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Donizete anulou Geovani e foi destaque no Flu. Ze do Carmo nuxrcou gol contrci

Mauro Nascimonto

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A memoria visual do s6cu-

Evandro Toixoira

Donizete anulou Geovani e foi destaque no Flu. Ze do Carmo nuxrcou gol contra

Economia

Os investidores em cadernetas depoupança poderão entrar na Justiça pa-ra receber a diferença entre a inflaçãode janeiro, que deverá ficar entre 609c e70%. e o rendimento de suas aplica-ções, calculado em 23%. Esta é a opi-niáo do advogado Jorge Berja, paraquem esse direito é garantido pelo Có-digo Civil, no artigo que trata da pro-messa de recompensa.

A política de manutenção de jurosaltos, com taxas reais de 22% , visandoa desestimular o consumo, poderá sermantida no máximo até o fim de feve-reiro. Em março, o arrocho monetáriocomeçará a criar problemas de caixapara o governo, pressionando de for-ma insustentável a dívida interna, con-forme estudo da Secretaria do TesouroNacional.

As grandes empresas não alteraramsuas políticas salariais depois do PlanoVerão. A General Motors concedeu aseus 22 mil empregados abono de NCzS150,00. negociado desde o ano passado.A Parker Pen continua a traçar médiassalariais em dólar. A Klabin manterá osreajustes pelo IPC. E os bancos preten-dem administrar os salários de seusempregados mês a mês.

Dentro do Sindicato dos Metalúrgi-cos de São Paulo, o maior do país, comuma base de 370 mil trabalhadores, aopacote do governo correspondeu umpacote interno baixado por seu presi-dente. Luís Antônio Medeiros. Medei-ros realizou uma reforma político-admi-nistrativa que incluiu a demissão de 20assessores e obteve da diretoria cartabranca para qualquer tipo de decisão.

Medicina

De agora até o fim do século,nova odontologia high tech estarácada vez mais em uso: desde co-roas projetadas por computador efeitas em minutos a raízes artifi-ciais não rejeitadas pelo organis-mo. Mas o sistema, criado pelofrancês François Duret, é caríssi-mo. Um consultório não custa me-nos de US$ 150 mil. o que torna atécnica inviável no Brasil, onde

poucos podem recuperar os dentes

perdidos;O Brasil é o segundo país do

mundo em casos de lepra (depois daíndia). Hoje. Dia Mundial da Man-seníase, médicos e assistentes sociaisdistribuem folhetos tentando desfa-zer os preconceitos contra a doença.

JORNAL DO BRASIL

©jornal do brasil sa 1989 Rio de Janeiro — Segunda-feira, 30 de janeiro de 1989 Ano XCVIII - - N" 295 Preço para o Rio: NCz$ 0,35

TempoNo Rio e em Niterói, claroa nublado com possível ins-tabilidade local e passagei-ra a partir do entardecer.Visibilidade de boa a mo-derada. Temperatura está-vel. Máxima e mínima deontem: 37,1° em Bangu e21,2° no Alto da Boa Vista.Foto do satélite, mapa etempo no mundo, Cidade,página 4.

Vida MovaA partir de hoje o JORNALDO BRASIL deixa de publi-car a coluna Vida Novaque, desde o dia 11 de se-tembro do ano passado,seis dias depois de promul-gada a Constituição, aju-dou a tirar as dúvidas dosleitores sobre questõesconstitucionais específi-cas. Durante esse período,em que a coluna apareceudiariamente na página 4, oconsultor do JB, João Gil-berto Lucas Coelho, res-pondeu a 411 cartas. A fun-ção da coluna foi cumpridacom sucesso.

LotoUm apostador de Londrina(PR) e um de Porto Alegre(RS) acertaram a quina doconcurso 588 e cada um re-ceberá NCz$ 131.124,76. Asdezenas sorteadas foram36, 69, 70, 97 e 00. (Cidade,página 4)

Esportiva

QueimadaO hábito de botar fogo noscanaviais atinge a rede dedistribuição de eletricida-de e provocou este mês cor-tes de energia em seis esta-dos do Nordeste. Além dis-so, está dizimando a já re-duzida fauna da MataAtlântica. (Página 4)

UnB empresarialA Universidade de Brasíliacolocará à venda, em 18meses, dois edifícios resi-denciais, com 216 aparta-mentos, construídos emterrenos doados na gestãodo presidente JuscelinoKubitschek. Empresáriosdo ramo imobiliário recla-mam da concorrência des-leal. (Página 5)

CotaçõesDólar oficial: NCzS 0,99(compra), NCzS 1,00 (ven-da). Unif: para IITU, ISS eAlvará: NCz$ 14,41: taxa deexpediente: NCzS 1.41.Uferj: NCzS 14.41. OTN:NCzS6,17. OTN fiscal: NCzS6.92. UPC: NCzS 6.67. MVR:NCzS 15,48. Salário mínimode referência: NCzS 31.86.Piso Nacional de Salário:NCzS 54.37. URP (janeiro):26.05'í Tablita do dia 30:1.061.1572

Saade acabou

sem o camarote

que desejava

As chaves que o empresário AlfredoSaade recebeu no leilão da sexta feira,depois de pagar NCzS 48 mil pelos quatrocamarotes do Sambódronio destinados aogovernador do Estado, não serviam. Foi sóentão, quando já se encontrava no Sambo-dromo. no sábado, para tomar posse doscamarotes, que Saade descobriu que nãolhe cabiam os lugares que havia imaginado.

Ocorre que a Riotur trocou, este ano,os camarotes do governador com o doprefeito. Marcello Alencar vai ocupar osquatro camarotes que fazem esquina com aPraça da Apoteose e que. desde a inaugura-ção do Sambódromo. eram reservados aogovernador. Saade terá que se contentarcom os quatro contíguos, menos aquinhoa-dos em termos de vista. (Cidade. página 1)

Rapaz morre num

dia de colapso

do Sousa Aguiar

Apesar de ter sido um dia demovimento fraco, o Hospital MunicipalSousa Aguiar chegou ontem perto docolapso. Apenas sete, dos 60 médicosescalados, compareceram ao serviço.Só havia um neurocirurgião c um anes-tesista. E um rapaz que não pôde seroperado acabaria morrendo horas de-pois.

O juiz Francisco Lanor Chaconnão se conformava em ver que seu filhoCharles, que dera entrada às I6h50,com traumatismo craniano provocadopor acidente de moto, até as 19h nãotinha ido para a sala de operações.Charles, de 19 anos, foi removido parao Hospital Panamericano, onde morreuà noite. No momento em que ele che-gara ao Sousa Aguiar, os únicos médi-cos disponíveis operavam um garotobaleado na Central. (Cidade, página 3)

Governo Bush

vê Gorbaehev

com 'ceticismo'

Ao defender a modernização do arse-nal militar da Organização do Tratado doAtlântico Norte (Otan), o novo secretárioamericano da Defesa, John Tower, adver-tiu os aliados europeus para o perigo dasuperioridade militar dos soviéticos e de-fendeu a necessidade de se manter aberta aopção nuclear do mundo ocidental.

Tower disse que a União Soviéticacontinua a ser um poderoso adversário,mesmo sob a política do presidente Mi-khail Gorbaehev, sobre a qual sugeriuque os europeus mantenham um "saudá-

vel ceticismo". Seu pronunciamento, oprimeiro na Otan, evidenciou as diver-gências dos americanos com a AlemanhaOcidental, que é contra a ampliaçãodo arsenal militar na Europa. (Página 7)

Flu vence Vasco e fica

perto da classificação

O Fluminense ficou em ótima situa-ção depois da primeira rodada das quar-tas-de-final do Campeonato Brasileiro,ao derrotar o Vasco por 1 a 0, noMaracanã, com gol contra de Zé doCarmo. Além de obter a única vitóriada rodada, tirou a vantagem do Vasco eagora só precisa do empate na próximaquarta-feira para se classificar às semi-finais.

A vitória do Fluminense se deveu aum eficiente esquema tático, com Donize-te anulando Geovani, de quem costumamsair as principais jogadas do Vasco. A máforma de Roberto, que voltou ao timeapós três meses, tirou a movimentação doataque vascaíno, facilmente dominado.

O Tribunal Federal de Recursos cas-sou a liminar que autorizava aumento no

valor dos ingressos, o que gerou enormeconfusão nas bilheterias do Maracanã.Os funcionários alegavam falta de troco— estavam preparados para cobrarNCzS 1,50 pela arquibancada e não osNCz$ 0,60 que voltaram a vigorar —, ecom isso muita gente só conseguiu en-trar no estádio no segundo tempo. Hou-ve invasão na geral c 30 mil pessoasvoltaram para casa.

Em Belo Horizonte, Cruzeiro e Inter-nacional empataram sem gols, e a vanta-gem passou para o time gaúcho, quegarante sua vaga na próxima fase se empa-tar em Porto Alegre. Em Recife, o Bahiamanteve a escrita de não perder para oSport em campeonatos nacionais, e, com oempate em 1 a 1, leva vantagem no jogo dequarta-feira, na Fonte Nova. Esportes

PT entra com

ação contra

perda salarial

O Partido dos Trabalhadores (PT)deve entrar com ação amanhã contra oartigo 7 da medida provisória 32 do PlanoVerão — mantida pelo Congresso — queimpede os trabalhadores de recorrerem àJustiça para obter reposição de salários.A executiva nacional do partido, reunidaontem, considera o dispositivo inconstitu-cional.

O PT decidiu apoiar proposta daCUT de formação de um fórum nacio-nal para discutir amplamente o PlanoVerão. Os dirigentes do partido nãoconcordam com o princípio de reajustaros salários pela média, alegando que issoresulta em perda salarial. E só aceitamo congelamento se considerado o poderaquisitivo dos salários na última da-ta base. (Página 1 do Caderno Economia)

¦ O primeiro domingo depois do fimdo horário de verão teve sol forte,temperatura média de 35" na orlamarítima, praias cheias e engarrafa-mentos, principalmente no caminhopara a Barra da Tijuca. Quem seesqueceu de atrasar o relógio, acordoumais cedo e acabou ganhando maisuma hora para aproveitar um dos diasmais bonitos de janeiro. No Leme,onde o movimento começou cedo, oencerramento do projeto Verão Vivoreuniu 1.200 pessoas numa sessão deginástica aeróbica das lOh às 10h45. Apromoção da academia Corpore duroutodo o mês, com duas aulas diárias. DoLeme ao Recreio dos Bandeirantes, osbanhistas dividiam a areia com jogado-res de vôlei e frescobol, e foram poucosos que se atreveram a enfrentar o calorsem a proteção das barracas. Em Ipa-nenia, muita gente preferiu não ir atéa areia e aproveitar a pista da Aveni-da Vieira Souto interditada para lazer.

Hoproduçáo

lo 19 brasileiro está nasgavetas e livros de GilbertoFerrez (acima). Parte doquase inesgotável acervoque ele reuniu em 55 anosde investigações acaba deser publicada sob o título OBrasil de Eduard Hilde-brandt. São 171 trabalhos dopaisagista prussia-no, entre aquare-Ias, desenhos acarvão e esboços.

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Moacir Gomes

PMDB defina-se sobre a dívida externaMoreira

Sáo Paulo — Ariovaldo Santos

Cândido (E), Gorender e Weffort discutiram com Lula

P<tss(iríiilio

SÃO PAULO — Mesmo tendo chegadocom mais de uma hora c meia de atraso, ocandidato do PT à Presidência da República!Luís Inácio Lula da Silva, foi mais aplaudidoque o senador Mário Covas, candidato doPSDB, no debate sobre o Pantanal de MatoGrosso, promovido pela Reserva Nacional,uma empresa criada para estimular a discussãodos problemas da região. Também presente, oex-governador Franco Montoro disse que nãoparticipava do debate como prcsideneiável.porque apóia Covas,

O primeiro a chegar foi Covas, acompa-nhado pelo deputado federal Fábio Feldeman,também do PSDB, considerado um dos maiscombativos ecologislas do país. O candidatodos tucanos defendeu a recriação do extintoministério da Ciência e Tecnologia para dar

uma base concreta à política de proteção aomeio-ambiente. Criticou a falta de rigor dogoverno na punição dos crime ecológicos. "Hápouca disciplina para aqueles que atacamnosso meio ambiente c acabam com os recur-sos naturais", afirmou o senador, que passoutoda a manhã de ontem recebendo de Fcldmandados sobre a devastação ecológica.

Ultimo a chegar. Lula sentou-se à mesa nomomento em que o ex-governador FrancoMontoro encerrava sua palestra. Com a apa-renda bastante cansada — ele havia participa-do da reunião da Executiva nacional do PT edo encontro do partido com os intelectuais —,o candidato petista foi aplaudido várias vezesdurante sua fala. Entre outras sugestões. Luladefendeu a transformação do Pantanal numcomplexo turístico e ecológico, cuja fiscaliza-ção seria de responsabilidade do estado.

Carlos Jurandir

A convenção do PMDB do Rio, que sereuniu ontem, a partir das 10h na sede dopartido, no centro da cidade, foi uni debatede princípios programáticos motivado peladerrota nas eleições municipais de noyem-bro do ano passado. A maioria dos orado-res, inclusive o governador Moreira Franco,pediu uma reformulação radical da práticapartidária. No encontro, muito concorrido,que lotou o oitavo andar do velho edifícioPiauí, predominou o moreirismol movimen-to que se inicia no Rio mas pretende ganharo país levando no bojo a candidatura dogovernador de Pernambuco, Miguel Ar-rraes, à Presidência da República.

A luta pela conquista dos convencionaisindependentes pôs em confronto o grupo deMoreira e o comandado pelo deputadoGustavo de Faria, que, segundo seus adver-sários, quer manter a estrutura cartorial queo partido preserva desde os tempos daditadura. Aos poucos, os partidários deFaria foram sendo empurrados em direçãoaos elevadores. O moreirismo ganhara oprimeiro round.

Autor de um mandado de segurançacontra a realização da convenção — indefe-rido na véspera pelo Tribunal RegionalEleitoral —, Gustavo de Faria ainda assimfez questão de esperar pelo governador naentrada do prédio. Moreira chegou às 12h30e cumprimentou o deputado friamente.

Novas vozes — Em seu discurso,no entanto, o governador foi cauteloso:poupou o adversário e evitou os temaspolêmicos. Disse apenas que o partido de-verá ter, no Rio, "uma direção renovada,uma organização transparente, inscrição li-vre e dabate aberto com o interior". Disse,no entanto, que o partido precisa "definirum novo projeto de organização social parao país e decidir como pagar a dívida externacom dignidade mas sem onerar os trabalha-dores". Por sua vez, ao falar — muito antesda chegada triunfal do governador —, Gus-tavo de Faria convidara o partido a "deixarde modismos oposicionistas".

Na verdade, as novas vozes que selevantam no PMDB são egressas de setoresde esquerda atraídos pelo projeto do gover-nador Moreira Franco. A dívida externa,por exemplo, tema estranho até há pouconas convenções pemedebistas da Nova Re-pública, entrou em debate através de moçãodo ex-vereador Antônio Carlos de Carva-lho, egresso de uma organização de ultra-esquerda da época da ditatura, o MR-S, Adiscussão foi sustentada pelo presidente daFeema, Carlos Alberto Muniz, até há poucodirigente do PCB. e acabou ocupando boaparte das manifestações. Outro orador,Hércules Corrêa, também vindo do PCB,defendeu no discurso a mudança do sistemacapitalista brasileiro, "contra a ganânciados lucros".

Centro-esquerda — Mas esses no-vos pemedebistas parecem apenas quererresgatar as bandeiras que o velho MDBempunhou durante a ditadura militar. Ou-tro dirigente comunista que aderiu ao proje-

to de Moreira, o diretor do Detran, Alvesde Brito, espera que a expansão do PMDBcomo partido de centro-esquerda sirva in-clusive para reforçar o crescimento do pró-prio PCB. "O aprimoramento de um parti-do de centro-esquerda", disse, "vai fortale-cer a democracia e fazer com que o PCBdesenvolva uma proposta que seja tambémassimilada pelas massas, evitando o isola-mento da frente de esquerda."

"Eles estão discutindo a dívida exter-na", ironizou Faria já à porta do elevador.Com a retirada de pauta do debate sobre apresidência regional e a discussão da renún-cia coletiva do diretório (apenas oito nãorenunciaram, todos do grupo do deputado),ele considerava a reunião esvaziada. Ospartidários da orientação de Moreira — quecalculam contar com 70% do partido noRio, contra apenas 20% dos adversários —diziam que eles próprios haviam provocadoo esvaziamento, interessados em conhecerprimeiro o resultado da convenção nacionalde 12 de março, quando será escolhidoinclusive o candidato do partido à Presidên-cia da República.

Casuísmo — Em seu discurso paraos convencionais, o deputado Gustavo deFaria defendeu principalmente o alinha-mento partidário ao governo federal. OPMDB, disse, "sempre foi oposição quandoprecisou ser. Mas passamos a ser governoquando assim quis a maioria do povo brasi-leiro". Para cie, opor-se a Sarney "é umcasuísmo como outro qualquer". O depu-tado afirmou que os pemedebistas devem secolocar ao lado do Plano Verão e lembrou avitória de 1986, quando o partido elegeram23 governadores, e "os corajosos esforçosdo companheiro Ulysses Guimarães paramanter o PMDB unido".

Tanto quanto os partidários de Morei-ra, o deputado louvou as mudanças impôs-tas ao Plano Verão no Congresso anteon-tem, por ação do PMDB. "É indispensável,no mínimo, manter o poder aquisitivo dotrabalhador brasileiro", disse, sem deixarde lembrar que a vitória em plenário foraconseguida "com a intervenção do doutorUlysses".

A questão da renovação do partidoesconde a disputa pelo privilégio do lança-mento do candidato à Presidência da Repú-blica. A bancada federal, fortalecida pelavitória no Congresso comandada peloPMDB c conduzida por Ulysses, apóia suacandidatura à sucessão do presidente JoséSarney. Já o grupo de Moreira aposta "numcandidato à Presidência que atenda às api-rações do povo", isto é, Miguel Arraes.

"Com ele, o PMDB pode ganhar ouperder com dignidade. Arraes é um homeminatacável", disse o cx-deputado José Cola-grossi, candidato pemedebista derrotado naeleição para a Prefeitura do Rio. Ele disseque, durante a campanha eleitoral, sofreu"na carne" a "prática cartorial" do partido,que não assumiu sua candidatura. Já osmoreiristas contam reconquistar, por exem-pio, as lideranças que, como Mário Covas,deixaram ano passado o PMDB para fundaro PSDB.

AVISOTOMADA DE PREÇOS N" 006 89-DEAD DAF — para aquisi-ção da bancada tipo BF 1. prateleira de fórmica encabeçada emIpé A e outros, destinado à Fábrica de Argamassa Armada DE

Chamamos a atenção das firmas interessadas para alicitação relerente a Tomada de Preços em epígrafe, que serárealizada ás 09 00 horas do dia 16 de fevereiro de 1989. na salade licitação do Departamento Administrativo, no Edifício Sededa NOVACAP. situada no Setor de Áreas Públicas, Lote "B"em Brasília — Distrito Federal

Os Editais encontram se à disposição dos interessadosno Departamento Administrativo.

Brasília. 26 de janeiro de 1989JOÃO BATISTA N. DA SILVA

PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO

COMPANHIA URBANIZADO RA DANOVA CAPITAL DO BRASIL—NOVACAP

AVISOTOMADA DE PREÇOS N° 007 89-DEAD DAF — para aquisi-ção de botina de couro solado injetado e outros, destinado aSeparq Dicavel/DPJ/DU-

Chamamos a atenção das firmas interessadas para alicitação referente a Tomada de Preços em epígrafe, que serárealizada as 09 30 horas do dia 16 de fevereiro de 1 989. ra salade licitação do Departamento Administrativo, no Edifício Sededa NOVACAP. situada no Setor de Áreas Públicas. Lote "B"em Brasília — Distrito Federal

Os Editais encontram-se à disposição dos interessadosno Departamento Administrativo

Brasília, 26 de janeiro de 1989JOÃO BATISTA N DA SILVA

PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO

COMPANHIA URBANIZADORA DANOVA CAPITAL DO BRASILNOVACAP

AVISOTOMADA DE PREÇOS N° 008 89-DEADF DAF — para aquisi-ção de tela de ferro 0 2 Omm CA-60 e outras destinada a-âbrica de Argamassa Armada DE

Chamamos a atenção das firmas interessadas para aicitação relerente a Tomada de Preços em epígrafe, que serarealizada ás 10 00 horas do dia 16 de fevereiro de 1989, na salade licitação do Departamento Administrativo, no Edifício Sededa NOVACAP. situada no Setor de Áreas Públicas. Lote "B"em Brasília Distrito Federa!

Os Editais encontram-se à disposição dos interessados'no Departamento Administrativo

Brasília. 26 de janeiro de 1989.JOÃO BATISTA N. DA SILVA

PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICfTAÇÃO

1 COMPANHIA URBANIZADORA DA^ NCVA CAPITAL DO BRASIL

—=4 NOVACAP

Lula vence Covas em palmas

Quando o doente

perde importância

Se o prefeito Roberto

Saturnino Braga ti-vesse realmente o çontro-le da sua administração,sobretudo na área de pes-soai, o seu sucessor, Mar- ,/.V\cello Alencar, não teria kque enfrentar, pelo me- , f?nos no setor de saúde, * !uma situação de greve deservidores e de baderna geral no tocante aofuncionamento dos hospitais municipais, entreeles o Souza Aguiar, considerado o maiorpronto-socorro da América Latina.

O badalado Sistema Unificado e Descen-tralizado de Saúde, que atende pela siglaSUDS, deveria, como ensina a filosofia doprograma criado pelos ex-ministros WaldirPires (atual governador da Bahia) e Raphaelde Almeida Magalhães, ter solucionado todosos problemas do Rio quanto a atendimentomédico-hospitalar. A facilidade com que asverbas destinadas ao SUDS são manipuladas,com repasses que não têm prestações decontas precisas e rápidas, é que gerou — ouajudou a gerar — essa monumental crise dasaúde na capital fluminense.

Os repasses do SUDS para a Prefeiturado Rio foram jogados em outros setores,naturalmente, pelas facilidades da caixa única,até que a coisa estourou. Um pequeno atrasodo Inamps — assim como acontece com essasfamosas correntes que de tempos em temposprometem a fortuna fácil a bandos de incautos— fez despencar a pirâmide e Marcello Alen-car, ao assumir o cargo no início deste mês,apanhou a grande sobra.

Apiedado da sorte da população do Rio,acima das paixões partidárias, o chefe doEscritório Regional do Inamps em territóriofluminense, médico Aparício Marinho (ex-deputado estadual pelo PMDB), saiu em so-corro do prefeito Marcello Alencar, que é doPDT. Essa ajuda que o ministro da Previdên-"cia Social, Jader Barbalho, concedeu à cidade,liberando NCz$ 5 milhões de uma verba deNC$ 470 milhões para o saneamento da áreade saúde municipal, tem o dedo de Aparício.

O caso do Rio exige um debate sériosobre a eficácia do SUDS. Ou, pelo menos,sobre a necessidade da instalação pelo Inampsde um mecanismo de pronta fiscalização dasverbas que saem das contribuições compulsó-rias de empregados e empregadores. O dinhei-ro do SUDS é aplicado com liberdade excessi-va pelos executores do programa nos níveisestadual e municipal e isso precisa acabar.

E louvável a preocupação do SUDS coma contratação de albergados, internos e egres-sos de hospitais-colônias de doentes mentaisou de hansenianos. Mas fica sempre a dúvidasobre a correta destinação de importânciasvultosas, nesse sentido, desde que os própriosadiantamentos esclarecem que os beneficiá-rios, "face a natureza de sua doença", sãopessoas inaccessíveis ao agente financeiro.

Antes do início da implementação doSUDS houve, justamente cm decorrência des-ta política de facilidades com o dinheiro doInamps, implantada de boa fé pelos ex-ministros Waldir Pires e Raphael de AlmeidaMagalhães, uma grande farra com o dinheirodo contribuinte. Em alguns municípios daBaixada Fluminense, do ABC paulista, doSertão pernambucano e do Oeste baiano,setores da Igreja, sobretudo os progressistas,ficaram com a chamada parle do leão nadivisão dos recursos da Previdência.

Não cabe discutir se a Igreja é mais oumenos competente do que entidades semcunho religioso para gerir dinheiros públicos.Cabe, isto sim, condenar fatos como os deNova Iguaçu, há dois anos, quando dotaçõesdestinadas a um pronto-socorro municipal fo-ram transferidas para as obras sociais daArquidiocese local, porque o prefeito à épocada oitava cidade mais populosa do país não eraconsiderado persona grata aos gestores dosrecursos do Inamps. A medida coerente, secoubesse, era a intervenção no pronto-socorro, e não a punição da clientela daquelaunidade de saúde.

Agora mesmo, o chefe do EscritórioRegional do Inamps no Estado do Rio, Aparí-cio Marinho, vem freqüentando as páginas deopinião dos jornais cariocas, para a defesa deuma tese que não parece merecer contestação:o direito da Previdência Social fiscalizar asverbas que destina ao SUDS. Enquanto isso, ogovernador Moreira Franco foi obrigado adeterminar à polícia a abertura de inquéritopara apurar responsabilidades por omissão desocorro na morte do operário Luís CarlosAlves Cordeiro, de 31 anos. Vítima de atrope-lamento, Luís Carlos passou 14 horas dentrode uma ambulância do Inamps, bateu em oitohospitais do Rio e não foi atendido pornenhum deles, morrendo com traumatismocraniano justamente na cidade onde deveriaser maior a ação do SUDS, quando nada pelasaplicações maciças de verbas federais

Não tem explicação o fato de a Prefeiturado Rio, em decorrência da execução doSUDS, se responsabilizar pela contratação defuncionários para os 12 hospitais da rede doInamps. A greve dos servidores municipais,cm virtude dessa anomalia, atingiu também aesses hospitais. O sistema de saúde em ques-tão, pode ainda, quebrando até padrões deisonomia salarial, contratar médicos para umdeterminado centro de pesquisas, como oInstituto Vital Brazil de Niterói, e designá-lospara um hospital qualquer.

A liberdade dos executores do SUDSpermite a compra estranha de rolos de aramefarpado e carros não muito próprios paraunidades de saúde, como a camionete Paratida Volkswagen.

A guerra existente no Estado do Rioentre a esquerda e os setores conservadoresque atuam na área da saúde já é indisfarçável.Guerra que não leva em conta a importânciado doente e que parcce feita, justamente,contra o usuário da saúde pública. O homemcomum, enfim, só clama pela correta aplica-ção do dinheiro que recolhe aos cofres daPrevidência Social, um sonho que apenas afiscalização permanente do SUDS, em todo opaís. tornará possível.

Rogério Coelho .Xeto

PT reúne 50 universitários

Convenção dá a Moreira

maioria no PMDB do Rio

Passarinho recusa convite

de Brizola para

ser vice

Intelectuais

ajudam a montar

programa de Lula

SÁO PAULO — A elaboração do progra-

ma dc governo do candidato do Partidodos Trabalhadores à presidência da República,deputado federal Luiz Ignácio Lula da Silva,ganhou no último fim de semana um apoioformal e decisivo — o de um grupo deconhecidos intelectuais de São Paulo, Rio,Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, RioGrande do Sul e Brasília. Durante dois dias,50 professores universitários e pesquisadoresse reuniram num hotel em São Paulo paradiscutir o sistema de participação do meioacadêmico no plano. "A opinião dos intelec-tuais é fundamental", convocou Lula. "Opresidente da República não é um deus, nãopode entender de tudo. Cada um cm suaespecialidade tem sua cota de contribuição adar à formação política da sociedade."

Estavam na platéia, dc fato, alguns lumina-res da universidade brasileira — do crítico eensaísta Antonio Cândido dc Mello c Souza aofísico Luiz Pinguelli Rosa, do historiador Mar-co Aurélio Garcia ao geólogo Aziz Ab'Saber.Participaram ainda o sociólogo Herbert deSouza, (o Betinho), o ensaísta RobertoSchwarz, o editor Caio Graco Prado, da Brasi-liensc, a atriz Ester Góes, o filósofo e escritorLeandro Konder, o historiador Jacob Gorcn-der e Frei Betto, entre outros. "Convidamosnão apenas militantes c simpatizantes do PT,mas também intelectuais que. mesmo tendoapoiado outros partidos, se afinam com asnossas idéias", esclareceu o jornalista Wladi-mir Pomar, coordenador da cam panha dcLula.

O primeiro resultado prático do encontrofoi a formação de uma comissão para organi-zar os grupos de trabalho que discutirão asprioridades do programa do governo — entreas quais se incluem, como pontos preferen-ciais, a eliminação da pobreza absoluta, areforma agrária, a retomada do desenvolvi-mento, a questão da dívida externa. "Essamobilização, no entanto, não poderá cm abso-luto deixar de fora as bases do PT", ressaltaWladimir Pomar.

E preciso montar também uma estruturade campanha, definiram os participantes, pro-mover debates no meio universitário comoagente multiplicador de atuação política eformar um centro nacional dc recolhimento desugestões de todos os setores da sociedade.Nem mesmo um programa ideal de governoserá eficaz como força dc campanha, sc as suasdefinições não forem claramente traduzidascm linguagem acessível à opinião pública."Pensou-se, então, em estudar uma dinâmicade campanha que utilize com aproveitamentoextremo os meios de comunicação", explicouWladimir Pomar.

Essencialmente, porém, há deliberaçõesmais objetivas a serem tomadas — comomapear os desvios pelos quais sc enccreda nasentrelinhas dc um projeto elaborado a partirdc um conjunto de idéias tão diversas. Umadelas, no mínimo, tem peso decisivo nessabalança de opiniões abalizadas: que fazer coma marca "socialismo" arraigada ao Partido dosTrabalhadores? "O programa de governo nãoé socialista, mas o perfil da candidatura é".ponderou o deputado estadual por São PauloJosé Dirceu. Uma observação pouco esclare-ccdora, na visão do sociólogo Herbert deSouza: "Até hoje a definição de socialismo medeixa intranquilo", confessou Betinho. Há,portanto, muita discussão pela frente até ju-nho. quando um esboço do plano será apre-sentado aos petistas.

RECIFE — O ex-governador Leonel Bri-zola, (candidato do PDT â Presidência daRepública, convidou o senador Jarbas Passari-nho, do PDS, para ser o vice de sua chapa eteve o convite recusado. A revelação foi feitapor Passarinho em entrevista ao Joriwl doComércio desta capital, publicada ontem. Se-gundo o senador, emissários do ex-governador, entre eles o líder do PDT 11aCâmara, deputado Brandão Monteiro, e odeputado Bocayuva Cunha, amigo de Passari-nho, tentaram articular uma dobradinha PDT-^PDS.

"Não ficamos juntos porque eu, mau poli-tico, usei essa frase infeliz: "Amanhã, quandoo povo nos visse na televisão, ia perguntar:qual dos dois é mais sem-vergonha?", dissePassarinho, que também é candidato à Presi-dência da República. Embora reconheça quecom sua atitude fechou "todas as portas possí-veis e imagináveis no PDT", Passarinho acre-dita que uma aliança como essa,"pelo nossocomportamento político, antes, durante e de-pois de 64", seria vista como oportunismo.

Sobre os entendimentos entre Brizola epolíticos ligados ao PDS, como o prefeito deJoão Pessoa, Wilson Braga, e a prefeita deNatal, Wilma Maia, Passarinho disse que "sãolinhas oligárquicas associadas ao inimigo".Quanto ao prefeito de Florianópolis, Esperi-dião Amin, que está fechado com o candidatodo PDT apesar de ainda filiado ao PDS,Passarinho comentou que é "um caso de amorantigo", que data dos tempos em que, comapoio de Brizola, Amin tentou conquistar ogoverno de Santa Catarina e perdeu. "Não seise ele arrastará todo o PDS de Santa Catarina

nessa alternativa, mas ele é uma opção defini-da pró-Brizola", admitiu.

Na entrevista, Jarbas Passarinho náo quisdeclarar-se candidato, mas admitiu essa hipó-tese, "dependendo das circustâncias". Eleapontou como ponto positivo o fato de, comocandidato, poder dispor dos meios de comuni-cação para "destruir mentiras" a seu respeito eresponder a "algumas pessoas, absolutamenteinsensatas, levianas". Entre os pontos que osenador gostaria de esclarecer estão, segundoele, a sua participação na reforma universitá-ria, na aplicação do decreto 477, que cassouestudantes universitários na época da ditaduramilitar, e os episódios que culminaram com aadoção do AI-5, em dezembro de 1968. "Oque se publica em jornais a meu respeito é uniabsurdo, porque são coisas exatamente quenão fiz", disse Passarinho.

JORNAL DO BRASIL Brasil segunda-feira, 30/1/89 ? 1" caderno ? 3

Medida que

repõe perda

salarial vai

ser lida no Congresso amanhã

BRASÍLIA — A medida provisória querepõe perdas salariais causadas pelo Plano Ve-ráof baixada sexta-feira passada pelo deputadoUlysses Guimarães (PMDB-SP), então no exer-cício interino da Presidência da República, serálida amanhã no Congresso Nacional. Com datade sábado, a medida — que também susta atransferência do lapas para o Ministério daFazenda e suspende a correção de dívidas docrédito rural com base no rendimento da cader-neta de poupança — sai publicada hoje noDiário Oficial.

A sessão de amanhã deverá servir apenas

para a leitura da medida provisória e designaçãodo relator — possivelmente o deputado CieiCarvalho (PMDI3-MA), presidente da Comis-são Mista de Orçamento do Congresso e amigode Ulysses Guimarães e do presidente JoséSarney. Como o relator tem apenas 24 horaspara dar parecer, o presidente do Senado,Humberto Lucena (PMDB-PB), deverá convo-car nova sessão para a quarta-feira.

Os líderes dos partidos acham, entretanto,que dificilmente será atingido o quorum mínimo(248 deputados e 38 senadores) para que amedida provisória editada por Ulysses seja vota-

da. Eles prevêem que o Congresso só voltará areunir-se no dia 15, porque na véspera osparlamentares deverão estar em Brasília para aeleição das novas mesas da Câmara e do Sena-do. Com isso, a proposta de alteração da políticasalarial deverá ser votada no dia 27.

Das 12 medidas provisórias produzidas parao Plano Verão, sete serão rejeitadas por decursode prazo. Essas propostas teriam de ser votadasaté 14 de fevereiro, mas o PMDB vai esgotar oprazo porque pretende transformá-las em proje-tos de lei.

Deputada quer proteger o Congresso

Ao iniciar os trabalhos legislativos, dia 15 defevereiro, o Congresso terá como uma de suasprincipais tarefas votar os regimentos da Câma-ra e do Senado. Nestes, a definição do que é ecomo deve funcionar uma medida provisóriaprecisa ser clareada. A deputada Sandra Cavai-canti (PFL-RJ) observa que elas não podemsubstituir os decretos-leis, instrumentos autori-tários do Executivo, pois precisam da aprovaçãodo Legislativo. Mas as medidas provisórias tam-bém têm suas contra-indicaçóes. "A medidaprovisória — alerta a deputada — destrói osistema bicameral, uma vez que obriga o Con-gresso a funcionar como um todo, sempre cmconjunto, para julgá-las. O projeto de lei, aocontrário, é examinado em separado pela Câma-ra c pelo Senado, respeitando a opinião de cadaCasa."

Na quarta-feira, Sandra Cavalcanti (PFL-

RJ) tentou ohstar a votação do pacote de oitomedidas provisórias enviadas pelo presidenteJosé Sarney com um recurso até então impensá-do: definindo o conceito de medida provisória,através de consulta aos regimentos internos dascâmaras da Espanha e Itália, já que o CongressoNacional não tivera tempo de votar seu próprioregimento.

Medida provisória, para a deputada, teriaduas características principais: a relevância e aurgência. Raciocinava Sandra que, não só ocaráter de urgência com que o plenário seobrigava a votar o pacote — com 30 dias parajulgar cada item — como os critérios de relevân-cia e importância de cada medida provisóriaseriam discutíveis. Assim, relevante e urgente sóera mesmo a de n° 32, que instituía o cruzadonovo, determinava o congelamento de preços efixava regras para a desindexação da economia.

As outras — da demissão dos funcionários à quetratava da privatização e extinção e órgãosestatais — não seriam tão importantes quanto amudança da moeda, que já estava correndo,nem tão vital para a crise econômica, como amanutenção dos preços.

Se a idéia da deputada pefelista vingasse —ela entrou com um projeto de lei no Congresso,mas foi rejeitado pelo presidente do Senado,Humberto Lucena —, a provisoriedade dasmedidas do pacote estaria garantida: como as denúmeros 26 a 31 e a 33 não se enquadrariam nadefinição, voltariam ao Executivo e seriamtransformadas em outros instrumentos. A via-gem de Sarney e a retomada do processo pelopresidente em exercício, Ulysses Guimarães,entretanto, foram vistos como melhor soluçãopara o impasse, que se solucionou na madrugadade sábado.

Ulysses acha que pode ser presidenteO deputado Ulysses Guimarães

(PMDB-SP). depois de ter ocupado interi-namente. como presidente da Câmara, aPresidência da República por 20 vezes —segundo seus cálculos, um recorde na his-tória da República —, e ter sido um dosresponsáveis pela medida provisória n° 36,que compensa as perdas salariais causadaspelo Plano Verão, considera-se preparadopara assumir o governo como titular. "Vaidepender apenas dos eleitores", disseUlysses em sua casa na Península dosMinistros, o setor mais nobre de Brasília.

O entusiasmo com a candidatura fezUlysses cometer um engano: o verdadeirorecordista de interinidades ainda é Aure-liano Chaves, que era vice-presidente cassumiu 21 vezes, durante o governo JoãoFigueredo. Como o presidente Sarney de-verá visitar a Venezuela antes 14 de feve-reiro, quando será eleito o novo presidenteda Câmara, Ulysses terá a chance de pelomenos igualar-se a Aureliano.

Esse é, certamente, um detalhe queUlysses considera menor. Embalado peloepisódio da medida n° 36, ele até traçou operfil dos futuros presidente e vice-

Ulysses Guimarães

presidente do Brasil: "Eles terão de terexperiência suficiente para saber enfrentarsituações de emergência ou crises inespera-das com serenidade e discernimento. Pelaimportância do cargo, o vice-presidentedeverá possuir as mesmas qualidades dopresidente."

Ulysses mandou um recado do PMDBao presidente José Sarney: "O

governodeve ser exemplar no cumprimento doPlano Verão. Votamos o que era maisimportante, mas não adianta nada disso, seo governo não souber a hora de acabarcom o congelamento, se não equacionar aquestão da dívida externa, que é umahemorragia necessitando de ser estancadaimediatamente. O governo deve estaratento ao Produto Nacional Bruto (PNB),que se encontra no zero. Há risco derecessão e o crescimento econômico aoredor de 1 % tem reflexos negativos na vidade todo o brasileiro."

"Temos agora em frente o dtty after, acomplementação das medidas provisórias.E preciso atentar para a inflação, que cquase um genocídio. O governo deveráavaliar bem seus próximos passos para nãolevar a nação ao caos", insistiu.

O deputado Ulysses Guimarães disseque o PMDB quer que o Plano Verão dêcerto e acusou o PT e o PDT de estarem"torcendo contra" com o intuito de tirarproveito do fracasso do pacote n campanhapresidencial.

PMDB preparou-se para negociar

Ordem era impedir

que a esquerda

tomasse iniciativa

BRASÍLIA — A votação do Plano Verão

pelo Congresso Nacional ocorreu numcenário curioso: de um lado o ministro daFazenda, Maílson da Nóbrega, representantedo governo nas negociações, e de outro odeputado Ulysses Guimarães, sentado interi-namente na cadeira do presidente da Repú-blica.

Ulysses havia orientado os parlamentaresdo seu partido para que não deixassem escapara bandeira da reposição das perdas salariais —verificada principalmente na segunda semanade janeiro, com a remarcação de preços àsvésperas do congelamento. O PMDB náo que-ria que se repetisse o que aconteceu na Consti-tuinte, quando os avanços significativos intro-duzidos na nova Constituição foram atribuídosà ação dos partidos de esquerda e centro-esquerda.

Alternativa — O deputado Luiz Ro-berto Ponte (PMDB-RS) ficou encarregado debuscar uma alternativa junto a Maílson. Aproposta que mais tarde seria anunciada comodo PMDB foi redigida no gabinete do ministrocom a participação de Ponte. Previa o cálculoda reposição por meio da comparação entre oINPC e a URP de janeiro, com pagamento nafolha de março. Ficou acertado que aquelaseria a proposta básica de negociação e Ponteencarregou-se de divulgar que Maílson não aaceitara ainda.

Mas o ministro da Fazenda, como tambémseus colegas do Gabinete Civil, Ronaldo CostaCouto, e do SNI, ívan de Souza Mendes,preocupavam-se com a possibilidade de oPMDB aumentar suas exigências. A estratégiapalaciana preservava Maílson dos contatos comparlamentares, para que a concessão que ogoverno faria acontecesse somente no final dodia.

Costa Couto e Mendes desaconselharam oministro da Fazenda a comparecer ao Congres-so na manhã de sexta-feira, como ele preten-dia, e o repreenderam quando souberam queMaílson havia recebido para o almoço algumaslideranças do Senado, como o senador Fernan-

Cos tu Couto Francisco Dornellesdo Henrique Cardoso (PSDB-SP). Maílsonrecebera ainda deputados do PFL.

A ministra do Trabalho, Dorothea Wer-neck, que estava em Minas Gerais, foi chama-da para ficar à frente das discussões, enquantoo ministro da Justiça, Oscar Corrêa, assumia ocomando político da negociação. Dorotheaacabou não chegando a tempo. No final do dia,como era previsto, Maílson despachou a pro-posta das três parcelas para pagamento dareposição — única modificação da fórmulaanunciada como de autoria do PMDB.

Riscos — Já era noite quando UlyssesGuimarães resolveu mudar a orientação dada aseus liderados para derrubar no plenário oartigo sétimo da medida provisória do PlanoVerão, que proíbe ações judiciais que reivindi-quem reposições salariais pelo pico e não pelamédia. Quando ele chegou ao plenário daCâmara levando pessoalmente a medida provi-sória com a proposta acordada, os líderes IbsenPinheiro e Ronan Tito já sabiam que deveriamaprovar também o artigo sétimo. E, portanto,continuam proibidas as reposições de saláriosganhas na Justiça.

O ministro Maílson da Nóbrega, apesar dofuncionamento satisfatório da estratégia, haviacorrido um outro risco sem saber. O relator damatéria, deputado Francisco Dornelles (PFL-RJ), indicado com o apoio do Palácio doPlanalto, telefonara aos seus colegas OsmundoRebouças (PMDB-CE) e Benito Gama (PFL-BA) pedindo que articulassem com os líderesum destaque para derrubar os artigos 29 e 30que definiam a tributação do lucro inflacioná-rio (correção monetária do patrimônio e dosresultados obtidos pelas empresas). O parecer,no entanto, mantinha os artigos. Não foi à toaque Dornelles leu da tribuna apenas a primeirae a última página do texto.

Barata — Quando o deputado Vivaldo Barbo-sa (PDT-RJ), às 3h30, invocou o antigo Regimentoda Câmara para falar durante 20 minutos — os líderesde partido tinham direito de interromper a sessão aqualquer momento para discursar — os parlamenta-res raciocinaram que não sairiam tão cedo do prédio.O desânimo se abateu sobre os parlamentares diantedo consentimento do presidente do Senado, Humber-to Lucena.As deputadas Maria de Lourdes Abadia (PFL-DF),Moema São Thiago (PDT-CE) e Sandra Cavalcanti

(PFL-RJ) resolveram então ir tomar chá no bar aosfundos do plenário. A televisão estava ligada, maselas queriam ver outro canal. Como o aparelho ficano alto, chamaram um funcionário e perguntarampelo controle remoto. O funcionário voltou com umavassoura e, num golpe preciso, resolveu a questão.Logo depois, xícara na mão, Sandra viu passar umabarata. "Meninas, nossa mais nova adversária!",apontou ela. E, em seguida, pediu mais uma vez aoresponsável pelo bar o controle remoto. Ele olhoudesconcertado a deputada pefelista, que lembrou: "Avassoura, homem, para matar a barata."

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Pesquisa mostra que

mineiros

pobres são mais conservadores

Lúcia Helena Gazolla

BELO HORIZONTE — 0 respeitoao casamento e o desejo de perpetuaçãodesta instituição, a condenação a relaçõesextraconjugais, um alto percentual devirgindade entre as mulheres e tambémsignificativo entre os homens. Essas fo-ram as descobertas da cientista políticamineira Cândida Emília Borges Lemos,de 32 anos, ao entrevistar 160 adolescen-tes de Belo Horizonte para sua tese demestrado em Ciência Política pela Univer-sidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ela ouviu 80 rapazes e 80 moças,entre 16 anos e 18 anos de idade, daclasse baixa e da classe media alta. Os 40rapazes da periferia são aprendizes deoperários da Fiat Automóveis e as 40moças da mesma região são estudantes daEscola Profissionalizante do Senai, nobairro do Horto. Cada adolescente res-pondeu a um questionário de 71 pergun-tas, que incluiu questões sobre comporta-mento e política.

Ativa militante do movimento estu-dantil, nos anos 70, Cândida Lemos en-controu discrepâncias entre o discurso e aprática, no tocante à moral sexual, princi-palmente entre as jovens da classe médiaalta, moradoras da Zona Sul. "Elas têmum discurso muito mais avançado do queos dos outros grupos, lêem muito mais,são mais infqrmadas e independentespara emitir opiniões. Mas têm problemasde repressão sexual como as meninas daperiferia e são conservadoras. Na prática,encontrei vários casos de falsas virgensentre elas, ou seja, aquelas que afirmamque são virgens, e depois em entrevistasmais informais admitem que não são",disse Cândida Lemos.

Também as meninas da periferia nãotêm discurso condizente com a prática,segundo a cientista política. E neste gru-

po, por exemplo, que se situa o maioríndice de rejeição ao aborto (42,5% delaso consideram pecado) e o menor índicede aceitação (só 2,5% acham que oaborto é um direito da mulher). Noentanto, são elas que mais se submetem aaborto, segundo estudos realizados nopaís, levadas muitas vezes por seus com-panheiros, embora os jovens aprendizesde operários também o considerem umpecado (36,5%) e falta de humanidade(27,5%). Os jovens da Zona Sul, princi-palmente as mulheres, são os que maisaceitam o aborto e o consideram umdireito. No entanto, são os que menosrecorrem a essa prática.

Isto pode ser explicado, segundoCândida Lemos, pelos mesmos fatoresque levam os jovens da Zona Sul aaceitarem mais os homossexuais, os dro-gados e a liberalização da maconha, doque os da periferia. Cândida Lopes acre-dita que os mais pobres assimilaram deforma mais efetiva a moral conservadorae o autoritarismo, por falta de informa-ção e espírito crítico. Eles estão maisdistanciados do poder, que cobiçam, tor-nando-se mais vulneráveis a pressões pa-ra subir na vida, explica Cândida. Já asmeninas de classe média alta se sobres-saem como o grupo mais avançado, entreoutros motivos, por serem a classe quemais assimilou, e a quem foi mais dirigi-

do, o discurso feminis-ta. São elas tam-bém as que menos acreditam em Deus, eo grupo mais religioso é formado pelasmoças da periferia.

Grande parte dos jovens (41,2%)quer ser na vida adulta "bom pai, boamãe, bom esposo (a) ', entre 18 outrasopções, que incluem carreiras profissio-liais. A maioria tenta combinar o exerci-cio de profissões convencionais (mediei-na, engenharia, entre outras) com a res-posta acima e, surpreendentemente,18,7% deles acreditam que o mais impor-tante na vida é fazer um bom casamento.Sessenta e um por cento assinalaram esteitem como segunda opção.

As preferências no tocante a artes ediversões demonstram a massificação dosjovens, principalmente nas classes popu-lares, que têm como opção de lazer "olixo da indústria cultural", segundo Cân-dida Lemos. Na música, o rock tem64,3% das preferências, contra apenas26,2% do samba. Os operários são os quemais gostam de heavy metal. E as alunasdo Senai, as que mais gostam de músicaromântica, de Júlio Iglesias, RobertoCarlos e Fábio Júnior. As meninas daperiferia são as que apresentam maiordificuldade dc distinguir as tendências daMúsica brasileira. E as da Zona Sul são asmaiores conhecedoras do tema.

O que você acha do aborto?

A — Urn pecado 16,1%B — Um mat contra a tradigao crista e da famflia 7,4%

C — Em alguns casos pode ser solugao menos ruim 41,9%

D — Um direito da mulher 17,5%

E — Outra opiniao 17,5%

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585-4183

4 ? 1° caderno ? segunda-feira, 30/1/89 Rf«&í5Í1 JORNAL DO BRASIL

Povoado baiano vira curtume

de peles

de animais selvagens

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Recito — Soiâno José

Controlando os meios de comunica-ção de massa, censurando e dirigindo osistema de ensino e as manifestaçõesculturais, o regime autoritário imposto aoBrasil em 1964 teve impacto muito maiorna formação dos jovens da periferia doque na classe média alta. "Os mais po-bres assimilaram a cultura autoritária deforma mais efetiva e a reproduzem emsuas relações pessoais. Os que moram naZona Sul são menos conservadores", dizCândida Lemos.

Os dois grupos de moças, segundoCândida Lemos, marcaram com suas opi-niões os dois extremos opostos registra-dos na pesquisa: as da Zona Sul formamo grupo mais avançado, que mais rejeitao autoritarismo, tanto na política quantonas relações pessoais. Já as da periferiasão o grupo mais conservador, que maisassimilou a cultura autoritária.

Embora as respostas variem visivel-mente entre homens e mulheres e entreos dois segmentos sociais, há pontos emque os jovens concordam: 80% dos entre-vistados demonstraram aversão aos poli-ticos, sendo as mulheres da escola Senai(97% delas) as que apresentam maioríndice de rejeição. Grande parte dosjovens (47,5%) é favorável a que ospartidos comunistas c socialistas conti-

nuem na legalidade, e apenas 8,7% sãocontra a legalização, pois consideramesses partidos nocivos ao país. Mas umgrande segmento (40%) acha que a cs-querda só deve continuar na legalidade senão ferir a tradição pacífica e cristã dopovo brasileiro.

A rejeição ao regime militar, quedominou o país de 1964 a 1984, e muitoalta, entre os "filhos do regime": só 0,6%acham que aqueles 20 anos foram ótimospara o país; 5%, que foram bons, e20,6%, regulares. Grande parte (38,1%)diz que foram anos ruins e quase igualnúmero (35.6%) acredita que foram ospiores anos da história do país. O maioríndice de aceitação do regime foi registra-do entre as meninas do Senai (2,5%acharam ótimos aqueles anos) e o maioríndice de rejeição verificou-se entre asmeninas da Zona Sul: 87,6% delas situa-ram os anos da ditadura como ruins oucomo os piores da história.

A censura também foi analisada pe-los adolescentes mineiros: 63,1% só ad-mitem a censura por horário; 16,6% sãototalmente contra a censura; 11,8%acham que deve haver censura política ede costumes e 9.3% só de costumes. Asmeninas da Zona Sul. mais uma vez, se

IPIRÍ, UA — Peles dc animaispraticamente extintos da fauna nor-destina, como o veado-mateiro, por-co-espinho e uma variedade de gatose onças, são beneficiadas em diver-sos curtumes de Malhador. um po-voado do município de Ipirá. a 170quilômeTros de Salvador, onde seinstalou o maior centro de artesana-to dc couro da Bahia. Ali existecerca de 150 pequenos e rústicoscurtumes, que beneficiam principal-mente couros de bovinos, caprinos eovinos utilizados pelos artesãos dopovoado e cie mais dois lugarejospróximos, Umburanas e Rio doPeixe.

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LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO DOESTADO DO RIO DE JANEIRO — LFTRJ

Tesouro Estadual faz saber àsao publico em geral que o

>7 01 89. se encontra a disposi-raça Pio X. 55 6*! andar —

sferta pública de

JB

BEspecial

Dose dupladeinformoçõoe análise.

Prêmio — Amanham, às lOh, emBrasília, será entregue o prêmio Global500 de 5988 ao índio brasileiro DaviKopenawa Yanomami. líder da tribo la-nomami. O prêmio — o mesmo recebidono ano passado por Chico Mendes — foicriado cm 1987 pelo Programa das NaçõesUnidas para o Meio Ambiente (PNU-MA), com o objetivo de homenagear, emum período de cinco anos. 500 pessoas ouorganizações do mundo inteiro que sedestaquem por seu trabalho em defesa domeio ambienie.

Na periferia, a herança da ditadura Canaviais e. caçadores expulsam fauna

destacaram como as mais liberais: 22,5%delas são contra qualquer tipo de censu-ra, enquanto as meninas da periferiaforam novamente o grupo mais conserva-dor: apresentaram o índice mais baixo(10% dos que são contra a censura.

Embora 73% dos entrevistados acre-ditem que o indivíduo tem mais liberdadehoje no Brasil do que nos tempos daditadura, 9% consideram que a opressãocontinua e 1,2% acham que hoje o brasi-leiro é mais oprimido do que naquelaépoca. A diferença das respostas da ZonaSul (97,5% dc moças e rapazes achamque o povo é mais livre) e da periferia' (só60% dos rapazes c 57,5% das moçasacham que há maior liberdade) demons-tra, segundo Cândida Lemos, "o desloca-mento para as classes populares do apara-to repressivo do regime militar".

Demonstrando certa credibilidadenas instituições públicas (só 3,7% achamque elas são sérias e bem administradas c50,7% acreditam nelas embora admitamque tenham problemas graves, os adoles-centes, no entanto, apresentam tambémum alto nível de descrença: 34,7% su-põem que só há, nessas instituições, cor-rupção, incompetência e má administra-ção. E 9,3% as consideram um "malnecessário". (L.H.G.)

Expulsos da Mata Atlântica pela ex-pansão dos canaviais, assustados pelasqueimadas e perseguidos pelos caçado-res, animais de dezenas de espécies, entremamíferos, répteis, peixes e pássaros,que compunham a rica fauna da Zona daMata nordestina, só podem ser encontra- -dos hoje nos jardins zoológicos. Esse é ocaso dos jacarés caimã e papo-amarelo, omacaco-prego, a garça-mirim e o tatu-peba, espécies praticamente à beira daextinção no Nordeste.

Para outros, a situação é ainda maisgrave: o tamanduá-bandeira, por exem-pio, além dc não se adaptar muito bem àvida nos zôos, tem um custo de manuten-ção muito alto.

Somente nos últimos cinco anos, tive-mos que soltar mais de 50 tamanduás,pois a sua alimentação, composta exelusi-vãmente dc formigas e cupins, é cara ecomplicada. Esses bichos, que deveriamestar voltando ao seu luibiint, na verdadeestão agora desprotegidos — afirma oveterinário Doralécio Pereira, do HortoZoobotãnicô de Dois Irmãos, no Recife,11111 pedaço da Mata Atlântica a 10 minu-tos do Centro da cidade.

Segundo a Associação Pernambuca-na dc Defesa da Natureza (ASPAN),entidade que tem procurado garantir a

sobrevivência dos animais da MataAtlântica, cerca de 40 espécies podemestar extintas nas próximas décadas.

Na semana passada a Aspan, come-morava o reaparecimento, nas matas domunicípio de Água Preta, a 138 quilóme-tros da capital, do guariba, uma espéciede macaco, comum nas matas nordestinas

até 1648, data dc sua última citaçãobibliográfica. Os guaribas dão gritos que.segundo as lendas, anunciam chuvas etrovoadas. Mas, denunciou a Aspan,alertados pela notícia, grupos de caçado-res já mobilizam para capturar o animal.A caçada, segundo a Aspan, estava mar-cada para esta semana.

Os proprietários e trabalhadoresdos curtumes não sabem ou nãoquerem informar dc onde vêm aspeles de animais silvestre já raros oudesaparecidos na região. Mas acredi-tam que são procedentes de outrosestados, como o Pará, Maranhão eMato Grosso. As peles chegam atra-vês de pessoas que não estão direta-mente envolvidas com o artesanatodos três povoados, mas são comer-dantes de peças decorativas.

Uma pele de onça-pintada. queha muito tempo sumiu das matasnordestinas, podia ser vista. c:,ta se-mana. estendida num varal de umdos curtumes de Malhador. O pro-prietário do curtume, que preferiu

não se identificar, explicou apenasque o couro foi levado por um fun-cionário do ex-prefeito de Irecê Hil-delirando Seixas, que o teria adquiri-do no Maranhão. O dono docurtume cobrou NCzS 10 para bene-ficiá-lo. O couro media l,50m etinha marcas de chumbo no pescoçoe perfuração de faca nas costas.

Os donos dos curtumes dizemtiue são poucos os couros dc animais

raros que beneficiam. "Aparecemuma vez ou outra", explica AntônioSoares, um jovem que trabalha numdos curtumes às margens do Rio doPeixe. "Os fiscais estiveram aquiuma vez, não acharam nada e, porisso. nunca mais voltaram. São pou-cas as peles dc onça. veados e gatos,até porque eles já não existem maisnas matas daqui", diz AntônioSoares.

Queimada no Nordeste

provoca

corte de energia em 6 estados

GUvandro Filho

RECIFE — A prática de queimar acana antes da colheita, para eliminar asfolhas e facilitar o trabalho dos cortado-res, causou no ano passado 92 desliga-mentos da rede elétrica do Nordeste, poismuitos cabos de alta tensão passam sobrecanaviais e são atingidos pelo fogo. Emjaneiro, seis estados ficaram sem energiadurante duas horas. O uso do fogo, alémde prejuízos econômicos, está causandooutros, irreparáveis: as poucas manchasda Mata Atlântica que ainda restam sãoatingidas e um imenso patrimônio deflora e fauna está sendo devastado. AMata Atlântica, que outrora se estendiaao longo do litoral brasileiro, está hoje

reduzida e apenas 5% de sua área ori-ginal.

A Reserva Ecológica de Saltinho, nomunicípio dc Rio Formoso, na Zona daMata pernambucana, cercada de cana-viais por todos os lados, já foi atingidatrês vezes pelo fogo que se alastrou dasplantações. Mas o problema é maior nasáreas particulares.

De acordo com a legislação brasilei-ra, toda propriedade rural deve preservarpelo menos 20% da vegetação original.Também não pode ser tocada a vegetaçãodo topo dos morros e das áreas dc dcclivcacentuado. Essas determinações, porém,não são respeitadas, e os proprietários sónão cortam a mata nos locais em que o

plantio é inviável e nos terrenos em que éimpossível a mecanização.

Os plantadores de cana, como JorgeGuedes Sobrinho, alegam que os corta-dores preferem que a queimada seja feitaantes da colheita. "Eu gostaria de colhera cana crua, mas a grita entre os trabalha-dores rurais seria muito grande", explicaJorge Sobrinho.

O agrônomo José Ferreira Lima, quehá 18 anos desenvolve um projeto decolheita dc cana crua na Usina Cruangi,em Timbaúba, na Zona da Mata, diz quea queimada só traz desvantagens: "Eruim para o solo, é perigosa, por repre-sentar riscos se o fogo se espalhar alémdo controle, e, quanto à economia detempo para o cortador, é só uma questãode prática."

Mata Atlântica morros

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JORNAL DO BRASIL Brasil segunda-feira, 30/1/S9 ? Io caderno ? 5

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As placas anunciam os dois empreendimentos que renderão NCz$ 4 milhões à Vn.

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AndersenConsultoria Financeira e Auditoria

Consultoria Fiscal-FinanceiraConsultoria Gerencial e de Informática

Novo endereço no Rio de Janeiro

Comunicamos que. a partir de hoje,dia 30 de janeiro de 1989, a Arthur Andersen estará

funcionando em seu novo endereço no Rio de Janeiro

Praia de Botafogo, n° 300 =Edifício Caemi - 4o, 6o e 7o andares 1| j|[r^|[ri|CEP 22250 |[ tí HTelefone: (021) 559-4141 ._J: Fac-símiie: (021) 552-3253 ÍTÍlMTelex: (21) 22894 J [[ — j^H|j

UnB constrói 2 edifícios para

vender e concorrente reclama

Bessone diz que

houve equívoco

em compra de prédio por Mirad

BELO HORIZONTE — O ex-ministro da Reforma e Desenvolvi-mento Agrário. Leopoldo Bessone.voltou a afirmar ontem ao JORNALDO BRASIL que não tem "nada aver" com a compra pelo Mirad, nosúltimos dias de sua gestão, do edifícioPalácio da Agricultura, em Brasília.Ele assegurou que não deu opinião,não assinou nada. nem deu procuraçãoao secretário-geral do ministério. Má-rio Vilella, que. segundo Bessone. foio responsável pelo negócio.

Considerado pelo Corpo de Bom-beiros como uma das construções demaior risco de incêndio naquela cida-de, o prédio foi adquirido, sem licita-tão. da Comercial Construtora Stecca.Com o dinheiro da transação (C'zS 5.1bilhões, além de 59 imóveis no Rio eBrasília) 3 construtora saldou unu

dívida com a empresa Sersan. de pro-priedade do deputado federal SérgioNaya. suplente de Bessone na Câmarados Deputados.

— Não dei procuração a ninguém,apenas não tornei sem efeito a portaria125. de 19S7. assinada pelo então mi-nistro Jáder Barbalho, que delegou aosecretário-geral do ministério compe-téncia para tratar dos assuntos admi-nistrativos da pasta — garantiu Bes-sone.

Ele afirmou, em entrevista ante-rior. que Sérgio Naja e os atuais pro-prietários da Stecca jamais o pro-curaram para vender nada ao ministé-rio. Ontem, disse que é amigo deStrgio Naya. como é também amigo detodos os deputado^ da Câmara Fede-ra! "Não tenho inimigos na Câmara.

mas não tive nenhuma participaçãoneste negócio", insistiu Bessone.

Reafirmando que Mário Vilella éum homem "correto", ele atribuiu omau negócio a um "equívoco, erro oumá orientação". Mais uma vez. nãoquis comentar as irregularidades noprocesso de compra do prédio (já ad-mitidas pelo ministro da agricultura,íris Rezende), afirmando que não co-nhece o processo, já que não partici-pou nem da negociação, nem da con-cretização do negócio. O telefone dacasa de Mário Vilella — que foi secre-tário da Agricultura de Minas, noúltimo ano do governo Hélio Garcia —nesta capital não atende ha algunsdias. No início da semana passada,uma empregada que não se identificoudisse que \ilella estava em Brasíliacom a família

José Rezende Jr.

BRASÍLIA — Dentro de 18 me-ses, a Universidade de Brasília(UnB) colocará à venda dois edifí-cios residenciais, num total de 216apartamentos, marcando sua estréiano ramo da incorporação imobiliá-ria. Já foram vendidos 164 aparta-nientos, 25 deles negociados no iní-cio da semana passada. Se a expe-riência der certo, a UnB poderálucrar NCz$ 4,1 milhões, que serãoaplicados na construção de um Mu-seu de Ciências (avaliado em NCz$ 1milhão), na modernização do seulaboratório sismológico e na comprade equipamentos que vão de tratoresa microcomputadores."A UnB é hoje uma empresaimportante", afirma seu reitor,Christovam Buarque, confessando-se "orgulhoso" com o sucesso doempreendimento, que já provocapolêmica e pode arranhar a imagemda instituição."A universidade e, sem dúvida,a maior especuladora imobiliária doDistrito Federal", acusa o presidenteda Associação dos Diretores do Mer-cado Imobiliário (Ademi), WigbertoFerreira Tartuce.

A briga entre a UnB e as grandesincorporadoras de Brasília — Encol,OK e Paulo Octavio — começouquando o presidente Juscelino Ku-bitschek doou 12 superquadras àuniversidade, o equivalente a 137terrenos, de 1.000 metros quadradosem édia. Restam hoje 78 terrenos e aAdemi critica a UnB por vender asáreas cm "doses hemopáticas", in-flacionando o mercado."Em novembro, a universidadechegou a vender um terreno de 1.062

metros quadrados por Cz$ 1,2 bi-lhão, o que significou um aumentoreal de 25% cm relação à sua últimavenda, em agosto. E quem acabapagando é o comprador, porque ocusto do terreno é repassado para oimóvel. E por isso que Brasília temos aluguéis c os imóveis mais carosdo Brasil", queixa-se Wigberto Tar-tuce, acusando a UnB de estar "atra-vancando o progresso c o desenvol-vimento de Brasília".

Quanto à entrada da universida-de no ramo da incorporação, o presi-dente da Ademi, que também édiretor de marketing da Encol, con-sidera "um absurdo".

— É uma disputa desonesta edesleal com a iniciativa privada, jáque a Unb recebeu doações de terre-nos, não paga IPTU e não corre osmesmos riscos que nós. Universida-de não pede concordata, não vai àfalência — argumenta Tartuce.

Para o reitor da UnB, no entan-to, tudo não passa de choradeira dasgrandes incorporadoras, que têmmedo de perder preciosas fatias domercado. "Por

que simplesmentevender um terreno por NCz$ 1 mi-lhão, se eu posso ganhar o dobroconstruindo e vendendo?", alegaChristovam Buarque.

Seguindo essa linha de raciocí-nio, a Fundação UnB, entidademantenedora da universidade, abriulicitação e contratou duas construto-ras — Coenge e Emark — e duasimobiliárias — Gil Pereira e PauloBaeta — para cuidar da construção edas vendas dos apartamentos de dois

Íuartos, ao preço unitário de NNCz$

\ mil, dos edifícios Saint Patrick(120 unidades) e Notre Dame (96unidades). A idéia era batizar os

prédios com nomes ligados à cultura.O Saint Patrick, por exemplo, deve-ria chamar-se Carlos Drumond deAndrade, mas a família do poetaexigiu royalties. O edifício que ficaao lado, construído pela OK, levaaráo nome de Tom Jobim.

Christovam Buarque rebate asacusações de que a UnB está fazen-do especulação com o argumento deaue todo o dinheiro obtido e investi-ao na pesquisa e no ensino. "Acholamentável ter que vender áreas eapartamentos para fazer aquilo que éobrigação do Estado. Mas, enfim, senão tivéssemos esses terrenos, aUnB estaria parada no tempo, comoa maioria das universidades brasilei-ras", afirma.

Somente com a venda de cincoterrenos nos últimos quatro anos, auniversidade construiu 40 mil metrosquadrados de área acadêmica, com-prou 500 micro e quatro compu-tadores, além de centenas de outrosequipamentos, e ergueu 274 aparta-mentos dentro do campus para seusprofessores, de quem cobra aluguéis70% abaixo do valor de mercado.

Apesar dos ânimos momenta-neamente exaltados, ChristovamBuarque acena uma bandeira branca

Eara as incorporadoras: quer, cm

reve, propor a troca de alguns ter-renos por um centro comercial."Com ele, poderíamos cobrir despe-sas do dia-a-dia, como contas deágua, luz, telefone etc", explica. Oque evitaria o vexame de ver aCompanhia de Água e Esgoto deBrasília (Caesb) ameaçando cortar aágua da universidade, que não pagaa conta desde maio de 88, por faltade repasse dos recursos do Ministé-rio da Educação.

Reitor quer di~iblcir falta de verbas 20-7-86 — José VarelaBRASÍLIA — O mais novo incorpo-

rador da capital da República c umrespeitado intelectual de 44 anos, sócia-lista convicto e ex-integrante da Comis-são de Plano de Ação Governamental,criada para assessorar Tancredo Neves nacampanha para a Presidência da Rcpúbli-ca. Quando alguém pergunta ao ex-exilado político voluntário ChristovamBuarque o que faz um socialista no ramoda incorporação imobiliária, a respostavem na ponta da língua. "Estou exata-mente cumprindo meu papel de reitorbrasileiro, que gasta metade do tempotentando arrumar dinheiro para sua uni-versidade não fechar".

— Trata-se de usar o capitalismopara financiar uma atividade eminente-mente socialista — defende o reitor,sonhando com uma universidade com-prometida com os problemas do povo.Nada, portanto, de tentar formar "medi-cos que só queiram saber de cirurgiasplásticas ou arquitetos que pensem so-mente em construir casas para os ricos".

Para chegar lá, primeiro c precisodriblar os eternos problemas de falta derecursos. A UnB pediu, para o orçamen-to de H(), NCz$ 7,9 milhões para "equipa-mentos e material permanente" (dogrampeador ao computador) — c o MECconcedeu apenas NCz$ 127 mil. PediuNcz5 7,6 milhões para "outros serviços e

Christovam Buarque alega estar cumprindo seu papelencargos" (contas de água, luz e telefone,por exemplo), mas só ganhou NCzS 734mil. Na melhor das hipóteses, os recursospúblicos só poderão manter a universida-de por dois meses e meio.

Por isso, o reitor da UnB gastametade do seu tempo vendendo terrenose apartamentos e assinando convênios.Um deles, com a Federação das Indús-trias de Brasília, permitirá o pagamentodos salários de quatro professores demicroeletrônica; outro, assinado com aXerox, dará à universidade uma impor-tante coleção dc 12.500 teses de doutor»-

do sobre a América Latina, avaliada cmUS$ 1,7 milhão. E houve outro acordocom uma construtora de São Paulo, cujonome não foi revelado, para a criação deum curso de mestrado em Estudos Afri-canos.

Na outra metade de seu tempo, oreitor divide-se entre "pensar a universi-dade nova e evitar os desastres provoca-dos pela política educacional do go-verno".

— Sou muito mais goleiro do queatacante — brinca. (J.K.J.)

Amazonenses aderem à pílula

apesar do vazio populacionalRECIFE — Apesar da baixa densidade

populacional (4,75 habitantes por quilômetroquadrado, uma das menores taxas do país), aregião do Médio Amazonas, que congrega 14municípios incluindo Manaus, já adotou ocontrole da natalidade. Até a década de 70, asamazonenses tinham em média sete filhos, eagora o número caiu para cinco. Em compen-sação, a melhoria dos serviços públicos e daassistência social, fez a média de vida naregião, que ia a 53 anos, subir para 64 anos, 10a mais que a do Nordeste, por exemplo.

As conclusões são de uma pesquisa rcali-zada pela Fundação Joaquim Nabuco, de Per-nambuco, a pedido da Fundação Centro deAnálises de Produção Industrial da ZonaFranca de Manaus, o primeiro levantamentode grande envergadura feito na região. Reali-zado por quatro pesquisadores, o trabalho trazoutras conclusões interessantes: apesar docontrole da natalidade, a taxa média anual decrescimento da população na região subiu para8%, bem mais alta que a do resto do Brasil,que nos últimos anos caiu para 3%.Isso se explica porque a migração respondehoje por 50% do crescimento anual da popula-ção. Ou seja: desde a década de 70, de cadadois novos habitantes da área, um nasceu lá eoutro veio de fora. Além disso, a taxa demortalidade caiu: nascem menos crianças cmorrem menos adultos.

Liderando o movimento migratório para oMédio Amazonas, ao contrário do que tradi-cionalmente acontecia, estão os cariocas epaulistas. As Forças Armadas contribuem com15% dos migrantes que chegaram à área nosúltimos cinco anos, quando, até 1970, osmilitares representavam apenas 6% do total demigrantes.

O professor Hélio Moura, um dos coordc-

nadores da pesquisa, atribui o maior númerode cariocas e paulistas na região ao fato de quemuitas empresas, além das Forças Armadas,terem transferido funcionários de suas sedesno Rio dc Janeiro e em São Paulo para asfábricas da Zona Franca dc Manaus.

Nos últimos cinco anos, por exemplo,cresceu de 6% para 19% o percentual dccariocas entre os migrantes que chegam aoMédio Amazonas, e de 3,8% para 6,6% oíndice de paulistas. Os nordestinos, que tradi-cionalmente detinham a liderança, represen-tam hoje menos dc 15% do total de migrantes.Paulistas e cariocas quase se eqüivalem aoamazonenses do interior que se mudam para aregião, a área mais desenvolvida do estado,cm busca de emprego. Nos últimos cinco anos,a proporção é de 28% de interioranos migran-tes, para 25,6% de cariocas e paulistas. Em1970, esses percentuais eram de 47% (interio-ranos) e de 9,8% (Rio e São Paulo).

A conseqüência disso, dizem os pesquisa-dores, é que os melhores lugares no mercadodc trabalho são habitualmente destinados aossulistas. Os interioranos trabalham em grandeparte na agricultura ou nos serviços domésti-cos c os sulistas respondem pela adminis-tração.

Quanto ao crescimento do número demilitares, a pesquisa não apontou uma explica-ção, mas o professor Hélio Moura defende queesses números sejam cuidadosamente analisa-dos. "Na época do levantamento de campo,concluído em 1988, parte desses militarespoderia ter chegado à região para substituiroutros, coisa muito comum nas Forças Arma-das", explica. Ele não tem dúvidas, no entan-to, de que a presença militar na área cresceumuito.

Brasília — Moroira Mariz

Líderes do islamismo

discutem religião

na América Latina

SÃO PAULO — Quem entrar hoje no

Hotel Binder, um quatro-estrelas insta-lado em São Bernardo do Campo, cidadeindustrial de cerca de 400 mil habitantes naGrande São Paulo, poderá pensar que acabade entrar cm algum país do Oriente Médio.Logo na entrada, vai deparar-se com homensvestidos com longas túnicas e com xales oubarretes cobrindo a cabeça. Estas pessoassão líderes religiosos do islamismo que vie-ram do Oriente Médio participar do 3"Congresso Internacional Islâmico para aAmérica Latina. Até o dia 30, eles e maiscerca de cem muçulmanos brasileiros estarãoreunidos no hotel, no Teatro Municipal Ca-cilda Becker e na mesquita Abu Baker ElSadik, próxima ao hotel.

O objetivo do encontro é discutir asituação da religião no continente e traçarplanos para sua divulgação na América Lati-na. "Pretendemos fazer um intercâmbiocultural e divulgar os conhecimentos doIslã", explica Ahmad Saifi, um libanês natu-ralizado brasileiro, de 43 anos, 23 deles emSão Paulo, atualmente presidente do Centrode Divulgação do Islã para a América La-tina.

Existem, segundo cálculos do centro,cerca de 5 milhões de muçulmanos na Amé-rica Latina, sendo que 3 milhões no Brasil,metade deles no Estado de São Paulo. Mui-tos desses muçulmanos brasileiros encon-tram dificuldades em conciliar os rígidospreceitos de sua religião com os hábitoslocais. E o caso da família de MohamadYousscf Hindi. um libanês de 47 anos, há 34no Brasil. Seus filhos não usam sliorts, e suafilha costuma virar o rosto ou se retirar da

sala cada vez que a televisão mostra mulhe-res e homens nus ou com pouca roupa, "Nãosei se todos fazem isto", comenta Hindi, umdos coordenadores do congresso. "Este tipode choque cultural ocorre cm qualquer paísocidental", acrescenta o presidente do Cen-tro Saifi, que elogia o respeito dos brasileirospor qualquer religião.

Estas diferenças culturais causaram umaespécie de revolução na rotina do HotelBinder. Durante 45 dias, o gerente comercialdo hotel, Hélio Barbosa da Silveira, promo-veu 10 reuniões com seus funcionários parainformá-los da maneira como deveriam seconduzir com os muçulmanos. "Pedi para asgarotas não usarem saias muito curtas, nãovirem sem sutiã e para os rapazes nãoolharem nos olhos das mulheres muçulma-nas", conta ele. "Mas ficamos curiosos parasaber o que tem debaixo daqueles véus edaquelas roupas."

O hotel, que tem 74 apartamentos esuítes, reservou apenas um andar para seushóspedes habituais e deixou 66 acomodaçõespara os participantes do congresso. Tambémfoi necessária a separação dc uma câmarafria especial para conservar a carne a serconsumida pelos muçulmanos. Pelos precei-tos religiosos no Islã, o animal precisa serdegolado com rapidez, para não sofrer. Ospratos a serem preparados durante estes diasforam devidamente indicados ao cozinheiroe provados pelos organizadores.

"Os problemas enfrentados pelos muçul-manos na América Latina provêm do fato deos primeiros imigrantes terem vindo apenascom o objetivo do trabalho, não de divulgara crença'', alerta o Mufti — líder religioso —do Vale do Bekaa, no Líbano, Khalil Maiss."Os imigrantes atuais se preocupam em,além de trabalhar, divulgar o islamismo",continua. O Congresso também debaterá,com menor ênfase, assuntos como a questãopalestina.

Aliedo

Reunião muçulmana

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Consultoria Fiscal-FinanceiraConsultoria Gerencial e de Informatica

Novo endereco no Rio de Janeiro

Comunicamos que. a partir de hoje.dia 30 de janeiro de 1989. a Arthur Andersen estara

funcionando em seu novo enderego no Rio de Janeiro

Praia de Botafogo, n° 300 ; . —-, j

Edificio Caemi - 4°, 6° e 7° andares ]| |[CEP 22250 || I pjl Ml !

Telefone: (021) 559-4141 j ji j 1Fac-simiie: (021) 552-3253 fnl HTelex: (21) 22894 J || —j ^ [| ||

6 ? Io caderno ? segunda-feira, 30/1/89 Internacional JORNAL DO BRASIL

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Informe JB

0 Fórum Internacional Sobre Se-gurança no Trânsito no Brasil,

realizado há um mês, no Rio, acabade produzir um retrato sem reto-ques da situação rio país:

© 10% das mortes em acidentesde trânsito no mundo inteiro acon-tecem no Brasil;

© morrem por ano no país 50mil pessoas vítimas do trânsito;

o acidente de automóveis é aprimeira causa da mortede jovensdo sexo masculino;

© a idade média de acidentadose mortos é de 33 anos em ambos ossexos;

o anualmente, 150 mil pessoassofrem em acidentes de trânsitoferimentos graves mutilantes ouque provocam deficiências perma-nentes;

e há mais cegos e paralíticosvítimas de acidentes de trânsito doque por causas orgânicas;

© cerca de 60% dos leitos deortopedia em hospitais são ocupa-dos por vítimas de acidente de trân-sito, que na maioria das vezes sãoatingidas na cabeça e nas pernas,

?

Desde sábado a Shell, patroci-nadora do fórum, assina, juntamen-te com a Rede Globo, seis filmes dequinze segundos com imagens feitassob medida — cenas de enterros,cadeiras de rodas, cicatrizes em ros-tos — para chocar os ousados moto-ristas em tempos de férias.

Em pag-amentoA viagem do presidente José Sarncy

a Angola rendeu para a Petrobrás partede um campo de petróleo que reverterá10% de sua produção como forma depagamento da dívida de ! bilhão e 200mil dólares que o país deve ao Brasil,

AliásO presidente José Sarney não foi

visitar o campo de trabalho da emprei--teira brasileira Norberto Odebrecht, emAngola, por questões de segurança.

O local é cercado por uma verdadei-ra barreira militar com 7.500 soldados.

É carnaval 1Sábado, no desfile do bloco Simpa-

tia é quase amor pelas ruas de Ipanema,o deputado Accio Cunha (PMDB-MG)desfilava empolgado cantando o refrãodo samba — onde o verso "c os incom-petentes vão pra bem longe do Brasil"era trocado por algo como "e o presi-dente vá pra bem longe do Brasil" —quando um participante lembrou:

— Agora que vocc diz isso? Por quenão lembrou antes?

É carnaval 2Está mesmo com a bola cheia a

galinha azul.Depois de ficar famosa por distri-

buir prêmios para quem adivinhassequem matou Odete Roitman na novelaVale tudo, a ilustre penosa prepara-separa ser o destaque do principal clubecarnavalesco de Recife: o Galo da Ma-drugada, que costuma arrastar 500 milfoliões no sábado de carnaval.

Pela primeira vez em sua história, ogalo vai dividir seu lugar na comissão defrente do bloco com um outro persona-gern, ou seja, com a galinha azul.

É carnaval 3Os clubes que promovem bailes de

carnaval na cidade do Rio de Janeiropagarão, pela primeira vez, 5% de ISSsobre o preço do ingresso.

aE carnaval 4

Jorge AdibJ da Apoio Comunica-ções — que contrata merchandising pa-ra a TV Globo —, fechou contratosexta-feira com a Arisco para a publici-dade que será colocada nos dez relógiose nos dois painéis do Sambódromo, noRio. A publicidade aparecerá fartamen-

te durante a transmissão simultâneapela Manchete e pela Globo.Nova forma

O slogan da campanha presidencialdo Partido dos Trabalhadores deveráser mudado nos próximos dias."Rcdescubra o Brasil", bandeiraque o candidato do partido, Luís InácioLula da Silva, faria tremular por suasandanças nos quatro cantos do país,seria o mote dos discursos pela volta dopatriotismo e pelo resgate da dignidadedo povo em relação a seu país.

Os líderes do PT, porém, foramalertados do cheiro oficialesco do slo-gari, usado nas campanhas turísticas daEmbratur: o "Rcdescubra o Brasil" doPT, evidentemente, nada tem a.ver compraias, samba e carnaval.

AliásA revista americana International

Business Week dessa semana dedicameia página, com foto e tudo, ao Lularelatando sua trajetória de operário acandidato à sucessão do presidenteSarney.

Tucanos em açãoSemana passada a revoada tucana

em busca de novos adeptos atacou Re-cife.

O ex-prefeito Jarbas Vasconcelos,do PMDB, foi visitado pelo deputadoEuclides Scalco e o atual prefeito Joa-quim Francisco, do PFL, pelo deputadoSaulo Queiroz.

FaxO fac-símile — a máquina do ano

nos Estados Unidos que começa a sercoqueluche no Brasil — já começou adar dores de cabeça aos usuários norte-americanos.

Tudo por causa do junk-fax, oumelhor "o lixo do fax" que as empresasde mala direta estão despejando nosterminais.

A câmara dos deputados norte-americanos está, no momento, tentan-do aprovar a aplicação de uma multa de200 dólares em todos aqueles que inva-direm os fax com seus "lixos".

Jogo duroFernando César Mesquita, presi-

dente do Instituto Brasileiro de MeioAmbiente e de Recursos Naturais Re-nováveis, órgão criado para substituir oIBDF, vai ter uma semana dura.

Fará um levantamento minucioso detodos os casos de desrespeito aos pro-blcmas ambientais no país antes decomeçar a entrar cm ação.

Pente finoA operação da Polícia Federal nos

aeroportos fez mais uma vítima: o can-tor brega Francisco Lopes, o índio,ídolo dos garimpeiros de Rondônia.

Ele foi preso com um 38 na bolsa, aotentar embarcar na quarta-feira, emPorto Velho, no vôo n° 3/5 da Vasp,com destino a Brasília. Índio tem orosto tatuado com sinais indígenas e usacabelo longo com fita na cabeça paraparecer um silvícola.

Ao identificar-se como artista e pe-dir a complascência dos policiais, ouviua seguinte pérola:

— Olha aqui, seu índio, se fosse umarco e flecha eu liberava, mas um tre-soitãof...

Efeito BateauA propósito das declarações do mi-

nistro da Marinha, Henrique Sabóia,sobre a necessidade de julgamento pré-vio pelo Tribunal Marítimo como ele-mento preparatório e essencial da açãopenal do Bateau Mouclie IV, o profes-sor de Direito Constitucional MarceloCerqueira, que funciona na acusação,tirou do fundo do baú esta pérola dejurisprudência:

"Independe dc pronunciamento doTribunal Marítimo Administrativo aação penal contra o indigitado respon-sável por sinistro marítimo." (acórdãounânime do Supremo Tribunal Federaldatado de 31 de janeiro de 1949, cujorelator foi o ministro Ribeiro da Costa)

Israelenses libertam dirigente palestino

Lance-Livre-Como não acontecia há

muitos domingos o cariocaontein leve sul. carnaval efutebol. Três ingredientes ca-pazes de fazer esquecer qual-quer mazela da cidade mara-vilhosa.

As faixas exclusivas paraônibus na Avenida Nossa Se-nhora de Copacabana, noRio, foram in\adidas domin-rii á tarde por centenas demoradores do subúrbio quepassaram o dia na praia.Conseguia lugar no ônibus devolta para casa aquele quepulasse para dentro — nemque fosse pela janela — mo-mentos antes do motorista pa-rar no ponto.Na Praia de ípanema. nasimediações da Rua F.trmc deAmoedo. sábado e domingo,os barraqueiros que vendiambebidas tomaram conta daareia.

O primeiro carro da escolaArranco de Engenho de f)en-(ro a desfilar será uma cara-vela cheia de índios indo des-cobrir Portugal. É que o en-

redo da escola Quem vai que-rer? é uma espécie de históriado llrasil ao contrário.

Virgínia Lane, uma das ve-detes de Walter Pinto na de-cada de 50 e uma das convi-dadas da Mangueira nestecarnaval, está exigindo .da es-cola que Nélia Paula, suacolega dos tempos do teatrode revista, também seja con-\ idada para desfilar.

O secretário municipal deObras. I.uís Paulo Corrêa daRocha, fala hoje. as 13h. noprograma Encontro com aImprensa, na Rádio JOR-NAL DO BRASIL, sobre aschuvas, obras de contençãode encosta e a Operação Ta-pa-Buraco, no Rio.

As duas estátuas Lénin cMarvlin, cada uma com1 .Wm sobre um pedestal de70cm. do escultor e cenógra-fo Irénio Maia. sobem quin-ta-feira o Mono do Pão deAçúcar.

A cidade de Porto Alegrevai ter este ano o seu Io BaileGrande Gala Gav (GGGl.

que será realizado dia 1" naBoate Manhatan. com direitoa eleição da Rainha Gay.

Jamelão vai apresentar umpot-pourri com todos os sam-bas-enredo da Mangueira du-rante a festa da escola desamba no Scala. dia 31, noRio. De 15 em 15 minutos asalas farão evoluções nopalco.

O samba tomou conta doMorro da Mangueira, no Rio,no fim de semana. O ensaiode sábado terminou ontem às6h e os bares do morro fica-ram lotados até as 9h. comaltos pagodes.

Ontem, às I7hl5._o Opalapreto chapa branca XV 3661.depois de driblar o trânsitopesado com peripécias, naTijuca. no Rio, entrou noMaracanã c seu apressadopasssageiro correu para assis-tir ao jogo Fluminense e Vas-co. que já começara. Era opresidente do Conselho Na*dona] de Desportes. ManoelTubíno.

KFAR YONA, Israel — Ao ser libertadoontem por Israel após 18 meses de prisão, olíder nacionalista palestino, Faisal al-Husseini,disse acreditar que a Organização para aLibertação da Palestina apoiaria eleições livresnos territórios da Cisjordânia e Faixa de Gaza,desde que sob supervisão neutra. Faisal al-Husseini afirmou que o plano dc paz apresen-tado pelo ministro da Defesa israelense Yit-ihak Rabin. que inclui eleições nos territórios,pode constituir a base de uma negociaçãoentre palestinos e Israel.

No entanto, acrescentou que qualqueracordo será rejeitado se não incluir a criaçãodo Estado palestino. Husseini, de 48 anos, é omais importante líder palestino da Cisjordâ-nia. Foi preso sem julgamento e passou naprisão quase todo o período da intifada —revolta nos territórios ocupados iniciada emdezembro de 1987 —, sendo libertado apenaspor uma semana, em junho do ano passado."Acredito que a OLP concordará se hou-ver eleições verdadeiramente livres sob a su-pervisão das Nações Unidas ou de outra orga-nização internacional", afirmou. Husseini dis-se ter observado que as autoridades de Israelestão demonstrando uma abertura maior emrelação às reivindicações dos palestinos. Elecontou que chegou a esta conclusão acompa-nhando os noticiários, pela televisão de suacela. sobre as reações israelenses à intifada.

"Por tudo o que vi, comecei a sentir que partedo povo israelense, e mesmo seus dirigentes,está caminhando em uma nova direção e achoque está tomando a direção correta."

O líder palestino afirmou, entretanto, queas eleições deverão ser endossadas publica-mente pela OLP e ser livres de qualquerinterferência de Israel. A hipótese de entendi-mento foi prontamente negada em Túnis peloporta-voz da OLP, Ahmed Abderrahanan."Nossa posição é contrária a eleições sob aocupação de Israel", afirmou. A organizaçãojá havia se posicionado contrária às eleiçõespor considerar que Israel quer criar um poderparalelo nos territórios ocupados, sem nego-ciar a criação do Estado palestino indepen-dente.

Após reunião ontem com o ministérioisraelense, o vice-primeiro-ministro ShimonPeres, líder do Partido Trabalhista, defendeuo diálogo com os palestinos: "Queremos darinício a um diálogo sério. Temos que dartranqüilidade aos territórios." Já o ministro dahabitação David Levy, da coalizão direitistaLikud, rejeitou o entendimento e manifestoudescontentamento com a libertação de Hussei-ni. "Acho que é um erro que causa umasituação ruim. Não devemos conversar comqualquer um que de alguma forma seja ligadoà OLP", afirmou.

Gdansk, Polônia — AFP

Diante de 3.000, Walesa defende o diálogo com o governo

Manifestantes em Gdansk

chamam Walesa de traidorVARSÓVIA — O líder do proscrito sindi-

cato Solidariedade, Lecli Walesa, enfrentouontem pela, primeira vez, manifestações públi-cas dc protesto contra sua participação emuma mesa redonda com o governo no próximodia 6. Enquanto discursava na cidade deGdansk, berço do Solidariedade, dezenas dejovens o acusavam de ter traído os trabalhado-res, gritando slogans como "Abaixo o traidor"e "Não ao diálogo com os assassinos".

Dc nada adiantaram os apelos de Walesapara que a tranqüilidade fosse mantida. Logoapós seu discurso, mais dc 300 jovens saíramem passeata pelas ruas da cidade, aos gritos de"Abaixo os comunistas", jogando pedras ebombas incendiárias, até ser dispersados pelapolícia. Em entrevista no sábado, o líder doSolidariedade havia defendido um entendi-mento nacional, em que haja negociação aoinvés de confrontos c exortou os trabalhadoresa não fazer greves.

Em discurso para 3.000 pessoas após missana igreja Santa Brígida, Walesa afirmou quenão confia nas autoridades comunistas do país,mas disse que os poloneses precisam "aprovei-

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tar esta chance de diálogo para conseguir umaPolônia melhor". "Expulsem este vagabun-do", gritaram os jovens. Nervoso, Walesatentou cm vão restabelecer a ordem: "Acal-mem-se. Não caiam cm provocações, nãofaçam desordens nas ruas." Em seguida,ameaçou suspender a ajuda financeira dosindicato aos trabalhadores que respondem aprocessos nos Collegium — tribunais policiaispoloneses.

As manifestações de protestos partiram dcjovens liderados por Andrzej Gwiazda, ex-companheiro de Walesa que passou a acusá-lode usar métodos ditatoriais para impor suavontade ao sindicato. Testemunhas afirmaramter visto manifestantes empunhando bandeirasdo Movimento por uma Sociedade Alternati-va, do radical Dym e do grupo pacifistaLiberdade e Paz.

Walesa afirmou que o monopólio político,econômico e sindical do Estado é "a causa dasituação dramática em que vive o país". Amesa redonda da semana que vem, afirmou, éa chance dc se quebar os monopólios.

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Afeganistão denuncia

como complô retirada

diplomática ocidental

CABUL — O governo de Cabul acusou os paísesocidentais que fecharam suas embaixadas no Afeganistãode praticarem um ato político hostil, tentando desmorali-zar o governo, que insiste em poder proporcionar toda asegurança necessária às representações diplomáticas.

Para o governo do presidente Najibullah, os países(Estados Unidos, Alemanha Ocidental, Japão, Inglaterra,França c Áustria) que fecharam suas embaixadas "apenas-cumpriram um sinistro plano" para desestabilizar o seugoverno, criando um "choque psicológico na populaçãocivil e nas tropas leais ao governo".

Apesar da veemência, o governo de Cabul nãoconseguiu aliviar o clima de desespero que aumenta nacapital à medida que se aproxima o dia 15 de fevereiro,quando as tropas soviéticas deverão ter deixado o país.Além dos insistentes rumores de que nas próximas horasoutros países ocidentais anunciarão o fechamento de suasembaixadas, o que também deverá ocorrer com paísessocialistas, o semanário britânico Sunday Times confir-niou, em sua edição de ontem, os insistentes rumores quetomaram conta de Cabul nas últimas horas, dando contade que o Exército soviético prepara uma antecipação à suaretirada total.

Citando fontes afegãs de alto nível, afirma o semana-rio inglês que o alto comando das Forças Armadassoviéticas já colocou em ação um plano para uma retiradatotal dentro dc apenas uma semana. Ainda segundo ojornal, mais de mil veículos militares já estão em movi-mento, recolhendo todos os soldados numa área dcaproximadamente 300 km entre Cabul c a fronteirasoviética.

Bombardeios — De sua parte, o governo soviéti-co parece empenhado em separar o fato de abandonarmilitarmente o país de sua determinação de tentar apoiarao máximo o governo de Cabul. Ontem, após a partida doministro soviético da Defesa, Dmitri Yazov, desembarca-ram na conturbada Cabul dois altos funcionários do podersoviético: o ministro das Finanças, Boris Gostefv, e YuriMaslukoy, vice-primeiro-ministro e chcfe do setor deplanejamento econômico do Comitê Central. Eles chega-ram com a missão de discutir com o governo dc Cabul asituação do país após a retirada das tropas soviéticas.

Na última semana, segundo diplomatas ocidentais,triplicou para uma média de 18, diariamente, o número deaviões militares soviéticos que chegam a Cabul transpor-tando armas e munições para o governo e alimentos cujaescassez está agravando a séria crise vivida pelo país.

Por sua vez, os rebeldes muçulmanos que dãocombate ao governo e que até agora também enfrentavamas tropas soviéticas afirmaram que estas estão realizandonovos bombardeios aéreos e ataques com mísseis a regiõessituadas a leste e ao norte de Cabul.

Pátria — Dois dirigentes do Movimento Todos pelaPátria, organização civil esquerdista, condenaram no Uruguaia participação de vários dc seus integrantes no assalto aoquartel argentino de La Tablada, semana passada, queresultou na morte de quase 40 militares e civis. Segundo eles, ainiciativa não representa o ponto de vista da organização.Missas, suspensão de espetáculos públicos, transportes reduzi-dos ao mínimo e um falso alarme de bomba numa igrejamarcaram ontem o dia nacional de luto decretado pelopresidente Raúl Alfonsín em honra dos militares mortos.Aniversário — o dirigente iraniano Hussein AliMontazeri exortou o governo a usar o dinheiro que pretendegastar nas comemorações do 10° aniversário da revoluçãoislâmica (11 de fevereiro) em objetivos sociais, que aliviem osproblemas dc desemprego, pobreza, escassez de produtos e deenergia. Em Londres, a Anistia Internacional informou quemais dc 1.000 presos políticos foram executados no Irã nosúltimos seis meses.Chernobyl — o vice-ministro soviético de EnergiaNuclear, Alexander Lapshin, informou que voltou a operarem plena capacidade a usina dc Chernobyl, onde um acidenteem abril de 1986 destruiu um reator e matou dezenas depessoas. Apesar de todas as precauções e medidas de elimina-ção da radioatividade, que atualmente "não supera os padrõesinternacionais", a população da cidade do mesmo nomecontinuará vivendo cm Slavutich, povoado fundado para alémdo raio de segurança de 30 km.Cemitério — A descoberta de 14 corpos pelo funcio-nário de uma obra na cidade chilena de Tocopillo pode ser aindicação dc que o local foi usado como cemitério clandestinopara enterrar presos políticos assassinados pelas forças derepressão. A suspeita foi levantada por grupos dc direitoshumanos do país. As autoridades alegam, no entanto, que oscorpos foram enterrados há mais de três décadas, antes,portanto, de os militares chegarem ao poder, com o golpe quederrubou o presidente Salvador Allcnde, em setembro dc1973.Tesouro — Um carregamento de 10 toneladas dcmoedas de ouro c prata foi confiscado no México antes deembarcar como contrabando para fora do país. Segundo apolícia mexicana, foram presas 11 pessoas suspeitas de envol-Vimcnto com contrabando dc metais preciosos. As moedashaviam chegado à capital mexicana vindas da cidade de VeraCruz e seriam fundidas antes de deixar o país.Tribunal — A organização soviética Memorial dcci-diu, ao término de seu congresso, formar um tribunal para quese conheçam os nomes dos responsáveis pela repressão naépoca da ditadura stalinista.

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AFP — 15/1/88

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Moscou — AFP

os riscos da política

de Gorhachev

Armadilhas fatais nas plantações de Angola

No país devastado,

esperança de paz éainda muito remota

Scott KraftLos Angeles Times

TLT UAMBO, Angola - Os pés de milho eJlJL amendoins estão verdes e a maior partepronto para a colheita, mas continuam abandona-dos, a não ser pela presença de alguns poucos epequenos grupos de jovens que se aventuram empenetrar nessas plantações, hoje transformadasem perigosas armadilhas de morte. É que estaregião, uma das mais férteis do país, localizada aquase 500 km da capital e que já foi chamadapelos colonizadores portugueses de a Nova Lis-boa, encontra-se hoje totalmente minada, princi-palmente nas plantações, o que vem provocandomutilações diárias, em geral cm crianças entre 10e 15 anos. Higino Lungi é um desses meninos.Aos 11 anos, ele tenta se equilibrar em duasmuletas, enquanto espera as pernas mecânicasque a Cruz Vermelha deverá levar para Angola,que somente no ano passado recebeu quase 2.000aparelhos ortopédicos.

Nesse país devastado, as chocantes mutilações(as estatísticas da Cruz Vermelha indicam pelomenos 10.000 crianças mutiladas) são um seguroindicador de que os acordos de paz, patrocinadospelas grandes potências, no caso os EstadosUnidos e a União Soviética, às vezes funcionamapenas em relação às questões de Estado. EHuambo é um caso típico. Aqui, poucos depois decelebrado o acordo para a retirada das tropascubanas, muitas plantações, fábricas e até o hotelde Huambo foram bombardeados.

Um experiente diplomata europeu, servindoem Angola, resume a situação ao dizer: "E óbvioque os rebeldes jamais chegarão a integrar ogoverno. Mas também é certo que o governo não

pretende conviver com os rebeldes no poder. Porisso, o país encontra-se num beco sem saída".Aparentemente, esta é uma análise procedente, ajulgar pelas últimas posições assumidas pelosguerrilheiros da Unita (União Nacional para aIndependência Total de Angola), sob a liderançade Jonas Savimbi. Ele aceita as gestões do gover-no americano, desde que as negociações cami-nhem no sentido de um governo de coalização ereconstrução nacional, com a participação dosguerrilheiros.

ü presidente de Angola, José Eduardo dosSantos, simplesmente recusa-se a manter conver-sações com Savimbi e diz ter na cabeça um plano"nacional de pacificação", que começaria com aoferta de uma ampla anistia para os guerrilheiros.O presidente Santos nega-se, no entanto, a qual-quer conversação com a Unita a respeito de umacomposição de poder. Resumindo a posição dogoverno angolano, o ministro da Defesa, PedroTonha, diz, enfaticamente: "Anistia e pacificaçãosão o suficiente para resolver os problemas denosso país."

A anistia deverá entrarem vigorem fevereiro,mas os próprios dirigentes da Unita, que aindacomandam 38.000 soldados em armas e 25.000outros estacionados em pontos estratégicos dopaís, não se mostram nem um pouco entusiasma-dos com o plano governamental.

Agora, com o recente acordo, firmado há ummês, para a retirada das tropas cubanos e o fim daingerência da África do Sul, esse quadro poderáapresentar novas facetas. A guerrilha perde, deimediato, os US$ 15 milhões que os EstadosUnidos destinavam para armar a Unita, quedeverá deixar de contar com o apoio logístico de2.000 militares da África do Sul, além de milharesde dólares provenientes do governo de Pretória.Para o governo de Luanda, as perdas são aparen-temente bem maiores (há informações de quechegam a US$ 1,5 bilhão por ano a ajuda daUnião Soviética).

A retirada dessa ajuda e a situação de devas-tação em que se encontra o país podem, efetiva-mente, provocar uma mudança no quadro deincertezas. Como disse, recentemente, o presi-dente Santos, "é preciso, de qualquer maneira,encontrar meios para acabar com esta guerra denon sense, que já matou mais de 60.000 pessoas edesalojou mais de 1 milhão, num país de 8 milhõesde habitantes que, ao lado da guerra, enfrentamos horrores da fome, já que 80% de suas terrascultiváveis foram totalmente devastadas.

EHHEÜHiaSEl

McNamara (E) e Risquet se entenderam bem, 26 anos depois

Cuba esperava morte de

800 mil na crise de 62

MOSCOU — O governo cubano espera-va a morte de até 800.000 mil pessoas, emconseqüência de uma invasão americana dopaís durante a crise dos mísseis em outubrode 1962. A revelação, juntamente com ou-tras sobre o número de militares soviéticosem Cuba e a presença dos mísseis quecausaram a crise americano-soviética, foifeita cm seminário que pela primeira vezreuniu dirigentes dos três países na época.

A chamada crise dos mísseis foi desenca-deada — cerca de ano e meio depois de umafracassada tentativa americana de invadirCuba — quando o governo dos EstadosUnidos foi informado cm outubro de 1962 deque a União Soviétiva estacionara mísseisnucleares em Cuba. As duas semanas detensão que "levaram o mundo à beira doprecipício nuclear" — segundo lembrou olíder soviético Mikhail Gorbachev no discur-so de abertura do seminário — terminaramcom a retirada dos mísseis e a promessa dopresidente americano John Kennedy de quenão invadiria Cuba, que submetia a umbloqueio marítimo e aéreo.

Bombardeio — As revelações maiscontundentes partiram de Jorge Risquet,integrante do birô político do PC cubano, eque na época comandava uma unidade doExército. Segundo ele, o governo de FidelCastro estava convencido de que haveriabombardeio e invasão por parte dos EstadosUnidos, o que causaria a morte de até800.000 pessoas, um décimo da populaçãocubana de então. Risquet acrescentou: " Pi-nhamos 240.000 homens em armas, mais40.(XK) militares soviéticos. Toda a popula-ção estava preparada para lutar até amorte."

Robert McNamara, na ocasião secreta-rio de Defesa dos Estados Unidos, garantiuque não houve a intenção de invadir, masdisse que pelo que ouviu no seminário ficouconvencido de que os cubanos estavam espe-rando a invasão. McNamara também se dissesurpreso com a revelação de que havia40.000 militares soviéticos em Cuba. "Esti-mávamos que havia cerca de 10.(XX) soviéti-Cos e que os cubanos tinham aproximada-mente 100.IXX) em armas", disse.

Outra revelação: segundo o generalDmitri Volkogonov, diretor do Instituto deHistória Militar do Ministério da Defesasoviético, já estavam em território cubano 20mísseis nucleares soviéticos, quando estou-rou a crise, e mais 20 se encontravam acaminho no cargueiro Pollava, interceptadocm virtude do embargo imposto pelos Esta-dos Unidos. Muitos especialistas america--nos, inclusive antigos assessores de Kennc-dy, chegaram a duvidar da presença dosmísseis. O próprio Anatoly Dobrynin, quenão ocasião era embaixador soviético emWashington, disse no encontro que não sabiaque os mísseis estavam em Cuba.

Em suas memórias, no entanto, NikitaKruschev — o líder soviético deposto em1964 é morto em 1971 — já afirmava que aUnião Soviética havia instalado cm Cuba,em 1962, "mísseis suficientes para destruirNova Iorque, Chicago e outras grandes cida-des industriais".

O seminário revelou também que ogivasnucleares não estavam instaladas nos mísseisque se encontravam cm Cuba.Outro aspectoque ressaltou foi a queixa cubana de queKruschev tenha aceitado retirar os mísseissem pressionar por outras concessões ameri-canas além da promessa de não invadir.Risquet c o soviético Georgy Shakhnazarovdesmentiram versões segundo as quais, noauge da crise, Fidel Castro enviou telegramaa Kruschev exortando-o a disparar os mísseiscontra os Estados Unidos.

|—| O presidente soviético Mikhail Gor-hachev realizará em abril a visita a

Cuba que foi cancelada em dezembro,quando ele se encontrava nos EstadosUnidos, por causa do terremoto que ma-tou mais de 25.000 pessoas na Armênia. ATass não especificou a data precisa nem aduração da visita. Gorbachev tambémcancelou na ocasião uma viagem à Grã-Bretanha.

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EUA advertem para

MUNIQUE, Alemanha Ocidental —Em seu primeiro discurso na Organização doTratado do Atlântico Norte, o secretário deDefesa do governo Bush, John Tower enfati-zou a decisão de Washington de manter seutotal apoio aos aliados europeus, ao mesmotempo em que advertiu os países integrantresda OTAN para que mantenham um "saudá-vel ceticismo" em relação às aberturas dapolítica no Kremlin e cm nenhum momentodeixem de manter abertas as opções nuclea-res do mundo ocidental.

O tom , considerado agressivo, provocoucomentários e surpresas entre os delegadosque assistem ao seminário anual da OTANsobre o sistema de defesa do Ocidente. AUnião Soviética, argumentou o secretárioamericano, continua a ser, mesmo sob ogoverno do presidente Gorbachev, um pode-roso adversário, com capacidade militar su-perior e, por isso, o Ocidente não deveperder de vista esse desequilíbrio, mesmosob a euforia com as possibilidades de desar-nie. A partir desse raciocínio, Tower defen-deu a ampliação dos mísseis baseados naEuropa, e disse que as 16 nações que inte-gram a aliança deverão encarar o risco dehipotecar a sua segurança se, em nome damelhoria das relações Leste-Oeste, deixaremde modernizar suas forças nucleares.

Insistindo na questão do perigo soviéti-co, o secretário Tower voltou a ressaltar asuperioridade militar de Moscou e disse: "Senão considerarmos essa capacidade ou secometermos o erro de não considerar suarelevância, então estaremos criando e assu-mindo os nossos próprios riscos."

Neste fim de semana, após a intervençãodo secretário Tower, ficou clara a distância,a esta altura bastante significativa, entre aposição do governo americano e a grandemaioria da opinião pública européia sobre asnecessidades de defesa. Os alemães ociden-tais, em particular, depositam suas fichas napolítica de desarmamento anunciada pelolíder soviético e, a partir daí, se opõem aqualquer discussão sobre a possibilidade deexpansão das armas nucleares na Europa.

Esse é, aliás, o tema principal desteseminário que, apesar do caráter informal,

serve para colocar "as peças no tabuleiro", arespeito do Plano de Modernização dos Mis-seis Europeus, adotado pela OTAN em 1983e agora questionado por alguns membros,em especial os alemães. As diferenças deposições entre dois dos mais importantesmembros da aliança - os Estados Unidos e aAlemanha Ocidental — provocaram umareunião privada entre o secretário americanoc o ministro alemão da Defesa, RupertScholz. Aparentemente, não houve grandesprogressos, já que o próprio secretário To-wer admitiu ter a conversa abordado "algunsproblemas" mas que nenhuma decisão haviasido tomada. Ou seja, os Estados Unidosainda não conseguiram mudar a posiçãoalemã de combate ao plano de modernizaçãonuclear. Informou-se também que, durante oencontro entre o representante do governoamericano e o ministro alemão, um dostemas foi especificamente o desejo, já anun-ciado dos alemães, de reduzirem a presençade suas tropas, armamentos e aviões notratado da OTAN.

As reuniões do fim de semana focaliza-ram, fundamentalmente, a nova política eu-ropéia de desarmamento do presidente Gor-bachev e as possíveis ameaças que poderiarepresentar para os países membros daOTAN. Manifestando a preocupação demuitos delegados, como enfatizou, o secretá-rio-geral da organização, Manfred Woerner,advertiu para os riscos de uma política basea-da apenas nas intenções do líder soviético."Não podemos confiasr nossa segurança emuma só pessoa ou em suas intenções, poisambas podem mudar de um dia para ooutro".

| | VARSOVIA — Os sete países mem-bros do Pacto de Varsóvia divulgaram

o mais recente levantamento sobre a situa-ção militar da Europa, destacando a exis-tência, hoje, de um " equilíbrio militarmuito aproximado" entre as suas e astropas da OTAN. De acordo com seusnúmeros, o Pacto de Varsóvia tem um totalde 3.573 mil homens, enquanto a OTANcontaria com um contigente de 3.660 milhomens.

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8 ? 1" caderno u segunda-feira, 30/1/89

JOENAL DO BRASIL MARCOS SA CORRliA — LilitorI timliulo cm 1 •

I LA VIC) PINI IliIRO — Editor h'xecuilvo

M !•' DO NASCIMIiNTO. URIXO — fljij# I'ralgmie 'ROBERTO POMPEII 1)1 TOLEDO — tililur ExiiUlfO

MARIA REOINA DO NASCIMENTO HRITO— Dlrclora

Ique

Idéia Velha

A/T orreu a correção monetária das OTNs.Viva a nova correção monetária das Le-

tras Financeiras do Tesouro (LFTs). O presi-dente José Sarney anunciou, solene, a morte dacorreção monetária quando apresentou à naçãoo Plano Verão, em 15 de janeiro. Quinta-feira,o ministério da Fazenda anunciou o novoindexador do país a partir de Io de fevereiro:variação mensal da taxa da LFT, que eqüivaleaos juros diários do overnight.

Na verdade, enquanto houver inflação oucrença de que a inflação pode voltar, não hácomo uma economia de mercado abrir mão dequalquer espécie de indexador para a atualiza-ção dos impostos ou para servir de parâmetroaos contratos financeiros de longo prazo. NosEstados Unidos, na Suíça ou no Japão é assim.Do contrário, o sonegador de impostos é privi-legiado com a desvalorização operada pelainflação. Foi para acabar com esse prêmio quese criou, em 1964, a Obrigação Reajustável doTesouro Nacional, para corrigir monetariamen-te os impostos em atraso. Trata-se de umapedra de toque da política fiscal

Mesmo no Plano Cruzado, quando seanunciou a inflação zero e a primeira morte dacorreção monetária, com a substituição dasORTNs pelas OTNs, criou-se um indexadorpara os impostos e os contratos financeiros,entre os quais o próprio rendimento das cader-netas de poupança: era, então, o rendimentomensal das Letras do Banco Central (LBCs),também equivalentes aos juros diários do o ver-nighfí

As LBCs morreram em 1° de janeiro dc1988, substituídas pelas LFTs, que agora assu-mem uma função mais ampla de indexador,como já desempenhara a LBC. A partir dcfevereiro, o Plano Verão também definiu queos rendimentos e contratos financeiros antes

atrelados à correção monetária serão reajusta-dos pela variação do índice de preços aoconsumidor (IPC), apurado pela FundaçãoIBGE.

O Plano Verão se propõe a desindexar aeconomia, criando vários indexadores, à esco-lha das partes. O governo já escolheu o seu: aLFT. Como a sincronização das políticas mone-tária e fiscal exigirá uma política prévia de taxasde juros elevadas enquanto não se opera osaneamento das finanças públicas, visando,também, a inibir o consumo, o Tesouro saiu nafrente, procurando compensar na política fiscaleventuais ônus em termos de acréscimo dadívida pública interna pelo lado da políticamonetária.

Isto foi feito para evitar a tentação doatraso deliberado de impostos, com os recursosdestinados a este fim aplicados nas atrativastaxas do overnight. O que tal medida tem deruim é que o cidadão que precisa complemen-tar o salário com mais de um emprego paraenfrentar a carestia acabará onerado injusta-mente, pois é bastante previsível que o índicede reajuste dos impostos aumentará mais doque seus rendimentos.

Outro ponto negativo é que os estados emunicípios, provavelmente, vão procurar inde-xar seus impostos da mesma maneira, pesandodemasiadamente no bolso do cidadão. O quedeve nortear o administrador público, em pri-meiro lugar, é o corte das fontes internas devazamento de receita, como a gordura damáquina burocrática viciada no empreguismo.A ineficiência e o mau uso do impostos quecaem em cascata sobre o cidadão e as empresassão o motivo básico dos atrasos e da sonegação,pois o contribuinte tem certeza de que faz usomais produtivo do seu dinheiro do que qual-quer governo.

O Joio e o Trigo

ri eneralizou-se a crença de que a elevaçãodas taxas de juros é benéfica para o

sistema financeiro. Isso é uma completa verda-de quando se examinam apenas os depósitos àvista dos bancos. Quanto maior os juros ou ainflação, maior o ganho dos bancos no emprés-timo desses recursos captados sem remunera-ção Entretanto, com a maior parte dos recur-sos captados a prazo nem sempre a crençaencontra base real.

Os instrumentos de renda fixa, pós ouprefixadas, como as letras de câmbio, títulosfederais, estaduais e municipais, debêntures ecertificados e recibos de depósito bancário, porexemplo, ficam desvalorizados quando a taxade juros começa a subir no mercado. Como osjuros são fixos, novos papéis renderão mais,tornando o estoque antigo desvalorizado. É ocontrário dos estoques do comércio e da indús-tria, atualizados pelos novos preços.

Confiando que os juros reais seriam limita-dos a 12% ao ano, logo após a promulgação daConstituição, muitas instituições financeiras,especialmente corretoras e distribuidoras, e atémesmo fundos de pensão e fundos de investi-mento, trataram de adquirir no mercado toda asorte de papéis que tivessem juro superior a12% além da correção monetária. Caso osjuros ficassem em 12% ao ano a partir de 5 deoutubro do ano passado, todo o estoque depapéis do mercado estaria valorizado com aqueda efetiva das taxas, proporcionando altoslucros às instituições financeiras.

O episódio de elevação brusca das taxas doovernight a 50% ao mês, em 13 de outubro, queacabou custando a demissão do diretor daDívida Pública do Banco Central, Juarez Soa-res, gerou, na época, uma gritaria histéricadentro do próprio mercado financeiro. É que amanutenção de taxas naquele patamar repre-

Tópicos

ContrabandoComeçou o concurso para a seleção

de dez jornalistas que se presume vãotrabalhar no Senado, onde já existem53 dos quais apenas cinco desempe-nharn a função pela qual recebem todosos meses, e bem. O emprego é alraen-te, conforme atesta o número de candi-datos. Inscreveram-se 268 para disputardez vagas a serem preenchidas no mo-mento cm que o Executivo organizademissões em massa para reduzir des-pesas.

Existem vários aspectos na origemdesse concurso. O maior e mais acinto-so é que deixa à mostra uma pletora dejornalistas que recebem dinheiro públi-co sem trabalhar. São lotados nos gabi-netes dos senadores com siaius de into-caveis. Outra questão discutível é anecessidade de ter o Senado uma agén-cia de noticias exclusiva.O plenário, as«Missões e os senadores sáu procura-dos pelos repórteres quando merecem.Não há necessidade de oferecerem ser-viço próprio, de extração doméstica.

Perdura com mais intensidade emBrasília o velho equívoco de achar que

os jornais publicam indiscríminadamcn-te, e da maneira que lhes cheguem, asnotícias prontas. Por trás do engano,viceja a ilusão de que os jornalistas sãointermediários que levam para publicarnotícias a despeito do critério editorialde cada empresa. Do ponto de vistamoral, este é o ângulo do contrabandode informação.

Na origem dessa mal contada histó-ria é possível localizar o espírito dealiciamento de jornalistas e a conivén-cia deles com o critério espúrio. Talsituação se criou e se expandiu até oslimites da imoralidade pelo engano dese aceitar que o jornalismo seja umaprofissão, quando não passa de umofício. O corporativismo fez do exerci-cio de escrever notícias um mercadofechado, criou cursos de jornalismo,diplomas e carteirinhas.

Enquanto for assim, será inevitávelque perdure a idéia dc que a notíciapossa ser tratada como mercadoria cobjeto de contrabando. Jornalista équem está a serviço de um jornal ou deórgãos noticiosos de emissoras dc rádioou televisão Náo existe jornalista fora

de jornal. O nome exato para isso éoutro.

PescariaHá um ano, indicado pela bancada

evangélica da Câmara, Aécio Moura daSilva assumiu a Sudepe (Superinten-dência de Desenvolvimento da Pesca)condenando o desperdício de dinheirodas administrações anteriores e estig-matizando em especial a "vergonha douso indiscriminado dc passagens" pelosoutros diretores. Seu discurso tinha otom da moralização bíblica, num paístão necessitado de moralização e até sepossível de uma leitura mais atenta daBíblia.

Hoje a Sudepe foi extinta pelogoverno, dentro do plano de reorgani-zaçáo administrativa e Aécio. o dodiscurso moralizador. está sendo acusa-do de tudo aquilo que ele própriocondenava, segundo um relatório doTCU. O minino de que é acusado é decorrupção passiva, passando pelo usode passaporte falso, sonegação de do-cumentos e empreguismo.

E um caso típico de "faz o que eudi£0 mas não o ciue eu faço

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Cartas

sentaria pesados prejuízos. Os prejuízos tarda-ram, mas chegaram com o Plano Verão.

Ao determinar o fim das OTNs, o PlanoVerão deixou o mercado financeiro preso nasua própria armadilha. Para inibir o consumo ea formação dos estoques, o governo fixou ataxa do overnight em 25% ao mês a partir de 18de janeiro. Como o juro máximo dos títulosque eram indexados pela OTN atingia a 40%ao ano, todos os títulos negociados no mercadofinanceiro passaram a representar potencialprejuízo — para os investidores finais ou paraas instituições que carregam posições váriasvezes superiores ao patrimônio líquido.

E norma nos mercados internacionais queas instituições financeiras, como intermediá-rias, podem carregar posições de títulos acimade seu patrimônio, buscando colocação final oufinanciamento das carteiras junto a terceiros.Os limites são ditados pelos riscos operado-nais, com padrões definidos pelas autoridadesmonetárias. No Brasil, o limite global dascarteiras de títulos no mercado aberto chega a30 vezes o patrimônio, sendo de três vezes paratítulos privados, de dez vezes para títulosestaduais e municipais e um máximo de dezvezes para as extintas OTNs. Nem sempre essaregra mínima de prudência foi respeitada. As-sim, a quebra de instituições é inevitável.

A atividade de intermediação financeira éindispensável em qualquer mercado financeirodo mundo para criar espaço ao crédito público.Até a União Soviética está lançando as primei-ras apólices de dívida pública desde a revoluçãode 1917. E isto será feito simultaneamente coma autorização para o surgimento de váriosbancos estatais e privados no país. No Brasil,há que se distinguir entre a legítima função domercado financeiro e as distorções inerentes aqualquer segmento da atividade empresarial.

Arbítrio(...) Nesses pouco mais de vinte anos

transcorridos, fui demitido por razões po-líticas do ministério da Saúde, sofri dezanos de exílio desprovido de cidadaniabrasileira por circular secreta do presiden-te Mediei, enfrentei e superei com muitaconsciência política desemprego, frio efome no exterior. Mas o pior foi sentir ecomprovar que os Srs. Borges da Silveirae Paulo Lot, obrigados pela Constituição aconcederem-me anistia, tudo fizeram nogabinete para sabotá-la e, como boas criasdo regime do arbítrio, promovcram-mc aganhar um e meio salário mínimo brutomensal, ainda por cima mandando pagaros efeitos financeiros a partir da emendaconstitucional n" 26/85 sem correção mo-netária, cm novembro passado. Paulo Ser-gio Paraíso Cavalcanti — Rio de Janeiro.

PrivilégiosParabéns ao JORNAL DO BRASIL

pelas reportagens que denunciam a com-pra do prédio do extinto ministério daReforma Agrária, a portaria imoral do ex-ministro da Administração que dá estabili-dade e promove o filho e o neto do ex-ministro Aloísio Alves, e o imoralíssimodepósito em caderneta dc poupança doministro Costa Couto. A imposição deindependência dignifica o jornalismo bra-sileiro. José Geraldo liastos — Rio deJaneiro.

?

O ex-ministro Aluísio Alves, na suacarta transcrita no JB de 26/1/89 tenta seexplicar, mas não convence. Quando assu-miu, prometeu dignificar o serviço públicocom uma reforma ampla, e o que se viu foiele próprio praticar o mais deslavadoempreguismo.

O escritório da Sedap, no Rio — queocupa algumas salas no prédio no Ministé-rio da Fazenda está abarrotado de funcio-nários, contratados pela Funcep, verda-deiro cabide de emprego, sem nenhumcritério de necessidade ou qualificaçãoprofissional.

Um funcionário de fundação é geral-mente contratado sem concurso público,com salário bem maior do que o pessoaldo mesmo nível da administração direta.Se esse funcionário c remanejado para aadministração direta, permanecendo coma mesma renumeração pelo acréscimo deuma vantagem individual, justo quando atal fundação está na iminência de serextinta ou drasticamente reestruturada,pode ate ser um procedimento legal, masnáo eticamente justificável, sobretudo seo benefício não se estende a todos, mascontempla somente parentes e amigosmais próximos do ministro. Halley Colom-bo Filho — Rio de Janeiro.

Saúde e EducaçãoVenho manifestar minha revolta e re-

púdio à total omissão dos deputados esta-duais e vereadores do município do Rio deJaneiro. Diante da grave crise na Saúde ena Educação públicas.E realmente de se lamentar que aque-les senhores eleitos pelo povo não sejamcapazes de fazer absolutamente nada cmfavor das classes menos favorecidas queestão completamente desassistidas pelopoder público. Hospitais e escolas fecha-das. Os senhores deputados e vereadoresde férias, gozando das delícias dc seu ócioremunerado. (...) Fernando Ricardo M.Campos — Rio de Janeiro.

EnganoA propósito da notícia publicada nesse

jornal, do jornalista Ariovaldo Santos, em2H I S9, cabe-me. na condição de líder doPDC. corrigir uma informação muito im-portante na atual conjuntura política. Oprcsidericiável e ex-parlamentar Paulo Sa-lim Maluf engana-se ao levantar a hipóte-se de que o PDC poderá aliar-se a suaprovável candidatura á presidência da Re-pública. (...) Deputado Roberto Italestra,iíder do PDC — Brasília.

História indígenaCom referência à matéria História in-

diuena * ira livro do correspondente do JBem Belém, que me entrevistou sobre oassunto, e publicada no JORNAL DOBR \SIL de 9 1 89, tenho a esclarecer queeu nunca disse nada parecido com a frase"o temor do cientista Stephcn Baines éque esses índios desapareçam ou sejamabsorvidos como mão-de-obra pelos bran-cos. sem que tenham sido suficientementeestudados".

Esta frase insinua que eu esteja preo-CUpado meramente cm "estudar" índios,sem ser comprometido com a sua sobrevi-

I vencia, o que não c o caso. Sou o primeiroa ressaltar que a sobrevivência dos Waími-

j ri-Atroan e de outros grupos indígenasI «em antes de quaisquer estudos. Inclusi-

publicação de livros e artigos contribuampara esclarecer e divulgar a situação emque os Waimiri-Atroari se encontram,ameaçados pela cobiça de empresas mine-radoras, para que sejam tomadas medidasurgentes para modificar a política atual dogoverno federal com relação ao territórioWaimiri-Atroari (...) e assim impedir seudesaparecimento ou absorção como mão-de-obra. Cabe ao governo federal impedir

L. Brígido

o avanço dc empresas mincradoras sobreo território indígena e sustar as atividadesde mineração que estão, atualmente, lan-çando detritos de mineração num afluentedo Rio Alalaú, próximo ã Cachoeira Cri-minosa, poluindo o rio. Cabe também aogoverno federal impedir a influência deempresas mincradoras sobre os indígenaspara evitar que as lideranças sejam coop-tadas pelas empresas.

O nome Waimiri-Atroari não muda noplural para waimiris-atroaris.

Dizer que o grupo indígena Wairniri-Atroari já foi guerreiro alimenta os este-reótipos altamente pejorativos quanto aoíndio. Minha tese não trata da "relaçãocom a natureza da tribo" mas, sobretudo,as relações fnterétnicas entre o grupoindígena c os representantes da sociedadenacional numa Frente dc Atração da Fu-nai. Não prevejo a "total descaracteriza-ção do grupo" sem qualificar "no caso dasempresas mincradoras avançarem aindamais sobre o território Waimiri-Atroari".Os Waimiri-Atroari não aparecem como"agressores". Eles procuravam se defen-der dos invasores que penetraram no seuterritório e das agressões que partiram dasociedade nacional. (...) Stephcn GraniBaines — Belcm.

HomeopatiaA matéria publicada no JORNAL DO

BRASIL de 28/12/88 sobre a possível proi-bição de medicamentos homeopáticos enaturais pelos seus efeitos tóxicos nãoesclarece bem a diferença entre essas duasformas de tratamento alternativo. Apesarde ambas se utilizarem de substânciasnaturais, o remédio homeopático é imen-samente diluído, com o objetivo de seevitarem os efeitos tóxicos possíveis dassubstâncias.

Aliás, essa era a intenção de SamuelHahnemann, o preeursos da Homeopatia,no século XVIII.

E necessário o controle sobre a produ-ção de qualquer medicamento. Entretan-to, causa estranheza a forma precipitada edesinformada que atuam os órgãos com-petentes, levando ao descrédito essas for-mas dc medicina alternativa. Além deoutros benefícios importantes, a produçãodo medicamento homeopático pode sermuito econômica e executada por peque-nas farmácias. A quem interessaria essesdescrédito? Gilberto Catran — Rio deJaneiro.

Revolução Francesa(...) Sobretudo pela riqueza de pers-

pectivas que articulam, os artigos jornalís-ticos de Dom Marcos Barbosa não seclasificam dentre os textos didáticos, semnuanccs de interpretação. Ao contrário,como os textos literários, são artigos queestimulam o debate, a reflexão e pedempara ser comentados.

O artigo titulado Celebrar o quê? pu-blicado no dia de São Sebastião, na páginaOpinião do JORNAL DO BRASIL

"nosmostra todo o desengano de Dom Marcos

L. Brígido

?Barbosa diante da celebração do bicente-nárioda Resolução Francesa. Alem disso,por reação contrária ao caráter tranchantde suas citações, nos estimula, a nós. paraquem a compreensão d<W outros prevalecesobre a condenação do ímpio, e nos leva aindagar se não seria cluturaimente maispositho. ao invés de buscar, como sueere

Dom Marcos por em dúvida a legitimidajde da Declaração dos Direitos do Homeme do Cidadão como ato e como obra daRevolução Francesa, promover o esclare-cimento dos leigos sobre os fatores moraisdo não-funcionamento do Ancien Regimeque estariam dentre as razões do períodorevolucionário.

Será que, com efeito, não teria sidodiferente o espectro da revolução, notocante ao anti-clericalismo se, ao invés dereforçarem o triumfo do partido dos jesuí-tas, tivessem os intelectuais da Igreja lidoe acolhido, um século antes, os Pensamen-tos de Blaise Pascal?

Embora não autorize diretamente se-melhante indagação, ao ressaltar que aideologia revolucionária esconde a violèn-cia da perseguição aos religiosos católicos,Dom Marcos termina entretanto, por su-gerir, nesta mesma via, que o bicentenárioda Revolução Francesa, conquanto deva— para ele — ser negado, não passa deum momento propício à defesa do pensa-mento reacionário, segundo o qual "se oAncien Récime houvesse funcionado, nãoteria ocorrido a revolução" — nem, éóbvio, o fechamento temporário das igre-jas ou o confisco de seu patrimônio se-cular.

Paradoxalmente, será todavia, no exa-to sentido dessa proposição acima trans-crita que, ao parecer, o artigo de DomMarcos aponta para uma abertura inespe-rada e, malgré lui, deixa passagem para aabordagem compreensiva-explicativa so-bre as manifestações do anti-clericalismocomo atitude cm perspectiva no não-funcionamento do Ancien Regime. Abor-dagem essa que, ironia do pensamentoreacionário, não apenas tem por pressu-posto a "vingança de Pascal" — ou o anti-dogmatismo reabilitado pelos fatos doperíodo revolucionário — mas tambémtorna possível uma eventual revalorizaçãoda própria crítica pascalina — Brunsch-vicg à frente — tão esquecida entre nós etão necessária à formação como leigosdesassombrados. Homero Marques da LuzJúnior — Rio de Janeiro.

EncostasDeclarações do ex-sécrctário dc Obras

do município do Rio de Janeiro, Eng.Luiz Edmundo da Costa Leite (JB,30/12/88) rotulam como mitos a associaçãoentre desmatamento de encostas e desliza-mentos, e, favelamcnto com erosão edesastres. Na realidade, trata-se de cons-tatação científica de pleno conhecimentodos geólogos e demais geocientistas e,inúmeras pesquisas realizadas tanto noBrail como no exterior, demonstram cia-ramente a íntima relação entre desmata-mentos e deslizamentos nas encostas afe-tadas, muito embora, dependendo da plu-viosidade, características geológicas domaciço rochososo e da própria evoluçãonatural do relevo, os deslizamentos po-dem ocorrer mesmo em áreas florestadasc com moderada declividade, independen-temente da ação humana.

São também reconhecidos os impactosnegativos que o favelamcnto provoca nasencostas e mesmo considerando que osbarracos em conjunto protejam o solo daaçáo direta das chuvas, agindo como ascopas das árvores, faltam-lhes o sistemaradicular que realmente segura o solo c osvigorosos troncos que servem de escudoaos detritos e pedras que rolam encostaabaixo nas enxurradas. Os barracos sim-plesmente rolam com os detritos levandoseres humanos em seu interior. Por outrolado, essas declarações podem incutir napopulação a falsa idéia de que o desmata-mento e o favelamcnto não são fatores dedesestabilização das encostas do Rio deJaneiro. Hélio Monteiro Penha, doutoremGeologia e Prof. Adjunto da UFRJ — Riode Janeiro.

AcidentesO acidente com o bateau mouche deve-

ria servir de alerta, não só para este tipode irresponsabilidade como também paraoutras que ocorrem diariamente em nossopaís. Como exemplo, o trânsito, aondemilhares de pessoas perdem a vida a cadaano, numa verdadeira frota de ' batcaumouche do asfalto.

As estradas irresponsavelmente malconservadas, mal sinalizadas, veículos semcondições de trafegar, motoristas embria-gados e um enorme desrespeito às leis dotrânsito.

Em qualquer país do mundo o uso doscintos de segurança e capacetes para osmotociclistas é obrigatório. (...)

O Brasil é o campeão de acidentes detrânsito, e alguma coisa tem que ser feita.(...) Paulo Judice — Rio dc Janeiro.As cartas serão selecionadas para publi-cação no todo ou em parte entre as quetiverem assinatura, nome completo e legí-vel e endereço que permita confirmaçãoprévia.

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JORNAL DO BRASIL Opinião segunda-feira. 30/1/89 D 1" caderno ? 9

A grande polêmica

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O esgotamento

Otávio Tirso de Andrade

Finalmente, diante dos inequívocos sintomas de já

vivermos a hiperinílaçüo, o governo moveu-se. Umnovo "pacote" — o terceiro no período Sarney — foiarremessado sobre os brasileiros. Tal como cm outrasocasiões, o presidente da República diz estar certo detrilhar agora o bom caminho. A marcha da atualadministração configura uma linha sinuosa como a trilhade excursionistas em alta montanha. Na tumultuadahistória de nossa república não há exemplo de presidentetão versátil c cambiantc. Houvessem os constituintesoptado pelo parlamentarismo talvez não vivêssemos umavez mais a súbita irrupção do intervencionismo estatalem pânico e o inevitável cortejo que o acompanha: otabelamento precário c inócuo, a exacerbação tributáriae a edição dc normas dc conduta a serem compulsória-mente impostas sem levar em conta possibilidades dcempresas ou pessoas.

O enquadramento da sociedade pelo Estado, aoexercer-se com intensidade, converte-se em causa dedemarcação e confronto. Ao expor repetidamente acoletividade a seus "pacotes", o governo torna impossí-vel a paz social. As campanhas de hiperintervençãoestatista nunca têm fim previsível e sujeitam o regimepolítico a riscos incalculáveis! O progresso c um elemen-to cumulativo que se desenvolve por supermultiplicação,a partir dc um certo ponto, "em conseqüência daaglutinação dos efeitos induzidos" (Jean Meyer). Mas omesmo se dá com a decadência: ultrapassado certolimite, difícil de fixar previamente, os resultados daretroação também passam a ser perigosamente multipli-cadores. A alvoroçada improvisação de remédios paracombater surtos inflacionários agudos sempre envolverisco de redundar cm recessão.

Quando a polícia novamente corre no encalço dcaçougueiros e donos dc quitandas — mas tarda emlocalizar os beneficiários dc comissões espúrias resultan-tes da manipulação dc depósitos bancários da Petrobrás— é preciso que o povo tenha presente ser o governo oresponsável único por elevar a inflação à taxa de 2.000%ao ano, cm dezembro último, ou seja, a indecorosos0,85% por dia! Ao captar mais de 70% da poupançainterna para financiar o déficit em suas contas o governo,e só o governo e seus parasitas fizeram explodir o padrãomonetário. Em comentário a respeito do Plano Verãoescreveu The Ecohomist: "Ninguém sabe qual é adimensão da dívida interna do governo. Estimativassituam o verdadeiro déficit corrigido pela inflação em7% do PIB dc 320 bilhões de dólares e não cm 4%. Adívida remanescente do governo, interna c externa,corresponde a 60% do PIB."

Antes dc editar o terceiro "pacote" o governoelevou verticalmente os preços e tarifas de suas princi-pais empresas monopolistas. As autoridades procuraramjustificar a nova investida do estatismo sobre o PIB coma afirmativa dc que

"as medidas adotadas visavamproporcionar às companhias públicas os meios dc prosse-guir em seus programas de investimento". Uma vez que90% do déficit são financiados no ovcrnight e a anuncia-da expansão estatizante se fará com recursos extraídos àcoletividade, os últimos sobreviventes da iniciativa parti-cular terão dificuldade crescente em encontrar dinheiropara a ampliação c a manutenção de seus negócios. Aosomarmos a tudo isto o aumento compulsório dosdepósitos dos bancos privados no Banco Central e oincremento da pertinaz campanha contra o ingresso decapitais estrangeiros, vê-se que o controle da nomenkla-tura do Estado sobre a economia está em vias de setornar descaradamente totalitário.

Nelson Senise

Na época cm que vivemos, o hábito de beber

transformou-se em imposição social. O tradicionalcafezinho, que era uma espécie dc logotipo da decantadahospitalidade brasileira, desapareceu dos modos de recc-ber da nossa sociedade. Hoje, qualquer família quepreze o sen conceito não pode prescindir de um litro deuísque ou de uma garrafa qualquer de aperitivo, sempreà mão, para servir às visitas.

A introdução do bar nos projetos arquitetônicosresidenciais virou rotina. A princípio, como simpleselemento de decoração, acabou merecendo as honras depeça indispensável. Na quase totalidade, os projetosaboliram as despensas, mas não abrem mão do bar.

Antigamente, raras eram as famílias que manti-nham uma adega bem sortida no domicílio. Num país dcclima hostil ao consumo habitual do vinho, as adegas,salvo em reduzidas regiões frias do país, não tinhamrazão de ser. De resto, como tantos outros, era mais umsestro imitado ao colonizador europeu, uma maniaimportada.

As adegas desapareceram, surgiram os bares parti-culares. Os próprios fabricantes de móveis contribuírampara a sua disseminação, desenvolvendo uma produçãomaciça. A associação do decorativo com o estilo moder-no dc receber permitiu a união do que tem sidoconsiderado o útil ao agradável.

Falei em estilo moderno de receber porque aténisso há influência da moda. E as bebidas espirituosasnão poderiam lugir desse determinismo. São raros, entreos aficionados do álcool — alcoólatras e bebedoresnormais — os que se dão ao luxo de praticar o hábitopelo figurino dos experta internacionais: o gim pelamanhã, o Campari antes das refeições, as cervejas e osvinhos durante, o uísque à noite. Por isso. entre nós pelomenos, as bebidas variam com a moda c seu consumo seenquadra, no fundo, na classificação de psicose coletiva.

Há tempo de cerveja, como há tempo de aguarden-te. A caipirinha (cachaça batida com limão e açúcar) étão consumida hoje. principalmente em São Paulo c Rio.como o chopinho. Nos mínimos gestos reflete-se oespírito de cada época. A nossa é de competição,utilitarismo, velocidade. Por isso até os boêmios têmpressa.

Nos bons tempos dos anos 20. a boêmia saudávelera privilegio de artistas e intelectuais. Fase de ouro doparnasianismo, essa década envolveu toda uma geraçãobrilhante que se comprazia em encher a pança de chope eesvaziar o cérebro de chistes c trocadilhos nas elegantescasas de chá e nas confeitarias que fizeram época. 1 iaviatempo para beber, para conversar, para floreios verbais etorneios de inteligência.

Hoje, só mesmo cm cidades do interior c nossubúrbios das grandes metrópoles conseguem subsistir osbotequins que ainda oferecem mesas com cadeiras a seusfreqüentadores. O café expresso e a lanchonete revoga-ram hábitos arraigados do brasileiro, que preza, acimade tudo. o seu dedo de prosa. Mais ate. em muitos casos,do que o dedo dc pinga.

A boate, com sua penumbra sinistra, nunca foilugar p.:r.! os boêmios Je boa cepa e. muito menos, para

Ante o explosivo aumento da inflação, o governodeveria ter cruzado os braços? Não. Obviamente, não.Mas o que aumenta as nossas preocupações diante do"terceiro

pacote" é o risco, inerente à presença deSarney na presidência, de mais uma vez o governoutilizar os controles dc preços e salários como suceda-neos da austeridade fiscal — e não como complementode moralização e enxugamento da máquina administrati-va. Não se apresta o presidente, em plena crise, aretomar as suas onerosas e desnecessárias viagens aoexterior? Tal forma de conduzir-se, por parte dosgovernantes, leva o povo a interpretar o arrocho salariale o tabelamento como sintomas de que a inflação subiráinapelavelmente por não haver na administração públicaquem procure combatê-la com seriedade.

O êxito do Plano Verão só poderá ocorrer sehouver austeridade no comportamento de governantes eparlamentares de todos os níveis — o que não pareceprovável, em vista da desavergonhada elevação desubsídios dc deputados estaduais e vereadores e doincessante delírio consumista dos estatocratas. Ao mes-mo tempo, o programa dc privatização das estataisprecisaria ser implementado com energia c sereno pa-triotismo. Quanto à política de atração de capitaisestrangeiros é preciso criá-la praticamente a partir dezero. Ainda que fosse possível caminhar na boa direçãonessa matéria — e tudo indica que não é — muito tempotranscorreria antes de os capitais estrangeiros voltarem ase interessar por investimentos dc risco no Brasil. Oresto do mundo oferece aos capitalistas internacionaisoportunidades melhores do que as existentes no cenáriolatino-americano.

Ao inaugurar-se o governo Bush os Estados Unidosprecisarão tomar emprestado ao exterior cerca dc 130bilhões de dólares para financiamento do déficit externo.A nova Europa de 1992 e seus 320 milhões de consumi-dores já atraem o interesse de empresas privadas da maisdiversa origem e até o de alguns grupos brasileiros. Ocrescimento ininterrupto da economia asiática e o contí-nuo aperfeiçoamento tecnológico das indústrias locaissituam o Oriente como uma das áreas de maior prosperi-dade no próximo século. Mesmo os conturbados paísesda Europa Oriental e a própria URSS empenham-se cmatrair indústrias e em importar capacidade gerencial doOcidente, a fim dc atenuarem os malefícios da planifica-ção socialista. Pois muito bem: ignorando pateticamenteo que vai pelo resto do mundo, os "nacionalistas" donosso Legislativo dão-se ao ridículo de perseverar emmanter longe dc nós os investidores de capital particular— como sc não dispusessem cies dc melhores oportuni-dades em outros lugares.

A política e a administração ainda são dominadas,no Brasil, por gurus c curandeiros empenhados emmanter a massa submissa e ignorante. Os que não seincluem no rol dos feiticeiros arrolam-se, infelizmente,entre os partidários do intervencionismo estatal. Aadoção do Plano Verão ainda não nos deixa entrever boasolução para a grande polêmica dos nossos dias, a qual,segundo a lúcida visão do escritor José Osvaldo de MciraPena, cm seu recente ensaio sobre o patrimonialismoselvagem, intitulado O dinossauro, "opõe os ncoliberais,de um lado, interessados em reduzir o poder açambarca-dor do Estado de massas, c os social-cstatizantes dooutro — os primeiros estimulados pelas perspectivas deum mundo cosmopolita, aberto à iniciativa privada dcdesenvolvimento imprevisível; e os segundos confiantesainda na relevância de um planejamento "construtivista"em termos dc manutenção do Estado-nação soberano,fechado e legitimado pela ideologia nacional-socialista".

Otávio Tirso de Andrade é jornalista

os bebedores viciados, devido, entre outras causas, àdiscriminação das bebidas, para não falar nas falsifica-ções freqüentes e no alto preço cobrado. Cerveja, porexemplo, não aparece cm boate.

Pressionado assim por múltiplos fatores, decorreu-tes dc um progresso vertiginoso, em todos os sentidos, ohomem moderno, inconscientemente, foi modificando assuas preferências. Por absoluta falta dc tempo (e às vezesde dinheiro) para ingerir, com calma, várias doses dechope, optou pelas batidas, muito mais fortes, de efeitosestimulantes muito mais rápidos.

Mas todos esses fatores, que poderiam estar contri-buindo para a lenta extinção do hábito dc beber — odesconforto, a falsificação, o preço elevado —, cncon-tram respaldo sólido, para funcionar em sentido contrá-rio. nas táticas permitidas de persuasão ao vício, adota-das pelos meios de comunicação. E a propaganda aserviço do mal.

Sc é verdade que nenhum anúncio tem o poder detransformar uma pessoa normal cm alcoólatra, poderesele possui dc sobra para influenciar os que gostam detomar os seus aperitivozinhos e despertar, nos inexpc-rientes. a tentação da experiência. A propaganda, pormais hipócrita que seja, contribui, acintosa c perniciosa-mente, para a disseminação do alcoolismo em todomundo.

Essa propaganda não é feita somente, como sepoderia supor, através de jingles comerciais. Ela existe,implícita c sub-reptícia, cm filmes c novelas, sketches oumusicais, onde, como norma, atores e atrizes bebem.Simultaneamente à trilha sonora de qualquer produçãocinematográfica ou televisiva, os artistas ocupam asmãos, invariavelmente, com um copo. Sc estão sós nacena. bebem. Se recebem um amigo, oferecem bebida. Ebebem. Ora, diante dc tamanha insistência, o espectadoracaba sendo induzido a beber também. Se é. porconvicção, um abstêmio, cedo se persuadirá (isto é. serápersuadido) de que está em déficit com a sociedade.Porque beber hoje, na concepção atrofiada das noivasgerações, é "um barato". Não beber é "muito qua-drado".

Todo esse quadro favorece o vício. Excitando osque não têm o hábito da bebida, estimulando os quebebem com moderação c abrindo o sinal para os quepadecem dc alcoolismo, a propaganda, diante da qual setem mostrado ineficaz a ação conjunta dos organismosinternacionais, pode ser denunciada como o inimigo n" 2do alcoólatra. O inimigo n" I será sempre, em qualquercircunstância, ele próprio.

Porque, a partir do momento em que se certifica deque não tem forças para resistir ao primeiro gole. a suaculpa, na evolução do mal. não pode ser atenuada. Pelocontrário, é agravada.

Quando todos compreenderem a ameaça que repre-senta para toda a humanidade o abuso das bebidas tidascomo espirituosas. é possível que surja no futuro umageração mais sadia de corpo e de espírito. Mas para isso énecessário antes de tudo que cesse a propaganda dovício. Ninguém anuncia cocaína na televisão, nem faz aapologia da maconha no jornal.

Mèíson Sen se e metfrco no Rk> de Janeiro

Carlos Guilherme Mota

Neste país rico dc História mas débil de memória a

experiência histórica de outros países pode ser útil,quando menos para conhecermos nossa inverossímil"identidade". O Bicentenário de 1789 cria espaço para areflexão sobre as Revoluções Francesas de 1789 e 1792, etambém sobre o golpe de 18 Brumário (1799) deBonaparte. Recordemos pois a crise Institucional doAntigo Regime, na antevéspera da Revolução: a momr-quia revela-se incapaz de se reformar.

Não se atribua a crise apenas ao caráter frágil e àvertiginosa perda de autoridade de Luís 16, aos custos damáquina irracional do Estado ou às limitações dc recur-sos para mantê-la, mas também à reação dos particularis-mos provinciais, à confusão de poderes que se superpu-nham c à extrema diversidade administrativa — o Sul e oNorte, por exemplo, não se regiam pelas mesmas leis,nem pagavam os mesmos impostos.

A França permanecia um "agregado inconstituídode povos desunidos", segundo o popular conde deMirabeau (1721-1791), nobre déclassé e membro doTerceiro Estado na reunião dos Estados Gerais.

Nos anos 70 e 80, o reformismo toma conta daFrança, com sinalizações conflitantes. A monarquia,propondo uma nova repartição dc impostos; a nobreza,os privilegiados, uma reforma política, que beneficiasseseu crescente domínio da administração central e nasprovíncias. O novo diretorgeral das finanças desde1777, o banqueiro suíço eprotestante Nccker, simpá-tico à causa dos insurgentesda América do Norte, pro-cura novas formas de finan-ciamento dessa guerra na-vai c distante: não aumen-tou os impostos, tornando-sc popular, mas recorreunovamente a empréstimos.

O tacanho reformismoda Coroa não compensavaos gastos do Reino, quecxccdiam a renda cm pelomenos 20%, segundo o his-toriador inglês Hobsbawm.No imaginário popular, acorte de Versalhes esbanja-va a fortuna da nação, cm-bora representasse "ape-nas" 6% dc seus gastos em 1788... Mais vultosos eram osgastos da guerra, da marinha e da diplomacia, queengoliam 1/4 do orçamento do Estado. Ainda mais graveera o fato de que metade desse orçamento era consumidapelo serviço da dívida existente. "A

guerra e a dívida — aguerra americana e sua dívida — partiram a espinha damonarquia", conclui o autor de A lira das Revoluções.

As duas brechas no Antigo Regime que abriram ocaminho da revolução foram, primeiramente, a criseeconômica c social c o impasse político sob o governo deLuís 16: a aristocracia não quis pagar o custo dessa crisecaso seus privilégios não fossem ampliados. Essa oposi-ção levou o rei a convocar para o dia 22 de fevereiro dc1787 uma Assembléia dos Notáveis, escolhidos entre asfiguras de primeira grandeza do Reino. A segundabrecha, o anúncio, já a 8 de agosto de 1788, daconvocação dos Estados Gerais, antiga reunião de tradi-ção feudal das três Ordens do Reino que não sc realizavadesde 1614. marcada para 1" de março dc 1789.

A aristocracia tentava com isso assumir as rédeas doEstado, mas subestimou as forças sociais e políticas quese avolumavam no interior do Terceiro Estado. E nãopercebeu que as outras duas Ordens — o Clero c aNobreza — não eram homogêneas.

O reformismo da Coroa teve seu expoente nobanqueiro Nccker. o "gênio dos expedientes" c pai daMadamc de Stael. que projetou a criação de assembléiasprovinciais e de municipalidades em toda a Françaencarregadas da fixação de impostos. Mas em cadatentativa de aplicação tropeçava com a burguesia doTerceiro Estado, desejosa dc participar da gestão dacoisa pública. Em maio dc 1781. Nccker é demitido,deixando atrás de si a nobreza furiosa, pois publicou oCompterertdu au Roi — a primeira vez que o orçamentodo Reino foi publicado fazendo nele constar as pensõesreais aos cortcsáos.

Calonne. ex-intendente da Coroa, torna-se em 1783ministro das Finanças, assumindo o posto sob o impactoda publicação do Compterendu. Para cobrir o déficittoma mais empréstimos c gasta muito mais. forjando a

de um regime

imagem de um Estado rico. Em 1786, começara a pagaras dívidas do Estado mas, para prosseguir, viu-se obriga-do a reformar as finanças, decidindo apresentar a Luís 16um plano em que estabelecia a igualdade perante osimpostos — e, portanto, a abolição dos privilégios fiscaisda nobreza e do clero. Na conjuntura crítica, Luís pensaque as medidas reformistas desse peso seriam aprovadasao arrepio dos Estados Gerais, porém desde que apre-sentadas a uma Assembléia de Notáveis e assim legiti-madas...

Os "Notáveis" se reúnem a 22 de fevereiro numclima já francamente revolucionário. Os jornais condcn-saram as idéias efervescentes de reforma e de revoluçãono país e também nos Estados Unidos, na Bélgica, naHolanda e na Suíça (Genebra).

A Assembléia reunia "notáveis" escolhidos a dedo,não representantes do povo. A imprensa francesa dcoposição — produzida na Inglaterra c nos Países Baixos— ridicularizou essa reunião de "notáveis", mostrando-os submissos à Coroa. Como reação, afirmam eles suaindependência rejeitando as reformas de Calonne.("Voyez Calonne...", ironizava o conde d'Artois).

A 8 dc abril dc 1787, Luís 16 o demite e nomeia ochefe da oposição dos Notáveis, o arcebispo ilustrado deToulouse Loménie de Brienne. O marquês de La Fayet-te, "notável" e "herói dos Dois Mundos" que aspirava aser o Washington dc uma república da ordem, adverteque a crise só poderia ser resolvida com a audiência dosEstados Gerais.

Em maio, Briennevolta à carga, substituindoos antigos impostos poruma "subvenção territo-rial", à qual a nobreza e oclero contribuiriam em pro-porção às suas riquezas.Criava ainda assembléiasprovinciais e municipais.Mas os "notáveis" revelam-sc intransigentes, adotandoa posição de La Fayettc: sóos Estados Gerais pode-riam aprovar novos im-postos.

A 25 de maio Brienneobtém de Luís 16 a dissolu-ção da assembléia dos notá-veis, pensando poder pas-sar sua reforma por meiode leis ordinárias, que dc-veriam entretanto ser apro-

vadas pelos Parlemcnts. em geral oposicionistas.O Parlamento de Paris é o primeiro a negar, cm

junho dc 1787. a aprovação dos editos que criavam asubvenção territorial c a igualdade perante os novosimpostos. Nessa medida, criava-se um impasse para orei, sem meios para cobrir o déficit (meses depois, aliás,nos levantes populares na capital, a rainha Maria Anto-nieta será chamada de "Madamc Déficit"...). Os confli-tos aumentam, pois o Parlamento de Paris aceita apenaso edito de criação das Assembléias provinciais e munici-pais nas províncias em que inexistiam. Mais: nas assem-bléias provinciais, os representantes do Terceiro Estadocomeçavam a lutar pela igualdade numérica com anobreza e o clero reunidos, e os votos deveriam ser porcabeça c não por Ordem. Claro, tal fato irritou osprivilegiados e provocou forte agitação popular nasprovíncias.

As revoluções — a de 89 e a dc 92 — sc avizinha-vam. Militares como La Fayctte. que participaram darevolução americana de Washington ao lado de outrosestrangeiros como o italiano Mazzei e o polonês kos-ciuszko e instalaram o partido fayettista no salon deMadamc de Stael. garantiram a primeira fase de transi-ção para o novo regime. (E. como sc sabe. reprimiramviolentamente o movimento popular mais adiante).

Estas am próximos os dias em que o abade Sieyesperguntaria:

"Que é o Terceiro Estado?" respondendo:"Tudo." E advertindo: "Afinal, não conhecemos quaissão os efeitos do monopólio?"... "Que desencorajaaqueles que ele exclui, torna inábcís aqueles a quefavorece? Não sc percebe que toda obra que sc distanciada livre-concorréncia sai mais cara e pior?"

O monopólio, o corporativismo, o burocratismo. acorrupção, o déficit público, a sucessão de ministros numcrescendo de mediocridade e a impotência da Coroasinalizam o colapso do regime.

Já no caso da "Nova" Republica brasileira, cm1988-M9...Carlos Gl tterme Mota. professe, & membro óo Conselho Diretor tío

ISA USP

O inimigo n9 2

Kl ? 1" caclcrn| ? segunda-feira, 30/1/S1? JORNAL DO BRASIL

Pbituário

Rio de Janeiro

Robinson Granado, -IN, de insu-lieiêiícia respiratória agiída.Funcionário público, fluminen-se. deixa viúva e dois filhos.Maria Angélica Lages, 79. deparada çáruio-respiratória.Piauiense, costureira, viúva!morava no Ira já (Zona Norte).Ignácin Pereira. 72. de insüfiSciência respiratória aguda, l-lu-minense. aposentado, deixaviúva.Gcorge Silva Araújo. 73, deinlarto agudo do miocárdiofFluminense, deixa viúva.Anna Azevedo. lW. de insufi-ciência respiratória aguda. Flit-minense. aposentada, era viúvae deixa seis filli8s.Sílvio de Moraes. 56; de instili-ciência respiratória aguda. Per-nambucano. divorciado, mora-va no Lehlon (Zona Sul) edeixa três liihos.Gentille Inés Iiarhosa, 02. dechoque cardiogênico. I rance-sa. aposentada, morava no l.e-blon (Zona Sul). Deixa viúvo edois filhos.Adauetó Souza Alvarenga. (O.de inlarto agudo do miocardio.Fluminense, médico, deixaviúva.

Scbastiana Rodrigues dos San-tos. 63. de septicemia. Mineira,era solteira e aposentada.Conceição Dória da Silva, -13.de septicemia. Auxiliar de ser-viços gerais, fluminense, soltei-ra. morava em Realengo.João Batista Marques dos San-tos. 32, de edema agudo pul-monar. lira capixaba e solteiro.Silvio Antônio de Oliveira. 25,cie insuficiência respiratória.Fluminense, solteiro. Moravaem Cordovil e deixa dois filhosmenores.Jorge de Souza. 34. de feridano crânio. Era fluminense, ser-vente e solteiro.Zulcica Rodrigues de Souza.5fí. de parada cardio-respiratórií; Capixaba, domês-tica, morava no Caju. Deixaviúvo e sete filhos.Serapbina Sabett de Macedo.77, de câncer na mama. Mato-gfossense. doméstica, deixaviú\o e um filho..lurandir da Conceição. 60i deedema agudo pulmonar; Erafluminense, servente e solteiro.Arcomiro Alexandre Ramos.54. ile edema pulmonar. Erafluminense, pintor e solteiro.

Ecologistas propõem a

criação de habeas data

para controle ambientalBliLO HORIZONTE — A criação do habeas data

ecàlpgico foi proposta à Assembléia Constituinte doestado pela Liga de Ação Êeôlógica, desta capital. Opresidente da liga. Celso Melo Franco, explicou que.com o novo instrumento, todo cidadão mineiro teráacesso a informações reservadas sobre a instalação deindústrias potencialmente poluidoras. sobre projetosque envolvam utilização de energia nuclear, e lotos desatélite que comprovem a devastação ambiental.

O eeologista disse que pretende lutar também pelainclusão do habeas data ecológico na legislaçao ordiná-ria de regulamentação da Constituição Federal. Segun-do Melo Franco, esta é a lorma de dar "respaldo

constitucional" a todo cidadão brasileiro que deseje,por exemplo, conhecer a real situaçao de devastação ciaAmazônia e saber em que pontos do país será permiti-do o depósito de li.xo radioativo. "Não podemos maisaceitar que as autoridades se recusem a revelar ciadosde interesse de toda a comunidade nacional", explicou.

Hoje. haverá reunião entre representantes daLiga e de outras entidades de defesa do meio ambienteem Minas (o Centro de Conservaçao da Natureza, aAssociação Mineira de Defesa do Ambiente), comparticipação da Sociedade Mineira de Engenheiros,Instituto dos Arquitetos e da Federação dos Irabalha-dores na Agricultura, para propor uma ação conjuntapela inclusão do habeas data ecológico na nova Consti-tuiçáo. Celso Melo Franco propõe que o novo instru-mento faça parte de um capítulo específico sobre omeio ambiente, em que devera constar também aObrigação do estado dc promover a educaçao ambientalnas escolas públicas, e de realizar programas de cons-cientizaçáo da comunidade para a questão ecológica.

- Conhecendo com antecedência os projetos queimpliquem impacto ambiental, o cidadao terá condiçãode impedir ações do estado que piorem as condições devida da popuiaçáo — argumenta Melo Franco, que tem26 anos, é economista formado pela PUC de Minas eestudante de Direito na Universidade Federal de MinasGerais.

O eeologista disse que a inclusão do Indicas dataecológico na Constituição mineira é necessária, já que oestado se encontra em uma situação ambiental "críti-ca". Lie lembrou que estudos divulgados no anopassado por técnicos do Centro Tecnológico de MinasGerais (Cetéc), do governo estadual, demonstravamque as matas nativas mineiras poderão acabar dentrode 15 anos. se a produção de carvão para uso nassiderúrgicas continuar no ritmo atual.

NAIR BRAULE DA SILVA FERREIRA

t

(Missa do 30° Dia)Sua família agradeço, sensibilizada, as manifestaçõesde carinho e pesar pelo seu faleeirne rito e convidaparentes e amigos para Missa de 30'' Dia cjue serácelebrada dia 31. terça-feira, as 9 horas, na Basílica deSanta Terezinha. a rua Mariz e Barras, ri 351,

Dr. LAURO LANA

(MISSA DE 7o DIA)

jl Diva, Roberto Lauro, PauloT Henrique, noras e netos, sensi-

bilizados agradecem as mani-festações de carinho e conforto

recebidos por ocasião da perda donosso querido Lauro, e convidam

parentes e amigos para rezarem

juntos na missa em intenção a suaalma, que será realizada no dia 31,terça-feira, às 10:30hs, na igrejaSão Paulo Apóstolo, à rua Barão deIpanema 85 — Copacabana.

FERNANDO GOSNMISSA DE 7o DIA

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rmãos,agradecem ase convidam p<reat zar se fiòjc

Paróquia da Ressur{>;> ,nr> Q9 — Cod

cunhado e sobrinhosnanifestações de pesarra i M de 7 Dia a

dia 30 ás 18:30hs na• cão. ,: Rua Francisco

DIN A supera impressão digital

Método genético será

usado por polícia paraiden ti ficar criminosos

liusenltil Calmou AlvesCorrespondente

WASIIINGTON — A polícia dc São Paulo começará

a usar Brevemente o método mais moderno dcidentificação de criminosos, mais perfeito até do que o davelha impressão digital. Trata-se do sistema de engenhariagenética, baseado na molécula chamada DNA, que édiferente na constituição física dc' cada ser humano. Bastauma mínima amostra de sangue, pele. esperma ou atécabelo de uma pessoa, para qae os técnicos descubram aforma exata do DNA de uma pessoa. Graças a essadescoberta, numerosos criminosos, que não poderiam seridentificados de outra forma, vêm sendo condenados emtribunais dos Estados Unidos e de outros países do mundo.

O médico legista Ayufh Morad Amar, professor daUniversidade de São Paulo e chefe do departamento decriminologia da Academia cie Polícia Civil de São Paulo,informou ter conseguido a doaçãó dc um laboratóriocompleto e a cessão dos direitos do uso da tecnologia, paraque o processo de identificação através do DNA possacomeçar a ser feito dentro de algumas semanas no Brasil.Por conta própria, ele trouxe a Washington seu filhoMarcelo, estnclante de medicina, que aprendeu aqui a usaro método e devera repassar seus conhecimentos em SãoPaulo.

Para a firma que vai doar o laboratório, a CellmarkDiagnosis, de Germantown, na área dc Washington, opresente para a polícia paulista poderá virar um bominvestimento. A partir da experiência dc São Paulo,provavelmente outras polícias 110 Brasil ou 11a AméricaLatina vão se interessar pelo método, que está sendodesenvolvido também por outras companhias ao redor do

mundo. O sistema da Cellmark, no entanto, já pode exibiruma impressionante lista de aceitação em tribunais dosEstados Unidos e da Europa.

No Brasil, os juizes já vêm aceitando as identificaçõesatravés do DNA principalmente em casos de dúvida sobrepaternidade. Os métodos tradicionais dc análise, como oHLA, servem apenas para excluir — ou seja, para mostrarque certo homem não pode ser o pai. Com o DNA, pode-se incluir — ou seja, mostrar que o suspeito é, sem sombrade dúvidas, o pai. Só em São Paulo, diz o Dr. Amar. hácerca de uma centena de processos de paternidade nostribunais, neste momento, aguardando resultados.

Nos casos em que houve uma comprovação depaternidade através do DNA, o material teve de serenviado para análise aqui nos Estados Unidos. O professorAyufh Morad Amar garante que dentro de mais algumassemanas todo o processo poderá ser feito no laboratóriodoado, que ele pretende instalar na Academia de Políciade São Paulo. "Já agora 110 início de fevereiro, vamosreceber em São Paulo a visita do Dr. James D. Werncr Jr..vice-presidente da Cellmark, que vai tratar da doação dolaboratório", disse o professor.

Marcelo Amar, quartanista de medicina da PUC deCampinas, explicou que o processo de identificação desen-volvido pela Cellmark se baseia 11a separação dos quatrotipos de proteínas (nuclcotídios) encontradas cm seqüênciadiferente no DNA de cada pessoa, No final do complicadoprocesso, que requer o uso de enzimas especialmenteproduzidas através da engenharia genética, chega-se a umaplaca de raio X, 11a qual se vê algo como uma série debarras (que lembram as dos códigos dc barras, lidos porcomputadores).

Cada ser humano tem essas barras numa seqüênciadiferente dos demais. A possibilidade de alguém ter oDNA igual ao de outra pessoa é calculada cm uma a cada60 ou 80 bilhões. No caso da impressão digital, a chance deduas pessoas terem a mesma característica é muito maior:uma cm cada 2 bilhões.

Sabará, MG — Alan Rodrigues

.... -<r 1

liar ruças rio festival ria cachaça atraem os apreciadores ria "braiiquinha

Cachaceiros realizam festival

para alterar imagem negativa

SABARÁ, MG — Um animado festival da cachaçamovimentou durante o fim de semana essa histórica cidademineira, reunindo cachaceiros assumidos dc todo o interior deMinas, que pretendem mudar o sentido pejorativo do termopara valorizar a mais tradicional bebida nacional. Houve umdesfile para escolha da cachaccira mais bonita, concurso detira-gosto e, é claro, da melhor bmnquinha."Dizer Que um sujeito gosta dc uísque é elogio, enquan-to que chamar alguém de cachacciro sempre foi ofensa. Porque, se a aguardente de qualidade é uma bebida tão boa 011melhor que o uísque?", pergunta o presidente da AssociaçãoMineira de Produtores de Aguardente de Qualidade, (Am-paq), Walter Caetano.

Criada no final de 19S7, a Ampaq já cadastrou 1.700pequenos produtores dc aguardente de cana 110 interiormineiro, especialmente no norte e Vale do Jcquitinhonha.onde está concentrado o maior número deles. Sua pretensão épermitir que o pequeno produtor, responsável, segundoWalter Caetano, pela produção da melhor aguardente, distri-bua sua produção, inclusive para a Europa e Estados Unidos."Vamos projetar os pequenos alambiques da mesma formaque a Escócia projetou por todo o mundo suas pequenasdestilarias de uísque", promete o presidente da Ampaq.

Para mudar a imagem da cachaça, os produtores contamcom a adesão crescente das classes sociais mais ricas aoconsumo da bebida."Talvez cm conseqüência da crise econô-mica, as classes média e alta estão se tornando grandesconsumidoras da aguardente. Nos últimos cinco anos oconsumo aumentou em 50%", garante Walter Caetano. Estatendência lez surgir nos grandes centros, nos últimos anos.sofisticadas lojas especializadas 11a venda de cachaça."1'cnho 4S5 marcas diferentes de cachaças mineiras, compreços que variam dc NCzS 0.65 a NCzS 65.00, No começo, oscompradores de classes mais altas tinham vergonha de parar ocarro na porta da loja. Hoje isto já não acontece", garanteRonaldo Guimarães, proprietário da Adega da Pinga, casasituada no bairro Santo Antônio. Zona Sul de Belo I lorizonte.

Sua pinga de NCzS 65.00, uma das atrações do festival,não tem nome, mas tem história e um sabor suave característi-co que a torna tão apreciada quanto os melhores uísques."Esta aguardente foi produzida há 25 anos na fazenda dosCurrais, em Pedra Azul. pelo fazendeiro Ladim Alves. Elegastou muito para construir seu alambiquc, moderno para aepoca, e vendia a cachaça pelo triplo do preço do mercado.

Como não encontrava comprador, decidiu parar a produção eestocou 50.000 litros, que seu neto, Geraldo Alves, estávendendo agora", contou o dono da Adega da Pinga.

As melhores cachaças de Minas geralmente têm históriascuriosas como esta. A Havana, por exemplo, que em IWSganhou o prêmio de melhor aguardente do festival, é tãoapreciada quanto difícil de ser comprada. Depois de viajar 60quilômetros cm estrada dc terra, desde Salinas, também novale do Jcquitinhonha. o comprador tem de andar a pé doisquilômetros para atingir a fazenda de Anísio Santiago, um malhumorado senhor de 60 anos, que costuma soltar seus cacs-filapara afastar intrusos. Escapando aos ferozes animais, ocandidato a comprador da Havana tem ainda de cair nasgraças do fazendeiro para conseguir sair com mais de umagarrafa."O que torna a Havana tão boa aguardente, como acachaça mineira em geral, é sua produção limitada. O senAnísio não produz mais do que 6.000 litros por safra . explicao presidente da Anipiuj, Wúlter Caetano. Sua barraca, emmadeira e palha, montada no festival, atraía grande atençãodo público, não só pela qualidade da aguardente Germana,que produz, também em pequena escala, como pela decora-ção. com réstias dc cebola e Irutas tropicais. Como todoprodutor participante do festivalele oferecia 11111 tira-gosto aopúblico, um "cumpim ehapega". carne cozida e passada nachapa com manteiga.

Acompanhante essencial da cachaça, o tira-gosto étambém premiado no festival, depois de experimentado por 10seletos provadores. No domingo a noite, eles se reuniram noantigo Teatro de Sabará. dc estilo clizabctano. para provar 26cachaças concorrentes entremeadas com os tira-gostos. Colo-cadas em garrafas sem identilicaçao de nome e produtor enumeradas, as cachaças passaram por rigoroso exame organo-léptico. que consiste em provar o aroma e o sabor da bebida.

"A boa cachaça tem cheiro fraco e desce suave", explicao provador Rcinaldo Toma/ de Oliveira, de 63 anos. Fundidoraposentado. Rcinaldo conta que bebe religiosamente doiscálices de cachaça todos os dias, antes do almoço e do jantar,nunca mais do que isso. Abre um sorriso ao ser chamado decachacciro. pois o título não o ofende, e ensina ao principiantecomo reconhecer, sem beber, a boa aguardente. "E só pingarna palma da mão e esfregar até sumir, a boa aguardente deixacheiro de cana. a ruim lede", revela Rcinaldo Oliveira.

Dr. ROBERTO MENEZES ROCHA(Missa de 7o Dia)

Rosa Maria. Artur, Cecília e filhas, Pompeia,João Carlos e filhos, Roberto, Mónica e filhos,Raul e Ester, Luiza Maria, Maria Júlia, MariaLuiza e João, agradecem as manifestações depesar por ocasião do falecimento do seu queri-cio esposo, pai, sogro. avó. irmão e cunhadoROBERTO, e convidam para a Missa de 7 Dia,a se realizar hoje, 30 de janeiro, as 18:00 horas,na Igreja de Sania Margarida Maria, a Rua Frei

Lagoa

DR. ROBERTO MENEZES ROCHA

(MISSA DE 7o DIA)A diretoria e os funcionários da RETA ENGE-NHARIA S/A, agradecem as manifestaçõesde pesar por ocasião do falecimento do seuinesquecível fundador Dr. ROCHA e convi-dam parentes e amigos para a Missa de 7"Dia, a se realizar hoje, 30 de janeiro, ás 18:00horas, na igreja de Santa Margarida Maria, àRua Frei Solano, n° 23 — Lagoa

Promotores de Justiça

substituem delegados

em greve há seis diasPORTO ALEGRE — Diante da greve dos delegados da

Polícia Civil, que completou ontem seis dias, o procurador-geral da Justiça José Sanfeíice Neto determinou a todos ospromotores de Justiça no estado para que recebam as queixas,denúncias e notícias-erimes por parte da população, para darencaminhamento jurídico aos casos, substituindo, na prática,os policiais na lavratura dos flagrantes.

A determinação foi publicada em nota oficial, nos jornaisda capital, em que a Procuradoria-Geral afirma que oMinistério Público,"na defesa dos interesses sociais e indivi-duais, não pode ficar inerte ante a paralisação" da atividadeadministrativa dos delegados de polícia, e num momento quea repressão ao crime está parada devido a greve/

A nota destaca que o acúmulo de mais essa função riflosignifica que os promotores estão se contrapondo ás reivindi-cações; dos policiais, pois não se examina o mérito do pedido,mas procurando "defender os interesses mais fundamentaisdas pessoas atingidas pela ação nefasta do crime, numasituação emergencial. em que está cm jogo a segurançajurídica do estado e da sociedade".

Os mais de 400 delegados de polícia estão cm greve porcausa do não-atendimento pelo governo gaúcho do pedido deisonomia salarial com o Poder Judiciário, garantido pela novaConstituição. Mas o secretário de Segurança, Waldir Walter,em nota oficial também publicada ontem, alega que a vincula-ção salarial que eles reivindicam não está estabelecida,imediatamente, pelo Artigo 241 das Disposições Transitórias,mas que depende das atribuições que forem dadas aos policiaispela Constituinte estadual.

0 valor dos vencimentos — segundo o entendimento deWaldir Walter, com assessoria da Procuradoria-Geral doestado — será estabelecido, posteriormente, por lei ordinária,"à luz das disposições constitucionais estaduais". Devido anão-equiparaçáo com juizes e promotores, o presidente daAssociação dos delegados de polícia, Caio Brasil, reclama queas perdas salariais variam, conforme a classe funcional, deNCzS 700.00 a NCzS 1.700.00.

Capitania quer Festa

de lemanjá dentro das

normas de segurança

SALVADOR — Para evitar acidentes como o do BatcaiiManche, que naufragou na noite do reveillon, no Rio deJaneiro, a Capitania dos Portos da Bahia divulgou um boletimcom as normas de segurança que deverão ser cumpridasrigorosamente pelos donos e condutores das embarcações queparticiparão da Festa de lemanjá. no próximo dia 2. no bairrodo Rio Vermelho]

Entre as normas, constam o respeito ao limite de lotaçãodeterminado pela Capitania, a existência de coletes salva-vidasem bom estado c em número suficiente para tripulantes epassageiros e outros equipamentos de salvamento. A Capitaniagarante que esses itens serão rigorosamente fiscalizados e nãoserá permitida a participação de embarcações que não atendama essas exigências na procissão marítima.

Depois da procissão da Boa Viagem, realizada no primeirodia do ano, a Festa de lemanjá é a que atrai maior número deembarcações. Além do saveiro que conduz os presentes para aivinlui do mar. barcos de vários tipos e dimensões participam docortejo, que nunca registrou acidentes.

Malhas finas evitam

que peixes carnívoros

ataquem os banhistas

PORTO ALEGRE — A prefeitura da cidade de Rosáriodo Sul, a 3S4 quilômetros desta capital, determinou que seusfuncionários coloquem, diariamente, duas redes de malhafina, numa distância dc 800 metros entre uma e outra, paraformar um cercado e assim proteger os banhistas que freqüen-tam as praias do Rio Santa Maria dos ataques das palometas—peixes carnívoros da família das piranhas.

Essa foi a fórmula provisória que o prefeito José LuizRossignolo (PDT), de Rosário do Sul. encontrou para ameni-zar o problema, cjue vem crescendo nos últimos três anos.Embora o uso das duas redes venha evitando novos ataijuesdas palometas. essas continuam atingindo quem se arrisca apescar ou nadar fora daquele cercado, como ocorreu com ogaroto Fábio Tondolo, de sete anos, filho dc um pescador, queperdeu a ponta do dedo miudinho do pé esquerdo.

O prefeito admite que três problemas provocaram oaumento da população das palometas: a redução dos seuspredadores naturais, que são o jacaré e o dourado, a mudançados cursos de água e a construção de barragens, cjue reduziramo número de riachos. Além disso, há 180 bombas de água aolongo do Rio Santa Maria, que puxam a água para plantaçõesde arroz e o uso intensivo de pesticidas e venenos agrícolas.Por ser mais resistente, a palometa sobrevive e tem suapopulação ampliada pela redução dos predadores.

No verão do ano passado, mais de 20 pessoas forammordidas pelas palometas. causando a fuga dos banhistas eesvaziando a atividade turística na região.

Danceteria —Uma pessoa morreu e outras cincoficaram feridas quando um homem, armado com umapistola automática, começou a atirar dentro de umadanceteria no Centro dc Maringá (PR), a 450 quilôme-tros de Curitiba. A morta foi Vera Garcia, de 23 anos,e os feridos foram internados no Hospital Municipal. Apolícia de Maringá não conseguiu identificar o autordos disparos, que fugiu cm meio ao pânico dos freqüen-tadores Da danceteria. O crime ocorreu na madrugadade domingo.

FRANCISCO JEREISSAT

(MISSA DE 7o DIA)

JL Heleoa, Môoica, Magali e Ricardo,X Fraocisco e Lília, Mana Helena,

' Dagmar, netos, às famílias Gentile Jereissat, agradecem a amizade,

manifestações de pesar e convidampara a missa de 7o Dia a ser realizadahoje, dia 30/01/89 às 17:30 hs. naIgreja de Santa Môníca à Rua JoséLinhares, 88 — Leblon — RJ.

CEL. FRANCISCO FERNANDES CARVALHO FILHO(Missa de 7o Dia)

tLUCINDA

AMÉLIA AYRES DE CARVALHO. FERNANDO JOSÉAYRES DE CARVALHO; MARIA CRISTINA CARVALHO. NETOS eSOBRINHOS, agradecem o carinho recebido durante a enfermidadee falecimento de seu querido esposo, pai. sogro, avô e tio e

convidar»-- parentes e amigos para a Missa de 7° Dia que será ceie br adi; ?.s11:00 heras do da 31 de janeiro, na Igreja da Candeia' a. Praça P o X

FUED BOUERI

(Missa de 7o Dia)

tEURYDECE

RAMALHETE COUTINHO BOUERI, FILHOS,GENROS, NORA e NETOS agradecem as manifestações depesar recebidas por ocasião do falecimento de seu inesquecí-

vel FUED. e convidam os demais parentes e amigos para a M^sade 7 Dia que mandam celebrar terça-feira, dia 31 01 89. ás 10:00horas na Iqreia de Nossa Senhora do Líbano, à Rua Conde de

JORNAL DO BRASIL Ciência segunda-feira, 30/1/89 ? 1" caderno ? 1 1

Duzentas esi)6cies de tnoscas ameaqam todas as friit'as

Aliedo

Circuito Integrado

Muito bem, rapazes!, hora do recreio, Podemos

começar a brincadeira respondendo a cincoperguntinhas fáceis, de múltipla escolha. Lápis na mão:

1 — Quantas calorias tem uma lata de cerveja?•a) 15b) 15(1

..c),.1.501)d) 15.0003— Quem é que não trabalhou em Easy Rider:a) Peter Fondab) Dennis Hopperc) Karcn Blackd) {(arcif Carpenter

— Spiro Agnew é:a) um tipo de doença venéreab) lima banda de fusion (jazz-rock)c) um ex-vice-presidented) a primeira congressista americana

— Sexo é: a) o máximob) médioc) um esporte populard) um mistério para mim5'— Se um médico ficasse preso numa ilha deserta comBo Derek, sua atitude mais provável seria:1 a)' construir um barcob) recomendar duas aspirinas de 4 em 4 horasc) não aceitar convêniod) dar graças a Deus.

Quem acertou todas (b, d, c, a, d) está credencia-do a entrar na pele de Larry Loffer, personagem deLeisure Suii Larry in lhe Land of tlie Loimge Lizards,primeiro advenlurp, tridimensional para adultos; o ques-tionário d uma espécie de teste para aferição de faixaetária, já que Larry não é o tipo exatamente bem-vindonum jardim de infância. A bem da verdade, Larry nãoé o tipo exatamente bem-vindo em lugar nenhum; seveste mal. tem mau hálito e é um perfeito panaca, masaí é que está a graça do jogo. Como todo advenlure,Leisure Larry tem um objetivo a ser alcançado — nocaso, conseguir uma garota honesta, sincera e, diga-mos. dadivosa, para a felicidade do nosso herói. Fosseele o Harrison Ford (ou o River Phoenix, liem?) e oproblema estaria resolvido antes mesmo de começar.

? ? ?

Desenvolvido pela Sierra, Leisure Suii Larry tem.como seus irmãos King's Quest e Space Quest, umsistema de animação espetacular, e uma trilha sonoraespertíssima. Tem também uma historinha divertida, calgumas situações muito engraçadas, embora, de modogeral, seu senso de humor esteja mais para CarlosAlberto Nóbrega do que para George Bernard Shaw.Entre os perigos à espreita de Larry estão, por exem-pio, um cachorro que insiste em confundi-lo com umposte, e uma descarga estragada que o leva. pelo gestode educação mais elementar!, a uma morte horrenda.Par delicatesse, j.ai perda ma v/e, diria, como últimaspalavras, se fosse um rapaz instruído. Não sendo, dizapenas glub xlub glub.

? ??Larry começa sua grande aventura num boteco tão

mal freqüentado quanto uma reunião ministerial. Asprimeiras dica para seguir em frente, descobre, numbanheiro que até as baratas da emergência do SouzaAguiar se recusariam a freqüentar, se jogasssem adven-litres; parece que não jogam. Em comparação com aspessoas que o rapaz encontra, contudo, as baratas sãogente muito fina. O erro é dele. que teima em preferircompanhia humana. Resultado: é explorado por moto-ristas de taxi. massacrado por leões-de-ciiácaras eenganado por mocinhas de ar angelical. Amigos queconseguiram fazer os 220 pontos regulamentarcs garan-tem que nem só de dissabores é feito o jogo, mas, daúltima vez que encontrei Larry. ali pelos 135, ele estavamiseravelmente preso num quarto de hotel, atado demãos e pés a uma cama em forma de coração pela bela,jovem e amantíssima ex-esposa. Que gozava a vida amilhas dali, em companhia de todos os bens do casal.

? ??Leisure Suii Larry não é o jogo que eu recomenda-

ria a Dom Eugênio Sales e suas ovelhas, mas. paraquem assiste ao programa do Chico Anísio sem maiores

¦ constrangimentos, é uma ótima diversão. Nos EstadosUnidos, pode ser encontrado em qualquer revendedorde software por algo em torno dos 35 dólares. Aqui,graças à nossa inteligente reserva de mercado, circulaapenas em cópias-pirata. Eficientemente aberta a de-bugadas. sem questionário, para poupar a turma daSEI do vexame de unia reprovação no teste de conheci-mentos gerais. Em tempo: as cinco perguntinhas nãosão só cinco. São dezenas, e aparecem, de cada vez, emcombinações diferentes.

BY A PPOINTM ENT...Enquanto isso, no lado sério da vida, o pessoal da

Lotus Corporation se reúne, amanhã, com as empresasque receberão sua bênção oficial para a administraçãode programas de treinamento. Nesta reunião serãodefinidas estratégias conjuntas de trabalho para redu-zir, na medida do possível, o deixa-que-eu-chuto domercado. Um dos primeiros centros de treinamentocredenciados aqui no Rio é a Flow Informática, que, hátrês anos, foi responsável pela tradução do 1-2-3 para oportuguês e que, desde então, vem mantendo asmelhores relações com a Lotus. Fernando Ximenes. daFlow. o craque a quem devemos a seleção (e eventualelaboração) de alguns dos melhores manuais publica-dos no Brasil, garante que, até o fim do ano, estarãodisponíveis cursos credenciados de todos os produtosLotus, do popular 1-2-3 ao simpático (e incompreendi-do) UAL.

Cora RónáiWÊÊKÊÊHÊÊÊÊBÊÊtÊÊBÊÊKÊÊÊÊÊÊÊtÊÊKÊÊÊÊtlÊÊÊItÊk WÊÊÊEÊÊÊÊÊÊÊHÊÊÊÊtÊÊÊÊÊKÊÊÊÊÊtÊI

As imagens celestes

de Humberto de Campos

í í /& o contrário dos poetas e, em geral, dos pauteis-XjL tas, eu tenho horror às noites estreladas. Nada

me deprime tanto, e me entristece, como o espetáculo daintensidade celeste. A visão das estrelas miúdas, da"écharpe" ondulosa da Via-Láctea, chama-me à realidadedá vida, e à consciência da minha insignificãncia. Lembro-me que aqueles glóbulos quase invisíveis são milhares oumilhões de vezes maiores do que aquele em que habito:que é possível que. morto, eu vá habitar algum deles. Ebaixo os olhos, humilhado."

Esta visão tristonha das noites estreladas, profunda-mente pessimista, nos foi dada pelo escritor maranhenseHumberto de Campos, em 9 de março de 1929, em seuDiário Secreto (1954), que assim resumiu as suas observa-ções daquele dia:"É que eu já me apeguei a este grão de poeira que é aTerra. E como eu seria feliz se pudesse ficar eternamentenela, amando e sofrendo, lutando e penando!..."

Humberto de Campos foi o cronista mais lido eapreciado, na década de 1930, pela sua sinceridade eautenticidade, com as quais não dissimulava as mágoassócio-políticas. Era um articulista dos extremos: fervorosono louvor como nas críticas, às vezes excessivamenteindignadas. "Humberto de Campos prejudicou o seuDiário Secreto com as perfídias que nele deixou, mistura-das às páginas mais patéticas que lhe saíram da pena",escreveu seu conterrâneo, o romancista Josué Montello,em Diário da Tarde (1987). Na realidade, apesar dosrelatos factuais, em geral maliciosos, com ferinas insinua-ções malévolas, o contexto geral da obra de Humberto deCampos é magistral pelo estilo límpido e fácil comuni-cação.

A visão do céu, como uma imagem sempre associadaà depressão, que dominou a vida do escritor maranhense,aparecerá sempre ao longo de toda a sua vida. Em 23 demaio de 1930, após ter visitado Júlio Prestes, presidente daRepública eleito, a bordo do Almirante Jaceguai. na praçaMauá, como representante do governador do Maranhão.Presidente Pires Sexto, o então deputado Humberto deCampos assim descreveu o clima do momento:"A tarde, de regresso para casa, olho, no ônibus emque viajo, a praça Mauá e o navio que vai conduzir oPresidente, e que partirá à noite. O céu, no poente,apresenta laivos de sangue do Sol que morre para os ladosdo cais do porto. E, não sei por que, enche-me o coraçãouma grande, uma profunda, uma imensa tristeza..."

Nos primeiros anos da década de 1930, a vida doescritor maranhense foi uma marcha ascensional de deses-perança e misérias, que poderia ser usada para explicar avida amarga que transparece ao longo dos seus relatos. Noentanto, as razões devem estar mais ligadas à própriasensação que as imagens celestes provocam no espiritohumano. Elas variam em cada indivíduo. O escritor efilósofo francês Pascal dizia que o silêncio do universo lhecausava pavor. Por outro lado, o atormentado e esquizo-frênico pintor holandês Van Gogli encontrava nas noitesestreladas motivos de repouso para sua mente agitada,como confessou em carta ao irmão Theo.

Assim como na noite, a própria lua que inspirou aospoetas Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira,Ledo Ivo e tantos outros escritores imagens de grandeternura e esperança, cm Humberto de Campos, ao contra-rio, provoca um efeito melancólico, conforme deixouescrito a 5 de janeiro de 1931."Ontem, lua cheia. Olhava o horizonte, de um bancoda praia, quando noto que um dos morros do outro lado dabaía começava a incendiar-se. Atentei melhor e vi. Era alua que surgia no céu claro, e que punha à mostra umpedaço de face luminosa. E, em breve, ei-la subindo,amarela e enorme, como uni balão de ouro levantadolentamente, insensivelmente, por mãos invisíveis.""Esse espetáculo comoveu-me profundamente. Evo-co algumas noites de luar da minha vida. Lembro aquelacm que, na Paraíba, vi. com um telescópio, o doce astroromântico, c a tristeza de que se me encheu o coração aosabê-lo deserto e sem água. E vejo que, deserta, e estéril,é, também, hoje, a existência que levo, sem dinheiro, sempão. sem saúde, e o que é pior, sent entusiasmo e semesperança..."

Evidentemente, as imagens de tristeza e melancolia,'de um pessimismo sombrio e sem lenitivo, provém daprópria personalidade de Humberto de Campos, de suavida atribulada, da infância pobre e cheia de vicissitudes.Todavia, já o poeta francês Victor Hugo. ao escrever sobreo Céu Noturno, cm sua obra L'année terrible". de certaforma justifica a posição "negativista" de Humberto deCampos, dizendo: "Cliacun a sa façon de regarder da nuit"("Cada um tem o seu modo de encarar a noite").

Ronaldo Rogério de Freitas Montão

Efeito estufa

não alterou o

clima nos EUAWASHINGTON — Se há uma ten-

dência de aquecimento global da afntos-fera da Terra, isso não aparece nos regis-tros da média de temperaturas e precipi-tações anuais dos Estados Unidos, queremontam a 1895, dizem pesquisadoresda Administração Nacional Oceânica eAtmosférica (NOAA em inglês), em es-tudo a ser publicado no próximo númerode Geopliysical Research Letters.

Os cientistas advertem porém quesuas constatações, restritas aos 48 estadosdo território contínuo do país, não con-tradizem outra pesquisas, que indicam oinício de um aquecimento global. Nosúltimos anos, cientistas tem analisadoregistros climáticos de todos os tipos, deboletins meteorológicos a fósseis indica-dores de clima, para determinar se asatividades humanas começam a perturbarmensuravelmente o clima do mundo.

Os dados climáticos sobre os EstadosUnidos mostram que houve épocas emque o tempo foi especialmente quente eseco, e outros em que foi anormalmentefrio e úmido, mas no todo não houve umatendência constante. Alem disso, os pes-quisadores comunicaram que não se no-taram tendências nas planícies do Norte— região que alguns prediziam seriaafetada por secas mais freqüentes, com oaquecimento global esperado do chama-do efeito estufa.

Os dados tampouco mostraram ten-dências resultantes da urbanização. Oscientistas esperavam que o crescimentourbano contribuísse para o aquecimento,à medida que as florestas fossem dandolugar ao asfalto. Na verdade, a únicatendência que encontraram foi dc umpouco mais de chuva no outono, comregistros de outonos mais chuvosos de1970 a 1987 que nos 74 anos anteriores.

A maioria dos cientistas espera que ochamado efeito estufa leve a um aqueci-mento global, com drásticas conseqüên-cias climáticas no próximo século. Oesperado aumento de alguns graus natemperatura média do mundo deve-se àscrescentes concentrações de dióxido decarbono, metano, dorofluorocarbonos eoutros gases na atmosfera. Esses gasesatuam como uma estufa, permitindo aentrada da luz do Sol para aquecer aTerra, e depois impedindo a saída para oespaço do excesso de calor.

Os cientistas da NOAA dizem que,como os 48 estados contínuos americanosrepresentam apenas uma pequena parce-Ia da superfície da Terra, e anomaliasregionais podem ter encoberto outrastendências, seu estudo não lança necessa-riamente dúvidas sobre a teoria do aque-cimento global.

James E. Hansen, diretor do Institu-to Goddard de Estudos Espaciais daNasa, que acredita que o efeito estufa jálevou a um aumento de mais ou menosÒ,5"C na temperatura do mundo, diz quenão questiona os dados do estudo daNOAA. mas que o debate entre os clima-tologistas hoje centra-se em saber "se oefeito de aquecimento global é suficiente-mente grande para ser notado".O pesqui-sador da Nasa disse: "Não surpreendeque não o vejamos numa região quecobre apenas 1.5% do globo".

Thomas R. Karl. do Centro de Da-dos Climáticos da NOAA e um dosautores do documento, disse que. embo-ra a média americana não mostre oaquecimento que os cientistas buscavam,há outra tendência que se encaixa nessahipótese. A temperatura máxima médiadiária do século permaneceu mais oumenos a mesma, mas a mínima médiadiária aumentou levemente nesse peno-do, sobretudo nas duas últimas décadas.

Brasil já pode eliminar

praga da mosca-das-frutas

Fernando LacerdaBELO HORIZONTE — O Brasil

já dispõe da tecnologia necessária paraerradicar as cerca de 200 espécies demoscas-das-frutas causadoras de pra-gas existentes no país, e que atingemindiscriminadamente todas as culturasde frutas, revelou o entomologista JoséClaret Matioli no 2" Encontro sobreMoscas-das-Frutas. A tecnologia, queutiliza a esterilização dos machos dosinsetos pela aplicação de raio gama, foidesenvolvida pelo Departamento deEntomologia da Escola Superior deAgricultura Luis de Queiroz, da USP(Universidade de São Paulo), em Pira-cicaba.

Os participantes do Encontro So-bre Moscas-das-Frutas receberam tam-bém uma notícia preocupante. Scgun-do Matioli, uma nova espécie de moscaque ataca as frutas, denominada DacusDorsalis, considerada muito mais difí-cil de ser controlada que as conhecidasno Brasil, foi identificada no Surina-me, país que faz fronteira com a regiãoNorte brasileira. "Há uma possibilida-de concreta de essa espécie chegar aoBrasil, devido ao grande fluxo migra-tório clandestino dos estados do Nortecom o Suriname", afirmou o pesqui-sador.

Vizinho — Ele disse que o go-verno federal, através do Ministério daAgricultura, já sabe da ameaça deentrada de nova praga no Brasil. Suge-riu uma ação ostensiva para controlar oproblema, através de uma fiscalizaçãoeficaz da fronteira, monitoramentopermanente da área. além da pulveri-zação dc inseticidas nos veículos eaviões procedentes do Suriname."Omais importante é que a gente brigueno quintal do vizinho. Temos de trans-ferir recursos, tecnologia e pessoal pa-ra o Suriname, pois o problema é maisnosso que deles".

José Matioli alertou para os prejuí-zos que a instalação da espécie dacusdorsalis traria para a economia brasi-leira. "Se o Brasil for considerado áreadessa espécie de mosca-de-fruta, prati-

camcnté acabarão as exportações defrutas tropicais (mamão, manga e me-lão, especialmente), além dc cítricos",advertiu o pesquisador da Empresa dePesquisa Agropecuária de Minas Ge-rais.

Para erradicar as espécies de mos-cas-das-frutas que ocorrem no Brasil,especialmente a ceratitis capitula, amais importante de todas, um grupo depesquisadores da USP resolveu apro-veitar a propriedade que os machostêm de localizar as fêmeas em longasdistâncias para o acasalamento. "Cria-mos em laboratório grandes quantida-des de machos, que são esterilizados.Posteriormente são soltos, acasalam-

, se, e as fêmeas põem os ovos normal-mente. Só que desses ovos não saem aslarvas. E parecido com a vasectomianos homens, que continuam podendose relacionar sexualmente, mas não sãomais férteis", disse.

Para a esterilização dos machos éutilizado o raio gama,, proveniente departe do cobalto 60. "É um exemplo deutilização de energia nuclear para finspacíficos", afirmou. A pesquisa come-çou a ser desenvolvida a partir desimilar americana com a mosca doberne, e foi adaptada para as condiçõesbrasileiras. No laboratório em Piraci-caba são produzidas e esterilizadas, emescala-piloto, 200 mil moscas por se-mana. "Para a erradicação total seriamnecessárias só na região Sudeste umaprodução de milhões de moscas".

Segundo Matioli, entre outros be-nefícios, essa técnica traria a reduçãona utilização de inseticidas e, em con-seqüência, de custos. Acabaria com osresíduos tóxicos nas frutas deixadospelos defensivos agrícolas e soluciona-ria o problema ecológico. "Não espe-ramos que apenas o governo se interes-se pelo projeto, mas também os pró-prios produtores, que são os maioresinteressados", afirmou o pesquisador.A tecnologia será apresentada no pró-ximo mês, em São Roque (São Paulo),durante congresso internacional demoscas-das-frutas.

Astronomia e Astronáutica

Teoria explica mudança

no magnetismo da Terra

SÃO FRANCISCO, EUA — Geofí-sicos da Universidade da Califórnia cria-ram uma nova teoria para explicar asvariações na posição do Norte magnéticoda Terra: é possível que o núcleo de ferrofundido do planeta reaja com a camadamais profunda da erosta terrestre, produ-zindo bolhas de magma, a rocha derreti-da que sai dos vulcões. Essas bolhaspenetrariam na crosta terrestre, desvian-do as linhas de força do campo magnéti-co, gerado pelo núcleo metálico da Terra,alterando a posição do pólo.

O Pólo Norte magnético, o pontopara onde apontam as agulhas das bússo-ias. não coincide com o Pólo Norte geo-gráfico. Ao longo dos último 1.200 anos.os geógrafos notaram variações periódi-cas na direção do Norte magnético. Asalterações chegam a um grau de desviopor década, grandes o suficiente paraexigir modificações nos mapas de nave-gação.

Para descobrir a causa disso, o geofí-sico Raimond Jeanloz e sua equipe cria-ram um modelo experimental do ambien-

te de altíssima temperatura c pressãoexistente na região onde a crosta terrestretoca o núcleo liqüefeito do planeta.

Para criar o ntodclo, os pesquisado-res submeteram pequenos fragmentos dematéria semelhante à crosta terrestre atemperaturas acima de 3.000 graus centí-gradosf geradas por raios laser. As amos-tras dc rocha, chamadas peroskvitas, fo-ram misturadas com ferro derretido ecomprimidas entre dois diamantes, atéobter-se uma pressão 1 milhão de vezesmaior que a existente na superfície terres-tre. Nessas condições de temperatura epressão, o ferro fundido do núcleo cen-trai deve reagir agressivamente com amatéria da crosta. criando as bolhas quealteram o campo magnético.

Jeanloz explica que essas experiênciasão importantes para se compreenderporque o campo magnético terrestre seinverte a intervalos de alguns milhões deanos. Quando isso ocorre, a Terra podeficar sem o guarda-chuva magnético queimpede que a maior parte das partículasatômicas emitidas pelo Sol atinja a super-fície terrestre.

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Medicina

Murilo Menon

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Fora da família, urna outra grande paixão

Bernardo Beiguelman

Pioneiro da genética

quer recuperar atraso

na pesquisa brasileiraSÂO PAULO — Enqüanto cientistas do mundo todo

andam às voltas com as mais modernas e refinadas pesquisassobre o conhecimento profundo do material genético contido noDNA — estudos considerados de ponta e que poderão culminarno descobrimento de curas para doenças de origem genética —aqui, no Brasil, um pequisador tenta suplantar o fosso científicoque separa em pelo menos dez anos a ciência brasileira dagenética no Exterior. É o profesor Bernardo Beiguelman,titular do Departamento de Genética Médica e pró-reitor depós-graduação da Universidade Estadual de Campinas (Uni-çamp), a 100 quilômetros de São Paulo. "Este atraso érecuperável, mas precisamos trabalhar rápido", alerta Beigucl-man, com o auge da vitalidade de seus 56 anos, quase a metadededicada ao estudo da genética humana:

Há pouco mais de um ano e meio, Beiguelman estimulou aconcretização do primeiro passo desta corrida de recuperaçãodo atraso ao criar o Centro de Genética Molecular da Unicamp.Neste centro, entre outras coisas, estão sendo pesquisadas aevolução da anemia S, que provoca a anormalidade dashemoglobinas — pigmento existente na hemácia sangüíneacujas funções, basicamente, são as de fixar o oxigênio etransportá-lo para as células — e os mecanismos de atuação docromossomo Y, que determina o sexo masculino. "Percebi queestávamos atrasados e insisti na criação do Centro, para tentarrecuperar o que perdemos", afirma Beiguelman.

Orgulho — Entretanto, apesar de sua importância paraas pesquisas brasileiras, o Centro de Genética Molecular éapenas mais uma estrepulia científica dentro do vasto e reconhe-cido currículo de Beiguelman, um pesquisador científico nato,formado em História Natural — um curso, já extinto quemesclava biologia e geologia — pela Universidade de São Paulo(USP), há 34 anos. A primeira destas inovações foi nada menosdo que a fundação do Departamento de Genética Médica daUnicamp, pioneiro no país, criado em 1963, numa época em quea genética — principalmente a médica — era objeto de estudode uns pouquissíssimos professores brasileiros. "Me olhavamcomo um louco", lembra o pesquisador com um indisfarçavélorgulho de quem inovou e se deu bem.

Natural de Santos, no litoral paulista, Beiguelman iniciou,através da criação do Departamento de Genética Médica, umextenso e pioneiro estudo de resistência e susceptibilidade doBacilo da lepra, o que lhe valeu o cargo de conselheiro daOrganização Mundial de Saúde (OMS) desde 1972. "Consegui-mos demonstrar que o macrólago, organismo que come célulasdoentes, pode ou não destruir o bacilo da lepra", relembra oprofessor. "A destruição ou não vai depender da formaçãogenética do indivíduo", explica.

Tanto fascínio pela genética tem origem na eterna curiosi-dade e avidez do Beiguelman por formular pergunts que aindanão tem respostas. "Ele sempre foi assim curioso e logo ficoumuito entusiasmado com a genética", lembra Pedro HneriqueSaldanha, de 59 anos, professor de genética da Universidade deSão Paulo e um dos primeiros a ensinar a Beiguelman o bê-a-báda disciplina, ainda nos meados dos anos 50, durante o primeirocurso brasileiro de genética humana, do qual Saldanha partici-pava como professor e Beiguelman como aluno.

Hoje, ao completar bodas de prata do casamento com agenética humana estudada na Unicamp, Beiguelman dedica àspesquisas seu tempo integral. "Fora a família, não dá tempopara outra paixão", fala bem humorado o pesquisador, que, nashoras vagas, prefere idealizar novas descobertas importantes."Só quero diminuir nosso atraso em pesquisas na área genéticamolecular", espera ele.

Alemão lança aparelho

versátil contra os

cálculos e sedimentosNão apenas o cálculo renal, mas também o

vesicular e até sedimentações no pâncreas já podemser triturados sem qualquer contato direto. A empre-sa Siemens lançou no mercado alemão um novoaparelho, o Lithostar Plus. que aprimora o uso dasondas de impacto para a eliminação do cálculo renal,permitindo ao médico escolher entre raios X eultrassonografia para localizar o cálculo e. depois,controlar o tratamento.

A dupla combinação das terapias no aparelhooferece duas diferentes imagens ao médico, possibili-tando uma representação da imagem ideal da regiãodo corpo enfocada. Cálculos nos rins e nos condutosuretrais, nos canais visiculars ou no pâncreas, podemser melhor identificados e com maior exatidão peloraio X, enquanto que o cálculo na vesícula é melhorlocalizado pela ultrassonagrafia. Para verificar a exis-téncia de cálculos de milímetros de dimensão, naavaliação do sucesso do tratamento, só é possível usarraio X.

A terapia das ondas de impacto oferece impor-tantes vantagens para os pacientes. Em vez de umaoperação dispendiosa, é cada Vez mais possível otratamento sem anestesia, que. cm muitos casos,pode ser até mesmo ambulatorial. encurtando demodo radicial o tempo de internamento médio hospi-talar.

Nova odontologia terá implante

fácil e prótese por

computador

Por muitas gerações, a inexistên-cia de água fluorizada e da odontolo-gia preventiva tornou comum a ve-lhice sem dentes — ou com dentesem estado lastimável. Mas de agoraaté o fim do século, um admirávelmundo novo de odontologia hightech estará cada vez mais à disposi-ção do consumidor. Com o envelhe-cimento da população, serão espe-cialmente procurados os novos mé-todos de reconstrução: das coroasdesenhadas por computador aos im-plantes de raízes artificiais, um vastoe sofisticado arsenal revitalizará inte-gralmente uma disciplina que semanteve estagnada durante muitosanos.

No consultório dentário do fimdo século, o paciente poderá sentar-se na cadeira do dentista e observarlinhas verdes e vermelhas que apare-cem na tela do computador à suafrente. Elas se arrumam e desarru-mam, dão lugar a novas linhas, deoutras cores, a um simples apertar detecla por parte do dentista. A ima-gem em três dimensões, com a formade um dente, treme quando umcanto move-se ligeiramente para aesquerda. O dentista deixa mais es-paço entre um dente e outro ("é parapoder escovar melhor", avisa), man-da o cliente relaxar e anuncia: acoroa estará pronta em 12 minutos.

Não é ficção científica — o siste-ma computadorizado, desenvolvidopelo cirurgião-dentista francês Fran-çois Duret, elimina a desagradávelnecessidade de se tirar moldes demassa da boca do paciente, paradesenhar coroas e pontes, e é usado,em caráter experimental, por dentis-tas europeus. Nos Estados Unidos, aFood and Drug Administration (quecontrola alimentos e remédios) aindanão aprovou o sistema, mas testesclínicos começarão a ser realizados

cm breve na Escola de Odontologiada Universidade do Sul da Califór-nia, em Los Angeles, enquanto umsistema suíço, bastante similar, estásendo pesquisado na Universidadede Alabama, cm Birmingham. Mon-tar um consultório assim, por en-quanto, séria possível só para milio-nários, pois o sistema todo nãocustaria menos de 150 mil dólares.

Já a teoria do implante dentário— que também custa caro, mas nãoexige senão instrumentos rigorosa-mente esterilizados — parece óbvia:algo parecido com um prego que secoloca numa superfície de madeira.Mas houve dezenas de tentativasfracassadas, por causa dos proble-mas de rejeição e infecção. Como oosso não é matéria inerte, ele reage àinserção do corpo estranho segre-gando um tecido cicatricial esponjo-so — c as raízes do dente artificialficam em contacto permanente comos micróbios da boca. Assim, podeser necessário retirar o implante e, àsvezes, parte do osso que começou anecrosar-se.

Cicatrização — O métodosueco de implante surgiu quase poracaso, através de um não dentis-ta.Estudioso da fisiologia óssea ani-mal, professor da Universidade deLund, Ingvar Branemark implantou,na década de 50, aparelhos de regis-tro em ossos, para entender melhoros processos de cicatrização apósfraturas. Usou pinos de titânio, me-tal resistente e insensível à corrosãohoje amplamente empregado em or-topedia. Quando quis recuperar osaparelhos, teve a surpresa de nãoconseguir separá-los dos ossos: aocontrário de outros metais, o titânioaderia com perfeição à cavidade,sem tecido cicatricial intermediário.

Mas o material não é tudo e,meticuloso, só em 1977 o professor

Branemark tornou público seu enge-nhoso método, que se desenvolveem duas etapas. Primeiro se insereno maxilar os pinos de titânio, quefuncionarão como verdadeiras raízesartificiais e servirão de ponto deapoio para a futura prótese, fechan-do-se a seguir a gengiva. Durantemuitos meses, a gengiva fica cicatri-zando, para que se possa realizar, nointerior do próprio organismo, livrede toda contaminação externa, aintegração osso-mctal que assegura-rá a solidez do implante.

Os pinos são ocos e quando estãobem fixos as gengivas são reabertaspara que a elas sejam adaptados ospivôs, análogos aos habituais, sobreos quais serão aparafusados os den-tes sobressalentes, feitos sob medidapelos protéticos. O conjunto é des-montávelj o que permite a verifica-ção do bom andamento do implante— primeiro após um ano, depoisregularmente a cada período de cin-co anos. Tanto quanto a técnica, sãoas precauções — entre elas, a boahigiene dentária — que explicam oêxito do método Branemark, o únicoaprovado pela rigorosa AssociaçãoDentária Americana de Chicago.

Há condições básicas para o im-plante, na Europa realizado em salasde cirurgia: rigorosa assepsia e bocatotalmente sadia (qualquer sinal deinfecção crônica das gengivas deveser tratado antes). Segundo os cálcu-los do professor sueco, há 97% decasos bem sucedidos no maxilar infe-rior, um pouco menos no maxilarsuperior (onde nem sempre o tecidoósseo é de qualidade comparável).Um bom índice, certamente, paraquem sonha com dentes que nãodeformam a boca nCm a fala e que,além de ter a aparência de verdadei-ros, dão ao seu possuidor a impres-são de sê-lo.

Getúlio

A falsa raiz — uni pino de titânio - é inserida na gengiva. Após a cicatrização, que demorameses, a gengiva é reaberta para fixação do pivô e aparafusarnento da prótese

O privilégio do tratamento sem dor

cada paciente. Depois da colocação dospinos, a gengiva é fechada, para só serreaberta daí a três meses, quando entãoos dentes novos são aparafusados naspartes exteriores do pino."Precisando trocar o dente, por qual-quer problema, como a quebra da porce-lana, é só desparafusar e colocar outro",acrescenta Dotto. "Você pode até esco-lher o modelo de dente que quiser paracada ocasião", brinca o dentista. O im-plante é indicado para todos os tipos de"falha dentária", inclusive para as pes-soas que não possuem nenhum dente."Nestes casos, colocamos os pinos emlugares-chave da gengiva e depois enros-camos as pontes", explica Dotto.

Não há medicação pós-operatórianem dor. Além disso, o dente implantadonão tem cárie nem tártaro. E não afrou-xa. Uma dentadura implantada tem trêsvezes mais força do que a dentaduratradicional.

Apesar de representar solução idealpara muita gente — no Brasil calcula-seque existam cerca de 30 milhões dedesdentados — o implante é por enquan-to privilégio de poucos. Ter novamenteum dente perfeito custa hoje, nas princi-pais cidades brasileiras, entre NCz$300 e800. O preço alto é compensado pelarapidez do procedimento (não mais detrês horas de cadeira), que tem outrasvantagens: é indolor.

Em São Paulo, um grupo de perio-dontistas (especialistas na formação ósseacm torno do dente) está fazendo, hápouco mais de um ano, o implante dentá-rio segundo a técnica do sueco Brane-mark, um dos cinco métodos hoje exis-tentes.

Até agora, o grupo paulista - forma-do por seis pessoas - já atendeu a 35 casosde implantes, todos bem sucedidos. "Nomundo todo, o índice de sucesso é de92% dos casos", informa o periodontista

Carlos Dotto, professor da Faculdade deOdontologia da Zona Leste, cm SãoPaulo, integrante do grupo. Ele adverteque nem todos os pacientes podem candi-datar-se ao implante, pois este, para serperfeito c duradouro, exige condiçõesespeciais, como a existência de osso naespessura adequada para a ligação com ospinos — que os paulistas chamam deroscas — e uma milimétrica visão íàio-xdo local onde eles serão implantados."Existem pessoas que não têm osso es-pesso, o que impede que os pinos sejamincorporados", explica o dentista.

Etapas — O implante é feito cmduas etapas. Na primeira, durante umacirurgia que dura de duas a três horas, ospinos são colocados no tecido ósseo,fazendo o que os dentistas chamam deosteointegração. Cada pino mede 3.75milímetros de diâmetro, com comprimen-tos que variam de sete até 20 milímetros,dependendo da conformação óssea de

Uma sutil invenção dos fenícios

A dentadura de

porcelana surgiu

só no século 18

Os antigos fenícios, criadores

do primeiro alfabeto, navega-dores e comerciantes, fizeram tam-bém a primeira ponte dentária, háquatro mil anos: vivendo na regiãoonde fica o atual Líbano, eles cs-culpiam belos dentes falsos a partirdo mármore e do osso e prendiam-nos aos dentes saudáveis com finosfios de ouro. Exemplares bem pre-servados foram desenterrados porarqueólogos, que também cncon-traram pontes feitas pelos etruscosdo norte da Itália, no ano 700 a.C.

Os etruscos podem ter feitotambém as primeiras coroas de ou-ro; documentos indicam que osromanos usaram-nos após conquis-tarem a Etruria em 500 a.C. Nosséculos seguintes, houve pouca evi-dência de progressos no setor, atéque em 1593 "um dente de ourosubitamente nasceu" num menino

Uma das quatro solenes dentaduras dcouro e marfim de George Washington

polonês, conta o historiador Mal-vin Ring. Isso provocou grandeexcitaçào no mundo ocidental, quenão via uma coroa de ouro há milanos. Especialistas das principaisuniversidades estudaram o garoto eescreveram livros sobre cie, pre-vendo que o milagre abriria "umséculo de ouro".

Um belo dia. o menino masti-gou e o ouro soltou-se, revelando amistificação. Mas o fato provou,segundo Ring. que já no final doséculo 16 havia alguém capaz de

Reproduçãotrabalhar compe-tentemente com co-roas. A surpresa,acrescenta ele, éque ninguém tenhacopiado a idéia logoa seguir. Mas a pro-tética dentária con-solidou-se nos sécu-los seguintes. "Mi-nha mulher chegouem casa com novosdentes, feitos porLa Rooche. Estãobonitos", escreveu

o inglês Samuel Pepys em 1660.Foi o avô de Charles Lind-

bergh, Charles Land. que em 1880inventou a primeira boa coroa deporcelana. Sua coroa, consistindode uma folha dc platina adaptadasobre o dente e pintada com cama-das consecutivas de porcelana, foipopular até a década de 60 doséculo 20. A figura histórica maisfamosa a usar dentes falsos foiprovavelmente George Washing-ton — o primeiro presidente dosEstados Unidos era dono de váriasdentaduras de ouro e marfim.

Anorexia

o—

A anorexia nervosa c uma sin-drome psicológica (comporta-mental) na qual as pessoas reiltt-zem a alimentação até níveispreocupantes. Quais são as pes-soas mais atingidas? Tem cura?Como é o tratamento?

Quem responde é o erido-crinologista Isaac Benchimol, 'chefe do serviço de endocrinologia do Hospital Centraldo Iaserj e presidente da Sociedade Carioca de Diabé-ticos.

A anorexia nervosa é uma síndrome de ansiedade edepressão não muito definida que termina provocandoproblemas metabólicos, e apesar de ocorrer com maisfreqüência em adolescentes, pode afetar pessoas dequalquer faixa etária. É unia resposta emocional a umasituação grave, conflitivãf em que o paciente usa acomida como expressão. Se prolongada, a doença podeprovocar ausência de menstruaçáo nas mulheres, quedade cabelos, pele seca, emagrecimento extremo e diminui-ção da libido em homens e mulheres. É comum que aspessoas atingidas sejam muito inibidas sexualmente.

Existe um tipo de anorexia, chamada bulimia, queocorre geralmente em pessoas muito ligadas na formafísica e cm dietas. As pessoas com bulimia não deixam decomer, podendo até comer demais. Mas logo depois darefeição provocam o vômito como forma de se eximir daculpa por comer e, supostamente, engordar. A bulimia éo tipo de anorexia mais comum em adolescentes, que sãopsicologicamente inseguros e, simultaneamente, por cau-sa dessa mesma insegurança, são muito voltados para oculto da forma física. Um caso conhecido de anorexianervosa é o da atriz americana Jane Fonda, que há algumtempo lançou no mercado um método de einbelezamen-to cm videocassete. Outro caso famoso é o de LadyDiana, futura rainha da Inglaterra, que teve a síndromelogo após seu primeiro parto.

Nos quadros mais graves de anorexia nervosaocorre um processo suicida em que a pessoa procura amorte através da total desnutrição. O indicado nessescasos é a internação hospitalar para controle da alimenta-ção, tratamento psicoterápico e administração de antide-presivos c estimulantes dc apetite: Em certos episódios otratamento com choques elétricos pode ser aconselhado.

Nos casos brandos, mais freqüentes, o doente passaa comer somente determinados alimentos (maçã e leite,carne e tomate, etc) que elege como adequados por seuspróprios critérios. O tratamento pode ser feito apenascom orientação psicológica adequada e, em alguns casos,com aplicação de estimulantes de apetite.

Pode-se dizer que a anorexia nervosa não tem curadefinida, é um processo gradativo semelhante ao alcoo-lismo, que depende dos esforços do próprio doente. Se ascausas da anorexia forem eliminadas é muito provávelque a doença também desapareça.

Fiocruz usa antígenos

para procurar vacina

eficaz contra lepra

Heliete Vaitsman

Típica doença da pobreza, a hanseníase, mais conhecidacomo lepra, já não estigmatiza como nos tempos bíblicos, nemprecisa de mãos divinas (como as que Jesus colocou sobreLázaro) para ser curada. Mas ainda há muito preconceito emtorno da doença. Por isso, muita gente se surpreende com o fatode a Fundação Oswaklo Cruz manter uma equipe de jovenspesquisadores que utiliza os requintados métodos da biologiamolecular em micro-bactérias para buscar os antígenos que emfuturo próximo poderão levar à vacina contra a lepra.

O Brasil é o segundo país com a doença (o primeiro é aíndia), com 239 mil 328 casos notificados ano passado — o quesignifica que deve haver o dobro de casos, principalmente naAmazônia. Hoje, Dia Mundial do Hanseniano, médicos eassistentes sociais distribuirão folhetos sobre o assunto em locaisde muito movimento, como o acesso às barcas Rio-Nitcrói. Poissó no Estado do Rio, há 24 mil 512 hansenianos, com 80% dospacientes na Baixada Fluminense, Zona Oeste, São Gonçalo eNiterói. Um quadro que a Secretaria de Saúde pretendereverter, com o diagnóstico precoce e novos esquemas detratamento.

A chefe do Departamento de Hanseníase du FundaçãoOswaldo Cruz, médica Euzenir Sarno, lembra que a faixa etáriaem que acontecem mais casos é a dos 30—40 anos. Oslaboratórios do Departamento dispõe de equipamentos sofisti-cados como a sonda sintética que, pela primeira vez no Brasil,produzirá ADN (ácido desoxirribonuclcico), molécula queguarda o código genético de todos os seres humanos. Abioquímica Maria Cristina Pessolani, 30 anos, trabalha, nomomento, na identificação de proteínas na micro-bactéria doBCG, para encontrar componentes que possam servir aodiagnóstico da lepra, cujos bacilos apresentam praticamente asmesmas características do bacilo de Koch, agente da tubercu-lose.

Anticorpos — Atualmente, o diagnóstico é exclusiva-mente clínico, mas há várias formas de lepra em que o bacilonão é identificado nem por exame bactèrioscópico. Daí aimportância da identificação dos antígenos — substâncias que.ao penetrar no organismo, provocam a formação de anticorpose com eles interagem. Os antígenos serão clonados (isto é, delesserão feitas réplicas) e produzidos em grande escala porengenharia genética, para pesquisa de campo. "O diagnósticode massa seria importante, inclusive para lepra multibaçuar,que é a forma mais grave", explica Maria Cristina. Quandoporções do gene da micro-bactéria da lepra forem inseridos noADN do BCG, poderá ser obtida a vacina ideal, com grandepoder imunizante e alio grau de especificidade.

Para quem ainda tem medo da lepra — que provocamanchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele. associadas àperda de sensibilidade, dormencia constante e nervo espessado— um aviso: o contágio é por muco nasal e é impossível contraira doença em banheiros, talheres, ônibus. O diagnóstico precoceimpede que a doença evolua para formas incapacitantes oudeformantes e a terapia leva de dois a cinco anos, com vigilânciaposterior para verificação de recaída. Com 15 dias de medicaçãoo paciente já não elimina o bacilo — ou seja. ele pode ir á escolaou ao trabalho sem colocar os outros em risco. O afastamento,quando ocorre, é um problema do inconsciente coletivo.

Adriana LoreleES \lÜJ

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Henrique e Mucalc. no Suvsco

—um-grupo de-eamaroterde maior valor, pois

Segunda-folra. 30 de jarieiro

Simpatia é c]uasc amor: três mil pessoas desfilaram por quatro horas pelas ruas de Ipanema

de André Barcinski

Muitas crianças e mulheres na bateria, eram as marcas do Simpatia

Area >$das \baterias

Camarotes doPrefeitoCamarotes do

Governador

Nâo pode ser vendido separadamente

Saade compra

gato por

lebre

Riotur troca o camarote do governador no Sambódromo, mas não avisa ao empresário

Rio de Janeiro — do 1989

Carnaval, crítico

Tini Lopes

Os blocos Simpatia é Quase Amor e Suvacpdo Cristo têm muitas coisas em comum. Umadelas: as crianças. Separados geograficamentepela Lagoa Rodrigo de Freitas, os dois blocos,um do bairro de Ipanema e outro do JardimBotânico, Zona Sul do Rio, reacenderam aalegria do carnaval de rua com a participaçãode famílias. Tinha gente de 80 anos. como donaRomélia, animadísima no Suvaco. ontem ãtarde, e muitas crianças na tradicional comis-são de frente do Simpatia, no sábado.

Com um ano de diferença — o Simpatiadesfilou pela primeira vez no carnaval de 1985e o Suvaco. no ano seguinte — esses doisblocos mostram um carnaval crítico, alegre ecomunitário. Não houve violência, não houveexageros. O Simpatia, que saiu no sábado, comaproximadamente 3 mil pessoas, numa alegriaque durou quatro horas, chegou a assustarI lenrique Brandão, um dos organizadores, quetemeu perder o controle daquela pequenamultidão de amarelo e lilás. Mas foi por uminstante, não havia espaço para outro compor-tamento que não fosse a alegria.

O Suvaco de Cristo saiu. ontem, do barJóia, na Rua Jardim Botânico, esquina comRua Faro. às 18h30 com o samba República dosvira-latas. de Lenine e Bráulio, que explodia nagarganta dos 500 foliões que dividiam a ruaJardim Botânico com os carros até subir a RuaLopes Quintas,"República dos vira-latas, das concorda-tas. do economév República do golpe baixo, émuito escracho com a cara de vocês Repúblicado deixa disso e num banco suiço a granaengordoe; " — é um dos trechos do samba doSuvaco. O samba Levantando o astral, de Nocada Portela e Roberto Nledronho tinha umestribilho que é um desabafo: "Bloquearam anossa conta o Rio faliu os incompente^pura longe do Brasil . A rrBrasil, xingava mesmo.

Osório, Luis Antonio, do Simpatia, deu o gritode guerra do bloco: "Alô burguesia de Ipane-ma, olha o Simpatia aí gente". Uma cangalhade fogos com 60 morteiros pipocou no ar, as150 bolas de gás de cores amarelo e lilássubiram e se perderam no azul do céu. Ontem,quase a mesma hora, saiu o Suvaco. O compo-sitor Jards Macalé, com uma faixa com verde eamarela, onde estava escrito a idade do bloco,4 anos, dizia: "E a beleza da alegria". Elecomandava o bloco junto com Xico Chaves,outro organizador, que distribuía fitas azuis,brancas e prateadas, as cores do bloco.

Em um dos galhardetes do bloco, nascidoembaixo do braço do Cristo Redentor se lia:"Se não melhorar eu vou/ vender goma demascar/ numa esquina de Moscou". As alego-rias de mão do Simpatia chamavam a atençãocom um humor de primeira: "Chega de Sarneypara se coçar". "Não cuspa no prato que secomeu". "Jânio dançou com um 1 kg deErundina". "Mocréia: você um dia vai teruma". As camisetas, uma marca registrada dosblocos, era a fantasia da maioria dos foliões. Ado Suvaco é um desenho de um braço, como sefosse do Cristo, mas de fazer inveja até aosviciados em anabolizantes. A camiseta do Sim-palia é de Daniel Senise. inspirada num quadrocom um coração e uma paleta de pintor, noestilo do catalão Miró.

O vereadora do PCB e presidente daescola de Samba Vila Isabel, a Ruça. madrinhado Simpatia, disse, ontem pela manhã, queficou emocionada com o clima do bloco, daspessoas e com a própria alegria. "Acho que aesperança de mudança com as eleições presi-dencias. essa expectativa, mexe com alegria,agita de uma forma bonita. Eu me senti emcasa. estava gostoso, legal". Lobão, o padri-nho. não pôde comparecer, mas promete pin-tar no bloco no próximo domingo. E a novida-de de sábado foi o lançamento do Rei Momoeterno do bloco de Ipanema, o Bussunda. 98quilos, da Caíseia Popular, que desfilava on-

Marcelo AulerSÊà o...se dirigir ao Sambódromo, no

sábado, para tomar posse dos cama-rotes do governador, que adquiriu

por NCzS 48 mil em leilão realizado na sextafeira, o empresário Alfredo Saade ficousurpreso. As chaves que recebeu do leiloeiroPaulo Brame não entraram na fechadura doscamarotes de n° 21, 22, 23 e 24, do setor 11,os que têm visão tanto para a pista daMarquês de Sapucaí como para a praça daApoteose, pois o último fica justamente naquina do setor. Desde a inauguração doSambródromo estes quatro camarotes sem-pre foram reservados ao governador doEstado.

No Sambódromo, Saade descobriu quecomprou gato por lebre. A Riotur trocou oscamarotes. Passou os que tradicionalmenteeram cedidos ao governador para o prefeitoMarcelo Alencar e deu ao governo do Esta-do os de n° 1, 2, 3 e 4, que ficam no mesmosetor, mas no lado oposto. Estes quatrocamarotes, além de não terem vista para apraça da Apoteose ficam ao lado de onde abateria das escolas param.

O empresário —que comprou os quatrocamarotes em sociedade com o seu grandeamigo Édson Arantes do Nascimento, Pelé

prefeito. "Nós acabamos dando ao governo

um-grupo de-eamarotes de maior valor, poisestes ficam ao lado da bateria", acrescentou.O presidente da Riotur garante que a trocafoi comunicada ao presidente da TurisRio,Elísio Pires, o contato entre a Riotur e ogoverno do estado: "Eu não sei se comuni-caram a troca na hora do leilão, mas euavisei-a ao Elísio Pires por ofício".

Um outro prolema ainda poderá ocor-rer. Nos quatro camarotes só cabem 48pessoas, mas foram entregues a AlfredoSaade 100 credenciais. Nas explicações dopresidente da Riotur, a lotação dos camaro-tes é de 48 pessoas mas as 100 credenciaiseram dadas ao governo do Estado por que seadmitia um certo rodízio nos camarotes dogovernador: "há sempre gente circulando,ficando um pouco de tempo e saindo emseguida. A lotação de 48 pessoas sempre foiobservada, até pela segurança do governa-dor. Isto também foi explicado, no ofício, aoElísio Pires, mas ele insistiu em ter as 100credenciais", acrescentou, afirmando tam-bém que a venda dos quatro camarotespoderia ter rendido um maior dinheiro paraos hemofílicos se eles tivessem sido ofereci-dos separadamente. Cada um deles poderiarender NCzS 20 mil", explicou.

Paulo Brame, aliás, reclama do vice-

presidente da Riotur, Geraldo Lessa, acusa-ndo-o de tê-lo levado a um erro durante oleilão: "com base no que ele me disse euleiloei 48 lugares e acabaram sendo dadas100 credenciais. Depois reclamam que ocamarote saiu por um preço baixo, foi oGeraldo Lessa que prejudicou o leilão",defendeu-se.

Elísio Pires confirma que sabia da trocamas acha que o empresário Alfredo Saadenão tem do que reclamar: "Ele deveria tervergonha de ter comprado este camarote porapenas NCzS 48 mil. Acabou pagando opreço normal e ainda vai descontar no seuimposto de renda, pois esta compra entracomo doação a uma entidade de caridade.Foi lamentável que não tivesse mais nin-guém lá".

Pires defende-se da acusação de Trajanosobre o número de credenciais alegando que"tradicionalmente sempre foram

"dadas 100

credenciais para o camarote do governador.Como estas credenciais serão usadas não éproblema nosso, mas fica a cargo de quem ascomprou". Ele também eximiu o estado daresponsabilidade pela forma como os cama-rotes foram vendidos: "O governo dooupara a Casa do Hemofílico as quatro chavese 100 credenciais que recebeu, eles vende-ram do jeito que preferiram", concluiu.

Bussunda, ao lado de Ruça, c o

Teste aprova luzO coordenador de desfiles do carnaval, l er-

nando Medeiros, e o diretor técnico da Instaisom.Antônio Machado, garantiram que a iluminação eo som para O desfile das escolas de samba, noSambódromo. estão perfeitos. O primeiro teste deluz c som foi realizado ontem, com o desfileimprovisado da Mangueira e da Estácio de Sá."Os detalhes que faltam serão corrigidos fácil-mente", confirmou o diretor comercial da Instai-som. Gueilor Pinheiro enquanto ajustava algunsbotòes num dos tre** caminhões de som. queacompanharão as escolas durante os desfiles deCarnaval.

O Sambódromo esta todo preparado para o

ais novo candidato a Rei Momo

som da Passarelalongo da avenida, e a iluminação aprovaram.Gueílor Pinheiro informou que o som terá. aotodo. 90 mil watts de potência e cada um doscaminhões. S mil watts. A Instaisom. empresaresponsável pela instalação, garante que o públicoaprovará a acústica: "Estamos ajustando o som há15 dias e o resultado é maravilhoso", comentouentusiasmado Gueilor Pinheiro, no final do desfileda escola mirim da Mangueira, que contou com apresença da cantor:: Alcionc. O coordenador dosdesfiles. Antônio Lemos, aproveitou o desfilepara testar a equipe de pista, que contará com 371pessoas. Da Instaisom participarão do Carnaval85 técnicos e 25 segurança*: "Será um sucesso";uarante Gueilor Pinheiro.

Leiloei o que me foi dado a vender", expli-cou. Ele não nega, porém, que em nenhummomento foi dito durante o leilão que osquatro camarotes oferecidos não eram os daesquina da Praça da Apoteose, conhecidospor todos como os destinados ao governadordo Estado e que no ano passado tambémforam leiloados em benefício da Casa doHemofílico.

Trajano Ribeiro, presidente da Riotur,confirma a troca, realizada no dia em queassumiu. Segundo explicou, desde o mo-mento em que o governador deixou claroque não iria à passarela, os camarotes 21,22,23 e 24, do setor 11, foram passados ao

Paulo Brame, o leiloeiro, garante quenão faltaram informações: "os camarotesapregoados, leiloados e vendidos foram osde n° 1, 2, 3 e 4. Eu anunciei os números.

— não ficou nem um pouco satisfeito, segun-do contam seus amigos. Mas ele parecedisposto a engolir o sapo calado, evitandoqualquer desentendimento com a prefeiturado Rio de Janeiro. Ontem o representantede Pelé, Hélio Viana, que esteve com Saadeno Sambódromo, evitou comentários: "Eu

prefiro não tocar neste assunto, deve ter sidouma falta de informação do leiloeiro", es-quivou-se. Saade não foi encontrado emcasa.

2 o Cidade o segunda-feira, 30/1/89 C JORNAL DO BRASIL

Corc^^^^^^^^ranco:a hora dv resgalai o cainaval tic rua ^

PERFIL/renato branco

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Cláudio Paiva

tC3S©Ép

Olho da rua,b Poluição do ;ir mctlitla pela Fcema, Senta-na passada: em Copacabana, 104 microgra-mas/m1; na Tijuca, T) microgramas/m'; eem Bonsuccsso, 95 microgramas/mJ. O índi-ce considerado bom vai até 80 microgra-mas/m \d A Prefeitura de Cabo Frio teve que alugar10 caminhões e quatro tratores para o reco-Ihimento do lixo na cidade. Segundo o pretei-to Ivo Saldanha, os carros que faziam acoleta estavam em estado deplorável,a O chafariz da Rua Princesa, em Copaca-bana, está precisando de uma limpeza ur-gente. Lá o lixo se acumula e os mendigostomam banho todos os dias.h Os moradores dos condomínios da Barra,além de pagarem o IPTU e todas as outrastaxas cobradas pela Prefeitura, têm quedesembolsar mensalmente ffircá de NCz$

c segurança,para pedestre na Avenida Prcsi-

dente Vargas estão precisando de pintura.Para se precaver da tradicional falta decerveja durante o carnaval o Clube Sírio cLibanês já comprou 10 mil latas de cerveja erefrigerantes.

Embora a 4a Feira Rio Negócios tenhasido realizada de 4 a 12 de dezembro, aindanão foi retirada a faixa que anuncia o eventona passarela próxima à Rodoviária NovoRio.a O ônibus circular 574 (São Salvador—Lcblon), ordem 37560, está com um buracotão grande no piso que dá até para ver asengrenagens da roda.

O Clube dos Paraplégicos está precisandodc contribuições para a construção de suasede e de uma fábrica dc cadeira de rodas.

Uma equipe de jornalistas da revista ame-ricana Vanitv Fair vem ao Rio para fotogra-far vários bailes carnavalescos. Entre eles, oGarota de Ipanema e o da Mangueira, noScala.

O motorista do táxi TN 2635 tem dentrodo carro uma verdadeira coleção de moedasdc todos os tipos e anos, que vários passa-geiros deixaram cair dentro do carro.o Esta semana parlamentares e ecologistasvão se reunir com o prefeito Marcello Alen-car para pleitear a retomada de projetosecológicos como a coleta seletiva de lixo, aimplantação do gás natural nos ônibus e aconstrução das ciclovias.

Um professor em ritmo de afoxé

Q professor c coreógrafo RenatoBranco, 4S anos, é baiano de Sal-

vatlor c chegou ao Rio há 20 anos. Járodou muito e hoje tem pouso fixo noColégio José Bonifácio, na Rua PedroErnesto, Saúde (Zona Portuária do Rio).Segundo ele, a meta principal de seutrabalho, agora, é resgatar o Carnaval derua. E para isso não poupa esforços:Branco é o responsável pela organizaçãodc um bloco de Afoxé com mais detrezentas crianças da comunidade local.

A experiência parece ter vingado devez. No sábado de Carnaval, o GrupoAfoxé Águas dc Oxalá vai desfilar à tardena Avenida Rio. .Branco.-e-- à noite napassarela da Marquês de Sapucaí. Nodomingo, "com muita animação", os ga-rotos vão mostrar o que aprenderam emplena Avenida Atlântica, em Copacaba-na. Segunda-feira é dia dc homenagear ascomunidades do cais do porto e CentroVelho do Rio, desfilando pelas ruas daSaúde. Já na terça-feira o grupo volta aRio Branco junto com mais 12 grupos deafoxé afiliados à Associação dos Gruposde Afoxé do Rio de Janeiro, da qualRenato é um dos diretores.

O trabalho do professor Branco, po-rém, não se restringe ao bloco de Carna-vai inspirado na cultura baiana: "Já for-mei muita bailarina e muita mulata quehoje faz show no Japão , tia Suiça e naAlemanha", garante. Além disso organi-za coreografias para eventos turísticos ecasas noturnas de todo o país. Mas foi sóde cinco anos para cá, que Renato passoua lutar por um sonho em vias de serconcretizado com o apoio dos comercian-tes do bairro e do Moinho Fluminense: atransformação do Colégio José Bonifácionum centro de cultura popular.

Renato Branco chegou ao colégio,em 1983, convidado pela Secretaria Mu-

Sórgio Moraos

Coreógrafo Renato Branco: a hora de resgatar o carnaval dc rua

nicipal de Cultura para ministrar umcurso de dança afro. Logo percebeu queo pessoal de lá "levava jeito prá coisa".Desde então, além do bloco carnavales-co, já montou um grupo de dança, o BaléÁguas de Oxalá, com 30 componentesentre rapazes e moças. Hoje, todos essesbailarinos se profissionalizaram e são em-pregados temporários da rede internado-nal de hotéis Sheraton. Em março, elestêm shows marcados para várias cidadesdos Estados Unidos e do Panamá."Nós já temos mais de 150 agências de

turismo e outros estabelecimentos dispôs-tos a nos ajudar', explica. Renato Brancopretende fazer um acordo com o PrefeitoMarcello Alencar para que, com o apoioda iniciativa privada, possa construir umaescola profissionalizante dc dança ecultura popular onde, além de showspermanentes, serão instalados cursos decapoeira, maculelê, samba e outras dan-ças. "Dessa forma, vamos mostrar aomundo tudo o que a cultura brasileira dcorigem africana tem de bom", conclui.(Ricardo Ribeiro)

ÇO carnaval é uma festa religiosa, é o misto dos dias sagrados de

Afrodite e Dionísio: vem coroado de pâmpanos e cheirando a luxúría. fJoão do Rio

GARFIELD JIM DAVIS AS COBRAS VERiSSlMO

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EDMOBT L. F. VERiSSlMO E MIGUEL PAIVA CEBOLXNHA .. MAURfCIODESOUZAO TOCAO EST A PB VOLTA REBATENDO TUDO QUE AS VEZES ATE /UMCMO —~ -v - X

NO TIME DO LONTFIA. CHEQA NA A REA.

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BOLA.^ ^

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KIDFAROFA TOM K. RYAN BELINDA DEAN YOUNG E STAN DRAKEn vnrccj rnMo /dTX roH,oi^(oLft,duuus.| ISEU GRANDE) POR QUE! EU E ELE QUE-VI IMF ,n miocw /T /Is VOC&\ BILL^^V^— i^WeWf/TANW RIAMOS CASAR)TRIIHQS /^M Zlt%\ /iefflAM PfllA jXXXh ^ rl cor/t a coRfl^/ (£EU^

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Cruzadas CARLOS DA SILVA

fj (J [5 B59SR7 HORIZONTAIS 1 peo'i«-o vagAo gor-iimente bascuiante. lp'tiWa?Ajdodvulo, rad«almonovaienle«om4tico por exemplo. pla»o gef it de organizsi^o dos ofganismos e subdividida cmm ou (in pi.ildfofm.1 que c ido manua Tiente sobre trilhos de feni eno ou tohlo. devado dG urr areno r-* a temo^Ao do un c ' grande ds,is<1o SiStemdtica cm qjo ac c'asstficam o:,

BH bitota estreila e usado nas grandes obfas como tuneis ou represas 4lomo de hidrogftnw de um atomo de cartxjno do nucieo; 27an,ma«. 22 — pequeno c»g3o sacitonne. erconifado nos tungos8 Ura ounasmnas. para otransoortede tetta. materials deconsiiu^ao. individuo de uma mbo mdlgena que hab<!a nas margens dos ascomicetos e liquers ascoiiquens. e no mseror do qua! semin6r»os. etc 8 subst^ncia usada para conservar carries. afiuenfes difeitos do no Negro, na margem esquerda do Japura formam esporos 50*uass 24 f«gura r<eraid<ca em totma de T.

11 12 13 formada ;^gundo a'guns quimjco*; r«f su ?ato de aium.n o (AM) e na margem esquerda do alto Uraocoera <RR», 28 sum-, o os cdnegos de Sirto Ant.k) u«: ,»vamem seus hab»tos, 25 - afosfato b»ss6dtco o dgua. 9 subst^nc^i aue se e*va> dos frutos de was. antes de termmada a fermenta<^o. suco em fermenta mtr.r* pessoa. conste^0o do zodtaco pfoto^ndano g_j ?matures dc- vanas espectes de papou as e que e ut««ada como can. de quakjuer fruta art/carada. CORRESPONDENCIA* j rwcOtco. aqu!>o que produz ademeomento. embrutecimenio VERT1CAIS 1 - fa'ta de di'igdncia ou de desembarr., • • f-.c ,a, ... r #mm - It — drscursoiTKi5to paiavroso. ronfiiso,-¦obsrurq serena. 2 — ponto branco Que. na gema do ovo. a S,./J .17 14 — pe^as de roupa em uso. p#ep^os de vsagem; 15 — fecundaK^o. 3 -- terrene pintadodeo^vetras; 4 — tefmodeuma e^cutados ro

7i 1 dequaquef negCco. 16 — mOvel estofadoou r^o, - rdtnar^jmcr. por torn tra^o hoarontat e que «rx£ca qua^tas partes se toma*.?-*-. ^ 1? ].* yaoecemca a o^roMza cii^ pcssoas.Ta -nos nstrumemos^cr .. a :*nt« ou *stema de 6 acesstocs secunddnos. 7~doenoad»avesespec

^ntes cr6nmo do c-^.c do ctr.ervador, 19 des^e tempr 20 te ga^aceas. causada vc* uma pe cuia que hes rasce na p-M SOLUgOES DO NUMERO ANTERIORBp ti Sw deni^!a*rfque kk TO^Sws°rhjcoS totS1 wsp-atSas Ss rxAtm^o"* HORBONTAIS - ptxos: of. aTX^mo. gare« b. use«o. aro:

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MAURÍCIO DE SOUZAEDMOBTO TOCÃO ESTÁ PB VOLTA

NO TIME DO LONTRA.

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BOLA.

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CARLOS DA SILVA

fertilizaç^) do óvuk). radica! mor»ova!ente aromátteo, por o«cmp!fenHeno ou tolilo. derivado de um arena pe!a remoção de uátomo de hidrogênio de um átomo de carbôno do nucieo, 27indivíduo de uma tnbo indígena que hatxta nas margens &.afluentes diíeitos do no Negro, na margem esquerda do JapuIAM) e na margem esquerda do atto Urancoera <RRí. 28 sunde uvas. antes de terminada a fermentação, suco em fermentçào. de quaíquer fruta açucarada.VERTICAIS 1 - fa:ta de d!-igéncia ou de desembar;,serena. 2 — ponto branco que. na gema do ovo. i«d*€3fecundação. 3 — terreno plantado de oliveiras. 4 — termo de unfração cfd náoa. qje fica sobre o denominador, ambos seoa^aC?por um traço horáonta' e qus *~<i-ca quantas partes se tema*»das narres «gua^s em aue se d>v<-cíu a unidade 5 — chutes fraco

HORIZONTAIS 1ou de plataforma, quetxtota estreita e usado rou nas minas, para o tr,

>equeno vagáo. geralmentiimpeitdo manuaimente. sói; grandes obras como tune»sporte de terra, matenats d<3Stánc«i usada para cons^is químicos, por sulfato9 substância oue se e*t

te basculante.>bre tnlhos deis ou represas

formada,fosfato b-:

CORRESPONDÊNCIA

HORíZONT AIS

VERTIC.ponta

Quadrinhos Horóscopo

ARIES21 de março a 20 de abrilComeço de semana positivo para o arielino emassuntos que dependam do outras pessoas..Sua acuidade mental é fator que lhe garantemais vantagens e um quadro equilibrado desatisfação íntima, razão de mudanças positi-vas. No amor busque mostrar-se mais dado aocarinho.

TOURO21 de abril a 20 de maioPodem se materializar, a partir da primeirametade do dia, algumas boas mudanças emfavor do taurino, capazes de levá-lo a novasposições no trabalho e nos negócios próprios,No amor consolidam-se laços e sua vontadepor realizar alguns antigos sonhos.» GÊMEOS21 de maio a 20 de (unhoO geminiano vai começar sua semana doforma bem favorável, embora sujeito a mani-(estações do insatisfação geradas por umaforte sensibilidade diante das condições habi-tuais de sua vida. Surgem novos caminhospara sua vivência afetiva. Novidades no amor.» CÂNCER21 de junho a 21 de julhoO canceriano ingressa de forma muito marcan-te em período de mudanças onde tudo lheparecerá mais fácil e viável. Negócios protegi-dos, especialmente os que disseram respeito àfamília. No amor, você poderá .levar avantesua disposição para compromissos." LEÃO22 de julho a 22 de agostoSegunda-feira de indicadores de harmonia oboa convivência do nativo com as pessoasmais próximas, em sou trabalho ou atividadecostumeira. Parentes próximos lhe darão umpouco mais de compensações. Busque mos-trar-se mais dado ao amor e ao carinho.

VIRGEM23 de agosto a 22 de setembroSão favoráveis as influências que moldam oseu dia, especialmente as que dizem respeitoa sentimentos, interesses de família e negó-cios pessoais. Nesta última casa você temuma oportunidade nova que não devo serdesperdiçada. Vá em fronte nos seus pianos,

LIBRA23 de setembro a 22 de outubroHoje, o libriano encontra um quadro bem maiscompensador para os seus próprios interes-ses. moldando um quadro de favorecimento ode vantagens que irão se consolidar com opassar do tempo. Indicações de insatisfaçãono amor, razão de algumas preocupações.

ESCORPIÃO23 de outubro a 21 do novembroO escorpiano, com a Lua a influenciá-lo desdea madrugada do hoje. pode se dar com vanta-gens a negócios da regência própria do seusigno como o trato com ferro, fogo, química.Acentuam-se também dotes de porsistência ocoragem. No amor os fatos irão alegrâ-lo.

SAGITÁRIO22 de novembro a 21 de dezembroIndicações mais compensadoras para o sagi-tanano em relação a trabalho e negócios, casaque poderá significar algumas boas mudançasa seu favor. Reencontro de instantes de ternu-ra o satisfação no amor. casa que lhe daráagora alegria e permanência de sentimentos.

CAPRICÓRNIO22 de dezembro a 20 de janeroOs seus esforços em busca de situações maiscompensadoras em termos materiais, serãorecompensados em quadro de benefícios e devantagens. Afetivamente o seu dia mostrará aspossibilidades de uma semana muito significa-tiva e de realizações

AQUARIO21 de janeiro a 19 de fevereiroApesar de pequenos problemas ísgados a suarotina, a segunda-feira será benéfica ao nativo,especialmente para m ciativas novas Convi-vênoa fáci! em famitia. No amer. tudo lhe émuito positivo e benéf«> e você pode reai zarantigos sonhos.

PEIXES20 de fevereiro a 20 de marçoIndcações Que mostram que o p»scjano estará

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JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 30/1/89 o Cidade o 3

Fotos de Mauro Nasclmento

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Fotos da Mauro Nascimento

Milhares de pessoas assistiram ao ato ecumênico na Praia de Copãcãbana, para onde o Bateau se dirigia na noite do naufrágio

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Artistas famosos prestigiaram o culto as vítimas do réveillon

Lettcla Pereira

Cristiano, 12 anos, baleado na cabeça, é carregado pelo irmão

Luiz Rettencourt

Charles foi levado a um hospital particular, depois de 2 horas

A

neia do Sousa Aguiar vive domingo de caos

Aydano Andrr Motta

Autoridades da Saúde no município eo prefeito Marcello Alencar preferemchamar de fechamento técnico. Mas umavisita ao setor de emergência do HospitalSousa Aguiar — um dos maiores daAmérica Latina, com 450 leitos e a médiade 1.200 atendimentos diários —, mostraque ali o caos está instalado. Só setemédicos, de uma equipe de 60, compare-ceràm ao plantão de 12 horas iniciado às8h de ontem. Em um dia de movimentofraco — de Oh às 17h, só houve 151atendimentos — três pacientes gravesforam removidos, porque havia apenasum neurocirurgião e um operador deraios-X trabalhando.

O dramático estado do Sousa Aguiarse estende a outras unidades da ZonaNorte do Rio, como o Hospital do Anda-raí (Inamps) e o Hospital Estadual Getú-lio Vargas, na Penha, que passaram odomingo com as emergências superlota-das. O Hospital Municipal Salgado Filho,no Meiér, está fechado por total falta decondições para cuidar de qualquer doen-te. Com poucos instrumentadores, enfer-meiros e atendentes, o Sousa Aguiar sópode realizar uma cirurgia de cada vez."Ficamos torcendo para que as ambulân-cias não parem aqui, porque não sabemosse poderemos atender", contou um plan-tonista.

Agonia — Eram 16h30 quandoum carro da Polícia Ferroviária, em altavelocidade e de sirene ligada, chegou àemergência do Sousa Aguiar. LevavaCristiano Gomes Pessoa, 12 anos, balea-do na cabeça por um assaltante na gareda Central do Brasil. Em estado grave, omenino rapidamente foi levado à sala deoperações, onde o único neurocirurgião eo único anestesista de plantão começa-ram uma cirurgia prevista para durar pelomenos cinco horas.

Vinte minutos depois, novo barulhode sirene se aproximou do hospital tecni-camenTé, fechado. Uma ambulância doCorpo de Bombeiros levava o estudanteCharles de Avellar Chacon, cm coma,devido a traumatismo craniano causadopor acidente de moto na Praça SaenzPena, na Tijuca (Zona Norte). Depois deser recusado no Hospital do Andaraí — lánão havia neurocirurgião —, ele teve deficar no Sousa Aguiar, porque os hospi-tais do Inamps da Lagoa e de Ipanema,superlotados, não puderam ficar com ele.Em meio a dezenas de pacientes comcortes no pé, ferimentos na cabeça eindisposições diversas, Charles, sem mé-dico para atendê-lo, foi deixado em ma-

ca, no corredor da emergência. "Eleprecisa de uma tomografia compu-tadorizada para ser diagnosticada a gravi-dade da lesão", explicou um médico. NoSousa Aguiar, esse tipo de exame éimpossível — o tomógrafo está quebradohá dois meses.

Agonizante, Charles começou a tre-mer na maca. "A situação do hospital sópermite uma operação de cada vez, o queobriga o médico a escolher o paciente quevai primeiro", contou outro plantonista,que trabalha há seis anos no SousaAguiar. "Isso vai ficar desse jeito até queaconteça uma tragédia. Aí vai ser piorque o Bateau Mouche", comentou ele,enquanto tentava explicar ao comercian-te paulista Valdir Franco de Camargo, nafila de atendimento havia uma hora, quenão poderia estancar o sangue que saía deseu nariz, causado por uma espinha inter-na. "Não há nenhum otorrino de plan-tão", justificou. "Vou fazer um curativo,voltar para São Paulo e procurar umhospital", respondeu Valdir, que antespassara pelo Posto de Atendimento Mé-dico do Inamps da Rua São FranciscoXavier, na Tijuca, e pelo Hospital doAndaraí. sem conseguir atendimento.

Às 17h30, o aposentado José Mariade Sousa chegou de cadeira de rodas aosetor de emergência. Ele sofrerá umderrame e, depois de ir ao Salgado Filho,foi levado para o Sousa Aguiar. "Nãotemos como atendê-lo", comunicou-lheum médico, aconselhando José Maria atentar o Hospital do Andaraí. Quinze

minutos depois, Charles teve uma paradarespiratória e foi levado para um apare-lho de respiração artificial. Pessimistas,os médicos diziam que ele tinha poucaschances de sobreviver.

Vítimas — Os pais do garotoacidentado chegaram ao Sousa Aguiarpouco antes das 18h. Transtornado, ojuiz Francisco Lanor Chacon não conse-guiu entender por que seu filho nãoestava na sala de cirurgia. "As pessoasque vêm aqui não compreendem que ohospital passa por uma enorme crise",disse um dos médicos que cuidavcm deCharles. "Hoje (ontem) pela manhã, aequipe queria ir embora e fechar de vez aemergência. Depois decidimos que issoseria pior e ficamos", recordou. "Massomos tão vítimas como os pacientes".

Depois de meia hora telefonandopara diversas casas de saúde de toda acidade, Francisco conseguiu uma vagapara o filho — ainda em estado desespe-rador — no Hospital Panamericano, naTijuca. Eram 19h, quando a ambulânciachegou para levar Charles a uma unidadede saúde onde o atendimento não fosseimpossível. Na entrada da emergência, amaca do estudante cruzou com outra quelevava uma senhora de cerca de 30 anos,desmaiada devido a um tombo de escada.Ao mesmo tempo, chegavam notícias dasala de operações dizendo que Cristiano,o menino baleado na Central do Brasil,estava piorando. "Não quero nem verisso aqui no Carnaval", desesperou-se omédico, que atendia à mulher desacor-dada.

Ato ecumênico lembra mortos do

'Bateau'

Fez 30 dias, ontem, que naufragou oBateau Moüclie IV c a data foi marcadapor duas manifestações: um protesto or-ganizado pelo Sindicato dos Garçons, emfrente ao Restaurante Sol e Mar (Botafo-go. na Zona Sul do Rio), e um atoecumênico na Praia de Copacabana (paraonde o barco se dirigia, na noite de 31 dedezembro), que reuniu mais de 2 milpessoas, diante do Hotel Méridien.

A manifestação dos garçons, que te-vc concentração na Praia Vermelha (Ur-ca), foi prestigiada por uma 50 pessoas,entre as quais os vereadores AlfredoSirkis (PV) c Fernando William (PDT),além da atriz Alice Viveiros de Castro,do Sindicato dos Artistas. O grupo çami-nhou da Urca até o restaurante, ao ladodo Grupamento Marítimo do Corpo deBombeiros, e lá protestou afirmando:"Assim não dá. Justiça já". Um cartazdizia que os garçons ganham NCz$ 1(antigos CZ$ 1.000) como salário.

Luís Rodrigues de Paiva, do Sindica-to dos Garçons, contou que na maioriadós restaurantes os garçons assinam con-trato de trabalho para ganhar saláriomínimo,"mas há casas em que o garçomassina o papel em branco e o donoacrescenta que o salário é de NCz$ 1. Odinheiro que conseguem ganhar, unsNC'z$ 400 por mês, é exclusivamente dasgorjetas mas, com a morte do garçom,sua família recebe o salário mínimo ounada. Mesmo os 10% que o cliente pagade gorjeta não vão integralmente para ogarçom; a casa fica com 3% e o garçomcom 1%.".

Em Copacabana, nuin palco de ondesobressaíam duas velas de barco — uniacom os nomes dos mortos no naufrágio eoutra com o símbolo do Movimento Pró-Dignidade (mão saindo da água com odedo indicador apontado para o alto) —juntaram-se dezenas de artistas e foi lidotexto de protesto contra "a irresponsabi-lidade. a corrupção, a impunidade, acomplacência, o desrespeito às leis e aosprincípios éticos", redigido pelo poetaFerreira Gullar. c cantaram hinos religio-sos, entre os sermões de frei Beto. dopastor Filipe Mesquita, do rabino Kober-to Graetz c da umbandista Nel-Fer.

Até a (idade Maravilhosa pareciahino fúnebre, tocada de forma pungentepor Edgar Duvivier ao saxofone, e oacompanhamento de violão de TuríbioSantos fazia a canção ainda mais triste.Emocionados, os artistas cantaram, qua-

se como numa declamação, "a canoavirou, porque deixaram ela virar", depoisde citar, nome por nome, cada um dosmortos no naufrágio do Bateau MoucheIV.

Regina Duarte leu o texto de Ferrei-ra Gullar. em que o estribilho era a frase"Estamos todos no mesmo barco", ditaem coro por Filipe Camargo, JacquelineLaurence, Mauro Mendonça, RosamariaMurtinho, Marília Péra. Lucélia Santos(de cabelos curtos e saias idem). ítalaNandi. Paula Lavignc, Marta Overbeck,Othon Bastos, Daniel Filho, Carlos Ve-reza. Osmar Prado. Maricta Severo, Fer-nand;j Montenegro. Caetano Veloso (eleencerrou o ato ecumênico cantandoAmanhã). Otávio Augusto. Nei Sant'An-na e Roberto Talma, que dirigiu todo oato.

Junto aos artistas, Cristina LopesAfonso, 23 anos, rosto marcado pelasqueimaduras que sofreu há três anos, nãoera apenas uma espectadora. Vítima daviolência do namorado, que incendiouseu corpo, Cristina sofreu 24 cirurgiasreparadoras e pode viver agora sem amáscara que, por longo período, prote-geu sua pele queimada. O namorado, omédico Wilson Isao Mivashiro, está presohá um ano e quatro meses, com julga-mento está marcado para fevereiro.

"Os protestos que fiz reforçaram adisposição das autoridades para prende-Io; é importante as pessoas se conscicnti-zarem. Infelizmente, foi o naufrágio doBateau Mouche IV. mas graças a Deus aspessoas acordaram"

Ibrahim avisa

que há menos

trem de

manhã

A depredação de sele trens subur-banòs do ramal de Japeri. na noite desexta-feira, contribuirá para tornar osistema ainda mais precário, a partirdas 5h de hoje-,- qüando aproximada-mente 350 mil pessoas rumarão, comotodos os dias, para as plataformas deembarquè! "Estávamos com dificulda-de de operação c o episódio certamenteacarretará ainda maiores atrasos", avi-sou à noite o presidente da CBTU(Companhia Brasileira de TransportesUrbanos), Emílio Ibrahim.

O intervalo ideal de 10 minutosentre as saídas das composições, quenão era alcançado havia alguns meses,virou, a partir de agora, utopia aindamaior. Emílio Ibrahim previu que ostrens terão de trafegar hoje, de 15 em15 ou 20 em 20 minutos, e admitiu apossibilidade de aceitar a oferta deônibus extras, feita à tarde pelo gover-nador Moreira Franco. "Vamos aguar-dar o começo da manhã, para ver comoserá a operação dos trens. Se for preci-so, pediremos ajuda na parte da tarde"anunciou.

Oficina sem vaga — Trêscomposições incendiadas chegaram namadrugada de ontem à oficina daCBTU, em Deodoro (Zona Norte doRio), juntando-se a outras 33 que esta-vam lá por problemas diversos e faltade recursos para repará-las. As outrasquatro apedrejadas foram também en-caminhadas a oficinas da empresa. Se-gundo Ibrahim, com bancos, paredes,tetos e luminárias destruídos, as com-posições ficarão na oficina, pelo menos,nos próximos seis meses. Ainda terãode esperar vagas em oficina abarrotadade serviço e talvez necessitem até depeças importadas. O prejuízo, calcula-do pelo superintendente regional daCBTU no Rio, Paulo Munk, chega aNCz$ 10 milhões.

O número de trens ainda em condi-ções de trafegarem hoje só foi contabili-zado no fim da noite pelo Departamen-to Seletivo da CBTU, mas o presidenteda empresa adiantou que serão cerca de80 composições, com oito vagões cadauma, "número insuficiente para prestarum bom serviço". Seriam necessários,segundo ele, pelo menos o dobro detrens em operação. Ibrahim garantiuque as quatro estações depredadas esaqueadas na onda de violência — An-chieta, Mesquita. Nilópolis e JuscelinoKubitschcck — sofreram prejuízos me-nores c serão recuperadas com mais-facilidade.

Episódio desagradável— Emílio Ibrahim cclassificou a ondade violência, desencadeada por maisum atraso dos trens, de "episódio desa-gradável" e lamentou que os agitadoresnão tenham compreendido que a parali-sação do sistema foi provocada pelamorte de um surfista ferroviário. Masgarantiu que isso não servirá para dimi-nuir seu ímpeto em reformular o siste-ma de transporte suburbano. O primei-ro reforço chegará em julho: são 30composições que estão sendo recupera-das, dentro de plano de emergência.Está em andamento outra concorreu-cia. para a reforma de 62 trens, comrecursos de USS 90 milhões obtidosjunto ao BNDES."Aí, sim, o sistemaserá normalizado de vez" prevêIbrahim.

Por enquanto, o quadro é crítico.Em um ano. 30 trens foram depredadospor passageiros irritados com atrasos,erros de operação, falhas de sinalizaçãoe comunicação e greves. A CBTU ini-ciou este mês uma campanha educativapela televisão e. por várias vezes, colo-cou os policiais ferroviários para repri-mir surfistas. Mas o presidente da em-presa acha que a impunidade permitidapelo Código Penal — os detidos sãoliberados imediatamente, depois de en-caminhados às delegacias — estimula arepetição da aventura. Ele prometeulevar o caso ao Congresso Nacional.

Ônibus recuperados — Aempresa de ônibus Nossa Senhora daPenha, que opera linhas de Nova Igua-çu e Nilópolis. na Baixada Fluminense,para os bairros de Méier e Cascadura.na Zona Norte do Rio. informou querecuperou quase todos os seus 18 ôni-bus apedrejados durante o tumulto desexta-feira á noite. A maioria teve jane-Ias e pára-brisas quebrados e a latariadanificada e três continuam na gar.i-gem, para reparos.

Incêndio — Seis barracos, cons-traídos ilegalmente nos fundos do terrenode um prédio abandonado, na Rua Do-mingos tia Silva (Bento Ribeiro. ZonaOeste), foram destruídos, no início datarde, por incêndio (foto) que matou umcachorro e desabrigou mais de 20 pessoas.Ouando os bombeiros chegaram, só en-contratam escombros. O fojo começou nacasa de Carlos ALbcrto Santos de Óltvci-ra. de 22 anos. que preparava a comidaem fogão improvisado. Bruno, de quatromeses, quase morreu carbonizado, poissua mãe havia saído e o deixara dormin-do.Ao voltar e ver o fogo destruir sua

Assassínio — José Dionísio deOliveira, de 34 anos. morreu com um tirono peito e o cabo PM João Batista José deCarvalho, de 36, levou cinco tiros e estáinternado em estado grave, no HospitalAntônio Perdro. em Niterói (RJ). Tudocomeçou quando a patrulha 540.576, do 7oBPM (Alcântara), fazia ronda na RuaDois. do Lotcamento Gebara (Itambi,distrito de Itaboraí). e os policiais foramrecebidos a tiros por três homens queparticipavam de forró. Os policiais revida-ram, José Dionísio foi morto e o caboficou ferido. Agentes da 71a DP (Itaboraí)revelaram que há muito José Dionísio eraprocurado por assaltos, possivelmentecom seus dois companheiros cjue fugiram.

Estupro — C.P.C.. de 17 anos. deacordo com ela. e de 18 de acordo com apolícia, foi estuprada na madrugada dedomingo, perto da Quinta da Boa Vista,em São Cristóvão (Zona Norte), por 16homens. Segunda dos cinco filhos de famí-lia pobre que veio Itinga, interior deMinas, há um ano ("lá não tem quasenada. é apenas um pouquinho de casas"),C.P.C. tinha tomado meio comprimido deRohypnol, calmante recomendado pelairmã para a insònia que a afligia há doisdias. mas foi comprar cigarros em barpróximo, aceitou um copo de cerveja("não bebo. não gosto se sentiu tonta efoi levada de moto pelo homem que ihedeu bebida. Em luear ermo e escuro. 15

homens esperavam o casal. Uma patrulhi-nha achou C.P.C. tonta, com marcas depancadas e sinais de estupro, largada nomeio de uma das ruas que rodeiam aQuinta da Boa Vista. Hoje ela fará examede corpo de delito. O caso está registradona 17' Delegacia de Polícia.Afogados — Em dia de sol forte eáguas mornas, o Grupamento de Salva-mento Marítimo do Corpo de Bombeirosatendeu a 104 casos de afogamento, ape-sar do mar calmo, do Leme ao Recreiodos Bandeirantes (Zona Suli. MarceloNovais de Araújo, branco, de 15 anos.morador na Pavuna, morreu no Posto

JORNAL DO BRASIL 2" Edição ? segunda-feira, 30/1/89 o Cidade o 3

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Cristiano, 12 anos, baleado na cabega, e currcgndo pclo irmao

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Chíírlesaeixou^usaÁguuir em coma: morreu duasnorasdep^s

Cristiiino, 12 anos, baleado na cabeça, é carregado pelo irmão

Fotos de Mauro NascimentoI*®MBlil

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Incêndio — Seis barracos, cons-truídos ilegalmente nos fundos do terrenode um prédio abandonado, na Rua Do-mingos da Silva (Bento Ribeiro, ZonaOeste), foram destruídos, no inicio datarde, por incêndio (foto) que matou umcachorro e desabrigou mais de 20 pessoas.Quando os bombeiros chegaram, só en-contraram escombros. O fogo começou nacasa de C urlos ALberto Santos de Olivei-ra. de 22 anos. que preparava a comidaem fogão improvisado. Bruno, de quatromeses, quase morreu carbonizado, pois>ua mãe havia saído e o deixara dormín-do.Ao voltar e ver o fogo destruir suacasa, a mãe do menino. Célia Leite, de 22anos, conseguiu entrar no barraco e reti-rar o uho sem nenhuma queimadura.WT~ iTlWgçr TCPCTOMBM3BPMBBBECMM—I

Assassínio — José Dionísio deOliveira, de 34 anos. morreu com um tirono peito e o cabo PM João Batista José deCarvalho, de 36, levou cinco tiros e estáinternado em estado grave, no HospitalAntônio Perdro. cm Niterói (RJ). Tudocomeçou quando a patrulha 540.576, do 7oBPM (Alcântara), fazia ronda na RuaDois, do Loteamento Gebara (Itambi.distrito de Itaborai), e os policiais foramrecebidos a tiros por três homens qu^participavam de forró. Os policiais revida-ram, José Dionísio foi morto e o caboficou ferido. Agentes da 71a DP (Itaborai)revelaram que há muito José Dionísio eraprocurado por assaltos, possivelmentecom seus dois companheiros que fuciram.

Estupro — C.P.C.. de 17 anos. deacordo com ela, e de 18 de acordo com apolícia, foi estuprada na madrugada dedomingo, perto da Quinta da Boa Vista,em São Cristóvão (Zona Norte), por 16homens. Segunda dos cinco filhos de famí-lia pobre que veio Itinga. interior deMinas, há um ano ("'lá não tem quasenada, é apenas um pouquinho de casas"),C.P.C. tinha tomado meio comprimido deRohypnol, calmante recomendado pelairmã para a insônia que a afligia há doisdias, mas foi comprar cigarros em barpróximo, aceitou um copo de cerveja(**não bebo. não gosto"), se sentiu tonta efoi levada de moto pelo homem que lhedeu bebida. Em luear ermo e escuro. 15

homens esperavam o casal. Uma patrulhi-nha achou C.P.C. tonta, com marcas depancadas e sinais de estupro, largada nomeio de" uma das ruas que rodeiam aQuinta da Boa Vista. Hoje ela fará examede corpo de delito. O caso está registradona 17" Delegacia de Policia.Afogados — Em dia de sol forte eáguas mornas, o Grupamento de Salva-mento Marítimo do Corpo de Bombeirosatendeu a KM casos de afogamento, ape-sar do mar calmo, do Leme ao Recreiodos Bandeirantes (Zona Sul). MarceloNovais de Araújo, branco, de 15 anos.morador na Pavuna. morreu no PostoSeis em Copacabana e Carlos Alexandre

Ato

Fez 30 dias, ontem, que naufragou oBateau Mouche IV c a data foi marcadapor duas manifestações: um protesto or-ganizado pelo Sindicato dos Garçons, emfrente ao Restaurante Sol e Mar (Botafo-go, na Zona Sul do Rio), e um atoecumênico na Praia de Copacabana (paraonde o barco se dirigia, na noite de 31 dedezembro), que reuniu mais de 2 milpessoas, diante do Hotel Méridien.

A manifestação dos garçons, que te-ve concentração na Praia Vermelha (Ur-ca), foi prestigiada por uma 50 pessoas,entre as quais os vereadores AlfredoSirkis (PV) e Fernando William (PDT),além da atriz Alice Viveiros de Castro,do Sindicato dos Artistas. O grupo cami-nhou da Urca até o restaurante, ao ladodo Grupamento Marítimo do Corpo deBombeiros, e lá protestou afirmando:"Assim não dá. Justiça já". Um cartazdizia que os garçons ganham NCz$ 1(antigos CZ$ 1.000) como salário.

Luís Rodrigues de Paiva, do Sindica-to dos Garçons, contou que na maioriados restaurantes os garçons assinam eon-trato de trabalho para ganhar saláriomínimo,"mas há casas em que o garçomassina o papel em branco e o donoacrescenta que o salário é de NCz$ 1. Odinheiro que conseguem ganhar, unsNCz$ 400 por mês, é exclusivamente dasgorjetas mas. com a morte do garçom,sua família recebe o salário mínimo ounada. Mesmo os 10% que o cliente pagade gorjeta não vão integralmente para ogarçom; a casa fica com 3% e o garçomcom 17c."

Em Copacabana, num palco de ondesobressaíam duas velas de barco — umacom os nomes dos mortos no naufrágio eoutra com o símbolo do Movimento Pró-Dignidade (mão saindo da água com odedo indicador apontado para o alto) —juntaram-se dezenas de artistas e foi lidotexto de protesto contra "a irresponsabi-lidade, a corrupção, a impunidade, acomplacência, o desrespeito às leis e aosprincípios éticos", redigido pelo poetaFerreira Gullar. e cantaram hinos religio-sos, entre os sermões de frei Beto, dopastor Filipe Mesquita, do rabino Rober-to Graetz e da umbandista Nel-Fer.

Até a Cidade Maravilhosa pareciahino lúnebre. tocada de forma pungentepor Edgar Du vi vier ao saxofone, e oacompanhamento de violão de TuríbioSantos fazia a canção ainda mais triste.Emocionados, os artistas cantaram, qua-

rapaz que

HSA não operaMorre em CTI particular

Ibrahim avisa

que há menos

trem de manhãA depredação de sete trens su-

burbanos do ramal de Japeri, nanoite de sexta-feira, contribuirá paratornar o sistema ainda mais precário,a partir das 5h de hoje, quandoaproximadamente 350 mil pessoas rti-marão, como todos os dias, para asplataformas de embarque. "Estava-mos com dificuldade de operação e oepisódio certamente acarretará aindamaiores atrasos", avisou à noite opresidente da CBTU (CompanhiaBrasileira de Transportes Urbano-s),Emílio Ibrahim.

O intervalo ideal de 10 minutosentre as saídas das composições, quenão era alcançado havia alguns me-ses, virou, a partir de agora, utopiaainda maior. Emílio Ibrahim previuque os trens terão de trafegar hoje,de 15 em 15 ou 20 em 20 minutos, eadmitiu a possibilidade de aceitar aoferta de extras.ônibus dar o começoda manhã, para ver como será aoperação dos trens. Se for preciso,pediremos ajuda na parte da tarde",anunciou.

Oficina sem vaga — Trcscomposições incendiadas chegaramna madrugada de ontem à oficina daCBTU, em Deodoro (Zona Norte doRio), juntando-se a outras 33 queestavam lá por problemas diversos efalta de recursos para repará-las. Asoutras quatro apedrejadas foramtambém encaminhadas a oficinas daempresa. Segundo Ibrahim, combancos, paredes, tetos e lumináriasdestruídos, as composições ficarão naoficina, pelo menos, nos próximosseis meses. Ainda terão de esperarvagas cm oficina abarrotada de servi-ço e talvez necessitem até de peçasimportadas. O prejuízo, calculadopelo superintendente regional daCBTU no Rio, Paulo Múnk, chega aNCz$ 10 milhões.

O número de trens ainda emcondições de trafegarem hoje só foicontabilizado no fim da noite peloDepartamento Seletivo da CBTU,mas o presidente da empresa adian-tou que serão cerca de 80 composi-ções, com oito vagões cada uma,"número insuficiente para prestar umbom serviço". Seriam necessários,segundo ele, pelo menos o dobro detrens em operação. Ibrahim garantiuque as quatro estações depredadas esaqueadas na onda de violência —Anchieta, Mesquita, Nilópolis e Jus-cclino Kubitscheck — sofreram pre-juízos menores c serão recuperadascom mais facilidade.

Episódio desagradável— Emílio Ibrahim cclássificou a ondade violência, desencadeada por maisum atraso dos trens, de "episódiodesagradável" e lamentou que osagitadores não tenham compreendidoque a paralisação do sistema foi pro-vocada pela morte de um surfistaferroviário. Mas garantiu que issonão servirá para diminuir seu ímpetoem reformular o sistema de transpor-te suburbano. O primeiro reforçochegará em julho: são 30 composi-ções que estão sendo recuperadas,dentro de plano de emergência. Estáem andamento outra concorrência,para a reforma de 62 trens, comrecursos de US$ 90 milhões obtidosjunto ao BNDES."Aí, sim, o sistemaserá normalizado de vez", prevêIbrahim.

Por enquanto, o quadro é crítico.Em um ano, 30 trens foram depreda-dos por passageiros irritados comatrasos, erros de operação, falhas desinalização e comunicação e greves.A CBTU iniciou este mês uma cant-ganha educativa pela televisão e. porvárias vezes, colocou os policiais fer-roviários para rejjrimir surfistas': Maso presidente da empresa acha que aimpunidade permitida pelo CódigoPenal — os detidos são liberadosimediatamente, depois dc encami-nhados às delegacias — estimula arepetição da aventura. Ele prometeulevar o caso ao Congresso Nacional.

Ônibus recuperados — Aempresa de ônibus Nossa Senhora daPenha, que opera linhas de NovaIguaçu e Nilópolis. na Baixada Flu-minense. para os bairros de Méier eCascadura. na Zona Norte do Rio.informou que recuperou quase todosos seus 18 ônibus apedrejados duran-te o tumulto de sexta-feira à noite. Amaioria teve janelas e pára-brisasquebrados e a lataria danificada ctrês continuam na garagem, para re-paros.

Aydano André Moita

Autoridades da Saúde no município eo prefeito Marcello Alencar preferemchamar de fechamento técnico. Mas umavisita ao setor de emergência do HospitalSousa Aguiar — um dos maiores daAmérica Latina, com 450 leitos e a médiade 1.200 atendimentos diários—, mostraque ali o caos está instalado. Só setemédicos, de uma equipe de 60, compare-ceram ao plantão de 12 horas iniciado às8h de ontem. Em um dia de movimentofraco — de Oh às 17h, só houve 151atendimentos — três pacientes gravesforam removidos, porque havia apenasum neurocirurgião e um operador deraios-X trabalhando. Um deles, o jovemCharles de Avellar Chacon, 19 anos,acabou morrendo, às 22h, no CTI doHospital Panamericano.

O dramático estado do Sousa Aguiarse estende a outras unidades da ZonaNorte do Rio, como o Hospital do Anda-raí (Inamps) e o Hospital Estadual Getú-lio Vargas, na Penha, que passaram odomingo com as emergências superlota-das. O Hospital Municipal Salgado Filho,no Meiér, está fechado por total falta decondições para cuidar de qualquer doen-te. Com poucos instrumentadores, enfer-meiros e atendentes. o Sousa Aguiar sópode realizar uma cirurgia de cada vez."Ficamos torcendo para que as ambulán-cias não parem aqui, porque não sabemos

-se poderemos atender", contou um plan-tonista.Agonia — Eram 16h30 quandoum carro da Polícia Ferroviária, em alta

velocidade e de sirene ligada, chegou àemergência do Sousa Aguiar. Levava'Cristiano Gomes Pessoa, 12 anos, balea-do na cabeça por um assaltante na gareda Central do Brasil. Em estado grave, omenino rapidamente foi levado à sala deoperações, onde o único neurocirurgião e'o único anestesista de plantão começa-¦ ram uma cirurgia prevista para durar pelomenos cinco horas.

Vinte minutos depois, novo barulho• de sirene se aproximou do hospital tecni-camente fechado. Uma ambulância doCorpo de Bombeiros levava o estudanteCharles de Avellar Chacon, em coma,devido a traumatismo craniano causadopor acidente de moto na Praça SaenzPena, na Tijuca (Zona Norte). Depois deser recusado no Hospital do Andaraí — lánão havia neurocirurgião —, ele teve deficar no Sousa Aguiar, porque os hospi-tais do Inamps da Lagoa e de Ipanema,superlotados, não puderam ficar com ele.Ern meio a dezenas de pacientes comcortes no pé, ferimentos na cabeça e

se como numa dedamação, "a canoavirou, porque deixaram ela virar", depoisde citar, nome por nome, cada um dosmortos nu naufrágio do Bateau MoucheIV.

Regina Duarte leu o texto de Ferrei-ra Gullar. cm que o estribilho era a frase"Estamos todos no mesmo barco", ditaem coro por Filipe Camargo, JacquclineLaurence, Mauro Mendonça. RosamariaMurtinho, Marília Pêra, Lucélia Santos(dc cabelos curtos e saias ident). ítalaNandi. Paula Lavigne, Marta Overbeck,Othon Bastos. Daniel Filho. Carlos Ve-reza, Osmar Prado. Marieta Severo. Fer-nandq Montencgro. Caetano Veloso (eleencerrou o ato ecumênico cantandoAmanhã), Otávio Augusto. Nci SanfAn-na e Roberto Ialma, que dirigiu todo oato.

Junto aos artistas, Cristina LopesAfonso, 23 anos, rosto marcado pelasqueimaduras que sofreu há três anos, nãoera apenas uma espectadora. Vítima daviolência do namorado, que incendiouseu corpo, Cristina sofreu 24 cirurgiasreparadoras c pode viver agora sem amáscara que, por longo período, prote-geu sua pele queimada. 0 namorado, omédico Wilson Isao Miyashiro, está presohá um ano e quatro meses, com julga-mento está marcado para fevereiro.

"Os protestos que fiz reforçaram adisposição das autoridades para prendê-Io; é importante as pessoas se conscicnti-zarem. Infelizmente, foi o naufrágio doBateau Mouche IV, mas graças a Deus aspessoas acordaram".

indisposições diversas, Charles, sem mé-dico para atendê-lo, foi deixado em ma-ca, no corredor da emergência. "Eleprecisa de uma tomografia compu-tadorizada para ser diagnosticada a gravi-dade da lesão", explicou um médico. NoSousa Aguiar, esse tipo de exame éimpossível — o tomógrafo está quebradohá dois meses.

Agonizante, Charles começou a tre-mer na maca. "A situação do hospital sópermite uma operação de cada vez, o queobriga o médico a escolher o paciente quevai primeiro", contou outro plantonista,que trabalha há seis anos no SousaAguiar. "Isso vai ficar desse jeito até queaconteça uma tragédia. Aí vai ser piorque o Bateau Mouche", comentou ele,enquanto tentava explicar ao comercian-te paulista Valdir Franco de Camargo, nafila de atendimento havia uma hora, quenão poderia estancar o sangue que saía deseu nariz, causado por uma espinha inter-na. "Não há nenhum otorrino de plan-tão", justificou. "Vou fazer um curativo,voltar para São Paulo e procurar umhospital", respondeu Valdir, que antespassara pelo Posto de Atendimento Mé-dico do Inamps da Rua São Francisco.Xavier, na Tijuca, e pelo Hospital doAndaraí, sem conseguir atendimento.

As 17h30, o aposentado José Mariade Sousa chegou de cadeira de rodas aosetor de emergência. Ele sofrerá umderrame e, depois de ir ao Salgado Filho,foi levado para o Sousa Aguiar. "Nãotemos como atendê-lo", comunicou-lheum médico, aconselhando José Maria atentar o Hospital do Andaraí. Quinzeminutos depois, Charles teve uma parada

respiratória e foi levado para um apare-lho de respiração artificial. Pessimistas,os médicos diziam que ele tinha poucaschances de sobreviver.

Vítimas — Os pais do garotoacidentado chegaram ao Sousa Aguiarpouco antes das 18h. Transtornado, ojuiz Francisco Lanor Chacon não conse-guiu entender por que seu filho nãoestava na sala de cirurgia. "As pessoasque vêm aqui não compreendem que ohospital passa por uma enorme crise",disse um dos médicos que cuidavam deCharles. "Hoje (ontem) pela manhã, aequipe queria ir embora e fechar de vez aemergência. Depois decidimos que issoseria pior e ficamos", recordou. "Massomos tão vítimas como os pacientes".

Depois de meia hora telefonandopara diversas casas de saúde de toda acidade, Francisco conseguiu uma vagapara o filho — ainda em estado desespe-rador — no Hospital Panamericano, naTijuca. Charles chegou no Panamericanoe, mesmo tendo sido atendido no CTI,morreu às 21 h. Segundo a médica Patrí-cia Scelza, que o atendeu no CTI, o casode Charles não seria solucionado emnenhum hospital tal a gravidade dos seusferimentos. Ao deixar o Souza Aguiar oestudante cruzou com uma senhora decerca de 30 anos, desmaiada devido a umtombo de escada. Ao mesmo tempo,chegavam notícias da sala de operaçõesdizendo que Cristiano, o menino baleadona Central do Brasil, estava piorando."Não quero nem ver isso aqui no Cama-vai", desesperou-se o médico, que aten-dia à mulher desacordada.

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4 o Cidade o segunda-feira, 30/1/89 JORNAL DO BRASIL

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Ronaldo pintou milhares de guardanapos pelos restaurantes da vida. "Mas nao sou maluco, nao"

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Ronaldo pintou milhares de guardanapos pelos restaurantes da vida. "Mas não sou maluco, não

QEgnnuEiBmaaClaro a nublado com possívelinstabilidade local c passageira àpartir do entardecer. Visibilida-de de boa a moderada. Ventosdo quadrante Norte a Sudeste,fracos a moderados. Temperatu-ra estável. Máxima e mínima deontem: 37.1", em Bangu, e 21.2",no Alto da Boa Vista.

EEETPreamar: Hhllm/O.^

21h38m/0.9Daixamar 4h24m/0.7

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O SOL

Nascente: 5h31raOcaso* 18h40m

Cheiaali 2(l'2

O homem que

reinventou o guardanapo

.,, Carla RioAlém do uso convencional, os guar-danapos podem ser utilizados de outrasformas, como para fazer contas e anotartelefones. Grandes artistas já rabiscaramdescompromissados desenhos cm guarda-napos na mesa de algum bar. Mas, prova-velmente, ainda não se viu ninguém co-mo Ronaldo Torquato, que se utilizedeles como único suporte para sua arte: apintura em guardanapos. Ele pintou mi-lhares, em sua passagem pelos bares erestaurantes da vida, e agora expõe 30deles no Restaurante Blumenau e Joinvil-le, na Praia de Botafogo, n° 468, ZonaSul do Rio.

Ronaldo Torquato Teixeira de Re-sende Borges, de 31 anos, dois filhos —Daumielle, de 8, e Torquato, de 11, dedois de seus três casamentos, todos des-feitos — tem o jeito maroto e agitado,olhos vivos, corpo cheio de tatuagens, e oar dos meio-gênios, meio-loucos. Masgarante: "Não sou maluco, não. Nãofumo nada". Ele conta que começou apintar com 15 anos, quando estudava osgrandes mestres. Em guardanapos, ini-ciou-se em março de 87, quando estava"na maior decadência, em todos os as-pectos. Financeiramente, estou até hoje,mas isso vai mudar".

As dificuldades financeiras levaramTorquato a inventar uma nova forma depintura. Como bebia muito — hoje vive àbase de sucos e refrigerantes - passava amaior parte de seu tempo em bares, ondedesenhava nos cadernos de desenho quecomprava. Até que não pôde mais com-prá-los e passou a rabiscar em qualquerpapel que lhe aparecesse na frente, "atécm nota promissória". A proximidade eabundância dos guardanapos naquelemeio-ambiente contam o resto da his-tória.

Um dia Torquato teve a idéia dedesenvolver uni trabalho sério com suaarte: até então, dava para os amigos debar todas as pinturas que fazia. Passou aguardá-las pensando em fazer uma expo-sição, acreditando que tinha em mãosalgo novo: "O guardanapo é que é olance. Eu não me sinto um baita desenhis-ta, mas criei uma coisa nova e sou o únicoque faz do guardanapo o suporte detrabalho. Não existe quem tenha pintadomaior número de guardanapos do queeu", orgulha-se o artista plástico, que jápintou mais de dois mil guardanapos eacredita ter dado um toque de mudança"nesse marasmo do mundo da arte".

Polêmica — Para Ronaldo, suaarte é polêmica. São traços rápidos enervosos, rabiscos que acabam compon-do paisagens, a maioria colorida, algumasde apenas dois tons. Ele se diz influencia-do pelo impressionismo francês e o ex-pressionismo alemão. "A arte de Ronal-do Torquato é como o Rio, leve, colori-da, veloz e sensual", escreveram o filóso-fo Carlos Henrique Escobar e o sociólogoDrausio Gonzaga, seus companheiros dobar Lamas, na Rua Marquês de Abran-tes, no Flamengo.

É no Lamas, o seu ponto de encon-tro, que o artista pode ser encontradotodas as noites, a partir das 23h, até oamanhecer. Ali ele faz a maior parte desuas pinturas. "Eu, mesmo sem beber,sou um grande boêmio", diz, explicandosua preferência pelo Lamas: "Até osguardanapos de lá são melhores paradesenhar, sem contar a paciência que osdonos c garçons têm comigo, que vivomanchando suas mesas quando desenho.Até me deram uma toalha".

Os motivos de Torquato vão de casa-rios, paisagens do campo, caravelas empraias e portos até a selva de pedra dascidades. Ele utiliza caneta hidrográfica,giz de cera, nanquim e até caneta esfero-gráfica. Em uma das suas técnicas — quedenominou de "aguada" — utiliza gelo.Definindo-se como um homem "urbanoe, acima de tudo, carioca" (é manguei-rense e flamenguista), Ronaldo diz ado-rar o Rio, mas observa que não se inspiranele, mesmo em seus quadros que têmcomo tema a cidade. "Eu nunca retrato arealidade, tudo são lembranças". Ele nãose acha um bom desenhista, mas umartista gráfico com um trabalho instinti-vo. Os que Ronaldo prefere são os qua-dros mais simples e harmoniosos, como oguardanapo chamado Chegada a cavalo,uma montanha de traços em preto, comcasinhas de telhados vermelhos.

Ronaldo teve 50 de seus trabalhosexpostos no Brazilian-American StudentsCenter, em Minneapolis, EUA, onderealizou duas mostras. No Hotel La Fa-vorita, na Suíça, há uma exposição de 250guardanapos e 50 outros serão apresenta-dos na Suécia. Ele participou do projetoPinta no Rio, da Rioarte, pintando 15painéis pela cidade. Entre eles, umaestilizaçâo do quarto de Van Gogh comuma bandeira do flamengo e uma televi-são, no muro da estação Estácio dometrô.

A exposição no Restaurante Blume-nau e Joinville começou na última quarta-feira, quando Ronaldo vendeu, de saída,10 guardanapos. O dono do restaurante,Mário Deschamps, é seu amigo antigo eresolveu aproveitar o espaço que tinha noandar de cima para fazer uma mostra dotrabalho de Torquato. A casa funcionadiariamente, das llh às 24h, e quemaparecer para o almoço ou o jantarpoderá apreciar os quadros, que estãoespalhados pelas paredes do restaurante,mas somente até o início de fevereiro. Ospreços, de acordo com tamanho ou temados quadros, variam entre NCz$ 40 eNCz$ 60. "O trabalho dele é inédito. Jávi pintarem em tudo, menos em guarda-napos e na mesa de um bar", diz MárioDeschamps, explicando que achava sernecessário um empurrão para que Tor-quato começasse a comercializar seusquadros.

Cond^on Mix. Mia.Amsltrdi ("I.tru ^1A«uno»o Nublado 22Atrnas Nuhbtlo I-' *Berlin) Nublido |Bonn Nubl.ido "* 2Bogota Nublado 17 7BrutHa* Nublada 2Butnm Aim NuNado 2* isCaracas Oaro h(Kwbca NuMado J(iuatrrnala Nublado 24 14Hatana (lam -7 19la Paj Clam J? *lima Clara -3 20liOwa OadoI oodrr* (la/o HIs* Aagtki Cbro -4 15Madri CUxoManagua Clara 24Meuco Clan*Mumi Claro 2* 2t>Mortnidtfl Qsitoso 2** NMo«cfx> Nublado 0Vm forqor Cbuv no 0Panama Clara 23Paris Claro 0fVtjaisi Clara

LT Condones Mix. Mfn.PA Nublado 32.0 23.0KK. Nublado 31.4 24 8AP Nublado 29.6 23.0AM Nublado 29.2 22 0RO: Nublado 24.8 22.8AC- Nublado 18.8SK: Nublado 29.6 25.2CE. Nublado 30.0 24 4I'M Nublado 30.4 22.0AL Nublado 20.8RN Nublado 33.0 23.7PK. Nublado 24.0BA. Nublado - _MA. Nublado 31.2 23.0PI Nublado 32.6 23.6DF lie nublado 27.2 18 3MS: Ptc. nublado 24.9 21 4MT he nublado 27 23.7GO: Pic nublado 28 19.2MG Pic nublado 30.2 20.0SP Pie nublado 301 20.2ES: Claro 23.5PR Nublado 25 18 2SC Nublado 31-6 23.0RS Nublado

Loto

Um apostador de Londrina (Pa-raná) e um de Porto Alegre (RS)dividirão a quina do concurso 588 daLoto (NCz$ 131.124,76 para cadaum), sorteada em Brasília. As deze-nas sorteadas são 36,69, 70,97 e 00.A quadra, com 461 acertadores,pagará NCz$ 568,87 e o terno(20.725 acertadores), NCz$ 16,87.

Dia e noite

Farmácias — Zona Sul — Far-mácia Flamengo (Praia do Flamen-go, 224); Leme — Farmácia doLeme (Rua Ministro Viveiros deCastro, 32); Leblon — FarmáciaPiauí (Av. Ataulfo de Paiva, 1283);Copacabana — Drogaria Cruzeiro(Av. Copacabana, 1212) e FarmáciaPiauí (Rua Barata Ribeiro, 646);Zona Norte — Cascadura — Farmá-cia Cardoso (Rua Sidônio Paes, 19);Realengo — Farmácia Capitólio(Rua Marechal Soares Andréa, 282);Bonsucesso — Farmácia Vitória(Praça das Nações, 160); Méier —Farmácia Mackenzie (Rua Dias daCruz, 616); Campo Grande — Dro-garia Chega Mais (Rua Aurélio deFigueiredo, 15); Drogaria CliegaMais (Rua Barcelos Domingos, 14);Farmácia Comari (Rua AugustoVasconcelos, 76); Jacarepaguá —Farmácia Camilo (Estr. de Jacaré-paguá, 7912); Tijuca — Casa Grana-do Laboratórios Farmácias e Droga-rias (Rua Conde de Bonfim, 300);Ilha do Governador — DrogariaCoutinho, da Ilha (Est. Cacuia, 98);Farmácia Supersônica (AeroportoInternacional); Pavuna — FarmáciaN. S. de Guadalupe (Av. Brasil,23.390); Drogaria Central de An-cliieta (Av. Nazaré, 2.635); Farmá-cia Jarsan (Rua Leocádio Figueire-do, 331); Zona Centro—Central doBrasil — Farmácia Pedro 11 (Edifi-cio da Central do Brasil).Emergências — Prontos Socor-ros Cardíacos — Ipanema — RioCor — 521-3737 (Rua Farme deAmoedo, 86); Jacaepaguá — Urge-cor — 392-6951 (Estrada Três Rios,563); Botafogo — Pró-Cardíaco —246-6060 (Rua Dona Mariana, 219);Prontos Socorros Dentários — Barrada Tijuca — Assistência Dentária daBarra — 399-1603 (Av. das Améri-cas, 2300); Tijuca — Centro Espe-cializado de Odontologia — 288-4797 (Rua Conde de Bonfim, 664);Clínica Odontológica Infantil-399-4552 (Rua Armando Coelho de Frei-tas, 46); Prontos Socorros Infantis

Copacabana —UPC— UrgênciasPediátricas — 287-6399 (Rua BarataRibeiro, 111); Ortopedia — Leblon

Cotrauma — 294-8080 (Av.Ataulfo de Paiva, 355); Cortrel —274-9595 (Av. Ataulfo de Paiva,734); Otorrino — Copacabana —Cota - 236-0333 (Rua Fonclero,152); Policlínicas Urgências —Copacabana — Clínica GaldinóCampos —255-9966 (Av. N. Sra. deCopacabana, 492). Psiquiatria —Botafogo — Serviço de UrgênciaPsiquiátrica do Rio de Janeiro —542-0844; 541-3244 e 541-3644 (RuaPaulino Fernandes, 78); Tomografia

Niterói — Centro de TomografiaComputadorizada de Niterói(CTCON) - 714-2540, 711-9555 e266-4545 BIP 4JM2; Radiologia —Copacabana — Clínica Radiológica24 Iwras Lula. - 237-7226 (Av.Nossa Senhora de Copacabana,492/202); Reumatologia — Botafo-go — Centro de Reumatologia Bota-fogo — 266-5998, 226-7651 e 246-5443 (Rua Voluntários da Pátria,445, grupos 1306/7); Oftalmologia

Ipanema — Clínica de OlhosIpanema — 247-0892 (Rua Ataulfode Paiva. 414/511); Ultrassonografia

Lagoa — Echo Home — 286 0481ou 266 4545 bip 2514 (Rua Sacopá60/201).Flores — Mercado das Flores deBotafogo — Rua General Polidoro,238 — Téí,: 226-5844; Cadinhos dasFlores— Av. Gercmário Dantas, 71

Jacarepaguá — Tel. 392-0037;Roberto das Flores — Av. Automó-vel Clube, 1661 — Inhaúma — Tel.:593-8749.Borracheiro — Avenida Prince-sa Isabel, 272 — Copacabana —lei.: 541-7996; Rua Mem de Sá, 45,Lapa (junto aos Arcos) com servi-ços de mecânico, eletricista e rebo-que. Telefone 224-2446.Reboques — Auto-Socorro Bo-telho — Rua Sá Freire, 127 — SãoCristóvão — Tel.: 580-91)79; Auto-Socorro Gafanhoto — Rua Aristi-des Lobo, 156 — Rio Comprido —Tel.: 273-5495; Avenida das Améri-cas. 1577 — Barra da Tijuca — Tel.:399-2192.Chaveiros — Trancauto — Cen-trai de Atendimento — Tel.: 391-0770. 391-1360. 288-2099 e 268-5827; Chaveiro Império — RuaCorrêa Dutra, 76 — Catetc — Tel245-5860. 265-8444 e 285-7443.Supermercados — Casas daBanha — Rua Siqueira Campos, 69

Copacabana.Manco do Brasil (Agência) — Aero-porto Internacional do Rio de Janei-ro — Ilha do Go\ernador.Baby-sitter — Castelinho deIpanema Creche Materna] Ltda(Rua Baráo da Torre. 468 — Ipane-ma — tel.: 287-5397). A solicitaçãode babysitter deve ser feita das 7hàs I9h. de segunda à sexta-feira e ospedidos para fins de semana comantecedência.Correios e Telégrafos — Ae-roporto Internacional do Rio de

Táxi — Fr

Serviço

Tempo Queixas do Povo

Exposição

Santa TeresaHelena Ferrara Araújo, morado-ra do número 180 da Rua Herme-negildo de Barras, cm Santa Te-resa, Centro do Rio, pede à Sc-cretaria Municipal de Obras queprovidencie urgente o tapamentode dois buracos que há na segun-da curva dessa rua. Ela conta queos motoristas "são apanhados desurpresa e, sem ter como desviar,freiam bruscamente". Helena te-me que

"qualquer dia aconteçaum acidente, o que põe em perigomuitas crianças que brincam ali.

A assessoria de comunicação daSecretaria Municipal de Obrasprometeu (ornar providências evoltou a informar, como tem feitoem relação a todas as queixasreferentes a buracos nas ruas, quequatro empreiteiras, contratadaspela Prefeitura para tapar os cer-ca de 100 mil buracos acumuladosdurante a greve dos servidoresmunicipais, ja eliminaram 20 mildeles.BotafogoA moradora Jacira Lopes reclamade que as principais ruas de Bota-fogo — São Clemente e Voluntá-rios da Pátria — estão "completa-mente esburacadas". Ela diz que" muitas autoridades costumampassar por essas duas ruas, masfazem vista grossa e não tomamprovidências". Outra moradorado bairro, Eunice Lopes dos San-tos, reclama da sujeira em que seencontram as passagens subterrâ-neas da Praia de Botafogo, queestão, diz ela, "servindo de abri-go para mendigos e de lugar deproliferação de ratos" Euniceconta que. quando chove, os ralosdas passagens, entupidos pelo li-xo, transbordam água podre emal-cheirosa.

A assessoria de comunicação daSecretaria Municipal de Obras in-formou que tomará providências,estabelecendo prioridade para oreasfaltamento e tapamento deburacos das duas ruas mais movi-mentadas de Botafogo. A assesso-ria de comunicação da Comlurl)

I

¦ A frente fria que estábloqueada no Sul do paísainda ocasiona nebulosi-dade e chuvas isoladas emalgumas áreas. No Sudes-te, continua predominan-do bom tempo com tem-

peratura elevada. As de-mais regiões apresentamnebulosidade acompa-nhada de pancadas dechuva e trovoadas namaioria dos estados.

também garantiu vai limpar aspassagens subterrâneas da praia.FlamengoO morador Sérgio Coelho queixa-se do "buraco enorme" que ficalogo no início da Rua Marquês deParaná, no Flamengo, Zona Suldo Rio, em frente ao posto degasolina da esquina com a RuaMarquês de Abrantes. Reclama,também, de que,

"do lado cs-querdo da rua é permitido esta-cionar, mas, como a pista é muitoestreita, os automóveis grandespassam tirando raspão". E suge-re: "Será

que a PM não poderiaproibir o estacionamento aqui?"¦ A assessoria de comunicação daSecretaria Municipal de Obrasprometeu enviar equipe para ta-par o buraco. Quanto ao estacio-namento, o comando do 2" BPM

informou que é permitido, e lem-brou que muitos dos visinhos doqueixoso não têm garagem. Dissetambém que, como a Rua Mar-quês de Paraná é muito usada porpedestres, a velocidade dos carrosdeve ser baixa para evitar atrope-lamentos.

Cosme Velho.A Rua Efigênio Salles, no CosmeVelho, Zona Sul do Rio, estáapresntando falhas na iluminaçãodurante a noite. Em frente ao n°215 por exemplo, a lâmpada ins-talada há um ano, só funcionoutrês dias, deixando o trecho com-pletamcnte as escuras.¦ A assessoria de comunicação daCME, Comissão Municipal deEnergia, prometeu tomar provi-dências assim que terminar a gre-ve dos servidores da Prefeitura.

O sinal do cruza-mento da Av. Rodri-gues Alves, bem cmfrente à CompanhiaDocas do Rio de Janei-ro, está queimado, cau-sando enorme confu-são. Não existe umguarda nas imediações,embora o 5" Batalhãofique a 500 metros dolocal. Itamar Viana —Niterói.

A julgar pela balbúr-dia que é o trânsito noCentro da cidade, a PMou não entende de trán-sito ou então não tem

Megafonecapacidade e condiçõespara geri-lo.

Anteriormente, asduas pistas da direita daAvenida Rio Brancoeram reservadas cxclu-sivamente aos ônibus ehavia proibição para osveículos dobrarem à es-querda, ainda na Aveni-da Rio Branco, para te-rem acesso à AvenidaPresidente Vargas.

Hoje estas regrasparecem revogadas,pois os veículos trafe-gam em todas as pistas,indiscriminadamente.Dobram à esquerda ou

à direita, ameaçando ospedestres, que perde-ram suas faixas de segu-rança, sempre sob osolhares complacentesdos guardas.

As faixas de segu-rança para pedestres es-tão pessimamente de-marcadas, sendo que naAvenida Marechal Ro-riano, nas imediaçõesdas Ruas do Acre eUruguaiana. não há se-quer vestígios delas,embora ali exista umapassagem para pedes-tres. (...) José Ferreira

Silva — Rio.

escrevem ao JORNAL DO BRASILpedindo-nos que solicitem do Sr. pre-feito do Districto Federa! providen-cias contra o abuso de que são victi-mas, exercido pelo empreiteiro. Di-zem-nos os queixosos cjue. sendo oseu salário de 3 S são obrigados asortirem-se de generos em uma vendado empreiteiro, onde sõ encontramcarne secca e feijão.

Em sua edição do dia Io de janei-ro de 1909. o JORNAL DO BRASILpublicou: "Trabalhadores da conser-vação das estradas de Campo Grande

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"I "I Morta — A funcionaria aposen-

O assalto que comeca a virar moda no Rio

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3 ^pratt^) em seu apartamcnto,^na Ru<|

Brasil, depois da safda da Ilha do Go- mas Pe?° sempre aos meus clientes para 6 ^ Centro, quando o soldado, que traba-venvidnr nao irem ^ praia porque as cabines da ¦* T * a o tv"T» n t; "iava como seguranga, comeqou a

PM instaladas no calgadao nao dao NetTI 14 DP SaDC QUC 3. FOllUr aCaDOU discutir com Aldir> sentado a seu"Este foi o terceiro caso de assalto conta de tantos assaltos", reclamou. 11^/111 XT' 1^1. OCIUN./ VJUV CI Ullul lado. Embriagado, Valdomiro sacoua onibus de turismo na Avenida Brasil 0 te do Rio PaIacCi joao T*T 0 dia seguinte ao assalto a 20 "Em Monte Carlo, no Principado de cias e as repassando para outras delega- o revolver e ordenou que o operarioque chegou ao meu eonheeimento Carlos Pollak, observou que a maioria All turistas europeus, dentro de urn Monaco, os policiais falam tres linguas, cias comuns. descesse na. Rua Boiobi, gritando.contou o gerente do Caesar Park Hotel, dos assaltos a turjs(as ngo & regis(rada 6nibuSi funcionaria do Hotel Meridien para melhor atender aos turistas. Aqui O projeto de construqao da pnme.ra voce Pr^Philippe Faidy, que em uma explicagao deicgacias. "Eles reclamam com recomendou ao guia da agenda South no Rio, se o visitante nao tiver guia e delegacia especializada chegou a ser re- oXforoS^para o problems. Provavelmente, os »

nao acreditam „d American Turismo que proeurasse ajuda nao alar ingles, estara perd.do, co.tadi- g.strado pela .mprensa: empresanos de ^Jgrio gams towfortes esquemas de seguranga monta- 6 v k

So da Poltur (Polfcia de Turismo) para as nho", cnticou o gerente do Caesar Park turismo contratanam uma arquiteta e nexas como se aeurasse, e lot postodos pelos hoteis da orla da Zona Sul nuindo'iohs e eauioamentos estao no vltimas poderem registrar o desapareci- Hotel, Phillipe Faidy. Para a gerente do Secretaria de Policia Civil construina n) xadrezestao impedindo os assaltos na area e " I i h- mento de documentos como passaportes Hotel Meridien, Monica Paixao, a falta unidade, em terreno do Estado, na La- AClueiite Depois de derru-fazendo com que os bandidos encon- se8ur0 e 9ue eles CV*° <lueixa' para e cartoes de credito, indispensdveis para de delegacia especializada e um dos goa, ao lado da Coordenadoria de Ope- bar um muro e uma arvore, o onibustrem outras formas de roubar". 0 Cae- 0 cr r<J®ls ro c i^ce erreem ° sc> no Q

grupo prosseguir viagem. A recepcio- motivos que levam os turistas a se esqui- ragoes Aereas. Em 1987, apenas quatro da linha 434 (Grajau Leblon), diri-sar Park mantem um esquema de poli- scu pa s e orlSem • lssc oao ar os' nista do hotel nao sabia que a Poltur, varem de prestar queixa. "Foi uma pena dos 12 interpretes cedidos pela Flumitur gido por Joao Gabriel Filho, de 45ciamento interno, com circuito de TV, 0 delegado Iris Felix de Sousa que funcionava junto h 14" DP (Leblon, terem desativado a Poltur. La trabalha- ainda trabalhavam na Poltur e varias anos, capotou na Rua Engenheirohomens nas tres s'afdas e nas dependen- Ped'u aJucla a Divisao de Roubos na Zona Sul) foi desativada hd dois vam recepcionistas que falavam ingles, vezes o delegado e o escrivao nao pude- Richard, csquina da Rua Gurupicias do hotel e ainda seeurancas dis- Furtos, para identificar os dois automo- anos. Quem tambem desconhece o fato frances e alemao". ram registrar ocorrencias, por nao en- (Grajau, na Zona Norte do Rio), efanjados de banhistas no trccho da veis (Caravan verde e Marajd pratea- sao os policiais da pr6pria delegacia: A Poi,ur (Central de Policia de tenderemos turistas. Nesse mesmo ano, fenu sete pessoas, mcdicadas no Hos-

praia mais proximo, alem de um vigia, do) "sados pelos assaltantes para perse- alguns sequer sabiam de sua curta ex.s- Turismo) foi criada em 1984 pelo secre- temWm ensaiou Sbrid FUhT autado na 20a DPhin^.irTc Hr, -iitr. Hr, nrpHir, guir o onibus da South America Tuns- tencia, entre 1984 e 1987, e outros firio de Sepuranca do Estado do Rio A rottaa Militar tamoern ensaiou, uaonci runo, auiuauo na _u u

mo, as 22h de sexta-feira, na sai'da da afirmavam que ela havia transferida pa- Arnaldo Campana Funcionando em sa- em 1985, nova forma de atendimento (Grajau) por lesoes corporals, contougerente de plantao do Copacaba- Ilha do Governador. Dez homens, ar- ra a 12" DP, em Copacabana. la anexa a 14 'DP a central tinha um tunstico, com a formagao de PMs poll- que o onibus la para o Centro eofreio

na Palace, Ezequiel Alarcon, disse que mados de revolveres e metralhadora, Na rcalidade, a 12a DP tem sala dc|egado Um escrivao e um escrevente e f otas e com cursos de boas manclras- tlnha defclt0- Acrescentou que, aoha muitos assaltantes que agem no obrigaram o motorista a parar, invadi- reservada para atendimento a turistas, recepcionistas poliglotas da Flumitur. Nesse ano, cnou-se o bugre mierprete,

MptnHncalSadao disfargados de atletas de coo- ram 0 onibus e levaram U$ 40 mil em mas Jamais sediou a Poltur. Nessa dele- Em 1985 0 presidente da Associagao que c™du'la Su oLTfSSTmto tambmper. Ate agora, o Caesar Park c o dinheiro ioias c equipamentos entre gacia, dois delegados falam tres idiomas Brasileira de Hoteis Jose Eduardo tas pela orla mar. ima, na tentat.va de apelou para o freio de mao, tambem

n u n I - ui U1I1I1C1IU, JUW5 c cquipciHicmui, C1IUC ° incnpfor ^ nrnf^nr Hp innlpq Drdblltiu uc nuicib, juac L.uudiuu rCmStrar com rapidez OS aSSaltOS. Os Sem rcsultado. 0 motorista CUIDOU 0Copacabana Palace nao tiveram proble- eles uma filmadora. p insPetor e protessor de ingles. Qulnie e os seCretarios de Justiga e „Prc.„tc, de hoteis e puhs de turismo scrvico de manutencao da emnresam-is mm assaltos nis nreis nroxiims n , "Estamos prontos para conversar com TuricmA An RnVnla VivilHn gerentes ae noteis e guias ue turismo serviqo uc manutengao cia empresamas com assaltos nas areas proximas, o Traumatizados, os turistas nao qui- „s turistas ooraue ha oessoal oreoara- Jur smo do governo Bnzola, Vivaldo garantem, entretanto, que atualmente que, em sua opiniao, "deixa a dese-que e explicado por Exequiel Alarcon seram dar queixa, o que s6 aconteceu do" earante o delecado Joao Batista Barbosa e Trajano Ribeiro, acertaram a muito difi'cil encontrar policiais prepara- jar". Os feridos foram o trocadorcomo resultado de uma campanha de no final da tarde de sabado, quando um Ribeiro. Um dos policiais lotados na instalagao de varias delegacias de atendi- dos para atendcr a cstrangeiros. "Na Clovis Sa de Sousa e os passageirosorientagao ao turista dentro dos hoteis. representante da South American Tu- J2a, contrariando declaragoes de Joao ment0 exclusivo a turistas. A intengao maioria das vezes, acabam vindo os Monica Pacheco Gambeiro, George

A gerente do Meridien, Monica rismo foi a delegacia com tres deles. Batista, contou que o atendimento era transformar a Poltur em delegacia, turistas e os policiais para o hotel, para Pacheco Gambeiro, Dora Maria dePaixao, mostrou um folheto da Asso- grupo ficara no Rio ate quarta-feira, 1° estrangeiros e sempre feito em presenga porque a primeira nao tinha autonomia que um interprete possa estabelecer al- Aguiar Dias, Paulo de Melo Morine,ciagiio de Hoteis de Turismo, distribuf- de fevereiro, quando volta para a Eu- de interprete, porque a maioria dos para desenvolver inquerito e encaminha- guma comunicagao entre eles , conta Rosemary Nascimento Bnto e Paulodo a todos os hospedes. Chama-se/tW- ropa. funcionarios so fala portugues. lo a Justiga, registrando so as ocorren- gerente do Meridien. Sergio do Nascimento.

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Morta — A funcionária aposen-tada da Assembléia Legislativa, Ma-ria José Gomes de Barros, de 78 anos,foi morta (asfixiada com pano deprato) em seu apartamento, na RuaAnita Garibaldi, 80/110 (Bairro Pei-xoto, cm Copacabana, na Zona Sul),por assaltantes. O delegado—adjuntoda 12aDP (Copacabana), João Ribei-ro, e o síndico do prédio (EdifícioCorimbatá), há 17 anos, DehaeneMorais, informaram que os ladrõesnão foram vistos por ninguém, mas osmóveis desarrumados e todas as gave-tas abertas levaram os policiais à con-clusão de que foi assalto.Maria JoséGomes morava sozinha e sua empre-gada (há 18 anos) estava de folga.Homicídio — ValdomiroLins de Albuquerque, de 40 anos,-soldado reformado do Exército, ma-tou com quatro tiros no rosto, àqueima-roupa, o operário Aldir Ri-beiro da Cruz, de 35 anos, Valdomi-ro, que estava bêbedo, quase foi lin-chado por pessoas que assistiram aocrime, mas a patrulha 540.768, do 14°BPM, comandada pelo cabo Lopes, osalvou e conduziu à 34a DP (Bangu,na Zona Norte do Rio). O crimeocorreu, madrugada de ontem, naRua Boiobi, proximidades da PraçaIo de Maio, em Bangu. Flávio, amigoda vítima, tomou o revólver do solda-do. Ele contou que os três viajavamno ônibus da linha 397 (Campo Gran-de—Largo de São Francisco) para oCentro, quando o soldado, que traba-Ihava como segurança, começou adiscutir com Aldir, sentado a seulado. Embriagado, Valdomiro sacouo revólver e ordenou que o operáriodescesse na Rua Boiobi, gritando:"você está preso". Aldir nem tevetempo de argumentar.Na delegacia, osoldado pronunciava palavras desço-nexas, como se delirasse, e foi postono xadrez.Acidente — Depois de derru-bar um muro e uma árvore, o ônibusda linha 434 (Grajaú—Leblon), diri-gido por João Gabriel Filho, de 45anos, capotou na Rua EngenheiroRichard, esquina da Rua Gurupi(Grajaú, na Zona Norte do Rio), eferiu sete pessoas, medicadas no Hos-pitai do Inamps do Andaraí. JoãoGabriel Filho, autuado na 20a DP(Grajaú) por lesões corporais, contouque o ônibus ia para o Centro e o freiotinha defeito. Acrescentou que, aoentrar numa curva, pisou fundo nofreio, que não funcionou; ele entãoapelou para o freio de mão, tambémsem resultado. O motorista culpou oserviço de manutenção da empresaque, em sua opinião, "deixa a dese-jar". Os feridos foram o trocadorClóvis Sá de Sousa e os passageirosMônica Pacheco Gambeiro, GeorgePacheco Gambeiro, Dora Maria deAguiar Dias, Paulo de Melo Morine,Rosemary Nascimento Brito e PauloSérgio do Nascimento.

Sônia d'AlmoldaPolícia sem pistade ladrões do

ônibus de turismo

so Importante e recomenda, cm inglês,alemão, espanhol e francês, que osturistas não saiam com muito dinheiro ejóias em passeios, não levem máquinasfotográficas para a praia, só utilizemônibus e táxis de turismo recomendadospelo hotel, andem sempre em grupo eevitem falar com desconhecidos. "Éterrível ter que dizer aos turistas queuma cidade tão linda é tão perigosa",lamenta a gerente do Meridien que,como em todos os hotéis da orla, estácom os 496 apartamentos lotados desdeo réveillon.

Por volta de meio-dia de ontem, umturista norte-americano hospedado noRio Palace Hotel foi surpreendido nocalçadão do Posto 6 por um grupo depivetes que tentaram levar o relógioque usava. Ao reagir ao assalto, ele foiagredido a unhadas por um dos meni-nos. De volta ao hotel, teve a mãoenfaixada por uma enfermeira e recu-sou-se a participar do passeio de ônibusque o resto do grupo fez à tarde. A guiaturística Jacqueline Soria, da agênciaBrazil Destination, passou a fiscalizar aentrada de todos os turistas no ônibuspedindo que guardassem relógios ejóias. "Eu amo esta cidade de paixãomas peço sempre aos meus clientes paranão irem à praia porque as cabines daPM instaladas no calçadão não dãoconta de tantos assaltos", reclamou.

O gerente do Rio Palace, JoãoCarlos Pollak, observou que a maioriados assaltos a turistas não é registradanas delegacias. "Eles reclamam com agente, mas não acreditam que a políciapossa trazer de volta seus pertences. Sóquando jóias e equipamentos estão noseguro é que eles dão queixa, paraobter o registro e receber reembolso noseu país de origem", disse João Carlos.

O delegado íris Félix de Sousapediu ajuda à Divisão de Roubos eFurtos, para identificar os dois automó-veis (Caravan verde e Marajó pratea-do) usados pelos assaltantes para perse-guir o ônibus da South America Turis-mo, às 22h de sexta-feira, na saída daIlha do Governador. Dez homens, ar-mados de revólveres e metralhadora,obrigaram o motorista a parar, invadi-ram o ônibus e levaram U$ 40 mil emdinheiro, jóias e equipamentos, entreeles uma filmadora.

Traumatizados, os turistas não qui-seram dar queixa, o que só aconteceuno final da tarde de sábado, quando umrepresentante da South American Tu-rismo foi à delegacia com três deles. Ogrupo ficará no Rio até quarta-feira, Iode fevereiro, quando volta para a Eu-ropa.

A polícia ainda não tem pistas dosbandidos que assaltaram, na sex-

ta-feira à noite, um ônibus com grupode turistas que se dirigia do AeroportoInternacional do Rio de Janeiro para oHotel Meridien, na Zona Sul da cidade,mas teme que assaltos como esse este-jam virando moda. O delegado írisFélix de Sousa, da 37a Delegacia Poli-ciai (Ilha do Governador) recomendouàs empresas de transporte de turismoque reforcem suas medidas de seguran-ça "pois este tipo de roubo pode proli-ferar".

Gerentes de hotéis e guias de turis-mo garantem que este não foi o primei-ro assalto a turistas na saída do Aero-porto e criticam a falta de segurança nacidade, principalmente no verão, quan-do a rede hoteleira está lotada. No anopassado, um ônibus da Rentamar quese dirigia para o Rio Palace Hotel foiassaltado da mesma forma na AvenidaBrasil, depois da saída da Ilha do Go-vernador.

"Este foi o terceiro caso de assaltoa ônibus de turismo na Avenida Brasilque chegou ao meu conhecimento",contou o gerente do Caesar Park Hotel,Philippe Faidy, que tem uma explicaçãopara o problema: "Provavelmente, osfortes esquemas de segurança monta-dos pelos hotéis da orla da Zona Sulestão impedindo os assaltos na área efazendo com que os bandidos encon-trem outras formas de roubar". O Cae-sar Park mantém um esquema de poli-ciamento interno, com circuito de TV,homens nas três saídas e nas dependên-cias do hotel e, ainda, seguranças dis-farçados de banhistas no trecho dapraia mais próximo, além de um vigia,de binóculos, do alto do prédio.

O gerente de plantão do Copacaba-na Palace, Ezequiel Alarcon, disse quehá muitos assaltantes que agem nocalçadão disfarçados de atletas de coo-per. Até agora, o Caesar Park e oCopacabana Palace não tiveram proble-mas com assaltos nas áreas próximas, oque é explicado por Exequiel Alarconcomo resultado de uma campanha deorientação ao turista dentro dos hotéis.

A gerente do Meridien, MônicaPaixão, mostrou um folheto da Asso-ciação de Hotéis de Turismo, distribuí-do a todos os hóspedes. Chama-se Avi-

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JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 30/1/89 o Cidade o 5

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A máquina existe, o que é importante. Agora,é preciso dominá-la.

Arq. Frank Lloyd Wright

Arquitetura moderna "Universal Estilo Inter-nacional" é derivada dos meios construtivos,

adequada à nova sociedade industrial e tem comoobjetivo a transformação da sociedade, tanto emgosto ou percepção, e inteirar a sociedade.

Arq. Le Corbusier

Desejamos a Arquitetura adaptada ao nossomundo das máquinas, rádios, carro de corri-

da, uma Arquitetura que funcione, claramentereconhecida como a relação com sua forma.

Arq. Walter Gropius

ie eu gosto no Rio

Do cariocaDa cultura popular da cidade e dos sons que o

carioca sabe fazer, nas suas festas populares

O: que eu nao gosto no Rio <

Barulho poluidor, buzina, carro...Merchandising nas praiasSeitas evangélicas que tripudiam sobre as reli-

giões populares Albino PinheiroAdvogado/Animador Cultural/Carioca Honorário

Paulo Casé

Pós-moderno

esde os pri-mórdios denossa civili-zação, o ho-

mem, através de suaobra, foi capaz de revelara realidade do meio emiiue esteve inserido numadeterminada época.

Os séculos entorpeci-dos se sucediam lentos e, então, ofereciam condi-ções para que ele produzisse, como fruto de umpaciente e apurado acúmulo de experiências an-cestrais, uma obra que apresentava marcas de suaparticipação e que revelava uma refletida inter-pretação dos fenômenos que ocorriam ao seuredor.

As influências técnicas/culturais que penetra-vam no seu mundo, oriundas de outros centros,eram absorvidas num vagaroso processo de decan-taçãò, mantendo, assim, incólumes os valores deseu universo, delimitado cm função de seus senti-dos, sentimentos, escalas e tradições. O isolamen-to em que as comunidades viviam decorriam dasdificuldades de comunicação com outros centros ese constituía como um entrave para novas con-quistas na área do conhecimento, fato que man-tiam imutáveis credos, costumes e técnicas artesa-nais.

Essa situação foi modificada, pouco a pouco,com o advento das guerras de conquistas e com aexpansão dos impérios, propiciando o aumento docomércio e o decorrente intercâmbio técnico/cul-tural entre os povos. Os ciclos históricos sesucedem sem que a relação homem/meio/tradiçãoperdesse sua essência.

É na Renascença, quando ocorre o desenvol-vimento das ciências matemáticas, que o homemcomeça ter os primeiros contatos com métodosracionais. Leonardo da Vinci, cujo trabalho con-tribuiu para o desenvolvimento da Arquitetura eArtes Plásticas, anteviu a "era da máquina" ('),criando protótipo, onde o homem mantém, clara-mente, sua supremacia. Nasce o racionalismo, e otempo passa a perder seu caráter letárgico.

A história prossegue sua marcha, marcada porespaçadas conquistas nesse campo, sem que essesepisódios comprometam a posição de supremaciado homem, como único modelo definidor de suarealidade.

No final do século XVIII, o surgimento daforça hegemônica da máquina começa a provocarmudanças das estruturas das sociedades perten-centes às potências européias, organizadas, atéentão, segundo modelos agrários.

O início desse ciclo se caracteriza como umafase de experimentação de processos de padroni-zações, cuja ineficiência resultou na fabricação,cm ritmo lento, de elementos industriais de baixaqualidade. Nas primeiras décadas do século XIX,essas deficiências foram superadas com a desço-berta de novos meios mecânicos de produção.Esse avanço proporcionou um acelerado aumentode quantidade, uma melhor qualidade e umagrande diversidade de produtos devido à maioreficiência da indústria fabril.

A máquina consagrou o racionalismo comouma nova crença de modernidade, o tempo seapressou c passou a ser contado em frações maisreduzidas. Eclode a revolução industrial.

É a partir dessa ocorrência histórica que sedesencadeiam, até os nossos dias, sucessivos ciclosde desenvolvimento, derivados de uma série inin-terrupta de descobertas técnico-científicas, cujacarga inovadora provocou modificações do meio eexigiu do homem, como efeito, uma permanenteadaptação a essas constantes mutações.

O conteúdo indômito dessa nova era, impostapela economia industrial, exigiu profundos ajustesdas sociedades cm todas as suas instituições so-ciais e políticas, em sua cultura e nos modos devida.

Como parte dessas transformações cm cadeia,surge no campo da construção a "Engenharia deFerro".

Esse procedimento técnico, aliado à manufa-tura, em escala, de vidros planos, logo estimulou acriação do edifício arquitetônico em estruturametálica.

Destacam-se, como conseqüência da utiliza-ção dessa nova linguagem aruuitetônica, o Paláciodc Cristal, ho Hyde Park (1851), em Londres,construído para abrigar uma exposição internacio-nal, o Mercado "Les Halles" (1854/1886); o PetitPalais c o Grand Palais (1900), em Paris. Essemétodo construtivo, inteiramente inovador, ense-jou a elaboração dessas obras extremamente ou-sadas, dentro de uma concepção que, do mesmomodo que as remeteu ao futuro, nelas imprimiumarcas nítidas da memória histórica.

No final do século XIX, num avanço significa-tivo, o desenvolvimento desse sistema dá origemao concreto armado. Mas, será no início do séculoXX o momento de sua afirmação. O aparecimen-to desse material, abrindo um horizonte paratantas e ricas possibilidades, demandou dos arqui-tetos uma imediata interpretação quanto à suaadequada utilização, porquanto o preceito ditadopela economia industrial já, então, exigia rápidasrespostas. O tempo corria célere, apressandodecisões, e o pensamento, ligado ao processoracionalista, se apresentava como o mais próximoindicador na direção do futuro.

As sociedades, que, até então, distinguiam ohomem e seus legítimos anseios como modeloinspirador e dimensionador das coisas materiais,espirituais e culturais do seu mundo, mudam.

A máquina, inexorável, pouco a pouco inver-te essa posição, se auto-elegendo como único eválido paradigma, e, impondo um tempo aindamais veloz, exige que o homem, surpreso econfuso, apresse o passo para tentar compreendere interpretar as conseqüências que essa reviravol-ta traria a seu universo.

Das incertezas e angústias nascidas desse fatosem precedentes surgem, rapidamente, em se-qüência avassaladora, novas tendências, escolas ecorrentes de pensamento.

Nasce o Movimento Moderno, fundamentadopelos ideais do Sprit du Temps, que manifesta avontade de unia ruptura radical no confronto coma cultura histórica passada — tradição material econdicionamento geográfico —, postura intelec-tual que defende uma Arquitetura gerada pelalógica e condicionada unicamente pela razão,apropriada, assim, para satisfazer apenas aossentidos.

Pela primeira vez na história, o homem vêuma Arquitetura despida dos símbolos que afazem ser, sempre, reconhecida como uma mani-festação de um meio particular.

Essa conduta se materializa produzindo, co-mo símbolo representativo, a máquina de morar,que se autodefine como um artigo de consumo ecomo um perfeito modelo limitado pelas aspira-ções materiais da revolução industrial.

Esse método de concepção, que considera aArquitetura apenas como uma forma inovadora,desvinculada de um contexto cultural, afastou-aabruptamente de todos os signos e significadossimbólicos pertencentes ao repertório cultural dahumanidade, acumulado durante séculos. (2)(3)

Assim, destituída de valores representativosde um lugar, ela é exportada e consumida imedia-tamente pelo mundo. (Continua)

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Dupla Exposição«&» 4/2/74 ^ Adriana Lorete

meio século — a ensolarada esqui-na dc arquitetura art déco veioabaixo. O pão quente das quatroda tarde, na São José, deu lugar àagitação de um centro comercial.O velho ferramenteiro, ao lado dobotequim, acabou engolido pelasombra de um espigão dc aparta-mentos. Era o tempo em que avoracidade imobiliária começava acrescer na cidade, alargando o ma-

pa da Zona Sul para além doslimites da Avenida Niemeyer, cmdireção à Barra da Tijuca. O Le-blon — metro quadrado mais carodo Rio, ao lado de Ipanema —nãoescapou. Inevitável: o trecho darua que cm janeiro de 1946 muda-ra de nome (de Acaraí para JoséLinhares) viu desaparecer 40 anosde história. Com o loteamento daárea ao comércio, o trânsito da

Ataulfo de Paiva, pontilhado pelosFusquinhas da década de 70, ficouainda mais intenso. E o cenáriosimples morria com o sobrado,uma das últimas relíquias do abrilde 1914, início da primeira GrandeGuerra, quando a Companhia In-dustrial da Gávea abriu as duasruas. Os engenheiros responsáveispelo projeto — José Ludolf, Mi-guel Braga e Adolfo Del Vechio —

não viveram o bastante para assis-'tir à metamorfose urbana. Tam-pouco os ministros do SupremoTribunal Federal Ataulfo de Paivac José Linhares, que morreram —o primeiro em 55. o segundo cm 57— sem testemunhar a transforma-ção da esquina onde seus nomesainda se encontram.

Mardeu I ieira

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j—i Os veteranos daquela esquinacertamente se lembram. Ficava

ali. no cruzamento dc Ataulfo dcPaiva com José Linhares, no Le-blon, a Panificação São José, a lojade ferragens Preferida, o botequimSão Jorge. O cenário era simples.Cabia num dos muitos sobradosque o trator da especulação nãopoupou. Em 1974 — depois depermanecer intacta por quase

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Náo pode sor vendido separadamenteRio de Janeiro — Segunda-feira, 30 de janeiro de 1939

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vantagem com gol

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Tadeu de AguiarPor mais cautela que tenha

tomado contra o jogo aéreo doadversário, o Vasco tropeçou numgol de cabeça — ironicamente,marcado contra por Zé do Carmo— e permitiu ao Fluminense arealização de uma incrível faça-nha: destruir em apenas 90 minu-tos o que o Vasco levou em 2.070minutos — 23 jogos — para con-quistar. Ou seja, com a vitória deontem por 1 a 0, o Fluminenseagora joga, quarta-feira, à noite,no Maracanã, com a vantagem doempate para obter a classificação àfase semifinal do CampeonatoBrasileiro. O Vasco terá que jogar120 minutos para se classificar —vencer no tempo normal e empatarna prorrogação.

A derrota do Vasco não podeser creditada a uma mera casuali-dade, embora suponha a formacomo o Fluminense chegou ao gol.Na verdade, taticamente, o Fluini-nense venceu a partida desde oprimeiro minuto, jogando commais determinação e aplicação queo adversário. Comandados porSérgio Cosmc, os jogadorescumpriram à risca o que determi-nara o treinador. O time atuou deforma simples e objetiva, o sufi-ciente para desbancar o favoritis-mo do Vasco. Uma atuação mar-cada, sobretudo, pela vontade dechegar à vitória.

Ao contrário, o time do Vascocometeu muitos erros. Desde adisposição tática — jogou excessi-vãmente de forma defensiva, con-trariando o.bom futebol que mos-trara ao longo do ano pasado — aodesempenho individual de algunsjogadores, o Vasco deixou a dese-jar. Embora jogasse com aparentecautela, se expôs sempre ao adver-sírio, tanto que nos primeiros 17minutos de jogo, se discutia maisentre os zagueiros do que se joga-va futebol. Nesse espaço de tem-

po, o Fluminense criou boas joga-das de gols e Acâcio mostrou quenão perdera tanto assim a boaforma. Houve até um pênalti deRoberto em Edinho, que o juizignorou.

A forte marcação de Donizetisobre Geovani, a lentidão e a faltade ritmo de Roberto e até mesmoa maior vontade do adversário —os jogadores do Fluminense emgeral pareciam em melhor formafísica e técnica — podem explicar odesajuste do Vasco, que cometeuainda um outro equívoco: dimi-nuiu os espaços de Eduardo, massubestimou o jovem Carlos André.

Mesmo fisicamente sem o mes-mo ímpeto do primeiro tempo, oFluminense é quem procuravamais o gol.

"O Vasco jogou muitoatrás, violentou-se", lamentou ogoleiro Acácio. Não foi o único.Outros jogadores, como o atacan-te Vivinho, reclamaram da falta deambição do time. Um erro queacabou custando caro ao time.Num cruzamento desprctenciosode Cacau, o Fluminense acabouconseguindo o seu gol aos 29 minu-tos. Àquela altura já não contavamais com o zagueiro Célio, quesaiu de campo desacordado apósuma pancada na cabeça em choquecom Washington — foi levado pa-ra CLINER.Í para exames radiolo-gicos e neurológicos e é dúvidapara o próximo jogo. Uma pena.Talvez, tivesse evitado o gol quepode mudar a história do Campeo-nato Brasileiro.

Fluminense —¦ Ricardo Pinto.Carlos André. Êdson Mariano, Edinhoe Eduardo; Jandir, Donizeti, Romerito eAndrioli; Cacau e Washing-ton. Técnico:

Sérgio Cosmo.1

Vasco — Acáoio. Paulo Roberto.Cólio (Marco Aurélio). Leonardo e Mazi-nho; Zé do Carmo, França (Sorato), Geo-vani e Bismarck; Vivinho e Roberto.

Técnico: Zanata.0

Local: Maracanã. Ronda: NCz$ 3(5 mil 207.Público: 53 mil 745 pagantes. Juia: ArnaldoCésar Coelho. Cartões amorolos: Eduardo.Jandir e Geovani. Gol: no sogundo tempo. Zédo Carmo (contra) aos 29 minutos. ¦íii

Cacau comemorou o único gol como se fosse seu verdadeiro autorOrlando Brito

¦MBa, Acác de s a area tecipaeito zagueiro, para se a nNo primeiro tempo cacio teve umsair shington e impedir uma conclusão a gol

Acácio ?? — Manteve o nível dasatuações do ano passado. Seguro ebem colocado, fez algumas boas de-fesas, principalmente no primeirotempo.Paulo Roberto ? — Por dependermuito de força física para jogar bem.teve um desempenho apenas re-guiar.Célio ?? — Vinha tendo uma boaatuação, perfeito nas coberturas e namarcação direta a Washington. Aca-bou sofrendo uma forte pancada nacabeça num choque com Washingtone saiu desacordado de campo.Marco Aurélio ? — Entrou nomeio do segundo tempo, mas nãocomprometeu.Leonardo ? — Boa atuação, umpouco abaixo de Célio.Mazinho ?? — Foi o melhor joga-dor do Vasco, apesar de ter pelafrente o velo/ e hábil Cacau. Marcoubem e apoiou com determinação. Sócometeu uma falha, ao atras.tr umabola difícil para Acácio.Zé do Carnto ? — Acabou decidin-

Cabeça. No geral, não repetiu asboas atuações que o levaram à se-leção.França ?? — Correu, mostroudisposição para marcação e até arris-cou dois bons chutes a gol.Sorato ? — Entrou tarde demais.Geovani ? — Não encontrou espa-ço para jogar, porque sofreu umaforte marcação de Donizeti e nãosoube como se libertar.Bismarck ?? — Foi o jogador quemais arriscou no Vasco. Procurou oscompanheiros para as armações dejogadas no meio-campo. mas nãoencontrou. Se prejudicou por isso.

Vivinho • — Poucas vezes estevepelas pontas e. com isso. ajudou aafunilar o ataque do Vasco. Poroutro lado. sentiu a falta de alguémmais próximo a seu lado.Roberto • — Lento, sem niobilida-de alguma, acabou por atrapalhar otime do Vasco. I>tá totalmente fora

Ricardo Pinto — Embora tenha sidomenos exigido que Acácio, mostrou talento,arrojo e personalidade quando exigido, comsegurança nas saídas.Carlos André ?? — Foi uma grata surpresa.Dominou bem o seu setor e apareceu algumasvezes com precisão no ataque. Tivesse maisexperiência e intimidade na posição, poderiater ousado e feito mais ainda.Edson Mariano ?? — Uma atuação segura,simples e correta. É verdade que teve suamissão facilitada pela má forma física de Rober-to, que náo lhe deu o trabalho esperado.Edinho ??? — Comandou o time da defesa,como nos bons tempos. Orientou a equipe eesbanjou categoria em diversos lances, com asegurança habitual.Eduardo ?? — Teve seus passos \igiadospelo adversário, mas conseguiu realizar algu-mas jogadas.Jandir — Voltou a jogar com a determi-nação e a coragem que sempre o caracterizam.Bloqueou bem a entrada da área. Algumasvezes, extrapolou um pouco c abusou da violên-cia. Levou cartão amarelo numa discussão comGeovani.

Donizeti ??? — Desarmou o time do Vasco,com uma implacável e eficiente marcação sobreGeovani. Nos momentos de maior folga, conse-guiu ainda se aventurar em jogadas ofensivas.Teve uma atuação destacada.Paulo Andrioli ??? — Outro que estevemuito bem no jogo. Participou das principaisjogadas do time e ainda auxiliou na marcação.No fim do jogo, procurou conter o ímpeto doVasco, segurando e tocando a bola com tran-quilidade.Romerito ? — Não esteve no mesmo nível deseus companheiros. Correu como faz habitual-mente, mas sem acrescentar muito ao time.Não foi tão atuante na marcação, nem opçãopara o ataque.Cacau — O jogador mais perigoso. Procu-rou se deslocar pelas extremas e criou sempreopções de ataque. Acabou tendo participaçãodecisiva, com o centro que resultou no golcontra de Zé do Carmo. Comemorou o golcomo se fosse seu.Washington ? — Bem marcado, procuroufugir ao cerco. Algumas vezes, conseguiu. Fo-ram poucas, no entanto, as bolas lançadas parasuas cabeçadas e não faltaram jogadas em quesc enrolou com a bola.

Fluminense rejeita

clima de já ganhouCercado no vestiário como o grande herói do jogo, o

meio-campo Donizeti não esqueceu a humildade quç ocaracteriza. Ele disse que a disputa com Geovani foi lealdurante os 90 minutos e que estava feliz por não ter feitonenhuma falta grave no adversário. Em Vassouras, duran-te a preparação do time, ele dissera que se jogasse bempoderia neutralizar 50% do Vasco e que por isso julgavasua função muito importante. "Ele passou o jogo tododizendo que queria jogar e eu respondi que não precisavafazer nada a não ser impedir isso", contou.

O técnico Sérgio Cosme, vestido de branco, disse queestava orgulhoso da aplicação tática dos jogadores e queesse é o maior trunfo para o segundo jogo. Antes mesmodo vestiário ser aberto, o técnico foi firme com ;osjogadores: mandou que evitassem sequer insinuar que adisputa está decidida. A orientação não era necessária,porque este e o espírito dos jogadores. O preparador físicoZeca Albuquerque, que na concentração prometera comerapós o jogo uma bacalhoada a Oscar Saldanha - referênciaao preparador do Vasco, que o criticou por treinar em trêsturnos ao invés de dois - deixou a ironia e elogiou o colega.

Os zagueiros do Fluminense evitaram diminuir aimportância de Roberto Dinamite, mas ficou claro queeles esparavam ter mais trabalho do que tiveram. EdsonMariano, que estreou entre os titulares, disse que Robertofoi importante taticamente, tentando tirar os zagueirospara permitir penetrações dos apoiadores. "Eu c o Edinhonão saímos, o Jandir pegava o Roberto sempre que elerecuava. O Roberto tentou desorganizar a nossa defesa",disse. O lateral Carlos André, que ganhou a posição çmVassouras, disse que a maior ocupação do campo peloFluminense no. início do jogo não foi preestabelecida:"Eles que recuaram, então a gente ocupou".

Sérgio Cosme disse que náo mudará o esquema »déjogo para a segunda partida, mesmo tendo a vantagem :doempate no tempo normal. Muito preocupado em evitar o"já ganhou", o técnico elogiou os estreantes mas semprefazendo a ressalva "taticamente", assim como Romerito,que disse que foi "importante taticamente". O depoimen-to dos tricolores dá a entender que o time, hoje, acha queo melhor caminho da vitória é o quadro-negro, cmdetrimento da genialidade e da técnica. Sérgio Cosmeconcordou que o time apresentou um futebol semelhanteao que venceu o primeiro turno: eficiente mas sobretudodeterminado c consciente. O júnior Carlos André, elogia-do pelo técnico pela sua frieza, parece ser a síntese dessamentalidade: "Cada um sabe o que tem que fazer emcampo. Vencemos porque todos cumpriram as determina-

ões do técnico".

Mais Vasco x Fluminense na página 6

João Saldanha

Escrita Antiga

eu Fluminese o quefoi merecido. Diz a

velha prática que náo semexe chi lime que está an-dando bem. O Vasco fezisto ao meter Roberto notime. Claro que Robertopode voltar. Mas visivel-mente não era hora. A jo-gada de ataque do Vasco, omelhor time deste campeo-nato até agora, sempre foi com aparecimentoesfusiante de Giovani ou Bismarck, entrandopela área e criando problemas muito difíceis parao adversário. E isto sempre foi feito com umrodizio entre eles e mais Sorato.

Tudo bem. mas foi modificado. Claro que aintenção sempre é a de melhorar. Mas ao contrá-rio do esperado pelos responsáveis, o time do :Vasco ficou sem sua jogada principal de ataque eDonizete pode brilhar cm sua missão de barrar oGeovani. E com muita facilidade. Não havia ocostumeiro rodizio que fez do Vasco da Gama omelhor time do campeonato até agora.E o Fluminense ao vencer o jogo conquistou avantagem que lhe permite classificar-se apenascom um empate nos noventa minutos de jogo.Esta vantagm que era antes do Vasco maisnenhum clube possui. Foram muito bem napartida o Bismarck, Mazinho, pelo Vasco eAndreoli. Edinho, Mariano e creio até que todoo time do Fluminense que sempre foi muitosolidário na atividade. Mas também deve tersentido por alguns mais supcrticiosos a questãode que o Vasco da Gama em decisões contra o.Fluminense leva a pior.Mas o que é de lascar é o prejuízo obrigatórioque a desenfreada demagogia e o clientelismolevam aos clubes. E ainda aparecem cartolas,também demagogos c oportunistas que fingemaceitar o prejuízo de seu clube em favor de umapretensa necessidade do povão em relação aofutebol. Todos os trinta mil que resolveramvoltar para casa foram ao Maracanã para pagar opreço que Vasco da Gama e Fluminense tinhamcobrado de acordo com a primeira decisão judi-ciai.

É de lascar mais ainda quando sc sabe que a .passarela do carnaval foi aumentada e que ládentro mesmo do Maracanã vários preços delíquidos e comestíveis foram aumentados. 0 casoé que estes homens náo gostam de futebol. E ofutebol é gerido por clubes que não têm e nuncativeram atividade lucrativa. Mas os preços au-mentam diariamente nas fuçfiscais do interesse público,leiro. Estes homens quetiveram infância, nuncanunca roubaram uma frut;

i dos tais rigorososPobre futebol brasi-

ritmo

:testam o jt,'stiram umr nem jamaividraça uo

go naocalção.

¦ pensa-lizinho.

Cotações • ru ? ??? 1¦Hnwr™™

2 O Esportes 0 segunda-feira, 30/1/89 JORNAL DO BRASIL

Loteria w

Internazionale/IT X Torino/ITMilão

INTERNAZIONALE11.12 — 1x0 Milan — N18.12 — 1x1 Juvenlus — C31.12 — 3x0 Locco — F08.01 — 1x0 üologna — C15.01 — 0x0 Napoli — F22.01 — 1x0 Lazio — C29.01 — 1*1 Alalanla — FCOTAÇÕESCOLUNA 1 (5<)r;) COLUNA X (30%) COI-UNA 2 (20%)

TORINO11.12 — 0x2 Bologna — F18.12 — 2x2 Milan — C31.12 — 0x1 Juvontus — N08.01 — 0x1 Napoli — C15.01 — 0x0 Pisa — C22.01 — 0x1 Ascoli — F29.01 — 2x1 Como — C

01 PISA18.12 — 1x0 Vorona — C31.12 — 1x1 Lazio — C04.01 — 1x2 Vorona — F08.01 — 1x1 Como — F15.01 — 0x0 Torino — F22.01 — 1x0 Cosena — C29.01 — 0x0 Milan — F

Pisa/IT X Napoli/ITPisa NAPOLI18.12 — 3x1 Bologna — C

31.12 — 0x1 Roma — F04.01 — 3x0 Ascoli — C08 01 — 1x0 Torino — F15.01 — 0x0 Internazionale — C22.01 — 0x0 Sampdoria — F26.01 — 1x3 Ascoli — F

COTAÇÕES 29.0, _4x, Ascoli-cCOLUNA I (30%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (40%)

Roma/IT x Veroria/ITRomaVERONA10.12 — 0x1 Pisa — F

31.12 — 2x1 Fiorentina — C04.01 — 2x1 Pisa — C08.01 — 0x3 Ascoli — F15.01 — 0x0 Cesona — C22.01 — 0x0 Bologna — F29.01 — 1x1 Sampdoria — C

ROMA11.12 — 1x0 Como — C18.12 — 3x0 Ascoli — F31.12 — 1x0 Napoli — C08.01 — 1x3 Juvontus — C15.01 — 0x1 Lazio — N22.01 — 1x3 Milan — C29.01 — 2x2 Fiorentina — FCOTAÇÕESCOLUNA l (40%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (30%)

Ascoli/IT x Milan/ITAscoli

Dàsà

ASCOLI18.12 — 0x3 Roma — C31.12 — 0x1 Bologna — F04.01 — 0x3 Napoli — F08.01 — 3x0 Vorona — C15.01 — 0x1 Atalanta — F22.01 — 2x1 tonno — C25.01 — 3x1 Napoli — F29.01 — 1x1 Napoli — FCOTAÇÕESCOLUNA I (20%) COLUNA X (20%) COLUNA 2 (60%)

MILAN11.12 — 0x1 Intornazionalo —18.12 — 2x2 Torino — F31.12 — 0x0 Sampdoria — C08.01 — 0x1 Cesona — F15.01 — 4x0 Como —• C22 01 — 3x1 Roma — F29.01 — 0x0 Pisa — C

Bologna/IT x Fiorentina/ITBologna

FIORENTINA18.12 —2x3 Como —F31.12 — 1x2 Vorona — F04.01 — 0x3 Sampdoria — F08 01 — 3x0 Lazio — C15.01 — 2x1 Juventus — C22.01 — 0x0 Lecco — F25.01 — 1x1 Sampdoria — C

COTAÇÕES 29 01 ~~ 2x2 Roma — CCOLUNA I (20%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (50%)

BOLOGNA11.12 — 2x0 Torino — C18.12 — 1x3 Napoli — F31.12 — 1x0 Ascoli — C08 01 — 0x1 Internazionale — F15.01 — 2x1 Locce — C22.01 — 0x0 Verona — C29.01 — 1x3 Pescara — F

1JUVENTUS11.12 — 0x0 Sampdoria — C18.12 — 1x1 Internazionale — F31.12 — 1x0 Torino — F08.01 — 3x1 Roma — F15.01 — 1x2 Fiorentina — F22.01 — 0x1 Atalanta —- C29.01 — 0x0 Lazio — F

Juventus/IT x Pescara/ITTurim

PESCARA11.12 — 2x3 Fiorentina — F18.12 — 2x2 Lazio — F31.12 — 3x0 Cesena — C08.01 — 0x1 Lecce — F15.01 — 0x1 Sampdoria — C22.01 — 0x1 Como — F29.01 — 3x1 Bologna — CCOTAÇOESCOLUNA 1 (50%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (20%)

?Sampdoria/IT x Lazio/IT

SAMPDORIA Gênova LAZIO16 12 — 3x0 Lecce — 18.12 — 2x2 Poscara — C31.12 — 0x0 Milan — 31.12 — 1x1 Pisa — F04.01 — 3x0 Fiorentina — 04.01 — 0x2 Atalanta — F08.01 — 1x1 Atalanta — 08.01 — 0x3 Fiorentina — C15.01 — 1x0 Pescara — 15.01 — 1x0 Roma — N22.01 — OxO Napoli — 22.01 — 0x1 Intornazionalo — F25.01 — 1x1 Fiorentina — 25 01 — 3x2 Atalanta — C29.01 — 1x1 Verona — 29.01 — 0x0 Juvontus — CCOTAÇÕESCOLUNA l (40%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (30%)

COMO11.12 — 0x1 Roma — F18.12 — 3x2 Fiorontina — C31.12 — 1x1 Atalanta — F08.01 — 1x1 Pisa — C15.01 — 0x1 Milan — F22.01 — 1x0 Pescara — C29.01 — 1x2 Tonno — F

Como/IT x Cesena/ITComo

CESENA11.12 — 1x1 Ascoli — F18.12 — 0x0 Atalanta — C31.12 — 0x2 Poscara — F08.01 — 1x0 Milan — C15.01 — 0x0 Verona — F22.01 — 0x1 Pisa — F29.01 — 3x2 Loccco — CCOTAÇOESCOLUNA 1 (40%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (30%)

0 Arsenal/ING x West Ham/INGLondres

ARSENAL31.12 — 3x0 Aston Villa — F02.01 — 2x0 Tottenham — C08 01 — 2x2 West Ham — F11.01 — 0x1 West Ham — C14.01 — 3x1 Everton — F21.01 — 1x1 Sheffield — C

WEST HAM31.12 — 0x0 Charlton — F02.01 — 1x2 Wimbledon — C08.01 — 2x2 Arsenal — C11.01 — 1x0 Arsenal — F14.01 — 2x1 Dorby — F21.01 — 1x3 Manchoster U. — CCOTAÇOESCOLUNA 1 (80%) COLUNA X (10%) COLUNA 2 (10%)

0V.Guimarães/PORT x Leixões/PORT

GuimarãesLEIXÔES18.12 — 1x0 V.Sotúbal — C21.12 — 0x1 Est. Amadora — F31.12 — 3x0 Est Amadora — F08.01 — 0x2 Sporting — F15.01 — 0x0 Boavista — C22.01 — 1x1 Penafiol — F29.01 — 4x0 Espinho — C

V.GUIMARAES21.12 — 4x0 Palmelense — F31.12 — 1x1 Marítimo — C08.01 — 3x0 Farenso — C11.01 — 1x2 Vasco da Gama — F15.01 — 1x1 Belononses — F22.01 — 1x2 Benfica — C29.01 — 0x0 Porto — FCOTAÇÕESCOLUNA i (50%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (20%)

Boavista/PORT x Chaves/PORTPorto

CHAVES21.12 — 3x1 Lusitano Vila Real — C31.12 — 1x0 Fafe — C08 01 — 1x3 Nacional — F11-01 — 3x0 Ermosíndo — C15 01 —0x1 V. Setúbal — C22.01 — 1x2 Est. Amadora — F29.01 — 2x1 Sporting — CCOTAÇÕESCOLUNA I (40%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (30%)

B. VISTA21.12 — 4x0 Arcos — F30 12 — 2x1 Bonfica — C07 01 —4x1 Porto — C11.01 — 1x2 Espinho — F15 01 — 0x0 Laixóes — F22.01 — 1x0 Beira — C29.01 — 2x0 Braga — F

Penafiel/PORT x Braga/PORTPenafiol

BRAGA21 12 — 5x0 Olivais — C28.12—1x2 Nacional — F3x1 V. Setúbal — F1101 — 3x0 A. Visou — C15.01 — 1x0 Est Amadora — C22 01 — 0x2 Sporiing — F29 01 — 0x2 Boavista — C

PENAFIEL11.12— 1x1 Marítimo —- C18 12 — 0x0 Farense — F31 12—1x1 Bolenensos —C q^qi08 01 — IxOBenfica —C15.01 —0x2 Porto — F22 01 — 1x1 Leixôes — C29.01 — 1x2 Beira Mar — FCOTAÇOESCOLUNA I (50%) COLUNA X (3CK; ) COLUNA 2 (20%)

SISporting/PORT x Nacional/PORT

LisboaSPORTING2112 — 11 xO Alhandra — C31 12— 1x2 Porto — C08 01 — 2x0 Leixôes — C11 01 — 1x1 Nacional — F15 01 — 2x1 Beiráo Mar — F22 01 — 2x0 Braga — C29 01 — 1x2 Chaves — F

NACIONAL2112 — 1 x0 Esperança de Lagos — F28 12 — 2x1 Braga — C08 01 — 3x1 Chaves — C1101 — 1x1 Sporting — C15 01 — 0x2 Fafe — F22 01 — 1x0 V Setúbal — F29 01 — 0x1 Est Amadora — CCOTAÇOESCOLUNA 1 (50%) COLUNA X (30%) COLUNA 2 (20%)

E3Marítimo/PORT x Belenenses/PORT

FunchalMARÍTIMO21 12 — 4x0 Oliveira do Bairro — C BELENENSES3112—1x1 V Guimarães — F 21 12 — 7«2 Portoa'egrenso — F08 01 — 0x2 Porttmonense — F 31 12 — 1x1 Penafiol — F11 01 — 1«1 Costa da Capanca — F 08 01 — Ixi Espinho — F15 01 — 3x0 A Viseu — 11 01 — 3x0 Covilnâ — C22.01 — 1x2 Fafe — 15 01 — 1x1 V Guimarães — C29 01 — 0x0 Farense — 22 01 — 2x2 Port-monense — FCOTAÇÕES 2O01-3xOAV,seu-CCOLUNA 1 (30%) COLUNA X (40%) COLUNA 2 (30%)

dA. Viseu PORT x Benlica PORT

ViseuBENFICA21 12 — 1*1 v Se?ut»f — F30 12 — 1*2 Boavista — F00 01 — 0*1 Pena?.e — F11 01 — 14*1 Rtacr>ense — C15 01 — 1*0 Espmho — C22 01 — 2i! v Gu>marâes — *29 01 — 3*0 Pcrt.iTonense — C

A VISEU21 12 — 3x2 Freamande — C31 12 — 1*1 Poríimonense — F08 01 — 0x2 Fafe — C11 01 — 0*3 B*aga — F15 01 — 0*3 Marítimo — F22 01 — 3*1 Farense — C29 01 — 0*3 Belenenses — FCOTAÇÕESCOLUNA 1 Qíl'; | COLUNA X (20% i COLUN A 2 (60% l

EiPortimonense PORT x Porto PORT

PortimèoPORTO2t 12 — 7*0 Barremeose — C31.12 — 2*1 Soo^g — F07 01 — 1*4 Boavsta — Fli 01 — 1*0 Acad Co^Ora — F15 01 — 2*0 PeraN? — C22 01 — 2*1 £SÇ»"'S3 — F29 01 — 0*0 V Gufri3?âe5 — C

PORTIMONENSE21 12 — 2*1 GJ Vtcertn — F31.12 — 1*1 A Vtsev — C06 01 — 2*0 Mar t mo — C11 01 — 0*1 Be"a Mar — F15.01 — 0*0 Farense — F22 01 — 2x2 Beienenses — C29 01 — 0*3 Berárs? — FCOTAÇÕESCOLINAli -1COLUNA X COLUNA :

Goncinha mostrou novamente perfeito equilíbrio no dorso de Tea For Me

Tea For Me domina o primeiro

CP do ano na pista

de gramaA filha de Ghàdeer em Look Me,

Tea For Me, da Coüdelaria Araras,venceu com autoridade a primeiraprova da esfera clássica realizada empista de grama em I989 — o GrandePrêmio Roger Guedon. A carreira,que reuniu nove potrancas de 3 anos,foi disputada em l .600 metros e pre-miou o proprietário da ganhadoracom NCz$ l .200.

Conduzida por Gonçalino Feijóde Almeida, a vencedora foi apresen-tada em perfeitas condições por lide-fonso Souza c chegou ao disco com atranqüila vantagem de dois corpossobre a argentina Bella Bay, a segun-da colocada. Something Nice e TwinChance completaram, pela ordem, omarcador.

Na partida, Something Nice, comdireção de José Ferreira Reis, pulouna frente mas logo cedeu a ponta aTwin Chance, esta sendo acompa-nhada de perto por Tea For Me, suacompanheira de número. Carlos La-vor manteve Bella Bay no meio dolote durante a primeira metade dopercurso.

Ao contornarem a grande curva,Tea For Me dominou a faixa conduzi-da por José Aurélio para ocupar avanguarda. Na altura da seta dos 300metros Bella Bay foi trazida para forapor seu jóquei e arrancou para tomara segunda posição de Twin Chanceque já não podia acompanhar a titu-lar da coüdelaria.

Junto à cerca interna, TwinChance ainda chegou a esboçar rea-ção mas sem conseguir alcançar asduas ponteiras. Nos metros finais,Tea For Mc ficou absoluta na lide-rança enquanto Something Nice, doHaras São José da Serra, apareciacom ótima ação para tomar a terceiraposição de Twin Chance. Eagleville,com inflamação em uma das mãos,não foi apresentada. Eis os resulta-dos dos nove páreos do programa deontem no Hipódromo da Gávea, rea-lizadas em pistas de areia e gramaleves:Io Páreo: Io Douto J.M.Silva 2°Challal A.Machado P 3o ArrivadoG.F.Almeida — Vencedor(4)2,6D.Inexata(24)6,2 Places(4)l,5 e(2)1,8 D.Exata(4-2)7,8 Triexata(4-2-5)9,0 tempo: lml3s2/5.2o Páreo: 1" Giant Blue G.F.AImei-da 2° Tipsy Task J.Pinto 3o GipurL.A.Alves — Vcncedor(l)l,l D.Ine-xata(14)2,4 Placês(1)1,0 e (4)1,0D.Exata(l-4)2,8 Triexata( 1-4-3)4,0tempo: lm29.3o Páreo: Io Tressere E.S.Rodrigues2" Volpone M.Souza 3o Hélio TourG.Guimarães — Venccdor(5)l ,5D.Inexata(15)4.8 Placês(5) 1,4 e(1)2,0 D.Exata(5-l)12,7 Triexata(5-1-2)18,0 tempo: 58s2/5.4" Páreo: 1" Empatados: Igorki J.Ri-cardo e Japan Light M.Cardoso 2" ElLobo J.Aurélio — Vencedor(5) e

(7)1,0 D.Inexata(57)4,l Placês(5)l,0e (7)1,0 D.Exata(5-7)2,7 e (7-5)11,6Triexata(5-7-4) e (7-5-4)20,0 tempo:lm23s4/5.5" Páreo: Io Uni Duni Te C.Lavor 2"Queue J.Pinto 3o Under Khaki F.Pe-reira P — Vencedor(4)l,0 D.Inexa-ta(45)l,4 tempo: 59s.6" Páreo: Grande Prêmio RogerGuedon — 1.600 metros — grama —1° Tea For Me G.F.Almeida 2o BellaBay C.Lavor 3o Something NiceJ.F.Reis 4° Twin Chance J.Aurélio— Vencedor(l)l,3 D.Inexata(13)l,4Placês( 1)1,0 e (3)1,0 D.Exata(l-3)2,5 Triexata(l-3-6)38,0 tempo:lm35.7" Páreo: Io Elias El Arab J.Ricardo2o Falafel J.M.Silva 3" Hair DresserJ.Aurélio — Vencedor(5)2,l D.Ine-xata(15)4,0 Placês(5)1,5 e (1)1,6D.Exata(5-l)6,8 Triexata(5-l-2)7,0tempo: 2m02s3/5.8" Páreo: 1" II Razzo C.Vasconcellos2" Allpermint J.Pinto 3° Foi E.R-.Ferreira — Vencedor(7)9,9 D.Ine-xata(47)59,8 Placês(7)4,6 e (4)1,9D.Exata(7-4)88,0 Triexata(7-4-5)289,0 tempo: lm32sl/5.9" Páreo: Io New Edition J.F.Reis 2"Lantezza J.Pessanha 3" Hasti C.La-vor — Vencedor(2)3,9 D.Inexa-ta(26) 17,1 Places(2)2.4 e (6)2,4 D.E-xata(2-6) 19,1 Triexata(2-6-4)56,0tempo: lm21.

Palm-Cigal confirma suas chances

e vence o Clássico Bráulio Gomes

SÀO PALILO — Palm-Cigal, umfilho de Endeusado em Tereza Maria,venceu a prova central do programa deontem no Hipódromo de Cidade Jar-dim, o Clássico Bráulio Gomes, em1.200 metros, e que recebeu dotação deNCz$ 1.800. O vencedor, treinado porDendico Garcia e conduzido por JorgeGarcia na carreira, confirmou sua óti-ma fase de treinamento ao dominar osadversários em Iinl2s02.

Mister Queck. conduzido por LuísDuarte, foi o segundo colocado. Aargentina Cantonera, que superouPalm-Cigal no Prêmio João Alves Ru-pião Filho, chegou na terceira posição.Eis os rateios das dez provas disputadasno Hipódromo paulista de CidadeJardim:7° Páreo — 2.40()m — Grama — IoOver Winnipeg lake, A.Chaffin (4), 2oGrizu, I.Quintana (2), 3o Jervão,L.Duarte (30. Vencedor 3.9. Dupla(24) 2.0 e Dupla Exata 7.7. Placês 1.0(4) c 1.0. Tempo 2m30s5.

2" Páreo — I MHIm — Grama — I"Libclá. J.Cardoso (6), 2° Fantastic Me-ryl, I.Gonçalves (I). 3" kissing Isabel.J.Garcia(5). Vencedor 5.7, Dupla(16)12.5 e Dupla Exata 56.5. Placês 3.4 (6)

e 3.4. Trifeta (6-1-5) NCZS 16,91. Tem-po Im38s7.

3" Páreo — l.OOOm — Grama — IoNurana, VV.Lopes (6), 2ô Never Rama,A.Chaffin (5), 3o Lisbeth, C.Canuto(4). Vencedor 7.2, Dupla (56) 3.9 eDupla Exata 12.4. Placês 2.4 (6) e 1.3.Trifeta (6-5-4) NCZ$ 9,23. Tempolm09sl.

4" Páreo — 1.300m — Areia — 1°Roville, J.Vitorino (6), 2o DAuntChampion, L.Duarte (3), 3o TudorRaft. G.Meneses (7). Vencedor 9.9,Dupla (36) 26.4 e Dupla Exata 45.3.Placês 4.1 (6) e 3.1. Trifeta NCZÍ15.35.Tempo Iml9s2.

5" Páreo — 1.200m — Areia — IoEnaka, F.Benone (4), 2o Judenga,P.Tavares (8), 3" Arbitragem, A.Bar-roso (1). //vencedor 2.4, Dupla (47) 9.4e Dupla Exata 32.8. Placês 1.6 (4) e 3.2.Trifeta (4-8-1) NCZ$ 20,16. Tempoiml3s8.

6" Páreo — 1.500m — Grama —rSclopian, J.Escobar (4). 2" Fast Bird,J.Vale (II). 3o Pirarucú|S.Guedes (2).Vencedor 2.7, Dupla (48) 6.8 c DuplaExata 11.6. Placês 2.2 (4) e 1.7. Trifeta(4-11-2) NCZS 5.92. Tempo Im34s5.

7" Páreo — 1.200m — Areia — IoPalm-Cigal, J.Garcia (5), 2o MisterQueck, L.Duarte (7), 3o Cantonera,Z.Paulielo Jr. (1). Vencedor 4.5. Dupla(56) 31.2, c Dupla Exata 262.0. Placês2.8 (5) e 13.7. Trifeta (5-7-1) NCZ$51,45. Tempo Iml2s02.

5" Páreo — I .OOOm — Grama — Io JourDe Follie, A.Barroso (8), 2o Claribel,O.Pereira P (10), 3o Hobby Light,L.Duarte (5). Vencedor 4.3, Dupla(56) 47.5 e Dupla Exata 72.8. Placês 2.8(8) e 4.6. Trifeta (8-10-5) NCZS 286,47.Tempo Im09s9.

Páreo — í.200m — Areia — IoRoyal Prive, E.Pessoa (9), Kipapo,E.Ferreira (10), 3o Mistr Goiaco,R.L.Araújo (11). Vencedor 7.8, Dupla(67) 10.1 e Dupla EXata 212.8. Placês4.2 (9) e 8.3. Trifeta (9-10-11) NCZS106.13. Tempo 1'13"3.

10" Páreo — 1.500m — Grama —I" Glenmorangie, E.Ferreira (4), 2"Frank The Yank, G.Meneses (8). 3"Kibernam. I.Gonçalves (2). Vencedor29.8. Dupla (46) 18.6 e Dupla Exata291.9. Placês 9.3 (4) e 2.4. Trifeta (4-8-2) NCZS 88.29. Tempo 1'31"2.

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3° MTO *i 2M0m - 1J00 NCí120 00 - TKEX«TAOUPL*-£X*T* (IWCKDO CC*Cl<,SO C€ 7 PONTOS) PBtmCARKWCO OO EXGEXMO DE DENTRO*i vxr, Bcn P Vçxjias i: rMErabmça = S noó 58 23 «A£íae D f Graça 56 3< na» J !k.v->c if <5 Gpertird £ R Pfrrw-a 54 5€ Mearus Pxef A Rancs 5S Ç7 &>cnc t A 5ê 7S 'Jcngrxac M Andrade 5é 8«° !»¦» M 21 hPM — 2.100 1*3»•OS J2C.3C - •nJEXATAX>JPlA€XATAPRtüOO üttoas DA TVÍUCA

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Jve.J M S«Va S4 1cantomeOpgo.J Aureíc 50 2Wa.tjn» j F Rets 58 3Cnaias J Rca-oc 58 4CotíTJ E S Rotínc-jos 54 55o Pareô as 2l*i30m»n — 1300 metros*CzS 460.00 — Trieiata dupl**xsta' Prêmio Uniào da Ilha do GovernadorAnt»dc.Náo 56 Ií*e«cfio.C Lavof 56 2Arezzo.J Q-canc 56 3Mestre* E S Roc-Çvei 56 *AOK&er G F Ar*«a 56 5*ia*-8w M Cardoso 56 5TameGuy.J Ptssanha 56 76<_ MfBO as 22 horas — 1300 me<rosHCa 38030 - TR1EXATÀ CHjPLA-EXATA{ACUMULADAS D€ EXATA)P9ÚB0 UNIDOS DO CiBUÇtr3e a Sa^re J ficaríc 57 1Bsser*eoef P Vçroas 57 2Ono J Mato 57 3LefsToOamcrtí. j FVtC 57 4Ma* J V S*a 57 5-rj* C A Ma.-ns 57 £GüCnrli J Aurèfc 57 7M«ua l Ckrçavas 57 83 Ccr-çar* J Ressarce 57 97° Pan» — As 22hX*r. — \J,JJ rrwtrasKzS 3*0.00 - TR1E*ATAÜUPLA-E*ATA(ACUMULADAS DE UATAi - FRÉJCO

CAPRICHOSOS DE PíLARES?— Jimgfls C Vasconoeos 57 12— Sma Fato*» l Gcnç 57 2.V- S*LaCar» 57 3

5— Goiden Horey J Pm!o 57 56— Darandtna J Ricardo 57 67— Handful of GcrtJ. R Freire 57 78~ Bastam E S Rodrigues 57 88a Páreo — As 23 horas — 1.300 metrosNCrS 330 00 — TRIEXATA DUPLA-EXATA- (ACUMULADAS DE EXATA) -PRÊMIO SAO CLEMENTE1— EsiatAsh. E O Ferre^a 572— Great Khockout F Per F° 573— Ascesco E R Ferre^a 574— Grea! Cance J A^reic 575— HuVf. G Guimarães 576— Agaçant. J Que*o? 577— [>ierra A aüesco U Me* 57

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NCíS 320.00 - TFílEXATA DUPLA-EXATA(ACUMULOS Dt EXATA)"PRÉMiO UNIDOS DO JACAREZINHOGENERADOR R Frewe

GAR REAL G F AJmeidaD PRINCE.M Cardosoi JOÃO CORVO J Ma.íaEL VARjf*.' U MeweSesEDELX1RSH Juarez GareCASA CfVU. J R^ardoE;S8ERG J R Ove*aKíNG FLETE J Fre^e

Indicações

A6ongen!uso

1C Pãreo. Comprador ¦ Moiineto ¦ Hanhi2° Páreo: Ctorba ¦ On Broadway ¦ Boerana3" Páreo Tché Embaraço ¦ Matutinus Pater i4 Páreo: Jve ¦ Chal&s ¦ Coícíred' Páreo Meslre Karan ¦ Arezzo ¦ Tame-Guy6' Páreo Let s To Chamond « Be A Nabre ¦ GuitvaniBT Páreo Frei Clara » Dárandna ¦ Javette8° Pareô Greai Knockout ¦ Husty ¦ Estai shgr Pareô Cata CM ¦ Doot e Prmce ¦ El VarjtmAcumulada: 2 6i Ctorba), 3°2(Tcfié Embaraço) e 5=4(Mestre

Xadrez

Karan)

AN ATOU KARPOV

Karpov recc-

beu nova-mente o título deCampeão Mundial,só que aqora é re-ficrente ao Cam-peonato de XadrezAtivo (30 minutospara cada joga-dor). Todas as fa-ses desse campeo-nato mundial ocor-reram na cidademexicana de Maza-tlan, reunindo osjogadores classifi-cados por seus respectivos países.

Nas quàrtas-de-final Karpov venceu El-vest, e Gavrikov a Tukmakov. Na disputa finalpelo título, Karpov e Gavrikov empataram as 4partidas regulamentares e também no resulta-do da série complementar de mais 4 jogos,terminando com o placar de 6 a 6 pts. Ocampeão Karpov recebeu o título por termelhor soma de milésimos. Mas o prêmio, novalor de 40 mil dólares, foi dividido entre osfinalistas. Também receberam prêmios os 18melhores colocados no evento geral.

Merece destaque a participação do únicorepresentante brasileiro, Christian Toth, queconseguiu 6.0 pts em 13, tendo vencido, entreoutros, o GMs americano Brown e empatadocom Seirawan!

Ill

¦Icev.v.v.v.

CONFEDERAÇÃOBRASILEIRADE XADREZ

Dag-obert venceu

Aberto do BrasilDisputado no Centro de Treinamento da Tele-

brás, cm Biasília, nos últimos dias 19 a 22, o IVCampeonato Aberto do Brasil reuniu 140 jogadoresoriundos de vários Estados do Brasil. Dirk Dago-bert venceu, na última rodada, seu irmão HermanClaudius, conseguindo assim 6,0 pts em 7 possíveis cobteve melhor pontuação no critério dc desempatecom o 2o colocado, o cearense Sílvio Lucena, queterminou com a mesma pontuação. O campeãoassegurou o direito de participar na fase final doCampeonato Brasileiro Absoluto de 89.

Além da distribuição de prêmios na categoriageral, também os melhores de cada categoria recc-beram prêmios c a pré-classificação para participa-rem dos Campeonatos Brasileiros respectivos. Nototal, esta distribuição gastou 1.830,00 cruzadosnovos:

Vejamos a relação dos 10 primeiros: 1") DirkDagobcrt van Riemsdjik (SP) 6,0 (310); 2") SilvioLucena (CE) 6,0 (270); 3°) Rubens Filguth (PR) 5,5(330) melhor titulado internacional; 4") FranciscoTrois (RS) 5,5 (315); 5°)' Edson Tsubói (SP) 5,5(285); 6") Lincoln Lucena (DF) 5,5(285) - melhorBrasiliense; 7" Mauro de Souza (SP) 5,5 (275) -melhor de rating inferior a 2200 pts e da categoriamenor de 26 anos; 8") Djalma Catropa (SP) 5,5(270) - melhor do rating inferior a 2000 pts e juvenil;9o) James Mann de Toledo (SP) 5,5 (265); 10°)Cícero N. Braga (SP) 5,0 (335).

Os demais premiados foram: Regina Ribeiro(SC) 5,0 - melhor do feminino; Fernando Vasconce-los (DF) melhor veterano e sênior; Fernanda Hashi-zume (DF) - melhor juvenil c cadete feminino;

_Eabiano Costa (DF) - melhor cadete; Rafael Leitão(MA) - melhor pré-infanlil c mirim.

Cláudio Antonio Toncgutti foi o árbitro geral,auxiliado por Carlos Cleto, Renato Genovesi e LuizFrança Filho, todos sob direção geral do brasilienseAntonio Bento dc Araújo Lima.

I Taça Banespa BRASIL-CHILESerá realizada a I Taça Banespa Brasil-

Chile Interempresas dc Xadrez, no Clube deXadrez de São Paulo, nos próximos dias 31 dejaneiro, c 01 e 02 dc fevereiro. A organizaçãoserá da CTP — Chess Tornament Promotions ejá está confirmada a participação das equipeschilenas do Banco dc Chile, da ENDESA —Empresa Nacional dc Eletricidad SA e da Com-pania de Telefonos de Chile SA, assim como a'das equipes brasileiras do Banespa — Banco doEstado de São Paulo e da Elctropaulo.

Ciclo de CandidatosNo match que está transcorrendo em Quebec,

Canadá, o GM canadense Kevin Spragett conquis-tou uma brilhante e inesperada vitória sobre osoviético Artur Yusupov, cm 54 movimentos. AssimKevin livra 1 ponto de vantagem sobre seu adversá-rio nesta quarta-dc-final dos Candidatos, bastandoempatar as 4 partidas restantes para seguir para assemifinais. Spragett está ganhando a série por 1.5 a0,5 e sua vitória foi ovacionada por seus conterrà-neos que estavam presentes no Jaques Cartier Hall,sede match.

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Solução do diacrama 566: 1)T6CR (ameaça 2)T1C+ SMB4D: 2)T6TR -B1C. 3)T1T e 4)TxB - -

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JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 30/1/89 O Esportes 0 3

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Sao Paulo — Cusl6dio

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JfCareca: 11 gols

Àdo recua para ajudar a defesa do Inter contra o ataque quase em massa do Cruzeiro

Rocife — Soiano JosoW888®? "ÍS&SSí&gSK

Bobô (C) esteve muito bem até na ajuda a Robson para conter Robertinlíò

/' CRUZEIROPereira ? — Fez apenas uma defesa,tirando a bola da cabeça de Nilson. 0Inter pouco atacou e ele ficou pratica-mente como assistente,Balu ??— Fez bom primeiro tempo esaiu contundido. ? Dinho entrou em seulugar e não comprometeu. Pelo menoscombateu com vigor e tentou apoiar.Gilmar Francisco ? — Atuação tranqüi-la, facilitada também pelo defensivisníoadotado pelo Internacional.Gilson Jader ?? — Técnico e combati-vo, sai jogando quando as circunstânciaspermitem, ou dá chutões quando neces-sário.Genflson o — Sem criatividade no apoio.Teve campo e não soube explorar. Subs-tituiu Vladimir. que está na seleção brasi-

leira de sêniores, e não se mostrou àaltura.Paulo Isidoro ??? — Bem na marcaçãoe na cobertura dos laterais. Ajudou aorganizar os ataques, embora com certalentidão.Bctinho ?? — Rápido e inteligente,chutou uma bola na trave, deslocou-sepor todo o ataque e deu grande trabalhoà defesa do Inter.Heriberto ? — Correu muito e saiucansado. • Ramori entrou e nada fez.Robson ? — Outro que correu, lutou,mas pouco criou.Hamilton ? — Ia bem, perdeu a cabeça efoi expulso com 26 minutos.Édson ??? — Foi quem mais arriscouos chutes a gol.

Goleiro certo

na hora certa

H Nenhum esquema defensivo éconfiável sem um bom goleiro.

Koi o que Taffarel provou ontem de0 a 0 do Inter com o Cruzeiro, noMineiráo. O técnico Carlos Alber-to Silva pediu à torcida que espe-rasse o gol com paciência. Esque-ceu-se — logo ele — que no goladversário estava Taffarel, o mes-mo que ele fez titular da seleçãobrasileira. 0 prometido gol mor-reu sempre nas mãos de Taffarel.

IIMTER N ACIONAL

Taffarel ???? — Provou mais umavez que é o melhor goleiro do Brasil.Luís Carlos ? — Voltou fora de forma.Tomou dribles de Édson desmoralizan-tes. Chegou a apelara para a violência emalguns lances.Nenê ?? — Firme nas bolas altas,formou boa zaga com Aguirregaray.Aguirregaray ??? — Sabe se anteci-par e pára a jogada com falta na horacerta. Tem a garra característica do joga-dor uruguaio.Casemiro — Começou envolvido porRobson, mas depois se firmou.Norberto ???? — Perfeito na prote-ção dos laterais e da entrada entrada daárea. Foi, ao lado de Taffarel, o destaquedo Inter.

Luís Fernando ick-k — Talentosastoca bem e lança bem! Com a expulsão deLuís Carlos Martins, teve de ficar mais nadefesa.Luís Carlos Martins ? — LançavaNilson com perigo, mas prejudicou semtime ao ser expulso, ainda no primeiro:tempo.Maurício o Decepcionou e foi substituíado. -A-Heider pelo menos ajudou a mar-car o ponta-esquerda Edson.Nilson ick — Ê ágil e extremamenteperigoso na área.Ado ? — Multiplicou-se na defesa e noataque. Mas foi mais útil defendendo. *Lcomir entrou para ajudar a fechar omeio-campo.

MíãmÈmwmmmSPÒRTFlávio ? — Não teve culpa no gol, mascontinua com saídas precipitadas,Betáo ?? — Atacou bem, mas deixouespaço às suas costas.Vúgner Basílio ? — Atuação discreta,por estar voltando de contusão.Marco Antônio ? — Falhou na cober-tura dos laterais e mostrou-se lento, prin-cipalmentc no segundo tempo.Capone ?? — Ajudou bem o ataque,mas não teve cobertura para suas avan-çadas.Dinho — Salvou-se do desastreque foi o meio-campo de seu time e aindamostrou muita garra.

Ribamar • — Já não tinha feito nadaantes e parou aos lOm do 2" ieinpo.Zico — • Ainda foi pior que Ribamar.Neco ? — Substituiu Zico e pouco fez.Robertinho — Enquanto teve lõle-go, foi perigoso.Nando *? — Fez ótimo premeiro tem-po e marcou um bonito gol.Édson ??? — O melhor em campo,até ser substituído.Joécio * — Não teve tempo, nemfutebol para mudar o jogo.

Pequeno Bobô seagiganta vaiado

Q A importância de Bòbô' nãopode ser avaliada apenas pelo

passe para o gol de Charles, nempelas belas jogadas que fez. Foifundamental também para o empa-tc do Bahia a sua frieza. Hostiliza-do pela torcida do Sport, mantevea calma que encorajou ,e deixou otime praticamente classificado.

O" BAHIA

Ronaldo ?? — Seguro, apesar dc tersaído atrasado no gol do Sport.Tarantini • — Levou um passeio dcÉdson.João Marcelo ?? — Seguro, formoucom Claudir uma boa dupla dc zagueiros.Claudir ?? — No mesmo nível de JoãoMarcelo.Paulo Robson ?? — Travou bomduelo com Robertinho, levando vanta-gemPaulo Rodrigues ?? — Atuação se-gura. Foi um dos responsáveis pela rccu-

peração baiana no segundo tempo.Zé Carlos ? — Embora seja um dos 'melhores jogadores do Bahia, desta vozatuou discretamente. "Bobó ??? — O melhor do Bahia e.com a saída de Edson, o melhor do jugo.Gil o — Não disse para que veio aoRecife.Charles ?? — Marcou um gol deoportunismo e foi uma presença constan-te na área do Sport.Sandro * — Eficiente na ajuda ao meiocampo. • *•-. ,

—mm—Campeonato Italiano

(15° rodada)Atalanta 1 x 1 InterNapoli 4 x 1 Ascoli

Fiorentina 2x2 RomaLazio 0x0 Juventus

Milan 0x0 PisaPescara 3 x 1 Bolonha

Torino 2 x 1 ComoVerona 1 x 1 Sampdona

Cosena 3x2 LecceClassificação (os 5 primeiros)Inter 26, Napoli 23. Sompdoria

e Atalanta 21, Juventus 18Campeonato Holandês

(19" rodada)PSV Eindhoven 1x0 Feyenoord

Sparta 1 x 1 WillemTwente 0 x 1 Dern Bosch

Roda JC 2 x 1 VenloWoaçwi|k 5 x 1 VolendamHaarlem 0x4 Maastncht

Groningen 1x4x2 UtrechtA|ax 2x0 Fortuna Sittard

Zwolle 6x2 Veendam, Classificação: PSV Eindhoven 31,

Ajax 28. Twente e Fortuna Sittard23 e Feyenoord 22

Campeonato Português(23" rodada)

Benfica 3x0 PortimonensePorto 0x0 GuimarãesChaves 2 x 1 SportingBraga 0x2 Boavista

Beira-Mar 2 x 1 PenafielFafe 0x0 Setúbal

Belenenses 3x0 ViseuLeixões 4x0 Espinho

Farense 0x0 MarítimoNacional 0 x 1 Amadora

Classificação: Benfica 36, Porto 33.Sporting e Boavista 28 e Setúbal 25

Campeonato Espanhol(20° rodada)

Sevilha 0x0 Atlético BilbaoAtlético Madri 2x0 Logrones

Espanol 2x2 BarcelonaCadiz 1 x 1 Celta

Malaga 1 x 3 MurciaElche 1 x 0 Valladolid

Valencia 2x2 ZaragozaGijon 0x0 Betis

Osasuha 1 x 0 Real Madri(suspenso aos 43m)

Classificação. Real Madri 32.Barcelona 31, Atlético Madri 24,

Gijon e Valencia 23Campeonato Argentino

(20° rodada)Armênio 1 x 2 Boca Juniors

Cordoba 1 x 2 S. Martin de TucumanN Old Boys 2x0 Ferrocarril Oeste

[ G. v Esgrima 4 x 1 Racing CordobaRacing 0x2 San LorenzoRiver Plate 0 x 1 Platense

Velez Sarstield 0x0 Independiente(3x4 nos pênaltis)

Deportivo Espafto! 0 x 1 EstudiantesArgentinos Juniors 1 x 0 RosárioDeportivo Mandiyu 1 x 0 TalleresClassificação: Boca Juniors 42.

Racing e Independiente 39.Argentinos Juniors 38

y CANOAGEMCampeonato do Rio de Janeiro

(1* etapa, em Rio Claro)V Marcelo Serafim - 24m49s54

2" Vinícius Falante - 26m32s73° Marcelo Abreu — 26m51s9

4o Luiz Carlos Porta - 28m19s53b° Luiz Fernando Ottoni — 28m52s7

6'' Pedro Moyal — 28m53s40

Campeonato Brasileiro dc Laser(em Araruama)

1* regata

2" regata

3" regata

piacai- jb Taffarel

garanteBrasileiro faz

20% dos golsitalianos

Os brasileiros goleadores volta-ram a brilhar no campeonato italiano,marcando 20 por cento dos gols darodada (5 num total dc 25). Além deEvair j que agora tem seis, e fez o golde empate do Atalanta no jogo contrao líder, a Inter dc Milão, Milton fez ogol do Como na derrota para o Tori-no, enquanto Müllcr fez um dos golsda equipe vencedora. Careca fez oprimeiro da goleada de 4x1 do Napoliem cima do Ascoli e Tita marcou oseu também, na vitória de 3x1 doPescara sobre o Bolonha.

Enquanto Careca continua golea-dor do campeonato, com 11 gols (Ma-radona já é segundo, com oito). Ro-mário também mantém a mesma posi-ção, com o mesmo número de gols nocampeonato holandês, já que foi deleo gol da vitória do PSV Eidhovensobre o Feyenoord. Na Espanha, Bal-tazar fez um dos dois gols do Atléticode Madri na vitória sobre o Logronese mantém seu nome no topo da lista,com 19 gols.

Em Portugal, a artilharia brasilei-ra funcionou tão bem, que o Benfica,ao derrotar o Portimonense por 3x1teve gols só de brasileiros: Valdo,Ademir e Elzo.

Fernando Lacerda

BELO HORIZONTE — Quandofaltavam quatro minutos para o encerra-mento da partida, a pequena, mas entu-siasmada torcida do Internacional, come-çou verdadeira festa nas arquibancadasdo Mineiráo, comemorando o empate de0 a 0 com o Cruzeiro como vitória. Sabeque a classificação pára as semifinais docampeonato brasileiro ficou mais pertoapós o resultado conseguido na casa doadversário. No meio de semana, precisaapenas de outro empate.

Desde o primeiro minuto de jogo asquase 70 mil pessoas perceberam que oInternacional tinha um objetivo muitoclaro: não deixar o Cruzeiro jogar, defen-dendo-sc de qualquer maneira e pro-curando esporádicos contra-ataques. Atorcida do Cruzeiro atendeu aos pedidosfeitos nos últimos dias pelo técnico CarlosAlberto Silva e aguardou pacientementeo prometido gol. Boas oportunidades nãofaltaram, mas, quando os zagueiros doInter eram vencidos, surgia o goleiroTaffarel para evitar o gol e a derrota.

Aos poucos, o otimismo que domina-va o Mineiráo foi cedendo lugar à consta-tação de que a tática do técnico Abeltornara as coisas bem mais difíceis para oCruzeiro. Nem as mandigás dc uni torce-dor do Cruzeiro antes do jogo, quedesfilou no campo com uma raposa (sim-bolo do clube) deram resultado. Logo aos

seis minutos, o grito de gol ficou preso nagarganta de cada cruzeirense presente aoestádio. Taffarel fez grande defesa embela cabeçada de Heriberto. Aos 13, foi atrave que salvou o Inter cm chute deBetinho.

Aos 36. as expulsões de Hamilton eLuís Carlos Martins mudaram o panora-ma do jogo. O Cruzeiro sentiu a saída deseu atacante c parou de ameaçar o gol dcTaffarel.

No segundo tempo, a situação per-maneceu inalterada. O Cruzeiro atacan-do desordenadamente e o Internacionaldefendendo com oito ou até nove jogado-res. Só o centroavante Nilson brigavacom os zagueiros adversários. O tempo iapassando e o cansaço tomava conta dasduas equipes, manifestando-se primeiropelo lado do time de camisas azuis.

ifV Cruzeiro — Pereira, Balu (Dinho),B n Gilmar Francisco, Gilson Jader e Ge-® BJ nilson, Paulo Isidoro, Heriberto (Ra-mon) e Befnho, Robson. Hamilton eÉdson. Técnico: Car.'os Alberto Silva

©Internacional

— Tarrarai, luísCarlos, Nenè, Ag-uirreguray e Case-miro, Norberto, Luís Fernando e LuísCarlos Martins, Maurício (Heider),Nilson e Ado (Leomir). Técnico: Abel.Local: Mineiráo. Renda: NCz$ 35.391,00. Pú-büco: 67.988 pagantes. Juiz: Dulcídio Wan-derloy Boschilia. Cartões Amarelos: Luís Fer-nando. Nenè, Balu e Heriberto. Cartões Ver-melhos: Hamilton e Luís Carlos Martins.

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Brasil e Uruguai fazem prévia

Cláudio A rreguy

SÃO PAULO — O jogo entre asseleções seniores de Brasil e Uruguai,esta noite (21h3U). em Vila Belmiro (San-tos), só não será bem um amistoso por-que um dos dois. ao final dos 90 minutos,sairá com a vantagem para a decisão dasegunda Copa Pelé. que ambos os timesfarão, quinta-feira à noite.

No momento, o empate na final favo-rece o Brasil, porque tem oito gols desaldo, contra apenas três. O Uruguaiprecisa vencer para depender do empatena final. Na primeira Copa Pelé. namesma Vila Belmiro. houve empate dc 0a 0. Foi o único confronto entre seleçõesde \eteranos dos dois países.

A vantagem brasileira é o número deopções para o meio-campo. podendo Ze-non aguardar uma chance para o segundotempo. Ou Rivelino. se o time entrarmais competitivo. Ou ainda o oportunis-mo de Cláudio Adão. Quem sabe. tam-bém. a velocidade de Cafuringa? Ou aexplosão de Nunes? E ainda o talento deMário Sérgio. São seis jogadores paraduas vagas.

A seleção do uruguai não tem tantosgrandes nomes quanto as tio Brasil. Ale-manha. Argentina e Itália, mas já estáclassificada para decidir a Copa Pelé.usando corno srande arma a seriedade»que lhe permitiu superar iodas as difieuf-dades e se tornar finalista por antecipa-

çáo. A equipe foi dominada por todos osadversários e os derrotou, á base dopreparo físico. Quando os outros cansa-vam, o Uruguai estava inteiro, ganhandoassim jogos considerados perdidos.

Mesmo formado por veteranos, otime tem exibido a garra das seleçõesprofissionais que ganharam vários títulos,entre eles duas Copas do Mundo. Seusjogadores correm o tempo todo e acrcdi-tam sempre na vitória. Vibram a cada gole estão sempre juntos no Hotel Transa-mérica ou nas raras saídas para comprasou passeios pela cidade.

O comandante desse grupo uruguaioé o sizudo treinador Juan .Vlujica, que fazpalestras diárias, exige permanente serie-dade no trabalho e desenha esquemas emquadro-negro antes das partidas.

Coimbra

Brasilau!o VítorEuricolis Pçríira

JaimeVladimirRochaBatistaZenon

Tífnlco

UruguaiBestinaUMontelonfjoForlanBlandoMendesLattuadaCardaccioGonzaleszGhjoneSivieroYar.esTécnicoJuan Mojica

Marcador implacável, Batista é importante no meio

da final

Goleada alemã -

premia torcedorCom os dois time eliminados, tudo

levava a crer que o jogo entre Alemã-nha e Argentina seria ruim, o quelevou a organização do torneio a deci-dir pela entrada franca. Mas a história .foi outra e o torcedor que se disptjp?trocar qualquer outro programa pelaida ao estádio de Vila Belmiro acaboupremiado. A Alemanha, sempre supe-rior e com futebol de bom nível, go-leou a Argentina por 5 a 1.

No primeiro tempo a Alemanha jávencia por 2 a 0, gols dc Breitner c :Sidka. No segundo. Sidk.i. Loht—C4.Toppmollcr completaram a goleada:;Goch diminuiu para a Argentina, "áos •40m.

Mas o torcedor premiado na preli-minar frustou-se com o que deveria sero jogo principal da jornada dupla.Embora melhor, a Itália empatou semgols com a Inglaterra e encerra suaparticipação na 2J Copa Pelé garanti»:do o terceiro lugar, junto com a Aifgentina. ambas sem vitória. (C.Â.).

BO codemo qu» fç x por»»do eufruro do pari.

a festa da torcida do Inter

Bahia empata e mantém escrita diante do Sport

RECIFE — Ainda não foi desta vezque o Sport conseguiu derrubar umaescrita que já se arrasta há 18 anos:vencer o Bahia cm campeonatos brasilei-ros. Com vantagem no marcador até os32 minutos do segundo; tempo, o clubepernambucano acabou tropeçando nosseus próprios erros e saiu dc campo comum empate cm um gol. Um resultadodesastroso que deixa o Bahia mais pertoda classificação, precisando apenas de umempate no jogo de quarta-feira, em Sal-vador.

Aos seis minutos, Nando. recebendoum lançamento de Capone, fez. de cabe-ça, o gol do Sport. Até o final doprimeiro tempo, o Sport ainda perdeupelo menos três boas oportunidades degol, desperdiçadas por Robertinho e Zi-co. O Bahia pouco atacou nesse período,mas se garantiu bem na defesa e evitousair para o intervalo com uma goleada.

No segundo tempo, o Bahia soubetirar proveito dos erros do Sport, subiu-de produção e exerceu amplo domínio.Nãosusbtituiu ninguém e o time manteveo fôlego até o fim. No Sport, desde os

primeiros cinco minutos, Zico e Ribamarjá davam sinais de cansaço, mas só aos 40minutos, depois de Charles ter marcado ogol de empate, é que o técnico Gainctemexeu no time. Para o técnico Evaristode Macedo, o empate foi um granderesultado. Mas ele recomendou prudên-cia aos seus jogadores: "Ninguém ganhanada de véspera. Da mesma forma quearrancamos este resultado aqui, o Sporttem time para mudar as coisas na FonteNova. |

nete.

Sport — Flávio, Betáo, Vaffner Basí-lio. Marco Antônio e Capone; Dinho.Ribamar e Zico (Neco); Robortinho.Nando e Edson (Joecio). Técnico: Gai-

Bahia — Ronaldo, Tarantini, JoáoMarcelo. Claudir e Paulo Robson; Pau-lo Itodrig-ues, Zé Carlos e Bobó; Gil.Charles e Sandro. Tóculco: Evaristo deMacedo.Local iLhado Retiro. Ronda: NCz$ 44.237,00.público 32.794 pagantes. Juiz: Carlos RosaMartins (RS). Cartão amarelo João Marcelo oPaulo RodriffUes. Gols: No primeiro tempo,Nando, aos G minutos. No segundo. Charles,aos 32.

Belo Horizonte — Alan Rodrigues

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Profissional1) Alexandre Pontes. US$ 3 7002) Mike Stewart. US$ 2 1003) Carlos Siqueira e Francisco Rosa, USS 800Amador Feminino1) Mariana Nogueira2) Isabela Nogueira3) Stephanie Petersen e Daniela FreitasAmador Masculino1) Kainoa Mcgee2) Fábio Aquino3) Marcelo Pedro e Marcelo Dias

Sem rivalidade, Mike levanta Xandinlio comemorando o título

4 0 Esportes 0 segunda-feira, 30/1/89 JORNAL DO BRASIL

Com a mesma facilidade que seu time venceu, Sandra supera o bloqueio de Naide (12) e Fátima

1 Internacional SP: sua*.china. Edvat-do, Alves e !*ecos. Manjçuinha. Gustavo eMachado. Oiletmar. A martírio e JéfersoniClaudineij.Técnico Pepe

Náutico: Pednnho. Jorg"inho. Barros, Ro-Fernando. Era

Nivaldo fTécnico Li

1 Ponte Preta: Sérpira. Boberto Teixeira.Júnior. Osmar Ouarneili e Roberto. Charles.

Técnico Ntcanor de Carvalho

Local Limeira (SP) Jui* Joeé Roberto Wrifjht H*n-da NCzi 4 094.5») PnbUoo h lôft pagante?» Pênalti*s Irxter 6 a 5.aswmtKmmmsgammnn\ n ..miiiiiiiniii i laaanagwwMMHi

j Americano:

Teenieo Zé ManaLoca! ArrtJda Jul* Edson Alcântara do Amorim,Renda Scz% 8 270^0 Publico »> 450 pagantes GolaPaul a. 42m do segundo tempo. Cartões amarelo*wimiiíjiihi \ m\mu ni,wafii.L ,i,i^ijii..^ff

Vitória cio Cica adia Supergashrás garante

decisão de basquete vaga nas semifinais

Xandinlio vence Stewart em

sliow de técnica na Barra

Botafogo não agrada mesmo

com a vitória em Friburgo

A vitória do Botafogo de 4 a 0 sobre aseleção Friburguense, ontem à tarde noEstádio Eduardo Guinle, foi um resultadoconseguido muito mais pela fragilidade doadversário e marcou a estréia do timealvinegro em 89. A vitória não agradou atorcida do Botafogo que saiu desconfiadado Estádio Eduardo Guinle, cm Friburgo,achando que falta muito para que a equi-pe aspire um título este ano.

O time encontrou dificuldades de assi-milar o esquema tático aplicado pelo

técnico Valdir Espinoza, quatro homensno meio e dois pontas abertos na frente,com Jefferson e Paulinho Criciúma reve-zando de centro-avante.

No primeiro tempo, aos23m, aprovei-tando um cruzamento de Mazolinha, Je-ferson marcou de cabeça. Aos24m. Pauli-nho Criciúma acertou um pênalti, depoisque o goleiro Armando derrubou o lateralRenato. No segundo tempo, Vitor mar-cou aos 25 e 29 m.

Inter vence Náutico ganha

na cobrança de em casa e fica

12 pênaltis na liderança

SÁO PAULO — Se não tivessem mostra-do o empenho que exibiram numa partidabastante movimentada durante todos os 90minutos regulamentares, até pareceria que oempate em 1 a I e a vitória da Internacional deLimeira por 6 a 5, nos pênaltis, sobre a PontePreta de Campinas, foi um resultado arranja-do, no outro jogo que os dois times realizaramsábado a noite, na cidade de Limeira, peloquadrangulaç final da segunda divisão do fute-boi brasileiro.

Logo aos 22 minutos do primeiro tempo, oponta-direita Márcio l.uis, da Ponte Preta,bateu um escanteio e fez um belíssimo gololímpico.

Apesar de seus jogadores atacarem deforma atabalhoada, chutando bolas de qual-quer distância, foi num desses lances fortuitosque a Inter conseguiu o empate. Aos 29minutos, ainda no primeiro tempo, o centro-avante Amarildo rolou uma bola no meio decampo para o ponta-de-lança Machado. Dalimesmo, de primeira. Machado emendou umchute, pegando o goleiro Sérgio de surpresa.

KECIf-E — O Náutico ainda manteve aliderança no campeonato da segunda divisão,ao vencer o Americano, no estádio do Arruda,sábado á noite, por 2 a 1. Apesar de ser a noiteda abertura oficial tio carnaval cm Recife eOlinda, um público razoável — mais de seis milpessoas — compareceram ao jogo.

Júnior, lateral-esquerdo, aos 20 minutos,depois de uma troca rápida de posições comRaimüntlinho (ponta-esquerda). fez o primeirogol do Náutico, mostrando como deu certo ostreinamentos exigidos pelo técnico LucianoSabino.

No segundo tempo, exatamente aos 20minutos, outra vez v ibrou a torcidade do Náuti-co. quando Augusto, que entrara no lugar doponta Raimundínho. acertou o gol do Ameri-cano. A partir dai. o Americano foi para cima.mas seu gol chegou muito tarde, aos 42 minu-tos. através de Zé Paulo. Não havia maistempo para uma virada no marcador.

Essa posição do Náutico, líder isolado comnove pontos, não deve durar muito. Seu proxi-mo jogo será em Limeira, com a Internacional.

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MRI5 UMR DO I/ERRO Dfi

Mister Pipeline, 25 anos, tentou, mas nãoconseguiu superar a série de manobras aéreasde Alexandre Pontes, o Xandinlio, 20, ontem,na final de bodyboarding profissional do Inter-national Bliss Competition, no meio da Barra.Em uma das baterias mais disputadas do dia, ohavaiano Mike Stewart fez as manobras básicasenquanto Xandinho realizou as mais radicais.O resultado não poderia ser diferente: 4 a 1para o carioca, que saiu da água comemorandocom uma Bandeira Brasileira.

No feminino, as bodyboardes Mariana eIsabela Nogueira fizeram a final da famíliaNogueira, vencendo a campeã brasileira Maria-na. Na categoria amador masculino, o havaia-no Kainoa Mcgee foi o campeão ao conseguir amelhor média c nota da bateria final, com, 7,5e 9,0, respectivamente.

A bateria mais discutida, no entanto, foi ada categoria profissional. Mike Stewart, queperdera na quinta-feira e foi repescado (voltouà competição devido ao número de pontos),estava insatisfeito com o resultado e atribuíatrês ou quatro interferências (surfar na onda deoutro atleta) ao carioca.

Confuso, o havaiano, que fora instruídodas mudanças no critério de julgamento dasbaterias antes da competição começar, reco-nheceu a superioridade de Xandinho na água,mas insistia que se fosse nos Estados Unidos, ocarioca teria cometido interferência ao remarna mesma onda ou ao se chocar com ele.

Nenhum juiz, entretanto, computou qualquerirregularidade na bateria.Comemoração — Uma Bandeira

Brasileira que surgiu inesperadamente na praiafoi o estandarte de Xandinho para comemorarsua vitória e o prêmio de US$ 3.700 no final tiabateria. "Não sei de onde a Bandeira surgiu eapesar de o Brasil não me dar nada, peguei-apara comemorar junto com os amigos quetorciam da areia. Comemorei como o JoquimCruz na Olimpíada de 84", falou o carioca.

Sobre as acusações de Mike, Xandinlio,nono colocado no Pipeline Crush InternationalBodyboarding, foi taxativo. "Ele é esperto eusou algumas táticas para tentar me vencer,como surfar para a esquerda quando a ondavinha pela direita. Isso daria a impressão aosjuizes de que ele estava na onda antes mesmode eu pegá-la. Essa vitória é importante paraalertá-los de que os brasileiros estão competiu-do muito bem e não são os juizes que nosajudam. Eles precisam parar com este bair-rismo."

Sua tática na bateria foi observar Mike ctentar as manobras que o havaino não conse-guia executar. "Fiz o maior número de mano-bras aéreas que pude pois o Mike não conse-gueria fazê-las neste mar pequeno e com o pesoque tem", explicou. Conhecer Mike Stewarttambém foi importante. "Somos amigos, massomente fora da água. Já competi com Mikequatro vezes e esta é a primeira que venço",disse entusiasmado.

SÁO PAULO — Mesmo jo-gando diante de sua torcida —mais de 4 mil pessoas estavam noGinásio Municipal de Sorocaba, a100 quilômetros da capital — aequipe da Minercal não conseguiudefinir, na tarde de ontem, otítulo de campeã paulista de bas-quete de 1988, contra o Cica-Divino, de Jundiaí. O time soro-çabano, da cestinha e grande es-trela da seleção brasileira, Hor-tência, já havia ganho os doisprimeiros jogos do play off (me-ihor de cinco partidas), o primeirodeles em Jundiaí e encerraria adisputa se tivesse vencido nova-mente. Mas a derrota, por 79 a75, provocou uma quarta partida,ií'a próxima terça-feira, em Jun-diaí. Se o Cica-Divino, da arma-dora Paula, vencer novamente, oquinto jogo será em quadraneutra.

Nas duas primeiras, o Cica-Divino esteve sempre em vanta-geni no marcador, mas permitiu avirada do adversário e acabouperdendo por apenas um ponto —85 a 84 e 76 a 75. Ontem, noentanto, o Cica-Divino soubemanter até o final a vantagemalcançada logo nos primeiros mi-

nutos de partida. A Minercal atéque ameaçou uma virada, quandoas pivôs norte-americanas do Ci-ca-Divino. Brantley e Renee Kel-ly, cansadas, começaram a errarmuitos arremessos. A 25 segun-dos do final da partida, o placarindicava 78 a 75 para o Cica-Divino, as jogadoras Hõrtência,Branca e Charlotte tentaram eerraram, seguidamente, três arre-messos da linha de três pontos.Marta, a melhor pivô que a Mi-nercal tinha na quadra, havia saí-do dois minutos antes por tercometido cinco faltas, e o timenão teve quem aproveitasse osrebotes. No último deles, a bolasobrou para Paula que acabousofrendo unia falta. Mesmo àfrente no marcador — 78 a 75 — ecom menos de 20 segundos dejogo pela frente, o técnico NestorJosé Mostério deu ordens à joga-dora para que executasse os doislances livres, ao invés de segurar abola até que a partida se encer-rasse.

O temor do técnico se explica-va pelo fato de essa mesma situa-çáo ter se repetido na duas parti-das anteriores. Nas duas, ele op-tou pela posse da bola e perdeu.

A Supergashrás não pensou quefosse tão fácil garantir a vaga para assemifinais do Campeonato Brasilei-ro Feminino de Vôlei. Com umavitória rápida, de uma hora, sobre aRodrimar, ontem à tarde, no giná-sio do Tijuca, por 3 a 0 (15/6 15/2 e15/6), a equipe carioca conquistouos dois pontos que lhe deram odireito de passar à próxima fase, aolado de Sadia, Lufkin e Pirelli, tam-bem já classificadas.

Com uma boa apresentação, aSupergashrás, quarta colocada naclassificação geral, com 26 pontos,atrás da Sadia (29), Lufkin (28) ePirelli (28). deixou o técnico Antô-nio Leão satisfeito: "O time mos-trou uma verdadeira aplicação táti-ca, além de excelente concentra-ção", destacou Leão, que agora nãopensará nos próximos adversários,Hering, Pirelli e Lufkin, mas sim napreparação da equipe para os jogospelas semifinais. "Vamos aproveitarpara corrigir falhas, sem nos preocu-par com vitórias."

Nos outros jogos femininos darodada, a Lufkin venceu o Pão deAçúcar por 3 a 0 (15/9, 15/9 e 15/5),a Pirelli derrotou a Hering tambémpor 3 a 0(15/6,15/3 e 15/9), a Sadiasuperou o XV Dedini por 3 a 1(15/12, 10/15, 16/14 e 15/7) e a Unisa

Minas ganhou do Banco do Brasilpor 3 a 1 (11/15, 15/5, 15/11 e 15/3).

Masculino — Primeiro co-locado e já classificado para as semi-finais, o Bancspa foi derrotado peloFiat Minas, em casa, pelo surpreen-dente placar de 3 a 0 (17/16, 15/13 e15/5), perdendo a invencibilidade de14 jogos. Irreconhecível dentro daquadra, a equipe paulista não amea-çou o adversário, que teve em Peléseu maior destaque.

"Melhor perder agora que nasfinais", justificava o jogador Amau-ri, do Banespa, para quem um desli-ze de seu time teria que acontecer aqualquer momento. Ele apontouainda o fato de Xandó e Montanaroestarem se recuperando de contu-sões — o primeiro no joelho e osegundo na coluna — como explica-ção para os erros de ataque, princi-palmcnte no último set.

A Sadia, também já classifica-da, venceu o Banco do Brasil por 3 a1 (15/4, 11/15, 15/4 e 15/7), enquan-to a Pirelli derrotou a Abasc por 3 a0(15/11, 15/10 e 15/7) e o Frangosulsuperou o Flamengo pelo mesmoplacar, com parciais de 15/7, 15/13 c15/9. O Fiat Minas, a Pirelli e aTelesp lutam agora por duas das trêsvagas que ainda restam.

ánhar um Bugrenovinhoda RádioCidade e superfácil. É só mafildar uma cariacom seu nome,

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0 Dia 31 de janeiro, quan-do a música Fast Car es-tiver no ar, será sorteada

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Melbourne — AP

Lendl e enfim campeao

^Jl/ j/\ t d/G/ y4 z %? ^ ^^ipp'* '>alra:com^at^?

us° c'ro®?? Pc'^

Lendl, relaxado c aprcscnlando seu mclhor jogo nos intenso calor dc 38 graus — a tcmpcratura do piso que tenham um passado limpo. Osultimos dois anos, conquistou pcla primcira vez o ti'tulo sintetico chegou a 57 graus—go que obrigou os tenistas '* o^''|fc'^^HKp^^pi^j8 dirigentes decidiram. ainda, que osdo Aberto de Tenis da Australia, ao dcrrotar sen a usarein bones durante todo o tempo, alem de tereni Mm. ^ggSKt testes para verificar o uso de dro°aconipatriota Miloslav Mecir,^6/2, 6/2 e 6/2, e voltou disposiqiio baldes de agua gelada para se refrescarem scrjj0 rcaljzaclos tambcm fora do pc-

WHa^cr^ • Vmte c cinco duplas^ani^

grama* dc Kooyong ou no piso'sintetico do Flinders tas, nao podia acreditar LENDL EM RESUMO If rK aparelhos dc prccisao, como o tyinem^ ^

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dcixar a quadra central. quartas dc final, peia tcheca Elena Sukova. De bon.6 para se proteger do calor, Lendl jogou com seguranqa

Pinheiros quebra

hegemonia ' If -

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-v; \

carioca na nataqao juvenil 2'| .

-^gpr:-'~' ' :

scmana. o lisporte Clibc Pinhdros rcp'eliu a conquisli desculpou-sc'Djllcly Guimaracs, Iccnico doclubc que, ffi *' "ide 79, ganhou o campeonato, levou a ta$a para Sao preocupado, reconhece que a equipe precisa ser reno- f# *» >s> * ':' \

. ° Flamengo tinha a e^ipe mais numerosa mas S^Bahia,^ jdMfe ''-s THatlO — A carioca Fernanda;nao foi o suficiente para conquistar o titulo. C om 25 juvcnj| a, enquanto Leonardo Ribas ficou como •> $. , ^Si Keller (foto) e o canadense-Pierre»T^astt»SKJSSS —*-1*.*. <4£? WtmMmgMMmm ^n^is^a,Pon,a.

14"amis no Flamengo. "Foi o campeonato brasileiro Alem dc Viviane Motti, mais alguns nomcs ja ',' ¦'; It'Zr??.>o Triatlo de Salvador, com provas dcjuvenil dc mais alto nivel que ja vi. Viemos certos de cstao garantidos para o Sul-Americano. Ricardo Moi- < • * » • «* nataqao (750 metros), ciclismo (20que poderiamos fazer uma boa aprcscntacao, mas ta, do Londrina; Eduardo Piccinini, do Marauara, de »... A M,n^S. v " „ * km I p rnrrirla (1 km} Ditpnta atlpta<;'jamais pensamos no titulo. O cxito'c da equipc. que Manaus; Celina Endo, do Munhoz, de Sao Paulo; VU# - 1 icinaram d i orova P erre cruzoudesde o ini'cio mostrou mentalidade fantastica c muita Tatiana Vano, do Pinheiros; Danida Lavagnino _ 4^%p8Mfc^plli|l . participaram da prova. tteiff cruzouforqa de vontade", elogiou Klar. Cristiano Michelena, do Flamengo; Isabclle Vieira, do a linha de chegada cm 57m36s e

A vitoria do Pinheiros quebrou a hegemonia do Minas; Cristiane Santos, do Golfinh'o] Cinthia Ferreira, «• ~j£t ' " *y •* j >' Fernanda, oitava colocada na classifi-Flamengo e mostrou que caua vez ficara mais dificil do Olimpicco; c Gcorgiana Magalhaes, do Flumincnse, , ca^ao gcral, venceu cntre as mulhercspara que o clube carioca continue sua colegao de com certcza estarao na lista de convocados, que sera ¦*¦ KiqPffSKtljrn ' *

1r'*>w com lh02mS7sb'tulos. "Os bons valores agora cstao divididos pelo divulgada dia primeiro dc fevereiro, pelo tccnico |^V_ / . . .Brasil e niio mais conccntrados apenas no Flamengo", Amauri Machado. Chicao (Sesi) atingiu a melhor marca no salto triplo: I.), J4 Maratona — A ncozclandesa

Lorraine Moller venceu pcla terccira

Resultados mm mt Ln"'"™ Joilto Bonfim ffanha a vaga com o tempo de 2h30m21s, deixandoi||F cm segundo lugar a polonesa Renata

100m costasjuvenilAfeminino Tin A <T. ^ O Kokowska (2h31ml9s) A portugucsa.

SuzanaRuschel GremioUniao Im09s59 «|||f §#% D3F3 VllllKllRl (16 JjllQaU6SI6 Rosa Mota, campea ohmpica da mo-100m costas juvenil Bfeminino 1^%', '/JW 3"*" dalidade, abandonou a prova, com:Cristiane Sant°s Golfinh0 1m07s03(RC) Msg, A disputa cntrc Joilto Bonfim c Lyndon Guimaraes (estc, ainda sem indicc, que tcntara caibras.Celeste Mojo.. Cuntibano Im07s03 Johnson Pcreira Campos nos 1(K) metros com obter ncssas provas), com o tccnico Luiz Alberto RjpinrosR Tim hnlan c\n 90asssaesL. .««, »¦•§J; .rwri «-».f„„icsyd0 g'Xs&i100m costas juvenil B masculino Prudencio, ontem. na Escola de Educagao Fisica Andrade, Adauto Domingues c Joilto Bonfim. ' •

r^„ nrnf-Teofilo Ferreira Minas .. 1m00s20 ftWxmn mvmMrmmrmt do Excrcito, na Urea. Os dois ja tinham o indice B "Que nao me venham cobrar resultados depois , muiu uu muuuiai ul uiuuuaa ^iuus-400m livre juvenil A (eminino para o Mundial indoor (em pista coberta) de disse Joilto, aborrccido por nao ter oportunidadc sional, disputado cm Pointchateau,Viviane Motti Olimpico 4m24sl4 ®P>SOTKi*' atletismo, que sc realiza cntre os dias 3 c 5 de de viajar antes e se adaptar a pista coberta, onde oestc da Franqa. Trinta e dois ciclistas400m livre juvenil B teminino WMm&mmrnMgr mar^o, em Budapcstc, mas Joilto ficou com a nunca competiu. largarani na tentativa dc completarSES3S.iiA™Sa»'

•"*"» A^HH| «« XSrrjraS^YdhlZ* y....i.>.. umlms+mmm: fs novc voltas regulamcntarcs, mas

na,,,mr^smt 3K&. -aBBk ¦«.R«waH«npn,msw?am*m***.»»««.

r*«*»»«!««*<«•D^ o MchZ? lamenoo 3m58s8! iRci novo recordc brasileiro para a marcha dc 3.<XX>m, Domingues (8ml3s2); &/w em rf/.vw/ido: Silv.na logo dots concorrentes, o bntanico9Mrlfinp/fipv invAriii a fpminilw^ 3m58s8i (RC) ^ WW <'\ com 15m()6s5. das Graqas Pcrcira (?.50m); Arrcmeso de peso: Stephen Douce e o suid AlbertDameia Ishimaru Jequid 2m26s26 11 WW& \ Po'uco publico csteve no cstddio, ncste infcio [-xlson 1' 100

m ram: Fernando Zwcifcl. c]uc foram hospitalizados.200m medley juvenil B feminino m 'antecipado da temporada nacional, que comeqa Botasso (10s7): Salto cm altura. Jorge Arcnanjo j,oxe A dcsistcncia do domini-stssisssssr mm sssisssss'rrsrsJose Antonio M.Filho Bahia 2mi6s05 lt'-F trclas do atletismo brasileiro. so teve um adversa- rasos: Maria Magnolia (23s7); 800m rasas: Anto- do sexto assalto. dcu ao ltaltano Mau-200m medley juvenil B masculino ffim rio.'mas nao se importou: "Estou acostumado'a mo Carlos dos Santos (Im53s9); Salto triplo. rizio Stccca o titulo dos pesos-penas !fxfoom a Ipmiln'05 WKmSmpS wEBUBKII corrcr sozinho". afirmou, satisfcito com o bom Francisco Albino>dosi Santos (15 94m); 100m com da Organizagao Mundial dc Boxc.Pinheiros 4m42s8l ° mii i> tempo de 32s5 nos 300 metros. que o habilita a barreiras: Joilto'Bonfim (14sl); 300mwsos: Rob- N0|asc0 chegou a ser levado a um4x100m meldley juvenil B teminino JS^ uma vaga entre os quatro principals competidores son Lactano (J-S5). hospital para examcs mais detalha-'

n <) vtlochla Carl Lewis, bicampcio nlinipi- dos, mas OS medicos infonn.™ que i4x100m medley juvenil A masculino ¦ i1MMa de que Robson bata o recordc do mundo. de 31s7. ^ co. competiu ontem pela primcira sci. apos o pugilista nada sofrcu dc grave.Pinheiros 4m25s19 Ja Maria Magnolia, que mora cm Natal c ja os Jogos de Seul e lbi o primeiro colocado no salto am^Tm»TanmwraiM»i^rr»ntiiw».«iiw4x1C0m medley juvenil B masculino • tem presen^a giirantida no Mundial, ficou deccp- em di.stancia, com 8,15m, no First HoustonPinheiros 4m01s13 cionada por so tcr uma concorrentc, Claudilca Chronicle Indoor Games, no Texas. Foi a 57" 1

ra a|"™

or . Viiiinno Wntti toiio n moHitir inAiro Matos. que derrotou com faciiidadc nos 2(H) vitdria consecutiva de Lewis, que detain 0 recor- IRC-recordede campeonato Viviane teve melhor indice metros rasos. "E desestimulant^ir do R.o Gran- d mundial da prova em estadio coberto, com ¦ "WW fillde do Norte para ca e encontrar cssa situacao. . - i'imii-a nrnnEsperava mais gente competindo". disse cla. que 8;79,n- ()ulra camPea ,lI,,nP|ca- Jack,c Jo-vner- A Pcsta scm patrocinador e ja comcqa a pensar cm Kersee, venceu os 55 metros com ohstaculos,

s~~~\ -19 ~~1 r~ dcixar 0 csporte caso nao consipa maior apoio estc marcando 7s46, bem a frente da segunda coloca- [v KAC| C 111 f T*\f JO 11 fi / 'in° da, Dawn Bowles, com 8s07. Randy Harrife, que JV' Vuu \) III IV I y O XZ V\J S 11.1/ I (7 O Brasil participara do Mundial com pelo semana passada registrou 0 reco.de mundial de $L J

menos ,,|to alletas-,e q«ase todos estao inscntos arreroess0 de ^ indoor, com 22.66m. ficou W m* <+ f/*• Ti cm meetings antes da competicao. Robson. Mae- .... ff fntlotfl C nnrn TlTlfilS flfi ti in nolia e Amaldode Oliveira scguem para a Europa bem abaixo dessa marca ontem, mas mesmo \

}L t/O V ttu iJ\A/! U/ J V! V\.VV*J t V\J 11H/ dia 10. com Cavalheiro. Antes, dia 4. viajam assim obteve a medalhade ouro, ao conseguir IJoaquim Cruz. Zcquinha Barbosa c Agberto resultado de 21,43m. 8

PORTO ALEGRE — O gaucho Volmir Hcrbers- ciassificou-se outro carioca, Jose Aparecido Ramirez, XlfcSBLtrith venceu sabado o Circuito Nacional de Cross com a marca dc 40m54s. AN! ESCountry de Canoas, na rcgiao mctropolitana da capital Na catcgoria masculino juvenil. que percorrtu Scaucha. prova que classificou 15 maratonistas nas quildmetros. a classificaqao foi: 1 — Jose Alexandre — « T, in , Pereira (RS). com 29m55s; 2' — Luciano Cecilio Rosa | / _ ,^| ^ j> 'ATTO •56""NTTiK8categonas feminino. masculino adulto e masculino - r a' \< , in 11 \J 8 i I tTl VS S\l fI. V ,1 u \J?:« ^5_ (SP), com .'OmOJs; 3"—Lno AlvesMota.com 30m34s: V JLVLC^J JL TiXJ' */ » 1 V, Vd W*~. i*juvenil. para a final que se realiza no proximo dia 12 de 40 _ Vagner Antonio Augusto (SP). com 30m38s; 5° y-v | ihVUi ffevereiro. no Rio de Janeiro. Esta final va, definir os _ ^ ^ 5^ (RS) com 3^ {J qU0 mUda f W. \\ \ \ .V^iJUgji i*. /atletas brasilciros que vao para o III Mundial dc Cross ¦ ~'X.

C VCountn. cm Stavanger, Noruega, no dia 19 de marqo. A paranaense Niaria Mjdj;ena Iklarmina venceu HQ SUQ VlQQ

? '*)

1 T"R compnova depois

12,6 quilometros. Herberstrith venceu como tempo de Evani de iou/a. do Rio dc Janeiro, com a marca de I fji il COnStltUlCQO. ^ ffl ¦ inff TT^'^fyiPtg' Nao 6 transplante4°m30s- I*1" carioca Aloisio Benido que 23m37s. O terceiro lugar foi para Soma Maria de "1 N30 I Samentoterminou o circuito em 40m4^s Em tcrceiro lugar ficou Oliveira. ic Sao Paul,, ^ term.mn, a prova em faMMfflfflBMOTFISZPANLuis Amanlha Ibarra, do Mato Grosso do Sul. com 24m37s. Atras dela chccou a gaucha Rem Mascarclo ¦ Wtrfila

Aparecido Silva (40ni52s) do Parana, e em quinto do Rio Grande do Sul. com <• tempo de 27mlis ———.—. StuBwui

Melbourno — AP

Lendl é enfin

do Aberto da

Remo — O congresso da Federa-ção Internacional, encerrado ontemem Atenas, aprovou novas regraspara combater o uso de drogas pelosremadores. Os atletas que utilizaremdrogas pesadas podem ser afastadosdefinitivamente do esporte, mesmoque tenham um passado limpo. Osdirigentes decidiram, ainda, que ostestes para verificar o uso de drogáserão realizados também fora do pe-ríodo de competições.Rali — Vinte c cinco duplas parti-ciparam do 10° Rali do Batom, per-curso de 200 quilômetros Rio-Sepetiba-Rio, que teve quatro cate-gorias: na A, uma mulher pilotava,com um companheiro navegador; naB era o contrário; na C entraramduplas que nunca haviam participadode ralis; e na D estavam duplas comaparelhos de precisão, como o tyinmaster, que fornece os resultados e asposições da corrida. Nas categorias Ae C, a dupla vencedora foi Maria doCarmo e Fernando Almeida; na B,José Roitberg e Ana Maria Moritz; ena D, Eliane Band e Tuca Cunha.Qfí-road — Serão conhecidoshoje os três pilotos que representarãoo Brasil no Camel Trophy 89, arealizar-se de 28 de março a 14 deabril, no Amazonas. Desde a últimasexta-feira à noite, 20 candidatos es-tão sendo submetidos a duras provasnuma área acidentada de CampoGrande, Zona Oeste do Rio, no mes-mo local onde a Marinha treina seusfuzileiros. O Camel começará na rc-gião de Alta Floresta, onde vêm cain-do fortes chuvas, o que faz preverestradas alagadas e lamacentas du-rante a competição.

MELBOURNE, Austrália — O tcheco IvanLendl, relaxado e apresentando seu melhor jogo nosúltimos dois anos, conquistou pela primeira vez o títulodo Aberto de Tênis da Austrália, ao derrotar seucompatriota Miloslav Mccir, por 6/2, 6/2 e 6/2, e voltouà liderança do ranking mundial, que perdera emsetembro passado, após três anos, para o sueco MatsWilander, que o derrotara na final do US Open.

Lendl, 28 anos, segundo cabeça de chave dotorneio, levou duas horas para superar Mecir, umantigo freguês, a quem derrotara na final do Abertodos EUA, em 86. O resultado refletiu claramente asuperioridade de Lendl, o primeiro tenista tcheco aganhar o torneio australiano.

Sonlio — Vencer em Melbourne era um dosmaiores sonhos, do tenista, que até ontem, seja nagrama de Kooyong ou no piso sintético do FlindersPark, jamais conseguira ser campeão deste torneio doGrana Slàm. Fora derrotado na final de 83, antes dçchegar apenas às semifinais em 85, 87 e 88. "Esimplesmente extraordinário. Ganhar este título é paramim mais importante que ser o número um do mun-do", vibrou Lendl, um dos poucos europeus a se imporem terras australianas.

Com sua vitória na Austrália, Lendl chega a seusétimo título no Grand Slam, depois de ter conquistadotrês vezes o campeonato de Roland Garros e outras trêso Aberto dos EUA. Seus próximos objetivos são otorneio francês e, sobretudo, o de Wimhledon, quejamais venceu. Antes de deixar o tênis, Lendl quer atodo custo igualar a marca dos australianos Rod Lavere Roy Emerson, do americano Donald Budge e dobritânico Fred Perry, os únicos a vencerem os quatrotítulos do Grand Slam (EUA, Austrália, França eInglaterra).

A inédita conquista de Lendl também quebrou asérie sueca de quatro campeonatos consecutivos doGrand Slam. Wilander vencera três em 88, c StefanEdberg sagrara-se Campeão em Winibledon. Pela vitó-ria, Lendl recebeu US$ 140 mil, cabendo US$ 70 mil aMecir. "Não creio que precise dizer o quanto desejavaganhar este torneio. Ele é um dos quatro grandes domundo, e durante os últimos quatro ou cinco anos,vinha tentando conquistá-lo", afirmou o campeão aodeixar a quadra central.

|—| Martina Navratilova e Pam Shriver conquista-— ram pela sétima vez consecutiva o título femininode duplas do Aberto da Austrália, com a vitória de 3/6,6/3 e 6/2 sobre Pattv Fendick (EUA) e Jill Hethering-ton (Canadá). Pam e Martina possuem a marca de360-15, o maior número de vitórias de qualquer dupla,sendo 20 em torneios do Grand Slam. "Foi maravilho-so ganhar o título de duplas novamente, e vamosvoltar várias vezes até ganhar o torneio de simples.Não é assim Pam? Indagou Martina, uma das favori-tas ao título de simples, que acabou eliminada nasquartas de final, pela tclieca Elena Sukova. De boné para se proteger do calor, Lendl jogou com segurança

Pinheiros quebra

hegemonia

carioca na natação juvenil

Há 10 anos os cariocas não perdiam o título decampeões brasileiros juvenis de natação. No final desemana, o Esporte Clube Pinheiros repetiu a conquista,de 79, ganhou o campeonato, levou a taça para SãoPaulo e frustrou a tentativa de Flamengo de chegar aopenfacampeonato. Com 414 pontos, contra 298,5 doFlamengo, o vice, a equipe paulista venceu a competi-çáo que confirmou talentos como Cristiano Michelenae revelou valores como a baiana Viviane Motti, vence-dora de todas as distâncias do nado livre, nome certo nalista de nadadores que disputarão o Campeonato Sul-Americano de Rosário, Argentina, em março.

O Flamengo tinha a equipe mais numerosa masnão foi o suficiente para conquistar o título. Com 25atletas, o Pinheiros surpreendeu até mesmo o-técnicoAlberto Klar. há 10 meses no clube paulista, depois de14 ãnos no Flamengo. "Foi o campeonato brasileirojuvenil de mais alto nível que já vi. Viemos certos deque poderíamos fazer uma boa apresentação, masjamais pensamos no título. O êxito é da equipe, quedesde o início mostrou mentalidade fantástica e muitaforça de vontade", elogiou Klar.

A vitória do Pinheiros quebrou a hegemonia doFlamengo e mostrou que cada vez ficará mais difícilpara que o clube carioca continue sua coleção detítulos. "Os bons valores aeora estão divididos peloBrasil e não mais concentrados apenas no Flamengo",

lembra Alberto Klar. "O Flamengo teve muitos proble-'mas, como a quebra do aquecimento da piscina",desculpou-se Daltely Guimarães, técnico do clube que,preocupado, reconhece que a equipe precisa ser reno-vada.

Ainda assim, a quarta colocação na categoriafeminina, com 133,5 pontos, atrás do Pinheiros (208),Minas (179) e Paulistano (139), além da segunda namasculina, com 165, atrás do Pinheiros (206), o Fia-mengo teve os dois melhores índices técnicos no juvenilB: Daniela Lavagnino e Cristiano Michelena, ambosgarantidos no Sul-Americano. Viviane Motti, do Olím-pico da Bahia, foi o melhor índice técnico feminino dojuvenil A, enquanto Leonardo Ribas ficou como omelhor do masculino A.

Além de Viviane Motti, mais alguns nomes jáestão garantidos para o Sul-Americano. Ricardo Moi-tá, do Londrina; Eduardo Piccinini, do Marauara, deManaus; Celina Endo, do Munhoz, de São Paulo;Tatiana Vario, do Pinheiros; Daniela Lavagnino cCristiano Michelena, do Flamengo; Isabelle Vieira, doMinas; Cristiane Santos, do Golfinho; Cinthia Ferreira,do Olímpicco; c Georgiana Magalhães, do Fluminense,com certeza estarão na lista de convocados, que serádivulgada dia primeiro de fevereiro, pelo técnicoAmauri Machado.

Triatlo — A carioca FernandaKellcr (foto) e o canadense—Pterré""Btãncnet

garilíajãm de ponta a pontao Triatlo de Salvador, com provas denatação (750 metros), ciclismo (20km) e corrida (5 km). Oitenta atletas'participaram da prova. Pierre cruzoua linha de chegada em 57m36s eFernanda, oitava colocada na classifi-cação geral, venceu entre as mulherescom Ih02m57s.Maratona — A neozelandesaLorraine Moller venceu pela terceiravez a maratona feminina de Osaka,com o tempo de 2h30m21s, deixandocm segundo lugar a polonesa RenataKokowska (2h31ml9s). A portuguesaRosa Mota, campeã olímpica da mo-dalidade, abandonou a prova, comcãibras.Bicicross — Um belga de 29anos, Danny de Bie, conquistou otítulo do Mundial de bicicross profis-sional, disputado cm Pointchâteau,oeste da França. Trinta e dois ciclistaslargaram, na tentativa de completaras nove voltas regulamentares, masuma queda coletiva na partida tiroulogo dois concorrentes, o britânicoStephen Doucc e o suíço AlbcrtZweifel, que foram hospitalizados.Boxe — A desistência do domini-cano Pedro Júlio Nolasco, aos 2m55sdo sexto assalto, deu ao italiano Mau-rizio Stccca o título dos pesos-penasda Organização Mundial de Boxe.Nolasco chegou a ser levado a umhospital para exames mais detalha-dos, mas os médicos informaram queo pugilista nada sofreu de grave.

Luiz BettencourtResultados

100m costas juvenil A femininoSuzana Ruschel Grêmio União100m costas juvenil B femininoCristiane Santos Golfinho.Celeste Moro Cwitibano1G0m costas juvenil A masculinoLeonardo Ribas Gomes Cuntibano.100m costas juvenil B masculinoTeófilo Ferreira Minas400m livre juvenil A femininoViviane Motti Olímpico400m livre juvenil B femininoCr: a Ferreira Olímpico.400m livre juvenil A masculinoHeraldo Araújo Olímpico400m livre juvenil B masculinoCristiano Michelena Flamengo.200m medley juvenil A femininoDanieia Ishimaru Jequiá200m medley juvenil B femininoLuciana Fleury Paulistano200m medley juvenil A masculinoJosé Antônio M.Filho Bahia200m medley juvenil B masculinoJosé Carlos Sousa Jr Pinheiros4x100m medley juvenil A femininoPinheiros 4m42sflt4x1 OOm meldley juvenil B femininoGolfinho4x100m medley juvenil A masculinoPinheiros

1m07s03 (RC) 1m07s03 Guimarães (este, ainda sem índice, que tentará

obter nessas provas), com o técnico Luiz AlbertoOliveira. No fim de fevereiro, embarcam GérsonAndrade, Adauto Domingues e Joílto Bonfim."Que não me venham cobrar resultados depois",disse Joílto, aborrecido por não ter oportunidadede viajar antes e se adaptar à pista coberta, ondenunca competiu.

Vencedores— Marcha 5 quilômetros:Sérgio Galdino (20m46s6); i.OQOm rasos: AdautoDomingues (8ml3s2); Salto em distância: Silvina(ias Graças Pereira (5,50m); Arremeso de peso:Edson Miguel (16,t)3m); 100 m rasos: FernandoBotasso (10s7); Salto em aluíra:Jorge Archanjo(2.10m); 1.500: Rosângela Ferreira dos Santos(4m50sl); 400m rasos: Élcio Reis (49s4); 200 mrasos: Maria Magnólia (23s7); HOfítn rasos: Anto-nio Carlos dos Santos (Im53s9); Salto triplo.Francisco Albino dos Santos (15.94m); lOOm combarreiras: Joílto Bonfim (14sl); 300m rasos: Rob-son Caetano (32s5).

A disputa entre Joílto Bonfim e LyndonJohnson Pereira Campos nos KM) metros combarreiras foi a mais importante do Troféu NélsonPrudêncio, ontem, na Escola de Educação Físicado Exército, na Urca. Os dois já tinham o índice Bpara o Mundial indoor (em pista coberta) deatletismo, que se realiza entre os dias 3 e 5 demarço, cm Budapeste, mas Joílto ficou com avaga, ao vencer a prova com 14s4, contra 14s7 doadversário. O melhor desempenho do dia foi dacatarinense Ivana Rubia Henn, que estabeleceunovo recorde brasileiro para a marcha de 3,000m,com 15m06s5.

Pouco público esteve no estádio, neste inícioantecipado da temporada nacional, que começaem geral em abril. Também poucos atletas compa-receram. Robson Caetano, uma das maiores es-trelas do atletismo brasileiro, só teve um adversa-rio. mas não se importou: "Estou acostumado acorrer sozinho", afirmou, satisfeito com o bomtempo de 32s5 nos 300 metros, que o habilita auma vaga entre os quatro principais competidoresdos meetings indoor que precederão o Mundial. Aintenção do técnico Carlos Alberto Cavalheiro éde que Robson bata o recorde do mundo, de 31s7.

Já Maria Magnólia. que mora em Natal c játem presença garantida no Mundial, ficou decep-cionada por só ter uma concorrente, ClaudiléaMatos, que derrotou com facilidade nos 200metros rasos. "E dcscstimülaníe vir do Rio Gran-de do Norte para cá e encontrar essa situação.Esperava mais gente competindo", disse ela. queestá sem patrocinador e já começa a pensar emdeixar o esporte caso não consiga maior apoio esteano.

O Brasil participará do Mundial com pelomenos oito atletas, c quase todos estão inscritoscm meetings antes da competição. Robson. Mag-nolia e Arnaldo dc Oliveira seguem para a Europadia 10. com Cavalheiro. Antes, dia 4. viajamJoaquim Cruz. Zequinha Barbosa c Agbcrto

1m00s10 (RC)

4m24s14

4m26s61 (RC)4m09s50

3m58s81 (RC)

2m16s05

2m009s71

4m33s9B|—| O velocista Carl Lcwis, bicampèão olímpi-'— co, competiu ontem peia primeira vez apósos Jogos de Seul e foi o primeiro colocado no saltoem distância, com 8,15m, no First HoustonChronicte Indoor Games, no Texas. Foi a 57"vitória consecutiva de Lewis, que detém o recor-de mundial da prova em estádio coberto, com8,79m. Outra campeã olímpica. Jackie Joyner-Kersee, venceu os 55 metros com obstáculos,marcando 7s46, bem à frente da segunda coloca-da. Dawn Bowles. com 8s07. Randy íiarnes, quesemana passada registrou o reco/de mundial dearremesso de peso indoor, com 22.66m. ficoubem abaixo dessa marca ontem, mas mesmoassim obteve a medalha de ouro, ao conseguir oresultado de 2i,43m.

4m25s194x1G0m medley juvenil B masculinoPinheiros 4m0!s13

Viviane Motti teve o melhor índiceRC — recorde de campeonatoA ÚNICA SOLUÇÃO

PARA CALVÍCIE

Cross Country seleciona 15

atletas para finais

no Rio

classificou-se outro carioca, Josc Aparecido Ramircz,com a marca dc 40m54s.

Na categoria masculino juvenil, que percorreu 8quilômetros, a classificação foi: Io — José AlexandrePereira (RS), com 29m55s: 2" — Luciano Cecilio Rosa(SP), com 3flm04s; 3"— Éiio Alves Mota. com 30m34s:4o — Vagner Antônio Augusto (SP), com 30m38s; 5o— Abelar José Scheler (RS), com 30m5Qs.

A paranaense Maria Madalena Belarmina venceua prova d3 categoria feminina, num percurso de 6quilômetros, com o tempo de 23m23s. seguida por

PORTO ALEGRE — O gaúcho Volmir Herbers-trith venceu sábado o Circuito Nacional de CrossCountry de Canoas, na regiáo metropolitana da capitalgaúcha, prova que classificou 15 maratonistas nascategorias feminino, masculino adulto e masculinojuvenil, para a final que se realiza no próximo dia 12 defevereiro, no Rio de Janeiro. Esta final vai definir osatletas brasileiros que vào para o III Mundial dc CrossCountry, cm Stavanger, Noruega, no dia 19 de março.

A prova do masculino adulto teve um percurso de12,6 quilômetros. Hcrberstrith venceu com o tempo de40m?its. seguido pelo carioca Aloísio Benido. queterminou o circuito em 4üm42s. Em terceiro lugar ficou

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Lazaroni ensina como derrotar o Fluminense

Oldemário Touguinhó

Mesmo tcntanto evitar comentários sobre oesquema tático do jogo, Sebastião Lazaroni acaboudando a entender que se o Vasco quiser vencer naquarta-feira, terá que jogar mais pelas pontas, já queo Fluminense está muito firme no meio da área. La-zaroni gostou do primeiro tempo, mas criticou osegundo, além de achar que

"tanto o Vasco quanto oFluminense não foram muito ao ataque e issodiminuiu muito o ritmo do jogo". Na opinião dotécnico da seleção brasileira, a partida de sábado,entre Flamengo e Grêmio, foi melhor.

"Gosto do futebol bem movimentado, com osjogadores correndo para marcar. Também valorizoo time que toma a bola e vai forte para o ataque.Flamengo e Grêmio mostraram isso em algunsmomentos. No Maracanã, o ritmo foi outro. Osclubes se defenderam bem, mas não saíram emgrupo para o ataque. Assim é muito difícil fazergol."

Lazaroni acha que Vasco e Fluminense vãomostrar um futebol bem melhor na segunda partida:"Eles estão voltando das férias e alguns jogadoresainda não se recuperaram. O Geovani é um homemque sai para todos os cantos, mas não fez isso destavez. Se mexeu pouco e facilitou a marcação. Comele em forma, seria bem mais difícil cortar seucaminho."

Quem surpreendeu Lazaroni foi o lateral CarlosAndré: "É um jovem, mas não sentiu a importânciado jogo. Fez tudo direitinho." O técnico comentou aatuação de Jandir, que para ele esteve sempre muitofirme na marcação, gostou da boa movimentação deAndreoli. Mesmo não querendo criticar Vivinho eZé do Carmo, Lazaroni fez cara feia quando citou onome deles, embora ressaltasse: "O importante é aseqüência de apresentações e o que vi nesse fim desemana é apenas o início de um trabalho"

Elogio mesmo ganharam Mazinho e Bismarck.Lazaroni falou bastante sobre a segurança do lateralna marcação e as suas arrancadas para o ataque.Sobre Bismarck comentou: "O menino tem umadisposição fantástica. Briga o tempo inteiro e temcategoria."

O certo é que Lazaroni pensou em ver muitacoisa no Vasco mas quem lutou mais foi o Fluminen-se. O técnico assistiu ao jogo da cabine da RádioGlobo e quando foi embora do estádio ainda encon-trou torcedores que perguntavam por que Romárioestava na reserva de sua seleção. Lazaroni, sempremuito educado, respondia: "É

questão de tempo.Ele só vem para a Copa América e até no primeirotreino pode ganhar a posição. O time que escalei éapenas para relembrar a seleção, porque o time queenfrenta o Paraguai no amistoso do dia 15 será outrobem diferente. É esse que vai valer por algumtempo." O torcedor gostou e saiu gritando seu nomepelo corredor do estádio.

Hoje à tarde, Lazaroni se reúne com a Comis-são Técnica na CBF.

[—j A jogada começou com o lançamento prcci- cabeça, o suficiente para trair o atento goleiroso de Edinho paia Cacau. Sem marcação, Acácio. "Foi um acidente de trabalho", comen-

ponta correu pela esquerda até ficar em condi- f ¦ , .. . . , „.- ,t. j, 4 . - r tou, mais tarde, no vestiário um entristecido Zeçoes de centram A bola nao roí com muitaforça. Zé do Carmo (fora da foto) se antecipou do Carmo. "5c estivesse em melhor forma,

para interceptá-la e a tocou levemente de teria feito a defesa", lamentou Acácio. PodeFotos de Andró Câmara

Lazaroni só gostou do 1" tempo

'0 Flu não merecia

"Não foi uni jogo fácil para o Fluminense. O Vascoate merecia ganh.ir. Mas o Zé do Carmo salvou ostricolores, com um gol contra de cabeça. Eu. feliz, dei umpulo na cadeira.""Aos

quatro minutos. Donizelé fez a primeira desci-tia perigosa contra o Vasco, mas foi desarmado. Logodepois. Cacau chutou dentro da área e Acácio fez suaprimeira defesa do jogo. Q Fluminense continuou sendo 'melhor no jogo nos primeiros minutos e. aos 18. Washing-ton lançou para Eduardo, que devoKeu. mas Washingtonchutou para fora.""Aos 21. Vivinho desceu perigosamente, mas Edinhosalvou dentro da pequena área. Romerito fez uma partidacomo há muito tempo não fazia, jogando muito bem,principalmente quando armava jogadas no meio campo.Na verdade, achei isso um milagre, pois há muito tempoele não faz tanto. Uma das boas jogadas foi uma tabelacom Donizetc. aos 42 minutos. O primeiro tempo termi-nòu equilibrado para os dois times.""No segundo tempo o Vasco começou melhor, dandoum calor no Fluminense. Mas o Fluminense conseguiaprender o jogo. para que o Vasco não fizesse nenhum gol.Aos 24 minutos. Washington furou uma bola lançadadentro da pequena área. na melhor chance do Fluminenseneste segundo tempo. Não entendo como é que ele perdeum gol tão feito.""Aos 28. França deu um chute rente a trave, queassustou 0 goleiro Ricardo Pinto c eu. que estava tranqui-io. levei o maior mísso. O Vasco estava melhor em campo,pressionando e atacando mais. Aos 29 minutos. Cacaucruzou uma bola para a área vascaína. Zé do Carmoqueria cabeçear para fora. mas acabou fazendo o golcontra, sem nenhuma chance para Acácio."

A demora tia venda de ingressos levou a torcida a pular o muro e invadir o estádio

'0

jogo era do Vasco'

ser. Mas a bola entrou caprichosamente nucanto esquerdo do seu gol, quando esperava umoutro desfecho da jogada.

"Nem eu sei exata-mente o que queria fazer. Para trás é que nãoera", respirou fundo o desalentado Zé doCarmo.

Torcida paga caro

Fluminense e Vasco poderiam ter tido um público de M)mil pessoas, não fosse a confusão formada nas bilheterias pelopreço do ingresso. Com a briga de liminares e cassações dejustiça, as bilheterias abriram tarde, os bilheteiros não tinhamtroco para os NCz$ 0.60 cobrados e os torcedores, irritados,entraram em choque com a polícia. A dificuldade para entrarno maracanã levou cerca de 30 mil pessoas a abandonarem aidéia de ver o jogo e voltarem para casa sem presenciar avitória do Fluminense. O desrespeito ao público que foi aoestádio não poderia ter sido maior. Só mesmo alguns maispersistentes ainda entraram no segundo tempo e viram o golcontra de Zé do Carmo. O que não apaga a frustração dos quedesistiram e voltaram para casa.

Alguns torcedores foram embora com medo de seremmassacrados junto às bilheterias. No entanto, os que ficaramsofreram até às 15h30m, quando os guíches" e os portões^começaram a funcionar. A Polícia Militar não conseguiuimpedir que uma multidão de cerca de 20 mil pessoasinvadisse o portão diante da rampa do monumento de Belini etambém no setor de entrada da geral. Houve, grande conflitocom pedras e garrafas por todos os cantos.

A confusão começou com a desinformação. Os quechegaram cedo ao Maracanã, na esperança de pegar um bomlugar na arquibancada, encontraram os portões, bilheterias eguiehês fechados. A liminar concedida pelo juiz da 2'1 VaraFederal do Rio, Ncy Magno Valadares, autorizando o aumen-to do valor do ingresso de NCz$ 0,60 para NCz$ 1,50, foicassada ontem de manhã pelo ministro Nilson Naves, doTribunal Federal de Recursos, que justificou sua decisãodizendo que o país vive o congelamento geral de preços esalários.

Revoltados com a dificuldade de entrar no estádio, ostorcedores cercaram roletas e tentaram invadir o Maracanã, oque deu origem ao tumulto, engarrafando o trânsito nas ruasmais próximas. Com a confusão, até os policiais do 6"Batalhão se recolheram, tais as proporções do tumulto.Muitos não conseguiram entrar até o início do jogo, que nemmesmo pode ser retardado, apesar do pedido dos dirigentes,por causa do horário da TV Globo, que transmitia a partidaao vivo para fora do Rio. O segundo tempo já corria há 20minutos quando torcedores ainda chegavam à arquibancada;Sorte deles, que conseguiram entrar nove minutos antes doúnico gol da partida.

Quando os guiehês finalmente foram abertos, pensou-seque a calma fora restabelecida. Mas, quase cm seguida, surgiunovo descontentamento, conseqüência da alegação dos biliie-teiros de que não havia troco nos guiehês para a cobrança dosingressos a NCz$ 0,60. A explicação era de que o troço tinhasido providenciado para os ingressos ao novo preço de NCz$1,50.Apressados, alguns preferiram deixar NCzS 1,00, semesperar pelo troco, enquanto outros, insatisfeitos, voltarampara casa. Os dirigentes de Fluminense c Vasco entram hojecom uma ação de perdas e danos contra o Estado, alegandoum prejuízo de cerca de NCzS 60 mil.

"O Fluircom um gol cvez. comemopróximo jogo, omas não sei scTomara!"Bernardo BouçaAndrews

icnse não merecia ganhar, principalmenteitra. Mas sai do Maracanã, pela primeirando o nome de um adversário. Para o> Fluminense terá a vantagem do empate,e vai se classificar para as semifinais.

11 anos. aluno da 5J serie do Colégio

"O jogo era do Vasco. Até a falha do zagueiro Zc do

Carmo, quando faltavam apenas 15 minutos para otérmino da partida. Ele ficou apavorado e quis colocar abola para fora. Acabou cabcçcando errado, para dentrodo gol. Na hora. minha esperança era que a bola fossepara fora, ou que Acácio agarrasse."

O goleiro vascaíno. aliás, fez uma ótima partida mas,no lance do gol, foi pego no contra-pé, sem a menorchance de defender. Se Zé do Carmo prestasse maisatenção no lance, veria que poderia deixar a bola passar,pois não havia qualquer jogador tricolor atrás dele.

Quando passou este lance, pensei que o Vasco iriareagir, e reagiu. Em um dos lances de ataque, a bola bateuno travessão. Acontece que o dia não estava mesmo para oVasco. Achei que o camisa dois, Paulo Roberto aprovei-tou bem as jogadas pelas pontas, fez cruzamentos, masRicardo Pinto estava saindo muito bem nas bolas altas.

Celio estava jogando bem, até trombar com Wilshington c sair de maca. Marco Aurélio, que entrou emseu lugar, deixou um buraco na defesa, facilitando oscontra-ataques do Fluminense. Espero que não tenhaacontecido nada de grave com o Célio, pois ele saiu demaca pelo túnel. Isso quer dizer que a contusão foi grave.

No primeiro tempo, o lance que mais desesperou, foium pênalti a favor do Fluminense que. graças a Deus. ojuiz não deu. Aos 39 minutos, outro medo. Outro pênaltique o juiz não deu para o Fluminense. De qualquer jeito,foi o Vasco quem enutou mais a gol. com 16 chutes contranove do Fluminense,

"O lance em que xinguei mais o juiz foi quando, nofinal do jogo. só deu um minuto de desconto. Deveria terdado pelò menos cinco, já que o Fluminense faz muitacera. Até que me conformaria se o gol fosse de um jogadordo Fluminense, mas gol contra, do Vasco... Tomara queno próximo jogo o V isco seja mais feliz e, caso consiga

Ivan Tvgel. 12 arCampineiro.

Carlos Mesquita

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Vista do Morro da Glória em 1844, aquarela de Eduard Hildebram

Um mago do século passado

Marília Martins

J®t memória visual do séculoJbSa 19 brasileiro se encontra

«BbJei nas gavetas e nos livros deum senhor magro, de 80 anos, impe-cavelmente vestido, que todos osdias, religiosamente, se instala numescritório à Rua da Quitanda, noCentro. Ali, em expedientes matuti-nos, Gilberto Ferrez despacha rapi-damente a contabilidade e nos in-tervalos viaja de volta ao passado.Na sua geografia de trabalho, a Ruado Ouvidor ainda está atulhada demercadores de escravos, a Rua Pri-meiro de Março ainda se chamaDireita e a Lagoa Rodrigo de Frei-tas não passa de um longínquoareai pantanoso. Foi numa dessasviagens ao passado que Ferrez des-cobriu um impressionante acervode 171 peças, entre aquarelas, dese-nhos a carvão e esboços. Um acervoque ele acaba de publicar sob otítulo de O Brasil de Eduard Hildc-brandt (Editora Record, 97 pági-nas, NCz$ 115).

O livro, com 61 ilustrações emcores e outras 37 em preto e branco,foi impresso na Alemanha Oriental,com uma edição em português eoutras duas em inglês e alemão.Vem resgatar a obra de um paisa-gista prussiano, em viagem expedi-cionária ilustrada pelo Brasil de1844, a serviço do imperador Frede-rico Guilherme IV. São imagensdeslumbrantes, que rivalizam comantecessores do porte do francêsDebret ou do alemão Rugendas.Nelas não há resquícios de roman-tismo. São aquarelas de intenso co-Iorido e composição minuciosa, quese destacam pela mistura de umdetalhismo de observador de costu-mes com uma luminosidade frago-rosa, influenciada pelo estilo deTurner. Os trabalhos pertencem aoMuseu Nacional de Berlim Orientale sua reunião constitui o 39° livrodeste mago das imagens chamadoGilberto.

Seu paciente trabalho de invés-tigação começou há 55 anos, emcasa, vasculhando o extenso arqui-vo de imagens deixado por seu avô,Marc Ferrez, um dos maiores fotó-grafos brasileiros. Gilberto não ti-nha estudos, a não ser o de línguas.Quase naturalmente tinha se enca-

Aos 80 anos,

Gilberto Ferrez

reúne

em seu

inesgotável

acervo a

memória visual

do Brasil

Trêsaquarelas deHildebrandtde 1844:negrasescravas naBahia(acima),cinco rostosde escravos(D) e vistada LagoaRodrigo deFreitas

Carlos Mesquita

Em 55 anos de investiga-ções, Gilberto Ferrez, queacaba de publicar o livro OBrasil de Eduard Hilde-brandt, trouxe à luz inúme-ras obras-primas do paisa-gismo

minhado para gerir a loja de equi-pamentos fotográficos, que a famí-lia mantinha no Centro. Mas umdia deu para gostar de fotos anti-gas. Sobretudo das que revelavamas mudanças geográficas. "Eu olha-va as fotos, me Interessava em leras legendas e logo me via nas bi-bliotecas, procurando os livros",lembra. Em pouco tempo estavadedicando sua hora de almoço a lerjornais antigos e relatos de viagem,na Biblioteca Nacional. E acreditaque só as imagens podem levar aoestudo da história.

Foi assim que ele publicou suaprimeira obra de historiador — Umpasseio a Petrópolis em compa-nhia de Marc Ferrez, folheto reple-to de fotos, do Anuário do MuseuImperial (1948). O material que ti-nha em casa parecia inesgotável epor conta desta herança afetiva eleresolveu reconstituir os cenáriosem que seu avô viveu no séculopassado. Seu interesse eram os tra-balhos dos viajantes de várias estir-pes: botânicos, biólogos, paisagis-tas, fotógrafos, mapeadores pionei-ros, missionários e até espiões. Mascomo obter os originais destas gra-vuras, pinturas e fotografias? "Nãodemorei a descobrir que meus for-necedores estavam todos fora doBrasil", conta Ferrez. "Vivia desço-brindo coleções riquíssimas nos se-bos de Nova Iorque, Paris e Lon-dres".

Ao longo dos anos, sua casa, noalto de uma rua de Botafogo, foiacumulando livros, desenhos, gra-vuras e paisagens, que hoje ocupamtrês andares. Da sua lista originalde 18 viajantes paisagistas, ele járecuperou originais e já editou li-vros monográficos sobre oito deles,fora as coletâneas que reúnem osoutros 10. Pelas suas mãos, vieramà luz trabalhos de Debret, Rugen-das, Theremin, entre outros. Háuma primorosa coletânea de paisa-gens, de 1817, de Thomas Ender(editada pela Fundação MoreiraSalles, hoje infelizmente esgotada).E dois raríssimos álbuns, editadosno estrangeiro: os desenhos de Ben-jamin Mary e as paisagens de Fruh-beck. Isto sem falar da parte maispreciosa do seu acervo, que exibecoleções de todos os grandes fotó-grafos brasileiros do século passa-

do. Dali saíram O álbum da Aveni-da Central de Marc Ferrez (patroci-nado pela Construtora João Fortesem 1982), Raras e preciosas vistas epanoramas do Recife, de 1775-1885(patrocinado pela Fundação Pró-Memória em 1984) e parte da Histó-ria naval brasileira (editada pelaMarinha em 1975).

Ferrez trabalha sem parar. "Seeu não fizer, ninguém faz", afirma.Na sua gaveta de arqueólogo, estámais uma coletânea de paisagens— os desenhos em sépia do Barãode Planitz. Do seu fabuloso acervofotográfico, outros seis livros pron-tos aguardam publicação. Três de-les têm editor: coleções de fotogra-fias que mostram as mutações ur-banas do Rio de Janeiro, de Minas eSão Paulo, no século 19. Cada volu-me exibe cerca de 150 trabalhos,dos mais diversos fotógrafos, à se-melhança do álbum Velhas foto-grafias pernambucanas, que Ferrezpublicou em dezembro passado. Osoutros três estão à espera de patro-cínio. São dois álbuns, num total de350 vistas, de fotos da velha Petró-polis imperial. E o primeiro estudomonográfico dedicado ap trabalhopioneiro do fotógrafo paulista Au-gusto Militão.

Hoje Ferrez está participando deum encontro internacional de cole-cionadores de fotografia, em LosAngeles. Ali o espera o fotógrafoamericano Weston Naef, que acabade ser nomeado conselheiro do Get-ty Museum e anda circulando comverbas de US$ 1 milhão para acompra de novos acervos. Maisuma vez o mago Gilberto vai balan-çar a cabeça, sorrir, e recusar, cora-josamente, outra oferta milionáriapela sua coleção. Em contraparti-da, vai propor ao amigo o patroci-nio daquela que considera a obrade sua vida, um calhamaço de doisvolumes que lhe custou rigorosa-mente todos os seus 55 anos detrabalho. Trata-se do Catálogo ana-litico da iconografia do Rio de Ja-neiro (de 1515 a 1890), com umaambiciosa seleção de 3.500 ilustra-ções, dentre o que de melhor produ-ziu o paisagismo no Brasil, até oadvento da fotografia. E o maiorsonho deste senhor elegante, quenão se cansa de passear pelos cená-rios perdidos do passado.

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JORNAL DO BRASIL

Rio tlc Janeiro — Segunda-feira, 30 de janeiro de 1989

COPACABANAAV. n.S. COPACABANA, 680 SS.G

"Governo, políticos, autoridade:

Cansei!"

Jorge,um Brasileiro

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2 O CADERNO B o segunda-feira, 30/1/89 JORNAL DO BRASIL

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Aos 50anos,Batman éum senhor

que namaturidadeé bat-come-morado

pelaindústriacultural

/%k?l \ yV' |fi§||!l»iL^ | J IU ilLtMii&MLWufL demonio e o Sergio Sa Leitao\ \h>.almanque

r^&I« ¦ sllliilW kjjfflr 3 «lfl que esta Jj&fes&a

chegando as jQ&YK«\ '' ':¦ ®i®J0 ''¦ Y'i*bancas, com /Tft£p?a •': Batman

< *BB| lutando com'¦ ¦•'^$13 / violencia

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J\ i I / f ^m^9°s e o\J seu destino

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Iv I Ivor parabens para?4^'- 1 lr o heroi, |||Sf$lk V^W.vK/sf \ |i| culminando Vxfw^>.

com o|yr | , langamento do ^iS,®&r J ./iZme, com$j? I ¦ I Michael

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C^áfli»H»r f 888888»^ as* I &&&»

O contrário do que pensam os chineses,89 é o ano do morcego — mais precisa-mente do Batman, o homem morcego.Bruce Wayne, o playboy milionário que

transformou-se em um dos super-heróis maispopulares dos quadrinhos, completa 50 anos deatividades ininterruptas na indústria cultural, ea festa será em grande estilo. As comemoraçõesbrasileiras do bat-cinquentenário, via EditoraAbril, começam esta semana com o lançamentoda graphic novel O filho do demônio, de Mike W.Barr (texto) e Jerry Bingham (arte). Mas nãoparam por aí: ao longo do ano, aportam no paísas edições especiais As dez noites da besta, deJixn Starlin (texto), Mike de Cario e Jim Amparo(arte), Batman-0 culto, de Jim Starlin (texto) eBerni Wrighson (arte), e Uma morte na família,de Mike W. Barr (texto) e Jim Amparo (arte). Aapoteose, entretanto, ficou para o fim do ano: emoutubro, entra em cartaz Batman-The movie(título provisório), filme do cineasta norte-americano Tim Burton que traz Michael Keatonno papel principal e Jack Nicholson como oarquivilão Coringa.

Não são poucos os fatos que fizeram de 1939um ano histórico. Foi nele que-a fábrica desonhos hollywoodiana conheceu seu apogeu —exatamente ao mesmo tempo em que o planetamergulhou na Segunda Guerra. Também nesteano, a humanidade foi presenteada com o Bat-man — personagem criado pelo roteirista BillFinger e o desenhista Bob Kane para a NationalComics. Doze meses antes, a editora fora respon-sável por um feito espetacular: nas páginas deuma das suas revistas, o Super Homem — pri-meiro herói com poderes extra-humanos dosquadrinhos — debutou e alçou vôo fulminantepara o sucesso. Exímio defensor da pátria do TioSam, Super Homem foi o bat-paradigma: imagi-nando repetir o êxito do jornalista-herói ClarkKent, a National encomendou aos seus profissio-nais algo na mesma linha — apenas um poucomenos ideologizado.

Com o passar das décadas, Batman tornou-semúltiplo e complexo. Inicialmente, seus autores

conduziam-no pela noite de Gotham City seguin-do um figurino conservador: maniqueísta, elevingava a morte dos pais caçando marginaispelos becos da cidade escura e colaborando coma polícia do comissário Gordon. Este Batmancareta, porém, não resistiu ao consumo massivoe sofreu muitas modificações para continuarrivalizando com o Super Homem. Na década de40, seus argumentistas incorporaram um ele-mento novo na história dos super-heróis urba-nos, o humor. Paralelamente, Batman ganhouum amiguinho — o jovem mancebo Dick Gray-son, vulgo Robin — e vários inimigos mortais —entre os quais o Coringa e o Pingüim. Suapopularidade, no entanto, só explodiu à medidaem que tornou-se mais e mais violento, umaespécie de justiceiro rígido, obcecado e aético.Esta versão foi consagrada na série expressionis-ta O cavaleiro das trevas (lançada em 87 pelaAbril), de Frank Miller—provavelmente o inven-tor do Batman definitivo. A sua imagem cômica,no entanto, manteve-se graças ao seriado televi-sivo dos anos 60, protagonizado pelo ator AdamWest, ainda em exibição no Brasil.

Em Batman-0 filho do demônio, personageme trama são servidos aos leitores à moda deFrank Miller — a elaboração do argumento e dosdesenhos, assim como a violência que freqüentaquase todas as páginas, lembram O cavaleirodas trevas. Aqui, ele também atormenta-se comseus complexos de culpa e parece lutar desespe-radamente por encontrar-se com o destino, mar-cado pela ambigüidade herói/ser humano. Naseqüência que inicia a história, os autores dão aentender o que se pode esperar do Batmancontemporâneo: em planos cinematográficos, ohomem morcego chacina impiedosamente umgrupo de terroristas comandados por Qayin —um mercenário que divide-se entre o desejo detornar-se imortal e a vontade de controlar omundo. Conhecido o seu inimigo, Batman junta-se ao ex-rival Rã's Al Ghúl, enamora-se de Tália,filha de Ghúl, e parte para o front. A certa altura,porém, ele desiste de Qayin — Tália fica grávidae Batman quer ser apenas um bom pai. Mas nãoconsegue manter-se passivo por muito tempo —afinal, os super-heróis não podem parar. Qayin,claro, nâo chega vivo à última página.

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PAULO — Alquimista de um novo som, £4. novas sonoridades e, no final dos anos 40, em Porto Alegre, ' v^i/musico suiqo Anton Walter Smetak, falecido em inventou o piano e o cravo amplificado. De formas estra-1984 aos 71 anos, em Salvador, na Bahia, onde Mas foi em Salvador, na Bahia, para onde se mudou nos nhCLS e SOUOridcidevivcu seus ultimos trinta anos, foi um profeta anas 50, a chamado do maestro H.J. Koellreutter, entao f|| diferente, as escill-v^onano de uma nova^ rnusica qu0^ ™^slc® diretor dos efervescentes Seminarios de Musica da Univer- || • turas-instrumen-

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Nascido na Suiga em 1913. filho de um checo virtuoso paravel moto alema BMW. Nesta epoca. Smetak tinha encerramento com Caetano Veloso e Julio Medagiia.

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expostos em São Paulo mostrando

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Visionário da nova

São Paulo — Murilo Menon composto na Europa obras tradicionais para violoncelo eÉMm piano e aqui, uma peça brasileira, Malandro assobiando,

para ceio e orquestra. Mas inquieto, começou a pesquisarMpéÈ&X; novas sonoridades e, no final dos anos 40, em Porto Alegre,

inventou o piano e o cravo amplificado.Mas foi em Salvador, na Bahia, para onde se mudou nos

anos 50, a chamado do maestro H.J. Koellreutter, então¦Hm r** diretor dos efervescentes Seminários de Música daUniver-

jm] sidade da Bahia, que a invenção criativa de Smetakeclodiu. "Músico, filósofo, artista plástico, poeta e professor,

..—congregando artistas e pensadores, ele viveu encarnando"'Á com o seu espírito irriquieto a própria força criadora, da

qual se considerava um instrumento", diz o maestro emúsico erudito Emt Widmer, que conviveu quarenta anoscom Smmetak. "Ele era um visionário de um esperadoretorno ao füturo", define Widmer.

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JÊÍÊÉÊBÊêEL

dade musical para o náo-convencional", comenta o ensais-ta. "Ele ficou marginalizado, porque náo era um composi-

ÍM tor popular e passava longe da música erudita tradicional.Wt O interessante é que ele acabou sendo divulgado porE* Caetano Veloso e Gilberto Gil, compositores populares que

produziram oscj primeiro LP, (pelo selo Philips) nos anosjSjjÉP^ |l 70 com 1111131x13 eapa de Rogério Duarte", lembra Augus-

!-t| to de Campos. "Falar sobre música é bobagem. E tocar ém 55

; f i loucura", dizia Walter Smetak, que cunhou o lema "Salve-j|p se quem souber'".

A exposição Esculturas Sonoras, de Walter Smetak. na-fiíi ; Galeria São Paulo, estende-se ate o dia 5 de março. Alem.,¦2':¦ das obras expostas, há exibição de vídeo com depoimentos•---•«es*. sobre o artista, cabines de som para audição da obra de

Smetak e uma programação de debates e concertos. No dia20 de fevereiro, está programado um debate com a partiei-

tocador de bandolim. Smetak chegou ao Brasil um pouco pação de Rogério Duarte, o maestro Emst Widmer e Décioantes da 2a Guerra Mundial, já como um violoncelista de Pignatari No dia 27 de fevereiro, haverá um concerto comrenome, um solista virtuoso e um excelente camerista. Em a participação de Gilberto Gil. Paulo Moura, maestro JúlioPorto Alegre, em São Paulo e no Rio, tomou-se famoso Medaglia, Jorge Mautner, Arr.go Bamabé, Tuzè de Abreu ecomo o excelente violoncelista que andava com sua inse- alunos de Smetak. E no dia 6 de março, debate deparável moto alemã BMW. Nesta época, Smetak já tinha encerramento com Caetano veloso e Júlio Medaglia.

Roberto Comodo

SÁO

PAULO — Alquimista de um novo som, omúsico suiço Anton Walter Smetak, falecido em1984 aos 71 anos, em Salvador, na Bahia, ondeviveu seus últimos trinta anos, foi um profeta

visionário de uma nova música, que chamava de "músicainterior-". À procura de um novo som, pesquisando asrelações entre o silêncio e as vibrações sonoras, Smetakcriou instrumentos originais, feitos de sucata, juntandomangueiras de plástico e cabaças, por exemplo, e integran-do, ludicamente, a música às artes plásticas. O músico-inventor, que influenciou na Bahia os então iniciantesCaetano Veloso e Gilberto Gil, tem agora parte de sua obradesvenada com a abertura hoje da exposição Esculturassonoras, na Galeria São Paulo.

A mostra, com o apoio da Associação de Amigos deSmetak, reúne 50 Esculturas ou Plásticas Sonoras, osnovos instrumentos inventados por Smetak, de um acervode 150 que ele criou na sua busca de novas sonoridades.Insólitos, lúdicos e artesanais estão expostos instrumentoscomo Pindorama, um quase indescritível instrumento desopro, com mais de três metros de altura, feito de cabaça emangueiras de plástico, para ser tocado ao mesmo tempopor muitas pessoas. Ou um Pistom cretino, um bocal detrompete adaptado à mangueiras plástica de um metro emeio de comprimento e um funil de cozinha

Algumas esculturas sonoras de Smetak têm relaçãodireta com o objeto artístico, expressas simbolicamentenos seus nomes, como nas esculturas percurtidas Discovoador. Máquina do silêncio e Vir a ser, uma máscara deduas faces sustentada por duas cordas, representando odia e a noite. Mas nada supera o enigma do instrumento depercussão Reta na curva uma corda esticada num chifrede boi. Smetak dizia, simplesmente, que em todos os seusobjetos sonoros, a forma, na sua linguagem simnbólica. équase tão importante quanto o som.

Smetak começou a construir suas esculturas sonorasnuma pequena oficina que montou na Escola de Música daBahia no final dos anos 50, pesquisando novos conceitosde matéria e espaço. Descobriu depois uma visível seme-lhança entre suas esculturas e os instrumentos hindus,africanos e dos índios brasileiros. "Todos eles sabiamenteempregam há milênios essa concha acústica natural, que éa cabeça", descobriu o músico. "Ao contrário dos instru-mentos tradicionais, os de Smetak nâo permitem nemestimulam o desenvolvimento de uma técnica virtuosísticade executante", diz Paulo Dourado, diretor da Escola deMúsica da Bahia e responsável pelo acervo de Smetak."Eles são dirigidos mais à criatividade e à improvisação, àrecriação de sons, a preocupação básica de Smetak".

Nascido na Suíça em 1913. filho de um checo virtuoso

De formas estra-nhas e sonoridadediferente, as eseul-turas-instrumen-tos de Smetak es-tão em exposiçãoem São Paulo. Naspesquisas do músi-co suíço, os instru-mentos reprodu-zem ruídos natu-rais e uma piás ti-ca sonora original.

"Duro é ficar de pé e trabalhar

o dia todo. A vida é uma guerra'

Jorge,um Brasileiro

?

JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 30/1/89 o CADERNO B o >UPI

üüi»Melanie GrifGth e seu Globo de Ouro

Hoffman e Melanie

são os vencedores

do Globo de Ouro

H* OS ANGELES — Os filmes Bain man (drama) e UmaH secretária de futuro (comédia) e o seriado de TV War

«1LJ and rememberance foram os grandes vencedores doGlobo de Ouro, prêmio outorgado anualmente pela impren-sa estrangeira em Los Angeles e que é considerado umaespécie de prévia do Oscar.

Dos 24 Globos de Ouro, Uma secretária de futuro ganhouquatro, Rain man dois e War and rememberance quatro.Foram os seguintes os principais premiados: melhor filmedramático — Rain man; melhor filme cômico — Uma secre-tária de futuro; melhor produção de TV — War and remem-berance; melhor direção — Clint Eastwood (Birá); melhorator dramático — Dustin Hoffman (Rain man); melhor atorcômico — Tom Hanks (Quero ser grande); melhor atrizcômica — Melanie Griffith (Uma secretária de futuro);melhor atriz dramática — empate entre Jodie Foster (Theaccused), Shirley MacLaine (Madame Sousatzka) e Sigour-ney Weaver (Gorillas in the mist). Weaver, aliás, levou paracasa dois Globos de Ouro, pois ganhou também o prêmio demelhor atriz coadjuvante (Gorillas in the mist), categoria emque concorria também a brasileira Sônia Braga, por suaatuação em Luar sobre Parador.

A premiação de Rain man e Uma secretária de futuroconsagra dois filmes que já haviam caido no gosto do públicoe que ocupam, respectivamente, o primeiro e o quinto lugarna relação das maiores bilheterias da semana nos EstadosUnidos. Rain man, que lidera a lista há seis semanas, conta ahistória de um autista (Hoffman) e seu irmão espertalhão(Tom Cruise). O filme faturou US$ 7 milhões na semanapassada e US$ 79,4 milhões desde que foi lançado.

Também pela sexta semana consecutiva Twins continuouem segundo lugar, posição que ocupa desde que foi ultrapas-sado por Rain man. A comédia com Arnold Schwarzeneggere Danny Devito arrecadou US$ 4,8 milhões, totalizando US$80,3 milhões em sete semanas. Uma secretária de futuro teveum faturamento de US$ 3 milhões, somando US$ 34,2milhões em cinco semanas.

Foram os seguintes os dez filmes de maior bilheteria naúltima semana:

1) Rain man — US$ 7 milhões (US$ 79,4 milhões em seissemanas)

2) Twins — US$ 4,8 milhões (US$ 80,3 milhões em setesemanas)

3) Beaches — US$ 4,7 milhões (US$ 13,2 milhões em cincosemanas)

4) O turista acidental — US$ 3,3 milhões (US$ 18,2 milhõesem cinco semanas)

5) Uma secretária de futu-ro — US$ 3 milhões (US$ 34,2milhões em cinco semanas)

6) The naked gun — US$ 3milhões (US$ 64,5 milhõesem oito semananas)

7) Mississippi burning —US$ 2,6 milhões (US$ 10 mi-lhões em sete semanas)

8) Dirty rotten scoundrels— US$ 2,1 milhões (US$ 34,1milhões em seis semanas)

9) Deepstar six — US$ 1,3milhão (US$ 5,5 milhões emduas semanas)

10) Oliver company — US$1,3 milhão (US$ 48 milhõesem dez semanas)

V#,-.' A

m\k aDustin Hoffman

Indesculpável

O governo precisa arranjar com urgência umadesculpa melhor para a extinção, a dois meses dofinal do verão, do horário precisamente de verão,o Nao serve o pretexto de que o horário de verãoatrapalha as crianças que estudam cedo e são porisso obrigadas a ir para a escola noite fechada.. As crianças da França, dos Estados Unidos, daItália, da Espanha, etc, sabem tranqüilamenteconviver com o horário de verão e não consta queelas estudem menos ou em piores condições doque as crianças brasileiras.

Pelo contrário. * * *Quanto à desculpa de que o horário de verão, da

mesma"forma, não convém ao Exército, já queimpõe aos recrutas e soldados exercícios noescuro, chega a ser ridícula.

Pode levar à conclusão de que a tropa brasileirasó sabe combater à luz do dia.

E se o inimigo atacar à noite, o país está frito?

Tudo bem.

• Incomodado com notícias que insinuavamatritos com a Rede Globo, o ator Marco Naninicorre a esclarecer que não se afastoudefinitivamente do programa TV P|rata.e O que o impede de participar dás gravações doprograma, duas vezes por semana, é um problemanas cordas vocais (hiperqueratose), agravadoultimamente por um edema.

— Estou só me poupando — diz Nanini — masficou acertado que vou participar do TV Pirataquando a Globo quiser.

Sopsl tio mel

Já estão novamente em Slntra, Lisboa, depoisde uma temporada em Gstaad, Luiza e AntônioCarlos de Almeida Braga.

Em Gstaad, a ausência de neve — um problemasério, este ano, nos Alpes — levou Braga a passarduas semanas exercitando-se feliz da vida em seuesporte predileto.

Como não havia neve, ele jogou gôlfe.¦ B ¦

Quem

compra

Aterrissa no Rioesta semana opresidente do clubeReal Madrid,Ramon Mendonza.

Vem para ocarnaval mas sealgum bom jogadorbrasileiro der sopa,ele compra.

Bom

nomeo o ministro daJustiça, Oscar DiasCorrêa, disparoumais um convite.• É o procuradorda República JoãoBatista Almeidaquem irá presidir oConselho Nacionalde Defesa doConsumidor.

a ¦ ¦

Impressãoe O apresentador de TV Ney Gonçalves Dias,de quem se está anunciando a estréia em brevena Rede Bandeirantes de um programa"pós-moderno" (?), precisa tomar tenência.• O homem não consegue falar de política naTV sem dar a impressão de que é viúva doex-presidente João Figueiredo.o Âfe!

CCLSCLO que já foi apenas mais um par na noite do Rio

acabou em casamento.Viraram marido e mulher o músico Raul Mas-

carenhas e a apresentadora Leila Richers.

TUDO IGUALDo sagaz e bem-humorado deputado Paulinho

Delgado (PT-MG):— Sc não bastassem os problemas que tempela frente, o PT ainda se vê às voltas com ohemograma político de seus militantes.* * *

Referia-se à divertida questão da nomeaçãopara a chefia do cerimonial da prefeitura de SãoPaulo do irrequieto sobrinho de D. Luiza Erun-dina. * * *

A esquerda também tem parente, uè.

Zozimo

Ronaldo Zanon

A alta-roda nos salões do Rio: HeroOrtemblad e Hortênsia NascimentoSilva

Show de bola

O show de bola dado todas as noites nanovela O Salvador da Pátria pelo ator LimaDuarte cunhou mais um neologismo para ahistória da dramaturgia brasileira.o Sassacional.

¦ ¦ ¦

Efeméride

As comemorações pela passagem dos 90 anosda Bolsa de Valores de São Paulo, em 90, terãocomo principal roteirista Walter Clark.

O convite para que Clark se ocupe pessoal-mente da data foi feito pelo presidente daBovespa, Eduardo da Rocha Azevedo, e aceito.

Roda-Viva

Glorinha e Paulo Pa-ranaguá já estão emCaracas para a posse,no dia 2, do presidenteeleito da Venezuela,Carlos Andrés Perez.

Bebei Teixeira deMello festeja aniversã-rio recebendo um gru-po de amigas para al-moçar hoje na pérgulado Copa.

Mesa de conversaanimada, fim de tarde,no Lokau, na Barra daTijuca: Maitê Proença,Paulo Marinho, NizethAlves e Mariano Mar-condes Ferraz.

O diplomata LuisMattoso Maia Amadodeixará Pequim embreve. Será comissio-nado embaixador emSeul.

Lucla e Walther Mo-reira Salles preparandoum longo tour por NovaIorque, Paris e Londres.

No jantar do Anti-quarius, Míriam Rios eRoberto Carlos.

Está de volta a SãoPaulo o diretor da RedeGlobo ali, Afrânio Na-

buco, que deixou o spade Gramado, no Sul,cinco quilos maismagro.

Bebei e Daniel Kla-bin já novamente emNova Iorque depois deuma temporada de es-qui em Aspen, onde es-tavam com LourdesCatão.

O chanceler AbreuSodré recebe hoje paraum almoço no Itamara-ty em torno de seu cole-ga da Bolívia, Guiller-mo Bedregal.

Os amigos se movi-mentando para festejarno dia 13 o aniversáriodo secretário RobertoD'Ávila.

O embaixador e Sra.Paulo Tarso Flecha deLima vão passar o car-naval na Praia da Pe-nha, em Itaparica.

A Marquesa CarlotaCattaneo-Adorno voa-rá de volta a Gênovano dia 3.o Drinques ao meio-diano Ouro Verde: o dire-tor do FMI AlexandreKafka e o embaixadorHélio Cabal.

MarajásA imprensa mais

uma vez pegou com aboca na botija os depu-tados federais, que es-tão recebendo "ajudade custo", além dosNCz$ 6 mil mensais quejá embolsam, só paratrabalhar no verão.* * #

Denunciados pelaexorbitância, que ele-varã seus proventospara quase NCz$ 8 mil,alguns deputadoschiaram.

Entre eles um brinca-Ihão chamado WalmirCampeio (PFL-DF),

que, inquirido por umrepórter sobre a bewes-se, respondeu que gos-taria também de saberquanto ganha um exe-cutivo de jornal.• Esqueceu apenas deque quem paga o exe-cutivo de jornal é a em-presa que o emprega enão, como no caso dosparlamentares, oerário.

• Quem paga os depu-tados são os contri-buintes, entre eles oexecutivo de jornal.

PescariaO senador Fernando Henrique Cardoso deu nofim de semana um pouco mais de linha ao moline-

te em cuja ponta pretende fisgar um bom vice paraa candidatura à presidência do seu colega MárioCovas.

Recebeu no sábado para almoço em Brasília ogovernador Waldyr Pires.

SugestãoUma equipe de

reportagem da TVGlobo tentou outrodia pegar o Municipalno contra-péaparecendo derepente para fazeruma reportagem sobreas condições desegurança do teatro.

O tiro caiu nágua,já que eramexemplares — até abrigada contraincêndio estavauniformizada.

O • oo Se a equipe da

m ¦

Quem vaiO governador

Moreira Francotem uma viagemmarcada para de-pois do carnaval.

Está senão espe-rado antes do finalde fevereiro emLondres para umavisita oficial.

emissora quiserrealmente fazer bonitopode aparecer noTeatro Fènix, noJardim Botânico.

Em suas garagens edepósitos, cobertascom uma folha dezinco que torra ao soldo verão, acumula-seum dos maioresacervos da cidade dematerial inflamável.

Dá para percebê-lopassando na rua.

Não vem

© O escritor italianoUmberto Eco deuchabu.® Acaba decancelar a vinda aoRio para ocarnaval.

PobrezaQue joguinho mais

vagabundo a final doAberto de Tênis daAustrália mostrado namadrugada de domin-go pela TV Manchete.

Ivan Lendl, o vence-dor, e Miroslav Mecirfizeram uma partida de

uma pobreza francisca-na que, felizmente, so-bretudo por se tratar dedois jogadores de fundode quadra, náo duroumais do que duashoras.e Até o baile do clubeIlha Porchat estavamelhor.

Folhinha

Março será este ano um mês de triste lembrança.Vai marcar o 25° aniversário do golpe militar

que instalou no país uma ditadura ao longo deduas décadas. * * *

Como se comportará diante da sinistra data ogoverno José Sarney?

Tchan-tchan-tchan-tchan.

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HOs cariunistas Paulo e Chico Caruso apresentam-se em show musical na

Casa de Cultura Laura Alvim satirizando a falencia brasileira

Santana. Mussum, Zacharias. Nadia Lippi o o GrupoDominó. Bruni-Copacabana (Rua Barata Ribeiro,502 — 2564588): 14h, 15h40. 17h20. An-Casashopping ) (Av. Alvorada, Via 11,2.150 — 325-0746): 14H30, 16h 10. 17h50. Art-Fashion Mall 3(Estrada da Gávoa. 899 — 322-1258); 14h30.16h10. 17h50. Art-Tijuca (Rua Condo do Bonfim,406 — 254-9578). Art-Madureira-I (Shopping Con-ter de Madureira — 390-1827): 14h30. 16h 10.17h50, 19h30, 21h10. Largo do Machado 2 (Largodo Machado, 29 — 205-6842), Baronesa (RuaC,1ndido Bonlcio. 1.747 — 390-5745): 14h20. 16h,17h40, 19h20. 21h. Pathó (Praça Floriano, 45 —220-3135): de 2' a 6a. às 12h, 13h30, 15h. 16h30,18h. 19h30, 21 h. Sábado e domingo, a partir das13h30. Paratodos (Rua Arquias Cordeiro. 350 —281-3628): 13h30. 15h, 16h30, 18h, 19h30. 21h.Campo Grande (Rua Campo Grande. 880 — 394-4452): do 2' a 6a, às 15h, 16h30, 18h, 19h30, 21h.Sábado, domingo e feriado, às 14h, 15h30, 17h,18h30, 20h, 21 h30. Ramos (Rua leopoldina Rego,52 — 230-1889): 15h. 16h30, 18h, 19h30, 21h.Bristol (Av. Ministro Edgar Romero. 460 — 391-4822): 14h50, 16h30. 18h10. 19h50. 21H30. (Livre).Nesta nova comédia, os Trapalhões decidem casare saem da fazenda onde moram para procurar asnoivas na cidade mais próxima, envolvendo-se eminúmeras confusões. Produção de 1988.

ÊBreapresentaçõesINFERNO VERMELHO (Red heat), de Walter Hill.Com Arnold Schwarzenegger, James Belushi, Pe-ter Boyle e Gina Gershon. Art-Casashopping 7 (Av.Alvorada, 2.150 — 325-0746): 19h30. 21h30. (14anos).Policia! de Moscou é enviado a Chicago paracapturar traficante russo. Lá, ele recebe a ajuda deum policial americano, que tom métodos do traba-lho bastante diferentes. EUAH988.RAMBO III (Rambo III), de Peter MacDonald. ComSylvester Stallone, Richard Crenna, Marc de Jongee Kurtwood Smith. Art-Casashopping 3 (Av. Alvora-da. 2.150 -325-0746): 19h, 21 h. (14 anos).Nesta terceira aventura, Rambo deixa o mosteirobudista onde estava meditando para libertar oamigo, proso como refóm no AfeganistãoEUA/1987.

SBextraCIDADÃO KANE (Citizen Kane), de Orson Wolles.Com Orson. Joseph Cotten o Agnes Moorehead.Estação 3 (Rua Voluntários da Pátria. 88 — 286-6149): ás 17h30. 19h30, 21h30. Até domingo.História inspirada na vida do magnata da imprensaWilliam Randolph Hearst. Após a morte de Kane,um repórter procura reconstituir o gráfico de suaascensão. EUA/1941. P&B.ACOSSADO (A bout de souffle). de Jean-LucGodard. Com Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg oJean-Piorre Melville. Estação 2 (Rua Voluntários daPátria. 88 — 2866149): ás 17h. 19h, 21 h. Atédomingo. (18 anos).Primeiro longa do Godard, considerado um dosmanifestos da nouvelle vague francesa. Jovemmarginal comete assassinato o planeja fugir comuma americana. França/1960.O FUNDO DO CORAÇÃO (One from the heart). doFrancis Ford Coppola. Com Frederic Forrest. TeriGarr, Raul Julia e Nastassja Kinski. Estação 3 (RuaVoluntários da Pátria, 88 • 286-6149): às 16h, 18h,20h, 22h. Até domingo. (16 anos).Mágica história de amor, em Las Vegas, envolven-do um casal que briga o se separa durante o feriadode 4 de julho, cada um em busca do novasaventuras. EUA/1982.MEU TIO (Mon onde), de Jacques Tati. ComJacques Tati, Jean Pierre Zola e Alan Bócourt.Cândido Mendes (Rua Joana Angélica, 63 — 267-7098): hojo e amanhã, às 16h, 18h, 20h, 22h.(Livro).Comédia satírica. Critica à dosumanização urbana eà mecanização do comportamento humano, basea-da no contraste entre Hulot e seu cunhado, indus-trial que reside numa casa futurista. França/1958.

^ESBHEliaGrMEU QUERIDO MENTIROSO — Texto do JeromeKilty. Tradução do Bárbara Heliodora. Direção deWolf Maia. Com Sérgio Britto e Nathália Thimberg.Teatro dos Quatro, Rua Marquês do S. Vicente.52/2° (274-9895). 2'1 o 3", às 21h30 e 5", às 17h.Ingressos 2a o 3a a NCz$ 3,00 e NCz$ 2,50,ostudantes o 5a a NCz$ 2,50. Até dia 23 defevereiro.ARTAUD — Coletânea de textos feita por IvanAlbuquerque. Com Rubens Corroa. Tradução doLoyla Ribeiro. Teatro Ipanema. Rua Prudente doMorais, 824 (247-9794). 2a, às 21h30. Ingressos aNCz$ 2,50. Duração: 1 h05. (14 anos).UMA JÓIA DA ÍNDIA — Texto o direção de Caiodo Andrade. Com Mírian Pérsia e Andréa Murucci.Todas as segundas e torças-feiras, às 21 h, noTeatro Clara Nunes. Rua Marquôs do S. Vicente,52/3° (274-9696). Ingressos a NCz$ 2,50.O PEQUENO GRANDE PÔNEI — Textos do GracoGiannoukas, Toninho Neto o Marta Góes. ComGrace Giannoukas e participação de Iara Jamra e LiliManioro. 2a e 3a, às 21h30 o 6a e sáb.. às 24h. noCentro Cultural Cândido Mendes. Rua Joana Angé-lica. 63 (267-7295). Ingressos a NCz$ 2.50. Atéamanhã.MIL HISTÓRIAS SEM FIM - Adaptação da obrade Malba Tahan por Delson Antunes. Direção doRicardo Kosovski. Com os formandos do TeatroTablado Av. Linou de Paula Machado,795 (294-7847). Dom. o 2a, às 20h e 22h. Ingressos a NCz$2,00

A programação publicada no Roteiro está sujeita aalterações de última hora. É aconselhável confirmarhorários e programas por telefone.

ÊÈESTRÉIASIMENSIDÃO AZUL (The big blue). de Luc Besson.Com Rosanna Arquetto, Jean-Marc Barr, Jean Re-no. Paul Shenar e Sérgio Castellitto. Roxy (Av.Copacabana, 945 — 236-6245), Rio-Sul (Rua Mar-quês de São Vicente. 52 — 274-4532), Barra 2 (Av.dos Américas, 4.666 — 325-6487): 14h30. 16h50,19h 10. 21h30. Palácio 1 (Rua do Passeio. 40 —240-6541), América (Rua Conde de Bonfim. 334 —264-4246): 14h, 16h20. 18h40. 21 h. (Livro).Jacques Mayol é um mergulhador que participa docampeonatos de mergulho livre e profere a compa-nhia de golfinhos à do pessoas. O caráter singularde Jacques acaba por atrair a atenção de umaempresária novaiorquina. que o seguo desde oPeru até a Europa. França/1988.INSTINTO FATAL (Monkey shines — an experi-ment in tear), de George A. Romoro. Com JasonBeghe. John Pankoyv, Kate McNeil e Joyce VanPatton. Leblon 2 (Av. Ataulfo de Paiva, 391 — 239-5048), Ópera 1 (Praia de Botafogo, 340 — 552-4945): 15h. 17h10. 19h20, 21h30. Odeon (PraçaMahatrna Gandhi, 2 — 220-3835): 14h. 16h10.18h20. 20h30. Carioca (Rua Conde do Bonfim. 338— 228-8178), Madureira 3 (Rua João Vicente. 15 —593-2146), Art-Méier (Rua Silva Rabelo. 20 — 249-4544), Olaria (Rua Uranos, 1.474 — 230-2666):14h30. 16h40. 18h50, 21h. (14 anos).Depois de um acidente, atleta e estudante dedireito fica tetraplégico. Procurando minorar sousofrimento, um amigo cientista lhe dá de presentouma macaca, adestrada para servir do companhia adeficientes físicos. O animal e seu dono desonvol-vem um relacionamento cada vez mais afetuoso aomesmo tempo quo mortos acidentais se multipli-cam EUA/1988.

ÊMcontinua çõesIRONWEED (Ironweed). de Hector Babenco. ComJack Nicholson, Meryl Stroep, Diane Venora, TomWaits. Carroll Bakor e Michael 0'Keefe. Cinema /(Av. Prado Júnior, 281 - 295-2889): 14h. 16h30,19h, 21 h30. São Luiz 2 (Rua do Catete, 307 — 285-2296): 21h30. (14 anos). ContinuaçãoDurante os anos da Grande Depressão americana,casal maduro muda-se para Albany, onde convivecom outros vagabundos mantidos por uma comuni-dado religiosa, enquanto buscam novas respostaspara sous conflitos possoais. EUA/1988.LUAR SOBRE PARADOR (Moon over Parador). doPaul Mazurski. Com Richard Dreyfuss, Raul Julia.Sônia Braga, Jonathan Wintors e Milton Gonçalves.Barra 1 (Av. das Américas, 4 666 — 325-6487):15h, 17h 10. 19h20. 21 h30 Madureira I (Rua Dag-mar da Fonseca, 54 — 390-2338): 14h30. 16h40.18h50, 21h. Leblon 1 (Av. Ataulfo de Paiva. 391 —239-5048) 19h20, 21h30. Mctro-Boavista (Rua doPasseio.62* 240-1291). Largo do Machado 1 (Largodo Machado, 29 — 205-6842), Condor-Copacabana(Rua Figuoiredo Magalháos, 286 - 255-2610) 14h,16h, 18h. 20h, 22h. (10 anos).

Ator novaiorquino parto para Parador, pequono paísdo Caribe, para fazer um filme. Por causa da suaextraordinária semelhança física com o ditador dailha. ele é convencido pelo assessor do governantea substituí-lo, depois que esto morre. EUA/1988.AS AVENTURAS DE CHATRAN (The adventurosof Chatran). de Masanori Hata. Filme com animais,narrado om português. Leblon 1 (Av. Ataulfo dePaiva. 391 — 239-5048): 14h20, 16h. 17h40. SãoLuiz 2 (Rua do Catete, 307 — 285-2296), Copacaba-na (Av. Copacabana, 801 — 255-0953), Barra 3 (Av.das Américas. 4.666 — 325-6487): 14h20. 16h.17h40, 19h20. Ópera 2 (Praia do Botafogo, 340 —552-4945), Madureira 2 (Rua Dagmar da Fonseca,54 - 390-2338): 14h20. 16h. 17h40. 19h20, 21h.Palácio 2 (Rua do Passeio, 40 — 240-6541), Tijuca-Palace 2 (Rua Conde do Bonfim, 214 — 228-4610):13h30, 15h. 16h40, 18h. 19h30. 21 h. 13h40.15h30, 17h20, 19h 10. 21h. (Livre).O filme narra as aventuras do gatinho japonêsChatran. e de seu fiel amigo o cachorro Puski, quodepois de alguns anos e muita correria, encontra agata branca de seus sonhos. Japão/1988.VICE-VERSA (Vice-vorsa), de Brian Gilbert. ComJudgo Reinhold, Frod Savago, Corinno Bohrer,Swoosio kurtz e Jane Kaczmarok. Art-Copacabana(Av. Copacabana. 759 — 235-4895), An-FashionMall 2 (Estrada da Gávea. 899 — 322-1258): 14h,16h. 18b, 20h, 22h. Bruni-Tijuca (Rua Condo deBonfim, 370 — 254-8975), Art-Casashopping 2 (Av.Alvorada, 2.150 — 325-0746), Art-Madureira 2(Shopping Centor do Madureira — 390-1827): 15h,17h. 19h, 21 h. (10 anos).História sobre o volho toma de troca do identidadeentre pai e filho. Durante uma viagem de compras aBangcoc, uma caveira mística o com estranhospoderes acaba nas máos do um yuppie que, maistarde, roaliza seu desejo de trocar do lugar com ofilhinho. EUA/1987UM PRÍNCIPE EM NOVA IORQUE (Corning toAmerica), de John Landis. Com Eddie Murphy,Arsenio Mall, Jamos Earl Jonos o John Amos.Tijuca-1 (Rua Condo de Bonfim, 422 — 264-5246),Maduroira-3 (Rua Jão Vicente, 15 — 593-2146):14h, 16h20, 18h40, 21 h. Lido 1 (Praia do Flamengo,72 — 285-0642). 14h30, 16h50. 19h 10. 21h30.Copacabana (Av. Copacabana, 801 — 255-0953).Barra 3 (Av. das Américas, 4.666 — 325-6487)-21h30. (Livro).Comédia. Um príncipe africano pretende mudar oshábitos de sua tribo e escolher ele mesmo umaesposa. Para isso viaja com seu melhor amigo paraNova Iorque. EUA/1988.WILLOW NA TERRA DA MAGIA (Willowl. de RonHoward. Com Vai Kilmer. Joanno Whalley e War-wick Davis. Ricamar (Av. Copacabana. 360 — 237-9932): 14h40, 17h. 19h20, 21h40 (Livre)Aventura épica, quo mistura sonho o realidade, naterra de Willow, um anáozinho pacífico cercado porum mundo om guerra. EUA/1988.O CASAMENTO DOS TRAPALHÕES (Brasileiro).de José Alvarenga Jr Com Renato Aragào, Dedé

VilRECOMENDA

O HOMEM DA LINHA (The pointsman). do JosStelling. Com Jim Van dor Woudo, StóphaneExcoffier e John Kraaykamp. Studio-Copacabana (Rua Raul Pompéia, 102 — 247-8900). 15h30. 17h30, 19h30. 21h30. (Manos).ContinuaçãoHomem solitário trabalha à beira de uma estradade ferro até quo encontra mulher misteriosa,que desce ali por engano, e os dois vivem asmais insólitas o hilariantes situações. Prêmio dopúblico na X Mostra Internacional de Cinema doSão Paulo. Holanda/1986.UM PEIXE CHAMADO WANDA (A lish calledWanda). de Charles Crichton. Com John Cleese,Jamie Lee Curtis. Kevin Kline o Michael PalinVeneza (Av. Pastour. 184 — 295-8349): 15h,17h10, 19h20, 21 h30. Tijuca-2 (Rua Condo doBonfim, 422 — 264-5246): 14h30. 16h40,18h50, 21 h. (10 anos). Continuação.O roubo de jóias valiosas aproxima um advoga-do tipicamonte inglês de uma jovem tipicamen-te americana. Comédia de mistério criada porJohn Cleese, do grupo inglês Monty Python.Inglaterra/1988.UMA CILADA PARA ROGER RABBIT (Whoframed Roger Rabbit). de Robort Zemeckis.Com Bob Hoskins. Christopher Lloyd. JoannaCassidy e Charles Fleischer. Tijuca Palace 1 (RuaCondo do Bonfim, 214 — 228-4610): 15h. 17h,19h, 21 h. São Luiz 1 (Rua do Catete, 307 — 285-2296): 14h, 16h. 18h, 20h, 22h. (Livre). Conti-nuação.Misturando atores do verdade com desenhoanimado, o filme conta a história de um coelhocasado com uma vamp e suspeito do matar umhomem. Para resolver o mistério conta com aajuda de um detetive. EUA/1988.MINHA VIDA DE CACHORRO (My Me as adog). de Lass Hallstrõm. Com Anton Glanzelius,Manfred Semer e Anki Lidén. Paissandu (RuaSenador Vergueiro, 35 — 265-4653), Star-Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 371 — 521-4690), Art-Fashion Mall 4 (Estrada da Gávea,899 — 322-1258): 14h, 16h, 18h, 20h. 22h. (10anos). Continuação.Adolescente procura manter os problemas àdistância, usando para isso sou especial sensode humor. Suécia/1987.SALÓ — 120 DIAS DE SODOMA (Le 120giornate di Sodoma — Saló), de Pier PaoloPasolini. Com Paolo Bonacelli e Giorgio Cataldi.Jóia (Av. Copacabana, 680 — 255-7121): 15h30,17h30, 19h30, 21h30. (18 anos). Continuação.Numa casa porto de Saló. último abrigo dogoverno fascista, quatro homens — um duque,um monsenhor, um presidente de tribunal e umbanqueiro — reúnem-se para a prática de todo otipo de aberrações sexuais. Baseado no livro doMarquês do Sado. Último filme do Pasolini.Itália/1975.

DICA DO DIA

O ridículo do

país na voz dos

irmãos Caruso

Pedro Tinoco

«¦p* XISTEM mais motivos para seU gargalhar na Casa de Cultura Lau-

-JI M ra Alvim além dos quadros prega-dos nas paredes da mansão de

Ipanema. Hoje e amanhã, a partir das 21h,o 2o Salão carioca de humor se desloca dassalas de exposição para o teatro da casa,onde vai-se apresentar a banda AvenidaBrasil, criada pelo cartunista Paulo Caru-so. Hoje à noite ele se transforma em cantore pianista, e ganha no palco o reforço doirmão gêmeo (também cartunista) ChicoCaruso. Eles cantam em dupla a maioriadas 18 músicas do repertório

Paulo, ao contrário de suas experiên-cias musicais anteriores, desta vez se cer-cou de músicos profissionais. "Antes eutocava com excelentes humoristas, masmúsicos que deixavam a desejar", lembra.Ele se refere à banda Muda Brasil Tancre-do Jazz Band, da qual fez parte ao lado deLuís Fernando Veríssimo, Cláudio Paiva,Reinaldo, Mariano e do irmão Chico Ca-ruso.

O cartum publicado por Paulo Carusona revista Isto É Senhor batiza a novabanda e aparece no cenário do show delogo mais, pintado num telão de 6 m X 4 m.

| O cartunista/músico também criou para oespetáculo um gigantesco dólar que subiráquando a banda estiver executando temassobre corrupção. O cenário se completacom caricaturas em tamanho natural deLula, Brizola, Antônio Carlos Magalhães,Maluf e outras figuras que são inspiração ealvo das letras de Paulo Caruso.

La nave va, o tema que abre e fecha oshow, é, segundo Paulo, "um comentáriosobre a falência brasileira, um convite para'as pessoas embarcarem para bem longedesta furada". Chico, que se define como o"Mick Jagger da banda" acredita que "Lanave va ganhou um significado especialdepois do Bateau Mouche". A exceção da

Valsa da Erundina, criada por Paulo Caru-so no último 15 de novembro, o resto dorepertório traz composições antigas quenão envelheceram. "Nossas antigas can-ções recuperaram sua atualidade porque opaís está andando para trás", explicaChico.

O presidente Samey, um alvo fácil paraos humoristas, será homenageado com trêsmúsicas. Bom é ser presidente trata dasviagens do imortal maranhense. O destinonão me trouxe de tão longe para ser síndi-co da catástrofe, antes de virar uma ópera-afro, foi trecho de discurso do presidente."Aconteceu exatamente o contrário do queele disse", observa Paulo. A terceira e últi-ma homenagem ao presidente se chama Otrenzinho do caipira n° 2. É uma brincadei-ra com o Trenzinho caipira de Villa-Lobos,que se distancia do grande maestro quan-do os irmãos Caruso começam a cantar oescândalo da ferrovia Norte-Sul.

A banda Avenida Brasil não se esquecede ninguém. Nem do ministro das Comuni-cações, Antônio Carlos Magalhães, perso-nagem principal da Salsa do malvadeza."A letra lembra o paradoxo que é umhomem como o Antônio Carlos Magalhãester ido a Cuba representando o Brasil noreatamento das relações diplomáticas en-tre estes dois países," explica Paulo.

O samba na avenida é uma constantenesta época do ano. A banda AvenidaBrasil não foge à regra e ataca com aMarcha das mil folhas, uma homenagem àimprensa moderna. "É uma sátira,ao yup-pie que invadiu as redações. A letra conta ahistória do filho que pede ao pai um jornal(uma empresa inteira) de presente", contaPaulo.

O grupo que ensaiou a sério para fazer opúblico rir hoje e amanhã é formado porPaulo Caruso (voz e piano), Chico Caruso(voz), Lito Robledo (baixo), AlexandreMihanovich (guitarra), Wilson Teixeira (so-pros), Maurício Mader (bateria) e SílviaGóes (arranjos).

E.T. - O EXTRATERRESTRE EM SUA AVEN-TURA NA TERRA (E. T. — the extra-terrestrial inhis adventure on Earth). de Steven Spiolberg.Com Henry Thomas, Dee Wallace. Peter Coyo-to. Robert MacNaughton, Drew Barrymoro eSean Frye. Lido 2 (Praia do Flamengo.72 — 285-0642): 15h. 17h 10. 19h20. 21h30. (Livre). Roa-presentaçãoComo um conto de fadas da era espacial, o filmenarra a história de um ser espacial que chega àTerra e 6 encontrado por um menino de 10 anos.EUA/1982.LARANJA MECÂNICA (A clockwork orange),de Stanley Kubrick. Com Malcolm McDowelI,Patrick Magee, Michael Batos e Warren Clarke.Bruni-Copacabana (Rua Barata Ribeiro, 502 —256-4588): 19h, 21h20. (14 anos). Reapresen-taçãoEm um futuro próximo, as turmas de jovensdivertem-se com ultraviolência. estupros e dro-gas. Alex, o líder de uma turma, é proso esubmetido a uma experiência que visa torná-locidadão-modelo. Inglaterra/1971A PRINCESA PROMETIDA (Theprincess bride).de Rob Reiner. Com Cary Elwes. Robin Wright,Mandy Patinkin e Chris Sarandon. Lagoa Drive-In (Av. Borges de Medeiros. 1.426 — 274-7999):20h. 22h30. Art-Casashopping 3 (Av. Alvorada.2.150 — 325-0746I: 15h. 17h. (Livre). Reapre-sen taçãoGaroto com forte gripe é obrigado a ficar nacama ouvindo histórias contadas pelo avô. Elese envolve pela aventura que mistura princesas,príncipes, monstros terríveis e bolas lutas decapa e espada. EUA/1987.OLHOS NEGROS (Ocie ciorne), de Nikila Mi-khalkov. Com Marcello Mastroianni. SilvanaMangano, Marthe Keller o Elena Sofonova. Art-Fashion Mall 3 (Estrada da Gávea, 899 — 322-1258): 19h30. 21h30. (14 anos). Reapresen-taçãoNa virada do século, a bordo do um navio, umitaliano conta a um passageiro russo a história,de sua vida: sua paixão por uma mulher russacasada, a falência de seus negócios e o abando-no de sua mulher. Baseado em contos de AntonChocov. Itália/1987 Melhor ator no Festival deCannes.

JOGO DE EMOÇÕES (House of games), doDavid Mamet. Com Lindsay Crouse. Joe Man-tegna e Mike Nussbaum. Cândido Mendes (RuaJoana Angólica, 63 — 267-7098): 16h, 18h, 20h,22h. Ató domingo Art-Fashion Mall 1 (Estradada Gávoa, 899 — 322-1258): 14h, 16h, 18h, 20h,22h. (14 anos). ContinuaçãoPsiquiatra famosa e autora de best-sellers tentaespantar o tédio da própria vida. envolvendo-secom um paciento quo circula pelo submundo dojogo. EUA/1987.

Os cartunistas Paulo e Chico Caruso apresentam-se em show musical naCasa de Cultura Laura Alvim satirizando a falência brasileira

BshoppingsART-CASASHOPPING 1 — O casamento dosTrapalhões: 14h30. 16h10. 17h50 (Livre) Infernovemnelho: 19h30. 21h30 (14 anos) Curta LivioAbramo. gravuras, de Fernando Coni Campos.ART-CASASHOPPING 2 — Vice-versa: 15h. 17h.19h. 21 h (10 anos) Curta Balada das dez bailari-nas do cassino, de Joào Carlos VelhoART-CASASHOPPING 3 — A princesa prometida15h. 17h. (Livre). Rambo III 19h. 21 h (14 anos)Curta. Esconde-esconde, de Eliana Fonseca.ART-FASHION MALL 1 —Jogo de emoções 14h,16h. 18h. 20h. 22h. (14 anos) Curta Visão do côu.gruta dos três poderes. de Marcelo Forreira MegaART-FASHION MALL 2 — Vice-versa 14h. 16b.18h. 20h. 22h (10 anos) Curta O lobo se estrepa.do Stil.ART-FASHION MALL 3 — O casamento dosTrapalhões 14h30. 16h10. 17h50 (Livrei. Olhosnegros: 19h30. 21b30 (14 anos) Curta. Capiba.ontem, ho/e. sempre, de Fernando SpencerART-FASHION MALL 4 — Minha vida de cachorro.14h. 16h. 18b, 20h, 22h (10 anos) Curta Perto deClarice, de João Carlos Parreiras HortaBARRA-1 — Luar sobre Parador 15b. I7h10.13h20. 21b30 (10 anos! Curta Lrvto Abramo:gravuras, de Fernando Ccnt Campe»BAPRA-2 — Imensrdão azul 14h30. 16h50. 19hl0.21h30 (UvTej Curta. João Càndtdo • o almirantenegroBAflRA-3 — As aventuras de Chatran 14h20. !6h.17h40, *9b20 (Lrvre) Um príncipe em Nova lor-qve 2íh30 (livre) Curta Madame Cartô deNeis-on NadottiRIO-SUL — Imensidão azuf * 4h3G. í 6H5Q. \ 9b 10,2tb30 (Livre) Curta Ismael fáefy

mCÕPÃCÃBÃNAART-COPACABANA — Vice-versa 14h. 16h. 18h.20h. 22h. (10 anos) Curta MercAdoros do SãoJosé. de Sani Lafon PáduaBRUNI-COPACABANA — O casamento dos Tra-pathôes. 14h. 15h40. 17h20, 19h. 20h40. (Livre).Laran/a mecânica. 19h. 21h20 (14 anos). CurtaPalácio Monroe. uma época om ruínas, de CélioGonçalvosCINEMA-1 —Ironweed 14b. 16h30. 19h. 21h30Curta V'am pra DisneylândiaCONDOR COPACABANA — Luar sobre Parador14h. 16h. 18h, 20h, 22h. (10 anos)COPACABANA — As aventuras de Chatran14h20. 16h, 17h40. 19h20 (Livre). Um príncipe omNova Iorque: 21h30 (Livre) Curta: Arte nas cida¦des, de Carmem Pereira GomesJÓIA — Saló — 120 Dias do Sodoma: 15h30.17h30, 19h30, 21h30 (18 anos) Curta. Os roman-RICAMAR — Willow na terra da magia 14h40.17h, 19h20. 21h40 (Livre) Curta O muro — ofilme, de Sérgio PéoROXY — Imensidão azul 14b30. 16b50. 19h10,21h30 (Lrvre) Curta Anônimo 1 — TeresaSTUDIO-COPACABANA — O homem dê linha15h30. 17h30. 19h30. 21h30 (14 anos) CurtaKultura té na rua. de Octávjo Bezerra&IPANEMA E LEBLONCÂNDIDO MENDES — Meu tto boje e amanhã16b. 18b, 20b. 22b (Lrvre) Curta. Esconde-esconde, de E l«ana FonsccsLAGOA DRIVE-IN — A prneesa prometida 20b e22b30 (Lrvre) Curta Os romances de dona ObndaOlanda. de Kâua K'esse'<lEBLON-1 — As aventuras de Chatran: 14h20.16h, I7h40 (Livrei Luar sobre Parador 19fi20.21h30 <10 anos) Curta Kuttura lá na rua. deOctávio Bezerra

LEBLON-2 — Instinto fatal. 15h. 17h 10. 19h20.21h30. (14 anos). Curta Memórias de sangueSTAR-IPANEMA — Minha vida de cachorro: 14h,16h, 18h. 20h, 22h. (10 anos). Curta: Violurb. deCleumo Segond.MbotafogoBOTAFOGO — Êxtase da carne 14h. 16h4519h30. (18 anos). Curta Esconde-esconde, deEliane FonsecaESTAÇÃO 1 — O fundo do coração 16h. 18h. 20h.22h. (16 anos). Até domingoESTAÇÃO 2 — Acossado 17h. 19h, 21 h (18anos). Até domingoESTAÇÃO 3 — Cidadão Kane 17h30. 19h30.21h30 Até domingoÓPERA-1 — Instinto fatal 15h, 17h10. 19h20.21h30. (14 anos) Curta: O muro — o filme, doSérgio PéoÓPERA-2 — As aventuras de Chatran 14h20. 16h,17h40, 19h20. 21 h. Curta O lobo se estrepa, deStilVENEZA — Um peixe chamado Wanda. 15h.17h10. 19h20. 21h30 (10 anos) Curta. Os roman-ces de Dona Olinda Olanda. de Katia Messel

ÊÊCATETE E FLAMENGOLARGO DO MACHADO 1 — Luar sobre Parador14b. 16h. 18b. 20b. 22h (10 anos)LARGO DO MACHADO 2 — 0 casamento dostrapalhões: 14h20. 16h. 17b40, 19h20, 21 h (Lrvre)UDO-1 — Um príncipe em Nova Iorque 14h30.16h50. 19h10. 21h30 (Livre) Curta A últimacanção do beco. de Joáo Carlos VeíhoUDO-2 — E T - o extraterrestre em sua a~venturana Terra 15h. 17H10. 19h20. 21h30 (Livre CurtaVf&urb, de Cteumo Segond.PAISSANDU — Minha vrda de cachorro I4h. 16b.18b. 20b. 22h (10 anos) Curta Madame Canô. deNelson NadottiSÃO LUIZ 1 — Uma alada par3 P.ogcr Rabbit 14b.16h. 18n, 20h. 22h (Livre) Curta Eu prefiro aliberdadeSÃO LUIZ 2 — As aventuras de Chatran 14H20

16h, 17h40. 19h20. (Livre). Ironweed: 21h30. (14anos). Curta. Canta Diamantina, de Moacir doOliveiraSTUDIO-CATETE — Rodeio da sacanagem: 14h.15h30. 17h, 18h30, 20h. 21h30. (18 anosl. Curta:Nifrapo. de Ricardo Villas Boas Bravo

ESUcentroHORA — Inferno vermelho 11 h, 12h45. 14h40.16h30, 18h 10. (14 anos) Curta O visionário, deNey Costa SantosMETRO BOA VISTA — Luar sobre Parador: 14h.16h, 18h. 20h, 22h (10 anos)ODEON — Instinto fatal: 14h. 16h10. 18h20.20h30 (14 anos). Curta: Duas vezes mulherPALÁCIO-1 — Imensidão azul: 14h, 16h20. 18h40.21 h. (Livre). Curta Eu prefiro a liberdade.PALÁCIO-2 — As aventuras de Chatran: 13h30.15h, 16h30. 18h, 19h30. 21h. (Livre) Curta: Teatronegro, de Daniel CaetanoPATHÉ — O casamento dos trapalhões de 2' a 6'.às 12h. 13h30. 15h. 16h30. 18h. 19h30. 21h.Sábado o domingo, a partir das 13h30 (Livre)REX — Êxtase da carne: do 2' a 6*. âs 12h. I4h45,I5h30. 18h55. Sábado e don- ngo, âs 14h, 16h45.19h30. (18 anos).VITÓRIA — Rodeio da sacanagem 13h30. 15h.16h30. 18b. 19h30. 21h. (18 anos) Curta. Parahy-ba. de Jurem Machado Bitencurt&TIJUCA "AMÉRICA — Imensidão azul 14h, 16h20. 18b40.21 h (Livre) Curta Kultura tá na rua. de OctávK)BezerraART TTJUCA — O casamento dos trapalhões!4h30. 16H10. 17h50. 19H30. 21h10 (LivreiBRUNi-TTJUCA — Vice-versa 15h. 17h. 19h. 21h(10 anos) Curta Capfba. ontem. hoje. sempre, doFernando SpencerCARIOCA — Instinto fatal. 14h30. 16M0. 18h50.21b. (14 anos) Curta: Eu prefiro a liberdadeTUUCA-1 — Um príncipe em Nova Iorque 14h.16h20. 18b40. 21 h (Livrei Curta Anônimo VTe-reza

TUUCA-2 — Um peixe chamado Wanda 14h30.16h40. 18h50. 21h. (10 anos). Curta: Uvio Abramo.gravuras, de Fernando Coni CamposTIJUCA-PALACE 1 — Uma cilada para RogerRabbit: 15h. 17h, 19h, 21 h (Livro). Curta: Anônimo1 — Teresa.TIJUCA-PALACE 2 — As aventuras de Chatran13h30, 15h, 16h30. 18h, 19H30, 21h. (Livre). Curta:Papagaios de guerra.

SÊMÉIERART-MÉIER — Instinto fatal 14h30. 16h40, 18h50.21 h. (10 anos). Curta: Melodrama, de jorgeMansur.BRUNI-MÉIER — Cicciohna: 15h. 16h30. 18h.19h30. 21 h. (18 anos). Curta. Morangos mofados.do Rubem CorvetoPARATODOS — O casamento dos trapalhõei13h30. 15h. 16h30. 18h. 19h30. 21 h. (Livre).

MRAMOS E OLARIARAMOS — O casamento dos trapalhões 15h.16H30. 18h. 19h30. 21 h (Lrvre)OLARIA — Instinto fatal I4h30. 16h40. 18h50,21 h Curta Santa do maracatu. de FernandoSpencer

Bmadureira eJACAREPAGUÁ

ART-MADUREIRA 1 — O casamento dos trapa-Ihões 14h30. 16h10. 17h50. 19h30. 21h10 (Lrvre)ART-MADUREIRA 2— Vice-versa Ibh. 17b. 19h.21h. (10 anos) Curta Violurb. de CJeumo SegondBARONESA - O casamento dos trapalhões14h20. 16h. 17h40. 19h20. 21h (Livre!BRISTOL — O casamento dos trapalhões 14h50.I6b30. 19b10. 19b50. 21K30 (Livre)MADUREIRA-t — Luar sobre Parador 14b30.16b40. 18b50, 21b. {10 anos Cuaa Palãoo Mon-roe. uma época em ruínas, de Céiso GonçalvesMADUREfRA-2 — As aventuras de Chatran

14h 10. 16h. 17h50. 19h40. 21h30. (Livro) Curta:Papagaios de guerra.MADUREIRA-3 — Instinto fatal 14h30. 16h40,18h50.21 h. (Manos). Curta: Memórias de sangue.

Bcampo grandeCAMPO GRANDE — O casamento dos Trapa-Ihões: de 2" a 6*. às 15h. 16h30, 18h, 19h30. 21h.Sábado, domingo o feriado, às 14h, 15h30. 17h,18h30, 20h, 21h30. (Livro).PALÁCIO — Willowna terra da magia: 16h, 18h30.21 h. (Livre). Curta: João Cândido — o almirantenegro

&NITERÓICENTER — As aventuras de Chatran; 14h20. 16b,17h40. 19h20. 21 h (Lrvre) Curta Kultura tá na rua.de Octávio BezerraCENTRAL — Robocop -o policial do futuro 13h30,15h30. 17h30, 19h30. 21h30. (14 anos). CurtaJoão Cândido - o almirante negroCINEMA-1 — Robocop - o policial do futuro. 15h.17h, 19h, 21h (14 anos). A Rocinha tem histórias.de Eunice GutmanICARA\ — Imensidão azul 14h. I6h20. 18h40.21h(Livre) Curta: Papagaios de guerraNITERÓI — Instinto fatal 14h30. 16h40. 18h50.21 h (14 anos). Curta PassageirosNITERÓI SHOPPING 1 - Rambo III. 15h, !7h.19h. 21 h (14 anos). Curta Melodrama, de JorgeMansurNITERÓI SHOPPING 2 — O casamento dos trapa-Ihões 14b. 15h30. 17h. 1BH30, 20b (Lrvre)W1NDSOR — Mmha vida de cachorro. 15b. !7h.19b. 21 h. (Lrvre) Curta: Melodrama. de JorgeMansur

ISsAo gonçaloTAMOtO — Robocop - o pof>oa! do futuro 18^30.20b30. (14 anos) Nem tudo séo flores, de Pau oMaurício Ca das As aventuras de Sérgio Matand-o15b. 16b30 (Livre)

philippe martln 40% MAIS PERTO DE VOCB pnnippe martin I

JORNAL DO BRASIL ROTEIRO. segunda-feira, 30/1/89 o CADERNO B o 5

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A história do

homem errado

Rogério Durst

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MA noite de suspense. ABandeirantes oferece o su-focante O caso da escadaespiral (The spiral stairca-

se, EUA, 1946), de Robert Siodmak,num horário absurdo. Melhor e maisfácil é assistir, na Globo, Sabotador

• (Sabotcur, EUA, 1942), de AlfredHitchcock: um dos primeiros filmesamericanos em que o mestre do sus-pense pode exercer plenamente seuestilo. Que pode ser conferido naíntegra, com som original e le-gendas.Em 1939, o produtor David O.Selznick levou o inglês Alfred Hitch-cock para Hollywood, sob um con-trato de US$ 800 mil por cinco fil-mes. O primeiro filme do cineasta naterra dos bravos foi Rebecca, a his-tória de um dramático equivoco ro-

, mântico que só a mão perversa dodiretor conseguiu tornar numa obraresistente ao tempo. Apesar do su-cesso do filme, Selznick resolveu"emprestar" seu protegido à United

.. .Artists. Sob a produção de WalterWagner, Hitch fez Correspondenteestrangeiro (Forcign correspon-dent), de 1940. Foi o primeiro filmehitchcockiano de Hollywood. O que""Sipiifica perseguições, tensão, an-gústia, medo e suspense constantes.

Depois o mestre fez uma...comé-dia: Um casal do barulho (Mr. andMrs. Smith) e outro dramático-

equivoco-romântlco chamado Sus-peita (Suspicion), de 1941. Este últi-mo era para ser um filme de suspen-se mas gorou por uma imposição daR.K.O., que não admitia Cary Grantnum papel de assassino. Sabotador,concebido como uma contribuiçãoao esforço de guerra americano, aca-bou se tornando a oportunidade docineasta de voltar ao seu gênerofavorito. Com uma inestimável aju-dinha de Dorothy Parker no roteiro.

Sabotador é a velha história dohomem errado, de que Hitch tantogostava. Robert Cummings é acusa-do de sabotagem e foge para provarsua inocência. Uma tarefa dificulta-da pelo fato de estar algemado àloura Priscilla Lane, que o acreditaculpado. A inseparável dupla revelaum fôlego impressionante e não pá-ra ao longo de 108 minutos de filme.As rusgas entre o casal providen-ciam os ângulos de amor e humortão caros ao cineasta. O resto é umaangustiante e interminável perse-guição, que acaba espetacularmen-te na Estátua da Liberdade.

Um filme menor mas excelente. Ecomo quase todos do diretor, temdentro dele uma seqüência aindamais perfeita do que o restante:quando Barry e Pat — Robert ePriscilla — se refugiam num vagãode aberrações de um circo. E estasse revelam demasiadamente hu-manas.

ÍCANAL 2 — TV Educativa

A TV Globo exibe hoje, em versão original comlegendas, Sabotador: de Alfred Hitchcock

®OS FULJMESPUNHOS DE AÇOTV Globo — 14h20

,n Ação (Any wich way you can) deBuddy Van Horn. Com Clint East-wooii, Sondra Locke, Rulh Gordon,Harry Guardino e William Smith. Pro-dução americana de 80 (lllm). Cor.Notório pugilista (Eastwooci) recusa-se a continuar lutando, e para obriga-lo a enfrentar seu pupilo (Smith), em-presario incscrupuloso IGuardino)rapta uma cantora (Locke), noiva dolutador. F.stc caçá-nigueis foi concebi-do e executado para faturar em cima- do sucesso de Doido para brigar,louco para amar (Every wich waybut loose), no qual o mesmo atorvive o mesmo personagem. Ape-

sar do oportunismo tem lá seuinteresse.

GRITO DE GUERRATV Corcovado — 21h30

¦ Guerra (Cry of battle) de Irving Ler-ner. Com Ven Heflin, Rita Moreno eJames MeArthur. Produção america-na de 63 (99m). Cor.Durante a 2o Grande Guerra dois ame-ricanos enfrentam os invasores japo-nenses nas Filipinas. Este filme, roda-do em Manila, tem bonitas paisagens epouco mais que isto.

SABOTADORTV Globo — OhlOn Suspense (Saboteur) de Alfred Hit-

chcock. Com Robert Cummings, Pris-

cilla Lane, Otto Kruger e NormanLloyd. Produção americana de 42(108m) . P&B.Operário (Cummings) é acusado desabotar uma fábrica de armamentos,matando muitos, inclusive seu melhoramigo. Ele foge buscando provar suainocência e encontrar o verdadeiroculpado.

OS HERÓIS DE SHAO LXNTV Bandeirantes — Ih

a Kung fu (Shaolin heroes) de YangTsing-Chen. Com Lee Lai Ten e TsaiKim Ho. Produção de Hong Kong de 80(93m). Cor.Princesa mongol disputa com váriosoutros aventureiros a posse de uma

espada mágica que torna invencívelseu dono.

O CASO DA ESCADA ESPIRALTV Bandeirantes — 3h

¦ Suspense (The spiral staircase) deRobert Siodmak. Com DorothyMeGuire, George Brent, Ethel Barry-more e Kent Smith. Produção ameri-cana de 46 (83m). P&B.Jovens com deficiências físicas são as-sassinadas por maniaco, e uma moçamuda (MeGuire) acaba descobrindo aidentidade do homicida. Bom, nestefilme o assassino é um tanto óbvio e omistério se esgota rápido. Mas o climade medo contruido pelo roteiro de MelDinelli e a direção de Siodmak é per-feito. O filme è um clássico do suspensehollywoodiano.

3—*

UM ALÔ DE VERÃO — Show com Noy Matogros-so. o pianista Joáo Carlos dc Assis Brasil, a dupla docantoras Luli e Lucina, a cantora Joyce o o instru-.. monlisla Nilson Chaves. Às 21h30, no Circo Voa-j- dor. Lapa. Ingressos a NCzS 2.50.

ALMA DO BRASIL — Show da cantora BethCarvalho acompanhada do conjunto. Teatro JoáoCaetano, Pça. Tiradentes,s/n° (221-0305). De 2a a'IK' 6,\ às 1Sh30. Ingressos a NCzS 1,00. Ató dia 3 demarço.SEIS E MEIA DA ASI — Homenagem ao cantorFrancisco Alves por Romeu Fernandes Às 18h30,na Rua Araújo Porto Alegro. 71/9°. Ingressos aNCz$ 0.40.OSWALOO MONTENEGRO - SÓ — Apresentaçãodo cantor, compositor e violonista. Canccão. Av.Venceslau Bra2. 215 (295-3044). 2se 3 '. às 21h30.Ingressos a NCzS 5.00. mosa lateral e a NCzS 8.00,mesa central Ató amanhã.

_ DEUA-FLOR - Apresentação da Escola de SambaBeija-Flor de Nilópolis com mostre-sala, porta-bandeira, passistas, ritmistas e destaques. Morroda Urca, Av Pastour. 520 1541-3737). 2a e 5a. às22h30. Ingressos a NCzS 15.00, por pessoa.2° SALÃO CARIOCA DE HUMOR Show com oscartunistas Paulo e Chico Caruso acompanhados dabanda Avenida Brasil. As 21h, na Casa dc CulturaLoura Alvirn. Av Vieira Souto, 176 (227-2444)

mBARESJAZZMANIA SINGS THE BLUES — Apresentaçãoda banda Mídnight Blues Band. 2' o 3a, às 23h, noJazzmania, Av Rainha Elizabeth, 769 (227-2447),Couvert a NCzS 3.00. Último diaTONI COSTA - Show do guitarrista e compositoracompanhado de banda 2a o 3a. às 22h, no Rio JazzClub, Hotel Meridien. Rua Gustavo Sampaio. Cou•vert a NCzS 3.00.PAULO ZDAN — Apresentação do cantor e guitar-rista acompanhado de conjunto Todas as segundase terças-feiras, às 22h, no Alô Alô. Rua B.irío daTorre. 368(521-1460). Couvert a NC/S 2.00 Ultimod»aGUILHERME VERGUEIRO E ROSA MARIA —

__ Apresentação do pianista tendo como convidada acantora Mistura Fina do Ipanema, Rua GarciaD'Ávila. 15 (267-6596) De dom a 6'\ às 23h e»i30 Couvert a NCzS 7.00

TEATRO — Música ao vivo a partir das 22h De 3a adom . Gioconda Vettori (teclado e voz); do 2a a sàb..Ritah (voz) e conjunto; dom. e 2a, Moacyr Luz (voz eviolão). Rua Vinícius de Moraos. 118 (267-1245).Sem couvert. Consumação a NCzS 5,00.

POKER BAR — Programação: de 3a a dom, opianista D'Ángelo. Às 6ds e sàb a cantora Cacy.Couvert a NCzS 0,80. Rua Almte. Gonçalves, 50(521-4999)FESTIVAL DE BANDAS — Apresentação de Q59,Ao redor da alma o La palme. Às 21h, no Viro daIpiranga, Rua Ipiranga, 54 (225-4762). Ingrossos aNC/$ 2.50

DESGARRADA — Apresentação dos cantores Ma-ria Alcina e Antônio Campos (do 2a a sáb.) eFernando Morais (do 5a a sáb). Do 2a a sáb. ás22h30. Couvert de 2 ' a 4a a NC?$ 2.50; do 5a a sábe vesp. de feriado a NCz$ 3,00. Rua Barão da Torre667 (239-5746).MANGA ROSA — Programação: do 3a a sàb. apartir das 18h, Roosevelt Tadou o Wanderloy Cha-gas (vozes o violões) e dom o 2a, às 20h. RoosoveltTadou Couvert de NCzS 0,55(dom o 2a). NCzS0,40 (3a o 4a); a NCzS 0,60 (5a) o a NCzS 0,80 (6a esàb). Rua 19 de fevereiro, 94 (266-4996).CÁLICE — Apresentação dos pianistas OsmarMilito o Gilberto Aiban e das cantoras ClarisseGrova o Áurea Martins Do 2a a 5a, ás 22h. NonatoLuiz (violão). De 6a a 2a, Ligia Campos (piano e voz)Consumação do dom a 5' a NCzS 4,00, 6a, sàb evéspera de feriado a NCzS 5,00 Rua Dias Ferreira.571 (274-4946).CASA DA SUÍÇA — Programação do 2a a sáb , apartir das 18h, Carlinhos (piano) e trio formado porRose (voz). Cláudio (contrabaixo) e Jorgo (piano).3^. às 22h. música francesa com Gigi (acordoon).6a. às 22h30. o violonista Manoel da ConceiçãoCouvert a NCzS 0.90 Rua Cândido Mondes, 157(252-51821.

FRIENDS — Show de música country Às 22h30.no Peoplc. Av Bartolomou Muro. 370 (294-05471Couvert a NCzS 2,00

CLÁUDIA COUT1NHO E TUNINHO GALANTE —Apresentação da cantora e do guitarrista Todas asterças-feiras, às 19h. no Aduana. Rua da Alfândega.43 Couvert a NCzS 1.20. Ató dia 31

Ví![RECOMENDA

NOVOS NOVOS 89 — Coletânea de 50 obras,entre esculturas, pinturas, objetos e instalações,de 15 novos artistas. Galeria dc Arte CentroEmpresarial Rio, Praia de Botafogo, 228. De 2a a6a, das 13h às 19h. Sábado e domingo, das 13hàs 18h. Até dia 12 de fevereiroAntologia visual que reúne trabalhos de 15jovens pouco conhecidos, mas que os cura-dores acreditam estarem no ponto para fazorparte da próxima fornada de artistas plásticos dopaís. Nas edições anteriores do evento, isto nãoestava muito longe da verdade e, mesmo quenem todos cumpram as promessas, vale a penadar uma espiada.

RENATO CABRAL — Pintura sobre pedra. Bibliotc¦ca Pública do Rio de Janeiro, Av. Presidente Vargas,1.261. De 2a a 6a. das 10h às 21 h. Último diaHISAO OHARA — Esculturas. Realidade Galeria deArte, Av. Ataulfo de Paiva, 135/226. Do 2a a 6a, das11h às 20h. Sábado, das 11 h às 16h. Ató amanhãESPAÇO FOTO E POESIA — Exposição com fotosde Marcelo Duarte e poemas de Daniel PolizBiblioteca Pública do Rio do Janeiro, Av. PresidenteVargas, 1.261. De 2a a 6a. das 9h às 22h. Atéamanhã. Entrada franca1" EXPOSIÇÃO DE LIVROS E VÍDEOS DE CUBA— Exposição com 600 títulos abrangendo Arte eLiteratura, Ciências Sociais, Política e História.Biblioteca Pública do Rio de Janeiro. Av PresidenteVargas. 1 261 De 2aa 6a. das 10h ás 18h30. Às 2a.

4a o 6a, a partir das 12h serão exibidos vídeos. Atéamanhã.PHOTO COPY-ART: VIVENDO O PLANETA —Fotografias de Gorki Kern e Laura Pedrotti. Galeriade Arte do IBEU. Av. N.S. de Copacabana, 690 • 2oandar. De 2a a 6a. das 12h às 21 h Até dia 3 defevereiro.COSME MARTINS, SÉRGIO NICULITCHEFF EVERA RODRIGUES — Pinturas. Pequena Galeriado Centro Cultural Cândido Mendes, Rua da As-semblôia. 10. De 2a a 6a, das 11h às 19h. Até dia 3de fevereiro.NA FORÇA DA LUA — Coletiva de arte popular.Tríade Galeria, Av. Epitãcio Pessoa, 1 264. De 2a a6a. das 14h às 22h. Sábados, das 10h às 13h. Atédia 3 de fevereiro.PRÊMIO ESSO DE FOTOGRAFIA - Exposiçãocom 50 fotos jornalísticas do acervo Prômio Esso,desde 1960. Funarte. Rua Araújo Porto Alegre, 80.De 2a a 6a, das 10h às 18h. Até dia 24 do feveiro.ÁFRICA-BRASIL — MATRIZES DA CRIAÇÃO AR-TÍSTICA — Peças em madeira, metal, marfim etecido de diversos grupos culturais negros. SalaClarival do Prado Valadares do MNBA. Av RioBranco, 199, Do 2a a 6". das 11h às 17h. Até dia 24de fevereiro.SALVADOR DALI — Gravuras. Place des Arts, AvCopacabana, 313 Diariamente, das 9h ás 22h. Atédia 25 de fevereiro.V EXPOSIÇÃO DE FANTASIAS DE LUXO —Exposição com 22 fantasias e máscaras promiadasnos Carnavais. Shopping Cassino Atlântico, Av.Atlântica. 4.240. De 2a a sábado, das 9h30 às 20hAté dia 25 de fevereiro.

EÍEUUBEr

M0£jJáJíJ£7I5£J0^

:frCHAPEUZSNHO VERMELHO — Tc.to e d rroçâode Jayr Pinheiro Teatro Brigitta Blair 1. Rua Miguel Lemos, 51 (521-2955) 2' e 4a. às 17h Ingressos a

NCzS 1.00

ROCK NO VERÃO — Exibição do vídeo Judaspnest tive, com Judas priest. Hoje, às 12h 15.14h15, 16h15, 18h15. no Cândido Mendes. Rua 1ode Março. 101

j—

DANÇANDO O BRASIL — Espetáculo do Grupo deDança Tropeiros da Borborema. Campina Grande,sob a direção de Gerson de Oliveira Brito. TeatroCacilda P.ecker. Rua do Cateto. 338 (265-9933)Hoje. âs2!h, sessão extra Ingressos a NCzS 1.50 eNCzS 1.00. classe artística

JORNAL DO BRASIL

GoWen Cross APHtSENTAGoverno, pohticos, autondade: IVfeu Qlierido ITientirOSO.

Cinsri'" * JEROME KILTY * BARBARA HEUODORA

Jorge,um Brasileiro tSidcdp RjT8MBERG gX BRITTO

n.i , .... i,.»I D,B|CV WOLF MAYATO a • • TEATRO DOS 4

Apieius ;As cronicos com sabor especial.

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1AM 94 O KHz ESTEREO«JTJI Jornal do Brasil Informa — do 2* a 6*. às7h30, 12h30, 1 Hh30 e 0h30; sáb . dom. e feria-doa. às Rh30, 12h30. 18M30 e 0h30ftopórtor JB — do 2a a dom. informativo àshoras certas.JB Noticias — de 2* a 6* informativo à« meiashoras.Além da Noticia — do 2* a 6a. às 7h55. comSônia CarneiroMomento Econômico — de 2* a 6*. As 8h 10, comArnaldo César RicciNo Mundo — de 2* a 6*. as 8h2f>. com WilliamWaackNas Entrelinhas — dc 2" a 6*. às 8h35. com JoàoMáximo.Panorama Econômico — de 2* a 6a. as 8h45.informativo econômicoVia Preferencial — de 2a a 0a. às OhlO. comCelso Franco.Corrospondtjnt* em Paris — de 2a a 6\ às 9h30 e12h30. com Reale Jr.Os Rumos da Política — de 2a a 6*. as 9h40. comRogério Coelho NetoEncontro com a Imprensa — de 2a a 8a. as 13hArte Final — Variedades — de 2a a 6a, as 22h.com Luiz Carlos SaroldiSom Latino — sàb . ás 21 h. com Márcia Rodri-puesArte Final Jaxa — dom. às 22li. produção deCeho AIzer e J Carlos Apresentação dc Mau ri-cio Fiarucuredo.ÜFiVf ESTÉREO 99,7 MHz

HOJE

8h 158h308h459h9h15

9h45

10h 1511 h

11h3012h12h45

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL —DidáticaTELECURSO 1o GRAU — Aula deLíngua PortuguesaTELECURSO 2o GRAU — Aula deFísicaCATA VENTO — InfantilSÍTIO DO PICAPAU AMARELO —Infantil. Episódio da semana: Viagemao céuCANTA CONTO — Jogos sonoros.Apresentação de Bia Bedran. Históriade hoje: O pato poliglotaCINEMIM — Desenhos animados enoticiário para criançasUMA PITADA DE SORTE — Progra-ma infantil com Rubens Corrêa, ítaloRossi , Sérgio Brito e Alice ReisAVENTURAS NA ANTÁRTICA —DocumentárioDOCUMENTÁRIOSTOME CIÊNCIA — Noticias e repor-tagens sobre ciência e tecnologia noBrasil e no exterior.

13h 15 CABEÇA FEITA — Debates com te-mas de interesse para adolescentes.Apresentação de Bussunda. Tema dehoje: Doenças venéreasCINEMIM — Desenhos animados enoticiário para criançasCANTA CONTO

13h45

_14h30MCANAL 4 — TV Globo

15h SÍTIO DO PICAPAU AMARELO15h25 DEFESA DO CONSUMIDOR —

Apresentação de Nina Ribeiro15h30 VIVER — Debates de interesse para

a família. Apresentação de HalinaGrynberg.

16h SEM CENSURA — Debates de as-suntos em evidência. Apresentaçãode Lúcia Leme.

19h MPB — VAI PASSAR — Hoje: NaraLeão e Roberto Menescal

20h EU SOU O SHOW — Perfil comMartinho da Vila (1" parte)

20h30 ABRINDO O JOGO — Produção daTVE do Maranhão

21h05 RIO NOTÍCIAS — Noticiário local21h25 JORNAL VISUAL — Noticiário dedi-

cado aos surdos-mudos21h30 JORNAL DA REDE BRASIL — NOI-

TE - Noticiário nacional e interna-cional

22h30 REPÓRTER ECONÔMICO — Infor-mes sobre economia

22h45 OS ANOS 30 — Documentário: OOcidente quebrou - anos de amargu-ra e esperança (5° episódio)

23h45 1989/54 MINUTOS — Entrevistas.Apresentação de Dulce Monteiro.Convidado de hoje:Daniel Filho

6h30 TELECURSO 2o GRAU — Educativo 18h507h BOM DIA BRASIL — Entrevistas

políticas7h30 BOM DIA BRASIL — Reprise 19h458h XOU DA XUXA — Infantil. Apresen- 20h

tação de Xuxa.12h25 RJ TV — Noticiário local 20h3012h40 GLOBO ESPORTE — Noticiário es-

portivo13h HOJE — Noticiário, agenda cultural eentrevistas 21h20

13h25 VALE A PENA VER DE NOVO —Reprise da novela Gabriela 22h30

14h20 FESTIVAL DE FERIAS — Filme: Pu-nhos de aço

16h20 SESSÃO AVENTURA — Guerra dosSexos. Reprise da novela da novela 23h30de Sílvio de Abreu. Com Paulo Au- 23h35tran, Fernanda Montenegro, TarcísioMeira e Glória Meneses.

17h20 SESSÃO COMÉDIA — Super Gatas 0h05— Seriado.17h55 VIDA NOVA — Novela de Benedito

Ruy Barbosa. Com Yoná Magalhães. Oh 10Paulo José, Carlos Zara e Nívia Maria

BEBE A BORDO — Novela de CarlosLombardi. Com Isabela Garcia. TonyRamos, Dina Sfat e Maria ZildaRJ TV — Noticiário localJORNAL NACIONAL — Noticiárionacional e internacionalO SALVADOR DA PÁTRIA — Nove-Ia de Lauro César Muniz. Com LimaDuarte, Francisco Cuoco, Betty Faria,Luiz Gustavo e José WilkerO HOMEM DA MÁFIA — Seriado,Episódio: O filho pródigoFESTIVAL DE VERÃÒ — 4 chavepara Rebeca. Minissérie em três ca-pítulos, de David Hemmings. (1o ca-pítulo)RJ TV — Noticiário localJORNAL DA GLOBO — Noticiário.Comentários de Paulo HenriqueAmorim e Paulo FrancisGLOBO ECONOMIA — Informeseconômicos. Apresentação de LilianWitte FibeCINECLUBE — Filme: Sabotador (le-gendado)

ÍCANAL 6 — TV Manchete7h30 PROGRAMAÇÃO EDUCATIVA8h SAO PAULO/ MANCHETE ECONO-

MIA — Jornalístico8h30 BRASÍLIA — Jornalístico9h RIO — Jornalístico9h30 REPÓRTER MANCHETE — Noticiá-

rio nacional e internacional„10h JASPION — Seriado

10h30 CHANGEMAN — Seriado11 h AUTOMAN — Desenho. Episódio:

O maior astro de Hollywood11 h55 FERAS DO CARNAVAL — Boletim12h MANCHETE ESPORTIVA — 1o

TEMPO - Noticiário esportivo12h30 ESQUENTANDO OS TAMBORINS— Boletim do Carnaval12h35 JORNAL DA MANCHETE — EDI-

ÇÃO DA TARDE — Noticiário nacio-nal e internacional

13h CORPO SANTO — Reprise da nove-Ia de José Louzeiro. Com Lídia Bron-di, Reginaldo Faria e Cristiane Torloni.

14h MULHER 89 — Programa feminino.Apresentação de Celene Araújo

16h FANTASIA — Boletim do carnaval16h05 AUTOMAN — Seriado. Episódio: O

herói embalado

17h CLUBE DA CRIANÇA — Infantil.Apresentação de Angélica

19h25 FERAS DO CARNAVAL — Boletim19h30 JORNAL LOCAL — Noticiário19h50 ESQUENTANDO OS TAMBORINSBoletim do carnaval19h55 MANCHETE ESPORTIVA — 2o

TEMPO — Noticiário esportivo20h20 MOMENTO ECONÔMICO — Infor-

mes econômicos20h30 JORNAL DA MANCHETE — 1° EDI-

ÇÃO — Noticiário nacional e interna-cional

21h25 HELENA — Reprise da novela deMário Prata. Com Luciana Braga,Thales Pan Chacon, Gian FrancescoGuarnieri, Zezé Motta e Buza Ferraz

22h15 ESQUENTANDO OS TAMBORINSBoletim do Carnaval22h30 ELA & ELE — Entrevistas com Leila

Richers e Miele23h40 FANTASIA — Boletim do carnaval23h45 JORNAL DA MANCHETE — 2" EDI-

ÇÃO — Noticiário nacional e interna-cional

Oh 15 JORNAL LOCAL — Noticiário0h30 ESPORTE E AÇÃO — Noticiário es-

portivoÍCANAL 7 — TV Bandeirantes

7h

7h30

7h35

8h9h30

10h

11h11h5512h12h30

13h13h15

COZINHA MARAVILHOSA DAOFÉLIA — Culinária com Ofélia

BRASIL HOJE — Noticiário com en-trevistas. Apresentação de TamaraLeftelFORÇA VERDE — Informativo sobreo campo. Apresentação de LuizNassifDINHEIRO 1" EDIÇÃO — Informeseconômicos. Apresentação de LuizNassif e Marília StabileDIA-A-DIA — Variedades. Apresen-tação de Baby Garroux e Ney Galváo"021 -

iFÉL,AnunciatoMEU PÉ DE LARANJA LIMA —Novela de Ivani Ribeiro. Com CristinaMulins, Alexandre Raimundo e Dioní-sio AzevedoO BARCO DO AMOR — Seriado.Episódio:BOA VONTADE — ReligiosoBANDEIRA 1 — Informativo. Apre-sentação de Nei Gonçalves DiasESPORTE TOTAL — Programa es-portivo. Apresentação de Luciano doValle. Juarez Soares. Sílvio Luiz, EliaJr, e Elis MarinaCOZINHA SÓ-COCO — Culináriacom AnagéPROGRAMA EDNA SAVAGET —Variedades. Apresentação de EdnaSavaget

14h 15 CIRCO DA ALEGRIA — Infantil.Apresentação dos palhaços Atchim eEspirro

16h30 CAVALO AMARELO — Novela. Re-prise da novela. Com Dercy Gonçal-ves e Márcia de Windsor

17h30 CANAL LIVRE — Entrevistas comGilse Campos e Humberto Borges.Tema de hoje: Carnaval

19h25 JORNAL DO RIO — Noticiário local19h40 AGRO JORNAL — Informativo sobre

o campo. Apresentação de MuriloCarvalho

19h45 JORNAL BANDEIRANTES — Noti-ciário nacional e internacional

20h30 DALLAS — Seriado21 h30 COPA PELÉ — Hoje. Brasilx Uruguai23h30 JORNAL DE VANGUARDA — Jor-

nalismo comentado. Apresentaçãode Doris Giesse e Rafael Moreno

Oh FLASH — Entrevistas com AmauryJr.

1h VERÃO VIVO/KARATÊ — Filme:Os heróis de Shaolin

3h VERÃO VIVO/PRETO E BRANCO— Filme: O caso da escada espiral

ESCANAL 9 — TV Corcovado9h9h209h3010h10h 1510h2510h40

10h5511h4012h13h

14h14h3014h4515h

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL -EducativoO GÊNIO MALUCO — DesenhoIGREJA DA GRAÇA - ReligiosoPOSSO CRER NO AMANHA — Reli-giosoPALAVRAS DE VIDA — ReligiosoVIVA COM SAÚD.E — InformativoMEDIUNIDADE — Religioso Apre-sentação de Átila NunesCENTRO DE CONVENÇÕES EVAN-GÉLICAS — ReligiosoO GÊNIO MALUCO DesenhoRECORD EM NOTÍCIAS — Noticiá-rio nacional e internacionalSOM NA CAIXA — Musical Apre-sentação de Cidinho Cambalhota eEloy DecarloEM TEMPO — Variedades Apresen-tação de Robert MilostA MODA DA CASA — Culinária comEtty FraserO GÊNIO MALUCO — DesenhoANGEL — Desenho

15h30 RIO TURISMO — Programa bilíngüesobre turjsmo no Rio

18h30 VIBRAÇÃO — Musical e competi-ções esportivas para jovens. Apre-sentação de Cesinha Chaves. Hoje:Campeonato Sundek Classic de surf19h PROGRAMA DA NOITE - Entrevis-tas com Léa Penttheado. Convidadade hoje: Alcione

19h45 OS GAROTINHOS — Seriado20h15 ARTE É INVESTIMENTO - Apre-

sentação de Soraya Cais20h20 INFORME ECONOMICO — Notícias

do mercado financeiro. Apresentaçãode Nelson Priori

20h30 PROGRAMA SIDNEY DOMINGUES— Entrevistas e debates21h30 SESSÃO VISTA CHINESA — Filme

Grito de guerra23h30 0 RIO Ê NOSSO InformativoApresentação de Murillo Neri0h ÚLTIMA PALAVRA — Religioso

0h05 RIO TURISMO — Programa bilíngüesobre turismo no Rio

MCANAL 11 — TV S7h QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL —

Educativo7h15 EUREKA Educativo7h30 MISSÃO MÁGICA — Desenho8h ORADUKAPETA Infantil Apre-

sentação de Sérgio Malandro10h45 DÓ, RE. Ml, FA, SOL. LA, SIMONY— Infantil. Apresentação de Simony12h22 CHAVES - Seriado12h47 BOZO - Infantil Apresentação do

palhaço Bozo15h30 SHOW MARAVILHA — Infantil

Apresentação de Mara17h30 FLASH Noticiário local (dentro do

programa Show Maravilha)18h FLÁSH Noticiário local (dentro do

programa Show Maravilhat18hl0 DUCK TALES OS CAÇADORES DEAVENTURAS Desenho

18h4519h08

19h1019h4520h1521h2021h3023h3023h350h300h45

JORNAL LOCAL — NoticiárioECONOMIA POPULAR/PERGUNTEAO TAMER — Informativo econô-micoTJ BRASIL — Noticiário nacional einternacionalCHAVES - SeriadoMIKE HAMMER - SenadoTOM E JERRY — DesenhoSEMANA SÉRIE Lace Minissérieem três capítulos, de Billy HaleFLASH — NOTÍCIAS DE 1' PÁGINA— NoticiárioBELLAMY —SeriadoNOTICIAS DE 1* PAGINA — Princi-pais noticias do diaISTO E BRASIL — Informações tu-risticas Apresentação de HumbertoMesquita

ÊãCANAL 13 — TV Rio7h PROGRAMA EDUCATIVO7h30 HORÁRIO EVANGELICO — Re!.-

ÇJfOSO8b REENCONTRO - Debates conduzi-dos peto Pastor Fanmi9- HIT PARADE• Oh SOM E ENERGIA I — Musical eentrevistas. Apresentação de Adnana11K15 RIO MULHER — Programa fem -,no13h RÍO URGENTE - 'ólaates/Apre*

""30 SOM E ENERGIA II Mus«a: een?revts?as. Apresentação de Adnana

19h HIT PAREDE II — Par musicai.Acresentaçáo de Mana Luca Prio* >20h CLUBE DO TREZE — EsportivoApresentação de José Roberto Te-desço2?h!5 CINE RIO - Fsime a programar23b PLANO GERAL - Jorna smo Apre-

sentação de Tamara Leftel. BrunoTfrys, Israel Tgtjak e Luíz FernandoGomes

0hl5 OS REPÓRTERES DO RIO — Jorna-

RIO VIP turas e soeial

Roberto

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Lightnin' Hopkins: saindo do esqueci-mento

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Lightnin' Hopkins: saindo do esquecimento

1) Sambas de enredo do Grupo IA Vários (1/7)2) Sedução Simone(5 8)3) Angélica Angélica (4 8)4) Furacão 2.000.... Vários (6 5)5) Vale tudo — Internacional Vários (2/17)6) Canto pra gente cantar Agcpè <0 2)7) Roberto Carlos Roberto Carlos <3'8)8) Obsceno Wando (0 0)9) O tempo não pára Cazuza (0 0)

10) Introspective Pet Shop Boys (7 4)

¦ Fonte: Nopem. O primeiro número entre parênteses indicaa colocação do disco na semana anterior. O segundo, háquantas semanas o disco está na relação dos mais vendidos,mesmo não seguidamente. Sairam: Tracy Chapman. Aqua-rela brasileira (Emílio Santiago) e Bebê a bordo — Interna-cional. Entraram: Obsceno e O tempo náo pára Voltou:Canto pra sente cantar

0 CIDADEli Marvin Titãs2i O tempo Sandra de Sá e Titãs3> I.ua e flor Oswaldo Montenegro4i Verão Cidade A Turma da Cidade5i Fast car Tracy Chapman6) O tempo não pára Cazuza7i Filha daquilo Ultraje a Rigor8> Did it ali roK love Phenomena II9) Camila, Camila Nenhum de Nós

10) Domino dancing Pet Shop Boys

h FM 105li Baby can I hold vou? Tracy Chapman2) Fui eu José Augusto3) Caça e caçador Fábio Jr.4í lirula an.siedade Dominó5» Vou de táxi Angélica6l Chuva fina Robby7» Se voeè disser que náo me ama Roberto Carlos8» Ritual Wando9i Separação Simone

10) Romance no deserto Fagner

n Estados Unidos/ Pop (LPs)

1) Don't be cruel — Bobby Brown2) Appetite for destruction — Guns n' Roses3) Traveling Wilburys — Traveling Wilburys4) Open up and say ...ahh — Poison5) Gn'R lies — Guns n' Roses

b Estados Unidos/ Country (singles)

1) What I'd say — Earl Thomas Conley2) Song fo the South — Alabama3) Burnin" a hole in my heart — Skip Ewing4) Big wheels in the moonlight — Dan Seals5» I sang Dixie — Dwight Yoakam

¦ Estados Unidos/Latinos (LPs)1) Desde Andalucia — Isabel Pantoja2) Como tu mujer — Rocio Durcal3) Roberto Carlos — Roberto Carlos4) Boca rosa — Angela Carrasco5) Con todos los sentidos — Braulio

¦ Inglaterra/ LPs

1) The Innocents — Eraãurc2) The legendary Roy Orbison — Roy Orbison3) Kylie — Kylie Minogue4> Greatest hits — Fleetwood Mac5) The best of Andrew Lloyd Weber — Vários

O resgate do

velho blues

semanas —, RCbate de longe seutradicional con-corrente: JúlioIglesias figura na22" posição dessamesma lista pu-blicada pela re-vista Billboard.A força de Rober-to Carlos no exte-rior talvez ajude aeliminar os focosde subversão queele vem enfren-tando no Brasil.Seu último LPnacional, apesarde já ter 1,2 mi-lháo de exempla-res vendidos, não

FAIXA QUENTE

DISCOS/Os mais vendidos

OS DONOS DO SUCESSO/ Roberto Carlos

O rei da América

Carlos: candidato ao Grammycom 500.000 LPs vendidos fora do Brasil

Fontes Billboard, Mcfody Maker e agência UPI

A semente do

rock está viva,

e germinaem cinco

1 £in çam en tos

recentes

rockabiüy

Cotações: • ruim ir regular ir+ bom ir ir ir ótimo ir it ir ir excepcional

RÁDIO/As mais tocadas OUTRAS PARADAS

Embora tenham le-gado contribuições vi-

principal sócio da Bragab[|| Transportes Industriais

Ltda. anda rindo à toa: 30discos depois de conquistar o Bra-sil, consolidou seu império por todaa América Latina, ocupando os pri-meiros postos nas paradas de diver-sos países hispânicos com o LPRoberto Carlos 88, todo em espa-nhol (500.000 cópias vendidas emdois meses). Esse disco é também aarma para a próxima batalha dorei, marcada para o próximo dia 22de fevereiro, data da entrega doGrammy, o prêmio mais importan-te da indústria fonográfica.

Quando os apresentadores dafesta de entrega do Grammy anun-ciarem o vencedor da categoria me-llior performance pop latina, o reibrasileiro poderá vir a ter os EUA aseus pés.No Shrine Auditorium, emLos Angeles, — o mesmo espaçoonde acontece a entrega do Oscar— estarão brigando com RobertoCarlos: Raphael, com o LP Las apa-rencias enganan, José Luiz Perales,com Suenos de libertad, Dyango,com Cae la noche, e José José, como LP Soy asi. Roberto, no entanto,não subirá ao palco para receber oeventual prêmio: estará cantandopara seus súditos na noite de encer-ramento do Festival de Vina deiMar, no Chile.

Em terceiro lugar nas paradasmusicais latinas nos EUA— queele invadiu há 21

Seiva de

Tárik de Souza

AO balanço das horas, lá se vão 35

anos de raízes rock enroladas nocountry, blues e boogie woogie.

O rockabilly está para o rock'n rollnuma conexão parecida do dixielandcom o jazz. Apesar de datado, o estilocontinua vivo, (p)ululando. Pode-seapreciá-lo puro, caubói, na série da Bra-sidisc de discos recém-editados de JerryLee Lewis (and his pumping piano),Carl Perkins (Rocking guitarman), BillyLee Riley (The legendary Sun perfor-iners) e a trilha do filme Rock, rock,rock (com Chuck Berry, The Moonglowse The Flamingos), na maioria gravaçõescatapultadas dos 50. Mas também épossível sorver o rockabilly, literalmen-te, on the rocks na estréia do inglêsGuana Batz (Live over London, Stilet-to) que aplica de satanismo e corrosão otravesso rockabilly dos primórdios. Aosberros e estilhaços, o psichobilly tocaem frente a tradição dos desbravadoresde guitarras uivantes e bateria marcadana caixa.

O cavalariço do piano, (que costumatrotar nas teclas com suas botas devaqueiro) Jerry Lee Lewis, The killer,ficou conhecido como o pistoleiro quecasou com a priminha (de 13 anos) e nãofoi ao cinema. No auge do sucesso, aos22, o clássico Whole lotta shakin' goin'on nas paradas, Lee Lewis viu seu pres-tígio ser abatido a tiros na América dospilgrims, por sua transgressão resolvi-da na Vara das Famílias. Uma penca decasamentos depois, um filho morto deacidente, outro afogado como uma dasmulheres (a seguinte se foi por overdo-se), o killer ainda justificou o epitetoassassinando, por engano, um baixistade sua banda. De troco, anos imerso emálcool, drogas, úlcera perfurada e umadas carreiras mais irregulares do rock-biz. Jerry Lee Lewis and his pumpingpiano, sem a data da gravação (no len-dário Sun Studio de Sam Philips, emMemphis, Tennessee), reconstitui partedesse roteiro bêbado entre o Hong Kongblues agalopado, o swing obcecado deWhole lot of twistin' e a selvageriaprecursora dos punks da vida (Wild one- real wild child).

O quase desconhecido Carl Perkinsficou na sombra de seus maiores intér-pretes, Elvis Presley (Blue suede shoes)e Beatles (Matchbox, Honey don't). Maspoucas eminências pardas conseguiramtal poder de influência no cenário rock.Incluído no documentário The otherside of Nashville e no disco antologiaClass of 55, ao lado de Johnny Clash, deJerry Lee e do recém-falecido Roy Orbi-son, Perkins teve sua My old friendgravada por Paul McCartney em 81.Primeiro compositor a quebrar a barrei-ra dos rótulos pop, country e rhythm &blues, emplacando nas três categorias,o emblemático Blue suede shoes comsuas paradinhas rítmicas estratégicas,Perkins também é um cantor pleonásti-co como se ouve em Rocking guitar-man. Em gravações de 55 a 58, Perkinsjoga a voz com estilo. Vale acento coun-try (I care), o rolo compressor do rivalBerry (Roll over Beethovcn) e um mistode rumba/rock em Hcr love rubbed off.Isso sem contar Blue suede e Honeydon't e o triturante rockabilly Bopingthe blues, numa salada estilística aoponto.

tais para a música contemporânea,muitos destes gênios pobres e fiéis àorigem racial foram praticamente ig-norados pela mídia. Robert Johnson,um dos pioneiros do blues, fez apenasduas sessões de gravações em suaconturbada existência — os LPs re-sultantes, porém, são figuimhas fá-ceis na estante de qualquer guitarris-ta de rock. Alguns, seguindo os passosda nata do bebop, acabaram cruzan-do o Atlântico, instalando-se na Euro-pa — que recebeu de portas abertas osvelhinhos ignorados nos EUA.

Champion Jack Dupree, protago-nista do volume um da série Thelegacy, é um destes exilados. Pianistae ex-boxeador, ele tomou-se uma len-da viva por sua sutil fusão de blues ejazz. Memphis Slim, igualmente pia-nista e exilado, é um dos mais dignosrepresentantes do blues de Chicago,corrente que se notabilizou nos anos40. Interpretando clássicos como Eve-ryday I have the blues e I am theblues, ele explora no volume dois aspossibilidades criativas do piano bluenote. O guitarrista Lightnin' Hopkins,por outro lado, nunca saiu dos EUA.Mas só saiu do esquecimento com ovolume três de The legacy, onde des-tila em dez canções extasiantes o me-lhor do blues texano.

Reprodução

lhe garantiu a permanência, sema-na passada, no terceiro lugar entreos mais vendidos do país. O nobrecantor das multidões é atualmenteo sétimo do ranking, desalojadoque foi por, entre outros, a neófitalourinha Angélica.

A CBS já bolou seu plano verãopara voltar a fazer crescer a ima-gem do rei. Vai lançar nas paradasnacionais Si el amor se vá, o maiorhit de seu LP espanhol, versãocheia de balanço de Se o amor sevai feita pelos Sullivans Y Massa-das de lá. A espectativa da grava-dora, com a chegada desta cançãonas rádios e lojas, é de fazer oúltimo LP de Roberto chegar à casados 2 milhões de discos vendidos.Por via das dúvidas, lojas do Rio,como a cadeia Motodiscos, estãovendendo o LP em promoção.

A indicação de Roberto Carlosao Grammy (ao lado de João Gil-berto, indicado para o prêmio demelhor cantor de jazz) lhe dá cadavez mais autoridade. Autoridadepara resistir à última tentação deScorsese ou para apoiar a censura.com que foi saudada a Maria deGodard. Roberto Carlos já tem atéo seu candidato a presidente daRepública. É o empresário AntônioErmírio de Moraes. Mas o trono Jáestá ocupado.

Sérgio Sá Leitão

Com nome de pseudônimo, Billy LeeRiley ficou entre os definitivamente de-serdados da fama (ao contrário de Per-kins, homenageado pela Coca Cola, ehoje à frente de uma entidade benefi-cente de apoio a crianças vítimas deviolência familiar). Nascido em Por-cohontas, Arkansas, em 33, Riley zan-zou pela Sun Records na época de Pres-ley e a classe de 55, com seu Rock withme baby debaixo do braço. Mas nãoemplacou apesar da cara de JamesDean indígena, de malares afundados, ea tendência vocal ventríloqua, que ofazia pular de Gene Vincent para EddieCochran e Johnny Rivers (nas grava-ções mais recentes) em meia dúzia decanções. As faixas do disco The legen-dary Sun performers foram compiladasentre 56 e 69; Riley continuou tentandoo estrelato sem êxito, como "rei dagaita", "chefe do country soai" c mesmoautor de jingles.

Extraída do filme Rock, rock, rock(um longa de 83 minutos assinado porWill Price, em 56) a trilha sonora respec-tiva dá uma geral nos sotaques básicosda época. O rock-balada circuncidadopelos backing vocais comparece nasvozes em bloco e contraponto dos gru-pos The Moonglows (formado em 51 emLouisville, Kentucky) e The Flamingos(de livre trânsito entre o Blue Note deChicago e o Flamingo de Las Vegas). Orock'n roll propriamente dito, ligado natomada de um de seus principais dína-mos, rola a toda nas quatro faixas deum Chuck Berry menos gutural e maisnuançado: Mabellene, Thirty days, Youcan't catch me e Roll over Beethoven.A guitarra fumegante nos desempenhosde Berry contrasta com a cama de pianomartelado (a cortina da época) das bala-das rock, que tem como curiosidade aonomatopéia inventada para os gongó-ricos scats. Há desde barô-barô-barô outiu-tiurá até os corriqueiros úúúú eôôôô, em canções melosas capazes decomparar o amor a uma gangorra esuplicar por perdão, quando "o coraçãoestá a ponto de quebrar".

Pano rápido e um corte para trintaanos depois na Inglaterra, já na ondapsychobilly, um reprocessamento hardcore do rockabilly, após uma fase derevival puramente nostálgica (gruposcomo o Stray Cats, Cramps e Match-box). Entram em cena (aos tropeções,claro) os quatro do Guana Batz (Stu,guitarra; Diddle, bateria; Pip, vocais; eSam, baixo acústico) formado em 82,num pequeno clube do bairro londrinode Feltham. Letras macabras (Rockingin the graveyard, Loanshark), ácidas(King rat, Shake your money maker)cantadas aos espasmos sobre recheio deguitarras reverberadas e bateria centra-da na caixa. Enquanto houver esta sei-va selvagem de rockabilly correndo nasveias, as pedras rolantes não criarãolimo.

Cotações:Jerry Lee Lewis and his pumping piano(Brasidisc):Rocking guitarman — Carl Perkins(Brasidisc): ???The legendary Sun performers — BillyLee Riley (Brasidisc): ?Rock, rock, rock — trilha sonora(Brasidisc):Live over London — Guana Batzletto): ???

renascimento do blues, ban-H Ss deira musical de Robert Cray,

Eric Clapton, Stevie Ray Vau-ghan e companhia, não serve apenaspara preencher um eventual vaziocriativo do pop norte-americano. Emsua esteira, a gênese do blues terminapor ser aos poucos resgatada para ahistória, revelando-se a fonte da eter-na juventude do rock. São poucos osque já escutaram Champion Jack Du-pree, Lightin' Hopkins e MemphisSlim — afinal, eles estiveram sempreà margem da indústria cultural. Otrio, porém, é fundamental — e foiexatamente isto que levou a gravado-ra sueca Sonet a registrar, em 1974,seus testamentos sonoros. O resulta-do está nos três primeiros volumes dacoleção The legacy of the blues, lan-çados esta semana pela WEA. A série,que inclui mais nove mestres doblues, deve aportar integralmente nopaís até o fim do ano.

A origem mais remota do blues édatada: tudo começou quando os pri-meiros navios negreiros apareceramna América. Nas plantações de algo-dão, os negros desenvolveram as suaswork songs, com versos de chamada eresposta, que desa-guaram diretamentenos spirituals e gospclscantados nas igrejasevangélicas. Acompa-nhados de órgãos, oscorais faziam quase queinstintivamente umaponte entre a músicaafricana, baseada emescalas pentatônicas, ea música apreendida nanova terra, baseada emescalas heptatònicas.Desse sincretismo sur-giu a blue note, umainédita subversão daescala tonai européiaque transformou os te-mas religiosos de 12compassos em gêneromusical. Com a disse-minação da guitarraelétrica, no começo doséculo, apareceram noMississipi, no Texas eem Chicago os primei-ros bardos da nova or-dem musical — osbluesmen.

Medeiros: "A mcta 6 polftica c nicu ncgocio agora sao as bases"

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Rio de Janeiro— Sogunda-feira, 30 de Janeiro de 1989

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Gilberto Alves — 2/11 '88

Medeiros: "A meta c política c meu negócio agora são as bases

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Rio do Janeiro — Segunda-feira, 30 do |anolro do 1989

PT vai à Justiça por

direito de repor

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Fatinia Tarei

SÁO PAULO — O Partido dos Trabalha-dores entrará, provavelmente amanhã, comuma ação para que seja declarado inconstitu-cional o artigo 7 da medida provisória 32, queimpede os trabalhadores de recorrerem àJustiça para obter recomposição de salários.A decisão foi tomada ontem pela executivanacional do partido, que interpreta comoinconstitucional esse dispositivo, mantido navotação da madrugada de anteontem peloCongresso, uma vez que o artigo 7, inciso 6",da Constituição, garante a irredutibilidadedos salários, salvo em casos de acordos coleti-vos. Dessa forma, segundo os membros da.executiva nacional do PT, o Congresso nãopode impedir que o Judiciário opine sobre amatéria. A ação deverá ser apresentada pelojurista Fábio Konder Comparato.

O Plano Verão foi o tema da reunião doPT. Os participantes do encontro — HélioBicudo, secretario de Assuntos Jurídicos daprefeitura de São Paulo, Luís Eduardo Gree-nhalg, vice-prefeito, e os deputados federaispaulistas Plínio de Arruda Sampaio, JoséGenoino e Luiz Gushiken — decidiram apoiar

proposta, que a CUT levará à CGT e a toda asociedade, no sentido de que se constitua umgrande fórum nacional de entiddes para discu-tir o plano como um todo e não apenas aproblemática salarial. Nessa cjuestão já há umconsenso dentro do PT: não e possível aceitaras perdas salariais. "Não concordamos com oprincípio de média, porque ela implica perdasalarial", enfatizou Gushiken. Para os mem-bros do PT, a medida substitutiva, aprovadapelo Congresso, dando uma compensação aossalários de janeiro, apenas admite perdasneste mês, quando é preciso recuperar todasas perdas do ano passado.O PT só aceita a idéia de congelamentodos salários se for considerado o poder aquisi-tivo dos mesmos na última data base. Por isso,além da ação de inconstitucionalidade, o par-tido tem algumas frentes de luta no âmbito doPlano Verão — como um projeto de lei, a serapresentado no Congresso, para evitar perdassalariais, ou o apoio às propostas das centraissindicais, que estão tentando unificar umadata para a greve geral. "O

problema dopacote é que ele estabeleceu salários pelamédia, e isso para nós é inadmissível, porque,somando ao que dispõe o artigo 7, impede queos trabalhadores recuperem suas perdas sala-riais", concluiu Gushiken.

CUT quer recuperar perdasSÁO PAULO — A reposição salarial aprovada

na madrugada de anteontem pelo Congresso co-brindo a diferença entre a URP e o 1NPC nossalários de janeiro, não aplacoa os ânimos das duascentrais sindicais do País, a Central Única dosTrabalhadores (CUT) e a Central Geral dos Traba-lhadores (CGT), que mantêm firme a mobilizaçãopor uma greve geral. Para Gilmar dos SantosCarneiro, presidente do Sindicato dos Bancários esecretário geral da CUT, o reajuste das perdas dejaneiro é apenas simbólico. "E uma enganação",diz ele. "Temos que recuperar as perdas em relaçãoà inflação desde a data-base de cada categoria".

A luta contra o arrocho salarial continua sendoum ponto de honra também para a CGT. Adivergência entre as duas centrais quanto à data dagreve geral, segundo o secretário geral da CUT,deve ser resolvida nos próximos dias. Hoje, opresidente da CUT, Jair Meneguelli, entrará emcontato com o presidente da CGT, Joaquim dosSantos Andrade, para marcarem uma reunião ondeserá tentada uma unificação da data e do tempo deduração do movimento grevista. O importante,segundo Gilmar Carneiro, é que todo os trabalha-dores estejam mobilizados para a greve.

Empresas vão respeitar

negociações já

firmadasSAO PAULO — Até que as nuvens, carre-

gadas de incertezas, se dissipem, as empresasnão pretendem mexer na política salarial. Issonão significa, entretanto, que não vão cumprira rota de vôo planejada antes e nem deixar derespeitar os acordos estabelecidos com osempregados, antes do Plano Verão. A Gene-ral Motors, por exemplo vinha negociando,desde o ano passado, uma bonificação aosseus 22 mil empregados e anunciou, na quar-ta-feira, um abono de NCz$ 150,00 a serconcedido na forma de vale de compra.

Da mesma forma, a Parker Pen do Brasildecidira, no ano passado, traçar médias sala-riais em dólar para seus funcionários, estabe-Iccendo valor mínimo na moeda estrangeira.Em março, quando o horizonte estiver maisclaro, a empresa pretende avaliar os salários erecompô-los pelo dólar. Já o Grupo Klabin,com 19 mil trabalhadores, que subscreve acor-do trabalhista com reajustes pelo IPC, vaimanter a mesma política cm janeiro, maspromete um "reestudo"

para fevereiro. Osbancos, por sua vez, pretendem fazer umaavaliação mês a mês, fixando um olho críticosobre o comportamento dos preços em feve-reiro, mês de referência para quase todos osempresários.

Critérios — O presidente da ParkerPen do Brasil. Bernardo Giacometti, por suavez, quer acabar com o problema da recompo-sição do poder de compra dos salários de seus2 mil empregados. Vai estabelecer critérios decomparação com o dólar, fixar valores médiose mínimos e, assim que o quadro clarear, cmmarço, reexaminar os salários, rever o planode cargos e reajustar tudo. com base no valorde câmbio. A idéia básica é que os saláriosnão sofram prejuízo.

A Klabin, que decidiu pagar, como todasas indústrias de papel c celulose, os salários apartir de 1" de outubro do ano passado comreajustes pelo IPC integral, vai cumprir oacordo cm janeiro, mas não promete o mesmopara fevereiro. E há até uma cláusula preven-tiva. no acordo com os trabalhadores doParaná. Ao contrário do que ocorre com os deSão Paulo, o acordo do Paraná abriga umacláusula deixando que os reajustes pelo IPCsejam mantidos, desde que "não houvessemudanças na conjuntura", informa o diretor-financeiro do Grupo Klabin. Hciacir. Cher-

kasski. Ele mesmo adianta, porém, que emfevereiro a empresa terá que estudar a situa-ção, uma vez que o congelamento elimina aURP, precisando ser criada uma nova fórmulapara se manter o poder de compra dos salá-rios.

Os bancos pretendem administrar os sa-lários mês a mês, mantendo uma política deaumentos por mérito ou de acordo com oplano de cargos. Pelo menos duas grandesinstituições, o Itaú e o Bradesco, concederamum adiantamento salarial de 10% em dezem-bro aos seus funcionários, segundo informa odiretor de Recursos Humanos do Itaú, AlexThiele. Isto significa que os bancários nãoterão nenhum reajuste cm fevereiro, comple-ta o diretor do Itaú.

Indústria — Para a Federação dasIndústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aorientação é exatamente esta: esperar. AFiesp trabalha com uma taxa de inflação de28%. Por isso, considera que os salários daindústria obtiveram um ganho médio real de2,4% cm 1988, que será mantido pela URP dejaneiro. A Fiesp está orientando os sindicadosfiliados a aguardar novos estudos do seuDepartamento de Economia e mudanças naconjuntura.

Já o diretor do Departamento de Do-cumentação e estatística da Fiesp, CarlosEduardo Uchoa Fagundes, também não me-xcrá nos salários da sua empresa, ComluxMetalurgia e Iluminação. Uchoa Fagundes,entretanto, prevê um quadro de menos cm-pregos na indústria. Esse não será o caso daGM. que além de conceder o abono estácontratando novos trabalhadores, em sua uni-dade de São José dos Campos. A Klabintambém não pretende mexer no seu quadrofuncional, enquanto Emerson Kapaz, da El-ka, lembra que demitir e recontratar é "maiscaro e mais problemático"

Já os bancos estão com flutuação deempregados reduzida: "Há menos gente sain-do que iend" iHmitjda". constata Thiele. Eacrescenta: "Por isso o quadro d.' p ssoal estáaumentando, porque o piso salarial está cmboa posição em relação ao mercado como umtodo. tornando a reposição de mão-de-obrafácil". Por ora, os bancos não pensam emdemissões. IJ.A.R.)

Mudança no sindicato

inclui demissão e dá

poderes ao presidente

José Antônio Rodrigues

SÁO PAULO — Se o governo decidiu

baixar um pacote para congekr pre-ços e, principalmente, salários, o presiden-te do Sindicato dos Metalúrgicos de SãoPaulo, Luiz Antônio Medeiros, tambémdecretou o seu Plano Verão. Demitiu 20assessores, exigiu carta branca da sua dire-toria para tomar qualquer tipo de decisão,redistribuiu tarefas e poderes, criou nor-mas internas e concluiu uma reforma admi-nistrativa e política dentro do seu sindicato— o maior do país, com base de 370 miltrabalhadores e orçamento de NCz$ 15milhões.

Para os salários dos 500 funcionáriosdo sindicato, Medeiros criou uma fórmulaque considera justa:

"O que a categoria

conseguir eles terão. Se a categoria obtivera URP de fevereiro, os funcionários tam-bém terão", decretou Medeiros. Ele acre-dita que a fórmula fará com que toda amáquina administrativa se obrigue a umaeficiência maior e mais ágil.

As decisões foram tomadas por Medei-ros no fim de semana, no, sítio do Sindica-to dos Metalúrgicos em Mogi das Cruzes.A reforma administrativa, além da demis-são de 20 assessores — o número podeaumentar — inclui medidas como a obriga-ção de quem provocar acidentes de carro,"tendo culpa ou não", responsabilizar-sepelos custos. "São

poucos os carros quetemos para trabalhar e estava havendoabuso, com muitas batidas", justifica.

Convocação — Da mesma forma,todos os que receberam multas de trânsitoterão que pagá-las. O aperto dentro daadministração continuará por mais algumtempo, até que todos se tenham convenci-do de que a eficiência da máquina éfundamental para o projeto político dopresidente do sindicato.

Esse projeto político também exigiuredefinições. Medeiros forçou c conseguiucarta branca para agir, decidir e, ao mesmotempo, "responsabilizar-se

por tudo". Osseus 24 diretores de base, que comandamum batalhão de 110 pessoas, articuladoresque conduzem o trabalho de mobilização eaglutinação de novos associados em cercade 10 mil empresas, foram convocados aapresentar os resultados de seu trabalho.

Durante a reunião, Medeiros ouviu o

ixa pacote

relatório de todos: quantas negociaçõesjunto ao patronato haviam sido feitas;quantos novos associados; quantas greves;quantas operações-tartaruga; quantos pos-tos em Comissões Internas de Prevençãode Acidentes (CIPAs — seus integrantessão chamados de cipeiros pelos trabalhado-res e costumam desenvolver trabalho dearticulação também) foram conquistados;quantos delegados sindicais foram eleitosnas pequenas e médias empresas. "Eu fiz aavaliação. A partir dela demiti 20, algunsaté meus amigos, mas o critério foi aeficiência".

Medeiros explicou que a cidade de SãoPaulo foi dividida em 21 setores e agoracada um dos diretores, com seus auxiliares,terá que prestar contas periodicamente dosavanços e das dificuldades encontradas notrabalho. O objetivo é ambicioso: da basede 370 mil trabalhadores, 150 mil associa-dos, do sindicato dos quais 2,3 mil sãodelegados. Medeiros pretende alcançar,até o final do ano, a inscrição de mais 2,7mil delegados, perfazendo 5 mil, e totalizar250 mil associados — mais cem mil, por-tanto.

Estratégia política — Para alcançaressas metas, Medeiros exigiu autonomia dedecisões e a obteve dos diretores. .Algunsdeles tiveram seu poder restringido. Um,da Zona Leste da cidade, por exemplo,teve seu setor subdivido e entregue aoutros dois diretores, e o diretor incficien-te ficou com uma pequena tarefa sob avigilância permanente do próprio Medei-ros. "Ele vai ficar na geladeira, trabalharmenos e eu vou ficar de olho nele para verse anda", ameaçou o presidente do Sindi-cato dos Metalúrgicos.

Apesar de contar com toda autonomia,ele se comprometeu a consultar os direto-res, "ainda

que assuma sozinho a responsa-bilidade".

A grande meta dessas reformas, po-rém, é política. Medeiros decidiu mergu-lhar definitivamente nas bases. "Com isso,abandono de uma vez as negociações lá emcima, com o governo. Meu negócio agorasão as bases. Só as bases". Para tanto,Medeiros se propõe a dar exemplos pes-soais. Desde terça-feira está percorrendofábricas e fazendo assembléias. Na terçafoi a Monark — "É sempre por lá que eucomeço". Ontem foi a Villares. Essa pere-grinação vai continuar sem aviso prévio,numa avaliação, que ele pretende constan-te, do trabalho dos diretores. "É jogo duroe a ordem é todo mundo para a base, vouchecar diariamente isso".

Trabalhador tem perda de 25%PORTO ALBGRE — Vinte e cinco

milhões de trabalhadores brasileiros terãouma perda de 25% de seus rendimentos, jáque o salário mínimo de fevereiro foicorrigido cm 17.5% por decreto, emboraas autoridades reconheçam uma inflaçãode pelo menos 40% em janeiro. Prejuízosofreráo 10 milhões de aposentados e pen-sionistas que estão nesta faixa de salário.Os trabalhadores, de modo geral, perderãono mínimo 12% na reposição a ser feita emtrês vezes, a partir de abril.

Estes foram alguns dos cálculos feitospelo senador Carlos Chiarelli (PFL-RS)sobre as perdas salariais dos trabalhadoresem decorrência do Plano Verão. No casoda perda de 12% na reposição. Chiarelliconta ter feito um cálculo otimista, nahipótese de a inflação de fevereiro sernula. a de março. 2%. a de abril, 8%. e ade maio. 12%. recordando que a reposição

será calculada em março, mas paga emabril, maio c junho.

Para ele, o Plano Verão, que contoucom o apoio do presidente cm exercício.Ulysses Guimarães, "faz desaparecer docálculo da inflação a última quinzena dedezembro, pois só inclui a inflação dejaneiro na reposição salarial. O cálculo dainflação oficiai, anteriormente, abrangia operíodo do dia 15 de um mês ao dia 15 domês seguinte, enquanto, na nova medidaprovisória aprovada pelo Congresso Nacio-nal. a inflação está sendo calculada a partirde janeiro".

Chiarelli considera que o Plano Verãose baseou em "três

princípios de antipriori-dades sociais: quem perde salário não podereclamar; quem menos ganha mais perde:o governo, que tanto imposto aumenta ecobra, é o pior patrão sacrificando apo-sentados e funcionários públicos"

A semana

AbastecimentoO ministro da Fazenda, Maílsonda Nóbrega, recebe hoje os diri-gentes da Associação Brasileirade Supermercados (Abras) paradiscutir a questão do abasteci-mento. Os supermercados que-rem uma definição do governoem relação aos fornecedores, queestão querendo vender acima dopreço tabelado.

MarketingOs 20 melhores cases de ínarke-ting do ano passado receberãohoje, às 19 horas, no teatro doHotel Maksoud Plaza, em SãoPaulo, o prêmio Io MarketingBest, organizado pela EditoraReferência (Revista Marketing) epela Madia & Associados. Entreos principais cases figuram agên-cias de publicidade e as empresasBob's, Edisa Eletrônica, Ma-guary, Lojas Dillard's c GeneralMotors.

DistribuidorasO Banco Central deve se pronun-ciar hoje sobre a situação das trêsdistribuidoras de títulos e valoresmobiliários (Credimus, Fórmulae Price) que não honraram, nasemana passada, um compromis-;so básico do mercado financeiro

ue é o acordo de recompra. Oescumprimento do acordo foi

denunciado pelo Banerj, peloBanco de Crédito Real de MinasGerais e pela Distribuidora deValores do Estado do Rio deJaneiro (Diverj). Em situaçõessemelhantes no passado, o BCinterveio para sanear o merado.A Credimus alega legítima defesapara justificar o descumprimentodo acordo de recompra c encami-nhou carta denúncia à Andima,acusando a Diverj de prática deato ilícito no leilão de troca dasObrigações do Tesouro Estadual.

Plano VerãoA Secretaria de Agricultura doEstado do Rio convocou todos ossetores ligados à área de abasteci-mento para discutirem amanhã oPlano Verão. A Secretaria Espe-ciai de Administração de Preços(Seap) e as entidades de defesado consumidor também foramconvidadas para o encontro.

Ajuste econômicoPlano Verão: Ajuste da Econo-mia e Transição Política é o temado seminário que será promovidoamanhã, em São Paulo, pela As-sociação Brasileira das Compa-nhias Abertas (Abrasca) e Ceoc-fi-Treinamento Empresarial. Sc-ráo feitas comparações entre osplanos Cruzado, Bresser e Verão

AgriculturaOs ministros da Fazenda, Maílsonda Nóbrega, e da Agricultura, írisRezende, se reunirão quarta-feira, em São Paulo, com a Fede-ração da Agricultura para expli-car os reflexos do Plano Verão naárea agrícola.

Nova teoriaA teoria de que o bem estar dahumanidade tem como base oequilíbrio espiritual do indivíduo,idealizada pelo pensador indianoPrabhat Rainjam Sarkar e propa-gada pelo economista paquistanêsnaturalizado norte-americanoRavi Batra. será o tema da IXConvenção Global de Prout(Teoria da Utilização Progressi-va). que se realiza de 3 a 8 defevereiro em Porto Alegre.

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2 O Economia ? segunda-feira, 30/1/89 JORNAL DO BRASIL

Aviação

Linha internacional

alternativaadministração da Transbrasil está pia-nejando a criação de uma linha regular

internacional para Orlando na Flórida, apósentrar em vigor o novo acordo aéreo bilate-ral Brasil-Estados Unidos. A empresa jáopera há alguns anos vôos |harter paraaquela cidade com Boeing 767, que seria omesmo equipamento a ser empregado nalinha regular.

A idéia da antiga diretoria de criarrotas para Atlanta e Washington foi descar-

• tada pela interventoria, por ser consideradainviável economicamente.

Fim de uma eraA Varig deverá encerrar a operação

,^com os quatro últimos Boeing 707 até o mês_ de junho próximo. Este tipo de avião é

usado atualmente pela companhia só em"'vôos cargueiros e três deles contam com kits. silenciadores de ruído.

O 707 foi o primerio quadrirreator avoar para uma empresa aérea brasileira,tendo começado a operar em junho de 1960.Naquela época, os 707 eram os maioresaviões de passageiros existentes no país e osdois primeiros da Varig utilizavam turbinasRolls Royce Conway. No fim da década de60 começaram a chegar os 707-320C que," além de terem porta de carga de grandesdimensões, tinham turbinas turbofan JT-3DI 'com taxa de diluição um pouco mais alta emenor consumo de combustível.

Aero NewsA Celma atingirá a plenitude do progra-

. ma de produção da turbina Rolls RoyceSpey em 1992, quando deverão estar sendofabricados no país 30% dos seus componen-

. tes totais. Deste total, 70% serão feitos pelaprópria Celma em Petrópolis e o restante

• pela Motores Rolls Royce em S. Bernardo- do Campo.

vençao governamen-tal teriam grande di-ficuldade em seremaceitos novamentena administraçãodas companhias,após as mesmas se-rem sanadas.

» Comentários ouvi-dos nos meios aero-náuticos indicam queex-diretores que nãoforem acionistas dasempresas aéreas re-gulares ou regionais

>- que sofreram inter-a Durante os 25 primeiros dias de janeiro aTransbrasil apresentou um bom aproveita-mento em sua rede mas continuou a perdersua participação de mercado. Precisam sertomadas medidas urgentes na área de plane-jamento de marketing da empresa.

A Celma está ne- programa estudado,gociando sua partici-pação na fabricaçãodo turboélice TPF-351, que equipará oavião binacionalCBA-123. Dentro do

Hoje, dia 30, noHistórico-Cultural dauma exposição do Maj. Brig. Ivo Gastaldonisobre a Patrulha Aérea Costeira da FAB naII Guerra Mundial. Haverá ainda uma ho-menagem ao patrono do Incaer, ArmandoFigueira Tromprowsky de Almeida, na datado centenário de seu nascimento.

A Infraero lançou futura de um shop-

a empresa nacionalfabricaria 5% doscomponentes daTPF-351 e faria suamontagem final.Incaer — InstitutoAeronáutica haverá

uma concorrênciapara a construção deum hotel de quatroestrelas numa áreade acesso ao Aero-porto Internacionaldo Rio. Está previstaainda a localizaçãoh A Lufthansa estádois Boeing 747-400, cinco 747-300 e umAirbus A-300-600. A empresa alemã estáadquirindo ainda um segundo simuladorpara 747-400.

ping center, edifíciospara escritórios eárea para locadorasde automóveis. O ho-tel deverá ter no mi-nimo 160 aparta-mentos.

encomendando mais

¦ A McDonnel Dou-glas está iniciando ostestes com uma tur-bina 'prop fan',construída em con-junto pela FVV e Alli-son. A nova unidade,conhecida como 578DX, está instaladanum MD-80 e se dis-tingue do 'prop fan'da GE por empregaruma caixa de redu-ção para propulsio-

nar seus dois roto-res, compostos cadaum por seis pás re-curvadas nas pontas.O 'prop fan' conti-nua em fase de estu-dos, agora já atravésde um segundo mo-delo, mas não existenenhum avião já lan-çado que utilize a no-va forma de pro-pulsão.

¦ O Boeing 747-400 recebeu a homologa-ção do FAA com certo atraso, no dia 9último. O 747-400 oferece a cabine decomando digital que pode ser operada porapenas dois pilotos, asas mais longas edotadas de 'winglets'. Durante os vôos detestes foram utilizados quatro aviões equi-pados com três tipos de turbinas: PW-4000,GE CF-6-80C2 e Rolls Royce RB-211-524G.

trimestre de 1989.As encomendas fir-mes do Tucano ai-cançam a 481 uni-dades.

A Embraer ven-deu mais 14 Tucanopara o Egito, que de-verão ser-entreguesainda no primeiro

A Eastern Airlines está firmemente inte-ressada cm voar para o Brasil. A empresaamericana já opera há alguns anos para asdestinações sul-americanas antes servidaspela Braniff. com exceção de nosso país. Oproblema é que a Eastern está enfrentandosérias dificuldades financeiras e seus ativosestão sendo vendidos paulatinamente paracobrir os débitos.

Mario José Sampaio

Assim é se lhe parece

Destaque

Eclward J. AmadeõJosé Márcio Camargo

Marcello EstevãoMais um plano de estabilização baseado

em Congelamento de preços e volta a seacender o debate sobre o que fazer com ossalários. De um lado, trabalhadores e lideran-ças políticas de oposição apresentam cálculosirrefutáveis do arrocho salarial que será geradopelo programa e lutam pela continuidade dapolítica salarial anterior, o que, neste momen-to, significa a continuidade do sistema dereajuste baseado na URP. De outro, o gover-no propõe o já hoje famoso reajuste pelamédia real dos salários vigentes ao longo doano de 1988 e apresenta também argumentosirrefutáveis para manter esta estratégia, dei-xando para o âmbito das negociações entrepatrões e trabalhadores a decisão sobre afutura política salarial a ser seguida. Finalmen-te, alguns economistas, através de artigos emdiferentes jornais do país, mostram irrefutável-mente que não só os salários não caíram com oprograma como até terão um crescimento real.Como todos têm argumentos irrefutáveis echegam a resultados opostos entre si. entendero mistério dos salários se transformou em umdos principais assuntos da imprensa brasileiraapós o Plano Verão.

O principal problema neste debate é quetodos têm razão, pois cada grupo adota comoreferência pressupostos completamente dife-rentes.

O argumento dos trabalhadores toma co-mo ponto de partida o salário que seria poreles obtido se, em suas datas-base, fossemcapazes de recompor o salário real que ganha-ram na negociação anterior. A lógica desteargumento é que este é o salário real que ostrabalhadores lutaram e conseguiram obter. Acorrosão decorrente da inflação que ocorreuentre as negociações deveria ser paga por umaredução dos lucros das empresas, pois estassão, na verdade, as responsáveis pelos aumen-tos de preços do período. Por este raciocínio, aperda depende da data-base de cada trabalha-dor. Neste caso, a perda daqueles que têmdata-base em fevereiro será de 20%, se ainflação oficial de janeiro for 60% e zero apóso Plano.

Quanto à manutenção da URP, esta servi-ria como uma forma de proteger os trabalha-dores com menos poder de barganha contraum rebaixamento de seu poder de compra.

O governo, por seu lado, argumenta que ainflação é uma responsabilidade de todos enão só das empresas. Se os rajustes de saláriosforem excessivamente elevados, as empresasexercerão pressão para aumentar suas mar-gens de lucros, gerando mais inflação nofuturo. A reposição do salário da data danegociação significa incluir no valor dos salá-rios nominais (e nos custos das empresas) nodia do plano toda a inflação ocorrida no anoanterior, o que geraria mais inflação no futuro.

Por outro lado, como a URP é um meca-nismo que reajusta os salários com base noaumento de preços do passado, sua manüten-ção teria o efeito de manter a indexação naeconomia o que tornaria extremamente difícilo combate à inflação.

Quanto aos artigos publicados nos jornais(Toledo, FSP, 23/01/89 e Silveira & Souza, JB,23/01/89), partem do pressuposto de que ossalários que devem ser preservados são aque-les recebidos no mês imediatamente anteriorao plano, no caso, dezembro de 1988. Por estecritério, a menos que a taxa de inflação cm

Saláriojaneiro de 1989 seja maior que60%, não ocorreria perdas desalário real.

O problema é que qual-quer escolha que se faça paracomparar os salários pós-PlanoVerão é justificável, depen-dendo das premissas das quaispartimos. Por esta razão, qual-quer das três opções apontadasacima tem suas justificativasirrefutáveis. Na verdade, estaarbitrariedade esconde o cará-ter político da escolha.

Quanto à URP, é sur-preendente a argumentação deseus defensores. O gráfico des-te artigo apresenta a evoluçãodo salário real de um trabalha-dor que tenha recebido somente a URP desdea sua criação e a evolução do salário real dostrabalhadores das empresas da Fiesp. No gráfi-co, a curva intitulada salário real (URP)representa a primeira destas variáveis. Nelanão incluímos qualquer ganho, nem mesmo nadata-base do trabalhador pois este depende desua capacidade de mobilização e o argumentoé que a URP é fundamental para defender ossalários reais daqueles que não conseguem semobilizar. Como podemos notar, o trabalha-dor que estiver nesta situação, teve seu salárioreal reduzido em 36% de seu valor entre a datana qual este sistema de reajustes começou aoperar (junho de 1987) e janeiro de 1989. Setomarmos como base o salário real de abril de1986, logo após o Plano Cruzado, esta reduçãoserá ainda maior, de 65%.

Em outras palavras, a mera manutençãoda política salarial não é capaz de preservar opoder de compra dos salários. Em termosconcretos, nem a política do gatilho salarial,estabelecida pelo Plano Cruzado, teria capaci-dade para conter a queda dos salários reaisdiante da aceleração inflacionária.

A mesma curva salarial incorpora a URPpara o mês de janeiro e o ajuste pela média de1988, calculada segundo o Plano Verão. Pode-se notar que o salário real recebido em 1" demarço (que corresponde ao salário de feverei-ro), terá o mesmo poder de compra daquelerecebido em Io de setembro (correspondenteao do mês de agosto), como aliás propõe ogoverno. É baseado neste dado que Toledo eSilveira & Souza concluem que não há qual-quer arrocho salarial no Plano Verão. De fato,comparado ao salário real de dezembro de1988, o de janeiro de 1989 cresce. Porém, aqueda existe se tomarmos como referência osalário de fevereiro de 1989 ou qualquer outrovigente entre novembro de 1985 e agosto de1988. A escolha de dezembro é arbitrária. Naverdade, talvez a escolha menos arbitrária sejao salário real de março de 1986 quando, pelaprimeira vez, o governo propôs o reajuste dossalários reais pela média dos últimos seismeses. Mas, neste caso, adeus congelamentode preços.

Porém, os salários efetivamente recebidospelos trabalhadores brsileiros não seguiram aevolução determinada pela URP ou pelo gati-lho. As recomposições nas datas-base são aregra para quase todas as categorias, principal-mente para os trabalhadores com carteira detrabalho assinada. Entretanto, a maior oumenor recomposição depende do poder debarganha dos sindicatos e de sua capacidadede mobilização.

A outra curva apresentada no gráfico,denominada salário real (Fiesp), mostra a

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TIME

Labirinto

evolução dos salários reais dos trabalhadoresvinculados às empresas da Fiesp. Estes sãotrabalhadores organizados cm sindicatos for-tes, com grande poder de mobilização. Noteque a evolução destes salários é totalmentediferente daquela apontada pela curva desalário real (URP). Após uma queda ao longodo período do descongelamento do PlanoCruzado, eles apresentam uma tendência aocrescimento, apesar de algumas quedas con-junturais. A tendência é clara e persistiu aténovembro de 1988, que é o último dadodisponível (dado preliminar).

Como nem todos os trabalhadores brasilei-ros são tão organizados como os das empresasrepresentadas na Fiesp a curva representativados salários do conjunto destes trabalhadoresdeverá se localizar entre as duas que aparecemno gráfico.

Esta análise sugere algumas conclusões:primeiro, que existe uma grande ambigui-

dade nas noções de pico e média reais embuti-das nos planos de estabilização baseados emcongelamento de preços e combatidas pelaslideranças sindicais. Esta ambigüidade decorredo fato de que tanto o pico, quanto a média,dependem do período que se está consideran-do e do mês em relação ao qual estamoscomparando os salários obtidos após o plano.Se isto é verdade, a priori, a existência de umarrocho salarial com o Plano Verão, dependedo ponto de vista de cada um;

segundo, a política salarial, seja ela ogatilho ou a URP, não é capaz de preservar opoder de compra dos salários. Isto somentepoderá ser conseguido através de sindicatosfortes e organizados, que sejam combativos cdefendam os interesses de seus filiados, aexemplo do que ocorre com os trabalhadoresdas empresas representadas na Fiesp.

Se o objetivo das lideranças sindicais epolíticas é efetivamente preservar os saláriosreais dos trabalhadores brasileiros, elas deve-riam lutar por uma reforma institucional quefortaleça os sindicatos e as centrais sindicais ereorganize o processo de formação dos saláriose dos preços no Brasil. Sem esta re-organização, os salários reais dos trabalhado-res menos organizados continuarão caindosistematicamente, qualquer que seja a políticasalarial vigente. A volta do processo inflado-nário terá o efeito de transformar a discussãosobre o possível arrocho salarial decorrente doPlano Verão na verificação a posteriori decrescentes perdas de salários reais destes tra-balhadores no futuro.

Os autores são do Dep. de Economia da PUC/RJ.José Márcio Camargo é vice-presidente do IEHJ

"É engraçado, mas as pessoas gostam dasensação de se sentirem perdidas; dizem queisso as ajuda a superar o estresse", comenta oarquiteto Henry Yanaga, inventor do Wooz(literalmente, iontura), um parque de diver-sões em forma de um gigantesco labirinto decerca de dois quilômetros, com paredes demadeira.

Desde agosto, milhares de pessoas pagamUS$ 7 cada para se perderem no parque-labirinto construído em Vacaville, na Caljfór-nia, ao custo de US$ 13 milhões. Agora, quemdispuser de US$ 45.000 (mais os custos.deconstrução) pode adquirir da empresa japone-sa Sun Creative Systems U.S. A. o mapa'dabrincadeira sob a forma de franquia (edição de23/1).

£t JjjfafjjM r:

EletrochoquéPara retomar as negociações unilateral-

mente interrompidas, o FMI está exigindo dogoverno peruano o pagamento dc US$ 700milhões atrasados e a aplicação de um eletro-choque na economia que consiga destruir ahiperinflação e reduzir o déficit público.O ministro da Economia, Carlos Rivas,retornou otimista de Washington: "Os paísesindustrializados podem conceder ao Peru umcrédito de US$ 1,5 bilhão, o que lhe permitirápagar os US$ 700 milhões ao Fundo, os US$400 milhões devidos ao Banco Mundial e aindacobrir os gastos com as importações indispen-sáveis."

Uma missão do FMI deverá viajar a Uniapara estudar o remédio a ser aplicádo~"àeconomia. A receita básica é bem conhecidâ:desvalorização da moeda (inti) paraalinhá-laacotação do dólar no mercado paralelo, cercade 300% mais da cotação oficial; proibição deemissão de moeda; fim dos subsídios e-daindexação dos salários.

Todo esse processo pode demorar até'umano e só então o Peru se reintegrará à comuni-dade financeira internacional. O problemá 'éque em novembro próximo haverá eleiçõesmunicipais e em maio de 1990, eleições 'pHSSi-denciais e para o Congresso (24 de janeiro)''.'

Em moeda

estrangeiraNo apagar das luzes de 1988, o Banco

Central dos Estados Unidos autorizou disçtê-tamente os depósitos em bancos americanosem moeda estrangeira, medida que visa afacilitar a vida das pequenas e médias empre-sas do país que têm negócios no exterior. Umaempresa pode, por exemplo, comprar ÚiSJS10.000 cm ienes e depositar esse dinheiro naconta, beneficiando-se mais tarde da desvalo-rização da moeda americana.

Muitas perguntas não foram respondidaspelo Fed que divulgou a novidade em seuboletim do dias 29 de dezembro. Como serãopagos os juros dessas contas bancárias? Comoimpedir que depósitos em moeda forte sejairtfeitos com fins puramente especulativos? Amedida será estendida a particulares? TanV-bém não se sabe se um turista em viagem aóexterior poderá quitar despesas feitas em moc-da estrangeira e pagas com cartão de créditôcom suas reservas bancárias naquela moeda (5de janeiro).

Estante

Autocrítica

rv;^ •

A cada anúncio deum choque, a socieda-de fica perplexa comas mudanças bruscasintroduzidas na eco-nomia da noite para odia. No Plano Verão,a perplexidade foisubstituída pelo puroe simples descrédito,como indicam as pes-quisas dc opinião pú-blica. Apesar destadescrença, ficou sem-pre no ar uma vaga idéia dc que ao menos ostécnicos do governo sabiam exatamente o queestavam fazendo, quando decidem cm gabine-tes fechados tomar decisões tão profundas,que mexem com o bolso das pessoas.

Com a experiência de quem participoudiretamente cm dois planos de estabilização, oCruzado, em 1986, e o Bresscr, cm 1987, oeconomista Francisco Lopes revela no livro ODesufio da Hiperinflação que a certeza nemsempre ronda a cabeça dos mais brilhantesestrategistas do Ministério da Fazenda.

Mudança — No Plano Bresscr, porexemplo, já estava praticamente acertado den-tro da equipe do então ministro da Fazenda,Luiz Carlos Bresscr Pereira, a idéia da oteniza-ção da economia. O projeto básico era o deque a variação percentual do valor da OTN emcada mês seria calculada pela soma dc doisfatores, chamados de inércia e de ajuste. Querdizer, o fator de inércia seria igual a 80rr dainflação do mês anterior, mas o Poder Exccuti-vo poderia alterá-lo. E o fator de ajuste seriaigual à diferença verificada no mês anteriorentre a inflação e a variação da OTN. Trocan-do em miúdos: o fator de ajuste poderia reporno mês seguinte qualquer subestimativa daOTN.

Com o redutor. Chico Lopes acredita quegradualmentee a inflação cairia e. com isso,íicaria quebradali inércia 3a alta dós preços,que provoca mensalmente uma retroalimenta-ção na velocidade da inflação. Já estava tudoacertado e as equipes do ministros Bresscr edo consultor-geral da República. Saulo Ra-mos. davam os retoques finais nos decretos-leis.

Mas na quarta-feira, dia 10, ou seja. a doisdia*, para o anúncio do programa. Chico Lopesacordou transtornado com a idéia dc oteniza-

tudo porque, revela oarinca. a proposta nara a desoienização. "A

ção da economia.fssprofessor da PI Cprática convergiria pOTN enquanto moe.

um par

não existisse uma OTN com credibilidade, afuga seria na direção do dólar paralelo, comodc fato aconteceu cm muitos outros países",justifica o economista.

Susto — A proposta de sumir com aotenizaçáo assustou o ministro Bresser e con-fundiu toda a equipe econômica. "Naquelemomento entrei em pânico (...). Minha con-clusáo foi categórica: Eu não quero ser co-responsável pela eclosão da hiperinflação noBrasil", narra Chico Lopes. Para alívio dele, ogoverno concordou com a retirada da propos-ta, mas ficou a sensação da dúvida que tomaconta mesmo de economistas especializadoscm choques. O impasse foi resolvido, quandoum técnico , conta Lopes, comparou o gover-no a um indivíduo que deseja ir do Rio atéNiterói. Ora, para que construir um aviãoMirage, que ele não sabe nem mesmo pilotar,se é mais fácil fazer a travessia através de umabarca?

Lição — Além de fazer uma análisedetalhada da história das hiperinflações nomundo e expor o Plano Real, divulgado noano passado pela imprensa, o livro náo deixade ser também um longo exercício de autocrfti-ca, após o fracasso dos dois choques econômi-cos capitaneados pelo PMDB.

A lição mais importante reside no perigode um programa tão ambicioso ser costuradoem sigilo absoluto e editado sob a forma dedecreto-lei. "Por melhor que seja a equipeeconômica encarregada da sua elaboração,existe sempre a possibilidade de erros gravesde concepção que poderiam ser eliminadoscom a discussão ampla na sociedade", reco-nhece o autor. E bem verdade que a Constitui-ção dá agora amplos poderes ao CongressoNacional, e o instrumento do decreto-lei ésubstituído pela Medida Provisória, que preci-sa de 30 dias para ser examinada, ou. casocontrário, perde o valor.

Mas Chico Lopes insiste na tese de que ocongelamento dos preços só pode ser adotadosem o prévio debate parlamentar, o que hoje éinconstitucional."Erro — Como cicntista político. Francis-co Lopes náo chega a ser brilhante. Emdeterminado momento do livro, ele suspeitaque as medidas econômicas colocadas emmarcha pelo governo militar, a partir de 1964.se fossem adotadas em 1959. poderiam terevitado a deposição do presidente João Gou-lart. Puro exagero. Como se sabe. Jango nãofoi deposto por uma inflação que alcançava os92rr ao ano. mas por um bem costurado golpede Estado, arquitetado desde 1954. com oapoio ostensivo do governo norte-americano,c de grandes grupos estrangeiros preocupadoscom a crescente guinada à esquerda do eo-verno.

Coriolano Gatto

Reforma ou caosNão é preciso ser economista ou cientista

político para perceber que o Brasil tem umadas piores distribuições de renda do mundo.Basta andar pelas cidades para se verificar quehá brasileiros muito ricos, vivendo como ricosvivem cm Nova Iorque, e brasileiros muitopobres — a maioria, 60% da população —vivendo como os miseráveis da África ou Ásia.

Dessa percepção, resulta um discurso poli-tico que se encontra em todos os partidos, daesquerda à direita, reclamando e/ou prome-tendo os chamados "investimentos sociais" —os programas de combate à pobreza. Mas setodo mundo conhece o problema e todo mun-do afirma pretender resolvêlo, por que não seresolve?

Precisamente porque as coisas ficam nessenível de generalidade. Saber que é precisoinvestir na educação dos pobres não ajudanada. E necessário saber: quantas salas dc aulafaltam? quantos professores? Onde? quantovai custar construir as salas, formar os profes-sores e manter as classes funcionando? Ondese vai arranjar o dinheiro para isso? E como asociedade vai pagar?

Essa foi a tarefa em que se meteu oprofessor Hélio Jaguaribe, monstro sagrado daciência política no Brasil e na América Latina,apoiado por uma conjunto de pesquisadores.O trabalho, centralizado no Instituto dc Estu-dos Políticos e Sociais, resultou numa série deonze volumes datilografados nos quais se en-contram as bases reais, concretas, medidas,para um Plano Plurianual de DesenvolvimentoSocial, que poderia cobrir de 1989 ao ano2000.

Esse estudo começou em 1985, por umasolicitação do primeiro governo da Nova Re-pública. A primeira parte foi publicada sob otitulo Brasil, 2.000. 196 páginas, da EditoraPaz e Terra, já na quarta edição. Agora amesma editora publica a seqüência, o estudomais completo que ganhou o título apropriadode Brasil, reforma ou caos',' de 310 páginas.

São remotas as chances de que o atualgoverno federal possa fazer alguma coisa. Mas

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REFORMAOU CAOS

ê

o projeto de Jaguaribe vem bem a calhar nestçano de eleição presidencial. Ali está quantocusta combater a pobreza, como fazer e ondearranjar o financiamento. E junto com asnotícias tristes que o livro traz — um quadrochocante, porque preciso, da miséria brasilei-ra, — encontra-se também uma informação deesperança: Jaguaribe afirma, de modo convin-cente, que é possível erradicar a miséria.

A divida externa— Neste momen-to cm que o ministro da Fazenda, Maílson daNóbrega, considera necessários rever aspectosdo acordo da dívida externa, é bastante opor-tuna a leitura da série de documentos publica:dos pela Revista de Economia Política, daEditora Brasiliense, em seu volume 8, n"4. dedezembro último.

Esses documentos trazem alguns passosessenciais da negociação entre o governo bra-sileiro, os bancos credores e o Fundo Monetá-rio Internacional, desde quando essas negocia-ções eram conduzidas pelo antecessor de MaílJson da Nóbrega, o professor Luiz CarlosBresser Pereira. A série culmina com a pro-posta do presidente de um dos maiores bancoscredores, James D. Robinson III, do Ameri-can Express, para uma solução abrangente daquestão da dívida.

Robinson sugere a criação de um Institutoda Díivida e do Desenvolvimento Internacio-nal, um empreendimento conjunto do FMI eBanco Mundial. Esse instituto compraria dosbancos as dívidas dos países em desenvolvi-mento. com desconto. Os devedores passa-riam a pagar para o instituto, também comdeconto cm relação às suas atuais obrigações.O desconto seria concedido conforme as con-dições de cada país.

Vinda de um banqueiro, é uma propostabastante avançada. Mais avançada do que ãsidéias de alguns setores do governo brasileiro.

Os outros documentos trazem: as propos-tas de redução da dívida feitas pelo entãoministro Bresser Pereira; a proposta do Brasilaos bancos', em setembro de 1987, aindaassinada por Bresser; uma carta, até entãoreservada, do negociador especial da dívida,Fernão Bracher, ao novo ministro Maílson daNóbrega. em janeiro de 1988, dando conta doandamento das negociações; os comunicadosdo Brasil e dos bancos informando a conclusãodo acordo, em junho de 1988. que é o acordovigente. E a 9a Carta de Intenções ao FMI,assinada pelos ministros Maílson e João Batis-ta de Abreu, do Planejamento.

A Revista de Economia Política ainda trazestudos de Bresser, sobre os congelamentos depreços, e do deputado José Serra, contra asZonas Je Processamento de Exportações.

Carlos Alberto Sardenberg

M Is * iltPA

JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 30/1/89 ? Economia ? 3

Mo rues:

^estudo

^nostra atraso de 15 anos das cmprcsas nacionais cm relagao as amcncanas

Recife — Solano José

Moraes: estudo mostra atraso de 15 anos das empresas nacionais em relação às americanas

Henley foi a empresa

que melhor resultado

deu nos EUA em 88A Henley Manufacturing, de Hampton, New Jersey,

foi a empresa americana que mais lucros deu cm 1988,segundo ranking publicado pela revista Fortune. Suasações no mercado, que no início do ano estavam cotadasem US$ 20 milhões, chegaram ao fim do período valendoUS$ 89,379 milhões, o que configura um lucro de 347%.

A lista das piores é encabeçada pela Coated Sales, deLaurence Harbor, também em New Jersey, cujas açõesvaliam um total de US$ 6,750 milhões no princípio do anoe que no final do ano valiam apenas US$ 297 mil,configurando um prejuízo de 96%.

Grande parte das empresas enquadrada na lista dasmelhores ganharam dinheiro com a explosão dos custosdos medicamentos, enquanto outras capitalizaram sobre oincremento industrial que se alastra por certas regiões dosEstados Unidos, como o Sul e o Oeste.

As empresas cujos investidores sofreram prejuízosnão estão enquadradas em nenhum grupo específico denegócios. A justificativa para sua fase má pode serencontrada na má administração ou em fatores externos,como queda abrupta da demanda de seus produtos.

Cuba. — Projetos de desenvolvimento que possibili-tem a acumulação de moeda forte, como turismo, terãoalta prioridade em Cuba neste ano, mais até que outrossocialmente relevantes, como habitação, disse o presidenteFidel Castro. Ele observou que desde 1987 a economiacubana tem atravessado sua pior fase desde a revolução,em 1959, em termos de disponibilidade de capital estran-geiro. Por esta razão, tem havido dificuldade para impor-tar peças de reposição e matéria-prima para a indústria.Nos próximos anos, dezenas de novos hotéis serão implan-tados na ilha, alguns como resultado de investimentoexterno, anunciou Fidel.Nicarágua — Uma nova alta de 15% sobre opreço da gasolina e do óleo diesel foi decretada pelogoverno nicaraguense. E a segunda vez neste mês que asautoridades determinam aumento nos preços dos deriva-dos de petróleo, que no dia 4 sofreram incremento de120%, após uma desvalorização de 117% na moeda'nacional, a córdoba. A alta precede o anúncio de um novopacote econômico, o qual inclui medidas que, segundo aoposição política aos sandinistas, serão "transcendentais".O presidente Daniel Ortega tem tentado obter apoio àsmedidas reunindo-se com a Central Sandinista de Traba-lhadores (CST) e com o empresariado privado.Cacau — A tentativa de ressuscitar o pacto entreprodutores e consumidores de cacau não foi à frente. Areunião realizada em Londres neste último ünal de semananão conseguiu o acordo necessário para sustentar preçosque atenderiam ao interesses das duas partes. Os preçosinternacionais do produto caíram de USS 3.500 a toneladapara US$ 1.500 nos últimos anos porque a produção temsuperado em muito a demanda. O porta-voz dos produto-res, Morna Mohammed, de Ghana, afirmou, apesar doresultado da reunião, que está muito otimista quanto àpossibilidade de um entendimento. Um novo encontro estámarcado para o dia 11 de setembro.Dólar — O valor do dólar deverá baixar uns 15%durante os próximos cinco anos para equilibrar a balançacomercial dos Estados Unidos, disse Martin Felstein,analista econômico e assessor do presidente George Bush,no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça.

Empresas que

não dependem

do governo

crescem mais

Terezinha NunesRECIFE — As empresas que têm

melhor desempenho econômico e finan-ceiro no Brasil — a performance foi medi-da levando em conta o crescimento dasvendas c o retorno do capital — são,coincidentemente, as que procuram man-ter distância do governo e dos bancos —crescem de preferência com seus própriosrecursos — e que melhor remuneram seusfuncionários, mantendo uma boa convi-

.yência com os sindicatos. Estas são regrasgerais mas outros fatores também influcn-ciam essas empresas, como o fato deestarem voltadas também para a exporta-ção, o que tem garantido mercado cons-tante e promissor, livre dos sucessivoschoques por que tem passado a economia,além da absorção de novas tecnologias.

As conclusões são do professor WaltcrMoraes, do Departamento de CiênciasAdministrativas da Universidade Federalde Pernambuco, que acaba de recebergrau de doutor na Universidade de Man-chester, na Inglaterra, com uma tese sobreo desempenho da empresa brasileira. Elefez pesquisa de campo em 123 empresasdurante cinco anos — de 1981 a 1986 —sendo 96 privadas de capital nacional, 18multinacionais e 9 estatais. O professortirou muitas outras conclusões importantesem seu trabalho de dois volumes, orienta-do pelo professor John Pickering do Insti-tuto de Ciência e Tecnologia (Imist) da

mesma universidade e financiado pela Uf-pe e pela Capes.

Ele observou que as empresas brasilei-ras têm uma estrutura organizacional atra-sada cm pelo menos 15 anos, em relaçãoàs suas congêneres dos Estados Unidos eEuropa, e, ao classificar as empresas estu-dadas em níveis de desempenho com grausde 1 a 4, sendo 1 a melhor performance e 4a pior, o professor chegou a resultadospreocupantes. Das empresas estatais, porexemplo, só 11% atingiram o grau 1(retorno de capital e crescimento das ven-das acima da média do setor) e 55,5%ficaram no grau 4 (retorno do capital ecrescimento das vendas abaixo da médiado setor). As empresas privadas de capitalnacional tiveram nesses dois itens os per-centuais respectivos de 46,8% e 19,8%, eas multinacionais, de 44,4% e 16,7%.

O professor Walter Moraes, que con-cluiu seu trabalho convencido de que ogoverno deve incentivar cada vez mais aprivatização, reservando a participação doestado apenas aos setores de monopólio."Para mim, o governo deveria se concen-trar na saúde e jia educação, que a socic-dade cuidasse do resto." O professor temum conceito de privatização diferente doatualmente utilizado nó Brasil: "A privati-zação deve ser feita com base cm recursosda iniciatjva_ privada e não dos bancosoficiais, como ocorre atualmente." -Eleacha que, "na hora em que o governoinjeta redursos em estatais para cobrir

rombos ou em empresas privadas paraevitar que fechem, está subtraindo recur-sos de áreas bem mais importantes para apopulação como educação e saúde"

Para fazer seu estudo, o professorWalter Moraes disse que teve muito traba-lho, pois as empresas, preocupadas emmanter sigilo sobre as suas informações,demoraram a responder os questionários:"Em muitas delas — diz —, precisei apelarpara o fato de que, se as empresas nega-vam informações" não poderiam depoisculpar as universidades de não se preõeu-par com elas." Ele não só recebeu todas asinformações que desejou como entrevistou13 empresários, alguns em plena eferves-cencia do plano cruzado: "Um industrialtêxtil — afirma — me disse na euforia daexplosão das vendas internas que estavadeixando de cuidar das exportações por-que o negócio era vender dentro do país.Imagino como não deve estar arrependidoagora." •

As empresas consultadas tinham emmédia, cm 1986,1.300 funcionários e eramdos setores siderúrgico, sucro-alcoolciro,têxtil e farmacêutico. Ele considera que osquatro setores selecionados para sua teseresponderam ao que pretendia c represen-tam bem o setor industrial do país: sãoexpressivos nas vendas, possuem empresasdos três ramos estudados em quantidadessignificativas, empregam muita mão-de-obra e vênclem para os mercados interno e-externo.

Números da economia dos

EUA animam Wall Street,

que espera uma nova altaNOVA IORQUE — Wall Street inicia esta segunda-

feira em um clima de euforia. Investidores, desde asemana passada, têm tentado aproveitar o otimismolançado pelos números positivos sobre a economia ameri-cana em 1988. Além disso, o presidente George Bushdeterminou que o presidente da Reserva Federal (o bancocentral dos Estados Unidos), Alan Greenspan, não force oaumento das taxas de juros.

As cotações das ações negociadas em Wall Street, etambém nas bolsas de valores de Tóquio e Londresaumentaram vigorosamente neste mês, e, em especial, naúltima semana, a ponto de fazer alguns analistas selembrarem do outono de 1987, quando o mercado erjiNova Iorque, após uma forte alta, caiu registrando núme-ros parecidos com os do grande crash de 1929.

Preocupações quanto à inflação, a volatilidade dodólar e os ainda enormes déficits na balança comercial Í2no orçamento americano, além do mais, também estãopresentes nos escritórios das maiores corretoras do mun-do, que têm sede na parte Sul de Manhattan.

índices — O índice Dow Jones, que mede acotação das maiores empresas industriais cujos papéis sãonegociados na bolsa de Nova Iorque, fechou na sexta-feiraem 2.322,86, o maior desde agosto de 1987, quandoatingiu 2.722. Em Tóquio, o índice Nikkei alcançou nofechamento de sábado 31.679,07 e em Londres, o Fise,que registra a cotação de 100 blue chips, encerrou com2.005,90, o primeiro acima de 2 mil pontos desde o crashde um ano e meio atrás.

As pressões altistas em Wall Street vieram especial-mente da divulgação dos números referentes ao cresci-mento do Produto Nacional Bruto, que nos últimos trêsmeses de 1988 foram de 2%.

Mas, a alta de janeiro também representa um voto deconfiança dos investidores na habilidade do presidenteBush em lidar com importantes e sensíveis questões queserão tratadas no Congresso, como os cortes orçamentá-rios e o déficit comercial.

O incremento do movimento na bolsa de Tóquio estárelacionado com capital estrangeiro vindo da Europa e doOriente Médio para investimentos nos setores de eletrôni-ca e automóveis. Já em Londres, a alta é atribuída àpolítica da primeira-ministra Margareth Tatcher, quecortou impostos, propiciando um volume extra de dinhei-tono mercada

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S.A

Burocracia

dificulta

desempenho

Os grupos econômicos que mais se

destacam cm desempenho nospaíses industrializados são, segundo oprofessor Waltcr Moraes, aqueles quetêm uma estrutura organizacional multi-visional, ou seja, são formados por em-presas ou departamentos independentespor produto, mercado ou região. Nessesgrupos a presidência apenas responde aoplanejamento estratcgico c financeiroglobal. Abaixo dele, funcionam empre-sas que, com diretoria própria, cuidamde cada um dos setores relacionadosacima com o compromisso de obter bomdesempenho econômico e financeiro nasua área. Na maioria das empresas queestudou no Brasil, o professor destacaque essa estrutura ainda está longe de serimplementada, o que distancia cm pelomenos 15 anos a estrutura organizacionalda empresa brasileira de suas congêneresde países da Europa e dos EstadosUnidos.

No Brasil, segundo o professor, asempresas são. cm maioria — há exce-ções — dirigidas por um presidente cdiretores de Mercado, Produção c Ven-das, por exemplo, que não têm autono-mia c nem são cobrados para apresentarum desempenho ótimo cm suas áreas deatuação. Quase tudo acaba na mão dopresidente, criando uma burocraciagrande e emperrada e dificultando o

funcionamento. Nos setores que estu-dou, o professor diz que a maioria dasempresas se apresenta assim até hoje.

Sobre as empresas estatais ele dizque, com honrosas exceções, a maioriasofre de "inconsistência de objetivos anível de direção e de estratégias nãofactíveis". Para ele, isso se deve ao fatode as estatais terem em sua direção deum lado pessoas de objetivos empresa-riais claros (que se preocupam com cfi-ciência, custos, marketing etc.) e deoutro executivos oriundos da área políti-ca que têm objetivos pessoais diferencia-dos c, muitas vezes, deixam que essesobjetivos pessoaisse sobreponham ¦aos empresariais.O professor afirmaque isso gera umaconfusão na dire-ção das empresas,prejudicando seudesempenho eobrigando o gover-no a socorrê-las devez em quando.

Obscr>'ando asempresas estuda-das como um todo,ele diz que a rccci-ta do sucesso estápautada por estra-tégia de preço bai-xo, ênfase na quali-dade do produtovendido, garantiade boa remunera-ção aos seus cxccu-tivos e ao pessoalcm geral, cresci-

mento com base em recursos financeirosinternos c manutenção de uma coopera-ção apenas normal com as instituiçõesgovernamentais. Essas empresas, segun-do ele, sc beneficiaram ainda da tecnolo-gia c dos recursos humanos desenvolvi-dos por universidades brasileiras, poismantêm um bom relacionamento comessas instituições. Incorporaram aindaao processo produtivo um nível de quali-dade cada vez melhor, à medida quetrabalham voltadas também para o mer-cado externo, onde o nível dc competi-ção é acirrado nos itens qualidade epreço.

Desempenho das empresas (i98iai986)

PnvadasNacionais 46,8% 11,4% 21,9% 19,8% —

Multinatio¬nals ejoint-ventu- 8 1 6 3 18res 44,4% 5,5% 33,3% 16,7% —

Estatais 1 1 2 5 sT~11% 11,1% 22,2% 55,5% —

(1)

(2)

(3)

(4)

Retorno de capital e crescimento das vendasacima da média do setor.Retorno do capital acima da média e crescimen-to das vendas abaixo da média.Crescimento das vendas acima da média eretorno de capital abaixo da média.Crescimento de vendas e retorno de capitalabaixo da média do setor.

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SELEÇÃO RESTRITA NR. 002/89"COMUNICAÇÃO-ALTERAÇÃO DE EDITAL"

Comunicamos que na publicação do Edital - SeleçãoRestrita nr. 002/89. com abertura das Propostas marcadapara o dia 10/02/89, às 10:00 horas, ALTERAR A DATA DORECEBIMENTO DAS PROPOSTAS para o dia lb/02/89, às10:00 horas, na Rua Aníbal Porto, 450- Térreo - Irajá, Riode Janeiro, em decorrência de erro na publicação, perma-necendo as demais condições inalteradas.

Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 1989COMISSÃO DE LICITAÇAO

Ciclo de Debates

Sobre a

Reestruturação

Mundial

da Indústria

Quais as principais transformações recentes da economia mundial? Como a internacionalizaçãodos agentes econômicos e a integração dos mercados impactam os diferentes interesses dasnações? fortalecerão as suas fronteiras nacionais? O Projeto Europa 92 é apenas um novo

bloco comercial ou será um novo país? Quais as suas conseqüências para o resto do mundo?

O Sistema BNDES, em continuidade à discussão de sua estratégia de integraçãocompetitiva para o desenvolvimento econômico brasileiro, abordará estas e outras questões,

no segundo debate deste Ciclo, com a colaboração do Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento Os debates se estenderão pelos próximos meses, com a

participação de especialistas internacionais.

Segundo Debate

ANTON BRENDER, Diretor do Centre d'Études Prospectives et d'InformationsInternationales - instituição vinculada ao Gabinete do Primeiro-Ministro da França.

Debatedores: PAULO CUNHA (Presidente do Grupo Ultra) e MÁRIO MUGNAINE(Diretor-Superintendente da Degremont)

Dia l? de fevereiro de 1989, às 15:00 horas, no auditório do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social - Av. Chile n? 100

TRADUÇÃO SIMULTÂNEAENTRADA FRANCA

SISTEMA BNDES.

BNDES I FINAME I BNDESPARSecretaria de Planejamentoe CoordenaçãoGOVERNO FEDERAL'Tudo Peto Social

E1

4 ? Economia ? segunda-feira, 30/1/89 JORNAL DO BRASIL

Cristina Calmou

Reajuste dos

aluguéis ainda

causa dúvidasMuitas pessoas ainda têm dúvidas sobre as

mudanças nos reajustes dos aluguéis anunciadasno Plano Verão. A partir de janeiro, a maioriados inquilinos desembolsará menos do que paga-ria se fossem mantidas as antigas regras. Masquem tem contrato a ser reajustado de março emdiante não se encaixa neste grupo. O aumento doseu aluguel será antecipado.

Um contrato semestral firmado em setembrode 88 no valor de Cz$ 70 mil, por exemplo, sóseria reajustado em março de 89. Mas, pelasnovas regras, o reajuste será antecipado para omês de fevereiro. Para calcular o novo valor a serpago, deve-se multiplicar o deflator do último mêsem que houve reajuste (neste caso, setembro =1 ,.6136) pelo valor do aluguel, NCz$ 70,00 (jáconvertido para cruzados novos). Assim, a partirde fevereiro, o inquilino pagará NCz$ 112,95.Esse valor ficará congelado até a próxima data dereajuste, setembro de 89.

Vencimento em janeiro — Em ja-neiro, só serão reajustados os aluguéis com venci-mento contratual neste mês. O índice é de933,62% para os contratos anuais e 286,06% paraos semestrais. Mas, no mês seguinte (fevereiro), atablita divulgada pelo governo será aplicada. Nocontrato semestral, o aluguel de janeiro deve sermultiplicado por 0.6367 e no anual por 0,4859.Com isso, o valor do aluguel diminuirá'.

Ação Revisional — Quem entrou comação revisional para negociar o reajuste de aluguelem 1988, deve adotar a data original estipuladapara reajuste no contrato. Por exemplo: umcontrato anual deveria ser reajustado em julho de88, mas, o inquilino entrou com ação e sócomeçou a pagar com reajuste a partir de novem-bro, quando o aluguel subiu para Cz$ 70 mil. Emjaneiro, ele pagará NCz$ 70,00. Em fevereiro,aplicará a tablita, multiplicando o aluguel pelofator do mês de reajuste, julho de 88.

Aluguel novo — Quem alugou um apar-tamento em janeiro, antes do lançamento doPlano Verão, deverá calcular os próximos alu-guéis da seguinte forma: em fevereiro multiplicará~o aluguel pelo fator-thrjaneira 0,6367-se tiver

Preço aumenta

e vendas de

imóveis caemDurante o mês de janeiro, o mercado

carioca de imóveis usados registrou dois tiposde comportamento completamente diferentes.Nos dias que antecederam ao Plano Verão, ospreços da maioria dos imóveis estavam atrela-dos à OTN e o volume de negócios era maisintenso do que nos últimos meses de 88. Apartir do dia 15, no entanto, a situação mudou.Os preços galoparam e os negócios pararam.

Em relação ao volume de vendas a situaçãose aproximou a um estado de paralização total.Por outro lado, os preços perderam seu indexa-dor (o Plano Verão extinguiu a correção diáriadas OTNs fiscais) e subiram muito mais do queem qualquer outro mês do ano passado. Segun-dó a pesquisa realizada mensalmente pelaEmbrap (Empresa Brasileira de Avaliação Pa-trimonial) a maior variação registrada em ja-neiro foi a dos apartamentos de sala e doisquartos no Grajaú e em Vila Isabel. Estesimóveis subiram em média 46,70%. Na outraponta, registrando a menor variação, ficaramos imóveis, também de sala e dois quartos,localizados também em Vila Isabel. Eles au-mentaram 40%.

Segundo revela a pesquisa da Embrap, a..variação dos imóveis com mais de três meses de.uso continuou a manter uma certa uniformida-de. Imóveis localizados em diferentes bairros ede tamanhos variados continuaram aumentan-do de preço segundo uma mesma base. Segun-do o diretor da Embrap, João Luiz FrancoNeto, a causa deste fenômeno está na indexa-ção. Para ele, mesmo com o fim das OTNs, aleis de oferta e procura vai demorar a serestabelecer neste mercado. "O preço dosimóveis sofrem conseqüências de médio prazoe ainda vai demorar para que os indexadoressejam abolidos", afirma.

Segundo ele, os imóveis localizados em-áreas mais consolidadas da cidade, como osbairros da Zona Norte e subúrbios, estão comos preços super valorizados. "Por isto nenhumnegócio foi feito em Olaria, por exemplo".Para ele,.se a estabilização proposta pelo Plano

Getúlio Vilanova

nvestimentos na semana (%)

13,8 ~P\

12,20

4 24 4,24

' 1)51 IOblar

Bolsa-Rio

Poupanpa /- 4,25 Ouro

Fonte: Andlma Bolsa^""--^Sao Paulo '

Dólar subiu

13,8% e ouro

valorizou 12%O dólar e o ouro voltaram a subir acentuada-

mente na semana passada, reflexo da crise deconfiança no mercado financeiro com o fim dacorreção monetária nos papéis de renda fixa(Certificados de Depósitos Bancários e Letras déCâmbio) e decorrente dos problemas gerados poralgumas distribuidoras cariocas no mercado finan-ceiro, ao se recusarem a honrar compromissoscom títulos estaduais. O temor que o BancoCentral intervisse , o que poderia gerar um efeitodominó, e a falta de confiança no Plano Verãofavoreceram a fuga dos investidores para merca-dos de risco.

O dólar subiu 13,8% na semana, saindo-de-~NCz$ 1,45 e atingindo NCz$ 1,65 na sexta-feira

O ouro também teve um excelente desempenho,só não subindo mais porque no mercado interna-cional os preços cairam muito.

As cotações na Bolsa Mercantil e de Futuros(BM&F) subiram 12,20% na semana, fechandocotadas a NCz$ 19,78. No mês o ouro já valorizou25,87%. No Sino (Sistema Nacional de Ouro),administrado pela Andima,o grama chegou abater NCz$ 19,90, com valorização semanal de12,49%.

Os investidores que preferiram manter suasaplicações no ovexnight, confiantes na política dejuros altos do governo, contabilizaram um lucrolíquido de 4,24% na semana. Essa taxa seráaplicada também aos saldos das cadernetas depoupança, este mês corrigidas pela variação daLFT (Letras Financeiras do Tesouro). A expecta-tiva é de um rendimento em janeiro ao redor dos23% contra uma inflação que pode chegar até aos70%.

As Bolsas de Valores, ao contrário do que

contrato semestral ou 0,4859, se for anual. Nos que estesmeses seguintes, o aluguel estará congelado. preço.

passada, com,..gfande pressão compradora devier a se consolidar-,-a desindexaçãn fará-com^-—investidores preocupados em atrelar suas aplica-

imóveis baixem relativamente de ções à moedas estrangeiras. O ágio — diferença— em relação ao câmbio oficial está cm 65%.

^ocorreu logo após o_Bann Cruzada; nãn estãociaiiuo bons resultados. Inicialmente porque asinstituições linanceiras que tiveram prejuízos como fim da correção monetária, venderam ações,dólar e ouro para fazer caixa, e agora por retrai-mento dos investidores, que ainda confiam maisno dólar ou ouro.

Caixa reabre -i

penhor com

juros altos

A Caixa Econômica Federal reabriu, nasemana passada, as operações de crédito apessoas físicas e jurídicas. Tanto as contasespeciais como o sistema de penhor de jóias e |eletrodomésticos voltaram a ser fontes de di-nheiro para quem está temporariamente com obolso vazio. Mas, a boa notícia veio acompa-nhada de outra não tão agradável: os juros*cobrados pelo penhor ficaram mais altos.

Na faixa de empréstimos assistenciais, quevai até NCz$ 30,00, os juros mensais passaramde 3,75% ao mês para 7,2%. Isto significouuma elevação de 3,45 pontos percentuais. Aci-ma deste limite, os juros ficaram ainda maio-res. Antes, o reajuste era calculado com base'na variação da OTN. No entanto, como oPlanó Verão decretou o fim desse índice,, os,reajustes serão baseados na variação do 1PC ou.da LFr — com preferência para a que for'maior — mais 1%.

Funcionamento — As demais regrasdo penhor, no entanto, não mudaram. Qual-^uer pessoa pode obter imediatamente umempréstimo de até 300 MRVs (NCz$^4.644,00). A única exigência é deixar, comcgarantia, um objeto de valor, que pode ser umajóia ou um eletrodoméstico. Este último só é \aceito na agência da Praça da Bandeira. Semprecisar de avalistas, referências pessoais oupreenchimento de fichas cadastrais, o clienterecebe o correspondente a 80% do valor doobjeto, estipulado pelos técnicos da Caixa.

Para os empréstimos na faixa assistencial, oprazo é de seis mese. Neste caso, a pessoarecebe o dinheiro com os juros já descontados.Acima desta faixa, as regras mudam. O prazode resgate pode ser de seis ou doze meses e osjuros são computados na hora do pagamentodo empréstimo. Mesmo com prazos rígidos, osempréstimos podem ser renovados. Quem secandidatar a este tipo de transação não pode,deixar de cumprir os prazos de pagamento. <Todos os objetos não resgatados são levados aleilão público pela própria Caixa, 30 dias apósa vencimento. (Eduardo Alves)

Poupador pode

ir à Justiça

contra governo

Iuri Totti

As pessoas que têm cadernetas de poupançaabertas antes do Plano Verão podem entrar naJustiça para receberem o que lhes é de direito, ouseja, a inflação de janeiro mais 0,5%. O novopacote econômico dita que as cadernetas serãoreajustadas pela variação da LFT. Mas, como cmjaneiro, isso representa um rendimento em tornode 23%, enquanto a inflação, segundo o ministroMaílson da Nóbrega, poderá ficar entre 60% e70%, os poupadores terão uma perda real de ate27,64%.

Quem garante esse direito ao poupador 6 oCódigo Civil, através de seu artigo 1.512, quetrata da promessa de recompensa. Diz o artigo:"aquele que, por anúncios públicos, sc compro-meter a recompensar, ou gratificar, a quem preen-cha certa condição, ou desempenhe certo serviço,contrai obrigação de fazer o prometido."

Para o advogado Jorge de Oliveira Beja, ogoverno prometeu recompensar quem ficasse comdinheiro depositado em uma caderneta de pou-fiança durante 30 dias. O prêmio para o poupadorque preenchesse esse requisito seria a remunera-ção do depósito pelo índice da inflação do mêsmais 0.5% de juros. Por isso, o advogado afirmaque "o plano viola o princípio da imutabilidadedos contratos".

A ação, segundo Beja. deve ser feita naJustiça Federal contra a União e o banco deposita-rio. Ela deve alegar que a medida é ilegal no quetange a rentabilidade da caderneta de poupança— somente para aquelas que foram contratadasantes do último dia 15. O banco será condenado apagar o índice da inflação que vier a ser fixado cmjaneiro pelo governo.

Mas. se o poupador achar que o índicedivulgado não corresponde ã realidade, ele pode-rá entrar com outra ação judicial, para ques. especializadas na coleta de

lição da inflação, determinem o:."A ação é rápida, pois nãocia ou de testemunhas já que é

exclusivamente de direito", afirma Jorge de Oli-veira Beja.

Fm agosto do ano passado, o advogado foivitorioso numa ação movida contra a resolução1TW de !« HÍ» í.,nhA A~ íúsn ,*> n™ ,

entidades idepreços para averc"prec

eirode

inc

que expurgou a inflação de 26,06% registradanaquele mês. Nessa ação, o Banco Central foicondenado pela juíza Tanyra Vargas de AlmeidaMagalhães a pagar ao cliente de Beja, o bancárioEduardo de Souza Monteiro, os 6,3% reais quenão foram creditados em sua poupança em julhode 1987."Como já há um precedente, o juiz poderádele se servir e dar ganho de causa aos poupado-res que moverem uma ação contra as medidas queafetam a poupança, embora a decisão ainda estejasujeita a confirmação pelo Tribunal Federal deRecursos", comenta Beja.

O poupador não terá que gastar muito paradar entrada no processo. Para uma inflação esti-mada em torno de 70%, contra uma rentabilidadede aproximadamente 23% da poupança, a perda éde 27,64%. Se o saldo da poupança for de NCz$10 mil, o aplicador terá perdido NCz$ 4,7 mil.Este será o valor da causa inicialmente. Para darentrada na ação, ele terá de desembolsar NCz$80,00. Esta quantia pagará as despesas com cartó-rio e mais o custo das diligências de citação daUnião Federal e da instituição onde tiver o seudinheiro depositado.

Os interessados cm entrar com uma açãoordinária contra as medidas que modificaram porduas vezes as regras da poupança devem procurarqualquer advogado. O prazo para mover as açõessão de vinte anos, para as que forem contra aresolução 1.338 do Banco Central, e de cinco anospara as que forem contra as medidas anunciadasno Plano Verão. Mesmo o poupador que jáencerrou a sua conta, embora tivesse mantido-aantes da resolução 1.338 do Banco Central ouantes da vigência do Plano Verão, ainda poderáreclamar seus direitos e dar início ao processo.

| | As prestações da casa própria dos contratoscom equivalência salarial serão congeladas

pelo valor a ser pago em fevereiro enquanto asprestações com reajuste pela OTN ficarão congc-ladas pelo valor da OTN do niés de janeiro que éde NCZS 6,17.N'o final do congelamento, inicial-mente previsto entre 60 e 90 dias, as prestaçõesdos contratos com equivalência salarial terão dois 'reajustes mensais de 26,05%. correspondentes àsIRPs de dezembro e janeiro que, pelas regras doSFH (Sistema Financeiro da Habitação), sãoincorporadas somente dois meses depois delasterem sido concedidas. Depois desses reajustes,as prestações acopanharáo os salários com ao-mentos sempre que houver reposição salarial.Para as prestações com variação pela OTN, oreajuste ao final do congelamento será igual aodo IPC (índice de Preços ao Consumidor) desdefevereiro.

Direito dos Acionistas

Ultimo dlvldendoEmprosas cod. final capital valor

exerc. social nominal valor NCzS/1000BVRJ social em vl ret. data perlodo Inlclo cupom obs

NCzS NCrf'1000 A. G. ord. prel E. dlrALBARUS ALB 31/12 4354500 17,99 02.01.89 EX: 1907/88 10.01.89 20,00000 20,00000 041AMELCO ANLC 31/12 183800 0,73AMERICA SUL LEASING AMSL 31/12 147600 4,50 06.01.89 2.S/1988 24.01.89 2,47500 2,25000 NOMAQUATEC AQTC 31/12 201383 0,25B.AMERICA SUL BAS 31/12 3601000 1,00 06.01.89 2.S/1988 25.01.89 0,55000 0,50000 NOM/002B. BAMERINDUS BRASIL BBB 31/12 13643546 28,80 03.01.89 ESPECIAL 11.01.89 1,15220 ESC tB. BOAVISTA BBV 31/12 2074000 32^5,40 18.01.89 2.S/1988 19.01.89 0,65000 0,65000 NOMB. BRASIL BB 31/12 318217870 218,84 18.01.89 2.S/1988 03.02.89 64,33000 64,33000 NOM/O61B. ECONOMICO BECE 31/12 11103909 25,13 12.01.89 2.S/1988 25.01.89 15,00000 15,00000 002B. INV. AMERICA SUL IAS 31/12 630000 1,00 06.01.89 2.S/198S 24.01.89 0,50000 0,55000 002B. MERCANTIL S.P. BMSP 31/12 11244269 20.01.89 1988 24.01.89 23,61000 23,61000 ESCB. PROGRESSO BPR 31/12 1341600 0,32 13.01.89 2.S/1988 26.01.89 0,09091 0,09091 NOMB. REAL BR 31/12 9307000 38,19 24.01.89 9.9/1908 20,10000 20,10000 ESC 2B.REAL INV. BRI 31/12 4034000 ;08.45 24.01.89 2.S/198S 59,40000 59,40000 ESCB. SAFRA BSFR 31/12 10000000 27,03 29.12.88 EX. 1988 203,48830 203,48830 ESCBAMERINDUS ADMINIST. BADC 31/12 3635706 53,28 03.01.89 ESPECIAL 11.01.89 1,97400 ESC: 3BAMERINDUS FINANC. BFCI 31/12 .. .. 1014948 74.56 —SBtE iSBff T3.02.89 ~Tj;®275 'ESC BAMERIUNDUS SEGUROS BCS 31/12 4316977 46,14 03.01.89 ESPECIAL 11.01.89 1,84560 ESC 4BETA BTA 31/12 881507 2,91BRADESCO BRAD 31/12 55002915 6,50 04.01.89 COMPL.1988 23.01.89 9,00000 9,00000 ESCBRADESCO INV. BRDI 31/12 13500000 13,04 04.01.89 COMPL.1988 23.01.89 9,00000 9,00000 ESCBRASMOTOR BRMO 31/12 11200000 415,60 25.01.89 1988 27.01.89 155,50000 155,50000 002CEDRO CACHOEIRA CDRO 31/12 2268000 3,00 13.01 89 1988 31.01.89 0.82000 0.82000 005CONDUGEL CDGL 31/12 550000 812,38ICONSUL CDNS 31/12 4000000 1848,57 24.01.89 1988 26.01.89 1766.45000 1766,45000 002CREASUL ASF 31/12 27000 4,50 06.01.89 2.S/1988 24.01.89 2,47500 2,25000 NOMCZARINA CZAR 31/12 280000 27,45DURATEX DURA 31/12 43495060 14,00EMBRACO EBC 31/12 2600000 1124,52 24.01.89 1988 26.01.89 1871,67000 1871,67000 NOMrTAUNENSE CUT 31/12 2500000 6,61MANASA MNS 31/12 4526794 3,99MANGELS MISA 31/12 2233000 9,34METALAC MTC 31/12 943520 69,56 13 12.88 3. TW1988 25.01.89 6.17000 6.17000 022MOTO PEQAS MTPS 31/12 1741078 7,09NACIONALDFI SIN 31/12 1321333 37,86 24.01.89 2.S1988 21.02.89 4.00000 4.00000 NOMNACIONAL INV. BNI 31 12 1984499 42,00 24.01.89 2.&1988 21.02 89 6,75000 6,75000 NOMNEMOFEFFER NEMO 31/12 5498928 74,31QUIMISINOS QUIM 31 12 2395215 15,18REAL C. INV. CRI 31 12 2666000 105,79 24.01 89 2.S/1968 17,20000 17.20000 ESCREAL CONSORCIO BRG 31 12 1871201 135,88 24.01 83 2.S'1988 15 00000 15,00000 ESCREAL PARTICIPATES REPA 31/12 1750039 111.54 24 01 89 2.S31958 13 50000 13,50000 ESCSID PAINS PAIN 31 12 1066000 39.37 02.01 89 2.S1988 17.01 89 69.00000 69.00000 002TECELAGEM S JOSE FTSJ 31 12 1080000 •> 00 " - - - -UNIBANCO U8B 31 12 15000000 17 39 13 01.89 2S1988 31 01.89 5.12300 5.12300 ESCUNIBANCO INVEST. BIB 31 12 65000000 3630.76 1301 89 2S1988 31 01.89 275 00000 275,00000 ESClaSUPV— CSV 3112 321816 06.0189 2 S1983 25.01 89 4.QCQ00 NO'/

OBSERVAÇÕES

- DIVIDENDO ESPECIAL MAIS MENSAL AMBOS DE CzSO.5761 E ALTERADO O DIVIDENDO MENSAL PARA CZ31,9791 A PARTIR DE 25 01.89- CONJUNTAMENTE A ESSE DIVIDENDO PAGO UM DE CZS2.59 COMPLEMENTAR AO EX1987.- DIVIDENDO ESPECIAL VAIS MENSAL A.V9CS DE CzS0.3870 E ALTERADO O DIVIDENDO MENSAL PARA CZ33 6500 A PARTIR DE 2501 83- DMDENDO ESPECIAL MAiS MENSAL AMBOS DE CzSO.9228 E ALTERADO O DIVIDENDO MENSAL PARA CZS3.1500 A PARTIR DE 25.01 83

— OfffiNÃRIAS SUBSCREVEM NO TIPO E PREFERÊNCIA» EM PREF. CIASSE "A". AÇÕES SEM DIREITO AO DIVIDENDO RELATIVO AO EX1968.6- SU8SCRÍÇÃO DE DESENTURES CONVERSÍVEIS E?.* AÇÕES PRE- CLASSE A HA PROPORÇÃO DE UMA DEBENTURE PARA CADA GRUPO DE 338 AÇÕES POSSUÍDAS AO PREÇO C

1 OTN. COM VENCiMENTO EM 01.1233.7 — 90NIFSCAÇÀ0 06 AÇÕES DA EMPSESA POLPAR SA

SBB^k yiJl

Poupanga 29,43 %"URP 26,05%"

Aluguel semestral 286,06%

Aluguel anual 933,62 %T

OTN NC2$6iir,

Dolar no biack <ncz$)__ _ __

23/1 24/1 2S/1 26/1 27/1

Vale PP (NCz$) /mil acoes__o0

3.150,00^r3.120,00 3.005,00

"^^3.000,01 ^T

23/1 24/1 25/1 26/1 27/1

O dólar voltou a reagir, subindo muitoi. A pressão de invés-na semana passada,

tidores assustados com o fim da correçãomonetária e problemas no mercado financei-ro contribuíram para a alta das cotações damoeda americana no mercado paralelo decâmhig. Cotado a NCz$ 1,45 na semanaretrasada, o dólar bateu NCz$ 1,65 na sexta-feira, com alta de 13,8%. O ágio em relaçãoao câmbio oficial, congelado em NCz$ 1,00,é de 65%.

? A expectativa de que a Vale do RioDoce divulgue seu balanço de fim <lc

ano tem levado esta ação a oscilar muito nosúltimos dias. Somente na semana passadoeste papel chegou a cair bastante, voltandoao nível de NCz$ 3.000,(X) o lote de mil naterça-feira. Mas, no final da semana houveuma recuperação e a ação conseguiu regis-trar uma valorização de 4,96% ate a sexta-feira passada.

Indicadores de janeiroPoupanga 29,43 %""URP 26,05%

Aluguel semestral 286,06%

Aluguel anual 933,62%

OTN NCg$6i1?l

JORNAL DO BRASIL ***.... segunda-feira, 30/1/89 ? Economia

Fundo aò

cortador é

x>a opção

O fundo ao portador, que surgiu há cercade dois anos, para abrigar investidores quequeriam ficar no anonimato, levou vantagemdepois do Plano Verão. Tanto, que há poucosdias um banqueiro comentou que o "filhobastardo", ou seja, o fundo ao portador, tinhapassado a perna no "filho legítimo", se referin-do ao fundo de renda fixa, que não temanonimato.

Sorte dos investidores que preferiram ofilho bastardo, mas pobres aplicadores dosfundos de renda fixa. Esta aplicação perdeumuito com o fim da correção monetária. Osfundos de renda fixa tinham em carteira Certifi-cados de Depósitos Bancários ( CDBs), que,poucos dias antes do anúncio do Plano surgiamcomo uma verdadeira barbada: renderiam cor-reção monetária mais 47% ao ano.

Como a inflação estava lá nas nuvens, todomundo do mercado financeiro correu paracomprar este título, que garantiria excelenteganho com a correção elevada. Entretanto, opacote terminou com a correção monetária e asinstituições financeiras acabaram amargandoprejuízos com os CDBs. Já os fundos aoportador não tinham CDBs cm carteira, massim títulos iguais ao que dão lastro ao over-night, às Letras Financeiras do Tesouro (LFTs). O filho bastardo, ou seja o fundo aoportador, sem perceber, acabou tomando aposição de filho legítimo.

Ajustes — A Associação Nacionaldos Bancos de Investimento ( Anbid), órgãoque regulamenta o funcionamento dos fundos,recomendou que a perda dos fundos de rendafixa com o carregamento de CDBs fosse feitalogo em janeiro. Vários administradores destesfundos, que tinham CDBs em carteira, resolve-ram seguir o conselho e deram uma garfada novalor da cota. Ou seja, se a cota era NCz$10,00, passou a ser, depois do ajuste, NCz$8,00. Um investidor carioca, por exemplo,tinha NCz$ 4.051,00 antes do Plano Verão e naoutra semana só tinha NCz$ 3.650,00.

Você pode achar que é um absurdo. Real-mente é. Mas os administradores de fundos sedefendem. Dizem que o acerto do valor dascotas foi a melhor solução para descontar aperda com os CDBs. Alegam que foi umproblema gerado pelo Plano Verão, pelo térmi-no da correção monetária e não da administra-ção do patrimônio.

Eduardo Santalúcia, gerente de Invcs!í;mentos do Banco lochpe, conta que seria muitopior se o ajuste não fosse feito logo e chamaatenção para a lista que é divulgada hoje peloSEU BOLSO sobre o valor atual da cota dosfundos de renda fixa. "Haverá distorções gran:des", observa. É que vários fundos não tinhamCDBs cm carteira, enquanto outros estavam nolimite permitido, 100% da carteira formada porestes títulos.

Cautela — Portanto, se você é uminvestidor de fundo de renda fixa e pensou emsair correndo depois que descobriu isto tudo, émelhor pensar duas vezes antes de querer sacarimediatamente todo seu dinheiro. Saindo agoravocê estaria largando o barco justamente nahora da tempestade. Não adiantaria muito ficarno mar, em meio a chuva, mesmo com seudinheiro na mão.

O que pode-se tentar é achar uma saídaalternativa. Vamos supor que você tenha des-coberto agora que seu fundo de renda fixa1tenha diminuído o valor da cota. Se for tirarrapidamente, perderá, pelo menos, um dia deinvestimento, para compensar o cheque, pôdeaté perder mais, se o fundo que você aplica sóliberar o cheque um dia depois do pedidçí'd.e'.resgate.

"Estamos recomendando que os cotistasde fundo de renda fixa esperem um pouco paragarantir seu ganho",, disse o gerente de investi-mentos do lochpe. Agora, a maior parte dos'fundos que já contabilizou prejuízo trocou osCDBs por LFTs. Estes fundos deverão renderiguaNo overnight em feveiro e nos próximosmeses.

Fundo ao portador — Quantoaos aplicadores dos fundos ao portador, osinvestidores podem dormir tranqüilos. Esta éuma aplicação que rende praticamente igual aoovernight, e o limite mínimo de aplicação ébem menor do que o over. Está em torno deNCz$ 500,00 a 800,00, enquanto o over exigepelo mençs cerca de NCz$ 1.000,00. A únicadiferença desta aplicação para o over é que tem5% de tributação por garantir o anonimato'11oaplicador.

O over compensa somente para megain-vestidores, de grande porte mesmo, que conse-guem garantir uma taxa de quase 100% doganho líquido das LFTs. Senão, o fundo decurto prazo ainda é a melhor opção.

Já os investidores de fundos de açõesdevem colocar as barbas de molho. Assimcomo os de renda fixa, sair agora é o meçmóque pular fora na hora que o barco tambémestá cm meio a um temporal. Estes fundosdependem muito do comportamento das Bolsasde Valores, que não estão nada bem com oPlano Verão. Enquanto não houver uma recu-peração do mercado acionário, pedir resgatepode significar perdas significativas. (S.A.)

O que eles fazem com o dinheiro / Guilherme Afif

Deputado faz

poupança e

compra imóvel

Sônia Araripe

Atualmente, Guilherme Afif continua na direçãoda seguradora da família, mas conta que praticamentenão participa mais das decisões. "Não sobra tempopara quase nada depois que comecei com os trabalhosno Congresso", diz. Tanto, que sua carteira de investi-mentos mudou muito depois de ter ido trabalhar emBrasília. " Não tenho mais ações e estou concentrandoas aplicações de curto prazo na caderneta de poupançae em imóveis", explica. Ele está preocupado com orendimento da poupança em janeiro. "Os poupadoresestão sendo roubados. A moeda é manipulada",alertou.

Imóveis — Casado, quatro filhos, o candidatoà presidência do PL mora numa casa no bairro deJardim Paulistano e tem ainda uma casa na praia daBaleia, entre Bertioga e São Sebastião, onde aproveitapara ler muito, andar de bicicleta e descansar. Odeputado acha ,que aplicar em imóveis é um bominvestimento. "E uma aplicação de longo prazo. Nãogosto de especular", conta.

Sua empresa, a seguradora Indiana, tem uma boacarteira de ações, porque as seguradoras são investido-res compulsórios das bolsas de valores e outras aplica-ções, como uma fazenda em Serra Negra, interior deSão Paulo.

O deputado conta que no final da década de 60,quando casou, conseguiu um bom dinheiro vendendoalgumas ações. "Foi a nossa sorte. Depois a bolsadespencou e poderíamos ter perdido nossas econo-mias", explica. Ele acha que esta é uma boa aplicação,mas desde que o investidor tenha tempo para acompa-nhar com muita calma as oscilações do mercado.

Ele garante que não não gosta de pagar suascontas com cartão ue crédito e faz um controle rigorosopara não gastar anda além do que ganha. "E isso ciue ogoverno deveria fazer. Se eu for eleito, as autoridadesresponsáveis pelo crime de emitir mais moeda do que carrecadado serão punidas", garante. Afif não se achaum candidato muito paulistano e acredita que a brigapela presidência deve ficar entre o moderno e o antigo.E se intitula a opção pelo moderno.

"Ep oi dada a largada da corrida à Presidência daJS? República. As eleições estão marcadas paranovembro deste ano, depois de um longo jejum dequase 30 anos. Alguns partidos iá têm candidatos,enquanto outros ainda não se definiram. Um dosprimeiros candidatos a surgir no páreo foi o deputadofederal Guilherme Afif Domingos (PL-SP), 45 anos,paulista. Como investidor ele prefere imóveis e pou-pança. Caso seja eleito ele promete muito rigor.

— Se o governo emitir além do que pode,deve ser punido. O que aconteceria com alguém queresolvesse fabricar dinheiro numa máquina no fundodo quintal para cobrir o rombo doméstico? Não seriapreso como estelionatário?— diz Afif. Desde quecomeçou a vida política, ele tem mostrado um estilomuito pessoal de atacar a máquina burocrática do' ESíàd'0 e alguns empresários que querem aproveitar osfavorecimentos do governo.

Formado em economia e administração de em-presas, Guilherme Afif é diretor da Companhia deSeguros Indiana, controlada por sua família. Na déca-da de 70 chegou a trabalhar em outra área, comodiretor superintendente do Diário do Comércio, mas odeputado paulista ficou conhecido mesmo como líderempresarial. Foi presidente da Associação Nacionaldas Companhias de Seguro e depois da AssociaçãoComercial de São Paulo.

Votação — Guilherme Afif, na época ouedirigia a Associação Comercial de São Paulo, defendeu com muito empenho as microempresas e tudo indicaque foram os microempresários que responderam porgrande parte da sua votação expressiva à AssembléiaConstituinte. Neto de mascates, descendente de imi-grantes libaneses, Afif conseguiu 508 mil votos e foi odeputado mais votado dos pequenos partidos.

Sua vida política começouno governo de PauloMaiut quando assumiu a piesidêneia-do-Banco ale.Desenvolvimento do Estado de São Paulo e depoischegou a ser secretário estadual da Agricultura eAbastecimento. Foi derotado em 1982, quando eracandidato a vice-governador na chapa de Rcynaldo deBarros. No final de 1985 deixou o PDS para se filiar aoPL (Partido Liberal), praticamente fundando o partidoem São Paulo.

,Rentabilidade dos fundos

1* Inved-Rgnda 5.520,5 1,518000 3,34 15.38 BIC-Max 50 805 883,5 0.020592 4,09 17,20 Europai — [uma^te 87 182,9 2.9724390 (2.66) 0.26106 408.552.3 61.510432 3,70 16,88 BM0 10 238 209,6 10 551060 4J2 17,37 FAX national 17.975.990.4 0.1334900 (4.25) 0,58bchpe 4 940.156.0 0.048230 3,98 17.20 BMG 20 578 414^8 8.986307 168 16.37 FWT 56.738.7 0.032M40 (1,91) 3,93p . , . B«(rt»h B»a4ih Patrtm. later Rw.taO. latitat).

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6 ? Economia ? segunda-feira, 30/1/89 JORNAL DO BRASIL

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Guedes: Volta da inflação pode levar Plano Verão ao fracasso

Cena nacional

Kido Guerra

O governo dispõe de um prazo depouco mais de 30 dias para manter arigidez da política monetária, atravésda fixação de taxas de juros razoavel-mente elevadas ou até superiores àspraticadas nos primeiros dez dias devigência do Plano Verão- (25%, emmédia, o que projeta uma taxa real, atéo final do mês, em torno ,(.le 22%). Apartir de março, a prática de jurosaltos começará a gerar problemas decaixa, pressionando, de forma insus-tentável, a dívida interna.

Ate lá, portanto, os objetivos deuma política monetária mais rígida,eaqio a contenção do consumo, desovade estoques especulativos, acumulaçãode poupança e esfriamento do merca-do financeiro, terão que ser sentidos erefletidos através de uma acomodaçãodos preços. Caso contrário, a inflaçãoretornará no primeiro afrouxamentoda política monetária, ameaçando, so-mada às pressões para o descongela-mento dos preços, o êxito do PlanoVerão

Esta é a síntese de um estudoencomendado pelo ministro da Fazen-

da, Maílson da Nóbrega, à Secretariado Tesouro Nacional, que ressalta queo ganho adicional de cerca de NCz$ 4milhões com a recompra das OTNspelo governo, substituídas pelas LFTslogo após o lançamento do Plano Ve-rão — "um genuíno calote", comoadmite um graduado assessor do minis-tério —, deu uma margem de 45 diaspara o Tesouro suportar a elevação doscustos da dívida interna, gerada pelosjuros altos.

Esse prazo, porém, não significaque. as taxas permanecerão no atualpatamar, ressalta o mesmo funciona-rio, explicando que os juros serão"pilotados" de acordo com o dia-a-dia,podendo descer ou, mais provável-mente, subir.

Polêmica — Os elevados rendi-mentos do dólar no mercado paralelq(13,8%) e do ouro (12,2%) na semanapassada são sinais claros de que omercado está considerando baixas astaxas praticadas pelo Banco Central,compartilhando da mesma opinião doex-ministro Mário Henrique Simon-sen, que defende a adoção de juroselevados para frear a fuga de ativos.Esse resultado talvez determine uma

mudança de planos do governo, espe-cialmentc do ministro Maílson da Nó-brega, que até o final da semana passa-da comentava que "a política monetá-ria atualmente praticada tem surtido osefeitos desejados."

O economista Paulo Guedes, doIbmec (Instituto Brasileiro de Merca-do de Capitais) também critica o pata-mar que vem sendo fixado pelo BancoCentral para a remuneração do over-night, julgando próxima do ideal umataxa real em torno de 40%,.o que, paraele, aí sim caracterizaria "uma políticamonetária apertada."

Ao contrário do que se pensa nosprincipais gabinetes da sede do Minis-tério da Fazenda, em outras entidadesdo governo é grande o questionamentoem torno do propagado êxito da políti-ca monetária até o momento. E não ésó em função do reaqüecimento dosmercados de ativos de risco na semanapassada."Não está se verificando a reduçãode preços esperada em função da rigi-dez da política monetária, que seriaconseqüência de uma forte diminuiçãodo consumo. Esperava-se, assim, que ainflação se acomodasse também atra-

vés da retração da demanda", observaum economista da Seplan. Ele acres-centa: "Se o consumo não está caindoagora em janeiro, que é o momento demenor poder de compra do assalaria-do, já que ele está sofrendo o impactodos aumentos dos preços nos últimos30 dias sem receber a URP do mês,isso não vai acontecer em fevereiro,quando os salários forem pagos."

Além disso, a alteração das regrasda política salarial, pelo presidente emexercício, deputado Ulysses Guima-rães, embora de impacto inicial poucosignificativo, representa um pequenoaumento da massa salarial, o que podeatrapalhar um pouco dos objetivos dogoverno de combater a inflação atravésda contenção do consumo, a menosque haja novas medidas de desestímuloao consumo, como a fixação de jurosem níveis bem superiores aos que vêmsendo praticados desde o dia 18.

O que não pode ocorrer — alertaum técnico do governo — é uma altasúbita das taxas de juros, pois esseprocedimento fatalmente seria inter-pretado como sendo conseqüência deum recrudescimento da inflação. Seriao golpe definitivo.

Guedes pede aperto fiscal

O tripé de sustentação do PlanoVerão — fundamentado no congela-mento de preços, na rigidez da políticamonetária e no aperto fiscal — estádesequilibfado, o que põe em riscotodo o programa de estabilização daeconomia. A base desse desequilíbriopassa pela ausência de uma políticafiscal consistente que, em conseqüên-cia, impedirá que o governo sustente,por muito tempo, uma política mone-tária restritiva, devido às fortes pres-sões sobre os custos da dívida interna.

A avaliação é do economista PauloGuedes, do Ibmec (Instituto Brasileirode Mercado de Capitais), que alerta:"O problema é que o programa dogoverno está quase que totalmentesustentado no aperto monetário parafrear a inflação".

Um ajuste fiscal que zerasse odéficit público — através da efetivaçãode demissões em massa no funcionalis-mo federal e da promoção de cortessubstanciais nos subsídios, incentivos eisenções fiscais, além da desmobiliza-ção e privatização de várias empresaspúblicas — compensaria a elevação

dos custos da dívida interna provoca-dos pelos juros altos.

Segundo Paulo Guedes, essas me-didas também seriam necessárias paraque o governo conseguisse obter umsuperávit de caixa suficiente para opagamento dos juros reais da dívidainterna. A partir desse momento —que, segundo ele, viria no prazo de trêsmeses —, a inflação arrefece e as taxasautomaticamente podem cair, porquenão será mais preciso emitir títulospúblicos para financiar a dívida.

No entanto, sem esse forte apertofiscal — o que está mais de acordo coma realidade, uma vez que os cortes dasdespesas públicas parecem ser tímidosdemais —, é grande o risco de que oPlano Verão fracasse com a volta, emgrande estilo, da escalada inflacioná-ria. Motivada não só pelas pressões decustos que ameaçam o congelamentode preços, mas pela incapacidade dogoverno, por falta de caixa, em susten-tar, durante mais de três meses, umaoverdose de política monetária, que,alem de onerar os custos da dívidaprovoca recessão na economia.

Inpes confia no sucesso do novo programa

Se o governo conseguir manter ainflação de fevereiro a dezembro numataxa média mensal inferior a dois dígi-tos — até 9%, portanto —, o PlanoVerão poderá ser considerado um su-cesso. A avaliação é do Grupo deAcompanhamento Conjuntural do In-pes (Instituto de Pesquisas da Secreta-ria de Planejamento) que, em suaúltima carta conjuntural, parte dessapremissa para elaborar um cenáriootimista para a economia em 1989,apontando para um crescimento donível da atividade econômica cm tornode 1% do Produto Interno Bruto euma redução do déficit público de atédois pontos percentuais em relação aoPIB."Estamos

partindo do pressupostode que o programa de estabilizaçãodará certo. Caso contrário, tudo mu-da", assinala o coordenador dos traba-lhos do grupo, o economista RicardoMarkwald, que considera um grandeêxito a redução de uma inflação anuali-zada em torno de 1.000% para poucoacima de 100%, apesar do congela-mento de preços, c admite que oquadro elaborado é "bastante favorá-ve]". especialmente se comparado àrealidade do ano passado.

Para a elaboração desse cenário, oInpes também agrega a hipótese deuma queda em termos reais, até de-zembro, de 15% nos gastos totais dogoverno, além de uma expansão, emtermos reais, de 40% na base monetá-ria, bem inferior, portanto, aos 120%verificados no período do Plano Cruza-do. Consequentemente, haveria umaumento de quatro pontos percentuaisno nível da taxa de juros incidentesobre a dívida interna em relação a1988. Admite-se, ainda, uma pequenavalorização do cruzado em relação aodólar americano, caso taxa de câmbiopermaneça inalterada por um períodode dois meses no contexto de umainflação residual pouco significativa.

Atividade econômica — Ocrescimento de 1% do Produto InternoBruto — cm 1988, houve estagnação— seria puxado por uma expansão doproduto agrícola em torno de 2% a2,5%, conforme sugerem as primeirasestimativas do IBGE (Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística), o quecontrabalançaria uma variação leve-mente negativa da produção agrícola.

Esse resultado, segundo o estudodo Inpes, decorre tanto da forte con-

tração fiscal como da limitada expan-são monetária, que são condições bási-cas para o sucesso do Plano Verão. Nocaso de uma remonetização mais inten-sa, porém, os resultados em termos decrescimento poderão ser até mais satis-fatórios.

No que se refere às contas públi-cas, a perspectiva é de que a desejadaqueda da inflação induziria um aumen-to da carga tributária líquida (já quediminuiria consideravelmente a dete-rioração da receita da União), que sesomaria à redução da defasagem dospreços e tarifas públicas e à contençãodos gastos do governo, para um equilí-brio do caixa do Tesouro.

Mesmo na presença de um aumen-to significativo da carga financeira —superior a 1% do PIB, de acordo comas hipóteses adotadas—, em decorrên-cia da elevação dos juros internos eexternos, poderia haver uma significa-tiva redução do déficit público, en-quanto o crescimento da dívida internaem relação ao PIB seria mínimo.

Cenário externo — Pelas cs-timativas do Inpes, a valorização cam-bial e um cenário externo menos favo-rável que o dos últimos três anos —desaceleração do comércio mundial.

elevação das taxas de juros internacio-nais e aumento pouco significativo dospreços reais do petróleo — gerariamum saldo comercial bem menor que ode 1988 (US$ 19 bilhões 90 milhões),provavelmente não superior a US$15,5 bilhões (a meta do governo é,através da ampliação das importações,obter um superávit em torno de US$14,5 bilhões).

Com esse resultado, o balanço depagamentos provavelmente seria nega-tivo em cerca de US$ I bilhão, tornan-do-se necessária, portanto, a obtençãode novos empréstimos externos para seevitar a queda do nível das reservascambiais, caso o governo não suspendao pagamento do serviço da dívida.

.Novos recursos do exterior tam-bém serão necessários, segundo o estu-do do Inpes, para a retomada docrescimento da economia. A conten-ção do investimento público e a respos-ta vagarosa do investimento privado,principalmente num contexto de taxasde juros elevadas, abrem um espaçopara a ação, principalmente, das agén-cias multilaterais, uma vez que hámaiores dificuldades para a obtençãode financiamento com os bancos co-merciais privados. (K.G.)

Cruzado(Câmbiocongelado)

Bresser(Midi)Max

Jan/83 Jan/84 Jan/85 Jan/88 Jan/87 Jan/88 Jan/89Fonte: FGV (Banco de Dados)

Midi do cruzado reduz

PIB e renda nacional

Coriolano GaitoA mididesvalorização de 17,73% da

moeda em relação ao dólar, decretadapelo Plano Verão, não traz efeitos per-versos apenas no pesado endividamentodo setor público, mas provoca igualmentedistorções nas contas nacionais do gover-no. A começar pelo cálculo preliminar doProduto Interno Bruto.

Pelos números oficiais do ano passa-do, o PIB em dólar havia conseguido umaproeza: avançou quase 18%. Se medidoem cruzados antigos, subiu somente 0,04.Isso tudo porque havia uma valorizaçãoreal da antiga moeda dos brasileiros emrelação ao dólar. Dos US$ 385 bilhõesprevistos inicialmente, o PIB encolheupara US$ 316 bilhões em razão dos efei-tos da desvalorização.

Renda — Mas não é só o PIB quefica menor em função da midi. O últimodado disponível sobre a renda per capitadivulgado pelo IBGE indica algo emtorno dos US$ 2 mil 300. Com a midi,esta renda média de cada brasileiro des-penca para US$ 1 mil 900. Aparentemen-te, os brasileiros ficaram mais pobres,mas é verdade que o ajuste na taxa decâmbio, criticado por muitos economis-tas, revela a tentativa do governo deequiparar o cruzado com o dólar e, comisso, eliminar as distorções.

Mas estas contas de conversão docruzado para dólar estão longe de conse-guir unanimidade entre os economistas.Salomão Quadros, da Fundação GetúlioVargas, lembra que o ideal é ter umacesta própria de bens para a partir destedado fazer a troca das moedas. Normal-mente, os números que aparecem nascontas nacionais em dólar são converti-dos com base na flutuação da taxa médiado câmbio o que, invariavelmente, tornao cálculo impreciso, ressalva Quadros.

Em 1983, quando o governo decretouuma máxi de 30%, o efeito foi imediatona conta do PIB em dólar: caiu exatos25%. Mas, em compensação, em 1986,ano em que o Plano Cruzado congelou ataxa de câmbio, houve uma expansão de23% do PIB.

Mas as estatísticas não se cruzamapenas por causa dos efeitos provocadospor uma midi. O Banso-Mundial, atesta

Salomão Quadros, toma por base paramedir a renda per capita de um país o seuProduto Nacional Bruto (PNB), quecomputa somente as riquezas produzidasem uma nação. Já o PIB, adotado nascontas formuladas pelo IBGE, inclui ain-da toda a renda líquida transferida aoexterior. Assim, o pagamento dos jurospara os bancos estrangeiros é computadono PIB, mas não é captado no PNB.

Essas diferenças entre o PIB e o PNBnão são grandes, mas, em determinadosmomentos, superam a casa dos 5%. Em1983, por exemplo, a renda de cadabrasileiro chegou a US$ 1 mil 499, segun-do o Banco Mundial, ou US$ 1 mil 591,de acordo com o IBGE.

Salário — Um bom indicadorpara medir as mudanças na oscilação dodólar encontra-se na relação entre o câm-bio e o salário, encontrada a partir dadivisão da taxa média de câmbio oficialpelo salário nominal médio da Fiesp(Federação das Indústrias do Estado deSão Paulo). Igualando o ano de 1980 a100, esta relação ficou muito favorável aocâmbio no meio desta década, quando apolítica econômica do governo Figueire-do arrochou os salários, e colocou comoprioridade as exportações para pagar osjuros aos banqueiros internacionais.

Assim, em março de 1984, por exem-pio, a relação chegou a 124,01. No PlanoCruzado, com o câmbio congelado e osalário real médio com um poder decompra maior, a mesma relação despen-cou, chegando a cravar somente 77,83,em abril de 1986.

Mas no ano passado, apesar do me-gasuperávit comercial superior a US$ 19bilhões, persistiu uma defasagem cam-bial. A média do ano, segundo umaestimativa de Salomão Quadros, ficou em78,91. O economista vai mais longe.Pelas suas contas, a mididesvalorizaçãodecretada pelo Plano Verão não foi sufi- ¦ciente para alterar significativamente estarelação. Em janeiro, ele estima um índicede 78,57, o que não é muito diferente doque aconteceu no decorrer do Cruzado.

Na prática, os números do salárionominal medido pela Fiesp só confirmamque muitas empresas reajustaram o salá-rio acima dai URP em 1988, e a correçãodo câmbio, de modo geral, apenas acom-panhou a inflação.

Produto Interno Bruto (PIB)

Variação (%)

Fontes: Banco Central e IBGE

Juro alto encarece dívida internaRelação câmbio-salário

Arrocho dos

salários

volta à cena

Paulo MoutinhoMarco Augusto Tclles

¦ Eduardo Scaletsky

TT m dos iirgumentos mais utilizadosU para justificar o arrocho nos salários

está ligado á idéia dc que os aumentosdestes pro\ocam inflação. Desta vez. oGoverno e seus arautos foram mais longe.Para eles. o simples reajuste, que tem porfim a recomposição do poder de comprados salários, também passa a ser considera-do acelerador de inflação. O que queremnos fazer crcr é que há um mistério inson-dávcl. O Ministro da Fazenda é quem nosdiz: "E uma coisa difícil dc explicar, cu seique é muito difícil de explicar, que otrabalhador não deve ioltar ao salário dcpico. São vai entender nunca." (JB.ISfll SV.p. 15). Explicar o que ? O que nãodeve ser explicado aos trabalhadores'.'

Há uma questão dc fundo, ou melhor,um único pressuposto subjacente ao pre-fe/iv» mistério: os salários de pteo (ou seja,aqueles supostamente acorddos nas datas-base) sáo mera fkçào. O que significa isto?

Significa dizer ao trabalhador que existealgo sobre o qual sua influencia não existe:seu salário. Ou seja. num determinado dia.em geral no primeiro dia do mês. o traba-lhadorcontrata um salário através de nego-ciação coletiva. Mas isto não vale. Dozemeses depois, durante suas férias, o traba-lhador vai fazer as contas, e surpreende-se:parcela considerável de sua renda anualsumiu. Dos 13saláriospretensamente rcce-bidos. alguns simplesmente desapareceram110 "inexplicável" fosso econômico.

Seria ingênuo, embora fosse justo,pensar-se que o plano de ajuste e controleinflacionário iria alterar, e de um só golpe,a distribuição de renda no pais, desconcen-trando-a. Mas é inaceitável que faça exata-mente o contrário. Admitir, sem maioresconsiderações, que a perda dos saláriospela inflação e algo que faz parte das regrasdo jogo, é. no minimo. cinismo. Explican-do bem. e consolidar e intensificar umbrutal processo de concentração de rendaocorrida no último ano. Tal como na natu-reza, também na economia, tudo se trans-forma. Sc. por um lado, a renda assalariadafoi transferida, o caminho da investigaçãocientifica é indagar qual foi o seu destino.

Certamente, os arautos do novo plano— políticos, economistas, alguns professo-res universitários — certamente o sabem,mas não revelam. Afinal, o mistério vão\ épara ser reielado. Talvez no simples Hn-guajar nrasilcirpoucas palavra

'áSírarrocho sa

ros, etc. É claro que nesta equação há umasimplificação de um fenômeno de comple-xidade conhecida. Por outro lado, nãodeixa de ser uma síntese que. com certograu dc abstração, traduz uma dura rcali-dade.

O Plano Verão, efetivamente, consoli-da e aprofunda uma pcrwrsa transferenciade renda do trabalho para outras rendas,grosso modo. do capital. Isto é conhecido,mas nem por isso pode ser aceito, especial-mente do ponto de vista de quem perde. Eo que propõem os arautos do novo Plano'.'O de sempre: conformem-se com as per-das! Alguns, com artifícios pretensamenterigorosos, por desconhecimento, ingenui-dade ou má fé. tentam mostrar ganho,.Que ganhos'.' Ganhos cm relação ás pcrtlasjá consolidadas: c isto se vingar o congela-mento. O que está sendo feito com a novasistemática é reduzir ainda mais a mediasalarial em relação àquela já estabelecidano Plano Cruzado. Tomando como exem-pio um trabalhador com data-base no dia 1"de setembro, supondo um salário de marçode 19S6 igual a 100. seu salário em fcicrci-ro. estimando a inflação de janeiro cm50&. será somente 60.51. Ou seja. a mé-dia. após o Plano \'eráo. estará 39.4{'rrabaixo da média tomada pelo Plano Cruzai-do em J9S6, conforme a tabela.

Com base na aceitação implícita destasituação, o noi o plano, entre íihAk osoutros, sem dúvida exagera na dose. E nãopara por ai. Será que arautos pensam.

Salário reaL

Data-base lndices d° 5alario realMar 86 100 I Mar 86 USS100

(1) >2)Jan 66,66 01Fev 62.64 77Mar 61.18 75Abr 58.93 72Mai 57.72 71Jun 56.86 70Jul 59.30 75Ago 60.88 83Set 60.51 74Out 61.82 76Nov 64.80 • 79Dez 65.25 BO

(1) índice do Salário Real. após a correçãosegundo o Choque Verão" (Março de 1986- 100)

(2) Considerando que todas as categonasrecebiam um salário igual a US$100 cm1 3 86NOTA: Considerou-se que a inflação de Ja-netro 89 será de 50%; deflator ut"izado: IPCrealmente, que o Governo que ai está. semcondições políticas, sociais e ate morais, vaiconter a inflação além de alguns poucos eminguados meses'.' Se assim o fazem, nossjdiscussão fica adiada. Caso contrário, pen-s.ir um pouco mais j frente não faz ma! —ao contrário, ajuda a clarear as coisas. Oresultado será um sé: mais perdas, e maisgraves, pois incorrerá sobre um patamar

ainda mais baixo — o da nova média. Ondeiremos com perdas sobre a média '.'

Finalizando, gostaríamos de respondera unia questão sempre levantada quando sep/oevra demonstrar que os cálculos deinflação do DIEESE sáo indevidos.

A exemplo do artigo publicado nestejornal no dia 23 01. professores argumen-tam que deve-se ter em conta que o IPC(índice oficial) é calculado do dia 16 ao dia15 do mês seguinte e que. portanto, nãoseria correto o cálculo do DIEESE. toman-do por base o período de Io e 30.

A questão é a seguinte: até janeiro de86. os salários eram corrigidos pelo ISPCcom uma defasagem de dois meses. Sessaépoca, não se levantava qualquer argumen-to no sentido dc que deve-se levar em contao recebimento do salário do final de umdeterminado mês e gastá-lo no mês seguin-te. Tal argumento só apareceu quando ocálculo dõ salário pela média, no PlanoCruzado fez sumir um mês de inflação.Levando ao limite tal argumentação, teria-mos um ano de 11 meses, já que as datas-base de cada categoria, quando sáo reajas-tados o* salários, estão fixadas, geralmen-te. no primeiro dia de cada mé-

Sa realidade, a pratica de mensuraçãodo índice do dia Io ao dia 1? do mêsseguinte tem uma explicação mais prosaica.Ela atende basicamente aos interesses dosque grau tam em tomo do mercado fman-ceito. pois fixa a nirreção monetária ao

salariais todas as vezes em que há um nítidoarrocho consolidando perdas salariais.

Um exemplo de tal manipulação estápresente no artigo mencionado, quando seescolheu, sem um critério explicito, comobase de comparação dc preços, salários ecâmbio, o mês dc dezembro de I9SS. Oconhecimento estatístico-econômicoacumulado recomenda certos procedimen-tos para a escolha dc um índice que sina debase a uma série de determinada grandeza.Em outras palavras, não deve ser aleatória,requer pressupostos que levem em conta aevolução da grandeza que está sendo obje-to dc análise. Ao arbitrar a base. da formacomo o fizeram os articulistas, dcsconside-ra-se as diferentes situações das categonas.Além disso, oculta-se as perdas salariaisacumuladas até então. Qual principio <kmm eu neste sentido? Se foi o de ocultar asperdas, não foram originais, pois esta temsido prática corriqueira por parte do go-verno.

O que é triste nisso tudo é termos dedemonstrar agora não mais o que se deba-ria antes — a questão dos aumentos sala-riais provocarem inflação — mas algo aindamais mesquinho: a necessidade dos traba-thadores brasileiros abrirem mão dos sim-pies reajustes salariais em nome do comba-te á inflação,

Paulo Moutinho. Marco Augu-to Sal-le> Teles e Eduardo Scaletskv sao ecomt-dicaI de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), seção do Rio Jc Janeiro.