Post on 05-Feb-2023
Demônios do passadoDemônios do passadoBillie Douglass
"Serena, por que você nãoadmite que sente prazer em
meus braços?"
Digitalização erevisão:Tinna
Título
original:
Sweet
Serenity
(1983)
Coleção:
Bianca 257
(1985)
Protagonistas
: Serena
Strickland &
Tom Reynolds
Agora ele dava amor, masno passado destruíra sua
vida!
Os braços de Serenaagarram-se ao corpo deTom, acariciam-lhe as costas,sentindo a firmeza dosmúsculos e o calor da pele..Suspira, o corpo inflamadode desejo fortemente
apertado ao dele.Odiar Tom Reynolds era
uma carga imperativa quetrazia do passado. A paixãoque ele lhe provoca agora aamedronta, a envergonha desi mesma. É como umdemônio dentro dela,anulando todos osargumentos da razão.
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
SWEET SERENITY© 1983 Barbara
DelinskyOriginalmentepublicado pela
Silhouette Books,Divisão daHarlequinEnterprisesLimited
"DEMÔNIOS DOProjeto Revisoras 5
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
PASSADO"© 1985 para a
língua portuguesa ABRIL S.A.CULTURAL
Todos os direitosreservados,inclusive odireito de
reprodução totalou parcial,sob qualquer
forma.
Projeto Revisoras 6
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
Esta edição épublicada através
de contrato com a Harlequin
EnterprisesLimited,
Toronto, Canadá.Silhouette,
Silhouette Desiree Colofão são
marcas registradasda Harlequin
Enterprises B. V.Projeto Revisoras 7
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
Tradução: SILVIAPASSOS
NOVA CULTURAL —CAIXA POSTAL 2372
— São Paulo
Esta obra foicomposta na
Linoart Ltda. eimpressa na
Divisão Gráfica daEditora Abril S.A.Projeto Revisoras 8
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CAPÍTULO ICAPÍTULO I
Com um pequenomurmúrio, SerenaStricklandajeitou o laço defita cor de malvae afastou-se,erguendo a cabeçapara apreciar oresultado de seutrabalho. Oarranjo estavaperfeito! OProjeto Revisoras 10
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grande cesto devime, repleto deflores e ramosverdes,transmitia umaalegriaensolarada, capazde convencer omais céticohabitante deMinneápolis deque a primaveraestava chegando.
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Colocou obanquinho altoatrás do balcão eolhou além dospotes de doces,enfileirados navitrina. Lá fora,na praçailuminada, osraios de sol,refletidos nascolunas de vidroda galeria,começavam aProjeto Revisoras 12
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esconder-se entreas nuvens e oambiente recaíana obscuridadecaracterísticados dias deinverno. Serenasorriu deliciadacom esse jogo deluz e sombra, bemapropriado aoPrimeiro deAbril, quandocada gesto ouProjeto Revisoras 13
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presente luminosoocultava umamentira, uma peçaardilosamenteestudada.
O invernoparecia não terpressa em partir.A neve amontoava-se na beira dasestradas, noscantos dosparques e sob asárvores,Projeto Revisoras 14
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resistindo a umsol demasiadofraco paraderretê-la.Invernosprolongados eramtradição daregião e Serenapensou que, comcerteza, aindateriam algumasnevascas, emboraa primavera jáhouvesse chegado.Projeto Revisoras 15
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Morando há cincoanos na cidade,num dos Estadosmaissetentrionais dopaís, nãoalimentava muitootimismo emrelação ao tempo.Mas que aprimavera estavachegando, tinhacerteza. Podiasentir em suasProjeto Revisoras 16
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sardas,espalhadas pelasbochechas enariz. Durante oinverno haviam setornado maistênues, e agoraacordavam,prontas a setornar vividascom o primeirosol da primavera.
No momento emque girava oProjeto Revisoras 17
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calendário para o1.° de abril, osino da portatocou e umdesconhecido deterno cinzaentrou na loja.Tinha umaexpressão umpoucodesesperada.
— Posso ajudá-lo? — acorreu
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Serena,levantando-se.
Mas o homemchegou ao balcãoantes que elapudesse contorná-lo. Pareciainseguro eembaraçado.
— Você temalguma coisa como nome de...de... "Recados deAlegria"? MinhaProjeto Revisoras 19
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mulher estáesperando nenêpara estes dias equer comê-las detodo jeito. Ela ésua freguesa.
— Joan! Vocêdeve ser o maridode Joan Miller —os olhos deSerena brilharam.— Como está ela?Já faz um certotempo que não aProjeto Revisoras 20
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vejo, pensei queo nenê tivessenascido.
Jonathan Millerfez uma careta.
— Está atrasadoquase uma semanae Joan andabastante nervosa.Queria poderajudá-la mais...Você tem aí osRecados deAlegria, não?Projeto Revisoras 21
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— Claro, claro— sorriu Serena,dando a volta nobalcão,. Pegou umvidro e começou acolocar os docesnum saquinho rosae limão, commotivos de bambu,iguais aos quepredominavam nasparedes da loja.Fugindo aohábito, ofereceuProjeto Revisoras 22
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um doce aofreguês.
— Gostaria deprovar?
— Não, obrigado— riu ele. — Játenho víciosdemais paracomeçar outro.
Serena terminoude pesar ecomeçou a amarraro saquinho comuma fita cor deProjeto Revisoras 23
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limão. O homempagou e dirigiu-se para a porta.
— Lembranças aJoan e boa sortepara vocês —desejou Serena.
A manhã passourápido, semproblemas. Osfregueses, em suamaioriaconhecidos,entravam e saíamProjeto Revisoras 24
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procurando suasguloseimasfavoritas. NancyWadsworth, amigae ajudante deSerena, chegoupor volta dasonze horas ecomeçou adesempacotar asmercadorias quehaviam chegado demanhã.
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Ao meio-dia omovimento cresceue as duastrabalharam ladoa lado,empacotandobalas, chocolatese os maisvariados tipos degeléias eguloseimas,sempre com o bomgostocaracterístico daProjeto Revisoras 26
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Doces Serenidade,que lhe valera orenome entre osapreciadores dedoces deMinneápolis.
À uma e meia,quando omovimentodiminuiu, Serenapegou a bolsapara ir almoçar.
— Já estouindo, Nancy.Projeto Revisoras 27
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Estarei de voltaem uma hora, maisou menos.
— Está bem.Você viu queengraçadinhasessas caixinhasque chegaramhoje? Sãoadoráveis!Algumas têm aforma derãzinhas, outrasde porquinhos eProjeto Revisoras 28
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mesmo devaquinhas, veja!Ficarão uma graçacheias de doces.
Serenaentusiasmou-se. Adecoraçãointerior da lojaera sempre umdesafio e essasembalagenscoloridas ediferentesajudavam muito,Projeto Revisoras 29
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realçando osprodutos.
— Ótimo! Quandovoltar darei umaolhada nelas.Tenho deapressar-me,fiquei deencontrar Andrépara almoçarmosjuntos.
— André? —Nancy fingiuestremecer. —Projeto Revisoras 30
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Negócios oudivertimento? Háalgo nele que medesagrada.Francamente, detodos os seushomens é o quemenos gosto.
— De todos osmeus homens,Nancy? —espantou-seSerena. — Até
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parece que souuma Barba Azul!
— Você não é,Serena, esse é oproblema. Deveriaser um pouco maisagressiva, seilá, exigir algodesses homens.
— Nancy, o queestá merecomendando?Aventuras maisardentes? Você,Projeto Revisoras 32
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uma mãe defamília!
— Não, não temnada a ver. Minhafilha tem dozeanos e você temvinte e nove. Háuma grandediferença. Masvocê deveriapensar em formaruma família...
— Nancy...
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— ...mas nãocom André. Talvezcom Ken ou Rod,ou mesmo Gregory.Com André, nunca.
Serena riu.— Afinal chegou
onde queria, não?Mas não sepreocupe, elepode parecer umpouco ousado mas,na verdade, é
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completamenteinofensivo.
Ante o olharduvidoso daamiga,acrescentou:
— Além do maisé meu consultorpara assuntos deinvestimentos.Tenho deconservá-lo.
— Não tem, não— falou Nancy.Projeto Revisoras 35
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Vendo queSerena abria aporta, ergueu avoz:
— Bom almoço!Pelo menos issoele deve a você.
Serena deu-lheum meio sorriso esaiu. Com passosrápidos seguiupela calçada,projetando suafigura esbeltaProjeto Revisoras 36
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nas vitrinas daslojas. Era suavee sofisticada.Vestia uma blusade seda, compunhos e golas deuma tonalidadeverde,contrastando coma saia de lã, corde marfim. Ossapatos de saltosfinos e a bolsade pelúcia,Projeto Revisoras 37
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pendurada noombro, combinavamcom a cor dablusa. Seguia emfrente, sem notaros olhares deadmiração que aacompanhavam.
André Phillipsesperava-a naporta dorestaurante ecumprimentou-a,
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beijando-a nasfaces.
— Como estáminha namoradapreferida? —perguntou,virando-a paraadmirar seu rostooval, emolduradopelos cabeloscastanho-avermelhados quelhe caíam em
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ondas até osombros.
— Doce comosempre... —ironizou Serena.— E você, André?Imagino queesteja tendoproblemas parareadaptar-se aosEUA.
— Como podesaber? —perguntou ele,Projeto Revisoras 40
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passando osbraços sobre seusombros e guiando-a para dentro dorestaurante.
— Beijos nasfaces?! Isso étão europeu!
O maîtreacenou-lhes eSerena aproveitouo pouco espaçoque havia entreas mesas paraProjeto Revisoras 41
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desvencilhar-sede André. Não sedeixava conduzirpelo fascíniodele. Sabia queele levava umavida muitosofisticada parao seu gosto, demodo que tratava-o comindulgência, jáque não odesejava para seuProjeto Revisoras 42
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companheiro.Aceitou o lugarque André lheofereceu eescutoupacientementeenquanto elediscorria sobreas aventuras quevivera em Paris.
Há quase um mêsque não o via e,olhando-o agora,teve plenaProjeto Revisoras 43
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consciência deque era muitobonito, emboranão gostasse domodo comopenteava oscabelos escuros edas roupasimpecáveis ecuidadosamentecombinadas. Mesmoa expressão dorosto deleparecia estudada,Projeto Revisoras 44
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dando a Serenauma sensação dedesconforto.Alguns anosantes, quandoprecisara dealguém que aorientasse emseusinvestimentos, obanco havia lheindicado André,um especialistano assunto.Projeto Revisoras 45
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Saíra com elemuitas vezes, massempre omantivera adistância,considerando-oapenas umacompanhia parapasseios ediversões e,principalmente,como o seuconselheiro paraquestõesProjeto Revisoras 46
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financeiras. Se aprestação decontas querecebiaregularmentefosse verdadeira,tinha muito a lheagradecer.
— Diga-me, comovai indo a DocesSerenidade? —perguntou ele,interrompendosuas histórias.Projeto Revisoras 47
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Serena puxou ocabelo para trásda orelha.
— A loja vaibem, muito bemmesmo. E nos diasde festa omovimento crescemuito. Não tenhodo que me queixar— ela sorriu.
— Não me digaque você temdoces especiaisProjeto Revisoras 48
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para o Primeirode Abril?
— Claro! Hojede manhã vendivárias caixas debolas de golfe.São incrivelmenteiguais às bolasverdadeiras. Esão feitas dechocolate branco.Se o golfistapretender usá-las, começarão aProjeto Revisoras 49
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derreter. Hájogos de balizasde golfe feitosde caramelo,prendedor depapel de anis,aspirina demarshmallow...
— Está bem,está bem.Desculpe terperguntado! —interrompeu elecom um meioProjeto Revisoras 50
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sorriso. — Gosteide saber que osnegócios estão atoda velocidade!
E concentrou-seno prato,cortando umpedaço dacosteleta deporco.
Serena semprese surpreendiacom essas súbitasinterrupções, masProjeto Revisoras 51
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concluíra quefaziam parte danatureza elétricade André.
— Pensou naproposta deinvestimento quelhe fiz antes deviajar?
— Pensei,mas... estoucomeçando apensar em...outros ramos.Projeto Revisoras 52
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— É?— Hum, num.Respirando
fundo, ela trouxeà baila o assuntoque vinhanamorando hámeses.
— Estouquerendo abriruma filial daDoces Serenidadenum dos bairrosda cidade.Projeto Revisoras 53
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Após umsilêncio um tantoestranho, eleapenas exclamouum oh!, e paroude comer, atentoàs palavras dela.
— O centro deMinneápolis é umponto realmentefantástico, mastenho muitosfregueses embairrosProjeto Revisoras 54
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distantes,lugares onde jáexistem centroscomerciais bemdesenvolvidos.Devlin, porexemplo, é umótimo mercado,bairro fino,pessoal de altarenda. Osestabelecimentoscomerciais deprodutosProjeto Revisoras 55
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alimentíciossofisticadosestão indo devento em popa porlá. O que vocêacha da idéia?
Ele hesitou.— Não acha que
pode ser um poucoprematuro?
Serenaacariciou o lábioinferior com aponta dos dedosProjeto Revisoras 56
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antes deresponder.Respeitava aopinião de Andrée aborrecia-sepela Culta doentusiasmo dele.Esperava que aapoiasse.
— A DocesSerenidadedemonstrou ser umnegócio viável elucrativo nessesProjeto Revisoras 57
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últimos cincoanos. Pudeaplicar oslucros, vocêcuidou disso paramim e creio quenão teremosproblemas paraabrir uma outraloja.
— Em Devlin?— Sim, seria
ótimo. Não sei seconseguiríamos umProjeto Revisoras 58
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ponto em SaintLouis Park, mascreio que nãoseria difícilachar um lugarnas galeriasnovas. Andeiprocurando por láe agora estoutentando ver seacho algo emEdina ou Wayzata.
André apertouos lábios,Projeto Revisoras 59
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olhando para oprato.
— Não sei,Serena, acho quevocê deveriapensar melhor —ele balançou acabeça e um fiode cabelo saiu dolugar. — Com ainstabilidadeeconômica de...
— Oh! aindaestá em fase deProjeto Revisoras 60
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projeto —assegurou Serenarapidamente. — Sólhe contei paraque entendessepor que hesito emaplicar odinheiro no fundodo qual vocêfalou. É que eugostaria de estarcom minhasreservas à mão.
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André sorriu,repentinamenteanimado.
— Quer dizerque pretende medar um durogolpe, pondo-mepara fora de seusnegócios?
Serena entendeua hesitação dele.Afinal, ganhava avida fazendoinvestimentosProjeto Revisoras 62
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para os outros,empresários ecomerciantes comoela. Investimentoexige capital e,quanto maiorfosse o capitalque elaempregasse nanova loja, menossobraria para serinvestido.
— André —censurou ela —,Projeto Revisoras 63
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acha que fariaisso com você? Seabrir outra lojae tiver apenas ametade do sucessoda primeira,terei o dobro dedinheiro paramovimentar comvocê. Além deque, comparadacom o resto deseus clientes, eunão passo de umProjeto Revisoras 64
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grãozinho dearroz.
Ele ergueu-sena cadeira ebeijou-lhe a mão,cavalheirescamente.
— Vou pensar noassunto, Serena.Mas... basta denegócios! Ouça-me— dissealegremente —, nopróximo mês ireiProjeto Revisoras 65
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para Los Angeles.Por que não vemcomigo?
— Ir com você?Tenho uma lojapara cuidar,André, não possojogá-la fora esair viajando poraí.
— E se nãofosse a loja,você iria?
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Serena nãotinha motivospara hesitar.Passara suainfância no sulda Califórnia,onde assistira àruína financeirae emocional dopai. Só tinharecordaçõesdolorosas daregião. Por outrolado, nunca haviaProjeto Revisoras 67
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sido e nempretendia seramante de André.Esse era o "xis"da questão.
— Não, André,você sabe que eunão iria.
— Quer dizerque estoudestinado a batercom a cabeçacontra a parede?
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Habilmente, eladesviou aresposta:
— Você tevetrês casamentoshorrorosos, nãohá de querer maisoutra mulher paraficar penduradaem você.
— Vamos,Serena, quandofoi a última vezque você ficouProjeto Revisoras 69
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pendurada numhomem?
Ela deu deombros, e elecontinuou:
— Não creio quevocê estejadisposta adependurar-se emmim.
— Não — disseela lentamente —,e as cartas não
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recomendam nossaunião.
O garçom chegoucom o café e ummovimento próximochamou-lhe aatenção. Um casalsentava-se namesa ao lado. Amulher dava ascostas paraSerena e o homempermanecia de pé,esperandoProjeto Revisoras 71
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gentilmente paraempurrar acadeira. Depoissentou-se do ladooposto, de frentepara Serena.
Foi como sealgo acordasse emseusubconsciente.Conhecia aquelerosto! Sem dúvidaalguma ela jáhavia vistoProjeto Revisoras 72
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aquele homem! Masonde?
Os detalhesesvaneciam-senuma nebulosidadeagitada, comoondas de emoçõesfortes que iam evinham e nãoparavam o temposuficiente paraque definisse alembrança. Nãoera recente,Projeto Revisoras 73
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sabia. O rostodeletransportava-apara uma épocapassada que elanão conseguiaidentificar.Engolindo emseco, desviou oolhar. Agarrou axícara de café ebebeu-oestabanadamente,
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quase escaldandoa boca.
Andrécontinuavafalando. Elasorriu e acenoucom a cabeça, opensamento longe.Toda sua atençãoestava voltadapara odesconhecido,cuja face lhe eratão familiar.Projeto Revisoras 75
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Tinha certeza deque o conhecia.
— O que estápensando, Serena?
— Anh? Oh!desculpe —sacudiu a cabeçacomo se quisesseafastar a neblinaque lhe turvava amemória. — Estavadistraída. O quedizia?
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— Perguntei suaopinião sobre oprojeto demudança dacapital federalpara Minneápolis.
— O quê? Estáfalando sério?
— Lógico queestou. Correramrumores sobreisso, você nãosoube?
— Não.Projeto Revisoras 77
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— É verdade, jáfoi até publicadoem jornais que,no final doséculo, poderemosabrigar a sede doGoverno Federal.
A idéiapareceu-lhesuficientementeridícula paraapagar aquelerosto sem nome desua mente eProjeto Revisoras 78
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traze-la de voltaà conversa.
— Que os céusme perdoem!Minneápolis é tãoagradável! Aúltima coisa deque precisamos éde um batalhão defuncionários eórgãosgovernamentais.
— Há quantotempo você moraProjeto Revisoras 79
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aqui? Fala comose fosse umaminneapolensetradicional.
— Quase!Enquanto André
discorria sobreas vantagens edesvantagens doprojeto, Serenapermaneceu emsilêncio,soltando umaexclamação aqui,Projeto Revisoras 80
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outra ali, parademonstrar suaatenção. Mas seupensamento voava.Seus olhosbuscaram a mesavizinha, onde ohomem pareciaenvolvido numadiscussão com suaacompanhante,ouvindo mais doque falando.Serena examinou-Projeto Revisoras 81
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lhe as feições,procurando algumindício maispreciso.
Tinha cabeloscastanhos,abundantes,ligeiramentegrisalhos nastêmporas.Aparentava cercade quarenta anos.O nariz fino,lábios firmes,Projeto Revisoras 82
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olhos cor deavelã, da mesmacor dos seus.Vestia camisa,gravata, jaquetae calça, numestilo esportivoque lhe realçavaa masculinidade.Era bem atraente.Havia algo neleque a importunavae por mais que oolhasse nãoProjeto Revisoras 83
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conseguiadescobrir o queera.
Como se ouvissesua perguntasilenciosa, ohomem levantou osolhos, capturandoos dela. Serenaagitou-se,prendendo arespiração. Osolhos dele tinhamuma força quente,Projeto Revisoras 84
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que contrastavacom atranqüilidade desua aparência.Era essecontraste que lheparecia tãofamiliar. Foiincapaz dedesviar os olhos,enquanto ele aencarava de ummodo meiodivertido. NãoProjeto Revisoras 85
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deu o menor sinalde conhecê-la."Será que estouenganada?",pensou Serena.
Bebeu um golede café eprocurou escutarAndré, mas seusolhos insistiamem buscar a outramesa. Mais umavez seus olharesse encontraram.Projeto Revisoras 86
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Serena sentia-sedesconcertada.Sempre gravaracom facilidade osnomes e rostosconhecidos,qualidadenecessária na suaprofissão. Masali estavaalguém,incrivelmentefamiliar, que nãoconseguiaProjeto Revisoras 87
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identificar.Poderia perguntara André, queconheciapraticamentetodas as pessoasde importância nacidade. E ohomem, sem dúvidaalguma, não eraum qualquer. Noentanto, algoimpediu-a defalar.Projeto Revisoras 88
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Enquanto Andréconferia a conta,absorveu-se nasolução doenigma. Semsucesso. Seusolhos procuraramoutra vez aquelerosto e, como sefosse depropósito, elesorriu, umsorrisofascinante,Projeto Revisoras 89
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luminoso. Umsorriso único.Nunca havia vistoum sorriso assimtão devastador.
— Eu não oolharia tanto,Serena.
Surpreendeu-se.Não julgara queseu interesseestivesse sendotão evidente.
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— O quê? —gaguejou.
— O homem àsminhas costas.
— Conhece-o? —perguntouimpulsivamente.
— Não, deve sernovo por aqui,talvez esteja depassagem. Elafranziu assobrancelhas.
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— Então por quea advertência?
André levantou-se calmamente eficou de pé atrásdela. Curvou-se,numa atitude dedono, colocou asmãos sobre seusombros e encostoua boca em seuouvido. Emboranão pudesse vê-lo, SerenaProjeto Revisoras 92
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percebeu queolhava para aoutra mesa.
— Sou intuitivoem relação àspessoas. Pareceum agitador. —Agitador? —murmurou Serenacom o canto daboca. —
Acho-o tãoinofensivo.
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— Por issoolhava-o tanto?
— Pareceu-meque... oconhecia. É tudo.Tenho certeza detê-lo visto emalgum lugar masnão consigo melembrar.
Andréendireitou-se e,num movimentoágil, puxou aProjeto Revisoras 94
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cadeira ajudando-a a se levantar.
— Um homemmisterioso saídode seu passadonebuloso —dramatizou ele,enquanto Serenaencolhia-se commedo.
Pendurando abolsa no ombro,ela defendeu-secom ironia:Projeto Revisoras 95
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— Sem dúvida.Caminhando para
a saída, levava orosto do homemgravado em suamente. Uma imagemque permaneceuatormentando-adurante toda atarde. Ondepoderia tê-lovisto?
De volta aotrabalho,Projeto Revisoras 96
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rebuscou todos osmomentos de seupassado,relembrando osacontecimentos decada ano em buscade um indício quepudesse preencheraquele vazio. Nosúltimos cincoanos estivera emMinneápolis,empenhada naabertura eProjeto Revisoras 97
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solidificação daDoces Serenidade,que instalara comuma herançainesperada,deixada pelo avômaterno. Aindaagora, quandoolhava orgulhosasua loja tãopróspera ebonita,recordava-se dasurpresa queProjeto Revisoras 98
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sentira aoreceber a notíciada herança. Apósa desgraça dopai, a família damãe dera-lhestodo apoiopossível. E ofato de o avôter-lhe legadouma importânciatão substancial,depois do queacontecera com oProjeto Revisoras 99
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pai, constituíraum voto deconfiança, umincentivoconstante ao seuempenho paratornar a lojabem-sucedida.
Cinco anos emMinneápolis.Viagensocasionais aSeattle paravisitar a mãe e oProjeto Revisoras 100
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irmão mais novo,com quem elavivia. Viagensperiódicas aChicago paravisitarexposições deartigos parapresentes outratar denegócios com seusfornecedores.Teria sido nesseperíodo queProjeto Revisoras 101
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conhecera essehomem que aperturbara tanto?Não, que selembrasse, não.
Voltando umpouco mais namemória lembrou-se dos dois anosque viveu emBoston, dirigindoa butique QuincyMarket, fonte deinspiração para aProjeto Revisoras 102
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Doces Serenidade.Nessa época,adquiriraconfiança em suacapacidade demulher criativa eeficiente. Pelaprimeira vez,cuidara sozinhade suasobrevivência e,lentamente,começara aconstruir seusProjeto Revisoras 103
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sonhos, bemdiferentesdaqueles quetivera naadolescência,sonhos ingênuosdeixados paratrás.
Dois anos emBoston. Freguesesindo e vindo,ocasionalmente umjantar fora, umconcerto ou umProjeto Revisoras 104
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espetáculo deteatro. Muitosrostosfamiliares, emsua maioriaamigáveis. Ummédico, umdentista, oproprietário daloja, algunsgerentes e, éclaro, os membrosdo clube detênis. ComoProjeto Revisoras 105
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localizar entretanta gente esserosto queinsistia empermanecer semnome, maisparecendo umapeça de Primeirode Abril? Não,também não haviasido nessa épocaque conheceraesse homem.
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Quatro anos naCarolina doNorte, estudanteuniversitária.Difícil explorá-los, esses anosdistantes,durante os quaisconvivera comtantas pessoas!Estudantes,professores,funcionários,colegas deProjeto Revisoras 107
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alojamento.Fechando osolhos, Serenareviu sua vida naescola,procurando nessedesfilar derostos aquelecujo fogo ocultoqueimava em suaconsciência.Nenhum. Épocaerrada, rostoserrados.Projeto Revisoras 108
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Com um gesto defrustraçãocomprimiu a dobrado papel comdemasiada força eestragou oarranjo que faziana compoteira decristal repletade balas dealcaçuz. Afinal,quem era ele?
Não queriapensar mais.Projeto Revisoras 109
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Levantou-se,jogou o papel nolixo e foiauxiliar Mônica,sua outraajudante, noatendimento dafreguesia.
— Sra. French!— Serena sorriuao reconhecer umade suas melhoresfreguesas
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entrando na loja.— Como vai?
— Muito bem,Serena —respondeu amulher. — Precisode sua ajuda.
— Qual é oproblema?
— Imagine! Umafestinha de fimde tarde epreciso delembranças paraProjeto Revisoras 111
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sete adolescentescheias deespinhas, bemgordinhas e queainda por cimanão podem chegartarde em casa.
— Sei como éisso — disseSerena —, lembro-me bem dessestempos.
Não poderiadizer desse tipoProjeto Revisoras 112
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de festa oureunião, masconhecera arealidade dasespinhas, doexcesso de peso eda hora certapara voltar paracasa. Nessa épocafora uma mocinhasolitária.
— Deixe-mepensar o que podeser...Projeto Revisoras 113
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Seus olhospercorreram aloja, passandopelas prateleirasrepletas decaixas e vidroscoloridos,pacotes de docese confeitos.
— É lógico! —exclamou.
Ajoelhou-sediante de umpequeno armário eProjeto Revisoras 114
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retirou umaporção de latas.
— Chupetas! Sãodivertidas, veja!
Tirou uma dalata e ofereceu-aà freguesa.
— Esta é detangerina, mastem de framboesa,alcaçuz, limão,caramelo e rum.Podemos encheressas caixinhasProjeto Revisoras 115
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com saboresvariados, amarraruma fita bemcolorida em cadauma delas. Quandoacabar o docepoderão usar ascaixinhas paraguardar broches,brincos ou anéis.
A sra. Frenchacenou com acabeça.
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— Vocêconseguiu de novoSerena! Queriaque todos os meusproblemaspudessem ser tãofacilmenteresolvidos.
Serena tambémteve o mesmodesejo.Continuavaintrigada com afalha de suaProjeto Revisoras 117
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memória e, aoretomar otrabalho dedecoração,lembrou-se dosanos que viveracom a tia em NovaIorque, logo apósa tragédia com opai. Freqüentavaentão o curso desegundo grau eera apenas maisum ser anônimo naProjeto Revisoras 118
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grande metrópole.Anonimato queviera mesmo acalhar, poisainda se sentiamuito magoada esensível com aruína paterna.Ansiava porisolamento. Foramanos detranqüilidade,convivendo comcolegas que nuncaProjeto Revisoras 119
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demonstraraminteresse peloseu passado. Anão ser MichaelLowry, que usarao conhecimentosobre sua vidasomente paraagredi-la e,ainda hoje, elasentia a feridaque ele lhecausara.
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"Para o infernocom esse homem!",pensou. Não valiaa pena tantapesquisa mentalpara identificá-lo. Se soubesseseu nome talvezfosse mais fácilsituá-lo, mas nãosabia. Pronto! Opassado estámorto, melhor éesquecer tudo.Projeto Revisoras 121
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Colocou o cestode docescoloridos nocanto do balcão epegou a lista dasencomendassolicitadas portelefone. Omovimento defreguesesdiminuírabastante e Serenaconcentrou-se napreparação dosProjeto Revisoras 122
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pedidos, dandoespecial atençãoàs embalagens.Pegou uma pilhade jornais velhospara forrar ascaixas de papelãoondeacondicionava osfinos vidros delicores, compotase doces. Foicolocando asfolhas amassadasProjeto Revisoras 123
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entremeadas devidros e, quandocomeçou a forrara segunda caixa,um nome destacou-se no jornal queamarrotava.
Reynolds! Foicomo uma pancadana cabeça e elapermaneceu com amão suspensa noar, retendo arespiraçãoProjeto Revisoras 124
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enquanto ocoração batiaacelerado. Comdedos nervososalisou a folha dejornal,estendendo-asobre o balcão. Onome tinha estadolá, profundamenteoculto em suamente. Agoraaparecia.Localizou oProjeto Revisoras 125
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artigo comrapidez e tremiaum pouco ao lê-lo.
"Minneápolis —março, 20. — OTribune foiinformado de queo seu maiorconcorrente, oTwin CityBulletin foicomprado porThomas HarrisonProjeto Revisoras 126
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Reynolds, doGrupo HarrisonEditores.Originário de LosAngeles, o sr.Reynolds fechou onegócio apósmuitos meses denegociações,cobrindo a ofertade duas poderosascorporaçõesrivais.Inicialmente oProjeto Revisoras 127
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corpo defuncionários daempresajornalística nãosofreráalterações. Onovo editoranunciou quepretende,melhorar aqualidade dasreportagens e..."
Reynolds!Thomas HarrisonProjeto Revisoras 128
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Reynolds. Um nomepara o rosto. Eum lugar: LosAngeles. Umaépoca: hádezesseis anosatrás. TomReynolds, orepórter novatoque levara paraas primeiraspáginas dosjornais ahistória queProjeto Revisoras 129
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terminara com aindiciação de seupai em crime depeculato.
Não podia serverdade! Serenareleu o artigocom um pequenogemido. Suaspernas bambearame ela apoiou-seno banquinho. Porque aqui? Por quetinha de terProjeto Revisoras 130
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vindo paraMinneápolis? Aliera sua casa, umlugar agradávelonde não haviaqualquer fantasmado passado, ondevivia um presentefeliz e um futurocheio deesperanças. Porque Tom Reynoldsnão escolheraoutro lugar paraProjeto Revisoras 131
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exercitar sua"garra"jornalística?
Sentiu-setensa. A últimavez que o virafora no tribunal.Tinha então trezeanos e erabastante sensívele impressionável.E Tom Reynoldsparecera-lheduro, ambiciosoProjeto Revisoras 132
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e... equivocado.Lutando paraassimilar arealidade dapresença dele emMinneápolis,Serena pousou osolhos nocalendário queatualizara nessamanhã: abril,1.°. Primeiro deAbril! Não seria
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tudo apenas umterrível engano?
Seu coraçãodisse que não,antes mesmo que osino' da portasoasse e elaerguesse os olhospara confirmarsua intuição. TomHarrison Reynoldsacabava de entrarna loja!
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CAPÍTULO IICAPÍTULO II
Momentaneamente, Serena voltouao recinto dotribunal, em LosAngeles, ondeThomas HarrisonReynoldsdestacava-seconvicto eimpetuoso, entreos representantesda imprensa queProjeto Revisoras 136
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cobriam ojulgamento. Tinhadezesseis anos amenos e suaaparênciarefletiadesprendimento,expresso noscabelosabundantes eligeiramenterevoltos, nacalça de veludo,então em moda,Projeto Revisoras 137
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que combinava comum paletó umtanto gasto.Sentia-se comclareza que seutraje constituíauma concessão àformalidade doambiente e àsconvenções de umacorte de justiça.
Agora, a calçade veludo tinhasido substituídaProjeto Revisoras 138
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por fina calça delã, camisaimpecável ecasaco esporte deótima qualidade.A expressão dosolhos era amesma.Continuavampersuasivos efortes, com umpoder que ela nãopudera esquecer.
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Tom permaneceuparado na porta eSerena atrás dobalcão. Apenasdez metros osseparavam, dezmetros carregadosde eletricidade.No meio dos dois,Mônica olhava deum para o outrosem entender oque se passava.
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Serena nuncasaberia por que aloja tornou-serepentinamentesilenciosa. Ondeestavam osfregueses que hápoucos momentoscirculavam porela?
Nesse momento,Mônica resolveubater emretirada.Projeto Revisoras 141
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Aproximou-se deSerena emurmurou:
— Voudesempacotar asmercadorias quechegaram, Serena.
E saiu da loja,entrando noquarto dosfundos.
Pela primeiravez, depois demuitos anos,Projeto Revisoras 142
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Serena não soubeo que fazer. Umaparte delasentia-se como amenina de trezeanos, naquelesangustiantes diasde Los Angeles; aoutra, era umamulherequilibrada ebem-sucedida nosnegócios, capazde tomar decisõesProjeto Revisoras 143
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e cuidar de suavida. Em algumlugar entre essasduas, elaflutuava,perguntando-se:
— Mas por queestá aqui? O quequer agora?
Sentiu-separalisada,incapaz dequalquer gesto oupalavra. O olharProjeto Revisoras 144
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de Tominterrogava-a,persistente. Aoencontrá-lo esentir suaintensidade,Serena sentiu quese revolviam ascinzas de umcrime que nãopraticara.
Então, como emresposta à preceque se esqueceraProjeto Revisoras 145
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de fazer, a portaabriu-se e umafreguesa entrou.
Abandonando seuabrigo atrás dobalcão, Serenaolhou-o com osolhos em brasa,caminhando emdireção àfreguesa. Estavatão determinada aignorá-lo queesqueceu-se doProjeto Revisoras 146
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sorriso habitualcom que atendia aclientela.
— Em que possoservi-la? —perguntou.
A mulher demeia-idade paroude admirar umarranjo de docesde frutas, evirou-se com umsorrisoencantado:Projeto Revisoras 147
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— Mas éadorável! Queroalgo para minhaneta e istopoderia ser opresente ideal. Éo aniversáriodela.
— Quanto anostem? — perguntouSerena que, com ocanto dos olhos,observou Tom
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circulando pelaloja.
— Tem seteanos.
— Sete! Quemaravilha! Possofazer umasugestão?
— Lógico.— Podemos
encher essaembalagem —disse, apontandoo pequeno livroProjeto Revisoras 149
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que tantoencantara amulher — combombons degelatina.
— Bombons degelatina?!
A voz da mulherquase ecoou nodenso silêncio daloja e encontroueco na expressãode Tom que, comar divertido,Projeto Revisoras 150
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ergueu assobrancelhasinterrogativamente.
— São doces degeléia comsabores variadose cobertos comchocolate branco.Os garotos adoramisso. Devem caberuns doze nacaixa. Possoembrulhar comProjeto Revisoras 151
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papel plásticocolorido paracombinar com aembalagem, asenhora gosta?
A mulherconsentiu:
— Oh! sim, sim,obrigada. Pareceperfeito.
À medida que amulher seaproximava daporta elaProjeto Revisoras 152
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percebia, comintranqüilidadecrescente, queele se chegava aobalcão. Nunca sesentira tãodesajeitada.Poderia trataresse homem como aum simplesfreguês? Poderiafingir, depoisdessa intensatroca de olhares,Projeto Revisoras 153
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que nunca o haviavisto?
Apesar doabsurdo dasituação, nãoconseguiaencontrarpalavras paraquebrar o gelo.Por que ele nãofala? Para queestá aqui? Se aomenos Mônicasaísse lá deProjeto Revisoras 154
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dentro e viesseatendê-lo.
Mais uma vezfoi salva pelosininho da porta.
— Serena,querida! Comovai?
Cynthia Wayne,com seus cabelosvermelho-douradose um longo casacode pele, entrou
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caminhando diretopara o balcão.
— Preciso dosseus BombonsArdentes. Vocêtem aí, não tem?
Parouabruptamente aolado de Tom, osolhos azuis bemabertos.
— Posso esperarse estiverocupada.Projeto Revisoras 156
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— Não, nãoestou — respondeuSerenaanimadamente,,recuperando o usoda voz. — Que bomvê-la Cynthia!
E era verdade!Pela primeiravez, em quatroanos, agradecia achegada dessaruidosa e sensual
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parceira detênis.
— O queaconteceu? Parecedesesperada... —caçoou com aamiga. — Algumproblema?
Cynthiaencarou-a esorriu commalícia.
— Nada que osseusProjeto Revisoras 158
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condimentadosbombons nãopossam resolver.
Dirigiu osolhos para aprateleira atrásdo balcão, ondese empilhavam osdiversos tipos deembalagens.
— Aquela caixaxadrez, azul ebranca, ali,olha. VaiProjeto Revisoras 159
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combinaradmiravelmentecom o escritóriodele.
Serena percebeucom desagrado queTom acompanhavaatentamente aconversa. Mesmoassim nãoresistiu abrincar com aamiga.
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— E daí,Cynthia? Quem éque você estápretendendoincendiar?
— Meu chefe,apenas meu chefe.Estáinsuportável.Estou louca paravê-lo encher asmãos de bombons,com a voracidadeque lhe éProjeto Revisoras 161
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habitual e enfiá-los na boca. Aí,sim, vai termotivo paraespernear elatir.
— Vai respirarfogo — advertiuSerena.
— É o quemerece.
Com os lábioscurvados numacareta sedutora,Projeto Revisoras 162
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Cynthia lançou umlongo olhar paraTom. Ele, noentanto, tinha osolhos voltadospara Serena.
Cynthia era umaflertadora nata esabiaperfeitamentequando um homemera indiferenteao seu fascínio.E esse nãoProjeto Revisoras 163
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demonstrara omínimo interessepor ela. Com umsuspiro, pegou opacote que Serenalhe estendia.
— Obrigada,querida —murmurou. As duascaminharam até aporta.
— Tenha calmacom ele, Cyn —ironizou Serena,Projeto Revisoras 164
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quando percebeuque Tom nãopoderia ouvi-la.
Não estavapreparada para aréplica da amiga.
— Com ele? Evocê? — abaixou avoz, olhando paraTom por cima doombro. — O queaconteceu comele?
— Nada.Projeto Revisoras 165
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— É tãofascinante!
— Nem reparei.Saíram e
ficaram ali naporta, que Serenamanteve semi-fechada às suascostas, impedindoa visão de Tom.
— Vamos,Serena. Sei quevocê é um poucoselvagem, mas nãoProjeto Revisoras 166
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me diga que eleveio aqui comprarbalinhas.
Pela expressãode Serena,Cynthia percebeuque não obteriaqualquerinformação daamiga. Algumacoisa estavaacontecendo entreos dois, tinhacerteza. TalvezProjeto Revisoras 167
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Serena lhecontasse nopróximo jogo.
— Verei você noclube amanhã ànoite, querida.
— Claro, Cyn.— Cuide-se! —
sua voz tinha umtom provocador.
Serena viu-apartir comrelutância.Acompanhou osProjeto Revisoras 168
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passos da amigaaté quedesapareceram.Respirou fundo evoltou-se paraentrar.
O carpeteamaciara ospassos de Tom eela sentiu umtremor percorrer-lhe o corpoquando viu-seface a face comProjeto Revisoras 169
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ele. Nessaproximidade pôdeperceber como eleera alto e comoparecia divertir-se com odesconforto dela.Sentiu-seintimidada com opoder de atraçãoque os olhos delepossuíam.
O coração batiaacelerado, asProjeto Revisoras 170
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pernas estavamtrêmulas. Limpoua garganta parafalar, mas parou.Uma dúvidainsidiosapenetrara em suamente: será queele não areconhecera? Masentão, que teriavindo fazer ali,o quepretenderia? PorProjeto Revisoras 171
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um instante teveconsciência desua rudeza paracom ele. E sefosse um freguês?Mas recordou-seque era ThomasHarrison Reynoldse aprumou-se,pronta paraenfrentar oinimigo.
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Num instantereassumiu o papelde lojista.
— Em que possoservi-lo?
Tom franziu assobrancelhas eolhou-acarrancudo. Nãodemonstravaqualquer sinal detê-lareconhecido, mastransmitia umProjeto Revisoras 173
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fogo extremamenteperturbador noolhar. E haviaalgo mais... algomais profundo quenão conseguiaidentificar.
Ele jogou acabeça para tráse riu. Entãofalou e sua vozera tranqüila efirme, não tãoprofunda como elaProjeto Revisoras 174
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imaginara. Tinhauma gentilezatotalmenteimprevisível.
— Você é umafigura! —exclamou,deixando-a aindamais confusa.
— O quê? —gaguejou ela.
— Você éincrível!
— Ah!Projeto Revisoras 175
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Fez uma pausa.Iria dizer o quepretendia ali?
— Bem...— Bem o quê? —
perguntou ele.— Há algo que
possa fazer porvocê?
— Espero quesim. Elasurpreendeu-se.
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— Está querendoalgo?
— Pode ser.Afinal
conversavam, ogelo estavaquebrado. Serenaainda estavanervosa eagitada. Desviouos olhos dele evoltou para trásdo balcão,continuando aProjeto Revisoras 177
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empacotar asencomendas.Enquanto seusdedostrabalhavam,automaticamente,pensava noabsurdo dasituação. Seráque areconhecera? Porque então agia deforma tão
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inusitada para umfreguês?
— Veio comprarum presente? —perguntou.
Ele tinha seapoiado nóbalcão,descansando sobreele uma mãolonga, forte ebonita. Fez umgesto deimpaciência.Projeto Revisoras 179
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— Lógico quenão. Vim aquipara falar-lhe.
— Sobre o quê?— respondeuríspida.
Ele pareceu umpouco confuso coma sua reaçãodefensiva,enquanto Serenaalarmava-se com aafirmação dele.
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— Sobre o quê?Esperava que vocêpudesse meexplicar. Afinal,não é todo diaque uma mulher meolha do jeito quevocê me olhou norestaurante.
— Oh! —exclamou ela,colocando a pontados dedos sobreos lábios.Projeto Revisoras 181
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Se eleestivesse sendosincero, estariaem vantagem, seusegredo estariaprotegido.Enquanto umaparte delaansiava porgritar-lhe toda aamargura que apresença dele lhecausava, a outrarecomendava-lheProjeto Revisoras 182
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calma e bomsenso.
— Não conseguiimaginar a razãoque a fez olhar-me daquele jeito,atirando-mepunhais.
Então foraassim tãoevidente! Nuncaimaginara que seuressentimentopudesseProjeto Revisoras 183
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transparecer deforma tão óbvia.
— Punhais?...Eu...eu... vocêapenas pareceu-me... familiar.
— Hum... — eledeu-lhe umsorriso forçado.— Você deve teralgum inimigo.
Como estavacerto!, pensouSerena comProjeto Revisoras 184
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tristeza. Se aomenos ele nãotivesse vindopara Minneápolis,se nunca mais otivesse visto, ohomem quedesencadeara agrande tragédiade sua vida!
— Como meencontrou?
Tom pareceuagradar-se de suaProjeto Revisoras 185
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curiosidade e obrilho quente dosolhos dele seacentuou,espalhando-sepelo rosto eatingindo-a commaior impacto.Serena desviou oolhar.
— Depois quesaiu perguntei àgerente. Elasugeriu-me queProjeto Revisoras 186
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tentasse DocesSerenidade. Eadvertiu-me queteria de entrarna fila.
Serena riu,ingenuamente.
— É verdade. Naépoca do Natal,no Dia dosNamorados eoutras festas.Mas, como podever, nos diasProjeto Revisoras 187
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normais as coisassão maistranqüilas.
— Não creio quepretendesse dizerisso —acrescentou ele,levantando asobrancelha.
— Oh!Serena levou
alguns momentospara entender.
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— Quer jantarcomigo hoje ànoite?
Fez o convitecom tantanaturalidade queela sentiu-seainda maisincomodada.
— O quê? Comopode dizer isso?
— Realmente nãome parece tãoestranho. HomensProjeto Revisoras 189
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e mulherescostumam fazermuito isso. Creioque devo lembrar-lhe que estavaacompanhada noalmoço, umcompanheiro muitoatencioso.
— E você também— retrucou ela,corando emseguida.
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— Ah! Reparounisso? — elesorriubrincalhão. — Viucomo é comum. Eentão?
Serena sacudiua cabeça um poucoespantada. Comopoderia' ter semetido em talsituação?
— Isso éridículo —Projeto Revisoras 191
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murmurou, umpouco para simesma. Mas eleinsistiu.
— E então?Lentamente,
levantou a cabeçapara encará-lo.Era muitoatraente e, semdúvida alguma,deveria ser beminteressante. Senão fosse quemProjeto Revisoras 192
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era teria ficadotentada aaceitar. Nãopodia trair amemória do pai,saindo com TomReynolds.
— Nem mesmo meconhece —dificultou ela.
— Isso pode serremediado.
— Posso sercasada.Projeto Revisoras 193
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— Com seucompanheiro dealmoço?
— É meuorientador deinvestimentos.
— Ah! —sussurrou comsuavidade. — Mas,se almoçou comele, por que nãopode jantarcomigo?
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— Tive boasrazões paraalmoçar com Andrée não tenhonenhuma paraquerer jantar comvocê.
Quando elesorriu, elasentiu-seestranhamentepenetrada poresse sorriso.
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— Poderiadivertir-se.
— Não medivertiria.
— Tem algumarazão para nãojantar comigo?
— Sim.— Está
comprometida?— Não.— Então por que
não quer jantar?Projeto Revisoras 196
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Um repentinosentimento depoder invadiu-a.
— Parecesurpreso, senhorReynolds, nuncarecebeu um não?Tom endireitou-seatento e, maisuma vez, assumiuo controle dasituação.
— Você meconhece —Projeto Revisoras 197
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afirmou, olhando-a de um mododiferente. — Deonde você meconhece?
— Li... sobrevocê no jornal.
Ele balançoulentamente acabeça.
— Não creio. Osjornais nãotraziam fotos.
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Insisti muitonesse ponto.
— Insistiu? —ela deixou-selevar pelacuriosidade.
— O anonimato éalgo que valorizomuito.
— Oh! Entãodeve ser umaaquisiçãorecente! —ironizou Serena.Projeto Revisoras 199
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Há dezesseisanos, TomReynolds vieraimpetuosamente apúblico paradenunciar seupai. Primeiro naimprensa, depoisno tribunal. Elaainda podia ouviras marteladas dojuiz, maspercebeu que essaimagem era apenasProjeto Revisoras 200
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o reflexo daspontadas quesentia na cabeça.Pronto, chegara aenxaqueca!
— Você não meconheceu pelojornal, Serena.
"Agora chamava-a pelo nome!Obrigada,Cynthia", pensouSerenaestremecendo. NãoProjeto Revisoras 201
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demoraria muitopara que eledescobrisse averdade.
— Vocêconheceu-me nopassado. Por queeu não a conheço?Serena começou aficar impaciente.
— Devem tersido tantas asmulheres em suavida que já nãoProjeto Revisoras 202
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consegue lembrar-se de todas.Quantas dúzias?
Falou comraiva, querendoapenas agredi-lo,sem pensar se àspalavras eramadequadas ou não.Logo arrependeu-se.
Ele respondeu-lhe com um olharde suave sedução.Projeto Revisoras 203
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Seus olhosexaminaram-lhe oslábios,demorando-seneles osuficiente paraque ela sentisseum ligeirotremor.
— Nunca fui seunamorado — falou,enquantoexploravalentamente osProjeto Revisoras 204
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detalhes do rostodela. — Nãopoderia tê-laesquecido, você édiferente....
Havia umainocentesinceridade naexpressão deleque despertou emSerena umamomentânea ondade profundasimpatia. PodiaProjeto Revisoras 205
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perceber abatalha interiorque ele travava,tentandoinutilmentesituá-la namemória, do mesmojeito como ela seesforçava pararecordá-lo nessatarde.
Com uma caretade ressentimento,perguntou-se queProjeto Revisoras 206
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motivos teria elepara lembrar-sedas reportagensque fizera, daspessoas eassuntos quedefendera ouatacara com opoder de suamáquina. Querazões teria elepara relembrar asfamíliasdesamparadas,Projeto Revisoras 207
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destruídas peloseu fervorjornalístico?
— Esperava quesim — faloufinalmente,indignada.
— Mas onde...?Ele voltou a
cabeça para aporta, irritadocom o sino queanunciava um novofreguês. Serena,Projeto Revisoras 208
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como sempre,agradeceu ainterrupção e,aparentando muitacalma, pesou eembalou umaporção de docesgelados. Recebeuo pagamento e fezo troco, commuito método elentidão, como seretardasse omomento ele irProjeto Revisoras 209
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para a forca.Quando o freguêssaiu, sua cabeçalatejava e elaestava tão pálidae gelada quantoos doces quevendera. Lançouum olhar paraTom, que maldisfarçava aimpaciência.
— Como lhedizia...Projeto Revisoras 210
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'— Serena! —chamou Mônica láde dentro,aparecendo emseguida na porta.
Tom mostrou-sefrancamenteincomodado com anova interrupção.O fogo dos olhosdele pareciaprestes aexplodir. Serenaescapuliu antes.Projeto Revisoras 211
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— Sim, Mônica?— Desculpe
interrompê-la,mas há umproblema com anova remessa de"Dedos de moça".Parecemembolorados.
Falavatimidamente,olhando para Tom.
— Deixe-me ver.
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Sem umapalavra, Serenadesapareceu noquarto dosfundos. Verificouas caixas de docee voltou à lojapara telefonar aofornecedor,solicitandosubstituição doalimentoestragado.
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— Tudoarranjado? —perguntou Tomquando elarecolocou o foneno gancho.
Como um velhoamigo, apoiava-sedescontraidamenteno balcão,interessado naconversa.
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— Sim, mandarãooutra remessaamanhã.
— O que sãoesses... "Dedosde moça"? Elasorriuligeiramente.
— É uma misturade nozes e outrasfrutas, inclusivebananas. Vendemosmuito,.para...
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— Os "cheios dededos" —interrompeu ele.-Ela não pôdedeixar de sorrir.
— Só espero quenão sejamsolicitados hoje.
— Isso acontecesempre?
Serena fez umacareta,levantando a
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cabeça, comironia:
— Está fazendouma investigação?Procurando acorrupção ocultanos negócios dosdoces?
E finalizou deforma quaseacusadora:
— Não estáprocurando alguémdigno de serProjeto Revisoras 217
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assassinado aqui,está?
Os olhos delebrilharam, maspermaneceutranqüilo.
— Não, Serena,não faço maisreportagens dessetipo. E, mesmoque fizesse, estenão seria o lugarmais adequado
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para iniciar umainvestigação.
— Poderiasurpreender-se —disse ela,olhando-o comraiva. — Nesseslugaresimprováveisencontram-se asmelhores pistas.Pensava no pai,uma pessoatotalmenteProjeto Revisoras 219
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insuspeita. Porque teria Tomdesconfiado dele?
Ele notou a suaangústia.
— Olha, não háum lugar aquionde possamosconversar semsermosinterrompidos?
— Estoutrabalhando. Meu
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dia só terminadepois das seis.
— Mas você nãoquer ir jantarcomigo!
— Então,imagino queesteja sem sorte.
Colocou aspontas dos dedosnas têmporas quelatejavam.
— Além do mais,não temos nadaProjeto Revisoras 221
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para conversar.Você pareceu-mefamiliar norestaurante, efiquei olhando-o.Só isso. E fim.
— Ainda não.Você não mecontou de onde meconhece. E tambémnão deu uma boarazão para nãosair comigo.
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Serena sentiuvontade degritar, massufocou oimpulso, que setransformou nodesejo de baterem alguma coisa.
— Posso dizer-lhe: não gosto devocê!
— Sei disso,mas gostaria desaber por quê.Projeto Revisoras 223
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Gostaria de sabero que foi que lhefiz. Ou, o quefoi que fiz paramerecer o seudesprezo.
— Vocêrealmente não selembra?
Sua expressãodemonstravadesgosto. Agrande tragédiade sua famíliaProjeto Revisoras 224
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não significaraabsolutamentenada para ele.
— Não, eurealmente não melembro. Por quenão facilita ascoisas para mim?
— Estábrincando?Gostaria que eutornasse ascoisas mais
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fáceis para você?Estava furiosa.
— Desde quandovocê precisa deajuda? Não étodo-pode-roso?Tudo que tem afazer é sentar-sena máquina e... —ela estalou odedo — pronto!Conseguiu o quequeria.
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— Espere umpouco!
— Não. Acho quedeve ir embora.
— Não saireidaqui enquantonão descobrir oque você temcontra mim.
— Então euchamarei apolícia. Vocêestá napropriedadeProjeto Revisoras 227
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alheia...causandoproblemas.
Permaneceram umdefronte aooutro, encarando-se, o balcãoentre eles. Ocorpo de Tommostrava-se tensode raiva e Serenatremia. Então elefalou, com aconvicção que elaProjeto Revisoras 228
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já conhecia tãobem.
— Você não vaichamar a polícia,Serena, porquevocê não querdesenterrar o seupassado...qualquer quetenha sido ele.
Ela sentiu-sefrágil, imersa naagonia.
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— Você nãofaria isso...
— Sim, faria.Serena desviou
os olhos eengoliu em seco.Acreditava nele.Sabia que nãoteria escrúpulosem destruir suavida para obter ainformação quedesejava. Seusdedos pálidosProjeto Revisoras 230
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agarraram-se nabeira do balcão,enquanto eladesmontava sobrea cadeira. A vozde Tom como queacordou-a, emboraela mantivesse osolhos baixos.
— Mônica —chamou ele —,Mônica, poderiavir aqui umpouco, por favor?Projeto Revisoras 231
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Mônica apareceuquaseimediatamente,mas sua atençãovoltou-seinteiramente paraSerena, espantadacom o seu rostopálido e abatido.
Tom deu a voltano balcão.
— Mônica,poderia cuidar daloja por algunsProjeto Revisoras 232
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minutos? Voulevar Serena parafora, ela nãoestá se sentindobem.
Ante o olharalarmado deMônica,tranqüilizou-a:
— É apenas umador de cabeça.Precisa de ar.Você pode cuidardisso aqui?Projeto Revisoras 233
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Pegou o braçode Serena que sesentia demasiadoameaçada parareagir.
— Lógico —respondeu Mônica.— Cuidarei detudo. Serena, temcerteza de quenão é grave? Querque eu chamealguém?
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— Ela ficarábem — respondeuTom. — Irácomigo. Sentindoum repentino mal-estar noestômago, Serenaarrancou o braçoda mão dele ecorreu para oquarto do fundo.Apoiou oscotovelos sobreuma alta caixa deProjeto Revisoras 235
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papelão e enfioua cabeça nasmãos. Em suapressa de fugirnão viu o sorrisotranqüilizador ea pequena piscadaque ele deu aMônica, antes deir atrás dela.
Acreditandotratar-se de umabriga de amor,Mônica sentia-seProjeto Revisoras 236
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feliz emrespeitar anecessidade quetinham de ficar asós. Já haviasentido issoantes, quando seretirara para osfundos. Podiaentender quequisessem umaprivacidademaior.
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— Você estábem?
Tom falou comgentileza,enquanto afastavaos cabelos quecobriam o rostodela. Serenahesitou. Depoisafastou-sebruscamente,encostando-se naparede.
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Tom permaneceude pé, perto osuficiente paraintimidá-la,embora falassesuavemente.Conservava asmãos metidas nosbolsos da calça,o corpo numapostura um tantodespreocupada.Somente aintensidade doProjeto Revisoras 239
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seu olhar e aobstinação de suaatitude traíam atensão que oenvolvia.
— Agora vocêpode começarcontando-me sobrea primeira vezque nosencontramos.
Ela faloubaixo, temendo
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que a vozvacilasse:
— Não participodo seu jogo,senhor Reynolds.Parece que sabede tudo, apesardesses seusolharesinocentes.
Notou que aspernas dele semexiam, mas nãolevantou o olhar.Projeto Revisoras 241
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— Já que vocêsabe tanto sobremim, deve saberque cumprireiminha ameaça.Gostaria de mever vasculhando oseu passado?
Ela levantou osolhos:
— Isso échantagem.
— Está com medodo seu segredo?Projeto Revisoras 242
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— Não tenhonada a esconder.Não concordo comseus métodos, masnão pretendo quedestrua minhavida por algo quemeu pai já pagouhá muitos anos.Ele pagou, todosnós pagamos.
Mais uma vezabaixou os olhos,fechando-os eProjeto Revisoras 243
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levantando a mãopara afastar oolharinterrogador deTom.
A voz dele sooubaixa e lenta,como seescolhesse aspalavras.
— Diga-meSerena, conte-me,o que fez seupai?Projeto Revisoras 244
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— Você sabe.Por que devohumilhar-me aindamais?
— Porque — eleencostou os dedosno seu queixo,erguendo-lhe acabeça — queroescutar vocêdizendo isso.
Serena tentoudesviar o rosto,mas a pressão dosProjeto Revisoras 245
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dedos deletornou-se maisforte.
— Você deve serdoente — murmurouela.
— Diga... —advertiu eleoutra vez.
— Que prazerencontra nisso?
— Serena,conte-me sobre
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seu pai. Elacerrou os dentes.
— Contarei,logo que vocêtire as mãos demim.
Por algunsmomentos,olharam-se nosolhos. Então,pela primeira vezele pareceurecuar.Aquiesceu,Projeto Revisoras 247
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soltando-lhe oqueixo. Mas foiuma vitóriainútil, porqueele afastou-seapenas um passo,cruzou os braçossobre o peito eesperou.
— Continue.Serena respirou
fundo e apoiou-sena escada,
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olhando-odesafiadoramente.
— Meu pai eraum homem bom,amava sua famíliae trabalhava durocomo contador.Olhou em volta eviu riqueza emtoda a parte. Erahumano, errou.Você usou o errodele como umtrampolim para oProjeto Revisoras 249
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seu sucesso,capitalizou-o eatirou meu painum humilhanteespetáculopúblico.
Seu corpotremia.
— Qual é seusobrenome?
— O quê?— Seu
sobrenome, qualé?Projeto Revisoras 250
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— Meu Deus! —gritou Serena. —Você nem ao menosse recorda donome dele! Comopode ser tãodesalmado?
— O nome. Diga-me Serena?
— Strickland!Strickland! Meupai era JohnStrickland. Era.Teve um derrameProjeto Revisoras 251
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alguns mesesdepois dacondenação, ficouparalisado,passou semanas nohospital e trêsanos numa Casa deSaúde, antes demorrer. Não épreciso que eulhe diga como avida foi adorávelpara nós nesseperíodo.Projeto Revisoras 252
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Ele pareceu nãose importar com opeso de suaafirmação.Olhava-a como seela tivesseressuscitado.Parecia aturdido.
— Strickland —murmurou,enquanto seusolhos vasculhavamo rosto dela. —SerenaProjeto Revisoras 253
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Strickland.Lembro-me bem deseu pai e de suamãe. Havia duascrianças, ummenino e umamenina. O meninoera pequeno.
— Tinha oitoanos.
— E a meninanão era muitomaior...
— Treze anos.Projeto Revisoras 254
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Tom prosseguiucomo se estivessenum sonho.
— Era meiodesajeitada, umpouco atarracadae muito...muito...
— Vulnerável.A respiração de
Serena estavaentrecortada,como se fizesseum grande esforçoProjeto Revisoras 255
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para manter ocontrole.Atônito, elesacudiu a cabeça.
— Não possoacreditar quevocê é aquelagarota.
— E não sou —retrucou ela,agitada. — E oinferno que vivinaqueles anos nãoteve nada a verProjeto Revisoras 256
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com aadolescência.Sabe o quesignifica ver oscolegasmurmurando àssuas costas, ouevitando você?Era como se eutivesse peste. Afilha do ladrão!Tem idéia do queisso significa?
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Parou pararespirar, semnotar a expressãode dor que tomouconta do rosto deTom.
— Não, claroque não. Vocênunca viveu algosemelhante. Vocêé Thomas HarrisonReynolds, dailustre famíliados HarrisonProjeto Revisoras 258
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Editores. Nuncateve de enfrentara desgraça quecausou a meupai...
— Serena —interrompeu elemansamente —, nãomandei que eleroubasse.
— Mas fezalarde do errodele, contou ao
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mundo o que elehavia feito.
— Eu erajornalista. Era omeu trabalho. Elaergueu a cabeçacom raiva.
— Não venha medizer que estavacumprindo ordens.
— Você sabequem eu sou. Eunão sigo ordens.l — Era umProjeto Revisoras 260
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repórter novato,não era? Foi suaoportunidade i|deaparecer, não foiisso?
— Não.— Então... o
que...? — Sua vozvacilou. Sentia-se esgotada,cansada, a cabeçalatejando deformainsuportável. —Projeto Revisoras 261
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Por que perseguiumeu pai daquelejeito?
As lágrimassubiram-lhe aosolhos e o rostode Tom tornou-seuma manchaescura, enevoada.Fechou os olhossentindo-seferida ehumilhada. Seusombros seProjeto Revisoras 262
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agitavam noesforço de contero pranto.
— Deixe-mearrumar algo parasua dor decabeça.
A voz de Tomsoou bem próxima,gentil.
— Estou bem —murmurou ela,sabendo que nãoera verdade.Projeto Revisoras 263
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— Tem aspirinapor aqui?
Ela nãorespondeu,tentandoencontrar umaposição menosdolorosa para acabeça.
— Serena, vocênão tem aspirinapor aqui?
— Só doces —murmurou ela.Projeto Revisoras 264
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Mantinha osolhos bemfechados para nãover aquele homemque, sem dúvidaalguma, era seuinimigo. Toda araiva e ahostilidade quedemonstrara emrelação a eleeram estranhas aoseu caráter epareciam ter-seProjeto Revisoras 265
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esgotado. Sentia-se demasiadoinfeliz paracontinuarbrigando.
Embora nãopudesse ver suaderrota, elepareceu senti-la.Num gestoespontâneo,colocou as mãosem seus ombros,escorregando-asProjeto Revisoras 266
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suavemente pelassuas costas,enquanto puxava-apara si. Serenadeixou-seconduzir, sem umgesto de recuo. Aidentidade deletinha agora tãopouca importânciaquanto o fato deter sido ele ocausador de seumal-estar. AProjeto Revisoras 267
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única coisa queimportava era ocorpo quente quea abraçava,absorvendo seutemor.
Respirandofundo, Serenasentiu que asforças lhevoltavam, mas nãofez o menor gestopara afastar-se.Seu queixo estavaProjeto Revisoras 268
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encostado nopeito dele e, sobsua mão espalmadapodia sentir-lheo coração batendoforte.
Então, eletambém erahumano! Seucoração também sedescompassava? Derepente teveconsciência dáproximidade dele,Projeto Revisoras 269
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com umaintensidade queas roupas nãoconseguiamdiminuir.Conformerespirava,sentia-lhe ocheiro, masculinoe agradável.
Como era bomdescansar contrao peito de umhomem... ter umProjeto Revisoras 270
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homem no qual seroçar...!
Como seacordasse,afastou-sesubitamente dele,receosa de seusprópriospensamentos.
— É melhor quevá embora —murmurou,apertando as
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têmporas com osdedos.
— Deveria tomarum remédio parador de cabeça.
— É enxaqueca.Costumava tê-las,mas haviamdesaparecido —olhou-o. — Vocêtrouxe-a devolta. Quem sabedesaparecerá
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quando você sefor.
Duvidava queisso fosseverdade; sabiabem que a noiteseria bastantedolorosa.
— Deixe-melevá-la paracasa.
— Está sesentindo culpado?
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— Culpado, não.Talvez comremorso, masprincipalmentesolidário. Vocêparece estarsofrendo.
— Uma conclusãobastanteperceptiva.
— Vamos — disseele, ignorando oseu sarcasmo. —Pegue suasProjeto Revisoras 274
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coisas, vou levá-la para casa.
— Não,obrigada. Nãoposso ir antes defechar a loja. Oque ainda leva umcerto tempo.
Lembrar-se daDoces Serenidade,seu orgulho, deu-lhe coragem.
— Eu estou bem.
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Tom olhou-a porum longo momento,demonstrandoceticismo.Finalmente virou-se e saiu semdizer nada. Osnoventa minutosseguintes foramtorturantes paraSerena; tentavatrabalhar,empurrando ospensamentos sobreProjeto Revisoras 276
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Tom Reynolds parafora de suamente. Mas elesnão se retiravam,ficavam apenasaprisionados e desua prisãopressionavam comimpaciência cadavez maior e aenxaquecatornava-se cadavez maisincômoda.Projeto Revisoras 277
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Mônicarealmentemereceria ganharo triplo nessecurto espaço detempo. Não fezperguntas esimplesmentedesdobrou-se noatendimento dosfregueses, com otato e asegurança de umaprofissional.Projeto Revisoras 278
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— Obrigada,Mônica. — Serenaforçou um sorrisoque mais pareciauma careta dedor. — Você foimagnífica. Nãosei o que teriafeito sem você.
— Voltareiamanhã — disseMônica sorrindo.— Se quiserchegar mais tardeProjeto Revisoras 279
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ou dar umaescapadinha, eulhe fareicobertura.
— Você é ótima!Mas não sepreocupe, estareiaqui, sem dúvidaalguma. Essa lojaé como um filho enão há outrolugar onde euqueira ir.
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Pensava no diaseguinte, porquenaquela hora tudoo que desejavaera estar nacama, debaixo dosgrossoscobertores que &protegeriam domundo. Sentindo-se um poucoentorpecida pelador de cabeça,ultimou osProjeto Revisoras 281
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preparativos parafechar a loja,jogou seuelegante casacosobre os ombros,pegou a bolsa, ogorro de tricô eas luvas. Cega aqualquer coisaque não fosse suavontade louca dechegar em casa,saiu da loja edeu as costasProjeto Revisoras 282
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para a praça,trancando a portada DocesSerenidade.
Quando sevoltou, seusolhos pesados edoloridos deramcom a figura deTom!
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CAPÍTULO IIICAPÍTULO III
Ele mudou deposição,encostando-secontra a grade deproteção da loja,a não mais de ummetro dedistância. Nãotinha' como nãovê-lo.
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— Oh!, não —murmurou Serena,olhando-orapidamente antesde se afastar.
— Pronta parair? — perguntouele,displicentemente.Decidida a mantê-lo afastado,Serena saiuandando sem dizer
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uma palavra,seguindoautomaticamente ocaminho que faziatodos os dias.Apesar dacegueira causadapela enxaqueca,estava conscientede que Tom aacompanhava, massentia-sedemasiadodebilitada paraProjeto Revisoras 286
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fazer qualquercoisa. Parouapenas uma vez,quando saiu dagaleria para ofrio da noite.Abotoou o casacoaté o pescoço,puxou o gorro delã grossa sobreas orelhas eescondeu as mãosum pouco trêmulasnas luvas.Projeto Revisoras 287
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— Fria a noite,não? — comentouTom, com umairritantedespreocupação.
Parou ao ladodela para vestire abotoar ajaqueta de lã quetrazia penduradanos ombros.
Um grunhido foia única respostade Serena, mas deProjeto Revisoras 288
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parecia nãocompreender queera indesejável.Ela esforçava-sepor continuarcaminhando, a dorapunhalando seucérebro. Cerrouas mãosfortemente,afundando-as nosbolsos. Tom pegouem seu braço,apoiando-a.Projeto Revisoras 289
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Serena sentiu-sedemasiado cansadapara protestar.
Ao enxergar aentrada de seuprédio, apressou-se, antecipando oalívio de chegarao décimo quintoandar, defronte àporta de seuapartamento.Pronto, láestava! ProcurouProjeto Revisoras 290
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a chave na bolsae, quando tentavaenfiá-la nafechadura, Tompegou-a e abriu aporta. Serena jánão se importavacom o fato de eleestar ali, seuúnico desejo eracair na cama ealiviar aquelador torturante.Entrou,Projeto Revisoras 291
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caminhando noescuro, diretopara a sala, semolhar para trás.Tom acendeu a luze ela cobriu os"olhos num gestorápido, evitandoa luminosidadedolorosa.Dirigiu-se aoquarto batendo aporta atrás desi. Tropeçando noProjeto Revisoras 292
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escuro, fechoutotalmente ascortinas e tirouas roupas.
Só decalcinhas,enfiou-se na camae puxou oscobertores sobreo corpo,afundando acabeça notravesseiro comum suave gemido.Projeto Revisoras 293
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Nem escutou osruídos leves quese ouviam peloapartamento,alguém remexendono banheiro e nacozinha, depoisuma voz baixa aotelefone e naporta.
Uma nesga deluz iluminou acama quando aporta abriu-se.Projeto Revisoras 294
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Escondida debaixodas cobertas,Serena só seapercebeu dachegada de Tomquando ele estavapróximo da cama.Enrolada noscobertoressoergueu-se, osolhossemicerrados.
— Vá embora —murmurou.Projeto Revisoras 295
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— Calma,Serena. Tomeisso.
— Aspirina nãoadianta nada.
— Não éaspirina. Tome.
— Ah! é?Ele entregou-
lhe uma pílula eum copo d'água,apoiando-a com obraço enquantoela bebia.Projeto Revisoras 296
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— Obrigada —disse, afastandoo copo doslábios.
Tom ajudou-a adeitar-se e ficouum momentosentado na beirada cama. Logolevantou-se esaiu, fechando aporta.
Serena ficousozinha em seuProjeto Revisoras 297
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casulo escuro,mas sentiu umalívio quaseimediato. Nãopodia ser oefeito doremédio. Em suamente, desfilavamrecordaçõesrecentes econfortadoras:uma mão quentesobre a pele nuade suas costas,Projeto Revisoras 298
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um braço forteapoiando-a, dedoslongosacariciando-lheos cabelos.Sensações reais,cheias de umdelicioso prazer.Caiu em sonoprofundo.
Despertou antesque o relógiotocasse, embora odia já estivesseProjeto Revisoras 299
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claro. Sentou-sena cama,pestanejou,espreguiçou-se etirou os cabelosdo rosto.Decididamente,estava muitomelhor. A dor.praticamentesumira e umaaspirina cuidariade evitar quevoltasse.Projeto Revisoras 300
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Levantou-se,vestiu o robe eos chinelos e foipara o banheiro.O banho estavadivino, a águaquente eabundante. Lavouos cabelos efartou-se dasensaçãoprazerosa da águacaindo sobre ocorpo. ApósProjeto Revisoras 301
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secar-se,esfregouvigorosamente oscabelos com atoalha felpuda eolhou-se noespelho, parapenteá-los.Estava com umacara boa! Aí sepermitiu pensarem Tom.
Tom Reynolds! Odemônio de suaProjeto Revisoras 302
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memória. Ovisitanteindesejável, ointruso em DocesSerenidade.Enquanto faziauma levemaquilagem, dissea si mesma quenão teria maisdores de cabeçapor causa dele.Nunca maissentiria umProjeto Revisoras 303
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choque tão fortecomo o do diaanterior, quandoo passadorevivido lhecaíra subitamentesobre a cabeça.Tinha a intuiçãode que ele nãohaveria de traí-la, espalhandosua história, massabia que deveriavoltar aProjeto Revisoras 304
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encontrá-lo, emnome de suaprópria paz deespírito.Estimulada pelasua aparênciarenovada foi paraa cozinhapreparar um café.O aroma forte egostoso deixou-aainda maisdisposta e,pegando umaProjeto Revisoras 305
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xícara, tomou umgole, indo para asala buscar ojornal na portade entrada.
Mal saiu dacozinha, parousurpresa. Tomestava ali, decostas para ela,sentando-selentamente nosofá. Nuncaimaginam queProjeto Revisoras 306
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tivesse dormidoem sua casa.Serena observou-ocalada enquantoele seespreguiçava,estalando asarticulações docorpo. Sentiu umenorme fascíniopor apreciar esseritual masculino,mas não podiadeixar de seProjeto Revisoras 307
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perguntar: o quepretendia ele?Por que dormiraali?
Adiantou-se,parando na frentedo sofá. Tomolhou-a e elaestremeceu.Achou-o muitoatraente assimrecém-acordado,embora com asmarcas de umaProjeto Revisoras 308
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noite maldormida.Sentia umaestranha emoçãoao vê-lo ali,acordando em suacasa. Há quantotempo nãopresenciava umacena dessas?
— Bom dia —exclamougentilmente, parasua própriasurpresa.Projeto Revisoras 309
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Tom olhou-ahesitante e elaachou-o aindamais fascinante.
— Humm, quecheiro bom. É oque estoupensando?
Ele passou amão nos cabelos elançou um olharpara a cozinha.
— Quer café? —perguntou Serena.Projeto Revisoras 310
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— Quero, não.Eu preciso de umcafé.
Num movimentosurpreendentemente rápido, saltoudo sofá e foipara a cozinha.
— Se mepermite.
Serena levantouas sobrancelhas,abismada com acapacidade queProjeto Revisoras 311
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ele tinha deirritá-la. Sorriude sua descobertae foi buscar ojornal. Voltouhesitante,entrandolentamente nacozinha. Eleergueu os olhosda xícara eperguntou:
— Como está sesentindo?Projeto Revisoras 312
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— Melhor.— Dormiu bem?— Sim.— O comprimido
ajudou?— Sim... e...
obrigada. — Elaolhou para ochão, insegura. —Não creio quepudesse ter feitoalgo a noitepassada, nemmesmo poderia terProjeto Revisoras 313
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pensado emcomprarremédio...
Os olhos deleestavamimpenetráveis.
— Era o mínimoque podia fazerpor você.
De pé na porta,Serena não sabiacomo reagir. Apresença de Tomdeixava-a pouco àProjeto Revisoras 314
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vontade. Afinal,pegou outraxícara no armárioe serviu-se demais café. Elemantinha os olhosnela.
— Vocêrealmente parecebem melhor.
— Já estou boa.Só vou tomar umaaspirina antes de
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sair, porprecaução.
Ele mostrou-secético:
— Deveria ficarna cama estamanhã.
— Imagine, nãoé necessário.Além do mais.tenho de abrir aloja.
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— Sua ajudantenão pode fazerisso?
— Mônica sóchega de tarde,após a aula. ENancy também, temfamília e nuncachega a tempo deabrir a loja.
— E seestivesserealmente doente,como faria?Projeto Revisoras 317
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— Felizmentenão estou doentee nunca tive esseproblema. —Desviou os olhospensativa. — Bem,se algum dia nãopuder abrir nohorário, tambémnão será o fim domundo.
Ficaram emsilêncio, como senão tivessem nadaProjeto Revisoras 318
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para dizer.Serena pensavacom certo espantoque nunca teriasido capaz deimaginá-lo ali,em sua cozinha.Dizia a si mesmaque deveriaexpulsá-lo de seuapartamento e desua vida, mas eraum pensamento semforça, incapaz deProjeto Revisoras 319
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fazê-la agir. Emvez disso estavaali, admirando aelegância e adisplicência comque ele seapoiava no balcãoda pia. E,subitamente,sentiu-seconsciente dorobe fino,vestido sobre ocorpo seminu.Projeto Revisoras 320
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Apertou-o contrao corpo, evitandoo brilho dosolhos dele.
— Não quercomer algo? —gaguejou afinal,incapaz desuportar osilêncio.
Ele arqueou assobrancelhas.
— Seriarealmente capazProjeto Revisoras 321
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de preparar algopara eu comer?
— Claro —respondeu ela. —Eu sei cozinhar.
Com um suspirode satisfação Tomexplicou:
— Não é bem poraí a minhadúvida. Ontemvocê não ficou lámuito contente emme ver e estouProjeto Revisoras 322
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certo de quenunca imaginouque eu passasse anoite aqui.Afinal sou seuinimigo, não?
— Acho quesim... —respondeu Serenaum pouco confusa.
— Por isso éque fiqueisurpreso quando
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me ofereceu algopara comer.
— Talvez eu lhedeva isso; peloscomprimidos,pelos cuidados etudo o mais.
— E tudo omais? — elesorriutristemente. — Narealidade foimuito pouco.
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— Você estavaaqui — ela falousem pensar.
Os olhos delesse encontraram.Serena estavaconfusa. Tentavadesesperadamentelembrar-se dequem era ele parafugir da atraçãoque exercia sobreela.
— Olha — falou.Projeto Revisoras 325
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Eleinterrompeu-a:
— Tom, meu nomeé Tom.
— Tom — o nomepareceu-lhe suave—, o que gostariade comer?
Ele deu algunspassos em suadireção. Olhouseus lábios comsensualidade, umacarícia visualProjeto Revisoras 326
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que percorreu seucorpo recém-banhado. Suspensano tempo e noespaço Serena nãoconseguiu mover-se.
Ele abriu aboca para falar,mas calou-se.Respirou e depoisdisse:
— Qualquercoisa. Ovos,Projeto Revisoras 327
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torradas, o quepreferir.
— Ovos fritos?— Malpassados.— Quer manteiga
na torrada?— Prefiro
geléia.— Um suco de
laranja?— Prefiro de
tomate.
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— Andourevistando ageladeira? Quegeléia prefere?
— De ameixa.— Logo a minha
preferida!— Tem bastante.— Ah! Então
examinou tudo?— Bem — disse
ele com um amplosorriso — passeiProjeto Revisoras 329
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a noite aqui eestava com fome.
Serena retirouo vidro de ameixado refrigerador.
— Matou a fomecom geléia deameixa?
— Não, não, ageléia foi asobremesa — elefalou, dirigindo-se para obanheiro.Projeto Revisoras 330
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— E o quecomeu? — gritouSerena.
— Arenque emmolho de vinho.
— O meuarenque! — gritouela consternada.— Não pode serverdade!
Estavaguardando-o parauma ocasiãoespecial e Tom oProjeto Revisoras 331
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tinha devorado.Foi atrás delereclamando e deude cara com aporta dobanheiro. Tomabriu-alentamente.
— É verdade —respondeu com umsorrisodivertido. Acaboude desabotoar acamisa e puxou-aProjeto Revisoras 332
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para fora dacalça.
Serenaesqueceu-se doarenque,fascinada com avisão do corpodele, o peitofirme e másculo,o rosto cheio desensualidade. Umavoz dentro deladizia-lhe que eleera seu inimigo,Projeto Revisoras 333
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mas a verdade éque se sentiraatraída desde oprimeiro instanteem que o vira norestaurante. Asemoções quedespertara nelanão podiam serexplicadas apenaspelos fatos dopassado. Umdesejo ardenteinvadiu-lhe oProjeto Revisoras 334
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corpo, como fogocorrendo em suasveias. Há quantotempo não sentiaisso! Essa forçaprofunda que aempurrava nadireção dele, oenorme desejo detocar aquelecorpo nu!
Insegura ehesitanteprocurou-lhe osProjeto Revisoras 335
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olhos. Eleaproximou-se,rápido, e paroutão perto quepodia ouvir-lhe arespiração. Aforça que sentirahá algunsmomentos somava-se agora aochamado do corpodele, um instintoprimário, contra
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o qual não tinhadefesas.
Tom ergueu asmãos,mergulhando-asnos cabelos dela.Acariciou-lhe orosto e,instintivamente,Serena encostou aface na palma damão dele. Olhou-oe permaneceramassim, os olhosProjeto Revisoras 337
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explorando-se,como quehipnotizados.Então ele abaixoua cabeça,buscando-lhe oslábios.
Levemente,tateou a carnepolpuda de seuslábios,percorrendo cadacentímetro de suapele úmida. OProjeto Revisoras 338
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cheiro deleagradou-a,transportando-apara um mundo depuras sensações.Sentiu as pernasbambas, mas osbraços deleseguravam-na comfirmeza.Entregou-se aomomento, gozandoa delícia daquelebeijo, envolvidaProjeto Revisoras 339
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na paixão portantos anosexcluída de suavida.Reencontrava-aagora, nos lábiosfirmes e suavesde Tom Reynolds,que acendiam nosseus um desejoardente de beijá-lo, de sentiraquela pelediferente eProjeto Revisoras 340
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sensível. Tomsegurou-lhe acabeça, enquantolhe explorava oslábiosentreabertos,raspando a línguaem,seus dentes epenetrando-lhe aboca comdeterminação.Serena agitou-se,queria mais,muito mais. AbriuProjeto Revisoras 341
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a boca e sualíngua encontroua dele, roçando-aprazerosamente,cada movimentodespertando ondasde emoção que lhepercorriam ocorpo.
Seus braçosmoveram-seautomáticos embusca do corpodele,Projeto Revisoras 342
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acariciando-lheas costas,sentindo afirmeza dosmúsculos e ocalor da pele.Suspirou, o corpoinflamado dedesejo fortementeapertado contra odele que aenvolvia cada vezmais. Sentiu-seúmida e as roupasProjeto Revisoras 343
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começaram aincomodá-la.
Como seestivesse lendoseus pensamentos,Tom afastou-a,segurando-lhe orosto. LentamenteSerena abriu osolhos.
— Você apenasme odiaria mais —falou Tom, osolhos duros, aProjeto Revisoras 344
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respiraçãoofegante.
Ela franziu assobrancelhas,ainda imersa naonda de excita-.cão que relutavaem dissipar-se.
— Você me odeiapelo passado,Serena, masexiste uma chamaentre nós, umachama que não éProjeto Revisoras 345
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destrutiva. Eu aquero, desejei-adesde o primeiroinstante, quandonem tinha idéiade quem você era.
Os dedos deleacariciaram-lhe anuca epercorreram suaface em direção àboca, numa buscadesesperada.
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Lutava paracontrolar-se.
— Você é muitolinda — murmurou.
E beijou-a, umbeijo demasiadobreve parareacender oencanto domomento anterior.Tom estavadecidido alembrá-la de quemera ele.Projeto Revisoras 347
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— Não conseguidormir estanoite, pensandoem ter você nosmeus braços, comoagora. Sabe o quesignifica para umhomem ver amulher quedeseja, nua, nacama?
— Sinto muito,não tivera menorintenção. PenseiProjeto Revisoras 348
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que tivesse idoembora.
O que maispoderia dizer?Como poderiafalar-lhe sobreas emoçõesconfusas eardentes que ainvadiam? Entãopercebeu, comvergonha, quehavia seentregado a ele,Projeto Revisoras 349
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assim,irrefletida-mente, deixando-se levar pelodesejo.
— Você vê... —ele afastou-semais, deixou cairos braços — nóspoderíamos terfeito amor...
Olhou-a comcerta dureza e
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entrou nobanheiro.
Serenapermaneceu ali,plantada sobre oassoalho. Estavaassustada econfusa. Somentea lembrança dodia anterior, daterrível dor decabeça que aacometera,
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conseguiu tirá-lada inércia.
Quando dezminutos depoisTom saiu dobanheiro já haviase recuperado e ocafé estavapronto.
— Tomou banho ese barbeou? —perguntousurpresa ao vê-lo.Projeto Revisoras 352
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— Espero quenão se importe deeu ter usado suascoisas. Nãosuporto me sentirsujo.
— A água estavaquente?
— Não era bemde água quenteque eu precisava,mas estava boa,sim. Obrigado.
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Tinha um jeitotravesso no olharque a acalmou.Sentaram-se ecomeçaram acomer, emsilêncio. Elatemia sernovamenteenvolvida pelodesejo.
— Os ovos estãoótimos! —exclamou ele.Projeto Revisoras 354
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— É verdade quenão se lembravamais de mim?
— Tem sal?Ela pegou o
saleiro, olhou-o«algando os ovos,como se nãotivesse escutadosua pergunta.
— Não vaicomer? —perguntou Tom comar inocente.Projeto Revisoras 355
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— Só torradas ecafé.
— Nadasaudável.
— O sal tambémnão é saudável.
— Touché! —exclamou ele.
Serena procurououtro meio deabordá-lo.
— Tom, por quevocê foi à lojaProjeto Revisoras 356
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ontem? O que foifazer lá se nãohavia mereconhecido?
— Já lhe falei,você me intrigou.Queria saber quemera.
— E agora quesabe, o que vaifazer com... essainformação?
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— Queinformação? Eleparecia confuso.
— A ligação comStrickland?Olhou-a como sefosse louca.
— Absolutamentenada. Há algo queeu deveria fazer?Serena nãorespondeu,desviando o
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olhar. Ele pousouo garfo.
— Serena, issoé uma velhahistória, umlivro acabado.Você é a únicapessoa que aindase preocupa comisso.
— Não creio.— O que quer
dizer?
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Ela falou emvoz baixa,poupando-se dador que o assuntolhe causava.
— Que asinformações podemchegar até aspessoas erradas.Isso já aconteceue pode ocorrernovamente.
— Explique.
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Tom apoiou oqueixo na mão,pensativo. Serenapercebeu quedizia muito maisdo que pretendiae recuou.
— Bobagem, écoisa do passado,vamos deixar pralá.
— Termine decontar, Serena. O
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que aconteceu? —insistiu ele.
Era a primeirapessoa a saber deseu passado eisso deixava-alivre paracontar-lhe dasmágoas caladasdurante anos.
— Quandoestudava nocolégio, viviacom meus tios emProjeto Revisoras 362
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Nova Iorque e meenvolvi com umcara.
Abaixou a voz eos olhos.
— Ele estava nafaculdade, eramais velho do queeu, maisexperiente. E defamíliaimportante.
— Isso tepreocupava?Projeto Revisoras 363
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— Não. Nãopoderia ter mepreocupado menos.Mas tinhaimportância paraele. Fez-mesaber, em termosexatos, quãoimportante erasua família.
— E o queaconteceu?
Ela hesitouintimidada, mas aProjeto Revisoras 364
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compreensão queviu no rosto deTom deu-lhecoragem paraprosseguir.
— Bem, eu meenvolvi com ele,ficamos juntosvários meses. Eutinha sido aceitapela Universidadede Duke e nãoestava certa dequerer deixá-lo.Projeto Revisoras 365
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Então resolvienfrentá-lo.
— Queria queele se casassecom você?
— Nãopropriamente.Queria que medeixasse segurasobre ossentimentos dele.Se tivesseintenção decasar-se comigo,Projeto Revisoras 366
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eu deixaria de irpara Duke eficaria numafaculdade de NovaIorque.
— E...?Serena fez nova
pausa, esfregandoas mãos trêmulase gaguejando. Tompegou-lhe a mão,encorajando-a.
— Ele deixoubem claro que...Projeto Revisoras 367
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nunca se casariacomigo. Afinal, ahistória de minhafamília era algoque os pais delejamaisaceitariam.
O corpo de Tomse enrijeceu,enquanto lheapertava a mão.
— Então estavausando você? Otempo todo!Projeto Revisoras 368
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— Não, nãoposso afirmarisso — o olhardela era triste,mas sincero. —Nós doisdesfrutamos darelação e elenunca me fezqualquerpromessa. Era euque necessitavade reafirmação,
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era eu queprecisava de...
— ... amor?— Talvez —
murmurou ela. —Tenho vivido bemsozinha. Desdeque deixei aCalifórnia venhoprocurando alguémque substituaminha família.Naquela épocatinha meus tios,Projeto Revisoras 370
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mas eramestranhos,pareciam emconflito. Nãocreio que meamassem... EMichael... bem,eu achava que eleme amava, masdevia estarapenasfantasiando emcima darealidade.Projeto Revisoras 371
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Por algum tempopermaneceram emsilêncio. Tomlevantou-se parapegar mais café,colocou a garrafasobre a pia e deuuma espiada pelajanela. Quando sevoltou disse:
— Isso deve teracontecido hámais de dez anos.
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Houve algum outroincidente?
Serena riu comcerta amargura.
— Pode estarcerto de quenunca mais memeti em situaçãosemelhante.
— Nunca maisesteve com umhomem depoisdisso?
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Ela ignorou apergunta.
— Nunca maisprocurei ninguéma não ser paradivertir-me poruma noite.
— Paradivertir-se poruma noite?
— Sim, apenaspara me divertir.Eu durmo sozinha,isso me ajuda aProjeto Revisoras 374
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evitar um bocadode dores.
— Mas tambémexclui qualquerrealização.
Ela desviou oolhar.
— Preencho aminha vida com...outras coisas.
— É por issoque correspondeudaquele modoainda há pouco?Projeto Revisoras 375
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— Tom... —protestou ela.
— Não, Serena,não meinterrompa. Vocêabriu-se como umamulherverdadeiramenteapaixonada.Consegue mantertudo isso dentrode você?
— Não.
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— Mas há poucoafirmou...
— Não, eu nãodurmo por aí. Mastampouco sofrofrustrações.Vocês, homens,acreditam quetoda mulhersolteira poderiater seusproblemasresolvidos searranjasse umProjeto Revisoras 377
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homem. Isso não éverdade.
— Pode ser quenão — ele tomouum gole de café,distraído. — Masa paixão existe,Serena. Existe emVocê, talvez nãopara qualquerhomem, mas existepara mim.
— Não — mentiuela, recusando-seProjeto Revisoras 378
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a aceitar arealidade dessesentimento.
Tom nãoinsistiu.
— Possoperguntar-lhealgo? Por que mecontou tudo isso,do cara de NovaIorque e tudo omais?
Ela respondeuna defensiva.Projeto Revisoras 379
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— Talvezquisesse mostrar-lhe um pouco doque sofri por suacausa.
— De modo quevoltamos à mesmahistória?
— Sempre — elamentiu de novo. —Quando olho seurosto vejo ohomem responsávelpelo sofrimentoProjeto Revisoras 380
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de minha família.Oh! eu sei quefoi meu pai quemerrou, nãoprecisa lembrar-me disso. Mas foivocê quem o expôsde forma tãocruel, foi vocêquem o levou paraa primeira páginado jornal, quemfez publicidadedo erro dele,Projeto Revisoras 381
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quem humilhoutodos nós.
Em suaangústia, pulouda cadeira ecorreu para oquarto, batendo aporta, do mesmojeito que fizerana noiteanterior. Só queagora não era aescuridão quebuscava, mas simProjeto Revisoras 382
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a luz, -arealidade, aconsciência. Erafácil demaisesquecer o queTom havia feitocom sua família!Nos braços deleela realmenteesquecia-se detudo.
— Serena? — elechamou-a,
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entreabrindo aporta.
— Por favor,Tom. Já falamos osuficiente. Tenhode me vestir e irpara a loja. Váembora, porfavor.
— Tudo bem,Serena, não queroincomodá-la,creia-me. Nãotive nenhumProjeto Revisoras 384
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prazer pelo mal-estar que lhecausei a noitepassada, masquero que vocêsaiba que nãoestou desistindo.
De repente, osilêncio delepreocupou-a e elalevantou osolhos, assustada.
— Do que estáfalando?Projeto Revisoras 385
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— De você e demim. Não passei anoite inteira noseu sofá só paradizer-lhe tchauhoje de manhã esair de sua vida.
— Você tem...— Não tenho de
fazer nada e nãoacho que vocêdeseja que eudesapareça.
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— Sim, euquero.
Ele sacudiu acabeça,descrente.
— Você negatudo o queaconteceu? Nãoquer continuarpara ver onde vaidar?
— Não —murmurou Serena.
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Ele segurou-afirmemente pelosombros.
— Escute-me,Serena — falousuavemente —, eutambém tive meuscastigos, minhavida não é um marde rosas comovocê pensa.Também tive minhaparcela desofrimento. E,Projeto Revisoras 388
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para sertotalmentehonesto, não seipor que estoudizendo essascoisas para você.Passei a noitetoda lutandocontra afrustração dedesejá-la e nemsaber porquê. Ese há algo queaprendi na vida éProjeto Revisoras 389
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que devoaproveitar asoportunidades queme são dadas. Evou aproveitaressas, Serena.Pode ter um finalbanal, mas não éisso quesinto....
— Não —murmurou ela,sacudindo a
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cabeça, um poucodesesperada.
— Sim, vamosver.
Serena tentoudesprender-sedele, mas Tomaumentou apressão das mãos.
— Não, não...Ele estava
muito próximo edecidido. A
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batalha era comela mesma.
— Serena! — elefalou com umaagonia que aparalisou. Denovo sentiu quesubmergia no jogodele.
— Serena...Beijou-a
rápido, como setemesse que elarecomeçasse aProjeto Revisoras 392
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discutir. E odemônio dentrodela mais uma vezlevou vantagem,anulando osargumentos darazão. O cheirodele envolveu-a,o corpooferecendo-lheproteção. Oslábios de Tomtinham uma fomeque superava atéProjeto Revisoras 393
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mesmo a fomefísica. Serenaainda lutou pararesistir àpaixão, mas oprazer que oslábios dele lhecausavam foi maisforte e, com umpequeno grito,ela cedeu a seusimpulsos,sentindo-seperdida.Projeto Revisoras 394
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Seria umarendição ou umavitória? Umaderrota ou umaconquista? Maisuma vez o poderde sedução de Tomtomou conta dela,inundando-a deprazer, vencendoqualquerresistência queainda quisesseoferecer. EraProjeto Revisoras 395
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fraca na rendiçãoou forte napaixão quedesencadeara comtanta facilidade?Alegrou-se pelasensação deprazer que eleconseguiadespertar em seucorpo.
Ansiosa porexplorar suafeminilidade,Projeto Revisoras 396
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tanto tempoadormecida,Serena colocou osbraços sobre osombros dele,enlaçando-lhe opescoço eacariciando-lheos cabelosescuros, puxando-o ainda mais parasi. Tom sentiu amudança e refreousuaProjeto Revisoras 397
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impetuosidade.Mais calmo,começou aexplorar-lhe aboca, os olhos, aface. Os lábiosdele encontraramsua orelha e, coma língua, elepassou apercorrerreentrâncias esaliências,provocando umaProjeto Revisoras 398
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excitaçãocontínua que aatingia comoondas. Serenasentia-se feliz eexcitada com ascarícias dele,desejando mais.Seus lábiossaborearam ogosto dele,percorrendo apele daquelecorpo masculino,Projeto Revisoras 399
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beijando-o,acariciando-o,enquanto suasmãos apalpavam-lhe as formas.Emitiam sonssuaves, leves,gemidos deprazer.
Tom virou-se esentou-se nacama, levando-aconsigo.
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— Serena —murmurou,abandonando-lhe aorelha parabeijar-lhe opescoço e a nuca.
Ela pressionouo rosto contra oscabelos dele,ansiosa por queas carícias nãocessassem. Hámuito tempoconhecera osProjeto Revisoras 401
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prazeres do amor,mas agora haviaalgo diferente.Existiamaturidade, umacompreensão muitomais refinada doêxtasecompartilhadoentre um homem euma mulher.Queria vivê-lointeiramente esentindo-se umProjeto Revisoras 402
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tanto tensafalou, apenaspara descarregar:
— Sim, Tom.Beijando-a com
renovado ardor,Tom encontrou onó meio desfeitodo robe, queterminou deabrir,desvendando-lhe asemi-' nudez docorpo.Projeto Revisoras 403
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Serenasuspirou,profundamenteconsciente do queacontecia.
— Oh! Tom.Seus seios
intumesceram-seao serem tocadospelas mãos quecobriam o finotecido do sutiã.O dedo quedeslizou entreProjeto Revisoras 404
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sua carne e apeça de roupatinha a asperezagostosa da línguade um gato ecaminhava,acompanhado deoutros dedos,para acariciar-lhe o mamilo.Chamou-o pelonome mais umavez, apenasdesejando-o,Projeto Revisoras 405
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completamenteesquecida dosafazeres do dia.
Seu enlevo eratão forte que nãoteve consciênciada tensão que,repentinamente,tomou conta dele.Então escutou-omurmurar:
— Maldição! — erepetiu —maldição!Projeto Revisoras 406
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Respirando forte,Serena afastou-seum pouco.
— Tom?— Maldição! Não
quero isso! —exclamou ele. —Não vou fazerisso!
O rosto deletransformou-senuma máscara decólera,
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assustandoSerena.
— O que foi?Ele não
respondeu.Levantou-se edirigiu-se para aporta,desaparecendo emdireção à sala.Serena ficoutremendo dedesejo eperplexidade.Projeto Revisoras 408
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— Tom? — elachamou em vozbaixa, um tantohesitante.
Quandofinalmente saiupara procurá-lo,ele já tinha idoembora.
Pasmada, voltouao quartoafundando-se nacadeira debalanço. SeusProjeto Revisoras 409
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olhos observaramas roupas quejogara no chão nanoite anterior, acama todarevirada e a fotoda família sobrea cômoda. Apesardo que ele lhefizera no passadoe, mesmo semsaber os motivosque o levaram aabandoná-laProjeto Revisoras 410
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daquela forma,Serena sentiu-seagradecida. Tomestavaparcialmentecerto quando lhedissera quehaveria de odiá-lo se tivessemfeito amor. Agorasabia que, alémdele, tambémodiaria a si
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mesma. Aí seriarealmente o fim.
Tom deviadesaparecer desua vida e, comcerteza, era issoque ele iriafazer. Quanto aela, teria dedigerir odesgosto quesentia por ter serendido tãofacilmente aosProjeto Revisoras 412
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encantos de seuinimigo.
Tomou aaspirina que sereceitara,arrumou o quartoe saiu para otrabalho,chegando ainda atempo de abrir aloja. Ninguém aomenos suspeitoudo que aconteceranessas primeirasProjeto Revisoras 413
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horas da manhã eSerena trabalhounormalmente,incapaz deafastar aslembranças dosúltimosacontecimentos.Logo após o meio-dia recebeu umpequeno ramo derosas, com umcartão: "Para adoce Serena.Projeto Revisoras 414
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Talvez um diavocê possa meperdoar." A letrada mensagem erafirme como ohomem que aescrevera. Seriaa despedida?Certamente. Elapossuía amigos, aloja, uma vidaprópria. E Tomtinha os jornaise todo o poderProjeto Revisoras 415
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que lhe davam.Era tudo o quesabia. Suas vidascorriam emdireçõesdiferentes e opassado era umenorme obstáculoentre eles. O diachegou ao fim eencontrou-a aindadividida entre asrecordações e aconvicção de queProjeto Revisoras 416
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tudo terminara.Cynthia esperava-a no clube para ojogo de têniscostumeiro.Quando chegou aoterraço, não pôdeconter asurpresa. TomReynolds estavalá, empenhado emum jogo na quadranúmero um.
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CAPÍTULO IVCAPÍTULO IV
O responsávelpelas quadrasfez-lhes sinal eacompanhou-as atéo campo númerocinco. Paradesagrado deSerena, tomou ocaminho quepassava próximoda primeiraquadra, onde oProjeto Revisoras 419
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jogo acabava deter início.
— Muitointeligente desua parte —sorriu Cynthia,colocando-se aolado de Serena. —Marcou encontrono Clube. Vaisair para jantardepois?
— Não —exclamou Serena.Projeto Revisoras 420
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— Nem sabia queele estaria aqui.
— Parece quevocês dois agemde maneira bemdiferente, nãoacha?
— Nãoexatamente.
Sua respostaevasiva despertoua curiosidade daamiga.
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— O quesignifica essenão exatamente?Parece-me muitomisterioso. Nãoquer me contar?Adoro mistério.
— Não hámistério algum,Cynthia. Nãoexiste nada paracontar-lhe.
— Você estáquerendo dizerProjeto Revisoras 422
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que o jogo aindanão começou?
— Quero dizerque não tenhointenção algumade fazer essejogo.
— Serena! Estouchocada! Vaideixar essa obra-prima damasculinidadeescapar de suasmãos?Projeto Revisoras 423
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— Com certeza.Por algum tempo
permaneceram emsilêncioapreciando o jogode Tom, Era umjogador muitohábil e Serenapensou quegostariaimensamente dedisputar umapartida com ele.
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— Quem é eleafinal? —perguntouCynthia.
— O nome dele éTom Reynolds.
— TomReynolds... Ondejá ouvi essenome?
— É o novoproprietário doBulletin.
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— Estábrincando! Ele édono de umjornal?
— É.— E você está
jogando fora essaoportunidade?
— Não estoujogando nadafora, Cynthia.Temos nossasdiferenças.
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— O tênis não éuma delas.
— Bem...— Sabia que ele
jogava aqui?— Não, não
sabia de nada.Devo contar-lhemais alguma coisasobre nós?
Cynthia sorriu,lisonjeira:
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— Sem dúvida,sou toda ouvidos.
Mas Serena nãotinha o hábito defazerconfidencias,principalmentequando se tratavade assuntopessoal. Sorriu,tentando encerraro assunto:
— Vamos jogar.
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A atenção daamiga estavainteiramentevoltada para ojogo que sedesenrolavadiante delas.
— Ele é bom! —murmurou Cynthiacom admiração.Uma voz gravefalou atrásdelas, fazendo
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com que sevoltassem.
— E tem de ser!Já foi o quintomelhor jogador dopaís e não duvidoque consiga fazercom que o tênisentre novamenteem moda por aqui.
— Como sabetanto a respeitodele, Willie?
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— Trabalhoaqui, boneca. Eletem vindo jogarvárias vezes porsemana nesseúltimo mês. Chegae vai direto paraa quadra. Tomaraque consigatornar esse clubeum pouco maisinteressante!Leva jeito.
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O riso deSerena foiespontâneo,embora contivesseuma ponta desarcasmo.
— Não duvido,ele é um agitadornato! Mal acaboude falar, prendeua respiração,surpresa.Repetiraexatamente asProjeto Revisoras 432
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palavras queAndré lhe disserano restaurante.Há dezesseis anosTom havia ganho otítulo deagitador, ela nãotinha dúvida.Mas, agora, seráque ainda lheserviria? Seconsiderasse oque haviaacontecido comProjeto Revisoras 433
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ela na noiteanterior e nessamanhã, teria dedizer que sim.Mas será que oconhecia? Comoseria elerealmente?
— Ele é bom! —exclamou Cynthianovamente. Maisuma vez Willieapoiou-a.
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— E como! Voulhe dizer! Já nãoparticipa decompetições, masgaranto-lhes queé capaz de botarno chineloqualquer dosmelhoresjogadores daqui.
Nesse momento,como se escutasseos comentários,Tom virou-se eProjeto Revisoras 435
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olhou-as. Quandovoltou a jogartodosacompanhavam seusmovimentos. Oadversárioserviu-o, eledevolveu, o outrocolocou a bola nocanto e Tomperdeu o lance.
Serena virou ascostasrapidamente. JáProjeto Revisoras 436
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havia visto obastante. Aimagem deleestava bem vivaem sua mente —alto, braços epernasmusculosas, agraça natural dosmovimentos e arapidez eprecisão quefaziam dele ummestre noProjeto Revisoras 437
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esporte. Se nãofosse essahabilidade e asinformações queWillieespontaneamenteoferecera, Serenaseria capaz deacreditar que elenão estava alipor meracoincidência. Masvia-se que era umprofissional e,Projeto Revisoras 438
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além disso,ficara tãosurpreso quantoela ao vê-la.
Não sentiuqualquersatisfação ao vercomo sua presençao perturbara,distraindo-o dojogo. E, quandoCynthia começou abrincar com ela,
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provocadora, saiuem defesa de Tom.
— Ah! —exclamou a amiga— então defende-o?
— Nem tanto!Além do mais nãosei por que vocêfaz tantobarulho. Eleapenassurpreendeu-secom minhaProjeto Revisoras 440
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presença, nadamais. Willie équem tem razão,ele vai arrasaraquele sujeito!
— De qualquerforma ele já sefoi.
— É? — foi oúnico comentáriode Serena.
— Como se vocênão soubesse!
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Serena sabia.Sabia exatamenteo momento em queele tinha parado,e com quem falaraenquanto seencaminhava parao vestuário. Nãoera de admirarque tivesseperdido o jogo,pois ela malprestara atençãono que fazia.Projeto Revisoras 442
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Quandocaminhavam para ovestuáriofeminino, Cynthiafalou:
— Escuta,Serena, se vocênão estáinteressada nele,ficariacontente...
— Agradeço,você ficarásabendo.Projeto Revisoras 443
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Interrompeu-a,falando a esmo,palavras que nãotinham o menorsignificado,embora soassemseguras econfiantes. Narealidade, nãoestava segura denada. Sabiaapenas que nãopodia barrar ointeresse deProjeto Revisoras 444
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Cynthia por Tom.Não que tivessequalquerreivindicaçãosobre ele,qualquer intençãomais séria. Pelocontrário,sentia-se incapazde fazer qualquerjulgamentodefinitivo emrelação a tudoque se referisseProjeto Revisoras 445
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a Tom Reynolds.Havia a chama queele acenderanela, não podianegar, chama quehomem algumnesses últimosanos fora capazde acordar.Graças a Deushavia conseguidoevitar outra dorigual à queMichael Lowry lheProjeto Revisoras 446
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causara! Mas Tomsabia sobre o seupassado e disseraque aquilo nãotinha a menorimportância.Poderia algum diaolhá-lo nos olhoscom toda asinceridade? Nãoseria essepassado umabarreira entreeles? uProjeto Revisoras 447
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Os dias foramse sucedendo eSerena nãoconseguiaesquecê-lo.Pensava semprenele, aquelevínculo tão fortecom um passadoque elapretenderasepultar. Como otemera! Noentanto, já nãoProjeto Revisoras 448
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se sentia tãoameaçada. Dealguma estranhamaneira, confiavanele, embora nãosoubesse explicarpor quê. Sentia-se um poucoculpada pela suamaneira agressivanaquele dia noapartamento ecuriosa por sabermais sobre ele.Projeto Revisoras 449
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Muitas noites, aose recolher, nãopôde evitar arecordação docorpo dele,envolvida nummisto de emoção eagonia por nãotê-lo presente.
O mês de abrilfoi muito maisfrio do queesperava, comváriasProjeto Revisoras 450
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tempestades deneve. Mas a lojaapresentou uminesperado surtode prosperidade,entusiasmando-a aponto de começara ter aulas deculináriaespecializada emguloseimas edoces, todas asterças-feiras ànoite. ParaProjeto Revisoras 451
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tanto, transferiuseus jogos comCynthia para asnoites de quinta-feira. Nos finsde semana saiucom Gregory Wolf,um advogado queconhecera hápouco tempo, etambém com RodneyHendricks,professor depsicologia daProjeto Revisoras 452
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Universidadelocal. Deu-se bemcom ambos, muitomelhor do queesperava, emboraos conservassefora dos limitesde sua vidaprivada. ApenasTom penetrara emseu mundo íntimoe, agora, pareciater sumido. Nãodera mais sinalProjeto Revisoras 453
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de vida. As rosasque lhe enviarajá haviam secadohá muito tempo...
Um dia Andrételefonou-lhe,convidando-a parauma festa na casadele. Elaobjetou.
— Não sei sevou, André, vocêsabe que nãogosto de festas.Projeto Revisoras 454
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— Mas é a minhafesta, Serena —retrucou ele comfirmeza. — Nãovai ser nadademais, apenasuma reunião deamigos. A maioriadeles você jáconhece.
— Tenho certezade que a festaserá ótima,André, masProjeto Revisoras 455
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realmente nãotenho vontade deir.
Ele insistiu.— Bobagem! Não
a vejo desde quevoltei do litorale vai ser umafesta tranqüila,pode ter certeza.Olha, vou buscá-la em casa! Quetal lá pelas oitohoras?Projeto Revisoras 456
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Não conseguiufazê-lo mudar deidéia e não tevecomo recusar.Afinal, gostavade André e nãoqueria magoá-lo.E havia oproblema da DocesSerenidade, seusplanos deexpansão. Quemsabe se indo àfesta as coisasProjeto Revisoras 457
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se tornariam maisfáceis e pudessemchegar a umacordo bom paraambos.
Enquanto vestiao conjunto deseda verde e assandálias desaltos altos,Serena sentia-sebastante confusa.Perfumou-se comdiscrição eProjeto Revisoras 458
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maquilou os olhose as faces.Pequenos brincosde pérolaadornavam suasorelhas e umdelicado colarrodeava-lhe opescoço. Estavabonita esofisticada, masseus sentimentospareciam-lhe
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escuros econturbados.
Às oito emponto escutou abuzina chamando-alá embaixo. Empoucos minutosestava no térreo,cumprimentando oseu anfitrião.Entrou no carro eseguiram atéKenwood, umbairro situado naProjeto Revisoras 460
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periferia dacidade, onde selocalizava aampla e luxuosacasa de André.
Ele tinha umestilo de vidabastantesofisticado que,sem dúvidaalguma, deviaexigir umaltíssimo nívelde consumo. ComProjeto Revisoras 461
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três ex-mulherese uma mansão parasustentar, alémdas roupas deluxo e do carroesporte últimotipo, deveria tercompromissosfinanceirosbastanteelevados. Comonunca haviamencionadoqualquerProjeto Revisoras 462
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dificuldade,Serena supunhaque seu trabalholhe rendesse osuficiente paramanter tal nívelde vida.
— Muito bem —disse, admirandoo ambienterequintado daentrada da casa,onde um empregado
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guardou-lhe ocasaco.
André sorriu-lhe e avançoupela sala,pretendendoapresentá-la aalguns de seusconvidados.Serena retardou-o, colocandolevemente a mãosobre o braçodele.Projeto Revisoras 464
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— Parece quevocê me falou deuma festinha —acusou-o nummurmúrio. — Devehaver pelo menosuns cinco garçonspara servir todaessa gente.
André deu deombros, sorrindosem culpanenhuma.
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— Isso não énada, Serena. Nãose preocupe. Sãoclientes, amigos,políticos...Relaxe e divirta-se. Olhe, aliestá Ted Franck,da,corretora.Venha, estáansioso porconhecê-la.
Consciente deque por terProjeto Revisoras 466
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chegado com odono da casaseria consideradaa companhia dele,Serena suspiroucom certodesagrado, masaquiesceu,atravessando asala com graça,ao lado de André.Durante asapresentações,sua seriedadeProjeto Revisoras 467
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tornava-a ,.ainda maischarmosa. Asconversas sedesenrolaram e,na realidade, nãopareciam assimtão terríveiscomo haviaimaginado, haviamuitos convidadose a sala ficavacada vez maischeia de agente,Projeto Revisoras 468
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tão próximas umasdas outras queera praticamenteimpossível falarde algo maisíntimo. Issoagradava Serena.Permaneceucirculando degrupinho emgrupinho, sem sefixar em nenhum.E exatamentequando André aProjeto Revisoras 469
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deixou paratratar de umassunto privado,uma mão pegou-acom firmeza pelocotovelo.
— Como está,Serena?
Virou-seinstantaneamente,ao reconhecer avoz. Paralisada,olhou por algunssegundos para oProjeto Revisoras 470
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homem quechegava, incapaz.de dizer umapalavra.Finalmentepareceu acordar,embora um 'poucotrêmula.
— Tom! O queestá fazendoaqui?
— O mesmo quevocê, sem dúvida
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— respondeu ele,sorrindo.
— Vim atendendoa insistentespedidos de André— explicounervosamente, semsaber porquê. —Pediu-me queviesse, pareciaque significavamuito para ele.Disse-me queseria uma festaProjeto Revisoras 472
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tranqüila, mas,veja, há mais decem pessoas poraqui. Creio quefoi discutirpolítica comalguns senhoresrespeitáveis. -Estremeceu,incapaz depermanecercalada.
— E você, qualé sua desculpa?Projeto Revisoras 473
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Não sabia queconhecia André.
— E não nosconhecemos: — Tomdeu uma olhadapela sala.. — Vimcom uma amigacomum. Na verdadeacho que ele estáé trancado comela nestemomento.
Serena sacudiua cabeça.Projeto Revisoras 474
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— Estáconversando sobreterremotos com osvelhinhos. Acabeça escura deTom abaixou-se,enquanto elesorria.
— Quer dizerque ele não lhedisse nada, oespertinho. Estácom osvelhinhos...Projeto Revisoras 475
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muito bem, só queum deles émulher.
— Ah! é?— Você não fica
com ciúme?— Nem um pouco.
É meu amigo enada mais. — Seuslábios tremeramcom certodesagrado. — Nãosei por que
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estamos falandosobre isso.
— Venha — disseTom colocando amão levementesobre suascostas. — Vamosencontrar umlugar maistranqüilo.
Tom puxou-a atéum canto da sala,onde se afundaramemProjeto Revisoras 477
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duas poltronas,um de frente parao outro. Serenasuspirou,descalçandoimpulsivamente assandálias ecruzando aspernas.
— Ai, que bom!— exclamou com umsorriso.
Depois ficouvermelha,Projeto Revisoras 478
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sentindo que suaatitude nãocombinava com suaaparênciasofisticada. Eexplicou:
— Os sapatosestavam mematando!
— Esta frase éfamosa!
Os olhos delecapturaram osdela, penetrando-Projeto Revisoras 479
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os com umaintensidade quetornou aspalavrastotalmentesupérfluas.Parecia que seolhavam parasempre, perdidosem lembranças,recusando-se aromper osilêncio.
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— Você nãoficou nem umpouco surpreso aoencontrar-me aqui— falou Serena,movida pelacuriosidade.
Tom sorriu.— Quando Ann
mencionou o nomede André, tive aagradávelsensação de queera o seu amigo.Projeto Revisoras 481
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Pensei que nãodevem existirmuitosconsultoresfinanceiros comesse nome nacidade.
— Não —respondeu Serenacom doçura,admirando-lhe' aelegância doterno escuro, decorte europeu.Projeto Revisoras 482
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— Você é casodele? Serena fezuma careta.
— Ele me trouxepara a festa,estou com ele,mas não sou seu"caso". Pelomenos não meconsidero comotal. Além disso,veja em quesituação ele medeixou, oh!Projeto Revisoras 483
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desculpe —interrompeucorando —, nãoquis dizer que...queria só dizerque ele meabandonou paratratar de...
— Sei o quequer dizer,Serena, não sepreocupe, não meofendi. Creio queas coisasProjeto Revisoras 484
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correram muitobem, não poderiamter sido melhores— concluiu nummurmúrio.
Não sabendo oque responder,Serena olhoutimidamente parao chão. Em suamemória aindadesfilavam ascenas e sensações
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daquela manhã noapartamento.
— Você estálinda esta noite— ele falou emvoz suave. — Overde fica muitobem para você.Combina com a corde seus olhos.
— Meus olhossão castanhos,não têm nada deespecial.Projeto Revisoras 486
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— São muitoexpressivos,soltam chispas.Foi a primeiracoisa que noteiem você.
Poderia dizer-lhe o mesmo, maspreferiu calar-se, concentrando-se nas dobras dovestido.
— Você éespecialista emProjeto Revisoras 487
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despertar essetipo de reação —falou afinal.
— Ainda aperturbo muito?
— Não —respondeu Serenacom sinceridade.— Foi o choqueinicial de vê-loe todas aquelaslembranças que mefizeram mal. O
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choque pelo menosjá superei.
Não tinhavontade alguma defalar-lhe sobre aonda de novassensações quehavia despertadonela. Sensaçõesperturbadoras.Tom inclinou-seapoiando oscotovelos nosjoelhos. Olhou asProjeto Revisoras 489
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próprias mãos,pensando sobre oque Serenadissera. Depoisfalou, como quempensa em vozalta.
— Você é umquebra-cabeçapara mim, Serena.Por um lado éaquilo que faz.Não poderia terescolhido nomeProjeto Revisoras 490
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melhor para a sualoja. DocesSerenidade! Évocê.
Serena também oconsiderava umquebra-cabeça,mas calou-se,erguendo os olhospara encontrar ocalor do olharcom que ele afitava.
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— Você é doce,suave, pude vê-latrabalhando.Gosta de agradare sabe como fazê-lo. Seusfregueses devemadorá-la.Honestamente,acho que você nãoseria capaz deferir alguém, anão ser que fosse
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levada a umasituação extrema.
— Gosto detratar bem aspessoas. Talvezseja por isso queDoces Serenidademe agrade tanto.Mas, afinal, oque o preocupa?
— Talvezquebra-cabeça nãoseja a palavracerta — corrigiuProjeto Revisoras 493
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ele. — Intriga,sim, é essa apalavra. Você meintriga.
Ante seu olharinterrogativo,ele continuou:
— A serenidadepode ser apenasuma parte daverdade. Na loja,em lugarespúblicos, como norestaurante ouProjeto Revisoras 494
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nesta festa, vocêestá sempreserena. Talvezseja sempreassim, calma esuave nasuperfície,mesmo...
— Como podedizer isso, Tom?— da interrompeu-o. — Você já meviu furiosa, pôdeapreciar-me emProjeto Revisoras 495
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meu pior estado.Aquela noite e namanhã seguinte...— suspirou,desviando oolhar. — Não mesinto nadaorgulhosa pelamaneira como agi.
— Não fique serecriminando.Todos temosnossos mausmomentos. E o seuProjeto Revisoras 496
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até que não foiassim tãohorrível,comparado com ode outraspessoas.
Serena não lhedeu ouvidos,envolvida em seusremorsos.
— Para mim foiterrível. Nuncatinha me atirado
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sobre um homemdesse jeito.
— Não foi assimunilateral,Serena.
— Foi terrível.Não tenho ohábito de fazerisso!
Ele sussurrouum "eu sei",estranhamenteatencioso e amagia do silêncioProjeto Revisoras 498
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impôs-senovamente aosdois, diluindotensões. Serenapercebia o zunzumdas conversas e apresença de Tom aseu lado. Elepegou-lhe a mão,apertando-alevemente e elasentiu-se maisconfiante.
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— Você suportoumaravilhosamentebem a situação,Serena. É umamulher muitocontrolada,calma. Mas mantémsuas emoçõesaprisionadas. Omeu aparecimentochocou-a osuficiente paraprovocar umaabertura nessaProjeto Revisoras 500
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sua barreira. Masficou com tantaraiva que tevedor de cabeça.
Deslizou opolegar pela suamão.
— Teve outraenxaqueca depoisdaquela?
— Não, não o vimais.
— Bem — disseele em tomProjeto Revisoras 501
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decidido —, vaicontinuar mevendo e não voumais fazê-laficar com dor decabeça. Acho queterei de ensiná-la a gritar eesbravejar parasoltar a tensãoque lhe causo.
— Quer dizerque decidiu sermeu analista?Projeto Revisoras 502
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Levantou a mão,passando-a noscabelos. O olharde Tomacompanhou-lhe ogesto.
— Está muitobonita! E, porfalar nisso, jogatênis bem. 1—Você também, jogaotimamente bem!
— Quando nãoestou distraído.Projeto Revisoras 503
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— Sinto muito —ela sorriutimidamente. —Não pretendíamosficar láassistindo mas...bem, eu nãoesperavaencontrá-lo... eentão Willieexplicou que vocêera umprofissional enós amadoresProjeto Revisoras 504
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adoramos ver umprofissionaljogando.
Os olhos delebrilharam.
— Para vocêjogo a qualquerhora, Serena.
Atingida pelasensualidadedele, Serenareprimiu umsuspiro,encarando-o comProjeto Revisoras 505
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olhos brilhantese permanecendopresa aomagnetismo dosolhos dele.
Tom estendeu amão e acariciou-lhe o rosto.
— Senti suafalta — murmurou.— Queria ligar-lhe. Elasurpreendeu-seperguntando:Projeto Revisoras 506
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— E por que nãoligou?
— Não queriamagoá-la, nãoquero magoá-la.Serena notou quetambém murmurava.
— Então por queestá aqui comigo?
— Estou apenasacariciando seurosto. É suave,macio, sincero.
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— Oh! Tom —gritou ela comdesespero. — Vocêfaz muito maiscomigo, será quenão percebe?
Ele olhou-a eno fundo dosolhos dele Serenaentreviu algodolorido.
— Deixe-mebeijá-la.
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— Não, não,Tom...
Mas o rostodele chegou maisperto, ou foi elaquem se moveuapesar de suanegativa?
— Só uma vez,Serena.
O roucosussurro daspalavras deleaqueceram-lhe osProjeto Revisoras 509
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lábios,transmitindoexcitação portodo seu corpo.Com a bocaentreaberta numasensação deternura, Serenaainda tentouresistir, mas anecessidade docontato delefalou mais alto.Deu um suspiroProjeto Revisoras 510
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sensual quefuncionou comoresposta aopedido dele.
Então, elebeijou-a de leve,seus lábiosacariciando osdela com fervorcontrolado. Comose temesseassustá-la,manteve as rédeasda emoção presas,Projeto Revisoras 511
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saboreando aabertura doce queela lhe oferecia.Beijou-a eretraiu-se.Depois beijou-anovamente paraafastar-se outravez. Longe deaproveitar asretraídas delepara recuar,Serena desejavamais.Projeto Revisoras 512
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— Você tem umsabor tão bom,Serena — suspirouTom, tirando obraço da cadeira.
Ela jogou acabeça para trásquando os lábiosdele seaproximaram denovo, dando-lheboas-vindas com ocalor de suaboca, tocando suaProjeto Revisoras 513
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língua na dele.Sentiu um prazerenorme emoferecer-se a elee recebeu comrenovado prazer aincursão dalíngua dele emsua boca. Osdedos ágeispercorreram opescoço de Serenae ela aproximou-se mais. TomProjeto Revisoras 514
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sentiu que odesejo delaaumentava. Com opolegar levantou-lhe o queixo e aspontas de seusdedos deslizarampor seu pescoço,infiltrando-sesob o colar eaproximando-sedos seios.
— Vamos sairdaqui! — exclamouProjeto Revisoras 515
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ele, exaltado,afastando oslábios erespirando fundo.
— Não posso irembora — gemeuSerena, semperceber queapertava o punhodele com força. —André vai vir meprocurar... -
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— Para oinferno comAndré!
— Tom, foi elequem me trouxe.
— E eu trouxeAnn. Mas estãoocupados,conversando...
As palavrasdeleinterromperam-se,provocando umsilêncioProjeto Revisoras 517
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inesperado.Serena sentiu-securiosa e,inclinando-separa trás, deixoucair a mão sobreo colo,perguntando:
— Quem é Ann,afinal?
— Ninguémimportante.
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Lentamente arespiração delese normalizou.
— É política?Deve serimportante.
— Não para mim.— Veio com ela
— falou Serenacom suavidade.
Tom estavaabsorto. Espichouo corpo ecaminhouProjeto Revisoras 519
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lentamente até ajanela. Peloreflexo no vidroSerena percebeu-lhe a expressãocarregada, mas,quando se virou,tudo parecia sobcontrole.
— É umaconhecida quequeria carona —explicou.
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Movendo-se comrapidez, Tominclinou-se sobreela, colocando osbraços sobre ascostas dacadeira.
— Vamos,querida. Vamospara algum outrolugar.
— Não, nãoposso.
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— Nem paraconversar?
— Não possomagoar Andrédessa maneira.Ele deixou cairos braços,frustrado.
— Doce Serena,o que foi que eudisse? Semprepensando nosoutros. Bem, e
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eu, não pensa emmim?
Os doisolharam-se emsilêncio. Tomergueu uma mãopara massagear opescoço, colocoua outra no bolsoda calça e, comexpressãosombria, virou-see desapareceu no
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meio dosconvidados.
Ela ficouimóvel nacadeira, pensandonas últimaspalavras dele. "Eeu?" Parecia umacriança a quemnão tivessem dadoo doce. Seriaapenas umcapricho paraele, ou teriaProjeto Revisoras 524
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realmente seimpressionadotanto com ela?Ele não lheparecera falso,pelo contrário,sentia que aspalavras deleeram verdadeiras,como se tivessemvindo direto docoração.
— Aqui estáela. EstiveProjeto Revisoras 525
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procurando-a emtodos os cantos.André avançou compassos seguros,parecendobastantesatisfeito. Comcerteza aconversa haviasido boa.
— Venha comigo,quero apresentá-la a alguém.
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Serena não sesurpreendeuquando ele alevou até umpequeno grupo,dominado por umamulher pequena,de cabelosescuros.Felizmente Tomnão estava àvista.
— André — dissea mulher, quandoProjeto Revisoras 527
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se aproximaram —,essa só pode serSerena.
Estendeu-lheuma mão fria queSerena apertouapenas porobrigação,enquanto Andréterminava aapresentação.
— SerenaStrickland... AnnCarruthers. Ann éProjeto Revisoras 528
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uma das figurasmais apreciadasdo nosso mundopolítico, Serena.Como vê, estamosem ótimacompanhia.
Considerandoque sua menteandava às voltascom uma pessoaausente, até queela conseguiumanter umaProjeto Revisoras 529
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conversa cordial.Afligia-sepensando ondeandaria Tomnaquele momento.O que esperavadela? E, paratornar tudo aindamais difícil,perguntava-se porque se preocupavatanto com ele.
Sentiu grandealívio quandoProjeto Revisoras 530
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alguém seaproximou e puxouAnn, dizendo-lhealgo ao ouvido.Mas André nãoparecia dispostoa abandoná-la,levando-a atravésda sala paraapresentar-lheoutras pessoas.Serenaacompanhava-oabsorta, com oProjeto Revisoras 531
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pensamento e ocoraçãodistantes.
— Desculpe-me,creio que não oconheço. SouAndré Phillips —ouviu-o dizer.
Olhou e viu Tomque se aprumava,desencostando-seda porta onde seapoiava. Elepassou o copoProjeto Revisoras 532
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para a mãoesquerda,cumprimentandoAndré.
— Muito prazer,Tom Reynolds.
André hesitou.— Tom Reynolds?
Do Bulletin?— Ele mesmo.— Oh! muito
prazer emconhecê-lo! AnnProjeto Revisoras 533
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contou-me quepraticamente tevede arrastá-lo atéaqui.
Serenapermaneceu caladaao lado de André,ansiosa, os olhosfixos no rosto deTom. Sentiu que aprudência entreeles setransformava emfrancaProjeto Revisoras 534
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hostilidade e nãoconseguiuentender por quê.André comportava-se como oanfitriãoperfeito e Serenasabia que eraperito emesconder seussentimentos.Havia chispas noar, punhaisprontos a seremProjeto Revisoras 535
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desembainhados.Será que Andréestavainteressado emAnn? Ou seriaTom? Como seescutasse asilenciosa mençãoao seu nome, oolhar de Tompousou em seurosto,suavizando-se deimediato eProjeto Revisoras 536
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provocando novasvibrações noambiente. Andréreagiu comrapidez.
— Oh! sintomuito... SerenaStrickland... TomReynolds. Fez umapausa entre asapresentações,examinandoatentamente as
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reações de um ede outro.
— Mas pareceque já seconhecem, não?Tom veio emsocorro deSerena.
— Já nosencontramos —respondeu comdisplicência.
Os olhos deSerenaProjeto Revisoras 538
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aquiesceram,enquantobalançava n eubeca numcumprimentoostensivo.
André, noentanto, pareciamais interessadonas novidades quena ligação entreeles.
— Compreendo.Soube que vocêProjeto Revisoras 539
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anda fazendomudanças noBulletin.
— Algumas — Tommanteve-seformal. — Estoulá há poucotempo, ainda écedo para grandesmudanças.
O sorriso deAndré era umpouco forçado.
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— Estáplanejandorevolucionar ojornal? Ouvicomentários arespeito.
— Estouquerendotransformar oBulletin numjornal deprimeiracategoria. Seacha que isso éProjeto Revisoras 541
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revolucionar,então pretendorevolucionar asituação.
— Deve ser umnegócio difícil.Parece que estáhavendo uma fortereação contra osjornais e o poderque detêm.
Serena retesou-se com ahostilidadeProjeto Revisoras 542
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contida na frasede André, mas elepareceu nãonotar.
— Li algo arespeito deprocessos pordifamação —continuou André.— Terão de tomarmuito cuidado.
Ela sentiu ummal-estar súbitona boca doProjeto Revisoras 543
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estômago,afligindo-se como rumo daconversa. Tompareciatotalmentetranqüilo.
— Sempretomamos cuidado evamos continuartomando. Isso nãoquer dizer que umrepórterirresponsável nãoProjeto Revisoras 544
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possa,ocasionalmente,causar problemas.Mas é tarefa dopessoal daeditoriaprecaver-secontra taisabusos. Não estoupreocupado com oBulletin. Vamospublicar nossasnotícias demaneira honesta.Projeto Revisoras 545
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— Desculpem —interrompeuSerena —, voutomar um pouco dear.
Falou paraAndré, acenando acabeça para Tom,enquanto sevirava ecaminhava, umtanto zonza, pelomeio da multidão.Foi ao banheiro eProjeto Revisoras 546
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quando voltoutinha direçãocerta. Parou naentrada da sala,localizou afigura alta queprocurava e,aproximando-sedele, falou semhesitação.
— Podemos ir,Tom.
— E André?
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— Deixo recadocom o mordomo.
Estendeu-lhe amão, procurandoajuda. Os dedosdele seentrelaçaram nosdela, quando apuxou para si.Serena respiroumais livrementeao ver-se sentadano carro dele.Inclinando aProjeto Revisoras 548
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cabeça para trás,fechou os olhos,escutando osruídos que faziapara por o carroem movimento.Deixaram paratrás a mansãoiluminada com suamultidão deconvidados.Serena sentia-sesatis-I feita porafastar-se deProjeto Revisoras 549
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André. Ficaraofendida ao vê-loatacando Tom,embora nãopudesse negar queconcordava com asidéias queexpressara. Mesmoem desacordo como seu modo desentir, ela haviatomado o partidode Tom. Tentounegar tal fato,Projeto Revisoras 550
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mas desistiu.Sentia-secansada.
Com os olhosainda fechados,sentiu os dedosde Tomacariciando-lhe oqueixo.
— Dor decabeça? —perguntou comsuavidade.
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— Não, apenascansei-me.
O zumbido domotor estava maisdistante e umagrande calma caiusobre ela.
— Parece quenão gosta muitode festas.
— Não por muitotempo —respondeu,abrindo os olhos.Projeto Revisoras 552
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— Oh!, desculpe,se você preferiater ficado...
— Não, não.Gosto das noitesmais sossegadas.Fui apenas porcausa de Ann,mas, na verdade,ela não precisade minhacompanhia. Estoucerto de que não
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sentirá minhafalta.
— Vai ficaresperando-o paralevá-la paracasa.
O sorriso delenão chegou a servisível naescuridão.
— Também deixeium recado com omordomo. Para
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alguma coisa elehá de servir.
— Você gosta deAnn?
— Claro quesim, mas sequisesse ficarcom ela nãoestaria aqui,levando você paracasa.
— Tom, vocêpegou o caminhoerrado. MeuProjeto Revisoras 555
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apartamento é pralá, na direção dacidade.
— Não estamosindo para o seuapartamento.
— Mas vocêdisse...
— Para casa.Para a minhacasa.
Esquecida datensão da festa,Serena sentiuProjeto Revisoras 556
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nova onda deemoção percorrê-la.
— Oh! Tom, eunão sei...Lembrou-se dobeijo dele.
— Acho quedeveríamosvoltar.
— De maneiraalguma.
— Tom...
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Mas ele nãotinha intenção demudar de rumo,apesar dassúplicas dela.
— Estamos indopara minha casaconversar,Serena. Tenhomuita coisa paralhe dizer e muitomais que queroouvir.
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— Não sei seestou preparadapara isso.
— Você teve ummês!
Com essaexclamação,desviou o carropara oacostamento,estendendo obraço para apoiá-la ao frear.Puxou o breque deProjeto Revisoras 559
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mão e voltou-separa ela.
— Escute,Serena, há algoque temos defazer. Antes quecaiamos no limbo.
— Não.— Sim, não
tente negar aatração que sentepor mim. Senti-ahoje e pudesenti-la tambémProjeto Revisoras 560
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naquela manhã emsua casa. E, digomais, pude senti-la mesmo naqueledia, norestaurante.
— Você estáconfundindo ascoisas, Tom.Naquele diafiquei perturbadapor vê-lo...
— Será que nãohavia algo mais?Projeto Revisoras 561
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Acontece, àsvezes, você sabe.Reação imediata.Atraçãobiológica.Comunicaçãoquímica.
— Não.— Você está
segura disso?A escuridão
protegia aexpressão dele,mas seu perfilProjeto Revisoras 562
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parecia firme.Serena estremeceuao olhá-lo.Afinal, teve deser honesta, comele e consigomesma.
— Não —respondeu comcerta tristeza.Tom ligou omotor.
— Então vamos.Vamos resolverProjeto Revisoras 563
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isso de uma formaou de outra.Quero saber o quese passa em suacabeça, ou ficolouco.
— Muitojusto...
— Justo é vocêconceder-me umahora de seu tempoem troca de eutê-la livrado dafesta de André.Projeto Revisoras 564
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Os olhos deSerena brilhavamà luz dos faróis.Suspirou.
— Sempreexistiu um fogoentre nós,Serena. É dissoque se trata. Ofogo pode serdestrutivo ouconstrutivo. Ounós o usamos paranosso benefícioProjeto Revisoras 565
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ou vamos deixá-loqueimar atéextinguir-se.
Gostou doargumento deleporque refletiabem os seusprópriossentimentos. Elehavia estadopresente em suamente durantetodo esse mês etinham mesmo queProjeto Revisoras 566
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conversar, pelasua própria pazde espírito epela dele. Tinhamde esclarecer ascoisas. Fazia bemfalar, mas e ocorpo, o quesatisfaria suasnecessidades?
— Levo-a paracasa mais tarde,se quiser.
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Falou comsuavidade, comose pudesse lerseus pensamentose compreender omedo que sentia.Essa compreensãoreavivou aconfiança quedepositava nele.
— Estamoscombinados?
Serena aindahesitou por umProjeto Revisoras 568
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momento, antes dedar-lhe a únicarespostapossível.
— Sim —murmurou.
Tom acelerou ocarro.
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CAPÍTULO VCAPÍTULO V
Para uma noitede sábado, atéque o trânsitoestava bom, poisem apenas vinte ecinco minutosfizeram urnaviagem que,normalmente,levaria mais dequarenta minutos.
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— Não sabia quemorava em Wayzata— comentouSerena.
— Há muitacoisa sobre mimque você nãosabe. O quedeverá sermudado, em breve.
— Isso soa-mesuspeito.
— Suspeito? Nãopenso assim,Projeto Revisoras 571
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parece-meantes...tentador.
— Oh! sim,tentador — falouSerena,vagarosamente,como se deixassea palavrapenetrá-la.Sentia-selevemente trêmulae não conseguiadescobrir o queProjeto Revisoras 572
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aconteciaconsigo.
— Pensandoescondida? —Naturalmente.
— Não tenhointenção demagoá-la, vocêsabe disso, não?
— Gostaria quetivesse feitoessa promessa hámuitos anosatrás. ComProjeto Revisoras 573
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certeza minhafamília aindaestaria inteira.
— Não, Serena.Se não fosse eu,seria outrapessoa, umpolicial, umadvogado público,um outrorepórter. Seu paiinfringiu a lei enão tinha deculpar ninguémProjeto Revisoras 574
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por isso, só aele.
— Você não oconheceu, era umhomem bom...
Serena faloucom suavidade,lembrando-se dascenas de suainfância. Tompercebeu queestava sendosincera. Elaadorava o pai eProjeto Revisoras 575
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mesmo depois devê-lo condenadonunca aceitou quepudesse ser umcriminoso.
— Chegamos. Ele virou a
direção entrandonum caminhosinuoso queterminava sob umbonito arco. Àfrente deles,Serena enxergouProjeto Revisoras 576
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uma casa enorme,extremamente belaà luz do luar.Pareciamisteriosa eacolhedora assimna penumbra, comseu telhado alto,as janelasamplas.Transmitia umaspecto desegurança e
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firmeza que fezSerena exclamar:
— Que linda!Parece com você.
Desceu docarro,encontrando Tom aseu lado.
— Um dia será.Venha — dissepegando-a pelamão.
Serena seguiu-operturbada,Projeto Revisoras 578
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afastando-se dagrande casa emdireção a umaconstruçãopequenalocalizada aolado. Ouvia ossaltos de seussapatos batendocontra o caminhode pedra, o ventoagitando osgalhos dasárvores e oProjeto Revisoras 579
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barulho suave erítmico das águasdo lago. Aescuridão danoite não lhepermitia vermais. Agarrou-seaos longos dedosde Tom que acenoucom a cabeça emdireção ao únicoposte deiluminação
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existente nolocal.
— Tom.— Anh.Ele procurava a
chave no bolso.— Acho que não
entendi.— O quê?Abriu a porta,
acendeu a luz eafastou-se dando
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passagem paraSerena.
— A casa...aquela casa é suaou é esta aqui?
— Isso importa?— perguntou elemeio azedo.
— Estoucuriosa. Ou quemsabe precise doendereço para lheenviar uma caixa
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dos deliciososBombons Ardentes.
— Seria assimtão cruel?
— Você não. éobrigado a comê-los.
Entrou eencontrou-se numaampla sala,bastante moderna,tanto no estilode construção
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como nadecoração.
— É espantoso!Parece um refúgiomoderno, no meiodas montanhas.
Escutou obarulho da portasendo fechada,tornando oambiente aindamais íntimo.Admirou o grandesofá de tecidoProjeto Revisoras 584
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aveludado, asconfortáveiscadeiras debraço, a mesapequena, aestante comtelevisão eaparelho de som,uma escrivaninhacom a inevitávelmáquina deescrever e sentiuuma súbita ondade calor.Projeto Revisoras 585
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— Gosta?Ela aprovou com
os olhos.— É delicioso.
Você realmentemora aqui e nãonaquela casa?
— Por enquanto.— O que quer
dizer?— Quero dizer
que não tenhotempo para fazerProjeto Revisoras 586
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funcionar umacasa daqueletamanho. É muitogrande para mim;esta se encaixamelhor.
Surpresa, elavoltou-se,olhando-o:
— E aquela Casaé sua?
Ele fez umpequeno trejeitocom os lábios.Projeto Revisoras 587
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— Tive decomprá-la parapoder ter esta.
— Não acredito— ela sorriu comceticismo. —Ninguém comprauma casa dessaspara morar nosfundos.
— Pode ser.Para ser maispreciso, o que euqueria era umProjeto Revisoras 588
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lugar pequeno,perto do lago.Mas tive decomprar apropriedadeinteira para terum pouco deprivacidade.
— Preza tantoassim suaprivacidade?
— Sim.— Mas por quê?
Pensava que porProjeto Revisoras 589
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ser de umafamíliaimportantetivesse sidoeducado para asociedade e queestivesseacostumado comisso.
Ele indicou-lheo sofá, observouenquanto ela sesentava eacomodou-se noProjeto Revisoras 590
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outro canto.Serena apreciou adistância que elecolocou entre osdois e relaxou.
— Posso estaracostumado com opalco, mas nãogosto dele.Prefiro uma vidamais reservada.
— Estábrincando comigo?
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— Você meconhece apenascomoprofissional, maspor detrás daagenda existe umoutro homem,pouco conhecido.
Falou com certaveemência eSerena olhou-o,querendo sabermais.
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— Assim vocêcomprou estelugar. Reformou-o? Tom confirmoucom a cabeça.
— A privacidadenão exclui aconveniência.Comprei o imóvellogo que chegueià cidade e entãomorei por algumtempo no hotel,enquanto faziam aProjeto Revisoras 593
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reforma. Nãoficou mal, gostobastante daqui.
— Mas onde vocêvive? — perguntouperplexa. — Estouvendo que alideve ser acozinha e aqui obanheiro, mas...
Tom inclinou-separa a frente.
— Se quer saberonde durmo possoProjeto Revisoras 594
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dizer-lhe queestá sentadasobre minha cama.
— O sofá! Dormeaqui todas asnoites?
— Não critiqueo que ainda nãoviu. Esse não éum sofá comum,transforma-senuma grande cama,uma das maisconfortáveis queProjeto Revisoras 595
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deve ter visto emsua vida.
— O que nãoquer dizer nada,vi tão poucas!Provocava-o comcerta cautelaporque temia areação dele.
Tinha aincômodaconsciência deque se encontravaem desvantagem.Projeto Revisoras 596
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Embora estivessemdistantes um dooutro, sentia quesua pulsação seacelerava cadavez que seusolhares secruzavam. Tomdescruzou aspernas.
— Quer um poucode vinho?
— Seria bom —respondeu Serena,Projeto Revisoras 597
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sentindonecessidade deuma bebida que afortificasse.
— Diga-me, Tom,você me disse quetinha sido"queimado". O quequis dizer comisso?
— Você é bemcuriosa.
— Ah!, mas nãofoi você quemProjeto Revisoras 598
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sugeriu que eudeveria falar? Enão foi quemafirmou que eunão sabia nada devocê?
Por algum tempoele permaneceu emsilêncio,concentrado emabrir a garrafade vinho. Quandoa rolha saiu,
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pareceu decidir-se.
— Fui casado,há muito tempo.Eu era... éramosmuito jovens.
Ofereceu-lheuma taça vazia,serviu-a de vinhoe dirigiu-se parao outro canto dosofá. Encheu seucopo e sentou-se.
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— Ela tinhaalguns objetivosna vida; riquezae projeção socialvinham emprimeiro lugar.Imagino que eutenha sido umadecepção.
— Decepção? —espantou-seSerena. — Vocêpodia dar-lheisso, não?Projeto Revisoras 601
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— Para Eleanora riqueza era umfim em si. Paramim erasimplesmente ummeio de se obtercoisas quepoderiam ser bemdiferentes, comoesta casinha, porexemplo. Vocêpode achar minhaatitudeexcêntrica, masProjeto Revisoras 602
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acontece quenunca tiveproblemas comdinheiro eacredito quenunca terei. Emrelação adinheiro sou bemarrogante, seidisso. Desfrutodas coisas boasda vida, mas deuma maneira bempessoal, na minhaProjeto Revisoras 603
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intimidade. Nãotenho necessidadede ostentar.
Havia algo deconfortador noque ele dizia,porque Serenatambém possuía umcomportamentoreservado.
— E sua mulhernão concordava?
— Ah! Não podiatolerar! EuProjeto Revisoras 604
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agüentei festas eviagens tantoquanto pude, mashá um limite alémdo qual a gentenão pode ir.Quando ficouclaro quecaminhávamos emdireçõesdiferentes, nosseparamos.
— Foi de comumacordo?Projeto Revisoras 605
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Serena faloucom suavidade,sensibilizada comas confissõesdele eadivinhando queraramente deviaabrir-se dessejeito. Tom olhou-a:
— Sim.Felizmente nãotínhamos filhos.A situação jáProjeto Revisoras 606
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estavasuficientementedifícil.
— Amava-a?— Sim — ele
respirou fundo. —Foi a únicamulher que amei.
— Ainda a vê?Ele negou com a
cabeça e olhou ovinho queondulavalevemente,Projeto Revisoras 607
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enquantomovimentava ocopo.
— Casou-senovamente. Com umeuropeu dono deuma rede dehotéis. Disseram-me que têm váriosfilhos.
Serena percebeucomo ele estavavulnerável,depois daquelaProjeto Revisoras 608
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confissão. Pormais que quisessetachá-lo decruel, nãopoderia ignoraras qualidadeshumanas, asensibilidade quedemonstrava e quea tocavaprofundamente.
— Quer terfilhos? —
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perguntougentilmente.
— Lógico — elesorriu —, essacasona aí é paraeles. Algumdia... quem sabe.
Serenaentristeceu-secom o tomdesesperançado davoz dele. Tevevontade deaproximar-se,Projeto Revisoras 610
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
abraçá-lo econfortá-lo,prometendo-lhetodas as coisasque ele desejava.Mas era umabsurdo! Afinalele era ThomasHarrisonReynolds, nãopodia esquecer-se. Como poderiasentir simpatiapor ele?Projeto Revisoras 611
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
— Seu rostoestá com umaexpressãoestranha —observou Tomrepentinamentebem-humorado,como se tivessese livrado de umaaflição. — É ummisto decompaixão eraiva. O que estápensando Serena?Projeto Revisoras 612
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
— Estoupensando que vocêdeixou-metotalmenteconfusa. Não é oque eu esperava.
Olhou-a emsilêncio, com umaexpressão gentilno rosto. Quandofinalmente falou,tinha a voz suavee agradável.
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— Foi um belocumprimento.Imagino que tenhalhe custado muitofazê-lo.
Serena pulou dosofá, quasederramando ovinho e foi até ajanela, no outrolado da sala.
— É verdade!Infelizmente.
— Infelizmente?Projeto Revisoras 614
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Seus olhos corde avelã cruzaramcom os dele,quando ela sevoltou.
— Seria muitomais fácil odiá-lo. Com tudo oque aconteceu emLos Angeles, eudeveria odiá-lo.
Ele ergueu-secom a graça de umfelino,Projeto Revisoras 615
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provocando umareação instintivada parte dela.
— Mas você nãome odeia, Serena.
Mais uma vezela ficouperplexa. Julgavaque eleexpressaria asatisfação davitória e, noentanto, possuía
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um olhar degratidão.
— Não —murmuroumagnetizada pelaforça masculinado rosto dele,agoraperigosamentepróximo.
— E odeia a simesma por isso?
— Não sei, nãoconsigo pensarProjeto Revisoras 617
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quando você estápor perto.
— Oh! Serena —murmurou ele,beijando-a com amesma gentilezaque a confundiratanto.
Obedecendo auma necessidadeinterior, Serenarespondeu aobeijo comternura,Projeto Revisoras 618
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
expressando odesejo irracionalde protegê-lo econfortá-loatravés do calorde seus lábios.Mas havia aindamuito a ser ditoantes que elasuperasse suarejeição.
Interrompeu oabraço.
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— Tom, temos deconversar — seucoração batiaacelerado.
— É tão fácildeixar-se levarpelo... pelo...
— Desejo?Ela olhou para
baixo, torcendonervosamente umbotão da blusa.
— Sim, desejo.
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— É uma coisalinda, você nãoacha?
O calor docorpo deleatingiu-anovamente,frustrando suadesesperadatentativa demanter ocontrole.
— Não sei, nãoestou certa.Projeto Revisoras 621
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— Mas o quequer dizer comisso?
Pôs as mãossobre seusombros, mantendo-a distante paraver-lhe o rosto.
— Apenas isso —insistiu cominfelicidade. —Não estou certa.
— Vamos,Serena, você foiProjeto Revisoras 622
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honesta atéagora, não comecea fugir. Foi umadas coisas queadmirei em você.Por que nãoadmite que senteprazer em meusbraços?
Encabulada,Serena tentouafastar-se, masele a releve.
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— É verdade, eusinto prazer. Mascomo termina essedesejo...? O quefazer depois, otempo tem sidotão longo!
— Ah! —exclamou Tom,apertando-acontra o peito. —Está preocupadacom o futuro. Bomsinal!Projeto Revisoras 624
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— Não sei maisnada sobre opassado e tambémnão sei nada dofuturo. E sinto-me mais culpadapensando nissoagora do queantes — concluiunum lamento.
Tom ficouquieto,encostando oqueixo sobre osProjeto Revisoras 625
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cabelos dela.Após algunsmomentos desilêncio, soltou-a:
— Você estácerta, temos deconversar.
Indicou-lhe osofá para que sesentasse epermaneceu de péna sua frente.
Projeto Revisoras 626
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— Está bem,Serena, vou lhedizer o que sepassa na minhacabeça.
Fez uma pausa,os olhosparecendo aindamais escuros ebrilhantes e,intuitivamente,ela soube o queele iria dizer.
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— Eu querovocê, Serena. Émuito simples, eudesejo você.Quero estar comvocê em meusbraços, queroconhecê-la. Nesseexato momentodesejo levá-lapara a cama efazer amor comvocê. Estáchocada?Projeto Revisoras 628
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— Chocada? Não,tenho vinte enove anos e issonão me chocamais. Estouamedrontada, issosim.
— Não tem nadaa temer de mim,querida. Já lhefalei.
— Não é você,Tom — ela apertouos lábios,Projeto Revisoras 629
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sacudindo acabeça com certodesgosto. — Soueu. Podemacontecer coisasentre nós doisque eu não saibacontrolar. Mesmoque esteja bemenquantoacontecem, o quefarei depois?
Sentia medo desua vontade loucaProjeto Revisoras 630
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de estar nosbraços dele,sentindo-se amadae protegida poraquele homem queaté então foraseu inimigo e queestava ali, emsua frente,atraindo-a tanto.
— Então estamosàs voltas com avelha culpa.Parece queProjeto Revisoras 631
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atualmente aculpa já não temmuito a ver com oato de amor, nãoacha?
Serena balançoua cabeça sentindofalta de seuscabelos soltosque lhe ofereciamum excelenteabrigo.
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— É, os tempossão modernos,mas...
— Você viveucomo uma freiranesses últimosdez anos.
— O que é isso,Tom? Acha queteria sido melhorse eu tivessedormido com todosos homens quecruzaram meuProjeto Revisoras 633
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
caminho? Aconteceque isso não meatrai, o sexo temde significaralguma coisa. Nãoquero praticá-loapenas para dizerque transei.
— Você amouaquele cara, comoé o nome dele?Lowry?
— Naquelaépoca, sim.Projeto Revisoras 634
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— E você meama?
— Amor não temnada a ver comisso.
— Mas você querfazer amorcomigo, não quer?
— Não — elapulou do sofá,colocando-se forade seu alcance. —Eu não disseisso.Projeto Revisoras 635
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— Mas deu aentender.
— Você distorcetudo o que eudigo.
— Mas você mequer?
— Quero vocêfora de minhavida.
— Vamos tentaro desejo. Você medeseja? Serena
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rodopiou, osolhos falseando:
— Vá para oinferno! Sim, eudesejo você, éisso que quersaber com essejogo de palavras.Sou humana, soumulher, por issodesejo você!
Falou com ira,atirando as
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palavras no rostodele.
— Ganhou umponto! — disseele.
E suspirou,vencido,deixando-acompletamentesurpresa com essainesperadacapitulação.Olhou-ocautelosa,Projeto Revisoras 638
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enquanto eleretomava o copode vinho ecaminhava até ajanela para olhara noite.
Sentiu-se maisconfusa do quenunca.Impulsionada pelamesma forçamisteriosa quetentava negar,aproximou-seProjeto Revisoras 639
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dele, tocando-lhelevemente obraço.
— Sinto muito,fui tãoagressiva!
— A verdade éque você estáfuriosa, querida.Eis a questão.Lançou-lhe umolhar enviesado.
— A questãoverdadeira é que,Projeto Revisoras 640
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
quando você meolha desse jeitoe me chama dequerida, a raivapassa. É isso queme dá medo.
Tom voltou-se,segurando-lhe asmãos.
— E como seráse eu lhe disserque também estoucom medo?
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Acreditaria emmim?
— Você? Commedo?
— Sim.— Do quê?— De me
envolver.— Comigo? —
Seus olhosbrilharam deforma diferente.— Por minhaProjeto Revisoras 642
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causa? Por causade minha família?
— Não, Serena,não. Como podepensar uma coisadessas?
— Já aconteceuuma vez e aindanão pudeesquecer.
— Eu sei —murmurou ele,acariciando-lhe orosto. —Projeto Revisoras 643
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
Eu sei.A ternura
contida na vozdele liberou umaonda de calor nocorpo de Serena.Estava tãopróximo ecompreendia tantosuas emoções!
— Olha, Serena,está acontecendooutra vez. É amesma coisaProjeto Revisoras 644
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comigo, algo quenão possocontrolar.
Os lábios delebuscaram os dela,murmurando:
— Eu te querotanto!
Serena sentiu otremor quepercorreu o corpodele. Fechou osolhos e parou depensar. MasProjeto Revisoras 645
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
voltou a sirapidamente.
— Não podemos,Tom — lamentou-se. — Estáerrado. Não serábom para nenhumde nós.
No entanto suasmãos ansiavam portocá-lo e elarodeou-lhe acintura com osbraços,Projeto Revisoras 646
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encostando-se nocorpo dele com umsuspiroatormentado.
— Oh! Tom...Suas palavras
ecoaram dentro daboca dele,enquanto oslábios quetocavam os seustransmitiam-lhe amesma forçaincontrolável queProjeto Revisoras 647
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
lhes inflamava oscorpos. Pareciaque a atraçãoexistente entreeles encontraraseu momento derealização.Serena desejava-omais do quenunca, ansiavapelo contato docorpo dele,sentir-se mulher,complementada eProjeto Revisoras 648
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amada por ele,nem que fosse sópor uma noite.
— E o queaconteceria senos entregássemosao delírio, comose fôssemos duaspessoasdiferentes, quenunca tiveram umpassado comum, sepretendêssemosapenas estarProjeto Revisoras 649
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
apaixonados?Vamos delirarjuntos? — falouTom em seuouvido.
— Somosadultos, Tom —respondeu ela,provando o gostoda pele dele. —Não podemos jogarassim.
Ele acariciou-lhe as costas,Projeto Revisoras 650
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
apertando-a maiscontra si,enquanto seusdedos procuravampassagem atravésdo tecido macioda sua túnica.
— Temos defazer algo.Tentei ficar ummês longe, um mêsinteiro e olhaonde isso melevou. Sinto-meProjeto Revisoras 651
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mais fora decontrole do quenunca.
Mordeu-lhe olóbulo da orelha,beliscando-o comos dentes eacariciando-o coma ponta dalíngua.
— Você estálinda hoje. Aindabem que a tirei
Projeto Revisoras 652
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daquele covil doAndré.
Serena deslizoua mão pelosmúsculos dascostas dele.
— Oh! Tom, vocêtinha de aparecerlá hoje!
A reaçãoligeiramentenervosa delepassou-lhedespercebida.Projeto Revisoras 653
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— Vamos chamarisso de sorte.Foi a mesma coisaque fez com quenossos olhos sebuscassem norestaurante.
— Mas, se eunão tivesseachado vocêfamiliar, nem oteria olhado.
Sabia que suaafirmação não eraProjeto Revisoras 654
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muito verdadeira.Será que nãohaveria realmenteuma atraçãomisteriosasobrepujando tudopara uni-los?
— Nunca teremoscerteza disso —respondeu Tom. —Você está medesejando agora?
— Estou... —respondeu Serena,Projeto Revisoras 655
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com a vozligeiramenteturva.
Seu corpoagitou-se com aonda de excitaçãoque a perguntadele provocou.Suas mãosencontraram ocaminho do peitodele e começarama explorá-lo.Repetia-lhe oProjeto Revisoras 656
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
nome como seestivessehipnotizada.
— Serena, vocêquer? O delírio?
Havia umasúplica na vozdele que aemocionou aindamais. A mão delecontinuava em suabusca,percorrendo-lhe ocorpo atéProjeto Revisoras 657
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encontrar o nóque atava atúnica na alturada cintura. Umsimples puxãobastou paradesamarrá-lo eSerena soube quehavia chegado omomento dadecisão. Mesmoenvolvida napaixão, percebeuque ainda haviaProjeto Revisoras 658
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possibilidade dese negar.
— Serena, o quevocê quer?, diga— insistiu Tom.
Com certeza eletambém atingiaseu ponto de não-retorno, elapodia mesmosentir esseclímax deexcitação nocorpo dele.Projeto Revisoras 659
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— Que Deus meajude, Tom. Euquero você! —exclamou excitadae um poucoaflita. — Querodelirar com você.Eu preciso devocê.
Ele inspiroufundo, quase umgemido.
— Oh! Serena,venha cá, amor.Projeto Revisoras 660
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— Estou aqui —sussurrou ela.
Sentia-seresplandecente.Seus dedosexploravam orosto dele,pesquisando-lheos olhos, assobrancelhas, alinha forte donariz, asbochechas, aaspereza suave daProjeto Revisoras 661
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barba. Com umimperceptívelmovimento decabeça elecapturou-lhe umdedo, sugando-ocom deleite.
— Tom!— O delírio,
Serena.Pronunciou de
novo a senha,estreitando-a noporto seguro deProjeto Revisoras 662
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seus braços,pressionando-lheos lábios, queentreabriufacilmente com aponta da língua.Serena sentiu-sederretendo como ogelo das altasmontanhas,correndo para ocalor daspastagensquentes. EleProjeto Revisoras 663
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afastou-aligeiramente paratirar-lhe ablusa. Por ummomento elasentiu oresfriamento docorpo nu, mas asmãos delecuidaram deaquecê-la comcaríciasardentes.
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— Bonita,Serena.
Respirou fortejunto ao pescoçodela, enquantocobria com asmãos em concha osseios contidos nosutiã de cetim.Instintivamente,ela aproximou-sedas mãos dele,desejando que atocasse com maisProjeto Revisoras 665
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força. Eleparecia dispostoa prolongar aprocura,avançando lentono reconhecimentodo seu corpo,curtindo cada-momento deprazer. Retiroulentamente osutiã e acariciouos seios dela como olhar. EstavamProjeto Revisoras 666
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intumescidos dedesejo e Serenanão pôde deixarde exclamar,ansiosa por umcontato que eleretardava:
— Oh! Como podeser tão cruel!
E quando eletocou-a, ela jádesejava mais,queria encostar-se a ele, sentirProjeto Revisoras 667
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seus seios contrao peito nu deTom. Desabotoou-lhe a camisa queescorregou para ochão quase nomesmo momento emque sua saia deseda descia-lhepelas pernas. Empoucos momentosestavam nus.
— Adorável! —murmurou Tom.Projeto Revisoras 668
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Serena deixou-se levar pelafascinação domomento, dizendoa si mesma quenão existiapassado algumpara interpor-seentre eles.
Tom deitou-a nosofá aveludado ecolocou o corposobre o dela,provocando-lhe umProjeto Revisoras 669
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estremecimento deprazer. Ansiavapor ele, queparecia não terpressa, gozando asensação de seuscorpos colados,quadril comquadril, pernascom pernas,peito, rostos,lábios. Serenasentia seus seiosfirmes envolvidosProjeto Revisoras 670
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na pelugem maciado peito dele.Com uma calma quesó fazia crescero seu desejo, Tompegou-lhe asmãos, beijando-ase conservando-asjunto aos seuslábios, enquantoperguntava:
— Diga de novo,Serena, você quero delírio?Projeto Revisoras 671
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— Quero, Tom.Eu o desejotanto. Não temospassado, somos sónós dois, aqui eagora.
Ele fez umapausa e falou:
— Eu te amo. Eute amo — repetiu.
Seu coraçãoparou, paraincendiar-serepentinamente eProjeto Revisoras 672
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jogar-lhe noslábios palavrasespontâneas, queela murmurou sempensar:
— Tom, eu teamo, eu te amomuito.
Tendo dito aspalavras quetornam tudopossível, afantasia ficoucompleta. Um somProjeto Revisoras 673
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grave e primitivobrotou dagarganta dele,abafado contra osseus seios. Oslábios delesugaram-lhe osmamilos,acordando nelauma nova sensaçãode feminilidade.
— Venha Tom....Não me deixeesperando. EuProjeto Revisoras 674
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preciso devocê...
Agitou-sedebaixo dele,segurando-lhe osquadris queapertou contra osseus. Podiasenti-lo pulsantecontra a suacarne.
— Vem, Tom.As coxas
musculosas deleProjeto Revisoras 675
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abriram-lhe aspernas comfacilidade e,quando ele apenetrou, Serenaofegou alto,sentindo que nãofora apenas seucorpo que entraraem contato assimtão íntimo comele. Sentia-secomo se fizesseparte dele e eleProjeto Revisoras 676
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dela. A alegriaprovocada poressa sensaçãopalpitousensualmente nasatisfação do seucorpo.
Tom beijou-aenquanto acertavao ritmo, lento noinício, como sepesquisasse aintimidade dela,acelerandoProjeto Revisoras 677
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depois, como senão pudesse maisconter aansiedade, comose precisassepossuí-la deimediato. Serenadeixou-se levarpela paixão,desejando-o cadavez mais, comouma mulherpossuída peloinstintoProjeto Revisoras 678
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primitivo de suaespécie.
Caminharamjuntos,construindo oprazer, atingindoseu ápice eperdendo-se nele,sempre juntos,para retornarem àrealidade,mergulhados um nooutro, úmidos esuados. TomProjeto Revisoras 679
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permaneceu dentrodela, sentindo ocorpo molhado deSerena colado aodele. Então oardor retornou eeles se amaram denovo. Passou-seum bom tempoantes que arespiração deSerena seacalmasse e seucorpo quedasseProjeto Revisoras 680
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lasso sobre osofá. Estavadeitada junto aTom, a cabeçaencostada no seupeito, as pernasentrelaçadas nasdele. Tomabraçou-a:
— Sabia queseria assim,Serena, eu soubedesde o começo.
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Com os olhossemicerrados,Serena saboreou-lhe as palavras,enquantovisualizava ospequenos pêlos dopeito dele.
— É o fogodentro de você,amor — elecontinuou —, omesmo fogo quenos pôs um contraProjeto Revisoras 682
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o outro pôdefazer com que nosamássemos dessejeito.
Levantou-lhe orosto para olhá-la nos olhos.
— Nunca vitanta paixão,Serena. Inocente,mundana einstintiva. Comopode ser assim?
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Nem a volta àrealidadeconseguiadiminuir aalegria de estarnos braços dele.
— Não sei —respondeuaconchegando-se aele. — Você é queme desperta essesinstintos.
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— Diga de novo— murmurou eleacariciando-a.
— Não precisa.Encostou os
lábios no mamilodele, sugando-ode leve.
— Venha cá.Tom puxou-a
para cima docorpo dele e,para suasurpresa, começouProjeto Revisoras 685
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a mexer-lhe noscabelos.
— Deveria terfeito isso antes.Seu cabelo émuito bonito paraficar preso.
Espalhou-lhe oscabelos sobre osombros,admirando-os porum longo momento,antes de deixá-ladeslizarProjeto Revisoras 686
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novamente para olado.
— Como sesente? Eu amagoei? Serenasorriu.
— É umapergunta boba.Tenho cara dequem se magoou?
— Não tenhocerteza. Houve ummomento em quejulguei sentirProjeto Revisoras 687
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unhas enterrando-se em minhascostas.
— Está querendome chatear?
— Falo sério.Você está bem?Serena suspirou.
— Sim.— Lamenta?— Não.— Sente-se
culpada?Projeto Revisoras 688
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— Ainda não.— Mas se
sentirá?—
Provavelmente.— Não quero que
sinta culpa,nunca. Foi tãobonito o quecompartilhamos!
— Bonito, masperigoso.
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Pensava nofuturo, alembrança de Tomem sua boca,veias, coração.Era possívelficar possuídadessa forma porele, com tantafacilidade? Outeria esseenvolvimentocomeçado há maisde um mês e elaProjeto Revisoras 690
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ignorado seusindícios?
Tom segurou-lheo queixo,erguendo-lhe orosto.
— Perigo deficar grávida?
Serena ficouaturdida.
— Não haviapensado nisso.
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Ele sacudiu acabeça, com umaexclamação desurpresa que elainterpretou mal.
— Sinto muito.Não se preocupe,eu nunca oresponsabilizaria...
— Serena —interrompeu ele,abraçando-a emsilêncio. — NãoProjeto Revisoras 692
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foi isso que euquis dizer.
— Então o quefoi?
— Apenas admirovocê, sua purezae honestidade.Nunca encontreialguém como você.
— E se euficasse grávida?Continuariaencantado?
— Sim.Projeto Revisoras 693
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Não haviadúvida na vozdele, mas Serenatinha-as emquantidadesuficiente paraos dois.
— Você não seimportaria que eutivesse um filhoseu?
— Lógico quenão.
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— Mesmo sabendoo que sabe?
Ele franziu asobrancelha e elaexplicou:
— Mesmo sabendoque a verdadesobre o meupassado pode umdia vir à tona?
Levantou-se numato impulsivo,pulando sobre ocorpo dele eProjeto Revisoras 695
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caminhando emdireção aobanheiro. Pego desurpresa, Tomdeixou-a ir, masapós algunspassos Serenaparou, a cabeçabaixa. Sabia qualfora o motivo quea afastara dosbraços de Tom,mas não se sentiapreparada paraProjeto Revisoras 696
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enfrentá-lo. Eleergueu-se etomou-a nosbraços:
— Não percebeque quando olhopara você nãoestou vendopassado algum?Enxergo apenas oagora e o futuro.
Serena nãoesperava talsuavidade, comoProjeto Revisoras 697
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se estivessedespreparada paraaceitar qualquerqualidade queencontrasse nele.Fora atraída porele, excitara-semuito mais do quepoderia acreditare a idéia de quetalvez não ovisse mais eratão dolorosaquanto a deProjeto Revisoras 698
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conviver com essasombra dopassado. Seusolhos brilharamde angústia e elaexclamou:
— Ah, Tom! Oque vou fazer?!
Projeto Revisoras 699
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
CAPÍTULO VICAPÍTULO VI
Tom beijou-acom ternura.
— Espere umpouco.
E começou atransformar osofá numa cama.Serena observava-o trabalhando.TentavadesesperadamenteProjeto Revisoras 700
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permanecerindiferente ànudez dele,embora seextasiasse comaquele corporealmenteespetacular, bem-feito emusculoso, com aagilidade de umjogador. Nãoconseguia desviaros olhos.Projeto Revisoras 701
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— Desapontada?— ele sorriu,exibindoaudaciosamente ocorpo.
Ela olhou-ointerrogativamente.
— Por já terquarenta anos emeu corpodemonstrar isso?
— Nossa! Nuncapensei na suaProjeto Revisoras 702
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idade. Você deveestar querendoelogios, com essecorpo assim, naflor da idade.
O olhar delefoi bastanteperturbador. Apósajeitar oslençóis, foi atéela e pegou-lhe amão.
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— Sua altezaSerena quer dar-me a honra?
Sentou-se nacama e deitou-serapidamente aolado dela.
— Serei seutravesseiro —falou, ajeitandoa cabeça delacontra seu peito.
— E agora? —murmurou Serena.Projeto Revisoras 704
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— Agora vamosconversar.
Ela riu.— Conversar?
Faz com que eu mesinta como umarainha nua e querconversar?
— Quer fazeramor de novo?
— Que vergonha,Tom! Você já temquarenta anos.
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Consegue amaroutra vez?
Sem dizer umapalavra eledeslizou sobreela, envolvendo-aem seus braços.
— Terá de pagarpor isso — disse,prendendo-lhe asmãos ao lado dacabeça. — Beije-me!
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— Vamosconversar.
— Beije-me!— Tom, isso não
resolve nada.— Beije-me!O fogo dos
olhos delelembrou-lheaquele que virano jovem repórterde muitos anosatrás.
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— Por favor —pediu. — Você meassusta.
Ele tornou-semais suave, porémnão a soltou.
— Sinto muito,amor. É isso quevocê faz comigo.Posso amá-ladurante toda anoite, mas temosque conversar,
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não acha? Agoraum pequeno beijo.
Serena ergueu acabeça eentregou-se aoque ele pretendiafosse um "pequenobeijo". Em algumlugar entre"pequeno" e o"beijo", sentiu-se partilhando deuma aventuravolátil queProjeto Revisoras 709
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ameaçava explodi-la. Ele soltou-lhe as mãos, quebuscaram o corpodele em caríciasardentes.
— O que vocêdizia sobre aminha idade?
— Dizia queestá na flor daidade. E quetemos queconversar.Projeto Revisoras 710
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— Serena?— Sim.— E... isso
basta...— Algo errado?— Serena!— O que há,
Tom? Fale?— Maldição! Não
posso pensar! Nãovamos conversarnada enquanto
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você não pararcom isso.
— Você quecomeçou.
— Mas quem temde parar é você.
Sentindo-seimensamentepoderosa, Serenaatormentou-o pormais algunsmomentos,raspando a pontade seus dedos aoProjeto Revisoras 712
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longo das costasdele até atingiro ponto pulsanteda nuca.
— Melhor assim?Seu humor
agradou-o.— Dê-me um
minuto —respondeurespirando fundo.— Agora podemosconversar.
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— Fale-me sobreseu trabalho.
Ele abriu umolho preguiçoso.
— Sobre otrabalho?
— Sim.— O que quer
saber?— O que você
faz. Elesuspirou.
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— Publicojornais.
— Todos osdias, Tom. O quevocê fazdiariamente? Comoele demorasse aresponder, ergueua cabeça paraolhá-lo. Tomestudou-ademoradamente.
— Por que mepergunta isso,Projeto Revisoras 715
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Serena? Penseique seria aúltima coisa quegostaria desaber. Para dizera verdade, estousurpreso com suatranqüilidade emrelação aoassunto.
Ela não tevedificuldade emacompanhar-lhe ofio doProjeto Revisoras 716
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pensamento.Virou-se decostas, olhando oteto.
— E estou. Nãosei se mecompreendo muitobem.
— É sobre issoque eu queroconversar. Você,os seussentimentos,falar sobre o queProjeto Revisoras 717
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aconteceu entrenós e sobre o quehouve hádezesseis anos.
Tom virou delado, apoiando-seno cotovelo eSerena girou acabeça para olhá-lo.
— Tudo isso émuito estranho.Quer dizer, estou
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aqui... deitadacom você...
— E parecemuito à vontade.Os olhos delabrilharam.
— Preferia queeu estivessediscursando ebrigando?Acusando-o de terfeito issocomigo? Não souassim, Tom. DeveProjeto Revisoras 719
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ficar sabendodisso.
— Não sabia...— Mas agora
sabe. Esta é aquestão. Nadaaconteceu sem queeu quisesse.Aproveitei eagradei-me decada momento donosso amor.
Ia falar sobreo jogo, o delírioProjeto Revisoras 720
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que apagara opassado sombrio,mas calou-sepensativa. O quecomeçara como umjogo de ilusãohavia se tornadoreal. Essaverdade atingiu-acom força e,quando o olhououtra vez, seusolhos mostravamtristeza.Projeto Revisoras 721
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— Foi estranhoo que aconteceu.Quando estava comvocê, em seus"braços, tocando-o, e desejando-o,não conseguiarecordar-me dequem você era.Somente sentia ascoisas, nadamais.
Sua voz ficoumais agitada.Projeto Revisoras 722
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— E o pior detudo é que nãolamento nada. Nãoquero me lembrarde nada. Sei queessas recordaçõesexistem, masquero afastá-lasde minha mente,pelo menos atéamanhã.
— Já é amanhã,querida, e temosde tratar dissoProjeto Revisoras 723
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agora. Você criouuma dicotomia nasua mente. De umlado existe o TomReynolds que vocêdetesta. Dooutro, eu.
— Muito bemcolocado.
— A questão écomo unir essasduas imagens.
Pela primeiravez, desde queProjeto Revisoras 724
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buscara o consolodos braços dele,Serena sentiu-serealmenteperturbada.
— Não estoucerta de que issoseja possível.Sempre tive essesentimento, Tom.Sempre soube quefoi você quemarruinou meu pai.
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O olhar quentede Tom não tinhanada a ver compaixão.
— Esse é o"xis" da questão.Você se recusa aencarar averdade.
— A verdade!Que verdade?
— Seu paiarruinou-sesozinho, Serena.Projeto Revisoras 726
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Eu não tiveculpa. Oh! —ergueu a mão paradeter o protestodela —, seiperfeitamente oque fiz. Confessoque fui impulsivoe arrogante. Vium caixote napraça e subi nelepara fazer meudiscurso, com avoracidade típicaProjeto Revisoras 727
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de um garoto. Maseu era jovem eimpetuoso e,embora possareconhecer quepequei porexcesso defervor, minhaconvicçãopermanece amesma. Creio queagi corretamente.
Puxando olençol sobre oProjeto Revisoras 728
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corpo, Serenasentou-se.
— Arruinando umhomem e suafamília?
— Lutando pelahonestidade.
— Você eraambicioso,lutava, sim,pelas manchetesdos jornais. Nãose importava com
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mais nada alémdisso.
— Não, Serena —ele tambémsentou-se, olençol caindo-lhesobre os quadris.— Isso foi umaquestãosecundária, vocênão me conhecia.Mais do quequalquer outracoisa, era oProjeto Revisoras 730
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idealismo que meguiava. Fiqueibastantedesgostoso com osensacionalismoexageradodaquelasreportagens sobrecrimes de altosfuncionários. Seupai não foi oúnico denunciadopara o público,sabe disso.Projeto Revisoras 731
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— Mas foi oúnico que mereceuo seu interesse.
— Eu sei, eusei — ele faloucom suavidade.
Levantou a mão,afastando-lhe umamecha dos cabelose Serena recuoucom os olhosgrandes eluminosos.
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— São coisascomo essas que medeixam confusa.Como pode serassim tãogentil...?
As palavrasmorreram-lhe nagarganta, ante opensamento de queestava apaixonadapor ele. Não, nãoestava certo, nãoera possível. OuProjeto Revisoras 733
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era? Atormentada,encostou-se nele.
— Abrace-me,Tom, faça-meesquecer tudoisso. Você podefazer isso.
— Serena, nãosei se...
— Por favor,Tom. Me ame denovo. Ajude-me.Com um gemidomeio tremente,Projeto Revisoras 734
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ele uniu-se aela.
— Oh! Serena,Serena. O queestou fazendo comvocê?
— Tom —murmurou ela coma boca colada nopeito dele —, meame...
Sabendo que nãotinha escolha,inflamado pelasProjeto Revisoras 735
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emoções que odesejo deladespertara nele,Tom amou-a longae cruamente.Dessa vez nãohouve expressõesde desejo, nempalavras desedução. Nãohouve ilusão oujogos de prazer,mas apenas ariqueza do amor,Projeto Revisoras 736
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com seu frenesicontido entresilêncios,liberado nomomento desejado.
O silêncio danoite foiquebrado peloslamentos esuspiros, pelosgritos de desejoe murmúrios deprazer. Outra emais uma vez,Projeto Revisoras 737
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eles buscaram umpelo outro,encontrando oêxtase aoperderem suasidentidades, ealegria emtornarem-seapenas um.Ninguém tentouexplicar nadaquando,finalmente,deixaram-se estarProjeto Revisoras 738
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exaustos sobre acama. Acabaramadormecendo eapenas a luz damanhã seencarregaria deperturbar-lhes apaz.
Serena acordoucom o cheiro decafé e viu Tomsentado a seulado. Vestiaapenas uma calçaProjeto Revisoras 739
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jeans e tinha umaexpressãodecididamenteperturbada.
— Sinto muito —disse ela,cobrindo-se com olençol. — Deveriater-me acordadomais cedo. Quehoras são?
Voltando domundo distante de
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seus pensamentos,Tom pestanejou:
— Pouco mais dedez. Você estavacansada.
— Faz tempo quese levantou?
Ele passou-lhea caneca de cafée Serena tomou umgole.
— Não muito.Como está?
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Elaespreguiçou-se,corando um pouco.
— Sonolenta...— Que tal um
banho quente?— Boa idéia.— Serena...— Sim?Ele parecia
estranhamenteinseguro.
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— Você estálivre hoje, nãoestá?
— Hoje édomingo, a lojanão abre.
— Não falo daloja. Você podepassar o diacomigo?
Olhando para ooutro lado,Serena franziu assobrancelhas.Projeto Revisoras 743
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— Pode ser, comuma condição.
— Qual?Seu olhar
buscoudeliberadamente odele.
— De que agente não falenaquela história.Não hoje.
Não queriaremexer em mágoase dores após umaProjeto Revisoras 744
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noite tãomaravilhosa.
— Não seriamelhor setentássemostrabalhar oassunto um poucomais?
— Não hoje.— Que vantagem
teríamos?Suspirando, ela
fechou os olhos edeixou a cabeçaProjeto Revisoras 745
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cair sobre otravesseiro.
— Não estoucerta. Comcerteza, isso meatingirá quandovoltar aotrabalho amanhã.Mas não queroapressar ascoisas.
— Você estáadiando oinevitável,Projeto Revisoras 746
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Serena — censurouele comgentileza.
— Tem razão —respondeu Serenae, como queimpulsionada poruma forçadesconhecida,acrescentouimpulsivamente: —Prefere levar-mepara casa agora?
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Seus olhosmostravam-sedecepcionados.Tom falou.
— Não, prefiroque fique.
— Então aceitaa condição?.
— Sim.— É sempre
assim, tãocordato?
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Ela tentavaencontrar um meiode brincar e sairda escuridão emque mergulhara.Mas estava tensa.
— Não sou omonstro que vocêimagina. Até quesei seragradável.
Como quedespertada pelaspalavras dele,Projeto Revisoras 749
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Serena moderou-se.
— Sei disso,Tom. Só queriaque entendesseque hoje nãoquero falar demonstros.Gostaria depassar o dia comesse caraagradável.
Imediatamentesentiu-se melhor,Projeto Revisoras 750
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gozando o prazerdas feições dele,descansadas esuaves na luz damanhã.
— Você terá orapaz simpático —garantiu ele,inclinando-se ebeijando-lhe aponta do nariz. —Agora sugiro queentre no banhoenquanto euProjeto Revisoras 751
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preparo o café damanhã. A não serque prefiraarrumar a casa —acrescentoumalicioso.
— Não, não,preciso de um bombanho.
Sentou-se nacama e parou,olhando em volta.
— Ei... Tom?
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— Diga —respondeu ele,com as mãos nosquadris e um meiosorriso.
— Tenho umpequeno problema.
— Vejamos.— O que faço?
Não tenho amínima vontade depôr aquelevestido de sedaoutra vez.Projeto Revisoras 753
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Tom atravessoua sala e abriuuma porta,desaparecendo nointerior de umcômodo que Serenadesconhecia.Ouviu barulhos degavetas e portasde armário.
— Nada mal —falou quando elesaiu do cubículo.
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— Um armário bembolado.
— Comporta umainfinidade degulodices. Tome.
Estendeu-lheuma camisa deflanela e foipara a cozinha..
Serena pegou-acom satisfação e,em poucosminutos, estavano banho.Projeto Revisoras 755
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Serena sentia-se inteiramente àvontade para seutilizar dosxampus e toalhasde Tom. O calordo banho deixou-aem ótimadisposição e,embrulhando-se natoalha cor dechocolate, elapermaneceu nafrente doProjeto Revisoras 756
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espelho,ajeitando oscabelos com osdedos.
Havia umabeleza natural emsua expressãoquando saiu edirigiu-se para acozinha. Tomparou, como quemleva uma pancada.
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— Algo errado?— perguntou ela,hesitando.
— Não, nadaerrado. Vocêparece ótima.
Serena abaixouos olhos,consciente de quea camisa chegava-lhe só até o meiodas coxas. Tinhaenrolado asmangas até osProjeto Revisoras 758
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cotovelos edeixado doisbotões abertos nopeito, mas osegundo botão eraum pouco baixo edeixava entrevera curva de seusseios.
— Talvez devavestir a túnica.
— Não sejatola! Estáperfeito. Sente-Projeto Revisoras 759
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se aqui — falouindicando-lhe umacadeira.
Mais confiante,Serena sentou-se.
— Qual é ocardápio?
— Nada deextraordinário.Suco .de frutas etorradas comqueijo derretido.Café ou
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chocolate, comopreferir.
— Ótimo, possoajudar?
— Não, sente-see relaxe. Vocêteve umtreinamentopuxado estanoite.
Serena apoiou ocotovelo na mesa,sufocou umacareta na palmaProjeto Revisoras 761
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da mão e sacudiua cabeça um tantoacanhada.
— Foi um tirode mau gosto, maspoderei perdoá-lo, dessa vez.
Tom estava decostas, de modoque ela não pôdever a expressãoum pouco tristedo rosto dele.Percebeu queProjeto Revisoras 762
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havia vestido umamalha de lã eficou imaginandose teria sidofrio oudiscrição. Tomcolocou osalimentos na mesae sentou-se, osolhos pousadosnas torradas.
— Ah! Nãoficaram boas.
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Deveria ter postono forno.
Serena riualegremente ecolocou sua mãosobre a dele,consolando-o:
— Parece tãodesapontado!Pense de outrojeito, olhe comoficaram douradas!
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Ele sorriu-lhede formadevastadora.
— Seu sorrisofascinou-me.
— O que querdizer?
— Naquele diano restaurante,quando oreconheci. Foramos seus olhos, aintensidade doseu olhar que meProjeto Revisoras 765
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pareceu familiar.Sabia que oconhecia, mas nãoconseguia situá-lo. Então, umahora você sorriupara a sua...namorada...
— Era umacolega detrabalho —corrigiu ele.
— Seja o quefor, o seuProjeto Revisoras 766
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sorriso é único,você sabe.
— Já medisseram.
Aquiloaborreceu-a maisque a idéia danamorada.
— As mulheresdevem dizer-lheisso sempre.
— Não. Mas jáme disseram issoantes, emboraProjeto Revisoras 767
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seja muito melhorvindo da suaparte — concluiucom um sorrisolargo.
— Ah!... denovo. Foiexatamente assim.É muitoperturbador, maseu tinha certezade nunca tervisto esse seusorriso antes.Projeto Revisoras 768
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Teria me lembradodele, sem dúvida.
Tom ficousério.
— Quer dizerque não sorritriunfante no diaem que seu paifoicondenado?
A voz deletinha um toque desarcasmo.
— Quis dizerque você nuncaProjeto Revisoras 769
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sorriu dessamaneira durante ojulgamento. Tenhocerteza de que olevou muito asério.
— Obrigado.O silêncio que
caiu entre elesressoou como umpunhal penetrandoo coração deSerena.
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— Não quisofendê-lo, Tom.Foi apenas umaobservação.
Concordando coma cabeça, eleconcentrou-se nacomida. Umestranhosentimento deproteção invadiu-a, despertando-lhe o desejo deacariciar-lhe osProjeto Revisoras 771
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cabelos. Querendodistrair-se,levantou-se.
— Vou pegarmais café. Quer?
— Por favor.Ele continuava
distraído. Quandose sentou denovo, Serenasentiu-se semcoragem.
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— Não sabia queia acontecerisso, Tom.
Seria a cama oúnico lugar ondeencontrariam umentendimentoverdadeiro?
— Fale-me sobreDoces Serenidade.Ela surpreendeu-se.
— Falarei sevocê parar deProjeto Revisoras 773
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ranger os dentes.A expressão deletornou-se maissuave.
— Estourangendo osdentes?
— Sim.— Está bem, sem
rangimentos —prometeu,relaxando omaxilar. — Entãoconte-me comoProjeto Revisoras 774
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começou DocesSerenidade.
Entre o suco, ocafé e astorradas comqueijo e geléia,Serena contou-lhea história,entusiasmada e àvontade.
— Fala como setivesse feitoMinneápolisdescobrir aProjeto Revisoras 775
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existência dedoces.
Ela sorriu.— Nem tanto!
Mas creio queconseguimosaumentar o númerode apreciadores,disso não tenhodúvida. AAssociação dosDentistas deveadorar-nos.
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— Eles tambémdevem comer suasguloseimas àsescondidas. Mas oseu estoque é bemoriginal, bonitoe variado.Serviço pessoal,pacotesbrilhantes. Creioque encontrou afórmula dosucesso.
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Serena corouante o elogio.
— Aoriginalidade nãoé toda minha.Muitos artigos jávêm prontos,embalados e comnome. O resto agente vaiinventando.
Fez uma pausae, de repente,teve vontade deProjeto Revisoras 778
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expor sua idéia aTom.
— Estoupensando em abriruma filial.
— Está? Queótimo!
— Também pensoassim, masinfelizmenteAndré não parececoncordar.Estávamos falandosobre issoProjeto Revisoras 779
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naquele dia norestaurante.
— O que Andrétem a ver comisso?
— Ele é meuagente deinvestimentos.Nesses últimosanos tenhodestinado a maiorparte dos lucrosaosinvestimentos. SeProjeto Revisoras 780
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quiser mesmoabrir uma filial,terei de retiraruma boaquantidade dodinheiro queAndré empregoupara mim.
— E ele nãogostou da idéia?
— Da expansão?Não.
— O que alegou?
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— Disse que éprematuro. Que aeconomia andaincerta, que voucorrer um granderisco.
Esperou que Tomrefutasse essesargumentos, masele permaneceucalado, assobrancelhas umpouco contraídas.
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Então perguntou-lhe.
— O que acha?— Não posso
dizer, Serena.Não conheço suasituaçãofinanceira.
— Mas sabe algosobre a situaçãoeconômica dopaís, não sabe?Tenho certeza deque, depois deProjeto Revisoras 783
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tantos anostrabalhando cominvestigaçõeseconômicas, deveter um faroespecial paranegócios. Seriatolice tentarabrir outra lojaem um bairro?
— Os negóciosandam bem em sualoja?
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— Nunca sonheique pudessem irtão bem.
— Que outrocapital você tem?
— Outrocapital?
— Não me digaque está tudo nasmãos de André?
— Bem, tenhoalgum dinheiro nobanco mas é poucacoisa, reservaProjeto Revisoras 785
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para umaemergência. Nãoencontrei razãopara não deixarAndré cuidar dosinvestimentospara mim. Ele foimuito bemrecomendado.
— Sem dúvida! —Tom pareciacarrancudo.
— O que querdizer com isso?Projeto Revisoras 786
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— Nada, apenasnão confionaquele sujeito.
— Acho que vocênão o conhece.Encontraram-sepela primeira vezontem e ele foium tantoagressivo.
— Você ficoumais ofendida doque eu. Só depoisdaquela conversaProjeto Revisoras 787
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aceitou ir emboracomigo. Pareceque, sem querer,André acabouprestando-nos umfavor.
Serena nãotinha certezaalguma sobre oassunto, massentiu umapunhaladaatravessá-la.Lembrou-se daProjeto Revisoras 788
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raiva e irritaçãoque as maneirasde André haviamlhe causado.Seria o desejo deproteção umaextensão do amor?Teria tentadoproteger Tom?André se referiraao poder daimprensa, aosseus excessos eaos processos porProjeto Revisoras 789
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calúnia.Teoricamente,deveria terficado ao lado deAndré. Mas não.Aí estava umponto importante.
— Ele não é mau— disse, sorrindocom uma certatristeza. — Temum estilo de vidaum tantodissoluto eProjeto Revisoras 790
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talvez por issoseja um poucoenfadonho, mas éum bom rapaz.
— Então por queé contra o seuprojeto?
— Talvez estejacom medo deperder o dinheiroque precisareipara abrir aloja?
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— Vamos,Serena! Para sersincero, acho queele deve ter umgrande número declientes queinvestem somasmuito maiores quea sua.
— Foi o que lhedisse.
— E o que elerespondeu?
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— Deu umaresposta evasivae mudou deassunto.
Seus lábiosfizeram umtrejeito amuadoao lembrar-se daindiferença deAndré. Tomrosnou,parecendo-lhe um,tanto agitado eirritado. EstariaProjeto Revisoras 793
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querendo protegê-la? Ou apenasdiscordava damaneira como elaacreditava emAndré? Não chegoua ter umaresposta porque,nesse exatomomento, otelefone tocou.Tom empurrou acadeira paratrás.Projeto Revisoras 794
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— Droga, quemserá? Sabem quenão gosto de serimportunado aosdomingos. E otelefone nãoconsta da lista!
Sua voz estavabastante áspera eSerena sentiu-seperturbada, antesmesmo que o olhardele encontrasseo seu.Projeto Revisoras 795
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— Sim, éReynolds...André?
A voz deletornou-seuniforme e fria,gelada mesmo.
— Comoconseguiu essenúmero?... Ah!devia terimaginado...Serena? Sim, estáaqui... Espere,Projeto Revisoras 796
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verei se ela podeatender.
Falou asúltimas palavrascom lentidão,ligeiramenteirônico.
— Quer atender?— perguntou-lhe,encostando o fonena blusa.
Sem hesitar,Serena levantou-se para pegar oProjeto Revisoras 797
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telefone. Mas Tomesticou o braço,colocando-o forado seu alcance,forçando-a aaproximar-se atéque a sentiuaprisionada entreas coxas dele,quase tocando-lheo corpo. Aícruzou ostornozelos atrásdela, cortando-Projeto Revisoras 798
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lhe a retirada.Só entãoentregou-lhe ofone, com umgesto deimpaciência.
— André?Olhou para
baixo encontrandoo olhar de Tom.
— Sim, estoubem.
— Por que foiembora daqueleProjeto Revisoras 799
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jeito? —perguntou ele dooutro lado dalinha.
— Oh! eu nãosei, André. Afesta estavamuito agitada,barulhenta, creioque me senticansada.
Retorceu ocorpo, conscientede que os olhosProjeto Revisoras 800
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de Tom haviamabandonado seurosto parapesquisarem oespaço nu entreas apelas dacamisa.
— Você recebeumeu recado, nãorecebeu?
— Sim, masfiqueipreocupado.
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— Não havianecessidade, jáestou bemcrescidinha.
Como seinterviesse naconversa, Tomergueu as mãosaté os ombrosdela, medindo-lheo corpo. Serenacolocou a mão noombro dele,visando detê-lo,Projeto Revisoras 802
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mas ele recusou-se a receber suamensagem.
— O que estáfazendo aí? —perguntou André,agitado.
— Aqui? — elaengoliu em seco.— Ahn... anh...Tom , foibastantegentil....
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trouxe-me paracasa.
— Para a casadele?
NormalmenteSerena não teriatido dificuldadeem descartar-sede André e de seuinterrogatório.Mas a proximidadede Tom e asensação dos seusdedos tocando-aProjeto Revisoras 804
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despertavam nelaemoções intensasque amoleciam-lheos joelhos eforçavam-na aapoiar-se naspernas dele.
— Estive na suacasa ontem ànoite —argumentou a esmo— e hoje estouaqui.
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— Serena, estoutentando falarcom você desdeontem e não tinhaninguém na suacasa. Telefoneipara outraspessoas até quealguém me disseque havia vistovocê saindo comTom. Muitoagradável!
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Serena fechouos olhos,encostando-se emTom que,deliberadamente,desabotoara oprimeiro botão desua camisa eavançava agorapara o segundo,desnudando-lhepouco a pouco osseios. Pareciabem consciente doProjeto Revisoras 807
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efeito que essesgestos lhecausavam. Serenasuspirou deprazer, perdendoo fio daconversa.
— André, vocêdeseja algoespecial?
— Que saber oque está fazendoaí.
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— Parece queestá com ciúme,André. O que eufaço não lhe dizrespeito, sabebem que nãoexiste nada entrenós.
Tentava mantera voz gentil, masera impossívelesconder aimpaciência quecomeçava aProjeto Revisoras 809
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apossar-se dela.Principalmenteporque os dedosde Tom passeavamagora pelointerior de suacamisa, tocando-lhe o corpo eacompanhando odesenho de suascostelas atéchegar aos seios.Arfando, Serenasuspirou paraProjeto Revisoras 810
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Tom, tendo apresença deespírito deencostar o fonenos quadris.
André pareciasuficientementeenvolvido naspreocupações delepara perceber aconfusão deSerena.
— A verdade éque eu queroProjeto Revisoras 811
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alertá-la sobreesse sujeito.
— Quem?— Reynolds. Ele
é perigoso,Serena. É umjornalista.
— Sei disso.Já não se
importava maiscom isso.
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— Não confionele — continuouAndré.
— Já ouvi isso.— O quê?— Nada, André.— Olha, Serena,
vamos almoçarjuntos amanhã?
Tom segurava-lhe os seios comas mãos emconcha,Projeto Revisoras 813
Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257
levantando-os deencontro aoslábios. Sugou seumamilo rosado comum calor eumidade quedespertaram nelaondas de desejoagoniado.
— Amanhã? — suavoz estavaligeiramentetrêmula. — Ah...não, não posso.Projeto Revisoras 814
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— Terça-feira?Tom sugava-lhe
os seios,deixando-acompletamentealheia à conversade André.Encostou o foneno corpo e falou:
— Pare comisso, Tom! Nãoposso nem pensar.
— É exatamenteesse o ponto. SeProjeto Revisoras 815
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não conseguepensar, desligue.
Desesperada,Serena voltou-separa André.
— Quarta-feirapode ser. Estareilivre.
— Se só pode naquarta, está bem.À uma e meia nolugar de costume,concorda?
Projeto Revisoras 816
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Ela suspendeu arespiração quandoas mãos de Tomlhe queimaram ascoxas, deslizandopor seus quadris.
— Está bom.Encontro-o lá,então.
Somente quandoouviu o clique dooutro lado, eladeixou cair ofone,Projeto Revisoras 817
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desmoronandosobre Tom,esfregando orosto nos cabelosdele.
— Como pôdefazer isso? Foidesleal.
— Desleal é asuavidade de suapele.
Os dedos deletocaram-lhe asnádegas, puxando-Projeto Revisoras 818
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a ainda mais paraele.
— Você é tãodoce...
Com a língua,provava o saborda pele dela,deixando-lhepontos ardentesonde quer quetocasse. Serenamergulhou osdedos nos cabelosdele, empurrando-Projeto Revisoras 819
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lhe a cabeça paratrás, para queacabasse comaquele tormento.Mas os lábiosdele conquistaramos seus,despertando-lheum enorme desejo.Ela não pensavaem protestar. Osgestos de Tomagradavam-namuito mais do queProjeto Revisoras 820
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poderia imaginar.Sentia um prazerenorme em serassim tocada porele e tudo eratão real! Amava-o. Cerrou oslábios para nãodizer-lhe, aindanão havia chegadoa hora, o momentoda confissão.Tinham muito paraconversar eProjeto Revisoras 821
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compreender,antes que aspalavras docoração pudessemser ditas.
Tom explorava-lhe o corpo todo,sem esquecer umsó detalhe. —Tom, Tom, o queestá fazendocomigo?. Inclinoua cabeça paratrás permitindo-Projeto Revisoras 822
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lhe o acesso àregião sensíveldo pescoço. Eleafastou seuscabelos,mordiscando-lhetodo o ombro e opescoço. Serenaapertou a cabeçadele contra seucorpo, querendomais, e beijou-opor sua vez,acariciando-lheProjeto Revisoras 823
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as espáduas e apele áspera dopescoço. Os dedosdele descerampelo seu ventre,tocando-lhe oumbigo ecaminhando emdireção às suascoxas,infiltrando-seentre elas parabuscarem a fontede calor e prazerProjeto Revisoras 824
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que ela havia lheoferecido.
Aprisionadamais uma vez noabismo dasensualidade,Serena perdeu anoção de tudo,exceto dele e docorpo que aexcitava eacariciava.Sentia apenas opoderoso estadoProjeto Revisoras 825
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de amor que ocontato dele lheinspirava. Assuaves palavrasde prazer que elemurmuravaprovocavam-lheestremecimentoscada vez maisintensos e oatrevimento suavedos dedos deletocava-a com umaternura que nuncaProjeto Revisoras 826
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pudera sentir.Louca de desejo,sentiu que ele aacomodava sobreas coxas dele,eliminando asbarreiras entreeles. Devagar,bem devagar, eleveio trazendo-apara baixo,enquanto osquadris delesubiam aoProjeto Revisoras 827
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encontro de seucorpo, deixando-ainteirinhapalpitante.Ofegavam e Serenaexprimia suapaixão compequenos gritosroucos.
— Tom —arquejou,enquanto elesorria de prazer.
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— Não esperavaisso, esperava?
— Não. Oh!Tom...
— Diga o quequer, amor.
Parecia calmo,mas Serena sentiacomo ele tambémansiava por ela.
— Você, Tom,quero você.
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— Você me tem,Serena, você mepossui.
Os lábios deleprocuraram osseus, fugindo daspalavras. Com asmãos guiou osseus quadris atéque, com um ardorintenso,penetrou-a,atirando-osrapidamente até aProjeto Revisoras 830
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mais brilhanteestrela darealização, quefaiscou emcentelhascegando-os, antesde mergulhá-losna escuridãoluminosa doprazer.
Com as pernas eos braçosfirmementeagarrados nele,Projeto Revisoras 831
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Serena deixou queTom a erguesse,levando-a para acama. Deitaram-seem silêncio, umao lado do outro,assustados com oque lhes haviaacontecido.
Cochilaram edepois acordaram,passando a tardenuma conversaagradável eProjeto Revisoras 832
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descompromissada.Somente quandoSerena vestiu atúnica verde paravoltar para o seuapartamento, onome de Andréveio à baila.
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CAPÍTULO VIICAPÍTULO VII
— Vai almoçarcom André naquarta-feira? —perguntou Tomquando abria aporta doapartamento dela.
— É, foi o quecombinei.
— E ele estavaaborrecido?Projeto Revisoras 834
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Serena contraiuas sobrancelhas,um tantoperplexa.
— Estava. E nãoconsigo entenderpor quê.
Afundou-se nacadeira, enquantoTom fechava aporta, apoiando-se nela.
— Pode ter sezangado por terProjeto Revisoras 835
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saído da festasem ele. Afinalera o seuacompanhante.
— Não, não podeser isso. Elesabeperfeitamentequais são meussentimentos emrelação a ele.Além disso,estava muitoocupado com seusProjeto Revisoras 836
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convidados parasentir a minhafalta. Não podeser isso.
— Ou zangou-seporque você foiembora comigo.Serena olhou-o:
— Isso temsentido. Pareceque é muitoprecavido 'emrelação a você.Até mesmo meProjeto Revisoras 837
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preveniu contravocê.
— Com todarazão — falou Tomatravessando asala e beijando-ade leve. — Meuapetite por docesé insaciável.
Fez uma pausa eacrescentou:
— Diga-me,Serena, você éuma mulherProjeto Revisoras 838
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ocupada. Com quemvai almoçar nasegunda e naterça-feira?
Ela olhou-o comar inocente.
— Com você.— Isso merece
outro beijo. Pegovocê na loja àuma hora?
— Possoencontrá-lo emoutro lugar, seProjeto Revisoras 839
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ficar mais fácil.Mas eleinterrompeu-a:
— Imagino quevá propor quedividamos adespesa. Deixeisso para lá,permita-menamorá-la umpouco. Ireibuscá-la na DocesSerenidade, podeser?Projeto Revisoras 840
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— Está bem —respondeu,sentindo que oamava.
Tal como Serenahavia imaginado,a ausência de Tomdesencadeou nelauma avalanche depensamentosdesagradáveis ede remorsos. Acompanhia deletransformara-aProjeto Revisoras 841
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numa mulher dopresente. Sozinhaconsigo mesma,voltava a ser umamulher dopassado, no qualTom aparecia comoum verdadeirodemônio. Era tãoincapaz de negaro seu amor porele, como devislumbrarqualquerProjeto Revisoras 842
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compromissofuturo. Mesmo queTom ,a amasse,deveria terficado bastanteferido com seuprimeirocasamento eSerenaperguntava-se seestaria dispostoa fazer novatentativa.Lembrava-se dasProjeto Revisoras 843
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palavras dele,havia dito que aamava, e sentia-se invadida pelafelicidade. Masesforçava-se pornão esquecer quetudo não foramais que um faz-de-conta. Osfantasmas deStricklandestavam nela esempre haveriamProjeto Revisoras 844
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de tratá-lo comoo vilão.Duvidaria delesempre, mesmo semmotivo.
Ao telefonarpara a mãe, comofazia todos osdomingos, teve deenfrentar umanova face doproblema: comodizer a essamulher tão tristeProjeto Revisoras 845
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e acabada queestava apaixonadapor Tom?
Enquantotrabalhava,Serena repassavasuas dúvidas e,quando Tom entrouna loja, à umahora em ponto,não pôde evitarum gesto derecuo. Depoissorriu-lhe, sériaProjeto Revisoras 846
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e tensa, econtinuouatendendo afreguesa, lutandopara ignorar aonda de excitaçãoque a presençadele lhe causara.
Tom já esperavaencontrá-laassim. Esperoupacientemente atéque o freguêssaísse.Projeto Revisoras 847
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— Nancy — falouSerenaapressadamente —,este é TomReynolds. NancyWadsworth.
Tendo feito asapresentaçõesescapou para oquarto dos fundospara pegar abolsa, supondoque Nancy
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manteria Tomentretido.
Seu coraçãobatia, forte,trabalhandoduplamente noesforço deintegrar dúvida ealegria.
— Serena?Voltando, ela
olhou-o um poucoenvergonhada.
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— Já estouindo.
A tristeza nosolhos delemostrou-lhe queestava sabendo desuas dúvidas.
— Desculpe,Serena, não tinhaintenção de fazê-la sofrer.
— Estou bem.Tom acariciou-
lhe o rosto,Projeto Revisoras 850
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magnetizado pelacurva de seuslábios.
— Não deveriatê-la levado aminha casa nosábado. Foi umerro meu. Sabia oque iriaacontecer comvocê, que irialhe causarconflitosdolorosos.Projeto Revisoras 851
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Serena sorriuamorosa,consciente daincerteza dele.
— Eu não diriaisso.
Mas eleprecisava sertranqüilizado.
— Devo ficarlonge de você?Será umaestupidez o queestamos fazendo?Projeto Revisoras 852
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— Não!As dúvidas não
lhe importavam,sabia apenas quenão podiasuportar a idéiade não vê-lomais.
— Então — elesorriu meiobrincalhão — devomanter você pertode mim o tempotodo. TalvezProjeto Revisoras 853
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devamos noscasar.
— Não — elagaguejou, ante asurpresa dele. —Você não está...não estamospreparados paraisso.
Tom sorriu, comuma expressão aomesmo tempo vivae triste.
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— O que sugereentão?
— Vamosalmoçar?
Tom deu-lhe umolhar deadmiração,erguendo-lhe orosto.
— Primeiro umbeijo.
Um beijo quentee úmido,redespertandoProjeto Revisoras 855
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nela aslembranças doprazer. Quando asoltou, eranovamente dele.Tom sentiu seutriunfo e sorriuvitorioso, essavitóriacompartilhada.Feliz, Serenapegou a mão queele lhe estendia
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e encaminharam-separa a rua.
Ultrapassada abarreira inicial,ela sentia-setotalmente àvontade com ele.O encanto tirava-lhe qualquerhesitação.
Enquanto comiamnum pequenorestaurante doCedar Riverside,Projeto Revisoras 857
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onde encontrarama privacidade quebuscavam, Serenadivertiu-o comhistórias eequívocos quecometera na DocesSerenidade.
A certa altura,Tom falou:
— Tenho algomais íntimo paralhe perguntar,sobre os homensProjeto Revisoras 858
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de sua vida.Muitos ou poucos?
Ela riu com umaalegria luminosa.
— Conte-me— Está pensando
no comentáriodaquele gerente,de ter de"esperar nafila"?
Ante a surpresadele, brincou:
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— Lembro-me doque você disse.Podia estar meiomal aquele dia,mas nãototalmentegrogue.
— E então?— Então o quê?— Seus
namorados? Existeuma penca deles?
Ela abaixou avoz.Projeto Revisoras 860
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— Ciúme?— Garantido.— Bem, não
precisa terciúme.
— É complicado.Ela fingiu-se
distraída, oolhar em outramesa.
— Fale-me sobreeles, Serena.
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Ela sorriu-lhecom esperteza.
— Deixe-me ver.Há Greg,advogado. Do tipochocolatecrocante.
Tom ergueu assobrancelhas.
— Chocolatecrocante?
— Sim. Calmopor fora e cheiode carocinhos porProjeto Revisoras 862
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dentro. Agradáveldesde que tudofique nasuperfície. Seuinterior éesquisito, umtanto fatídico.
— Muito exato —ele sorriu meioartificialmente.
— Depois háRod. Ensinapsicologia naUniversidade.Projeto Revisoras 863
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Dirigiu o olharpara o teto,pensando.
— Parece balapuxa-puxa,engraçado edifícil demascar. Às vezesgruda nos dentes.— Olhou Tomdiretamente nosolhos. — Nãogosto de balapuxa-puxa.Projeto Revisoras 864
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— Ainda bem —resmungou ele.
Serenacontinuou firme,divertindo-se comsuas própriasinterpretações.
— Kennytrabalha no clubede tênis, já devetê-lo encontrado.Gosto de compará-lo às pastilhasde hortelã.Projeto Revisoras 865
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Bonitas ederretem rápido.São ótimas pararefrescar a boca,mas não procurenada de maisprofundo dentrodelas.
— Nãoprocurarei —respondeu Tommaisdescontraído. — E
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eu, com quepareço?
Ela olhou-opensativa.
— Licor dedamasco —anunciou afinal.— Julgamentoinicial, lógico.Rico,sofisticado, comum sabor picanteque pode setornar levementeProjeto Revisoras 867
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intoxicante edoce.Agradavelmentedoce.
No diaseguinte, saírampara um rápidojantar antes queele a levassepara a aula deculinária.
— Você nunca mefalou nada sobreseu dia-a-dia deProjeto Revisoras 868
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trabalho, Tom —disse Serena,quando desciam docarro.
— Estápreocupada comisso?
Para suaprópria surpresa,sentiu queestava. s — Achoque sim. Cedo outarde devo ficarsabendo o que :Projeto Revisoras 869
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você faz. Estoucuriosa. Você nãoparece atarefadocomo todos I oseditores.
— E não estou.Sou o dono dojornal, possoescrever edito' ;riais ou notíciaspoliciais, mas,em geral, pagopara que asoutras 'pessoasProjeto Revisoras 870
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saiam à procurade notícias.Tenho certeza dacapacidade delase dou-lhes umaorientação geral.Mas o suor diário;'. é deles.
Serena sentiu-se um poucomelancólica.
— Não sentefalta?
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— Da correria?Não. Passei maisde vinte anoscorrendo àprocura de fatose reportagens.Para ser franco,estou cansado,quero tomarfôlego, pensar,começar ausufruir osfrutos de meutrabalho. AdmitoProjeto Revisoras 872
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que sinto faltado excitamentodasinvestigações,por isso é que...
Parou a fraseno meio e Serenaperguntou:
— É que...?— Gosto de
estar a par doque estão fazendoos repórteres doBulletin. É comoProjeto Revisoras 873
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armar um quebra-cabeça; primeirovocê coloca aspeças laterais,depois movimenta-se lenta edeliberadamenteem direção aocentro.
— Fala maiscomo um detetiveque como umrepórter. Aliás,sempre me ocorreuProjeto Revisoras 874
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que eramprofissões bemsemelhantes. Porque, por exemplo— continuou semnem pensar —,você descobriu ahistória de meupai antes dapolícia?
Como se temesseperdê-la, elesegurou-lhe amão.Projeto Revisoras 875
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— São várias asrazões, Serena.Uma é política.Tradicionalmente,as autoridadeshesitam em acusaralgum funcionáriograduado dequalquer crime,pois ele pode tercontribuído paraos fundos decampanha de algum
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afilhadopolítico.
Ele suspirou.— Uma outra é
prática. Ospoliciais têm suaação muito maisrigidamentelimitada pornormas do quepode ou não seraceito numtribunal. Seacharem que nãoProjeto Revisoras 877
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possuemevidênciassuficientes paraprosseguirem naacusação, podemabandonar ainvestigação,mesmo que estejamconvencidos daculpabilidade dosuspeito. E, alémdessas, é lógicoque existem asrazões de ordemProjeto Revisoras 878
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econômica.Dinheiro. Osdepartamentospoliciaistrabalham comorçamentos muitorestritos. Osjornais podemfazerextravagânciasmaiores.
Os olhos deletinham um brilhotão intenso queProjeto Revisoras 879
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Serena não ousouenfrentá-los.
— Além disso —continuou com umsorriso —, osrepórteres quecuidam dessasinvestigaçõesenvolvem-setotalmente notrabalho. Não têmhorário, nemferiado.
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Serenaconcordou emsilêncio,perguntando-sepor que, quandoTom lhe contavaessas historias,tudo parecia tãoclaro e honesto.Como ele podiaracionalizar comtanta facilidadepara justificarum trabalho queProjeto Revisoras 881
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só traziasofrimento paraos outros?
Como seadivinhasse seuspensamentos, elefalou-lhe:
— Você tem deolhar o outrolado, Serena. Olado da vítima.Independente dotipo de crime,sempre existe umaProjeto Revisoras 882
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vítima. No casode seu pai foiuma instituição,em outros casosas vítimas sãopessoas. Em todoseles alguémsempre é ferido,direta ouindiretamente.
Como ela aindase mostrassecética, Tom foiem frente.Projeto Revisoras 883
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— Como sesentiria, Serena,se fosse umavítima? Suponhaque lhe exigissemuma doação de dezmil dólares paraajudar nacampanha de umsenador. Com orisco de perder aDoces Serenidadese vocêrecusasse.Projeto Revisoras 884
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— Isso nãoaconteceria!
— Não deveria,mas podeacontecer. Casoscomo esses jáocorreram. Sealguém ameaçasseaumentar seualuguel de talforma que setornasseimpossível mantera loja, a menosProjeto Revisoras 885
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que fizesse acontribuição,como se sentiria?
— Furiosa.— É a reação
lógica ejustificada.Então diga-mecomo ficaria sefosse à políciacontar suahistória e elesse recusassem afazer qualquerProjeto Revisoras 886
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coisa. Como sesentiria sepercebesse queestavam apenastentando salvar aprópria pele?
— Furiosa,frustrada edesamparada.
— E se euchegasse e meoferecesse paradenunciar acorrupção no meuProjeto Revisoras 887
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jornal,aceitaria?
Ele conseguirachegar ao pontopretendido comgrande habilidadee esperteza.Serena nãodemorou pararesponder:
— Sim,aceitaria.
Tom compreendeuque já lhe haviaProjeto Revisoras 888
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dado fartomaterial parareflexão e, nãoquerendo repisaro assunto, mudoude conversa.
— Vai seencontrar comAndré Phillips,amanhã? Serenaacomodou-se nacadeira, com umleve suspiro.
— Sim.Projeto Revisoras 889
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— Gostaria quenão fosse.
Ela olhou-o desoslaio, puxandonervosamente ocabelo para trásda orelha.
— Por que não?— Ele ainda
pode estarzangado,
— André? Não,já deve ter-seacalmado. Se euProjeto Revisoras 890
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chegasse norestaurante comvocê, com certezaficaria furioso.Mas eu sozinhanão sou umaameaça para ele.De qualquer jeitotenho de falarcom ele.
Tom escutousuas palavras comatenção.
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— Sobre afilial?
— Sim... Selevar o projetoadiante,precisarei dedinheiro.
— E vai pô-loem prática?
— O que achaque eu deveriafazer? No outrodia você nãochegou a me darProjeto Revisoras 892
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uma opinião.Parece que elafoi posta delado.
Sorriu, umpouco corada comas lembrançasdaquele domingo.Tom acompanhou-lhe o pensamentoe, estendendo amão por debaixodá mesa, colocou-a sobre a coxaProjeto Revisoras 893
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dela. Serenasentiu um fluxode sangueagitando-se emsuas veias e obrilho quente dosolhos deledeixava-a aindamais afogueada.
— De um pontode vista bemimparcial — disseele, com um ar detroça —, pensoProjeto Revisoras 894
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que é uma ótimaidéia.
Depois, ficandosério,acrescentou:
— Se Phillipscriar problemaspara lhe entregaro dinheiro,conte-me.
— Você omandará para acâmara de torturada primeiraProjeto Revisoras 895
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página do jornal,é isso?
Sorriu,satisfeita com aconfirmação deTom.
— Algo assim.A mão dele
tornou-se maisousada.
— Tom, estamosnum restaurante!
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Colocou a mãosobre a dele paraimpedir novosavanços, mas nãofez qualquergesto paraafastá-la. Aocontrário,saboreava aintimidade docontato dele edeixou que esseprazer apenetrasse,Projeto Revisoras 897
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compensando obreve arrepio quea conversa lhecausara. Será queAndré aindaestava zangado?Tentaria fazê-ladesistir doprojeto?
No primeiromomento, pareceuque tinha sepreocupado à toa,pois André veioProjeto Revisoras 898
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ao seu encontrocaloroso efalante comosempre. Esperava-a no lugar decostume conformecombinaram.Depois de beijá-la nas duas facescomeçou adiscorrer sobreas glórias do solde maio e outrasamenidades.Projeto Revisoras 899
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Serena foiindulgente comele o quantopôde, mas a certaaltura resolveutocar no assuntodos negócios.
Tentou prepararo caminhocolocando remédionas feridas.
— Ainda estázangado comigo?
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— Zangado? Comvocê? Não —respondeu ele comuma calmadecepcionante. —Nunca estivezangado com você.Fiquei apenaspreocupado,principalmentequando soube quevocê havia saídocom ele.
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— O que temcontra Tom?
— Não gosto dever você perdendotempo com ele.
— Por que não?— Ele me deixa
nervoso. Nãoconfio nele; sefosse você,ficaria longedesse sujeito.
Serena não pôdeconter um riso.Projeto Revisoras 902
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— Vocês doisparecem doismeninos, brigandocom o mesmoargumento. É comoouvir um disco.Não possoentender por quedesconfiam tantoum do outro.
André deu deombros, com arinocente.
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— Ele não temmotivos paradizer isso demim. Mas eu seiquem ele é, é umrepórter.
— Era.— Mete-se nos
negócios dosoutros.
— Parece atéque você tem algopara esconder.
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— Eu? Claro quenão. Mas todomundo sabe que osrepórteres sãopessoas falsas.Ficam com espumana boca quandovislumbram apossibilidade deuma boa história.E não se importamse estão sendofiéis aosfatos...Projeto Revisoras 905
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— Não digaisso! —interrompeuSerena, com umardor que jamaispensaria ter. —Ser fiel aosfatos importa-lhes muito. Pelomenos para Tom.
André não lhedeu tempo parapensar sobre suas
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palavrasimpulsivas.
— Conhece-o hámuito tempo?
— De certaforma. Possodizer que sim enão.
— Ele veio daregião de LosAngeles, comovocê. Esteveenvolvida comele?Projeto Revisoras 907
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— Eu era umacriança naquelaépoca, André. Saída costa oestequando tinhatreze anos.
André concordoucom a cabeça,deixando-arepentinamenteapreensiva.
— E o quesignifica elepara você agora?Projeto Revisoras 908
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A forma diretacomo fez apergunta tornou-aagressiva.
— Issointeressa a mim ea Tom. Não creioque tenha algumaimportância paranós dois.
Fez uma pausatentando falar daloja.
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— O que éimportante paranós é se posso ounão ter odinheiro quepreciso paraabrir uma filialda DocesSerenidade. Deacordo com oregulamento querecebi, possoretirar o
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dinheiro na horaque quiser.
Serena ficoumaisdesconcertada coma dureza dasfeições de Andrédo que com aresposta que elelhe deu.
— Você aindaestá pensandonisso? Julgueique havíamosProjeto Revisoras 911
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concordado emesquecer oassunto.
— Não de todo.Passei um bomtempo pensando echeguei àconclusão de queagora é uma boaocasião.
— A economiaestá em crise,Serena, já lhefalei antes.Projeto Revisoras 912
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— A economiapode estarabalada, mascreio que DocesSerenidade nãoserá afetada porisso. Sei que oslucros serãoaltos em qualquerlugar que euescolha e estouconvencida deque, a médioprazo, a filialProjeto Revisoras 913
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começará a rendertanto quanto aloja da cidade.
André sentava-se rígido, orosto contraídonuma máscara quepretendiaesconder airritação que ocorroía.
— É Reynoldsquem está por
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trás disso, nãoé?
— Tom não temnada a ver comessa história.. —Mas está a favor,não está?
— Concorda queé uma boa idéia.Mas isso nãoimporta. Eudecidi abrir umasegunda loja esou inteiramenteProjeto Revisoras 915
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responsável peladecisão.
— Mesmo contrao meu conselho?
Serena ficouespantada com aveemência daadvertência dele.Esperararesistência, masnem tanto.
— Você é meuagente paraassuntos deProjeto Revisoras 916
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investimentos,André, não meuempresário ou opresidente dacompanhia.Gostaria muito decontar com suaaprovação, afinalsomos amigos.Mas, há cincoanos, fui eu quemdecidiu abrir aDoces Serenidadee agora tambémProjeto Revisoras 917
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sou eu queresolvo sobre aexpansão.
— Então é apalavra final? —perguntou de ummodo maissimpático.
Serena sorriu,e com gentilezatentou melhorar-lhe o humor.
— Nada édefinitivoProjeto Revisoras 918
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enquanto nãohouver umaassinatura naúltima linha. Nãofoi você mesmoque me disseisso? Vou começara procurar oimóvel e calcularos custos dainstalação.Gostaria que vocêfizesse o mesmo.
— O mesmo?Projeto Revisoras 919
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— Queverificasse omontante dodinheiro do qualpoderei dispor.Meu últimoextrato ainda nãochegou e não seiquanto foiacrescido dejuros edividendos.
André olhou-aem silêncio,Projeto Revisoras 920
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despertando-lheuma ponta depreocupação.
— Algumproblema?
— Não háproblemas — disseele, dando deombros. — Paraquando quer odinheiro?
— Na próximasemana? Mesmo
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lugar, mesmahora?
Imprimiu um tomcasual às suasperguntas,tentando vencer ovago sentimentode desassossegoque a invadira.Felizmente Andrémostrou-se àaltura dasituação,tornando-seProjeto Revisoras 922
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novamentesimpático eencantador.
Serena sãoconseguiuesquecer suasdúvidas e, pormais quetentasse, nãoencontravaresposta parajustificar suaapreensão.
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Na verdade,estava maisdeterminada doque nunca a pôr oseu projeto emprática. A ironiada situação é queseu inesperadoenvolvimento comTom impulsionara-a ainda mais paraa concretizaçãodo plano. Nãosabia como aProjeto Revisoras 924
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relação delesiria terminar,mas sentia queseu amor por elecrescia a cadadia. E foipensando nissoque tornou-se tãofirme em suadecisão. Sabiaperfeitamente quecom a abertura dafilial teriamuito maisProjeto Revisoras 925
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trabalho a fazer,o que lhegarantia asanidade mental,caso Tom saísserepentinamente desua vida. Otrabalho seriauma ótimadistração e umexcelente meiopara esquecê-lo.
— Alguém estáapaixonada!Projeto Revisoras 926
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— O quê?— Ouviu muito
bem o que eudisse, Serena.
Cynthia sacudiuos cabelosdourados e riualegremente.
— Se pudessever sua cara!Parece umagarotinha pegacom a mão na latade doce.Projeto Revisoras 927
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Serena ficouvermelha.
— Nem tanto.— Nem tanto o
quê? Nem tantoapaixonada ou nemtanto pega emflagrante?
— Ambos.— Serena —
falou a outracomo se estivesseensinando umacriança —, vocêProjeto Revisoras 928
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está querendotapar o sol com apeneira. Estáescrito na suacara! Desde quechegou aqui nãoparou de procurarpor ele.
— Isso não éverdade, Cynthia.Ele só chegarádaqui a uma hora.
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— Ah! Entãomarcaram encontroaqui?
— Vem me buscarmais tarde.
— Não vaijogar?
— Hoje, não.Foi a umareunião.
Inclinou-separa amarrar otênis lembrando-se de Tom quandoProjeto Revisoras 930
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fora buscá-la naloja. Estavadistraído,parecia mesmopreocupado.Quando ointerrogou, ele aabraçou, calando-a com um beijo.
— Você estáapaixonada porele, não está?
Arrancada deseus pensamentos,Projeto Revisoras 931
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Serena olhoumomentaneamente aamiga.
— Quem sabe? Oamor uma hora é,outra não é. Só otempo poderádizer.
Nessa mesmanoite sentiu queo tempo era seuinimigo. Tomvoltou da reuniãoextremamenteProjeto Revisoras 932
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tenso e atéchegarem aoapartamentofalaram deassuntos banais.O que estariaacontecendo comele? Teria tantosproblemas emrelação a ela?Serena sentia-sequase em pânico.
Pela primeiravez amaram-se naProjeto Revisoras 933
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casa dela e maisuma vez foienvolvida pelaforça da paixão.Quando estava nosbraços deleconhecia-o bem,entendia seusdesejos eatendia-os com omesmo fervor queele lhedemonstrava.Nesses momentos aProjeto Revisoras 934
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CAPÍTULO VIIICAPÍTULO VIII
— Estivepensando sobre osseus planos arespeito da DocesSerenidade —começou ele,enquantopermaneciamdeitados um juntoao outro, depoisdo amor. — Talvezdevesse esperarProjeto Revisoras 936
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um pouco antes deabrir a filial.
— O quê? —perguntou Serena,erguendo a cabeçado ombro dele.
Tom abraçou-a,fazendo-a deitar-se.
— Por que nãoesperar algunsmeses?
— Que diferençafariam algunsProjeto Revisoras 937
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meses? Sentiu queele encolhia osombros.
— As rendasterão aumentado eo dinheirocirculará commais liquidez.
— Você acreditarealmente nisso,Tom? Acha que unspoucos mesesserão suficientespara que hajaProjeto Revisoras 938
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alguma mudançasubstancial naeconomia?
— Nunca sesabe.
A indiferençadele foi demaispara ela.
— Nãocompreendo —murmurou um tantomagoada. — Outrodia você disseque era a favorProjeto Revisoras 939
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da idéia. Por quemudou tão derepente?
— Não mudei deidéia sobre aexpansão, só achoque você poderiaesperar um pouco,é um passogrande, poderiaser prematuro.
— Não toleroisso! — explodiuela, sentando-seProjeto Revisoras 940
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na cama. — Agoravocê fala comoAndré. O que hácom vocês dois?Com quem você sereuniu esta noiteque não quer medizer?
Tom apertou seubraço levemente.
— Foi umareuniãorelacionada aojornal, Serena,Projeto Revisoras 941
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posso assegurar-lhe; não tenhoencontros comAndré. Só queriaque você fizesseo mesmo.
— Ele controlameu dinheiro,Tom. Não possodeixar de vê-lo.E além do maisainda não entendio que você temcontra ele.Projeto Revisoras 942
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Tom não falounada, apenasergueu-se umpouco, pegandouma mecha doscabelos dela. Osolhos delemostravam umaestranha misturade ternura eraiva. Serenasentiu-setotalmenteconfusa.Projeto Revisoras 943
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— É 'Umabsurdo! —exclamou, pondopara fora suafrustração. —Vocês dois vão evêm e eu fico nomeio escorregandopra lá e pra cá.
— Não é bemassim. E, afinal,pensei que eutivesse mais
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importância paravocê do que ele.
Com um suspirode desamparo eolhos súplices,Serena recostou-se sobre o peitodele.
— Ah! Tom, vocêsabe que tem.Acontece que aloja é meupassaporte para asegurança, é oProjeto Revisoras 945
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meu mundo e oplano deexpansão... seperder essemomento, talveznunca mais tenhao mesmo pique.
Ele abraçou-aem silêncio,acariciando-lheas costas.
— Você é bemteimosa, mascreio que é umaProjeto Revisoras 946
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das coisas quegosto em você. Afilial é muitoimportante paravocê, não?
Serenaassentiu,esfregando a facenos pêlos dopeito dele.
— Está bem, váem frente. Masquero que me façauma promessa.Projeto Revisoras 947
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— Humm.— Se tiver
algum problemacom Phillips,quero que meconte. Surpresa,Serena olhou-o eentreviu nosolhos dele amesma
expressãodeterminada quedemonstraraantes, noProjeto Revisoras 948
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domingo, ao falarde André. Ficouperplexa quandopercebeu que eletinha quasecerteza de queAndré causariaproblemas.Sentiu-se como sehouvesse perdidoalgo vital e,quando falou,mostrava-secautelosa.Projeto Revisoras 949
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— Tenho certezade que não haveráproblemas, Tom.André estava meiohesitante nocomeço, mas émuito natural quetenha pensado umpouco.Apresentou-me asmesmas dúvidasque você, masacabouconvencido. DevoProjeto Revisoras 950
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dizer que ele éum perdedorbastantesimpático.
Calou-se,observando orosto contraídode Tom. Entãosorriu e passousua perna sobre ocorpo dele,perguntando-lhenum sussurro:
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— O que há comvocê?
Foi com prazerque viu o rostodele desanuviar-se, enquanto elelhe buscava oslábios em umbeijo apaixonadoe afetuoso. Comcerta relutância,Tom levantou-se ecomeçou a sevestir e SerenaProjeto Revisoras 952
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só encontrouforças paraseparar-se deleante a promessade passarem o fimde semana juntos.
Na sexta-feirajantaram fora edepois foram aoteatro. Nessanoite dormiram nacasa de Tom e,mais uma vez, foiuma felicidadeProjeto Revisoras 953
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imensa estar nosbraços dele.
No dia seguintede manhã elelevou-a até aDoces Serenidadee, pela primeiravez, Serenalamentou ter deficar ali o diatodo. Preferiamuito mais passaro dia com ele. Noentanto, sentia-Projeto Revisoras 954
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se compensadadessa separaçãopela atitude deTom, quedemonstravacompreensão eparecia mesmoadmirar suadedicação à loja.
No final datarde ele voltoupara buscá-la e,após uma rápidapassada no seuProjeto Revisoras 955
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apartamento parapegar roupas,foram para a casadele. Serena deuum suspiro dealívio quando aporta se fechouatrás dele,afastando-a domundo com suasdificuldades esuas dores. Alisentia-se livrede preocupações,Projeto Revisoras 956
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tornando-seapenas uma mulherjunto de Tom,permitindo queseu amor setransformasse empalavras e gestosde afeto. Esentia-se grata aele porproporcionar-lheesses momentosque afastavam desua mente asProjeto Revisoras 957
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dúvidas que aindaa afligiam.
O início dasemana foibastante agitado,com poucosmomentos defolga. Além darotina detrabalho, elateve de cuidardos seus planosfuturos,começando aProjeto Revisoras 958
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buscar um localpara instalar afilial. Primeirolistou os bairrosque possuíamcentroscomerciaisdesenvolvidos epartiu à procurade um imóvel paraalugar, deixandoa loja aoscuidados deNancy. ConseguiuProjeto Revisoras 959
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encontrar trêspontos que lhepareceram bons,sendo que umdeles agradou-ade modo especial.
Munida de umapasta com asprevisões decustos, seguiu aoencontro deAndré, na quarta-feira hora doalmoço. EleProjeto Revisoras 960
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recebeu-a com umabraço caloroso esegurou-a fortepelos ombrosenquanto entravamno restaurante.Serena sentiu-seum tanto confusaemocionalmente e,embora nãogostasse dessasefusões afetivasde André, nãoachou convenienteProjeto Revisoras 961
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ofendê-lo nummomento tãodelicado.
Durante oalmoço discutiramos detalhes doprojeto e,entusiasmada coma atençãoexclusiva que elelhe dispensava,ela discorreuminuciosamentesobre as despesasProjeto Revisoras 962
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que teria defazer, falandomuito mais com oamigo que com oprofissional.Afinal, eleretirou um maçode papéis dobolso e pediu-lheque assinasse aordem de retiradado dinheiro.Serena nãohesitou emProjeto Revisoras 963
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colocar seu nomeno documento.André guardou-ono bolso e pediu-lhe licença parase retirar poralguns momentos.
Mas, conformeos minutos seescoaram, suasatisfação de-cresceu. Começoua sentir-sepreocupada: haviaProjeto Revisoras 964
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sido muito fácil,André forademasiadoagradável. Tendoem vista a forteoposição que lheapresentara nasemana passada, acooperação deleagora pareceu-lhebem estranha. Outeria sido Tomquem semeara adúvida em suaProjeto Revisoras 965
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mente? Afinal,por que teria dehaver algoerrado?Certamente tudoestava bem. Masonde estariaAndré?
Ao vê-loaproximar-se, suaapreensãoaumentou em vezde diminuir. ElecaminhavaProjeto Revisoras 966
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confiante em suadireção, mas aexpressão dorosto haviamudado: osestimulantessorrisos foramsubstituídos pelamáscara dura quejá lhe mostrarana semanaanterior.Subitamenteocorreu a ela queProjeto Revisoras 967
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André ainda nãoapresentara obalanço de seusinvestimentos,conforme tinhamcombinado. Quandoele se sentou,ela endireitou-serapidamente,esforçando-se pormanter a vozindiferente.
— Tudo emordem?Projeto Revisoras 968
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— Tudo certo —respondeu ele comum sorrisoestranho. Bebeuum gole de vinhoe encarou-a comdesafio. Serenapercebeu quefalavam de coisasdiferentes.
— Quando tereio dinheiro? —perguntou malescondendo seuProjeto Revisoras 969
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constrangimentoatrás de umsorriso.
— Levará algumtempo.
— Como? Quantotempo? Dias...semanas?
— É difícildizer, Serena. Eua avisarei assimque souber.
— Não entendo,André, tinhaProjeto Revisoras 970
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certeza de poderlevantar odinheiro emalguns dias.
— Os temposandam difíceis.
— É o meudinheiro! — elafranziu assobrancelhas emoderou um poucoa irritação. —Por sinal, vocême trouxe asProjeto Revisoras 971
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contas? Ainda nãovi os cálculosque ficou defazer e nem seiexatamente sobrequanto dinheiroestamosconversando.
— Não termineios cálculos,Serena, mas eu ainformarei sobreisso.
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Sorriu querendotranqüilizá-la.Um gesto inútil.
— Você está meenrolando, André— acusou ela comsuavidade.
— Lógico quenão, Serena. Tudoserá resolvido nodevido tempo.Tenha paciência.
Bateu-lhe deleve na mão, comoProjeto Revisoras 973
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se ela fosse umamenininhaindócil. Aquiloenraiveceu-aainda mais.
— Estou prontapara tanto, desdeque você meapresente umajustificativarazoável para ademora...
— Paciência.
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Serena tirou amão de cima damesa. Respiroufundo e mudou detática.
— O queacontece André?Existe algo muitoestranho nessasua conversa.Você me lembraessescomerciantescheios deProjeto Revisoras 975
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salamalequesenquanto estãofazendo o negócioe que quaseamaldiçoam agente quandoachamos que oobjeto não éadequado. Somosamigos. Nãoconsigo entendersua atitude.
— Não precipiteas coisas, SerenaProjeto Revisoras 976
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— foi tudo o queele disse, com umamplo sorriso.
— André...— Não se
precipite!Tornou-se
subitamentesério, com um arde orgulhoofendido. Elasentiu-setotalmenteconfusa e o que aProjeto Revisoras 977
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perturbava maisera a sensação deque tudo aquiloera inevitável.
— André, vocêtem o dinheiroque lhe dei parainvestir, nãotem?
Falou numimpulso como sequisesse afastarda mente asuspeita queProjeto Revisoras 978
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surgira nela.Teria acontecidoalgo com suaseconomias e eleestaria com medode dizer-lhe?
— Eu sei sobrevocê e Reynolds,Serena.
— O... o quê? —gaguejou ela.
A frieza doolhar dele
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provocou-lhe umestremecimento.
— Eu meinformei sobre otempo em que vocêviveu naCalifórnia. Saiude lá forçada,não foi?
Serenaempalideceu,olhando-oincrédula.Esqueceu-se doProjeto Revisoras 980
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ambienteagradável que oscercava, domurmúrio dasconversas e daamizade quehaviamcompartilhado. Sóconseguia escutaras palavras delee suas maldosasimplicações.
— Sobre o queestá falando?Projeto Revisoras 981
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— Seu pai —disse olhando-acom dureza. — Seitudo sobre o seupassado.
Ela suspendeu arespiraçãoenquanto serecuperava dochoque.
— Sim... e daí?O que pretendecom isso? Quediferença faz?Projeto Revisoras 982
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Tom não lhedissera que era aúnica a sepreocupar com opassado?Evidentementeestava errado.
Os olhos deAndré brilharamquando percebeusuavulnerabilidade.
— Sabia quetinha algoProjeto Revisoras 983
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estranho na formacomo você o olhounaquele dia. FoiReynolds quemdenunciou seupai. Os arquivosdos jornais estãolá, mostrandoisso em letrasgarrafais.
Serena engoliuem seco emurmurou a mesmapergunta:Projeto Revisoras 984
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— Mas, e daí, oque pretende comisso? Sei o queexiste lá, masnão entendo o queisso tem a vercom o negócio queestamos tratando.É coisa dopassado. Meu paipagou pelo quefez. Não tem nadaa ver com o meuprojeto deProjeto Revisoras 985
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ampliação daDoces Serenidade.
— Espero quenão.
O súbito vazioem seu estômago,roubou-lhe acalma.
— André! —gritouexasperada.
Mas ele lançouum olhar emvolta,Projeto Revisoras 986
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advertindo-a deque estavam empúblico. Serenaabaixou a voz.
— Não possoacreditar em tudoisso! Devo teresquecido algumacoisa, em algummomento. Por quenão me explica?
Apelava para oamigo que eletinha sido, masProjeto Revisoras 987
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parece que essapessoa nãoexistia mais.
Ele inclinou-sesobre a mesa,sorrindo paramanter asaparências, masseu tom de voznão tinhaqualquer humor ousimpatia.
— Está bem,Serena, vou lheProjeto Revisoras 988
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explicar. Nãoposso entregar-lhe o seudinheiro agora enão desejo serpressionado. Sefor precisoespalharei ahistória de suafamília e vocêterá grandesdificuldades paraarranjar alguém
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que lhe alugue umimóvel.
Horrorizada elaconseguiu captaras palavras delepor partes.
— Espere umpouco, vamosvoltar atrás.Você diz que nãopode me entregaro meu dinheiroagora? Por quenão? Creio queProjeto Revisoras 990
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todos osinvestimentos quefez continham umacláusula sobre aretirada...
— Costumam ter.— Então, por
que...? — elasentiu-seprofundamentedesanimada. —Está perdido...fez algo comele... como pôde?Projeto Revisoras 991
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— Fiz coisasque julguei seremrendosas. Apenaspreciso de maistempo. Vocêreceberá todo oseu dinheiro,Serena.
— Quando? Issoé justo? Precisodesse dinheiro sefor abrir...
— Adverti-a deque este não eraProjeto Revisoras 992
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o melhor momentopara a expansão.
— Quero saberpor quê.
Furiosa, tevede abaixarnovamente a voz.
— Como pôdefazer issocomigo? —continuou. — Comopode fazer issocom qualquer deseus clientes?Projeto Revisoras 993
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Um ligeirolampejo deremorso brilhounos olhos deAndré, masdesapareceurapidamente dandolugar à suamáscara dura.
— Tenho minhasnecessidades,Serena. Não éfácil sustentarminhas ex-Projeto Revisoras 994
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esposas, ascrianças, a casaem Kenwood e asoutras despesas.Eu simplesmenteusei o seudinheiro...
— Só o meu?— O seu e de
outros, parafazer diferentesespécies deinvestimentos.Ligeiramente maisProjeto Revisoras 995
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especulativos.Estou esperando oretorno, aídevolverei a suaparte.
Uma pequenalinha de suor bemabaixo dos lábiostraia a calma davoz dele.
— E,honestamente,você pensa que odinheiroProjeto Revisoras 996
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aumentará? Eleinclinou a cabeçade um jeitoarrogante.
— Não vejo porque não. Somenteestá demorandomais do quepensei.Realmente, nuncaimaginei que vocêfosse querer odinheiro agora.
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— Isso é roubo,André. Você sabedisso, não?
— Gosto dechamar deempréstimo.
— Chame do modocomo quiser, estácometendo umcrime...
— Em relação aoqual você não iráfazer nada.
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— Como podeestar tão certo?Você sabe o queesse dinheirosignifica paramim? Mesmo nãoconsiderando afilial, ele é omontante dasminhas economias.Você está jogandocom o meu futuroe eu não gostodisso. O que lheProjeto Revisoras 999
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entreguei nessesúltimos anos podeser muito menosdo que recebeu deoutros clientes,mas para mim éuma importânciamuito grande. Nãoposso acreditarque tenha feitoisso comigo,André, realmentenão acredito.
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Andrépermaneceuindiferente àmágoa dos seusolhos.
— Sinto muito,Serena — falou,impassível. —Tudo o que possodizer é que vocêreceberá seudinheiro. Cedo outarde.
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Ela enrijeceu-se na cadeira.
— Pode apostarque receberei.
Embora nãotivesse nenhumplano em mente,sabia que tinhade fazer algo.Como vítima de umgolpe tão frio,sentia-seexasperada.
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André, noentanto, falouprimeiro:
— Não façanada, Serena.Lembre-se de queeu sei de tudo.
Seu coraçãopulou nagarganta. Elesabia, e pelaexpressãodeterminada quemostrava soubeProjeto Revisoras 1003
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que executaria aameaça.
— Vocêrealmente não seimportaria em meferir, não éverdade?
—Relutantemente,Serena — esticou-se para tocar-lhea mão, mas elaafastou-o com umgesto. — SabeProjeto Revisoras 1004
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como me sinto emrelação a você...
— Não querosaber dehistória! —cortou ela. —Você não poderáme ferir com suasameaças.
— Não sãoameaças, Serena.Você sabe quetudo o que eudisse é verdade.Projeto Revisoras 1005
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— Mas nãoimporta. Eu tenhominha própriavida.
— E está certa— ele sorriudelicadamente. —Você conseguiuaquela lojapequena edelicada. Seusfregueses adoram-na, julgam-na aimagem daProjeto Revisoras 1006
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inocência. Seráuma vergonha sedescobrirem queseu pai foi umcriminosoconvicto.
O vazio de seuestômagoespalhou-se,deixando-a pálidae tensa.
— Você tentariame destruir?
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— Somente se meforçar a isso.Realmente, não hápor que nãopossamos fazer umacordo.
— Que tipo deacordo?
— É muitosimples. Vocêadia a aberturade sua filial atéque eu receba osmeus lucros.Projeto Revisoras 1008
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Depois lhe dareiaté mesmo umagratificaçãoadicional. Não éinteressante?
— É nojento.Não quero nem umcentavo do seudinheiro, desejoapenas o meu.
Ele deu deombros.
— Lamento.
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Nesse momentoSerena tomou umadecisão. Ondeencontrou forçasnão poderiadizer, mas suavoz era firmequando reagiu àchantagem dele:
— Voudesmascará-lo,André. Isso não écerto. Confiei emvocê, dei-lheProjeto Revisoras 1010
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praticamentetodos os centavosque ganhei a maiscom meu trabalhona loja. O quevocê fez é umcrime.
— Você não vaime denunciar. Elaacenou com acabeça.
— Não me ameaceoutra vez, nãofunciona. PodeProjeto Revisoras 1011
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espalhar o quequiser a meurespeito. Minhafamília inteirajá pagou pelo quepapai fez.Recuso-me a pagaroutra vez,trabalhei muitonesses últimoscinco anos. Areputação daDoces Serenidade
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pode ser mantidapor si própria.
Sua esperançaera que Andrérecuasse ante suaameaça dedenunciá-lo e quechegasse mesmo aarranjar-lhe umaparte do dinheiroque elainvestira. Masele simplesmenteergueu-se daProjeto Revisoras 1013
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cadeira, pegou opapel que elaassinara um poucoantes, entregou-lhe e sentou-secalmamente.
— O que é isso?— Leia.— Esse é o
papel que euassinei. Umaautorização paravocê retirar meusfundos.Projeto Revisoras 1014
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— Leia.Sentiu-se
trêmula quandoseus olhospousaram sobre opapel..Imediatamentepercebeu que eradiferente.Assinara umaautorizaçãopadrão e diantedela estava umacarta. A únicaProjeto Revisoras 1015
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coisa igual era asua assinatura nofinal.
Primeiro ficouconfusa, depoisincrédula e emseguida apavorou-se à medida queseus olhospercorriam aslinhas do texto.O sangue latejouem suas veias,ecoando em todo oProjeto Revisoras 1016
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seu corpo epressionando-lheo cérebro. Quandofinalmenteterminou aleitura estavaatônita.
— Não acreditonisso — murmurou.
A cor sumira desua face e seusolhos castanhosestavam vazios,sem expressão.Projeto Revisoras 1017
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André poderiabem estar lhefalando sobre osplanos dele parao fim de semana,tal era aindiferença quedemonstrava.
— É melhoracreditar,Serena. O quevocê tem na suafrente é umacarta que aProjeto Revisoras 1018
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envolve em tudo oque eu fiz.
Sua voz tremeu:— É muito mais
do que isso, vocêsabe.
Ele sorriu.— Então você
compreendeu tudo.— Ela não só
proclama meuenvolvimento,como faz crer queProjeto Revisoras 1019
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fui eu quemplanejei tudo.
Horrorizada,Serena abaixou osolhos para a suaassinatura.
— Mas isso éfalso! Eu jamaisassinei algoassim!
— £ a suaassinatura —falou André,
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vaidoso dafaçanha.
— Sim, eu sei.Mas eu não acoloquei nessa...nesse pedaçode... lixo...
Pegou o papelatirando-o no ar.
— Deveriadizer-lhe parater cuidado, masé apenas umacópia. O originalProjeto Revisoras 1021
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está muito bemguardado.
Serena aindaestava aturdida.
— Comoconseguiu...minha assinatura?
— Muitosimples. O papelque você assinouera a autorizaçãopadronizada, massob ela estava acarta que leu.Projeto Revisoras 1022
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— Então é umacópia em carbono?
— Não se nota adiferença, não é?
Fixando osolhos, elaestudou aassinatura e nãoconseguiuperceber qualquerdiferença. Eraexatamente iguala uma original.
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— Ninguémacreditaránisso... não fazsentido.
— Qualquer umque saiba de seupassadoacreditaráfacilmente.
— Como ousa!— Ora, ora! —
ele apertou-lhe amão e Serenaestava muitoProjeto Revisoras 1024
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perturbada paramover-se. — Falebaixo, astestemunhas nosrodeiam. E sabemde nossos almoçosfreqüentes, nomesmo lugar, àmesma hora.Testemunhas denossos abraços ebeijos na face.Para todos, somosnamorados.Projeto Revisoras 1025
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— Deus meperdoe, isso nãoé verdade!
— Vaicomprovar?
Deliberadamenteele tocou nocerne da questão.Era um blefe, elasabia, masousaria desafiá-lo? Por um lado,se ele levasseadiante a ameaça,Projeto Revisoras 1026
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teria deenfrentar apossibilidade deperder a loja oualgo pior. E, seaceitasse o queele lhe propunha,teria apenas deadiar seusplanos. Talvezaté recuperasseseu dinheiro, ouentão teria deaceitar perdê-lo.Projeto Revisoras 1027
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De qualquerforma, umaescolha era piorque a outra. E noestado emocionalem que estava eraincapaz de tomarqualquer decisão.Sem uma palavra,pegou a bolsa elevantou-sedirigindo-se paraa porta. Andrésegurou-a pelaProjeto Revisoras 1028
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mão e, no mesmoimpulso, ficou depé a seu lado.Emboraaparentassecalma, os dedosdele apertavam-lhe fortemente amão.
— Eu seriacuidadoso comisso, Serena.Você só tem a
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perder —advertiu-a.
Puxou-a maispara perto efalou-lhe noouvido.
— Se fosse vocênão diria nada aReynolds, senãovai virarmanchete dejornal. E lembre-se de que eutenho umaProjeto Revisoras 1030
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reputação amanter. ;
Um arrepiopassou pelo corpode Serena.
— Tom não farianada que meferisse.
— Para suasegurança, esperoque não. Mas é otrabalho dele ejá lhe mostrou doque é capaz emProjeto Revisoras 1031
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Los Angeles, nãofoi? Eu nãoconfiaria nele,já lhe faleiantes.
O olhar irônicodele reacendeu-lhe a raiva.
— Você é umréptil, André!Uma cobra! Epagará por isso,pode crer.
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— Não diga oque não poderácumprir.
Com um puxãoSerena soltou amão que elesegurava ecaminhou para asaída sem olharpara trás. Nemreparou na belezado dia, no céuazul, no solbrilhando claro,Projeto Revisoras 1033
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as árvoresfloridas em voltada praça. Olhavadireto em frente,andando ereta, acabeça levantada,para a DocesSerenidade. Sóentão pôdeapreender amonstruosidade daameaça que Andrélhe fizera. Erapura chantagem,Projeto Revisoras 1034
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envolvendo suavida, e não sabiacomo escapardela. Trabalharatanto para ter umpouco de sucessoe agora, por terconfiado emalguém desonesto,corria o risco deperder tudo. Foipara o quarto dosfundos, tentando
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encontrar umasolução.
— Está comenxaqueca,Serena?
— Oh! Mônica! —virou-se paraolhar a mocinha.— Sim, não estámuito forte, masserá que vocêpoderia cuidar daloja?
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— Lógico. Possoajudá-la em algomais?
— Não. Creioque vou ajeitaressas coisas —disse, mostrandoas encomendassemi-empacotadas.— Pode ficar láfora, estou bem.
Mônicadesapareceu,deixando-aProjeto Revisoras 1037
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sozinha com seusmedos. Estavaacuada. Será queo passadoressurgira paraferi-lanovamente?
Seus olhosencheram-se delágrimas. No fimdas contas, Tomestava errado.Era seu destinoser atormentadaProjeto Revisoras 1038
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para sempre pelocrime de seu pai?Mas não, Tom nãoerrara em muitasoutras coisas.Sempredesconfiara deAndré. Haviajustificado osatos querealizara comorepórter,forçando-a asentir a agoniaProjeto Revisoras 1039
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das vítimas.Agora não eramais umadramatizaçãoimaginária, masuma realidadeterrível que adeixavaamedrontada e só,num beco semsaída.
— Serena?Emergindo do
nevoeiro, ergueuProjeto Revisoras 1040
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os olhos paraMônica.
— Telefone paravocê, é TomReynolds.
Com a gargantaapertada deangústia, Serenaapenas sacudiu acabeça, indicandoa Mônica que nãoiria atender. Oque poderiadizer-lhe? UmaProjeto Revisoras 1041
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parte dela, suaporção indignadacom a atitude deAndré, queria queTom fizesseexatamente aquiloque André disseque ele faria,publicar ahistória naprimeira páginado Bulletin. Masisso também aincriminaria eProjeto Revisoras 1042
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ainda mais do quea André. Semdúvida alguma elehavia conseguidoenvolvê-latotalmente em suatrama. Mônicareapareceu.
— Pediu que lheligasse assim queestiver livre.Serena concordoumas,imediatamente,Projeto Revisoras 1043
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percebeu que issonão seriapossível. A lutaera dela, não deTom. Não podiaaceitar ahipocrisia depedir-lhe ajuda,depois de tê-loacusado de fazerdenúncias somentepor lucro eprestígiopessoal. Mas queProjeto Revisoras 1044
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alternativatinha? Ir àpolícia? E se apolíciaacreditasse emAndré? Seacreditassem queela tinha sido amentora do golpe?E se Tom tambémacreditassenisso?
Esse últimopensamentoProjeto Revisoras 1045
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abalou-aprofundamente.Quando ele ligoude novo, e maisuma terceira vez,recusou-se aatender. Sabendoque haviaescolhido ocaminho doscovardes,precisava detempo parapensar. AindaProjeto Revisoras 1046
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tinha aalternativa deseguir asorientações deAndré e ficarcalada, esperandoque ele lhedevolvesse odinheiro. Mas oque tal atitudeprovocaria nela?Será que poderiaser a mesma
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compactuando comtal crime?
Esforçou-se pormanter a calma,impedindo que opânico crescessee lutando paracontrolar a dorde cabeça quetomava contadela. Precisavade tempo. Masquando, poucodepois das cincoProjeto Revisoras 1048
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horas, Tom entrouna loja soube queo tempo havia seesgotado.
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CAPÍTULO IXCAPÍTULO IX
— Onde estáela?
A voz deleecoou da porta daDoces Serenidade,chegando-até osfundos, ondeSerenadesembrulhava umadelicada garrafade cristal. SuasProjeto Revisoras 1050
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mãos tremiamquando a colocoude volta naestante e abaixoua cabeça, numaatitudedefensiva.
— Serena? — avoz de Tom sooumais próxima.
Ela nãolevantou osolhos.
— Serena?Projeto Revisoras 1051
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A voz dele,inicialmenteraivosa, tinhaagora umaprofunda ternuraque a desarmoucompletamente.Escondendo orosto nas mãos,começou a chorar.
— Oh! Serena.Em um instante
estava a seu
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lado, envolvendo-a nos braços.
— O que foi,minha querida?Diga.
Incapaz dedizer umapalavra, elaagarrou-se a ele.Tom esperoupacientemente quese acalmasse.
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— Não deveriater vindo—fungou.
— Demônios,lógico que eutinha de vir.Quando você serecusou a atenderao telefone,fiqueipreocupado. E viraqui foi a melhorcoisa que fiz.
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— Não, você nãocompreende.
Afastando-sedele, olhou-oenquanto apertavamecanicamente osolhos doloridos.
— Maldição!Venha, vamosembora daqui.
Olhou em voltaprocurando abolsa dela,enquanto a pegavaProjeto Revisoras 1055
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firmemente pelobraço.
— Não possosair agora, Tom.Tenho de esperara hora de fechar.
A voz de Tomtornou-se maissuave, enquantolhe limpava oresto daslágrimas com amão livre.
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— Mônicafechará paravocê. Você estáde novo comenxaqueca e oremédio está emsua casa. Vamos.
Ela aindatentou protestar.
— Mas Mônicanunca fechou aloja sozinha.
— Sempre há umaprimeira vez. ElaProjeto Revisoras 1057
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é capaz de fazerisso comtranqüilidade. Setiver algumproblema poderátelefonar-lhe queeu virei ajudá-la. Precisa demais alguma coisaalém disso?
Serena aindaquis protestar,mas desistiu.
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— Vou levá-lapara casa; vocêtomará umremédio,descansará umpouco e depoisirá me contar oque a transtornoutanto — Tomfalou, quandoentraram nocarro.
Ele ajudou-a a.subir e levou-aProjeto Revisoras 1059
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direto para oquarto, onde adeitou, apóshaver-lhe tiradoa roupa eoferecido o copode água com apílula.Acariciou-alevemente noscabelos e ficouao seu lado atéque adormecesse.Quando acordou,Projeto Revisoras 1060
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ele ainda estavaali e a presençadele transmitia-lhe uma incrívelsensação deternura etranqüilidade.Mas isso nãoexistia mais paraela e Serenacomeçou a chorar.
— Pode irembora, Tom.
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— Eu não vou aparte alguma,Serena.
Sentou-se aolado dela,abraçando-a erecostando-se naguarda da cama.
— Chore oquanto quiser,mas tire isso dedentro de você.Quero saber o que
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foi queaconteceu.
— Oh! Tom, étudo tão podre.Você não vaiquerer ouvir...
— Prefere queeu jogue minhafúria diretamentesobre AndréPhillips? Que euvá procurá-lo?
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— André? —murmurou elafracamente.
—Sim, André.Sei que almoçoucom ele. E, deacordo comMônica, vocêvoltou doencontro nesseestado. Ou meconta o queaconteceu ou ireiprocurá-lo.Projeto Revisoras 1064
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Por mais queprecisasse doconforto dosbraços dele,Serena levantou-se:
— Vou lavar orosto, estou mesentindoterrível.
Sem esperar,vestiu o roupão eentrou nobanheiro. Mas aProjeto Revisoras 1065
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ducha de águafria nãoconseguiu ajudá-la. Caminhou atéa cozinha embusca de um copode água eencontrou Tomsentado,esperando-a.
— Gostaria delavar o chão elimpar o fornoantes de descer àProjeto Revisoras 1066
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terra? Ou achaque já podefalar?
Serena fugiudele, em direçãoà sala.
— Na verdade,não há nada a serdito.
— Não acreditoque tenhaocorrido algoentre nós paraaborrecê-laProjeto Revisoras 1067
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tanto. Ontem ànoite você estavafeliz.
— Não é nadacom você, Tom.
— Então só podeter sido com oseu amigo André,o homem dodinheiro. Nãoquer me dizer oque conversaramhoje?
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— Não éimportante.
— Com osdemônios, Serena!Foi tãoimportante quevocê não quisfalar comigo àtarde. Conte-me!
Ela sacudiu acabeça.
— Então voutelefonar paraele.Projeto Revisoras 1069
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— Não!— Estou
avisando, se nãome contar vouprocurá-lo.
— Não posso.Sua voz ia se
tornando cada vezmais alta.
— Serena...— Não, não
quero mais serameaçada. Não meProjeto Revisoras 1070
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encurralenovamente, Tom.Não posso maissuportar isso!
Com uma calmadeliberada, Tomtirou o copo desuas mãos ecolocou-o sobre amesa. Ergueu-lheo rosto até queela foi obrigadaa olhá-lo e o queviu reacendeuProjeto Revisoras 1071
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nela todo amorque sentia porele.
— Se há algoerrado, Serena,eu quero saber.
— É problemameu — começoudizendo, para serinterrompida comveemência.
— É problemanosso. Você aindanão compreendeu?Projeto Revisoras 1072
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É problema nosso,Serena.
— Não possosobrecarregá-locom minhasaflições, Tom.Não é justo.
— E é justo queeu ame você? —murmurou,erguendo as mãospara segurar-lheas faces. — Éjusto que, depoisProjeto Revisoras 1073
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do que fiz comsua família, euainda queira oseu amor? É justoque depois de terencontrado o queprocurei porlongos anos euperca tudo porcausa de umfantasma dopassado?
Serena nãopodia acreditarProjeto Revisoras 1074
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no que estavaouvindo, mas aspalavras deleeram reforçadaspela extrematernura do toquedele e pelaexpressão quentedo olhar. Comoansiara por ouviraquelas palavras,deveria estar emêxtase. Por que,então, ainda seProjeto Revisoras 1075
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sentia subjugadapelo medo? Ogrande obstáculoainda não tinhasido vencido?
— Não sei o quefazer — murmurou.
Por um momentoque pareceueterno, olharam-se e ele leu emseus olhos amensagem que
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morava em seucoração.
— Você me ama,Serena? Elaassentiu com acabeça.
— Então confieem mim, porfavor. É a únicaforma de podermosresolver oproblema.Acredite queposso ajudá-la aProjeto Revisoras 1077
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agir da formamais correta. Senão fizer issonão teremosqualquer chance.
Ele levou-a atéo sofá, sentou-seao lado dela,pegando-lhe amão.
— Então, conte-me, desde ocomeço. É por
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causa dePhillips, não é?
Ela fez que sime, gaguejando umpouco, começou acontar-lhe aconversa doalmoço. Quandoterminou, Tomficou emsilêncio, perdidoem pensamentos.
— Deve pensarque sou louca porProjeto Revisoras 1079
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ter me metidonuma embrulhadadessas.
Ele sentou-seao seu lado,puxando-a parasi.
— Penso que élouca por não terme chamado noexato momento emque voltou doalmoço. O que afez agir assim?Projeto Revisoras 1080
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Subitamente,sentiu que eledeveria sabertudo. Sim, eletinha razão, sóhaveria esperançapara o amor delesse confiassemplenamente um nooutro.
— Fiqueienvergonhada.
— Envergonhada?Ele é um patife!Projeto Revisoras 1081
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Se não fosse vocêteria sido outrapessoa qualquer.Aliás, pelo queme disse, existemoutros que foramlesados por ele.
— Mas vocêtinha me avisadoe eu não lhe deiouvidos.
— Era apenasdesconfiança deminha parte. EsseProjeto Revisoras 1082
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é o primeiro fatoconcreto quetenho contra ele.
Serena estavatão preocupada emser sincera, emcontar-lhe tudoque nem seapercebeu dasimplicações daafirmação de Tom.
— Você acreditaem mim? —
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perguntou,desesperada.
— O quê? — eleafastou-se paraolhá-la. —Honestamente,achou que eu nãoacreditaria emvocê?
— Bem, no fimdas contas, eusou a filha de umcriminoso...convicto.Projeto Revisoras 1084
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— Serena!Quando vai sercapaz de esquecertudo isso?Apaixonei-me porvocê porque émeiga e sincera.Não ligo a mínimapara o que seupai fez. É vocêque eu amo. Você!
Se a tivessesacudido, nãoteria causadoProjeto Revisoras 1085
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maior efeito.Acreditou nele,não com a razão,mas naprofundidade deseu ser. E, aoolhá-lo, o fogoque conhecia tãobem brilhava nosolhos dele. Entãosoube, era o fogodo amor.
O beijo deletrouxe-lhe aProjeto Revisoras 1086
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promessa de umfuturo repleto decalor.Correspondeu aele com avidez,ganhandoconfiança em cadacarícia eesperança comcada promessa deamor sussurradaem seu ouvido.Mas logo eleafastou-a.Projeto Revisoras 1087
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Satisfeito de quea tormentativesse passado,Tom começou apensar no quefaria pararesolver oproblema.
— Gostaria dever o papel queAndré lhemostrou. Tem eleaí?
— Sim.Projeto Revisoras 1088
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Sem hesitarretirou-o dabolsa,entregando-lhe.Ele estudou-ominuciosamente,colocando-ocontra a luz eobservando-o dediferentesângulos.
— Aquelecanalha! Tentandochantageá-la comProjeto Revisoras 1089
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isso? Serenafranziu assobrancelhas,tentando entendero significado daspalavras dele.
— Quer dizerque não parececom um original?
— A olho nu,sim. Para aspessoas comuns.Mas para umespecialista ficaProjeto Revisoras 1090
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evidente que éuma cópia. Amenos que Andréproduza umoriginal não teráa mínima chance.
— O originalera um formuláriopadronizado. Mas,Tom, o únicojeito deprovarmosqualquer coisaserá no Tribunal.Projeto Revisoras 1091
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Não quero queisso aconteça!
Sentindo suaangústia, elepegou-lhe a mão.
— Creio que nãoserá preciso irtão longe. Andréestá blefando,você sabe disso.Temos dedescobrir umaforma de agir.
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Serena sentou-se no sofá, acabeça entre asmãos. O dilemacom André nãoseria fácil deresolver, sabia,embora Tomestivesse alipara ajudá-la.Acreditava nele,juntos haveriamde encontrar umasolução. OuProjeto Revisoras 1093
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talvez Tomencontrassesozinho, poissentia-se aindaconfusa, imersana escuridão quea tempestadeprovocara.
Tinha algumasdúvidas nosucesso do planoquando telefonoupara André,pedindo-lhe queProjeto Revisoras 1094
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viesse logo cedoao seuapartamento poisprecisava falar-lhe. Confiante notoque de medo quehavia em sua voz,André aceitou oconvite.
Ela ainda tinhadúvidas quandoTom a deixou porum curto período,voltandoProjeto Revisoras 1095
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carregado comequipamento degravação eacompanhado de umdetetive que,como por acaso,passou a noite nosofá, enquantoela e Tomcompartilhavam oleito.
As dúvidastinham aumentadoquando, de manhãProjeto Revisoras 1096
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cedo, recebeuAndré comdelicadeza,mostrando-seeducada ante aarrogância dele,oferecendo-lhe ocafé da manhã emsua louça chinesae conversando comele sobre aquestão dodinheiro. Tentouretomar toda aProjeto Revisoras 1097
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conversa quehaviam tido,protestounovamente dianteda carta que elehavia forjado,incentivando-o arevelar osdetalhes de seuplano.
Suas dúvidasmais cruéis, noentanto, surgiramquando o detetiveProjeto Revisoras 1098
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saiu do quarto eleu para André osseus direitos dedefesa. Ficouextremamenteagitada quandoviu o choqueexpresso no rostodele, mas, quandouma máscara depuro gelosubstituiu oespanto que ohavia tomado, elaProjeto Revisoras 1099
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também endureceu.— Nada disso seráaceito peloTribunal — disseAndré, olhandofriamente paraTom que seaproximara.
Foi o detetivequem respondeu.
— Essa cartacom certeza nãoserá. Qualquerperito poderáProjeto Revisoras 1100
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desacreditá-la.Mas as gravaçõese a testemunha...
Todos os olhosse voltaram paraSerena, quesentiu-sesimplesmenteaterrorizada.
Tom reconheceu-lhe o medo.Apertou a mãodela e olhou-a,encorajando-a.Projeto Revisoras 1101
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— Não creio queseja necessárioque Serena vá aoTribunal. >Sugiro que vocêfaça um apelo.
André pareciaimperturbável.
— Não tenhonada paraconfessar.
— Poderá cantaruma cantigadiferente maisProjeto Revisoras 1102
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tarde — continuouTom. — Furto sobpretextos falsosé uma coisa.Conspiração paraaltos subornos éoutra.
Serena não foia única que olhousurpresa paraTom. Andréempalideceu.
— Sobre o queestá falando?Projeto Revisoras 1103
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— AnnCarruthers.Edward Grant.Penso que sãoseus amigos. Eacredito queestejamenvolvidos emseus projetos.Sei também que oprocurador-geralapreciará muitosua cooperaçãopara levar essesProjeto Revisoras 1104
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dois políticos aobanco dos réus.Se atuar comotestemunha doEstado, estoucerto de quepoderão esqueceresse assuntosecundário.
— Assuntosecundário?
Serenamiraculosamentevoltou à vida.Projeto Revisoras 1105
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— E o meudinheiro, Tom?Devo considerá-loperdido? E tudo oque sofri, aagonia quepassei, ficará degraça? Onde estáa justiça dessaproposta?
Voltando-se,Tom colocou umdedo sobre seuslábios.Projeto Revisoras 1106
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— Psiu...Então, olhando
para o detetive,balançou a cabeçaindicando-lhe aporta. Em umminuto ficaramsozinhos.
— Ouça, Serena,vou à cidade comeles, paragarantir nossosinteresses.
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— E quando meexplicará?
— Mais tardelhe direi. Vátrabalhar.Passarei por láquando voltar dadelegacia.
— Trabalhar?Como posso pensarem trabalhardepois de tudoisso?
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— E como deixara loja sozinha? —ele lembrou-lhecom um sorriso. —É o seu bebê...
— Mas, Tom...— Psiu.Mais uma vez
ele a fez calar-se antes de sair,entregou a elauma pasta depapéis que estavasobre oProjeto Revisoras 1109
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equipamento degravação.
— Olhe. Levecom você. Setiver tempo dêuma examinada.Está bem?
Antes que elapudesse ver o quecontinha, Tombeijou-a e saiu.
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CAPÍTULO XCAPÍTULO X
Nessa manhã ocoração de Serenaestava bem longeda DocesSerenidade.Quando Nancychegou, retirou-se para o quartodos fundos eabriu a pasta queTom havia lhedado.Projeto Revisoras 1111
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Temia o quepoderia encontrarali dentro. Mas,em vez dosrecortes dejornais queesperava, deu decara com oarquivo pessoalde Tom:apontamentos,notas,comentários,estratégias,Projeto Revisoras 1112
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enfim todas asanotaçõesrelacionadas aocaso Strickland.
Pela primeiravez, Serena pôdeconhecer um pontode vistadiferente do seu,vendo a históriacom os olhos deum observadormenos parcial queela: os olhos deProjeto Revisoras 1113
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Tom. Depois deter lido cadaanotação feitapor ele, cadacomentário ouinformaçãoescrita naquelaspáginas, teve deconcordar com aposição que elesustentara desdeo momento em quehaviam sereencontrado.Projeto Revisoras 1114
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Poderia acusá-lode excesso deentusiasmo, porter transformadoem manchete umassunto que,normalmente,mereceria umlugar de destaquenas páginascentrais dosegundo caderno.Mas não houveraequívocos naProjeto Revisoras 1115
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denúncia feitapor ele, assimcomo não existiraengano nasentença do juiz.Seu pai foraresponsável porapropriaçãofraudulenta e,pela primeiravez, Serenaconseguiu aceitaresse fato.
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Ao fechar apasta compreendeualgo da maiorimportância paraa sua vidapresente. Todasas descobertasfeitas por Tommostraram-severdadeiras ehaviam sidorealizadas de ummodo bastantecorreto. EleProjeto Revisoras 1117
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agira com cuidadoe discrição,avançandolentamente nasinvestigações.Ressurgia anteseus olhos comouma pessoaresponsável edotado de umaconsciência muitoclara. O respeitoque sentiu porele apagou oProjeto Revisoras 1118
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restante de suasdúvidas.
Sentiu umanecessidadeurgente de falarcom ele. Orelógio marcavaonze e meia e,embora a hora doalmoço estivessepróxima, Serenanão pôde esperar.Deixou a loja nasmãos de Nancy eProjeto Revisoras 1119
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tomou um táxi atéa delegacia.
O sargento deplantão eraextremamentesimpático edeclarou:
— Olha moça,todos os nossosnegócios sãourgentes. Relaxee fique calma.Vamos encontrá-lo.Projeto Revisoras 1120
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Com umaindolênciairritante, opolicial pegou otelefone ecomeçou a fazeralgumas ligações.Finalmente levou-a até um longocorredor, subiramuma escada,dobraram àdireita, depois àesquerda e acabouProjeto Revisoras 1121
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por deixá-ladiante de umoutro corredor.
Como seemergisse de umlabirinto, Serenacontinuouandando. Tom veioao seu encontro.
— O que houve,Serena?
Tinha um aralarmado, osolhos grandes.Projeto Revisoras 1122
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— Disseram-meque era urgente.Algo errado?
— Não tem umcanto ondepossamos falar? —perguntou ela,cansada da loucacorrida paraencontrá-lo. —Uma sala,qualquer lugar.
Mais calmo porencontrá-laProjeto Revisoras 1123
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tranqüila, Tomolhou em volta:
— Vamos ver.E foi abrindo
porta por porta,pedindo desculpaspela interrupção,até que encontrouuma pequenasaleta, com umamesa, duascadeiras e totalprivacidade.
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— Pode ser aqui—falou, entrandologo após ela efechando a porta.— Agora diga-me,o que houve?
Serena olhou-ocom um amplosorriso eaproximou-se numimpulso,enlaçando-lhe opescoço.
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— Eu te amo. Sóqueria lhe dizerisso.
Incrédulo, Tomestudou-lhe orosto.
— O quê?— Eu te amo.Os cantos dos
lábios deleergueram-se nummeio sorriso desatisfação.
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— E aprontoutodo esseescarcéu só parame dizer?
— Sim. Eu amovocê.
— Diga de novo.— Eu te amo.— Tem certeza?— Sim. Toda
certeza.Os braços dele
roçaram-lhe osProjeto Revisoras 1127
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quadris quandosubiram paraabraçá-la.
— Não há maisdúvidas?
— Não.— Então
continue.— Eu te amo.Com um
murmúrio, eleapertou-a nosbraços, mantendo-Projeto Revisoras 1128
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a bem presa poralguns momentos,antes de abaixara cabeça parabeijá-la. Oslábios deleentreabriram osseus e suaslínguas setocaram. Ambosficaram ofegantescom a centelha defogo que osinvadiu.Projeto Revisoras 1129
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— Ahhh... porque aqui? Por queaqui? — protestouele. Deslizou osdedos por suaespinha e desceu-os até osquadris,apertando-osfortemente contraseu própriocorpo, palpitantee excitado.
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Os olhos deSerena tinham umbrilho demalícia.
— Porque nãopodia esperarmais para dizer-lhe e para sabero que estáacontecendo.Conte-me sobre oplano de André.
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— Você é umabruxa, sabia? —disse, sorrindo.
Ela afastou-se,levando-o até amesa. Inclinou-sesobre ele,enquanto Tomsentava-se sobreo tampo daescrivaninha.
— Conte-me —ordenou num
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murmúrio. Tomsuspirou,
— A utilizaçãoindevida de seudinheiro porAndré era apenasa ponta doiceberg. Eletraçara um planocom os vereadoresCarruthers eGrant parautilizar osfundosProjeto Revisoras 1133
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municipais,suposta-1 menteinvestidos embônus, paraaplicá-los namesma transaçãoespeculativa emque colocou oseu. Em trocadisso, Andrépagaria aos doisvultosascomissões, tãologo recebesse osProjeto Revisoras 1134
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grandiosos lucrosque esperava.
— Mas nãoobteve lucro,pelo menos foi oque me disse.
— Esse foi o nóda questão. Se aespeculação deletivesse dadocerto poderiarepor não só oseu dinheiro, mastambém o |daProjeto Revisoras 1135
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municipalidade,sem que ninguémficasse sabendo.Para azar |dele,perdeu quasetudo.,
Serena estavaum poucopreparada paraisso, nem sabiacomo. E suapreocupação maisimediata foioutra.Projeto Revisoras 1136
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— Você já sabiade tudo isso,não?
— Sim, Serena,eu já sabia.
— Aquelareunião que oaborreceu tanto?
— Sim, erasobre esseassunto. Imaginoque queira sabera história toda?
— Bem...Projeto Revisoras 1137
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— O prefeito mechamou logo quecheguei nacidade. Conheciaminha reputaçãocomo repórter deinvestigações eme pediu sepoderiaesclarecer algopara ele.Suspeitava do queestava sepassando, masProjeto Revisoras 1138
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precisava deprovas. E eu eraum forasteiro, umrecém-chegado,não tinhacompromisso comqualquer políticolocal, era apessoa indicadapara o caso. Elesforam muitoastuciosos eAndré escorregouquando agiuProjeto Revisoras 1139
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daquela maneiracom você.Subestimou-a —acrescentousorrindo —, nãosabia do fogo queexiste em você.
— Mas suspeitoude você.
— Tinha, receiode mim por causada minhareputação, enosso namoroProjeto Revisoras 1140
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certamente nãodeve tê-loagradado muito.Eu também, quandosoube que vocêtinha negócioscom ele, fiqueipouco tranqüilo.Temia que fosseenvolvida nocaso, como foi.Felizmente tudoterminou bem.
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Serena esfregouo nariz nopescoço dele.
— Sabe, fiqueisimplesmenteparalisada pelodesejo devingança. E agorafoi como seacordasse. Vocêtem razão emmuitas coisas eprincipalmentenaquilo queProjeto Revisoras 1142
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tentou me fazercompreender: osentimento de tersido vítima e nãoconfiar que possahaver justiça éterrível. O queacontecerá comAndré?
— O juiz é quemvai decidir. Eleconfessou tudo, oadvogado delerecomendou-lheProjeto Revisoras 1143
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tal atitude. Asprovas contra elesão muito fortese, levando emconta a fúria dopúblico quando ocaso forconhecido, poderásentir-se muitofeliz se nãopegar cadeia.
— De qualquerforma está
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arruinado. É umavergonha!
— Sempre é.O pensamento
dos doisconvergiu nãopara André, maspara o pai deSerena.Finalmenteentravam emacordo e oassunto chegavaao seu final. MasProjeto Revisoras 1145
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o término dessahistóriasignificava oinício de outra,muito maispresente e real.
— Você secasará comigo,não? — perguntouTom com meiguice.
— É o que vocêquer?
— Mais do quetudo.Projeto Revisoras 1146
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Serena nãoqueria levardúvidas.
— Mas se vocêjá teve umcasamento errado,será que quertentar de novo?
— Ah!, aquilofoi outra coisa,outro tempo,outras pessoas.Éramos demasiadojovens eProjeto Revisoras 1147
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inexperientes,completamentedespreparadosparareconhecermos asnecessidades umdo outro e saberconviver com elase mesmo supri-las. Nuncasoubemos o quefazer pararesolver osproblemas queProjeto Revisoras 1148
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surgiram entrenós.
— Uma vez vocême disse quetinha medo doenvolvimento.
— Estavaerrado, como vocêtambém estavaerrada por deixarque um fantasmado passado adevorasse. Eupreciso de você,Projeto Revisoras 1149
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Serena, quero quefique semprecomigo.
Ela permaneceuem silêncio,gozando afelicidadedaquele momento.
— Bem... eentão? Você quer?— insistiu Tom.
Ela consentiunum murmúrio, oslábios encostadosProjeto Revisoras 1150
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nos dele! eselaram essemomento com umbeijo quereacendeu o fogolatente naprofundeza deseus corpos.Nessa hora,Serena teve acerteza de que oamor deleshaveria de dar-lhes forças paraProjeto Revisoras 1151
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superar quaisquerobstáculos quesurgissem paraempanar-lhes afelicidade. ComTom a seu lado,haveria mesmo deconseguir ;convencer sua mãede que agiracorretamente.
— Vamos sairdaqui — murmurou
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Tom, puxando-apela mão.
E, como sempre,as palavras deleexpressaram odesejo de seucoração.
Seus cabelosavermelhadosroçavam as coxasdele, enquantoSerena percorria-lhe o corpo comos lábios,Projeto Revisoras 1153
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provando-o eexcitando-olentamente.
— Serena...Serena!
Esticando-se,Tom puxou-aabruptamente paracima, estendendo-a sobre o corpodele, até queficaram com osolhos rios olhos.
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— O que pensaque está fazendo?— perguntou,entre divertido efrustrado.
O contato dosseios firmes deSerena provocavano corpo dele umaexcitação muitomais selvagem quea despertada pelotormento doce doslábios dela.Projeto Revisoras 1155
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— Mudei deidéia — disse elacom ar atrevido.
— Você o quê?— Mudei de
idéia.Seu sorriso e o
modo sensual comodeslizou sobreele, impediramque se alarmasse.
— Sobre o quê?
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— Você. Não émais licor dedamasco.
Ela tocou-lheos lábios com aponta da língua,percorrendosensualmente alinha decontorno.
— Então, o quesou? Serenasuspirou feliz.
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— Um coração dechocolate.Sólido. Rico.Doce. Einterminável.
Como nossoamor, aindapensou, antes dedar mais umamordidinha.
FIMFIM
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Uma história depaixão e amor!
Edição 258:Fogo sobre a neveFogo sobre a neve- Elizabeth- ElizabethMerritMerrit
Martin deita Jessysobre um monte defeno, a um canto dacaverna, onde nãochegam o vento e achuva. O corpoProjeto Revisoras 1160
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másculo irradia umcalor tão intenso queela sentedesaparecerem todosos seus medos,cuidados, pudores. -Ele a beija lentamentenos lábios, nos seios,no ventre, suarespiração fortemarcando o ritmo dopróprio coração.Vencida, Jessy aceitamesmo o beijo maisProjeto Revisoras 1161
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secreto... "Eu vouamar você, Jessy, atéque o inverno acabe eseu coraçãodesabrochenovamente."
Uma história depaixão é amor!
Edição 259:Estrela proibidaEstrela proibida- Suzanne- SuzanneMichelleMichelle
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A platéia rompe emaplausos estrondosos,e a linda regentecurva-se paraagradecer. MadelineMark, sedutora,fascinante, é a estrelada noite: venceracomo profissional,impusera seu nome nomundo da musica, temo público a seus pés...Por trás das cortinas,Gus Noble olha-aProjeto Revisoras 1163