor fadiga à estrutura

Fotos Case IH

Page 14: Maquinas 69

14 • Novembro 07

Os furos do cesto são redondos, dificultan-do que o algodão fique preso além de facilitarna limpeza.

O sistema de descarga é acionado por umaesteira e portanto permite interromper a qual-quer momento, o que evita o desperdício. Osistema ainda eleva o cesto verticalmente, commaior estabilidade e causando menor dano àestrutura.A Cotton Express possui reservatório para

lubrificante dos fusos com capacidade de 1.380 litros

Sistema de manutenção está mais simples, com a possibilidade de girar o suporte das escovas, porexemplo, e o acionamento da rotação e afastamento da unidade de linha por apenas dois botões

próximos aos desfibradores, portanto o opera-dor saberá do problema com maior rapidez.

2) Rotação de cada unidade de linha.Um sensor detecta toda vez que ocorre a

patinagem no rotor. Esse sensor também enviaum sinal ao monitor que notificará o operador.

Para os avisos existem três diferentes co-res que serão acionadas dependendo do pro-blema. Luz verde indica que o sistema estáfuncionando corretamente; luz amarela in-dica que houve patinagem no rotor; e luzvermelha indica que houve bloqueio na pas-sagem do algodão.

CESTOA capacidade do cesto da Cotton Express

420 é de 32,5 m3, aproximadamente 3.850 kg,enquanto que a da Cotton Express 620 é de39,64 m3, aproximadamente 4.760 kg. Essagrande capacidade é uma importante caracte-rística que proporciona aumento do rendimentoda colheita por parar menos vezes para a des-carga do algodão.

A compactação do algodão no cesto é feitapor três roscas sem-fim, que são controladasautomaticamente por um sensor de pressão ouentão manualmente.

Fotos Case IH

Page 15: Maquinas 69

Novembro 07 • 15

“As novas máquinas também contam com um sistema de lubrificaçãoautomática de graxa dos principais pontos do chassi e unidades de linha”

Modelo

PotênciaCilindros

TipoTração

Velocidades

Números de linhaBarras por linha (frente/atrás)

Fusos por barraControle de altura

Lubrificação da barraLimpeza dos fusos

CapacidadeTipo

Compactador

DianteirosTraseiros

Peso

420

264 cv (194,1Kw)6

8,3 l

Hidrostática4 x 2

1ª Marcha – 0 – 5,7 km/h2ª Marcha – 0 – 6,9 km/h3ª Marcha – 0 - 27,3 km/h

512/12

18Sensor automático

Reservatório de 227 lReservatório de 1.380 l

3.856 kg (32,5 m3)Levantamento vertical

Tipo prensa com roscas sem-fim

500/95-32 (R1.5) duplo14.9-24 8 PR

16.828 kg

620

370 cv (272 Kw)6

9,0 l

Hidrostática4 x 4

1ª Marcha – 0 – 6,3 km/h2ª Marcha – 7,7 km/h

3ª Marcha– 0 – 24,1 km/h

612/12

18Sensor automático

Reservatório de 302 lReservatório de 1.380 l

4.762 kg (39,64 m3)Levantamento vertical

Tipo prensa com roscas sem-fim

500/95-32 (R1.5) duplo16.9-28 8 PR

20.230 kg

Motor

Transmissão

Unidades de linha

Cesto

Pneus

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

LUBRIFICAÇÃOA lubrificação da unidade da colheita é

feita automaticamente, e o sistema é ajusta-do de dentro da cabine levando em conside-ração tanto a duração de cada operação comoo intervalo entre cada lubrificação basean-do-se sempre no número de horas do venti-lador. A duração pode ser ajustada de zeroaté 25 minutos, com incremento de 30 em30 segundos. O intervalo pode ser ajustado

de zero até 25 horas, com incremento de meiaem meia hora. O reservatório possui capaci-dade de 227 litros na Cotton Express 420 e302 litros na Cotton Express 620.

As novas máquinas também contam comum sistema de lubrificação automática de gra-xa dos principais pontos do chassi e unidadesde linha. O sistema garante uma lubrificaçãoeficiente em intervalos preestabelecidos, redu-zindo significativamente o tempo gasto commanutenção diária.

MOTORO modelo 420 possui motor mecânico

de 264 cv, seis cilindros, turbo alimentado ecom aftercooler a ar. Já a versão 620 possuimotor eletrônico de 370 cv, seis cilindros,turbo alimentado a ar, sendo classificado

como Tier III quanto ao nível de emissãode poluentes. Especialmente nesse modeloa tela rotativa foi posicionada na parte tra-seira da máquina, evitando a contaminação,auxiliando na resfriação do motor e facili-tando a manutenção. Os dois modelos sãoequipados com acelerador eletrônico acio-nado por potenciômetro.

DISTRIBUIÇÃO DE PESOAmbos os modelos possuem rodados du-

plos standard (500/95-32 R1.5), melhoran-do a flutuação e reduzindo a compactaçãodo solo. Aliado a isso, os tanques de com-bustível e de lubrificante são posicionadosna parte traseira da máquina, melhorandoa distribuição de peso e facilitando o acessoque é feito ao nível do solo. M

A compactação do algodão no cesto é feita por três ros-cas sem-fim, controladas automática ou manualmente

O reservatório de lubrificantes possui a capacidade de227 litros na Cotton Express 420 e 302 litros na 620

Page 16: Maquinas 69

16 • Novembro 07

Parrudinha MA 2627M

O Parrudinha possui motor MWM de quatrotempos, turboalimentado, potência de 135 cv

e torque de 40 mkgf a 2.500 rpm

Mais uma vez, junto com a RevistaCultivar Máquinas, fizemos aavaliação de um pulverizador

automotriz. Trata-se do Parrudinha MA2627M, que em todas as características se pa-rece muito com o seu irmão mais velho, o Par-ruda, entretanto, muito melhorado em relaçãoao MA 3027 que avaliamos em 2004 para amesma revista. Os testes foram realizados emCondor, no Rio Grande do Sul, em outubro de2007. Na ocasião, em função das fortes chu-vas, a determinação das características de diri-gibilidade e desempenho foi prejudicada.

DIMENSÕESO Parrudinha vazio pesa 7.000 kg,

tem 3,65 m de altura, 3,36 m delargura, 7,15 m de comprimento evão livre de 1,54 m (pneus12.4x36). Como as demais máqui-nas desta categoria, taisdimensões represen-tam uma certa di-ficuldade para otransporte “em-barcado”, em ca-minhões de pisorebaixado, mas ne-

nhum problema para deslocamento rodandoem áreas rurais.

MOTORIZAÇÃOO motor é um MWM de quatro tempos,

com quatro cilindros em linha, turboalimenta-do, cilindrada de 4,3 litros, potência de 135 cv(100 kW) e torque de 40 mkgf a 2.500 rpm.Sua montagem frontal facilita as operações demanutenção, entretanto reduz a visibilidade dorodado, dificultando seu adequado posiciona-mento na linha da cultura quando necessário.Apesar disso, a proteção na parte inferior docofre de alojamento, restringindo o acesso demãos a partes móveis, como polias e hélice do

radiador, reduz signifi-cativamente os riscosde acidentes em rela-ção a modelos anteri-

ores. Também, o novo posicionamento do canode escape, entre o pára-lama e a bateria, foi umavanço bastante expressivo com relação à segu-rança, entretanto, neste caso, por estar locali-zado entre duas posições de trabalho (bateria e

tirantes do eixo), merecia uma proteçãocontra partes quentes em sua porção final.

TRANSMISSÃO, SUSPENSÃO E FREIOSO sistema de transmissão é mecânico

4x2 por diferencial, com reduzida

Parruda com upgradeAvaliamos o Parrudinha MA 2627M, da Montana, e constatamos diversos avanços

em relação à versão também testada pela Cultivar Máquinas há quatro anos. Apesardo nome diminutivo, seu desempenho foi de gente grande

Page 17: Maquinas 69

“A caixa de câmbio, com cinco marchas à frente e uma a ré, alta e baixa, permite velocidades entre 5,0 e 60 km/h,sendo 18 km/h a máxima velocidade recomendada para situações de trabalho e as superiores apenas para transporte”

Novembro 07 • 17

elétrica e correntes na transmissão final. A cai-xa de câmbio, com cinco marchas à frente euma a ré, alta e baixa, permite velocidades en-tre 5,0 e 60 km/h, sendo 18 km/h a máximavelocidade recomendada para situações de tra-balho e as superiores apenas para transporte. Osistema de abertura e fechamento da bitola émecânico, possibilitando a seleção das largurasde 2,70, 2,80, 3,00 e 3,20 m.

Os eixos são fixados ao chassi através debarras tensoras e suspensão pneumática ativa.Válvulas reguladoras controlam o ajuste dosmovimentos da suspensão, sem transmitir osimpactos para a máquina, assim, o sistema ofe-

rece excelente conforto ao rodar, amortecendoeficazmente os impactos das irregularidades doterreno. O estabilizador é do tipo barra panto-gráfica longitudinal e transversal simples. To-dos os freios são a ar comprimido, com sistemade segurança nas rodas traseiras.

CABINEA cabine é ampla, com boa visibilidade,

apesar desta ser relativamente prejudicada pelocapô. Deve-se ressaltar que, apesar de aindacomprometida, o novo desenho do capô me-lhorou muito a visibilidade quando compara-da aos modelos anteriormente avaliados. Pos-sui também amplos espelhos externos que fa-

cilitam a verificação das condições de operaçãodas barras traseiras de pulverização e um siste-ma de ar condicionado, equipado com filtrosde carvão ativado para elevar a segurança doaplicador. Apesar de não se observar uma pres-são positiva na cabine, forçando o ar a sair aoinvés de entrar, nenhuma abertura oriunda doprojeto da máquina que facilite a entrada do arexterno foi observada.

A porta de acesso à cabine abreparalela à plataforma, o que facilita

a passagem de acesso ao motor

O sistema de transmissão é 4x2, sistema desuspensão pneumática ativa e os freios são aar comprimido

Fotos Hamilton Ramos e Cultivar

Page 18: Maquinas 69

18 • Novembro 07

O assento ergonômico com suspensãode molas e amortecedor é ajustável em al-tura e posição. Ao lado esquerdo do opera-dor existe um assento auxiliar que pode serutilizado por um instrutor, supervisor ouaprendiz, escamoteável para facilitar o aces-so ao posto de operação.

O volante possui um bem-dimensionadodispositivo para apoio da mão, que simplificamuito o giro em manobras, e regulagem de po-sição com relação ao operador, entretanto, o sis-tema de trava desta regulagem dificulta a ope-ração e deve ser melhorado. A direção é hi-drostática e, na coluna de direção, não se obser-vam mostradores, estando todos (contador derpm, horímetro, marcador de temperatura ecombustível) concentrados em um mostradordigital ergonomicamente posicionado à direitado operador, juntamente com o controlador dapulverização e o painel de controle de aberturae fechamento do sistema de barras.

Todo o sistema hidráulico e as barras sãocontrolados por botões dentro da cabine, comsistema on/off de acionamento, de forma queum operador, com pouco treino, estará apto aoperá-lo adequadamente. No entanto, enquan-to o sistema de abertura e travamento das bar-ras, bem como o de acionamento de acessórioscomo computador e controlador da altura debarras (opcional), estão montados em um pai-nel adequadamente posicionado à direita dooperador, o sistema de controle da geometriadas barras (altura e inclinação) está localizadona parte frontal do braço do assento, totalmen-te fora do campo de visão deste. Também umoutro painel, contendo os controles de ilumi-nação, sistemas de sinalização, indicador ana-

lógico da pressão do ar e as alavancas do acele-rador e freio de estacionamento, está localizadoao lado direito e 0,28 m abaixo do braço doassento, apresentando um acesso relativamen-te complicado. Ambos, por serem de visualiza-ção bastante difícil, dificultam a operação semtirar a visão à frente do operador. Tal fato, asso-ciado a velocidades de operação de até 18 km/h, pode constituir em um ato inseguro, predis-pondo a acidentes.

Ao lado direito e à frente do operador estáposicionado também o controlador eletrônicoda pulverização (marca Arag modelo Bravo300S) que, além de manter constante o volu-me de aplicação e facilitar ações de ligar e desli-

gar seções da barra de pulverização ou alterar apressão de pulverização, ainda permite o con-trole de variáveis da pulverização tais como dis-tância percorrida, área pulverizada, horas tra-balhadas, volume de calda no tanque, volumepulverizado, tensão na bateria e vazão em litrospor minuto. Este controlador mostrou-se defácil regulagem e com excelente interface com ousuário. Opcionalmente, como no caso do equi-pamento avaliado, a Parruda pode ser equipa-da com sistema de navegação com barra lumi-nosa (barra de luz) para controle das faixas deaplicação.

ACESSOS E PLATAFORMASEm função da altura do equipamento, o

acesso à cabine de comando, ao tanque de cal-da e ao motor é realizado através de um siste-ma de escada e plataformas. O acesso à cabineinicia-se por uma escada traseira, com 34 cmde largura e degraus espaçados de 24 cm, com3 cm de piso antiderrapante. Apesar do apoiode mãos e da altura do primeiro degrau melho-rada (0,58 m), o acesso à escada ainda é difi-cultado pela pequena área de acesso (0,64 x 0,60m) proporcionada pela proximidade do siste-ma de barras. A partir da escada, caminha-separalelamente ao tanque de calda por uma pla-taforma lateral com 0,50 m de largura e distan-te 2,13 m do solo, construída com piso antider-rapante, equipada com guarda-corpo com 0,80m de altura e proteção horizontal (três elemen-tos) e vertical, protegendo inclusive um possí-vel deslize dos pés, existente em ambos os ladosdo pulverizador, até atingir-se à cabine de co-mando. Dessa forma, tanto o acesso à cabinequanto a partes superiores do tanque de caldasão possíveis com um grau de segurança bas-tante elevado.

A partir da cabine, até a parte frontal dopulverizador, a plataforma é construída de ele-mento vazado para facilitar a visão do opera-dor. As plataformas de acesso ao motor são con-tinuações das plataformas laterais, inclusi-ve com o guarda-corpo continuando até a me-tade do motor, iniciando então uma termina-ção em forma de arco. Possuem forma acunha-lada, iniciando com 0,50 m próximo à cabine eterminando com 0,30 m na parte frontal do

As plataformas possuem piso antiderrapante eguardas com três elementos distribuídos de forma

a aumentar a segurança do operador

As barras são auto-estáveis e possuemsistema de escamoteamento, para evitardanos em eventuais choques nas pontas

Um monitor digital concentratodas as funções de operação

da máquina

Fotos Hamilton Ramos e Cultivar

O sistema de agitação de calda éhidráulico, com capacidade de até 220

l/min a pressão de 5 bar

Page 19: Maquinas 69

“Da Parruda em 2004 para a Parrudinha em 2007, grande e significativo foi o salto na qualidadee nos aspectos de segurança observados, muitos dos quais já sugeridos na avaliação anterior”

pulverizador. São adequadas ao deslocamentodo operador e também proporcionam um ele-vado grau de segurança.

O sistema de abertura da porta da cabine,deslizante e paralela à plataforma de desloca-mento, facilita tanto o acesso à cabine quanto àplataforma de acesso ao motor, entretanto, oespelho retrovisor, localizado na parte frontalda cabine, sobre a plataforma, dificulta o aces-so à plataforma do motor.

BARRAS DE PULVERIZAÇÃOO sistema de barras é auto-estável (estabi-

lidade independente do movimento do veícu-lo), do tipo pantográfico com molas e amorte-cedores, e o sistema de abertura das barras, ini-cialmente vertical (seção mais próxima ao pul-verizador) e posteriormente horizontal (seçãodas pontas das barras), limita a altura das bar-ras durante esta operação, reduzindo os riscosde choques elétricos, enquadrando-se assim em

padrões internacionais de qualidade e seguran-ça. As barras são construídas de forma a darproteção à barra de bicos, tanto na parte fron-tal quanto na distal, ao longo de toda sua ex-tensão, reduzindo a probabilidade de danosocasionados por choques mecânicos durante asoperações de manobra e deslocamento. Possu-em um sistema de escamoteamento das pon-tas no caso de choque com obstáculos e limita-dores de altura nas extremidades, para impedirque as pontas toquem o solo em situações deinstabilidade temporária. O sistema de levantedas barras, acionado pelo operador de dentroda cabine através de componentes eletrohidrá-ulicos, aliado ao sistema de estabilidade dasbarras, que utiliza amortecedores com nitrogê-nio (N), permite a adequada manutenção erápida correção, quando necessário, da alturada barra ao alvo, mesmo nas maiores velocida-des. Também, a existência de pára-lamas mui-to bem posicionados nos pneus traseiros, im-pede que barro e detritos sejam jogados naspontas de pulverização, danificando ou entu-pindo as mesmas, problema este muito comum

A construção das barras é feita paradar proteção à barra de bicos, tantona parte frontal quanto distal

Page 20: Maquinas 69

20 • Novembro 07

A nova versão possui uma adequada proteçãoinferior do motor, o que reduz a possibilidade

de incidentes com pessoas

em pulverizadores automotrizes em função davelocidade de trabalho elevada.

CIRCUITO HIDRÁULICOO tanque de calda, confeccionado em fi-

bra de vidro, tem capacidade de 2.600 litros,possui quebra-ondas internamente para me-lhorar a estabilidade do conjunto quando emoperação e pode estar equipado com sensoreletrônico do nível de calda, entretanto, umindicador mecânico do nível de calda, colo-cado ao lado da plataforma de acesso na par-te frontal da cabine, é de fácil visualizaçãopelo operador. O sistema de agitação da cal-da é hidráulico, do tipo Venturi, com capaci-dade de até 220 l/min a pressão de 5 bar. Oacesso à boca do tanque através das platafor-mas laterais é bastante facilitado, havendoum desnível de apenas 1,10 cm entre o pisoda plataforma e a boca, sem nenhuma obs-trução lateral, permitindo que possíveis ope-rações manuais de abastecimento sejam rea-lizadas de forma segura.

A bomba de três pistões que equipa o pul-verizador (Montana MP44) possui vazão de160 l/min a 540 rpm e é acionada por um siste-ma de redutor e correias acoplados ao motor.Dessa forma, a rotação de acionamento da bom-ba é alterada em função da rotação do motor etal fato pode interferir na vazão, o que deve serconsiderado no dimensionamento do equipa-mento, principalmente para maiores velocida-des e volumes de aplicação. Considerando-se amaior velocidade recomendada (18 km/h), oespaçamento entre bicos de 0,50 m, um retor-no mínimo de 20% da vazão para o correto fun-cionamento do agitador hidráulico, uma faixade aplicação de 27 m e rotação de 2.500 rpmno motor (540 rpm na bomba), o máximo vo-lume de calda aplicada com o equipamento será158 l/ha.

Um dispositivo de indução para adição deprodutos ao tanque e lavagem das embalagensvazias equipa o pulverizador. Ele está localiza-

do no lado esquerdo da máquina e, em posiçãode operação, a boca de abastecimento situa-sea 1,30 m do solo, altura esta que permite a ope-ração segura com baixo risco de contaminaçãodo operador.

A barra de pulverização, montada no siste-ma de barra úmida (calda circula dentro dabarra), pode ser regulada para trabalhar a altu-ras variando entre 0,50 e 2,20 m, possui 27 mde comprimento e sistema de pulverização di-vidido em cinco seções confeccionadas em açoinox, comportando no total 55 bicos com aco-plamento para três pontas através de engaterápido e sistema antigotejo, espaçados de 50cm. Todas as seções possuem controle indivi-dual de pressão, permitindo a uniformizaçãoda vazão mesmo quando uma ou mais seçõesda barra estão fechadas. Como opções, a barrapode ser fornecida também com 25 metros.Todo o controle e o acionamento das barras sãorealizados de dentro da cabine de comando, semque, no entanto, como recomendam as normasinternacionais de segurança, haja mangueiraspressurizadas dentro da mesma. Todo sistemade pulverização é monitorado pelo controladorda marca Arag, modelo Bravo 300S, localizadona cabine de comando.

CONCLUSÃOFazer a avaliação de pulverizadores é

sempre interessante, principalmente tratan-do-se de trabalho sério como os que são re-alizados com a Revista Cultivar Máquinas,que permite ao avaliador analisar de maneiraisenta as impressões e a funcionalidade decada máquina. Assim, o ponto mais impres-sionante de toda avaliação foi verificar acapacidade da empresa nacional modificare melhorar seus equipamentos. Da Parrudaem 2004 para a Parrudinha em 2007, gran-de e significativo foi o salto na qualidade enos aspectos de segurança observados, mui-tos dos quais já sugeridos na avaliação an-terior. Apesar da impossibilidade da avalia-ção dos aspectos de dirigibilidade e desem-penho, ambos já eram excelentes na máqui-na anterior e, analisando-se a Parrudinha,não há porque imaginar que não estejamainda melhores. Assim, a máquina está ex-celente e esperamos com esta avaliação po-der estar contribuindo ainda mais para oseu processo de melhoria.

Limitador de altura impede que os bicostoquem o chão em condições de

instabilidade temporária das barras

Sistema de abertura e fechamento da bitola émecânico, possibilitando a seleção das larguras

de 2,70, 2,80, 3,00 e 3,20 m

Como a escada é retrátil, poderia ter seuprimeiro degrau mais próximo do solo para

facilitar o acesso à plataforma

Hamilton Humberto Ramos,IAC

M

Fotos Hamilton Ramos e Cultivar

Page 21: Maquinas 69

segurança

Novembro 07 • 21

ANorma Reguladora 31 - NR 31 foipublicada como o anexo 1 da Por-taria nº. 86/2005, do Ministério do

Trabalho e do Emprego e se aplica a quaisqueratividades da agricultura, pecuária, silvicultu-ra, exploração florestal e aqüicultura, verifica-das as formas de relações de trabalho e empre-go e o local das atividades. Também se aplica àsatividades de exploração industrial desenvolvi-das em estabelecimentos agrários (Brasil, 2007).Portanto, a NR 31 se aplica no trabalho comdefensivos químicos, cujas condições de traba-lho proporcionam riscos de intoxicação aos tra-balhadores.

A NR 31 tem por objetivo estabelecer ospreceitos a serem observados na organização eno ambiente de trabalho, de forma a tornarcompatível o planejamento e o desenvolvimentodas atividades da agricultura, pecuária, silvicul-tura, exploração florestal e aqüicultura com asegurança e saúde do ambiente do trabalho.

No que se refere às obrigações, a NR 31determina que cabe ao empregador rural ouequiparado, entre outras, garantir adequadascondições de trabalho, higiene e conforto paratodos os trabalhadores, segundo as especifici-dades de cada atividade.

Como novidade na legislação trabalhistaagrícola, esta norma determina que o emprega-dor é obrigado a realizar avaliações dos riscospara a segurança e saúde dos trabalhadores.Com base nos resultados, adotar medidas deprevenção e proteção para garantir que todasas atividades, lugares de trabalho, máquinas,equipamentos, ferramentas e processos produ-tivos sejam seguros e em conformidade com asnormas de segurança e saúde.

Após a realização das avaliações dos riscosexistentes nas condições de trabalho, o empre-gador é obrigado a informar aos trabalhadoresos riscos decorrentes do trabalho e as medidasde proteção implantadas, inclusive em relação

a novas tecnologias adotadas e os resultados dasavaliações ambientais realizadas nos locais detrabalho.

As medidas de gestão dos riscos adotadaspelo empregador, de acordo com a NR 31, de-vem seguir a seguinte ordem de prioridade: eli-minação dos riscos; controle de riscos na fonte;redução do risco ao mínimo através da intro-dução de medidas técnicas ou organizacionaise de práticas seguras inclusive através de capa-citação; adoção de medidas de proteção pesso-al, sem ônus para o trabalhador, de forma acomplementar ou caso ainda persistam tem-porariamente fatores de risco.

Estas obrigações dos empregadores seguemuma ordem lógica de atividades que se iniciacom a avaliação do risco que suas condições detrabalho oferecem aos trabalhadores, determi-nar a segurança das suas condições de traba-lho, adoção e avaliação da eficácia das medidasde segurança implementadas. Finalmente, di-

Avaliandoos riscos

Avaliandoos riscos

O uso de EPIs na aplicação de defensivos agrícolas, muito mais doque uma obrigação, é uma necessidade para preservar a integridadefísica do operador. Para não se expor a riscos são necessáriasavaliações detalhadas dos fatores que fazem parte do processo

O uso de EPIs na aplicação de defensivos agrícolas, muito mais doque uma obrigação, é uma necessidade para preservar a integridadefísica do operador. Para não se expor a riscos são necessáriasavaliações detalhadas dos fatores que fazem parte do processo

Charles Echer

Page 22: Maquinas 69

22 • Novembro 07

Situações de extrema exposição sãoencontradas regularmente nasaplicações de produtos fitossanitários

vulgação para os empregados os resultados dasavaliações e a eficácia das medidas de seguran-ça adotadas.

Diante destas novidades, a primeira pergun-ta que surge na cabeça do empregador é comofazer tudo isto? E a segunda, quem faz a avali-ação de risco de intoxicação com os agrotóxicose da eficácia das medidas de segurança?

Respondendo a segunda pergunta, institui-ções como a Unesp, fazem essas avaliações nolaboratório de Ecotoxicologia dos Agrotóxicose Segurança no Trabalho, especializado na áreade atividades em pesquisa, ensino e prestaçãode serviços à comunidade desde 1989.

Agora, respondendo a primeira pergunta, aavaliação de risco das condições de trabalho comagrotóxicos deve ser de acordo com os procedi-mentos preconizados pela ciência de higieneocupacional, que são: antecipação, reconheci-mento, avaliação e controle dos riscos e avalia-ção da eficácia das medidas de segurança im-plementadas. Portanto, inicia-se o processo com

a identificação das condições de trabalho espe-cíficas do empregador. Isto porque o risco deintoxicação é quantificado com base na toxici-dade do defensivo em uso e na exposição pro-porcionada pela condição de trabalho ao em-pregado.

Após a identificação das condições de tra-balho quantificam-se as exposições dérmicas erespiratórias em condições reais de campo. Asexposições dérmicas são quantificadas em ves-timentas amostradoras que cobrem todas aspartes do corpo do trabalhador e a respiratória,em cassetes, com filtros específicos, conectadosa bombas pessoais de fluxo de ar contínuo.

Geralmente são avaliadas as exposições po-tenciais, sem nenhuma medida de segurança,e com as medidas de segurança em uso ou quepoderiam ser utilizadas. Para avaliar a eficáciadas vestimentas de proteção individual as ves-timentas amostradoras são usadas embaixo dasmesmas e em condições normais de trabalho.

Desta forma, determina-se o risco potenci-

al de cada condição de trabalho e, por diferen-ça das avaliações, a eficácia das medidas de se-gurança.

A determinação da segurança das condi-ções de trabalho com os defensivos é realizadacom o cálculo da margem de segurança (MS)por meio da fórmula proposta por Severn(1989), modificada por Machado Neto (1997),que é a seguinte: MS = (NOEL x Peso) / (QAEx FS), onde:

NOEL = nível de efeito não-observável,estabelecido para cada defensivo em testes deavaliação da toxicidade crônica com animais delaboratório, e expresso em mg/kg/dia. Este é oparâmetro da toxicidade do defensivo que subs-titui o limite de tolerância (TL) estabelecidona NR 15 – Atividades e operações insalubres(Atlas, 2003). É importante ressaltar que a NR15 apresenta os princípios norteadores que per-mitem a implantação de um programa de higi-ene ocupacional.

A quantidade de produto resultante damultiplicação do NOEL pelo peso corpóreo dotrabalhador é denominada de dose segura, ouseja, uma quantidade do produto consideradacomo sem significado toxicológico.

QAE = quantidade absorvível da exposi-ção, ou seja, quanto das exposições dérmica erespiratória que podem ser absorvidas, entrarna corrente sanguínea do trabalhador, atingir osítio de ação e causar intoxicação. Nos casosdos defensivos que não existem estudos daabsorção dérmica, a absorção dérmica pode serconsiderada como cinco, dez ou 20% da expo-sição quantificada durante uma jornada diáriade trabalho. Na via respiratória, a absorção é de100% da exposição avaliada. Entretanto, nascondições de campo as exposições respiratóriassão avaliadas e classificadas como toxicologica-mente insignificantes (Machado Neto, 1997).

Equipe utilizando todo o Equipamentode Proteção Individual necessário para

aplicações específicas

O uso correto de EPIs garante a integridade dasaúde do operador, mesmo quando o trabalho

envolva produtos perigosos

Joaquim explica o objetivo da NR 31que determina quais são as condições

adequadas de trabalho

Fotos Joaquim Neto

Men

otti

Mat

oso

Juni

or

Page 23: Maquinas 69

“A NR 31 se aplica no trabalho com defensivos químicos, cujas condiçõesde trabalho proporcionam riscos de intoxicação aos trabalhadores”

Parâmetros

Exp. Dérmica (mg/dia)Exp. Respiratória (mg/dia)

Eficácia dos EPIs (%)MS

NCE (%)

Sem EPIs8.190,000,00001

-0,70

30,00

Com EPIs287,00

0,00000196,5

20,210,00

Condições de trabalho

Tabela 1 - Valores das exposições dérmicas e respiratóriasavaliadas nas condições de trabalho de preparação de caldano tanque da cobridora e aplicadora ao inseticida no plantiode cana-de-açúcar e de MS e NCE

Figura 2 - Distribuição da exposição dérmica nas partes do corpo do trabalhador nas condições de trabalho de preparaçãode calda no tanque da cobridora aplicadora do inseticida no plantio de cana-de-açúcar, sem e com o uso de EPIs

Joaquim Gonçalves M. Neto,FCAV/Unesp

FS = fator de segurança: utilizado paracompensar a extrapolação do valor do NOEL,obtido em animais de laboratório, para o ho-mem. Este valor pode ser: 10, 25 ou 100. Paraos agrotóxicos em geral utiliza-se o valor de 10(Machado Neto, 1997).

O critério de aceitabilidade do risco, ou desegurança das condições de trabalho, com estaabordagem, de acordo com Machado Neto(1997), é o seguinte:

A condição de trabalho é classificada comosegura se o valor da MS for maior ou igual a 1(MS =), o risco de intoxicação é aceitável e aexposição tolerável. Neste caso, do ponto devista toxicológico, não há necessidade de se uti-lizar qualquer medida de segurança, pois a con-dição de trabalho não oferece risco de intoxica-ção do trabalhador.

A condição de trabalho é classificadacomo insegura se o valor da MS calculadafor inferior a 1 (MS < 1), o risco de intoxi-cação é inaceitável e a exposição intolerá-

vel. Nestas condições há necessidade de seadotar medidas de segurança, pois há a pos-sibilidade de intoxicação do trabalhador comos defensivos em exposição. Nestas situa-ções surge a seguinte pergunta: quanto quese deve controlar das exposições para tor-nar estas condições de trabalho seguras?Este parâmetro pode ser calculado com fór-mula proposta por Machado Neto (1997),que é a seguinte:

NCE = (1- MS<1) x 100, onde NCE =necessidade de controle da exposição (%).

A partir deste cálculo é que se selecionamas medidas de segurança que proporcionemeficácia suficiente para atender a NCE calcula-da.

Na Figura 2 verificam-se os resultados dadistribuição da exposição dérmica à formula-ção do inseticida nas partes do corpo do traba-lhador na atividade de preparação de calda notanque da cobridora aplicadora de inseticida noplantio de cana-de-açúcar. Verifica-se que a ex-

posição dérmica proporcionada ao trabalhadorconcentrou-se quase que totalmente nas mãos,que são as partes do corpo que entram em con-tato direto com a embalagem do produto.

Na Tabela 1 se encontram os resultadosdas avaliações das exposições dérmicas e res-piratórias do trabalhador a um tipo de inse-ticida, na formulação do produto, a eficáciados Equipamentos de Proteção Individual(EPIs), e os cálculos de MS e NCE. A condi-ção de trabalho de preparação de calda do in-seticida sem proteção individual classifica-secomo insegura (MS < 1), mas com o uso dosEPIs tornou-se segura (MS > 1). Isto porquea eficácia dos EPIs no controle da exposiçãodérmica foi de 96,5%, mais do que a NCEcalculada em 30%. A alta eficácia dos EPIsdeve-se à eficácia das luvas, que protegem peloprincípio de proteção por impermeabilizaçãoe são altamente eficazes.

Desta forma fica demonstrada a forma dese atender as obrigações do empregador conti-das na NR 31 no que se refere à avaliação dorisco, controle e a avaliação da eficácia das me-didas de segurança utilizadas. M

Page 24: Maquinas 69

24 • Novembro 07

BC 4500

Depois de muita expectativa e es-peculações, a Valtra colocou nomercado suas duas primeiras

colheitadeiras para grãos. Na edição destemês apresentamos em primeiríssima mão aficha técnica de um desses modelos, a BC4500, o modelo mais básico, classe IV, deúltima geração, destinada ao pequeno emédio produtor agrícola. Segundo a própriaempresa, a máquina é robusta, ágil, funcio-nal, com ótimo desempenho em qualquertipo de cultura, extremamente fácil de ope-rar e apresenta a melhor relação custo/be-nefício do mercado. Para acabar com suacuriosidade, preparamos uma ficha técnicacompleta do modelo, onde explicamos to-dos os seus detalhes de funcionamento.

PLATAFORMA DE CORTEA Valtra BC 4500 é equipada com a pla-

taforma de corte flexível série 500, robustae de fácil manutenção. Seu sistema flexívelé sustentado por uma estrutura pantográfi-ca apoiada sobre deslizadores de poliureta-no permitindo uma melhor e rápida adap-tação a qualquer tipo de irregularidade doterreno sem alterar o ângulo de ataque das

navalhas.Outro recurso disponível nas platafor-

mas Valtra série 500 é o ajuste da barra denavalhas para baixo em 5°, possibilitando,mesmo em condições extremas e de baixainserção de vagens, o corte contínuo, uni-forme e rente ao solo.

O caracol de abas largas e de grande di-âmetro garante uma alimentação uniformee suave à colheitadeira, mesmo em culturascom grandes volumes de palha. O molinetepode ser ajustado em todas as suas funçõesda cabina do operador eletro/hidraulicamen-te, subir ou descer, avançar ou recuar e au-mentar ou diminuir a rotação.

Os tamanhos das plataformas de corteflexíveis Valtra série 500 disponíveis para aBC 4500 são de 16 (4,80 m), 18 (5,50 m) e20 pés (6,10 m).

FUNÇÕES DE CORTEDurante a colheita de culturas de baixa

inserção, muito próximas ao solo, os con-troles de altura de corte e inclinação lateralsão feitos de forma automática pelos siste-mas de monitoramento da colheitadeira eplataforma, possibilitando um acompanha-

mento preciso das irregularidades do terre-no. Também de forma automática, a veloci-dade do molinete é ajustada proporcional-mente em relação à velocidade de desloca-mento em colheita da máquina, diminuin-do perdas, fadiga operacional e possibilitan-do ao operador um melhor controle de suasatividades.

CANAL ALIMENTADORO canal alimentador da BC 4500 utili-

za uma esteira composta por três correntese duas filas de travessas bipartidas desen-contradas e tambor dianteiro flutuante. Esteconjunto maximiza o fluxo de material eassegura uma alimentação constante e uni-forme ao cilindro de trilha.

Para facilitar a servicibilidade do con-junto, todas as travessas são parafusadas àscorrentes e as correntes das esteiras por suavez, são tencionadas por molas. O canal ali-mentar conta também com um sistema dereversão elétrica do material colhido, con-ferindo ao conjunto de alimentação umaexcelente versatilidade operacional.

TRILHAO sistema de trilha da Colheitadeira

Valtra BC 4500 é convencional (tangenci-al) mantendo a versatilidade da máquina epermitindo o seu uso na mais ampla gamade culturas e condições de colheita. O cilin-dro trilha é de alta inércia, com 600 mm dediâmetro e largura de 1.270 mm, somado aárea de 0,82 m² e 119° de envolvimento docôncavo.

A regulagem da rotação do cilindro detrilha é elétrica e feita da cabina do opera-dor, variando continuamente de 410 a 1.220rpm. O espaçamento frontal e traseiro docôncavo em relação ao cilindro de trilha podeser ajustado independentemente (exclusi-vo), o que traz significativa vantagem ope-racional à máquina, diminuindo conside-

Sim, é ValtraPode até soar estranho aos ouvidos dos leitores, mas estamos apresentandonesta edição a mais recente novidade da Valtra no Brasil. Trata-se da BC4500, uma colheitadeira classe IV, voltada para médios produtores

A plataforma de corte é flexível, da série 500, e está disponível paraa BC 4500 nos tamanhos de 16 (4,80 m), 18 (5,50 m) e 20 pés (6,10 m)

Page 25: Maquinas 69

Novembro 07 • 25

“A maquina é robusta, ágil, funcional, com ótimo desempenho em qualquer tipo de cultura,extremamente fácil de operar e apresenta a melhor relação custo/benefício do mercado”

ravelmente o uso de chaves ou paradas paraajustes dos tirantes.

A transmissão indireta por variador ecorreia do cilindro de trilha permite ao ope-rador maior gama de rotação, o que possibi-lita ajustar a rotação correta para cada cul-tura e condição.

SEPARAÇÃOA área de 5,25 m² de separação da BC

4500 é composta por cinco saca-palhas defundo aberto. Esta ampla área de separaçãosomada à alta inclinação do primeiro degraudo saca-palhas permite reduzir a velocida-de do avanço do material, aumentando otempo de permanência sobre os saca-palhas,permitindo uma completa separação dosgrãos da palha. O bandejão de recolhimen-to, localizado sob os saca-palhas e com mo-vimento alternado e independente, propor-ciona uma distribuição uniforme dos grãospor toda sua extensão, melhorando, assim,o trabalho de separação do grão da palha.

LIMPEZAA eficiência do sistema de limpeza da

Colheitadeira BC 4500 é caracterizada pelaexcelente capacidade de separação da palhado grão. O movimento oscilante do bande-jão principal permite uma entrega unifor-

me e igual do material às peneiras, propor-cionando um melhor aproveitamento dos3,84 m² de área total de limpeza.

As peneiras por serem bipartidas facili-tam a sua retirada e a sua instalação, tra-zendo uma maior agilidade nas operaçõesde limpeza e/ou de manutenção.

Para os terrenos inclinados, a empresadisponibilizou divisores de peneiras altosque evitam o transbordo de grãos de umaseção à outra, diminuindo as perdas e au-mentando a produtividade.

O conjunto de ventiladores da Colhei-tadeira Valtra BC 4500 é único no mercadoe é do tipo axial, duplo, disposto vertical-mente e com velocidade fixa de 1.760 rpm.

Este conjunto garante o correto volume epressão de ar em toda a caixa de peneiras,obtendo grãos mais limpos, mesmo em cul-turas sujas. A regulagem do fluxo de ar éfeita através de uma abertura e fechamentoda entrada de ar, via comando elétrico, comindicação de abertura no monitor HiVisi-on.

RETRILHAA retrilha é do tipo independente, com-

posta por dois rotores com elementos de tri-lha localizados nas laterais da máquina. Es-tes elementos de trilha podem ser monta-dos conforme a cultura, liso no caso de soja/milho ou dentado, no caso de trigo.

Este sistema assegura a completa sepa-ração dos grãos e uma maior capacidade de

Cinco saca-palhas de fundo aberto e bandejão derecolhimento com movimento alternado independente

A BC 4500 vem equipada com motor Sisu Diesel 620 DSR de 190 cv de potêncialíquida e já está homologado para trabalhar com diesel ou biodiesel B20

Fotos Valtra

Page 26: Maquinas 69

26 • Novembro 07

trilha efetiva, pois não existe retorno dematerial não-trilhado ao cilindro para serreprocessado.

TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E DESCARGAO tanque de grãos com capacidade de

5.200 litros e somado aos 86 l/s de vazãode descarga (maior da categoria) minimi-za consideravelmente o tempo de máqui-na parada para a atividade de descarga,aumentando conseqüentemente a produ-tividade e a performance da colheitadeirano campo.

O tubo de descarga tipo torre, com al-tura máxima de 4.500 mm, permite a des-carga de grãos em qualquer posição e facili-ta a operação estática ou em movimento,evitando as perdas de tempo sistemáticas.

Um sensor de tanque cheio alerta o ope-rador da necessidade de descarga evitandoa perda acidental de grãos acendendo as lu-zes das balizas giratórias e, ao mesmo tem-po, avisa a carreta transportadora de grãosda necessidade de descarga.

MOTORA BC 4500 vem equipada com motor

Sisu Diesel 620 DSR de 190 cv de potêncialíquida. Desenvolvido exclusivamente paraaplicação agrícola, este motor confere eco-nomia e performance superiores em qual-quer condição de colheita ou topografia ealiado ao baixo custo de manutenção e du-rabilidade, oferece o melhor custo/benefí-cio do mercado.

Os motores Sisu Diesel estão homolo-gados para trabalhar com diesel ou biodie-sel B20, ou seja, 80% de diesel e 20% de

biodiesel na mistura

SISTEMA ELETRÔNICOO sistema de controle eletrônico utiliza

o Can Bus, sistema é composto por trêsmódulos localizados em pontos estratégicosda colheitadeira e realizam o controle e ogerenciamento das funções da plataformade corte, do canal alimentador, do cilindrode trilha, do ventilador, dos sensores e dopicador de palhas. É um sistema simples,compacto e de alta confiabilidade. Todos osmódulos possuem um sistema de vedaçãocontra poeira e umidade.

CABINEO conforto operacional durante a longa

jornada diária de trabalho é garantido pela

cabine centralizada, climatizada por ar con-dicionado, isolamento termoacústico, comcontroles e alavanca multifunções integra-dos ao assento e grande área envidraçada.

O sistema de iluminação é composto porseis faróis de trabalho e dois faróis de trans-porte com grande capacidade de ilumina-ção, permitindo prosseguir com o trabalhodurante a noite e com total segurança naoperação.

A alavanca multifunções traz uma sériede controles integrados e que facilitam aoperação diária de colheita, sendo ela res-ponsável pelo deslocamento da máquina,controle da plataforma, abertura e fecha-mento do tubo descarregador.

O monitor HiVision é fácil de operar ecentraliza todas as informações funcionaisda colheitadeira em um único terminal LCDde tela colorida. O terminal é de fácil nave-gação, visualização e integração com o ope-rador, permitindo realizar todo o monitora-mento e controle dos sistemas, como mo-tor, sistema hidráulico, rotação dos eixos,perda de grãos e também armazena os his-tóricos da máquina e da colheita.

PICADOR DE PALHAO picador de palhas da Colheitadeira

BC 4500 é acionado simultaneamente como sistema de trilha. Suas facas e contrafa-cas são distribuídas da forma a garantir o

Polias e correias têm acesso facilitado,para manutenções periódicas

O tanque de grãos temcapacidade para 5.200 litros

Fotos Valtra

Page 27: Maquinas 69

Novembro 07 • 27

“O conforto operacional durante a longa jornada diária de trabalho égarantido pela cabine centralizada, climatizada por ar condicionado”

M

ModeloClasseSistema de trilhaMotorPropulsãoConfigurações disponíveisPeso aproximado sem plataforma de corte

Tipo

Cilimdro de trilha: Diâmetro/Largura (mm)VelocidadesÂngulo de envolvimentoÁrea de trilhaRotaçãoRetrilha

QuantidadeÁrea

Área total das peneirasVentiladores de limpezaRotação

Tanque de grãos - CapacidadeDescarga de grãos

Marca/modeloPotência líquidaTorque máximo @ rpmReservatório de combustível

Acionamento hidrostático

PosicionamentoMonitorIluminação

Especificações geraisBC4500

IVCilindro tangencial – oito barras

Sisu Diesel 620 DSRTransmissão hidrostática de três velocidades

Grãos8.570 kg

Esteira com três correntes heavy duty e travessas bipartidas

600/1.270410 a 1.220 rpm/Ajuste elétrico

119º0,82 m²

1.430 rpm, com motor a 2.530 rpmIndependente, com um rotor em cada lado da máquina.

5/Fundo aberto5,25 m²

84 m²Ventiladores axiais, duas unidades, oito pás cada

1.760 rpm

5.200 litros86 litros/segundo

Sisu/Valtra – 620 DSR Turboalimentado190 cv* (NBR ISO 1585) @ 2.500 rpm

670 Nm @ 1400 rpm450 litros

Caixa de câmbio três velocidades

Central/ClimatizadaCentral HiVision

seis faróis de trabalho, dois faróis principais de transporte, um farol auxiliar do tubode descarga, um farol traseiro para manobra, duas lanternas indicativas de direçãodianteiras, duas lanternas indicativas de direção e freio traseiras, balizas giratória

dianteira e traseira (opcionais).

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO

SISTEMA DE TRILHA

SISTEMA DE SEPARAÇÃO (Saca-palhas)

SISTEMA DE LIMPEZA

TRANSPORTE, ARMAZENAGEM E DESCARGA DE GRÃOS

MOTOR

SISTEMA DE TRANSMISSÃO

CABINE

corte e a distribuição uniforme dos resídu-os da colheita mesmo em culturas compalhas resistentes e/ou úmidas. O desenhoe a distribuição dos difusores otimizam acapacidade de distribuição da palha, aten-dendo toda a extensão de corte feita pela

A cabine centralizada é ampla, climatizada, possuiisolamento acústico e boa área envidraçada

Alavanca multifunções traz uma série de controlesintegrados para facilitar as operações diárias

O monitor de HiVision apresenta todas asinformações funcionais da máquina

plataforma e promovendo uma rápida de-composição dos resíduos picados favore-cendo a atividade de plantio direto. Alemdisto, através do deslocamento de uma cha-

pa defletora interna, localizada sobre o pi-cador, podemos eliminar a ação do conjun-to, mantendo a palha íntegra para possívelenfardamento. M

Page 28: Maquinas 69

28 • Novembro 07

manutenção

Motores de combustão internarequerem inspeções em com-ponentes de difícil acesso para

identificar falhas relacionadas com a combus-tão e com a lubrificação. O procedimento ge-ralmente usado para detectar danos na câma-ra, nas válvulas, nas paredes dos cilindros e pis-tões é a desmontagem do motor num intervalode tempo ou quilometragem pré-definido.

Como alternativa aos métodos de inspeçõestradicionais, que são muito trabalhosos e len-tos, surgem técnicas mais eficientes e econô-micas como uma das soluções apresentadas pelaShell, o Videocheck. Trata-se de um diagnósti-co que possibilita a análise visual das superfíci-es de peças não-visíveis a olho nu. Uma lentecolocada em uma sonda, em processo seme-lhante ao realizado no exame médico de en-doscopia, envia as imagens internas captadas aum monitor de alta resolução.

O sistema é uma das soluções oferecidasaos clientes nos segmentos agrícola, transpor-te, industrial, aviação e marítimo. Essa ferra-menta permite que a manutenção dos equipa-mentos agrícolas e da frota deixe de ser correti-va, para se tornar preditiva. Entre outros bene-fícios do serviço, além da redução dos custos,está o monitoramento da eficiência funcional eo fato de ser desnecessário tirar de operação oequipamento que está em avaliação. O Video-

Sem desmontarNovidades na área de

manutenção de motorespossibilitam checar danos,

desgastes e a qualidade doslubrificantes sem a

necessidade de abrir o motor

O sistema permite avaliar as reais condições domotor e diagnosticar causas, por exemplo, de

problemas que causam baixa do óleo

Shel

lCu

ltiva

r

Page 29: Maquinas 69

“Motores de combustão interna requerem inspeções em componentes de difícilacesso para identificar falhas relacionadas com a combustão e a lubrificação”

check facilita programar a manutenção e apre-senta maior confiabilidade em relação ao mé-todo tradicional de análise, pois alcança partesque são inacessíveis mesmo com o motor des-montado.

Uma análise interna detalhada do motoré capaz de revelar o estado de componentescomo cabeça de pistão, camisa, cabeçote e vál-vula, além de verificar o comportamento dacombustão. Dependendo do tipo de resíduoencontrado ou do tipo de desgaste verificadonos componentes é possível identificar a ori-gem do mau funcionamento do motor. Quan-do se certifica um excesso de carbonização oupresença de resíduos, por exemplo, significaque há falhas no sistema de injeção, lubrifica-ção ou que produtos de baixo desempenhoestão sendo utilizados.

Ao ser identificado algum problema, osmecânicos e os responsáveis pela manutençãosão avisados para que a empresa decida quaisprocedimentos serão adotados em relação àque-la máquina. Posteriormente envia-se um lau-do, revisado por supervisores, com fotos da vi-deoscopia.

O equipamento é composto por uma son-da de fibra óptica com uma câmera digital, gui-ada por um controle manual (joystick). Há tam-bém uma caixa emissora de luz e uma unidadede processamento de dados, aparelhagem per-feitamente operável por um único técnico. Demodo geral, com os equipamentos ou veículosdevidamente preparados, em oito horas é pos-sível avaliar seis motores.

A primeira inspeção com esse sistema noBrasil foi realizada em 2004 pela Shell, queainda é a única empresa que oferece esse servi-ço no setor de máquinas agrícolas e frotas deveículos pesados.

Outra ferramenta de manutenção prediti-va que a empresa oferece é o Shell e-Quip, quepermite monitorar as condições de um motor acombustão ou equipamento industrial por meio

da análise do lubrificante usado. O equipamen-to foca nas condições dos ativos do cliente, aocontrário de outros serviços semelhantes queem geral visam conhecer simplesmente as con-dições dos lubrificantes.

O processo começa com a coleta de amos-tras de óleo usado e o envio do material ao la-boratório da Shell. Durante a fase de análisesão feitos diversos ensaios para verificar a con-dição do lubrificante, o desgaste de componen-tes do equipamento e também eventuais con-taminações, em decorrência de água, poeira,diluição de combustível e outros lubrificantes.Em seguida, engenheiros especialistas em di-agnósticos de falha em equipamentos analisamas informações dos ensaios e estudam as cau-sas fundamentais dos problemas detectados,sugerindo ações corretivas para eliminar as fa-

lhas em sua origem.As informações das análises e diagnósticos

podem ser gerenciadas pelo cliente por meio deum site. Assim, o gestor da manutenção é ca-paz de acompanhar a qualquer hora, em tem-po real, o status de seus equipamentos, mesmoque não esteja próximo aos ativos. A manuten-ção deixa de ser baseada no tempo, o que re-quer longas paradas para substituição de com-ponentes e passa a ser gerenciada pelas condi-ções dos equipamentos. Isso permite a tomadade ações precisas, de forma a garantir que asmáquinas operem com segurança e as interven-ções sejam realizadas atendendo às necessida-des reais.

USO ASSOCIADOÉ comum o uso associado das duas ferra-

Cultivar

Page 30: Maquinas 69

30 • Novembro 07

mentas em equipamentos críticos, vitais ouúnicos, que tenham papel importante na pro-dução ou mesmo uma função associada à se-gurança. Em geral, realiza-se o acompanhamen-to sistêmico dos ativos com o Shell e-Quip e,na medida em que são detectadas condiçõesanormais, agregam-se os benefícios visuais doShell Videocheck para ter uma visão completada situação.

Uma das grandes vantagens do uso associ-ado dos sistemas é possibilitar a extensão doperíodo entre retíficas dos motores movidos adiesel. Habitualmente, determina-se a execu-ção desse serviço por alguns sinais de problemados motores (alto consumo de lubrificantes oude diesel, perda de potência e a quilometragemrodada do motor). Com as ferramentas de di-

agnóstico é possível definir com precisão se re-almente há necessidade da retífica do motor ouse os problemas têm origens distintas.

A economia trazida por evitar a aberturadesnecessária de um motor pode variar entre

R$ 4 mil e R$ 10 mil por motor. As ferramen-tas proporcionam também, por exemplo, a re-dução do custo da indisponibilidade dos equi-pamentos por problemas de manutenção, quan-do o equipamento parado para intervençãodeixa de gerar receita para o cliente.

VANTAGENSAlém de evitar custos de intervenções des-

necessárias de manutenção, essas ferramentaspermitem ainda alcançar outros importantesbenefícios adicionais, como aumento da confi-abilidade dos equipamentos, melhoria da dis-ponibilidade da frota, extensão da vida útil dosativos, economia de combustíveis e aumentoda segurança operacional.

O serviço também está disponível em ou-tros países da América Latina, como Peru eArgentina.

Cezar explica o funcionamento doShell e-Quip e do Shell Videocheck

para diagnóstico de motores

Cezar Galate Cerbam,Shell Lubrificantes

O Shell e-Quip permite, através da análisede amostras do lubrificante usado, um

diagnóstico das condições do motor

M

Fotos Cultivar

Page 31: Maquinas 69

segurança em silos

Novembro 07 • 31

Desastres provocados por explo-sões em silos, felizmente, nãoacontecem com muita freqüên-

cia, porém quando ocorrem são devastado-res, ceifando vidas e inutilizando instalações.No Brasil, são poucos os relatos sobre a ocor-rência de explosões em unidades de arma-zenagem, secagem e beneficiamento degrãos.

Nestas instalações, o pó em suspensão égerado nas diversas etapas das operaçõesindustriais, mesmo após a limpeza, pois oimpacto fragmenta e escarifica os grãos, con-tribuindo para o surgimento de materiaispulverulentos. O fenômeno da explosão porpó é passível de ocorrer nestes ambientes esua conseqüência inviabiliza estruturas e,em sua maioria, tem-se um grande númerode vítimas. Por isso, é indispensável que oconhecimento deste evento esteja sempreem evidência nos critérios de planejamentoe no dia-a-dia nas instalações. As condiçõesde trabalho, de manutenção de equipamen-tos e de instalações, e a falta de orientaçãoaos funcionários podem ser alguns dos fa-

tores que contribuem, diretamente, para odesencadeamento deste fenômeno.

É evidente que, com o intuito de preser-var seu patrimônio e garantir a segurançade seus funcionários, devem se tomar me-didas preventivas para evitar a ocorrênciade explosões, de incêndios e de problemasde saúde dos funcionários devido ao pó.Neste caso, a limpeza periódica ou em diasde grande volume de recebimento de grãos,torna-se uma ferramenta muito útil e efi-caz, garantindo um local de trabalho sau-dável e, nesta conjuntura, seguro. De certaforma, indiretamente, as cobranças de ór-gãos que fiscalizam e regulamentam a po-luição ao meio ambiente têm contribuídopara minimizar o risco de explosão por póde cereais, exigindo destes tipos de instala-ções industriais mecanismos que minimi-zem sua geração, não só de forma mitigado-ra como preventiva.

PÓO pó é percebido na maioria das vezes so-

mente como um agente pulverulento agressi-

vo aos olhos, transmissor de doenças e res-ponsável por sérios problemas respiratóriosaos trabalhadores. A negligência dos operá-rios ou desatenção de seus coordenadoresem não utilizar equipamentos adequados àproteção pessoal e de suas instalações, nãoatendendo às normas de segurança, deixa àmercê deste evento brutal o patrimônio e avida de seus funcionários.

Este poderoso material esconde por sualeveza algumas características físicas de altorisco. O pó pode explodir, quando em con-tato com uma fonte de ignição, em localconfinado e sob suspensão, fatores que po-dem ser conseqüentes das operações nor-mais as quais os grãos são submetidos. Estematerial tem grande superfície específica,ínfima granulometria e grande capacidadede dispersão. Por sua natureza, é um mate-rial orgânico e de alta higroscopicidade, po-dendo por pouco tempo exposto a tempera-turas não muito elevadas perder facilmentea umidade, que em conjunto a outros ele-mentos transforma-se em um material ex-plosivo.

Durante as operações a que se submeteuma massa de grãos, a quantidade de pógerada está relacionada com a constituiçãodos grãos e o volume manipulado, este últi-mo chegando a até 1%, e sua composiçãopode variar, conforme apresenta a Tabela 1.

Condições especiais são necessárias paraque ocorra a explosão por pó e devem, paraa plenitude do fenômeno, estar presentessimultaneamente. Quando uma mistura dear e pó suspenso em ambiente confinadoencontra uma fonte de ignição com sufici-ente energia, o oxigênio presente serve comocomburente e o pó como combustível e de-vido a sua grande superfície específica, o pó,queima rapidamente, resultando em umaexplosão. Uma explosão inicia-se quandoum estímulo exterior provoca um aumentode energia cinética no explosivo, levando àquebra das ligações das moléculas afetadas,provocando a sua decomposição e conse-qüente liberação de energia, propagando oefeito às moléculas adjacentes e provocan-do o efeito de “reação em cadeia”. Ao atin-gir a superfície do explosivo, esta energia éliberada para o meio envolvente, criando,

Bomba de cereaisO pó que existe no interior das unidades armazenadoras de grãos, resultante da açãoabrasiva, da fricção entre os grãos e da grande movimentação da massa, é um fatorque dificulta o trabalho dos operadores e coloca em risco a armazenagem, podendo

transformar as instalações em verdadeiras bombas gigantes

Div

ulga

ção

Page 32: Maquinas 69

32 • Novembro 07

entre outros efeitos, um aumento da pres-são, devido ao aumento brusco da quanti-dade de gases, criando uma “onda de cho-que”, ondulatória e com propagação radiale centrífuga, decrescendo a sua velocidadea partir do ponto de explosão.

Esta fonte de ignição com energia sufi-ciente para a ocorrência de explosões podedecorrer, por exemplo, de equipamentoscomo maçaricos, de faíscas provindas desoldas elétricas utilizadas durante as manu-tenções das instalações das Unidades deBeneficiamento ou Armazenadoras deGrãos, atrito de partes metálicas de máqui-nas, entre outros. A explosão poderá, então,ocorrer quando no local de trabalho não ti-verem sido realizadas limpezas periódicas eo pó acumulado, ao entrar em suspensãopela movimentação de pessoal ou quando alimpeza ocorre em conjunto com a manu-tenção, iniciar a primeira deflagração, cau-sando vibrações pela onda de choque, quepor sua vez irá agitar mais pó acumulado,desencadeando explosões subseqüentes,sendo a última sempre mais violenta que aanterior.

Em uma Unidade de Beneficiamento deGrãos (UBG), os silos, sejam eles metálicosou de concreto, são as instalações onde ocor-

re o maior risco de explosão, por se trata-rem de locais confinados e por sua caracte-rística industrial produzir altas quantidadesde pó em pouco tempo de trabalho, princi-palmente durante as operações de carga edescarga.

SEGURANÇAEstatísticas realizadas nos EUA entre

1970 e 1980 evidenciaram que os princi-pais equipamentos e/ou locais críticos aosurgimento destes acidentes são: moinhos etrituradores, elevadores, transportadores,

coletores de pó e silos e secadores. As prin-cipais instalações que sofreram acidentes porexplosão de pó são: instalações de silos ar-mazenadores, moinhos de alimentos balan-ceados, instalações de processamento demilho e moinhos de farinha, conforme.

Algumas variáveis devem ser observadasquanto ao risco de explosões por pó, poisexistem limites críticos de ocorrência deexplosão de pó de grãos agrícolas, demons-trados na Tabela 2.

A observância destas variáveis poderáauxiliar na tentativa de inibir a ocorrênciadeste fenômeno, bem como no desenvolvi-mento de métodos de prevenção. Evitar oacúmulo de pó sob pisos, máquinas e mo-tores, controlando sua geração, e instalarsistemas de aspiração e exaustão do pó sãomedidas básicas para diminuir os riscos paraa suspensão e concentração dentro do in-tervalo de risco, sempre em conformaçãocom as normativas e exigências dos órgãosambientais e do trabalho.

A aplicação de óleo mineral sobre osgrãos, geralmente em transportadores, emcasos mais críticos, evita eficazmente a for-mação de pó, minimizando a contamina-ção ambiental e assegurando a retenção depó explosivo em suspensão pela planta in-dustrial, contudo, nenhum sistema substi-tui a necessidade da máxima limpeza dasinstalações.

A observância de alguns cuidados quan-do da elaboração e implantação de proje-tos de unidades armazenadoras são: a) do-tar os ambientes como túneis, galerias epontos de carga e descarga de grãos comsistemas de captação de pó; b) instalar sis-tema de captação de pó em elevadores decaçambas e tubulações de transporte de

Tabela 1 – Quantidades dos constituintes das partículas de pó

ConstituiçãoUmidade

CarboidratosProteínasLipídiosFibras

Quantidade (%)5 a 11

30 a 706 a 201 a 47 a 15

VariáveisTamanho de partícula

ConcentraçãoTeor de umidade do grãoÍndice de oxigênio no ar

Energia de igniçãoTemperatura de ignição

Limites Inferiores e Superiores<0,1mm

20 a 4000g de pó/m3 de ar<11%>12%

>10MJ – 100MJ410 – 600ºC

Tabela 2 – Limites críticos de ocorrência de explosão de póde grãos agrícolas com quantidades e concentrações críticasinferiores e superiores de riscos de explosão

Fonte: adaptado de Juarez de Sousa e Silva, Secagem e Armazenagem deProdutos Agrícolas, UFV 2000

O pó dos cereais pode explodir, quando emcontato com uma fonte de ignição, em local

confinado e sob suspensão

Figura 1 – Fontes de ignição. (Adaptado de Betenheuser et al., 2005.)

Figura 2 – Riscos em equipamentos. (Adaptado de Betenheuser et al., 2005.)

Figura 3 – Principais instalações de risco. (Adaptado de Betenheuser et al., 2005.)

Jefe

rson

da

Roch

a

Page 33: Maquinas 69

“Estatísticas realizadas nos EUA entre 1970 e 1980 evidenciaram que os principais equipamentos e/ou locais críticos aosurgimento destes acidentes são: moinhos e trituradores, elevadores, transportadores, coletores de pó e silos e secadores”

Novembro 07 • 33

Com a intenção de reunir informa-ções e conhecer a formação dos

fatores influentes e/ou minimizar os ris-cos para a ocorrência de explosões porpó, alguns artigos e trabalhos recentesexplanam de forma técnica e científicasobre o tema. Entretanto, o assunto épouco explorado em relação a sua mag-nitude e importância. Demonstrando pre-ocupação com o tema, está em andamen-to um estudo sobre o risco de explosãopor pó em suspensão em ambientes con-finados de engenhos de arroz, no curso

PROJETO QUE SIMULA EXPLOSÕES EM SILOSde pós-graduação em Engenharia de Bios-sistemas, da Faculdade de Engenharia Agrí-cola/UFPel, utilizando um simulador (fotos),projetado para a simulação de explosões. Apesquisa, com o objetivo de determinar asconcentrações mínimas para o risco de ex-plosão por pó de arroz, está em sua etapafinal, sendo supervisionada e orientada pe-los professores do curso de Engenharia Agrí-cola e da Pós-graduação em Engenharia deBiossistemas, da Universidade Federal de Pe-lotas, professora dra. Maria Laura G. S. Luz,professor dr. Wolmer Brod Peres e profes-sor Carlos Alberto S. da Luz. Em ensaiospreliminares, o simulador demonstrou êxi-to, reproduzindo em escala laboratorial ede forma segura o fenômeno da explosãopor pó de cereais.

A pesquisa desenvolvida em laborató-rio utiliza pó gerado por diversos equipa-

mentos e locais da planta industrial deuma UBG. O pó em diferentes quantida-des foi submetido às condições de dis-persão, fonte de ignição, oxigênio e con-finamento, resultando em uma explosãocapaz de romper a estrutura de confina-mento. Com isso, foi possível determi-nar a concentração mínima em quilogra-mas de pó disperso por metro cúbico quepossibilita a ocorrência de explosões porpó de arroz.

A continuação desta pesquisa pode-rá levar a uma especificação dos riscosde explosão por pó nos engenhos de ar-roz e nos locais de maior risco, para quesejam tomadas medidas preventivas paraeliminá-los, com isso, assegurando o pa-trimônio e as vidas das pessoas que atu-am nesta atividade comum da região suldo Rio Grande do Sul.

grãos; c) proceder o aterramento elétricodos componentes eletromecânicos e pon-tos geradores de cargas eletrostáticas; d)projetar edificações que estruturalmentecontemplem áreas de fácil ruptura casoocorram explosões, o que minimizará da-nos à edificação, pois os gases em expan-são serão lançados para a atmosfera; e) ins-talar sistemas de pára-raios; f) instalar as-persores de óleo mineral em pontos do sis-tema de movimentação de grão passíveisde ocorrência de alta concentração de pó -valores superiores a 0,05 kg/m3 e g) proje-tar sistemas de iluminação apropriados aosambientes com risco de explosão.

Também cabe salientar que o Ministé-rio do Trabalho e Emprego, sob a PortariaSIT/DSST Nº17, de 15 de maio de 2001,divulga a Norma Regulamentadora de Se-gurança e Saúde no Trabalho na Agricultu-

ra, Pecuária, Silvicultura e Exploração Flo-restal – NRR. 2001, que estabelece indica-ções básicas para se evitar acidentes tam-bém provenientes da explosão por pó deprodutos agrícolas.

Geralmente, estragos das explosões sãode tamanha proporção que destroem

completamente as instalações

Jeferson Cunha da RochaMaria Laura Gomes Silva da LuzWolmer Brod PeresCarlos Alberto Silveira da LuzUFPel M

Divulgação

Foto

s Je

fers

on d

a Ro

cha

Page 34: Maquinas 69

lama

M

34 • Novembro 07

Antes de abordar um lodaçal com seu4x4, verifique primeiramente qualé a profundidade do solo. Existem

diferentes tipos de lodaçais/atoleiros em cadacanto do Brasil e do planeta, e cada um requeruma linha de ação adequada. Antes de entrarno atoleiro é necessário inspecionar a pé o quese tem pela frente. Confira até aonde vai o ter-reno solto e começa a terra firme. Veja qual é adistância que será percorrida e as bordas da tri-lha, se é uma descida ou subida, procure peda-ços de madeira ou pedras que possam se cho-car com as partes inferiores do seu veículo. Énatural que outros motoristas, que passarampor ali, tenham colocado troncos de árvore epedras para firmar melhor o piso. Após a passa-gem deles é possível que essas pedras e troncosvirem armadilhas contra o cárter do motor, bar-ramento de direção, tubulação de freio e por aíafora. Retire os obstáculos que considerar peri-gosos e se localizar algum buraco mais profun-do, que poderá atrapalhar a travessia, recolo-que pedras, terra firme ou galhos de árvoressecos mas, não corte árvores jamais!

Analisada a situação, volte e engate a tra-ção 4x4, reduzida e o blocante. Tenha certezade que os pneus dianteiros estão alinhados coma trilha escolhida. No barro não dá para perce-

ber se o volante está esterçado para os lados.Isto dificulta o avanço, e se houver tração sufi-ciente no momento seguinte o veículo pode sairbruscamente do trajeto, indo de encontro aobarranco, árvore, pedra ou um abismo. Na dú-vida, coloque o rosto para fora da janela e mo-nitore a direção dos pneus. Entre na trilha comfirmeza, moderação e a segunda marcha enga-tada. Procure não acelerar com muita força, poisos pneus irão patinar e conseqüentemente per-derão o pouco de tração que possuem.

Você deve ainda girar rapidamente o vo-lante para a esquerda e para a direita, pois comeste movimento os pneus procuram por terre-no firme e continuam a levar o veículo parafrente. Entretanto, se as rodas realmente pati-narem é hora de parar e tentar ir para trás, queé o caminho mais fácil neste momento. A insis-tência só vai fazer com que os pneus girem inu-tilmente ou que afundem ainda mais no barro.Se não conseguir sair, levante os pneus com omacaco ou o Hi-Lift, colocando embaixo delespedras ou pedaços de madeira.

Trechos com lodaçais profundos podem tero nível de água ou lodo diminuído, cavando-seuma saída lateral para escoamento. Este proce-dimento evita que a parte elétrica e a entradade ar do motor sejam atingidas pelo barro.

Certos tipos de terrenos pedem velocidadepara a travessia, como encharcados e áreas pan-tanosas onde a flutuação será fundamental.Então você deverá usar até a terceira reduzida,o que significa alta velocidade e riscos de cho-ques violentos das partes inferiores em pedrasescondidas e, possivelmente, a perda de con-trole da direção. Portanto, considere os riscosde uma travessia mal sucedida e veja se não émelhor encalhar mesmo o veículo e retirá-locom ajuda do guincho ou de outro veículoacompanhante.

Em alguns casos os atoleiros devem ser encarados comvelocidades maiores, noutros, em marcha lenta

João Roberto de C. Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

Sem atolarSem atolarAntes de entrar com seu 4x4 emum lodaçal, alguns cuidadosdevem ser observados. Medidassimples, como inspecionar oterreno a pé antes de começar otrajeto, são indispensáveis paragarantir a segurança e evitarque a aventura se transformeem dor de cabeça

Antes de entrar com seu 4x4 emum lodaçal, alguns cuidadosdevem ser observados. Medidassimples, como inspecionar oterreno a pé antes de começar otrajeto, são indispensáveis paragarantir a segurança e evitarque a aventura se transformeem dor de cabeça

Fotos Técnica 4x4

Page 35: Maquinas 69
Page 36: Maquinas 69