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Demônios do passado Demônios do passado Billie Douglass "Serena, por que você não admite que sente prazer em meus braços?"

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Demônios do passadoDemônios do passadoBillie Douglass

"Serena, por que você nãoadmite que sente prazer em

meus braços?"

Digitalização erevisão:Tinna

Título

original:

Sweet

Serenity

(1983)

Coleção:

Bianca 257

(1985)

Protagonistas

: Serena

Strickland &

Tom Reynolds

Agora ele dava amor, masno passado destruíra sua

vida!

Os braços de Serenaagarram-se ao corpo deTom, acariciam-lhe as costas,sentindo a firmeza dosmúsculos e o calor da pele..Suspira, o corpo inflamadode desejo fortemente

apertado ao dele.Odiar Tom Reynolds era

uma carga imperativa quetrazia do passado. A paixãoque ele lhe provoca agora aamedronta, a envergonha desi mesma. É como umdemônio dentro dela,anulando todos osargumentos da razão.

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SWEET SERENITY© 1983 Barbara

DelinskyOriginalmentepublicado pela

Silhouette Books,Divisão daHarlequinEnterprisesLimited

"DEMÔNIOS DOProjeto Revisoras 5

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PASSADO"© 1985 para a

língua portuguesa ABRIL S.A.CULTURAL

Todos os direitosreservados,inclusive odireito de

reprodução totalou parcial,sob qualquer

forma.

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Esta edição épublicada através

de contrato com a Harlequin

EnterprisesLimited,

Toronto, Canadá.Silhouette,

Silhouette Desiree Colofão são

marcas registradasda Harlequin

Enterprises B. V.Projeto Revisoras 7

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Tradução: SILVIAPASSOS

NOVA CULTURAL —CAIXA POSTAL 2372

— São Paulo

Esta obra foicomposta na

Linoart Ltda. eimpressa na

Divisão Gráfica daEditora Abril S.A.Projeto Revisoras 8

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CAPÍTULO ICAPÍTULO I

Com um pequenomurmúrio, SerenaStricklandajeitou o laço defita cor de malvae afastou-se,erguendo a cabeçapara apreciar oresultado de seutrabalho. Oarranjo estavaperfeito! OProjeto Revisoras 10

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grande cesto devime, repleto deflores e ramosverdes,transmitia umaalegriaensolarada, capazde convencer omais céticohabitante deMinneápolis deque a primaveraestava chegando.

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Colocou obanquinho altoatrás do balcão eolhou além dospotes de doces,enfileirados navitrina. Lá fora,na praçailuminada, osraios de sol,refletidos nascolunas de vidroda galeria,começavam aProjeto Revisoras 12

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esconder-se entreas nuvens e oambiente recaíana obscuridadecaracterísticados dias deinverno. Serenasorriu deliciadacom esse jogo deluz e sombra, bemapropriado aoPrimeiro deAbril, quandocada gesto ouProjeto Revisoras 13

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presente luminosoocultava umamentira, uma peçaardilosamenteestudada.

O invernoparecia não terpressa em partir.A neve amontoava-se na beira dasestradas, noscantos dosparques e sob asárvores,Projeto Revisoras 14

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resistindo a umsol demasiadofraco paraderretê-la.Invernosprolongados eramtradição daregião e Serenapensou que, comcerteza, aindateriam algumasnevascas, emboraa primavera jáhouvesse chegado.Projeto Revisoras 15

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Morando há cincoanos na cidade,num dos Estadosmaissetentrionais dopaís, nãoalimentava muitootimismo emrelação ao tempo.Mas que aprimavera estavachegando, tinhacerteza. Podiasentir em suasProjeto Revisoras 16

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sardas,espalhadas pelasbochechas enariz. Durante oinverno haviam setornado maistênues, e agoraacordavam,prontas a setornar vividascom o primeirosol da primavera.

No momento emque girava oProjeto Revisoras 17

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calendário para o1.° de abril, osino da portatocou e umdesconhecido deterno cinzaentrou na loja.Tinha umaexpressão umpoucodesesperada.

— Posso ajudá-lo? — acorreu

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Serena,levantando-se.

Mas o homemchegou ao balcãoantes que elapudesse contorná-lo. Pareciainseguro eembaraçado.

— Você temalguma coisa como nome de...de... "Recados deAlegria"? MinhaProjeto Revisoras 19

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mulher estáesperando nenêpara estes dias equer comê-las detodo jeito. Ela ésua freguesa.

— Joan! Vocêdeve ser o maridode Joan Miller —os olhos deSerena brilharam.— Como está ela?Já faz um certotempo que não aProjeto Revisoras 20

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vejo, pensei queo nenê tivessenascido.

Jonathan Millerfez uma careta.

— Está atrasadoquase uma semanae Joan andabastante nervosa.Queria poderajudá-la mais...Você tem aí osRecados deAlegria, não?Projeto Revisoras 21

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— Claro, claro— sorriu Serena,dando a volta nobalcão,. Pegou umvidro e começou acolocar os docesnum saquinho rosae limão, commotivos de bambu,iguais aos quepredominavam nasparedes da loja.Fugindo aohábito, ofereceuProjeto Revisoras 22

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um doce aofreguês.

— Gostaria deprovar?

— Não, obrigado— riu ele. — Játenho víciosdemais paracomeçar outro.

Serena terminoude pesar ecomeçou a amarraro saquinho comuma fita cor deProjeto Revisoras 23

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limão. O homempagou e dirigiu-se para a porta.

— Lembranças aJoan e boa sortepara vocês —desejou Serena.

A manhã passourápido, semproblemas. Osfregueses, em suamaioriaconhecidos,entravam e saíamProjeto Revisoras 24

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procurando suasguloseimasfavoritas. NancyWadsworth, amigae ajudante deSerena, chegoupor volta dasonze horas ecomeçou adesempacotar asmercadorias quehaviam chegado demanhã.

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Ao meio-dia omovimento cresceue as duastrabalharam ladoa lado,empacotandobalas, chocolatese os maisvariados tipos degeléias eguloseimas,sempre com o bomgostocaracterístico daProjeto Revisoras 26

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Doces Serenidade,que lhe valera orenome entre osapreciadores dedoces deMinneápolis.

À uma e meia,quando omovimentodiminuiu, Serenapegou a bolsapara ir almoçar.

— Já estouindo, Nancy.Projeto Revisoras 27

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Estarei de voltaem uma hora, maisou menos.

— Está bem.Você viu queengraçadinhasessas caixinhasque chegaramhoje? Sãoadoráveis!Algumas têm aforma derãzinhas, outrasde porquinhos eProjeto Revisoras 28

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mesmo devaquinhas, veja!Ficarão uma graçacheias de doces.

Serenaentusiasmou-se. Adecoraçãointerior da lojaera sempre umdesafio e essasembalagenscoloridas ediferentesajudavam muito,Projeto Revisoras 29

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realçando osprodutos.

— Ótimo! Quandovoltar darei umaolhada nelas.Tenho deapressar-me,fiquei deencontrar Andrépara almoçarmosjuntos.

— André? —Nancy fingiuestremecer. —Projeto Revisoras 30

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Negócios oudivertimento? Háalgo nele que medesagrada.Francamente, detodos os seushomens é o quemenos gosto.

— De todos osmeus homens,Nancy? —espantou-seSerena. — Até

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parece que souuma Barba Azul!

— Você não é,Serena, esse é oproblema. Deveriaser um pouco maisagressiva, seilá, exigir algodesses homens.

— Nancy, o queestá merecomendando?Aventuras maisardentes? Você,Projeto Revisoras 32

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uma mãe defamília!

— Não, não temnada a ver. Minhafilha tem dozeanos e você temvinte e nove. Háuma grandediferença. Masvocê deveriapensar em formaruma família...

— Nancy...

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— ...mas nãocom André. Talvezcom Ken ou Rod,ou mesmo Gregory.Com André, nunca.

Serena riu.— Afinal chegou

onde queria, não?Mas não sepreocupe, elepode parecer umpouco ousado mas,na verdade, é

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completamenteinofensivo.

Ante o olharduvidoso daamiga,acrescentou:

— Além do maisé meu consultorpara assuntos deinvestimentos.Tenho deconservá-lo.

— Não tem, não— falou Nancy.Projeto Revisoras 35

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Vendo queSerena abria aporta, ergueu avoz:

— Bom almoço!Pelo menos issoele deve a você.

Serena deu-lheum meio sorriso esaiu. Com passosrápidos seguiupela calçada,projetando suafigura esbeltaProjeto Revisoras 36

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nas vitrinas daslojas. Era suavee sofisticada.Vestia uma blusade seda, compunhos e golas deuma tonalidadeverde,contrastando coma saia de lã, corde marfim. Ossapatos de saltosfinos e a bolsade pelúcia,Projeto Revisoras 37

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pendurada noombro, combinavamcom a cor dablusa. Seguia emfrente, sem notaros olhares deadmiração que aacompanhavam.

André Phillipsesperava-a naporta dorestaurante ecumprimentou-a,

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beijando-a nasfaces.

— Como estáminha namoradapreferida? —perguntou,virando-a paraadmirar seu rostooval, emolduradopelos cabeloscastanho-avermelhados quelhe caíam em

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ondas até osombros.

— Doce comosempre... —ironizou Serena.— E você, André?Imagino queesteja tendoproblemas parareadaptar-se aosEUA.

— Como podesaber? —perguntou ele,Projeto Revisoras 40

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passando osbraços sobre seusombros e guiando-a para dentro dorestaurante.

— Beijos nasfaces?! Isso étão europeu!

O maîtreacenou-lhes eSerena aproveitouo pouco espaçoque havia entreas mesas paraProjeto Revisoras 41

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desvencilhar-sede André. Não sedeixava conduzirpelo fascíniodele. Sabia queele levava umavida muitosofisticada parao seu gosto, demodo que tratava-o comindulgência, jáque não odesejava para seuProjeto Revisoras 42

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companheiro.Aceitou o lugarque André lheofereceu eescutoupacientementeenquanto elediscorria sobreas aventuras quevivera em Paris.

Há quase um mêsque não o via e,olhando-o agora,teve plenaProjeto Revisoras 43

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consciência deque era muitobonito, emboranão gostasse domodo comopenteava oscabelos escuros edas roupasimpecáveis ecuidadosamentecombinadas. Mesmoa expressão dorosto deleparecia estudada,Projeto Revisoras 44

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dando a Serenauma sensação dedesconforto.Alguns anosantes, quandoprecisara dealguém que aorientasse emseusinvestimentos, obanco havia lheindicado André,um especialistano assunto.Projeto Revisoras 45

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Saíra com elemuitas vezes, massempre omantivera adistância,considerando-oapenas umacompanhia parapasseios ediversões e,principalmente,como o seuconselheiro paraquestõesProjeto Revisoras 46

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financeiras. Se aprestação decontas querecebiaregularmentefosse verdadeira,tinha muito a lheagradecer.

— Diga-me, comovai indo a DocesSerenidade? —perguntou ele,interrompendosuas histórias.Projeto Revisoras 47

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Serena puxou ocabelo para trásda orelha.

— A loja vaibem, muito bemmesmo. E nos diasde festa omovimento crescemuito. Não tenhodo que me queixar— ela sorriu.

— Não me digaque você temdoces especiaisProjeto Revisoras 48

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para o Primeirode Abril?

— Claro! Hojede manhã vendivárias caixas debolas de golfe.São incrivelmenteiguais às bolasverdadeiras. Esão feitas dechocolate branco.Se o golfistapretender usá-las, começarão aProjeto Revisoras 49

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derreter. Hájogos de balizasde golfe feitosde caramelo,prendedor depapel de anis,aspirina demarshmallow...

— Está bem,está bem.Desculpe terperguntado! —interrompeu elecom um meioProjeto Revisoras 50

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sorriso. — Gosteide saber que osnegócios estão atoda velocidade!

E concentrou-seno prato,cortando umpedaço dacosteleta deporco.

Serena semprese surpreendiacom essas súbitasinterrupções, masProjeto Revisoras 51

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concluíra quefaziam parte danatureza elétricade André.

— Pensou naproposta deinvestimento quelhe fiz antes deviajar?

— Pensei,mas... estoucomeçando apensar em...outros ramos.Projeto Revisoras 52

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— É?— Hum, num.Respirando

fundo, ela trouxeà baila o assuntoque vinhanamorando hámeses.

— Estouquerendo abriruma filial daDoces Serenidadenum dos bairrosda cidade.Projeto Revisoras 53

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Após umsilêncio um tantoestranho, eleapenas exclamouum oh!, e paroude comer, atentoàs palavras dela.

— O centro deMinneápolis é umponto realmentefantástico, mastenho muitosfregueses embairrosProjeto Revisoras 54

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distantes,lugares onde jáexistem centroscomerciais bemdesenvolvidos.Devlin, porexemplo, é umótimo mercado,bairro fino,pessoal de altarenda. Osestabelecimentoscomerciais deprodutosProjeto Revisoras 55

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alimentíciossofisticadosestão indo devento em popa porlá. O que vocêacha da idéia?

Ele hesitou.— Não acha que

pode ser um poucoprematuro?

Serenaacariciou o lábioinferior com aponta dos dedosProjeto Revisoras 56

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antes deresponder.Respeitava aopinião de Andrée aborrecia-sepela Culta doentusiasmo dele.Esperava que aapoiasse.

— A DocesSerenidadedemonstrou ser umnegócio viável elucrativo nessesProjeto Revisoras 57

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últimos cincoanos. Pudeaplicar oslucros, vocêcuidou disso paramim e creio quenão teremosproblemas paraabrir uma outraloja.

— Em Devlin?— Sim, seria

ótimo. Não sei seconseguiríamos umProjeto Revisoras 58

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ponto em SaintLouis Park, mascreio que nãoseria difícilachar um lugarnas galeriasnovas. Andeiprocurando por láe agora estoutentando ver seacho algo emEdina ou Wayzata.

André apertouos lábios,Projeto Revisoras 59

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olhando para oprato.

— Não sei,Serena, acho quevocê deveriapensar melhor —ele balançou acabeça e um fiode cabelo saiu dolugar. — Com ainstabilidadeeconômica de...

— Oh! aindaestá em fase deProjeto Revisoras 60

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projeto —assegurou Serenarapidamente. — Sólhe contei paraque entendessepor que hesito emaplicar odinheiro no fundodo qual vocêfalou. É que eugostaria de estarcom minhasreservas à mão.

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André sorriu,repentinamenteanimado.

— Quer dizerque pretende medar um durogolpe, pondo-mepara fora de seusnegócios?

Serena entendeua hesitação dele.Afinal, ganhava avida fazendoinvestimentosProjeto Revisoras 62

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para os outros,empresários ecomerciantes comoela. Investimentoexige capital e,quanto maiorfosse o capitalque elaempregasse nanova loja, menossobraria para serinvestido.

— André —censurou ela —,Projeto Revisoras 63

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acha que fariaisso com você? Seabrir outra lojae tiver apenas ametade do sucessoda primeira,terei o dobro dedinheiro paramovimentar comvocê. Além deque, comparadacom o resto deseus clientes, eunão passo de umProjeto Revisoras 64

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grãozinho dearroz.

Ele ergueu-sena cadeira ebeijou-lhe a mão,cavalheirescamente.

— Vou pensar noassunto, Serena.Mas... basta denegócios! Ouça-me— dissealegremente —, nopróximo mês ireiProjeto Revisoras 65

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para Los Angeles.Por que não vemcomigo?

— Ir com você?Tenho uma lojapara cuidar,André, não possojogá-la fora esair viajando poraí.

— E se nãofosse a loja,você iria?

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Serena nãotinha motivospara hesitar.Passara suainfância no sulda Califórnia,onde assistira àruína financeirae emocional dopai. Só tinharecordaçõesdolorosas daregião. Por outrolado, nunca haviaProjeto Revisoras 67

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sido e nempretendia seramante de André.Esse era o "xis"da questão.

— Não, André,você sabe que eunão iria.

— Quer dizerque estoudestinado a batercom a cabeçacontra a parede?

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Habilmente, eladesviou aresposta:

— Você tevetrês casamentoshorrorosos, nãohá de querer maisoutra mulher paraficar penduradaem você.

— Vamos,Serena, quandofoi a última vezque você ficouProjeto Revisoras 69

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pendurada numhomem?

Ela deu deombros, e elecontinuou:

— Não creio quevocê estejadisposta adependurar-se emmim.

— Não — disseela lentamente —,e as cartas não

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recomendam nossaunião.

O garçom chegoucom o café e ummovimento próximochamou-lhe aatenção. Um casalsentava-se namesa ao lado. Amulher dava ascostas paraSerena e o homempermanecia de pé,esperandoProjeto Revisoras 71

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gentilmente paraempurrar acadeira. Depoissentou-se do ladooposto, de frentepara Serena.

Foi como sealgo acordasse emseusubconsciente.Conhecia aquelerosto! Sem dúvidaalguma ela jáhavia vistoProjeto Revisoras 72

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aquele homem! Masonde?

Os detalhesesvaneciam-senuma nebulosidadeagitada, comoondas de emoçõesfortes que iam evinham e nãoparavam o temposuficiente paraque definisse alembrança. Nãoera recente,Projeto Revisoras 73

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sabia. O rostodeletransportava-apara uma épocapassada que elanão conseguiaidentificar.Engolindo emseco, desviou oolhar. Agarrou axícara de café ebebeu-oestabanadamente,

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quase escaldandoa boca.

Andrécontinuavafalando. Elasorriu e acenoucom a cabeça, opensamento longe.Toda sua atençãoestava voltadapara odesconhecido,cuja face lhe eratão familiar.Projeto Revisoras 75

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Tinha certeza deque o conhecia.

— O que estápensando, Serena?

— Anh? Oh!desculpe —sacudiu a cabeçacomo se quisesseafastar a neblinaque lhe turvava amemória. — Estavadistraída. O quedizia?

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— Perguntei suaopinião sobre oprojeto demudança dacapital federalpara Minneápolis.

— O quê? Estáfalando sério?

— Lógico queestou. Correramrumores sobreisso, você nãosoube?

— Não.Projeto Revisoras 77

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— É verdade, jáfoi até publicadoem jornais que,no final doséculo, poderemosabrigar a sede doGoverno Federal.

A idéiapareceu-lhesuficientementeridícula paraapagar aquelerosto sem nome desua mente eProjeto Revisoras 78

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traze-la de voltaà conversa.

— Que os céusme perdoem!Minneápolis é tãoagradável! Aúltima coisa deque precisamos éde um batalhão defuncionários eórgãosgovernamentais.

— Há quantotempo você moraProjeto Revisoras 79

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aqui? Fala comose fosse umaminneapolensetradicional.

— Quase!Enquanto André

discorria sobreas vantagens edesvantagens doprojeto, Serenapermaneceu emsilêncio,soltando umaexclamação aqui,Projeto Revisoras 80

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outra ali, parademonstrar suaatenção. Mas seupensamento voava.Seus olhosbuscaram a mesavizinha, onde ohomem pareciaenvolvido numadiscussão com suaacompanhante,ouvindo mais doque falando.Serena examinou-Projeto Revisoras 81

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lhe as feições,procurando algumindício maispreciso.

Tinha cabeloscastanhos,abundantes,ligeiramentegrisalhos nastêmporas.Aparentava cercade quarenta anos.O nariz fino,lábios firmes,Projeto Revisoras 82

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olhos cor deavelã, da mesmacor dos seus.Vestia camisa,gravata, jaquetae calça, numestilo esportivoque lhe realçavaa masculinidade.Era bem atraente.Havia algo neleque a importunavae por mais que oolhasse nãoProjeto Revisoras 83

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conseguiadescobrir o queera.

Como se ouvissesua perguntasilenciosa, ohomem levantou osolhos, capturandoos dela. Serenaagitou-se,prendendo arespiração. Osolhos dele tinhamuma força quente,Projeto Revisoras 84

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que contrastavacom atranqüilidade desua aparência.Era essecontraste que lheparecia tãofamiliar. Foiincapaz dedesviar os olhos,enquanto ele aencarava de ummodo meiodivertido. NãoProjeto Revisoras 85

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deu o menor sinalde conhecê-la."Será que estouenganada?",pensou Serena.

Bebeu um golede café eprocurou escutarAndré, mas seusolhos insistiamem buscar a outramesa. Mais umavez seus olharesse encontraram.Projeto Revisoras 86

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Serena sentia-sedesconcertada.Sempre gravaracom facilidade osnomes e rostosconhecidos,qualidadenecessária na suaprofissão. Masali estavaalguém,incrivelmentefamiliar, que nãoconseguiaProjeto Revisoras 87

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identificar.Poderia perguntara André, queconheciapraticamentetodas as pessoasde importância nacidade. E ohomem, sem dúvidaalguma, não eraum qualquer. Noentanto, algoimpediu-a defalar.Projeto Revisoras 88

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Enquanto Andréconferia a conta,absorveu-se nasolução doenigma. Semsucesso. Seusolhos procuraramoutra vez aquelerosto e, como sefosse depropósito, elesorriu, umsorrisofascinante,Projeto Revisoras 89

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luminoso. Umsorriso único.Nunca havia vistoum sorriso assimtão devastador.

— Eu não oolharia tanto,Serena.

Surpreendeu-se.Não julgara queseu interesseestivesse sendotão evidente.

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— O quê? —gaguejou.

— O homem àsminhas costas.

— Conhece-o? —perguntouimpulsivamente.

— Não, deve sernovo por aqui,talvez esteja depassagem. Elafranziu assobrancelhas.

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— Então por quea advertência?

André levantou-se calmamente eficou de pé atrásdela. Curvou-se,numa atitude dedono, colocou asmãos sobre seusombros e encostoua boca em seuouvido. Emboranão pudesse vê-lo, SerenaProjeto Revisoras 92

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percebeu queolhava para aoutra mesa.

— Sou intuitivoem relação àspessoas. Pareceum agitador. —Agitador? —murmurou Serenacom o canto daboca. —

Acho-o tãoinofensivo.

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— Por issoolhava-o tanto?

— Pareceu-meque... oconhecia. É tudo.Tenho certeza detê-lo visto emalgum lugar masnão consigo melembrar.

Andréendireitou-se e,num movimentoágil, puxou aProjeto Revisoras 94

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cadeira ajudando-a a se levantar.

— Um homemmisterioso saídode seu passadonebuloso —dramatizou ele,enquanto Serenaencolhia-se commedo.

Pendurando abolsa no ombro,ela defendeu-secom ironia:Projeto Revisoras 95

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— Sem dúvida.Caminhando para

a saída, levava orosto do homemgravado em suamente. Uma imagemque permaneceuatormentando-adurante toda atarde. Ondepoderia tê-lovisto?

De volta aotrabalho,Projeto Revisoras 96

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rebuscou todos osmomentos de seupassado,relembrando osacontecimentos decada ano em buscade um indício quepudesse preencheraquele vazio. Nosúltimos cincoanos estivera emMinneápolis,empenhada naabertura eProjeto Revisoras 97

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solidificação daDoces Serenidade,que instalara comuma herançainesperada,deixada pelo avômaterno. Aindaagora, quandoolhava orgulhosasua loja tãopróspera ebonita,recordava-se dasurpresa queProjeto Revisoras 98

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sentira aoreceber a notíciada herança. Apósa desgraça dopai, a família damãe dera-lhestodo apoiopossível. E ofato de o avôter-lhe legadouma importânciatão substancial,depois do queacontecera com oProjeto Revisoras 99

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pai, constituíraum voto deconfiança, umincentivoconstante ao seuempenho paratornar a lojabem-sucedida.

Cinco anos emMinneápolis.Viagensocasionais aSeattle paravisitar a mãe e oProjeto Revisoras 100

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irmão mais novo,com quem elavivia. Viagensperiódicas aChicago paravisitarexposições deartigos parapresentes outratar denegócios com seusfornecedores.Teria sido nesseperíodo queProjeto Revisoras 101

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conhecera essehomem que aperturbara tanto?Não, que selembrasse, não.

Voltando umpouco mais namemória lembrou-se dos dois anosque viveu emBoston, dirigindoa butique QuincyMarket, fonte deinspiração para aProjeto Revisoras 102

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Doces Serenidade.Nessa época,adquiriraconfiança em suacapacidade demulher criativa eeficiente. Pelaprimeira vez,cuidara sozinhade suasobrevivência e,lentamente,começara aconstruir seusProjeto Revisoras 103

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sonhos, bemdiferentesdaqueles quetivera naadolescência,sonhos ingênuosdeixados paratrás.

Dois anos emBoston. Freguesesindo e vindo,ocasionalmente umjantar fora, umconcerto ou umProjeto Revisoras 104

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espetáculo deteatro. Muitosrostosfamiliares, emsua maioriaamigáveis. Ummédico, umdentista, oproprietário daloja, algunsgerentes e, éclaro, os membrosdo clube detênis. ComoProjeto Revisoras 105

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localizar entretanta gente esserosto queinsistia empermanecer semnome, maisparecendo umapeça de Primeirode Abril? Não,também não haviasido nessa épocaque conheceraesse homem.

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Quatro anos naCarolina doNorte, estudanteuniversitária.Difícil explorá-los, esses anosdistantes,durante os quaisconvivera comtantas pessoas!Estudantes,professores,funcionários,colegas deProjeto Revisoras 107

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alojamento.Fechando osolhos, Serenareviu sua vida naescola,procurando nessedesfilar derostos aquelecujo fogo ocultoqueimava em suaconsciência.Nenhum. Épocaerrada, rostoserrados.Projeto Revisoras 108

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Com um gesto defrustraçãocomprimiu a dobrado papel comdemasiada força eestragou oarranjo que faziana compoteira decristal repletade balas dealcaçuz. Afinal,quem era ele?

Não queriapensar mais.Projeto Revisoras 109

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Levantou-se,jogou o papel nolixo e foiauxiliar Mônica,sua outraajudante, noatendimento dafreguesia.

— Sra. French!— Serena sorriuao reconhecer umade suas melhoresfreguesas

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entrando na loja.— Como vai?

— Muito bem,Serena —respondeu amulher. — Precisode sua ajuda.

— Qual é oproblema?

— Imagine! Umafestinha de fimde tarde epreciso delembranças paraProjeto Revisoras 111

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sete adolescentescheias deespinhas, bemgordinhas e queainda por cimanão podem chegartarde em casa.

— Sei como éisso — disseSerena —, lembro-me bem dessestempos.

Não poderiadizer desse tipoProjeto Revisoras 112

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de festa oureunião, masconhecera arealidade dasespinhas, doexcesso de peso eda hora certapara voltar paracasa. Nessa épocafora uma mocinhasolitária.

— Deixe-mepensar o que podeser...Projeto Revisoras 113

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Seus olhospercorreram aloja, passandopelas prateleirasrepletas decaixas e vidroscoloridos,pacotes de docese confeitos.

— É lógico! —exclamou.

Ajoelhou-sediante de umpequeno armário eProjeto Revisoras 114

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retirou umaporção de latas.

— Chupetas! Sãodivertidas, veja!

Tirou uma dalata e ofereceu-aà freguesa.

— Esta é detangerina, mastem de framboesa,alcaçuz, limão,caramelo e rum.Podemos encheressas caixinhasProjeto Revisoras 115

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com saboresvariados, amarraruma fita bemcolorida em cadauma delas. Quandoacabar o docepoderão usar ascaixinhas paraguardar broches,brincos ou anéis.

A sra. Frenchacenou com acabeça.

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— Vocêconseguiu de novoSerena! Queriaque todos os meusproblemaspudessem ser tãofacilmenteresolvidos.

Serena tambémteve o mesmodesejo.Continuavaintrigada com afalha de suaProjeto Revisoras 117

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memória e, aoretomar otrabalho dedecoração,lembrou-se dosanos que viveracom a tia em NovaIorque, logo apósa tragédia com opai. Freqüentavaentão o curso desegundo grau eera apenas maisum ser anônimo naProjeto Revisoras 118

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grande metrópole.Anonimato queviera mesmo acalhar, poisainda se sentiamuito magoada esensível com aruína paterna.Ansiava porisolamento. Foramanos detranqüilidade,convivendo comcolegas que nuncaProjeto Revisoras 119

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demonstraraminteresse peloseu passado. Anão ser MichaelLowry, que usarao conhecimentosobre sua vidasomente paraagredi-la e,ainda hoje, elasentia a feridaque ele lhecausara.

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"Para o infernocom esse homem!",pensou. Não valiaa pena tantapesquisa mentalpara identificá-lo. Se soubesseseu nome talvezfosse mais fácilsituá-lo, mas nãosabia. Pronto! Opassado estámorto, melhor éesquecer tudo.Projeto Revisoras 121

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Colocou o cestode docescoloridos nocanto do balcão epegou a lista dasencomendassolicitadas portelefone. Omovimento defreguesesdiminuírabastante e Serenaconcentrou-se napreparação dosProjeto Revisoras 122

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pedidos, dandoespecial atençãoàs embalagens.Pegou uma pilhade jornais velhospara forrar ascaixas de papelãoondeacondicionava osfinos vidros delicores, compotase doces. Foicolocando asfolhas amassadasProjeto Revisoras 123

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entremeadas devidros e, quandocomeçou a forrara segunda caixa,um nome destacou-se no jornal queamarrotava.

Reynolds! Foicomo uma pancadana cabeça e elapermaneceu com amão suspensa noar, retendo arespiraçãoProjeto Revisoras 124

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enquanto ocoração batiaacelerado. Comdedos nervososalisou a folha dejornal,estendendo-asobre o balcão. Onome tinha estadolá, profundamenteoculto em suamente. Agoraaparecia.Localizou oProjeto Revisoras 125

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artigo comrapidez e tremiaum pouco ao lê-lo.

"Minneápolis —março, 20. — OTribune foiinformado de queo seu maiorconcorrente, oTwin CityBulletin foicomprado porThomas HarrisonProjeto Revisoras 126

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Reynolds, doGrupo HarrisonEditores.Originário de LosAngeles, o sr.Reynolds fechou onegócio apósmuitos meses denegociações,cobrindo a ofertade duas poderosascorporaçõesrivais.Inicialmente oProjeto Revisoras 127

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corpo defuncionários daempresajornalística nãosofreráalterações. Onovo editoranunciou quepretende,melhorar aqualidade dasreportagens e..."

Reynolds!Thomas HarrisonProjeto Revisoras 128

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Reynolds. Um nomepara o rosto. Eum lugar: LosAngeles. Umaépoca: hádezesseis anosatrás. TomReynolds, orepórter novatoque levara paraas primeiraspáginas dosjornais ahistória queProjeto Revisoras 129

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terminara com aindiciação de seupai em crime depeculato.

Não podia serverdade! Serenareleu o artigocom um pequenogemido. Suaspernas bambearame ela apoiou-seno banquinho. Porque aqui? Por quetinha de terProjeto Revisoras 130

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vindo paraMinneápolis? Aliera sua casa, umlugar agradávelonde não haviaqualquer fantasmado passado, ondevivia um presentefeliz e um futurocheio deesperanças. Porque Tom Reynoldsnão escolheraoutro lugar paraProjeto Revisoras 131

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exercitar sua"garra"jornalística?

Sentiu-setensa. A últimavez que o virafora no tribunal.Tinha então trezeanos e erabastante sensívele impressionável.E Tom Reynoldsparecera-lheduro, ambiciosoProjeto Revisoras 132

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e... equivocado.Lutando paraassimilar arealidade dapresença dele emMinneápolis,Serena pousou osolhos nocalendário queatualizara nessamanhã: abril,1.°. Primeiro deAbril! Não seria

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tudo apenas umterrível engano?

Seu coraçãodisse que não,antes mesmo que osino' da portasoasse e elaerguesse os olhospara confirmarsua intuição. TomHarrison Reynoldsacabava de entrarna loja!

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CAPÍTULO IICAPÍTULO II

Momentaneamente, Serena voltouao recinto dotribunal, em LosAngeles, ondeThomas HarrisonReynoldsdestacava-seconvicto eimpetuoso, entreos representantesda imprensa queProjeto Revisoras 136

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cobriam ojulgamento. Tinhadezesseis anos amenos e suaaparênciarefletiadesprendimento,expresso noscabelosabundantes eligeiramenterevoltos, nacalça de veludo,então em moda,Projeto Revisoras 137

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que combinava comum paletó umtanto gasto.Sentia-se comclareza que seutraje constituíauma concessão àformalidade doambiente e àsconvenções de umacorte de justiça.

Agora, a calçade veludo tinhasido substituídaProjeto Revisoras 138

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por fina calça delã, camisaimpecável ecasaco esporte deótima qualidade.A expressão dosolhos era amesma.Continuavampersuasivos efortes, com umpoder que ela nãopudera esquecer.

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Tom permaneceuparado na porta eSerena atrás dobalcão. Apenasdez metros osseparavam, dezmetros carregadosde eletricidade.No meio dos dois,Mônica olhava deum para o outrosem entender oque se passava.

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Serena nuncasaberia por que aloja tornou-serepentinamentesilenciosa. Ondeestavam osfregueses que hápoucos momentoscirculavam porela?

Nesse momento,Mônica resolveubater emretirada.Projeto Revisoras 141

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Aproximou-se deSerena emurmurou:

— Voudesempacotar asmercadorias quechegaram, Serena.

E saiu da loja,entrando noquarto dosfundos.

Pela primeiravez, depois demuitos anos,Projeto Revisoras 142

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Serena não soubeo que fazer. Umaparte delasentia-se como amenina de trezeanos, naquelesangustiantes diasde Los Angeles; aoutra, era umamulherequilibrada ebem-sucedida nosnegócios, capazde tomar decisõesProjeto Revisoras 143

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e cuidar de suavida. Em algumlugar entre essasduas, elaflutuava,perguntando-se:

— Mas por queestá aqui? O quequer agora?

Sentiu-separalisada,incapaz dequalquer gesto oupalavra. O olharProjeto Revisoras 144

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de Tominterrogava-a,persistente. Aoencontrá-lo esentir suaintensidade,Serena sentiu quese revolviam ascinzas de umcrime que nãopraticara.

Então, como emresposta à preceque se esqueceraProjeto Revisoras 145

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de fazer, a portaabriu-se e umafreguesa entrou.

Abandonando seuabrigo atrás dobalcão, Serenaolhou-o com osolhos em brasa,caminhando emdireção àfreguesa. Estavatão determinada aignorá-lo queesqueceu-se doProjeto Revisoras 146

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sorriso habitualcom que atendia aclientela.

— Em que possoservi-la? —perguntou.

A mulher demeia-idade paroude admirar umarranjo de docesde frutas, evirou-se com umsorrisoencantado:Projeto Revisoras 147

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— Mas éadorável! Queroalgo para minhaneta e istopoderia ser opresente ideal. Éo aniversáriodela.

— Quanto anostem? — perguntouSerena que, com ocanto dos olhos,observou Tom

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circulando pelaloja.

— Tem seteanos.

— Sete! Quemaravilha! Possofazer umasugestão?

— Lógico.— Podemos

encher essaembalagem —disse, apontandoo pequeno livroProjeto Revisoras 149

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que tantoencantara amulher — combombons degelatina.

— Bombons degelatina?!

A voz da mulherquase ecoou nodenso silêncio daloja e encontroueco na expressãode Tom que, comar divertido,Projeto Revisoras 150

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ergueu assobrancelhasinterrogativamente.

— São doces degeléia comsabores variadose cobertos comchocolate branco.Os garotos adoramisso. Devem caberuns doze nacaixa. Possoembrulhar comProjeto Revisoras 151

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papel plásticocolorido paracombinar com aembalagem, asenhora gosta?

A mulherconsentiu:

— Oh! sim, sim,obrigada. Pareceperfeito.

À medida que amulher seaproximava daporta elaProjeto Revisoras 152

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percebia, comintranqüilidadecrescente, queele se chegava aobalcão. Nunca sesentira tãodesajeitada.Poderia trataresse homem como aum simplesfreguês? Poderiafingir, depoisdessa intensatroca de olhares,Projeto Revisoras 153

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que nunca o haviavisto?

Apesar doabsurdo dasituação, nãoconseguiaencontrarpalavras paraquebrar o gelo.Por que ele nãofala? Para queestá aqui? Se aomenos Mônicasaísse lá deProjeto Revisoras 154

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dentro e viesseatendê-lo.

Mais uma vezfoi salva pelosininho da porta.

— Serena,querida! Comovai?

Cynthia Wayne,com seus cabelosvermelho-douradose um longo casacode pele, entrou

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caminhando diretopara o balcão.

— Preciso dosseus BombonsArdentes. Vocêtem aí, não tem?

Parouabruptamente aolado de Tom, osolhos azuis bemabertos.

— Posso esperarse estiverocupada.Projeto Revisoras 156

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— Não, nãoestou — respondeuSerenaanimadamente,,recuperando o usoda voz. — Que bomvê-la Cynthia!

E era verdade!Pela primeiravez, em quatroanos, agradecia achegada dessaruidosa e sensual

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parceira detênis.

— O queaconteceu? Parecedesesperada... —caçoou com aamiga. — Algumproblema?

Cynthiaencarou-a esorriu commalícia.

— Nada que osseusProjeto Revisoras 158

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condimentadosbombons nãopossam resolver.

Dirigiu osolhos para aprateleira atrásdo balcão, ondese empilhavam osdiversos tipos deembalagens.

— Aquela caixaxadrez, azul ebranca, ali,olha. VaiProjeto Revisoras 159

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combinaradmiravelmentecom o escritóriodele.

Serena percebeucom desagrado queTom acompanhavaatentamente aconversa. Mesmoassim nãoresistiu abrincar com aamiga.

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— E daí,Cynthia? Quem éque você estápretendendoincendiar?

— Meu chefe,apenas meu chefe.Estáinsuportável.Estou louca paravê-lo encher asmãos de bombons,com a voracidadeque lhe éProjeto Revisoras 161

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habitual e enfiá-los na boca. Aí,sim, vai termotivo paraespernear elatir.

— Vai respirarfogo — advertiuSerena.

— É o quemerece.

Com os lábioscurvados numacareta sedutora,Projeto Revisoras 162

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Cynthia lançou umlongo olhar paraTom. Ele, noentanto, tinha osolhos voltadospara Serena.

Cynthia era umaflertadora nata esabiaperfeitamentequando um homemera indiferenteao seu fascínio.E esse nãoProjeto Revisoras 163

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demonstrara omínimo interessepor ela. Com umsuspiro, pegou opacote que Serenalhe estendia.

— Obrigada,querida —murmurou. As duascaminharam até aporta.

— Tenha calmacom ele, Cyn —ironizou Serena,Projeto Revisoras 164

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quando percebeuque Tom nãopoderia ouvi-la.

Não estavapreparada para aréplica da amiga.

— Com ele? Evocê? — abaixou avoz, olhando paraTom por cima doombro. — O queaconteceu comele?

— Nada.Projeto Revisoras 165

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— É tãofascinante!

— Nem reparei.Saíram e

ficaram ali naporta, que Serenamanteve semi-fechada às suascostas, impedindoa visão de Tom.

— Vamos,Serena. Sei quevocê é um poucoselvagem, mas nãoProjeto Revisoras 166

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me diga que eleveio aqui comprarbalinhas.

Pela expressãode Serena,Cynthia percebeuque não obteriaqualquerinformação daamiga. Algumacoisa estavaacontecendo entreos dois, tinhacerteza. TalvezProjeto Revisoras 167

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Serena lhecontasse nopróximo jogo.

— Verei você noclube amanhã ànoite, querida.

— Claro, Cyn.— Cuide-se! —

sua voz tinha umtom provocador.

Serena viu-apartir comrelutância.Acompanhou osProjeto Revisoras 168

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passos da amigaaté quedesapareceram.Respirou fundo evoltou-se paraentrar.

O carpeteamaciara ospassos de Tom eela sentiu umtremor percorrer-lhe o corpoquando viu-seface a face comProjeto Revisoras 169

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ele. Nessaproximidade pôdeperceber como eleera alto e comoparecia divertir-se com odesconforto dela.Sentiu-seintimidada com opoder de atraçãoque os olhos delepossuíam.

O coração batiaacelerado, asProjeto Revisoras 170

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pernas estavamtrêmulas. Limpoua garganta parafalar, mas parou.Uma dúvidainsidiosapenetrara em suamente: será queele não areconhecera? Masentão, que teriavindo fazer ali,o quepretenderia? PorProjeto Revisoras 171

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um instante teveconsciência desua rudeza paracom ele. E sefosse um freguês?Mas recordou-seque era ThomasHarrison Reynoldse aprumou-se,pronta paraenfrentar oinimigo.

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Num instantereassumiu o papelde lojista.

— Em que possoservi-lo?

Tom franziu assobrancelhas eolhou-acarrancudo. Nãodemonstravaqualquer sinal detê-lareconhecido, mastransmitia umProjeto Revisoras 173

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fogo extremamenteperturbador noolhar. E haviaalgo mais... algomais profundo quenão conseguiaidentificar.

Ele jogou acabeça para tráse riu. Entãofalou e sua vozera tranqüila efirme, não tãoprofunda como elaProjeto Revisoras 174

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imaginara. Tinhauma gentilezatotalmenteimprevisível.

— Você é umafigura! —exclamou,deixando-a aindamais confusa.

— O quê? —gaguejou ela.

— Você éincrível!

— Ah!Projeto Revisoras 175

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Fez uma pausa.Iria dizer o quepretendia ali?

— Bem...— Bem o quê? —

perguntou ele.— Há algo que

possa fazer porvocê?

— Espero quesim. Elasurpreendeu-se.

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— Está querendoalgo?

— Pode ser.Afinal

conversavam, ogelo estavaquebrado. Serenaainda estavanervosa eagitada. Desviouos olhos dele evoltou para trásdo balcão,continuando aProjeto Revisoras 177

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empacotar asencomendas.Enquanto seusdedostrabalhavam,automaticamente,pensava noabsurdo dasituação. Seráque areconhecera? Porque então agia deforma tão

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inusitada para umfreguês?

— Veio comprarum presente? —perguntou.

Ele tinha seapoiado nóbalcão,descansando sobreele uma mãolonga, forte ebonita. Fez umgesto deimpaciência.Projeto Revisoras 179

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— Lógico quenão. Vim aquipara falar-lhe.

— Sobre o quê?— respondeuríspida.

Ele pareceu umpouco confuso coma sua reaçãodefensiva,enquanto Serenaalarmava-se com aafirmação dele.

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— Sobre o quê?Esperava que vocêpudesse meexplicar. Afinal,não é todo diaque uma mulher meolha do jeito quevocê me olhou norestaurante.

— Oh! —exclamou ela,colocando a pontados dedos sobreos lábios.Projeto Revisoras 181

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Se eleestivesse sendosincero, estariaem vantagem, seusegredo estariaprotegido.Enquanto umaparte delaansiava porgritar-lhe toda aamargura que apresença dele lhecausava, a outrarecomendava-lheProjeto Revisoras 182

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calma e bomsenso.

— Não conseguiimaginar a razãoque a fez olhar-me daquele jeito,atirando-mepunhais.

Então foraassim tãoevidente! Nuncaimaginara que seuressentimentopudesseProjeto Revisoras 183

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transparecer deforma tão óbvia.

— Punhais?...Eu...eu... vocêapenas pareceu-me... familiar.

— Hum... — eledeu-lhe umsorriso forçado.— Você deve teralgum inimigo.

Como estavacerto!, pensouSerena comProjeto Revisoras 184

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tristeza. Se aomenos ele nãotivesse vindopara Minneápolis,se nunca mais otivesse visto, ohomem quedesencadeara agrande tragédiade sua vida!

— Como meencontrou?

Tom pareceuagradar-se de suaProjeto Revisoras 185

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curiosidade e obrilho quente dosolhos dele seacentuou,espalhando-sepelo rosto eatingindo-a commaior impacto.Serena desviou oolhar.

— Depois quesaiu perguntei àgerente. Elasugeriu-me queProjeto Revisoras 186

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tentasse DocesSerenidade. Eadvertiu-me queteria de entrarna fila.

Serena riu,ingenuamente.

— É verdade. Naépoca do Natal,no Dia dosNamorados eoutras festas.Mas, como podever, nos diasProjeto Revisoras 187

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normais as coisassão maistranqüilas.

— Não creio quepretendesse dizerisso —acrescentou ele,levantando asobrancelha.

— Oh!Serena levou

alguns momentospara entender.

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— Quer jantarcomigo hoje ànoite?

Fez o convitecom tantanaturalidade queela sentiu-seainda maisincomodada.

— O quê? Comopode dizer isso?

— Realmente nãome parece tãoestranho. HomensProjeto Revisoras 189

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e mulherescostumam fazermuito isso. Creioque devo lembrar-lhe que estavaacompanhada noalmoço, umcompanheiro muitoatencioso.

— E você também— retrucou ela,corando emseguida.

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— Ah! Reparounisso? — elesorriubrincalhão. — Viucomo é comum. Eentão?

Serena sacudiua cabeça um poucoespantada. Comopoderia' ter semetido em talsituação?

— Isso éridículo —Projeto Revisoras 191

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murmurou, umpouco para simesma. Mas eleinsistiu.

— E então?Lentamente,

levantou a cabeçapara encará-lo.Era muitoatraente e, semdúvida alguma,deveria ser beminteressante. Senão fosse quemProjeto Revisoras 192

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era teria ficadotentada aaceitar. Nãopodia trair amemória do pai,saindo com TomReynolds.

— Nem mesmo meconhece —dificultou ela.

— Isso pode serremediado.

— Posso sercasada.Projeto Revisoras 193

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— Com seucompanheiro dealmoço?

— É meuorientador deinvestimentos.

— Ah! —sussurrou comsuavidade. — Mas,se almoçou comele, por que nãopode jantarcomigo?

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— Tive boasrazões paraalmoçar com Andrée não tenhonenhuma paraquerer jantar comvocê.

Quando elesorriu, elasentiu-seestranhamentepenetrada poresse sorriso.

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— Poderiadivertir-se.

— Não medivertiria.

— Tem algumarazão para nãojantar comigo?

— Sim.— Está

comprometida?— Não.— Então por que

não quer jantar?Projeto Revisoras 196

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Um repentinosentimento depoder invadiu-a.

— Parecesurpreso, senhorReynolds, nuncarecebeu um não?Tom endireitou-seatento e, maisuma vez, assumiuo controle dasituação.

— Você meconhece —Projeto Revisoras 197

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afirmou, olhando-a de um mododiferente. — Deonde você meconhece?

— Li... sobrevocê no jornal.

Ele balançoulentamente acabeça.

— Não creio. Osjornais nãotraziam fotos.

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Insisti muitonesse ponto.

— Insistiu? —ela deixou-selevar pelacuriosidade.

— O anonimato éalgo que valorizomuito.

— Oh! Entãodeve ser umaaquisiçãorecente! —ironizou Serena.Projeto Revisoras 199

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Há dezesseisanos, TomReynolds vieraimpetuosamente apúblico paradenunciar seupai. Primeiro naimprensa, depoisno tribunal. Elaainda podia ouviras marteladas dojuiz, maspercebeu que essaimagem era apenasProjeto Revisoras 200

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o reflexo daspontadas quesentia na cabeça.Pronto, chegara aenxaqueca!

— Você não meconheceu pelojornal, Serena.

"Agora chamava-a pelo nome!Obrigada,Cynthia", pensouSerenaestremecendo. NãoProjeto Revisoras 201

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demoraria muitopara que eledescobrisse averdade.

— Vocêconheceu-me nopassado. Por queeu não a conheço?Serena começou aficar impaciente.

— Devem tersido tantas asmulheres em suavida que já nãoProjeto Revisoras 202

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consegue lembrar-se de todas.Quantas dúzias?

Falou comraiva, querendoapenas agredi-lo,sem pensar se àspalavras eramadequadas ou não.Logo arrependeu-se.

Ele respondeu-lhe com um olharde suave sedução.Projeto Revisoras 203

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Seus olhosexaminaram-lhe oslábios,demorando-seneles osuficiente paraque ela sentisseum ligeirotremor.

— Nunca fui seunamorado — falou,enquantoexploravalentamente osProjeto Revisoras 204

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

detalhes do rostodela. — Nãopoderia tê-laesquecido, você édiferente....

Havia umainocentesinceridade naexpressão deleque despertou emSerena umamomentânea ondade profundasimpatia. PodiaProjeto Revisoras 205

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

perceber abatalha interiorque ele travava,tentandoinutilmentesituá-la namemória, do mesmojeito como ela seesforçava pararecordá-lo nessatarde.

Com uma caretade ressentimento,perguntou-se queProjeto Revisoras 206

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

motivos teria elepara lembrar-sedas reportagensque fizera, daspessoas eassuntos quedefendera ouatacara com opoder de suamáquina. Querazões teria elepara relembrar asfamíliasdesamparadas,Projeto Revisoras 207

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

destruídas peloseu fervorjornalístico?

— Esperava quesim — faloufinalmente,indignada.

— Mas onde...?Ele voltou a

cabeça para aporta, irritadocom o sino queanunciava um novofreguês. Serena,Projeto Revisoras 208

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

como sempre,agradeceu ainterrupção e,aparentando muitacalma, pesou eembalou umaporção de docesgelados. Recebeuo pagamento e fezo troco, commuito método elentidão, como seretardasse omomento ele irProjeto Revisoras 209

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

para a forca.Quando o freguêssaiu, sua cabeçalatejava e elaestava tão pálidae gelada quantoos doces quevendera. Lançouum olhar paraTom, que maldisfarçava aimpaciência.

— Como lhedizia...Projeto Revisoras 210

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

'— Serena! —chamou Mônica láde dentro,aparecendo emseguida na porta.

Tom mostrou-sefrancamenteincomodado com anova interrupção.O fogo dos olhosdele pareciaprestes aexplodir. Serenaescapuliu antes.Projeto Revisoras 211

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Sim, Mônica?— Desculpe

interrompê-la,mas há umproblema com anova remessa de"Dedos de moça".Parecemembolorados.

Falavatimidamente,olhando para Tom.

— Deixe-me ver.

Projeto Revisoras 212

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Sem umapalavra, Serenadesapareceu noquarto dosfundos. Verificouas caixas de docee voltou à lojapara telefonar aofornecedor,solicitandosubstituição doalimentoestragado.

Projeto Revisoras 213

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Tudoarranjado? —perguntou Tomquando elarecolocou o foneno gancho.

Como um velhoamigo, apoiava-sedescontraidamenteno balcão,interessado naconversa.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Sim, mandarãooutra remessaamanhã.

— O que sãoesses... "Dedosde moça"? Elasorriuligeiramente.

— É uma misturade nozes e outrasfrutas, inclusivebananas. Vendemosmuito,.para...

Projeto Revisoras 215

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Os "cheios dededos" —interrompeu ele.-Ela não pôdedeixar de sorrir.

— Só espero quenão sejamsolicitados hoje.

— Isso acontecesempre?

Serena fez umacareta,levantando a

Projeto Revisoras 216

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

cabeça, comironia:

— Está fazendouma investigação?Procurando acorrupção ocultanos negócios dosdoces?

E finalizou deforma quaseacusadora:

— Não estáprocurando alguémdigno de serProjeto Revisoras 217

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

assassinado aqui,está?

Os olhos delebrilharam, maspermaneceutranqüilo.

— Não, Serena,não faço maisreportagens dessetipo. E, mesmoque fizesse, estenão seria o lugarmais adequado

Projeto Revisoras 218

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

para iniciar umainvestigação.

— Poderiasurpreender-se —disse ela,olhando-o comraiva. — Nesseslugaresimprováveisencontram-se asmelhores pistas.Pensava no pai,uma pessoatotalmenteProjeto Revisoras 219

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

insuspeita. Porque teria Tomdesconfiado dele?

Ele notou a suaangústia.

— Olha, não háum lugar aquionde possamosconversar semsermosinterrompidos?

— Estoutrabalhando. Meu

Projeto Revisoras 220

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

dia só terminadepois das seis.

— Mas você nãoquer ir jantarcomigo!

— Então,imagino queesteja sem sorte.

Colocou aspontas dos dedosnas têmporas quelatejavam.

— Além do mais,não temos nadaProjeto Revisoras 221

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

para conversar.Você pareceu-mefamiliar norestaurante, efiquei olhando-o.Só isso. E fim.

— Ainda não.Você não mecontou de onde meconhece. E tambémnão deu uma boarazão para nãosair comigo.

Projeto Revisoras 222

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Serena sentiuvontade degritar, massufocou oimpulso, que setransformou nodesejo de baterem alguma coisa.

— Posso dizer-lhe: não gosto devocê!

— Sei disso,mas gostaria desaber por quê.Projeto Revisoras 223

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Gostaria de sabero que foi que lhefiz. Ou, o quefoi que fiz paramerecer o seudesprezo.

— Vocêrealmente não selembra?

Sua expressãodemonstravadesgosto. Agrande tragédiade sua famíliaProjeto Revisoras 224

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

não significaraabsolutamentenada para ele.

— Não, eurealmente não melembro. Por quenão facilita ascoisas para mim?

— Estábrincando?Gostaria que eutornasse ascoisas mais

Projeto Revisoras 225

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

fáceis para você?Estava furiosa.

— Desde quandovocê precisa deajuda? Não étodo-pode-roso?Tudo que tem afazer é sentar-sena máquina e... —ela estalou odedo — pronto!Conseguiu o quequeria.

Projeto Revisoras 226

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Espere umpouco!

— Não. Acho quedeve ir embora.

— Não saireidaqui enquantonão descobrir oque você temcontra mim.

— Então euchamarei apolícia. Vocêestá napropriedadeProjeto Revisoras 227

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

alheia...causandoproblemas.

Permaneceram umdefronte aooutro, encarando-se, o balcãoentre eles. Ocorpo de Tommostrava-se tensode raiva e Serenatremia. Então elefalou, com aconvicção que elaProjeto Revisoras 228

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

já conhecia tãobem.

— Você não vaichamar a polícia,Serena, porquevocê não querdesenterrar o seupassado...qualquer quetenha sido ele.

Ela sentiu-sefrágil, imersa naagonia.

Projeto Revisoras 229

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Você nãofaria isso...

— Sim, faria.Serena desviou

os olhos eengoliu em seco.Acreditava nele.Sabia que nãoteria escrúpulosem destruir suavida para obter ainformação quedesejava. Seusdedos pálidosProjeto Revisoras 230

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

agarraram-se nabeira do balcão,enquanto eladesmontava sobrea cadeira. A vozde Tom como queacordou-a, emboraela mantivesse osolhos baixos.

— Mônica —chamou ele —,Mônica, poderiavir aqui umpouco, por favor?Projeto Revisoras 231

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Mônica apareceuquaseimediatamente,mas sua atençãovoltou-seinteiramente paraSerena, espantadacom o seu rostopálido e abatido.

Tom deu a voltano balcão.

— Mônica,poderia cuidar daloja por algunsProjeto Revisoras 232

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

minutos? Voulevar Serena parafora, ela nãoestá se sentindobem.

Ante o olharalarmado deMônica,tranqüilizou-a:

— É apenas umador de cabeça.Precisa de ar.Você pode cuidardisso aqui?Projeto Revisoras 233

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Pegou o braçode Serena que sesentia demasiadoameaçada parareagir.

— Lógico —respondeu Mônica.— Cuidarei detudo. Serena, temcerteza de quenão é grave? Querque eu chamealguém?

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— Ela ficarábem — respondeuTom. — Irácomigo. Sentindoum repentino mal-estar noestômago, Serenaarrancou o braçoda mão dele ecorreu para oquarto do fundo.Apoiou oscotovelos sobreuma alta caixa deProjeto Revisoras 235

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

papelão e enfioua cabeça nasmãos. Em suapressa de fugirnão viu o sorrisotranqüilizador ea pequena piscadaque ele deu aMônica, antes deir atrás dela.

Acreditandotratar-se de umabriga de amor,Mônica sentia-seProjeto Revisoras 236

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

feliz emrespeitar anecessidade quetinham de ficar asós. Já haviasentido issoantes, quando seretirara para osfundos. Podiaentender quequisessem umaprivacidademaior.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Você estábem?

Tom falou comgentileza,enquanto afastavaos cabelos quecobriam o rostodela. Serenahesitou. Depoisafastou-sebruscamente,encostando-se naparede.

Projeto Revisoras 238

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Tom permaneceude pé, perto osuficiente paraintimidá-la,embora falassesuavemente.Conservava asmãos metidas nosbolsos da calça,o corpo numapostura um tantodespreocupada.Somente aintensidade doProjeto Revisoras 239

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

seu olhar e aobstinação de suaatitude traíam atensão que oenvolvia.

— Agora vocêpode começarcontando-me sobrea primeira vezque nosencontramos.

Ela faloubaixo, temendo

Projeto Revisoras 240

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

que a vozvacilasse:

— Não participodo seu jogo,senhor Reynolds.Parece que sabede tudo, apesardesses seusolharesinocentes.

Notou que aspernas dele semexiam, mas nãolevantou o olhar.Projeto Revisoras 241

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Já que vocêsabe tanto sobremim, deve saberque cumprireiminha ameaça.Gostaria de mever vasculhando oseu passado?

Ela levantou osolhos:

— Isso échantagem.

— Está com medodo seu segredo?Projeto Revisoras 242

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— Não tenhonada a esconder.Não concordo comseus métodos, masnão pretendo quedestrua minhavida por algo quemeu pai já pagouhá muitos anos.Ele pagou, todosnós pagamos.

Mais uma vezabaixou os olhos,fechando-os eProjeto Revisoras 243

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

levantando a mãopara afastar oolharinterrogador deTom.

A voz dele sooubaixa e lenta,como seescolhesse aspalavras.

— Diga-meSerena, conte-me,o que fez seupai?Projeto Revisoras 244

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Você sabe.Por que devohumilhar-me aindamais?

— Porque — eleencostou os dedosno seu queixo,erguendo-lhe acabeça — queroescutar vocêdizendo isso.

Serena tentoudesviar o rosto,mas a pressão dosProjeto Revisoras 245

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

dedos deletornou-se maisforte.

— Você deve serdoente — murmurouela.

— Diga... —advertiu eleoutra vez.

— Que prazerencontra nisso?

— Serena,conte-me sobre

Projeto Revisoras 246

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

seu pai. Elacerrou os dentes.

— Contarei,logo que vocêtire as mãos demim.

Por algunsmomentos,olharam-se nosolhos. Então,pela primeira vezele pareceurecuar.Aquiesceu,Projeto Revisoras 247

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

soltando-lhe oqueixo. Mas foiuma vitóriainútil, porqueele afastou-seapenas um passo,cruzou os braçossobre o peito eesperou.

— Continue.Serena respirou

fundo e apoiou-sena escada,

Projeto Revisoras 248

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

olhando-odesafiadoramente.

— Meu pai eraum homem bom,amava sua famíliae trabalhava durocomo contador.Olhou em volta eviu riqueza emtoda a parte. Erahumano, errou.Você usou o errodele como umtrampolim para oProjeto Revisoras 249

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

seu sucesso,capitalizou-o eatirou meu painum humilhanteespetáculopúblico.

Seu corpotremia.

— Qual é seusobrenome?

— O quê?— Seu

sobrenome, qualé?Projeto Revisoras 250

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— Meu Deus! —gritou Serena. —Você nem ao menosse recorda donome dele! Comopode ser tãodesalmado?

— O nome. Diga-me Serena?

— Strickland!Strickland! Meupai era JohnStrickland. Era.Teve um derrameProjeto Revisoras 251

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alguns mesesdepois dacondenação, ficouparalisado,passou semanas nohospital e trêsanos numa Casa deSaúde, antes demorrer. Não épreciso que eulhe diga como avida foi adorávelpara nós nesseperíodo.Projeto Revisoras 252

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Ele pareceu nãose importar com opeso de suaafirmação.Olhava-a como seela tivesseressuscitado.Parecia aturdido.

— Strickland —murmurou,enquanto seusolhos vasculhavamo rosto dela. —SerenaProjeto Revisoras 253

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Strickland.Lembro-me bem deseu pai e de suamãe. Havia duascrianças, ummenino e umamenina. O meninoera pequeno.

— Tinha oitoanos.

— E a meninanão era muitomaior...

— Treze anos.Projeto Revisoras 254

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Tom prosseguiucomo se estivessenum sonho.

— Era meiodesajeitada, umpouco atarracadae muito...muito...

— Vulnerável.A respiração de

Serena estavaentrecortada,como se fizesseum grande esforçoProjeto Revisoras 255

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

para manter ocontrole.Atônito, elesacudiu a cabeça.

— Não possoacreditar quevocê é aquelagarota.

— E não sou —retrucou ela,agitada. — E oinferno que vivinaqueles anos nãoteve nada a verProjeto Revisoras 256

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

com aadolescência.Sabe o quesignifica ver oscolegasmurmurando àssuas costas, ouevitando você?Era como se eutivesse peste. Afilha do ladrão!Tem idéia do queisso significa?

Projeto Revisoras 257

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Parou pararespirar, semnotar a expressãode dor que tomouconta do rosto deTom.

— Não, claroque não. Vocênunca viveu algosemelhante. Vocêé Thomas HarrisonReynolds, dailustre famíliados HarrisonProjeto Revisoras 258

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Editores. Nuncateve de enfrentara desgraça quecausou a meupai...

— Serena —interrompeu elemansamente —, nãomandei que eleroubasse.

— Mas fezalarde do errodele, contou ao

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

mundo o que elehavia feito.

— Eu erajornalista. Era omeu trabalho. Elaergueu a cabeçacom raiva.

— Não venha medizer que estavacumprindo ordens.

— Você sabequem eu sou. Eunão sigo ordens.l — Era umProjeto Revisoras 260

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repórter novato,não era? Foi suaoportunidade i|deaparecer, não foiisso?

— Não.— Então... o

que...? — Sua vozvacilou. Sentia-se esgotada,cansada, a cabeçalatejando deformainsuportável. —Projeto Revisoras 261

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Por que perseguiumeu pai daquelejeito?

As lágrimassubiram-lhe aosolhos e o rostode Tom tornou-seuma manchaescura, enevoada.Fechou os olhossentindo-seferida ehumilhada. Seusombros seProjeto Revisoras 262

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

agitavam noesforço de contero pranto.

— Deixe-mearrumar algo parasua dor decabeça.

A voz de Tomsoou bem próxima,gentil.

— Estou bem —murmurou ela,sabendo que nãoera verdade.Projeto Revisoras 263

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— Tem aspirinapor aqui?

Ela nãorespondeu,tentandoencontrar umaposição menosdolorosa para acabeça.

— Serena, vocênão tem aspirinapor aqui?

— Só doces —murmurou ela.Projeto Revisoras 264

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Mantinha osolhos bemfechados para nãover aquele homemque, sem dúvidaalguma, era seuinimigo. Toda araiva e ahostilidade quedemonstrara emrelação a eleeram estranhas aoseu caráter epareciam ter-seProjeto Revisoras 265

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esgotado. Sentia-se demasiadoinfeliz paracontinuarbrigando.

Embora nãopudesse ver suaderrota, elepareceu senti-la.Num gestoespontâneo,colocou as mãosem seus ombros,escorregando-asProjeto Revisoras 266

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suavemente pelassuas costas,enquanto puxava-apara si. Serenadeixou-seconduzir, sem umgesto de recuo. Aidentidade deletinha agora tãopouca importânciaquanto o fato deter sido ele ocausador de seumal-estar. AProjeto Revisoras 267

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única coisa queimportava era ocorpo quente quea abraçava,absorvendo seutemor.

Respirandofundo, Serenasentiu que asforças lhevoltavam, mas nãofez o menor gestopara afastar-se.Seu queixo estavaProjeto Revisoras 268

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

encostado nopeito dele e, sobsua mão espalmadapodia sentir-lheo coração batendoforte.

Então, eletambém erahumano! Seucoração também sedescompassava? Derepente teveconsciência dáproximidade dele,Projeto Revisoras 269

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com umaintensidade queas roupas nãoconseguiamdiminuir.Conformerespirava,sentia-lhe ocheiro, masculinoe agradável.

Como era bomdescansar contrao peito de umhomem... ter umProjeto Revisoras 270

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homem no qual seroçar...!

Como seacordasse,afastou-sesubitamente dele,receosa de seusprópriospensamentos.

— É melhor quevá embora —murmurou,apertando as

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têmporas com osdedos.

— Deveria tomarum remédio parador de cabeça.

— É enxaqueca.Costumava tê-las,mas haviamdesaparecido —olhou-o. — Vocêtrouxe-a devolta. Quem sabedesaparecerá

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quando você sefor.

Duvidava queisso fosseverdade; sabiabem que a noiteseria bastantedolorosa.

— Deixe-melevá-la paracasa.

— Está sesentindo culpado?

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— Culpado, não.Talvez comremorso, masprincipalmentesolidário. Vocêparece estarsofrendo.

— Uma conclusãobastanteperceptiva.

— Vamos — disseele, ignorando oseu sarcasmo. —Pegue suasProjeto Revisoras 274

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coisas, vou levá-la para casa.

— Não,obrigada. Nãoposso ir antes defechar a loja. Oque ainda leva umcerto tempo.

Lembrar-se daDoces Serenidade,seu orgulho, deu-lhe coragem.

— Eu estou bem.

Projeto Revisoras 275

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Tom olhou-a porum longo momento,demonstrandoceticismo.Finalmente virou-se e saiu semdizer nada. Osnoventa minutosseguintes foramtorturantes paraSerena; tentavatrabalhar,empurrando ospensamentos sobreProjeto Revisoras 276

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Tom Reynolds parafora de suamente. Mas elesnão se retiravam,ficavam apenasaprisionados e desua prisãopressionavam comimpaciência cadavez maior e aenxaquecatornava-se cadavez maisincômoda.Projeto Revisoras 277

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Mônicarealmentemereceria ganharo triplo nessecurto espaço detempo. Não fezperguntas esimplesmentedesdobrou-se noatendimento dosfregueses, com otato e asegurança de umaprofissional.Projeto Revisoras 278

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— Obrigada,Mônica. — Serenaforçou um sorrisoque mais pareciauma careta dedor. — Você foimagnífica. Nãosei o que teriafeito sem você.

— Voltareiamanhã — disseMônica sorrindo.— Se quiserchegar mais tardeProjeto Revisoras 279

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

ou dar umaescapadinha, eulhe fareicobertura.

— Você é ótima!Mas não sepreocupe, estareiaqui, sem dúvidaalguma. Essa lojaé como um filho enão há outrolugar onde euqueira ir.

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Pensava no diaseguinte, porquenaquela hora tudoo que desejavaera estar nacama, debaixo dosgrossoscobertores que &protegeriam domundo. Sentindo-se um poucoentorpecida pelador de cabeça,ultimou osProjeto Revisoras 281

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preparativos parafechar a loja,jogou seuelegante casacosobre os ombros,pegou a bolsa, ogorro de tricô eas luvas. Cega aqualquer coisaque não fosse suavontade louca dechegar em casa,saiu da loja edeu as costasProjeto Revisoras 282

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para a praça,trancando a portada DocesSerenidade.

Quando sevoltou, seusolhos pesados edoloridos deramcom a figura deTom!

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CAPÍTULO IIICAPÍTULO III

Ele mudou deposição,encostando-secontra a grade deproteção da loja,a não mais de ummetro dedistância. Nãotinha' como nãovê-lo.

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— Oh!, não —murmurou Serena,olhando-orapidamente antesde se afastar.

— Pronta parair? — perguntouele,displicentemente.Decidida a mantê-lo afastado,Serena saiuandando sem dizer

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uma palavra,seguindoautomaticamente ocaminho que faziatodos os dias.Apesar dacegueira causadapela enxaqueca,estava conscientede que Tom aacompanhava, massentia-sedemasiadodebilitada paraProjeto Revisoras 286

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

fazer qualquercoisa. Parouapenas uma vez,quando saiu dagaleria para ofrio da noite.Abotoou o casacoaté o pescoço,puxou o gorro delã grossa sobreas orelhas eescondeu as mãosum pouco trêmulasnas luvas.Projeto Revisoras 287

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— Fria a noite,não? — comentouTom, com umairritantedespreocupação.

Parou ao ladodela para vestire abotoar ajaqueta de lã quetrazia penduradanos ombros.

Um grunhido foia única respostade Serena, mas deProjeto Revisoras 288

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parecia nãocompreender queera indesejável.Ela esforçava-sepor continuarcaminhando, a dorapunhalando seucérebro. Cerrouas mãosfortemente,afundando-as nosbolsos. Tom pegouem seu braço,apoiando-a.Projeto Revisoras 289

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Serena sentiu-sedemasiado cansadapara protestar.

Ao enxergar aentrada de seuprédio, apressou-se, antecipando oalívio de chegarao décimo quintoandar, defronte àporta de seuapartamento.Pronto, láestava! ProcurouProjeto Revisoras 290

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a chave na bolsae, quando tentavaenfiá-la nafechadura, Tompegou-a e abriu aporta. Serena jánão se importavacom o fato de eleestar ali, seuúnico desejo eracair na cama ealiviar aquelador torturante.Entrou,Projeto Revisoras 291

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caminhando noescuro, diretopara a sala, semolhar para trás.Tom acendeu a luze ela cobriu os"olhos num gestorápido, evitandoa luminosidadedolorosa.Dirigiu-se aoquarto batendo aporta atrás desi. Tropeçando noProjeto Revisoras 292

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escuro, fechoutotalmente ascortinas e tirouas roupas.

Só decalcinhas,enfiou-se na camae puxou oscobertores sobreo corpo,afundando acabeça notravesseiro comum suave gemido.Projeto Revisoras 293

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Nem escutou osruídos leves quese ouviam peloapartamento,alguém remexendono banheiro e nacozinha, depoisuma voz baixa aotelefone e naporta.

Uma nesga deluz iluminou acama quando aporta abriu-se.Projeto Revisoras 294

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Escondida debaixodas cobertas,Serena só seapercebeu dachegada de Tomquando ele estavapróximo da cama.Enrolada noscobertoressoergueu-se, osolhossemicerrados.

— Vá embora —murmurou.Projeto Revisoras 295

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— Calma,Serena. Tomeisso.

— Aspirina nãoadianta nada.

— Não éaspirina. Tome.

— Ah! é?Ele entregou-

lhe uma pílula eum copo d'água,apoiando-a com obraço enquantoela bebia.Projeto Revisoras 296

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— Obrigada —disse, afastandoo copo doslábios.

Tom ajudou-a adeitar-se e ficouum momentosentado na beirada cama. Logolevantou-se esaiu, fechando aporta.

Serena ficousozinha em seuProjeto Revisoras 297

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casulo escuro,mas sentiu umalívio quaseimediato. Nãopodia ser oefeito doremédio. Em suamente, desfilavamrecordaçõesrecentes econfortadoras:uma mão quentesobre a pele nuade suas costas,Projeto Revisoras 298

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

um braço forteapoiando-a, dedoslongosacariciando-lheos cabelos.Sensações reais,cheias de umdelicioso prazer.Caiu em sonoprofundo.

Despertou antesque o relógiotocasse, embora odia já estivesseProjeto Revisoras 299

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

claro. Sentou-sena cama,pestanejou,espreguiçou-se etirou os cabelosdo rosto.Decididamente,estava muitomelhor. A dor.praticamentesumira e umaaspirina cuidariade evitar quevoltasse.Projeto Revisoras 300

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Levantou-se,vestiu o robe eos chinelos e foipara o banheiro.O banho estavadivino, a águaquente eabundante. Lavouos cabelos efartou-se dasensaçãoprazerosa da águacaindo sobre ocorpo. ApósProjeto Revisoras 301

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secar-se,esfregouvigorosamente oscabelos com atoalha felpuda eolhou-se noespelho, parapenteá-los.Estava com umacara boa! Aí sepermitiu pensarem Tom.

Tom Reynolds! Odemônio de suaProjeto Revisoras 302

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memória. Ovisitanteindesejável, ointruso em DocesSerenidade.Enquanto faziauma levemaquilagem, dissea si mesma quenão teria maisdores de cabeçapor causa dele.Nunca maissentiria umProjeto Revisoras 303

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choque tão fortecomo o do diaanterior, quandoo passadorevivido lhecaíra subitamentesobre a cabeça.Tinha a intuiçãode que ele nãohaveria de traí-la, espalhandosua história, massabia que deveriavoltar aProjeto Revisoras 304

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encontrá-lo, emnome de suaprópria paz deespírito.Estimulada pelasua aparênciarenovada foi paraa cozinhapreparar um café.O aroma forte egostoso deixou-aainda maisdisposta e,pegando umaProjeto Revisoras 305

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xícara, tomou umgole, indo para asala buscar ojornal na portade entrada.

Mal saiu dacozinha, parousurpresa. Tomestava ali, decostas para ela,sentando-selentamente nosofá. Nuncaimaginam queProjeto Revisoras 306

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tivesse dormidoem sua casa.Serena observou-ocalada enquantoele seespreguiçava,estalando asarticulações docorpo. Sentiu umenorme fascíniopor apreciar esseritual masculino,mas não podiadeixar de seProjeto Revisoras 307

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perguntar: o quepretendia ele?Por que dormiraali?

Adiantou-se,parando na frentedo sofá. Tomolhou-a e elaestremeceu.Achou-o muitoatraente assimrecém-acordado,embora com asmarcas de umaProjeto Revisoras 308

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noite maldormida.Sentia umaestranha emoçãoao vê-lo ali,acordando em suacasa. Há quantotempo nãopresenciava umacena dessas?

— Bom dia —exclamougentilmente, parasua própriasurpresa.Projeto Revisoras 309

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Tom olhou-ahesitante e elaachou-o aindamais fascinante.

— Humm, quecheiro bom. É oque estoupensando?

Ele passou amão nos cabelos elançou um olharpara a cozinha.

— Quer café? —perguntou Serena.Projeto Revisoras 310

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— Quero, não.Eu preciso de umcafé.

Num movimentosurpreendentemente rápido, saltoudo sofá e foipara a cozinha.

— Se mepermite.

Serena levantouas sobrancelhas,abismada com acapacidade queProjeto Revisoras 311

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ele tinha deirritá-la. Sorriude sua descobertae foi buscar ojornal. Voltouhesitante,entrandolentamente nacozinha. Eleergueu os olhosda xícara eperguntou:

— Como está sesentindo?Projeto Revisoras 312

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— Melhor.— Dormiu bem?— Sim.— O comprimido

ajudou?— Sim... e...

obrigada. — Elaolhou para ochão, insegura. —Não creio quepudesse ter feitoalgo a noitepassada, nemmesmo poderia terProjeto Revisoras 313

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pensado emcomprarremédio...

Os olhos deleestavamimpenetráveis.

— Era o mínimoque podia fazerpor você.

De pé na porta,Serena não sabiacomo reagir. Apresença de Tomdeixava-a pouco àProjeto Revisoras 314

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vontade. Afinal,pegou outraxícara no armárioe serviu-se demais café. Elemantinha os olhosnela.

— Vocêrealmente parecebem melhor.

— Já estou boa.Só vou tomar umaaspirina antes de

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sair, porprecaução.

Ele mostrou-secético:

— Deveria ficarna cama estamanhã.

— Imagine, nãoé necessário.Além do mais.tenho de abrir aloja.

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— Sua ajudantenão pode fazerisso?

— Mônica sóchega de tarde,após a aula. ENancy também, temfamília e nuncachega a tempo deabrir a loja.

— E seestivesserealmente doente,como faria?Projeto Revisoras 317

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— Felizmentenão estou doentee nunca tive esseproblema. —Desviou os olhospensativa. — Bem,se algum dia nãopuder abrir nohorário, tambémnão será o fim domundo.

Ficaram emsilêncio, como senão tivessem nadaProjeto Revisoras 318

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para dizer.Serena pensavacom certo espantoque nunca teriasido capaz deimaginá-lo ali,em sua cozinha.Dizia a si mesmaque deveriaexpulsá-lo de seuapartamento e desua vida, mas eraum pensamento semforça, incapaz deProjeto Revisoras 319

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fazê-la agir. Emvez disso estavaali, admirando aelegância e adisplicência comque ele seapoiava no balcãoda pia. E,subitamente,sentiu-seconsciente dorobe fino,vestido sobre ocorpo seminu.Projeto Revisoras 320

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Apertou-o contrao corpo, evitandoo brilho dosolhos dele.

— Não quercomer algo? —gaguejou afinal,incapaz desuportar osilêncio.

Ele arqueou assobrancelhas.

— Seriarealmente capazProjeto Revisoras 321

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de preparar algopara eu comer?

— Claro —respondeu ela. —Eu sei cozinhar.

Com um suspirode satisfação Tomexplicou:

— Não é bem poraí a minhadúvida. Ontemvocê não ficou lámuito contente emme ver e estouProjeto Revisoras 322

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certo de quenunca imaginouque eu passasse anoite aqui.Afinal sou seuinimigo, não?

— Acho quesim... —respondeu Serenaum pouco confusa.

— Por isso éque fiqueisurpreso quando

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me ofereceu algopara comer.

— Talvez eu lhedeva isso; peloscomprimidos,pelos cuidados etudo o mais.

— E tudo omais? — elesorriutristemente. — Narealidade foimuito pouco.

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— Você estavaaqui — ela falousem pensar.

Os olhos delesse encontraram.Serena estavaconfusa. Tentavadesesperadamentelembrar-se dequem era ele parafugir da atraçãoque exercia sobreela.

— Olha — falou.Projeto Revisoras 325

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Eleinterrompeu-a:

— Tom, meu nomeé Tom.

— Tom — o nomepareceu-lhe suave—, o que gostariade comer?

Ele deu algunspassos em suadireção. Olhouseus lábios comsensualidade, umacarícia visualProjeto Revisoras 326

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que percorreu seucorpo recém-banhado. Suspensano tempo e noespaço Serena nãoconseguiu mover-se.

Ele abriu aboca para falar,mas calou-se.Respirou e depoisdisse:

— Qualquercoisa. Ovos,Projeto Revisoras 327

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torradas, o quepreferir.

— Ovos fritos?— Malpassados.— Quer manteiga

na torrada?— Prefiro

geléia.— Um suco de

laranja?— Prefiro de

tomate.

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— Andourevistando ageladeira? Quegeléia prefere?

— De ameixa.— Logo a minha

preferida!— Tem bastante.— Ah! Então

examinou tudo?— Bem — disse

ele com um amplosorriso — passeiProjeto Revisoras 329

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a noite aqui eestava com fome.

Serena retirouo vidro de ameixado refrigerador.

— Matou a fomecom geléia deameixa?

— Não, não, ageléia foi asobremesa — elefalou, dirigindo-se para obanheiro.Projeto Revisoras 330

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— E o quecomeu? — gritouSerena.

— Arenque emmolho de vinho.

— O meuarenque! — gritouela consternada.— Não pode serverdade!

Estavaguardando-o parauma ocasiãoespecial e Tom oProjeto Revisoras 331

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tinha devorado.Foi atrás delereclamando e deude cara com aporta dobanheiro. Tomabriu-alentamente.

— É verdade —respondeu com umsorrisodivertido. Acaboude desabotoar acamisa e puxou-aProjeto Revisoras 332

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para fora dacalça.

Serenaesqueceu-se doarenque,fascinada com avisão do corpodele, o peitofirme e másculo,o rosto cheio desensualidade. Umavoz dentro deladizia-lhe que eleera seu inimigo,Projeto Revisoras 333

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mas a verdade éque se sentiraatraída desde oprimeiro instanteem que o vira norestaurante. Asemoções quedespertara nelanão podiam serexplicadas apenaspelos fatos dopassado. Umdesejo ardenteinvadiu-lhe oProjeto Revisoras 334

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corpo, como fogocorrendo em suasveias. Há quantotempo não sentiaisso! Essa forçaprofunda que aempurrava nadireção dele, oenorme desejo detocar aquelecorpo nu!

Insegura ehesitanteprocurou-lhe osProjeto Revisoras 335

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olhos. Eleaproximou-se,rápido, e paroutão perto quepodia ouvir-lhe arespiração. Aforça que sentirahá algunsmomentos somava-se agora aochamado do corpodele, um instintoprimário, contra

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o qual não tinhadefesas.

Tom ergueu asmãos,mergulhando-asnos cabelos dela.Acariciou-lhe orosto e,instintivamente,Serena encostou aface na palma damão dele. Olhou-oe permaneceramassim, os olhosProjeto Revisoras 337

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explorando-se,como quehipnotizados.Então ele abaixoua cabeça,buscando-lhe oslábios.

Levemente,tateou a carnepolpuda de seuslábios,percorrendo cadacentímetro de suapele úmida. OProjeto Revisoras 338

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cheiro deleagradou-a,transportando-apara um mundo depuras sensações.Sentiu as pernasbambas, mas osbraços deleseguravam-na comfirmeza.Entregou-se aomomento, gozandoa delícia daquelebeijo, envolvidaProjeto Revisoras 339

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na paixão portantos anosexcluída de suavida.Reencontrava-aagora, nos lábiosfirmes e suavesde Tom Reynolds,que acendiam nosseus um desejoardente de beijá-lo, de sentiraquela pelediferente eProjeto Revisoras 340

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sensível. Tomsegurou-lhe acabeça, enquantolhe explorava oslábiosentreabertos,raspando a línguaem,seus dentes epenetrando-lhe aboca comdeterminação.Serena agitou-se,queria mais,muito mais. AbriuProjeto Revisoras 341

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a boca e sualíngua encontroua dele, roçando-aprazerosamente,cada movimentodespertando ondasde emoção que lhepercorriam ocorpo.

Seus braçosmoveram-seautomáticos embusca do corpodele,Projeto Revisoras 342

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acariciando-lheas costas,sentindo afirmeza dosmúsculos e ocalor da pele.Suspirou, o corpoinflamado dedesejo fortementeapertado contra odele que aenvolvia cada vezmais. Sentiu-seúmida e as roupasProjeto Revisoras 343

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começaram aincomodá-la.

Como seestivesse lendoseus pensamentos,Tom afastou-a,segurando-lhe orosto. LentamenteSerena abriu osolhos.

— Você apenasme odiaria mais —falou Tom, osolhos duros, aProjeto Revisoras 344

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respiraçãoofegante.

Ela franziu assobrancelhas,ainda imersa naonda de excita-.cão que relutavaem dissipar-se.

— Você me odeiapelo passado,Serena, masexiste uma chamaentre nós, umachama que não éProjeto Revisoras 345

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destrutiva. Eu aquero, desejei-adesde o primeiroinstante, quandonem tinha idéiade quem você era.

Os dedos deleacariciaram-lhe anuca epercorreram suaface em direção àboca, numa buscadesesperada.

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Lutava paracontrolar-se.

— Você é muitolinda — murmurou.

E beijou-a, umbeijo demasiadobreve parareacender oencanto domomento anterior.Tom estavadecidido alembrá-la de quemera ele.Projeto Revisoras 347

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— Não conseguidormir estanoite, pensandoem ter você nosmeus braços, comoagora. Sabe o quesignifica para umhomem ver amulher quedeseja, nua, nacama?

— Sinto muito,não tivera menorintenção. PenseiProjeto Revisoras 348

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que tivesse idoembora.

O que maispoderia dizer?Como poderiafalar-lhe sobreas emoçõesconfusas eardentes que ainvadiam? Entãopercebeu, comvergonha, quehavia seentregado a ele,Projeto Revisoras 349

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assim,irrefletida-mente, deixando-se levar pelodesejo.

— Você vê... —ele afastou-semais, deixou cairos braços — nóspoderíamos terfeito amor...

Olhou-a comcerta dureza e

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entrou nobanheiro.

Serenapermaneceu ali,plantada sobre oassoalho. Estavaassustada econfusa. Somentea lembrança dodia anterior, daterrível dor decabeça que aacometera,

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conseguiu tirá-lada inércia.

Quando dezminutos depoisTom saiu dobanheiro já haviase recuperado e ocafé estavapronto.

— Tomou banho ese barbeou? —perguntousurpresa ao vê-lo.Projeto Revisoras 352

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— Espero quenão se importe deeu ter usado suascoisas. Nãosuporto me sentirsujo.

— A água estavaquente?

— Não era bemde água quenteque eu precisava,mas estava boa,sim. Obrigado.

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Tinha um jeitotravesso no olharque a acalmou.Sentaram-se ecomeçaram acomer, emsilêncio. Elatemia sernovamenteenvolvida pelodesejo.

— Os ovos estãoótimos! —exclamou ele.Projeto Revisoras 354

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— É verdade quenão se lembravamais de mim?

— Tem sal?Ela pegou o

saleiro, olhou-o«algando os ovos,como se nãotivesse escutadosua pergunta.

— Não vaicomer? —perguntou Tom comar inocente.Projeto Revisoras 355

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— Só torradas ecafé.

— Nadasaudável.

— O sal tambémnão é saudável.

— Touché! —exclamou ele.

Serena procurououtro meio deabordá-lo.

— Tom, por quevocê foi à lojaProjeto Revisoras 356

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ontem? O que foifazer lá se nãohavia mereconhecido?

— Já lhe falei,você me intrigou.Queria saber quemera.

— E agora quesabe, o que vaifazer com... essainformação?

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— Queinformação? Eleparecia confuso.

— A ligação comStrickland?Olhou-a como sefosse louca.

— Absolutamentenada. Há algo queeu deveria fazer?Serena nãorespondeu,desviando o

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olhar. Ele pousouo garfo.

— Serena, issoé uma velhahistória, umlivro acabado.Você é a únicapessoa que aindase preocupa comisso.

— Não creio.— O que quer

dizer?

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Ela falou emvoz baixa,poupando-se dador que o assuntolhe causava.

— Que asinformações podemchegar até aspessoas erradas.Isso já aconteceue pode ocorrernovamente.

— Explique.

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Tom apoiou oqueixo na mão,pensativo. Serenapercebeu quedizia muito maisdo que pretendiae recuou.

— Bobagem, écoisa do passado,vamos deixar pralá.

— Termine decontar, Serena. O

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que aconteceu? —insistiu ele.

Era a primeirapessoa a saber deseu passado eisso deixava-alivre paracontar-lhe dasmágoas caladasdurante anos.

— Quandoestudava nocolégio, viviacom meus tios emProjeto Revisoras 362

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Nova Iorque e meenvolvi com umcara.

Abaixou a voz eos olhos.

— Ele estava nafaculdade, eramais velho do queeu, maisexperiente. E defamíliaimportante.

— Isso tepreocupava?Projeto Revisoras 363

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— Não. Nãopoderia ter mepreocupado menos.Mas tinhaimportância paraele. Fez-mesaber, em termosexatos, quãoimportante erasua família.

— E o queaconteceu?

Ela hesitouintimidada, mas aProjeto Revisoras 364

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compreensão queviu no rosto deTom deu-lhecoragem paraprosseguir.

— Bem, eu meenvolvi com ele,ficamos juntosvários meses. Eutinha sido aceitapela Universidadede Duke e nãoestava certa dequerer deixá-lo.Projeto Revisoras 365

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Então resolvienfrentá-lo.

— Queria queele se casassecom você?

— Nãopropriamente.Queria que medeixasse segurasobre ossentimentos dele.Se tivesseintenção decasar-se comigo,Projeto Revisoras 366

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eu deixaria de irpara Duke eficaria numafaculdade de NovaIorque.

— E...?Serena fez nova

pausa, esfregandoas mãos trêmulase gaguejando. Tompegou-lhe a mão,encorajando-a.

— Ele deixoubem claro que...Projeto Revisoras 367

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nunca se casariacomigo. Afinal, ahistória de minhafamília era algoque os pais delejamaisaceitariam.

O corpo de Tomse enrijeceu,enquanto lheapertava a mão.

— Então estavausando você? Otempo todo!Projeto Revisoras 368

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— Não, nãoposso afirmarisso — o olhardela era triste,mas sincero. —Nós doisdesfrutamos darelação e elenunca me fezqualquerpromessa. Era euque necessitavade reafirmação,

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era eu queprecisava de...

— ... amor?— Talvez —

murmurou ela. —Tenho vivido bemsozinha. Desdeque deixei aCalifórnia venhoprocurando alguémque substituaminha família.Naquela épocatinha meus tios,Projeto Revisoras 370

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mas eramestranhos,pareciam emconflito. Nãocreio que meamassem... EMichael... bem,eu achava que eleme amava, masdevia estarapenasfantasiando emcima darealidade.Projeto Revisoras 371

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Por algum tempopermaneceram emsilêncio. Tomlevantou-se parapegar mais café,colocou a garrafasobre a pia e deuuma espiada pelajanela. Quando sevoltou disse:

— Isso deve teracontecido hámais de dez anos.

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Houve algum outroincidente?

Serena riu comcerta amargura.

— Pode estarcerto de quenunca mais memeti em situaçãosemelhante.

— Nunca maisesteve com umhomem depoisdisso?

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Ela ignorou apergunta.

— Nunca maisprocurei ninguéma não ser paradivertir-me poruma noite.

— Paradivertir-se poruma noite?

— Sim, apenaspara me divertir.Eu durmo sozinha,isso me ajuda aProjeto Revisoras 374

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evitar um bocadode dores.

— Mas tambémexclui qualquerrealização.

Ela desviou oolhar.

— Preencho aminha vida com...outras coisas.

— É por issoque correspondeudaquele modoainda há pouco?Projeto Revisoras 375

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— Tom... —protestou ela.

— Não, Serena,não meinterrompa. Vocêabriu-se como umamulherverdadeiramenteapaixonada.Consegue mantertudo isso dentrode você?

— Não.

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— Mas há poucoafirmou...

— Não, eu nãodurmo por aí. Mastampouco sofrofrustrações.Vocês, homens,acreditam quetoda mulhersolteira poderiater seusproblemasresolvidos searranjasse umProjeto Revisoras 377

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homem. Isso não éverdade.

— Pode ser quenão — ele tomouum gole de café,distraído. — Masa paixão existe,Serena. Existe emVocê, talvez nãopara qualquerhomem, mas existepara mim.

— Não — mentiuela, recusando-seProjeto Revisoras 378

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a aceitar arealidade dessesentimento.

Tom nãoinsistiu.

— Possoperguntar-lhealgo? Por que mecontou tudo isso,do cara de NovaIorque e tudo omais?

Ela respondeuna defensiva.Projeto Revisoras 379

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— Talvezquisesse mostrar-lhe um pouco doque sofri por suacausa.

— De modo quevoltamos à mesmahistória?

— Sempre — elamentiu de novo. —Quando olho seurosto vejo ohomem responsávelpelo sofrimentoProjeto Revisoras 380

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de minha família.Oh! eu sei quefoi meu pai quemerrou, nãoprecisa lembrar-me disso. Mas foivocê quem o expôsde forma tãocruel, foi vocêquem o levou paraa primeira páginado jornal, quemfez publicidadedo erro dele,Projeto Revisoras 381

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quem humilhoutodos nós.

Em suaangústia, pulouda cadeira ecorreu para oquarto, batendo aporta, do mesmojeito que fizerana noiteanterior. Só queagora não era aescuridão quebuscava, mas simProjeto Revisoras 382

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a luz, -arealidade, aconsciência. Erafácil demaisesquecer o queTom havia feitocom sua família!Nos braços deleela realmenteesquecia-se detudo.

— Serena? — elechamou-a,

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entreabrindo aporta.

— Por favor,Tom. Já falamos osuficiente. Tenhode me vestir e irpara a loja. Váembora, porfavor.

— Tudo bem,Serena, não queroincomodá-la,creia-me. Nãotive nenhumProjeto Revisoras 384

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prazer pelo mal-estar que lhecausei a noitepassada, masquero que vocêsaiba que nãoestou desistindo.

De repente, osilêncio delepreocupou-a e elalevantou osolhos, assustada.

— Do que estáfalando?Projeto Revisoras 385

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— De você e demim. Não passei anoite inteira noseu sofá só paradizer-lhe tchauhoje de manhã esair de sua vida.

— Você tem...— Não tenho de

fazer nada e nãoacho que vocêdeseja que eudesapareça.

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— Sim, euquero.

Ele sacudiu acabeça,descrente.

— Você negatudo o queaconteceu? Nãoquer continuarpara ver onde vaidar?

— Não —murmurou Serena.

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Ele segurou-afirmemente pelosombros.

— Escute-me,Serena — falousuavemente —, eutambém tive meuscastigos, minhavida não é um marde rosas comovocê pensa.Também tive minhaparcela desofrimento. E,Projeto Revisoras 388

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para sertotalmentehonesto, não seipor que estoudizendo essascoisas para você.Passei a noitetoda lutandocontra afrustração dedesejá-la e nemsaber porquê. Ese há algo queaprendi na vida éProjeto Revisoras 389

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que devoaproveitar asoportunidades queme são dadas. Evou aproveitaressas, Serena.Pode ter um finalbanal, mas não éisso quesinto....

— Não —murmurou ela,sacudindo a

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cabeça, um poucodesesperada.

— Sim, vamosver.

Serena tentoudesprender-sedele, mas Tomaumentou apressão das mãos.

— Não, não...Ele estava

muito próximo edecidido. A

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batalha era comela mesma.

— Serena! — elefalou com umaagonia que aparalisou. Denovo sentiu quesubmergia no jogodele.

— Serena...Beijou-a

rápido, como setemesse que elarecomeçasse aProjeto Revisoras 392

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discutir. E odemônio dentrodela mais uma vezlevou vantagem,anulando osargumentos darazão. O cheirodele envolveu-a,o corpooferecendo-lheproteção. Oslábios de Tomtinham uma fomeque superava atéProjeto Revisoras 393

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mesmo a fomefísica. Serenaainda lutou pararesistir àpaixão, mas oprazer que oslábios dele lhecausavam foi maisforte e, com umpequeno grito,ela cedeu a seusimpulsos,sentindo-seperdida.Projeto Revisoras 394

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Seria umarendição ou umavitória? Umaderrota ou umaconquista? Maisuma vez o poderde sedução de Tomtomou conta dela,inundando-a deprazer, vencendoqualquerresistência queainda quisesseoferecer. EraProjeto Revisoras 395

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fraca na rendiçãoou forte napaixão quedesencadeara comtanta facilidade?Alegrou-se pelasensação deprazer que eleconseguiadespertar em seucorpo.

Ansiosa porexplorar suafeminilidade,Projeto Revisoras 396

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tanto tempoadormecida,Serena colocou osbraços sobre osombros dele,enlaçando-lhe opescoço eacariciando-lheos cabelosescuros, puxando-o ainda mais parasi. Tom sentiu amudança e refreousuaProjeto Revisoras 397

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impetuosidade.Mais calmo,começou aexplorar-lhe aboca, os olhos, aface. Os lábiosdele encontraramsua orelha e, coma língua, elepassou apercorrerreentrâncias esaliências,provocando umaProjeto Revisoras 398

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excitaçãocontínua que aatingia comoondas. Serenasentia-se feliz eexcitada com ascarícias dele,desejando mais.Seus lábiossaborearam ogosto dele,percorrendo apele daquelecorpo masculino,Projeto Revisoras 399

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beijando-o,acariciando-o,enquanto suasmãos apalpavam-lhe as formas.Emitiam sonssuaves, leves,gemidos deprazer.

Tom virou-se esentou-se nacama, levando-aconsigo.

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— Serena —murmurou,abandonando-lhe aorelha parabeijar-lhe opescoço e a nuca.

Ela pressionouo rosto contra oscabelos dele,ansiosa por queas carícias nãocessassem. Hámuito tempoconhecera osProjeto Revisoras 401

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prazeres do amor,mas agora haviaalgo diferente.Existiamaturidade, umacompreensão muitomais refinada doêxtasecompartilhadoentre um homem euma mulher.Queria vivê-lointeiramente esentindo-se umProjeto Revisoras 402

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tanto tensafalou, apenaspara descarregar:

— Sim, Tom.Beijando-a com

renovado ardor,Tom encontrou onó meio desfeitodo robe, queterminou deabrir,desvendando-lhe asemi-' nudez docorpo.Projeto Revisoras 403

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Serenasuspirou,profundamenteconsciente do queacontecia.

— Oh! Tom.Seus seios

intumesceram-seao serem tocadospelas mãos quecobriam o finotecido do sutiã.O dedo quedeslizou entreProjeto Revisoras 404

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sua carne e apeça de roupatinha a asperezagostosa da línguade um gato ecaminhava,acompanhado deoutros dedos,para acariciar-lhe o mamilo.Chamou-o pelonome mais umavez, apenasdesejando-o,Projeto Revisoras 405

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completamenteesquecida dosafazeres do dia.

Seu enlevo eratão forte que nãoteve consciênciada tensão que,repentinamente,tomou conta dele.Então escutou-omurmurar:

— Maldição! — erepetiu —maldição!Projeto Revisoras 406

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Respirando forte,Serena afastou-seum pouco.

— Tom?— Maldição! Não

quero isso! —exclamou ele. —Não vou fazerisso!

O rosto deletransformou-senuma máscara decólera,

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assustandoSerena.

— O que foi?Ele não

respondeu.Levantou-se edirigiu-se para aporta,desaparecendo emdireção à sala.Serena ficoutremendo dedesejo eperplexidade.Projeto Revisoras 408

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— Tom? — elachamou em vozbaixa, um tantohesitante.

Quandofinalmente saiupara procurá-lo,ele já tinha idoembora.

Pasmada, voltouao quartoafundando-se nacadeira debalanço. SeusProjeto Revisoras 409

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olhos observaramas roupas quejogara no chão nanoite anterior, acama todarevirada e a fotoda família sobrea cômoda. Apesardo que ele lhefizera no passadoe, mesmo semsaber os motivosque o levaram aabandoná-laProjeto Revisoras 410

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daquela forma,Serena sentiu-seagradecida. Tomestavaparcialmentecerto quando lhedissera quehaveria de odiá-lo se tivessemfeito amor. Agorasabia que, alémdele, tambémodiaria a si

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mesma. Aí seriarealmente o fim.

Tom deviadesaparecer desua vida e, comcerteza, era issoque ele iriafazer. Quanto aela, teria dedigerir odesgosto quesentia por ter serendido tãofacilmente aosProjeto Revisoras 412

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encantos de seuinimigo.

Tomou aaspirina que sereceitara,arrumou o quartoe saiu para otrabalho,chegando ainda atempo de abrir aloja. Ninguém aomenos suspeitoudo que aconteceranessas primeirasProjeto Revisoras 413

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horas da manhã eSerena trabalhounormalmente,incapaz deafastar aslembranças dosúltimosacontecimentos.Logo após o meio-dia recebeu umpequeno ramo derosas, com umcartão: "Para adoce Serena.Projeto Revisoras 414

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Talvez um diavocê possa meperdoar." A letrada mensagem erafirme como ohomem que aescrevera. Seriaa despedida?Certamente. Elapossuía amigos, aloja, uma vidaprópria. E Tomtinha os jornaise todo o poderProjeto Revisoras 415

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que lhe davam.Era tudo o quesabia. Suas vidascorriam emdireçõesdiferentes e opassado era umenorme obstáculoentre eles. O diachegou ao fim eencontrou-a aindadividida entre asrecordações e aconvicção de queProjeto Revisoras 416

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tudo terminara.Cynthia esperava-a no clube para ojogo de têniscostumeiro.Quando chegou aoterraço, não pôdeconter asurpresa. TomReynolds estavalá, empenhado emum jogo na quadranúmero um.

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CAPÍTULO IVCAPÍTULO IV

O responsávelpelas quadrasfez-lhes sinal eacompanhou-as atéo campo númerocinco. Paradesagrado deSerena, tomou ocaminho quepassava próximoda primeiraquadra, onde oProjeto Revisoras 419

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jogo acabava deter início.

— Muitointeligente desua parte —sorriu Cynthia,colocando-se aolado de Serena. —Marcou encontrono Clube. Vaisair para jantardepois?

— Não —exclamou Serena.Projeto Revisoras 420

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— Nem sabia queele estaria aqui.

— Parece quevocês dois agemde maneira bemdiferente, nãoacha?

— Nãoexatamente.

Sua respostaevasiva despertoua curiosidade daamiga.

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— O quesignifica essenão exatamente?Parece-me muitomisterioso. Nãoquer me contar?Adoro mistério.

— Não hámistério algum,Cynthia. Nãoexiste nada paracontar-lhe.

— Você estáquerendo dizerProjeto Revisoras 422

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que o jogo aindanão começou?

— Quero dizerque não tenhointenção algumade fazer essejogo.

— Serena! Estouchocada! Vaideixar essa obra-prima damasculinidadeescapar de suasmãos?Projeto Revisoras 423

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— Com certeza.Por algum tempo

permaneceram emsilêncioapreciando o jogode Tom, Era umjogador muitohábil e Serenapensou quegostariaimensamente dedisputar umapartida com ele.

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— Quem é eleafinal? —perguntouCynthia.

— O nome dele éTom Reynolds.

— TomReynolds... Ondejá ouvi essenome?

— É o novoproprietário doBulletin.

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— Estábrincando! Ele édono de umjornal?

— É.— E você está

jogando fora essaoportunidade?

— Não estoujogando nadafora, Cynthia.Temos nossasdiferenças.

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— O tênis não éuma delas.

— Bem...— Sabia que ele

jogava aqui?— Não, não

sabia de nada.Devo contar-lhemais alguma coisasobre nós?

Cynthia sorriu,lisonjeira:

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— Sem dúvida,sou toda ouvidos.

Mas Serena nãotinha o hábito defazerconfidencias,principalmentequando se tratavade assuntopessoal. Sorriu,tentando encerraro assunto:

— Vamos jogar.

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A atenção daamiga estavainteiramentevoltada para ojogo que sedesenrolavadiante delas.

— Ele é bom! —murmurou Cynthiacom admiração.Uma voz gravefalou atrásdelas, fazendo

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com que sevoltassem.

— E tem de ser!Já foi o quintomelhor jogador dopaís e não duvidoque consiga fazercom que o tênisentre novamenteem moda por aqui.

— Como sabetanto a respeitodele, Willie?

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— Trabalhoaqui, boneca. Eletem vindo jogarvárias vezes porsemana nesseúltimo mês. Chegae vai direto paraa quadra. Tomaraque consigatornar esse clubeum pouco maisinteressante!Leva jeito.

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O riso deSerena foiespontâneo,embora contivesseuma ponta desarcasmo.

— Não duvido,ele é um agitadornato! Mal acaboude falar, prendeua respiração,surpresa.Repetiraexatamente asProjeto Revisoras 432

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palavras queAndré lhe disserano restaurante.Há dezesseis anosTom havia ganho otítulo deagitador, ela nãotinha dúvida.Mas, agora, seráque ainda lheserviria? Seconsiderasse oque haviaacontecido comProjeto Revisoras 433

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ela na noiteanterior e nessamanhã, teria dedizer que sim.Mas será que oconhecia? Comoseria elerealmente?

— Ele é bom! —exclamou Cynthianovamente. Maisuma vez Willieapoiou-a.

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— E como! Voulhe dizer! Já nãoparticipa decompetições, masgaranto-lhes queé capaz de botarno chineloqualquer dosmelhoresjogadores daqui.

Nesse momento,como se escutasseos comentários,Tom virou-se eProjeto Revisoras 435

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olhou-as. Quandovoltou a jogartodosacompanhavam seusmovimentos. Oadversárioserviu-o, eledevolveu, o outrocolocou a bola nocanto e Tomperdeu o lance.

Serena virou ascostasrapidamente. JáProjeto Revisoras 436

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havia visto obastante. Aimagem deleestava bem vivaem sua mente —alto, braços epernasmusculosas, agraça natural dosmovimentos e arapidez eprecisão quefaziam dele ummestre noProjeto Revisoras 437

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esporte. Se nãofosse essahabilidade e asinformações queWillieespontaneamenteoferecera, Serenaseria capaz deacreditar que elenão estava alipor meracoincidência. Masvia-se que era umprofissional e,Projeto Revisoras 438

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além disso,ficara tãosurpreso quantoela ao vê-la.

Não sentiuqualquersatisfação ao vercomo sua presençao perturbara,distraindo-o dojogo. E, quandoCynthia começou abrincar com ela,

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provocadora, saiuem defesa de Tom.

— Ah! —exclamou a amiga— então defende-o?

— Nem tanto!Além do mais nãosei por que vocêfaz tantobarulho. Eleapenassurpreendeu-secom minhaProjeto Revisoras 440

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presença, nadamais. Willie équem tem razão,ele vai arrasaraquele sujeito!

— De qualquerforma ele já sefoi.

— É? — foi oúnico comentáriode Serena.

— Como se vocênão soubesse!

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Serena sabia.Sabia exatamenteo momento em queele tinha parado,e com quem falaraenquanto seencaminhava parao vestuário. Nãoera de admirarque tivesseperdido o jogo,pois ela malprestara atençãono que fazia.Projeto Revisoras 442

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Quandocaminhavam para ovestuáriofeminino, Cynthiafalou:

— Escuta,Serena, se vocênão estáinteressada nele,ficariacontente...

— Agradeço,você ficarásabendo.Projeto Revisoras 443

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Interrompeu-a,falando a esmo,palavras que nãotinham o menorsignificado,embora soassemseguras econfiantes. Narealidade, nãoestava segura denada. Sabiaapenas que nãopodia barrar ointeresse deProjeto Revisoras 444

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Cynthia por Tom.Não que tivessequalquerreivindicaçãosobre ele,qualquer intençãomais séria. Pelocontrário,sentia-se incapazde fazer qualquerjulgamentodefinitivo emrelação a tudoque se referisseProjeto Revisoras 445

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a Tom Reynolds.Havia a chama queele acenderanela, não podianegar, chama quehomem algumnesses últimosanos fora capazde acordar.Graças a Deushavia conseguidoevitar outra dorigual à queMichael Lowry lheProjeto Revisoras 446

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causara! Mas Tomsabia sobre o seupassado e disseraque aquilo nãotinha a menorimportância.Poderia algum diaolhá-lo nos olhoscom toda asinceridade? Nãoseria essepassado umabarreira entreeles? uProjeto Revisoras 447

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Os dias foramse sucedendo eSerena nãoconseguiaesquecê-lo.Pensava semprenele, aquelevínculo tão fortecom um passadoque elapretenderasepultar. Como otemera! Noentanto, já nãoProjeto Revisoras 448

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se sentia tãoameaçada. Dealguma estranhamaneira, confiavanele, embora nãosoubesse explicarpor quê. Sentia-se um poucoculpada pela suamaneira agressivanaquele dia noapartamento ecuriosa por sabermais sobre ele.Projeto Revisoras 449

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Muitas noites, aose recolher, nãopôde evitar arecordação docorpo dele,envolvida nummisto de emoção eagonia por nãotê-lo presente.

O mês de abrilfoi muito maisfrio do queesperava, comváriasProjeto Revisoras 450

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tempestades deneve. Mas a lojaapresentou uminesperado surtode prosperidade,entusiasmando-a aponto de começara ter aulas deculináriaespecializada emguloseimas edoces, todas asterças-feiras ànoite. ParaProjeto Revisoras 451

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tanto, transferiuseus jogos comCynthia para asnoites de quinta-feira. Nos finsde semana saiucom Gregory Wolf,um advogado queconhecera hápouco tempo, etambém com RodneyHendricks,professor depsicologia daProjeto Revisoras 452

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Universidadelocal. Deu-se bemcom ambos, muitomelhor do queesperava, emboraos conservassefora dos limitesde sua vidaprivada. ApenasTom penetrara emseu mundo íntimoe, agora, pareciater sumido. Nãodera mais sinalProjeto Revisoras 453

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de vida. As rosasque lhe enviarajá haviam secadohá muito tempo...

Um dia Andrételefonou-lhe,convidando-a parauma festa na casadele. Elaobjetou.

— Não sei sevou, André, vocêsabe que nãogosto de festas.Projeto Revisoras 454

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— Mas é a minhafesta, Serena —retrucou ele comfirmeza. — Nãovai ser nadademais, apenasuma reunião deamigos. A maioriadeles você jáconhece.

— Tenho certezade que a festaserá ótima,André, masProjeto Revisoras 455

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realmente nãotenho vontade deir.

Ele insistiu.— Bobagem! Não

a vejo desde quevoltei do litorale vai ser umafesta tranqüila,pode ter certeza.Olha, vou buscá-la em casa! Quetal lá pelas oitohoras?Projeto Revisoras 456

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Não conseguiufazê-lo mudar deidéia e não tevecomo recusar.Afinal, gostavade André e nãoqueria magoá-lo.E havia oproblema da DocesSerenidade, seusplanos deexpansão. Quemsabe se indo àfesta as coisasProjeto Revisoras 457

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se tornariam maisfáceis e pudessemchegar a umacordo bom paraambos.

Enquanto vestiao conjunto deseda verde e assandálias desaltos altos,Serena sentia-sebastante confusa.Perfumou-se comdiscrição eProjeto Revisoras 458

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maquilou os olhose as faces.Pequenos brincosde pérolaadornavam suasorelhas e umdelicado colarrodeava-lhe opescoço. Estavabonita esofisticada, masseus sentimentospareciam-lhe

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escuros econturbados.

Às oito emponto escutou abuzina chamando-alá embaixo. Empoucos minutosestava no térreo,cumprimentando oseu anfitrião.Entrou no carro eseguiram atéKenwood, umbairro situado naProjeto Revisoras 460

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periferia dacidade, onde selocalizava aampla e luxuosacasa de André.

Ele tinha umestilo de vidabastantesofisticado que,sem dúvidaalguma, deviaexigir umaltíssimo nívelde consumo. ComProjeto Revisoras 461

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três ex-mulherese uma mansão parasustentar, alémdas roupas deluxo e do carroesporte últimotipo, deveria tercompromissosfinanceirosbastanteelevados. Comonunca haviamencionadoqualquerProjeto Revisoras 462

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dificuldade,Serena supunhaque seu trabalholhe rendesse osuficiente paramanter tal nívelde vida.

— Muito bem —disse, admirandoo ambienterequintado daentrada da casa,onde um empregado

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guardou-lhe ocasaco.

André sorriu-lhe e avançoupela sala,pretendendoapresentá-la aalguns de seusconvidados.Serena retardou-o, colocandolevemente a mãosobre o braçodele.Projeto Revisoras 464

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— Parece quevocê me falou deuma festinha —acusou-o nummurmúrio. — Devehaver pelo menosuns cinco garçonspara servir todaessa gente.

André deu deombros, sorrindosem culpanenhuma.

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— Isso não énada, Serena. Nãose preocupe. Sãoclientes, amigos,políticos...Relaxe e divirta-se. Olhe, aliestá Ted Franck,da,corretora.Venha, estáansioso porconhecê-la.

Consciente deque por terProjeto Revisoras 466

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chegado com odono da casaseria consideradaa companhia dele,Serena suspiroucom certodesagrado, masaquiesceu,atravessando asala com graça,ao lado de André.Durante asapresentações,sua seriedadeProjeto Revisoras 467

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tornava-a ,.ainda maischarmosa. Asconversas sedesenrolaram e,na realidade, nãopareciam assimtão terríveiscomo haviaimaginado, haviamuitos convidadose a sala ficavacada vez maischeia de agente,Projeto Revisoras 468

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tão próximas umasdas outras queera praticamenteimpossível falarde algo maisíntimo. Issoagradava Serena.Permaneceucirculando degrupinho emgrupinho, sem sefixar em nenhum.E exatamentequando André aProjeto Revisoras 469

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deixou paratratar de umassunto privado,uma mão pegou-acom firmeza pelocotovelo.

— Como está,Serena?

Virou-seinstantaneamente,ao reconhecer avoz. Paralisada,olhou por algunssegundos para oProjeto Revisoras 470

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homem quechegava, incapaz.de dizer umapalavra.Finalmentepareceu acordar,embora um 'poucotrêmula.

— Tom! O queestá fazendoaqui?

— O mesmo quevocê, sem dúvida

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— respondeu ele,sorrindo.

— Vim atendendoa insistentespedidos de André— explicounervosamente, semsaber porquê. —Pediu-me queviesse, pareciaque significavamuito para ele.Disse-me queseria uma festaProjeto Revisoras 472

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tranqüila, mas,veja, há mais decem pessoas poraqui. Creio quefoi discutirpolítica comalguns senhoresrespeitáveis. -Estremeceu,incapaz depermanecercalada.

— E você, qualé sua desculpa?Projeto Revisoras 473

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Não sabia queconhecia André.

— E não nosconhecemos: — Tomdeu uma olhadapela sala.. — Vimcom uma amigacomum. Na verdadeacho que ele estáé trancado comela nestemomento.

Serena sacudiua cabeça.Projeto Revisoras 474

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— Estáconversando sobreterremotos com osvelhinhos. Acabeça escura deTom abaixou-se,enquanto elesorria.

— Quer dizerque ele não lhedisse nada, oespertinho. Estácom osvelhinhos...Projeto Revisoras 475

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muito bem, só queum deles émulher.

— Ah! é?— Você não fica

com ciúme?— Nem um pouco.

É meu amigo enada mais. — Seuslábios tremeramcom certodesagrado. — Nãosei por que

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estamos falandosobre isso.

— Venha — disseTom colocando amão levementesobre suascostas. — Vamosencontrar umlugar maistranqüilo.

Tom puxou-a atéum canto da sala,onde se afundaramemProjeto Revisoras 477

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duas poltronas,um de frente parao outro. Serenasuspirou,descalçandoimpulsivamente assandálias ecruzando aspernas.

— Ai, que bom!— exclamou com umsorriso.

Depois ficouvermelha,Projeto Revisoras 478

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sentindo que suaatitude nãocombinava com suaaparênciasofisticada. Eexplicou:

— Os sapatosestavam mematando!

— Esta frase éfamosa!

Os olhos delecapturaram osdela, penetrando-Projeto Revisoras 479

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os com umaintensidade quetornou aspalavrastotalmentesupérfluas.Parecia que seolhavam parasempre, perdidosem lembranças,recusando-se aromper osilêncio.

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— Você nãoficou nem umpouco surpreso aoencontrar-me aqui— falou Serena,movida pelacuriosidade.

Tom sorriu.— Quando Ann

mencionou o nomede André, tive aagradávelsensação de queera o seu amigo.Projeto Revisoras 481

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Pensei que nãodevem existirmuitosconsultoresfinanceiros comesse nome nacidade.

— Não —respondeu Serenacom doçura,admirando-lhe' aelegância doterno escuro, decorte europeu.Projeto Revisoras 482

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— Você é casodele? Serena fezuma careta.

— Ele me trouxepara a festa,estou com ele,mas não sou seu"caso". Pelomenos não meconsidero comotal. Além disso,veja em quesituação ele medeixou, oh!Projeto Revisoras 483

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desculpe —interrompeucorando —, nãoquis dizer que...queria só dizerque ele meabandonou paratratar de...

— Sei o quequer dizer,Serena, não sepreocupe, não meofendi. Creio queas coisasProjeto Revisoras 484

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correram muitobem, não poderiamter sido melhores— concluiu nummurmúrio.

Não sabendo oque responder,Serena olhoutimidamente parao chão. Em suamemória aindadesfilavam ascenas e sensações

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daquela manhã noapartamento.

— Você estálinda esta noite— ele falou emvoz suave. — Overde fica muitobem para você.Combina com a corde seus olhos.

— Meus olhossão castanhos,não têm nada deespecial.Projeto Revisoras 486

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— São muitoexpressivos,soltam chispas.Foi a primeiracoisa que noteiem você.

Poderia dizer-lhe o mesmo, maspreferiu calar-se, concentrando-se nas dobras dovestido.

— Você éespecialista emProjeto Revisoras 487

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despertar essetipo de reação —falou afinal.

— Ainda aperturbo muito?

— Não —respondeu Serenacom sinceridade.— Foi o choqueinicial de vê-loe todas aquelaslembranças que mefizeram mal. O

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choque pelo menosjá superei.

Não tinhavontade alguma defalar-lhe sobre aonda de novassensações quehavia despertadonela. Sensaçõesperturbadoras.Tom inclinou-seapoiando oscotovelos nosjoelhos. Olhou asProjeto Revisoras 489

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próprias mãos,pensando sobre oque Serenadissera. Depoisfalou, como quempensa em vozalta.

— Você é umquebra-cabeçapara mim, Serena.Por um lado éaquilo que faz.Não poderia terescolhido nomeProjeto Revisoras 490

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melhor para a sualoja. DocesSerenidade! Évocê.

Serena também oconsiderava umquebra-cabeça,mas calou-se,erguendo os olhospara encontrar ocalor do olharcom que ele afitava.

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— Você é doce,suave, pude vê-latrabalhando.Gosta de agradare sabe como fazê-lo. Seusfregueses devemadorá-la.Honestamente,acho que você nãoseria capaz deferir alguém, anão ser que fosse

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levada a umasituação extrema.

— Gosto detratar bem aspessoas. Talvezseja por isso queDoces Serenidademe agrade tanto.Mas, afinal, oque o preocupa?

— Talvezquebra-cabeça nãoseja a palavracerta — corrigiuProjeto Revisoras 493

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ele. — Intriga,sim, é essa apalavra. Você meintriga.

Ante seu olharinterrogativo,ele continuou:

— A serenidadepode ser apenasuma parte daverdade. Na loja,em lugarespúblicos, como norestaurante ouProjeto Revisoras 494

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nesta festa, vocêestá sempreserena. Talvezseja sempreassim, calma esuave nasuperfície,mesmo...

— Como podedizer isso, Tom?— da interrompeu-o. — Você já meviu furiosa, pôdeapreciar-me emProjeto Revisoras 495

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meu pior estado.Aquela noite e namanhã seguinte...— suspirou,desviando oolhar. — Não mesinto nadaorgulhosa pelamaneira como agi.

— Não fique serecriminando.Todos temosnossos mausmomentos. E o seuProjeto Revisoras 496

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até que não foiassim tãohorrível,comparado com ode outraspessoas.

Serena não lhedeu ouvidos,envolvida em seusremorsos.

— Para mim foiterrível. Nuncatinha me atirado

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sobre um homemdesse jeito.

— Não foi assimunilateral,Serena.

— Foi terrível.Não tenho ohábito de fazerisso!

Ele sussurrouum "eu sei",estranhamenteatencioso e amagia do silêncioProjeto Revisoras 498

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impôs-senovamente aosdois, diluindotensões. Serenapercebia o zunzumdas conversas e apresença de Tom aseu lado. Elepegou-lhe a mão,apertando-alevemente e elasentiu-se maisconfiante.

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— Você suportoumaravilhosamentebem a situação,Serena. É umamulher muitocontrolada,calma. Mas mantémsuas emoçõesaprisionadas. Omeu aparecimentochocou-a osuficiente paraprovocar umaabertura nessaProjeto Revisoras 500

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sua barreira. Masficou com tantaraiva que tevedor de cabeça.

Deslizou opolegar pela suamão.

— Teve outraenxaqueca depoisdaquela?

— Não, não o vimais.

— Bem — disseele em tomProjeto Revisoras 501

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decidido —, vaicontinuar mevendo e não voumais fazê-laficar com dor decabeça. Acho queterei de ensiná-la a gritar eesbravejar parasoltar a tensãoque lhe causo.

— Quer dizerque decidiu sermeu analista?Projeto Revisoras 502

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Levantou a mão,passando-a noscabelos. O olharde Tomacompanhou-lhe ogesto.

— Está muitobonita! E, porfalar nisso, jogatênis bem. 1—Você também, jogaotimamente bem!

— Quando nãoestou distraído.Projeto Revisoras 503

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— Sinto muito —ela sorriutimidamente. —Não pretendíamosficar láassistindo mas...bem, eu nãoesperavaencontrá-lo... eentão Willieexplicou que vocêera umprofissional enós amadoresProjeto Revisoras 504

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adoramos ver umprofissionaljogando.

Os olhos delebrilharam.

— Para vocêjogo a qualquerhora, Serena.

Atingida pelasensualidadedele, Serenareprimiu umsuspiro,encarando-o comProjeto Revisoras 505

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olhos brilhantese permanecendopresa aomagnetismo dosolhos dele.

Tom estendeu amão e acariciou-lhe o rosto.

— Senti suafalta — murmurou.— Queria ligar-lhe. Elasurpreendeu-seperguntando:Projeto Revisoras 506

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— E por que nãoligou?

— Não queriamagoá-la, nãoquero magoá-la.Serena notou quetambém murmurava.

— Então por queestá aqui comigo?

— Estou apenasacariciando seurosto. É suave,macio, sincero.

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— Oh! Tom —gritou ela comdesespero. — Vocêfaz muito maiscomigo, será quenão percebe?

Ele olhou-a eno fundo dosolhos dele Serenaentreviu algodolorido.

— Deixe-mebeijá-la.

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— Não, não,Tom...

Mas o rostodele chegou maisperto, ou foi elaquem se moveuapesar de suanegativa?

— Só uma vez,Serena.

O roucosussurro daspalavras deleaqueceram-lhe osProjeto Revisoras 509

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lábios,transmitindoexcitação portodo seu corpo.Com a bocaentreaberta numasensação deternura, Serenaainda tentouresistir, mas anecessidade docontato delefalou mais alto.Deu um suspiroProjeto Revisoras 510

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sensual quefuncionou comoresposta aopedido dele.

Então, elebeijou-a de leve,seus lábiosacariciando osdela com fervorcontrolado. Comose temesseassustá-la,manteve as rédeasda emoção presas,Projeto Revisoras 511

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saboreando aabertura doce queela lhe oferecia.Beijou-a eretraiu-se.Depois beijou-anovamente paraafastar-se outravez. Longe deaproveitar asretraídas delepara recuar,Serena desejavamais.Projeto Revisoras 512

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— Você tem umsabor tão bom,Serena — suspirouTom, tirando obraço da cadeira.

Ela jogou acabeça para trásquando os lábiosdele seaproximaram denovo, dando-lheboas-vindas com ocalor de suaboca, tocando suaProjeto Revisoras 513

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língua na dele.Sentiu um prazerenorme emoferecer-se a elee recebeu comrenovado prazer aincursão dalíngua dele emsua boca. Osdedos ágeispercorreram opescoço de Serenae ela aproximou-se mais. TomProjeto Revisoras 514

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sentiu que odesejo delaaumentava. Com opolegar levantou-lhe o queixo e aspontas de seusdedos deslizarampor seu pescoço,infiltrando-sesob o colar eaproximando-sedos seios.

— Vamos sairdaqui! — exclamouProjeto Revisoras 515

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ele, exaltado,afastando oslábios erespirando fundo.

— Não posso irembora — gemeuSerena, semperceber queapertava o punhodele com força. —André vai vir meprocurar... -

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— Para oinferno comAndré!

— Tom, foi elequem me trouxe.

— E eu trouxeAnn. Mas estãoocupados,conversando...

As palavrasdeleinterromperam-se,provocando umsilêncioProjeto Revisoras 517

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inesperado.Serena sentiu-securiosa e,inclinando-separa trás, deixoucair a mão sobreo colo,perguntando:

— Quem é Ann,afinal?

— Ninguémimportante.

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Lentamente arespiração delese normalizou.

— É política?Deve serimportante.

— Não para mim.— Veio com ela

— falou Serenacom suavidade.

Tom estavaabsorto. Espichouo corpo ecaminhouProjeto Revisoras 519

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

lentamente até ajanela. Peloreflexo no vidroSerena percebeu-lhe a expressãocarregada, mas,quando se virou,tudo parecia sobcontrole.

— É umaconhecida quequeria carona —explicou.

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Movendo-se comrapidez, Tominclinou-se sobreela, colocando osbraços sobre ascostas dacadeira.

— Vamos,querida. Vamospara algum outrolugar.

— Não, nãoposso.

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— Nem paraconversar?

— Não possomagoar Andrédessa maneira.Ele deixou cairos braços,frustrado.

— Doce Serena,o que foi que eudisse? Semprepensando nosoutros. Bem, e

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eu, não pensa emmim?

Os doisolharam-se emsilêncio. Tomergueu uma mãopara massagear opescoço, colocoua outra no bolsoda calça e, comexpressãosombria, virou-see desapareceu no

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meio dosconvidados.

Ela ficouimóvel nacadeira, pensandonas últimaspalavras dele. "Eeu?" Parecia umacriança a quemnão tivessem dadoo doce. Seriaapenas umcapricho paraele, ou teriaProjeto Revisoras 524

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realmente seimpressionadotanto com ela?Ele não lheparecera falso,pelo contrário,sentia que aspalavras deleeram verdadeiras,como se tivessemvindo direto docoração.

— Aqui estáela. EstiveProjeto Revisoras 525

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procurando-a emtodos os cantos.André avançou compassos seguros,parecendobastantesatisfeito. Comcerteza aconversa haviasido boa.

— Venha comigo,quero apresentá-la a alguém.

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Serena não sesurpreendeuquando ele alevou até umpequeno grupo,dominado por umamulher pequena,de cabelosescuros.Felizmente Tomnão estava àvista.

— André — dissea mulher, quandoProjeto Revisoras 527

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se aproximaram —,essa só pode serSerena.

Estendeu-lheuma mão fria queSerena apertouapenas porobrigação,enquanto Andréterminava aapresentação.

— SerenaStrickland... AnnCarruthers. Ann éProjeto Revisoras 528

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uma das figurasmais apreciadasdo nosso mundopolítico, Serena.Como vê, estamosem ótimacompanhia.

Considerandoque sua menteandava às voltascom uma pessoaausente, até queela conseguiumanter umaProjeto Revisoras 529

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conversa cordial.Afligia-sepensando ondeandaria Tomnaquele momento.O que esperavadela? E, paratornar tudo aindamais difícil,perguntava-se porque se preocupavatanto com ele.

Sentiu grandealívio quandoProjeto Revisoras 530

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alguém seaproximou e puxouAnn, dizendo-lhealgo ao ouvido.Mas André nãoparecia dispostoa abandoná-la,levando-a atravésda sala paraapresentar-lheoutras pessoas.Serenaacompanhava-oabsorta, com oProjeto Revisoras 531

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pensamento e ocoraçãodistantes.

— Desculpe-me,creio que não oconheço. SouAndré Phillips —ouviu-o dizer.

Olhou e viu Tomque se aprumava,desencostando-seda porta onde seapoiava. Elepassou o copoProjeto Revisoras 532

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para a mãoesquerda,cumprimentandoAndré.

— Muito prazer,Tom Reynolds.

André hesitou.— Tom Reynolds?

Do Bulletin?— Ele mesmo.— Oh! muito

prazer emconhecê-lo! AnnProjeto Revisoras 533

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

contou-me quepraticamente tevede arrastá-lo atéaqui.

Serenapermaneceu caladaao lado de André,ansiosa, os olhosfixos no rosto deTom. Sentiu que aprudência entreeles setransformava emfrancaProjeto Revisoras 534

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hostilidade e nãoconseguiuentender por quê.André comportava-se como oanfitriãoperfeito e Serenasabia que eraperito emesconder seussentimentos.Havia chispas noar, punhaisprontos a seremProjeto Revisoras 535

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desembainhados.Será que Andréestavainteressado emAnn? Ou seriaTom? Como seescutasse asilenciosa mençãoao seu nome, oolhar de Tompousou em seurosto,suavizando-se deimediato eProjeto Revisoras 536

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provocando novasvibrações noambiente. Andréreagiu comrapidez.

— Oh! sintomuito... SerenaStrickland... TomReynolds. Fez umapausa entre asapresentações,examinandoatentamente as

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reações de um ede outro.

— Mas pareceque já seconhecem, não?Tom veio emsocorro deSerena.

— Já nosencontramos —respondeu comdisplicência.

Os olhos deSerenaProjeto Revisoras 538

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aquiesceram,enquantobalançava n eubeca numcumprimentoostensivo.

André, noentanto, pareciamais interessadonas novidades quena ligação entreeles.

— Compreendo.Soube que vocêProjeto Revisoras 539

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anda fazendomudanças noBulletin.

— Algumas — Tommanteve-seformal. — Estoulá há poucotempo, ainda écedo para grandesmudanças.

O sorriso deAndré era umpouco forçado.

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— Estáplanejandorevolucionar ojornal? Ouvicomentários arespeito.

— Estouquerendotransformar oBulletin numjornal deprimeiracategoria. Seacha que isso éProjeto Revisoras 541

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revolucionar,então pretendorevolucionar asituação.

— Deve ser umnegócio difícil.Parece que estáhavendo uma fortereação contra osjornais e o poderque detêm.

Serena retesou-se com ahostilidadeProjeto Revisoras 542

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contida na frasede André, mas elepareceu nãonotar.

— Li algo arespeito deprocessos pordifamação —continuou André.— Terão de tomarmuito cuidado.

Ela sentiu ummal-estar súbitona boca doProjeto Revisoras 543

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estômago,afligindo-se como rumo daconversa. Tompareciatotalmentetranqüilo.

— Sempretomamos cuidado evamos continuartomando. Isso nãoquer dizer que umrepórterirresponsável nãoProjeto Revisoras 544

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possa,ocasionalmente,causar problemas.Mas é tarefa dopessoal daeditoriaprecaver-secontra taisabusos. Não estoupreocupado com oBulletin. Vamospublicar nossasnotícias demaneira honesta.Projeto Revisoras 545

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— Desculpem —interrompeuSerena —, voutomar um pouco dear.

Falou paraAndré, acenando acabeça para Tom,enquanto sevirava ecaminhava, umtanto zonza, pelomeio da multidão.Foi ao banheiro eProjeto Revisoras 546

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quando voltoutinha direçãocerta. Parou naentrada da sala,localizou afigura alta queprocurava e,aproximando-sedele, falou semhesitação.

— Podemos ir,Tom.

— E André?

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— Deixo recadocom o mordomo.

Estendeu-lhe amão, procurandoajuda. Os dedosdele seentrelaçaram nosdela, quando apuxou para si.Serena respiroumais livrementeao ver-se sentadano carro dele.Inclinando aProjeto Revisoras 548

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cabeça para trás,fechou os olhos,escutando osruídos que faziapara por o carroem movimento.Deixaram paratrás a mansãoiluminada com suamultidão deconvidados.Serena sentia-sesatis-I feita porafastar-se deProjeto Revisoras 549

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André. Ficaraofendida ao vê-loatacando Tom,embora nãopudesse negar queconcordava com asidéias queexpressara. Mesmoem desacordo como seu modo desentir, ela haviatomado o partidode Tom. Tentounegar tal fato,Projeto Revisoras 550

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mas desistiu.Sentia-secansada.

Com os olhosainda fechados,sentiu os dedosde Tomacariciando-lhe oqueixo.

— Dor decabeça? —perguntou comsuavidade.

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— Não, apenascansei-me.

O zumbido domotor estava maisdistante e umagrande calma caiusobre ela.

— Parece quenão gosta muitode festas.

— Não por muitotempo —respondeu,abrindo os olhos.Projeto Revisoras 552

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— Oh!, desculpe,se você preferiater ficado...

— Não, não.Gosto das noitesmais sossegadas.Fui apenas porcausa de Ann,mas, na verdade,ela não precisade minhacompanhia. Estoucerto de que não

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sentirá minhafalta.

— Vai ficaresperando-o paralevá-la paracasa.

O sorriso delenão chegou a servisível naescuridão.

— Também deixeium recado com omordomo. Para

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alguma coisa elehá de servir.

— Você gosta deAnn?

— Claro quesim, mas sequisesse ficarcom ela nãoestaria aqui,levando você paracasa.

— Tom, vocêpegou o caminhoerrado. MeuProjeto Revisoras 555

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apartamento é pralá, na direção dacidade.

— Não estamosindo para o seuapartamento.

— Mas vocêdisse...

— Para casa.Para a minhacasa.

Esquecida datensão da festa,Serena sentiuProjeto Revisoras 556

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nova onda deemoção percorrê-la.

— Oh! Tom, eunão sei...Lembrou-se dobeijo dele.

— Acho quedeveríamosvoltar.

— De maneiraalguma.

— Tom...

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Mas ele nãotinha intenção demudar de rumo,apesar dassúplicas dela.

— Estamos indopara minha casaconversar,Serena. Tenhomuita coisa paralhe dizer e muitomais que queroouvir.

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— Não sei seestou preparadapara isso.

— Você teve ummês!

Com essaexclamação,desviou o carropara oacostamento,estendendo obraço para apoiá-la ao frear.Puxou o breque deProjeto Revisoras 559

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

mão e voltou-separa ela.

— Escute,Serena, há algoque temos defazer. Antes quecaiamos no limbo.

— Não.— Sim, não

tente negar aatração que sentepor mim. Senti-ahoje e pudesenti-la tambémProjeto Revisoras 560

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

naquela manhã emsua casa. E, digomais, pude senti-la mesmo naqueledia, norestaurante.

— Você estáconfundindo ascoisas, Tom.Naquele diafiquei perturbadapor vê-lo...

— Será que nãohavia algo mais?Projeto Revisoras 561

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Acontece, àsvezes, você sabe.Reação imediata.Atraçãobiológica.Comunicaçãoquímica.

— Não.— Você está

segura disso?A escuridão

protegia aexpressão dele,mas seu perfilProjeto Revisoras 562

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parecia firme.Serena estremeceuao olhá-lo.Afinal, teve deser honesta, comele e consigomesma.

— Não —respondeu comcerta tristeza.Tom ligou omotor.

— Então vamos.Vamos resolverProjeto Revisoras 563

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

isso de uma formaou de outra.Quero saber o quese passa em suacabeça, ou ficolouco.

— Muitojusto...

— Justo é vocêconceder-me umahora de seu tempoem troca de eutê-la livrado dafesta de André.Projeto Revisoras 564

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Os olhos deSerena brilhavamà luz dos faróis.Suspirou.

— Sempreexistiu um fogoentre nós,Serena. É dissoque se trata. Ofogo pode serdestrutivo ouconstrutivo. Ounós o usamos paranosso benefícioProjeto Revisoras 565

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

ou vamos deixá-loqueimar atéextinguir-se.

Gostou doargumento deleporque refletiabem os seusprópriossentimentos. Elehavia estadopresente em suamente durantetodo esse mês etinham mesmo queProjeto Revisoras 566

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

conversar, pelasua própria pazde espírito epela dele. Tinhamde esclarecer ascoisas. Fazia bemfalar, mas e ocorpo, o quesatisfaria suasnecessidades?

— Levo-a paracasa mais tarde,se quiser.

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Falou comsuavidade, comose pudesse lerseus pensamentose compreender omedo que sentia.Essa compreensãoreavivou aconfiança quedepositava nele.

— Estamoscombinados?

Serena aindahesitou por umProjeto Revisoras 568

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momento, antes dedar-lhe a únicarespostapossível.

— Sim —murmurou.

Tom acelerou ocarro.

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CAPÍTULO VCAPÍTULO V

Para uma noitede sábado, atéque o trânsitoestava bom, poisem apenas vinte ecinco minutosfizeram urnaviagem que,normalmente,levaria mais dequarenta minutos.

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— Não sabia quemorava em Wayzata— comentouSerena.

— Há muitacoisa sobre mimque você nãosabe. O quedeverá sermudado, em breve.

— Isso soa-mesuspeito.

— Suspeito? Nãopenso assim,Projeto Revisoras 571

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parece-meantes...tentador.

— Oh! sim,tentador — falouSerena,vagarosamente,como se deixassea palavrapenetrá-la.Sentia-selevemente trêmulae não conseguiadescobrir o queProjeto Revisoras 572

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aconteciaconsigo.

— Pensandoescondida? —Naturalmente.

— Não tenhointenção demagoá-la, vocêsabe disso, não?

— Gostaria quetivesse feitoessa promessa hámuitos anosatrás. ComProjeto Revisoras 573

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certeza minhafamília aindaestaria inteira.

— Não, Serena.Se não fosse eu,seria outrapessoa, umpolicial, umadvogado público,um outrorepórter. Seu paiinfringiu a lei enão tinha deculpar ninguémProjeto Revisoras 574

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por isso, só aele.

— Você não oconheceu, era umhomem bom...

Serena faloucom suavidade,lembrando-se dascenas de suainfância. Tompercebeu queestava sendosincera. Elaadorava o pai eProjeto Revisoras 575

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mesmo depois devê-lo condenadonunca aceitou quepudesse ser umcriminoso.

— Chegamos. Ele virou a

direção entrandonum caminhosinuoso queterminava sob umbonito arco. Àfrente deles,Serena enxergouProjeto Revisoras 576

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uma casa enorme,extremamente belaà luz do luar.Pareciamisteriosa eacolhedora assimna penumbra, comseu telhado alto,as janelasamplas.Transmitia umaspecto desegurança e

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firmeza que fezSerena exclamar:

— Que linda!Parece com você.

Desceu docarro,encontrando Tom aseu lado.

— Um dia será.Venha — dissepegando-a pelamão.

Serena seguiu-operturbada,Projeto Revisoras 578

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afastando-se dagrande casa emdireção a umaconstruçãopequenalocalizada aolado. Ouvia ossaltos de seussapatos batendocontra o caminhode pedra, o ventoagitando osgalhos dasárvores e oProjeto Revisoras 579

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barulho suave erítmico das águasdo lago. Aescuridão danoite não lhepermitia vermais. Agarrou-seaos longos dedosde Tom que acenoucom a cabeça emdireção ao únicoposte deiluminação

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existente nolocal.

— Tom.— Anh.Ele procurava a

chave no bolso.— Acho que não

entendi.— O quê?Abriu a porta,

acendeu a luz eafastou-se dando

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passagem paraSerena.

— A casa...aquela casa é suaou é esta aqui?

— Isso importa?— perguntou elemeio azedo.

— Estoucuriosa. Ou quemsabe precise doendereço para lheenviar uma caixa

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dos deliciososBombons Ardentes.

— Seria assimtão cruel?

— Você não. éobrigado a comê-los.

Entrou eencontrou-se numaampla sala,bastante moderna,tanto no estilode construção

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como nadecoração.

— É espantoso!Parece um refúgiomoderno, no meiodas montanhas.

Escutou obarulho da portasendo fechada,tornando oambiente aindamais íntimo.Admirou o grandesofá de tecidoProjeto Revisoras 584

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aveludado, asconfortáveiscadeiras debraço, a mesapequena, aestante comtelevisão eaparelho de som,uma escrivaninhacom a inevitávelmáquina deescrever e sentiuuma súbita ondade calor.Projeto Revisoras 585

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Gosta?Ela aprovou com

os olhos.— É delicioso.

Você realmentemora aqui e nãonaquela casa?

— Por enquanto.— O que quer

dizer?— Quero dizer

que não tenhotempo para fazerProjeto Revisoras 586

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funcionar umacasa daqueletamanho. É muitogrande para mim;esta se encaixamelhor.

Surpresa, elavoltou-se,olhando-o:

— E aquela Casaé sua?

Ele fez umpequeno trejeitocom os lábios.Projeto Revisoras 587

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— Tive decomprá-la parapoder ter esta.

— Não acredito— ela sorriu comceticismo. —Ninguém comprauma casa dessaspara morar nosfundos.

— Pode ser.Para ser maispreciso, o que euqueria era umProjeto Revisoras 588

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lugar pequeno,perto do lago.Mas tive decomprar apropriedadeinteira para terum pouco deprivacidade.

— Preza tantoassim suaprivacidade?

— Sim.— Mas por quê?

Pensava que porProjeto Revisoras 589

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ser de umafamíliaimportantetivesse sidoeducado para asociedade e queestivesseacostumado comisso.

Ele indicou-lheo sofá, observouenquanto ela sesentava eacomodou-se noProjeto Revisoras 590

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outro canto.Serena apreciou adistância que elecolocou entre osdois e relaxou.

— Posso estaracostumado com opalco, mas nãogosto dele.Prefiro uma vidamais reservada.

— Estábrincando comigo?

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— Você meconhece apenascomoprofissional, maspor detrás daagenda existe umoutro homem,pouco conhecido.

Falou com certaveemência eSerena olhou-o,querendo sabermais.

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— Assim vocêcomprou estelugar. Reformou-o? Tom confirmoucom a cabeça.

— A privacidadenão exclui aconveniência.Comprei o imóvellogo que chegueià cidade e entãomorei por algumtempo no hotel,enquanto faziam aProjeto Revisoras 593

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reforma. Nãoficou mal, gostobastante daqui.

— Mas onde vocêvive? — perguntouperplexa. — Estouvendo que alideve ser acozinha e aqui obanheiro, mas...

Tom inclinou-separa a frente.

— Se quer saberonde durmo possoProjeto Revisoras 594

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dizer-lhe queestá sentadasobre minha cama.

— O sofá! Dormeaqui todas asnoites?

— Não critiqueo que ainda nãoviu. Esse não éum sofá comum,transforma-senuma grande cama,uma das maisconfortáveis queProjeto Revisoras 595

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deve ter visto emsua vida.

— O que nãoquer dizer nada,vi tão poucas!Provocava-o comcerta cautelaporque temia areação dele.

Tinha aincômodaconsciência deque se encontravaem desvantagem.Projeto Revisoras 596

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Embora estivessemdistantes um dooutro, sentia quesua pulsação seacelerava cadavez que seusolhares secruzavam. Tomdescruzou aspernas.

— Quer um poucode vinho?

— Seria bom —respondeu Serena,Projeto Revisoras 597

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sentindonecessidade deuma bebida que afortificasse.

— Diga-me, Tom,você me disse quetinha sido"queimado". O quequis dizer comisso?

— Você é bemcuriosa.

— Ah!, mas nãofoi você quemProjeto Revisoras 598

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sugeriu que eudeveria falar? Enão foi quemafirmou que eunão sabia nada devocê?

Por algum tempoele permaneceu emsilêncio,concentrado emabrir a garrafade vinho. Quandoa rolha saiu,

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pareceu decidir-se.

— Fui casado,há muito tempo.Eu era... éramosmuito jovens.

Ofereceu-lheuma taça vazia,serviu-a de vinhoe dirigiu-se parao outro canto dosofá. Encheu seucopo e sentou-se.

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— Ela tinhaalguns objetivosna vida; riquezae projeção socialvinham emprimeiro lugar.Imagino que eutenha sido umadecepção.

— Decepção? —espantou-seSerena. — Vocêpodia dar-lheisso, não?Projeto Revisoras 601

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— Para Eleanora riqueza era umfim em si. Paramim erasimplesmente ummeio de se obtercoisas quepoderiam ser bemdiferentes, comoesta casinha, porexemplo. Vocêpode achar minhaatitudeexcêntrica, masProjeto Revisoras 602

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acontece quenunca tiveproblemas comdinheiro eacredito quenunca terei. Emrelação adinheiro sou bemarrogante, seidisso. Desfrutodas coisas boasda vida, mas deuma maneira bempessoal, na minhaProjeto Revisoras 603

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

intimidade. Nãotenho necessidadede ostentar.

Havia algo deconfortador noque ele dizia,porque Serenatambém possuía umcomportamentoreservado.

— E sua mulhernão concordava?

— Ah! Não podiatolerar! EuProjeto Revisoras 604

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

agüentei festas eviagens tantoquanto pude, mashá um limite alémdo qual a gentenão pode ir.Quando ficouclaro quecaminhávamos emdireçõesdiferentes, nosseparamos.

— Foi de comumacordo?Projeto Revisoras 605

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Serena faloucom suavidade,sensibilizada comas confissõesdele eadivinhando queraramente deviaabrir-se dessejeito. Tom olhou-a:

— Sim.Felizmente nãotínhamos filhos.A situação jáProjeto Revisoras 606

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estavasuficientementedifícil.

— Amava-a?— Sim — ele

respirou fundo. —Foi a únicamulher que amei.

— Ainda a vê?Ele negou com a

cabeça e olhou ovinho queondulavalevemente,Projeto Revisoras 607

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

enquantomovimentava ocopo.

— Casou-senovamente. Com umeuropeu dono deuma rede dehotéis. Disseram-me que têm váriosfilhos.

Serena percebeucomo ele estavavulnerável,depois daquelaProjeto Revisoras 608

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

confissão. Pormais que quisessetachá-lo decruel, nãopoderia ignoraras qualidadeshumanas, asensibilidade quedemonstrava e quea tocavaprofundamente.

— Quer terfilhos? —

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perguntougentilmente.

— Lógico — elesorriu —, essacasona aí é paraeles. Algumdia... quem sabe.

Serenaentristeceu-secom o tomdesesperançado davoz dele. Tevevontade deaproximar-se,Projeto Revisoras 610

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

abraçá-lo econfortá-lo,prometendo-lhetodas as coisasque ele desejava.Mas era umabsurdo! Afinalele era ThomasHarrisonReynolds, nãopodia esquecer-se. Como poderiasentir simpatiapor ele?Projeto Revisoras 611

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— Seu rostoestá com umaexpressãoestranha —observou Tomrepentinamentebem-humorado,como se tivessese livrado de umaaflição. — É ummisto decompaixão eraiva. O que estápensando Serena?Projeto Revisoras 612

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Estoupensando que vocêdeixou-metotalmenteconfusa. Não é oque eu esperava.

Olhou-a emsilêncio, com umaexpressão gentilno rosto. Quandofinalmente falou,tinha a voz suavee agradável.

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— Foi um belocumprimento.Imagino que tenhalhe custado muitofazê-lo.

Serena pulou dosofá, quasederramando ovinho e foi até ajanela, no outrolado da sala.

— É verdade!Infelizmente.

— Infelizmente?Projeto Revisoras 614

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Seus olhos corde avelã cruzaramcom os dele,quando ela sevoltou.

— Seria muitomais fácil odiá-lo. Com tudo oque aconteceu emLos Angeles, eudeveria odiá-lo.

Ele ergueu-secom a graça de umfelino,Projeto Revisoras 615

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

provocando umareação instintivada parte dela.

— Mas você nãome odeia, Serena.

Mais uma vezela ficouperplexa. Julgavaque eleexpressaria asatisfação davitória e, noentanto, possuía

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um olhar degratidão.

— Não —murmuroumagnetizada pelaforça masculinado rosto dele,agoraperigosamentepróximo.

— E odeia a simesma por isso?

— Não sei, nãoconsigo pensarProjeto Revisoras 617

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

quando você estápor perto.

— Oh! Serena —murmurou ele,beijando-a com amesma gentilezaque a confundiratanto.

Obedecendo auma necessidadeinterior, Serenarespondeu aobeijo comternura,Projeto Revisoras 618

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

expressando odesejo irracionalde protegê-lo econfortá-loatravés do calorde seus lábios.Mas havia aindamuito a ser ditoantes que elasuperasse suarejeição.

Interrompeu oabraço.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Tom, temos deconversar — seucoração batiaacelerado.

— É tão fácildeixar-se levarpelo... pelo...

— Desejo?Ela olhou para

baixo, torcendonervosamente umbotão da blusa.

— Sim, desejo.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— É uma coisalinda, você nãoacha?

O calor docorpo deleatingiu-anovamente,frustrando suadesesperadatentativa demanter ocontrole.

— Não sei, nãoestou certa.Projeto Revisoras 621

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Mas o quequer dizer comisso?

Pôs as mãossobre seusombros, mantendo-a distante paraver-lhe o rosto.

— Apenas isso —insistiu cominfelicidade. —Não estou certa.

— Vamos,Serena, você foiProjeto Revisoras 622

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

honesta atéagora, não comecea fugir. Foi umadas coisas queadmirei em você.Por que nãoadmite que senteprazer em meusbraços?

Encabulada,Serena tentouafastar-se, masele a releve.

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— É verdade, eusinto prazer. Mascomo termina essedesejo...? O quefazer depois, otempo tem sidotão longo!

— Ah! —exclamou Tom,apertando-acontra o peito. —Está preocupadacom o futuro. Bomsinal!Projeto Revisoras 624

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— Não sei maisnada sobre opassado e tambémnão sei nada dofuturo. E sinto-me mais culpadapensando nissoagora do queantes — concluiunum lamento.

Tom ficouquieto,encostando oqueixo sobre osProjeto Revisoras 625

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

cabelos dela.Após algunsmomentos desilêncio, soltou-a:

— Você estácerta, temos deconversar.

Indicou-lhe osofá para que sesentasse epermaneceu de péna sua frente.

Projeto Revisoras 626

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Está bem,Serena, vou lhedizer o que sepassa na minhacabeça.

Fez uma pausa,os olhosparecendo aindamais escuros ebrilhantes e,intuitivamente,ela soube o queele iria dizer.

Projeto Revisoras 627

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Eu querovocê, Serena. Émuito simples, eudesejo você.Quero estar comvocê em meusbraços, queroconhecê-la. Nesseexato momentodesejo levá-lapara a cama efazer amor comvocê. Estáchocada?Projeto Revisoras 628

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Chocada? Não,tenho vinte enove anos e issonão me chocamais. Estouamedrontada, issosim.

— Não tem nadaa temer de mim,querida. Já lhefalei.

— Não é você,Tom — ela apertouos lábios,Projeto Revisoras 629

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

sacudindo acabeça com certodesgosto. — Soueu. Podemacontecer coisasentre nós doisque eu não saibacontrolar. Mesmoque esteja bemenquantoacontecem, o quefarei depois?

Sentia medo desua vontade loucaProjeto Revisoras 630

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

de estar nosbraços dele,sentindo-se amadae protegida poraquele homem queaté então foraseu inimigo e queestava ali, emsua frente,atraindo-a tanto.

— Então estamosàs voltas com avelha culpa.Parece queProjeto Revisoras 631

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

atualmente aculpa já não temmuito a ver com oato de amor, nãoacha?

Serena balançoua cabeça sentindofalta de seuscabelos soltosque lhe ofereciamum excelenteabrigo.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— É, os tempossão modernos,mas...

— Você viveucomo uma freiranesses últimosdez anos.

— O que é isso,Tom? Acha queteria sido melhorse eu tivessedormido com todosos homens quecruzaram meuProjeto Revisoras 633

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

caminho? Aconteceque isso não meatrai, o sexo temde significaralguma coisa. Nãoquero praticá-loapenas para dizerque transei.

— Você amouaquele cara, comoé o nome dele?Lowry?

— Naquelaépoca, sim.Projeto Revisoras 634

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— E você meama?

— Amor não temnada a ver comisso.

— Mas você querfazer amorcomigo, não quer?

— Não — elapulou do sofá,colocando-se forade seu alcance. —Eu não disseisso.Projeto Revisoras 635

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Mas deu aentender.

— Você distorcetudo o que eudigo.

— Mas você mequer?

— Quero vocêfora de minhavida.

— Vamos tentaro desejo. Você medeseja? Serena

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rodopiou, osolhos falseando:

— Vá para oinferno! Sim, eudesejo você, éisso que quersaber com essejogo de palavras.Sou humana, soumulher, por issodesejo você!

Falou com ira,atirando as

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palavras no rostodele.

— Ganhou umponto! — disseele.

E suspirou,vencido,deixando-acompletamentesurpresa com essainesperadacapitulação.Olhou-ocautelosa,Projeto Revisoras 638

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

enquanto eleretomava o copode vinho ecaminhava até ajanela para olhara noite.

Sentiu-se maisconfusa do quenunca.Impulsionada pelamesma forçamisteriosa quetentava negar,aproximou-seProjeto Revisoras 639

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

dele, tocando-lhelevemente obraço.

— Sinto muito,fui tãoagressiva!

— A verdade éque você estáfuriosa, querida.Eis a questão.Lançou-lhe umolhar enviesado.

— A questãoverdadeira é que,Projeto Revisoras 640

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

quando você meolha desse jeitoe me chama dequerida, a raivapassa. É isso queme dá medo.

Tom voltou-se,segurando-lhe asmãos.

— E como seráse eu lhe disserque também estoucom medo?

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Acreditaria emmim?

— Você? Commedo?

— Sim.— Do quê?— De me

envolver.— Comigo? —

Seus olhosbrilharam deforma diferente.— Por minhaProjeto Revisoras 642

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

causa? Por causade minha família?

— Não, Serena,não. Como podepensar uma coisadessas?

— Já aconteceuuma vez e aindanão pudeesquecer.

— Eu sei —murmurou ele,acariciando-lhe orosto. —Projeto Revisoras 643

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Eu sei.A ternura

contida na vozdele liberou umaonda de calor nocorpo de Serena.Estava tãopróximo ecompreendia tantosuas emoções!

— Olha, Serena,está acontecendooutra vez. É amesma coisaProjeto Revisoras 644

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

comigo, algo quenão possocontrolar.

Os lábios delebuscaram os dela,murmurando:

— Eu te querotanto!

Serena sentiu otremor quepercorreu o corpodele. Fechou osolhos e parou depensar. MasProjeto Revisoras 645

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

voltou a sirapidamente.

— Não podemos,Tom — lamentou-se. — Estáerrado. Não serábom para nenhumde nós.

No entanto suasmãos ansiavam portocá-lo e elarodeou-lhe acintura com osbraços,Projeto Revisoras 646

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

encostando-se nocorpo dele com umsuspiroatormentado.

— Oh! Tom...Suas palavras

ecoaram dentro daboca dele,enquanto oslábios quetocavam os seustransmitiam-lhe amesma forçaincontrolável queProjeto Revisoras 647

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

lhes inflamava oscorpos. Pareciaque a atraçãoexistente entreeles encontraraseu momento derealização.Serena desejava-omais do quenunca, ansiavapelo contato docorpo dele,sentir-se mulher,complementada eProjeto Revisoras 648

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

amada por ele,nem que fosse sópor uma noite.

— E o queaconteceria senos entregássemosao delírio, comose fôssemos duaspessoasdiferentes, quenunca tiveram umpassado comum, sepretendêssemosapenas estarProjeto Revisoras 649

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

apaixonados?Vamos delirarjuntos? — falouTom em seuouvido.

— Somosadultos, Tom —respondeu ela,provando o gostoda pele dele. —Não podemos jogarassim.

Ele acariciou-lhe as costas,Projeto Revisoras 650

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apertando-a maiscontra si,enquanto seusdedos procuravampassagem atravésdo tecido macioda sua túnica.

— Temos defazer algo.Tentei ficar ummês longe, um mêsinteiro e olhaonde isso melevou. Sinto-meProjeto Revisoras 651

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mais fora decontrole do quenunca.

Mordeu-lhe olóbulo da orelha,beliscando-o comos dentes eacariciando-o coma ponta dalíngua.

— Você estálinda hoje. Aindabem que a tirei

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daquele covil doAndré.

Serena deslizoua mão pelosmúsculos dascostas dele.

— Oh! Tom, vocêtinha de aparecerlá hoje!

A reaçãoligeiramentenervosa delepassou-lhedespercebida.Projeto Revisoras 653

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Vamos chamarisso de sorte.Foi a mesma coisaque fez com quenossos olhos sebuscassem norestaurante.

— Mas, se eunão tivesseachado vocêfamiliar, nem oteria olhado.

Sabia que suaafirmação não eraProjeto Revisoras 654

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

muito verdadeira.Será que nãohaveria realmenteuma atraçãomisteriosasobrepujando tudopara uni-los?

— Nunca teremoscerteza disso —respondeu Tom. —Você está medesejando agora?

— Estou... —respondeu Serena,Projeto Revisoras 655

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

com a vozligeiramenteturva.

Seu corpoagitou-se com aonda de excitaçãoque a perguntadele provocou.Suas mãosencontraram ocaminho do peitodele e começarama explorá-lo.Repetia-lhe oProjeto Revisoras 656

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

nome como seestivessehipnotizada.

— Serena, vocêquer? O delírio?

Havia umasúplica na vozdele que aemocionou aindamais. A mão delecontinuava em suabusca,percorrendo-lhe ocorpo atéProjeto Revisoras 657

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

encontrar o nóque atava atúnica na alturada cintura. Umsimples puxãobastou paradesamarrá-lo eSerena soube quehavia chegado omomento dadecisão. Mesmoenvolvida napaixão, percebeuque ainda haviaProjeto Revisoras 658

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

possibilidade dese negar.

— Serena, o quevocê quer?, diga— insistiu Tom.

Com certeza eletambém atingiaseu ponto de não-retorno, elapodia mesmosentir esseclímax deexcitação nocorpo dele.Projeto Revisoras 659

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Que Deus meajude, Tom. Euquero você! —exclamou excitadae um poucoaflita. — Querodelirar com você.Eu preciso devocê.

Ele inspiroufundo, quase umgemido.

— Oh! Serena,venha cá, amor.Projeto Revisoras 660

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Estou aqui —sussurrou ela.

Sentia-seresplandecente.Seus dedosexploravam orosto dele,pesquisando-lheos olhos, assobrancelhas, alinha forte donariz, asbochechas, aaspereza suave daProjeto Revisoras 661

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

barba. Com umimperceptívelmovimento decabeça elecapturou-lhe umdedo, sugando-ocom deleite.

— Tom!— O delírio,

Serena.Pronunciou de

novo a senha,estreitando-a noporto seguro deProjeto Revisoras 662

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seus braços,pressionando-lheos lábios, queentreabriufacilmente com aponta da língua.Serena sentiu-sederretendo como ogelo das altasmontanhas,correndo para ocalor daspastagensquentes. EleProjeto Revisoras 663

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afastou-aligeiramente paratirar-lhe ablusa. Por ummomento elasentiu oresfriamento docorpo nu, mas asmãos delecuidaram deaquecê-la comcaríciasardentes.

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— Bonita,Serena.

Respirou fortejunto ao pescoçodela, enquantocobria com asmãos em concha osseios contidos nosutiã de cetim.Instintivamente,ela aproximou-sedas mãos dele,desejando que atocasse com maisProjeto Revisoras 665

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

força. Eleparecia dispostoa prolongar aprocura,avançando lentono reconhecimentodo seu corpo,curtindo cada-momento deprazer. Retiroulentamente osutiã e acariciouos seios dela como olhar. EstavamProjeto Revisoras 666

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

intumescidos dedesejo e Serenanão pôde deixarde exclamar,ansiosa por umcontato que eleretardava:

— Oh! Como podeser tão cruel!

E quando eletocou-a, ela jádesejava mais,queria encostar-se a ele, sentirProjeto Revisoras 667

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

seus seios contrao peito nu deTom. Desabotoou-lhe a camisa queescorregou para ochão quase nomesmo momento emque sua saia deseda descia-lhepelas pernas. Empoucos momentosestavam nus.

— Adorável! —murmurou Tom.Projeto Revisoras 668

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Serena deixou-se levar pelafascinação domomento, dizendoa si mesma quenão existiapassado algumpara interpor-seentre eles.

Tom deitou-a nosofá aveludado ecolocou o corposobre o dela,provocando-lhe umProjeto Revisoras 669

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

estremecimento deprazer. Ansiavapor ele, queparecia não terpressa, gozando asensação de seuscorpos colados,quadril comquadril, pernascom pernas,peito, rostos,lábios. Serenasentia seus seiosfirmes envolvidosProjeto Revisoras 670

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

na pelugem maciado peito dele.Com uma calma quesó fazia crescero seu desejo, Tompegou-lhe asmãos, beijando-ase conservando-asjunto aos seuslábios, enquantoperguntava:

— Diga de novo,Serena, você quero delírio?Projeto Revisoras 671

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Quero, Tom.Eu o desejotanto. Não temospassado, somos sónós dois, aqui eagora.

Ele fez umapausa e falou:

— Eu te amo. Eute amo — repetiu.

Seu coraçãoparou, paraincendiar-serepentinamente eProjeto Revisoras 672

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

jogar-lhe noslábios palavrasespontâneas, queela murmurou sempensar:

— Tom, eu teamo, eu te amomuito.

Tendo dito aspalavras quetornam tudopossível, afantasia ficoucompleta. Um somProjeto Revisoras 673

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

grave e primitivobrotou dagarganta dele,abafado contra osseus seios. Oslábios delesugaram-lhe osmamilos,acordando nelauma nova sensaçãode feminilidade.

— Venha Tom....Não me deixeesperando. EuProjeto Revisoras 674

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preciso devocê...

Agitou-sedebaixo dele,segurando-lhe osquadris queapertou contra osseus. Podiasenti-lo pulsantecontra a suacarne.

— Vem, Tom.As coxas

musculosas deleProjeto Revisoras 675

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abriram-lhe aspernas comfacilidade e,quando ele apenetrou, Serenaofegou alto,sentindo que nãofora apenas seucorpo que entraraem contato assimtão íntimo comele. Sentia-secomo se fizesseparte dele e eleProjeto Revisoras 676

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dela. A alegriaprovocada poressa sensaçãopalpitousensualmente nasatisfação do seucorpo.

Tom beijou-aenquanto acertavao ritmo, lento noinício, como sepesquisasse aintimidade dela,acelerandoProjeto Revisoras 677

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

depois, como senão pudesse maisconter aansiedade, comose precisassepossuí-la deimediato. Serenadeixou-se levarpela paixão,desejando-o cadavez mais, comouma mulherpossuída peloinstintoProjeto Revisoras 678

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

primitivo de suaespécie.

Caminharamjuntos,construindo oprazer, atingindoseu ápice eperdendo-se nele,sempre juntos,para retornarem àrealidade,mergulhados um nooutro, úmidos esuados. TomProjeto Revisoras 679

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

permaneceu dentrodela, sentindo ocorpo molhado deSerena colado aodele. Então oardor retornou eeles se amaram denovo. Passou-seum bom tempoantes que arespiração deSerena seacalmasse e seucorpo quedasseProjeto Revisoras 680

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

lasso sobre osofá. Estavadeitada junto aTom, a cabeçaencostada no seupeito, as pernasentrelaçadas nasdele. Tomabraçou-a:

— Sabia queseria assim,Serena, eu soubedesde o começo.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Com os olhossemicerrados,Serena saboreou-lhe as palavras,enquantovisualizava ospequenos pêlos dopeito dele.

— É o fogodentro de você,amor — elecontinuou —, omesmo fogo quenos pôs um contraProjeto Revisoras 682

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o outro pôdefazer com que nosamássemos dessejeito.

Levantou-lhe orosto para olhá-la nos olhos.

— Nunca vitanta paixão,Serena. Inocente,mundana einstintiva. Comopode ser assim?

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Nem a volta àrealidadeconseguiadiminuir aalegria de estarnos braços dele.

— Não sei —respondeuaconchegando-se aele. — Você é queme desperta essesinstintos.

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— Diga de novo— murmurou eleacariciando-a.

— Não precisa.Encostou os

lábios no mamilodele, sugando-ode leve.

— Venha cá.Tom puxou-a

para cima docorpo dele e,para suasurpresa, começouProjeto Revisoras 685

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

a mexer-lhe noscabelos.

— Deveria terfeito isso antes.Seu cabelo émuito bonito paraficar preso.

Espalhou-lhe oscabelos sobre osombros,admirando-os porum longo momento,antes de deixá-ladeslizarProjeto Revisoras 686

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

novamente para olado.

— Como sesente? Eu amagoei? Serenasorriu.

— É umapergunta boba.Tenho cara dequem se magoou?

— Não tenhocerteza. Houve ummomento em quejulguei sentirProjeto Revisoras 687

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

unhas enterrando-se em minhascostas.

— Está querendome chatear?

— Falo sério.Você está bem?Serena suspirou.

— Sim.— Lamenta?— Não.— Sente-se

culpada?Projeto Revisoras 688

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Ainda não.— Mas se

sentirá?—

Provavelmente.— Não quero que

sinta culpa,nunca. Foi tãobonito o quecompartilhamos!

— Bonito, masperigoso.

Projeto Revisoras 689

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Pensava nofuturo, alembrança de Tomem sua boca,veias, coração.Era possívelficar possuídadessa forma porele, com tantafacilidade? Outeria esseenvolvimentocomeçado há maisde um mês e elaProjeto Revisoras 690

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

ignorado seusindícios?

Tom segurou-lheo queixo,erguendo-lhe orosto.

— Perigo deficar grávida?

Serena ficouaturdida.

— Não haviapensado nisso.

Projeto Revisoras 691

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Ele sacudiu acabeça, com umaexclamação desurpresa que elainterpretou mal.

— Sinto muito.Não se preocupe,eu nunca oresponsabilizaria...

— Serena —interrompeu ele,abraçando-a emsilêncio. — NãoProjeto Revisoras 692

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

foi isso que euquis dizer.

— Então o quefoi?

— Apenas admirovocê, sua purezae honestidade.Nunca encontreialguém como você.

— E se euficasse grávida?Continuariaencantado?

— Sim.Projeto Revisoras 693

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Não haviadúvida na vozdele, mas Serenatinha-as emquantidadesuficiente paraos dois.

— Você não seimportaria que eutivesse um filhoseu?

— Lógico quenão.

Projeto Revisoras 694

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Mesmo sabendoo que sabe?

Ele franziu asobrancelha e elaexplicou:

— Mesmo sabendoque a verdadesobre o meupassado pode umdia vir à tona?

Levantou-se numato impulsivo,pulando sobre ocorpo dele eProjeto Revisoras 695

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caminhando emdireção aobanheiro. Pego desurpresa, Tomdeixou-a ir, masapós algunspassos Serenaparou, a cabeçabaixa. Sabia qualfora o motivo quea afastara dosbraços de Tom,mas não se sentiapreparada paraProjeto Revisoras 696

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enfrentá-lo. Eleergueu-se etomou-a nosbraços:

— Não percebeque quando olhopara você nãoestou vendopassado algum?Enxergo apenas oagora e o futuro.

Serena nãoesperava talsuavidade, comoProjeto Revisoras 697

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se estivessedespreparada paraaceitar qualquerqualidade queencontrasse nele.Fora atraída porele, excitara-semuito mais do quepoderia acreditare a idéia de quetalvez não ovisse mais eratão dolorosaquanto a deProjeto Revisoras 698

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conviver com essasombra dopassado. Seusolhos brilharamde angústia e elaexclamou:

— Ah, Tom! Oque vou fazer?!

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CAPÍTULO VICAPÍTULO VI

Tom beijou-acom ternura.

— Espere umpouco.

E começou atransformar osofá numa cama.Serena observava-o trabalhando.TentavadesesperadamenteProjeto Revisoras 700

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permanecerindiferente ànudez dele,embora seextasiasse comaquele corporealmenteespetacular, bem-feito emusculoso, com aagilidade de umjogador. Nãoconseguia desviaros olhos.Projeto Revisoras 701

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— Desapontada?— ele sorriu,exibindoaudaciosamente ocorpo.

Ela olhou-ointerrogativamente.

— Por já terquarenta anos emeu corpodemonstrar isso?

— Nossa! Nuncapensei na suaProjeto Revisoras 702

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idade. Você deveestar querendoelogios, com essecorpo assim, naflor da idade.

O olhar delefoi bastanteperturbador. Apósajeitar oslençóis, foi atéela e pegou-lhe amão.

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— Sua altezaSerena quer dar-me a honra?

Sentou-se nacama e deitou-serapidamente aolado dela.

— Serei seutravesseiro —falou, ajeitandoa cabeça delacontra seu peito.

— E agora? —murmurou Serena.Projeto Revisoras 704

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— Agora vamosconversar.

Ela riu.— Conversar?

Faz com que eu mesinta como umarainha nua e querconversar?

— Quer fazeramor de novo?

— Que vergonha,Tom! Você já temquarenta anos.

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Consegue amaroutra vez?

Sem dizer umapalavra eledeslizou sobreela, envolvendo-aem seus braços.

— Terá de pagarpor isso — disse,prendendo-lhe asmãos ao lado dacabeça. — Beije-me!

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— Vamosconversar.

— Beije-me!— Tom, isso não

resolve nada.— Beije-me!O fogo dos

olhos delelembrou-lheaquele que virano jovem repórterde muitos anosatrás.

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— Por favor —pediu. — Você meassusta.

Ele tornou-semais suave, porémnão a soltou.

— Sinto muito,amor. É isso quevocê faz comigo.Posso amá-ladurante toda anoite, mas temosque conversar,

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não acha? Agoraum pequeno beijo.

Serena ergueu acabeça eentregou-se aoque ele pretendiafosse um "pequenobeijo". Em algumlugar entre"pequeno" e o"beijo", sentiu-se partilhando deuma aventuravolátil queProjeto Revisoras 709

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ameaçava explodi-la. Ele soltou-lhe as mãos, quebuscaram o corpodele em caríciasardentes.

— O que vocêdizia sobre aminha idade?

— Dizia queestá na flor daidade. E quetemos queconversar.Projeto Revisoras 710

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— Serena?— Sim.— E... isso

basta...— Algo errado?— Serena!— O que há,

Tom? Fale?— Maldição! Não

posso pensar! Nãovamos conversarnada enquanto

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você não pararcom isso.

— Você quecomeçou.

— Mas quem temde parar é você.

Sentindo-seimensamentepoderosa, Serenaatormentou-o pormais algunsmomentos,raspando a pontade seus dedos aoProjeto Revisoras 712

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longo das costasdele até atingiro ponto pulsanteda nuca.

— Melhor assim?Seu humor

agradou-o.— Dê-me um

minuto —respondeurespirando fundo.— Agora podemosconversar.

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— Fale-me sobreseu trabalho.

Ele abriu umolho preguiçoso.

— Sobre otrabalho?

— Sim.— O que quer

saber?— O que você

faz. Elesuspirou.

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— Publicojornais.

— Todos osdias, Tom. O quevocê fazdiariamente? Comoele demorasse aresponder, ergueua cabeça paraolhá-lo. Tomestudou-ademoradamente.

— Por que mepergunta isso,Projeto Revisoras 715

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Serena? Penseique seria aúltima coisa quegostaria desaber. Para dizera verdade, estousurpreso com suatranqüilidade emrelação aoassunto.

Ela não tevedificuldade emacompanhar-lhe ofio doProjeto Revisoras 716

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pensamento.Virou-se decostas, olhando oteto.

— E estou. Nãosei se mecompreendo muitobem.

— É sobre issoque eu queroconversar. Você,os seussentimentos,falar sobre o queProjeto Revisoras 717

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aconteceu entrenós e sobre o quehouve hádezesseis anos.

Tom virou delado, apoiando-seno cotovelo eSerena girou acabeça para olhá-lo.

— Tudo isso émuito estranho.Quer dizer, estou

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aqui... deitadacom você...

— E parecemuito à vontade.Os olhos delabrilharam.

— Preferia queeu estivessediscursando ebrigando?Acusando-o de terfeito issocomigo? Não souassim, Tom. DeveProjeto Revisoras 719

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ficar sabendodisso.

— Não sabia...— Mas agora

sabe. Esta é aquestão. Nadaaconteceu sem queeu quisesse.Aproveitei eagradei-me decada momento donosso amor.

Ia falar sobreo jogo, o delírioProjeto Revisoras 720

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

que apagara opassado sombrio,mas calou-sepensativa. O quecomeçara como umjogo de ilusãohavia se tornadoreal. Essaverdade atingiu-acom força e,quando o olhououtra vez, seusolhos mostravamtristeza.Projeto Revisoras 721

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— Foi estranhoo que aconteceu.Quando estava comvocê, em seus"braços, tocando-o, e desejando-o,não conseguiarecordar-me dequem você era.Somente sentia ascoisas, nadamais.

Sua voz ficoumais agitada.Projeto Revisoras 722

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— E o pior detudo é que nãolamento nada. Nãoquero me lembrarde nada. Sei queessas recordaçõesexistem, masquero afastá-lasde minha mente,pelo menos atéamanhã.

— Já é amanhã,querida, e temosde tratar dissoProjeto Revisoras 723

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agora. Você criouuma dicotomia nasua mente. De umlado existe o TomReynolds que vocêdetesta. Dooutro, eu.

— Muito bemcolocado.

— A questão écomo unir essasduas imagens.

Pela primeiravez, desde queProjeto Revisoras 724

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buscara o consolodos braços dele,Serena sentiu-serealmenteperturbada.

— Não estoucerta de que issoseja possível.Sempre tive essesentimento, Tom.Sempre soube quefoi você quemarruinou meu pai.

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O olhar quentede Tom não tinhanada a ver compaixão.

— Esse é o"xis" da questão.Você se recusa aencarar averdade.

— A verdade!Que verdade?

— Seu paiarruinou-sesozinho, Serena.Projeto Revisoras 726

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Eu não tiveculpa. Oh! —ergueu a mão paradeter o protestodela —, seiperfeitamente oque fiz. Confessoque fui impulsivoe arrogante. Vium caixote napraça e subi nelepara fazer meudiscurso, com avoracidade típicaProjeto Revisoras 727

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de um garoto. Maseu era jovem eimpetuoso e,embora possareconhecer quepequei porexcesso defervor, minhaconvicçãopermanece amesma. Creio queagi corretamente.

Puxando olençol sobre oProjeto Revisoras 728

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corpo, Serenasentou-se.

— Arruinando umhomem e suafamília?

— Lutando pelahonestidade.

— Você eraambicioso,lutava, sim,pelas manchetesdos jornais. Nãose importava com

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mais nada alémdisso.

— Não, Serena —ele tambémsentou-se, olençol caindo-lhesobre os quadris.— Isso foi umaquestãosecundária, vocênão me conhecia.Mais do quequalquer outracoisa, era oProjeto Revisoras 730

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idealismo que meguiava. Fiqueibastantedesgostoso com osensacionalismoexageradodaquelasreportagens sobrecrimes de altosfuncionários. Seupai não foi oúnico denunciadopara o público,sabe disso.Projeto Revisoras 731

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— Mas foi oúnico que mereceuo seu interesse.

— Eu sei, eusei — ele faloucom suavidade.

Levantou a mão,afastando-lhe umamecha dos cabelose Serena recuoucom os olhosgrandes eluminosos.

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— São coisascomo essas que medeixam confusa.Como pode serassim tãogentil...?

As palavrasmorreram-lhe nagarganta, ante opensamento de queestava apaixonadapor ele. Não, nãoestava certo, nãoera possível. OuProjeto Revisoras 733

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era? Atormentada,encostou-se nele.

— Abrace-me,Tom, faça-meesquecer tudoisso. Você podefazer isso.

— Serena, nãosei se...

— Por favor,Tom. Me ame denovo. Ajude-me.Com um gemidomeio tremente,Projeto Revisoras 734

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ele uniu-se aela.

— Oh! Serena,Serena. O queestou fazendo comvocê?

— Tom —murmurou ela coma boca colada nopeito dele —, meame...

Sabendo que nãotinha escolha,inflamado pelasProjeto Revisoras 735

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emoções que odesejo deladespertara nele,Tom amou-a longae cruamente.Dessa vez nãohouve expressõesde desejo, nempalavras desedução. Nãohouve ilusão oujogos de prazer,mas apenas ariqueza do amor,Projeto Revisoras 736

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com seu frenesicontido entresilêncios,liberado nomomento desejado.

O silêncio danoite foiquebrado peloslamentos esuspiros, pelosgritos de desejoe murmúrios deprazer. Outra emais uma vez,Projeto Revisoras 737

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eles buscaram umpelo outro,encontrando oêxtase aoperderem suasidentidades, ealegria emtornarem-seapenas um.Ninguém tentouexplicar nadaquando,finalmente,deixaram-se estarProjeto Revisoras 738

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exaustos sobre acama. Acabaramadormecendo eapenas a luz damanhã seencarregaria deperturbar-lhes apaz.

Serena acordoucom o cheiro decafé e viu Tomsentado a seulado. Vestiaapenas uma calçaProjeto Revisoras 739

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jeans e tinha umaexpressãodecididamenteperturbada.

— Sinto muito —disse ela,cobrindo-se com olençol. — Deveriater-me acordadomais cedo. Quehoras são?

Voltando domundo distante de

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seus pensamentos,Tom pestanejou:

— Pouco mais dedez. Você estavacansada.

— Faz tempo quese levantou?

Ele passou-lhea caneca de cafée Serena tomou umgole.

— Não muito.Como está?

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Elaespreguiçou-se,corando um pouco.

— Sonolenta...— Que tal um

banho quente?— Boa idéia.— Serena...— Sim?Ele parecia

estranhamenteinseguro.

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— Você estálivre hoje, nãoestá?

— Hoje édomingo, a lojanão abre.

— Não falo daloja. Você podepassar o diacomigo?

Olhando para ooutro lado,Serena franziu assobrancelhas.Projeto Revisoras 743

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— Pode ser, comuma condição.

— Qual?Seu olhar

buscoudeliberadamente odele.

— De que agente não falenaquela história.Não hoje.

Não queriaremexer em mágoase dores após umaProjeto Revisoras 744

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noite tãomaravilhosa.

— Não seriamelhor setentássemostrabalhar oassunto um poucomais?

— Não hoje.— Que vantagem

teríamos?Suspirando, ela

fechou os olhos edeixou a cabeçaProjeto Revisoras 745

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cair sobre otravesseiro.

— Não estoucerta. Comcerteza, isso meatingirá quandovoltar aotrabalho amanhã.Mas não queroapressar ascoisas.

— Você estáadiando oinevitável,Projeto Revisoras 746

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Serena — censurouele comgentileza.

— Tem razão —respondeu Serenae, como queimpulsionada poruma forçadesconhecida,acrescentouimpulsivamente: —Prefere levar-mepara casa agora?

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Seus olhosmostravam-sedecepcionados.Tom falou.

— Não, prefiroque fique.

— Então aceitaa condição?.

— Sim.— É sempre

assim, tãocordato?

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Ela tentavaencontrar um meiode brincar e sairda escuridão emque mergulhara.Mas estava tensa.

— Não sou omonstro que vocêimagina. Até quesei seragradável.

Como quedespertada pelaspalavras dele,Projeto Revisoras 749

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Serena moderou-se.

— Sei disso,Tom. Só queriaque entendesseque hoje nãoquero falar demonstros.Gostaria depassar o dia comesse caraagradável.

Imediatamentesentiu-se melhor,Projeto Revisoras 750

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gozando o prazerdas feições dele,descansadas esuaves na luz damanhã.

— Você terá orapaz simpático —garantiu ele,inclinando-se ebeijando-lhe aponta do nariz. —Agora sugiro queentre no banhoenquanto euProjeto Revisoras 751

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preparo o café damanhã. A não serque prefiraarrumar a casa —acrescentoumalicioso.

— Não, não,preciso de um bombanho.

Sentou-se nacama e parou,olhando em volta.

— Ei... Tom?

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— Diga —respondeu ele,com as mãos nosquadris e um meiosorriso.

— Tenho umpequeno problema.

— Vejamos.— O que faço?

Não tenho amínima vontade depôr aquelevestido de sedaoutra vez.Projeto Revisoras 753

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Tom atravessoua sala e abriuuma porta,desaparecendo nointerior de umcômodo que Serenadesconhecia.Ouviu barulhos degavetas e portasde armário.

— Nada mal —falou quando elesaiu do cubículo.

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— Um armário bembolado.

— Comporta umainfinidade degulodices. Tome.

Estendeu-lheuma camisa deflanela e foipara a cozinha..

Serena pegou-acom satisfação e,em poucosminutos, estavano banho.Projeto Revisoras 755

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Serena sentia-se inteiramente àvontade para seutilizar dosxampus e toalhasde Tom. O calordo banho deixou-aem ótimadisposição e,embrulhando-se natoalha cor dechocolate, elapermaneceu nafrente doProjeto Revisoras 756

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espelho,ajeitando oscabelos com osdedos.

Havia umabeleza natural emsua expressãoquando saiu edirigiu-se para acozinha. Tomparou, como quemleva uma pancada.

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— Algo errado?— perguntou ela,hesitando.

— Não, nadaerrado. Vocêparece ótima.

Serena abaixouos olhos,consciente de quea camisa chegava-lhe só até o meiodas coxas. Tinhaenrolado asmangas até osProjeto Revisoras 758

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cotovelos edeixado doisbotões abertos nopeito, mas osegundo botão eraum pouco baixo edeixava entrevera curva de seusseios.

— Talvez devavestir a túnica.

— Não sejatola! Estáperfeito. Sente-Projeto Revisoras 759

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se aqui — falouindicando-lhe umacadeira.

Mais confiante,Serena sentou-se.

— Qual é ocardápio?

— Nada deextraordinário.Suco .de frutas etorradas comqueijo derretido.Café ou

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chocolate, comopreferir.

— Ótimo, possoajudar?

— Não, sente-see relaxe. Vocêteve umtreinamentopuxado estanoite.

Serena apoiou ocotovelo na mesa,sufocou umacareta na palmaProjeto Revisoras 761

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da mão e sacudiua cabeça um tantoacanhada.

— Foi um tirode mau gosto, maspoderei perdoá-lo, dessa vez.

Tom estava decostas, de modoque ela não pôdever a expressãoum pouco tristedo rosto dele.Percebeu queProjeto Revisoras 762

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havia vestido umamalha de lã eficou imaginandose teria sidofrio oudiscrição. Tomcolocou osalimentos na mesae sentou-se, osolhos pousadosnas torradas.

— Ah! Nãoficaram boas.

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Deveria ter postono forno.

Serena riualegremente ecolocou sua mãosobre a dele,consolando-o:

— Parece tãodesapontado!Pense de outrojeito, olhe comoficaram douradas!

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Ele sorriu-lhede formadevastadora.

— Seu sorrisofascinou-me.

— O que querdizer?

— Naquele diano restaurante,quando oreconheci. Foramos seus olhos, aintensidade doseu olhar que meProjeto Revisoras 765

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pareceu familiar.Sabia que oconhecia, mas nãoconseguia situá-lo. Então, umahora você sorriupara a sua...namorada...

— Era umacolega detrabalho —corrigiu ele.

— Seja o quefor, o seuProjeto Revisoras 766

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sorriso é único,você sabe.

— Já medisseram.

Aquiloaborreceu-a maisque a idéia danamorada.

— As mulheresdevem dizer-lheisso sempre.

— Não. Mas jáme disseram issoantes, emboraProjeto Revisoras 767

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seja muito melhorvindo da suaparte — concluiucom um sorrisolargo.

— Ah!... denovo. Foiexatamente assim.É muitoperturbador, maseu tinha certezade nunca tervisto esse seusorriso antes.Projeto Revisoras 768

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Teria me lembradodele, sem dúvida.

Tom ficousério.

— Quer dizerque não sorritriunfante no diaem que seu paifoicondenado?

A voz deletinha um toque desarcasmo.

— Quis dizerque você nuncaProjeto Revisoras 769

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sorriu dessamaneira durante ojulgamento. Tenhocerteza de que olevou muito asério.

— Obrigado.O silêncio que

caiu entre elesressoou como umpunhal penetrandoo coração deSerena.

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— Não quisofendê-lo, Tom.Foi apenas umaobservação.

Concordando coma cabeça, eleconcentrou-se nacomida. Umestranhosentimento deproteção invadiu-a, despertando-lhe o desejo deacariciar-lhe osProjeto Revisoras 771

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cabelos. Querendodistrair-se,levantou-se.

— Vou pegarmais café. Quer?

— Por favor.Ele continuava

distraído. Quandose sentou denovo, Serenasentiu-se semcoragem.

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— Não sabia queia acontecerisso, Tom.

Seria a cama oúnico lugar ondeencontrariam umentendimentoverdadeiro?

— Fale-me sobreDoces Serenidade.Ela surpreendeu-se.

— Falarei sevocê parar deProjeto Revisoras 773

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ranger os dentes.A expressão deletornou-se maissuave.

— Estourangendo osdentes?

— Sim.— Está bem, sem

rangimentos —prometeu,relaxando omaxilar. — Entãoconte-me comoProjeto Revisoras 774

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começou DocesSerenidade.

Entre o suco, ocafé e astorradas comqueijo e geléia,Serena contou-lhea história,entusiasmada e àvontade.

— Fala como setivesse feitoMinneápolisdescobrir aProjeto Revisoras 775

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existência dedoces.

Ela sorriu.— Nem tanto!

Mas creio queconseguimosaumentar o númerode apreciadores,disso não tenhodúvida. AAssociação dosDentistas deveadorar-nos.

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— Eles tambémdevem comer suasguloseimas àsescondidas. Mas oseu estoque é bemoriginal, bonitoe variado.Serviço pessoal,pacotesbrilhantes. Creioque encontrou afórmula dosucesso.

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Serena corouante o elogio.

— Aoriginalidade nãoé toda minha.Muitos artigos jávêm prontos,embalados e comnome. O resto agente vaiinventando.

Fez uma pausae, de repente,teve vontade deProjeto Revisoras 778

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expor sua idéia aTom.

— Estoupensando em abriruma filial.

— Está? Queótimo!

— Também pensoassim, masinfelizmenteAndré não parececoncordar.Estávamos falandosobre issoProjeto Revisoras 779

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naquele dia norestaurante.

— O que Andrétem a ver comisso?

— Ele é meuagente deinvestimentos.Nesses últimosanos tenhodestinado a maiorparte dos lucrosaosinvestimentos. SeProjeto Revisoras 780

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quiser mesmoabrir uma filial,terei de retiraruma boaquantidade dodinheiro queAndré empregoupara mim.

— E ele nãogostou da idéia?

— Da expansão?Não.

— O que alegou?

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— Disse que éprematuro. Que aeconomia andaincerta, que voucorrer um granderisco.

Esperou que Tomrefutasse essesargumentos, masele permaneceucalado, assobrancelhas umpouco contraídas.

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Então perguntou-lhe.

— O que acha?— Não posso

dizer, Serena.Não conheço suasituaçãofinanceira.

— Mas sabe algosobre a situaçãoeconômica dopaís, não sabe?Tenho certeza deque, depois deProjeto Revisoras 783

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tantos anostrabalhando cominvestigaçõeseconômicas, deveter um faroespecial paranegócios. Seriatolice tentarabrir outra lojaem um bairro?

— Os negóciosandam bem em sualoja?

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— Nunca sonheique pudessem irtão bem.

— Que outrocapital você tem?

— Outrocapital?

— Não me digaque está tudo nasmãos de André?

— Bem, tenhoalgum dinheiro nobanco mas é poucacoisa, reservaProjeto Revisoras 785

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para umaemergência. Nãoencontrei razãopara não deixarAndré cuidar dosinvestimentospara mim. Ele foimuito bemrecomendado.

— Sem dúvida! —Tom pareciacarrancudo.

— O que querdizer com isso?Projeto Revisoras 786

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— Nada, apenasnão confionaquele sujeito.

— Acho que vocênão o conhece.Encontraram-sepela primeira vezontem e ele foium tantoagressivo.

— Você ficoumais ofendida doque eu. Só depoisdaquela conversaProjeto Revisoras 787

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aceitou ir emboracomigo. Pareceque, sem querer,André acabouprestando-nos umfavor.

Serena nãotinha certezaalguma sobre oassunto, massentiu umapunhaladaatravessá-la.Lembrou-se daProjeto Revisoras 788

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raiva e irritaçãoque as maneirasde André haviamlhe causado.Seria o desejo deproteção umaextensão do amor?Teria tentadoproteger Tom?André se referiraao poder daimprensa, aosseus excessos eaos processos porProjeto Revisoras 789

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calúnia.Teoricamente,deveria terficado ao lado deAndré. Mas não.Aí estava umponto importante.

— Ele não é mau— disse, sorrindocom uma certatristeza. — Temum estilo de vidaum tantodissoluto eProjeto Revisoras 790

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talvez por issoseja um poucoenfadonho, mas éum bom rapaz.

— Então por queé contra o seuprojeto?

— Talvez estejacom medo deperder o dinheiroque precisareipara abrir aloja?

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— Vamos,Serena! Para sersincero, acho queele deve ter umgrande número declientes queinvestem somasmuito maiores quea sua.

— Foi o que lhedisse.

— E o que elerespondeu?

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— Deu umaresposta evasivae mudou deassunto.

Seus lábiosfizeram umtrejeito amuadoao lembrar-se daindiferença deAndré. Tomrosnou,parecendo-lhe um,tanto agitado eirritado. EstariaProjeto Revisoras 793

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querendo protegê-la? Ou apenasdiscordava damaneira como elaacreditava emAndré? Não chegoua ter umaresposta porque,nesse exatomomento, otelefone tocou.Tom empurrou acadeira paratrás.Projeto Revisoras 794

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— Droga, quemserá? Sabem quenão gosto de serimportunado aosdomingos. E otelefone nãoconsta da lista!

Sua voz estavabastante áspera eSerena sentiu-seperturbada, antesmesmo que o olhardele encontrasseo seu.Projeto Revisoras 795

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— Sim, éReynolds...André?

A voz deletornou-seuniforme e fria,gelada mesmo.

— Comoconseguiu essenúmero?... Ah!devia terimaginado...Serena? Sim, estáaqui... Espere,Projeto Revisoras 796

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verei se ela podeatender.

Falou asúltimas palavrascom lentidão,ligeiramenteirônico.

— Quer atender?— perguntou-lhe,encostando o fonena blusa.

Sem hesitar,Serena levantou-se para pegar oProjeto Revisoras 797

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telefone. Mas Tomesticou o braço,colocando-o forado seu alcance,forçando-a aaproximar-se atéque a sentiuaprisionada entreas coxas dele,quase tocando-lheo corpo. Aícruzou ostornozelos atrásdela, cortando-Projeto Revisoras 798

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lhe a retirada.Só entãoentregou-lhe ofone, com umgesto deimpaciência.

— André?Olhou para

baixo encontrandoo olhar de Tom.

— Sim, estoubem.

— Por que foiembora daqueleProjeto Revisoras 799

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jeito? —perguntou ele dooutro lado dalinha.

— Oh! eu nãosei, André. Afesta estavamuito agitada,barulhenta, creioque me senticansada.

Retorceu ocorpo, conscientede que os olhosProjeto Revisoras 800

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de Tom haviamabandonado seurosto parapesquisarem oespaço nu entreas apelas dacamisa.

— Você recebeumeu recado, nãorecebeu?

— Sim, masfiqueipreocupado.

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— Não havianecessidade, jáestou bemcrescidinha.

Como seinterviesse naconversa, Tomergueu as mãosaté os ombrosdela, medindo-lheo corpo. Serenacolocou a mão noombro dele,visando detê-lo,Projeto Revisoras 802

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mas ele recusou-se a receber suamensagem.

— O que estáfazendo aí? —perguntou André,agitado.

— Aqui? — elaengoliu em seco.— Ahn... anh...Tom , foibastantegentil....

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trouxe-me paracasa.

— Para a casadele?

NormalmenteSerena não teriatido dificuldadeem descartar-sede André e de seuinterrogatório.Mas a proximidadede Tom e asensação dos seusdedos tocando-aProjeto Revisoras 804

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despertavam nelaemoções intensasque amoleciam-lheos joelhos eforçavam-na aapoiar-se naspernas dele.

— Estive na suacasa ontem ànoite —argumentou a esmo— e hoje estouaqui.

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— Serena, estoutentando falarcom você desdeontem e não tinhaninguém na suacasa. Telefoneipara outraspessoas até quealguém me disseque havia vistovocê saindo comTom. Muitoagradável!

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Serena fechouos olhos,encostando-se emTom que,deliberadamente,desabotoara oprimeiro botão desua camisa eavançava agorapara o segundo,desnudando-lhepouco a pouco osseios. Pareciabem consciente doProjeto Revisoras 807

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efeito que essesgestos lhecausavam. Serenasuspirou deprazer, perdendoo fio daconversa.

— André, vocêdeseja algoespecial?

— Que saber oque está fazendoaí.

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— Parece queestá com ciúme,André. O que eufaço não lhe dizrespeito, sabebem que nãoexiste nada entrenós.

Tentava mantera voz gentil, masera impossívelesconder aimpaciência quecomeçava aProjeto Revisoras 809

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apossar-se dela.Principalmenteporque os dedosde Tom passeavamagora pelointerior de suacamisa, tocando-lhe o corpo eacompanhando odesenho de suascostelas atéchegar aos seios.Arfando, Serenasuspirou paraProjeto Revisoras 810

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Tom, tendo apresença deespírito deencostar o fonenos quadris.

André pareciasuficientementeenvolvido naspreocupações delepara perceber aconfusão deSerena.

— A verdade éque eu queroProjeto Revisoras 811

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alertá-la sobreesse sujeito.

— Quem?— Reynolds. Ele

é perigoso,Serena. É umjornalista.

— Sei disso.Já não se

importava maiscom isso.

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— Não confionele — continuouAndré.

— Já ouvi isso.— O quê?— Nada, André.— Olha, Serena,

vamos almoçarjuntos amanhã?

Tom segurava-lhe os seios comas mãos emconcha,Projeto Revisoras 813

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levantando-os deencontro aoslábios. Sugou seumamilo rosado comum calor eumidade quedespertaram nelaondas de desejoagoniado.

— Amanhã? — suavoz estavaligeiramentetrêmula. — Ah...não, não posso.Projeto Revisoras 814

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— Terça-feira?Tom sugava-lhe

os seios,deixando-acompletamentealheia à conversade André.Encostou o foneno corpo e falou:

— Pare comisso, Tom! Nãoposso nem pensar.

— É exatamenteesse o ponto. SeProjeto Revisoras 815

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não conseguepensar, desligue.

Desesperada,Serena voltou-separa André.

— Quarta-feirapode ser. Estareilivre.

— Se só pode naquarta, está bem.À uma e meia nolugar de costume,concorda?

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Ela suspendeu arespiração quandoas mãos de Tomlhe queimaram ascoxas, deslizandopor seus quadris.

— Está bom.Encontro-o lá,então.

Somente quandoouviu o clique dooutro lado, eladeixou cair ofone,Projeto Revisoras 817

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desmoronandosobre Tom,esfregando orosto nos cabelosdele.

— Como pôdefazer isso? Foidesleal.

— Desleal é asuavidade de suapele.

Os dedos deletocaram-lhe asnádegas, puxando-Projeto Revisoras 818

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a ainda mais paraele.

— Você é tãodoce...

Com a língua,provava o saborda pele dela,deixando-lhepontos ardentesonde quer quetocasse. Serenamergulhou osdedos nos cabelosdele, empurrando-Projeto Revisoras 819

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lhe a cabeça paratrás, para queacabasse comaquele tormento.Mas os lábiosdele conquistaramos seus,despertando-lheum enorme desejo.Ela não pensavaem protestar. Osgestos de Tomagradavam-namuito mais do queProjeto Revisoras 820

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poderia imaginar.Sentia um prazerenorme em serassim tocada porele e tudo eratão real! Amava-o. Cerrou oslábios para nãodizer-lhe, aindanão havia chegadoa hora, o momentoda confissão.Tinham muito paraconversar eProjeto Revisoras 821

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compreender,antes que aspalavras docoração pudessemser ditas.

Tom explorava-lhe o corpo todo,sem esquecer umsó detalhe. —Tom, Tom, o queestá fazendocomigo?. Inclinoua cabeça paratrás permitindo-Projeto Revisoras 822

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lhe o acesso àregião sensíveldo pescoço. Eleafastou seuscabelos,mordiscando-lhetodo o ombro e opescoço. Serenaapertou a cabeçadele contra seucorpo, querendomais, e beijou-opor sua vez,acariciando-lheProjeto Revisoras 823

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as espáduas e apele áspera dopescoço. Os dedosdele descerampelo seu ventre,tocando-lhe oumbigo ecaminhando emdireção às suascoxas,infiltrando-seentre elas parabuscarem a fontede calor e prazerProjeto Revisoras 824

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que ela havia lheoferecido.

Aprisionadamais uma vez noabismo dasensualidade,Serena perdeu anoção de tudo,exceto dele e docorpo que aexcitava eacariciava.Sentia apenas opoderoso estadoProjeto Revisoras 825

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de amor que ocontato dele lheinspirava. Assuaves palavrasde prazer que elemurmuravaprovocavam-lheestremecimentoscada vez maisintensos e oatrevimento suavedos dedos deletocava-a com umaternura que nuncaProjeto Revisoras 826

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pudera sentir.Louca de desejo,sentiu que ele aacomodava sobreas coxas dele,eliminando asbarreiras entreeles. Devagar,bem devagar, eleveio trazendo-apara baixo,enquanto osquadris delesubiam aoProjeto Revisoras 827

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encontro de seucorpo, deixando-ainteirinhapalpitante.Ofegavam e Serenaexprimia suapaixão compequenos gritosroucos.

— Tom —arquejou,enquanto elesorria de prazer.

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— Não esperavaisso, esperava?

— Não. Oh!Tom...

— Diga o quequer, amor.

Parecia calmo,mas Serena sentiacomo ele tambémansiava por ela.

— Você, Tom,quero você.

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— Você me tem,Serena, você mepossui.

Os lábios deleprocuraram osseus, fugindo daspalavras. Com asmãos guiou osseus quadris atéque, com um ardorintenso,penetrou-a,atirando-osrapidamente até aProjeto Revisoras 830

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mais brilhanteestrela darealização, quefaiscou emcentelhascegando-os, antesde mergulhá-losna escuridãoluminosa doprazer.

Com as pernas eos braçosfirmementeagarrados nele,Projeto Revisoras 831

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Serena deixou queTom a erguesse,levando-a para acama. Deitaram-seem silêncio, umao lado do outro,assustados com oque lhes haviaacontecido.

Cochilaram edepois acordaram,passando a tardenuma conversaagradável eProjeto Revisoras 832

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descompromissada.Somente quandoSerena vestiu atúnica verde paravoltar para o seuapartamento, onome de Andréveio à baila.

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CAPÍTULO VIICAPÍTULO VII

— Vai almoçarcom André naquarta-feira? —perguntou Tomquando abria aporta doapartamento dela.

— É, foi o quecombinei.

— E ele estavaaborrecido?Projeto Revisoras 834

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Serena contraiuas sobrancelhas,um tantoperplexa.

— Estava. E nãoconsigo entenderpor quê.

Afundou-se nacadeira, enquantoTom fechava aporta, apoiando-se nela.

— Pode ter sezangado por terProjeto Revisoras 835

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saído da festasem ele. Afinalera o seuacompanhante.

— Não, não podeser isso. Elesabeperfeitamentequais são meussentimentos emrelação a ele.Além disso,estava muitoocupado com seusProjeto Revisoras 836

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convidados parasentir a minhafalta. Não podeser isso.

— Ou zangou-seporque você foiembora comigo.Serena olhou-o:

— Isso temsentido. Pareceque é muitoprecavido 'emrelação a você.Até mesmo meProjeto Revisoras 837

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preveniu contravocê.

— Com todarazão — falou Tomatravessando asala e beijando-ade leve. — Meuapetite por docesé insaciável.

Fez uma pausa eacrescentou:

— Diga-me,Serena, você éuma mulherProjeto Revisoras 838

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ocupada. Com quemvai almoçar nasegunda e naterça-feira?

Ela olhou-o comar inocente.

— Com você.— Isso merece

outro beijo. Pegovocê na loja àuma hora?

— Possoencontrá-lo emoutro lugar, seProjeto Revisoras 839

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ficar mais fácil.Mas eleinterrompeu-a:

— Imagino quevá propor quedividamos adespesa. Deixeisso para lá,permita-menamorá-la umpouco. Ireibuscá-la na DocesSerenidade, podeser?Projeto Revisoras 840

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— Está bem —respondeu,sentindo que oamava.

Tal como Serenahavia imaginado,a ausência de Tomdesencadeou nelauma avalanche depensamentosdesagradáveis ede remorsos. Acompanhia deletransformara-aProjeto Revisoras 841

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numa mulher dopresente. Sozinhaconsigo mesma,voltava a ser umamulher dopassado, no qualTom aparecia comoum verdadeirodemônio. Era tãoincapaz de negaro seu amor porele, como devislumbrarqualquerProjeto Revisoras 842

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compromissofuturo. Mesmo queTom ,a amasse,deveria terficado bastanteferido com seuprimeirocasamento eSerenaperguntava-se seestaria dispostoa fazer novatentativa.Lembrava-se dasProjeto Revisoras 843

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palavras dele,havia dito que aamava, e sentia-se invadida pelafelicidade. Masesforçava-se pornão esquecer quetudo não foramais que um faz-de-conta. Osfantasmas deStricklandestavam nela esempre haveriamProjeto Revisoras 844

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de tratá-lo comoo vilão.Duvidaria delesempre, mesmo semmotivo.

Ao telefonarpara a mãe, comofazia todos osdomingos, teve deenfrentar umanova face doproblema: comodizer a essamulher tão tristeProjeto Revisoras 845

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e acabada queestava apaixonadapor Tom?

Enquantotrabalhava,Serena repassavasuas dúvidas e,quando Tom entrouna loja, à umahora em ponto,não pôde evitarum gesto derecuo. Depoissorriu-lhe, sériaProjeto Revisoras 846

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e tensa, econtinuouatendendo afreguesa, lutandopara ignorar aonda de excitaçãoque a presençadele lhe causara.

Tom já esperavaencontrá-laassim. Esperoupacientemente atéque o freguêssaísse.Projeto Revisoras 847

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— Nancy — falouSerenaapressadamente —,este é TomReynolds. NancyWadsworth.

Tendo feito asapresentaçõesescapou para oquarto dos fundospara pegar abolsa, supondoque Nancy

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manteria Tomentretido.

Seu coraçãobatia, forte,trabalhandoduplamente noesforço deintegrar dúvida ealegria.

— Serena?Voltando, ela

olhou-o um poucoenvergonhada.

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— Já estouindo.

A tristeza nosolhos delemostrou-lhe queestava sabendo desuas dúvidas.

— Desculpe,Serena, não tinhaintenção de fazê-la sofrer.

— Estou bem.Tom acariciou-

lhe o rosto,Projeto Revisoras 850

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magnetizado pelacurva de seuslábios.

— Não deveriatê-la levado aminha casa nosábado. Foi umerro meu. Sabia oque iriaacontecer comvocê, que irialhe causarconflitosdolorosos.Projeto Revisoras 851

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Serena sorriuamorosa,consciente daincerteza dele.

— Eu não diriaisso.

Mas eleprecisava sertranqüilizado.

— Devo ficarlonge de você?Será umaestupidez o queestamos fazendo?Projeto Revisoras 852

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— Não!As dúvidas não

lhe importavam,sabia apenas quenão podiasuportar a idéiade não vê-lomais.

— Então — elesorriu meiobrincalhão — devomanter você pertode mim o tempotodo. TalvezProjeto Revisoras 853

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devamos noscasar.

— Não — elagaguejou, ante asurpresa dele. —Você não está...não estamospreparados paraisso.

Tom sorriu, comuma expressão aomesmo tempo vivae triste.

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— O que sugereentão?

— Vamosalmoçar?

Tom deu-lhe umolhar deadmiração,erguendo-lhe orosto.

— Primeiro umbeijo.

Um beijo quentee úmido,redespertandoProjeto Revisoras 855

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nela aslembranças doprazer. Quando asoltou, eranovamente dele.Tom sentiu seutriunfo e sorriuvitorioso, essavitóriacompartilhada.Feliz, Serenapegou a mão queele lhe estendia

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e encaminharam-separa a rua.

Ultrapassada abarreira inicial,ela sentia-setotalmente àvontade com ele.O encanto tirava-lhe qualquerhesitação.

Enquanto comiamnum pequenorestaurante doCedar Riverside,Projeto Revisoras 857

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onde encontrarama privacidade quebuscavam, Serenadivertiu-o comhistórias eequívocos quecometera na DocesSerenidade.

A certa altura,Tom falou:

— Tenho algomais íntimo paralhe perguntar,sobre os homensProjeto Revisoras 858

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de sua vida.Muitos ou poucos?

Ela riu com umaalegria luminosa.

— Conte-me— Está pensando

no comentáriodaquele gerente,de ter de"esperar nafila"?

Ante a surpresadele, brincou:

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— Lembro-me doque você disse.Podia estar meiomal aquele dia,mas nãototalmentegrogue.

— E então?— Então o quê?— Seus

namorados? Existeuma penca deles?

Ela abaixou avoz.Projeto Revisoras 860

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— Ciúme?— Garantido.— Bem, não

precisa terciúme.

— É complicado.Ela fingiu-se

distraída, oolhar em outramesa.

— Fale-me sobreeles, Serena.

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Ela sorriu-lhecom esperteza.

— Deixe-me ver.Há Greg,advogado. Do tipochocolatecrocante.

Tom ergueu assobrancelhas.

— Chocolatecrocante?

— Sim. Calmopor fora e cheiode carocinhos porProjeto Revisoras 862

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dentro. Agradáveldesde que tudofique nasuperfície. Seuinterior éesquisito, umtanto fatídico.

— Muito exato —ele sorriu meioartificialmente.

— Depois háRod. Ensinapsicologia naUniversidade.Projeto Revisoras 863

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Dirigiu o olharpara o teto,pensando.

— Parece balapuxa-puxa,engraçado edifícil demascar. Às vezesgruda nos dentes.— Olhou Tomdiretamente nosolhos. — Nãogosto de balapuxa-puxa.Projeto Revisoras 864

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— Ainda bem —resmungou ele.

Serenacontinuou firme,divertindo-se comsuas própriasinterpretações.

— Kennytrabalha no clubede tênis, já devetê-lo encontrado.Gosto de compará-lo às pastilhasde hortelã.Projeto Revisoras 865

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Bonitas ederretem rápido.São ótimas pararefrescar a boca,mas não procurenada de maisprofundo dentrodelas.

— Nãoprocurarei —respondeu Tommaisdescontraído. — E

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eu, com quepareço?

Ela olhou-opensativa.

— Licor dedamasco —anunciou afinal.— Julgamentoinicial, lógico.Rico,sofisticado, comum sabor picanteque pode setornar levementeProjeto Revisoras 867

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intoxicante edoce.Agradavelmentedoce.

No diaseguinte, saírampara um rápidojantar antes queele a levassepara a aula deculinária.

— Você nunca mefalou nada sobreseu dia-a-dia deProjeto Revisoras 868

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trabalho, Tom —disse Serena,quando desciam docarro.

— Estápreocupada comisso?

Para suaprópria surpresa,sentiu queestava. s — Achoque sim. Cedo outarde devo ficarsabendo o que :Projeto Revisoras 869

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você faz. Estoucuriosa. Você nãoparece atarefadocomo todos I oseditores.

— E não estou.Sou o dono dojornal, possoescrever edito' ;riais ou notíciaspoliciais, mas,em geral, pagopara que asoutras 'pessoasProjeto Revisoras 870

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saiam à procurade notícias.Tenho certeza dacapacidade delase dou-lhes umaorientação geral.Mas o suor diário;'. é deles.

Serena sentiu-se um poucomelancólica.

— Não sentefalta?

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— Da correria?Não. Passei maisde vinte anoscorrendo àprocura de fatose reportagens.Para ser franco,estou cansado,quero tomarfôlego, pensar,começar ausufruir osfrutos de meutrabalho. AdmitoProjeto Revisoras 872

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que sinto faltado excitamentodasinvestigações,por isso é que...

Parou a fraseno meio e Serenaperguntou:

— É que...?— Gosto de

estar a par doque estão fazendoos repórteres doBulletin. É comoProjeto Revisoras 873

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armar um quebra-cabeça; primeirovocê coloca aspeças laterais,depois movimenta-se lenta edeliberadamenteem direção aocentro.

— Fala maiscomo um detetiveque como umrepórter. Aliás,sempre me ocorreuProjeto Revisoras 874

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que eramprofissões bemsemelhantes. Porque, por exemplo— continuou semnem pensar —,você descobriu ahistória de meupai antes dapolícia?

Como se temesseperdê-la, elesegurou-lhe amão.Projeto Revisoras 875

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— São várias asrazões, Serena.Uma é política.Tradicionalmente,as autoridadeshesitam em acusaralgum funcionáriograduado dequalquer crime,pois ele pode tercontribuído paraos fundos decampanha de algum

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afilhadopolítico.

Ele suspirou.— Uma outra é

prática. Ospoliciais têm suaação muito maisrigidamentelimitada pornormas do quepode ou não seraceito numtribunal. Seacharem que nãoProjeto Revisoras 877

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possuemevidênciassuficientes paraprosseguirem naacusação, podemabandonar ainvestigação,mesmo que estejamconvencidos daculpabilidade dosuspeito. E, alémdessas, é lógicoque existem asrazões de ordemProjeto Revisoras 878

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econômica.Dinheiro. Osdepartamentospoliciaistrabalham comorçamentos muitorestritos. Osjornais podemfazerextravagânciasmaiores.

Os olhos deletinham um brilhotão intenso queProjeto Revisoras 879

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Serena não ousouenfrentá-los.

— Além disso —continuou com umsorriso —, osrepórteres quecuidam dessasinvestigaçõesenvolvem-setotalmente notrabalho. Não têmhorário, nemferiado.

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Serenaconcordou emsilêncio,perguntando-sepor que, quandoTom lhe contavaessas historias,tudo parecia tãoclaro e honesto.Como ele podiaracionalizar comtanta facilidadepara justificarum trabalho queProjeto Revisoras 881

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só traziasofrimento paraos outros?

Como seadivinhasse seuspensamentos, elefalou-lhe:

— Você tem deolhar o outrolado, Serena. Olado da vítima.Independente dotipo de crime,sempre existe umaProjeto Revisoras 882

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vítima. No casode seu pai foiuma instituição,em outros casosas vítimas sãopessoas. Em todoseles alguémsempre é ferido,direta ouindiretamente.

Como ela aindase mostrassecética, Tom foiem frente.Projeto Revisoras 883

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— Como sesentiria, Serena,se fosse umavítima? Suponhaque lhe exigissemuma doação de dezmil dólares paraajudar nacampanha de umsenador. Com orisco de perder aDoces Serenidadese vocêrecusasse.Projeto Revisoras 884

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— Isso nãoaconteceria!

— Não deveria,mas podeacontecer. Casoscomo esses jáocorreram. Sealguém ameaçasseaumentar seualuguel de talforma que setornasseimpossível mantera loja, a menosProjeto Revisoras 885

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que fizesse acontribuição,como se sentiria?

— Furiosa.— É a reação

lógica ejustificada.Então diga-mecomo ficaria sefosse à políciacontar suahistória e elesse recusassem afazer qualquerProjeto Revisoras 886

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coisa. Como sesentiria sepercebesse queestavam apenastentando salvar aprópria pele?

— Furiosa,frustrada edesamparada.

— E se euchegasse e meoferecesse paradenunciar acorrupção no meuProjeto Revisoras 887

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jornal,aceitaria?

Ele conseguirachegar ao pontopretendido comgrande habilidadee esperteza.Serena nãodemorou pararesponder:

— Sim,aceitaria.

Tom compreendeuque já lhe haviaProjeto Revisoras 888

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dado fartomaterial parareflexão e, nãoquerendo repisaro assunto, mudoude conversa.

— Vai seencontrar comAndré Phillips,amanhã? Serenaacomodou-se nacadeira, com umleve suspiro.

— Sim.Projeto Revisoras 889

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— Gostaria quenão fosse.

Ela olhou-o desoslaio, puxandonervosamente ocabelo para trásda orelha.

— Por que não?— Ele ainda

pode estarzangado,

— André? Não,já deve ter-seacalmado. Se euProjeto Revisoras 890

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chegasse norestaurante comvocê, com certezaficaria furioso.Mas eu sozinhanão sou umaameaça para ele.De qualquer jeitotenho de falarcom ele.

Tom escutousuas palavras comatenção.

Projeto Revisoras 891

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— Sobre afilial?

— Sim... Selevar o projetoadiante,precisarei dedinheiro.

— E vai pô-loem prática?

— O que achaque eu deveriafazer? No outrodia você nãochegou a me darProjeto Revisoras 892

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uma opinião.Parece que elafoi posta delado.

Sorriu, umpouco corada comas lembrançasdaquele domingo.Tom acompanhou-lhe o pensamentoe, estendendo amão por debaixodá mesa, colocou-a sobre a coxaProjeto Revisoras 893

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dela. Serenasentiu um fluxode sangueagitando-se emsuas veias e obrilho quente dosolhos deledeixava-a aindamais afogueada.

— De um pontode vista bemimparcial — disseele, com um ar detroça —, pensoProjeto Revisoras 894

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que é uma ótimaidéia.

Depois, ficandosério,acrescentou:

— Se Phillipscriar problemaspara lhe entregaro dinheiro,conte-me.

— Você omandará para acâmara de torturada primeiraProjeto Revisoras 895

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página do jornal,é isso?

Sorriu,satisfeita com aconfirmação deTom.

— Algo assim.A mão dele

tornou-se maisousada.

— Tom, estamosnum restaurante!

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Colocou a mãosobre a dele paraimpedir novosavanços, mas nãofez qualquergesto paraafastá-la. Aocontrário,saboreava aintimidade docontato dele edeixou que esseprazer apenetrasse,Projeto Revisoras 897

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compensando obreve arrepio quea conversa lhecausara. Será queAndré aindaestava zangado?Tentaria fazê-ladesistir doprojeto?

No primeiromomento, pareceuque tinha sepreocupado à toa,pois André veioProjeto Revisoras 898

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ao seu encontrocaloroso efalante comosempre. Esperava-a no lugar decostume conformecombinaram.Depois de beijá-la nas duas facescomeçou adiscorrer sobreas glórias do solde maio e outrasamenidades.Projeto Revisoras 899

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Serena foiindulgente comele o quantopôde, mas a certaaltura resolveutocar no assuntodos negócios.

Tentou prepararo caminhocolocando remédionas feridas.

— Ainda estázangado comigo?

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— Zangado? Comvocê? Não —respondeu ele comuma calmadecepcionante. —Nunca estivezangado com você.Fiquei apenaspreocupado,principalmentequando soube quevocê havia saídocom ele.

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— O que temcontra Tom?

— Não gosto dever você perdendotempo com ele.

— Por que não?— Ele me deixa

nervoso. Nãoconfio nele; sefosse você,ficaria longedesse sujeito.

Serena não pôdeconter um riso.Projeto Revisoras 902

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— Vocês doisparecem doismeninos, brigandocom o mesmoargumento. É comoouvir um disco.Não possoentender por quedesconfiam tantoum do outro.

André deu deombros, com arinocente.

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— Ele não temmotivos paradizer isso demim. Mas eu seiquem ele é, é umrepórter.

— Era.— Mete-se nos

negócios dosoutros.

— Parece atéque você tem algopara esconder.

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— Eu? Claro quenão. Mas todomundo sabe que osrepórteres sãopessoas falsas.Ficam com espumana boca quandovislumbram apossibilidade deuma boa história.E não se importamse estão sendofiéis aosfatos...Projeto Revisoras 905

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— Não digaisso! —interrompeuSerena, com umardor que jamaispensaria ter. —Ser fiel aosfatos importa-lhes muito. Pelomenos para Tom.

André não lhedeu tempo parapensar sobre suas

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palavrasimpulsivas.

— Conhece-o hámuito tempo?

— De certaforma. Possodizer que sim enão.

— Ele veio daregião de LosAngeles, comovocê. Esteveenvolvida comele?Projeto Revisoras 907

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— Eu era umacriança naquelaépoca, André. Saída costa oestequando tinhatreze anos.

André concordoucom a cabeça,deixando-arepentinamenteapreensiva.

— E o quesignifica elepara você agora?Projeto Revisoras 908

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A forma diretacomo fez apergunta tornou-aagressiva.

— Issointeressa a mim ea Tom. Não creioque tenha algumaimportância paranós dois.

Fez uma pausatentando falar daloja.

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— O que éimportante paranós é se posso ounão ter odinheiro quepreciso paraabrir uma filialda DocesSerenidade. Deacordo com oregulamento querecebi, possoretirar o

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dinheiro na horaque quiser.

Serena ficoumaisdesconcertada coma dureza dasfeições de Andrédo que com aresposta que elelhe deu.

— Você aindaestá pensandonisso? Julgueique havíamosProjeto Revisoras 911

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concordado emesquecer oassunto.

— Não de todo.Passei um bomtempo pensando echeguei àconclusão de queagora é uma boaocasião.

— A economiaestá em crise,Serena, já lhefalei antes.Projeto Revisoras 912

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— A economiapode estarabalada, mascreio que DocesSerenidade nãoserá afetada porisso. Sei que oslucros serãoaltos em qualquerlugar que euescolha e estouconvencida deque, a médioprazo, a filialProjeto Revisoras 913

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começará a rendertanto quanto aloja da cidade.

André sentava-se rígido, orosto contraídonuma máscara quepretendiaesconder airritação que ocorroía.

— É Reynoldsquem está por

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trás disso, nãoé?

— Tom não temnada a ver comessa história.. —Mas está a favor,não está?

— Concorda queé uma boa idéia.Mas isso nãoimporta. Eudecidi abrir umasegunda loja esou inteiramenteProjeto Revisoras 915

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responsável peladecisão.

— Mesmo contrao meu conselho?

Serena ficouespantada com aveemência daadvertência dele.Esperararesistência, masnem tanto.

— Você é meuagente paraassuntos deProjeto Revisoras 916

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investimentos,André, não meuempresário ou opresidente dacompanhia.Gostaria muito decontar com suaaprovação, afinalsomos amigos.Mas, há cincoanos, fui eu quemdecidiu abrir aDoces Serenidadee agora tambémProjeto Revisoras 917

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sou eu queresolvo sobre aexpansão.

— Então é apalavra final? —perguntou de ummodo maissimpático.

Serena sorriu,e com gentilezatentou melhorar-lhe o humor.

— Nada édefinitivoProjeto Revisoras 918

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enquanto nãohouver umaassinatura naúltima linha. Nãofoi você mesmoque me disseisso? Vou começara procurar oimóvel e calcularos custos dainstalação.Gostaria que vocêfizesse o mesmo.

— O mesmo?Projeto Revisoras 919

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— Queverificasse omontante dodinheiro do qualpoderei dispor.Meu últimoextrato ainda nãochegou e não seiquanto foiacrescido dejuros edividendos.

André olhou-aem silêncio,Projeto Revisoras 920

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despertando-lheuma ponta depreocupação.

— Algumproblema?

— Não háproblemas — disseele, dando deombros. — Paraquando quer odinheiro?

— Na próximasemana? Mesmo

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lugar, mesmahora?

Imprimiu um tomcasual às suasperguntas,tentando vencer ovago sentimentode desassossegoque a invadira.Felizmente Andrémostrou-se àaltura dasituação,tornando-seProjeto Revisoras 922

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novamentesimpático eencantador.

Serena sãoconseguiuesquecer suasdúvidas e, pormais quetentasse, nãoencontravaresposta parajustificar suaapreensão.

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Na verdade,estava maisdeterminada doque nunca a pôr oseu projeto emprática. A ironiada situação é queseu inesperadoenvolvimento comTom impulsionara-a ainda mais paraa concretizaçãodo plano. Nãosabia como aProjeto Revisoras 924

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relação delesiria terminar,mas sentia queseu amor por elecrescia a cadadia. E foipensando nissoque tornou-se tãofirme em suadecisão. Sabiaperfeitamente quecom a abertura dafilial teriamuito maisProjeto Revisoras 925

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trabalho a fazer,o que lhegarantia asanidade mental,caso Tom saísserepentinamente desua vida. Otrabalho seriauma ótimadistração e umexcelente meiopara esquecê-lo.

— Alguém estáapaixonada!Projeto Revisoras 926

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— O quê?— Ouviu muito

bem o que eudisse, Serena.

Cynthia sacudiuos cabelosdourados e riualegremente.

— Se pudessever sua cara!Parece umagarotinha pegacom a mão na latade doce.Projeto Revisoras 927

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Serena ficouvermelha.

— Nem tanto.— Nem tanto o

quê? Nem tantoapaixonada ou nemtanto pega emflagrante?

— Ambos.— Serena —

falou a outracomo se estivesseensinando umacriança —, vocêProjeto Revisoras 928

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está querendotapar o sol com apeneira. Estáescrito na suacara! Desde quechegou aqui nãoparou de procurarpor ele.

— Isso não éverdade, Cynthia.Ele só chegarádaqui a uma hora.

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— Ah! Entãomarcaram encontroaqui?

— Vem me buscarmais tarde.

— Não vaijogar?

— Hoje, não.Foi a umareunião.

Inclinou-separa amarrar otênis lembrando-se de Tom quandoProjeto Revisoras 930

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fora buscá-la naloja. Estavadistraído,parecia mesmopreocupado.Quando ointerrogou, ele aabraçou, calando-a com um beijo.

— Você estáapaixonada porele, não está?

Arrancada deseus pensamentos,Projeto Revisoras 931

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Serena olhoumomentaneamente aamiga.

— Quem sabe? Oamor uma hora é,outra não é. Só otempo poderádizer.

Nessa mesmanoite sentiu queo tempo era seuinimigo. Tomvoltou da reuniãoextremamenteProjeto Revisoras 932

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tenso e atéchegarem aoapartamentofalaram deassuntos banais.O que estariaacontecendo comele? Teria tantosproblemas emrelação a ela?Serena sentia-sequase em pânico.

Pela primeiravez amaram-se naProjeto Revisoras 933

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casa dela e maisuma vez foienvolvida pelaforça da paixão.Quando estava nosbraços deleconhecia-o bem,entendia seusdesejos eatendia-os com omesmo fervor queele lhedemonstrava.Nesses momentos aProjeto Revisoras 934

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harmonia eratotal.

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CAPÍTULO VIIICAPÍTULO VIII

— Estivepensando sobre osseus planos arespeito da DocesSerenidade —começou ele,enquantopermaneciamdeitados um juntoao outro, depoisdo amor. — Talvezdevesse esperarProjeto Revisoras 936

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um pouco antes deabrir a filial.

— O quê? —perguntou Serena,erguendo a cabeçado ombro dele.

Tom abraçou-a,fazendo-a deitar-se.

— Por que nãoesperar algunsmeses?

— Que diferençafariam algunsProjeto Revisoras 937

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meses? Sentiu queele encolhia osombros.

— As rendasterão aumentado eo dinheirocirculará commais liquidez.

— Você acreditarealmente nisso,Tom? Acha que unspoucos mesesserão suficientespara que hajaProjeto Revisoras 938

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alguma mudançasubstancial naeconomia?

— Nunca sesabe.

A indiferençadele foi demaispara ela.

— Nãocompreendo —murmurou um tantomagoada. — Outrodia você disseque era a favorProjeto Revisoras 939

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da idéia. Por quemudou tão derepente?

— Não mudei deidéia sobre aexpansão, só achoque você poderiaesperar um pouco,é um passogrande, poderiaser prematuro.

— Não toleroisso! — explodiuela, sentando-seProjeto Revisoras 940

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na cama. — Agoravocê fala comoAndré. O que hácom vocês dois?Com quem você sereuniu esta noiteque não quer medizer?

Tom apertou seubraço levemente.

— Foi umareuniãorelacionada aojornal, Serena,Projeto Revisoras 941

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posso assegurar-lhe; não tenhoencontros comAndré. Só queriaque você fizesseo mesmo.

— Ele controlameu dinheiro,Tom. Não possodeixar de vê-lo.E além do maisainda não entendio que você temcontra ele.Projeto Revisoras 942

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Tom não falounada, apenasergueu-se umpouco, pegandouma mecha doscabelos dela. Osolhos delemostravam umaestranha misturade ternura eraiva. Serenasentiu-setotalmenteconfusa.Projeto Revisoras 943

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— É 'Umabsurdo! —exclamou, pondopara fora suafrustração. —Vocês dois vão evêm e eu fico nomeio escorregandopra lá e pra cá.

— Não é bemassim. E, afinal,pensei que eutivesse mais

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importância paravocê do que ele.

Com um suspirode desamparo eolhos súplices,Serena recostou-se sobre o peitodele.

— Ah! Tom, vocêsabe que tem.Acontece que aloja é meupassaporte para asegurança, é oProjeto Revisoras 945

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meu mundo e oplano deexpansão... seperder essemomento, talveznunca mais tenhao mesmo pique.

Ele abraçou-aem silêncio,acariciando-lheas costas.

— Você é bemteimosa, mascreio que é umaProjeto Revisoras 946

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das coisas quegosto em você. Afilial é muitoimportante paravocê, não?

Serenaassentiu,esfregando a facenos pêlos dopeito dele.

— Está bem, váem frente. Masquero que me façauma promessa.Projeto Revisoras 947

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— Humm.— Se tiver

algum problemacom Phillips,quero que meconte. Surpresa,Serena olhou-o eentreviu nosolhos dele amesma

expressãodeterminada quedemonstraraantes, noProjeto Revisoras 948

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domingo, ao falarde André. Ficouperplexa quandopercebeu que eletinha quasecerteza de queAndré causariaproblemas.Sentiu-se como sehouvesse perdidoalgo vital e,quando falou,mostrava-secautelosa.Projeto Revisoras 949

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— Tenho certezade que não haveráproblemas, Tom.André estava meiohesitante nocomeço, mas émuito natural quetenha pensado umpouco.Apresentou-me asmesmas dúvidasque você, masacabouconvencido. DevoProjeto Revisoras 950

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dizer que ele éum perdedorbastantesimpático.

Calou-se,observando orosto contraídode Tom. Entãosorriu e passousua perna sobre ocorpo dele,perguntando-lhenum sussurro:

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— O que há comvocê?

Foi com prazerque viu o rostodele desanuviar-se, enquanto elelhe buscava oslábios em umbeijo apaixonadoe afetuoso. Comcerta relutância,Tom levantou-se ecomeçou a sevestir e SerenaProjeto Revisoras 952

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só encontrouforças paraseparar-se deleante a promessade passarem o fimde semana juntos.

Na sexta-feirajantaram fora edepois foram aoteatro. Nessanoite dormiram nacasa de Tom e,mais uma vez, foiuma felicidadeProjeto Revisoras 953

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imensa estar nosbraços dele.

No dia seguintede manhã elelevou-a até aDoces Serenidadee, pela primeiravez, Serenalamentou ter deficar ali o diatodo. Preferiamuito mais passaro dia com ele. Noentanto, sentia-Projeto Revisoras 954

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se compensadadessa separaçãopela atitude deTom, quedemonstravacompreensão eparecia mesmoadmirar suadedicação à loja.

No final datarde ele voltoupara buscá-la e,após uma rápidapassada no seuProjeto Revisoras 955

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apartamento parapegar roupas,foram para a casadele. Serena deuum suspiro dealívio quando aporta se fechouatrás dele,afastando-a domundo com suasdificuldades esuas dores. Alisentia-se livrede preocupações,Projeto Revisoras 956

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tornando-seapenas uma mulherjunto de Tom,permitindo queseu amor setransformasse empalavras e gestosde afeto. Esentia-se grata aele porproporcionar-lheesses momentosque afastavam desua mente asProjeto Revisoras 957

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dúvidas que aindaa afligiam.

O início dasemana foibastante agitado,com poucosmomentos defolga. Além darotina detrabalho, elateve de cuidardos seus planosfuturos,começando aProjeto Revisoras 958

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buscar um localpara instalar afilial. Primeirolistou os bairrosque possuíamcentroscomerciaisdesenvolvidos epartiu à procurade um imóvel paraalugar, deixandoa loja aoscuidados deNancy. ConseguiuProjeto Revisoras 959

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encontrar trêspontos que lhepareceram bons,sendo que umdeles agradou-ade modo especial.

Munida de umapasta com asprevisões decustos, seguiu aoencontro deAndré, na quarta-feira hora doalmoço. EleProjeto Revisoras 960

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recebeu-a com umabraço caloroso esegurou-a fortepelos ombrosenquanto entravamno restaurante.Serena sentiu-seum tanto confusaemocionalmente e,embora nãogostasse dessasefusões afetivasde André, nãoachou convenienteProjeto Revisoras 961

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ofendê-lo nummomento tãodelicado.

Durante oalmoço discutiramos detalhes doprojeto e,entusiasmada coma atençãoexclusiva que elelhe dispensava,ela discorreuminuciosamentesobre as despesasProjeto Revisoras 962

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que teria defazer, falandomuito mais com oamigo que com oprofissional.Afinal, eleretirou um maçode papéis dobolso e pediu-lheque assinasse aordem de retiradado dinheiro.Serena nãohesitou emProjeto Revisoras 963

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colocar seu nomeno documento.André guardou-ono bolso e pediu-lhe licença parase retirar poralguns momentos.

Mas, conformeos minutos seescoaram, suasatisfação de-cresceu. Começoua sentir-sepreocupada: haviaProjeto Revisoras 964

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sido muito fácil,André forademasiadoagradável. Tendoem vista a forteoposição que lheapresentara nasemana passada, acooperação deleagora pareceu-lhebem estranha. Outeria sido Tomquem semeara adúvida em suaProjeto Revisoras 965

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mente? Afinal,por que teria dehaver algoerrado?Certamente tudoestava bem. Masonde estariaAndré?

Ao vê-loaproximar-se, suaapreensãoaumentou em vezde diminuir. ElecaminhavaProjeto Revisoras 966

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confiante em suadireção, mas aexpressão dorosto haviamudado: osestimulantessorrisos foramsubstituídos pelamáscara dura quejá lhe mostrarana semanaanterior.Subitamenteocorreu a ela queProjeto Revisoras 967

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André ainda nãoapresentara obalanço de seusinvestimentos,conforme tinhamcombinado. Quandoele se sentou,ela endireitou-serapidamente,esforçando-se pormanter a vozindiferente.

— Tudo emordem?Projeto Revisoras 968

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— Tudo certo —respondeu ele comum sorrisoestranho. Bebeuum gole de vinhoe encarou-a comdesafio. Serenapercebeu quefalavam de coisasdiferentes.

— Quando tereio dinheiro? —perguntou malescondendo seuProjeto Revisoras 969

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constrangimentoatrás de umsorriso.

— Levará algumtempo.

— Como? Quantotempo? Dias...semanas?

— É difícildizer, Serena. Eua avisarei assimque souber.

— Não entendo,André, tinhaProjeto Revisoras 970

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certeza de poderlevantar odinheiro emalguns dias.

— Os temposandam difíceis.

— É o meudinheiro! — elafranziu assobrancelhas emoderou um poucoa irritação. —Por sinal, vocême trouxe asProjeto Revisoras 971

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contas? Ainda nãovi os cálculosque ficou defazer e nem seiexatamente sobrequanto dinheiroestamosconversando.

— Não termineios cálculos,Serena, mas eu ainformarei sobreisso.

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Sorriu querendotranqüilizá-la.Um gesto inútil.

— Você está meenrolando, André— acusou ela comsuavidade.

— Lógico quenão, Serena. Tudoserá resolvido nodevido tempo.Tenha paciência.

Bateu-lhe deleve na mão, comoProjeto Revisoras 973

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se ela fosse umamenininhaindócil. Aquiloenraiveceu-aainda mais.

— Estou prontapara tanto, desdeque você meapresente umajustificativarazoável para ademora...

— Paciência.

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Serena tirou amão de cima damesa. Respiroufundo e mudou detática.

— O queacontece André?Existe algo muitoestranho nessasua conversa.Você me lembraessescomerciantescheios deProjeto Revisoras 975

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salamalequesenquanto estãofazendo o negócioe que quaseamaldiçoam agente quandoachamos que oobjeto não éadequado. Somosamigos. Nãoconsigo entendersua atitude.

— Não precipiteas coisas, SerenaProjeto Revisoras 976

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— foi tudo o queele disse, com umamplo sorriso.

— André...— Não se

precipite!Tornou-se

subitamentesério, com um arde orgulhoofendido. Elasentiu-setotalmenteconfusa e o que aProjeto Revisoras 977

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perturbava maisera a sensação deque tudo aquiloera inevitável.

— André, vocêtem o dinheiroque lhe dei parainvestir, nãotem?

Falou numimpulso como sequisesse afastarda mente asuspeita queProjeto Revisoras 978

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surgira nela.Teria acontecidoalgo com suaseconomias e eleestaria com medode dizer-lhe?

— Eu sei sobrevocê e Reynolds,Serena.

— O... o quê? —gaguejou ela.

A frieza doolhar dele

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provocou-lhe umestremecimento.

— Eu meinformei sobre otempo em que vocêviveu naCalifórnia. Saiude lá forçada,não foi?

Serenaempalideceu,olhando-oincrédula.Esqueceu-se doProjeto Revisoras 980

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ambienteagradável que oscercava, domurmúrio dasconversas e daamizade quehaviamcompartilhado. Sóconseguia escutaras palavras delee suas maldosasimplicações.

— Sobre o queestá falando?Projeto Revisoras 981

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— Seu pai —disse olhando-acom dureza. — Seitudo sobre o seupassado.

Ela suspendeu arespiraçãoenquanto serecuperava dochoque.

— Sim... e daí?O que pretendecom isso? Quediferença faz?Projeto Revisoras 982

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Tom não lhedissera que era aúnica a sepreocupar com opassado?Evidentementeestava errado.

Os olhos deAndré brilharamquando percebeusuavulnerabilidade.

— Sabia quetinha algoProjeto Revisoras 983

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estranho na formacomo você o olhounaquele dia. FoiReynolds quemdenunciou seupai. Os arquivosdos jornais estãolá, mostrandoisso em letrasgarrafais.

Serena engoliuem seco emurmurou a mesmapergunta:Projeto Revisoras 984

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— Mas, e daí, oque pretende comisso? Sei o queexiste lá, masnão entendo o queisso tem a vercom o negócio queestamos tratando.É coisa dopassado. Meu paipagou pelo quefez. Não tem nadaa ver com o meuprojeto deProjeto Revisoras 985

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ampliação daDoces Serenidade.

— Espero quenão.

O súbito vazioem seu estômago,roubou-lhe acalma.

— André! —gritouexasperada.

Mas ele lançouum olhar emvolta,Projeto Revisoras 986

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advertindo-a deque estavam empúblico. Serenaabaixou a voz.

— Não possoacreditar em tudoisso! Devo teresquecido algumacoisa, em algummomento. Por quenão me explica?

Apelava para oamigo que eletinha sido, masProjeto Revisoras 987

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parece que essapessoa nãoexistia mais.

Ele inclinou-sesobre a mesa,sorrindo paramanter asaparências, masseu tom de voznão tinhaqualquer humor ousimpatia.

— Está bem,Serena, vou lheProjeto Revisoras 988

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explicar. Nãoposso entregar-lhe o seudinheiro agora enão desejo serpressionado. Sefor precisoespalharei ahistória de suafamília e vocêterá grandesdificuldades paraarranjar alguém

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que lhe alugue umimóvel.

Horrorizada elaconseguiu captaras palavras delepor partes.

— Espere umpouco, vamosvoltar atrás.Você diz que nãopode me entregaro meu dinheiroagora? Por quenão? Creio queProjeto Revisoras 990

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todos osinvestimentos quefez continham umacláusula sobre aretirada...

— Costumam ter.— Então, por

que...? — elasentiu-seprofundamentedesanimada. —Está perdido...fez algo comele... como pôde?Projeto Revisoras 991

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— Fiz coisasque julguei seremrendosas. Apenaspreciso de maistempo. Vocêreceberá todo oseu dinheiro,Serena.

— Quando? Issoé justo? Precisodesse dinheiro sefor abrir...

— Adverti-a deque este não eraProjeto Revisoras 992

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o melhor momentopara a expansão.

— Quero saberpor quê.

Furiosa, tevede abaixarnovamente a voz.

— Como pôdefazer issocomigo? —continuou. — Comopode fazer issocom qualquer deseus clientes?Projeto Revisoras 993

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Um ligeirolampejo deremorso brilhounos olhos deAndré, masdesapareceurapidamente dandolugar à suamáscara dura.

— Tenho minhasnecessidades,Serena. Não éfácil sustentarminhas ex-Projeto Revisoras 994

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esposas, ascrianças, a casaem Kenwood e asoutras despesas.Eu simplesmenteusei o seudinheiro...

— Só o meu?— O seu e de

outros, parafazer diferentesespécies deinvestimentos.Ligeiramente maisProjeto Revisoras 995

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

especulativos.Estou esperando oretorno, aídevolverei a suaparte.

Uma pequenalinha de suor bemabaixo dos lábiostraia a calma davoz dele.

— E,honestamente,você pensa que odinheiroProjeto Revisoras 996

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

aumentará? Eleinclinou a cabeçade um jeitoarrogante.

— Não vejo porque não. Somenteestá demorandomais do quepensei.Realmente, nuncaimaginei que vocêfosse querer odinheiro agora.

Projeto Revisoras 997

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Isso é roubo,André. Você sabedisso, não?

— Gosto dechamar deempréstimo.

— Chame do modocomo quiser, estácometendo umcrime...

— Em relação aoqual você não iráfazer nada.

Projeto Revisoras 998

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Como podeestar tão certo?Você sabe o queesse dinheirosignifica paramim? Mesmo nãoconsiderando afilial, ele é omontante dasminhas economias.Você está jogandocom o meu futuroe eu não gostodisso. O que lheProjeto Revisoras 999

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

entreguei nessesúltimos anos podeser muito menosdo que recebeu deoutros clientes,mas para mim éuma importânciamuito grande. Nãoposso acreditarque tenha feitoisso comigo,André, realmentenão acredito.

Projeto Revisoras 1000

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Andrépermaneceuindiferente àmágoa dos seusolhos.

— Sinto muito,Serena — falou,impassível. —Tudo o que possodizer é que vocêreceberá seudinheiro. Cedo outarde.

Projeto Revisoras 1001

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Ela enrijeceu-se na cadeira.

— Pode apostarque receberei.

Embora nãotivesse nenhumplano em mente,sabia que tinhade fazer algo.Como vítima de umgolpe tão frio,sentia-seexasperada.

Projeto Revisoras 1002

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

André, noentanto, falouprimeiro:

— Não façanada, Serena.Lembre-se de queeu sei de tudo.

Seu coraçãopulou nagarganta. Elesabia, e pelaexpressãodeterminada quemostrava soubeProjeto Revisoras 1003

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

que executaria aameaça.

— Vocêrealmente não seimportaria em meferir, não éverdade?

—Relutantemente,Serena — esticou-se para tocar-lhea mão, mas elaafastou-o com umgesto. — SabeProjeto Revisoras 1004

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

como me sinto emrelação a você...

— Não querosaber dehistória! —cortou ela. —Você não poderáme ferir com suasameaças.

— Não sãoameaças, Serena.Você sabe quetudo o que eudisse é verdade.Projeto Revisoras 1005

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Mas nãoimporta. Eu tenhominha própriavida.

— E está certa— ele sorriudelicadamente. —Você conseguiuaquela lojapequena edelicada. Seusfregueses adoram-na, julgam-na aimagem daProjeto Revisoras 1006

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

inocência. Seráuma vergonha sedescobrirem queseu pai foi umcriminosoconvicto.

O vazio de seuestômagoespalhou-se,deixando-a pálidae tensa.

— Você tentariame destruir?

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Somente se meforçar a isso.Realmente, não hápor que nãopossamos fazer umacordo.

— Que tipo deacordo?

— É muitosimples. Vocêadia a aberturade sua filial atéque eu receba osmeus lucros.Projeto Revisoras 1008

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Depois lhe dareiaté mesmo umagratificaçãoadicional. Não éinteressante?

— É nojento.Não quero nem umcentavo do seudinheiro, desejoapenas o meu.

Ele deu deombros.

— Lamento.

Projeto Revisoras 1009

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Nesse momentoSerena tomou umadecisão. Ondeencontrou forçasnão poderiadizer, mas suavoz era firmequando reagiu àchantagem dele:

— Voudesmascará-lo,André. Isso não écerto. Confiei emvocê, dei-lheProjeto Revisoras 1010

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praticamentetodos os centavosque ganhei a maiscom meu trabalhona loja. O quevocê fez é umcrime.

— Você não vaime denunciar. Elaacenou com acabeça.

— Não me ameaceoutra vez, nãofunciona. PodeProjeto Revisoras 1011

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

espalhar o quequiser a meurespeito. Minhafamília inteirajá pagou pelo quepapai fez.Recuso-me a pagaroutra vez,trabalhei muitonesses últimoscinco anos. Areputação daDoces Serenidade

Projeto Revisoras 1012

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

pode ser mantidapor si própria.

Sua esperançaera que Andrérecuasse ante suaameaça dedenunciá-lo e quechegasse mesmo aarranjar-lhe umaparte do dinheiroque elainvestira. Masele simplesmenteergueu-se daProjeto Revisoras 1013

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

cadeira, pegou opapel que elaassinara um poucoantes, entregou-lhe e sentou-secalmamente.

— O que é isso?— Leia.— Esse é o

papel que euassinei. Umaautorização paravocê retirar meusfundos.Projeto Revisoras 1014

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Leia.Sentiu-se

trêmula quandoseus olhospousaram sobre opapel..Imediatamentepercebeu que eradiferente.Assinara umaautorizaçãopadrão e diantedela estava umacarta. A únicaProjeto Revisoras 1015

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coisa igual era asua assinatura nofinal.

Primeiro ficouconfusa, depoisincrédula e emseguida apavorou-se à medida queseus olhospercorriam aslinhas do texto.O sangue latejouem suas veias,ecoando em todo oProjeto Revisoras 1016

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

seu corpo epressionando-lheo cérebro. Quandofinalmenteterminou aleitura estavaatônita.

— Não acreditonisso — murmurou.

A cor sumira desua face e seusolhos castanhosestavam vazios,sem expressão.Projeto Revisoras 1017

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

André poderiabem estar lhefalando sobre osplanos dele parao fim de semana,tal era aindiferença quedemonstrava.

— É melhoracreditar,Serena. O quevocê tem na suafrente é umacarta que aProjeto Revisoras 1018

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

envolve em tudo oque eu fiz.

Sua voz tremeu:— É muito mais

do que isso, vocêsabe.

Ele sorriu.— Então você

compreendeu tudo.— Ela não só

proclama meuenvolvimento,como faz crer queProjeto Revisoras 1019

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

fui eu quemplanejei tudo.

Horrorizada,Serena abaixou osolhos para a suaassinatura.

— Mas isso éfalso! Eu jamaisassinei algoassim!

— £ a suaassinatura —falou André,

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vaidoso dafaçanha.

— Sim, eu sei.Mas eu não acoloquei nessa...nesse pedaçode... lixo...

Pegou o papelatirando-o no ar.

— Deveriadizer-lhe parater cuidado, masé apenas umacópia. O originalProjeto Revisoras 1021

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está muito bemguardado.

Serena aindaestava aturdida.

— Comoconseguiu...minha assinatura?

— Muitosimples. O papelque você assinouera a autorizaçãopadronizada, massob ela estava acarta que leu.Projeto Revisoras 1022

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— Então é umacópia em carbono?

— Não se nota adiferença, não é?

Fixando osolhos, elaestudou aassinatura e nãoconseguiuperceber qualquerdiferença. Eraexatamente iguala uma original.

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— Ninguémacreditaránisso... não fazsentido.

— Qualquer umque saiba de seupassadoacreditaráfacilmente.

— Como ousa!— Ora, ora! —

ele apertou-lhe amão e Serenaestava muitoProjeto Revisoras 1024

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perturbada paramover-se. — Falebaixo, astestemunhas nosrodeiam. E sabemde nossos almoçosfreqüentes, nomesmo lugar, àmesma hora.Testemunhas denossos abraços ebeijos na face.Para todos, somosnamorados.Projeto Revisoras 1025

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— Deus meperdoe, isso nãoé verdade!

— Vaicomprovar?

Deliberadamenteele tocou nocerne da questão.Era um blefe, elasabia, masousaria desafiá-lo? Por um lado,se ele levasseadiante a ameaça,Projeto Revisoras 1026

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

teria deenfrentar apossibilidade deperder a loja oualgo pior. E, seaceitasse o queele lhe propunha,teria apenas deadiar seusplanos. Talvezaté recuperasseseu dinheiro, ouentão teria deaceitar perdê-lo.Projeto Revisoras 1027

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

De qualquerforma, umaescolha era piorque a outra. E noestado emocionalem que estava eraincapaz de tomarqualquer decisão.Sem uma palavra,pegou a bolsa elevantou-sedirigindo-se paraa porta. Andrésegurou-a pelaProjeto Revisoras 1028

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mão e, no mesmoimpulso, ficou depé a seu lado.Emboraaparentassecalma, os dedosdele apertavam-lhe fortemente amão.

— Eu seriacuidadoso comisso, Serena.Você só tem a

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

perder —advertiu-a.

Puxou-a maispara perto efalou-lhe noouvido.

— Se fosse vocênão diria nada aReynolds, senãovai virarmanchete dejornal. E lembre-se de que eutenho umaProjeto Revisoras 1030

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reputação amanter. ;

Um arrepiopassou pelo corpode Serena.

— Tom não farianada que meferisse.

— Para suasegurança, esperoque não. Mas é otrabalho dele ejá lhe mostrou doque é capaz emProjeto Revisoras 1031

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Los Angeles, nãofoi? Eu nãoconfiaria nele,já lhe faleiantes.

O olhar irônicodele reacendeu-lhe a raiva.

— Você é umréptil, André!Uma cobra! Epagará por isso,pode crer.

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— Não diga oque não poderácumprir.

Com um puxãoSerena soltou amão que elesegurava ecaminhou para asaída sem olharpara trás. Nemreparou na belezado dia, no céuazul, no solbrilhando claro,Projeto Revisoras 1033

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as árvoresfloridas em voltada praça. Olhavadireto em frente,andando ereta, acabeça levantada,para a DocesSerenidade. Sóentão pôdeapreender amonstruosidade daameaça que Andrélhe fizera. Erapura chantagem,Projeto Revisoras 1034

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envolvendo suavida, e não sabiacomo escapardela. Trabalharatanto para ter umpouco de sucessoe agora, por terconfiado emalguém desonesto,corria o risco deperder tudo. Foipara o quarto dosfundos, tentando

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encontrar umasolução.

— Está comenxaqueca,Serena?

— Oh! Mônica! —virou-se paraolhar a mocinha.— Sim, não estámuito forte, masserá que vocêpoderia cuidar daloja?

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— Lógico. Possoajudá-la em algomais?

— Não. Creioque vou ajeitaressas coisas —disse, mostrandoas encomendassemi-empacotadas.— Pode ficar láfora, estou bem.

Mônicadesapareceu,deixando-aProjeto Revisoras 1037

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sozinha com seusmedos. Estavaacuada. Será queo passadoressurgira paraferi-lanovamente?

Seus olhosencheram-se delágrimas. No fimdas contas, Tomestava errado.Era seu destinoser atormentadaProjeto Revisoras 1038

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para sempre pelocrime de seu pai?Mas não, Tom nãoerrara em muitasoutras coisas.Sempredesconfiara deAndré. Haviajustificado osatos querealizara comorepórter,forçando-a asentir a agoniaProjeto Revisoras 1039

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

das vítimas.Agora não eramais umadramatizaçãoimaginária, masuma realidadeterrível que adeixavaamedrontada e só,num beco semsaída.

— Serena?Emergindo do

nevoeiro, ergueuProjeto Revisoras 1040

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

os olhos paraMônica.

— Telefone paravocê, é TomReynolds.

Com a gargantaapertada deangústia, Serenaapenas sacudiu acabeça, indicandoa Mônica que nãoiria atender. Oque poderiadizer-lhe? UmaProjeto Revisoras 1041

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parte dela, suaporção indignadacom a atitude deAndré, queria queTom fizesseexatamente aquiloque André disseque ele faria,publicar ahistória naprimeira páginado Bulletin. Masisso também aincriminaria eProjeto Revisoras 1042

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

ainda mais do quea André. Semdúvida alguma elehavia conseguidoenvolvê-latotalmente em suatrama. Mônicareapareceu.

— Pediu que lheligasse assim queestiver livre.Serena concordoumas,imediatamente,Projeto Revisoras 1043

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percebeu que issonão seriapossível. A lutaera dela, não deTom. Não podiaaceitar ahipocrisia depedir-lhe ajuda,depois de tê-loacusado de fazerdenúncias somentepor lucro eprestígiopessoal. Mas queProjeto Revisoras 1044

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alternativatinha? Ir àpolícia? E se apolíciaacreditasse emAndré? Seacreditassem queela tinha sido amentora do golpe?E se Tom tambémacreditassenisso?

Esse últimopensamentoProjeto Revisoras 1045

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abalou-aprofundamente.Quando ele ligoude novo, e maisuma terceira vez,recusou-se aatender. Sabendoque haviaescolhido ocaminho doscovardes,precisava detempo parapensar. AindaProjeto Revisoras 1046

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tinha aalternativa deseguir asorientações deAndré e ficarcalada, esperandoque ele lhedevolvesse odinheiro. Mas oque tal atitudeprovocaria nela?Será que poderiaser a mesma

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compactuando comtal crime?

Esforçou-se pormanter a calma,impedindo que opânico crescessee lutando paracontrolar a dorde cabeça quetomava contadela. Precisavade tempo. Masquando, poucodepois das cincoProjeto Revisoras 1048

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horas, Tom entrouna loja soube queo tempo havia seesgotado.

Projeto Revisoras 1049

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CAPÍTULO IXCAPÍTULO IX

— Onde estáela?

A voz deleecoou da porta daDoces Serenidade,chegando-até osfundos, ondeSerenadesembrulhava umadelicada garrafade cristal. SuasProjeto Revisoras 1050

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mãos tremiamquando a colocoude volta naestante e abaixoua cabeça, numaatitudedefensiva.

— Serena? — avoz de Tom sooumais próxima.

Ela nãolevantou osolhos.

— Serena?Projeto Revisoras 1051

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

A voz dele,inicialmenteraivosa, tinhaagora umaprofunda ternuraque a desarmoucompletamente.Escondendo orosto nas mãos,começou a chorar.

— Oh! Serena.Em um instante

estava a seu

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

lado, envolvendo-a nos braços.

— O que foi,minha querida?Diga.

Incapaz dedizer umapalavra, elaagarrou-se a ele.Tom esperoupacientemente quese acalmasse.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Não deveriater vindo—fungou.

— Demônios,lógico que eutinha de vir.Quando você serecusou a atenderao telefone,fiqueipreocupado. E viraqui foi a melhorcoisa que fiz.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Não, você nãocompreende.

Afastando-sedele, olhou-oenquanto apertavamecanicamente osolhos doloridos.

— Maldição!Venha, vamosembora daqui.

Olhou em voltaprocurando abolsa dela,enquanto a pegavaProjeto Revisoras 1055

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

firmemente pelobraço.

— Não possosair agora, Tom.Tenho de esperara hora de fechar.

A voz de Tomtornou-se maissuave, enquantolhe limpava oresto daslágrimas com amão livre.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Mônicafechará paravocê. Você estáde novo comenxaqueca e oremédio está emsua casa. Vamos.

Ela aindatentou protestar.

— Mas Mônicanunca fechou aloja sozinha.

— Sempre há umaprimeira vez. ElaProjeto Revisoras 1057

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é capaz de fazerisso comtranqüilidade. Setiver algumproblema poderátelefonar-lhe queeu virei ajudá-la. Precisa demais alguma coisaalém disso?

Serena aindaquis protestar,mas desistiu.

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— Vou levá-lapara casa; vocêtomará umremédio,descansará umpouco e depoisirá me contar oque a transtornoutanto — Tomfalou, quandoentraram nocarro.

Ele ajudou-a a.subir e levou-aProjeto Revisoras 1059

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direto para oquarto, onde adeitou, apóshaver-lhe tiradoa roupa eoferecido o copode água com apílula.Acariciou-alevemente noscabelos e ficouao seu lado atéque adormecesse.Quando acordou,Projeto Revisoras 1060

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ele ainda estavaali e a presençadele transmitia-lhe uma incrívelsensação deternura etranqüilidade.Mas isso nãoexistia mais paraela e Serenacomeçou a chorar.

— Pode irembora, Tom.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Eu não vou aparte alguma,Serena.

Sentou-se aolado dela,abraçando-a erecostando-se naguarda da cama.

— Chore oquanto quiser,mas tire isso dedentro de você.Quero saber o que

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

foi queaconteceu.

— Oh! Tom, étudo tão podre.Você não vaiquerer ouvir...

— Prefere queeu jogue minhafúria diretamentesobre AndréPhillips? Que euvá procurá-lo?

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— André? —murmurou elafracamente.

—Sim, André.Sei que almoçoucom ele. E, deacordo comMônica, vocêvoltou doencontro nesseestado. Ou meconta o queaconteceu ou ireiprocurá-lo.Projeto Revisoras 1064

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Por mais queprecisasse doconforto dosbraços dele,Serena levantou-se:

— Vou lavar orosto, estou mesentindoterrível.

Sem esperar,vestiu o roupão eentrou nobanheiro. Mas aProjeto Revisoras 1065

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ducha de águafria nãoconseguiu ajudá-la. Caminhou atéa cozinha embusca de um copode água eencontrou Tomsentado,esperando-a.

— Gostaria delavar o chão elimpar o fornoantes de descer àProjeto Revisoras 1066

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terra? Ou achaque já podefalar?

Serena fugiudele, em direçãoà sala.

— Na verdade,não há nada a serdito.

— Não acreditoque tenhaocorrido algoentre nós paraaborrecê-laProjeto Revisoras 1067

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tanto. Ontem ànoite você estavafeliz.

— Não é nadacom você, Tom.

— Então só podeter sido com oseu amigo André,o homem dodinheiro. Nãoquer me dizer oque conversaramhoje?

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— Não éimportante.

— Com osdemônios, Serena!Foi tãoimportante quevocê não quisfalar comigo àtarde. Conte-me!

Ela sacudiu acabeça.

— Então voutelefonar paraele.Projeto Revisoras 1069

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— Não!— Estou

avisando, se nãome contar vouprocurá-lo.

— Não posso.Sua voz ia se

tornando cada vezmais alta.

— Serena...— Não, não

quero mais serameaçada. Não meProjeto Revisoras 1070

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encurralenovamente, Tom.Não posso maissuportar isso!

Com uma calmadeliberada, Tomtirou o copo desuas mãos ecolocou-o sobre amesa. Ergueu-lheo rosto até queela foi obrigadaa olhá-lo e o queviu reacendeuProjeto Revisoras 1071

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nela todo amorque sentia porele.

— Se há algoerrado, Serena,eu quero saber.

— É problemameu — começoudizendo, para serinterrompida comveemência.

— É problemanosso. Você aindanão compreendeu?Projeto Revisoras 1072

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É problema nosso,Serena.

— Não possosobrecarregá-locom minhasaflições, Tom.Não é justo.

— E é justo queeu ame você? —murmurou,erguendo as mãospara segurar-lheas faces. — Éjusto que, depoisProjeto Revisoras 1073

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do que fiz comsua família, euainda queira oseu amor? É justoque depois de terencontrado o queprocurei porlongos anos euperca tudo porcausa de umfantasma dopassado?

Serena nãopodia acreditarProjeto Revisoras 1074

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no que estavaouvindo, mas aspalavras deleeram reforçadaspela extrematernura do toquedele e pelaexpressão quentedo olhar. Comoansiara por ouviraquelas palavras,deveria estar emêxtase. Por que,então, ainda seProjeto Revisoras 1075

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sentia subjugadapelo medo? Ogrande obstáculoainda não tinhasido vencido?

— Não sei o quefazer — murmurou.

Por um momentoque pareceueterno, olharam-se e ele leu emseus olhos amensagem que

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morava em seucoração.

— Você me ama,Serena? Elaassentiu com acabeça.

— Então confieem mim, porfavor. É a únicaforma de podermosresolver oproblema.Acredite queposso ajudá-la aProjeto Revisoras 1077

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agir da formamais correta. Senão fizer issonão teremosqualquer chance.

Ele levou-a atéo sofá, sentou-seao lado dela,pegando-lhe amão.

— Então, conte-me, desde ocomeço. É por

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causa dePhillips, não é?

Ela fez que sime, gaguejando umpouco, começou acontar-lhe aconversa doalmoço. Quandoterminou, Tomficou emsilêncio, perdidoem pensamentos.

— Deve pensarque sou louca porProjeto Revisoras 1079

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ter me metidonuma embrulhadadessas.

Ele sentou-seao seu lado,puxando-a parasi.

— Penso que élouca por não terme chamado noexato momento emque voltou doalmoço. O que afez agir assim?Projeto Revisoras 1080

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Subitamente,sentiu que eledeveria sabertudo. Sim, eletinha razão, sóhaveria esperançapara o amor delesse confiassemplenamente um nooutro.

— Fiqueienvergonhada.

— Envergonhada?Ele é um patife!Projeto Revisoras 1081

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Se não fosse vocêteria sido outrapessoa qualquer.Aliás, pelo queme disse, existemoutros que foramlesados por ele.

— Mas vocêtinha me avisadoe eu não lhe deiouvidos.

— Era apenasdesconfiança deminha parte. EsseProjeto Revisoras 1082

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é o primeiro fatoconcreto quetenho contra ele.

Serena estavatão preocupada emser sincera, emcontar-lhe tudoque nem seapercebeu dasimplicações daafirmação de Tom.

— Você acreditaem mim? —

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perguntou,desesperada.

— O quê? — eleafastou-se paraolhá-la. —Honestamente,achou que eu nãoacreditaria emvocê?

— Bem, no fimdas contas, eusou a filha de umcriminoso...convicto.Projeto Revisoras 1084

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— Serena!Quando vai sercapaz de esquecertudo isso?Apaixonei-me porvocê porque émeiga e sincera.Não ligo a mínimapara o que seupai fez. É vocêque eu amo. Você!

Se a tivessesacudido, nãoteria causadoProjeto Revisoras 1085

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maior efeito.Acreditou nele,não com a razão,mas naprofundidade deseu ser. E, aoolhá-lo, o fogoque conhecia tãobem brilhava nosolhos dele. Entãosoube, era o fogodo amor.

O beijo deletrouxe-lhe aProjeto Revisoras 1086

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promessa de umfuturo repleto decalor.Correspondeu aele com avidez,ganhandoconfiança em cadacarícia eesperança comcada promessa deamor sussurradaem seu ouvido.Mas logo eleafastou-a.Projeto Revisoras 1087

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Satisfeito de quea tormentativesse passado,Tom começou apensar no quefaria pararesolver oproblema.

— Gostaria dever o papel queAndré lhemostrou. Tem eleaí?

— Sim.Projeto Revisoras 1088

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Sem hesitarretirou-o dabolsa,entregando-lhe.Ele estudou-ominuciosamente,colocando-ocontra a luz eobservando-o dediferentesângulos.

— Aquelecanalha! Tentandochantageá-la comProjeto Revisoras 1089

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isso? Serenafranziu assobrancelhas,tentando entendero significado daspalavras dele.

— Quer dizerque não parececom um original?

— A olho nu,sim. Para aspessoas comuns.Mas para umespecialista ficaProjeto Revisoras 1090

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evidente que éuma cópia. Amenos que Andréproduza umoriginal não teráa mínima chance.

— O originalera um formuláriopadronizado. Mas,Tom, o únicojeito deprovarmosqualquer coisaserá no Tribunal.Projeto Revisoras 1091

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Não quero queisso aconteça!

Sentindo suaangústia, elepegou-lhe a mão.

— Creio que nãoserá preciso irtão longe. Andréestá blefando,você sabe disso.Temos dedescobrir umaforma de agir.

Projeto Revisoras 1092

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Serena sentou-se no sofá, acabeça entre asmãos. O dilemacom André nãoseria fácil deresolver, sabia,embora Tomestivesse alipara ajudá-la.Acreditava nele,juntos haveriamde encontrar umasolução. OuProjeto Revisoras 1093

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talvez Tomencontrassesozinho, poissentia-se aindaconfusa, imersana escuridão quea tempestadeprovocara.

Tinha algumasdúvidas nosucesso do planoquando telefonoupara André,pedindo-lhe queProjeto Revisoras 1094

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viesse logo cedoao seuapartamento poisprecisava falar-lhe. Confiante notoque de medo quehavia em sua voz,André aceitou oconvite.

Ela ainda tinhadúvidas quandoTom a deixou porum curto período,voltandoProjeto Revisoras 1095

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

carregado comequipamento degravação eacompanhado de umdetetive que,como por acaso,passou a noite nosofá, enquantoela e Tomcompartilhavam oleito.

As dúvidastinham aumentadoquando, de manhãProjeto Revisoras 1096

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

cedo, recebeuAndré comdelicadeza,mostrando-seeducada ante aarrogância dele,oferecendo-lhe ocafé da manhã emsua louça chinesae conversando comele sobre aquestão dodinheiro. Tentouretomar toda aProjeto Revisoras 1097

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conversa quehaviam tido,protestounovamente dianteda carta que elehavia forjado,incentivando-o arevelar osdetalhes de seuplano.

Suas dúvidasmais cruéis, noentanto, surgiramquando o detetiveProjeto Revisoras 1098

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

saiu do quarto eleu para André osseus direitos dedefesa. Ficouextremamenteagitada quandoviu o choqueexpresso no rostodele, mas, quandouma máscara depuro gelosubstituiu oespanto que ohavia tomado, elaProjeto Revisoras 1099

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também endureceu.— Nada disso seráaceito peloTribunal — disseAndré, olhandofriamente paraTom que seaproximara.

Foi o detetivequem respondeu.

— Essa cartacom certeza nãoserá. Qualquerperito poderáProjeto Revisoras 1100

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desacreditá-la.Mas as gravaçõese a testemunha...

Todos os olhosse voltaram paraSerena, quesentiu-sesimplesmenteaterrorizada.

Tom reconheceu-lhe o medo.Apertou a mãodela e olhou-a,encorajando-a.Projeto Revisoras 1101

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— Não creio queseja necessárioque Serena vá aoTribunal. >Sugiro que vocêfaça um apelo.

André pareciaimperturbável.

— Não tenhonada paraconfessar.

— Poderá cantaruma cantigadiferente maisProjeto Revisoras 1102

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tarde — continuouTom. — Furto sobpretextos falsosé uma coisa.Conspiração paraaltos subornos éoutra.

Serena não foia única que olhousurpresa paraTom. Andréempalideceu.

— Sobre o queestá falando?Projeto Revisoras 1103

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— AnnCarruthers.Edward Grant.Penso que sãoseus amigos. Eacredito queestejamenvolvidos emseus projetos.Sei também que oprocurador-geralapreciará muitosua cooperaçãopara levar essesProjeto Revisoras 1104

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dois políticos aobanco dos réus.Se atuar comotestemunha doEstado, estoucerto de quepoderão esqueceresse assuntosecundário.

— Assuntosecundário?

Serenamiraculosamentevoltou à vida.Projeto Revisoras 1105

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— E o meudinheiro, Tom?Devo considerá-loperdido? E tudo oque sofri, aagonia quepassei, ficará degraça? Onde estáa justiça dessaproposta?

Voltando-se,Tom colocou umdedo sobre seuslábios.Projeto Revisoras 1106

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— Psiu...Então, olhando

para o detetive,balançou a cabeçaindicando-lhe aporta. Em umminuto ficaramsozinhos.

— Ouça, Serena,vou à cidade comeles, paragarantir nossosinteresses.

Projeto Revisoras 1107

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— E quando meexplicará?

— Mais tardelhe direi. Vátrabalhar.Passarei por láquando voltar dadelegacia.

— Trabalhar?Como posso pensarem trabalhardepois de tudoisso?

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— E como deixara loja sozinha? —ele lembrou-lhecom um sorriso. —É o seu bebê...

— Mas, Tom...— Psiu.Mais uma vez

ele a fez calar-se antes de sair,entregou a elauma pasta depapéis que estavasobre oProjeto Revisoras 1109

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equipamento degravação.

— Olhe. Levecom você. Setiver tempo dêuma examinada.Está bem?

Antes que elapudesse ver o quecontinha, Tombeijou-a e saiu.

Projeto Revisoras 1110

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CAPÍTULO XCAPÍTULO X

Nessa manhã ocoração de Serenaestava bem longeda DocesSerenidade.Quando Nancychegou, retirou-se para o quartodos fundos eabriu a pasta queTom havia lhedado.Projeto Revisoras 1111

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Temia o quepoderia encontrarali dentro. Mas,em vez dosrecortes dejornais queesperava, deu decara com oarquivo pessoalde Tom:apontamentos,notas,comentários,estratégias,Projeto Revisoras 1112

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enfim todas asanotaçõesrelacionadas aocaso Strickland.

Pela primeiravez, Serena pôdeconhecer um pontode vistadiferente do seu,vendo a históriacom os olhos deum observadormenos parcial queela: os olhos deProjeto Revisoras 1113

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Tom. Depois deter lido cadaanotação feitapor ele, cadacomentário ouinformaçãoescrita naquelaspáginas, teve deconcordar com aposição que elesustentara desdeo momento em quehaviam sereencontrado.Projeto Revisoras 1114

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Poderia acusá-lode excesso deentusiasmo, porter transformadoem manchete umassunto que,normalmente,mereceria umlugar de destaquenas páginascentrais dosegundo caderno.Mas não houveraequívocos naProjeto Revisoras 1115

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denúncia feitapor ele, assimcomo não existiraengano nasentença do juiz.Seu pai foraresponsável porapropriaçãofraudulenta e,pela primeiravez, Serenaconseguiu aceitaresse fato.

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Ao fechar apasta compreendeualgo da maiorimportância paraa sua vidapresente. Todasas descobertasfeitas por Tommostraram-severdadeiras ehaviam sidorealizadas de ummodo bastantecorreto. EleProjeto Revisoras 1117

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agira com cuidadoe discrição,avançandolentamente nasinvestigações.Ressurgia anteseus olhos comouma pessoaresponsável edotado de umaconsciência muitoclara. O respeitoque sentiu porele apagou oProjeto Revisoras 1118

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restante de suasdúvidas.

Sentiu umanecessidadeurgente de falarcom ele. Orelógio marcavaonze e meia e,embora a hora doalmoço estivessepróxima, Serenanão pôde esperar.Deixou a loja nasmãos de Nancy eProjeto Revisoras 1119

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tomou um táxi atéa delegacia.

O sargento deplantão eraextremamentesimpático edeclarou:

— Olha moça,todos os nossosnegócios sãourgentes. Relaxee fique calma.Vamos encontrá-lo.Projeto Revisoras 1120

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Com umaindolênciairritante, opolicial pegou otelefone ecomeçou a fazeralgumas ligações.Finalmente levou-a até um longocorredor, subiramuma escada,dobraram àdireita, depois àesquerda e acabouProjeto Revisoras 1121

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

por deixá-ladiante de umoutro corredor.

Como seemergisse de umlabirinto, Serenacontinuouandando. Tom veioao seu encontro.

— O que houve,Serena?

Tinha um aralarmado, osolhos grandes.Projeto Revisoras 1122

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— Disseram-meque era urgente.Algo errado?

— Não tem umcanto ondepossamos falar? —perguntou ela,cansada da loucacorrida paraencontrá-lo. —Uma sala,qualquer lugar.

Mais calmo porencontrá-laProjeto Revisoras 1123

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

tranqüila, Tomolhou em volta:

— Vamos ver.E foi abrindo

porta por porta,pedindo desculpaspela interrupção,até que encontrouuma pequenasaleta, com umamesa, duascadeiras e totalprivacidade.

Projeto Revisoras 1124

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Pode ser aqui—falou, entrandologo após ela efechando a porta.— Agora diga-me,o que houve?

Serena olhou-ocom um amplosorriso eaproximou-se numimpulso,enlaçando-lhe opescoço.

Projeto Revisoras 1125

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— Eu te amo. Sóqueria lhe dizerisso.

Incrédulo, Tomestudou-lhe orosto.

— O quê?— Eu te amo.Os cantos dos

lábios deleergueram-se nummeio sorriso desatisfação.

Projeto Revisoras 1126

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

— E aprontoutodo esseescarcéu só parame dizer?

— Sim. Eu amovocê.

— Diga de novo.— Eu te amo.— Tem certeza?— Sim. Toda

certeza.Os braços dele

roçaram-lhe osProjeto Revisoras 1127

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

quadris quandosubiram paraabraçá-la.

— Não há maisdúvidas?

— Não.— Então

continue.— Eu te amo.Com um

murmúrio, eleapertou-a nosbraços, mantendo-Projeto Revisoras 1128

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

a bem presa poralguns momentos,antes de abaixara cabeça parabeijá-la. Oslábios deleentreabriram osseus e suaslínguas setocaram. Ambosficaram ofegantescom a centelha defogo que osinvadiu.Projeto Revisoras 1129

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— Ahhh... porque aqui? Por queaqui? — protestouele. Deslizou osdedos por suaespinha e desceu-os até osquadris,apertando-osfortemente contraseu própriocorpo, palpitantee excitado.

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

Os olhos deSerena tinham umbrilho demalícia.

— Porque nãopodia esperarmais para dizer-lhe e para sabero que estáacontecendo.Conte-me sobre oplano de André.

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— Você é umabruxa, sabia? —disse, sorrindo.

Ela afastou-se,levando-o até amesa. Inclinou-sesobre ele,enquanto Tomsentava-se sobreo tampo daescrivaninha.

— Conte-me —ordenou num

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Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

murmúrio. Tomsuspirou,

— A utilizaçãoindevida de seudinheiro porAndré era apenasa ponta doiceberg. Eletraçara um planocom os vereadoresCarruthers eGrant parautilizar osfundosProjeto Revisoras 1133

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

municipais,suposta-1 menteinvestidos embônus, paraaplicá-los namesma transaçãoespeculativa emque colocou oseu. Em trocadisso, Andrépagaria aos doisvultosascomissões, tãologo recebesse osProjeto Revisoras 1134

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grandiosos lucrosque esperava.

— Mas nãoobteve lucro,pelo menos foi oque me disse.

— Esse foi o nóda questão. Se aespeculação deletivesse dadocerto poderiarepor não só oseu dinheiro, mastambém o |daProjeto Revisoras 1135

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municipalidade,sem que ninguémficasse sabendo.Para azar |dele,perdeu quasetudo.,

Serena estavaum poucopreparada paraisso, nem sabiacomo. E suapreocupação maisimediata foioutra.Projeto Revisoras 1136

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— Você já sabiade tudo isso,não?

— Sim, Serena,eu já sabia.

— Aquelareunião que oaborreceu tanto?

— Sim, erasobre esseassunto. Imaginoque queira sabera história toda?

— Bem...Projeto Revisoras 1137

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— O prefeito mechamou logo quecheguei nacidade. Conheciaminha reputaçãocomo repórter deinvestigações eme pediu sepoderiaesclarecer algopara ele.Suspeitava do queestava sepassando, masProjeto Revisoras 1138

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precisava deprovas. E eu eraum forasteiro, umrecém-chegado,não tinhacompromisso comqualquer políticolocal, era apessoa indicadapara o caso. Elesforam muitoastuciosos eAndré escorregouquando agiuProjeto Revisoras 1139

Demônios do passado – Billie DouglassBianca 257

daquela maneiracom você.Subestimou-a —acrescentousorrindo —, nãosabia do fogo queexiste em você.

— Mas suspeitoude você.

— Tinha, receiode mim por causada minhareputação, enosso namoroProjeto Revisoras 1140

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certamente nãodeve tê-loagradado muito.Eu também, quandosoube que vocêtinha negócioscom ele, fiqueipouco tranqüilo.Temia que fosseenvolvida nocaso, como foi.Felizmente tudoterminou bem.

Projeto Revisoras 1141

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Serena esfregouo nariz nopescoço dele.

— Sabe, fiqueisimplesmenteparalisada pelodesejo devingança. E agorafoi como seacordasse. Vocêtem razão emmuitas coisas eprincipalmentenaquilo queProjeto Revisoras 1142

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tentou me fazercompreender: osentimento de tersido vítima e nãoconfiar que possahaver justiça éterrível. O queacontecerá comAndré?

— O juiz é quemvai decidir. Eleconfessou tudo, oadvogado delerecomendou-lheProjeto Revisoras 1143

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tal atitude. Asprovas contra elesão muito fortese, levando emconta a fúria dopúblico quando ocaso forconhecido, poderásentir-se muitofeliz se nãopegar cadeia.

— De qualquerforma está

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arruinado. É umavergonha!

— Sempre é.O pensamento

dos doisconvergiu nãopara André, maspara o pai deSerena.Finalmenteentravam emacordo e oassunto chegavaao seu final. MasProjeto Revisoras 1145

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o término dessahistóriasignificava oinício de outra,muito maispresente e real.

— Você secasará comigo,não? — perguntouTom com meiguice.

— É o que vocêquer?

— Mais do quetudo.Projeto Revisoras 1146

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Serena nãoqueria levardúvidas.

— Mas se vocêjá teve umcasamento errado,será que quertentar de novo?

— Ah!, aquilofoi outra coisa,outro tempo,outras pessoas.Éramos demasiadojovens eProjeto Revisoras 1147

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inexperientes,completamentedespreparadosparareconhecermos asnecessidades umdo outro e saberconviver com elase mesmo supri-las. Nuncasoubemos o quefazer pararesolver osproblemas queProjeto Revisoras 1148

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surgiram entrenós.

— Uma vez vocême disse quetinha medo doenvolvimento.

— Estavaerrado, como vocêtambém estavaerrada por deixarque um fantasmado passado adevorasse. Eupreciso de você,Projeto Revisoras 1149

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Serena, quero quefique semprecomigo.

Ela permaneceuem silêncio,gozando afelicidadedaquele momento.

— Bem... eentão? Você quer?— insistiu Tom.

Ela consentiunum murmúrio, oslábios encostadosProjeto Revisoras 1150

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nos dele! eselaram essemomento com umbeijo quereacendeu o fogolatente naprofundeza deseus corpos.Nessa hora,Serena teve acerteza de que oamor deleshaveria de dar-lhes forças paraProjeto Revisoras 1151

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superar quaisquerobstáculos quesurgissem paraempanar-lhes afelicidade. ComTom a seu lado,haveria mesmo deconseguir ;convencer sua mãede que agiracorretamente.

— Vamos sairdaqui — murmurou

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Tom, puxando-apela mão.

E, como sempre,as palavras deleexpressaram odesejo de seucoração.

Seus cabelosavermelhadosroçavam as coxasdele, enquantoSerena percorria-lhe o corpo comos lábios,Projeto Revisoras 1153

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provando-o eexcitando-olentamente.

— Serena...Serena!

Esticando-se,Tom puxou-aabruptamente paracima, estendendo-a sobre o corpodele, até queficaram com osolhos rios olhos.

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— O que pensaque está fazendo?— perguntou,entre divertido efrustrado.

O contato dosseios firmes deSerena provocavano corpo dele umaexcitação muitomais selvagem quea despertada pelotormento doce doslábios dela.Projeto Revisoras 1155

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— Mudei deidéia — disse elacom ar atrevido.

— Você o quê?— Mudei de

idéia.Seu sorriso e o

modo sensual comodeslizou sobreele, impediramque se alarmasse.

— Sobre o quê?

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— Você. Não émais licor dedamasco.

Ela tocou-lheos lábios com aponta da língua,percorrendosensualmente alinha decontorno.

— Então, o quesou? Serenasuspirou feliz.

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— Um coração dechocolate.Sólido. Rico.Doce. Einterminável.

Como nossoamor, aindapensou, antes dedar mais umamordidinha.

FIMFIM

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Uma história depaixão e amor!

Edição 258:Fogo sobre a neveFogo sobre a neve- Elizabeth- ElizabethMerritMerrit

Martin deita Jessysobre um monte defeno, a um canto dacaverna, onde nãochegam o vento e achuva. O corpoProjeto Revisoras 1160

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másculo irradia umcalor tão intenso queela sentedesaparecerem todosos seus medos,cuidados, pudores. -Ele a beija lentamentenos lábios, nos seios,no ventre, suarespiração fortemarcando o ritmo dopróprio coração.Vencida, Jessy aceitamesmo o beijo maisProjeto Revisoras 1161

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secreto... "Eu vouamar você, Jessy, atéque o inverno acabe eseu coraçãodesabrochenovamente."

Uma história depaixão é amor!

Edição 259:Estrela proibidaEstrela proibida- Suzanne- SuzanneMichelleMichelle

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A platéia rompe emaplausos estrondosos,e a linda regentecurva-se paraagradecer. MadelineMark, sedutora,fascinante, é a estrelada noite: venceracomo profissional,impusera seu nome nomundo da musica, temo público a seus pés...Por trás das cortinas,Gus Noble olha-aProjeto Revisoras 1163

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apaixonadamente.Madeline é a mulherque ele quer ter emseus braços, concreta,sensível, real. Precisaalcançar essa estrelaproibida e mostrar-lheque o amor de umhomem também podeelevar uma mulher àsalturas do céu...

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