Maquinas 73

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Abril 2008

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Rodando por aí

Agricultura de Precisão em cana

Pivô central

Ficha Técnica - John Deere

Manutenção em silos

Hastes sulcadoras

Potência de máquinas

Ficha Técnica - Semeato

Fluxo em armazenagem

Empresas - Parker

Empresa - Zamprogna

Índice Nossa Capa

John Deere

Destaques

Potêcia demaisSaiba qual a média de potência dostratores utilizado em propriedadesagrícolas do Rio Grande do Sul

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados

podem solicitá-las à redação pelo e-mail:[email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONES: (53): (53): (53): (53): (53)

• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL3028.20003028.20003028.20003028.20003028.2000• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINATURASTURASTURASTURASTURAS3028.20703028.20703028.20703028.20703028.2070

• Direção• Direção• Direção• Direção• DireçãoNNNNNewton Pewton Pewton Pewton Pewton PeteretereteretereterSchSchSchSchSchubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Peteretereteretereter

• Redação• Redação• Redação• Redação• RedaçãoGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedoooooCharles EcherCharles EcherCharles EcherCharles EcherCharles Echer

• Revisão• Revisão• Revisão• Revisão• RevisãoAlinAlinAlinAlinAline Pe Pe Pe Pe Partzsch dartzsch dartzsch dartzsch dartzsch de Alme Alme Alme Alme Almeieieieieidddddaaaaa

• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano CeiaCristiano CeiaCristiano CeiaCristiano CeiaCristiano Ceia

• Comercial• Comercial• Comercial• Comercial• ComercialPPPPPedededededrrrrro Batistino Batistino Batistino Batistino BatistinSedSedSedSedSedeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijó

• Gerente de Circulação• Gerente de Circulação• Gerente de Circulação• Gerente de Circulação• Gerente de CirculaçãoCibele CostaCibele CostaCibele CostaCibele CostaCibele Costa

• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• AssinaturasSimone LopesSimone LopesSimone LopesSimone LopesSimone Lopes

• Expedição• Expedição• Expedição• Expedição• ExpediçãoDiDiDiDiDianferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.revistacultivar.com.br

Cultivar MáquinasEdição Nº 73

Ano VIII - Abril 2008ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Tecnologia na canaConheça os benefícios daAgricultura de Precisãoem lavouras canavieiras

Ficha TécnicaNesta edição,Pulverizador JD 4730e Cultivador CS3

Matéria de capa

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• RED• RED• RED• RED• REDAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO3028.20603028.20603028.20603028.20603028.2060• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING3028.20653028.20653028.20653028.20653028.2065

• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:KKKKKunununununddddde Ine Ine Ine Ine Indústridústridústridústridústrias Gráfias Gráfias Gráfias Gráfias Gráficas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltda.a.a.a.a.

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PrêmioPrêmioPrêmioPrêmioPrêmioA Tracbel S.A.,distribuidor de tratorese máquinas agrícolasMassey Ferguson nonorte de São Paulo,recebeu no último mêsem Cancún, noMéxico, o “DealerIncentive Trip”,prêmio concedido pelaAGCO Corporation àsconcessionárias queobtiveram os melhoresresultados mundiais. ATracbel foi concessio-nária com maiorfaturamento emunidades de tratoresvendidos em 2007. Emdezembro de 2007 aempresa já haviaconquistado pelaprimeira vez o títulode ConcessionáriaDiamante, noPrograma MasseyFerguson Excelênciaem Gestão 2007, outraimportante premiaçãoda marca.

Nova lojaNova lojaNova lojaNova lojaNova lojaA região Oeste da Bahia, uma das áreas de maiordesenvolvimento da agricultura do país nos últi-mos anos, ganhou mais um concessionário JohnDeere. A Agrosul inaugurou sua loja em Rosáriod’Oeste, no município de Correntina, na sexta-fei-ra, dia 14, em solenidade com a presença de cercade 400 clientes. É a quinta concessão John Deereda Agrosul, que já tem três lojas na Bahia, nos mu-nicípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras eSão Desidério, e uma no Piauí, em Bom Jesus.

CaseCaseCaseCaseCaseA Case IH e a Maxxicase entregaram, na primeira quin-zena de abril, oito colhedoras de cana modelo A7700 paraa Usinas Itamarati, localizada em Nova Olímpia (MT). Aempresa é pioneira na região e a terceira em capacidadeprodutiva do país. A aquisição das máquinas faz parte doplano da Usinas Itamarati para reduzir custos no proces-so produtivo. “Buscamos modernizar a frota para ser maiscompetitivos”, afirma o diretor-presidente da Itamarati,Sylvio Coutinho. A Usinas Itamarati adquiriu também22 tratores Magnum 240, da Case IH, em 2007.

Excelência em QualidadeExcelência em QualidadeExcelência em QualidadeExcelência em QualidadeExcelência em QualidadeA Divisão ZF Sistemas de Eixos e Transmissões Fora-de-Estrada, líder no segmento de eixosagrícolas no país e pertencente ao Grupo ZF, recebeu em março o prêmio “Excelência emQualidade, Entrega e Gerenciamento de Custo”, da AGCO, 2007. O reconhecimento foientregue pelo diretor de Compras da AGCO América do Sul, Gregory Edward Toornman, epelo vice-presidente de Operações de Manufatura Américado Sul, Gregory Edward Toorn-man, e pelo vice-presidente de Operações de Manufatura América do Sul, Henrique DallaCorte, na cidade de Canoas (RS).

FlorescerFlorescerFlorescerFlorescerFlorescerO Programa Florescer, uma das ações de responsabilidade social das Empresas Randon, for-mou a quarta turma no final de março. Depois de formados, os 42 alunos passarão a integraro Programa Qualificar - Formação Básica, outra ação de responsabilidade social ligada aoInstituto Elisabetha Randon. A partir deste ano, os formandos serão totalmente incluídos aosquadros funcionais da empresa,na condição de menores aprendizes, na modalidade de inicia-ção profissional. O Florescer atende a 333 crianças e adolescentes de 7 a 14 anos.

CC701CC701CC701CC701CC701A Star Máquinas Agrícolasestá reapresentando a sua

colhedora de cana CC701.O equipamento, lançado no

Agrishow do ano passado,está com diversas melhorias

e tem capacidade nominalde produção de 40 a 45

toneladas por hora, amáquina é fácil de operar e

manobrar, diminuicompactação do solo

protegendo as soqueiras decana por ser mais leve.

“Além disso, apresenta exce-lente qualidade de limpeza,

proporcionando menor cus-to operacional por toneladade cana colhida”, explica o

diretor administrativo daStar Máquinas, Célio Song.

SintagSintagSintagSintagSintagO CEA do Instituto

Agronômico, de Jundiaí(SP), e a FAFRAM de

Ituverava (SP), emparceria com a FUN-

DAG, realizam IV Sintag– Simpósio Internacional

de Tecnologia deAplicação de Agrotóxicos,

14 a 16 de outubro, emRibeirão Preto (SP). O

tema deste ano será“Segurança em tecnologia

de aplicação”. O eventoterá 350 vagas e debaterá

segurança na aplicação deagrotóxicos. O programa

contemplapalestras de representan-

tes nacionais e internacio-nais, debates sobre o

panorama mundial, e emparticular da América

Latina, Europa e EUA.Informações e inscrições

www.sintag.com.br.

Cotton BlueCotton BlueCotton BlueCotton BlueCotton BlueA Montana está colocandono mercado a sua primeiracolhedora de algodão, aCotton Blue. A máquina jáestá em testes há um ano e aplanta onde será montadarecebeu investimentos nacasa dos 10 milhões. CarlosMagno, diretor comercial daMontana, definiu comotimismo o novo patamarque a empresa alcança como lançamento da CottonBlue. “Assim como aParruda foi um divisor deáguas, a nossa colheitadeirade algodão estabelece umnovo marco para aagricultura brasileira. O seudesempenho nos testes decampo ultrapassou as nossasmelhores expectativas.Melhor, muito melhor atédo que sonhamos”, garante.

Milésimo TMilésimo TMilésimo TMilésimo TMilésimo Trator Solidáriorator Solidáriorator Solidáriorator Solidáriorator SolidárioA New Holland assinou no início de março contrato de número 1.000para entrega de máquina do programa Trator Solidário. O programaTrator Solidário financia o equipamento com prazo de 10 anos, tendodois anos de carência, no Paraná. Os tratores que fazem parte do pro-grama são o TT 3840, de 55 cavalos e o TL 75E, de 75 cavalos. Asmáquinas atendem as necessidades de pequenos produtores que nãotinham acesso a compra com preços mais baixos do que os de mercadoe com linha de financiamento própria para a sua faixa de renda.

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aplicação em cana

Existem tantas definições de Agri-cultura de Precisão (AP) quantoexistem pessoas envolvidas nela,

como ressalta o site da Universidade de Leu-ven, da Bélgica (2008), mas uma boa definiçãopode ser a apresentada por McBratney et al.(2005), que define AP como “O tipo de agri-cultura que aumenta o número de decisões (cor-retas) por unidade de área e por unidade detempo relacionado-as com benefícios reais”. Adefinição destes autores fortalece o conceito deque a AP não se restringe à determinação demapas de solo e de produtividade, e na correla-ção destes mapas com um sistema de aplicaçãode fertilizantes a taxa variada a fim de se obtermelhor rendimento da área a custos inferiorespor tonelada colhida. O conceito de AP evo-luiu e hoje o que se busca é a aplicação de tec-nologia que permita a obtenção de benefíciosreais tais como o aumento concomitante daquantidade e/ou da qualidade da produção e/ou do meio ambiente com a mesma (ou me-nor) quantidade de insumos, McBra-tney et al. (2005).

A agricultura de precisão vem ga-nhando espaço no mundo de formageral, talvez não com a velocidade que

se esperava há dez anos, mas com o avanço datecnologia da informação e da comunicação ecom o auxílio da pesquisa muito se caminhouneste campo, principalmente na área de grãos.Hoje se estima que nos próximos anos algumaforma de AP será utilizada por 50% dos agri-cultores dos Estados Unidos (Sudduth, 2007).

Com o forte incremento na demanda poretanol, a tendência é que área plantada comcana-de-açúcar continue a crescer, sendo esti-mado que a safra de cana 2015/16, no Brasil,deve ser de 12,2 milhões de hectares. O paísproduzirá cerca de 902,8 milhões de toneladasde cana-de-açúcar para a indústria, quantida-de suficiente para gerar cerca de 36 bilhões delitros de álcool (Torquato, 2006).

Para atingirmos estes números com susten-tabilidade e para que o etanol produzido a par-tir da cana, que passará a ser conhecida comocana-energia, é preciso que estas novas áreas deplantio sejam iniciadas com tecnologias moder-

nas que tragam, não só maio-res retornos financeiros ao pro-dutor, mas também causemmenores impactos ao ambien-te. A adoção da Agricultura de

Precisão se ajusta muito bem a esses propósi-tos, pois se trata de elenco de tecnologias e pro-cedimentos utilizados para que as lavouras e osistema de produção sejam otimizados, tendocomo elemento chave o gerenciamento da va-riabilidade espacial da produção e dos fatores aela relacionados. Porém, para alcançar esta metaserão necessários investimentos não só emmáquinas e equipamentos específicos, mas tam-bém informações precisas sobre a produtivida-de da cultura e seus fatores de produção.

Observa-se que o agrossistema cana-de-açú-car tem sido pouco explorado pelas técnicas deAgricultura de Precisão, principalmente no quese refere à tecnologia específica (equipamen-tos, resultados de aplicação, quantificação dosbenefícios), apesar do seu potencial de contri-buir para o aumento da produtividade com sus-tentabilidade. Mesmo assim, no Brasil, muitosavanços foram conseguidos neste campo nosúltimos anos. Em relação à variabilidade espa-cial da produção, diversos trabalhos têm sidoencontrados na literatura referente ao desen-volvimento de sensores de produtividade e uti-lização desses para o estudo da distribuição es-pacial da cultura. No caso específico da cana-de-açúcar, Magalhães e Cerri (2007) descrevemum monitor de produtividade capaz de men-surar o fluxo de rebolos que passa pela esteiraantes de serem lançados ao veículo de trans-bordo. Estes dados, juntamente com as infor-mações obtidas por um Sistema de Posiciona-

mento Global “Global Positioning System”– GPS - instalado na colhedora e com o

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AP no canavialAgricultura de Precisão é uma alternativa para aumentar a produtividade

nas áreas canavieiras. Além de produzir mais numa mesma área, o produtoreconomiza com aplicações de insumos e maximiza os ganhos

Joh

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“O conceito de AP evoluiu e hoje o que se busca é a aplicação“O conceito de AP evoluiu e hoje o que se busca é a aplicação“O conceito de AP evoluiu e hoje o que se busca é a aplicação“O conceito de AP evoluiu e hoje o que se busca é a aplicação“O conceito de AP evoluiu e hoje o que se busca é a aplicaçãode tecnologia que permita a obtenção de benefícios reais”de tecnologia que permita a obtenção de benefícios reais”de tecnologia que permita a obtenção de benefícios reais”de tecnologia que permita a obtenção de benefícios reais”de tecnologia que permita a obtenção de benefícios reais”

Com a grande demanda pelos derivados de cana, é pre-ciso trabalhar com tecnologias que aumentem os retor-nos financeiros, mas que impactem menos o ambiente

auxílio de um Sistema de Informação Geográfi-ca - SIG permitem a elaboração de mapas digi-tais que representam a superfície de produçãopara a área colhida.

Em relação aos fatores relacionados à pro-dução, um importante ponto é de proprieda-des físicas e químicas do solo. Tais atributos,além de variar no espaço, podem variar no tem-po, para uma dada posição no espaço (Bernoux,1998a e 1998b). Esta variação, decorrente daação de agentes naturais, assim como da açãodo homem, deve se manifestar com maior in-tensidade em algumas propriedades que em ou-tras (Bragato & Primavera, 1998, Burke et al.,1999, Slot et al., 2001). A variabilidade de pro-priedades do solo tem sido abordada por váriosautores, sendo atribuída a diversos fatores, taiscomo características do material de origem e osfatores de formação, os quais não atuam pon-tualmente, mas sim segundo um determinadopadrão. Oliveira et al. (2002) correlacionaramas propriedades do solo e da planta com respos-ta espectral da cana-de-açúcar, na tentativa deproduzirem mapas de produtividade. Os resul-

tados obtidos mostram boa correlação, abrindoimportante horizonte para a agricultura de pre-cisão aplicada em cana-de-açúcar baseada eminformações obtidas a partir de imagens de sa-télite.

Diante do exposto, pode-se inferir que aquantificação da variabilidade espacial da pro-dutividade e dos atributos físicos e químicosdo solo e da planta é essencial para o gerencia-

mento de uma cultura e que, por meio dessasinformações, é possível o mapeamento dos atri-butos em questão e a elaboração de mapas deprescrição. Goering (1993) e Goering & Hans(1993) partem do princípio de que, levando-seem conta a variabilidade natural dos fatores deprodução, pode-se aplicar apenas as quantida-des efetivamente necessárias em cada ponto,de acordo com o mapa de prescrição previa-

Case IH

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A cada safra, as áreas de queimadas estãodiminuindo, mudando cada vez mais ocenário das lavouras canavieiras

mente elaborado e que, portanto, as técnicasde aplicação localizada de insumos se tornammuito importantes para uma agricultura ren-tável.

No entanto, dentro deste conceito amplia-do de AP na aplicação em cana-de-açúcar, paraatingirmos o patamar de conhecimento já exis-tente em outras culturas mais exploradas poresta técnica, vários projetos de pesquisa devemser desenvolvidos e/ou aprimorados. Dentreestes podemos citar dois grupos distintos, umdestinado a apresentar respostas diretas ao sis-tema, relacionadas à melhoria do rendimentoda produtividade (toneladas por hectare x cus-to por tonelada), e o outro relacionado à me-lhoria no sistema de gerenciamento (rendimen-to e custo operacional) das máquinas e equipa-mentos de campo. Os dois grupos atendem aosrequisitos da AP “aumentar os ganhos reais porunidade de área”.

Dentro do primeiro grupo encontra-se umasérie de pessoas e empresas preocupadas emdesenvolver e/ou adaptar soluções de AP já uti-lizadas em outras culturas para a cana-de-açú-car. Como exemplo podemos citar os estudosde correlação entre propriedades de solo e pro-dutividade para elaboração de zonas de mane-jo e aplicação de fertilizantes à taxa variada.Desenvolver modelos que permitam, a partirde informações de produtividade ou qualidadeda cana, a aplicação de nitrogênio (N) comofertilizante à taxa variada é especialmente inte-ressante para o sistema produtivo, tendo emvista seu potencial de benefícios econômicos eambientais. Estudos realizados por Cerri (2005)mostram que um dos principais atributos dosolo relacionado com a alta produtividade dacana é o N, contudo, é sabido que o N aplicadoe não absorvido pela planta torna-se um agen-te poluidor, atingindo o lençol freático ou cur-sos d’água, causando sérios impactos ambien-tais. O método clássico de aplicação de nitrogê-nio às culturas obedece a padrões fixos por hec-tare, os quais são baseados na média da produ-tividade ou em análises de macros e micronu-

trientes. Modelos que permitam estabelecerzonas de manejo onde as quantidades de ferti-lizantes são aplicadas de acordo com o rendi-mento precisam ser desenvolvidos, assim comometodologias que permitam estabelecer corre-lações entre a quantidade deste nutriente e osatributos da cultura. Assim como este, outrosexemplos como a identificação dos fatores deprodução (solos, plantas daninhas, pragas e do-enças, disponibilidade hídrica, compactação etc)que influenciam na produtividade da cana esua correlação com fatores de produção visan-do obter subsídios para aplicação de insumosde forma mais equilibrada e economicamentevantajosa, poderão contribuir para o incrementoda produtividade média.

No segundo grupo encontram-se pesqui-sadores preocupados em desenvolver soluçõestecnológicas capazes de contribuir para o aper-feiçoamento do sistema de plantio, colheita etransporte de cana utilizando a AP. No sistemade plantio constatamos que existem alguns gru-pos de usinas de grande porte que investiramem sistemas de controle de direção (piloto au-tomático) utilizando os equipamentos de GPSde alta precisão RTK (real time kinetics) que

permitem o controle de conjuntos mecaniza-dos com erros na ordem de 2cm. Dados experi-mentais permitem detectar ganho imediato deárea plantada de até 6%, sem contar com osdemais benefícios que o sistema proporciona,principalmente para o operador, reduzindo acarga de trabalho e melhorando o rendimentodo conjunto. Outro benefício direto é o conhe-cimento exato da linha das soqueiras de cana,viabilizando a colheita mesmo em situaçõesmais adversas, como o caso da colheita da cana-crua no período noturno, reduzindo com istoas perdas e melhorando aspectos como a lon-gevidade do canavial. Nos sistemas de colheitatemos como exemplo o equipamento em de-senvolvimento pela Agricef com o apoio da Fa-pesp que permite, durante o processo de co-lheita, manter o sincronismo e o paralelismoentre a colhedora e o veículo de transbordo sema intervenção dos operadores. Estas iniciativasmostram o potencial que está sob o “guarda-chuva” da AP. Um dos projetos mais interes-santes de aplicação desta tecnologia é a propos-ta de desenvolvimento de um sistema de mo-nitoramento e controle das fases de Corte, Car-regamento e Transporte (CCT) de cana-de-açú-car, em desenvolvimento pala Enalta com apoioda Fapesp e de instituições de pesquisa comoPoli-USP, Feagri-Unicamp, Inpe e outras em-presas particulares como Próxima e Agricef So-luções Tecnológicas para Agricultura. No pro-cesso produtivo para obtenção dos produtos dacana-de-açúcar (álcool, açúcar e seus deriva-dos), os custos envolvidos nas atividades de

Existem dois grupos na AP, o destinado à melhoriado rendimento e o outro relacionado à melhoria

no sistema de gerenciamento das máquinas

Massey Ferguson

Agr

ale

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“O desenvolvimento de um sistema de monitoramento do CCT de cana-de“O desenvolvimento de um sistema de monitoramento do CCT de cana-de“O desenvolvimento de um sistema de monitoramento do CCT de cana-de“O desenvolvimento de um sistema de monitoramento do CCT de cana-de“O desenvolvimento de um sistema de monitoramento do CCT de cana-de-açúcar-açúcar-açúcar-açúcar-açúcar, integrado com, integrado com, integrado com, integrado com, integrado coma base de dados corporativa da usina, permitirá fornecer informações ordenadas e precisas”a base de dados corporativa da usina, permitirá fornecer informações ordenadas e precisas”a base de dados corporativa da usina, permitirá fornecer informações ordenadas e precisas”a base de dados corporativa da usina, permitirá fornecer informações ordenadas e precisas”a base de dados corporativa da usina, permitirá fornecer informações ordenadas e precisas”

colheita (corte), carregamento e transporte(CCT), representam grande parte do custo fi-nal do produto. Uma das maneiras de reduzi-los é implementando novas tecnologias na me-canização agrícola, utilizando uma combina-ção de mecânica, eletrônica e agricultura deprecisão. Em complemento, a utilização da tec-nologia da informação, combinada com o usode componentes inteligentes, pode ajudar a me-lhorar o desempenho de máquinas e equipa-mentos. O desenvolvimento de um sistema demonitoramento do CCT de cana-de-açúcar,integrado com a base de dados corporativa dausina, permitirá fornecer informações ordena-das e precisas e, dessa forma, possibilitará omelhor gerenciamento da frota com conseqüen-te melhoria da eficiência de campo e reduçãodo custo operacional.

O sistema de monitoramento de CCTpode ser dividido em três partes. A primeira,refere-se à aquisição de dados operacionais ede desempenho da frente de colheita. A se-

gunda parte se refere à transmissão destes da-dos para usina. E a terceira parte está relacio-nada com a análise das informações recebidase o correspondente diagnóstico para auxiliarno gerenciamento da frota. O sistema CCTde forma resumida pode ser explicado da se-guinte maneira: informações sobre o funcio-namento e o desempenho da colhedora sãocoletadas automaticamente em campo, arma-zenadas em um computador de bordo e envi-adas via GPRS ou Satelital Iridium para usi-na, na falta de cobertura de sinal GPRS, osdados são enviados via radiofreqüência ou Wi-Fi, para um receptor (CDA) instalado nascarretas rodoviárias que transportam a canaaté a usina, onde os dados são descarregados

Paulo S. Graziano Magalhães eDomingos Guilherme Cerri,Nononono

Até 2015 o Brasil deve plantar 12,2 milhões dehectares com cana-de-açúcar e novas tecnologias

deverão surgir nas lavouras

Figura 1 - Esquema de funcionamento do sistema proposto

automaticamente. Para tratar todas as infor-mações que chegam à usina o software deno-minado PIMS-SIG-CCT, será utilizado, per-mitindo o monitoramento em tempo real dafrota. Estas informações tratadas pelos enge-nheiros responsáveis na usina irão permitir omonitoramento preciso, rápido e integrado doCCT e, conseqüentemente, oferecendo toma-das de decisão imediatas e maior controle dosfatores que afetam este importante processoda produção, elevando, assim, as oportunida-des de retorno financeiro para usina. . M

Valtra

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arroz sob pivô

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Pivô emvárzea

Pivô emvárzea

Estudo da conversão de lavouras inundadas emirrigadas por Pivot Central mostra diversasvantagens deste modelo de produção de arroz emrelação a áreas de cultivo convencional

Com a visão de aumentar a susten-tabilidade do sistema de produçãode arroz em sua fazenda, o produ-

tor Werner Arns iniciou em 1995, assistido tec-nicamente pelo engenheiro agrônomo HebertArns, experimentações que propõem revoluçõesem uma atividade produtiva que tradicional-mente pode ser considerada um monocultivo,mas que agora carrega consigo todas as virtu-des de uma agricultura sustentável.

Tendo o arroz como a cultura principal, onovo arranjo produtivo irrigado sob Pivô Cen-tral baseia-se principalmente na rotação de cul-turas e plantio direto, práticas fundamentaispara a sustentabilidade da lavoura. Além doarroz, culturas de inverno como o trigo e a aveia,juntamente com culturas de verão como soja,milho e pastagens, com produtividades poten-cializadas quando irrigadas sob pivot, passarãoa ser produzidas sem os efeitos do severo déficithídrico, comum para a região de Uruguaiana.Estrategicamente, os produtores que adotameste novo sistema estão posicionados de formamais estável no mercado, visto que possuemuma maior diversidade de produtos para co-mercialização e adicionalmente melhoram ascondições ambientais da região em médio e lon-go prazos. Como o arroz é o principal produto,a equivalência de rentabilidade alcançada pelonovo sistema é o ponto chave para a maior dis-seminação do mesmo entre os arrozeiros.

VANTAGENS ESTRATÉGICASAs vantagens estratégicas do sistema sob

pivô podem ser resumidas em três itens: diver-sidade de culturas, utilização mais eficiente daágua e solo e redução das emissões e aumentoda fixação de CO2. De cada um destes itensderivam benefícios econômicos e ambientaisque são alcançados mutuamente.

A diversidade de culturas implica em ummaior número de produtos a serem comerciali-zados. O produtor adepto deste sistema não seencontra dependente apenas das flutuações domercado de arroz. A produção de soja, milho etrigo cria oportunidades nos mercados aqueci-dos destas commodities. Ambientalmente, arotação de culturas cria maior diversidade bio-lógica nos sistemas agrícolas. Isso diminui o usode defensivos, pois a alta pressão de pragas,doenças e plantas daninhas, comum em mo-nocultivos, é reduzida.

O arroz irrigado sob pivô produz mais ar-roz por unidade de água e área. Os benefícioseconômicos e ambientais decorrentes da maioreficiência do uso da água e solo são explícitos.É de geral conhecimento que lavouras inunda-das possuem um baixo rendimento de utiliza-ção do uso da água quando comparadas comsistemas de aspersão. O sistema de inundaçãona propriedade dos Arns utiliza, em média,1.100mm/ciclo para a produção de arroz, en-quanto o sistema sob pivô utiliza 550mm/ciclo

Cultivar

Estudo da conversão de lavouras inundadas emirrigadas por Pivot Central mostra diversasvantagens deste modelo de produção de arroz emrelação a áreas de cultivo convencional

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A produção de arroz sob Pivô Central exige uma novamaneira de interagir com a lavoura. A ausência da

lâmina d’água exige um manejo diferenciado

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com variações em função do melhor aproveita-mento das águas da chuva. A redução da lâmi-na implica em uma economia direta de 34% doconsumo de energia elétrica, que em Uruguai-ana é parcialmente fornecida por uma usinatermoelétrica. Considerando as médias de pro-dutividade alcançadas pelos Arns, a produçãode arroz por unidade de área sob pivô é maiorque no sistema convencional. Este aumento éconseguido com o sistema de rotação de seisanos que será melhor detalhado a seguir.

A redução da emissão de CO2 é resultadoda não- utilização do preparo convencional dosolo enquanto o aumento da fixação de carbo-no é conseqüência do acúmulo de matéria or-gânica pelo plantio direto. Convencionalmen-te, são realizadas as seguintes operações para ocultivo do arroz inundado: aração, desmontede taipas, discagem, aplainamento, drenagem,rolagem, e construção de canais, condutos, tai-pas e remontes. Com o plantio direto todas es-tas operações, que chegam a utilizar tratores de300 cv, são eliminadas. Isso implica em granderedução do consumo de combustíveis fósseis.A economia com combustíveis e máquinas che-ga a 20% no sistema sob pivô. O aumento dafixação de carbono pelo sistema de plantio di-reto pode ser considerado como senso comumpara os profissionais ligados a ciências agráriase ambientais. Análises de solo coletado na pro-priedade do senhor Arns indicam um maioraumento nas quantidades de matéria orgânicapara o sistema sob pivô (Gráfico 1). As análisesforam coletadas em 2002 para as áreas do pivote inundação, depois novamente nas mesmasáreas em 2006 para o pivô e 2007 para a inun-dação. Além do aumento da matéria orgânica,houve aumento nos níveis de fósforo (P), po-tássio (K), cálcio (Ca), enxofre (S) e outros nu-trientes.

DEFININDO O SISTEMA DE PRODUÇÃOO novo sistema baseia-se em uma rotação

de culturas sempre utilizando plantio direto

com um ciclo completo finalizando-se com seisanos. Neste período, a mesma área será culti-vada com arroz três vezes, soja três vezes, mi-lho uma vez e trigo duas vezes. Além destasculturas, coberturas de inverno serão utiliza-das como mostra a Tabela 1.

Analisando apenas a cultura de arroz, aprodução por unidade de área é maior para osistema sob Pivô Central no período de seisanos, apesar da produtividade agrícola ser me-nor. Tradicionalmente essas lavouras seguemum sistema de pousio intercalando arroz e pas-tagem sem irrigação. Os proprietários evitamproduzir arroz sobre uma mesma área em anosconsecutivos. Esse fato, aliado à reduzida dis-ponibilidade hídrica, faz com que o arroz ocu-pe em média 30% da área total disponível acada ano. Para uma área de referência de 1.000ha, teremos em média 300ha cultivados comarroz anualmente. Conseqüentemente, em seisanos a produção será equivalente a 1.800 ha(Tabela 2) que, com uma produtividade médiade 9.100 kg/ha (média geral da propriedade paraarroz inundado), totaliza 16.380 toneladas dearroz.

No sistema sob Pivô Central, para a mes-ma referência de 1.000 ha, em seis anos serãoproduzidas três safras de arroz com 700 ha cada.Nos outros anos serão produzidas outras cul-turas de rotação como demonstra a Tabela 3.Totalizando, a produção será equivalente a uma

área de 2.100 ha no final do ciclo completo.Com uma produtividade de 8.050 kg/ha (mé-dia para os pivôs nos últimos anos), teremosuma produção total de 16.905 toneladas dearroz sob pivô. É importante frisar que as cul-turas de rotação não serão as mesmas para todaa área em um mesmo ano.

O controle de plantas daninhas é outragrande modificação do novo sistema. A ausên-cia da lâmina de água aumenta a importânciade outros métodos culturais de controle, espe-cialmente aqueles que promovem um rápidocrescimento inicial das plantas e um bom per-filhamento. Dentre estes se destacam o plantiona época mais adequada, o uso de ácido giberé-lico (hormônio regulador do crescimento) eescolha de variedades com rápido crescimentoe perfilhadoras. Das variedades testadas para onovo sistema, destacaram-se a BRS Taim e aBRS Querência. Ambas também são utiliza-das no sistema convencional.

No controle químico de plantas daninhassão utilizadas uma dessecação com glifosato eduas ou três aplicações de clomazone, herbici-da pré-emergente com bom efeito residual. Éfeito um constante monitoramento do cresci-mento de competidoras até os 40 dias depoisda emergência, época em que o arroz fecha asentrelinhas. O surgimento de ervas competi-doras poderá implicar em aplicações de outrosherbicidas que serão avaliadas pontualmente.

Gráfico 2 - Comparação dos custos para o arroz sob inundação e pivot gerados pelosistema Safras e Sifras

Gráfico 1 - Comparação da variação dos teores de matéria orgânica do solo nos sistemassob pivot e inundação

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ANOS2004200520062007200820092010

VERÃO-

ARROZSOJASOJA

ARROZMILHOARROZ

INVERNOAv.preta+Azv.+Corn.

Aveia PretaTrigo

Cornichão(rincón)Av.preta+ErvilhacaCornichão(rincón)

Trigo

PRIMAVERAArrozSoja

Trigo/SojaArrozMilhoArroz

Trigo/Soja

OUTONOAv.preta+Azv.+Corn.

Aveia PretaNabo Forrageiro

Cornichão(rincón)Av.preta+ErvilhacaCornichão(rincón)Nabo Forrageiro

Irrigação por aspersão, através de pivô centralplano de rotação de culturas p/6 anos

Tabela 1 - Seqüência das culturas utilizadas no sistemasob pivô. A ordem de utilização das culturas poderá seralterada até o fechamento do ciclo completo

Culturautilizada

ArrozPecuária

Total

Número de cultivosem 6 anos

66

Total de cultivos econômicosno período (ha)

1.8004.2006.000

Área anual(ha)300700

1.000

Tabela 2 - Utilização da terra no sistema tradicional

Culturautilizada

ArrozSojaMilhoTrigo*

PecuáriaTotal

Número de cultivosem 6 anos

32126

Total de cultivos econômicosno período (ha)

2.1001.400700

1.4001.8007.400

Área anual(ha)700700700700300

1.000

Tabela 3 - Utilização da terra no sistema sob pivô. Oaumento de área total de cultivos no período é devidoao cultivo de trigo no inverno

*Obs.: cultivado no inverno em sucessão de culturas.

Assim como no sistema convencional, asanidade da lavoura é garantida com o trata-mento de sementes com fungicidas e insetici-das. Carboxina, tiram, imidacloprid e fipronilsão os defensivos que combatem doenças e pra-gas como a broca do colo (Elasmopalpus ligno-sellus) e broca do colmo (Diatraea saccharalis).A lagarta das folhas (Spodoptera frugiperda) eos percevejos são controlados com base no ní-vel de dano econômico.

As recomendações de adubação feitas combase em análise de solo indicam os mesmosníveis utilizados tradicionalmente. Uma apli-cação durante o plantio de NPK 10-25-27300Kg/ha e duas coberturas utilizando as fór-mulas NPK 30-00-20 e 45-00-00 com dosesde 200Kg/ha e 120Kg/ha, respectivamente.

COMPARAÇÃO DE CUSTOSA administração da fazenda utiliza o sof-

tware de controles administrativos fornecidopela empresa Safras e Sifras. Para comparaçãodos custos, foi utilizada uma planilha geradapor esse sistema considerando os custos reaisda fazenda Águas Claras, no município de Uru-guaiana (RS). O ano agrícola considerado foi ode 2005/2006. Para os custos do arroz inunda-do considerou-se a média de todas as lavourasda fazenda (558ha) sob o “sistema de cultivomínimo com irrigação por inundação”. Já parao sistema sob pivot considerou-se o custo deuma área de 85ha sob o sistema de “plantiodireto com irrigação por Pivô Central”. Os cus-

Os primeiros trabalhos foram ini-ciados em 1995. A mudança no

sistema de irrigação por inundação foi oprimeiro passo para permitir a rotaçãode culturas. Foram testados os sistemaspor sulcos, canhão hidráulico portátil epor fim o Pivô Central. O último foi osistema que apresentou os melhores re-sultados econômicos e de redução noconsumo de água. Já sob Pivô Central,foram feitos testes para definir as culti-vares de arroz, a distribuição de semen-tes, a adubação e os defensivos a seremutilizados. Estes testes geraram uma tec-nologia que produz arroz com uma pro-dutividade média de 8.050 kg/ha (safra2005/2006), superior à média do esta-do do Rio Grande do Sul, que é de 6.679kg/ha (Fonte: Irga safra 2005/2006). As-sociada às reduções de custo, essa pro-dutividade média permite uma equiva-lência econômica entre a produção dearroz irrigado por Pivô Central com o ar-roz cultivado sob inundação.

CAMINHOS PERCORRIDOS

tos gerados pelo sistema Safras e Sifras são apre-sentados no Gráfico 2.

O custo total para o sistema de inundaçãoé de R$ 2.762,91/ha enquanto para o sistemade pivô é R$ 2.094,51/ha. A produtividademédia para o primeiro sistema é de 9.100 kg/há, enquanto para o segundo é de 8.050 kg/ha.Considerando um preço de R$ 22,00 para asaca do arroz, diminuindo os custos das recei-tas, obtém-se margem bruta de R$ 1.241,03/ha para o arroz inundado e R$ 1.447,49/ha parao arroz sob pivô.

Os principais fatores de redução de custodemonstrados no Gráfico 2 estão associados aodiferente sistema de preparo de solo que con-some menos combustível fóssil e reduz a de-manda por máquinas. No sistema administra-tivo utilizado pelos produtores, esses custos es-tão inclusos em mão-de-obra, combustíveis elubrificantes, manutenção de máquinas, veícu-los leves e outros. Adicionalmente, o rendimentooperacional das máquinas em serviços como oda colheita aumenta enormemente, pois nãoexiste a dificuldade de se trabalhar com o solomolhado. O item mão-de-obra tem uma redu-ção grande porque o Pivô Central não necessi-ta do trabalho dos regadores, responsáveis pelomanejo de água nas taipas.

A redução no custo da irrigação se dá prin-cipalmente pela redução do consumo de ener-gia elétrica. Para o sistema de inundação é ne-cessário aproximadamente 1,35 cv/ha traba-lhando em média 2.200 horas por ano. Enquan-to o sistema pivot central demanda 1,66 cv/hatrabalhando mil horas por ano. Como a médiade produção por unidade de área é menor parao pivô, os custos de secagem e armazenagemtambém serão menores por unidade de área. Autilização de pulverizadores terrestres permitea redução dos custos com aviação.

É preciso ficar claro que a modificação dosistema convencional de produção de arroz con-sidera uma total mudança na concepção do usoda água e do solo. O arroz continua sendo oprincipal produto para o sistema de produçãosob pivô, mas as vantagens proporcionadas (eco-

nômicas e ambientais) são alcançadas com acorreta utilização das técnicas de rotação deculturas e plantio direto. Juntamente com osbons resultados, o novo sistema também apre-senta desafios a serem vencidos pela pesquisa.A constante busca pelo aumento da produtivi-dade e rentabilidade depende de melhor en-tendermos as particularidades do sistema comoa influência da lâmina de irrigação na produti-vidade, melhores métodos para diminuir a com-pactação do solo (conseqüência de 30 anos demanejo pesado) e melhorias no sistema de co-bertura vegetal e controle de ervas daninhas.Com as melhorias do sistema, aumentará aadoção do mesmo por parte dos agricultores,criando um processo de melhoria nas condi-ções ambientais da região alavancado por umresultado econômico positivo.

Dados preliminares da colheita da safra2007/2008 indicam produtividades de 9.300 e10.000 kg/ha para o sistema sob pivô e inunda-ção, respectivamente.

Na produção de arroz sob pivô, o consumo deágua cai pela metade, em relação ao plantio

em áreas inundadas Marlos Schuck Vicenzi,Valmont

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Pulverizador 4730

Pulverizador 4730Depois do modelo 4720, a John Deere lança o novo pulverizador autopropelido 4730,

com diversos avanços em relação ao seu antecessor

Uma das últimas novidades daJohn Deere é o pulverizador quecomeça a ser comercializado no

Brasil. O pulverizador autopropelido 4730 éuma máquina da Classe II, com 248 cv depotência, que utiliza a alta tecnologia demotores agrícolas John Deere. O motor é umdos principais diferenciais do novo modeloem relação a outros pulverizadores comerci-alizados no Brasil e no mundo. Ele foi de-senvolvido especificamente para uso agríco-la e projetado para aplicações que necessi-tam de elevadas velocidades e de alta capaci-dade e produtividade no trabalho.

O 4730 tem tanque de solução com ca-pacidade de 3.028 litros. A barra de pulve-rização de 30 metros possui novo sistemade dobra horizontal, que melhora a visibili-dade durante o transporte e nas manobrasem locais de difícil operação. O novo mode-lo já sai da fábrica equipado com a tecnolo-

gia AMS, sistema de Agricultura de Preci-são da John Deere, que inclui piloto auto-mático. Além disso, apresenta outros com-ponentes e opcionais, como o sistema denivelamento e controle de tração, que man-tém a máquina operando com estabilidademesmo em terrenos mais acidentados, commuito mais conforto para o operador.

MOTOROs pulverizadores John Deere são equi-

pados com motores desenvolvidos especial-mente para operações agrícolas. O motorque equipa esta máquina é um John DeerePowerTech Plus 6,8 litros (seis cilindros),turbo alimentado e pós-resfriado, desenvol-ve 248 cv (183 kW/245 hp) de potência no-minal a 2.100 rpm, com uma reserva de tor-que que chega até 270 cv, graças a seu siste-ma de gerenciamento eletrônico da injeção.

Este motor tem 20 cv de potência a maisque o usado no modelo 4720 e seu tanquede combustível, com 503 litros, permite tra-balhar mais de 16 horas sem necessidadede reabastecer. O motor permite alcançaruma velocidade de transporte de 48 km/h,reduzindo o tempo nas mudanças de umaárea para outra.

O motor do radiador do novo modelotrabalha com uma rotação mais baixa que odo 4720. Isso representa redução de ruídodentro da cabine, proporcionando mais con-forto para o operador durante a jornada detrabalho.

CHASSI E SUSPENSÃOO 4730 tem chassi, suspensão e compo-

nentes de direção construídos com materi-ais de alta durabilidade, o que assegura

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“““““ O pulverizador autopropelido 4730 é uma máquina da Classe II, com 248cv O pulverizador autopropelido 4730 é uma máquina da Classe II, com 248cv O pulverizador autopropelido 4730 é uma máquina da Classe II, com 248cv O pulverizador autopropelido 4730 é uma máquina da Classe II, com 248cv O pulverizador autopropelido 4730 é uma máquina da Classe II, com 248cvde potência, que utiliza a alta tecnologia de motores agrícolas John Deerede potência, que utiliza a alta tecnologia de motores agrícolas John Deerede potência, que utiliza a alta tecnologia de motores agrícolas John Deerede potência, que utiliza a alta tecnologia de motores agrícolas John Deerede potência, que utiliza a alta tecnologia de motores agrícolas John Deere”””””

Fotos John Deere

maior vida útil em condições extremas detrabalho. O chassi é feito de estrutura tu-bular de aço para suportar melhor as forçasintensas de torção registradas durante aoperação da máquina em terrenos muitoacidentados.

Em cada uma das rodas, suspensõespneumáticas, inspiradas nas usadas em avi-ões, disponibilizam 20 cm de flutuação, iso-lando o operador do movimento da máqui-na. Esses dispositivos também contribuempara que o pulverizador possa manter umpadrão de trabalho sem variações e com me-

lhor tração do conjunto. Os discos de freioreduzem a velocidade do pulverizador deforma macia, proporcionando uma paradacontrolada.

O ajuste hidráulico da bitola do pulve-rizador é feito apenas com um toque debotão. As rodas dianteiras e traseiras podemser reguladas em posições diferentes umasdas outras para reduzir a compactação. Épossível escolher bitolas entre 3.048 mm e3.861 mm e trabalhar com o pulverizadorcom um vão livre de 1,57 metro, o maiordos equipamentos do mercado.

TRANSMISSÃOA transmissão é do tipo 4x4 hidrostática,

acionada por duas bombas que atuam de for-ma cruzada. A primeira movimenta as rodasdianteira esquerda e traseira direita, e a se-gunda a dianteira direita com a traseira es-querda. Este sistema de transmissão permite

O 4730 tem tanque principal para 3.028 litros e 30 metros debarras de pulverização, com sistema de dobras horizontais

O sistema de suspensão é do tipo pneumático,que disponibiliza 20cm de flutuação

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Fotos John Deere

a utilização de quatro grupos de velocidade(na rotação máxima do motor):

• 1º grupo: 0 a 21,9 km/h;• 2º grupo: 0 a 28,0 km/h;• 3º grupo: 0 a 32,5 km/h;• 4º grupo: 0 a 47,5 km/h.As opções de pneus disponíveis para este

modelo são 320/90R50 e 380/90R46.

CABINE E CONTROLESA cabine conta com uma nova escada

frontal de acesso, de acionamento hidráuli-co, que facilita a entrada e a saída do opera-dor. Dentro dela, uma grande área envidra-çada proporciona ótima visualização da ope-ração, da barra de pulverização, dos pneus eda cultura. O isolamento acústico, com ve-dação tripla ao redor da porta e janelas, man-tém o nível de ruído bastante baixo dentroda cabine.

O assento é dotado de suspensão a ar,com os principais controles posicionados deforma ergonômica e com fácil acesso. A ala-vanca Hidro oferece importantes funções deoperação nas pontas dos dedos, como do-bra das barras, velocidade, acionamento doAutoTrac, controle de seções, altura da bar-ra e acionamento/desligamento da pulveri-

zação. Itens de conveniência estão disponí-veis, como uma tomada elétrica no painelpara carregar o celular, rádio ou computa-dor, e há compartimentos para acomodaroutros objetos.

TANQUE DE SOLUÇÃOO tanque de solução é feito de polietile-

no resistente, com capacidade de 3.028 li-tros de solução, com bocal de 40,6 cm. Para amistura dos produtos, um edutor químicogrande de aço inox e o sistema QuickFillTM,de três polegadas para abastecimento do tan-que com água e químicos, proporcionam fa-cilidade na operação e maior tempo dedica-do para aplicação. O sistema de agitação do

A cabine proporciona conforto ao operador, com isolamento acústico,assento com suspensão a ar e grande área envidraçada

tanque é hidráulico e não mecânico, o quegarante melhor uniformidade da calda.

SISTEMA DE PULVERIZAÇÃOO controlador de aplicação SprayStar e

o medidor de vazão ajustam a taxa de apli-cação desejada à velocidade da máquina. Abomba centrífuga tem acionamento hidrá-ulico, com rotação variável que se ajusta àsmudanças das condições de trabalho.

Outros dispositivos contribuem para aalta produtividade do novo modelo da JohnDeere. O abastecimento, enxágüe e mistu-ra, são realizados de forma rápida e eficaz,graças à concepção do sistema, permitindoque o pulverizador passe mais tempo traba-

O tanque de combustível com capacidade para 503 litrospermite trabalhar até 16 horas sem parar para abastecer

As barras de 30 metros são de aço, estão divididas em sete seções, duasa mais que o modelo anterior, além de pontas retráteis, de 2,1 metros

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“““““Ele foi desenvolvido especificamente para uso agrícola e projetado para aplicações queEle foi desenvolvido especificamente para uso agrícola e projetado para aplicações queEle foi desenvolvido especificamente para uso agrícola e projetado para aplicações queEle foi desenvolvido especificamente para uso agrícola e projetado para aplicações queEle foi desenvolvido especificamente para uso agrícola e projetado para aplicações quenecessitam de elevadas velocidades e de alta capacidade e produtividade no trabalhonecessitam de elevadas velocidades e de alta capacidade e produtividade no trabalhonecessitam de elevadas velocidades e de alta capacidade e produtividade no trabalhonecessitam de elevadas velocidades e de alta capacidade e produtividade no trabalhonecessitam de elevadas velocidades e de alta capacidade e produtividade no trabalho”””””

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lhando no campo. O edutor químico gran-de de aço inoxidável é padrão de fábrica epermite a adição de produtos químicos du-rante o abastecimento. Enquanto isso, abomba e o encanamento de alta vazão con-tribuem para garantir a correta aplicação,principalmente em altas velocidades. Alémdisso, o tanque de lavagem tem alta capaci-dade, de 454 litros, fornecendo água limpapara a operação diária.

BARRA DE PULVERIZAÇÃOOs pulverizadores John Deere são co-

nhecidos mundialmente por sua precisão euniformidade de aplicação. As barras tubu-lares de 30 metros de comprimento são cons-truídas com aço de alta durabilidade, queproporciona força e rigidez, enquanto osconjuntos de suspensões da barra isolamtodos os movimentos verticais e horizontaisindesejáveis.

A nova geometria da barra permite a do-bra horizontal da mesma (flat folding) emelhora significativamente a visibilidadedurante o transporte e em manobras nos lo-cais de acesso difícil.

As molas e os amortecedores de choqueestão ajustados para atender a condições di-fíceis de trabalho, enquanto que a nova barraé dividida em sete seções, duas a mais doque o modelo anterior, tornando o pulveri-zador capaz de realizar aplicações com qua-lidade nas áreas que têm realmente necessi-dade de aplicação.

As barras também estão equipadas com

extremidades retráteis de 2,1 metros, commecanismo antiquebra, protegendo-a con-tra danos.

AGRICULTURA DE PRECISÃOO pulverizador 4730 vem da fábrica

equipado com a tecnologia AMS, o sistemade Agricultura de Precisão da John Deere,dotado de receptor StarFire iTC com corre-ção SF1 e monitor colorido GS2 (touch scre-en), com piloto automático AutoTrac, quedispensa o uso das mãos do operador paramanter o posicionamento correto da máqui-na na lavoura, pois ela é conduzida auto-maticamente com precisão via satélite. ONivelamento Automático da Barra de Pul-verização (Boom Trac Pro) assegura a altu-ra de aplicação constante e o Controladorde Seções da barra (Swath Control Pro) ligae desliga automaticamente as seções da barra

As bitolas podem ser ajustadas entre 3.048 e 3.861mm, trabalhando com um vão livre de 1,57 metro. As rodasdianteiras e traseiras podem ser ajustadas com espaçamentos independentes, para diminuir a compactação do solo

de pulverização nas áreas onde não se dese-ja pulverizar, como nas manobras de cabe-ceiras, sem a necessidade da atuação do ope-rador. É, ainda, equipado com Gerenciadorde Pulverização, que permite a aplicação emtaxas variáveis.

O monitor GS2 serve de interface úni-ca, com uma tela, na qual o operador podecontrolar todas as principais funções de ope-ração da máquina, da pulverização, de dire-cionamento e documentação das informa-ções. As informações podem ser dispostasde acordo com a necessidade de cada ope-rador.

ILUMINAÇÃOO sistema de iluminação inclui oito lu-

zes de trabalho (quatro dianteiras e quatrolaterais, sendo duas de cada lado da máqui-na), mais quatro luzes traseiras (duas defreio e duas de sinalização) que permitemótima visibilidade das operações realizadasdurante a noite. Lembrando que o direcio-namento por satélite pela tecnologia AMSé um importante aliado para a garantia deuma operação bem feita.

O nivelamento automático das barras asseguraaltura de aplicação constante

A alavanca Hidro disponibiliza importantes funçõescomo dobra das barras, velocidade e controle das seções

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manutenção

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Com a economia globalizada tornou-se necessária a busca pela qualida-de total em serviços, produtos e pro-

cessos, e o gerenciamento ambiental passou aser a meta de todas as empresas.

A utilização de máquinas e equipamentosprovoca seu desgaste natural. A disponibilida-de de máquina e equipamentos para produçãoe a busca pelo aumento da competitividade nomercado, da lucratividade, da satisfação dos cli-entes, de produtos com alto padrão de qualida-de etc passam obrigatoriamente pelo bom fun-cionamento e manutenção preventiva na ins-talação.

Quando a empresa não preza por ter umbom programa de manutenção, os prejuízos sãocorrentes e inevitáveis, pois as máquinas e osequipamentos com defeitos ou quebrados irãocausar diminuição ou interrupção do trabalhoe de produção, atrasos nos prazos programados(entregas e contratos), perdas financeiras, au-mento dos custos, produto final com qualida-de inferior, insatisfação do mercado, perda demercado.

A manutenção deve ser en-carada como uma função es-tratégica na obtenção dos re-sultados da empresa e deveestar direcionada ao suportedo gerenciamento e à solu-ção de problemas apresen-tados na produção. Portan-to, a empresa deve ser ge-rida de modo a propor-

cionar à organização um grau de funcionalida-de com um custo global otimizado. A políticade manutenção deve ser definida pela empresasegundo os seus objetivos organizacionais, apre-sentando-se como fator determinante do su-cesso do planejamento da produção e, portan-to, da produtividade do processo.

A manutenção preventiva (que visa preve-nir quebras) está baseada em intervenções pe-riódicas geralmente programadas segundo a fre-qüência definida pelos fabricantes dos equipa-mentos. Essa política, em muitos casos, leva adesperdícios, pois não considera a condição realdo equipamento. Já a manutenção preditivacaracteriza-se pela medição e análise de variá-veis das máquinas, equipamentos e processosque possam indicar uma eventual falha. Comisso, a equipe de manutenção pode se progra-mar para a intervenção e a aquisição de peças,reduzindo gastos com estoque e evitando para-das desnecessárias da produção. Na manuten-ção corretiva esta ocorre somente após a falhaou a quebra ter ocorrido, não sendo possívelminimizar os efeitos.

Para evitar que a empresa entre em colapsoé obrigatória definição de um programa demanutenção com métodos preventivos, a fim

de obter produtos com qualidade previa-mente estabelecida e na quantidade pre-vista. Deve conter no programa o roteiroe as ferramentas que serão utilizadas e aprevisão de vida útil de cada elemento das

máquinas.Uma unidade processadora e armazenadora

de grãos e sementes envolve grande quantida-de de equipamentos e peças que devem ser ge-ridas de forma a sofreremmanutenção ou trocana hora correta. Isto

evita paradas des-

necessárias, acidentes e prejuízos diversos. Boaparte dos equipamentos desta unidade irá fun-cionar apenas uma pequena parte do ano fi-cando parada o restante do tempo, por isto amanutenção se torna crucial para um retornoseguro às atividades. Segundo dados da Conabem 2006, em suas unidades, foram gastos R$9,9 milhões com manutenção, recuperação,adequação e modernização de equipamentosoperacionais e na recuperação das estruturasdos armazéns.

Boa parte das perdas de produtos e da suaqualidade está relacionada com equipamentosmaldimensionados, com regulagem indevida ousem manutenção. A maior parte das perdas degrãos ocorre devido à falta de manutenção edesconhecimento técnico específico durante oprocessamento, principalmente em virtude domanuseio impróprio dos grãos, aliado às con-dições inadequadas de armazenamento, bene-ficiamento e transporte, à má distribuição es-pacial da unidade e à capacidade insuficienteda rede armazenadora.

Uma unidade processadora e armazenado-ra, independente de seu nível tecnológico, pos-sui edificações, instalações e equipamentos quese configuram em sistemas funcionais adequa-damente projetados, estruturados e gerencia-dos para o recebimento, limpeza, secagem, ar-mazenagem e expedição da produção. Para isso,operacionalmente, as unidades apresentam es-truturas físicas como as moegas, silos-pulmões,silos armazenadores ou graneleiros, maquiná-rios como secadores, máquinas de pré-limpezae de limpeza e transportadores como o eleva-dor de caneca, transportador pneumático, cor-reia transportadora, transportador de correnteou redlers, transpor-tador helicoidal ourosca sem-fim,

Sempre em diaA manutenção preditiva é uma das melhores e mais eficientes formas de manter as

unidades armazenadoras bem conservadas e em funcionamento constante

Culti

var

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Boa parte das perdas de produtos ou da sua qualidadeestá relacionada com equipamentos maldimensiona-dos, com regulagens indevidas ou sem manutenção

calha vibradora e transportadores por gravida-de (Figura 1).

MANUTENÇÃO PLANEJADACom o tempo e o uso a depreciação e o

desgaste dos equipamentos e das estruturas quecompõem as unidades armazenadoras são ine-vitáveis. Por isto o planejamento e a execuçãode um plano de manutenção preventiva e cali-bração de equipamentos se tornam necessáriosvisando desempenho e funcionamento apro-priado e contínuo da planta, além do necessá-rio e constante treinamento dos trabalhadoresenvolvidos no processo. Dessa forma, as ma-nutenções devem ser contínuas e adequada-mente planejadas e executadas, mesmo as deemergências.

O aspecto inicial, anterior à recepção doproduto, em uma unidade armazenadora, é asanitização da mesma. Os locais devem ser ri-gorosamente limpos de todos os resíduos e pro-dutos remanescentes da safra anterior que pos-sam contaminar o ambiente ou servir de ali-mentos para insetos e microorganismos, evi-tando, assim, a ocorrência de focos de prolife-ração de pragas. Ao impedir a contaminaçãodas safras posteriores, também se garante a pre-servação dos cabos e máquinas que podem serdanificados pela ação de roedores, além da ocor-rência de bolsas de calor. Essas bolsas de calorse formam quando há o aquecimento acentua-do em uma determinada região na massa degrãos armazenada, alterando as condições ini-ciais e propiciando a deterioração e alteraçãodas características sensoriais predominantes,como sabor, odor e cor.

Durante a recepção da produção na unida-de é ideal que se realize uma pré-amostragempara se conhecer as condições iniciais do pro-duto e a necessidade de separação de impure-

zas (terra, pedra, madeira, palha), evitando,principalmente, quebras de equipamentos edesperdícios energéticos. Desta maneira, deci-de-se sobre o destino do produto, ou seja, ne-cessidade de limpeza e secagem, armazenamen-to imediato e outras finalidades, garantindo umplanejamento adequado e o não-desperdíciodevido à falta das informações básicas.

Para tanto, o controle pode também ser re-alizado através do Manejo Integrado de Pra-gas, ou mesmo com a aplicação de expurgo, sen-do, neste caso, com um adequado controle deaplicação e treinamento do trabalhador respon-sável. Já, para o caso da existência de pássaros,aconselha-se a colocação de telas nas janelas paraevitar a entrada na unidade armazenadora.

Na parte estrutural, orienta-se a manuten-ção dos circuitos elétricos, como motores, lâm-

padas, quadros de comandos, transformadores,bancos de capacitores e cabos, que devido aoseu alto poder de ignição, em caso de ocorrên-cia de faíscas, junto à poeira residuária, podeprovocar explosões, principalmente em locaisonde há uma intensa movimentação dos grãos,como nos locais de carga, moagem, descarga etransporte. Devido a todo o sistema se apre-sentar interligado, é também aconselhada autilização de sistemas corta-fogo, principalmen-te nos dutos de transporte, a fim de evitar apropagação de incêndios para outros locais daplanta. Além disso, as técnicas adequadas e osequipamentos apropriadamente distribuídos edimensionados reduzem, efetivamente, o des-perdício elétrico e as perdas de safras devido àsindividualidades dos grãos.

Para a manutenção das estruturas físicas(moegas, silos-pulmões, silos armazenadores egraneleiros), deve-se praticar uma constanteinspeção de: rachaduras nas calçadas ao redordo silo e evitar fendas nas paredes dos arma-zéns para que não ocorram contaminações dosprodutos nem descontrole do teor de água doproduto; sistema de termometria; sinalizaçãode perigo de acidente e as rotas de fugas; limpe-za das fossas de drenagem, para evitar alaga-mentos locais; verificar os estados dos ventila-dores, queimadores, canalização, registros edutos de distribuição nos sistemas de aeração.

No caso da manutenção dos maquináriose transportadores, os procedimentos requeremtipos específicos de manutenção, tais como:manutenção de rotina, que é realizada de acor-do com as especificações dos fabricantes, comopor exemplo, a de conferir e completar o nível

Figura 1 – Fluxograma operacional básico de uma unidade armazenadora.

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ulga

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de óleo em motor-redutor, lubrificar mancais,averiguar e mudar as correias e rolamentos comvida útil esgotada; verificação e ajuste de folgasem correias; manutenção de emergência quan-do ocorrer pane nos transportadores durante ofuncionamento; e manutenção preventiva pro-movendo inspeções periódicas com procedi-mentos rotineiros de manutenção, além de ob-jetivar a limpeza, o ajuste, o reparo e a substi-tuição dos equipamentos e seus acessórios comvida útil vencida.

Durante todo o processamento, o transportedeve ser da forma mais organizada e controla-da possível, pois é o momento mais propício adanos físicos aos grãos, como a ocorrência detrincas e quebras. No caso dos transportado-res, sua função é fazer a ligação dos elementosda unidade movimentando a massa de grão. Amanutenção destes equipamentos deve serconstante devido ao grande desgaste em peçassob a ação do atrito, às possibilidades de gera-ção de faíscas, ruídos e incêndios, à necessida-de de lubrificação das peças, da verificação dosrolamentos e do alinhamento, além da vedaçãodas calhas. Contudo, deve-se sempre levar emconta as especificações e necessidades de cadatipo específico de transportador, além da ma-nutenção das condições de higiene.

A manutenção de ventiladores e peneirasdeve ser realizada constantemente a partir dasubstituição de peças desgastadas e da regula-gem do sistema de acordo com a espécie do grão.O controle do teor de água e temperatura inici-al da massa de grãos é fundamental para a ade-quada realização da secagem e armazenamen-to dos mesmos.

Na secagem, a manutenção de um ambi-ente limpo e livre de restos de grãos impede aproliferação de microorganismos e outros ani-mais no produto que será armazenado, garan-tindo a qualidade, a conservação dos aspectos

Outras medidas que aumentam aproteção de produtos agrícolas

armazenados são:• proteção contra entrada de insetos,

nas saídas de ar e janelas;• proteção contra ratos, nos arma-

zéns com fundação elevada;• isolamento da área de armazena-

mento de outras áreas destinadas ao pro-cessamento, para evitar a penetração depó, ar úmido e insetos;

• manutenção das partes interna eexterna limpas, sem acúmulo de entulho,pó, grãos ou sacarias;

• aplicação periódica de inseticida emtodo o armazém;

• calafetamento das fendas em pare-des e pisos;

• utilização de estrados de madeira paraevitar o contato dos sacos com o piso;

• Inspeção dos grãos durante o ar-

ARMAZENAMENTOmazenamento. Verifique semanalmenteas condições como: sinais de ataque porinsetos, pássaros, roedores e modifica-ções em aspectos como cor e odor.

Além de todo esse controle para amanutenção de equipamentos e da higi-ene local, ao se findar um adequado fun-cionamento de uma unidade armazena-dora é ideal que haja uma periódica ins-peção das condições ambientais circun-dantes, já que este ao impactar o ambi-ente interfere diretamente no desenvol-vimento local e de produção. A ocorrên-cia desses impactos pode prover condi-ções para a paralisação da funcionalida-de da unidade, à medida que estas po-dem originar danos à saúde do trabalha-dor, à população circundante, ao ambi-ente de forma geral, à qualidade final doproduto e na imagem da empresa peran-te a sociedade.

visuais ideais, o não-desperdício de energia enem a perda da produção. Para esse processo seaconselha a utilização de aspiradores em subs-tituição do ato de varredura, buscando a pre-caução devido à facilidade de desencadeamen-to de incêndios ocasionados pela poeira. Nesseprocesso também é de extrema importância amanutenção das estruturas físicas e acessóriosutilizados, além do controle da temperatura,pressão, umidade relativa e aeração local.

OUTRAS MEDIDAS IMPORTANTESMedidas como o controle de ruídos por iso-

lamento acústico, de odores através da utiliza-ção de material combustível adequado, de ma-terial particulado por colocação de filtros,do reflorestamento em locais onde a mata foiretirada para queima em fornalhas e o controletransitório de veículos no local e nas principaisvias de acesso são alguns aspectos de impor-tância a serem considerados para a manuten-ção das condições ideais de operação das uni-dades armazenadoras.

Mesmo considerando-se todas as medidasapresentadas, os trabalhadores envolvidos comesses processos devem ser treinados e adotartodas as medidas preventivas para evitar aci-dentes. O uso dos equipamentos de proteçãoindividual (EPIs), como luvas, capacetes, más-caras, óculos, botas e trava-quedas, e dos equi-pamentos de proteção coletivos (EPCs) comoventiladores de ar, rádios de comunicação, lan-ternas e detectores de gases, é indiscutivelmen-te essencial, garantindo a segurança e a boa saú-de do trabalhador.

Situações onde há a necessidade de entra-da do trabalhador no silo cheio deve sempre seracompanhada e com o uso dos EPIs necessári-os. A entrada em ambientes confinados tam-bém deve apresentar especial atenção visto àpotencialidade de ocorrência de intoxicações eà falta de oxigenação, aconselhando-se a utili-zação de sensores para a identificação da pre-sença de gases tóxicos e instrumentos auxilia-res para o caso de insuficiência de oxigênio.

Desta forma, na etapa de pós-colheita, amanutenção preventiva de uma unidade pro-cessadora e armazenadora de grãos e sementesagrícolas se apresenta como uma realidade ine-vitável para a otimização e a sustentabilidadede todo o processo produtivo envolvido, garan-tindo a qualidade final do produto, a continui-dade de produção e o retorno financeiro aoempreendedor.

É necessária também a manutenção dos sistemasde controle de temperatura, pressão, umidade

relativa e aeração local

Por ficar boa parte do ano inoperante,é necessária a manutenção no período

que antecede a armazenagem

Ednilton Tavares de Andrade,Leandro Gonçalves Dias eLuciana Pinto Teixeira,UFF

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Eche

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26 • Abril 08

hastes sulcadoras

Ométodo de preparo tecnicamentedenominado de semeadura dire-ta, mais conhecido como Sistema

de Plantio Direto (SPD), teve um incrementosignificativo de área a partir da década de 90 noBrasil. O SPD foi inicialmente baseado em re-duzida mobilização do solo, em torno de 60m3/ha, por dois motivos principais: os sulcadoresde adubo das semeadoras-adubadoras eram dotipo disco duplo e o espaçamento das princi-pais culturas que eram semeadas sob PD eramo milho e a soja, cujo espaçamento entre linhasmais freqüentemente empregado era de 90 e60cm, respectivamente.

Com o decorrer do tempo de uso do solosob SPD e especialmente com a retirada dosterraços das lavouras, operações de semeadura,aplicações de agroquímicos e defensivos agrí-colas, colheita e transporte de grãos passarama ser feitos com máquinas e equipamentos demaior porte e peso. Como nem sempre as ope-rações podem ou são feitas em condições ade-quadas de umidade do solo e como não há maiso revolvimento da camada superficial do solo acada safra, a exemplo do que vinha sendo feitocom aração e escarificação, problemas mais oumenos sérios de compactação do solo foram de-tectados nas lavouras, em especial naquelas commaiores teores de argila.

Um problema imediato resultante do mai-or estado de compactação do solo no SPD foi adificuldade de penetração dos sulcadores do tipodiscos duplos das semeadoras-adubadoras deprecisão, já que estes penetram no solo devidoao peso. Mesmo com adição de lastros nas se-meadoras, os discos duplos não penetravam

além de 5 a 7cm de profundidade e, por vezes,o sulco de semeadura apresentava profundida-de bastante irregular. A solução encontrada foia substituição dos sulcadores do tipo discosduplos por sulcadores fixos, tipo facão, adequan-do estrategicamente um disco de corte de pa-lhada à frente de cada um, dispondo inclusivede regulagens para atuação em diferentes pro-fundidades.

Nos solos onde a compactação já se tornoucrítica, os agricultores têm efetuado a escarifi-cação do solo até próximo de 20cm de profun-didade. Também, em outros casos, voltou a seempregar a grade aradora, tanto para aliviar acompactação, como tentar erradicar ou contro-lar doenças e pragas presentes no solo. Essespreparos de solo podem, no entanto, provocara exposição de pedras para a superfície do solo,ativar o banco de sementes de invasoras, deixara superfície do solo descoberta, favorecendo oprocesso erosivo em caso de chuvas intensas.

Outra solução que está sendo testada para ali-viar a compactação do solo é a utilização deplantas de cobertura com sistema radicularagressivo. No entanto, os resultados indicamque é essa técnica é um processo lento.

Atualmente, os sulcadores de adubo do tipofacão podem operar à profundidades de 6cmaté próximo de 20cm, razão pela qual às vezestem sido comparados a hastes de escarificado-res. As principais conseqüências do uso dessetipo de sulcador no SPD são:

1) O aumento do volume de solo mobi-lizado na linha de semeadura, podendo al-cançar de 250 a 700m³/ha (para compara-ção, uma aração a 20cm de profundidademobiliza 2.000m³/ha);

2) Maior incorporação da palhada que estásobre a superfície do solo, podendo esta ser pra-ticamente “coberta” por solo resultante damobilização do facão, especialmente quando aoperação de semeadura for efetuada em solos

Perfilômetro de varetas, usado para medir aárea de solo mobilizada no sulco desemeadura por sulcador tipo facão

Exemplo de sulcador tipo facão,que equipa as plantadoras de

plantio direto

Foto

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Sulco perfeitoSulco perfeitoApesar dos avanços que já ocorreram, as hastes sulcadoras existentes nomercado ainda podem ser melhoradas no sentido de promover maiorvolume de solo mobilizado e exigir menos força de tração

Apesar dos avanços que já ocorreram, as hastes sulcadoras existentes nomercado ainda podem ser melhoradas no sentido de promover maiorvolume de solo mobilizado e exigir menos força de tração

Cultivar

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com declive, alta velocidade (maiores do que7,5km/h), solos muito compactados e/ou combaixa umidade na camada superficial e quandosemeadas culturas com reduzido espaçamentoentre linhas (38 – 45cm);

3) Com maior mobilização na camada su-perficial, em extensão e em profundidade, emaior incorporação dos resíduos das culturasanteriores, poderá haver, temporariamente,maior disponibilidade de nutrientes em sub-superfície, já que estes, na maioria das vezes,são aplicados superficialmente. Porém, há maiorprobabilidade de oxidação da matéria orgânicaacumulada na camada mobilizada, maior tem-peratura do solo até a época em que o própriodossel da cultura cubra totalmente a superfíciedo solo, maior probabilidade de escoamentosuperficial da água das chuvas na forma de en-xurrada, especialmente se a semeadura for efe-tuada morro acima - morro abaixo;

4) Aumento da demanda de tração e, con-seqüentemente, requerimento de mais potên-cia e potencial de tração dos tratores que ope-ram com semeadoras de PD. Para comparação,semeadoras-adubadoras equipadas com sulca-dores de adubo tipo discos duplos, trabalhan-do em solo argiloso em torno de 6,0cm de pro-fundidade e operando em nível, a uma veloci-dade média de 6,5km/h, com trator 4x2 TDA(Tração Dianteira Auxiliar), há necessidade de6,0CV por linha. Caso opere morro acima (acli-ve médio de 7%, por exemplo), esta demandapassa para 8,0CV por linha de semeadura. Nasmesmas condições de semeadura especificadas,se fosse empregado um sulcador fixo do tipofacão e operando a profundidade média de

14cm, a exigência de potência do trator, traba-lhando em nível, passaria para 11,0CV por li-nha e, em aclive médio de 7%, para 14,0CVpor linha. Em ambas as simulações foi consi-derado solo argiloso com teor de umidade ade-quado próximo da friabilidade, a semeadora-adubadora de precisão totalmente abastecidacom sementes e adubo e o trator lastrado;

5) Quando se utiliza o sulcador facão emsolos com teor de argila maior do que 35% eem condição de alta umidade, a mobilizaçãonão ocorre e pode haver “espelhamento” dasparedes do sulco, podendo ocasionar problemaspara desenvolvimento radicular das culturas;

6) Quando se utiliza sulcadores facãocom ponteiras estreitas em profundidadesmaiores do que cinco a seis vezes a sua lar-gura, não ocorre a mobilização correspon-dente à maior demanda de tração necessá-ria ao seu aprofundamento.

As produtividades obtidas com uso de sul-cadores de discos duplos nem sempre são su-periores àquelas obtidas com uso de sulca-dores de discos duplos, notadamente quan-do não há deficiência hídrica ao longo do ci-clo de desenvolvimento da cultura implan-tada sob SPD. Entretanto, pesquisas e resul-tados de lavoura têm demonstrado que em

Sulcador de adubo do tipo facão,apresentando diferentes opçõesde regulagem de profundidade

anos com deficiência hídrica moderada e emsolos mais compactados, a produtividade deculturas como de milho e soja pode ser deaté 15% superior. Este incremento de pro-dutividade normalmente compensa o maiorgasto com combustível (função do empregode trator com maior potência) e/ou menorcapacidade operacional (função do uso demenos linhas de semeadura) do conjuntotrator-semeadora, em relação ao uso de sul-cadores do tipo disco duplo.

Conclui-se que há necessidade de estudose projetos de sulcadores tipo facão que consi-gam atender simultaneamente os seguintesobjetivos: a) proporcionar o maior volume desolo mobilizado na linha de semeadura para,efetivamente, reduzir a compactação; b) pro-mover a menor exposição do solo em superfí-cie, deixando toda a cobertura sobre a mesma;c) demandar o menor esforço de tração possí-vel; d) permitir operação de semeadura a velo-cidades que permitam obter alta capacidadeoperacional de campo.

Isso certamente constitui um desafio paraos pesquisadores, técnicos, empresas fabri-cantes de semeadoras e produtores para quenão haja necessidade de se voltar a utilizarmétodos de preparo de solo como aração egradagens, gradagem pesada ou escarificaçãoem lavouras conduzidas por muito tempo sobSPD, devido ao alto grau de mobilização eao alto investimento econômico e energéticorequerido pelos mesmos.

Renato Levien,Carlos Ricardo Trein,Osmar Conte eHenrique Debiasi,UFRGS

Mesma marca de semeadora-adubadora de plantio direto com

diferentes tipos de sulcadores de adubo

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Exemplo de mobilização do solo, causada por diferentes tipos de sulcadores

Abril 08 • 27

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28 • Abril 08

potência de máquinas

AUniversidade Federal de SantaMaria, através do Núcleo de En-saios de Máquinas Agrícolas, pre-

ocupada com a procura de informações de agri-cultores da sua região de abrangência, relacio-nadas ao uso de máquinas agrícolas, realizourecentemente um levantamento da quantida-de de máquinas existentes em empresas ru-rais das principais culturas do estado. O le-vantamento de dados obtido com a aplicação

do questionário, é composto de informaçõesiniciais, inventário de recursos humanos, in-ventário de terras, inventário de operações, in-ventário de tratores e colhedoras, inventáriode máquinas e implementos e inventário debenfeitorias. Foram amostradas 22 proprieda-des rurais com área superior a 50 hectares que,dentre suas atividades, desenvolvessem exclu-sivamente a cultura do arroz ou soja, totali-zando 12.259 hectares de superfície útil. As

unidades agrícolas dessas propriedades foramclassificadas em estratos, com intervalos deáreas de 50 a 249, de 250 a 499, de 500 a 749e maior que 749 hectares. Em cada estratoexistem unidades agrícolas produtoras de sojae arroz, exclusivamente.

Analisando a composição do mercado detratores de rodas (Figura 1), encontrou-se nototal da amostragem maior participação damarca Massey Ferguson, fabricada pela AGCO,representando 42,2% da amostragem, seguida

Potência em excessoEstudo mostra que há mais potência nos tratores utilizados nas

lavouras brasileiras do que realmente é necessário, e que a média demáquinas por hectare no RS e PR é superior à nacional

Page 29: Maquinas 73

“““““FFFFForam amostradas 22 propriedades rurais com área superior a 50 hectares que,oram amostradas 22 propriedades rurais com área superior a 50 hectares que,oram amostradas 22 propriedades rurais com área superior a 50 hectares que,oram amostradas 22 propriedades rurais com área superior a 50 hectares que,oram amostradas 22 propriedades rurais com área superior a 50 hectares que,dentre suas atividades, desenvolvessem exclusivamente a cultura do arroz ou sojadentre suas atividades, desenvolvessem exclusivamente a cultura do arroz ou sojadentre suas atividades, desenvolvessem exclusivamente a cultura do arroz ou sojadentre suas atividades, desenvolvessem exclusivamente a cultura do arroz ou sojadentre suas atividades, desenvolvessem exclusivamente a cultura do arroz ou soja”””””

Abril 08 • 29

pela New Holland, incluindo a marca antigaFord, com 21,9% do mercado. As marcas Val-tra, sucessora da Valmet, apresentou participa-ção de 18,8%, e finalmente a marca John Dee-re com 8,6% do total.

No que se refere a colhedoras, Figura 2, acomposição de mercado encontrada na pesquisateve maior participação da marca Massey Fer-guson, com 37,5% do mercado, seguida pelamarca John Deere, com 33,3% e finalmente aNew Holland, com 27,1% de participação.

Na Figura 3 tem-se a classificação dos tra-

tores agrícolas, de acordo com a potência uni-tária (cv), segundo a Associação Nacional dosFabricantes de Veículos Automotores para ostratores de rodas amostrados. Observa-se queno estudo realizado não se encontrou nenhumtrator com potência de até 49cv, enquanto quea maioria, 70% dos tratores, enquadrou-se nafaixa de 100 a 199cv.

A Tabela 2 demonstra o número de tra-tores existentes nas propriedades amostradase respectiva área (ha) por trator nos estratosaplicados. No intervalo de área entre 50 a

Figura 2 - Composição de mercado de colhedoras amostradasna região central do estado do Rio Grande do Sul, 2007

*Número de unidades amostradas.

Figura 3 - Classificação dos tratores agrícolas, de acordo com apotência unitária (cv), segundo a Associação Nacional dosFabricantes de Veículos Automotores para os tratores de rodasamostrados

Figura 1 - Composição atual do parque de tratores agrícolasamostrados região central do estado do Rio Grande do Sul, 2007

*Número de unidades amostradas.

Valtr

a

Massey ferguson

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30 • Abril 08

Tratores/Propriedade3,54,28,27,55,9

Hectares/Tratores52,176,272,6

146,486,8

Intervalo declasse (ha)50 - 249250 - 499500 - 749

>749 Média

Média

Tabela 2 - Número de tratores de rodas existentes naspropriedades amostradas e respectiva área cultivadapor trator nos estratos aplicados

Colhedoras/Propriedade0,82,22,43,32,2

Hectares/Colhedora218,8145,5247,9329,5235,4

Intervalo declasse (ha)50 - 249250 - 499500 - 749

>749Média

Média

Tabela 3 - Número de colhedoras existentes naspropriedades amostradas e respectiva área cultivadapor colhedora nos estratos aplicados

Tabela 1 - Distribuição das propriedades amostradassegundo estratos de área cultivada total (ha)

Identificaçãodo estrato

1234

Total (média)

Intervalo declasse (Ha)50 - 249

250 - 499500 - 749

>749

Áreamédia (ha)

182,33320,00595,00

1.098,33(548,92)

Númeropropriedades

6556

22

Tabela 4 - Índice de mecanização agrícola e potênciatotal para as propriedades amostradas segundo estratosde área semeada total (ha)

Intervalo declasse (Ha)50 - 249

250 - 499500 - 749

>749 Total (média)

Totalde ha1.0941.6002.9756.59012.259

kW

1.494,61.674,53.406,53.778,710.354,2

kW.ha-1¹

1,371,051,150,57

(1,03)

Soja0,840,680,660,420,65

Arroz1,931,811,770,981,62

Intervalo declasse (Ha)50 - 249250 - 499500 - 749

>749Média

Índice de mecanização (kW. ha-1)

Tabela 5 - Distribuição de potência (kW. ha-1) nas proprie-dades amostradas por cultura nos estratos aplicados

ras por propriedade conforme aumenta a áreano intervalo de estrato aplicado. Percebe-seque primeiro no estrato o número de colhe-doras por propriedade é inferior a uma uni-dade, comprovando o uso de serviço terceiri-zado de colheita nas menores áreas, no qualem muitos casos torna-se inviável a aquisi-ção de uma colhedora.

A Figura 4 apresenta a distribuição de tra-tores por área e em função da cultura. Nota-seque, com o aumento da área de cultivo da soja,o número de tratores aumenta suavemente emcomparação com o aumento que é gerado nomomento em que se aumenta a área de arroz,no qual é quase proporcional ao aumento daárea. Este fator se explica em função de que acultura do arroz concentra muitas operaçõesno período de semeadura, isso, se não for pla-nejado antecipadamente, demanda maior nú-mero de tratores. Viu-se que a área da culturado arroz, em sua maior parte, é arrendada e,em função disso, as operações concentram-se,pois as áreas em que a cultura será implantadageralmente são ocupadas por pecuaristas du-rante o inverno, que mantêm os animais sobrepastejo até o mês de agosto, dificultando e até

249 hectares, tem-se 3,5 tratores por propri-edade e 52,1 hectares por trator, já no maiorintervalo, maior que 750 hectares, tem-se 7,5tratores por propriedade e próximo a 146,4hectares por trator.

Segundo Anfavea (2006) o índice de me-canização agrícola no Brasil expresso em hecta-res por trator de rodas chegou, em 2006, a 171hectares por trator, um dos mais altos índicesdesde 1975. Comparando os números da An-favea com os valores observados na amostra-gem, a área por trator encontrada demonstraque na região central do estado do Rio Grandedo Sul há mais tratores de rodas que para oBrasil, sendo que a média é de um trator paracada 89,8 hectares, enquanto que a média na-cional é de 171ha por trator. Por outro lado, secompararmos o índice de mecanização agríco-la de outros países, como Argentina, Canadá,Estados Unidos, França e Reino Unido, comvalores de 93,1, 62,3, 36,4, 14,6, 11,3 hectarespor trator, respectivamente, (Anfavea, 2006), aregião central do estado do Rio Grande do Sul,com valor médio de 86,8 hectares por trator deroda, está mais próxima desses países com rela-ção ao restante do país.

Valores próximos aos pesquisados no RioGrande do Sul foram encontrados por Gime-nez (2006) no estado do Paraná, no qual o es-trato de 100-300 hectares apresentou 2,8 tra-tores, de 300-600 apresentou 4,4 tratores, de600-900, 5,9 tratores, e maior que 900 hecta-res apresentou 8,1 tratores por unidade agríco-la. Este autor demonstrou que no Paraná tam-bém há mais equipamentos em comparaçãocom a média brasileira, com média de seus es-tratos de 128 ha por trator.

Na Tabela 3 apresenta-se o número decolhedoras existentes nas propriedades amos-tradas e respectiva área cultivada por colhe-dora nos estratos aplicados. Identifica-se umcrescimento gradual no número de colhedo-

Rio Grande do Sul e Paraná têmmédia de tratores por hectaresbem acima da média nacional

Figura 4 – Distribuição de tratores por área em função da

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“Em áreas maiores notou-se maior rendimento operacional“Em áreas maiores notou-se maior rendimento operacional“Em áreas maiores notou-se maior rendimento operacional“Em áreas maiores notou-se maior rendimento operacional“Em áreas maiores notou-se maior rendimento operacionaldas semeadoras, tanto para o real como para o planejado”das semeadoras, tanto para o real como para o planejado”das semeadoras, tanto para o real como para o planejado”das semeadoras, tanto para o real como para o planejado”das semeadoras, tanto para o real como para o planejado”

Em propriedades entre 50 e 249hectares, a média é de 3,5

tratores por propriedade

impossibilitando o preparo antecipado da área.Do ponto de vista de utilização de potência

para a realização das operações, percebe-se naFigura 5 que as propriedades rurais que se en-quadram nos maiores estratos possuem maioreficiência, isso devido aos tratores possuíremmaior potência média e o índice de mecaniza-ção menor. A potência média por trator foi de71,17kW para o menor estrato, 79,73kW parao segundo, 83,08kW o terceiro e 83,97 para oestrato superior a 749 hectares.

Isto pode ser explicado considerando queas potências utilizadas nas menores proprieda-des são definidas a partir da potência necessá-ria para tracionar o implemento na operaçãode maior demanda de potência, dessa forma oíndice de mecanização (kW.ha-¹) das áreasmenores tendem a ser maiores.

Observando a Tabela 4, onde se tem índicede mecanização agrícola para as propriedadesamostradas segundo estratos de área semeada

total (ha) e potência total encontrada em cadaestrato (kW), percebe-se que a tendência doíndice de mecanização é reduzir conforme au-menta a área. Porém, no intervalo de área de500 a 749 hectares, esse índice volta a aumen-tar, devido ao número de tratores por proprie-dade superior ao estrato seguinte, aliado à pe-quena diferença de potência média entre os tra-tores dos dois últimos estratos e menor área dointervalo de 500 a 749 hectares.

Quanto ao índice de mecanização por áreade semeadura nas propriedades amostradas,considerando as culturas de arroz e soja, no

qual se verifica que o maior uso da potênciaestá no estrato 1, de 50 a 249 hectares, com oíndice de mecanização de 1,37 kW.ha-¹. Con-forme aumenta a área, a utilização da potên-cia (kW. ha-¹) tende a reduzir. Isso demonstraque nas maiores unidades de área a eficiênciadas máquinas agrícolas pode ser maior. O ín-dice de mecanização médio observado na re-gião central do Rio Grande do Sul conside-rando a amostragem usada, para as culturasde arroz e soja, foi de 1,03kW. ha-¹.

Analisando separadamente o índice demecanização tanto para a cultura do arroz,

Figura 5 - Potência média dos tratores agrícolas de rodas e índice de mecanização para os estratos aplicados Figura 6 - Índice de mecanização (kW. ha-¹) nas propriedades amostradas por cultura

Char

les

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cultura

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32 • Abril 08

Tabela 6 - Distribuição da área (ha) de soja semeada por linha

Estrato(ha)

50 - 249250 - 499500 - 749

>749Total (Média)

Totalde ha560

1040164046407880

Nº depropriedades

3334

13

Áreamédia186,6346,6546,61160,0

Total de linhas223858

132

Ha/linha25,4527,3728,2835,15

(29,06)

Semeadoras

Tabela 7 - Distribuição da área (ha) de arroz semeada por linha

Estrato(ha)

50 - 249250 - 499500 - 749

>749Total (Média)

Totalde ha534560

133519504379

Nº depropriedades

32229

Áreamédia178,0280,0667,5975,0

Total de linhas6042

120152

Ha/linha8,90

13,3311,1312,83

(11,55)

Semeadoras

como para a da soja, e considerando toda aamostragem, do menor ao maior estrato de cadacultura, de modo que as propriedades somentecultivem exclusivamente uma das culturas,obteve-se uma média de 1,65kW. ha-¹ para acultura do arroz e 0,63kW.ha-¹ para a culturada soja. Dessa forma, verificou-se que o índicede mecanização no arroz é superior ao da cul-tura da soja para a mesma área observada, con-forme Figura 6.

A Tabela 5 apresenta o índice de mecaniza-ção (kW. ha-¹) por cultura em função do inter-valo de área aplicado. Constata-se que no in-tervalo de 50 a 249 hectares, o índice para asoja foi de 0,84kW. ha-¹, enquanto que para acultura do arroz, esse valor foi de 1,93kW.ha-¹.Dessa maneira ocorreu sucessivamente, namedia em que os intervalos de área foram au-mentando, a relação de potência por hectarefoi reduzindo para as duas culturas, chegandoa valores próximos à metade do utilizado noprimeiro estrado em comparação com o demaior estrato.

Analisando comparativamente o índice demecanização pesquisado na cultura da soja coma do arroz percebe-se que a primeira utiliza namédia 60% menos da potência por hectare usa-da na segunda cultura.

Machado (2002), analisando o índice demecanização da área orizícola da região centraldo Rio Grande do Sul, encontrou valores de1,29kW.ha-¹ para intervalo de áreas entre 181 a400 hectares, e 0,66kW.ha-¹ para áreas superio-

res a 400 hectares.Verificando a utilização de semeadoras, na

Tabela 6, contatou-se que a área média semea-da da cultura de soja por linha no campo foi deaproximadamente 29 hectares, no entanto, coma realização dos planejamentos, obteve-se umvalor superior ao real, constatando que as uni-dades produtoras de soja podem otimizar suasmáquinas em até 11,6%. Isso pode ser realiza-do através da ampliação da área semeada ouredução do número de linhas, reduzindo, con-seqüentemente, a necessidade de potência paratracionar o equipamento. Nota-se que, tantopara o dimensionamento planejado como parao real existente no campo, existe semelhantetendência, na qual nas menores propriedadesse tem o menor rendimento por linha, enquantoque nas maiores áreas ocorre o vice-versa. Para

propriedades com até 249 hectares, uma linhade semeadora tem a capacidade de semear apro-ximadamente 25 hectares, como o constatadono campo e no planejado.

Em áreas maiores notou-se maior ren-dimento operacional das semeadoras, tantopara o real como para o planejado. No mai-or estrato, com área superior a 749 hecta-res, representando 4.640 hectares de seme-adura e com uma área média de 1.160 hec-tares cada propriedade, observou-se 35hapara cada linha no campo e mais de 42 hec-tares por linha no planejado.

Dessa forma, a semeadura das lavourasde soja pode ser otimizada através da redu-ção no número de linhas ou ampliando aárea semeada.

Na Tabela 7, apresenta-se distribuição daárea (ha) de arroz semeada por linha real e pla-nejada. Verificou-se que os produtores de arrozestão otimizando melhor as semeadoras, pois amédia de hectares por linha calculada foi me-nor que a média de campo. Esse fato foi devi-do, possivelmente, à maior jornada de trabalhoutilizada nas lavouras. Dessa forma, evidencia-se que as lavouras de arroz estão dentro de umvalor próximo ao planejado e possuem melhorutilização de suas semeadoras em comparaçãocom a cultura da soja.

Deste estudo pode-se também concluir quea cultura do arroz apresenta maior número deunidades de máquinas agrícolas que na soja,em função de ocorrer um maior número deoperações concentradas no período próximo àsemeadura. A utilização média dos tratores naregião central do Rio Grande do Sul é de 14,82anos. A maior parte destes tem até dez anos deutilização.

José Fernando Schlosser,Luis Henrique Zibikoski Ereno eMarçal Elizandro Dornelles,Nema – CCR - UFSM

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Landini

Case

IH

O tempo médio de utilizaçãodos tratores no Rio Grande do

Sul é de 14,82 anos

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34 • Abril 08

Cultivador CS3

Recém-lançado pela Semeato, oCultivador CS3 é um projetovoltado para lavouras canaviei-

ras. O CS3 é um equipamento que per-mite a realização de múltiplas tarefas emuma mesma operação, adubação incorpo-rada na soqueira de cana-crua ou quei-mada, retirada da palhada existente sobre

a linha da cana crua, aplicação de produ-tos fitossanitários na forma líquida, apli-cação de produtos fitossanitários na for-ma sólida, aplicação de produtos micro-granulados.

O Cultivador Semeato possui três li-nhas duplas com espaçamentos reguláveis.A utilização de linhas duplas permite re-

Cultivador CS3O Cultivador CS3, da Semeato, é um implemento específico para

aplicações em áreas canavieiras, projetado para facilitar aincorporação de fertilizantes no solo coberto pela palhada

alizar a adubação em ambos os lados dasoqueira da cana, simultaneamente. Cadauma das linhas duplas é composta por doissulcadores de efeito guilhotina, com dis-cos de 26”, defasados entre si, que reali-zam o corte da palhada e a abertura dosulco para a deposição do fertilizante, in-corporado ao solo.

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Abril 08 • 35

“““““O CS3 é um equipamento que permite a realizaçãoO CS3 é um equipamento que permite a realizaçãoO CS3 é um equipamento que permite a realizaçãoO CS3 é um equipamento que permite a realizaçãoO CS3 é um equipamento que permite a realizaçãode múltiplas tarefas em uma mesma operaçãode múltiplas tarefas em uma mesma operaçãode múltiplas tarefas em uma mesma operaçãode múltiplas tarefas em uma mesma operaçãode múltiplas tarefas em uma mesma operação”””””

A distância entre os dois sulcadores decada uma das linhas duplas também é re-gulável, permitindo que a adubação sejarealizada o mais próximo possível da so-queira da cana. A distribuição de fertili-zante próxima da soqueira e incorporadaao solo, resulta em maior eficiência daadubação devido ao melhor aproveitamen-to dos nutrientes pelas plantas. As perdasde nutrientes provocadas por volatiliza-ção, principalmente de nitrogênio (N),diminuem significativamente com a incor-poração do fertilizante, aumentando, as-sim, a disponibilidade deste nutrientepara as plantas.

No cultivo da soqueira de cana crua,utiliza-se em cada sulcador, um conjuntode duas rodas pressionadoras de palha, pró-ximas ao disco, para auxiliar o corte da mes-

ma. As rodas trabalham independentes umada outra e também do disco de corte e atu-am através de pressão de molas.

O CS3 possui três conjuntos limpa-dores de palha, um para cada uma das li-nhas duplas, que retiram a palhada exis-tente sobre a linha da cana, colocando-ana entrelinha. Esta operação é realizadacom a finalidade de antecipar e uniformi-zar a brotação. Além disso, com a retiradada palha da linha da cana, obtém-se mai-or índice de brotação da soqueira e aindamaior número de perfilhos brotados.

O limpador de palha é montado sobreum sistema pantográfico, para melhoracompanhar as ondulações do terreno. Éformado por um conjunto de quatro dis-cos estrelados por linha, montados em umsistema de balancin. Possui regulagem dealtura de trabalho e do ângulo de saída dapalha. Os reservatórios de fertilizantes, em

número de três, são construídos em ma-terial anticorrosivo, do tipo polietileno,possuem capacidade total de aproximada-mente 900kg.

A distribuição de fertilizante é realizadaatravés de roscas sem-fim duplas, com ex-clusivo sistema de cápsula de PVC substi-tuível. A utilização de roscas sem-fim du-plas permite a distribuição de grandes quan-tidades de fertilizantes em baixas rotações.O fertilizante é conduzido desde os reser-vatórios até os sulcadores através de condu-tores do tipo telescópico.

A transmissão do CS3 é realizada atra-vés de sistema hidráulico, composto por

O CS3 possui três conjuntos limpadoresde palha, que a retiram da linha da cana

Duas rodas compactadoras estão posicionadas à frentedos discos, para firmar a palha no momento do corte

Cada uma das linhas é composta por dois sulcadores-guilhotina, com discos de 26" defasadosentre si que realizam o corte da palha e a abertura do sulco para deposição do fertilizante

Fotos Semeato

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36 • Abril 08

MODELOCapacidade de fertilizantes

Capacidade do tanque de pulverizaçãoCapacidade de produtos microgranulados

Número de linhasSulcador

EspaçamentosTransmissão

Distribuição de fertilizantesDistribuição de microgranulados

Peso aproximadoPotência requerida

CS3900 quilos280 litros

12 litros/reservatório3 linhas duplas

Guilhotina de 26”1,10 – 1,20 – 1,30 – 1,40 – 1,50 metros

Hidráulica ou eletro-hidráulicaRoscas sem-fim duplas

Rotor acanalado helicoidal2.400 quilos

150 cavalos (totalmente lastreado)

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

um motor hidráulico com válvula regula-dora de fluxo de óleo, manual, ou ainda,através de sistema eletro-hidráulico, ondeo controle da distribuição de fertilizantesé realizado através de um controlador ele-trônico, instalado no trator. Este sistematrabalha independentemente das varia-ções de velocidade do trator, visto quepossui elementos que indicam a velocida-de de deslocamento, fazendo com que adistribuição de fertilizante seja proporci-onal à mesma.

A transmissão eletro-hidráulica possi-bilita operar com taxas de aplicação fixas,permitindo a armazenagem de até três do-ses de aplicação pré-definidas, onde o ope-rador poderá eleger qualquer uma delas,a qualquer momento, mesmo com a má-quina em movimento, com um simples

Os reservatórios de fertilizantes são construídos em materialanticorrosivo, do tipo polietileno, com capacidade para 900kg cada

toque em um botão. O controlador forne-ce, ainda, informações como a área totaltrabalhada, área parcial trabalhada, volu-me total de produto aplicado, volume par-cial de produto aplicado, velocidade dedeslocamento, distância percorrida e mo-mento de reabastecimento.

A utilização do sistema eletro-hidráu-lico, permite ainda, realizar aplicações defertilizantes em taxas variáveis, de acordocom mapa de recomendação. Isto requera utilização conjunta de um GPS e umcomputador portátil, do tipo handheld.

Opcionalmente o CS3 dispõe de um

Detalhe dos discos de corte de 26" edo sistema de deposição de fertilizantes

sistema para aplicação de produtos micro-granulados, onde a distribuição de taisprodutos é realizada através rotores aca-nalados helicoidais, fabricados em poliu-retano. A regulagem da dosagem destesprodutos é realizada de maneira fácil erápida, sem a utilização de ferramentas,através de caixa variadora de velocidades.

O CS3 oferece também como opcionalum sistema de pulverização para a aplica-ção localizada de produtos fitossanitárioslíquidos. Este sistema é composto por umreservatório em polietileno, bomba elétricae bicos antigotejamento. . M

Fotos Semeato

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dimensionamento

38 • Abril 08

Charles Echer

Detalhes da operação: aplicação do calor, expansão da água e ruptura celular, seguidas do murchamento e morte da planta

Ésabido que o dimensionamen-to de uma Unidade Armazena-dora está diretamente relacio-

nado com a capacidade de colheita ou,melhor dizendo, velocidade com que oproduto vai sendo retirado da lavoura.Em algumas circunstâncias, grãos sãocolhidos no ponto de maturação fisioló-gica, quando muitas vezes ainda estão lei-tosos.

Num país com dimensões continen-tais encontram-se características deagricultura específicas, tanto no tangen-te à colheita, tempo de colheita, épocade colheita, estação de colheita bemcomo características específicas do tipode cultura agricultável e finalidade do

produto.Em regiões como o Centro-Norte do

Brasil, é comum encontrarmos quatro,cinco ou seis colhedoras em áreas de 200ha em função da necessidade de colheitarápida na estação das chuvas. Em con-trapartida em regiões de minifúndios

como o Sul do país, a colheita é feita noinverno, seco, com velocidade menor.

Tratam-se de duas características dis-tintas e projetos de armazenagem dife-renciados. Enquanto um limita-se a umapequena capacidade estática de armaze-namento e alta capacidade de segregação

Dimensão exataUm dos pontos importantes da colheita é o fluxo ideal dos grãos, da lavouraaté a armazenagem, e a eficiência dessa operação está diretamente ligada ao

dimensionamento correto da unidade armazenadora

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Exemplo do fluxo derecebimento de uma unidade

armazenadora de arroz

do produto, tanto por qualidade comopor tipo de grão, outro sistema caracte-riza-se pela grande capacidade de arma-zenagem, na maior parte das vezes paraum único produto.

Embora nos casos de alto fluxo pre-cisem-se de unidades para capacidade derecebimento bem maior (+ toneladas\hora), em ambos os casos o que vai defi-nir o fluxo de entrada é a capacidade desecagem. O secador é que vai definir aintensidade de recebimento num inter-valo de tempo da Unidade Armazenado-ra. Portanto, ao adquirir ou dimensionaruma Unidade Armazenadora, sempredeve ser dada uma atenção muito espe-cial aos fluxos e à flexibilidade de pro-cessos, “caminhos do grão dentro da uni-dade de Recebimento”.

Fluxos versáteis e bem distribuídossão necessários para que consigamos dardestino a todos os tipos de grãos advin-dos da lavoura, úmidos e sujos, úmidose limpos, secos e sujos, secos e limpos(Figura 1) devendo dentro do possível terfluxos seco e úmido simultâneos dentrodo processo.

O dimensionamento da unidade re-ceptora de grãos está diretamente relaci-onado a velocidade de colheita. Um equa-cionamento simples é estabelecer-se umaigualdade entre o fluxo de colheita daslavouras e o fluxo de secagem na unida-de de recebimento. “Fluxo de colheita =fluxo de recebimento”, alta velocidade nacolheita = alta velocidade de recebimen-to e secagem.

Em condições do Norte do Brasil,grãos, principalmente de soja, são reti-rados das lavouras devido a esparsos pe-

Ao adquirir e dimensionar uma unidadearmazenadora, deve-se observar a capacidade

de fluxo e flexibilidade de processos

ríodos de sol com teores de umidade su-periores, chegando até a 30%. A colhei-ta, em alguns casos, é realizada com qua-tro, cinco colhedoras em áreas de 20 ha.Há, portanto, um maior risco no grãotransportado. O transporte precisa ser rá-pido, em tempo hábil para evitar aqueci-mento da massa e danos mecânicos aogrão, a recepção deverá ter uma eficiên-cia elevada, despachando rapidamente o“fluxo de entrada dos grãos”.

Para que isso ocorra, o dimensiona-mento do processo deve passar pelo sis-tema de secagem bem dimensionado,portanto, a partir do secador (coraçãoda unidade), dimensionam-se os demaisequipamentos. Os equipamentos (trans-

portadores horizontais e verticais) ne-cessários para alimentar e extrair o pro-duto do secador são dimensionados apartir dele. O dimensionamento do se-cador, portanto, é feito baseado na quan-tidade de produto a ingressar por horana unidade de armazenamento, e os flu-xos de destino do grão, sendo ele soja,arroz, feijão, milho, trigo etc, são deli-neados em cima da finalidade do grão.Na foto abaixo, é possível verificar umfluxo de abastecimento de uma unida-de de arroz, ao lado, uma unidade parasoja com alta capacidade de recebimen-to e armazenamento.

Em caso de soja os fluxos serão dife-rentes do arroz, pois são característicasbem distintas.

Obedecendo-se as características deentrada de grãos, em regiões de maior flu-xo, são dimensionadas, além de estrutu-ras de recebimento normais, geralmentedois secadores para rodízio de produtoadvindo da lavoura com umidade muitoalta, acima de 30%, sistemas de tomba-mento do produto para descarregamen-to em menor tempo.

Em resumo, o dimensionamento daunidade armazenadora parte do secador,“atendendo o fluxo mínimo”, sendo opré-secador e o pós-secador (demaisequipamentos) com fluxos de 10 a 15%superiores ao mesmo e devem atendertodas as possibilidades de manejo do grãodentro da unidade armazenadora.

Sistemas de tombamento do produto paradescarregamento ajudam a agilizar o processo

de recebimento dos grãos

Clóvis Priebe Bervald,GSI Brasil

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Fotos GSI

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Abril 08 • 41

Parker

. M

o tempo de parada das máquinas parareparos recorrentes da contaminação,pois obtêm alto grau de remoção de con-taminantes sólidos e água do combustí-vel, e ainda proporcionam uma queimamais eficaz e redução no consumo docombustível.

Além disso, a Parker desenvolveu oIQAN, que é uma ferramenta de desen-volvimento de sistemas hidráulicos inte-grados baseada em um software amigá-vel, que pode ser programado conformea necessidade de cada aplicação, comosistemas de controle eletro-hidráulicos,transmissões hidrostáticas e motores decombustão com supervisão eletrônica. Osmódulos IQAN comunicam-se através de

protocolo CANbus, o padrão de comu-nicação mais seguro e robusto para apli-cações móbil. O IQAN trabalha igual-mente bem em aplicações simples, ondea facilidade de ajustes e a configuraçãomodular são vantagens, e em sistemasmais complexos, onde a interface ho-mem-máquina é requerida. Todas as fun-ções podem ser customizadas, tanto atra-vés de sua programação, quanto atravésde ajustes diretamente em um display, vialaptop, ou, ainda, remotamente atravésde conexão via modem wireless. O IQANé uma ferramenta para reduzir custos etempo em desenvolvimentos de sistemasmóbil.

A tecnologia Parker está cada vez maisfocada às necessidades do cliente e traz asmelhores soluções ao agronegócio.

Soluçõescustomizadas

Parker Hannifin, com foco em soluções para oagronegócio, dispõe de vasta linha de produtos para

fabricantes de máquinas agrícolas

AParker oferece aos fabricantesde máquinas e implementosagrícolas, soluções completas

e customizadas para máquinas e sistemashidráulicos, pois possui a mais completalinha de produtos hidráulicos, filtros, sis-temas de monitoramento e equipamen-tos para condução de fluidos, vedações,mangueiras, tubos e conexões, desenvol-vendo as mais inovadoras tecnologias.

Dentre as novidades voltadas ao se-tor, está o programa Frota 100% Racor,que oferece inovações e reduz o custooperacional das frotas agrícolas. Por meiode produtos diferenciados, que possibi-litam retorno financeiro, a Parker Racorinova com os benefícios no campo.

Entre os itens do programa destaca-mos os Filtros Hydrocarbon que são pro-jetados para filtragem de grandes vazõesde combustível em condições severas.Possibilitam a troca rápida dos elemen-tos filtrantes, podem ser instalados emreabastecedores móveis, em pontos de re-abastecimento ou como um filtro primá-rio do combustível/separador de água.Facilitam a vida do agricultor e eliminam

Foto

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Zamprogna

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AZamprogna S.A., empresa commais de sete décadas de atuaçãono segmento metal-mecânico,

está comemorando a conquista inédita, emnível nacional, de ser a única empresa certi-ficada nos padrões: ISO 9001 - Sistema deGestão da Qualidade, ISO TS 16949 - In-dústria Automobilística, ISO 14001 - Sis-tema de Gestão Ambiental, ISO 27001 -Segurança da Informação, OHSAS 18001 -Sistema de Gestão Segurança e Saúde Ocu-pacional, além de ter certificado de marcade conformidade, atestado pela ABNT paratubos de condução (norma NBR 5580).Sendo que é a primeira empresa do segmen-to metal-mecânico a ter certificação ISO27001.

Com a qualidade de produtos assegura-da e reconhecida internacionalmente, aZamprogna reafirma o seu compromisso nabusca da excelência em produtos e serviços.Dispõe de uma qualificada equipe de assis-tência técnica capaz de oferecer apoio e in-formações sobre a correta aplicação, bemcomo suporte no desenvolvimento de no-vos produtos.

A linha de produtos Zamprogna é com-posta por tubos de aço carbono industriais/mecânicos, tubos de aço carbono pretos e

Crescimentosólido Com 70 anos de atividade, a Zamprogna não

pára de crescer e busca aperfeiçoamentopermanente nos seus sistemas de produção

galvanizados para condução, tubos de açoinoxidável, tubos de aço inoxidável linha SZ(sanitários), tubos eletrodutos de aço gal-vanizado, blanks em aço carbono e inoxidá-vel, chapas e tiras em aço carbono e inoxi-dável, perfis em aço carbono e inoxidável,telhas em aço carbono e inoxidável, slitterem aço carbono e inoxidável.

Os tubos de aço com costura da Zam-progna podem apresentar característicasespeciais quanto ao seu aspecto superficial,revestimento, seção, formato e outros requi-sitos sob consulta.

A missão da empresa é oferecer produ-tos e serviços de qualidade, que atendam àsnecessidades dos clientes, trazendo benefí-cios para todos que participam do negócio emanter a empresa competitiva no seu ramode atuação através da busca da melhor tec-nologia disponível.

Contando com unidades de produçãoem Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP) eCampo Limpo Paulista (SP), a empresacompletou 70 anos de atuação em agostodo ano passado e planeja investir R$ 300milhões nos próximos dois anos. O objetivoé consolidar sua posição no setor metal-me-cânico do Brasil elevando seu faturamentodos atuais R$ 770 milhões para aproxima-damente R$ 1 bilhão em igual período.

Foto

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