Maquinas 64

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Junho 2007

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Rodando por aí

Colheita de batata

Plantio e pulverização de toletes de cana

Compactação de solo em usinas

Eficiência em carregamento florestal

Aviação ou pulverizador terrestre em soja

Tráfego e infiltração de água no solo

Mapeamento de lavouras com GPS

Eventos - Sindag 2007

Unidade móvel avalia tração de tratores

Biodiesel em máquinas agrícolas

Norma Regulamentadora no meio rural

Técnica 4x4 - Faróis auxiliares

Índice Nossa Capa

Eugênio Schröder

Destaques

Aéreo ou terrestre?Experimento avalia custos e mostra o queconsiderar na hora de optar por avião oupulverizador terrestre para aplicações em soja

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 64

Ano VI - Junho 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Dois em umA aplicação de defensivos em toletes decana já no plantio graças à implanta-ção de pulverizador em plantadoras

Tamanho é documentoGruas maiores podem significaraumento de rendimento de até trêsvezes no carregamento florestal

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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Paulo Cézar e Marcos Roberto

ErrataAo contrário do quepublicamos na seção Passoa Passo, da edição 63, onome correto da empresade sistemas eletrônicos éLohr, e não Lohar, comoveiculado.

CongressoDe 3 a 7 de julho ocorre oIV Congresso Brasileiro de

Plantas Oleaginosas,Óleos, Gorduras e

Biodiesel, em Varginha,Minas Gerais. O congresso,tradicionalmente promovi-

do pela UniversidadeFederal de Lavras e

Prefeitura Municipal deVarginha, em sua quarta

edição já se constituiunuma referência nacionalpara as áreas de produção

de plantas oleaginosas,óleos, gorduras e biodiesel.

Informações e inscriçõespelo site: http://oleo.ufla.br

Novo comandoAaron Wetzel, substituto de Jim Martinez na presidência da Jonh Deere falou em nome daempresa pela primeira vez no Brasil durante a inauguração da Terraverde, novo concessioná-rio da marca na região de Jaú, no centro do estado de São Paulo. Vice-presidente de marketing,vendas e planejamento da Divisão de Equipamentos Agrícolas para a América do Sul, Wetzelpassa a ocupar o cargo de Martinez que se aposentouno final de junho. Durante a cerimônia, além de ho-menagens a clientes, foi efetuado sorteio de uma via-gem aos Estados Unidos com direito à visita ao FarmProgress Show, a mais importante exposição agrícolanorte-americana, e à fábrica da John Deere em Moli-ne, no estado de Illinois. O contemplado foi EdvaldoDias Ferraz, produtor de laranja e eucalipto no muni-cípio de Brotas (SP).

Para o caféA Massey Ferguson mostrou na Expocafé 2007, em Três Pontas (MG), o modelo MF 275Compacto, com tração auxiliar, 75 cv de potência. Uma das principais características da máqui-na é sua largura externa reduzida que permite o trabalho den-tro de cafezais, passando entre as plantas sem danificá-las ouarrancar frutos. Para isso, os paralamas foram configurados compolainas, por onde deslizam frutas e galhos sem agressões. Amarca participou do evento através de seus concessionáriosMátria e Luchini Tratores, que atuam em Minas Gerais.

Carrossel TecnológicoA Dom Design, com sede em Porto Alegre, é a responsável pela criação do estande da MasseyFerguson que estará presente na Expointer, em agosto, em Esteio (RS). A agência também foia responsável pelo espaço onde a montadora expôs suas máquinas em Ribeirão Preto (SP), nomês de maio. Chamado de Carrossel Tecnológico, o estandepossui 135 metros quadrados e seis metros de altura em estru-tura de aço com lona tencionada e piso de madeira revestidocom chapa de alumínio. O pilar central sustenta a coberturaem formato de “carrossel” que na parte posterior recebeu umalona de proteção contra intempéries e na parte interna estãoexpostas imagens digitalizadas em lona dos produtos e serviçosde alta tecnologia que a Massey apresentará na feira.

EixosA Dana passou a fornecer eixos diferenciais dianteiros para a Deere & Company, que vãoequipar os novos tratores agrícolas 7020 série Small-Frame e os modelos 7515. Para atender a

essa demanda, a empresa inaugurou uma nova linhaem seu complexo industrial de Gravataí (RS), quedobrará o volume de produção de eixos do Grupo deSistemas Fora-de-Estrada da Dana, na América doSul, em 2007. Cerca de 75% dos eixos Spicer serãoexportados para as fábricas da Deere no México e nosEstados Unidos. Antes, essas unidades eram abaste-cidas pela operação fora-de-estrada da Dana, na Itá-lia. O restante dos eixos será fornecido à fábrica daDeere, em Horizontina (RS).

PneusA Michelin lançou em maio, durante a feira agríciola deRibeirão Preto (SP) a gama Y3, linha de pneus de uso mistopara aplicação em caminhões e ônibus. Desenvolvidos combase nas severas condições das estradas brasileiras, X ForceXDY3, XZY3 e XZH3 podem alternar a rodagem entre ro-dovias asfaltadas e estradas de terra, com buracos e pedras.

NovidadeA Tracbel apresenta ao

mercado brasileiro aquinta geração de

carregadeiras sobre rodasda Volvo Construction

Equipment, oferecida nosmodelos L60F, L70F e

L90F. As máquinas sãodestinadas a diferentes

setores econômicos comoconstrução civil, minera-ção e a agricultura, alémde serem equipadas com

motor D6E/Tier 3, umdos primeiros do mercadoem conformidade com as

recentes legislaçõesambientais.

ExportaçãoA empresa Randon, deCaxias do Sul (RS),recebeu o PrêmioExportação da Associa-ção dos Dirigentes deVendas e Marketing doBrasil (ADVB) 2007, nacategoria Master, peloseu desempenho nasexportações que, em2006, chegaram a US$206,9 milhões,representando umcrescimento de 21,3%sobre 2005. Para odiretor corporativo e deoperações das EmpresasRandon, Erino Tonon, aperformance positiva sedeve a uma série demedidas, entre elas, aampliação dos canais dedistribuição.

PresençaA Yanmar levou para a

Hortitec, em junho, emHolambra, São Paulo, suavasta gama de máquinas e

implementos para aagricultura familiar. PedroCazado Filho, gerente depós-vendas e marketing,lembrou que a empresa é

líder em clientes na região.

ExpocaféA concessionária daNew Holland TramaTratores, da cidade deVarginha (MG),participou em junhoda 10ª edição daExpocafé. No eventofoi apresentado otrator TT versãoestreito específico paracafeicultura, além doTL75E e do TTStandard nacional.

Pedro Cazado Filho

IncrementoUm novo componente de pulverização foi adicionado à linha TeeJet. A ponta de Indução de Ar“XR” de jato plano (AIXR), produz gotas de menor deriva em alta pressão se comparada aosdemais produtos do mercado e proporciona excelente controle de deriva sem comprometer acobertura. A ponta tem o projeto diferenciado de indução de ar para produzir gotas maiores,

cheias de ar, que atingirão o alvo correto e cobrirão a plantatoda. O AIXR é ideal para herbicidas de superfície pré-emer-gentes, herbicidas sistêmicos pós-emergentes e herbicidasde contato pós-emergentes.

Erino Tonon

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Na operação mecanizada, apenas o operadordo conjunto trator-colhedora participa do

processo até o momento do transporte

desempenho

Tendo em vista que a cultura dabatata é considerada uma dasprincipais hortaliças cultiva-

das no Brasil, tanto em área plantadaquanto em preferência alimentar, e ain-da que o processo de colheita seja consi-derado uma das etapas mais onerosas doprocesso produtivo, a importação de co-lhedoras mecânicas foi uma alternativaencontrada pelos bataticultores das prin-cipais regiões produtoras do país parafacilitar o processo de colheita. Com autilização destas máquinas, a operaçãode colheita é realizada de maneira maisrápida, atendendo muitas vezes a neces-sidade e exigência dos mercados consu-midores e da indústria de beneficiamen-to de batata, sendo estes, os principaisfatores que causaram a utilização de co-lhedoras de batata no Brasil.

Um estudo realizado na região Norte

do estado de São Paulo avaliou o desem-penho operacional de cinco diferentes co-lhedoras de batata, todas importadas eque já são utilizadas há cerca de dez anos

nas maiores regiões produtoras do nossopaís.

Os resultados mostraram que o de-sempenho operacional das colhedoras foi

A colheita da batata é uma das etapas mais onerosas do processo produtivo,pois exige análise detalhada dos principais fatores que determinam a diminuição

ou aumento dos custos da operação

Como colher batatasComo colher batatasFotos Jaime Alberti Gomes

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“Um dos pontos mais polêmicos da mecanização da colheita da cultura de batataé o desemprego, pois uma colhedora pode executar o trabalho de vários homens”

Junho 07 • 07

Eficiência de Campo (%)73,1869,7969,5970,5076,92

Colhedora12345

Tabela 1 – Eficiência operacional das colhedoras de batata

Descrição

Trator 75cvArrancadora

Valor inicial(R$)

65.000,003.100,00

Valor Residual (R$)

19.500,00930,00

Vida Útil(Horas)10.00010.000

Uso Anual(Horas)1.000240

Tabela 2 – Dados para realização de cálculo de custoda colheita semimecanizada da cultura da batata

DescriçãoMão-de-obra operadorMão-de-obra “catador”(1)

Conservação e reparos do tratorConservação e reparos da arrancadoraSubtotal

R$/hora2,00

-3,900,155

R$/ha3,12

221,006,080,24

230,44

Tabela 3 - Custos variáveis da colheita semimecanizadada cultura da batata

(1) Para o cálculo de mão-de-obra para coleta da batata, considerou-se a produção encon-trada na área em estudo que foi de 32.500 kg/ha, ou seja, 650 sacos de 50 kg, sendoque o custo para a coleta e carregamento da batata é de R$ 0,34 por saco, totalizandonessa situação R$ 221. Os dados referentes ao custo da mão-de-obra foram adquiridosjunto a Associação dos Bataticultores de Vargem Grande do Sul, São Paulo

DescriçãoDepreciação do tratorDepreciação da arrancadoraJuro do tratorJuro da arrancadoraSeguro do tratorSeguro da arrancadoraSubtotal

R$/hora4,55

0,2172,5350,1210,4220,020

R$/ha7,100,343,950,190,660,03

12,27

Tabela 4 - Custos fixos da colheita semimecanizada dacultura da batata

de 70% aproximadamente, considerandoa média das cinco colhedoras estudadas.

Um dos pontos mais polêmicos damecanização da colheita da cultura debatata é o desemprego, pois uma colhe-dora pode executar o trabalho de várioshomens. No mesmo trabalho, foi reali-zado o estudo econômico da colheita se-mimecanizada e colheita mecanizada dacultura da batata, para que posterior-mente realizem-se comparações entre oprocesso já utilizado e o processo de co-lheita mecanizada que vêm entrando aospoucos nos últimos anos nas lavourasbrasileiras.

Primeiramente estão apresentados oscustos de operação para a colheita semi-mecanizada (trator + arrancadora de ba-tata). Nessa situação são utilizados o tra-tor e uma arrancadora de batatas (“es-teirinha” ou disco rotativo), que são aco-plados no engate de três pontos do tra-tor e acionados pela tomada de potênciapara acionamento da esteira ou do dis-co. Posteriormente faz-se necessário acoleta manual dos tubérculos que ficamsobre o solo. As imagens a seguir apre-sentam o processo de colheita semime-canizada da cultura da batata, que é umadas mais utilizadas atualmente no Bra-sil.

Na Tabela 2 estão apresentados os da-dos necessários para as realizações de cál-

O fator mão-de-obra éo custo mais alto no processo

de colheita da batata

culos para determinação de custo da co-lheita semimecanizada da cultura da ba-tata.

A Tabela 3 apresenta os valores decustos variáveis para a colheita semime-canizada da cultura da batata.

Pode-se observar através dos resulta-dos que o fator mão-de-obra é o mais altocusto entre os demais fatores para esse

A colheita mecanizada envolve máquinasdesde o processo de arranquio até a

classificação final e ensacamento

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DescriçãoDepreciação do tratorDepreciação da colhedoraJuro do tratorJuro da colhedoraSeguro do tratorSeguro da colhedoraSubtotal

R$/hora7,00

46,673,9032,500,655,42

R$/ha10,9272,806,0850,701,018,45

149,96

Tabela 7 - Custos fixos da colheita mecanizada dacultura da batata

Descrição

Trator 100cvColhedora

Valor inicial(R$)

100.000,00200.000,00

Valor Residual (R$)

30.000,0060.000,00

Vida Útil(Horas)10.00010.000

Uso Anual(Horas)1.000240

Tabela 5 - Dados para realização de cálculo da colheitamecanizada da cultura da batata

DescriçãoMão-de-obra operadorMão-de-obra na colhedora (1)

Conservação e reparos do tratorConservação e reparos da colhedoraCombustívelSubtotal

R$/hora2,008,006,0010,0027,45

R$/ha3,12

12,489,3615,6042,8283,38

Tabela 6 - Custos variáveis da colheita mecanizada dacultura da batata

(1) Normalmente trabalham sobre uma colhedora de batata cerca de quatro homenspara a separação de torrão, plantas daninhas, entre outros, com custos semelhantes aodo operador.

tipo de colheita.A Tabela 4 apresenta os valores de

custos fixos para a colheita semimecani-zada da cultura da batata.

Observa-se que o custo total geral dacolheita semimecanizada da cultura dabatata é de R$ 242,71 por hectare.

A seguir serão apresentados os estu-dos para determinação do custo de ope-ração para a colheita mecanizada (trator+ colhedora de batata). Nesta situaçãosão utilizados o trator e uma colhedorade batatas, que são acoplados pela barrade tração, tomada de potência e coman-dos hidráulicos para acionamento doscomponentes da colhedora. As imagensabaixo apresentam o processo de colhei-ta mecanizada da cultura da batata.

A Tabela 5 Apresenta os dados neces-sários para realização dos cálculos paradeterminação do custo da colheita me-canizada da cultura da batata.

A Tabela 6 apresenta os valores obti-dos para os custos variáveis da colheita

mecanizada da cultura da batata.A Tabela 7 apresenta os valores de

custos fixos para a colheita mecanizada

da cultura da batata.Assim, o total geral do custo de co-

lheita mecanizada da cultura da batata éde aproximadamente R$ 233,34 por hec-tare.

Vale ressaltar que esse valor é parauma colhedora de duas linhas com des-carga dos tubérculos durante a colheita.Dependendo da marca da colhedora,modelo, número de linhas, sistema dedescarga, entre outros, esse valor de aqui-sição pode variar, mas o valor utilizadopara o cálculo é a média para os tipos decolhedoras de batata utilizadas neste tra-balho. Existem colhedoras de batata au-topropelidas, mas estas máquinas podemchegar a um valor duas vezes maior ouaté mais do que as colhedoras utilizadasneste trabalho.

Verifica-se através dos cálculos reali-zados que a colheita semimecanizadaapresenta um custo de R$ 276,32 porhectare e o processo de colheita mecani-zada, um custo de R$ 233,34 por hecta-re, ou seja, a colheita semimecanizadaapresenta um valor de R$ 42,98 a maispor hectare.

Para realização deste estudo compa-

Jaime avalia os diferentes tipos de colheitada batata e mostra todos os custos que

envolvem a operação

Na colheita semimecanizada, são utilizados otrator e uma arrancadora acoplada no engate de

três pontos, acionada pela tomada de potência

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“Um dos pontos mais polêmicos da mecanização da colheita da cultura de batataé o desemprego, pois uma colhedora pode executar o trabalho de vários homens”

Jaime Alberti Gomes,CescageAntonio José da Silva Maciel,UnicampAfonso Peche Filho,IAC

rativo entre a colheita semimecanizadae colheita mecanizada, considerou-se umdia de trabalho de oito horas e ainda queo valor de desempenho operacional mé-dio encontrado entre as máquinas estu-dadas neste trabalho de 70%. Dessa ma-neira, tem-se ao final de um dia de tra-balho 5,6 horas efetivas de trabalho, sen-do necessários 1,56 hora para colher umhectare. No final do dia tem-se aproxi-madamente uma área colhida de 3,6 hec-tares. Considerando que o rendimentomédio de tubérculos das áreas estudadasneste trabalho foi de 32.500 kg por hec-tare, ou seja, 650 sacos de 50 kg, terãoum total de 2.350 sacos colhidos ao finaldo dia. Considerando dados adquiridosjunto à Associação dos Bataticultores deVargem Grande do Sul, São Paulo, localde realização deste trabalho, um homemcolhe 50 sacos de batata por dia, dessaforma, seriam necessários 47 homenspara realizar o mesmo trabalho de uma

De acordo com estudos, seriamnecessários 47 homens para realizar otrabalho de uma colhedora de batatas

colhedora. Considerando ainda que é ne-cessário cerca de quatro homens sobre acolhedora para retirada de torrão, ramasde batata e planta daninha, uma colhe-dora de batata faz o trabalho de aproxi-madamente 43 homens. . M

Fotos Jaime Alberti Gomes

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pulverização

Tabela 1 - Média das notas e porcentagem de coberturadas caldas nas regiões de corte dos toletes de cana-de-açúcar pela calda aplicada em máquina de plantio

BicosFL 8

8004ETJ60 11004

8003E8004EFL 8

8003ETJ60 11004

Entrada

Saída

Notas de cobertura4,85 a

4,30 ab3,85 abc3,80 abc3,45 abc3,25 abc2,25 bc2,00 c

Cobertura (%)1

59,955,565,862,844,540,137,234,2

F = 3,89 **, Desvio Padrão = 2,2; Media Geral = 3,5; Coeficiente de Variação = 63,2;DMS (Tukey) = 2,1. 1 Refere-se à porcentagem de cobertura da calda nos toletes,sendo que a soma das porcentagens nas posições de entrada e saída dos toletes, paracada modelo de bico, é igual a 100%.

Nas áreas de plantio de cana-de-açúcar, no Brasil, predo-mina o plantio manual. Po-

rém, vem aumentando a utilização doplantio mecanizado, técnica recentemen-te implantada e em desenvolvimento noscanaviais paulistas, que possibilita au-mentar o desempenho desta operação.No ano agrícola 2003/04, o plantio me-canizado atingiu área em torno de trêsmil hectares, ainda com máquinas emtestes. Já em 2007, diversos fabricantesapresentaram versões comerciais de plan-tadoras, com tendência de investimen-tos futuros para ampliação do sistemanos próximos anos. No plantio da cultu-ra, mecanizado ou não, há necessidadede tratamentos fitossanitários para con-trole de pragas e doenças que ocorremnos toletes da cana-de-açúcar. Como aplantadora é um equipamento de grandeporte há possibilidade de realização con-junta de plantio e tratamento dos tole-tes com economia de recursos operacio-nais e financeiros. Neste contexto, foirealizado trabalho com o objetivo de ela-borar um modelo de sistema de pulveri-zação capaz de proporcionar coberturapela calda em toletes de cana-de-açúcarpara controle de pragas e doenças, no sis-tema de plantio mecanizado.

ADAPTAÇÃO NA MÁQUINAPara adequado controle dos proble-

mas fitossanitários, é importante a co-bertura das duas extremidades dos tole-tes de cana-de-açúcar pela calda, por sera principal porta de entrada dos patóge-nos. Testes preliminares foram realizadoscom corantes pulverizados sobre toletes,numa vala de alvenaria do Departamen-to de Fitossanidade da Unesp Campus Ja-boticabal. O corante que permitiu me-lhor visualização da deposição foi o azulde maxilon, definido para utilização nos

Dois em umImplantação de sistema de pulverização em máquinade plantar cana-de-açúcar garante aplicação dedefensivos nos toletes, no momento do plantio

Implantação de sistema de pulverização em máquinade plantar cana-de-açúcar garante aplicação dedefensivos nos toletes, no momento do plantio

Valtra

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“No plantio mecanizado faz-se a colheita mecanizada de toletes de cana-de-açúcar,normalmente em área adjacente àquela onde será realizado o novo plantio”

Máquina de plantio mecanizado da cana-de-açúcare algumas de suas partes constituintes, onde foi

instalado o sistema de pulverização

demais experimentos. Foram feitas visi-tas às áreas de plantio mecanizado dacana-de-açúcar para reconhecimento damáquina, a fim de entender o seu funci-onamento e realizar as medições neces-sárias para a construção de um modeloem laboratório capaz de simular suascondições de operacão. No plantio me-canizado faz-se a colheita mecanizada detoletes de cana-de-açúcar, normalmenteem área adjacente àquela onde será rea-lizado o novo plantio. Do transbordo, ostoletes são transferidos diretamente parao reservatório da plantadora que possuium fundo móvel e empurra os toletespara um cocho de onde estes são retira-dos por um elevador e despejados emuma calha por onde deslizam até o sulcode plantio, sendo recobertos com terraimediatamente após a sua chegada. Nes-tas condições, a calha é a região maisadequada à instalação do sistema de pul-verização. Foram analisados modelos de

ponta de pulverização a serem utilizados,o ângulo do jato e as vazões necessáriaspara cobrir adequadamente os toletescom a calda, durante sua passagem pelacalha.

O experimento foi instalado em áreaprodutiva no município de Pradópolis(SP). Próximo à cabine de comando daplantadora, instalou-se um pulverizadorpara ensaio, munido de um tanque de dezlitros, pressurizado com CO2. Foram uti-lizados os bicos 8003 e 8004 de jato pla-

no contínuo (TP E – “even”), 11004 dejato plano duplo (TJ 60) e um de jatocônico cheio freqüentemente utilizadopara aplicação de herbicidas na culturada cana (FL 8), todos da marca TeeJet®.A pressão de trabalho foi de 4 kgf/cm2

para todos os modelos de bico. Os bicosforam instalados de tal forma que a ex-tremidade posterior dos jatos ficassem a30° da superfície de instalação.

Para a visualização da deposição dasgotas da calda em suas extremidades, uti-

Marcelo da Costa Ferreira

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lizou-se uma lente portátil de 10x de au-mento. Para comparação dos resultados,estabeleceu-se uma escala de notas de 1a 10, significando 1, de 0 a 10%, e 10, de91 a 100% de cobertura das extremida-des dos toletes.

Os resultados foram analisados no de-lineamento inteiramente casualizado e asmédias foram comparadas pelo testeTukey (P = 0,05).

DESEMPENHODa aplicação da calda com o corante

azul de maxilon resultou uma coberturasucessivamente maior da posição na en-trada do tolete (parte do tolete que atra-vessou primeiro o jato de calda) em rela-ção à posição de saída (Tabela 1). As mai-ores coberturas na entrada foram propor-cionadas pelo bico FL8 e na saída pelobico 8004E. Houve diferença significa-

tiva na cobertura proporcionada na po-sição de entrada do tolete pelo bico FL8em relação aos bicos 8003E e TJ60 11004na posição de saída. Também houve di-ferença entre o bico 8004E na posiçãode entrada do tolete, que proporcionoucobertura maior que a proporcionadapelo bico TJ60 11004 na posição de saí-da.

Na soma das médias das notas de co-bertura de ambas as extremidades dos to-letes (Figura 1), verifica-se uma ligeiravantagem para o bico FL8.

A distribuição da calda nas posiçõesde entrada e saída dos toletes, foi me-lhor para o bico 8004E, ficando ambasas posições com coberturas semelhantes,

O controle de doenças e pragas atravésdo tratamento fitossanitário dos toletes é

uma prática que está crescendo

Aspectos do sistema de pulverização experimental instalado no equipamento de plantio mecanizado

Fotos Marcelo da Costa Ferreira Massey Ferguson

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“O sistema de pulverização desenvolvido para aplicação de produtos fitossanitáriosem toletes durante o plantio mecanizado proporciona cobertura suficiente”

Bicos

8003E8004EFL 8

TJ60 11004

Vazões(l/min)1,361,823,641,82

Volume* deaplicação (l/ha)

90,67121,33242,67121,33

Entrada62,855,559,965,8

Saída37,244,540,134,2

Posição no tolete Notas deCobertura (å )**

6,17,88,25,9

Tabela 2 - Vazões dos bicos e equivalência em volumede aplicação para as condições operacionais do plantiomecanizado, distribuições porcentuais e coberturastotais verificadas nos experimentos. Jaboticabal, 2004

*Velocidade de caminhamento: 6 km/h; Espaçamento entre linhas: 1,5 m.**Soma das notas das duas extremidades dos toletes.

ou seja, com distribuição da calda próxi-ma de 50% em cada região de corte, oque seria a situação ideal (Tabela 1). Adistribuição mais irregular foi proporci-onada pelo bico TJ60 11004, cuja cober-tura na entrada do tolete foi quase o do-bro da verificada na posição de saída.Destacam-se, portanto, os bicos FL8 e8004E como os mais promissores para autilização em pulverização conjugada àmáquina de plantio da cana-de-açúcar.Porém, o volume aplicado pelo bico FL8é duas vezes maior do que o aplicado pelobico 8004E (Tabela 2).

Desta forma, o dispêndio de energiae água pelo modelo FL8 é muito maiordo que o 8004E, com um resultado ape-nas ligeiramente melhor para a cobertu-ra e ainda pior para a distribuição. Sen-do assim, dentre os modelos avaliados, oTP 8004E é o mais adequado ao sistemade plantio mecanizado, sobretudo pelamelhor distribuição da calda em ambasas extremidades dos toletes de cana-de-açúcar e melhor possibilidade de econo-

Marcelo da Costa Ferreira,Carolina F. Werneck eGilson J. Leite,UNESP JaboticabalSilvio Furuhashi,Ishihara Brasil

mia dos recursos e da operacionalizaçãodo tratamento fitossanitário.

De posse desses dados é possível con-cluir que o sistema de pulverização de-senvolvido para aplicação de produtos fi-tossanitários em toletes durante o plan-tio mecanizado proporciona cobertura

suficiente, sendo o modelo de ponta depulverização TP 8004E o mais adequa-do dentre os avaliados.

Notas máxima e mínima atribuídas à cobertura dos toletes de cana-de-açúcar para calda pulverizada com o coranteazul de maxilon

Figura 1 - Média das notas de cobertura das extremidades de corte dos toletes proporcionadas pelos diferentesbicos de pulverização conjugados ao sistema de plantio mecanizado

. M

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14 • Junho 07

rerrefino de óleo

O intenso tráfego de máquinas pesadas emlavouras de cana exige um monitoramento

constante das condições de compactação do solo

compactação

Ocrescimento da cana-de-açúcarna parte aérea é o reflexo da suacapacidade de exploração nos pri-

meiros centímetros do solo. A literatura relatacasos de limitações em produtividade nas cul-turas devido à restrição ao crescimento do sis-tema radicular causado por formação de cama-das compactas no perfil cultural, resultando emdificuldade de aeração do solo e a absorção deágua e de nutrientes.

Em 1940, as máquinas agrícolas emprega-das no Brasil pesavam menos de três t e hojepodem chegar até 15 t, como ocorre com co-lhedoras e caminhões carregados na cultura dacana-de-açúcar, afetando as propriedades físi-cas do solo, uma vez que a desagregação do solopelas operações de preparo potencializa a com-pactação pelo posterior trânsito intenso demáquinas e implementos.

Este problema torna-se mais evidente nacultura da cana, onde as operações de plantio ecultivo exigem maior tráfego de máquinas e

implementos ao longo das safras.

MONITORAMENTOA resistência do solo à penetração (RP) é

considerada um parâmetro indicativo da qua-lidade do solo, podendo identificar zonas aden-sadas e auxiliar na escolha do método mais ade-quado para o restabelecimento do estado ideal

para o desenvolvimento radicular das plantas.Apesar de ser afetado pela textura e umidadedo solo, a resistência à penetração é um meiofácil e rápido de se obter e correlacionar suainfluência no crescimento radicular das plan-tas em várias profundidades.

Com a finalidade de dimensionar a resis-tência oferecida pelo solo à penetração, foram

Solo duroA cultura da cana-de-açúcar é extremamente dependente daextração de água e nutrientes explorados pelo sistema radicularnos primeiros 50 cm do perfil do solo. Por isso, a análise desolo, a fim de detectar a compactação, é uma medida que deveser feita regularmente

Agr

ale

Page 15: Maquinas 64

“Apesar de ser afetado pela textura e umidade do solo, a resistência à penetração é um meio fácil e rápido dese obter e correlacionar sua influência no crescimento radicular das plantas em várias profundidades”

Perfis do Solo(m)

0,0 – 0,100,10 – 0,200,20 – 0,300,30 – 0,40

Densidade do solo(média) g.cm-3

1,591,671,691,67

Porosidade total(média) %

42393839

Tabela 1 - Densidade do solo nos perfis de 0,0 m a 0,40 m

ClassesMuito baixa

BaixaMédiaAlta

Muito alta

Limites MPa< 1,10

1,10 a 2,502,60 a 5,0

5,10 a 10,010,10 a 15,0

Limitações ao crescimento das raízesSem limitaçõesPouca limitação

Algumas limitaçõesSérias limitações

Raízes praticamente não crescem

Tabela 2 - Limites de classes de resistência à penetraçãoe grau de limitação ao crescimento das raízes sugeridopor Canarache, 1990

Profundidade(m)

0,0 – 0,100,10 – 0,200,20 – 0,300,30 – 0,400,40 – 0,500,50 – 0,60

Muito baixa< 1,1099%14%0%0%0%2%

Baixa1,10 a 2,50

0%64%1%6%

27%76%

Média2,60 a 5,00

1%23%83%73%73%22%

Alta> 5,10

0%0%

16%21%0%0%

Tabela 3 - Limites estimados de resistência ao desenvolvi-mento radicular e percentual do número de pontos encontra-dos em área de cultivo com cana-de-açúcar na Usina Cocal

desenvolvidos aparelhos que quantificam a forçaexercida sobre uma haste, com pontas padro-nizadas, para que as mesmas rompam e perfu-rem o perfil do solo, chamados de penetrôme-tros.

Preconiza-se a utilização desses aparelhospara definir estratégias de tratos culturais desoqueira em áreas de colheita mecanizada ousemimecanizada de cana-de-açúcar, onde o trá-fego é mais intenso.

Os dados obtidos por estes aparelhos po-dem contribuir na geração de mapas de com-pactação com a finalidade de auxiliar na análi-se e definição de estratégias de manejo na áreaestudada.

A praticidade no uso destes equipamen-tos facilita o trabalho de monitoramento daqualidade do solo, fornecendo subsídios paratomada de decisão de manejo de áreas pro-blemáticas.

ESTUDO DE CASOEm estudo realizado em área cultivada

com cana-de-açúcar pela Usina Cocal, muni-cípio de Paraguaçu Paulista (SP), foram obti-dos dados de RP 60 dias após o plantio meca-nizado da variedade SP81-3250 de cana-de-açúcar em espaçamento de 1,40 m entre li-nhas num latossolo vermelho. Os dados refe-rem-se a um talhão com área de 8 ha, de ondeforam registrados 80 pontos de amostragensdo perfil do solo em profundidade variandode 0,0 m a 0,60 m.

Para coleta dos dados, foi utilizado um pe-netrômetro eletrônico PenetroLOG, marcaFalker, modelo PLG1020, acoplado a um apa-relho manual de DGPS para registro das coor-denadas do local amostrado. O equipamentoconsiste em uma haste com ponta padroniza-da pela Asae (tipo 2), e uma base refletora quefornece a leitura exata da profundidade atingi-da simultaneamente à introdução da haste nosolo.

Os dados coletados por ponto amostradosão armazenados na memória do equipamen-to, sendo possível geração de um arquivo dedados que, posteriormente, pode ser transferi-

do e analisado por um software instalado emum PC.

Existem alguns parâmetros que exerceminfluência direta sobre a resistência à penetra-ção do solo que não foram desconsideradosdurante a execução deste trabalho. São eles atextura do solo, densidade e conteúdo de águano momento da coleta dos dados e porosidade.

Foram retiradas amostras de solo para ob-

Valtr

a

Page 16: Maquinas 64

16 • Junho 07

tenção da textura, pelo método padrão, ensaiode compactação normal (Proctor) e densidadedas partículas. Também foram conduzidasamostras indeformadas de solo para o Labora-

tório de Solos da Esapp – Escola Superior deAgronomia de Paraguaçu Paulista, para obten-ção de densidade do solo, teor de água e umi-dade pelo método de diferença de pesagem,descrito pela Embrapa (1979).

O resultado da análise física do solo emquestão apontou se tratar de um solo de textu-ra arenosa com teores de argila 93 g/kg, silte 25g/kg, areia grossa 309 g/kg e areia fina 573 g/kg.

Pelo ensaio de compactação normal (Proc-tor), foi possível determinar qual estado deumidade este solo encontra-se propenso à mai-or compactação, ou seja, foi possível atingir suamaior densidade (1,86 g . cm-3) com 10,52%de umidade.

A densidade do solo foi determinada noperfil de 0,0 m a 0,40 m e também pode confi-gurar um método indicativo para análise doestado de compactação do solo, pois quantomais alta a densidade do solo, mais próximasencontram-se suas partículas que ocupam ummenor volume. No entanto, esse parâmetro nãopode ser interpretado isoladamente, pois variaconforme o solo e em cada faixa de teor de argi-la, podendo levar a distorções, caso não se atentea esse fato.

Alguns autores preconizam que resistênciaà penetração com valores acima de 2,0 MPa jáconfigura alguns problemas ao desenvolvimentoradicular das plantas. Outros relacionam a re-sistência à penetração do solo a limitações ao

desenvolvimento do sistema radicular em dife-rentes níveis estimados em MPa (unidade deforça por área).

No entanto, o que realmente se observa éque esses valores servem de um referencial parao diagnóstico, ou seja, para detectar e prevereventuais problemas que possam limitar a pro-dutividade das culturas.

A cada faixa de 0,10 m do perfil, foramobtidos os valores de resistência à penetração econfrontados aos limites citados na Tabela 2,visando-se obter o número de pontos dentrode cada faixa de compactação. Sendo assim,seria possível a observação de quais perfis en-contram-se com maiores números de pontoscom possíveis problemas de compactação.

Na profundidade de 0,10 m a 0,20 m, 64%das amostragens apresentaram pouca resistên-cia do solo à penetração, já prevista por apre-sentar uma região mais mobilizada durante opreparo de solo. Na profundidade de 0,20 m a0,30 m observa-se um aumento nos valores deresistência à penetração. Nas profundidades de0,20 m a 0,40 m foi observado um aumentosignificativo no percentual de pontos com va-lores de resistência à penetração, superiores a5,0 MPa, o que configura o início do processode inibição do desenvolvimento do sistema ra-dicular ao longo das safras subseqüentes pelouso mecânico nas operações de tratos culturaisexigidos por essa cultura.

A Figura 2 ilustra as faixas do perfil do solocom maior resistência à penetração registradapelo penetrômetro nas entrelinhas da cultura

A densidade do solo foi determinada no perfilde 0,0m a 0,40m, através de coleta de dados

com penetrômetro

Figura 2 - Resistência Média à penetração encontradas namaioria dos pontos amostrados pelo penetrômetro

Figura 1 - Distribuição espacial da resistênciaà penetração na área de estudo

Fotos Edson Massao Tanaka

Page 17: Maquinas 64

“A identificação do perfil e da área compactada pode representar economia nas operações desubsolagem, na medida que o equipamento não precisa ser regulado para maiores profundidades”

da cana-de-açúcar.O perfil de 0,20 m a 0,30 m exigiu maior

esforço para a penetração da haste do penetrô-metro e pode caracterizar um obstáculo ao cres-cimento das raízes, à infiltração de água e à ae-ração das camadas subsuperficiais do solo. Tal-vez os valores encontrados possam indicar umaineficiência dos equipamentos de preparo desolo utilizados nesta área pela formação de “péde grade” e ou “pé de arado”, formando umacamada compacta devido à deposição das par-tículas mais finas de areia nas camadas abaixode 0,2 m pela desagregação promovida pelosequipamentos.

Os resultados também podem ser vistosna forma de mapas, como os presentes naFigura 1.

AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVASUma série de medidas pode e deve ser to-

mada para a evitar ou amenizar a compactação

O estudo foi realizado num talhão de 8 ha, de ondeforam registrados 80 pontos de amostragens do perfildo solo em profundidade variando de 0,0 m a 0,60 m

do solo. Através do monitoramento da RP épossível a geração de mapas que apontam áreascríticas, que exigem maiores cuidados visandoatenuar os impactos causados pelo tráfego ex-cessivo de máquinas bem como recuperar acapacidade produtiva do solo e preservar suaqualidade.

Otimizar o tráfego de máquinas sobre a áreaidentificada, utilizar rodados que distribuammelhor a carga sobre o solo, eliminar o tráfegosobre o solo com alta umidade e reduzir o usode grade aradora constituem medidas preven-tivas eficazes para manter a compactação sobcontrole.

A identificação do perfil e da área compac-tada pode representar economia nas operaçõesde subsolagem, na medida que o equipamentonão precisa ser regulado para maiores profun-didades, exigindo menor força de tração e con-seqüentemente menor consumo de potência,maior rendimento operacional e ainda se tornadesnecessário o trabalho em área total, se res-tringindo somente a talhões onde a compacta-ção é presente.

Edson Massao Tanaka eWaltayl Sansalone Junior,E. S. de Agr. de Paraguaçu Paulista

. M

Page 18: Maquinas 64

carregamento florestal

18 • Junho 07

Apreocupação com a relação existen-te entre a eficiência operacional e o sucesso do negócio flo-

restal tem crescido rapidamente. A reduçãonos custos das operações florestais é consi-derada mundialmente como um dos prin-cipais requisitos para a indústria florestalmanter-se atuante. Neste cenário, torna-senecessária a unificação da produção e a sus-tentabilidade ambiental, ampliando comisso, a economia regional. Com a moderni-zação do setor florestal, o sistema de carre-gamento mecanizado tem se despontadocomo uma boa alternativa buscando a re-dução de custos de produção, onde é verifi-cado um melhor rendimento operacional le-vando-se em conta o alto custo do trans-porte florestal. Com o aumento da produti-vidade da colheita florestal nos últimos anose a utilização de caminhões para transporteflorestal com capacidade de carga maior,tornou-se necessário o emprego de máqui-nas com capacidade de carregamento com-patível com este novo cenário. Neste pano-rama as empresas terceirizadas que efetu-

am a atividade de carregamento e transpor-te florestal numa empresa de celulose na re-gião de Guaíba (RS) estão se aperfeiçoandona busca do máximo rendimento operacio-nal, aliando o carregamento ao transporteflorestal.

Em detrimento a estas questões, que re-percutem diretamente no planejamento de

custos e produtividades em operações flo-restais, o presente estudo teve por objetivoavaliar a produtividade/hora (m³/h) de seiscarregadores florestais e um trator agrícolacom grua de carregamento acoplado (Tabe-la 1) para toretes de três metros de compri-mento.

Ao todo foram avaliadas cinco empre-

No estudo foram utilizadas quatrogruas de diferentes tamanhos

utilizadas no carregamento florestal

Tamanho édocumento

Diversos fatores interferem ou colaboram para aumento do rendimento naatividade de carregamento florestal. O uso de gruas maiores pode significarum aumento de mais de três vezes em relação a tamanhos menores

Diversos fatores interferem ou colaboram para aumento do rendimento naatividade de carregamento florestal. O uso de gruas maiores pode significarum aumento de mais de três vezes em relação a tamanhos menores

Tamanho édocumento

Fotos Leonardo Zanella Giacomolli

Page 19: Maquinas 64

“A redução nos custos das operações florestais é considerada mundialmentecomo um dos principais requisitos para a indústria florestal manter-se atuante”

MáquinaBase

Liebherr A 924BLiebherr A 924B

Caterpillar - 312CValmet - 985

Komat’su - Pc 200Volvo - EC 140

Granab

Tamanhoda Grua1,7 m1,7 m0,8 m0,4 m1,0 m0,8 m0,4 m

Ano

200520052005

-20012006

-

Base (rodadoou estera)RodadoRodadoEstera

RodadoEsteraEstera

Rodado

Tabela 1 – Máquinas avaliadas

Tabela 2 - Produtividade média de carregamento das máquinas em função do volume médio de madeira movimentadoe o tempo gasto para realização desta operação

MáquinaLiebherr 1Liebherr 2Komat’suCaterpillar

VolvoValmet 985

Granab

Média Volume Transportado (m) por caminhão34,3234,3241,2647,5541,0644,1141,46

TMC00:13:5300:14:2700:19:0800:32:0400:25:0800:49:0800:54:00

Capacidade da Grua1,7m1,7m1,0m0,8m0,8m0,4m0,4m

Produtividade Média (m/h)147,37142,52130,3289,2198,5454,0146,06

Onde: TMC = Tempo Médio de Carregamento.

sas terceirizadas (A, B, C, D e E), sendo ava-liado na empresa “A” o tempo médio de des-carregamento também. Após a realização dacoleta dos dados, o cálculo de volume/horafoi obtido através das tomadas do tempo deacompanhamento das máquinas, onde fo-ram analisados os volumes de madeira detodos os caminhões em que as máquinas re-alizaram a movimentação. Através da somade volumes dos caminhões movimentados,divididos pelas horas efetivamente trabalhasobteve-se os valores de volume/hora (em m³)das máquinas.

As análises do tempo de descarregamen-to serão explicadas comparando-se com otempo de carregamento. Essa mensuraçãofoi realizada apenas com as máquinas Lie-bherr da empresa “A”, por serem as mesmasresponsáveis pela movimentação de madei-ra nos terminais da empresa. A relação daprodutividade média m³/h será explicadaconjuntamente relacionando com o tama-nho da grua de cada máquina.

Em relação às máquinas Liebherr comtamanho de grua de 1,7 m² podemos obser-var na Figura 1 os tempos médios de carre-gamento e descarregamento. Estes temposapresentam pouca diferença, demonstran-do que o tamanho da grua para estas duasatividades é bem dimensionado.

O volume movimentado por unidade detempo é dado fundamental para a avaliaçãodo desempenho do equipamento e seu cus-to de produção. A Tabela 2 apresenta as pro-dutividades médias da movimentação emm³/h realizadas pelas máquinas no períododa avaliação.

Observa-se por intermédio da Tabela2 que o melhor rendimento durante a ope-ração de carregamento florestal foi paraas máquinas Liebherr, as quais apresen-tam o mesmo tamanho de grua. Esta altaprodutividade em relação as outras má-quinas confirma que o tamanho da gruatem relação direta com a produtividade na

operação de carregamento florestal. Asgruas com capacidade de carga de (0,4m²)representam a menor produtividade daavaliação, demonstrando que este tipo deequipamento não é viável para operaçõesonde se busca um alto rendimento opera-cional. Deve ser observado que o tama-nho da grua utilizada tem uma relaçãodireta com a capacidade de força disponí-vel do equipamento avaliado. Nas avalia-ções das gruas com capacidade de cargade (0,8m²), observa-se uma produtivida-de intermediária em relação às gruas de(0,4m²) para as de (1,7m²) demonstran-do ser o equipamento adequado, pois nãohá necessidade de investimento em umequipamento com disponibilidade de for-ça para gruas de (1,7m²) o qual apresentamaior custo de aquisição. Na visualizaçãoda organização das cargas ficou evidenteque os caminhões carregados com gruasde (0,8m²) apresentavam também melhorarranjo em relação aos carregados comgruas acima desta área. Outros fatores quepodem ser considerados para a melhororganização das cargas, também sendo degrande importância é a irregularidade decomprimento dos toretes, o grau de efici-ência do operador e a organização das pi-lhas de madeira efetuadas pelo baldeio flo-restal. Como descrito anteriormente a pro-

dutividade da operação de carregamentoflorestal está relacionada principalmentecom o tamanho da grua florestal, esta re-lação está destacada de forma simplifica-da na Figura 2. Observou-se que a produ-tividade (m³/hora) decresce com o tama-nho da grua utilizada.

A quantificação desses indicadores éuma tentativa de contribuição para as em-presas florestais no momento da aquisiçãode equipamentos de carregamento florestal,para que não ocorra o super ou subdimen-sionamento, acarretando em desperdício dedinheiro.

Leonardo Zanella Giacomolli eEdison Rogério Perrando,UFSMJosé Luiz Bazzo,Engenheiro florestal

Figura 1 - Tempo médio de carregamento e descarregamento para caminhõescom capacidade média de 34,32m

. M

Junho 07 • 19

Figura 2 - Relação do tamanho da grua com produtividade

Page 20: Maquinas 64

20 • Junho 07

pulverizadores

Comparar os sistemas aéreo e ter-restre de pulverizações em sojafoi o objetivo do experimento reali-

zado pela Schroder Consultoria, com apoio dasempresas Nitz Aviação Agrícola e Gota Indús-tria e Comércio.

As pulverizações aéreas costumam ser efe-tuadas por empresas prestadoras de serviço, con-tratadas como uma atividade terceirizada, pe-los agricultores. O valor da aplicação é cobradopor hectare pulverizado, em cifras acordadaspreviamente entre as partes. Embora varie muitoentre lavouras, na safra agrícola 2006/07, osvalores no estado do Rio Grande do Sul, situa-ram-se ao redor de R$ 22 por hectare (U$ 11).

Por outro lado, as pulverizações terrestressão efetuadas, via de regra, pelo próprio sojicul-tor e seus funcionários, utilizando-se de pulve-rizadores próprios. O custo da aplicação variaem função de vários componentes, entre elescombustível, mão-de-obra do aplicador e auxi-liares, equipamentos de proteção individual,depreciação do equipamento, manutenção dopulverizador, encargos etc.

O amassamento das plantas da soja, pelotrânsito dos equipamentos de pulverização, podereduzir a produtividade em níveis entre 0,5 e4%. Este índice, embora não seja um compo-nente direto do custo da pulverização terrestre,

deve ser levado em conta pelo sojicultor ao se-lecionar um tipo de tecnologia de aplicação parasua lavoura.

PADRÃO TECNOLÓGICOO ensaio foi conduzido de modo que cada

tratamento, terrestre e aéreo, fosse pulverizadocom moderna tecnologia disponível no merca-do, seguindo-se o padrão adotado pelo produ-tor. A aplicação terrestre foi realizada com pul-verizador autopropelido, com amplo vão livre,rodado estreito (para causar o mínimo de amas-samento possível), sistema hidráulico de acio-namento de barras, bicos com pontas duplo-leque recomendadas para fungicidas em soja,pressão de pulverização indicada pelo fabrican-te, além do operador possuir dois cursos de ope-ração de pulverizadores.

A aplicação aérea foi feita com aeronaveagrícola de empresa conceituada na região, ope-rada por seu proprietário, piloto agrícola comlarga experiência de vôo, equipada com atomi-zadores rotativos, sistema de balizamento ori-entado por sinais de satélites (DGPS) e contro-lador automático de vazão.

METODOLOGIAO experimento foi instalado em lavoura

comercial no município de Rio Pardo (RS), con-duzida segundo as recomendações técnicas usu-ais, quando as plantas estavam com altura de

110 centímetros, em fase de formação de va-gens.

As plantas daninhas foram manejadas comduas pulverizações terrestres de glifosato; osinsetos-praga foram controlados com duas pul-verizações terrestres e uma aérea; o controle dedoenças foi realizado com duas pulverizações,sendo a primeira com aeronave agrícola.

A segunda aplicação de fungicidas consti-tuiu-se na instalação do presente estudo. Parteda lavoura (123 ha) foi tratada por via aérea, eo restante (17 ha) com pulverizador terrestre.

Na pulverização terrestre, o carregamentodos fungicidas foi realizado através do tanqueincorporador de defensivos com lavagem deembalagens. Na aplicação aérea, o preparo dacalda foi executado em tanque de pré-mistura,

Por terra ou ar?A aplicação de defensivos com avião agrícola ou pulverizador terrestre tem custos diferentes.Por isso, na hora de escolher qual tecnologia a ser utilizada, deve-se levar em conta todas as

variáveis envolvidas, como perdas por amassamento, tempo e cobertura da operação

Na aplicação aérea, foram utilizadosatomizadores Micronair AU-5000, e na aplicação

terrestre bicos Teejet TTJ 60-02

PARÂMETROS TÉCNICOSHorário

Temperatura do ar (oC)Umidade relativa do ar (%)Velocidade do vento (km/h)

EquipamentoVelocidade (km/h)

Largura de faixa (m)Bicos

Nr. de bicosRegulagem

Pressão (PSI)Altura de aplicação (m)Volume de calda (l/ha)

Sistema de aplicaçãoCalda

APLICAÇÃO TERRESTRE8:45 às 9:20

26,4836,0

Jacto Columbia AD18 sobre autopropelido Metal Busch6

18Teejet TTJ 60-02

36Duplo leque

850,5150

Médio volume terrestreágua

APLICAÇÃO AÉREA10:15 às 11:00

27,0854,5

Cessna 188B matrícula PR-AHJ18117

Micronair AU-50008

VRU 13, pás 55o

184

12Baixo volume oleoso - BVOAgr’óleo (0,5 l/ha) e água

Page 21: Maquinas 64

“O amassamento das plantas da soja, pelo trânsito dos equipamentos depulverização, pode reduzir a produtividade em níveis entre 0,5 e 4%”

Junho 07 • 21

A aplicação terrestre foi feita com pulverizadorautopropelido com amplo vão livre, para evitar ao

máximo o amassamento das plantas

colocando-se inicialmente o Agr’óleo, seguidopelos fungicidas, água de enxágüe das embala-gens, completado o volume com água, e proce-dido o carregamento com moto-bomba. O óleovegetal apresentou fácil mistura com os defen-sivos e com a água, ficando a calda com exce-lente estabilidade.

O consumo de água para o preparo das cal-das foi de 149,2 e 10,7 l/ha, respectivamentepara os tratamentos terrestre e aéreo, ou seja, aaplicação terrestre consumiu 14 vezes maiságua.

ANÁLISE DE GOTASAs gotas pulverizadas pelos dois equipa-

mentos foram coletadas em cartões de papelsensível à água, dispostos horizontalmente, notopo e na base das plantas de soja, posterior-

mente, submetidos à análise computadoriza-da.

A densidade de gotas foi maior no trata-mento terrestre que no aéreo, tanto no topo,quanto na base das plantas de soja, o que podeindicar uma vantagem para o tratamento ter-restre. Porém, mais importante que a densida-de de gotas, é a uniformidade de cobertura, quepode ser avaliada pela relação entre a densida-de de gotas no topo e na base da soja. Na apli-cação terrestre, apenas 12% das gotas que che-garam ao topo da cultura atingiram a sua base,enquanto na aérea este índice foi de 16%, indi-cando uma maior penetração de gotas no dos-sel foliar quando foi empregada a aeronave agrí-cola.

O tamanho das gotas, determinado atravésdo Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) foimaior no tratamento terrestre que no aéreo,tanto no topo quanto na base das plantas desoja. A heterogeneidade de gotas deve ser amenor possível em qualquer pulverização, ouseja, as gotas devem ser parecidas entre si, mi-nimizando-se perdas por escorrimento, evapo-ração e deriva. O tratamento aéreo mostrouexcelente similaridade entre os DMV do topo e

da base da soja.Por outro lado, as gotas do tratamento ter-

restre que se depositaram no topo da culturaeram muito maiores que as da base. Estas gotascontêm volumes muito diferentes, pois umagota de 541 µm tem 9,2 vezes mais líquido queuma de 258 µm.

A estimativa do volume recuperado é umamedida muito importante neste tipo de experi-mento. No tratamento terrestre, o volume re-cuperado no topo da soja foi de 104 l/ha, abai-xo dos 150 realmente pulverizados. Este fato éfreqüentemente observado em volumes supe-riores a 100 l/ha, devido ao elevado número degotas por centímetro quadrado dos cartõesamostrais, causando a sobreposição de gotas.Por outro lado, na base da soja o volume recu-perado foi de 4,1 l/ha, ou seja, apenas 3,9% dovolume que chegou ao topo das plantas alcan-çou a base da cultura.

Na aplicação aérea, dos 12 l/ha pulveriza-dos, foram recuperados 9,9 l/ha no topo da soja,similarmente ao que tem sido observado emoutros estudos, pois algumas das menores go-tas das aplicações aéreas podem não ser “visua-lizadas” pelo scanner utilizado. Na base da sojaforam recuperados 1,4 l/ha, o que indica que14,2 % da calda coletada no topo chegou até abase da lavoura. Desta forma, proporcionalmen-

Eugênio Schröder conduziu o experimento comparandoa aplicação terrestre e a aérea em uma área de

aproximadamente 140 ha em Rio Pardo (RS)

Fotos Eugênio Schröder

Page 22: Maquinas 64

22 • Junho 07

2,7 x maior

APLICAÇÃO AÉREA

52,18,216

167155

1,26 x maior

9,91,4

14,23,6 x maior

62.70027,538,0

1,7 sc/ha

22,000

22,0036,60

APLICAÇÃO TERRESTRE

208,625,812

541258

9,2 x maior

1044,13,9

3,6 x maior

37.07417,036,3

1,7 sc/ha

11,0047,6058,6036,60

RESULTADOS

Topo da sojaBase da soja

Relação base/topo (%)

Topo da sojaBase da soja

Diferença de volume (topo/base)

Topo da sojaBase da soja

% que atingiu a baseDiferença aéreo/terrestre

Produção (kg)Área colhida (ha)

Produtividade (sc/ha)Diferença aéreo-terrestre

PulverizaçãoPerda por amassamento

Custo totalDiferença “terrestre-aéreo”Relação “terrestre/aéreo”

Densidade de gotas (gt/cm2)

Tamanho de gotas (m)

Volume recuperado (l/ha)

Produtividade de grãos

Análise econômica (R$/ha)

te, a aplicação aérea propiciou uma penetraçãode volume de calda na folhagem 3,6 vezes mai-or que a pulverização terrestre.

CONTROLE DE DOENÇASParcelas testemunhas, com área de 4 x 4

metros, foram cobertas por lonas duranteas pulverizações, e demarcadas com estacas,para análise visual do controle de doençasnas semanas seguintes.

As doenças observadas na área experi-mental foram ferrugem asiática e doençasfoliares de final de ciclo, e o nível de ata-que era moderado. Não ocorreu diferençaentre os tratamentos, e a lavoura mante-ve-se com folhas mais verdes, e por maistempo, que nas parcelas testemunha. Épossível que, sob condições severas de do-enças, e com pulverização realizada maisprecocemente, ocorresse diferença entre ostratamentos.

PRODUTIVIDADE DE GRÃOSAo atingir a maturação, a lavoura foi co-

lhida, com maquinário e operadores própri-os da fazenda. Para a determinação da pro-

dutividade, colheram-se dois talhões da la-voura, cada um deles tratado com um siste-ma de pulverização, com áreas, topografia econdições de solo similares.

Houve diferença de 4,6 % na produti-vidade de grãos de soja entre os tratamen-tos. Como o controle das doenças foi simi-lar nos dois tratamentos, atribuiu-se a di-ferença de produtividade ao amassamentoda soja pelo pulverizador terrestre. Na áreade pulverização terrestre, a produtividadefoi de 36,3 sc/ha, enquanto no tratamento

Para chegar aos resultados, foram feitoscálculos sobre os dados de colheitados 140 hectares do experimento

aéreo foram colhidos 38 sc/ha, uma dife-rença de 1,7 sc/ha.

ANÁLISE ECONÔMICAA análise comparativa entre o custo de

tratamento aéreo e terrestre foi realizadaconsiderando-se o custo médio da pulveri-zação aérea na região de R$ 22/ha, e no tra-tamento terrestre de R$ 11/ha. O preço dosaco de soja considerado neste estudo foide R$ 28, e a perda de 1,7 sc/ha correspon-deu a R$ 47,6/ha.

O custo total da aplicação terrestre (pul-verização + amassamento) foi de R$ 58,6,enquanto na aérea, por não ocorrer perdapor amassamento, foi apenas o custo de R$22 da pulverização. A diferença foi de R$36,6. O custo total da terrestre foi 2,7 vezesmaior que o valor da pulverização aérea.

CONCLUSÕESA pesquisa mostrou que ambos os siste-

mas de aplicação controlaram as doenças dasoja. A aplicação aérea gerou melhor cober-tura das plantas pelas gotas pulverizadas,foi mais rápida, consumiu menos água parao preparo das caldas e foi economicamentemais vantajosa.

Eugênio Passos Schröder,Schröder Consultoria

Houve uma diferença de 4,6% na produtividadede grãos entre os tratamentos, causada peloamassamento da pulverização terrestre

. M

Fotos Eugênio Schröder

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Junho 07 • 23

Compacta e lavadaCom a entrada das máquinas agrícolas na lavoura a infiltração de água no solo teveuma redução drástica, como a apresentada no Sul do Brasil na década de 70, quando

passou de 180 mm/h para 8 mm/h. Com o advento do Plantio Direto, a pesquisabuscou alternativas para aumentar a absorção e, conseqüentemente, evitar a erosão

Com a redução do armazenamen-to de água no solo, e os efeitosdas sazonalidades, já se prevê um

aumento de 20% das áreas irrigadas até 2030.Dentro deste contexto, deve-se utilizar todo oconhecimento científico e tecnológico para re-duzir desperdícios, aumentar o armazenamen-to de água da chuva e otimizar seu uso nasatividades empreendidas pelo homem na pro-dução agrícola.

O Brasil é um país rico em água, entre-tanto, a distribuição não é tão favorável, 81%está na Bacia Amazônia onde se concentram5% da população e os 19% para o restante do

país onde se concentram 95% da populaçãobrasileira. A distribuição do consumo mundi-al de água é de 69% na agricultura, 23% naindústria e 8% no uso doméstico. Com o au-mento populacional as florestas nativas foramderrubadas, para dar lugar à expansão da agri-cultura mecanizada para a produção de ali-mentos, deixando o solo desprotegido. Nadécada de 40 a cobertura florestal nativa doRS era de 46% de sua área. Segundo o Inven-tário Florestal de 1980 este índice foi reduzi-do para 5,6 %. Áreas situadas entre 40° Nortee 40° Sul do Equador são particularmentesuscetíveis à degradação ambiental quando a

vegetação nativa é removida.No Brasil, semelhantemente ao que ocor-

reu em praticamente todos os países situadosnas regiões tropicais, ocorreu redução das flo-restas, agricultura intensiva com máquinas depreparo do solo importadas de países de climafrio. A intensa e contínua mobilização do solopelas máquinas utilizadas no sistema conven-cional principalmente o arado e a grade de-gradaram a estrutura, aumentando a densi-dade do solo (massa de solo por unidade devolume) provocada principalmente por doisprocessos: (a) compactação (aumento de mas-sa por pressão mecânica) e (b) adensamento

compactação

Massey Ferguson

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24 • Junho 07

(aumento de massa por translocação de partí-culas, como silte e argila, da camada mobili-zada para o local denominado de “pé-de-ara-do”), além de acelerar o processo de minerali-zação da matéria orgânica. Esta pequena ca-mada de impedimento “pé-de-arado” situadalogo abaixo da camada arável, apresenta bai-xos valores de macroporosidade (poros gran-des) espaço por onde ocorre o fluxo saturadode água no solo.

COMPACTAÇÃONa região do Planalto do RS em solo Pas-

so Fundo, a macroporosidade nesta camadaatingiu valores em torno de 11% em volume,valores próximos aos dos solos de várzeas.Como conseqüência ocorre a redução na taxade infiltração básica de água no solo e au-mento no volume de água por escoamentosuperficial. Na década de 70 no solo SantoÂngelo após 50 anos de cultivo (trigo–soja)a taxa de infiltração básica de água no solopassou de 180 mm/h em condições de matanativa para valores em torno de 8 mm/h.Nesta época o RS atingiu o ponto crítico daerosão hídrica. Como técnicas alternativasapareceram os terraceadores de base estreita,logo se verificou que os terraços não supor-tavam o fluxo de superfície, rebentavam pro-vocando voçorocas nas lavouras. Surgiramoutras máquinas como o “Pé-de-Pato”, en-tretanto, como a ação das hastes não atingiaplenamente a camada de impedimento, a téc-nica não teve êxito satisfatório.

Na seqüência, foram utilizadas outrastécnicas para reduzir o escoamento superfi-cial e aumentar a infiltração da água no solocomo: terraços de base larga, murunduns, noestado do Paraná, subsoladores entre outraspráticas mecânicas, muitas vezes limitadaspelo alto custo de implantação.

PLANTIO DIRETO E SUAS MÁQUINASA partir de 1973 inicia no RS o uso do

sistema plantio direto. O novo sistema en-frentou um grave problema de máquinasusadas na semeadura direta: o percentualde germinação das sementes de soja eramuito baixo. A Secretaria de Tecnologia In-dustrial junto ao Ministério de Ciência eTecnologia procurou as universidades quedesenvolviam pesquisas com máquinas agrí-colas no RS para avaliar o comportamentodas máquinas de semeadura direta fabrica-das na época. Tivemos a oportunidade naUFSM de coordenar o projeto de pesquisa“Inovação Tecnológica de Mecanismos paraSemeadura Direta”. Os resultados forammuito importantes e mudaram o foco de de-senvolvimento de elementos sulcadores dasmáquinas de semeadura direta no sistemaplantio direto. Praticamente todas as indús-trias que produziam semeadoras estavamtestando o uso do disco de corte onduladocomo solução para aumentar a germinaçãoda soja no sistema plantio direto. Esta tec-nologia foi importada da Europa e EstadosUnidos como solução para aumentar a per-centagem de germinação das sementes desoja no Rio Grande do Sul. Incorporamosno projeto o estudo dos sulcadores com dis-cos ondulados já em escala de produção porempresas de plantadoras. Os dados da pes-quisa comprovaram que o disco onduladoao rodar mobilizava mais o solo reduzindoa densidade e o conteúdo de água, aumen-tando conseqüentemente a temperatura nasuperfície do solo e reduzindo mais ainda agerminação das sementes. A tecnologia dosdiscos ondulados, importada diretamentepelas indústrias sem conhecimento profun-do das relações máquina-solo em relação àcondutividade hidráulica não-saturada do

solo, não resolveu o problema. O disco on-dulado foi a solução para os países frios re-solvendo o problema de germinação, porque,o fator limitante na Europa e EUA era a faltade temperatura no solo úmido e frio após oinverno, e no Brasil, o fator limitante era afalta de água para a semente germinar.

Os resultados da pesquisa demonstramque os sulcadores com disco ondulado na ve-locidade de 5,4 km/h, mobilizam 695 m3/hquando as médias dos demais tipos de sulca-dores testados eram de 186 m3/h. Os resulta-dos indicam ainda que quanto menor é amobilização do solo maior é a percentagem degerminação. A resposta está no fluxo capilarde água do solo para a semente (aplicação daequação de Darcy). Mantendo-se as demaiscondições constantes o volume de água “Q”absorvido pela semente é inversamente pro-porcional à distância Z entre a semente e aparede do sulco não-mobilizado. Tecnologiasutilizadas na agricultura não podem ser sim-plesmente copiadas de um país para outro, aíestá a importância da pesquisa agrícola brasi-leira para o desenvolvimento de tecnologiaspróprias e ecologicamente adaptadas às con-dições de clima e solo do Brasil.

Máquina terraceadora de base estreita, terraçoarrebentado pela enxurrada e escarificador pé-de-

pato faziam parte do dia-a-dia em 1975

Áreas sujeitas à degradação ambiental quando a vegetação natural é removida

Foto

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Junho 07 • 25

“Os sulcadores de duplos discos diferenciados são os que menos mobilizaram o local desemeadura apresentando maior índice de germinação, solucionando assim o problema”

Os sulcadores de duplos discos diferenci-ados são os que menos mobilizaram o local desemeadura apresentando maior índice de ger-minação, solucionando assim o problema. Osresultados foram repassados às indústrias demáquinas agrícolas e o sistema plantio diretoexpandiu-se de forma tão positiva no controleda erosão hídrica que induziu recentementeaos agricultores, à retirada indiscriminadamen-te dos terraços. Hoje, a perda de água por es-coamento superficial em muitas regiões complantio direto em solos com “pé-de-arado” éaté maior do que no sistema de cultivo con-vencional. Antes da degradação da estruturado solo, nos taludes das estradas e sarjetas, emépocas de chuva o fluxo de água se mantinhapor vários dias. Hoje, minutos após a chuva jánão existe mais fluxo de água livre. A análiseda distribuição anual da precipitação pluvio-métrica para o RS não difere estatisticamentedos valores normais. O que indica que a faltade água no RS não é devido à redução da quan-tidade de chuva e sim à redução na infiltraçãode água no solo. Obviamente podem ocorrerperíodos de estiagens durante o ano, mas ofator preponderante no processo em análise éa grande redução na taxa de infiltração de águano solo.

SOLUÇÃOAssim, aumentar a taxa de infiltração de

água no solo, onde ela cai, é a recomenda-ção e a alternativa para minimizar os efei-tos das enchentes e das secas, que têm ocor-rido tanto em áreas rurais como urbanas.Aumentar a taxa de infiltração não é umprocesso imediato e não é fácil. Nas áreasrurais, em sistema plantio direto, pode-seusar uma nova tecnologia genuinamentebrasileira “o mulching vertical”, Compro-vada em solo argiloso (unidade de mapea-mento Passo Fundo) que, reduz o escoamen-to superficial em até 75% com chuvas si-muladas de 111 mm/h. Esta técnica consis-te em abrir sulcos de 8 cm de largura por 40

cm de profundidade, em nível, espaçadosde 5m ou 10m perpendicularmente ao de-clive, enchendo-os de palha para mantê-losabertos. Enquanto a máquina para implan-tar o “mulching” vertical em uma única ope-ração não estiver disponível no mercado, nãotemos outro caminho, em curto prazo, senão, armazenar a água do escoamento su-perficial em reservatórios.

Considerando que, no sistema plantio di-reto a recuperação física de um solo degrada-do, especialmente a macroporosidade, não éum processo imediato, deve-se evitar o escoa-mento superficial da água em períodos de en-chentes para disponibilizá-la em épocas de

Afranio Almir Righes,Unifra

estiagens. Desta forma, como ação imediatarecomenda-se ampliar o armazenamento deágua em reservatórios durante o inverno paraatender a demanda da irrigação e abastecimen-to da população no verão. Em médio prazoaumentar a infiltração e o armazenamento deágua no solo reduzindo o pico de descarga dosrios e as conseqüentes enchentes. Ao mesmotempo, minimizar o desperdício de água que,se não for armazenada, chegará rapidamenteaos riachos, rios e finalmente perdendo-sequando chega ao mar. . M

Disco de corte ondulado (esq.) e esquema da localização da semente em relação às paredes do sulco com os parâmetros da equação de Darcy (dir.)

Claas

Page 26: Maquinas 64

símbolosagricultura de precisão

26 • Junho 07

Existem diferentes tipos de precisão na utilização deGPS. Os mais precisos são aqueles que contam comuma base fixa instalada em solo, na fazenda

Com o grande avanço ocorrido naglobalização da economia desdea década de 90, a competitividade

dos produtores passou a ser medida tambémem escala global. Na agricultura não é diferen-te. Um produtor de soja no Brasil compete nomesmo mercado e recebe os mesmos preços queos dos Estados Unidos, Argentina ou China.O que possibilita que um produtor tenha umapropriedade mais lucrativa do que a de outrocertamente não é mais o preço do produto, massim os custos de produção mais baixos. A tec-nologia tem como objetivos principais reduzircustos e proporcionar agilidade e facilidade naoperação e, com isto, deixar mais dinheiro no

bolso do produtor.A mesma globalização que uniformiza os

preços ajuda a reduzir os custos, pois hoje osprodutores brasileiros contam com as tecnolo-gias mais avançadas empregadas em outrospaíses.

A tecnologia de geoprocessamento GPS, ouSistema de Posicionamento Global, tem pro-porcionado à agricultura uma nova e melhorforma de enxergar a propriedade, deixando deconsiderar os talhões como homogêneos e pas-sando a ver a heterogeneidade de cada talhão,

com diversas características diferentes dentroda mesma área, sendo necessário um manejodiferenciado para aumentar a produtividade ereduzir custos.

A Agricultura de Precisão é um método demanejo de solo, insumos e culturas da proprie-dade rural na qual se identifica a variabilidadedentro de um talhão, para então manejá-lo deforma diferenciada com o objetivo de aumen-tar a produtividade e os lucros. Ela não é ape-nas uma técnica de manejo, pois engloba tam-bém a monitoração e orientação da operaçãoagrícola com o uso de sinais de satélites GPSpara o direcionamento dos equipamentos, como objetivo de aumentar a eficiência da opera-ção e de reduzir os custos com insumos, tor-nando a atividade agrícola sustentável ecológi-ca e economicamente.

Tão importante quanto coletar os dados eoperar as máquinas com redução de custos éinterpretar os dados coletados através dos ma-pas de produtividade e das análises de solos,

Controle via satéliteO uso de Sistema de Posicionamento Global – GPS - tem permitido aos agricultoresconhecer a produtividade e interferir separadamente em cada fração de sua lavoura.Mas isso é apenas uma parte dos benefícios da tecnologia, que vão desde a geração

de mapas até a utilização de piloto automático nas máquinas agrícolas

Page 27: Maquinas 64

“Um produtor de soja no Brasil compete no mesmo mercado e recebeos mesmos preços que os dos Estados Unidos, Argentina ou China”

pois existem inúmeras variáveis que interferemna produtividade, e também otimizar o rendi-mento da operação, para que se consiga o má-ximo retorno sobre o investimento.

SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBALO Sistema de Posicionamento Global, GPS,

é uma tecnologia que tem como objetivo infor-mar a localização de um ponto em qualquerponto do planeta, contando para isso com ossinais dos 24 satélites GPS que estão em órbitaem torno da Terra. Os sinais GPS proporcio-nam uma acurácia de cinco a dez metros, porisso necessitam de uma correção para obtermaior precisão na operação, com acurácia me-nor que 30 cm, ideal para operações agrícolas.

Os tipos de correção que são utilizados noBrasil são três: correção logarítmica, DGPS eRTK. A correção logarítmica é feita por umaequação matemática que simula a correção dosinal, melhorando a acurácia. Este meio, po-rém, não garante tanta precisão e necessita deparadas freqüentes para atualizar os cálculosmatemáticos.

No sistema DGPS, a correção é feita porbases fixas georeferenciadas, que efetuam oscálculos do posicionamento dos satélites. Combase na posição das bases, que é conhecida, ena localização instantânea de cada satélite, ele

compara os valores calculados com as me-dições reais. A diferença entre esses valo-res fornece a correção para cada satélite,a qual vai ser transmitida ao outro re-

ceptor de GPS que está no equipa-

mento.O Posicionamento Cinemático em Tempo

Real (RTK - Real-Time Kinematic), utiliza umaestação com base fixa na propriedade, para queos dados coletados na estação de referência se-jam transmitidos para o receptor móvel atravésde um link de rádio. Este método é similar aoDGPS, porém a correção é feita com a base fixana fazenda. O sistema consiste em dois recep-tores GPS com receptores de rádio de freqüên-cia dupla ou simples, que recebem as correçõesda base fixa da fazenda. A acurácia deste méto-do é da ordem de 2,5 cm em 95% do tempo, auma distância de dez quilômetros da estaçãofixa.

PRECISÃO NA OPERAÇÃOUm equívoco que ocorre freqüentemente é

confundir acurácia com precisão na linha deoperação. A precisão na linha de operação é in-fluenciada por diversos fatores como:

• Acurácia da antena receptora do sinalGPS;

• Precisão do software e tipo de Piloto Au-tomático;

• Velocidade de operação. Quanto maior avelocidade de trabalho, maior a possibilidadede erro na linha;

• Configurações do sistema;• Influência do implemento;• Influência da condição do solo, inclina-

ção, tipo de solo;

• Influência do sistema de direção da má-quina, folgas etc;

• Modo de trabalho em reta, curva ou pi-vot.

Dependendo das condições, a precisão nalinha pode ser maior ou menor do que a acurá-cia da antena receptora GPS.

Para melhorar a precisão na linha de opera-ção, é importante utilizar o sistema de correçãode inclinação, ou TCM, que é um sensor colo-cado na antena receptora que corrige as incli-nações do terreno. Caso o receptor GPS nãotenha esta correção de inclinação, pode ocorrerum erro na linha de operação quando a máqui-na passar por um obstáculo inclinado.

MAXIMIZANDO OS LUCROSCom a finalidade de auxiliar os produtores

agrícolas a reduzir custos e aumentar a lucrati-vidade, existem vários produtos que tornam aatividade na lavoura mais precisa, de acordo coma necessidade do cliente e da cultura.

Piloto AuxiliarO Piloto Auxiliar é um equipamento que

orienta o operador da máquina, indicando suaposição relativa a uma linha na cultura. Tempor finalidade manter o equipamento (máqui-na) em um trajeto previamente programado.

Basicamente o Piloto Auxiliar indica aooperador qual o erro relativo à linha programa-da em que o equipamento se encontra, e para

O Posicionamento Cinemático em TempoReal (RTK) utiliza uma estação com

base fixa na propriedade

A acurácia proporcionada pelos 24 satélites GPS é de 5a 10 metros. Para a agricultura, os dados precisam de

uma correção, para deixá-la abaixo de 30 cm

Junho 07 • 27

Fotos John Deere

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28 • Junho 07

que lado este erro deve ser compensado (direi-ta ou esquerda), e assim manualmente o ope-rador corrige o trajeto da máquina no decorrerdas passadas, seguindo a linha previamente fei-ta.

Piloto AutomáticoA finalidade do Piloto Automático é a mes-

ma que a do Piloto Auxiliar, ou seja, manter amáquina em um trajeto preestabelecido, porémele traz uma grande diferença. Ao invés do ope-

rador ser o agente de correção da máquina, fa-zendo isso manualmente por todo o tempo deoperação, a correção passa a ser feita automati-camente.

Baseando-se na posição da máquina naque-le momento e na posição real onde esta deveriaestar, o equipamento faz as correções automa-ticamente, sem a interferência do operador.Resta a este somente reposicionar a máquinaquando chegar ao final do talhão, e assim co-meçar uma nova passada.

O Piloto Automático pode ser Integrado ouUniversal. O Piloto Automático Integrado tra-balha integrado aos sistemas elétrico e hidráu-lico da máquina, sendo que uma vez instaladotorna-se dedicado a somente um equipamen-to.

O Piloto Automático Universal, por sua vez,é um equipamento que é acoplado a um equi-pamento por meio de sua coluna de direção,com a vantagem de poder ser removido e aco-plado a outras máquinas de acordo com a ne-cessidade do cliente. Assim, durante a épocada colheita, o Piloto Automático Universal podeser utilizado na colheitadeira, na qual possibili-ta a colheita de plataforma cheia. Quando co-meçar o plantio ele pode ser transferido para otrator, e da mesma forma se procede em mo-mentos de pulverização, minimizando falhas esobreposição e, conseqüentemente, reduzindoos custos da propriedade.

Monitores mais modernos possibilitamuma melhor interface entre o operador e o equi-pamento. Minimizando as possíveis falhas decabeceira e a sobreposição de insumos, eles con-tribuem para que o operador consiga reduzirainda mais os custos de sobreposição. Tambémé possível:

• Marcar algum obstáculo no talhão (vala,pedras, árvore);

• Marcar os limites da área a ser trabalha-da e a área do talhão;

• Salvar diferentes talhões no mesmo car-tão;

• Gerenciar informações do talhão, comocultura e variedade plantada, operador, imple-mento e equipamento utilizado.

Mapa de ProdutividadeO cliente pode iniciar analisando o desem-

penho de diferentes variedades e taxas de se-mentes utilizadas durante o plantio, taxas defertilizantes, tipos diferentes de defensivos uti-lizados, variações no preparo do solo, entre ou-tras análises que permitirão tomar melhoresdecisões na próxima safra. O objetivo é aumen-tar a lucratividade do cliente e aperfeiçoar o usode insumos.

Com o Mapa de Produtividade é simplesgerar relatórios ou mapas coloridos, fáceis deinterpretar. Basta transferir os registros arma-zenados no Cartão de Dados para um compu-tador após a colheita. Os mapas indicam a va-riabilidade dos talhões e podem ajudar a iden-tificar as causas, além de servir de histórico ebase para as novas aplicações da Agricultura dePrecisão que estarão disponíveis, como o plan-tio e a pulverização com taxas variáveis, porexemplo.

O Mapa de Produtividade possibilita a vi-sualização instantânea dos dados de umidadee produtividade no monitor e pode ainda gerarmapas a partir de um computador pessoal. Per-mite rastrear o produto colhido, através do fácil

Tela do monitor instalado na máquina, que possibilita melhor interface entre o operador e o equipamento

Mapa de produtividade gerado a partir do cartão de dados da máquina

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“Monitores mais modernos possibilitam uma melhorinterface entre o operador e o equipamento”

registro de variedades, talhões, fazendas, des-cargas e destino dos grãos. Coleta informaçõessobre as condições do campo, do operador e damáquina. Permite demarcar pontos que serãousados para indicar áreas atingidas por erosão,pragas ou qualquer outra informação que forjulgada importante. Permite administrar a va-riabilidade das culturas, fornecendo informa-ções importantes para controlar os fatores in-fluentes. Permite ainda acumular o históricode cada área, auxiliando no processo de toma-da de decisões. Com tudo isso, o resultado prin-cipal é a racionalização do uso de insumos e aredução do impacto ambiental da atividadeagrícola.

Controlador de Seções da BarraEm operações de pulverização, este contro-

lador permite o controle das barras totalmenteindependente da ação do operador.

O princípio de funcionamento do Con-trolador de Seções de Barras é baseado noslimites que são dados ao talhão. Esses limi-tes podem ser tanto os externos do talhãocomo também internos (regiões sem culti-vo, riachos etc).

O controlador verifica a posição do pul-verizador e, conseqüentemente, de suas bar-ras, e assim faz uma “marcação” virtual doslocais nos quais já foram aplicados os de-fensivos. No caso da máquina ou de qual-quer seção da barra de pulverização trans-por novamente esta área já pulverizada, elaserá desabilitada e não aplicará o produto.

Da mesma forma, o desligamento acon-tece quando a barra de pulverização ou qual-quer seção transpõe os limites do talhão, ouáreas internas que não devem ser pulveri-zadas.

Outro ponto importante é que o Con-trolador de Seções da Barra não somentedesliga as seções de acordo com os limitesdefinidos, como determina também que elas

sejam acionadas de novo após a passagemda área que não deveria ser atingida. Porexemplo: quando se atinge o limite no finalde um talhão, a barra será desligada pelocontrolador, que posteriormente religará asbarras quando iniciada a nova passada damáquina, restando ao operador, neste caso,somente conduzir o equipamento.

Para ter-se um sistema extremamenteconfiável recomenda-se que a máquinatambém tenha o Piloto Automático ins-talado. Desta forma, restará ao operador

apenas conduzir a máquina nos finais detalhão.

Podem ser citadas como vantagens dautilização do Controlador de Seções de Bar-ras a redução dos custos e a minimizaçãodos danos à planta causados pela sobrepo-sição de insumos, e também a redução daagressão ao meio ambiente. O controladorpossibilita que o operador fique focado emoutras funções do pulverizador, como a va-zão e a pressão do sistema, e que operado-res com menor experiência consigam bons

John Deere

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resultados em termos de precisão da aplica-ção. Sua utilização também reduz a fadigado operador.

Benefícios da Agricultura de Precisão para o operadorBenefícios com a utilização do Piloto

Automático em lavouras de grãosO que se busca com a tecnologia é a re-

dução de custos e o aumento da produtivi-dade. Alguns exemplos que mostram o be-nefício da tecnologia do Piloto Automático:

• Tendo como base que o custo médiodos insumos em uma propriedade fica emtorno de 600 reais por hectare, e que seconsegue com a utilização do piloto auto-mático entre 5% e 10% de redução de so-breposição (no mínimo, pois em áreas maisdobradas se consegue uma redução mai-or). Com isto, temos uma redução de cus-tos entre 30 e 60 reais por hectare.

• É possível plantar com um númeroqualquer de linhas, sem se preocupar se onúmero de linhas da plantadeira é múlti-plo do número de linhas da colhedora.

Benefícios da utilização do Piloto Automático em grãosRedução com adubação a lanço com Pi-

loto AutomáticoCusto do Super Simples + KCl = R$

350 por hectare. Considerando uma redução de 15% de

sobreposição, teremos uma redução de R$52,50 por hectare, com a utilização do Pilo-to Automático.

Redução dos custos de aplicação de cal-cário com Piloto Automático

Aplicando 1 t/ha, com o calcário a umcusto de R$ 100 por t.

Considerando uma redução de 15% desobreposição, teremos uma redução de R$52,50 por hectare, com a utilização do Pilo-to Automático.

As falhas nas aplicações também devemser consideradas

Uma pulverização mal feita de fungici-da contra ferrugem pode resultar numa novaaplicação, o que representa um gasto adici-onal de cerca de R$ 40 por hectare, apenas

com o fungicida. Isso sem contar gastos comcombustível, depreciação de máquina, mão-de-obra, compactação etc.

Benefícios do Piloto Automático na canaRedução de custos no preparo de solo, re-

novação canavial, temos duas operações de gra-de pesada, duas operações de grade intermedi-ária e duas operações de subsolagem. Conside-rando sobreposição de 10%, em 1.000 ha tería-mos 500 hectares de sobreposição.

Redução de custos nas aplicações de corre-tivos, aplicando 2,5 t/ha calcário e 2,5 t/ha ges-so, considerando um valor de R$ 100/t de cal-cário e R$ 60/t de gesso. Considerando que po-demos ter redução de sobreposição de 15% naaplicação a lanço, teríamos uma economia deR$ 60 por ha. Em 1.000 ha seriam R$ 60.000.

O plantio com direcionamento automáti-co permite gravar a trajetória das linhas e utili-zá-las na colhedora de cana. Isso permite redu-ção do pisoteio nas soqueiras e conseqüenteaumento da produtividade e até mesmo da lon-gevidade do canavial. Também é possível au-mentar a quantidade de metro linear plantado,pois se mantém sempre o mesmo paralelismoente as linhas.

A colheita com direcionamento automáti-

co facilita a operação em condições de baixavisibilidade: à noite, com neblina, sentido les-te-oeste etc.

Benefícios do Piloto Automático no algodãoUm dos maiores benefícios é a possibi-

lidade de se plantar com um número qual-quer de linhas, sem se preocupar se a quan-tidade de linhas da plantadeira é múltiplado número de linhas da colhedora de algo-dão.

Redução de custos na adubação a lanço:o custo médio do Super Simples + KCl &Boro = R$ 400 por hectare, considerandouma redução de sobreposição de 15%. Te-remos uma economia com o uso do PilotoAutomático de R$ 60 por hectare. Em 1.000ha, a economia seria de R$ 60.000.

Depoimentos de clientes usuários do di-recionamento automático indicam que apulverização foi entre 3 a 4 km/h mais rápi-do e o operador prestou menos atenção nadireção sem danificar a planta. Na médiaobserva-se que os pulverizadores ficam en-tre 15 e 20% mais produtivos.

Em função da redução da “linha louca”,ganha-se mais metros lineares por ha. Esti-ma-se que tenhamos entre 5 a 10% a maisde linhas com o direcionamento automáti-co. Para uma produtividade de 300@/ha,isso significa 15 a 30 arrobas por ha. Em1.000 ha teríamos 15 mil a 30 mil arrobasde algodão a mais.

Eduardo Martini,Fabio Baio,Marcelo Lehmen eLuciano Rosolem,John Deere

A utilização do Piloto Automático facilita a vida dooperador, que pode prestar mais atenção àoperação realizada do que à condução do trator

. M

John

Dee

re

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Junho 07 • 31

Sindag

De 06 a 09 de junho, Cachoeirado Sul sediou o foi palco doCongresso Regional de Aviação

Agrícola, promovido pelo Sindicato Nacionaldas Empresas de Aviação Agrícola – Sindag. Oencontro reuniu de mais de 700 profissionaisda aviação agrícola, que puderam desfrutar depalestras, além da exposição de produtos, má-quinas e serviços, demonstrações aéreas e deli-ciosos jantares, seguidos de shows especiais, quederam o toque final à programação do evento.

O evento superou todas as expectativas,dentre pilotos, visitantes, palestrantes, exposi-tores e patrocinadores. Foram três dias de pa-lestras sobre os mais variados temas, ministra-

das nomes de peso dentro do setor aeroagríco-la, trazendo informações e profissionalizandotodos os presentes, além de debates e a realiza-ção da Assembléia Extraordinária do SNA e aAssembléia Geral Ordinária do Sindag, ondefoi escolhido, através de votação, Júlio AugustoKämpf como novo presidente do sindicato.

O próximo evento do Sindag já tem data elocal marcados: será durante a Camaru 2007,em Uberlândia (MG), uma feira de Agronegó-cios que há anos movimenta o setor e atrai mi-lhares de empresários e visitantes de todos oslugares do mundo. O Sindag - Congresso Regi-

onal da Aviação Agrícola - Sudeste aconteceráem um pavilhão fechado, dentro da própria fei-ra, e acontecerá de 04 a 06 de setembro de 2007,nos mesmos moldes do evento de Cachoeirado Sul. A intenção é de melhorar ainda mais agrade de palestras e a distribuição das mesmas,no intuito de que os participantes tenham maistempo para interagir e questionar os palestran-tes, debatendo questões de extrema importân-cia para a Aviação Agrícola.

Para mais informações e para garantir já suainscrição para Uberlândia, acesse o sitewww.congressosindag.com.br.

De olho no céu

O evento teve a participação de autoridadeslocais e pesquisadores de todo o Brasil

Visitantes de toda América do Sul participaram do Sindag. Evento apresentouas novidades da aviação agrícola e discutiu os principais desafios do setorVisitantes de toda América do Sul participaram do Sindag. Evento apresentouas novidades da aviação agrícola e discutiu os principais desafios do setor

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De olho no céuFotos Sindag

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símbolosunidade móvel

Vista lateral do “trailer”utilizado para construção

da Umeb

Otrator é uma das principais fon-tes de potência utilizadas pararealizar as diversas tarefas neces-

sárias nos processos de produção agrícola.Conhecer bem a capacidade de desempe-nho do trator permite aos fabricantes de-senvolverem produtos mais eficientes demaneira que os agricultores obtenham me-lhor proveito das características operacio-nais dessa máquina.

O ensaio de trator em solo agrícola é umadas maneiras de se obter informações, prin-cipalmente no que diz respeito ao seu de-senvolvimento da tração. Nesses ensaiosbuscam-se resultados sobre o desempenhodos rodados, relacionados com as caracte-rísticas da interação que ocorre entre eles eo solo. Entretanto, para se realizar o ensaiosão necessários equipamentos apropriadosque permitam um controle mais uniformeda tração.

Nas últimas décadas muitos avançosforam obtidos nos estudos da tração e a ava-liação do desempenho do trator realizadacom bases nos resultados de ensaios em pistade concreto, contribuíram para melhorar ascaracterísticas ponderais e operacionais dostratores. Entretanto, é necessário conseguirmais informações para determinar o desem-

penho nas áreas de agricultura, sendo im-portante realizar estudos que mostrem osresultados nas reais condições de trabalhodo trator.

Em vista disto, a FCA-Unesp/Botucatudesenvolveu um equipamento denominado“Unidade Móvel de Ensaio da Barra de Tra-ção – Umeb”, para realizar ensaios de tra-tores em solo agrícola.

CONSTRUÇÃO DA UMEBA Unidade Móvel de Ensaio da Barra de

Tração foi construída a partir de um reboquetipo casa (trailer) adaptado para servir comum carro dinamométrico instrumentado,

utilizado na avaliação do desempenho do tra-tor submetido a ensaio de tração.

Na parte externa do “trailer” foram rea-lizados os serviços de funilaria e pinturanecessários, e na parte interna foi montadauma bancada de instrumentação para aco-modar os painéis de leitura dos dados obti-dos com sensores instalados no trator. O pisofoi coberto com blocos de concreto para darmaior massa ao equipamento, sendo reves-tido com borracha antiderrapante. A massaatual da Umeb é de 9.000 kg sustentadospor um conjunto de quatro rodados duplos.

Para determinar a distância percorridadurante os ensaios, uma roda odométricafoi construída a partir de uma roda de ferro

Teste em campoTeste em campo

Unesp lança Unidade Móvel de Ensaio de Barra de Tração, quepossibilitará fazer a avaliação da tração de tratores em solosagrícolas, tarefa que só era possível em laboratórios

Figura 2 – Representação esquemática do circuito defrenagem da Umeb

Unesp lança Unidade Móvel de Ensaio de Barra de Tração, quepossibilitará fazer a avaliação da tração de tratores em solosagrícolas, tarefa que só era possível em laboratórios

Fotos Kléber Pereira Lanças

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“O ensaio de trator em solo agrícola é uma das maneiras de se obter informações,principalmente no que diz respeito ao seu desenvolvimento da tração”

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Sistema de resfriamentodas campânulas defrenagem das rodas

Detalhe do cabeçalho daUmeb mostrando a célula

de carga

com 0,3 m de diâmetro e pneu maciço deborracha, sendo montada em suporte de aço,com sistema de mola para pressionar a rodasobre o solo, e instalada na traseira da Umeb.No eixo da roda odométrica foi instaladoum transdutor (encoder) para determinara rotação. Esse transdutor é composto porum sensor de pulsos (60 pulsos por volta)alimentado por bateria elétrica e monitora-do a uma freqüência de aquisição de 10 Hz.

A Umeb possui um sistema de controledo freio através de válvula pneumática e afrenagem é obtida por tambores nas quatrorodas. A forma de acionamento desse freiofoi modificada para permitir o comando dedentro da Umeb. Um compressor de ar, umaválvula controladora de pressão e um con-junto de tubulações foram instalados paraque o operador possa selecionar a força dese-jada na barra de tração do trator submetidoao ensaio. A pressão é regulada através de ummanômetro com precisão de 3,45 kPa (0,5psi), acoplado à válvula controladora que temcapacidade para até 413,40 kPa (60 psi).

Para evitar o aquecimento excessivo dascampânulas das rodas durante a frenagem,foi instalado um sistema de resfriamentocomposto por um tanque de 1.000 l, umamoto-bomba de 184 W (1/4 cv) e 15 l/min,tubulações e um conjunto de micro-asper-sores que pulverizam água.

INSTRUMENTAÇÃO DA UMEBForam instalados na Umeb dois painéis

eletrônicos com indicadores de força de tra-ção instantânea e integrada, de rotação dasquatro rodas do trator, da tomada de po-tência e da roda odométrica, do consumo etemperatura do combustível. A esses pai-néis foi acoplado um sistema eletrônico deaquisição de dados com capacidade paraarmazenar até um milhão de dados. Essesequipamentos permitiram a leitura e o ar-mazenamento dos sinais enviados pelos sen-sores instalados nos rodados, na tomada depotência, na roda odométrica e no sistemade alimentação do trator.

Para determinar o requerimento de for-ça solicitado na barra de tração, no cabeça-lho da Unidade móvel foi instalada umacélula de carga com capacidade para 100 kNe sensibilidade de 2 mV/V. Os sinais emiti-dos por essa célula de carga foram enviadosao painel eletrônico e ao sistema de aquisi-ção de dados. Os demais sensores utiliza-dos para medir a rotação dos rodados, con-sumo e temperatura de combustível foraminstalados no trator.

ENSAIOS A CAMPOForam realizados ensaios para verificar se

a roda odométrica apresentava boa precisãopara medir a distância percorrida; a capaci-dade de exercer força tração pela Umeb e sea tração exercida era suficiente e uniformepara ensaiar um trator de porte médio.

Os resultados mostraram que a UnidadeMóvel de Ensaio na Barra de Tração (Umeb)pode ser utilizada para ensaios de trator emcondições de solo agrícola, pois apresentouuma boa precisão da roda odométrica paramedir a distância percorrida nos ensaios; ca-pacidade de fornecer força de tração chega-

ria a 35 kN (aproximadamente 3500 kgf );houve pouca variação da tração quando avelocidade variou de 3,5 até 6,0 km/h e a for-ça de tração foi constante nas três condiçõesde solo avaliadas.

A Unidade possibilita a realização deensaios com máquinas agrícolas no

meio da lavoura

Kléber Pereira Lanças,Antonio Gabriel Filho,Saulo Phelipe Sebastião Guerra,Fabrício Leite,Juan José Bonin,Ricardo de Carvalho Tosin,Cristiano Alberto de Paula,Leonardo de Almeida Monteiro,Paulo Roberto Jesuíno eFernando Campos,Unesp

. M

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Aplicação de manta de geossintético notalude de jusante. Cada tipo de solo

requer uma aplicação específica

símbolosbiodiesel

Ademanda por produtos ligados aopetróleo cresce assustadoramente e,sabendo que esse é um recurso não-

renovável, há a necessidade de encontrar alter-nativa para sua substituição.

O trabalho do homem ao longo do tempofoi avançando devido à utilização de novas fon-tes de energia, tornando-se mais eficiente. Po-rém, com os avanços, a energia necessária paramover as novas máquinas não se tornou maisbarata, principalmente desde o primeiro cho-que do petróleo, em 1973.

Atualmente, os biocombustíveis surgemcomo alternativa, e o biodiesel, que pode serobtido a partir de óleos residuais ou de culturasoleaginosas, é um ponto importante, pois, uti-liza uma fonte renovável, diferentemente dopetróleo. Outro ponto importante é que o bio-diesel diminui a poluição, reduzindo a emissãode gases causadores do efeito estufa.

Uma pesquisa realizada por Rabelo (2001)indicou que o óleo de fritura apresenta caracte-rísticas semelhantes ao diesel em termos de vis-cosidade e poder calorífico. Esse produto, quan-do adicionado ao diesel, melhora a lubricidade,dispensando aditivos mais poluentes e, por con-

ter oxigênio (O) na cadeia química, diminui aliberação de monóxido de carbono e de hidro-carbonetos.

Resultados indicam que biodiesel tem sidosatisfatório por apresentar rendimento e con-sumo idêntico ao do diesel e ainda com menorformação de resíduos nos motores.

Alguns países da Europa e EUA verifica-ram as combinações de biodiesel no diesel deate 5%, sem necessitar de qualquer modifica-ção no motor, melhorando a lubricidade e re-duzindo o teor de enxofre (S).

Vê-se, portanto, que o biodiesel apresentainúmeras vantagens em relação ao diesel. Mas,o que é o biodiesel? Trata-se de um óleo vegetalque reage com um álcool (metanol ou etanol)na presença de um catalisador, formando éster(éster monoalquilado de ácidos graxos de ca-deia longa); os óleos vegetais são misturas deésteres derivados do glicerol.

As diversas oleaginosas produzidas no Bra-sil apresentam composições químicas diferen-tes, e a análise de cada uma é o primeiro passopara saber quais as características de cada bio-combustível a ser produzido.

As principais características benéficas do

biodiesel são: ausência de enxofre, maior visco-sidade e maior ponto de fulgor, representando,sem dúvida, um avanço na questão ambiental.

No Brasil, em ensaios realizados na Unespde Jaboticabal (SP), ficou claro que o uso deaté 20% de biodiesel no diesel não interfere norendimento dos tratores. O aumento do biodi-esel no diesel em baixas rotações tem demons-trado ganhos de potência e torque.

O Laboratório de Maquinas e Mecaniza-ção Agrícola da Unesp/Jaboticabal, tem utili-zado um Trator Valtra, BM 100, TDA (4x2),com instrumentação adequada para verifica-ção da performance do trator (Figura 1), traba-lhando com biodiesel etílico, filtrado e produ-zido de óleo residual de soja pelo Laboratóriode Química da USP de Ribeirão Preto, sendo oóleo coletado no Restaurante Universitário daFCAV – Unesp, Jaboticabal.

Em avaliações realizadas na operação degradagem pesada, com grade de 16 discos re-cortados de 609,6 mm, os resultados produzi-dos demonstraram que com o aumento daquantidade de biodiesel acima de 75% no die-sel ocorreu diminuição de potência na barra detração. A capacidade de campo efetiva, em uma

Meio a meioMeio a meio

O biodiesel já começa a ser utilizado comercialmente em misturasem pequenas proporções. Mas testes mostram que mesmo emmisturas de até 50% o desempenho da máquina se mantém estável

O biodiesel já começa a ser utilizado comercialmente em misturasem pequenas proporções. Mas testes mostram que mesmo emmisturas de até 50% o desempenho da máquina se mantém estável

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“Com os avanços, a energia necessária para mover as novas máquinas não se tornoumais barata, principalmente desde o primeiro choque do petróleo, em 1973”

Segundo Sene e Moreira (1999), opetróleo é a principal fonte de ener-

gia consumida no mundo (39,8%). Ele éum hidrocarboneto de origem orgânica, en-contrado em bacias sedimentares do so-terramento de antigos ambientes aquáti-cos, formados há milhões de anos. Previ-sões indicam que ele deve esgotar dentrode dois séculos e que o homem deverásubstituí-lo por outra fonte de energia.

No Brasil, o primeiro poço de petróleoperfurado foi em 1938 no Recôncavo Bai-ano e, em 1953, foi criada a Petrobras porGetúlio Vargas. Hoje, o Brasil é auto-sufi-ciente no setor, necessitando apenas im-portar alguns derivados não produzidos.Mas, mesmo assim, as pesquisas estãosendo direcionadas para a busca de com-bustíveis alternativos, e dentre eles temoso álcool e mais recente o biodiesel.

ÓLEO DIESEL

Junho 07 • 35

velocidade de 6,7 km/h com proporções de 50%,diminuiu e o melhor resultado ocorreu na pro-porção de 25%, com capacidade de campo efe-tiva de 1,20 ha/h.

O consumo de combustível específico(gkW/h) apresentou melhores resultados nasproporções de 25 a 50% de biodiesel no diesel.A avaliação do consumo em l/h demonstrou,para diferentes velocidades, consumo maior nasproporções de 75 e 100% de biodiesel no die-

sel, que para a velocidade de 6 km/h um consu-mo de 15,4 e 16,3 l/h para as mesmas propor-ções respectivamente.

Um dado muito importante na avaliaçãodas proporções de biodiesel no diesel é a potên-cia fornecida na barra de tração (Figura 2).Dessa forma, pode-se observar nessa figura oaumento da potência juntamente com a velo-cidade de deslocamento. No entanto, se com-pararmos o aumento da proporção até 100%,nota-se que ocorre diminuição da potência for-necida. Por exemplo: analisando a linha da ve-locidade de 3 km/h, na proporção B0 (dieselpuro), observa-se que ela está na classe de po-tência de 12 kW, agora, se analisarmos a pro-porção de 100% nessa mesma linha, observa-se a potência fornecida na classe de 10 kW.

Esse fato é justificado pelo biodiesel ter emmédia 11% de oxigênio na molécula, que causamenor poder calorífico (poder de combustãomenor), pois o oxigênio não gera energia (Bel-trão, 2005).

Os resultados da pesquisa apontam satisfa-tório o uso da proporção de 25 a 50% de biodi-esel no diesel sem causar diminuição de potên-cia e aumento de consumo. Esse tipo de com-bustível se torna importante para o Brasil devi-do à pressão de ONGs ambientais quanto aosimpactos causados pela agricultura moderna noacelerado processo de mecanização, e assim osbiocombustíveis se tornam a alternativa paramelhorar a qualidade ambiental e provavelmen-te ser a mais nova fonte de energia para as má-quinas agrícolas.

Jorge W. Cortez,Danilo César C. Grotta,Carlos Eduardo A. Furlani,Rouverson P. da Silva eAfonso Lopes,UnespJoaquim M. Dabdoub,USP

Figura 1 - Trator para ensaios com biodiesel

. M

Figura 2 - Potência na barra de tração (kw) operandocom biodiesel e diferentes velocidades

Valtra

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legislação

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Com a entrada em vigor da Nor-ma Regulamentadora de Segu-rança e Saúde no trabalho na agri-

cultura, pecuária, silvicultura, exploração flo-restal e aqüicultura (NR 31), através da Porta-ria n0 86 do Ministério do Trabalho e Empre-go, de 3 de março de 2005, ficaram estabeleci-dos os preceitos a serem observados na organi-zação e ambiente de trabalho, de forma a tor-nar compatível o planejamento e o desenvolvi-mento das atividades da agricultura, pecuária,silvicultura, exploração florestal e aqüiculturacom a segurança, saúde e ambiente do traba-lho.

Por outro lado, complementa a NR 31 ouvice-versa, o Decreto Presidencial n0 1.255 de29 de setembro de 1994, que promulga a Con-venção n0 119, da Organização Internacionaldo Trabalho, sobre proteção das máquinas.

Pretendemos neste artigo, sem ter a pre-tensão de esgotar o assunto, mostrar ao leitoralgumas das determinações contidas na NR 31,no Decreto n0 1.255 e algumas de suas impli-cações e influências nas questões relativas à se-gurança do trabalhador rural, em especial, dooperador e/ou mantenedor de máquinas agrí-colas.

Na Parte II (venda, locação, cessão a qual-quer outro título e exposição), artigo 2 do De-creto 1.255, em seu §1 reza que “a venda e alocação de máquinas cujos elementos perigo-sos, especificados nos parágrafos três e quatrodo presente artigo, estiverem desprovidos de dis-positivos de proteção apropriados, deverão serproibidas pela legislação nacional e/ou impedi-das por outras medidas igualmente eficazes”.

No §2 diz que “a cessão a qualquer outro títuloe a exposição de máquinas cujos elementos pe-rigosos, especificados nos parágrafos três e qua-tro do presente artigo, estiverem desprovidosde dispositivos de proteção apropriados, deve-rão, na medida determinada pela autoridadecompetente, ser proibidas pela legislação ou im-pedidas por outras medidas igualmente efica-zes. Entretanto, a retirada provisória, durantea exposição de uma máquina, de dispositivosde proteção, para fins de demonstração, não seráconsiderada como uma infração à presente dis-posição, com a condição que as precauções apro-priadas sejam tomadas para proteger as pesso-as contra qualquer risco”. No §3, encontramosque “todos os parafusos de meia rosca, parafu-sos de fixação e chaves, assim como outras pe-ças que formem saliências nas partes móveisdas máquinas que forem suscetíveis igualmen-te de apresentarem perigo para as pessoas queentrarem em contato com as mesmas, quandoestiverem em movimento deverão ser projeta-dos embutidos ou protegidos a fim de preveniresses perigos”. Finalmente no §4, verificamosque é imprescindível que “todos os volantes,engrenagens, cones ou cilindros de fricção, ex-cêntricos, polias, correias, correntes, pinhões,roscas sem fim, bielas e corrediças, assim comoos trastes (inclusive as extremidades) e outraspeças de transmissão que forem suscetíveisigualmente de apresentar perigo para as pesso-as que entrarem em contato com esses elemen-tos quando estes estiverem em movimento de-verão ser projetados embutidos ou protegidos afim de prevenir estes perigos. Os controles dasmáquinas deverão ser projetados embutidos ou

protegidos a fim de prevenir qualquer perigo”.Somente com estes quatro parágrafos do

Decreto, já é possível fazer-se uma série de ob-servações. Ou seja, se formos analisar as má-quinas hoje em comercialização sob a visão doque determina o §4, as mesmas não poderiamestar no mercado, visto que “todos os volantes,engrenagens, polias, correias, correntes e ou-tras peças de transmissão que forem suscetí-veis de apresentar perigo para as pessoas queentrarem em contato com esses elementos,quando estes estiverem em movimento, deve-rão ser projetados, embutidos ou protegidos, a

Na linhaNa linha

Em alguns equipamentos comercializados noBrasil, correias e engrenagens estão expostas e

oferecem riscos aos operadores

Norma Regulamentadora e Legislação para o Meio Rural impõem algumasexigências de fabricação e condução para aumentar a segurança nas

máquinas agrícolas, que deverão ser seguidas por fabricantes e usuários

Charles Echer

Norma Regulamentadora e Legislação para o Meio Rural impõem algumasexigências de fabricação e condução para aumentar a segurança nas

máquinas agrícolas, que deverão ser seguidas por fabricantes e usuários

Page 37: Maquinas 64

“Os controles das máquinas deverão ser projetados,embutidos ou protegidos, a fim de prevenir qualquer perigo”

Junho 07 • 37

fim de prevenir estes perigos”.No mesmo Decreto anteriormente citado,

em sua Parte III (utilização), artigo 6, §2, omesmo garante que “as máquinas deverão serprotegidas de maneira que a regulamentação eas normas nacionais de segurança e de higienede trabalho sejam respeitadas (no caso, vide NR31 que é uma Norma de Segurança e Higienede Trabalho)”.

A NR 31 possui muitos preceitos a seremobservados. Neste artigo, destacaremos e co-mentaremos os seguintes:

1) “Só devem ser utilizadas máquinas, equi-pamentos e implementos móveis motorizadosque tenham estrutura de proteção do operadorem caso de tombamento e dispor de cinto desegurança”;

2) “É vedado, em qualquer circunstância,o transporte de pessoas em máquinas e equipa-mentos motorizados e nos seus implementosacoplados”;

3) “O empregador rural ou equiparado seresponsabilizará pela capacitação dos operado-res de máquinas e equipamentos, visando omanuseio e a operação seguros”;

4) “Só devem ser utilizados máquinas eequipamentos motorizados móveis que possu-am faróis, luzes e sinais sonoros de ré acopla-dos ao sistema de câmbio de marchas, buzina eespelho retrovisor”;

5) “O veículo de transporte coletivo de pas-sageiros deve observar os seguintes requisitos:a) possuir autorização emitida pela autoridadede trânsito competente; b) transportar todosos passageiros sentados; c) ser conduzido pormotorista habilitado e devidamente identifica-do; d) possuir compartimento resistente e fixopara a guarda das ferramentas e materiais, se-parado dos passageiros.

6) O transporte de trabalhadores em veí-culos adaptados somente ocorrerá em situaçõesexcepcionais, mediante autorização prévia daautoridade competente em matéria de trânsi-to, devendo o veículo apresentar as seguintescondições mínimas de segurança: a) escada paraacesso, com corrimão, posicionada em local defácil visualização pelo motorista; b) carroceriacom cobertura, barras de apoio para as mãos,proteção lateral rígida, com dois metros e dezcentímetros de altura livre, de material de boaqualidade e resistência estrutural que evite oesmagamento e a projeção de pessoas em casode acidente com o veículo; c) cabina e carroce-ria com sistemas de ventilação, garantida a co-municação entre o motorista e os passageiros;d) assentos revestidos de espuma, com encostoe cinto de segurança; e) compartimento paramateriais e ferramentas, mantido fechado e se-

parado dos passageiros.7) Em relação à Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural– Cipatr, que tem como objetivo a preven-ção de acidentes e doenças relacionadas aotrabalho, de modo a tornar compatível per-manentemente o trabalho com a preserva-ção da vida do trabalhador, a NR 31 entreoutros determina: a) que o empregador ru-ral ou equiparado, que mantenha vinte oumais empregados contratados por prazo in-determinado, fica obrigado a manter emfuncionamento, por estabelecimento, umaCipatr; b) que nos estabelecimentos com nú-mero de onze a dezenove empregados, nosperíodos de safra ou de elevada concentra-ção de empregados por prazo determinado,a assistência em matéria de segurança e saú-de no trabalho será garantida pelo empre-gador diretamente ou através de prepostoou de profissional por ele contratado;

8) A Cipatr será composta por represen-tantes indicados pelo empregador e represen-tantes eleitos pelos empregados de forma pari-tária, de acordo com a seguinte proporção mí-nima:

Também vale alertar para o fato de que as

Exemplos de situações de riscoenvolvendo o transporte inadequadopodem ser observados diariamente

máquinas e equipamentos móveis (item 4) de-vem se adequar às exigências do Código Naci-onal de Trânsito, caso sejam equipamentos an-tigos e, por ventura se fizer necessário o seutráfego em vias municipais, estaduais e/ou fe-derais. O número de acidentes que ocorremenvolvendo máquinas agrícolas nessas condi-ções é bastante grande no Brasil.

Com o objetivo de alertar os produtoresrurais, foram expostos os itens sete e oitoneste artigo que, entre outros, determinamalgumas das obrigações dos mesmos sobreo assunto “Cipatr”. O autor recomenda quetodos os envolvidos no processo, desde in-dústrias até funcionários rurais, interem-semelhor sobre o assunto, que já deveria serde total domínio público e que, por incrívelque pareça, pouco ou quase nada se discutesobre o mesmo no meio rural.

Alonço explica quais são as exigências daNR 31 e alerta para os cuidados

necessários ao operar máquinas agrícolas

Nº de trabalhadoresNº de MembrosRepr. dos trabalhadoresRepr. do empregador

20 a3511

36 a7022

71 a10033

101 a50044

501 a1000

55

Acimade 1000

55

Airton dos Santos Alonço,UFSM

. M

Fotos Airton dos Santos Alonço

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faróis auxiliares

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Os faróis auxiliares são usados ba-sicamente para uma de duasfunções: aumentarem o raio de

ação dos faróis originais ou incrementar ovisual do jipão. Que eles são úteis no off-road ninguém duvida, mas um pouco decuidado na hora de instalar estes acessóriosvai economizar dor de cabeça com a parteelétrica do veículo e mantê-lo dentro da lei.

Os faróis de neblina devem ser instala-dos de preferência na altura do pára-cho-ques, colocá-los na parte de baixo pode serinútil, na abordagem de rampas eles ficamexatamente junto ao ângulo de ataque, sen-do os primeiros a se chocarem com o bar-ranco e se partirem em pedaços. A funçãodeles é espalhar um facho de luz próximoao solo e por isto devem ficar nesta posição.

Para colocar faróis de longo alcancedeve-se prever uma posição próxima da al-tura dos faróis originais do veículo, deixá-los montados no pára-choques não vai aju-dar muito, já que precisam alcançar a máxi-ma distância e precisam estar mais altos queos de neblina.

Finalmente tem-se a clássica instalaçãona parte superior do carro, junto com o ba-gageiro. Seja da dianteira, na traseira ou la-terais, ajudam a espalhar a luz com grandeeficiência mas a fiação elétrica deve preverum bom aterramento do bagageiro ou rack,para que toda a instalação tenha um bom

contato com o terra geral (negativo da bate-ria), do veículo.

E falando em instalação, seu eletricistaprecisa fazer a fiação prevendo sobrecargasna parte elétrica. É aconselhável entregar oserviço para um especialista, ou para a con-cessionária que lhe vendeu o veículo, poiseles têm condições de realizar uma instala-ção adequada. Os faróis drenam muita cor-rente e necessitam de fiação e chaves co-mutadoras que correspondam às necessida-des do equipamento. Se estas não forem bemdimensionadas podem literalmente derre-ter, podendo colocar em curto-circuito par-tes importantes da fiação, ou até provocarum incêndio. O correto é montar as chaves

interruptoras de forma que acionem relésque por sua vez alimentarão os faróis. Pre-veja também a colocação de fusíveis para amáxima proteção do circuito.

Em deslocamentos noturnos, por trilhasfechadas, os faróis auxiliares são grandesaliados, direcionando corretamente cadafarol você conseguirá uma grande cobertu-ra em sua dianteira e laterais, o que vai faci-litar a visualização da trilha e dos obstácu-los que lhe aguardam no meio da noite.

Também é uma boa idéia manter sem-pre os faróis protegidos por tampas e/ouprotetores plásticos, isto evita problemascom a polícia rodoviária quando se está tra-fegando em ruas ou rodovias, e também sal-va as lentes dos faróis de pedradas em rodo-vias e trilhas.

Iluminação extraCuidados precisam ser

tomados ao lançar mão defaróis auxiliares em seu

4x4. Altura, posição, alémde obedecer às exigências

legais e à corretainstalação elétrica sãofatores indispensáveis

para evitar dores decabeça e obter o melhor

rendimento dessesacessórios

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

A iluminação na parte superior do carro ajuda aespalhar a luz com grande eficiência

O ideal é proteger os faróis comgrades para evitar a quebra

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