Maquinas 70

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Dezembro 2007

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Rodando por aí

Regulagem em colhedoras

Ficha Técnica - Massey Ferguson 8480

Isobus

Test Drive - Patriot 350

Irrigação em cana-de-açúcar

Matéria AGCO

Ficha Técnica - Landini

Hidráulico de tratores

Vazão em bombeamento

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Test Drive Patriot 350Confira o desempenho dopulverizador Patriot 350, oautopropelido da Case IH

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 70

Ano VIII - Dezembro 2007 / Janeiro 2008ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Lucro controladoSaiba quais os pontos que merecemmaior atenção na hora de regular asua colhedora de grãos

Ficha TécnicaConheça o trator MF 8480da Massey e o LandPowerda Landini

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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Trator do anoO trator T7060 de 213 cv,da New Holland, foi eleitocomo o trator do anoedição 2008. A escolha foifeita pelas principaisrevistas especializadas emmáquinas agrícolas daEuropa. O resultado da11ª edição do prêmio foirevelado durante aAgritechnica de Hannover,na Alemanha. Além doprêmio de trator do ano, oT7060 ganhou o prêmioouro no design.

Linha pesadaA Tuzzi acaba de produzirpara a Valtra do Brasil umbraço sensor que funcionaeletronicamente e estáaplicado às barras delevante do sistema de trêspontos da marca Tuzzi. Oequipamento é umanovidade no mercado, jáque possui configuraçãoexclusiva para atendertratores da linha pesada e,futuramente, da linhamédia, fabricados pelamultinacional aqui noBrasil. “Estar em sintoniacom tecnologia de pontapossibilita nossoaperfeiçoamento nafabricação de novosprodutos e no processo demelhoria contínua,atendendo, dessa forma, ademanda de mercadosdiversificados”, garanteAlexandre Tuzzi, diretorda Tuzzi.

Alexandre Tuzzi

Mulheres ao volanteA Case IH colocou ao

volante de seus tratores 16mulheres, esposas de

trabalhadores rurais, naFazenda Itamarati,

localizada em Campo Novodo Parecis (MT). O curso

faz parte de um projeto-piloto idealizado pela

fazenda e realizado pelaCase IH. “Trata-se de um

trabalho inédito queestamos fazendo em

treinamento de mão-de-obrae a iniciativa partiu da

própria fazenda”, conta ocoordenador do Centro

Avançado de Suporte aoCliente da Case IH deCuiabá (MT), Ângelo

Brochieri. Agora, além dosmaridos, as esposaspassaram a tocar as

máquinas. Todas elaspossuem Ensino Médio

completo ou estão em fasefinal do curso que é

oferecido pela fazenda.

PrêmioFabricante de implemen-

tos rodoviários comapenas três anos de

atuação no mercado, aRodo Linea recebeu o

prêmio em reconhecimen-to à qualidade de seus

produtos. “Este prêmioreflete toda a expertise e a

competência da RodoLinea no desenvolvimento

de soluções para osegmento sucroalcooleiro.

Investimos em capitalintelectual e inovações

tecnológicas para atendercom eficiência as parti-

cularidades desta operaçãode transporte”, afirma o

diretor de Vendas da RodoLinea, Fernando Real.

Nova frotaA Massey Ferguson entregou três tratores ao Colégio Teutônia, uma das mais tradicionaisinstituições de ensino do Vale do Taquari, localizado no município de Teutônia (RS). A parce-ria possibilitou a renovação do parque de máquinas, com a aquisição de três tratores novos, osmodelos MF 283, MF 255 e MF 5275.Para o diretor de marketing da MasseyFerguson Fábio Piltcher, a parceria repre-senta um impulso tecnológico para o en-sino agrícola do colégio, que é referênciana região. “O objetivo é levar aos alunos asatuais tecnologias empregadas para que elespossam entrar no mercado de trabalho ain-da mais preparados e colaborando com aatividade que a escola se propõe”, disse.

Vendas em altaAs vendas da AGCO América do Sul atingiram U$ 747.2 mi-lhões nos primeiros nove meses de 2007, representando um au-mento de 47% comparado ao mesmo período de 2006 (não in-cluído o impacto da taxa de câmbio). A justificativa, segundoexplicou André M. Carioba, vice-presidente sênior e gerente ge-ral da AGCO na América do Sul, é que “os tratores e as colhei-tadeiras, impulsionados pela tecnologia da AGCO, construíramfortes posições no mercado Sul-Americano, devido em grandeparte à excepcional rede de revendedores da marca”.

Workshop IsobusDe 20 a 22 de fevereiro de 2008 acontece o segundo Workshop ISOBUS em São Carlos (SP).Além de uma atualização sobre as novidades do padrão ISOBUS no Brasil e no mundo o focodo evento será nas ferramentas necessárias para utilizar o padrão e como realizar os testes deconformidade para novos desenvolvimentos. Informações pelo site http://www.isobus.org.br/

Excelência Pós-VendaA Martins & Sobrinhos, concessionário JohnDeere em Jataí (GO), recebeu em novembro aplaca que indica a classificação máxima recebi-da no Programa Excelência em Pós-Venda. Aavaliação feita pela John Deere conferiu ao con-cessionário de Jataí a categoria “A”, que atesta aalta qualidade dos serviços oferecida pela Mar-tins & Sobrinhos a seus clientes no pós-venda.

Encontro continentalConcessionários John Deere de toda a América do Sul se reuniram pela primeira vez em um“Encontro com Concessionários” para discutir em conjunto a estratégia da marca para ocontinente. Mais de 200 concessionários de dez países da América do Sul, e também daRepública Dominicana, participaram do encontro na nova fábrica em Montenegro (RS) e naSerra Gaúcha no início de dezembro. Além da diretoria brasileira, participaram do encontro ovice-presidente de Marketing, Vendas e Planejamento para a América do Sul, Aaron Wetzel, eo presidente mundial da Divisão Agrícola para Europa, África e América do Sul da JohnDeere, Mark von Pentz.

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regulagem

Está chegando a época da colheita degrãos em todo o país, principalmen-te nas regiões Sul e Centro-Oeste, e

com isso o empresário rural deve estar devida-mente preparado para esta última etapa reali-zada no campo, já preparando o solo para a pró-xima cultura.

Porém, a colheita começa antes mesmo dese colocar as máquinas no campo, com os pre-paros e manutenção das colhedoras, que mere-cem atenção especial para que os resultadossejam satisfatórios, pois o produtor não pode sedar ao luxo de perder uma safra.

A quantificação das perdas existentes nacolheita de grãos é alvo de estudo de diversos

pesquisadores em todas as regiões, e demons-tram que o desempenho das colhedoras aindapode ser superior, pois, as perdas encontradasainda são elevadas, principalmente em funçãode regulagens utilizadas incorretamente.

REGULAGENS DA COLHEDORAAtualmente as colhedoras de grãos são

máquinas que possuem alta tecnologia embar-cada, auxiliando o operador a manter as regu-lagens recomendadas e ainda monitorá-las du-rante a colheita. Além da tecnologia associada,o princípio de funcionamento de uma colhe-dora é composto por vários sistemas seqüenci-ais, que realizam as operações de corte e ali-

mentação, trilha, separação, limpeza, transpor-te e armazenamento dos grãos. O desempenhodesses sistemas está interligado ao desempenhoindividual, devendo-se, portanto, obter o má-ximo desempenho de cada um.

Diversos fatores influenciam na colheitamecanizada, dentre eles: condições do solo (teorde água), condições climáticas, condições dacultura (porte, altura de inserção, acamamen-to, grau de maturação, massa seca, fluxo dematerial, plantas oportunistas), manutenção(limpeza da colhedora, consertos, reparos esubstituição de componentes, verificação dofuncionamento pré-colheita).

Também influenciam nas perdas, as regu-

Lucro controladoSaber quais fatores interferem direta e indiretamente na colheita é a chave para

colher sem perdas e com qualidade. Ensaios com duas máquinas do mesmo modelomostram que o uso de regulagens diferentes interfere no número de perdas

Claas

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“Na atividade agrícola brasileira o produtor precisa correr contra tudo e contra todos,tendo pouca ou até mesmo nenhuma gerência sobre o preço de compra e/ou venda”

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lagens da colhedora na plataforma (altura decorte e rotação do molinete); na alimentação(fluxo de grãos e material não grão); no sistemade trilha (rotação dos cilindros); no sistema deseparação (ajuste das peneiras); no sistema delimpeza (rotação do ventilador); o armazena-mento (condições do graneleiro); o transportedos grãos (elevadores e tubo de descarga), alémda velocidade de deslocamento durante a co-lheita.

PLATAFORMAO molinete possui regulagens de posição

horizontal e vertical, inclinação dos dedos pre-ensores e rotação. Esta rotação deve proporcio-nar um índice de velocidade do molinete de1,25 a 1,50, sendo este índice determinado pelarelação entre a velocidade do molinete e a velo-cidade de deslocamento da máquina. Esta re-gulagem evita perdas por debulha, por arremes-so e/ou por tombamento das plantas.

As perdas na plataforma de corte podemser bastante expressivas se a mesma não estiverbem regulada. Somente a altura de corte corre-ta pode representar até 20% de redução dasperdas totais, não deixando desta maneira va-gens presas às plantas não colhidas.

ALIMENTAÇÃONeste sistema, que tem função de trans-

portar o material colhido para o interior damáquina, a fim de que seja processado pelosoutros sistemas (trilha, separação e limpeza),as observações devem ficar por conta do con-dutor transversal (caracol ou sem-fim) e estei-ra de alimentação.

Deve-se verificar a distância do caracol emrelação à superfície da plataforma, não deven-do estar muito próximo para não danificar omaterial colhido, e também não muito afasta-do, para evitar falhas no recolhimento destematerial. Este ajuste vai variar em função dofluxo de material colhido. Quanto à esteira,deve-se ter noção da capacidade de fluxo queesta suporta, para que a quantidade de materi-

al que está sendo colhido não a sobrecarregue,evitando assim possíveis embuchamentos.

TRILHAEste sistema tem a função de remover o

grão do restante da planta. A rotação do cilin-dro trilhador e abertura entre o cilindro e o côn-cavo são as principais regulagens a serem feitasneste sistema, que quando realizada de formacorreta, evitam perdas tanto em quantidadecomo em qualidade dos grãos colhidos.

O modelo mais comum comercializado noBrasil, é o que possui cilindro de trilha dispostotransversalmente ao deslocamento da máqui-na, denominado sistema de fluxo radial.

Há pouco tempo no Brasil, se expandiu acomercialização de colhedoras de fluxo axial(cilindro trilhador disposto longitudinalmen-te, podendo haver dois em alguns modelos).

Outros modelos apresentam estes dois sis-temas conjugados, possuindo inicialmente umcilindro radial e após este, um ou dois cilindrosde fluxo axial, realizando a trilha e a separaçãodos grãos.

Entretanto, as regulagens no sistema de tri-lha das colhedoras são basicamente a mesma: arotação do cilindro trilhador e folga entre esse eo côncavo.

A regulagem deve ser feita, considerando-se a cultura colhida, quantidade de material quenão é grão, pois conforme a cultura o côncavopode ser diferente, a rotação do cilindro vai va-riar em função dela ser mais ou menos resis-tente a impactos.

A abertura entre o cilindro e o côncavo deveser proporcional ao fluxo de material que entra

Safra2005/062006/07

Colhedora Velocidade5,0 km/h3,5 km/h¹

Rotação do Cilindro850 rpm350 rpm

MF5650 Advanced

Tabela 1 - Características das colhedoras nas diferentes safras

Sistemas e componentesprincipais de uma

colhedora de grãos

Sistemas de trilha nos diferentes modelos decolhedoras disponíveis no mercado

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na máquina, e sempre maior na entrada e me-nor na saída, pois o maior volume de materialse encontra na entrada, pois, à medida que osgrãos são separados da planta, vão caindo atra-vés do côncavo diretamente para o sistema delimpeza.

As perdas no sistema de trilha podem ocor-rer devido à não debulha total dos grãos, dei-xando-os dentro das vagens. Se isto estiver acon-tecendo, a diminuição da folga pode solucio-nar este problema, ou ainda a diminuição darotação do cilindro, fazendo com que o materi-al permaneça por maior tempo na trilha (ouretrilha).

SEPARAÇÃOEste sistema é composto pelo batedor tra-

seiro, pela cortina defletora e pelo saca palhas.Tem a função de separar os grãos do restante daplanta, e lançar o material que não é grão parafora da máquina, passando pelo distribuidor.

A cortina tem função de reter o materialapós passar pelo batedor, não deixando princi-palmente os grãos serem lançados para fora damáquina, e com isso, ocorre o retardamento dofluxo de material no saca palhas. Esse tem afunção de separar os grãos da palha e palhiço,lançando-os para fora da máquina e conduzin-do os grãos para o sistema de limpeza.

LIMPEZAA rotação do ventilador de limpeza deve

ser adequada para não serem lançados grãospara fora da colhedora por excesso de fluxode ar sobre o material e ser suficiente pararetirar as impurezas mais leves do que osgrãos. A abertura das peneiras deste siste-ma deve ser regulada para que permita a pas-sagem somente dos grãos em função da cul-tura que se está colhendo.

QUANTIFICANDO AS PERDASA seguir são apresentados alguns resulta-

dos obtidos pela equipe do LAMMA (Labora-tório de Máquinas e Mecanização Agrícola/

Unesp/Jaboticabal), utilizando duas colhedo-ras Massey Ferguson MF5650 Advanced, emcolheita de soja em sistema plantio direto, naregião de Ribeirão Preto (SP). As avaliações fo-ram realizadas em áreas com as cultivares desoja Coodetec 206 e 216, respectivamente nassafras de 2005/06 e 2006/07, com semelhantescondições da cultura (teor de água, porte, altu-ra de inserção da primeira vagem, massa seca),determinando as perdas durante o processo decolheita. O que diferenciou a colheita nestasáreas foi a regulagem das colhedoras no mo-mento da colheita, principalmente quanto àrotação do cilindro trilhador (Tabela 1). A velo-cidade de deslocamento da colhedora tambémfoi menor na segunda safra, com o intuito dereduzir o fluxo de material dentro da máquina,para que houvesse melhor desempenho dosmecanismos internos da colhedora, e conse-qüentemente menores perdas de grãos.

PERDASAs perdas foram classificadas em perdas no

solo (PS), como sendo os grãos e as vagens en-contrados no solo após a passagem da colhedo-

Logo após terminar de se colheruma safra, devem ser iniciados os pre-

parativos para a próxima colheita. O produ-tor e o operador devem estar atentos aoscuidados necessários com a colhedora, quan-to à sua limpeza, manutenção e reparos. Éimportante nesta fase, atentar para cada de-talhe da máquina, principalmente pelo ope-rador, durante e após a colheita. Ele deveverificar e anotar durante a colheita, eventu-ais problemas que não interferiram em seuandamento, mas que devem ser averigua-dos posteriormente.

Feito isso, o próximo passo é o aloja-mento apropriado da colhedora, de preferên-cia em local que tenha somente este propó-

PRINCIPAIS CUIDADOS APÓS A COLHEITAsito, isento de ações do tempo, como chu-vas e raios solares. É interessante a retiradada plataforma de corte para guardar a colhe-dora, a fim de diminuir as cargas sobre o sis-tema hidráulico. Neste período a manuten-ção preventiva é que deve ser realizada, sen-do primordial para a próxima colheita.

Tomados os devidos cuidados com acolhedora, o produtor deve prepará-la parao trabalho. Uma nova verificação geral desuas peças e componentes principais deveser feita, antes de começar a colheita. Valeressaltar que se deve sempre seguir o ma-nual de instruções, pois ele contém todasas informações necessárias para a corretamanutenção e utilização da máquina.

ra, e em perdas na planta (PP), constituída porvagens que não foram retiradas das plantasdurante a colheita. Foram medidas em arma-ção retangular de dois metros quadrados comlargura igual à da plataforma de corte (cincometros).

Nas duas safras, a porcentagem de cober-tura vegetal sobre o solo, distribuída pelos me-canismos da colhedora foi uniforme sobre a área,apresentando valores superiores a 80%, consi-derados ideais sob o ponto de vista de conser-vação do solo.

Como a velocidade de deslocamento nasegunda safra foi menor, pôde-se utilizar rota-ção do cilindro de trilha mais baixa, uma vezque o fluxo de material também foi menor. Comisso obtém-se uma melhor qualidade da soja,principalmente se for destinada para a produ-ção de sementes, devido ao menor impacto domecanismo de trilha sobre a cultura. Outro fatorelacionado à menor rotação é o tempo de per-manência do material neste sistema, maior emmenores rotações do cilindro, conseqüentemen-te obtendo maior aproveitamento deste siste-ma, evitando maiores fluxos de material para aretrilha.

As perdas observadas na primeira safra fo-ram três vezes maiores do que as encontradasna safra seguinte. Isso demonstra que as regu-lagens e manutenção apropriadas para a colhe-dora, considerando fatores da cultura, solo eclima, e ainda um bom monitoramento durantetoda a colheita (pois as condições da culturavariam ao longo do dia) podem reduzir signifi-cativamente as perdas de grãos.

Rotação do ventilador e abertura daspeneiras devem ser adequadas, de forma que

permita a limpeza, sem perder os grãos

Regulagem da folga de saídaentre o cilindro e o côncavo é muito

importante para prevenir perdas

Anderson de Toledo,Rubens Andre Tabile,Rouverson Pereira da Silva eCarlos Eduardo Angeli Furlani,Unesp/Jaboticabal

M

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MF 8480

Apresentamos hoje o maior integranteda família Massey no Brasil. Trata-se do trator MF 8480, um modelo

importado, com configurações altamente de-senvolvidas, projetado para operar em grandesáreas e em serviços que exigem força extra. Alémde todos os seus atributos de gigante, apresen-ta ainda design atraente, que alia beleza e con-forto.

O trator MF 8480 possui cabine climatiza-da e ergonomicamente projetada, proporcio-nando maior conforto em longas jornadas detrabalho. As especificações disponíveis inclu-em sistemas de gerenciamento de campo e ca-beceiras, além de opcionais como o sistema dedireção automatizado Auto Guide e o Datatro-nic III, compatível com o Isobus.

MOTORIZAÇÃOOs tratores MF 8480 são equipados com

motor Sisu de seis cilindros e 8,4 litros de cilin-drada, com intercooler, injeção com bomba ro-

tativa de última geração, sistema de gerencia-mento eletrônico e tecnologia Common rail(Galeria de Alta Pressão). Esses motores apre-sentam emissões reduzidas, atendendo à nor-ma Tier-III.

O MF 8480 vem equipado com o sistemade gerenciamento eletrônico do motor (EEM -Electronic Engine Management). Esse sistemapermite o ajuste contínuo da quantidade e domomento em que se produz a injeção do com-bustível, em função da velocidade do motor eda carga. O resultado é a redução de emissões,mais potência e mais economia de combustí-vel.

O EEM não só fornece resposta mais rápi-da às mudanças de carga do motor, mas tam-bém adiciona funcionalidades ao trator. Os doisbotões do EEM, localizados no console direito,permitem que o operador programe duas rota-ções de motor (A e B). Issopermite que o operador al-terne entre as rotações pre-estabelecidas apenas com otoque de um botão. O sis-tema EEM pode ser preci-samente ajustado em in-crementos de 10 RPM. As

rotações programadas são mostradas no displayde LCD localizado no painel de instrumentos.

Essa capacidade de alternar rápida e facil-mente entre rotações pré-ajustadas do motorproporciona aumento da produtividade, umamelhoria da qualidade de trabalho e simplificaa realização de praticamente todas as ativida-des diárias.

COMMON RAILO Common rail, sistema de injeção diesel

de alta pressão, consiste numa bomba de altapressão que fornece a pressão através de umagaleria comum a todos os injetores, o que per-mite fornecer pressão constante de injeção,independentemente da rotação do motor. Asua vantagem é um menor ruído de funcio-namento, arranque a frio quase instantâneo

O sistema de injeção de diesel, Common rail, garantepressão constante da injeção, independente da rotação

Gigante da MasseyO trator MF 8480, da Massey Ferguson, alia potência de 290 cv,transmissão Dyna-VT por variação contínua e muita tecnologia

embarcada, para usuários que precisam de força e rendimento

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“O trator MF 8480 possui uma cabine climatizada e ergonomicamenteprojetada, proporcionando maior conforto em longas jornadas de trabalho”

Fotos Massey Ferguson

e a diminuição dos níveis de emissão e deconsumo.

A bomba de alta pressão gera uma pressãode até 1.400 bar na galeria (determinado pelapressão da injeção ajustada na unidade de con-trole eletrônico do motor), independentemen-

te da velocidade do motor e da quantidade decombustível injetado. Os injetores são alimen-tados com o combustível através das tubula-ções rígidas, e injetam a quantidade de com-bustível correta, finamente pulverizada, nascâmaras de combustão. A unidade de controleeletrônico controla de forma precisa todos osparâmetros da injeção - tais como a pressão nagaleria e o sincronismo e a duração da injeção –assim como outras funções executadas pelomotor.

O motor do trator MF 8480 conta aindacom quatro válvulas por cilindro de extremaprecisão. Isso melhora o fluxo de ar e a misturacom o combustível, promovendo uma combus-tão uniforme e reduzindo as cargas térmicas nacabeça do cilindro, resultando em baixas emis-sões e excelente economia de combustível.

DYNA-VTA transmissão continuamente variável se

caracteriza pela ausência de marchas, possuin-do duas faixas de velocidades: uma entre 0 e 28km/h e a outra entre 0 e 40 km/h. A primeira éutilizada para operações de campo e a segundapara operações de transporte. Uma vez esco-lhida a faixa ou modo operacional, a variaçãode velocidade ocorre sem degraus, tanto parafrente como para trás (ré). A variação de veloci-dade pode ser feita por uma alavanca localiza-da no apoio de braço da poltrona ou com oacelerador, ou ainda através de programação nocomputador de bordo.

A transmissão Dyna-VT é composta de umaparte hidráulica e de uma parte mecânica, soli-dárias com o eixo motor. A potência do motorpassa por esses dois ramais - hidráulico e mecâ-

O sistema de engate rápido por descompressão permiteacoplamento de implementos mesmo sob pressão

A capacidade de levantedo hidráulico é de 10.500 kg

As manutenções periódicas são favorecidas pelo deslocamentodo capô, que dá acesso completo às áreas mais usadas

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nico, que voltam a se unir no eixo motriz dasrodas.

No ramal hidráulico uma bomba de pis-tões alimenta dois motores hidráulicos variá-veis em função do óleo deslocado pela bomba.A vazão da bomba é ajustada pelo operadorquando aumenta ou diminui a velocidade dedeslocamento através dos três modos vistosantes. Note que aqui não é necessário aumen-tar a rotação do motor para aumentar a veloci-dade de deslocamento do trator, muda-se ape-nas a vazão da bomba e conseqüentemente avelocidade de giro dos motores hidráulicos. Essacompreensão é importante para entender maisadiante a independência do giro do motor dodeslocamento do trator.

O ramal mecânico é composto pelo con-junto planetário e o controle das gamas de ve-locidade (9). Os dois motores hidráulicos estãosolidariamente conectados através do eixo co-letor ao sistema mecânico.

O motor envia aos dois ramais o mesmovalor de torque e ao partir do trator o ramal queabsorver o menor torque fará a transmissão.Como o ramal hidráulico é o mais reduzido, apartida começa com ele. Conforme o torquevai aumentando, o ramal mecânico tambémcomeça a transmitir potência e com intensida-de inversa ao hidráulico de forma que ao che-gar na velocidade final, toda a potência absor-

vida pelas rodas vem do ramal mecânico.

SUPERVISORO sistema de supervisão opera continua-

mente e é ativado quando a rotação do motorcai, à medida que este é submetido a cargas. Obotão de controle giratório permite ajustar aporcentagem de queda de rotação permitida(entre 5% e 40%) antes do Dyna-VT reduzirautomaticamente a relação de transmissão.

Usado em conjunto com o SV1 e o SV2,que configuram rotações específicas do motor,o trator irá então operar com o máximo rendi-mento à medida que a carga varia. Esses ajus-tes, extremamente precisos, podem ser feitoscom o trator em movimento, uma vez que aresposta seja imediata.

SISTEMA HIDRÁULICOOs tratores MF 8480 possuem uma capa-

cidade de levante de 10.500 kg. As demandasde pressão e fluxo de óleo de equipamentos degrande porte foram levadas em consideração,com um sistema hidráulico monitorado por“sensores de carga de centro fechado” (LoadSensing) como equipamento básico.

O sistema digital de controle eletrônico dostrês pontos (ELC) da Massey Ferguson atingeos padrões mais altos de controle de tração, atra-vés de ajustes de profundidade precisos e um

melhor acompanhamento dos contornos dosolo. O resultado é uma maior transferência depeso e melhor tração, reduzindo a patinagemdas rodas, o desgaste dos pneus e o consumode combustível.

Os controles mais freqüentemente usadosforam montados no descansa-braço e o painelde controle ELC montado à frente do opera-dor. Além de todas as funções de controle nor-mais do levante hidráulico, o sistema ainda in-corpora características integradas avançadas:sensibilidade, entrada rápida no solo e veloci-dade de descida automática.

Para um acoplamento mais rápido dos im-plementos, o levante hidráulico também podeser operado por meio de botões conveniente-mente montados em cada pára-lama traseiro.

O sistema hidráulico do Sensor de Cargade Centro Fechado (CCLS) fornece alto fluxode óleo tanto para o engate quanto para servi-ços externos com respostas praticamente ins-tantâneas. E como o fluxo e a pressão são auto-maticamente regulados de acordo com a de-manda, não há desperdício de potência ou decombustível com bombeamentos de óleo des-necessários.

O engate do implemento também é fácilcom acopladores por descompressão, que per-mitem que o equipamento seja acoplado e de-sacoplado sob pressão.

Com quatro válvulas eletro-hidráulicascomo equipamento básico (e uma quinta comoopcional), o novo sistema digital de gerencia-mento de válvulas permite que equipamentoscomplexos sejam controlados com facilidade eprecisão, em apenas um toque.

TDP HIDRÁULICA SUPLEMENTARO bloco de válvulas do CCLS (sensor de

carga de centro fechado) integra a possibilida-de de uma tomada de potência hidráulica su-plementar. Fluxo extra e tubos de retorno for-necem óleo diretamente da bomba, permitin-do que um maior número de controles remo-tos sejam conectados, sem ocupar os acopla-mentos existentes.

O Controle de Transporte Ativo (ATC) éintegrado ao sistema ELC (sistema de controleeletrônico dos três pontos) como equipamentobásico. Ele é um sistema de amortecimento que

O receptor de GPS e toda a eletrônica do Auto Guideficam instalados no TopDoc, situado sobre a cabine

À esquerda, o terminal GTA, com entrada para cartão SD, fornece informações sobre o funcionamento damáquina. Na direita, teclado usado para navegar e colocar as informações no ITCS

Teclado para navegação eajuste de configurações

Fotos Massey Ferguson

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“O motor envia aos dois ramais o mesmo valor de torque e ao partirdo trator o ramal que absorver o menor torque fará a transmissão”

faz com que o trator balance menos, ajustan-do-se automaticamente ao peso de diferentesimplementos.

FREIOSOs freios são em banho de óleo, multidisco,

com acionamento hidráulico com multiplica-dor, o freio de estacionamento é acionado porinterruptor, bloqueio de estacionamento inde-pendente, operado sobre a transmissão.

GERENCIAMENTO DE CABECEIRASO ITCS, equipamento básico nos tratores

MF 8480, é um sistema de gerenciamento emonitoramento integrado do trator que forne-ce um nível inicial de gerenciamento de cabe-ceiras e do campo, sendo ideal nos casos emque não se necessita de todas as funções doDatatronic III.

O ITCS possibilita o controle de patina-gem da roda, proporcionando maior tração emelhor desempenho com implementos de ar-rasto. Quando ativado no painel ELC, o ITCSpermite ajuste da patinagem máxima permiti-da da roda e monitora no display esquerdo apatinagem real da roda a cada momento.

O “minicontrole de cabeceira” interage como controle de velocidade do motor para alter-nar entre as rotações A e B do motor, à medidaque o levante hidráulico é erguido ou baixado.O tempo de atraso na mudança da rotação domotor, após a ativação da subida/descida, podeser precisamente programado através do tecla-do, com uma leitura em segundos, que é clara-mente mostrado na tela esquerda.

O Sistema Integrado de Controle do Tra-tor (ITCS) também fornece uma leitura doconsumo de combustível total e por trajeto, as-sim como permite supervisionar as rotações pré-configuradas do motor, a velocidade de avançoe a rotação da TDP.

GERENCIAMENTO DE VÁLVULASO sistema ITCS também controla o novo

sistema de gerenciamento digital de válvulasdirecionais do controle remoto, que permite ocontrole memorizado e preciso de quatro vál-vulas eletro-hidráulicas proporcionais.

Programado pelo teclado sensível ao toquedo ITCS, o Sistema de Gerenciamento Digitalde Válvulas proporciona o ajuste fino do fluxode óleo, além da sincronização precisa do de-sarme automático (kick-out) pré-ajustado.

DATATRONIC III E GTAO Datatronic III possibilita a operação au-

tomatizada de equipamentos complexos etambém reúne e registra informações em me-mórias múltiplas. Os dados gravados podemser visualizados no Terminal GTA e tambémpodem ser transferidos para o computador doescritório através de um cartão SD (Seguran-ça Digital).

Uma vez que os dados tenham sido trans-feridos para o computador através do cartãoSD, o software GTA 100 (básico) ou GTA 200(opcional) para PC pode ser usado para arma-zenagem e análise dos dados. O GTA 100 “Es-truturador” permite que os dados de operaçãoe uso da máquina sejam gerenciados, visualiza-dos e exportados para programas de gerencia-

Alavanca do controle de potência,localizada estrategicamente

As teclas “+/-”são utilizadas para configurar a rotaçãodo motor e “A/B” para memorizar e selecionar

Além do capô, é possível deslocar componentescomo radiador, para facilitar a manutenção

mento de propriedades terceirizados. Ele tam-bém permite que as configurações do tratorsejam feitas no PC e depois carregadas no tra-tor através do cartão SD.

O GTA 200 “Gerenciador” permite que osdados de desempenho da máquina sejam alo-cados para um trabalho ou talhão específico,permitindo a geração de relatórios e uma ras-treabilidade precisa da cultura. O Datatronictambém forma a base do próximo nível dos sis-temas de gerenciamentos avançados de cabe-ceiras e campo, incluindo o Controle Duplo eControle de Implementos de Arrasto. M

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16 • Dezembro 07 / Janeiro 08

Isobus

Dispositivos e sistemas eletroeletrô-nicos já estão sendo utilizados emmáquinas agrícolas há muito tem-

po. Contudo, apenas nas últimas décadas, mar-cadas pela grande evolução da microeletrônica,viabilizou-se o desenvolvimento de dispositi-vos confiáveis, de dimensões reduzidas e baixocusto, como os microprocessadores. Eles são abase para a implementação da “eletrônica em-barcada”, normalmente constituída por umarede de controle que interliga instrumentos in-teligentes – sensores e atuadores.

Essa evolução, a exemplo de outras áreassimilares, como a automobilística, vem se pro-cessando a partir de iniciativas de diversos fa-bricantes, que ao longo do tempo foram conce-bendo equipamentos e sistemas próprios, comtecnologia de uso exclusivo (proprietária). Nocaso da indústria automobilística, a despeito daadoção por muitas montadoras de um mesmopadrão aberto de rede de controle, desenvolvi-do especificamente para essa aplicação, o Con-troller Area Network (CAN), cada solução é pro-prietária, não se desejando a interoperabilida-de por diversas razões, dentre elas: a alta escalade produção de cada veículo, possibilitando rá-pida amortização dos investimentos, a grandeconcorrência entre os fabricantes e a individu-alidade do produto (veículo), que normalmen-te não se conecta a equipamentos externos adi-cionais (ISO, 1993).

No setor de tratores e implementos agríco-las o panorama é diferente, pois usualmentetratores e implementos de diferentes marcas sãoconectados para realizar operações distintas,nem todos os fabricantes cobrem todo o espec-

tro de produtos, e a escala de produção é bemmenor. Como cada uma dessas máquinas eimplementos pode ter seus equipamentos ele-trônicos, é comum se encontrar cabines comdiversos equipamentos, terminais e cabos deinterconexão de fabricantes distintos.

As vantagens proporcionadas pelo uso daeletrônica, como a melhoria da qualidade dasoperações realizadas e a diminuição do desgas-te das máquinas, com impacto positivo na pro-dutividade e na qualidade dos produtos, commenores custos de manutenção das máquinase melhor uso dos insumos, confronta-se com

algumas desvantagens importantes, como mai-ores investimentos, suporte complexo e dificul-dade operacional importante. Isso leva os usu-ários a relutar em adotar as novas tecnologias;também torna a evolução tecnológica mais lentapelos altos custos de desenvolvimento para osfabricantes, pois cada um deve prover soluçõescompletas. A solução que está sendo propostaé a definição de um padrão para os sistemasembarcados em máquinas agrícolas e o incen-tivo à sua adoção pelos fabricantes. Este artigoapresenta uma revisão das normas internacio-nais relacionadas com essa questão, e os esfor-ços para a sua disseminação no Brasil.

ISOBUSO ISO 11783 contempla, do ponto de vis-

ta técnico, os aspectos relevantes que envolvemas aplicações agrícolas embarcadas. Contudo,muitos o consideram excessivamente comple-xo e abrangente para ser aplicado na sua pleni-tude. Para contornar essa dificuldade, foi cria-do pela Sociedade Alemã de Engenharia em2000, o Grupo de Implementação do ISOBUS(IGI), que é a especificação comum dos fabri-cantes participantes dessa iniciativa para a apli-cação uniforme do padrão ISO 11783 (Isobus,2002), ou seja, uma especificação orientada àaplicação das normas já estabelecidas e das par-tes em discussão, não correspondendo a umanova norma. A iniciativa foi apoiada por váriasempresas importantes do setor e os primeirosprodutos que seguem o ISOBUS foram anun-ciados já em 2001 (Alt, 2001).

Em 2002, diversas empresas formam aNorth American Isobus Implementation Task For-

Tecnologia simples

Exemplo da quantidade de equipamentonecessário sem o uso de uma tecnologiapadrão entre máquinas e implementos

Tecnologia simplesA Força-Tarefa Isobus-

Brasil e a padronizaçãoda eletrônica embarcada

na mecanizaçãoagrícola já apresentam

ótimos resultados egrandes avanços no

sentido de simplificar ouso de agricultura de

precisão nos diferentestipos de máquinas e

implementos

John Deere

A Força-Tarefa Isobus-Brasil e a padronização

da eletrônica embarcadana mecanização

agrícola já apresentamótimos resultados egrandes avanços no

sentido de simplificar ouso de agricultura de

precisão nos diferentestipos de máquinas e

implementos

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“A solução que esta sendo proposta é a definição de um padrão para os sistemasembarcados em máquinas agrícolas e o incentivo à sua adoção pelos fabricantes”

ce (NAIITF) para a promoção do padrão naAmérica do Norte, formalizando a cooperaçãocom o IGI. Ambas desempenham papéis se-melhantes: a conscientização da comunidade,através de feiras e divulgação; a promoção deatividades de teste de interoperabilidade, de-nominadas plugfests, com encontros dos diver-sos fabricantes para testes conjuntos; o desen-volvimento de ferramentas de suporte; e a dis-seminação dos resultados, garantindo umamaior rapidez na evolução da norma; a especi-ficação de protocolo de teste de conformidade;a aprovação de laboratórios de testes de confor-midade (dois já operam na Europa e nos EUA),estimulando a certificação, a conformidade vo-luntária dos fabricantes e o reconhecimento deprodutos.

BENEFÍCIOSA implementação do Isobus significa um

ganho para todos. Os fabricantes de máquinaspoderão contar com uma rede maior de forne-cedores, montagem simplificada auxiliando aproduzir produto com melhor qualidade e me-nor erro de produção.

No caso de fabricantes de implementoshaverá maior possibilidade de concentrar seusesforços nas máquinas e menos na eletrônica,pois os elementos que podem representar mai-ores custos como a tela de LCD, joystick, tecla-dos ergonômicos, GPS, radares etc. serão pa-drão de fábrica dos tratores. Os implementos,portanto, podem continuar a ter preço, porémapresentar funções automatizadas que podemtornar o seu produto muito mais competitivo.Tendo ainda peças padronizadas, o seu custode inventário reduz, haverá maior número detécnicos e ferramentas disponíveis e poderáapresentar ao seu cliente um serviço informati-zado eficiente.

Para o produtor, ter a certeza de que a ele-trônica do seu produto será compatível com

novos lançamentos e ainda de custo de manu-tenção reduzido com muitas opções, é umagarantia de retorno ao seu investimento. Essa éuma tecnologia muito atual que vem para sa-nar os problemas de hoje. Mas o potencial fu-turo é ainda maior com acesso e manutençãoremota das máquinas mesmo que esteja na la-voura no meio do campo a centenas de quilô-metros de uma oficina. Imaginem, nas máqui-nas compatíveis com Isobus, será possível ins-talar esses avanços no futuro, inclusive adaptarfunções robóticas às operações na lavoura.

É importante lembrar que o padrão Isobusé uma evolução da padronização do sistema detrês pontos e dos acoplamentos hidráulicos notrator. A necessidade de desenvolver um pa-drão surge com o aumento de eletrônica em-barcada nos tratores e implementos e a dificul-dade de interligar sistemas de diferentes fabri-cantes sem a presença de um especialista. Mes-mo para sistemas mais simples como o moni-toramento de semente e adubo em plantadei-ras o padrão já permite a utilização do terminaldo trator para monitorar o que ocorre no im-plemento.

Na Agricultura de Precisão onde, além domonitoramento, ocorre o controle da taxa doimplemento e, uma das grandes barreiras parasua introdução é a dificuldade na utilização datecnologia. Os produtores têm dificuldade emencontrar informações sobre compatibilidadeentre diferentes sistemas e no campo acabamse frustrando com a dificuldade de interligarequipamentos de fabricantes diferentes. O Iso-bus oferece uma maneira de derrubar esta bar-reira facilitando a escolha dos equipamentos esimplificando sua conexão no campo. O padrãotambém determina os padrões de transferên-cia de dados entre sistemas, permitindo que da-dos de diferentes equipamentos sejam usadosem um mesmo software de gerenciamento.

ISOBUS NO BRASILDesde 1995 o tema da padronização da

comunicação entre equipamentos embarcadosem máquinas agrícolas é objeto de diversos tra-balhos acadêmicos no Brasil Com a adoção doIsobus no exterior, as indústrias de máquinasagrícolas instaladas no Brasil se interessarampelo tema, propiciando a criação de uma For-

Fotos Divulgação

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18 • Dezembro 07 / Janeiro 08

Nos dias 1° e 2 de março de 2007foi realizado na sede da Embra-

pa Instrumentação Agropecuária em SãoCarlos (SP) o primeiro Workshop sobreISOBUS. O evento contou com a partici-pação das principais empresas envolvi-das no desenvolvimento e utilização datecnologia a nível mundial. O evento con-seguiu reunir em um único local e de umaforma equilibrada informações sobre to-das essas áreas atendendo os interessesdiversos dos participantes e mostrandode forma clara as oportunidades desteprocesso de padronização. Além disso foipossível aliar a teoria com a prática nos

SEGUNDO WORKSHOP ISOBUS ACONTECE EM FEVEREIROexemplos apresentados no Plugshow dan-do a oportunidade de visualizar e corrigiras falhas.

O segundo Workshop Isobus estáprogramado para ocorrer em São Carlosnos dias 20-22 de fevereiro de 2008.Além de uma atualização sobre as novi-

dades do padrão Isobus no Brasil e nomundo o foco do evento será nas fer-ramentas necessárias para utilizar opadrão e como realizar os testes deconformidade para novos desenvolvi-mentos. Mais informações pelo site:http://www.isobus.org.br/

ça-Tarefa Isobus Brasil (FTI) em 2005. Seuobjetivo é congregar a comunidade de fabrican-tes de máquinas e implementos agrícolas, osfornecedores de sistemas eletrônicos aplicadosa máquinas agrícolas, as instituições de pesqui-sa e os usuários para: divulgar a norma e suasvantagens; desenvolver na ABNT uma normabrasileira harmonizada com a ISO 11783 (Co-missão CE04:015-15 criada em 2005); influirna evolução da norma internacional e facilitara aplicação dessa tecnologia por empresas e ins-tituições nacionais, compartilhando as experi-ências.

Diversos avanços já foram obtidos como arealização de sessões técnicas nos principaiseventos nacionais da área, como o CongressoBrasileiro de Engenharia Agrícola, o Congres-so Brasileiro de Agroinformática, o CongressoBrasileiro de Agricultura de Precisão e oAgrishow. Hoje participam da FTI represen-tantes de 14 empresas ou instituições: AGCO,Agrosystem, Auteq, CNH, Embrapa Instru-mentação, Enalta, Esalq-USP, Escola de Enge-nharia de São Carlos-USP, Escola Politécnica-USP, Jacto, John Deere, Lohr, Original e Stara(FTI Brasil, 2007). Em 2007 foi realizado oWorkshop Isobus Brasil, com as presenças daNAIITF, da IGI, e de empresas européias enorte-americanas.

EQUIPAMENTOS NO BRASILA Embrapa Instrumentação de São Car-

los, em parceria com a Escola de Engenhariade São Carlos da USP desenvolveu um contro-lador de aplicação de insumo em uma máqui-na da Baldan sobre uma eletrônica muito sim-ples da Enalta. O projeto foi financiado pelaFinep. O sistema controla a velocidade de rota-ção de um motor hidráulico que por sua vezcontrola a vazão do insumo. Os valores de velo-cidade de deslocamento, bem como posiçãogeográfica, são obtidos do trator com Isobus. Omapa de aplicação que também é padronizado

pela Isobus é lido pelo terminal do trator e édisponibilizado ao implemento na forma demensagens instruindo o implemento a aplicara taxa recomendada. Em resumo, a eletrônicado implemento aproveita todas as informaçõesdo trator. É apenas conectar o engate, o hidrá-ulico e o conector eletrônico que tudo começaa funcionar como se fossem velhos conhecidos.Não é isso que você queria?

Vale lembrar que o Isobus permite, além decontrolar implementos, utilizar componentescomuns entre máquinas.

CONSIDERAÇÕES FINAISA força-tarefa brasileira pode ter um pa-

pel decisivo no avanço da padronização Iso-bus no Brasil, a exemplo do que vem ocor-rendo no exterior. Essa tecnologia representao estado da arte em computação embarca-da: tecnologias similares são aplicadas emoutros tipos de veículos (automóveis, ôni-bus e caminhões, aviões, navios e trens). Amudança do paradigma de sistemas propri-etários com arquitetura centralizada, paraos sistemas abertos com arquitetura distri-buída e padronizados, certamente corres-ponde a um grande avanço para o setor demáquinas agrícolas, no qual o uso da ele-trônica embarcada vem aumentando.

Grande parte da ISO 11783 está concluí-

Equipamento já com sistemaproduzido dentro do padrão Isobus,

menor custo e mais praticidade

Exemplo de conector com padronizaçãoIsobus que facilitará a vida do operador

e as operações agrícolas

da, podendo conferir novas características àsmáquinas agrícolas, que Benneweiss (2005)denomina como plug and plant ou plug and har-vest, pela facilidade que se espera de tais equi-pamentos. A participação do Brasil é oportunae estratégica: características peculiares da nos-sa agricultura apenas poderão ser consideradasna elaboração das normas se atuarmos juntoaos comitês internacionais. Do ponto de vistado mercado internacional, a exportação para aComunidade Européia e EUA tende a se tor-nar mais difícil caso os produtos não sejam com-patíveis com o Isobus. A Força-Tarefa IsobusBrasil está se mostrando um fórum favorávelao intercâmbio entre empresas e pesquisado-res, facilitando a familiarização com os proble-mas e necessidades. Espera-se um engajamen-to mais rápido e efetivo da comunidade nacio-nal. Para o futuro novos desafios começam a sedelinear: o uso de tecnologia sem fio e de sen-sores inteligentes com características plug andplay associados ao Isobus.

Carlos Cugnasca eAntonio Saraiva,USPRicardo Inamasu,Embrapa InstrumentaçãoGregory Riordan,AGCO do Brasil

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Fotos Divulgação

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Patriot 350

Mais uma vez, fomos convidadospela revista Cultivar Máquinaspara a avaliação de um pulveri-

zador automotriz. Trata-se desta vez do Patriot350 da Case. Os testes foram realizados emGuapiaçu, no estado de São Paulo, em novem-bro de 2007.

O modelo testado, um Patriot 350, pesa10.100 kg, tem 3,78 m de altura, distância en-tre eixos de 3,78 m, 8,2 m de comprimento evão livre de 1,43 m. Diferentemente de outrasmáquinas, o chassi construído de aço tubularsem costuras foi desenvolvido para uso exclusi-vo em pulverizadores. Entretanto, como as de-mais máquinas desta categoria, suas dimensõesrepresentam uma certa dificuldade para o trans-

porte “embarcado”, em caminhões de piso re-baixado, mas nenhum problema para desloca-mento rodando em áreas rurais.

MOTORIZAÇÃOO motor é um Cummins de quatro tem-

pos, com seis cilindros em linha, turboalimen-tado, cilindrada de 5,9 litros e potência de 200cv (148 kW). Por estar localizado na parte tra-seira, confere ao conjunto uma distribuição depeso bastante equilibrada e excelente estabili-dade, além de baixo ruído na cabine. O tanquede combustível, com capacidade 454 litros, émontado na parte frontal do pulverizador. Ape-sar de não interferir significativamente na visi-bilidade do operador, a tampa de abastecimen-to, localizada na parte superior do tanque, nãopossibilita que esta operação seja realizada apartir do solo.

TRANSMISSÃO, SUSPENSÃO E FREIOSO sistema de transmissão é hidrostático,

com tração 4x4 hidro constante e independen-te nas quatro rodas, realizada por motores deroda de alto torque e baixa rotação. Tal sistemapermite que o pulverizador não tenha pedais,com todos os comandos de velocidade e frena-gem realizados através de um manche posicio-nado ao lado direito do operador. Todo o siste-ma hidráulico da máquina funciona a partir deduas bombas hidráulicas que na operação nor-mal funciona em conjunto compensando pos-síveis variações no fluxo. Entretanto o pulveri-zador possui um sistema de trava acionado apartir de um botão localizado na parte centraldo manche de comando que permite o uso in-dividualizado de cada uma das bombas. Nestecaso o acionamento das rodas é em X, permi-tindo ultrapassar obstáculos onde a patinagemde uma das rodas é possível. Não existe câm-bio, apenas um botão no qual se limita a veloci-dade em baixa, média e alta, para situações detrabalho ou transporte. O sistema hidrostáticopermite ainda a automatização do sistema deabertura e fechamento da bitola, possibilitan-do a rápida adequação desta a diferentes espa-çamentos de plantio, com larguras variandoentre 3,05 e 3,99 m.

Os eixos são fixados ao chassi através debarras tensoras e suspensão pneumática ativa,que é um dos pontos fortes deste pulverizador.A suspensão é constituída por um sistema demolas e um cilindro hidráulico que funcionacom o mesmo circuito hidráulico de aciona-

CompletoO Patriot 350 esbanjou qualidades no nosso test drive.

Simplicidade de projeto, potência, estabilidade e segurançasão os pontos mais fortes do autopropelido da Case IH

O motor de 200 cv é montado na parte traseirada máquina e tem escada de acesso

exclusiva para manutenções

O conjunto mola/cilindro da suspensão émontada na diagonal, o que permite absorver

tanto impactos verticais como horizontais

Detalhe de parte do sistemade estabilização das barras

de pulverização

Page 21: Maquinas 70

“Diferentemente de outras máquinas, o chassi construído de aço tubular semcosturas foi desenvolvido para uso exclusivo em pulverizadores”

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mento das rodas. Dessa forma, maior ou me-nor fluxo de óleo aos motores faz com que oscilindros ou a mola reajam, proporcionando oamortecimento. O sistema mola/cilindro émontado na diagonal como forma de absorvertanto impactos horizontais quanto verticais,com isso oferece excelente conforto ao rodar,amortecendo eficazmente os impactos das ir-regularidades do terreno.

CABINEA cabine é ampla e com boa visibilidade.

Possui dois amplos espelhos retrovisores exter-nos que, além facilitar a verificação das condi-ções de operação das barras traseiras de pulve-rização, não obstruem a plataforma de traba-lho, um sistema de ar condicionado, equipadocom filtros de carvão ativado para elevar a se-gurança do aplicador, pressão positiva de 1,3bar que força o ar a sair ao invés de entrar, euma vedação reforçada para evitar a entrada de

produto. Apesar de não possuir saída de emer-gência, possui um martelete adequadamenteposicionado ao lado esquerdo do operador parapermitir a quebra dos vidros em caso de aci-dentes.

O assento ergonômico com suspensão demolas e amortecedor é ajustável em altura, po-sição e inclinação. Ao contrário de outros mo-delos da mesma categoria de pulverizadores, nãopossui um assento auxiliar ao lado esquerdo dooperador que possa ser utilizado por um ins-trutor, supervisor ou aprendiz.

O volante tem regulagem de posição comrelação ao operador. A direção é hidrostática ena coluna de direção observam-se mostradoresanalógicos do nível de combustível, rotação etemperatura do motor, botões de iluminação eluzes de advertência, além de luzes indicadorasda bateria, freio de estacionamento, pressão do

óleo do motor, do sistema hidráulico, tempera-tura do óleo do hidráulico em excesso. Alavan-

cas ao lado do volante, no lado direito sistemade limpeza do pára-brisa e no lado esquerdoiluminação, luzes de direção e buzina.

Todo o sistema hidráulico e as barras sãocontrolados por botões dentro da cabine, com

sistema on/off de acionamento, montadoem painel posicionado à direita do ope-rador que, com pouco treino, estará apto

a operá-lo adequadamente.Como diferencial, no Patriot

Acima, o manche de aceleração edesaceleração. Abaixo, detalhes do assento,

que possui suspensão, e da direção escamoteável

Fotos Hamilton Ramos e Cultivar

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o painel está recuado, o que permite uma mai-or visibilidade do solo próximo do pulverizadora partir da cabine, sem dificultar a visibilidadedo painel ou o acesso aos botões. Compacto eergonômico, este painel acolhe, além dos bo-tões, um manche de comando de velocidade ea alavanca do acelerador. À mão do operadorestão botões que permitem a abertura e fecha-mento das barras, ligar/desligar a bomba depulverização, selecionar a velocidade para tra-balho ou transporte, alterar a bitola, acionar osistema de agitação hidráulico de calda no tan-que de pulverização e uma chave geral que de-sabilita todo o sistema de controle das barras.O manche de comando de velocidade é umcontrole multifuncional que se destaca pela suapraticidade. Com pequenos movimentos depunho e dedos, e o braço adequadamente apoi-ado, controla-se a velocidade à frente, atravésdo posicionamento do manche para frente, ouà ré, através do seu posicionamento para trás,servindo também como freio para o equipamen-to. Assim, com a rotação do motor constanteem 2.500 rpm, obtém-se qualquer das veloci-dades. Além disso, através de botões posiciona-dos à altura do polegar, pode-se controlar o le-vantamento das barras, a abertura da pulveri-

zação e o sistema de bloqueio para o caso depatinagem. Também ao lado direito do aplica-dor, montado na coluna da cabine, encontra-se um botão de freio de estacionamento, quetambém controla automaticamente o recolhi-mento da escada. Na posição acionado, a esca-da desce automaticamente, enquanto que naposição de operação a mesma é levantada.

Um controlador eletrônico da pulverização(marca Raven modelo Viper Pro) está fixadono painel à direita do operador e montado ime-diatamente à frente do mesmo, localização estáque impede sua visualização sem tirar a visão àfrente do operador o que, em função das velo-cidades normais de deslocamento deste tipo deequipamento, pode constituir-se em um atoinseguro, predispondo a acidentes. Este con-trolador, que não é o modelo padrão do equipa-mento, além de manter constante o volume deaplicação e facilitar ações de ligar e desligar se-ções da barra de pulverização ou alterar a pres-são de pulverização, ainda permite o controlede variáveis da pulverização tais como distân-cia percorrida, área pulverizada, horas traba-lhadas, volume de calda no tanque, volumepulverizado e vazão em litros por minuto. Comtodas as funções mostradas em um painel decristal líquido e operando através do sistema detoques na própria tela, este controlador mos-trou-se de fácil regulagem, com excelente in-terface com o usuário e plenamente adaptadoao sistema de agricultura de precisão, permi-tindo a visualização de mapas de controle natela do controlador, em tempo real, ou da barraluminosa (barra de luz) para controle das fai-xas de aplicação.

ACESSOS E PLATAFORMASEm função da altura do equipamento, o

acesso à cabine de comando, ao tanque de cal-da e ao motor é realizado através de um siste-ma de escada e plataformas. O acesso à cabineinicia-se por uma escada dianteira, com 38 cmde largura e degraus espaçados de 30 cm comampla área para apoio dos pés (19 cm) cons-truída com piso antiderrapante, estando o pri-meiro a 48 cm do solo. A plataforma de acesso

à cabine possui 29 cm de largura, é feita comuma superfície plana com estruturas antider-rapante e possui, ao longo de toda sua exten-são, na extremidade exterior, uma proteção paraum possível deslizamento dos pés. Apesar derelativamente estreita, o acesso à cabine se dálogo ao final da escada, não constituindo por-tanto uma dificuldade para o operador. Ao fi-nal da cabine existe uma plataforma de acessoao tanque de pulverização, que se inicia com34 cm e termina com 27 cm de largura, feita damesma superfície da plataforma de acesso àcabine. No entanto, ao contrário desta, a plata-forma de acesso ao tanque não possui na suaextremidade exterior uma proteção para umpossível deslizamento dos pés, estrutura estaque deveria existir. Entre a plataforma de aces-so à cabine e a plataforma de acesso ao tanqueexiste um desnível de 30 cm.

Ambas as plataformas são equipadas comguarda-corpo de estrutura tubular com doiselementos, com alturas de 49 e 90 cm na plata-forma da cabine e 49 cm e 100 cm na platafor-ma de acesso ao tanque. Só há elementos verti-cais nas pontas e na área de transição das plata-formas. A escada tem suporte de mãos emambos os lados, estando o direito a 153 cm dosolo e o esquerdo a 180 cm do solo, conferindosegurança na operação de acesso à cabine.

Painel localizado na lateral damáquina concentra todas as válvulas

do sistema de pulverização

Retrovisores localizados nos doislados da cabine permitem uma

visão bastante ampla da máquina

Detalhe da plataforma de acessoà cabine e ao tanque principal,

feita de material antiderrapante

Fotos Hamilton Ramos e Cultivar

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“Como diferencial, no Patriot o painel está recuado, o que permite uma maior visibilidade do solo próximodo pulverizador a partir da cabine sem dificultar a visibilidade do painel ou o acesso aos botões”

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Na parte traseira direita da máquina existeuma outra escada que dá acesso ao motor, comuma pequena plataforma de formato triangu-lar e com piso antiderrapante (lixa), tambémcom o guarda-corpo de estrutura tubular se-melhante aos demais, com 49 e 112 cm de al-tura dos seus elementos. A proteção para umpossível deslizamento dos pés é feita pela es-trutura de suporte das barras e pela caixa deproteção dos comandos. Essa escada de acessoé constituída por degraus com 5 cm de larguraespaçados de 29 cm e com 25 de largura. Oprimeiro degrau encontra-se a 48 cm do solo.

BARRAS DE PULVERIZAÇÃOO sistema de barras é auto-estável (estabi-

lidade independente do movimento do veícu-lo), do tipo pantográfico com molas e balan-cins, e a sensibilidade do sistema pode ser ajus-tada através de um conjunto de molas justa-postas. As barras de pulverização, com 27,4 mde comprimento, possuem um sistema eletrô-nico para manutenção da perpendicularidadeda mesma em relação ao sentido de desloca-

mento do pulverizador. A análise desse conjuntode estabilidade foi realizada através do desloca-mento a cerca de 15 km/h em terreno irregular,freadas bruscas e avaliação visual dos movimen-tos. A simplicidade do sistema, associada à ex-traordinária estabilidade observada, realmenteimpressiona e torna a estabilidade das barrasum dos pontos fortes do Patriot 350.

O sistema de abertura das barras, inicial-mente vertical (seção mais próxima ao pulveri-zador) e posteriormente horizontal (seção daspontas das barras), limita a altura das barrasdurante esta operação, reduzindo os riscos dechoques elétricos, enquadrando-se assim empadrões internacionais de qualidade e seguran-ça. As barras são construídas de forma a darproteção à barra de bicos ao longo de toda suaextensão, reduzindo a probabilidade de danosocasionados por choques mecânicos durante asoperações de manobra e deslocamento. Possu-em um sistema de escamoteamento das pon-tas no caso de choque com obstáculos, que sedeslocando em diagonal reduz os riscos de da-nos mecânicos, e limitadores de altura nas ex-tremidades, para impedir que as pontas toquemo solo em situações de instabilidade temporá-ria. Sua estrutura, montada no sistema de tre-liças, foi previamente testada por elementos fi-nitos, razão pela qual o sistema de reforço foimodificado em relação ao original americano.

O sistema de levante das barras, acionado pelooperador de dentro da cabine através de com-ponentes eletro-hidráulicos, aliado ao excelen-te sistema de estabilidade das barras, permite aadequada manutenção e rápida correção, quan-do necessário, da altura da barra ao alvo, mes-mo nas maiores velocidades. Apesar da exis-tência de pára-lamas nos pneus traseiros, o po-sicionamento dos mesmos não impede quebarro e detritos sejam jogados nas pontas depulverização, danificando ou entupindo asmesmas, problema este muito comum em pul-verizadores automotrizes em função da veloci-dade de trabalho elevada.

CIRCUITO HIDRÁULICOO tanque de calda de formato irregular é

confeccionado em plástico rotomoldado, temcapacidade de 3.500 l, possui quatro quebra-ondas internamente para melhorar a estabili-dade do conjunto quando em operação e umsistema de agitação da calda, constituído porum cano perfurado de aço inox que corre pró-ximo à superfície inferior. Um sistema de ajus-te, localizado na cabine, permite a variação dapressão de trabalho do agitador hidráulico, per-mitindo assim elevar a vazão do mesmo e, con-seqüentemente, a agitação, entretanto, não exis-te uma tabela de correlação entre a pressão lidapelo operador e a vazão obtida no agitador. O

A escada de acesso à cabine é auto-retrátil,e tem o acionamento sincronizado com o

freio de estacionamento

Pára-lamas poderia ser um pouco mais longona parte traseira, para impedir que o barrodas rodas atinja os bicos de pulverização

Detalhe de uma das bombasque integram o sistema depulverização do Patriot 350

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acesso à boca do tanque através das platafor-mas laterais é bastante facilitado, sem nenhu-ma obstrução lateral, permitindo que possíveisoperações manuais de abastecimento sejam re-alizadas de forma segura.

O sistema hidráulico de pulverização pos-sui bomba centrífuga construída em aço inoxcom capacidade de 378 litros por minuto e compressão livre. Dentro da bomba existe um sen-sor que impede que a mesma funcione sem lí-quido, funcionando como uma proteção ao selomecânico. Esta proteção pode ser momentane-amente desativada a partir do posto do opera-dor para permitir que, no momento do abaste-cimento, a água flua do tanque de calda para abomba. Apesar de originalmente regulada parauma pressão de pico de 145 psi, tal pressão podeser facilmente alterada através de um sistemade regulagem na própria bomba

O pulverizador está equipado com umsistema de abastecimento rápido com aber-tura posicionada a 145 cm do solo. Todo osistema de enchimento do tanque de pul-verização e utilização do dispositivo de in-dução são controlados por válvulas cuja for-ma de utilização, juntamente com um dia-grama de funcionamento do sistema hidrá-ulico, encontra-se descrita num painel po-sicionado na lateral-esquerda do pulveriza-dor, próximo ao tanque de produto. Ao ladodo ponto de abastecimento do tanque en-contra-se também um ponto para abasteci-mento rápido dos tanques de água limpa dopulverizador, que estão posicionados naslaterais da cabine e têm capacidade de 150e 240 litros. Esta água limpa pode ser utili-zada na lavagem do tanque de pulveriza-ção, no dispositivo de indução e no asseiodo operador. Apesar da interligação entre ossistemas de calda e água limpa, uma válvu-la de fluxo único montada no sistema deágua limpa impede que a calda contamineesse circuito. O dispositivo de indução, com44 litros, é escamoteável e na posição deoperação encontra-se a 114 cm do solo, al-tura esta que permite a operação segura combaixo risco de contaminação do operador.

A barra de pulverização, montada no siste-ma de barra seca (calda circula em mangueirasfixadas à barra), pode ser regulada para traba-lhar em diferentes alturas, possui 27,4 m decomprimento e, no equipamento avaliado, sis-tema de pulverização dividido em dez seções,comportando no total 54 bicos com acoplamen-to para cinco pontas através de engate rápido esistema antigotejo, espaçados de 50 cm. Talnúmero de seções constitui uma alteração es-pecífica do equipamento avaliado, uma vez queoriginalmente a barra é dividida em seis seções.Todas as seções possuem controle individualde pressão, permitindo a uniformização da va-zão mesmo quando uma ou mais seções dabarra estão fechadas.

Também, como diferencial desta máquina,o fluxômetro do sistema não funciona com osistema de borboleta mas sim com sistema deesferas, o que além de evitar o problema de tur-bulência, permite maior precisão na regulagemcom baixas vazões. Todo o controle e o aciona-mento das barras são realizados de dentro dacabine de comando, sem que, no entanto, comorecomendam as normas internacionais de se-gurança, haja mangueiras pressurizadas den-

tro da mesma. Todo sistema de pulverização émonitorado pelo controlador da Marca Raven,modelo Viper Pro, localizado na cabine de co-mando.

CONCLUSÃOComo dito em outras oportunidades que

tivemos de estar avaliando pulverizadoresjuntamente com a Cultivar Máquinas, fazera avaliação de pulverizadores é sempre inte-ressante pois permite ao avaliador analisarde maneira isenta as impressões e a funcio-nalidade de cada máquina. Analisar o Patri-ot 350 só pode ser descrito como um prazer,uma vez que este pulverizador agrupa carac-terísticas de projeto e segurança que o desta-cam mesmo dentro do seleto mercado dospulverizadores automotrizes. Poucos pontosainda podem ser melhorados de forma a ele-var ainda mais seus padrões de qualidade esegurança, entretanto, nenhuma dúvida háde que representa uma importante ferramen-ta ao empresário rural brasileiro.

Detalhe do sistema quepermite maior flexibilidadedas barras de pulverização

Sistema de estabilização das barrasfoi bastante eficiente, mesmo emtestes com movimentos bruscos

O sistema de pulverização está divididoem dez seções que comportam 54 bicos

num espaçamento de 50 cm

Hamilton Ramos,IAC

M

Fotos Hamilton Ramos e Cultivar

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26 • Dezembro 07 / Janeiro 08

Airrigação da cana-de-açúcar éum dos fatores importantespara o desenvolvimento da cultura

e em muitas regiões dela depende o sucesso doempreendimento.

Em regiões com baixos índices pluviomé-tricos como no Nordeste a irrigação é bastanteutilizada, nas demais regiões ainda não foramdespertados os benefícios e vantagens da irri-gação em cana-de-açúcar. De maneira geral, acana-de-açúcar tem uma área irrigada menorque as demais culturas, onde a operação atingepouco menos de 5% da área total.

A irrigação é hoje a técnica cuja implan-tação pode mais rapidamente aumentar acapacidade de produção de cana. A tecno-logia existe, está disponível para os produ-tores, e o seu incremento certamente trarábenefícios para toda a sociedade e o meioambiente. Inicialmente é preciso entenderque na cana-de-açúcar a irrigação pode serusada de diferentes formas.

A aplicação de vinhaça é um tipo de irriga-ção que está presente em larga escala e cujo usose iniciou pela necessidade de distribuir essesubproduto da fabricação de álcool. Atualmente

os benefícios da aplicação de vinhaça nos cana-viais são conhecidos e essa técnica tem sido apri-morada constantemente, visando se adequar àcondição local, quer com relação às questõesambientais e legislação quer com a melhoria noque diz respeito a custos operacionais e à efici-ência de aplicação.

Além da aplicação de vinhaça, a irriga-ção da cana também pode ser feita com águade lavagem (um efluente industrial), comágua pura ou ainda uma mistura de água eefluentes.

Na irrigação de cana-de-açúcar, a maior

cana-de-açúcar

Cana irrigadaO cultivo de cana-de-açúcar em áreas irrigadas é um diferencial que podeincrementar a produção e garantir maior qualidade do produto, além deser um investimento que se paga em pouco tempo

Cana irrigadaO cultivo de cana-de-açúcar em áreas irrigadas é um diferencial que podeincrementar a produção e garantir maior qualidade do produto, além deser um investimento que se paga em pouco tempo

Fotos Valmont

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barreira é o desconhecimento da técnica e deseus benefícios. A resposta da cana à irriga-ção ainda não foi bem estudada, o que geradúvidas quanto aos benefícios reais. Pode-mos indicar algumas barreiras, como o des-conhecimento dos sistemas e seus benefíci-os, número limitado de variedades responsi-vas à irrigação, demora por parte dos órgãosambientais e legisladores em liberar ou ana-lisar as licenças diversas (outorgas, ambien-tais), e disponibilidade de água.

Atualmente existem diversas técnicas (outipos) de irrigação e diferentes sistemas, que sãoinerentes ao modelo adotado, como irrigaçãode salvação, suplementar e plena.

IRRIGAÇÃO DE SALVAÇÃOA irrigação de salvação é a aplicação de

pequena quantidade de água (40 - 80 mm/safra) em função da disponibilidade de águae/ou investimento. Normalmente é aplicada

uma única vez após o corte ou plantio e po-dem ser utilizados equipamentos tipo siste-mas de aspersão convencionais: com asper-sores tipo canhão e linhas adutoras (tubos)móveis sistemas autopropelidos ou carretéis:que utilizam aspersores tipo canhão de gran-de porte e linhas adutoras (tubos) móveis ousemifixas, ou sistemas de irrigação mecani-zados, como pivô e sistemas lineares rebocá-veis que podem utilizar linhas adutoras (tu-bos) fixas, semifixas ou móveis.

IRRIGAÇÃO SUPLEMENTARA irrigação suplementar é uma técnica onde

se aplica uma lâmina superior à irrigação desalvação (250 - 300 mm/safra), mas a irrigaçãoé feita apenas nos momentos de déficit hídricomais elevado, muito abaixo da evapotranspira-ção, podendo ser utilizados os equipamentos esistemas descritos anteriormente e também pivôcentral (fixo).

IRRIGAÇÃO PLENAA irrigação plena atende a cana-de-açúcar

com a complementação hídrica plena (em fun-ção da evapotranspiração) satisfazendo a realnecessidade da cultura. As lâminas a seremaplicadas ficam entre 500 - 800 mm/safra e nestecaso os sistemas indicados são gotejamento Sub-superficial (enterrado) e sistemas de irrigaçãomecanizados, como pivôs e sistemas lineares.

A escolha do tipo de irrigação a ser implan-tada e conseqüentemente o sistema a ser utili-zado deve ser feita considerando as individua-lidades de cada situação. Para isso, o primeiropasso é desenvolver um projeto de irrigação quelevará em conta fatores como relevo, formatoda área, obstáculos como árvores, redes elétri-cas, construções, estradas, disponibilidade deágua, uso de efluentes, disponibilidade de ener-gia elétrica etc.

Em comparação com outros sistemas deirrigação para áreas retangulares, o lineartem redução de até 50% na mão-de-obra

“Na irrigação de cana-de-açúcar, a maior barreira é odesconhecimento da técnica e de seus benefícios”

Dezembro 07 / Janeiro 08 • 27

Os pivôs rebocáveis têm a vantagem de umafácil adequação a diferentes áreas e

topografia e demandam pouca mão-de-obra

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28 • Dezembro 07 / Janeiro 08

Os custos de implantação dos sis-temas são muito variáveis em

função do tipo de irrigação, do equipa-mento utilizado e do layout da área, maspode-se estimar como:

• Irrigação de salvação: R$ 600,00 –1.200,00/ha.

• Irrigação suplementar: R$ 1.500 -2.800,00/ha.

• Irrigação plena: R$ 3.200,00 -6.000,00/ha.

Os sistemas de irrigação mecani-zados pivôs e lineares trabalham com

CUSTOS DE IMPLANTAÇÃObaixas pressões de operação e vierampara alterar a relação custo-benefícioda irrigação em cana-de-açúcar, umavez que os custos do mm de água apli-cada forem menores do que os dosoutros sistemas devido ao menor con-sumo de energia e mão-de-obra paraoperação. Comparativamente o custodo mm aplicado com sistemas de altapressão (carretel) está entre R$ 4,00– 6,00/mm enquanto nos sistemas debaixa pressão este valor gira entre R$0,60 a 1,20.

Não existe uma única técnica que seja me-lhor em todas as situações, cada técnica e siste-ma se adapta melhor a determinadas condições.Atualmente existem especialistas que trabalhamcom análises agrometeorológicas para dimen-sionamento de lâminas de irrigação para a cul-tura da cana-de-açúcar onde conseguem de-terminar funções de produção água-cultura ecom estas estimar as produtividades agrícolaspara a região de interesse, quantificando o in-cremento de produtividade em virtude da uti-lização da irrigação, sendo estes estudos funda-mentais para validar e garantir o sucesso do em-preendimento.

Em função da região onde será feito o plan-tio, da disponibilidade de recursos hídricos e deinvestimento, o método de irrigação deverá serselecionado como descrito anteriormente.

Como benefícios diretos dessas práticaspodemos citar o aumento da produtividadeagrícola, aumento da produção de açúcar porha, potencial aumento da longevidade das so-queiras, cana de melhor qualidade para as usi-nas, redução de tratos culturais, redução de áreaplantada e arrendamentos e redução no custodo transporte de cana.

SISTEMASOs sistemas lineares são equipamentos ade-

quados a irrigar áreas retangulares onde o com-primento da área irrigada seja em torno de qua-tro a cinco vezes a largura, podendo ser ali-mentados por um canal ou mangueira, sendoeste último conectado a um hidrante e linhaadutora pressurizada, que pode ser fixa oumóvel. Em comparação com outros sistemas

de irrigação para áreas retangulares, o linear temredução de até 50% na mão-de-obra.

Os pivôs rebocáveis têm a vantagem de umafácil adequação a diferentes áreas e topografiapodendo, a torre central ser de duas ou quatrorodas, demandando pouca mão-de-obra paraseu funcionamento e transporte.

Com a utilização de emissores de últimageração, que operam com baixa pressão e com-provada eficiência de aplicação, os sistemas deirrigação pivô central, pivôs e lineares rebocá-veis são poderosas ferramentas para aplicaçãode fertirrigação, prática já comum em outroscultivos como pastagens, feijão, milho, café etc.,com bons resultados graças à aplicação unifor-me e controlada.

Para aplicações específicas com águas resi-

duais e vinhaça qualquer um dos equipamen-tos já descritos pode ser da linha POLY-SPAN™,onde os tubos da parte aérea são revestidos in-ternamente com polietileno de alta densidade,processo este que protege o equipamento con-tra agressividade dos produtos aplicados.

VANTAGENSA aplicação de vinhaça com pivôs e lineares

tem como vantagens a uniformidade de aplica-ção, que permite melhor controle da dosagemde K2O, desenvolvimento uniforme do talhão,o menor custo por mm aplicado: devido à me-nor pressão de operação e ao maior nível deautomação, utilizam-se menos mão-de-obra emaquinário, controle da precipitação e lâminaaplicada, garantia das normas ambientais e re-dução do número de canais, proporcionandomaior eficiência operacional das atividades agrí-colas e menor custo.

CONVERSÃO DE SISTEMASOs equipamentos já instalados para pivô

central podem ser convertidos e adaptados parairrigação de cana-de-açúcar, sendo transforma-dos em pivôs ou lineares rebocáveis com au-mento do vão livre para 3,7 – 4,6 ou 5,5 me-tros. Vale aqui ressaltar que os pivôs e linearessão os únicos equipamentos de aspersão quepossibilitam irrigação de cana alta.

Se o sistema e o método de irrigação seleci-onado forem os corretos, a irrigação pode pro-porcionar, entre outros, os benefícios já descri-tos anteriormente, uma expansão vertical, re-sultando em uma redução do custo de produ-ção de açúcar e álcool.

Exemplo de pivô rebocável com quatrorodas. Transporte fácil e com possibilidadede operar em diferentes áreas

Marcus Schmidt,Valmont

M

Valmont

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AGCO

Fortes Investimentos em engenha-ria e aposta em novos produtospara o Brasil a curto e médio prazos.

Essa foi a principal tônica da conferência deimprensa promovida pela AGCO no circuitode Interlagos, São Paulo. A estabilização da eco-nomia brasileira, somada à boa fase da agricul-tura mundial e às perspectivas em torno da de-manda por biocombustíveis embasa o posicio-namento da empresa, que já anunciou abertu-ra de fábrica no Mato Grosso e investimentosno desenvolvimento de uma colhedora de cana-de-açúcar com um novo conceito, produção depulverizadores autopropelidos em nova fábricae investimento no setor de motores.

A nova colhedora de cana-de-açúcar estarádisponível em três diferentes versões de acordocom diferentes demandas dos mercados mun-diais. Ela está sendo considerada um produtoestratégico para o crescimento da empresa etambém como um produto de valor para osrevendedores AGCO, e irá permitir a eles aten-der aos produtores desde o plantio até a colhei-ta desta importante safra. “É um projeto dife-renciado, com um conceito bem diferente doque o mercado já conhece”, explicou AndréM. Carioba, vice-presidente sênior e gerentegeral da AGCO na América do Sul.

O evento enfatizou também o significadodo Brasil para a estratégia de crescimento glo-bal da AGCO e destacou os recém-publicadosresultados do terceiro trimestre indicando vi-gorosas vendas na América do Sul. “A crescen-

te demanda no mercado do Brasil contribuiusignificativamente para o nosso volume de ven-das nos primeiros nove meses de 2007”, afir-mou Martin Richenhagen, chairman, presiden-te e CEO da AGCO. “Nós tivemos vendas re-cordes na região da América do Sul.” Em parti-cular, os altos preços das commodities levaramao expressivo crescimento das vendas.

“Os tratores e colheitadeiras impulsiona-dos pela tecnologia da AGCO construíram for-tes posições no mercado Sul-Americano, devi-do em grande parte à nossa excepcional rede derevendedores”, garante Carioba. “Além disso,

nós finalizamos a aquisição da Sfil (IndústriaAgrícola Fortaleza Limitada), localizada no Suldo Brasil. A compra da Sfil expande nossa ofer-ta de produtos e alavanca a força de nossas mar-cas e nossa robusta rede de revendedores paraampliar ainda mais nossos negócios na regiãoda América do Sul.” Baseada em Ibirubá, Suldo Brasil, a Sfil fabrica e distribui uma linha deimplementos para lavoura incluindo semeadei-ras, plantadeiras, plataformas para colheita demilho e carregadores.

VENDASAs vendas unitárias no varejo do setor de

tratores cresceram aproximadamente 44% e asde colheitadeiras cresceram aproximadamente64% nos primeiros nove meses de 2007, com-parando com o mesmo período do ano anteri-or. As vendas unitárias no varejo de tratores ecolheitadeiras no principal mercado do Brasilcresceram aproximadamente 51% e 126%, res-pectivamente, durante os primeiros nove me-ses de 2007 comparados com 2006. Como re-portado em 30 de outubro de 2007 no anúnciodo resultado do terceiro trimestre, as vendas daAGCO América do Sul atingiram 747.2 mi-lhões de dólares nos primeiros nove meses de2007, representando um aumento de 47% com-parado ao mesmo período de 2006 (não inclu-ído o impacto da taxa de câmbio).

Cerca de 200 milhões de dólares serão in-vestidos nas áreas de pesquisa e produtos parao Brasil no próximo ano.

ImpulsoImpulso

Coletiva no autódromo de Interlagosanunciou resultados e investimentos

para os próximos anos no Brasil

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Fotos AGCO

AGCO anuncia abertura demercados e implantação de fábricas

para ampliar a gama de produtospara o mercado brasileiro

AGCO anuncia abertura demercados e implantação de fábricas

para ampliar a gama de produtospara o mercado brasileiro

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32 • Dezembro 07 / Janeiro 08

LandPower 140 e 165

Já conhecidos mundialmente, ostratores da linha Landini, avan-çam também pelas lavouras bra-

sileiras. Desde 2004 a empresa está pre-sente no mercado brasileiro e hoje diver-sos modelos já são produzidos no país. Eé um desses modelos que abordaremosnesta Ficha Técnica, um trator de médiapotência, com opções de motorização de140 cv e 165 cv. Para a equipe de enge-nharia da Landini, a linha LandPower,feita aqui no Brasil, destaca-se pelo re-duzido consumo de diesel, com alta per-formance, confiabilidade, simplicidadede operação e baixo custo de manuten-ção, além de robustez e confiabilidade desua transmissão mecânica sincronizada,que alcança uma excelente performance,mesmo comparando com as mais moder-nas transmissões hidráulicas disponíveisno mercado.

MOTORA linha LandPower, tanto na versão

140 cv ou 165 cv, vem equipada comMotor Perkins 1006.6 T de seis cilindrosturbo-alimentado, bloco único de cami-

sa seca, sistema de alimentação com doisfiltros com drenos, câmara de combus-tão em aspiral, que leva o motor a ummenor consumo de combustível. Possuifiltros de fácil acesso, sistema de injeçãocom bomba rotativa Delphi, sistema defiltro de ar com elemento duplo filtrantecom opcional de pré-filtro modelo O4,sistema de arrefecimento com tanque deexpansão, sistema de partida a frio, ba-teria de fácil acesso. Esses motores sãoproduzidos na fábrica da Perkins de Cu-ritiba.

TRANSMISSÃOA transmissão foi originalmente di-

mensionada para 180 cv, mas que tam-bém está montada nos 165 e 140 cv, por-tanto bastante robusta para todas as apli-cações. Esta transmissão é mecânica sin-cronizada com 36 velocidades à frente e36 à ré, com inversor mecânico tambémsincronizado.

Ele atinge a velocidade mínima de300 m/h e máxima 40 km/h, tendo12 velocidades na faixa útil detrabalho, que fica na fai-

LandPowerCom motorizações de 140 cv e 165 cv, a linha média daLandini já tem fabricação nacional e começa a aparecernos campos brasileiros

Transmissão sincronizada com 36velocidades à frente e 36 à ré

xa dos 4 a 12 km/h. Isso possibilita me-lhor aproveitamento do torque do motore por conseqüência menor consumo decombustível.

Vale lembrar que mesmo as transmis-sões eletro-hidráulicas disponíveis nomercado não possuem este número de ve-locidades na faixa útil de trabalho.

A embreagem é dupla com aciona-mento individual. A alavanca de marchassincronizada facilita o engate das mes-mas e possibilita a troca de marchas como trator em movimento.

Um super-redutor, como item de sé-rie, garante mais opções de escolha prin-cipalmente nas velocidades mais baixas.

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Dezembro 07 / Janeiro 08 • 33

“A linha LandPower, tanto na versão 140 cv ou 165 cv, vem equipadacom Motor Perkins 1006.6 T de seis cilindros turbo-alimentado”

SISTEMA HIDRÁULICOOs modelos LandPower possuem di-

reção hidrostática, bomba dupla de en-grenagem, com vazão de 35 l/h exclusivapara o sistema de direção, e vazão de 62l/h disponível para o sistema hidráulicoe controle remoto. Como item opcionalesta disponível um sistema adicional detanque, bomba e controle remoto, dispo-nibilizando uma vazão extra de 100 l/min.

O sistema hidráulico é composto ain-da por duas válvulas remotas (item de sé-rie), com função duplo efeito, com desar-me automático, posição de flutuação e va-riação de fluxo para plantadeiras pneumá-ticas. Levante hidráulico com controle

mecânico é da categoria III. A capacidademáxima de levante a 610 mm do olhal éde 8.400 kg. A capacidade do reservatóriodo óleo hidráulico é de 81 litros. É possí-vel também optar por uma versão somen-te com a barra de tração (com sistema delevantador hidráulico opcional).

O LandPower possui sistema de pré-filtro modelo 04,que garante maior segurança contra impurezas

EIXOS E TOMADA DE FORÇAO eixo da tração dianteira é da marca

Carraro sem juntas universais (cruzetas),com peça única, tipo Classe III, para ostratores 140,165. Possui diferencial di-anteiro autoblocante, com acionamentodo bloqueio de diferencial automático.

O painel possui mostradores analógicos e digitais,que informam todas as funções da máquina

Fotos Landini

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34 • Dezembro 07 / Janeiro 08

Possui acionamento eletro-hidráulico e ci-lindro de dupla ação, e o acoplamento cen-tral do eixo cardam da tração dianteira pro-picia melhor aproveitamento de potênciae maior vão livre. O vão livre é de 550 mme o raio de giro é de 5.350 mm.

O eixo traseiro, que foi originalmente di-mensionado para tratores de 180 cv, possuiacionamento eletro-hidráulico do bloqueiodo diferencial e eixo passante que possibili-ta a duplagem das rodas traseiras. O freiode serviço possui acionamento hidráulico eo freio de estacionamento é montado nodiferencial traseiro.

A tomada de força é do tipo indepen-dente com controle e acionamento me-cânicos. A embreagem é dupla com velo-cidades disponíveis de série de 540, 750,

1.000 rpm e sincronizada com a roda.

CABINE E SISTEMA ELÉTRICOA cabine do LandPower possui exce-

lente design e visibilidade, foi projetadapara um melhor aproveitamento ergonô-mico propiciando ao operador uma me-lhor condição de trabalho e melhor pro-

Como opcional, engate reforçado para trasbordo e carretacom sistema de freio a ar, para lavouras de cana-de-açúcar

O acionamento da tração dianteira e o do bloqueio dodiferencial são feitos com toque em dois botões

A coluna de direção possui ajuste de inclinação e altura e nocentro estão localizados os mostradores digital e analógico

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Dezembro 07 / Janeiro 08 • 35

“A tomada de força é do tipo independentecom controle e acionamento mecânicos”

Landpower 140Perkins com injeção direta 1006-6 T

138 cv509 Nm

6

Mecânica sincronizada36x36

300 m/h40 km/h

Independente disco duploHidráulico

De linha, sincronizado

Mecânico540/540E/1000/sincronizada com a roda

Eletro-hidráulico55 graus

Acionamento eletro-hidráulico

Força, posição, ondulação8400 kgf

Categoria III2 tomadas (std)

Diagonal16.9 - 2624.5 - 32

ModelosMotor

PotênciaTorque máximo

Cilindros

TipoVelocidades

Velocidade minimaVelocidade máxima

Embreagemacionamento

Inversor

acionamentoRotação

acionamentoEsterçamento

Bloqueio do diferncial

ControlesCapacidade de levanteCategoria do engate

Controle remoto

TipoDianteirosTreseiros

Landpower 165Perkins com injeção direta 1006-6 T

166 cv602 Nm

6

Mecânica sincronizada36x36

300 m/h40 km/h

Independente disco duploHidráulico

De linha, sincronizado

Mecânico540/540E/1000/sincronizada com a roda

Eletro-hidráulico

55 grausAcionamento eletro-hidráulico

Força, posição, ondulação

8400 kgfCategoria III

2 tomadas (std)

Diagonal18.4 - 2624.5 - 32

Transmissão

Tomada de potência

Eixo dianteiro motriz

Sistema hidráulico

Pneus

Tanque de expansãoda água do radiador

dutividade, sem descuidar da segurança.Contém piso plano e térmico, porta nosdois lados com alavancas de câmbio posi-cionadas lateralmente. Possui ar-condici-onado com filtro de ar, ar quente e natu-ral, comandos de fácil acesso, dois espe-lhos retrovisores, assento com regulagemmecânica de peso e distância, oito luzesde trabalho, duas auxiliares e buzina.

A coluna de direção possui ajuste de

Também como opcionais para cana, sistema de freio para carreta e bombahidráulica adicional de 100 l/min com tanque de óleo adicional de 70 litros

inclinação e altura. No painel central es-tão localizados mostradores analógicos edigitais. O mostrador analógico mostraa rotação do motor, nível de combustívele temperatura. Os mostradores digitaismarcam a área trabalhada, distância per-corrida e km por hora; rotação e veloci-dade da TDP, hora do dia e hora do tra-tor. Mais 17 luzes indicadoras mantêm ooperador informado sobre todas as fun-

ções do trator.

KIT CANAComo opcional, para aplicação na cultu-

ra de cana-de-açúcar, possui sistema de en-gate forçado para transbordo, engate paracarreta canavieira (boca-de-lobo ou pino-bola), sistema de freio a ar para carreta e bom-ba hidráulica adicional de 100 l/min com tan-que de óleo adicional de 70 litros.

Fotos Landini

M

Page 36: Maquinas 70

hidráulicos

36 • Dezembro 07 / Janeiro 08

Entre os implementos de uso in-tensivo dos sistemas hidráulicosde controle remoto estão as plan-

tadoras de grãos e de cana. O trabalho comimplementos e plantadoras requer agilida-de, respostas rápidas e precisas do sistemahidráulico para garantir a qualidade queessas operações necessitam.

O controle remoto de centro fechadopermite o acionamento simultâneo de maisde um comando, sem interferência entreeles, permitindo uma vazão constante e re-gulável, oferecendo flexibilidade para dife-rentes acionamentos em uma mesma ope-ração. Um exemplo dessa versatilidade sãoas plantadoras de cana, que necessitam devazão constante para a distribuição dasmudas e adubo, com vazão de 35 a 40 li-tros/min, o comando de múltiplas funçõesque igualmente necessita de 35 a 40 litros/

min e o terceiro circuito com vazão de dez a15 litros/min para baixar e subir os sulca-dores e, em casos especiais, um quarto cir-cuito para a distribuição de adubo líquidocom vazão de dez litros/min. A soma dasvazões dos quatro circuitos perfaz a vazãode 105 litros/min, abaixo da vazão máximado circuito que é de 127 litros/min.

Em outra aplicação, a de transbordo decana, é necessário alta vazão e velocidadeconstante, independente da carga. Nestecaso a escolha recai sobre a válvula de 95litros/min, centrada por mola. Havendomais reboques, cada um é acoplado a umaválvula, até o total de quatro.

As plantadoras de grãos podem utilizaraté três circuitos. Um para a turbina pro-duzir vácuo e controlar a distribuição dassementes, outro para a marcação de linhase o terceiro para levantar e baixar a planta-

dora. O circuito para a produção de vácuonecessita entre 15 e 30 litros com priorida-de, enquanto os dois circuitos restantes uti-lizam válvulas de desarme automático debaixa vazão, entre 15 e 25 litros/min.

Além disso, o controle remoto centro fe-chado possibilita menor esforço de aciona-mento com maior precisão e reduzido con-sumo de potência com menor aquecimentodo óleo hidráulico. Isso possibilita uma re-dução de consumo de combustível na mai-oria das aplicações como, por exemplo, noesvaziamento das caçambas no transbordode cana.

CONTROLE REMOTO DE CENTRO FECHADO

Válvula 1Essa válvula é direcional prioritária de

quatro posições, com vazão de 70 l/min. Esta

Os tratores agrícolas estão crescendo em potência e peso, e da mesma formaseus sistemas ficam mais versáteis, como o controle remoto, por exemplo,importante para o alto desempenho dos implementos que também crescem eexecutam mais funções com mais qualidade e rendimento

Os tratores agrícolas estão crescendo em potência e peso, e da mesma formaseus sistemas ficam mais versáteis, como o controle remoto, por exemplo,importante para o alto desempenho dos implementos que também crescem eexecutam mais funções com mais qualidade e rendimento

Sistemas hidráSistemas hidrá

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“O trabalho com implementos e plantadoras requer agilidade, respostas rápidas e precisasdo sistema hidráulico para garantir a qualidade que essas operações necessitam”

M

sessão tem a função de manter com priori-dade o fluxo, mesmo com queda de rota-ções do motor. Ela é indicada para motoreshidráulicos, tal como os encontramos nasturbinas em plantadoras a vácuo.

Esta válvula pode ser operada de duasformas: em quatro posições ou duas. Emquatro posições desarme automático, neu-tro, acionamento e flutuação. Ao enroscartotalmente a borboleta sobre o carretel asposições são reduzidas a duas, permitindoas posições de acionamento e flutuação,também chamadas de kit motor. É nessa

condição que se deve acoplar os motoreshidráulicos, e do mesmo modo, ao desaco-plar os motores hidráulicos o carretel deveser liberado totalmente, através da borbole-ta. Do contrário, a posição da alavanca emacionamento pode gerar ruídos, vibrações eaquecimento do óleo.

Para habilitar o kit motor hidráulico,deve-se limitar o carretel, enroscando total-mente o fuso borboleta. Na posição de aci-onamento (mais ao centro) o motor é acio-nado e produz trabalho. Ao deslocar a ala-vanca na posição de flutuação (afastando-a

Exemplo de circuito hidráulico de controle remoto de um trator MF 6000 HD

Massey Ferguson

ulicosulicos

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do centro), o motor hidráulico cessará o tra-balho e irá parar. Observe que, ao ajustar aválvula para operar com motor hidráulico,a alavanca de comando fica descentralizadaem relação às demais alavancas. A posiçãomais afastada é a de flutuação, que neutra-liza o motor, enquanto a mais centrada põeo motor em funcionamento. Ao desacoplaro motor hidráulico, o kit motor hidráulicodeve ser desativado, desenroscando o fusoborboleta totalmente, restabelecendo asquatro posições da alavanca.

Válvula 2A válvula 2 é direcional de três posições,

centrada por mola, com vazão de 95 l/min erecomendada para cilindros de dupla ou

simples ação, que são comandados entreinício e fim de curso. Como exemplo deaplicação, ela pode ser utilizada no esvazia-mento das caçambas no transbordo de cana-de-açúcar.

Válvula 3Essa válvula é direcional de quatro posi-

ções, com vazão de 70 l/min e possui desar-me automático, neutro, acionamento e flu-tuação. Da mesma forma como a válvula n°1, a de n° 3 permite a regulagem para ope-rar com o kit motor ou nas quatro posições.A diferença está na vazão prioritária, a den° 3 não tem prioridade de vazão enquantoa de no 1 tem. O que significa que se a vazãototal for baixa, a válvula de no 1 receberátodo o óleo disponível e as demais válvulasficarão com o restante.

Válvula 4A válvula 4 é direcional de quatro posi-

ções e 70 l/min. Através da alavanca de de-sarme automático podemos comandar asações de um cilindro de dupla ação. Além

do comando de sentido e neutro, é possívelcolocar o cilindro em flutuação, nesta situ-ação o cilindro fica neutro e é comandado àmercê do implemento. Assim como nas de-mais válvulas, pode-se regular a vazão atra-vés do fuso regulador de vazão, localizadosobre a válvula.

Exemplo de aplicação: atingida a posi-ção de trabalho desloca-se a alavanca para aposição de flutuação, permitindo as rodasacompanharem o solo livremente.

Válvula 5Essa válvula é proporcionada para acio-

namento dos três pontos. Incorporada aobloco do controle remoto, ela comanda ostrês pontos, utilizando o mesmo óleo docontrole remoto.

ORIENTAÇÃO OPERACIONALAs seções 1, 2, 3 e 4 possuem compen-

sação de pressão e regulagem de vazão in-dependente. Tal como nas torneiras de água,ao enroscar o manípulo, a vazão hidráulicadiminui e, do contrário, ao desenroscar omanípulo, a vazão hidráulica aumenta, dan-do mais velocidade ao comando.

Ao acoplar qualquer implemento é im-portante observar a vazão necessária paracada função do implemento. Ao regular aválvula com excesso de vazão, o sistema per-de a compensação de pressão e fica inope-rante. A soma das vazões de todas as vál-vulas não pode exceder a vazão total quevem ao comando. Lembre-se de que a va-zão total do circuito depende da rotaçãodo motor, portanto, ao regular a vazão dasválvulas, mantenha o motor na rotação deoperação. Ao regular a vazão de cada vál-vula deve-se iniciar pela de no 1, depois ade no 2, n° 3 e n° 4. A válvula que não temmangueira acoplada deve ficar reguladapara vazão zero.

• Filtro de sucção com indicador desaturação.

• Bomba de engrenagens de 24 litros/min. Para lubrificação do diferencial, en-gate tração e IPTO.

• Duas bombas de engrenagens de127 l/min. Para controle remoto.

• Dois filtros absolutos de alta efici-ência, montados antes do bloco de vál-vulas, com indicador de saturação.

COMPONENETES DO SISTEMA HIDRÁULICODE CENTRO FECHADO

Válvula de direção• Uma válvula load sensing para con-

trole de vazão a ser disponibilizado paracontrole remoto.

• Conjunto de válvulas de comandodirecionais de centro fechado.

• Radiador de óleo.• Um filtro de retorno para o óleo que

vem do implemento para o trator.• Reservatório.

O controle remoto de centro fechado permite oacionamento simultâneo de mais de umcomando, sem interferência entre eles

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Newton Scherer,Massey Ferguson

Fotos Massey Ferguson

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vazão

Transdutor de vazão e sensor de vazãocompõem o conjunto portátil para

leitura de vazão de água

Ao adquirir um sistema de bom-beamento, um dos principais re-quisitos que os agricultores buscam

é proporcionar vazão de água compatível comas suas necessidades, sendo esta variável con-forme o tipo de solo, cultura e a área a ser irri-gada. A determinação da vazão requerida ge-ralmente é determinada por um engenheiroagrônomo e deve ser respeitada, a fim de per-mitir que a planta tenha a quantidade necessá-ria ao seu desenvolvimento pleno, aumentan-do a produtividade, além de proporcionar umaeconomia ao produtor e preservar o solo e oambiente.

Quando o produtor busca a aquisição deum sistema para irrigação, este deve possuir osdados necessários para o dimensionamento dosistema, como a altura geométrica mínima,média e máxima, a vazão pretendida, o tipo desistema que melhor atende as suas necessida-des (fixo ou flutuante), o diâmetro da tubula-ção que deseja utilizar (caso já possua tubos),

entre outros. Estes dados são essenciais e, qual-quer erro nestes valores proporciona uma va-zão diferente quando em operação. Normal-mente, o erro de maior impacto é a altura geo-métrica, este pode ser proveniente da alteraçãodo nível do rio ou outro ponto de captação. Estavariação pode resultar em sérios problemas,como a vazão insuficiente para uma determi-nada área, por isso é importante que o levanta-mento destes dados seja realizado por profissi-onais capacitados.

Com o objetivo de auxiliar o agricultor acontrolar a vazão que seu equipamento de bom-beamento está lhe proporcionando, uma em-presa do setor desenvolveu um medidor de va-

zão portátil, baseado no princípio da mediçãoda velocidade da água, onde a vazão é determi-nada pela rotação de uma palheta. O aparelhoé composto por um transdutor de vazão, que éum equipamento eletrônico responsável pelainterpretação do sinal gerado pelo sensor e pelosensor de vazão que, de acordo com o fabrican-te, proporciona medições em tubulações de até1.200 mm de diâmetro.

Com o intuito de verificar os procedi-mentos de instalação e operação, realizou-se um experimento a campo, onde o localescolhido possui um sistema de bombea-mento flutuante, utilizado para a irrigaçãode arroz, com uma bomba Worthington 14

Na medidaNa medidaAparelho portátil permite

a medição de vazão nossistemas de bombeamentode água, o que possibilita

a redução no custo efacilidade na operação

Aparelho portátil permitea medição de vazão nos

sistemas de bombeamentode água, o que possibilita

a redução no custo efacilidade na operação

Fotos Vilnei Dias

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DBE 195 e motor de 75 cv.

INSTALAÇÃOComo primeiro passo, determina-se o local

de instalação do sensor de vazão na tubulação.Este é analisado conforme os acessórios pre-sentes na tubulação como reduções, curvas,distância da bomba ou válvulas de retenção. Paracada um dos itens citados, encontramos a dis-tância recomendada no manual do fabricante.Neste experimento a posição que deve ser ins-talado o sensor é a uma distância de 50x o diâ-metro da tubulação, ou seja, 480 mm. Logo,este foi instalado a 2,4 metros antes da redu-ção.

Além da distância, o sensor deverá ser ins-talado a 45° do topo da superfície do cano. Ofabricante disponibiliza uma fórmula, na qualo produtor entra com o valor do diâmetro datubulação e calcula a distância do centro do canoem que deverá ficar o sensor. Para o nosso caso,a distância era de 188,4 mm do centro do tubo,uma vez que a tubulação era de 480 mm. As-sim, mediu-se a distância marcando na tubu-lação o local em que deveria ser aberto o furopara a alocação da luva (Figura 4).

Após a demarcação do local onde deveráser instalado o sensor, foi feito o furo na tubu-lação, de modo a colocar a luva que tem umdiâmetro interno de 1,5 polegada. Com a luvaposicionada, coloca-se uma válvula de esfera queé rosqueada na luva previamente instalada,possibilitando fazer a medição sem o desliga-mento do sistema de bombeamento. Com aválvula instalada e posicionada de maneira anão permitir a passagem do fluxo, já pode seracionado o motor elétrico do sistema.

O sensor de vazão é então rosqueado à vál-vula de esfera, até uma fixação que possibilitefazer o alinhamento da paleta com a direção dofluxo de água. Vale lembrar a necessidade dautilização de veda – rosca, a fim de evitar vaza-mentos.

Com o sensor de vazão posicionado para amedição, deve-se conectar o cabo ao transdu-tor e, logo após, é necessário introduzir o seurotor, colocando-o em contato com a água. Estadistância é calculada pelo transdutor, onde ooperador deve informar o diâmetro e a espes-sura da tubulação. Neste experimento, a tubu-lação possui o diâmetro de 480 mm e a suaespessura é de 2,75 mm, com estes valores otransdutor informou que a distância entre atubulação e a parte inferior do disco deve ser de340.21 mm. De posse do valor, realizam-se osajustes com o auxílio de uma trena.

Através do sinal gerado pelo sensor, o trans-dutor calcula a vazão (l/s), a velocidade do flui-

do (m/s) e a vazão por quadra, caso o operadorsaiba o número de quadras que o sistema pre-tende atender. Na determinação da vazão, oaparelho indica a vazão instantânea (primeiralinha) calculada em um tempo de oito segun-dos e, também, uma média da vazão instantâ-nea calculada com até 20 medições, em segui-da, se inicia o cálculo da média novamente (se-gunda linha).

DADOSCom a coleta dos dados proporcionados

pelo medidor, o operador poderá verificar se avazão em seu sistema de bombeamento estácoerente com as suas necessidades. Geralmen-te, quando a vazão é superior à requerida, ooperador poderá realizar a troca de polias, a fimde diminuir a rotação da bomba e, por conse-qüência, a velocidade da água. O grande pro-blema é quando a vazão não é suficiente paraatender a uma determinada área. Neste caso,primeiramente deve-se verificar a amperagemdo motor para se calcular a potência consumi-da e, através desta, comprovar se o motor está

O medidor permite verificar se a vazão nosistema de bombeamento está coerentecom as necessidades de cada operação

trabalhando ou não em seu limite. Caso afir-mativo, parte-se para análise da curva de de-sempenho da bomba e verifica-se se a mesmabomba conseguirá atender a vazão esperadaatravés de um motor de maior potência. Aindaexiste o caso em que a bomba já está operandona sua capacidade máxima e neste, obviamen-te, não se tem alternativas, ou seja, o produtordeverá adquirir uma nova bomba.

Finalizada a leitura, deve-se recolher o ro-tor inicialmente introduzido, até uma distân-cia mínima de 372 mm da base, garantindoque ao fechar a válvula de esfera o rotor nãoseja danificado. No experimento em questão,foram retirados o sensor de vazão e o registro,sendo colocado um tampão metálico. Este é umfator interessante, um aparelho pode ser utili-zado para medição de outros sistemas de bom-beamento.

Acredita-se que esta seja uma ferramentainteressante ao produtor e uma maneira maisacessível para verificar a vazão produzida pelosistema. Os primeiros resultados indicam anecessidade de novos estudos, para buscar acomparação em campo dos equipamentos atu-almente utilizados para este tipo de medição,com diferentes concepções, como é o caso domedidor de vazão ultra-sônico. Aspectos inte-ressantes como a praticidade no manuseio e nainstalação e posteriormente na leitura podemser citados como pontos positivos do sistemade medição de vazão. Além disso, este equipa-mento poderá ser oferecido com custos relati-vamente atrativos quando comparados a ou-tros sistemas de aferição de vazão de sistemasde bombeamento.

Ulisses Benedetti Baumhardt,Vilnei de Oliveira Dias,Airton dos Santos Alonço,José Carlos Guimarães eMarcelo Melo Soriano,UFSM

Etapas de instalação do equipamento. Após amedição o aparelho é removido e a tubulação

está pronta para futuras medições

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