ECONOMIA POLÍTICA: DA FORMAÇÃO CLÁSSICA E ACUMULAÇÃO MARGINALISTA DE CAPITAL À INTERVENÇÃO...

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ECONOMIA POLÍTICA: DA FORMAÇÃO CLÁSSICA E ACUMULAÇÃO MARGINALISTA DE CAPITAL À INTERVENÇÃO KEYNESIANA E FINANCEIRIZAÇÃO MONETARISTA DA RIQUEZA AZIENDAL – Por um paradigma particular do valor, dos preços e da distribuição / A Imagem que a Servidão Moderna i deixa entrever Tanto a gnose filosófica do valor – do ponto de vista etimológico – como o problema histórico da formação primitiva do capital – do ponto de vista da história econômica -, são controversos na filosofia da educação em economia e na Economia Política. A pedagogia da filosofia da educação em economia instrui que os elementos gnósticos do valor, tradicionais, humanistas, analíticos e dialéticos, deixam sempre escapar o devir das multiplicidades contínuas; enquanto a Economia Política faz desfilar, desde a transição da antiguidade ao humanismo (tomista e eclético, bem como moderno) e das influências crítico-reprodutivista, das ideologias da economia dualista, de aparelho de Estado e violência simbólica; A tendência de acumulação de riqueza e expansão, segue às habilidades humanas e de organização, sem que fosse encontrado um padrão que pudesse mediar as diferenças, que não à própria concentração da renda e do patrimônio. De certo modo, ao se revisitar certas matizes do conhecimento adquirido, dar-se conta que a linha do tempo “psicológico” inculturou padrões, valores e até “sentimentos psicrotonizados ii ” impulsores de digenêscencia psicológica iii . Embora desconheçamos o móvel (a mão-vela) do tempo, a própria percepção do fenômeno, não nos desautoriza a revisitar um dado conhecimento hermético e confirmá-lo, relaxá-lo ou corrigi-lo. Por esta medida, sempre que somos agraciados com a inspiração criticizadora iv do pensamento v e requisitamos um dado hermético, percepcionamos que estamos diante de uma espécie de “impulso atávico heterodoxo”. Nominamos “sentimentos psicrotonizados” a fíbria séssil vi que liga o intelecto do hominizando vii à capacidade de reflexionar do hominizado. Não é possível ao intelecto linear do hominizando, desconstruir uma informação numérica analítica matemática se não “fora” da matemática e em seus axiomas externos; Não é possível ao intelecto dialético do hominizado negar razão à síntese se não pela desconstrução da antítese (o que apud Baudelaire, o legaria um sentimento de “quase burro” -dada a futilidade do estado da arte da tese das coisas lineares). Não é passível ao intelecto hiperdialético do homem regenerar a digenêscencia funcional senão revisitando a gnose filosófica do valor hermético... Filosoficamente, parece não haver uma relação direta entre a “razão pura” e os valores de império éticos. Entrementes, a razão pura descolada dos princípios éticos condiciona o intelecto à especulação da gnose filosófica do valor e, determina a consciência à digenescência psicológica com a negação de seu esforço de autopropulsão b . Por que ? Primeiramente porque a “razão pura” é a um só tempo, ética ou não ética. E, condiciona o intelecto à especulação porque desconhece a noção de valor moral, valor imoral ou valor amoral; E, determina a consciência à digenêscencia psicológica, porque seu atributo de desenvolvimento permanente ao ser negado, afina-a ao conceito descritivo do consciente.

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ECONOMIA POLÍTICA: DA FORMAÇÃO CLÁSSICA EACUMULAÇÃO MARGINALISTA DE CAPITAL À INTERVENÇÃO

KEYNESIANA E FINANCEIRIZAÇÃO MONETARISTA DA RIQUEZAAZIENDAL – Por um paradigma particular do valor, dos preços e da

distribuição / A Imagem que a Servidão Modernai deixa entrever

Tanto a gnose filosófica do valor – do ponto de vista etimológico – como oproblema histórico da formação primitiva do capital – do ponto de vista da históriaeconômica -, são controversos na filosofia da educação em economia e na EconomiaPolítica.

A pedagogia da filosofia da educação em economia instrui que os elementosgnósticos do valor, tradicionais, humanistas, analíticos e dialéticos, deixam sempre escaparo devir das multiplicidades contínuas; enquanto a Economia Política faz desfilar, desde atransição da antiguidade ao humanismo (tomista e eclético, bem como moderno) e dasinfluências crítico-reprodutivista, das ideologias da economia dualista, de aparelho deEstado e violência simbólica; A tendência de acumulação de riqueza e expansão, segue àshabilidades humanas e de organização, sem que fosse encontrado um padrão que pudessemediar as diferenças, que não à própria concentração da renda e do patrimônio.

De certo modo, ao se revisitar certas matizes do conhecimento adquirido, dar-seconta que a linha do tempo “psicológico” inculturou padrões, valores e até “sentimentospsicrotonizadosii” impulsores de digenêscencia psicológicaiii. Embora desconheçamos omóvel (a mão-vela) do tempo, a própria percepção do fenômeno, não nos desautoriza arevisitar um dado conhecimento hermético e confirmá-lo, relaxá-lo ou corrigi-lo. Por estamedida, sempre que somos agraciados com a inspiração criticizadoraivdo pensamentov erequisitamos um dado hermético, percepcionamos que estamos diante de uma espécie de“impulso atávico heterodoxo”.

Nominamos “sentimentos psicrotonizados” a fíbria séssilvi que liga o intelecto dohominizandovii à capacidade de reflexionar do hominizado. Não é possível ao intelectolinear do hominizando, desconstruir uma informação numérica analítica matemática se não“fora” da matemática e em seus axiomas externos; Não é possível ao intelecto dialético dohominizado negar razão à síntese se não pela desconstrução da antítese (o que apudBaudelaire, o legaria um sentimento de “quase burro” -dada a futilidade do estado da arteda tese das coisas lineares). Não é passível ao intelecto hiperdialético do homem regenerara digenêscencia funcional senão revisitando a gnose filosófica do valor hermético...

Filosoficamente, parece não haver uma relação direta entre a “razão pura” e osvalores de império éticos. Entrementes, a razão pura descolada dos princípios éticoscondiciona o intelecto à especulação da gnose filosófica do valor e, determina a consciênciaà digenescência psicológica com a negação de seu esforço de autopropulsãob. Por que ?Primeiramente porque a “razão pura” é a um só tempo, ética ou não ética. E, condiciona ointelecto à especulação porque desconhece a noção de valor moral, valor imoral ou valoramoral; E, determina a consciência à digenêscencia psicológica, porque seu atributo dedesenvolvimento permanente ao ser negado, afina-a ao conceito descritivo do consciente.

Tem-se, por pacífico, por consenso, que na pré-história do mercantilismo, vigoravao feudalismo1 e da crise vivenciada pela aristocracia feudal, fizera-se ascender a burguesiaindustrial e financeira. O período histórico de intermeioviii, entretanto, fora marcado peladesintegração do feudalismo e pela formação dos Estados Nacionais. Aquele consensodista, portanto, da superação do feudalismo, da doutrina defensora do acúmulo de metaispreciosos por parte dos Estados protecionistas, através do comércio exterior e do processode acumulação de riquezas ocorrido na Europa entre os séculos XVI e XVIII. Nesteprocesso acrisolador prevalecera idéia de que somente uma forte autoridade centralgarantiria a expansão dos mercados e a proteção dos interesses comerciais. O ponto alto dacrise do sistema feudal fora construido a partir de quatro elementos: renascimentocomercial; desenvolvimento do artesanato de base corporativa; revolução comercial esistema de manufatura de trabalho assalariado doméstico. Este conjunto de elementos,constituiria o “ponto de máximo” da crise do sistema feudal com a industria capitalistamecanizada tal qual se conhece.

Par e passo, o processo de acumulação de riquezas do período, fundara-se em doispressupostos: a concentração (de dinheiros, ouro, prata, terras, meios de produção) nasmãos de um pequeno número de proprietários e, a formação de um enorme contingente deindivíduos despossuídos de bens e obrigados a vender sua força de trabalho aos senhores daterra e donos de manufaturas.

Por definição, diz o professor Herrmamm, “são riquezas todos os bens úteis esuscetíveis de apropriação”, independentemente da durabilidade, esta é sempre uma noçãorelativa, não se podendo distinguir a de poucos segundos da que se projeta mais extensa.“Entre um momento e outro se intercalam durações infinitamente pequenas que escapam ànossa percepção, mas que nem por isso deixam de existir.” As classes sociais, que seapropriam do trabalho excedente, seriam as mesmas que se apropriam dos bens duráveis,dos bens de consumo e de reprodução e ainda do excedente econômico.

A classe trabalhadora, provedora do trabalho socialmente necessário e do trabalhoexcedente que é apropriado pela classe burguesa capitalista, é retribuída com o mínimonecessário para a reprodução em bens salários e, dependendo do grau de apropriação pelasclasses que não produzem trabalho equivalente aos bens que se apropriam, o mínimonecessário para a reprodução do trabalhador e de sua família precisa ser subvencionadopelo governoix. Este parece ser o “buraco” da servidão moderna: os produtores(trabalhadores), recebem salários suficientes à reprodução das energias da mão-de-obra e,auferem benefícios em mercadorias-fetiches, mesmo que não usufruem o trabalho não-pago e as disponibilidades de capital para comprar (vender) aquelas que, livres da condiçãoalienante a que se prostituem, desejam adquirir com alteridade e vigor de cidadãos livres,1 Durante a idade média a escravidão permaneceu apenas como elemento residual...nos séculos XII e XIV,voltara a recrudescer. A escravidão negra, porém, estendera-se até 1880 em Cuba, 1888 no Brasil. Hoje, fala-se em “pobreza residual” (Carta Capital no 803 de 11/06/2014). O feudalismo era a organização social daEuropa na idade média. O solo era a única fonte de poder. O Suserano “doava” terras aos vassalos e porsolidariedade mútua ficavam ligados por laços de lealdade. Era ele que fazia as leis, administrava a justiça,cobrava e majorava os impostos, inclusive os incidentes sobre as cidades (burgos). A origem do feudalismodista da desintegração do Império Romano e do modo de produção escravista, cada feudo era auto-suficiente,o que determinava a descentralização política; teve seu apogeu nos séculos XI-XIV. A ampliação do poderdas monarquias (poder central) estendeu as fronteiras do comércio e o sistema dava lugar ao mercantilismo.

devido a: a herança transmigrada em capital financeiro; o efeito imitação das classesociosas e a disponibilidade de bens de consumo conspícuo e de obsolescência virtual.Semelhante abordagem é corroborada na obra BOHM-BAWERK, E. (1921) “A teoria daexploração do socialismo-comunismo: a idéia de que toda renda não advinda do trabalho(aluguel, juro e lucro) envolve injustiça econômica”. Rio de Janeiro: José OlympioEd./Instituto Liberal, 1987, em que o autor busca desqualificar o alto nível de abstração dateoria social da definição de trabalho complexo e trabalho simples, em função do valorhora/trabalho, respectivamente, mais elevado e menos elevado. É que, o substrato dadefinição de riqueza, está adstrito, por um lado à definição gnóstica de valor e à própriapedagogia da filosofia analítica, por outro lado, à própria superestrutura, jurídica,econômica e ideológica, que encerra a Economia Política.

I – Produção, Riqueza e Patrimônio

Em meados do século XVIII, com as invenções de máquinas de fabricação fabril, dalocomotiva e da máquina a vapor, o processo de fabricação ia se mecanizando sem contudosuperar o método de manufatura artesanal nas industrias nascentes. A partir destasinvenções e descobertas, entretanto, o processo de fabricação experimentava um impulso deaceleração da produção industrial. Voltaram-se então os cientistas para o desenvolvimentode melhor aproveitamento do trabalho, aperfeiçoamento do maquinário leve de embalagens,na perspectiva de obtenção de maior lucro para os empresários e maior especialização dotrabalho. A idéia era aumentar a produtividade industrial sem a necessidade de aumentar ashoras trabalhadas. O período compreendeu uma maior exploração do trabalho ematividades repetitivas, com o objetivo de aproveitamento máximo das energias da mão-de-obra assalariada. Como as atenções estavam voltadas para o melhor desempenho dotrabalho na perspectiva dos lucros empresariais, a proteção, saúde e reprodução dotrabalhador era considerada insumo para os fins específicos dos empreendimentoseconômicos – a jornada de trabalho chegava a 16 (dezesseis) horas/dia e empregavam-se,preferencialmente, homens jovens, crianças ou mulheres solteiras e sem filhos.

A máxima exploração do trabalho, levou os trabalhadores a se organizarem emassociações corporativas e sindicais. Por outro lado, também os empresários, acuados pelacompetição desleal e fraudes comerciais, se organizavam em poderosos sindicatos ecorporações, para defenderem seus interesses de maior lucratividade e garantias de retornodo “capital” investido.

Do processo de aceleração da produção mecanizada, da exploração da mão-de-obraassalariada e da competição desleal, voltaram-se os especialistas para a definição científicados componentes do patrimônio. Desde a introdução na Europa2, no século XVII, do papel-moeda, pelas facilidades de manuseio, contribuía para o desenvolvimento do sistemabancário, ao mesmo tempo em que possibilitou um aumento do meio circulante e tambémum aumento da moeda fiduciária parcialmente lastreada em ouro sob a forma de depósito

2 Baque Royale (1716)- para seu fundador, o financista John LAW, “(...) o ouro e a prata, poderiam sersubstituídos por papel-moeda, emitido por um banco controlado pelo governo.”. Porém, após 1730 eraevidente a tendência de aumento do capital circulante com o afluxo de metais preciosos americanos (o ourodo Brasil e a prata do México), possibilitariam maior cunhagem de moedas. Em 1800 fundara-se o Banco deFrança e com a moeda francesa, iniciara o padrão-franco.

bancário. Da definição de moeda - muitas vezes entendida como sinônimos de “dinheiros”-,da rotatividade dos ciclos produtivos, das possibilidades de produção e da ampliação dosmercados e da concorrência empresarial doméstica nos setores industrial, de comércio eserviços, esforçaram-se os economistas para demonstrarem matematicamente a equaçãoque melhor traduzisse o equilíbrio patrimonial.

Analogamente à compreensão estreita entre dinheiro e moeda fiduciária, divergiamos economistas sobre a compreensão entre riqueza e capital. Enquanto a teoria monetáriaevoluía definindo categoricamente os elementos do meio circulante e com a aceitaçãointernacional do padrão-ouro, a “riqueza das nações” ou a riqueza econômica, ou a riquezaem sentido etimológico, era controversa entre os economistas.

Para Adam Smith (1723-1790), eminente teórico da economia clássica, o capital érepresentado pela riqueza que produz renda monetária. As idéias de Smith, contrariavam opensamento econômico predominante na Europa, que se baseava no mercantilismo. Antesde Smith, os fisiocratas (entre os quais destacava-se Quesnay que convivera com Smith emFrança), definiam que a riqueza era constituída pelos bens materiais e não pelo comércio(entrada líquida de moedas devido ao superávit da balança comercial), pois a agricultura docultivo do solo era a única atividade em que os bens materiais produzidos eram maiores queos bens consumidos para produzi-los; Para os fisiocratas, devia-se liberar as fronteiras parao comércio. Smith, ao aprofundar o estudo das causas da riqueza, além de ampliar oconceito dos fisiocratas, -incluindo a industria e todas as mercadorias, além da agricultura-,apontou as bases sobre a exploração do trabalho e a livre-concorrência como critério deeficiência econômica.

Karl Gustav Knies (1821-1898) vai apontar problemas metodológicos da aplicaçãoda ‘teoria pura’ para a determinação de leis do desenvolvimento, argumentando que osramos de investigação econômica são e devem ser utilizados para os fins específicos a quese destinam; para ele, capital é definido como ‘qualquer riqueza’, seja riqueza em bensduráveis (bens de capital) ou em bens de consumo (bens utilizados na produção de bens decapital), desde que destinados a prossecussão da produção.

Leon Walras (1834-1910), um dos pioneiros da equação funcional do equilíbrioeconômico geral, estudou a análise do equilíbrio (por ele mesmo criada com base numamercadoria-artifício o numéraire) aplicada aos preçosx dos fatores de produção (terra,capital, trabalho e tecnologia), definindo que capital é toda e qualquer riqueza suscetível deuso repetido. Para Mac Leod, teórico inglês, que considera crédito, capital, estende oconceito deste aos bens imateriais (incorpóreos), que produzem lucro aziendal. Cá entrenós, o Professor, economista e contabilista, Frederico Herrmann Jr, expõe que capital é todae qualquer riqueza durável, independente da renda que produz e, do ponto de vista daanálise de balanços para a administração financeira (Título que dá à sua obra, 11a ed.Atlas. 1978), “capital” é sinônimo de patrimônio.

Em síntese, capital, latu sensu, quer tomado como energia acumulada (bens deconsumo) para diminuir o esforço do trabalho e aumentar os rendimentos, quer tomadocomo elementos de conservação e conforto pessoal (bens de capital) em serviços e

benefícios, estabelecem uma diferenciação, quanto à extensão de tempo em que sãoauferidos, entre os conceitos de riqueza e capital.

II – Da análise da produção da terra (agricultura) à análise da produção industrial.

Outro brilhante economista da estepe de Smithxi, foi o inglês David Ricardo (1772-1823). Desenvolveu um modelo para uma economia predominantemente agrícola.Argumentava que “os custos do capital influenciam os preços e que o aumento dos saláriossobre os preços relativos, dependem da proporção dos fatores de capital e trabalho.” (ThePrinciples of Political Economy and Taxation – 1817). Influenciado por outro iniciador daEscola Clássica, Thomas Malthus3, pensava que a renda se relacionava com o aumento dapopulação, o que exigia um aumento das terras férteis agricultáveis, mas estas eram fixas, oque levaria ao cultivo de terras menos férteis, e com isso o custo de produção seria maiselevado do que somente em terras férteis.

Diz-se, no jargão economêz, que a função de produção agrícola possui um limitefixo que é a área, o tamanho das terras agricultáveis (mais e/ou menos férteis), mas tambémpossui um limite físico, o número, a quantidade ótima de trabalhadores que poderão elevaros rendimentos da produção de forma crescente, contínua ou decrescente.

Ricardo, argumentava que tecnicamente a mark-up dos lucros deveriam sermantidas, tanto em terras mais como menos férteis, pois caso contrário, o capital se dirigiriapara outro empreendimento, cuja mark-up fosse maior ou igual à oferecida pela agriculturaem terras férteis. No entanto, Ricardo notou que os arrendatários das melhores terras,auferiam maior receita, independentemente do capital e do trabalho empregados naprodução, essa diferença ou o custo de produção menor, constituiria a renda da terraapropriada pelo proprietário - daí a confirmação da teoria forte da “terra” como fator deprodução elementar. Ficava também comprovada a existência dos seguintes agenteseconômicos: o proprietário rural, o arrendatário e o capitalista (ou o Clero, a Nobreza e opovo, representado pela burguesia, respectivamente, conforme a teoria social dos três“Estados”, do regime aristocrático feudal que ia sendo substituído pelo capitalismo, pelaRevolução Industrial.). O primeiro se apropriava de maior excedente econômico emdetrimento dos capitalistas, que ainda devia cobrir os custos de corretagens do segundo.

Ricardo levou o seu modelo até o extremo e previu um “estado estacionário”: arenda da terra, em sentido amplo, com o aumento da população e, a agricultura em terrascada vez menos férteis, levaria a um limite (o que os revisionistas marginalistas definiriamde “ponto de máximo”.xii), com a cessação da acumulação de capital, abaixo do “ponto deequilíbrio”4, o que prejudicaria a expansão econômica.3 MALTHUS, Thomas Robert “An Essay on the Principle of Population” (1798), fora sua obra maisconhecida e, o é até os dias presentes, por sua conclusão de fácil assimilação: “A produção de alimentoscresce em progressão aritmética, enquanto a população cresce em progressão geométrica”. Tanto o ‘socialistautópico’, Fourier, como o autor de “O Capital”, Marx, contestaram sua tese, por ignorar as estruturas sociais eo progresso tecnológico da produção agrícola. David Ricardo, entre outros cientistas – como Darwin, porexemplo – incorporaram o seu “princípio da população”. 4 “Break-even point” é o nível de vendas em que a organização não perde nem ganha, também definido como“soma zero”. Da análise do jogo de soma zero, ou do ponto de equilíbrio, estima-se os lucros ou prejuízosque, estatisticamente, podem ocorrer nos níveis de produção. A análise do Ponto de Equilíbrio, pressupõe a

Com a publicação de Princípios de Economia Política e Tributação (Ricardo:1817),e Riqueza das Nações (Smith:1776) - An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealthof Nations, o sistema capitalista ia se afirmando... Contudo, já em 1819, o historiador eeconomista Simonde de Sismondi faz replicar sua Nouveaux Príncipes d’EconomiePolitique, anunciando o fator de desigualdade entre as classes sociais, a mieux-value: aapropriação capitalista do valor da produção do trabalhador, subtraída do valor que otrabalhador recebe do capitalista. Sismondi defendia a intervenção do Estado para protegeros trabalhadores contra a volúpia dos industriais.

A partir de 1870, Alfred Marshall, economista e matemático, vai usar os argumentosdos Princípios de Ricardo, transformando-os em equações matemáticas e correlacionando-os com as categorias econômicas, inter-relacionadas com o sistema de trocas, produção edistribuição, demonstrará, por equações sucessivas, a “Teoria do Equilíbrio EconômicoGeral”.

O forte convencimento advindo do uso do instrumental analítico matemático seguirápor dois caminhos: um que parte do encadeamento do geral ao particular – de uso freqüentepelos economistas clássicos e, outro que consiste em chegar a conclusões de validade gerala partir da observação, experimentação e dados empíricos particulares. No primeirocaminho, o método é dedutivo, no segundo é indutivo. Se, no primeiro há uma resistência asua aplicação, pelos economistas ‘modernos’ (que alegam que a economia deve seguir umpensamento científico, sustentado em fatos concretos), no segundo, a seleção, observação eescolha de ‘fatos concretos’, ou reduz a economia a sumários de dados (contraditórios) ourealiza um derradeiro “transplante metodológico” das ciências exatas nas ciências humanas.Também, se no primeiro, o silogismo permite a partir de premissas gerais inferir conclusãoparticular dos fins da economia num dado período histórico, no segundo os fins daeconomia são sempre os fins específicos, observados e catalogados pela inferênciaestatística.

Absorvido pela ‘ciência econômica’ que tanto os produtos do solo destinados àsubsistência, assim como os da indústria manufatureira e destinados ao comércio interno eexterno, provinham dos fatores da natureza, de capital e trabalho, e que eram eles os queconstituíam a renda da economia e que a expansão econômica devia-se à expansão doemprego industrial, voltaram-se os cientistas para a expansão do emprego setorial, comoestratégia lógica de desenvolvimento. Esta absorção, em fins do século XIX, já se mostravaevidente, contudo a concentração de renda e a exploração do trabalho, cresciam às mesmasproporções: quanto mais se desenvolvia o setor industrial, mais cresciam as margens delucros e mais crescia a exploração da mão-de-obra assalariada. Nesta ocasião, as indústriasque utilizavam capital intensivoxiii no processo de produção (em relação às que utilizavam amesma proporção de capital e trabalho e mais que proporcional, em relação à produçãoagrícola - que utilizava trabalho intensivo), aperfeiçoaram e inventaram novos processos deprodução (refino e destilação; fundição e purificação; maquinaria leve para fabricação emontagem de peças intercambiáveis para fabricação de equipamentos industriais, produtosquímicos; embalagens mecânicas para cereais e outros produtos agrícolas, etc..) que se

classificação dos dispêndios em fixo e variável, no primeiro, considera-se as despesas constantes em qualquernível de produção, no segundo, considera-se as despesas variáveis que aumentam ou diminuem conforme onível de produção.

acrescentaram às descobertas iniciais da Revolução Industrial. Aos poucos, estas indústrias,iam se consolidando por operarem em escala mínima eficientexiv e, iam se distanciandomais ainda das indústrias que operavam com proporção de fatoresxv, cujos custos médio-unitários permaneciam maior. O núcleo forte do marginalismo, sustentado, teoricamente, na subjetividadeparticular dos indivíduos e na concorrência perfeita dos mercados, estava bemfundamentado, ao menos implicitamente, na teoria da distribuição de Marshall, quanto aocurto prazo, pois a remuneração dos fatores tanto de capital como de trabalho eramsemelhantes à renda da terra, isto é, sempre determinada pelo preço. No longo prazo,entretanto, a igualdade das proporcionalidades de remuneração dos fatores de capital etrabalho, no mundo real, não podia se sustentar com deslealdades e fraudes comerciais, bemcomo com forte concentração e estruturação monopolizada e oligopolizada carterizada dosmercados. Contudo, o instrumental analítico, a matemática analítica, através do artifício deequações sucessivas e da determinação da produtividade total pelo método residual,principalmente nas economias menos desenvolvidas, pacificava a contradição com oconvencimento de discursos alvissareiros e com a concorrência imperfeita tida comodesajuste acidental, previsível e auto-ajustada pelo mercado e pelas leis do governo e, omodelo marginalista se auto-sustenta até os dias de hoje.

Em meados do século XIX, a revolta das cidades (burgos) contra os pesados tributoscobrados pelos Senhores da terra chegava a seu ápice. A burguesia capitalista se organizavaem todas as partes da Europa; na América do Norte as Treze Colôniasxvi inglesas já haviaempreendido luta contra a Metrópole e já se via em meio à “segunda guerra daindependência’ (1813), em 1823 a Doutrina Monroe afirmava a independência e precavia-se quanto à expansão russa pelo Pacífico, além de afastar a concorrência inglesa e asseguraro comércio nas regiões centro e sul-americanas, bem como o protetorado sobre Cuba –também a Inglaterra tinha interesses no liberalismo dos mercados ibero-americanos; naFrança, já na última fase da Revolução e com o Golpe do 18 Brumário (1799), em 1800fundara-se o Banco de França e iniciara-se o padrão-franco, as conquistas da burguesiarejeitavam a política igualitária dos jacobinos que foram suprimidos juntos com a Comunade Paris (1795), em 1814, depois do bloqueio continental do imperador dos franceses e reida Itália à Inglaterra e da campanha na Rússia, Bonaparte foi derrotado em Leipzig emassacrado em Waterloo; No oriente, o ‘império Otomano’ era a noiva cortejada erepudiada pelas grandes potências européias (Rússia, Inglaterra, França e Áustria), NicolauI, Czar russo, chamá-lo-á de “O Homem doente da Europa”; por outro lado, em 1848, como socialismo utópico, surgia uma força revolucionária e a “Liga dos Comunistas”desenvolvia os “princípios” da organização revolucionária dos proletários. O jovem KarlHeinrich Marx (1818-1883), nesta época, exilado em França – depois que o governoprussiano fechou o jornal em que era redator -, conhece Friedrich Engels (1820-1895) –pensador alemão autor de “Umrisse zur Kritik der Nationalökonomie” (à época desta obraesboçavam-se duas tendências do “Nacionalismo moderno”: imperialista, propagada pelasgrandes nações imperialistas e interessadas na expansão econômica e, outra reacionária,que já propunha reformas que amenizassem a exploração do operariado que ia seorganizando); Marx irá ler esta obra e, por influência deste pensador, Marx passa a sededicar ao estudo dos economistas clássicos, Adam Smith e David Ricardo e outros. Depoisde 1848 e com a dissolução da “Liga Comunista”, Marx passaria a se dedicar ao estudo das

crises cíclicas do capitalismo e da Economia Política, que resultaram, no espectroeconômico, na teoria da mais-valia. Em 1867 seria publicado o primeiro volume de suaobra, O Capital.

Marx, em O Capital, com a colaboração de Engels, vai demonstrar, a partir da teoriada mais-valia5, que o processo de acumulação capitalista (acumulação de capital no sistemacapitalista) se dá da correlação da crescente acumulação e concentração de capital e oempobrecimento do proletariado assalariado e a proletarização da classe média e, por fim,esta contradição, causaria a eclosão do sistema.

Entretanto, a partir do acelerado processo de industrialização dos paísesdesenvolvidos e o fortalecimento dos sindicatos (de trabalhadores incorporados ao sistemae dos empresários das indústrias mais avançadas), melhoram as condições de vida dosoperários e a lucratividade dos empresários - sem no entanto deixar de crescer um imensocontingente de desempregados e de miseráveis não incorporados ao sistema de rendaeconômica.

Em fins do século XIX e início do século XX, a escola de pensamento econômicomarxista, se subdividia em três vertentes: os gradualistas (representado por EduardBernstein, deputado por três mandatos e Secretário do Tesouro do governo da Alemanha),os evolucionistas (representado por Karl Johann Kautsky, autor de “A Questão Agrária” eque em 1919 editou documentos que provavam a responsabilização do governo imperial nodesencadeamento da Primeira Guerra Mundial (os choques interimperalistas,representavam crises constantes e as disputas territoriais e reajustamentos não forampacíficos, depois da Primeira Guerra, a hegemonia européia chegava a seu epílogo...);exilado em Amsterdã, escreveu “Terrorismo e Comunismo”, Kautsky, foi ministro-adjuntodos Negócios Estrangeiros) e o marxismo-leninismo (Representado por: Lênin; RosaLuxemburgoxvii; Tugan-Baronovisk; e, Rudolf Hilferding. Os quais atribuem, à própriadinâmica do capitalismo moderno, o desenvolvimento dos monopólios - controlados pelocapital financeiro-, a formação e ampliação dos mercados - através da dominação colonial eda guerra -, a divisão dos países em dois grupos: os atrasados - fornecedores de matéria-prima e mão-de-obra barata - dependentes do outro grupo, os desenvolvidos, de estruturafinanceira e industrial em permanente expansão (industria leve) e se consolidando(industria pesada). A respeito, Vladimir Ilitch Ulianov Lênin (1870-1924) publicou em

5 Marx desenvolveu sua teoria sobre salários e lucros em termos de seu conceito de “valor” (valor-trabalho),usando-o para definir “valor da força de trabalho” e “mais-valia” (mais-“valor” ou “valor” excedente): “Todamais-valia, qualquer que seja a forma particular de lucro, renda etc., em que ela mais tarde se cristalize, é,segundo sua substância, materialização de tempo de trabalho não-pago.” Mais-valia: mais-“valor” ou “valor”excedente: “O trabalho que vale como trabalho superior, mais complexo em face do trabalho social médio, é aexteriorização de uma força de trabalho na qual entram custos mais altos de formação, cuja produção custamais tempo de trabalho e que, por isso, tem valor mais elevado que a força de trabalho simples. Se o valordessa força é superior, ela se exterioriza, por conseguinte, em trabalho superior e se objetiva nos mesmosperíodos de tempo, em valores proporcionalmente mais altos.” (...) “em todo processo de formação de valor, otrabalho superior sempre tem de ser reduzido a trabalho social médio, por exemplo, uma jornada de trabalhosuperior a x jornadas de trabalho simples” (MARX,K., “O Capital”. São Paulo. Abril Cultural, 1984. vol. I,Tomo 1, págs.161-3 e vol. I, Tomo 2, p.124); Para um aprofundamento do conceito de mais-valia, confira otexto “O Urso e o Homem” disponível em formato digital em www.amazon.com.br.

1916 “O Imperialismo, Etapa Superior do Capitalismo”, onde apresenta a hegemonia dosmonopólios e dos grandes bancos6.)

Em 1926 o grande economista italiano Piero Sraffa (1898-1983), sistematizava deforma brilhante, o estágio do desenvolvimento do capitalismo, demonstrando que: a) aconcorrência perfeita somente se verifica em condições demasiadamente restritas; b) osganhos de escalaxviii, exigem uma nova teoria dos preços - as indústrias se dividiam porindústrias de processo de capital intensivo; indústrias de hierarquia e proporção de capital etrabalho; indústrias de capital-trabalho intensivo; c) os mercados estão estruturados emconcorrência imperfeita e monopólio. Concluindo que a teoria objetiva do valor permitiuma visão da dinâmica dos grandes agregados econômicos e das leis que os regem: o“trabalho-datado”. Sraffa suscitara uma ampla crítica e polêmica entre marginalistas emarxistas, com a publicação em 1960 de “A produção de Mercadorias por meio deMercadorias”. Infelizmente, o desenvolvimento de suas pesquisas se desdobrou, não semêxito, somente para as commodicies destinadas ao comércio externo.

III – “A Revolução Keynesiana” e a intervenção estratégica do Estado na Economia.

Em 1930, com a Grande Depressão, que se estendeu até o início da Segunda GuerraMundial, surgiu o maior de todos os discípulos de Marshall, o ex-representante financeirodo Tesouro britânico, John Maynard Keynes.

Com a tendência matematizante da economia, o macromodelo instruído por Keynes,partia do imediatismo prático às respostas ou receitas preconizadas para remediar o que oneoclassicismo marginalista não podia explicar: a longa duração recessiva que não seajustava automaticamente pelas forças do livre mercado. Keynes, educado pelo pensamentodo marginalismo, vai buscar responder a natureza das crises do capitalismo, invertendoalgumas das leis até então tidas como imutáveisxix, por exemplos: cria-se que os desajustesde curto prazo se auto-ajustassem com a concorrência perfeita, Keynes vai não somentenegar o ajuste automático, como vai aceitar o monopólio como um fato “natural” dodesenvolvimento do capitalismo; cria-se que a oferta de trabalho, para quem desejasse seempregar pela remuneração marginal de sua produtividade, determinava o equilíbrio doemprego, isto é, quem desejasse trabalhar ao preço de suas habilidades, encontraria umempregador interessado em remunerá-lo sob a forma de salário, Keynes vai demonstrar queem uma economia capitalista o nível de emprego depende da demanda efetiva, isto é, onível de emprego não dependia da oferta mas da proporção da renda que é gasta com oconsumo e com o nível das injeções (investimento). O desemprego é fruto da demandainsuficiente de bens e serviços. Sustentava que o nível de produto (renda) é determinado apartir da função-consumo e, o nível das injeções, sendo muito baixo provocava odesemprego.

6 Desde 1913 os Estados Unidos, havia organizado o Federal Reserve Systen, hoje representado por bancosregionais e mais de duas dezenas de filiais, com mais de cinco mil bancos comerciais responsáveis por maisde 85% dos depósitos bancários...

A maioria das idéias de Keynes já havia sido proposta por precursores7, no entanto asua sistematização em grandes agregados econômicos, envolvendo as principais identidadesmacroeconômicas, se mostrava como uma receita de soluções práticas e inovadoras.Keynes, publicou em 1930 sua “Teoria Geral” (Tratado Sobre a Moeda) em que nãopretendia reconstruir a gnose do valor, mas em buscar fundamentar porque as tesesmarginalistas estavam conduzindo políticas inconsistentes, pretendia, portanto, reabilitar ocapitalismo.

Á época da atividade intelectual de Keynes (1883-1946), os paises industrializadosestavam abalados com a insatisfação do povo, (no Brasil, o governo instituía o caixa deconversão em 1909, nas finanças, organizava a paridade da moeda ao padrão ouro em 1926;acontecia a ‘semana de arte moderna’, 1922 e criara o Ministério do Trabalho em 1930)com o desemprego em alta e em meio a Primeira Guerra Mundial; Fora nesta épocatambém que. em Moscou, organizava-se a II Internacional Comunista, em 1919; Keyneselaborou um amplo programa de contingenciamento*, pouco divulgado nos meiosacadêmicos atuais, a crise de 1929 iniciada na Bolsa de Valores de Wall Street, entretanto,dera-lhe um novo impulso intelectual e em 1936, sistematiza sua “obra principal”, Teoriageral do emprego, do juro e da moeda, cujo ‘núcleo pesado’ fora resumido e divulgadoxx

pelo economista Hicks da escola marginalista de Oxford. Segundo, Benevides Pinho(1999:59), “durante dez anos o próprio Keynes tentou esclarecer certos aspectos de seupensamento, participando de debates, escrevendo artigos, ministrando conferências ... esua própria interpretação apresentou variações.”xxi

Após 1945, as teses de Keynes ganhavam mais vigor, os estupendos gastos

governamentais do entre guerras (inclusive com a ascensão do fascismo nos EstadosGendarmes, na Espanha, Portugal, Alemanha e Itália, combatendo o capitalismo liberal doséculo XIX, mas instrumentalizados pelos grandes grupos monopolistas, sobretudoitalianos e alemães), substituira a crise do desemprego em escassez de mão-de-obra namaioria dos países capitalistas e o keynesianismo se conformava em ortodoxia econômica.Seguiu-se uma série de pesquisas, principalmente nos Estados Unidos, sobre a manutençãodo pleno emprego, para as flutuações da atividade econômica no curto prazo, o equilíbriono desemprego, os salários reais e os salários nominais, e as teorias do declínio da atividadeeconômica no longo prazo e como a intervenção governamental mediante as políticasmonetária e fiscal, poderia influenciar o nível de atividade econômica.

A partir da sistematização teórica de Keynes, a modelagem da macro-teoria degrandes agregados econômicos, através do instrumental analítico da matemática (álgebraxxii

simples), envolvendo as principais variáveis do sistema econômico dos paísesindustrializados -como nível renda nacional, de emprego, nível geral de preços, consumo,

7 O economista Michal Kalecki, por exemplo publicara, em 1933, um dos primeiros modelos matemáticosexplicando os ciclos econômicos do capitalismo. John Richard Hicks, publicara em 1932, A Teoria dosSalários e em 1934, em parceria com R.G. Allen, “Uma Reconsideração da Teoria do Valor”. Quanto àfilosofia social (os excedentes de renda, a liberdade e a tributação), desde 1848, com Stuart Mill, já seargumentava quanto aos “Princípios de Economia Política com Algumas Aplicações à Filosofia Social”. Porconclusão, é o próprio Keynes que, já na introdução da Teoria Geral (KEYNES, J.M., “The general theory ofemployment, interest ans money”. Londres. MacMillan. 1936), tornara a afirmar que o novo de seu trabalhoera ter em mente uma economia monetária na qual as decisões de hoje influenciavam a trajetória futura.

investimento e poupança totais, bem como o comportamento dessas variáveis e docrescimento econômico no longo prazo e ainda com as flutuações do ciclo de negócios nocurto prazo-, o macro-modelo da economia ou a “macroeconomia”, tornava-sedefinitivamente um ramo da ciência econômica. Por outro lado o Sistema de ContasNacionais (sistematizado segundo a Organização das Nações Unidas - ONU, aplicado nosistema econômico dos países industrializados de economia de mercado, dos paísesindustrializados de economia centralizada e países menos desenvolvidos- emergentes, emdesenvolvimento e subdesenvolvidos)xxiiie as Finanças Públicas, influenciados pelopensamento da escola clássica, tornaram-se extremamente normativos. Depois da crise de1930, a responsabilidade internacional em evitar novas crises recessivas do sistemacapitalista, passou a ser atribuída à Política Econômica dos Estados Nacionais.Internamente, os Estados Nacionais, poderiam obter recursos extraordinários com aemissão de moeda8, correspondente ao aumento equivalente de seu Produto InternoBruto. Com a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) - que Keynes participoucomo representante da Inglaterra na Conferência Monetária de Bretton Woods em 1944,tornando-se Presidente do órgão em 1946 -, os países que desejassem modificar a paridademonetária baseada no padrão-ouro, deveriam apresentar a proposta ao FMI. Keynes, quedesde 1944 já propunha o abandono do padrão ouro, mesmo exercendo a presidência doorganismo, não teve êxito com a estabilização internacional da moeda.8 No Brasil, a riqueza nacional dos brasileiros deixou de ser conversível em moeda nacional por ‘decisão edeliberação’ do próprio Governo. Lição do mestre Furtado, mostra que em 1906 o governo Afonso Penacriara o “Caixa de Conversão”. A partir de junho de 1909 até o término do Governo Washigton Luís (outubrode 1930), apesar do comportamento ‘stop go’, vôo de galinha, a taxa média de crescimento econômico anualfora de 1,72% [1908-1930[. Em 1926 foi estabelecida a “conversibilidade paritária”: ‘mil réis a 200 gramasde ouro fino’; o Governo criara também o “Caixa de Estabilização”, com a competência de “e m i t i rpapel-moeda contra reserva de cem por cento de ouro”; o Governo criara 2 (d o i s) meios circulantes nopaís: um conversível e outro não. Em 1929 a relação “conversível / não conversível” era de 1/3 ‘contos’.Embora , atribua-se pouco impacto da crise internacional de 1930 no Brasil (Assis, J.C, in “Jornal dosEconomistas”. Cofecon. dez 2001), ignora-se que “a taxa de exportação de capitais só vigorou depois que asreservas de ouro do Tesouro evaporassem, em 1929 nossas reservas eram de 31.100.000 libras e em dezembrode 1930 eram 0 (zero)” (FURTADO, C. “Formação Econômica do Brasil”. 75a Edição 1967(1957). Ed.Nacional. 1967, págs. 216-227). É que a situação hipotética, analítica matemática, desde o “ótimo de Pareto”(embora contraditória com a teoria de Pareto que sustentava “aumento da renda média”), não conhecia dasinovações financeiras de haveres não monetários, inaugurados entre nós com o lançamento de “ObrigaçõesReajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs” (Medida lançada no bojo do Plano de Ação Econômica doGoverno, 1964/1966, que passou a ser uma Unidade Padrão de Capital, UPC, sendo substituída, em 1986,pela OTNs, Obrigações do Tesouro Nacional; impactada pelo Plano Verão. Congelada a “OTN mensal” pelovalor de Cz$6.170,19 (>= NCz$6,17), criou-se, então o Bônus do Tesouro Nacional, com valor retroativo afevereiro de 1989 em NCz$1,00, Em junho de 1989, o indicador passa a ser diário (BTN fiscal). No sistemafinanceiro, os grandes Bancos Comerciais, intermediam repasses de empréstimos externos em dólares aempresas nacionais em moeda local; previnem-se dos riscos comprando títulos internos no mesmo montantedos repasses, com cláusulas de reajuste cambial; esta modalidade de hedge garantiria também os empréstimosem contrapartida do mesmo valor em OTNs: os bancos, nas desvalorizações da taxa de câmbio, cobriam os“prejuízos” dos repasses, pela cláusula em hedge cambial. Com a canetada da “desindexação da economiainterna, perdemos os indicadores que mediam explicitamente o crescimento de haveres não monetários...De1994 a 2000 a flutuação cambial sujeitou-se a uma cesta de moedas internacionais e o crescimento de M1, M2e M3, aumentaram a confiança internacional, pois a economia brasileira foi sujeitada a pressões para ampliara oferta de crédito - ainda que não tenham sido tomados para o investimento produtivo neste período (taxamédia de crescimento de 2,1%aa)... A taxa média de crescimento econômico de 1909 a 2009, alterou-se para2,83%, mas o percentual de famílias que não incorporam à renda e ao crédito bancário, não se moveu, 40%desde a década de 40: “SÓ CRESCER, NÃO RESOLVE” (CONCEIÇÃO TAVARES, M. in Revista“Democracia Viva”, 2001).

IV – O efeito demonstração e o planejamento Estruturalista prometéico

Os economistas da corrente marginalista, incutiram no imaginário de empresários,planejadores e governantes que, para encontrar a “lei econômica” que previne o equilíbriode mercado da Curva de Produção em conceito agregado, bastava-se enxertar as teorias damicroeconomia moderna na “macroeconomia tradicional” e governantes e planejadoresdisporiam de logística suficiente para convencer o empresariado das necessidades deinvestimentos estratégicos para o País. Com isso, nossas Instituições de Ensino Superiores(IESs) e os órgãos guardiões do Tesouro Nacional (Banco Central e Fazenda Pública), bemcomo os órgãos de auxílio e supervisão (ministério, institutos de pesquisa e coordenadorias)do Governo, da Administração Pública, passaram a divulgar e comunicar “sumários dedados” econométricos do estado da arte da economia, das contas públicas e das finançaspúblicas, restritos à análise moderna da microeconomia (baseados na teoria do preço outeoria da firma).

Com isto, substitui-se a Economia Política pela “Matemática Econômica” eabandonou-se a pesquisa e o desenvolvimento da “macroeconomia tradicional” - quecontinuara a produzir dados, relatórios e parâmetros “estruturais” da economia –substituindo-se a demanda de “pesquisa&desenvolvimento” pelo enxerto metodológico defins específicos.

A partir da década de 60, o enfoque no crescimento econômico e na renda, irá serdeslocado para o desenvolvimento econômico como um processo de mudança estrutural9.

Desde 1971, os países desenvolvidos, abandonaram a paridade da moeda dopadrão-ouro. Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Alemanha, França, Bélgica, Itália,Holanda Japão e Suécia, deram um ‘cavalo de pau’ na economia e formaram um novo“valor central”, iniciava-se, na realidade, o padrão dólar.

As primeiras impressões estruturalistas, que viriam com o “Estudo Econômico paraa América Latina” de Raul Prebisch (economista chileno, primeiro presidente da CEPAL –Comissão Econômica para a América Latina – Órgão das Nações Unidas, em 1947),constatando a deterioração das relações de trocas entre a periferia e centro, pela perversadivisão social (internacional) do trabalho, especialização em produtos primários pelaperiferia e à importação de produtos secundários de base tecnológica, manufaturados ousemimanufaturados, do centro - em que Prebisch demonstrava que os esperados frutos do“progresso técnico”, não aconteciam devido à substituição, pelo centro, de alguns produtosprimários por sintéticos e à pressão exercida pelos sindicatos de trabalhadoresincorporados, além da estrutura monopolista industrial, que não permitiam que os preçosdos manufaturados fossem reduzidos com a produtividade do trabalho -. Estas constataçõespunham um termo ao laissez-faire. A CEPAL, irá concluir a necessidade em programarsistematicamente a “substituição das importações” através de métodos, técnicas e projetosde desenvolvimento na América Latina. Tavares (1975) 10 vai sustentar que o processo desubstituição enfrentava uma contradição: entre o objetivo do crescimento do produto com o9 Autores pós-keynesianos vão ser identificados pela “rejeição pelos trabalhos de síntese e, de modo geral , aindicação de políticas econômicas que conduzam a mudanças estruturais.” (Pinho, ob. cit. nota de fim no:10 –Artigo: ‘Evolução da Ciência Econômica’)

aumento das importações e as limitações da capacidade de importar, contornada peloendividamento externo, que levava à dependência econômica.

Com a crescente transnacionalização, no entre guerras, a expansão dos monopóliosno pós-guerra, a prolongada “guerra fria” e, no final da década de 80, a crise do LesteEuropeu, o processo de globalização econômica, adquiria novo ímpeto: com o fim daguerra fria, a tendência internacional à formação de blocos regionais.(NAFTA, 1989; UniãoEuropéia, 1991; APEC, 1989 e ASEAN (1967), 1992; MERCOSUL,1991 e, maisrecentemente, blocos multilaterais, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -BRIC(S),por exemplo).

Na atualidade, é patente que a “rejeição” da síntese neoclássica, não se sustentasomente no terreno dos princípios, como assinalou Schumpeterxxiv. Se a armadilha dasíntese é a inexorável escolha de prioridades que se dará a partir dela e, conquanto oplanejamento estratégico assinalará a redução entre o que é principal (a produção agregada,por exemplo) e o que é acessório (a absorção e a reabsorção do subemprego - comopropôs Keynes como papel principal e fundamental do Governo -, por exemplo): cabe à“teoria estrutural”, demonstrar que se por um lado o principal enseja o direcionamento doplanejamento eqüitativo a ele (o principal), por outro lado é graças à reprodução doacessório que se estabelece margens para crescer à escala, com mais prestaçõesdirecionadas ao cogente que não incorpora à renda e portanto não acopla à economia desdea década de 50. É esta margem que o empresário (e não mais somente o Governo) precisaver demonstrada pela equação geral da estrutura, que precisa ser desenvolvida a partir da“macroeconomia analítica”.xxv

As matrizes econômicas, entretanto, diferem de país para país, de região pararegião; por outro lado, em muitos países, convivem dentro da matriz em desenvolvimento,ilhas de excelência de grandes indústrias (de produção leve, e capital intensivo, como EUA,p.ex., ou, indústria pesada, e matéria-prima ou produtos primários e trabalho intensivo,como o Brasil) e complexos substratos compensatórios, de subvenções econômicas e deseguro-desemprego ou subvenções sociais ao sub-desenvolvimentismo de média ou baixainfra-estrutura.

V- A Teoria do Valor: da teoria do valor-trabalho à teoria do valor criado

O homem real, imanente, indistinto, ser que se movimenta, pensa e sabe que pensa,faz o “querer fazer” e o “não-querer fazer”, transforma a natureza informe e a reestrutura éo derradeiro propulsor da criação de riqueza econômica, que pelo primado do trabalho,agrega valor aos objetos e coisas servíveis e cômodas e a todo e qualquer bem que se possaconceituar “bem econômico”.

10 TAVARES, C., “Da substituição de importações ao capitalismo financeiro: ensaios sobre economiabrasileira”. RJ. Zahar,1975. Apontara que devido à “capacidade existente”, às “divisas da exportaçãodeficitária”: “o processo de substituição enfrenta uma contradição elementar: entre a finalidade docrescimento do produto, do qual decorre a necessidade de elevar as importações, e as limitações dacapacidade de importar”.

Não cabe à Economia a discussão da “gnose filosófica do valor”: quem discutira aconstrução da “taxa de riqueza econômica” do ponto de vista analítico fora à matemática,este ponto de vista analítico cumpre à matemática analítica discutir e construir. Cumpre àEconomia fornecer à matemática os elementos do ‘estado da arte’ quão os quais se possaconstruir a demonstração e os fundamentos da ‘teoria geral do equilíbrio da estrutura’ doponto de vista descritivo-analítico.

A Economia, através de metodologia econômica própria, diz que a “curva deprodução é um conceito amplo que forma um limite externo” (Hayek), mas é a matemáticaanalítica que demonstrará a “integral primitiva” daquela curva. A ciência econômica,através de metodologia econômica própria, diz que a média aritmética da estatística dastaxas de crescimento econômico anuais apresenta série histórica centenária de Ξ %; queesta média aritmética da estatística das taxas de crescimento econômico, informa um limiteexterno ao derredor do qual transitam as taxas variáveis de crescimento ou arrefecimentoanuais que tendem à média histórica (Ξ %); É a matemática que construirá a “equaçãomatemática” desta função de crescimento em relação à serie histórica, é a matemáticaanalítica que discutirá, aceitando ou rejeitando a tendência formadora do limite externo equem têm o condão de construir, não exclusivamente, a gnose filosófica do valor da riquezaprimitiva. Quando a matemática analítica, aceita ou rejeita um enunciado de outra ciência, ofaz por método próprio, isto é, pela matize teórica da matemática. Cumpre às ciências doconhecimento estabelecer até que ponto, suas matizes próprias, são demonstráveis pelamatemática e seus axiomas externosxxvi, como definiu Kurt Godel; cumpre à matemáticadiscutir a construção de taxas e índices do ponto de vista analítico.

O escólio da pesquisa básica: é a “estrutura econômica” que realiza a riqueza social,traduzida em “bens, produtos e serviços” e recursos escassos (ou, abundantes,descritivamente, na natureza informe) para satisfazerem as necessidades e interesseshumanos. Nesse escólio, a “noção da equação geral da estrutura” compreenderá umarelação transcendente onde a base é o próprio homem (força-de-trabalho) que transforma ereproduz a realidade informe, acrescentando-lhe valor.

No sentido que acabamos de expor, (a) a noção de valor de tudo que é aceito como“produto” é o logaritmo deste valor primitivo (ou natureza informe) cuja base é a força detrabalho impulsionada pelo homem. Isto é, como as necessidades (e os interesses) humanassão ilimitadas, o resultado deste logaritmo é sempre negativo; (b) De forma inversa, a forçade trabalho elevada às necessidades ilimitadas dos homens em sociedade é igual ao valoragregado (ou valor criado), analiticamente:

(a) logPEA(Valor Primitivo) = necessidades ilimitadas(b) PEA^(-necessidades ilimitadas) = Valor agregado

Quanto ao conceito de “Valor”, utilizamos na pesquisa básica, abaixo referenciada,o dado empírico da taxa média de crescimento econômico, representada pela letra gregakscy (“Ξ”). E quanto às “necessidades”, chamamo-las de “Externalidades NegativasHeterodoxas”:

logPEA* Ξ = Externalidades Negativas ^(Externalidades Negativas)

=> Ξ = PEA*

Já e ainda, na fase pré-científica da economia definida como ciência, definia-se quea riqueza advinha da combinação do fator “terra” (terras agricultáveis e pastoris) com aquantidade de trabalho necessário para a produção dos bens (da agricultura e da pecuária).William Petty (1623-1687), estatístico, preocupado com as Finanças Públicas da Irlanda ecom a divisão do trabalho, teria escrito “Political Arithmetick”, somente publicado em1691. Sabe-se que desde Aristóteles distingue-se as características físicas dos bens eobjetos utilizados pelos homens e, a proporção em que são intercambiados uns pelos outros,diretamente, ou através de dinheiros ou do que haja valor recíproco (por exemplo, “umescravo”). Àquelas características, defini-se o “valor de uso” e, à proporção, o “valor detroca”.

A noção de valor, em valor de uso, assume determinações específicas queconfiguram relações sociais intríssicas do próprio valor de troca, quando este é tendente asatisfazer as necessidades históricas e sociais da coletividade – há pois uma relação desubordinação entre usos e trocas.

Numa linguagem natural, pode-se dizer que o valor de uso é o pendúnculo que dásuporte ao valor de troca, tal qual nas relações naturais, a fíbria sessíl é o suporte da flor.Entrementes, o valor de uso não é uma categoria natural, mas específica da EconomiaPolítica. Na categoria natural o atributo de valor da fíbria sessil é o de dar suporte, sustentaro escabelo do pé da planta, isto é, a “valorização material” da planta depende do valornatural que ela traz do uso de seu suporte, a fíbria sessil.

No sistema de produção econômica capitalista, a categoria específica que dá aciência econômica ao valor de uso, constitui o “suporte material” do valor de troca. Acriação material de valor ou o “valor criado”, no processo produtivo transforma-se (ou édestinado a transformar) em valor de troca, exteriorizando-se no mercado. Essa realizaçãoexterior do “valor criado” faz-se mediante à correspondência entre as necessidades sociais ea incorporação dos valores de uso num dado período histórico.

Indaga-se: na produção capitalista, qual é a necessidade social ?

A necessidade social no modo de produção capitalista é a necessidade do capital. Anecessidade do capital é o conjunto de valores de uso que suportam a reconstituição doselementos materiais dele (o capital constante e o capital variável) e que são formatados embens de consumo da produção. Para Karl Marx, a reprodução do capital, mediante aexploração do trabalho, será garantida pelo alargamento da própria produção,transformando parte da “mais-valia” em capital constante acrescentado e capital variávelacrescentado.

“Valor”, latu sensu, é pois a designação fundamental da Economia, que atribui aosbens materiais sua qualidade de bens econômicos. É pois, a Economia Política que“valoriza” os objetos materiais e incorpóreos, desiguinando-lhes atributos de usos e trocas.

Enquanto os fisiocratas definiam que somente o trabalho na agricultura produziavalor, os mercantilistas enfatizavam o acúmulo de metais preciosos e moedas dasexportações; Adam Smith vai definir que todas as atividades que produzem mercadorias,produzem valor, assim com é o “valor de troca” dessas mercadorias – e não o meio decirculação estimado em moedas, ouro e prata – que definem o valor.

Conquanto, a ciência econômica (doutrinas, leis, teorias e Teoria Geral) evolua, namarcha do processo histórico, do direito, jus-natural, social, geográfico, geopolítico eantropológico; desde a fase pré-científica (antes de 1750), passando da ênfasemercantilista (comércio e moedas) aos fisiocratas (“bens materiais do solo é queproduzem excedentes”, propugnando a famosa máxima do liberalismo econômico: deixafazer domesticamente, deixa passar nas alfândegas), destes ao liberalismo-individualista(o trabalho de toda atividade que produz mercadoria livremente é a causa do excedente; ovalor de uso, que satisfaz as necessidades humanas; a utilidade de qualquer mercadoria temfundamento no tempo necessário para que seja produzida; não é o valor de trocasproporcionais que traz a utilidade mas, o trabalho excedente, que é apropriado por quemdetém os meios de produção) – com a revolução industrial, em meados da segundametade do século XIX, a determinação das causas do excedente econômico, já havia sesistematizado, inclusive para evidenciar a acumulação de excedente de capital, os insumosde trabalho, “teoria do valor trabalho” (subsistência, treinamento e mais-valiaxxvii); Nãocumpre à economia demonstrar analiticamente, pela matemática analítica, a gnosefilosófica do valor das origens11, mas dar visibilidade às assimetrias da Lei da Escassezentre classes distintas.

Quando, algures a pesquisa básica, trata da “descrição objetiva de eventossubjetivos” demonstramos como a teoria dos rendimentos decrescentes foi transposta doque viria a ser a microeconomia para o que viria a ser a macroeconomia: “uma área deterras que representa um valor (valor de superfície) numericamente limitado (um limitefixo) e que comporta um valor variável em mão de obra total, eficientemente alocada(limite físico), conforme a produtividade (limite externo)”, foi tomada pela

11 Em Economia, a única gnosiologia possível das origens, se refere à gênese do liberalismo individualista: apartir dos clássicos Smith, David Ricardo, Malthus e Mill, abriu-se o véu do pensamento econômicocientífico: a natureza, a terra, com o crescimento populacional, levaria o crescimento do excedente da terratenderem ao infinito, enquanto a acumulação de capital (-trabalho) tenderia a zero; Coube aos “marginalistas”(neoclassicismo) subjetivarem a teoria objetiva do “valor-trabalho”, primeiro com o utilitarismo filosófico(Menger, Walras, Jevons), depois com a matematização (Wieser, Böhm-Bareck) e o “equilíbrio parcial”(Marshall), “equilíbrio do subemprego” (Wicksell). Johh Richard Hicks que, com a contribuição do “critériode eficiência” de Pareto, transformara o subjetivo em objetivo na síntese do “equilíbrio automático”,“chupou” o equilíbrio geral de Keynes, ao publicar na “Revista Econométrica (5:147-159 April 1937) umresumo da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936): sob o título “Mr. Keynes and the classes: asuggested interpretation. 1937”. No Brasil (segundo o professor Luque, “todas as análises posteriores foramefetuadas com base nesse artigo, e não na própria leitura do livro” de John Maynard Keynes: 1999:267), teriasido este resumo que popularizou a obra de Keynes, tornando-a conhecida, ao interpretar o “núcleo pesado”do caráter keynesiano.

“macroeconomia” como parâmetro conveniente para outras áreas de terras, em condiçõesiniciais semelhantes.

Também não é possível desconstruir a construção marginalista da ‘teoria geral doequilíbrio’, porque ela restringe-se à matemática e sustenta-se em axiomas externossubjetivos (utilidade, satisfação, escolhas, preferências, etc). É que a “taxa marginal desubstituição técnica” (Tmgst) é distinta da “substituição técnica marginal”. A Tmgst deve-se a incrementos resultantes de acréscimos variáveis (conceito analítico matemático) e a“substituição técnica marginal” deve-se a acomodações intertemporais de vantagenscomparativas (conceito econômico analítico).

A função tem um limite “n”, se ao variar a incógnita independente de formadefinida, ela (a função) se aproximar desse valor “n” ( lim x =n, quando x→n. Lê-se: olimite da função ‘x’ é igual a ‘n’, quando ‘x’ tende para ‘n’), então diz-se que “n” é umvalor fixo, do qual a função “x” se aproxima constantemente conforme variamos aincógnita que represente sua forma particular (Por exemplo: x.A-1 = Kα.N1-α). Em economia,diz-se que a função de produção agrícola possui um limite fixo que é a área, o tamanho dasterras agricultáveis, mas também possui um limite físico, o número, a quantidade ótima detrabalhadores que poderão elevar os rendimentos (limite externo) da produção de formacrescente, contínua ou decrescente, esta é o limite físico.

Outrossim, o termo econômico: “constante”, diz da qualidade do que tem ou revelaconstância, que não se desloca, que é inalterável; que não muda, que não cessa, que nãovaria; do que é de valor fixo12 e que, economicamente “consta” de séries históricascientificamente observáveis, que consiste unanimemente, como um elemento fixo que estásempre presente como um parâmetro utilizado em cálculos ou formulação de leis, cujovalor não varia.

O conceito de “valor mercadoria”: a conceituação subjetiva de valor subjetivo, deutilidade marginal da mercadoria, conforme as preferências do consumidor final, nãosubstitui o conceito objetivo de “valor mercadoria”: a conceituação de valor objetivo, detrabalho produtivo socialmente necessário para criá-lo, conforme a quantidade de trabalhonecessário para sua produção; O conceito subjetivo não substitui o conceito objetivo, não sóporque outros indivíduos, além dos que a utilizam ou a consomem, também a desejam,enquanto úteis às necessidades indistintas por bens rivais, mas também porque o valor dequalquer “bem econômico”, objeto da Economia, é determinado em função do trabalhoprodutivo, do excedente que é apropriado pelo proprietário (trabalho não-pago ou mark-updo proprietário do capital) dos meios de produção e do nível de preços dados pelos bens,produtos, mercadorias e serviços concorrentes e ou substitutas e próximos, além dos demaiscustos a ela inerentes (inclusive os custos adversos), que afinal irão impactar o seu valor

12 Discutimos esta matematização subserviente da economia, uma espécie de “introjeção vicária” da “escolamarginalista” que, toma da matemática o instrumental de domínio analítico, mas não discute os termospolissêmicos (constante no sentido de valor numérico ex post e constante no sentido de invariabilidade exant; fixo no sentido de valor numérico fixado e fixo no sentido de parâmetro cientificamente observado emséries históricas), específicos e gerais de cada ramo das ciências exatas, humanas e da lingüística no anexodoc.3: Ensaio Nono, Fundamentos de Economia para Matemáticos, DA ALGEBRA À GEOMETRIA.doc, aconcepção de Henry in “Elementos de Matemática para Economistas” Vozes.RJ.1979.

monetário. Excetuando-se o trabalho-datado, a prazo e preço e riscos pré-estipulados, maspor razões de temporalidade, extensão e transporte.

Quanto aos preços das mercadorias, propriamente ditos, o marginalismo, ligou-os àoferta e à demanda e, da distinção entre os diferentes graus de Equilíbrio Geral, relacionou-os aos problemas dos fatores de produção, (determinando, conforme o pensamentoneoclássico, o “comércio inter-regional e internacional”, pela somatória dos preços dosfatores que entram em sua produção), por fim, pela manipulação do fator tempo, distinguiu-os dos fatores que os determinavam, os que por eles eram determinados. Demonstrando quea renda da terra era sempre determinada por ele (o preço) e que no curto prazo, aremuneração dos demais fatores era semelhante à remuneração da terra (ou renda dapropriedade do solo). A partir desta distinção relativa (denominada de “quase renda”), omarginalismo se alvoroçou sobre quais deveriam ser as remunerações dos fatores decapital e de trabalho, utilizando outro conceito subjetivo e fictício, a mercadoria-numeraire, concluindo que, no longo prazo, os custos dos fatores deviam ser iguais aosseus custos marginais, isto é, a taxa de juros tenderia a ser igual à propensão marginal apoupar e, a remuneração do trabalho igual à propensão marginal do desemprego natural ou,em linguagem menos técnica, o juro seria igual ao sacrifício da poupança e o salário igual adesutilidade do trabalho.

O retorno ao ‘homem real’, como ponto de partida do pensamento econômicomoderno, não tem o objetivo de substituir a análise marginal da produção, que subjetivou oconceito de valor: “a progressiva cessação do diálogo entre marginalistas e marxistas(marxólogos)...na medida em que uma e outra doutrina iam se consolidando enquantoortodoxias” (NUNES, N.B., “Finanças Públicas: A necessidade de novos instrumentos dedeliberação e fiscalização dos orçamentos públicos”. 1993. Monografia de final Curso deEconomia, Graduação. Universidade Católica de Petrópolis - UCP. p. 34, apud, Singer);Mais que isto, é a própria conceituação subjetiva da “utilidade marginal” (‘a satisfação deuma necessidade através do consumo extra de uma unidade a mais de uma mercadoria, atéque a saturação se aproxime do limite infinitésimo’), que instrumentalizoupsicologicamente o ‘homem econômico’ através da matemática e escondeu o homem realnas abstrações arbitrárias da metafísica.

Analisando as antecipações econômicas ex-ant e ex-post, o economista suecoMyrdal, dava ensejo à escola institucionalista, ou simplesmente institucionalismo, com osestudos das variáveis econômicas no tempo cronológico. As antecipações de GunnarMyrdalxxviii incluíam receitas, investimentos, inflação e jurosxxix; Em 1939, Lindhal publicou“Studies in the theory of money and capital” e concluíra que era através das antecipaçõesde cenários de Myrdal, que se calcularia o Capital e a Renda13 oriundas das flutuações depreços. Bertil Ohlin, também economista sueco, concluira que os preços refletia o valoragregado internacional e movimentos internacionais de capitais entre países, dando novoinfluxo, mesmo que indiretamente, ao conceito de nivelamento14. Enfatizou a importância

13 Em seu capítulo 2, KEYNES, J. M. “The general theory of employment, interest ans money”. Londres.MacMillan, 1936, sustentara que o pensamento clássico de Davi Ricardo não se preocupara em medir a rendanacional para se centrar nas proporções em que era distribuída.14 Bertil Ohlin, neoclássico, vai questionar a validade da lei clássica dos custos comparativos, sustentando queela não era aplicável ao comercio internacional de mercadorias. Apesar das críticas dos marginalistas e como

dos planos de poupança, consumo e renda, desacreditando na eficácia das taxas de jurospara impactar os investimentos da economia e evitar o cartel financeiro positivado pelosgovernos “intervencionistas”.

Nos dias atuais, tanto a validade da teoria dos preços é compreendida na distinçãode extensão que distingue os intervalos de tempo de produção capitalista e riqueza aziendal,como distinta no comércio internacional ao preço de fatores, de comércio de bens deconsumo, bens de capital e bens de manutenção e reprodução ao preço de mercado; assimcomo a validade da distribuição, vai obdecer a mesma distinção de lugar a lugar e de lugarde origem e destino.

V-1- Da Distribuição

Apesar das imputações de 33% dos rendimentos descontínuos, apesar do “volumede transações cambiais mundiais se situar na marca de US$1,5 trilhões por dia, comparcela predominantemente de aplicações financeiras” (Sayad, 1999:479), no Brasil, como ‘giro financeiro diário’ da BOVESPA em média de R$5,7 bilhões, com uma populaçãototal de mais de 192 milhões de habitantes (2010), deduzindo a “PopulaçãoEconomicamente Ativa”, onde cada posto de trabalho corresponda a quatro habitantes(distribuídos por: crianças; jovens estudantes; idosos que compreende a faixa fora daPopulação em Idade Ativa; além dos desempregados formais, dos aposentados epensionistas que não trabalham, e dos rentistas e réus em cumprimento de penas, além dosinválidos, epulões, etc...) e, com a hipótese de que 25% do valor monetário do ProdutoInterno Bruto represente o “trabalho econômico interno” na produção de bens duráveis e deconsumo e serviços, é perturbador o uso irrestrito do instrumental matemático analíticopois, se um posto de trabalho é igual a quatro habitantes (aproximadamente, cincoentamilhões de brasileiros) e, como do total do PIB, apenas 25% corresponde à produção debens e serviços, dois argumentos são prometéicos: Ou sobre 50 milhões calcula-se 25% depostos de trabalho ou sobre 25% do PIB calcula-se a renda per capta real da populaçãototal, bem como a renda média do trabalho.

É que o conceito econômico de “substituto próximo”, latu sensu, é controverso. Apadronização de medidas escalares (unidades físicas; unidades em moedas; unidades depreços; unidades de valor; unidades de utilidade; etc..) de bens econômicos substitutos não

as formuladas por Jacob Viner (: (ele) “pretende explicar os preços dos bens apenas pelos preços dos fatoresde produção, negligenciando as oscilações naturais e sociais dos setores de produção e produtividade dotrabalho”). A meu ver, neófito na arte de pensar um novo paradigma particular do valor, dos preços e dadistribuição, Ohlin e antes dele Herkscher, não consideraram que a determinação da “lei dos custoscomparativos”, fora assentada na ênfase da produtividade do “valor-trabalho” e que, no comérciointernacional de commodicies, o fator trabalho continua a contribuir, para seu valor final. Se na especificidadeda determinação dos preços das “mercadorias de mercadorias”, a definição neoclássica, tenha fundamento; Apesquisa básica, faz entrever que os fins da economia são “não-específicos”, onde os fins específicos tambémestão inclusos e, conquanto o “comércio mundial”, em valores monetários, ultrapasse proporcionalmente oPIB mundial, não extingue em valor criado, a unidade que perfaz, porque o primado do trabalho que cria ovalor, deixa de incidir na forma do capital fixo. Emir Sader, ao organizar os textos de Rui Mauro Marini(“Dialética da Dependência”. Vozes, RJ. 2000), sustenta que o trabalho de expedidores é remuneradomediante capital variável, e que armazenagem e embalagem não incidem no valor criado nem criam outrovalor.

são passíveis a redução em um “valor” irredutível sem a dissolução de múltiplos bens(mercadorias) que serão responsáveis por sua medida, conforme a unidade escalar utilizadano seu conceito de medida aposteriori e concomitante com a unidade padronizada apriori.

A impossibilidade de redução de múltiplas grandezas que caracterizam osfenômenos econômicos, não permite que os resultados econômicos sejam definidos em umasó unidade de valor, uma só unidade de quantidade, uma só unidade de tempo, uma sóunidade de tamanho, uma só unidade de direção, uma só unidade de preferência, uma sóunidade de utilidade, uma só subjetividade, etc... pois, os conceitos físicos, os conceitosnuméricos, os conceitos econômicos, quantitativos, qualitativos; conceitos de direção,sentido e extensão, são todos intercomplementares, são quase sempre replementos entre sie, cada “mercadoria” envolve inúmeras mercadorias que não desaparecem por seremmercadorias de mercadorias.

Discutimos a composição e participação dos fatores de produção na renda, em nossaMEHBI (NUNES, N.B., Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos. FormatoDigital, disponível, www.amazon.com.br. 2013. págs 57-67) Ali, definimos no Título C“Noção clássica do Valor da Oferta” que o “hedeg público”, propriamente dito, deproteção a preços e taxas administrativas sobre “commodities”, desconsidera que ascommodities criam valor virtual não lastreado sobre outras “commodities”, mas não podemsuprimir a composição dos fatores que as determinam.

No entanto, ao ‘procurarmos’ os indivíduos, as pessoas, os homens indistintos, ostrabalhadores, no comércio internacional de commodities, não se tem como prescindir oconceito intelectual econômico interno, que defini a “população em idade ativa” (PIA) eque é ‘empregada’ como fator variável da Produtividade Total da Economia. Assim, ologarítmo dos valores irracionais da “População Economicamente Ativa” (extraída da“População em Idade Ativa”) é, formalmente: LogPEA(Y/Ξ)=LogPEAY-LogPEAΞ (Onde: Y é arepresentação do produto-renda; Ξ é a taxa média de crescimento econômico e, PEA é aPopulação Economicamente Ativa)

A MEHBI – Metodologia Econômica do Homem e Bens Indistintos, sustenta quedevido à assimetria informacional, o empresário (investidor) desejoso em aumentar oestoque de capital, dispõe, como parâmetro, o custo sobrevalorizado do insumo de fatortrabalho quando a produtividade marginal dos fatores é quase baixa e os dados oficiaisformais não informam o produto visível do subemprego potencial líquido. Esta assimetria,imputação aleatória ex post nas contas nacionais, escamoteada na estatística ex ant dosfenômenos econômicos incertos, é o custo de corretagem do expert em finançascorporativas, sub-escamoteado no custo de capital artificialmente. Em termos macros é o“déficit artificial” que é imputado residualmente pelo manejo sofisticado de modelosmatemáticos que insuflam a liquidação do “trad-of keynesiano”; que justificam a motivaçãolegiferante extemporânea para impor hedeg a preços e taxas para as commodities -umaespécie de gatilho financista automático, pré-fixado; que formam o juízo da “decomposiçãopercentual da variância da previsão após o aumento inesperado de inflação ou desemprego(formal – parênteses meu)”, para demonstrar que “a partir de 1994, no Brasil, por exemplo,choques de inflação (institucional - parênteses meu) passariam a impactar em 2% odesemprego e 3% a pobreza...” Em 1999, com a consolidação do padrão de

conversibilidade, iniciado na década de 70, as moedas (hoje o Real, R$) se auto incutiramvalor, reinventando a propriedade em lastro virtual e fiduciário: em 1971 o dólar foradesvalorizado artificialmente em 10% e, em 1994, a nova moeda do Brasil era convertidaem equivalência ao dólar americano.

A Tabela a seguir, “Produtividade Total Residual”, estudada pela pesquisa básicano Título B (“Subsídios à Introdução da MEHBI”, em seu capítulo II.3 – ‘A DissídiaInstitucional Paranóica’) a partir dos dados- Fonte(s): a)Bibliográficas: “Brasil –Presidência da República: 5 anos do Real” – “Estabilidade e Desenvolvimento”. julho1999:17; _____ “6 anos do Real”. julho 2000. Apud Boletim Conjuntural. IPEA; CYSNE,R.P.O., “Plano cruzado frente às re-estimativas do déficit operacional entre 1984 e 1987”.Anais da ANPEC.; PAULANI, L., “A Nova Contabilidade Social”. SP. Saraiva. 2001.;OLIVEIRA, J deC., “Tendências...”. b) Digital: “O Globo Digital”.19/03/2009.c)Telejornais: março de 2008, apud, IPEA. Reunem os principais dados analíticos dafunção de produção para os anos referenciados (1987-2007), onde: “wN” é a remuneraçãoda massa de salários (ou participação na renda do PIB a custos de fatores da remuneraçãodos empregados); “rK” é os rendimentos de capital (ou participação na renda do PIB acustos de fatores da remuneração do excedente operacional bruto); “PT(A)” é a tecnologiaem escala logarítmica; Δ (N,K,Y) são as taxas de variação dos estoques da PEA empregada,do capital e do PIB, respectivamente e, Δy é a taxa de crescimento econômico em escalalogarítmica decimal. No Brasil, estes dados somente têm publicidade em períodoscensitários: o Sistema de Contas Nacionais, deixa de evidenciar as participações na renda,tanto da remuneração do trabalho, prevendo a massa de salários, na Conta PIB, como aparticipação do excedente de capital, na Conta Capital.

Nossa tabela de Produtividade Total Residual é:

Escal N A T U R A L log x log VALORABSOLUTO

ANO ΔN Δ K wN rK Δy PT(A) N K A ΔY1987 1,9 4,32 53,3% 46,7% 0,5575 0,1122 1,01 2,01 1,29 3,611997 1,8 4,30 48,9% 52,1% 0,5185 0,0623 0,88 2,20 1,18 3,302007 1,4 4,21 43,9% 56,1% 0,7551 0,3407 0,62 2,34 2,19 5,69

Tab. –Brasil, (elaboração: NUNES, N.B.): “Produtividade Total Residual”: modelo Solow-Swan com função Y=N(A(t)K)1- produção de Cobb-Douglas e “progresso técnico” Harrod-Domar(‘tecnologia neutra’)15 associada ao capital ou associada ao trabalho.

15 FEU, Alvim Carlos, sustenta com Feu, Aumara (Tese de Doutorado em Economia, UNB) que “adistribuição entre os insumos da taxa de crescimento é alterada (negrito meu) e não a forma (itálico meu) dascurvas de Produtividade de Capital e Produtividade do Trabalho: isto é, Y =A(t) N K1- (Tecnologia inHicks) ; K (A(t)N)1- (Tecnologia in Harrod) e, Y=N(A(t)K)1- (Tecnologia in Solow –neutra). Ressalto, eu,neófito em ‘pensar’ a Economia que a “pesquisa básica” está a sustentar que é justamente esta a demanda da“pesquisa&desenvolvimento”: a distribuição “residual” da tecnologia...

Quanto à “produtividade média do fator trabalho”, estes e outros autores, calculam-na, correspondentemente, à razão entre o produto (PIB) e a força de trabalho do mercadoformal (PEA), exceção a Aumara Feu (2003), que utiliza ao invés do parâmetro da taxa dedensidade da população total de brasileiros, como fazem os demais, a taxa da “populaçãoocupada”. (Esta taxa mede a proporção da população economicamente ativa, maior de 10anos de idade biológica, que é empregada, segundo o critério de limite mínimo para idadeativa adotado no Brasil e, indica o contingente de trabalhadores disponíveis e utilizadospelas firmas como um índice de emprego, por exemplo: se a PEA é de 23 milhões com5,5% de desemprego (dados IBGE para o ano de 2012, divulgados em 31/01/2013), então apopulação média empregada no Brasil em 2012 foi de 21,735 milhões e a “taxa deocupação” é obtida pela divisão desta população média ocupada pela população total emidade ativa)xxx.

Como, para uma noção do valor agregado, os três “métodos” fornecidos pela “teoriamatemática”, não previnem as ‘associações estocásticas’ do escólio da ciência econômica:o Algébrico (Y = Ϋ + yΫ), o Semilogarítmico(1/Y=LogΫΞ y) e o Logarítmico (LogY =LogΫΞ n.), partimos em nossa pesquisa básica, dessas bases analíticas teóricas damatemática para a economia, ajustando a base teórica: F(y)=(Y+y)n, isto é, a FunçãoPrimitiva F(y) =Yn= Ϋ(n-1) + yΫ(n+1) que implica em : Y=f(x), que implica em : f(x) = F(Yn),onde Yn é o período remoto de referência da gnose filosófica possível do valor do produtoacumulado.

A riqueza real da economia é uma unidade, não só porque o conceito de unidade emmatemática é igual ao algarismo simbólico do número cardinal um e, que por isto se refira a100% de tudo que é produzido, menos o total de tudo que foi gasto para a produçãoresultante; A riqueza real da economia é uma unidade, porque não existe mais que uma,não existe uma riqueza que é contabilizada e outra que não é; não existe uma riqueza exatae outra incerta, conformada a “erros e omissões”, a imputações de rendimentos; não existeuma riqueza real formal e mensurável e outra informal e não mensurável. A riqueza real daeconomia, quer contabilizada, quer não contabilizada, compõe, pela ótica do “TesouroNacional” um “caixa único” (Simonsem), pela ótica do “banco dos bancos”, setenta e cincopor cento do patrimônio privado (Roberto Luis Troster), pela ótica do “banco do governo”,tudo que é produzido em determinado período, menos tudo que foi gasto para a composiçãodo Produto Interno Bruto (Em 01/03/2013, o Governo, divulgou que a taxa de crescimentoeconômico de 2012 fora de 0,9%, resultando o valor monetário do PIB em R$4,4 trilhões-Quatro trilhões e quatrocentos bilhões de reais em 31/12/2012; Em 27/02/2014, divulgara,conforme cadeia nacional de rádio difusão, a “voz do Brasil” e, telejornal da Rede TV,crescimento econômico consolidado em 2,3% do PIB em 2013, resultando valor monetáriode R$4,84 trilhões; A diferença entre os valores monetários e a taxa de crescimento,aproximadamente 7,7%, ficam por conta de outras variáveis monetárias...salvo melhorjuízo, inalcançável pelo estado da arte da pesquisa básica. Em junho de 2014, as previsõesdos economistas para a taxa de crescimento econômico do PIB no Brasil para 31/12/2014eram menores que 2%. Relatório FOCUS, jul.2014, prever taxa de crescimento econômicode 1,05%, para 2014 e 1,5% para 2015).

Depois da crise de 2007/2008, os EUA, conseguira elevar o patamar de sua BalançaComercial, acima do patamar da pré-crise; O Brasil não conseguira, se quer igualar seupatamar em volume de exportação, no mesmo período (em 2008 exportamos 27 bilhões; 14bilhões em 2009; 16 bilhões em 2010; 21 bilhões em 2011, pouco mais de 26 bilhões em2012 e 19 bilhões em 2013), embora tenhamos triplicadoxxxi tanto a participação emcommodities como em bens no comércio mundial.

BRASIL - COMÉRCIO MUNDIAL 2000 2010 VariaçãoParticipação no comércio decommodities

1,26% 4,66% 370%

Participação no comércio de bens 0,88% 2,77% 315%Tab.4.1 – Brasil, participação no comercio mundial de bens e commodities, 2000-2010; FONTE: www.G1.com.br.

VI- Conclusões

Não é que os fundamentos do pensamento econômico, conforme Hume, malpercebera o condicionamento mútuo e equilíbrio entre importações e exportações mas, queassim como “não pode haver mobilidade absoluta de capital e trabalho também dentro deum país” – como demonstrou Cairnes aplicando a Teoria do Valor Internacional ao caso doValor Nacional (Theory of International Trade, apud, Bastable, 1903) – não se pode reduziras grandezas econômicas ao “valor de uso” e do nível de preços dados pelos bens, produtose mercadorias concorrentes e ou substitutas e próximos, além dos demais custos a elainerentes e, abandonar o fator “quantidade de trabalho” e, esperar que a resultante, taxa debenefício mútuo por unidade de capital e unidade de tempo, enseje alguma evolução da“Lei fundamental de intercâmbio”. Os movimentos de capitais, assim como os movimentosdo dinheiro prescindem as desproporções e desigualdades entre os países, e apesar delas.

Quanto mais refazemos os cálculos, com vistas a contribuir com percepções esentidos de relações da vida contemporânea ordinária da economia urbana, mas nos damosconta que as “multiplicidades discretas” (Deleuze) são tantas quantos os novos arsenais eformas que as justificam e, não necessáriamente contraditórias entre si, ainda que nessaqualidade sejam mais convincentes e abundantes.

Contribuir pois com o que está à nossa testa, à nossa frente, é descobrir, desvelar,retirar o véu do devir, fenomenicamente manifestado nas “multiplicidades contínuas” quese avizinham à própria percepção. Em essência, concretamente, a manifestação concreta,que vemos com os sentidos, não é o que pensamos-sentir ver, perceber com a visão, masum reflexo tardio e invertido e, que já não mais existe; O que sentimos não é o quepensamos encerrar relação, mas consequência de relação já vivenciada e não mais existente.O “burgo” e o subúrbio ou cidade moderna, vive de morrer todos os dias do devir.

Em se dando, que tudo está em movimento, descobrir (desvelar) a lei do devir écompreender que também o movimento move-se continuamente: a cidade onde moramosmuda plantada desde o Império do Brasil, segue bailando por forte tendência corporativista;agrupamentos de ofícios; clubs de serviços; agremiações desportivas comerciais;

asteamentos de classe, de religião e suas subdivisões de maioria cristãs européias ouminorias embatucadas; neordenanças de profissionais liberais, de profissionais deseguimentos classistas, de seguimentos sociais de maioria burguesas (pequena-burguesia);neordenanças de afiliações partidárias; dezenas de centenas de firma de prestação dos maisvariados serviços (farmacos: alopáticos, homeopáticos; químioterápicos; odontológicos:saúde bucal e protéticos e 'implantedontistas'; ópticos; psicológicos; etc...); comerciantes decalçados, vestimentas, modismo, especializados em estações para exportação; comerciantesde manufaturas e artesanais, bijoterias e artigos do lar; dezenas de centenas de comerciantesde bens de consumo da construção civil; serviços e comercio de imagens, gravuras efotográficos e estampas; dezenas de centenas de despachantes e serviços de advocacia,corretagens, seguros e filantropias, ONGs, associações das mais variadas; panificações,alimentação e centenas de mini-mercados; supermercados oligopolizados; conveniências epostos de combustíveis; serviços de fretes e transportes alternativos; serviços educacionaispúblicos, privados e quase-públicos, etc...etc...e, Tudo isto, observado, fiscalizado,acompanhado, complementado, mais ou menos induzido e controlado, por mais de vintemil funcionários públicos (federais, estaduais e municipais), quanto à indústria, metal-mecânica, moveleira e textil (predominância manufatura e artesanal) é o que predomina,ademais, cluster do subemprego potencial visível (agenciamentos de empregos domésticos,de lazer, armistícios e culturais).

Se, da harmonia caótica do movimento, a circulação, reprodução, armazenamento eembalagens, estão afetas ao capital variável (onde se paga e assenta a força-de-trabalho),faz parte também do espectro do “capital constante”, o trabalho que quantitativamente e,socialmente necessário, fundamenta a criação material de valor em valor de troca. Porém seé a moeda (dinheiros) que intermedeia as trocas da distribuição deste trabalho socialmentenecessário, é ela que estima o preço de todas as mercadorias (inclusive do fetiche sob aforma de salários), adquirindo assim uma causa aparentemente sobre-natural. Todavia,dado que a economia das pequenas e médias cidadelas municipais, em seu aspecto “macro”é profundamente ologopolizada, o sistema intermediário de crédito bancário, desempenha aatribuição final em definir onde, como, quando e para que classe, serão alocados osrecursos criados e reproduzidos pelo movimento econômico-social, bem como quaisseguimentos de classe serão incorporados e acoplados ao sistema de rendas financeiras quedo sub-sistema de crédito intermediário dependem.

Esta predominância é consequência da “estrutura de mercado” das cidades(condados autônomos, federalizados e adstritos em entes da Federação, os Estados e ospróprios Municípios – exceto os das grandes Metrópolis e Capitais), de pequeno e médioporte que, salvo monopólios tecnológicos, em sua grande maioria é oligopolizada.

Assim, contribuir para a reflexão urgente, que efluvia mofo nas pautas dos discursoscomunicativos, por mais múltipla-contínua e revolucionária que se pretenda prossecussão, éperceber que na esteira da Terceira Revolução Industrial (onde os Tigres e Dragõesasiáticos são experts) ou a contribuição teórica acadêmica deite nicho no clusterinformacional ou terá que entrar na fila das beneces (ônus do valor de uso) dosintermediários creditórios que também determinam a editoração, a publicação e distribuiçãodas mídias, audiovisuais, livros, revistas e jornais.

Uma olhada, ainda que de soslaio, na conta de “Transações Correntes”, onde sãocontabilizados: a “Balança Comercial” que consolida o pagamento entre residentes e não-residentes, das importações e exportações de commodicies e demais mercadorias; a“Balança de Serviços”, onde entram e saem os serviços em fretes, alugueres deequipamentos, pagamentos e recebimentos de licenças, pagamentos e recebimentos deroyalties, seguros, viagens internacionais, etc, consolidando o pagamento também entreresidentes e não-residentes da importação e exportação; bem como a “balança de rendas”que contabiliza aos não-residentes no Brasil de seus investimentos aqui (no Brasil) ou portrabalho realizado por eles no Brasil, assim como os pagamentos aos residentes no Brasilde seus investimentos e trabalhos no exterior; consolidando os pagamentos de juros,dividendos, salários e lucros. Percebemos que, do saldo consolidado como percentual doPIB, nos últimos cincoenta anos é a poupança externa a responsável pelo financiamento doinvestimento doméstico, em média, de 2% sobre o PIB ao ano (exceção à década de 70,4,3%):

% s/PIB

-8

-6

-4

-2

0

2

4

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020% s/PIB

Gráfico: Saldo das “Transações Correntes” [1963-2013[ – Brasil - % do Produto Interno Bruto

Reconhecimento intelectual seja dado às novas concepções da “teoria do custo” e“teoria da utilidade marginal” que, (apesar da reação: dos clássicos ingleses, seguidores deDavid Ricardo; dos socialistas alemães Marx, Engels e Kautsky; do institucionalismo naAmérica, representada por Veblen e Loria na Itália), graças a elas “as relações dedependências mútuas entre as diversas grandezas econômicas foram evidenciadas maisnitidamente” (Schumpeter, 1968:19416)

O desafio da Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos, está emreconhecer que, por um lado, a questão da formação dos preços, situada no âmago da teoriade Smith, evoluiu com a contribuição da corrente marginalista, primeiro com Gossen;sistematizada por Marshall e antes dele, Menger, Jevons e Walras; depois com Böhm-Bawerk, Pareto e Clark, impondo a resiliência analítica de que “diferentes fatores sedeterminam mutuamente”; por outro lado, a questão do valor entre grandezas do fenômenoeconômico -salvo contribuições específicas, como de Sraffa que buscou padronizar o valorde commodities-, a preocupação de David Ricardo em encontrar o índice das relações deintercâmbio e de suas variações, e apesar de: (a) a “luta no terreno dos princípios” contra a

16 Schumpeter, J.A, , “Historia da Análise Econômica”. Trad. Rio de Janeiro, Ed. Fundo de Cultura, 1964. 3 v.

‘teoria da utilidade marginal’, (b) a perspicácia de Ricardo ao (b1) fugir da fascinação dagnose filosófica do valor primitivo, onde seria óbvio que as quantidades de trabalhocontidos nos bens é que determinavam as relações entre as grandezas e agora (b2) com oacúmulo de capital e a propriedade da terra, (b3) eliminou uma pseudocontradição entre a“Lei fundamental de intercâmbio” e o capital fixo e circulante (também atacada em Marxentre o volume I de O Capital17, sobre “o valor-trabalho” e o volume II, sobre preços e“formação do valor” de capital constante e variável), (b4) demonstrando que (b4.1) aproposição dos juros, advinda do prolongamento do processo de produção ao empregarcapital em máquinas e equipamentos, desviava a “Lei de intercâmbio primitiva”, dado otempo de reprodução variável conforme a especificidade dos ramos produtivos e (b4.2) asvariações salariais modificavam os preços dos bens que para serem produzidos exigiriamquantidades diferentes de capital fixo e circulante (a concepção marxista, segundoSchumpeter (1968:126): mostrava que o aumento dos salários modifica os preços, emquantidades diferentes de capital constante e variável), no entanto, para evidenciar onivelamento de subsistência, é necessária, mas insuficiente, a luta contra a ‘teoriamarginalista’ no terreno dos princípios, sem a “pesquisa&desenvolvimento” da equaçãogeral da economia doméstica que explicite o limite externo e a construção da equação geralda produção interna bruta que demonstre sua integral primitiva.

Enquanto em Ricardo se elimina a pseudocontradição entre a “lei de intercambiofundamental” e o capital circulante e fixo, pela observação dos juros, dos processostemporais específicos e das variações salariais; em Marx, a pseudocontradição entre“trabalho produtivo” e criação material do valor, substratos da “teoria do valor-trabalho”, sesoluciona pela distinção entre “trabalho produtivo” e “trabalho improdutivo”: por quanto oprimeiro se distinga do “trabalho necessário” ou do trabalho socialmente útil, o segundo,em geral, não afeta o valor criado, nem cria outro, ainda que ensejem gastos de circulação emudança de forma, não acrescentam à mercadoria nenhum valor - É que, “nas mudanças deforma que sofreu incide no desenvolvimento do mercado mundial e dos meios detransportes.” (MARINI, Rui Mauro, org. Sader, 2000:248). Sader esclarece que os“trabalhadores da circulação” (comércio, venda, contabilidade, embalagem, classificação,etc..) “se paga mediante o desembolso de capital variável...”, enquanto as atividades dearmazenamento (que não mudam a forma e conservam, obviamente, o valor de uso dasmercadorias), “que paraliza a circulação e que assegura sua continuidade têm-se areprodução” de bens de consumo, bens de capital constante fixo e bens de capital constantecirculante.

A crítica teórica atual, desde o fim do regime de Bretton Woods, parece seemaranhar entre os aspectos da funcionalidade do sistema e menos em sua estruturaxxxii.Pouco se debate18, no mundo dos países industrializados e centralmente planejados, o17 Citados por Sader (2000) à edição de “O Capital” – Fundo de Cultura Econômica, México. 18 Desde a década de 1960, o debate entre os economistas segue três tendência predominante: tendênciaskeynesianas (neomarginalismo e neokeynesianismo), monetaristas (Comentando o sucesso de ThomasPiketty – “O Capital no Século XXI”, 2014 – a eminência parda do monetarismo, desdenha-o, em artigo àCarta Capital, “A tendência à acumulação da renda e do patrimônio é fato muito conhecido dos historiadorese tema estudado pelos economistas desde o fim do século XIX, quando Vilfredo Pareto -Cours d’EconomiePolitique 1897- estabeleceu as famosas leis estatísticas que mimetizam a distribuição da renda nas maisvariadas sociedades.”. Argumenta que a crise do desemprego atual e a concentração estão conforme àmáxima: quem têm o poder monetário, os determina.) e síntese neoclássica - predominantemente nos países

“socialismo evolucionário parlamentarista” (Jawaharlal Nehru) e, as ciências social-econômicas, no mundo capitalista, parecem abdicar suas metodologias pelo “transplantemetodológico” (Granger) das ciências exatas: subserviente à “subordinação da diversidade”invertida, Sachs (“Dicionário do Desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder”.Petrópolis. RJ. Vozes. 2000:335) advoga o “multilateralismo em uma sociedade pós-capitalista”xxxiii; Fiori (2003), desdenha o fascínio de Antonio Negri pela “nova economia”e pela “sociedade de redes”: “as alianças entre Estado e capital eliminariam, no longoprazo, a competição e, por conseguinte, o surgimento de novas potencias capitalistasglobais”, como propõe Giovanni Arrighi e, os Estados Nacionais não cederiam lugar a um“império supranacional”, como pensa Negri.

É necessário ter em mente o que significa a afirmação de que os iniciadores daciência em economia eram todos filósofos. Inicialmente, porque a Economia estruturadacomo pensamento econômico se sistematizava a partir da “escola clássica”, por conseguinteo silogismo hipotético, dedutível e lógico, partia de premissas e, a observação de “fatosconcretos”, modificáveis por natureza, que dissesse os fins da ciência em economia –contraditórios, também por natureza – somente se sustentava com o transplantemetodológico das ciências exatas nas ciências humanas. É preciso negar o “elitismo” aosiniciadores do pensamento clássico em economia, sem que com isso, chegar a afirmar quefossem alheios aos fatos científicos, assim como é preciso negar à Administração Pública,ao Governo ao Estado, o direito à alteridade que, somente a iniciativa particular,individual, difusa ou coletiva, é agente para deliberar e decidir.

A “pesquisa básica” sustenta que a economia , o pensamento econômico do séculoXXI, com a provisão de ‘dinheiros’, como sinônimo de moedas em circulação e,principalmente em depósitos e reservas, ainda sob as reminiscências do século XIX eseguinte, com a impossibilidade em explicar cientificamente o crescimento econômico coma persistência do nivelamento de subsistência e a manutenção da Lei de Bronze dossalários, bem como a solução monetarista para a problemática inflacionária e o debate aindaaberto sobre o corte dos gastos governamentais da chamada economia do lado da oferta,prescinde dar um passo à frente e dois passos atrás, estudando e compreendendo asimplicações reconciliatórias entre a propensão marginal a consumir (em conceitoeconômico) e as taxas de propensão média e marginal (conceito analítico matemático), jávisualizadas na obra de Milton Friedman, “A Theory of the Consumption Function”. N.J.Princeton 1957; E, se pretendemos visualizar a tendência do pensamento econômicocontemporâneo no século XXI, com a tendência em recolocar o homem como centro dointeresse do conhecimento e o meio-ambiente no centro do debate do desenvolvimentoeconômico: a “pesquisa básica” sustenta que prescindimos ousar a dar dois passos à frente eum passo atrás, promovendo a “poupança pactuada” com subsídios diretos às famílias,integralizando as famílias que não incorporam à renda e ao crédito desde a década decinqüenta do século XX e, no palco da sociedade democrática, sem fascínios, semintegralismos, sem imperialismos, sem “sociedade do espetáculo” e sem alarmismos,

industrializados, emergentes e em desenvolvimento. Contudo, a contribuição teórica “neomarxista” (OttoBauer; Henryk Grossmann; Karl Mannheim; Herbert Marcuse; Louis Althusser, André Gorz, entre outros),está sempre presente e insurge sempre que os novos arsenais e formas de sustentar as tendênciaspredominantes se vêem em meio às crises cíclicas do capitalismo (expansão, acumulação, concentração,recessão).

institucionalizar o marco regulatório das externalidades negativas internacionais para oséculo XXI.

The statute law and cammon law não inauguram o “trabalho anual: fundo primitivoque fornece ao consumo anual todas as coisas necessárias e cômodas à vida” (Smith, A“Recherches sur la richesse des nations”. Trad. Paris 1843). Impõe-se, entretanto, o jurídicosobre o econômico, sempre que o resgate do “fundo primitivo” sob a forma de“investimentos diretos estrangeiros (IDE) ou sob a forma ‘especulativa’ (sem quarentenados guardiões orçamentários), resultam ou ameaçam resultar grave dano à Economia. Talvisibilidade não vem da “globalização econômica” stricto sensu, recolonizante, mas daglobalização política, lato sensu, democrática, onde a “globalização informacional” só sesustenta pela “Teoria Geral da Estrutura” – ainda que embatucada.

Outrossim e inexoravelmente, a Taxa de Investimento (β), encerra que quanto maioro volume de estoque desejado (d*) menos o estoque corrente (d), maior o nível deinvestimento necessário (I) para atingi-lo. Analiticamente a “taxa de investimento” édeterminada pelo volume de estoque de capital desejado, menos o volume de estoques (nãosó os bens duráveis, como também as habitações -casa própria dos brasileiros- e as açõesem bolsa de valores19)20, inverso dos investimentos líquidos, isto é, nossa décima quartaidentidade básica, enfatizada na MEHBI: β = [ I / (d* - d) ] se, d = d*, então: β = 100% e,o crescimento econômico é constante à escala, como preceitua Cobb-Douglas (Dornbusch,R., Fisher,S., “Macroeconomia”. 1991: 358; às páginas 861-867 dão algumasrecomendações para atrair a poupança externa), isto, entretanto e inadvertidamente, severificar-se-á, não naqueles saldos das transações correntes (onde a ‘balança comercial’,decantada como parâmetro neoclássico da saúde da Economia, é consolidada), acimaexposto, mas na “Balança de Capitais”, onde o investimento direto estrangeiro, osfinanciamentos, as amortizações da dívida e os empréstimos em espécie (moedas), formamo saldo do Balanço de Pagamentos (Balança de Transações Correntes e Balança deCapitais). Para digredir esta taxa de investimento a pesquisa básica prescinde em"Pesquisa&desenvolvimento".

Para a compreensão dessa identidade (β) precisamos aceitar que a economia (o“bolo” - como se dizia na década de 70) cresceu, mas que, o Desenvolvimento Econômicoesperado- prometéico da acoplagem à economia as populações desincorporadas a renda eao crédito bancário, desde meados de 1957 – não ocorreu pelas simples forças invisíveis domercado. Então, se é verdadeira esta tese, há uma defasagem entre o crescimento

19 Mesmo com o arrefecimento da “taxa de crescimento econômico”, os dois quadrimestres de 2009apontavam um “ganho de 90%” em relação a janeiro de 2009: as operações em bolsa, acumulavam ganho de“7% ao mês” (Jornal do Comércio, 24/08/2009). È que o investimento em bolsa de valores, per si, nãorepresenta investimento produtivo (que contribui para o crescimento econômico da produção de ‘bensprodutivos’ do país). Ademais a “Lei de Titânio” (Uma espécie de gatilho financeiro, que denominamos“Hedeg Público”) é acionada automaticamente, sempre que a produção está crescendo acima dos índices deproteção das operações de hedeg (proteção a acréscimos de taxas e preços administrativos) em bolsas devalores. 20 O “estoque de capital” compreende uma parte fixa (capital fixo): investimentos em máquinas, galpões,equipamentos, que correspondem, tecnicamente, à formação bruta de capital fixo; uma parte do estoque decapital é representada pelo investimento habitacional e outra parte são os estoques propriamente ditos (capitalvariável), de acordo com a produtividade do trabalho e do capital.

econômico efetivado (em média, 2,828427% ao ano de 1909 a 2009) e o desenvolvimentoeconômico prometéico de bem estar aos homens indistintos. A “velocidade” do percursoentre o crescimento (efetivado) e o desenvolvimento (prometéico) é justamente a razãoinvestimento de β . Se a velocidade for lenta (baixa), o desenvolvimento econômico sóacontecerá num ponto linear futuro; Se a velocidade for alta (rápida), os riscos de desviosde rota em direção ao prometéico, são imprevisíveis. É aqui que se situam as políticas detratamento de choques e as políticas do chamado gradualismo. Inadvertidamente, aeconomia no Brasil, vem ‘andando de lado’, isto é, apesar da inflação no ano de 2009 terconvergido para a meta dos guardiões da Política Monetária, apesar do sucesso daestratégia em montar reservas – ‘estratégia concedida’ para os países como o Brasil, commoeda não convergente – teríamos montado mais de R$350 bilhões até 2013, ainda nãoconseguimos nos desvencilhar do legado da indexação, CDI, IPCA, hedge, etc, típicos doperíodo de hiperinflação, vinte anos depois do Plano Real de estabilização...É isto que seconfigura como uma “ilha de excelência” da Economia centrada nas exportações: o saldodas transações correntes de 2013 registrara déficit de 2,83%, frente ao déficit de 2012 quepermanecera na média histórica de 2% (sendo, 75% correspondente à pauta da balançacomercial); a taxa de investimento (investimento do governo e investimento privado),somente se efetivam, se mantida a poupança externa que o país absorve (2%, em média, doPIB), a taxa de crescimento econômico for maior que Ξ.

O diferencial problemático para a economia brasileira, não é estes “riscos” de rotas

(inalcançáveis e imprevisíveis): convivemos bem com 5% de anatocismo do ágio do “riscopaís”; assimilamos e superamos o déficit de conhecimento do sistema capitalista com asexperiências das décadas de 70 (o intervencionismo econômico), de 80 (a estagnaçãofinanceira produtiva), de 90 (a privatização do público) e a herança de 1999, agregada àgordura intelectual sob o papel das exportações, das dívidas interna e externa e da“responsabilidade fiscal”. O diferencial é que, convive, por dentro do país emdesenvolvimento, o subdesenvolvimento mantenedor do inevitável nivelamento desubsistência e que não pode acoplar à economia sem que a correção de rota previna aincorporação à renda e ao crédito um enorme contingente de reserva – o fetiche das elites,não exorcizado pela economia da espontaneidade (“espontaneista”).

Os fatores determinantes da performance é a velocidade eficiente da “razãoinvestimento” que depende do incremento da produção esperada, da redução das taxas dejuros reais (λ) e de aumento dos incentivos fiscais (stricto sensu).

A autopropulsão prometéica não se limita à Política Econômica (fiscal, monetária,cambial e creditória) espontânea, dada pela integração entre a análise monetária e a análisedo mundo real e da importância do comércio internacional e inter-regional mas, édependente da alteridade diferencial percebida pela Economia Política: dado que a “políticafiscal” - afeta à política econômica do governo, que por sua vez é afeta à produção (renda),‘Y’ e à demanda agregada, ‘DA’- induz21 o equilíbrio dos deslocamentos dos gastos

21 Se a “atenção plena” do leitor, alcançou algum nível de harmonia até aqui, o “compromisso intelectual”obriga a tecer uma admoestação: o conceito de indução, em termos econômicos, reflete o comportamento dosagentes econômicos de forma ativa no processo de alocação dos resíduos econômicos, estes por sua vez sãoos insumos para a inversão dos investimentos. O deslocamento dos gastos autônomos, em sentido clássico,encerra ‘novo’ ponto de equilíbrio, mantenedor do mesmo nível de apropriação per capta efetiva e, portanto,

autônomos (propensão a consumir das transferências autônomas do governo, ‘c¨¨TR’;investimento autônomo, ‘¨¨I’; gastos autônomos do governo, ‘¨¨G’), subtraídos da taxanominal de juros, ‘i’, de modo que qualquer variação positiva dos investimentos são,heterodoxamente, drenados para compensarem a “taxa esperada de inflação”, ‘b(i - лe )’;Nossa sexta identidade básica da macroeconomia tradicional, que fundamenta a “razãoinvestimento”, descreve o “sale and leaseback” da renda (produto) de equilíbrio, ‘Y*’, pelomultiplicador clássico que, impactado pela alíquota tributária, ‘t’, incidente sobre os gastosautônomos, ‘¨¨A’, (onde estão inclusas partes das transferências, que incidem tributos,‘TA’) e, multiplicado por eles ‘(¨¨A = c¨¨TR + ¨¨I + ¨¨G)’, menos a sensibilidade juros dainflação esperada é: Y*= {[(1 – c (1 – t))-1.(c¨¨TR + ¨¨I + ¨¨G)] - b(i - лe )}, suaperformance, afinal, sujeita-se à nossa sétima identidade macroeconômica selecionada, aque evidencia o comportamento da sensibilidade da Taxa de Variação do Endividamento,‘Δb’, como dependente da “taxa de juros real esperada”, ‘λe’, (onde, λe = i - лe), da “taxa decrescimento econômico”, ‘y’, e do superávit fiscal, ‘x’, isto é, Δb = b(λe- y) - x .

A carga tributária agregada escamoteia o diferencial sobre investimentos produtivose sobre investimentos improdutivos; as receitas líquidas do Governo com o recolhimento (acobrança) dos tributos sobre o investimento improdutivo, podem subvencionar,economicamente, os investimentos produtivos (que aumentam o volume dos bens decapital22) que sustentam o desenvolvimento econômico, sempre que as alíquotas foremmajoradas, o instrumental poderia se intercomplementar com outras alíquotas que oGoverno possui a faculdade de modificar (importações, exportações, etc..), compensando asalíquotas produtivas com as improdutivas23, evitando saída de capitais voláteis necessáriosao capital de giro em moeda estrangeira... Com a liberalidade legiferante em relação àentrada e saída de capitais voláteis, e ao arrepio de Cairnes, o volume de transações diárias,mundo a fora chega a mais de US$1,5 Trilhões. Torna-se incômodo pensar a Economia nasmedidas do comércio mundial, negligenciando a demanda interna, o “complexo decaranguejo”, a produtividade total residual e no silêncio obsequioso das cantilenasneoliberais. Como bem lembra o economista Beluzzo (Roda Viva, TV Brasil, exibido em17/10/2008), em estilo zen-tibetano: “o problema não é a saída, mas a entrada...”

Temo pois, por concluir que a constância do “efeito kscy” (Y=(ŸΞ)Δy ) dos últimos100 (cem) anos é demonstrada especialmente no Saldo das Transações Correntes [1960-2010]: o déficit da série histórica do período é o percentual proporcional sob o ProdutoInterno Bruto que financia a taxa de investimento estacionário. Enquanto os dados dasséries históricas (crescimento econômico e saldo de transações correntes), ambos sob oPIB, no Brasil, apresentam taxa média de 2,83% e 2,75% ao ano, respectivamente, a

inibem, por dentro do sistema, a acoplagem auto-sustentável à economia, ainda que o financiamento peloendividamento, incorpore à renda e ao crédito. 22 Conceituamos “investimentos produtivos” à combinação dos fatores de produção: capital-máquinas,matérias primas, instalações; terras cultiváveis, minas, biodiversidade; know hall, pesquisa, técnica; bemcomo a particularidade singular e secundária de cada fator de produção, assim como o investimentohabitacional, em aparelhos comunitários, sanitários, de abastecimento e demais infraestrutura urbana, urbana-rural e rural. 23 Nominamos alíquotas ‘improdutivas’ as que recaem sobre investimentos da combinação de valoresfiduciários: títulos, obrigações, papéis, operações de hedeg, certificados,... É necessário um aprofundamentosobre antecipações aos movimentos do mercado, onde o benchmark é garantido pelo hedeg cambial...

doutrina econômica tanto neo-marxista, como neo-clássica marginalista, continuam sedistanciando uma da outra. Sabe-se que a concepção marxista original de “O Capital”,abstraira da escola clássica o conceito objetivo de valor-trabalho, através do qual, Marxdesenvolveu a teoria econômica da mais-valia: “Toda mais-valia, qualquer que seja a formaparticular de lucro, renda etc., em que ela mais tarde se cristalize, é, segundo suasubstância, materialização de tempo de trabalho não-pago.” (MARX, K. O Capital. SãoPaulo. Abril Cultural. 1984,vol.I,tomo2,p.124).

Longe pretender relaxar o conceito de mais-valia: o 'valor a mais', como queremalguns, e que representa a exploração do trabalho, apropriado pelo capitalista, sem acontrapartida de trabalho social equivalente. O conceito de mais-valia, entretanto,transmigra para as relações que determinam a taxa de investimento socialmente necessário.Neste novo espectro, vislumbrado pela pesquisa básica, os investimentos produtivos dosmédios e grandes aglomerados, seriam representados por “simulações” tendentes a daraparência de aporte em poupança privada, garantidoras em compor os fundos necessáriosaos empreendimentos, sob a forma de cotas simuladas de sociedades. Os capitalistasaportariam recursos em cotas apriori (ex ant) que comporia o capital social total. Uma vezaportado, o empreendimento seria inicializado, sem que os demais cotistas partícipes,contribuissem com mesma cota proporcional ao número de ações do investimentosimulado; Para se externalizar, tanto o desenvestimento eventual como os custos adversos ea sub-avaliação do capital aposteriori (ex post), forçam a compra das açoes desenvestidas eelevam o capital social.

Na perspectiva de Böhn-Bawerck, quando objetiva o alto nível da abstração dateoria social desenvolvida por Marx, a fonte desta “modalidade” de “mais-valia”contemporânea é o “trabalho complexo”, onde o capital humano, agora desenvolvidoem habilidades, treinamento e re-treinamento, reciclagem, aperfeiçoamento, etc, compõeum custo mais elevado para sua produção, tal que expressa uma redução em 'n' horas detrabalho médio (“trabalho simples”), em que os custos de produção e reprodução sãomenores.

A obvidade ululante destas procedutividades esconderiam do empresário moderno,não somente os custos de corretagens, apropriados pelos auto-executivos “free-reder”, masprincipalmente os investimentos especulativos teratológicos que estivessem (ou que estão)sujeitos à barreiras no mercado formal e das ações em bolsas e, impedidos de se esvairempara o exterior, onde se reproduzem em paraísos fiscais.

Temo, já na eminente necessidade de uma nova teoria do valor, uma nova teoria dopreço e da distribuição, a nova teoria do valor virtual da economia “pos-moderna” que édeterminada pela taxa de poupança simulada – o capital para os investimentos que malpassam pelo sistema financeiro formal produtivo, devido às barreiras institucionais e, quecompõem os recursos não-contabilizados – excepcionalmente, parte destes recursos “não-contabilizados”, são alcançáveis pela moderna lei de recomposição e falências –excepcionalíssimo, no caso de recomposições patrimoniais de massas. (Lei Federal, de2005).

O Produto agregado da economia e o nível de produtividade, estão sujeitos,simultaneamente, aos movimentos do trabalho humano e à alteridade governamental eempresarial, sendo imprescindível aos economistas, planejadores e empresários,conhecerem o estado da arte instantaneamente: neste caso, a mesma função de produçãoagregada Y, estará sofrendo impacto das inversões dinâmicas das contribuições dos fatores(capital e trabalho) representados na variabilidade da taxa de crescimento econômico, y, e oProduto Agregado Resultando ainda não realizou as compensações de todas aquelasinversões. Para medi-lo, será necessário subir a escala natural (algébrica) para a escalasemilogarítmica e, então relacionar o logarítmo de “Y” com a “taxa de crescimentoeconômico” variável “y”, instantaneamente: Y = Ϋ + yΫ será representada,concomitantemente, da função ‘linear afim’ Y = Ϋ (1+y) para a ‘função exponencial’instantânea: Y=(ΫΞ)Δy, onde Δy = y e, Ξ fornecerá a inclinação média das inversões jámaturadas.

i NOTAS DE FIM:

ii “Sentimento psicrotonico”, diz-se dos sentimentos introjetados pela psicroterapia (emprego terapêutico do frio no combateà febre) sem a anamnese da psicrofobia (o medo mórbido do frio), impulsionando um tom no caráter para servir de modelo,servir de padrão para hábitos ou comportamentos, conferindo vigor ou estado de vigor que propulsa, fisiologicamente atensão a que se quer encontrar no psicrotonizado.iii A degenerescência definida como “alteração dos caracteres de um corpo organizado”; É ação intransitiva e pessoal de“perda das qualidades primitivas ou ação transitiva e intransitiva de “desviar-se das qualidades primitivas, de formadegenerativa, revelando piora em relação ao estado anterior; Logo, a degenerescência é a “ação de degenerar”. O Conceitode digenescência, revela-se, sutilmente, como que a integral primitiva da degenerescência. A rigor a digenescenciafuncional psicológica é uma deformação da psique por distúrbios de causas não identificadas, uma corrupção da qual não sepresume o corruptor e, o corrompido se quer têm noção descritivamente consciente da passividade. No presente texto,utilizamos o verbete “digenescência psicológica”, referindo-o a: inculturação e tirania dos costumes que dão conseqüênciaao aprisionamento do pensamento e, digenescência funcional psicológica, a saturação da fíbria séssil que associa osentimento à afeição primitiva, as lembranças aos sujeitos e objetos, o prazer à alegria, a hostilidade à tristeza, a paz àausência de guerra.iv Se revisitamos o séc XIX, á luz do magistério de Dermeval Saviane, notamos as concepções fundamentais de “Pedagogiada Filosofia Educacional”: a Tradicional, a Moderna, a Analítica e a Dialética. Cada uma destas concepções pedagógica estáancilares, respectivamente: às duas vertentes, a religiosa (tomista) e a leiga (ecletismo); às três correntes, “liberal-pragmatismo” (Associação Brasileira de Educação), “liberal-idealismo” (núcleo de História e Filosofia da Educação daUSP) e o grupo de sociólogos (liderados por Florestan Fernandes); à tendência “crítico-reprodutivista”, sob a influência dos“radicais americanos”(teoria da escola como “aparelho ideológico de Estado, escola “dualista”, sistema de ensino como“violência simbólica”) e; a mediação criticizadora (contraponto aos dogmatismos de todas as espécies), manifestadas noséculo XX e s. A este conjunto de conhecimento sobre o estado da arte da Pedagogia da Filosofia Educacional dos séculosXIX em diante, denominamos de inspiração criticizadora. v Segundo Giacóia, O., “Pensar é sentir a relação”. Sentir que há ou não há relação, isto é o que define o que é pensar.vi Dizemos dos sentimentos adquiridos e imantados a psiquè sem o suporte da reflexão analítica ou criticizadora, tal como asfolhas e as flores que não possuem nenhuma porção delgada prendendo-as do limbo ao caule, isto é, o sentimentopsicrotonizado no homem é como a ausência do suporte (o pé da folha ou da flor) que a conecta ao limbo e deste ao caule.Numa palavra, são os valores morais, culturais e sociais, a “fibra” do caráter.vii Hominalidade é por definição da língua pátria “a ação ou força privativa da natureza humana”, i.é., o que a caracteriza einforma o “caráter ou essência hominal relativo ou pertencente ao homem”. A hominização é o processo psicológico(familial, social e superestrutural) formador da consciência do indivíduo. É comum, por exemplo, durante a infância doindivíduo (masculino ou feminino) o sentimento hominícola pelo pai. Quando o indivíduo inicia o processo de hominização,este sentimento tende a desaparecer. Adiante, quando o indivíduo neófito sofre as primeiras influências do processopsicológico-social a “adoração hominícola” se transforma em reverência (respeito), etc...Até aqui, o indivíduo ainda não sesubmeteu a todas as matizes da hominização, o que somente ocorrerá com a percepção dos sentimentos psicrotonizadosestruturalmente.b AUTO.PRO.PUL.SÃO é ação autônoma ou efeito de propulsar; o próprio mecanismo propulsivo ou sistemaautopropulsor: o que propele e dá impulso enérgico à consciência e origina movimento de propulsão transmitindo estemovimento à consciência de forma autônoma.viii Pierre-Joseph Proudhon, horrorizado com as conclusões de Malthus – as quais analisou em detalhes – e cético com asteses comunistas e com o sistema capitalista , visualizava um acomodamento no sistema das contradições econômicas:“Tenho, portanto, de provar, em conformidade com a marcha adotada nesta obra, primeiramente contra os partidários dosistema proibitivo, que a liberdade do comércio é de necessidade econômica, bem como de necessidade natural; em segundolugar, contra os economistas antiprotetores, que essa mesma liberdade, que eles consideram como a destruição domonopólio, é pelo contrário a última mão dada para a edificação de todos os monopólios, a consolidação do feudalismomercantil, a solidariedade de todas as tiranias como de todas as misérias.” (Fonte: PROUDHON, P.J. “Philosophie de laMisère”. T.II. Cap.IX.1. 1846. Tradução: Antônio Geraldo da Silva e Ciro Mioranza. Editora Escala. SP. 2007. ISBN 85-7556-901-5). Proudhon, discorria que esta antinomia (“proibitivos” X “antiprotetores”) se solucionava com o sistema de“balança comercial”... quer entre socialistas , quer entre capitalistas, como um dado natural.ix A aparente funcionalidade, normalidade, da política de subvenção social, quando o Governo tributa a sociedade esubvenciona as empresas produtoras de gêneros alimentícios ou compensa as classes sociais desfavorecidas (classetrabalhadora: parte da população economicamente ativa empregada, cuja remuneração do trabalho é menos que suficientepara manter sua reprodução em bens-salários, tais como alimentação, vestuário, transporte, saúde e higiene, educação,qualificação, treinamento dos recursos e habilidades humanas, lazer e cultura; desempregados; subempregados nãodimensionados na população economicamente ativa; proletários do lumpensinato: mascates, ‘biscateiros’ e demaismiseráveis que não dispõem do mínimo social para ter uma vida humana.), escamoteia uma dupla contradição: se por umlado, a política tributária, não distingue os “direitos de herança” e as grandes fortunas, por outro lado, esta mesma política

tributária do Estado, do Governo da Administração Pública, faz incidir as mesmas alíquotas tributárias sobre os bens-salários, sobre os bens de consumo, igualitariamente sobre todas as classes. O mesmo raciocínio pragmático se aplica àssubvenções econômicas, aparentemente, destinadas a diminuir o fosso entre as grandes industrias de material leve (comodos EUA), as grandes indústrias de material pesado (como do Brasil) e as pequenas, médias e emergentes, bem como asdestinadas à manutenção às indústrias, ao comércio, à agricultura e à pecuária. x Leon Walras, juntamente com Menger e Jevons, desenvolveram independentemente, em suas obras, o marginalismo.Coube, entretanto, aos representantes das escolas econômicas inglesa (Marshall), austríaca (Böhm-Bawerk) e Lausanne(Pareto, discípulo de Walras), a sistematização e especialização dos fundamentos que se tornariam a doutrina econômicaoficial dos países capitalistas. Quanto aos preços das mercadorias, o marginalismo, ligou-os à oferta e à demanda e, dadistinção entre os diferentes graus de Equilíbrio Geral, relacionou-os aos problemas dos fatores de produção, por fim, pelamanipulação do fator tempo, distinguiu-os dos fatores que os determinavam, os que por eles eram determinados.Demonstrando que a renda da terra era sempre determinada por ele (o preço) e que no curto prazo, a remuneração dosdemais fatores era semelhante à remuneração da terra (ou renda da propriedade do solo). A partir desta distinção relativa(denominada de “quase renda” ), o marginalismo se alvoroçou sobre quais deveriam ser as remunerações dos fatores decapital e de trabalho, concluindo que, no longo prazo, deviam ser iguais aos seus custos marginais, isto é, a taxa de jurostenderia a ser igual à propensão marginal a poupar e, a remuneração do trabalho igual à propensão marginal do desempregonatural ou, em linguagem menos técnica, o juro seria igual ao sacrifício da poupança e o salário igual a desutilidade dotrabalho. xi Além de Smith - que encontrou em Jean Baptiste Say, seu principal divulgador -, a escola de pensamento econômicoclássica estava formada por Malthus e Ricardo, coube a outro clássico John Stuart Mill, relaxar o rigor do laissez-faire edemonstrar a necessidade da intervenção governamental, já em 1848, legitimando a tributação sobre o excedente em renda epropor a conciliação teórica entre o empirismo, o determinismo, o liberalismo e o socialismo.xii Confira uma análise crítica em “Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos”, capítulo: IV - Os “modelos residuais” da Produtividade Total – Visualização da

“pesquisa básica” às restrições do instrumental analítico – da matemática à economia.; IV.1. Modelos econométricos do nível de utilidade de Bem-Estar-Social ; IV.1.b.A Teoria

do Trabalho de Douglas .b.2 A contribuição da Escola de Pensamento Econômico Marginalista para o “estado da arte” da Função de Produção e o ideal da matemática pura, b2.2)

O convencimento analítico da teoria marginalista do “instrumental analítico”: O Cálculo Numérico Derivado e o Cálculo Numérico Integral b.2.2.2) A Elasticidade (Є) de Custo

Total ($). No caso do Custo Total, por exemplo, diferentes fatores de diferentes regiões, empresas e do estado da arte da tecnologia influenciam em sua definição: funções diversas

definem-no. Encontraram, então, uma relação associativa que correspondia ao caso normal: uma curva de Custo Total com um ponto de inflexão, onde a curva de custo marginal

apresentava um ponto de mínimo, definido numa produção genérica menor do que a produção em que o custo médio também era mínimo. Esta curva de Custo Total representativa

é definida, na forma mais simples pela forma genérica da forma cúbica $=f(x)=

ax

3–bx

2+cx + d

. Veja um esboço de demonstração e a nota do ideário dos revisionistas

marginalistas indicada, disponível no formato digital em www.amazon.com.br/nilobrasileirojr.

xiii Tecnicamente e analiticamente não há restrições para tomar conveniente (em conformidade com a teoria econômica) afunção de oferta da produção: se a teoria conveniente informa que a estrutura de mercado, demanda uso de capital intensivo,por exemplo, nada obsta à técnica analítica, que a proporção do fator abundante no mercado, seja convenientemente restritona formulação programática da função de oferta do produto. Digamos que a estrutura de mercado demande a proporção de75% de capital por 25% de trabalho. Chamamos este “dummie”(capital intensivo) de β e, a nova “função de ofertaproduzida” x=g((1-β)a,βb), etc...deixará de ser a função simples de Douglas (x n=f(an,bn)) passando a ser a função de ofertaproduzida com uso capital intensivo (β), i.é. x=g((1-β)a,βb) e, mantendo-se contínua.xiv Para um aprofundamento analítico do conceito de escala mínima eficiente, confira nossa MEHBI (TítuloB, subtítuloIV.1.b.2.2.2 – Modelos econométricos do nível de utilidade de Bem-Estar-Social: A Elasticidade (Є) de Custo Total ($))xv No Brasil, os estoques de capitais que formaram a taxa média de crescimento econômico de longo prazo (série de “[1909-2009]”≈ 2,828427%) é impactada pelo investimento de capital-trabalho intensivo e capital humano (treinamento derecursos humanos), pelo desenvolvimento do conhecimento (pesquisa).xvi Moore Jr. (Social Origins of Dictatorship and Democracy), argumenta se tratar de uma luta entre interesses comerciais daInglaterra e da América. Destaque-se ainda as “guerras intercoloniais” entre a França e a Inglaterra: a ‘Guerra dos SeteAnos’ (1756-1763), a França perdera as colônias do Canadá, Índia, Antilhas, o Vale de Ohio e parte da Luisiana, para aInglaterra. E finalmente os Congressos de Filadélfia (1774; 1775 e 1776, que designou George Washington, supremocomandante das forças militares norte-americanos), quando os representantes das Treze Colônias promulgaram aDeclaração de Independência, redigida por Thomas Jefferson. Em 1780, frente à reação do Colonizador, organizou-se, poriniciativa de Catarina II da Rússia, a Liga de Neutralidade Armada, contando com adesão da Dinamarca, Prússia, Suécia eHolanda, a fim de garantir a liberdade dos mares e resistir às constantes buscas realizadas pelos navios ingleses. Com aInglaterra isolada, em 1783, foi celebrado o Tratado de Paris estabelecendo a paz, desde de 1781, quando os inglesesresistentes se renderam em Yorktown às tropas de Washington.xvii Conforme uma edição em português, com o título “O Socialismo e as Igrejas”, que à página 41, isenta a Suíça e os USA,“onde a religião é um assunto pessoal”, Rosa Luxemburgo (1871-1919), teorizadora da ala esquerda do Partido SocialDemocrata Alemão, em 1907, em Londres, na conferência do Partido Social Democrata Russo, apoiou os bolcheviques e nomesmo ano, no Congresso de Stuttgart da II Internacional, juntamente com Lênin, apresentou proposta revolucionária

contra a guerra; em 1918 na Alemanha, juntou-se a Karl Liebknecht e fundaram o Partido Comunista Alemão. Em 1920apareceu a edição russa de um “folheto” que já havia sido publicado, pela primeira vez, em 1905, pelo Partido SocialDemocrata Polaco e reeditado em 1937 pelo Partido Socialista Francês, além de uma edição inglesa publicada pela SocialistReview de Birmingham; neste ‘folheto’, além de uma pequena biografia da vida, do exílio e das prisões, interrogatório eassassinato à coronhada e tiro, cujo corpo fora lançado ao Canal Landwehr, o ‘folheto’ traz uma vasta reflexão sobre aconjuntura na Polônia e na Rússia, na luta contra o governo czarista, no entanto, a reflexão mais aguda é dirigida àconsciência das pessoas, aos católicos e aos cristãos ortodoxos, aos judeus, aos livres pensadores e aos heréticos, todosperseguidos pelo regime czarista. Neste folheto (dividido em cinco capítulos), além de citações leigas sobre textos bíblicos(At, 4,34-35. Mc10,25 e sinóticos. Mt25,40. Ex, 32, 1-8. entre outras), analisa as primeiras comunidades cristãs (100-325)até o Concílio de Nicéia: o modo de distribuição da produção comunitária; faz referência à comunidade de mulheres(citando Tertuliano c.160-230); cita sermões de S. Basílio, S. João Crisóstomo (11a homilia sobre os Atos dos Apóstolos),apud Abbé Bareille, Jean Chrysostome. Paris. 1869. vol. VII, p. 599-603; Gore, Dr. Streeter and the Primitive Church, p. 12e 13; faz referência à causa do celibato decretado no séc. XI; faz um balanço da propriedade da terra no final do séculoXVIII, na França: “...antes da Grande Revolução, o clero possuía a 5a parte de todo o território do país com rendimentoanual de cerca de 100 milhões de francos.” O clero e a nobreza, constituíam a classe dominante. No fim do século XVIII einício do século XIX, o povo da Europa Central varreu a escravatura e os privilégios da nobreza. “Nesta altura, a Igrejaaliou-se outra vez às classes dominantes – à burguesia industrial e comercial.”; analisa ainda a concentração de capital, em1900 na Áustria, a violência na Baviera e na Saxônia e em Berlim e conclui, no capítulo V, da necessidade da liberdade deconsciência propagada pela Social Democracia.xviii A definição clara e objetiva de escala é uma questão nevrálgica não só para a Análise Matemática, mas também para a“Metodologia Econômica”. Dia e noite ouvimos comunicações que o preço “a” do bem “b” aumentou ou diminuiu, que aprodução interna do país cresceu ou arrefeceu; que o índice “s” variou z%, etc...Do ponto de vista da análise matemática,tanto a escala natural (que traduz a inter-relação entre grandezas distintas), que sustentou a objetividade da Escola Clássica,como a escala semilogarítmica (que mescla uma grandeza em escala natural, com outra grandeza em escala logarítmica),que sustenta a subjetividade da Escola Marginalista (neoclassicismo) medindo tamanho (quantidade) e direção (qualidade)num mesmo gráfico, são amplamente utilizadas e comunicadas.xix Os economistas fisiocratas, que combateram o mercantilismo, criam que toda intervenção do Estado na economia seriacondenável, a menos que fossem para garantir a ordem natural: a circulação da renda entre as três classes sociais, dosprodutores (agricultores), dos proprietários de terras e as ‘classes estéreis’ (cidadãos dos burgos). Fora deste grupo deeconomistas franceses que se notabilizou a célebre máxima do liberalismo econômico: laissez-faire, laissez-passer.xx A ‘macroeconomia’, no Brasil, seguiu ancilarmente adjeta à análise descritiva, “suggested Interpretation” de Hicks, com omodelo IS x LM (equilíbrio no mercado de bens, com Investimento = Poupança, (I=S)), e demanda monetária (M) igual aequilíbrio no mercado monetário (L). A condição de equilíbrio desses mercados, dera lugar `a "política fiscal" que Hickshavia interpretado do “núcleo pesado” da obra de Keynes e que no Brasil serviu para as traduções posteriores a 1937.xxi Manual de Economia – Equipe de Professores da USP. Saraiva. SP.1999.

xxii Para definição, entretanto, da Lei Geral da Teoria Estrutural, a macroteoria prescinde às funções algébricas com as quaismedir as variáveis independentes, pois não há como reflexionar o desenvolvimento tecnológico sem o auxílio das funçõestranscendentes a elas. Este manejo também não pode prescindir os resultados obtidos pela “macroteoria tradicional” queoferece os dados com os quais avançar a pesquisa e metodologia da economia. Não se diga que com isto sustente-se que amacroeconomia funde-se em “identidades macroeconômicas” meramente algébricas, ainda que o neófito perspicazconsidere-na relativamente simples, mas que a “teoria estrutural”, por não prescindir à elementos de matemática financeira -que trazem valores futuros a valores presentes, vis-à-vis -, parte de equações algébricas, simples, obtidas da observação eestudo “ex post” (e de curto prazo), do comportamento resultante da economia para, por fim, estabelecer, fornecer, a LeiGeral da Estrutura Econômica, evidenciando o ‘resultado circular’ da taxa de desenvolvimento econômico, submetido aolimite fixo das externalidades negativas em sentido heterodoxo.xxiii Apesar dos esforços dos organismos internacionais em determinar as diversas matizes e formas de organização dosistema econômico, boa parte dos fenômenos econômicos não pode ser redutíveis ou, a maioria dos fenômenos queenvolvem grandezas distintas são irredutíveis – quer o país, o Estado, adote a economia de mercado, a economiacentralmente planejada, ou seja um país menos desenvolvido. Com os escopos de que nem os diferentes fatores sedeterminam mutuamente, nem o planejamento estratégico se soluciona por equações sucessivas e nem o nivelamento desubsistência se soluciona pela opção pelo mercado ou pelo planejamento centralizado, é que surgiram os ensaios deLeontief frente ao sistema ONU para o ‘sistema de contas nacionais’, por exemplo; O método de Otto Bauer (escassez demais-valia e expansão de capital) frente à equação de Cobb-Douglas (teoria da oferta de trabalho); A unidade padrão das‘commodities’ de Sraffa, frente às equações sucessivas do marginalismo, etc... Segundo o Embaixador Fernando Abreu,Diretor-Presidente da Agência Nacional de Cooperação do Brasil para a África do Sul, América Latina e Caribenha, ementrevista exibida em programa televisivo (“O Brasil e os objetivos do milênio” 03/07/2014 - TV Brasil): a “ reforma” do“Conselho de Segurança da ONU”, propugnada por ‘presença permanente’ pelo Brasil, se justifica porque a ONU funcionapor um “modelo ultrapassado” organizado na conjuntura do “pós-guerra”.

xxiv Schumpeter, J.A, “Fundamentos do pensamento econômico”. Trad. Rio de Janeiro; ZAHAR, 1968.xxv O empresário que objetiva maximizar seus lucros, se tiver visibilidade do “produto do subemprego potencial líquido”,não exitará em substituir o uso de capital físico pelo resultado do capital trabalho (trabalho pago mais trabalho não-pago=trabalho complexo mais trabalho simples (médio) menos preço total de mercado de bens salários). Para umaprofundamento da discussão da margem que precisa ter visibilidade dos empresários, confira o subtítulo ‘Ensaio da curvade transformação estocástica’, às paginas 13ss, do texto “Complementos à Metodologia Econômica”; bem como o subtítuloIII,c, “A propulsão centrípta”, no texto: “O Urso e O Homem”. Ambos disponíveis em formato digital emwww.amazon.com.br.xxviSe há em Economês um axioma externo à sua medida padrão, é axiomaticamente externo à ciência econômica dotrabalho das gentes e resta institucionalmente estabelecido pela Economia Política, assunta ao movimento da consciênciacoletiva do homem.xxvii Marx desenvolveu sua teoria sobre salários e lucros em termos de seu conceito de “valor” (valor-trabalho), usando-opara definir “valor da força de trabalho” e “mais-valia” (mais-“valor” ou “valor” excedente): “Toda mais-valia, qualquerque seja a forma particular de lucro, renda etc., em que ela mais tarde se cristalize, é, segundo sua substância, materializaçãode tempo de trabalho não-pago.” (MARX, K. O capital. São Paulo: Abril Cultural, 1984,vol.I,tomo2,p.124; Para umaprofundamento do conceito de mais-valia, confira o texto Mais-Valia.doc.).xxviii Nobel em 1974, pela formulação da “Teoria da moeda e flutuações econômicas e análise da interdependência dosfenômenos econômicos, sociais e institucionais”, junto com Friedrich August Von Hayek.xxix Para Galbraith, um dos expoentes do “institucionalismo”, “As taxas de juros modificadas pelo BACEN não afetam aeconomia real”. (Conferir reedição de “A Economia da Fraude Inocente”. Cia da Letras. 2004). Por óbvio, a “economiafiduciária”, o mercado monetário e de títulos, é impactado pelas taxas de juros: se o BACEN reduz a taxa de remuneraçãodo serviço especial de liquidação e custódia (‘selic’) sobre os títulos públicos federais, por exemplo, aumenta a procura poroutros títulos privados. xxx No mês de janeiro de 2013, a “taxa de desemprego” medida pelo método do IBGE, informava 5,4%, enquanto a medidapelo método do DIEESE, informava-a em 10%; Em 23/05/2013, PEA de 22,3 milhões com 1,4 milhões procurandoemprego nas seis Metrópoles pesquisadas pelo IBGE, representava 5,8% de desempregados no mês de abril (Fonte: mídias:TV Globo, Jornal Nacional, 26/02/2013, Rádio BandNews FM, 27/02/2013 e “Voz do Brasil”, respectivamente).xxxi Embora seja forçoso pensar uma inflexão para as múltiplas possibilidades do comercio mundial, três admoestações sãoinevitáveis: a) a cantilena necessária ou politicamente correta da necessidade da melhora da produtividade, que tornemnossa pauta de exportações mais competitivas no mercado internacional; b) a diversificação produtiva que, dimensionandogradualmente as vantagens comparativas, que não se resuma a trocar algumas toneladas de minérios por meia dúzia deengenhocas e que garantam a inovação tecnológica de base nacional e de indústria leve; e c) a constatação da resiliência dolimite fixo (externalidades negativas heterodoxas) do efeito kscy (Ξ), que se reproduz tanto na série histórica centenária dataxa de crescimento econômico, na série histórica [1950-2010] do saldo da conta de “Transações Correntes” eprincipalmente da participação no PIB das exportações, em comento [2000-2010]. A triplificação do volume departicipação, conjugada com a manutenção e queda no período recente, denotam ou que a economia está com complexo decaranguejo ou que está diante do muro de borracha lorensino ou que está diante de um ponto de inflexão tecnológico.xxxii Segundo os mestres Sayad e Silber, por exemplo, “a taxa de câmbio é determinada pelo mercado, embora os bancoscentrais também intervenham nesse mercado...a mobilidade de capital e ausência de coordenação macroeconômica entreos países desenvolvidos, tem sido grande a flutuação da taxa de cambio do comércio, das finanças e da produção”(Montoro, A.F. | et al| “Manual de Economia – Equipe de Professores da USP”. SP.Saraiva. 1999:479-481)xxxiii A disídia mental, oportunista ou ideológica, a menos que diplomática, faz nossos intelectuais (agentes políticos eprivados ou orgânicos às ONGs) a escaparem para “filosofia superior” entendida como “moderação necessária”habermasiana. Em entrevista ao “Programa Roda Viva” (TVE-RJ simultânea com a TV Cultura de SP) exibido em27/05/2013, o recém Diretor Geral da OMC, o Embaixador brasileiro, Dr. Roberto Azevedo, informara que desde o tratadode Bretton Woods, nem o FMI vai dar tratamento à questão comercial, nem o GATES (atual OMC) vai dar tratamento àquestão financeira e, que o papel da OMC é desenvolver consenso para “aumentar a dinâmica global de valormultilateral”, negrito meu, NunesNB16/07/2014