tractado historico

425
TRACTADO HISTORICO, ENCYCLOPEDLCO, CRI'I'ICO, PKACTLCB, SOBRE TODOS OS DIREITOS I-LELATIVQS A CAZAS, QrJANTO A'S MATEILIAS CIVn'l, E CQIqINAPS. Dividido enz trw partes. I. Colttem oa 13ireitos relutivos hs Cazas materiam, e çpch hriinu das suus partes integrantes do lodo; e cot~szderadassúi?aetile er~~ si mesmus. 11. Contem todo7 as nlui9 Qpe.yt6e.s diversas sobre va- rios Direitos relutivos u .Gazas. 111. Direitos relu&i.var a Cazns em ntrrterias Critni~laes. NOLV PLUS ULTRA. POR MANOEL DE ALMEIDA E SOUSA, &ISBOA. NA IMPRESSAO REGIA. ANNO 1.817. - Com Licença.

Transcript of tractado historico

TRACTADO HISTORICO, ENCYCLOPEDLCO, CRI'I'ICO, PKACTLCB,

SOBRE

TODOS OS DIREITOS I-LELATIVQS A CAZAS, QrJANTO A'S MATEILIAS C I V n ' l , E CQIqINAPS.

Dividido enz trw partes. I .

Colttem oa 13ireitos relutivos hs Cazas materiam, e ç p c h hriinu das suus partes integrantes

do lodo; e cot~szderadas súi?aetile e r ~ ~ si mesmus.

1 1 . Contem todo7 as nlui9 Qpe.yt6e.s diversas sobre va-

rios Direitos relutivos u .Gazas. 111.

Direitos relu&i.var a Cazns em ntrrterias Critni~laes.

NOLV PLUS ULTRA.

P O R

MANOEL DE ALMEIDA E SOUSA,

&ISBOA. NA IMPRESSAO REGIA. A N N O 1.817.

-

Com Licença.

P R E F A C I O .

Q Uando eu carregado de annos e enfermidades, devia continuamente perisar com o Aposrolo :=

No# habemws hic Civitatem maneatem ; e coni a Escriptura r= Ibit homo in domurn a t e rn i ta t i~ s u a ; como por vicio e enfermidade -, rworbus est eriam per sapievtttiarn mori (Plin.) , me distrahi das devi- .das cogitaçbes para compor, e formar esta Gaza mutrc dana: Os inareriaes para ella estaviio montu~dos pelo decurso de annos do uso do Foro; e nada mais nle restoti na idade decrepita, senáo polilios, arranjallos, e collocallos nos seus competentes lugares , e pela or- dem methodica , que observará0 os Leitores : Suppo- nho, que o interior deste edificio corresponderá ao seu prospecto , e fronrespicio ; e que n5o entrará esta obra no catalogo das do Novo c m o de conscieacia, que.figurou, e censurou o grande Critico Fqij~.

9 .

P A R T E I.

Direitos rejativos a í'mas. mnter2aos,. c cada humn das. suas partes irate-

grantes do.todo, e consideradas sónzeute ena si mesmas.

C A P I T U L O I.,

Origem d ~ s Sociedades Civis ; e conseqrrtirte 1yeccw sario da EdirÇcagZo dgs Cnz;ns : Actepp5es ds palavra Caõa : Prr'viJegios, com qac as Leis P W ~

geral sempre censpirdrúo em favor da edifita- $20, e reedificaçáo das Gazas ; ElLas sJa o re- fugio dos seus habitantes ; e ~onsectaries~ , gue deste refugio se dedrrsem em favor dcl/es.

&igem das S4ciadade~ C i v i ~ , e necessidade das Caza$h

.. D Epois do Dilurio univem1 , em quanto a r a p humana não estava r50 propagada ; os moraes racio- Raes vagaváo solitarios pelos montes ; as cavernas e r á ~ as suas habita@es contra os rigores dos tempos j>

n30 tinháo cazas formadas artificialmente com muros,s e niadeiramentos, e telhados : Tal era o seu esta- do. ( I )

(I) r, Fada, ac temere acta prima fui t mar- J, talium c t a s : quippe qai nec lateririas domus, ,, et subsidiales novere, nec operam tignariam. 9 , Subrus excavata terra habitabant, instar for- ,, micarum , raeptando perpetuo occupati , et in Y, antrorurn tenebrosis recessibus. " Assim com 9Plat50, e Hscliyl. in Prometh. v..449. Genuenq. de Offic. I,. 2. C. I . S. 7.

9, Q I ~ vatrurn , judica , ;( escreve0 Cicer. 9 9 pro P. Sext. pag. 668.) ignorat, ita naturam 9, rerum tulisse, irr quodam tempore homines J, nedum neqUe narur,ili, neque civili jure des- 3, cripta, fusi per agros ac dispersi vagarentur7i 9 , tantomque Iiaberent , quantum manu, ac viri- Y, bus , per czdem , ac vulnera, aut eripsre, aut 9, retinerz potuisserit ? = Confira-!e Egid. na i,. Ex Iioc jure A', de Just. et Jur. P. I. C. 6, n. I .

9 s 3. 9- ?e

Q ~ a l fosse a causa , porque esies homens assim .Selvaticos, e vagos, se movessem a congregar-se em Sociedade Civil , e iiniáo , varii varia kxerrnt : Wuns cotn Platáo dertio por -usa a indigencia dos hoiiiens ; outros com Aristoceles , o estimulo rda na- r u r e ~ a do bom-m para a vida social ; outros deriváo esta Sociedade da ordem mesina da natureza ; outrG fazem Deos Auctor das Cidades, provando-o p o r de- duc@o d' alguns lugares das Sagradas Letras: Outros attribuem «ta união ao impulso do medo da solid5o; ~ u t r o s só ao temor das férâs, que prevalercendo e$

fòrças, os devoravto ; outros em 6113 d prep~Rn'cir de Iiomena mais forqosos, e impios, que violentavao os homens unir-se ao seu imperio. (I)

(I) Todos estes varios discursos expoz Boeh- mer. Inrrod. in Jus. pubi, univers. B. Spec. L. I. Cap. I , e os confuta todos , menos o ultimo , que segue e defende por mais verdadeiro : Mar- tin. Positioi~, d e Jar. Civitat. Cap. I. a §. 13 , refere os mesmos discursos, e tambem a opiniáo de Boehmero; que confuta (ainda que o d o ci- ta) : Egid. no lugâr cirado os refere tambem. Porém o mesmo Martin. d. C. I. S. 13. escre- veo =: Finem denique eiviratis primarium ac 1 9 propriml statuimus, esse securitatem. Quam- 29 quam enim haud negemus etiam alios secun- 9s darios assignari fines posse ; h i tamen omnes Y, primit-ivo ilii , tanquam stirpi, et radici inhae- 9, rent. " Biste nwqmo, qtie Martini , concor- dáo Genuens. de Offic. L. 2. C . I. 5, 6 , ut ibi.

et mutuunz prksidi24W.t etc. Egid. supra , Sa- rnuel de Cocceji Justitiz Natur. et Roman. nov. System. S. 613 , Heinec. Elern. J. N. I,. 2. C. i. S. 13 : Bem que Cicer. supra Qiscorreo d' ou- t#o m , d o ; qye alguns homens mais ajiiizada, vendo a docilidade humana, congregáráo com persuasdes a esses dissipados a hum lugar; e da siia ferocidade os traduzíráo á justiça e massi- irao.

§* 39

Desta oniáo em Sociedade Civil, foi nece~ar io c6nsequedte, já para maior segurança dos individuos pessoaes; já para abrigo contra as adversidades da noite, do frio, da chuva, do calor j edificar caaas r*

gutares , junctas , ou Vvisinhas , formando Cidades, Vil- ias, Aldeas ( I ) . De fórma que, Iiermogeniano ( 2 ) .connumerou entre os Direitos das Gentes (3) &di- $tia co1Zatr0 (ex vulgata.)

(,I) .Egid. ri. I. e a. (2) Na L. 5. ff. de Just. et Jur. -(3 ) Os Jurisconsul tos Romanos [' per j u ~ Gen 9

2 9 tium intelligere consueverunt .ipscim jus natu- 2s rale, jus, inquam, qpod ratio naturalis inter >* gentes constituit. " Sam. de Coccej. Diss. Proem. 4. à S. 3 3 , et Diss. 12. sub 5. 130. P. Jlt ex prkcedenribus. Conf. Hein. Elem. :T. N. L. I. S. 21. Martin. .Posir. Jqr. Civicat. <C. 15. '§* 5239

Accepf $e$ tia ,palayra' Cam.

-Esta palavra Caea, se v& n. Sagradas h t r a s , .e na8 profanas com muita-s accepçiks: He nas Sagra- das Letras sliamado Caza de Deos, o C«, ( I ) ; i Caza da Eternidade (2) ; o grande Templo de Salomáo l 3 ) ; a Cqza de Jacob pela sua osteridade (4) ; de David ( I ) , etF. Na Terra, os fGQplos,tambem sã9 chamados Caza de Deos, e de Oraçáo (6). As Ca- zas , e Palacios (7) dos Reis,, tem no Direito Roma- no varioc nomes, como de Eternaveis, Augustas, Au- gustissimas , Divinas, Sagradas, etc. -(8) : Tambem entre AÓS se cham%o Cazas os,grandes Estados, c@* mo a Caza de Bragan~a; 3 Qza do Infant~do, erc, .as.Cazqs, ein que se adt~ipircfa justi~a , e , tractáo ne-

gocios ; como a Caza da Supplicaçáo , a Caza dos .4g- gravos , a Caza dos Vinte e quatro, etc. (9) Cazas pias , como as Cazas de Mi~ericordia do Reino (10) , Caza da Audiencia , erc. ( I r ) No Direito; a vocaç5o de tal cazn para a success50 de bens, ou Morgado; he o mesmo que a vacaqão da Fam:lia da mesma ca- za por sua ordem successiva, (12)

( I ) Paalm. 5. =: Introibo i n Domum ruam, etc. Psalm. 26 , u t inhabitem in Domo Domini , etc, Cant. Exech. in Domo Domini, etc.

(2) Ibit homo in Domum zxernitatis suae. Ec- cles. I 2 - 5.

(3) adificabit Domum nomini meo, etc. z. Ke . 7. n. 12. et I. Paralip. Cap. 22. $. 10, et .fia&. 133. p~. 13.

(4) Et regnabit in Domo Jacob. in zternum, etc, S. Luc. Cap. r.

(5) De Domo David , etc. S. Luc. C. I.

(6 ) Domius mea domus Orationis, erc.

(7) Palatium Dominicuin , rt Donius Domini- .ca : Consecratas nobis zdes , id est incl-yta Pala- tia, erc. L. uri. i n Cod. L. I I. T. 76.

(8) Latissime Vicat. verb. Donius. (g) Veja-se o e1.i boratissimo Re pertor. das nos-

sas Leis extravagantes verb. Cuza. Ord. L. I .T . 6 2 . 5. 42.

e(10) ( I 1) Orei. L. 3. T. 19. (12) Pereir. in Elucidar. n. 357, Peg. tom. 10.

ad Ord, pag. 219 n. 3. et pag. 326 a n. 33 , e melhor Fusar. de Substit. Q 361. aonde a Ques- táo = Domo uocaia ad Fidcicomnaissum, qui ad- writtanttrrr i

Privilegias com que as Leis em geral omovlrão;;

das Cazusl ir e pravidenciáráo a e d ~ j c a ~ o , e rec iJcafáo

Interessa a Republica , que se hç5o edificios de novo; que os arruinados se reformem em boa structu-- r a , já em beneficio, e aogmenro da Povoaçáo, já para o bom ornato e perspec~iva da Cidade ( I ) : E mesrso para o augumenlo das Povoaçbes concorre xiiuito a nobreza dos editicios (2) (Conf. infra S. 50 Nora 3 . )

(I) L. 2. S. Siqois nemine, L. fin. fiE Nequid in Loc. Publ. L. Siquis Cod. de zdif . priv., L. 2. Cod. eod. , L. Przses E. de OEc. Przsid., L. Curatores Cod. de Damn. infect., Portug. de Doiiat. L. 3. C. 39. n. 2 , Fraga ad Mend. P. 2 . L . 1 . C . 2 . $ . 8 . n O 2 5 8 z .

( 2 ) Director dos Ind. do Pará 6. 74. confirma- do pelo Alv. de r7 de Agosto de 1758. L. 2.

Cod. de Prad. R'avic. Barbos, et Tab. ? he>aur, Loc. Cornin. L. I. Cap. 64. Axiom. 19.

Por estas razdes ( 5. 5.) r.") Sendo prohibido aforarern-se bens publicas e dos Concelhos sem Pro- visáo do Desembargo do Paço, e precedendo varias infòrmaqóes ( I ) ; comtudo sendo para cazas se po-

dem Fazer aforamentos pelo Provedor d a Comarca, avaliando cs solos , e arbitrando foro, fazendo lavrar os ritwlos dos Prazos fateozins, em que fie Parte o Procurador do Concelho ; e depois hum (ou mii'ros pequenos) s6 vão confirmar-se pelo Desembargo do Paqo. (2)

(r) Alvará de 23 de Julho de 1776. 5. 3. e 3. (2) Resd. de 4 de Agosto, Provisáo de 15 de

Setembro, e 22 de Dezembro de 1767. (Ind. das LL. Extravag. e Ind. Chronol.): Antes pa- rece permittido aos Vereadores pela Ord. L. r. T. 68. S. 26. e 32: Porém tal faculdade, sem- pre se subentende s a h a tertii prejudicio, L. 2.. R. Nzequid in Loc. publ. Arouc. i n L. 2. S. r. E. de rer. divjs. n. 3 2 , adde Ferreir. de Nov. Oper. L. 2. Disc. i. n. 1 7 , Porrug. de Donat. L, 3. C. j. n. 3 ? , Stryk. vol. 7. Disp. 26. C. 3. S . 5 , Cabed. P. 2. Dec. 18. n. 7. et 9.

Pelas mesmas raebes 2.9 : Prohibindo a Ord. L. I. T. 68. 5. 35. 4ue '' ninguem poderd inetter

,.Y, trave em parede, em que náo tiver parte, logo (em favor do edificio, e limitando a Ord. L. 4 T. 11,) accrescenta Porém se quizer pagír amerade do 9, que a dita parede custou , ao Seiihor della , podirá 99 nella madeirar, sendo a parede para isso. " O mesmo no S . 36; quanto ao madeiramento em parte de parede, náo comniua no seu todo : Por n i a i ~ que as Cazas estejáo demolidas muitos annos, náo perdem (pelas mesmas raz6es) as servidoes activas. (Vide 9. $51. Not~.)

B 2

Pelas mesmas razóes 3.') : Se alguem quizeredi- ficar humas cazas no seu predio, e náo poder ter para ellas servidáo , senáo pelo do visinho, póde este ser obrigado vender-lhe a servida0 por justo preço ( I ) : E da mesma fórma senso poder reedificar a an- tiga caza seiii o transito comi os materiaes pelo pte- dio do visinho , póde constrangello , a que para esse fim lhe franquee a passagem , bem entendido , que sendo indemnizado Cz) : Semelliantemente, quando de outro modo náo he possiuel, se podem fazer os andames, e apodeamentos ou armaturas, sobre o pre- dio ou caza do visinho, sendo indemnizado, quando a isto se opponha (3). (.Vide etiam 9. 236, aonde que o visinlio póde ser obrigado vender a servidáo para se lançarem no seu pateo as aguas da cozinha.

( I ) L. fin. 5. fin. Cod. de Servit. et aqu,, L. 12. E de Relig. et sumpt. fun. , Corradin. d e Jur. Yrxlat. Q 48. n. 42, Richer. Jurispr. univ. tom. 3. S. 1083, Cod. Civ. dos Franc. art 675.

( 2 ) Corradin. supra n. 44. Parlador. quotidiano differentiar. differ. 81. n. 8.

(3) Assim Czpol. de Servit. urbsn. Cap. 73, tot. , Pacichell. de Distarit. Cap. 6. Membr. 5. a n. 18 : E ainda que Ferreir. d e Nov. Opar. L. 3. Disc. 7. a n. 18. (em falta de servidáo) quiz distinguir com Pecch. de Servit, , entre os edificios n.ts Cidades, e nas Aldeas , conceden- do-o, quanto hquelles , e negando-o, quanto a estes ; eu náo vejo t a 4 0 de diíferença ; porque a mesma utilidade publica, e o favor da popu- lação se dá nas Aldcas; huma vez que o visi- nho se indemnize, Pacichell. n, 2 0 , Paulwt. Diss.

2. art. 3. n. 100 ; oprime SabeH. post S ~ n m , . Resot. 79. n. t 8 , 59 et 30. 0- simile da Ord. L. I. T. 68. 8. 35 e 36, indistincta. para todos os edificios das Cidades e Aldeas, se oppóe tam- bem á distincçio de Ferreira : adde contra Fer. reir. Voet. ad Pand. L. 8: T. 2. n. 14, Christi-v nseus ad Leg, Melchio. Tit. 14. art, 3 I.

Pelas mesmas razdes 4.0): Se algtim tem huma caza ruinosa, que náo só ameaça, caiiido, damno na d a visinho ; mas deforma a Cidade, ou Villa ; n5o só he obrigado cauoionar de damno infectd ( I ) ; mas póde ser obrigado reedificalla : Se he pobre, he obrib gado vendalla a quem se offerep e obrigue reediíi- caila em breve rempo (2) : Se 1150 ha quem a queira comprar, reedifica-se a despezas publicas (3) : Se he commua de socios sem divisáo , procede o mesmo, quando mvoluntarios , ou quando pobres (4) : Se que- rem reed'ificalla, c está dividida por sobrado, e sobre sobrado, e o todo ameaça ruina, devem ambos con- correr (5) ; mas se concotrendo volunimios kum a quer reedificar com nova structura, outro na fórrna antiga, deve prevalescer o voto deste (6) (menos em Lisboa, aonde ha especial regulamento.)

(I) Veja-se o meu 'I'ract. dos Interdict. a S . r55 , e o das Acçbes Srimmarias no Cap. dos Preceiros Comminatorios a 5.. . .

(2) Portug. de Donat. L, 3. C. 39. n. 4 , Silv. a d O r d . L . 4 . T . I. in rabr. art.6. n. 1 3 , 14 , et 17. (aonde aicda que as cazas sejio de Mor- gado, ou F'ideicommisso) Muler ad Struv. Ex- erc. 24. thes. 2 6 , França ad Mend. P. 2. L. I. C. 2. S. 8. a n. 2557.

(3) Françasupran 2558. (4) Ferreir. de Nov. Oper. L. 3. Disc. 7. a .a.

12 , França a n. 2564. ( 5 ) Ferreir. n 17 Veja-se Consiantin, ad Stat.

Urb. Annot. 23. a n. 230. (6) França n. 2565, e 2566.

Pelas mesmas razdes g;*) : Se huma caza com- mua precisa de ser composta, ou reedificada em par- te , ou em todo, e hiim dos Consocios interpellado pelo outro náo quer concorrer para as necessarias des- pezas, pdde hurn delles fazellas todas ; e feitas re- querer se assignem ao Consocio quatro mezes para as pagar com uzuras, e náo as pagando se lhe commi- ne, que ficará privado do dominio da sua parte. ( I)

( I ) L. 4. Cod. de Kdih'c. privar. ibi r Si (ut 9, proponis) Socius aedificii ad refectionem ejus 99 sumptus confcrre detrecrat: non necessario e* 99 traordinem tibi subveniri desideras. Etenim, 9, si solus aedificaveris, nec intra quatuor men- 9 , sium tempora cum centessimis numus , pro. ,, porrione soccii erogarus , re4ritutus fuerit , vd Y, quumincs id fieret , per Sociuni stetisse cons- 99 titerir, jl~s dominii p:o solido vindicare , vel Y, obiinere juxta placitum antiquitaris potwis 79

ConF L. 5 2 . 5. 10. ff. Yro Soc. Estas Leis s6 náo estáo em uso quanto ás uzuras ceiiressimas, inis sini quanto ao mais. B unneman. ibidein n. 2 6 : Foi adoptada ein Castella por huma Lei esta Legislapád ? Bolan. de Commerc. Cap. 2. n. , 19 , Garcia de Expens. C. 19. a n. 19. Na Ci- dade de Eugu!~. pelo Estatut. Liv. 2. rubr. 69 :

A eua justiça foi bem demonstrada por Refing: de Molendin. Cap. 34. sub n. 34, 3 5 , '36 , e' Pecch. de Aquzd. L. 4. Quzst. 36. n. 9 : Os? DU. concordáo, com os quaes Yortug. de Do- nat. L, 3. C. 39. n. 5 , F r m p supra a n 2568, Ferreir. de Nov. Oper. L. 3. l1iscv 8. a n. 35.< et L. 4. Disc. 15. a n. 18 et 24, Perrz in Cod. L. 8. '1'. 10. n. 1 2 , Arouc. in L. 2. 5. I . E de Rer. divibion. 11. 77. Vide E:g d. jn L. Ex hoo jure P. I . C. 6, sub n. 28. 3. Quca mo actimc..

Como p o r h pare* arduo , que hum Socio e61 porque n3o.quer concorrer com a sua pane das des.. pezas, fique privado db seu dominio ; e para que e l l e 7

seja inexcusavel ; Iie preciso, que o Sucio que quer a: redi f ica~áo , antes do seu principio (I) , recorra at Juizo, propondo a comminiaçáo lia caza ; e a p ~ e c , s á o ~ da refeição ou reeilificação (2 ) ; e requeira se cite cv Cons(icio pari apromptar a sua respectiva parte assi- gnando-llie tempo ; com a comminaçáo de fazer elle Reqtierente as deopezas ; c depois se náo pagar a sul parte eili quatra mezes com uzuras, ficar privado do* seu dominio : Feitas, e liquidadas as despezas ; he s c e gunda vez citbdo para pagar a sua parte, e se lhe acs gnáo os quatro mezes ; que desta segunda citaçáo

rlncipiáo u correr (3). E se náo paga dentro delles, [e lanqado do que podia oppor; e por Senten~a se1 julga a comrninaqáo, e se priva do seu domiiiio: I e fórma, que para delle ser privado Iie preciso coti- corráo duas contumacias judicides , huma em nZo apromptar o dinheiro para a obra; outra nlo pagar a su7 parte nos qu'ltro mezes de novcls ascign- dos (4) : Se dencr~ delles morre cessa a pena (5) ; e no arbi-

trio do Socio (reedificante está usar do remedio da dita L. 4. Cod. de &dific. privat, , ou repetk do surro Socio a respectiva parte da despeza com interesses (6) ; caso , em que o Socio nio pbde , para evitar o pagamento , dimitiir a spa .parze ao Consocio (7) . Veja-se o mais ao diante a $. 12.1.

( i ) Parque se sem esta .primeira e antecedente interpellaçáo se propbem fazer as despezas, cessa o remedio da dita Lei, Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. 15. a n. 24 et 27, Pecch. de Servit. C. 8. Q 11 .

,(2) Porque se a bemfeitoria a50 era precisa- mente indispensavel na f&ma que distiligue He- ring. de Molendin. Q 34. a n. 44, Garcia de Expew. C. ~ 9 . ; airida menos tem applicaçáo a Lei.

.(3) Qarcia de Expens. C. 19. a n. 19, Yecch. et Ferreir. supra.

(4) Franga supra n. 3570 , Cardos. verb. zdi- ficare n. I 6 , Czpol. C. 59. n. 9.

(5) Hering. supra n. 43. (6) França n. 2570, Czpol. XJrb, C. 59. n.

10, Pecch. de Seruit. C. 8.Q:rr. a n. 9 , Fer- reir. de Nov. Oper. L. 4. Djsc. 5. n. 20 et 2.7, Perez in Cod. L . 8. T. 10. n. .I 2 , Idem Pccch de Aquzd. .L. 4..Q. 36. n. 10.

(7) A.rouc.naL.2. S. 1.11.77. in f in . ff.dé Rer. divis., Ferreir. de Nov. Oper. L. 3. Disc. 8. n. 38, Hering. de Molendin. Q 34. n. 38; aonde declara , que isto procede se a refeiçfto foi necesssria pelo ar,tecedente , e âommum uso ; alias se por casualidade; porqiie neste caso póde renunciar para o futuro a cousa commua : Sed Vid. Ferreir. de Nov. Oper. L,. 3. Disc. 9. .a 400

Pelas mesmas razdes 6.") (e nEo menos pela ou- tra do augmento ou conservaçáo do Solo, ou da caza liypothecada) ; as Leis ( I ) conferem o privile io da tac,ta hypotheca com a primeira prelaçáo so ro ao bemfeitorias, a todos os que emprestáráo dinheiros para a construcçáo nova, ou reedificaçáo de cazas , ou concorrem com materiaes para ellas ; ou com máo de obra (isto he , o salario dos artifices) ; verificado, qi;e seja o emprego do dinheiro nessas obras.

( I ) Alvará de 12 de Maio de 1758, S. ro e I I ; o Alv. d e zo de Junho de 1774. S. 34 , o Alv. de 24 de Julho de 1793. S. I. Veja-se o nieu Tractado das Execoçócs por Sentenças a S. 537, e a §- $68.

Pelas mesmas razdes 7.") : As Leis Romanas ( I) , e Patrias ( 2 ) , castigâo severamente aquelles, que de- mulem cazas , e vendem separadamente os materiaes dellas (3); menos que os materlaes se n%o appli ueni logo para a construc~áo d' outras caaas (4) . idc Cap. 19. 5. 45 I .)

F ( r ) L. Senatus, L. ult. E. de Damn. infect, (2) Ord. L. a. T. 26. S. 27.

Portug. de Donat. L. 3. C. 39. a n. 8. P o r t u . n n . ~ r .

Nora : 6 mais que respeita a cada huma dai partes que formão o todo das cazas, e setis pe- culiares favores , ou prohibisdes juridicos , se ~ e r á no progresso di\ obra presente.

/r

S E C Ç A O IV.

J'úo ar C'r;as o tutissimo refugio docior habitantes: Consectario~ que daqui se den'vifa.

As cazas assim edificadas, sâo e devem ser para seus habitantes (quaesquer que elles sejáo) hum tu- tissimo r e f q i o ( I ) : Por isto he que as Leis I.") castigá.0 severamente, e com gravissima íiijuria , o ingresso violento na caza alheia ( 2 ) ; reputando-se ingresso v io l e~ to , quando o ingresso he com fractura das portas, ou arrombamento dellas (3) ; mas quando o dono prohibe a entrada, e se abusa da prohibiçáo (4) ; ou este ingresso seja sem violencia com o deati- no de furtar, aindaque o furto se náo siga (5) ; ou coni o destino de ferir, matar, $orçar, ou tomar mu- lher, ou injuriar alguma pessoa , que dentro da caza. esteja ; postoque o delicto se n5o siga (6) ; puriido assin, nestes casos o i n t e a t ~ , reduzido assim a princi- pio por actos externos (7) : E tudo ou a caza seja propria do habitante, alugada, ou agraciada (8) : A entrada em caza dos Nobres, de que tracta a Ord. L. 5 . T. 16. 9. I. tem outra particillar e diversa ra- záo ( 3 ) : Quando seja ou náo caso de Devassa, se verá a S.. . .

( I ) L. I 8. E de Injus vmand., L. I . Cod. de Yrzt. et hon. Prct. L. 104. de Reg jur. Cal- vin. de tequit. C. 33. n. 6 , Ferreir. de Nov. Opet L. 2. Disc. 7. n. 8.

(2) L. 5. in pr. et 9. 2. L. 23. ff. & Injur..

(3) (3rd. L. 5. T. 45. 5. 4. (4) Solao. Cog. 71. n. 7. (5) Ord. L. 5. 1'. 60. $. 1.

(6) Ord. L. 5. T. 45. S . 4. (7) Sanec. uriiv. dos Delict. do Iqperador Jo~é

11. 5 . 9 . (8) L. 8. ff. Ad Lsg. Jul, de Adulr. , trxt, i n

5. 8 . Inst. de Injur. Solan. supra Jn fin. .(g) Solan .a i1 .9 . : Quaiidoaviolentaentra-

da ou arrombamento de porta sejáo ou não ca- so de Devassa, se verá mais 1;trgarnente no Lap. ,... a 5 ....

Do mermo principio ( S. 14. ) foi consequente 2.-) ; q u e , como crn 110tira do Iíabitante , prohibio a Ord. L. 3. T. 9. 5. 13. qiie '' Nenhum será citado 9, por Porr~iro, nem peranre testemunhas em m a 7 , c a w de orada : porém estando elie á sua po~tta a, ou janella , ou dentro em modo, qw p s e a ser a, vista da rua , poder4 ser citado, e valerá a cita- ;o, $áo, com tanto, que n que o citar o cite ciz fóra, r9 e ncio .eqtpe em SS~,I C ~ ; B j porem bem pad-rá ser ,99 citado em sua caza por TahelAiáo, ou Escrivão 3 2 .fia* mandade do Ju~uslor. ( Mas a citaqáo por outro modo feita pelo Porteiro nâo ke nulla (I) . ) Bem semelhaate he a Ord. L. 3. T. 86. 5. 1 2 , em quanto proliibe entrzr nas cazas das pessoas Nobres, ghi relatadas, para lhe petihorat. os mveie; mandan- do, que os pe+o de fóra BO Sedor da c o z a , ou 4m p e ahi se athrsrem: E s6, a50 os querendo dar, abusando da politica, com que a Lei manda proce- der, e da Lei mesma, entáo manda, em justo casti- &o, que as Qfficiaa mtnm dtntr~ da caza, e fag5o

C 2

penhora nos bens que ahi acharem : Ordenaçáo con- forine com a Sagrada Escriptura (2) ; mas a sua transgi.ees50 tambern i~áo induz nullidade (3) .

(I) Mor. de Execut. L. 6, C. I. n. 28. Sed bis.

(2) Deiiteron. Cap. 24. ibi = Cum repetis aprc- 9 9 ximo ruo rem aliquam, quam debet tibi , non Y 9 ingredinris domum ejus , ut pignus capias , 73 sed tab bis f ò r a ~ , et ille tibi proferet , quod 99 habuerit, "

(3) Gain. Dec. 237 et 324, Pereir. Dec. 19. in pr., et Dec. 22. n, 3. in fin., Dec. 27. n. 4 , Dec, 76. n. 4 et 5. l b m . Valasc. All. 96. n. 71.

We (outra vez o digo) a caza hum tutissimo r f fg io náo s6 das incalamidades dos tempos (5. 3.), dos ineul tos pessoaes, e Jatrocinios (8 . 14.) , das im- politicas (5. I 5.) ; mas contra rodo o exterior, que possa ir prejudicar a saude dos habitarttes; ou, com forme a qualidade d' algumas pessoas, perturbar a sua tranquillidade , ou a plicaçio publica e civil : Por isto he que i3 a Ord. e. I . T. 68. 8. i8 e 19. esiabe- leceo as providencias ahf determinadas : Porque com effeito , esses estercos , esses lixos, esses máos chei- ros, essas resragnaçóes dos canos evacuantes, esses animaes mortos, e putridos , etc. inficionáo os ares, e causáo prejuizo á saude dos habitantes ( r ) ; ptocedi- mento legal, que he exequivel pelo Juiz Secular coa* tra o Clerigo visinho (2).

(I) Vid. Latissirne, et exprofesso Paul. Zacch,

QQ Medic. legal. L. 5. T. 4. Q I. ate 7 , ROI vadilh. in Polit, L. 3. C. 6. tot.

(2) O mesmo Bovadilh. n. 4, e no Liv. 2. C. 18, FaIlent. 27. n. 304. ad omnia Stryk. de Jur. Sens. Diss. 5. C. 2. de ETectu olfactus a na 16. oninino victendur.

Por isto he que 2.0) como Immundas artes; 6 9 nernpe , quae faetorum excitant , quantum publicae , 39 e t privatd saluti noceanr, norunt omnes : Id circo r , . . . . artem exercere , per quam malus odor vicinis r , íiat , etiam in domo sua prohibetur quis cxerce- o9 re (I) ." Compete ao visinho acçáo para compel- lir o visinho, que em sua caza náo faça cousa, de que o máo cheiro transcenda á sua ( 2 ) .

( I ) Paul Zacch. supra Qi 7. n, 18 , Caepol. Ur- ban. C. 48. n. 3 , Stryk. supra a a. 16, Paci- chell. de Disiant. n. 25.

(2) Stryk. supra n. 34, Bovadil h. n. I I , Paci- chell. de Distant. optime Pacichell. de Distrnt. Cap. 6. Mernbr. 6. a n. 62 , Sperell. Dec. 55. n. 58, Paulut. Diss. 22. art. 2. n. 32. (Vid. a 5. 224.1

Nota : A seu tempo tractarei em partialu das commuas ou secretas, esterquilinios, cloacu, enxurros, etc. a 5. 223.

Por isto he que 3.O): COMO as meretrizes solrei- $as (ou cazadas , consentindo os maridos), ar muihe

rui-rixosas ; e f i o menos os Iiomens rixosos, fasti- diosos, escandalosos ; perturbáo a tranquillidade teni- poral, e espiritual de seus visinhos , quando habitan- tes m rtr t is~lma reSugio das suas canas ; todos es- tes podem, implordo o Nobre Oficio dos Magis- trados ser expulsos da visinhaqa ( I ) , objervada po- rem nesta expulsáo a nossa antiga practica (2).

(i) Sabell. 5. Meretrix n. 5 , Rainald. in Ob- wrv, Crimin. Cap. 28. S . r . a n. 76, Pacichell. de Distant. Cap. 6. Membr. 6. a n. 68, Peg. tom. 3. á Ord. pag. 506.

(2) Cost.in Dom. Suppl. Annot. 20. a. 9 , Phzeb. r , P.-art. 161. e Peg. 3. á Ord. pag.50~. a3. &O os que expdm a nossa praxe a este respeito : Veja-se o meu Tractado das Acçóes Sumniariac a S. . . ,

s* 19'

Por esta (e owras mais razdes) he que 4.O) o Alvard de 25 de Junho de 1760 (que cstabeleceo a Policia, e par publica do Reino) no 4 8. manda que r9 Nenhuma pessoa de qualquer qualidade, e coridi- 9- $0 que seja, possa dlugar cuzas a Iiosnens vadios, n mal procedidos, jogadores de oficio ; aos que náo r, tiverem modo de viver conhecido , osi aos que fo- 59 rem de costumes escandalosos; sob pena de perder 9, o vahr do alluguer das caeas de hum anno pela o> primeira vez; e de pagar pia segunda vez da ca- sa deia o tresdobro a quem os denunciar, *c, "

Em fim 5 . O ) os Doutores, os Estudantes tias Unj- iverridades , ~s Advogados, as Medias; os Juiw*

e Magistrados, e todos os que tem applicaçdes lite- rarias gozáo do privilegio de expellir da sua visi- nhanfa os Ferreiros, Carpinteiros, Ferradores, e ou- tros Artistas, cujos exercicios fazem estrondos, qte perturbáo as applicaçóes litrrarias; comtanto que I. ) esses Artifices náo tenháo prevenido a sua effectiva habitaçáo: 2 . O ) náo haja ruas desririadas para os Ar- tifices , e ahi se vão ingerir os Doutores, Estudantes ,' etc. : 3.9) haja commodidades de se aquartellarem em outras partes ( r ) : O mesmo milita, quanto aos ea7 feriaos que podem fazer expellir da visinkança esses Artifices, que depois ahi se v10 introduzir (2) : O que he muito sugeito ao arbitrio do Julgador (3).

( I ) Latissime Lazarin. ad Pacichell. de Distant. Cap. 6. Membr. 6. a n. 27, Silv. e Arauj. de Perfect. Advocat. Cap. 48.

(2) Lazarin. supra n. 47 , Agostinh. Barbas* Vot. 102. n. 48.

(3) Lazarin. supra n. 48 e 49.

Nora : Quando se possa permittir varejo no interior das cazas, se verá lagamente no Cap. 2 o.

C A P I T U L Q 11,

E P R E L I M I N A R .

Quae~ pcs.roas se car#qbreb&m na accepfaT' de Fa-

miliares , % ara gozarem dos Privile ias cerace- d i h a e~soa para si c ~ e u s kg amiliurss : Como se &v20 estes provar c babilitur taes para gourern do Privilegio.

Penoas, cujos Fumiliare~- gwUo de Privilegias.

O S Pamilims do Papa ; os dor Cardeaa , quaes elles sejáo, e quaes os seus Privilegios , não me im- porta tractar (I). Os Familiares dos Bispos, huma vez que tenháo o serviço de tres annos continuos na Familia e serviço delles, tem o privilegio de sereai Ordenados por Elles, ainda que náo sejáo originarios dos seus Bispados , nem nestes tenháo contrahido do- micilio pelo tempo legal, nem ahi tenháo Beneficio: Comtanto que 1.O) que ordenem seus Familiares com Letras testimoniaes dos Bispos dos domicilios , ou ori- gens dos Ordinandos: 2.O) que o triennio fosse con- tinuo, sem que o serviço se interrompesse por espaço de tempo notavel ; bem que basta osse prin-

cipiado antes da promoçáo ao Episcopado: 3.0) que o Famulo cm todo o triennio estivesse debaixo dos olhosldo Bispo sempre prompto, e addicto ao seu serviço : De.fórma que aindaque habite fdra da Ci- dade, em que o Bispo reside ; aindaque viva a e% pensas do Bispo, náo pdde ordenado por Elle : 4.") 4 ~ e ordenando-o ,por este privilegio, lhe confira juntamente Beneficio, de que bem se possa sustentar conforme a taxa do Bispado; seni que neste caso, ainda supposta a necessidade, e utilidade da Igreja, o possa ordenar a titulo d'outro Patrimonio: Se po- rém lhe confere Beneficio pingue, pdde logo ordenal- 10, ainda que náo tenha passado o triennio : 5.') aáo se reputáo para este fim Familiares os Sobrinlios , e Consanguineos dos Bispos, aindaque com elles con- yiváo nos tres nnnos , e Elle os alimente j a menos, que realmente o sirváo, como quaesquer outros Fiia mulos (2).

(I) Veja-se por4m Rigant. sobre as Regras da Chancellaria no Ind. Verb. Furnilirores, e Luc. Ferrar. e&. verb. a n. 8.

( 2 ) Tudo o exporto com os Canonas antiges ,

mrn o Tridentin;, com a Bulla Syeculatores. de Innocent. XI., com ~ a r i a s Decisóes da Congreg. do Concil., com Monacell., Rigant. sobre as Regras da Chancellaria, e otitros DD. bem de- monstra o Addicionador de Ferrar. supra a n. 14. Conf, Begnud. verb. Eamilica a a. 11.

Nos Indultos de Oratorios particulares na< Cazas dos Nobres he como de formulario esta clausula c: Jn tua et Familig tu& prdsentia cekbrari fdcere z

D

E nesta clausula só se comprehendem O Pa i , a Mái, a Mullier cio Privilegiado, os Fillios e Filiias, No- r a , Geiiro , e Nepros , e outros Agiiados e Afins ; COR] tanto, que todos habjrem na mesma caza com o Indultado , e sejáo seiis conimensaes ( I ] : Porque se o n5o foieni , zindaque habitem na mesma cxza com economia, e meza separada, nenhum dos que a s ~ i m habitáo com economia e meza separada a proprias despezas goza por cocnmunica~áo do Privilegio d o 11ld~![i0 (?,) : Só dgllre ~ p z 5 o os Criados , necessarios ao .serviço ao [ernpb da Missa, como Ayas , e Esco- deiros, e não outros alguiis mais Criados e familia- res (5): Bein que náo faltáo DD. a a m p l i ~ r a outrcs o l'rivilegio (4). Huns DD. se satirfi~ciãtr com q u e bastúva assistir a o Sacrificio qualquer doa Familiares a que o Indulto se extende ; porrm Benedicro XIV. condeiiiiiou tal opiiiiiio; deteríriirianda qiie o Sacrificio deve niii 66 celebrar-se estando preseiltc a cspeciak pescoa, a que nomine e-qresso se concedro o lndul- 10 ( 5 )

(I) Luc. Ferrar. verb. Oratorium a n. 51. (2) Ferrar. n. 55. (3) Assim o mesino Ferrar. n. 52, Van. Esp.

de Jur. Eccles. P. 2. Sccr. I. T. 5. C. 8, n. 21.

diz que Stylus bodiernus addit Concessionibus 9 , hujucmodi Oratoriorum, u t ali i prkterqumz 9 , strzqitio persone , ctfjus intclitu Ornturium 39 culzceditur, nec~srarii , ibidem aridientes Mis- ,s sa1u, ab oblig7tione esm in Ecclesia audiendi 33 per I ~ O C 110n liberenrui. "

(4) Asiirti com inuitos Amosraz. de Catls. piis I,. 5 . C . 10, a ri. 59. aondeamplia até ao Hor-- tcláo d a horta da caza : E só exige, qi ic o s Criados seja0 assalariedos e cornmensaes.

(r) Essa opiniáo de muitos, q u e refere Amí 8- taz. a n. 65, proscreve0 Benedicto XIV. na Bulla que refere Ferrar. supra n. 54.

Os Embaixadores, tem para seus Criados os Pri- vilegio~, que relata a Ord. L. 3. 'I'. 4. 5. I ; e bem se declararão na Lei de I I de Dezembro de 1748. (transcripta no Toni. I. do Repert. da Ord. da Edi- qáo Vicentina pag. 314) : Porém a mesma Lei de* clara, u t ibi = E ás pessoas dos seus domesticas sa- 9s lariacios, ou comensaes ; em que se nio entendevi 9s comprehendidos familiares suppostos, a quem suc- 99 ceda dar a&um dos r l i t o ~ Ministros Carta de fa- r , milinridade , 3cm ferem verdadeiramente addi- 39 ctos ao seu actual Serviço. " Nem ainda as At- testaçóes dos Cardeaes , sobre serem familiares seus algumas pessoas, fazem por si prova para o fim de gozarem dos favores concedidos aos Familiares dei- Ies (I).

(I) Barbos. de Potest. Episc. P, 3. All. 17. n: 109 , Rigant. ad Reg. 4. Cancellar. 5. 6. n. I 22 , Begnudell. verb. Farni4a n. 18 , Ciarlin. contr. 20. n. 49 et 50.

23s -mesmas qualidádes de serem Familiares do- mesticos , continuas , e assalariados , pafa gozarem doe privilegias dos Amos, deverti ter os Criados dos Caralpeirbs de Malta (I) , os Criados dos Dezembar- gadores (2), os dos Fidalgos e Ministre para serem jzemptos de recrutas ( 3 ) , os dos Lentes e Estudan-

D 2

tes da Universidade, e outros semelliantes , compre- hendidos nos antigos Estatutos (4) . (i) L. de 6 de Dezembro de 161 2. 5. 6, Alv.

de 9 de Jullio de 1642. (2) O r d . L . z . T . ~ 9 . § . 3 . (3) kiv. de 24 de Fevereiro de 1764. 5. zo. (4) Essati~t. antigos da U~iiversidadt: de Coiin-

bra Liv. z; T; 27. S . r*

Como $e devn'o habilitar em j u i m as Peszess , pura como Familiares gozarem dos Pr-itdle-

gim da Pes~oa principal para seus FamiIia res.

Nenlium Privilegio se presume sem que se pro- ve.ern fórma ju'ridica ( I ) : Para este,-fim hc preoiro, que seja erpecial (2) : E quahdo assim .se inostre, deve, quanto possivel , receber interpretaqáo stricta , pela natureza regular dos Pririlegios (3) ; e muito mais hum ta1 , como este, que he odióso porque pre- judicial ao Estado, e -a Terceiros (4).

( I ) Sabell. S. Privilegizmt n; 2., brbos. et Tabc Thesaur, Loc, Cmmrnum. Liv. 14. Cap. 120. Axiom. 17.

( 2 ) Guerrrir. de Privileg. Familiar. C. 8. n. 22. (3) Barbos. et Tab. supra Axiom. I , Boehmer.

ad Pandect. e e r c . 14, de Finibu~ Privilegie

m n regtlndis, Stryk. vol. 4 . Disp. 24. de Pri; vilegiorum interpretatione.

f4) Kjgant; ad Regul. 4. Cancellar. $; 6. n, 98. jsnctis. DD. supra.

N5o basta mostrar hum Privilegio concedido -a alguma I'essoa para Ella., e seus familiares; he ne- cessario saber-se o que se entende na significaçáo de Eamiliares , quaes os que nessa significaçáo compre- hendeo o Papa Bonifacio VIII. eni huma sua Decre- tal abaixo rranscripta ( I ) . Decreta1 da qual o wm- mum dos DD. (5) deduz '' quod, ut q u i ~ dicatur 1, familiaris, et f;imiliaritatis privile io potiri possit s, in qualibct wta ter i~ , eequirunt ur 8 urs : I .O) qua,d 9 , sine fraude fueri: receptus : 2.') recipiat vicrum ex 9s. domo ejus, cui se familiareni asserit : 3.") illi in- r, serviet : 4.") continua sit victus, ec servitii p r s - tt tatb. i'

(I) No Cap. fin. de Verb. signif. in 6." ibi t= rn Verum, quia dubitas, qu i Clericorum tusrum 2, appellatione ckbtant contineri ; Brevi respon- rr demus, quodr illos in his, et sirniiiúuj c a ~ i - 3s bus ~ U O Y VOIUIIIUS intelligi Clericos, qui perie ,i non quasiti propterea, vel recepti JZM frau- 2, d e , et f i t i om c /~a / ide t , vere tui Clerici fd- 3% mialiares exkrunt ; et in ruis expensis conti- 3, nue domestici Commensades : etiam si quos 9,. ex illis aliquando . pro . tuis gereadis negotiis 33 abeese contineat. '"

( t ) Assim com Menoch. , Mascard., Thusc. ; Paul. , Ciiristin., Merlln , e outros Sabell. Si,. fimilia swb n. 8. $. Quod ut

E he prediso, q k o qtie se diz familiar, e pri- vilegiado prove estes requisitos, como qualidades pre- cisas, e fundamentaes (I). Náo basta huma simples Attestaçáo dessas Pessoas, que tem privilegios para seus familiares (2) : Porque; quantos h a , que como Feitores de lnglezes , Companhias gcraes , e outros taes abrem 'Attestaqbes dos Chefes, em como são ~seiis Ajudantes, e Feitores no Cornmercio (unica cau- i a , a que se limitáo os exuberantes Concedidos aos Inglezes, ex Solan. Cog. 6 ~ . n, 38.) ; sem exercici~ algum, nem salario, e só para gozar do Privilegio da N a 6 0 ? Estes s h os fraudulentos que reprovão as nossas, Leis (5. 25.) e o Direito (tj. 26.) : Os Cria- dos e mais Ptivikgiados dos Dczembargadores, se devem mostrar fats por Cartas selladas na Cliancella- ria; menos que as Senadores mesmos n%o defendáo os Privilegias dos seus Criados (4): Mas o Privikgio dos taes Criados, e apaniguadas limita-se a dbis an. nos (4)

( I ) Sab'ell. S . Familia n. 8. 9. Quolitm. (L) &beI1. n. 9. P. Limitat tawzen = Pacion;

de Lòcat..Cap. 27. n. 132, Gratian. forens. Cap. 340. n. 20 , Luc. Ferrar. verb. Familiaris a n. 'I 8.

(3) Peg. tom. 12. á (3rd. pag. 477. n. 3 , Ca- bed. P. I. Decis. 213. n. 1 3 , Guerreir. de Privil. Cap. 8. n. 25.

Peg. supra, aonde o refère julgado; e jun- tamente entende a palavra aip~ig#aclar, de qucr falláo algumas Ordenaçdes.

Haja pois ou náo haja tal Attesraçáo (longe de ,mim a idea de que os Senhores Senadores a dem com fraude : Este deve ser o unico ca:o exceptuado) : Será necessario provar o I." requisiro, quod 4iíle Jsaude faerit recepttís ilz ~ervitiz!~lt : E quanros rriodos e meios Iiarerá de se provar facilmente essa fraude, e essa fiqão ? A stlgerabueòacia de Srnenres, a falta de necessidade ddles; o Rm para que se affecra o .pri- vilegio, manifcstár30 a fraiide , e a ficçzo alias qccul- ta. Qtianto á faruizliarldatle, este outro requ&Ho (g$ 26. ) Ad inducendain hãnc .fanliliurit4tewz requiri- Y,S rur copulative d u p i e ~ requisiturn, Mentir scilicet j, N e t fintis. Et quidem Meas exemplificatur in to , w quod quis actu sit tzddictus (cQJ~~. 5. 23.) alicoi 39 honesto servitio, Der quod , tanquaiq,per speciem 2s reciproci contractus sit receptos inter Famulos cual I, destinatione ad, aliquod servitium, quod ejuJ&q n (Domini) persoilani respiciat . . . . Dens ver0 qu04 99 vivar expensis rjus ab eo vicriitn in pane, et vino, r, et obsoniis ad vitam necessariis.. . . Sive quod IQCQ 9, victus necessarii haheat pecunias , et menstwum sa- 99 larium . . . . Licet quis nQn habeat Domum , t m e n s s erir Familiarir si viaum recipiar . . . . Non saficir 9 s victum accipere , et aliquod servitiom przsrare, 9s quoties illud referri poresr ad aliud rnotivurti , vel 9, conjunctionis sangiiinis , vel amicitia: ; cum requi- 9 , ratur formlilis addictio ~ervit io actuali, qcod con- 9s cernat cuj tuin Personz , et per speciem i1 speci- $9 fici contracrus, qui inter IIominum , et 'P arniilum 99 contralii solet ; ideoque inspiciendus esc in urroque 99 animus, qu i ex signis exrerioribus colligi solet ( r ) .

( I ) Rigaot. ad Reg. 4. Cancell. S. 6. a n.Jcri,

Luc. Ferrar. verb. Familiaris a n. r . ad 7. et r9 ; Pereir. i n Elucid, n. 3 ~ 6 , Cortead. Dec. 8. a n. I 27, Fontan. Dec. 336 : Esta prova p6de ser por Testemunhas ; e na collizáo dellas preferem as que dep6em da familiaridade, Rigcuit. n. I 15 e t 1r6.

5- 29.

Nio exijo ajuste de Salario; porque vejo que ha criadw propriamente ta-, que servem a bem fazer; mas como criados; ex Ord. L. 4. T. 29. E s6 me

,resta advertir: I.") que semel contracta familiariras 99 prssumitur durare donec dissoluta probetur (I) : e.") que 0 <on desinit quis esse familiaris, etiam si 99 quandoque absit pro suis vel alienis negotiis, suf- 9, ficitque sola tderantia Domini, u t quis non desi- ;9 nat esse familiaris, etiarn si aliis inserviat (3): 3.') 9, vel si diversas Personas repraesentando pluribus in- 9, serviat in Officiis compatibilibus , et plura stipen- ,SB dia consequatur (3) .

( I ) Rigant. ad Reg..Cancell. 5. 6. n. 198 et 210.

(2) Rigant.n.147. (3) Rigant. n. 150 et a n. 195.

C A P I T U L O 111,

AJ caeras quando se devem j u l ~ a r Predio Urbano, OU Predio Rustico para os diver~os efi i tos HG Direite ? E quaef J ~ P estes ?

Quando Predia Urbano, ou quasrdo Rusrico.

- "

O Identico Jurisconaulro Ulpiano na L: r. ff. Commun. prxdior. tam urban, quam rust., só chamou predios urbanch~ os edificios , ut ibi = kdzjicia nrbn- 99 na quidem prcdia nppellamus : Czterurn et s i in 2, Yiila cedijiccia sint , %que servitures urbanorum 9, pradiorum constit.ui possunt. " (Lei tirada por Ulpian. do Liv. 2. das suas Ins!ituic$es, em que s6 tractava das servid0es , ex Ekard. Herm. 5. 230. na Nt.ta) : Mas na E. 198. de verb. SigniE (tirada do mesmo Ulpian. no seu Liv. 2. Pro tribunalium, aon- de tractava da alienaçzo dos he~as pupillares , u t ex Cujac. Ekard. supra), se explicou assim e mais am.- planiente " U'rbana przdia , omnia alificia accipi- ~3 mus, non solum ea , quae sunt in oppidis, sed et n si forte stabula sunt, vel alia meritori& (I) in

E

99 vilfis (2), et in vicis : Vel si pratoria (3) volu- 7, ptari tantiim deservientia: quia urbanorum przediuu~ 9 9 iion locus f ici t , sed rnaterin (4). Proinde bortos 17 quoque , si qui swnt in aedificiis constituti , dicen- >, duin sir , urbanorum ap~ellat ione contineri. Plane 73 si plurimam horti in redditu sunt , vinearii forte, r* vel etiam olitorii magis hzec non sunt urbana. "

( i ) 9 , Meritovia abeolute dicuntur dAif;cia, qu3e 7 9 prb mercede publice prtebeiltztr, ttt d k n n r i a , 9 9 stiibula, fulloniça, balnea, L. t3. .j. 8. E. de 7, Usufr. er qhemadmod. '' Vicat. Iioc veib. aonde outras accepçhs da palavra, que aqui nãot pertencem.

( 2 ) 9, Yzlla signilicat adi$riun~ fundi, L. 81. 9, 5. 3 . fE de Lcgat. I. dicta qugsi vehiZa. Var- 9, io de Re rusr. L. I. Cap. 2. Inlkidùm tamen 9, YifIc~ accessio erat fundi L. 8 et 10. E. Quib. 2, mod. ususfr. amitt. Âlias Villarum nomeli 99 xdificia rustica significat L. zr r. E de verb. -7 Sign. " Vicar. hoc *rb.

(3) B&tobiáinr etiam appellárunt vemes *r-. 9, tem SGlfd thi~tlus, et spie'hditlis &tjictztwin, 79 et patris familias hd4raiioni deserviehtem, L. 5 9 2, E. de Servir. prasd. rusr., I,. 12. A: de Us. 9 , 'et'liabit., k.. 34. 5. . %. dk Leg. 3., L.13. > r 5. uli. tf. de Injur., 1. ig8.1f de ~ c i b . Sign , 99 et apud Sueton.. . . Tertullian.. . . Starim, 7, Syrnach. ... . etc. " Vi&. verb. Pr&oi*A%m : C6i1f. Vin. Sekcr. L. I . C. 3 0 , o p t i k L@y!rçér. L. r. C. 5. a n. 12 .

(4) r, Materia, p ~ o qhalitntc, $entre, usu ali& - 9 cujus rei sic urbanzmz prleclrum , &n l o n ~ 9, facit , SE^ matcria , L. 1 9 8 . r. de verb- n 'Sign. , juncta L, 166. :fE e d . , .et L. I 6. God~

.w de Prad. Minor. " Vicat. hee wr3. (aonde uuiras acce~çóes desta palavra, que aqiii náo per- tencèrn) Conf. optimc Pecch. de Aqcasd. L. 4. Q 8. a n, 8.

O Jilirisconsulto Plorentino na L, 2 I I. E de verb. Sigtiif. se explicou assim =: Fundi appellatiotie omne .ss sedikium, er omnjs ager continetur : Sed in rum 9, wbana adij'icia , d e r r~srica , YiZIce diczwtur. .r, L s c u ~ vero sine adificio in urbe, arca : Eure a- r* t a ager appellatur. Idewrffue ager cum &&+

.iss fwndus dicitur. "

Para se entrar na genuina inaerprctq90 destas %eis (por muitos DD. mal entendidas por falta dos mecessarios nubsidios de Hiatoria, e da antiga latinide- d e , da arte de casuar, etc.) Devemos náo s6 ter aiti- gadas ao dedo as genuinas accepçbes das palavras, com que se exprimi0 Ulpiano (S. 30.); mas a Histo- di Ramana, que a este respeito escreve0 Leyoer. Jus Gmrg Liv. I. C. 4. desde o 11. 6 , que, por .ser Li- vro raro, me nSo dispenso transcrever.

9s Primo enim aedificata in urbibus urbana erant, 9, et rodes appellabantur ; ruri vero constructa nlk, n et..rustica prredia vocari solebaot , L. 2 r I. de verb. 9s Sign. Wesemb. ad Tit. de Servit. Urb. Prsd, 1Yt)et sr ea autem czperunt etiam in Yi2Zi.r m i e s sibi .ad *r <habirandum , et voluptaris petius , quam fructum a causa facere , quod Varro conqueritur Lib. I. de 1 9 Re rustic.. . . Oillas Urbanas ameilat ea zdificia in

1 1

oa, ggtis, qus Domino tantum serviunt , eique habita- 33 3

39 tionem praestant. Ulpianus (S. 30.) Pratoria no- ,, minat ; Virruvius Pseudo-urbana : Ideo Columella 3, q u i posterioribus temp0rib.w scripsit , tres Villa: 1, partes facit , Urbanam , l \us t icm , et fructuariam Y, Prima est Domini habitatio ; altera Coloni , et m pecoris ; tertia t s t ~ervondis fructibus. Quia au- Y, tem Prdtoria in szpius allegata L. 198. de verb. Y Y Sign. inter urbana przdia referuntar i&o intelli- 9 , gendum hoc est de iis Pratoriis, qule sunt Urba- 33 norzznz &mula , et pd plus urbanr ~it0ri.s et ete-

a;~tP.'e habent , quam rus t i c~ , ac Gallis appeb n anttrr Mai~ons de Plais~ance ; hac enim , quando " I r9 elegantitls , amdm'usque Junt ~?drjicara , Urbana Y, censentur prcedia, etiam si sint in Villis, vel Vi- ,, cis , aut pagis Wesemb. et Gaedd. ad d. Leg. Ka- 9, tio videtur ea esse, quia ad elegantias volup'atem, í, et animi delicias erarit extructa ; et ad Urbanam 9s vitam magis apta, <quam rustica , ac simul ad mo- 3s dum urbanaruiii zdium aedificata. Docet nos Vitru- 99 vius easdem fuisse rationes zdificiorum in Urbe, et 3 9 ruri , nisi quod in urbe atria proxima januis solent 7 9 esse;, ruri vero statim peristylia, deinde tunc atria 9 9 habenria circum port icus pavimentatas specantes 99 ad pa!acstras, et ambulaziones, etc. " Conf. Vin. Selat. L, I. c. 30.

,r De SuGuubanis etiam Przdiis notandum erit s i (ainda falla Leyser. n. 1 2 e 13.) , quod nonnulli 9s arbicrentur, suburbana esse Przdia urbi vlcina; alii 9s ver0 inrerprecentur de przdiis, qua: sunt in subur- ~3 biis. Sed existimandurn , Sub~rbana e<se Pradia , 9 9 qud prot,risctlum babent usurn, et urbanm et 3, rusticslm ; magis tsmen rusticrlm qvam nrbsnum, ,, Gaedd. ad de L. 198. etc:

Nora : Se se recorre ás InscripEbes, e ARe- de Casuar, inventada por Gotofiedo, náo se p6- de censurar Ulpiano por ser mais sticointo na L.- I. ff. Commun Praed., e mais amplo na L. 198. ff. de verb. Signif. Porque 3 primeira foi tirada do seu Liv. 2. das Instituiçóes aonde só tractava das Servidóes; e a segunda foi tirada doLiv. I I. dos Pro-Tribunâts aonde se tractava da aliena-a ç3o do6 bens pupillares. N e s e reinpo era per- mittido aos Tutores vender sem Decreto os Pre- dios Urbanos e Subt/rbmos ( S . 3 3. ) ; porque es- tes sendo de grande valor, eráo de pouco rendi- mento, ex L. I . ff. de Reb. eor , q u z cub tu*. (o que depois se corrigi0 na L. 2 2 . Cod. de Ad- rninistr. tur.): Por isso , e para esse fim ,-ou dis- tincç5o entre os urhnas ou r u ~ t i c o s , para ser, ou n%o perrnitrida a alienaqâo com ou sem De- creto ; %i que Wlpiano fez as distincqóes mais amplas, q,ue se notáo na L. 198. de verb. Si. gnif. : .Ass;rn Ekard. Herrneneut. Jur. Civ. 9.. SOO. com varios DD., e alem deiles he do me* mo sentimento Vin. Select. C. p. L. I .

T a l he a genuina interpretaqiio das Leis ori '- naes na maleria sugeita (S. to. ad 33.): O s DD. E- mão estes axiornss : I.") Przdium Crbanurn dicitur ss illud qbod Aominis habitationem fuit constructum- YS tlon sblum in Urbe, e t Oppido sed etiam in rwrc:

( I ) : 2.3 Prdditrm Rusticum disitur illud quod 9, rei ru~tt'cd pmatur fructuum scilicet colligendo- r, .rum cdusa, vel pecorum , sivc betlucar#vn , wZ hoc n sit i# rure sive i# idvbe ; non locus namquc , sed 9s qualitas , gentls , et conirneditas predium r w t i - R cum cotr~tituutgt ( 2 ) .

(I) Assim com as Leis mesmaa, e com o $ Priediorum Inst. de Servir,, com Cardos. 'rc Prax., Pecçh. de Aqut~duct., c o Meatre Bsliia Ferreir. de Nov. Qper. L. 4. Disc, I I. n. z.

( 2 ) Assim com a L. 16. Cd. de Pratd, et al. reb. min., com Pecch. de Aqusducr. er de Ser- vir., com Cardos., com Verde á Inst.. e ó PuZes- .tre Bahia , o mesmo Ferreir. n. 3,

Podm o I." axioma náo he exacto : Poique, c .por liuma parte, lá estão nas Cidades, VilJas, e Po- roaçóes os Mcritorins, Almazáe~, Diversorios [$ta- tiones in quibus clivcrsi gencris merces oferuntur , $eu mercenarium bospitium , ax Pereir. in Eluiid. sub n. 1424.); os stabula , (que se toma pela txttdagem , e taverna ; pelas cavalharices , e corraes de gados, Pereir. supra n. I 8 I 3) ; os fu/lonics (que s5o os Pi- ?,Óes, ex Vicat. verb. Fullonica , Pereir, n. 766) ; as r&anhos , etc. e tudo o mais dentro das Cidades e Yil(ar, que nio servindo para a Iiabitaçáo do ho- mem , podem arrendar-se como fileritoria , e compre- hendidos nesta palavra de Ulpiano ; e com tudo sem embargo de n5o servirem para a habiraçáo , se con- numeráo eritre os Prtdios Urbanos ( 5 30.) Por OU- tra parte as palavras Sed ctianz in rure dependem da disiincçáo das tres diversas especies de cazas rwaes , conforme a 14istotia Romona ( 5 . 32 ) : De fdrma, que d as Pretmia~, as emulas dos Edificíos das Ci- dades, as semelhantes a esras , as cdificadas para ha- bitaçáo , e recreios das .Senhores d;ds Qiintas ; s6 es- sas, e náo as outras duas especies de cazas r w s s , podem entrar na classe de Prcdius [Irbanos.

O segundo dos ditos axiomas (9. 34.), tambem precisa de esclarecimento, confornic a gznoina inter- pretaçiio das Leis Romanas : Porque não a materia, e fórrna de qualquer edificio ; mas o uso, o sugeitc , a comm-odidade , a xdestiinaçáo , o distingue de urb . - no ,ou rustico ( I ) : Daqui veni x.Oj que Stcrbsda (o que significa na m a ~ r i a swgeita esta pahvra fim cliro RO 9. q~.) '' Stnhlu diwr~o 7eJpctu ved d U ~ ~ A I Z ~ Z

93 vcl ad rmRica referunriir pxedia ; quer etiim stn- n blila fiorninibils atqurz jumenris necipieildis apta , ac 9 , drsrinara , ut ibi viatores , viatorumçtw hosyitoíii , 3, carrucariorum , aliorumque similium' jumenta, ac 99 pecora pro niercede Impitii gratia reficia:irur, q u z e 39 et (liver.roria, et tnberr~ie dicuntur i n I,. I 8;. de 39 V. S. procul dubio p rgd ia -sunt udatza ; q.tiiaVurb~- 93 no u ~ r i deservium , erinm si non ia d e , sed r u i i 99 edificata sunt , Wesemb. xd d. L 19%. Sin vcro in 99 Stdiylis pecora armenta , et jumenta a$ ~ ~ n r rns- ,r cum recipiírntur, ac ctabulentur ; rrmc meriro rus- 9 9 ticis prxdiis, etism sunt rnnumeranda (2) : Coin 99 esta disrincçh cessa a inconstante variednde d' a{- 97 grros DD. ( 3 )

( I ) L. 16. Cod. de Przd. h. Leyser. Jus Ge- org. L. I. C. 4. n. I , Vicat. verb. Urbafius, Peçch. de Servir. C. 4, Q: I . n. 43 e 44, e Q 2. n. 8.

( a ) Assim o citado Leyser. n. 13 e 1 4 , e no Cap. 5. a n. 22. aonde accresceiira " De Stabt4- 93 lis s,icndum , quod quzdani ad u r b i n a , qiix- ~9 dam ad rustica pertineant przedia. Si enim 99 pro srahulandi.; jlimentis, et armentic cnnipl- 79 , t a ta , et h continents'br/.r .ed$ciís ~ ~ p a r u t a

H s y n t , praedia urbana dici non possunt, sed 9 3 tain loco, quam usu pro rusticis habenda etç.

43) Ç O ~ I esta .illusrraçáo tesa a variedade dos DD. com os quaes Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. I I. n. 4 ; dizendo huns que '' Stabula , 9 , quando siint constructa ad hominis habitatio- r, nem prleJia urbana appellantur; quando sunc 9s ad pecora, et alia anlmalia custodienda , rus- 93 Nca appcllintur ; et quandoqw in utroque ,a3 sensu accipiuntur , tam pro horninis habitatio- SP ne quam pro animalibue recipiendis. Sed ma- 9s gis commuiiiter stabula accipiuntur pro ani- .r, malibus recipiendis , quam ad kominis usum. "

E ainda que Ulpiano coqprehendeo nos Predios Urbanos Stcrbrrla se deve entender náo s6 debaixo desta distincçáo 5. 35. e 36 ; mas no caso em que estejáo comjutactos e caberentes aos edificios d a n o s ; náo assim , estando separados &lles , ainda que nas Cidades e Villas ( S . 36. Nota z) ; E. 4. S . Stabula R. Quib. in Caus. , ogtime Peccb, de Aquad. I,. 4. Q 8. n. 20 e 21 : O Stabulo s6 quando annexo ao edificio , se comprehende na nomenclatura de Caaa ; e aács quando separado (r) .

( I ) , Barbos. Ap,pellativ. 82. n. 9 , Cortead. De- cis. y6. n. 4 e 5 , Ferreir. de Nov. Oper. L. s. Disc. 7. n. ~ 9 , Altim. de JSullif. toin, 4. Q,if. O* 578.

$a 3 8 9

Tainbem Ulpiano (S. 30.9 comprehendeo entre .os predips urbanw os hurtos e j a r d i ~ s , ; mas corn a

'L. 9r. 9.5. bem declara o citado Leyser. C. 4. n. 15,. e .16, ut i b i z Horti quoque zdiiini commoditati ad- r, ,dicti, sive in zdificiis constiruti, et aedium suiis 99 additarnentum ut lloquitur Papiniariiis in L 91. 3. 99 5. ff. de Ixg. 3., ac qiii vofuptatis , e t aw~ãnica- ss tis gratia tantum coZu9~tar przdiis urbanis nc re Y S adscribuntur. ,Si vero in 1-edditu consistunt , et ideo 9, habeamus , ut inde fructum percipiamus , pura vi- ,, num, olus, legumina, fabas, et id geiius alia ad 9, urbanum przd. periinere habet Florentin. etc. ( I)

(I) Este o genuino sentido de Ulpiano na dita L. 198. de V. S. ( S . 30.) Coiricide nelle com outros DD. Pecch, de Aqued. L. 4. Q 8. a n. 22 : E he menos clara, e ainda mesmo fóra da letra da Lei a d i s t i n e o d a DD. com os quaes Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. i I. n. 5. em quanto corn elles escreveo <' Horti inter urbana Y Y praedia connumerantur s i ~ d i d u s conjtrncti 9s sunt : Secus vero, si remotiores ~ u n t , quia 9s tunc appellantur przdia rustica : Et notabis, t, quod horri in propria significatione non sunt Y Y zdes , sed veniunt ex quadam accessione ex- 9, trinseca eub e~rundem appellatione. " Aqui na inteliigencia obvia destes DO., e por força das palavras = si adibsrs coíljunçti si~tt == se

cornprehender hum grande qtiintal , aliás rendoso : E náo he isto extravagancia alem da letra, e genuina interpretaqáo da Lei ($. 38.) ? Aqui se esquece0 a L. 211. E de V, S. Porque conforme esta Lei Idemque ager cum zdificio fundus dici~ur " Convence-se mais com a expo- sição de Vicat. verb. Hort i , ibi =: Horti , qui .,, sunt i11 aedifiziis constitutz (náo diz ronj~t t - 9s cti) urbanorum praediorum adpellatione conri-

L'

YS nentur . . . Plane , si plurimrom hotti in redit~ T, sunt, vinearii ferre vel etlam olitwii magis 3, h z c non sunt urbana, Horti Sallestiani Ro- 3, rnz augusti e r m t , L. 39. S. fin. iE de Leg. I 2, Horum meminit Tacit.. . Vopisc.. . Xiphilm. . , 9, Ewb. . . etc. " Bem que o memo Feneir. no n. 6. d'algum moda (ainda que nia deixan- do as palavras = ~i h r d J situ 4di6u 608-

j v n c t i z coincide no mesmo ; mas debaixo do erro e impropriedade da palavra mjmirrcci. De fórma que, como melhor exp6e o mesmo Ley- ser. Cap. 5. a n, 26. Horti , si mani t sd i~ ,r gratia t a m m colantur , ac ideu habeniu , ut YY pharmzca , et b b a s mdim, wi ejus gene- 3s rk ut&a co4ligamus, vel volupntis causa plan- 9, ternus , u t virida sinc , et variir jmirjn gene- s t ribm nos rdc ian t , arrbnni h t i e m t ; si M ver0 prYncipaKter propter rusticos arais csnssi- 2s tuti , ut sunt Viniarii , Olitorii , et %tivi, rus- 2, ri& otiam prazdiis accensentur. "

35 Tuprium quoqae (comti(líua Lcyser. C. 5. n. Y S 28:) est casa, seu domuncuia rustica vimineis., aut ~7 ligneis crotibus zdificata , intextis ramenris , aut n arundinibus , tegulis , culmisque temere congestis rs recta, non ut ibi habitet pazer familias, aut rustica 99 familia , pel mancipia , vel fructus, aut instrumenta r, recond'antur custodiz causz ; sed sdurnmado, ut 9, que ibi sunt, sb imbribus , atque pluviis, vel ni- 99 mM solis impressionedekndan-rur; describitur enim 99 a Poinponio in L. 180 de V, S., quod sit omne $5. cdificium, quod rrsticg magis custod~fe conwnic,, nr quarn wianis p r d i s " ( I ) ,

(r) Seydr.JmGBarg. L.'r. C. 5. n. 2#. Conf. Peâch. de Aqdaed. L. 4. Q 8. .n; 3 , Perreir. de Nov. Opei. L. 4. Disc. i ~ . a. ~rs.

s9 Sie u m ad xrbrmum pretrdiurn pertinere .r# habet Flweatinus in L. i ~ r . de V. S . , qui locum ss vacuum in urbe addm vacat dtficiis destinattim. . . r 9 Hinc cst , ut areanc quoque appellent Jurisconsulti 9s locwm , in quem ex tecto @luvia excipitur. L. z. fE s9 de Servir. Urb. Przd. Aliud tamen dicendum de ?r ilh fm ia Suo fr#rne#jttd tritrut.d#d/r tt pwgan- 99 rár, qui sine dubi;a fffsfi.c#s est, qúia rurdri'co u ~ ú i rs destinatm ( r ) .

(r ) E q s e r , Jdg G&t L. r. C. 4. h, i7 et t8 (ionb Vicat. v&b. & d , aonde, e methor aí! lcxplicti adim h k d in urbe O'icitur lo'cud sihi i s &&%&ia L.. mi. ff. de V. S., Varro L. 4. d6 $9 lh~g, Lar. UB1 frumhta RCta terantur êt ar66 as em, are&; PrtPpter hbhM sitníli!udlneni laca $9 in uhi! pura a*&. At plerflnfclue hoc vefl- 99. Bum sit a Oonbciffis acc ipht; ut si&iificer 9, svkztt, ctii d&?s: frhponuntuf , C t quoti depd- 93 sifit MibuS ní#net. Uade aêdiíicii pard dred 9 9 sftlttiitur C. 23. ~ f . 3. ff. de Servrt. pt&. uru. n Ad & C R ~ rtd#kta dd&' L. 10. S. I . ff. @ib; ~í m ~ d , uslfsfr. adiitt: S d & a # e m , dt Feut. n L. I; indieflt adpdfábaht, ih quam co~lecta 39' Ck tbtb tCefo plùvia c!k~endet>ar, qbomdu 99 acci~iti63 lli I,; 2. 20. 9. 5. et 5. 6. dC Serv. s, przd. ti&. 4 me& ab dftallBd pattk 320ium rs sit L. I. S. 8. f. Cloac, Hkc iza i n prddiir s* ufEim'lS. I& f ~ o r t ~ c i s Jhm p r d d area Idcus

E ' - >

$9 erat ; qui terendis frugibus , leguminiburqiie 97 exprirnendis deser?.viebat, L. 14. S. ult. Cod. ~9 de Servir. etc. " O nosso Ferreir. d e Nov. Oper. L. 4. Disc. 11. rastejando nesta distinc- ç50, tambem distinguia., que as areas destinadas a trilhar, malhar, seccar , e limpar fruatos sás predios rusticos ; e que sáo urbanos, quando araas em qualquer das outras accepçdes, Conf. leach. de.Servit, Cap. 4. Q I. n. 33.

Em fim he questionado, se os Moinhm (Ase- nhas, e Pizóes) sáo predios rusticos , ou urbanost? Os DD, se dividem em opinióes ; huns , que são predios urbanos ( I ) , outros que rusticos (2) : Outros distin- guem- enwe o Mohlio em si simples , e ontte o Moi- nho com adjiincto de caza a elle unida; OU qvando eonjuncto a predio urbano: O Moinho em si simples he rustico : Se unido com caza para habitaçáo do Moleiro ,. e conservqáo das farinhas, ou se unido a predio urbano;. tem esta natureza (3) . Mas eu duvi- do da primeira parte da segunda di:stingio : Porque, a par$ prmalelotlor , a primeira intençso de4 quem edifica o Moinho com caza unida a elle , he o moi- nho, e a caza para a habitaqáo do Moleiro, náo he a purs prlevalentior, nem a primaria , mas só a re- crrndaria ; e sempre se attende a pars pr&vaientior (4) e a sua causa primaria ( 5 ) . Que, haja Moinho em Povoaçáo unido a cazas urbanas, forniando tudo hum predio , e as cazas o principal , póde ser, mas ser& raridade : Nos mais casos a caza he rnais,acces- soria do Moinho, do qpe este da caza (6).

I ) Com Menocb, Gratian, Hering..de Mo;s

kndid . , e Pecch. de Aqued. L. 4. C. 8: n. zyov Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. 10. n. 32.

(2) Com Barbos. á Ord. L. I. T. 68, S. 23 , Gratian., Agost., Barboq., Menocli., e outros. Fcrreir. n. 31. Adde Leyser. Jhs Georg. L. I. C. 5. n. 3 0 , Cliopin. de Privileg. Rusc. L. 2. C* 4.

(3) Assim o mesmo Ferreir. n. 33. e 34, ci- tando Pecch. de Aquzd. L. 4. Q 8. n. 27. que falla no caso, em que o Moinlio terraneo Iie conjutlcto á caza; e esta feita para a habita+ do Moleiro e conservaçáo da farinha, e Em rn- zão de outras circunstancias, he entáo predio urbano.: Concorda na mesma distincçáo Gob. de! Aquis Q 11. n, 24. e c?, 14. n. 1 1 : Coiiicideni Pacion. de Locar. Cap. 40.11. 148, Ccepol. Urb. C. 11. a n. 8.

) Mixtum omne judicandum ex eo quod prai.2 valet , Barb. et Tab. Liv. 11. C. 48. ax. 6.

) Barb. er Tab, Thesaur. Loc. Comm. L, 3. C. 24. ar. 16:-

(d) O accessorio, qual a caza , deve seguir a natureza do principal, qual o Moinho, ex re- gula , de qua Idem Harb. L. I . C. ao. ax, 9 Et mixtrrm omne scquitur natirrlarn sui siwpli- 6;s magis digni.. . . Casus mixrr/s a ~ u o potan* tiori aomen assumit ; Barbos. et Tab. supra L,. si. C, 48. ax. g.

'Diversidades de Direiks a re~pc i to dut divCrsos prcdigs rrrbami, e rustico.

Primeira diversidade : Tal se reputa a wtvidáo , qual o predio a que he devida, urbana se urbano, rusriça se ao rustico ( I ) : He muito tpka idnab: !% a Nunciaçáo de Nova obra cornpew p e l a s w i d t k s rusticas (2) : Para declinar pois essa que&-o, se de- verá tractar pelo exposto na Secçáo I.' a Prejudi- cial ; se o Predio , a que se deve a tal servida0 he urbano , ou rustico ; .porque decidi& ql r he urbano, sessa essa questáa

(I) Vin. Sclrct. Cap; 30, Gv. r. PaÉch. de Ser- vit .C.4. Q: I. n. ~ 8 . Q ? - a a . y e t C.9. Q 5. R. 3 , Ferrcir. de Ner. Opec. L 4. Disc, 11. a n, I. et 7.

(2) Esta quesrás tractai largamertte nu minha Obra ~ D S Id i c tos e Remeh. possessor. a 5. x 24 a& ~ 3 9 ; aonde se aca h a r b as Leis , DD., e raz&s.por h m a e outra pacte.

Segunda diversidade : Se qualquer caza , segundo as exposras distincçdes, se reputa predio urbano, Iie sem duvida , que dando-$e de arrendamento ficáo ta- citamente hypotliecados os bens moveis , que o Inqui- lino introduz nella (I), O iiiesmo nos Moinhos e

Asenfias, e cazas a ei'fes conjunctas, seguida a'dietinc. @o (s 41.) de serem.predios urbanos (2). Nas es- pecies porem de cazas? que se devem eputar rusricas, ou enr quaesqucr predios rusticos, he muito qttesrio- nado, se os nioreis ahi introduzidos pelo Colono, ficáo ou ti50 tacitamente hypothecados ao Sentiorio ; ha- vendo variedade de opin&s,, e distincçóes a esse res- peito (3).

( I ) Ord L. 4. T. E?. 9. 3. com* o fa~ge conit rnentario de Silva : ~ d t n o Abará de 24 de Jufho de I 793.1 5. a. declircm que. esra Iiypot Ire- ca sd se & nos moveis , que cr Inquilino inrrat duz par& cen~lrtodidde, e u w d a sua habilo?.. piv , e niãv em. o&rss. e gcmvos de C&- nturko ; silffociatltb assim mui tets aqdiaçbcs, à q i b ; Plaoa, & Locar. Cap. 40. a n. 1 ? 9 : OEe! B ( Y T & ~ I ~ se tracta de beirs e géneros iflt~.oduzidW m algum armaaem pxopriamenre rd , d~ist?r~crv e separado dás cazeelda habitaqáo d o hqui l i n s ; e que se cus~~vrsra arrendar, 96 para o mini~re- rb &e ahi se inrrduBrérn Fazendas; a t e s armar ms. b t r o das CidscZes e Villas tem especie de

edim arbsms (5. 30. et 35.) ; e q t ~ ~ n t f o a d- E, cessrndo o diio Alvará, tem lugar a tacita haypotheca nos bens nelles incluidos para paga. menros das alluguere, Vin. Select. L. I. C. 30, Constarnin. ad Srat. Wrb. Annot. 30. n. 1 y 4 ,

Egid. in L. Ex hoc jure P. I. C. 6 . n. 5 5 , Pa- clon. de Locat. C. 40. a n. 1 2 1 , Salg. in Labyr. P. 3. C. 9 . n. 17.

(2) Peccli. cie Aquzd. L. 4. Q 8. a n. 2 8 , Gob. de Aqwis Q 14. nl I I , Yacion. de Locat. C. 40, n. 148.

(33 &mo se póde ver em Puttmn, Adwrsar.

Jiir. L. z. C. 6 . , Voet. ad Pand. L. 20, T. 2. S. 3 , Groenneweg. de Leg. abrog. ad L. 5. Cod. de Locat. , Pacion, de Locat. C. 40. a n. 11 , Sam. de Coccej. jus controv. L. zo. T. 2. ,Q: 14, Harprectr. Disp. 82. a .n. 48,

Terceira differença : Consiste esta na tac i ta re- ,conducçáo : Por Direito Romano náo se dava tacita reconducçáo nos predios urbanos, mas 96 110s rusti- cos ( I ) : A nossa Lei (2) a adinittio nos predios ur- banos; ou quando o Inquilino, que quer deixar a ca- za se nio despede trinta dias antes de findo o tempo estipulado; ou quando o Senhorio, que o quer expel- lir , o náo despede trinta dias antes. Disputava-se, se esse requerimerito devia ser judicial, ou se bastava verbal (3) ; mas está declarado, que essa despedida se suppre por escriptos postos ,nas cazas (4). A tacita reconducqáo nos predios rusticas foi caso omisso na nossa .Legislação , e se deve decidir pelo Direito com- mum ( 5 ) ; confornie ao qual, a tacita reconducçáo 110s predios ruscicos , se induz, quando, h d o o -tem- p o , o Senliorio, e o Colono se portáo com dtacitur- nidude , e conniveecia por alguns dias , ou tempo con- sideravrl . que fica ao prudente arbitrio ,do julgar, para conforme as circunstancias conjecrurar unifornii- dade de vontades do Senhorio, e Colono na rccon- duqáo para surro anno (6).

( I ) Leyser. Jus Ceorg L. I. ,C. 5 , n. 7 , Silv. a d O r d L . 4 . T . z 3 . § . 1 . n . p .

(2) Ord. L. 4. T. 23. S. I.

(3) Silv. i mesma Ord. S. ].-a n. 21 , Card. de LUC. de Locat. Dbc. 19 e 20.

(4) O Alv. de 32 de Maio de 1771 dedarou, que as pessoas, que pozerem escritos nas cozas alheias, em que morarem, Equem por wst d facto deltas despedidas.

( 5 ) Silv. ad Ord. L. 4. T. 23. S. I. n.9, Britt. ad Rubr. de Locat. P. r. 5. 4. n. (mihi) 711. $. Insuper Egid. in L. Ex Iioc jure P. I. C. 9. sub n. 77. ff. de Just. et Jur.

(6 ) Pacion, de Loca<. Cap. 64. a n. i. janct. o. r 66, et r 6 p

Quarta differença : Quando se tracta de despejo de cazas or algum dos casos da Ord. L. 4. i'. t q , c o Inqui !' ino quer embargar, n%o se lhe dá vista sus- pensiva , se nfo para allegar bemfeitorias, que fizesse por expresso consentimento do proprietario provadas ín continenti; ou privilegio de Aposentadoria legiti- mamente concedida ( I ) : Quando se tracta de despejo de predios rusticos ; sim vemos hum Alvará (2) que denega aos Colonos o beneficio de reteneo por causa de bemfeitarias para evitar o despejo ; mas elle he especial, e limitado á Provincia de Alem Téjo ; e ?r isso inampliavel ás mais ?Provincias ( 3 ) : Nas mais Provincias , pdde a favor dos Senhorios praticar-se 31- gunla das providencias, que indicáo as DD. ; .ou o deposito das que o Colono jurar, n b o podendo elle levantar em quanto as beinfeirorias se n5o liquida- rctn ; ou compensaçáo com as penc6es devidas ; ou Jazer assignar ao Colono hum termo breve para as li- quidar, etc. (+)

I ) As:eoto de 23 de Julho de 181 I.

( 2 ) Alv. de 27 de Novembro de 1804. .§..f. 1.

(3) Ex Portug. de Donat. L. 2. C. 10. A. 3c. e 3 1 .

(4) Veja-se terminantemente Coccej. Jus Con- trov. 1,. 19. T. 2. Q 39.

Quinta, e olitras differenças: Dá-se o Direito de Aposentado~ia nas cazas urbanas, mas não ms pre- dios rusticos ( i ) . Em predios urbanos se &o podein iinpor foros de fructos, mas $6 de dinheiro, aves, etc. aos rusticos sim (2) : O s rusticos tem prescriptas as normas para as suas avaliaçbes em humas Leis (3) ; os urbaiios em outra (4) : As prescripçóes das servi- dóes urbanas- se reguláo por hu trs Direitos, as das rus- ticas por outros (5). Bem que máo deixa de ser dia- vidosa tal differença entre liumas e outras (6).

( I ) Decreto de 2 de Dezembro de ~709. ( 2 ) Ord. L, 4. T, 40. (3) Alv. de r4 de Outubro de 1773, Decreto

de 17 de Jullio de 1778. (4) Alv, de 2 5 de Agosto de 1774 (veja-se o

meu 'Tractado das Exrcuçdes por Sentenças a S. 319. et a 325 . ubi latis~irne.)

5 ) Vide Lim. ad Ord. L. 4. 2'. 79. in pr. a n. 97, L. 6. R. de Servit. Urb. Pried. ubi Brun- nem. , Pecch. de Servir. C. 4. Q. 17. n. 18.

( 6 ) Visto o que muiro bem discorrbráo T h o - mas. Not. de Us. hod. ad Insiit. L. 2. T. 3: pag.. 192 e 153, Duwd. no 'I'ract; das Prescripçdes P. 3. C. 6. pag. 295 e 296 : O que me basta aqui advertir, porque o sugeito , d e que só t r a ~ cto, 1-60 me permitte essa digressáo , e larga dis: Euta. Veja-se a 250.

C A P I T U L O IV,

Direitos relativos a cada huma das partes, que, junctas, formão o todo de &#)na

casa mutcrini.

n 3 0 / u m ( d i z Vicat. hoc verb.) adapellant Juris ~3 Coneulti aream , ctii zdificium superimponitur , 9 9 L; 21. ff. de Pignor. act., L. z. Cod. de reivind. 93 Solum porio Servius in Virgil. L. 5. Aineid. P, 7 7 199. esse scribit, quod unicuique rei subjacet. Un- 9s de solum navis mare, et acr avium , et stellarum 9 9 Coelurn. Sic Solum, et superficies opponuntiir , L. r t 3. D. de Servir. In Solo opera fieri dicunrur, qua= 2 7 solo conjiincra sunt, vcluti , si quis edificium po- 9 7 nat in 8010.. . Res ~ o l i dicuntur d e s , agri fundi, $9 cleterz res irnmobiles solo conjuncrz, L. I. K de 95 reivind., L. I. fF. de Condict. tritic., L. 7. ff de 3, Usufr. @a:, et solo coherere, et solo contineri 79 d'cuntur, L, 10. ff. Quod v i aut cIam, L. I. S . 4. 9, ff de v i , et vi armat .... Solo coherent ddificia, 9 9 atervus autern solo non cohzret L. ro. íK Quod

AP vi aut clam., Pignora soli in L. 15. 5, 2, @. de: ' -

.G z

3, re judic. , soli posse~sio L. 15. Cod. de reivind, I n 9, sole con.istere scrviruies dicuntur L. 8. !T, de Ser- 3, vir., quae solo imponuntur, et solo dehentur , qua- a, les suat itcr , actus, via, L. 3,. ff. Cod. ?'ir. etc.

0 sola, em que as cazas se e& fic%o , pd8e ser , ou r ." publico ; ou 2 .O tordnienie albsie ; ou 3 O com- murn do Edificante e outros Consocios; ou 4.0 ple. namcnte proprio do Edificante : Nesta diversidade de solos variáo os Direitos : E por isso os divido.

Divisáo I."

Selo. prblico, em que se edifica, ou edificour

Já vimos no S. 5. e 6 , que pela razão de inte- ressar a Republica na construcçáo e multiplicaçáo de edificios, se permittern os afforamentos dos solos pu- blico~ para esse fim, cem menos sokrnnidades. Quid vtro, se sem essas poucas al uem se arrogou a cons- truir no publico cazas; se e1 f as só por isso se devem demolir ? Eu assento, que náo , se o Povo em geral, ou algum particular prejudicado se náo oppoz á sua construc~áo ; já supposta a connivencia e tolerancia do Povo ; jl porque interessa a Republica , em que se náo destruao, nem demuláo os edificios (r) ; a só se lhe deve impor o tributo chamado Solario c2). T u - do o que nos principias da Povoaç5o náo foi occupa- do , ficou a h p o t a e em commum (3) : Tem pois O publico, e a imposiçáo do Solario a sua inrenfás

fundada em quanto se nio prova dominio particular (4) *

( I ) Portug. de Donat. L. 3. C. 39. n. 3. et + (2) L. 2. S. Si quis nenÉine 17. fE Nequid in

Loc. publ. ibi = Si qu i s nemine prohibenre In 9s publico acdificaverit , mn esse eum cogendum 9s tollere , ne ruinis urbs deformetur . . . . Si non s, obstet , (publico usiii) sdarium ei imponcre ; 3s vectigal enim hoc sic appellatur solarium, ex 9s eo qood pro solo pendatur. " Conf. Amay. in L. 2. Cod. de Annon. et tribut. n. 48. et 49. pag. 139, Rarb. et Tab. L. I. C. 64. ax. 5. O Alvari4 de 26 de Outubro de 1745, declarando o outro de I q de Julho de I 744, conservou os possuidores dos bens dos Concelhos nullamcnte aforados (ainda náo sendo cazas edificadas em solos publico^) pagando os foros que fassem ar- bitrados.

(3) Boehmer. Jus Publ. unir. P. Spec. L. 2. C, xc. a S. I.

(4) U t i n ~ i m i l i P e c c h . d e S e r v i t . C . g . Q r z . a n. 18. et (2: 15. n. 14, Constantin. ad. Stat.. Urb. Annot. 22. ii. 18..

Divido 2..

Sdo, slbeio , em que a caza se edifica:, ou ediiicou.

Se o proprietario do solo sa oppbem á obra da caea , que nelle se pertende dificar , nunciando a nc+

bra obra , e provando o dominio ckile, que deve pro- var nn nunciaçgo ( I ) ; obsta ao seu progresso, e o edificado se remove. Se porem algum faz caza no solo alheio á vista e face do proprietario delle sem sua conrradicç50, sem embargar a nova obra; e o edifi- cio se conclue, náo I he resta outra acçáo , que náo seja para s6 pedir a justa estimaç20 do solo m u p a - do (2) : Confirma-se com o uso das Naçóes ( g ) , e com o estyio de julgar no nosso Reino (4): Conspi- r50 as raz6es que favorecem a construcçáo dos edifi- cios , e se oppóem as suas demo1ir;órs (g) ; ainda, quando feitos em lugar publico (ut S . 49.)

( r ) P e g . t n m . 6 . a d O r d . p a g . 5 8 a n . 15 .ad 26. videndus.

( 2 ) Cancer. 3. Var. C. 6. n. I 32. ibi == Evenit S? quod auis scienter er mala fide in alieno solo 99 kdifieâvit quandam domurn, in qua acdifican- 99 da consumpsit circiter ser menses, idque vi- s~ dente, et non contradicenre domino soli. Do- s? mo construcia dominus soli praetendit ad se 9s dictam domum pertinere. Consultus de ea re 9s respondi contra dominum soli; m@us fui per 93 Ruin.. . , per Castrem.. , et per Joan. Vinc. 9s Honded. .. qu i ex przdictis, et aliis resolvit , 39 quod siquls aedificet in alie110 solo id , quod 2, non est ad tempus, sed perpetuo duraturum,

sciente , et non contradicente domino soli , sibi 99 acquirere aedificium , et solum, eo quod cen- 39 setur dominos concessisse ei illarn cedificandi s i facultatein animo donandi." A Cancer. segue Antonell. de Loc. Legal. L. 2 . C. 23. Q. 6, n. 59. conferem Cosr. de Facr. Scienr. Disr. 34. n. 2 , Grarian, For. Cap. 3 14. a n. 40 , Ferreir, de ,Wovb Oper. L. 6 , Disc. 14. n. 14, Sabell, p ~ q t

Summ. Resoi. 15. n. 2 3 , Dunod. no Tracr. das Prescripq. P. 2. C. 2. pag. (niihi) 129. $.C;.lurr) qui.

(3) Voet. ad Pandect. L. 8. T. g. 5. 6. ibi = 9 , Si quis tamen sine servitutis con$titutione, 3s quaedam in suo, vel alieno redolentia servitu- Y , tem, sciente V ~ C ~ N O , et operi non contradi- 9 , cente , adij7cet ; vel eum , eo ignorante, opus 39 perfectum esset ; is deinde intra annum non 9s contradixerit , ac destructionem petierit , va- 9 3 riorrrm locorum s t ~ t t ~ t i ~ , ac cons~etudinibu~ r , obtinuit , destrucrionem invito haud esse i ~ i - n perandam ; sed eurn , qui extruxit ad id , quod. ,9 interest vicino damnandum, Grorius d. C. 26, Y:, n. 7 , Groerineweg. ad L. I. e t 3. Cod. de M Servir. et aq. Argentrzus etc.

Conforme os costumes da Alemanha Tho- mas. Nor. de us. hod. ad Instir. L. 2. T. I. pag. Cmihi ) I 37. ibi E: Etenim cum constet , ejus- 9s modi solum szpissirne esse vilis, au t nullius 99 pretii, er zdificia superimposita multo pretio-

siora esse, arque in soium rarissime cadere 9s pretium affectionis; ar iedificium superimpo- *r ritum variis modis singulari hominuni affectio- 9 , ni subjectum esse, zquius erit cedificium ex- 2, tructum adjudiçari zdificanti in solo alieno, Y , quam ut adjudicetur domino soli , Conf. Puf- sa fendorK de J. N. G . L. 4. C. 7. 9. 6 . in 9 s fin. etc.

(4) Vemos julgado em Peg. tom. 6. á Ord. pag. 105, ser supplanrada a pertensáo de hum Agente ; porque quando fe fizera huma parcde em terra sua , estava presente, e náo o contra- disse : Vemos julgado no mesmo Peg. pag. 102,

que a obra feita se conservasse ; e que o que a

fez pagasse o dainno, que delh resultasse : 'Ve- inos julgado no mesmo Peg. pag. 103. n. z. ut ibi Qi non contradicit , approbare, et con- >r sentire visus cst ; sed tunc potest de damno 39 agere , ut judicatum fuit . . . etc. Et etiam quod rn, licet annus non transisset , si opus est factum 39 ad conspectum , et nuntiatum non fuit , quod 9s non demoliretur. "

(5) Conf. supra a 8. 5. et adde Portug. de Do- nat. L. 3. C. 8. n. 40 et 41. ibi= Quando aedi- r, ficium xalde u t h facienti , et dificanti facium 3s fuit in soio alieno, non destruitur , si nihil , ,r parumve noceat domino soli, etc. " Veja-se França ad Mend. P. 2. L. I . C. 2. S . 8. a n. ;zy80. pag. 316. ubi optime; conf. Thomas. su- pra ibi = Rcipublicae interest , ut variis privile- giis alliciantur cives ad zdificandum etc.

Este principio do Direito Romano, que o edzy- cio cede ao solo, ex o. Insr. de Rer. divis. , L. ta Adeo 5. Ex diverso e Adquir. rer. dom.; ou se deve limitar precisamente no caso, em que o edificio se faz ii vista e face do dono do solo sem sua con- tradicçáo ( S . 50.) ; ou quando o solo he de pouca, e o edificio de muita e militas vezes superior esriina- $30 (I) : A par$ prdvalentiuv deve decidir (2) ; bem a maneira da taboa mais vil, que cede á pintura mais nobre, segundo o mesmo Direito Romano (3). A distincq50 entre o Edificante com boa, ou m i fé (4) n50 deve em taes circunstancias at tender-se : Da mes- ma fdrnia que apczar da iniquidade do mesnlo Direi- to, e reprovdda ella n5o perde os mareriaes o qrie edifip tio altieio c o a ma f4 j c isto por uro dei Foro nas Naqóes (5).

(13 T110mas. Not. de Us. hodiern. ad Tnstit. L. . z , T. I. pag. 137 , Puffendorff de J. N. e t G. Liv. 4. C. 7. 9. 6, Mell. Fr.eir. Inst. Jw:Cir. L. 3. T. 3. S . 8.

(2) Cod. Freder. P. z. T. y. art. 4. a 5. 24. (3) Text. i n 5. 34. Instit. de Rer. divis. (4) Apud Mell. supra : Porqiie deve cessar,

quando o edificio Iie fabricado i vista e face sem contradicgáo ($ 50 3

(5) Oprime com Fabr. er Voet. Richcr. Jurise pr. univ. tom. 3. 5. 618. ibi =: Veriim, que- m cumque fueric Romanorum Jurispru(ler1tfa , cer- 9s rum esc UJU furi apud onznes gentes recepto , 59 actionerri tribui iion tantum possessori b o n s , r, sed er mal= fidei , ita suadente sua d ali q u i - 9s t a t e , q u e juber, ur suis qu i squ~ contentus 93 aliena domino restituat. "

Só sim poderá o edificio ceder ao :alo, quando o Administrador do Morgado edifica em terreno def- le ; o herdeiro gravado no si~geito ao Fideiconimis- so; o Usufructuario no predio, em que o lie; o com- prador com o pacto de retrovendo, e qualquer outro em prediò pGr elle inalienavel , e sugeito a resritui- çáo, e a passar a diversas pessoas : Porque e s t s nlo rem coatradictor , que se Ilics oppouha , ou consinta em quanto assitn possuidores, e com donii~iius reso- 1.uveis : Estes, que vem os predios a pasrar, qiianro aos seus dominios e posses a Terceiros, depois de tempos ; náo se podem suppor corn int~nçi,.:~ ( ali& frustradas ern si mesmas) de adquirirem os dominios dos terregos com os edificios; e sb se p6de ~resuriiir que os fizem para sqas vltalicias c~nlrn~t\idri&s, e s6

U

com as vistas em se indemnizarem das bemfeitorias seus herdeiros pelos successores dcsses bens : Nestes casos sim o edificio cederá necessariainente ao solo; e cessar50 as razdes dos $S. 50 e 51.

Divisão 3.?

Solo C'ommr/m.

Presume-se commum o que duas ou. mais pes- soas possuein ; hum arrio, ou espaço, que sem de- marq0es está entre cazas de diversas pessoas sendo a todas serviente, em quanto desse solo se aib prova o dominio particular ( I ) : O fosso entre dois pedios (2) , a azinhaga entre duas cazas (3). O Socio na coisa commua tein parre em qualquer minima parre, reputa-se, quasi Senlior da coisa, e Iie hum brocar- dio , he meu o que he commum (4). Por estas rav ídes , edificando o Socio na coisa carnmua , ngo póde o Consocio nunciar-1 he a nova obra ; restando-1 he s6 a acçáo co~nmuni di.vidr/ndo (5). Parece pois, que 0 Socio póde edificar no solo commum , como proprio

(I) Peg. tom.6. i 0 r d . L . 1 . T . 6 8 . g . a j . a n. 20 ad 28.

(a ) Cod. Civ. dos Francez. art. 6r9, Altim. de Nallit. tom. 4 Q i 5. n. 208 , Gob. de Aq. Q. 30-

(3) Pacicheil. de Distant. C. 6. Membr. I. n. 14-

(4) Leit. fin. regund. C. 6. n. 10, Peg, I. For. C. 5. pag. 363. Col. L

5 ) L. 3 . 4 . i. e 2. íT. de NOY. Oper. Nunt. Ferreir. de OJ. Oper. L. 4, &c. 6 , Peg. tom. 6. á Ord. L. I. T. 68. S. 23. sub n. 2 0 , Silv. ad Ord. L. 3.7'. 78. (S. 4. n. 2 1 , Perez in Cad. de Nov. Oper. nunr. 11, 9.

Portm em "contrario esta. que aa c&sa corflnua nqda póde o Socio manobrar contra vontade d'outro Consocio, e e:te tem direito de o prohibir ; porque na coisjr commua he melhor e deve prevalesccr a con- disso do qy prohibe; ainda que o ogtro queira re- dyzjr p plelhor Eórma a coisa m f n u a (I) . Pelo que, e findados nestes legaes princjpios a.ssenráo ,q DD., que humConsocio náo póde occupar com ed.iácio seu O f d o .OU paqe qio solo commum (2).

( i ) L. 28. ff. Commun. divid. , L. I I . fE de Servit. rustic.

(2) Stryk. vol. 7. Djsp. 27. C. 3. 5. 2 , Guer- reir. Tr. 3. L. 5. C. 4. n. 17 , Ferreir. de Nov. Oper. L 2. Disc. 7. n. 68 et 69.

Se porém o %cio edificg na coisa c w m u a d vista e face do Consocio, sem contxadicçáo delle, e finda o edificio , procede aqui por argumento de mais forte razáo o exposto ( 5 . 5 0 e 51.) ; como rambem e terminantemente nssentao os DD. ( I ) : Mas eu fi- guro outro caso : Se entre os Conrocios ha outros mais predios , e s d o s de igual ,qualj&de communs e indivisos , com que ruediante prril l ia , se possa incei- rar , e indemnizar o outro Cgnsoçi~ ; náo só c a i a

H 2

aqui o geral favor da construcçáo dos edificios; mas o simile do Socio , que apropriou e alienou hum dos predios comrnuns antes das partithas; pois nas futu- ras se lhe deva adjudicar, inteirado por outros pre. dios o outro Consocio (2); porque indemnizado o Consocio , cessa toda a sua contradicçáo , e se trans- torna emula (3).

(I) Ds Argentr. Cout. de Brer. art. 371. Du- nod. no Tract. das Prescripçdes P. 2. C. 2. pag. (rnihi) I 39. $. Celui qui a vB Barbos. et Tab. Thesaur. Loc. Comm. E. I. C. 64. ax. 13, Ri- cher. Jurispr. univ. rom. . $. 1095,

2 Er L. Mnrcellus 9. Keque ff. ad Trebell. , I'ondur. Civ. C. 104. n. 16 , Cabed. Dec. 146. n. 3 , Merlin. de Legit. L. z. T. 2. Q 3. n. 9 et 10, cocE Guerreir. Tr. I, C. I. C. 10. n. 8 ~ .

(3) Pecch. de Aquzed. L. I. C. 5, Q 3. n, 57.

Solo pvoprio.

Mas em que distancia do predh do Visinho se p6de ediflcar no solo proprio 2' Com

quaes liberdades 7 Com quaes testricçbes dellao ?

He permittido a qualquer edificar no seu soto por huma liberdade natural (I) , ainda que em conse- quencia prejudique a Terceiro (2); porque quem usa

do seu Direito náo causa damno (3): C o m tanto que I .O) náo edifique com emulaç5o ao visinlio , e em pre- juizo delle sem alguma utilidade propria : 2.') que a nova caza náo seja edificada contra a fórma prescri. pta pelo regulamento polirico : 3.") que lhe não obste alguma contraria servidáo negativa que lhe cohiba , ou restrinja a liberdade de edificar : 4.0) ut in alie- num nihil immittat (4 ) .

(I) L. 8. L. 9. Cod. d e Servit. et aq., Ora. L. I . T. 68. 9. 24.

( 2 ) L. 24. 9. ult. , L. 26. ff. de Damn. infecr. (3) L. 9. E. d e Servit. urb. prsied. (4) Barb. et Tab. L. I . C. 64. ax. 2 , Stryk*

vol. 5. Disp, 5. C. 2. Idem Barb. L. 19. C. 18- ax. 6 , Peg. tom.6. ad Ord. L. I. T.68. §.q~ a n, 17.

Pela Lei das XII. Taboas adoptada pelos De- eemviros na antiga Roma, se determinava, que quem edificasse caza deixasse o intersticio d e dois pés e meio entre a sua, e a d o visinho; e isto j i para se náo communicarem os incendios, jh* para seus donos andarem em torno deltas , já para evitar demandas se bre os stillicidios (I) : Porém '' Cum si talia reli* Y Y querentur zdificii urbium interstitia , frequentissimi 97 essent in civitatibus vici non sine publicarum via- ,, rum danino, ac rotius civiratis dehrmitate : iique Y S immunditiarum receptacula repraesentarent , pi~bli- Y S cas que cloacas, q u z suis in~munditiis cai10 pesti- 99 lentiam; ac per consequens gentibus ruiriam minari 99 possent : Immo non modn contara conruetudinem n spatium istud, verwm et pene ridiculum considera- 9 2 tum fuit ( 2 ) .

(I) Gravin. de Orig. et progress, ur. Civ. L. 2. de Jur. Nat. Gent. et XII. Ta d , Cep. 33, aptime Pacichell. de Distant. C. 6. Membr. r.

(2) Pacichell. supra n. 13, Conaiol. sd Stat. Eugub. I,. r. Kubr. 32. a 11, 9.

Por isto c$. 57.) a L. fin. ff. Fin. regund., de- rivada de hum,? Lei de Solon, está nesta parte abro- gida pelo uso das Naçbes ( I ) : E em conseq~encia pelos lados d'outras cazas podem edificar-se as wivas, sem necessidade de deixar intersticio algum; e mes- mo arrumadas á parede do visinho; u u e tão bi~ge de Ihe ser prejudicial a sustenta e fortifica mais ( 2 ) .

( I ) Pacichell. supra n. 13 , Ferreir. d e Nov. Oper. L. 2. Disc. 13. n. 25 et 27.

(2) Pacichell. n. I t , conf. Peg. tom. 6. ad Ord. Ord, L. I. T. 68. 9. 2 4 a na 18.

Cano porem huma servidáo passiva p6de &tw iaquella natural liberdade de edificar (5. 12,) : Segue- se 1 . ~ 3 , que se o visinho tiver beiraes da aua caw sobre a area .do visinho , queira ahi edificar , deve =te em huma opiniáo deixar o i~tersticio de dois pés (2) : Porém se hoje está abrogado (S. 58.) ; e se he licito edificar de novo arrurn.~iido a parede 4 do visinho, póde o Edificante usar do simile da nossa Lei ( 2 ) : Se entra em qusstáo prejwrlicial; de quem hie o ter- aeno, em que cáe o srillicidio , e que cobrem as [e- lhas sobresaidas ; se do dono da antiga caza , se do ~ i s i n h o , que recebia ahi as aguas dos beiraes ; esta

questio he assls espinhosa ; mas decide-se por cK- cunstancias que refiro abaixo na nbta (3).

(I) Fwreir. supra n. 27. (2) O r d . L . r . T . 6 8 . $ . ? 8 . - (3) Circunstancias, quaes são : I.' se entre duas

cazas ha alguma antiga viefla se presume com- mua : 2: se as agoas pluviaes caem por beii-aes no atrio, ou quintal do visinho, e este se utiliza d o terreno, em q~ caem, he seu : maxitne 3.3 se esta fechado, e tapado a t e topar dos lados a parede na do dono do stillicidio : em taes casos se presume este constiiuido nesse solo 1150 jure dominii , mas jure servittrth , e póde cdificar mtle, arrumatido a parede do visinlio , e rece- bendo pelo modo possivel em si o stillicidio: Veja-se Pecch. de Servir. Cap. 4. Q. 24: Ain- da quando entre ambas as cazas existe viella , o Staó. de Eugub. L. 5. Rabr. 3 2 , permitte edi- ficar nella , e occupalla , indcmnisando se o ourro visinho.

Segue-se 2.") que se o visinho conrra o que ne seu pertende edificar tiver adquirido legitimameiite a servidáo negativa Non cerlifcanrli , seti altius non tollendi ; esta seívidáo se II-ie oppór a Faculdade, e liberdade natural (S . 56.) " A servidno, chamada 9s altius non tollendi , tem l u g a r quando Cayo , que 99 tem a liberdade natural de cdificar no scu f u n d o , 79 como lhe parecer, he obrigado de se abcter , e de r, niio alçar o seti edificio por causa da incon!rnodi- ,, dade, que seu visinho Seyo experimentaria ( I ) .. 9s l'orkm a usucapiio das coisas incor~oraes supp6c.

99 liurna quasi posse, isto he, o exercicio do direito 3 9 de ourro. Segue-se naturalmente disto, que n%o ha 9 9 usucapiáo, quando se náo está na posse de hurn 9s direito pertencente a outro : Donde resulta, que as 3, coisas de pura faculdade, isto he , aquellas , que 9, 116s podemos fazer, ou deixar de fazer, como nos 3, parecer, não podem ser prescriptas ; porque depen- 9s dendo da faculdade de cada hum fazer ou n%o uso 9 9 de alguma natural faculdade, nb se pdde dizer, 9s que a posse do direito do outro possa ter lugar a 99 seu respeito. Se pois Cayo náo eleva a sua caza m durante 10 , 20 , OU maior numero de aanos, e quer 9, depois elevalla , Seyo seu visinho não poderá im- 9, pedillo, nem oppor a usucapiáo, porque elle náo 39 possue o direito de Cayo , que tem tido o livre 3, arbitrio de Icvaniar a sua caza , o11 de a conservar 1 9 baixa.. . . Se Cayo , querendo levantar a sua caza , ,9 Seyo se opp0e, e o primeiro aquiesce a prohibi- 2, $ 0 , durante 10, ou 20 annos ; neste caso Seyo 9 9 adquiriria homa sorte de posse pela prohibiçáo, que 93 elle tem feito, e hurn titulo pelo silencio, e acqui- 9, escencia de Cayo (2). " Tambem esta servida0 ygativa se ~ 6 d e adquirir por contracto entre os vi- sinlios , e só fica dis~utavel se he passivamente real, que liga aos successores da caza abatida; decisáo, que depende de circunstancias (3).

( i ) Cpd. Freder. P. 2. L, 4. T. 10. art. I. $. 2 ~ . pag. 321.

(2) Cod. Freder. P. 2. L. 3. T. 9. art. r . S. 27 , conf. Ferreir. de Nov, Oper. L,. 3. Disc. i 2.

a 11. 13 , Bagn. C. 29. a n. i 14 , Pereir. Dec. 24. n. 9 , Portug. de Donat. L. 3. C. 39. n. 16, Richer. Jurispr univ. tom. 3. 5. 9 2 3 et 924.

43) Videndus Ferreir. de Npv. Oper. L, 2 . Disc.

8. a a. 12, e alem dos DD ahi citados Barbos. ria L. Apud Juiicantsnz 40. de L e g . I.

Segue-se ;.O) que se o novo edificio impede a l v guma servidão v. g. de carro , de cavallo, de p i , que comperia ao visinha pelo solo occupado corn o m a - mo edificio; fica illiciia a edificação , como irrpedi- tiva da servidão, a que o occupado solo era sugeito (S. 56.) . Porkrii , se ,o editicante , variando o lugar da servidao, a consritue por outro lugar igualmetite commoda ao visinho, não tem este raziio de queixa para Ilie nunciar a nova obra ( r ) : Seiido aliàs princi- pio geral, que o Senhor do predio servierire , póde ,variar o lugar da servidáo prestando ao dominxite p t r a igualmente commoda ( r ) . Mas será mais jus- t o , giie antes que varie o lugar da servidáo, recorra ao Juiz para que Ilie julgue licita essa variaçáo , abs . tendo-se de re fazer justiça por auctoridade propria 6 ) .

( I ) Arouc. na L. 2. de Rcr. div. n. 98 , Fer- reir. de Nov. Oper. L 4. Disc. I I . n. 33.

( 2 ) Bagn. C. 23. 11. 18, Pecch. de Servir. C. r. Q I ~ . ri. 25. et de Aqu3ed.L. r. C.13, Q14, Fabr. i n Cod. L. 7. T. 24. Def. c .

(3) B iel~mer. ~x;rcit. 2 i . de na jur 1i6i nicentis sine Judice.

Como (S. 56.) quando ha Lei ,. que prescreva a ordem e fórma dos edificios, ella Iie irnpreterivel ( I ) ;

'e em consequencia della ficáo estabelecidas servicider T

a favor dos visinhos, quando se edifica contra a fór- n u na Lei prescripra (2) : Daqui Iie consequenre, que terido o vis~nlio humas cazas corn janellas abertas ~ > a - ra o arrio, quintal , ou campo d o visinlio , rect bendo por ellas luzes para sua caza , e por mais tempo que hr4nz ranno, fica constituida em seu favor a servidáo L ~ ~ l i f i i ~ r 'ecipjer~di, et ne Luminibus oficiatur por disposic;áo d a nossa Le i (3) : E o visinlio náo póde edificar na frente dessas janellas , sem deixar o i n ters- ticio de Tara e quarta de ~ledit-, interpretadã assim. a Lei no uso d o Fo ro no menos expresso em Iium lugar pelo mais expresso em outro (4).

( I ) Silv. á Clrd. L. 4. T. I. in rubr.. art. 7. n c . 3 7 , Peg. tom. 6. ad Ord. L, I. T. 68. S. 29. n. 31.

( 2 ) Cod. Civ. dos Francez. L. 2. T. 4. C. 2. art. 642. e seguintes, Cod. Freder; P. 2. L. 4. T. 2. S. 7 , e T. 3. S. ,$ .

(3) Es:a Iie a O r d . I,. r . 'I'. 68. 5. 24. nari pa-- lavras z sem coisa aíguiirla .re wetler pn2 me&.

(4) Porque estas pal..vras recebem illli.straç~o e intelligencia pelo 5. 3 3 , aonde se menciona o inrersricio da vara e quarta, Silv. supra n. 37, Peg. tom.6. ad Ord. L. I. 7'. 68.s. 24. n.41. Ferrcir. d a o v . Oper. L,iv, 2. Disc, 9 . nc 2.

De fdrina qw, cnnsiituida assim p d a L L ~ es ta , x rv idáo I,uwdinis, e Ne l u l . ~ ~ i n ~ G v ~ ~flr iatr ir , passa- do o aiino , n?o pdde o visinhn fazer a guina caza *

em fienve d3s jdnellas Lucernaes, e cola que llie es- cureça 3 luz , setn d e k a r o in-ervallo de vara e quarr-. til de. terreno seu proprio entre a nova p r e d e fronz-

teira, e as janellas do visinho; porque o a n ~ iio tem adquirido aquella legal servidio : Concorda o S. 2y. da mesma (3rd. nas palavras E tendo al- 2s gutn feito jaaella , f r ~ s t a , o u eiredo com peitoril 2s em caso que a n5o podip f?zer, p'e~is de ser pas- as ~sdo ango e dia, $e n Pnrte ma presente no Zsl- 29 gar, .rdc se . f is, j d e d o poclerd obrigar a dep- 39 feeZla, puno qge queira Zevaniur. "

0 i i as jsn:llas lucernaes for20 de novo aberrga para onde o n5o devido ser, á vista e face do visi- siiio, que não nunciou a obra , e se portou com con- nivencia ; e pa:sou Iiurn anno depois de edificadas ; c Iie bem clara a dita Orderniçáo: O u a obra foi clan- destiiia , ou em abencia do visinlio; entáo a aste com- petia depois da sciencia o interdicro Qtlod vi put clam, que iie annal (veja-se o meu Tract. dos Inter- dict. 5. 159 e 160.) : E se delle n io usou dentro d o anno foi o m.:smo, que acqiiiescer á obra, e pre- judicar-se perpetuamente. Q e razáo diversa enrre o que vio fazer a obra das janellas, e náo a nunciou, nem repellio dentro do anno ; e áquelle , que , sendo feitas clandestiname!ire, ou em sua abstncia; se por- tou coni inacçso , depois que as vio , por mais de an- no sem tisar daquelle competen!e interdicto? Confes- s o , que náo acho raz5o d r differença entre Iium c outro caso, e toda a Lei se amplia por identidade de razáo: Passado o aono, nem j:í inais o visinho póde usuar da a c ç : ~ Negatoria Oudinariu,

Zu vejo sim alguns Reioicolas interpretando, . -

ss citadas OrdenaçQies náo excluem a acçso negaroria ordinaria , e ern eervidáo a s ~ i m continz~a , s6 prescri- ptivel por 10 annos entre presentes, e 2 0 entre ab- sen:es ( I ) : Porem desrituidos de luzes, e com discur- sos muito limitados erráráo: Pois que I.') as Ordc- nnç6es L, r . T. 68. S . 25. e 33. pela sua generali- dade são insusceptiveis de tal d;stincçáo : 2.") por- que j á vimos com Voet. transcripio debaixo de"$; so: Nora (3) j que por USOS e estatutos de Naçdes (com q u e o nosio Legislador se conformsria); Iiuma vez ,. que o prejudicado vê fazer a nova obra e não a con- rradiz ; o u , sendo feita em sua nbsencia, náo a im- pugna dentro de liuni anro ; fica privado de toda a acção : 3,") nio 11, novo que por huiii anno se pres- creváo por L,c.i.; qgaesquer acçces (ainda a negatoria ordinaria): Qnreiiia exernplos de prescripçÓes annaes encontrdti1os no Direito ( 2 ) : E m fiin 4 .O) ; a essa inrerpreraçáo repugna0 varias Aresros dos iiossos Se- nados (;).

(I) Taes 550 Solan. Cog. 18. a a. 10, Ferreir; de Nov. Oper. L. 2. Lli~c. 9. n. 33.. et 3 5 , e podem addir-se as raz6es de Fabr. in Cod. L. 3. T. 24. Defin. 6.

(2) Vejáo-se Stryk, Dicscrt. de Prxser. action: Secr. 4. Membr. g- , Dunod. de Prcescript. P. 2,

C. 3 . C3) Assim $e nota nes Arestos transcriptos e m

Peg. tom. 6. á Ord. pag. 89. col. z. e pag. 14u n, 4 , e no tom. 4. For. Cap. 5 3 . a n. 106; e no tom. 6. á Ord. pag. 53 col, I . no fim:; e põg: 2o n. I 1.i.

C o m o porSin esta prescripçao annal pEde t e r fundamento ou tio taciro consentimento daqoelie , qoe vendo fazer a obra , náo a nunciou , ou sendo feita em sua absencia , n l o lhe obstou d,iitro do anno pre- torio; ou pode ter fundamento em coliibir a calum- nia daquelles manhosos , que esperáo regozijar-se de- pois fàzendo rapar as janellas a o visinho, erc. : Se- gue-se, que essa interpretação de J'ulrzno e Feurzira, com o discurso de Fab ro ( S . 67. Nota) có ~ ó d e ser applicavel, e cessar a dii-posBç50 d a Ord. e a prescri- pçáo annril : O u I.') quando a abertura das jaiiellas e foi sobre arrio , quintal, c.u carnpo CK Morgado ; porque conio o Adii1in;strador com as suas i r iac~6es , s u ainda consentiinen~os , prejudica aos Succe~sores , náo Iie muito que coiitrn estes não corra a prescri- yçao annal : Este o caro, em que propriamente, sem eensum , procede o Aresto tt-anscripro por Solan. d. Cog. 18. n. 2'7 : 011 2 . O ) quando a obra das janellas he RO futuro prejudicial ao Fideicommissario, ao Proa prietario, ao M e n o r , ao Filho, quanto aos bens ad- venticios ; ou a quaesquer outras pessoas impedidas com legal impedimento, que compendiaráo os Codi- gos modernos e os DO. ( I ) : Porque náo podendo presumir-se nslles consent ,niento ou calumnia no tem- po em que as jinellas se formsr5c) ; e estando juridi- camenre irtipedidos para accionar seus prejuizos, n5o lhrs corre a prescripçáo It.gal, em quanto dura o im- pedimento ; [lias passado elle, e vendo essas pessoas ãs janellas, to!erando-as por mais d e Iium a m o , eu adhit t i r ia contra ellal; a prescripqáo annal , contado a anno desde o dia da success50, ou da sciencia (2).

(r19 Cod, Freder. P. 2, L. 3. Te 5. ar', I, 5. 23,,,

Cod. Civ. dos Frapccz. art. 2246 , Dunod. dt: Prcscript. P. 3. C. I. e seguintes.

( 2 ) Pois que, todo o termo, e tempo legal cor. re logo que cessa o legitiino impedimento, L. Et si Prdtorem S. Si feri8 ff. Ex quib. caus. maior. , Clenient. un. de Restit. ia integr., Sal- gnd. de Reg. Prot. P. I . C , 7. n. 74. et 75, Ror. in collecr. ad Card. de I,uc. Liv. 4.' ,Drcis. 3. n. 5. er LIec.l4. n. 4. A e3re sentido se devc reduzir o menos claro do Aresto transgripto em Peg. tom. 6. á Ord. L. I . T. 68. 5. 29. a ri.

I 5 , aonde a ignorancia do proprietario , que es- tava absrnte e em hum Mosteiro com clausura , foi o uni'co fundamento, porqtic se julgou náo sbsrar a citada Ord. á prescrjpçáo annai.

Tem-ee duvidado, :e O intersticio, que requer est? ,Ord. se devc deixar quando a janella está superior ao telliado da caza do visinho , e e s c , querendo levan- talla , priva da luz a t a l janerlla ? Nesja quesráo ha variedade de Arestos oppostos ; huns restringindo a Lei ás janellas que recebem luz dos immediatos atrios, quiniaes , ou campos; e que n5o procede a respeito das que estáo superiores a telliado de visinhos mais abaridos ( I ) : Outros ampliando a Lei a ambos os ca- sos ( 2 ) : :EU sigo estes : I.') porque as devassiddes das cazlas, e quintaes , quanto á prohibiçio da aber- tura das janellas, sáo paralellas na Ord. L. I, T. 68. 5. 24, ut ibi N5o poderá fazer janellas, $obre ca- aa ota quiigtal alheio , etc. F Este S . 24. fórrria huma uniao com o 5. 33. E se no caso do S . 33. jnncto o '5. 25 , passado o anno , náo se póde fazer obra no quintal au campo, com que se vedem as luzes, que

C 67 1 8eFeTles recebia a janella, sem se deixar o intersticio de vara e quarta : Logo , e sem razão d e differenp , náos s e póde levantar a caza supprimida debaixo da janel- l a , c impedir-se a lu^ que ella recebia d o ar f~ontei-- r o : 2.') N á o liavendo na Lei diversidade d e razáo, e d e disposiçZo entre a luz reccbida do qiiir~tal , ou d o ar superior á casa suppress? debaixo da janella; s6 a o effeito da servidáo Lzxminif, adquirida pela pres- c r i p~ í fo annaf , lie que havemos de attribuir a prohi- biçáo d o S. 33. juncto O 25 : E se a uti1:dacie da recepç50, e introdiicç3o da luz no interior da caza por cjeiro desta ~e-rvidrio, tatito :e consitiera receben~ do-se& quintal, oii do ar superior á caza mais baii x a , qiie a jnnella : Segue-se, que o e f f e i :~ da servidá6 ianto milita em liurn, conio ein outro caso : 3.') Es- te dilemrna dectde : O u a caza mais baixa se'edificou assim depois d e es-ar já Ici a janella , e ter esta adquii rida a servidio Ltlminis ; e entáo por isso mesmo, que se náo fez mais alta a caza , :e reconlieceo a exisd tencia desra servid30 : Ou a caza mais depressa se. edificou antes d e feira sobre ella a janella ; e en t áo como o dono da caza n2jo usou do remedio da Lei, foi visto .consmtilIa , e lhe Ecou obstando a niesmac prescripçáo : 4,") Esta materia, quanto á servidid Luminis, Iie conjectural: E huma vez que o Senliot da caza s i~ppri inida, fosse idorieo para a elevar , c? nunca o fii:esse, r a p a i i d ~ ern consequencia a janella superior , se presume, que deixou de a levantar por. flse obstar a scrvidio ( 3 ) .

(i): Assim Barbosa á mefma Ord. S. 33 : Con* forine a doutrina de Ijarbosa, e por essas rac- zbes , refere hunr Aresto, Peg. ibidem n. 40.

(2). Porém em contrario ertá liorna N o t a e Ares&- to do Senador Olivcira (que tenlio defendido)!

no Repert. das Ord. debaixo da conclysáo Ja- nela sobre quintsl, ptc.

(3) Vtjáo-*e o Card. de IAC. de Scrvit. Disc. 2 , e Cyriac. çontr. 463. n. a+

Gomo (5. 96.) s6 he permittido a qualquer edi- ficar no seu dtlmvnorio in alienum nihil imnzittat, Segue-se 1.9) que náo pode metter traves em parede alheia ; menos , que ou n5o tenha antes adquirida a ser.vidáo tigni immitfendi, ou constranja o dono da I" parede, indemnisatido-o na fúrma da 0 d. L. I . 'r. 68. S. 35. Segue-se 2.") que náo póde fazer secreta ou cloaca, de que as iniii?uridicies se dirij5o para 9 predio do visinlio , nem beiraes , etc. Sobre o que tra- çtgrei nos proprios, e competentes lugare~.

Corno (S. 56.) essa liberdade natural se restrin- gc , quando se edifica p;lr pura emulaçáo ao visinhs ( I ) : Segue-se, que verificando-se, que qualquer obra se faz por eni.ul~çio ao visinlio , Iie illicita. Mas tal emulaçio náo @e 'presutne sem que concludentemente ar prove por quem a allega; porque, em contrario está a presumpciáo mais forte, que quem ed~fica só tem 3s vistas na propria utilidade; e baara que esta seja modiça para se excluir no edificdnte a presumpçáo si- nistra (2) : H e beni verdade que a eniulaçáo tambem se prova por conjecturas, que sáo arbitrarias ao pru- Jcnte Julgador ( 3 ) ; e por outras se exclue ; Omitra a dinumei-açáo de liurnas e outras, que se podem vcl jios DD. citados nas Noras ; porque raro geri o caso fm que alguem sensato se sacrifique a fazer huma d is

pendiasa obra sem algum proprio interesse, ou oc- correr a prejuizo; e só com o depravado espirito de prejudicar ao visinho.

( I ) Novell. 6 . C. r , L. Opus ff. de Oper. publ., oprimo Sam. Str k. vol. 3. Uisp. 17. = Lk Jurr rniulntionir {ap. 3. a n.-p , Ferreir. de Nov. Oper. L. 3. Disc. 14. a o. 2.

(L) Stryk. supra C. 4. a n. I. ad 4 , Ferrei*. a n. 7, Pliaeb. &c. 73. a n. ro, Peg. ad Qid. L . x . T , 68 .g . 29. ri. r r .

,(3) Ferreir. n. 10, Stryk, d. C. 4. n. 5,

Houve tempos, em que, en:rando em disputa se a Constiruiçáo Zenoniana, obstava i liberdade nstu- ral , e era outra outra excep 50 da Regra (5. 56. ) estava ou n3o recebida neste Keino, e devia ser nor- ma das I)ecisÓes, no Caso em que a elevaçáo do edi- ficio tolhesse a outros visinlios a vista do mar; como depoYs dos mais Reinicolas se póde ver no moderno Ferreira ( I ) . Poréin o Asãento de z de Nwço de 1786, prosc.reveo do Foro <pelas raz6es nelle expres- sas o uso da tal Constituigáo, que os DD. de mais a mais ampliaváo a varias vistas deleitaveis (2).

( I ) Ferreir de Nov. Oper. Liv. 4. Disc. 12.

(2) Como se póde ver no mesmo Ferreir. Disc. ,xz. 13. e 14.

Fabrica do alicerce, ou fundameuto dd Gaza.

He o alicerce, ou fundamento a primeira parte da caza , sem o qual nenhuma se 6de conservar (I) : Supponhamos, que o ecnficante ! 6rma o alkerce em terra sua sem deixar entre elle e a p a d c do visinho o antigo intersticio ; e que a prohndidadc do alicerce ameaça ruina á parede do visinho : Este tem Direito para lhe occorrer exigindo cauçáo de damno inficto , que necessariamente se ibe deve prestar (2).

(I) Ferreir. de Nov. Oper. Liv. 2. Mc. rr. n. 2.

(2) L. 24. 5. fim. fF. de Damn. infect. ibi =i% 9, tdmcn tam alte fodisrn ir9 meo, rt pari&$ 99 ~ M U S $#are non psrjt , damni i n f d i s t i p - 9s latio comrnittitrr~ =! Ferreir. de Nov. O@r. L. 3. Disc. I I. n. 2 , Pereir. Ihcis. 3 ~ . n. 5. et 8 , PacicheU. de Distant. C. 6. Membr. r, n, 12.

.8 a o 9 A w EIE.

-*P Se alguma proa (diz 8 Ord. E r. T. 6& M 5 w.)f river caza h ham~s p t e da r#&,. e outm nv seu. visinbu: quizer caza h uufru p r t c , ,OU se já sa d' antm a caza era feita, e quer iiclta &ir # porta

de mvú ,. oua q u e dl fazer janella ou fiesta , náo SB a p&wAl &iF, nem1 f i w v dkeito aio p~id OS ab jamIIa , or* diz freea da outro seu vis! n ho ,. qae

.M: mora da a t ~ a pwt t dk ma. " %do 1% clara a reg" ( hgo rracrapei da interpretaçáu d a SUAS er- pnsms l i n i t a ~ ~ ~ dena, Lei ; :que iwc?rpret%$óes C-

rebrihas nS6 e m g i t ~ u e decidi0 o nos0 mbdttrno Rerteirãr de Nor? Oper. L 2. Discurs. r I . a n. 15 , e 18 debaixo de duas Qwstóes, que figurou ? Para de perto a testa as confutar, e abrir o s meus centimencos &O t l ~ p o s s ~ ~ d j ~ p k ~ a r de a transcreuer a j u i : Eis- aqui ;, suu Q_uatão ,. c & h r $ b desde o n. 15, em .qua f$ l~ i~ .doLI~cas~f i

.*r B n * d e W iraltigi (0crl:) de ostio ex fronte K t

2, fine legitimo spatio aperto ; an vero de ostio ex 3, di~ntctro, quamvis spatium v i 4 publicse intercedat ? 3, Ad dubii resolutionem facienda est differenria inter ,, eum casum, in quo ostium est aperíendum verJus 5, vicinum , intermlsso spatio via? publica ; et inter 9, casum , in qtio spatium vi& prrblica non datur : 2, Ita ut in primo casu debenr intelligi verba legis; ,, nullum siquidem aedificium construi potest inter pri- w vatos , nisi in spatio decem pedum rx fronte , L. ,, 11 . Cod. de zdific. priv. L. I 3. E de Servit. urb. 9 , Sabell. S. Lex n. 16 , Luc. de Servitut. Diqc. 2.

9s n. S , Disc. 15. n. 4. Ergo verba nostrze legis Lu- 9, sitanae debent intelligi de ostio aperto versus vici- 53 num ex diametro, non intermis~o legitimo ~pat io 3s v i4 publicce ; tum quia practicabilie est u ~ u s in r, omnibus Civitatibus , et Villis , dominum posse in $9 suo domo aperire.ostium versus vicinum, ex dita- 9s metro intermisso spatio decem edum juxta L. I L. f 9 , Cod. de zedific. priv. , Pacichel . de Distanr. C. 6, s9 inembr. I. n. 48 ; tutn etiam quia consuttudu aedi- r, candi domum seínper est attendenda ; et ista obser- 9s vat in spartio vi& publica vicinum , versus viçinum w posse ostium ex fronte aperire, Luc. de Servit.... u Signanter, Consuctudrnern esse obsersandum IR haç r, materia cedificandi, Pecch. de Servit. C. 8. Q 30, ~9 n. 8 , Pacicliell. de Distant. C. 6. membr. 5. rr. " 7. *

* A Lei lie clara a estabelecer a fdrma &as novas portas : EIIa mnstituio servidáo cm favor d o visinlio (S. 62.) servidso, que çohibio a li- berdzde do edificante : A Lei he viva, e perpe- tua : Contra ella náo póde prevalescer cosrume algum, L. de 1 8 de Agosto de 1769. optime. Boehrner. Jus Publ, L. z, C. 3. §, 17. NOL (a),

Nem ha uniformidade na latitude das ruas das Viilas , e Cidades , facto , que suppbe Férreira : Ncm de se verein cá e lá porras em fiente dyou- tras do visinho , se p6iie iriferir abrogaçfio uni- versal desta Lei , podcndo attribiiir-se a indolen- cia d'alguns o náo liso della , u t bene Stryk. u ~ . modern. Pand, no Discurso Preliminar 9. 34.

9, Tn secundo vero casu (continua Ferreira), qi~ando 99 ostiurn apeiirur versus vicinum , non intermisso 99 v i s p b l i c ~ e spatio ( id est decem pediinl) proce. 3, dtint , et intelliguntur verba legis ; et tunc domiiius 9, rion potcst extruere dernum ex diametro versiis vi- ,, cinum ex verbis ejusdem §. 29. ibi E; não poderd 2, abrir nem fazer direito do portal do ontro visi- 19 nho= : Et probatur Iizc inrelligentia, quoniam in .s via vicinali , q2-ze vulgo diciiur Beco, ut air Peg. Y * ad Ord. L. I. I. 68. S. 26. non licet vicino ex- s > truere domum cum ostio propria auctoritate, sed 9, interveniente zdilium , et Decurionum. liccntia Ord. 99 L. I. T. 68. Cj. 26 : Ergo interniisso spatio vlóe 9 s publica: licet vicino exrruere domum cum ostio, ut 3, in 9. 29. ibi = porém desviade (10 outro o poderd s1 fawr = L. Imperatores ffl de Servir. urb. " *

* Querer restringir a L. s6 ao caso em que náo interniedeie hurna rua publica, que tenha a latitude de dez pés (que era a das da antiga Ro- m a , Gravin. de Jur. Nar et Gent., e t XII.Tab. C. 3.) , e que correspondrm a quinze palmos; e para 16 nesse caso ser illicita a Sbrica da nova porta em freiire da do visinho ; Iie a maior teme- ridade de hum interprefe; pois que a publicida-

*de náo corisiste na largura da rua; quando iam- beiu ha caminhos publicos estreitos, iir pares ex

.I 74 3 Tir. $ de Lata ea Iójãa. putil., c t en L 2. $, g E. Nequia in Loc. publ. intenu. ve liair, Pecch( dw .%win. C 9. Q I z er. r 8 : Ma r i as vicinae~ p$liacae., qlre ,,!o os Brcos , Peg. ad W. L. r , T. 68. $. 26. n, ir: O argumento, que: Ferreir,

com, o, d. $1 16,, tem a diversa iuráo, pue al i i~ &i Peg. n. 3 : Logo he quimerica a d.istinc- @o de F L r r r i r i entre o caro de iatermedizr, ou d o h-ima r113 puMica', que )tenha au, nk tunha a Iruitude de dez pb. ,

Ei-qui a , outra quetgo, qw Sgum e= dPQjdc O memo Ferreira a n r 8.

3s SI via publica inter privaias domas: ~ J S

ro. beat. clistatftiam rkcempAdrm , et chminua ttnek w emraere domum ciim ostio verms vic inu~, paiepra; 3s hiberi p s s i t ? Et v i d e u r diçendun p r d i i k i pos- +S. se , ex d: Ord. 9. 29 : Caeteruin diceranrf, wpsraa 9s dos duos casus : Priinus cst , quand&~donrinue vuk sr ex{ruore domum irrter privatas dmmm a& propidm r,. u t i l i t a ~ e r n ~ er familis. m m d i t a t e m . in prmprio s 9 sol o , rvbi nw9. bnbt-bt almm pr#tt.m. o o m d h c n s~ ad efcctunz apericndi ostirrnr * quo in casu etiam ,r ínoderatur, et iatelligarur , dispusiria d? S. 29. et 29 sic obervat consil~rudo **. a& notete ar Spffall. . . .

Gom.. . . Pccch.. . . Pacichell. : Secundusiçwus est, Y S quando in via pxHicu inter privaras ctbrn~~domi- 9s nus inteiidit constrrieye d o m n cucn oorio versits vi- m cinum ad presürutanda ejua iarcriora:, & udramu- r9 larionem et invlnjnm , ar ~ i m urilaztzta. et cuw 99 danrvzo ulterjtrs ; quo in casu intelligi dab%t dispo- 9s sitio $. 29. nostrae Legis. Eit-nim ad emulatio- 39 nem, et inv id ia :~ , q u z l i k t c ~ ~ ~ ~ c u c t i a prahibjia 4 9 est ctc. ***

* N2o digo por era que a Lei nzo faz tal distincsáo : Quando se verificará jámais essa hy- pothcse ? Atas6 a largura &a nova caza d o ex- cederá elia wn frente a largrtra da pam do ?i&- nho ? Intrivel, Se a quer fazer dr~viadro, 14 mh na Lei a I.imbçáo: Se náo lhe ke t i o comme- da riksvidd, a Lei attende mais o prejuieo .do risinho, que a mmrnodidride d o edificmrc.

im J;í vimos, qae st n%o p6de n e ~ e Reine argumenrar com a1 c o m e (5. 73. Nora +.)

O CPSO da emulaçáo cohibe a tado 6: edificante a liberdade, ainda que alias edifiq* siem repugnahcia de Lei ( S . 69,)

Ta l he a ihzetpreta#o d o S. 29. pelo rnodetno Ferreira : Interprcrag30 cerebrina , divinatoria, atbi- traria , distinguindo casos , que a generalidade e ra- r%o da Lei não s s f f i m ; nao sondou a tazáo , e o esb

irito della : Pois qiie (alCm do jB natado ao p t da Em), o Legislador no dito 5. 29. se explicou sim- plesmente pela palavra pua, sem distinguir, a que ti- vesse ou niio a latitude dos dez pés, que se marca- v50 nas Romanas : Náo podia deixar de ter em vis- t a , que nas Cidades, Villas e Lugares, ha defformi- dades nas larguras dac ruas : No S. 30. USOU O Legis- lador dâ mesma simples palavra raa ; e nos 95. 31. c 32. Lá distingui0 no 5. 27. a azinhaga publica, que n%o passa de quatro palmos : Logo, roda a que p a a a de quatro palmos, pdde ser rua publica, ainda quic n8o tenha dez pls de latitude.

Eis-aqui o meu sentimento : A razdo da Lei Iie a sua alma : Em quanto se n5o descobre, náo se póde fazer applicaçáo, que seja exacta , Estatut. da Univ. L. 2. T. 5. C . 3 . 5. 2 : Ora , eu náo discorro, qiie oatra possa ser a razáo d o d. g. 29, senáo porque abiindo-se de novo huma porta em frente e direitura d' outra do visinho , se descobrem pela nova os inre. riores da caza delle : Esta era a razáo, porque o pre- cedente 5. 24. havia prohibido fazer frestas, janellas , etc. sobre caza ou quintal alheio, porque o descubra ; .re~ebendo assim o S. 29. illu~traçáo do precedente 5. 24 : Com effeito '' molestwm est , ut ~ecreta do- ss mus aiteri patcant , et ut dixit Xetlocrates, nihil 3s referve, oculos P I C , an pedes i n alienrrm immit- 9s tas . " ( I ) Sendo pois esta a intrinseca razáo do dito S . 2 9 , seri concequenre cessar a sua disposição em todos os casos em que cessar particularmente essa razáo (2).

(I) Donell. de Jur. Civ. L. I I. C. f . Senatorcs ,apud Peg. tom. 6. ad (3rd. L, I, T, 68. S. 29. sub n. to. er n. 28.

( 2 ) O Senador apud eucd Peg. 9. 29. a a. 56.

Supposta esta interprctaqáo , figuro praricamen!e estes casos : I." Se a antiga caza do visinho he ter- rea , que da porta da entrada íecebc luz, sendo pre: &o, para a receber, estar aberta: Se o visinho abrir de novo outra em frente, Ilie devasrzrá o interior da caza, e ficará applicavel o S . 24. e 29. da Li ; seja qual for a latitude da rua in:erniedia : 2," Se a pr'i-

rneira caza, he sim de sobrado, mas na loge della , lia taverna, oficina, eic. que em parte se vede sua de- vassidáo , com meia porta , postigo, etc. neste caso applicaria eu os ditos 5s. pela sua razdo : 3." Se a primeira caea tem logo da porta da enrrada continua- da por escada a subida para o sobrado ; esc3 escada masma he huma parte interior da caza, que a nora porta do visinho devassa na subida e descida : Aqui rambern obra a Lei e a sua razáo (5. 76.) A deci- aáo 73. de Phzbo he mais fundamentada e confornie á Lei; a censura de Ferreira a n. 20. ad 24. he me- nos justa. Tudo se reduz h indaçaçb io: A nova porta devassa ella , ou nná devassa algiima parte do inte- rior. da caza do visinho ? Si prius , applicnael a Lei com sua razáo : Si secundum, cessa a razno da Lei, e a Lei mesma (S . 76. no fim.J

Limita-se o dito 5. 29. a si mesmo 'c Salvo, $e N $'antes abi hotrvesse j R o dito portal.. . onde ora 39 qger ~ b r i r ; porque enráo a poderiáo fazer no pro- N prio modo e maneira, que d'antes estava. " He se- melhante o $. 28. nas palavras == quizer refazer, ou w .fazer de novo, náo poderá fazèr mais janellas, nem 9s maiores, nem beiraes , nem em outro h g a r , .senão 99 remo #antes tií~ha. " ( r )

.(I) Estas Ordenaçiíes parecem 'ter por fontes a L. 3. S . Refirerc ft: de Irin. acr. que priv. , a L. I . $. Deinde ff. de R i v . , a L, 19. S . Si su- blatum ff de Servir. urb., a I,. r:§. Opus íE de Nov. Op. nunt. : Vejáo-se Ferreir. de Nov. .Op. L. 3. Disc. 2. e 3 , Por iu~. de D0nar.L. 3. C. 39. n. 6 , Prg. tom, 6. ad Ord. L. i. T. 6h..

5. 24. n. 138 : Dqai he eonsequenta, que se niio póde nunchr a o b ~ + quando nh sua reedi- ficaqáo nada sc altera do. primitivo astado : Náo assim se se altera , y q á i a parte alerada . r ine novada se póde nunciar , ex DD. supra, et adde Silv. ad Ord. L. 3. T. 78. 5. + n. 16; rt 17,. Cmstantin. ad Stat. urb. Annot. 42. a n, 1.05, Peg. tom. 4. ro r . Cap, 53. n. 77'

Quid ver0 se esreve demolida por mais de 20,;. ou 30 annos a caza , que quando existia, tinha a porta, virada em linhas rectas, e fronteiras para a do visi- nho ; se esta adquiri0 , ou náo a liberdade c m t r ~ a refdrma da outra, segundo o antigo estado? 0 s DD. são conformes, em que a todo o tempo, em que a caza demolida se reedifique, recupera o primeiro es, tado e servid"ocs, e que em quanto demolidd niío per- deo os primeiros direitos (I) : Sendo principio geral, que as serviddes urbanas, destruido o edificio se Item scrváo, em quanto náo ha algum formal acto positi- vo do adversario, que attente contra a mesma conser- vaçio (2) : Isto mesmo prova a nossa Lei, e a estes. priiicipios certos se deve reduzir, o que misccllaneá- rio alguns DD. (3)

( I ) 3 3 Equidem (diz Kicher. univ. Jurispr. tom. M 3. 5. 1234. e 1235.) si stricte loqd velimus, 9, restaurarum dif ic ium diversum esse ab eo , 9s quod prius corruit : Verum =quitas, et publi- 99 ca utilitas, a u z suadent , ut perpetus sint ,r servitutes, non patiuntur , ut hujusce severita- 39 tis rario haôeatur, L. to. 5. Si ~ublatunt z. 9, K de Servir. praed. urban,. . . Eo vel maxirue ,

f i qdad nulla iigpwari pstest eulfm ei , cai ser- 93 ritus debetur , qttir pnus aefectib aidificii se- ,* cura nen sic, CUIW oiciilorn ad instaurandona SI przdium d o ~ e r e neqwaz , IJ. rg. 9. r: fE de s* Servit. Jure ergo legitime quzsito impune pri- N vari non debet, L. 35. ft: de Servit. prad. 9 9 rust. Culpa: omrrii efpers profecto videri non 99 potest ille, cui srnvitus debetur, cum cedifi- 99 clum dominam diresturn kst; ut pote qui pro 99 arbirrio illud reficme hrat : Veram, quia ntsh 9s iia raro eontihgit, ut qugdaim obstent impc- r9 dimenta , inter qure freqmtissimum est pecu- n nize inopia, non potesc ei culpa imputari, ex S Y qua servitutem amittsr i etiam si post Iongis- m sitni rernp0ri.c-apaiiiam eoersas %de$ instamet: 'b

Confir5w-se a Decisso 8'7. de Pereira de Castro: oprime V d t . ad Pmdcct. L. 8. T. 6. S. 4 , d6 qual r o m u Ricliw. par emprcstimo o que es; creu& rio hgar t ramripto .

$2) h Ut pre~ripiicde servitutes rusticar amir- 99 tantur, iitkik alW requirirur, quah mti muB: 99 Seívitutes ver0 urbana^ pr&ter # b ~ ' usam ejcr~, 9% cui debcrrtur , desiderant actum ejus, qui der- 9s vitutein debet , quo sui p r ~ i l i i naturalem li- + tat'em iecipete áttêntet. '' Rkh& d. tdrn; 3. 9. I 260, conf. Liin ad (3rd. L. 4. T. 79. in pr. n. 97 ,. Brunnemari. nâ L. 6. R de Servit'. urb. przd. , Peccli. de Servi?. C-. ,+ Q 17. n. 18 , Cod. Freder. P. 2. L. 4. T. 12. 5. 3 , Voet. d. §* 4.

3 A nossa Lei d. S. 29. permittio a reforma do edificio em todo o tempo indistinctamente, sem obstaculo de prescrip$o contraria : Como ,estava no livre arbitrio do Senhor da caza de- molida, reedificalla quando bem lhe parecesse;

. .

tem aqui applicar;jío as dautrinas referidas ( S . 60.) : E a. estes principias, para se salvar de er- r o , se deve reduzir o muito, cpe a este respeito naiscellancou Ferseir. de Nov. Oper. Liv. 3, Disc. 13. a n, 4.

Limita-se tambem a si mesmo o d. 5. 29 . no. fim, ut ibi =, Porém desviado do outro ( p c r - . ] I ) o, podctci faser : =. Na conformidade desta Orce ç50, e em varias occorrentes h potheses assim se te-- jul- ga& (I) . H e bem ve d adc, que ainda qce ' I-la porta se edifique desviada, e atravez da outra , vi- sinho, em termos, que a m b náo fiquem rect: : n t e fronteiras ; sempre, virando qualquer pesiioa para o lado, pcide descortinar algum tanto do interior da caza do outro visinho: Porém aqui já o vicio náo pwvêm da obra da nova porta, feita atravcz da do visinho ; mas provêm da malicia do hamem, que de propmito 'se vira ao lado,. para ver parte do interior da caza d a visinho ; acçáo injuriosa pela pessoa ,. e náo pela obra (2)

(I) Veja-se. Peg. tem. 6. á O r d ~ d. 5. 29. a n. 26. et a n. 42.

(2) Como direi no artigo do Miradoiro, ou agoas ftirtadas a 9,. . .

Divisáo 2."

Escada,

9, Nâó poderá per.roa pôr escada na rua dirdro 9,. do portaI de seu vi.rinho , porque lhe impida. a n entrada do Jeu portal " (3rd. L. I, T. 68. S. 30. 99. E náo poderá fazer na rua eecada, nem ramadá, n nem alpendre, nem outra coisa alguma, que faga 79. impedimento á serventia. da dita rua : E se o íize- 99 rem, náo lhe será consentido, e o s Almotacés lho n mandar50 derribar" d. Ord. 9. 31. ( I ) : Nem ain- da hum só degráo de escada se perniitte na rua pu- blica, quando ~rejudicial , ou a algum particular, ou ao uso publicos (2) : Todo o particular he pessoa le- gitima para usar do interdicto Nequid i n loco pub/E- t o ; ou seja para fazer remover a causa do seu parti- cular prejuizo, ou a d o publico (3) : Alguns DD. au- otoririto, a qualquer do Povo para por auctoridade propria se desforçarem , removendo toda a operaçáo feita em lugar publico : Porém eu com a mia justa opiniáo 1 he denego essa pessoal faculdade G4).

(I) A primeira destas Ordenaçóes d. 5. 30, tem por fonrc a L. 2. S . Merito ff. Nequid in loc. pubt. Veja-se Ferreir. de Nov. Oper. L. z. Disc. 7. n. 5 I . et Disc. 12. n. 2. et L. 3. Disc. 7. n. 5 A, segunda, as outras que refere o mes- mo Ferreir. d. n. 5.

(3) Portug. de Donat. L. 3. C. 3. n. 47, Fer-- reir. de Nov. Oper. L. 3. Disc. 7. n. 5 , et L. z. Disc. l . .a n, 16. et 30 , Sabell. $. Fia n. I..

(33 Veja-se o m e u Tract. dos Interdictos a 9- " 3. ) Veja-se o mesmo meu Tract a S. 17.

Tambem ngo p6de edificar-se a escada ou parte dello em solo alheio; mas póde aqui aplicar-se o que empuz a § 50 : N5o se @de edificar e'ltlc mlo pro- p i o , quando he serviente, c embarap a servidão; menos que se nRo preste outra igualmente com.aioda (S. 61,) : Phde porem edificar-se a escada arrumada ao miro commom ( 3 ) . Homa vez assim jommente cdificada a escada da entrada para qualquer caza ,.nh póde o visinho *edificar ex objecto, em ~#moe+ qae a prive da luz necessaria, quando o dono de dc& d o pó& de outra par-te receber a luz (3) : Náo faI- iou opiniáa, que denegou ás escadas esce favor ,, mas

reyroeard (3) .

(I) Pecch. de Servit. C. 8. í& 42.

(2) Ferreir. de Nov. Oper. L. o. Disc. ji n. j z , Dise. 9. n. 13 , Disc. 12. R. 4 , Card. de Luc. de Servir. Disc. 13. a n. 5 , A r a u ~ n a L. 2. S. I. fE & Rer. divis. n. 8.

43) O mesmo Arouca duvida deste favor, por- que os DD. lho conferem sem t e & ~ : ]/avém consideradas as escadas, como humai paon das cazas, ex Ferreir. L. 2. Disc. 7. n. 348, et: Disc. 12. n. 3 , he ampliavel a este caso por identida- de de raz8o a Ord. L i, T. 68. @. fij ; im6 .por força de maior razío; porque mal ss póde em trevas entrar nas cans ; assim como hab'itx nellas ; vale o argumento do todo para a parte : +Ora huma vez feita a acada coni recebmento

ae luz do ar visinho, adquiri0 em hum annn a servidáo Luminis ; de que náo póde mais ser privada (S. 66. et 67.)

Divisáo 3.'

Entrada por arrio communr , orv alheia

He muito frequente nas Aldew , que rcndt, s!d& de hum pai de familias h u m grande ásc~cto de c s zas ; fallecido elle, o dividem sms herdeiros, e &c- pois todos se ficáa servindo de hum pateo comnium, c por huma pena principal para o metrxib pateo O E muitos moradores em bum contorno se murão em cir- cumferencia , servindo-se todos or huma principal P entrada. Aqui os pacms; c em A ta delles as posses, as ~observancias por mais de dez annos sáo as norma$ das decides das suas controversias ; presumindo-$e consenzfonado nas partilhas, o que depois a este res- peito -se observou por mais de dez annos (I). Se nSo tem passado este tempo, e nas partilhas se não pro- váo reservadas as muiuas de huns pelas partes dos ou- tros, ficáo livres; e se alguns ficáo carecendo de ser- vidóes , devem comprallas aos outros : Porque d' ou- tro modo , tendo sido iguaes as parril kas , e náo lia- vendo refeiçdes em razáo das servidóes , ficariáo dimi- nutas ao sortes d'outros, que ficassem servientes (2) .

( I ) Constantin. ad Stat, urb. port Tracr. Dec; 45, Rot. in Mantiss. ad Card. de tuc. L. 4. Dec. 1 3 : Idem Luc. de Servir. Dhsc. 32. n r t , Roc. Select. C. 173. i.n h. junct. n. 8 , conf. in

simili Peg. tom. 6. ad Ord. L, r. T. 68. S. 24. n* 49.

(2) Vejáo-se Silv. 4 Ord. L. 4. T. I. in rubr. art. 7. n. 28. e 29, Arouc. na L. 2. S . I. de Rer. divis. n. 76, Altim. ad Rovir. Dcc. 98. n. 1 9 , Guerr." Tr. 2. L. 6. C. 13. a n. 22, Pecch. de t iquzd. L. 3. Cap. 13. Q 4.

Se pelo atrio , OU pateo alheio compete o direito d a simples servidáo sein dominio no solo (I) ; pdde -o dono do pateo tapa110 em circuito, deixando huma porta ou cancello apta para o exercicio da servidáo; e ainda com chave dando ao dominante outra (2): A retenqáo desta chave na m5o do dominante, he huma

resumpçáo urgente do direito da sua servidáo (3): b em que neste caso ha DD. a sustentar, q u e deve haver huma só chave, e esta na mão do Senhor do predio serviente ; que o dominante 66 se deve servir d e dia, náo de noite ; que o serviente náo he obri- gado ter as entradas abertas a toda a hora ; menos que assim o não exija alguma occorrente precisáo (4) : Quid, quando a caza Iie de muitos sobrados, habita- da por muitas, qual delles deve ter a rhav.c princi- pal ? (5)

(I) L. 4. A: Si .servir. vendic. .(2) Luc. de Servit. Disc. 90, Ferreir. de Nov.

Oper. L. 2 . Disc. 1 1 . n. 50. V. Peg. 4. For. C. 53. n- 5-

4 3 ) Rocc. Select. C. 171. n. 4 , Gratian. Por. C. 681. n. 5 , Menoch. Cons. 488. +n. 15, Post, de Manut. obs. 22. n. 7.

(4) Assim largamente Q demonstráráo Eeccli.

de Scrvit. C. 9. Q: 5. a n. 13 , e Hagii. C. 28. a. n. 71.

( 5 ) Vid. Ferreir. L. 2. Disc. 11 . n. jo. in fin,

Hum atrio ou pateo commum entre muitas ca- zas, que desde o principio ficou destinado para uso e rerventia conimua dellas, e de todas, não deve par- tir-se qganlo ao dominio do ~ o l o entre os consocios, para que náo resulte ou licitar Iium delles o todo, e ficarem os mais sem servidáo; ou partindo se em gle- bas, ser o conseqwiite ficarem livres ar d' alguns, e servientes as dos outros (9. 8 3 . ) , e obrigados a com- prarem-?e as muiras servid0es ( I ) . Digo, qwanto ao dominio do solo ; porque nas Aldeas se costumáo cor- rir nesses pateos os estrumes ; e nada ha que obste a que se dividáo para esse uso, salvas as serviddes c o m muas pelas superficies sem dominios nos respectivos solos (2).

( r ) Voet. ad Pand. L. 8. T. 2.. n. 18. in fin., Riclier. Jurispr. univ. tom. 3. $. 1060.

(2) Porque Luci corpus non e ~ t dovnitlii ipsius, cui servitus debetur, sed jus eundi babec L. 4. ff, Si servir. vindic.

Se hum proprietario tem duas cazas , e entre el- las h u n ~ atrio, vendendo Bumas, fica pertencendo o arrio intermedio pro drmidia ao vendcdor , e compra- dor ; comtanto, que ambas as cazas tivessem porta, e serventia oara o tal atrio ; a l~às náo tendo huma dellu porra para elle , fica o iodo pertencendo áquellc

M

dos dois, sujas sbs cazas tenháo porta para o atrio iiiteriiiedio ( I ) .

(.r> L. 47. E. de Damn. infecr. V. Czpol. urb. C. 44, n. 7, Gratbn. For. C. 678. n. 3 , Cy- riac. contr. 2 7 , Silv. ad Ord. L. + T. I . ln rubr. art. 7. n. 44. et 45.

Se muitos tem entrada v. g. por huma porta, ou cancello , que se conservava franca sem chave, paten- te e l ivre a todos, mas hum do^ con~ocios a fecha, póde o outro por amoridade propria quebrar a por- ta , a desforçar se para continuar a sua posse da c o k commua ( r ) : Porque senda como propria a coiea commua , meum esr pmf tomnrme ert , Ib íica neste caso. permittido o desforçamento (2).

( I ) Menoch. Recuper. Rem. 9 . n. a 9 , Miq clial. de Fratr. P. 3 . C. 36. n. 1 9 , E ontanell, de Pact. nupt. C1. 4. gl. 9 , P. 2, n. 3. et 4.

12) Veja-se o rneu Tracr. dos Intcrd. a $. Ia

Pareder, tem qne JG p'de formar, ou trm fmrnada e cdifirio de buma casa : Dirritmr relr-

tivos a elkO~.

PiSde adquirir-se o direito de madeitar na pare- de ollieia , ou por compra della, ou por servidão Ic- gitirnamente constituida ; Ha paredes c o m m a s , que taes se provio ou inartificjal , ou artificialmente : Nes- tas vcrificada por algum modo a commoniáo; entráo as davidas : Quando o consocio póde ou náo edificar nellas ? Como, precisando de refórma se deva regu- l a r a despeaa , e contribuiçáo para ella : E quando, em falta de prova artificial por testemunhas, e docu- mento ; se presuma por conjectwas propria, G náa commua , alguma parede ?

Divisáo I."

DZrcito d g madeirar trn purcde &hei#, ndqarftido ru tudo , ou parte deKa por contprtz volun-

taria, or soacta ; olt , Sem dominio , JÓ por ~ervidzo I~git imamentc

constituida.

Se quafqiier despoticamente se arroga a mctter imes na parede alheia obra illíeítamed$& ( I ) ; e o

.-- .

dono da parede pdde logo por auctoridade propria remover de facto esse madeiramenlo (2) . Deve por

ecer-se ou tanto para com o dono da parede prevale. $0 meio da suavidade, comprando e ajustando com elle o todo, ou a parte da parede, que lhe for neces- saria para o madeiramento da nova caza ; ou, usando do meio da coacçáo, que ncste caso, em beneficio da edificaçáo das cazas, lhe permitte a nossa bem clara Lei (3) ; mas bem entendido, que s6 será exequivel , depois do preceito do Magistrado, a coacçáo , sendo primeiro avaliada a parede, no todo ou parte que requerer, por Pedreiros (4) ; e o preço da ava iaçáo se dwe logo depositar, antes que na parede se prin- cipie a obra ( 5 ) .

(I) Ord. L. t.. T. 68. 5. 35. (2) Cod. Freder. P. 2.L. I.T. 1o.art. 1.5.

22, Pecch. de Servi{. C, 7. Q, 2 : Confira-se o meu Tract. dos Interdict. 5. 19.

( 3 ) Ord, L. r. T. 68.5 . 3 g , 36, 37, que he bem clara, e ainda mais claro o Cod. Civ. dos Francezes art. 654 e 655.

(4) L. de 2 0 de Junho de 1774. 5. ... ( 5 ) Ferreir. de Nov. Op. L. 2. Disc. 6. n. to ,

Valasc. Cons. 22. n. 3 , Cortead. Decis. 246. n. 87 : Neste caso, como em outros, náo manda a Ord. pagar de mais a terça do valor da pzrede. Tal he o favor da consirucçáo de ncwos edificios,

Póde tambem adquirir-se o direito de madeirar e trnvejar na parede alheia (independenrr da adquisi- 90 do dominio della) por meio de serzridüh. Eqa pode ser, ou a oneris fererdi ; ou a Tigni immirteac

d i ; que ainda que pareçáo semelhantes, sáo essencial- mente diversas ( I ) : '& A servidáo Oneris ferendi, 9, que dri o direito de fazer sustentar o pezo da sua 9, caza sobre a caza do visinho , ella tem lugar, por 9, .exemplo, quando Seyo póde apoiar, ou pôr hum 9, gabinete, liunia viga , trave, ou outro pezo sobre 9, o muro, pedestal, pi.lar, ou columna de Cayo ; e 9, este Iie obrigado de o soffrer ( r ) . " Esta servidáo deve constituir-se expressameute ( 3 ) , OU tacitame~rte, já por liuma diaposiq50 em testamento, jl por con- rracto, quando pelas paIavrns, ou interiçbo dos con- trahentes se póde subentender consrituida, ou reserva- da como nos casos que exenplificâo os DI). (4) ; ou por .presciipçáo, sendo como he da çlasse das conti- mas (5) . Náo póde porém constitiiir-se passiva por contracto, pelas pessoas, que náo podem alienar seus bcns (6).

( I ) Assim Stryk. vol. i4. Disp. De Jur, Ser- w i t . prddial. hdiern. T. 2. §. 3 , Pecch. de Ser- vir. C. 6. Q I . n. 5.

( 2 ) Cod. Freder. P. 2. L. 4. T. 10. art. I. 5. 2 1 , L. 33. de Servir. urb. , Stryk. supra S. 2 ,

Pecch. d. Q: I , Richer. Jurispr. univ. tom. 3. a §. 989.

(3) Pecch. n. 3 e 4. (4) P e c c h . Q z e 3 . ( 5 ) P e c c h . C . 7 . Q : j . s u b n . r . (6) Quaes as que relar3o ao proposito o Cod.

Freder. P. 2. L. 4.T. z. 5. 8 , Pecch. de Servlt. L. 4. Q 7. e segiiintes,

Entra porim em duvida : Quem deva Faza as

despeaas da refdrma do muro, columna, ou pilar ser- viente, quando precisa, e em falta de pacto ex resso ; se o dorniiiante , se o serviente ? Ha opiniáo f undada na regra geral, que incumbe ao dominante; porém a opirriáo mais seguida no Foro incumbe ao serviente essa àespeza pelas razdes , qiie assignáo alguns DD. (1): E s6 o serviente se póde exonerar desta despe- aa abandonando ao dominante todo o dominio do muro, pedestal, ou pilar (2); snenos que náo haja pacto em contrario (3) : As mais quest0es sobre este objecto se podem ver nosDD, a que me remetto (4).

(r ) Richer. tom. 3. a S. 989. et 794, Voe'.. ad Pand. L. 7. T. 2. n. I , Stryk. supra S. z, Struv. et Nul. Exerc. 13. thes. 9 , Cod. Freder. supra 5 . zr. n. r.

(2) DD. supra. (3) Stryk. g. 2. in fim., Sed. v. Pecck. C. 6.

Q 8. a n, ro et 27. (4) Com os quaesoiInesmoPecch.C. 6. em

varias questóes.

E q u a nio á servidáo = Tigni imrnitrmcii',- Ella se define. O direito que rem Seyo para apoiar [lu- >, ma viga, trave, ou quafquer outra coisa, e de a 2 9 enforcar, e introduzir no muro de Cayo ,. qiie he ,* obrigado de o soffrer ( I ) : " P6de cansrituir-se pe- 10s msmos modos, e pessoas, corno a 0~eri.c feren- di (S. 90.) Se algrim se arroge mtter traves,ou bar- rotes ns parede all~eia, pdde o dono della removellos, desforçando-se ( S. 89.) : " Cuin in hujus servituris ss constiturione definitas non fuit tignorum nume- ~3 r=, porerit , si przciii dmináotis uriiitas id pos-

n tulet , augeri; potissimm , ti ratio, et finis comti. 9 7 ruendae hujus servitutis fuerit demonstratus ; cum 77 cnim nulfis l imit iba~ conc/#wm ~ i t j # s d0~1i . 9, nanti p t ~ d i o q u ~ ~ i t u t í l , protral~i deber , quantanl 7s honeste potesr ; ratione habita necessitario, tz uria 1 9 litatis. " (2)

( r ) Cod.Freder.P. 2. L.4 .T.ro .õrt .r .9 . 2 2 , Richer. suprn a 5. 997, Voer. ad Pdnd. L. 8. T. 2. 5. 2 , Struv. et Md. Exerc. 13. rks. 10.

(2) Ira Richec. supra tom. 3. S. 998, Voer. ad Parid. L. 8. 'i", 2. 8. 2.

Como porem a precedente rcsoluç50 (5. 92.) s6 procede quando na mnstit uiç?io desta servidáo defini- tus non fuit tignsrcrta numersrs; e ns/llis lirniti- Bus concl~sum fuit jus dowlinnnti pradio qutesiturz ; he e pelo contrario consequente 1.O que si prkjni- r 9 tt/s si: numerus , et qunlitas tignort/m dejazta ; 9s nec majorem nuineratn , uec afteriws qrnaiitati~ 9s irnmittere licebit, ctiam $i fundi dorniwnntis uti- 7, litas posrtrl~rt videntw " ( I ) : He consequente 2.0 que quod dicirur de servi-cure pacto constitura, 73 ei quoque convenit , q u x przscriptione fuerunt r s comparata, com in urraque eadem vigeat juris r* 79 tio (2) et runtmn pr&sc~iptvm quronrrai?f possw- ss $um " ( 2 ) : IIe consequente 3." que si contra- 7 9 henres hujusce servitutis consti t uendz finem expres- r, serint, fas non crit tigna immirtcre i n aliuin fi- sr nem " (4) : He conscquenre 4.'' que '' si vicinus , M C U ~ U S fundus servir, pmietem dllaret , ve! p r o r e n ~ 8 9 dJt ; no:i licer alteri tigi imntirrere in earn niiiri.

$9 partem, q u z postea accessit ; nisi forte coiiventis- se nis v e i b ~ Iiaric quoque complectantur " ( 5 ) : T o - das estas Jildçócs tern tarnbem por fiind(lmento o e- tricto d ~ : serviclíírs, qiie s5o iira:rlpliaveiç de rre ad r e m , de lo o ad locum , de L.&' u ad cu.rum, etc. (6) : Só si n , corruptos os primeiros iri?ti~i:tidos madeira- rrenros , podvrn rrnovar se , e iii~mittir-?e outros na mesrna quaiiridade , e qualidade sem excezso (7).

( r ) Riclier. S . 999. (2) Richer. supra. ( 3 ) Dunod. de Pràescript. P. I. C. 4. pag. 23. (4) R i c h e r . n . 1 0 ~ 0 . (5) Richer. d. n. ~ooo. (6) Fcrrcir. de Nov. Oper. L. 3. Diqc. 9. n. 5 ,

Ragn. C. 28. n. 48. et 47, Luc. de Servir. Disc. ' 9 . ". y.

(7) Kiclier. n. roz e 103. Confira-cie sobre to- do este $. 93. Voet. ad Pand. L. 8. T. 2. §. 2.

do qua l o citado Richer. plagiou tudo o expos- to ; com a differença de que Voet. o comprova mais amplamente.

Entre as serriddes Oneris fercnm' , e Tigni im- iítitt~ndi ha estas difErenças : I.., que pela servidão Otjeris ferendz se edifica e faz pezo sobre todo o muro do visinho, columna, ou pilar; e pela Tignii immittendi s6 se introduz e mette o pezo na parte do muro : O effeito desta difirença he que na servi- d i o 'Tigni im~zit temdi , náo pertence ao proprietario do fuiido serviente , mas ao do dominante, pazar as despezas da reparaçio do muro; o que be pelo com- traria na Onerisferendi ( I ) : 2.: que nas mais servi-

d5es compete ao dominante acç%o n3o sd contra o serviente, mas contra qualquer Terceiro, que a im- pede; na Oneris ferendi só contra o serviente (2):

Outros mais casos e differenças raros, e de menos en- tidade, se podem ver nos DD. citados na Noia (3).

(I) Cod. Freder. P. z. L. 4. T. 10. 5. 22 , Pecch. de Servit. C. 6. Q I , a n. 5.

(2) F'ecch, supra. (3) NO mesmo Pecch. Q 5 , e em o mesmo

Pecch. C. 7. rot., em Stryk. vol. I+ Disp. De Jure Servitutum prcedialjnm bodierno , art. 2.

§* 3*

O exposto desde o S. 89, está bem; quando ou por titulo, ou pela lernbranfa dos viventes consta , ou quem fez a parede, ou da compra della voluntaria, ou coacta para o emadeiramento; ou da constituigáo de huma, ou outra servidso ; ou só pela simples poso

: Quid ver0 se t.,udo se ignora ? No caso da ruiaa da parede póde o serviente dizer ; que o que nella tem ictroduzidas madeiras, deve por efeito da servi- dáo tigni immittendi, e com onus della, reformar a *arede á sua custa : Este a póde dizer cornmua , pafa ambos concorrerem : Como pois " Triplicis generrs 3, tigna distingui oportct , videlicez proprieratis, n commzrnionis, et servitutis. . . . Quod si hinc qui- 9, dem atiJ.int , ~ i g n a communionis , uel ~crv i tu t i s , 9s inde ver0 proprietatis ; illius pocior eJt causa , 9s qui phra pro Je signa Babet " ( I ) : Por tanto já me proponhu á demonstraçáo , quando qualguer pd-

N

rede se de-~a julgar cornmtca para os efeitos juril dicas.

( I ) Richer. univ. Jurispr. tom. 3. S. 1028.

Quando e cowo se provo tz comltlzitliáo da parede, por provas inartificiaes, e artificiaes.

Se náo consta do contrario por provas inartifi- ciaes ( I ) ; quem diz ser comrnua huma parede o deve provar pelos modos possiveis (2). Mas aiites que me proponha demoiistrar em falta de provas ioartificiaes, as presumpçóes da communiáo da parede; devd pre- iiotar , que efla ou he~cornmua pro Gviso, ou pro i#+ divisa : Reputa*se commua pro diviso , ou quahdo eendo divisoria entre dois visiiihos, nenhum delles tm imrnirtido nella traves, barrotrs, ou outra alguma coi- sa ; ou se nella tem metrido traves, ou barrores ; n a penetráo mais de smeiade da grnc?ura da m e s d a pa. iede da banda dadjuelle; que-niiIh metteo rnadéir8- mento , ou outra coid (3) .

( I ) Tdndut. Civ. C. 88. n. r7, Voet. ad Pand L. 8. T. 2. n. 15.

(2) !3ui'd.. Coiis. 126. n. 5 , Conscant. ad Srar. uib. Annot. i%. e. p.

(3) constaai. ri.. 84, Cqd. urb. C, 4o.:n:rt, Rovit.' Dec, 30. n. 13.

9. 97-

Reputa-se commua pro incliviso , quando qual- quer dos consocios tem o domiaio indivko , e in soli- duin por direito de conimuniáo, e sociedade; e quan- do iium e outro cada huni da sua parte tem ahi mrt- ridas traves, ou outras coisas, que entrio, e atraves- sáo a parede em toda a sua grossnra ( I ) : Ern duvi- da , e cessando signaes caracteristicos de ser a parede comaua pro indiviso, se presume commua pro divi- JO (3) : Isto he, para que cada lium se julgue Senhor da amerade da grossura d3 parede na frente virada para a sua parte (3). Aliter se a parede interrnedia Iie renue e singella, em que se niio póde superedifi- car , e só serve como se vê dc simples clarisura, por- que entdo he indivira (4). Quando se deva julgar a parede ~irnplesmerzte divisoria, s6 para esse e não para outro fim, ou destino. V. 9. 104. et 105.

(I) Constantin. supra n. 85 , Czpol, urban. C, 40. n. 1 1 , 'i'ondut, Civil. C. 88. n. 24, Carà. de Luc. de Servir. Disc. 6. n. 2 , Rovit. Dec. 30. n, 3. et 9.

(2) Constantin. n, 89, Tondur. n. 1 3 , Rovit. n. 4 , Fencir. de Nov. Op. L. 2. Disc. I r. n. 4, Pacichell. de Distant. C. 5. n. 93, Richer. tom. 3. 9. 1 0 4 ~ .

(3) Pacichell. supra. (4) Pacichell. n. 74, com Menoch, de Praz-

eumpt. L. 6. Praes. 73. 11. 17.

Já ao proposito : Presume-se communi o rpuro , su.pasede intermedios: 1.O) $6 por iso. riiesrno:, qr)e

N 2

C 96 I' intermedios , em quanto náo prevalescem provas con- trarias ( I ) : 2 . O ) quando com ellas se verifica, que a parede foi edificach a despezas commuas ( 2 ) : 3 . O )

qiianria da parte daquelle, que pertende a cotnmu~iiáo existem pedras , argolas, e coisas semelhantes , que sobresaem , e se extendem alem da parede (3) : 4.O) quando na parede da parre daquelle, que pertende a commuiáo , existem alniarios , ou copeiras , que os DD. cliamáo fencstrellas (4) ; 5.") quando na pare- de , e da parte daquelle , que perteade a qommunirío , estio mtttidas traves, barrotes, taboas (g), bem que esta conjectura he muito indiffersnte, porque se pbde esse facto attribuir a direito da servidSo tigrzi im- nzittcndi (6) : 6 . O ) presume-se a communiáo ex tignis is pariete colligatis pro swtinendis vitibus (entre nds Parreiras) ex parte iilius , qui prretendit communio- nem (7) : 7.") ex foraminibus, fracturis, et signis, ubd erant anriquitus ti na, trabes , et alia onera, q u a susrentabantur in ficro pnriete er parre prstendentio communionem (8) : 8.O) ex quo extremitatee parietis p~obantur communes, ira etiam in medio prsesumitur conirnunis (9) : 9.O) item acdificium cum eodem pa- riete connexum , tectum aiterius super eodem inclina- tum (10) : 1o.O) en insigniis propriis depictis in pa- riete, ab eo qui in illo przteadit communionern (I r ) : I 1.~1 ex quo fenestra: in muro existentes fuere obtu- rata: expensis communibus (12) : I 2.') ex relatione peritorum attestantiurn de muri communione.. . . et praeferuatur periti reddentes rationem , et adducentes signa demonstrantia communionem . . . . Praeferuntur illi, qui per signa magis concludentia deponunt super comrnunione parietis (13): 13.O) probatur ex testihus deponentibus mururn esse comniunem. . . n:uIio magis si deponunt cum rationibus signorum (14) : 14.") ex c)uo probatur aedificatus, suger soli communi (15).

(I) Cod. Civ. dos Francez. art. 646, Constan- tino ad Siat. utb. Annot. 23. art. 2. n. 9 3 , Ri. clier. Jurjspr. univ. tom. 3. 5. 1024, Rocc. Se- lect. C. 163. n. 52.

(2) Consiantin. n, 95. et 96. (3) Constantin. n. 100, Cae 01. urb. C. 40. (4) Constantin. n IOZ, Ric R er. 5. 1027. ( 5 ) Constantin. n. 103. at 104. (6) Constantin. n. 105. (7) Cons tant in, n. I c8 , Rocc. supra n. j. I, Surd.

Cons, 126. n. 9. (8) Constantin, n. 109, Rocc, n. 49, (9 ) Constantin. n, IIO. (10) Richer. n. 1027. (11) Coilstántin. n. I I I. (I 2 ) Constantin. a n. I 13 , ROCC, 48, Surd, n. 16, (13) Constantin. n. 116. (14) Constantin. n. I 18. (15) Idem.

$ 0 99.

Estas mesmas, e outras conjecturas d e ser com- rnua qualquer parede recopillou de varios DD. (I) o moderno Ferreir. de Nov. Oper., e que váo trancri- ptas na Nota (2).

(L) De C z p l . de Servit. C. 40, de Menoch.de Przsumpt. L. 6. Praes 73 , de Mascard. de Prob. Concl. I 149 , de Surd. Cons. 126 , de Gratian. For. C. 265, de Pacichell. $e Dirtant. C. 5, a n. 38.

(2) Ferreir. de Nov. Oper. L. 2. Disc. I r . n. 4. e 5 , ut ibi = 9, Communitas parietis probatur exsignis sequen- r> tibus: 1.0) quando immissio tigni non excedit

99 diididium parietis : 2.0) quando prures fenes- n t r z inserviynt una tini vicirio, altera alteri : rr 3.") quando fenestreilz ex urroque latere ex- 9 9 tant : 4.") quando extant tubuli, camini, vel 99 larrina: non excedentes parietis medium :'T.") rr quando fistulz , caniles , aqiiseductus , puteus , 9, balnea, fontes extant in medio parieris et non 39 ultra : 6.") quando sunt annuli in lapidilus in- 99 fixi , et ex utraque parte extanr : 7.') quando Y Y in utraque parte parietis lapides extanc vires 2, austinences : 8.') quando lampades ferre= in $3 utraque parte parietis exrant : 9.") quando pa- 99 ries est tenuis, ut super eam cedificare nem0 9s posset: 10.0) quando pars inferior esc commu- 9, iiis , eciarn pars superior communis erir : I I.") Y, quando neuter ex collitigancibus est in posses- 93 sione muri ; 12.O) quando nulla concurrunt 99 proprietatis indicia: 1 3 . ~ ) quando constat ex 9 9 instr~imentis , et libris publicis : 14.') qudndo 39 constat de contribiitione vicini ad consrructio- 99 nem, vel refectionem : 15.') quando per par- YD., tis confessionem constat : I 6.") quando solum ,a est commune, paries etiam est judicandus : 99 17 .O) qiándo paries antiqiiior erat communis ; YS tunc pars superâddita communis erit : 18,")

quando media conimunia sunt, etiam extrema ' 9 s erunt i 19.') quando paries Iiabet plura sti-

9 9 gmata : zo,") quando srillicidiurn non ptoten- a s dit in totum parietem : 2 I.") quando paries 9 9 susrinet onera utriusque vicini : 22.") quando 99 i n pariete extant aliqua signa deiiotantia com- 9s miinitatein. Alia signa, qucl: hic non inveni- 9, unti~r , relinquimus in peritorum relatione , 9, qi~ibus credendum est, dummodo sint concor- 99 d e ~ , et declarent rdtiones signorum. " Con- fira-se sobre tudo Pecch. de Servir. C, 8. Q. 8,

Propoz. Capol. de Servir. Cap. 4. n. 17. esta questão = Ntlnquid in dubie hhabens t igm per d i a quem ex dictis s i g n i ~ in VIU~O, qui est inter jpsunt, tt vicinuni ? pr&sunritur habere j u r e ~ e r v i t u r i s , vel communionzs ? = Náo he sem mysterio a resoluçáo desta que?tao : Porque se as traves, ou barrotes est%o mettidos na parede por direito de servidáo, arruinada a parede, incumbe ao que nella m a t e as traves a desi peza toda da sua refórma (5. 94.) : Se por direito de dornmuniáo pertence a aimbos, como veicmos a S.. . . Ora o mesmo Cspola recokre a estas distineq6eo: Ou consta, que o que metteo as traves, deo preço para as metter nessa parede; ou as metteo ahi snn dar pre- p algum: Si p r i u s , ou o prepo foi çorre.p<indènte á amktade do valor da parede; c entáú se julga que fnetieo as traves nella por dhtito de mmmzmrLIO (O

que he bem conforme com a n m Lei , u t 5.'89.); oa náo foi correspondente; e entfio se julga que jure ~ e r v i t u t i s : Si srcundum , acsenta que se presume j u r e servitutis. Se porém n5o miista de quem a o pfincipio foie particularmente a parede , se presume que he daquelle que uhicainente te'm nella niettido traves: E se ambos 'hedeiráo nella, entáo presume-se cornmuniio.

5. 101.

Rrassumio a mesma,questáo Pecch. de Servit. C. 8. (& 7 ; e convindo com Czpola em parte, fir- ma e.ta distincçáo '' Vel psries ille intermediat inter Y Y utrarnque domum vicinorum; et tunc dicimus pa-

,r rietem intermediantem, et in confiiiio duarum aedi- 9, um, in dubiis prasumendam esse communem pro r, diviso, secundum communem DD. sentenciam , vel r , pro indiviso.. . Stante igitur hac przsumptione ge- 9s nerali parietem intermediantem inter duas aedes prz- 3, sumi communem, saltem pro diviso, alio non do- 9 s cto , judicandum esse communem, et tigna in eo ss immissa jure proprio, seu communionis, non vero 9, jure servitutis.. . . Constando de principio, seu de ' r , dorninio vicini illius parietis, semper praesumendurn sr id , quod alter vicinus fecit , factum fuisse iure ser- YS vitutis, etiamsi non constet , quando fuit facta a! immissio, et quomodo, etc. "

Nota: Quanto ao que julgo; na incerteza da origem se deve suppor, e presumir practicada entre os visinhos a providencia da Ord. L. I. T. 68. 5. 35, 3 6 , 37 : E assim o madeiramento jure communzonrs , e náo jure lervitutis ; ma- xinie porque , se o dito §. 36. permitte ao que rem madeiramento mais baixo, metter outras quan- tas traves quizer por baixo d'onde tiver mettidas as primeiras ; e lie bem consequente , que sup- pbem dahi para baixo commua a parede ; por- que , se o náo fosse, o estricto da natureza da servidáo, lhe náo perrnittiria a immissáo de mais traves, q u e as primeiras ( 5 . 93.) : Logo presu- me-se jure communionis , e náo jure servitutis neste Reino.

Que~to'eJ aqui incidentes.

&ando verificatla a .cemmuni80 do todo de huma parede, pé& o consocio edtficar juncto a ella ;

.c edificar , ou ~r/peredijcar em prejuim do C O ? ~ J O C ~ O , .

Digo z= do todo de huma parede =: porque se sá he consocio em parte até onde rem madeirãdo ( 5 101. na Nota); e quer macleirar dahi para, cima, he clara a nossa Ord. L. I . T. 68, Cj. 36; a dar a prcr videncia. Fallo no caso de ser commua toda a pare- de , e hum dos Socios queira edificar junto a ella, ou superedificar nsllã. He notavel o riioito que nesta qoestáo tem miscellaneado os DD., corno adverti0 hurn Sabio moderno ( r ) . Traballiarei pois , quanto me for posçivel, em desinvolver por conclusóes dis- áinctas, e concil~ar o muito que aqui se tem opinado.

( I ) Richer. univ. Jurisprud. tom. 3. S. 10. ibi 2, Inrerpretr/m animos magis forqrret, et frp, 9, quentier in praxi cotatroversia es t : Utrum 9, parietem communem altius tollere liccat, vei .n supra, aut secus illam cedzjcare ? ''

Regra quanto ao adhermte ri parede commua , e limitqóes.

âonclusáo I. Jam d.ixituus (continua Richer,) - -

s, (I) hzc probiberi inspecta generali regula, q u z ta- s* nien SUPS iiaber exceptioncs. Atque in prirnis, cunz s * socio ngllurva, asrt leve damnum infertur; cujus 9s exceptionis conseciaria retulin~us; ut liceat Catne- 9s ram secus parietem communem liabere , scalas , pi- 9s cturas ; baliieum quoque , et puteum , furnum , ca. 3s minsm ; non autem aliquando tubulos, seu csnaies ss a q u z ; vel fumo recipiendo destinatos *, nec fe- 3 9 nestras aperire ** ; nec perium subterr3neam sub $9 communi pariete struere, iiec sordes in locum com- 39 munem projicere ; nec sterquiliniurn secus illum * Y continuo habere ***; quia ex Iiis plerurnqiie grave 9 s damnum socio imminet, erc. "

( I ) Richet. univ. Jurispr. tom. 3. a S. i041 r et S. 1032, ad 1040.

* Optime Constantin. ad Stat. urb. Annot, 32. art. 2. a n. 194. ** Vid. eund. Constantin. a n. 183. *** Vid. eund. Constantin. a n. 198.

Regra quanto d simplesmmta divisoria,

Couclusáo 11. Regula est , quod aut versamur 99 in muro destinato ad elevandurn , tt fabrican- ss dum ; et potest super eo fabricari : aor non est 9, destinatus ad tlevandum , et fabricandunz , sed: 99 est simpiiciter divisouii/s, et construcrus porius Y Y ad claudendum , e t dividendum unam domum ab s* alia, unum hortum, aream, curtem, ac terrenuiii *s ab alio ; et tunc non gotest ~uper eo adifisari (11 :

w Et in hac distinctione conveniunt DD., licet in 7 9 aliquibus discrepenc circa illius explicationem " ( 2 ) .

(I) Laté Cyriac. Contr. 460. a n. 3. (2) Ita Cunstantin ad Stat. urb. Annot. 23. ar[,

2. n. 130.

&ando Je deva jukdr simplesmente divisoria. qual- qger parede para entrar a regra do $. 104.

9s T u ver0 dic; quod quaado paries cmnmu~is ,i non adliaret alicui alteri zdificio., sed ab utraque 9s parte adcst area , iiortus , vel aliuit terrenum , ac 99 soliim vacuuni absque xdificio; et tiinc ralis paries 9 9 Jicitur solum consrrucius ad simplicem claururam, 3, et habetur pro muro ~impliciter divisorio ; non $9 autern dicitur dcstiua:~': 3d super~diticandum (I). 99 Prour przesuriiitur sinlpliciter divisorius , et pro ar sola clausura d stinatiis , non auwm 3d super~difi- 9 9 candum , si fuerir construc!us, ex meta, et marrria 37 l u t i non con .istente, nec apta ad superzdificandi~n~,

ac sustinendum xdificium ob Çragilitatem parietes, 99 et tali materia compacti (2). Prout przsutnitur di- >i, visorius , si sit debilis (3). Nam muri siinpliciter 2 9 divisarii , et ad solam cla~lsuram destinari, scd0:nc r , esse subtiles , ac depressi , et mediorris altirudiriis , 99 qua: sat est pro siniplici clausura (4).

( I ) Ita Conrtantiii. n. 1 3 1 , conf. Surd. Cons. 126. n. 4 , Cyriac, conrr. 460. n. 4 , Luc. de Ser- vir. i3i.c. 6, n. 6 , Rovit. Dec. ;o. n. 5. er 8 , Feccli. de Servit. C, 8. QI 4. n. 5 t , UrceoL For. E, 30. n. 28. 0 2

( 2 ) Constantin. n. 132, Rovir. n. 5 , Lur. de Servit. Disc. 6. n. 6 , Thesaur. Dec. 41. n. 4.

(3) Cyriac. contr. 460. n. 8. (4) Constantin. n. 168, Lue. supra n. 8 , et ad

~ m n i a Pecch. de Servit. C. 8. Q 4, a n. 52.

39 Et non dicitur destinatus ad elevandum, sd 9, solum ad dividendum , si super eo adsit rectum, » vel tabularum, q u z sunr rigna vicinos a principio 93 destinasse, ne Iiceret altius tollere , vel elevare pa- Y Y rietem (I). Similiter non dicitur paries destinatus 99 ad elevandurn, si in ipsius veriice adsit superficies Y S facta ad dorsum Asini ; vel fzctus sit pro securiori 99 clausura curtiles , domus vel viridarii (2) : Idem 9, dicendum , si in vertice parietis adsit corona ; cum YY ex illa parirer arguatur parietem non esse destiria- 9 9 tom ad elevandum , sed , quod sit simpficiter di r , visorius (3).

( I ) Menoeh. Cons. 1237. n. 27, Tondut. Ci- vil. C. 88. n. 37, Tliesaur. Dec. 41. n. 4.

( 2 ) Thesaur. rr. 14 , Kovit. Dec. 30. n. IZ, Richer. tom. 3. S. 1053 , Urceol. For. C. 30. n. 28.

(3) Menuch. supra a n. 27. 43. et 45, L u a de Servit. Disc. 7. n. 5 , Urceol. supra , et ad omnia, Constantin. supra a n. 140.

9s Paries in dubio non censetur destinatus ad elc- 99 vandutn ; idcoque przrendens super illo aedificare, 9, ex quo sit destinatus ad zdificandum, debct ipse

YJ ralem aptitudinem ostendere, cum in hoc dicatur 9s actor , et socio prohibenti elevationem tanquarn Y Y Reo , sat est hujusmodi destinationem , et aptitu- 33 dinem negare (I). In tali muro commtini divisorio Y Y sinipliciter destiriaro ad iisum ciausurae melior esc 79 conditio socii ~rohibentis , quando per aedificium 39 rnutatur iilitis antiqua forma a principio destinara 39 ad solam clausurarn, e t non superaedificandum (2).

( I ) Luc. de Servit. Disc. 6. n. 5 , Sperell. Dec. 54. n. 3 1 , Riclier. Jurispr. univ. tom. 3, g.ro52. et 1 0 ~ 4 , Peccii. de S e r v ~ t . C. 8. Q 4. 11. 56.

(2) Cyriac, contr. 460. n. 4. et 29, Luc. ti. 3. et Disc. 9. n. 2 , Rovir. Dec. 30. n. 5 , Felic. de Societ. C. 28. n. 27, et ad ornnia, Consta* tin. supra n. 138. et 136,

Litititafões da regra 5. 104,

r9 Super tali muro constructo ex crera, e t luta 5 5 potest fabricari, si ex relatione peritorutn habca- 79 tur , quod etiam super tali pariete solitum sit in ~9 loco euperaedificari ( I ) : Similiter , murum simpli- 9s citer divisorium et destinatum ad ciausuram licet 39 elevare , quando elevatio fit ad usum destinatum 5s clausura ; ex quo paries sit depressus , et facilis 99 cum parva scala sit aditus ad domum, vel virida- SY rium elevare volentie; vel quia ex muri depressione Y T zdificare volens patererur intolerabilem prospectum ; 5s tunc enim elevario non excedet usum destinatum 13 clausiirz ( 2 ) . Cum noti sit iricompa!ibile, quod 79 murus sir divisorius, nihiloniinus possrt servtre pro

9r scdificándo (3). Item si in tali pariete adsint sigea 99 e t w n j e r t u r z , quod sit destinatus ad elevandum sr (4). (Vide infra S. 109. e t 110.)

( I ) Luc, de Servit. Disc. 6. n. 8. (2) Rovit. Dec. 30. n. r 2 , Luc. de Servit. Disc.

7. n. 7. 53) Gratian, For. C. 572. n. 56 , Sabell. var.

resol. C. 15. n, 19 , Palm. Nep. tom. 3. All, 260. n. 13.

(4) Ad omnia Constantin. a n. 133. et 180,. Vide infra $i. 109.

@unto R parede destinada parã edificar ou super- ediiicar : Q u a n d ~ se presuma ta l?

Conclusflo 111. Probatur (diz o citado Cons. ,9 tantin. a n. r68 ) quod paries sit destinatus ad ele- ,, vandum, et ~dif icandutn ex quo sir grossug, e t s9 aptus ad onera fcrenda ex profundirate fundatiieri- 99 torum, super quihus fabricatus esr , ex illius altitu- Y, dine, cf ex rnansionibus , cr tignis , qure socii liti- 3, gantes habent ab utroque latere ( I ) : Nam mori 9, sin>p!icirer divisorii , et ad solam clausuranl desti- 99 riati svlent esse subtiles, et depressi, er mediocris s, a l t i .od i~is (2). Unde, quando paries esc subiili+i, 3, et non aptus ad susrinendurn i d , quod si iperxds- 99 cari yrazrendilur' ; tuiic non est locus elevaiioni fd-

,Y brica super illo (3) ; Licet ex hoc non in~pediatur r9 zdificiurn quoiies socjus zdificare volens velit pro-

priis expensis A suo larere fortificare inurum; iza rr u~ ille sine darnno vicini possir sustinere supcrzdb

ficaturri (4). Quinimo stante tationabili ~ S B arbw $9 trium J~idicis exrendi potest ad concedendam trianr r, elevationem muri divisorii , et ad solarii clrturtlrom, r, ac arearum divisionem cor~srructi (r).

(I) Conf. Grarian. For. C. $72. n. 47, Luc* de Servit. Disc. 6. n. 8. 9. Secundo, Palm. Nep, All. 260. a n. 10.

(2) Luc. supra. (3) Menoch. Cons. 1237. a n. 29, Surd. Cons,

2 2 3 . n. 8. er 9. (4) Palm. n. 14. 6) Luc. d. Disc. 6. n. 10, Rovit. Dec. 30. ri. 10, Palm. Alleg. 126. n. 12 , Consrantiii. n. 179,

~9 Prout dicitur (continúa Constantin. n. 17r.) 99 destinatus ad elevanduln ex morsis in ejus vertice 39 relictis ad colligandum novam parietem in casu Y, maioris elevationis (I). Dicitur etiaw destinatus a d 99 elevandum, ex quo alter socius alias super eo cdi- 99 ficavit , nam ex observantia tali casu destinatio ele- r, vationis arguitur (2) : Quod que sit destinatus ad 9s elevandum probatur ex dicto, et relatione Archi- 9s tectorum, vel Fabroriim rnurariorum in arte fabri- 39 candi peritorum (3) : Si tarnen reddant rationem, r9 et vete sunt i i i arte periti; seccs è contra; tnaxime 99 si alii deponant contrarium , et addanr rationes . . . r, Hinc peraccessum ad lociim differentiae bene colli- r, gitur , aii paries sit destinatus, et aprus ad elevan- 9, dum, v21 pro sola clausora sit contractus (4). SI ri accessu , et reiatione Peritorum , er ex aliis proba- >, tionibus apparet de conjecturis hinc inde super quy- 1s litare parietis, an sit destinatus, et aptws ad zdi-

w ficandum, vel sit simpliciter divisorius, et ad so- 9, lam clausuram consrructus; et sic super hoc adsit 9 , dubium; in tali dubio respondendum est pro adi - >s ficare volente, si hic ex justa causa, honesta, et 3, rationabili ardificare velit ; secus si ex causa irra- *r tionabili , et zdifcium tenderet solum ad luxum (5).

( I ) Conf. Surd. Cons. 126. n. 2$, Pallm. AI!. 260. n. 11.

(2) Card. de Luc, do Servit. Disc. 6. n. 8. $. Tertio, Palm. d . n. 1 1 .

('3) Gratian. For. C. 572. a n, 48 , L u c de Servir. Disc. y. n. 5 , Christin. Deris. Bclg. 2~0. n. g0

(4) Luc. de Servir. Disc. 6. n. 4. ( Luc. supra o. ro. ct Disc. 8. n, 5 , Idem,

Çonstanrin. n. 177.

Dcmonstvado ser a pareda destinada para edificar ; quando neZla se poJsa s~~pcred~jicczr.

N a parede commua pro diviso, quando ?

Conclusáo IY. '' Quando paries esc destinatus ,B ad elevandurn et fabricandnm, tunc de jure com- ,, muni licet super eo fabricare ; vel sit communis r9 pro diviso, vel pro indivire; Equidem super moro 9, communi pro diviso zedificare licet q e r dimidis rr parietis versus partem , et solum dificare volentis , 9, ac super dicta dimidia parietis possunt trabes, ae 9, tigna iinponi , etiam si hoc noceat socio vic~no.. , ?r tjlide socius in tali pariete communi pro diviso,

39 potesi in parte sua i!lain excavare pro latrina , vel 99 camino ; duriimodo sit talis grocsitiei , et latitudi-

nis, ut vicino socio non riaccatur ab excavatione 9s detrimentum ; secus si adeo subtilis , ut a b excava- Y* tione possit diibituri d e illius debilitatione ( I ) .

( I ) I t a Constant. ad Stat . urh. Annot. 23. art. 2. a n. 143, conf. Riclier. i ~ n i v . Jurispr. tom. 3. S. 1042, Toiidut. Civ. C. 88. n. 34 , Paciciiell. de Distmr. C. 5. n. 9 7 , Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. 15. n. 5, Pecch. d e Servit. Cap. 8. Q 4. "0 48.

Isto ( 5. I I r . ) conforme o Direito Romano : M a s , assim como , quando a parede Iie inteiramente dz hum vieinho, póde, o q u e nada tem nella, mettec ahi trrives pagando ametade d o valor ao visinho, ex Ord. L. I.T. 68. S. j f , 36, 37 ; por identidade d e raz5o aquelle, que tem huma amerade diviia na pa- rede commua , querendo ed,ficar no todo , póde de- mandar o visinho cansocio da outra arnetade divisa, p a que permitta superedificar no tcdo , paga a e?ti- maçso da sun ametade ( I ) . " Quod inrelligendurn $9 est, dummodo murus sit talis, qui p o ~ s i t onus x d i - 9 9 ficii siiperimpositi susrinere; nam si pa r i a comrnu- $ 3 nis ob zdificium supra factum debilitaretur, posset >s cogi adificans ad sub!evandurii pondus ( 2 ) . "

( I ) Tondut. Civ. C. 88. n. 34 , Cost. de Port. Rat. Q y o , Pecch. deserv i t . C. 8. Q 2 . et 3.

(2) Tondut . supra n. 3 5 , e he bem cxpres,sQ pa dita Ord. 5. 35. no fim.

Na pnrede commun pro inùiviso, e quãrrd~?

Coiiclus50 V. Quando plries est commutiis r, pi-o intliviso , sb ot destinarits nd fabrics~dum , t , c t elevarnhne , pptesc socius super toto parietc 93 edificare, ac in illo tigna , et trabes imniittere,

etiam si pcrforrrit torai~i crassiiudinem parietis , nec poresr a socio impediri. .. Quod procedi( licet kdi--

93 Jicium noceret socio , dummodo prosit aedificanti , 9 , et cesset cemulatio, q u z non przsumitur " (I) .

(11 Ira Constantin. ad Stat. urb. Annot. 23. art. 2. n. 136, conf. Richer. univ. Jurispr. tom. 1. S. 1044. ibi =: Certum esc, socium, etiarn '1- 9, ter0 invito, posse aedificare stiyer pariete coni- rr muni ad icl de~iinato , quemadriiodum gc-e 99 neratim liczt in quacumque al ia re communi 9s ea facerc, ad q u z destinara csr, sive destina- ,, tio hzc expresse convetira sit , sivcn racite cx 99 inditiis et argarnentis eruarur (ur a S. reg.) 93 sive consuetudine ira obtineat , etc. " Adde Pecch. de Servit. Cap. 8. Q: 4. a n, -13. ef 20.

Coaf. infra 5. I I 7..

Amplia-se esta faculdade ( S . I I 3.) '' Etiam si 9t.prohibenti m i o noceret . . . . etiam si Iumina vicini 9, offuscentur, legitimo spatio intermisso.. . dummo- YY do darnnotn , quod socio inde fit , non ~ i t grave, 79 cujas rei cognitio induhio arbitrio Judicis relinqui 9, debet ( r ) . Potiori ratione licet ei, qui jam 1lab:r 7% mnrutli proprium super pariete communi, supes+,

,r óedificare, e! alrius pro arbitrio tollerc; dummodp 3, gravior servitus , socio non iinponarur. " ( 2 ) .

( I ) Peccli. de Servir. C. 8. Q 4. a n. 2 1 , conf. Richer. supra 5 . 1045.

( 2 ) Riclier. 9. 1046, Pecch. supra.

Limita-se pordm esta faculdade I.") conforme alguns DD. ( I ) quando o socio stiperedificante quer a parte superediticada fique percipua e perpetuamente sua : Poréni por costume dzis Naçóes e argumento da nossa Lei, a parte superedificada , sim fi-a propria ao sacio que a fez; mas sugeita a fazella cornniua a o socio ein todo o tempo, que elle queira edificar nella pdgando-llie arnetade da despeza (2 ) . Limita-se 22) Ee atiibos os socios ao mesmo tempo, ou pelo mesmo modo quereiii usar da coisa conirnua , impedindo-se mutuamente, porque enrio, sendo igual o direiio, e náo se concordando, deve entrar o arbirrio do Juiz chamando peritos (3) .

( I ) Pecch. de Servir. supra n. 30, ( 2 ) O mesmo Peccliio supra Ord. L, I. T. 68.

9. 3 5 , 3 6 , 37, Richer. S. 104Y.

(3) Pecch. 11. 3 I , Kicher, 5 , 1048.

Limita.se 3.") Si per usum mutaretur forma a, antiqua parietis, et ipsius subscantia; pura si socius a, vellet ingrossare murum , ut posset euin magis one- 59 rare ; przsertim si multo tempore murus stetisset

'3% in ea forma, nec aliquis eo usus altiatido ; non P 2

3 s enim mutsre antiquum rei statum sociiis po+est'; 9 , secus vero si soluni incrustare murrirn socius veiler ; 23 vzl si factri esset ~ o ~ i v e n t i o intcr Partes criam sim- t* plcx de reficiendo; cujus tamen co i i~ rouers i~ deci- ,* sio arbítrio Judicis reliiiquitur ( I ) : Limita-se 4.') quando o muro he táo teiiue ou nn-igo arruinado, qiie n20 p o s a supporrar o supercdifcddo ; porque p ~ r mais que tivesse sido dcstinndo para esse fim, n5o deve elevar-sc ; nus refirer-se a coniniuas despezas , e ccin grossura capaz rara tcriia a altura : Para esse fim p Ú . 1 ~ ser coiiipc:lido o consocio ; menos que-elle seja 120 pobre, que nPo Fossa contribuir, porqiie en- tão sz deve recorrer ao r e m ~ d i o da L. 4. Cod. de z d i - fis. privar. (vi,je supra S . 9. a té 12.); riias em todos estes casos prevslesce o costum: e o arhitrio do Jiiiz ( 2 ) : I-Ie bcm notavel a este respeiro o Cod. Civ. dcs Fraiicezcs (3) .

(r) Pecch.zupran. 32.

( a ) Peccli: n. 36 . R~cher. supra 5: 1048. Ord: L. i. 1'. 68. S. 35. no fim.

(3) Arr. 649, 65 1 , 65 2 , 65 3. ut ibi = T r d o , 9s o Comproprierario de huri~ riiuro medio pbde 9 s dispensar-se de contribuir as reparaçóes, e re- 93 construcçdes, abandonando o d;re:to da ame- 2s tade ; coin tanto que o muro medio n5o SUS-

77 tente iium edificio c p e Ilie perrerrça ( 5 . 652 ) r, Se o muro inedio não está em estado de sup- 9, portar Ievan:amento, aqu Ile, que quer levan- 9s taltò, deve fiztllo ,,recon~triiillo inteiramenre n á sua cu;:a, e o excedente e o excesm da 39 grossura dcve tomar se da sua p w e (5. 6c3 ) n O visinho, que n?o tem contrlhuido ao levan-

taii~ento , póde adquirir ametade delle . Fagan- ,t do amaade da despem, que elfe rem euan-

sr &o, e o valor de ametade do solo fortreirid"& 3, para o excedente da grossura, se alii a ha. " Legislaçáo bem coiiforme coiii a nossa no L. I.

T* 68. 5,. 3 5 , 36, 37-

E m contrario! que náo he liciro ao sclcio no muro comrni~rn indiviso edificar invito o coniocio, e que nestc caso Iie mellior a condiçao do qaic prohibe, o dcfend6rão muiros DD. ( r ) : Outros com* os quaes Constantino (2) conciliáo , que esta contr,,ria opinião só procede '' quando socitis v e l l ~ t ' u t i paricte c ~ m m u . 99 ni ad u.ritni zen de~t inbtum ; eo qoia non esset 79 apFuS ad clevaridilrn , et ~dificiurn nocerct focio 39 coctr.no'iccnti, et zdificanti non prodesset ; secus 9, qu<~ndo socius il'o utitor ad usurn destiiiatum z d i - 3, ficandi ; cuin lioc ca:u potius prccedat regula con- 5, traria, quod socius poscit etiant ~ocio inviro ( 5 . 99 I r 3 , 1 14.) zdificare super communi pariete, etiam si ~ . i socio damnum per a~àificaiionem afferatur pec 3s fznes t ra ru~~~ ob;curarionein , vel sol, ac ventas im- 3, pediatur . . . . W I dicta mnclasio , quod rn~lior s 't 9, conditio pl-sbibestis proced:t irr periete simplicitL r 9, d i v i ~ o r i o , er ad solam clausuraw destinato (uz a , , r § . 105.) ; non aurein si parirs uque a principio esq rs set desrinatus ad elevandum, et fdbricandum (ut a ,r S . ~ c g . ) . . . Con+tito quippe, quod murus yro in. 2, diviso wque a principio esr de~tinntus ad elevan- ,r dum ; et e't aptus ad i.upcra?difi<andum, potest per 9, socium super eo zdific,~ri ; Ilcet per novam fabri- ri cam oBsct/rarantur et obaurarenlur fenesbrd vi. $9 cini , ac ~ o c i i .. . licet longum tempus intercesserit t , de una ele~atione ad aliam ; qoia in hoc f i u l l i cur- n rir piaescriptio contra tocium ardificare volentam , n etc.

r ) Ex I,. Sobinus 28. ff Commiin. divid. , ex L. 12. et 39. ff. de Servit. urb. pi.zd. , Menoch. , Valenzuell. e outros que refere o cit. Constanr. n. 148; outros tnuitos desta opiniáo referem Pec- C],. Ae Servit. C . 8. Q 4. a i 3 8 , Tondut.Civ. C. 82. n 26.

He asas opinativo : Se o socio edificando np muro destinado para eclificar póde taptr, ou escureur janeilas , que no ruesino muro havia feito o outro con- socio : Huiis deferidern o parrido do socio, que edif - cii , respondendo as objec~óes contrarias ( r ) Hem en- tendido, que essa questáo só assenta, q u ~ n d o se pre- judica~ as janellas, que esraváo na parede commua feiras por hum dos socios. Q u a n d o poréin a elevaqáo da psrede commua tapar as luzes, que o socio rece. &ia para outra sua casa ; entáo, e neste diverso caso entra a disposiçáo da Ord. L. I. T. 68. S . 33. ( já interpretada a tj. 63.) : Porque o socio na coisa com- rnua náo póde fazer obra, que prejudique a ouira coisa particular do seu socio ( 2 ) : E a este reipeiro o

' aocio, qge edifica na coisa commua com prejuizo da particular do visinho, náo pcide recorrer as regras do rocio,. que edifica na coisa commua em prejuizo do consucio na mesma coisa. Aqui figura diversas pesa soas e lmilit5o diversos Direitos ( r ) .

( I ) Consiantin. a n. 1 ~ 7 . fz) Vid. Molin. de Just. Disp. 706. n. 30, Fer-

seir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. 6. sub na 23;

A segunda opiniáo referida rio 5 . I 17. ( a p e a r ' da conciliaçáo de Constaiirino) , parece seguida, ainda q u ~ ? t n d e r a d a , pelo Cod. Civ. dos Francez. art. 0 6 5 , ut ibi - Huni dos visirihos riáo póde praticar no cor- ,, po de hiiin muro intkrmcdio metter traves, cu ina. 9, dciramento, ne,n alii appllcar , ou apoiar alguma 3, obra J e m consetrrimertrol c~Q antro; OU no caso d o r, ?eu ~ ~ S S C I I S O , sem ter feito regular por peritos os ~t inodos e meios nccessarius; para que a nova ob ra 3, náo sejrr nociva aos direitos d o outro " jel~cte-se o mesmo Coil. no lugar já acima transcripto (sub S . r16 ) J'i dicenclum qucd res est ; todas estas qws- t i e s sobre paredes commuas, quanto a mim, $20 maiw de f ~ c t o , que de Direiro ; todas, como temos visto nos DD., sacrificadas aos aibitrios d o Juiz , e dos Pe- ritos. Todas ellas cess'io, ~ o n d a d o bem o e~p i r i t o da nosin Ord. L. I . T. 68. S. 35, 3 6 , 37 : Porque, se esrii 0 : d e n a ~ á o (o que Iie mais) permitte, que qual- q x r , indemnisai-icio o vis i~iho, possa metter traver na parede delle , em qiie náo tem parte a!guma ; e isto em beneficio da Povonçáo, em que interessa a causa publica , como mostrei no Cap, I. a 5. 5 ; a fortiori, inderniiisado o consocio, permitte fazer obras na pa- - rede cornmua ; seja ou náo apta oii destinada para su- peredificar ; maxiine , quando o que quer edificar faz a despeza á sua custa : A s Leis, que, como es ta , t em as vistas no Rem publico, tecebem interpreta530 ex- tensiva ( I ) .

( r ) Assento d e 2 2 de Março d e 1786. $. Por- qsre e Bcm publico. Mor. de Execui. L. I . C. zed n. it. 13, 14..

Necessitando de refórma parede corumt/a, rorno se deva praticar esta refórma, e a contri-

byififo da despeza necessaria ?

Por mais que em algum caso possa prevalescer a qontradicçáo do socio contra o que outro quer obrar qa coisa commua (I) ; por mais que: náo possa irivito o outro deinolir arbitrariament;e a pgrede coniniua com o destino de a reedificar (2 ) ; se comtodo a ree- dificaçiio se faz necesssria, ou porque arruinada a pa- rede, ou porque nas possa supportar maior onus (3); o consocio comportando.se como.bom pai de fami- lias (4) ; ainda que n b póde mudar a antiga fórina, qem prejudicar a terceiro ( 5 ) , pdde demlndarao con- socio, .que forneça (verificada a necessidade) a sua respectiva parte da necessaria despeza ( 6 ) .

( I ) L. 28. E. Comm. dis. ( 2 ) L. 8. K de Servit. p r d . urb. (3 ) L. 3 5 , 3 6 , 37. E. de ddarnn, itifect. (4) D. L. 37. f f eod. d. 'I'. ( 5 ) L. 19. A. de Servit. urb. przd. ( 6 ) L . 5 2 . § . 1 o . f f . Prosoc., L. 4. Cod.de

ediE privat. ; et ad omnia Riclier. univ. Jurispr, tom. 3. 5. 1030 , Pecch. de Servit. Cap. 8. Qi $0. r I. ec 12. u bi Iatissime.

A .fdrrna pratica de demandar o consocio , qye concorra com a sua parte da despeza , debaixo d.3

comminaçáo de ficar privado do seu respectivo dorni- nio na coisa commua ; esta forma digo fica demons- trada no Cap. I. desde o 9. 10 ; Porém ainda.assim privado o socio do seu dominio, e ficando o todo da parede proprio d o socio, que a reedifica ; n5o fica o outro privado do favor da Ord. L. I. T. 68. S . 35, 36, e 37, como que sendo, (como fica sendo) alheia essa parede, que foi commua.

Náo he p o r h o socio obrigado a pagar despe- za alguma da parede reformada (neni consequente- mente póde perder a sua parte) : 1.") no caso, em que hutn dos socios queira da sua parte dilatalla, en- grossalla ; sem alteraçáo da sua fórma , com utilidade propria ; e qualido no futuro o todo precise de refór- ma ( I ) : 2.') quando estando a parede ainda capaz, sem ruina ; hum dos socios a quer levantar ou engros- sa.r para sua utilidade particular; coin tanto porém que a todo o tempo, que q.uizer madeirar nella, pa- gue arnetade na fórma da dita (3rd. (2)

( I ) Riclier. univ. Jurispr. tom. 3. 5. 1031. (2) Peg. tom.6.ad Ord. L. I. T. 65. 5 . 3 8 . s. 2 , Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. r5- n. 3 1 : Omitis outros casos menos frequentes, que se ver30 no rnrsmo Ferreir. a n. 29. ad 39.

[ 118 I Questlo 111.

6r e Sacio, ou YiJynh pÓde #$ar do Edicto de fin- ciaf8o çoztra a rcfórma da pare& camnziva ,

reedz~cuda pelo outw &cio ?

Esta questso tractou Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. 1 5 . a n. 18. E depois de referir duas opi- nides oppoatas distingue assim F a c i e d a est diffe- 9, reiitia in:er eum casuni, in quo refectio parietis 99 communis pro inc!izriso facta a socio , non esc ne- 99 cessaria, immo nociva ; et inter eum casum , in t s quo est necessaria et utilis utrique: I a ut , in pri- >r mo casu socius , quamvis non possit per Edictum 99 Nuntiationis refectionem impedire ; per Judicis u- 3, men officiuin , ab eo imploratum, potest prohiberi 9, refectio nociva, et non necessaria : In secundo vero $3 casu, quando refeciio est ncceçsaria, et utilis utri- 3~ que soc:o, vel vicino in pariete communi pro indi-- 39 viso; tunc refectio parietis nullatenus potest impe- 33 diri ; nec per Edictum Nuntiationis, nec per aliud 3a Interdictum.. . Dummodo refectio fiat ad usum des- H tinatum, ne socius proliiberi possit . . . . Dummodo* 9, formam, et rei statum non mutet in praejudicum, s, alterius, alias pocesc prohiberi, etc. e t c

Divisáo 3.:

Parede proprirz : gasndo tal se resuma, B e não commun , a itaterme ra.

S. 124.

Em falta de próva inartificial por documentos OU$

~estemunhas sobre o dominio Inteiro da parede inter- media ; tambem este dominio admitte rova presutti- ptiva. O exacto Constantin. d e Stat. ur g . Annor. 23. art. I , se propoz compendiar dos mais DD. os si6 gnaes , e presumpçbes desre dominio : E como a mio aba presente obra tarnbem Ke Encyclopedica, náo se m e censurará seguir a ordem do mesmo Constantino, franscrevendo-o (do que muito gostaráo os que delle carecerem) ; e addiccionando outros DD. concordes com as suas conclus6es.

9, Paries dicitur r.") proprius illiiis, qui habee ss in illo caminum perforaireni torum parierem. Idem o, resultar cx quo quis habet Intrinani perforantem to- .,, tum parietein , ex quo caminum vel latrinam lia- 8 9 b.re ulnra dimidiaixi pari:,tis competat tantum illi , 1, q u i Iiabet iritegrum illius doniinium, non autem 99 illi qui 11sbc.t comriiiinionem tantum in pariete (I) r , 2.') Proprietas a l ic~jus resultat etiam ex tignis a b eo 9, immissis per totam spissitudinem parietis (2). 3.') 2, Pariter naurus przsumirur proprius illius, qiii habet 99 tecaum proprize domus t a u m fundatum, positum 99 ac recumbens super dicto muro (3).

( r ) Constantin. supra : Conf. Tondut. Civil. C. 88. n. 4 , Menoch. Cons. 1237. n. 36, Richer. univ. Jurispr. tom. 3. 5. 1025.

(2) Constanrin. supra : Conf, Tondut . n. g., Menoch. a n. I 2 , Rocc. Selecrar. Cap. I 76. n. 3.

(3) Constantin. supra : Conf. Surd. Cons. 126. n. 27 , Palrn. Nep. Alleg. 264. n. 5 , R i c b ~ . supra S. 1026, KOCC. supra n. 3.

Q 2

4.O) 9s Ideia resultat ex fenestris penetrantiblis Y, totum parietem aam habens tales fenestras praesu- 3 9 mitur dominus, cum illas aperire non liceat in mu- Y> ro communi (I) : Fallit tamen, si ex signis appa- Y, reat parietem esse communem (2): E t si paries per 93 foretiir totus per tigna immissa ab aliquo, et pro 9 9 diniidia per rigna imrnissa ab alio, p~aesurnitur pro- n prius illius, qui habet tigna perforantia totum pa- $9 rietem (3).

I Ad omnia Constantin. a n. 7 , conf. Ton- dut. Civ. C. 88. n. 3 , Rocc. Select. Cap, 175- n. 3.

(2) Conf, Surd. supra n. 2 2 , Palm. Ali, 2 6 5 n. 11.

(3) Conf. Surd. d. n. 22 r Menoch. Conn 1 2 3 7 . n. 1a8

S. 127.

$:O) $9 Q i n i m o , probato per conciudeniia signa SY parietem esse proprium alicujus , solum signum 3 9 immissionis tignorum ab alio in contrarium aliatia- 1s tum non tollir proprietapem parietis in alio, cum 9s tigna censeantur immissa jure servituris, non pro- 9% bata solutione pretii condigni (I) ; sed fuisse im- n missa jure communionis , non servitutis videtur velle 3 9 Honded. Cons, 80. n. 3 : E t quad praesurnatur corn- 5 s munionis przsumptio in illa parte, tradunt Me- 29 noch.. . . Altograd . . . sed hoc non videtur admit- 99 tendum , si exuberent signa proprietaris pro &o, » cum tali casu non dicatur facta immissio jure com- >, munionis . . . . Unde prcesumitur facta immissio jure 9, servitutis, quando Dominus , qui prsiendit proprie-

99 tatetn parietis, ob plwro signa, quae habet pro se 9 , et maiora, probat etiam ejus domum esse antiquicd 99 rem illa alterius, qui pratendit commucionem iri 1 9 muro ( r ) .

(i) Constantin. a n. I r. Porem neste Reino reri mais provavel presumir-se a communiáo attenrb o que ponderei no 9. 101. na Nota , e 1150 o direito da servidáo.

6 . O ) $ 9 Murus przsumitur proprius alicujus, ex ¶i quo ostendatur fabricatus in solo praetendentis pro- Y, prietatem ejusdem (I) . Quo circa si ducta liilea re- 99 cta ab altero pariete proprio illius, qui praitendit 99 proprietateni , appareat , parietem controversam esse 9 1 in eadem rectitudine, et profilo dicitur proprius il- 9s lius, qui habet dominiiim alterius parietis in eodem 99 profilo (2) : Piasumirur proprius illius, cujus ex- 99 pensis probatur edificatiis (3) . Yrzcsumi.ur iiius , 99 qui super eo Iiabet tectum , et stillicidium proten- 39 dens ultra proprium parietem, et super domum, e t r* curtile vicini . . . . Przsumitur propiius cujus recta 3, coopertus reperitur . . . Praxipue quando est altior , 73 et antiquior domo vicini.. . Ad Iioc autem , ut ex 9, stillicidio super pariete porsit desumi signum proa Y S prietatis in illo, debet ~tillicidium esse protensum ,, ultra parietem , nec sufficit quod solum sit super ,, pariete (4),

(I) Constantin. n. I 8 , conE Altograd. Cons. roo. n. 14 , Palm. All. 260. n, 2.

( 2 ) Constant. supra. (3) Idem Constan, n. 39.

(4) Idem n. ao, conf. Rocc. Select. C. 176; n. 4.

4. 129.

'*O) " 7 uo quis habet in pariete versus ejus ,, curtem, et so um proprium lapides, qui protendun- ,, tur ultra paietem, vel fenestrellas versus eandem ,, partem , cum censeatur lapides positi , ac fenestrel- ,, 1ae factz ad ostendendum dominium pariecis.. . At ,, hzc conjectura, et przsutnptio non concludit , si ,, constat de contrario principio constructionis parietis ,, in alia persona ; tunc enim conjecturae, et prae- ,, surnptiones cedere dcbent veriiati-(I). Paries prtz- ,, sumitur proprius alicujus, si eustentet proprium it- ,, lius terrennrn nam ubi factam requirit expensain , ,, is fecisse przsumitur , qui facbre tenebatur . . . Nec ,, potest prasumi constructus ab eo, qui a pariete dam-

num recipiebat (2).

(I) Ita Constantin. n. 24. (2) Ita Constantin, n. 26.

8.9 Presumitur propkius et constructus ab eo, ,, qui habet alios muros proprios ultra aream vicini ,, confinantes , ejusdem veturtatis , grossitiei , et qua- ,, litatis, et exquibus constituitur uniforme quoddarn; ,, et in dictis aliis partibus murorum adsint pnrtte, ,, vel frnestrz totum murum perforantes; tunc e~i im ,, etiam i n residuo muri controveni prxsumitur pro- ,, prietas et dominium . . . hoc cognoscitur ex visione ,, loci.. . Et quando paries controversus 'est in eadem ,, rectitudine , et profilo com muro proprio alicujus , ,, ,et apparet ejusdem structurae grossitiei, et qualita-

g, tis, et eodea tempore eonstruotus 4 tunc prã3sumi- ,, tur, et illi proprius (I) .

( I ) Ita Constant. n. 2.8, 29, 30 , cmf. Ton- dut. Civ. C. 88. n. 7. et 8 , Palm. 811, 260. n. 7, Rocc. Select. C. 176. n, 2. et C. 175, n, 4,

9.o) Arguitur propriebas parietis , si appãreat ,, ew visura loci , a principio elevationis muri fuisse ,, auper illo apposita canalia pro recipiendis aquis plu- ,, viis ; tlec iion fuisse facaos rnurellss , ut dicitur a ,, Casseta (capula) in ipso pariete, vaschetum pro ,, trznsportandis aquis in cisrernam ; appositos annu- ,, 10s ferreos pro susrinendis vitibns, et aliis oneri- ,, bus ; si praedicta ex oculari inspectione appareiir ,, facta a principio elevrrtionis parietis, non autem ,, postea cum aliqua ruptura vulgo sqularcie ( f r a - ,, c t w n , laceraç& ) de recenti ( I ) . Ex quo murus ,, sustinet ,tantum ti.gna, ac alia onera dornus alicujus ,, personz ; .nam Iiujus tantiltn prsesumitur , mon vici- ,, ni (2) : Ex quo paries est colligaras c m aljis mu- ',, ris propriis illius, qui p r z t ed i t k li110 proprieta- ,, tem, quis apparent omnes unica structura , et eo- ,, dem rmpore fabricati concatenati colligati ( 3 ). ,, Hzc tamen concIusio limitatur , qnoties consrat de ,, dominio, vel poasessione muri colligati in alia per-. ,, sona (4). Murus przsumirur proprius illius , cujus ,, domus non potest stare sine dicto muro, et q u z , tota in eo recumbit (5).

(I) Constantin. n. v. (z) Constantiii. a. 32.

(3) Constant, n, 33. et H, crsnf, Tcuidnt, Ciis..

C. 88. n, 7. et 8 , Altograd. Cons. 100. na 20. (4) Constant. supra n. 34. 5 ) Constanr. n. 35, conf. Thesaur. Dec. 219;

na 3. Dec. t53. n. 3 3. P. 7. Recent.

1o.O) c' Ex quo in aliquo Instrumento antiquo ,, celebrato inter Partes, seu inter illarum authores ,, fuerit datus pro conííni murus, tanquam proprius ,, aiicujus ; diciz nanqueconfessioni stari debet , etiam ,, per successores . . . . sed enuntiativa facta in Instru- ,, mento, quod murus sit proprius, est zquivoea, ex ,, quo etiam in muro conimuni porest hoc verificari, ,, dum, quod commune est , proprium esse dici poso ,, sit ( I ) . Probatur, quod murus sir proprius ex re- ,, latione Peritoriim , nempe Architectorum , et Fa- ,, brorum murariorum Euper hoc deponentium , si in

eorum relatione deducant rationes , signa , et çon- " . ',, jecturas super proprietate parietis (2): " Se portm os Peritos discordarem, prevalesce o voto dos que fun- damenta~ os seus em srgnaes mais proprios , e cara- cteristicos da proprieddde, ou da communi50 da pa- rede ; ou devem abandonar-se, quando o Juiz pela inspecgo do Lugar convencer erroneos os seus arbi- tramentos, ou proceder a segundo por outros mais Peritos (3) .

( I ) Cons'antin. n. 36. et 37. (2) Constantin. n. 38, conf. Surd. Cons. 126.

n. I 6 , Altograd. Cons. 103, n. 25 , Sperell. Dec. $4. "9 3 .

(3) Conjtanrin. n. 19 : E geralmfnte, que o Juiz pdde abandonar o voto dos Peritos, quando o v ê erroseo Ferreir, de Nov. Oper. L, 2. Disc,

13. n. 19. et 22, Pacion. dc Locar. C. 34. S. 5. n. 95. et 96, Sabell. S . Pewtia n. 7 . $. Quod si Jutlici , Altim. de Nullit. tom. 6. pag. 86. 3. Judex, et pag. 87. Col. 2. $. V e r m .ri Ju- dex.

§* 133.

11.") << Ex facie loci per accessiim Judicis pro- ;, batur parietis proprieras . . . . Judex vero providus , ,, et doctus antequam accedat ad locum diffcrentia, ,, ut benc possit ad notare signa proprietatis, et com- ,, munioiiis parietis , debet videre Doctores referentia ,, signa denotantia proprietatem , vel conirnunionem , ,, ad hoc, ut ea in loco diEerentiz adnotare possit. (E qual serri o que assim se instrue antes de ir a taes Vistor ias) ita ut si ex accessu, vel aliunde clare pa- ,, tear de pcrtinentia rnuri , non sit locus electioni e- ,, ritorum.. . Hinc non solum non sint damnandi U-

2,

P dices, qui in his materiis etatim ordinant accessum

,, ad locum differentiz, sed potius sunt omni laude ,, digni ( I ) .

I ) Constantin. a n. 46. Veja-se porém a minha Especial Dissertaqáo sobre as Vistoriis, que he a 14.' na Collecç50 dellas em supplernento das Segundas Linhas sobre o Processo Civil.

12.") Em fim Murus probatur propr;us a d i - ,, .ficantis quoad dominium ex sipla possessione i n ,, aedificando , non probato, quod solum, i11 quo fui[ ,, zdificatum , sit proprium alterius , vel con:rnune ,, ( I ) Et probato dorninio muri in certa parte, tatus ,, .praesumitur proprius, cum unus, et idem muws

R

v9 non posit pro parte esse proprius uniros, et in af- 99 tera communis, vel alter3w 62).

(I) Constanr. n. 90, Altagr. C o m roo. n. 8 , Thesaur. Des. 219. n. 5.

L ) Constant. n. $ 1 , Palm. Alleg. 260. n. 7.

O nosso moderno Ferreir. de Nov. Oper. I,. 4 Disc. 15. n. 5. e 6. recopilau de Menochio, de CE- gola , de Mascardo, de Altogrado, de Gratian. foq rens., de Pacichell. de Distant. e d'outros, náo só aa =feridas conjecturas do dominio da parede, ou mu- ro , mas outras mais , ut ibi =

,, Nunc deinonetrabo signa, per qusie pvies hon ,, est cooitnunis , aed propiius. 1."" Signum sst , ,, quando paries habet rnccriprionem a q .~o fait conq ,, structus. zum, quando habet signa depicta , ac ,, sculpta. 3."n1, quando tigna excedunt parietis me- ,, dietatem. 4 . ~ m , quando extant fenestrs perforarites ,, toturn parietem. quando fenestrelfar ex parte ,, tantum parictis extanr. 6.~111, quando tubuli, cami- ,, ni , vel latrinz citrd medium parietis inveniuntur, ,, 7.U'n, quando canales, fistulz parietis partem exce- ,, dunt. 8.~111, quando annuli fixi ex !apidibus ex una ,; tsrirurn h parietis parte extant. 9.Uin, qlarrdo ex- ,, tant in pariete i l l i lapides, quibus vites sustinmtntur ., XO.~" , quanJ~ lari~padeo ferrtae in una tanrurn.partí ,, e m n t . I I .~" ' , quando 1apicies.periferati inveniomur ,) I Z . ~ ~ " , quando paries contenriosur ert conjtinctu! ,i Jteri p~rieti alicujus proprii d m mpirudine,

C I37 1 ,, I 3.Um signum est , quãnda onus ex colligantibu~ ,, esr i n quasi pssessione -mr i , alter vero non. 1 4 . ~ ~ 1 , ,, quando constat ex Instrumentis, et Libris publici*. ,, rreUm, qiiando non constar de contribufiune ad ,, sdificrtionem , vel patietis rafectionern, I 6..unl, quan. ,, do per Partis mfèssicinern constar. 17.~m, qu indo ,, docra linea in solo proprio, apparet alierum pari@. ,, tem ekse in eadem recrirudine , er prfilo. í8.um + ,, quando ealum est ptopriwm damini pariet is. I g.Um, ,, quando pars umiqua erat propria, tunc pars supera ,, addita esc judicanda. zo,uni, quando niedia sunt ,, ptopria , etizm extrema erunt. z quando stil- ,, licidiiim protendit swpra tatum paristem. 22.u1n9\ ,, quahdo in pariete conrtoverso datur rembitusò ,, 2.3 Um ! quando terra horti , agri , vel vinca stiper ,, rioris indicant parjetis susrenrarionem. ~,4.~", qwr¶A ,, adhriesio m r i , indubitahter pmprii , est cum mufo 9 , conrmverso. quando in pariete invdfiiuntur ,, morsx, et dentes. 26 .um, quando extant pali ferrei ,, ?to siisrinendis spaleries, et pegulis. Alia signa rt- ,, ltnquimus in Peritorum relatione , attestantiw-iin d t ,, conirnunione , vel parietom proprietatk , qunrum ,, relatinni defertrnduni in hac mareria , dur~rmodo de. ,, clarent rationm , et sigasi., t~cpibtis Moventtir ad ,, referendam, etc.

Em falta de ptbras intir~i.&irieii p c ~ D-eh- tos , OU Testemurilias sobre ai ero#manW, du dclmi= nio privativo de qualquer parede ; temos visro restar o recurso a presumpçdes, tanto sobre a communiáo, como sobre o particular dominio : Todas em si sáo

equivocas, e muitas podem adaptar-se á communiáo. Justamente pois o citado Constantin. n. 15, 16, e 17. deliberou ut ibi =

9s Paries przsumitur comtnunis, si pro commu- 99 nione plura adducantur signa, et uterque socius sit 29 in poaessione parietis ; tali quippe casu irntnissio 9s trabium, ac aliorum hujusmodi prgsumitur facta 2s jure proprio communitatis non servitutis (conf. S . r s ror. Nora.) Et licet constaret , ,quod antiquitus mu- 2, riis fuisset proprius slicujus, SI postea hic passus 5s fuit sdificari siiper illo, et trabes immitti, ex hoc 9s videtur super pariete contracta quzdam societas , 9s ac comrnunio ejusdem muri, Thesaur. Dec. 219. ?s Palm. Nep. All. 264. n. 10. (conf. S . ior. Not. et 39 I I 9.) Adverrendani quoque hic , ,quod concurren- 99 tibus signis demonstrantibus proprietatem parietis , 29 et aliis communioneiii , vel quod facta in i110 cen- Y S s e a m r jure servitutis, vel alterius tituli, et non jure 9, dorninii ; interim, quosqce plene non doceatur de 9s coinrnunione , vel alio titulo, przsumitur proprius as illius , qui aperujt in eo fenestras perforantes totum 9s parierem , donec plene probetur contrarium. " E no n. 52. conclye assim.

Y S Si adsint signa importantia parietem esse pro* 3, prium alicujws personz, et alia praese f'entia esse r , communem cum alio, debet judicari proprius illius, 9s ui habet plura, et urgentiora signa proprietatis : 99 E t è contra paries erit judicandus cornrnunis, si 9s pro cotnmunione plura , et urgentiora signa assis- 99 tant; cuni in hac materia przvalere debeant signa, u ac conjecturz plures, ac magis urgentes pre pro- ,* prierare , vel cnmmunioiie.

1.0 de Sacada : 2." Verandas : 3." Passadissos : 4." Janellas ordinarias com peitoril e hom-

beira$ : 5." Postigos : 6." Seteiras : 7." Miradouros, ou Agoas fur-

tadas,

Quc~tGo aq'ci occorrcHte : @ando se dlvao gradur as Janelhs, ainda que antigas ?

Divisáo I ."

As Janellas de Sacada, que hoje vemos neste' Reino (mas em edificios antigos , porque nos moder- ms já senáo costum2o), são aquellas que nos Roma- nos se chamaváo -M~niana ; e que definem, e figurá0 os DD. transcriptos na Nota (I) . " Differunt vero 29 M~niana à Subgrundiis , quat sunt prominentes 99 tecti partes, et ad pluviam arcendam extra murum 77 porriguntur : De iis Varro. . . unde aperte constar , 99 utraque non aequiparari . . . Diversa quoque sunt ab >r Immisris, quae requiescant in páriete alíena:, sicut

trabcs , er tigna (2).

(i) Pccch.deServi t .C.8;Q27.n . ~ . c u m a . L, 242. de Verb, sign, defing " Moeniana3dicup

9, tur illa zdificia , q u z extra domurn se proten- Y Y dunt , et qúze ex .una pane non requiescunt in 3 3 aliquo pariete, sed in aere prout faciunt ~ u b - Y, grundia ; Con&rBo*se Pacichell. de Distant. Cap. 6. Membr. 5. n. I , Ferreir. de Nov. Oper. L. 2. B s c . AI. n. z~ : -Borkm &e todos Vi- a r . hst verbo ibi = MarPitz~a suait egenere pro- 9 s jeczorum , ut pote, guie ira prsrrehantur , ut ~3 nusquam in alieno rtquiescaw L. 241. I). de 9, V. S. Plin. L. 35. C. 10, et Valer, Max. L. 9, 91. Sic autem appellrta fuisse edificia a Mz- 39 nio Festus L. I I. scribic, quod is prirnus in 9, foro.uba co'umnas ligna (seu provolaetia tr- 9 , bulata) projecit , quo ampliarentur twperiora ,Y spectacula . , . Eriam ~olarin dicra fuisse, quod ,Y soli pareant , scribit Isidor. L. 1 5 . arque ita 99 a Zenone non semel vocantur in Constit. de

Nov. Oper. nuntiar., qux esc L. 1 2 . 5 . I. Cod. 99 de ad i f i c , privar.= Pecch. supra na 4.

(2) Pacicliell. supra n, 4. et 5.

Ou pois quem edifica cazas faa milas as taes sa- cadas; sobresaidas por sima de solo pruWkr, au por sima de solo proprio; ou sobre solo m m m . Se m- bre solo publico, ainda que a Ord. L. r . T. 68. 5. 32. diz, qwe tanto o debaixo, como o ar de sima he d a Conselho; com tudo a meFma Lei jur;ta os $9. 26, 30, e, g r . parece que o perrnitte; com taõm. que n%o prejud.ique nem 2 0 Publico, nem aos vkinhos : Jsro mesmo permittia o Direito Romano (rJ .

( I ) Como ao @ O ~ O Q ~ K > larmente comprováo P m B . de Setuia C. 8, Q 2 7 a n. 8 , Pacichell.

de Distant. C. 6, Membr. 5. n. 6 , Ferreir. de Nov. Oper. L. z. Disr. I I . n. 25.

Pelo qua respeita as prrrjuioo, que es racrrdss p dem causar ao publico, he da insypc;qtior das &imoas d e , ou das C m e r a s vigialb. ex officia; e na riw ia- aeçbo, qualquer do Povo he p t e kginma, pelo in* terdicto Nequid ira loca pabliso ddntre da hum ahrro, e passado o arrno, por acçãa ordimria (I) . A distan- cia i q u e se fazia precisa nos Romanos quando taes Altnianos se edificavão sobre lugares pubticos , aon- forme as Leis (2) e sua intmpteraçáo (31, rem varia- do segundo o uso e Estatutos das Naçdes, aonde se ~egula por Iiuma boa pdicia (4): Pelo que discorro, podem as nossas sacadas ser prejudiciaes a o Publico, quando fronteiras a tuas; ou estas silo estreitas ; ou aquellas esta0 táo baixas, que obst5o a paçsage de cavallo , carruages , carros carregados com volume^ altos ; bmdeiras , estendaaes, etc. nas Prociss6es so- letnnes, etc.

( r ) Ferreir. de Nov. Oper. L, 2 . Dise. I . n. SS; ( 2 ) L. Maniana I I , L. I z. Cod. de Zdific.

privat. (3) Por Pecch. de Servit. C. 8. Q. 3 0 , Perez

in Cod. L 8. T. 10. n. g , PacichtH. de Uisrant. Cap. 6. Mambr. 5. n. 8.

(y) Pecoh. supra a n. &o, Pacichell. n. 7 , B r w neman. ad Tir. Cod. de Zdific. privat. a n. I 3., Groenneveg. $e Lcgib. abrogat. ad dictas L L rr. et 1 2 , Ferreir, de Nov. (Jper, L. 2. Diçct, r I . n. 36. et LT.

E pelo que respeita ao prejuizo dos particulares : A Ord. L. I. T. 68. S. 24. yermittindo a liberdade natural de fazer eirados com peitoril, janellas, fres- tas, e portaes (em que se comprehendem as sacadas) só o prohibe sobre casa ou quintal alheio porqtre o descubra, qt/e ti' junto a parede , onde quer fazer a janelía , fresta , ou eirado sem coisu alguma se metter em meio : O caso de se fazer a sachda sobre lugar publico em alteamento que náo ernbar~ce todos os usos poblicos; mas em freiite das jancllas do visi- nho , em termos que descubra o interior das cazas del- l e , e interniediando o espaço da rua publica (qiie commummente tem mais de dez pés) : Eçte caso, di- g o foi ommisso no d." S. 24; e ou se ha de regular pelo 5 . 2 9 . por identidade de razáo, e conforttie a in- terpretação do S. 2 9 . que expuz a S. 7 2 : OU pelo simile das janellas de novo abertas, que devass90 a caza do visinho , de que tracrarei a S. . . . Ou pela re- gra dos actos feitos sobre publico , quando prejudr ciaes a Terceiro (sendo 150 prejudicial a devassidá0 com a vista, como a entrada na caza do visinho ( S . 76.) V. infra 9.. . . .

He mais raro edificar janellas au portas de saca- da sobre caza , ou quintal alheio; Se porem assim se quizer edificar, será preciso deixar entre meio o in- .tersticio de vara e quarta de medir ; porque está en- rendido, ut S. S . 62. et infra a S. .. . que as pala- cras da Ord. d. $. 24. ibi = Jem coisa akurna $e metter em meio = se supprem q.uanro ao ~nrersticio pelo S . 33 : Como porém as sacadas sobresaem fóra

do nivel da parede, esse intersticio se náo mede des- de o nivel da parede das cazas, de que srbresae e avança para fóra a sacada ; mas deve medir-se per- pendicularmente da extremidade da sachda , lanqando desta abaixo o prumo; e desde onde pousa o prumo, he que se ha de medir para diante o eFpaço da vara e quarta : Isto he o que se deduz d o dito 5. 24, e bem expressamente o Cod. Civ. dos Francez. art. 673. 37. S'il y a bakons junto o S. 672.

Se a sacada sobrepdem em terreno mmmum , Iie objecto de rnaior duvida : Porque meum e ~ t , quod 9 , contmune est et socius habet partem in quallbet 2, minitns parte; et socius in przdio communi, quaei ,> totius dominus reputatur (I) : E por tanto, parece que c o n o a Ord. L. i. T. 68. 5. 24. s6 prchibe fa- zer eirados, etc. sobre caza, ou quintal alheio, niío colnprtthende o caso de se fazer a sacada sobre caza , ou quintal commum , que realmente náo he alheio : Porém em contrario está que commune quod est , meum non e ~ t absolute (2) ; e só in Iata signijica- tione, non in stricta ( 3 ) ; rem commanem n e m pro- priam appcllare potest . . . . coininune dicitur mcum rcspcctu partis t n e z , quam iisbeo in rc communi, erc. (4). Por tanto entendida a Ord. no sentido mais iiatural ; como a caza ou quintal Iie em parte atheio, quando commom, se náo póde formar sacada sobre elle, sem entermediar o espaso de vara e quarta.

( I ) Leit. fin. regund. C. 6. n. 9. e 10, Peg. I. For. C. 5. pa . 3 6 3 . col. I.

2 L. 68. 8 Pro soc. (3) L. 5. Cj. I. tf. Legat. r , Barbos. et Tab. L.

3. Cap. 74. Ax. 5. S

(4) Op'irne Cald. de Emprion. C. 10. a n. 38, conf. Peg. tom. 6. ad Ord. L. I. T. 68. 9. 24. n. IDO. et 1 0 1 .

Já a 5. :3. mostrei , que o socio náo póde nun- ciar a nov i obra etiificada sobre coisa commua : Aqui varia de fdce a questáo : O socio edifica a sacada em parede sua , e só vai offender e prejudicar a parte in- ferior e fron~eira a ella, que se suppeie comrnua: 1L'cste caso assentáo alguns DD. , que o socio póde nitnoiar a obra ( I ) : Poréin o remedio mais seguro e providei,tc he provocar a partilha desse terreno ; e en- tra a equidade, qiie a parte do socio , que edifica , se adjudique cont igua á sua caza particular (2).

( I ) Ferreir. de Nov. Op. L. 4. Disc. 6, n. 29. no fim.

(2) Guerreir. Tr . 2. L. 6. C. 13. n. 27.

Divisáo 2.e

Varandas, e balco'es,

h730 veio essencial differenga entre as sacadaa, e varandas; porque es!as sáo como huma 9 6 sacada ex- tensa, e continunda-sobre a ciza ou quintal, e que o descobre ; com mais ou menos longitude, ou latitu- de : E por tanto he aqui applicavel o exporto a res- peito das sacadas : O mesmo digo dos balcões, que propti~mente são parte do edificio fóra da parede com, balau~tres , ou cotn grades, ex Murques hoc verbo, et Vicat. ver b, Podium.

9, Se alguma pessoa (diz a Ord, L. I, T. 68. 59 5. 32.) tiver duas cazas, que sejáo huma de iiurno. ,i parte, e outra d'outra parte da rua, e alii tiver

lançadas traves por-sima da dita rua de Iiuma parte 99 para a outra, e tiver alii feito balcso com sobrado r, ou abobeda ; e depois acontecer, gue hum? caza 5 9 da parte da rua venha a ser de hutn Senhorio, e J , outra caza d'outra parte he d'ourro Senlioiio com r 9 o balcao, ou abobeda, ou ametade della , e ambos 93 ou cada iium delies se guizer alqar , podello 115 fa- 9 9 zer. E Iiurn e outro, e cada h u m por si pcideráo 59. fazer ja:icllns, e frestas sobre aquelle balcáo por 95 quanta posto que o tal balcáo, ou abob da srê >as 99 paredes, sempre assi o debaixo do balcáo, como r9 o ar de sime fica do Conselho : E por tanto cada 9 9 vez que o Concell~o (sQhrevindo causa para iao) $9 qoizer, o poderá fazer demolir ; porque ro r tcrn- 9 9 po algum nirtica po-dera adquirir p o s e em o dito 9s balcáo o Seriliorio d d cbza-ou balcáo. "

Nora se iiesta Ord. I.") que eUa perinitte 30 qiie tem cazts de huma e outra parte;da rio fdzer .balcão, cu paosadisso s o b e a rua , ainda que publica, ou abo- beàa parr passar de kuma a N i N a taza (t3 r Tsta mese mo prmit t ia a Dircho R o m m , quando, nid! resiil- tava prejuizo a 'I'erceiro (2) : Mas ooqforbie Q me* .mo Breiro , que singusiu. pddi fazer pasaadkatulr, t

S 2

balcdes sobre ruas publicas, melhor o suatentáráo va- rios DD. (3). Em Eugubio (4), em Miláo (5) ha Estatutos que o proliibem : E seria para desejar, no nosso Reino se prohibiaem , e demolissem os IUe ei- tos nrie Cidades, c grandes Povoac;drs ; já porque de- formão o prospecto, já porque, de noite sáo escon- drigios de acsassinos, de ladrbes, de exercicio de tor- pezas. A exptriencia , pela corrupçiio do seculo o está mostrando ; e geralmente tem sobrevindo cnlrsa para i s ~ o , e por huma boa policia se executar a Lei.

( i ) Fragos. de Regim. Reip. P. I. Disp. 21. n. 14.

(2) Pecch de Servit. C. 8. Q. 27. (3) Czpul. Urb. C. 60, Conciol. ad Stat. Eu-

gub. L. 5. Rubr. 3 I. n. e 6 , Surd. Conr. i37 , Porrug. de Donat. L. j. C. 3. n. 4,. et 48, Riclier. univ. Jurisprud. tom. 3. S. 1058.

(4) O Estat. de Eugub. 1,. 5. Rubr. 31 , ein Conciol. supra.

(5) O de Mil50 referido por Pecch. de Servit. Cap. 7. Q= 28. n, 12.

Notaa~e 2 O) na dita Ord., que ella náo sd trata dos peszadissos subre ruas publicas , permittindo-os , como parece ; mas ruppde os ternios habeis de náo prejudicarcm a Terceiro : Porque regra geral he , que

uando a LLi, ou o Rei permitte a hum particular Bzer alguma obra em lugar publico, sempre se sub- intende JICIVO O p r e p i z u de Terceiro ( I ) . Ora hum panadissa, ainda quando edificado sobre rua, ou ter- reno publico, pbde prejud:car ao visinho ; ou I.') lan~ando beiriies para o seu telhado, ou campo, ou

quintal adjacentes ; ou 2.') tapando o ar rl luz , que do p~~blico recebia a caza cio vizinho (2) ; ou 3 . O )

devassando com janellas feitas de Iium ou outro lado as caras ; ou 4.6) quando se edifica em t$o pouca ai- tura, que embaraça o transito .de Procissbes , carros carregados, etc.

(I) Pecch. de Servir. C. 7. Q 28 , Ccepol. Urb. C. 60. n. 3 , A~OUC. na L. 2. S. I. de Rer, divis. n. 6. et 32.

( 2 Arouc. supra n. 6. (3) Caepol. supra.

Nota-se 3 - 9 na mesma Ord., que ella sd trata do balcáo ou passadisso sobre rua publica: Qaid ve- r o , se for via vicinal; e hum tenha cazas de hum e outro lado, se póde livremente fazer sobre ella pon- ticello , ou pass~disso ? Os DD. são conformes, que s im, com tanto, que náo cause prejuizo algum ao transito pela parte debaixo do passadisso ( I ) .

( I ) Iia Riclier. Univ. Jurispr. tom. 3. 9. 1057. e 1958. ibi s Si nullun, damnum vicinis eâ viâ 99 utenribus inferatur , nisi quod aer superior in- 9s tercludatiir ; non enim vicinis aliud debetur , $9 quam transitus per eam viam ; adeoque con- 99 queri nequeunt , quod lumina obscureatur, nec JY prohibere possunt , .quod alteri prodest , ipsis 97 ver0 parum, aut nihil nocet. Quod si dam- J Y num in transitu vicinus inferatur , vel aliud

rave incommodum , deneganda est hujusmodi 9, acultas, etc. etc. Confiráo se Thesaur. Forens. ', F. L. 2. Q 89 r Paullut. Dissert. 22. arc. I. n. 5 ,

C 138 3 Lazarin. ad Pacicliell. de Distant. C. .6. Membp. 5. n. 2 1 , Czpol. Urban. C. 60: n. 8.

Nota-se 4 O) na mesma Ord., que fil\a do pon- ticello sobre ru3 : JLt/id vero, se O solo inferior ao ponticello he commum daquelle , que sobre ellef edifi- ca ; e d'outra pessoa ? Não póde sobre o solo com- nium edificar-se, repugnando o consocio ( I ) . Q u i d , se o solo inferior be proprio daquelle que edifica o ponticello; mas , ou lança agoas sobre o telliado, oii quintal do visinlio, ou abre janelias sobre elle ? Isto deve decidir-se pelas regras, que exporei nas ecguiil- ies divides.

(I) Czpol. supra n. 9 , Sperell. Dec. 56. n. 14, Conciol. ád Stat. Eugub. L. 5. Rubr. 31. n. 2 ,

conf, Arouc. in L,. 2. 5. I . ff. de Rer. &vis. n, 79

S . 149.

Nota-se 5.") na mesma Ord., euppbr o caso pos- sivel de se venderem, legsrem , ou alimarem humias das diias cazas do inrermediudo pmadisso; e ficar em coriseqiiencia cada hum dos donos das, já diversas, cara$ cottl armade do passadisso: Assim era por Di- rrito Romano, que parcce a q ~ i adoptado ( r ) ; e se conip,ova corti o simile do que tendo duas cazas ser- vidas, e cumrnonic~das com hum atrio intermedio, vendidas liumas, sem outra expresssiio , fica o atrio por anwtade pertencendo ao vmdedor, que ficou com hurnas , e ao comprador a que passsirao outras (2) : Porém , e nd instar deste sirnile, eu entendo a Lei i10 caso , que d'ambas as cazas in!crmedíanís do pas-

sadisco houvesse portas para elle : Se porem s6 de huinas das cazns havia porta para elle, e 1130 das ou- tras; em falta d'outra expressio, fica o todo d o pas- sadisso para o dono da caza , que s6 para elle rriti porta ( 3 1

( I ) L. 47. E. de Damn. infect. V. Cãpol. Urb, C. 60. n. 10.

(2) Silv. ad Ord. L. 4. 'I'. I. in rubr. art, 7. n* 44-

(3) Silv. n. 4f.

Nota-se em fim nesta Ord. , que dividido (quan- 20 deva dividir-se) por ametade o passadieso, a Lei permirre a cada huin na sua parte fazer janellas ou frcstas, porque o ar debaixo e de sima he publico; suppondo-o edificado sobre rua publica : Como po- rém esta permissilo sempre se subinrende salvo o pre- juizo de Terceiro (8. 146.) : Segue-se, que cessa 110s casos exceptiiados no mesmo 5. 146.

Divisão 4.'

rancl la~ orditiarias com peitoril,, e umbreirar, postigos , e seteiras. .

Devemos considerar OS direitos das janellas , pos- tigos, e seteiras debaixo de tres ponroe de vista : ou

1.0) quanto á liberdade de as edificar ou abrir : ou 2.0) quanto á proliibiçáo juridica : ou 3.') nas já edi- ficadas o direito que adquirem, e porque modo, e t e i ~ ~ p o ; para que outro, edificando junto a ellas não possa tolher-lhe a luz, ou as vistas.

Subdivisáo 1.'

Liberdade 'cctivd de ediJicar jattellas, postigos, ~ e r e i r a s : Hegrn gera!.

Já vimos a S. 56. a liberdade natural competente a todo o individuo para edificar no que he seu, e a S . 59. algumas geraes restricçóes desta liberdade : A de edificar janellas , postigos , seteiras Iie o meu pre- sente e particular objecto : Eu omitto aqui, o que sobre a invençáo dellas , e suas estas, e ourras diver- sas eepecies discorrêráo alguns DD, ( I ) . Omitto as differen5.i~ que entre as seividóes Lumiílis , Prospe- c tus , e Ne Lumitzibrrs o$iciatur, segundo o Direito Roinano figuráráo os DO. (2). Porque De Jure

noctri Regni servituo Lumintrm , prospecttls , aut 9, He Luminibrs oJiciatrrr const ituitur a lege i11 prse- 29 dio vicino per spstium virgz et quartíx ip~ius par- ,, tis, Ord. L.. I . '1'. 68. §. 27. et 33.; dicitur nan- 5, que constituta servitus a lege (3) etc. etc.

( I ) Com os quaes Ferreir. de Nov. Op. L. 2.

Disc. 8. a ri. I , Paciclicll. de Distant. Cap. 6. Menibr. 4. i

(2) Ferreir. a n. 7 , Srryk. vol. 14. Disp. de '-fure servitutum prddialium bodierno ?'. 2 . a 9. 9 , Srruv. et Mui. Exerc. 13. thes. 13. Cod.

Freder. P. 2, L. 4. T. 10. art. I . a 5. 26, Ri- cher. univ. Jurispr. tom. 3. a §. 979.

(3) Ferreir. supra n. I I , Silv. sd Ord. L. 4. T. I. in rubr. art. 7. n. 37 , Arouc. in L. 2. S. r. n. 10. E de Rer. divis.

Ora : A Ord. L. I . T. 68. S . 24. permitte por via de regra a mesma liberdade, ut ibi =. Quslqrcet. r9 pessoa, que t iver casas póde neilas fazer eirado 9s com peitoril, janellas , f r e ~ t a s , e pertaeJ , quan- 99 t o lhe aprouverz : Ampliio os DD. esta faculda- de ao caso seguinre : T e m Cayo huma janella, va- r anda , ou sacada sobre o predio do visinho, pela qual, ou da qual devassa o todo do mesmo predio , ou quintal: Q u e r Cayo multiplicar mais janellas para o quintal do visinho, corii a rnultiplicidade das quaes não se devassa mais do que antes se devassava com huma ou duas antigas : Assintáo pois os DD. e al- guns Arestos que quando pelas novas, e a u p e n r a - das jan:llas nao se descobre mais, que o que se des- cobria, e devassava das antigas, náo póde o viainho impedir esta nova mulriplicaçáo de janellas i mas s6 quando o maior numero dellas causa maior devassi- dáo (i).

( I ) Assim Ferreir. de Nov. Op. L. 2, Disc. 8. n. 21. et 2 7 , et Disc. 10. n. 15 , et Disc. 9. n; 29, Card. de Luc. de Servit. Disc. 4. n. 1 1 , Pad cichell. de Distam. C. 6. Mernbr. 4. n. 16, et post Tract. Dec. 64. n. 19. et 20, Peg. tom. 6i. ad Ord. L I . T. 68.9. 24. n. 6, e< 5. 2 9 , n . 55. er 60,

h b m rsla Resduq50, sssim abstracta, só pdde s& applimvel, qnandõ v. g. 11um reni cazas defronte das do visinlio interinadiando rua, ou Iugrrr publico : Neste caso da igual devassidáo com a multiplicaçáo de novas janellaa não rewlt3 ha io r prejiiiza ao visi- nlio fronieiro: A este serit;do se devem, para os ~ a l - $ar &e em, redudr os Aiesros transcriptos por Pe- gas acima citado. Fi remos porém o caso de esta. f im huma , duas ., ou ff ej jannellas sobre a caza , quin* tal, ou e a m p do visiiiho , pelas quaes se devassava o rodo da's cazas , quintal , ou campo do visinho : Es- nis janellas , passado o anno , tinháo pela disposigo da Lei, rectamente interpretada ( S. 62. e seguintes) adquiridd a servida0 legal ; mas servidáo reatricta , e que só h11ibe o vísinho a náo edificar defronte dessa janeHa sem deixar o intersticio de vara e quarta em Zerrenõ proprio ; e em termos, que entre luz poP ebsa oil essa3 jhncllas por arbitrio de Peritos (I). Ora todo Q rtsto do quintal ou campo visinho , que náa he fronteir0 &c antigas janellas, que adquiríráo a set- vidlio, flcou livre della, e póde o visinho, o dono cita qaiirtal ou campo, edificar ahi , e mesmo arrumar e seu edlficto 4s pfiredí?s da caaa do visinlio no sitio em que ha janellas (5. 58,) Logo a muItiplicaçáo das ja. nellas nos espasos afastados, e inrermedios ou para os Fados cfas antigas, he huni augmento da servidáo amiga , limitada 96 ao espaçb front-iro a ellas i sendo bem trivit~l , que toda a serviirio he estricta , e inani- Pliavèl de caso a caso, de lugar a lugar (2) : He %uin nóvo prejuizo incorisiderado pelos DD. (S. 153.) : Porque, de a devassidáo com as novas jantllas n ã o lie maior ; edificadas esta., e passado o anno , j á o dono do quiotal, 6u canipo ficaria privado da liber-

dade de edificar na frente das novas j~nellas, sem dei- xar o espaço legaI, e este inutilisado : Basta reflectir a Ord, L. I. T. 68, S. 28, pue nc> caso da reedifi- c@io nio permitte fazer tnazs jaqella~ , nem majq- rw , nem e m oytro lugar, seniio como d'aqteq, tinlie: Coaw.~or$~ Q 5. 29, JP. sajvp; @ qjqda ,era mais clara a Ord. Mgi~oelipa (3) : 8 que rgz20 de difrerenga entre o cpso da reedificcr~ao, e o da nova editiqç20 qrianco a@ r i~ui~ro , e Zqar das jqneljas ? N jo &i- xaráo de arsim p reç~~ ihser algqpj fiejpicdps (9).

11) jFRrneip. de, NPY. Oper. L; 2, &c. a ?, r. ( 2 ) L. 24. ff. de Servil. urba~: %r&. , Ferreir.

L:$, Qsg. ix. q. 3;. et L, 3. Dis,c. 3. n,. 12,

Stryk. vol. 14. Disp. = de Jur2+j'qvit. p f d . hodierlz. = T. 2. SUL S. I 3. . e

(3) Ord. Manoelin. L. I. T. 49. S . 30. ibi G 9 , Se alguem tiver janella . , . . sobre caza de ou- v , tFew . , . n . k p&+í si] i da6cr w~ior j a i d a . . . í, WHI eti1 oidt~-o l u p r , seciáo c o q q ,d' apfes ha: 9 ) v& , nem poderá a bi f u e r &vdiiaja~~$Ps, #a.

(3') FatejE. 1,. s. D~Ec. 8. W. 59 , Disc,. 9. n: 27, ,et 2 8 , ~ .bem y t ip io o Senadar a pud. Pegi rgrn84.á L. 3. i!- ; .4~+ b! 34. na 93.

M a s se o dono das cazas tinlia nelias janellas an- tigas, mas tapadas, póde de novo abrilias ; náo se aiostraffido ,servi.&io aegaciva real e perpétua, q y ~ j h e cohiba a liberdade de as tornar, a .abrir , i i~axihe se k succqsQr de Fideicommisso (I.) : H? bem verdqde, que njo const_ando sea!>epte dê causa porque ,se'ta- páráo , se póde attribuir á causa necessaria por de- manda ve houve sobre as mesmas tapadas janellas ;

T 2

mãs'taarnbed se p6re stiribuir 4 causa arbitraria, e facultativa a alguin dono dellas, o tapalias, ou por algum. particular motivo para cornmodidsdc sua (2) c

Nesta collizáo de equivocas, a questáo fica conjectu- ral : Como porem, cessa a conjecrura de ~ervidáo so- bre o quintál ou predio do visinho, quando em favor da liberdade está outra coi~jectura verosimil (3) ; na mesma incerteza, e em favor da liberdade do ~ r e d i o visinho , se deveri julgar, que essas jrnellas se tapd- rio por effeito de composiçao ou sentença.

(L) Rot:*RÔrpan. in Callet. ad Card. dcfLÚcò L;. 4. de Servit. Decis. I.

(2) Rocc. Selectar. Cap. 175. a n. 29. (3) Rocc. supra n. 33.

Outras ampliaçóes da regra (5. 193.) atk O nu- mero de onze figutáo alguns DD. (I) ; que coinci- dem na mesma regra, gosto do tempo nos nossos Es- criptores , figurar (e superfluamente muitas vezes) am- pliagóes, e limitáçbes. Basta firmarmos huma regra legal ; e depok indagar os casos em que csorugiilosa- mente cessa a razáo dz regra; porque esta he a nor- ma geral , que, e ainda em duvida, se deve seguir, em quantg se &o mostra huma sua legitima exce- pçáo (2).

(I) Ferreir. de Nov. O p L. 2. Disc; 8, desde o n. 19. ar& o n. 30.

(2) Barba. ct Tabor. L. 16. C. 3 I. Ax. 7. et 8, Petcir. de Revir, Cap. 98. n. 21.

Limita o'es d4 rc ra C 5. I 5 3 ) e restricçòc~ k, l iberdd de ed&cm jane1Irzs.

Principiemos pela expressa limitaçso da nossa Lei no 9. 24. Diz ella = Porém náo poderá fazer 99 frestas, nem janellas, nem eirado com peitoril so- ,i bre caza, ou quintal alheio, porque o descubra, 9 3 que stê junto a parede, onde quer fazer a janclla , 9s fresta, ou eirado, sem coi~a htguma se meter em s, meio. " Está entendido, que estas ultimas palavras se supprem no menos expresso pelo lugar paraleilo do S. 33 ; ita ut Jensus sit, que aquelle, que quer fazer janellas, etc. sobre a caza, ou quinral alheio, deve deixar (recolhendo a propria parede) o intervallo de vara e quarta de medir (I); Lei que limitou a facul- dade livre, que concedia o Direito Romano (2) : Nos tempos futuros se consta, que o que fez as janellas recolhe0 a parede, e deixou de fóra essa latitude de vara e quarta, sem duvida conserva o dominio desse terreno (3) : Se porem náo consta, que aquelle , que edificou as janellas, deixou esse intersricio legal, nem ha ahi dernarcaçáo, a posse he a que decide; de f6r- ma que, se o dono das cazas , que tem janellas sobre esse espaço contiguo, o possue, presume-se seu : Se o vi~inho o possue, entra a presumpçáo de que as ja- nellas estão abertas para alii por direito de servidáo ; e nâo porque o dono das cazas, quando fez as janel- Ias deixasse de fóra esse eypaço (4). E ainda porque em duvida o possuidor se presume Senhor da coisa possuida (5).

( I ) Pec. tom. 6. ad Ord. L. I. T. 68. S. 24. n. 4 , Ferreir. & Nov. Oper. L. 2. Disc. 9. n, I?. e 30.

(i) Pcg. tom. 6. áOrd. p ~ g . 116, n. 3 0 c 41. (3) Repertor. debaixo da cor ic i~ão = Jaaella

sobre quintal orr campo d'osltrem , etc. , Paci- chell. de Distsnt. Cap. 6. Membr. I. n. 14.

(4) Pscch. de Servit. C. 8. (L 5. n. 12.

( 5 ) L, 16. Cod, de Probar. L. fin. Cod. de rei- viud. Maced. Dec. 61. ne 8 , Post. de hlanut. obs. I. n. 22.

Parece dura ssta Ord. (5 . 157.) ; porqae sup- pomo, qiie aquelle , qiié cdiíka as janelias sobre ca- za , ou q z i l ~ l da vhintro , dei= dd'.cnt% *iu esse espqo de vara e quarra, d o evita, qw .a wisinho náo experimente o mesmo piejuizo da devaosidfo. Sim póde o visinlho , querendo evitar a desassidib, fazer hum muro superior na altura ás janeblas : Mas que despeza! Náo lia de prevalescer a stta antiga 1,iberda- de ? Que ,importa o inter~icio de vara e quarta, quc deixa o que faz as janellas ? A que parece , dureza da nossa Lei, se susterita justa em tres razóes : I.= na liberdade natural do edificante no seu solo: 2." no fa- vor dos edificios eni beneficio da povoaçáo (S . 5, e seguintes : 3 . h a necessidade do ar, e luz para a ha- bitaçáo das cazas, e para os habitantes iiáo vivão em trevas como~sepultados; ou sem ar ambiente expostos 4 corrupçáo delle, e consequeiites enfermidades (n) : O que tiido balaticeado, e junto com as mais razbes, que exhibírgo os Authores do Cod. Civ. dos France- zes (2) justifica a nossa L.ei ; e náo menus outra se- melllante Legislaçáo do Beigio (3).

(1) Ferreir. de Nov. (be r . L. 2. Disc. 8. r a I , Pacichell. de Distanr. Cap. 6. Meinbr. 4. a n. r , conf. Paul. Zacch. QQ MeJico legal. L. gb T. 4. Q. 6. a n. 11 .

(2) Cod.L.2 .T .+ .S; .3 .ar t .67r . (3) Vin. ad S. 2. Inst. de Act., et ad S. I. de

Servit. §- '59.

Suppiíe o mesmo 5. 24. do 1,. r. 'r. 68. propria daquelle que de novo abre as janellas , a parede, em que as abre, ut ibi = qualquer pessoa, que tiver c t zas: Entra pois a duvida : Se sendo commua a pare dc , em que Iium dos socios abre as janellas , p6de o outro consocio obstar-lhe ? A regra geral Iie negati- va ( I ) , ainda que o socio não po-sa receber ar e luz d'outra parte ( 2 ) ; ainda que queira nessa jaiiella fixar huma vidraça immovel (3). Algum DD. sd admit- tem a regra, quando a parede se debilita, ou resulta autro prejuizo; não assim nos casos contrarios (4) : E só absolutamente a limitso, quando a p d e he simplesmente divisaria ( 5 ) .

( I ) Ferreir. de Nov. Oper. L. 3. k. a. .n. 30. (2) Fcrreir. n. 31.

(3) Cod. Civ. dos Franca. L. 2. T. 4. art. 668. (4) Riclier. univ. Jurispr. tom. 3. 5. 1039. ( 5 ) Ferreir. supra , Conciol. ad Stat. Eug. L. 5.

rubr. 32. n. 3 , Luc. de Servrt. Disc. 2. e 3 , Jul. Capon. Discept. 177. n. TO : Quando a parede he dizjisoria , está dito a 5. 104. e 105.

SD Czterum (diz o .mesmo Ferreir, n. 32. com

9, Pecch. , Pacichell. , e Arouca ) de liceniia sacii (e r, que duvida i ) fene(tra valet aperiri in muro coni- 3, muni ; dummodo licentia sit expreaa ; non sufficit ,, nanque licentia permissivn, ex qua licentia nulla- 9, tenus admitlimus przricriptionem contra aperitionem 8 , fenestrz. Lirniramiis vero hanc docrrinam , si fe- 3, nestra fuerit aperta in rnuro cornmuni invito altero 9, socio per teinporis s p ~ t i u m 10, aur ao annorum; 3, tunc enim soc:us invitus agere non valet adversus 9, sociurn constriientem , ut feriestra obturetur . , . Per 3s contrarium vtiro, si tempus ad pra?scriptionern non 9s fuerit lapsum , quamvis socius construxerit fenes- 9s trsin in muro cornmuni, sciente altero sacio, et 9, non coiitradicente.. . secus vero si legitimum spa- s, tium fuerit transactum. "

Nota : Confesso que náo posso idear espe- cies, a que sejáo applicaveis estas doutrinas (5. 159. e 160,), menos que te n5o figure ou o caso da Ord. L. I. T. 68. S . j g ; ou o caso de esc tar em commum a caza, e em huma parede deG Ia queira o consocia abrir janella contra vonrade d~ outro: Se bem que nesse caso o beneficio he commuin ; e qualquer prejuizo se evita feita a partilha (v. 5. 142.) : Seja como fOr , seiiipre o systema de Ferreira (5. 160.) he errado, em quanto fdz precisa Iiuma prescripçáo ordinaria , systeina convencido a S. 62. e 65. : Ainda mais se de outra parte se náo pdde introduzir ar e luz (5. 258. Nota I) ,

S . 161.

Suppóe tambem a Ord. L. I. T. 68. 9. 24. aberta de novo a janella' sobre casa , ou quinta2 alheio : Quid vero se far commum? Vide S. i4r. et 142.

Se conciliamos o dito S. 24. com o 29. a ficui- dade geral concedida na regra do 5. 24. se deve res- tringir pelo 9. 2 9 . , em quanto este (fazendo-se argu- mento da porta para a janella) determina ; que se al- 9, gaem tiver caza de huma parte da r u a , e outro 39 seu visiolio quizer fazer caza da outra parte, ou 9s se já d'antes a caza era feita , equer nella abrir por- ,, tal de novo, ou quer ahi fazer janel!a ou f r e ~ t a , >i náo a poderá abrir, nem fazer direito do portal, 5, ou da jaueiia, ou da fresta de outro seu vi~inbo, 3, que mbra da outra parte da rua. Salvo se d'anres 9 , ahi Igouve já o dito portal, janella, ou fresta, on- s9 de a liora quer abrir, porque entáo o poderá fazer s, no proprio rnodo. e maneira, que d'antes estava. 99 Porém desviado do outro o pudern'fazer. " Esta Lei tambem restringi0 a liberdade natural de edifi- car ( I ) .

(I) O Senador apud Peg. tom. 6. d Ord. L. I. T. 68. S. 27. n. 45. e 46.

Está entendido na praxe de jul-r , que este 9. 29. só procede e só proliibe edificar janellas e parias frente a frcnte das do visinho, e náo quando demia- das, e atravez ( I ) . Porérn ainda assim náo se evita totaimenre a devassidão do interior da caza do visi- nho; porque olliando-se da nova janella virado de ilharga e atravez sempre algiin~ tanto se ha de decco- brir do interior da caza do visinho , e parece se nSo cumpre iri:eira~iien!c o fim da Lri (2). Qusnto a mim, a razáo he outra : Hur~a jaiiella de novo edifi-

V

cada frente a frente com o ~ i t r a , he por si mesma a causa do prejuieo d o visinlio ; porque estando nella qualquer pessoa nsruralmente , e o l t~ando rectamente, as suas vistas, ainda sein dólo , nem permedirada in- tençáo se exrendem ao interior da caza ffonreira do vicinho : E assim a cawa primaria da devassidáo he (1 vicio da obra em si Incorna : I'orim atravez, e de ilharga, se o que está na iiova janella se vira , e olha pare o interior da caza do visinho por curiosidade, já náo h e por vicio da jaiililla; inris por vicio da pes- soa ; por hums curiosidade pecaminosa, e injuriosa a o visinho (v. infra S . . . . . )

( I ) Peg. tom. 6. ad Ord . L,. I. T. 68. 5. zy. n. 7 , 9 , 2 6 , 2y , 42 , 44 , 40. aonde varios Arestos.

( 2 ) De q u o Pliab. Decis. 73.

Quizeráo algans DD. que como o costume se deve attender na tunteria e fornia dos edificios ; este S . 29. está abrogado pelo uso das Cidades e Villas, aoiide se aciiáo jmellas , intermcdiando as r u 1s , fron- teiras humas a outras eni Iinlias rectas ( I ) : N á o nego em algiimas o facto; nias nego, yue seja t ~ l costume clpaz d e abrogar Iiuma Lei viva : Esse costume s6 poderia ser subsidiario em falta d e Lei ; mas ri50 pó- de prevalescer a ella : Do n5o uso de Iiuma L e i , náo se póde inferir a geral abrogaqao della : Quantas ja- nellas dessas se edificariáo fronteiras a outras , ou por coniposiçáo , ou por iiidoleccia em ~iunciar a nova o b r a ? (v. g. 73. na Nora) .

4 1 Ferreir. de Nov, Oper. L. 2. Disc. 11, n. 16.

A faciildade natural de edificar janellas sobte cli- t a , quintal, ou campo allieio, ainda deixando o edi- ficanre o Icgal inrersticio de vara e quarta, p6de per- der-se por pacto ou conrracto, que obste ao edifican- te! pelo qual expressamente se obrigasse a favor d o virinho , a nunca abrir as janellas para esse ladn ; pa- cto que liga a todos os successores das suas cazas , maxirne, quando nelle se exprimi0 a causa da utili- dade do predio do visinho ( I ) : Pacto em si valido, a:nda que restrictivo da liberdade, e faculdade legal ( 2 ) : Pacto, que ainda que náo muito claro, se próva por conjecturas, rradiqáo, pelo inverosimil , etc. (3).

(I) Ferreir. de Nov. Oper. L. 2. Disc. 7. a n. 12. 17. et 34, Luc. de Servir. Disc. 12. ti. I ? , Bagn. C. 29. n. 94, Mend. 2. P. L. I. C. 2. 11.

1 3 3 , Pacichell. de Disrant. Cap. 6. Meinbr. 4. sub n. 19 et post. 'Tract. Okc. I 5. n. 8.

(2) S!ryk. vol. I 4, Disp. de Jur. Servit. prsd. hodiern. T. 2 . 5. i f .

:3) Pa.icliei1. de Distant. Cap. 6. Membr. 4. n. 19. et post íract . Dec. 15. tot., Consantin. ad Stat. urb. Annor. z j . n. 6 2 , Luc. deservir. Disc. 3 . ror. : Idern Pacicliell. Decis. 64.

Da mesma fórma he qualquer privado da natural faculdade de abrir janellas, ainda deixando o intw- v a l b de vara e quarta? quando se próva , que tentani do abriflas , fôra proliibido pelo visinho ; e acquies- cerido á prohibiç30 , se portou com taciturnidade , e inacção por espaço de dez, ou vinte a i m x (.E). .

v 2

( i ) Ragn. C. 29. a n. 114, Portug. de Donat. L. 3. C. 39. a na 15 , Ferreir. de Nov. Oper. L. 2.' Disc. 8. n. 40 , Stryk. supra S. 13 , Pe- reir. Dec. 24. R. 9 , Cabed, za P. Decis. 109. n. 7. 5. 167.

Pelo contrario: Pdde qualquer abrir janellas so- bre a c a m , ou quintal d o visinho, ainda sem deixar o espaço de vara e quarta ; quando adquiri0 .essa se* vidão por pacto celebrado com o visinho ( I) , Bem entendido, que concedida pelo visinho a faculdade de se edificar huma janella , não póde em tempo algum ampliar-se multiplicando outras ( 2 ) .

( I ) Peg. tom. 6. ad Ord. L. I. T. 68. S. 29. n. 3 , Srryk. supra T. 2. S . r I .

(2 ) Ferreir. de Nov. Op. L. 2. Disc. 8. na 47, Stryk. supra 9. r 2. et 14.

Quanto d.r Seteiras.

A Ord. L. r. T. 68. S. 24. permitte, sem in- termediar o espaço de vara e quarta, fazer nas p a r e des seteiras, pelas quaes só se possa ter claridade; mas sem adquirirem posse, neni poderem no futuro obstar, a que o visinho as tape, e escureça com edi- ficio , que faça : Que seja , propriamente fatiando , e conforme a nossa antiga linguagem, esta palavra se- teira, hoc opus hic labor esc. Em hum antigo Ares- to ( r ) eu as vejo denominar gateiras, como boracos por onde entr50, e podem entrar gatos: Outros (z), que a ~ e t ~ i r a Iie Rum boraco com. latitude de meio

palmo, :em o exceder, e de altitude dãis palmas: Ebt as tenho visto atravez com longitude de dois, ou tres palmos, e altitude de menos de palmo : Isto pela par- te exterior da parede; porque pela interior, póde ter mais latizude e altitude para espalhar a luz recebida pelo boraco exterior (3).

( I ) Peg. tom. 6. ad Ord. pag. I Ia. Col. 2.

(2) Ferreir. de Nov. Oper. L, 2. Disc. 9. sub n. 15.

(3) Peg. tom. 6. ad Ord. L. I. T. 68. 8 . 25. sub n. 13.

S. 169.

Se porém recorremos á propriedade da palavra rcttira conforme a nossa antiga linguagem, seteira boraco, ou fresta pequena aberta no niuro , por on- ~ l e se atiravzo setas, ou por onde hoje se atira com espingardas, ou semelliantes arinas de fogo : Assim o nosso Marques no Diccionario da Lingua Portu- gueza, e Franceza verb. seteira ; e que esta seja a antiga propriedade da palavra sete ir^ , se nota em Freire de Andrade ria Vida de L). Joáo de Castro n. I 35 : Taes er5o as seteiras, pelas quaes os Matriten- ces na guerra passada atiravão tiros aos Francezes, que passaváo pelas ruas. A nossa Lei no d. 5. 24. faz differença entre fresta$, que connumera entre as janellas , e yortaes, como pequenas jaliellas ; e entre as ~eteiras , em que suppóe diversa fórma , e peqtie- nez, e que regula por diverso direito : N o espirito

ois da nossa Lei, só poden~os classificar seteiras os Eoracos friros so'memrnte par& qur a cazr interior p ~ s a ter clzritlnde : Palavras , sómente pofsa ter clarida- d e , as mais restrictivas, e exclusives de qualquer ou- tra fresta, por onde se possáo expedir da Gaza para

fdra algum lixo, ou outra coira ; ou por ondese possa mctter aiiida s6 huma cabeça humana, etc.

Sendo esta (5 . 169.) a pm'pria ~cteira que a Lei perniitte sem o intersticio ; decidáo agora os Sabios sobre a jortifa de harn Atesto ( r ) e doutrinas, em qe se jalgou e seguio que a s ianeilas de maclins fe- meas postas eo1 meia parede, seguem a natureza de

j3e.rta~ seteiras ; as ianellinhns feitas sem pedras qua- dradas vulgo unzl,reir?s, que se rditicáo só para dar luz (t), e oiirras taes que referem os DD. transcri- ptos na Nota (3).

Cr) .Peg. supra pag. 90 , Ferreir. de Nove Op. L. 3, Disc. p. n. 7.

(z) Ferteir. supra n. 4. no fim. (3) Conio '' Si vicinus supra dnrnum vel viri-

s, dariuin vicini habuerit kr~estrarn lignearuin 99 compagirium , vulgo de adufa (ur ait Rluteau 9 9 Diction. Portug. verb. adufi), quo in casu va- 9s let alter vicinus extdlere suuai zdificium us* 9 9 que'in c ~ f u i n , quarnvis in torum claudatur, 9, in . . i~ t is nanque -fenesrris nulla po~sessia , nec 9 , servitus prnspectus datur vel acqiiiritur, in fo- 99 raminibus, sive fenestris ad dornus claritatem. Ferreir. supra (erro claro ; porqiie adufa ~ á o ta- boas rrnidas que por fórra servem de reparo á joneila, 'Marques hoc verb. E se I4 está a janel- Ia ; como póde equiparar-se a ud#f@ a seteira r') D'outro modo se explica Peg. no tom. 14. á Ord. L. I. T. 68. n. 61. pag. 156, ut ibi = 9, fj%neZlu : a de a h f n náo tem posse, neni 9, prescreve, nem adquire servida0 sobre o te1 lia-

$9 d o al hei0 , assim c o h o acinia dia ns ;.pe&ina.; 3, pfirque .fica s e r v i a Cfi~~.cntinuu (que ra40 3, inais ridicula ? ) que requer facrum hominis 9, (como que a latiella para se abrir o ná6 M. $ 9 queresse), requiri ror irnrnemorialis. ".. Sá sim excederá (ex Ferreír. n. 5.) os limites de seteira a fresta feita n5o para claridade precisa, &as para prospecto ; s6 aquella em que se não possa nem ainda metter a cabeça para descortinar o quintst do visinho: S6 aquella sem peitoril, uni- camcnte para a luz, em que zlguern se náo possa encostar , Peg. tom. 14. ad Ord. L. I. T. 68. n. 54. et 55.

Se feitas as seteiras na f0rma que venho de e- por, O dono dellas náo póde depois am~plia~llas ; e fa- ~endo-o póde ser impedido pelo visinho (.r), *com tanto, que se opponlia A amplizç5o em tempo antes de passado o anno ( 2 ) .

(I) Ferreir. de Nov. Op. L. 2. Disc. 8. n. 48. et 50.

(2) Peg. tom. 6. á Ord. L. I. T. 68. S. 24. a n. 1 1 1 , 114, 'C 115. Conf. sopra a 5. 62. et 65.

Restringe-se tambem pelo direito a liberdade de fazer janellas na propria caza, quando ellas (seja qual for o espaço intermedio) sáo viradas e fronteiras a Igrejas, podendo ver-se daquellas o interior destas ( r ) : Mzs que? Eu tenlio observado o contrario ; e os cos- tumados guarda-poz , servindo para ou.ros fins, fama1

bem' obstáo a essa devassidáo : Os vidros nas jánellas dos. clioros tainbem obsta0 : E que iiidecencia seria orar cada hum da sua janella, vendo dahi o interior do Templo ? Seria opposto á Religiiio ? d'ltlii não cumpra com o Preceito ouvindo Miss? ; coiicedo , por huma opiniáo, se intermedeia rua publica, e a uniáo dos ouvintes náo chega até essa caza ; h in que aotra opiniáo bem provavel o permitre (2): H a aqui outras questbes raras vezes praticaveis , que se podem ver nos DD. citados na Nota (3).

( I ) Ursay. tom. 4. Diss. 14. a n. 34 ,. Solan. t3g. i8. a n. 19, Luc. de Servir. Disc. 16. et 17, Constantin. ad Stat. urb. Annor. 23. art. I. a n. 7 4 , Ferrcir. de Nov. Oper. L. 2. Disc. 8. n. 41.

( 2 Ambas as opiniiies refere o moderno egran- de Theologo Pataz. 'l'heolog. inor. tom. 5. X'ract: 9. *Disscrt. I. de Pr imo Ecc~e~ia? P r k c e p ~ q a p . 6. S. 2. \

(3) Quando se podem ou náo abrir janelias vi- radas aos Mosteiros cie Freiras ? V. eund. Ferreir. L. 3. Disc. 10. a n. zo : Quando para os Mos- teiros dos Regulares ? Quando para as suas cer- cas, erc. V. eund. Ferreir. a n. 24 , Cabed. Dec. 152, Peg. tom. 14. ad Ord. L. I. T. 68. n . f r , Mend. 1'. 2, L. I . C, 2. n. 135, et ibi Fraiiqa n. 2584.

S. 173.

Restringe-se tambem a liberdade, ainda deixado o interoticio, quando algueni por emulaçio abre ja- nellas sem necessidade s6 para desc, lbrir os interiores do quintal, ou caza cio visinlio (I). Mas em duvida náo se presume tal emulaqáo, quando a abertura ou.

janella (nos termos da permissáo da Lei) he util ao que a edifica ; aliter, quando inutil , e sem tal janella tinháo as cazas lu2 suficiente; o que tudo he sujeito ao prudente arbitrio do Juiz conforme as occorrentes circunstancias (a) .

(I) Pacichell. de Distant, Cap. 6. Membr. 4. n. 17, Sabtli. pose. Sum. Resol. 7. n. 3 3, Cons- tant. ad Stat. urb. Annot. 23. art. I. n. 60, Fer- reir. de Nov. Op. L. 2. Disc. 8. n. 36, 43, 4 ~ . Peg. tom. 6. ad Ord. L. I. T. 68. S . 24. n. 17.

( 2 ) Constantin. supra a n. 67. ad 73 , Ferreir. supra et L. 3. Disc. 14, Plixb, Dec. 7 3 , Por- tug. de Donat. L. ?. C. 9. n. 26. et 3 0 , França rd Mend. P. t . L. r . 8. 2. n. 2554 , Peg. ru- ,pra sub n. 17.

E m fim: Se o proprietario de duas cazas vende hamas, ficando com outras, que pelas suas janellas re- cebiáo luz da parte das vendidas, náo póde o com- prador levantar as compradas em termos, que tape, e escureça as janellas das cazas, com que ficou o ven- dedor ( I) . Pelo contrario o vendedor nzo p6de em prejuizo do .comprador fabricar novas janellas na caza com que ficou ; porqwe seria ampliar a servidáo taci- tamente reservada na venda (2) : Mas isto a menos, que se náo observe a distancia prescripta na nossa Lei : E se o comprador de Iiumas das cazas , ou parte dellas fica sem a luz necessaria, póde abrir janellas m parte mais commoda a elle, e menos prejudicial 40 visinho (3).

XI) Portug. de Donat. L. 3. C. 39. n. 28 , Silv. X

ad Otcl. L. 4. T. I . in rubr. an. 7. a n 3 ~ , 'Ferreir. de Nov. Op. L. z. U i ~ c . 8. ii, 37.

(2) Ferrair. supra. (3 ) V. Ferreir. a n. 38.

i." Corollario, e advertewcia $abre a exposto tz S. I 37. , qudnto ao i n t e h t tcio Aa

vara e qttarta.

Está declarado por muitas senteitçaa , tfuk este intersticio s6 se deve deixar, quando se edifica de no- vo na frente da janelia, que adquiri0 o direito de re- ceber a luz da caza, quintal, ou campo do visinho; e nío quando se edifica dos lados da mesma janella, e atravez della ; porque a lua se recebe da frente, e não dos lados ( I ) .

( i ) Optime Peg. tom. 6. ad Ord. L. I . T. 1&8. S. 24. sub n, 1 5 , 19, 2 0 , 2 1 , aonde se refe- rem outras muitas séntenças.

2,' 'Corollario : Sobre o direito adquirido pelm janetias , para não deverem

mais ser tapadas..

Ji vimas a 5. 62 . e 65. comra a opiniáo de So- lano, Ferreira e Fabro, que estando aberta a janella sobre a caza, e quintal, ou campo do visinho pelo espqo de Iium aniio á sua vista e face, adquire O di+

reito perpetuo da servidáo ; setil necessidade do espa- so de 10, ou 20 annos ; menos nos casos limitados RO 9. 66: Mas as frestas, que devem entrar na cl,assrr das seteiras, figuradas nos $5. 169. e 1 7 0 , nunca ad- quirem posse, nem obstáo a que o visinho em todo o tempo as possa escurecer, ou levantando as suas ca- . :;, ou edificando no seti quintal, ou campo conti- c20 ( I ) . L

( I ) Ex Ord. L. r. T. 68. 5. 24. ad fin., Peg. ad Ord. L. I. T. 68. 5. 22. n. 3 , 5. 19. n. 4, 8. 24. n. 44.

Quanto á janella aberta sobre azinhaga, que n90 excede a largura de quatro palmos : Temos a Ord. E. r . T, 68. 8. 27. a prohibir , que o visinho não posaa alçar-se tanto, que lhe tolha o lume da dita ja- nella; e s6 poderá alçar-se atC o direito della em nia- do, q2e lhe não tolha o lume e mais não: Desta 0 r - denaçao infere Ferreira (I) , que " Si An i por tu~ 3, habuerit maiorem latitudinem , quatuor pa f morum, 39 ralet inferior altius extollere domum suam ; conce- s, dimus illarioiiem , si Angiportus hahuerit disrantiam >, unitis virge , cr quartam ipsius partem, ex Ord, i, L. r. T. 68. 5. 33.''

( I ) De Nov. Oper. L. z. Disc. 9. n. 12.

Tambem já vimos Fj. 82. , que huma escada de entrada, que recebe luz do arrio, caza , quintal , ou campo do visinho, adquire o mesmo direito das ja-

X 2

nellas, para passado o anno, náo poder o visinho edi- ficar na sua frente em termos, que a prive da neces- saria luz, seni deixar o mesmo intersticio da vara e quarta; menos qite se nlio verifique alguma das limita- çBes expostas no §. 66. que obstáo a essa prescrjpçáo annal,

Divisáo 5.'

Eirado, MjrRdouvo , ou Aguas furtadas.

Eis-aqui o discurso do nosso Ferreir. de Nov. Op. L, 2. Disc. I r. n. 34 =:

3s Solarir~nz *, quod supia cedium extremitatem r , extruitur , in nostro idiomate appellatur Miradoa- 9, r o , Bluteau tom. 9. Lit. M. pag. 503 ; et est sy-. ~9 nonymum M~eniani ** Et licet Mmiana colistrui

non possint nisi interjecto 10 pediim spatio +**; ss solarium tamen supra tectutn domus collocatiim, 9s no# d i r n i ~ ~ o ~pat io proliiberi non potest, dummo- 9, do non afferat vicino daninum : Solarium siquidem SY esc locus apricus in suntma ~di ium parte ad solis *I calorem fruenduin collocatus, arque accomrnodatus, ss L. 16. E. de Servit. urb. , Pecch. de Servir. C. 8. 9% Q 30. n. 3. Et ejus prospectus & quacurnque par- ,, te semper est rectus , non ver0 obliquus; ab omni w rianque parte idem Iiabe~iius prospectum. "

* 9s Soktrium (diz Vicat. Iioc verbo) locum 3, editum significat , i11 quo veteres apricari, et *t solem capere solebant , L. 17. E. de Servit. urb, 79 praed., wbi Cujacius notat, esse locurn zdifi- as catum ad solem Iiyeme excipiendurn, solitum

3 9 adifcari in Junzma parte ddium , in quibus 99 bowzines apricari consueverunt. '' ** O nosso Marques (superior a Bluteau no conhecimento da nossa linguagem), náo traz tal palavra ~kíiradouro antes debaixo da palavra So- Zario, remettendo-se á palavra soalheiro, diz que he lium lugar exposto a o Sol, eni que está a gente n o inverno para se aquentar, quando faz frio. *** Sendo o Solario sinonymo com o Me- niano , ou sacada, como se deva medir a distan- cia Vide $. 141. et infra S. 181.

99 Solaria, vel Mzn iana ( prossegce Ferreira n. 9s 36 ) si fuerint consrructa supra cedium summitarem 9 , versus atrium, aut viridarium vicini , non vero ver- ,, sus viam publicam ; tunc spatium decem pedum de- ,, bet intercedere ex jure communi. D e Jure nostro 9, Regio spatium unius v i r g z , et quar tz est relin- 9, quendum inter solarium , vel rnzniana vicini , ec 9s atrium aut viridarium alrerius vicini, Ord. L. I. T, 9, 68. S . 24. juncto 9. 33 , Peg. tom. 6. ad Ord. L. ,i I. 'I'. 68. 5 . 24. n. 93 , Fragas. d e Regim. Reip. 2, P. r. L. 7. Disp. 21. n. I r . P. H'ec nutern r Sed 3s si solarium , vel méeniana fiierint constructa sine pe-% 9, ribulo, aut sine legitimo spatio legis versus atrium, ,, aut viridarium vicini , impedire possunt , ac des- ~9 t rui , L, Ex quo pace Cod. de ardific. privar.

T a l he o discurso de Ferreira : Porém para me- lhor percepçáo delle , e applicaçáo da Lei, devemop

figurar dois casos : Primeirs : Se o eirado QU solario se cdifica lia summa altura da mzas até áparede del- Ias eonfinante com ar cazas au quintal do visinho; sim p6de fazer-se sem intermediar cspatp algum , e mesmo até terminar RO fim da parede; mau nem caso be necessario altear a parede, ou fazer Iium enreparo e peitoril táo alto, que se náo p e a algvctn encosiar sobre elle para ver a caza, ou quintal do visinlio: Segundo : Se o eirado ou solarie , se faz aa snmini- dadc da caza , mas se rwdk om termos ,. que entre o fim desse obm , e o íim do tecto do adifieanre, se deixa o espaço de vara e quarta ; e n t á ~ se póde fazer ainda que sern peitoril , ou anteparo alto, excessivo da altura ordiriaria de hrg Ii~mem : Este ein ambos os cas9s he o sentido pratico do 5. 24. juncto o S . 33-

$ 0 z h .

O mesmo sem differença procede nas (bm cos- tumadas) aguas furtadas, ou cazas, que se eobrelcuan- táo na summa altura d'ourras pdra varios ministcrios com portas ou janellas, seja para receber o sol, seja para receber luz : Porque se as taes portas ou janellas se formáo na extremidade dos telhados, sobre a caza ou quintal do visinho , sáo illicitas; menos, que na mesma extremidade se ndo fasa hum alto peitoril ou anteparo : Se porém se formáo recolhidas para traz, intermediando entre esas janellas ou portas e a extre- midade do telliado o espaqo da vara e quarta; entáo licitainente se edificáo sem precisáo de alro anteparo: O mesmo procede, quando alguem v. g. no seu quin- tal fórma hum tablado , á maneira de iheatro, eleva- do para ahi receber o sol ; porque se se extende até á extremidade do quintal, deve pâr-lhe anteparo alto; se retrocede o espaço de vara e quart.a entáo nio (I)'.

( I ) Assim se vê iiilgãdo ein Peg. tom. 6. á Ord. pqg. 83. a n6 85.

Quanto á altura destes pannos, ou peitoris, esri arbitrado e decidido, que basta reja de sete palmos (I) : Assim Iie que aptzar desta altura, se pddc p6r no eirado lium banco, e subindo a elle devassar a ca- za , ou quintal do visinlio ; ao que nso attendeo a Lei ; mas s6 a dever fazer-se Iium peitoril tbo alto, que naturalmente se náo possa reclinar sobre elle quai- quer pessoa; e que na sua altura se não veja natiiral- mente a caza ou quintal do visinho. Feito assim , esti a óbra em si mesma inmcente. E se por meio de ban- co OU estaleiro se sobe para deuassar o quintal do vi- sinho; isto já procede do vicio da pessoa , e aáo ck, vicio da obra : Tal curiosidade pois s6 se póde €&i- bir por hum preceito comminatorio penal ; ou por n c ç ~ o , d t injúria : Porque se o entrar com os pés na caza do visiinho comra vontade delle he injuria gra- ve (5. I+) ; a50 he m e m perscrutar de proposito com a vista os interiores da caza do visinho (2).

( I ) Peg. mm. 6. ad Od. L. I . T. 68. S. 24.

n. 93. et 104. (2) Donell. de Jur. Civil. L. I I. C. f.?, Sena-

tores apud Peg. tom. 6. ad Ord. L, I. 1. 68. S. zps12b n. 10, er sub n, S.

Questáo incidente,

Dando , e como $e &vão gradar as janellas?

Huina vez que a janella adquirio direito para mais náo poder o visinho cdificar na frente della, to- Iherido-lhe a luz ; náo ha Lei expressa etn todo o Di- reito Remano, que obrigue o dotio da janella gra- dalla com grades de ferro para evitar, que por ella se desça , ou lance alguma coisa para a caza, ouquin- tai do visinho, que fica adjacente; e só este visinlio lic providenciado pelo mesmo direito com a acç2ío de damno dato ( r ) : Por principias geraes decidirá0 os DD. esta questso (2) : Tambcm temos Lei Patriri, que assim o determine.

(I) Stryk. vol. 14. Disp. de Jure Servituturlr prcedialkm llodierno , T. 2. $. 10, Cxpol. urb. Cap. 55. n. 3 , Conciol. ad Statut. Eugub. L. 5, rubi. 35. n. 3. et 8 , Ferreir. de Nov. Op. L. z, Disc. 9. sub n. 37.

( 2 ) Peccb. de Servit. Cap. 8. Q. 2 6 .

Se recorremos ás Legíslaçóes das Naqdes, QS DD. nos indicáo Estatutos de muitas, em que em certos casos se niandio gradar as janellas, como em duas Provincias da Alemanha ( I ) ; em Bolonha (2) ; em Eugubio (3) ; em Melchinia , em Antuerpia, e no Belgio (4) ; e o vemos rambem no moderno Codig~ Civil dos Francezes (5).

(I) Stryk. vol. r+ Disp. de Jur. Servir. przd. hod. 'I'. 2. §* 1s.

(2) Conciol. ad Stat. Ewgub. L. 5. rubr. qy. n, 3. et 8 , Pacicliell. de Distant. Decis, I z. 6 z.

(2) Este be o Statur, L. 5. rubr. 35. transcripto por Gonciol , ut ibi =; Q~iicurnque habuerit ali- ,> quam fenestram, seu foramen adeo latum in 99 muro aliquo communi , vel proprio prope 90- 93 mum vicini , pa quam , seu per quod descendi 93 facile possir in Doinum, seu Cortile , vel hor- 9 , tum vicini, quod Judicis arbitrio judicandum 3, relinquimus, cogi possit a Jiidice ad petitio- r3 zem vicini conquercntis, ut debeat illa ferrari 9, fdcere, ira, et taliter, quod per illam non 9, possit caput mit i i , et vicini Domus in tuto 3s ponatur. "

(4) Pacichell. de D i ~ t a n t ~ C a p , 6. Membr. 4. n.

(5$1* Cod. Civ. dos Franrezes arr. 669.

Se recorremos ao uso e praxe d o nosso Foro pela liç%o dos Praxistas , encontramos muitos Arestos pe- los quaes em varios casos se mandáráo gradar as ja- nellas: Hum nos refere Mendes ( r ) ; outro Pegas (z), pelo qual em lugar de grades dc pá.o se mandáráo par de ferro dentro em 30 dias com a comminaçáo de se fazerem á custa dos réos; e isto, ainda só para evitar, que por essa iandla se náo lançassem immun- dicias no pateo d o visinho : Outro no mesmo Pegas (3) , aonde ao mesmo tempo que sc julgou justa hu- ma nova obra feiia de ilharga de Iauma janella antiga (conf. S . 175.) , se declarou ,. que sobre o muro, a9 que divide o telhado da azrnbaga , se gord brrma

Y

9, grrde p? centa do r i o , pura qru' de telbado se a9 n2o possa passar d janella do auceor " ; accres- tando o ,mesino Pegas (4) Si vicinus habens fenes- ~t tram soper tectum meum fecerit i n meo damnum , 9s póde ser obrigado gradar a janella, er qua mibi JS darntituno infertatr. " Outro A r e ~ t o refere o mesmo Peg. (5) pefo qual se maridário pòr grades ani huma janella táo junctas, que por ellas se náo possa uaar de aervenria alguma, nem sirva mais que para dar luz á cata.

(I) M e n d . 2 . P . L . 1 . C . 2 . n . 1 3 3 . (2) Peg.tom. 6 . á O r d . L . r , T . 6 8 . 9 . 2 t e n .

34. e 5- (3) i o S. 24. n. 16. (4) Pag. 102. n. 162. ( 5 ) Ao g. 29. ri. 19. pag 123.

Devemos porém advertir, que esta obrigaçáo de gradar as janellas, segundo o uso das NaçBes (S . 184.) e do noew, Reino ( 5 . I ~ F . ) , a6 he praricavel no pre- ciso caso de qualquer ter Feito janellas (sem o incers- tkio da vara e quarta no nosso Reino) sobre caza, arrio, o u qu'intal d o visinho; e ter adquirido a servia ddo, e conscrvaqáo das mesmas janellas pela predri- pq5o de anno (u t a 5. 62. et 66.) : Amim se nota nos citados Arestos : Se porém qualquer adquire p a r contracto a servidáo de abrir janellas sobre caza, ou quintal d o visinho ; ou quando, abrindo-as, deixa de terreno seu o espaço legal da vara e quarta ; nestes casos cessa rwlle a obrigeçgo de gradar as janellas (I).

(I) Assim Chriainaro nos Comentqios

ás Leis Melquinienses diz, e segue Pacichell. de Distant, C. 6. Membr. + n. 41.

Com effeito : Nestas duas restricçdes (5. 186.) raia toda a luz da razáo, que por si mesma fere as intelligencias : Na primeira restticç30 porque quem obtm do visinho a servidõo Zttminis rrcipientii sem oatra modificafáo, Iie visto cantracfar de receber pela janella toda qulnta luz ella pova feceber ; e juricta- mente contractar a faculdade de se reclinar abre i mesma janella : O visinho, pue por contracio se SR-

cíifica a esta servidão indisttncta sobre a sua caza, arrio, ou quintal Iie visto candexender em todas e$- t a s commodidades do dono da janejla ; e Ilie póde ser imputavel a menos expresszo ou declaraçáo ( I ) . Ora se depois fosse obrigado gradalla com grades de fer- ro , náo se adimpliáo as mucuas inrençbe; ; e p ,r cerro modo se limirav5a os fins dãquelle , que por contra- cto adquirio essa servid3o; porque, gradada a janek h , jtt aáo recebe a m a luz e a r , nem nel Ia se p& tecfrm. Na z.' restricqdo; parque, cumprindo com a Lei, d e i x a d a do seu terreno, e d'entre meio a va- ra e quarra; se o vitinhul quer evita? alguns pejuizm (que s b a causa da g~rdsqáa das janeilas), a elfes não artender, nesre caso a I A (vide 8. r 5 8 1 ; e 6e quer occorrellos, levante-se altamente sobre si : E m ambos os casos ou ~estricçaa seria iniquo, que aquelle que pcu algum destes dois kgisimos rndm adquirio a servidáo da jariella , fosse de mais a mais obrigada

adalla a grande despeza sua com ferro, vidros, etc. 8) : Se pela ina l la , assim aberta, se pdde p i t k a r alguma travasum, 3b r a t h 66 meioe de s precaver por outras acsdes ( S . 183.)

v,

(I) L. Veteribus 39. E. de Paa. ( 2 ) Assim o sente Ferrei. de Nov. Oper. 1,. 21

Disc. 9. n. 38, 4 2 , 46.

Exceptuados pois estes unicos casos (S. 186, a87.), em todos os mais, em que a janella se acha aberta sobre a caza , atrio , ou qu!ntal d o visinho, sem outro titulo mais cyie ter adquirido essa servidáo pela disposiçáo da Lei; ou pelo dizer melhor, neste unico caso, he que podeni ser praticaveis entre nós as Legislaçbes ( S. 184.) , e Aresros ( 5 . 185, ) para que o dono da janella seja obrigado gradalla; maxi- me? .quando se verificáo real ou possivelmente estes prejuizos do visinho..

Primeiro : Quando dessa janelta se lançáo im- mundicies para o telhado ,. pateo , quintal , ou campo d o visinlio (I) : E isto, ainda que ao dono da janella compita a servida0 Projiciendi; porque esta servidáe se náo amplia 4 liberdade de lançar taes immundicies no telhado, pateo , ou quintal do visinho (2) : E ain- da que se prove huma posse antiquissima de lançar immundicies para o predio do visinho (3).

( I ) Peg. tom. 6. ad Ord. L, I. T. 68. 8. 22, n. 34. er 35, Ferreir. de Nov. Oper. L. 2. Disc. 9. n. 40.

(2) Ferreir. n. 41. (3) Peg, tom. 6. ad Ord. L. I. T. 68. $, 18.

n. e.,pag. 27. cola wbijudicatum.

Segundo, e geralmente : Si fencstra fuerit prae- S, judiciaiis vicino ob aliquod damnurn , tam prasens, ,y quam futurum muniri debet clarhris ferreis ( I ) . ,' E especialmente "si tractu temporis periculum ingre- 9 7 diendi in dornum, vel vicini viridarium detur, aut 39 aliquod dainnum fuerit causatum, clatliris ferreis 9 7 muniri debet fenestra, quanivis dicta fenestra in 3, superiori loco sit collocata; dicta namqae aititudo ,Y vincibilis est curn schalis, et aliais insrrumentis; tum 3, quia ratio clathrationis curn consistat ad evitandas 39 dissentionis , et insidias ; et istz dari poseunt tam 9 , de fenestris inferioribus , quam de superioribus , ar- Y Y bitror dicendum ex idenritaie rationis munire d e ~9 bet ( 2 ) .

(E) Ferreir. supra n. 37. (2) Ferreir. n. 42 , conf. Afflict. Dee. 224 ;

Card. de Luc. de Servit. Disc. 92. n. 10; aliter Pecch. de Servit. C. 8. Q 26. n. 3 , onde diz, que sendo as janellas muito altas, náo se deve obrigar o dono a que as grade : Se bem que no n. 21. vem por fim a assentar, que ainda rnesmo as altas se devem gradar.

Terceiro : Quando dessa janella , ou janellas se póde facilmente descer para o telhado, pateo, ou quintal do visinho ( r ) . Maxime , quando sáo baixas; e isto ad obviandum dis~e~tionibus , insidiis , se&- tionibus, $eu di~cordiis ( 2 ) : O mesmo procede quan- to ás janellas de perspectiva, vulgo ~acadas ; porque

dendo causar algum dos referidos prejuizos, taxn- E m devem gtadar-se (3).

( r ) Pacichell. de Distapt. post Tract. Dec. 12. et Dcc. 46. n. 9. e t 1 0 , Sperell. Dec. 55. a n. 34 , CoacM1. ad Stat. Eugub. L. 5 . &r. 35. n. I.

(2) Pecch. sopra a n. 4 , Gob, Cons. 13 z. n. 62, (3) Ferreir. de Nov. Op. L. 2. Uisc. 9, n. 45.

ct 46. 5. 192.

Estas grades devem nietter-se na parte interior das jsnellas, e entre a grossura das umbreitls, e n5o na parte exterior ( r ) . Se porem o lugar, em que caem os beiraes , he do dono das cazas (o que depende de provaeç reaes, e conjectmaes (2) ; ) neste caso as gra= des se podem cravar da parte de fóra da parede, t atC onde os beiraes se extendcm (3) . Se pelo decurso do tempo as grades de ferro se con~umirem, ou que- brarem ; fica o dono da janelh obrigado reformallas á sua custa , e sendo negligente póde ser accionado pelo viainka (4).

( I ) PacidrelLdeDist.C.6.Memb.r.n.37, Cmcb1. ad &ar. Eugh. L, 5. n. 9, Fmeir. su- pra a 43-

( 2 ) Mul. ad Strur. Exerc. 13. tbes, 1 5 , Pecch. de Servit. C. 4. Q. 23. a n. 30 , Czpoi. urb. C. 40. n. 9 , Ferreir. de Nov. Op. L. 2. Disc. 11. n. 29. Id Pecch, C. 8. Q 5. n, 15.

(3) Pecch. de S d , C. 8. Q 2 5

( C q d . raben. C. 55. n, 3 , Eic~reir~ de N a . Op. L. 2. Disc. 9. nm, 50.

RSO páde o visinho na frente del la dificttr ecm dei- xar o intersticio da vara e quarta ; ou hssem grada- das coacra , ou voluntariamente (I) : Se porém, quan- do as janellas se edificárão, retrocede0 o dono, e dei- xou de terra sua o intersticio de vara e quarta, náo s6 &o he obrigado gradallas (5. 186. e I 87.) ; mas se elle mesmo quiz gradalles por commodidade pro- pria, póde tirallas quando quizer ; e ao visinho s6 resta o recurso de se murar altamente e munir no seu fóra do dito espaGo enrermedio, que deixou o dono das janellas (8. 186. e 187.)

(I) Farreir. de Nov, Oper: L. 2. Diic. 9. a n. 48. videndus.

S E C Ç Á O VI.

Já vimos a <$. . . . . c m o e lquarido páde que& quer madeirar na pasede alheia, indemiszindo o po- prietnrio deHa. Tambcni vimos a 9.. . . . os direitos reepemivos 4s serividdes Oneris ferendi , e Tigni h- minendi : 1guakmt.e v i m a §. . , . . quando se pre- srntra rommua qealque~ parede, e quando ó consckío porna :madeirar nella : Náo menos a 5.. . . . ermo deva praricare e a que despezas, e de quem a refórniii da piarede commua, que prmisa de ser nedificada,

C 172 1 Da mesma- sorte vimos a 5. . . . . em 'quaes ciriunstan- cias se deva julgar propria qualquer parede, para em consequencia ser livre e arbitrorio madeirar nella, En- tre os favores dos edificios connumerei a 5. 8. o de se poderem .formar os andama dos obreiros na parede do visinho só temporalmente, refutando Ferreira , e Pecchio, ou a sua distincçáo com varios DD. , ecom Q argumento da nossa Lei: Nada mais aqui me resta.

Beime~, o# telbtiras , na frase latina stilli- cidium , JU bruguwda.

Por ora, e aqui s6 tracto o caso em que de no- vo se edifica h m a caza com beiraes propdentes em solo proprio , publico, a1 heio , ou comrnum : Ao di- ante a 8.. . . . tractarzi do caso- da reedificaçáo da ca- za. N o caso pois do novo edificio he regra geral, que qualquer sobre terreno seu , e sobre elle póde edi- ficar beiraes, que nelle lancem as aguas pluviaes; com tanto porém , que as aguas se nSo recebáo jun- tas em hum cano ; e que caindo assim, ainda que em terra propria do edificante, náo proosigáo juntas a damnificar o predio do visinho ; porque a qualquer só he licito e permittido edificar no seu clrrmrnedo in alienum nihiZ immittat (I) . Pelo mesmo principio : Se qualquer edificando de novo huma caza , deixa ter- reno e espaço para receber as aguas dos beiraes , de- ve , sendo requerido, fazer nesse espaço hum rego, ou vazante em termos, que não váo prejudicar ao vi- Ynho , .cujo solo he , e deve ser livre de toda a oervi-

r 173 1 da'o: Para o que por arbitrio do Juiz se deve deixar hum espaço recipiente das ageas em termos, que evacuem, e se expeçáo sem prejuizo do visinho (2).

(I) Pecch.deAquzed.L 2 0 C . 9 . Q r 9 . n . ~ 7 . et 29, Muler ad Struv. Exerc. 13. thes. 15.

(2) Mul. supra.

Se o solo, em que caem os beiraes , he publico, tem o edificante a permissão iio costume geral do Rei- no, conforme ao qual Iie permittido a toda a pessoa ter beiraes sobre ruas, e terrenos publicos (I) : Li- berdade, que sd se vê restricta na Ord. L. r. T. 68. 5. 40, qumdo as aguas se dirigem por cale táo lon- ga, que saia fóra á rua, e que faça damno ao visi- nho, ou aos que passáo pela rua.

( I ) Czepol. urb. C. 41. sub n. 2 , Ferreir, de Nov. Op. L. 2. Disc. 1 1 . n. 3r .

Se o solo, em que caem as aguas dos novos bei- raes, he alheio, procede a regra que Ninguem , a ,, menos, que náo tenha adquirido hurn direito de 3, servidáo, náo tem direito de descarregar as aguas 9, do seu telhado sobre a caza , atrio , ou predio dp 2, visinho ; mas cada hum he obrigado de as fazer 9, cair por beiraes sobre o seu pateo, eu sobre as ruas 99 publicas ( I ) : Se porém o que edifica as cazas náo tem, nem póde ter lugar commodo para onde lance os beiraes; eu náo duvido, que póde demandar o vi- sinho, a que lhe venda essa scrvidio, em favor do

z

edificío por identidade de razáo da Ora. L. r. 'r.- 68. $, 3 9 , 3 8 , 9 ; e bem como póde o visinho ser i obrigaciu vender. he a servidio da entrada (S. 8.)

(I) Cod.Freder.P.2.L.4.art.r.§.29,Cod. Civ. dos Francez. arr. 674, Arouc. na L. 2. 5. r. de rer. divis. n. 41 , Peccli. de Servir. C. Q 3 f o n. 1 1 . et Q 17. n. 4 , Mul. ad Struv. Exerc. 13. thcs. 15.

Se o s d o , em que caem os beiraes , he com- nium , procedem aqt~i as regras expostas desde o §. 53. et à 8. 142: Se parém se lançáo beiraes sobre o solo comtnu;rn , ou alheio, á vista e face do consocio, ou visinlio sem sua contradicqáo, ou enibargo, náo devem demolir-se ( I ) indemnisando-se porém o con- socio ou visinho: E se foráo feitos clandestinamente, Rsa competindo o interdicto Quid vi azlt clam (2).

(I) Pacichelr. de Distant. Cap. 6. Membr. 5. n. 9 , e bem se comprova com o exposto a S. 50.

(2) ATOLIC, in L. 2. 9. I. ff. de Rer. divis. n. 41-

§* 199.

Para ficar hun~a eterna prova, de que o terreno em que cacem os beirries, se deixou de fóra pata esse h ao tem.po, em que a caza se edificou , e se con- setv,ar o djomimb dehle, lie huma prwiderite cautella deixar na parede l ima pedra sacada e sobresaida ate a dirtancia do terreno inferior, em que caem os bei- raes ( i ) . Na falta deste eigml caracteristico do dotni-

desse terreno, antra a ChPVidkt ; se eNe se p r a u m e

do dono do stillicidío, ou do visinho, em que elk cae? Só por c.~njecturas e cirçunâtancias se pdde de- ci3ir ; e quanto a mim a mais urgente he a posse des- s e terreno (2)-

( I ) Pacichell. de Distant. C. 5. n. 21 , Pecch. de Servit. C. 8. Q- 5. n. 15, Ferreir. de Nov. Op. 1,. 2. Diçr. I I. n. 29. in fine.

(2) Vejáo-se Mul. ad Struv. Exerc. r3. thm 17 , Pecch. cle Servit. C. 4. Q 23. a n. 30, Czpol. urb. C. 40. a. 9 , Ferreir. supra.

S E C Ç A Q V I I .

Estas officinas particulares tias cazas podem ser prejudiciaes aos visinhos de muitos modas : Ou I.") com os fumos das chaminés, fogóes , e fornos inte- riores das cazas ; ou 2.") com o perigo das paredes contiguos ; o i ~ 3.0) occasionando incendios nas cazas visinlias ( r ) : Tractarei pois distinctamente de huns e outros contingentes prejuizos.

(I) L. 8. S . 5. e 6. K Si servit. vindic. , L. 13. fE de Servit., L. 24. S. 7, íE de Damn. infect.

Divisáo I.'

Pelo qne re~peita ao prejniso , que póde caN.sar o fumo da cozinha, figzo, firno

dome~ticos.

9, Siquis facist ignem solitua,, quem usus fami- li= exigir, et ira forte fortuna altcui fumo moles tu^ si t , non poterit a vicino prohiberi ; cum , qui jure suo utirw nemini fdciat iiijuriam (I) : Distinctio-

3, ne tamen propter diversiratetn textuurn res expedi- ,, enda. Aut servitus immittendi fumum constituta; 39 aut non : Priori casu dubiurn non est ,, quin licite 9s fumum in alienum jure servitutis constituta: possit 3s immitrere: Posteriori casu, si servitus non sit cons- 3s tituta, ec ille velit immittere jure suo porerit id ,Y facere per ratioiiem superius ad ductam ( 2 ) : Igne Y, enim ad necessitatem opus habet aliquis, qui vix Y S sine fumo eri t , cujus natura sursum tendere. Ad 9, ignem tamen solitum id superius adstrictum (3).

(I) L. 9. 9. I. fF. de Condict, caris. dat., ̂ L. 3. 7. ff. de Incend., ruin. naufr., L. 13. 5. I. k de Injur., L. 129. fK de Reg. 'ur.

(2) Er per çxpreasuui rcriurn in L. 8. 9. penult. fE Si servit. viiid.

(3 l8 Ita Srryk. de Jur. Sens. Diss. 5. C. 3. a n, , et vol. 3. Disp. 14. de .fure Furrzorum C. 2 .

a n. 73 , et vol, 14. De Jur. Servitut. prad. bodierm. T . 20. S. 10, Czpol. urban. C. 53 , Brunnem. na L. 8. fF. Si servir. vind,, Voet. ad Pand. L. 8. '1'. 2. n. r4 , Pecch. de Servit. C. 8. Q 31. n. 5 5 , Ferreir. de Nov. Oper. L. 2.

Disc. I z, n. I 8 , Barbos. et Tab. L. 6. C. 50.

Semelliantemente póde qualquer pessoa, indepe* dente de direito de servidáo, fazer na siia caza forno de novo para o uso da sua familia, ainda que o fumo modevado vá prejudicar ao visinho; e este deve sof- freI!o, por huni direito de visinhança, setn que o possa proliibir (I) .

( i ) St ryk. de Jur. fcrvitut. pradial. bodier.. T. 20. 8. 20. ibi 5 NOD dissimiiis ratio est quo 9, ad furnum a vicino extructurn ; uam et hic 9 3 11011 leve incommodum ex fuino in nostram 9, aream immisso nasci solet , et hinc cifra ser- ,, viiurem Iioc non licet L.. 8. §. 5 . ff. Si serv. 9, vind. Alia rstio est , siqiiis igne sotito in suis 9, ~ d i b u s utatur , et itide ex flrno aliquid in vi- ,, cini aream transear; hxc enim jure vicinitatis Y, aequo animo ferre tenetur vicinus c Id Stryk. d. Disp. De Jtlre firnor. C. 2. a n. 72 , Leyser Jus Georg. L. 3. C. 16. n. 55. ibi =: Ad effe- Y Y ctus , qui furnum ipoum concernunr , spectat , 9, quod euridem exercem, f ~ ~ m u m libere possit 9, immittere ; adeo ut , licet in alienas domos 99 adscendat , non tamen prohiberi is possit, "

Conf. Senat. apud Peg. 5. For. C. 93. n. 87, e t tom. 6. For. C. 153. wb n. 3 , Egid. in L. Ex Iioc jure P. I. C. 6. sub n. 33.

Por&rn esta liberdade natural, este direito de vi- sinliança passa a ser prohibido , e criminoso I."), se alguem pclr acinte em vilipendio, e para affligir o vi- sinho, com esse positivo animo faz demasiado fumo

na propria caza ; porque entáo commette itijuria (I): 2.O) Si prarer constieturn morem, vel in quantira- 93 t e , vel in qualirate igtiem solitum augeat, unde s i t 99 vel fuinus gravior , vel copiosior ( si videlicet res 9, feridas, ut cenrones cariorum , ossa , stipulam ma- Y B didam , .vel f znum cotnburat, ,quo ipso molestus sit u otfatus r ic ini ) prohibitio fieri porerit, si servitus 3, tali mcdo fúmum iliimitrendi non sit constituta (2) : 3.O) o dono do andar superior da caza náo póde alii &cender fogo , sem formar huma lareira de 'pedra, e precaver todo o prejuizo d o inkrior (3) : 4.") O in- ferior da caza náo póde ahi fazer tanto fumo , que notavelmente prejudique a o superior (4) : E muito menos se com animo de o vexar ( 5 ) .

( I ) L. 44. E de Injur. Stryk. de Jm. Sem. Diss. 5 . C. 4. n. 9 , Leíyser supra sub n. 55, Mul. ad Struv. Exerc. 1 3 , thes. 18.

(2) Stryk. supra C. 3. n. 10, Cspol , urb. C. 53, Manz. ad Tit. de Servit. urb. p w d . n.271, Mula supra, Barbos. e t Tab. L. 9. C. 5. ax. I.

(3) Barbos. supra, Ferreir. de Nov. Op. L. z. Disc, r 2. n. 5 , Pecch. de Servir. C. 8. Q: 38.

(4) Jul. Capon. Discept. 170. n. 20. ( 5 ) Ferreir. n. 6 , Barb. et Tab. L. 6, C. 50.

D a mesma f6rma a liberdade de fazer forno na propria caza , se restringe 1 . 9 uando se edifica com ? q positivo animo de vexar e injuriar o visinho; rnaxime tendo commodidade de o edificar eni outra parte (I): ire0) quando no fomo se faz hum fogo insolito, e nelle se queimáo coisas feridas (2) : 3 . O ) quando al- g u e ~ faz em sua caza hum forno, náo para o seu

uso domestico, m s para mgoriaçh Ee cmm pío, paçteis , c:c. (3) : 4.0) quando o &ma vai entrar em alguma S é , o u Igreja (4). Porém estes prejuitar, que (quando illicitameiite) p0de causar o Çurnn , se devorn evitar, e evitão fazendo-se chaminé ou tubo r50 alm, que exceda as janel!as dos visinhos, por arbitriõ de peritos (5).

( I ) Leyser. Jus Georg. L. 3. C. 16. sub n. $ 5 5

(2) Ley!er. supra n. 5y. in fin., Srryk. d. Disp. de Jur. Servit. prkd. hodiern. T . 2 . S. 20 , Cxpol. urb. C. 53.

(3) Cxpol. iirb. C. 31 . n. 4 , Senat. apud Peg. 5 . For. C. 93. n. S 7 , Col~ciol, ad Stat. Eugub. L. 5. rubr. 8 , Ferreir. de Nov. Op. L,. 2. Visc. 12. n. 18.

(4) Peg. tom. 6. For. Cap. 153. ror. 5 Ferreir. de Nov. Op. L. 2. Disc. I z. n. 15.

V. Christin. ad Consuetud. Melcliin. T. 14. art. 439

Divisáo 2.

Pelo que re~peita a outros damos , que podem car- sar n chaminé, figtio, ou forno domesticas.

Qgid quanto aos fornos p#b&ros ?

3, Deinde (diz I,eyser. ( r ) dictum , in suo, coi- Y, libet Iianc f~cultatein cotnpetere ; .quod tarnen irã 9 , intelligcndum , ne vicino darnt2uw ~mmEneat. H1i.n~ 9 , Furniis a pariete vicini nimirom iiiiirw pedem abcss~ 9 9 debrt, ne per nimium calorem inurus correndo de- 9, bilitetur (2) . Alitec Tliolosanus ( 3 ) , statuit Pris-

9, tinum. a domo et fundo vicini sex pedes sejungi s i oportere ob incendiorum periculum: Sed recte Iiic 9, sratuta , et consuetudines locorum esse attendendas, 99 ait Brunnernanus (4) : Et sic Jure Saxonico Furiius 3, a s:pibiis viçiiii trititn peduni spatio distare debet. 2, Imo prohiheri quis plane potest ne contra parirtem 99 vlcini Furnum ceclificet, quando incendii metus sub- ,, est (5) , au t vicini murus debilis esc (6) ; quilihet 9, ta1nC.n ji;xta vicini mutum parvuni quendam muruni 3, potest coiistriiere eique furnum apponere, inodo 1 8 murus proprius i11 vicini non hzreat (7).

( I ) Jus Georg. L. 3. C; 16. n. 24. et 25. (2) L. fin. ff. fin. reg., Czpol. urb. C. 50. Q

6 , C. 51. Q 2, C. 53. Q z , Koch. de Jur. Vicinirat. C. 5. n. 13.

(3) Syntagm. Jur. univ. L. 18. C. 22. n, 7. (4) Ad L. fin. A-. Fin. regund. n. 3. (5) L. 17. E. de Servir. urb. przd. ( 6 ) L. 8. $. 5. fE Si serv. vind. (7) L.19 § . r , K d e S e r v i t . u r b . , K0ch.d.

n, 13, ratio in d. L. 8. E Si servit. vind.

Concsrdáo com Leyser., Srryk. ( r ) , e Pacichel- 10 ( 2 ) : Que entre entre o forno, e a parede do vi- sinho deve deixar-se o espaço de dois pés, quiz Pec- chio (3) : Bem que (4) vem a firmar esta conclusáo 9 , Vicinum non posse facere furnum in suo solo, eriam ,* si dimissum fiierit spatium duorum pedum, quando 3, jmmineret perisulum incendii in zdificio alterius 9s vicini, sive postea hoc possit procedere ex vitio 3s operis , sive ex negligentia Furnarii (5). O Cod. 3s Civ. dos Francezes ( b ) , obriga deixar a distancia

n piescripta 'pelos Regulament* particulares para evi; 9s tar os prejuizos do visinlio: E isto porque (disce 99 h u n ~ Sabio (7) em effeito a Lei náo poderia pie:. 99 crever o emprego de taes, ou taes materiaes, que 99 n2o existem igualmente por toda a parte.. . . Meu 99 visinho, se elle quer construir hurna chaminé, Iiu- 9s ma fórja, huin forno, náo póde com tiido iilettex 99 a minlia propriedade em prejuizo ; e elle alii acon- 99 tecerá segundo alii empregar taes mat~riaes, ein lu- 99 gar de taes outros ; on que segundo a natureza das Y * rn:nhas construcçóes, elle avi*inhará mais ou me- 99 nos as suas. T e m sido pois precizo referir-se a Lei 9s sobre este ponto aos Regulamenros, e usos locaes, Y Y e renunciar por necessidade ao beneficio de unitor- 9s rnidade em iiuma materia , quc não a permittiria. "

( I ) Stryk. vol. 3. Bisp. 14. de Jure Furtzor. C. 2. a n. 72.

( 2 ) Pacichell. de Disrant. Cap. 9. n. 17. in fia. (3) Peccli. de Servir. Cap. 8. Q: 39. n. 6. (4) N o n. 7." (5) Art. 667. (6) Na exposiçáo do mesmo art. pag. (rnihi)

124. Confira-se sobre tudo Ferreir. de Nov. O p L. 2. Disc. 12. a n. 9.

O exposto ( 8. 207. e 206.2 procede, quando de novo se perrende fazer chaminé, fogio , ou forno em solo proprio juncto da parede toda do visiiiho: Q w i c l vem se o solo he commum ? Aqui varia0 no- ravelmente os DD. O citado Strykio ( I ) , o citado Leisero (2) , por formaes palavras se explic5n assim : $ 9 Idem obtinet, si paries sit comrnunis (3) In fundo

99 vcro communi, ne socius furfiunt exhuat , obsiat 9 s ratio L. a8.ff.comm. divid., cponiam in pari causa r, rnelior eet ratio prohibentis , niai funduo ille ad fur- 9, num sit deputatus. Existirnaverim tamen contrariam 9, sententiam aequiorem esse ex ea racione, quoniam 9 9 socius in re communi, etiam invito altero socio, 9 9 facere potest , quod sibi proderit , alteri vero non e, nocet (4) : Non potest vero nocere alteri socio fur- 9, ni extructio, quippe, qui facile locum invenire po- $9 test , ubi socius in usu fundi non impediatur; nec 9 9 eiiani fuiiius frugibus obsit , aut in cedeo adsccndar, 2s alteri vcro socio prodesse maxime poteat.

(1) A 77. (2) A n. 25. (3) Ctrzpol. urban. C. 51. Q 3. (4) Brumem. ad L, 28. E. Coma. divid. n. 9.

Constantin. ( I ) se explica assim= An in pariete 39 communi possit fieri caminus ? Videtur negaiive s3 respondendurn ex L. Quidam Hyberus 1 3 . E de 9, Ser,, urb., ubi quod non lieet habere tuh las , hoc 39 est canales fictiles , per quos transeat igtiis .per pa- 99 rietem : Ex quo textu desumunt, non posse cami- 3 3 num fieri in pariete comimni (2); riam ex illis pe- 3 9 riculum incendii , ac muri ruina procedere pottst : 9 9 Failit conclusio si murus sit ita grossus, ut possit YY in eo fieri excavatio pro camino, q u z non ercedat 3, dirnidiam parietis (3) . Secus, si murus est ita sub- 9 , tilis, u t tiineri possit, ne comburetur (4) . " Con- aoida o nosso Bento Gil (5).

( I ) Constant, ad Stat. urb, Annor. 23. art. 2, a n. 19.4.

(2) Valenzuel. Cons. 1b8. a n. $r; w s a n t . Rmp. 108. n. 5 r , Speretl, Dcc. 96. n; gg

(3) Surd. Cdns. I 26. n 21 , N c g u s ~ t . . A e ~ p i 108. n. 7 , SpmIl. d. n. 53.

(4) Valenzuel. Cons, I I 8. n. 6. ( 5 ) Bento Gil, vulgo Egidio na L. Ex hoc

jure P. I. C . 6 . n. 37.

O m d e m o Ricber. (I) diecutio e resolveo a mesma quest5o nesta fórma = Dispitant inrerpretes, 99 an passit secundum communem prieteni construi 99 furnus , fornm , caminus ? Furni constnictio , &cm 9, cundum parietem communem Rominis Legibus gc- 9s tieratim permitti videm dummodo damni infecti 99 cavetur *, si damnum revera timeatur, prout d b 9, tum restaurari debet , L. 27. g. ro. E. Ad Leg. 99 Aquil. Si tamen parics commenis tenuis sit , et vix 99 huic usui idoneus , vel alia sinc iucmum , aut Ai- 99 um contiguarum adjuncta, ex quibus grave alteri n damnom immineat, deneganda erit Iiujusmodi fa- 99 cultas, L. 13. L. 19. ff. de Serv. urban, prsed. Fa- 99 cifius, quam furni , permitii debet carnini gdifica- 9s tio secundum parietem communem, d. L. 27. $1

r, 10. ad Leg. Aquif. ; dummodo ultra medietatem 9s parieris non protendatur ; quia minus periculum 9, imminet , quam ex furno, cujus acrior est flamma : 59 non tamen fornax Iiaberi potest , ex qua gravissi- 29 mum damnum plmumqiie tiinendum esc, d. L. 13. 29 ff. de Serv. urlr. przd.; nmi inter sociw irei conive- r9 neri t , etc.

* Aqui se equivocou bem Rieher. ; porque como diz e distingue o nosso Egid. na L. Emc

Aa t

hoc jure P. r, C. 6. sub n. 39. e no proprio ca- so Diversa rario est in furno jam facto, ac in 9, faciendo; nam contra facrum nullum supeiest 5, reme?ium , nisi darnni infccti ta#tio ; contra Y, faciendum ver0 jus est prohibendi, etc.

E m fim o Professor Pecch. de Servit. C. 8. Q 38. (tractnndo do tubo, ou camino) depois de fazer a dis- tincçáo entre o caso (induhitavel) de haverem taes caminos de hum e outro lado da parede conriniia; na caso de se pertender fabricar de hum só lado diz no n. 13. Quod non licet facere caminum in pariete 5, communi; ira quod per ignem comburetur, vel de- ,, terioretur. Si tamen ibi solum faceret tubam cami- ,, ni; ira quod solum fumus ascenderet, et ignis non ,, apropinquaret parieti, et sic cessaret ratio deterio- ,, rationis , videtur dicendum , hoc esse permissum; ,, etc. Porem Pecch. ainda que inconstante prosegiie, ut ibi = Licet admitti possit hujusmodi doctrina , ,, quando non adest periculum, u t paries torrearur ,, per ignem ; attamen milii videtur omnino obstare ,, I,. Fistulum. 18. S. Juxta communem E de Servit. 93 urb. przd. Quo posito , sic discorri potest : Cer- ,, tum est , quod licet caminus non p s s i t nocere pa- ,, rieti cotumuni , si eidem fuerit appodiatus ratione ,, ignis; attamen remanet aliud itnpedimentum, quia , , caminus de se non potest subsistere : Secundo im- ,, pedit refectionem , quod maios est fundamentum , ,, in quo frindatur textus ipse i quod impedit camiiii ,, construcrionem. Quare exi~timo caminum fieri nua ,, posse, nisi accedat conseiisus alterius socii ; vel ,, saltem camitius fictus fuerit , eo sciente , et non ,, contradicentej qiiia per decennium adquirilurjus ibi ,, retiriendi caminym appodiatum, ':

E quanto ao forno juncto á parede commum r O mesmo Peccliio ( I ) com as palavras decujatio fir- ms obsoluramentei, Socium non posse habere furnuni ,, secundum. párietem coinmuriem. " E s6 parece, que o permitte, fazendo o socio da sua parte I i u m parede grossa unida á commua ; mas náo ligada nel- Ia , i i t ibi = Czterom notandum est , cum quidem $9 posse communi parieti adjungere parietem directum, 39 qui scilicet , sublato pariete communi , stare possir ; n inferre quidem , et imniittere non porest , tamen 3, directe habere potert. " E geralmente Paulo Zac- chia ( 2 ) ainda julga prejudiciaes aos visinhos o for- n o , . quando nttenta 1er.i consuetudirpe potert vicino 'tddrum, et in salubritatem aeris aferre ; ut si re- gio culIidissiw~a ; ~i Domus nzeridiei exposita , et cdtera ad hunc modurn. ( Veja-se sobre o que aqui falla o S. 215. , e a collecp8o de Arestos a $. 2 16.)

( I ) Pecch, de Servit. C. 8. Q 39. n. 4 : Coin- cidem Leiser. e Stryk. ( S. 2~5.) , Pacictiel.1. de Disr~nr. C. 5. n. 17. no fim. Pedr. Gregor. Tho- losan. Sinragm. Jur. univ. P. I. L. 4. C. 6. R. i r.

(2) Paul. Zacch. Q Medic. Leg. L. 5. Ta 4. Q 7. n. 14.

Fornos para varios ministcrios fha das c a m s dos habitantes.

Em Lisboa ninguem póde ter f6rnos de cozer

pio sem licença do Senada (I) ; e com certas provi- dencias (2). Geralmente se devem desterrar da visi- nhanca , c o m infestos á saride os Fornos de fazer cal ; es doo oleiras para cozer vasos de barro; as fabricas dos vidros , maxime no tempo de vcráo , ainda que no inverno silo menos prejudiciaes (3) ; os fornos fa- bricados para cozer cinzas (4) : Bem que hum Esta- tuto de Eugubio (g) parece que permitte nas povoa- sóes os fornos dos oleiros, debaixo de certas precau- ç6es.

( I ) Editt. de 19 de julho de 1765, E 16 de Maio de 1 7 8 9

(2) Da Portaria de 20 de Junho de 1796. (3) Paul. Za~ch. a Medico Leg, L. 5. T. 4.

Q 7. n. L?.

(4) Caepol. urh. C. 5 r . n. 5 , Conrioi. ad Srat. Eupjub. L. 5. rubr. 8, ur ibi c: Figuli, sive va- 99 sarii i n paJmls adv~r~ant ne for nacern constru- 9s ant intra domos , unde possit aliquod pericu- 29 lum proptct igaem sibi , vei vicinis irnm~aete, 99 sed illam faciant in hortis, vel aliis locis va. ss cuis. Nisi i d m e caveant & conservando in- 99 demnern eum, vel eos, qui passi fuerint dam- ,, num Judicio arbitria judicandbiin , et reficien- ,, dum ; et fornacein statim removere teneantur-

Quanto ads fornos de cozer pso (mais innaren- fes á saude dos habirantes); e que sirv5o aos usos pu- bl ico~: Elles se n5o podem con.truir jiinro 4 caza de qualquer visiiiiio ( I ) : Outros DD. o(: perrnittem, com canto, que se n5o edifiquem arrumados á parede alheia ou cunlmua ,.e se deixe o int~crsricio , de que já rractei no Art. 2. ( 2 )

'(I) Romaguer. ad Stat. Eugub. L. 5. fiibr. 8. a. 8.

(2) O nosso Egid. na L. Ex Iioc jure P. r. C.

6. n. 39. e 40, que seguio o Senador a p d Peg; tom. .+ For. C. 53. n. y.

0 nosso moderno Ferreira (I) faz a mesma dis- cincçáo enrre o forno edificado para os usos publicos, sem intermediar aquelle instersticio ; e entre o edifi- cada inrermediando esse espafo : No primeiro caso absolutamente o prohibe : No segundo o permirre; maxime se o forno se construe com Iium tubo%io al- t o , por arbitrio de Louvados, que faqa expedir o fu- m o e ferrugem em termos, que por modo algum não &enda os visinlios, ainda apezar da força dos ventos contrarios (2) : Isto até aqui he sólido; mas o mes- p o Moderiío passa a variar (3), e nesta questáo mis- cellaneou alhos com bagalhos , os fornos particulares, e os publicos ; diz , e desdiz, sem ordem nem me- thodo , etc.

( I ) Ferreir. de Nov. Op. L. 2, Disc. 12, a n. g. ( r ) U t a n . 1 6 . (3) U t a n . 2 1 .

Ha sim huma essencial difirenga entre o forno edificado e já consunimado sem intermediat o inters- ticio, e o edificando de novo : O primeiro nán páde mais nunciar-se; o segundo sim : E contra o primei- r o $6 resta o remedio de exigir cauçáo & rlamrvs i* fecro j cauçáo , que tanibem geralmenre se póde exi-

gir em tod:, O caso, em que se teme incèndio origi- nado da caza do visinho , ou Fabrica (I) ; e especial- mente tambem no caso de o visinlio íazcr de npvo pallieiro junto á caza do visinlio (2). Etn fim : Náo póde fazer se forno publico na proximidade d' aiguma Igreja, se os fumos se introduzem nella (3).

( I ) Ferreir. de Nov. Op. L. z . Disc. 1 2 . n. 10. et 26 , Egid. supra n. 39. (conf. 5. 209. na no- ta), Tondur. Civil. C. 140, Pacichell. de DisF tant. C. 6, Membr. 7. n. 16 , Czpol. urb. C. 44 , Stryk. us. mod. L. 8. 'r. 2. S. 20. et 2 1 .

( 2 ) Geurb. oba. 47. n. 25 , Conciol. ad Stat, Eugub. L. 6. rubr. 45. n. 4.

(3) P e g . 6 . F o r . C . 1 f j . n . 3 .

S~ppplemento , e collec~áo de varios A r e ~ t o s em ç o n . r o v a ~ á o das precedentes Divisões, eto.

E m Peg. no tom. 6. á Ord. pag. 79. n. 58. ve- mos este Aresto " O que tudo visto, e o mais dos ,, autos, resoluç~o dos DD., que neste caso affirmáo ,, ser licita 3 obra dos fornos, quando senso mettão ,, nas paredes do vkinho , nem Ibe $qaem proximos, ,, e aquentando as paredes, ainda commuas, e que ,, causem ir<juico grave com o fumo: Julgo os em- ,, bargos r~cebidos por provados, e que o reo possa ,, fazer os fernos cnibargados, afastados das pa- ,, redes dos Auctores, e levaatando a tvomha da ,, char~~int? mars ai1 e que a . jlontlda do Auctor , etn , , modo , que nem o $irno lhe entre pelas jancllas ; ,, nem a qweatura do fogo lbas a p e g a nem cause

;, prcjuirr;o aZgunr tis paredes, na fórma da ~ e r t i d i a ,, dos Juizes do Officio de Pedreiros, e t c

O mesmo Peg. no tom. 4, For. Cap. 53. tam- bem tem este Arcsto '' Recebo os embargos e os ,, julgo provados por sua materia e autos, visto ccns- ,, tar delles, e da certidáo junta cozer o forno, de ,, que se tracta , muito tempe a n t a da notzjicaçáo

que se Ilie fez, e sómente ser reparado de novo; ,, em cujos termos não incorreo o réo na pena, que ,, se lhe pede; e mais quando lhe era licito fazer o ,, dito forno na sua caza e area. Por ranto mando ) 1 que o r60 possa continuar com a dita obra; e ten- 9 9 do o A. alguma acçáo para a impedir, a deduza ,, por outra via , para que Ilie reservo direito, etc. ,, (a cauçio de damao infecto, ut S. 215.)

No mesmo Cap. r?. n. 64. está este mtro Ares- to NSo Gi betn julgado pelo Almotacé em mandar ,, que os fornos se arrazassem . . . . Revogiio sua Sen- ,, tença vistos os autos, di~posiç50 do direito, roq- ,, toriiie ao qual he licito ao réo edificar no seu for- ,, no, e obra , que qoizer , maiormente estando os de ,, que se tracta edificado~ á vista eface das Partes

cosendo pão ba muito tempo : E sobre tudo obri- ,, gando-se elle a pôr os fugareos ou chaminé eni ta! ,, altura, que o fgmo przo possa causar-lbe prejui- ,, 80.. . . Por ranro mando, qtre pcndo-os nesta fór-

ma, niio seja obrigado a derruballos, etc.

N o mesmo Cap. $3. n. 80. e 81. esta0 estes Arestos 'c Supposto seja licito edificar cada hum no ,, seu, como quizer, sempre deve entender-se sem ,, prejuim consideravel de terceiro ; e o mbargado

mostra por todas as testemunhas, qiie os fornos da JY contenda, a i d a com os fegareo~ , que o embar- ,, gante Ihes pertende fazer, lhe d h d a m o por fn- ,, zkereni prEfuh ds s m s cszas , v a r a ~ d a ~ , wato ,, r i o e quintal dellai , assim como o fuma, como ,, eglu o perigo a qiuc fie& e x p ~ t a s , baucde #eZ/es ,, iztccndio por ficarem muito contiguas e mysticas, ,, metsedo-re de permeio s ó m t e huma psredr tai - ,, xa ; o qual perigo, ainda que seja de futuro, se ,, deve attender, e he consideravel a rcspcito da no- ,, breza das cazas e seu ornato. .... Havendo porem ,, respeito a que os fornos, dc que se trata, estso ,, feito$, e ctmem. ba muito tempo, ainda da caza do ,, embargado ; Julgo a notiacaçSo por sentença, e ,, mando que em virtude della náo coza o embarga- ,, do nos ditos fomos, s a h e dardo primeiro caufrio ,, dc G a m ~ o iwfecte com seguransa, e contento do ,, crnbargado á satisfaçrio do perigo, e prejuizo, a ,, que as suas cazas ficáo expostas.

,, Acordbo os do Desembargo, etc. Bem jialga- ,, do fò~ pdo Almotact! da Villa deThomar, confir- ,, mdo sua sentença.. .. com declaraçáo, que o ap- ,, peltante lmnrtard a chamid das fornalhas, de ,, que se grata em tal ahura, que a fumo náo possa ,, fazer damno, e ofensa ás cazas do appellado ,, Da Francisco Lobo, etc.

No mesmo Peg. tom. 5. For. Cap. 93. debaixo d o n. 72. depois d o relatorio da sentenqa , se acha esta âecisáo:

,, O que tudo visto ; e como se mostra pelas t a - ,, temuiihas verem o fumo, que da dita chaniiné saía, ,, e entrava na caza da A., e lhe dava damno, como ,, ainda na vistoria se rio lançar fumo por aquella ,, parte da varanda ; e ficar tão contigua r i parede, e ,, que como táo mystica n5o deixa de impedir algu- ,, ma vista á A,, . .. e náo livrar aos RR. ailegarem ,, que o damno da sombra e fumo he leve, e mo- ,, mentaneo ; p0i.1- he para commercio delles R R, , e ,, #&o ?para o usual da sua Gaza, e fumilin que ncl- ,, & habita ; quando para esse effeito tem ao ditas ,, cazas dos RK. chamink , de que usiio, e a de ao- ,, vo he edificada s6rnen~e para o seu commercio e ,, trato, sendo certo em direito, etc.. . . . Condemno ,, aos RR. desfaça0 , e poohão por terra o forno, c

chaminé da contenda, etc.

Esta Sentença foi confirmada na Relaqk da Porto e ma Caza da Supplicaç'io pdas ' I ' e ~ b e r que transcreve0 o rnesnio Peg. desde o n. 73. ai&

920 5. zza.

No mesmo Peg. tom. 6. For. C. 152. n. 2. se v& esta Seritença (que foi confirmada na Supplicaçáo) ,, V i s t ~ s eztes autos, Libello dos AA. oCabido desta 9 ) Cidade, etc. lhlostra-se por parte dos AA., que ,, sendo edificada a Sé lia mais de IOO annos , a R. ,,, havia pouco mais de lium anno alevantou bom forc ,, no, o qua l fica defronte e muito perto da porta

Bb 2.

C 132,l ,, principaI , janellas , e m a i ~ frestas da dita Sé , pe- ,, Ias quaes entra o fumo, que do dito forno sáe com ,, grande coniinu~çáo, de sorte, que atormenta, e ,, inquieta aos AA. assim no Choro, como na Igrc- ,, ja , i130 podendo continuar as Horas Canonicas, e ,, Officios Divinos , alemçando esta perturbaçio os ,, Fieis, que a elles assistem, e de que resulta gran- ,, de damriificaçáo m s Ketabulos e Imagens. Não se ,, mostra por parte da R. coisa, que desfzça o di- ,, reito dos AA. ; porque o da rua dos Coaegos, de ,, cujo exemplo se vale para o da conteoda, ainda ,, pue esteja perto, he muito antigo, e não causa pre- ,, juizo algurn á Sé por ficar desviado, de travez das ,, portas e janellas da Sé, e járnais em tempo algum ,, liouve queixa, de que o fumo do tal forno preju- ,, dicasce aos Retabolos e Imagei~s do Templo, nem ,, aos Capitulares delle. Mostra-se mais ser a R. hu- ,, ma mulher nobre, muito rica, que náo necessita ,, dos emolumentos do tal forno; antes por algumas ,, testemunlias se mostra fazer a R. esta demanda por ,, teima. O que tudo visto e disposiçáo do Direito, ,, mando, que a R. náo use mais do forco da con- ,, tenda para o effeito de acender nelle lume, de que ,, saia fumo, que prejudique á Sé nem aos AA. etc.

Nota : Confira-se para comprovaçlo de tudo Stryk. Us, moda Pand. L. 39. T. I. S. 12.

Neccssarias , vuko Commtlas , ou Secretas , e J'terquilinios.

3s Necessarium proprie est locw communis , ut 99 vulgo dicitur , consti~utus ad Iiominir usum , et ~3 proprie dicitur larrina *. . . , Et dicitur latrina à 99 Iatendo ; alias diceb;tur lavarrina (I) . " He regra geral, que qualquer na çiia parede, e sobre terreno seti póde edificar a necersaria (2) , limitada s6 esta regra, quando póde resultar o humedecer a parede do visinho ( I ) . Se se pdde ou náo edificar na parede, que he commum; distinguem tiuns DD., que sim sendo conlniurn pro diviso, t ~ n d o a ametade daquelle Socio, que edifics , a grossura baseante para toda a fabrica sem lezáo da outra ametade do c o n - ~ i o : Não assim se Iic commum pre indiviso ; menos que náo seja destinada para edificar (4). I'orCm outros DD. absoluramcnte defendem que no niuro commwm se náo póde fazer ral cbra ( 5 ) .

* Calepin. verb. latrinu , ubi ait esse locurn privatum sordium , et ad exonerandum venrrem accommodatum : Conf. Pereir. i n tiiucid. n, 1423.

( I ) Czpol. urb. C. 65, Pecch. de Servit. C, 8. Q 37. a n. r .

( 2 ) Peccli. supra n. 2 r. (3) Pecch. n. 23, Cazpol. C. 65, Constant. ad

Stat. u:b. Annor. 23. art. 2. n, 201, Mul. ad Struv. Exerc. rhes. 17.

A Peich. a n. 2;.

5 Constatitin. n. 199, aonde reprova Czpol., Surd , e outros DD. Lonf. Riclier, uiiiv. Jurispr. tom. 3. §. 1~x9.

Como porCin o máo clieiro? que vapora das ne- cescarias inficiona o a r , e prejudica a saude ( I ) ; eu sigo al~solutarnente, que se n5o devem permittir, nem eni parede propria , neni con~mum , ainda que náo re- sulte hurnedecer a parede do visinlio, quando se edi- ficar t90 proxirria , que só o seu mio cheiro offendr o olfato dos visinho (2).

( I ) Paul, Zaccli. QQ Medico leg, L. 5. T. 4. Q-7. n. 17 , Stryk. de Jur. Sens. Dissert. 5. de Oltact. C. 2. n. 3 4 et jy.

(2) Stryk. us. mod. Pand. I i v . 8. T. 2. 8. 19.

ibi = Curn tamen iiodie frcquens inier vicinos controversia sit , an et quousque vicinos locum

59 necessarium i n suo pariete exiruere; et nn a!- pn ter ob fkrorem se per areem çmm diffinden- 9 ~ tem, illi contrndicere possit , hoc non pmter- 9 9 eiindurn : Non autem quaesiio est de caru , ubi 23 excrcrnenta in fundiam oiciai decidunt , aut quic- 99 q u z m ex his eo derivawr ; hoc m i m , com 9 9 actuakm inimissionern i n fundum alienum cone ~7 tiiieret , sine servitute constituta , non permis- 9, snm esset, L.8. S . y. E. Si serv. vind. Et hinc 9 9 nec sterquilinium in rneo Iiabere possum, si í, paries vicini inde maddat L, 11, in fin. ff. s l eod. ; quod R jim Suevico interdicturn est . . . 29 de Jure Ulniensi ca proper quatuor pedibus à 9s pai iete vicini distare debet. Sed quzstio tan- 9, tutn est de iaco~~zmoda f~tvris, quod vicino

r, sustinendhn; an ea proprer eriructio impediri r 9 possit ? Negat hoc Carpzov. P. 2. Decis, 108. 33 a n. 6 , q u i vicinum, contra cedificando, in- 99 commodum hoc avettere dcbcre putat, Sed cum 79 etiam faet0ri.s immissio noxia sit vicino; non 99 aliter latrim extructionem in p3riete adrnit- 3s tendam censeo ; quam si lioc ita fiat , ut fz- 9 9 toris molestia impediatur. " Assim , e mais largamente o defende; respondendo ás ohjecçóes contrarias, o mesmo Stryk. no Tract. de Jur. Sens. Diaert. 5 . de olfart . C. 3. a n, 17. et 2 5 , e o repete no vol. 14. Disp. De Jure Servit. pvgdiízl. horiiern., Tit. a. S . 19.

Quid ver0 se a ?tecessaria, ou f8r antiga , ou constituida por direito de servidáo? Ainda neste caso os visinhoa tem acç5o para demlndarern ao dono del- I a , que a expurgue frequentes vezes, e de noite, no verá, (I) : Quid, quanto aos ~ ~ t ~ ~ q t l i Z z # i o s ( I ) , tz montes de estercos , que se amontuSo em algum lu- gar para beneficio da lavoura ? A utilidade publica, e por essa unica razáo os tolera, ainda que com al- gum prejuizo do visinho (L) : Mas, ainda que haja servidáo de se collocarem nesse sitio, ou pose antiga ; elles corrompem o ar ; e ou a requerimento de parte, ou por huma boa Policia, se devem mandar montuar fóra do povoado (3).

( I ) Stcrqnrilinium dicitur locus ille, i i i qiio fit acervus stercoris , seu leraminis ad srercorandos agros, ctc. Pecch. de Servir. C. 8. Q 37. n. 8.

( 2 ) Pecch. n. 14. e 15. (3) Paul. Zacch. QQ. Medico Legal. L, 7. S'.

4. Q 7. n. 16. ibi = ~ t e r ~ i i i g n i a posse et ipsa ,, facile sanitati officere non est ciubium ; putri- ,, dum eiiiin vaporein aseidue exalant ; unde zs- ,, tivo tempore çuspecta esse debent ; curandum- ,, que, ut saepissinie mundeniur. Ob eam causam ,, videndum Jurisconsultis eot , an proliiberi a ,, vicinis possit, etiamsi per longum tempus hu. ,, jusmodi servitus durasset, non tantum ob pri- ,, vatuni interesse , quam ob publicum ; pericu- ,, lum enim est ; ne Civitarem inficiant : Non

perrnztdendi ergo ; ~ i ~ i extra habitdta laca." C u n t Srryk. de Jvr. Spns. Diss. 5. C, 2. a n. 34.

Belo que respeits aos curraes: Stabula (conti- ,, nua o mesmo Zacch.) rion niliil v i r i i liabent , nisi ,, quotidie a firno en1unden:ur ; is enim in cummulos ,, aggestus , et super excalfa.ctus piitrorem concipit , ,, et facile, ciim indeexiniitur, aerem poteet inficere; ,, nonnullis autem vicinis ciam ob causam capitis do- ,, lorem excitari ; aliquando et'ain febrem non sernel ,, expertus cum. " Isto s im, e assim pórle verificar- se, e prohibir-se nas Cidades, e Villas populosas, cu- jYIs cazas estão em ruas unitias. Porém nas Aldeas he prcciso de tempos em tempos !irar os estercos dos cur, raes, onde os gad 1s os currem ; e he preciso amon- tuallos até as respectivas sementeiras; e conservarern- se amonruados alguns tempos. Seni currses, gados, c estercos nio póde haver lavoura productiva de fructos. Por tanto, nas Aideas s2o indispens~veis, e toleraveis em hvor da agricultnra ; ccini tanto, que estes ester- quiilnios se não forliiem junto d a parede do visinli~ erii termos que a humedeqáo ( I ) . Nas Aldeas he o ar m?is puro; os vapores mais facilmente se dissip50;

os habitantes de fibra mais dura , mais robustos, te não sc aftctáo tanro corn os ináos cheiros, a qiikrsáo. Jzabituados, como as pessoas debeis, e delicadas. das <:idades, e Villus : A Ord. L. I. '1'. 68. S . 19. he bem clara a proceder só nrs Cidades e Villas.

(I) Peccli. de Servir. C. 8. Q 38. a n. 14, Ri- cher. uiiiv. Jurispr. tom, 3. .$. 1020.

E m huma rua vicinal, que termina sem circuns- tancias de publica ; e que Iie commua entre os visi- j.Iius, que terii caras adjacenres , póde hum occugalla , lançando al i i bag.1~0~ .de vinlio, esrercos, etc. , mas por poiico teriipo, e 'em termos, que 1 1 % ~ obste ao L S O dos mais visinlios ; que as immundiies elr:tetLws aiii se 1150 dilatem, e corrornpáo o ar; tudo por-hum prudente arbirrio (I) .

( I ) Card. de Luc. de Servit. Disc. 24. tot.

S E C Ç A O IX.

C~O~CCIS, YUL '~O Dalas , ou cattos , para evacuar a aguaS, enxurror , e outras coisas sordida~

das cazas , e das ,-oWnbas.

Se de novo se edifica huma caza , e se dirige a!- gum cano .evaciiatcrio dnc aguas liriipas , ou irnmun- das para o predio d o vi~inho; procede a regrr, geral prohibitiva ( I ) . Pode porém constituir-se por servi-

Cc

&o o direito diz &r h m c a m , nu c h c a , cp cw vá expedir no p & o do visi-nho , ai1 passar por clle , ainda m m a para o. fim de evaciii , r por ese cano immunrlicies., agms podres, etc ( 2 ) .

(I) L. 8. Cj. F. ff. Si servir. viiid. z L. 7. A: de Servit, , Struv. Ererc. 1 3 . thxs.

17,, Voa, aJ Pand. L. 8. '1'. a. n. 14, Ri-cher. univ. Juris;)r. toni. 3 . 6. 1 0 2 1 . ibi =: Atque ideo 2, eo tine indiicta est Rujasmodi servitus, ut z d i - 9 9 ficia a sordibus tergantur, ex quibus c ~ ~ l u i n 9 , pesrllens, atque azdium ruina facile iiinrniner , ,i erc. Conf. Stryk. Uc. mad. L. 47. T. 23. ibi =: Szpius canales ad emirmndas notl sdu~n SW-

9 9 des cdinarias, ssd a l i a q q u e purridas, s p ~ w casqw 2qws per alime ai-eas , medias t?tititii w dornm, liurtoc que QUCLPIUN~Y, e t iegutis, rel sa hripidhu6 ~Luegwtar. "

5 , 2 2 9 . . - - Tambem < c Inrer rnens, et vicini acics cloacam

$ 9 aperire licet iiivito etiam vicinn, eoque contradi- 3, cenre ( I ) . (211% tamm senteniis e::t intelligenda, 3 , qii.,ndo ita fieirct , ut comiiiui is paries miii,me !z- $ 9 &ro-tii~. Neqw im'pediedhs e t clo~tain sclrrsfruere Y Y volens irr pl:t>licam aiem exirutii habcrlrern ; durn- 3 , tiiodo UFUS p M i cbxx deteriof minirne fiar , vin- 9 , quc miiiii~ hsbilis non reddatur, seu res fztida per ,i viam minime excurront. "

(r] C:spa). u r h C. 84. n. 4. ( 2 ) ?te Pa*.icBie!l. de Diotanr. C. 8, n, sg , Conf, Md. ad Sirov. Exerc. I j. t hes. 17 , Ferreir. de N Q ~ O ~ , L. 4. Disc. 1.6. a n. 7 , st L. 3, &c,

r 2. n. 3 2 : E sobre tuda ge vtJrib Peetli. de Ser- vir. C. 8. Q 3 5 , Czpol. Cap. 48, Conci6.1, ad Stat. Eug. L. 5. rubr. 25. n. z.

H e táo favoravel a expureaç30 das cloacao, que, ainda qile qualquer n5o tenha constituida hurna cloa- ca por direito de servidáa; e ainda que a posua v i , r la~rz , nut precdrio , póde l impa l l a , expurgalla , ou refrt ~ e l l a ; e obstando-se lhe, tem hum competente re- ní-Jio ( I ) . E isto atd o ponto de poder fazer nas cazas oii predio do visinlio rodas as opera,çbes, raptu- t a s , e desmancfios, que forem necess~rios para bse ti111 ; coni tan:o, que indemniile o Senhor do p e d l o serviente, e tudo faça á sua propria despeza , s a i que a nada seja obrigado b servieiwe ( 2 ) .

( I ) Qual o do Tit. fE de Cloac., ubi Stryk., Hrunneman., Vvet., et Boehmer., Richer. iiniv. Jurispr. tom. 3. S . 1022, PPcch. de Servit. C. 8. Q 3 4 , Conciol. ad Stat. Eug. L, 5. rubr. 25. n. 6 , Ferreir. de Nov. Oper. L. 3, Disc. 8, a n. 3 0 , et L. 4. Disc. 10. a n. 7.

(2) DD. supra.

Porém, ainda que o fe&ido (9, 230.) lhe seja permitrido por mais, que náo tenha adquirido essa servidão, nem dclla posse legitima ; com tudo ao se- nhor da caza , ou predio serviente A cloaca . senipre, depois daqlielle interdicto, fica salva a acção ordina- ria para repellir a tal servidio ( I ) . E quando legiti- mamente constituida tem aceo para demandar o do-

Cc 2

minante, que expurgue a cloaca frequentes vezes em ordem a evitar a restagnag30, o mao cheiro, a cor- rupç30 do ar (21,

( I ) Struv. et Mu1. Exercit. 4y. thcs. I 47. (2) Conciol. ad Stat. Eugub. L. 5. iubr. 2y. n.

3 , Ferrcir. de NQV, Oper. L, 3. Disc. 8. n. 34.

Deve aqui wtar*e, horna essencial differenga tm tre a servidáo de Isnfar agoas, ou qualqticr outra coisa de lugar superior para a areia superior do visi- nlio ( r ) ; e entre a servida0 da cloaca, de que renl~o faliddo. Concedida s6 a primeira servidáo , iiáo se po- dem, alem das agoas puras, despejar para o atrio d o vislnlio , ourinas, estercos, immundicjes , ou coisas fe- tidas (2) . E abusando-se dessa servidio , restricta ao uso de vazar só agoas puras, e lançarido-se ourilias, enxurros , erc. coinpete ao visinho ou aucçáo de in ju - r!a, ou R C Ç ~ O in tdcturn (3).

( I ) $ Voet. ad hsd. L, 8. T. 2. n. 14, I\jclier. tom. 3 . 5. 1018.

( 2 ) Voet. supra, Richer. 6. 1019 , Stryk. de Jur. Sens. Lliss. 5. C. 3. n. 42 , aonde r'fere Es- tatutos de varias A'açóts , CxpoJ. ui L. C. 3 I. n. 5

(3) Stryk. supra; n. 4;. juncto n. 3 4 , Petr Gre- gor. Tholnsan. Sytitagrn. Jur. univ. L. 4. C. 13. n. 2. (vide infra S. 235. et 2 3 6 )

Só sim convencio~~ando-se erpressamentc , que s

scnlior da caza poderia, alem das agoas puras, lan- çar para o atrio do visinho immundicies, e coisas fc- tidas ( I ) ; ou " si cloaca aA ~ordex quoque recipien- 9, dns de.rtinata sit (2). Se bem que he certo que ainda '' quando vicino j u s est i n vicini arenm sor- 9, des pro;iciendi ; hac servitute non obstantc, eu 9 9 ipa , ?:I& fdtorelit ;?zaximu?n e.r~.itant , projicere 3, non p o t ~ s t , u t JtercuS, et urinam fcctidanz, pro- >, p t e r da~~znunz exznde in vicinum redundantem (3).

( I ) R iclier. supra 9. Ni~i expresse converierint. (2) Voet. ad Pand. L. 43. T. 23. prop. fin.

Leeuveii. Ccnsur. For. P. I . L,. 2. C , 14. n. 22 .

c 2 3 .

(3) Siryk. supra.

Faltando porém huma tal expressa convençlio, nunca, e nem ainda por tempo imrnemorial, se ad- quire servida0 de lançar immundicies para o atrio do visiolio ( r ) .

CI) Assim se vê julgado etn Peg. tom. 6. á Ord. pag. 27 sub n. 45. u~ ibi = hlostra.sc, requerer ,, o A . , c;ue da janella e varanda das cazns, que ,, o R. tern sobre as suas, Iiie iançáo aguas EU-

,, j a ~ , e inimundicies eni hum pateo seu , para ,, o qual tem porta e janelia. . . . caucando-lhe ,, perda e prcjuizo., . . alem do$ nráas cbtiros, ,, que se espalhão dar agons corruptas e im- ,, murtdicies, etc. . . . Derende-se a R. com a lar- ,, ga prova de ter de rniiitos annos serventia de ,, se lançarern nelle as agoas da cozinha, que ,, cáe scbre o iresmo yateo ptla dita jâaella,

9, por náo ter outra mais ofhmieste e commo* r, da v a z h .. . O que tudo visto, e confrrrmc a 9, Direito se náo p& coosiderar posse, ou quasi 7 9 posse de fazer mai , e causar damno ao pro- 99 xiciio na sua fazenda: julgo a notificar;io por 3, sentença, para < f e i t o ~Ónrente de Je a20 lan* ,t çarem agaar fétzdas , nem sorte alguma de 9, de iilrmundicies de câza do R. sobre o pateo r, da contenda ; e as que se iançarem saáo Iiin- 9s pas, ou as ordinarids do eerviio coiiimum de m hwna cozinha, nada immundas, nem mal cliei- 9, rosas, e sem emula@o, ctc.

A posse de se expedirem por canos para o arrio d o visinho as agoas de chuva , n5o póde ampliar-se para pelos mesmos canos se evacuarem immiindicies; nem aqui póde prevalescer posse contraria ( r ) . Sendo gorem r50 favoravel á cdificaçáo das cazas que se p6de constranger o visinha a veiider as servidoes pre- cisas para ellas (9. 7. et 8.) ; náo inenos esta, qwan- do aqudle, que edifica cazas náo tem psra onde lance as agoas da cbxinlia, senáo para o pateo do visiillio (2)

(I) Assim se vi! jtIlg~d0 no mamo Peg. tom. 6. pag. 26.n. Sr. e 42, e pag.28 n. 51. e 5 2 .

(2) Tambem assim se vC julgxido nu mesmo Peg, pag 25 n, 38. 39. 40.

Hc o poqo , ou cistmna hurna parte, como intc- gral d a caza ( I ) . E assini como qi~alquer $de no sti 1.010 edificar hiiii13 caza , rambem Ibe livre abrir I ~ u m pcço, ou cisterna, ainda que corte as veias da agoa , q9;le pelos matos subterrancos, i50 braar no predio d o visinho , e ainda que seque outro poso, ou fo2t.e do visirmho (L).

( I ) Altograh. L. r . Cons. 1 2 . n. 2 9 , Luc. de Servir. Disc. 32. sub n . 9.

( 2 ) L. 26. fl: de Damri. infect. , L. I . 5. 1 2 , L. 21. ti. de A q . er aq. pluv. aicend. , Amue. na L. 2. 5. r . de Her. divis. ri. 74 , Pereir. Da?. 37. n . 8 , Peg, tum. 3. á Crd. L,. I.T. 18. 9. 1 1 . 11. 9 , e tom, 6. a0 2'. 68. S. 18. n. 56.er 61 , e no torn. 7. For. Cap. 2 2 7 . a n. 72 , TC)OI' diii. Civ. C, 48. a n. 2 5 , Stryk. ~ 0 1 . 3. I?iap. 17. C. 2. a n, 4. et vol. r;. Dlsp. 4. C. 2. a n, 1 9 5 , Bagn. C. 14. n. 391.

Quanto á distancia in:ermed;ar o ~ o p , que de novo se abre, e a terra , cju poso do visinho, varii varia dixtrunt : A célebre L. fin. C. fin. regund. a rsre respciro diz a s i m = Ci se~ulctrum , aut Jkt-ubem * r, foderit , qoantum p:ofrinriitatis habuefit , tanrutri 3, spatii relinquiro: Si Pgteawz ** pasm Ltitudi- 9s nem, >>

* ScuoGr) fo.sio sive fovea intra tetram ma- nufacta ex gr. ad metaila , ve l quzciimque alia eEodienda , Peccli. de Aquzd. L. 4. O, 91 n. 5 , Gravin. de Jur. Natur. Genr. et XII. Tabul. C. 37. '' IGvea cadit sub nornine scrobls, quod 2, esc vou sinonnyma , seu generica , sub se com- 19 preheiidens puteos vel foveas in tcrrain manu- 19 frictas. " Paeicheli. de Disranr. C. 8. n. I, C. 7. n. I. ** Pclterrs est locus defocsus, er quo hau- Y, ritur aqua , i potatione dictus, Pacichell. C . » 9,. n. I. Ditferunt Putri a Cirternir; quia in Y Y cisrernis non adest aqua perpeiua , nam imbri- 9, bus tanrum constituitur. " Laxariri. ad Paci. chell. de Distant. C. 9. n. 2;.

Ora : Huns DD. dizem abragada geralmente a dita Lei ( I ) , outros a dizem racionavel ( 2 ) : Hunr contiindeir~ o scrobs, que he proprtamente fo.rsio seu foven , valjdo ou mina dentro da terra, com o poço, que commummente ou he redondo, ou angular reci- piente das agoas nltivas , ou cisterna : E quando a inesma Lei assigna , que o intersticio da fossa, val- l a , ou niina seja = quastum profunditatis baúuevit , tantunr spatli velinquito; e ao poço o intersticio de Iium pnsso * ; assigt~áo ao scrobs o passo ; e outros nenhuma distancia.

(i) Brunneman, na d. L., Pacichell. de Distant. Dtcis. 35. n. to.

( 2 ) Srryk. Us. mod. L. 10. T. I. S. 14, Fer- reir. de Nov. Oper. L. 2. Disc. 3. a n. 18. ad ZI , et L. 6. Disc. 10. a a. 32, Lazarin. ad Pad

cicheil. C. 9. a n. 25, Caepol. urb. C. 47. n. 7. et C. 80. n. r. * Pmso : No sentir desta Lei , e segundo o cit. Gravina tem a latitude de eis p&. O nosso Almeid. de Nurner. quin. Cap. 17. n. 2. o reduz a cinco pks : A Almeid. segue Ferreir. de Nov, Op. L. 2. D~FÉ. 14. n. 42; e , entre varias opi- nibes , parece, que o segue Pacichell. de Distant. C. 9. IL 3. e 4. citando o mesmo nosso Almeida.

Nesta intelligencia da pdavra Puteus, e da pa- lavra Pa~sus assenrão muitos DD., que náo póde fabricar se de novo o poço no proprio solo, sem o intersticio de hcam passo (regulado por cinco pés) en- tre o poço, e o predio do visinho (I).

(I) Arouc. na L 2. 5. I. de Rer. divis. 11.74, Conciol. ad Stat. Eug. L. 6. rubr. 21. n. 6 , An- tonel]. de Loc. Legal. L. z. C. 2 . n. 33. e con- tra Cgpola, e Yaciclicllo Pecch. d e Servir. C. 8. Q v. a n. 33 , Ferreiv. de Nov. Oper. L. 2. Disc. I r. n. 46. et Disc. 3. sub n. 19 , Pereir. h c . 35. n. 8. in fin.

Porém em contrario l i está a L. Fluminum 24. S. fin. E. de 'Damn. infect., concebida nestes termos =: 9s Item videamus, quando damnum dari videatur . . . 9s ut puta, in domo mea pnteum apèrio, quo aperto ss venae putei tui prazcisz sunt ; an tenear ? Ait Tre- 99 batius non teneri me damni infecti : neque enym 99 existimari operis mei vitio damnum tibi dari in ea

z t IK . ifil gna jure nreo u ~ u s sum. Si tamen t ~ m alte 3; fadinm in meo , tr t paries tutis stare non pejsit, r, 'ctamni intecti rripu~atio committetur i: ( I )

E ) Exornáo esta Lei Pereir. Dec, 39. n.. 9. et 8 i Arouc, supra 3. Prirno. e 9. Secunda Prcch, de.&rvit. C. 8. Q 40. n. 37, Lazarin. ad Pa- cithèlL de Distant. C. 9. n, 29,

C6nciliafn'o das Leis citrdas, c opinioes d h e r ~ a s .

S. 242.

Aquelle, que minando, ou cavando no seu, corta e diverte a agoa, que ia sair no predio, ou poço do visinlio , n5o lhe causa damno , privando-o a6 do lu* cro, que lhe provinha do outro visiiího, por hum curso natural siibterraneo da agoa , e como facukati- vg : Esta Iie a Ethica dos Jurisconsultos Romanos nas LL. ciradas 5. 237. Neste caso proprio náo he nas Leis Romanas estabelecicia distancia, em que o visi- oho posm, ou não cortar as agoas, que váo utilizar a o visinho ; e póde qualquer cortar as veias da agoa ainda junto da terra do vi~ii iho, náo lhe sendo pre- ciso cavar e fazer fosso alto, ou mina : 'Bem como qualquer, sem algum inrersticio de terra , pódc na sua derivar as agoas superrerraneas, que do seU pre- dio v50 para o do visiiiho. Vale o arguineato de hu- mas para outras (I) .

( i ) Bagn. C. 14. n. 387, Crepol. rustic. C. 4. n. 58. prop. fin Pereir. Dec 35, na 6. in fin. er sub R 8,

Se porém hc preciso fazer vallado, fosso, ou mina junto do predio do visinlio para lhe avocar es- sas agoas; então já o caio varía de face : A excava- çdo, o fo.so, a vaila, a rnina junto da caza , ou ~prc - dio rustico do visiiiho he liuma ohra, que por si mes- m a , e pelo proprio vicio yóde prejudicar ao visinho: Aqui (e náo na perrnittida diversáo das agoas) he o unico facto, em que pdde consistir o illiciro da ohra, oomo se nota na d. L. 24. 8 . fin. de L)amn. infect. AI agoas em toda a distancia, grande, ou pequeha' . , podem divertir-se por qualqiler no seu prkdiò, pri- vando o visinlio do consrquente lucro : Mas cavar, e proftinrlar junto ao predio do visinho, e t i o alta: mente, que I l~e possa acontecer ruina ; isto sd Iie ilfi- cite : Pata occorrer a este damno futuro, e possivel , he que ( a meu ver> ás Leis de Attlenas fizeráo prei cisos os referidos espaços (S. 238.) : E para occorrer a esses damnos futuros, foi que por outra providen- cia (o20 se deixqndo de permeio esLes inrersticios) a diia L. 24. requer essa cauçáo; mas não para occor- rer ao danino resultado do corte das veias da agoa ; porque na Ethica dos Jurisconsul:os, isto náo he darn- n o , mas sd privaçáo de lucro ; e só póde crmiderar- se danino, o que fôr consequente da excavaçáo pro- funda na proximidade do predio do visinho (I):

( I ) Assim o sente Pereir. Decis. 35. n. 8',

.Essa providencia' pois das Leis de Atbenas, e qtdafftu?n profunditati~, tavtum spatii ~ I i n q u i t o F ; ou o = passds latitaditzem -- n h tem em v k ta *a p r t

Dd 2

vaga dds ag0a3 pelo corre das veias ; porque sendo a terra come o corpo humano cotnposro de veias de agoa ,,assim mmo o corpo das de sangue ( I ) , náo se podia o corre dellas limirar a esses espaços : S6 sim @i30 ter em vista o damno futuro, e contingente da ruina do predio vicinlio pela excavaqáo na sua pro- ximidade. Talvez essas Leis Ar henienses pensariáo , que tanto maior he a piofundidadc, tnnto maior o te- mor cia ruina, caindo a terra dos lados da valla, fos- so , mina, poço para o vacuo deliea. De forma, que se intermedeia pouca distancia, cae o edificio , ou terra do visinho para esse vacuo; e se he tanta a di* tancia quanta a profundidade da m i ~ a , ou valla, por mais que a terra anioleça, e caia para o vacuo, este se entullia, e arraza coiii a terra, que deixa interme- dia e sua aquelle, que faz o fosso, e fica sustentado o predio do visinbe : Por isto mandárão que quan- zum profunditatis tantitm ~ p a t i i relinquito ; O que outra Lei de Solon ampliou aos pofos (2).

(C) Albert.Magn.L.2.Motheor.Tr.3.C.z; penes Auctor. Art. mirabil. L. 35. C. 39 , St- nec. L. 3. Natural. qucsr. Cap. 5, Peccb. de Aquaed. L. I . C.5 .Q r . n . ~ z .

( a ) Assim com Lenunclav. nas Eglog. Basili- cas, e Petit. diz Pacichell. de Distant, Cap. p. n. 3.

$ 0 24?*

Mas Ulpiano , depois de Trebacio ua dita L. 24. $, fin. ff. de JJamn. infect. pensou d' outro modo, que as Leis de Solon (huma das quaes bem perfun- ctoriamente, e em lugar improprio se ingeriç, na d. L. fin. ff. fin. regund. ) As variedades das situaçbes, solido, ou fragil dos terrenos, rochas, ou taras ffa-

cMas e soltas, ~ á e admittem, nem podem aamittií huma regra ,.e norma certa de iniersticios : A ~ r o v d dencia pois de Trebacio, e Ulpiano (S. 241.), qual a cauçáo de damno infccto, he huma providencia, que indeninisando o visinho , comprehende todo o ca- s o , 'toda a situasáo, toda a qualidade de terreno, em que se faça a valla , mina, cu poso: E assim venho a concluir I.", que esta he a unica providencia em taes casos, e não os intersticios das Leis de Athenas, que acautella os damnos do visinho (isro he, os damnos unicos da ruina da sua caza ou yredio com a alta ex- cavaçáo, e náo o damno quimcrico da privaçáo 4- agoas) : 2.", que Iiuma vez que aquelle, que faz o poço caucione idoneamente, uáo ha mais, que tractar de distancias e iiitervallos : 3.', que, seguindo o erro desses inrersticios , não fica obrigado á cauçáo ; por- que ou hum ou outlo direito se ha de seguir, e náo ambos os gravarnes se h20 & impot juntmente ao que edifica o p o ç a

Limitaj-8e~ Ka facwldadr Legal de f~ fofo no propio prcdio.

Esta bculdade se limita, e he illicita a abertura d o poço I.", quando se cortão as veias da agoa , que vá0 sair em fonte publica (r) : 2; quando alguem por Direito de Servidão póde ser inhibido fazer poso no seu predio ein ordem a não privar das apoas ao visinho (2): ( E quando se possa dizer adquirida esta servidáo? V. DD. Nota (3) ) : 3 O, se o novo poço se abre e se priva o visinho das agoas por pura emu- la@ (4) : E quando esta se presuma ou exclua? V.

DD: &ta f?)t quando fartendo-se o\ oriiido do popo na progria terra , lá no fundoldelle %se atravessa fazen- dorse mina , q u e vá penetrar a terra do visinho, e e~tender-se por ella , subterraneamente (6).

( r ) Arouc, na I,. 2. S. I. de Ker. divis. sub n, 53, 'i'ondut. Civ. C. 48. n. I I , Gob. de Aq. QL 12. n. 39.

(2) Arouc. n. 74, Pereir. Dec, 35. n. 4. 7. 8 , Ferreir, de Nov. Op. L, 2. Disc. I I. sub n. 48 , et L. 6. Disc. 10. n. 36.

i;j) Vid. Prccli. de Aquzd. L. 4. C& 43. n. r, et & et Q 44, Ferreir. L. 6. Disc. 10. a n. 36, Arouc. n. 8 1 , Peg. tom. 6: 4 Ord. pag. 31. n.. 66. e t 67.

(4) Arouc. n, 74, Peccli. de Aquied. L, I . C. y..Q. 2. a n. 21. et L. 4. Q 9 1 , Pereir. Dec 35, n . 5 , Peg. tom. 6 . & 0 r d , L . . r c T : 68. 5. 18. n. 58.

( 5 ) Peccli. d. L. 4 . Q g r . et L. I. C. 9. Q 2. n. 26, Gob. de Aq. Q, 17. n. 31. et 3 2 , Stryk. v d . g. Disp. 5 . C. aa,.q a, ioi

( 6 ) Ferreir. de Nov; Dp.if.. '6. Disc. 10. n. 41, Peg. toni. 3. ad Ord. L. r.T.18. S. 11. n. 16. et 1 7 , e t t o m . 6 . A Q d . L. I, i ' . 6 8 . $i. 18. n* 54. 55. e' 57.

Parias u~pecicf sobre P O S S ~ S Cbd extrdir agwS dos pqes antigos.

§* 247.

Primeira: Esta he a q u e figura e decide o Card. de Luc de Servir, Disc. 3%. Hum hmiem, qwq tidja

t 211 I h u q asserto de cazas, e no meio del1as lium poço ; vendeo parre, e com outra parte, em que estava o poso mais adjacente: Os arrcnebtzriob da part&\lendi- d a , tendo porta para o mesrno atrio , em quc\eswm o poço, i50 por 1onginin:o tempo extrahir agoa dei- le: Vendida a outra parte, com que ficou o vendedor, quiz o novo comprador desta parte impedir o uso comtnum do poço: Resolveo de Luca, que supposca a observancia subsequente. depois da primeira venda da pnrre , se subentendia esta vendida com .o meEmo direito das agoas do poço em commum, ex vi da posse praticada ; e que o novo comprador da parte, com qi ie depois da primeira venda ficou o vendedor, náo podia ir,ipedir ao primeiro comprador da outra parte, nem a seus arrendatarios o uso do poço ( I ) .

(I) Confirio-se em comprova$áo, Peg. tom. 6. ad Ord. pag. 76. n. 43, Constantin, post Tract. Decis. 4 5 , Ror. in Maiitiss. ad Luc. I,. 4. De- cis. 3 ; e OS geraes effeitos da obaervancia , de qu:bus Arouc. All. 60.

Segunda : Esta he, a que figura, e decide o meá mo L ~ C B de Servir. Disc. 3 3 . Hum proprietario tinha kuin poco no sei] atrio: Iliirn visinlio no muro com- mum t i nha por mais de dez annos hum ariificio, pelo qiial extraliia agoa do poço, á vista e face do dono delle. Qti iz este arrazallo : Defendeo Luca , que nrío podia privar o visinlio daquella servidbo; a!t>irr;i~ido-a gunsi continua, e adquirid~ por dez annos , em razáo da continua existencia do tal artificio, e habitual yos- sibitdade do uso delle a toda a liora.

Terceira : Esta he a que se v# decidida em Peg tom. 6. á Ord. pag. 30. n. 60. NO pareo das cazas de huma quinta, murado, e fechado existia hum po- 50, onde alguns visinhos iáo buscar a p a : Ercluio-se esta posse ja porque precaria e facuirativa; j4 porque n%o constava de partilhas dessa quinta com a da visi- nha . etc. Confira-se outro semelhante Aresto em Peg. 2. For. C. 11, pag. 932.

C A P I T U L Q V

Reedifca~áo de cazas arruinadas, ou totalmente demolidas : Reviviscencia das antigss $em;-

dóes activas e passivas : Humas e outras sáo inalteravei~ @na reeci'ifica~áo.

Divisáo I."

Hpvivis~encia das antigas servidões coctivas e pas~ivas.

- -

A S servidóes activas , competentes a qualquer edi- ficio, se conserváo habitualmente , ainda que o edifi- cio dominante padeça .total dernoliçio, conservando se pela qua area (I) . Por mais que hum edificio esteja demolido por muitos annos; elle conserva o direito das suas antigas, e activas servid6es urbanas, ainda que sem uso ; em quanto o senhor do ~ r e d i o serviente 1330 obra a l g ~ m facto directamente opposto a essa an- tiga servidão ; como v. g. tapando os boracos da sua parede, em que se mettiáo as vigas, traves, barrotes d o demolido edificio ; ou quando, tendo este a servi- dáo activa AIíius non tollendi, Ne kutninibus @- ciatur , em quai to o ~ i s inho náo edifica contra essas servidóes : D'outro modo o lapso do tempo , ein que o edificio esteve demolido, náo adquire ao v:sinho a liberdade das servitióes que soffria na exisiencia desse 9dGcio Tal he a differença commua entre as servi-

Ee

d6es urbanas, e ru~ticas, porque estas se perdeni s6 pzlo náo tioo &&as (3) .

(I) Pereir. Dec. 8 7 , Peg. tom. 6. á Ord. L. E. T. 68.5. t8: n. 2 , P k c ~ h . d ~ h t ~ i t . ~ . 4 . ~ 2 1 . n. r . et Q 28. n. 2 8 , Ferreir. de Nov. Op. L. 3. DIFc. 1 3 . n. 2 7 , Arouc. na L. 2. $. I . de Rer. divis. n. 44, Richer. uriiv, Jurisprad. tom. 3. $. 1o17. et a S. 1 2 3 3 , junct. 923. er 924,

( 2 ) L, 6. E de Sc?tvif. u f b d prad., Lirn. A Ord. L. 4. T. 79. in pr. n. 9 7 , Pecch. de Servir. C. 4. Q 17. n. 1 8 , Cotcej. Jus Controv. L. 8 . 'I'. 1 . Q r . e t T . 8 Q . y , B a g n . C , g . a n . z q g , Voet. ad Y&nd L 8. T. 6 . n. r I , Çod. Freder. P. 2. L. 4.T. 1 2 . $. 3 , Cod. Civ. dos Francez, art. 696. 697. e 700. E assim se deduz da Ord. L, I . T. 68. S. 2g. 9. Salvo.

Os DO iishignjo diversas raades dmta diffnrença do direito entre J>uinds e otifrãs aervidbes urb$nas, I ri~t icas , cbrflo se pcíde ver ms j6 citaci~s, e pridci- pãlmente em Coccej. , Vdet., e W i ~ h e r . Quanto a mim as mais fundarlientaes s6o as que podderou Dunad. ( r ) ) bem que a tal d.istincçli)ú se oppoz nervosamente grande Thomazio (t), e o moderna Cod. Civ. dds Fraricezcs recorre a h m a &stincçáo ( 3 ) .

( I ) Eis-aqui o, &sciirso d f Diinod. de Przscripr. P. 3. C. 6. pag. (rniiií) 29q. e z9y. " Perfende- Y Y se Cafnbern, que as Leis decidem , qQie se o 7 9 edificio servirnre, ou don~irranre cáem , ou sáa ,r des?ruid~s , a s a v i , d h recupera a sua hrça , ~3 qwnh se resrabtlerirm ; perque as servid 638

99 reaes imprimem hnm karacter na coisa, que r9 subsiste cobre .o fundo do edificio; que o edi- r, ficlo renabélecidb fie reputa& o mesmo , co- r, Iiib 4quèlle, qub t i& sidd destruido r que d ,r zitiPidudk ptJ6lica exige, e deaidnzln , que se i, pilhe so&e &s regras phra rcnuziur ks .reP- 99 aidies d&txihs aos edificiós y m d o éi&S 5e r9 drbão em c ~ t o d o de a; ~apportdv, Coras . . . *r Clijac. .- Castilh.. . Pecch ... . Esta ultima ta- $9 210 he a maM forte das que se allegso com- 99 mummente para distinguir em mareria de pres- 9 9 cripçát, as btrvidbes dos edifikios, bu' das her-

dd'des. " ( 2 ) Eis.aqoi o discurso de Thomáz. nas Notas

do uc. prat. 4 Instit; L. 2. T. 3. pag, í 5 r (que parece seguia, sem o citar, M'elf. I,. 3. 'r. 13. . I Elle dá huida d i v r ~ a iiitelligeniia d L.

%. E. de Servir. P d d . ufb. : Fai. Ifuhta di'titrcqgd entre as serviddes negatizws , e as aj'rmdrivns .. Quanto ás rusticas defende, que se não perdem pelb náÓ uso, ent quanto eiiste v. g o aquedu- cto, o caminho, etc. e em quanto o S.nhor do p e d i o serviente h50 destroe o aqudducto, ou tapa o cantinho, erc. rept~vsntlb a referida dis- tincc;5o ( 250.)

(3) O Cod. Civ. dos Francez, art. 700, admito tindo em humas , é ourras serviddes a prescripç5o da liberdade por 30 annos; e fa7endo a vulg.ir distinrç"ao das côlit '#uns, e desc6nti~t)as ; deter- mina, que naquelfas principia a ' prescripçáo do dia , em que se teni cessado o uso delias ; e nes- tas do d i a , em que se rem feito Iium ac o con- trario á servidáo, qukndo :e tracta das ccrvld6es contítiuas , coincidindo com a distincqio dos DL). $a 2 P .

Ek 2

Pelo que respeita 4s serviddes passivas : Se se arrujna, destroe, e cde huma caza , que recebia a eer- vidáo do stilhcidzo ito seu proprio telhado ; a area da mesma caza demolida deve eoffrer a contlnuagáo da mesina seividáo ( I ) : Se a caza demolida soffria a

as:ivd servidáo onçris jèrendi ; entra aqui a distinc- 9 çao, entre ser ou náo ser o dono da caza demolida obrig;do reformalla para conrinuar em favor do visi- iiho essa servidáo passiva: Se he obrigado reformar a parede, e o não faz , nein o dominante o obriga , ad- quire a liberdade : Coíno porém em falta de conven- $20 expressa, o que deve esta servidlo, náo he obri-

ado a refórma do edificio serviente, conforme a me- h o r opiniáo (a) ; necra variedade fica dlividoso, quan- to a esta servidáo oneris ferendi , se o dominante a perde estando dztnolido por 10, ou 20 arinos o edi- ticio, qiic a soffria.

( I ) Pereir. Dec. 87, Richer. tom. 3. 5; 1233. e 1234.

(2) Voet. ad Pand. Tit. de Servir. urb. , Richer. supra a 5. 989. ad 935. rideiidus.

Os ed$cios devenr reedzjÇcar-se , sem altcraçâi das a n t i g ~ s servidaes.

33 Keficere sic accepimus, ad pristinam formam a t iter, er acrum reducere, hoc esc, ne quis dilatet ,

aazt producat, aut deprimat , ant exageret (I) : Re- ficere est , quod corruptum est , in pridinum $ta- tum restnurare ( 2 ) : Si subl~tum sit zedificium ,

>s ex quo stillicidium cadit , ut itz eadem ~pecie , et 79 1:ralztate rcponatur , utilitas exigit , ut idem intel- ? . ,igarur (3).

( I ) L. 3. S. Rejcere E. de Itiner. act. que pri- var.

(2) L. I . 5. Deinde fE de Riv. ( 3 ) L. 19. 5. Si stillitidium E. de Servir. urb.

praed,

Pelo contrario : '' Opus novum facere viderw , 3, qui aut zdificando , aut derrahendo aliquid , p r i ~ t i - 9 , riam fizciem operis mutzt " ( I ) . Da uniformidade pois das Leis Romanas a este reveiro , firmáo os DD. (2) esta concltis50 geral " Reficere im rt?t , 3, quod zeiliticium , vcl quodliber opus per rd$i&a- 9 9 tionem svb eadem forma reponatur , quae erat ante 99 suam destructionem , nimirum ,. qucd rezdificatio , 2, vel refectio audificii , vel cujuslibet operis fiar sub 2 , eadem katitwdine, altitudine, longirudineqgc : Quo Y+ circa reficiens non potest sine nuntiationis metu al- ,, terare, a u t mutare pristinarn zdifisii formam per 2 , altitudiiiem , latitudinem , aut longitudinem , quia 2 , facit novurn opus, non vero antiquum reficit. De f ~ r m a que (et hec est summa regula) '' siquis cdifi- 2 9 ciuit~ vetus fulciat , seu reficiat , Nuntia~ioni locus- 2 , non est , quia non facit riovum opus, sed veteri 2 % sustinendo remedium adhibet : Sed in tali refectio- 3 9 ne debet cusiodiri forma aedificii ; alias, si mute- 9s tur , Nuntiationi locus esc '' (3).

C 218 1 ( r ) L. 1. S. Opus ft: de Nov. Oper. nunth~. ( 2 ) Com os quws Fureir. de Wov. 0p L 3.

Disc. 2. na 30. (3) Silv. ad Ord. L. 3. T. 78. $. 4. n, 16, 17.

Confiráo-se Comtantin. ad Stat. urb. Annòr, 4t. a n 104 , França ad Mend. P. 2. L. 1, Crp, 2, S. 8. n. 2615 e 2616, Ferreir. de Nova Op. L. 3. Disc. 2. ubi Iatissime.

Esta he a raz3o porque a iiossa Ord, L, I. T. 68. 5. 28. determina, que se alguma pessoa tiver ja- 9, nella, ou beiraes de telhado em algun a parede, 3, que seja sobre caza d' outrem, e desfizer a parede, 9, ou lhe cair, e a quizer refazer, ou fdzer de novo, 2, náo poderá fazer mais janellds, nem maiores, nem $9 beira$ , nem em outro Zwgar , sefiZo cowe dy antes 3, t inha. " E no S. 29. Irem, se alguma pessoa ti. 9, ver caza de huma parte da rua, c outro seu vi& 39 nho quiaer fazer caza da outra parre, ou te já d'ana 9, tes a caza era feita, e quer r~d!a abrir pcrtal de 9, novo, ou quer a11i fazer janel!a , ou fresra , nlo 8 9, poderá abrir, nem fazer, direito do portal, ou da 9, janella , ou da fresta dm curro visjnho, que mora 99 ,da, outra parte da rua : Salvo se d'ântes ahi houve 9, j á o dito portal, jsnelia , ou fresta, onde agora 39 quer abrir ; parque entáo a!podera fazer no proprio r , niodo , e maneirl~-, q1ce d?aretes estava , ptc, Cada hwm da@ palavras dasra Lei, he mgsteçiosa, e pre- cisa. de illustrqáa, que passo a expôr.

Quanto ás palavras = N h po&rd f6zer mis

júnt1h.v , nem ~whidres , ncurt em &trd lugrcv , ~enirí, C O ~ H O Jantes tinba = Veja-* o meu Discurso a 5. 153. e r ~ q ; aonde Com esta Lei , e oiitras razàes convenci o erro 8 alguns DD. e Aresios, q u e pn- mi.treni r ~ ~ l t i p 1 i c a ~ á o de janellas , oir váriapo da sua fórma , qiiandu das novas se não descorrina , e devassa mais, que o que se devassava das antigas.

@ante ds pdavras = nem &c&#$, ebc. != por cinco d o s se póde altersr na reedfiaçáo a servi- dáe de s~ilficidio : O u i.* augmentanufo o numero das beiras sobre a caza , pateo, ou quintal db visi- nho : Ou 2 . O extendendo-os , e dilatando os mais ; co- m , se antes sobre~aiáo da pzrede v. g. hurn pdrno; agora se foriiiáo mais exterisos : Ou 3.0 depriliiindo- s e , caindo antes de mais d t o , e agora de mais abri- x c ~ : Ou 4 . O v i a versn , levantando-se mais altos, QS que antes cráa mais deprimidos: Oo 5." formando.se de diversa materia.

S. 2 ~ 8 .

Pelo que respeita á primeira espcie de altera- çCio : A Lei he clara a prohibir m a i ~ beiracx , mm EM oitro hfgar, sedo cilmo A'anter tinha : Lei que reve por fonte as Romanas ( I ) : Pelo qtte respeita 4 ~egunda especie d'akeraqão : Ella se comprehende na pruhibiriva generalidade da nossa Lei , e he bem ex- pressa nas Romanas ( 2 ) ; amenos, que o dono d 6 edificio n5o tenha o dominio do terreno inferior ao stillicidio, e em que hajr de cair, sendo mais avan- ~ a d o ; ou o solo seja publico (3) : Pelo que respeita á terceira : Tambem se póde subentender prohibida na generalidade da nossa Lei , maxime recebendo i l l u â -

traqio das Romanas (4). Pelo que respeita á quarta : Esta he permitiida ;. porque não faz mais grave, an- tes mais leve a servidáo ( 5 ) ; e a nossa Lei sO quiz occorrer a prejuizos dos visinhos. Pelo que respeira á quinta : Tambem se comprehende na geral prohibiçáo da Lei, e na do expre:so Direito Romano (6).

I ) L. Servitutes 5. Si stillicidium ff. de Servit. urb., Pereir. Decis, 87. n. 2 , Pecch. de Servit. C. 4. Q I?.

(2) L. 20. 5. 5. fE eod. Tit. Richer. univ. Ju- rispr. tom. 3. s. 1014, Cod. Freder. P. 2. L. 4. T. 10. art, I. S. 2 9 , Mul. ad Struv. Exerc. 13. thes. 15.

(3) Yecch. de Servir. C. 4. Q 35. (4) L. 20. S. 5. E eod. Tit. Riclier. $. 1013,

V. Pecch. de Servir. C. 4. Q 17. 5 O. L. 20. S. 5. et DD. supra. (6 ) Vid. Pecch. d. Q 17. et Q 4 Richer. 5.

1015. L. 20. 5. 4. ff. de Servir. urb. pr~ed.

Náo faliou. a nossa Ordenaçáo da alreraç5o das mais servidóes urbanas na reedificaçso das czzas. Po- demos porém argurnenrar já com os principios geraes (S. 253. e 254.) j á com a identidide de razáo dedu- zida dos ditos 5s. 2 8 . e 29. do L, r. -1'. 68; já com a outra regra ma:s geral ; que o Senhor do predio dominante náo póde alterar as antigas servidóes em maior prejuizo du serviente : E quanto ao excesso da servidão Tigni immittendi Vide 5. 194. e os alii re- feridos.

C A P I T U L O VI.

Contribuipão das de~pesas para se reformar a casa commua arruinada, o~ demolida

flenredios contra o ~ocio conturnaq enr contribuir ii sua parte.

JA' vimos no Cap. z. a 9. p. as providencias esta. Selecidas por direito contra o dono da caza , que ameaça ruina , já para ser obrigado caucionar de damno infecto, já para ser obrigado reedificalla , ou ., quando pobre, vendella a quem a reedifique. Resta tractar da reedifica@o da caza commua de muitos, e da contribuiçao para a sua reedificaçáo : O r a , ou ella já no seu todo está dividida, mas por solares, tendo bum os altos, outro os baixos; ou ella se conserva em çommum no seu todo sem divisa0 alguma.

Qt~anto á primeira hypothese de estar dividida: Eu náo me sei explicar tambem copo os DD. qug passo a transcrever ; quaes sáo Constantin. ad Stat. urb. Annot. 23. art. 2. a n. 230. ibi E

99 Si domus sit divisa per solaria ; ira ut unus P, habeat solarium prope solum, et alter solarium su- ir perius.; si hoc indigeat refectione, potest refici ab

F f

$ 9 Iiujus domino : Sed si dorninus solarii superioris 3, v u l t fulcire , et r&cere in sulerio inferiori prope 9 9 solum, non potest ex se hoc facere , cuin inter di- 9, cta solaria adsit divisio, et qiii!ibet dominus possit 99 tantunl in s(ia solario diviso fabricare. . . Cura soli 9, domus divise per solaria spectat ad dominum apar- 9, tanienti positi super solo ~sqUe ad tertilinos alterius 99 solarii superioris spcktantis ad alium dominurn ; cum 99 t a l i czsu divisionis dornus per solaria seu aparta- s, menta cesset comrnunio, et quilibet dicatur domi- ,, nus suz pdrtis, et pròprii Apartdmenti . . . . Et si 3s tecturn sit devastatm, ira ut aquk pluviz cadant 9s ex i110 in solarium inferius, potest dominus solarii ~3 inferioris cogere dominum solarii superioris , super 39 quo est tectum, u t illud reficiat : Si vero dominus

apai tamnt i infirioris velit dperire in iiio portam, 7, porerit hoc f~ce íe , libn bbstanti! Contradictiorle do- ,+ niirii solaríi superiotis , qtiaddo i l l i hon resultát 3s dainnuni ; secdS si ex tali apertuta j a h ~ demnuhk

restiltarer; ot qiiia ageretur de R ~ W O subtili , et in 99 iocd, ubi apkr i t~ r otia adesset iignurti s u s t i ~ n s 99 magnlim pditdus $0 !. asii superioris, quod facilitcr 99 rueret fada tiperitione por t f ; supci'qt~o alias f u i M consultus, et jildicio Aticliit&i6t.urn fuit remibba sa decisiti , hn ed apettura porta: ftiitiset nata aperitio, *, et ut dicitur crfpnturto in pariete, exqua brevi po- *I rei a t rimei i ruina domus , ex Card. de Luc. de Ser- 9s vir. Di~c . 10.

9, Net t30rHinu3 apatt~niedti ihftrioris, qboties 99 non probetur habrtt servitutetti sustlnendi onas par- 3s tis supetidkis, tenctUr rdkew fwndatnenfa a6 rfiI3l.o~ 9s infLriores ad e&cturn no rhat apàrtah~entiuiii, u c 9 a 99 lariuhi partik supérioris spectahs ad diuin.

2, Et Si d& facto bn!inub apahrnenti aupekibri's r* volens ipst sine licemia do& apwramenti p p e

$9 dolum, ac su$erficiem r t f i d r e fundamenta, c i i n 3, excdvatione illoruni cecidit dornus , teiíetwr ad res- $9 sarciendum damnlim domino dpartarfiénti inft.iiori&

+í Qtiinimo , si cortutret pars infdéior , d ~ r n i n u s 99 huj~rs domus non tenerur iilam rehiere, et destru!- 3, tur jus habentis solaria superioia , ,etiam quoad ser- >, vicutcm ; iion destruitur ramen j,ds ipsiua dprnini $ 9 apartamenri infèricris , cum femaneat dominiis fdi, $9 er superficiei. (Todas estas conclusbes prova CbnO- ta'titin':, tom muitos DD.)

Eis aqui o discurso de Conciol. ad Stát. Eu& L. 2. rubr. 69. a n. 3. ibi t=

99 Habeas autem doinum C L I ~ pluribus solariis, 3 9 dominus superior tenetur reficere tectum, e t domi- 9s nus inferior partem inferiorem ; soIariuiir ver0 me- r, dium iefici debet communibus expensis ex Statuto 9s Mediolani Carpan. ad Stat. Mediol. 1,. 2. C. 347, 3, quod declarat Andreol. . . . Licet coritrnrium , quid 59 habens partem doinus inferioris, si coriuat teneatur Y Y illam reficere, ut habens partem superiorem possic 39 reficere partem suam, cessante servitute, firmat An- 99 dreol. etc.

29 l\ eficiens ver0 pririetem inferiorem non poiest 99 repetere expensas a doniino partis superioris , licet 9 9 sit ei ui i le , ciim dicatur reficere partem suam.

9s Si tan-en pluat, habens partem superiorem, 99 an possit cogi per hnbentem partem inferiorem ad 9 3 refectíonem ? Vide Czpoi. de Servir. urb. p r d . C. 2 9 41. n. 70.

E m fim : Eis-aqui o discurso de Michal. de Fratr. P. 3. C. 36. n. 47, 48, 49. ibi r.

9 , Ponamos , quod domus destruatur ; a n habens Ff 2

19 partem inferiorem teneatur ipsam reficere, ad hoc m ut liabens partem superiorem ipsa u t i possit ? E t 99 verissima est distinctio; aut pars inferior Iiabet ser- >, vitutem sustinendi onus partis superioris , et de ne- 29 ces~itate refici debet sumptibus ipsius reficientis 9 , (vide S . 252.) Si ver0 non conctet de alia servitu- 5 , t e , dominus partic inferioris eam reficere non teiie- 9s tur . , . . Licet domus fuerit divisa per solalin ; hinc ,r tamen non sequitur, ut pars inferior dicatur servire 9 3 superiori. Sed quid ai habens partem inferiorem 9, eam reficeret . posset ne ratarn exprncarum repetere 99 ahhdbenti partem superiorem ? Et dicendum est s k non posse; licet enim ad refectionem cogi non po- >s tuisset ; attamen si eam refecerit , rem propriam 3 2 refecisse dicendum est : unde ad aliquam expens* 99 rum refectionem agere nulla racione valerst. ,,

As providencias do Cod. Civ. dos Francezes art. 6f7. sáo iiiais praricas, e ajustadas á razáo: Diz elle 9, Quando os difFerentes andares de huma caza per- 93 rencem a divcrios proprietarios, se os titulos da 99 propriedade n5o reguiáo o modo das separaçdes, e ~3 rt.construcçbes, ellas devem ser feitas assim como 9 9 se segue. O grosso m u r o , e O telhado são á custa Y , de todos os proprictarios, cadaf1uri.i ein proporçáa 33 do valor do andar , que lhe pertence. O proprie-

tario de cada andar faz o solho , sobre que elle an- 9, d.4. O proprietario do primeiro andar f ~ z a escada, 3 9 que a elle conduz ; o ~ r o ~ r i e t a r i o do segundo an- 92 dar , faz delois do primeiro a escada, que conduz ~9 a elle, e assim dos mais

Quanto á segunda hypothese (8 . 260.) : As Leis Romanas a este respeito variáo: Humas prohibem ao socio qu~lquer obra nova, ou refeição na coisa com- mua, quando hum dos consocios o contradiz ( I ) : Outras permittem ao consocio reparar, ou refazer a coisa commua apezar da contradiçáo do consocio (r). Poréin a genuina conciliação he, que o socio póde obstar á ed.ficaçáo, ou reedificaq50 d a coisa commua, quando loiige de ser necesearia, seria alias nociva. Náo póde porém prevalescer a sua contradicçáo, quan- do a refeição da coisa commua he necessaria , e jun- ctamente util a ambos os coniocios; e ella se faz para servir ao uso destinado csnfornie o antecedente esta- do (3) *

( I ) L. 2 8 , ff. Commun. divid., L. 7. E de Ser- vir. urb.

(2) L. 12. ff Coinrnun. divid., L. Si commu- nes zdes E. de Neg. gest., L. Si Partes e a L. seguinte ff, de Damn. infect. L. 4. Cod. de zdi- fic. privar.

(3) Ferreir. de Nov. Oper. L. 4. Disc. I 5. a n. 1 8 , França ad Mend. P. 2. L. I . C. 2. Cj. 8. a n, 2562 , Pccch. de Servir. C. 8. Q I I , Hering. infra.

5. ~ 6 5 .

Se ambos os consocios convem na reedificaçáo e na fórma delia, náo ha duvida : Se porém hum del- les insiste em que se reforme segundo o antigo esta- do; e o outro quer, que se reforme com melhor pros- pecto, e sumptuosidacle; prevalece o voto do primei- ro : Se hum quer reedificar a caza commua , mas par*

uso diverso daquelle para quQ sempre fbra destinada, prevalesce a prohibiçáo do socio jusrificando-a com prejuizo : Se porém 6 6 nelle domina o cspiriro da emulaçio , prwaleece a intcnçáo daquelle , que quer reedificar (I) . Não he porkm arbitrario 4 qualquer consocio fdzer obras, ou refeiçóes na csza commua , quando ellas náo sáo precisamente necessarias, e uteis (2) ; e fica o caso da contradicçáo affecto ao prudente arbitr;o do Juiz para decidir da necessidade e utilida- de da cbra (3).

( I ) C z e o l . urb. C. 59. n. 6 , Cardcs. in Prax. verb. &,di_lTcare n. 5 , França supra n. 2565.

( 2 ) I3D. supra ($. 264. Not. 3) (3) Oprime, et omnino vide~dus Rering. de Mo-

lendin. Cap. 34. a n. 44. e t Cap. 48. a n. 32 : Todas estas dissens0es dos socloe devem sacrifi- car-se ao prudente arbítrio do Julgador, regu- Inndo-se h simlili pela Ord. L. r . T. 68. a S. 35. occ(~rrcn?o emulaçdes, e cdntradicçdes injus- t a s , erc. não perdendo de vista o favor dos edi- ficios , O aiigrneitto da povoaçRo . e o decoroso prospecto da Cidade, ou Villa (Cap. 2.)

Se a caza commus precisa de refeiçáo, ou refór- nia , e I~uni consocio fie contumaz em concorrer com a sua parte da despena, ou sari~fdzella depo:s de com- pleta a obra ; já a §. 10. mottrei o direita, e pratica a este respeito : E como se deva fazçr o rateio da contribuição para i. reedificat$o das ça2asdivididas por zolares fica demonstrado a 5. 261. Coino para a re- f e i ~ á o ou reedifiiaqáo da coioa no todo cominum; eu me sa t is fa~o com remissão aos DD. citados na Nora (1)

(I ) Constantin. ad Stat. urb. Annot. 59. art. 7. n. 301 , Cosr. de Rat. .Q, 185 , Gob. de Aq. Q 29. n. 6 5 , Card. de Luc. de Regalib. Disc. 139. et 141 et de Servit. Disc, 94. 11. 6.

Fim da Primeiru Parte.

' P A R T E 11 .

Questões diver.~as sobre ouitsos Direitou

relativos ás Cazas.

C A P I T U L O

Quando o con~otio, qzre habita a taza commua, be, eu não , respon~avel ao consocio

pelos J PUS retzdirnento~.

5. 267. H E huma regra geral firmada pelo mmmnrn dos DD., que o consocio, que habita a caza commua, em quanto indivisa , náo deve rendimentos ao conso- cio ; porque em quanto assim indivisa , cada hum del- les tem p.lrte in qualibet minima parte, quasi to - tiur dorninus reprrtatiur ; e náo pode habitar o que h e seu sem junctamente a parte commixta e indivisa do cansocio (I) Assim se observa no uso, e praxe do Foro (2).

(I) Felic. de Societ. C. 28. n. 63 , Miclialor. de Frarrib. P. 3. C, 16. n. 2 í , Fonranell. de Yact. nupt. ctaue. 4. g oss. 9. P. 2. n. 10 , Po- çion. de Locar, C. 35. n. 3 7 , Gomez. 3. yar. Ç,

$ sub--n; 14, Valasch, de hrtit.'.C; ;dda n., rp ; Guert." Tr. 3. I.. S. C. 4. n; 46 , Cosr. di: Rat. C& 55. tot., tlbi optinre , Altim. de Nullit. tom. 4. Q 25. n. 251, Manr. de Tacit. L. 5. T. 2. n. 7 . et 8.

(2) Cald. de Einption. C. 9. n. 19.

Limita-se porem esta regra , e tem o socio abri- gaçáo de pagar renda da caza conlmua pela sua parte ao consocio (I.") quando a caza inesma costumava antes andar por arcendamnto ( I ) , Mas ha aqui,.hu- ma differença , qual he : Se hu~xi cios SOC~OS, anrer de. ter communiáo na cam , a tomou de arrepdamento i findo que seja, náo fica em tacita reconducç50 , se de- pois de assim a tomar de arrendamento, Ihe sobrevem o direito da cornmuniáo, mrn o qual direito muda a causa de possuir: Se porém depois de ser comrnua a caza, ronioa de arrendamento a parte do consocio , findo o anno ou tempo dábsetacita reconducçáo: Esta he a conci'liaçáo de slguns DD. ( 2 ) : E ainda que outros (3) defendem com razóes hei» plausiveis, que o socio, ainda que*árrmde por anno, nu annos a cõza já cornrnua., findo o tempo, náo lia gdcira reconduc- ç50, mies se,yresurne, que aiiidou a Causa ,de possuir, e que continuou a habitar, náo já como arrendatario, mas pelo diverso direito da communiáo; com tudo a esta opiniáo se oppbem outros, sustentando a tacita recarrducçáo pelo precedente arrondartimo, seiir mu- daasa ,de possuir (43.

( I ) Felic. de Societ,lC. 28. n. a,, Pacion, sua l.pra n. 42 , Valasc. n. 2 0 , e Guerreir. supra.

(23 Pacion, n. 38, et 43 , Mantic. supra n. 7, 8. et 9. Gg

(3) Michilw. supra n. 27. n. 6. et 7 , G d d . d. C. 9. n. 19. Bn fio., Fontanell. n. 6. e< 7.

(4) Pacion. supra n. 40, Ubald. de duob. Frar- trib. I?. 5. sub n. I I , Menoch. de Praxumpt, L. 3. Pres. 85. n. 15 , Felic. supra n. 67.

Liiiiitn-se (2.") essa regra ( S . 267.) '' Si sacius, qui re communi utitur, controvertat dominium con-

79 socicr, vei alias impediat ei usum rei, aut habitar n tionem domus communis; raam hoc casu non pcu 9, terit denegare ilki soluticmcm pmsionis, aut fia- u ctuum pro parte ei tangente ( I ) . Litnica-se (3.') , u ut m n procedat , postquam iste socius fuir provo- ,r catus ad divisioneni ; ex tunc enim ratione mors , H in qua fuit constitutus , renebitur ad damna; ec sic w ad prcqsorcioirzbilem pensionem (2) .

( I ) Ita Pacion de Locaa. C. 35. n. 45, conf. Michalor. de Fratr. P. 2. C. 36. n. 26 , Fon- taneH. supra n. g , Guerreir. %r. 3. L 5. C. + 11. 46.

( 2 ) Ira Pacbn. de Lacat. C. ~ y . n. 47, cranf, Mirhalo~. supra n. 26, Fontaaell. n. 8 , Guer- reir. n. q6, Caki. de Ibpnian. Cap 9. n, 23;

Limitade &.+O) q i ~ a r d o res ilh , 4ma utitur ,> unus ex sociis , puta, domus, est indivisj&bs, seu 29 saltem cotnmode dividi mn porest ; alias secws . . . si prcdbadrn'esc a k i o domam habitaate, et pen- 2, sionem solirere recusante is bis rerrninis , viddicet, 59 domin non posse pati diyi&~ncsn, cum hoc sit

n srra ndatltimie fladammum ( I ) ?' : Em contrario e~áo ouctos DD. a dizer que H si dornus est ideo 9, perva, quuod ipse duu porset habitare, et non CORO

99 dorninus, toac nan renaur pensionem &mino sob w vqd pro sox #arte (2).

I(&) Ira esckon. de Locar. supra n. 46 , Caroc, de tmti Tit. de recommiin. n. 21 , Vajasc. de Partk. C 4. n. 20 , Ayloii. ad Gomez. z. vare

No c d l i z h d e s t ~ ~ o p i n i k eu sigo a segunda, que se conforma ciom a regra geral, e raabes della $. 247,), e repito etmnca a 4.' limiraçáo : Porqd tpando o caza he pequena, que apenas páde r e c e k Ihai d habitador, nella se verific5u sem d i k n t p ,

diyertidadc de r a z h , as fundamntos-póincipi+& q regra geral, quaes sáo ; que em.quaaro a caza esd en commum, qu~libet babet partem in qunlibet mi- ama pat%r . qt~a~1: S Q ~ ~ S dornk~s repurP'tar ; meum MI qwd commcme est , et smius babitans utitur re communi ad usum destimtuwz ( I ) : Em quanto pois 9 náo verifica algurira, dati trcs precedentes limitaçdes, qie fazem variar estas razoes, estarnos na regra ge- ril , e nas razóes mesmas applicaveis tanto ao caso dt ter a caza aptidáo de receber dois ou mais habi- fMb, mm de redebet ihm r& : 3 por tmm náo -.brIrof& ai q+q i iar i rdgáa

9, p r d a t i n sotio~hAitame, ethhripercipfente r> aiiam commoditaem? qas mncist&! inrt i l i ran i i r 9, t~inseca , et .iaseparabitt aperscuia ; i r i c w non possit 9, dividi, et altcri sw pars dari : SCCW autem ri, 60-

9 , cius utatur rota re, et petcipkt fiuctws~,~vel.aljarn 9 , utilitatem? q u z consistat in re extrinrcca, quár a+ p s b i t . &idt; rum e n h Xerretoi &e prtern'sqam

consàc?o " Esta,limit&o he meàafisica : Eu náo posso ideiac m o , a que praticamen~ possa ádaptar- se : Senão, ou (1.0) ao caso de o sacio ter na mesma caza putras: [email protected]&ri) da& da's& familia, que Lhe r paguem ren a ; mas ent3o ficamos na ~.VimitaçEo : Ou ( 2 2 ) se na caza commub, e indivisa dá estala- gem , ou tem logea de mercearia, botequim, billiar , erc. q* commodomente nBo poderia ter em outra

; porque nestecaso dessacommdidade I he provem W r n quid3 p l ~ . w ~ i n r e c o , alem. da habitsçáo p i s rrte

mal s :*a o. rusakde~tjnadce: Mas ainda prevales- oqtraa raaDes $J 37a.) que neste caso náo. oessáct Du (.3,:3 :se na cazb chove maná ou neve ,, de que te bum, lucro exarimero.

(L) Pacion. de Locat. Cap. 35, n. 44.

Eantm q ri taf .mJ ;c $bt 26~) .póde faes da a Ord. L. L+.%- 96. 9. 4.9 Bhrlqq, prim gar o socio da coisa cornmua pagar ao colierdeir~ a sua parte do rendirneatqar) equiparando-se osfru- ctos civis, quaes os rendimentos das cozas, aos ~atu- xiw ,:e inctusrriaeii Porem. o. 4 $ 4, hlk & #a&

m e n t o , que produz p ã o , e outras especies de frucrtos, que se -1avrSo e serneiáo : No S. ro. t w t a & fructos e renovos (*) dos bens çornmuns ; palavras, que em sentido natural náo cornprehendem os frucras civis das cazas , que náo s?io propriamente m s s6 com- menticiamente , frucros (2) : E por tanto, apezar do raciocinio .de Vaiasco, foi justo o Atesto, que elle refere (e comprova a regra geral , de qua 5. 273 O)' ; e a mesma regra procede com as limitaç6es, que n50 deixo censuradas (3) .

(I) Valaec. de Partit. C. 4. n. 17. (9 Esta foi sempre a accepçáo -geral de renw

V O S , quatenus fructos de anno em anno, c t l ~

proprra especic Fr. Joaq, no EluciQr. bsc verb. (2) Nett. de Teseament. Liv. 6. Tit. I. n. 2.

(3) Qw esta he genuina iintclli ncia da citv

y. n, 21. I da Ordelufiio a bkcw CJà. de rnption Capi

A Lei de g de Julho de 1773 , que se oppunF A divisão d'aig~inm earza, crtoí swpemo pelo Dane- to- de 1778 ; e não @c aqui scrvir de atgumento. h cazas p i w i ou tem ou náo c o d z pattaha e divkáo : " @i pa i t divisionem rei , habet fundata m B, intentionem, quod illa debcst fieri per partes real.$ ss physicos, et Im8cuiqoc u s g m t u r pmpria portio, 9: cum protsumatbr, qaod rer commode dioldi possit ; 9, et contrarium pretendcns debet probarr iadirisi h:- ,, litatem ( I ) " Pelo contrario, e quanto ás caza: : 9s Prxs~mptio est, quod domiis non patitur commo- >, dam divisioneni ( I ) " Geralmente : Res non dici- 3, iur pati commodam dívisionem, quando divisa rni- 3, nus valeret , quam integre cons~derata , e t divisio 3 , prdjudicaret om#ibus . . . Prout res dicitur indivi- 9, sibilis , et non patitur commodam divisionern , quan* 9, do divisa reddereiur infructuosa , vel notaáifitev 3 , redderet minores frucrus.. . . Idem dic , si res per r, divisionem pareretur deicriorationem . . . Sirnillter , 9, quando divisio petitur solum ad injuriam altcrius 9, socii . . . . Qiiinirno, etiam si res sit divisibilis , ac 3 , commode dividi possit ; nihilominus, si rx divi- 9, sione possit oriri scandalm, ac confurio Judrx 9, tail casu non debet devenire âd rei dirisibilis di- 3, viuionenl , P C ~ debet uni illam assignare , c~mpo~i ta 9 , parct in alio corpare (3) .

(i) Constantin. ad Stat. urb. Anmt. 21. art. 2. n. 128. Conf. Guerreir. Tr. 2. L. 6. C. 13. a 40. et 41.

(2) Pacion. de Locat. Cap. 9. n. 13. (3) Constantin, a n. 121.

A nossa Ord. L. 4. T. 96. S. 5. determina que 9, Tendo os herdeiros ou companheiros alguma coi- 3, sa, que náo possáo entre si partir sem dawrno, assi 9, como escravo, besta, moinho, lagar, ou rtltrn ,, coisa semelhante, náo a devem pariir, tnas devem 3, vender a cada Iium dellek, ou a outro algum qual 9 , mais qtlizerel?~; ou por seu izpraizimento trocará0 ,, com outras coisas, se as ahi Jiouvcr ; e se se nllO 9s podcrent por esta mu#cira avir arreadallâháo, c Y S partirá0 a renda entre si. "

Porém todas estas providencias da nossa Lei aio arbitrarias, e facultativas aos coherdeirus , sem força corsctiva (I) : Quid ver@ se os coherdtiros se n3o conformáo em alguma destas providencias ? Huns Rci- nicolas asseritio que se deve p8r a coisa em Iiasta p blica (2) : Outros, que se deve p6r em licitaç50 en- tre os coherdeiros (3) : Este Iie o ueico rernedio , que em tal caso estf providenciado pelo Direito Romano (4) conforme com O Natural (5) ; e adoptado nrr modernas Legislaçdes da Prussia (6) , e ultimamente peio Cod. Civil dos Francezes (7).

(I) Valasc. de Partit, C. 22. n. 14. (2) Valas. a. ng.

(3) Barbav. na L. Nnn ampHus-rb. Kde Lwt. I. n, 1 6 , conf. Posth. de Subhast. Insp, 8. a n. I , Con~tan~in. ad Stat . urb. Annot. 21. art. 2.

a n.96. et 1 1 6 , Silv.ad Ord. L. 4.T. 1 1 . in pr. n. 5 , Giier:eir.Tr. z. L. 2. C, 14. ex n. 16.

(4) L. I . e 3. Cod. Commun. divid. L. 55. f); Fam. ecrisc.

( 5 ) Heinec. Elem. Jur. Nat. L. I. fj. 270. (6) Cod. Freder. P. 2. L. z .T. 4. art. 3. 5.68.

n. 3. et 4. (7) Cod. Civ. dos Francezn L. 3. T. I , C. 6,

Sect. I. art. (rnihi) I 17. et 129.

Esta providencia da licitaçáo he odiosa ; só pra- ticavel por ultimo e subsidiario remedio ( I ) ; e s6 sobre coisa individ~a (2) . Quando assim praticavel entre os coherdeiros , sem admissáo de licitante estra- nho; menos que hum coherdeiro, ou só o&reça pre- qo ridiculo; ou nso tenha dinheiro prompto para sa- tisfazer atw mais as suas partes (3). E; quando assim praticavcl entre os coherdeiros ou consocios ; aquelle , que na coisa commua tem maior porçáo náo tem pot! isso preferencia (4); e s6 a tem em igual lanço ( 5 ) , mas náo se O porcionario menor excede o seu lança (6) ; menos, que o lanço d o porcionario menor n á a seja irnulo, e excessivo d o justo preço, eni que a coisa foi avaliada por Louvados (7) : E o consocio prefere em igual lanço ao licitador estranho (8).

( i ) Posth. de Siibliast. Insp. 8. n.8. et 9 , Fabr. in Cod. L.. 3. T. 27. Def. 14 , e o reconhece Guerreir. T r . 2. L. 6. C. 1 3 . n. 40. et 41.

( 2 ) Assim o mostro largamente em kuma Dis-

serra~50, que hc a 7.' na Coliecçáo em Supple* meiito a o mcu Tracr. das AMes Surnmsrias.

(3) Barbos. na L. Amplius 26. ff. de Legar. r , Constantin. fupra ri. I 19, optime Corradiii. de Jur. Prelation. Q 34. a n. ro, et Q 53. n. 9.

(4) Cod. Freder. supra n. 5. in fin. (5) Felic. de Societ. C. 39. n. 88 , Fontanell.

de Pact. c4aus. 4. gloss. 9. P. 2. R. 82, Com. tantin. n. 109, Corradin. d. Q, $3. n. 10.

<6) Constaniin, n. aro. (7) Faitanell. n. 86 , O k a de Cession. jur. T.

3. C& 2. n. 3 3 , Peg. toai. 6. For. C.143.n. 8. er 14.

) Corradia. supra n. z4.

Qii pois a caza (de que tratamos) nzio tem cam- moda diveisáo por arbitrio de bons peritos, sein dam- no maior dos coherdeiros ; e neste case , e sd nelle Ile praficavel o remedio da licitaçáo na fórma exposta a 275 : Se admitte coinmoda divisáo ; e se procem dc a ella ; se devem praticar estas equidade6 e pre- ca uq0es.

§ e 279

Se hum coherdeim tear algum predio scu na contiguiddde das cazasi a parte, que nestas lhe per- tencer, se lhe deve adjudicar na conriguidade d o seu

predio ( r ) . 2.' Qe na partilha das cazas j ~ á o he necessario reservarem-se expressamente as ser- vidíies contint~as, e permunentes j com as stilbiddii , tigni immittendi , oneris f m n d i , lurnhurn , xre lu- witzihus oficiatw-; porque sem outra exp:espa con- swnçá~ se subentende111 rnutuamerrte estaklecidas e

Hh

reservadas.(s) : Qt~anto porém ás servidiks chamadas Discantinuas , como v i a , itineris , ingre~sus , etc. , he preciso, que nas partillias se reservem e constituiío cxprescarnente ; porque aliás fica0 extinctas , e as par- tes de cada coherdeiro, ou socio ficáo livres ; Je$crl- ri70 i g ~ a e s (3) *.

( I ) Guerreir. Tr. 2. L. 6. C. 13. n. 27, Mi- chal. de Fratr. P. 3. C. 38. n. 2 5 , Conciol. ad Stat. Eug. L. 2. rubr. 67. n. 19, Jul. Capon. Discept. 112. n. 46, Voet. ad Pand. L, 10. T. J. n. 3 , Cyriac. conrr. 1x7. n. 7.

( 2 ) Silu. á Ord. 1,. 4. T. I. in rubr. arte 7. o. 30, Altim. ad Kovit. Decis. 98. n. ar , Felic. de Socier. C. 39. n. 1o6 , Sabell. post Summ. Resol.14. n. 5 , Fahr. in C&. L- 3.T.24, De- fin. 2 , Matitic. de Tilcit. L. 3. T. r. n. 9.

3 ) Silv. supra n. 29, Sabell., Mant., er Fabr. supra, Guerreir. Tr . 2. L. 6. C. 1 4 . n. 24, conE Arouc. in I,. a. S. I , de Rer. diiis. n. 76, Ft- lic. supra n. 102. * Digo se fiehão igwms ; perque ficando assim todos iguaes na partiltia dos cazas, e pre- cisando hum dos coherdeiros servir-se pela parte do outro; o ~esultado seria ficar a parte deste de menor valor com respeito á servidio, e cksigual a partiiba Rocc. Selecrar. C. 169. a. 12. et C. 175. n. 40, et C. 140. m F, 09i pais se deve dar refeiçao e compensaqáo á parte daqiielle, que ha de apffrer a servidáo; ou a náo ser assim de- ve o coherdeiro , quc detla necessita, comprar- lha ~aZuta jwto pretiu, ex Silv. ad Ord. E. 4. 3.'. I. in rubr. art. 6, n. 2 0 , Corradin. de Jur. Praelation. Q. 48. a n, 42, Domat. pag. 46.9.4, Isto nâo se podendo abrir servidlo por outro si.

tio. Podendo porém abrir-se deve ser a despexas de rodos para regular a igualdade. Se porém se tracta de Iiurna prti!ha feita ha mais de dez an- nos ; e depois della hum socio, se fidu ~ervirida

ela parte do outro ; esta obsetvancia deecnnal i z prsiimir convencionada a servidiio , indepen- dente .) cutro titulo ou prescripçáo, ainda que a partilha fosse igual, Luc. de Servir. Disc. 32. n. I 2 , Constanriti. Dec. 45 , Rocc. Select. C. 171. n. 8, e C. 177. a n. I J : Presumindo-se in* demnisado d'outro modo o colierdeiro, ou socio, que ficou diminuto com Y servidh, Oter. de Pasc. C. 42. a n, r I 3 , Gam. Dec. 146, Valasc. de Partit. C. 38. n. 7, Constantin. ad Stat. urb. Annot. 21. arte 4. a n. r98.

3; Esta he a que dai a Ord. L. r.T."68. S. 37. 39 Ambos daráo o lugar na caza (partida) para se fa- 3, zer a parede de repartimento, e alicerce della : E

se entre elles for differença , que hum queira, que 9 , se faça de taboado, e outro de taipa, ou de pe- 9, dra ; os Almotacds vejáo a caza , e kgar j e segun- 9, do o que acharem, que se deve f a ~ r miis provei- 31 tosamente para as partes, assim o mand~rn fazer. 3, Porem se ambas náo forem concordes de se fazer M a dita parede ás suas custas, aquelle, que requerer 3, a partilha, a faça á sua custa, e o outro n.ío .se 3, poderá nella madeirar, nem lograr della em coisa 3, aiguina, senáo quando lhe pagar ametade d~ que s9 CUStOt4.

5. 281.

+? Se ha a partir hum assento de caaur com Hh 2

atrio intermedio ; e as cazas se dividem, adjudicaiido-se a hum as de hum lado, e a outro as do outio lado ; a menos que todos náo convenháo , não deve partir- se o a t ~ i o intermedio ; inas ficar communi , e serviente a todas as cazas ( I ) ; S6 sim em aldeia, tendo. apti- dáo, se póde dividir para o uso de estrumar; mas n3o para o uso de edificar , em prejuizo,das mutalis e oeceasitrias serviddes (3) : Se sáo. muitas as cazas commuas , náo devem par~ir-se , mas adjudicar-se pred cipuas e inteiras (3) .

( I ) Richer. Jurispr, urriv. tom. 3. g. 1060, Voeta ad Pand. L. 8. T. z. 5. 1 8 * i n fia.

C2) Riclicr. supra. (3) Guerreir. TF. 2. L. 6.. 63. r3. a a. 29.

C G P I T U L O IX.

Penda do todo de 6urna.r casm.

"

N Á ~ m e proponho rracrar aqui a materia da com* ara e venda : Só me limito ao que he especial na ienda das cazas : Náo me dispenso porem de humas pfenoçbes geraes, q i e sempre se devem ter em vista e n todo o caso, em que entra etn duvida, o que e r, quanto se comprehendeo em qudquer. i d a :. Tacs sáol.pois as seguintes,

Primeira : '6 Quantitas pretii desigaar quota res 99 sit vendita, quid ve in venditione comprehendatoc st ( I ) . E x pretio datur intelligi , quid , et quantum +s in venditione comprehensum intelligatur . . . . Bazc n regula debet intelligi , quando verba sunt ambigua , 99 atque ita incertum esc, quid censerint contrahen- 9s tes; quia tunc ex pretii quantitate conjectura capi- i, ende est : Et. ideo, si verba sunt clara, ira ut eon 9s possinr alium sensum reçipere, verbis magis est in-

hzrendum , . . , Similiter ex quantitate pretii przsu- ró mitur , an sit vendita tota res, vel pars ; nam in

n dubio ílla quaiititas rei praesumitur vendita, quae ,r pretio respondet ( 1 3 .

( r ) Valeron. de Transautt. T. g. C. 5. n. 26, Merioch. de Przs. L. 3. Przs, 73, Card. de Luc. de Locar. Disc. 29. n. 4.

(2) Mantic. de Tac. a amb. mnvent. L. 3. TI 1 1 . a n. 7. et L, 4. T. 9 . a n . 8,conf.Portug. de Donat. L. I. Prai. 2, S. 7. n. 103.

Segunda : Veteribus placet , pactionem obscu- 3s ram vei ambiguam , venditori, et qui locavit, no- >, cere, in quorum fuit poteqtate legem apertius cons- 9) cribere (I ) . In contra heada venditione pactum con- 9s na venditorem iiiterpretanduni est (2). Labeo scri* 9, psit , okuri ta tem pacti nocere potius deberc wn- 33 drrori, qui id dixerit , quam T, quia potuit r i re integra apertius dicere (3) i non rppareat,

quid actum sit, tunc id accipitur, quod venditori r, nocct (4). Daqui se infere '' quod ea ontnia in ven. 9s dicione comprehendumur , q u z emptot venire crei 3, didit ; dummodo ex significatione verborum concipi r3 possit; nam in drbio iaterpretatio fit contra vendi- SB torem (f)."

(I) L, 39. fE de Pact. (2) L. 172. E de Reg. jur. (3) L. zr. fE de Contrah. cmpiim (4) L. 3 3: E. eod. Tir. ( 5 ) Mantic. de Tacit, et amb. oant. L + TT1 9,

a. r .

Estas s50, á primeira e superficial vista, as re gras legaes (S. 284.) : Porem só quem não ler Boeh- mero (I) ignorará o quanto tem variado os inrerpre- tes sobre a intelligencia, e applicaçio destas Leis. A d2 glossa foi ridicula, e justainetlre ludibriada por Hoehmero (2): Huns julgáo abrogavet a d. L, 37. ff. de Pact. , como iniqua ( 3 ) , guia ií~ lçtrjl~sque nrtjs potrsrotr positum e ~ t Iegtm apertiur <lircrr. 8 m e s - mo Boelimero depois de analysar ar palavras, obscrr- rirnz, arnbyuum, e explicar o mysterio de hiima e ou:ra , segundo a mente dos Jurisconsultos ; elle (4) Frma esta conclusáo = Tunc demum buic r e ~ u l a stan- dunt e f t , quoties regulk onlnes communes interprc- tandi alie dc$cciunt , rtec appareat , quid inEer con- rrabentes actum si t ( 5 ) =. E por tanto, antes de se applicarern as ditas Leis se devem pôr em uso as regras mais solidas da interpretaçáo dos contractos (6).

(r) Boehmer. ad Fand. Exerc. 30, ,- De inter- pretatittle facienda adver~rrs eum , qui clarius loqui debuisset. :=

( 2 ) No 5. 8. (3) Groenneweg. de Leg. abrog, na L, 39. ff.;

de Pacr. (4) Boehrner. S. 15.

( Confirso-se alem dos DD. citados por Boeh- mer., Pacion. de Locar. C. 22. a n. 129. et 145.

f 6) Regras, que, deixadas as de Mant. , e Me- noch. se devem ver em Domat. Loix Civ. pag. 17, e que delle bebeo o moderno Cod, Civ. doa Francezes L. 3, T. 2. C, 2. Sect. 2.

Terceira : A regra i. Quac~umque smt httr2 fies, in vendirione demonstratos, comprehensa intel- liguntur = ; tem as muitas declaraç0es, que com ou- tros DD. expozeráo os transcripros nas Not. ($).e (2%

(r ) Marrcic. de Tacit. et amb. convent. L. 4, T. to. a n. 4 , ut ibi = Sed haec regula intelli- 99 gitur [.O) nisi aliqua nominarim fuerint exce- 9 9 pta : 2.O) nisi fines pcr errorem fiierint ex- 9 9 pressi : 3.") nisi sit r q super imposita alteri 9 9 solo, et q u x a parietibus alterius hmus non 99 vendirsé sustinearur, vel nisi esset talio res, q u e 9 9 artenta modicitate pretii (conf. 9. 283.) non i 9 przsumeretur vendita ; quoniam runc appositio ,i unius confinis censetur per errorem expressa, # i et fnisa dernons.tcaiio nm mulat substaariam i 9 veritatis.. . . alíud est dicendum , quando ex 99 adverso concurruiit plures przsuin ptiones, quod r , non omzia , quce sunt intra fines vendita in- $9 tclligunrur (conf. I'ortug. de Donar. L. I. Przl. 99 a. 5. 7. n. 134.) ... . Siquis vendiderit quid 9s quid Iiabet intra muros, vel intra ralem ar- i* borem ? probabiliter potest dubitari , an illa 9 5 dictio zntra intelligatur inclusive, vel exclusi- 93 ve? Et quidem illa diciio intra proprie inolu- 9 s dir extrema; et ideo in casu proposito intelli- s9 gitur quis vendidicsc muros seu arbwein . . . . s> Sed ex quantitaíe pretii h a c arnbiguitas to!li- 9s tur. Similiter, si quis vendiderit fundiim uique v v ad domum, porest dubitari ; an dictio us ue 15 accipiati,r inclusive, vet exc ueive ? E;t h$c u- 9s bitatio ex quintitare prerii solvitur. 93

8 (2) Altirnar. de Nullit, torii, 4, Q 15. a n. 177.

r 245 I ibi =i Praedium venditum usque ad domum inclu- 99 dit etiam ipsam dornum, si eet dominio v ~ n - 9s ditoris.. . . Et dictio uque includit in preju- 19 dicium venditoris, et in dubio interpretatur 99 contra venditorem.. . . Et melius includit , vel 99 excludit , secundum verisimilitudinem , qua ex 99 multis consideratur, et ex conjecruris : I.") ex 9 9 comparatione pretii ad valorem rei (conf. S. ~9 283.) : 2 . O ) ex denominatione propria confi- 99 nium : 3.O) ex qualitate rei secundum stâtum 9, prasentem , non autem veterem.. . Amplia ut 9s procedat , ubicumque terminnus, cui adjicjatur 9s Iizc dictio, est de pertinentiis rei, in qua ha- 99 betur sermo, qciia semper includit ta , q u z 99 sunt de pertineiitiis. Limira 1.O) quando iri-

9, clusio est contra legcn) : 2.O) quando orario 99 negativa praecedit : 3 . O ) quando constat ex 9s mente conrrahentium, vel ratione absurdi vi- 9s tandi : 4.O) qu2ndo ter~ninus ad quem , non 9s potcsc includi , vel comprehendi sob gcnerali- 99 tate praecedenti : 5.") quando haec dictio ay- 99 plicatur termino, qui non est de esrentia rei, w nec termini, de quo haberur sermo, q u i ~ tunc 99 non includit : 6.") si terminus ad quem est soa 9s litus esse ccum fundo; alias secus, etc.

5. 287.

Basta de prenoçdes geraes : Passemos ao especial sobre o que, e o quanto se subentende vendido, e comprehencie vendido na venda simples de humis ca- zas í Se o hei de traduzir do latim. os leitcres o ve- j90 nos DD. que transcrevo debaixo das nutas ( I )

(23 (3 ) .

a ) Samuel Stryk. vol. 6. Disp. 3. De ProEk.6 Ii

tiose perrinentiarum , Cap. I. n. 46. et 47 , pau- c i ~ rem ab~olvit , ut ibi = Sic xdibtis aendit is , ,i ea sunt adium perrinentiae , q u z quasi pars S, ~ d i u m , vel propter zdes , perpetui ususcauea 99 ibi habentur, L. 245. de verh. sign., utcun- ,r que illa ipea finiia sint , utputa , putea , pu- 99 tealia, quibus ea operiuntur , lines , labra, sta- s9 t u % , ex quarum rostris aqua salire solet , fis- 9, t u l z quae salientibus jungebantur, canales L. 99 13. S. ult., L. 14, 1 5 , 16, 17. 5 7 , L 8. S, S . 9. E, de Act. empt., L. 49. E. de Contr. 7 9 cnipr. Item granzria ex tabulis facta ,. quorurn 99 stipires i11 terra defossi çunt , L. 18. in pr. de 3, act. empt. , sigilla , columtiae , L. 1 7 , et alia, 7 9 quae xdificio detracta sunt , ut reponantur , >> veluti tegulz L. 17. S. I : Si conclave bina- 91 rum acdiiim conversum si$ QX aliis aedibiis in 93 uswm aliaruni, iis akdibus ceder, in qururn 9 3 usilrn conversum esc , u. tc~qi le transversa 39 contignatio in aliarutn adium parietibus tota 9 9 sedear, L. 47. de Damn. infacr. Vendiw do- $ 9 m o , qua cornmuni pr ie te distinguitur, solum 99 censetur vendita dirnidiá pars parietis , árg. L. ,i 4. iE de Servit. Lrgat. "

( 2 ) Mais larg~merrte com grande apparato de IID. Altim. de Nullit. tom. 4 Q 15. a n.567. ibi = Vendita domo, accessoria domus veniunt , 9 9 et q c z perpetuo usui descrviunr . . . vmit apo- 97 tlieca domui unita , a sub eodem tecto, elt 1, solo cxistens, q u a uno pretio fuerat empta 39 curn domo, er venditor utebstur simul ciim SR domo. ... Si apotheca per se stat , non venit ,9 appellatione domus , quia secundum comniu- 77 nein opinionem, er usum loquendi non est ~2 domus, quando est. sepaiata a domo, . . . venit

99 porticus , quia cst rars domus , ~i *it ti áffi- 3 9 xa , et conjuncra dnmus . . . veiiit hortus IF)S!US 99 domus, er viridarium, si ad i lhm a ditmo 99 pareat ziditus : S e c ~ i n horio s e p ~ g r o a do- u mo, ctiain si possit ex domo iri ad hortun? , 7 9 qunndo cansrat , quod alreti domlii erat c fbka - $9 rens ; nam ex destinatione paitis f'trnil~as fit 99 res unira alteri rei. Venit osrium, ctia,n t2is- 7 9 rens extra clausiir#m : Venit rnr>!endinuin : Vc- n * niwnt c l a m : Venit orsrbulum illi wnilun , vel 9 9 si habeatur ad illud aditus per domum, aut 7 9 fuerat z m p t t ~ m cam d o m o ; alias secus. Ve- m niunt balnr'i, si adiros per dcmurn ad ea ha- 9 9 bestur , vLl unico pretio sint curn donio em- 39 \Ira : Venit pureus , purealia , quo puteus oFe- 79 rirur, et funes, yiiii>us aqiia hauritur , labi-a , 9 9 scilicet vasa , ?eu crateres lapidei ad recipien- Y P dam aquain ap t i ; e t item fiçtulz , seu aqua- 9, diictus, candles: Veniunt omtiia affixa , et de- 39 fixa ~ d i b u s , et posita in domo causa pe:pi.tui 99 U S U S : Veniunt vitriatz. "

(3) Ainda mais ainplamente Ferreir. d e Nov. Op. i-. 2. Disc. 7 . a 11 I 2 , confirao-se F3heli. 5. Veriditio n. 51 , M a ~ t i c . de 13,icir. L. 4. T. 9. :i n. i 5 , Hermocilli. in L. 29. T. 5. Y. 5. g1o.s. I , Calda de Empt. C:. 2 L. n, 15. et i 6 , Scop. a i Gratidn. decis , 57.

M u i t o mais se a caza se vendeo com luas /ler- tenças anrpexas, e conncxas, yorque esta claiisula Gz comgrehender tudo o que forma o todo principal , tu& o que por destinaçáo, uso , e costume era per- tenqa, etc. (2) : Náo faz poréni tal clmsula compre?

Ii 2

Iiender o diverso visinlio , ainda que communicado por algum arco de scrvenrfa (2): E sobre tudo a ob- servancia sobre o que o vendedor ficou possuindo por alguns annos depois da venda, he o melhor interpre- t e , de que ella náo comprehendeo o que o vendedor ficou possuindo depois da venda (3).

( I ) Signanter Cyriac. contr. 27. et generaliter Salgad de Reg. Prot. P. 4, C. In. a n. yr , Cald. de Emption. Cap. 22. a n. 14 , Stryk. vol. 6. Disp. 3.

( 2 ) Ror. Roman. in collectis ad Card. d e Luc. - - L. 7. Decis. 25. a n. I.

(3) Rot. supra a n. Ia.

Dirisáo z . ~

V e d a de parte de casas, reservada para o vendedor outra parte.

9, Siquis habeat duas domos habentes claustrum, 9s vel porticum commune i n medio illarum , et unam 99 ~impliciter vendar , et aliam retineat ; tunc C I ~ U S - 9, trum , seu porticum dividi dehet (V. 5. 281.), et 93 medietas a latere emptoris sua erit , altera medietas 99 a latere ernptoris ipsius erit ( I ) . Quod tamen pro- s9 cedit, quando in utraque domo adest ostium , per Y S quod devenitur ad illud claustrum, et exitur: Sed 9s si in una tantum domo adesset ostium, per quod 2 s intratur, et exitur in claustrum, seu porticum , tunc 99 erit tantum illius, cujos est donius ostiurn habens. . . 93 vendita una ex dictis domibas , ceasetur vendita

99 prout de przsenti est, e t cum jure illo activo, vel ,, passivo respective prout alteram ex eis vendit : Claus- 99 trum, quod erat convenum ad usum donius vendi- ,, tae , cedit venditioni , etiamsi paries sit in me- ,, dio (2). >'

( I ) L. 47. A: de Damn. infect., C z p o t nrb. C. 44. n. 7 , Gratian. for. C. 678. n. 3 , ubi Luc.

;x :; ;2 , Mantic. de Tacir. et amb. convent. 15. n. 25.

( 2 ) Mant. supra n. 24, Cyriac. controv, 27. tot., Altim. tom. 4. Q 15. SUL n. 571, et ad otnnia Silv. ad Ord, L. 4. T. E. in rubr. art. 7. n. 44. e[ 45.

5. 290.

O Cardeal de Luca (I) figurou, e decidi0 e'stzt Iiypotliece. Certas Religio~as, que precisaváo de agoas para a sua cêrca, e comprádo sem outra necessidade hum palacio visinho com seus quintaes e jardins , em que havia abundancia de agoas, sendo as suas primei- ras vistas applicallas para a sua cêrca: Venderio de- pois o palacio uintal , e jardim com agoas, etc. de- ., P baixo da condiçao de declararem por outra Escriptura a quantidade das sgoas, que se haviáo de compre- Iiender na venda, ou exceptuar para ellas. Disputou- se a validade do pacto conferido ao arbitrio das Re- 1ig:osas : Por fim julgou-se reservada só a agoa suffi- cieiite, e que se dividisse á proporçáo.

(I) De Emption. Discurs. 34.

H e questáo controversa : Se vendendo-se partc

de h u s a caza mutuamente serviente ; e na E s c r i p r a náo reservou r, vendedor srrvidáo do transito para a parfe, com que ficou, pela outra parte ve::dida, que para a =servada era serviente ; ou viceveisa , a parte comprada náo póde ter outrri servid5o s e n l a pela parte com que ficou o vendedor: Se se subentendem rerenda$ as muitas serv idh , OU se em falta de ex- presa reserva ficgo extinctas , sendo necessario , que de novo se cumprem hum ao outro : Huns DD. sus- ientso a tacita reservaçáo das servid0es ( i ) : Outros

elo contrario (s): Quanto a niim a primeira opiniáo fe mais racicimel e conforme á intrng.o dos con- tralientes , ainda que i~idapendenre a' outras circuris- tancias ; e muito mais correspondcndo a propoqiu do preço (5. 283 )

(I) ROCC. Select. C. I 72. Olea de Cess. jur. 'I'. 4. Q 7 . n. 9.

(I) Silv. ad Ord. L. 4. T. I. rubr. art. 7. n. 28.

He porfim sem duvida, 4,ue a segunda das ditas opinides cessa , ou r .O) quando a venda hc feita clrm prrti#entiis ace s~ ibus , $eu zrtroitibvs , et e g r ~ ~ ~ i - cbus ( 2 ) : 2.O) quando depois da venda se praticou a servidão , que expressamente re d o reservou (2). Qtãnro porem ás servidóes co~inuas : Estas se~r~pre se subenrenilern reservadas na compra ou vencia de parte das cazas , independente d' outra expressão (3).

I Cyriac. contr. 27 , Luc. Servit. Disc. 32. n. 10. et I I , Silv. supra n. 41.

[ 2 ) Luc. de Servit. Disc. 32. n. 12 , et in Man- xiss. ~am. 3. L 4. Uec, 3 , Cyriac. s. 5 , Rocc.

Select. C. 171. a n. 8. et C. 177. a n. 12, in Simiti Peg. tom. 6. á Ord. pag. 76:n. 43.

(3 ) Silva ad Ord. L. 4. T. r . in rubi. art. 7. n. 30, Conf. supra 5. 279-

C A P I T U L O X.

$ 0 2 9 3 .

P O d e m emprazar-se caras (I) ; a Lei (1) o pcr- mirre ; mas com esta differença, gue emprazando-se terrenos para as edificar , ou edificios arruinados para se reedificarem ; fica o contracto com a propria natu- reza de Emprazamento, e regulavel pelas regras do Emfiteuse : Dando-se porém de emprazamento cazas já edificadas pelas rendas em que costumaváo dar-se de arrendamento ; este contracto he impropriamente prazo; e mais propriamente colonia em vidas, ou per- petua que se deve regular pelas regras da locaçáo, c conducçáo (3).

( I ) Veja-se o meu Tract. do Direito Emfiteut. (S. 1 9 9 )

(2) Lei de 4 de Julho de 1766. (3) Assirn claramente o distingne a mesma Lei.

Daqui he consequente r."), que no primeiro caso de se aforarem terrenos, ou predios urblnos rui- nosos para edificar , ou reedificar ; se rrgilla ein tudo o contracto pelas regras do Emfiteuse: 2.O) que enfi- teuticando.se cmas já edificadaõ , entáo pelac regras d a locaç50, e conducçáo : E por isno 3.O) findas np te

caso as vidas náo tem o Senliorio obrigação de rem- v3r O prazo ( I ) : 4.') que náo Jla aqui reconducçáo tacita, para que se possa julgar prorogado por outras tantas v i d a s , quantas continha o precedcn:~ empraza- mecto (2) : 5 . O ) que findas ás vidas, se póde usar conrra o dc,norninado Ernfireuta ou successores dos re- medios legaes do despejo contra os arrcndatarios, qusndo filid5o os trnipos convencionados pala a du- raçáo dos conrrac.os, e com a mema natureza (3).

( I ) Veja-se o dito meu Tracr. $. 1c63. com a sua nota.

( 2 ) Silv. ad Ord. L. 4. T. 23. 5, I. a n. 45. (3 ) I,. Siq~ i s coilducrionis , L.. Conductores Cod.

Locat. Ord. L. 4, '1'. 54, Pacion.dcLocat.Cap. fin.

§* 295-

O E r o das cazas , em qualquer dos dois casos affora4ias niio phde consistir eni pao , vinlio , azeite, nrrn coisas sernelliantcs ; nias só em dinheiro, ou aves (i); ainda iiie.n:o que o Emfi!euta tenlia predios rus- ti,,,, e ! t u $ , que lhe prc.duzáo fructos ; nem aiada assim póile convcncionallos conio foro das cazas (2): Ct nsiptinr!o pois em aves se dcveni p'lgar vivas, e r.50 mortas (filenos sendo perdizes ou coelhos (3) : Se se con:cncicna que se pagélráo taiitas galinlias, ou tanto por cada liuma , sein outra expressio. Iie á eleir ç30 do Srnliorio (4).

( I ) Ord. L. 4. T. 40. pelas razbes, que exhi- bem Lima ibidem e Valasc. de Jur. Emphyt. Q 20. n. 6 .

( 2 ) Valasc, n. 5. et 6. Kk

3 Vdmc. cub n; 6 , Lim. n, 7 , Pinlieir. de Emphyt. Disp. 4 Secai. r . n . 2 .

Vcj. o 'meu rract. d o Uir. Emfit. S . 707.

Si o fw'ò &as c s m consiste em dinheiro, ?e brve pága-r c an fome o valor d a moeda , qrx correr ao ir.mnO do contt%cto : E emra a duv;da ; se .se pó- de hoje plgar ametade em moeda papel, com, ou sem rebatL: ? Vejq~se a minha Dissertação sc;bre o uso da moe'la pap-1 impressa m fim d o m ~ u Append Di- plo,iiat. 1 lfstor. a o Traa. de Direit, Emfiteur. pag. 5 I z. a 5. 42.

§* 297-

Se as cazas empraaadas se arruináo paulatina- mente , ou casualiiente (mas por c d p a prrordinada) pdr c u l p ~ do Ewfitecftia ; tern o S ~ n h o r i o acc;ão con- ara etle para qtle as reedffique, e pague a penAo , ou rodo o iriterese (I) : Se sem cu lpa , e s6 por coso kòrtuim, re+tancio só a area, he muiro controverso (2) : Qe o Errifiteuse totákmefite se extingue, parece mais csirto (3).

I ) Vglasc. de Jur. Emphpt. Q 27, n. 2 , Pi- nkir. de Emphyt. nisp. L+, Sect. 3 , sub n. 18.

(i) 'Pinheir. n. 1'9. et 2 0 , Cod. FrLdrr . P. 2. L. 3. T. 3 . S . 3. $ 0 3.''

(3) .4lvará de 2 1 de Janeiro de 1766. Vid. Lim. ad Ord . L. 4.T. 39. in pr. n. 3 q . et 40, Surd. Dec 78 , G r d . ~vevb. Etnpb-ytt~1c.r~~ 'n. 35 : Mas devemos seguir a opiniso, que adoptou o dito Alvará.

C A P I T U I J O XI.

Arrendamentos Lda caartr vohntdribs, e iMJun- ~arios qumdo por Ai,o~cn#ariwid.

A S eamr podem habitar-se por <pcm nb seja seu p~~qrirtaria ; on por aarmdornemd , ou or f r t ã e gtacio-idade ,I e mera deticnçáa (I). Q & tie t~ era dn despejo findo o tempo,, <;ui por qualquer aitra causa das exprrscas na Lei (a) com a hlidamento & ser dads de arrendamento, deve ccrte provar-se com ajuste de preqo certo (3) ; náo b n r , qua& s6 sé pertende errbargo nos bens jmmettidos em alguma caza , de ciijo dominio e propriedade se náo duvida ; porque iiesre caso náo Iie riecessaria essa prova (43: Sirn quando se rracta de pedir a pensáo, oo atltiguer ; mas se eFre se ajustou em paflicutar, e de que náo ha piovas alguma$, entra a subsidiaria acçáo Prfiscri- ptis z'evtis para se arbitrar a justa renda, e condem- nar-se nella o habiraiite (5) : Ein outro tempo era precisa ercriprura para do arrendammo, que pdr hurn ou muitos anms c u m i i r u l ~ d o ~ excedia o aluguer de 6c&oo 1s. ( 6 ) ; Iioje porénr he prwavd até á quw- t ia de 18c&soo FS. (7).

Kk 2

(I) Ord. L. 4. Tit. 54. ( 2 ) L. 4. T. 24. (3 ) Paci~w. de Locat. C. 6 ~ . a n. 56. (4) Doinat. Loix Civil. L i v . 3. Des Gag~s Tit.

I. Sect. 5. art . 14. na Nota. (5) Pcicion. de Locat. C. 17. n. 34. er 69. ( 6 ) Silv. ad Ord. L. 3. 'i'. 59. 5. 2 3 , Thom.

Valasc Alleg. 72. n. 113. 1x4. 120. 11.2.

(7) Alv. de 16 de Setembro de ~8x4,

Provado assim o arrendamento da caza ; resta examiiiar e discutir I,' como deva interpretar-se : 2."

o quanto se cornprehende no arrendamento da caza : 3." sendo ella commua , se o consocio tem preferencia na sua conducçáo: 4.0 quando pelo alluguer compira 1 tacita hppotheca e prelaç%o ao senhorio nos bens -introduzidos pelo inquilino na mesma caza : 5." em quaes casos póde o inquilino ser expulso antes de fin- do o tempo do arrendamento: 6." o processo do des- pejo, formalidade, e natureza delle : 7." a via execu- tiva pelos allugueres.

Subdivisáo I .' Como deva interpretar-se o arrendamento

em si duvidoso.

Já vimos no S. 248. a letra da celebre Lei 39. ff. de Pact que equiparando o vendedor, e o locador sem differença diz que na dúvida se deve fazer toda a interpreiaçáo do duvidoso contra o vendedor, e luta.

dor, q u e , podendo, s e náo explicáráo tiiais clara- mente : Já vimos §. 285. quesSó he applicavel esta Lei , depois d o recurso ás mais conjecturas e presum- pq6es Irgaes, pelas quaes os contractos se deiein in- ttrprctar ; e quando nenliuma seja applicavel , s6 en- tão se fdz a interpretação contra o vendedor, ou loca- 3or, que, podendo, se n%o expljcou com mais cla- reza.

5. 301.

Com efe i to : Esta na materia sugeita Iie a inter- pretaçáo daquella Lei Roniaiia , que ex professo s e propoz Pdcion. de Locar. Cap. 2 2 deccie o n. 132. ; de t'ór'na , que aos arrendamentos duvidosos, e sobre as ddvldas applicou primeiro as regras geraes, e só em falta da sua applicaç50, disse ter entrada aquella ceiebre Lei ; Náo me dispenso de o copiar em obse- quio dos que carecerem da obra de Pacion. Eis-aqui o seu diccu so.

Y, U b i sunt dubia verba locationis, e t pactorum ,i in ea existeniium debent intelligi , sectrndum ipsius

contrrtctus natuvam ; ad eam enim recurrimiis, S, quando dubitanius dc intentione part u m , quando 99 verba ipsa patiuntur talem resírictionem , e t dum.. 9, modo verba inservire possint na turz conlrnctas, 9s seinper intelligi debent juxta illam , qkiamvis pro- Y S prius eorum sigriiticatus aliud irnparter ; deberit 99 enirn verba servire nd1urz Conlractus, tlon #atura 9 9 verbis. "

( N . r 14,) 13 Et intelligendd sunt ,jw.rta dispo- 9, sitionem jur is comwunis in quantum fieri pocesr ; 99 quando cnirn pacrum non contrariarur juri, et con- SY currere cum illo pote-t , non facit cr5sare juris dis- $ 9 positionem. At quando prll tina parte adest vuka- 29 ris kquendi consuutudo , et ~ r u alia dispositiu ju-

9, ris; tunc pacturn in locatione existens rnagis debet 9, intelkigi secumduw~ vdgarerrr kqurndi conjuettrdi- >r nem , quam secundurn jus commune. "

(N. 136.) $9 Sumenda qlioque est inrer~retatio , 99 u t in:er 1oc;itorern , et conductoreni .renfetztr q u a - 99 litas. . . . Et sumenda etiam est interpretatio, ne 99 culpa unim ex contruhentibus &/ter danrnuwt pa- 3, tiatur . . . . Evitaiidam esse illarn interpretarionem, 9, qua a1 ter conrrb lienrirm (siltcri derrit~re~ztuw~ , e t 9, f i - a u d f ~ n , et delusionem afferre potest ; et esc re- 9, gulare , ut facienda sit interpretatio, ne alterd pars 9, remaneat deceptn., et pre eo qui ngit ck clanrne e-, vNando."

(N. I 41.) m Sumitur eriam interpretatio in con- 3, contractu lowtionis a solzto, et dl> obsemantia $9 ~ubsequuta; er si est dubhrn imromenuirn in una 9, parre , potert Bemrni declarrrtaa a6 alia . . . Poteric 9, etiam ad in:erp~erarionein lacatiarris adhibcri avge 9, mentum ci contrario sensu. "

(M. 145.) u Denique, qomdo ex omnibxr prle- 8, d i ~ t i ~ , er aliis simii'ibus rqulkr non possit pieris 99 resolvi dubiu:n uecorrens , tm res~lath cnpienrla 9, es t potius contra krdro~enz , quam conductorem H ex d. L, 3 9 , ff. de Pact. "

(N. 146. e seguintes.) *t Limitatw tamn d'oia 39 regula pliiribus modis, et signanter ~ . O s i maior vr- 9 % risi i~il it i idn .i( pro Iocatsre, quia erit atrendenfa: 99 2 " si a&in t conjecturse iiidicantes , quod vollinr is 9, contralientiurn tùerit prout fert interpretatio favora- ,t bilis Icjcatori quia tunc ea arnplecranda erit : 3." Ii- 99 mitarur , u t ~rocedat , quando sgitur de augelida -9 obligatione ; secus autein, si noii agatur de augene

7, da, sed de ea facimda magis transmissib:li : 4 O li- ,, mitatur ut non proceda! ( r egda d. Legis), si ver- SY ba , de quorum interprcratio~e agitiir, sunt prolata se a conductore, q u i ~ tlinc contra eutn interpretsnda 3 3 non contra loca~orcn~ , qi i ia t a t u s in d. I,. reddit 9, ra:ionrrn expressam, cui interpretatio sit facienda

i n dubio contra locatorem, quia fuit i n eius pata- ,, tate legein a.p:rrius dicere, quz retorquetbr in ipso t, ca.u contra conductor.em , dum ipse loquitui- (conf. r, ISoet~mer. ad Yand. Exerc. 30. n. 39.) At ubi non n apparet a quo verba sunt pronuntiera, pactum cor>- ,, tra locat~~re:n, utique est intelli endum. Maxime B 39 si ipse locator ineis se fundei: a m e c+wtva lua- t , tenus inris se fundat coiírductur , mwtra eum fa- ,, ciendu est interpretatio " t 5." limitatur , ut notk r> propterea recedendum sit a prqxietlrte verborum , ,, quse qumrenus sit pm locarore, pro eo fncienda erir 9s interpretatio: 6." limitatur in promiâsis a conducto- ,> re, et stipulatis a k a t o r e ; quia jn stiputationibus 29 r,mnimoda obscuritas vitiat atipularhnern , et ubi n jta swnt ob.rcur&, ut intcprpretuti~nem paoiawtur, n . jn~eerl/r~t#tie $t pve prumfssore. * "

* Os dois principies asteriscados, si-;o bem, :e com boa critica aonfutados por Roehmfr. su- bpra e 5 19.

S e ~px'a !e.conhtcer o quante se aomprekcndeo

na venda das cazas se respeiráo os designados Ziv~i- tes ( S. 286.) : Da mesma fdrma , quando entra em duvida o quanto se cotnprehendeo no arrendamento das cazas (I) : Se para se interpretar o quanto Ee compreliendeo na venda das cazac, sc cc~nrempla a proporqáo do preço ( S . 283.) ; semelli~ntemente a

e proporqáo da pensáo fie argumento do quanto sc compreliendeo na locaçáo (2): Assim como na venda das cazzs se coiliprehende tudo o que rela- táo os DD. citados e transcriptos (g. 257. e 288.) semelliantemenre no arrendamento (3) .

( I ) Pacion. de Locat. C. 2; . a n. I.

( 2 ) Pacion. n. 5 , Card. de Luc. de Locat. Disc. 27. n. 4.

(3) Pacion. d. C. 23. a n. 32, Cyriac. contr. I 62. n. 32 : E quanro rí compreltensão dos movris

- incliiidos na caza arrendada; assenta o mesino Ydcion. que o locador deve deixar ao coii?ucior, tu10 o que se costuina deixar ãos conductores geralmente , ou conforme o antecedente arrenda- m nto; e em falta de cosrurne gela1 ou paiticu- lar , deve apromptar ao inqu'liiio ss chaves , os cancellos das portas , Telluria feurestrarum e t sirnilin , p i a hcator ita tradere tenetur rent , u t conductor ea frui zaleat . . . tenetrrr tradere jnszrumentn nece~saria , et t .

Subdivisáo 3.'

Sendo commua a coza , se o conrocio tem pr~fercncia na m a condu$ão.

5 304- Que o coaaoçio, querendo tomar de arrenda^

mento as cazas communs prefira a outro estranho, a defendem varios DD. ( i ) : Porem, se a caza se n30 costuma dar de arrendamento, e hum dos socios quer liabirar a sua parte, e outro quer, que se arrende o todo, prevalesce o voto daquelle que quer habitar a sua parte; e o outro náo tem mais regresso que não seja provocar á partilha, constituindo o consocio Iia- biranre em mora, e vencendo desde o requerimento da partilha o seu interesse (2) : Se a caza náo tem commoda partilha,, já virilos (5. 277.) o remcdio da licitaçáo.

( r ) Stryk. us. mod. L. 19. T. z. S. 76, Felic. de Socierat. C. 28. a n. jjz , Pacion. de Locar. C. I 9. n. 17.

(2) Paci0n.a. 1 9 , oonE5. 268.

Subdivisáo 4.'

Quando para rirri.rfufáo do altvper coinpete ar Senhorio o direito da prelaçao , e tacita

hypotheca nos bens moveh introdu- zidos na caza arrenda&.

A Lei de 20 de Junho de 1774. no 5. 38. Iie bem clara a conceder a Iiypotheca legal com prelaqáo ao Senhorio das cazas dadas de arreiidamento, nos moveis iieilas incluidos pelo inquilino, para satisfasáo do aluguer devidp : O seguinte Alvará de 24 de Ju- lho de 1793. no s. 2. declarou os jusros limites desta liypo~heca , u t ibi = Os credores porém pelo aluguer N das cazas urbanas , os quaes por todas as mais

1 .l

$9 antigas Leis tem especial hypotheca ##a$ mavds, E 99 t rastes do conductor nellas introduz para commo- 9, didade, e uso da habitafão, deverão oómenre a 39 respeito do producto destes , e ~ â o 8' eutrus bens 9 9 e generos de comnkrcio ter preferencia , para paga- 3 3 mento dos alugueres , a quae5quer ourpos credores 3, do fdllido. " Declaragáo, supposta a qual cessáo, e devem cessar nerte Reino as muitas questdes, qiie suscitárâo os DD. ( I )

( I ) Merlin. de Pignor, L. 2. Q 46, Mcnock. Adpisceiid. prwess. Remed. 3. a n. 1 2 $ , Pacion. de Locar. Cap 43. a n. I 19.

Náo sáo porém sugcitos a t~c i ra hypotheca os moveis dos Officiaes de Guerra, e Loldados, que ex- ceptuou, e privilegiou contra a execuçao por qual- quer divida a L. de 21 de Outubro de 1763. a $. I ; : S30 portirn sugeitos a esta legal hyporlieca os beiis moveis dos mais inquiiiraos , ainda que estes sego me- nores de 25 anoos (I) ; ainda que s inquilino seaja Clerigo ( 2 ) ; ainda que seja já subcoadaicror do todo das cdzas (3) : Se poréni o subconductor só o Iie de parte das niesmas cazas ; os bens que iiitroduz nessa parte só ficáo t.icitamen:c Iiyporliecados ao Senl~orio pro rara pensionis dtbitce rationc illius partis do- mus sibi a primo coílduckore s u b l ~ c a t d (4). Ainda que o inquilino seja Estudante ou Doutor (5).

( I ) SiIv. ad Ord. L. 4. T. 23. 5. 3. n. 25, e alem dos DD. ah i citados, largamente Cosr. de Privil. medir. Reg. 3. Ampliar. 3. a n. 17.

( 2 ) Moraes de Exrcut. L, I. C. 4. S. I . n. 46, Silv. ad Ord. L. 4. T. 23. $5. 3, n. 19,

(3) Costa supra n. 23 , %r. n. f4. et 63 , Silv. n* 35.

(4) Silv. n. 45, Pereir. Dec. 127, Mor. n. 5 5 , Cost. n. 24.

( 5 ) Menos quanto aos seus Livros, Moraes n. 48-

9. 307. Se findo o tempo convencionado para a durarás

do arrendamento, ha tacira recoiiducçáo, o privilegio da . tacica hypoiheca legal , ou convencional , ainda continua duranre o tempo prorcigado ( I ) ; e mesmo a pena convencional estipiilada no primeiro contracto ( 2 ) : O mesimo q i ~ a n d o , durando ainda o tempo do priineiro contracto ha pior(:gaçáo e reconducqáo ex- pressa (3). Mas as fianças, e Iivpaliecas por tercei- ros náo se ertendem á re~conduiçáo expressa QU ta- cita (4).

( I ) L. 14. S. Irnpleto E. Locat. , L. 16. Cod. eod. Tir., Fabr. in Cod. Tit. de Locat. Defin. 45, Merlin. de Pignor. L. 3. 7'. I . Q. 39. a. 4. et i 4 , Silv. ad Urd. L. 4. T. 23. II..I 6 , atn- pliando no a. 17. que <' hlec bypotheca in ta- czt a recmhctilrne i~cipit a dre pririrg cond~ctio~ n/$. "

(3) Gomez 2. var. C. 3. n. 16 , Mcrlin. supra n. 3.

(3 ) Merlin, n. 10.

(4) Merlin. n. 5. et I r , Gotnez supra n. 17. iil fi n.

S. 308.

Cama a nossa Ord. L. 4, T. z3. supp5e as mQ- veis (exceptuados os de commercio 8. 305.) intfoi~u-

L1 2 .

~i-icros em cazas de habitaçáo, e *sim em predios nr- banos; pouco importa, que estes sejdo situzdos em Cidades, Villas, aldeas , montes, e quintas, coni tan- to, .gue o arrendamento principal seja das cazas para habitaçáo; e o principal náo seja da quinta, sends as cazas della só accessorias , e para o colliimento dos fructos ( I ) : Aqiii deve haver-se como repetido o ex- posto no 5. 35. d e ~ t a obra : Os armazáes nas Cida- des e Villas, em que se náo habita, nem são acces- sorioç, e unidos d a cazas de habIraçáo,e servem pa- ra recolher mercearias, se classificáo predios urbanos (d. $i. 35.) e rambem por isso, e por ouwa razáo as mercear~as nelles incluídas sáo tacitamente Iiypotheca- das á satisfaçáo da renda (2).

(E) Mor. de Execui. L. I. C. 4. 5. I. n. 58. (3) Veja-se o meu 'Fracado das Execuqdes por

Sentenças 5. 57 I . adde Silv, ad Ord. L. 4. T. 23. 5. 3. n. 25. et 26, Domar. pag, 181. art. 18.

Os bens alheios introduzidns na caza arrendada nQo se cornpreliendem ria hypotheca , nem podem pe- nhorar-se para satisfaç50 d o aluguer (I) : Sim aqui lia huma distincçáo ( 2 ) , mas náo será já mais facil verificar-se , e com sem requisitos : Se introduzidos na caza ar~endada os bens proprios do inquilino; elle depois os alieiia, ou transporta ; assim he, ,que náo estando na caza arrendada, ou no seu portico, etc. náo se podem arrestar e penhorar em outra parte (3); mas elles pasuâo afectos á hypotheca no poder de qualquer terceiro possuidor (4) , com tanto que a o principio se introduzissern na caza com intencáo de a hi permanecerem ( 5 ) .

( I ) Cost. de Privil. Cred. Reg. 3. Ampl. 3.a il; 2 , Mor. de Exec. L. I. C. 4. 5. I. n. 63.

(2) Cost. supra a n. 9. ( 3 ) Silv. ad Ord. L. 4. T. 23. 9. 3. n. 13. (4) Reperror. debaixo da concl~isáo = Penhorar

póde mandar o Senhor, etc. t= Not. ( 8 ) i n fin., Silv. supra n. 14.

( 5 ) Pacion. de LJocat. cap. 40. n. 143, ibi 9 , intelligendo tamen , quatenus fuerint a l ini- 3s tio i l h a aninro, ut ibi permanerent , alias 9s enim non incidissent i n bypotbecam , s/t s q e 9 9 dictum est , etc. bem á maneira das coisas introduzidas na caza s6 para commercio, e para se venderem , sem animo de alii permanecerem (9. 305.), menos nas iiitroduzidas nos armazáes arrendados ( 5 . 308.)

Esta tacita Iiypotheca nos bens introduzidos na cala náo cessa ainda que o inquilino dê penhores ao Senhorio para a sarisfaçio da pensão (I) : Ella se amplia, e bem á obrigaçáo do fiador, a rodas as dam- nificaçdes, que faça o inquilino na coisa arrendada; s6 coin a differença de n5o proceder a via summaria e executiva pelas daninificaçóes (2).

( I ) Silv. n. 23 , Pacion. de Locat. C. 40. a n. 156.

( 2 ) SiIv. n. 3 3 , Mor. de Exec. L. I. C. 4. S. I. n. 64, Pacion. de Locat. C. 40. a n. 4 , Do- mat. Loix Civil. L. 3. Des G a g e ~ T . r . Sect. $. art. 14. e he Texto claro na L, 2. ff. In quib caus. pigr,

Se goza deste privilegio o sublocador contra o seli subconductor , Iie a queseio controversa; e se as- senta, que só conipete ao sublocador contra o sub- conductor com cessáo do primeiro locador ( I ) ; Pelo Direito Romano cesava essa tacita hypotheca nos bens daquella pessoa 3 quem o conductor agraciou gratuitamente a Iiabiraçáo das cazas (2): Porém a ge- neralidade da L. 4. I'. 23. S. 3. apezar da tcrgever- saç50 de Silva ( 3 ) , parece revogou aqui o Direito Roniano : Bei~i conio estamos vendo que o Iiabitador da cnza gracioso paga decinja do rendimento; e o fa- cto do primeiro c(~n~luctor náo póde prejttdicar aos direitos do Senliorio (4).

( I ) Silv. ad Ord. L. 3 .7 ' . 1 3 . 5. 3. a r+ 27, ad 30.

(1) L. 5. fE Inquib. ccius. pign. Domat. art. 17. Silv. n. 46.

( 3 ) Silv. a n. 46. et 48. (4) Que tramas não poderia maquinar o condu-

ctor para se subtrahir a esse privilegio do Se. nliorio 2

Subdivieáo 5 t

Em 9uae.r rczsos o inquilino pó& elle ser expwl~o da hal/i:açrio antes de.findo G t empo con-

vozcionado 710 arrendamento ?

A nossa OrJ. L. 4. T. 24. no principio Iie clara a maiidar que a pessoa q u ; der de arrenqainento al-

guma caza a OUtretn por certo preço, e a cet to tem- po, não O poderá lançar fdra della durando o dito tempo : E he clara , em quanto limrta esta regra nos quatro expressos casos : Em todos elies adoptou o Di- reito Romano na L. 3. Cod. Locar., e o Canonico no Cap. Proptcr sterilitatem 3. S. I4runr 2 de Lo- car. O iiosso S~lva fez coin os mais DJ3. Iium grande Commentario a esta Ordenação, discorrendo coni arn- pliaciSes e limita@es sobre todas, e cada liuma da. quelles quatro casos, exhaurindo quanto estava escri- pto pelos DD. a este respeito : O Repertorio das Or- d e n a ~ & ~ s6 recopilfou Silva. Nada pois me resta se- náo remissáo a estes DD. e aos que elles citáo.

Subdivisão 62 e 7:

O processo sobre o despejo das cazar , se póde ver no meu Tractado das Acçbes Summarias a 5.. . . A via executiva no meu Tract. da Via Exccu!iva por Priviiegio, e por Direito a 4. . . . .

Divisáo 2."

Arrendamentos inz~ol~ntarior, ou tomar caaas para aposr~tudorias.

Prenojóes geraes.

Entre as regalias do Soberano he o direito da sua aposentadoria para Si , seus Familiares , Cortezáos e mais Ministros, nas terras por onde paaa, ou aon- de se demora ( I ) , Era costume dos rossos Reis na-

qtielles antigos tempos visitar quasi todos os annos o Reino; administrando por si Justiça ; e quando fa- z i a ~ essas jornadas (ex vi daquelie Direito Magesta- tico) se llie dava em cada Vi!la o gasto para susteii- 2q30 da gente que o acompanhava. Na Torre d o Tombo lia hum Livro, em que estão taxados os jan- tares de todas as Cidades, Villas , Mosteiros, Cabi- dos, e Ordens Militares, que se pagassem na occa- siao, em que EIRei Iiia fazer Justi~a ( 2 ) . Tal regalia não tem os Donatarios sem privilegio.

(1) Portug. de Donat.Reg. L. 3 . C. 42. a n. 6 , Guerreir. de Privii. Familiar. C. 10. n. I , Bo- vadilli. i n Polit. L, 2. C. r9, a n, I 16 , et L. 4. C. I .

(2) Monarq. Lusit. P. 5. Liv. 16. C. 27. ( 3 ) Tal regalia não se communica aos Donata-

rios Senliorios das terras, sem expressissimo pri- vilegio Ord. L. 2. 'r. 49. S. 5. e 6 , Portug. de Donar. supra n. I I. et I 2 , Peg. tom. 9. ad Ord. L. z. T. 28. in rubr. n. 73 : Sobre a obrigaçao c~ue muitos Senhorios impde a seus foreiros de os hospcdarein, veja-se o meu App. Diplomar. Histor. ao Dir. Emfiteut. 'I', I. pag. 30.

Sobre as aposentadorias se estabelece0 o Regi- mento de 7 de Setembro de 1590 ( I ) , quehe cotno a Lei Fundrimentsl, que regula náo só a aposentado- ria da Caza Real, e toda a Corte, Ministros, etc. ; mas as suas disposiç6rs, quando nio declaradas por Legisiaçóes posteriores, devem ser a norma itnprete. rivel das decisócs para as questóes occorrentes no Fo- ro, ainda que pareça o mesmo Regimento especial

para onde a Corte fdr e estiver ; c ainda por arguo mento de maiori ad minus.

(I) Este Regimento se vC transcripco em Peg. com. 2. á Orci. L. I. T.7. 5. 36. a pag. 454, e em Guerreir. de Privilegiis Familiar. Gap. 10. debaixo do n. 69.

Sendo o direito da aposentadoria hum Direito Magesratico (6. 3 I 3.) ; he consequente , que o Sobe- rano póde communicar o direito da aposentadoria activa não s6 a seus Ministros residentes aonde a Corte ; mas a todos os do Reino, que em seu nome administráo a Justiça, assim como por si a adininis- traváo os Senhores Reis, quando (sendo menos a po- pulaçáo , e menos os negocios) ( r ) viajavlo pelo Rei- no (§, 3 13.) : Náo nienos podem ampliar o ptivile- gio da aposentadoria activa aos Officiaes das Milicias, Soldados, etc. , privilegio , de que já gozaváo desde as Romanos : Bem como, em consequencia do rnes- ma Direito Magestatico, podem conceder o privile- gio da isempçáo , qual o da aposentadoria pas~iva (3); porque alias $em privilegio expresso , assim como ninguem p6de usar da activa (4), tambcm não da passiva ( 5 ) .

(I) Monarq. LusIt. P. 5. L. ~ 6 . C. 27. (2) L. 3. S. Eos fE de Muncr. et Iionor. Bova-

dilh. in Polir. L. 4. C. 2. n. 35, Portug. deDo- nat. L. 3. C. 42. n, 1 5 , Guerreir. de Privil. C. 10. n. 14.

(3) Illustre exemplo de taes immunidades con- cedidas pelos Senhores Reis deste Reino desde o

M ni

anno de 1661 , e sriccessiv~mente, se podem v@? no Elucidar. de Fr. Joaq. verb. Aposentadoria : Com effeito, s6 o Principe o póde conceder, Pmtug. n. g , Guerreir. n. 35, Peg. tom. 9. á Ord. 1,. 2. T. 28. sub n. 73.

(+) Decreto de 24 de Maio de 1792, e he bem expresso no dito Regimento S. 2.

(5) DD. supra nota (3) ad de Bovadilh. in Po- lit. L. 4. C. 2. n. 35.

Todos aqoelles a que sccsncede a a p n t a d o r i a activa por prjvile io , s6 se lliecocicede o USO das ca- zas para a sua lia i itaçáo , e devem viver P despezas suas, comprando o neçessario eem coacção, e pelos pregos communs ; sem que possiio exigir outra algu- ma coisa mais : Esra he a regra geral ( I) : Os Catr regedores (que vagáo pela Comarca. como ein noiiie do Rei , e substituindo-o), tem na Ord. 1,. r. T. 58. Cj. 47. e 48. prescripta a fórma da sua aposenrado- ria ; que náo podem nem dcvena exceder (2): Os Pro- vedores tem no Alv. de 7 de Janeiro de 1750 a for- mal prohibiçáo que &' Ndo levaráo dos Conselhos si aposentadoria alguma a dinheiro, ou em especie $9 mais aue de cazas , cama, lenha, e louça para a 9 , cozinha, e meza; e tudo o mais será á sua custa. O mcsmo Alvará exrende esta diâposiqáo a outros qoaesquei. Ministros, e Officiaes.

(I) Portug. * Donat. L. 3. C. 42. sub n. 1 5 , Gwrreir. de Ytivi l . Famil. C. ro. a n. 16.

(2) O Senhor D. Joáo 111. pela L. 9. das Cor- tes de tr38. apud Leon. I. P. T. 18. L. 3. or- denou que os Juizes de Fóra , Ordinarios , dos

Orfáos , e OAiciaes a90 Iiouressem coisa algu- ma , assini do mantimento , como da aposeiita- doria de caza , e camas á custa dos povos, neq das rendas do Conselho; e seriáo pagos á custa da Fazenda Real : Conf. Cabed. P. I. Dec. 8. n. 33. e no fim da 2. P. depois dos Arestos de- baixo da rubr. Aposentadorias : Isto, em qwn- to os Corregedores e Provedores residem nas ca- beças das Comarcas ( e Juizes de Fora nas Vil- Ias) , onde devem residir, ex Almeid, Alleg. j : Quando porem giráo pela Comarca em Correi- çáo, he que tem a aposentadoria em parte gra- ciosa , segundo as Leis citadas (S. j 16.) Guer- reir. l'r. de Privil. C. 10. n. 1 I. 1 2 . I 3 , e ain- da nesta aposentadoria , quando em Correiçáo não podem pedir, ou extorquir colchas, leitos, e ouxas coisas preciosas, Cabed. supra.

§* 317- Na porém huma Carta Regia de 4 de Dezem-

bro de 1605 ( r ) em que se determinou, que os Mi- nistros mandados a alguma diligencia fdra dos seus territorios, como v. com alçada a sentenciar col- pados ; elles , e seus 8ficiaes. se goiáo da aposenta- doria, devem comtudo pagar o aluguer das cazas, e roupas, que mandáráo tomar, e todo o inais serviço de que precisarem : De tdrma que as Leis referidas (5. 316.) 550 restrictas 4s Correiç6es dos Corregedo- res , e Provedores lias suas Comarcas, e Provedorias ; e inampliaveis , quando por Ordem Regia váo fazer fora dellas algumas diligencias.

( I ) Esta carta ccrpiou Peg. tom. ,+ 4 Ord. pag. $71. n. 1 : e assim o refere julgado Silv. á Ord. L. 4. Te 23. in pr. n. 43.

Miii _

Suppostas estas prenqóes geraes; resta dernono- trar 1.O quaes pessoas goza0 do privilegio activo da aposentadoria : 2." como se deváo habilitar, e o que se deve praticar antes, que entrem nas cazas, que as- sim tomáo : ?." quando nelles cesa , ou se extingue esse privilegio : 4.O quaes pessoas gozEo do passivo : 5.' como deváo habilitar-se : E qu~nto a tudo 6.O a natureza do processo sobre este objecto.

Gozso deste privilegio o Rei, e toda a Sua Real Familia, Fidalgos, Caniaristas, e todos os mais Mi- nistros de Justiça? que relata o Regimento ( i ) : Os Ministros dos Bairros de Lisboa, ainda contra privi- legiados ( 2 ) : Os Conegos da Capella Real (3) : Os Paroclioe em Lisboa nos districios das suas Parochias (4) ; e semelhantemente nas mais do Reino (5) : Os Corregedores, Provedores, e Juizes na forma já ex- posta (S. 3 16.): Os Estudantes da Universidade (6): Os Officiaes de Guerra (7) ; os dos Milicianos (8), mas huns e outros com decl;traçáo (fa!lo destes ulri- mos), que aonde estão aquarteljados; nias não contra os proprios donos, ou funcciooarim publicos , ou ou- tras pessoas, que tenháo aposentadoria passiva, sendo concedida pelos Ministroa territoriaes (y) : Os Pro- fessores Regios de Rhetorica , e Grammatica Latina c Grega, náo sendo contra os donos das cazas, ou outros privilegiados por Tractados Publicos (10) , o que se ampliou a todos os Professores de Filosofia e Primeiras Letras (I I) ; Os Estanqueiros das cartas de

jogar , náo sendo contra pessoas tambem privilegia- das (12): Os Mercadores de Retallia para suas lojas no seu arruameato, e para sua familia (1 3) : OS Offi- ciaes mecanicos no seu arruamento, ainda contra os donos das cazas que tivereili ontras em que viváo (14) : As Companhias da Agricultura (15) , do Pará ( I 6; , de Pernambuco (17) : O Provedor e mais Pessoas da Junta do ('omrnercio (18): Os Empregados no Proa vimento das muniçdes de bbca para o Exercito (19): Os Emp~egados nas Minas, e Fabricas metallicas, quando parecer ao Intendente , ou Conservador (20) : Os Empregados na Administraçio, governo, e Ser- v do Correio (2 I) : Os ORiciaes Aposentados, que alsàs ~ozaváo deste privilegio (22) : OS Serveniuarios dos Privileg;ados (23) : Os Regatóes, e Carniceiros dq Côrre ( 2 4) : Os Familiares do S. Officio ( 2 5 ) : Os Ehcrivães do Juizo Ecclesiastico náo tem aposentado- ria ( 2 6).

( I ) Referido no S. 3 14. ( 2 ) A V ~ B O de 5 de Junho de 1709. ( 3 ) Aviso de I? de Novembro de 1710. (4) Decreto de 7 de Novembro de 1709. (5 ) Silv. ad Ord. L. 4. T. 23. iii pr. n. 41,

Guerreir. de Privil. C. 10. in fin. ( 6 ) Mas freqiienrando as Aulas Estar. da Univ.

novos L. 2. T. I . C. 4. 5. 37 , e OS velhos L. 2. T. 20. 5. 6. e T. 3 1 . a S. 8, Portug. de Do- nat. L. 3. C. 42. n. 14 , Peg. tom. 9. ad Ord. L. 2. T. 28. sub n. 74.

( 7 ) Aviso de 24 de Dezembro de 1709. (8) Decreto de 9 de Abril de 17 17. ( 9 ) Portaria de 22 de Novembro de 1814. (10) Decreto da j de Setembro de 1759. (I r) Decreto de 27 de Outubro de I 8 I 3.

(I z) Condic, ii de q r de julho de r 769. V;Por- tar. de r 8 de Fev. de 1812.

(13) Estat. confirm. por Alv. de r4 de Setem- bro de 1757. C. 3. S. 6.

(14) Reso l .de2zdeAbr i lde 1709. (15) Instit. confirm. por Alv. de 1756. S. 9. (16) Inçtit. confirm. por Alv. de 3 de Junho de

1755. §* 9. (17) Insiit. confirm. por Alv. de 1 3 de Agosto

de 1759. 8. 13. (18) Estat. codrmados por ,4lv. de 16 de De-

zembro de 1756. C. 18. $. 9. (19) Decreto do I." de Julho de 1762. (20) AIv. de 30 de Jzneiro de t802. T. 12. S. 2.

(21) Kegim. de 8 de Abril de 1805. S. 35. (22) .Decreto de 19 de Novembro de 1709. (2 3) Decreto de 23 de Março de I 7 r 5. (24) Ord. L. I . T. 2r. S . 23. (2y) Guerreir. de Privil. Famil. C. 10. n. 69 ;

mas sb os d o numero fixo pelo Decreto de 3 de Abril de 1693. apud eutid. Guerreir. C. 3. a n, 53..

(26) Decreto ele 3 I de Agosto de I 709

7'0d0 aquelle, que se quer mostrar privilegiado por Carta, que tenha de algtrm Officio dos da Caza Real deve mostrar-se do Numero por Cerridáo do seu Superior, e que exercita o emprego, e Oficio pelo serviço no qual se lhe dá o privilrgio ( I ) : Da mesma fórrna os Familiaies do S. Officio se devem mostrar.do Numero (2); e rodos gnalmetite ao me-

nos com 15 dias de exercicio actual da occupaçfio em razâo da qual se concede o privilegio (3) : HI nr cessario, quando o privilegio he concedido em razáõ do Officio, mostrar o seu exercicio com actual Pm- virtieato , e que esteja em tempo (4): E que este pri. vilegis náo he a sc t ado , ou findo ( 5 ) : Os Estudam tes se devem habilitar com Certidso, que frequentáo as Aulas (6).

I ) Regimento S . 32. (2) Guerreir. de Privil. C. 3. n. 53. (o numero

dos Familiares em cado Bispado o declara o rnes- mo n. 54.)

(3) Decreto de 12 de Agosto de 1722.

(4) Estar. confirm. por -Alv. de i 6 de Dezembro de 1756. C. 18. S . 5 , e Alv. de 10 de Feve- reiro de 1777. S. 2.

( 5 ) Decreto de 13 de Agosto de 172 j. (6 ) Ord. L.3.T. 1 2 . s . ~ , u b i P e g . . i i . g .

Habilitadas .assim as pessoas (S. 320.) ; riso con- seguem a entrancia nas cazas sem depositarem ant* cipadameiite penl~oreo equivalentes ao aluguer de seis mezks ( I ) : Aluguer que se deve regular pelo que plrb gava o antecedente arrendatario, provado por jura- mento do propiietario . e em contumacia dclle, por arbitrio de louvados (2); e néo se respeita o al~gaer antigo (3) , menos que não tivessem Iiavido bemfei- torias (4). Deve juntarnrtlte com o deposito do alu- guer caucionar todo o damno (5) : Executado isto as- sim pelo que pertende a aposeritadoria , se decreta o despejo contra o habitante espaçando-se lhe trea dias com comminaçáo de penas (6). Estc despejo náo se

suspende com O pretexto de bemhitorias, que seja necesoario faze,em.se (7) : Se s%o necessarias a parte pos- tes, se obriga o proprietario? que as faça em termo a razádo, ou o privilegiado a conta do aluguer (8). Jntáo se o dono as fiz póde lerasaar o preço do alu- guer pmporcionado o augmento á despeza ( 9 ) .

( I ) Regim, 5. 3. Decreto de 14 de Março de 172 2.

( 2 ) Regim. 9. 10. Decreto de 7 de Agosto de I 708.

(3) Decreto de 14 de Marp de 1722.

(4) Decreto de 3 de Junho de: 1730. Regim. g. 12.

( Decreto de 7 de Junho de 1709. (6) Regim. 5. 6. (7) Decreto de 8 de Novembro de 1718. (8) Regim. 5. I r. ( 9 ) Decreto de 3 de Junho de 1730.

Executada assim a aposentadoria, hc certo, q u e ainda que algum terceiro arremate em hasta o rendi- mento dessa8 cazas por dividas do proprietario; o ar- rematanta (Iimitada neste caso a Ord. L. 4. T. 9 . ) náo pdde expellir o privilegiado (I) ; nem táo pouco o comprador do dominio das mesmas cazas (limitada tambem a mesciia Ord.) (2) : Nem o dono dellas, menos que lhe sobrevenha alguma daquellas necessi- dades inopinadas, que tanto attendeo a Ord. L. 4. T* 24. (3) *

( I ) Decreto de 27 de Julho de 1733. (2) Regim, 5. 13.

(3) Assim e muito bem interpreta este Regitn* 5. J 3 , Silv. á Ord. L. 4. T. 24. in pr. a n. 60- ad 64. digno de zer visto.

Quanto ao 3."

Cessa a direito activo da aposentadoria r." nas cazas em que habitáo seus danos, e de que necessi- táo (I) : 2." nas cazas de atafonas (2): 3." nos predios rlisticos (3) : 4." nas lojas de vender, ou quaesquer o.!tras de cazas (4): 5." nas cazas arrendadas pelo Jui- zo do Fisco, e Absentes (j) : 6." quando as cazas estão habitadas por outro de igual privilegio (6). Ces- sa, e se extingue 7.0 se aquelle que as tomou de apo- sentadoria para si as passou a outro por arrendamen- to (7), menos que o arrendamento seja s6 d' alguma parte superflua (8) : 8." se passados os primeit-os seis mezes , náo paga a meia renda, e os penliores se ar- rematáo, e não renova o deposito com outios equiva- kntts para o seguinte semestre ( 9 ) : 9.0 cessando o exercicio, com respcixo ao q u a l gozava da aposenta- doria (10).

(I) Regim. 8. 31. e 32. (2) Decreto de 17 de Setembro de 1709. (3) Decreto de 2 de Dezembi-o de 1709. (4) Decreto de 7 de Julho de 1770, e Aviso do

I,' de Outubro de 1745. ( 5 ) 1Jecreto de 23 de Abril de 17 14. (6) Decreto de 2 I de Novembro de 1718 , De-

creto de 24 de Dezembro de 1787. (7) Decreto de 2 de Julho de 1787. 8 ) &creio de 28 de Agosto de 1796.

Nn

(9)' Regim. S. 16 , 17, 18. (10) Decreto de 25 de Setembro de 1719.

Quanto ao 4."

Tem o privilegio passivo para se lhe náo toma- rem por aposentadoria as cazas em que habitso : I .O

os que tem o foro de F'idalgo (I ) : 2.O os Officiács mecanicos no seu arruJmento ainda contra os donos da& cazas , que tiverem outras (2) i 3." os que habi- táo as cazas arrendadas pelo Juim do Tombo dos bem confiscados, e absentes (3) : 4.O os Officiaes Ser- vidores de Malta (4): 5." as Cazas da Patriarcal (5) : 6 . O os Fabricantes de seda com dois theares (6): p0 os Officiaes da Junta do Commercio na Corte e Pro- oincias (7) : 8." os Moedeircls, sem Decreto especial em contrario (8) : 9.' os Mercadores de Retalho no seu arruamento para suas lojas , cazas , e familias (9) : 10." os Fabricantes de polvilhos (10): I I." os da Fa* brica de Portalegre (I I),: 11.' os empregados no pro- vimento das muniçbes dc boca para o Exercito (1%) : 13.' os Iderpanhoes (13) : 13: todos os Mercadòres das cinco classes nos seus arruamentos (14) : 15.' OS

empregados nas Fabricas metallicas (I 5) : I 6." os em- pregados na Fabrica dos vidros na planicie de Linha- res (I 6) : 17.' OS Foreiros encabeçados d e Malta (i7) : 18." os Colonos encabeçados dos Fidalgos, e Conse- lheiros de Esiado (18): 19.' OS Cazeiros e Serventes dos Desembargadores relatades na Ord. L. 2. T. 59. in pr, et 9. 6 : 20.' OS Rendeiros das Rendas Reaes (19) : z1.O os Clerigos e Cavallciros das Ordens Mi- litares (20) : 22.0 os Advogados da Caza da Su pli- caqáo ( l i ) , e bs miir do Reino ( 1 2 ) : 23.O OS OU-

tores e Medicos (v) : 23.O as cazas dos Familiares do S. Officio , sendo do Numero (24): agi0 as Cazas das Igrejas e Mosteiros, excepto as que n"ao habitáo (25): 26." as cazas em que habitio os Ofliciaer The- soureiros da BuIla da Cruzada, com tanto, que seja hum s6 privilegiado em cada Freguezia (26): 27. os Monteiros pequcnor abusivarnente móres, pelo seu privilegio, que nessa parte náo está revogado (27) : 28.9 os Pedidores de esmolas para Captivos , para Shnto Antonio de Lisboa, para Meninos Orfáos , etc. e os estrangeiros negociantes neste Reino por seus privilegias (28) : 29." os Cortadores da Corte (29).

(I) Decretos de I I de Novembro de r 708, e 3 I de Agijsro de 1709.

( 2 ) Decreto de 19 de Dezembro de 1713. (3) Decreto de 23 de Abril de 1714. (4) Alv. de 20 de Março de 1747 5 Alv. de 26 de Maio de r74f. (6) Decreto de 18 de Junho de 1756, Alv. de

3 de Março de 1761.

(7') Estat. confirm. por Alv. de I 6 de . . .. . . -4 de 1756. Cap. 18. 5. 5 ,

(8) Decreto de 2 de Abril ck 17~7. (7) Estat, confirm. por Alv. de -16 de Derem

bro de 1757. Cap. z. S . 6. (10) Alv. de 9 de Junho de 1761. (11) Cond. ii. de 29 de M a r p de 1788. (12) Decreto de I de julho de r76a. (13) Decreto de 26 cle Janeiro de 1778. (14) Kesol. de 18 de Setembro de 1779, Próvis. - de 30 de Outubro do mesmo anná ( I 5 ) Alv. de 30 de Janeiro de r h a . T. I z. <a r. (16) Cond. I): de Abril de 1807. Arr. 7. (17) Alv. de zo de Março de 17.9~.

Nn 2

(18) Ord. L. 2. T. 58. in pr. (rg) Ord. L. 2. T. 63. in pr. et S. 7 , Silv. ad

Ord. L. 4. T. 23. in pr. n.29. (20) SiIv. ad Ord. L. 4. T. 23. n. z7. et 28. (21) Phzb. I. P. art. 58, Silv. supra n. 30. (22) Solan. Cog. 6. 11. 27. (23) Os Doutores e Medicos, Silv. n. 32, Guer-

reir. de Privil. C. IC. n. 38. et 42. (24) Guerreir. supra n. 36. et 69 , Siv. n. 33. (25) Silv. n. 36, Peg. tom. 9. 4 Ord. L. 2. T.

28. in rubr. sub n. 75, aliter Idem Peg. ad Ord. L. 2. T. 21. in pr.

(26) SiIv. n. 40 , Decreio de 4 Maio de 1662, Alv. de I 3 de Julho de 1772.

(27) Mas o está quanto a isempqáo da Jugada. (28) Peg. tom. 0. ad Ord. L. 2. T. 28. in rtrbr.

"9 75. (29) Alv. de 25 de Maio de 1708..

Quanto ao 5..

Como da aposentadoria pas~iva ningoem he ioempto sem especial privilegio (5. 315.)~ he con- sequente, que todo aquelle, que se diz privilegiado passivamente se deve habilitar : Aqui conduz o ex- posto no 5, 320 : Especialmente, os que pertendem habilitar-se como Familiares do S. Oficio, devem mostrar, que sáo do Numero assignado para cada Bis- pado (I) : Os Thesoureiros da Bulla , que são uiiicos em cadaFregwzia (2): Os chamados Monteiros m6- res ; que tem chuça , sabujo , e buzina (3) , e que nesse anno cumpríráo o seu minysterio (4) : Os Ca- zeiros encabe~ados dos Fidalgos, Conselheiros d' Bs-

tado , Desembargadores , Maltézes , devem mostrar, que nelles concorrem todos os requisitos que faz pre- cisa a Lei ( 5 ) : Os Estudantes devem habilitar-se com Certidão, de que continuamente tstudáo (6). Os que tem privilegios taes concedidos pelo respeito de pe- direm esmolas para alguma causa pia devem mostrar, 1." que niío tem mais de 2oo&ooo rs. (hoje ~OO&OW E.), 2.' que pedem por si, e nâo por outro nos Do- mingos e Dias Santos : 3." que o justifiquem com Cer- tjdáo do Parocho: 4." que haja hum s6 em cada Fre- guezia. (7) Et ~ i c de reliquis.

(I) Guerreir. de Privil. C. 3 n. 53. et f lq .

(2) Alv. de 13 de Jullio de 1772. (3) O r d . L . 2 . T . 3 3 . § . 1 7 . (4) Cabed. P. 2. arr. 3 , Peg. tom. 9, ad Clrd,

L. 2. T. 33. in rubr. n. 223.

( 5 ) Ord. L. 2. T. 25. com o largo Commen- rio de Peg. tom. 9. ad Ord. L,. 2. 33. in rubr, C. 26. a n. 3 14. ad n. 405.

( 6 ) Ord. L. 3. T. I I . 5. r , ubi Peg. n. 5. (7) L. de z de Outubro de 1611. transcripta em

Peg. tom. 14, á Ord. pag. 143,

Verificados os prjvilegios , elles devem observar- se ( I ) nienos no tempo da guerra , e necessidades pu- plicas ( r ) .

( I ) Regim. das Aposentadorias S. 32.

(2) Porrug. de Donat. L. 3. C. 42. n. 9 , Guer- reir. de Privil. Cap. 10. a n. 49.

O processo sobre a aposentadoria, he na fórma do Regimento Summarissimo ; e tanto que nelle náo ha juramento de calumnia, nem fiança 4s custas (I).

(I) Decreto dc 23 de Junl~o de 1792.

C A P I T U L O XII ,

BU vejo Altimar de Nulliiat. tom. 4. Q 3z d e - de o n. z I 3 , comprehendendo na doaçáo de cazas, t u d o quanto os DD. dizetn se comprehende na ven- da (S. 286.) e no arrendamento (a 5. 303.) das ca- zas : Porem Altimar bem reflectido próva suas con- clusóes com DD., dos quaes huns tractáo a questáo , quando se tracta da venda, outros quarido do arren- damento de cazas ; e outros, que das doaçóes se fun- dáo em regras geraes e abstractas ; sem advertirem, que são diversas as regras da interpretaçáo dos con- tractos onerosos; e diversas as dos lucrativos.

Náo digo com alguns DD., que as doaçbes d o ~tric t i j u r i ~ ( r ) , e que por isso devem receber in- terpretação srricla ; pois reconlieço proscripras hoje as disrenças Romaneccas entre os contractos bon~Jide i , e srricti juris ( 2 ) : Nos conlractos bilareraes , e one- rosos, se faz interpretagáo contra o stipulante, que podendo se náo explicou com mais clareza (5. 284, 285, e; à 300.) : náo assim nas doaçiks, actos bene- ficcn , em que a interpretaçáo restriciiva , se faz, e deve fazer contra o Donatario (3) : De forma, que toda a doafáo liberal se deve restringir, quanto poso

sivel fbr, em termos que ineiios prejudique ao doa- dor (4): E como a doaçáo se regula nâo pela vonta- de do donatario, mas pela do doador ( 5 ) , he este auctorisado em Direito para interpretar a doaçgo, que fez, quanda susceptivtl d' alguma dúvida (6).

(I) Altím. de Nullit. tom. 5. Q 32. n. 212. (2) Boelim. ad Jus ff. L. 44.T. 7. n. 1 9 , Hein.

ad Paiid. tom. I. L, 2. T. 14 S. 365, Stryk. us. mod. L. 44. T. 7. n. 19. et vol. 12. Disp. z. C. I. n. 25.

(3) Roehmer. ad Pand. Exerc. 30. 5. 22.

(4) Peg. tom. 3. For. C.32. n.46, Solati.Cog. 55. n. 12. et 2 2 , Altim. torn.5. Q 32 a n.480.

( 5 ) L. 13 . E de Donat., Larrea Dec.86. n 14. (6) Peg. supra, Tondut. Civ. C. 174. n. 7,

Altim. a n. 480, Solan. a n. 22.

Com especialidade : Se hum doador reserva pa- ra si o usofructo , ou Iiabitaçáo das suas cazas , que doa ; interpreta se amplamente a reserva, e compre- hensiva de cozinhas, officinas, e tudo o mais necessa- rio ( I ) . E isto entre outras, por estas razdes " quod 9s non ageretur de hrbitatione jure servitutis, vel fa- 9 9 cultatis slteri in re sua concessa:; sed de reserva- 9s tione factii ad commodum ipsius concedentis , qui 39 reliquum ex munificentia concessit . . . Et sic magna 9, est differentia inter illam hrbitationem , vel habi- 9, tandi faculrateni, q r i ~ in re aliena ex domini con- u cessione et munificentia obtinetur , et illam , quam $9 ipse concedens sibi rescrvat . . . . Et etiam c1 .> ra con- 3, sideratione accedente , quod sufficiat id esse du- 39 bium, ut ejusdem concedentis seu donatoris deds-

9, ra tioni defercndum (2). " Nem re~rvaado o bu- fructo , he obrigado o doador caucionar (3).

(I) Card. de Luc. de Servit. Disc. 67. a n. I.

(2) Luca supra n. 5 , 6 , 7. (3) Bagn. C. 7. a n. 147, Valenzuell. Cons. 29.

tot. $ 0 33'.

Outra hypothese : Hum pai, senhor de humai grandes cazas , e d' outras pequenas, entre as cpa havia hum Iiorto adjacente a ambas, e ainbas para elle tinha0 porta : Doou as pequenas a Iium filho se- guiido : Duvidou-se se a doaçáo destas comprehendia parte do horto: Entre outras razóes prevalesceo a de- claraçáo do doador pai escripta no seu livro de ra= zão , em que declarou, Aque na doagáo das cazas pe- quenas nso comprehendera parte do horro ( I ) .

( I ) Veja-se largamente Tondut. Civ. C. 94.

Ainda ha outra differença essencial na interprec taçáo dos contractos onerosos, e lucrativos, pules as doaçóes : Se nos primeiros se subenteiide veridtdo hurn torlo demonstrado, ou comprel~ciidido nos desigriados limites (S. 2 9 6 . ) , 1150 assim nas doaçóes ou legados, em que o doador ou testador se subentende doar OU

legar s6 o direiro, ou a parte que tinha na coisa doa- da ou legada ( I ) , por mais que Ilie designe os limi- tes (2). Esta he a differença na materia sugeita ( 3 ) .

( I ) Portiig. de Donat, L. I. Przlud, z. 7. a ii. 98.

0 0

E a86 1 (2) Barbov. na L. 5. S. fin. iE de Legat. I. nib

n. 13. ,

(3) Pacion. de Locat. C. 23, n. 3.

Assim como a doaçio das cazas em dúóida se interpreta quanto possiuel em favor do doador ( S . 329. 330%); da mesma fdrma o legado das cazas em favor do herdeiro contra o legatario ( I ) : E por isco, o que faltar neste Capitulo, se supprirá pelo que vou ponderar no seguinte.

(I) Castilh. L. 4. contr. C. 3 3 , Bersan. de ult. volunt. C. I . Q 15. n. g , apposite Larrea' Dec. SI. a n. 7. et 8 , Card. de Luc. de Legat. Disco 8. a n. 4.

Legado de cazas, ou do qm neJ1a.r se irpclue, etc,

3 0 b r e o legado, relativamente a oeas, podem oc- correr, e occorrem muitas dúvidas : I.' se o 1 Q g h foi da propriedade e dominio pleno; ou sá do fructo; ou só da simples liahitaç50: 2: sobre o qam to se comprehende no legado simples de cazas : pa o que se comprehende no legado de cazas com o ad* ditamento de tudo o que se achar dent~o deltas; ou com os simples moveis : 4: no legado da caza , que existindo ao tempo do testamento se zclia na mone d o testador ou augmenrada, ou incendiada, ou demo- lida : 5.a como se deva entender o legado da caza, náo tendo alguma o testador : Vou pois tractar estas questóes em outras tantas divisóes;

A propriedade, a liabkaçáo , o udrwetu; e o uso das cazas se distinguem em direito paro diversos fins ( I ) , por exemplo, quanto á cessão da usofructo, do uso, e da habiraqdo ( 2 ) : He pois preciso distin- guir e demonstrar I." quando se subentencla legada a propriedade ; 2." quando o usofructo ; 3." quando o

' uso e Iiábitaçáo. 00 z

( I ) Barry de Success. Liv. 9. Tit. 11, Card. de Luc. de Legat. Disc. 8. n. 6, Pacion. de Locar. Cap. 9. n. 44.

( 2 ) Stryk. de Action. non Cessibil. C. 5. S. 13. e 14, Olea de Cess. jure T. 3. Q: I. n. 16.

Se o legado na sua expressSo principia pela coi- sa, ou pelo corpo ; ainda que depois se addicione para mar, para habitar , etc. se subentende legada a propriedade plena alienavel , e transmissivel a herdei- ros ; porque essas palavras para usar, para babitar, e scmelliantes, se referem anres á cdusa de legar, ou doar, que ao usofiucto ou habitaqáo ; como quando o testador disse = Deixo , ou doar t a l c a s a a F. para Jetl zrso , ou p a r a nellas habitar, etc. =: Assim a tor- rente dos DD. (I).

( I ) Bagn. C. 9. 11. 23. et 310 ibi = Quando rc 9, certa legatur , vel donatur, causa que adjici. 9, tur ad usum, seu pro usu legatarii, vel do- >, natarii , substantia legati, vel donationie non 3, mutatur, sed plena rei legata, vel donata di- 99 citur , qua: ex caum adjectione non mutatur , 9 9 transit que res donata seu legata ad haredes ss legatarii , seu donatarii . . . . Proprietas r~licra 9s censetur , quando domus legatur , tes atorque 9, adjecic , ad habitandum, etc. Ita etiam Vell. Dissert. 47. n. 1 7 , Camarell. de Le at. L. 3. T. 7 de usiifr. Legat. Dub. 2. n. 7 , Casti h. de urufr. C. 30. n. 10, optime Voet. ad Pand. L. 7. T. 8. n. y , Luc. de Servit. Disc. 6g. n. 6, Barry de

Success. Liv. 9. T, 11. n. 5 , Pacion. de Locat. C. 9. n. 44.

Quanto ao 2.O

Se porém o testador alem dessas palavras ($. 3 3y. ) addicionou outras restrictiva8 , como estas em todo o tempo da sua vida ; ou até quando viver, ou cm quanto viver, erc. neste caso se presume deixada o simples usofructo , e náo a propriedade (I) ; ma- xime quando a caza se deixa ao legatario para a go- zar tão sómente e m quanto vivo ( 2 ) ; ou quando ur- gentes conjecturas persuadem, que s6 quiz deixar o usofructo , e náo a propriedade ( 3 ) ; ou quando o tes- tador se explicou assim = Lego o usofructo ou babi- ragiio de tal caza = (4); ou quando deixada a pro- priedade a filho espurio incapaz della (5) no excesso dos competentes alimentos (6).

( I ) Ragn. C. 9. n. $3 , 54 , 55 , optinle Voer. supra, Castilh. de usufr. C. 3 0 n. 1 3 , Vell. su- pra n. 48, Tondut. Civ. C. 78. n. 4 , Luc. de Legar. Disc, 3. n. 16.

,,(2) Bagn. n. 56. (3) Matlt. de Conject. ult. vol. L. 9. T. 2 . n. 29. (4) Bagn. n. 62.

(C) 13agn. C. 9. a n. 64. (6) Peg. de Spur. C. 2. et C. 7. a n. 1 6 , Guer-

reir. 'I'r. 2. L. I. C. 6. a ri . 155 , Pacion. de Locat. C. 9 , n. 44. ubi ad omnia et Luc. deser- vit. Disc. 65. n. 6 .

Quanto ao 3 .O

Esta indagaçbo he essencial : Porque doada ou le- gada a habitação da c&a, tem o donatario ou lega- tario as faculdades de a dar de renda, e outras mais expressas no Direito (I); como ou mais que O' uso- fructuario ( 2 ) : Pelo contrario; o simples uso da caza he personalissimo, apenas ampliavel ao conjuge e fi- lhos; náo póde ceder-se, nem iocarese (3) : Bem que alguns DD. vendo este rigorismo do uso, limiiáo I." 9s u t non procedat , quaienus alias si non locaret nul- 9, lum commodum legataribis usis ex re locara perci- SJ peret, L. 23. i11 pr. de us. et habit : 2." ut quairi- 9, vis non possit rem locare, tamen porest uti ad eum 9, usum, ad quem locasset , et etiam pro servitio fim- 99 di conducti . . . . 3.P si relictus sit usus magnz do- 99 mus e i , cui parva pars ejusdem sufficiat ; potesr 9s enim intrcducere alios secuni ad liabirandun~, er si 9 9 pensionem recipiat ab eis, dum et ipse Iiabirat , ~3 non erit ei invidendum : 4." si testaror, qui reli- ,, quir rei ucum , sciar legatariiiin res similes locare 3s solituin , etc. (4)

( I ) Cj 5. Insr. de us. et habitar., Yacion. de Lo- ~ 3 t . C, 9. a n. 43, Srryk. us. mod. L. 7. Te 8. 9. 4 , Mul. ad Struv. Exerc. 12. rhes. 60.

( z j Bairy de Success. L. 9. T. 1 1 .

( 3 ) S . 2. Instit. eod. Tit. L. I I . E. de us. et habir.

(4) Jra Pacion. a n. 39. Conf, Olea deless. jur. T. 3. Q I. n. 16 , Mul. supra thes. 58, Voet. ad Pand. L. 7. T. 8. n. 4 . Stryk. supra S. 2 , Barrv supra Cod. Freder. P. 2. L. 4. Te 8. 5. 6. e'9.

Quando pois se entenda legado o usofructo, a habitação, ou só o m o , Iie dependente de conjectud ras: Os DD. arbitráo lzgado s6 o uso: i." quando o testador deixou 96 o usofructa limitado á indigencia , c necessidade do legatario : 2." quando o testador tendo filhos deixou á niullier mái delles o usofructo; porque se entende só o M O : 3.3 quando depois de fa- zer mençzo do tlso, diz depois, que deixa o usofru- cto; porque tambem se entende legado só o uso: 4.O quando legou s6 o frucro ( I ) : 5." subentende-se le- gado o u ~ o , quando só se da ou deixa a f a c u l d ~ d e <'e habitar em certa caza , ou com certas pessoas ; se r ) testador disser possa e k v a estar, e habitar na Sua caza , que se nso poderi aliecar , mas se conseqvbrá para o uso do legatario, s6 este se subentende lega. do : 6.'' se disser, que possa estar, e habirar na tua caza , em que de presente habita, entende-se deixado só o uso da sufficiente, c o resto o póde gozar o herdeiro ; 7." se deixou a trtilidade, entende-se sb o USO, etc.

( I ) Menoch. de Prmumpt. L. 4. Praes. i35 r . Stryk. us. mod. L. 7. 'r. 8. S. 3.

( 2 ) Luc. de Servit. Disc. 65. n. 8. et Disc. 66~ ta. , Barry de Success. L 9. T. I I .

Porem judiciosamente dizem os Sahios H e i n e ~ cio ( r ) e Tho-masio (2), que o comfrum das pessoas ignora hoje estas subtilezas; nrrn será facii achar hum te~ tador , que saiba distinguir o ~/~ofTtrcto, O WSO, e a habirajão, e os seus diversos efeitos; e que s6 pó-

de ser praticavel este Direito Romano tractando se d o testamento de hum Sabio. O Cardeal de Loca nio se farta de advertir, que os testadores, e escríptores dos testamentos, quasi sempre d o idiotas, que igno- ráo a accepçdo juridica das palavras : E por isso as- senta, que quando se tracta da disposiçáo feita, ou dictada por hum Jurisperito, se devem as palavras entender na propria accepçáo juridica : E quando o testador ou escriptor são idiotas, se devem entender conforme o uso commum , e verosimil vonrade (3) : Assim declamou tam bem o nosso grande Mel10 (4).

( I ) Heinec. Elem. Jur. Civ. secund. Ord. Instit. §* 434.

(t) Thomas. ad Instit. L. 2. T. 5. (3) Card. de Luc. de Fideicominiss. Disc. 58. n.

3 , Disc. 62. n. 6 , Disc. 94. n. g. et passim. (4) Mell. Instit. Jur. Civ. L. 3. T. 7. 9. 9.

Como porém pode ser, que o testador ou fosse Jurisperiro, ou expozesse a sua vontade a algum Ju- risconsulro, para lhe dictar o testamento (como sem defeito póde ser) ( I ) , nestes casos, se devem tomar rias proprias e juridicas accepçóes as palavras usofru- cto , habitaçzo , r/so ; e devem tributar-se os diversos effeitos juridicos ; quaes enrre outros, e os mais fre- quentes sáo I.' que o usuario n%o he obrigado a re- feiçáo algum3 das cazas; o usofructuario, ou o lega- rario da habitaçáo sim : 2,' o usuario ndo he obriga- d o aos censos, e tribuos reaes, a que a caza he a% cta ; o usofructuario siin : 3.' o usofructuario possue, o usuario náo, etc. (2)

I) L. Dlctantibus 22. Cod. de Tertam. C. 88. in fio. ff. de Legat. 2. Novell. 158. in pr.

2) Bagn. C. 9, a n. I 80. 206, 232 : Veja-se porém sobre todos Mul. ad Struv. Exerc. 12. ths. .61.

$9 340-

Se se subentende deixada a propriedade das ca- zas (5. 335.) pode o legatario dispor dellas : Se se dá ou lega s6 o usofructo (5. 336.), se regull pelas re- gras do usofructo ; que acaba por morte do usofru- cruario ( I ) , e a esre incumbem algumas refçic;óes das cazas, que explicáo os DO. (2) : Se se interpreta do- ada ou legada a habita~no, procede o mesmo que no usofructo (3) ; e tambein se extingue com a morte do legatario (4) ; menos quando o usofructo e a habi- taçáo se limitâo a tempo certo (5) : Se só se doou o uso ; esre se extingue nos mesmos casos eni que o usofructo (6).

( I ) S . Finitur Instir. de usufr. ( 2 ) Rsgn. C. 9. a n. 17s . (3) Barry de Succesr. L. 9. T. I r. (4) Cod. Freder. P. 2. L. 4. T. .9. S . 12: (5) Domat. Loix Civ. pag. 104. ari. I I*

(6) Srruv, Exerc. 12. thes. 56.

O que, e o quanto se comprebevzde no Ze&.do simples de casas.

Debaixo desta divisa0 geral se compre-hendenm PP

estas quest6es : I.' quando o testador, tendo muitas cazas , lega ou. doa huma dellao sem individual expres- sáo dos confins : 2.' quando, tendo humas sd cazas doou ou legou parte dellas : 3.' quando tendo sómente hiimas cazas as dá ou lega todas, mas sirnplcsme~te : 4." quaiido, rendo duas contiguas , legadzs a diversos, se ent eiidáo legadas com reciprocas servidijes ?

Quanto á I."

Se o testador tinha muitas cazss, e legou bt/. mas cazas sein outra designack, em dúvida se pre- some, que !egou aqueilas, que costuma habitar maia frequentemente ; e náo as que raras vezes, e ex acci- denti habitava ( I ) : Declarando-se porem qua~do 9, testator hobitalat i l l~tm d m ~ m , ordinrtrie, Jecus 59 si ex accidenti , nam de ea non intellexis~t p~-4-

sumitur, sed de ordinaria ( 2 ) .

(I) Menoch. L. 4. Przs. ~ 2 9 , Ba? de Suc- cess. L, 9. T, 10. n. I , Altim. de hullit. tom. 5. Q. 32. n. 233, Sabell. $, Legrrtrm o. 53. no fim.

(2) Menoch. n. 3. Conf, B P ~ . Cap. r7. n. ~4~ Grass. 9. Legatum Q: 62, n. 3.

O nosso Senrdur Mace& (i.) figura decide este caso '' Titius iedes ernerat divisas in duas partes, qua- 99 rum habitabar unam ; iocabat alteram ; ct in testa- n mento post mortem uxoris , Iiazredis iiisrituta:, ira- +r Uairoarmisit = Cdraterniati . . . quasdk adcs

r, in quibus habito = quzrebatur ; an de sola parte 99 s u e habirationis , vel de utraque intetlexisset ? * Decidio-se, que se cocnprehenderáo todas, a parte ha- bitada e arrendada: r." porque tudo se havia compra do jiintamente pelo testador, cuj.4 opinizo se attrnde na interpreta~5o da sua vontade : 2 . O porque o todo era de Iium prazo individuo, presutnindo-se, queao testador se conformou com as [.eis , que determilia0 esta iridividuidade: 3." pela verosimel vontade, niaxi- me presupposta a dedaraçáo da herdeira mulher ; ,+.O

pela favor da causa pia.

(I) Maced. Decis. 6.

99 Si testator habet binas donios, et ad usum r3 unius illarum destinavit partem alrerius ; et ita ipse 9 , usus fuerit , ciicitur illa pars cedere alteri doinui; ~9 et ex usu , et voluntate patris familias , et in legato 99 illius venit , licet sit vere pars alterius domus, non H illius, a qua separata est . . . quando tesrator ex usu, 79 et destinatione sua voluit , quod aliquid esse acces- Y, sorium alteriw rei, venit sub legato illius rci prin- ,r cipalie, licet alias non veniret (I).

9 s

(I) Castilh. L. 5. controv. C. 6:. r. 28.

Quanto ti! zea (5. 341.)

9, Si pars dornus simplicirer legetur -censetur le- s i gata ejus dintidia ( I ) . Et legara domur parte , si n , , . uerit incert~rn &e q u a parte restator censerit , dg-

PP 2

99 betur tota domus, quia a~pellatione partis totun n continetur (2): " A primeira conclusáo bem se prova com a citada Lei (3) : Porém, quanto á segun- da , no# capio, que no caso da incerteza de q u a l das par ia se legou, ceda o todo ao legatario : Isto náo se deduz dessa Lei ; foi inrerpretaçiio arbitraria de Barthok, e Sim20 de Pretis. Huma vez, que a pnr- te se entenda d a arnerade, ainda que esta seja iiiccr- ta ; sendo ambas as partes do testador ; ficamos nas regras geraes , conforme as quaes compete ao herdei- ro a eleição de prestar ao legatario huma das ameta. des (4).

C I ) L, 34. 5. fin. E de Leg. I. Tiraq. na 1,. Si unquam Cod. de revocand. donat. verb. omnia vel psrtem , Siinon. de Prm. de Interpret. ult. vol. L. 4. Interp. I. dub. 7. n. 7.

( 2 ) D.Leg. S . ultim.infin. Barrh. i n L . uxori ff de Legat. 3 , Simon. de Przet. ubi proxime a n. 2. Tudo assim escreve0 com estes L)D. Ket. de Testam. L. 6. 'r. 19. n. 18.

(3) Ut ibi = Sed siquis ira legat T i t i o , fundum 99 do lego ut cum yro parte habeat , mihi vide- 39 t u r posse dici partem habiturum: Videri enim 99 fundi appellatione non. totum fundum, sed 99 partem appellasse; nam et pars fundus recte )9 aypqllatur.

(4) Altirn. de Nullit. tom. 3. Q. 8. a n. 126. et 142, Barry de Succecs. L,. p. T. 8. sub. n. I , Sabell. S. Legdtum sub n. 5 3 . 'JP. Si vero, Card. de Luc. de Legat. Disc. I z.

%s Si testator habcns duas domos praximas qui-

3, bw communis erat coquina u n a , unam ex eis ler 9 , gaverit , coquinarn accedere ei domo, cui inagis 3, conjuncta e ra t , puta e i , per quam erat aditus ad 2, c q u i n a m , vel , qua distracta , coquina consistere 9, m n poterat (I).

(E) Bury de Success. L. 9, T. 10. n. 5.

H e bem celebre a especie da L. 33. n o principio d e Leg. 3.0 : Disse ahi o Jutisconsulto =, Wxore suaz 9 , inter cz:era ita legavit, e t dorrrus eam partem, in J Y qua morari consuevimzks: Quzsitum est, cum tam Y, testamenti Faciundi tempore , quam mortis totam 9s doinum in usu liabuerit , nec quicquam ex ea loca- ,, rum ; an ea tanrummodo videtur legasse cubicula, 9 , in quibus dormire consueverunt ? Respondit, eam

omnem pariem, in qua morari cum familia sua 9, çonsuevisset. " A r a d o e inrerpretaçáo desta Lei, se podem vêr em Gosofredo ( I ) , e em Mantica (2), que vou transcrever.

( I ) Eis-aqui o raciocinio de Gotofredo = Quid ? Y, domo legara, in qua morari consuevir testa- Y Y tor , . num fora domus debeatur , quam in usa ,Y habuit restameriti, vel niortis teii:pore ? An Y Y ea tantum c~lbiclrla , in qu bus dormire con- Y, 5ueverat ? 'Tc)t enim partes hac quzstione pro- SY ponunrur. Juriscr.nt ultus eam omneni partem S Y deberi , i n qua n orari cuni farn::is sua con- 31 suevit : quze verba Intekretes acciplunr de tota 3s domo : quod f ~ , l s u m puro; legavit enim tes- 9s taror his vr r b:s ; eam p: tt,m, in qua morari a* cgnsuevimus. C ò n ~ u e z l r n ~ s dixit , non CO*

í, n e v i , ut intelligamus id- legatum referendurn 7 9 esse ad eae partes, in quibus non ipse solus, 99 sed tota familia dormivit. Nec tamen conti- 9s nuo todas d e s deberi , quia partem adium -9 non totas ~ d e s legavit , nisi o m ~ i parte adi- 9s um ejus familia babitare consuevit. =:

(2) Ma&. de conjectur. dt. volunt. Liv, 9. T. 2. n. 41. lê a dita Lei nesta simplicidade = Si- 99 quis lcgaverit domus eam partem, i n qwa iiio- 9, rari consuevit , ea omnis pars legata videtur, 99 in qua morari testaror cum ma familia con- PY suevit , non ea dumtaxat cubicula , in qoibus *r dormire consucverant " com ManUca passa Luc. ad Gratian. Cap. 226. a n. 4.

99 Si testator umri desipverit prtm domus 99 pro habitatione, et iater eam, et haeredem orian- N B tur rir=, et wntentiones, Joãex poterit contrave- 9, nire ,ofun:ati testaroris, et expellere viduam, et 93 prarcipere hzredi , quod ei provideat de domo =que Y, commoda ( I ) : Similiter , habitatione relicta uxori n in certk partihus domus, s i domus non recipiat M cornmdam divisionem , hzres potcst praestare aliam 99 dornum teque commodrim (2).

(r) Surd. de Aliment. T, 4, Q 4. in fin., Af- flia. Dec, 146.

(12) Barry de Success. L. 9. T. ~ r . n, 7.

Q ~ a f f t o d 3.' (9. 341.)

§* 349. ,Legada simplesmente a caza, ainda que se náo

jancte a dicçáo toda, se subentende Iegada toda (I): Legada assim sirnplesmenre sem outras expresróes , se julga legada com SUIS adjacencia~, accessorios, e mis- tos, ainda que delles se não faça mençáo (2). O s DD, frequentemente cornprehendem nelles, o que di- aem Apotb~ca ; o que se entende nesta palavra, se póde vêr curiosamente na nota (3).

( I ) Gratian. for. C. 947, Luc, ad eund., Graw tian. C. 326. n. 8.

( 2 ) I,. 89. S . Ti t io cum seq. ff. de Leg. 3. L. 21. S. Perveniamus ff. de Aur. et arg. ieg., L. 18. fE de Act. empr. N4r. de ultim. volunr. Liv. 6. T. 19. n. I.

(3) + t b e c ~ , segundo Facciolat. hoc verb., se diz =: Cella , in qua aliquid seroandum reponitur, 9, ur sunt horrtutn , c t l h vinuria, camat ium , 3, et alia Iiujusmc~di i n adibus, in quibus cujus- 9, que generis fruges reponuntur : a verbo gr* 3s co... . rqono. Cicer. in vat. C. 5. cum om- 9, nium dornos et apothecas foracissime scruta. 99 tere : Ulpian. Digest. 33. 7. 12 , Apotheca rs librorum esr , . quod nos dicimus magazeho. 9, Speciatim dicirur de cella ; iu qara vrna JU-

S, vsntur. Differt tamcn a cella vinaria; quia n hzc canstituirur in ima aedium Farte, jn qua 9, fit vinum, et in cupis , doliis culleariis , aiiisve n vasis maioribus, servantur ad usum familk. 9, A t Apotheca erat api d vctcres in editiore 99 zdium parre, querradmodum, et Rorrea, et 9, in ea reccnd:baniur ampt-ora, et cadi, cate- 9, raque minúra vasa cervandis, etiani in niultos sr, annsrs vinis accommodara , Arnob. L, 7. pag. n 236.

Mais no sentido legal Vicat. bw w r á ut

Íbi = Apotheca : reporitorium , reconditorium , 9 , id eit locus rebus quibusvis ad tempus con- 9, dendis idoneus? q u z et iibrorum erat , L. 7. r, S. 3. E. de His qui effud. vel dejec., L. 12. 9, S. 34. ff. de In$truct. vel Instrum., eorum 9 , nempe, qui conrrnercii , aut akerius rei gra- 9, t ia habentur. BibZiotbec~e vero, q u z ucus esc, 9 , Bynkers. obs. 3. 3. Sané apotheca erar, et 8 , reconditorium vini L. 1 2 . 5. 9. ff. eod. Tit. , S Y et Olei, u t patet ex Colurnell. rei rust. L. I. 2, C. 6 . et aZiart/m rerum. Apotheca exbnusta 99 L. 40. ff. de Stat. Liber.

O nosso Bento Pereira no Elucid. n. 1022. só disse = Apothecam posuit Ulpian. L. 21. 5 , 9, certé E. de Furt . pro cella vinaria : Verum 73 Scor. verb. eod. dicit esse locum, in quo mer- 9, ces venduntur , qui locus alio nomine statio 2, appellatw. "

Estas adjacencias (S. 349.) podem ser r." o; al- tos das cazas destinados para alguns ministerios : 2." as lojas dellas , em qne existáo adega , celeiro de páo, de azeite, botequim, mercearias, etc. : 3.' ce- leiros, tulhas , dispensas, ou adegas nas adjacencias das rne5mJs cazas , curraes , hortos, ou quintaes : 4." as cois is mixras , .e affixas. Tractarei pois separada- mente de cada huma destas partes,

.Pela que respeita aos altos dar cazas : H e cc:i; dúvida ue seja qual for o firq, e ininisterio p d r n ', 9 que s i r v a , se çompshendr: no legado das cazas ;

orque tudo incluido nas mesmas paredes ; e para el- k a commummenre se sobe pelo interior dai cazns (i): Pelo que respeita ás lojas, que estão debaixo das mes- mas cazas, e incluidas em torno nas mesmas paredes, tambem se comprehendern no legado ; ou teniiáp a entrada por dentro, ou por fóra das cazas ; ainda mesmo que as lojas se costumassem dar de arrenda- mento separadas das cazas; comtanto, que por desti- naçáe antiga, c denominaçáo, não fossem as lojas re- putadas, como cazas , e habitaqáo diversas : O argu- mento de terem ou náo as lojas entrada pelas cazas, ou por fóra dellas, não entra neste caso; mas s6 quan- do se tracta , se o horto, curraes, ou domunculas adjacentes sáo pertenças das cazas (2).

( I ) Barry de Succers. L. 9.T. 10. n. 3 , Mant; de Conjectut. L. 9. 2. n. 39.

(2) Optime Luc. ad Gratian. eap. 226. n. 2, Mantic. supra n. 7 , Molin. ad Consuetudin.. 1 Paris. P. I . S . 8. g oss. 5. n. 6 , et pro omnibus Barry de Success. L. 9. T. ro. n. 4.

Pelo contrario Apotheca non venit legata do- w mo, s i apotbeca non sit sabtus domum, sed con- 2, tigua , et non sit dditus per domum ; vel quando $9 dominus locat eam Jeparatam ( I ) .

(2) Menoch. de Przsumpt. L. 4. Przs. rrg. a n. 8. ad 22. aonde distingue varios casos em que a apotheca debaixo das cazas, ou conjuncta a ellas, se comprehende ou náo no legado das ca- zas: Barry supra n. 4 , Mantic. de 'Tacit. L. 9. T, 2 , a que se deve recorrer.

Qci

Pelo que respeita aos celeiros, adegas, armaz5e: curraes, e hortos adjacentes 4s a z a s : Os DO. invol- vem tudo e debaixo das mrmas distincç6es: Eu náo me sei explicar melhor, senáo transcrevendo as suas palavra, como em Encyclopedia , amda qae seja hurn pouco molesto a mim mesmo e aos mesmos Leitores; mas estes podem dispensar-se de os ler, quando náo occorra occasiáo, em que Ihes seja necessario : Eis- aqui o discurso de Barry de Success. L. 10. sub n. 4.

9s Item Mantic. de Conjectur. L. 9. T. 2. n. - 99 dicit , domo legatn, dornurrcularn conjuncram VI:

3s etiam legaram, si uno pretio cuni domocomps- 39 sit , et utriusque pensiones similiter arrepto loca 2 9 rationibus ostendatur. Simifiter , domo @ata , 50- ,r let q u z r i , an balata ei proxima , hortus, ve2 sta- 3s bolam, etiam meritorium, et quod solebat locari , 39 accedat , et veniat i n legato domus ? Venire , si in- 9 3 tra parietes domus Icgatse sint , licet habeant ad;- 39 tom per alia loca, quam pet dotnum, dicit I'rx- 5s tis L,. I. T. 2. I>ub. 2. Sol. I I. aliam conjecturani 9, qua hortus, vel stabulum contiguum domui legara rr venit ia legatum, licct non Iiabeat aditum per do- n mum , esse, si emprum fierit una cum domo, et 29 eodem pretio , dicunt Alex.. . Mant. . . . Idem dicit 23 Mant. . . . et Menocli.. . . Si constac Testatorem 2, emisse euin Iiortun doinus causa, et ut amzniorern 99 faceret domum text. est i n L, 91. E de Leg. 3. 39 Contra, si ad alium usum, quam ad usum domus N cornparatus sit , licet lia beat aditum per dornum . . . 9 9 Exemplum ponit Metinaus in horto spatioso vi- m neas forte, aut siniilia includente, et magnum ad- 39 ferente redituin. In qusstione, ijn molendinum do;

99 mui legatwcontiguum, et annexum, puta in extrea 9 , mitate horti , vel parietis domus cedificarum acce- 99 dar legato domus ? Molindus distinguit , ut si fa- si ctuin sit graria domus , et ad rnolendum patri fami- 9 9 lias, et domesticis, tunc cedit legaro; er ut contra s9 non cedat , si factum sit principaliter causa lucri, 99 et redditus , nempe ad moleiidum pro extraneis 9 , quibuslibet ; nisi esset aitum intra mansioirem ipsam , 99 et super solo ipsius mansionis principalis, "

Pela distinaçzo do testador regula e decide Cas- tilh. L. 5. C. 62. estas questdes, ut a n. 25. ibi =

99 D8stinatio~e patris familias pertinentia: di- 99 gnoscuntur; et qui hortum domus causa compara- 77 vit, legando domum videtur hortum quoque legas- 97 se; et hortus cedit illi domui per quem erat aditus 9 , ad eurn, si tamen testator non eum deputaverat ad 9, usum alteriys domus , quia depuratio seu destinatio 99 attenditur magis, quam aditus . . . Destinatio, usus, r, et consuerudo testatoris sufficit ad declarandum , 97 quici i n legato contineatur . . . In Iegato domus ve- 9, nit etiain hortus, quando hortus fuit destimatus a 99 testatore vivente proaddiramento doníus, ticet alias $ 9 non veniret etc. (et a n. 4 ~ ) Si testator Iegavit do- 73 inum Fuqm confi~lratam talibus conjnibus , veniunt r9 coquina, er omnia quae sunt intra confines, et spee 1 9 ctant pleiio jure ad testatorem. Si dominus srationem 99 domui contigwam destinavit , ut sit uriica donius; 9 9 eo casu sob dispositione domus censetur venire in 3 3 legato, quando efant sub eisdem confinibus.. . In 7 9 legato domlis vcnit pars destinata ad iisum, videli- r9 eet locus pro Iignis, camera pro servirore,. quibus 9 9 urebatur testator, si ultimo loco ista deetinata ad 29 usum domus retinebar. . . Idem erit , et si aliquan* 29 do testator loeayerit cameram curn apotlieca scpab a¶

3, ratum a domo, quando ultimo tempore legati ute- 9, batur, tanquarn unira domui, etc. "

O nosso Nett. de Testam. L. 6. T. 9. a n. 2. com muitos DD., e respondendo á L. P r ~ d i i s S . Balnea, e S . fin. e á L. ult. fE de Servit. urb. przed., compendiou em pouco esta vastidáo , u t ibi =

99 Domo legata, censetur etiam legatus hortus, 3, et viridariuq eidern domo adjacentia . . . Si hortus 3, cohzeret domui, seu ei est contiguus, et per do- ,, mum habetiir aditus ad hortum, legata domo hor- 9s tus venit . . . . Exadirio judicatur an liortus , et si- 19 milia cedant Iegato domus . . . In legato domus con- 3s tinetur alia domus postea empta priori domui ad- 9, juncta uno aditu facto.. . Quando testator domus 9, causa hortum comparavit, ut eam amaeniorem, ac ,9 salubriorem possideret , et hortus d i u m addita- 9s mentuin fuisset.

,, Si autem hortus non fuerit contiguos, nec per ,, dornum ad eum habeatrrr aditus , nec appareat ,, eum uno saltem pretio fuisse compara!um, diccn- ,, dum est in Icgato domus talern hortum non renire, ,, nisi expreJse testator de horto mentionem faciat. " Assim o distingue 3tryk. vol. 3 . Disp. 5. C. 7. a n. 3 6.

Porém em contrario do exposto por Nett. no 9 . Si nutem, e conciliando as Leis; e ainda mesmo no caso de intermediar a rua publica ; está o Bispo Rocc. Select. C. 3 3. ut ibi =

,, Sub legato ususfructus domus comprehendun- ,, tur viridai ium , stabulum , et horreum gratia ejus- ,, dem domus á testatore comparata ; licet ad illa ,, per domum mn yateat aditus, cum destinatio pa- ,, tris familias magis attendi debeat, quam aditus; ,, licet vi& cons~/aris a h i t intemcdia, etc..

Em fim, (deixando outros) o Card. de Luc, d e Legat. Disc. 8. discorrendo sobre o caso em que o testador deixou a sua mullier as cazas .da costumada habitaçáo, quanto ao usofructo : Elle antes da aua morte havia comprado algumas domunculas visinhas , mas náo confinantes , intermediando huma rua publi- ca , e nellas consrruio currnl, celleiro , e borto : Du- vidou-se, se estes intermediados pela rua , ainda que destinados para o uso da caza, ou seus liabirantes, se comprehendia no legado d o usofructo da caza : He notável o muito que sohre este caso discorre0 o Card. de Loca, referindo todas as referidas distincçóes ; e por fim quasi nada resolve : A elle me remetto.

Pelo que respeita ás coisas mixtas e afixas nas cazas legadas : Regra geral : Legada simplesmente a caza , se comprehendem no legado todas as coisas mix- tas, e affixas na caza (I) : PorPm ha aqui huma dif- ferença entre as coisas affixas só por ornato, e as que náo podem arrancar-se sem ruina do edificio. As pri- meiras náo se comprehendem no legado das cazas ; as segundas sim : Por exemplos I .O as columnas marmo- reas , que sustentáo o edificio ornando-o, são affixas , e se comprehendem : 2." as estatuas e bustos, que swtentáo em parte o mesmo edificio, e que arraaca- das o arruinariáo: 3P os celeiros de pedra ou madei- ras affixos de fórma, que se náo po.ieriZo arrancar sem prejuizo da caza ; mas náo os arcazes de madei- ra, que ainda pregados , sáo facilmente amoviveis : 4.9 os armarios inseridos nas paredes ; n5o assim os guarda-roupas, e amoviveis, ainda que, para mellior se sustentarem, estejáo pregados : 5." os toneis e cu- vas de facili amoviveis sem ruina do edificio, nág yem no legado da caza , etc.

(I) L. 12.21. 36.fEdeFund.instr. L.43.ff . de Legar. 2. Nett. de Testam. Liv. 6. T. 19. 9 , Damat. pag. 3 9 3 , art. 4.

( 2 ) Nett. supra , Larrea Decis. 8 I. per tot. Bar- ry de Success. L. 9. T. ro. n. 6. (Vide ad om*

>nia 9. 395.)

As antigas formulas dos Romanos = Lego do- mamz cum instrumetzto 2 Le o domum insàrrrctam c náo estáo em uso ; mas em f ugar dellas, se subrogá- ráo outras fo~mulas, como L~g;o a minba caza com suas pertenfm, e comn~odidades = ou, Lego n minba caz;a no e~tado cm que está, etc. ( 2 )

(I) Baaysoipran.6. (5 ) O que e quanto se comprehende neste lega-

do, praeter Barry supra vid. Voet. , Stryk., er Struv. ad Pand. L. 43. T. 7. Domat, pag. 394. art. 12.13, e Menoch. de Yr~esurnpt. L. 4. Prxs. 154. ta.

§ e 356.

Pelo que respeita em fim ( 5 . 341.) 8 s servidijes muruas quaado o testador senhor de duas cazas con- tigues o u visinhas deixa humas a hwrna, outras a ou- tra pessoa, ou fica0 na herança e no herdeiro : Con- cfus$o I.' Se hum testador, que t inha duas cazas ,, juntas, lega huma a hum Idgata~io, e a outra a ,, outro ; ou lega huma, c dcixa a outra a seu her- ,, deiro ; o muro intermedio destas duas cazas, e de ,, que era unico senhor o testador, vem a ficar com- ,, mum aos dois proprietarios destas duas cazas. As- ,, sim a servidáo reciproca sobre este muro commum ,

9, serl cdnio h'um atceasotio , que seguir4 o legado. 9, Conclusilo 2.a Se duas cazas de hum testador, hu- 9, ma deixada ao herdeiro, e outra dada a hum le- 3, gatario, ou anibas'dadas r dois legatarios ; huma 3, náo podesre ser levantada sem tirar a luz á outra, 9 , ou prejudicar-tlie nbtavtlmenb ; o herdeiro, ou o 3s kgsthrio, que tiver a primeira, aiio poW %al- 3, la , senio de tal sorte, qtre reste ao outra a luz s i sufficience para poder gozar da eiia caza : Poque 59 o testador náo teria querido, .que o seu herdeiro , 9s nem este legatario, pod-m inutilizar o legado da 9, outra caza (2). " Veja-se outros casos nas noras (3) (4).

(I) Assim Domar. pag. 394. art. 10. com a L.. 4. fF. de Servit. Legar.

(2) Assim o mesmo Doínat. art. 11. com a ex- pressa Lei 10. E. de Servit. p r ~ d . urb.

(3) Confirh-sç tambern cb caso L, E-. Si -servit. vindicet. , aonde no legado des cosas se soniprã. hende a servidás para eilas, por outro fundo que ficou ao fierdeiro. Pecch. de Servit. C. 4. Q 24, n. 14, Mant. de Tacit. et amb. conv, L. + TG 16. a 22.

(4) Se podtwo :herdeiro tinlia ciear suas pro- pias visinkas & que o testador legw a nutro 5 entra a duvida, se @ elevar as ptoprias de mtigo suas, em mos cpe escureça as do le- gatarit, ? Esta qucstiio t r aaa o mesnio Pccch. C. gi Q 6. a n. i6 5 e conduindo em fatvor d o her- dbiro neste caso; limita, quando p r palavras oir cohjmuras mnctar da contraria vmt&*do ter- ?dor : Quest%o entre nds ociasr j 'porque passa- do, o annb tinhbo as çazas legadas adquirido %a sertidáo legal, para s náo podurcm mais escuro

ccr pelo visinho, sem o iiot~sticio da vara e quarta. (Vid. a S. 62.)

Divisbo 32

O que se comprchmde no legado dtss cazas : Ou I.? qararrde s testador as deixa com o que nellas exis- te, ou com tudo o que nellas existe : 2." qu1~11do o testador deixow simplesmente os movais da sutz casa.

Membro I .O

Euando exprimi0 pelo te~tader com o que nellas existe, ot/ com tudo quanto

ngllês se achar.

99 Se hum testador legasse huma caza com to- ,B dos os moveis, que ahi se achassem ; este legado r , comprehenderia tudo quanto ahi houvesse de mo- ,, veis destinados para a mobilia da caza, como Iei- 9s to8 , tapessarias, quadros, mezas , cadeiras, e ou- 9, tros semelhantes : Mas se alii se achassem tapessa- 9, rias, ou outros moveis em 'reserva destinados, ou 29 para vender, ou para uso de huma outra caza, o 9, legatario n5o teria a estes algum direito : E se pelo 9, contrario alguns moveis desta caza se achassem em 9, autra parte ao tempo da morte do testador, como, 9, se as tapessarias tivessem sido emprestadas , ou da- 9s das a guardar, o que assim estivesse fóra de caza 9s por taes cauoas náo deixaria de ser comprehendido 9, no legado (I) : Náo assim o dinheiro rm moeda, s, nem as dividas activas, e outros direitos, que se v* niio comprehendem naqwlla generalidade (22 :, Ncm

r, os bens que ahi introduzi0 o testador depois d o 9s testamento (3).

(I) Assim Domat. pag. 394. art. 14. C O ~ I as LL. 44. e 86. ff. de Legac. 3."

(2) Cod. Civ. dos Francez. art. $29 . (Vide infra a §* 37Y-

(3) Netr. de Testam. L. 6 . 'I'. rg. n. 17.

9s Se no legado de huma caza o testador com- ,> prehendesse em termos geraes, e indefinidos tgdo 99 o que podesse achar-se nesta caza ao tempo da 9s sua morte sem nada exceptuar ; este legado, quf 99 conteria todas as coisas moveis , e mesmu o dinhes- 99 ro , náo comprehenderia as dividas activas, nem 29 outros direitos deste testador, de que os titulos se $9 achassem nesta caza ; porque as dividas, e os di- rs reiros não consistem nos papeis, que contem os ti- ,> t u l o ~ , e não tem situaçio em hum certo lugar ; 98 mas a sua natureza consiste no poder, que a Lei 3, dá a cada hurn de os exercitar. Assim os tirulos 3, n2o sáo mais , que as provas dos direitos, e não js os direitos mesmos (I).

( I ) Domat. supra art. JS. , provando-o no seu todo, e em cada huma das suas partes com a L. 44. fE de Legar. 3 , L. 32. Cj. 3. tf. de Us. et usufr. et red. leg., L. 86. E. de Leg. 2 , L. 15. 5. 2. in fin. ff. de R e judic.

Ainda ii@s ampla e e~empl~ficativamente Barry Rr

C 310 3 de Saccess. L. 4. T. zo. n. 7. fque me náo p o disi. pensar de transcrever; e ainda porque em todo a se* tido he livro raro) ut ibi =

99 Si legarur dornu3 cul~it ane#ibas r e h s i&i .ex- 99 istentibus intelligitw de iis , qtice erant tempore s9 testamenti : Ideo-, que postta tesraror intalerit, non 99 continentur in legato. Item si domus faerit legata 9s cum omibus qua ibi eruror , cava tcrtutor more- 3% retur, non intelliguntur legatum, quod illatum est 9s testatore ignorante. Item, nec quod casu ibi erit, ~9 et é contra, quod casu inde abierit , continebitur 3, legato ( r ) . item nomina debitorum (mrrf. 5. 358.) 39 non cedunt fegato, nec nsmi elwcri a debirõribus, ,9 u t aliib nominibus cdlocentw ( 2 ) : Item naa conti- 99 nenrur i n illo iegero m c i s crausa compata?a, ut >s sunt venalia (3) ; nisi dixisset; lego quse domi s m t *r qaoq~o tilodo, ve1 asi in damo nihil esset nisi ue- '3, nalia, quz tsrnen essent testararis.; vel nisi lega- 13 rum facium esset filh testatoris, et alii k d ~ s non 9s essent nfmis gravati , pura, stante ulteriori ~ m p l o 99 p a t r s m ~ ~ i o ; quas tres exceptiones adfdrt Benedi- ~t ctus (3). Postremam adfert Cujaciiis (4) et a m e3f- 39 tendit , et si gmv~tus e s w t alius filius t&t~turYB. * 99 Irem nec pecunia , quamvis ita legaveria : Lep 9s domum cum omnibus rebus, ~ U R i~i ea MY~Z wkkz 99 omnia excepta (5) ; excipienda est pecunia przsi- 99 dii et thesauri loco pmita : 9ic legaris b o ~ i ~ mobi- 39 libra$ q tu sgnt in dornu, pecunia destinara em rio- ,, ni praediorum , vel fznori , v21 mercaturae, ve /' alii 99 negotiationi , non continebirur, quia in bis casibus 99 non est in dorno .n i~ i ad tempus. Deniqoe illo le= 9s gato continenrur n~obilla, qud perpetm mansura 99 Junt, non uutem m@mnt/dnea. Unde fit , uc nec 39 continetur pecunia in dies expendenda, etc. (Vide infra S. 361. nb fim. 9. -&&, etc.)

( I ) L. Si !ta kgatllrn ff., de 3 , Maok de Conjecr. L. 12. T. 2. n. 4 6

(2) L. 86, in pr. A: de Leg. 3 , L. qucesi?t~m S . Papinianus E. de Instr. Leg. , L, Si 'imihi M-milics de Leg. 3 , L. Cqgs de Leg, 2 , Mqnr. supra.

( 3 ) Beaedictu* in Cap. &yautrci#s. (4) Cujac. ad Lib. 7. Respons. P-Gari. k fin. ( 5 Mantic. supra, Rancli. Q ~ i s , P. 3. Coticl.

280 , Pineil. ad L. I . Cod. de Ron. mar. P. z. n. 46 , et Text. in d . L . Si mihi Mcvfa in hn.

Conf. Menoch. de Przs. L. 4. Prces. I 37. n. zz. et i 3 , ubi etiain quando -Fes~+çsr dawt = Lep omnia , q~16e domi hãbedt, cmeptrl 4u~a ve- nalz ; boc cgilsor lalitinewur res alia? omnes ve- nales. = 9 , Ut dixi (continua Barry) domo legata, et om-

9, &as, i&.j;cai@eíjt4wr, pammalk, ea scitrcet, q u e r, in ea eranr veede~idi cairsli , legato non coniineri ; 9% idem dicenddrn est , si leguver~c usumfructrm dor Y S mmwm st/m1ym, et ~mniaom reruwl qu6e i* eis eJ+ as 3mt (k),; quomiam teataror ea non liebuit., ut ihi ,, wsmt, g d ur in eepptorem vel f~r,uw trangferrenrur I, vanundandi acwca . . . . Certé oonaiiierenbur , si a m 9 , irjarn fjsnsram s ~ o r w n rsurnfrsrctzm legwerit , M nam ee paomerculia runt in k u i s ; nam et om- >r nium bnarum wsafructu legata nonrim dedilotsrm r, contimi~ur (2) ; q u e ramen , domo legalta vel s, awufmrt-u domas cum i i r , qua ibi e~sent non u nontínd~t#r (3) . Item , domo L@gata , et ris qwd .n in dome srmt, promerradia mnrineri , si in ea n aon essent , eisi p m e r c d i ~ , con&ir Cujacius ( r ( ) , (Vid. 9. 399. not *)

Br, o.

(I) L. Uxwi íE de usufr. Legar. ( 2 ) D. L. Uxori. (3) L.92. $. u1tim.E deLegat. 3 , L. GQJ.

Em de Leg. a. (4) Cujac. in L. Gencrali S. Uxori de usufr. Le-

gata Conf. ad omnia, Menoch. de Praesumpt. L 4. Pras. 129. a n. 24. ad r : Coníiráo-se sobre os §§. 3 ~ 8 - e 3599 0 cod F r e k P. 2. L 8. T. 11. 3. e 4.

Membro 2"

Quaes wveis $e entenrkm comprcbcndi&.t tle legodo, quando $e deixáo OJ moveis simplesmente,

OU OS moveis da caaa.

Este caso he hum dos mais frequentes no Foro Depois que escreve0 o Illustre Mello as suas Institui- çbes no Liv. 3.T. 7. §. 10, tenho obserwdo que os que o, olháo , como hum Oraculo em tudo infallivel , e como jurando cegamente na sua doutrina . o tem seguido: Firmou elle ex proprh marde, que no sirr- ples legado dos rnoveis se náo comprehendem I." os fructos percebidos e extantes, porque impropriamente moveis, e propriamente se chama0 frucms : 2." o di- nheiro, seja qual fôr a sua destinaqáo sem differenp, porque senipre pelo uso commum se distiugae dos m e veis : 3.0 os direitos e a c ~ b e s , que constituem diversa especie de bens (conE S. 358. e 399.) : 4.* bois, ove- lhas, e os outros animaes : 5 . O os vasos d' ouro e pra- Ta destinados para a meza e cozinha: 6." o linho, oa lá obrados, ou náo obrados, e outras coisas seme Ihantes : E s6 concede Mello, que neste legado i:

comprehendern as alfayas , isto he , os ornamentog da caza , como cadeiras, papelle~ras, espelhos , tapetes, tabellas , e o mais que cbamamo~ movcl, e alfaya de caza. O contmum uso de fallar , fundamento de Mello , varia, e resta provar-se, como logo veremos no 5. 368 ; Permiitáo-me pois os Leitores, e com al- guma paciencia, que Ihe rogo tenháo, profundar bem esta materia táo frequente no Foro.

O mais moderno Codigo Civ. dos Francezes art. ,526, $ 2 7 , 528. (conforme o cornmci~n uso dessa Na- sáo) se explicou assim =

9 9 A palavra mavel empregada s6 nas disposi- ,, çdes da Lei , ou do homem sem outra addigáo, ,, nem de~ignayiio , náo comprehende o dinbeiro con- ,, tado, as pedrarias, as dividas activsr, os livro#, ,, as medalbas , as instrumentos das Sciencia~, das ,, Arfes, e O#cios, roupa branca do corpo, cavallos, ,, e cquipagens, srmas, gráos, vinhas, feno^, her- ,, vas , mrcadorias , e viveres : náo comprehende ,, tambem o que fas o objecto do commercio.

,, As palavras moveis , moventes, n5o compre- ,, hendem mais que os moveis destinados ao uso, t ,, ao ornamento dos quartos, como tape~sarias, led- ,, tos, cadeiras, vidros, pcndoíur, mezas, lonçar fi- ,, nus, e uutros objectos desta ncrtureza.

,, Os u a d m , e as estataas que fazem parte ;, do move f de hum quarto, ahi &o tarnbern com- ,, prehendidos ; mas náo as collecqdes de quadros, ,, que podem estar nas galerias, ou pèças particulo- ,, res.

,, O mesmo das loufas finas, aquellas sómente, ,, que fazem parte do ornato de hum quarto, s á ~

mprckcndicias debaixo da denomiq$o de tite. ,, w i s moventes. ,, A m p d o kws mavcis, a de rrpobilia, ou a ,, dos @eib~b~ m w i s , cmprehendem geralmente tu- ,, do o que he julgado- m e l depois das regras aci- ,, ma estabrtwtdas, A venda, ou doação mnbiliadro ,, não cm@e&e mais que os m v e i ~ moventts.

,, A venda, ou d o a ç k de huma caza com tudo ,, o que ahi se acha (conf. S. 358. 359.) não com- ,, prehende o dinheiro contado, nem as dividas acci- ,, vas, e outros direitos, de que os titulos podem es- ,, tar depositados na caea ; t d o x os t1utr0.s t-feitor ,, rinovei~ abi ~ l j B c o m p w i d ~ s . ( G n f . S. ~ 8 . 3 F 9.)

g. 362. SLI remremos ao systema da Jurispriídmcia Ro-

mecra; ella em grande parte he o p t a a o de Mello, e dos Frsncezes; e em parte depende da distincç0cc ; antes porém que me proponha a desenvolvcllas por conclosóes diver~as, conforme aquelle direite, devo com Bersan, de Ulrim. voluntar. íiap. I. Q 25. n;o omit t ir estas necessa rias prenoc;bs.

,, Tri plicis generis i nstriimenra invcnra esse pro ,, usu , et ornamento domus patris famEiGs. Aiir mim ,, sunt mobilia; alia vero suppclí'cctika; ct demurn ,, alia utemilia appellantur ; quoruni singulai pro- ,, priam habent in jure i.ignificationem ; Jiam wro a ,, conrmuni l o p e n d i mede accapmnt. "

,, Mobilium appellatione dicuntur venire m i a , ,, qztd JUVE meveri de hcs ad hcrm ( I ) ; sive per ,, se ipsa moveri posrint, ut sum agimalia.; na. ea,

,, licet moventia dirantur , veniunt t m n appellatia. ,, ne mobilimn (2) sive ab alio mo.veawur, cujustno- ,, di sunt res inai~islatz. "

( I ) Mantic. de Conjecr. zilr. rol. L, 9. T. 3. n. 2 , A a d d . Gonmczr. dòr. 102. R. ta, Aimgrad. Cons. 70. n. 3.

( 2 ) L. Moventium fE de o e h . s*. Mantic. su- pra : Confira~se Xaqucs ver%. M4~el , ibi =: M G V ~ de h a caza; quabpw misa destínsda p e u o ;uso e m w f o ddao çaaar.s=

,, SuppelZtctiliuw vero ( I ) appellatione , ea pro. ,, prie contineri videntur , q k doniui ornandz causa , , comparanrur, qualia rnensd , trapesophora , delpki-

c* kw&fiIJliu, scamuc, lecti e2iaarr h r g ~ n t a t i , ,, fnuledr~ ;tkwaiin ., i*prIia . w m aq~miil , piw , ,, -ctznMah , I w c e p 1 0 ~ , t r ~ ~ u , id hac ornnia em- :,, YtWFat Paulas .jariscumu~ms (2) , ~ctlju~arlodi voces , .,, elruditc et doctt explicat MenodlJius ( 3 ) . His A- ,, jclngeniki sunt sirpta , er strtzplur! (4) : d~kle ,, quoque , quibus nobiiiam d o m r e m parhes appa- ,, rari d e n t , vwlgo tqezsrirr suppelJecrili mnte- ,, nlunr , cum ea quoque demui c m a r d z inserviant *(5), ,, comprehemdi etiam ligna, quibus A u l e ~ ipse ap- ,, penduntur , vulgo Lc Cbraizi (63. Eaelem qíloqw ,, rationc existimo inrer suppellectilem niimerandas ,, e ~ s e tabulas p i c t m , quarnvis de eis nemo ex Ju- ,, ri-smnsultis , qutm viderim, mulhm menriorrem fe- ,, cerit. .Item huc vemiant C ~ S I P , et A Y I I ~ ~ ~ ~ R , q u e ,, veatibus, aut librjs non inserviunt (7). Przrerea , ,, .urd hanc bonorum spewiem referri ~sok~t rk~rdd, ac ,, ~ e d d u r i a (8) ; aquibm non differumt carrcls, sive. ,, caruucbd quibus Nobilcs vehantur. "

1 ) Bcrsan. d. Q 25. n. I I.

(2) In L# 3. C. de Suppellect. Iegat. (3) De P r ~ s u i n ~ t . L. 4. Przs, 160. (4) L. 5. fE eod. Tit. ( 5 ) Alciat. in Parergon. jur. L. 12. C. 10, Me-

noch. L. 4. Przs. 160. n. 19, Barbos. Appellat. 253.

(6) Barbos. n. 6. (7) L. 3. E. de Suppellect. Leg. (8) L. 4. fE eod. Tir. , Menoch. supra n. 16,

Harbos. n. 5 : Conf. Marques verb. Alfaya , ut ibi =; vale o mesmo que moved, e aderesso da calta , como banco$ , cadiras , bofetes , tapete$ , faprs~arhu, a/cafzya~, etc. F;

99 UtensiIiu ( I ) demum dicuntur esculcnta, et rr poculenta, quaz scilimt ad esurn, potumque perri- rw nent ; verum etiam instrumenta ipsa , seu vasa, qui- s~ bus epulaz parantwr . potusque servantur . . . C a l ~ i n BY hoc verbo dum scríbit , appellatiane utensiizunz 3s intelligi quecumque usui nosrro necessaria sunt , 99 scilicet quibus aut alirur hominum genus, aur eriani rs excolitur . . . . . Natta ( 2 ) appellatione utensiliut P Y ,communiter intelligimus deisiis utensibilibus pr r, usu quotidiano domus, ut sunt vasa coquinario v i - 9s naria, e t reliqua ejusdem generis. "

( I ) Bersan. supra a n. 17. (2) Natta Coiis. I 17. n 6 : Confira-se sobre tu-

do o exposto §. 363. 364. e 365. O P. Bento Pereira no Elucidar. desde o n. 774, aonde con- cordando em tudo o exposto explica miudamente a propria significaçáo de toda a palavra coo1

que no Direito Romano se exprimiao todos os diversos moveis de toda a especie , e melhor (quanto a esta palavra) Vicat. verb, Suppelles.

9 9 H z c ( I ) stricta juris significatione inspecta n proccdiinr ; vcruiii attefzte comiurunz Eoquencli usrr 9s Iiomines protni~cue utuntur hisce nominibus; qoo- r, njam aliquando .rr~ppcllectilem indicant per nomen ,V utensilium (2) : I ii~ercluin vero scI~pelZectiliu su- 29 munt pro mobi/ibus ; et qziandoq ue mobilia intelli- r> gunt pro ~uppeZlectililis/s ( 3 ) : Nequo mirum est , S, quod moribus civitaris, et usu rerurn appellatio ea- s t rum i.mmuCetur (43.

( r ) Bersa~. supra a n. 18.

(2) Menocli. L. 4. Przs. 160. n. 4 , Camarell. de Legat. Tit. de SuppeZkct. Legat. Q 7 , Bar- bos. 'rract. var. Appellat. 253. n. 14.

(3) Dec. Cons. 472. n. 10. et I r , Kot.Rornen. recent. P. I 3. Dec. 282. n. 2 3 , Mant. de Con- jecr. L. .7. 'I1. 3. n. 8.

(4) L. 7. fE de Suppel!ect. Legat.

Por isto (5. 366.) seria, que o Codigo Frederi- co ( I ) , (este Codigo, que adoptou o mais puro e ra- cionavel d o Direito Romano, ,e resecoa o supersti- cioso, e intrincado delle) , exceptuando só do Icgád0 dos moveis o dinheiro ein moeda , as joias , os ani- nises domeoticos, como cavallos, bois, etc. as coisas destinadas para o uso constante da caza, que náo per- wncem aos moveis, mas á caza mama, quaes as

Ss

destinados para occorrer a& incendios , etc. O mezmo Codigo, e debaixo do Titulo Dor L~gaHos dos mo- veis de buma casa (de Suppeellectile l ega ta) , c s6 coni aquellas exsep,-6es !egislou assi111 =

3, Qiancio Iium testador legar a algueiir os seus 33 moveis, se enteriderio por esta palzvra todas as 9. coisds mubiliarias, qiie o te-tador tiver adquirido 9 , para sz.1 uso, e da sua familia , sem se distinguir Y, se para o uso necessario , sr para o superfluo . . . .

OS COPOS, as coroas , as estatiras, os canapés, os $9 quadros, colheres, garfos, e facas de prata, d e >$ que o tesrador se servia diariamente ; mas 1150 OS

9s serviços de prata inteiros, n:m os bofetes, que n50 3s servem mais que de ornamento. Tambein se com- 33 prchenderâo os tapetes, as ragessarias, por mais ~9 precioias que ellas sejáo : Item todos os utensis, 9% e nioveis de p i o , taes como mczas, assentos, ban- 99 cos, armarips , e tudo o que se corutprebende conr. r9 mutnmevrte segundo o uss do Zscgdr debaixo do no- 9 9 me de utensis e de moveis de huma carta : Itern ar as cdrroqas , o estanlio , o cobre, etc.

(11 F. 2. Liv. 8. Tit. I r. pag. 722. $. 368.

Justamente pois cgnclue o mesmo Bersano (r) , que '' Quamvis in hac materia spectari debcat com- rr inunis usus loquepbi, nitigis., quam propria verbo- r, rum significario ( I ) ; necesse t-arnen est ,, quod con-

cludente~ probetur ab illo., cpi proponic in aliqti,? 9% loco esse communem usucri loquendi conrrariun: 5s strictz verborum significationi, nisi talis usus esecc ar notorius (2).

(I) L Labeo íX de Suppellect. Leg. Mant. de

'ectur. L. 3. T. 8. n. I , Calvin. Lexic. Jur, verb, Gttnrilin , Thcsaur. Dec. r 70. n. 7.

2 ) Siryk. us. mod. L. 30.~1'. I, S. 45, Mana tic. de Conjector. L. 9.T . 3. n. 8 , I,uc. de Le- gar. Uisc. 5 . n. 7. etc.

Ora : Se etn todo o nosso Portugal ha o geral ~costtsme, que supp0e o citado Mello (5. 369.) de se comprelieliderem n a riomenclatura de moveis táo só- mente as alfayas , que servem para o ornameliro da caza , como cadeiras, espellios, tapctes, etc. (Ayayas tenho eu visto clianar ás ferramentas ru~t icas) , e o niais que se txmprehende na signifiçacáo da palavra Szippcl/ex ($. 364.) ; e náo os mais taoveis , fructos , utcnsis, etc, que o mesmo Mello exclue do legado geral dos moveis. Eu o i g n w o , nem alguem o póde saber sem ter habitado em todas as Provincias, Ci- dades, Villas ; e Lugares d o Reino.

Sendo pois certo, que os nonws das coisas va- ri& conforme o uso dos Reinos, Provincias, e Lu- gares, confundindo-se o que Iie propriamente ~iovel, o que 11e ~trppellex, o que he tatemil (S. 368.) ; ta* bem as dinunieraç0es dos Codigos da Franta e I'rus- s i a , náo pndcm servir de noirna certa : O costume e uso de fallar deverá por tanto ser o mais attendi- vel (I) , náo constando em contrario da vontade do testador (2): Este costume portrm deve provar-se por quem o allega (S. 365.); e he bem difficil a sira pro- va com os precisos requisitos (3) : E m quanta pois tal co;+tume geral do Reico; ou particular da terra da

Ss 2

habitã~"a0 do testador, ou o delle particubriirsima- mente, se náo justifica; eu embaraçado com tal varie- dade; n5o vejo outro recurso para as desisóes , scnio ao Direiio Romano Subsidiario; e segundo as dourri- nas dos seus melhores interpretes : E tomando por modelo a ordem do nosso Ribeiro Nctto (4), accres- cenrando ás suas conclusóes outros DD. , r outras de- claraçbes ; supponho desenvolverei o mais provavel , por nieio das seguintes conclusóes.

( I ) Castilh. L. 6, Controv. C. 153. R. 9. (2) Castilii. n, 8. (3) Mant. de Conject. L, 3. T. 8. n. 6 , CastilL

n. 12. (4) Nett. de Testament. L. 6 . T. I 8. (Conf. i*

fra Cj. 380.2

Conclusáo I . ~ Todos os fsitctos coHii&s, e se- parados do solo, páo, vinho, azeite, legumes, fari- nh.43, etc. , se não estavão enceleirados ttegotiatiot~is causa; ainda que se destinasse vender alguma parte, que sobejasse dogaoto ordinario f i). Eis aqui j i con- vencida a doutrina de Mello S. 3 6 3 . , que absoluta,- mente exceptuou os fructos colliidos para se náo com- prelienderem no legado dos maveis.

( I ) Nett. supra L. 6. T. x8. a R. 3 . &i=: Tn Ir.. 9, gato bonoruin vel Ferurn niobilium coorinen- ss tur fructus collecti et a solo separati. Proba- u tur conclusio ex L. fina ff. de Requir. Reis ibi =-r 9, Sed et Divus Trajanus inter moventía fm- 3s ctus quoque baberi rescripsit . . . . Dixi fru-

ctgs coljetti, e t I $010 ~epurat i i quia si fùe-

st rint pendentes, censentur pars immobiliutn.. . 3 9 Licet fructus essent venales reconditi in hor- 3, reis, et doleis , $i non negotiationis MUSB , >, sed ira necessitace exigente, quin ~upere ran t $3 usui familik , et ne perirent ; in quo casu ra- ,, les fructus venales non dicuiitur; e t ita v e n i u ~ 9s i n legato rnobilium . . . Et i ta frumentuin , fa- S Y rina, vinum, acetum, et oleuin, cum sint fru- r , tus a solo separati etc.

Com Mantic. de Conject. L, 9. T. 3. n. 6 , Camarella de Legar. 'rir. de Mobil. Leg. Q 10. n. 3 , Peregrin. Andreol. e outros, o citado Ber- san. de Ulr. volunr. C. I. Q 25. n. 9. dizendo: 9 , Deinum ejusdern speciei censentur omries Çru- 13 crus a solo sepsrati, collecti, et in domo tes- 73 taroris tepositi ad usuni farni!:~, scilicet, fru- 9, rnentum , vinum, oleum , aliique liis similes , 9, erc. Discorda porém em parte no n. 1 0 , em quanto diz 2 Exceptis támen iis, quos testator 39 venderc destinaverat ; riam cum perpetuo 3, mansuri non essent in domo, propterea rion $9 continenrur in leqato rnobilium ejusdem do- ,, mus , ut in specie colligitur , ex L. I. E. de r , verb. ec ter. sign., et ira Zabarell.. . . T11e 3, SBUT. . . . etc. " Concorda nesta distincção o Cardeal de Luc. de Legar. Disc. I I. n. 2 , ibi =: r, Admitrebam ego scribeiis pro hairede (quare- 3, nus percinet ad secundum super fruinfnto, 3, vino, et deu). ut sub dicto legaro veniret illa ,r prrs ua: probabiliter destinara esset ejusdem , q. S, testatoris usui pro eo anno , qoatenus ejus ,, mors non contigisset. Dicebam tamen , u t non rr veniret pars excedens, q t l ~ venditioivi potius aa de~tjmata eJset. '!

Co~ttuslo 2 . Si testator dicat : Lego omnia bona mea mebilia venal ia comprelitiidumur ( I ) ,

51, H z c conclusio an~pliatur , esto testator enumcrasset 99 aliquas fipecies bonorum rnobilium , nulha tamen 91 @ta restrictiopre ad Locum , vcluti si i ta dixisset : 99 Lego, omnia bons men wobilia , sive lanse , sive 9s argrnri , vini, frumehti , vel alterius cujusque rei, ~9 adhuc enim venalia compreliendiinrur ' (2).

I ) Nett. supra L. 6. T. x 8. n, 7 , deduzindo esta conclus30 da L. Quoties $. ult. ff. de usu- fr., comprovatido-a com muitos DD., e entre el- les com Covarruv., Menoch. de Prcksumpr., Al- tograd. , Peregrin. etc. , e refutando Merlin. For, Cent. 2. C. 65. n. 10. et I I .

( 2 ) Assim o mesmo Nnt. n. 8. citando Covar- rwv., Pecck. de Testam. Conjwg., Menoch., e outros.

S* 373.

39 Limitatur tamen pradicta conclusio (g. 3 - 2 . )

I.. njs i testator rertriwgdt Zegatgm ad moYllia .ri certi Io~i , pata , doms ; quia tunc in tirli tegato ,1 ohnium bonorrsm mobilidirm, venalla non compre- s, hcnduntur , quamvis domi repmiantrur ; quia cum 19 cerram habeant separationis causam in domo esse 9s non videntur (I) : Soblimita, nisi testator utarilr 9, ferinonr u n i z w ~ a l i , vel signo unioersaIi , veluti si 33 dicat , relinquo re.r, seu bma, p a domi s u ~ qrro- 11 qxa rnodo, vez qwlitercuniq~c , ant qjusqble roi:- *, ditiunis sinr ( 2 ) : Sublimitabis eiiam lite? resrator 99 non u arur tali sermone, vel signo urikersali, :i 99 legatutn non possit refèrri ad alia , v~ lu t i in ta/i r > domo, vel loco non ~ i n t nisi res vcnaks (3) .

(i) Netr; n. 9. deditzindo esta conclusáo da E*. Generalt S. Uxori E. de risii fr. Leg. , da L. 77. S. I , L. Si ira legarum ff; de L. 3 , L. & i ~ t w $ de Aur. et arg. Legar., e citando Menoch., Thusc., Afflicr., Mant., Ciarlin., Aliogr., e outros.

( 8 ) O mesnio Nett. debaixo do n. 9. com Ga; br., Gait. de Cred., e outfos.

( 3 O mesmo Nett. debaixo do a. 9. com a Lc 2. A: de Liber. et posth. , cornCovarruv., Su~d., Piwllo, e wtros.

a, Limira 2.0 dictam conclusionem (tj. 372.) ~i 2, teitator legasset simpliciter bona sua rnobilia; non ,, adjecto signo universali, nec diciione otllnia; t unc 6 enim bona uenalia non cornprehendunt~r ( r ) : Li- as mita gP si legatnm ad sevttrm gcnzfs bonorum res- 9, trictibrn ~ i t , veluti, si certa species bonorum le- )a getur , puta , argenjum , laiia , vel aliud ; tonc enim 9, vendia non contineotur esto diciio universalis ad- as jecta sir ( 2 ) : Quid os moveis de prata, que o tes- 9, tador Iiavia mandado vender, e não estavio ven- >r didos (3) . (R) Nett, n. 19 , citando Menocli. ( 2 ) Nett. 11. I 2. com Grass. , Covarruv., Me-

noch. , Barry , e Sirnáo de Prcetis. ( 3 ) Vide Luc. de Legat. L)isc. 6 . n. I. e 4 ,

aonde assenta que se do comprehendem no le- gado dos mcrveis.

§ 3759 Conclwsbo 3.' No legado dos bens moveis se

cdmprehende o dihheiro em moeda : Esta conclu~áo firma0 com algamas Leis huns DD. ( r ) : Outros, na mesina coiicl~~?io abstracta seguem o contrario ( 2 ) , concede:ido porém que esta contraria procede nas Re- giiies em qiie por costume , como na França , se náo comprehende o dinheiro na accepçáo dos moveis (3): Seguida a conclusilo, qtie compreliende o dinliriro no Iegddo dos moveis, amplia-se as peças d' ouro e pra- ta ; menos que não seja coisa preciosissima, equipa- rada a irnn~ovel (4) : Arnplia-se ao dinheiro, que es- tivesse destinado para compra de bens de raiz ; me- nos que a destinaçáo n5o estivesse a executar-se de proximo; nienos qiie o tesrabr nio estivesse obriga- do empregar esse dinheiro em algum immovel ; e me- nos quando antes ou depois do testamento declarasse scr sua vontade, que esse dinheiro se empregasse em raiz (5).

( r Assim com variar Leis, com Bachav. , ?'i* raq., RebuE, Menoeh., Mant., Barry, Gra- tiano, Barbos., e outros muitos o mesmo Nctr. n. 13 -

(2) Pinell. na L. r. P. 2, n. 70, Cod. de BOIL rnatern., Castilli. de usufr. C 3.8. a a. 34.

(3) Nett. n. 14. (4) Nett. n. 15. (5) Nett. n. 16. com hum grande apiarato de DD. (vide S. 378.)

Limita-se porém essa concliisáo ( S . 37f.) 'c ut ~9 non procedat si tertator sin~pliciter legasset mobiiis 5, domus Jur; tunc enim pecunia reposita in area, P, si m n c6nstet an ibi emer lwo przsidii, sic que

9; perpetuo, in legato non comprehenditur : Ratio Y Y esc, quia in dubio pr;esumitur reposira in arca, ut w impenderetur , vel mutiio daretur ; et ob usum cone LY tinuuni, aut ob cclerem motum iion dicirur esse in 9, loco ( $ 3 . " De outro modo se explica Bersano traiiscripto na nota (2) (vide 9, 379. et 380.)

( I ) Assim o citado Nett. n. 17. Porém eis-aqui o discurso de Bersan. de ult. volunt. C. I. Q 25. a n. 4. ibi F: Item in legaio mobililim alicrijus 9, domus venit pecunia , quam paterfami!ias in $ 9 ea habebat prce~idii casisn . . . Non tamen ve- $9 niuiit eae pecuniz , quas parerfamilias ad Y, usum quotidianum de~tinaverat , curii non 9 , esseiit destinar=, ut perpetrdo pernranerent do- ,, mi; et proinde de illis idem erir judicandum J , ac de pecunia destinata ad ernptionern proedio- JY rum, vel faenoris causa.. . . Ncque veniunt a, pecunia: ad emptionem prxdiorum , vel faene- o, randi causa destinata. " i Declara ut infra S. 381,) .

Discurro do grande Critico o Card, de Luca de Legat., Disc, S., sobre está Questio.

Elle no n. 1. propóe esta especit! : Cum SiI- re vester Ubaldo ex sorore nepoti reliquisset usum- Y Y fructum donius , ac oinnium, e t quortlnrcumque Y Y mubilium in ea cxistcntium cum verbis aniplis , 9~ eoriim universitatem denot~ntibus; casos autem de- 99 disser, qiiod de tempore mortis testatoris domi re- 9, perta esset i1uzdam sumnia scutorlim 300. in PQCU-

as nia numerara : Hinc proinde orta est controversia Tt

99. &*r legaratium , e! h s d e s ; sn dicta pemnia sub n dicm lepra comfirehensa essdt ? Introductáque caut n fia coram A. C, ab i ~ t o podiit determinatio taovre 99 legatarii resotoiionis fun~iametimm fult aWWriras ~9 speciulis Kot. . . . . AI:ogratl. Corls. 70. L. I. etc. : Depois desta especie e deci.30 vai Liica a n. q. a eã- hibir o seu sentimento nesta forma.

9s Quidquid' nonri certenr super aniimonia Le- PS gum , qua i n hac materia invicem pugnare viden- r, tur ; oinnirro verias est , LIP ista no@ ~.&t ~ B C J tio 9, j w i r , ~ a d ~ ~ b w l ~ t & i . r ; i d e q ue rneriendas er t a r t i 9, circunsiantiis i qua: i t l a r n uno, rei alrero modo ex- $9 presse , vel cclnjectwali~er ptsbent : Itaqw? , prc ba- 39 tione accedmte, cessam omnes jtiris regulz , rel 3% dispaçitiones, ad quas s o l ~ m rmrreF<e oportet , ubi , 99 dicta probationc nnn aecedeme, versemur i n ambi- 7 , ~ U O ; 311 ~ U O pro ç6ngrUa ju.rium spplicatione, ?d- n Iiibenda venit plurium caiouum disriactio, quam in- ,c &r antqiiiòres okiniuni mlius adhibet Menoch. *i Lib. 4. Yrmmpt. 138, ad quem in Iiac mareria 99 omnino recurrendum esse admonet Castilh, de usufr. 99 Cap. 38. n, 2 3.

,, Primus igitur casus est (Luc. n. 5.) ubi agitur 1, de indefinito , ac generali Zegato rnobilitvnt abs- ->B q#e alzqua ddwzrrs , vel attcrius Zon pr&jnit, onc : 3, Et tene , licor non desint eontradicentes, verior ra- r9 men , mqgifque communis vidatur opinio pto corn- ,r prchens!one pecunia, indefin~e; ex sola t a m n (irt 3, d5cruín est ) przsumptione juns ; cujus virtus , ac 99 operatio est tranef~tndrndi anue cont ra r iz pmbdtio- >r nis in harredem. " (Conf, S. 357.)

w Alter casus est , ub3 accerl'ar Zmi pr~&$nitio, 99 pracsertim vero , si , juma frequentiom contingen- P S tiam, sit pr&finitto domus (coaf. 5, 376.) ; q u i s

nempe facrum sit legatum mobilzum dornus , ve1 9 , in domo exi~tentiutn: Et tunc altera intrat subdis- 53 tinctio ; an h loco a h i t usm loquendi , per q u e m 99 sub hoc vocabufo mobilisEm htnrrr , sola suppelk- 9 , ctilia comprebendantur ; ideoqw pecunia von ve- P , n i ~ t ; cujus jure etiam merces , ac geminz , vasa 9 , aurea , et argentea regulari rolent , illis exceptif 33 ~ U R quotidiano communi urwi inserviunt ; tunc H enim r4sui defeveudunr eJt, sive sit univermlis luci 9, sive (ex melius) sit part icubrio restatoris.

r 9 Awt ver0 ille usus non probatur ( ç e a t i h h ,, Luc. n. 7. ) , uc probari debere (uuatenue m sh ,, notorius) credit magis cornmunis Doctorum schola 8 , (9. 368. er 370.) ; ac pariter subdistinguendum P I est , jnter earn pecuniam , quae domui rctineaur 9, pt.culii seu prk~zd j i cawíz, ~t sic CUYII de~tzna- 9, tione, mt ubi perpetuo maneat ; et tunc m n sub $3 kgato (conf. 5. 175. et 776.) Aut uhi r e p i n 9 , est , ut fdnori ddur , vel taraqganz inws~imcnte 9s de r t i ~ n t a , si ve , ut impendst ur -pro que~idirnri~ S, #ribus ; c t tunc no-n veniat ; i~isi legatarius, i11 qùem 2, ob contrariam juris przsumpii~nem tran-fiinditar 99 cnus probatiunis , i'tain expvestsim , vel conjectura- ,> izm faciat , ex relatis apud Gabtid. a n u . 98. Lib. 9s i , Menocli. L. 4. P r z c . 138. 11, 8 , l'hesaur, De- ,, cis, 160. Prregrin. Cons, 37 , Altograd. G n s . 70 : r9 Et cum hac dis'inctior~e diducia ex I,. $2 (;lhortfs 41 S. I . ff, de Leg. 3. perpetuo proceosit Rora, etG,

Tt 2

9, Hinc proinde (ainda falta L.uc. n. 8. e 9.) 9, maior quzstio consistere videtor in appliLatione 39 hujus distiiictionis ad factum ; quan !o sc:licet pe2 w cunia, q u z doini reperta est , de una, vel altera 3, specie censenda veiiiat ? A:que in hoc Dl?. niijiiuin r, se inbolvere videntur citca summ ,m; aliis illnm YY dicentibus niaiorem, et aliis rninorern , ut patc t ÇX 99 relsris per Tliesaur. Dec. 160 , et per Alrogiad. r > Cons. 70. Alii ver0 certant , cuinam qualirati ma- r> gis assistat przsumprio, at scilicet potius J tare ce* 79 ssatur peculíi seu prksidii cama ; et conoequ~ n- ss ter , u t fundata sit legatarii intentio, dotzec hdres as prodet , qued inv~stimento , ved fdíneri , sive quo. 99 tidiattis usibus de.rti~&ta sit ? Et Iianc rcner Lle- 79 cius Cons. 472, cum quo pertranseuiit Peregrin, rr Cons. 73. L. 2 , et Alrograd. Cons. 7 0 , ur pote 93 corisulcntiuni more ad cause opportuni tatetn susti- v neirtes partes legararli : Verum ali i tenent contra- s, r ium, ex eo quod iete usus retinendi pecuniarn pc- 39 culii seti prcsiriii causa, qui apud antiquos erat Y, frequens , liodir non vigear , vel sit rarus , er non Y, frequens, ut bene probat Gabriel d. Cons. 98. n. $ 9 27. et 3 2 . ( c u i nirniuin deferendum est , Fanquam YP decisivo, er ad veritatem) , et sequantur Menach. >r d. Pres. 139. n. 1 2 , Rot. erc.. . . Ex qu bus pa- 99 te t , quod in coli~muni , ac magis recepto sensu .i. 79 Consil. Decii est reprobatum ; istaque opinio oni- r7 nino renenda videtur , quoniam revera nostris 'em- ,, poribus habemus porius r e g ~ l a m in contrari~rr ; r* quod scilrcet nem0 prmumitur tenere pecuniarn t 9 otiosam. Et quarnvis (cum nulla detur in Iiun a r o a 9 genere regula absque lirnitatione) , etiam Iiodie ad- 23 sunt avari (conlieço mutros), ac pecwnia idolarrz,

79 qui otiosis Iioris ;n illius aspecto, vel numerstiona 93 sullimam delrctationem cClpiunt, arque aliiid non 5s h .benres studium , in hoc turpi exercitio iempus 3s ,idrio daninabiliter conteiunr. Attanien rarus est hic 93 u ~ u s , freqoentior autem est ille invesiiendi, seu i i e

9s gotiandi , etc. "

0 Cardeal de LUCP depnis de ponderar o expus- to, elie no n. TO, re~pontiendo a huma Decisão da R o t a , ,que julgou o dinheiro coniprehendido no rro- vel ; diz que iiessa Decisáo aaim se julgou E.' pela nimia a~i ip l~tude das palavras d o legado , concebido simplesmenre sem r c s t r i c ~ ~ o aos moveis da caza ; mas ampla e expressamente cornprehensivo do ouro, prata , e todos os moveis , e por isso applicaveis as doutrinas de Merlin. L. 2. coritr. 65 : 2.' porque o legado assim concebido com aquella amplitude, náo se podia attribuir a dictame do Norario, mas de hum Juriscansulto, qual era ecse testador, e muito erudi- to : 3.' porque elle era Ecc le~ ia~ t i co prohtbii40 nrgo- ciar, que não costumava negociar, tendo horror 4 ne ocia .$o ; e por i s ~ o o seu dinheiro era tbe~ouro: ,! 4. pela qualidade da moeda esrimavel , que se costii* ma enthesourar : 5 O ela maior e mais verosiirel af- f e i ~ á o a respeito d o legatario irmáo uterino do testa- dor : Eln fim, 6.0 por outras circwnstancias intrinse- cas deduzidas do testameiito , e extrinsecas , que de facto se provarão.

99 I n his igitur questionibus facti (prosegue LU- 3, ca n. I I.) et voluniatis recte intrat , ac verificaiut

I: 330 3 ;, dicterium , ur maioris p0nderi.s sit , vel eficacia ,, #na uncia facti, q u m centuurr librie juris; atque ,, in eodem hr to pius valet una runtia earatm, 2nd 9, pendent a g e ~ t i ~ ipsim tli~portpnris, $ruam qu& pen- 2 1 dent B verbis restamruti , vel alterrus dispssrtio- ,, nis ; potissime ubi non constat, quod sint verba ,, ipsius dispoiieiitis, qu i rec:e eoriim v im, ac opcra- ,, tionem callrat , sed sint Notarii ; vel alterius , ad ,, cujus dictamen , j ixta flequentioreni contingentiam , ,, dispositio coticrptri sit , etc.

E m fim Luca desde o n. 12, applicando os prin- cipio~ do direito ás circunstancias do caso, de que tractava ( S . 377.1, refere as que pelo seu voto e$- cluiáo o dinheiro d o legado dos moveis : I .' porque , como se provava pelo herdeiro, era o tcstadox Iioniem industrioso, não costumado a ter ocioso o dinheiyo ; mas emprega110 1080 que se lhe offerecia occasiio : 2.' e especialmente, porque assim o declarou : 3.' por- que f a t ~ n d o no testamento liuma diligentissima e su-

erflua dinumeraçáo da caza, e dos seus membros, não dinurnnou o dinheiro, que nrtmra a sua condi- çao, era hurnn somma notave!: 4." porque se tratava de hum legado do usefructo das cazas , que attenro o costume dn Regi50 importava sd babitafio : 5.' porque canforine o uso commum de fillar em yes- soas populares, idiotas, e em pequenas povoqdcs o dirilieiro se n5o comprehende nos moveis.

Nota : Já vimos, que os dois modernos Co- digos d a Prussia e França sáo conforrnes em ex- ceptuar dos moveis o dinl~eiro: Pelo uso de mui- tas Naçóes elie náo se conipreliende no legada

dns movcis Menoch. de Breswmpt. L. 4. Pms. I 38. 11. I 5 : O rmsao antigo I'inelf. na L. I. P. 2. Cod. de Ron. inatern. n. 50. attesta ser nrste Reino o uso corrmum náo se comprehender o dinlieiro na nornenclarura dos movris. l'eriios visro que os DD. nekta materia se recorrem ao 0 3 0 commiim da lingiiagem (5. 370.) C"mo p rem huma vontade expressa, ou indubitavel de- ve prevalescer a esse USO coiiimum (d. $. 370.); he conceuuente, que poderão Iidver casos de ia t s circunstancias, e táo urgentes, que n%o possa deixar de se coinprt.lieridcr no legado o dihheire niaxime o entbtsogrado , como no caco do 5 . 382. juacto o 5. 380, e 576 ; e limitar se a re- gra.

Canclus50 4 a : A rcgra Iie, que os direitos e acçdrs se não coinprehendecii no legado dos moveis, ainda qudndo o rest,idor diz que deixa todos os seus moveis ( I ) : Limita-ce porí-m esta regra, quando aliás o legado se não p6de verificar senso nas dividas acti- vas ; como quando o rt,siadot deixa os moveis , que ter?' em t a l I ~ g n r ; e a h i nada mais se acha senáo os titulos das d ~ v ~ d a s (2) : M a s ainda quando se dt-ixáo expressamente as divida; activas , direitos, e acçõe~, n.ío se cornpreIiend:*m as acçiíes competentes ao tes- tador para reivindicar seus bens dos drrentores delles ; oti qohndo tem seiis ditiheiros em depo~iios , e guar- das , oii em rorler de terceiros para alguns empregos; ainda qiie al iás o testador tivesse ~rcfões contra elles para a entrega, etc.

( I ) Nett. de Testam: L, 6. T. 18. n. 18. (2) hretr. n. 19, Molin. de Just. Disp. 202. $.

Illud est .

( I ) Maptic. de Conjectur. ult. vol. L, 9. 'r. 4. n. 3 , optinie Card. de h c . de Legar. n. 6. et

7- 5. 386.

Conclusáo 5."0 legado das coisas, ou dos bens moveis se compreliendem os animaes ( I ) ; me* nos I." que se não deduza o contrario da intençáo do testador (2); e menos 2.' que se náo tracte de hum bom rebanho de ovelhas, cabras, ou bois, que se nutneráo entre as coisas pr,ecioaas , e muitas vezes mais que a raiz (3) .

(I) L. Moventium fE de verb. sign., Nett. L, 6. T. 18. n. 21 , Bersan. de ultim, volurit. Cap. I , Q 25. n. I. e 2.

2 ) Bersan. supra , Mantic. de Cotiject. L. 9. T. 3. n. I .

(3) Mett. supra $. Z?erurn, com Hermosilh. oa L. 4. gloss. 3. n. 9. i n fin. et n. 10. No legado dos vestidos que se comprshenda ? Vid. Nett. a n. 22. Idtissime Barry de Success. Liv. 9. T. 13 : Sobre o legado dos moveis da caza deixado a mullier do testador, conferido ao arbitrio ddla , conforme os que eZZa jt/kar nece~sarios, e op- portunos ; como se deva interpretar, e regular a r e arbitrio? Veja-se Luc. de Legat. Disc. 10.

Nota : Sobre tudo exposto neste Membro 2 . O , se póde v t r Sabell. S . Legatum a n. 2 1 , aonde este Summisra miscellaneou tudo, quar,!o ac\iou escrito pró e contra sobre cada huma dds diras conclusbes, sem ordem, sem critica, e com a maior confuoáo: Veja-se tambem o mesmo Sa- bell. post Sumnr. Reiol. 10. a n. 2 9 , e mais me- thodica , e nervosamente Ba~ry de Successioii. L. 9. T. 7. tot.

Que Se conlprellende no legado da caz.a, qne cxis- findo ao trt.irpo do testameMto, se acha no tein-

po da iJiorte do testador ; ou augmentada , ou iíjcendiarla , ou dertruidca.

Ouanto á primeira parte.

Kegrageral e legal : " Cum fundus legatus ait , ss siquid ei , posr testamentum factum, adjectuni esc, 9s id quoqiic legato cedit, etiarn si illa verba adjecta Y Y non si111 , qui ZIZPUS erit , si n~odo teStator eam H partem noz sepuratam possedit , ~ e d universitati ,Y potius adjunxit ( I ) ( V. S. 396). M3s <' ut hzc 3, conclusio procedat , oportet augiiientum venire per t , modurii acce~sorii ad fi:ndum Iegatuin (2) ; et vi- r, detur venirc per inodum acce'sionis , ~i riwul por- Y Y sicielztur , tamqwam untls jir n d ~ r , e t stlb eoderr Y Y noirtirze; ira ut ex dwbus fundis unus efficiatur (3). fis Ad verificationein Iiujus conclusionis requiritur ali- 3s quem actum facti acccdere, ex quo colligatur vo- S Y luisse testarorem augmen:urn fundo legato acccde- 3, rt.. . . Si testator aliquid adjecit universitari fundi, 9s augrrientum vzniret in legato ; Si ver0 iiihil adjecit 9 9 per modum accessorii , augmentum noii veniei in 99 leg- to, red per se iubsistet , quarnvis funcius , et r 9 augmenturn simul locentur, et colantur, quia po- JP te$t id ficri gratia iibcriuris culturiz (4) : Unde & 39 non venirer nccessorie, scd augmeotum f e r .rc slib-

eisteret , tunc a cesfante ratione augmencuin in k u ga:o non venirer ( 5 ) .

vv

( I ) L,, ro. ff de Legar. 2 , Domar. L. 4. T. 2. Sect. 4. tj. 5 , optime Nat. de Testam. L. 5 . T'. 15. a n. I . aonde bern expiica a dita Lei. 1:. $. 3969 et 397.

(2) L. Curn ~ ~ A A Y J E. de Leg. 2. ( 3 ) L, 89. $ Tirio de Leg. 3 , L. ta 5. Ty-

uann.e de Fuad. instt. (4) L. 86. g. I . fE de Leg. 2.

( 5 ) L. 8. ff. de Aur. er arg. Leg. : Et ira ad omnia Barbos. na L. Servi electione 5. S. fin. E. de Leg. I. sub n. 32.

Coincide coni esta declaraq50 da regra geral Rarr de Succasion. L. 9. Tit. 5. n. 2. ibi = 9s dn aufimet augrnentum illud fundo lcgiio 9s uniri per solam adguisirionem , et locatione!ti 93 eidem colono; hoc enim posset esse gratia 9, commodioris c u l t u r ~ , et ad tempus unius lo- 9, cationis tantum , et non ad perfcctionem ve- 3, reris fundi. Non eriam sufficit simplex sir~iil- ,, tanea ~ossessio , ser1 I-equiritur , ut sub t l?i l í

9, rcpp~ltatione fundi habeantur , vel aliqtri 9, a c / m fflcti, pbr q t t m apparent , p u d f ' i r i l -

99 d u ~ n ~ v i t e t adquisitlrs vt'teri uniutur jure 9s perpetua accer~irlnis , tt p r - t i n c n t i ~ . A 1 io- 9s q ~ i n , 6i de his noii apparent , fundus nciviter ~9 adquisitiis non venit in legatoa, Zicct coajum- r> cl le perrong f a c t u m esser.

Declara-se tambem a mama regca geral (S . 387.) , ou quando o augmento he mais preciosa que o prin- cipal ; ou quando feito, n5o pelo testador, mas por terceiro; porque em nenhum destes casos se conipre- hende no 1 t gado ( I ) : Declara-se eai fim a regra ; que

etla nlo procede por ficça'ó de Lei ; mas ?b pela pre- sumida vonndr do testador , que a collige , q.uando eile fez a i g u i a adjecçáo ao furido legado, e quiz que o augmento, e a coisa legada ficassem lium s6 pre- dio. De q u e se segue, que se o testador depois do restamento coniprou hurn predio ; o juntou ao já le- g d o , e passou a possuir r d o ; mas para outro dis- rincio fiin c effcito , o tal augmento n5o pcrteiicerá ao legarario : Por exeinplo , se o herdeiro prbva, que o testador itnio a parte adquirida, oii grntia ~ber io- rir cultt/r.e, ou para melhor se dar de renda, ou por ourra scrnelh:ince causa (2).

( I ) Netr. de S'estnm. L. 6. T. I?. n. 20. (2) Nett. n. 21. ex d. L. 88. S. fin. ff de h-

gat. t : A von:ade de unir as cazas se verifica- 111 ; se abri0 nelbs porra de commanica~áo de huma para ourra ; se mudou inadeiramenms, erc.

Se o testador sendo Enifiteuta de humas cazas, as legou , e depois adquirio o dominio directo, este não ccde ao legado ( I ) : PorCrn ha differr nqa entre O caso dc legar o testador a caCa simplesnrent? ; ou dizer lego a ??linha eaza : N o primeiro caso o domi- nio dirccto cede ao legado; no segundo não (2) : Se vice vtrsa o senhorio. que tem o dominio directo, o kgar, e depois o utjl se consolidar, cede este ao le- gado juncro com o.&recto (3) : Se o testador legar bum predio, em que só tirilia a propriedade, e outra pessoa o usofructo , extincto este depois do testâmen- to, e con:olidado cotn a prcpriednde , cede para O kgado (4) : Se o usofriictunrio comprou a proprieàa- de , n5o cede para o legado (5).

vv t

(I) Gra~s . 4. Legatuni 72, Barrv de Succcss. L 9. T. 5. n. 5.

(2) Baibos. na L. Srrvi electionr 5. fin. de Le- gar. I . 11, 39.

(3) Barry er Barhos. supra. (4) DC> i d e m pela rzzão da L. J'i proprirtnti

R. de Jtir. Dot. , e de Castilli. de Utuli. C. 76. 11. 'j.

( 5 ) Barbos. n. 40.

Quid tendo a!guma parte n'huma caza , diz que deixa a sua caza a tal legarario; e depois do letra- mento adquire a outra parte; se esta de novo adqui- rida se comprchende no legado? Variáo aqui noravel- mente os DD, distinguindo hun;, que se a cana no tempo d o testamento erà commua pre indiviso , 3

parte depois comprada náo pertence ao lega tario : Ma; Ilie pertence se o todo da caza era coinmurn pro di- viso , comprovando esta distinc~áo coin varias r.i-

zdeç ( I ) : Porém o insigne Barbosa (z), tractando a presente questáo veirr (conrra essa dist inc~áo) a as- setltsr I .", que se o testador, que $6 era senlior de parte de hum fundo ou caza, dis:e D~ixa a minlllc saaa, vem a excluir todo o augrnento, que depois lhe fitcsse pela adqui:isáo da outra parte; ludibriandc. essa diiferenqa de ser comniua pro rlivijo, ou pro i í i -

d i v i~o : 2.", que se a parte he depois tes!riri:cnto adjudicada ao testador, não se con~preheiide no lega- do , p i a portio adjudicata acce~sit persoízce non portioni.

( I ) Neit. de Testam. L. 6.T. r;. a n r q , C* varruv. Prrict. C. 3 , Basry de Successiom L. yw T, 5. n, 2. junto ao fim.

(2) Barbos. na L,. 5 . S. Fn. E. de Legat. I. a n, 31 : Quaes razóes, das que dáo estes DD. sejáo mais urgentes, o deixo ao raciocinio dos mais Sa bios.

§. 391.

Se 0 testador legou Rilma areia , Iium solo ; e depois sobre elle fez Iium edificio , sendo sua a areia; cede o edificio ao solo, e ao legado, augmentando-o: S e o solo era alheio , náo ; e reivindicado como ta l , sG se deve ao legatario a estimaçáo da areia, ou so- l o (I) : Se depois demoli0 o edificio, subsiste o le gado na areia : E se só legou o usofructo da areia, e depois nella edificou, se subentende revogado o use fructo da areia (2). (Vide Cj. 399.)

( I ) L. 44. S. 4. E. de Legat. I , L. Si arca !E de Legat. 2 , Barry de Success. L. g. T. 5. sub ri. I , Nett. de Testam. L, 5. T. 15. a n. 6.

(2) Nett. supra a n. 8.

Direito novissimo dos F'ranc~zcs, e doutrinar rlr Dornat sobre tudo o expmzo.

O Cod. Civ. dos Franc. L. 3. T. 2. C. 4. Sect. 6. 5. 307. e 308. yag, (mihi 57. Edicc. de 1803.) legislou assim :

Y, A coisa legada será enlregue com todos oo Y, accessorios necessarios , e no estado 'em que ella se $ 9 achar no dia da iliortr: do testador.

9 , (&ando aquelle, que tem legado a propria r> dade de irum immovel, a tem depois augmentado

PM abquisiSd;es, mas adquistçdes , ainda que fos- sem contiguzs, nfo scráo julgadas, stm hutna nova disposição, fazer parte do legado.

9, Será d' outra fórma dos ornatos, oa consiruc- st çóes novas feitas sobre o fundo legado, ou de horn 99 muro, de que o testador tivesse augrnentado o cir- u cuito. *

. Rorvtrkar de Dmat. 1;. 4. T. 2. Spct. 4. sohc OJ ~ccerswiar, e augmmtar dn coiru legrrda,

sqwado #J Leis Itmsnas, etc.

Art. 2. Podem-se distinguir dwas sortes de ac. 99 cessorios das coisas legadas : aquelles , que seguem 9, naroratmente a m"l, e que, s m que se exprimqo, r, fido cornpehertdidos no legado : e aquelles, que 3, ahi náo $0 janta mais, que por liurna disposigáo 9, particular do tesrador. Assim o legado de hum re- 9, logio comprehende as cadeias ; e o legado de hurn : 9, caza cornprehende as chaves. Assim pelo contraric 3, s lagactu, de Iiuma caza n3o coanprekderá os mic- 99 veis, que ahi se achatem, a rirenos que o testador r> o náo tenha exprimido. "

Art. 3, Ha acoessorios de certas coisas, q u ~ 99 náo serão separadas , caes como s50 as arvorcc 9s pla~iradas em hum predio; e estas surtes de acc? ss m i m seguem sempre a coisa ttgada, se nbo d 9, exceptuadas : E ba accessotios, que ain& que s 99 parados das coisas as seguem m m b m ; cornu c 99 jaezes de cavallos, ck carroça, e outros eerncllia

90 tes : Póde mesmo haver hum progtocso de a c b - SY sorio de accessorios , corro de pedrarias na cadeia 99 de iiurn relogio. Ha cm fim certas coisas, de que 9, se póde duvidar, se ellas 650 accessorio d' ourras, Y Y oii náo o são. Isto pcide depender da disposição do i 9 testador, e da extensáo , ou litniies , que elle d i ao Y S legado, como bem lhe parece. Assim náo lia outra 93 regra geral nas duvidas do que deve seguir a coi- 99 s3 , como seu accessorio, que a intcnçáo do testa& 9, dor na sua express5o juncta ás circunsrancias, eaoJ 99 mos dos lugares se ahi os ha , pata fazer julgar $9 do que deve ser accessorio ou nio ( I ) . E se a disb 9 9 pocifáo de Iium testador deixa a coisa em duvida, 9s ptjde-se em cada caso julgar do que deve ser com* 9s prehendido no legado, conio accessorio , ou náo o Y, ser, pelas regras particulares sobre os diversos ca- 9 , sos explicados nos artigos, qiie se seguem. 1 2

( r ) L. 18. $. 3. in fin. K de Inst. vel Instrunt. Jega t.

4. 39F*

Arr. 4. Se hum testador lega huma c o i ~ a sem i , nada especificar do que elle entende comprehendet

neste legado, o legatario terá o fundo, o edificio , 99 e suas dependencias , como itum pateo , Iium jat- $ 9 ,dim , e outras pei tenças desta caza com as pintam 99 raç , e outros ornamentos, e commodidades, que 2, segundo a ex~ressáo d'alguns cpsturnes tem a fer- 79 ro, e prégo , ou eáo scelladas em grosso para per- 9, petua conservaçáo ; porque estas sortes de coisas r 9 tem a natureza de immoveis; mas náo será algum ,Y niovel comprehecdido no legado , á reserva das 39 chaves, e outras coisas, se ahi as havia, que h ~ m 9, igual uso fazia tanibem necesmrias ( I ) .

(13 L. 21. ff de Instr. vel Instr. Leg. L. ult. E de Suppellect, Legar.

Artigo 5." Se aquelle, que tiriha legado bun~ 8 , fundo tio seu testamento, faz .nellc depois algiitn 99 augmento ; como se lhe junta alguina coira 4 sua 29 extensáo; ou se elle a l ~ i faz aigutn edificio ; estes 9 5 augmenros fdzem parte do fundo, e pertencem ao Y, legatario , senáo Iie que o testador dispozesse de 22 outra fdrina (I),

( I ) L.ro.ff.deLeg.z,L.44.$.4.ff.deLeg. z , L. 99, fI; de Leg. 2.

Artigo 6." '' O mesnio seria de hum legado de a) huma terra , se o testador , teiido-a Irgado, a h i r9 a'untasse novos edificios; <;u se elle adqiiirio fun- 9 , dos para augrnei~tar a eriens50, ou de aleiirna ra- 9, pada , ou d'algumas herdades dependentes da ter- 9 9 ra ; porque todas estas sortes de augment açdes se- ?, riáo accessorios , que seguirião o lrgddo , seja pela 3s sua natureza de accessorio, ou porque níró J e pn- ,t deria presumir, que o testador tivesse querido 39 separar eJtas Jortes de coisa$ para as deixar Jenr as a terra a seu hcrdeirg.

Artigo 7P Se o legado fosse de huma s6 her- Y? ,dade, e que depois do testamento o testador abi 79 tivesie j ~ n t p algqm funh con~igwo ; este. augmen*

9, to poderá pertencer o u a o legaiario, ou a o herdei. 3, r o , segundo esta nova adquisiçáo podesse ser con- ,t siderada como Iium accessorio d o legado, ou que 9 , ella fosse diversa. Porque, se por exemplo fòsse 9 , liuma ad uisição d e huma parcella d e terra para ,r quadrar 4um campo, ou purn servir o huma pre- 9 , z a de agoa, OU outra servidüo, OU mesmo para ,B augmenter sdmente o fundo a algunra extensão ; r, estas adquisiçóes seri50 accessorias , que seg~iriJo Y Y o legado ; da mesma Mrma que o que ahi se achas* 3, se naturalmente junto por alguma mudaiiça , que Y, fizesse hum rio adjacente. M a s se o fundo adquiri- ,, d o e junto á herdade legada era de huma outra SB nature :a , como hunr pr~zdo grlilto a hunza z:inha, 9 , que o testador tivesse legado , ou que esta Iierda- 2, de adquirida pelo restador, .fosse iguultnente con- 9 , tigua kquefla, que elle tinha legado, e a liuma 3s ou[ra , que elle deixasse a seu herdeiro ; estas sor- r, tes d e adquisiçoes náo seriáo accessorios d o lega- ,, do ; a menos qve se ná9 drvesse j u l g ~ r d'outrca 9, fdrma pela c1ispo~i;Zo do testador, e circunstati- 99 cias, que podessem explicar a sua intençíio (r) .

( I ) L. 24. S. 2.ff .de Legat. I , L. 10,ff. de Legat. 2.

§ 3999

Artigo 8.O Se Iium testador, .que tivesse lega- ,, d o hum fundo alii Faz hoin edificio , este accesso- 39 rio do fundo pertencerá ao legarario, JenZo parece 9, que o tostador t e m querido revogar o legado, C*

w mo se disse no arr. 5.' : E se por exemplo o tes- 2s tador , tendo legado 1lu:na arza p3ra edificar ein 9, Iiurna Cidade, alii faz huma caza ; ou se tendo le- 3, gado algurn jardim , pomar, QU outro 1og.i~-, elle

Xx

>i o accommoda de hurn alojamento ; estes edificioa 9 , nestas citcunstancias pet tenccr5o ao lega ta rio. Mas 99 se elle tivesse edificado no fundo tegado huma ca- $9 2a , ou QdtraS cornmodidades nttcessarias para hum 9s arrendamento, 4 qual elle juntasse este fundo, dan- 99 do a t e arrendamento a buin outro legatario, ou fi deitando o a seu herdeiro, se julgaria pelo uso des- sr te edificio , .que clle teria revogado o legado ( r ) . As circunstanc~as notadas neste artigo fazem asás coa nhecer a mudança da vontade dò testador.

( I ) L. 44. S. 4. ff. de Leg. r*

Se incendiada ou destruida a caza, que escava legzda , subsiste o legado na area ou solo, he ques- táo celebre (I) : A variedade se compbe com a dis- tincç3o destes casos: 1." Se a caza se deetruio por ca- sualidade sem facto algum do testador subsiste o le- gado, porque neste caso náo se presume mudança de vontade: 2.", quando depois de legada a caza, o tese rador a demoli0 até a area , e ahi edificou outra; nes- te caso o legado fica revogado e extincio, e nem ain- da subsiste na antiga area: 3 . O , quando se náo legou a caza , mas só o usofructo della : Neste caso destrc:- da ou extincta a caza casualmente, sem facto do r t . tador, se extingue totalmente o legado, e nlío subsis.: na area (2) .

( I ) Gomez I. var. C. 4 , Manr. de Conjecrc - L, 9. T. 2. n. 41 , Barry de Success. L. 9. 'I . 10. n. 2 , Molin, de Justit, Di%p. 194. ex n. y.

(2) Estes casos distingue e comprova Nett. de Testam. L. 6. T. 19. a n. 19.

Divisáo 5.' (9. 334.)

Que se comprebende no legado incieienninado de huma caza núo baveado alguma

na beranfa do testador.

Buma opinilo commus , q,ue legada a cam h inutil o legado, se nenhuma tirilia o testador, que deixasse em sua herança : Srá sim se legou a habzra- fão; porque ainda que nenhuma caza propria tivesse, fica o herdeiro obrigado prestar huma Iiabizsçáo ao legatario conforme a qualidade de sua pessoa , 4130 a- Usfazendo com lhe assigiur alguma domuncula (r).

( I ) Sabell. $. Legatuin n. 53 , Bago. C. 17. n. 45 , Altimar. de Nullit. tom. 3. Q 8. n. 205. et 206, Barry de Success. L. 9. T. 8. aurb n, r .

Se o testador fez hum legado, em qiie mandou edificar peio herdeiro huma caza , ou outro edificio , na0 demonstrando o lugar em que a caea se havia de cd i f icu~ nem a qualidade, e fórma della; esta dispo- siqáo he nuila pela soa incerteza (I); menos 3 favor da causa pia, quando o testador mandou edificar hum hospital , etc. ( 2 )

( I ) Bagn. C. a7. n. 59. et 6s. ( 2 ) Bagn. n, 61. et 6 2 .

x x 2

C A P I T U L O XIV.

Rendinrentos das camJ Zegadas quando $e devão ao Zegatario,

3 0 b r e o tempo desde o qual se detáo pelo herdei- ro ao legatario os fructos da coisa legada ; ha náo menos que cinco opinióes: 12, que como o dominio da coisa legada passa ipsojrrre na morte do testador ao legatario, he o vencimento dos fructos desde esse tempo, Irum efiito do seu dominio : 2.a, que s6 do dia da addicçáo da herança : q.", que s6 do dia da litis contestaç5o : 4.', que s6 do tempo da mora do herdeira : S.', que oii da mora, ou da litis contesta- qáo (I) : A primeira destas opinides a seguio abso- lutamente o Codigo Frederico (2) ; e seguida se de- veria limitar (por cessar a sua razao), nos doze ca- sos em que o dominio náo passa ao legatario logo na morte do testador, casos que apo~itso os DD. (3 j

( I ) Ex professo Gall. de Fructib. Dísp. 17. Da frztctibus rei l e g a t ~ , conf. Bagn. C. 18. a n. I. ad 15, Nett. de 'Testani. L. 6. T. 16.

( 2 ) O Cod. Freder. P. 2 , L. 8. T. 2. 9. 44. ibi 99 O herdeiro Iie rambern obrigado de dar con- 2 s ta ao legatario de todos os Eructos, e vanta. 2 s gens, que elle tem tirado da coisa legada de- 33 pois da inorte do testador.

(3) Casos que aponta e prova Bagn, Cap. 18. a n. 23.

O moderno Codigo Civil dos Francezes (I) estd em colliz5o com o da Prussia , permiitindo ao 1-g ata. rio os fructos ou redditos, só desde o dia da deman. da para a entrega ; ou d o dia da entrega voluntaria ; ou desde o dia da morte do testador, quando este as- sim o declarou ; ou quanto á pensáo legada a titulo de alimentos, N o Direito Romano ha huma notavel collizáo de Leis (2) , das quaes os DD. deduzem, que os fructos do predio legado cedem para o legatario, desde a morte do testador, ou o legatario seja igno- rante do legado, ou indolente em o pedir, ou aceitar o offerecido : Outras Leis d o mesmo Direito, s6 abri- gáo ao Iierdeiro aos fructos depois da litis contesta- 850 (3) .

( I ) Liv. 3. C. 4. Sect. 6. art, 304. et 304. (2) L.86.9. 2 . f f .deLeg. 1 , L . 6 4 . i n f i n . f ) .

de Furt., L. 80. f f de Legat. 2 , L. Quai tum E de Adquirend. ter. domin.

(3) Assim as bem claras, e expressas L. I. L. 2. e L. 4. Cod. de Usur. et fructib. Legat.

Quid erga in Aac varietade dicenduwa ? O gran- de Domat. L. 4. T. 2. Sect. 8, firma, próva, e do- clara nos artigos 2.' e 3 . O , e estes, ut ibi =

9s Se o testador rem regulado pela sua disposi- 9, $50 o que pdde respeitar aos frucros , ou outros r, rendimentos, que póde produzir a coisa Iegada, a ,, sua vontade servirá de Lei; e o herdeiro será obri- Y, gado, ou exonerado, conforme o testador o tiver ,Y aqui providenciado (E) . Se o testador nada tem

9 , ordenado para os fmctos , e outros rendimentos , t s que poderiio produzir as coisas Iegadas, elles não ss seráo devidos s e d o depois da deitiarida. Mas se o 9, herdeiro fosfe de má fd; corno se clle tivesse tido 9, o testamento occulto; elle deveria náo sórnenre t* ~9 dos os fiucitos depois da morte do testador; mas ar OS damnos, e interesses, se ahi os houvesse (2). "

Ileclarar.do o mesmo Dornat, que comprthende os fructos depois da demanda ; porque na F m y a a de- manda em Juizo rem a força da Liris contesta& do Direito Roinano : Quc cornprehehde o herdeiro de md fk ela regra gwal , que obriga todo o possuidor de m i aos rcadinenros , etc. : Exceptua rnnbem os legados feitos aos menores (3).

( I ) L. 5. Cod. de Necess. serv. hzr. instit. (2) L. ultim. Cod. de usur. et fruct. Ieg., L. r , d., L . 2 6 . f f d e ~ . 3 , L . z 3 . & L c g . r , L; 8. L. 39. de QS.

(3) L . 8 ~ 5 . r . £ E d e L e g a t . , L 3 . G d . Q u i b . in caus. in integr. restir. neepss. n m fit (de quo etiam vide Fransa ad Mend. As. i , Guerte,~. For. Q 36.)

O mesmo D m t depois de fitmcrt estas canclu- sóes, passa a relanar os ddiverm sentimentos dos DD. sobre a conciliaçáo daquellas Leis (5. 4c.4.) ; queren- do huns , que as segundas de Justiniano no Codigo , sB 4 5 0 pratiaveis no legado da coisa alheia ; c+ tros, que estas Leis sá emneráo ao herdeiro de pagar os fruaos percipiendos , mas n5o dos percebidos ; ou- tros ridiculameme as entendem dos percebidos antes da aldicçáu & heran~a ; outros lembrando se do I+

C 347 1 gado per damnatiowem ; opinides, que recolligfrlo Gothofredo (I) , e Barry (2). Portm D0m.r , depois de as censurar com justiça ; conclue assim (3) .

99 Mas como de todas estas interpreraçbcs algum 99 ma nao parece convir ao sentido destas Leis (do 99 Codigo) iáo precisas e claras ; e que a excepçáo, 99 que tem feito Justiniano desta regra em favor dor 9s legados pios (4) derermina ao sentido, que depena 99 carrega em geral os herdeiros dos fructos dos le- 99 gados até a dematrda; he de sinceridade reconhe 99 cer , que a sua intengáo, e a dds [.eis precedentes 99 tem sido de fazer hurna regra geral, que, cotno tts 99 outras , fosse observada no caso , onde se não 99 achassem causas ,, que devessem fazer alguma e x c a $9 pfáo. Assim Justiniano tem exceptuado desra regra 9, os legados pios. Assim póde exceptuar-se o caso, 99 aonde o herdeiro fosse de má fé : E se por exern- S> plo o Iierdeiro Iiavia tido occiilro hum codicillo, 9s que coniinlia o legado, elle seria sem duvida con* 9s demnado á restituição dos fructos, e interesses des- 9, teb legados , se esse codicillo viesse a apparecer.

99 Mas quondo náo se pode imputar ao herdeiro 9 9 alguma má fé, e que náo tem sido imputavel a 99 elle, que 06 legararios náo tenliáo tido conheci- t s menro do testamento, e recebido os seus legados, 99 as circunstancias poderiáo justamente descarregar o 99 herdeiro da restituiçáo das suas fruiçdes. Assim, 9, por exemplo, se hum testamento, tendo sido aber- ~9 to em Juizo, ou depositado em hum Notario no ~9 lugar do domicilio do testador, e por isso conhe- 99 cido, e feito publico , havia ahi legatarios desco- 9, nhecidos, ou de que se ignora o domicilio, ou au- $9 sentes em paiz remoto, de sorte, que náo fosse s9 possivel de os advertir; o herdeiro, que de huma 91 parte deve ficar em posse dos bens, e tomar o cui-

C 345 1 9, dado delles ; e que d' outra deve estar proprietario 99 do quc náo poderia ser adquirido aos legatarios, $9 seja que elles n5o possão , ou náo qtleiráe receber ss seus legados ; ou que mesmo elles fossem incapa- 33 zes, póde sem injustiça conservar a posse de to- s, dos os bfns da heranca , e gozar do que tiveqse s i sido legado, assini como do reito. De sorte, que 93 a sua posse e fruiçáo, n'io rendo liuma usurpaçáo, 99 e podendo ter algrkmas justas causas, outras mesmo 99 que a negligencia do legatario ; Iie assds justo que Y Y este Iierdeiro nestas circiinstancias nio tenha a te- sa mer Iiuma restituição de fructos, que elle teria per- 99 cebido sem má fé. Assim a regra, que descarree 9, desta restituiçio tem siia equidade nas circunstan- 9 3 cias, que podem justifica110 da siia m á fé ; e ella ss tem tambem sua uti!idade para o bem publico, por 9, causa dos inconvenientes, qtie ella faz .cessar + 91 huma infinidade de difficuldades, que succederi20, 9, se os Iierdeiros fossem obrigados indistinctamentc 99 restituir todos os fructos , que tivessern percebido 99 depois da morte do testador. E como o retnrda- ,, menro do pagamento dos legados pdde succeder , ,, ou pela ma fC do lierdciro ; ou , sem que se llie ,, possa imputar má fé , que náo deve ser presumida ,, sein provas ; tem sido justo de presumir a boa fé 39 do herdeiro, que póde ter diversas causas. Mas esta ,, Lei não sendo fundada mais, que sobre a presum- ,, pqio da boa fé do Iierdeiro, esobre as consequeri- ,, cias do bem publico, que demanda se 6ç10 ce-;ar ,, occasiiies de processos, quanto for possivel ; e : ! : ,, seria inuril para justificar a consciencia de hum hcr- ,, deiro , que ainda que se n5o podesse descobrir, e ,, imputar-lhe a sua má f 6 , deveria-se in~putar e!le ,, mesmo ; c se elle se fizesse justiça, restitutir os ,, fructos injustamente percebidos de hum fundo 1sa. ,, do, que elle podia ter entregue.

(13 Gotofred. na d. L. 4. (2) Barry de Success. I,. 9. T. 24. n. + ( 3 ) Pag. 400. Col. 2. sub. $. On Taporte. (4) L. 46. 5. 4. Cod. de Episc. et Cler. Novell;

I 3 1. C. I 2. Y. Sin autem.

Eis-aqui o voto de Brunncrnano (r) .com varias Leis e DD. ,, Bzres in prastandis legatis moram fecit : Quz& ,, tur : Aquo tempore usuras, et fructus rei legatc

prastare teneatur ? Reap. A tempore l i t ' 1s contes- ,, rtatz ; quia hceres primare legatum noii tenetur pri- ,, usquam legatarius agnoverit , et petierit legatum : ,, Interim ergo o r n e s fructus pertinebunt ad hzre- ,, dem , ceu b o m fidei possessorem (2) . Si autem ,, constet , etiam aiite litem contestatam fuisse Iicre- ,, dem inrerpellatum (j) , a tempore morae usuras, et ,, fructus solvere tenebitur (4) : Et ira leges in spe- ,, cie contrariae conciliantur (5). Q ~ a m v i s aurem DD. ,, distinguant inter rem prapriam testatoris in specie ,, legatam, et inter rem alienam, vel gesus ; ut il- ,, lius fruccus a .die mortis debeantur ; harum rcrum ,, a die bmorx ((6) ; korwm sententia confunditur per , , 1,eg. fin. etc.

( I ) Bmnnernan. na L. I. Cod. de usur. et fruct. legat.

( 2 ) L . 1 8 . p r . et 5. 2. f f adTrebel1. (3) L. 32. A. de usur. (4) L. 84. et 87. S. I. E. de Legat. z, L. 89.

S. I. fE Ad Falcid. 5 ) Donell. L. 8. C. 36 , Carpzov. P. 2. Const.

30. Def, 20, Fabr. L. 7. Conj. C. 3. et L. 6. YY

Cod. T. 24. Def. I , Cujac. ad L. 2. et 8. & usur., Barry L. 9. T. 27. n. 4

( 6 ) Peregr. de Fideic. ar& 49. n. 78 , Maiit. de Conj. L. 7. T. 10. n. 34 , Grass. 5. Legatutil Q. 70, Goinez , etc.

Eis-aqui em fim o meu voto, e conciliação : I.@, €&!iarido entra0 como aqui ( 5 . 4 ~ 4 . ) em collizáo as Leis do Digewto, e as do Codigo ; tem estas a pri- meira atten 50 ( I ) : 2.0, N o meu Tractado da Boa e má fd nas 6 rescripçdes (2) mostrei com muitos DD,, que se o legatario Jie sciente do legado, e o n5o pe- de ao herdeiro no espaço de 30 annos, se prescreve pelo I~erdeiro, For mais que tenha sciencia da dispo- siçáo do testamento, pela boa fé em que está consti- ttiido, ao menos duvidoso, se o legatario, que scien- te, o n á a pede, o acceirará ou náo : N5o assim 3.0, quando o herdeiro náo noticiou o kgedo ao legata- rio; e este o ignorava , ou o herdeiro occultou o tes- tniiienro : Nem 4 . O , quando o legatario interpollou , aiiida que extrajudicialmente ao herdeiro para que lhe entregasse o legado ; porque neste caso a interpella- qáo extrajudicial coiistitue em mora, e i idua má fé, erc.

I ) Heinec. Elern. Jur. Ciu. ecund. Ovd. Inr- titut. no Proem. 5. 15.

( 2 ) He a Diss. 5 . no meu Fascicuf. de Di~sertat qdes varias S. 94. e 95. junto o 9. 44 ; Disser- ~ ç á o , que está no Prélo.

C A P I T U L O XV.

O%Mgrlfúo de kafitar em certa : 1.0 par facto : 2 .' por condiçáo imposta por dis-

posipio do do~nevlz : 3 .O por de- terminayio de-Lei.

Ditisáo I.'

Q ~ a t r c i o p pacto, e co#wfãe.

A Liberdade he inestimavel ( I ) ; a sua cnimag5o infinita superiar a todo o preço (2) ; he o niaxirno de todos os hees (3) E por isso parece, q. nin- guem por pacto, o mais vantajoso .que Ilie seja, se p0de privar de l la , obrigando-se a habitar em certa caza, e em cerro lugar.

L. 106. ff. de Reg. Jur. L x76. E. eod. 1.k.

(3) Dionys. Halicarnas. L. I . C. 33.

bth oceorretwme dois casos, .em que por pa- a o e convençiio se póde captivar a liberdade de fia- binr em certa cáza,'gindlc perpetua e vit~ticiamente'; e em que, wbur ~ i c stantihs, he vallida, e efficaz a &rig$irio : I P, qoasdo algum. se obriga servir ourfa

YY

pessoa em quanto e!Ie viver (I), com tanto, qur o amo o a io tracte com severidaae deshumana ; ou lhe falte com os precisos alimentos (2) : z.', quando em capitulas matrimoniaes o marido e mulher convencio- 1130, que ambos serdo obrigadoe a habitar em certa caea (3) ; menos, que náo sobrevenha nova causa, q u e precisamente obrigue o marido a mudar de domi- cilio (4).

( I ) Genuens; de Offic. L. 2. C. 4. 5. 4, Hein. Elem. J. N. Part. I. S . 78. et 79 , Formei Ex- tract. de Wolpli. L. 7. C. 6. S. 6. 7. 8 , Zacch.. de Salar. Q 40, Pacion. de Loc. C. 15. a n. 3 , conduz a Ord. L. 4. T. 42. $. Porkm nJo ra- Zbemos, etc.

(2) Silv. ad Ord. L 4, T, 34. in pr. a n. 9. (3) Portug. de Donat. L, I. Przlud. 2. S. z. a

n. 96. ad 104. (4) Po~tug. supra a. n. ~ o g . vi&ndus; et Britt.

post. Tract. de Locat. in ConsiC. saper c a u ~ AZaiorat. Q r, sub. n. 20.

Divisáo 2.'

Quarrklo por condiçtão imposta par dil.posif&, do bott~em..

Huma cdebre Lei Romana (I), concebida- nesta termos. u Titio centum relicta sunt, w t a monumento * nor 9 9 . vecedat , vel u t i in illa civitate domicilium habeat ; s* ptes t dici non locurn cautioni, per quam jus li-

$ 9 bertatis infririgitur " parece annullar toda a dispo- siçáo do homem, em ue se irnp6e tal condi~zo im- pediiiva da liberdade : korein está entendido I ,O, que esta Lei só procede, quando se impde a condiqáo de nunca se mover de Iium certo lugar (corno do mo- nunicnto do testador) ; ou não snhir jámais de certa Villa ou lugar (2) : 2.", que cessa a sua disposiqáo zcbi atljicitur in favorem aficujtls Tevt i i , et jnsu- per Disponens , bubet jus ilz re de qua agitur (3). Ha tiumas condiçbes penaes , que tem por fim privar do lucro qumendo ; e outras do hcro q u ~ s j t o ; as primeiras nada tem de opposto 4 razão, porque são invitatorias do lucro; e quein náo quer sacrificar a li- berdade perde o prometido, ou ofkrecido lucro (4).

( I ) L, Titio 71. S. 2. ,R. de Condit. et demonstr., runf. L. 2, E de Liber. hom. exhibend.

* Vide Vicat. verb. ,Monumentum. (2) Britt. post Tract. de Locar. in Consil. in

Caus. Maior. Q I. n. 20. (3) Rrirt. supra $. Xnsuper limitatur, etc. (4) Card. de Luc. ad Concil. Trident. Disc. 26.

a. 37 , Solan. Cogit. 48. ri. 35.

Desta genuina interpretaçlo , Iie consequente I,", que vale, e niio he exotica a condiçio iinposta aos Successores dos Morgados de habitarem nas cazas do Solar do Instituidor ( I ) : 2.", que he valida a clau- aula imposta nas Doalóes Reaes aos Vassallos de sem- pre habitarem no Reino (2) : 3 . O , que hum testador póde condicionar (ou hum doador) ao legatario (ou donatario) que habitará com seu herdeiro, ou outra pessoa; e se o donatario, ou legatario n5o ctimpre,

perde o lucro (3) : 4:, que o m a m o procede no le- gado de aKmentus derx;rdo ao kptario com a condi.

OU onw de habitar na caaa com seus herdeiros; porque n$o o cùmprindo o legatario, habitando com o herdeiro, ou owra :p&w, e 4 ma meze , ndo pódó de fóra pedir tacs a l i ~ n t o s ; porque essa condiçáo st suben~nde em g q a 'e favor do hertfeiw, ou ow tra pessoa (4).

(I) Veia-se o meu Tract. de Morgad. Cep. 9. 5. 2.3. pag. I 3 2. (*a rehp~ewb. )

(2) Britt. supra Q r , per toturrt, kreir. Decis. 3.

(3) Portug. de Dbaat, L. I. Pwlod. z,. 5. í. n. I 12. et I 13.

(4) Sèrd. de Alimear. Te 4. Q I 5. a n. I , opt i= me Castilh. L. 4: Cmtmr. C. 60. a n. 27, An- tonell. de Lw. Legal. :L.+ 2. C 39. Qc 3. n. 25'

Limita-se porCm esta geral ~ e d u ç g o (5. 41 6.) , quatido o legarario ,tem Susta cmsa ou impedimento para náo habitar com o herdeiro; porque então pdde extra ejus dowlurn pedi* os dimentos ( I ) sendo rnui- t o do ahitrio do Juiz julgar qual seja a justa causa au impe&imeato (2): Como porém o arbitrio do Juiz dwa &r k n i regulado, pcíde w l a r - s e príidentemenre pelas causas seguintes.

(r) Surd. supra a e. r3, iilaronell. supra n. 26, Castilli,, a n. 29;

( 2 ) Castilh. n. 30 , Aa~onelil, n. 27 , S u ~ d . d. T, 4. Q I 5. n. 44.

$9 414- I." Se a pessoa, com quem o legamio deve ha-

bitar , he severo, rixoso, e insociavel ( r ) ; o u , ainda quando pacifico, se .tem mulher turbulenta, com quem o legatario n2o póde conviver em tranquillidade (2) : 2.' Se o legado Iie deixado a hum homem moço, com a condiçáo de habitar com a que foi concwbina do testador (3) ; ou quando ha temor de perigar a pudicicia d o legstàrio, ou legataria (4) : 3 .* Quando entre o legatario, e o Iierdeiro ?e swcirâo odios ; 011

quando a condiç5a he imposta á madrasta para habi- tar com o enteado , ou vice versa ( 5 ) ; tnaxiine im- pondo-se pelo marido essa condicáo á sua viuva mo- ça para habitar com os enteados (6) : +" Se ha de- manda entre o alimentario, e o Iierdeiro, ou ouiroobri- gado aos alimentos (7) : Bem entendido, que se a de. manda só tem por cause este legado dos alrmentos, a e herdeito se p e n a ' m i n i s r r a ~ ~ s em sua caza ; e se nbo resta outra dispum sobre motivo de qe percebe rem, ou n l o fióra de caza , m s a a demanda (8) : g.? Quando o alimentario não habita na c:za daquellè, que lhe deve prestar os alimentos por facto proprin , e culpa deste inesmo , e sem culpa do alimentario ( 9 ) 3

@ando o alimentario depois caza., ainda que o kgado se lhe deixasse no estado de viuvo (mas sem condição prohibitiva de segundas nupcias) (10) : 73 Quando morre o herdeiro com o quai se deveria Bitar ( I I ) .

( I ) 'I'ondut. Civ. C. 149.' n. 10, Pwtug. de D@ nat. L. I. PmI. 2. S. 2. n. r 1 7 , Çiird, de Alim. T. 4. Q I?. n. 29.

CÉ) Surd. supra, Card. de Luc. de Legar. Bisc. 24. n. 1 3 , Castilh. L. 4, C. 63. n, 3 r , Ant* ilell. supra n. 27.

(3) Portug. n, I 18. (4) Surd. n. 31. et 33 , Antonell. n. 27.

( 5 ) Surd. n. 23, Castilh. n. 32. (6) Surd. n. 28, Molin. de Primog. L. 2. C. rg.

n. 7 4 , Luc. supra. (7) DD. supra. (8) Castilh. d. C. 60. sub n. ~ 4 . (9 ) Castilh. n. 31. ( 1 0 ) Luc. de Legar. Disc. 24. n. 12. et 13 , An-

tonell. n, 29. ( I I ) Surd. n. 67, Antonell. n. 36.

Ha aqui a fazer huma differen~a entre o caso de ser a condiçáo de Iiabirar imposta, ou a favor d o le- gatario, ou a favor d o lierdeiro : Se a favor do lega* tarie, e só em contemplaçáo delle, póde elle renun- ciallo, e pedir os alimentos fóra da caza d o herdei- ro (2) : Bem como sendo em favor do herdeiro, póde elle renunciallo, e prestar os alimentos f6t2 de sua Gaza (2) : Resta pois a dúvida : ouando a tal con- difiio respeita o favor do lerdezro , ou quando em favw do legatsrio? Por via de regra se presume em favor d o legatario, maxime I.", se elle era muito amado $r, testador, ou era mullier delle sempre ama- da : 2 . O , quando se legáo alimentos, em quanto vker o legatario, ou quando concorre alguma outra cori- jectura : Pelo contrario em favor do herdeiro, qunri- d o entráo outras, coim I.", SE O herdeiro pela qi l -

lidade d o estado, sexo , ou idade, precisa muito d i assistencia, atnparo, ou prorecçáo do legatario : 2.", quando o tevtador legou á mulher donec vixerit rrz viduitate, et babitaret cum j7Zii.r i p ~ i u ~ Ee~ZatOrlJ : 3 . O , quando o testador quiz que o legarario Iiabitasse

com o herdeiro, ou seus filiias pela experieneia que tinha d a sua probidade, etc. (3)

( I ) Castilh. supra $. Potest et qujnttls. ( 2 ) Surd. de Alini. T. 4, Q 15. n. 6 6 , Anto-

tonel]. de L.oc. Leg. L. 2, C. 19. Q. 3. n. 35. (3) Vejáo-se Menoch. de Przs. L. 4. Prses. 123.

et 124 , Castilh. de Aliment. Cap. 41. n. r6 ; optime, et latirsime Arias de Mez. Liv. 2. var. C. 5. ubi ex professo ; conf. Pereir. Decis. I . 11,

r 6 , Cost. L. 2. Selecr. C. 19. a n. 4.

O Cardeal de Luca ( I ) figurou e resoheo esta especie : Hum testador deixando herdeiro Iium tliio lhe impoz o onus de ter em sua caza, e á sua meaa huma irmá viuva : Esta cazou segunda vez, e pedio alimentos fóra da caza do thio herdeiro : Deliberou Luca por varias raz6es ( e ainda pelas da economia), q u e se lhe devi50 os alirnentos , náo regulares ; mas conforme ao que, alimentando-se mais con~modamente a Iiuma mera comrnud, despenderia com a legararia o herdeiro : E como em senielliante caso dizem Sur- do (z), e Antonelli (3) : '' Non i d . omne consequi- ,, t u r , quod alimenta intportant ~ e d habenrtcr est Y , ratio minoris expensx, quam in dorno fecisset 9 , h.srcs ; e t idee non plus , eo nornine hccres impen- 99 det , qunm fecisset , ~i ( Alimenta~ius ) in domo 29 faisset moratus.

(I) De Legar. Disc. 24. (2) Surd. de Alim, 'r. 9. Q 45. (3) Antonell. de I,oc, Legal. L , 2. C. 19, n. 37.

zz

Quando porém o legado, em paralello de conje- cturas (8. 4 1 5 . ) ~ se VC feito igualmente em conrem- plaqso do herdeiro, e do legatario, que consra ser muito amndo do testador , prevalesce o favor deste, para sem causa podêr pedir os alimentos fóra da caza do herdeiro ( I ) : Se niorre a pessoa, com quem o le- gatario era obrigado habitar; entra a iiidagaçáo da questso exposta no 5. 415. De fórma, que se a con- dição respeitava s6 o favor d o herdeiro, morto este, extingue-se o legado: Se respeitava o favor do Iega- tario, vence a continuaçáo dos alimentos (2) : Mais sem duvida, quando o legado foi alternativo, si cum hdrede noluerzt , vel non yottrerit ba8jtarc ; porque entáo basta que o legatario nGo queira, para conse- guir o legado fóra da caza do Iierdeiio (3).

( I ) Castilh. tom. 8. de Alirn. C. 41. prop. fin., conf. Menoch. de Przsuhipt. L. 4. Pres. I 23. n. 23.

(2) Portug. de Donat. L. I. Prelud. 2. 9. 2. a n. 114, Antonell. supra n. 34.

(3) Surd. de Alim. T. 4, Q2 15. n. 58, conf. Portug. supra n. I I 5.

Nos casos referidos (5. 414.), em que, sendo aliás a condiçáo imposta em favor do lierdeiro ; per- tende o legatario os alimentos extra domum por al- guma dessas causas ; elle deve provalfas concludente- mente ; porque aliás se náo presumem , nem, que o herdeiro, ou seja mio, ou recalcitrará contra os pro- prios commodos, quaes os de prestar alimentos á sua meza , com menos despeza (r).

(r ) Surd, de Alim. T. 4. Q 19. a n, 4?, Cas- tilh. L. 4. Contr. C. 60. n. 30, Bersan. de Vi- duis C. 2. Q I. n. 4q, Antonell. de Loc. Le- gal. L. a. C. r9. Q j. n. 30. ubi quod in hoc c a ~ u suficiunt etiam teJtes singalares ; Surd. supra.

Divisáo 3.'

Por determinap?~ de Lei.

O fillio, que demanda ao pai por alimentos, de- ve percebellos na caza do pai, por preceito legal ( I ) ; menos que náo allegue e próve justa causa de os de- mandar e receber f3ra da caza delle ( 2 ) : O pai tem acçáo de reivindicar o fillio, para que habite em sua caza , e ahi lhe preste os serviços obsequiaes (3) A mullier deve habitar na caza de seu marido (4) : Se delle se divorcea por auctoridade propria, náo póde pedir-lhe alimentos fóra de caza (5) : O Bispo he ob'rigado residir no Bispado (6) : O Paroclio nos li- mites da sua Parocliia, e caza da sua residencia (7) : Se a Parochia tem Igrejas Filiaes , justamente desmem- bradas pela distancia da Matriz , rios inrerrnedios, etc., e causas detertilinadas por diresto (8), deve Iia- bitar nas cazas da residencia da Ma!riz, e náo póde liabitar nas Filiaes , nem alii administrar Sacramentos; porque pela desmembraçáo ficárao Parochias distin* ctas, em que sci ficáo os Paroclios das Matrizes con- servando o Padroado e preerriinentia ( 9 ) .

( I ) Assento de 9 de Abril de 1772. confirmado pelo Alv. de 29 de Agosto de 1776,

zz 2

(2) Veja-se o meu Tract. das AcçÓesSummarias a S.. ..

( 3 ) Peg. 3. For. C. 30. C

(4) Genez, C. j , conf. Ord. L. 4. Te 95. i n pr. , e 'I'. 94.

5 ) Concil. 'I'rid. Sess. 23. de Reform, C . I , Ferrar. verb. Epi~copus art. 3.

(6) Trident. sopra, Ferrar. verb. Parocbus art. 2. et ih i aclditionator n. 2.

(7) Cotiforri-ie o Cap. 4 pudientiam 3x de Ec- cles. cedificand. , Trident. Sess. 21. de Reform. C. 4 , Ferreir. de Nov. Oper. L. I . Disc. 5. a 11. 12 , Ferrar. verb. Dismembratio , Van. Esp. de J. E. P. 2. Secr. 2. T. -1. C. 3.

(8) Ferreir. n. 29. Addit. arl Ferraris verb Pn- rocbus art. 2 . n . 3 , Card, de Luc, de Parocli. Disc. 31. n. 6. juk to Disc. 40.

I I

D E v e m o s tractar esta materia debaixo de t r n dif- ferentes divisóes : I." Quando o incendio se presuma originado por culpa d o habitante da eãza , para ser responsavel pelo damiio ao proprietario della : 2."

Quando responsavel aos visiniios pelo incendio , que, ateado na caza , avaiiçou, e se communicou á d o vi- sinko : 3." O direito, que , ateado o fogo em hiima rua de cazas , tem o proprietario das seguintes para cortar os madeiramentos das antecedentes intesmedias; c o m o , ou quando o proprietario destas se deva in- demnizar.

Divisáo I."

@ando o incendio se inlputa por cdpa ao habi- tante da caga para ser responsavel

ao set/ proprietario.

NSo tracto aqui dos incendios propriamente cal suaes, que especificáo os DD. ( I ) : Q u e os outros sempre se presumem acontecidos por culpa dos habi- tantes ; he concliisáo, em que se conformáo as Leis e DD. ( 2 ) : Mas, se se presumem occasionados por culpa leve, ou levissima dos arrendatarios, ou seus

domesticos, ou a culpa consista in committendo, ou in omittendu , varia0 os DD. : Prevalasce porétn, co- tno mais commua a opiniáo que os incendios apenas sc presumem causados por culpa levissirna in omizten- do , e 1150 in comnoittettdo (3) .

( I ) Com os quaea Stryk. v d . I. Disp. 7. de IIZ- ceado casunli Posit. 4.

( 2 ) L. 3. 5. I . E. de Off. Praefecr. vig., L. 27. (3. 9. ff. Ad Leg. Aquil. L. I I. fE de Peric. et commod. rei vend., L. 10. 5. I. ff. Locat., Domar. Loix Civil. L. 2. T. 2. Sect. 4. art. 6 , Pacion, de Locat. C. 30. a n. I , Peg. tom. r. For. C. 3. n. 66, et tom. 6. For. C. 207. n. 2. ec 1 2 , Luc. de Locat. Disc. 7. n. 2 , Vin. Se- leccar. L. I. C. 33.

(3) Pacion. supra a n, 1 1 , Luc. d. Disc. 7. n. 4 , Uegnudell. 5. Incendium n. I , Peg. tom. 6. For, Cap. 2c.7. n. 22.

Como porém o inquilino, ou conductor só esti responsavel pela culpa leve, e náo pela Zivissir9ta (i) ; ainda supposta esta opinião, se dividem os DD. em duas : Huma que por isso mesmo, que s6 obrigado pcla leve, e nao pela levissima , incumbe ao senlior,~ a próva de que o inquilino interveio a l a t a , ou le- ve, e só provando-a póde pedir a indemnisaçao (2) : Outra opini%o pelo contrario clama contra o irrncio- nave1 daquella (3): Aqui houve liumsi quimerica dis- tincqão , entre o caso de usar o senhorio da Lei Aquilia, em que vem a culpa Zevi.r.rima; ou da rica çáo ex locato; mas essa distincg8o he ludibriada por outros (9) .

(r) Peg. r, F0r.C. 3. a n. zro. (2) Pacion. supra a SI, I 6, Peg. da C. 207. a r..

3 , Luc. d. Disc. 7. a n. 4 , Voet. ad Pand. 1,. 9.T. 2. n. 20, Stryk. de Action. Sect. I. Menibr. 10. S. 27. no fim , Berlic. P. 4. Concl, 25. 11.

83. (3) Stryk. vol. I. Disp. 7. Posit. 6. a n. 2. er 5 ,

Lubler. de Incend. C. 5 . n. 2 7 , Select. L. r. C. 33. com OUVOS DD., e decisoes; adde Cosr. de Rat. Q 5. n. 9 .

(4) Card. de Luc. de Loc. Disc. 7. n. 10, Lu- bler. de Incend. C. 4. n. 54, Struv. Egerc. 14. thes. 20.

§- 423-

Tambem os DD. fazem huma diqerença entre O caso de ser a caza habitada por diversos, ou par hum só, .sem, ou com familia , ou pelo subconductor. NO primeiro caso, assentáo , que se ha huma total inceP reza da parte habitada por hum , em que se originou o incendio ; e náo consta de pessoa cerra, que o cau- zasse, todos devem ser absolutos ( I ) : Mas se o fogo foi primeiro visto em huma parte; se presume com- mutiicado ás mais; se primeiro foi visto em parte in; habitada, cessa toda a presurnpç50 contra os habitan- tes do resto (2): Se muitos habiiavio huma s6 parte quid ju t is ? (3)

( I ) Pacion. de Locar. C. 30. n. 17. et 1 8 , Luc. d. Disc. 7. n. 6 , Menoch, de Arbitr. Caa. 396, n. r i .

(2) Pacion. supra n. 38. et 39 , Idem Luc. Disc. 9. n. 2. et 40.

(3) Vide Pacion, n. 3t. et 3z : A rnateria he conjectural, maxime no incendio nocrurno, e a&-

mitte presumpçóes , Cyriac. cantr. 234. n. I 6 , et Coritrov. 235. n. I , Luc. supra.

hTo segundo caso de ser o todo da caza habita- do por hum 26 inquilino com sua familia : Eu náo me sei explicar melhor senso transcrever~do o discurso de Pacion. de Locat. Cap. 30. desde o n. 19, aonde re- copillou todo o escripto até o seu tempo s ~ b r e esta materia.

3s Quando adesset unus tantuiii condiictor pater Y, familias cessar dicta necessitas probandi , an ab 29 ipsomet , vel ab aliquo ex suis familiaribus, et a 33 quo ortum Iiabuerit , et satis est probare culpam 9 , inliabitantium in genere q u z ei imputatur.

S Y Sed si probarerur incendiuin evenisse culpa fa- 39 arnuli , adliuc de ea iion tenetur dominus , nisi fa- 33 mulus cotnrniserit cuIpam in re illa , in qua fuerat

in specie prepositus ; et idem esset de culpa alte- 39 riiis de familia , uti de culpa Nurus, nam pro i?

99 non tenetiir socer ; et non teneri conductorem de 39 culpa famuli , quem eoquince preposuerunt (v. Peg. 6. For. C. 207. n. 9 , 28, 29.)

$9 Quatenus tamen non adsit .etiam aliqua culpa Y Y domini , liam tunc teneretur , Menoch., . . Cyriac., 2; uti si jussisset aliquid fieri, ex quo ortum fuit i n - Y Y cendium . . . . statur nrbitrio Jtldicis , q u z culpa Y, sufficiat , veluti si eligisset improbos famulos , q u i ~ Y, tunc teneretur. Si tamen sint improbi in &cio, ,> cui fueront przepositi , et non alias.

33 Nec culpx Patiis farnilias conductoris zdscri- Y, betur , quod retinuerit in domo pueros, et senes, 3, ac diversae statis homines , et mulieres.,. quia hoc Y S consuetum est penes quos libet, et ian diligentes. ..

[: 365 I 99 Licet poseit et i a m dari culpa sufficiens *arbitrio ju- 99 rlicis in relinquendo a6ole:certes non diligentes ubi 9s verearetur periculum ignis.

99 Poterit conductor adversus indicia contra se 99 allata , alia iiidicia contraria o p ~ o n e r e , puta quod 99 etiam res sua, fuerint c o m b u s ; ~ ; inde enim argui- 99 tur , quod nori ira negltxerit , ut voluerit sua com- 99 buri : Et hinc non teneri dominurn pro famulo, 99 cujus culpa incendium ortum habuerit, comproba- 99 vit Ambrosin, etc.

99 At licet inde suniatur itidicium ejus diligentia , 9 9 tamen si convincatur negligens, non propterea po- 3s terit excu~ari ex eo quod neglexerit eriarn res suas, 9 , quia quoad res suas potesr ficere quod vult ; ar in 9 9 re conducta tenetur facere, quod fecirset alius di- 99 ligens ; prout eadem ratione nec excucatur ex eo 5 9 quod i4 , quod fecit ipse in re conducta fecerit $9 etiaqi locator in d o n o propria.

Prout cessabir przsumprio negligentiz , si pro- 99 babit conductor se diligentem in rebus suis , et # i alienis, et maxime i11 spectantibus ad usoni domus 9, (conf. Luc. de Loc. Disc. 7. n. 8.) : Sed quando 9, adessent indicia contraria respectu ipsius inceiidii ; 99 tunc ista probatio diligentióe itigenere non ~uffice- $9 ret , sed probari deberet ad ea repellenda diligen- 99 tia in specie circa custodiam ignis, et de tempore $9 incetidii (conf, Stryk. vol. I. Disp. 7. Yosit. 6. n. 5. et 6.

99 Seclusis autern aliis probationibus culpz ; ex 19 eo solo quod incendium ortum babuerit ab igne per 19 conductorem domi retetito , non convincitur ejus r > culpa, quia ignem retitiere in domo licitum esc, 19 quatenus tamen sit immoderatus , quod tribus mo- l i dis contingere potesr, sciliçet , re , loco, et tempo-

re ; quatenus enim sit immoderatus, et propterea Aaa

t 366 1 M causet incendium , de eo trrzneR$tur conducior , quiã 33 esc citlga i h coM~i?t~udo.

9 9 Si tamfn factos foit ignis maior solito ex jus- 99 ta csluri , puta Maptiattim , et per eum incalescant 39 Areoléi:, et rrabbm a t t n d a i i t eiccweatur conductor.

99 Sic retinere id domo res facilbres ad combu- 3 3 rendiim , P U : R , f & n u a , non est cu,lpa, ex q u a re- 3 9 ~ultet , i i t conductor tenoatut de incendio. Quatenus 5 9 tarnen exblresçe ROPI fueric conventum de aligua re M n m reriiiendn , et contra convenrionem illa fuerit 9, retenra , et causatreit intendium , quia tunc culpa 3 9 esset clara, et tcntlretut conductor. Sed si adlesset ss pacrum expressum , qiiad eondirctor igmem non re- 39 rineret , si re:irwit, tentbitur de incendio ab eo 39 causato quainvis ex casu mere fortuito (L. 1 2 . E. 3 9 Loc3t. , conf. I'eg. tom. 6. For. C . 207. n. 'c.) 9 3 Non taiiicci idem est si pactum sit te~iriendi ignerli Y? innncc'n:enl ; ercnim pacto isto stahte , iibn 'fenk-

bitiir cond~ictor de incencfio ex ca6b mete footuito. 39 Scd ubi locaror protestatus fuis$&, vel d6hda-

99 ctn~eni adrnonuifiset, fie Bficpid faceter ; et ipse 9, prorcsrstione, tt adt~oiittiatie spreta, diud fdkisset , i , et i ~ d e cwtuiri esset inckhdium , dar^ CJset c d - $9 p , et tenehitar . . . . Et de cònducron f;i'r(i Yeri'- 3 9 ticnte super éoin f as~ im addek~ús pkaréstatioriem Y Y locatoris , Tbbf . irz Cdbqcnd.. . . Et tetis prdtesthc 93 pio ; seii.adm61iiEio prarkedehs , ~rabari pceti t tes 3, tibus Fingoleribus.

. . 99 &i-t et'iarti io dul.pa tbnducror , si rt!s facilis +, ~d cc~dburen&tim fierit ab ,en retenta prope igneni; 99 prout si ignit ipse hcrus fuisset prope rém aptam ~ 3 :id cnmburend'tlrn , aut hppcnsa lucerne acccnsa pr@- 93 pe linrirn, att s!Uyar:l, q u i a dicirur clilpa in coni- r, nlittehdo.

t, Non tarnen reputabitur gufficiens ecdpa sola >s incauta oinissio lucernz acccnsa prope cubile.

C 367 3 ?, ErAr- Eene culpa, sufficiew ad I-oc, ut q ~ i s te-

r, ny&i!vs 4 ('4dina, & arccndeyit e#:4a.m canis, qui ,r aufugiendo causaverir i.gce;ndiva donius ; nisi esêet $3 infans , furiosus , aut similis.

$9 Si vero, ut ssepe contin i r , incendipm causa- *, tqqi $i& tk . rq~tgrum, s( sgj P I T J ~ ~ , per castlm vear,o- 29 ruin ignis plis soljto exarsit , et inicesdiwrn caiipa- 9, v i ; , non erit imputandum culpae condi!cioris, scd 7 9 ipsi casui : ptp+i rqavo pr-edit, si ventris flare 9, czpit post igtiern more solito ,' aut alias absque $9 culpa accensum : Secbq ?u.csrn si conductor ignem ,r verito jani orto , expusuerit, quia tunc hoc ejus 2% qulpq' &siiibetw. "

Tambcm o inquiiina fite responswtue! sem algu- ma próva de culpa: L.", quando por pacto romou em si todo o tal perigo ( I ) ; quid vem, &e for casiial o incendio , .pon iw<;il V. g. de rayo ; an gcqerdis wn ceptjo perzculz , sive casuerw jòrttcitorum ~ ~ L h c i a t , ul e$iam peste@ de i n c ~ d i o caszt sulorto , qw.s te- tlt'a$wr ? A verdadeira re.s~)uçSo he que essa geiiera- lidade se exrende aos awos náo especificados ( 2 ) : Quid. q.uaiim aaor inmkito~? (3) : 2.", quando houve culpa pveordinada a o caso ;, cii :e 1150 observo^ o pa- cto, ou se i~sou da caza para o uvo a que nãu era des~in~adaf (4) : 33., em da mora em restitiiir a coisa arrendada ; menos :e restitui~~do-se logo, t ~ i o experimentaria no poder do rerillorio o t a l incendio ( g ) . : B e o t a m o o pmuidor de má f$ sewpre &noroo soi; ei o umdedor. que entreqiie do prqq .da coisa uermdida náà faz t r a d i 6 0 d'lla, ao coii~prador í~isi, i d ~ m 6a.m.r cc~t ig i rset , quxzri?vi$ Y ~ E ~ ~ g $ i r n reaC Ma f&s@ 66).

Aaa 2

( r ) I.uc, de Locar, Disc. 7. subn. ro. (2) Siryk. vol.' I, Disp. 7. Posit. 8. a a. 3. (3) Stryk. supra a n. 6, (4) Luc. supra. ( 5 ) Idem 1,uc. (6) Srryk. supra Posit. 7 , Voet. ad Pand. L. 9.

T. 2. 1). 21.

O Cardeal de Luca no Disc. 7. propondo o ca- so, em que hutn Cardeal tomou de arrendamento hum grande palacio, qtie em sua ausencia se incendiou , o excusou da obrigaçáo I.", por isso mesnio , que ausente no tenipo do incendio : 2.', porque nesse tem-

estaváo no palacio incendiado muiros familiares, e grpeden sem haver certeza , de quem occasionou o incendio : 3 .O, porque em parte do mesmo palacio ha- bitava Iiuma thia do senhorio delle com sua familia, e se ignorava de qual das partes re siiscitou o incen- dio : 4.', porque o mesmo senliorio em Iiuma estan- cia superior do palacio deixou alguns bens faci!mente combusiiveis, e ahi ficou Iiabitando Iium seu creado;' e náo faltaváo indicios, de que alii f8ra primeiro visto o fogo : 52, porque se provou, que o mordo- ]no ou feitor, que o Cardeal deixou na caza, era liornem diligentissimo.

N o Disc, 8. refere L,uca outra especie, qual a do arrendamento de huma caza de palheira, em que o senhorio condicionou , que o arrendatario poria to- da a diligencia para precaver, que se náo incend'asse: Incendiou-se, ou fosse por algum fogtiete, ou fosse

por alguma faisca introduzida pelas rimulas das ja- nellas : Votou Luca contra o arrendatario.

No Disc, 9. refere outro caso, em que se impa- tou ao arrcndatario o incendio de Iiunia caza ; porque arrendando huma loja della para o uso de fazer pas- t e i ~ , propoz hum irm4o pouco acauiellado , apezar de muitas advertencias que se lhe faziáo, que o fosse com o Iiiine, que na loja costumava accender ; c por que dahi nasceo o incendio, e só elle ahi habitava.

N o terceiro caro (S . 423.) de ser o incendio cau- sado pelo subconductor : He certo ficar imputavel ao conductor , se sublocou a caza a outras pcomoas, que alteráráo o seu uso, e desta alteração se causou o in- cendio; como se sublocou a hum Ferreiro a loja náo destinada nem apta para csse exercicio ; do qual pelo continuo fogo se originou o incendio ( I ) . O que Iia- bita graciosamente a caza , como está responsavel pela culpa levissiina ( t ) , em differença do inquilino (S. 422.) fica mais facilmente responsavel ( 3 ) . O mais se veja em Sabelli (4).

( I ) Pacion. de Loc. C. 30. n. 29 , Cyriac. 234. (2) Mell. I,. 4. 'r. 3. S. r , Cod, Civ. dos Fran-

cez. art. 1877. (3) Stryk. vol. I. Disp. 7. Yosit. 7. n. 7. (4) Sabeli. S . Incenciliunr n. I. aonde compen-

diou o exposto, e Regnudell. verb, Ittcendium.

?Jtl:i.rprudm~iQ, que a. este *csw'to ut+m o Codigo CiviJ 6os Frsvcezes L.. 3, X, 8.

Cap. I , art. i740. e 1741.

39 El l e (Ar r sda tw ie ) respnde do iitcqndio ; a 9, nienos que elle o n5o pcove ~ ~ n r e c i d a por caso 3 % for.tui to , ou força maior , o u por vicio . da GOQS-

9 9 tril.~(;io ; ou, que o fpgo tem sida c~rnrwic&o 39 Iiuma caza visinha.

Y Y Se a hi hn rnuitq* Içtcatarios , todos sáo in so- 39 lidtlm responsaveis pelo incendio ; a menos, que ~t eile.; náo provem , que o bcmdio tm~. comcado 9, na iiabitaqáo de l ~ u m de lks ; E . qual eam @te será 3, o unico obrigado; o u que ialguns 1160 provem , que 9 3 o incendio não teiii podido, começar. entre eiies; nn 3, q u a l caso esres não ser50 responsawis, "

Esta L,egislaçáo se opp6e 1.0 á opiniGo (.S, 422.)., que $6 presiinie ciilpa levirsinza no arrendatario, in- c,unmbiod ao seriliorio a pmm da cytpê leqe ; e se- guio a outra opiniao (d. $. qzz.),. que lhe irnputa a h v e , e a obrigaçáo de se exculpar ddlo : 2.' "$0 faz di~tilicçóes entre o incendio causado pw criadost pro- postos bons, ou rnám , *c. ; .resecando a var iedge dc distjnçc;óes e subdistincçCTea, (a 6, 4;q.) : 3." quan- d o h u m só liabit:inrc, só Ilie adiiiitte as exculpaçbes alii referidas : 4.0 quando habitada por mui:os . e dia versos a caya , e se i,onorn nnde , e de qiie parte se oijginou o iiicendio, se oppoz diametralmente a opi-

aián d h DD. ; qiie Wçsa incerteza rn &volv-e todos ( S . 423.), condemnando-os rclo coa~ra r io ia solirlurat admiri;hdo 16 as duas limitaçóes , que nesre caso ad- mittiáo $os DD.

9 , Elle (arrendatario) he obrigado na'o scimente 9, dos daninos , que succedem por sun culpa, tvas $9 ainda dos causados pelo facto das pessoas da sua 9, caza , ou de ceus stibconductòte3 : Elle responde es- 9 3 pecialinentc do incendio, se elle Ráo próva, que 9, tem succedido por caFo for tui to , ou força maior, >, ou por vicio da construcqáa ; ou que o fcgo foi e, cornrniinicado p o r liurna caza visinlia.

Y, Aqui o pic~jecto decide huma q u e s t h milito 3, inipoitanre , em qile se pai irf io os Jiiri~consul:os. 9, Tratava-se de saber quem deve rel;poilciet do i i i -

3, ccnrlio, que se declaia em huma caèa , «lide ]:a 9, miiitos locararios iildepehdcntes Iiuns dos oiitros,

ou yrincipaes cada .hum nb que lhe respeita ; de ,,, hiirii-irieeridio , què náo rem succedido , ncrn por 3, caso hirruito, ou-for$$ maiw, ou vicio da cons- 9 3 t r u c ~ á o , nçiu pdr cbhrnuni~aç50 de Iidrna cazri v i . .n sinlia ; de Iiúm inccnctie manifestado n3 caza mes- ss md , mss de qiie 4e ignora o auctor. Bastante Ju- 9, rirconsultos , e Potiiier eiitre elles , periendcm que 4, ehtiia 'nehhtim dos iocareticts 116 óbrug*do iridein:ii- 9 % zar o proprietario ; que no meio da incerteza a prk- 9, surnpçbo dá cu lpa , qtie deve servit de b3se 4 abri- 9, gaçcir,, ná::, se eleva contra algum. Otitros yelrâ50, 3, que todos os locararios r i r e caso sáu solidatneiite r , 0brigadds : Esta ultima opiniáo he a que o Yra-

c 372 3 9 , jecto concâgra, e vossa seseáo tem pensado, que 9s era com razáo.

. w Neste caso em effeito ha hum ponto cer to , e 9, he , que o proprietario, que experimenta o damno, 9, tem direito a Iiuma indemnidade : E ao lado deste 9s direito está o facto igualmente certo, que o inccn- 9, dio tendo conieqado na caza, he o prodiicto da 3, culpa dos locatarios, quaesquer que elles sejáo. He 99 pois sobre os locatarios, que deve recair a acção 9, da indernnisaçáo; e quaiido o culpado n5o he co- 9, nfiecido, convem que i ~ t o seja sobre todos. A ro- 99 dos elles incumbe sobre vigiar rnutuamerite, sobre 99 tudo para o futuro por meio da advertencia que 9, a Lei aqui Zbe dá. Daqui resultará náo s6 que o 99 proprietario letado náo ficará srni iiidernnidade ; 39 mas ainda, que huma sobrevigilancia , mais activa, 3s previnirá sen5o sempre o incendio , pelo inenos 9, muitas vezes os seus progressos ; e debaixo deste 9, ponto de vista a disposiçáo do Projecto tem do- ,, brado merito de ser jus ta , e eaudavel. Alem disto 9s ella contem niodificaçóes , que odem desejar os ,r locararios, eiles mesmos para o Lzer quasi sempre 3 9 sem inconveniente; porque ella junta náo sómente, 29 que se elles prováo, que o incendio tem começado 99 na habiraçáo de hum delles, este s6 será responsa- 3, vel do damno ; mas ainda, que em todo o caso 9, não seráo obrigados aquelleu , que provarem pelo 9, menos, que o incendio nso tem podido começar 9 9 entre elles. "

Tal foi o discurso de hurn Orador : Eis-aqui o de outro

9 9 Huma grande questáo se eleva muitas vezes 99 nos Tribunaes : Hum incendio tem consumido a 93 coiea arrendada : O senhorio deve elle supportar .o 9, acontecimento ; ou pelo menos náo pddc elle re-

99 correr contra o arrendarario mais que no capo em 9 9 que clle p rovar , qiie o accidente proveio por cul- 9, p 3 , ou da negligencia d o arrendatario, ou daquel- Y , les , que este ieiii admitrido n3 caza ? ou bem ao 9s arrenditario he que incurnbe provar o s casos fortui- 7, tos ?

9 , Este pofito era controversa ; elle tinha dado 7, . lugar a lium3 iniiltidáo de disriacçóes , e de deci- Y, sócs contr,~dicrori~c. O Projecto terli recortado ro- 9, das as difficuldadcs.

$ 9 O arrctidatnrio responderá do incendio; a me* 9, nos que elle r130 prdva ! que succedeo por cano for- 7, tu i to , ou por força maior, ou por vicio c'a cons- 3, trucçáo , ou qiie e1 le tem sido comrniinicado por 39 hunia caza visinha,

9, Esras regras sio sabias, conservadoras da proa 99 pricdrade a qual o proprietario locador n5o teni al- 39 gum rileio d e vigiar; estas regras sáo o penlior o 3, mais seguro da exactidao do arrendatario, d o cui- 7, dado , que elle deve ter no uso d o seu direito; da 39 sobre vigilaticia, que deve exercitar sobre a sua fa- 19 milia, e sobre os seus servidores.

99 Alem disto , a Lei r150 estabelece mais que 79 hunla presuiirpc;áo : Esta póde ser destruida por 9, huma próva contraria : mas a presumpsâo deve ser $ 9 estabelecida contra o arrendatario ; porque d e hu- 39 tna parte o s e ~ h o r i o n5o tinlia algum meio de pre- 9, venir , nem de evitar o accidente; e d'outra parte 79 os incendios succedem ordinariamente por culpa 9 9 daquelles, que habitáo na caza. "

RejexrzO sobre e ~ t n T2egisla;n'oo.

§* 431,

Esta Legicla~So na sua rimplicidade, e com as Bbb

mas anicis excepçirca, quanro ao caso de ser hum s b habitatire arrendarario das cazas , resecando tantzs dis- tincçóes , p r e c e digna de se seguir: Porque todas as Lfis referid~s (S. 42 I.) prewmem culpa no habitante, sem distinc~Zo de leve oii Ztvi~sima ; entenderem-se da leve, e não da l e v i~s ima , &!i livre discurso das Cominentadores : Outras muitas Leis ( I ) fazem res- ponsavel ao patrâo da caza pelos darnnos dos domes- t i c o ~ , e as razijes desta Legislaçio convericem. A q u i se v C adoptada a opiniao ( z ) , 'que confuta os argu- mentos da mais favorãvel aos habitantes, e que ini- pura ao senhorio a prova da culpa : E quanro ao ca- so de serem muitos e diversos os inquilinos: No stip- posto da incerreza da origem d o incendio ; os obri- gou todos i n rolidurií , reprovada a opinião, que os absolvia : E póde cFte novo Codigo lambem nesta parte ter fundamento em outras semelhantes Leis Ro- manas (3) : Porém esre Codigo só legislou para o fu- turo : A Lei aqui fez huma advertencia e commina- çáo aos locatarios : Náo temos Lei semelhante : 'Os Sabios pois elegêrbo o mellior.

( I ) L. 6. 5. 2. ff. de His qui effud. vel dejec., e outras que refère o Senador apud Peg. 6. For. C. 207. a n. 28.

(2) De Stryk. vol. I . Disp. 7. de Incend. casual. Posit. 6. a n. 5.

(3) E m todo o Ti t . ff. de His q u i effud. vel de- jec. , e doutrinas de Brunnemari. na L. I. e 2. a n. 14. eod. ?'ir., Srryk. ibidein S . I , Scruv.1 ibi- dein the:. 33.

Divisáo 2.'

Ouandq'o bahitader do raza jncendiada , ou seja h

propria , ou nv rtndada , he re.rpnmavel ao visinho , h caza do qual se com-

municou o incendio,

S e o incendlo foi propriamente casual (como o do rayo , fogo celeste, hostilidade, etc.) ( I ) ; náo fica o' habitante da caza inceridiada responsavel ao vi- sinho ; ou a caza seja stia, ou arrendada; ou seja pos- P U ~ ~ O I - de má te ; ou seja mriroso, etc. (2): Se porem o incend io n3o foi propiamente casual ; os 13D. , os mais graves DD. se divdetn aqui em opinlõcs bem op- postas (3): Huns coricedern ao visinho a acção da Lei Aquilia cornpetente pelo darnno , causado ainda por culpa kvis.rima : Chirros pelo contrario exigem, que o visin!?o 96 reiri acqáo pelo damno , provando culpa leve ao menos iio habitante da caza, em que se ori- ginou o incendio (4).

( I ) Qual he o incendio puramente cnsunl oiu foi-t t l i fo. Veja-se Srryk, d. Disp. 7 . Posir. 4.

(2) Stryk. Pupra Posit. 7. a n. 2. ad 7. (3) Stiyk. proxime Posit. 7. a n. 8 , Fachin. L.

i . contr. C. 87 , Sand. ilec. Frisic. L. - 3 . Def. 9 , Vin. Select. L. I. C. 3 3 , Adde Cost. de Rar. Q 7. n. 9.

(4) Optime Vtxt. ad Pand. L. 9 . T . 2. n. 20. omnino viderldus , citando Afflict. Decis. 7 7 , Gail. L,. r . obc. z r , Mynsing. Cent. 6. o b ~ . 88, Hrrlich. P. 4. Concl. t y . a n. 7 6 , Yerez in Cod. Tir. de I,ocat. n. 28. e outros ; e r e s~ondendo ás objecq6es contrarias.

Na verdade o< arguinentos de huma e outra opi- riiio sáo tirgent.ssiriic\s : Por huina parte e ~ t á a pre- surnpjáo I rg~l ! 5. 4 2 1 . ) , que o incendio sempre se prrsuirie innis oii menos cuIpavel ; presumpç50 ado- ptalla tio Cod. Civil dos F!aiicezes : Por outra parte estio as contrarias presumpç0e.s bcin le i i ib rad ,~~ pelo citado Voet. : 1'0: outra psr te , ainda que usaiido-se cio re~ncdio da Lei IQztiria, se deve o damno , cau- sado por culpa levissima i n committendu ; aqui n i o ha damno dado com injuria; fundamento da 3.?2- beça da Lei Aqsrr/iu ( r ) ; aqui Iium jogo de palavias confundiria a esiencia da Juc t i ç~ (z), e as formulns das acç6es não se observão jániais : Se entre tantos e táo graves DD. me he licito inrerpor o meu voto : E u distinguiria : Uu o iiicendio se originou em caza arrendada , ou dada de graça ; ou e m caza propria : Si prius : Corno aquclle que habita a caza alheia, ainda que n d l s tetilia setis ri~oveis, he obrigado en- tregllia rio estado eni que a recehço , deve por a i , e seus fimiliarcs, v ig ia r , pôr todos os cuidados e cau- rellas para quc náo sticceda o ii~ccndio : X e ~ t e s he mais verificavel a presump~iio da culpa: Se pela opi- ni io da Franqa estio pela presuru'da cull.a (em quan- ro se náo dcsculp50 corn algiixia limitaç2o) respcnsa- veis ao senliorio , tambem ao visititio , cujo conse- quente ilicendio devia acaorellar : $2 secu&dunt : O habitante da propria caza , scrnpre se presume mais vigilaiire ; não tern obrigai,.So d e a en!regar a alguem ; e deve ser mais favoravel ; para scí com prova d e cul- p3 Zevt a o merios, ficar responsavel ao visinho. Ou- tros discorrêr50 meihor.

(3) Gerard. Noodr. in 'rracr. de Leg. Aquil. C. 19.

(2) Card. de Luc. de Locar. Disc. 7. n. 10.

Divisáo 3."

Direito, que , ateado casualmente o fogo em hurna~ casas, tetrl o dono dnz seguintes mediatns, pa-

r a corrar os mndeirnínerltor da$ antecc- dentes e interrnedias, em ordem cs

d o transcender o foyo con- tinuado ris suas.

. . . Tua res agitiir, paries cum proxin~us ardet Et neglectri solent inceiidiu siiniere vires

Necessitas est, qiize iiavigia jactii enoiierut ; Keccssitas est, qi iz riiiriis iiiceiidia oyprimit ; Necessitas est Lex teniporis

Por esras raz0es he neste caso auctorisado o vi- sinlio , que vendo o incendio em Iiumas çazas conti- nuadas, corta 3s madeiras das inrern-rdias para salvar as suas ; sem que por i~so fique obrigado ao darnno pela Lei Aquilia ( I ) : Porém aqui ha huma justa dis- tiric~áo c' A n quis renierarie , et sine prcevio justo 9 , metu cedes vicinas diruat ; an ver0 justa causa me. 99 tuendi prscedat: Priori casu utique ad drirnni refu- 9s sionem erit obligarus, nisi ignis eo usque pervene-

31 rlt : Posteriari oero caru absofvendus est pmpter 9, metum justuti?, licet ignis eousque non perveherit; 9, CUM non tantum vim prmentern wbmovcre liceat , 9, sed et im~endentem (2).

( r ) L. 49. S. r . fF. Ad I[.eg. Aquil. , L. 3. S. 7. E. de Inced. ruit~. naufrag. , L. 7. 5. 4. E. Quod vi aut clam , optime Gerard. Noody. Ad Leg. Aqiiil. C. 19. to!. , Srryk. supra Posir. 7.

( 2 ) Stryk. d. Posit. 9. n. 2 , Lubler. de Incend. C. 5. n. 1 1 6 , Zwz. Cornment. ad Leg. Aquil. n. 1 6 , Mascard. de Probat. Concl. 892. n. 6.

F: pelo qii: respeita â reparaçh d o damno des- sas intermedias cazas , ha aqui horiias differenças ; quaes são : I.', Se o incendio rias cazas antecedentes foi i~ i~putavc l a alguem por culpa; elle fica obrigado ein conseqi~ei~cia a o damno das dernolida':, e interce- piadas ( I ) : 2." Se foi casual , a i-ii~iguern irnputavcl a sua satisfaçso (2) : ;.=, Se náo casual , mas se igiio- ra o qiic o caiisoii , entra a variedade de opinióes a $. 432. : 4:, Se sendo casual , ~ r d e r i á o as cazas d e toda a riia ou Cidade, se se náo dcmoliesem hurnas; então fic8o obrigados todos os que se salváráo do in- cendio (3).

( I ) Stryk. supra n. 3 , Cost. de Ration. rat. Q q. n. 9.

( 2 ) Strvk. Posit. 9 . (3) Meriocli. de Arbitr. cas. 2 2 2 , Srryk. n. 3 ,

Lublcr. de Incend. C. C. n. 1 3 ; , Farinac. in Brax. Q I 13. n. 146. quos vide, et Cosr. supra a n. 10.

C A P I T U L O XVIT.

2uae.s persoas siia obrigadas per Direita h re~difi..agOes, oar r~pracóc~ das caaas ;

e em que limites as suas ohrigaçbe~..

V v i l

NA^ tracto aqui das incendiadas, de que rractei no precedente (:apitulo: l'rncto das mais : E só 1.O

o R i s p ~ !' 2." Q a r i d o o Paroclio, ou Dizi- mador ? 3.' (&ando o marido ;ís cazas domes ? 4." Quando o Administrador do Morgado ? 5." @ando o Emtiteuta ? 6." Qiando o usotiticruririo ? 7." Quan- do o simples usuario, tem esras obrigaç&s de refor- mar ou reparar as Cazas Episcopaes , Prrrocliiaes, Do- raes , de Morgado, E~níiteuricr;s, usofruccuadas , uso- adas , e habitadas ?

Qganto nos Bispos.

Hc hrim onus annexo aos Dizimos desde os pri- meiros Seculos, 1150 só serem por rlies alimentados os Ministros da Igreja, mas reparados os Templos, e junramcnte as cazas das resideiicias dos Bispos, t'a- rochos , e Curas (I) ; Os i3 spos desde os aiitigos Se- culos, e por Concilias rio Occidente ficár5o com seus Cabidos percebendo as Terças dos Dizinios de todas as Parochias ( aleiri d'outras rendas) (2) : Daqui Iie

conseqi~ente , que os Bispos pells Dizimas que perce- beni, s5o obrigados, reformar, quando (ainda caeual- mente) demolidos os seus Paços Episcopaes , e a con- servallos sarrtas tectos (5 ) : E seus lierdeiros , náo podem repetir taes bemfeitorias, que se presumem fei- tas em execuçáo da obrigaçso , e com redditos da Igreja (4) ; menos que os Bispos não f:~c;áo inventa- rio no ingresso do Bispado dos seus bens, com que entráo ; e náo abundando os redditos da Igreja para O seu decente iratalnenco ; se convença pelo inventa. r io, q u x s despezas avultadas foriio feitas dos seus bens proprios (5). AS B u I I ~ s de Pio IV. e Pio V., que devolvi30 as heranças dos Bispos á (Iamera Apos- tolica com seus encargos, náo foráo recebidas rieste Rein:) ( I ! . E se os Bispos abundando em redditos , deixar30 por indolencia arruinar os Paços Episcopaes; ficáo seus lierdeiros , rendo-os, obrigados ás dz'mni- ficaçóes (7) : Bfm entendido , que quando se tracta destas obrigaçóto precisas, a qiie sáo annexos os Di- z i m o ~ , devem os Prelados, para Fe riossihilitnrem 93- tisfazellas, moderar quanto possivel, o luxo (8) : E se, deduzidos os bens, cc;m que enrráráo , não aburi- davjo os redditos ; e o Prelado tez a despeza dos proprios, Iie obrigado o Successor do Bispado ( 9 ) .

( I ) Van. Esp. de Jur. Ecclee. P. 2. Sect. 2. Tit. I. C, 6. juncio eod. Van. Esp. P. 2 . Sect. 4. T. 3, C. 8. Latissime Angel. de Impens. et Me- liorarion. art. 2y. ror., et Signanter n. 77.

(2) Con~ilios , que refere Fr. Joacluim dc Santa K oza n o E1 ucidar. verb. Terças Pontijcaes.

( 3 ) A n ~ p l i s supra d. art. 2 5 . (4) Angelis a n. 16. ( 5 ) Angeiis a n 42 ; veja-se largamente Peg.

toni. 6. For. Cap. 132.

(61 Peg. supra n 70, Pereir. Decis. 95. tot.

(7) Heneiict. Inst. Eccles. roo. n. 22 , Salgad. de Reg. Pi.orect. P. 3. C. 5. n. 2 1 , Addit. ad Ferrar. verb. Ecclesia art. 3. n. 28. et 29.

(8) Benedicr. supra n. 1.3 , Barbos. ad Concil. Cap. 7. Sess. 21. de Reform. n. 9. et 10.

(9 ) Veja-se Peg. d. C. 132. ubi non plus ultra , co~f . Guerreir. l'r. I. L. 4. C. 3. et 4.

Quanto aos Parocbos, c DizGrnadures, que percebem iriaivros das Parochias.

Se os Parochos percebem os Dizimos d l s suas Parochias , como os Priores , e A h'yades ; iricumbem. Ihes , quanto as reedificnç6es e refeiçóes das cazas das residencias , as mesmas obriga~óes , e com as niesmas declaraçbes, como disse a respeito dos Bisyos, sem differença alguma : Se são Vigirios , só com Con- gruas recdhe sobre os Diziniadores a obrigaçáo da re- feição total, ou refórma das Cazas de Residcncia, quando arruinadas pela injuria dos tempos, ou preci- sáo de grande despeza para o seu re aro ; porém aá J' despezas snodicas recaliem sobre os igarios ( I ) : Nas cazas de residencia dos Vigarios de Igrejas, em que se estabelecêráo C«rnrnendas , temos neste Reino espe- ciaes providencias (2) : Se os Diairnos, que percebe o Parocho n5o aCbundáo mais, que para o seu a!inien- t o , recalie no povo a obrigaçáo de fazer, ou refor- niar , ou reparar a caza de residencia (3) ; menos, que a ruina por incendio , ou outra culpa não seja imm putavel ao Parocho (4).

(I) Van. Esp. de Jur. Eccles. P. 2. Sect. 4 TI 3. C . 8. n. 14. et sub n. 24.

Ccc

E 383 li (2) Apud Pir. Carvalb. de Ordin. MÍlitar.' pag.

63 r . (3) Aagelis de Impens. et Meliorat. arr. 2fi. a

n. 2 7 , Ferreir. de Nõv, Op. L. 3. Dirc. 4. n. 389

(4) Ferreir. supra n, 3.

Qualpto áo marido a re~peito das cazaJ dotae~.

No Digesto Liv. 2 f . T. r. de ímpen.ris i n res ctotnles fizrtis, e nos seus ordinarios Comrnentsdores, Brunneinano , St , uvio , Voes. , Strykio , Boetimero, e outros ; e iirais largamente em Angelis de Impen- sis, e Gzrcia de E ~ p e n s i s Cap. 1 3 , temos toda a m a - teria sobre as despezris . que o marido náo he obriga- do 'fazer ; e que pode ou náo repetir, re ter , ou com- pensar. Ao meu proposito, basta-me d i ~ e r , que o niarido deve fazer e náo repetir as ciespezas modicatr , que consiseetn na refeição, e reparo das caeas, por hum prudente a rb i t ra ; e não as grandes e excessi- vas ( I > .

( I ) C'rarcia de expens. Cap. 13. sub n. 37. $. IN qua tanoen et sub n. 3 9 , Ang.11~ de Impens. et rnelior. arte 3. a n. 37.

Quanto ao Ar?tninistr6zdor do .rMergado.

Vejase o meti Tractado de Morgados Cap. 17. 5, 5. e Cap. 14. 5. 6.

Quanto aos EmJt eutas.

Veji-se o meu Tractado do Direito Ernfiteut. $. 5 84.

§* 442-

Quanto no ~rs~fructt lario.

Náo traero aqui das despezas, e bemfeitorias uteis , ou necessarias , que o usufructuario , fiáo sendo obrigado fazer, faz ; e que elle ou seus Iierdeirospo- dein depois rep~rir da propristario; bemfeitorias, de que 1argari:cnre tracrzo os DD ( I ) : Limito-me, pe- lo rneu projecto, a iridicar as refeiçóes , que incum- bem .ao usufrrictusrio na caza usufiiictuada sem que elle, ou seus herdeiros as poss5o repetir do proprie- ~ a r i o , iiem atires nem depois de fiado o usufructo.

(I) Garcia de Expens. C, 10, Castilh. de usufr. C. 57, Angelis de Impens. arr. 4, -8agn. C , 9. a n. 180, e outros que estes citáo.

Regra geral : As despezas modicas , e necessa- rias para a refeiçáo e conservaçáo da caza usutrucwa- da ; e par3 q i i e náo carn;nQe .á ruina, incumbem iio usafruttuario para as dever fazer da sua bolça., sem jamais podêr repetillgs ( I ) . .O mesmo w se Ilie deira e mvfrwto de liuma. caza , que anãava arpendada pw annoe (2) : N i o a~si;-tn as despeaas grandes, e que cesptitem a perpeiua u~ilidade (31 :, Nem tao p o t q (se a cazn usufructuada he sugeita á servidio passiva,

Ccc 2

oneris ferendi) Iie obrigado refazer a parede da caza, em que está imposta essa servidão (4) : Q~lal se j a a despeza modica ou grande, he sacrificado ao pruden- te a r b i t r i ~ do J u ~ L , rligu!arlo pela quantidade da des- pcza , valor, e quantidade da coisa, em que ella se faz ( 5 ) : Mas eni caso nenhum he obrigado reformar o que pelo tempo estava arrilinado (6).

( I ) L. Hacsenus 8. fE de usufr , com Pinell., Balhosa , Carvallio , Garcia , Castilh., Gall. , Pecch., Pereir. Dec. 1 1 1 . e outros, Baga. d. C. 9.n. 18t, Angel. d. art. 4. a n. 15.

( 2 ) Bagn. sub n. 188 , Barboa, in L. Divortio 5. fin. de solut. matr. n. I 3.

(3) DO. supra. (4) Pecch. de Servir. C. 6. Q I. n. 8. et 10,

L. 21, S . Si usus fructus E. de Servirur., Baga n. 192.

5 ) Garcia de Expens, C, I I . n. I 6 , Barbor. rn L. Divortio 8. 5. fin. E. Soliit. matr. n. 36, Cas- tllh. de usofr. C. 56. n. 6.

(6) L. 8. de usofr., Pecth. d. Q. I . n. ro.

Nos casos em que assim o usufructuario he obri- gado refazer a caza usufructuada coni despezas modi- cas ; póde ser demandado pelo proprierario para que as faça ( r ) : Bem que para as evitar póde dimittir o usufructo perpetuamente (2) : Se porem o usufructua- rio he culpavel na ruina da caza , pFr fdlia das ne- cessarias, modicas, e opportunas reteiçbec , a que era obrigado; náo sd nio póde dimittir o usufrucro para se exqnerar dessa despeza ; mas deve fazella á rua cus13 (3).

( I ) Castilh. de usufr. C, 57. ri, 7 , Catdoz. verb. Fructus 17. 19 , Bagn. n. 183.

(2) L. 71 . ff de usufr., Pecch. de Servir. C. 8. Q r 5. a. r j , Bagn. n. 200.

(3) L. 71. fE de usufr., Bagn. n. 201, Garcia de Expens. C. I r. n. 3 0 , Angelis d. art. 4. n. 21.

§* 445.

Se a caza precisa d'alguma refdrma a grande despeaa para occorrer a maior, ou total ruina, des- peza, a que o proprietario he obrigado ( S . 443.); não p6de o proprietario obrigar o u~ufructuario, que fdça essa despera; e que depois findo o usiifructo se lhe satisfará ( I ) : Antes vice versa o ucufructuario o pdde demandar, que faça; náo sendo porém o pro- prierario obrigado dar o dinheiro para esae fim ao usufrucruario; se quer por si refazer a caza, ou por outras pescoas (2): Mas se o u~ufructuario quer fazer alguma grande despeza necessavia, a que náo era obrigado, por ser grande ; póde fazella ; e feira 3 obra reperilln do ~roprietario (3).

( I ) Garcia supra n. 2 7 , Casrilh. de usufr. C. 57. n. 4 , H~gn. 186.

(2) Bagn. n. 197. (3) Bagn. n. 198, Garcia n. 25. et 28.

Quanto ao usnario.

5 . 446. Este náo he obrigado a despeza alguma da re-

feiçíio da caza , em que s6 tem o simples uso, e lia- bitaqáo ; e toda a despeza deve fornecer e fazer o herdeiro, em differença do usufrucruario (I).

(1) L. 38. E, de us. et usufr. Legat., Bagn. C. 9. n. 180.

C A P I T U L O X V I I I .

Aualiagáo de cazns, ou das suas bernfiitoiias.

§* 447-

JA no m e u Trac tado das Execuqóea por Sentença a g. 3:s. discorri sobre o [nodo pratico, e circuns- tancias , que se devem attender para a justa avaliaçso das cazas , analysado o Alvarl de 25 de Agosto de 1774. S. 30. T a n ~ b e m nessa Obra a 6. 330. dei as normas da avaliaçqo das cazas , quandb emfiteuticas. Só riie resta addicionar aqui o dizcurso do Senador Vicente JosC Ferreirn Cardoso da Costa na Memoria sobre a Avaliaç20 de bens de Prazo S . I I . pag. 53, ibi =

9s Nos predios urbarios mandava-se considerâr , 77 alem d o seu rendirriento, a sun situaçao e estado. 77 Arnbas ebtas co i~as podeni influir na utilidade do r t ~red to , fazendo-a augtnentar , ou dirniriuir ; e:por 3 9 isto necessariamenre 1150 d e influir tambem no seu 9 9 valor. Niriguem póde duvidar, que he mais util 7, Iiuina pro$edade siruada nas riias principaes de hu- 97 rua Cidade, d o aue oiitra situada 110s seus subur- 9, bios ; hilina situada n' uma Praça de Comherc io , 77 d o q u e oiitra situada n' um becco ; .wi~do pm csn- 9 7 sequmcia necessatio , que es*as ciscunstsncias alzc- 3, rerii o seu valor. Mas era superfluo mandar atien-

i: 387 1 99 der 4 s i ~ u a ç á o , hiima vez que sc determinava, que 7 3 se Iiotivr~se atrenç50 com o rendimento , porque

cllâ havia de influir nelle , e por isso mesmo ser Y, considerada, logo qiie se artendesse ao rendimento. 2, E m qrianto do e ~ t a d o ; esta circunqtancia nos pre- 9, dios urbanos Faz variar muito a sua iitilidade, e ,Y por cotioequencia o seu valor : N6s chamamos es- 9, tudo tudo aq i~ i l l o , que concorre para maior , o u 9, ruenor duraqão, para a maior, ou inenor perfeiçao 7 9 d o predi13. Entra por tanto neste artigo a contem- ,, plação Ja qualidade dos matertaes, de que elle he 3, coiistru do ; da maior, ou menor delicadeza, com 3, que h r á o traba1ha:los; e beni assim a antiguidade 7 9 do edificio , e as suas ruinas. Esras circunstancias , s> ainda qiie influem no valor d e todos os predios se- ,> jáo r i i~t icos, sejáo urbanos, porque os construidos 9, com riwl hores mareriaes , e com mellior t raba l l io , 3 , e cs qiie sáo menos antigos promettcrn ma:s dltra- 3, ç5o; e por isto mais permanentes os ieus fructos; 9, isto he , a utilidade, que delles re.ulra : Com tli.io 99 influeni rnu!to mais particularrnecte nos predbos ur- 9, bano~ . O s seus fructos s5o OS rendiinei~tos, ou a lu - 7 9 gucres , que podem produzir, sendo arrendados, 33 ou a habitaqão para o propr ie t~r io , se elle os n70 ,e aluga ; e se se attender só a isto para se derwmi- 9 9 m r O seu valor, ha d e errar-se muitas vezes. Duas 91 propriedades, que tenháo a mesma cxtemáo, os 9s mesmos commodas , e que estcjaa no mesmo sitio, 9 3 daráo o mesmo rendimento, âirida que humci seia ~9 feita de riiadeira, que prometta mais duração do 99 que a outra. O alugador acha nellar ambar a3 mcs. 79 mas commodidades , e ã duraqáo do edificia náo 9 9 lhe impcvrta ; e por isso náo influe para q r e eile 9 7 dê m;is ou rne:;oa crescido aluguer. E co;ii tudo 9 3 pelo que respeita aos donos destas duâs propricda-

9, des varia muito o seu valor, porque hum deve es- Y S perar, que a sua Ilie produza renditnentos por mais Y Y tempo do que o outro. Ambas dSb as mesmas uti- Y, lidades ao alugador ; e por isto valem o mesmo 99 para com elle ; mas dzo aos proprietarios utilida. YS des mais ou menos permanentes ; e por isso em Y Y quanto a elles tem òifferenre valor. Em consequen- 9, cia do que he manifesto, que se este se calculasse

só pelo reiidimento , a conta havia de sair errada, 1 9 Hc por este niotivo, que a Lei, em quanto a ava. 3, liaqjo dos predios urbanos, alem dos seus rendi- Y , mentos, manda (e devia mandar) que se conside- 3 9 rasse t amb~m o seu estado. Este náo altera t an to J, o valor dos predios rusticos; pelo que, em quanto 99 a clles , ~ i á o ~iianda a Lei attender mais, que aos $9 seus fruçtos.

Pelo que respeita a avaliapio justa da$ bem feitoria$ da^ casa$.

Ha casos, em que aquelle , que deve satisfazer as bemfeitorias, tem sem duvida a eleiç5o de satisfa- zer o menos, isto he, ou o quanto se dispenjeo , OU

o quanto se melhorou ; v g. se se de5pendtráo 20 , e só a coisa se melhorou em 10, póde elrger pagar sb os 10, como quando o succesor do prazo, deve aos irm3os cohcrdeiros a estiniaç3o das bemfeitorias (I); como, quando á mulher se deve a metade das bem- feitoria; feitas constante o motrimonio , pelo succes- sor do Morgado , ou Prazo (2) . Ha casos, em que sim Iie opinativo , mas se assenta por melhor opi- ri:áo ; que quando as bemfeitorias das caaas sáo feitas par possuidor, que tenha dominio vitalicio, ainda

que resoliivel por sua morte ; como o herdeiro gra- vado nos bens do Fideicommisso; o marido nos bens dotaes ; o Emfiteuta , e semelhantes ; as bemfeitorias se estimáo conforme o que valiáo de menos, que o que custáráo, ou o que augaentárão o valor ao tem- po da successáo por morte do herdeiro, do marido., do Emfitei~ta (exceptiiados os cwos das notas (I) e (2) , e quando se tracta entre diversos successores do Ernfiteose) (3): O mesmo uanto ás benifeitorias fei- tas pelo Administrador do h orgado (4).

( I ) Ord. L, 40 T. 97. (5. 23. (2) Ord. L. 4. T. 99. 5. I , e T. 97. 9. 24. (3) Angelis de Itupens. et melior. arr. 12. a n.

19, Antonell. de Teinp. Leg. L. r . C. 61. n. 8, oprime Amar. Var. Res. 14. n. 63. (aliter Peg. tom. r. ii Ord. pag. 53. n. 47. et 48.)

(4) Veja-se o meu Tract. de Morgad. C. I?. S. 20, aonde , que a opiniáo praticada neste Rei- no , segue, que as bemfeitorias se estirn5o con- forme o tempo e estado, em que se acliáo ao lempo da morte do Administrador do Morgado.

Deve por tanto na avaliaqáo das bemfeitorias fei- tas em cazas estimar-se, I.' rri tatus ; 2.O v a h a ~ t i q u u ~ : 3 .O quid impensum : 42 valor prBsens ( I ) : E isto , ou para ser praticavel a eleiç5o do meno$, por aquelle a que compete essa eleiçáo sem duvida (9. 448.) ; ou para nos outros casos opinativos (d. S. 448 ) , feita assim a estimação, restar só a disputa, que agitáo os citados DD.

(I) Peg. com. I , á Ord. pag. 51, a n. 12. Ddd

As despezas voluptuarias, feitas nas cazas, quites as que consistem em pinturas, jardins , etc; , que só ornão, e nao fructificáo ( r ) ; s6 se reputáo arèeis a respeito de pessoas Magnates e Illusrres (2) ; e náo. a respeito de outras pessoas : O possuidor de ma fé, qur as fez , nio se lhe querendo pagar, sim as p6de avulsar, mas sem lezáo do primeiro estado (3); bem que o successor pdde occorrer ao arranca, lofferecen- do o preço dos niateriaes dessas bemfeitorias (4).

( I ) Peg. tom. r. á Ord. pag. 58. a n. 9r. (2) Peg. tom, r. á Ord, pag. 57. n. 88. ubiju-

dicatum. (3) Peg. supra pag. 61. n. ~20. ubjí etiam ju-

dicattf m. (4) Angelis de Tmpene. ar€. 4. n. 63. Vide o d.

meu Tract. de Morg. Capa 17. $5, 19.

P A R T E 1 1 1 .

C A P I T U I d O X I X .

CAmpar cazas para as desfaser com te#pZo cle vender por negocio a pedra e ma-

ckirs dellai.

1 ~ t w c s i a a Republiea , que se f a d o de novo ca- zas , que se reedifiquem as arruinadas : Consequentc- mente ainda interessa mais em que se náo destruáo as cdificadas ( I ) : Esta a r a z k porque o Direito Roma- no proliibia a demoliçáo de cazas para o fim dc ven- der por negociaf30 os materiacs em todo , ou em par- te com as vistas no interesse maior, que se vendesse junto o todo da caza; comminando a pena do dobro em favor doReal Finco (2). Esta Jurispredencia ado- ptciii a nossa Legislaçáo (3) determinando, que c

:,a Se algum comprasse algumas caeas para as desfazer 9, com tençáo de vender ~ e d r a , e madeira , e as cu- r, tras coisas, que dellas sairei11 ; oii a negocear em 9 1 qualquer outra mai-ieira ; em tal caso o vendedor . . 9 , perde o preço, porque o vendeo , e o comprador

Ddd 2

ss outro tanto; e tudo he applicado ao Fisco : SaIvo 9s se as ditas cazas forem vendidas para bem e uso ss da Republica, porque então he a venda licita. "

( I ) Portug. de Donat. L. 3. C. 39. a n. I.

(2) L. Senatus E. de Contr. empt. , L. fin. de damn. inf.

(3) Ord. I,. 2. Tit. 26. 9. 27.

Parece que esta unica limitaç'tío da Ordenação firmou regra em coritrario para em nenhum oiiiro ca- so se podêr limitar (I). PorCm da sua raziio, da ces- saf%o della, e da do seu caso, se podem deduzir al- gumas modifkaç6es : I.' Se oe materiaes de huma ca- za deinolida, se applicáo para outra, que se edifi- que ; porque igualmente se bemlogra o prospecto, e decoro da Cidade (2) : 2.' Se em Ituma Aldea, me- nos habitada, hum pai de familias abundando de ca- zas inureis; ou vende os materiâes para outras ; ou náo os vendendo os applica para outros ministerios, como a pedra para tapadas suas (mais uteis as terras, que quando abertas (3) ); porque nestes casos cessáo as razóes das Leis Romanas fontes da nossa ; n5ú se deforma o decoro, e prospecto da Cidade, etc,

( I ) Como a respeito da unica limitaçáo da Ora. L; 4. T. 62. argumen3ou a Lei de 25 de Janei- ro de 1775.

( 2 ) Porrug. de Donat. L. 3. C. 39. n. 11. ex L. 2. et L. Siquis Cod. de dific. privat.

(3) Filangier Scienc. da Legislaç. tom. z, C, xzi

C A P I T U L O XX.

E ~ t r a d a wa caza aibea por mew licito, qual e da busca eu varejo, para acbar malfeitores, fw-

tos, contrabandof , our fazeadas stlbtra- btdas aos tribotos ; ou abi retira-

&J contra a prohibiçt?~ dar Leis, etc.

$ 0 453-

Po faHo por ora mais que das buscas ou H* jos em cazas alheias, para achar coisas furtadas : Le go tractarei dos mais. Quanto áquelles, ainda que perrnittidos pelas Leis dos Visigodos , depois das R* manas, se oppoz a elles Fazendo-os denegaveis (I). Heineccio, disse ser duro e deshumano entrar para esc ses ou outros fins na caza alheia ; e por kso taes v* jos se abolíráo (2).

(1) Mell. Freir. Liv. 2. T. 6. S. 6. na nota. ( 2 ) Heineccio nas notas de Vin. 21 Enstit. L, 4.

T. I. S. 4 , aonde depois de dizer abolida por Justiniano no d. 5. a antiga pesquiza da coisa furtada na caza alheia cum lance, et lkeo; ac- crescenta que supposro verisimile sit in locum r> ejus successisse quod hic scribit Justinianus , ~9 ut testibus adhibitis furtum in domo aliena n quazreretur ; quod tamen et ipsum, ut Arrrrn, rr atq@e indmanum , . quoniam hoc modo se- u creta cnjusgwe howzznum n i m k c~lriosituti

5, pandkcntcir , osten exolevit. " Conf. Vala- zuell. YeJasq. ,. E o ~ h . . ~ , R..,++. et 95..

Potirn estes varejos e pesquizas dos furtos em k z a s aiheias n%o estio totalrnenre .aboiidos ; e ainda sáo praticaveio e praticados no cso do Foro das Ma& q6es : Como porém elles de algum modo podem ser injuriosos e infamanres , occasi6es de desordens, etc. elles r .O devem fazer-se por Aucroridade ,Jiidicial com assistencia de O%ciaes de Justiça; e n5o só pelos que se dizem roubados : 2.O o Juiz requerido sim deve de- cretallos ; mas antes que os decrete deve informar-se (e melhor seria por testemunhas cujos ditos se escre- essem) da qualidade, e conducra do requerente se he consciencioso ; se teria os bens q w diz roubados; s e he inimigo do imputado ; se contra este ha 'indi- cios ( h u n s DD. os exigem aqui urgentes, outros se satisfazem com leves) do furto contra a pessoa em ciija caza se requer o varejo: 3.s que se faça rd nessa caza , e náo (o que he abuso) em todas as do Bairro: 4." os bens que se acl~arein se descrevão com seus. si- grides , c se deposirem ate a sua identificação : Sein estas previas iiiformaçóes seria iiijusio o warejo 3 mas com eilas se admitte no Foro {I) .

(-I) Lat issime< Conciol Crimin. verb Pwpisitie Resol. un. Thomaz. Not. de Us. Prat. ad Jnstir. L.. 4. 'r. I . pag. . t+2 , Barbos. et T'absr; L. 4. C. 65. Ax..r, Srryk. us- mod. L. 47. T. 2. $, 24. ;S. Hodie, Bochriier. ad Jus ff: L. 47. T. 2. S;. 2 4 , Buccaren, de Differeot. inter judic. Civil. et Ci-irnin. Differenr. 67. a n. 14. transcripro por Prarex. de dnsuurrl. Edit; T, 7s Aasd. 16 debai*

ro do n. 24 , Scheneidevin. ad S. 4 , Inst. de Obl. qua: ex del. nasc. n. 2 , Pçg. to ri^. 5. ad Ord. L. I. T. 65.5. 3 1 . R. 46.

Os malfeitores ausentes, antes que contra elles se proceda na accusaç50 por edictos, s5o buscados para serem prezos , nas suas cazas , oii nas em que houver suspeita , que se escondem .(.I ) : T;irnbeiii algiim [,em- p se costrunaváo vmirejar ou dar vnvcjo ás cazas dos Ecclesiasticos , para Ilies apprelienderem as rnu- Iheres proliibid~s , e que retinháo por maiicebas , o u concubinas (2) .

(P) Landim ín Tract. da MOdl pteordmkt, contr. walefacttw vzhsentes Q1 2. a n. 5.

(2) Fr. Joaqinm de S. Roza no Elucidar; verh, Yurejar : Cc~nfira-se o Cod. do Process. Gdm Judiciario d~ Imperador José 11. S. 9. 10. e I E.

Os mais, varejos nas cazasL papa ev@r a ffa* dos tributos sáo neste Reino antiquissimos. Hc'o; an* de 1469,, fez E.1Rei varejar os pannos da Cidâde do ,Porto por vara, e covado ; mas que se náo entrasse nas cazas dos mercadores; excepto con~tando , que e/- les ~onegav20 aZguns Direitos Reoe~ ( I ) . Os artigos das- Cizas dos Pannos , em 1488. Cap. 25., mandá- ráo, que eni cada hum anno se desse varejo aos mer- cadores, e dos paanos , que desvairassem da soa re- ceita pagassem a Ciza em dobro, etc. : O Regimen- to' das Alfandegas dos Portos Seccos (2) determinou varejos pelos Officiaes em todas as Cazas, Coutos, e

Honras onde tiverem noticia, que atlo fazendas des- caminhadas e subrrahidas aos Direita. O Regim. da Alfandega do Porto (3) determina oe nzesmos vare- jos, dando a fdrma, e os tempos para elles nas cazas dos Privilegiados , e nas dos mercadores : O mesmo se manda nos outros artigos das Cizas (4).

( i ) Fr. Joaq. no Elucidar. verb. Yarejar. (2) Cap. 42. (3) Cap. 92 9 8 3 , 94. (4) Do anno e 1476. Cap. ~ 4 . e Cap. 15. $.

2; e 3 , e Capoa 59. 5. I.

Sobre os Q S ~ S expostos. nestes Regimentos ; por outras Determinaçbs se manda dar busca i." nos Na- vios descarregados em que possa vir faheada de con- trabando (I): 2." nas tendas em que se v8ndem facas de ponta (2) : 3." duas vezes cada mez nas lojas em que se suppbe, ou tem suspeita de haver polvora (3) : 4 . O nas lojas dos Ourives de prata de Lisboa, ou de oiro (4): 5." as buscas do contrabando se podem dar nas Fortalezas e Quarteis da Tropa (4) : E nos Con- ventos e Cazas Ecclesiasticas (5).

(I) For.de15 deoutubrode 1587.Cap.23., Regim. de 2 de Junho de 1703. Cap 39,, Re- gim. de 18 de Outubro de 1702. S. I.

(2) Decreto de 6 de Julho de 1681 , Lei de i 5 de Junho de 1749. ) Alvari de 9 de Jullio de 1754

$1 Alv. de 14 de Novembro de i757. Regim. de 18 de Outubro de 1702. 9. 4

Ainda mais 6.': O Regimento da Imp~siqdo dos Vinhos de Lisboa (I) permitte estes varejos, nas ca- zas, aonde os Oficiaes da Imposiqáo tiverem suspei- t a , ,qu- se sonegão ás Imposiçdes os Vinhos a ella suseitos : O iiiesilio se se occuiráo para fraudar o Sub- sidio Litterario (2) : Tambem se concede o varejo para a busca das cartas de jogar de contrabando em roda e qualquer (3) : Em alguns casos que determina 3 Lei Vestiaria, ou Praginatica sobre os Luxos (4): Tambem se permitrem nos Navios Estrangeiros em companfiia de hum administrador (5) : Concede-se cambem para se buscar o páo subtraliido i Jugada e Outavo (6) : O s sabBes de contrabando (7).

(1) Transcripto por Gom. Flaviens. no fim das Dissertaçcies pag. 399.

(2) Edir. de I 8 de Agosto de 1788. (3) Alv. de 31 de Julho de 1769. confirmando

a Condição g? do Directorio, e Contracto das cartas de jogar.

(4) - de 24 de Maio de 1749. C. 19. (9) Alv. de 6 de Jiilho de 1747. ( 6 ) Peg. tom. g. á Ord. L. 2. T. 33, na subr.

n. 106. (7) Alv. de 14 de Novembro de 1744; eoutras

mais impressas debaixo do titulo =i: Carta geral dos Privilegias, etc.

Nota geral : E m alguns dos casos referidos exigem as Leis, e Regimentos prévia suspeita, e alguma extrajudicial informaçáo ; em outros, lie sem suspeita alguma o procedimento ex-0%- fio. O Magistrado pois antes que em algum des-

Eee

ses casos decrete o varejo nas cazas deve refle- ctir a respectiva Lei; e se ella exige ou náo sus- peita, como exigem algumas das que tenlio refe- rido : Com especialidade , sendo o- receptador homem de honra e probidade , Stryk. vol. 3. Disp. 23. C. 7. a n. 42.

Nestes e outros casos, em que sáo permittidas as buscas ou varejos nas cazas , devem os Negociantes patentear as areas, as cargfs , e permittir toda a pes- quiza (I) : O contrario he formal resistencia (2): Po- rém antes de se fazerem buscas nas cazas, deve dar- se tempo, a que se componháo as famiiias (3): Estes mesmos varejos, e em casos taes sáo praticados nas Naçdes (4).

( I) Lim. de Gabell. C. 14. a n. I, et ad 5, I. a n. 4.

( 2 ) Lirn. de Gabeit pag. I 16 n. 75. et pag. 238. n. 9.

(3) Decreto de Novembro de 1690.

(4) Voet. ad Pand. L. 39. T. 4. n. 22. ubi opti- me : Em Casrella por Lei que referem Gutierr. de Gabell. C. 130. n. 7 , Girond. de Gab. C. 6. n. 56. Na Italia Card. de Luc. in Miscellan. Disc. 47. n. 26. Na Alemanha pelo Cod. Judie ciar. Crim, do anno de 1788, S . 9. 10, e r I*

C A P I T U I 4 O XXI .

Entradas e m casas para diversos -fins , criminosos e pgdveis , ainda sem intervir violencia

com arrombai.nento de porta.

i, 1 O d o o homem de qualquer qualidade, que se- 59 j a , que dormir com alguma mulher, qUe andar r, em Nossa Caza, ou em Caza da Rainlia , ou do 33 Principe , perderá toda a sua fazenda, ametade pa- u ra Nossa Camera (diz a Ord. L. 5. T. 16. rio prin- Y, cipio), e haverá as mais penas abaixo declaradas, a9 e as que mais por nossas Ordenaçees, e Direito ss merecer, "

Nota: S6 quem não ler em Stryk. vol. 11. Disp. 8. d,c Sal~ctitate Residentiarum , igno- rará o quanto Santas no sentido de reverencia- veis , inviolaveis , etc, sáo as Residencias dos Principes ; quanto atrozes s5o os delictos , e of- fensas nellas commettidas , etc. , e náo saberá bem estimar a justiça desrê nossa Lei.

5, Sendo provado (continua a mesma Ord. 5. I.) H que alguma pessoa entrou em caza d'outro para ,a dornzir com tnulher livre, que nella estivesse por JP qualquer maneira, que seja; se o morador da caza

Eee z

9 , for E~ct/deiro de Linhagem, ou Cavalleiro , e a 39 pessoa que lhe entrar em caza for pdo, seja açou- 93 rado, e degredado cinco annos para o Brazil com 9 9 Laraço e prcpáo , etc. e:c. > 9

Nota : Pelo Aresto 181. de Febo P. 2. se an~pliou esta Ord. na palavra Cavalleiro ao Sa. cerdote, equiparando no ministerio e na honra ao Cavalleiro Secular ; denegando-se ás pessoas mscanicas : Eu vi jul 3d n5g geg ampliavel esta Orclenagjo aos F i d s & i % é ~ i n h a ~ e m e de Solar conliecido do Reino; só porque Lei penal', in- ampliavel ainda que por identidade de razáo: Se foi bem, ou mal julgado dicant Paduani .- Quanto a mim; eu náo seguiria tal Aresto: Ou I .', porque , se as Leis penaes s5o inampliaveis a casos ainda por ideelltidude de raano ; com ta- d o ; a razáo mais forte, ou a forqa de maior ra- záo faz compreliendcr o caso na disposiç$o da Lei, ainda q u e penal , I,. de 24 de Outubro de 1764. S . I. Carta g .hobre o motim, e eediçáo da Cidade do Porto datada em 21 de Outubro de 1757. : 2.' tanto mais grave he a Injúria, quanto nmaior a graduas50 da Nobreza da Pes- so.1 a que sc cornrnetteo, I,, Atlt fgcta S . Peta- .rem E. de P c i i . , I,. omae delictuízr 6 . §. I. E de Re Militar. S . Atrox Inst. de Injur. , Peg. Alleg, 4. no 51 , Signanter Ord. L. 5. T. 4y. S. 4 , 5. O r a , se a Ord, reputa injuriosa a en- trada para esse fim ria caza de Escudeiro de Li- ~i l iagem, ou Cavalleiro, em attencáo á sua No- breza (denegando-se essa accusac$o ás pessoas mecanicas) ; quanto mais Nobre he hum Fidat- go de Linhagem , e de Solar conliecido? Quan- to mais graye he a Injúria a elle feita, que a

feita por este modo a hum Escudeiro ? Dicant Paduani: Se a L,ei se ampliou a Iiiim Clerigo; porque náo a h u i tal Fidalgo ? Dicant Paduani.

~t T o d o o homem (diz a Ord. L. I;. T. 24.), 9 9 que cotn outrem viver, quer por soldada, quer a Y Y betfifazer ; e com a filha, m5i , irmá, thia , parena 9 9 t a , ou a61n dentro do 4." gráo, daquelle , ou da* 99 quella com quem viver, quer estejão de portas a M deztro, quer fdra de caza cazar sem licença deseu 29 senhor, ou senhora , com criada que estiver de por* 93 tas n dentre, e náo servir fóra de caza , morra por Y Y isso morte natural; e nZo lhe rejrl recebido defeza por Y Y dizer que era ctzrrado com a &a criuda , ' e que ,r cazou fóra da caza de sesi senhor, * como se 99 provar qu:: dormio com ella em. cma dP $eu Se- 3, nhor, etc. etc. etc. $2

* Esta Ordenaçáo copiada da ManoeIina Liv, 5. T. 1 8 , -bem como a do Tit. 22. copiada da Manoelina T. 3 2 , rem as vistas e dispoziçdes (o que náo advertírzo os Filippistas) aos tempos antes do Concilio Tridentino , posterior á Orde- naçáo Manoelin~. , ex Solan, Cog. 48. a n. 20; tempos, em que os matrimonios se celebravio particularmente , como qualquer contracto , So- lan. n. 19.

Nota : E m Febo Decis. 49, n. I. se vê jul- g a d o , que esta Ordenaç50 só reín lugar nos cria- dos , que actual, e continuarnerice servem em ca- za d o amo; e nso nos Officiaes, e Obreiros de Tenda.

3, Se for provada. (diz a Ord. .L. g. T. 60. 5. 9, I.), que alguma pessoa abrio alguma porta, ou $9 entrou em alguma caza , que estava fechada, por 3, porta, janella , telhado, ou por qualquer oiitra ma- 3, neira, e que furtou meio marco dc prata, ou sua 3, valia, ou dahi para cima, morra por isso morte 99 natural : E posto que se lhe náo prove, que furtou 9 s coisa alguma da dita caza i queremos, que somente 2, pelo abrir da pmm, ou rntrar em c a a com ani- 3, mu de furtar, seja agourado publicamente com ba- 9 s raço e pregáo, e degradado para sempre para o 93 Brazil. "

Nota : A entrada na caza com a ~ i m o de f~rtar , he qualidade o animo de furtar, que se deve verificar para ser praticavel a pena com? minada nesta Lei, Solan. Cog. 71. n. I 3. ec 14.

Geraimente.: Aquelle , que repugnando o habi- tante*, e contra vontade delle.entra, ainda sem for- mal violencia em sua caza , Ilie commette huma injú- ria grave das da Lei Cernelia ; ou a caza seja sua, ou alugada, ou agraciada ( r ) ; náo assim se entra em curral ( 2 ) : E tudo pela razio, que deo Cicer. (3).

* Vi factum id videtur esse ait 2l;luziu~ qua de re auis , cum probiberetur, fecit : Calvin. in Lexic.*~etr . V , Solan. .Cog. 71. n. 7.

I ) 5. .8. Inst. de Injur:, ubi Viu. , L,. 5. ff. eod. Tit,, Solan. supra n. 16, Barbos. Thessur, Loc, Comm. L. 4. C. 63. Axiom. 5. et 13.

(5 ) D. L. 5. S . 5 . Vin. supra : Cicer. ín Oration. pra Domo. Cap. 109. ibi @id est Sanctius, 99 quid omni religione munirios, uam dornus Y S cujusque civium ? Hic arse sunt, 1 ic foci, hic 97 Dii penates ; hic sacra: religionis bceremoniaz Y Y coiítinentur : hoc perfugium esc ita sanctum $9 omnibus, ut inde abripi neminem fas sit" Os antigos Germanos , os Visigodos , os Burgun- dios , os Frisos, vingaváo gravemente a tutella , e segurança das cazas particulares, -Stryk. vol. I I. Disp. 8. de Sancritate Residentiarrrm no Pre- facio.

C A P I T U L O X X I I .

Etttrnda em casa alheia csnt violencia formal, por arrombamento de portd : E se he otc

#fio caso de devassa o figurado na Ord L.+ T. 45. $. 4.

Ualquer pessoa (diz a Ord. L. 5 , T. 45. S. , que por força entrar em alguma caza ,

9 , quebrando as portas, ou lançando-as fora do cou- 3, ce, hora com sigo leve gente de assuada hora não, ,Y e for para ferir, matar, roubar, forçqr , ou tomar $ 9 mulher, ou injuriar algiima pessoa, que dentro da 9, caza esteja, posto que nenhuma das sobreditas coi- 9 3 sas faça, ser8 degradado para sempre para o Bra- 5, zil , e mais pagará a injuris á Parte pela força ; 9, que assi lhe fez, havendo respeito d qualidade das 93 pessoas ; e alem disto será punido, segundo o damV 9, no, ou offerisa, que lhe fizer. "

Em Cabedo (I) vemos hum Aresto formalizado assim =: A'cerca da Ord. L. 5. T. 51. S. 3. notnn- 1, dum est , que se no caso deste 5. tira devassa o 9s Julgador de seu Oficio, sem lhe ser requerido ; pos- s, to que pareça, que náo vale, nem a póde tirar r , pelos $5. supra proximos , os quaes n%o compre? st hendern este caso ; todavia o estylo he, que a tal

ss devassa valha ;. pfr argumentum a maiori ; nnw ss si supra proxrmss casibus J Ç ~ inquiritio, qui mi- as tius puniuntur ; multo mugis inquiretur de hoc , " Y r/i ntaiori puxa punitur. guod nota, quia in 9s ~ o c multi errant. " Os Praxisras, que eccrevêráo depois de Cabedo ( 2 ) , o seguíriio cegamente, e sem critica : Pordni n6s hoje devemos poetergar todos os Arestos, e Estylos oppostos ás Leis claras (3).

(r) Cabed. P. I. Arest. 60. (2) Cost. Styl. .da Caz. da Supplic, Ler. D. pag.

199 , Peg. tom. 4. á Ord. L. I. T. 35. S . 8. C. 4. n. 29, Ferreir. Prax. Crim. tom. 2. ?'r. 2.

C. I. n. 49, Primeir. Linh. do Process. Crim. S. 19. N. I .

(3) Estat. da Univers. L. t. T. 6 . C. 8. S . rz ; Lei de 1 8 de Agosto de 1769. S. 14. ; o 111. Mell. Hist. Jur. Civ. S. 123.

Ora: Cabedo escreve0 aquelle Aresto no tempo da Ordenaqso Manoelina. O que nesta no Liv. 5. 'r. 51. continha o S. 3. he por fòrmaes palavrss 6 que se v& na Filippina L. 5. T. 45. S. 4. : E o que na Manoelina continha o seu 5. I. he o mesmo que na Filip ina se compillou no 9. 2. do d. T. 4f. A ra- záo r undamenral pois daquelle Aresto foi, que como a Ord. Manoelina no d. S . I. (Filipp. S . 2 , ) fazia caso de devassa Iium caso menos punivel, que o figu-

-radio no 5 . 3. (Filipp. 5 4.); por força de maior ra- zPo devia ser caso de devassa o maior crinie figurado no S . 3. da Manoelina (4.' da Filipp.) : E isto sein embargo de que a Manoelins, figurando no Pream- .bulo e no 9 . I . (Filipp. Preamb. S . I. 2.) tres casos,

F ff

passasse immediatamcntc no S. 2. a fazcllos de de- vassa , ut ibi =: ~ekerlitw malejcios , etc. ; e collo- ear-se o S. 3 , c caso delle ( Filipp. 5. 4) depois de hzer objecre~ de devas~a os precedentes, sm com^

prdliender , antes exceptuar o caso (de que tratamos) do 5. 3 , (4." na Filipp.) r E sá pela razfo unica de ser ma& puniuel o caso do S. 3. (da Maaoe1in;l) do que o figurado no S. i. delta, e agQ da Filippína : Tal he a sua razáo : Porém deve notar-se, que a Fi- Iippina em todo o Tit. 4y: r ~ é o 5. 4. incIusivamente se vê copiada por Çormaes palavras da Manoelina; s6 com a differença de dividirem os Filippiatas o Pream- bula da Mamelisa, faztade delle o eeu $, I. desde a3 palavras = E su o j u n t a m ~ , etc. sendo esta a ra- 220, porque o que na Manoelina formava o $. 3 , que refere Cabeda no dita Aresto, hc na Filippina o & 4. acima transcripo 5. 464.

Este erro pois se convence com a mesma Ord. S s n s e l i n a : Pois que ella 110 L. r. T. 44. 5. 2. de- pois de referir algun~ casos de devassa geralmente h+ via prohibib, que sobre outros casos e rnakkios a f6ra desses, au outros em que por Ordenaçiies iízmrrte se mandar devassar, se n8o tiraria QICIA~~O; c t d a a que f&a desses casos se tirasse, milo nstfsar- larcl e de ne~humr e@to : Convence-se com a Filippi- m, que dererminw o mesino no L. I. T. *. 5. 68. $. E rlevaraatldo. Ora, se a Ord. Mamelina (e a Filippiw) í i p u ares casos diversos ; e s6 m a d e pnicit.. ceder por devassa em cada hum dos sebeditos (&e3 milalefici~ : E passando no $. 3. a figurar 4P caso (que he na Fdippina o do 5. 4.) ; como d ivem ; e n2o mndanda proceder binlle por devaasa, coms h+

via mandado nos precedentes j he bem consequente, que este Aresto foi diametralmente opposto á Ord. Manoelina L. I. T. 44. S. t. que proliibia (e o pro- hibe h Filippina L. I. T. 65. Cj. 68.) sob pena da nul!idade proceder por devassa , em caso , em que ease procedimento náo seja e+wessamente mandado por alguma Lei : E diametralmente opposto á Manoelina L, 5. T. 51. S. 3. (Filippina 5. 4.), que nesse di- verso caso, náo mandava proceder por devassa, asmm como nos tres precedentes ahi figurádos.

Essa identidade de razso, ou força de maior rr- záo, em que se funda Cabedo, náo pdde obrar, que seja0 casos de devassa, o que por expressa Lei o náo sáo : Pois que I." resiste a generalidade das Ordena- qdes Manoelina L. I. T. 44. $. 2. e Filippina L. r. T. 6f. S. 68 : 2." As Leis penaes , e as que prescre- vem certas formalidades de procedimento, sáo estri- ctas , e inampliaveis a outros casos (I) : 3.' Hum nos- so habil Interprete reprova modestamente (não o ci- tando) a Cabedo e a sua razáo no dito Aresto (2): 4.0 Temos huin bem decivo Assento (3) , que em ca- so bem identico decidio, nio ser de devassa huin ca- so, conteudo debaixo de Iium Titulo da Ordenaçáo ; ainda que outros casos conreudos debaixo do mesrno Titulo sqSo de devassa ; e se dê identidade cle razâo.

( I ) Domat Loix Civil. Praclud. pag. 6. th.1. 15. (2) Leir. de Inquisition. Q 3. n. 149. (3) Este he o Asseiiro de 8 de Agosto de 1758.

na Collecgáo dos Assent. N." 238 pag. 446 di- gno dc ser visto, para se acabar de reprovar es- te Aresro de Cabedo, pela força de Lei, que rem o mesmo Assetito.

Fff 2

Parece-me que ngo será diEcil descobrir a razáo mysteriosa , porque as Ordenaçóes Manoelina e Filjp- pina fazendo de devassa os mais casos, que figurdráo, náo compreliendêráo , o de que tratamos : Razáo qual a meu ver he esta : Huma assuada com ajuntamento de gente, e mais circunstancias necessarias para ser assuada formal ( I ) ; he huma especie de vviolencis psiL blica (2). O cabeça de motim ; que fez o ajunta- men to , e alliciou os mais para o delicto; sempre foi nas Naçóes mais severamente punido (3) : Tambeni na nossa, se assocía , capitanêa , c anima os conven- ticulados.

( I ) Circunstancias, quaes sáo I.', que haja hu- ina pessoa que asroasse ( palavra antiga, Elueid. hoc verb.) , e juntasse os mais , que vulgarmente se chama cabeça de rnotint : 2.1, que o ajunta- mento por essa pessoa fosse permeditado, náo bastando, que casualmente se unissem huns apos outros : 31, que esse ajuntamento se forme com dez pessoas, náo entrando no numero os famia liares (á excepçáo das assuadas nos Dominio: Ultramarinos, aonde pela Lei de 12 de Agostc de 1717. na Ord. L. 5. T. 45. Coll. r . n . 1 . se cornputáo tiaquelle numero os familiares) : 4." que o destino do chefe, com as pessoas conven. tituladas seja para fazer mal , ainda que o ma se n8o siga, ctc. Sobre a necessidade do con- curso destes requisitos, e suas exclusivas, vejáo. se Mell. L. 5. T. 4. S. 3. e r2 , Leir. de In quisit. Q 3. a n. 140 , Kainald. Crimin. L. 2 C. 25. a S. I , Ferreir. de Nov. Op. L. 6, Disc 10. a n. 6.

(2) Mell. supra , Boelim. Elem. Jur. Crini. Sect. 2. a 5. 98. e 11 I , Lei~er. Dissert. de Vi publ. spec, 590, Sancc. Crimin. d o Imperador JosC 11. $8 54.

(3) Rainald. Crimin. L. 2. C. 25. g. I.

Se aquelle que fez o ajuntamento de gente, náo o associou, náo consutnmou da sua parte o crime fi- sicamente; bem que exhibio o intento por aetos ex- ternos, e puniveis (I) ; mas com pena mais leve, se- náo passou a consummar em pessoa o delicto (2):

Por isto he, que a dita Ord. Manoelina S. I. e Filip- pina 5. z , castiga com pena mais leve aquelle, que fez o ajuntamento, mas nio o associou, nem foi con- wmmar o delicto : Como porém a assuada se for- mou, e ainda que o cabeça, que assoou a gente, a náo associasse ; o crime da sediçáo e violencia se che- gou a executar, dirigindo-se a esse fim os conventi- culadoo-, ainda que por algum obstaculo o náo podes- sem consummar ; elles por isso ficáo mais puniveio (3) : Por isto he, que , o S. I. da Manoelina , e o 2." da Filipina, moderando a pens daquelle que fez o ajun- tamento, e náo o associou ; 1130 dispensa as penas dos que marcháráo congregados á execuqáo do projectado mal ou damno : Por isto he que o 0. 2. da Manoe- lina, e o 3." da Filippina comprehende nos casos de devassa ainda o de n5o ir o cabeça ; porque o crime foi hum s6 ; e o 5. 2.. nada mais teve em attenqáo, scnáo moderar a pena ao cabeça, que náo foi á acç50, por menos culpavel náo avançando a mais do proje- ctado damno.

(I) Stryk. de Jur. Sens. Diss. 10. C, 6, Renaz,

Elem. Jur. Crim. L. I. C. 3. 8. 3. et 4 , Sahec, univers. dos Delict. pelo Imperador JwC 11. 5 .9 , Hein. ad Grot. de J. B.et P. L. 2. C. 20. S. 18.

(2) Koçh. Irist. Jur. Crimin. $. 89 , Boehmer. ad Carpzov. Q 2. obe. 4.

(3) DD. supra.

Pmuppostas saaa -. 469 , 470.) já he facil de conjecturar o mysterio , porque a Manoelina no seu 5 . 2. e a Filippina no 3.O, s6 fez casos de de- vassa os anteccdcnta crimes , de que havia tractado ; e depois a Manoclina no seu 5. 3 , e Filippina no 4,": passlrrdo a figurar diverso crime com diversas c mats graves penas do que as impostas ao cabeça que niie ~s~sociots (i a~snada. O ajuntamento, a atsuada circunstanciada ( , 469. nota (I) ), esta violencia f maior, como pub ~ c a , he o crime, que a Lei reputou atroz ; e fez objecto ck devassa, sem d i e e n ç a de ir ou ndo no ajuntsmnto o cabeça ; porque o crime pertneditado e principiado a executar por todos, e para lium fim, he hurn só e unico cdme (r ) ; de que se náo havifio de tirar deuamas dive~as; e ir ao náo ir no ajuntamento o cabeça , que conventiculou os mais, he qualidade, que a respeito delle, augmenta ou diminue a pena ( 8 . 470.) Mas de ser menos nivel o cabeça nLío associando a turba , náo se in FUo ere que ' á crime delle , de que se devassa juntamente com o dos mais (tudo hum só), seja menor que o do 5.4, mal raciocinou Cabedo.

(I) Olea de Cess, jur. T. 5. Q 6 . a n. 6, g. Qnoad pmaam.

Porém o caso do arrombamento de portas, para ferir, matar , roubar, forçar mulher, etc. figurado no S. 3. da Manoelina, e no 5. 4. da Filippina, .jl os Legisiadores o considerárSo como crime de diversa especie ; náo o fazendo objecto de devassa; c cdlo- candoi, na ordem depois doa aatccedentes , qw-só -hairiiio k t o casos de devassa.

E ainda que nos mesmos 5% se eoõofitre~ estas palavras =hora cmsigo Zeve geute de asruada bora não ; estas palavras s6 servirão de advertencia, para remover a duvida, que podia occorrer : Pois que iio Exordis do d. T. 45. se castiga com pena grave (ou se siga MT nia a cfkito) o ingresso art casa cem as- suada para fáaer. -1 $ e &i d o se exige para se in- m e r a peaa que .caracorra á qualidade da anremba- mnento das portas E bweado a r r t n n b a m m baa- ta ai i n p m com aeeuada para se applicar essa pena. No $ 4. se mta ds iqgrcsso violemto na caza C~PIP

J;.scirwrr, oar arrrr&nlbnto ; Bsta círeanotmcia por si e6 aggrara 81iwnlmte o deketq até a ptaa a- pital, segeib o &ta (E): Pam qw pois fi5a viesse em duvida, se a fractura, ou arrombamento das por- tas para fazer mal, era por si só punivel sem intervir formal assuada : Por isto, a meu v& , foi que se es- creverão aquellas palavras, para remover a dúvida ; se para ser pueivel a entrada com ariomhmerito de por- tas, era necessaria assuada, declarando-se punivel hora (o aggressor) comsigo leve gente de cosstrada , hora nZo : Levando gente de assuada, e náo havendo ar- rombamento, lá estava declarada no Exordio a pena

desse crime : Náo a levando, mas havendo arromba- mento, que aggrava a enrrada, se declara outra di- versa pena no 9. 4. Sem arrombamento, e executado o delicto, castiga o Exordio a entrada na caza com pena de mortè natural: Havendo eritrada com arrom- bamento, ainda que se não execute o projectado deli- cro ; e quando se n5o executir , haja ou não assuada, impde o 5. 4. mais. leve pena : Se com a assuada se executar o arrombamento e o delicto j lá está commi- nada a pena capil9P

(I) L. Hi qui &deJ alienas I I. ff. Ad Leg. Jul. de Vi publ. L. 2. 9. 9. K Vi bon. rapt. , Rai- nald, Crimin. L. 3. C. 24. in rubr. a n. 36. ad 45*

5. 475-

Havendo par tanto taatas e tâo mysteriusas di- versidades de crimes debaixo do Tit. 45. da Ord. L, 5. ; e cada hum delles por diversas razóes com aiver- sas penas ; acaba de se convencer o erro do Aresto de Cabedo, e dos DD. que sem critica o seguíráo. E se eu sou o que erro, ou msre ponto, ou no mais p u e expuz nesta Obra ; rogo aos Sabios que corrijáo os meus erros, para que se n4o encha de prejuizos a Mocidade : E se algum louvor merece esta Obra

N O N N O B I S D O M I N E ,

SED NOYINI TU0 DA GLORIA@.

EZencAo das matecias, que se contem nos Capitulas, Divisões, e Sul-

divisões deste Tractado.

P A R T E

Direitos relativos a casas rnateriaes , I cada huma das suas porres irzte-

granter do tade, e considerah sómente em $i mesmas.

C A P I T U L O

0 Rigetn dar Spciedruirr CivL , e necessidade L edzj'icafão das Cazas, 9. I . 2. 3.

Accepções da palavra Caza., 5. 4. Privilegias , com que as Leis em geral promovtrn'o

e providencen'r80 a edzycaçá~ e reedificaçáo das cazas , 5. 5. atb 13. .

São as cazas o tutissimo refugio dos habitantes; e consectarios que daqui se deriva@, 5. 14. ate! 20.

C A P I T U L O 11.

Quaes pessoas se comprebendern na accepf2o de Fd- miliares dct Coza para gozarem do$ Privilegios do Senhor dela , S . 2 I . até 24.

Ggg

Como se CEeuZo habilitar em 'Juizo as pessoas par@ c o m F#)#~'Ztsres gozmem de Privilegio da pes- soa principal, S . 25. a té 29.

C A P I 'I' U L O 111.

As cazas quanttlo .re devem jttkat. predio nrbano, ou rw~tiso , pura os d i v t r su~ effeitos do Direito, S. 30. atC 41.

Diversidade de LIireito5. + *peito dos diversos pre- dios arbano e r u ~ t i c o , 5. 42. até 46.

C A P I T U L O IV.

Direito# d u t h o s a ruda bYwa dar p r t e s , que juntas farrngo o taAv de h m s c a r a wwteriab.

S E C ~ A O I. Rrw, orr Sale, 9. 47. 4g. Solo publico, em qrcc se edsfica, ou cdijicou, S. 49. Solo albeie , em que a caza se edzjica, ou edi_lcou,

'$. 53. 51. 52. Solo commum , S. 53. 54. 5y. Solo p r . ; wzas em que ;flWZzzu&~~ 80 predo 40 vi-

sivho se póde edxjcur em J ~ D ~ Q prvprj<~ ? $ 3 9 ~ 1 qwaPes fiberdades ? Còm qaaeo umtricpírs aidas , 5 . 5 6.

-p. S ~ E q. I I. FaháWE ode d k e r c e , e f ~ ~ o da

caza , 5. 7 I . 5; E c ç 1L.L Porto ,da atirada , 4. 7 2. atd .&o. F x a d n , S. 81. Bz. Entrada por atrio commum ou alheio , S . 83. até

87. S E C ç. I V. Paredes, em que se pdde formar, ou

zern firmado burnn L- ; e &m'tm d a t i v o s g e l b s , S . 88.

Direito de rnadeirur m pede a&@ d p ~ i b no

todo, o# parte delh pur compra voEuntd*iu , PU coacta ; ou sem domirrio , mas só p r servidde le- gitimamente constituida, 4. 89. até 95.

Ouando, e como se priva a communião da parede - por privas insrtjficiaes, e m 8 ~ c i a e s , S. 76. ati 100.

gae~tões nqui incidentes. Que~túo I. guando verificada a commuPtião du $e-

do de bbuma pare& , póde o consociu edlficar jmto a tl la ; e edzjicar , ou superedifirar netla em pre- juizo do conso,cio ? Decide-se por dirtiwp5cr e va- rias conclnsóes desde o 5 , 102 . até I 19.

Q i ~ s t á o II. hreces~irando de rejorma a pnreh rem- mua ; como se deva praticar erra r~fbrma , e a coatribwipio da despesa nccessaria 2 5. rto. atd 122.

@esta0 111. Se o socio , ou vi~inho pddè usar do Edicto da Ntlnciap% contra a reforma dr parede comm#a rcedrficndd pelo outro socio , 5. I 23.

.CentintuZo as partes dn casa. Parede proprid ; pundo t a / , e r& amrnua se p-

suma ta intermedia ? S. I 24. até I 36, S E C Ç . V . Janellas. Janeflus de sacada, 5. I 3 7. a t i "2. l4ratzdar e bakôes , S. 141. Fonticellos , vdgo passadis~os , e janellas nelZe~, S. 144. até 150.

Janeflas com peitoril, e umbrciras , postigos , seteiras.

Liberdade activa de edifcar janellas , postigos , se- tn'ras : Hqrn geral ampliada, $. I 52. azC 156.

Limita;Óes , e restricgo'es de~ ta regra e lilterráade , 3. sf7, att! 167.

Stteirus enZ parzicular , 5. 168. até i 74. Ggg

(:0rolldrio~ $obre o exposto de~de o S. I 37. Yeja'o-se a 5. 175. ad 178.

Eyrado, miradouro, ou agoas-furtados, 9. 179. até 183.

Questão incidente. Quando, e como $e dev50 gradar ns janellcas, S.

183. atC 173. S E c ç. VI. Madeirarnewtos , 9. I 94. IZeiraes, ou telhriros, L;. 19f. atk 199. S E C ç. V 11. C b a t ~ l i t l ~ O ; . . ~ , r fnr~os de cazns, S. 200.

Prejuirz,us que póde causar o fumo da c o z i ~ h a , fo- gdo, e fornor Homesticos , quando tokrraveis ou intoletaveis, 5. 261. a té 204.

Outros darnnos , que podem causar a cbaminé, etc. S . 105. até 211.

Fornos para vario$ ministerios fórs das cozas dos habitantes, 5. 21 z. até 2r5.

CollecçZo de varios Arestos tm comprovapio do ex- posto nesta Secçiio , S. 216. até 2 2 2 .

S E C ç. VI1 I . Neceszarias , vulgo con111zuas ou le - sretas , e esterqu~liíiios , S. 22 3 até 236.

S E C ç. I X, C'loaca~ , vulgo dalas, ou canos para evacuar as agoas , enxurros, e coisas sorrlidas das cazas , e das cozinbns , S. 228. até 236.

SECÇ. X . P o ~ o ou cisterna, 5. 237. até 146,. h r i a s especics sobre posses de cxtrnhir ugoas de

p o f o ~ para usos domcsticos , $. 247. atc' 249.

C A P I T U L O V.

ReedzJica~;ão das cazas arruinadas , ou totalmente demolidas.

-2(eviziscencia das antigas servidúes activas e paJ- sivas, tj. 250. at8 252.

Os edifiEios devem rcedificar-se tem alteração dar antigas servido'es , S. 253. att? 259.

C A P I T U L O VI.

Contribuipão dar despeaas para se reformar a caaa commua arruinada : Remedios contra o sacio con- tumaz em contribuir á Jwa parte, S . 260- até 266,

P A R T E I r .

Questo'es diversas sobre outros Direita3 relativas a cozas.

C A P I T U L O V I I .

Quando o consocio , que babita a casa commua , he ou náo responsnveZ ao consocio pelos seus rendi- mentos, §. 267. at8 273.

C A P I T U L O V I I I .

Partilha, e d iv i~zo das caaas commrras , 5. 274. até 281.

C A P I T U L O IX.

Ycndn do todo de bumas casas, 9. 282. a t l 288.

Venda de parte de c o z a , re~ervada para o vcnh- dor outra parte, 5. 289. atc' 291.

C A P I T U L O

Enrprnzamente de caaas , S. 29 j. até 297-

C A P I T U L O XI,

Arrend~mentos de cazas vo~untarios , e involunta- rios (quafidb pot. ap~se#tadoria), S . 298. 299.

Como se deva interpret~r o arrendamento duvidoso, S a QW. 3 0 1 ~ 302,

O panfw EG cowipre&#da rrp artrdorne@to da casa, quahdo duvidose, S. 3b31

Sendo commua a caz;a, se o consocio tem prefepenria na sua c o n d e o , - m

Quando para satisfaccno do aZuguer compete ao se- nhorio o dircito da prelaç8@, e tacita hypotheca noj bens moveis introduzidos na casa arrendada, 5. 305~ até 3,11.

Exprclsnó tio inquiZina durante Q tempo do arrenda, mento : E processo sobre o de~pejo de cazas, Ej, 312.

Aposentadoria activa e passiva a quem compete, e em qus n'r~unstamiu~ , 5. 3 I 3, ate! g '7.

C A P I T U L O X i I J .

Legndo de cazibs, 5 . 3 5 44 I .O Se f u i da propriedade e domiuio pleno ; ou $6 da

h j V m t e , ou ao' da áa'mph-s hlJCiWo, 9. 334. ntk 340.

2.0 Quando o tertador, 8i.entle nrwitã, ~ a w s I ~ g a , ou doos huma dellar , sern expresstio dor confins , 5. 342. até 44, d 3.0 Quando ten o sómente humar caeas ns d i ou le- ga to*, ~inzpCPirn~~t;~, $. 3q5, a ~ t l 34.8.

4." Qgand& rendo humas $0' canar , dom ou legou parte indefinida delias, 5. 349.

5." @mnk tendo o testadm caaai contiguss legac dds a diversos, st e~tenddo e m muruas EB?z~~- does, $. 356.

6.0 O que se comprehende no legado das cozas : otr

( I ) qupndo o testador as dtiua fm o que mllar existe, ou com tudo a p aellas existe : ( 2 ) quan- de o tertadw Hei~uu rrmples~ple~e os wloveis ,da c u m , § 357. até 3 8 6 .

7.' Que se compreh~udc no legado da cozia, que exis- tindo ao tempo do testamento, se a ~ b a no da mor- t e do testador, au roqmetltada , o# incendiada, ou íihtl-uida, 9. 387. até 400.

8P gae se compeb~vde no lpgado indet~wtSna.do & bama Luza, #do hawndo a i g w lu& Qerawfa do t e s tdor , $. 401. 402.

C A P I T U L O XIV.

Rendimentos das cazas legadas, quando se devão ao icgatavio, $. 403. &i 'p8.

C A P I T U L O XV.

Obrigaçáo de habitar em ler& caza i." por pacto e co~venção, 5. 409. 4x0.

2 . O Q ~ d n d o p condifh h~p~tu per &sp~Lfâo de bomem, S. 411. até 4x9.

3.O @ando por Determina$& de Lei, S. 4 I 9.

C A P I T U L O XVI.

fiteazdios k cdpss. I .9 Quando o insendio $e imputa por culpa do hbb

Jante da-caza, para ser responsavel ao $eu pra= prietarzo , 5. 421. até 431.

2.O Quando o habitante da casz incendiada, ou seja propria ou nrrendada , be rerponsavrl ao visinbo , n' caza do qual Je communicov o incentlio , S. 43 2.

43 3* 3 . O Direito, que ateado casrualmente o &o em hu-

mas cazas , tem o dono das seguintes medatas para cortar or muieitamentoz dar antecedentes ia- t e r m ~ e m I L - - - - c r dns ;:ias a fogo continroado, §, 434. 435.

C A P I T U L O X V I I .

@aes pessoas s& obrigadas por Direito hs reedi, jicaf6e~ , ou reyaraf6e.r das casas , em q#e habi- t ~ o ; e em que limites estdo as 5uas obrigafóes, 5. 436. a t t 446.

AvaliapZÒ das cazas , ou das suas bemfcitorias , 5. 447. atP 450.

P A R T E 111.

Direitos rolativo~ a cazas em materiari Crimitlaes.

C A P I T U L O XIX.

Comprar casas para as desfazer com tenyüo dr vep- der por negocio a pedra s madeira delas, S. 45 1.

452-

C A P I T U L O XX. Entrada na caaa albea por meio licito, qual o da

busca ou varejo, para achar malf~itores , furto$, contrabandos , ou faandas subtrahidas aos tribu- tos , ou ahi retiradas contra a probibifáo da$ Leis, etc. S. 45 3. até 45 8.

C A P I T U L O

Entradas em casas para diversos $tu, criminofoz e puniveis , ainda sem intervir violencia com ar- ronrbarnento de porta, §. 460. até 464,

C A P I T U L O

Entrada em caza alheia com violencia formal, por arrombamento de porta : E se he ou ndo caso de devassa o figurado nu Ord. L. 5. r. 45. cj. 4., ejc. 5. 465. atc' 475.

Pag. Lln. 9 26 10 ' 2 1 i r 16 - 3' i ? 18 25 2 1 - 27 3 1 26 44 ' 3 50 ' I 5 s 6 59 '4 64 2 4 65 14

Erros. Emendas. a 9. a 5, 518. Soccii socii. comminial;io communiio. novos novo. matcrlaes rnareriaes. respondemos, q u ~ d respondernus oracula , quod. contineat contingat. quod hominis uod ad hominis. julgar julgador. as suas ás suas. esta está. a parede á parede. PI aescr. Praescripr. conscnt imentos, pie- consentimentos, nío prejadi

judica ca. o ~ ~ t r a outra outra. quizer casa $uizer fazer caza. a testa a testa. ventas impediatur ventus impediantur. quan quando. spaleries spaleriis. quosqoe quousqoe. e suas estas, e ou- c sobre as diversas.

rras diversas legal geral. e para os habitantes e para que os habitantes. Y aiaz. Paiuz. Tambem temos Tambem nlo temos. contiguos cont iguau. areia area. C. 3. C. 2. tambcm lhe livre tambem lhe he livre. disrancia intetme- distancia que deve i ntermc. dnr diar,

Png. Lin. Erros. zt.3 r8 quid - i 9 inferioris 234 26 ta i l - 2 8 composiia paret 237 2 5 com z 7 0 7 muitas 259 14 ineis 3"4 ? T . 9 . - 10 habetiir - I r Exa,lirio 1 i$ 22 dèistis 3'7 4 areia 3co 19 interpolloir 356 27 enrráo 3'1 1 14 Víl l l>S

354 I erolevit 3 8 9 are.rs 437 1 j O que

Emendas. quod. inferiorem. tali. compensata parte, como. mutuas. in eis. T. 19. habeatut, E x aditu. de ~SLI&

aiea. inrerpellou. entre. varejos. exolevetit, arcas. os que.