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INSTITUTO ENSINAR BRASILFACULDADE DOCTUM DE MANHUAÇUCURSO SUPERIOR DE DIREITO
Anié
Bruna Gabriela Abreu
Camilla Pinel Pomper
Hosana
Jéssica
Karlla Andrade Eller
Luana Silvestre de Oliveira
Marco Antônio de Souza Almeida
Odair José Oliveira Paulino
Rafaela
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DA
REGIÃO SUL DO BRASIL
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Manhuaçu
2014
Anié
Bruna Gabriela Abreu
Camilla Pinel Pomper
Hosana
Jéssica
Karlla Andrade Eller
Luana Silvestre de Oliveira
Marco Antônio de Souza Almeida
Odair José Oliveira Paulino
Rafaela
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DA
REGIÃO SUL DO BRASIL
Trabalho sobre as manifestaçõesculturais da região Sul doBrasil, realizado na Disciplinade Antropologia, do 1° período doCurso de Direito da FaculdadeDoctum de Manhuaçu, ProfessoraErliane Pereira Luz Gomes.
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Manhuaçu
2014
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................
0
41.
1
Região Sul do
Brasil..................................................
..............................
0
4
2 MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DA REGIÃO SUL DO BRASIL. 0
72.
1
Formação................................................
..................................................0
72.
2
Arquitetura.............................................
...................................................1
02.
3
Culinária...............................................
.....................................................1
12. Artes 1
4
4 Visuais.................................................
...........................................4
2.
5Música.............................................
................................................
1
72.
6
Esportes................................................
...................................................2
12.
7
Religião................................................
.....................................................2
52.
8
Folclore................................................
....................................................2
7
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 3
1REFERÊNCIAS.............................................
............................................3
2
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Região Sul do Brasil
A região Sul do Brasil é a menor das regiões do país.
Sua área terrestre gira em torno de 576 409,6 km², sendo
superior à da França, mas menor do que a do estado
brasileiro de Minas Gerais. Pertence ao Centro-Sul do
Brasil, e é formada por três Estados: Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná. Limita-se ao sul com o Uruguai, a
oeste com a Argentina e o Paraguai, a noroeste e ao norte
com os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul e São
Paulo, e a leste com o oceano Atlântico.
Mapa da região Sul do Brasil
Bandeiras do estados da região Sul do Brasil
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Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul
Trata-se da única região do Brasil localizada fora da
zona tropical, com variações nítidas quanto às estações,
porém a parte norte situa-se acima do Trópico de
Capricórnio. No inverno, há formação de geadas e neve, e
seu relevo é pouco acidentado, com predominância de um
vasto planalto, em geral pouco elevado.
A população urbana na região Sul tem aumentado nos
últimos anos. Curitiba é a maior cidade da região e também
a que possui o maior PIB, estando em 4º lugar no ranking
nacional. A indústria começou a se desenvolver nas últimas
décadas, principalmente no Rio Grande do Sul, nordeste
catarinense e região de Curitiba. Na região de Criciúma, em
Santa Catarina, ficam praticamente todas as reservas de
carvão exploradas no Brasil. O potencial energético,
representado pelas numerosas cachoeiras dos rios das bacias
hidrográficas do Paraná e do Uruguai, hoje é muito
aproveitado por usinas hidrelétricas como a de Machadinho,
próximo a Piratuba.
A região Sul, propriamente dita, é um grande polo
turístico, econômico e cultural, abrangendo grande
influência europeia, principalmente de origem italiana e
germânica. Esta região apresenta índices sociais muito
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acima da média brasileira e das demais regiões em vários
aspectos: possui o maior IDH do Brasil – 0,831 – e o
terceiro maior PIB per capita do país. A região Sul também é
a mais alfabetizada – 94,8% da população –, e com a menor
incidência de pobreza.
A Região Sul do Brasil, ao contrário do Nordeste e do
Sudeste, esteve muito tempo fora do alcance dos interesses
de Portugal em virtude de fatores diversos, dentre os quais
a posição geográfica no litoral das terras lusitanas no
continente americano, posição que a tornava distante das
células iniciais da colonização e, portanto, afastada do
eixo econômico estabelecido entre o Brasil e a Metrópole.
Divisão do Tratado de Tordesilhas
Sua história é marcada pela grande imigração
europeia, propiciando, assim, à região Sul, uma vasta
diversidade cultural, que se diferencia das demais regiões
brasileiras, por ter traços próprios, principalmente devido
à sua imigração, predominantemente europeia. Nesse
contexto, muitas cidades do sul do país foram fundadas por
colonos alemães e italianos.
Portanto, a cultura desta região é fortemente marcada
pela influência cultural destes países europeus,
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diferenciando-se das demais regiões do Brasil, o que fez
com que a região Sul fosse retratada como paródia
geopolítica na enciclopédia humorística Desciclopédia como
o país fictício denominado de Estados Unidos do Sul, nação
composta pelos três estados da região com seus respectivos
nomes: Nördregion (Paraná), Mittelregion (Santa Catarina) e
Südregion (Rio Grande do Sul).
Festas típicas, como a Oktoberfest, em Blumenau (SC)
e a Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS) – que celebram as
tradições dos imigrantes –, danças, músicas e a culinária
são marcadas por traços alemães e italianos. É possível,
ainda, notar a marca de seus costumes na arquitetura de
algumas cidades, no idioma e na culinária, além de
introduzirem a policultura e o sistema de pequenas
propriedades na região. Em meio a essa diversidade, mesmo
sendo o Brasil um Estado Democrático de Direito, ainda se
observam a existência do etnocentrismo, do preconceito, do
estereótipo e da discriminação.
Pretende-se, com este trabalho, estudar a região Sul,
no que tange à sua formação, arquitetura, culinária, artes
visuais, música, esportes, religião e folclore, destacando,
valorizando e respeitando as diferenças, como sendo
essenciais para a evolução da vida em sociedade.
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2 MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DA REGIÃO SUL DO BRASIL
2.1 Formação
Os primeiros e milenares habitantes da região Sul do
Brasil são os povos indígenas naturais da terra,
principalmente os guaranis, os kaingangs e os carijós.
Posteriormente, vieram os padres jesuítas espanhóis para
catequizar os índios e a dominar a terra. Esses religiosos
fundaram aldeias denominadas missões ou reduções. Os índios
que habitavam as missões criavam gado, ou seja, dedicavam-
se à pecuária, trabalhavam na agricultura e aprendiam
ofícios.
Os bandeirantes paulistas atacaram as missões para
aprisionar os índios. Com isso, os padres jesuítas e os
índios abandonaram o lugar e o gado ficou solto pelos
campos. Muitos paulistas foram aos poucos se fixando no
litoral de Santa Catarina, onde fundaram as primeiras vilas
no litoral, interessando-se também pelo comércio do gado,
que foi instituído entre as cidades de Laguna (Santa
Catarina) e a Colônia de Sacramento, sendo um local de
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organização de expedições entre Rio Grande do Sul e São
Paulo.
Os tropeiros, isto é, os comerciantes de gado,
reuniam o gado espalhado pelos campos, e levavam os animais
para vender nas feiras de gado, em Sorocaba. No caminho por
onde as tropas passavam sugiram povoados, e alguns povoados
tornaram-se cidades. Os tropeiros também organizaram as
primeiras estâncias, ou seja, fazendas de criação de gado.
Para defender as estâncias que tinham sido criadas, o
governo português mandou construir fortes militares na
região. Em volta dos fortes, surgiram povoados como a atual
cidade gaúcha de Bagé.
No litoral paranaense, a mineração, no início do
século XVII, deslocou os paulistas para a região, onde foi
fundada a Vila de Paranaguá (1648). A divulgação de dados
superestimados quanto à localização de jazidas de ouros
conduziu os paulistas até o rio do Prata. Em 1680, foi
construído na margem esquerda do Prata o forte que marcou a
fundação da Colônia de Sacramento (atual Colônia, no
Uruguai).
Durante muitos anos, os portugueses e os espanhóis
lutaram pela posse de terras do Sul. As brigas continuaram
e apenas foram resolvidas com a assinatura de tratados.
Esses tratados determinaram os limites das terras
localizadas no sul do Brasil.
Destaca-se, também, nesse contexto, que a população
da região Sul aumentou muito com a chegada dos primeiros
imigrantes europeus. Os primeiros imigrantes foram os
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açorianos, vindo depois os alemães (1824, São Leopoldo, Rio
Grande do Sul), e os italianos (1875). Outros grupos
(árabes, poloneses e japoneses) também procuraram a região
para morar. Esses imigrantes fundaram colônias que se
tornaram cidades importantes como Caxias do Sul.
Com a então chegada de imigrantes alemães, italianos
e eslavos, no século XIX, modificou-se profundamente a
ocupação da região, pois esses povos iniciaram um
povoamento ligado às atividades agrícolas realizadas em
pequenas e médias propriedades de cultivos de subsistência,
introduzindo novos cultivos como o trigo e a uva. As
condições climáticas eram mais semelhantes ao clima europeu
e, por outro lado, desfavoráveis às lavouras tropicais,
reduzindo a presença de latifúndios.
Dessa forma, a partir de 1820 teve início o primeiro
contingente de imigração alemã, com destaque para as áreas
correspondentes aos atuais municípios de São Leopoldo (Rio
Grande do Sul), Rio Negro (Paraná) e São Pedro de Alcântara
(Santa Catarina). Na segunda metade do século XIX, muitos
desses imigrantes começaram a rumar no sentido oeste da
região, interiorizando a ocupação.
As terras do norte e oeste do Paraná e do oeste de
Santa Catarina foram as últimas regiões a serem povoadas. O
norte do Paraná foi povoado com a criação de colônias
agrícolas financiadas por uma companhia inglesa. Pessoas de
outros estados do Brasil e de mais de 40 países vieram para
a região trabalhar como colonos no plantio de café e de
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cereais. No oeste catarinense, desenvolveram-se a pecuária,
a exploração da erva-mate e da madeira.
Formação e ocupação da região Sul do Brasil
Numa visão geral, a região Sul do Brasil, ao
contrário do Nordeste e do Sudeste, esteve muito tempo fora
do alcance dos interesses de Portugal em virtude de fatores
diversos, dentre os quais, a posição geográfica no litoral
das terras lusitanas no continente americano, posição que a
tornava distante das células iniciais da colonização e,
portanto, afastada do eixo econômico estabelecido entre o
Brasil e a Metrópole. Processou-se o desenvolvimento do
nordeste brasileiro com base na indústria açucareira e na
mineração, mas o sul, embora em parte já desbravado, chegou
ao século XX, praticamente povoado.
Do povoamento que se processou até a metade do século
XIX, resultou em uma ocupação pouco expressiva constituída
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por uma população rural muito rarefeita. Esta população
tinha como principais atividades econômicas a criação de
gado nos campos, o cultivo da cana-de-açúcar em certos
pontos da faixa costeira, extrativismo vegetal de erva-mate
e incipientes culturas temporárias nas orlas florestais.
Era, ainda, um povoamento inicial.
Foi a partir do século XIX e principalmente nos
últimos 50 anos do século XX, que a ocupação humana evoluiu
em marcha acelerada, da qual sobreveio a ocupação
permanente de toda a região.
2.2 Arquitetura
Como já foi visto, a região Sul foi povoada por
imigrantes europeus, sobretudo, italianos, alemães e
poloneses. Por este motivo, as características
arquitetônicas e culturais se tornaram tradicionais.
Dessa forma, a arquitetura da região Sul do Brasil
contempla construções que têm um quê de Europa: são casas
amplas com telhados de beirais largos e cores vivas,
paredes de pedra, muita madeira e janelas com molduras.
Tais construções são o reflexo da colonização europeia.
Normalmente, as construções apresentam jardins, os
quais são repletos de flores e estão por toda a parte para
dar boas-vindas, com flores vistosas e coloridas.
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A presença da colonização alemã na arquitetura da cidade de Gramado
(RS)
Os imigrantes, assim como suas descendências diretas,
têm conseguido preservar as manifestações culturais
trazidas dos países europeus. Esses imigrantes se agrupam
em forma de colônias divididas de acordo com a origem de
cada país.
Em algumas cidades de Santa Catarina, como Pomerode,
uma lei municipal obriga a construção de casas em estilo
enxaimel – modelo Europeu.
Casa com estilo europeu, em Santa Catarina
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Em outra cidade catarinense, chamada de Tílias, a
maioria da população da cidade é composta basicamente por
imigrantes e descendentes austríacos, que preservam todas
as características do país de origem, como a língua, os
costumes, as festas e as comidas típicas.
As colônias do sul preservam todos os aspectos
culturais, e essas são materializadas no espaço geográfico
sulista através de todo arranjo paisagístico: arquitetura,
atividade econômica, manifestações culturais, dentre
outras, que servem para aclamar os países e matar a
saudade.
2.3 Culinária
Colonizado por europeus, o Sul oferece prazeres
variados. Da carne bovina aos frutos do mar. Em seus três
estados – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul –, há
de tudo; para todos os gostos. Churrascos servidos no
espeto, pratos à base de frutos do mar, siris, camarões,
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lagostas, e peixes elaborados ao forno, na brasa, em
caldeiradas.
Há, ainda, a típica cozinha do interior, com destaque
para o mocotó de campo, o arroz-de-carreteiro, a roupa
velha e o barreado. O barreado é o prato caboclo típico do
litoral paranaense, preparado com carne bovina, toucinho e
temperos. A iguaria é colocada em uma panela de barro, que
é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato
é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se
desfaça. Muitos restaurantes de Morretes oferecem este
delicioso prato gastronômico.
O boi no rolete, o porco no rolete e o carneiro no
buraco também são pratos típicos do oeste paranaense, e
contam com grandes festivais durante o ano todo.
Na culinária catarinense são tradicionais o pirão de
peixe no sul e a marrecada no norte. Na capital, o destaque
é a sequência de camarão, uma série de vários pratos
preparados com o crustáceo. Na gaúcha, o churrasco com sal
grosso e o chimarrão são os mais comuns. O churrasco pode
ser feito no forno de chão, na churrasqueira e em diversos
lugares. É consumido com muita frequência pelos gaúchos
mesmo em dias de semana. O chimarrão não tem hora para ser
consumido, e o seu sabor é semelhante a um chá, porém mais
forte e de sabor menos adocicado.
Com forte presença italiana, é ampla a oferta de
massas. Marcante, também, é os traços da colonização alemã,
o que permite ao viajante saborear excelentes embutidos.
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E, após a refeição principal, doces de ovos, como
ambrosias e papos-de-anjo, e de frutas cristalizados e em
calda. Apesar de possuir restaurantes que oferecem todas as
cozinhas do mundo. No litoral sul saladas guarnecidas por
palmitos de uma maciez sem igual, colhidos na Mata
Atlântica.
Culinária típica da região Sul: o barreado e o chimarrão
Pratos típicos do Paraná
A culinária dos paranaenses foi influenciada pelos
diversos imigrantes que habitaram e vivem na região. Os
índios brasileiros que viviam no Paraná introduziram o
consumo de pinhão nas refeições e o consumo da erva-mate.
Além disso, a cultura indígena acrescentou frutas e raízes
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na culinária do estado. Um dos principais pratos típicos
dessa região é o barreado, consumido em várias cidades.
Além disso, os paranaenses consomem muitos peixes,
porco no rolete e a carne de carneiro. O carneiro é
consumido em um prato cozido, feito com a ajuda de um
buraco no chão que recebe lenha e a panela com os
ingredientes. Posteriormente, ele é tampado com folhas de
bananeira para assar. Pode ser consumido com arroz, pirão e
outros acompanhamentos.
Outros pratos consumidos no Paraná são o barreado, o
carneiro no buraco, o pinhão, o chimarrão, o tererê e o
dourado assado.
Pratos típicos de Santa Catarina
Com uma região litorânea ampla, Santa Catarina possui
diversos pratos típicos baseados no consumo de frutos do
mar. Além disso, seus pratos são influenciados pela
colonização dos portugueses que consumiam esse tipo de
alimento e preparavam caldos e ensopados. Os peixes também
são bastante consumidos pelos moradores e os frutos do mar
mais admirados e consumidos são a lagosta, o camarão, as
ostras e os mariscos.
Já a influência dos alemães, que chegaram à região,
foi a de introduzir outros ingredientes, como a carne de
porco na cerveja e carne de marreco. Outros alimentos
influenciados por imigrantes foram as sopas de batata,
tortas, salames, pães e vinhos.
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Outros pratos consumidos em Santa Catarina são o
marreco com repolho roxo, a bijajica e o camarão.
Pratos típicos do Rio Grande do Sul
Os principais pratos típicos do Rio Grande do Sul
foram influenciados pelos italianos e alemães. Os
principais são: polenta, galeto, carnes defumadas,
linguiças, pães, bolos, dentre outros. Entretanto, o prato
mais conhecido é o famoso churrasco gaúcho que é feito com
detalhes que acrescentam na cultura gaúcha. A culinária
gaúcha sofreu influências de espanhóis, portugueses e
índios.
Outro prato característico do estado é o arroz
carreteiro, feito com carne de charque e começou a ser
consumido nas carreatas dos gaúchos pelos pampas, a fim de
conhecer partes do Rio Grande do Sul ainda sem habitantes.
Apesar das carreatas não ocorrerem mais, o prato ainda é
muito consumido na região e no país.
Um dos símbolos dos gaúchos, o chimarrão é consumido
pelas pessoas diariamente em diversos lugares. É o chá da
erva mate quente, que é colocado na cuia.
Outros pratos consumidos no Rio Grande do Sul são o
quibebe (pirão de abóbora), a rabada (rabo de boi temperado
com tomates, pimentão, suco de limão e vinagre), o puchero
(sopa com vegetais e carnes bovinas ou linguiça) e o
churrasco.
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2.4 Artes visuais
A área da arte visual abrange as formas de
representação visual, ou seja, cor e forma, e lidam com a
visão como o seu meio principal de apreciação. Consideram-
se artes visuais as seguintes: pintura, desenho, gravura,
fotografia e cinema. Além dessas, são consideradas ainda
como artes visuais: a escultura, a instalação, a
arquitetura, a novela, o web design, a moda, a decoração e o
paisagismo.
Vale relembrar que a cultura da região Sul do Brasil
é muito rica, justamente por ter recebido influência de
diversas colônias de imigrantes, como os alemães, os
italianos, os poloneses e os ucranianos.
São várias as manifestações típicas da região Sul do
Brasil, no que tange às artes visuais, senão vejamos
abaixo.
Escultura
Estátua em homenagem à Teixeirinha, um dos maiores representantes da
música sulista
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Moda
Gisele Bündchen, modelo internacional nascida no Rio Grande do Sul
Arquitetura
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Casa com estilo europeu, em Santa Catarina
Paisagismo
A presença de jardins e flores – técnica do paisagismo – na
arquitetura
da cidade de Gramado (RS)
Quadros
Quadros de Ernesto Meyer Filho, artista plástico catarinense
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2.5 Música
Curiosamente, com a migração dos sulistas em busca de
novas áreas para plantio de soja, a partir da década de
1970, notou-se forte influência na região Centro-Oeste, a
partir do Mato Grosso do Sul. Começando em Campo Grande, a
cultura sulista se enraizou pelo interior do Estado, que
hoje tem na música sulista a forte característica musical
dos bailes, surgindo como principais ritmos populares o
Vanerão, o Xote – na sua versão gaúcha – e o Chamamé – já
de influência paraguaia –, surgindo neste estado novos
nomes da música, que fazem sucesso no Sul do Brasil, como
os grupos Alma Serrana e Tradição.
No Rio Grande do Sul, os estilos são praticamente o
bugio, o vanerão, xote, valsa, chamarrita, além das músicas
folclóricas como balaio, tatu, facão, pau de fita.
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Já em Santa Catarina, tem-se um estilo que eles
chamam de música de bandas que é parecido com a marchinha,
e recebem também a influência do estilo gaúcho.
No Paraná, os mais famosos são os estilos
internacionais como o rock, já tendo recebido vários shows
de bandas internacionais. As bandas nacionais no Paraná
costumam tocar algo mais para alternativo.
Manifestações musicais no Paraná
Pau-de-Fitas
O pau-de-fitas foi trazido pelos alemães que
aportaram na região sul do Brasil. Um mastro de
aproximadamente três metros é fincado no chão com diversas
fitas coloridas atreladas a ele. Os dançarinos devem estar
em número par e cada um segura uma fita para girar ao redor
do mastro. No decorrer dos passos da dança, vão se formando
desenhos com as tranças das fitas. A dança é acompanhada
por músicas provenientes de instrumentos como o cavaquinho,
pandeiro, acordeão e violão.
Fandango
Esse estilo de dança tem origem ibérica e foi trazida
pelos portugueses para as regiões de litoral do Paraná. No
Brasil, recebeu influências dos índios e o fandango também
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pode ser encontrado nos estados de Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e São Paulo. São utilizados instrumentos como
violas, pandeiro e uma rabeca enquanto a letra é
improvisada. Os dançarinos fazem uma roda e dançam com
passos valsados e o ritmo é seguido com palmas e com as
batidas dos pés.
Manifestações musicais no Rio Grande do Sul
Chimarrita
Dança típica de Portugal, foi trazida por eles para o
Brasil durante o século XIX. Inicialmente, a dança era
realizada com os casais juntos dançando algo parecido com
as valsas. Depois, as duplas passaram a dançar em várias
direções e mais separados. Em algumas partes, eles dançam
juntos no passo bem conhecido que é o dois pra lá e dois
pra cá. A partir de alguns movimentos, o homem, chamado de
peão, e a mulher, que recebe o nome de prenda, podem
flexionar levemente os joelhos durante os passos.
Milonga
Essa dança também é popular na Argentina e no
Uruguai. No Rio Grande do Sul, ela recebe a companhia da
viola e de outros instrumentos musicais. A milonga gaúcha
lembra os passos do tango e é bem mais lenta e romântica.
Ela pode ser dançada de três formas: havaneirada – seguindo
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os passos da vaneira –, tangueada – dança no ritmo de
marcha – e riograndense – dança com passos dois e um.
Vaneirão, vaneira ou vaneirinha
É um ritmo bastante comum no estado e tem suas
origens na cidade de Havana, em Cuba. Sua influência
incidiu não só sobre o Rio Grande do Sul, como também nos
sambas do Rio de Janeiro. O nome da dança se altera
conforme o ritmo, pois se ele for lento recebe o nome de
Vaneirinha, rápido, Vaneirão e moderado, Vaneira. Os passos
são realizados com dois pra lá e dois pra cá, sendo que são
alternados com quatro movimentos de cada lado.
Chula
Dança que é praticada só por homens. Representa um
desafio. Uma lança é colocada no chão e três homens em suas
extremidades. Eles sapateiam de diversas formas e, após
realizar uma sequência de passos, outro dançarino vai
executar os movimentos e deve realizar de forma mais
difícil que o anterior. Tudo isso acontece sob a música de
uma gaita gaúcha. O dançarino que vence o desafio é aquele
que realiza uma coreografia mais difícil que os
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companheiros, quando encosta na vara ou quando por algum
motivo perde o ritmo.
Pezinho
O Pezinho tem origens portuguesas e conseguiu atrair
adeptos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Além de
dançar, os dançarinos devem cantar no ritmo da música que
acompanha os passos. A coreografia se altera entre passos
ritmados pelos pés e as duplas que rodam em torno de si.
Manifestações musicais em Santa Catarina
Boi de Mamão
Essa dança também é conhecida como bumba-meu-boi,
boi-bumbá, boi-de-cara-preta, dentre outros. Em Santa
Catarina, a dança apresentada durante a encenação é mais
alegre e brincalhona do que as que são apresentadas na
região norte e região nordeste.
Dança do Vilão
É uma das danças que faz parte do folclore de Santa
Catarina. São diversos componentes, balizadores, batedores
e músicos, ou seja, muito semelhante a que é dançada no
estado de Goiás. Com os bastões, os integrantes realizam
28
batidas e giram entre si. O movimento proporcionado pelo
vai e vem dos bastões deixa a coreografia mais bonita.
Balainha
Também recebe o nome de Arcos Floridos ou Jardineira
e os casais seguram um arco florido. É formada uma fila e
as duplas vão passando os arcos por cima e por baixo dos
demais casais. Depois, são executados outros passos com
formação de grupos com quatro pares e eles fazem uma roda
para cruzar seus arcos e formar as 'balainhas'.
Instrumentos musicais típicos
O acompanhamento musical básico das danças gaúchas é
feito com gaita, violão, contando, às vezes, com acréscimos
de alguns instrumentos.
O mais antigo instrumento musical usado pelo gaúcho
foi a viola, composta por 10 ou 12 cordas. Teve seu ápice
durante o período das danças sapateadas e das de pares
soltos.
A rabeca, espécie de violino, de confecção crioula,
com quatro cordas de tripa e friccionadas com cordas de
crina de cavalo untadas com breu.
O violino foi introduzido pelos padres jesuítas.
O acordeon – cordeona ou gaita foi introduzido pelos
imigrantes italianos no seculo XVIII.
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O violao é de origem espanhola, contendo de seis
cordas e o pandeiro foi trazido pelos portugueses e é um
instrumento de percussão.
2.6 Esportes
O significativo aporte de imigrantes europeus no
Brasil, no final do século XIX, em muito contribuiu para
inovações no plano sócio-cultural do Sul do Brasil, onde a
cultura dos imigrantes foi amplamente absorvida.
Manifestações esportivas em Santa Catarina
A cidade de Joaçaba, em Santa Catarina, sempre
apresentou grande tradição pelos campos do Estado de Santa
Catarina. Na década de 1980, com o Joaçaba Esporte Clube,
JEC. No início da década de 1990, surgiu a Associação
Desportiva Joaçabense.
Joaçaba sedia uma das etapas da Volta Ciclística
Internacional de Santa Catarina. Disputada desde 1987, é
uma competição de ciclismo que atravessa o Estado e que,
segundo a Confederação Brasileira de Ciclismo, é o evento
mais tradicional do esporte no Brasil, reunindo todos os
anos os principais ciclistas do país e de alguns países da
América Latina.
A cidade sempre contou com clubes de futebol de
salão, chegando mesmo a ter duas equipes na principal
divisão do campeonato catarinense: O Cruzeiro e a ABBB,
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sendo que esses dois times marcaram a década de 1980 pela
rivalidade, e por algumas vezes ambos alcançando posições
entre os quatro melhores do Estado.
A AJOV – Associação Joaçabense de Voleibol foi
fundada no ano de 1996. Além disso, a cidade conta com o
Autódromo Cavalo de Aço, que sedia duas etapas do
Campeonato Catarinense de Automobilismo. Joaçaba sempre
formou equipes de Handebol Masculino para a disputa de
competições variadas.
A OLIEJHO é um evento do esporte escolar dos
municípios de Joaçaba, realizado anualmente e tem
contribuído positivamente na formação e no desenvolvimento
integral de crianças e adolescentes, disputando as
modalidades de futsal, handebol, voleibol, basquetebol,
atletismo, judô, karatê, natação, rústica, tênis de mesa,
xadrez e ciclismo.
Joaçaba é a cidade que mais vezes sediou a maior
competição esportiva do Estado de Santa Catarina, os Jogos
Abertos de Santa Catarina – JASC (1967, 1988, 1989, 1998 e
2006), tendo-se sagrado campeã em diversas modalidades:
futsal, judô, tiro, bocha, bolão, dentre outras.
Manifestações esportivas no Paraná
O Paraná é um dos estados com a maior diversidade
étnica do Brasil, são alemães, poloneses, ucranianos,
italianos, japoneses, povos que ajudaram a construir o
Paraná.
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Os colonos japoneses introduziram o beisebol, esporte
tradicional no Japão. A prática de esportes passou a ser
intensamente promovida pelas associações de jovens,
inclusive em torneios intercoloniais. Além do beisebol, o
atletismo, judô, uro, kendô, gate-ball e jogos de shogui
(xadrez japonês), foram introduzidos e assimilados
rapidamente pelos paranaenses.
O Estado é sede de diversos clubes de futebol
conhecidos nacionalmente, como, por exemplo, o Clube
Atlético Paranaense, o Coritiba Foot Ball Club, Paraná
Clube e o Londrina Esporte Clube. O Campeonato Paranaense
de Futebol é organizado pela Federação Paranaense de
Futebol e realizado ininterruptamente desde 1915, sendo um
dos mais antigos torneios de futebol organizados no Brasil.
Atualmente, o Paraná é sede de eventos esportivos,
seja de importância nacional e/ ou internacional. Exemplos
são a Fórmula Truck, a Stock Car Brasil e o Campeonato
Mundial de Carros de Turismo, eventos que são realizados no
Autódromo Internacional de Curitiba.
Outros esportes também têm popularidade no estado,
dentre eles, o vôlei e o basquete. Todos os anos, o Estado
realiza os Jogos Escolares do Paraná, evento da secretaria
de esportes do Governo Estadual, que reúne diversas
modalidades esportivas.
Há de se destacar o ginásio de esportes para
portadores de necessidades especiais de Ponta Grossa, que
representa o único do gênero na América Latina, com uma
pista de atletismo especialmente adaptada. A Apedef –
32
Associação Ponta-Grossense de Esportes para Deficientes –,
mantém o time de basquete para cadeirantes. A equipe ganhou
prata no primeiro Campeonato Paranaense da modalidade.
Manifestações esportivas no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul recebeu o maior contingente de
alemães, onda migratória que foi de fundamental importância
na introdução da vida esportiva. Neste estado que recebeu o
maior contingente de Alemães, a onda migratória recobriu
progressivamente o território e adicionou à formação sócio-
espacial uma nova camada de técnicas, relações sociais,
atitudes e valores.
Foram os alemães de inequívoca importância na
implantação de uma “base esportiva”, que por fim favoreceu
o êxito na adoção do futebol no Rio Grande do Sul. Os
chamados “teuto-brasileiros” – alemães –, comportavam-se de
forma a preservar e difundir sua germanidade – no uso da
língua, nas atitudes –, procedimento, aliás, comum no
contexto das grandes ondas migratórias e de afirmação das
identidades nacionais. A colônia alemã no Rio Grande do
Sul, como em geral os grupos imigrantes em diversas partes
do mundo, se empenhou particularmente no sentido de
fortalecer os laços com a terra pátria e, partindo de
determinada concepção de germanismo, tratou de construir
sua identidade em terras alheias, inclusive através de
associações de cunho esportivo.
33
O fato de prevalecer nas colônias alemãs um forte
espírito associativo, este espírito colaborou na formação e
disseminação de sociedades de ginástica e clubes de caça e
tiro. Desde o início da colonização no Rio Grande do Sul,
era praticado regularmente um jogo tradicional alemão, o
“bolão”, criado na Idade Média e similar ao boliche.
Em 1867, foi criada em Porto Alegre a primeira
“sociedade de ginástica”, a Deutscher Turnverein, que
perdura até hoje com o nome de Sociedade Ginástica Porto-
alegrense – SOGIPA), introduzindo a clássica metodologia
alemã de exercícios físicos. Tal sociedade cumpriu
importante papel na formação de desportistas, atuando como
“viveiro de campeões e campeãs rio-grandenses”.
Mais tarde, com a continuidade do fluxo migratório em
direção ao Brasil, vão chegando alemães já conhecedores e
praticantes dos “esportes modernos”, iniciando assim uma
difusão mais abrangente da prática esportiva.
Por seu elevado custo, o remo figurava entre as
modalidades esportivas restritas às camadas sociais mais
favorecidas. E no Rio Grande do Sul, tal esporte foi
essencialmente introduzido por alemães. A prática do remo
foi progressivamente tornando-se mais regular e, em 1888,
funda-se o Ruder-Club, considerado a primeira associação
esportiva do Rio Grande do Sul, fato destacável numa época
em que a mocidade porto-alegrense desconhecia os esportes
náuticos.
O Tiro Alemão é uma entidade esportiva muito difundida
pelos alemães em todo o Rio Grande do Sul. Na cidade de Rio
34
Grande, principal porto gaúcho, a agremiação do Tiro reuniu
até operários da União Fabril, o maior estabelecimento
industrial gaúcho. Havia espaço físico adequado e ambiente
propício à prática do futebol. No local, foram realizadas
as primeiras experiências futebolísticas em todo o Rio
Grande do Sul.
Em Porto Alegre havia dois clubes de tênis: o Albion,
completamente restrito aos membros da colônia inglesa, e o
dos alemães, a aceitar o ingresso de brasileiros.
O S.C. Rio Grande foi o primeiro clube de futebol
criado no Rio Grande do Sul, e contou com participação
majoritária e decisiva de alemães. Ele nasceu justamente a
partir do “Tiro Alemão” e do Clube Germânia. O advento do
futebol no Rio Grande do Sul também tem relação com a
presença de ingleses. Devido, em grande parte à
contribuição cultural alemã, o futebol, enquanto novidade
uropeia encontrou no Rio Grande do Sul rápida aceitação,
diferentemente de outros Estados e regiões Brasileiras.
Tende-se a concluir que os fluxos migratórios
internacionais colocaram em contato direto culturas
completamente distintas. Neste contato, tanto os migrantes
absorvem atitudes e valores da nova pátria como também nela
aportam os seus próprios, propiciando processos de inovação
sócio-cultural.
No Brasil, a corrente alemã foi particularmente
volumosa, em especial no Rio Grande do Sul. Ao encontrar
uma sociedade imersa no sedentarismo, herança do regime
escravista, os alemães inovaram ao aportar seus princípios
35
fisiculturais e sua tradição associativa, preparando o
terreno para que o Rio Grande do Sul fosse um dos primeiros
estados brasileiros a se destacar na prática esportiva
organizada.
2.7 Religião
A tradição cristã – católica – no sul do Brasil é
herança da imigração italiana e polonesa, além dos
católicos com descendência de alemães.
O Protestantismo também é bastante difundido,
principalmente ao se tratar da Igreja Luterana, vinda com
os alemães, face à forte imigração europeia.
Os resultados do Censo Demográfico 2010, divulgados
recentemente pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, apontam a tendência da diversidade dos
grupos religiosos em Porto Alegre. A população de católicos
teve queda de 12% em relação ao Censo de 2000. Ao mesmo
tempo, a população que se declarou evangélica, espírita ou
sem religião apresentou crescimento no mesmo período.
A pluralização religiosa de Porto Alegre,
diferentemente do Brasil, não tem sido impulsionada pelo
pentecostalismo, até porque os pentecostais são menos da
metade da média nacional na capital. Nota-se o crescimento
dos “sem religião”, dos espíritas, que tiveram um
crescimento avassalador, assim como, da Umbanda e o
36
Candomblé. Inclusive, o Rio Grande do Sul é o estado
brasileiro que tem maior proporção de adeptos dos cultos
afro-brasileiros. Na Bahia, por exemplo, os adeptos dos
cultos afro-brasileiros declaram-se católicos. Uma das
razões para isso é o sincretismo religioso forte, então
para o Censo, o Rio Grande do Sul é o estado que a
proporção de umbandistas e candomblecistas é maior no país.
O perfil social da cidade de Porto Alegre faz com que
os pentecostais tenham maior dificuldade de inserção, por
essa razão não conseguem alcançar o mesmo crescimento, na
mesma proporção que a média nacional. Em contra partida, a
capital é mais permeável ao avanço do grupo dos “sem
religião” e de outras minorias religiosas.
Sendo assim, o Rio Grande do Sul tem o município mais
católico, o mais evangélico, o mais umbandista, o mais
islâmico e o mais mórmon do país, além da Capital mais
judaica e a única cidade brasileira em que os sem religião
superam os seguidores de uma crença, seja ela qual for.
Dos 50 municípios mais católicos do país, 28 são
gaúchos. São cidades pequenas, formadas por imigrantes
europeus de forte religiosidade. Além disso, o Estado
também tem alguns dos municípios com menor proporção de
católicos. Entre os 10 menos católicos, quatro são gaúchos.
Dos 50 municípios com mais evangélicos de missão, 31 são no
Rio Grande do Sul, a maior parte fundados por luteranos.
O Rio Grande do Sul está entre os três Estados com
menos pentecostais e tem alguns dos municípios onde eles
menos penetraram.
37
Entre os 10 municípios mais pentecostais do Brasil,
há um gaúcho: Lajeado do Bugre. A cidade tem 38,5% de
pentecostais. Três das 10 cidades com mais seguidores da
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são
gaúchas.
Além das religiões citadas, há o batuque, uma prática
religiosa que floresceu entre a queda da indústria do
charque e a chegada de escravos ao ambiente urbano da
capital Porto Alegre. Nos meados do século XIX, esse
deslocamento fez com que vários negros tivessem mais tempo
para desenvolver suas práticas religiosas. Mediante as
possibilidades de desenvolvimento de uma fé própria, o
Estado logo foi se transformando em espaço para diversos
cultos de influência africana.
O desenvolvimento dessa crença acontece em templos
que levam o nome de “casa de batuque”. Cada uma delas se
organiza sob a liderança de um sacerdote que assume a
condição de pai ou mãe de santo. Tendo ampla autoridade em
seu templo, os sacerdotes das casas de batuque costumam
criar uma rede de relações ao visitarem seus templos.
Não tendo interesse em sua ampla disseminação, os
praticantes do batuque guardam a crença para que seus
inimigos não tomem conhecimento desse seu dote místico. Ao
se filiar a uma casa de batuque, o convertido se aproxima
dos dois orixás que guiam a sua vida, sendo que um é
responsável pelo corpo e outro pela mente. Assim como em
outras religiões, o batuqueiro tem a preocupação de
realizar oferendas e homenagens aos orixás que o protegem.
38
As oferendas desenvolvidas no batuque exigem o
oferecimento de alimentos e de sangue animal, que
geralmente é derramado na cabeça do praticante e no ocutá –
uma espécie de pedra que representa o orixá. Do ponto de
vista simbólico, essa ação busca alimentar os orixás, para
que, assim, eles estejam fortes o suficiente para proteger
os seus filhos humanos.
2.8 Folclore
Entende-se por folclore o conjunto de todas as
tradições, lendas e crenças de um País. O folclore pode ser
percebido na alimentação, linguagem, artesanato,
religiosidade e vestimentas de uma nação. Segundo a Carta
do Folclore Brasileiro, aprovada pelo I Congresso
Brasileiro de Folclore em 1951, "constituem fato folclórico
as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo,
preservadas pela tradição popular, ou pela imitação".
O folclore é o modo que um povo tem para compreender
o mundo em que vive. Conhecendo o folclore de uma região, é
possível compreender o seu povo. E assim, conhece-se, ao
mesmo tempo, parte de sua História.
O folclore da região sul possui uma interessante
miscigenação de elementos culturais indígenas, africanos e
europeus (principalmente portugueses, alemães e italianos).
As danças e as festas religiosas como a Nossa Senhora dos
Navegantes, São Benedito entre outros, são muito
importantes no folclore da região. Podemos citar como
exemplos de danças folclóricas do sul do país: chula,
39
baião, congada, cateretê, pau de fitas, marujada,
chimarrita e jardineira.
Já com relação às lendas folclóricas, são mais comuns
na região: boitatá, lenda do Sapé, Negrinho do Pastoreio,
Tiaracajú, Saci-Pererê e Curupira.
Danças
Congada
Bailado popular que acontece em algumas regiões do
Sudeste brasileiro, como nos estados do Paraná e Minas
Gerais, como também no Nordeste, na Paraíba. Esta
manifestação cultural tem origem no catolicismo e nas
sangrentas histórias de guerra do povo africano, como a do
assassinato do rei de Angola, Gola Bândi. Na congada
dramatizam uma procissão de escravos feiticeiros,
capatazes, damas de companhia e guerreiros que levam a
rainha e o rei negro até a igreja, onde serão coroados.
Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-
recos, realizam danças com movimentos que simulam uma
guerra.
40
Congada
Cateretê
Também chamado catira, cateretê, é uma dança de
origem indígena e dançada em muitos estados brasileiros.
Foi bastante usada pelo Padre Anchieta que em sua
catequese, traduziu para a língua tupi alguns textos
católicos, assim enquanto os índios dançavam, cantavam
trechos religiosos, por este fato é que muitos caipiras
paulistas consideram muitas danças diabólicas, menos o
cateretê. Os trajes usados são as roupas comuns de todo o
dia. A dança varia em cada região do país, mas geralmente
são dançadas em duas fileiras formadas por homens de um
lado e mulheres do outro, que batem o pé ao som de palmas e
violas. Também pode ser dançada só por homens. As melodias
são cantadas pelos violeiros.
Cateretê
41
Pau-de-fitas
O pau-de-fitas foi trazido pelos alemães que
aportaram na região sul do Brasil. Um mastro de
aproximadamente três metros é fincado no chão com diversas
fitas coloridas atreladas a ele. Os dançarinos devem estar
em número par e cada um segura uma fita para girar ao redor
do mastro. No decorrer dos passos da dança, vão se formando
desenhos com as tranças das fitas. A dança é acompanhada
por músicas provenientes de instrumentos como o cavaquinho,
pandeiro, acordeão e violão.
Principais festas
As principais festas da região Sul do Brasil são a
festa de Nossa Senhora dos Navegadores, em Porto Alegre; da
Uva, em Caxias do Sul; da Cerveja, em Blumenau – Oktoberfest
–, além das festas juninas e rodeios.
Oktoberfest
Essa festa acontece na cidade turística de Blumenau,
em Santa Catarina, e foi inspirada na festa homônima
ocorrida em Munique na Alemanha. A primeira edição
aconteceu em 1984 e a festa surgiu com o intuito de
divulgar as tradições alemãs no estado brasileiro.
Conseguiram, pois a festa é a segunda alemã do mundo. O
evento ocorre em outubro, com duração de 18 dias e recebe
42
milhares de visitantes todos os anos. Acontecem
apresentações musicais, danças e desfiles.
Festa Nacional da Uva
A primeira festa da uva aconteceu em 1931, na cidade
de Caxias do Sul, no Rio grande do Sul. Por produzir a
maior parte da produção de uvas do estado, a cidade
resolveu fazer uma festa para celebrar a fartura e a
produção de vinho. Um fato curioso é que, durante a Segunda
Guerra Mundial, a festa foi interrompida por treze anos.
Atualmente, o evento conta com a apresentação de diversos
carros alegóricos, concursos e comidas típicas. Ocorre
também a eleição de soberanas e embaixatrizes da festa da
uva.
Marejada
A marejada é uma festa ocorrida na cidade de Itajaí,
em Santa Catarina. Esse evento abriga apresentações que
lembram o mar. Isso interfere na culinária, nas exposições
e apresentações ocorridas durante a festa que teve sua
primeira edição em 1987.
Festival de Cinema de Gramado
Esse festival foi criado a partir da ocorrência de
uma Mostra de Cinema. A primeira edição ocorreu em 1973 e
43
participa no incentivo ao cinema brasileiro. Os atores e
produções premiados no evento recebem o Kikito de ouro, que
se trata de uma estatueta que significa o deus do bom
humor.
Festa de Nossa Senhora dos Navegantes
Essa festa religiosa ocorre tem Santa Catarina todos
os anos. A imagem de Nossa Senhora é levada por embarcações
em uma procissão pelo mar.
Lendas
As principais lendas da região Sul são a lenda do
Negrinho do Pastoreio, do Sapé, Tiaracaju do Boitatá, do
Boiguaçú, do Curupira e do Saci-Pererê.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho, chegou-se à conclusão de que
a diversidade cultural engloba as diferenças culturais que
existem entre as pessoas, tais como a linguagem, as danças,
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o vestuário, as tradições, e tudo quanto englobe a cultura
de determinada região, grupo social, ou país. Também a
forma como as sociedades se organizam, a sua concepção de
moral, de religião e a forma como interagem com o ambiente
englobam o conceito de diversidade cultural.
O termo diversidade diz respeito à variedade e
convivência de ideias, características ou elementos
diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou
ambiente. Dentro desse contexto, a diversidade cultural
faz-se nas religiões, na culinária, na arquitetura, nas
artes visuais, na música e nos esportes, na religião e no
folclore, nos costumes e, não poderia ser diferente, em
relação às vestimentas.
Por possuir características próprias, principalmente
no que tange à existência de imigração europeia em seu
território, a região Sul do Brasil se diferencia das
demais, com a forte presença de herança cultural dos países
europeus.
Face ao atual contexto de globalização mundial, é
cada vez mais necessário e urgente que as sociedades e
culturas vivam um clima de entendimento e respeito mútuo,
possível apenas através do conhecimento e do diálogo com o
outro. Só assim, será possível manter a paz e a harmonia
mundiais, sem que haja resquícios da prática do
preconceito, do etnocentrismo, da intolerância, da
discriminação, do racismo e da xenofobia, bem como de
quaisquer outras práticas segregacionistas.
45
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