Antiguidade Clássica: GRÉCIA BIBLIOGRAFIA
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Antiguidade Clássica: GRÉCIABIBLIOGRAFIA
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Cariátide
(Erecteion, Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Na península helênica, um novo componente
étnico modifica e caracteriza
progressivamente a cultura da proto-história
mediterrânea.
A crescente infiltração de povos provenientes
do norte (dórios) determina, em contrapartida,
a migração dos povos helênicos da costa
ocidental para o Oriente: a Ásia Menor
converte-se, assim, no centro da cultura jônica,
sempre imbuída de um cálido sentimento da sempre imbuída de um cálido sentimento da
natureza e sensível a todas as modulações
afetivas, o que a torna sutilmente antitética ao
severo rigorismo formal, à tendência ao
simbólico e ao abstrato, própria da tradição
dórica, que domina o período dito medievo
helênico, entre os séculos XII e IX a.C.
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
A primeira civilização a se estabelecer no mundo grego nasceu em Creta e
floresceu de 2700 a 1400 A.C. Os cretenses dominavam os metais e
constituíram uma civilização que chegou ao mar Egeu vindo do Oriente
Próximo. O período faz parte da chamada Idade do Bronze.
Palácio de Cnossos (Creta, 1650 a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIACRETA (3000 a 1400 a.C.)
Por volta de 2000 a.C. construíram grandes palácios, entre os quais o mais
famoso foi o de Minos em Cnossos.
Apesar do domínio de metais preciosos, sua arte é antes de tudo prática e
utilitária, destacando-se a cerâmica, a pintura decorativa, pequenas
esculturas naturalistas e o trabalho de gravação de pedras preciosas e
metais.
Palácio de Cnossos (Creta, 1650 a.C.)
Vaso com desenho de polvo (1500 a.C.) cerâmica; 28 cm
O palácio de Cnossos ergue-se sobre uma ampla
esplanada, sem muralha de defesa, e desenvolve-
se à volta de um grande pátio lajeado rodeado de
pórticos. Dá acesso a este pátio uma porta
monumental com colunas provavelmente, possível
origem do propileu pelo qual se chega às acrópoles
gregas.
À volta do pátio dispõem-se quartos retangulares,
chegando-se a eles por estreitos corredores em
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Palácio de Cnossos (1650 a.C.)
chegando-se a eles por estreitos corredores em
cotovelo. Na parte nobre, situam-se uma sala de
recepção e a grande sala do trono, caracterizada
pela colocação de um trono de pedra e detrás
desta grande sala – a mais decorada do palácio,
encontram-se as habitações privadas – algumas de
dois andares - , e entre elas, as destinadas às
mulheres da corte, formando uma série de
pequenas câmaras retangulares para as quais se
evita a linha reta na localização das portas.
Palácio de Cnossos (1650 a.C.)
1. Vestíbulo Ocidental
2. Corredor da procissão
3. Propileu sul
4. Pátio central
5. Propileu norte
6. Sala das pilastras
7. Sala do trono
8. Grande escadaria
9. Salão da colunata
10. Salão dos machados duplos
11. Salas do mégaron da rainha
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Um palácio cretense compõe-se
de um complexo conjunto de
dependências, verdadeiramente
labiríntico, o que talvez tenha
dado origem à lenda do Labirinto
de Creta, devido ao herói Teseu e
ao Minotauro.
Palácio de Cnossos (Vista parcial dos aposentos
reais da ala leste do Palácio de Minos).
As colunas vermelhas com seus capitéis
negros acolchoados, que sustentam a
escadar são reconstruções em concreto
das colunas originais de madeira.
Os aposentos desta área parecem
apartamentos particulares; salas de
recepção, dormitórios, salas de banho
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
recepção, dormitórios, salas de banho
e dependências sanitária foram
identificados.
Nos palácios cretenses, todos os elementos arquitetônicos eram pintados em cores
vivas. Acrescentavam-se também elementos decorativos, em especial rosetas e
placas com relevos imitando tapeçaria, além de decoração pictórica.
A cobertura é arquitravada. Quando eventualmente se emprega a abóbada, esta é
falsa. Nos palácios cretenses a cobertura deixou de ser de madeira, e a sua forma
influiu na formação do friso dos entablamentos que se apoiavam nos suportes.
A Sala do trono de Cnossos está situada no lado ocidental do pátio
central. O aposento está equipado com bancos de pedra ao longo
das paredes e um trono alto de espaldar elevado de alabastro.
Terraços, janelas e clarabóias servem para a iluminação. Completam
o conjunto do palácio moinhos, fornos de pão, celeiros, estábulos,
amplos armazéns, sistemas de condução de águas e esgotos, etc.
Junto aos palácios existem grandes espaços que deveriam servir para
jogos.
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Palácio de Cnossos: Sala do Trono (1650 a.C.)
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
As pinturas, mostrando grifos numa paisagem, são
restaurações modernas baseadas em fragmentos achados nas
escavações. A decoração da sala do trono pertence a um
período tardio do palácio.
Palácio de Cnossos: Sala do Trono (1650 a.C.)
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Palácio de Cnossos (1650 a.C.). Relevo pintado de cabeça de touro, 44 cm.
Palácio de Cnossos (1650 a.C.). Afresco.
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Casa em Delos
1. Pátio com peristilo
2. Sala de recepções
3. Quartos
4. Poços
5. Latrinas
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
As pinturas, esculturas, vasos e objetos de luxo eram feitas por artistas (artesãos cretenses).
A arte, para os gregos, sempre teve um sentido utilitário, sendo difícil diferenciar o artista do artesão.
Vaso com desenho de polvo (1500 a.C.) cerâmica; 28
cm. Museu de Heráclion, Creta.
Este pequeno frasco, do tipo camado taça de alça em
estribo, foi encontrado em Palicastro, a leste de
Creta.
É um belo exemplar do estilo marinho empregado na
pintura de vasos cretenses.
A superfície é pintada com a representação de um
polvo que nada entre algas, coral e conchas; um
naturalismo vivo é combinado com excelente senso
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
decorativo.
O conviva de banquete
(séc. VI a.C. Bronze) Museu Britânico
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Idade do Bronze
Por volta de 3000 a.C. são encontrados vestígios de utensílios de bronze e fornos para sua
fundição. Neste período, a ocupação do litoral tornou-se evidente, com vilas costeiras e
ancoradouros. Surgiu um sistema de escrita ainda sem tradução.
Após 2100 a.C. grandes palácios começaram a ser construídos, denotando um certo grau de
unidade política. Com registros escritos, unidade política e possivelmente um exército (e
uma armada), caracteriza-se o início da civilização minóica.
A Deusa das Serpentes (1600 a.C. Bronze). Faiança: 29,5 cm.
Museu de Heráclion, Creta.
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Esta estatueta, de uma mulher que segura serpentes
nas mãos, foi achada no Palácio de Cnossos.
Não se sabe ao certo se pertence a uma deusa, uma
rainha ou uma sacerdotisa.
A vestimenta é típica da mulher cretense da corte,
com seios desnudos, cintura fina e longas saias de
babado.
Círculo Tumular de Micenas (séc. XIV a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIAMICENAS (2000 a 1200 a.C.)
O primeiro povo de língua grega ocupou o continente por volta de 2000. O que se
conhece de sua arquitetura resume-se a fortificações e túmulos descobertos em
escavações no final do século XIX.
A partir de 1400 a.C., os micênicos conquistam Creta e o conjunto dos mares
Egeu e Mediterrâneo, até a chamada Idade das Trevas, em que há o colapso da
civilização grega.Portal dos Leões (Cidadela, Micenas, 1250 a.C.)
O grande período do mundo micênico inicia-se por volta de
1400 a.C., na época em que se acredita tenha sido destruído o
palácio de Cnossos. Nessa data os micênicos dominavam o
Egeu, tinham relações comerciais com o Mediterrâneo oriental
e ocidental, com a Europa central, e estavam estabelecendo
colônias em toda sua área de influência.
A Grande Porta do Leão em Micenas, que é a entrada principal
da cidadela, é o primeiro exemplar de escultura monumental
ligada à arquitetura encontrado no mundo grego. Como vimos,
não havia escultura monumental no mundo minóico, mas aqui a
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
não havia escultura monumental no mundo minóico, mas aqui a
entrada majestosa, com suas enormes vergas de pedra, é
emoldurada por um relevo que mostra dois leões
heraldicamente ladeando uma coluna e o entablamento.
Os leões e a coluna têm caráter minóico, mas a escala da
concepção arquitetônica é micênica.
Portal dos Leões (Cidadela, Micenas, 1250 a.C.)
As grandes cidadelas de Micenas,
Tirinto e outras adquiriram no séc. XIV
a sua forma atual. Os locais são
caracterizados pelas maciças muralhas
defensivas construídas em torno ao
palácio real, para servir de refúgio em
caso de perigo.
Essas muralhas eram feitas de grandes
blocos quadrados de alvenaria comum,
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
Portinhola da cidadela: vista do interior (Micenas, 1250 a.C.)
blocos quadrados de alvenaria comum,
ou de enormes blocos de talho irregular
cuidadosamente encaixados para dar a
aparência de uma superfície nivelada;
os gregos clássicos acreditavam que os
Cíclopes haviam construído as
muralhas, e não sem razão.
Em Tirinto, "as muralhas mais ciclópicas
de toda a Grécia" chegavam a ter 17,5
m de espessura.
Pela arquitetura, pode-se fazer uma maior
diferenciação entre as artes cretense e
micênica. Os palácios cretenses não são
fortificados e há rica ornamentação pictórica.
Tanto na arquitetura cretense como na
micênica, a pedra é o material preferencial.
Algumas vezes em grandes blocos desbastados
ou, em outras, finamente talhados, são
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
Gla: Ruínas do Palácio (séc. XIII a.C.)
ou, em outras, finamente talhados, são
retiradas das pedreiras por meio de cunhas de
madeira.
Os blocos eram colocados irregularmente,
ainda que, em alguns casos, encontremos
paredes regulares com blocos dispostos em
fiadas, com emprego, por vezes de ligaduras
de bronze. Empregava-se também a taipa ou
terra, com reforços de madeira, utilizando-se,
como no Egito, terra ou barro líquido como
aglutinante.
Tirinto é o mais bem preservado, e só o andar térreo pode ser visitado.
O traço mais característico é o mégaron, uma forma de casa cujas
origens remontam ao continente grego e à Anatólia.
Um mégaro, geralmente, comporta três elementos: um pórtico aberto
com colunas sustentando a entrada, uma antecâmara e uma sala
principal, retangular, com lareira central, que era a sala de recepção e
a sala de estar; o teto do mégaron era sustentado por quatro colunas.
Em Tirinto o acesso ao mégaron era feito através de uma série de pátios
e entradas com colunatas, ou propileus; o pátio principal era rodeado de
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
colunatas. O plano geral aproxima-se mais da Grécia clássica do que
qualquer coisa observada em Cnossos ou outras regiões de Creta.
Os Túmulos de Lajes Levantadas são uma série de
sepulturas retangulares talhadas na rocha, com
paredes de cascalho, teto de madeira e lajes de
pedra. No séc. XIV a.C., quando foram construídas
as maciças muralhas de Micenas, as sepulturas
foram encerradas por círculos de lajes de pedra
verticais unidas. As sepulturas, especialmente as
do Círculo de Schliemann, eram carregadas de
preciosidades, o que leva a crer pertencessem à
casa real de Micenas.
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
Círculo Tumular de Micenas (séc. XIV a.C.).
casa real de Micenas.
Sabemos pouco sobre a cidadela em que esses
micênicos viviam, pois as muralhas e o palácio de
Micenas pertencem a uma fase posterior, mas sua
presença faz-se viva entre nós através das
impressionantes máscaras mortuárias em ouro,
encontradas sobre o rosto dos homens.
Apesar de saber que estes homens viveram muito
antes dos senhores aqueus da epopéia homérica,
eles nos são mais familiares do que os minóicos.
Seu caráter guerreiro, seu amor à caça, refletidos
com tamanha clareza no conteúdo dos túmulos,
lembram os heróis de Homero.
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
Círculo Tumular de Micenas (séc. XIV a.C.).
Diâmetro de 27,5m. O duplo muro circular foi erguido a fim de encerrar os túmulos de lajes levantadas na dinastia dos reis micênicos, sepultados entre 1600 e 1500 a.C.
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
Túmulos Tolos: Tesouro de Atreu (Micenas, 1300 - 1250 a.C.)
Antiguidade: CRETA
Período Micênico (1450 - 1200 a.C.)
Tesouro de Atreu: vista do exterior (Micenas, 1300 - 1250 a.C.)
Lâmina da adaga de bronze (séc. XVI a.C.), Museu Nacional de Atenas. Ouro, prata e nigela em cobre.
Antiguidade: CRETA
2700 a 1400 a.C.
Os objetos encontrados nos Túmulos de Lajes Levantadas são os bens pessoais dos mortos. Os homens são
enterrados com suas armas, ricamente decoradas, e recipiente de metal precioso; as mulheres usavam jóias
extravagantes e tinham recipientes de ouro e prata para seu uso particular.
A arte dos Túmulos de Lajes Levantadas pode ser considerada minóica no mesmo sentido que a arte romana
é grega. Os micênicos empregavam artistas cretenses, mas encomendavam temas e decorações de acordo
com seu gosto. Supõe-se que um artista cretense tenha vindo ao continente decorar a belíssima adaga
marchetada. A cena, de ouro, prata e esmalte negro aplicados a uma lâmina de cobre presa à adaga,
representa um episódio em que quatro soldados e um arqueiro combatem um leão que já abateu um deles.
É uma cena de ação vigorosa, ainda que exagerada, e deve ser obra de um excelente artista cretense. A
prosperidade permitiu aos senhores de Micenas empregarem o melhor do talento cretense em todos os
ramos das artes, e desta maneira satisfazer sua admiração pelas artes e ofícios de uma civilização superior.
Usamos aqui como período clássico a denominação mais comumente
utilizada, referindo-se a gregos e romanos.
Do ponto de vista da produção material, o período se baseia no trabalho
escravo e nas lutas de captura e dominação. Para a arte, a definição se
amplia, por que é nesse período que o homem desenvolve os métodos de
representação da forma humana e da natureza, e acredita que as formas
mais elevadas do espírito podiam ser expressadas na perfeição da forma
humana, baseada na harmonia e na proporção.
No mesmo período, se desenvolvem a matemática, a geometria, a música,
a filosofia e, entre outras, a base do alfabeto ocidental moderno.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAFORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
“Aqueles que trabalham num nível superior, os destinam à agricultura e ao
comércio... Aqueles que, porém, são capazes de uma vida digna, os
obrigavam a que se ocupassem da hípica, dos ginásios, da caça com os cães
e da filosofia”
O conhecimento sobre o período remonta aos textos dos filósofos e
pensadores, principalmente de Aristóteles, preservados pelos árabes e
retomados pela Igreja no século IV (Patrística) e revisto no século XII
(Escolástica). A arte e a arquitetura clássica foram redescobertas em
diversas escavações, destacando-se Pompéia e Herculano (romanas) no
séc. XVIII; e diversas outras em território grego.
Templo de Netuno (Pesto, séc. II d.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Desenvolvimento da Civilização Grega
(1000 a 800 a.C.)
Expansão Grega
(séc. VII a.C.)
As Cidades-estado
(séc. VI a V a.C.)
O Mundo Helenístico
(séc. IV a.C.)
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Costuma-se dividir o desenvolvimento histórico da arte grega em três períodos:
Arcaico, do século VII ao fim do VI a.C.;
Clássico, até a metade do IV a.C.;
Helenístico, até a metade do século I a.C.
Essa divisão esquemática reflete o tradicional conceito evolucionista, segundo o qual o período clássico
deveria ser considerado como o momento do apogeu, precedido por uma fase de preparação ou de
progresso e seguido por outra de declínio ou dissolução. Cada situação histórica deve ser avaliada no seu
significado próprio e não somente em relação a outras. Todavia, a fase central, dita clássica, produziu obras
de tão alto nível que podem ser consideradas pela posteridade como exemplos de perfeição absoluta,
podendo pois constituir o fundamento de uma teoria da arte ou da estética.
Koré
(Museu de Acrópolo; Atenas; 150 cm; 530 a.C.).
Vitória de Samotrácia
(Museu do Louvre; 245 cm; 200 a.C.).Cariátides
(Erecteion, Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Durante o período das Trevas, outros povos de língua grega
invadem a região da antes dominada por Micenas, atingindo
Creta e a costa da Ásia Menor (invasão Dória).
Este é o chamado período Heróico, em que se dão as guerras
reais e mitológicas retratadas por Homero na Ilíada. Diversas
revoluções derrubam o sistema monárquico e instalam o
poder da Aristocracia.
A arte da cerâmica é o principal produto artístico do período
e surge uma ornamentação abstrata com motivos
geométricos.
Antigüidade Clássica: GRÉCIADESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇÃO GREGA (1000 a 800 a.C.)
geométricos.
A lamentação pelo morto
Museu Arqueológico de Atenas; 155 cm; 700 a.C.).
Nas cerâmicas, a configuração dos vasos apresenta curvaturas suaves e
a decoração, cromaticamente severa, é quase matemática na medição
rigorosa dos intervalos entre os desenhos.
Com a combinação das duas componentes, dórica e jônica, tentou-se
explicar a coexistência, na grande arte grega, de uma abstrata
exigência a priori de ordem, simetria e proporção, e de uma sempre
renovada, às vezes impetuosa e dramática, experiência de vida. Na
verdade, da fase arcaica à clássica, e desta à difusão das correntes
helenísticas, o desenvolvimento histórico da arte é inseparável do
desenvolvimento da cultura e da consciência política do povo helênico.
Antigüidade Clássica: GRÉCIADESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇÃO GREGA (1000 a 800 a.C.)
desenvolvimento da cultura e da consciência política do povo helênico.
A lamentação pelo morto
Museu Arqueológico de Atenas; 155 cm; 700 a.C.).
A expansão do comércio cria uma nova classe de
comerciantes abastados, sem voz ativa no governo. Há
também insatisfação entre os lavradores-camponeses.
Nessas condições, novas guerras e revoluções tiram os
aristocratas do poder e emerge o domínio dos tiranos nas
cidades-estado.
As artes, antes apoiadas pela aristocracia, passam a
representar o poder dos comerciantes.
Em Atenas, há um grande estímulo às realizações
artísticas.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAESPANSÃO GREGA (séc. VII a.C.) – Período Arcaico
artísticas.
Os irmãos Cleóbis e Biton
(Polímedes de Argos; 216 cm; 615 - 590 a.C.).
A Guerra de Peloponeso destruiu as cidades-estado,
minando a fé no culto aos deuses.
As artes passam a expressar o individualismo crescente,
refletindo-se no crescimento da arte do retrato, o
figurativismo e o luxo.
Com o declínio das cidades-estado, muitos artistas
gregos para os países vizinhos, dominados por povos
bárbaros.
Antigüidade Clássica: GRÉCIAAS CIDADES-ESTADO (séc. VI e V a.C.) – Período Clássico
Hermes e Dionísio (Museo Arqueológico de Olímpia; 230 cm).
De Praxíteles, Original descoberto nas escavações do heraion de Olímpia, em 1877.
A tirania foi seguida da chamada democracia ateniense.que suportou
às guerras persas.
É o período dos pré-socráticos, que se caracteriza pela reflexão
filosófica sobre a natureza. O princípio constitutivo de todas as coisas.
É o período da matemática cujas maiores expressões são Tales de
Mileto e Pitágoras.
A principal expressão da arte, nesta fase, são as construções de
Péricles na Acrópole.
No século VIII A.C., as cidades-estado (pólis) dominadas
Antigüidade Clássica: GRÉCIAAS CIDADES-ESTADO (séc. VI e V a.C.) – Período Clássico
No século VIII A.C., as cidades-estado (pólis) dominadas
pela aristocracia experimentam um período de
prosperidade, expansão comercial e colonização do
Mediterrâneo.
Nas artes, aparecem os primeiros monumentos, a
construção de templos, grandes estátuas, a figura
humana volta a ser tema da arte representativa, e se
desenvolve definitivamente o que hoje chamamos de
Arte Clássica.
Discóbolo (Museo Nazionale Romano; 155 cm).
Estátua de um atleta lançador de disco, de autoria do escultor grego Miron. O bronze original, que deve datar de cerca de 450 a.C, está perdido, mas sobrevivem diversas cópias romanas em mármore.
Desde seu primeiro aparecimento no âmbito da civilização mediterrânea, a
sociedade grega se funda no pensamento de um perfeito equilíbrio entre
humanidade e natureza: nada existe na realidade que não se defina ou tome
forma na consciência humana. Aristóteles explicará que o primeiro estágio da
"política" é a família (oikía), o segundo é a aldeia (koinè), o terceiro é a
cidade (pólis). As próprias leis do Estado têm seu fundamento nas leis
naturais; e "natural" é o fundamento da lógica e da ciência, da moral e da
religião. Mas nem por isso a vida é equilíbrio imóvel, estagnação; é antes
aspiração contínua a uma condição ideal, de perfeita liberdade "natural“.
Por esse ideal de liberdade a Grécia combaterá longamente o império persa,
última forma do obscuro despotismo asiático; e essa longa luta histórica nada
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
mais será do que o resultado da mítica luta de liberação da consciência dos
opressivos terrores do mundo pré-histórico e proto-histórico, com suas
ameaçadoras potências sobrenaturais.
Dessa contínua luta, mítica e histórica, pela libertação da consciência e pelo
límpido conhecimento do real, a arte figurativa é, mais ainda do que um
testemunho, um fator essencial.
Cabeça de arqueiro em traje cita
Frontão ocidental do templo de Afaia, em Égina, 490. a.C.. Glyptoteke, Munique.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Guerreiro Agonizante
Frontão oriental do templo de Afaia, em Égina, 490. a.C.. Glyptoteke, Munique.
Concebida como o mais puro e perfeito dos fenômenos naturais, revela na clareza de suas formas a
forma ideal da natureza na sua essência universal, que está além de qualquer contingência acidental.
Nesse sentido, tem uma função ativa ou construtiva: alia-se ao pensamento dos filósofos e ao gênio
inspirado dos poetas na busca de uma verdade que não está além, mas dentro das coisas e que não se
alcança ultrapassando a experiência, mas aprofundando-a e esclarecendo-a.
Explica-se também assim o que, aos nossos olhos, poderia parecer um limite da arte clássica: o fato de
eleger quase como único objeto a figura humana. Essa é de fato considerada, entre todas as formas
naturais, a mais próxima do ideal, a mais livre das contingências acidentais. Nela vê-se como a
civilização, interpretando os significados profundos da natureza, idealiza suas formas.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Com o termo clássico, relativamente recente, os teóricos dos séculos
XVIII e XIX indicaram, de fato, a perfeição da forma artística, seu caráter
de universalidade, a eternidade do seu valor. A forma artística é dada
como absoluta e universal quando implica e exprime um conceito total
do mundo. Como o conceito do mundo que encontra na arte sua
expressão total é o de determinado momento da civilização grega, a
universalidade da arte clássica não é uma qualidade supra-histórica,
mas identifica-se com a sua historicidade.
Diremos, pois, que talvez em nenhum outro período a arte tenha
expressado tão plenamente a realidade histórica, no seu conjunto,
como no período dito clássico da arte grega. É claro que a arte clássica
Zeus
(Museu Nacional de Atenas; 209 cm; 460 a.C.).
Encontrado em 1926.
como no período dito clássico da arte grega. É claro que a arte clássica
não poderia ser plenamente a expressão da realidade histórica se o seu
desenvolvimento não atuasse como desenvolvimento histórico, ou seja,
se a obra do artista não fizesse pressupor uma lúcida consciência da
experiência do passado e da finalidade à qual aspira.
A arte clássica tem, pois, seu fundamento no passado e visa à perfeição
absoluta. Portanto, o trabalho do artista aparece sempre ligado a um
interesse teórico, programático, que encontra às vezes sua expressão
em cânones ou leis formais.
Zeus
(Museu Nacional de Atenas; 209 cm; 460 a.C.).
Encontrado em 1926.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
O tema ou o conteúdo fundamental da arte clássica é o mito: nem por isso,
contudo, pode-se considerá-la sagrada ou religiosa como será, por exemplo, a
arte cristã da Idade Média. As imagens dos deuses e dos heróis gregos não
têm a finalidade de instruir o fiel ou de incitá-lo à devoção. Menos ainda elas
se autoproclamam sagradas, materializações do divino. Kerényi explicou que a
religião grega não nasce como revelação, mas como a lenta formação do mito
mediante o relato verbal, escrito ou figurado das antigas sagas sobre as
origens do mundo e os primeiros eventos do gênero humano.
As representações poéticas ou plásticas não dependem pois de um sistema
teológico, e menos ainda de uma concepção teórica da ordem social; são elas
que, transmitindo as antigas crenças e suas variantes de um povo a outro, dão
ao sentido do divino e do sagrado aquela forma sensível que é o mito. A
própria religião, portanto, não é mais imposta de cima com a autoridade de
um soberano e de uma casta sacerdotal, mas vem de baixo, como expressão
de um ethos popular.
Laocoonte e seus filhos
(Museu Pio Clementino, Vaticano; 242 cm; 175 a 50 a.C.).
O grupo representa a terrível cena que é também descrita na Eneida, de Virgílio: o sacerdote troiano Laocoonte advertiu seus compatriotas para não aceitarem o cavalo de madeira onde se escondiam os soldados gregos. Os deuses, vendo contrariados os seus planos de destruição de Tróia, enviaram duas gigantescas serpentes-do-mar que envolveram o sacerdote e seus dois infelizes filhos em seus anéis e os estrangularam. É uma das histórias de absurda crueldade perpetrada pelos deuses olímpicos contra pobres mortais, muito freqüentes nas mitologias grega e latina.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Sendo a própria expressão da pólis, não é uma lei imutável, mas tem seu
desenvolvimento histórico. Dos mais antigos mitos proto-históricos, ctônicos,
que exprimem o temor reverencial dos homens diante das forças incontroláveis
do cosmo, passa-se aos mitos olímpicos, que exprimem a harmonia alcançada
entre os homens e a natureza agora amiga.
Os novos deuses, que vemos com freqüência representados em luta contra
uma precedente geração divina composta de gigantes e monstros (a Górgona,
as Fúrias, os Gigantes, os Titãs etc.), são as imagens ideais de atividades ou
virtudes humanas: a sabedoria e a cultura (Atena), a poesia (Febo), a beleza
(Afrodite), a habilidade nos negócios (Hermes), o valor guerreiro (Áries), a
autoridade (Zeus). E uma esplêndida legião de semideuses, ninfas e heróis tece
uma comunicação contínua entre o mundo dos imortais e o dos mortais: nada
mais, nada menos do que a imortalidade (isto é, a libertação da morte, a única
negada aos homens) é o privilégio da natureza divina. Justamente por isso a
divindade é uma humanidade ideal, a forma absoluta de uma existência que na
terra é limitada e relativa.
A atitude dos homens diante do divino é mais de admiração que de devoção.
Outro grande estudioso da mitologia grega, Walter Otto, afirma: "Essa religião é
tão natural que nela não há lugar para a santidade".
Niké
(Museu Arqueológico de Olímpia; 215 cm; 425 a.C.).
Encontrado em 1875, em Olímpia.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Os gregos não aspiram à transcendência, seus deuses têm uma
existência semelhante à dos homens e nem sempre é exemplar. Mas
é feliz porque não obscurecida pelo pensamento da morte inevitável.
Eles gostam de descer do seu céu à Terra, que afinal era apenas um
monte: homens privilegiados podem encontrá-los num bosque ou
numa fonte. Nada havia nisso de milagroso. O deus dos hebreus, para
dar a vitória ao seu povo, parava o sol e separava as ondas do mar. Os
deuses do Olimpo, conta Homero, socorriam seus protegidos
tornando-lhes os membros mais ágeis, a corrida mais veloz, a mente
mais aguda, ou seja, intensificando suas qualidades humanas e
Suplício de Dirce
(Museu Arqueológico Nazionale, Nápoles; 370 cm.).
Cópia romana de original grego.
mais aguda, ou seja, intensificando suas qualidades humanas e
elevando-as a um grau "heróico".
Se o divino é apenas um "humano” perfeito, uma vida sem a morte, a
arte manifesta o divino na perfeição da forma humana; e a perfeição
é justamente a lei da harmonia (a proporção), que garante a
identidade de essência e aparência. Na arte clássica não há distinção
entre o belo natural e o belo da arte; é esta que descobre e revela, ou
antes intui, o belo natural. Toda vez que, nas sucessivas culturas
clássicas, se exaltará o belo natural, aludir-se-á a uma lei de harmonia
natural revelada pela arte clássica.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
Afrodite e Dione
Grupo de Fídias no frontão oriental do Partenon
(Museu Britânico, Londres; 120 cm).
O princípio da arte como mimese ou imitação não contradiz o conceito da arte como invenção do belo: mimese
não é a cópia do que o artista vê, mas confronto e escolha de partes belas para alcançar a recomposição de um
conjunto belo, ou seja, de natureza não mais empírica, mas ideal. A posse de uma teoria, quase poderíamos dizer
de uma ciência da arte, muda profundamente a posição social do artista.
Ele não é mais, como na Ásia ou no Egito, um servo que opera segundo as ordens de um soberano despótico e
segundo as regras de uma rígida ritualidade. É um cidadão que exerce uma profissão livre, o depositário de uma
cultura estética e técnica que a sociedade reconhece ser necessária; é o intérprete dos "grandes valores ideais
sobre os quais essa sociedade conscientemente se funda. Qualquer cidadão pode encomendar ao escultor uma
estátua, ao pintor um quadro, para "dedicar" e colocar num local público. Os monumentos que surgem nas
cidades gregas não são mais o testemunho visível da autoridade, mas a história do Estado.
Antigüidade Clássica: GRÉCIA
O cânon se refere, para a arquitetura, às relações métricas entre
as partes e entre cada parte e o todo; para a escultura, às
dimensões relativas das partes da figura humana. O cânon não
é, contudo, uma constante iconográfica ou um tipo de imagem a
ser repetido uniformemente, mas um sistema de proporções
entre as partes e das partes com o todo: nesse sentido reflete o
conceito helênico da realidade como relação harmônica de
partes e da existência individual como relação do homem com a
natureza, a sociedade, o divino. O cânon, enfim, não limita a
liberdade do artista mais do que as regras métricas possam
limitar a liberdade expressiva do poeta.limitar a liberdade expressiva do poeta.
Deve-se distinguir nitidamente o conceito de clássico do
conceito de classicismo: este se aplica aos períodos em que a
arte clássica é assumida como modelo e imitada. De fato, o
classicismo, assumindo como modelo a arte do passado, não
somente implica a desconfiança na capacidade da arte de
exprimir a realidade histórica presente, mas também, reduzindo
a arte à imitação de modelos históricos, anula o valor da
criatividade que é próprio da arte clássica.
Partenon (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIA
Partenon (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
A principal dificuldade, no estudo da arquitetura grega, reside no fato de
grande parte da nossa cultura e sobretudo do nosso modo de entender os
valores artísticos resultar precisamente dos gregos; é por isso que vemos a
arquitetura grega sob uma perspectiva especial e não conseguimos manter
uma atitude neutra relativamente ao todo objetivo, devido à dificuldade
que sentimos em separar a realidade da arquitetura grega, na sua época,
das enormes consequências que dela resultaram.
Por outro lado, o valor determinante da experiência grega não depende
apenas dos resultados específicos obtidos, mas principalmente do
enquadramento conceItual que semelhante experiência adquire pela
Museu do Índio (Campo Grande-MS, 2002.)
primeira vez, e que depois se mantém estável durante muito tempo.
As atividades a que se costuma chamar artísticas - abrangendo
simultaneamente o seu aspecto manual e o seu significado ideal - são pela
primeira vez consideradas funções autônomas, emergentes das exigências
rituais, celebrativas e iconográficas; para além da idealização e da execução,
o valor utilitário e o valor contemplativo dos objetos produzidos são
considerados interdependentes e não se designam com duas
nomenclaturas distintas, mas sim com uma série de vocábulos que abarcam
globalmente cada um dos sectores : arquitetura, pintura, escultura, etc. e
resumem-se num único termo genérico: techne, em Latim ars.
Antiguidade Clássica: GRÉCIA
Estas funções dizem respeito às capacidades naturais do homem,
independentemente de qualquer limitação social. A arquitetura e as
outras artes são profissões liberais, como dizemos hoje; os artistas são
intelectuais, os seus nomes foram-nos transmitidos devido à sua
reputação e a sua capacidade apresenta-se como uma prerrogativa
pessoal que não tem nada a ver com o lugar e a classe de onde provêm; ao
analisarem as origens desta capacidade, os Gregos têm tendência para
subestimar a instrução e a experiência, salientando as faculdades inatas e
o temperamento individual.
Ordem dórica: Partenon (Atenas, séc. V a.C.)
Todas estas causas vão permanecer doravante na tradição cultural clássica
e europeia e aceitam-se como dados adquiridos - ainda que com
significado variável - a autonomia e a dignidade desta ordem de
experiências; o projetista medita sobre a natureza do seu trabalho e o
projeto enriquece-se com elementos racionais que a partir desse
momento não mais poderão ser eliminados.
Ordem Jônica: Erecteion (Acrópóle - Atenas, séc. V a.C.)
Nos séculos VIII e VII a.C. (Desenvolvimento da Civilização Grega),
a Grécia assistiu a um revivalismo das artes, após o chamado
«Período das Trevas), que começou no século XII a.C., depois do
colapso da civilização micênica. Desde estes tempos remotos que
predominava um tipo específico de construção: o templo.
Um templo era considerado a morada de um deus e esta variava
de acordo com as preferências e as tradições locais. No início, o
templo era constituído por uma única sala ou cabana e as paredes
eram de tijolos secos ao sol. No exterior ficava o altar, destinado a
sacrifícios de animais.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAARQUITETURA PRIMITIVA
sacrifícios de animais.
Pouco a pouco, as colunas foram surgindo no interior destes
edifícios e, em seguida, marcaram o seu lugar nas fachadas. Por
último, no fim do século VII a.C., o corpo principal do santuário era
totalmente rodeado por uma única fila de colunas.
O peristilo era exclusivo da arquitetura grega e seria uma das suas
principais características.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAARQUITETURA PRIMITIVA
A Construção da Cobertura
Na arquitetura grega, os lintéis de madeira (vigas horizontais) serviam de suporte a pesadas vigas transversais, que serviam de apoio a contrafortes e a vigas inclinadas.
Os vãos não podiam ser grandes, a menos que se erguessem colunas no interior. Mais tarde, os elementos de madeira passariam a ser de pedra.
A arte grega baseava-se na matemática, para o
que muito contribuíram as descobertas de
Pitágoras (c. 580-500 a.C.). Para ele, os números
eram uma expressão da linguagem fundamental
que ligava os homens e os deuses.
Os Gregos consideravam que, quando os rácios e
as proporções eram devidamente aplicados quer
às plantas baixas quer às elevações, o resultado
Antiguidade Clássica: GRÉCIAO TEMPLO: Formas e Elementos
poderia ser a beleza, a perfeição e a symmetria
(não a simetria tal como a entendemos, mas um
equilíbrio perfeito das partes).
A unidade-padrão de medida para alcançar a
symmetria era o módulo, que era igual ao
diâmetro ou a metade do diâmetro de uma
coluna na base do fuste.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAO TEMPLO: Formas e Elementos
Embora a planta básica do templo tivesse evoluído por volta do fim do século VII a.C.
(Expansão Grega), as suas formas e os seus elementos pouco ou nada se alteraram.
O objetivo dos Gregos era aperfeiçoar os seus edifícios de todas as maneiras possíveis,
mas fizeram-no lentamente e sem alterar as componentes essenciais – peristilo,
pórtico, pronaos, naos e opistódomo.
Planta BásicaDíptero Pseudodíptero
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS
Mas os gregos vão mais longe, pelo caminho do intelectualismo, e concebem a arquitetura, tal como as
outras artes, quase sob a forma de ciência. Daqui resulta a própria distinção entre as artes: arquitetura,
pintura, escultura, etc., que são consideradas não como partes convencionais e variáveis da atividade
humana, mas sim como categorias permanentes e absolutas (o prestígio desta posição perdura ainda nos
nossos dias e confere ao termo «arquitetura» uma solidez que faz que o seu emprego continue a ser natural,
ainda que o seu conteúdo tenha sofrido uma grande alteração).
Pensa-se que, para cada uma das artes, existam certas regras objetivas, análogas às leis da natureza, e que o
valor de cada experiência individual consista na adaptação a elas. No que se refere à arquitetura,
convencio-nou-se então designar estas regras por ordens: ordem dórica, ordem jônica, ordem coríntia.
Esta palavra está carregada de referências ideológicas, vivas até ainda há bem pouco tempo. «"Ordem"», Esta palavra está carregada de referências ideológicas, vivas até ainda há bem pouco tempo. «"Ordem"»,
escreve um autor do século passado, «significa a disposição regular e perfeita de todas as partes que
contribuem para a constituição de um todo belo; a ordem é, portanto, o oposto da confusão». Mas é
justa-mente esta tendência generalizante que impede que as regras funcionem como vínculos mecânicos e
que reduzam a esponta-neidade dos projetistas a uma uniformidade convencional; as ordens arquitetônicas
não são regras materiais, isto é, modelos completamente estabelecidos, mas sim regras ideais que podem
traduzir-se concretamente dos modos mais diversos.
Ordens: dórica, jônica e coríntia.
As ordens são sistemas estruturais
para organizar as partes componentes
do edifício grego.
Desempenharam um papel
fundamental na procura da perfeição
da proporção.
A coluna, o fuste, o capitel e o
entablamento eram medidos e
ornamentados de acordo com um dos
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS
ornamentados de acordo com um dos
três modos: dórico, jônico e coríntio.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS
A comparação mais óbvia pode ir buscar-se à filosofia natural dos gregos.
Todos os homens, por exemplo, pertencem a uma forma ou espécie
comum; na sua qualidade de homens, todos têm as mesmas
características e não pode dizer-se que um seja mais homem do que
outro; ao mesmo tempo, todos os homens são diferentes, porque a
espécie não é um modelo uniforme, mas sim uma regra estrutural que,
aplicando-se sempre a matérias diferentes, pode concretizar-se de
infinitas maneiras.
Do mesmo modo, a ordem dórica não é uma forma sensível, visível com os
olhos do corpo, mas sim uma forma intelectual, visível com os olhos do olhos do corpo, mas sim uma forma intelectual, visível com os olhos do
espírito; entre a forma intelectual e a realização prática existe uma
margem que pode ser preenchida das maneiras mais diversas, e é na
escolha entre todas elas que reside a liberdade dos projetistas; também
aqui a diversidade das realizações é potencialmente infinita, porque
nenhuma imitação sensível ou série de imitações consegue exaurir as
virtualidades contidas no modelo ideal. Não nos interessa todavia discutir
as implicações teóricas deste conceito, mas sim as suas consequências
reais na produção arquitetônicas e nas alterações introduzidas no método
de projeto.
Templos dóricos:
Partenon (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.) e Templo de Ceres (Pesto, séc. VI a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS
Os adjetivos «dórico» e «coríntio» referem-se, como se sabe, às edificações tradicionais de algumas
estirpes gregas; estas edificações são porém estabelecidas e idealizadas para poderem ser utilizadas de
uma maneira geral, mesmo fora dos lugares e dos grupos étnicos de origem. Aparece assim delimitado
um campo comum no qual se estabelece concentrar as energias, selecionando progressivamente os
resultados e isolando por convergência as melhores soluções para os problemas recorrentes, sem que
qualquer solução seja formulada de um modo taxativo - isto é, não se chegam a explicar as formas e as
proporções das ordens através de figuras geométricas perfeitas ou de números exatos - e conservando
sempre uma margem de liberdade de adaptação aos casos particulares.
No templo dórico, por exemplo, existe uma série de problemas típicos: a relação geométrica entre os
diversos elementos da ordem -;- coluna e entablamento -; a ligação entre o ritmo das colunas e o dos
tríglifos, que coloca um problema delicado aos ângulos do friso; a união entre a cornija e o tímpano; as
relações planimétricas entre a colunata periférica e as paredes da cela; o acabamento entre os
paramentos de alvenaria e a chamada parede exterior.
Os projetistas gregos foram selecionando, a pouco e pouco, a multiplicidade das soluções arcaicas e,
sempre que encontravam uma solução convincente, passavam a considerá-la como norma adquirida,
até que uma nova pesquisa viesse deslocar as fronteiras do problema; cada uma destas normas
encerra, por outro lado, um campo de seleção posterior e admite aplicações sempre diferentes e
originais. O controle dos resultados é assim escalonado em diversas fases: com efeito, uma parte das
decisões necessárias à definição de um edifício pode ser desligada do projeto desse caso específico e
formulada de uma maneira geral, ao passo que uma segunda série de decisões admite a passagem da
formulação geral para a aplicação específica. O projetista não terá assim necessidade de recomeçar
sempre os mesmos raciocínios, mas poderá introduzir na sua equação uma série de dados conhecidos
que lhe permitirão concentrar-se nas incógnitas específicas do seu caso.
Propileu (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS
O oposto deste método é a limitação das experiências. De
fato, a referência às regras garante o aprofundamento das
pesquisas num determinado campo, mas dificulta
grande-mente o alargamento do mesmo e provoca uma
espécie de distanciamento entre o projetista e a obra,
porque cada problema se traduz previamente por certos
termos obrigatórios, impedindo a adesão de um modo
despido de preconceitos a todas as oportunidades do tema.
Campos inteiros de pesquisa são assim negligenciados a
priori, especialmente do ponto de vista técnico. As ordens priori, especialmente do ponto de vista técnico. As ordens
arquitetônicas resultam de uma interpretação especial do
sistema construtivo trilítico, que se torna por isso o sistema
obrigatório para a construção de todos os edifícios mais
importantes, se bem que os gregos conheçam também a
abóbada. Na verdade, apenas deste modo os gregos se
sentem antecipadamente seguros da harmonia entre as
exigências estáticas e constituintes.
Propileu (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
A ordem dórica desenvolveu-se nos territórios ocupados pelos Dórios,
uma das duas principais divisões da raça grega.
Tornou-se o estilo preferido do continente grego e das colônias
ocidentais (sul de Itália e Sicília), a chamada Magna Grécia.
O Dórico atingiu o apogeu em meados do século V a.C., e foi uma das
ordens aceites pelos Romanos.
As suas características são a masculinidade, a força e a solidez.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Dórica
Partenon (Atenas, séc. V a.C.)
Templo de Aphaia (Egina, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Jônica
Ao que tudo indica, a ordem jônica desenvolveu-se ao mesmo
tempo que a dórica, embora só se tenha vulgarizado e alcançado a
sua forma final em meados do século V a.C. O estilo prevaleceu nos
territórios jônicos - a costa da Ásia Menor e as ilhas do Mar Egeu.
Templo de Atena Niké (Acrópóle - Atenas, séc. V a.C.)Erecteion (Acrópóle - Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Jônica
A forma da ordem era muito menos definida do que a
dórica e durante muitas décadas subsistiram variantes
locais. Mesmo quando se tornou mais coerente, havia
alternativas aceites.
Inicialmente, as ordens dórica e jônica confinaram-se às
suas regiões de origem, mas pouco a pouco os dois estilos
misturaram-se em alguns edifícios, como nos Propileus, em
Atenas (437-431 a.C.).
Templo de Atena Polias (Priene - Atenas, séc. IV a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Jônica
Aproximadamente um século mais tarde, a ordem jônica
autonomizou-se, com obras-primas como o templo de Atena
Polias em Priene (c. 340 a.C).
Templo de Atena Niké (Acrópóle - Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Jônica
Segundo Vitrúvio, as características principais da ordem jônica eram
a feminilidade, a elegância e a beleza, devido ao fato de ela se
inspirar nas proporções do corpo feminino.
A terceira das ordens gregas foi também a última a surgir. Os
exemplos documentados mais remotos da utilização da ordem
coríntia (no interior) encontram-se no Templo de Apollo
Epicurius, em Bassae (429-390 a.C) e (no exterior) no
Monumento Corégico de Lisícrates, em Atenas (335-334 a.C.).
A ordem coríntia não era um sistema estrutural, como as
ordens dórica e jônica. Era pura e simplesmente decorativo e
distinguia-se quase só pelo seu requintado capitel com
motivos florais. Segundo Vitrúvio, este foi desenhado pelo
escultor ateniense Calímaco, e inicialmente pode ter sido
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Coríntia
escultor ateniense Calímaco, e inicialmente pode ter sido
trabalhado em bronze. Com exceção deste capitel, todas as
outras partes integrantes provinham da ordem jônica.
Pouco a pouco, no período helenístico, a ordem coríntia
começou a desenvolver-se, mas coube aos Romanos
misturarem os elementos e aperfeiçoá-la.
Vitrúvio afirmou que a ordem coríntia imitava a «magreza de
uma donzela»; de um modo geral, é bela e elegante.
Templo de Zeus Olímpico (Atenas, séc. II a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS
Este sistema de controle por meio do qual algumas decisões de caráter
geral substituem um número muito maior de decisões particulares -
que designaremos por controle indireto - origina uma espécie de
economia de pensamento e possibilita uma repartição de forças
altamente rendível. De fato, por meio da combinação de alguns temas
obrigatórios, assegura a colaboração de muitos projetistas, em
diferentes locais e ocasiões, nas mesmas pesquisas, e permite um
estudo muito mais profundo das soluções do que aquele que seria
possível a cada um isoladamente.
Dado que cada um parte de pressupostos já amplamente
comprovados, garante além disso que todas as obras possuam um comprovados, garante além disso que todas as obras possuam um
elevado nível de dignidade, ainda que nem todos os projetistas sejam
personalidades de primeira categoria, isto é, garante um elevado nível
médio da produção geral; por últimoo, fornece aos projetistas e ao
público, através do conhecimento de certas regras aproximadas e
proporções médias, um ponto de referência para realçar ao máximo os
desvios, ainda que mínimos, dessas formas e relações. Tal como
observa G. Scott, «uma convenção formal em arquitetura tem valor,
ainda que imperceptível, visto que está presente no espírito do
espectador e estimula nele a percepção do que de novo existe no
projeto, confere realce e tom ao novo intento».
Templo de Apolo (Pompéia, séc II d.C.)
O aperfeiçoamento das ferramentas tornou possível
talhar as pedras com mais capricho, o que permitia a
sua disposição em camadas perfeitamente regulares.
A armação mais meticulosa chamada isódama, em que
todos os blocos são da mesma dimensão, caindo cada
junta vertical exatamente no meio do bloco da camada
inferior. Os encaixes eram feitos com tanta precisão que
as pedras eram colocadas, umas sobre as outras, sem a
necessidade da intercalação da argamassa.
Antiguidade Clássica: GRÉCIASISTEMA CONSTRUTIVO: Cobertura
Os muros sustentavam-se pela chumbagem com metal,
que fazia a junção dos blocos de uma mesma camada
horizontal, e por meio das cavilhas verticais, que
asseguravam a ligação entre duas camadas sucessivas.
Nos telhados de suas construções, a
madeira era empregada, mas sem a
engenhosidade que hoje possuímos de
fazer com que cada uma de suas peças,
seja solicitada a esforços antagônicos, e
que no fim gera o equilíbrio da estrutura.
Antiguidade Clássica: GRÉCIASISTEMA CONSTRUTIVO: Cobertura
Antiguidade Clássica: GRÉCIASISTEMA CONSTRUTIVO: Cobertura
As peças eram sobrepostas e sofriam todas um único
esforço – o da compressão – o que chegou a definir
aqueles seus sistemas como uma “verdadeira alvenaria
de madeira”.
Muitas vezes, o madeiramento
que recebia as telhas
confeccionadas em terracota ou
porcelana, era aparente, sendo
de notar que as telhas possuíam
recobrimento, despejando as
suas águas sobre calhas de
mármore ou de pedra.
Antiguidade Clássica: GRÉCIASISTEMA CONSTRUTIVO: Cobertura
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Dórica
Partenon (Atenas, séc. VI a.C.), diagrama exagerado da distorção na colunata norte
Desenho 1
Correção das proporções aparentes; do ponto A (ponto de vista), a proporção das imagens em a parece deformada como em b.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Dórica
Desenho 2
Deformação ótica de duas retas paralelas contidas entre duas curvas convexas; no centro, parecem distanciar-se.
Desenho 3
Deformação ótica de duas retas paralelas contidas entre duas curvas côncavas; no centro, parecem aproximar-se.
Desenho 4
Método para a determinação da êntase: a-d, diâmetro da seção
inferior (imoscapo) da coluna.
A perpendicular traçada da circunferência da seção superior
sobre o rebatimento da circunferência do imoscapo no plano
frontal gera um arco de circulo que é subdividido em três partes
iguais; dos pontos de divisão são traçadas outras duas retas
perpendiculares à base.
O encontro das duas perpendiculares com as duas seções da
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Dórica
O encontro das duas perpendiculares com as duas seções da
coluna, iguais em altura, determina os pontos da curva externa
que corresponde ao aumento do diâmetro (ou êntase) da
coluna, que tem o seu ponto máximo a cerca de um terço da
altura do fuste a partir da base.
Desenho 5
Inclinação da coluna e do entablamento do templo grego para
evitar o efeito ótico da queda para a frente da construção.
Desenho 6
efeitos da cor na arquitetura:
a) exemplo de coloração escura da parede
externa e nas métopas para destacar o efeito de
força das colunas e o claro-escuro do
entablamento;
Antiguidade Clássica: GRÉCIAAS ORDENS: Dórica
b) coloração escura nos elementos externos,
hipotética, para obter-se o efeito contrário.
A arquitetura grega atingiu o seu apogeu em meados do
século V a.C (Cidades-estado), um período a que também
se chama Alto Clássico.
Foi nesta época que se construíram alguns dos edifícios
mais imponentes do mundo, o que se deveu em grande
parte à situação política e econômica de então. Os Gregos
tinham finalmente vencido os invasores persas, que
deixaram um rastro de destruição maciça.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ERA DE PÉRICLES
deixaram um rastro de destruição maciça.
A vitória dos Gregos foi exultante e despertou um
sentimento renovado de orgulho patriótico.
Os despojos de guerra foram utilizados para construir
novos e magníficos santuários e o fervor da construção
atingiu o seu auge no tempo de Péricles, o grande
estadista ateniense que governou entre c.444 e 429 a.C.
e que deu o seu nome a todo este período.Acrópole (Atenas, séc. V a.C.)
A primitiva idéia grega de santuário pode ser definida
como um espaço aberto, pontilhado de altares e outras
pequenas relíquias religiosas e cercado por um muro.
Algumas vezes plantava-se um bosque sagrado.
A transformação da Acrópole de Atenas por volta do
século V introduziu um novo tipo de recinto sagrado.
Devido ao constante estado de guerra na Grécia antiga,
quase todas as cidades se dividiam em uma parte baixa
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE
e uma acrópole, palavra que literalmente significa uma
"cidadela (isto é, cidade fortificada) no alto", mas que
passou a se aplicar a qualquer área mais defensável,
fosse uma parte densamente habitada ou uma mera
fortaleza que podia se transformar no último refúgio
durante um cerco.
Acrópole (Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE
Os primeiros exemplos de um Plano arquitetônico datam aproximadamente do ano 600,quando se instalou uma entrada monumental num muro que fechava o Heraion deSamos e se construiu um longo abrigo para peregrinos longe da lateral do templo.
A entrada se situava perto da extremidade leste da parede norte e, assim, oferecia umavisão oblíqua da frente e da lateral do templo - a melhor de todas, considerando anatureza da edificação.
Acrópole (Atenas, séc. V a.C.)
A Acrópole permanecia o centro espiritual de Atenas devido a seus
lugares sagrados, que testemunhavam a função divina de salvaguarda
do Estado. Na Acrópole ficava o altar de Atena e seu templo, o Velho
Templo, cuja complexa história de edificação certamente recua até o
século VII e é bem provável que tivesse um predecessor ainda mais
remoto. A entrada, como as fortificações, ainda era micênica.
Mas os edifícios individuais que transformaram a Acrópole na grande
maravilha da Grécia datam todos da segunda metade do século,
quando Atenas, sobretudo sob a liderança de Péricles, dirigiu para esse
propósito as subvenções anuais de seus aliados que haviam
concordado em contribuir para a defesa mútua contra a Pérsia .
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE
concordado em contribuir para a defesa mútua contra a Pérsia .
Nos primórdios a Acrópole de Atenas não foi exceção. A natureza tinha-
a transformado numa grande extensão de pedra calcária isolada,
inclinada para oeste, único lugar por onde se podia chegar sem precisar
escalar a rocha.
O circuito dos muros micênicos permaneceu durante muito tempo
como a única fortificação do Estado. Mais tarde no século V, quando já
tinha perdido toda a importância militar, os cidadãos continuaram a
referir-se a ela como Pólis, "A Cidade", exatamente como os londrinos
se referem à área antigamente cercada por muros de sua cidade.
Acrópole (Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE: O Partenon
Péricles empreendeu primeiro a construção do
Partenon, um templo dórico, inteiramente de
mármore, dedicado à deusa padroeira da
cidade, Atena.
O arquiteto do novo templo foi Ictino, em algum
tipo de parceria com Calícrates, que é citado em
uma inscrição, provavelmente datada de
meados do século V, como arquiteto de um
projeto no recinto de Niké, perto da entrada da
Athena Parthenos (447 – 432 a.C.)
projeto no recinto de Niké, perto da entrada da
Acrópole. Fídias, além de ser certamente o
escultor da imagem de culto, foi provavelmente
responsável pelo desenho das esculturas na
edificação.
O que Péricles fez foi reviver o conceito dos anos 480, um templo de
mármore dedicado a Atena e respectivo propileu.
As sólidas fundações já criadas para o templo daquele decênio foram
reutilizadas para a lateral sul, mas a nova edificação deveria ser mais
larga, estendendo-se mais próxima do centro da Acrópole. O Velho
Templo, seriamente danificado e remendado para servir como
depósito, deveria ser removido, criando um eixo aberto para a
Acrópole; e o alinhamento do novo propileu adotou esse novo eixo.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE: O Partenon
Acrópole; e o alinhamento do novo propileu adotou esse novo eixo.
Os persas, na invasão de 480, tinham queimado a estrutura do
predecessor inacabado, cuja estrutura permanecia apta para uso.
Esta oferecia uma plataforma inusitadamente alta na parte mais
elevada da Acrópole, perto do muro sul, e requeria apenas um
prolongamento ao norte para acomodar um edifício com suficiente
largura para ser visível da cidade lá embaixo, também por esse lado. Partenon (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
A obra começou em 437 a.C., um ano depois da conclusão da estrutura do Partenon.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE: O Propileu
Propileu (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Propileu (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE: O Propileu
Até o ponto em que foi concluído, consisitia em uma passagem central muito
larga com pórticos que davam para o exterior e o interior, numa série de 5
portais e uma ala externa de cada lado em ângulo reto com uma colunata de
frente para a entrada.
Erecteion (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE: O Erecteion
Outro templo jônico da Acrópole, o Erecteion, foi iniciado em 421 a.C.
e terminou em 405 a.C, de frente para o lado norte do Partenon.
A intenção era que substituísse o velho templo, para acolher a antiga
imagem, e unisse numa edificação organizada vários sacrários e locais
de importância religiosa.
O templo tem menos da metade do
comprimento e (excluindo projeções) a
mesma largura do Partenon, e estava
situado no terreno mais baixo que havia à
disposição, onde não podia sugerir
rivalidade.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE: O Erecteion
Erecteion (Acrópole, Atenas, séc. V a.C.)
“Por exemplo, suponha-se que decida substituir as
colunas por aquelas estátuas de mulheres em longas
túnicas, chamadas cariátides, com suas cestas e coroas
colocadas diretamente sobre suas cabeças; nesse caso,
ele deve dar a seguinte explicação aos que questionarem
sua decisão: Caryae uma cidade do Peloponeso, aliou-se
aos persas contra os gregos. Logo depois, os gregos
tendo gloriosamente conquistado sua liberdade pela
vitória na guerra, decidiram tomar Caryae.
Eles conquistaram a cidade, mataram todos os seus
homens, arrasando o seu sítio, e levando as suas
Antiguidade Clássica: GRÉCIAA ACRÓPOLE: O Erecteion (Cariátides)
homens, arrasando o seu sítio, e levando as suas
mulheres como escravas - sem permitir contudo que elas
tirassem as suas longas túnicas e as outras marcas de
sua condição de senhoras, casadas. Desse modo, elas
foram obrigadas não apenas a marchar no retorno do
triunfo grego, mas também a figurar como um novo tipo
de escravidão, agravado pelo peso de sua vergonha e
pela desonra de sua cidade. Desde então, os arquitetos
daquele tempo passaram a colocar em edifícios públicos
estátuas daquelas mulheres, carregando o peso das
arquitraves em suas cabeças, de modo a que a culpa e a
punição do povo de Caryae fosse conhecido e divulgado a
toda a posteridade.” Vitrúvio (Os Dez Livros Sobre Arquitetura, (aprox.) 40 d.C.)
A superioridade de Atenas foi frutuosa, mas de curta duração. Em 404 a.C., as
Guerras do Peloponeso terminaram com a queda da cidade. A partir de
então, registrou-se uma degenerescência gradual da arquitetura grega,
quando estados menos cultos - Esparta, Tebas e depois a Macedônia
tomaram as rédeas do poder. Neste período, a que se chama «Tardo-
Clássico», os conflitos permanentes impediram que se iniciassem projetos
arquitetônicos ambiciosos. No continente, as energias foram canalizadas para
a construção de outros edifícios, mas não de templos, e as três ordens
começaram a conviver em edifícios isolados. A Ásia Menor foi menos afetada
pela guerra, e o estilo jônico regressou, graças ao patrocínio dos sátrapas
(governadores) persas e ao estímulo de Alexandre o Grande, que conquistou
Antiguidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (século IV a.C.)
(governadores) persas e ao estímulo de Alexandre o Grande, que conquistou
a Ásia Menor em 334-333 a.C.
A Macedônia torna-se o centro da cultura grega, com Felipe e seu filho
Alexandre (O Grande). A arte helênica se expande à Síria, ao Egito e até às
proximidades da Índia.
É o período Socrático. Sócrates, Platão e Aristóteles são sua maiores
expressões. O saber a respeito do mundo passa a ser insuficiente e os
pensadores sentem-se atraídos por um saber a respeito do homem. A
temática da arte se expande, com novas técnicas e explorando novas
inspirações.
Cabeça de Alexandre o Grande
(Lisipo; Museu Arqueológico de Istambul; 41 cm; 325 a.C.)
A morte de Alexandre o Grande, em 323 a.C. assinala
vulgarmente o fim do período helênico (que começara em
650 a.C.) e o início da fase helenística. No reinado de
Alexandre o Grande, o Império Grego estendera-se até à
Índia e à Núbia, mas a tradicional influência helênica não
perdeu o seu vigor.
Com a morte de Alexandre, este vasto território
pulverizou-se e deu origem a reinos independentes, cujo
estilo de vida e artes passaram à História com a
designação de «helenísticos», porque imitaram os
Antiguidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (século IV a.C.)
designação de «helenísticos», porque imitaram os
verdadeiros princípios helênicos.
O Altar de Zeus de Pérgamo (164-156 a.C.)
Mármore; Pergamonmuseum, Staaliche Museen, Berlim.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (século IV a.C.)
Verificou-se um afastamento generalizado das formas mais antigas; as ordens jônica
e coríntia foram usadas em detrimento da dórica, que quase caiu em desuso, e as
atenções concentraram-se numa profusão de estilos arquitetônicos.
O Altar de Zeus de Pérgamo (164-156 a.C.)
Mármore; Pergamonmuseum, Staaliche Museen, Berlim.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (século IV a.C.)
Esta última fase da arquitetura grega iria ter um impacto vital nos
Romanos, que acabaram por conquistar a Grécia em 30 a.C.
Vênus de Milo
(Museu do Louvre; 202 cm; 200 a.C.).
Estátua em mármore da deusa Afrodite, a mais conhecida de todas as
estátuas antigas, encontrada na ilha de Melo (ou Milo) em 1820. Um plinto
encontrado junto à estátua traz a inscrição: “andros (Alexandre ou
Agasandros) de Antióquia sobre o Meandro", mas nada se sabe a respeito
do escultor.
A estátua é vista como uma sofisticada combinação de estilos mais antigos -
a cabeça deriva da arte da segunda metade do século V a.C., a nudez do
Antigüidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (SÉC. IV a.C.)
a cabeça deriva da arte da segunda metade do século V a.C., a nudez do
século IV, e a postura espiralada, multifacial, da era helenística.
A Vênus de Milo chegou no Louvre (1821 ) pouco depois que a Vênus de
Medici fora devolvida à Itália (1815), e sua enorme fama teve origem na
determinação dos franceses de persuadir o mundo de que haviam ganho
um tesouro mais valioso do que o que haviam perdido.
A estátua não possui os braços (quebrados), e fizeram-se já muitas
conjecturas a respeito do que a deusa poderia estar segurando: sugeriu-se,
por exemplo, tratar-se de uma estátua de Vênus Victrix, que portanto
portaria a maçã de ouro presenteada a ela por Páris ao julgá-la mais bela
que suas rivais Juno e Minerva.
Vitória de Samotrácia
(Museu do Louvre; 245 cm; 200 a.C.).
Celébre estátua grega em mármore, em tamanho superior ao
natural. Retratando uma Vitória (Niké) alada pousando sobre
os remos de uma galera.
A figura, descoberta na ilha de Samotrácia, em 1863, é
representada em pose de grande elasticidade e elegância e
traja magníficas vestes bouteantes.
Antiguidade Clássica: GRÉCIAO MUNDO HELENÍSTICO (século IV a.C.)
traja magníficas vestes bouteantes.
Erigida por volta de 200 a.C. sobre uma piscina rochosa, foi
feita para ser vista de baixo e obliquamente; hoje encontra-se
dramática e apropriadamente colocada no topo da escadaria
principal do Louvre.
Calcula-se que os primeiros teatros tenham surgido nos
século VI ou V a.C. e que inicialmente se destinassem a
espetáculos de dança e de canto relacionados com os
festivais de Dionísio.
Mais tarde, foram utilizados na representação de
tragédias e comédias, as duas divisões do teatro grego,
que atingiram o apogeu na era de Péricles.
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
Teatro em Epidauro (350 a.C.)
Em geral, os teatros ficavam situados
numa colina, em cujas encostas eram
construídas várias filas de assentos (no
início de madeira e mais tarde de
pedra), ficando o espaço livre
reservado à ação.
Todos os teatros eram ao ar livre e o
Teatro de Dionísio, em Atenas
(construído c. 500 a.C.) e o Teatro em
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
Epidauro (c. 350 a.c.) são dos mais
conhecidos.
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
Teatro em Epidauro (350 a.C.)Projeto do arquiteto Policleto, o Jovem para 13.000 pessoas
Cávea
A grande zona semicircular de lugares sentados de
um teatro chamava-se cavea (cávea) ou auditório.
Esta compreendia várias bancadas e as mais
próximas da orquestra eram reservadas aos
sacerdotes, aos governantes e a outros dignitários.
Os assentos estavam divididos em grupos em
forma de cunha por escadas radiais, atravessadas
por corredores de acesso.
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
Orquestra
O espaço circular e plano na base da cávea
chamava-se orquestra. Como a palavra sugere, a
orquestra era o espaço em que os atores
cantavam e dançavam e onde às vezes, ao centro,
se erguia um altar a Dionísio.
O acesso dos atores à orquestra fazia-se através
de corredores denominados parodoi.
Edifício de cena
A princípio, o edifício de cena ou skene era uma estrutura
simples onde os atores se preparavam. Pouco depois, tornou-se
um edifício mais completo, com camarins e espaços de
arrecadação.
A face voltada para os espectadores da cávea destinava-se aos
cenários, que geralmente, eram de madeira pintada.
Nos extremos do edifício, nasciam alas, denominada
panascenia, que se projetavam para a frente e que delimitavam
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
a zona da orquestra.
Edifício de cena
A princípio, o edifício de cena ou skene era uma
estrutura simples onde os atores se preparavam.
Pouco depois, tornou-se um edifício mais completo,
com camarins e espaços de arrecadação. A face voltada
para os espectadores da cávea destinava-se aos
cenários, que geralmente, eram de madeira pintada.
Nos extremos do edifício, nasciam alas, denominada
panascenia, que se projetavam para a frente e que
delimitavam a zona da orquestra.
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
Proscênio
No período helenístico, a ação foi transferida da
orquestra para o telhado de um proscênio ou
proskenion, uma estrutura colunada que se desenvolvia
ao longo da fachada do edifício.
O telhado formava um palco elevado ou logeion e
permitia que os espectadores vissem melhor os atores.
Com o tempo, o edifício de cena atingiu dois pisos de
altura, e a fachada do piso superior servia de pano de
fundo (episcênio) ao palco. No tempo dos Romanos, a
altura do palco foi substancialmente reduzida e o
epiceno tornou-se mais elaborado.
Muito próximos dos teatros ficavam os odea, ou recintos musicais.
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
O odeon (ou odeum) era menor do que um
teatro e desenvolveu-se um pouco mais
tarde; o exemplar mais antigo que se
conhece foi o odeon construído por Péricles
em Atenas, por volta de 435 a.C.
Antiguidade Clássica: GRÉCIATEATROS E ODEONS
A grande Atenas se formou quando os habitantes dos
centros menores da Ática foram persuadidos ou
obrigados por Teseu, segundo reza a lenda - a se
concentrar em torno da Acrópole.
O centro da nova aglomeração é a depressão quase
plana ao norte da Acrópole e do Areópago, onde se
forma a Agora. Sobre a colina do Areópago se instala
o tribunal; alguns importantes santuários, como os de
Dionísio e de Zeus, ficam na vertente sul, onde talvez
se haviam formado os primeiros bairros de expansão,
Antiguidade Clássica: GRÉCIAURBANISMO EM ATENAS
se haviam formado os primeiros bairros de expansão,
na encosta mais exposta.
Nasce assim um organismo diferenciado. onde cada
elemento da natureza e da tradição é utilizado para
uma função específica. A cidade, outro lado, existe
justamente para unificar muitos serviços
diferenciados; é o centro político, comercial, religioso
e o local de refúgio de uma população bastante
esparsa pelo território.
1.Strategeion
2.Tholos
3.Recinto dos Heróis
4.Pórtico de Metroon
5.Buleutérion
6.Heféstion
7.Templo de Apolo
8.Edifício Helenístico
9.Templo de Afrodite
10.Horos do Cerâmico
11.Stoa de Zeus
Antiguidade Clássica: GRÉCIAURBANISMO EM ATENAS: A Ágora
12.Altar dos 12 deuses
14.Stoa Nordeste