Post on 06-May-2023
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana. Vol I: da Antigüidade a Duccio. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. São Paulo: Martins Fontes. 2001.
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Livros Técnicos e Científicos Editora S. A. - LTC. Rio de Janeiro. 1999.
GOMBRICH, E. H. Arte e Ilusão. Martins Fontes Ltda. 4 ed. São Paulo: 2007.
HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São Paulo, Mestre Jou, 1982.
RUSSEL, Bertrand. História do Pensamento Ocidental: A Aventura das Idéias dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro, Ediouro, 2001.
STRONG, Donald E., Antigüidade Clássica. O mundo da Arte. Livraria José Olympio Editora/ Editora Expressão e Cultura. Rio de Janeiro. 1966.
Antigüidade Clássica: GRÉCIABIBLIOGRAFIA
Vênus de Milo
(Museu do Louvre; 202 cm; 200 a.C.).
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Na península helênica, um novo componente
étnico modifica e caracteriza
progressivamente a cultura da proto-história
mediterrânea.
A crescente infiltração de povos provenientes
do norte (dórios) determina, em contrapartida,
a migração dos povos helênicos da costa
ocidental para o Oriente: a Ásia Menor
converte-se, assim, no centro da cultura jônica,
sempre imbuída de um cálido sentimento da
natureza e sensível a todas as modulações
afetivas, o que a torna sutilmente antitética ao
severo rigorismo formal, à tendência ao
simbólico e ao abstrato, própria da tradição
dórica, que domina o período dito medievo
helênico, entre os séculos XII e IX a.C.
Palácio de Cnossos (Creta, 1650 a.C.)
Vaso com desenho de polvo (1500 a.C.) cerâmica; 28 cm
Antigüidade Clássica: GRÉCIACRETA (3000 a 1400 a.C.)
A primeira civilização a se estabelecer no mundo grego nasceu em Creta e
floresceu de 3000 a 1400 a.C. Dominavam os metais e constituíram uma
civilização que chegou ao mar Egeu vindo do Oriente Próximo (Médio). O
período faz parte chamada Idade do Bronze.
Por volta de 2000 a.C. construíram grandes palácios, entre os quais o mais
famoso foi o de Minos em Cnossos.
Apesar do domínio de metais preciosos, sua arte é antes de tudo prática e
utilitária, destacando-se a cerâmica, a pintura decorativa, pequenas
esculturas naturalistas e o trabalho de gravação de pedras preciosas e
metais.
O primeiro povo de língua grega ocupou o continente por volta de 2000. O que se
conhece de sua arquitetura resume-se a fortificações e túmulos descobertos em
escavações no final do século XIX.
A partir de 1400 a.C., os micênicos conquistam Creta e o conjunto dos mares
Egeu e Mediterrâneo, até a chamada Idade das Trevas, em que há o colapso da
civilização grega.Portal dos Leões (Cidadela, Micenas, 1250 a.C.)
Círculo Tumular de Micenas (séc. XIV a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAMICENAS (2000 a 1200 a.C.)
Usamos aqui como período clássico a denominação mais comumente
utilizada, referindo-se a gregos e romanos.
Do ponto de vista da produção material, o período se baseia no trabalho
escravo e nas lutas de captura e dominação. Para a arte, a definição se
amplia, por que é nesse período que o homem desenvolve os métodos de
representação da forma humana e da natureza, e acredita que as formas
mais elevadas do espírito podiam ser expressadas na perfeição da forma
humana, baseada na harmonia e na proporção.
No mesmo período, se desenvolvem a matemática, a geometria, a música,
a filosofia e, entre outras, a base do alfabeto ocidental moderno.
“Aqueles que trabalham num nível superior, os destinam à agricultura e ao
comércio... Aqueles que, porém, são capazes de uma vida digna, os
obrigavam a que se ocupassem da hípica, dos ginásios, da caça com os cães
e da filosofia”
O conhecimento sobre o período remonta aos textos dos filósofos e
pensadores, principalmente de Aristóteles, preservados pelos árabes e
retomados pela Igreja no século IV (Patrística) e revisto no século XII
(Escolástica). A arte e a arquitetura clássica foram redescobertas em
diversas escavações, destacando-se Pompéia e Herculano (romanas) no
séc. XVIII; e diversas outras em território grego.
Templo de Netuno (Pesto, séc. II d.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAFORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Desenvolvimento da Civilização Grega
(1000 a 800 a.C.)
Expansão Grega
(séc. VII a.C.)
As Cidades-estado
(séc. VI a V a.C.)
O Mundo Helenístico
(séc. IV a.C.)
Durante o período das Trevas, outros povos de língua grega
invadem a região da antes dominada por Micenas, atingindo
Creta e a costa da Ásia Menor (invasão Dória).
Este é o chamado período Heróico, em que se dão as guerras
reais e mitológicas retratadas por Homero na Ilíada. Diversas
revoluções derrubam o sistema monárquico e instalam o
poder da Aristocracia.
A arte da cerâmica é o principal produto artístico do período
e surge uma ornamentação abstrata com motivos
geométricos.
A lamentação pelo morto
Museu Arqueológico de Atenas; 155 cm; 700 a.C.).
Antigüidade Clássica: GRÉCIADESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇÃO GREGA (1000 a 800 a.C.)
Nas cerâmicas, a configuração dos vasos apresenta curvaturas suaves e
a decoração, cromaticamente severa, é quase matemática na medição
rigorosa dos intervalos entre os desenhos.
Com a combinação das duas componentes, dórica e jônica, tentou-se
explicar a coexistência, na grande arte grega, de uma abstrata
exigência a priori de ordem, simetria e proporção, e de uma sempre
renovada, às vezes impetuosa e dramática, experiência de vida. Na
verdade, da fase arcaica à clássica, e desta à difusão das correntes
helenísticas, o desenvolvimento histórico da arte é inseparável do
desenvolvimento da cultura e da consciência política do povo helênico.
Antigüidade Clássica: GRÉCIADESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇÃO GREGA (1000 a 800 a.C.)
A lamentação pelo morto
Museu Arqueológico de Atenas; 155 cm; 700 a.C.).
Desde seu primeiro aparecimento no âmbito da civilização mediterrânea, a
sociedade grega se funda no pensamento de um perfeito equilíbrio entre
humanidade e natureza: nada existe na realidade que não se defina ou tome
forma na consciência humana. Aristóteles explicará que o primeiro estágio da
"política" é a família (oikía), o segundo é a aldeia (koinè), o terceiro é a
cidade (pólis). As próprias leis do Estado têm seu fundamento nas leis
naturais; e "natural" é o fundamento da lógica e da ciência, da moral e da
religião. Mas nem por isso a vida é equilíbrio imóvel, estagnação; é antes
aspiração contínua a uma condição ideal, de perfeita liberdade "natural“.
Por esse ideal de liberdade a Grécia combaterá longamente o império persa,
última forma do obscuro despotismo asiático; e essa longa luta histórica nada
mais será do que o resultado da mítica luta de liberação da consciência dos
opressivos terrores do mundo pré-histórico e proto-histórico, com suas
ameaçadoras potências sobrenaturais.
Dessa contínua luta, mítica e histórica, pela libertação da consciência e pelo
límpido conhecimento do real, a arte figurativa é, mais ainda do que um
testemunho, um fator essencial.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Cabeça de arqueiro em traje cita
Frontão ocidental do templo de Afaia, em Égina, 490. a.C.. Glyptoteke, Munique.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Concebida como o mais puro e perfeito dos fenômenos naturais, revela na clareza de suas formas a
forma ideal da natureza na sua essência universal, que está além de qualquer contingência acidental.
Nesse sentido, tem uma função ativa ou construtiva: alia-se ao pensamento dos filósofos e ao gênio
inspirado dos poetas na busca de uma verdade que não está além, mas dentro das coisas e que não se
alcança ultrapassando a experiência, mas aprofundando-a e esclarecendo-a.
Explica-se também assim o que, aos nossos olhos, poderia parecer um limite da arte clássica: o fato de
eleger quase como único objeto a figura humana. Essa é de fato considerada, entre todas as formas
naturais, a mais próxima do ideal, a mais livre das contingências acidentais. Nela vê-se como a
civilização, interpretando os significados profundos da natureza, idealiza suas formas.
Guerreiro Agonizante
Frontão oriental do templo de Afaia, em Égina, 490. a.C.. Glyptoteke, Munique.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Costuma-se dividir o desenvolvimento histórico da arte grega em três períodos:
Arcaico, do século VII ao fim do VI a.C.;
Clássico, até a metade do IV a.C.;
Helenístico, até a metade do século I a.C.
Essa divisão esquemática reflete o tradicional conceito evolucionista, segundo o qual o período clássico
deveria ser considerado como o momento do apogeu, precedido por uma fase de preparação ou de
progresso e seguido por outra de declínio ou dissolução. Cada situação histórica deve ser avaliada no seu
significado próprio e não somente em relação a outras. Todavia, a fase central, dita clássica, produziu obras
de tão alto nível que podem ser consideradas pela posteridade como exemplos de perfeição absoluta,
podendo pois constituir o fundamento de uma teoria da arte ou da estética.
Koré
(Museu de Acrópolo; Atenas; 150 cm; 530 a.C.).
Vitória de Samotrácia
(Museu do Louvre; 245 cm; 200 a.C.).Cariátides
(Erecteion, Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Com o termo clássico, relativamente recente, os teóricos dos séculos
XVIII e XIX indicaram, de fato, a perfeição da forma artística, seu caráter
de universalidade, a eternidade do seu valor. A forma artística é dada
como absoluta e universal quando implica e exprime um conceito total
do mundo. Como o conceito do mundo que encontra na arte sua
expressão total é o de determinado momento da civilização grega, a
universalidade da arte clássica não é uma qualidade supra-histórica,
mas identifica-se com a sua historicidade.
Diremos, pois, que talvez em nenhum outro período a arte tenha
expressado tão plenamente a realidade histórica, no seu conjunto,
como no período dito clássico da arte grega. É claro que a arte clássica
não poderia ser plenamente a expressão da realidade histórica se o seu
desenvolvimento não atuasse como desenvolvimento histórico, ou seja,
se a obra do artista não fizesse pressupor uma lúcida consciência da
experiência do passado e da finalidade à qual aspira.
A arte clássica tem, pois, seu fundamento no passado e visa à perfeição
absoluta. Portanto, o trabalho do artista aparece sempre ligado a um
interesse teórico, programático, que encontra às vezes sua expressão
em cânones ou leis formais.
Zeus
(Museu Nacional de Atenas; 209 cm; 460 a.C.).
Encontrado em 1926.
Zeus
(Museu Nacional de Atenas; 209 cm; 460 a.C.).
Encontrado em 1926.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
O cânon se refere, para a arquitetura, às relações métricas entre
as partes e entre cada parte e o todo; para a escultura, às
dimensões relativas das partes da figura humana. O cânon não
é, contudo, uma constante iconográfica ou um tipo de imagem a
ser repetido uniformemente, mas um sistema de proporções
entre as partes e das partes com o todo: nesse sentido reflete o
conceito helênico da realidade como relação harmônica de
partes e da existência individual como relação do homem com a
natureza, a sociedade, o divino. O cânon, enfim, não limita a
liberdade do artista mais do que as regras métricas possam
limitar a liberdade expressiva do poeta.
Deve-se distinguir nitidamente o conceito de clássico do
conceito de classicismo: este se aplica aos períodos em que a
arte clássica é assumida como modelo e imitada. De fato, o
classicismo, assumindo como modelo a arte do passado, não
somente implica a desconfiança na capacidade da arte de
exprimir a realidade histórica presente, mas também, reduzindo
a arte à imitação de modelos históricos, anula o valor da
criatividade que é próprio da arte clássica.
Partenon (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
O tema ou o conteúdo fundamental da arte clássica é o mito: nem por isso,
contudo, pode-se considerá-la sagrada ou religiosa como será, por exemplo, a
arte cristã da Idade Média. As imagens dos deuses e dos heróis gregos não
têm a finalidade de instruir o fiel ou de incitá-lo à devoção. Menos ainda elas
se autoproclamam sagradas, materializações do divino. Kerényi explicou que a
religião grega não nasce como revelação, mas como a lenta formação do mito
mediante o relato verbal, escrito ou figurado das antigas sagas sobre as
origens do mundo e os primeiros eventos do gênero humano.
As representações poéticas ou plásticas não dependem pois de um sistema
teológico, e menos ainda de uma concepção teórica da ordem social; são elas
que, transmitindo as antigas crenças e suas variantes de um povo a outro, dão
ao sentido do divino e do sagrado aquela forma sensível que é o mito. A
própria religião, portanto, não é mais imposta de cima com a autoridade de
um soberano e de uma casta sacerdotal, mas vem de baixo, como expressão
de um ethos popular.
Laocoonte e seus filhos
(Museu Pio Clementino, Vaticano; 242 cm; 175 a 50 a.C.).
O grupo representa a terrível cena que é também descrita na Eneida, de Virgílio: o sacerdote troiano Laocoonte advertiu seus compatriotas para não aceitarem o cavalo de madeira onde se escondiam os soldados gregos. Os deuses, vendo contrariados os seus planos de destruição de Tróia, enviaram duas gigantescas serpentes-do-mar que envolveram o sacerdote e seus dois infelizes filhos em seus anéis e os estrangularam. Éuma das histórias de absurda crueldade perpetrada pelos deuses olímpicos contra pobres mortais, muito freqüentes nas mitologias grega e latina.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Sendo a própria expressão da pólis, não é uma lei imutável, mas tem seu
desenvolvimento histórico. Dos mais antigos mitos proto-históricos, ctônicos,
que exprimem o temor reverencial dos homens diante das forças incontroláveis
do cosmo, passa-se aos mitos olímpicos, que exprimem a harmonia alcançada
entre os homens e a natureza agora amiga.
Os novos deuses, que vemos com freqüência representados em luta contra
uma precedente geração divina composta de gigantes e monstros (a Górgona,
as Fúrias, os Gigantes, os Titãs etc.), são as imagens ideais de atividades ou
virtudes humanas: a sabedoria e a cultura (Atena), a poesia (Febo), a beleza
(Afrodite), a habilidade nos negócios (Hermes), o valor guerreiro (Áries), a
autoridade (Zeus). E uma esplêndida legião de semideuses, ninfas e heróis tece
uma comunicação contínua entre o mundo dos imortais e o dos mortais: nada
mais, nada menos do que a imortalidade (isto é, a libertação da morte, a única
negada aos homens) é o privilégio da natureza divina. Justamente por isso a
divindade é uma humanidade ideal, a forma absoluta de uma existência que na
terra é limitada e relativa.
A atitude dos homens diante do divino é mais de admiração que de devoção.
Outro grande estudioso da mitologia grega, Walter Otto, afirma: "Essa religião é
tão natural que nela não há lugar para a santidade".
Niké
(Museu Arqueológico de Olímpia; 215 cm; 425 a.C.).
Encontrado em 1875, em Olímpia.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Suplício de Dirce
(Museu Arqueológico Nazionale, Nápoles; 370 cm.).
Cópia romana de original grego.
Os gregos não aspiram à transcendência, seus deuses têm uma
existência semelhante à dos homens e nem sempre é exemplar. Mas
é feliz porque não obscurecida pelo pensamento da morte inevitável.
Eles gostam de descer do seu céu à Terra, que afinal era apenas um
monte: homens privilegiados podem encontrá-los num bosque ou
numa fonte. Nada havia nisso de milagroso. O deus dos hebreus, para
dar a vitória ao seu povo, parava o sol e separava as ondas do mar. Os
deuses do Olimpo, conta Homero, socorriam seus protegidos
tornando-lhes os membros mais ágeis, a corrida mais veloz, a mente
mais aguda, ou seja, intensificando suas qualidades humanas e
elevando-as a um grau "heróico".
Se o divino é apenas um "humano” perfeito, uma vida sem a morte, a
arte manifesta o divino na perfeição da forma humana; e a perfeição
é justamente a lei da harmonia (a proporção), que garante a
identidade de essência e aparência. Na arte clássica não há distinção
entre o belo natural e o belo da arte; é esta que descobre e revela, ou
antes intui, o belo natural. Toda vez que, nas sucessivas culturas
clássicas, se exaltará o belo natural, aludir-se-á a uma lei de harmonia
natural revelada pela arte clássica.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
O princípio da arte como mimese ou imitação não contradiz o conceito da arte como invenção do belo: mimese
não é a cópia do que o artista vê, mas confronto e escolha de partes belas para alcançar a recomposição de um
conjunto belo, ou seja, de natureza não mais empírica, mas ideal. A posse de uma teoria, quase poderíamos dizer
de uma ciência da arte, muda profundamente a posição social do artista.
Ele não é mais, como na Ásia ou no Egito, um servo que opera segundo as ordens de um soberano despótico e
segundo as regras de uma rígida ritualidade. É um cidadão que exerce uma profissão livre, o depositário de uma
cultura estética e técnica que a sociedade reconhece ser necessária; é o intérprete dos "grandes valores ideais
sobre os quais essa sociedade conscientemente se funda. Qualquer cidadão pode encomendar ao escultor uma
estátua, ao pintor um quadro, para "dedicar" e colocar num local público. Os monumentos que surgem nas
cidades gregas não são mais o testemunho visível da autoridade, mas a história do Estado.
Afrodite e Dione
Grupo de Fídias no frontão oriental do Partenon
(Museu Britânico, Londres; 120 cm).
A expansão do comércio cria uma nova classe de
comerciantes abastados, sem voz ativa no governo. Há
também insatisfação entre os lavradores-camponeses.
Nessas condições, novas guerras e revoluções tiram os
aristocratas do poder e emerge o domínio dos tiranos nas
cidades-estado.
As artes, antes apoiadas pela aristocracia, passam a
representar o poder dos comerciantes.
Em Atenas, há um grande estímulo às realizações
artísticas.
Os irmãos Cleóbis e Biton
(Polímedes de Argos; 216 cm; 615 - 590 a.C.).
Antigüidade Clássica: GRÉCIAESPANSÃO GREGA (séc. VII a.C.) – Período Arcaico
A tirania foi seguida da chamada democracia ateniense.que suportou
às guerras persas.
É o período dos pré-socráticos, que se caracteriza pela reflexão
filosófica sobre a natureza. O princípio constitutivo de todas as coisas.
É o período da matemática cujas maiores expressões são Tales de
Mileto e Pitágoras.
A principal expressão da arte, nesta fase, são as construções de
Péricles na Acrópole.
No século VIII A.C., as cidades-estado (pólis) dominadas
pela aristocracia experimentam um período de
prosperidade, expansão comercial e colonização do
Mediterrâneo.
Nas artes, aparecem os primeiros monumentos, a
construção de templos, grandes estátuas, a figura
humana volta a ser tema da arte representativa, e se
desenvolve definitivamente o que hoje chamamos de
Arte Clássica.
Discóbolo (Museo Nazionale Romano; 155 cm).
Estátua de um atleta lançador de disco, de autoria do escultor grego Miron. O bronze original, que deve datar de cerca de 450 a.C, está perdido, mas sobrevivem diversas cópias romanas em mármore.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAAS CIDADES-ESTADO (séc. VI e V a.C.) – Período Clássico
A Guerra de Peloponeso destruiu as cidades-estado,
minando a fé no culto aos deuses.
As artes passam a expressar o individualismo crescente,
refletindo-se no crescimento da arte do retrato, o
figurativismo e o luxo.
Com o declínio das cidades-estado, muitos artistas
gregos para os países vizinhos, dominados por povos
bárbaros.
Hermes e Dionísio (Museo Arqueológico de Olímpia; 230 cm).
De Praxíteles, Original descoberto nas escavações do heraion de Olímpia, em 1877.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAAS CIDADES-ESTADO (séc. VI e V a.C.) – Período Clássico
A ordem dórica desenvolveu-se nos territórios ocupados pelos Dórios, uma das duas principais divisões da raça grega.
Tornou-se o estilo preferido do continente grego e das colônias ocidentais (sul de Itália e Sicília), a chamada Magna Grécia.
O Dórico atingiu o apogeu em meados do século V a.C., e foi uma das ordens aceites pelos Romanos.
As suas características são a masculinidade, a força e a solidez.
Partenon (Atenas, séc. V a.C.)
Templo de Aphaia (Egina, séc. V a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAA ARQUITETURA – Ordem Dórica
A forma da ordem era muito menos definida do que a dórica e durante muitas décadas subsistiram variantes locais. Mesmo quando se tornou mais coerente,
havia alternativas aceites.
Inicialmente, as ordens dórica e jônica confinaram-se às suas regiões de origem, mas pouco a pouco os dois estilos misturaram-se em alguns edifícios, como nos
Propileus, em Atenas (437-431 a.C.).
Templo de Atena Niké (Acrópóle - Atenas, séc. V a.C.)Erecteion (Acrópóle - Atenas, séc. V a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAA ARQUITETURA – Ordem Jônica
Templo de Atena Niké (Acrópóle - Atenas, séc. V a.C.)
Segundo Vitrúvio, as características principais da ordem jônica eram a feminilidade, a elegância e a beleza, devido ao fato de ela se inspirar nas proporções do corpo feminino.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAA ARQUITETURA – Ordem Jônica
O templo tem menos da metade do
comprimento e (excluindo projeções) a
mesma largura do Partenon, e estava
situado no terreno mais baixo que havia à
disposição, onde não podia sugerir
rivalidade.
Erecteion (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAA ARQUITETURA – Ordem Jônica
A terceira das ordens gregas foi também a última a surgir. Os
exemplos documentados mais remotos da utilização da ordem
coríntia (no interior) encontram-se no Templo de Apollo
Epicurius, em Bassae (429-390 a.C) e (no exterior) no
Monumento Corégico de Lisícrates, em Atenas (335-334 a.C.).
A ordem coríntia não era um sistema estrutural, como as
ordens dórica e jônica. Era pura e simplesmente decorativo e
distinguia-se quase só pelo seu requintado capitel com motivos
florais. Segundo Vitrúvio, este foi desenhado pelo escultor
ateniense Calímaco, e inicialmente pode ter sido trabalhado em
bronze. Com exceção deste capitel, todas as outras partes
integrantes provinham da ordem jônica.
Pouco a pouco, no período helenístico, a ordem coríntia
começou a desenvolver-se, mas coube aos Romanos
misturarem os elementos e aperfeiçoá-la.
Vitrúvio afirmou que a ordem coríntia imitava a «magreza de
uma donzela»; de um modo geral, é bela e elegante.
Templo de Zeus Olímpico (Atenas, séc. II a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAA ARQUITETURA – Ordem Coríntia
A superioridade de Atenas foi frutuosa, mas de curta duração. Em 404
a.C., as Guerras do Peloponeso terminaram com a queda da cidade. A
partir de então, registrou-se uma degenerescência gradual da arquitetura
grega, quando estados menos cultos - Esparta, Tebas e depois a
Macedônia tomaram as rédeas do poder. Neste período, a que se chama
«Tardo-Clássico», os conflitos permanentes impediram que se iniciassem
projetos arquitetônicos ambiciosos.
No continente, as energias foram canalizadas para a construção de outros
edifícios, mas não de templos, e as três ordens começaram a conviver em
edifícios isolados. A Ásia Menor foi menos afetada pela guerra, e o estilo
jônico regressou, graças ao patrocínio dos sátrapas (governadores) persas
e ao estímulo de Alexandre o Grande, que conquistou a Ásia Menor em
334-333 a.C.
A Macedônia torna-se o centro da cultura grega, com Felipe e seu filho
Alexandre (O Grande). A arte helênica se expande à Síria, ao Egito e até às
proximidades da Índia.
É o período Socrático. Sócrates, Platão e Aristóteles são sua maiores
expressões. O saber a respeito do mundo passa a ser insuficiente e os
pensadores sentem-se atraídos por um saber a respeito do homem.
A temática da arte se expande, com novas técnicas e explorando novas
inspirações.Cabeça de Alexandre o Grande
(Lisipo; Museu Arqueológico de Istambul; 41 cm; 325 a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (SÉC. IV a.C.)
Vênus de Milo
(Museu do Louvre; 202 cm; 200 a.C.).
Estátua em mármore da deusa Afrodite, a mais conhecida de todas as
estátuas antigas, encontrada na ilha de Melo (ou Milo) em 1820. Um plinto
encontrado junto à estátua traz a inscrição: “andros (Alexandre ou
Agasandros) de Antióquia sobre o Meandro", mas nada se sabe a respeito
do escultor.
A estátua é vista como uma sofisticada combinação de estilos mais antigos -
a cabeça deriva da arte da segunda metade do século V a.C., a nudez do
século IV, e a postura espiralada, multifacial, da era helenística.
A Vênus de Milo chegou no Louvre (1821 ) pouco depois que a Vênus de
Medici fora devolvida à Itália (1815), e sua enorme fama teve origem na
determinação dos franceses de persuadir o mundo de que haviam ganho
um tesouro mais valioso do que o que haviam perdido.
A estátua não possui os braços (quebrados), e fizeram-se já muitas
conjecturas a respeito do que a deusa poderia estar segurando: sugeriu-se,
por exemplo, tratar-se de uma estátua de Vênus Victrix, que portanto
portaria a maçã de ouro presenteada a ela por Páris ao julgá-la mais bela
que suas rivais Juno e Minerva.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (SÉC. IV a.C.)
Vitória de Samotrácia
(Museu do Louvre; 245 cm; 200 a.C.).
Celébre estátua grega em mármore, em tamanho superior ao
natural. Retratando uma Vitória (Niké) alada pousando sobre
os remos de uma galera.
A figura, descoberta na ilha de Samotrácia, em 1863, é
representada em pose de grande elasticidade e elegância e
traja magníficas vestes bouteantes.
Erigida por volta de 200 a.C. sobre uma piscina rochosa, foi feita
para ser vista de baixo e obliquamente; hoje encontra-se
dramática e apropriadamente colocada no topo da escadaria
principal do Louvre.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (SÉC. IV a.C.)