Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves
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Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
P 06 – LEITURA TÉCNICA FINAL – VOLUME I
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves
Produto 6 – Leitura Técnica Final
Volume I
Belo Horizonte, outubro de 2018.
Ethos Urbanismo e Arquitetura LTDA CNPJ: 14.959.314/0001-20
Endereço: Rua Albita, 131 / Sala 306, Bairro Cruzeiro CEP: 30.310-160 Belo Horizonte – M
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FICHA TÉCNICA
ETHOS URBANISMO E ARQUITETURA
Coordenação Geral:
Mariana Teixeira Brant da Costa Ribeiro - Arquiteta Urbanista – CAU A42241-0
Paula Coelho Perim - Arquiteta Urbanista - CAU A42247-8
Equipe Territorial:
Fernanda Cristina Soares Ferreira - Arquiteta Urbanista - CAU A56232-7
Francis d’Ávila de Souza Soares - Arquiteto Urbanista - CAU A
Henrique de Mello Vasconcellos Neves - Arquiteto Urbanista - CAU A133599-5
Julia Mendes Rocha - Arquiteta Urbanista
Laura Cristina Coelho de Moraes - Arquiteta Urbanista - CAU A138144-0
Mariana Eugênia Rodrigues Moura – Arquiteta Urbanista - CAU A97400-5
Milena Marzagão de Andrade - Arquiteta Urbanista - CAU 200617-0
Especialista em Geoprocessamento:
Glauco Borges Cezar – Geógrafo
Especialista em Meio Ambiente:
Rodrigo Silva Lemos – Geógrafo
Especialista em Demografia:
Rodrigo Coelho de Carvalho - Demógrafo
Especialista em Economia:
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Luiz Felype – Economista
Especialista em Sociologia e mobilização:
Mariana Moreira – Socióloga (2ª etapa do trabalho – revisões do Diagnóstico e elaboração de
propostas)
Especialistas em Direito Urbanístico:
Bernardo Luz Antunes - Advogado OAB 106.937
Leonardo Bedê – Advogado OAB 141.084
Equipe de apoio:
Jordan de Oliveira Ferreira Cabral
Luiza Raeli Marchi Penna
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES
Junynho Martins – Prefeito Municipal
Vitorio Junior – Vice Prefeito
Leonardo Luiz Alves Martins – Secretário Municipal de Planejamento e Urbanismo
Sandro Donizete – Arquiteto Urbanista
Simone Oliveira – Arquiteto Urbanista
Jane Marcelino Amaral – Arquiteto Urbanista
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APRESENTAÇÃO
O presente Produto 6 – Leitura Técnica – é o resultado da oitava etapa do processo de revisão do
Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG. Este Produto está sendo entregue em
caráter final, pois foi objeto de análise do Núcleo Gestor de acompanhando do desenvolvimento
deste trabalho e dos técnicos da Prefeitura Municipal que contribuíram, apontando dados
incongruentes ou acrescentando informações que não estavam contempladas no relatório. Após
esta análise, a equipe técnica procedeu as revisões, entregando o Produto 6 em seu formato final.
O Produto 6 – Leitura Técnica encontra-se dividido em dois volumes sendo o Volume I a sessão
que trata das análises da paisagem e meio ambiente, e das análises e socioeconômicas e o
Volume II das análises de ocupação territorial, habitação e dos aspectos institucionais.
Conforme estabelecido na Proposta Técnica, esta fase consiste em um Relatório com informações
levantadas através de dados primários e secundários, vistorias de campo, entrevistas realizadas
com moradores de Ribeirão das Neves e com servidores públicos municipais. Desta maneira, foi
realizada a análise das legislações ambientais, urbanísticas, fundiárias e de preservação cultural
incidentes no Município (nos três níveis de Governo), além do levantamento de dados
socioeconômicos, de uso e ocupação de solo, ambientais, transporte e mercado imobiliário, entre
outros oriundos de levantamentos de campo a fim de possibilitar análises da dinâmica urbana.
Os Produtos Leitura Técnica e Leitura Comunitária compõem um Diagnóstico Integrado do
Município, de forma que, todos os problemas e potencialidades presentes na dinâmica territorial
estejam abordados neste diagnóstico. Este Diagnóstico Integrado será a base para elaboração das
propostas de desenvolvimento do território municipal, que orientarão a construção da Minuta de
Projeto de Lei de revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves.
A elaboração do Plano Diretor, objetivo último deste trabalho, parte de levantamentos e
diagnósticos das situações físico-ambiental, sócio-econômico-organizativo e Jurídico-Legal do
Município e de ações de capacitação e difusão das diretrizes do Estatuto da Cidade (Lei 10.257,
2001), trabalhando sempre com princípios de envolvimento e participação da população
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interessada, tanto no sentido da obtenção de informações que subsidiem a compreensão do
território urbano e rural, como no sentido de discutir as propostas para o planejamento e
desenvolvimento do Município.
Os trechos com realce de texto na cor amarela apresentam os acréscimos e modificações feitas
após o período de revisão pública do Diagnóstico Técnico.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 19
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ...................................................................................... 21
3. HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO ............................................................................. 27
4. CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA: PAISAGENS E MEIO AMBIENTE ............................................... 33
4.1. Síntese Metodológica Geral dos Mapeamentos para a Caracterização Geofísica........... 33
4.2. Geologia ........................................................................................................................... 36
4.3. Pedologia .......................................................................................................................... 40
4.4. Recursos Hídricos ............................................................................................................. 44
4.4.1. Qualidade de água e situação dos cursos d’água. ....................................................... 48
4.4.2. Enquadramento e outorgas de uso de recursos hídricos ............................................ 52
4.5. Hipsometria e Declividade ............................................................................................... 57
4.6. Uso da Terra e Cobertura Vegetal .................................................................................... 61
4.6.1. Cobertura Vegetal ........................................................................................................ 67
4.7. Fragilidade Ambiental ...................................................................................................... 72
4.8. Áreas Protegidas, Patrimônio Natural e Conservação Ambiental ................................... 78
4.8.1. As Áreas de Preservação Permanente ......................................................................... 79
4.8.2. O Cadastro Ambiental Rural ......................................................................................... 83
4.9. Legislação e Gestão Ambiental ........................................................................................ 85
4.10. Síntese do Contexto Ambiental do Município de Ribeirão das Neves ......................... 89
5. DINÂMICA SOCIOECONÔMICA ................................................................................................. 92
5.1. Dinâmica Populacional ..................................................................................................... 92
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5.1.1. Perfil Populacional, Domiciliar e Estatísticas Vitais de Ribeirão das Neves ................. 93
5.1.2. Projeção Demográfica e Domiciliar: Materiais e Métodos ........................................ 101
5.1.3. Resultados da Projeção Populacional (por Sexo e Grupos Etários Quinquenais) e
Domiciliar de Ribeirão das Neves para o Período 2018-2030 ............................................. 111
5.2. Economia Municipal e Dinâmica Produtiva ................................................................... 118
5.2.1. Produção .................................................................................................................... 120
5.2.2. Trabalho e Emprego ................................................................................................... 128
5.2.3. Rendimentos, Pobreza e Desigualdade ...................................................................... 140
5.2.4. Atividades Econômicas no Território ......................................................................... 147
5.2.5. Finanças Públicas ........................................................................................................ 180
5.2.6. Resumo dos Pontos Analisados e Perspectivas .......................................................... 185
5.3. Desenvolvimento Humano e Vulnerabilidade Social ..................................................... 187
5.4. Infraestrutura e Serviços Públicos .................................................................................. 205
5.4.1. Educação .................................................................................................................... 206
5.4.2. Saúde .......................................................................................................................... 217
5.4.3. Assistência Social ........................................................................................................ 272
5.4.4. Cadastro Único, Bolsa Família e Transferência de Renda .......................................... 287
5.4.5. Esporte, Lazer e Turismo ............................................................................................ 293
5.5. Patrimônio Histórico e Cultural ...................................................................................... 299
ANEXO I – PROTOCOLOS DOS CURSOS D'ÁGUA ............................................................................ 319
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LISTA DE MAPAS
Mapa 1 - Principais pontos de validação visitados em campo/MG ................................................. 35
Mapa 2 – Litologias presentes no município de Ribeirão das Neves ............................................... 38
Mapa 3 - Pedotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves. Fonte: adaptado de UFV et al,
2010. ................................................................................................................................................. 42
Mapa 4 - Mapeamento hidrográfico para o município de Ribeirão das Neves. .............................. 47
Mapa 5 - Hipsometria do município de Ribeirão das Neves. ........................................................... 58
Mapa 6 - Declividade para o município de Ribeirão das Neves. ...................................................... 60
Mapa 7 - Mapeamento de uso da terra para o município de Ribeirão das Neves. ......................... 65
Mapa 8 – Mapa de vegetação – NDVI Sentinel 2A. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018. ....................... 71
Mapa 9 - Mapeamento de fragilidade ambiental para o município de Ribeirão das Neves. .......... 76
Mapa 10 - Áreas de Preservação Permanente no município de Ribeirão das Neves. Fonte: Ethos
urbanismo, 2018. ............................................................................................................................. 82
Mapa 11 - Reservas legais cadastradas no CAR ............................................................................... 84
Mapa 12 - Áreas registradas com Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Hortas ativas. .................... 151
Mapa 13 - Localização de grandes equipamentos industriais e de logística. ................................ 162
Mapa 14 -Total de estabelecimentos de outras finalidades por setor censitário. ........................ 171
Mapa 15 - Hierarquização das centralidades de comércio e serviços. Ribeirão das Neves-MG.
2018. ............................................................................................................................................... 178
Mapa 16 – Densidade Demográfica e Equipamentos de educação e Cultura. .............................. 211
Mapa 17 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Saúde. ................................................... 222
Mapa 18 – Densidade Demográfica e Equipamentos de assistência social ................................... 282
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Mapa 19 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Esporte e Lazer ..................................... 298
Mapa 20 – Patrimônio Histórico e Cultural .................................................................................... 314
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Unidades geotécnicas e litologias predominantes .......................................................... 37
Tabela 2 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves ................................................. 39
Tabela 3 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves ................................................. 43
Tabela 4 - Resultados de qualidade de Água ................................................................................... 48
Tabela 5 - Parâmetros de análise macroscópica em campo ............................................................ 49
Tabela 6 - Síntese dos resultados de análise macroscópica dos cursos d’água. .............................. 51
Tabela 7 - Outorgas de água no município de Ribeirão das Neves. ................................................. 53
Tabela 8 - Uso da terra em Ribeirão das Neves, maio de 2018. ...................................................... 66
Tabela 9 – Resultados do NDVI ........................................................................................................ 70
Tabela 10 - Camadas e pesos para confecção do mapa de fragilidade geológica ........................... 74
Tabela 11 - pesos atribuídos para a camada de geologia ................................................................ 74
Tabela 12 - Pesos atribuídos para a base de declividade ................................................................. 74
Tabela 13 - Pesos atribuídos para a camada de pedologia .............................................................. 75
Tabela 14 - Fragilidade geológica no município de Ribeirão das Neves .......................................... 77
Tabela 15 - Tipos de propriedades rurais no município de Ribeirão das Neves .............................. 85
Tabela 16 - Repasse total de ICMS ecológico para o município de Ribeirão das Neves .................. 89
Tabela 17 - População e domicílios de Ribeirão das Neves e Minas Gerais em 1991, 2000 e 2010.93
Tabela 18 - Taxa de Crescimento Geométrico anual (TCG) de Ribeirão das Neves e Minas Gerais
em 1991-2000 e 2000-2010. ............................................................................................................ 94
Tabela 19 - Densidade populacional e domiciliar de Ribeirão das Neves. ....................................... 95
Tabela 20 - População e domicílios de Ribeirão das Neves por situação em 1991, 2000 e 2010.... 95
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Tabela 21 - População de Ribeirão das Neves por sexo em 1991, 2000 e 2010. ............................. 95
Tabela 22 - Distribuição populacional de Ribeirão das Neves por sexo e grupo etário em 2000 e
2010. ................................................................................................................................................. 96
Tabela 23 - População em Idade Ativa (PIA) de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010. .................... 98
Tabela 24 - Razão de dependência jovem, idosa e total de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010. . 99
Tabela 25 - Saldo migratório de Ribeirão das Neves nos períodos 1995-2000 e 2005-2010. ......... 99
Tabela 26 - Variáveis relacionadas à saúde em Ribeirão das Neves em 1991, 2000 e 2010. ........ 101
Tabela 27 - Evolução da densidade domiciliar média estimada de Ribeirão das Neves. ............... 110
Tabela 28 - Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão
das Neves, por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 1 (Migração constante). ....... 112
Tabela 29- Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão
das Neves, por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 2 (Migração em queda) ........ 112
Tabela 30 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 1 – Migração constante).
........................................................................................................................................................ 116
Tabela 31 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 2 – Migração em queda).
........................................................................................................................................................ 117
Tabela 32 – PIB a preços de mercado. Valores absolutos, representatividade percentual, variação
percentual e taxa geométrica de crescimento. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-5015. ............ 122
Tabela 33 – Valor Adicionado Bruto. Agropecuária, Indústria, Serviços e Administração Pública.
Ribeirão das Neves. 2005-2015. ..................................................................................................... 124
Tabela 34 – Número de Empregos formais por Setor. Ribeirão das Neves – MG. 2006-2016. ..... 131
Tabela 35 – Distribuição do emprego formal por Subsetores e variação percentual. Ribeirão das
Neves-MG. 2006-2016. .................................................................................................................. 132
Tabela 36 – Municípios de destino e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão
das Neves-MG. 2002; 2012. ........................................................................................................... 137
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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Tabela 37 - Municípios de origem e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão das
Neves-MG. 2002; 2012. .................................................................................................................. 139
Tabela 38 – Concentração percentual da massa salarial total paga por setor de atividade. Ribeirão
das Neves-MG. Jan. 2010; Jan. 2018. ............................................................................................. 143
Tabela 39 – Número de indivíduos por faixa de rendimento mensal e variação percentual. Ribeirão
das Neves e RMBH. 200;2010. ....................................................................................................... 145
Tabela 40 - Índice de GINI, Razão 10 por 40, Vulnerabilidade a Pobreza, Percentual de
Extremamente pobres e Percentual de Vulneráveis a Pobreza com deslocamento superior a 1
hora por motivo trabalho. Ribeirão das Neves, RMBH, Minas Gerais e Brasil. 2000, 2010. ......... 146
Tabela 41 – Área plantada e quantidade produzida. Cana de açúcar, feijão, mandioca e milho em
grãos. Ribeirão das Neves-MG. 2006; 2010; 2016. ........................................................................ 148
Tabela 42 - Quantidade de animais por tipo e variação percentual. Ribeirão das Neves-MG. 2006-
2016. ............................................................................................................................................... 149
Tabela 43 – Cultura, área produzida, produtividade e produção total e número de agricultores.
Ribeirão das Neves, 2017. .............................................................................................................. 154
Tabela 44 – Número de estabelecimentos industriais por setor de atividade. Ribeirão das Neves-
MG. 2006-2016. ............................................................................................................................. 158
Tabela 45 – Estabelecimentos industriais por número de empregados. Ribeirão das Neves-MG.
2016. ............................................................................................................................................... 159
Tabela 46 – Empresas localizadas do Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG, situação de
regularidade e observações. 2018. ................................................................................................ 164
Tabela 47 – Número de estabelecimentos terciários por setor de atividade. Ribeirão das Neves-
MG. 2006-2016. ............................................................................................................................. 168
Tabela 48 – Estabelecimentos do setor terciário por número de empregados. Ribeirão das Neves-
MG. 2016. ....................................................................................................................................... 169
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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Tabela 49 – Variação percentual da arrecadação de IPTU, ITBI e ISSQN. Belo Horizonte, Contagem,
Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015. .............................................................................. 184
Tabela 50 – Participação percentual do IPTU, ITBI e ISSQN sobre a Receita Tributária. Belo
Horizonte, Contagem, Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015. ......................................... 184
Tabela 51 - Matrículas totais e segundo etapa de ensino – Ribeirão das Neves, 2010/2015/2017.
........................................................................................................................................................ 190
Tabela 52 - Morbidade Hospitalar Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2007/2015 ................... 192
Tabela 53 - Mortalidade Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2006/2015 ................................... 192
Tabela 54 - Índice de desenvolvimento humano municipal - IDHM – dimensões e indicadores .. 194
Tabela 55 - Índice de vulnerabilidade social - IVS – dimensões e indicadores componentes. ...... 199
Tabela 56 - Prédios Públicos da Secretaria Municipal de Educação .............................................. 207
Tabela 57 - Censo escolar - Rede municipal de ensino, Ribeirão das Neves, fevereiro de 2018. .. 213
Tabela 58 - Guia do usuário de saúde, Ribeirão das Neves, 2018 ................................................. 225
Tabela 59 - Responsabilidades municipais previstas nas normativas do SUAS, segundo temas ... 275
Tabela 60- Informações referentes aos serviços de atendimento do CREAS ................................ 285
Tabela 61 - Programa Bolsa Família - Benefícios repassados, segundo tipo (%) – Ribeirão das
Neves, 2017 .................................................................................................................................... 289
Tabela 62 - Oficinas e Núcleos Esportivos – Ribeirão das Neves, 2018 ......................................... 293
Tabela 63 - Planejamento anual de eventos esportivos – Ribeirão das Neves, 2018 .................... 294
Tabela 64 - Cursos ofertados na Casa de Cultura – Ribeirão das Neves, 2018 .............................. 305
Tabela 65 - Cursos ofertados no Espaço Henfil – Ribeirão das Neves, 2018 ................................. 305
Tabela 66 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2016 ...................................... 307
Tabela 67 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2017 ...................................... 307
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
14
Tabela 68 - Despesa orçamentária por entidades, órgãos e unidades orçamentárias – Ribeirão das
Neves, 2018 .................................................................................................................................... 309
Tabela 69 – Calendário anual de eventos, Ribeirão das Neves, 2018. ........................................... 317
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Percentuais das principais litologias presentes no município. ....................................... 40
Gráfico 2 - Percentuais dos principais pedotipos presentes no município. ..................................... 44
Gráfico 3 - Percentuais de uso da terra no município. ..................................................................... 66
Gráfico 4 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010 ............................................ 97
Gráfico 5 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2015-2030 (projeção) ........................... 114
Gráfico 6 – Evolução do PIB a preços de mercado. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-2015 ....... 122
Gráfico 7 – Distribuição percentual do VAB por setores. Ribeirão das Neves. 2005-2015............ 126
Gráfico 8 – Distribuição setorial do emprego formal (%). Ribeirão das Neves-MG. 2006; 2010;
2016. ............................................................................................................................................... 130
Gráfico 9 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal.
Ribeirão das Neves. 2000. .............................................................................................................. 142
Gráfico 10 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal.
Ribeirão das Neves. 2010. .............................................................................................................. 142
Gráfico 11 – Valores repassados e Valores Utilizados do Programa Nacional de Alimentação
Escolar. Ribeirão das Neves-MG. 2011-2016. ................................................................................ 156
Gráfico 12 - Receitas e Despesas Orçamentárias. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015. ............... 181
Gráfico 13 - Percentual de Transferências Correntes, Receita Tributária Municipal e Outras
Receitas na Receita Orçamentária Total. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015. ............................ 182
Gráfico 14 – Valores arrecadados de IPTU, ITBI e ISSQN. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015. ... 183
Gráfico 15 - Indicadores demográficos selecionados – Ribeirão das Neves, 2010 ........................ 187
Gráfico 16 - Taxa de analfabetismo - 15 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 2000/2010 ...... 188
Gráfico 17 - Indicadores educacionais selecionados – Ribeirão das Neves, 2010 ......................... 189
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
16
Gráfico 18 - Escolaridade da população de 25 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 1991/2010
........................................................................................................................................................ 189
Gráfico 19 - Índice de desenvolvimento da educação básica - IDEB – Ribeirão das Neves,
2005/2015 ...................................................................................................................................... 190
Gráfico 20 - Pessoas, por tipo de deficiência permanente, Ribeirão das Neves, 2010 .................. 193
Gráfico 21 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 1991/2010 .................................. 194
Gráfico 22 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, RMBH e Minas Gerais, 2010 ....... 195
Gráfico 23 - População segundo situação de pobreza (%) – Ribeirão das Neves, 2010. ............... 197
Gráfico 24 - Vulnerabilidades associadas (%) – Ribeirão das Neves, 2010 .................................... 198
Gráfico 25 - Comparativo IVS, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 2010........................... 200
Gráfico 26 - Famílias cadastradas, segundo faixa de renda domiciliar per capita mensal (%) –
Ribeirão das Neves, 2018 ............................................................................................................... 288
Gráfico 27 - Benefícios de prestação continuada, segundo tipo, 2018 ......................................... 290
Gráfico 28 - Pontuação no ICMS Cultural – Ribeirão das Neves, 2012/2018................................. 310
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17
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Municípios da RMBH e do Colar Metropolitano ............................................................. 22
Figura 2 – Divisão macro territorial - Ribeirão das Neves ................................................................ 30
Figura 3 – Exemplo de estrutura para o mapeamento hidrográfico. ............................................... 46
Figura 4 – Exemplo de protocolo de avaliação de cursos d'água e resultado. ................................ 50
Figura 5 - Exemplo de imagem - Google Earth/digital globe. .......................................................... 63
Figura 6 - Exemplo de imagem – Plane Scope.................................................................................. 63
Figura 7 - Exemplo de imagem – Sentinel 2A. .................................................................................. 64
Figura 8 - Exemplo de resultado da classificação de uso da terra. .................................................. 64
Figura 9 - Imagem Sentinel 2A com composição falsa cor. .............................................................. 69
Figura 10 – NDVI Imagem Sentinel 2A. ............................................................................................ 69
Figura 11 – Municípios de Destino de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens.
Ribeirão das Neves-MG. 2012. ....................................................................................................... 136
Figura 12 – Municípios de Origem de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens.
Ribeirão das Neves-MG. 2012. ....................................................................................................... 138
Figura 13 - Árvore do IDHM – Ribeirão das Neves, 2000/2010. .................................................... 196
Figura 14 – Áreas de Vulnerabilidade ............................................................................................ 201
Figura 15 - Regiões Sanitárias ........................................................................................................ 217
Figura 16 - Organograma da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania de
Ribeirão das Neves ......................................................................................................................... 273
Figura 17 - Elementos constitutivos dos Sistemas de Cultura ....................................................... 301
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LISTA DE FOTOS
Foto 1 - Vegetação de porte arbóreo denso e com características estacionais semideciduais. ..... 67
Foto 2 - Vegetação de porte arbóreo em altas vertentes e topos de morro. .................................. 68
Foto 3 – Agricultura familiar. Plantio de Hortaliças e terra em tratamento com maquinário. Paraíso
das Piabas, Ribeirão das Neves-MG. 2018. .................................................................................... 152
Foto 4 – Agricultura familiar. Plantio de hortaliças e estufa. Areias, Ribeirão das Neves-MG. 2018.
........................................................................................................................................................ 153
Foto 5 – Agricultura periurbana. Ribeirão das Neves-MG. 2018. .................................................. 153
Foto 6 – Usos não conformes no Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG. 2018. ................. 163
Foto 7 – Fachada Leste Centro Industrial e de Ribeirão das Neves-MG. 2018. ............................. 164
Foto 8 – Avenida 2, Região do Veneza. Perfil espalhado de estabelecimentos comercias. .......... 175
Foto 9 – Avenida Raimundo Nonato de Souza, Região Central. Perfil concentrado de
estabelecimentos comercias. Ribeirão das Neves, 2018. .............................................................. 175
Foto 10 – Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade. ................................................................. 315
Foto 11 – Edificações da Vila Esplanada pertencente ao Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da
Penitenciária José Maria Alkimim .................................................................................................. 315
Foto 12 – Capela da Irmandade Nossa Senhora do Rosário – Comunidade Quilombola. ............. 315
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
19
1. INTRODUÇÃO
O Plano Diretor é um instrumento criado pelo Estatuto das Cidades (Lei Federal n° 10.257, de
julho de 2011), atuando como ferramenta básica na promoção da política de desenvolvimento e
expansão urbana.
A elaboração do Plano Diretor, objetivo último deste trabalho, parte de levantamentos e
diagnósticos das situações Físico-Ambiental, Sócio-econômico-organizativo e Jurídico-Legal do
município e de ações de capacitação e difusão das diretrizes do Estatuto da Cidade (Lei 10.257,
2001), trabalhando sempre com princípios de envolvimento e participação da população
interessada, tanto no sentido da obtenção de informações que subsidiem a compreensão do
território urbano e rural, como no sentido de discutir as propostas para o planejamento e
desenvolvimento do município.
É importante destacar a relevância da mobilização no processo de elaboração de um Plano
Diretor, tendo em vista que a participação popular é tida como indispensável na sua concepção.
Sendo assim, pretende-se, a partir do ordenamento das ações a serem executadas, conferir
transparência e inteligibilidade ao processo. Acredita-se que, com a participação popular, seja
possível dar uma resposta adequada às questões inerentes ao planejamento urbano municipal,
minimizando os efeitos negativos, e potencializando e maximizando os efeitos positivos dessa
ação de planejamento.
O documento que ora se apresenta consiste no levantamento de dados secundários e leitura
técnica para subsídio da revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves. Os dados
foram levantados entre março e maio de 2018 e tiveram como objetivo principal conhecer a
realidade do município em termos de suas características demográficas, socioeconômicas,
ambientais, culturais, de infraestrutura e outras, além de identificar e caracterizar os diversos
territórios de Ribeirão das Neves que serão objeto de propostas na próxima etapa do trabalho.
O Volume I que se segue está estruturado em 5 capítulos, além desta Introdução, que compõe o
Capítulo 1. O Capítulo 2 traz informações sobre inserção regional do município bem como a
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
20
configuração político-administrativa de seu território. O Capítulo 3 trata da história de formação
do município. O Capítulo 4 aponta as condições ambientais do município. O Capítulo 5 volta seu
olhar para os indicadores demográficos do município e suas condições sociais, de
desenvolvimento e de vulnerabilidade; trata sobre aspectos econômicos do território; além de
dedicar um olhar especial para a situação da cultura no município.
O Volume II está estruturado em 3 capítulos, sendo a continuação do Volume I. O Capítulo 6 trata
dos aspectos de ocupação do território municipal, abordando o uso do solo, ocupação,
infraestrutura urbana e saneamento básico. O Capítulo 7 relata as condições de habitação e
regularização fundiária, com uma previsão do déficit habitacional. O Capítulo 8 conclui este
Produto, com dados referentes a estrutura institucional e instrumentos de gestão e, também, traz
um breve olhar sobre a organização social e o associativismo no município.
Ao final, seguem os anexos e as referências bibliográficas com as fontes de todas as informações
secundárias apresentadas no Produto 8.
As metodologias de trabalho utilizadas para realização das abordagens deste relatório encontram-
se detalhadas em cada um dos capítulos destacados acima.
É fundamental recordar que as informações aqui apresentadas não são exaustivas e serão
complementadas e aprofundadas após a compatibilização da leitura técnica com as leituras
comunitárias.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
21
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
Antes de passar ao diagnóstico do território de Ribeirão das Neves, propriamente dito, entende-
se que é fundamental conhecer o processo de ocupação do território para o entendimento da
situação e perfil atual do município. Nessa perspectiva, buscou-se levantar as informações básicas
disponíveis nas fontes oficiais relativas ao seu povoamento e formação político-administrativa. Ao
mesmo tempo, buscou-se olhar para a região onde o município se insere, entendendo que a
configuração regional e sua participação neste contexto são fatores fundamentais no
direcionamento de seu processo de desenvolvimento.
Nesse sentido, não se pretende aqui detalhar as características físico-territoriais e
socioeconômicas da RMBH1, mas sim situar o município, antes de passar ao diagnóstico de sua
situação atual.
Ribeirão das Neves está situado na Região Metropolitana de Minas Gerais (RMBH), na
microrregião de Belo Horizonte, limitando-se com os municípios de Vespasiano, Pedro Leopoldo,
Belo Horizonte, Contagem e Esmeraldas. A Figura 1 traz as cidades da região metropolitana,
apontando ainda seu entorno imediato, o chamado Colar Metropolitano.
O município de Ribeirão das Neves é um dos mais populosos da região, além de ter sido, nas
últimas décadas, um dos que apresentou crescimento demográfico mais acelerado, da ordem de
cerca de 3.000% entre 1970 e 2010. Em 2010, segundo dados do Censo demográfico do IBGE,
tinha população de 296.317 habitantes, número este que chega à casa dos 328.871 conforme a
Estimativa da População IBGE 20172.
1 Para tal, ver UFMG 2010; UFMG 2014; Andrade et al, 2015; e Ribeiro e Ribeiro, 2015.
2 Destaca-se que serão utilizados neste diagnóstico os dados do Censo 2010, mesmo sabendo-se de sua defasagem,
pelo fato de serem os dados oficiais existentes e com condições de comparabilidade com a realidade estadual e nacional. Entretanto, quando houver informações específicas, atualizadas, fornecidas pela Prefeitura e outras fontes oficiais, estes serão também apresentados e priorizados.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
22
Pode-se dizer que a conformação de seu território e perfil socioeconômico, nos moldes atuais,
tem forte influência da contiguidade e proximidade com a Capital Estadual, bem como das
políticas públicas que redirecionaram e redistribuíram os ônus e os bônus do crescimento dentro
do Estado. Conforme Campos (2010: 6), “o Município de Ribeirão das Neves foi criado para
manter-se distante do centro urbano, afastado do poder político, mas articulado e comandado de
fora pelo Governo do Estado, que era (e ainda é) o grande organizador do espaço urbano
municipal”.
Figura 1 – Municípios da RMBH e do Colar Metropolitano
Fonte: Agência Metropolitana da RMBH. Disponível em http://www.agenciarmbh.mg.gov.br/agencia-rmbh-e-cohab-apresentam-arranjo-metropolitano-e-oportunidades-de-empreendimento-imobiliario-para-prefeitos-
eleitos/
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23
O município está situado na porção Noroeste da RMBH, que, por sua vez, é a terceira maior do
Brasil, contando com 34 municípios3 e cerca de cinco milhões de habitantes (26% da população do
estado), 24% do eleitorado e 40% do Produto Interno Bruto de Minas Gerais.
A região metropolitana não pode ser considerada uma unidade homogênea do ponto de vista dos
indicadores sociais. Ao contrário, apresenta desigualdades flagrantes em seu interior, em diversos
aspectos, configurando áreas com qualidade de vida heterogênea e desigual. Nesse sentido,
verifica-se melhor qualidade de vida em sua porção central, constituída pelo eixo Belo Horizonte –
Betim – Contagem, além de Nova Lima, ao passo que os piores indicadores situam-se justamente
na franja formada por Ribeirão das Neves, Vespasiano e Ibirité, principalmente. Esses municípios
sofrem com os pontos negativos da aglomeração urbana, principalmente no que se refere ao
crescimento desordenado de suas áreas limítrofes com a capital, visando atender à demanda
habitacional de Belo Horizonte.
A expulsão da população de Belo Horizonte para as cidades do entorno é fato e tendência, cuja
principal consequência tem sido o aumento da demanda por habitações, infraestrutura e serviços
nos municípios limítrofes, inclusive Ribeirão das Neves, um dos principais responsáveis pela
absorção de populações expulsas da área central da RMBH pelo aumento do preço da terra e pela
dinâmica imobiliária.
Conforme explicitado no Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado – PDDI, tem-se
observado o adensamento dos assentamentos precários e voltados para a população de baixa
renda. Por exemplo:
A noroeste, os municípios de Esmeraldas e Ribeirão das Neves são os
mais comprometidos com a implantação de parcelamentos precários
voltados para a população de baixa renda, sendo que Esmeraldas, nos
últimos dez anos, teve um surpreendente volume de pedidos de
3 Baldim, Belo Horizonte, Betim, Brumadinho, Caeté, Capim Branco, Confins, Contagem, Esmeraldas, Florestal, Ibirité,
Igarapé, Itaguara, Itatiaiuçu, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos, Nova Lima, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Rio Manso, Sabará, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, Sarzedo, Taquaraçu de Minas e Vespasiano.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
24
anuência para novos parcelamentos, com área quatro vezes superior a
Nova Lima, segundo colocado em quantidade de área a ser parcelada
(UFMG, 2010: v1. p.51)
Outras tendências registradas, correlacionadas, são o aumento da urbanização, das densidades
demográficas e da concentração da população em determinadas porções do território
metropolitano, onde já há vários municípios com pequenas parcelas de áreas rurais. Esta situação
compromete, inclusive, a própria sobrevivência de sua atividade econômica tradicional e
histórica, de abastecimento da Capital com produtos agropecuários, além de sua cultura e
identidade.
Nesse sentido, estudo realizado pela equipe dos Lugares de Urbanidade Metropolitana (Lumes)
identificou que:
A grande diferença observada entre os vetores de expansão
metropolitana de Belo Horizonte dá o tom a uma região extremamente
heterogênea, marcada por grandes disparidades socioeconômicas, que
se refletem diretamente nos aspectos culturais de cada município. Ainda
que tenham sido observados vários aspectos em comum ao longo do
território metropolitano (por exemplo, no artesanato, na culinária, nas
festas religiosas, na presença da agricultura para abastecimento da
região) muitos dos fatores do desenvolvimento urbano acabam por
determinar o enfraquecimento e mesmo a supressão das manifestações
culturais regionais, fazendo com que suas características culturais se
manifestem em escalas, com intensidades e de formas diferentes no
território (Soares et al, 2015: 10/11).
Além das perdas identitárias e culturais, a principal consequência dos mencionados processos, de
urbanização acelerada e de migração da capital para os municípios limítrofes, é o aumento da
demanda por serviços de infraestrutura, saneamento básico, habitação e transportes no interior
da RMBH, pressionando os sistemas existentes.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
25
Quando tais processos se dão em ambiente de crescimento econômico, a concentração
populacional é menos nociva, já que parte da demanda agregada passa a ser atendida pela
iniciativa privada, regulada pelo governo, e comprada no mercado pela população, que, com
emprego, tem renda suficiente para manter esse acesso. Entretanto, o crescimento desordenado
e a concentração populacional num cenário de estagnação econômica trazem problemas diversos,
entre eles o aumento da demanda por empregos sem paralelo aumento da oferta, tendo como
consequências a elevação das taxas de desemprego, queda na renda, empobrecimento da
população, aumento da violência e da exclusão social.
No caso dos municípios da RMBH, fora a capital, muitas vezes desprovidos de recursos financeiros
e técnicos, em geral não conseguem prover os novos loteamentos ou suas áreas centrais, em
processo de adensamento, de serviços urbanos adequados, comprometendo a qualidade de vida
de seus habitantes, com reflexos claros nos indicadores sociais em geral. Para além da questão do
adensamento e urbanização desordenados, as desigualdades e carências internas à Região
Metropolitana verificam-se em uma série de outros indicadores: saúde, educação, acesso aos
sistemas de transporte, emprego e renda, etc.
Conforme expresso no estudo do Macrozoneamento Metropolitano, a RMBH é uma metrópole
com grande concentração de serviços, recursos e fluxos em sua capital, Belo Horizonte, sendo
necessário criar estratégias de descentralização “concentrada e seletiva” (UFMG, 2014: 58) com
vistas a se passar de uma “estrutura monocêntrica, com um sistema de transporte radial e
convergente para um único centro, para uma estrutura policêntrica, organizada em torno de uma
rede de mobilidade multi-modal”. Tal proposta pensa a continuidade territorial da mancha
urbana com o “adensamento e intensificação de usos internos à mesma”, incluindo os serviços
públicos, os espaços de convivência social, as áreas agrícolas, de cultura e de lazer.
Nesta perspectiva, pensa-se na importância de se reverter o conceito de periferia através do
fortalecimento das “centralidades em rede” (ibid.: 58/59). Assim, “a redução das desigualdades
socioespaciais passa necessariamente pela transformação da RMBH numa metrópole policêntrica
e mais compacta, em oposição a um crescimento extensivo ou contínuo da mancha urbana do
tipo centro-periferia, prevalecente até hoje” (ibid.: 59).
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
26
Não por acaso o município de Ribeirão das Neves está inserido também no Programa de
Requalificação de Áreas Centrais proposto pelo PDDI, dentro da Política Metropolitana Integrada
de Centralidades em Rede, que tem como objetivos gerais:
• Criar novas centralidades e promover o fortalecimento dos centros
intermediários já existentes, objetivando a redução das desigualdades
socioespaciais e a conformação de uma nova estrutura territorial
metropolitana policêntrica, multiescalar e em rede, em oposição à
estrutura atual, monocêntrica e radial;
• Reforçar e criar condições favoráveis ao desenvolvimento de atividades
econômicas produtivas que contribuam para a consolidação da rede de
centralidades proposta epara a desconcentração das oportunidades de
emprego na RMBH;
• Fortalecer as identidades metropolitanas através da associação das
centralidades existentes e propostas aos Complexos Ambientais
Culturais, à presença de pólos especializados e ao patrimônio cultural da
RMBH;
• Fortalecer a identidade cultural de centralidades existentes,
principalmente das centralidades locais, onde a dimensão simbólica é
muito relevante; (UFMG, 2010: v1. p. 242, grifos no original).
É nesse quadro que se insere o município de Ribeirão das Neves. No contexto da metrópole, a
apenas 32 km, da capital mineira, vem atendendo à região com terrenos para implantação de
moradias de baixa renda, em sua maioria, e sofrendo não apenas os benefícios, mas também os
impactos negativos de sua inserção regional.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
27
3. HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO
Segundo informações disponíveis no site da Câmara Municipal de Ribeirão das Neves4, as
primeiras referências sobre o município datam do início do século XVIII, quando a localidade era
conhecida como Matas de Bento Pires. Anos mais tarde é concedida sesmaria na região a Jacintho
Vieira da Costa, que manda erigir no local uma Capela dedicada a Nossa Senhora das Neves. Em
1746 é construído o engenho da Fazenda das Neves, constituindo-se toda a região como uma
produtora de gêneros agropecuários, o que vai marcar toda sua trajetória até as décadas finais do
Século XX.
Outro marco importante da história local foi a criação, em 1820, de uma “Guarda-Moria nas
Capelas de Nossa Senhora das Neves e Santo Antônio da Venda Nova. A lei Providencial de 15 de
setembro de 1827, reforçada pelo Decreto de 11 de setembro de 1830, eleva Neves a Distrito de
Paz, com uma população aproximada de 1.241 habitantes”. A condição de distrito de paz,
entretanto, foi perdida em 1846, em virtude do pedido do Padre José Maria de Andrade, então
vereador, que denunciava as condições precárias da capela e o aumento da população. Nesta
época o povoado de Neves foi anexado ao recém criado distrito de Venda Nova, Curral Del Rei
(atual Belo Horizonte).
O padre José Maria de Andrade morreu no dia 06 de dezembro de 1875
e foi sepultado no interior da capela de Neves. Em seu testamento ele
citou e reconheceu seis filhos. Após a morte do padre, Neves foi
incorporada ao distrito de Pindahybas (Lei nº2.041 de 01-12-1873), atual
Vera Cruz de Minas (Pedro Leopoldo) com a qual permaneceu até 1911,
quando ambas foram anexadas ao recém-município de Contagem pela
lei estadual nº 843, de 07-09-1923. (DIAGNÓSTICO SÓCIO TERRITORIAL
RIBEIRÃO DAS NEVES, 2013: P.13)
4 Ver Ribeirão das Neves (MG). Câmara. 2014. http://cmrn.mg.gov.br/historia-do-municipio/. Acesso em: 18 de maio de
2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
28
Testemunho importante desta história é a Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis5,
fundada em Areias em 1889 e estabelecida em 1919 em terreno doado por Francisco Labanca,
descendente de italianos, em Justinópolis. A capela da Irmandade foi erguida em 1924, mas a
primeira festa de Nossa Senhora do Rosário da nova Irmandade já havia sido realizada em 1922,
na Igreja de N. Sª da Piedade. A Irmandade foi certificada como comunidade quilombola pela
Fundação Palmares em 07/03/2016, através da Portaria 28/2016. Atualmente reivindica junto ao
Incra a regularização de seu território, através do processo 54170.002801/2016-52.
Nesta mesma região, então denominada Campanha, foi criada “a primeira fábrica de fios de
algodão de Minas Gerais, fundada por volta de 1830 por Antônio Luiz de Avellar, filho de José
Pedro de Avellar e D. Quitéria Francisca da Encarnação, proprietários da Fazenda de Mato
Grosso”. (DIAGNÓSTICO SÓCIO TERRITORIAL RIBEIRÃO DAS NEVES, 2013: P.13)
De acordo com o Plano de Inventário cultural do município,
O distrito de Justinópolis ou “Justino”, como é popularmente conhecido,
recebeu o derivado nome, em 1953, em homenagem a Antônio Justino
da Rocha, próspero fazendeiro da região que doou o terreno para a
construção da igreja, do cemitério e da escola.
A região de Campanha incorporava um vasto território dividido em
fazendas, que ao longo das décadas de 40 e 50 iniciaram a
transformação em lotes para a comercialização, dando início aos
primeiros bairros, e que já na década de 30 tem-se notícias das vendas
do Sr. Antônio de Souza Menezes, vulgo “Vigário”, e a do Sr. Carlindo
Costa Ferreira, vulgo “Tenente”.
(...) Em 1953, Campanhã foi elevada a condição de distrito de Ribeirão
das Neves, a partir da emancipação política do município. (IPAC, 2015)
5 Ver https://kizoomba.wordpress.com/premio-funarte-de-teatro-miriam-muniz/comunidade-quilombola-irmandade-
de-nossa-senhora-do-rosario-de-justinopolis-mg/
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
29
O Distrito de Neves foi criado pela Lei Estadual n.º 843, de 07/09/1923, ligado ao município de
Contagem. Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17/12/1938, o distrito é transferido para o novo
município de Betim. Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31/12/1943, o distrito de Neves passa
a se chamar Ribeirão das Neves e é transferido do município de Betim para o novo município de
Pedro Leopoldo.
O distrito foi desmembrado de Pedro Leopoldo e elevado à categoria de município pela Lei n.º
1.039, de 12/12/1953, constituído de 2 distritos: Ribeirão das Neves e Justinópolis (ex-
Campanha). Foi efetivamente instalado em 01/01/1954.
Como se vê, originalmente formado por uma grande fazenda dedicada à produção pecuária e
agrícola, o território de Ribeirão das Neves só se constituiu como município independente no
início de 1954, emancipado da recém-criada cidade de Pedro Leopoldo.
Antes disso, entretanto, o território do então distrito de Neves já havia recebido a implantação de
uma penitenciária agrícola nos terrenos das fazendas do Mato Grosso, adquiridas pelo Estado de
Minas Gerais em 1927. Este fato vai marcar toda sua trajetória até os dias atuais, inclusive com o
incremento do crescimento de seu núcleo urbano, em virtude da migração de parentes dos
detentos para a região.
A partir da década de 1970, em decorrência da própria expulsão das populações de baixa renda
do valorizado centro metropolitano em processo de crescimento, o município sofre um boom
imobiliário - que ainda persiste, mesmo que em ritmo menos acelerado. De acordo com o
documento do Plano Diretor:
Ao longo dos últimos 50 anos, a ocupação do município de Ribeirão das
Neves, se deu tanto na forma de invasão da mancha urbana do
aglomerado como também através do inchaço do seu núcleo-sede, com
o crescimento periférico. A invasão ocorreu via Venda Nova (BH), na
região de Justinópolis, ou mesmo na região da BR-040, na divisa com
Contagem. (Plano diretor, 2006)
Nos dias atuais o município é oficialmente constituído pelo distrito sede e pelo distrito de
Justinópolis. Entretanto, do ponto de vista administrativo está dividido em três regiões: Veneza,
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
30
Centro e Justinópolis, conforme Figura 3. Para efeitos de diagnóstico e mobilização para
participação da população no atual processo de revisão do Plano Diretor foi adotada pela equipe,
em casos pertinentes, outra sub-região de análise, denominada Areias.
Com 154 km², atualmente o território municipal divide-se em 180 bairros, além de várias áreas
vazias localizadas entre as regiões. Seus três macro-territórios - Veneza, Centro e Justinópolis –
têm precária articulação viária e integração entre si, formando um verdadeiro “arquipélago”
(Campos, 2010).
Figura 2 – Divisão macro territorial - Ribeirão das Neves
Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves. Secretaria Municipal de Assistência Social.
O primeiro, na porção norte, tem como acesso a BR- 040 e relação mais estreita com as cidades
de Esmeraldas, Contagem (CEASA) e Belo Horizonte do que com a própria sede municipal. Nos
últimos anos vem mostrando crescimento demográfico expressivo, principalmente em virtude da
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
31
implantação de loteamentos populares e empreendimentos habitacionais privados, como por
exemplo aqueles produzidos a partir do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV)6.
Já Justinópolis, na porção sul, tem seu acesso principal via Avenidas Vilarinho e Padre Pedro Pinto,
em Venda Nova (BH), com alto grau de integração com esta região da Capital. Este é o território
mais populoso do município e também onde se concentram a maior parte dos equipamentos e
serviços públicos, bem como áreas de comércio. Como pode ser percebido na Figura 4, o polo de
Justinópolis é mais importante que a própria sede do município na rede de centralidades da
RMBH.
Assim, frente ao exposto, vê-se atualmente um território marcado pela fragmentação espacial,
pela segregação, pela fragilidade dos indicadores de qualidade de vida e desenvolvimento
humano, por baixo padrão urbanístico, pelo predomínio de população de baixa renda e pelo baixo
dinamismo econômico.
O município hoje conta vários presídios7 dentro de seus limites, que impactam as condições da
municipalidade para atendimento de infraestrutura e serviços8 para os detentos e seus familiares
que migram para a região. Conforme relatado por Campos (2010),
A implantação das várias unidades prisionais não foi acompanhada por
investimentos relevantes em infraestrutura, saúde, educação, habitação,
saneamento e geração de emprego. Além disso, e de acordo com
técnicos da Prefeitura Municipal, os presídios causam ônus a algumas
secretarias municipais, como a de Saúde e a de Assistência Social, aos
6 Tais empreendimentos, em sua maioria absoluta voltados para moradores de outros municípios da RMBH e da própria capital, em busca de moradia a menor custo, contribuem para agravar a situação da cidade em termos de atendimento de infraestrutura e serviços, bem como no inchamento populacional. Nota-se, nesse sentido, que a cidade também vem passando por um processo relevante de verticalização das moradias.
7 São eles: Centro de Apoio Médico e Pericial (CAMP); Penitenciária José Maria Alkimin (PJMA); Presídio Antônio Dutra
Ladeira(PRADL); Presídio Feminino José Abranches Gonçalves (PRFJAG); Presídio Inspetor José Martinho Drumond (PRIJMD); Unidade I do Complexo Prisional Público Privado (CPPP).
8 Segundo Silva (2016: 14), com a implementação da última unidade prisional, o CPPP, “Ribeirão das Neves passou a
oferecer mais três mil vagas para o sistema prisional do estado de Minas Gerais as quais se somaram as já cinco mil vagas existentes no Município, o que equivale a mais de 15% do total de presos do Estado de Minas Gerais”.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
32
quais os detentos têm atendimento prioritário em relação à
comunidade, mas não geram renda nem emprego ao município
(Campos, 2010: 6).
Além disso, “o estigma de ‘Cidade Presídio’, em razão da construção de penitenciárias,
desestimulou o crescimento inicial da cidade e sua base econômica teve que se sustentar apenas
pela produção de hortifrutigranjeiros e pela exploração de areia nos córregos do município”
(Plano Municipal de Saúde, 2017, p.20).
A violência é uma das ameaças cotidianas a sua população, visto que a cidade apresenta altas
taxas de criminalidade, entre elas o Índice de Homicídios na Adolescência “de 5%, que coloca
Ribeirão das Neves como a vigésima cidade mais perigosa para jovens de 12 a 18 anos do Brasil”.
Infelizmente o município também aparece com destaque no Mapa da Violência de 2007 (com taxa
média de 58 homicídios por 100 mil habitantes, a 97ª posição no Brasil) e no Mapa da Violência
de 2013, quando “ficou entre as 300 cidades mais violentas do país, ocupando o 163° lugar e
oitava colocada no ranking estadual, com 156 assassinatos” (Salgado, 2015: 19).
Os elementos relacionados à vulnerabilidade social e ao atendimento das políticas públicas ao
cidadão nevense serão detalhados nos próximos capítulos. Por ora basta finalizar apontando que
um dos grandes desafios do novo Plano Diretor será justamente o de tentar frear ou mesmo
reverter um processo histórico que tem descaracterizado o município e o posicionado de maneira
subalterna e precária no contexto da terceira maior metrópole do país.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
33
4. CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA: PAISAGENS E MEIO AMBIENTE
Diferentes características naturais e antrópicas são consideradas fundamentais para o
entendimento dos aspectos físicos de um território municipal, suas consequentes paisagens as
formas de rebatimento nas dinâmicas ambientais. Em análises ambientais é bastante recorrente o
uso de dados como geologia, geomorfologia, pedologia, climatologia, pluviometria, declividade e
diversas outras informações comumente associadas à atributos naturais do território municipal.
Esses dados têm de ser considerados enquanto às suas limitações referentes às informações
disponíveis e em especial às limitações associadas a escala de mapeamento e que devem ser
compatíveis com a amplitude do território municipal. Dessa forma, considerando os objetivos e
ações necessárias para a atualização do Plano Diretor Participativo do município de Ribeirão das
Neves e as diferentes limitações de algumas informações, foram considerados como essenciais de
serem apresentadas informações sobre: geologia; pedologia; declividade e hipsometria; recursos
hídricos; hipsometria e declividade; uso da terra e cobertura vegetal; Áreas protegidas,
patrimônio natural e conservação ambiental; legislação e gestão ambiental.
Essas informações foram consideradas como essenciais para a construção de uma perspectiva de
entendimento do território a partir das diferentes formas de uso e ocupação e dos contextos de
paisagem que foram considerados fundamentais para uma eficiente interpretação dos diferentes
atributos ambientais em território municipal.
4.1. Síntese Metodológica Geral dos Mapeamentos para a Caracterização Geofísica.
Uma das mais essenciais preocupações para o desenvolvimento de análises e de definição de
informações para a caracterização ambiental de um território é referente à qualidade e à
atualidade dos dados a serem trabalhados. Essa preocupação se justifica pelo entendimento de
que em um mesmo território diferentes perspectivas e interpretações são possíveis, dependendo
principalmente da escala das informações, de seu tempo ou mesmo da metodologia utilizada para
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
34
a aquisição dos dados. Para a atualização do Plano Diretor Municipal de Ribeirão das Neves,
foram utilizados dados disponibilizados por instâncias públicas e privadas, creditados e com
estruturação e metodologia em qualidade suficiente para a composição comparativa e análise das
informações.
Diversas das informações geradas foram baseadas também em levantamentos de campo,
realizados nos dias 20 e 21 de abril de 2018, oportunidade na qual foi possível percorrer grande
parte do território municipal, de forma a ser possível validar, comparar e perceber os resultados
das análises elaboradas. Esse procedimento de validação e controle das informações é essencial,
não apenas para a aquisição de dados em campo, mas como ferramenta para a construção de
perspectivas de entendimento do território que estão associadas às vivências, às dinâmicas
territoriais e as suas diferentes formas de apropriação e de ocupação.
Ao todo, foram visitados aproximadamente 40 pontos, distribuídos ao longo de todo o território
municipal e contemplando as diferentes dinâmicas territoriais municipais, em especial nas regiões
Central, Veneza, Justinópolis e Areias. Durante a visita de campo foi realizado: 1) memorial
fotográfico; 2) aquisição de pontos georreferenciados para a validação dos estudos de
classificação e análise de imagens de satélite; 3) obtenção de informações referentes aos cursos
d’água e sua dinâmica de paisagem e de qualidade ambiental. O próximo mapa apresenta os
pontos visitados.
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35
Mapa 1 - Principais pontos de validação visitados em campo/MG
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
36
4.2. Geologia
O mapeamento geológico foi realizado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas
Gerais (CODEMIG, 2009) e foi elaborado em uma escala de mapeamento de 1:100.000,
considerando as folhas Belo Horizonte e Contagem. Esses dois mapeamentos tem a melhor escala
disponível para a caracterização das estruturas litológicas no estado de Minas Gerais. Os dois
mapeamentos, todavia, foram realizados por equipes e tempos diferentes. Apesar do município
de Ribeirão das Neves apresentar uma estrutura geológica muito uniforme, foram percebidas
algumas diferenças entre os mapeamentos, principalmente em relação à presença ou não de
superfícies aluvionares, que estão associadas principalmente às dinâmicas de deposição
sedimentar dos cursos d’água. Para fins de caracterização das litologias presentes no município,
foram considerados os níveis de embasamento geológico.
Parizzi et al (2010), ao pensarem a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da
RMBH, realizaram a compartimentação dos diferentes litotipos inseridos na RMBH em 10
unidades geotécnicas (UG)9, pensando as possibilidades e limitações para a ocupação territorial.
As unidades foram segmentadas:
De acordo com suas características mecânicas, suas potencialidades e
susceptibilidades. Cada grupo recebeu uma nota, variando de zero a 10,
correspondente a sua adequabilidade de ocupação. Nenhum grupo
recebeu nota zero, como, também, nenhum grupo recebeu nota 10. Isso
se deve ao fato que não existe terreno que seja completamente inválido
assim como não há terreno, que por melhor que seja, não exija medidas
criteriosas de ocupação. (Parizzi et al, 2010, p 2)
A próxima Tabela apresenta o agrupamento em unidades geotécnicas realizado entre as
diferentes tipologias e observações segundo a metodologia adotada.
9 As unidades geotécnicas serão retomadas posteriormente, quando da análise de fragilidade geológica.
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37
Tabela 1 - Unidades geotécnicas e litologias predominantes
Unidade Geotécnica Litologia
1 Granito e Gnaisse
2 Rochas de origem sedimentar folheadas e de granulometria fina como
argilitos e siltitos
3 Itabirito
4 Rochas metamórficas foliadas como ardósias, filitos e xistos
5 Dolomito
6 Quartzitos e metaconglomerados
7 Rochas metaultramáficas, soleiras e diques máficos,rochas metabásicas
8 Depositos sedimentares, Depósitos aluvionares, Depósitos aluviais e
coluviais
9 São meta-arenitos com associações de rochas vulcano sedimentares em
elevado estado de intemperismo
10 Rochas carbonáticas
Fonte: adaptado de Parizzi et al, 2010.
No município de Ribeirão das Neves, considerando o mapeamento geológico disponibilizado pela
CODEMIG em escala de 1:100.000, foram identificados dois diferentes litotipos (ortognaisses e
gnaisses) de origem metamórfica regional e ígnea, ambos inseridos no Complexo Belo Horizonte e
de formação durante o arqueano. A figura a seguir apresenta o mapa geológico do município de
Ribeirão das Neves.
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38
Mapa 2 – Litologias presentes no município de Ribeirão das Neves
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
39
A próxima Tabela apresenta os diferentes litotipos inseridos no município, sua área e a unidade
geotécnica em que foram agrupados.
Tabela 2 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves
Litotipos Area (Ha) % em relação à área do município Unidade Geotécnica
Ortognaisses 4.130,110 26,58 1
Gnaisse 11.410,170 73,42 1
Fonte: adaptado de CODEMIG, 2009.
O município de Ribeirão das Neves apresenta apenas dois litotipos, de acordo com a base de
dados disponibilizada pela CODEMIG, sendo que na sede municipal, na região do Veneza e parte
de Justinópolis, ocupando 73,12% do território municipal, é marcada a presença de gnaisses; na
região de Areias e parte de Justinópolis predominam os ortognaisses.
Os Ortognaisses e os Gnaisses estão agrupados, segundo Parizzi et al (2010), como pertencentes à
unidade geotécnica 1 - Granito e Gnaisse, que
"quando intemperizadas a rochas graníticas e gnáissicas geram um solo
residual silto- arenoso ou argilo-areno siltoso. Este solo por sua baixa
coesão é altamente susceptível a erosão e processos correlatos. Muito
cuidado deve ser tomado no momento de execução de cortes,
terraplanagens, desmatamentos que exponham estes solos à ação das
águas pluviais, principalmente em regiões de relevo colinoso com
superfícies côncavas e bem drenadas" (Parizzi et al, 2010, p 4).
O gráfico abaixo apresenta a síntese percentual das diferentes litologias para o município de
Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
40
Gráfico 1 - Percentuais das principais litologias presentes no município. Fonte: adaptado de CODEMIG, 2009.
Os dois grupos principais possuem poucas variações quanto ao potencial de uso e de restrição de
acordo com as possibilidades e limitações ambientais.
4.3. Pedologia
O mapeamento pedológico foi realizado pela Universidade Federal de Viçosa, em escala de
1:650.000 e foi agrupado segundo a proposta metodológica utilizada por Reis Junior (2016), ao
analisar as diferentes fragilidades pedológicas na RMBH. Ele propõe a compartimentação de tipos
de solo em três grandes grupos pedológicos: 1) rocha ou solos muito pouco desenvolvidos; 2)
Solos pouco desenvolvidos; 3) Solos bem desenvolvidos.
As possibilidades de uso e ocupação do território analisadas a partir dos potenciais e limitações
dos diferentes tipos de solo encontra uma principal limitação que é referente à escala de
mapeamento e a grande pedodiversidade existente a partir de diferentes contextos de paisagem.
Os mapeamentos pedológicos, apresentam escalas pequenas (1:1.000.000, 1:650.000) e muitas
das vezes os tipos de solo não correspondem diretamente à unidade mapeada. Ao utilizar o
agrupamento por grau de desenvolvimento vertical do solo esses erros de escala são reduzidos,
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
41
uma vez que os pedotipos são agrupados de acordo com a sua profundidade, que possui menor
variação.
O grau de evolução do solo é também um item interessante uma vez que, por corresponderem a
solos mais profundos, permitem adequações específicas para a ocupação, de acordo com as
especificações e potencialidades locais dos diferentes tipos de solo. Considera-se que o grau de
evolução é um dado interessante, uma vez que está associado também com a estabilidade do solo
e seu potencial de uso para a construção de edificações.
No município de Ribeirão das Neves, considerando o mapeamento pedológico disponibilizado
pela Universidade Federal de Lavras em escala de 1:650.000, foram identificados 4 diferentes
tipos de solo, destacando a presença de área urbana10, LVAd15 – Latossolo vermelho-amarelo,
PVAd8 – Argissolo vermelho-amarelo e CXbe9 – Cambissolo háplico. A figura a seguir apresenta o
mapa pedológico do município de Ribeirão das Neves.
10 Área urbana é atribuída em locais onde o levantamento de uso do solo foi posterior à ocupação, não sendo possível a
aferição específica da tipologia de solo.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
42
Mapa 3 - Pedotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves. Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
43
A tabela abaixo apresenta os tipos de solo, sua área total, o percentual correspondente à área do
município que está inserido nesse contexto pedológico e o contexto de desenvolvimento
associado à essa tipologia, segundo Reis Junior (2016).
Tabela 3 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves
Pedotipos Área (Ha) % em relação à área
do município Agrupamento
PVAd8 – Argissolo vermelho-amarelo 7.364,268 47,37 Solo bem desenvolvido
CXbe9 – Cambissolo háplico 3.547,342 22,82 Solo pouco desenvolvido
AU - Area urbana 2.366,043 15,22 --
LVAd15 – Latossolo vermelho amarelo 2.269,890 14,60 Solo bem desenvolvido
Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.
No município de Ribeirão das Neves predominam os tipos de solo bem desenvolvidos, que
apresentam um elevado processo de evolução vertical, já apresentando horizonte b bem
desenvolvido e permitindo o fluxo de materiais pelo perfil do solo. Os solos são associados aos
latossolos e argissolos e possuem diferentes níveis de potencialidades e de uso, normalmente
estão localizados em áreas com menor declividade de relevo e que também podem receber
materiais coluvionares erodidos e transportados de pontos mais elevados do relevo.
Os solos considerados pouco desenvolvidos estão associados aos cambissolos que, no município
de Ribeirão das Neves, ocupam um percentual expressivo (22,82%) do território municipal e são
marcados por um baixo desenvolvimento vertical do solo. São solos constituídos por material
mineral, com horizonte B incipiente e que, devido à heterogeneidade do material de origem, das
formas de relevo e das condições climáticas, tem características físicas e químicas que variam
muito de um local para outro.
O gráfico a seguir apresenta a síntese percentual dos diferentes tipos de solo para o município de
Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
44
Gráfico 2 - Percentuais dos principais pedotipos presentes no município. Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.
4.4. Recursos Hídricos
O município de Ribeirão das Neves está inserido em um bioma de transição, com tipo climático
correspondente a Cwb, segundo a metodologia de Koppen, e apresenta verões chuvosos e
temperatura moderada. Os fatores climáticos e de relevo conformam uma dinâmica hidrográfica
na qual a concentração pluviométrica é responsável pela diferenciação de variados contextos de
paisagem e que refletem principalmente na vegetação. A hidrografia do município é de padrão
dendrítico predominante e apresenta contextos de maior encaixamento nas partes mais elevadas
do território municipal e nas áreas mais rebaixadas são presentes superfícies de deposição
recente dos cursos d’água.
A base de dados referente à hidrografia é considerada essencial para a compreensão de como o
território está estruturado em relação à dinâmica hídrica e aos cursos d’água. Uma primeira
limitação encontrada para o levantamento dessas informações foi referente à escala de
mapeamento disponível. Apesar do levantamento hidrográfico realizado pelo Instituto Mineiro de
Gestão das Águas – IGAM, para todo o estado de Minas Gerais, organizado de acordo com o
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
45
processo de ottocodificação, a escala de mapeamento para a RMBH é de aproximadamente
1:50.000.
A consequência é que essa escala apresenta alguns distanciamentos do curso d’água mapeado
com o traçado real da hidrografia no território. Por isso, foram realizados dois novos
mapeamentos hidrográficos: o primeiro a partir das informações de altimetria das imagens SRTM
Arc1, resolução espacial de 30 metros, e que foram disponibilizadas pelo Instituto Geológico dos
Estados Unidos (USGS); o segundo mapeamento de hidrografia foi realizado a partir de
informações de altimetria gerados por meio de Modelo Digital de Elevação elaborado a partir de
rastreamento a laser disponibilizado pela Prefeitura de Ribeirão das Neves . Os mapeamentos
foram realizados com o auxílio dos algoritmos de análise do software TauDEM, disponibilizado em
interface com o QGIS, versão 2.18.19.
Considerou-se que os dois mapeamentos realizados apresentaram resultados mais satisfatórios
que os disponibilizados pela base de dados ottocodificada do Igam. Contudo, avaliou-se que os
resultados não apresentaram escala suficiente para a locação correta dos cursos d’água na
dinâmica municipal. Dessa forma considerou-se a necessidade de geração de uma nova base de
dados hidrográfica para o município, que tinha como principal finalidade gerar uma base de
informações que apresentasse maior proximidade com a calha fluvial, informações sobre a
situação do canal e dados em escala suficiente para subsidiar o cálculo das Áreas de Preservação
Permanente. Por isso, foi realizado o mapeamento manual, até terceira ordem dos cursos d’água,
segundo a base de dados hidrográfica disponibilizada pelo Igam.
O mapeamento foi realizado por meio de fotointerpretação (em escala aproximada de 1:2000) e
considerando três níveis de informações complementares: a base de dados ottocodificada
disponibilizada pelo Igam, modelo hipsométrico gerado a partir do rastreamento de altimetria a
laser disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão das Neves, curvas de nível geradas a partir de
imagem SRTMArc1. A próxima imagem apresenta um exemplo da estrutura de mapeamento.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
46
Figura 3 – Exemplo de estrutura para o mapeamento hidrográfico.
Na imagem acima, em azul é apresentada a hidrografia disponibilizada pelo Igam e em vemelho a
hidrografia mapeada pela atualização do Plano Diretor Municipal de Ribeirão das Neves. A nova
hidrografia apresenta uma maior aderência à localização real dos cursos d’água. O mapeamento
hidrográfico considerou os cursos d’água indicados pela base de dados IGAM como sendo de
terceira ordem ou superiores e em ordens inferiores (1 e 2) em que foi possível perceber ou
inferir o eixo principal do talvegue fluvial a partir das relações de relevo, vegetação e alinhamento
de dossel. Não foram mapeados cursos d’água em que essas relações não se mostraram claras de
forma que outras apps associadas aos cursos d’água existem no município, mas que seu
mapeamento demanda atividades específicas de levantamento de campo.
Considera-se que para as finalidades do levantamento proposto foi consolidada uma base de
dados de maior rigor locacional para a realidade municipal e para a escala proposta de análise.
Durante o mapeamento também foram estabelecidas as condições gerais dos canais, de forma a
perceber os padrões predominantes de intervenção no canal fluvial em três classes: canal
fechado, canal aberto e leito natural. A próxima imagem apresenta o mapeamento hidrográfico
gerado para o município de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
47
Mapa 4 - Mapeamento hidrográfico para o município de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
48
4.4.1. Qualidade de água e situação dos cursos d’água.
O programa Águas de Minas é responsável pelo monitoramento de qualidade de água em
diferentes pontos em todo o estado de Minas Gerais. No caso do Rio das Velhas existem pontos
de coleta de água para que sejam realizadas, trimestralmente, as análises de qualidade e a
conformação de diferentes índices de qualidade, como é o caso do Índice de Qualidade de Água
(IQA), do índice de Contaminação por Tóxicos (CT) e do Índice de Estado Trófico e o Índice de
Conformidade com o Enquadramento (ICE). O programa Águas de Minas possui dois pontos de
análise (BV160 e o SC19) na bacia do Ribeirão da Mata e que podem ser utilizados como
referência para o entendimento dos impactos ambientais acumulados pelo território municipal de
Ribeirão das Neves. Os dois pontos estão localizados no Ribeirão das Neves, mas já no município
de Pedro Leopoldo. A próxima tabela apresenta os resultados do último relatório de qualidade
disponibilizado pelo Igam.
Tabela 4 - Resultados de qualidade de Água
Pontos
Parâmetros que não atenderam
ao limite (DN COPAM / CERH
01/08)
Percentual de
Violação do
parâmetro
Resultados - 3º Trimestre Série Histórica (1997 - 2017)
2017 2016 2015 Mínimo Média Máximo
BV
16
0
Demanda Bioquímica de Oxigênio
26,00%
6,30 6,90 13,00 6,30 8,73 13,00
Escherichia coli 1103,00% 12033,30 24195,70 >241960 12033,30 92729,67 241960,00
Fósforo total 540,00% 0,64 0,62 0,60 0,60 0,62 0,64
Manganês total 48,00% 0,15 0,14 0,18 0,14 0,16 0,18
Nitrogênio amoniacal total
805,00% 18,10 16,90 0,47 0,47 11,82 18,10
SC1
9
Clorofila a 1,00% 30,16 6,71 5,87 5,87 14,25 30,16
Demanda Bioquímica de Oxigênio
26,00%
6,30 7,00 14,00 6,30 9,10 14,00
Escherichia coli 417,00% 5172,10 >24196 20635,00 5172,10 16667,70 24196,00
Fósforo total 100,00% 0,20 0,70 1,03 0,20 0,64 1,03
Manganês total 122,00% 0,22 0,21 0,30 0,21 0,25 0,30
Nitrogênio amoniacal total
895,00% 19,90 16,40 17,70 16,40 18,00 19,90
Oxigênio 35,00% 3,70 4,40 1,90 1,90 3,33 4,40
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
49
Pontos
Parâmetros que não atenderam
ao limite (DN COPAM / CERH
01/08)
Percentual de
Violação do
parâmetro
Resultados - 3º Trimestre Série Histórica (1997 - 2017)
2017 2016 2015 Mínimo Média Máximo
dissolvido
Fonte: adaptado de Igam, 2017.
Os parâmetros de análise que violaram o enquadramento nos dois pontos de referência e seu
acúmulo histórico estão diretamente associados ao lançamento de esgotos nos cursos d’água e
refletem o nível de comprometimento que ocasionam à dinâmica hídrica em relação ao seu
comportamento enquadrado. O parâmetro Escherichia coli, por exemplo, apresentou
desconformidades superiores a 1000% no BV160.
Contudo, é importante destacar que o município de Ribeirão das Neves apresenta diferentes
contextos de uso e ocupação e de impacto para os cursos d’água. Dessa forma, com a intenção de
complementar as informações referentes aos cursos d’água, foi realizado durante os
levantamentos de campo, análise macrospópica, utilizando da metodologia proposta por Lemos
(2013). Em campo foram visitados 18 cursos d’água (os pontos foram definidos de acordo com os
padrões de pressão ambiental e possibilidade efetiva de acesso), inseridos no município de
Ribeirão das Neves e que foram avaliados em 10 diferentes parâmetros, divididos em duas
principais classes, conforme apresentado pela tabela abaixo.
Tabela 5 - Parâmetros de análise macroscópica em campo
Qualidade da Água Pontuação (0) Pontuação (5) Pontuação (10)
Cor da água Escura Clara Transparente
Odor da água Forte Com odor Não há
Material em suspensão Muito Pouco Não há
Presença de resíduos sólidos (Margens e leito)
Muito Pouco Não há
Presença de esgotos Visível Provável Não há
Presença de focos de erosão nas margens
Significativa Pouco significativa Não há
Vegetação nas Margens Muito alterada ou ausente
Alterada Pouco alterada
Ocupação e usos próximos do leito do rio
Menos de 2 metros 5 a 10 metros mais de 15 metros
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
50
Qualidade da Água Pontuação (0) Pontuação (5) Pontuação (10)
Presença de obstruções à fluidez da água
Muito significativa* Pouco significativa Não há
Canalizações e retificações no curso d’água
Muito significativa Pouco significativa Não há
Fonte: Lemos, 2013.
Os resultados dos pontos são somados e agrupados em classes de acordo com os diferentes
potenciais e impactos: Degradado (0 a 29 pontos); Impactado (30 a 70 pontos); Bom estado (71 a
100 pontos).
A próxima figura apresenta um exemplo de aplicação do protocolo no ponto PT_PDRN_Hidro1.
Figura 4 – Exemplo de protocolo de avaliação de cursos d'água e resultado.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
A próxima Tabela apresenta a síntese de resultados e os protocolos individuais de cada ponto são
apresentados no Anexo I.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
51
Tabela 6 - Síntese dos resultados de análise macroscópica dos cursos d’água.
Protocolo Imagem Nome ID Protocolo Classificação
Protocolo 1 PT_PDRN_Hidro1.jpg
Córrego dos Pereiras - Próximo à vila São José PT_PDRN_Hidro1
20 DEGRADAD
O
Protocolo 2 PT_PDRN_Hidro2.jpg
Córrego do Cedro - Trecho em canal aberto Na avenida Castelo Branco PT_PDRN_Hidro2
30 IMPACTADO
Protocolo 3 PT_PDRN_Hidro3.jpg
Sem nome definido - Justinópolis Centro - Avenida Presidente Juscelino Kubitschek PT_PDRN_Hidro3
30 IMPACTADO
Protocolo 4 PT_PDRN_Hidro4.jpg
Ribeirão das Areias - Próximo ao bairro botafogo - Justinópolis PT_PDRN_Hidro4
20 DEGRADAD
O
Protocolo 5 PT_PDRN_Hidro5.jpg
Córrego do Serrote - Paraíso das Piabas PT_PDRN_Hidro5
80 BOM
ESTADO
Protocolo 6 PT_PDRN_Hidro6.jpg
Córrego do Serrote - Maracanã 1 PT_PDRN_Hidro6
20 DEGRADAD
O
Protocolo 7 PT_PDRN_Hidro7.jpg
Córrego das Piabas - Bairro Esperança - Justinópolis PT_PDRN_Hidro7
30 IMPACTADO
Protocolo 8 PT_PDRN_Hidro8.jpg
Ribeirão das Areias - Areias PT_PDRN_Hidro8
45 IMPACTADO
Protocolo 9 PT_PDRN_Hidro9.jpg Ribeirão das Neves - PT_PDRN_Hidro9
25 DEGRADAD
O
Protocolo 10
PT_PDRN_Hidro10.jpg
Córrego sem nome - Sevilha 2 PT_PDRN_Hidro10
15 DEGRADAD
O
Protocolo 11
PT_PDRN_Hidro11.jpg
Córrego do Cacique - Sevilha 2A PT_PDRN_Hidro11
35 IMPACTADO
Protocolo 12
PT_PDRN_Hidro12.jpg
Ribeirão Areias - Próximo ao bairro Suely (Justinópolis) PT_PDRN_Hidro12
50 IMPACTADO
Protocolo 13
PT_PDRN_Hidro13.jpg
Córrego Carrancas - Areias PT_PDRN_Hidro13
65 IMPACTADO
Protocolo 14
PT_PDRN_Hidro14.jpg
Córrego da Colina - Campos Silveira - Nova União PT_PDRN_Hidro14
45 IMPACTADO
Protocolo 15
PT_PDRN_Hidro15.jpg
Ribeirão das areias com córrego barreiro - MG 806 - Antes do bairro Monte Verde PT_PDRN_Hidro15
35 IMPACTADO
Protocolo 16
PT_PDRN_Hidro16.jpg
Córrego da Feitagem - São Judas Tadeu PT_PDRN_Hidro16
75 BOM
ESTADO
Protocolo PT_PDRN_Hidro17.jp Córrego Água Fria - PT_PDRN_Hidro17 35 IMPACTADO
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
52
Protocolo Imagem Nome ID Protocolo Classificação
17 g Veneza
Protocolo 18
PT_PDRN_Hidro18.jpg
Córrego Sem nome - Veneza PT_PDRN_Hidro18
35 IMPACTADO
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Os protocolos de avaliação demonstraram que a qualidade das águas em diferentes pontos está
fortemente comprometida, principalmente por lançamento de efluentes sanitários sem
tratamento. Em termos de paisagem e ocupação, diferentes cursos d’água apresentam um
contexto muito favorável de serem recuperados e incorporados às dinâmicas cotidianas da
cidade, como espaços de lazer e parques lineares. Em muitos dos cursos d’água visitados, ficou
bastante perceptível que a dinâmica de ocupação, respeita um afastamento mínimo dos cursos
d’água (mas em pouquíssimos casos foi possível ver um afastamento que seja coerente com a
dinâmica de proteção proposta pelas APPs).
Essa avaliação permite uma reflexão inicial considerada muito importante: apesar dos cursos
d’água em Ribeirão das Neves apresentarem um contexto geral de alto nível de poluição hídrica,
principalmente por esgotamentos sanitários, ao mesmo tempo apresentam importantes
contextos de paisagem, afastamentos de ocupações, poucas canalizações e retificações fluviais.
Essa característica demonstra um potencial muito interessante de apropriação e recuperação
desses importantes eixos de formação da paisagem urbana.
4.4.2. Enquadramento e outorgas de uso de recursos hídricos
Diferentes instrumentos e políticas ambientais de âmbito regional tem influência direta no
ordenamento territorial de um município, é o caso do enquadramento dos cursos d’água em
classes e a outorga de direito de uso de recursos hídricos. O enquadramento dos cursos d’água é
um instrumento utilizado no Brasil desde a década de 1990, mas que foi regulamento e
institucionalizado pela Política Nacional de Recursos Hídricos, lei 9433 de 08 de janeiro de 1997. O
Município de Ribeirão das Neves está completamente inserido na bacia hidrográfica do Rio das
Velhas, de forma que o enquadramento de referência para os cursos d’água na região utiliza a
Deliberação Normativa do Conselho Estatual de Política Ambiental – COPAM, nº 20, de 24 de
junho de 1997.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
53
O município de Ribeirão das Neves tem a totalidade de seu território inserido dentro da bacia do
Ribeirão da Mata, que é um dos principais cursos d’águas afluentes do Rio das Velhas. Todos os
cursos d’água inseridos dentro do território municipal de Ribeirão das Neves são enquadrados
como classe 2, portanto possuem uma permissividade considerada média para o recebimento de
efluentes sanitários e industriais. Essa informação é importante por representar baixo nível
restritivo para a implantação de empreendimentos industriais em território municipal.
O cadastro de outorgas é o único banco de dados disponível para o estado de Minas Gerais e que
apresenta os usos de recursos hídricos. Importante destacar, todavia, que diferentes estudos,
como é o caso do Plano Diretor de Recursos Hídricos do Rio das Velhas, apontam que existe uma
considerável quantidade de usos que não se encontram registrados nos termos da outorga e do
cadastro de uso insignificante (ECOPLAN, 2015). A tabela abaixo apresenta as outorgas de uso de
recursos hídricos autorizadas e localizadas no território de Ribeirão das Neves, segundo base de
dados disponibilizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas – CBH Rio das Velhas.
Tabela 7 - Outorgas de água no município de Ribeirão das Neves.
Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água
VIAÇÃO REAL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRAO DAS NEVES Superficial
Canalização e/ou retificação de curso de água
Afluente do ribeirão das areias
CERAMICA IOLANDA LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço manual (cisterna) Poço manual
COPASA - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS
- ETE VENEZA 2º ETAPA Superficial Lançamento de efluente em corpo de água
HAMDAN FILIZZOLA EMPREENDIMENTOS LTDA- LOTEAMENTO VIDA NOVA Superficial
Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Córrego carrangas
POSTO NÁPOLES LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
54
Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço
HAMDAN FILIZZOLA EMPREENDIMENTOS LTDA- LOTEAMENTO VIDA NOVA Superficial
Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Córrego carrancas
COMUNIDADE DO BAIRRO ATALAIA Superficial
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso
de água Córrego sem nome
SODALITA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Subterrâneo
Captação de água em surgência (nascente) Poço tubular
CANALIZAÇÃO DO CÓRREGO DA AV. CANADÁ Superficial
Canalização e/ou retificação de curso de água Córrego das piabas
TRANSIMÃO TRANSPORTADORA SIMÃO
LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
BELO HORIZONTE REFRIGERANTES LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
BELO HORIZONTE REFRIGERANTES LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
TRECHO DO CURSO DAGUA SEM NOME DO BAIRRO
VENEZA Superficial
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso
de água Corrego sem nome
CERAMICA JACARANDA LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - SGR S.A. Superficial
Canalização e/ou retificação de curso de água
Afluente da margem esquerda do córrego do
cacique
SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - SGR S.A. Superficial
Canalização e/ou retificação de curso de água
Afluente da margem esquerda do ribeirão das
neves
COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS
GERAIS - ETE JUSTINÓPOLIS Superficial Lançamento de efluente em corpo de água
REIZINHO CONSULTORIA E EMPREENDIMENTOS LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
REIZINHO CONSULTORIA E EMPREENDIMENTOS LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
REIZINHO CONSULTORIA E Subterrâneo Captação de água Poço tubular
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
55
Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água
EMPREENDIMENTOS LTDA subterrânea por meio de poço tubular já existente
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE VINAGRE DICASA LTDA ME Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
LIBERDADE REP. COM. LTDA Subterrâneo Dragagem em cava aluvionar para fins de extração mineral
CANALIZAÇÃO DE DRENAGEM DO CÓRREGO
SEM NOME DA AV. MARANHÃO Superficial
Canalização e/ou retificação de curso de água
Afluente ribeirão das neves me
CERAMICA BRAUNAS LTDA. Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
POSTO ESMERALDAS LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
DER-TRECHO RIBEIRÃO DAS NEVES- JUSTINÓPOLIS Superficial Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros)
TAMASA ENGENHARIA S.A Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
LINHA DE TRANSMISSÃO NEVES 1 - MESQUITA 500KV Superficial
Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros) Córrego da colina
MEXICHEM PLASTUBOS INDUSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO PLÁSTICA LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
VIVENDAS DA RAINHA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES -
BAIRRO BOTAFOGO Superficial
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso
de água Córrego sem nome
TRECHO DO CURSO DÁGUA SEM NOME NO BAIRRO Superficial
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso Córrego vila horinha
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56
Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água
SANTA MARTINHA de água
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES-DESASSOREAMENTO
CORREGO SEM NOME BAIRRO VALE DAS ACACIAS Superficial
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso
de água Córrego sem nome
CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS BASE
LTDA Superficial Travessia rodo-ferroviária
(pontes e bueiros) Córrego sem nome afluente
do córrego colina
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES -
BAIRRO MARIA HELENA Superficial
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso
de água Córrego sem nome
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES-DESASSOREAMENTO
CORREGO SEM NOME BAIRRO SANTA MARGARIDA Superficial
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso
de água Córrego sem nome
CERÂMICA IPÊ LTDA Subterrâneo Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já
existente
EMPREENDIMENTOS BRITO LIMA LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
EMPRESA CONSTRUTORA BRASIL S/A Superficial
Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Ribeirão das areias
EMPRESA CONSTRUTORA BRASIL S/A Superficial
Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Córrego colina
REIZINHO CONSULTORIA E EMPREENDIMENTOS LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
ATERRO SANITARIO DE RIBEIRAO DAS NEVES Superficial
Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros) Córrego dos pilões
HYPOFARMA INSTITUTO DE HYPODERMIA E FARMACIA
LTDA Subterrâneo
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular
CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS BASE
LTDA Superficial Travessia rodo-ferroviária
(pontes e bueiros) Córrego sem nome afluente
do córrego colina
CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS BASE
LTDA Superficial Travessia rodo-ferroviária
(pontes e bueiros) Córrego sem nome afluente
do córrego colina
Fonte: CBH Rio das Velhas, 2015.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
57
4.5. Hipsometria e Declividade
Os pontos mais elevados do município de Ribeirão das Neves têm valores de altitude superiores a
950 metros de altitude e estão localizados principalmente próximas à BR040 e na porção norte e
noroeste do território municipal. As partes mais rebaixadas do relevo estão em altimetria próxima
à 727 metros e estão localizadas na porção nordeste do território municipal, próximo à região de
Areias. A próximo mapa apresenta a hipsometria do município de Ribeirão das Neves.
A declividade é uma informação importante para o planejamento territorial na medida em que
está associada ao risco geológico e ainda é critério de definição de áreas restritas à ocupação,
como é o caso das Áreas de Proteção Permanente, previstas no código florestal brasileiro, lei nº
12.651, de 25 de maio de 2012.
O mapeamento de declividade foi realizado a partir de duas informações diferentes: 1) Modelo
Digital de Elevação – MDE, a partir de imagens SRTM Arc1, com resolução espacial final de 30
metros; 2) MDE construído a partir de rastreamento a laser disponibilizado pela Prefeitura
Municipal de Ribeirão das Neves em resolução espacial de 1 metro. Considerou-se que a
declividade a partir dessas imagens apresentou bons resultados para a análise ambiental proposta
durante a atualização do Plano Diretor municipal, sendo que para a análise de fragilidade e a
definição de restrição ambiental foi utilizado o MDE de resolução espacial de 1 metro
disponibilizado pela prefeitura.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
58
Mapa 5 - Hipsometria do município de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
59
Os resultados de declividade, calculados em graus, foram então agrupados em diferentes classes,
principalmente considerando as limitações e possibilidades para a ocupação territorial. O
agrupamento das classes de declividade pode seguir diferentes metodologias. Reis Junior (2016),
por exemplo, realiza a compartimentação em 4 classes (0º a 10º; 10 a 23º; 23º a 45º; 45º a 90º);
por sua vez, Lemos (2013) realiza a compartimentação utilizando de 5 classes (0º a 2º; 2º a 5º; 5º
a 10º; 10º a 15º; 15º a 45º). As compartimentações, portanto, podem variar muito ao se
considerar as prioridades e foco de cada estudo. Para a presente análise, optou-se por utilizar a
compartimentação proposta Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT,
2014) e que foi utilizado pela Prefeitura de Belo Horizonte para a elaboração da Carta de
Suscetibilidade da Cidade de Belo Horizonte. Nessa classificação a declividade é agrupada em
nove classes, a saber: 0 – 2º, 2 – 5º, 5 – 10º, 10 – 17º, 17 – 20º, 20 – 25º, 25 – 30º, 30 – 45º, mais
que 45º.
Os dados de declividade serão retomados posteriormente quando da análise de fragilidade
geológica, considerando sua interação com outros fatores ambientais, como a geologia e a
pedologia. A próxima figura apresenta as classes de declividade agrupadas segundo a
metodologia do IPT.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
60
Mapa 6 - Declividade para o município de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
61
O levantamento de declividade mostra que em partes específicas do território existem contextos
de maior encaixamento dos canais fluviais e mais intensidade na inclinação das vertentes. Essas
áreas podem representar níveis de restrição importantes para a ocupação territorial,
considerando principalmente o disposto na lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 que estabelece
restrição de uso em áreas entre 25º e 45º e preservação permanente para áreas acima de 45º de
inclinação.
4.6. Uso da Terra e Cobertura Vegetal
A classificação de uso da terra tem a finalidade de permitir parte das análises ambientais
necessárias para a discussão proposta pela atualização do Plano Diretor Municipal de Ribeirão das
Neves. Para levantamento do uso da terra nas áreas em estudo, foram utilizadas imagens dos
satélites Sentinel 2A (Imagem de abril de 2018, com 10 metros de resolução espacial,
disponibilizado pelo sistema earthexplorer.usgs.com) e Planet Scope (Imagem de maio de 2018,
com 3 metros de resolução espacial e disponibilizada pelo sistema planet.com). A escolha destes
satélites deve-se à extensa cobertura espacial, além de características dos sensores, de forma a
permitir a complementação entre as diferentes imagens. Após a obtenção das imagens, foram
realizadas correções atmosféricas e de radiância, utilizando o complemento SCP (Semi-automatic
Classification Plugin) do software QuantumGis, versão 2.18.
A classificação das imagens utilizou dois critérios sucessivos: o primeiro foi a classificação
supervisionada, por meio do plugin SCP; o segundo foi o refinamento do uso do solo a partir de
correções por meio de diversos índices de diferença normalizada. A classificação supervisionada
utilizou o algoritmo de máxima verossimilhança e gerou a classificação inicial, que foi validada e
conferida para cada imagem. Alguns contextos de uso, todavia, pela resolução espacial da
imagem Landsat e também por sua amplitude em resposta espectral, foram refinados por meio
de aritmética entre camadas raster e máscaras de localização.
Foram utilizados como índices para a classificação o Normalized Difference Vegetation Index
(NDVI), o Soil-adjusted Vegetation Index (SAVI), o Normalized Difference Built-up Index (NDBI) e o
Modified Normalized Difference Water Index (NDWI), que apresentaram bons resultados para as
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
62
classes analisadas. Para a classificação das áreas verdes e de cobertura natural foram utilizados o
NDVI e o SAVI; para a classificação das áreas de uso urbano foram utilizados o NDBI e o SAVI; e
para a classificação dos corpos hídricos foi usado o índice NDWI.
As imagens foram analisadas e os resultados agrupados em 05 classes principais:
A vegetação arbórea que representa áreas em que ocorre significativo renascente
de áreas verdes, com alto grau de produção de clorofila e que, no município de
Ribeirão das Neves, está associado principalmente a remanescentes florestais
estacionais semideciduais, que estão localizados nos fundos de vale e baixas
vertentes. Na classe arbórea também estão inseridas tipologias que se aproximam
do cerrado, com menor porte florestal, localizados principalmente nas áreas de topo
e de médias vertentes.
Vegetação herbácea que foi considerada como áreas antropizadas em que
predominam pastagens e campos. Essas coberturas podem também estar
associadas a presença de espécies arbustivas ou arbóreas esparsas.
O mapeamento de áreas urbanas e de solo exposto foi agrupado, principalmente
pelos níveis de confusão entre as duas classificações. Os mapeamentos foram
refinados por mascará utilizando os resultados do NDBI, gerado pela imagem
Sentinel 2A.
Os corpos hídricos foram mapeados considerando os cursos d’água e reservatórios.
A classificação foi refinada com uso do NDWI, da imagem Sentinel 2A.
Abaixo são apresentados exemplos de imagens e do resultado da classificação realizada.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
63
Figura 5 - Exemplo de imagem - Google Earth/digital globe.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Figura 6 - Exemplo de imagem – Plane Scope.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
64
Figura 7 - Exemplo de imagem – Sentinel 2A.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Figura 8 - Exemplo de resultado da classificação de uso da terra.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
O próximo mapa apresenta o mapeamento de uso da terra elaborado para a atualização do Plano
Diretor municipal de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
65
Mapa 7 - Mapeamento de uso da terra para o município de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
66
A próxima Tabela e o gráfico seguinte apresentam os resultados da classificação de uso em
termos quantitativos.
Tabela 8 - Uso da terra em Ribeirão das Neves, maio de 2018.
Tipologia de uso Área (Ha) % em relação à área do município
Arbóreo 4.815,486 30,97
Urbano e solo exposto 3.973,858 25,56
Água 7,072 0,05
Herbácea e pastagem 6.751,881 43,43
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Gráfico 3 - Percentuais de uso da terra no município. Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.
Os padrões de ocupação permitem algumas análises preliminares:
Os principais remanescentes florestais estão localizados à noroeste do município e
na região entre Justinópolis e o a região Central;
As áreas urbanas apresentam poucas áreas verdes em nível arbóreo;
As áreas de pastagem e de vegetação herbácea são as mais frequentes em território
municipal e estão localizadas principalmente nas proximidades com as áreas e
tipologias urbanas;
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
67
Alguns corpos d’água da região de Areias, considerando o padrão de pressão
ambiental da atividade, foram classificados como sendo solo exposto,
principalmente por seu nível de assoreamento e natureza da atividade de extração
de argila e de sedimentos.
4.6.1. Cobertura Vegetal
O município de Ribeirão das Neves está inserido em uma área de transição entre o Cerrado e a
Mata Atlântica, dessa forma, a vegetação pode apresentar características de ambos os biomas. No
município de Ribeirão das Neves, percebe-se uma conformação de tipologias florestais que está
diretamente associada à dinâmica geomorfológica dos diferentes locais. Nas áreas mais
rebaixadas do relevo, recebedoras de nutrientes e materiais erodidos nas médias e altas
vertentes, percebe-se a formação de vegetação de porte elevado, com características estacionais
semi-deciduais, como apresentado pela próxima foto.
Foto 1 - Vegetação de porte arbóreo denso e com características estacionais semideciduais.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Nas áreas mais elevadas, médias vertentes e topo de morro é recorrente que a vegetação tenha
menor porte, mas mantendo a relação de adensamento florestal, nessas áreas foram percebidas
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
68
características de vegetação que se assemelham às esperadas pelo bioma cerrado, apesar da
identificação de espécies de mata atlântica, como a embaúba em médias vertentes.
Foto 2 - Vegetação de porte arbóreo em altas vertentes e topos de morro.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Para a classificação de porte vegetacional foram utilizadas imagens do satélite Sentinel 2A e
Planet Scope. As cenas foram definidas buscando uma menor cobertura de nuvem,
principalmente nas áreas consideradas para a verificação dos dados classificados. Os pixels das
imagens adquiridas possuem uma resolução espacial de 10 metros e 3 metros (respectivamente
Sentinel 2A e Planet Scope).
A classificação do porte vegetacional foi realizada a partir da aritmética de bandas para a
composição do Normalized Difference Vegetation Index (NDVI). Após comparações iniciais
considerou-se que o método NDVI a partir da imagem Sentinel, para as necessidades específicas
do trabalho, se mostrou como um método de melhor resultado – principalmente pela
abrangência do sensor para infravermelho. Para o cálculo do NDVI foi utilizado o software Qgis
2.18.19 e foram utilizadas as bandas do infravermelho próximo e vermelho. O NDVI gerou
resultados entre –0,6 e 0,80. Quanto mais próximo do valor 1, maior a produção de biomassa e o
adensamento vegetacional.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
69
Após o cálculo do NDVI os resultados foram categorizados e agrupados em classes de vegetação
que foram consideradas reflexo das tipologias florestais existentes no município de Ribeirão das
Neves. A próxima figura apresenta a imagem Sentinel 2A em composição de falsa cor, destacando
a vegetação em vermelho.
Figura 9 - Imagem Sentinel 2A com composição falsa cor.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Após os resultados do NDVI, as tipologias florestais foram separadas a partir de seu resultado
numérico, como apresentado em detalhe na próxima figura e para o município no mapa seguinte.
Figura 10 – NDVI Imagem Sentinel 2A.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
70
Na imagem acima, as áreas em verde representam maior produção de biomassa e,
consequentemente maior porte arbóreo. Os resultados do NDVI foram então reclassificados em
quatro grupos:
1) Ausência de vegetação – correspondendo às áreas urbanas, solo exposto e corpos
d’água.
2) Herbácea e pastagens com baixa produção de biomassa – correspondendo a
pastagens com presença de solo exposto e com pouca presença de espécies
arbustivas
3) Herbácea com maior produção de biomassa – que corresponde a pastagens com
pouco ou nenhuma presença de solo exposto e com resposta no infravermelho da
imagem Sentinel mais elevada que a categoria anterior.
4) Vegetação arbórea densa11 , que corresponde às tipologias florestais nas quais se
percebe continuidade de porte arbóreo.
Tabela 9 – Resultados do NDVI
Tipologia de uso Área (Ha) % em relação à área do município
Ausência de vegetação 3876,39 24,93
Herbácea e pastagens com baixa produção de biomassa
3769,15 24,24
Herbácea com maior produção de biomassa 3573,98 22,99
Vegetação arbórea densa 4328,48 27,84
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Os resultados da reclassificação são apresentados pelo próximo mapa.
11 A classificação de vegetação arbórea densa apresenta pequenas diferenças do resultado aferido pela classificação
supervisionada de uso da terra. Essa diferença é explicada principalmente pelas metodologias utilizadas e pela escala espacial entre as imagens utilizadas.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
71
Mapa 8 – Mapa de vegetação – NDVI Sentinel 2A. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
72
4.7. Fragilidade Ambiental
O mapeamento de áreas de risco geológico tem como objeto a delimitação de áreas com maior
predisposição de desastre natural, sendo que a metodologia utilizada possui o intuito de
esclarecer de forma relativa as áreas associadas a uma menor ou maior fragilidade geológica. A
geração de um mapa de fragilidade geológica representa um primeiro instrumento de consulta do
município para aptidão a urbanização. Entretanto, o mapa gerado por essa análise possui escalas
de dados que são adequadas somente para formas de análise que envolvam o território municipal
como um todo. Dessa forma, o mapeamento geológico não quantifica as possíveis consequências
danosas às atividades humanas caso haja ocupação em alguma área que tenha maior
probabilidade de que ocorra algum incidente não previsto, assim como não representa uma base
de dado para calcular o tempo que possa ocorrer o evento ou estabelecer diretrizes de obras de
fundação ou contenção.
Assim, como a dinâmica natural terrestre sofre flutuações e não há como prevê-las, o ideal é que
após a geração da carta de fragilidade seja realizada a elaboração de uma carta geotécnica de
aptidão a urbanização em escala de 1:10.000 ou a carta geotécnica de risco em escala de 1:2.000.
Esses insumos não fazem parte da atualização do plano diretor, mas podem ser instrumentos
importantes para a gestão urbana do município.
A elaboração do mapeamento de fragilidade geológica se baseia na metodologia aplicada pelo
Instituto de Pesquisa Tecnológico de São Paulo (IPT, 2014) que indica as áreas susceptíveis a
fenômenos e processos do meio físico cuja dinâmica pode gerar desastres naturais. Nesse projeto
os fenômenos analisados serão os movimentos gravitacionais de massa sendo que condizem com
as diretrizes da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC).
O órgão do governo federal responsável pela elaboração das cartas de susceptibilidade encontra-
se sob a coordenação nacional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que utiliza a metodologia
IPT. Desse modo, as etapas utilizadas para a análise e elaboração do mapeamento de fragilidade
utilizarão como base essa metodologia, apresentando algumas mudanças para se adequar a
proposta do projeto de atualização do Plano Diretor.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
73
Os procedimentos para a elaboração do mapeamento de fragilidade geológica seguiram quatro
etapas sucessivas e complementares: 1) compilação bibliográfica e estruturação da base de
dados; 2) análise, classificação, zoneamento das suscetibilidades; 3) composição do pré-mapa; 4)
revisão e avaliação do pré-mapa para finalização e consolidação do mapeamento de fragilidade
geológica.
A etapa de compilação bibliográfica tem como objetivo a coleta de informações de trabalhos
anteriores desenvolvidos na RMBH que possam ajudar a entender a dinâmica associada à
fragilidade geológica no município, assim como entender os métodos de mapeamento utilizados
para a classificação geotécnica das áreas.
Como os processos investigados nesse projeto serão os relacionados a movimentos gravitacionais
de massa, eles foram classificados primeiramente individualmente. Na investigação individual de
cada evento predisponente a desastres naturais será baseado na classificação das áreas sujeitas a
deslizamento e corridas de massa. Logo, os parâmetros utilizados para determinar o grau de
incidência será a geologia local, relevo e declividade a partir das referências de seus agentes
modificadores do meio, como intemperismo e erosão.
Desse modo, a segunda etapa do mapeamento será voltada a filtragem dos dados e
entendimento dos possíveis processos predisponentes a desastre natural. Logo, o entendimento
da dinâmica geológica responsável pela mudança do meio associada a declividade e ao relevo da
área serão parâmetros investigados em conjunto.
O pré-mapa é elaborado em ambiente digital e é baseado na sobreposição dos mapas temáticos e
da classificação das zonas de suscetibilidade relacionados aos processos examinados que ocorre
em cada município. Para a elaboração do pré-mapa foram definidos pesos específicos para cada
camada de análise, sendo considerada a declividade como dado principal. Isso se deve à escala do
dado disponível (visto que a declividade foi calculada a partir de imagens de alta resolução
disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves). Outro fator de relevância para a
diminuição do peso das bases de geologia e de pedologia é que essas duas informações possuem
alta correlação, uma vez que a base de pedologia utiliza como um de seus insumos o
levantamento geológico.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
74
A tabela abaixo apresenta os pesos atribuídos a cada uma das três camadas de dados
apresentados.
Tabela 10 - Camadas e pesos para confecção do mapa de fragilidade geológica
Camada Peso atribuído Categorias
Geologia 20% Unidades geotécnicas (Parizzi et al, 2010)
Pedologia 30% Agrupamento por desenvolvimento do Solo (Reis Junior, 2016)
Declividade 50% Metodologia IPT (2014)
Fonte: Ethos urbanismo, 2018
Para as informações de cada camada foram atribuídos diferentes pesos de análise, considerando
as referências e metodologias originais e estudos associados à dinâmica geológica da Região
Metropolitana de Belo Horizonte. A tabela abaixo apresenta os pesos atribuídos à camada de
geologia para a realização da análise multicritério.
Tabela 11 - pesos atribuídos para a camada de geologia
Unidade Geotécnica Litologia Peso (1 a 10)
1 Granito e Gnaisse 8
2 Rochas de origem sedimentar folheadas e de granulometria fina
como argilitos e siltitos 5,5
3 Itabirito 7
4 Rochas metamórficas foliadas como ardósias, filitos e xistos 5
5 Dolomito 4
6 Quartzitos e metaconglomerados 7
7 Rochas metaultramáficas, soleiras e diques máficos,rochas
metabásicas 7
8 Depositos sedimentares, Depósitos aluvionares, Depósitos
aluviais e coluviais 2
9 São meta-arenitos com associações de rochas vulcano
sedimentares em elevado estado de intemperismo 6
10 Rochas carbonáticas 4
Fonte: Parizzi et al, 2010.
A próxima tabela apresenta os pesos atribuídos para a camada de declividade.
Tabela 12 - Pesos atribuídos para a base de declividade
Declividade Peso atribuído (1 a 10)
0 - 2º 2
2 - 5º 1
5 - 10º 2
10 - 17º 3
17 - 20º 5
20 - 25º 6
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
75
Declividade Peso atribuído (1 a 10)
25 - 30º 6
30 - 45º 7
> 45º 9
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
A próxima tabela apresenta os pesos atribuídos para a base de pedologia.
Tabela 13 - Pesos atribuídos para a camada de pedologia
Classe de agrupamento Peso
Rocha ou solos muito pouco desenvolvidos 6
Solo pouco desenvolvido 4
Solo bem desenvolvido 2
Fonte: Ethos urbanismo, 2018.
A partir dos diferentes pesos e camadas foi realizado procedimento de reclassificação das bases
de dados e realizada operação de análise multicritério por meio do software QGIS com a
finalidade de proceder para a elaboração do mapa de fragilidade geológica. O mapa a seguir
apresenta a síntese do mapeamento de fragilidade geológica, agrupado em classes.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
76
Mapa 9 - Mapeamento de fragilidade ambiental para o município de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
77
A partir do mapeamento de fragilidade geológica no município de Ribeirão das Neves, percebe-se
que as áreas inseridas na porção norte e noroeste do município e as localizadas entre a área
central e na região do Veneza apresentam áreas com maior fragilidade geológica, estando muitas
vezes associadas a contextos de alta declividade, relevo mais íngreme e que está também
vinculado a solos com evolução vertical pouco desenvolvida (cambissolos, principalmente). A
porção norte e nordeste próxima à região de Areias apresenta relevo menos acidentado com
gradientes de declividade pouco acentuados e os menores valores relativos de fragilidade
geológica.
A próxima tabela apresenta a síntese percentual da fragilidade geológica no município de Ribeirão
das Neves
Tabela 14 - Fragilidade geológica no município de Ribeirão das Neves
Tipo de fragilidade Area (ha) % do território municipal
Muito baixa 6.706,860 43,24
Baixa 3.718,479 23,97
Intermediária 2.684,754 17,31
Elevada 1.803,910 11,63
Muito elevada 598,160 3,86
Fonte: Ethos urbanismo, 2018.
Um percentual considerável do município (32,79%) está inserido em áreas de risco geológico
intermediário, elevado ou muito elevado (17,31%, 11,63% e 3,86%, respectivamente). As áreas de
maior risco no município estão associadas à porção noroeste do território municipal. A fragilidade
geológica, deve ser entendida de forma relativa e considerar que não há impedimento direto ou
legal para a ocupação nessas áreas que apresentam maior ou menor risco, mas são contextos que
devem ser considerados e demandam estudos complementares e atividades específicas.
Da mesma forma, não é possível falar que não existe risco geológico nas áreas em que estão
mapeadas como de muito baixa. Como explicado, esse estudo se aplica para o entendimento da
dinâmica territorial municipal e não deve ser utilizado para definições de estruturas locais e que
demandam estudos específicos para a sua implantação.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
78
4.8. Áreas Protegidas, Patrimônio Natural e Conservação Ambiental
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, foi criado pela lei 9.985/2000, e é
responsável por sintetizar e disponibilizar uma quantidade significativa de informações sobre as
Unidades de Conservação (UC) no Brasil, contudo, a escala de mapeamento dos limites das
unidades de conservação é variável entre diferentes UCs. Para o Estado de Minas Gerais, o
Instituto Pristino, em parceria com o Ministério Público, elaborou estudo de detalhamento e
correção dos limites das UC’s, padronizando a escala e as metodologias de mapeamento para
todo o estado de Minas Gerais.
As unidades de conservação, em acordo com o estabelecido pelo SNUC, são organizadas de
acordo com duas tipologias de proteção: uso sustentável e proteção integral. A RMBH possui
218.108 hectares de área protegida por unidades de conservação de uso sustentável, o que
corresponde a aproximadamente (23,03% do território metropolitano e 67.160 hectares de áreas
consideradas de proteção integral que correspondem a 7,09 da área da RMBH. Além de 3026
hectares protegidas por RPPN.
Segundo banco de dados disponibilizado pelo Instituto Pristino e pelo Ministério Público de Minas
Gerais, o município de Ribeirão das Neves não possui em todo o seu território áreas protegidas e
cadastradas no SNUC. Não foram encontrados registros de unidades de conservação de proteção
integral e de Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN). Existe, todavia, a previsão de
áreas protegidas no Plano Diretor Municipal e a criação de uma Unidade de Conservação de uso
sustentável pelo Decreto municipal 119/2016 que criou a Área de Proteção Ambiental da
Cachoeira da Lajinha, localizada na bacia hidrográfica do córrego do Serrote.
O Plano Diretor e a Lei de uso e ocupação do solo vigentes apresentam de forma recorrente a
preocupação com a manutenção dos ecossistemas e de melhoria de diferentes funções
ambientais. A lei de uso e ocupação do solo estabelece ainda as Área de Diretrizes Especiais de
Interesse Ambiental – ADE Ambiental, que:
“compreende áreas não parceladas públicas e privadas, cobertas em
parte por matas galerias, cerrado com transição para mata, floresta
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
79
tropical e cerrado típico, abrangendo topos de morro e encostas,
incluídas áreas de proteção de nascentes e recursos hídricos”
As ADE’s Ambientais são constituídas por Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Preservação
Permanente e os Parques Ecológicos Municipais e devem ser objetos de estudo e levantamentos
específicos para a caracterização das áreas de relevância ambiental internas à ADE. A Área de
Proteção Ambiental da Cachoeira da Lajinha, instituída pelo decreto municipal nº 119 de 27 de
dezembro de 2016, é uma Unidade de Conservação Municipal de uso sustentável e que tem como
finalidade a regulação de usos e a garantia de manutenção da qualidade ambiental e ecológica da
cachoeira da Lajinha, de seus cursos d’água afluentes e de sua bacia de contribuição. O decreto de
criação, além de apresentar o memorial descritivo dos polígonos e as intenções de proteção,
estabelece instrumentos de gestão e de formas de atuação para a secretaria municipal de meio
ambiente (instituição gestora da UC Municipal) e também para a atuação de outras instâncias
públicas e privadas, inclusive para ações de parcelamento do solo na área.
4.8.1. As Áreas de Preservação Permanente
As áreas de preservação permanente representam contextos de fragilidade ambiental e de risco
muito elevados e sua ocupação é possível, segundo o artigo 8º do código florestal brasileiro,
somente quando ocorrer interesse social, utilidade pública ou baixo impacto de intervenção. As
APP de declividade apresentam contextos muito desfavoráveis para a ocupação direta, por se
tratarem de áreas de elevada declividade e que, portanto, necessitam de projetos específicos e
análises geotécnicas locais. No município de Ribeirão das Neves, parte dessa tipologia de APP está
também associada a contextos em que a geologia se mostrou mais resistente aos processos
erosivos e estão localizados em áreas específicas e em quantidade reduzida no território.
As APPs de cursos d’água demandam diferentes cuidados para a ocupação por serem associadas à
diferentes contextos de risco e de fragilidade ambiental. Essas áreas estão associadas à eventos
de inundação dos cursos d’água, principalmente nas áreas imediatamente marginais e que estão
inseridas nas planícies fluviais. Da mesma forma, as APPs fluviais são consideradas fundamentais
para a manutenção da qualidade e da quantidade das águas nos cursos d’água, visto que
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
80
diminuem a quantidade de materiais sólidos difusos carreados pelo escoamento pluvial e,
portanto, são essenciais para a melhoria e para a manutenção das vazões fluviais nos córregos,
ribeirões e rios. As APPs de topo de morro não foram consideradas neste mapeamento12.
Considera-se ainda que as áreas de proteção permanente podem ser caracterizadas como
importantes eixos de articulação para a Trama Verde e Azul, que é uma política metropolitana
que tenta construir e aproximar os usos humanos dos espaços naturais, por meio de diferentes
equipamentos urbanos e de uso.
As APP’s foram delimitadas a partir de diferentes técnicas e análises específicas, utilizando como
referência o código florestal brasileiro (lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012). As APPs de
declividade foram mapeadas a partir dos dados gerados pelo rastreamento a laser disponibilizado
pela prefeitura municipal.
As APPs fluviais foram definidas e utilizando como referência um mapeamento específico de
hidrografia. A organização do padrão de drenagem predominante dos cursos d’água é uma
informação importante para a análise da disponibilidade hídrica e do comportamento dos cursos
d’água ao longo do ciclo hidrológico. Para a atualização do plano diretor, contudo, considera-se
que o levantamento da hidrografia do município teve como principal finalidade subsidiar o
mapeamento das Áreas de Preservação Permanente associadas aos cursos d’água.
O mapeamento de hidrografia para o município de Ribeirão das Neves foi realizado manualmente
e hierarquizado de acordo com a de classificação proposta por Strahler, na qual as drenagens de
cabeceira representam a primeira ordem dos cursos d’água. O encontro de dois cursos d’´água de
primeira ordem formam um curso de segunda ordem; o encontro de dois cursos d’água de
segunda ordem formam um curso de terceira ordem e assim sucessivamente (MAGALHAES
JUNIOR, 2011).
12 A APP de topo de morro, como definido pelo código florestal, é relativa ao “topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação”. Todavia, não foram localizadas metodologias disponíveis e aplicáveis para o cálculo da APP de topo de morro sem levantamentos específicos e análises locais.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
81
As faixas marginais aos cursos d’água foram estabelecidas de acordo com a ordem de cada canal
fluvial. Adotou-se a referência de que canais de hierarquia fluvial com ordem igual ou menor a
cinco, como sendo cursos d’água de metragem inferior a 10 metros de largura do leito fluvial,
portanto com uma área protegida de 30 metros; os cursos d’água de ordem superior a 5 foram
considerados como sendo com largura de leito fluvial superior a 10 metros e, portanto, com área
protegida equivalente à 50 metros.
As APPs associadas às nascentes não foram inseridas no mapeamento, uma vez que segundo o
código florestal é associada às “áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes,
qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros”. A situação
de perenidade de uma nascente é um debate bastante complexo e que não é possível de ser
associado sem um mapeamento específico e de campo que permita uma análise do
comportamento da vazão da nascente ao longo do tempo e de preferência por mais de um ano
do ciclo hidrológico.
O próximo mapa apresenta a síntese do mapeamento das Áreas de Preservação Permanente
gerado para o município de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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Mapa 10 - Áreas de Preservação Permanente no município de Ribeirão das Neves. Fonte: Ethos urbanismo, 2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
83
4.8.2. O Cadastro Ambiental Rural
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um instrumento proposto pela lei 12.651/2012, que atualizou
o código florestal brasileiro. O CAR é um dos principais instrumentos para a gestão e
compreensão da estrutura das propriedades rurais brasileiras e apresenta importantes
contribuições e usos para a gestão do território rural. O CAR é realizado pelo proprietário rural,
que disponibiliza diferentes níveis de informação sobre as propriedades rurais e que podem ser
acessados por diferentes instituições e organizações sociais. O CAR apresentou uma metodologia
única a ser construída e seguida por todos os proprietários rurais do país de forma, que hoje
apresenta uma base de dados bastante consolidada e muito importante.
O município de Ribeirão das Neves possui 138 propriedades rurais registradas no Cadastro
Ambiental Rural, somando uma área total de propriedades cadastradas que é equivalente a
5896,42 hectares. Considerando que o município tem aproximadamente 15548,15hectares,
37,92% do território municipal está cadastrado no CAR. As reservas legais das propriedades rurais
se encontram fragmentadas no território, sem aparente conectividade e planejamento ambiental,
como apresentado pela próxima figura (CAR, 2017).
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
84
Mapa 11 - Reservas legais cadastradas no CAR
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
85
A próxima tabela apresenta a situação das propriedades rurais em relação ao seu porte, de
acordo com o módulo fiscal estabelecido para o município.
Tabela 15 - Tipos de propriedades rurais no município de Ribeirão das Neves
Tipo Total de propriedades Área (ha) % do município
Minifúndio 58 206,54 1,33
Pequena propriedade 39 606,32 3,89
Média propriedade 30 1755,68 11,29
Grande propriedade 11 3327,89 21,40
Fonte: Adaptado de CAR, 2017.
O que se percebe é que apesar do maior número de imóveis cadastrados como minifúndios, que
tem área inferior a 1 hectare, esse padrão de propriedade representa um percentual muito baixo
(1,33%) do território municipal. Em contraposição, as grandes propriedades, que somam apenas
11 unidades concentram aproximadamente 21,40% do território. Algumas das grandes
propriedades pertencem a empresas públicas, como é o caso da propriedade da CODEMIG ao
norte do município.
4.9. Legislação e Gestão Ambiental
O município de Ribeirão das Neves apresenta uma grande diversidade de marcos normativos e
jurídicos associados à dinâmica ambiental e às estruturas de gestão ambiental em nível municipal.
A Lei 3291 de 30 de abril de 2010 (regulamentada pelo decreto 77 de 29 de setembro de 2011),
dispõe sobre a política de proteção, conservação e controle do meio ambiente e da melhoria da
qualidade de vida no município de Ribeirão das Neves apresenta os principais instrumentos e
estruturas para a gestão ambiental em nível municipal. A lei é dividida em seis capítulos
subsequentes: 1) dos fins e princípios da política municipal do meio ambiente; 2) do sistema
municipal de meio ambiente – “SISMUMA”; 3) do controle e da fiscalização das fontes poluidoras
e da degradação ambiental; 4) das penalidades; 5) da criação do fundo municipal de meio
ambiente; 6) das disposições finais.
Considerando referências normativas estaduais e federais, o capítulo primeiro estabelece os fins e
os princípios da política municipal do meio ambiente, considerando o direito constitucional ao
meio ambiente equilibrado e apresenta princípios, ideias e propostas referentes ao
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
86
desenvolvimento sustentável, à participação cidadã, à garantia da função social da propriedade e
da educação ambiental. O primeiro capítulo, ainda enfatiza a necessidade de atuação conjunta
com outras instâncias estaduais e regionais de proteção ambiental e a necessidade de
harmonização das políticas municipais com as dinâmicas regionais.
O capítulo segundo apresenta o Sistema Municipal de Meio Ambiente – SISMUMA, que destaca
duas questões consideradas estruturais: a definição de uma instituição normativa e de
participação social, que é o Conselho Municipal de Meio Ambiente; a estruturação de
competências e atribuições para a Secretaria municipal de Meio Ambiente. O CODEMA é
considerado pelo parágrafo primeiro do artigo quarto como sendo um
órgão colegiado, normativo, paritário, consultivo de assessoramento ao
Poder Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência,
sobre as questões ambientais propostas nesta e demais leis correlatas do
município e será composto, em proporção idêntica, por representantes
do Poder Público e da sociedade civil para a defesa do meio ambiente.
São apresentadas atribuições específicas para o CODEMA que ressaltam, muitas vezes, sua
finalidade enquanto espaço público e de debate. Importante destacar que o CODEMA do
município de Ribeirão das Neves é paritário entre sociedade civil e poder público e é deliberativo
para a concessão de licenças e autorizações ambientais em sua competência, além de poder
solicitar estudos complementares para a análise de diferentes processos em processo de
licenciamento e de autorização. O decreto nº278 de 14 de agosto de 2015 dispõe sobre a
organização do conselho municipal do meio ambiente – CODEMA, e o decreto Nº 102, de 08 de
dezembro de 2016 dispõe sobre o regimento interno do Conselho Municipal o Meio Ambiente –
CODEMA e cria uma estrutura de gestão dividida em: Presidência; Plenário; Câmara Normativa e
Recursal; Câmaras Temáticas; Secretaria Executiva.
A lei estabelece ainda as competências e atribuições da Secretária Municipal de Meio Ambiente
que, enquanto ente executivo, deve fazer cumprir as decisões e as normativas aprovadas pelo
CODEMA e assessorar tecnicamente o conselho, além de exercer ação fiscalizadora. A Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável teve suas competências e estrutura
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
87
organizacional atualizadas pelo decreto nº 99 de em 30 de junho de 2017, sendo que atualmente
a secretaria é estruturada em: Gabinete do Secretário; Superintendência de Regularização e
Controle Ambiental; Superintendência de Gestão ambiental.
O capítulo terceiro da política municipal de meio ambiente é referente ao controle e a fiscalização
das fontes poluidoras e da degradação ambiental, em síntese o capítulo adota como
procedimento municipal o licenciamento trifásico (licença prévia, licença de instalação e licença
de operação) e em uma única etapa para empreendimentos de menor porte poluidor ou
degradador do meio ambiente. Fica estabelecido em lei que o prazo máximo para a concessão de
licença é de 06 meses, com a exceção dos casos em que é demandado a elaboração de Estudos de
Impacto Ambiental, de acordo com a tipologia do empreendimento e potencial poluidor. O
decreto nº 77 de 29 de setembro de 2011 estabelece e detalha ainda diferentes atribuições e
formas de atuação para a fiscalização e controle ambiental, além de definir os parâmetros
estaduais de porte e potencial poluidor como referência também para o município e afirma a
atribuição do CODEMA em estabelecer outros padrões para atividades não contemplados pela
legislação estadual.
O quarto capítulo da política municipal de meio ambiente apresenta as definições de penalidades
para as infrações ambientais e a realização de atividades desconformes com as políticas e padrões
apresentados pela legislação municipal, em respeito também às diretrizes federais e estaduais. O
decreto nº 77 de 29 de setembro de 2011 normatiza e detalha de forma mais completa esse
capítulo, além de apresentar os processos recursais, as multas e valores de referência para as
tipologias de infração ambiental, além de apresentar os procedimentos para requerimento de
licenciamento corretivo.
O quinto capítulo é composto apenas do artigo 31, que estabelece a criação do Fundo Municipal
de Meio ambiente que tem a finalidade de:
“custear planos, projetos e programas de melhoria da qualidade do meio
ambiente no Município, melhorias na infraestrutura do Sistema de
Gestão Ambiental Municipal, pagamento a consultores e contratados,
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
88
propostos pela comunidade ou pelo Órgão Executivo Municipal de Meio
Ambiente e submetidos à apreciação do CODEMA”.
O decreto 04 de 22 de janeiro de 2016 dispõe sobre a organização do fundo municipal de meio
ambiente de Ribeirão das Neves e detalha as principais fontes orçamentárias a comporem o
fundo (multas, receitas advindas de processo de licenciamento, recursos de fontes estaduais e
federais, doações e outras fontes) e as atividades e ações que podem ser custeadas com os
recursos do fundo. Segundo o artigo primeiro do referido decreto o fundo é administrado pela
secretaria municipal de desenvolvimento sustentável mediante aprovação e fiscalização do
CODEMA. A gestão do fundo é atribuída ao secretário de meio ambiente, que pode instituir um
conselho gestor para o fundo municipal.
Apesar da consolidação do Fundo municipal de Meio Ambiente outras fontes de recursos tem o
potencial de apoiar a gestão ambiental do município, como é o caso do ICMS ecológico que é uma
proposta de repasse de recursos, por meio de subsídio cruzado, para os municípios que tem
apresentado bom desempenho em suas atividades ambientais, a partir de três principais eixos: a)
unidades de conservação; b) ações de saneamento; c) ações específicas para a gestão do bioma
de mata seca13. O ICMS ecológico é repassado para os municípios mineiros desde o ano de 2002 e
é um importante instrumento para a gestão ambiental municipal, uma vez que pode permitir a
estrutura econômica para a efetivação de diferentes ações e políticas ambientais. Para a análise
inicial foi realizado um comparativo de repasse do ICMS ecológico nos anos de 2007, 2012 e 2017.
O município de Ribeirão das Neves teve repasses referentes ao ICMS ecológico apenas no último
ano consultado. Os repasses foram efetivados por ações relativas a ações de saneamento. A
tabela a seguir apresenta os volumes de recursos repassados ao município.
13 O bioma de mata seca em minas gerais é específico da região norte do estado, razão pela qual essa informação não é
apresentada para os municípios na RMBH.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
89
Tabela 16 - Repasse total de ICMS ecológico para o município de Ribeirão das Neves
REPASSE ICMS - ECOLÓGICO TOTAL 2007 TOTAL 2012 TOTAL 2017
Unidades de conservação (A) 0 0 0
Saneamento (B) 0 0 R$ 27.573,25
Mata Seca (C) 0 0 0
Meio Ambiente (A+B+C) 0 0 R$ 27.573,25
Fonte: Fundação João Pinheiro
Os repasses de ICMS ecológico no município de Ribeirão das Neves são considerados muito
baixos, em comparação com outros municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, por
exemplo. Considera-se que os recursos do ICMS Ecológico podem ser alavancados a partir da
instrumentação junto ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação das áreas protegidas em
âmbito municipal, como é o caso da APA da Lajinha, além da definição das ações de saneamento
em andamento e atuantes no município.
4.10. Síntese do Contexto Ambiental do Município de Ribeirão das Neves
O município de Ribeirão das Neves está integralmente inserido na bacia hidrográfica do Ribeirão
da Mata, afluente do Rio das Velhas. A geologia presente é de origem metamórfica e composta
por rochas de gnaisse e ortognaisses que geram mantos de intemperismo profundos, gerando
solos com alto grau de evolução vertical. Solos menos profundos são percebidos nas regiões de
maior declividade, onde o transporte de material coluvionar auxilia na formação de áreas com
maior acúmulo de sedimentos e com solos mais ricos em termos de nutrientes, que se localizam
principalmente próximos aos níveis de base locais e cursos d’água.
Próximos aos níveis de base, portanto há o acúmulo de material erodido das médias e altas
vertentes, além de uma maior disponibilidade de água devido à proximidade com o nível freático,
dessa forma, percebe-se junto aos fundos de vale um maior desenvolvimento das espécies
vegetais, chegando a portes elevados e altura de dossel e que apresentam diferentes espécies
típicas de mata atlântica e algumas de cerrado. Nas médias vertentes e topos é comum a
presença de vegetação de porte menos elevado e que apresentam semelhanças vegetacionais
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
90
mais associadas às tipologias de cerrado esperadas para a região. Dessa forma, considerou-se três
contextos principais de paisagens naturais para o município de Ribeirão das Neves:
Matas de galeria, próximas aos fundos de vale e às planícies fluviais. Essas áreas
apresentam vegetação de porte arbóreo, denso, com características de vegetação
estacional semidecidual e presença de espécies de cerrado e de mata atlântica;
Matas de média e alta vertente com solos desenvolvidos. Essas áreas apresentam
vegetação densa, de porte arbóreo intermediário e com forte presença de espécies
de cerrado;
Vegetação em média vertente com solos menos desenvolvidos. Essas áreas
apresentam uma vegetação arbórea-arbustiva, de menor porte edáfico, mas com
alta relevância ambiental, principalmente por se mostrarem áreas de infiltração e
nas quais a retirada de vegetação pode ocasionar focos erosivos significativos.
Os usos antrópicos nos três contextos de paisagem indicados se mostraram muito intensos e
pouco sensíveis às particularidades dos contextos naturais. Como apresentado anteriormente,
diferentes tipos de uso incorreram na supressão parcial ou completa da vegetação nativa, sua
substituição por pastagens e por usos urbanos. As diferentes formas de uso geram consequências
ambientais bastante complexas, algumas foram consideradas essenciais de serem discutidas:
1) a substituição por vegetação herbácea e pastagens apresenta diferentes
intensidades e níveis de uso, de forma que a quantidade de pastagens que por
análise de imagens de satélite apresentam alto grau de exposição do solo foi
considerada bastante elevada, esse contexto aumenta o processo de perda de
nutrientes do solo, gera processos erosivos e consequente assoreamento dos
cursos d’água;
2) os usos urbanos em suas diferentes tipologias e intensidades, via de regra, se
mostraram pouco sensíveis á dinâmica ambiental específica dos diferentes
contextos e espaços naturais. Como demostrado anteriormente uma quantidade
significativa de vegetação ciliar foi retirada, independente da proteção
estabelecida pelo código florestal. Importante destacar que diversos cursos
d’água inseridos no tecido urbano apresentam, todavia, um contexto de
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
91
vegetação degradado, mas que possui alto potencial de recuperação e de uso,
principalmente para as dinâmicas de lazer e de contemplação.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
92
5. DINÂMICA SOCIOECONÔMICA
5.1. Dinâmica Populacional
Este tópico apresenta os resultados e métodos utilizados para a elaboração de uma projeção
demográfica e domiciliar do município de Ribeirão das Neves para o período 2018-2030. Para isso,
foi utilizado o “Método das Componentes”, que tem como fundamento a análise e projeção dos
níveis e padrões das três principais componentes demográficas ao longo do tempo. A previsão
correta do comportamento futuro da fecundidade, da mortalidade e da migração é um grande
desafio pois, além de interagirem entre si, essas variáveis também estão sujeitas a uma série de
outros fatores não eminentemente demográficos. Dessa forma, uma projeção não consiste
simplesmente na aplicação mecânica de uma série de técnicas - é necessário, além de um amplo
conhecimento de técnicas e teorias demográficas, uma boa noção dos fatores econômicos,
políticos, ambientais e socioculturais que exercem influência nas variáveis demográficas.
A formulação das hipóteses sobre as perspectivas futuras da fecundidade, da mortalidade e
principalmente da migração é a etapa mais delicada do processo, pois deve-se garantir a
coerência entre os parâmetros descritivos das tendências passadas e aqueles que resultarão da
projeção (OLIVEIRA E FERNANDES, 1996; CEDEPLAR, 2007). Daí a importância de um diagnóstico
preciso e completo da “população base”, o ponto de partida da projeção (que será feito na
próxima seção).
Este tópico está dividido em três partes. A primeira faz uma breve contextualização e traça um
panorama geral do perfil demográfico de Ribeirão das Neves, com a finalidade de embasar a
construção dos pressupostos da projeção. Esse perfil inclui a evolução do número de domicílios e
da população do município nas últimas décadas, as transformações em sua estrutura etária,
mudanças na dinâmica migratória, estatísticas vitais, entre outras coisas. Em seguida, os
materiais, métodos e pressupostos adotados para a elaboração das projeções populacionais e
domiciliares até o ano de 2030 são detalhadamente explicados e justificados. Por fim, os
resultados são expostos e avaliados.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
93
5.1.1. Perfil Populacional, Domiciliar e Estatísticas Vitais de Ribeirão das Neves
A partir da década de 1970, quando Ribeirão das Neves se inseriu definitivamente no processo de
expansão periférica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o município cresceu a
taxas recordes, com uma taxa de crescimento anual média de 21,3% no período 1970-1980
(SALGADO, 2015; CAMPOS, 2010). Apesar da intensa desaceleração no ritmo de crescimento
ocorrida nas décadas seguintes, Ribeirão das Neves ainda cresce a taxas relativamente altas,
como mostra a Tabela 17. Em 1991, o município possuía 143.853 habitantes residindo em 31.424
domicílios. Já em 2010, em função principalmente da atração migratória, a população mais do que
dobrou de tamanho, passando para 296.317 habitantes residindo em 85.213 domicílios.
Tabela 17 - População e domicílios de Ribeirão das Neves e Minas Gerais em 1991, 2000 e 2010.
Local População Domicílios
1991 2000 2010 1991 2000 2010
Ribeirão das Neves 143.853 246.846 296.317 31.424 62.227 85.213
Minas Gerais 15.743.152 17.866.402 19.597.330 3.709.228 4.765.258 6.028.223
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
Durante esse período, o crescimento da população e do número de domicílios em Ribeirão das
Neves foi muito superior ao do estado, como pode ser verificado na Tabela 18, que mostra a Taxa
de Crescimento Geométrico (TCG) anual da população e dos domicílios de Ribeirão das Neves e de
Minas Gerais de 1991 a 2000 e de 2000 a 2010. No primeiro período, o crescimento populacional
no município foi mais de quatro vezes superior ao de Minas Gerais. No período seguinte, esse
crescimento foi menos acelerado, mas, ainda assim, superior ao estadual.
É importante destacar que o número de domicílios neste município cresceu ainda mais
intensamente que o número de pessoas, o que indica uma tendência de diminuição do tamanho
médio dos domicílios no que diz respeito à quantidade de moradores. Essa é uma tendência geral
no país, devido às mudanças no perfil demográfico da população brasileira e às mudanças nos
padrões dos arranjos domiciliares e familiares nas últimas décadas. Para ilustrar a dimensão
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
94
dessas mudanças, de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMBH14
(PDDI, 2011), enquanto o crescimento da população do município de Belo Horizonte está previsto
para cerca 3% entre os anos 2000 e 2050, o número de domicílios ocupados previsto aponta para
um crescimento de 38% no mesmo período. Obviamente, as mudanças atuais nos arranjos
domiciliares também afetam os outros municípios da RMBH, apesar da expectativa de diminuição
do ritmo de crescimento de domicílios nas próximas décadas (PDDI, 2011). Essas tendências se
refletem nos dados da Tabela 18, que mostram que apesar da desaceleração do crescimento do
número de domicílios em Ribeirão das Neves, ela não se deu de forma tão intensa quanto à
desaceleração no crescimento populacional.
Tabela 18 - Taxa de Crescimento Geométrico anual (TCG) de Ribeirão das Neves e Minas Gerais em 1991-2000 e 2000-2010.
Local População Domicílios
TCG 1991-2000 TCG 2000-2010 TCG 1991-2000 TCG 2000-2010
Ribeirão das Neves 6,18 1,84 7,89 3,19
Minas Gerais 1,42 0,93 2,82 2,38
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
A Tabela 19 mostra a evolução da densidade populacional (medida em habitantes/km²) e
domiciliar (medida em domicílios/km²) de Ribeirão das Neves em 1991, 2000 e 2010. Como não
houveram emancipações e a área do município se manteve a mesma, os valores de densidade
populacional e domiciliar aumentaram de forma correspondente ao crescimento populacional
ocorrido no município, conforme mostrado nas tabelas anteriores. Entre 1991 e 2000, a
densidade populacional do município aumentou em mais de 70% e a densidade domiciliar
praticamente dobrou. Já entre 2000 e 2010, a densidade populacional de Ribeirão das Neves
aumentou em 20%, (passando de 1588 para 1906 habitantes/km²) enquanto a densidade
domiciliar aumentou praticamente duas vezes mais rápido (37%, passando de 400 para 548
domicílios/km²), refletindo as tendências citadas anteriormente.
14 O PDDI teve como objetivo principal o planejamento territorial integrado, a partir das dimensões social, econômica e
ambiental. O plano visou construir um processo de planejamento envolvendo os 34 municípios integrantes da RMBH, o estado de Minas Gerais (em seus inúmeros órgãos de gestão e execução), os órgãos federais atuantes na região, a academia e a sociedade civil, representada pelos movimentos organizados e pelas associações empresariais e populares.
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95
Tabela 19 - Densidade populacional e domiciliar de Ribeirão das Neves.
Variável 1991 2000 2010
Área em Km2 155,45 155,45 155,45
Densidade populacional (hab/km2) 925,37 1587,90 1906,14
Densidade domiciliar (dom/km2) 202,14 400,29 548,16
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
Desagregando-se os resultados por situação de domicílio urbana e rural, a Tabela 20 mostra que
Ribeirão das Neves apresenta um altíssimo grau de urbanização da população e dos domicílios.
Em 2010, 99,4% das pessoas e domicílios estavam localizados dentro da linha do perímetro
urbano municipal.
Tabela 20 - População e domicílios de Ribeirão das Neves por situação em 1991, 2000 e 2010.
População População Domicílios
1991 2000 2010 1991 2000 2010
Total 143.853 246.846 296.317 31.352 61.995 85.135
Urbana 119.925 245.401 294.158 26.169 61.828 84.496
Rural 23.928 1.445 2.159 5.183 167 639
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
A
Tabela 21 mostra a distribuição populacional do município de Ribeirão das Neves desagregada por
sexo em 1991, 2000 e 2010. Verifica-se que o município possui uma distribuição bastante
equilibrada dos dois sexos, com uma Razão de Sexo (número de homens dividido pelo número de
mulheres) igual a 1 em 1991 e 2000 e igual à 0,98% em 2010 (ou seja, para cada 100 pessoas do
sexo feminino, haviam cerca de 98 do sexo masculino), o que significa um pequeno aumento
proporcional no número de mulheres nesse ano. Como será visto adiante, o diferencial entre os
sexos é mais acentuado nas idades mais avançadas, devido à maior expectativa de vida das
mulheres.
Tabela 21 - População de Ribeirão das Neves por sexo em 1991, 2000 e 2010.
População População
1991 2000 2010
Total 143.853 246.846 296.317
Homens 71.916 123.531 146.982
Mulheres 71.937 123.315 149.335
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
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96
De forma complementar, a
Tabela 22 apresenta a distribuição populacional do município de Ribeirão das Neves desagregada
por sexo e por grupos etários quinquenais em 2000 e 2010, seguida pelas pirâmides etárias
correspondentes, representadas nos Gráficos abaixo. Observa-se uma mudança significativa na
estrutura etária do município, condizente com as tendências estaduais e nacionais de
envelhecimento populacional. Verifica-se um nítido estreitamento da base da pirâmide etária no
decênio 2000-2010, ou seja, uma diminuição proporcional do número de crianças e jovens e um
aumento na proporção de adultos e de idosos, o que tem fortes implicações econômicas.
Tabela 22 - Distribuição populacional de Ribeirão das Neves por sexo e grupo etário em 2000 e 2010.
Grupo etário
2000 2010
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
0 a 4 anos 27615 14137 13478 22730 11701 11030
5 a 9 anos 25667 13028 12639 25108 12701 12407
10 a 14 anos 25715 12915 12800 29021 14610 14411
15 a 19 anos 27253 13812 13441 27376 13729 13647
20 a 24 anos 26877 13701 13176 28403 14714 13689
25 a 29 anos 22408 11394 11014 28699 14611 14088
30 a 34 anos 19972 9936 10036 27751 14007 13744
35 a 39 anos 17708 8485 9223 22730 11344 11386
40 a 44 anos 15663 7754 7909 19731 9565 10166
45 a 49 anos 12394 6183 6211 17059 7988 9071
50 a 54 anos 8609 4282 4327 15370 7386 7984
55 a 59 anos 5601 2867 2734 11517 5543 5974
60 a 64 anos 4218 2121 2096 7610 3395 4215
65 a 69 anos 2871 1270 1601 5433 2715 2718
70 a 74 anos 1831 750 1081 3321 1403 1918
75 a 79 anos 1326 510 816 2246 887 1359
80 a 84 anos 568 264 303 1193 379 814
85 a 89 anos 356 94 262 638 206 432
≥ 90 194 27 166 381 98 283
Total 246846 123531 123315 296317 146982 149335
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
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97
Gráfico 4 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Para contextualizar essas mudanças, vale lembrar que, desde a década de 40, o Brasil vem
sofrendo os efeitos da transição demográfica. Nessa década se iniciou uma queda generalizada
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
98
dos níveis da mortalidade e um aumento substancial na expectativa de vida da população. A partir
do fim da década de 60, o país entrou em uma nova fase da transição, quando iniciou-se o
declínio da fecundidade. Esse fenômeno tem profundas consequências sociais e econômicas e
fortes implicações para o planejamento urbano e regional, a começar pelo impacto na estrutura
etária da população. Em um primeiro momento, a diminuição do número de crianças e jovens
leva à fase da transição demográfica denominada “bônus” ou “dividendo” demográfico, um
momento favorável à economia, com grande potencial de desenvolvimento. Entretanto, com o
passar do tempo, o envelhecimento populacional leva a uma queda da população em idade ativa
(PIA), o que representa um sério problema para o equilíbrio das contas públicas, devido ao
incremento nos gastos com a saúde e a aposentadoria dos idosos. As projeções do IBGE e das
Nações Unidas indicam que a população acima de 65 anos de idade representará cerca de 20% da
população brasileira em 2050, comparado com 3% em 1970.
A Tabela 23 mostra a população em Idade Ativa (PIA) de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010 em
contraste com a população jovem e idosa. Nota-se que, apesar da já mencionada diminuição
proporcional do número de crianças e jovens entre 2000 e 2010, em valores absolutos, o número
de pessoas de 0 a 14 anos completos de idade não sofreu alterações significativas. Já a população
idosa apresentou um aumento substancial - 84,9% em apenas 10 anos. Devido à tendência de
aumento da longevidade, pode-se esperar a continuação do crescimento acelerado desse
segmento populacional nas próximas décadas. A população em idade ativa (PIA), embora tenha
apresentado um crescimento significativo (passando de 160.703 em 2000 para 206.246 pessoas
em 2010), aumentou em um ritmo bem menor, de 28,3%, refletindo um claro processo de
envelhecimento populacional.
Tabela 23 - População em Idade Ativa (PIA) de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010.
Grupos 2000 2010
0 a 14 anos - Jovens 78997 76859
15 a 64 anos - Idade ativa 160703 206246
65 anos ou mais - Idosos 7146 13212
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
A Tabela 24 mostra a razão de dependência jovem, idosa e total, indicadores frequentemente
utilizados como uma aproximação do grau de dependência econômica da população (WONG,
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
99
2004). A razão de dependência jovem é a razão do número de crianças de até 14 anos em relação
à população de 15 a 64 anos. Essa medida, que sofreu uma redução de 24%, reflete o
estreitamento da base da pirâmide etária mostrada na Figura 1. Por outro lado, a razão de
dependência idosa (que considera a população de 65 anos ou mais no numerador), embora seja
consideravelmente menor, cresceu 44% entre 2000 e 2010 e tende a continuar aumentando,
devido ao envelhecimento populacional. O resultado final dessas mudanças foi uma diminuição
de 18,5% na razão de dependência total, que é a razão do número de crianças de até 14 anos e
pessoas com 65 anos e mais em relação à população em idade ativa.
Tabela 24 - Razão de dependência jovem, idosa e total de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010.
Variável 2000 2010
Razão de Dependência Jovem 49,16 37,27
Razão de Dependência Idosa 4,45 6,41
Razão de dependência Total 53,60 43,67
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
A Tabela 25 apresenta o número de imigrantes, emigrantes e o saldo migratório (diferença entre
o número de imigrantes e o de emigrantes) de Ribeirão das Neves nos quinquênios 1995-2000 e
2005-2010. Os dados mostram que nos dois períodos o município apresentou saldos migratórios
positivos (ou seja, atraiu mais população do que perdeu), mas seu poder de atração reduziu-se
em 34% entre os dois quinquênios. Essa tendência de diminuição tende a continuar ao longo das
próximas décadas porque, ainda que várias melhorias em termos de infraestrutura e serviços
básicos ocorram na área metropolitana, não é plausível que a RMBH consiga atrair tantos
imigrantes como no passado. Os dados censitários mostram que, de uma maneira geral as cidades
mineiras de porte médio vêm atraindo mais população que as áreas metropolitanas (PDDI, 2011).
Tabela 25 - Saldo migratório de Ribeirão das Neves nos períodos 1995-2000 e 2005-2010.
Período Imigrantes Emigrantes Saldo Migratório
1995-2000 54.961 7.186 47.775
2005-2010 39.631 8.150 31.481
Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
100
A Tabela 26 mostra algumas variáveis relacionadas à saúde no município de Ribeirão das Neves
nos anos censitários de 1991, 2000 e 2010. A “Esperança de Vida ao Nascer”15 subiu de 65,6 anos
em 1991 para mais de 74,3 anos em 2010. O aumento da expectativa de vida é uma das maiores
conquistas da sociedade no último século. É resultado do declínio das taxas de mortalidade em
todos os grupos etários, sendo que nos primeiros momentos a contribuição mais significativa foi
da queda das taxas de mortalidade infantil e na infância. A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI)
indica a frequência com que ocorrem óbitos de crianças menores de um ano em uma população
em relação ao número de nascidos vivos em determinado ano (valor expresso para cada mil
crianças nascidas vivas). Nesse sentido, Ribeirão das Neves apresentou avanços significativos: de
1991 a 2010, com uma redução de 54,9% da mortalidade infantil no município, que caiu de 36,4
para 16,4. A Taxa de Mortalidade na Infância, que mensura os óbitos infantis até 5 anos de idade
para cada mil crianças nascidas vivas, diminuiu ainda mais, com uma queda de 60%, passando de
47,7 para 19,1 no mesmo período.
A Taxa de Fecundidade total (TFT) corresponde ao número médio de filhos por mulher ao final do
período reprodutivo de uma coorte hipotética de mulheres sujeitas a taxas específicas de
fecundidade em um momento determinado. De 1991 a 2010 observou-se uma redução de 43,8%
na Taxa de Fecundidade, que passou de 3,2 para 1,8 filhos, ou seja, abaixo do nível de reposição,
convencionalmente estipulado em 2,1 filhos por mulher. Assim, desconsiderando-se as
migrações, se forem mantidas as tendências atuais das taxas de fecundidade, a taxa de
crescimento populacional no longo prazo será negativa no município (a população fechada às
migrações decresceria com o passar dos anos).
15 Número médio de anos de vida que uma pessoa nascida em uma determinada população deve experimentar se
mantidas as mesmas circunstâncias do momento de seu nascimento.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
101
Tabela 26 - Variáveis relacionadas à saúde em Ribeirão das Neves em 1991, 2000 e 2010.
Variável 1991 2000 2010
Esperança de Vida ao Nascer 65,64 71,38 74,31
Taxa de Mortalidade Infantil 36,40 24,60 16,40
Taxa de Mortalidade até 5 anos de idade 47,70 27,00 19,10
Taxa de Fecundidade Total 3,20 2,70 1,80
Fonte: PNUD (2013).
5.1.2. Projeção Demográfica e Domiciliar: Materiais e Métodos
O “Método das Componentes” (CELADE, 1984) é o mais utilizado para realizar projeções
demográficas para fins de planejamento urbano e regional. Ele consiste em um conjunto de
técnicas que visam a produção de estimativas dos óbitos, nascimentos e migrações
separadamente por quinquênios, a partir de uma “população-base” inicial que, no caso, foi a
população de Ribeirão das Neves em 2010. Embora as informações estejam defasadas, optou-se
por adotar como ponto inicial o ano do último Censo Demográfico do IBGE, por esta ser a fonte
mais rica e confiável de dados demográficos produzidos no país.
Em função dos riscos diferenciais por faixas de idade, as projeções das componentes são feitas
para os grupos etários separadamente. O método exige que os períodos das projeções sejam
divididos em intervalos de comprimento equivalente aos intervalos de idade. Dessa forma,
realizada a estimativa da população para um quinquênio, esta passa a ser a referência (a
“população base”) para a produção das estimativas para o quinquênio subsequente. Depois de
estimados o número de sobreviventes de um intervalo até o início do intervalo seguinte, é feito o
cálculo do número de nascimentos no intervalo e do número de sobreviventes; por fim, são
incorporados aos resultados da projeção os saldos migratórios calculados para cada período.
Esses procedimentos seguem a lógica da chamada “equação compensadora” ou “equação de
equilíbrio populacional”:
P(t+n)= P(t) + B (t,t+n) - D (t,t+n) + I (t,t+n) - E (t,t+n) (1)
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
102
onde:
P(t+n) = população no ano t+n
P(t) = população no ano t
B(t,t+n) = nascimentos ocorridos no período t,t+n
D(t,t+n) = óbitos ocorridos no período t,t+n
I(t,t+n) = imigrantes no período t,t+n
E(t,t+n) = emigrantes no período t,t+n
t = momento inicial da projeção
n = intervalo projetado
Essa equação mostra como cada componente interfere na população que se deseja projetar: os
decrementos causados pela mortalidade, os incrementos causados pela fecundidade e a dupla
função da migração como aditiva ou subtrativa de população.
A projeção populacional para o município de Ribeirão das Neves foi realizada em duas etapas:
primeiramente, foi estimada a chamada "população fechada", considerando-se exclusivamente a
atuação da fecundidade e mortalidade (nascimentos e mortes) e desconsiderando-se os
movimentos imigratórios e emigratórios. Em seguida, foi estimada a "população aberta", ou seja,
incorporou-se à população fechada os efeitos das migrações. A projeção foi realizada
considerando-se as taxas de fecundidade e mortalidade por período quinquenal, até o ano de
2030, a partir da adaptação para Ribeirão das Neves das Tábuas de Mortalidade e das Taxas
Específicas de Fecundidade (TEF) projetadas por Albuquerque (2008).
Na segunda etapa da projeção, foram construídos dois cenários distintos relacionados às
migrações16. A justificativa é que essa é a componente mais volúvel e complexa de ser projetada,
dado que ela pode alterar-se rapidamente em resposta a mudanças econômicas, políticas ou
ambientais. No primeiro cenário, foi feita a pressuposição de que o saldo migratório observado no
ano base será mantido por todo o período da projeção; no segundo cenário, pressupôs-se que o
16 Os municípios da RMBH, incluindo Ribeirão das Neves, encontram-se em um estágio avançado da Transição
Demográfica, ou seja, já experimentaram fortes quedas na mortalidade e fecundidade ao longo das últimas décadas. Sendo assim, é razoável assumir que até 2030 essas duas componentes seguirão as tendências verificadas em vários outros países, ou seja, a manutenção dos baixos níveis de fecundidade e mortalidade. Com base nesses argumentos, a criação de outros cenários envolvendo comportamentos diferenciados para essas duas componentes não foi considerada necessária.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
103
ritmo de queda observado entre os saldos migratórios dos quinquênios que antecederam os dois
últimos censos será aproximadamente o mesmo até 2030. As seções seguintes descrevem
detalhadamente todas as etapas, procedimentos e pressupostos utilizados na elaboração das
projeções.
A) Projeção das Componentes
Uma boa projeção populacional é aquela que possui pressupostos adequados sobre o
comportamento futuro da fecundidade, mortalidade e migração. Duas questões básicas devem
nortear a formulação dessas hipóteses: a primeira é a análise de qual deverá ser o limite das
tendências futuras, ou seja, a determinação do nível e a forma ou estrutura esperada para cada
uma das componentes; a segunda trata do tempo em que este limite deverá ser alcançado.
Usualmente, os pressupostos são formulados com base nas condições passadas e atuais,
adequando-se essa análise ao conhecimento acumulado, para descrever o que seria uma
tendência plausível (PDDI, 2011). Dito isso, são apresentadas a seguir as metodologias propostas
para estimar o comportamento futuro de cada uma das componentes.
FECUNDIDADE
Na componente fecundidade, foram calculados os nascimentos ocorridos nos grupos etários de
15 a 49 anos (convencionalmente considerado como o período reprodutivo feminino) a partir da
interpolação das projeções de Taxas Específicas de Fecundidade (TEF) estimadas no PDDI (2011)
até 2030. Essas informações foram calibradas a partir das Taxas de Fecundidade Total (TFT)
presentes no Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (PNUD, 2013) e nos microdados do
Censo Demográfico de 2010, para que as TEFs fossem interpoladas para Ribeirão das Neves (ou
seja, adaptadas para a realidade do município). Enquanto as TFTs foram utilizadas para avaliar a
tendência do nível da fecundidade futura de Ribeirão das Neves, as TEFs foram utilizadas para
projetar a forma ou estrutura da fecundidade, visto que um mesmo nível da TFT pode ter
diferentes distribuições relativas ou distintas formas da curva de fecundidade nos grupos etários.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
104
MORTALIDADE
O método de projeção da mortalidade utilizado neste trabalho foi feito através da utilização do
“sistema logito”, procedimento recomendado pelo Centro Latino-americano e Caribenho de
Demografia (CELADE, 1984). Ele parte do pressuposto básico de que o logito de 1-l(x) da tabela de
sobrevivência inicial varia linearmente no tempo, tendendo ao logito de 1-l(x) de uma tabela
limite (CELADE, p.93, 1984). Dessa forma, por meio de uma relação logital entre tábuas de
mortalidade inicial (ano 2010) e limite (ano 2030) interpoladas a partir do trabalho de
Albuquerque (2008), foram estimadas razões de sobrevivência em cada período quinquenal de
projeção para Ribeirão das Neves. Como uma medida para validação das razões de sobrevivência
estimadas, foram utilizadas informações da série histórica do Sistema de Informações sobre
Mortalidade - SIM (DATASUS, 2012) que mostrou alta correlação com as razões de sobrevivência
propostas.
O primeiro passo do procedimento é a transformação logito da função lx da tabela de
sobrevivência de Ribeirão das Neves em 2010 e da tabela limite através da seguinte fórmula:
xl
xlxYxlit
1ln
2
1log
(2)
De posse desses valores, foi realizada uma interpolação linear para a obtenção dos valores dos
logitos dos l(x) para os períodos quinquenais intermediários entre 2010 e 2030, a data final da
projeção. Em seguida, para a obtenção dos valores de lx para todos os períodos intermediários,
foi realizada a operação inversa à da transformação logito, mostrada abaixo:
)xexp(2Y1
exp(2Y(x))xl
(3)
A partir dessa função, foram construídas as tabelas de sobrevivência masculina e feminina de
Ribeirão das Neves para todos os períodos da projeção, seguindo os passos recomendados por
Preston (p. 49, 2001). Com essas tabelas foi possível calcular os decrementos por mortalidade de
um período a outro, até 2030. Para isso foi utilizada a função s(x) (= L(x+n) / L(x)), que consiste na
razão de sobrevivência de um grupo etário para o subsequente. Assim, aplicando o s(x) ao grupo
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
105
etário x a x+n foi possível encontrar o número de pessoas no grupo etário seguinte cinco anos
depois.
MIGRAÇÃO
Os saldos migratórios (diferença entre o volume de imigrantes e emigrantes) para a população
base foram obtidos através do quesito censitário de “data-fixa”, que indagava sobre o município
de residência cinco anos antes da data de referência do censo. Segundo essa variável, migrante é
todo indivíduo que residia em um município diferente do que foi recenseado cinco anos antes da
data de referência, contabilizando-se apenas os sobreviventes e os que não reemigraram. Por sua
própria natureza, a variável de “data-fixa” não capta o grupo etário de 0 a 4 anos completos. Para
suprir a inexistência de informações sobre fluxos migratórios para esse grupo, foi utilizada a
metodologia recomendada por CARVALHO e GARCIA (2002), que consiste em multiplicar a relação
criança-mulher pelo saldo migratório da população feminina em idade fértil (15-49 anos), como
mostrado nas equações abaixo:
obsou
fmun
obsou
fmun
obsou
hmun
ou
hmun SMPPSM ,10/0500/95
,,1530
,1000
,,1530
,1000
,,04
10/0500/95
,,04 )*( (4)
obsou
fmun
obsou
fmun
obsou
fmun
ou
fmun SMPPSM ,10/0500/95
,,1530
,1000
,,1530
,1000
,,04
10/0500/95
,,04 )*( (5)
onde:
)( ,1000
,,1530
,1000
,,04
obsou
fmun
obsou
hmun PP e
)( ,1000
,,1530
,1000
,,04
obsou
fmun
obsou
fmun PPcorrespondem, respectivamente, às Razões
Criança–Mulher (RCM) para meninos (“h”) e meninas (“f”), abaixo de 5 anos, na população
observada;
obsou
fmunSM ,10/0500/95
,,1530 corresponde ao saldo migratório das mulheres de 15 a 44 anos por UF, no
período 1995/2000 ou 2005/2010.
Incorporando-se o produto das equações 7 e 8, levou-se em consideração conjuntamente os
chamados “efeitos diretos e indiretos” da migração. Os “efeitos diretos” são os migrantes e os
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
106
seus filhos nascidos no local de origem, que sobreviveram e não empreenderam um novo
movimento migratório; os “efeitos indiretos” se referem “aos filhos de migrantes que nasceram
na região de destino no período considerado, não morreram e dela não saíram, bem como aos
filhos de emigrantes que nasceram no lugar de destino, não morreram e não retornaram à região
estudada” (CARVALHO e RIGOTTI, p.8, 1998). A incorporação dos efeitos diretos e indiretos é
importante porque os filhos de migrantes que nascem no local de destino, apesar de naturais do
município de destino, não são contabilizados ao se calcular a população fechada (ver seção
seguinte). Em suma, os saldos migratórios medem a contribuição das migrações ao estoque
populacional no final do período, descontados os efeitos da mortalidade e reemigração. Trata-se
de um resultado líquido, que engloba os efeitos da imigração (positivos) e da emigração
(negativos).
A componente migração foi incorporada às populações projetadas por meio das Taxas Líquidas de
Migração (TLM), o quociente entre o saldo migratório e a população observada no final do
período, como mostra a equação abaixo:
nTLMx95/00ou05/10
mun,sexo = nSMx95/00ou05/10
mun,sexo / nPx95/00ou05/10,fech
mun,sexo (6)
O denominador da Equação 6 corresponde à população fechada do município entre os períodos
analisados. No caso de a TLM ser positiva, ela indica a proporção da população que foi
incrementada devido aos fluxos imigratórios. No caso de a TLM ser negativa, ela indica a
proporção em que a população observada aumentaria, se porventura se tivesse se mantido
fechada durante o período em questão.
Após o cálculo dos saldos migratórios e das TLM por sexo e idade nos quinquênios 1995-2000 e
2005-2010, foram adotados diferentes pressupostos para a construção de dois cenários
referentes à projeção da “população aberta”: no primeiro cenário, adotou-se o pressuposto de
continuidade do saldo migratório observado no quinquênio 2005-2010 (último dado disponível)
até o quinquênio 2025-2030. Devido à já mencionada tendência de diminuição dos saldos
migratórios observados na RMBH, este poderia ser considerado um cenário de alta migração. No
segundo cenário, foram criadas funções de TLM’s quinquenais adotando-se o pressuposto de que
o ritmo de queda no volume de migrantes observado entre os quinquênios 1995-2000 e 2005-
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107
2010 será aproximadamente o mesmo até o final da projeção. Isso significa que metade do valor
da queda observada durante o período intercensitário (de 10 anos) foi decrementado dos saldos
migratórios a cada quinquênio projetado. Como o saldo migratório de 2030 chegou a um valor
praticamente nulo com a adoção desse procedimento, foi realizado um pequeno ajuste no valor
decrementado e pressupôs-se que o saldo migratório chegará a zero no final do período
projetado17.
B) Projeção da população fechada e da população aberta
A população fechada às migrações é constituída simplesmente pelas pessoas sobreviventes em
um determinado grupo etário ao final de cinco anos e as crianças sobreviventes nascidas desta
população durante esse mesmo período. Como exemplo, a população com idade de 35 a 39 anos,
em 2010, é constituída pelos sobreviventes daqueles que, em 2005, tinham de 30 a 34 anos e que
por sua vez, são os sobreviventes daqueles que, em 2000, tinham entre 25 e 29 anos. Note-se que
em qualquer ano do período da projeção quinquenal, a população de 0 a 4 anos é constituída de
sobreviventes dos nascimentos ocorridos nos cinco anos anteriores ao ano a ser projetado.
Deste modo, para se obter a população em um determinado ano t+5, para grupos de idade a
partir dos 5 anos, tem-se que:
t
x
t
x
t
Fx SPP 5,55
5
,55
(7)
17 A diferença entre os saldos migratórios observados nos quinquênios 1995-2000 e 2005-2010 foi de 16.294 migrantes.
Como o período intercensitário compreende um intervalo de 10 anos e a estimativa de migrantes compreende apenas o período de 5 anos que antecede os censos, assumiu-se que a cada quinquênio projetado o saldo migratório seria decrementado em 8.147 migrantes, metade da queda observada durante o decênio 2000-2010. Com esse decremento, o SM migratório chegaria a um valor ligeiramente negativo em 2030 (1107 migrantes) o que implicaria assumir um pressuposto de inflexão de tendências migratórias em Ribeirão das Neves. Como não existem evidências para isso, através de um pequeno ajuste no valor, assumiu-se uma redução constante de 7.870 migrantes a cada quinquênio, levando à redução do saldo migratório de Ribeirão das Neves até o patamar zero ao fim do período projetado, em 2030.
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108
onde:
5
,55
t
FxP é a população fechada (F) que, transcorridos cinco anos após o ano t, tem idade x+5 a
x+10;
t
xP5 é a população que, no ano t, tem x a x+5 anos de idade;
t
xS 5,5 é a razão de sobrevivência por cinco anos, ou seja, a probabilidade de uma pessoa
com idade x a x+5, no ano t, sobreviver ao final dos próximos cinco anos.
Para a obtenção do grupo entre 0 e 4 anos, o procedimento é diferente, havendo necessidade de
se projetar o número de nascimentos da população fechada durante o período quinquenal que
precede o ano da projeção e de estimar a proporção deles que sobreviverá no final do
quinquênio. Assim, o número de nascimentos do período é obtido a partir das taxas específicas de
fecundidade estimadas para o meio do período (2000-2005, 2005-2010...2025-2030) e da
população feminina projetada em idade reprodutiva correspondente:
45
15
5,2
,,5
5,2
55 5)(x
t
fFx
t
xt PfN (8)
onde:
tN5 é o número de nascimentos ocorridos durante o quinquênio t, t+5;
5,2
5
t
xf é a taxa específica de fecundidade estimada, no ano t+2,5, sendo que 15x<45;
5,2
,,
t
fFxn P é a população fechada feminina por grupo etário, no ano t+2,5, sendo 15x<45.
A separação entre nascimentos femininos e masculinos é feita através da utilização da razão de
sexo ao nascer. Para isso, foi utilizado o valor 1,05, que corresponde aproximadamente à razão de
sexo ao nascer de Minas Gerais no ano de 2010 (ano da “população base”), segundo o Sistema de
Informação sobre os Nascidos Vivos (SINASC). A população fechada na idade de 0 a 4 anos de
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109
idade é obtida multiplicando-se os nascimentos, estimados a partir de (8), pela razão de
sobrevivência ao nascer (Sb):
btF SNP 5,05
(9)
0
05
*5 l
LSb
(10)
onde:
05 L é o número de pessoas, na população estacionária, abaixo de 5 anos; e
0l é o número de nascimentos a cada ano, na população estacionária.
A população aberta, com idade entre x e x+5, no momento t+5 (5
5
t
xP), que constitui o resultado
final da projeção, é dada pela soma da população fechada projetada com idade entre x e x+5, no
momento t+5 (5
,5
t
FxP) com o saldo migratório estimado dos cinco anos anteriores à data da
projeção (entre t e t+5) do grupo de idade entre x e x+5 anos no ano t+5, como mostra a equação
abaixo:
t
x
t
Fx
t
x SMPP 5
5
5
,5
5
5
(11)
C) Projeção dos domicílios
As projeções domiciliares, complementarmente às populacionais, são importantes instrumentos
para o planejamento urbano e regional. Como grande parte das demandas por serviços é
realizada pelos domicílios e dentro dos domicílios, sua estimação permite mensurar a demanda
por infraestrutura básica e transportes e a elaborar políticas habitacionais mais adequadas (PDDI,
2011). Além disso, as mudanças recentes no perfil demográfico e nos arranjos domiciliares e
familiares (já referidas anteriormente) tornam ainda mais necessárias as projeções domiciliares
para um planejamento adequado de longo prazo.
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110
A literatura aponta diferentes formas de projeção de domicílios. Nesse trabalho, a projeção
domiciliar de Ribeirão das Neves foi feita a partir das projeções populacionais do município,
através de uma técnica baseada na densidade domiciliar média municipal, ou seja, o número
médio de habitantes por domicílio (obtido pela divisão da população total municipal pelo número
total de domicílios). Um dos pressupostos possíveis é assumir que a proporção de pessoas
residindo nos domicílios e o tamanho médio dos mesmos permanecerá constante ao longo do
tempo. Entretanto, devido às mudanças na configuração das famílias e domicílios brasileiros nas
últimas décadas, essa hipótese foi considerada falha. Há uma tendência generalizada de
diminuição do número médio de pessoas por domicílio e aumento de pessoas que moram
sozinhas (PDDI, 2011).
Pelos motivos expostos, adotou-se como pressuposto a evolução da densidade domiciliar média
de Ribeirão das Neves conforme proposto pelo PDDI (2011)18. A Tabela 10 mostra os valores
estimados nesse trabalho para o município de Ribeirão das Neves, interpolados para o período
2018-2030. Para estimar o número de domicílios, as populações projetadas foram divididas pelos
valores mostrados na tabela, utilizados como denominador no cálculo da densidade domiciliar
média municipal até o fim do período da projeção. Vale ressaltar que, para ambos os cenários
projetados, considerou-se que a densidade domiciliar média diminuirá de 3.23 habitantes por
domicílio em 2018 para 2.89 em 2030.
Tabela 27 - Evolução da densidade domiciliar média estimada de Ribeirão das Neves.
Ano DDM
2000* 3,98
2010* 3,48
2018 3,23
2019 3,20
2020 3,17
18 O PDDI adota um modelo mais sofisticado para a projeção domiciliar do que simplesmente assumir a manutenção da
densidade domiciliar média. Esse método inclui mudanças nas variáveis demográficas e utiliza a taxa de chefia domiciliar para projetar o número de domicílios em um intervalo de tempo (método usualmente utilizado pelas Nações Unidas na elaboração de projeções de demanda habitacional). A vantagem dessa técnica advém da incorporação no modelo de mudanças na estrutura etária e na razão de sexo, além da determinação de variáveis econômicas e sociais que influenciam oscilações na taxa de chefia (“chefes de domicílio”/habitantes) de uma população.
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111
Ano DDM
2021 3,14
2022 3,12
2023 3,09
2024 3,06
2025 3,03
2026 3,00
2027 2,98
2028 2,95
2029 2,92
2030 2,89
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 e PDDI (2011) (Nota: As informações dos anos 2000 e 2010 foram extraídas dos Censos Demográficos).
5.1.3. Resultados da Projeção Populacional (por Sexo e Grupos Etários Quinquenais) e
Domiciliar de Ribeirão das Neves para o Período 2018-2030
As Tabela 28 e Tabela 29 apresentam os resultados das projeções populacionais e domiciliares de
Ribeirão da Neves de 2018 a 2030 para os dois cenários estabelecidos. No primeiro cenário, que
considera a continuidade das tendências migratórias observadas no último censo demográfico, foi
estimado um contingente populacional de 346.562 habitantes em 2018, que deverá chegar a
391.353 em 2030. Isso representa um aumento de 44.791 pessoas ou 12,92%. Já o número de
domicílios particulares permanentes apresenta um crescimento estimado muito superior ao
populacional. De 2018 a 2030, estimou-se que o número de domicílios deverá ir de 111.066 em
2018 a 135.211 em 2030, um aumento de 21,74% (uma diferença de 24.145 domicílios).
No segundo cenário, o número estimado de habitantes e domicílios em Ribeirão das Neves é
menor, já que considera uma tendência de redução nas migrações (no ritmo observado entre os
Censos de 2000 e 2010). Nesse cenário, foi estimado um contingente populacional de 346.562
pessoas em 2018 e 359.872 pessoas em 2030, um crescimento de 13.310 pessoas ou 3,84%. Em
relação aos domicílios, foram estimados 107.194 em 2018 e 124.335 em 2030, um crescimento de
17.141 domicílios ou 15,99%.
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112
Finalmente, as pirâmides etárias mostradas nos gráficos abaixo mostram a configuração geral dos
grupos etários e divisão entre os sexos nos dois cenários projetados19.
Tabela 28 - Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão das Neves, por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 1 (Migração constante).
Anos
População residente Domicílios Particulares
Permanentes
Total Urbana Rural Total Urbana Rural
2000* 246.846 244.826 2.020 61.995 61.828 167
2010* 296.317 294.153 2.164 85.135 84.496 639
2018 359.082 356.837 2.245 111.066 110.315 752
2019 362.684 360.475 2.210 113.220 112.473 747
2020 366.323 364.148 2.175 115.415 114.673 742
2021 369.149 367.015 2.134 117.383 116.648 735
2022 371.997 369.903 2.094 119.384 118.656 728
2023 374.867 372.812 2.055 121.420 120.699 721
2024 377.760 375.743 2.017 123.490 122.776 714
2025 380.674 378.695 1.979 125.596 124.888 707
2026 382.786 380.850 1.936 127.462 126.763 699
2027 384.910 383.016 1.894 129.357 128.667 690
2028 387.046 385.193 1.853 131.280 130.598 681
2029 389.193 387.381 1.812 133.231 132.558 673
2030 391.353 389.580 1.773 135.211 134.547 664
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 (Nota: As informações dos anos 2000 e 2010 foram extraídas dos Censos Demográficos).
Tabela 29- Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão das Neves,
por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 2 (Migração em queda)
Anos
População residente Domicílios Particulares
Permanentes
Total Urbana Rural Total Urbana Rural
2000* 246.846 244.826 2.020 61.995 61.828 167
2010* 296.317 294.153 2.164 85.135 84.496 639
2018 346.562 344.396 2.167 107.194 106.468 725
2019 348.567 346.443 2.124 108.813 108.095 718
19 A construção de um conjunto de pirâmides etárias para cada cenário não é necessária, pois a proporção de homens e
mulheres nos dois cenários é a mesma, apenas o volume populacional é diferente. A diferença entre um cenário e outro é no volume de migrantes, mas a distribuição proporcional dos migrantes entre os grupos etários e entre os sexos é idêntica, e foi baseada na distribuição observada dos migrantes de “data fixa” do Censo de 2010.
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113
Anos
População residente Domicílios Particulares
Permanentes
Total Urbana Rural Total Urbana Rural
2020 350.582 348.501 2.081 110.456 109.746 710
2021 351.869 349.835 2.034 111.888 111.187 701
2022 353.160 351.172 1.988 113.339 112.648 691
2023 354.457 352.513 1.943 114.809 114.127 682
2024 355.758 353.858 1.899 116.298 115.625 673
2025 357.063 355.207 1.857 117.806 117.142 663
2026 357.623 355.814 1.809 119.084 118.430 653
2027 358.184 356.422 1.762 120.375 119.733 642
2028 358.746 357.029 1.717 121.681 121.049 631
2029 359.308 357.635 1.673 123.001 122.380 621
2030 359.872 358.242 1.630 124.335 123.724 611
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 (Nota: As informações dos anos 2000 e 2010 foram extraídas dos Censos Demográficos).
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Gráfico 5 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2015-2030 (projeção)
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Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
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Tabela 30 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 1 – Migração constante).
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Grupo etário
2010 2015 2020 2025 2030
Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total
0-4 11.701 11.030 22.730 14.764 14.069 28.833 13.753 13.105 26.857 12.543 11.951 24.495 11.398 10.860 22.258
5-9 12.701 12.407 25.108 12.783 12.069 24.852 14.608 13.940 28.547 13.630 13.003 26.633 12.449 11.874 24.322
10-14 14.610 14.411 29.021 13.941 13.627 27.568 12.704 12.001 24.705 14.537 13.879 28.416 13.580 12.961 26.541
15-19 13.729 13.647 27.376 15.995 15.822 31.817 13.822 13.545 27.367 12.616 11.945 24.561 14.457 13.830 28.287
20-24 14.714 13.689 28.403 14.970 14.973 29.942 15.802 15.716 31.518 13.683 13.473 27.157 12.511 11.896 24.407
25-29 14.611 14.088 28.699 16.014 15.011 31.025 14.765 14.866 29.631 15.620 15.626 31.247 13.553 13.412 26.965
30-34 14.007 13.744 27.751 15.886 15.433 31.319 15.781 14.890 30.671 14.585 14.768 29.353 15.462 15.543 31.005
35-39 11.344 11.386 22.730 15.193 15.033 30.226 15.622 15.287 30.909 15.560 14.773 30.333 14.414 14.672 29.085
40-44 9.565 10.166 19.731 12.253 12.427 24.681 14.885 14.861 29.746 15.351 15.139 30.490 15.331 14.651 29.982
45-49 7.988 9.071 17.059 10.267 11.058 21.325 11.935 12.246 24.181 14.548 14.673 29.220 15.049 14.972 30.021
50-54 7.386 7.984 15.370 8.495 9.820 18.316 9.912 10.848 20.760 11.567 12.040 23.607 14.149 14.454 28.603
55-59 5.543 5.974 11.517 7.752 8.587 16.339 8.097 9.574 17.671 9.489 10.603 20.091 11.117 11.794 22.911
60-64 3.395 4.215 7.610 5.717 6.363 12.081 7.264 8.294 15.558 7.623 9.275 16.898 8.973 10.298 19.271
65-69 2.715 2.718 5.433 3.412 4.416 7.828 5.221 6.048 11.269 6.667 7.910 14.577 7.031 8.872 15.903
70-74 1.403 1.918 3.321 2.611 2.766 5.377 2.983 4.079 7.062 4.590 5.609 10.199 5.894 7.361 13.255
75-79 887 1.359 2.246 1.257 1.854 3.111 2.116 2.410 4.526 2.422 3.544 5.966 3.733 4.859 8.591
80+ 683 1.529 2.211 1.267 2.582 3.850 1.824 3.518 5.342 2.820 4.611 7.432 3.720 6.226 9.946
TOTAL 135.281 138.305 273.587 172.577 175.912 348.489 181.094 185.229 366.323 187.853 192.822 380.674 192.819 198.534 391.353
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117
Tabela 31 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 2 – Migração em queda).
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.
Grupo etário
2010 2015 2020 2025 2030
Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total
0-4 11.701 11.030 22.730 14.430 13.752 28.182 13.162 12.542 25.703 11.765 11.210 22.975 10.481 9.986 20.467
5-9 12.701 12.407 25.108 12.494 11.797 24.291 13.980 13.341 27.321 12.784 12.197 24.981 11.447 10.919 22.366
10-14 14.610 14.411 29.021 13.626 13.319 26.945 12.158 11.485 23.643 13.635 13.019 26.654 12.487 11.919 24.406
15-19 13.729 13.647 27.376 15.634 15.464 31.098 13.229 12.963 26.191 11.834 11.204 23.038 13.294 12.718 26.012
20-24 14.714 13.689 28.403 14.632 14.635 29.266 15.123 15.041 30.164 12.834 12.638 25.472 11.505 10.939 22.444
25-29 14.611 14.088 28.699 15.652 14.672 30.324 14.130 14.227 28.357 14.652 14.657 29.309 12.462 12.333 24.796
30-34 14.007 13.744 27.751 15.527 15.085 30.612 15.103 14.250 29.353 13.680 13.852 27.532 14.218 14.293 28.511
35-39 11.344 11.386 22.730 14.850 14.694 29.544 14.951 14.630 29.581 14.595 13.856 28.452 13.254 13.491 26.746
40-44 9.565 10.166 19.731 11.977 12.147 24.123 14.245 14.223 28.468 14.399 14.200 28.599 14.098 13.472 27.570
45-49 7.988 9.071 17.059 10.035 10.808 20.843 11.422 11.720 23.142 13.645 13.763 27.408 13.838 13.767 27.606
50-54 7.386 7.984 15.370 8.303 9.599 17.902 9.486 10.382 19.868 10.850 11.293 22.143 13.010 13.291 26.302
55-59 5.543 5.974 11.517 7.577 8.393 15.970 7.749 9.163 16.912 8.900 9.945 18.845 10.222 10.845 21.068
60-64 3.395 4.215 7.610 5.588 6.220 11.808 6.952 7.938 14.890 7.150 8.699 15.850 8.251 9.469 17.721
65-69 2.715 2.718 5.433 3.335 4.316 7.651 4.996 5.788 10.785 6.254 7.419 13.673 6.465 8.158 14.624
70-74 1.403 1.918 3.321 2.552 2.703 5.255 2.855 3.904 6.759 4.305 5.261 9.566 5.420 6.769 12.189
75-79 887 1.359 2.246 1.228 1.812 3.041 2.026 2.306 4.332 2.272 3.324 5.596 3.432 4.468 7.900
80+ 683 1.529 2.211 1.239 2.524 3.763 1.745 3.367 5.112 2.645 4.325 6.971 3.421 5.725 9.146
TOTAL 146.982 149.335 296.317 168.679 171.939 340.619 173.312 177.270 350.582 176.201 180.862 357.063 177.308 182.564 359.872
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118
5.2. Economia Municipal e Dinâmica Produtiva
Os dados referentes a Economia e Dinâmica Produtiva que compõem esta Leitura Técnica têm
o objetivo de garantir que os temas econômicos mais relevantes, por sua natureza
interdisciplinar, sejam tratados de forma integrada do ponto de vista da totalidade das áreas
temáticas e que estejam contemplados dentro das metas mais amplas de desenvolvimento
econômico para Ribeirão das Neves, sempre atrelado à proposta de reestruturação territorial
que orienta a revisão do Plano Diretor.
Desse modo, pretende-se analisar um conjunto de informações que componham um
diagnóstico consistente da realidade presente que possibilite a formatação de uma diretriz
compreensiva orientadora de um horizonte futuro virtuoso no que concerne ás condições de
produção, reprodução social e desenvolvimento econômico local.
Nesses termos, foram aqui avaliados os seguintes temas em diferentes escalas de trabalho:
1. Produção Agregada: Considera a formação absoluta e relativa do Produto Interno
Bruto - PIB local apontando para a concentração dos setores econômicos mais ou
menos relevantes no município e sua implicação para os objetivos do projeto.
2. Trabalho e Emprego: Considera o tamanho e a qualidade do mercado de trabalho no
município em seus componentes formais e informais, características fundamentais
para o desenvolvimento do município particularmente quando a necessidade de
estimular setores mais dinâmicos é levada em consideração. Considera ainda a relação
de dependência metropolitana tendo em vista os deslocamentos por motivo trabalho
realizados entre o município e a RMBH.
3. Rendimentos: Reúne as informações relativas aos níveis de rendimentos percebidos
pela população local que se modifica no tempo acompanhando as dinâmicas relativas
ao trabalho e à empregabilidade. Considera ainda as condições de desigualdade,
pobreza e vulnerabilidade tendo em vista a importante associação que deve existir
entre o desempenho econômico e a distribuição de renda e a promoção da qualidade
de vida urbana.
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119
4. Atividades produtivas no território: Compreende a análise das atividades do setor
primário, secundário e terciário que se estabelecem concretamente no território
municipal com indicação das principais localizações de cada uma delas, número de
estabelecimentos ligados ao setor, escala de produção, agentes e valor social
envolvidos bem como os entraves ao seu desenvolvimento.
5. Finanças Públicas: Avalia a capacidade financeira e orçamentária do município em
promover políticas públicas e gerar infraestrutura com foco nas fontes locais de
arrecadação, suas fragilidades e grau de dependência local da Administração Pública.
Para realização da análise, diferentes fontes secundárias de informação foram utilizadas, das
quais destacam-se:
1) Censos Demográficos – IBGE
2) Pesquisa Agrícola Municipal – IBGE
3) Pesquisa Agropecuária Municipal – IBGE
4) Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE
5) Relação Anual de Informações Sociais – RAIS MTE
6) Organização Internacional do Trabalho – OIT
7) Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED
8) Atlas do Desenvolvimento Humano - ADH
9) Secretaria do Tesouro Nacional – STN
10) Pesquisa Origem-Destino da RMBH – OD RMBH
11) Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos – CNEFE IBGE
Somam-se a eles as pesquisas e levantamentos de campo realizados em conjunto com os
agentes públicos locais bem como o fornecimento de relatórios e dados advindos da Prefeitura
Municipal. Para os fins deste relatório foram realizadas 3 visitas de campo.
A primeira voltou-se especificamente para a identificação de áreas produtivas ligadas ao setor
primário, o reconhecimento das famílias e dos sistemas produtivos e de uso da terra utilizados
e os desafios/pressões enfrentados pelos produtores locais. Complementarmente, foram
fornecidas informações do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Estado Minas Gerais – EMATER e do Banco de Alimentos Municipal.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
120
A segunda visita teve como foco a identificação das principais áreas de grandes
empreendimentos industriais do território, suas fragilidades e potencialidades. O recente
levantamento realizado pela Prefeitura das empresas estabelecidas no Centro Industrial local
(CIRIN) aparece como fonte de informação importante na compreensão desse contexto.
Por fim, a terceira visita objetivou o mapeamento dos principais lugares de oferta de
atividades terciárias – comércio e serviços – em termos de concentração e nível de
complexidade. A identificação, realizada no nível das ruas do município, permite visualizar as
distintas situações e graus de carência locais ligadas à reprodução social no espaço tendo em
vista o acesso a bens e serviços de consumo básico e cotidiano. A análise ajuda ainda na
percepção das diferentes hierarquias econômicas e urbanas estabelecidas no território e as
possibilidades de reconfiguração tendo em vista a revisão do Plano Diretor.
As seções temáticas apresentam-se a seguir.
5.2.1. Produção
Uma análise sobre a produção econômica e geração de riqueza para determinado território
pode ser realizada tendo em vista os dados do Produto Interno Bruto tanto em termos
agregados como em função de sua distribuição setorial. Ainda que represente a medida oficial
e mais amplamente utilizada para caracterização da economia produtiva de determinada
unidade geográfica, ressalta-se que os dados do PIB apresentam limitações uma vez que não
incorporam em seu cálculo questões como a qualidade dos bens e serviços oferecidos, os
custos ambientais, as transações comerciais informais, dentre outros aspectos.
De todo modo, seu entendimento ajuda a perceber quais os principais setores responsáveis
pela geração monetária de valor e que, em certo sentido, apontam para um perfil econômico
mais ou menos orientado por e para determinada atividade (Agropecuária, Indústria ou
Serviços). Revela também o ritmo da dinâmica produtiva a qual encontra-se intimamente
ligada aos processos de consumo e renda de determinada localidade.
Para composição do presente relatório foram utilizadas as informações oficiais fornecidas pelo
IBGE através da Pesquisa “Produto Interno Bruto dos Municípios” acessada em série histórica
pelo Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
121
De modo a possibilitar uma melhor compreensão a respeito da evolução e dinâmica do PIB
local são apresentados os dados relativos ao período 2005 – 2015 (último ano disponibilizado)
tanto no que concerne ao PIB total como por Valor Adicionado Bruto por setores20. Soma-se a
isso uma perspectiva regional uma vez que os dados são sempre apresentados de forma
comparativa à RMBH ou a outros municípios do vetor de localização regional de Ribeirão das
Neves.
PIB Agregado
A trajetória do Produto Interno Bruto de Ribeirão das Neves aponta para uma significativa
evolução nos últimos 10 anos seguindo a trajetória para a RMBH, conforme apontado no
Gráfico abaixo. A aceleração indica crescimento econômico senso estrito e revela sinais de
maior dinamismo e pujança econômica ao longo do tempo. No que concerne a RMBH, como
apontado pelo PDDI, o ciclo de alta do mercado internacional de commodities atuou até 2010
como grande motor de crescimento regional. Ribeirão das Neves, por sua vez, corre ao largo
desse circuito por não encontrar em seu território atividades extrativas de alta significância,
sobretudo ligadas ao minério de ferro. O processo de crescimento de seu PIB, por sua vez,
experimenta efeitos advindos desse cenário bem como de outros transbordamentos como os
consequentes da dinâmica industrial de Contagem.
20 O Valor Adicionado Bruto corresponde à contribuição de cada empresa/setor ao Produto Final descontado o seu consumo intermediário, ou seja, os gastos efetuados para a própria produção como os ligados à compra de matéria prima. O VAB sempre aparece em termos monetários e organizado segundo as diferentes categorias – agropecuária, indústria, serviços e administração pública – que compõem a economia local.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
122
Gráfico 6 – Evolução do PIB a preços de mercado. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-2015
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
O movimento da barra azul e seu constante afastamento da linha de crescimento do PIB
metropolitano apontam o ganho em termos de participação percentual do Produto de Neves
em relação ao agregado. Manifesta também um movimento de crescimento do PIB local e em
ritmo mais acelerados que do Regional. A Tabela abaixo com os dados numéricos possibilita
uma melhor compreensão de tal realidade.
Tabela 32 – PIB a preços de mercado. Valores absolutos, representatividade percentual, variação percentual e taxa geométrica de crescimento. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-5015.
Ano PIB Preços Correntes (mil reais)
Representatividade Ribeirão das Neves RMBH
2005 719.274 63.647.865 1,13%
2006 890.475 73.533.202 1,21%
2007 1.010.389 85.716.839 1,18%
2008 1.297.868 98.334.626 1,32%
2009 1.541.400 106.391.190 1,45%
2010 1.733.699 125.398.447 1,38%
2011 2.015.822 137.763.048 1,46%
2012 2.512.687 151.469.379 1,66%
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123
Ano PIB Preços Correntes (mil reais) Representatividade
2013 2.874.956 166.258.726 1,73%
2014 3.299.611 175.060.229 1,88%
2015 3.469.745 172.168.003 2,02%
Variação percentual
382,40% 170,50% -
Taxa de crescimento anual
17,04% 10,46% -
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.
Como se vê, a taxa de crescimento anual do município é quase 7 pontos percentuais superior à
medida metropolitana resultando em uma variação percentual dos valores absolutos também
significativamente maior, 382% contra 170%. A representatividade ainda que aumentada é de
bastante singela, passando de 1,13% para 2,02% no período analisado.
A dinâmica de concentração econômica presente não apenas na RMBH como nas demais
Regiões Metropolitanas do País apresenta na geração do PIB uma de suas maiores
manifestações, ainda que pequenos sinais de desconcentração como esse de observado em
Ribeirão das Neves, aconteçam no território.
A concentração do PIB é acompanhada por sua vez pela manifestação mais intensa de
condições de pobreza e de precariedade na reprodução social no espaço em lugares de
dinâmica econômica mais baixas, como apontado pelo Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado – PDDI da RMBH. Destaca o relatório setorial a respeito da dinâmica produtiva
regional:
A dinâmica do crescimento é concentrada em três municípios, quais sejam, Belo Horizonte,
Betim e Contagem. De fato, mais de 75% do PIB, indústria e serviços, da RMBH se concentra
nessas cidades, ao passo que a incidência de pobreza (percentual de pessoas que vivem
abaixo da linha de pobreza) se concentra nos municípios menos dinâmicos
economicamente. Este fenômeno é consequência de uma típica dinâmica centro-periferia,
na qual há uma tendência à concentração de renda em regiões com maior capacidade de
absorção. Neste sentido, o reordenamento do espaço e da produção para setores de maior
desenvolvimento tecnológico e com a utilização de energias limpas e sem agressão ao meio
ambiente é fundamental para romper esta dinâmica perversa. (PDDI, Estudos Setoriais
Integrados, V. 4, p.165).
A partir das informações do IBGE percebe-se que nos últimos 10 anos os municípios de Betim,
Contagem e Belo Horizonte concentraram em média 81% do PIB metropolitano. Entre 2005 e
2015 o percentual cai, no entanto, passando de 83% para 79%. Ribeirão das Neves, nesse
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
124
contexto, mostra-se como um dos municípios que absorve parte dessa leve perda. Na
dinâmica metropolitana, percebe-se que a continuidade da trajetória de crescimento da
Produção Agregada do município só se faz possível com um processo mais amplo e planejado
de desconcentração das atividades econômicas das centralidades tradicionais para outras
regiões.
A desagregação setorial do Produto permite, complementarmente, a visualização das áreas de
maior relevância do setor produtivo de determinado território. A análise se dá a partir da
divisão do PIB em 04 grandes ramificações: i) Agropecuária; b) Indústria; c) Serviços e d)
Administração Pública.
Enquanto os valores agregados apresentam o crescimento econômico senso estrito, a análise
da distribuição setorial permite pensar de maneira mais crítica sobre as condições de
especialização ou de carência econômica local, o processo de substituição de atividades ao
longo do tempo e as perspectivas futuras.
Ribeirão das Neves, acompanhando a trajetória do produto agregado, apresenta variação
positiva em todos os componentes entre 2005 e 2015, conforme apontado na Tabela abaixo.
Tabela 33 – Valor Adicionado Bruto. Agropecuária, Indústria, Serviços e Administração Pública. Ribeirão das Neves. 2005-2015.
Ano
Valor Adicionado Bruto (mil reais)
Agropecuária Indústria Serviços Administração
Pública
2005 1.651 100.527 240.397 326.637
2006 1.726 133.961 302.220 378.284
2007 1.976 169.567 361.167 388.046
2008 2.333 185.288 485.602 504.468
2009 2.521 255.484 570.416 557.773
2010 2.482 293.122 670.234 567.730
2011 2.587 351.860 794.476 643.688
2012 3.025 386.213 1.093.229 720.562
2013 3.447 399.512 1.335.006 811.445
2014 3.578 463.965 1.578.258 889.474
2015 3.827 396.008 1.645.061 1.019.922
Variação 132% 294% 584% 212%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
125
De forma similar ao cenário metropolitano e nacional percebe-se que o setor de serviços é
aquele com maior variação na composição do VAB, seguido pela Indústria e a Administração
Pública. A Agropecuária, apesar de mais que dobrar o valor no período é o setor que percebe a
menor variação, fruto do relativo “abandono” pelo qual passa o setor primário local como
detalhado mais adiante.
Enquanto na Administração Pública e na Agropecuária as variações de Ribeirão das Neves são
inferiores à do agregado da RM para a Indústria e os Serviços o cenário é inverso. Nas
primeiras categorias, enquanto o VAB ADM local varia 212% a medida metropolitana é de
300%. Na Agropecuária observam-se valores praticamente equivalentes, 132% contra 136%.
No componente industrial, por sua vez, a variação local é significativamente maior, igual 294%
contra 137% do agregado. Em comparação com Betim e Contagem, municípios de forte
tradição industrial, o percentual de Neves é também bastante superior, 294% contra 114% e
70% respectivamente. No setor terciário é que se percebe tanto o maior incremento interno
como a diferença entre as variações locais e metropolitanas, iguais a 584% e 212%
respectivamente. Dentre os 34 municípios que compõem a RM, Ribeirão das Neves apresenta-
se como o segundo de maior variação do VAB Serviços ficando atrás apenas de Sarzedo
(666%).
O cenário indica uma realidade positiva tendo em vista que o setor secundário tende a
concentrar a mão de obra empregada de mais especialização bem como volta-se para
produção de mercadorias com maior valor agregado. No terciário, por sua vez, ainda que a
maior parte dos empreendimentos seja de baixa complexidade, seu crescimento indica um
aumento do volume de transações comerciais e consequentemente de circulação de dinheiro
no território dando maior dinamismo à economia municipal. O incremento desses setores
resulta também na ampliação da base tributária local o que possibilita/impulsiona o aumento
do VAB ADM.
As diferentes variações, por sua vez, resultam em modificação na composição do VAB final ao
longo do tempo, conforme evidenciado no Gráfico abaixo.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
126
Gráfico 7 – Distribuição percentual do VAB por setores. Ribeirão das Neves. 2005-2015.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
Como se vê, a Agropecuária apresenta representatividade em termos de produção econômica
praticamente nula. Os percentuais oscilam entre 0,1% e 0,2% no período. O baixo valor
numérico, no entanto, não significa uma ausência de importância do setor na dinâmica social e
ambiental do município. Por concentrar em grande parte uma mão de obra com baixa
especialização formal e processos produtivos intensivos em trabalho a agricultura e a pecuária
nos territórios metropolitanos tendem a um desaparecimento relativo na composição do
Produto agregado. Pela perspectiva territorial, no entanto, como detalhado na seção
“Atividades Produtivas no território”, o peso da Agropecuária é evidente haja vista a
pulverização das famílias no território que sobrevivem a partir dela e as significativas porções
de terra dedicadas ao plantio mesmo no interior da área urbana.
No que tange ao setor de serviços nota-se que a intensa variação absoluta resulta, por sua vez,
em um crescimento da participação percentual do setor no VAB final. Em 2015 mais de 50% de
todo valor adicionado mostra-se concentrado no terciário.
Por outro lado, percebe-se que, apesar da evolução em termos absolutos, o componente do
VAB IND mantém participação praticamente constante ao longo do tempo tendo em 2015 seu
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
127
menor percentual, igual a 12,9%. Nota-se, a partir dos dados da tabela anterior, que o último
registro do período avaliado - 2014-2015 - é marcado justamente por uma queda no valor
absoluto do componente industrial enquanto os serviços e a Administração Pública mantêm a
trajetória de crescimento. Revela-se assim um desaquecimento recente do setor e a
manifestação de seu papel ainda secundário no que concerne à produção econômica de
Ribeirão das Neves. Em palavras, apesar de crescer, a Indústria mantém estagnada sua
importância relativa em termos do crescimento econômico local, o qual apresenta tendência a
uma cada vez maior “terciarização”.
Tal diferenciação entre crescimento absoluto e peso percentual fica mais clara quando as
representatividades são comparadas com o território metropolitano. Levando-se em conta o
ano de 2015 a representatividade da Indústria no VAB da RM é de aproximadamente 27%,
consideravelmente superior à de Ribeirão das Neves, enquanto os serviços respondem por
59%. Nesses termos não há que se dizer que Ribeirão das Neves passa nos últimos 10 anos por
uma transformação de perfil econômico tendendo a uma vocação industrial, apesar de seu
claro crescimento produtivo em termos absolutos.
A Administração Pública, apesar da menor variação em relação à Indústria, tem peso de
composição significativamente superior a essa. No agregado da RM, por sua vez, nota-se que a
Administração Pública tem peso bastante inferior ao apresentado por Ribeirão das Neves -
percentual igual a 14%. Dentre os 34 municípios que compõem a RM, Neves é o 12° com maior
composição desse setor na formação de seu Produto ficando à frente de cidades
significativamente menores – Vespasiano, Lagoa Santa, dentre outros - que tendem a possuir
maior peso da Administração Pública em suas economias locais. Há assim a manutenção de
uma forte relação de “dependência” do setor, a qual decresce ao longo do tempo, mas
mantêm-se bastante superior à média regional. A questão não é problemática em si mesma,
mas aponta para certa escassez em termos de oportunidades de inovação e um cenário de
pouca diversificação produtiva. Em realidades como essa faz-se importante pensar de que
modo tal peso da Administração Pública pode servir ao município como plataforma ao
desenvolvimento de novas atividades, sobretudo aquelas intensivas em capital ou que tragam
externalidades positivas no e ao território.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
128
5.2.2. Trabalho e Emprego
O componente trabalho juntamente com o consumo e a produção estabelecem as bases para
a estrutura econômica agregada de uma localidade. A distribuição do emprego de mão de obra
sinaliza de forma mais específica quais as áreas no interior dos 3 grandes setores – primário,
secundário ou terciário – impulsionam o processo de crescimento e desenvolvimento
econômico. Os rendimentos, complementarmente, apontam para a relação entre as mudanças
nas dinâmicas de emprego e as remunerações pagas, fator de grande influência no
componente consumo.
Em Ribeirão das Neves, conforme apontam os dados do último Censo Demográfico (2010) e
sistematizado pela Organização Internacional do Comércio – OIT, a População Ocupada (PO)
em 2010 era de 133.327 pessoas, sendo mais de 60% com carteira assinada e
aproximadamente 30% sem ou atuando por conta própria. No ambiente urbano, a taxa de
ocupação mostra-se superior ao rural - 66,8% contra 57,7%. Ressalta-se que em 2010, mais de
99% da PO encontrava-se no meio urbano.
O nível de informalidade presente na dinâmica de trabalho é bastante significativo. Na
População Ocupada, cerca de 30% dos indivíduos encontram-se em ocupações informais.
Ressalta-se que dentre o restante – 95.614 indivíduos – apenas 30% (27.825) dos postos de
trabalho formais eram gerados no município de Ribeirão das Neves.
A formalização através da condição de Microempreendedor Individual – MEI aparece nos
últimos anos como uma das principais alternativas para absorção dessa grande parcela de mão
de obra. Segundo informações mapeadas pela OIT, em 2013, 6.437 pessoas estavam
cadastradas como MEI em Ribeirão das Neves.
A desocupação juvenil – População entre 15 e 24 anos - é relativamente baixa, igual 17,1%,
indicando uma entrada relativamente precoce da população local no mercado de trabalho. O
percentual é aproximadamente igual ao de outros municípios metropolitanos como Belo
Horizonte (15,1%), Contagem (15,8%) e Betim (19,8%). Há um componente de gênero
expressivo nessa faixa etária tendo em vista que a taxa de mulheres jovens desocupadas é
quase duas vezes maior que a de homens, 23% contra 12,3%.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
129
Em termos dos indicadores ligados ao trabalho decente21, observa-se que 33% da População
Ocupada desenvolvia jornada de trabalho superior a 44 horas semanais sendo o maior
percentual concentrado no setor de Comércio (22,6%). A maior parte dos trabalhadores nessa
realidade é do gênero masculino (63%). Outros 19.945 indivíduos desempenhavam jornada
acima de 48 horas semanais, também na maioria homens (64%).
O trabalho infantil mostra-se relativamente baixo com apenas 3,1% da população entre 10 e
13 anos ocupando alguma atividade de trabalho. Nas faixas superiores os percentuais
aumentam, sendo iguais respectivamente a 6,7% e 24,7% para a população entre 14 e 15 anos
e entre 16 e 17.
Dentre toda a população ocupada, apenas 2.770 indivíduos (2,07%) ocupavam algum cargo de
maior nível hierárquico (dirigentes) em seus estabelecimentos de lotação. Os componentes de
gênero e de raça são relevantes nesse quesito. Do total, 59,2% eram homens e 40,8% eram
mulheres sendo a maior parte negros (57,8%), percentual que destoa da realidade da maior
parte dos municípios brasileiros.
No interior da População Economicamente Ativa, 33.712 indivíduos manifestaram a presença
de algum tipo de deficiência dentre as quais 31.249 possuíam alguma ocupação na data de
referência.
O nível de contribuintes com a previdência social acompanha basicamente o percentual de
trabalhadores com carteira assinada. Para os empregados por conta própria a taxa é de apenas
27% ou 5.993 indivíduos evidenciando a relativa precariedade, sobretudo futura, da condição
de vida e reprodução social de tais trabalhadores.
Os dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, organizada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego e ligados exclusivamente ao emprego formal, apontam para os locais
21 Em 1999 a Organização Internacional do Trabalho (OIT) formalizou o conceito de Trabalho Decente como uma síntese da sua missão histórica de promover oportunidades para que homens e mulheres obtenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas. O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT (o respeito aos direitos no trabalho, a promoção do emprego, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social), e condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. Para mais ver http://www.bsb.ilo.org/simtd/.
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130
onde parte desse volume de trabalho se estabelece. No nível municipal a RAIS apresenta-se
como a principal fonte de informações sobre o comportamento do mercado de trabalho e,
portanto, para muitos aspectos do funcionamento da economia. Para a análise foram
utilizados dados do período 2008 – 2016 (último ano disponibilizado).
Como apontado no Gráfico abaixo, o setor terciário, acompanhando a composição do PIB,
responde de forma majoritária pelos empregos formais no município, ultrapassando o
patamar de 82% dos postos em 2016. A área de serviços, mais do que Comércio, manifesta-se
como principal empregador. Aqui encontram-se incluídos os postos gerados pela
Administração Pública.
Gráfico 8 – Distribuição setorial do emprego formal (%). Ribeirão das Neves-MG. 2006; 2010; 2016.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
Observa-se significativa correspondência e aproximação entre o volume de mão de obra
empregada e a participação dos respectivos componentes na formação do VAB Total.
Apesar da retração percentual das atividades secundárias na composição do emprego formal,
todas as categorias em termos absolutos, exclusive a Agropecuária, apresentam crescimento
da oferta de postos de trabalho entre 2006 e 2016 ainda que nos anos mais recentes a
trajetória seja de queda para parte deles. Os dados encontram-se na Tabela abaixo.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
131
Tabela 34 – Número de Empregos formais por Setor. Ribeirão das Neves – MG. 2006-2016.
Setor 2006 2008 2010 2012 2014 2016 Variação
Indústria 2.760 3.252 3.692 3.568 3.759 3.458 25,3%
Construção Civil 746 1.243 2.272 2.724 2.309 1.258 68,6%
Comércio 3.224 3.940 11.780 6.845 8.238 9.491 194,4%
Serviços 5.769 9.696 10.001 9.930 13.019 12.978 125,0%
Agropecuária 110 160 100 68 60 50 -54,5%
Total 12.609 18.291 27.845 23.135 27.385 27.235 116,0%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS/MTE
Apesar da maior participação dos Serviços, o setor do Comércio, estimulado pela intensa
abertura de estabelecimentos varejistas nos últimos anos, é o que apresenta a maior variação
percentual, perto de 200%. Observa-se um grande salto da atividade comercial entre os anos
2008 e 2010.
A Indústria, exclusive Construção Civil, é a de variação mais singela. Os dados reforçam a
consideração feita anteriormente de que apesar da variação expressiva do VAB Industrial local
em termos absolutos não se percebe nos últimos 10 anos uma trajetória de especialização e
intensificação do setor.
Há de se destacar, no entanto, que a produtividade do trabalho das atividades industriais
mostra-se largamente superior que a do terciário. Enquanto o acréscimo de 35% de
trabalhadores na Indústria provoca uma variação de 294% no VAB IND o aumento de 150% dos
empregos ligados ao terciário promove uma variação no componente do VAB de 584%. Com a
taxa retorno emprego formal x PIB do setor secundário, esse último percentual seria igual a
1260% seguindo-se as mesmas condições de produção.
A Construção Civil, seguindo a trajetória nacional, passa a sofrer quedas nos postos de
trabalho a partir de 2012. Entre 2014 e 2016 o setor praticamente vê cair pela metade tal
oferta. No último ano do período o volume de postos ofertados praticamente se igual ao de
2008. A queda do crédito imobiliário somado ao estoque de moradias constituído ao longo dos
últimos anos, cenário em que Ribeirão das Neves participa ativamente, conduz a tal
arrefecimento do setor de construção.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
132
A Agropecuária vê também retraída sua participação no mercado formal de trabalho. Único
setor com diminuição do número de postos ofertados, o volume, já baixo em termos absolutos
em 2006, cai pela metade dez anos depois.
Na Tabela abaixo aparece detalhada a realidade do mercado de trabalho formal municipal. Os
dados aparecem desagregados em subsetores auxiliando na compreensão das mudanças na
dinâmica de emprego intra grandes setores. A listagem é ordenada do maior para o menor
empregador em 2016.
Tabela 35 – Distribuição do emprego formal por Subsetores e variação percentual. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.
Subsetores Ano
Variação 2016 2014 2012 2010 2008 2006
Comércio Varejista 6.075 5.846 5.085 10.569 3.025 2.327 161%
Administração Pública 5.842 5.369 4.923 4.668 3.953 1.945 200%
Transporte e Comunicações 4.012 4.587 2.517 1.731 3.012 2.314 73%
Comércio Atacadista 3.416 2.392 1.760 1.211 915 897 281%
Aloj Comunic 1.657 1.487 1.205 729 612 668 148%
Construção Civil 1.258 2.309 2.724 2.272 1.243 746 69%
Alimentos e Bebidas 872 905 803 725 744 678 29%
Indústria Química 705 492 433 585 653 653 8%
Adm Técnica Profissional 604 712 649 2.146 1.454 395 53%
Prod. Mineral Não Metálico 508 809 807 864 860 714 -29%
Madeira e Mobiliário 506 575 507 538 489 317 60%
Ensino 484 520 392 508 489 313 55%
Médicos Odontológicos Vet 258 229 155 160 105 80 223%
Indústria Mecânica 182 154 135 136 104 15 1113%
Elétrico e Comunic 182 70 29 24 20 20 810%
Material de Transporte 147 290 171 288 - 4 3575%
Indústria Metalúrgica 122 152 301 226 117 53 130%
Instituição Financeira 121 115 89 59 71 54 124%
Indústria Têxtil 73 79 91 133 70 111 -34%
Extrativa Mineral 72 100 103 79 92 65 11%
Borracha, Fumo, Couros 66 100 145 88 98 124 -47%
Agricultura 50 60 68 100 160 110 -55%
Serviço Utilidade Pública 16 17 27 1 - 1 1500%
Papel e Gráf 7 12 6 5 1 5 40%
Indústria Calçados - 4 10 - 4 - -
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133
Subsetores Ano Variação
Total 27.235 27.385 23.135 27.845 18.291 12.609 116%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS/MTE
Os quatro maiores ofertadores respondem por mais de 71% do volume de postos existentes,
percentual que evolui consideravelmente em relação a 2006 – igual a 59% - indicando
tendência de concentração e baixa diversificação do mercado de trabalho.
Como se vê, o Comércio Varejista aparece encabeçando a lista com o emprego de 6.075
indivíduos. A trajetória da Atividade apresenta um cenário de pico no ano de 2010 com
significativa queda em 2012 e nova recuperação, ainda que mais singela, a partir desse ano. A
abertura de diferentes supermercados espalhados pelo território municipal aparece como
fator preponderante nesse cenário. Além disso, a baixa complexidade da atividade e a relativa
facilidade de abertura de estabelecimentos voltados ao comércio, principalmente os de
pequeno porte, contribui para a liderança do setor. Na maior parte dos municípios tanto do
Estado como do País, o Comércio Varejista e a Administração Pública concentram o maior
número de empregos formais. Além da variação absoluta, a atividade cresce em importância
ao longo do tempo passando de 18,5% em 2006 para 22,3% em 2016 do volume total
existente.
O papel da Administração Pública na dinâmica econômica local revela-se também de forma
evidente no componente trabalho. Como segundo maior empregador do município, o subsetor
vê triplicar o número de funcionários a ele ligados. A realidade aponta para importância do
setor público no processo de circulação de dinheiro e consequentemente de mercadorias na
localidade. Mais de 21% da mão de obra formal depende dos salários advindos da estrutura
pública para sua subsistência.
Acompanham esse caminho os setores de Transporte e Comunicação e do Comércio
Atacadista. O primeiro, tendo em vista as externalidades positivas em termos de logística
advindas do eixo viário constituído pela BR 040, ocupa a terceira posição como principal
empregador, com variação em termos absolutos de 73%. A participação no volume total, no
entanto, diminui e passa de 18,4% em 2006 para 14,7% em 2016.
A perda relativa do subsetor bem como de outros (Alimentos e Bebidas, Ensino, Indústria
Química, etc.) é absorvida de forma mais evidente pelo Comércio Atacadista que também se
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
134
aproveita das vantagens locais de logística para ampliação de sua atividade na localidade. Com
trajetória crescente ao longo de todos os anos, a atividade comercial por atacado apresenta
variação absoluta de 281% e aumento significativo da participação no volume total, passando
de 7,1% em 2006 para 12,5% em 2016.
Territorialmente, a ampliação de tais estabelecimentos em conjunto com a atividade varejista
produz dois efeitos principais. O primeiro liga-se à dispersão das centralidades de comércio e
serviços, detalhada mais adiante. Tendo em vista a necessidade de terrenos amplos para a
instalação das suas estruturas, sobretudo de supermercados, os menores preços de terra para
compra e aluguel nas regiões mais periféricas da cidade estimulam a difusão. Em segundo
plano e conectado diretamente ao primeiro fator, encontra-se a pressão sobre a
infraestrutura, sobretudo viária, trazida por tais equipamentos. Atuando como fortes polos
geradores de tráfego e circulação de pessoas, os estabelecimentos implicam necessariamente
em maior demanda social por equipamentos urbanos e meios de acesso.
Dentre as maiores variações absolutas encontram-se a Industria de Material de Transporte
(2575%), Serviços de Utilidade Pública (1500%), Indústria Mecânica (1113%) e Setor Elétrico
(810%), todas elas, no entanto, apresentam baixíssima participação sobre o volume total de
mão de obra forma empregada, abaixo de 1%. No outro extremo encontram-se a Produção
Mineral não Metálico, a Indústria Têxtil, a Indústria de Borracha, Fumo e Couros e a
Agricultura, todos com variações negativas em termos de mão de obra empregada. Do mesmo
modo que os subsetores anteriores a representação percentual de tais atividades no volume
total é irrisória.
Como apontado anteriormente o setor secundário vê diminuída de maneira geral sua parcela
na composição do emprego em Ribeirão das Neves. Alguns destaques em termos absolutos,
para além da Indústria Mecânica, são os setores Metalúrgicos (130%), de Madeira e Mobiliário
(60%) e de Alimentos e Bebidas (29%). As atividades industriais pulverizam-se assim em uma
ampla diversidade de frentes, mas de baixa empregabilidade e escala de produção.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
135
Na atividade terciária, além dos comércios e dos serviços de Transporte e Comunicação,
ressaltam-se as atividades de Alojamento e Comunicação22 que apresentam variação absoluta
de 148% com leve aumento de representatividade no volume total e os serviços ligados às
Instituições Financeiras que praticamente duplicam o número de postos formais ofertados.
Esse último, apesar da baixa representatividade geral (0,4%) merece destaque por
caracterizar-se como atividade complexa e que se concentra em espaços mais centrais. A
ampliação dos postos de trabalho a ele ligados manifesta um aumento do dinamismo
econômico local e dos fluxos de recursos financeiros no território.
Faz-se fundamental destacar que a dinâmica de trabalho e emprego em Ribeirão das Neves
não pode ser compreendida de maneira plena sem a consideração da dimensão intermunicipal
em seu interior. Como apontado anteriormente, em 2010 mais de 95 mil indivíduos
declararam estar em atividades formais de trabalho sendo que, para o mesmo ano, o
município ofertou aproximadamente 28 mil postos de trabalho os quais também são ocupados
por indivíduos de outras localidades. Há assim uma relação de troca e dependência
intermunicipal ligada ao trabalho que se estabelece de forma intensa na cidade e implica,
dentre outros fatores, em uma forte pressão por serviços públicos de transporte e no reforço
da concepção de Ribeirão das Neves como um “município dormitório”.
A Figura abaixo, elaboradas com base nos dados da Pesquisa Origem-Destino da RMBH ilustra
tal relação. São destacados os municípios de destino e o volume diário de viagens realizadas
pelo motivo trabalho.
22 Compreende os serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
136
Figura 11 – Municípios de Destino de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens. Ribeirão das Neves-MG. 2012.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da OD 2012.
Percebe-se que a difusão dos deslocamentos é ampla, ainda que numericamente concentrada.
Em 2012, 18 municípios apresentam-se como destino de moradores de Ribeirão das Neves por
motivo trabalho totalizando mais de 88 mil deslocamentos diários. Belo Horizonte e Contagem
aparecem como os principais polos de atração. Apenas o primeiro responde por mais de 83%
de tais deslocamentos. A intensa conurbação com a centralidade metropolitana, sobretudo na
região de Justinópolis, contribui agudamente nesse percentual.
Conforme apontado na Tabela abaixo o volume de deslocamentos cresce significativamente
entre 2000 e 2010. Dois pontos chamam atenção de modo mais evidente: a) O número de
viagens por motivo trabalho para Belo Horizonte mostra-se superior ao realizado
internamente no município sublinhando a intensa dependência de Ribeirão das Neves com a
metrópole e b) Por outro lado, a variação percentual os deslocamentos intramunicipais é
quase duas vezes maior do que os realizados com a Sede realçando assim a melhoria da
capacidade do município em gerar internamente oportunidades de trabalho seja elas formais
ou informais.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
137
Tabela 36 – Municípios de destino e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão das Neves-MG. 2002; 2012.
Município de Destino Número de viagens
Variação 2002 2012
Belo Horizonte 47.565 74.130 55,9%
Ribeirão das Neves 30.768 61.728 100,6%
Contagem 5.213 9.076 74,1%
Betim 1.076 1.378 28,0%
Vespasiano 275 840 205,7%
Santa Luzia 376 837 122,5%
Nova Lima 334 534 59,8%
Lagoa Santa 0 492 -
Pedro Leopoldo 107 376 250,9%
Esmeraldas 240 343 42,7%
Sabará 268 200 -25,3%
Brumadinho 0 128 -
Juatuba 27 117 329,2%
São Joaquim de Bicas 0 114 -
Igarapé 0 105 -
Jaboticatubas 0 102 -
Matozinhos 0 62 -
Ibirité 84 0 -100,0%
São José da Lapa 68 0 -100,0%
Total 86.402 150.562 74,3%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados OD 2002-2012.
O aumento em maior dimensão dos deslocamentos internos resulta na ampliação da
participação desses no volume total de viagens, passando de 35% em 2002 para 40% em 2012.
A maior parte das viagens, no entanto, permanece tendo outras localidades como destino. Em
termos comparativos, municípios como Contagem e Betim apresentam percentuais de
deslocamentos internos por motivo trabalho respectivamente iguais a 58% e 74% em 2012,
bastante superiores ao de Ribeirão das Neves. Mesmo em municípios menores e de forte
dependência da metrópole, como Esmeraldas e Vespasiano, os percentuais são maiores que o
de Neves, iguais respectivamente a 53% e 44%. Nota-se também que os destinos são
ampliados entre 2002 e 2012 com a entrada de 4 novos municípios (Lagoa Santa, São Joaquim
de Bicas, Igarapé, Jaboticatubas e Matozinhos) e a saída de 2 (Ibirité e São José da Lapa).
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
138
Como apenas uma pequena minoria de indivíduos não realiza algum tipo de deslocamento
para seu local de emprego o cenário demonstra como a dinâmica de trabalho carece de maior
enraizamento no território municipal. Práticas de incentivo à atividade agrícola aproveitando-
se das características naturais locais, um melhor aproveitamento do eixo logístico da BR 040
para o setor secundário e ampliação de zoneamentos que permitam a abertura regular de
estabelecimentos ligados ao terciário aparecem como possibilidades que se encontram ligadas
ao escopo do Plano Diretor e que podem contribuir para o reforço dessa internalização.
Pelo lado oposto, observa-se, mesmo que em menor escala, o papel de Neves também como
município de destino de mão de obra de outras localidades, conforme apontado na Figura
abaixo. Como no caso anterior, Belo Horizonte e Contagem aparecem como as principais
localidades que enviam trabalhadores para o município. A concentração de BH nesse caso é
inferior ao anterior. Como origem, BH responde por 71% dos deslocamentos.
Figura 12 – Municípios de Origem de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens. Ribeirão das Neves-MG. 2012.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da OD 2012.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
139
Em termos de alteração entre 2002 e 2012 nota-se um fortalecimento intenso da relação entre
Esmeraldas e Ribeirão das Neves, como apresentado na Tabela abaixo. O município apresenta
não apenas uma variação percentual significativa de pessoas que se deslocam para a cidade
vizinha (166%) como um número absoluto considerável tendo em vistas as realidades locais,
igual a 791 viagens. Vespasiano também intensifica de forma considerável a relação com
Neves nessa temática. O número de viagens entre as cidades aumenta mais de 15 vezes no
período.
Tabela 37 - Municípios de origem e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão das Neves-MG. 2002; 2012.
Município de Origem Número de viagens
Variação 2002 2012
Belo Horizonte 5.383 9.391 74,5%
Betim 203 281 38,2%
Contagem 594 1.277 115,1%
Esmeraldas 297 791 166,0%
Lagoa Santa 0 45 -
Nova Lima 31 97 208,0%
Pedro Leopoldo 175 250 42,8%
Santa Luzia 266 475 78,7%
São José da Lapa 0 85 -
Sarzedo 63 0 -100,0%
Vespasiano 34 529 1460,5%
Total 7.046 13.221 87,6%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da OD 2002-2012.
Apesar de significativamente menor em termos absolutos, nota-se que o volume de
deslocamentos por motivo trabalho que adotam Ribeirão das Neves como destino tem maior
variação percentual que aquelas em que o município é origem, 87,6% contra 74,3%. O
aumento das oportunidades de trabalho que levam consequentemente à intensificação dos
deslocamentos internos, como posto acima, atua também como atrativo a outras cidades. O
saldo de municípios de interação é levemente positivo no período com a entrada de 2
localidades fornecedoras de mão de obra (Lagoa Santa e São José da Lapa) e a saída de uma
(Sarzedo).
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
140
A dinâmica de atuação da força de trabalho de Ribeirão das Neves é conformada assim através
de uma combinação de um forte componente de informalidade e elevado grau de
dependência de outros municípios com uma trajetória crescente do número de empregos
formais, sobretudo no terciário, e a ampliação das oportunidades locais de acesso ao trabalho.
A análise dos rendimentos percebidos por essa mão de obra bem como dos indicadores de
desigualdade e pobreza apresentada a seguir contribui para a compreensão das condições de
subsistência e reprodução a ela ligadas.
5.2.3. Rendimentos, Pobreza e Desigualdade
As reconfigurações, evoluções e arrefecimentos no mercado de trabalho do município de
Ribeirão das Neves acabam por resultar consequentemente em alterações nos rendimentos da
população. De tais mudanças resultam por sua vez modificações no padrão e volume de
consumo das famílias e seu acesso a bens e serviços básicos. Para essa análise são utilizadas as
informações tanto do SIDRA-IBGE baseadas no Censo Demográfico como do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados – CAGED MTE.
A dinâmica dos rendimentos percebidos pelos indivíduos encontra-se relacionada ao cenário
de desigualdade em sua distribuição. Para tal ponto foram aqui elencados 5 indicadores do
Atlas de Desenvolvimento Humano – ADH calculados com base nos dados censitários os quais
são apresentados em 4 escalas territoriais: Município, Região Metropolitana, Estado e País.
São eles:
1. Índice de Gini (GINI): Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de
indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há
desigualdade (a renda domiciliar per capita de todos os indivíduos tem o mesmo
valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a
renda). O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios
particulares permanentes.
2. Razão 10 por 40 (R1040): Compara a renda per capita média dos indivíduos
pertencentes ao décimo mais rico dessa distribuição com a renda capita média dos
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
141
indivíduos pertencentes aos dois quintos mais pobres. O universo de indivíduos é
limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.
3. Vulnerabilidade (PPOB): Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita
igual ou inferior a R$ 255,00 mensais, em reais de agosto de 2010, equivalente a 1/2
salário mínimo nessa data. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em
domicílios particulares permanentes.
4. Extremamente Pobres (PIND): Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per
capita igual ou inferior a R$ 70,00 mensais, em reais de agosto de 2010. O universo de
indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.
5. Vulneráveis a pobreza com alto deslocamento por motivo trabalho (PPOB_DESLOC):
Razão entre as pessoas que vivem em domicílios vulneráveis à pobreza (com renda per
capita inferior a 1/2 salário mínimo de agosto de 2010) e que gastam mais de uma
hora em deslocamento até o local de trabalho e o total de pessoas ocupadas
multiplicado por 100. São considerados apenas os domicílios particulares permanentes
e as pessoas com 18 anos de idade ou mais.
No que tange à distribuição dos indivíduos por faixa de rendimento observa-se de maneira
geral que entre 2000 e 2010 um maior número de pessoas em Ribeirão das Neves passa a ter
acesso a algum tipo de remuneração proveniente do trabalho. A entrada de tais indivíduos, no
entanto, se dá de forma massificada pelos menores intervalos de salários. Os Gráficos abaixo
permitem a visualização dessa realidade.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
142
Gráfico 9 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal. Ribeirão das Neves. 2000.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.
Gráfico 10 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal. Ribeirão
das Neves. 2010.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.
Como se vê, no período analisado há significativo aumento da população com recebimento até
2 salários mínimos, faixa que responde em 2010 por mais de 55,1% dos residentes com
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143
rendimento. O percentual em 2000 era de 35,8%. A outra grande parcela encontra-se na
categoria sem rendimentos, a qual, diminui no período destacado. As demais faixas passam,
por sua vez, por redução percentual no período. O intervalo acima de 5 salários mínimos que
já possuía representatividade baixa em 2000 praticamente desaparece da localidade dez anos
depois.
A caracterização recente do emprego formal apontada acima, marcada pelo aumento dos
postos ofertados e oportunidades de trabalho, cria as condições para o incremento do
percentual de pessoas com rendimentos no município ainda que tal movimento se dê
acompanhado da diminuição dos postos de remuneração mais alta que tendem a se
concentrar em ambientes de formalidade. A intensificação dos postos de trabalho em
atividades do terciário de baixa complexidade atrelado ao alto grau de informalidade implica
necessariamente no reforço de tais faixas de concentração.
A Tabela abaixo que apresenta o percentual da massa salarial total paga por setor econômico
complementa a discussão a respeito do atrelamento entre baixa complexidade da atividade e
menores remunerações. Os dados referem-se aos meses de janeiro de 2010 e janeiro de 2018
e são extraídos do CAGED. Percebe-se que a dinâmica de distribuição dos rendimentos
observada entre 2000 e 2010 mantêm-se após o último Censo Demográfico.
Tabela 38 – Concentração percentual da massa salarial total paga por setor de atividade. Ribeirão das Neves-MG. Jan. 2010; Jan. 2018.
Faixa salarial
jan/10 jan/18
Indústria Construção Comércio Serviços Agro Indústria Construção Comércio Serviços Agro
Até 0.50 0% 0% 0% 0% 0% 4% 0% 1% 0% 0%
0.51 a 1 27% 2% 48% 16% 60% 7% 1% 2% 8% 1%
1.01 a 1.5 53% 41% 34% 46% 16% 48% 36% 61% 57% 0%
1.51 a 2 13% 37% 7% 12% 24% 9% 55% 10% 15% 0%
2.01 a 3 5% 3% 4% 21% 0% 5% 3% 7% 18% 0%
3.01 a 4 0% 2% 2% 2% 0% 5% 3% 3% 0% 0%
4.01 a 5 1% 1% 2% 2% 0% 0% 0% 2% 0% 0%
5.01 a 7 0% 1% 1% 1% 0% 4% 0% 1% 1% 0%
7.01 a 10 0% 10% 2% 0% 0% 17% 2% 0% 0% 0%
10.01 a 15 0% 2% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0%
15.01 a 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0%
Mais de 20
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 10% 0% 0%
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
144
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do CAGED MTE.
O setor industrial, exclusive a construção civil, é o único que apresenta uma melhor
distribuição entre os pagamentos realizados aos empregados com a manutenção de uma
massa salarial significativa nas faixas de maior rendimento, acima de 5 salários mínimos.
Também é o único setor com diminuição do percentual nos menores intervalos.
A Construção Civil, que percebe queda aguda no número de empregos formais, retém em seus
ramos de atividade de forma mais incisiva apenas os postos de trabalho com remuneração
mais baixa, sobretudo entre 1,5 e 2 salários que passam a concentrar 55% da massa salarial
paga pelo setor em 2018 contra 37% em 2010.
O terciário, por sua vez, onde há a maior entrada de trabalhadores inclusive via Administração
Pública, infla consideravelmente os intervalos de menor remuneração principalmente entre 1
e 2 salários mínimos. No Comércio, subsetor líder em empregabilidade, a massa salarial paga
nessa faixa passa de 41% em 2010 para 71% em 2018. Na prestação de Serviços o aumento é
mais ameno passando de 58% para 72%.
A Agropecuária, por sua vez, praticamente não aparece relacionada tendo em vista o baixo
volume de empregabilidade e formalidade.
Em termos do número absoluto de indivíduos e levando-se em conta a escala regional nota-se
que em Ribeirão das Neves o acréscimo dos recebedores da menor faixa de salário – até 1
salário mínimo – é mais aguda do que na Região Metropolitana como um todo. Percebe-se
também que a queda do percentual das faixas de maiores salários se dá não apenas pelo
crescimento mais acelerado das demais, mas também pela queda em números absolutos dos
indivíduos nelas presentes, movimento também mais agudo em Ribeirão das Neves que na RM
de forma geral. O município apresenta-se assim como um lugar regionalmente destacado de
concentração dos indivíduos com menores salários.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
145
Tabela 39 – Número de indivíduos por faixa de rendimento mensal e variação percentual. Ribeirão das Neves e RMBH. 200;2010.
Faixa de Rendimento
2000 2010 Variação Ribeirão das
Neves
Variação RMBH Ribeirão das
Neves RMBH
Ribeirão das Neves
RMBH
Até 1s.m. 29.027 531.371 70.657 1.090.809 143,4% 105,28%
Mais de 1 a 2 s.m. 40.273 674.006 66.299 1.106.743 64,6% 64,20%
Mais de 2 a 3 s.m. 16.799 334.238 16.772 392.570 -0,2% 17,45%
Mais de 3 a 5 s.m. 14.136 350.278 8.929 327.428 -36,8% -6,52%
Mais de 5 a 10 s.m. 6.936 326.799 3.107 251.041 -55,2% -23,18%
Mais de 10 a 20 s.m. 1.209 150.000 545 104.903 -54,9% -30,06%
Mais de 20 s.m. 395 90.286 151 57.347 -61,8% -36,48%
Sem rendimento 84.789 1.503.620 82.019 1.364.442 -3,3% -9,26%
Valor absoluto 193.564 3.960.598 248.479 4.695.283 28,4% 18,55%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.
Há de se destacar no interior dessa dinâmica dos rendimentos que, segundo sistematização
realizada pela OIT, os componentes de gênero e raça mostram-se relevantes. No primeiro,
levando-se em conta os dados do último censo demográfico, percebe-se um hiato de
aproximadamente 30% entre o salário médio mensal masculino, igual a R$ 916,00, e o
feminino, R$ 651,00. Entre brancos e negros a diferença é menor. Mesmo que os segundos
ocupem uma maior parcela dos cargos de direção, conforme exposto anteriormente, em
média recebem 12% a menos que os primeiros.
Apesar desse processo de massificação dos indivíduos com salários mais baixos, a entrada das
pessoas no mercado de consumo que ocorre de maneira geral no Brasil nos últimos anos e que
só se faz possível pela existência de um maior número de famílias com acesso a renda, leva a
uma queda da condição de desigualdade bem como da vulnerabilidade à pobreza em Ribeirão
das Neves. A Tabela abaixo reúne os indicadores anteriormente citados que atestam para essa
realidade.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
146
Tabela 40 - Índice de GINI, Razão 10 por 40, Vulnerabilidade a Pobreza, Percentual de Extremamente pobres e Percentual de Vulneráveis a Pobreza com deslocamento superior a 1 hora por motivo trabalho.
Ribeirão das Neves, RMBH, Minas Gerais e Brasil. 2000, 2010.
Indicador Ribeirão das Neves RMBH Minas Gerais Brasil
2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010
GINI 0,43 0,39 0,61 0,59 0,61 0,56 0,64 0,60
R1040 8,73 7,10 24,21 20,13 24,03 17,26 30,31 22,78
PPOB 53,64 30,03 36,07 19,33 48,17 28,85 48,39 32,56
PIND 6,41 2,21 3,92 1,25 9,05 3,49 12,48 6,62
PPOB_DESLOC 0,00 5,75 0,00 1,81 0,00 1,07 0,00 1,42
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do ADH.
No que concerne à desigualdade, Ribeirão das Neves apresenta os melhores indicadores entre
todas as escalas territoriais apresentadas, com índice de Gini igual a 0,39. Reforça-se mais uma
vez que há um nivelamento por baixo das condições de igualdade de renda uma vez que
aumentam os indivíduos com menores rendimentos e diminuem aqueles com os maiores. A
Razão 10 por 40 também aponta um cenário positivo. Em 2010, enquanto para a RMBH os 40%
mais ricos recebiam aproximadamente 20 vezes mais que os 10% mais pobres, em Ribeirão das
Neves o afastamento é agudamente inferior, igual a 7 vezes.
No que concerne à insegurança/instabilidade das condições de vida e subsistência o cenário
municipal mostra-se mais precário em termos comparativos.
Nota-se primeiramente a aguda queda do percentual de domicílios vulneráveis a pobreza na
localidade no intervalo censitário. Ainda que o valor de 2010 – 30,3% - seja o maior entre os
territórios apresentados assim também se dá com a queda percentual observada. No ano 2000
mais de 50% da população nevense encontrava-se em tal condição o que indica significativa
melhora das condições de reprodução social dos indivíduos. Comparativamente o percentual
aproxima-se da média estadual e nacional, mas mostra-se cerca de 12% maior que o da Região
Metropolitana. A situação de vulnerabilidade local mostra-se mais problemática em relação às
outras escalas territoriais tendo em vista que um maior percentual de indivíduos em domicílios
nessa condição precisa realizar deslocamentos superiores a uma hora para ter acesso ao
trabalho. No que tange ao percentual de pessoas extremamente pobres, observa-se um
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
147
processo similar. Com valor já baixo em 2000 e menor ainda em 2010, a medida é inferior à de
Minas Gerais e do Brasil, mas ainda levemente superior que a metropolitana.
Tendo como base esse cenário geral das condições de produção, trabalho e recebimentos
percebidos pela população local a próxima seção dedica-se a uma exploração mais
territorializada e específica das atividades econômicas desenvolvidas no território de Ribeirão
das Neves.
5.2.4. Atividades Econômicas no Território
Agricultura Familiar e Atividades Primárias de Pequena Escala:
Esta seção abordará a dinâmica produtiva no que consiste às práticas agrícolas e pecuárias.
Tais atividades são comumente compreendidas como de pouca relevância na matriz
econômica dos municípios inseridos na RMBH, se comparados a demais atividades ligadas aos
setores secundário e terciário. Contudo, tal análise leva em conta somente a produção em
termos de lucratividade, desconsiderando as especificidades de muitos municípios nos quais
essas práticas se apresentam como solução ou como atividade relevante para o abastecimento
local e regional de alimentos, para a conservação ambiental e para a manutenção de formas
de vida de determinados grupos sociais. Ainda, essa difundida compreensão da agricultura
desconsidera caminhos alternativos de desenvolvimento territorial, pautados na ampliação
das práticas de agricultura urbana, de agricultura familiar e dos processos de transição
agroecológica que dialogam com os princípios de reestruturação territorial da RMBH,
propostos pelo PDDI e pelo Macrozoneamento Metropolitano.
As considerações e dados apresentados anteriormente nesta Leitura Técnica atestam para
esse fato uma vez que nos pontos concernentes à geração do produto agregado, provisão de
postos de trabalho e geração de rendimentos a Agropecuária praticamente inexiste em
Ribeirão das Neves. Cabe aqui destacar, no entanto que, de modo geral, identifica-se uma
lacuna no que tange a fontes específicas de dados secundários sobre a agroecologia e sobre a
agricultura urbana nas diversas escalas territoriais. Assim, na maioria dos casos, as
informações adquiridas contribuem para acentuar a pouca expressividade e o baixo interesse
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
148
sobre a agricultura nas pautas prioritárias de políticas públicas e investimentos voltados para o
desenvolvimento da RMBH.
As referências conceituais e legais que orientam os estudos e levantamentos de dados no
âmbito da agricultura apontam que, ao longo dos anos, diferentes correntes e expressões são
utilizadas para identificar formas que surgiram em contraposição à agricultura industrial,
moderna e convencional. Assim, os conceitos de agroecologia, agricultura familiar e agricultura
urbana ainda são objeto de intensos debates acadêmicos e políticos. De todo modo, todos
servirão de base para as informações e análises aqui apresentadas, cabendo destacar possíveis
esclarecimentos relativos aos conceitos, quando necessário.
Em termos das atividades primárias de maior escala percebe-se a substantiva queda da
produção Agropecuária no município de Ribeirão das Neves nos últimos anos, conforme
apontado nas Tabelas abaixo com informações extraídas da Pesquisa Agrícola Municipal – PAM
e da Pesquisa Pecuária Municipal – PPM, ambas realizadas pelo IBGE23.
Tabela 41 – Área plantada e quantidade produzida. Cana de açúcar, feijão, mandioca e milho em grãos. Ribeirão das
Neves-MG. 2006; 2010; 2016.
Cultura Área Colhida (hectares) Quantidade produzida (toneladas)
2006 2010 2016 2006 2010 2016
Cana-de-açúcar 4 15 - 280 1.350 -
Feijão 18 2 5 11 1 1
Mandioca 1 1 5 15 15 40
Milho (grãos) 10 20 - 30 60 -
Total 33 38 10 336 1.426 41
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da PAM.
23 Apesar da queda da produção ressalta-se que, conforme tratamento dado pelo portal deepASK, a lucratividade da produção agrícola em Ribeirão das Neves atingiu maior patamar que a nacional em determinados exercícios, sobretudo 2010, demonstrando a potencialidade da atividade no território. Para visualização, verificar: http://www.deepask.com/goes?page=ribeirao-das-neves/MG-Agricultura:-Confira-a-producao-agricola-e-a-area-plantada-no-seu-municipio.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
149
Tabela 42 - Quantidade de animais por tipo e variação percentual. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.
Tipo de rebanho Ano
Variação 2006 2008 2010 2012 2014 2016
Bovino 3.613 4.004 2.545 2.506 2.220 2.079 -42,5%
Bubalino - 18 15 25 27 40 122,2%
Equino 61 60 186 192 317 360 490,2%
Suíno - 2.870 3.523 3.376 80 1.950 -32,1%
Caprino - 28 25 29 32 25 -10,7%
Ovino - 90 85 38 110 130 44,4%
Galináceos - total 4.800 3.145 2.770 - - 3.100 -35,4%
Total 8.474 10.215 9.149 6.166 2.786 7.684 -9,3%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da PPM.
Pelo lado da Agricultura nota-se que as grandes culturas de cana-de-açúcar e milho em grãos
desaparecem no período avaliado. O ano de 2010 marca o pico de produção com mais de
1.425 toneladas produzidas, sobretudo de cana. O feijão e a mandioca resistem de forma
singela. O primeiro com trajetória de queda entre 2006 e 2016 e o segundo com leve aumento
ainda que com queda de produtividade. Enquanto um hectare de mandioca em 2006 gerou 15
toneladas de produto, os 5 hectares plantados em 2016 proveram apenas 40 toneladas.
Pelo lado da pecuária, o cenário se repete. Com queda de 9,3% no efetivo total de animais –
25% a menos se comparado com o ano de 2008 – a atividade perde espaço ao longo dos anos.
Apenas os rebanhos bubalino, equino e ovino apresentam variação percentual positiva, mas
com números absolutos muito baixos. Bovinos, suínos e galináceos que possuem maior
representatividade percebem, por sua vez, variação absoluta negativa. A queda da cultura da
cana de açúcar que servia de pasto a tais animais, conforme informações fornecidas por
técnicos locais, encontra-se intimamente ligada a esse arrefecimento da atividade pecuária.
A realidade da produção explica os baixíssimos dados ligados ao VAB AGR e aos empregos
formais gerados pela atividade primária. A forte expansão urbana e imobiliária observada no
município nos últimos anos aliado a ausência de uma política pública específica e um
zoneamento protetivo à atividade acaba por tornar cada vez menos interessante e rentável a
produção agropecuária na cidade. No entanto, a observação em campo revela uma presença
ainda forte das práticas agrícolas em Ribeirão das Neves, as quais, tendo em vista os fatores
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
150
apontados acima somados a um grande desconhecimento pela maior parte dos moradores a
respeito da existência da atividade, tornam-se cada vez mais invisibilizadas no território.
O mapa apresentado abaixo, construído a parti de levantamentos de campo e com
informações fornecidas pela EMATER-MG, ilustra parcialmente essa presença, tendo em vista
que muitas propriedades com produção ativa ainda se encontram registradas. A figura destaca
duas informações principais, a saber: a) Propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural
– CAR24 nacional e b) hortas ativas onde observa-se o desenvolvimento constante de produção
agrícola em nível familiar. As primeiras representam os imóveis rurais do município. São
propriedades de diferentes dimensões que, em determinados casos, mesmo que inseridas
dentro do perímetro urbano local e com zoneamento voltado a esse tipo de ocupação ainda
não passaram pelo processo municipal de descaracterização, realidade observada tanto em
Ribeirão das Neves como em outros municípios metropolitanos. Em tais casos multiplicam-se
os conflitos existentes no que concerne, dentro outros fatores, à institucionalidade que
regulamenta tais propriedades (INCRA x Prefeitura), a tributação incidida (ITR x IPTU) e o uso a
elas destinados (Rural Primário x Expansão Urbana imobiliária).
24 Criado pela Lei 12.651/12, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, formando base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais. Para mais ver: http://www.mma.gov.br/mma-em-numeros/cadastro-ambiental-rural.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
151
Mapa 12 - Áreas registradas com Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Hortas ativas.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
152
Como se vê existem significativas parcelas sem ocupação urbana no município, sobretudo no
eixo Noroeste, que encontram-se cadastradas no CAR ao mesmo tempo que se inserem no
perímetro urbano local e sobre as quais incidem diferentes zoneamentos. A mesma ocorrência
é vista nas porções Centro Sul e Nordeste com extensas faixas de imóveis rurais com pouco ou
nulo uso e que atualmente cumprem como única função no município serem objetos de
especulação imobiliária e de ocupações irregulares. O extenso contorno do perímetro urbano
local cria um estoque de terras especulativo muito grande que em certo sentido bloqueia o
desenvolvimento de novas atividades agrícolas e onera o poder público tendo em vista que em
muitos casos há um verdadeiro abandono de tais propriedades.
A presença das hortas ativas, por sua vez, centra-se na porção nordeste do eixo que vai de
Justinópolis a Areias, sobretudo na Região conhecida como Paraíso das Piabas. Boa parte
dessas plantações encontra-se inserida no perímetro urbano ainda que mostrem-se distantes
das faixas mais densas de ocupação e concentrem internamente e no seu em torno um
ambiente característico das áreas rurais. Revelam-se ainda presença de hortas em regiões de
fronteira (periurbanas) bem como outras inseridas em áreas consolidadas. As Figuras abaixo
ilustram o perfil de tais hortas. A maioria delas dedica-se a plantação de hortaliças e são
realizadas por famílias proprietárias dos terrenos e que usam da produção para subsistência e
para o comércio local.
Foto 3 – Agricultura familiar. Plantio de Hortaliças e terra em tratamento com maquinário. Paraíso das
Piabas, Ribeirão das Neves-MG. 2018. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
153
Foto 4 – Agricultura familiar. Plantio de hortaliças e estufa. Areias, Ribeirão das Neves-MG. 2018.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
Foto 5 – Agricultura periurbana. Ribeirão das Neves-MG. 2018.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
Apesar da produção realizar-se em maior parte em pequenas unidades e pelas próprias
famílias, o volume de produtos surpreende em sua dimensão e sublinha a importância da
atividade primária no município. Conforme dados fornecidos pela EMATER-MG, ao longo do
ano de 2017, mais de 2.000 toneladas de alimentos foram produzidas nas diferentes hortas
ativas do município entre mais de 130 agricultores. A Tabela abaixo detalha tais informações.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
154
Tabela 43 – Cultura, área produzida, produtividade e produção total e número de agricultores. Ribeirão das Neves, 2017.
Cultura Área (ha) Produtividade
(kg/ha) Produção total (tn)
Agricultores
Agrião 8 13.000 104 10
Alface 30 20.000 600 25
Almeirão 15 15.000 225 15
Banana Prata 1 20 20 1
Beterraba 6 30.000 180 10
Brócolis 4 15.000 60 6
Cebolinha 8 15.000 120 20
Chicória 4 13.000 52 2
Couve-de-folha 20 15.000 300 20
Espinafre 9 20.000 180 4
Mandioca Mesa 5 12.000 60 4
Milho verde 10 8.000 80 2
Mostarda 12 15.000 180 4
Quiabo 3 13.000 39 1
Salsa 6 12.000 72 15
Total 141 14.401* 2.272 139
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da EMATER-MG. *Média
Dentre os produtores listados, apenas um (banana prata) não se caracteriza como agricultor
familiar. A produção total ultrapassa em muito aquela atingida nos anos de pico das culturas
permanentes apontadas no início dessa seção. Boa parte das hortaliças consumidas no interior
do município provêm justamente desses agricultores ainda que significativa parte dos
moradores e dos próprios representantes públicos locais até mesmo desconheça a existência
da atividade no município, como já destacado.
Ainda que o volume e a área de produção da agricultura familiar local revele-se tão expressiva
a atividade padece de incentivos e enfrenta paulatinamente pressões para seu
desaparecimento, conforme apontam os agricultores consultados ao longo do trabalho de
campo. Dentre as principais problemáticas destacadas encontram-se: a) Pressão de
empreendimentos de tipo urbano, sobretudo ligados ao setor de comércio, com a compra e
retenção de extensas propriedades no em torno direto e indireto das plantações; b) Ausência
de incentivos locais para o fomento da produção e auxílio logístico; c) Ausência de pontos
comerciais (feiras, mercados, etc.) voltados ao comércio dos produtos locais; d) Dificuldade de
sucessão familiar tendo em vista o desinteresse das gerações mais novas na continuidade das
culturas.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
155
Soma-se a isso, como já apontado anteriormente, a ausência de uma “proteção” territorial aos
agricultores tendo em vista a não existência de uma categoria de zoneamento específica que
ao menos garanta a preservação da atividade no conflituoso contexto da expansão urbana
local.
Como potencialidade e aspectos positivos, por sua vez, encontram-se: a) a presença de um
técnico específico da EMATER lotado no município que realiza o acompanhamento e o
fomento das atividades agrícolas locais; b) a existência de um Conselho Municipal de
Segurança Alimentar – COMSEA constituído pela Lei 3681/2015 e; c) a presença de um Banco
de Alimentos, equipamento municipal vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Social e Cidadania que trabalha com parcerias estadual e federal, que atua no incentivo à
compra e escoamento da produção local através da gestão dos recursos do Programa de
Aquisição de Alimentos – PAA25 e do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE26,
ambos federais. Conforme relatos dos agricultores familiares municipais, a presença de tais
programas de financiamento mostrou-se fundamental para um desenvolvimento mais
sustentável de suas atividades no município.
A atuação das iniciativas é de fato significativa, ainda que em tempos recentes apresente sinais
de fragilidade. Conforme informações fornecidas pelo Banco de Alimentos local, entre 2014 e
2017 o volume de aquisições via PAA aumentou 228% passando de 6 para 21 toneladas. A
variação financeira é de maior ordem, igual a 314%, passando de cera de 27 mil para 113 mil
reais no período. Em 2016 o Programa atinge seu ápice com a aquisição de 28,5 toneladas e
volume financeiros de mais de 146 mil reais. Apesar da trajetória crescente, percebe-se que o
25 O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003, possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. Para mais, ver: http://mds.gov.br/assuntos/seguranca-alimentar/programa-de-aquisicao-de-alimentos-paa.
26 O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública. Com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% do valor repassado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades. Para mais, ver: http://www.fnde.gov.br/programas/pnae.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
156
PAA atinge parte bastante irrisória da produção local. A maior parcela desta, por sua vez, volta-
se à comercialização independente pelos produtores através de atravessadores que repassam
a compras aos estabelecimentos comerciais locais. Nesse caminho, o produtor aparece como o
agente mais prejudicado tendo em vista os baixos valores a ele pagos pelos demais atores
envolvidos. Soma-se a isso a atuação no campo da informalidade que esse cenário proporciona
o que oculta o verdadeiro peso econômico da atividade no município e reforça a condição de
insegurança do agricultor local.
No que tange ao PNAE, chama atenção a significativa ineficiência das instituições municipais
na gestão e gasto dos recursos providos pelo governo federal. O Gráfico abaixo que cruza as
informações entre valores repassados e valores efetivamente gastos evidencia essa realidade.
Gráfico 11 – Valores repassados e Valores Utilizados do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Ribeirão das Neves-MG. 2011-2016.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE.
Nos anos destacados, a média de gastos dos valores repassados é de 6%, com percentual
decrescente ao longo do tempo. Conforme estabelece o Programa, 30% dos recursos deveriam
ser utilizados apenas para a aquisição de produtos provindos da agricultura familiar o que
resultaria em um volume de mais de 3 milhões e 700 mil reais voltados para o estímulo à
atividade. Apenas esse montante é cerca de 5 vezes maior que o total de recursos gastos pelo
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
157
município ao longo dos anos. A realidade reafirma uma fragilidade presente em outra série de
setores econômicos brasileiros que se encontram carentes menos pela disponibilidade de
recursos para sua promoção e mais pela falta de ferramentas e processos efetivos de gestão
dos recursos a eles destinados bem como pelos entraves burocráticos colocados para sua
utilização.
Percebe-se assim que a agricultura em Ribeirão das Neves longe de mostrar-se como atividade
inexistente ou em decadência apresenta-se como realidade efetiva no território, sobretudo em
termos familiares, de baixo impacto e de pequena escala individual de produção. Mostra-se
ainda como de rica potencialidade espacial tendo em vista as extensas áreas desocupadas
caracterizadas como rurais junto ao CAR ainda que os conflitos de interesse e pressões
urbanas mostrem-se evidentes. Numérica e monetariamente inexpressiva e termos
comparativos, a atividade tem forte peso social na localidade e a partir de sua resistência
promove externalidades positivas para o município seja através da promoção de uma
alimentação de melhor qualidade sejam pelas amenidades ambientais trazidas por ela. Na
atual revisão do Plano Diretor a observação de tais pontos mostra-se então como baliza à
proposta de reorganização territorial a ser implementada.
Atividades industriais
A atividade industrial, tendo em vista sua capacidade em termos de geração de empregos e
receitas aos municípios, é percebida e considerada por boa parte das administrações locais
como elemento fundamental ao desenvolvimento econômico. Dentro dessa visão, é na
Indústria que se concentram as funções de que exigem maior especialização da mão de obra
ligadas às atividades intensivas em capital as quais resultam na maior agregação de valor aos
produtos. Por outro lado, também é na planta industrial e nas demandas existentes em sua
implantação que se mostram presentes, por vezes, os maiores passivos ambientais resultantes
da atividade, as relações de trabalho mais formais e os mais agudos conflitos de uso do solo.
Com base nessa perspectiva dual da Indústria e de seus efeitos socioeconômicos, a análise que
se segue busca, com base nos dados secundários existentes e nas visitas de campo realizadas:
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158
Compreender de modo mais detalhado e em diferentes níveis a atividade industrial no
município de Ribeirão das Neves e;
Proporcionar a visualização de tal atividade no território local tendo como base um
mapa de grandes equipamentos industriais e de logística.
De maneira geral observa-se, exclusive para o setor de extração mineral, um significativo
crescimento do número de estabelecimentos industriais no município de Ribeirão das Neves
nos úlitmos 10 anos.
Tabela 44 – Número de estabelecimentos industriais por setor de atividade. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.
Categoria Ano Representação
percentual 2016 2016 2014 2012 2010 2008 2006
Extrativa Mineral 3 6 4 5 7 6 1%
Prod. Mineral não Metálico 39 33 38 35 34 27 8%
Indústria Metalúrgica 35 36 33 22 16 14 7%
Indústria Mecânica 20 18 12 6 6 4 4%
Elétrico e Comunic 8 5 2 1 1 1 2%
Material de Transporte 6 5 5 3 1 2 1%
Madeira e Mobiliário 28 34 30 25 26 17 6%
Papel e Gráf 4 6 5 4 1 3 1%
Borracha, Fumo, Couros 10 8 6 5 6 8 2%
Indústria Química 21 20 15 17 12 9 4%
Indústria Têxtil 15 18 24 16 14 13 3%
Indústria Calçados 1 1 2 0 2 0 0%
Alimentos e Bebidas 64 53 43 45 30 35 13%
Serviço Utilidade Pública 4 3 2 1 0 1 1%
Construção Civil 237 367 338 216 148 103 48%
Total 495 613 559 401 304 243 100%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS MTE
A Construção Civil concentra praticamente metade do número de estabelecimentos industriais
no município. A variação absoluta do setor é de 130% entre 2006 e 2016 com destaque a
abrupta queda entre os dois últimos anos do período avaliado, processo similar em termos
dos empregos formais ligados à atividade, como apontado anteriormente.
Segue-se a ele o setor de Alimentos e Bebidas que possui representatividade de 13% e
trajetória crescente nos últimos 10 anos. A atividade amplia em 83% o número de
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159
estabelecimentos entre 2006 e 2016, mas tem aumento nos postos de trabalho de apenas 29%
apontando para a baixa escala de produção das novas unidades. Tratam-se de pequenas
iniciativas que atuam como suporte a grandes instalações como da fábrica de refrigerantes Del
Rey que localiza-se no município, mas, conforme apontado por técnicos locais, passa por
problemas de solvência nos últimos anos.
Em termos das variações positivas mais agudas encontram-se os setores da Indústria
Mecânica, Elétrico e Comunicações, Material de Transporte e Indústria Química. Todos eles, no
entanto possuem baixa representatividade tanto no volume total de estabelecimentos como
no número de postos formais de trabalho ofertados.
O que se percebe de maneira geral é que a multiplicação da atividade industrial em Ribeirão
das Neves ocorre pelo lado da pulverização de novos empreendimentos, mas sem a presença
de uma estrutura de grande porte que leve a efeitos multiplicadores de grande escala.
Os dados sistematizados abaixo auxiliam na compreensão desse cenário. As informações
referem-se ao ano de 2016.
Tabela 45 – Estabelecimentos industriais por número de empregados. Ribeirão das Neves-MG. 2016.
Categoria Número de Empregados
0 1 a 4 5 a 9 10 a 19 20 a 49 50 a 99 100 a 249 250 a 499
Extrativa Mineral 0 1 1 0 0 1 0 0
Prod. Mineral não Metálico 3 17 8 4 5 1 1 0
Indústria Metalúrgica 2 25 5 2 1 0 0 0
Indústria Mecânica 1 11 4 1 2 1 0 0
Elétrico e Comunic 2 3 0 1 1 0 1 0
Material de Transporte 3 1 1 0 0 0 1 0
Madeira e Mobiliário 6 12 3 2 0 4 1 0
Papel e Gráf 0 4 0 0 0 0 0 0
Borracha, Fumo, Couros 0 8 1 0 0 1 0 0
Indústria Química 0 5 8 2 3 0 2 1
Indústria Têxtil 0 11 2 2 0 0 0 0
Indústria Calçados 1 0 0 0 0 0 0 0
Alimentos e Bebidas 4 24 19 10 4 2 0 1
Serviço Utilidade Pública 0 2 2 0 0 0 0 0
Construção Civil 58 119 33 18 6 1 2 0
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160
Total 80 243 87 42 22 11 8 2
Percentual 16,2% 49,1% 17,6% 8,5% 4,4% 2,2% 1,6% 0,4%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS MTE.
Mais de 80% das iniciativas encontram-se constituídas na faixa até 9 funcionários sendo que
16,2% não apresentam nenhum empregado registrado, ou seja, constituem-se apenas pela
presença de seus sócios proprietários que atuam ligados a determinado setor/atividade. Na
Construção Civil, categoria com o maior número de estabelecimentos, 75% dos
empreendimentos possui entre 0 a 4 funcionários.
Entre as maiores plantas empregadoras instituídas no território encontram-se uma unidade da
Indústria Química e outra do setor de Alimento e Bebidas, faixa entre 250 e 499 empregados.
No intervalo imediatamente anterior, 100 a 249, oito empreendimentos se apresentam, 2
ligados à Construção Civil, 2 à Indústria Química, 1 ao setor de Madeira e Mobiliário, 1 de
Material de Transporte, 1 de Elétrico e Comunicações e 1 de Produção Mineral não metálico
(cerâmicas).
O mapa abaixo, feito a partir de visita de campo acompanhada por técnicos locais e por
imagens de satélite, destaca os pontos principais de localização das instalações industriais de
maior porte. Soma-se a eles os equipamentos de armazenagem e logística presentes no
território.
Nota-se que o eixo instituído pela BR-040 se apresenta como maior ponto de concentração de
atividades secundárias, fator que se explica, sobretudo pelo aproveitamento logístico advindo
da estrutura viária. A figura apresenta ainda a demarcação de extensas faixas contíguas a BR
que atualmente não estão ocupadas e também não possuem cobertura vegetal, mostrando-se
assim como potenciais futuros de aproveitamento para a esse fim. No eixo sul, em
proximidade com o município de Contagem, a concentração mostra-se mais intensa bem como
no extremo Norte.
Na região Leste do município apresenta-se também uma maior concentração de atividades
industriais de maior porte, sobretudo no setor de cerâmica e têxtil, ambos com prolemáticas
ligadas à questão ambiental. Incrustradas no tecido urbano as atividades apresentam elevados
niveis de poluição atmosférica compromentendo as condições de bem estar urbano.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
161
Conforme apontado por técnicos locais, o setor de cerâmica encontra-se com dificuldades de
manutenção e já apresenta planos de fechamento de unidades em período próximo. A
escassez de matéria prima mostra-se como principal carência para a continuidade da
atividade. Foi ainda ressaltado que as áreas de localização das plantas industriais desse setor,
sobretudo as localizadas no eixo viário constituido pela Avenida Denise Cristina, já se econtram
sob pressão imobiliária por parte de grandes construtoras atuantes na Região Metropolitana.
O apontamento é importante tendo em vista que a região já se encontra extremamente
adensanda e com baixa capacidade de suporte da infraestrutura bem como pelo fato de que,
caso se concretize, a mudança de usos leva a substituição de uma atividade geradora de renda
em médio e longo prazos para outra demandante de bens e serviços públicos e com geração
de empregos apenas de curto prazo.
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162
Mapa 13 - Localização de grandes equipamentos industriais e de logística.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
163
Na Região central, o CIRIN agrega de forma majoritária os empreendimentos ligados ao setor
secundário. Criado na década de 90 a partir de uma parceria entre o poder público e o
proprietário dos terrenos que conformam seu perímetro, o Centro Industrial até os dias atuais
não se encontra totalmente ocupado e apresenta uma série de problemáticas ligadas, dentre
outros fatores, à presença de outros usos nos lotes nele existentes, os quais em tese deveriam
ser voltados exlcusivamente para as atividades industriais. As imagens abaixo destacam tal
realidade. Nelas aparecem a instalação de um galpão de carros no interior do Distrito bem
como de uma estrutura, atualmente abandonada, pensada para servir como um mercado
municipal. Ressalta-se ainda a fachada leste do CIRIN (local de maior pontecialidade logística)
que passa atualmente por processo de licenciamento para instalação de um posto de gasolina.
Tal falta de segregação acaba por desorientar o setor público local em políticas reais de
incentivo à atividade industrial no perímetro.
Foto 6 – Usos não conformes no Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG. 2018.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
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164
Foto 7 – Fachada Leste Centro Industrial e de Ribeirão das Neves-MG. 2018.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Soma-se a tal fator a aguda situação de irregularidade das empresas atualmente instaladas,
sobretudo no que concerne à falta de alvarás de funcionamento. A tabela abaixo, elaborada
com base em informações fornecidas pelo poder público local, sintetiza essa realidade.
Tabela 46 – Empresas localizadas do Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG, situação de regularidade e observações. 2018.
Id Empresa Situação Observações
1 Contrutora Israel Eireli Irregular Empresa instalada em Ribeirão das Neves porém com endereço de outro município. Sem inscrição
municipal.
2 Santa Vitória Ind. E Com. Irregular Duplicidade de endereço.
3 Cosmos Artefatos de Plástico Irregular Sem alvará de localização e funcionamento
4 Augusta Móveis Eireli Irregular Sem alvará.
5 J Luciano Construções Irregular Sem alvará.
6 Ronaldo Rosa Ribeiro Irregular Sem alvará.
7 Copersan Eireli. Irregular Sem alvará.
8 Frioli Frigorífico Oliveira Regular. Alvará vigente até 06/2018.
9 Isominas IND&COM de Isopaineis e Refrigeração.
Irregular Alvará vencido.
10 LS Locações, Serviços e Evntos. Irregular Alvará vencido.
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165
Id Empresa Situação Observações
11 BEL Química LTDA. Irregular Alvará vencido.
12 Iron Mountain do Brasil. Regular. Alvará vigente até 03/2018.
13 Vania Sales Felix-ME. Irregular. Alvará vencido.
14 Helemaquinas LTDA-ME. Irregular. Alvará vencido.
15 ART Design Armários LTDA. Irregular Alvará vencido.
16 ELX Sinalização LTDA Irregular Alvará vencido.
17 Perfecta Moveis Irregular Alvará vencido.
18 SRG Armazém e Transporte LTDA
Irregular Alvará vencido.
19 Light Desenho LTDA Irregular. Sem alvará de localização e funcionamento
20 Bela Minas Indústria e Comércio
Irregular Alvará vencido.
21 Moveis Moesco LTDA Irregular Alvará vencido.
22 Matheus Franca Alencar Regular. Alvará vigente até 07/2018.
23 MF Logística LTDA Irregular Sem alvará de localização e funcionamento
24 Santa Rita Armazém e Serviços Administrativos
Irregular Sem alvará de localização e funcionamento
25 Josafá de Almeida Santos Irregular Sem alvará de localização e funcionamento
26 Selt Engenharia LTDA Irregular Sem alvará de localização e funcionamento
27 Sanegold Tubos e Conexões Irregular Sem alvará de localização e funcionamento
28 Sangold Tubos e Conexões Eireli
Irregular Sem alvará de localização e funcionamento
Fonte: Prefeitura Municipal, Secretaria de Planejamento.
Percebe-se uma mescla significativa das atividades secundárias realizadas no Centro Industrial
com estabelecimentos ligados a setores de mobiliário, construção civil, armazenamento e
logística, químico, maquinário, dentre outros. Como se vê, dos 28 empreendimentos
presentes, apenas 3 encontram-se em situação regular e com alvarás já próximos do
vencimento. A situação é preocupante uma vez que resulta em descontrole por parte do poder
público das atividades desenvolvidas em seu território.
Dessa forma, o CIRIN revela-se como um projeto relativamente confuso, o qual, apesar de não
poder ser avaliado de forma plenamente negativa tendo em vista a presença de plantas
industriais importantes em seu interior, não parece ter alcançado o fim e o potencial esperado
quando de sua constituição. A grande proximidade com a ocupação urbana consolidada
também compromete sua efetividade. A preferência manifesta pelas empresas de instalarem-
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
166
se nas proximidades da BR 040 via a vis a existência de lotes vazios no interior do Centro
Industral atesta para esse último fato. Apesar de tais pontos negativos, a utilização futura do
CIRIN também demonstra potencialidades, sobretudo tendo em vista a obra viária atualmente
em curso no município que conta com recursos federais do Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC e que promoverá a conexão direta do Centro Industrial à rodovia. Nesses
termos, considerando-se o projeto do CIRIN como altenrativa ainda viável, faz-se fundamental
garantir que a faixa de ligação com a BR seja utilizada exclusivamente para os usos de médio e
grande porte ligados às atividades industriais.
Com base em tais referências, percebe-se que o cenário ligado ao setor secundário no
município de Ribeirão das Neves, ao contrário do ramo primário, mostra-se difundido no
território, sobretudo a partir da multiplicação de pequenos empreendimentos que atuam
como suporte às maiores estruturas. Apesar disso, os entraves a uma realização mais robusta
da atividade revelam-se de forma evidente sejam eles ligados aos conflitos de uso sejam pelas
situações de irregularidade. Como estratégia fundamental, para além das medidas corretivas
da realidade atual, parece indispensável um direcionamento mais efetivo do setor para
determinado ponto do município de modo a estimular os efeitos positivos advindos das
economias de aglomeração e promover uma maior integração entre as três sub regiões que
compõem a localidade a partir do enraizamento da mão de obra no território local.
Centralidades de Comércio e Serviços
A análise das atividades ligadas ao Comércio e aos Serviços existentes em determinada
localidade permite a identificação dos pontos intramunicipais com maior dinamismo em
termos de trocas e fluxos econômicos. Diferentes fatores podem contribuir para um maior ou
menor expressão dessa dinâmica em determinado município, a saber: porte populacional;
economias de aglomeração advindas de obras públicas; substituição produtiva; dentre outros.
Complementarmente, o processo de crescimento do setor de comércio e serviços pode ser
interpretado como fruto de dinâmicas urbanas distintas. Ao mesmo tempo que a
preponderância do terciário expressa um movimento de maior diversificação da economia
local através da inserção no território de serviços mais complexos (financeiros, tecnologia de
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
167
informação, centros de decisão, etc.) pode representar também um movimento de “fuga”
populacional dada a crise em outros setores, sobretudo o industrial. O comércio e os serviços
de nível básico representam nesse cenário a porta de entrada mais simples para (re) inserção
no mercado de trabalho e movimentação de recursos.
Nesse sentido, a análise aqui realizada para o município de Ribeirão das Neves no que tange à
composição da estrutura produtiva com foco nos comércios e serviços locais é orientada a
partir de três bases principais, quais sejam: i) a caracterização do movimento recente de
aumento, ou queda, de participação do setor na economia local; ii) as atividades que o
compõem o terciário e seu nível de complexidade e iii) identificação no território dos lugares
de maior e menores concentrações de estabelecimentos de comércio e serviços.
No campo da teoria econômica a análise sobre centralidades centra-se sobre dois aspectos
principais: concentração e especialização/complexificação. Compostos por maiores ou
menores economias de escala, de urbanização e de atividades complexas, determinados
espaços tendem a estabelecer maiores concentrações de atividades em seu em torno criando
uma verdadeira hierarquia territorial da rede urbana com diferentes níveis, capacidades e
escalas de polarização.
Em primeiro lugar, semelhantemente ao setor secundário, apresentam-se aqui os dados
referentes ao número de estabelecimentos de comércio e serviços existentes no município
como um todo bem como seu respectivo porte. Em seguida é exposto um mapa elaborado
com base no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos – CNEFE/IBGE que aponta
por setor censitário o número de estabelecimentos categorizados pelo IBGE como de “outras
finalidades”, os quais concentram em sua maioria empreendimentos ligados ao setor terciário.
Por fim, é apresentado um mapeamento das principais ruas municipais que se estabelecem
como centralidades de comércio e serviços. Os eixos viários foram divididos em 4 níveis de
complexidade (Baixíssima, Baixa, Média e Alta) e dois de concentração das atividades
(Concentrada e Espalhada) que se combinam. A caracterização dos níveis é melhor detalhada a
frente.
Em termos da difusão dos empreendimentos no município percebe-se que os
estabelecimentos ligados ao terciário mais que dobram nos últimos 10 anos. As principais
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
168
variações positivas estão ligadas às atividades de Alojamento e Comunicação (215%),
Transporte e Comunicações (134%) e Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários (121%).
Os dois primeiros, como destacado anteriormente, apresentam-se como grandes
empregadores na localidade no que concerne ao mercado formal de trabalho. Os serviços
médicos, de maior complexidade, apesar da grande variação nos estabelecimentos têm
empregabilidade baixa. O Comércio Varejista e Atacadista, maiores empregadores formais de
Ribeirão das Neves, possuem variações iguais a 108% e 82%.
Tabela 47 – Número de estabelecimentos terciários por setor de atividade. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.
Categoria Ano Representação
percentual 2016 2014 2012 2010 2008 2006
Comércio Varejista 1.245 1.247 1.087 879 706 599 63,8%
Comércio Atacadista 51 50 43 37 33 28 2,6%
Instituição Financeira 11 11 12 8 8 6 0,6%
Adm Técnica Profissional 125 131 108 95 76 60 6,4%
Transporte e Comunicações 124 83 66 58 61 53 6,4%
Aloj Comunic 249 246 197 135 92 79 12,8%
Médicos Odontológicos Vet 73 59 47 47 31 33 3,7%
Ensino 69 71 64 60 43 35 3,5%
Administração Pública 3 3 2 5 4 6 0,2%
Total 1.950 1.901 1.626 1.324 1.054 899 100,0%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS MTE
A trajetória permite uma análise preliminar a respeito da complexificação da economia local
nos últimos anos. Ao mesmo tempo em que atividades de baixa complexidade como os
comércios expandem suas atividades os serviços financeiros, de alta complexidade e atrelados
a uma dinâmica global de circulação de recursos, também ampliam sua participação no
território. O número de estabelecimentos a ele ligados praticamente dobra no período. No
entanto, a representação percentual da atividade mostra-se como a menor entre todas as
categorias, exclusive a Administração Pública.
Em termos do porte dos empreendimentos a realidade repete aquela observada para as
atividades industriais.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
169
Tabela 48 – Estabelecimentos do setor terciário por número de empregados. Ribeirão das Neves-MG. 2016.
Categoria
Número de Empregados
0 1 a 4 5 a 9 10 a 19
20 a 49
50 a 99
100 a 249
250 a 499
De 500 a 999
Comércio Varejista 179 740 188 93 31 11 3 0 0
Comércio Atacadista 4 17 3 7 6 4 6 3 1
Instituição Financeira 0 2 2 7 0 0 0 0 0
Adm Técnica Profissional
19 74 18 9 3 2 0 0 0
Transporte e Comunicações
20 55 16 9 11 6 2 2 3
Aloj Comunic 37 163 30 11 5 1 1 0 1
Médicos Odontológicos Vet
9 52 6 3 3 0 0 0 0
Ensino 1 30 24 9 5 0 0 0 0
Administração Pública
0 0 0 0 0 1 0 0 1
Total 269 1133 287 148 64 25 12 5 6
Percentual 13,8% 58,1% 14,7% 7,6% 3,3% 1,3% 0,6% 0,3% 0,3%
Fonte: Ethos Urbanismo com base em dados da RAIS MTE
Diferentemente do setor secundário, no entanto, percebe-se a presença de grandes
equipamentos terciários localizadas em faixas de maior empregabilidade (500 a 999),
sobretudo no setor de Transporte e Comunicações, localizados em sua maioria no eixo viário
constituído pela BR 040. Aproximadamente 60% dos estabelecimentos, no entanto, possuem
entre 1 e 4 funcionários principalmente no Comércio Varejista. Tratam-se de pequenas
unidades como mercearias, depósitos e bares que comercializam produtos básicos de
subsistência.
Como destacado anteriormente, para territorialização das informações foram utilizados no
presente relatório os dados do CNEFE, fornecido pelo IBGE e realizado com base nas
informações do Censo Demográfico de 2010. A base permite filtrar todos os estabelecimentos
existentes no município não enquadradas em uma série de categorias (ensino, setor públicos,
etc.), restando quase que exclusivamente empreendimentos de uso comercial ou de serviços
categorizados como de “outras finalidades”. Quanto mais escura a cor de preenchimento,
maior a concentração de estabelecimentos em determinada região. Ainda que os dados sejam
de 2010 a informação serve como referência segura tendo em vista que, apesar da
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
170
multiplicação de unidades ligadas ao terciário no período, dinâmicas de concentração não
tendem a passar por alterações em curtos intervalos de tempo.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
171
Mapa 14 -Total de estabelecimentos de outras finalidades por setor censitário.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
172
Percebe-se que a dinâmica de concentração segue uma lógica bastante clara e atrelada aos
eixos viários que perpassam as três grandes Regiões que compõem a localidade (Veneza,
Centro e Justinópolis) reforçando grande parte da literatura sobre economia regional e urbana
que aponta o potencial logístico e os custos de transporte como fatores principais em termos
de atração de atividades econômicas.
Pelo mapa fica clara também a relativa independência das regiões que compõem os
municípios, fato recorrentemente levantados pelos técnicos locais e pela população de modo
geral. Em cada uma delas há a existência de setores censitários localizados nas maiores faixas
de concentração de empreendimentos conformando assim pelos menos 3 grandes
centralidades que polarizam seu em torno.
Na Região do Veneza percebe-se que a concentração se estabelece de modo mais intenso no
eixo norte pelo lado esquerdo da BR 040 onde estão os bairros mais adensados. Por outro
lado, apresentam as menores presenças de estabelecimentos terciários os bairros Vale das
Acácias e Vale do Ouro 1° e 2° seção, esse último caracterizado como condomínio fechado de
alta renda e uso exclusivamente residencial. Rumo ao eixo sul da rodovia, a região do bairro
San Marino mostra-se como a de maior concentração enquanto o Bairro Vereda e o Conjunto
Liberdade encontram-se em faixas de menor valor.
Nas zonas intermediárias e de transição entre as grandes regiões percebe-se, por sua vez, um
verdadeiro vazio no que tange a existência de empreendimentos voltados ao terciário.
Caracterizam-se em grande parte por áreas pouco adensadas como os bairros Cidade Neviana
(entre Veneza e o Centro), Jardim Alvorada, Verônica, Luana, dentre outros (eixo sul entre o
centro tradicional e Justinópolis) e o bairro monte Verde (entre o centro e Justinópolis com
conexão via MG 806). Tratam-se de ilhas urbanas no território que percebem na maior parte
das vezes precariedade em termos de infraestrutura e a concentração de população de menor
renda.
Na região do centro tradicional, os bairros São Pedro, Várzea Alegre, Bela Vista e Santo
Antônio aparecem como os maiores concentradoras de atividades terciárias. Assim também
ocorre com o eixo que vai da parte mais central rumo ao bairro Sevilha.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
173
Na região de Justinópolis, por sua vez, observa-se que o contorno imediato da Avenida Denise
Cristina é aquele com a maior concentração de setores censitários com forte presença de
estabelecimentos de comércio e serviços. O distanciamento tanto a norte como a sul levam
por outro lado aos bairros localizados nas faixas de menor valor. Entre as regiões mais carentes
encontram-se os bairros Sônia, Hawaí, São José 2° seção, Kátia 1° e 2² seção e Luar da
Pampulha. No eixo Norte, rumo a Região de Areias, observa-se de forma mais intensa a
presença de lugares menos adensados e consequentemente com menor presença de
estabelecimentos. Em Areias necessariamente tem-se um pequeno centro localizado em faixa
intermediária de concentração de empreendimentos enquanto bairros como Santa Margarida
1° e 2° seção ocupam as menores faixas de valor.
No interior de tais localidades, por sua vez, ainda que bairros próximos apresentem níveis de
concentração semelhantes, a complexidade dos estabelecimentos comerciais e de serviços
varia consideravelmente. Há comumente um grande eixo viário principal que tende a
concentrar serviços mais complexos e escassos o qual é contornado por outras ruas que
apresentam estabelecimentos voltados ao comércio e oferta de bens e serviços básicos.
O mapa abaixo apresenta esse esforço de hierarquização. As ruas caracterizadas como de
Baixíssima complexidade são aquelas que apresentam empreendimentos de pequena escala,
voltados ao atendimento praticamente de seus moradores e ofertadores de produtos de
subsistência básica (mercearias, pequenas padarias, etc.) ou ligados à formação do bairro em
si, sobretudo depósitos e pequenas lojas de materiais de construção. Cabe destcar aqui que a
simples presença de equipamentos do terciário em determinada rua não a torna de Baíxíssima
complexidade. Como o conceito principal de toda a discussão é o de centralidade, a
demarcação dos eixos nessa categoria de menor complexidade é feita em lugares onde, apesar
da pouca oferta de estabelecimento e de seu padrão construtivo de menor qualidade, há um
papel de importância microrregional e de atração de moradores. Nesses termos, além de
apresentarem estabelecimentos comerciais e de serviços como pontos de susbsistência de
seus proprietários, a rua exerce papel de referência por vezes principal ao em torno. A
Alameda das Acácias, na porção norte da Região de Veneza, exemplifica um desses eixos.
Tendo em vista a segregação territorial causada pela BR 040 e a extrema concentração
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
174
existente na Regional, a existência de comércios e serviços em pontos isolados naturalmente
cria efeitos de centralidade, mesmo que de baixíssima complexidade.
As ruas de Baixa Complexidade diferem das primeiras, principalmente pelo porte dos
empreendimentos e escalas de atendimento. Nessa categoria encontram-se os grandes
supermercados, estabelecimentos de alimentação de maior estrutura, dentre outros que,
apesar do maior volume. compreendem atividades intensivas em trabalho. As ruas de Média
Complexidade, por sua vez, são aquelas que possuem em seu interior pontos de operação de
serviços financeiros (lotéricas e caixas eletrônicos) bem como serviços especializados (clínicas
medicas, consultórios dentários, etc.). Atuam como polos de atração para uma parte
considerável da população residente na região tendo em vista sua escassez. Por fim, as ruas de
Alta Complexidade são aquelas onde localizam-se as instituições financeiras (Bancos), serviço
mais exclusivo do território municipal, como apontado anteriormente.
Além disso, os eixos viários são caracterizados como Concentrados ou Espalhados. A
categorização diz respeito à paisagem urbana neles encontrada. Na categoria “Concentrados”
encontram-se as vias que possuem ao longo de toda sua extensão ou em algum ponto
específica presença sequencial de estabelecimentos ligados ao terciário. São as “ruas
comerciais” como comumente conhecidas. Na categoria “Espalhada” encontram-se aqueles
eixos que mesclam usos comerciais e residenciais. As Figuras abaixo ilustram tal subdivisão.
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175
Foto 8 – Avenida 2, Região do Veneza. Perfil espalhado de estabelecimentos comercias.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
Foto 9 – Avenida Raimundo Nonato de Souza, Região Central. Perfil concentrado de estabelecimentos
comercias. Ribeirão das Neves, 2018. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018
Na rede hierárquica estabelecida no território local, observa-se de maneira geral o
estabelecimento de ao menos um Distrito de Negócios Central (Central Business District – CBD)
em cada uma das grandes regiões componentes da cidade. Tais Distritos constituem-se como
os lugares de mais alta complexidade ocupados por “serviços financeiros, escritórios de
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
176
profissionais (advogados, consultores, etc.) e suas atividades especializadas (mídia e
propaganda) e sedes de corporações, juntamente com outras atividades de cultura e lazer”.
(CAVALCANTE, ALMEIDA & BACKER, 2016:1254, tradução nossa).
No caso de Ribeirão das Neves os CBD’s constituem-se, sobretudo pela presença das
instituições financeiras e serviços especializados médicos e odontológicos. Na Região de
Veneza, o Distrito estabelece-se pelo entroncamento dos eixos viários da MG-432 com a
Avenida Helena Sapori. Na região central, uma conformação em Y formada pelas Ruas José
Maria Alckmin, Raimundo Nonato de Souza e Ari Teixiera da Costa estabelecem a centralidade,
enquanto na Região de Justinópolis a avenida Denise Cristina da Costa constitui de forma única
o CBD Regional. A Região de Areias, por sua vez, não apresenta um centro de maior nível
necessitando assim estabelecer relações diretas, sobretudo com Justinópolis para o
atendimento de demandas mais complexas ligadas ao terciário.
As três grandes estruturas refletem também a grande e cada vez mais reforçada
independência entre as 3 grandes regiões do município. Tratam-se de 3 cidades em um único
território que a partir de suas dinâmicas e vocações próprias (especialização industrial,
especialização em serviços, integração com a sede metropolitana) reproduzem-se ao longo do
tempo e, pelo histórico recente em termos da dinâmica econômica e dos projetos viários
estruturantes em desenvolvimento, tendem a fortalecer-se cada vez mais em torno de seus
centros principais.
Se por um lado essa efetiva descentralização das atividades é extremamente interessante uma
vez que minimiza os custos de transporte e tempos de deslocamento da população residente
para acesso aso serviços ela cria também territórios muito segregados no contexto municipal
como um todo. Nessa dinâmica, as faixas de integração, como apontado anteriormente, que
se estabelecem entre as centralidades surgem inexoravelmente como lugares de escassez.
Ressalta-se ainda que no interior de cada regional, tendo em vista o grande espraiamento da
ocupação urbana, sobretudo na Região do Veneza, os diferentes níveis de oferta de comércio e
serviços resultam em desequilíbrios de oportunidade e em carências básicas para os
moradores localizados nas extremidades.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
177
No que tange às centralidades regionais, tendo em vista o maior número e diversificação de
estabelecimentos bancários bem como sua localização em mais de um eixo viário (Ruas Jose
Maria Alckmin e Ari Teixeira da Costa) proporcionando maior capacidade de polarização, a
Regional Centro aparece como centralidade de primeira ordem no município, seguida da
centralidade Justinópolis, a qual se beneficia e faz uso dos serviços financeiros de Belo
Horizonte na continuidade da Avenida Padre Pedro Pinto, e da centralidade Veneza que possui
apenas uma agência bancária (SICOOB) complementada pelo atendimento via caixas
eletrônicos 24h e casas lotéricas.
O mapa abaixo apresenta o mapeamento realizado com as devidas hierarquizações.
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178
Mapa 15 - Hierarquização das centralidades de comércio e serviços. Ribeirão das Neves-MG. 2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
179
No município como um todo, percebe-se, no entanto, que a regional Justinópolis é aquela com
maior pulverização de centralidades de menor nível hierárquico bem como de serviços
financeiros complementares, sobretudo no eixo norte. A maior concentração populacional
aliada a conurbação com a sede metropolitana contribui fortemente nesse cenário a partir da
geração de fortes economias de aglomeração.
Na direção Sul principalmente por meio da conexão das Ruas João de Deus e Monte Castelo a
presença de ruas com baixa especialização de estabelecimentos terciários e com perfil de
concentração variável presta atendimentos aos bairros do em torno como Sônia, Hawaí e
Kátia, os quais, levando-se em conta os dados do CNEFE, possuem poucos estabelecimentos
terciários em seu interior, e Fortaleza, Felixlândia e São João de Deus a oeste dos eixos viários.
Ali encontram-se equipamentos financeiros tanto de autoatendimento como lotéricas.
Complementarmente, na Rua José Maria Rodrigues, na região do bairro Lagoa, a presença de
uma lotérica atende as necessidades locais de serviços financeiros bem como encontram-se
presentes estabelecimentos de bens de consumo básico. O extremo sul, por sua vez,
apresenta-se como o de maior carência Regional.
Na direção Norte, as Ruas Generoso Clemente da Rocha – bairros Vila Delma e Rachel –
Tancredo de Almeida Neves – bairros Esperança e Cristais – Avenida Costa e Silva – Bairro
Menezes – e Avenida A – Bairro Pedra Branca – aparecem como as centralidades de maior
nível tendo em vista a presença de serviços financeiros complementares. Todas elas, além da
média complexidade, caracterizam-se por uma ocupação concentrada de equipamentos
terciários ao longo de todo seu eixo ou em parte dele. Mostra-se assim como uma região de
dinamismo econômico mais elevado e boa oferta de estabelecimentos em termos relativos. No
extremo Norte a situação de carência repete-se com a ausência até mesmo de centralidades
de baixíssima complexidade.
Na Região Central, para além do polo principal, a Rua Helvécio Lopes Miranda no bairro Santa
Matilde (Média Espalhada), a Rua Monte Carmelo (Média Concentrada) no Sevilha 2º Seção e
a Avenida Madressilva (Média Concentrada) na Região de Rosa Neves complementam a rede
de centralidades regional.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
180
Por fim, na Regional Veneza as centralidades ao nível da rua seguem de forma muito
aproximada os dados de 2010 apontados pelo CNEFE. Há grande concentração dos eixos
comerciais nas proximidades do polo principal a oeste da BR 040, enquanto a extremidade sul
e a região dos condomínios fechados de alta renda têm baixíssima ou nula concentração
terciária. Dentre as “3 cidades” dentro do município, Veneza é a que sinaliza para um maior
desequilíbrio regional em termos da oferta de bens e serviços para a população residente.
A realização do trabalho de campo permitiu a visualização concreta dessa rede urbana
constituída no território de Ribeirão das Neves. Observa-se como ponto de destaque a grande
correlação existente entre a qualidade do eixo viário e o padrão construtivo dos
estabelecimentos comerciais implantados bem como seu nível de
concentração/especialização. Conforme apontado por técnicos municipais a pavimentação e
melhoria da qualidade viária em muitas das ruas elencadas contribuiu fortemente ao
incremento dos empreendimentos estabelecidos ao longo delas. Nesses termos, uma
perspectiva de melhoria da dinâmica econômica e de descentralização intra e inter-regional do
setor terciário local passa necessariamente por uma combinada melhoria das condições de
acessibilidade e infraestrutura de deslocamento. Para isso a aplicação de instrumentos como a
Contribuição de Melhoria em eixos estratégicos elencados pelo Poder Público local e possíveis
de estarem presentes na atual revisão do Plano Diretor aparece como estratégia fundamental
a ser aplicada nos curto e médio prazos.
5.2.5. Finanças Públicas
Tendo em vista as diferentes formas de relação e dependência da economia local com a
estrutura da Administração Pública Municipal manifestas, dentre outros fatores, pelo alto
percentual do VAB ADM bem como da empregabilidade formal pública, a presente seção
dedica-se a uma breve análise da capacidade financeira municipal no que concerne, sobretudo
ao volume e às fontes de receita disponíveis. Ressalta-se que a manifestação das ações do
poder público no território ligadas a provisão de equipamentos sociais, à construção de
infraestrutura urbana ou à realização de projetos estruturantes que implicam em alterações na
dinâmica econômica municipal é função direta da capacidade de financiamento existente e das
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
181
possibilidades de sua expansão. A temática, no entanto, encontra-se mais ligada a possíveis
revisões ligadas ao Código Tributário municipal que especificamente ao Plano Diretor.
Para a análise foram utilizados os dados fornecidos pela Secretaria do Tesouro Nacional a
respeito das Contas Públicas municipais. O período compreendido vai de 2005 a 2015.
Inicialmente aponta-se que o município apresentou cenário oscilante no período em termos
superávit e déficit orçamentário. Conforme apontado no Gráfico abaixo enquanto em 2005,
2013 e 2015 as Receitas mostram-se maiores que as Despesas nos outros anos a relação é
inversa.
Gráfico 12 - Receitas e Despesas Orçamentárias. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN.
A relação de dependência econômica municipal com a Administração Pública manifesta-se em
dois níveis. O primeiro na escala município-prefeitura e o segundo na escala prefeitura-estado-
federação. Tal realidade, fruto da estrutura e do sistema federalista brasileiro, se constitui
tendo em vista que as principais fontes de receitas municipais em termos de volume advêm
das outras esferas de governo. O Gráfico abaixo que cruza as informações entre as Receitas
Orçamentárias disponíveis e suas respectivas fontes expressa o peso dessa dependência em
Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
182
Gráfico 13 - Percentual de Transferências Correntes, Receita Tributária Municipal e Outras Receitas na Receita Orçamentária Total. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN.
Caracterizam-se principalmente como Transferências Correntes todas as fontes de recursos
repassadas pelo Estado ou pela Federação. As cotas tributárias de impostos como IPVA e de
Renda bem como o Fundo de Participação dos Municípios – FPM constituem as principais
peças constituintes dessa categoria de receita.
Como se percebe a segunda escala de dependência manifesta-se de forma aguda no município
de Ribeirão das Neves uma vez que mais de 75% de sua disponibilidade financeira depende
dos outros entes federados. Tais repasses, apesar de constitucionalmente garantidos ao
município, caracterizam-se como fontes em que a Administração Pública Municipal possui
praticamente nula capacidade de negociação e ampliação. A atuação local fica assim
constantemente a mercê dos cenários econômicos e de arrecadação que transcendem a ela.
Como referência comparativa destaca-se que tal percentual em Belo Horizonte é igual a 46%
enquanto para Contagem é de 57,8% em 2015. Para esse segundo município o valor em 2005
era igual a 74,3% demonstrando a existência de caminhos que possibilitam a redução deste
patamar. Mesmo em localidades menores como Esmeraldas que possui percentual de
Transferências Corretes maior que de Neves (79,6%) a relação de dependência tem trajetória
decrescente no tempo ainda que singela.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
183
Há de se destacar, no entanto que Ribeirão das Neves incrementa consideravelmente o
volume de recursos advindos da Receita Tributária - RTRi, a qual possui nos impostos locais sua
principal fonte. O volume absoluto da RTRi apresenta variação de 833% no período analisado,
maior percentual dentre os componentes, contra 247% das Transferências e 20% de Outras
Receitas como as advindas da Alienação de Bens públicos municipais móveis ou imóveis. A
evolução sinaliza para um esforço consistente por parte do poder público local no
aprimoramento da arrecadação local, espaço onde há margem para reforço financeiro.
Dentre os principais impostos de competência municipal, o Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISSQN apresenta os maiores valores de arrecadação seguido do Imposto
de Transmissão de Bens Imóveis – ITBI e do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU,
conforme destacado no Gráfico abaixo.
Gráfico 14 – Valores arrecadados de IPTU, ITBI e ISSQN. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN.
Em valores absolutos a arrecadação do ISSQN é mais que duas vezes maior que a do IPTU e
cerca de 40% superior à de ITBI. Esse último, no entanto, é o imposto com maior variação
percentual no período, igual a 2357% contra 1019% do ISSQN e 353% do IPTU, sinal e
resultado do aquecimento imobiliário pelo qual passa o município nos últimos anos. Em
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
184
termos comparativos, conforme apontado na Tabela abaixo, percebe-se que Ribeirão das
Neves apresenta significativo destaque na capacidade de arrecadação tributária local.
Tabela 49 – Variação percentual da arrecadação de IPTU, ITBI e ISSQN. Belo Horizonte, Contagem, Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015.
Município Variação 2005-2015
IPTU ITBI ISSQN
Belo Horizonte 184,7% 454,9% 292,8%
Contagem 498,4% 609,8% 243,1%
Esmeraldas 369,2% 800,6% 553,4%
Ribeirão das Neves 353,8% 2357,9% 1019,6%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN
Como se vê, os valores de variação, exclusive para o IPTU, apresentados pelo município são
bastante superiores que de outras localidades.
A respeito do Imposto Predial faz-se importante destacar sua baixa representatividade na
composição das Receitas Tributárias locais, a qual cai abruptamente entre 2005 e 2015. O
elevado nível de informalidade fundiária e urbanística bem como os problemas ligados ao
cadastro e fiscalização municipal influenciam diretamente nessa realidade e apontam para as
medidas que podem ser tomadas para ampliação da arrecadação.
Tabela 50 – Participação percentual do IPTU, ITBI e ISSQN sobre a Receita Tributária. Belo Horizonte, Contagem, Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015.
Município IPTU ITBI ISSQN
2005 2015 2005 2015 2005 2015
Belo Horizonte 36,1% 29,7% 8,2% 13,1% 34,8% 39,5%
Contagem 19,8% 26,6% 9,2% 14,7% 47,9% 36,9%
Esmeraldas 37,7% 30,9% 19,2% 30,2% 13,2% 15,1%
Ribeirão das Neves 28,8% 14,0% 8,0% 21,1% 29,7% 35,6%
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN
Como se vê, entre os municípios utilizados como referência, observa-se também queda da
participação relativa do IPTU, mas em níveis muito mais amenos que o de Ribeirão das Neves
onde o valor cair pela metade. Os custos políticos ligados a uma implementação mais criteriosa
do IPTU comprometem também uma política fiscal mais efetiva a ele ligada.
Percebe-se dessa forma que a trajetória de crescimento dos recursos próprios aponta para um
caminho relativamente virtuoso da atuação do poder público local no território tendo em vista
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
185
um horizonte possível de maior autonomia da Administração municipal em relação às
transferências intergovernamentais. No campo de atuação do Plano Diretor, a regulamentação
dos instrumentos fiscais urbanísticos presentes no Estatuto da Cidade, como a Outorga
Onerosa do Direito de Construir e de Alteração de Uso, aparecem como medida de reforço
para essa perspectiva.
5.2.6. Resumo dos Pontos Analisados e Perspectivas
A análise da dinâmica econômica de Ribeirão das Neves em período recente revela um número
considerável de pontos positivos. Observa-se aumento considerável da Produção Econômica
Agregada a qual em ritmo mais acelerados que da RMBH aumenta a participação do município
no cenário econômico regional. Tendo no setor terciário seu principal motor de variação, as
atividades primárias, secundárias e ligadas a administração pública apresentam também
variação absoluta significativa ao longo do tempo.
No campo dos empregos e oportunidades de trabalho há também trajetória de crescimento
constante possibilitando a entrada de um maior número da população residente em faixas
com rendimentos. Observa-se também queda expressiva nas condições de vulnerabilidade,
extrema pobreza e desigualdade de distribuição de renda.
No que tange às atividades desenvolvidas no território, a agricultura familiar apresenta muita
força no território tendo em vista a existência de distintas hortas ativas e a presença de uma
institucionalidade considerável via Conselhos e Programas públicos de assistência. No setor
secundário o grande eixo logístico promovido pela BR 040 apresenta-se como forte vantagem
comparativa local enquanto no setor terciário percebe-se uma multiplicação de
empreendimentos locais de comércio e serviços com maior pulverização das atividades
financeiras de natureza complexa.
Nas finanças públicas a trajetória crescente do volume de recursos gerados pelas Receitas
Tributárias amplia a margem de atuação da Administração local.
Do outro lado da moeda, cada componente analisado revela suas problemáticas. Pelo lado do
Produto, nota-se que apesar da variação de todos os componentes há a manutenção de uma
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
186
forte dependência da Administração Pública, maior que a média regional, e uma cada vez
maior terciarização da economia local.
As relações de trabalho, por sua vez, apresentam um componente de informalidade
extremamente significativo bem como uma realidade de dependência aguda com outros
municípios, sobretudo Belo Horizonte e Contagem. A dinâmica de inserção em atividades
remuneradas também é complexa e preocupante no médio prazo tendo em vista que a
entrada se dá pelas faixas de menor rendimento. Há uma equalização por baixo da distribuição
dos salários.
As potências ligadas a Agricultura são fortemente reprimidas dado o processo de expansão
urbana local com forte pressão dos setores imobiliários bem como por sua baixa
representatividade numérica no campo da economia monetária. Na Indústria a ausência de
uma política consistente orientadora da atuação da atividade no território levam a uma
pulverização intensa dos empreendimentos, mas sem grandes retornos de escala. Em termos
das centralidades de comércio e serviços a cristalização das 3 grandes regiões locais como
áreas segregadas/independentes resultam já no presente na formação de ilhas urbanas
precárias nas faixas intermediárias de conexão.
Por fim, na dimensão da capacidade de financiamento do poder público local, observa-se a
manutenção da grande dependência financeira das outras entidades de governo. Sublinha-se
também uma grande precariedade relativa à cobrança do Imposto Predial, maior base em
termos de fato gerador, tendo em vistas as condições de irregularidade urbana.
O saldo dos fatores parece nulo até o atual momento podendo concretizar-se em um cenário
futuro extremamente positivo ou extremamente negativo. No âmbito do atual trabalho de
revisão do Plano Diretor Local busca-se obviamente a promoção de medidas voltadas ao
primeiro cenário adotando-se como principal diretriz a inclusão ou mesmo o direcionamento
da proposta de reestruturação territorial e dos instrumentos a ela ligados a partir da dimensão
econômica que privilegie o desenvolvimento de atividades ecologicamente sustentáveis e de
alto valor agregado.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
187
5.3. Desenvolvimento Humano e Vulnerabilidade Social
De forma a permitir uma análise da situação do município e indicar o panorama social que
aparece como pano de fundo para a revisão do Plano Diretor municipal serão apresentados a
seguir alguns indicadores demográficos, sociais e de desenvolvimento humano, a partir de
índices reconhecidos e comparáveis nacionalmente. Entre estes serão destacados o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e o Índice de Vulnerabilidade Social – IVS.
Para iniciar esta visão da realidade social local é importante avaliar indicadores demográficos,
como taxas de fecundidade, mortalidade e esperança de vida ao nascer, entre outros
apresentados no Gráfico subsequente. O que se vê é que, apesar de apresentar taxas muito
próximas à média metropolitana, o município apresenta pior situação, em todos os quesitos, o
que pode ser visto em uma maior mortalidade infantil e até 5 anos de idade e menor
expectativa de vida e probabilidade de sobrevivência até os 60 anos.
É fundamental destacar, por outro lado, que considerando a série histórica tem-se visto que ao
longo de duas décadas houve melhorias significativas em todos os indicadores, o que aponta
um processo de melhoria contínua nas condições de vida da população, ainda que abaixo da
média estadual e nacional.
Gráfico 15 - Indicadores demográficos selecionados – Ribeirão das Neves, 2010
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
188
No que é relativo aos indicadores educacionais, a série histórica também mostra um processo
contínuo de redução do analfabetismo no município, chegando ao ano de 2010 com 6,3% das
pessoas de 15 anos ou mais não alfabetizadas, percentual este melhor que a média brasileira,
mas ainda pior do que a média da RMBH. Como pode ser visto no Gráfico que se segue, as
taxas no município situam-se entre a realidade estadual e a regional.
Gráfico 16 - Taxa de analfabetismo - 15 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 2000/2010
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010
O Gráfico que se segue traz outros indicadores educacionais selecionados. Da mesma forma do
apontado anteriormente, o município tem pior situação que a média metropolitana em todos
os quesitos. Destaca-se, por exemplo, o menor percentual de maiores de 18 anos que
concluíram o ensino fundamental e o menor atendimento educacional a crianças abaixo de 6
anos de idade.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
189
Gráfico 17 - Indicadores educacionais selecionados – Ribeirão das Neves, 2010
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.
Entretanto, tal situação encontra-se em processo de melhoria, conforme foi apontado pelo
PNUD / Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. De acordo com tal fonte, nos últimos
anos tem havido gradativa expansão da escolaridade da população maior de 25 anos em
Ribeirão das Neves ampliando-se os percentuais de pessoas com nível fundamental completo,
médio e superior no município entre 1991 e 2010 (ver Figura a seguir).
Gráfico 18 - Escolaridade da população de 25 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 1991/2010
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.
Ao que tudo indica, vem havendo melhoria da educação no município na última década,
relacionada à ampliação no número de vagas e matrículas nos diversos níveis de ensino,
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
190
conforme apresentado na Tabela seguinte, a seguir, mas também à melhoria qualitativa,
apresentada no Gráfico seguinte.
Tabela 51 - Matrículas totais e segundo etapa de ensino – Ribeirão das Neves, 2010/2015/2017.
Ano Total
Etapa de Ensino
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio
Educação Profissional
Educação de Jovens e Adultos
(EJA)
Educação Especial Total Creche
Pré-Escola
Total Anos
Iniciais Anos Finais
2010 76.277 6.812 1.511 5.301 49.958 27.190 22.768 11.550 673 7.847 616
2015 75.558 8.289 2.269 6.020 45.375 23.353 22.022 13.397 864 8.096 1.032
2017 78.201 10.397 2.654 7.743 42.189 23.141 19.048 14.558 1.276 10.529 1.330
Fonte: INEP, Censo Escolar, 2010/2015/2017
Gráfico 19 - Índice de desenvolvimento da educação básica - IDEB – Ribeirão das Neves, 2005/2015
Fonte: INEP, 2016.
Do ponto de vista qualitativo, é possível perceber que o município tem apresentado tendência
ao crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, um indicador
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
191
sintético que combina informações de desempenho na Prova Brasil e no Sistema de Avaliação
da Educação Básica - Saeb com informações sobre rendimento escolar (aprovação) 27.
Nota-se melhor situação junto aos alunos da 4ª série/5º ano, avançando-se rumo à meta de
pontuação prevista para 2019. Por outro lado, o IDEB das séries finais do ensino fundamental
(8ª série/9º ano), ofertadas pela Rede Estadual, tem apresentado oscilações e ainda está
distante da meta prevista.
Do ponto de vista dos indicadores de saúde, a Tabela abaixo apresenta as principais causas de
internação hospitalar, segundo faixa etária, relativas ao período 2007-2015. Como se vê,
destacaram-se no período as internações relacionadas à gravidez, parto e puerpério (com
22,5% do total), seguidas das doenças do aparelho respiratório (10,5%), causas externas
(10,4%), doenças do aparelho circulatório (9,1%), doenças do aparelho digestivo (8,1%),
neoplasias (4,9%) e doenças infecciosas e parasitárias (4,7%).
Por outro lado, a Tabela abaixo traz as causas de mortalidade, segundo faixa etária, para o
mesmo período, destacando-se as doenças do aparelho circulatório (24,1% do total de óbitos),
as causas externas (19,0%, com destaque para a agressão com arma de fogo, com 1.220
casos), neoplasias (13,2%) e doenças do aparelho respiratório (9,1%, especialmente acidente
vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio).
27 O IDEB varia numa escala de 0 a 10. O objetivo nacional, segundo o MEC, é que o Brasil conquiste 6 pontos no
Ideb da primeira etapa do Ensino Fundamental até 2022. Essa nota é equivalente à média dos estudantes dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 2005 (antes da criação do Ideb, em 2007), a nota do Brasil para essa etapa do ensino era 3,8.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
192
Tabela 52 - Morbidade Hospitalar Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2007/2015
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, Plano Municipal de Saúde, 2018.
Tabela 53 - Mortalidade Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2006/2015
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, Plano Municipal de Saúde, 2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
193
Por fim, o Gráfico seguinte mostra o total de pessoas com deficiências permanentes no
município, segundo o Censo de 2010, destacando-se os deficientes visuais (entre moderada e
grave) e, em segundo, aqueles que possuem deficiência motora.
Gráfico 20 - Pessoas, por tipo de deficiência permanente, Ribeirão das Neves, 2010
Fonte: IBGE, Censo 2010.
Todos os indicadores antes apresentados – nas áreas de saúde, educação e mesmo renda, que
será apresentada a seguir – refletem diretamente na situação do município frente ao Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM, um dos índices mais completos utilizados para
analisar a situação dos territórios.
Tal instrumento foi adaptado para os municípios a partir da metodologia do Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH, calculado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento - ONU / PNUD para todos os países do mundo. Este índice - que varia entre 0
e 1, com melhor situação quanto mais próximo de 1 está um território28 - mede o grau de
desenvolvimento humano de países, estados e municípios, a partir de três dimensões
principais, apresentadas abaixo.
28 IDHM entre 0 – 0,499: Muito Baixo Desenvolvimento Humano IDHM entre 0,500-0,599: Baixo Desenvolvimento
Humano IDHM entre 0,600 - 0,699: Médio Desenvolvimento Humano IDHM entre 0,700 - 0,799: Alto Desenvolvimento Humano IDHM entre 0,800 e 1: Muito Alto Desenvolvimento Humano.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
194
Tabela 54 - Índice de desenvolvimento humano municipal - IDHM – dimensões e indicadores
Dimensões / eixos Principais componentes / indicadores
Renda (padrão de vida) Renda per capita da população
Educação (acesso ao conhecimento) Escolaridade da população adulta Fluxo escolar da população jovem
Longevidade (vida longa e saudável) Expectativa de vida ao nascer
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.
Estes indicadores já foram apresentados anteriormente nos gráficos relativos às condições
sociais da população nevense. O resultado positivo na evolução dos indicadores, mesmo que
ainda estejam abaixo da média regional, tem levado à evolução do próprio IDHM de Ribeirão
das Neves, como pode ser percebido no Gráfico a seguir. Como se vê, o município tem
mostrado melhorias desde os anos de 1991 em todos os índices, com maior evolução relativa
da educação.
Gráfico 21 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 1991/2010
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.
Por outro lado, o próximo Gráfico compara a situação do município com a situação estadual e
metropolitana, deixando antever que Ribeirão das Neves apresenta grau de desenvolvimento
humano abaixo da média de Minas Gerais e da Região Metropolitana de Belo Horizonte em
todos os índices desagregados, sendo a melhor situação é a do IDHM Longevidade.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
195
Gráfico 22 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, RMBH e Minas Gerais, 2010
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.
A partir de seu IDHM Ribeirão das Neves é considerado como território de Médio
desenvolvimento humano, situando-se na 2.332ª. posição no ranking nacional (entre os 5.565
municípios brasileiros) e na 323ª. posição no ranking estadual (entre os 853 municípios
mineiros). Nesse ranking, o maior IDHM é 0,862 (São Caetano do Sul - SP) e o menor é 0,418
(Melgaço - PA).
A árvore do IDHM (Figura a seguir) mostra que o município ainda tem investimentos a fazer
para alcançar a situação ideal, em especial no índice de educação.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
196
Figura 13 - Árvore do IDHM – Ribeirão das Neves, 2000/2010.
Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.
Outro elemento importante para entender a realidade de Ribeirão das Neves e os desafios de
seu Plano Diretor diz respeito aos rendimentos da população e à pobreza29. O Gráfico a seguir
traz informações sobre a proporção de moradores do município que podem ser considerados
extremamente pobres, pobres ou vulneráveis à pobreza, em comparação com Minas Gerais e
a RMBH. Como se vê, a situação de Ribeirão das Neves é muito mais desfavorável que a média
metropolitana. Somando-se as três categorias tem-se 41,8% da população total do município.
29 De acordo com os critérios adotados pelo Governo Brasileiro, são consideradas extremamente pobres as famílias
que têm renda per capita familiar abaixo de R$ 85 mensais (valores atualizados para 2017); pobres são as famílias que têm renda per capita familiar entre R$ 85,01 e R$ 170,00; e vulneráveis à pobreza as famílias que têm renda per capita familiar entre R$ 170,01 e meio salário mínimo.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
197
Gráfico 23 - População segundo situação de pobreza (%) – Ribeirão das Neves, 2010.
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2010.
A renda per capita do município em 2010 era de R$479,77, quase a metade da média nacional,
o que contribui para a vulnerabilidade social das famílias nevenses, como antes mencionado.
Outras características importantes devem ser destacadas quando se avalia a vulnerabilidade
das famílias. O Gráfico subsequente traz algumas vulnerabilidades associadas, entre as quais
chama a atenção o percentual de mães chefes de família sem fundamental e com filho menor,
o percentual de crianças em domicílios em que ninguém tem fundamental completo e mesmo
o de crianças de 0 a 5 anos fora da escola, já mencionado.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
198
Gráfico 24 - Vulnerabilidades associadas (%) – Ribeirão das Neves, 2010
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2010.
Todos os indicadores acima mencionados, além de outros apresentados ao longo do
diagnóstico, podem ser consolidados no chamado Índice de Vulnerabilidade Social – IVS. Este é
um índice sintético que reúne indicadores do bloco de vulnerabilidade social do Atlas do
Desenvolvimento Humano (ADH) no Brasil, que mede, para além da insuficiência de renda,
indicadores de exclusão social, pobreza multidimensional e vulnerabilidade social. O valor do
IVS varia entre 0 e 1, sendo maior a vulnerabilidade quanto mais próximo de 1 estiver a
situação do indicador30. Foi elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas –
30 Para os municípios que apresentam IVS entre 0 e 0,200, considera-se que possuem muito baixa vulnerabilidade
social. Valores entre 0,201 e 0,300 indicam baixa vulnerabilidade social. Aqueles que apresentam IVS entre 0,301 e 0,400 são de média vulnerabilidade social, ao passo que, entre 0,401 e 0,500, são considerados de alta vulnerabilidade social. Qualquer valor entre 0,501 e 1 indica que o município possui muito alta vulnerabilidade social.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
199
IPEA, sobre dados do Censo 2010 e é considerado um parâmetro importante e válido para
todos os municípios brasileiros.
A Tabela abaixo traz suas principais dimensões de análise e indicadores componentes.
Tabela 55 - Índice de vulnerabilidade social - IVS – dimensões e indicadores componentes.
Dimensões / eixos Principais componentes / indicadores
Infraestrutura Urbana Abastecimento de água Esgotamento sanitário Coleta de lixo Tempo gasto no deslocamento entre a moradia e o local de trabalho pela população ocupada de baixa renda
Capital Humano Mortalidade infantil Crianças e jovens fora da escola Mães precoces Mães chefes de família com baixa escolaridade Baixa escolaridade entre os adultos Presença de jovens que não trabalham e não estudam
Renda e Trabalho Renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo Insegurança de renda: desocupação de adultos; ocupação informal de adultos pouco escolarizados; dependência com relação à renda de pessoas idosas; presença de trabalho infantil
Fonte: IPEA - Atlas da Vulnerabilidade social, 2010.
Como apresentado em tópicos anteriores, na maior parte dos quesitos avaliados a situação de
Ribeirão das Neves é pior do que a média regional, havendo também quesitos em que o
município está abaixo da média mineira e nacional. Nesse sentido, era esperado que o
município apresentasse maiores índices de vulnerabilidade em alguns casos, o que pode ser
comprovado no Gráfico a seguir.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
200
Gráfico 25 - Comparativo IVS, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 2010.
Fonte: IPEA - Atlas da Vulnerabilidade social, 2010.
Como se vê, o município apresenta Média vulnerabilidade, sendo sua melhor situação
encontrada no que é relativo à Renda e trabalho e a pior no que é relativo à infraestrutura
urbana.
O Figura abaixo mostra, dentro das três principais regiões de Ribeirão das Neves, suas
principais áreas de vulnerabilidade31.
31 Uma das regiões de maior vulnerabilidade – o Jardim Alterosa, na região do Veneza, foi justamente onde se
implantou o maior dos empreendimentos PMCMV na cidade, com a construção de 1.640 unidades habitacionais (ver Silva, 2016).
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
201
Figura 14 – Áreas de Vulnerabilidade
Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves. Secretaria Municipal de Assistência Social.
As carências e vulnerabilidades encontradas no município trazem algumas consequências
relevantes, tanto do ponto de vista da maior demanda para os serviços e políticas públicas
quanto a elementos ligados à insegurança e violência na região. De acordo com o Plano
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
202
Municipal de Atendimento Socioeducativo de Ribeirão das Neves (2018), “como resultado
desse cenário, tem-se um quadro de miséria, carência e exclusão social no município, fazendo
com que grande parte da população busque por trabalho, estudo e serviços, inclusive culturais,
em outros municípios da Região Metropolitana”. Além disso, “percebe-se que a carência
econômica das famílias, associada à escassez de recursos e serviços públicos contribui para
que os adolescentes fiquem mais vulneráveis socialmente estando mais expostos às ruas e à
criminalidade” (Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de Ribeirão das Neves, 2018:
p.12).
No contexto de tal Plano foi elaborado um Diagnóstico a respeito da dinâmica da criminalidade
e da violência nos territórios nevenses, com foco nos três Centro de Prevenção a Criminalidade
(CPC) existentes. As principais conclusões de tal documento são transcritas a seguir, de forma
a se entender as vulnerabilidades de cada território:
CPC Veneza: A área de abrangência do CPC Veneza é formada pelos
bairros Veneza, Conjunto Henrique Sapori, Florença, San Genaro,
Vale da Prata, Fazenda Castro e Metropolitano. As regiões mais
atendidas pelo Programa Fica Vivo! são os bairros Florença e San
Genaro, por se tratarem de regiões que possuem duas comunidades
com conflitos históricos, são elas; Boréu e Morro do Cruzeiro, com
forte influência dos grupos / gangues “Metralhas” e “Turma do
Neném”. E, mais recentemente, um conflito entre os grupos dos
“Metralhas” e “Mandelas” que, no ano de 2016, resultou na morte
de cinco jovens. No bairro Veneza, o que se percebe é um tráfico de
drogas mais pulverizado com grupos que disputam entre si, com
destaque para o conflito da Rua Oito, onde existem duas bocas rivais,
conhecidas como “Grupo da Parte de Cima” e “Baixada do Veneza”.
Atualmente, a comunidade se queixa, de forma recorrente, sobre
grupos do Bairro Metropolitano, que disputam com grupos do Bairro
Fazenda Castro. De forma geral, é possível perceber que na área de
abrangência do Programa, há um grande número de adolescentes
envolvidos na criminalidade, que tem começado cada vez mais cedo.
Algumas características podem ajudam a compreender o contexto de
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
203
vida desses jovens. De modo geral, o território abrangido pelo CPC
Veneza é marcado pela falta de infraestrutura urbana, pouca oferta
de serviços públicos como Saúde, Assistência Social e transporte.
Outro aspecto interessante são as diversas formas de configurações
familiares, com grande parte das famílias sendo chefiadas por
mulheres. E, por fim, o baixo grau de escolaridade dos jovens
atendidos. (op. cit. P.48)
CPC Justinópolis - A área de abrangência atende os bairros São José,
Sônia (Mina), Guadalajara, Laredo, Braúnas, Vila Braúnas, Urca,
Canoas, Lídice, Tony, Santa Fé, São Januário e Cerejeiras. O Programa
Fica Vivo! atende 246 (duzentos e quarenta e seis) jovens, em nove
oficinas e o Programa Mediação de Conflitos faz em média 80
(oitenta) atendimentos por mês. As principais regiões atendidas são:
Mina, Santa Fé, Braúnas e Tony. A atuação dos Programas é
intensificada nessas áreas por serem as regiões que apresentam
maior grau de rivalidade e conflito que geram homicídios tentados e
consumados. Alguns jovens, que tiveram situações de conflito
pregressas, sendo estes moradores da região do Tony não circulam
no Bairro Braúnas e vice-versa. Mas as regiões que mais se destacam,
atualmente, em situações de violência e criminalidade são Santa Fé e
Mina. Com relação à abrangência do Santa Fé, o conflito é com um
território de Belo Horizonte que fica no Bairro Lagoa, conhecido
como “Casinhas”. Essa rivalidade causou homicídios tentados e
consumados desde 2015. Os jovens da região das “Casinhas”, no
primeiro semestre, fizeram uma letra de funk dizendo sobre essa
rivalidade, o que gerou outros conflitos. A região da Mina apresenta
rivalidade com o território da Maré. Há relatos de que é uma região
que tem a função de distribuição e fornecimento de drogas para os
outros territórios. Na Mina, os conflitos são internos entre os jovens,
que instrumentalizam a violência como regulação de situações
ligadas ao tráfico de drogas. (op. cit. P.50)
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
204
CPC Rosaneves - A área de abrangência do CPC Rosaneves são os
Bairros Sevilha B e Rosaneves. O Programa "Fica Vivo!", por meio de
suas 14 (quatorze) oficinas, realiza atendimentos individuais e
projetos específicos, e têm atendido mensalmente,
aproximadamente 427 (quatrocentos e vinte e sete) jovens
residentes nos bairros anteriormente mencionados. (...) Nestas áreas,
as principais regiões que se destacam são a Praça do Lula (Sevilha B),
além das ruas Maranhão, Alagoas, Pernambuco e as demais ruas
adjacentes à Avenida Cataguases, pois em todos esses locais há
grande circulação de adolescentes e jovens e pontos de vendas de
drogas. No Bairro Rosaneves, as regiões que se destacam são: o
Conjunto Arco Íris onde estão localizadas as travessas, o Cruzeiro (um
mirante com saída estratégica para a mata), a Praça do Rosaneves,
além das Ruas São João Del Rei (conhecida como Rua da Antena),
Capuchinhos e a região denominada como Plantão. Nesta região, em
especial, não há a presença de nenhum equipamento público e há
vários pontos de tráfico de drogas. Ressalta-se, porém, que todas
estes pontos de tráfico de drogas presentes nos Bairros Rosaneves e
Sevilha B respondem ao mesmo comando, assim, não existe disputa
na região. Em todo o território de atuação dos Programas observa-se
atos infracionais e ações violentas acontecendo em estreita relação
com o uso abusivo e prejudicial de álcool e outras drogas. Os efeitos
potencializadores da violência podem ser notados em constantes
brigas, episódios de violência doméstica, conflitos em festas e
discussões acaloradas em espaços de socialização dos jovens.
Percebe-se, também, os efeitos limitadores do tráfico de drogas na
região, por meio da captação e recrutamento de adolescentes e
jovens para o trabalho no tráfico, a impossibilidade de circulação livre
de adolescentes e jovens em determinadas regiões tais como a
região do Conjunto (próximo do Cruzeiro) e da região da Rua
Capuchinho. O território que mais se observou adolescentes
envolvidos com a criminalidade é a região da Praça do Lula, pois a
mesma é frequentada por usuários de drogas que, geralmente,
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
205
costumam provocar uns aos outros, fomentando brigas e discussões,
além de depredarem o patrimônio público. Na região conhecida
como "região da Capuchinho" há expressivo número de adolescentes
e jovens envolvidos com o tráfico de drogas. (op. cit. P.52).
A próxima seção traz as políticas públicas voltadas para o atendimento da população nevense,
com foco nas áreas de educação, saúde, assistência social, cultura e esportes, com seus
respectivos mapas que mostram a localização dos equipamentos públicos e, ao mesmo tempo,
as principais ausências de cobertura no território.
5.4. Infraestrutura e Serviços Públicos
Além de entender as principais demandas e precariedades que demandam uma atenção e
intervenção direta dos poderes públicos no território nevense faz-se fundamental ter também
um diagnóstico da oferta, isto é, um panorama dos equipamentos e serviços públicos
existentes, bem como de suas necessidades de reformulação e ampliação.
Nesta perspectiva, foram realizadas entrevistas qualitativas com representantes da
municipalidade, em suas diversas secretarias, para coletar as informações mais atuais sobre
cada uma das políticas sociais relevantes para a revisão do Plano Diretor. A seguir, apresenta-
se então um panorama de tal realidade, contemplando informações32 por área temática
relativas às políticas, leis, planos e programas existentes; serviços e equipamentos ligados à
política ou temática; além de carências e necessidades, que podem subsidiar a fase
subsequente, de elaboração de propostas.
32 Infelizmente algumas secretarias não enviaram os materiais solicitados até o fechamento do volume deste
Diagnóstico, motivo pelo qual estão apresentadas informações desatualizadas sobre os serviços e equipamentos existentes. Considerando que houve troca de gestão municipal ao final de 2016, é possível que muitas mudanças tenham sido feitas e não estejam aqui devidamente registradas por falta de retorno dos responsáveis por alguns setores.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
206
5.4.1. Educação
Como antes relatado, os indicadores de educação em Ribeirão das Neves tiveram melhorias
nas últimas décadas, mas ainda têm muito para avançar, sendo necessariamente colocados
como uma das prioridades de investimentos públicos. Este avanço diz respeito à necessidade
da universalização e da descentralização do atendimento – elementos que devem ser
pensados na proposta de reestruturação territorial do Plano Diretor –, bem como em
implantação de melhorias qualitativas, em todos os ambitos.
Para tanto, é importante ampliar o número de vagas, atender regiões a descoberto, melhorar
instalações e programas em execução, fortalecer a capacitação dos profissionais ligados ao
setor e enfrentar os desafios da vulnerabilidade, que também impactam dentro de sala de
aula.
Do ponto de vista quantitativo, no que se refere aos equipamentos de atendimento da
educação básica, são em número de 73 as unidades municipais existentes, sendo 34 em
Justinópolis, 21 na região Central e 18 na macrorregião Veneza. Dentre estas há 16 creches
municipais. Dados referentes as condições de acessibilidade nas unidades de ensino básico, o
Censo Escolar/INEP 2017 aponta que cerca de 30% das escolas possuem dependência acessível
aos portadores de deficiência e 44% possuem sanitários acessíveis aos portadores de
deficiência.
Segundo informações da Secretaria de Educação de Ribeirão das Neves,o educacenso aponta
que para o ano de 2017 foram ofertadas na rede municipal 25.391 (vinte e cinco mil, trezentos
e noventa e uma) vagas para ingressos no sistema de educação básica. Quanto a informações
relativas à condição do imóvel onde se instala a unidade educacional, se em imóvel próprio,
alugado ou cedido, a tabela a seguir apresenta um levantamento cedido pelo departamento
de contratos e convênios da Secretaria Municipal de Educação:
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
207
Tabela 56 - Prédios Públicos da Secretaria Municipal de Educação
LOCAL - Nome da Escola - REGIÃO JUSTINOPOLIS ENDEREÇO TELEFONE PRÉDIOS
APAS – Associação de Promoção de Assistência Social R. Seis, 205 - Fortaleza 3638-4748/3638-3473 CEDIDO
Casa de Assistência ao Menor Gotinha D`água R. Quarenta e Um, 224 - Pedra Branca - 34530-940/8384-5230 CEDIDO
Centro Solidário de Educação Infantil Douglas Ferreira de Freitas R. Pedro Leopoldo, 1905 - Botafogo 3639-8323 PRÉDIO PRÓPRIO
Creche Cantinho Amigo R. José Felipe da Silva, 159 - Santa Fé 3638-8753 CEDIDO
E. M. Cantinho do Céu R. 31,162 - Lagoa 3456-8479 ALUGADO
E. M. Cora Coralina R. Élcio Leite, 110 - Dona Clarice 3639-9958 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Deraldo José de Souza R. Mangueiras, 135 - Botafogo 3638-5769 ALUGADO
E. M. Deraldo José de Souza - Anexo R. Inhauma, 167 - Botafogo 3638-6130 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Elvira de Freitas Oliveira R. Maria de Azevedo Costa, 1032 - Pedra Branca 3459-1849 ALUGADO
E. M. Elvira de Freitas Oliveira - Anexo Rua Josias Tavares de Melo, 25 - Pedra Branca 3458 7446 ALUGADO
E. M. Gabriela de Paula Costa Soares R. Fátima, 13 - Granjas Primavera 3498-8954 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Hélia Matos Sartori R. Gameleira, 139 - Girassol 3639-8532 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Irma Avelino Menezes R. Derby Clube,410 - Botafogo 1ª Seção 3638-3052 ALUGADO
E. M. Jandir Clemente da Rocha R. Nossa Senhora do Rosário, 53 - Mª Helena 3456-9358 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Jacir Clemente da Rocha R. C, 52 - Landi 3459-5096 ALUGADO
E. M. João Antes da Costa R. Suaçui, 276 - Jardim de Alá 3638-3173 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Joaquim Diniz Rocha R. Afonsina Maria Diniz, 95 - Monte Verde 3627-5624 ALUGADO
E. M. José Batista Neto R. do Comércio,143 - Tony 3456-8005 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. José Batista Neto - Anexo R. Teodoro dos Reis, 117 - Tony 3639-8606 ALUGADO
E. M. José Pinto Pimenta Av. Argentina, 01 - Esperança Natalia 3639-4737 ALUGADO
E. M. Liliane Marchezane Gomes R. Mario Costa Ferreira, 31 - São Januário 3638-1965 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Lindomar Teixeira R. Adolfo Portela, 27 - São Judas Tadeu 3639-8530 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Maria da Conceição Silva R. Principal, 525, Areias de Baixo 3639-1358 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Professora Luiza Maria de Souza R. Padre Eustaquio, 142 - São José 3638-1314 PRÉDIO PRÓPRIO
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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E. M. Sargento Valério dos Santos Oliveira R. C, 40 - Kátia 3639-4998 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Sebastião Gomes R. Pedro Moreira do Nascimento, 46 - Kátia 3638-6550 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Shirley Regina Malta das Chagas - Anexo (Bairro Soares) R. Quatro, 131 - Soares 3912-6802 ALUGADO
E. M. Shirley Regina Malta das Chagas R. Hum, 331 - Nova Pampulha 3496-7910 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Silvestre Roberto Valentim R. São José, 47 (esquina c/ Av. Gávia) - Urca 3639-6968 ALUGADO
E. M. Vander de Abreu Faustino R. João Vitalino Costa, 08 - Areias de Cima 3639-1793 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Zelita Francisca da Silva R. Cleópatra, 111 - Flamengo 3638-4828 PRÉDIO PRÓPRIO
Creche Comunitária Menino de Jesus R. Suíça, 62 - Esperança 3638-1285 / 3632-1462 CEDIDO
TRICOMB R. Antonio dos Santos, 73 - Hawaí 3638-7337 ALUGADO
LOCAL - Nome da Escola - REGIÃO NEVES ENDEREÇO TELEFONE
APAE - Escola Maria Azevedo Costa R. Eduardo Maria de Souza, 41 - Vila Mariana 3627-2191 CEDIDO
Creche do Bairro Santa Martinha Rua Helvécio Lopes de Miranda, 224 - Sta. Martinha 3625-4453 ALUGADO
E. M. Angelita Guimarães Ventura R. Principal, 86 - Santa Paula 3627-2526 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Belizária Avelar Martins R. Principal, 86 - Santa Paula 3627-7010 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Belizária Avelar Martins - Anexo Cidade dos Meninos AV. Ari Teixeira da Costa, 1100 - Sta Paula 3614-9136 CEDIDO
E. M. Carlinda Rita da Silva Av. Ester Nogueira de Souza,188 - Nova União 3624-5115 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Cenira Juventina Martins R. Francisca Maria, 378 - Santinho 3624-9398 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Clemência Alves Dias R. Emereciana C. Batista, 334 - Santa Marta 3624-2376 CEDIDO
E. M. do Bairro Santa Martinha R. José C. Marciano, 10 - Sta. Martinha 3627-6471 ALUGADO
E. M. Edson Carlos Lopes R. Antonio Alves de Avelar, 101 – Jardim Colonial 3627-8165 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Elisa da Silva Santos R. Maria Custódia, 129 - Barcelona 3627-1702 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Ester Nogueira Gurgel R. Francisco Augusto Vieira, 61 - Sevilha A 3627-7007 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Francisco Cândido da Silva R. Madre Silva, 1748 - Rosaneves 3625-9322 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Hugo Augusto Guimarães Alamedas dos Curiós, 33 - Jardim Colonial 3627-2760 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Hugo Augusto Guimarães - Anexo Alameda das Cegonha, 440 - Jardim Colonial 3627-3026 ALUGADO
E. M. João Wesley R. Conselheiro Pena, 98 - Sevilha B 3627-2159 ALUGADO
E. M. Luiza Augusta Guimarães R. Elvis Presley Haron, 76 - Neviana 3624 7955 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Manuel de Paula Araújo R. Marechal Floriano Peixoto, 595 - Rosana 3627-7290 PRÉDIO PRÓPRIO
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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E. M. Maria Vieira Barbosa R. Principal, 86 - Santa Paula 3627-7018 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Roselene Cerqueira Diniz Fraga R. Etelvina de Souza, 350 - Nossa Srª. Das Neves 3627-7004 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Roselene Cerqueira Diniz Fraga - CRECHE R. Etelvina de Souza, 350 - Nossa Srª. Das Neves 3624-5398 ALUGADO
LOCAL - Nome da Escola - REGIÃO VENEZA ENDEREÇO TELEFONE
Creche Irmã Dulce R. Antonio Alves de Castro, 200 - Veneza 3626-1473 CEDIDO
E. M. do Bairro Franciscadriângela - Sede R. Pérola (Antiga Rua Dezoito), 356 - Franciscadriângela 3627-7811 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Professor Aender Marques da Costa R. São Francisco de Assis, 898 – Veneza 3626-8781 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Professor Aender Marques da Costa - Anexo R. Petrolina Amâncio, 596 - Veneza 3627-8490 ALUGADO
E. M. Alice Maria Sméria R. Alexandre França, 92 - Veneza 3626-2996 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. do Bairro Florença R. Henrique Sapori, 562 – Florença 3626-3440 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. do Bairro Florença - Anexo R. Quarenta e Quatro, 31 - Florença 3626-3440 ALUGADO
E. M. do Bairro Franciscadriângela – Anexo (Nápoli) R. Eucalípito, 410 - Nápoli (9653-3121) 3627 8885 / 8822-1193 ALUGADO
E. M. Analito Pinto Monteiro – Anexo (Liberdade) Rua 5, 148 - San Marino 3626-1882 CEDIDO
E. M. Analito Pinto Monteiro - Sede (Veredas) R. Deputado Dênio Moreira, 465 - Veredas 3628/1118 ALUGADO
E. M. do Bairro Metropolitano R. 29, 520 - Bairro Metropolitano 3626-4957 / 8813-3869 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. do Bairro Vale da Prata Rua 4, 125 - São Genário 3627-9126 ALUGADO
E. M. Hilda Neves de Melo R. Quarenta e dois, 60 - Jardim Verona 3626-8121 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Jair Amâncio Alameda das Palmeiras, 240 - Vale das Acácias 3624-8344 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Maria da Cruz Resende R.Maria Adelaide c Alberto Gaudêncio, 496 -Veneza 3625-2070 PRÉDIO PRÓPRIO
E. M. Maura Andrade P. Anexo II - Projeto Aprendendo a Sorrir (KOLPING) R.José André, 326 - Conj. Henrique Sapori (8978-9673) 9184-1888 / 9760-5531 CEDIDO
E. M. Maura Pereira de Andrade Av. Austrália, 463 - Henrique Sapori 3626-2941 PRÉDIO PRÓPRIO
Almoxarifado da SMED Seicidio Jorge Ricardo, 86 - Santa Paula 3625-5418 ALUGADO
UAITEC Rua Carmélia Loffi, 195 - Centro de Justinopolis 3639-2858 PRÉDIO PRÓPRIO
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
210
A Rede Estadual, por sua vez, é composta por cerca de 60 unidades, distribuídas pelas três
regiões do município. Segundo dados ofertados pela Diretoria Educacional e Divisão de
Atendimento Escolar da Superintendência Regional de Ensino (DIRE A/DIVAE) e SRE
Metropolitana C, as vagas ofertadas nas escolas da rede estadual em Ribeirão das Neves
correspondem a:
1º ano do Ensino Fundamental - 2.225
2º ano do Ensino Fundamental - 2.425
3º ano do Ensino Fundamental - 2.600
4º ano do Ensino Fundamental - 2.700
5º ano do Ensino Fundamental - 3.175
6º ano do Ensino Fundamental - 4.795
7º ano do Ensino Fundamental - 4.480
8º ano do Ensino Fundamental - 4.060
9º ano do Ensino Fundamental - 4.550
1º ano do Ensino Médio - 6.080
2º ano do Ensino Médio - 4.720
3º ano do Ensino Médio - 4.240 Total - 46.050
A localização dos equipamentos de educação está apresentada no Mapa seguinte.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
211
Mapa 16 – Densidade Demográfica e Equipamentos de educação e Cultura.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
212
A partir de um olhar espacial para o atendimento de educação, vis-a-vis com a distribuição das
densidades demográficas no território nevense, é possível perceber que há carência de escolas
em regiões que concentram grande volume de população, como, por exemplo, alguns bairros
na região do Veneza, no Areias e mesmo na porção Norte da região Central.
Esta também é uma constatação presente na avaliação da Secretaria Municipal de Educação,
que aponta como principais regiões com precariedade de atendimento: i) em Justinópolis, os
bairros Tocantins e Verônica; ii) na região do Veneza: bairros Fazenda Castro, San Marino,
Belvedere e Conjunto Alterosa; iii) na região central: bairros Campos Silveira e São Luiz.
Destaca-se ainda que foram realizadas sondagens junto à população, durante as oficinas de
leituras comunitárias, que também serão incorporadas como subsídios para as propostas e
demandas de melhoria do atendimento educacional nas diversas regiões de Ribeirão das
Neves.
A Tabela abaixo traz os números do Censo Escolar 2018, focada exclusivamente na rede
municipal de ensino. De acordo com esta informação, a rede municipal atendia a pouco mais
de 23 mil alunos na educação infantil e ensino fundamental. Ao se comparar com os dados do
INEP a respeito do número de alunos para 2017 (78 mil), de todas as redes de ensino,
apresentados no tópico relativo ao desenvolvimento humano, vê-se que a rede municipal
atende a apenas cerca de 30% do alunado nevense, sendo o restante das vagas ofertadas pela
rede estadual, federal e/ou particular.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
213
Tabela 57 - Censo escolar - Rede municipal de ensino, Ribeirão das Neves, fevereiro de 2018.
Educação Infantil e Ensino Fundamental EJA
Total Geral Nome da Escola 2018 Creche
Pré-Escola Ensino Fundamental Total 1ª A 4ª 5ª A 8ª Total EJA
1º Per 2º Per 1º/9 2º/9 3º/9 4º/9 5º/9 6º/9 7º/9 8º/9 9º/9
Sub-Total
Turmas 184 181 179 88 79 63 58 69 23 19 17 16 976 34 67 101 1077
Alunos 3.049 3.502 3.708 1.971 1.753 1.536 1.481 1.811 669 541 481 471 20.973 745 1.516 2.261 23.234
Total Geral
Turmas Total
184 360 357 75 976 101 1077
Alunos Total
3.049 7.210 8.552 2.162 20.973 2.261 23.234
Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Ribeirão das Neves.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
214
Ribeirão das Neves conta com uma unidade do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG,
Campus Ribeirão das Neves), localizado no bairro Sevilha, 2ª secção. Este campus oferece os
cursos técnicos em Administração e Logística, além dos cursos superiores: Tecnológico em
Processos Gerencias, Bacharelado em Administração.
O ensino técnico também é ofertado pela Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais
(UAITEC), localizada em Justinópolis. São ofertados os cursos de Informática Básica, Digitação e
Informática Avançada em três turnos, com 280 alunos ao total nos três turnos. Além disso,
disponibiliza o curso Pré-Enem Comunitário e gratuito, em parceria com a faculdade Pitágoras
e Jesuíta, com atendimento no período noturno para 40 alunos de segunda a sexta-feira, no
horário de 19h até as 22h.
O UAITEC oferta também atendimento em três cursos técnicos do programa Mediotec do
Governo Federal, abrangendo 30 alunos em polo semipresencial, quais sejam: Segurança do
Trabalho, Eletrônica e Eletroeletrônica. Está prevista ainda, a partir do segundo semestre de
2018, a oferta do curso diurno de Inglês em parceria com a UFMG, atendendo a 40 alunos
manhã e 40 alunos tarde, duas vezes na semana.
Em relação ao ensino superior, os alunos de Neves também têm à disposição duas outras
instituições, a saber:
UNOPAR – Instituição Norte do Paraná, localizada no Centro de Ribeirão das Neves,
que oferta os cursos semipresenciais em: Administração; CST em Gestão de Recursos
Humanos; CST em Gestão Financeira; CST em Gestão Pública; CST em Logística; CST em
Processos Gerenciais; Educação Física – Licenciatura; Pedagogia e Serviço Social.
Também há os cursos 100% online em Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; CST
em Análise de Desenvolvimento de Sistemas; CST em Gestão Ambiental; CST em
Gestão Comercial; CST em Produção Industrial; CST em Gestão de Segurança Pública;
CST em Gestão de Recursos Humanos; CST em Gestão Empreendedora; CST em Gestão
Financeira; CST em Gestão Hospitalar; CST em Gestão Pública; CST em Logística; CST
em Marketing; CST em Marketing Digital; CST em Processos Gerencias; Formação
Pedagógica; Geografia – Licenciatura; História – Licenciatura; Letras – Licenciatura;
Matemática - Licenciatura; Pedagogia; Segunda Licenciatura; e Sociologia.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
215
UNICESUMAR/EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, cuja sede fica no Shopping Justinópolis, Vila
Santa Branca (Justinópolis). Oferta os Cursos de Graduação (Bacharelado, Licenciatura
e tecnólogos) em Administração; Agronegócio; Análise e Desenvolvimento de
Sistemas; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Design de Interiores; Design de
Moda; Design de Produto; Educação Fisica (BACHARELADO); Educação Física
(LICENCIATURA); Empreendedorismo; Engenharia Civil; Engenharia Mecânica;
Engenharia Mecatrônica; Engenharia de Produção; Engenharia de Software;
Gastronomia; Geografia (2ª LICENCIATURA); Geografia (LICENCIATURA); Gestão
Ambiental; Gestão Comercial; Gestão de Qualidade; Gestão da Tecnologia da
Informação; Gestão das Organizações do Terceiro Setor; Gestão de Cooperativas;
Gestão de Lojas e Pontos de Venda; Gestão de Recursos Humanos; Gestão Financeira;
Gestão Hospitalar; Gestão Pública; Gestão da TI; História (2ª LICENCIATURA); História
(LICENCIATURA); Inglês (2ª HABILITAÇÃO); Letras – Português/Inglês; Logística;
Marketing; Matemática; Negócios Imobiliários; Pedagogia (2ª LICENCIATURA);
Pedagogia (LICENCIATURA); Processos Gerenciais; Secretariado; Segurança no
Trabalho; Serviço Social; Sistemas para Internet; e Teologia.
Em relação aos principais Programas, políticas e projetos desenvolvidos pela Secretaria
Municipal de educação, foram informados os seguintes33:
Programa Novo Mais Educação
Objetivo: Ampliar o tempo e o espaço educacional dos alunos da rede pública. Trata-se de uma
contribuição para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, pela articulação de
ações, projetas e programas do Governo Federal. A iniciativa promove ações sociais e
educacionais em escolas e em outros espaços socioculturais. Os alunos participam de
atividades no turno oposto ao das aulas regulares: oficinas de letramento, matemática,
esporte e lazer, artesanato, danças.
33 Infelizmente não foram apresentados o Plano Municipal de Educação ou outros documentos que permitissem
uma avaliação mais detalhada da política de educação no município e suas demandas.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
216
Público alvo: Alunos do Ensino Fundamental do 3º ao 9º ano.
Funcionamento: Dias letivos das 8h as 17h.
Escolas Participantes de 2018: E.M. Maura Pereira Andrade, E.M. Luiza Augusta Guimarães,
E.M. Hugo Augusto Guimarães
Número de alunos atendidos: 250
Programa Mais Alfabetização
Objetivo: Atendimento com Assistentes de alfabetização nas salas de 1º e 2º ano para apoio
aos alunos e professores alfabetizadores, melhorando a aprendizagem da leitura e escrita dos
professores atendidos.
Público alvo: Alunos do Ensino Fundamental do 1º e 2º ano.
Número de alunos atendidos: 3488 alunos
Programa Saúde na Escola
Objetivo: O Projeto Saúde na Escola desenvolve estratégias de interação permanente entre as
políticas e ações de saúde e educação através da promoção, prevenção e atenção á saúde dos
alunos da rede de escolas do município, com 100% de cobertura, são: avaliação bucal e
oftalmológica, aferição de pressão arterial, atualização do cartão de vacinas, entre outras.
Público alvo: Alunos matriculados nas escolas municipais.
Programa Escola Conectada
Objetivo: Universalizar o acesso à internet de alta velocidade nas escolas, a formação de
professores para práticas pedagógicas mediadas pelas novas tecnologias e o uso de conteúdos
educacionais digitais em sala.
Escolas Participantes: E.M. Analito Pinto Monteiro, E.M. Do Bairro Vale da Prata, E.M. Edson
Carlos Lopes, E.M. Elisa da Silva Santos, E.M. Gabriela de Paula Costa Soares, E.M. João Antes
da Costa, E.M. Joaquim Diniz Rocha, E.M. José Pinto Pimenta.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
217
Por fim destaca-se que a Secretaria Municipal de Educação tem dois Conselhos a ela
vinculados: o Conselho do FUNDEB e o Conselho de Alimentação Escolar, ambos descritos
detalhadamente no item deste Diagnóstico relativo à organização social local.
5.4.2. Saúde
Do ponto de vista da territorialização para a gestão da saúde municipal, Ribeirão das Neves é
dividida em 5 Regiões Sanitárias, distribuídas em suas três macro-regionais. A regional Centro
abarca a Região Sanitária I; a regional Veneza é a Região Sanitária II e o distrito de Justinópolis
é dividido entre as Regiões Sanitárias III, IV e V, conforme pode ser visto na Figura 15. Tal
divisão leva em consideração a população total residente em cada região.
Figura 15 - Regiões Sanitárias
Fonte: Plano Municipal de Saúde, 2017, p.23.
A rede de atendimento de saúde de Ribeirão das Neves tem o desafio de atender a território
tão vasto e, ao mesmo tempo, a demandas das cidades vizinhas de Esmeraldas e Pedro
Leopoldo que chegam a suas unidades. Além disso, foi informado pela gestão que os
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
218
quantitativos recebidos da Rede SUS pelo governo municipal são baseados nos dados de
população do Censo 2010, completamente defasados, o que dificulta a ampliação e melhoria
do atendimento público de saúde. Conforme explicitado no Plano Municipal de Saúde:
apesar do financiamento no SUS ser de responsabilidade das três
esferas de gestão, em Ribeirão das Neves evidencia-se na prática que
a participação esperada por parte do Governo Federal e Governo
Estadual é aquém dos percentuais preconizados para
desenvolvimento das ações e serviços de saúde, não atendendo às
necessidades e características do município.
Sendo assim, o município que deveria investir no mínimo 15% de sua
receita líquida de impostos, transferências constitucionais e legais
(EC 29), em sua série histórica de aplicação de recursos próprios em
saúde, mostra que o seu investimento está muito acima do mínimo
constitucional no município, uma vez que é este ente que abriga o
usuário e que acaba sendo responsabilizado e arcando com a
diferença no financiamento das ações de saúde (Plano Municipal de
Saúde, 2017, pg. 81.)
Para enfrentar este desafio são propostas ações e estratégias, de forma a permitir ampliar e
universalizar o atendimento de saúde para toda a população nevense, ainda que a situação
pareça desfavorável. O documento do Plano destaca que
os desafios do financiamento do SUS municipal para o quadriênio
2018-2021 envolvem o alcance de maior eficácia na aplicação dos
recursos disponíveis, tendo em vista a situação econômica do
município que sofreu impactos consideráveis da crise financeira pela
qual atravessa o país.
Espera-se grandes dificuldades no financiamento para atender a
demanda crescente em serviços de saúde do município.
Para isso, há a necessidade de captação de recursos e de elaboração
de projetos para o recebimento de recursos, de forma a atender as
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
219
necessidades e aos anseios da população, bem como o de fortalecer
a autonomia de gestão administrativa pela Secretaria Municipal de
Saúde sobre as questões da saúde.
Além da captação de recursos algumas estratégias também devem
ser adotadas para uma maior otimização dos gastos e utilização dos
recursos financeiros. Uma das frentes de atuação é a busca do
equilíbrio orçamentário, através do controle de gastos, despesas,
desperdícios e respeito ao fluxo normatizado de utilização do SUS.
Neste sentido, o Conselho Municipal de Saúde junto com a Secretaria
Municipal de Saúde e demais órgãos de Controle Social
desempenham papel fundamental no esclarecimento da população
sobre a disponibilidade e limitação orçamentário/financeira atual,
difundindo ideais de máxima economia (o que se alcança seguindo-se
os fluxos do SUS para que não haja repetição de ações), auxiliando na
conservação das unidades de saúde, na “desjudicialização” de
demandas de atendimento, recorrendo à Ouvidoria/SUS/SEMSA para
esclarecimentos e reclamações. Essa conscientização por parte dos
usuários do SUS é fundamental para o cumprimento dos princípios da
universalidade e igualdade na prestação dos serviços de saúde.
(Plano Municipal de Saúde, 2017, pg. 83).
Considerando a escassez de recursos, a avaliação da própria gestão publica de saúde é que há
áreas com atendimento precário em todas as regiões do município, sendo a mais flagrante
delas a região de Areias, totalmente sem cobertura.
A Secretaria Municipal de Saúde tem a seguinte estrutura organizacional básica:
I. Gabinete do Secretário;
II. Auditoria SUS;
III. Assessoria Especial;
IV. Assessoria do Fundo Municipal de Saúde;
V. Assessoria de Planejamento em Saúde;
VI. Superintendência de Atenção Primária, Promoção e Prevenção:
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
220
a. Gerência de Atenção Primária;
b. Gerência de Programas;
c. Gerência Farmacêutica.
VII. Superintendência de Urgência e Emergência:
a. Gerência das UPAS;
b. Gerência do Transporte Sanitário;
c. Gerência de Serviço de Atenção Domiciliar -SAD.
VIII. Superintendência Atenção Especializada e Regulação:
a. Gerência Ambulatorial Especializada;
b. Gerência de Regulação.
IX. Superintendência Vigilância e Proteção à Saúde:
a. Gerência de Imunização;
b. Gerência de Vigilância Epidemiológica;
c. Gerência de Vigilância Alimentar e Nutricional;
d. Gerência de Vigilância em Saúde do Trabalhador;
e. Gerência de Pneumologia Sanitária;
f. Gerência de Vigilância Ambiental e Controle de Vetores e Zoonoses; 46
g. Gerência de Vigilância Sanitária;
h. Gerência Ambulatorial de Referência de Doenças Infecciosas e Parasitárias - ARDIP.
X. Superintendência de Gestão de Pessoas;
a. Gerência de Recursos Humanos;
b. Gerência de Desenvolvimento de Pessoas.
XI. Superintendência Administrativa:
a. Gerência de Gestão de Frota;
b. Gerência de Aquisições;
c. Gerência de Contratações;
d. Gerência de Rede Física;
e. Gerência de Almoxarifado;
f. Gerência de Tecnologia da Informação.
XII. Superintendência de Assistência Hospitalar:
a. Gerência de Regulação da Assistência e Serviços Prestados;
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
221
b. Gerência de Infraestrutura.
No que se refere aos equipamentos de saúde, sua localização está expressa no Mapa seguinte.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
222
Mapa 17 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Saúde.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
223
Como se vê, as regiões mais densas são atendidas através de equipes da Estratégia de Saúde
da Família, mas ainda há várias áreas sem cobertura, especialmente a região do Areias, a
porção sudoeste da região central e várias partes da região Veneza. Destaca-se ainda que
foram realizadas sondagens junto à população, durante as oficinas de leituras comunitárias,
que também serão incorporadas como subsídios para as propostas e demandas de melhoria
do atendimento de saúde nas diversas regiões de Ribeirão das Neves.
De acordo com informações disponibilizadas pela Assessoria de Planejamento em Saúde, a
Rede Física do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão das Neves, em atendimento às
normativas nacionais, é formada por:
Unidades de Atenção Primária à Saúde - 55 Unidades de Saúde da Família (USF) e 05
Unidades Básicas de Referência (UBR), seis equipes de Saúde bucal instaladas em
unidades básicas de saúde e quatro Clínicas Odontológicas;
Serviços de Atenção às Urgências e Emergências, sendo duas Unidades de Pronto
Atendimento (UPA), um Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), um Centro de
Atenção Psicossocial para Álcool e Outras Drogas (CAPS ad) e um Núcleo de atenção
Psicossocial (NAPS);
Unidades de Atenção Secundária, incluindo um Centro de Especialidades Médicas e
Odontológicas (CEMO); três Unidades Ambulatoriais em Saúde Mental que funcionam
como serviço de apoio matricial; um Ambulatório de Referência de Doenças
Infecciosas e Parasitárias (ARDIP); uma Clínica de Reabilitação; uma Clínica
Oftalmológica; um Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CEAE); um
Laboratório Municipal; um Canil Municipal; um setor de Vigilância Sanitária; e um
Centro de Vetores e Zoonoses;
Atendimento da Atenção Terciária, realizado pelo Hospital Municipal São Judas Tadeu
(HSJT), que presta os serviços de pronto atendimento para emergências clínicas e
traumas, emergências ginecológicas e obstétricas e demandas eletivas;
Serviços auxiliares, compostos por um serviço de Transporte Sanitário, três Serviços
de Arquivo Médico, quatro serviços de Almoxarifado (Central, Farmácia Central, Santa
Marta e Hospital), uma Farmácia Regional e uma Farmácia Central.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
224
A Tabela abaixo traz todos os serviços de saúde ofertados em Ribeirão das Neves, com
endereços, tipo de atendimento e serviços prestados, conforme constante no Guia do Usuário
de Saúde. Como se vÊ, há informações bem detalhadas para o cidadão, que orientam não
apenas onde buscar cada tipo de serviço, mas também como acessar, que documentos levar,
etc.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
225
Tabela 58 - Guia do usuário de saúde, Ribeirão das Neves, 2018
Atenção Primária a Saúde
Unidade de Estratégia Saúde da Família
Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:
Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
ESF Santinho I R. José Cornélio Dos Santos, Nº 120 Santinho -
Tel: 3624-9422
Atendimento médico e de enfermagem.
Ações de promoção, prevenção e tratamento relacionadas à saúde da
mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,
planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
Inalação; Vacinação;
Exames laboratoriais; Farmácia;
Encaminhamento para atendimentos com
especialistas.
Para atendimento nas unidades ESF o
usuário deve ser cadastrado e levar
documentação pessoal.
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade); Comprovante de endereço.
ESF Santinho II R. Bonifácio José de Oliveira, Nº 77
Santinho - Tel: 3624-9292
ESF Santa Martinha I R. Artur Vitor Maciel, Nº 30 – Rosana
Tel: 3624-7183
ESF Santa Martinha II R. Jorge Eustáquio Da Silva, N° 235
Sta Martinha - Tel: 3624-7008
ESF Porto Seguro R. Cleonice Coelho De Oliveira, N° 192
Nova União - Tel: 3627-7446
ESF Rosaneves I R. Das Camélias, N° 780
Rosaneves Tel: 3627-3155
ESF Rosaneves II R. Dálias N° 128 – Rosaneves
Tel: 3625-2281
ESF Barcelona Av. Claudio Daniel, N° 220 – Barcelona
Tel: 3627-1787
ESF Sevilha A R. Francisco Augusto Vieira, N° 385
Sevilha A - Tel: 3625-5018
ESF Sevilha B I R. Monte Carmelo, N° 311- Sevilha B
Tel: 3625-2510
ESF Sevilha B II R. Conselheiro Pena, N° 230 - Sevilha B
Tel: 3625-2578
ESF Sevilha B III R. Carbonita, N° 53 - Sevilha B
Tel: 3627-3905
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
226
Atenção Primária a Saúde
Unidade de Estratégia Saúde da Família
Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:
Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
ESF Neviana R. Rita Lemos Fernandes, N°509
Neviana - Tel: 3625-5943
ESF Jardim Colonial R. Tangarás, N° 50 - Jardim Colonial Tel:
3625-5943
Atendimento médico e de enfermagem.
Ações de promoção, prevenção e tratamento relacionadas à saúde da
mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,
planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
Inalação; Vacinação;
Exames laboratoriais; Farmácia;
Encaminhamento para atendimentos com
especialistas.
Para atendimento nas unidades ESF o
usuário deve ser cadastrado e levar
documentação pessoal.
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade); Comprovante de endereço.
ESF Alterosa R. Petrolina Amâncio, 484 – Veneza
Tel: 3625-1163
ESF Florença I Av. Ida Jubeline, N° 840 – Florença
Tel: 3625-5780
ESF Florença II Av. Ida Jubeline, N° 840 – Florença
Tel: 3626-6750
ESF Novo Florença Av. Ida Jubeline, N° 840 – Florença
Tel: 3625-5780
ESF Vereda R. Geraldina Soares, Nº 65 – Veredas
Tel: 3628-1161
ESF Alto Veneza R. Maria Angelina Gomes, Nº1003
Veneza - Tel: 3627-3925
ESF Fazenda Castro R. Cinquenta e um N°91 – Fazenda Castro - Tel:
3627-3903
ESF Metropolitano R. Mariana, Nº 120 - Fazenda Castro
Tel: 3626-4746
ESF Vale das Acácias R. Alameda Dos Eucaliptos, Nº 42 Vale
das Acácias - Tel: 3624-5103
ESF Liberdade Av. E, Nº 814 - Liberdade
Tel: 3628-1104
ESF San Genaro R. Ruth Brandão Azevedo, Nº 1.395 San
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
227
Atenção Primária a Saúde
Unidade de Estratégia Saúde da Família
Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:
Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
Genaro Tel: 3626-6205
ESF Cruzeiro R. Maracanã, Nº 150 – Botafogo
Tel: 3639-6804
ESF Areias I R. São Lucas, Nº173 – Bairro Areias
Tel: 3639-1781
ESF Areias II R. das Gardênias, Nº 580 - Santa Margarida - Tel:
3639-1782
ESF Botafogo R. Duque De Caxias, Nº 52 – Botafogo Tel:
3632-5014
ESF Esperança R. Suíça, N° 183 A – Esperança Tel:
3639-8811
ESF Menezes R. Tancredo De Almeida Neves,
Nº 1061 Menezes - Tel: 3638-6562
ESF Alto Menezes R. Rio De Janeiro, Nº 157 - Alto Dos Menezes - Tel:
3638-6563 Atendimento médico e
de enfermagem. Ações de promoção,
prevenção e tratamento relacionadas à saúde da
mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,
planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
Inalação;
Para atendimento nas unidades ESF o
usuário deve ser cadastrado e levar
documentação pessoal.
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade); Comprovante de endereço.
ESF Belo Vale R. Dois, Nº 312 - Belo Vale
Tel: 3632-2909
ESF Braúnas R. Tijuca, Nº 243 – Urca Tel:
3638-7723
ESF Cerejeiras R. Bangu, Nº 65 – Urca Tel:
3632-3502
ESF Girassol R. Paineiras, Nº 435 – Girassol
Tel:3639-8828
ESF Tropical R. Campina Verde, Nº 182 - Tropical
Tel: 3639-7528
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
228
Atenção Primária a Saúde
Unidade de Estratégia Saúde da Família
Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:
Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
ESF Flamengo Av. Príncipe Duarte, Nº 124 – Flamengo Tel:
3638-6561 Vacinação;
Exames laboratoriais; Farmácia;
Encaminhamento para atendimentos com
especialistas.
ESF Bispo de Maura R. Dos Executivos, Nº 418 - Vila Bispo De Maura -
Tel: 3496-6021
ESF Nova Pampulha R. Amaralina, Nº 11 - Granjas Primavera - Tel:
3498-9207
ESF Jardim Alvorada R. Diamantina, Nº 32 - Jardim Alvorada Tel:
3913-6164
ESF São Miguel R. Mario Costa Ferreira, Nº 131 São
Miguel - Tel: 3638-2114
ESF Fortaleza R. Engenheiro João Trindade, Nº 150 Fortaleza –
Tel: 3632-4225
ESF Santa Fé R. Jardim De Alá - Nº 460 - Santa Branca
Tel: 3638-4457
ESF Nova Pampulha I R. Hum, Nº 577 - Conjunto Nova Pampulha -
Tel: 3496-6852
ESF Luar da Pampulha R. São Bento, Nº 126 - Luar Pampulha
Tel: 3495-8361
ESF São José II R. Jardim De Alá- Nº 460 Santa Branca
Tel: 3455-7730
ESF Evereste R. Rosângela, Nº 197 - São José
Tel: 3638-1225 Atendimento médico e
de enfermagem. Ações de promoção,
prevenção e tratamento relacionadas à saúde da
Para atendimento nas unidades ESF o
usuário deve ser cadastrado e levar
documentação
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade); Comprovante de endereço.
ESF São José I R. Rosângela, Nº 197 - São José
Tel: 3638-1225
ESF Lagoa R. Formiga, Nº 155- Kátia Tel:
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
229
Atenção Primária a Saúde
Unidade de Estratégia Saúde da Família
Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:
Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
3638-5799. mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,
planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
Inalação; Vacinação;
Exames laboratoriais; Farmácia;
Encaminhamento para atendimentos com
especialistas.
pessoal.
ESF Landi II R. Santo Inácio De Loiola, Nº 397
Maria Helena - Tel: 3459-5693
ESF Landi I R. Oito, Nº 54 - Landi I 1ª Seção
Tel: 3458-7401
ESF Pedra Branca I R. Vinte e Nove Nº 55 - Pedra Branca
Tel: 3458-3885
ESF Pedra Branca II R. Diamantina, Nº 900 - Pedra Branca
Tel: 3458-7671
ESF Maria Helena R. São João Batista, Nº 03 Maria
Helena - Tel: 3458-4033
UBR Arlete de Souza R. José Pedro Pereira, Nº 75 – São Pedro - Tel:
3625-47303/625-4718
UBR Raimundo Firmo R. Petrolina Amâncio, Nº 484 – Veneza
Tel: 3627-9326
UBR Alarico R.: Laranjeiras, Nº 190 – Cerejeiras
Tel: 3638-6560 / 3632-5034
UBR Expedito Monteiro R. Suaçuí, Nº 358, Jardim De Alá
Tel: 3638-1303 / 3623-5039
UBR Jõao Francisco Torres R. Santo Inácio De Loiola, Nº 397 Maria
Helena - Tel: 3456-7534
OBS.: Os usuários dos bairros descobertos pelas unidades de ESF são referenciados para uma das Unidades Básicas de Referência (UBR). O município possui uma UBR em cada
região sanitária, compostas por equipes multiprofissionais que ofertam ações coletivas e individuais, com funcionamento de segunda à sexta-feira das 7 às 19h.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
230
Odontologia (Dentista)
Unidade de Saúde Horário de Funcionamento: 8 às
12h e 13 às 17h - Endereço Como Acessar Serviços Oferecidos Documentos necessários
*Unidade de Referência Odontológica - URO
R. Merenciana Camargo Batista, Nº 201 Santa Marta - Tel: 36241584
Procurar acolhimento na Unidade, toda terceira
segunda-feira de cada mês.
Atendimento odontológico: Restauração
dentária. Extração, limpeza. Aplicação de flúor.
Aplicação de selante dentário.
Alivio de dor. Curativo temporário.
Prescrição medicamentosa.
Orientação de higiene oral. Escovação
supervisionada. Palestras em grupo.
*Raios-x odontológico nas
seguintes Unidades: Clínica Odontológica Veredas e Unidade
de Referência Odontológica.
*Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade) e acompanhado de um
responsável; *Cartão Nacional de Saúde
(CNS) *Comprovante de residência
recente ou declaração emitida pela Unidade de
Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se
menor).
Unidade de Referência Odontológica - Clara Mente
R. Dionísio Gomes, Nº 127 – Veneza Tel: 3625-2077
Procurar acolhimento na Unidade, toda segunda terça-
feira de cada mês.
*Clínica Odontológica Veredas R. Maria Amélia, Nº 33 - Cerejeiras Tel:
3638-7246
Procurar acolhimento nas Unidades ESF's, que acontece
toda terceira terça-feira de cada mês.
ESF Sevilha BI R. Monte Carmelo, Nº 311 Sevilha B Tel:
3625-2510
ESF Areias I R. São Lucàs, Nº 173 – Areias
Tel: 3639-1781
ESF Menezes R. Tancredo de Almeida Neves, Nº 1061
Menezes - Tel: 3638-6562
PSF Nova Pampulha I R. 01, Nº 577 – Nova Pampulha
Tel: 3496-6852
PSF São José I / Evereste R. Rosangela, Nº 197 - São José
Tel: 3638-1225
PSF Pedra Branca I R. Vinte Nove, Nº 55 – Pedra Branca -
Tel: 3458-3885
UBR Expedito Monteiro àssunção R. Suaçui, Nº 359 – Fortaleza
Tel: 3638-1303
UPA Joanico Cirilo de Abreu R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 244 - Centro - Tel: 3627-7070
Atendimento a demanda espontânea.
Atendimento de urgência
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
231
Odontologia (Dentista)
Unidade de Saúde Horário de Funcionamento: 8 às
12h e 13 às 17h - Endereço Como Acessar Serviços Oferecidos Documentos necessários
Horário de funcionamento: segunda-feira à domingo, das 7 às 19h.
odontológica. Drenagem de
abscesso dentário. Alivio de dor.
menor de idade acompanhado de um
responsáve)l.
CEMO - Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas.
R. Merenciana Camargo Batista, Nº 201 Santa Marta.
Tel: 36241584
Atendimento especializado em:
Endodontia. Cirurgia oral menor.
Periodontia. Estomatologia e patologia.
Prótese dentária. usuários com necessidades
especiais.
Através de Guia de Referência
preenchida por profissionais Cirurgiões –
Dentistàs da Rede de Atenção Primária
Municipal.
Carteira de identidade ou certidão de nascimento, se
menor de idade (acompanhado de um
responsável), Cartão Nacional de Saúde
(CNS), Comprovante de residência
recente ou declaração emitida pela Unidade de
Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se
menor); Guia de Referência.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
232
Saúde Mental
Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
CAPS I – Centro de Atenção Psicossocial Infantil
R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 708 – São Pedro Tel: 3624 2717
Assistência Social, enfermagem, terapia
ocupacional, psicologia, psiquiatria (pediátrica).
Demanda espontânea. Em caso
de crise o usuário deve procurar o
CAPSi, pessoalmente acompanhado pelo responsável legal.
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade). Comprovante de residência
recente ou declaração emitida pela Unidade de
Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se
menor).
NAPS – Núcleo de Atenção Psicossocial
R. Luiza Augusta Guimarães, Nº 22 São Pedro. Tel: 3627
7072
Assistência Social, enfermagem, terapia
ocupacional, psicologia, psiquiatria (adulto).
Demanda espontânea. Em caso
de crise o usuário deve procurar o
NAPS, pessoalmente.
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade). Comprovante de residência
recente ou declaração emitida pela Unidade de
Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se
menor).
CAPS AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e drogas
R. Rodolfo Cerqueira, Nº 85 - Centro Tel: 3624 6867
Assistência social, enfermagem, terapia
ocupacional, psicologia, psiquiatria (adulto); clínico.
Demanda espontânea. Em caso
de crise o usuário deve procurar o
CAPSad, pessoalmente.
Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se
menor de idade). Comprovante de residência
recente ou declaração emitida pela Unidade de
Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se
menor).
Serviço de Saúde Mental "Acolher" R. Padre Pedro Cordeiro Da Rocha, Nº
135. Centro - Tel: 3625 4576 Terapia ocupacional,
psicologia, psiquiatria (adulto); eletivo.
Mediante encaminhamento
das UBR e ESF após Serviço de Saúde Mental R. Maria Amélia, Nº 33. Justinópolis
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
233
Saúde Mental
Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
"Veredas" Tel: 3638 6566 discussão de caso. Usuário deve
procurar às ESF e UBR pessoalmente.
Serviço de Saúde Mental "Claramente"
R. Dionisio Gomes, Nº 127. Ljs. 08,09 e 10 - Veneza Tel: 3625 7163
Farmácia
Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
Farmácia Central
R: Waldemar José Alves, Nº 202 - Status
Tel: 3627-3861 / 3627-3915 Horário de Funcionamento: segunda à sexta-feira
das 8 às 17h.
Dispensação de medicamentos especiais do município.
Observação: a lista completa de medicamentos dispensados
(relação municipal de medicamentos - REMUME) encontra-se disponível nas
Unidades de Saúde.
O usuário ou seu representante deve
comparecer à Farmácia Central.
Prescrição original e cópia; documentos pessoais do
usuário ou responsável para identificação.
Farmácias Regionais
Farmácia Regional R. Davi Miguel, Nº 25, Centro
Tel: 3624-1099 Farmácia da UBR Raimundo Firmino De Càstro - R. Petrolina Amâncio, Nº 484, Veneza -Tel: 3625-3965 / 3627-
9326 Farmácia Da UBR Alarico Modesto R. Laranjeiràs,
Nº 190, Cerejeiràs Tel: 3638-7078
Dispensação de medicamentos para uso agudo (por exemplo:
analgésicos, antitérmicos, antibióticos);
Para controle de doenças crônicas (por exemplo: para controle da hipertensão, da diabetes, do colesterol, do hipotireiodismo, da asma); Para planejamento familiar
(anticoncepcionais),
O usuário ou seu representante deve
comparecer à farmácia das
Unidades de Saúde.
Prescrição original e cópia; documentos pessoais do
usuário ou responsável para identificação.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
234
Farmácia
Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
Farmácia Da UBR Expedito Monteiro R. Suaçuí, Nº 358, Jardim De Alá Tel: 3638-1303 / 3632-5039
Farmácia Da UBR João Francisco Torres R. Santo
Inacio De Loyola, Nº 397, Maria Helena Tel: 3456-6517 / 3459-5693
Farmácia Do ESF São José I/ Evereste R.
Rosângela, Nº 197, Penha Tel: 3638-1225
Horário de funcionamento: segunda à sexta-feira de 8 às 17h.
medicamentos psicofármacos (controlados pela portaria
SVS/MS 344/98, como antidepressivos, ansíoliticos,
anticonvulsivantes) Observação: a lista completa
de medicamentos dispensados no município (relação
municipal de medicamementos -remume) encontra-se
disponível nas Unidades de Saúde.
Farmácia das Unidades de Estratégia Saúde da Família.
VER GUIA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.
Dispensação de medicamentos para uso agudo (por exemplo:
analgésicos, antitérmicos, antibióticos); para controle de doenças crônicas
(por exemplo: para controle da hipertensão, da diabetes, do
colesterol, do hipotireoidismo, da asma), para planejamento familiar (anticoncepcionais). Observação: a lista completa
de medicamentos dispensados no município (relação
municipal de medicamementos
O usuário ou seu representante deve
comparecer à farmácia das
Unidades de Saúde.
Prescrição original e cópia; documentos pessoais do
usuário ou responsável para identificação.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
235
Farmácia
Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários
- REMUME encontra-se disponível nas unidades de
saúde.
CEO - Centro de Especialidades Odontológicas R. Merenciana Camargo Batista, Nº 201- Santa Marta
Telefone para contato: 3624-1584 Horário de funcionamento: das 8 às 17h.
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária
Cirurgia buco-maxilo-facial Usuário deve procurar o CEO - Centro de
Especialidades Odontológicas pessoalmente, com documentação necessária.
Guia de referência preenchida; Documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento
(se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou
cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação do procedimento;
Cartão de pré-natal (gestante);
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
236
Clínica Municipal de Reabilitação R. Jose Pedro Pereira, nº75 Bairro Centro
Telefone para contato: 3627-3936 Horário de funcionamento: das 8 às 17 horas
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária (original e cópia)
Programa de Órtese e Prótese *Próteses de membros superiores e
inferiores. *Órteses (ex. colete e tutor) e
meios auxiliares de locomoção (ex. cadeira de rodas e andador).
Usuário ou responsável deve procurar a Clínica Municipal de Reabilitação pessoalmente; Ou
através das Unidades Básicas de Saúde (ESF) que constam com profissional Fisioterapeuta em sua
equipe de apoio, a documentação pode ser entregue e a avaliação realizada na própria
Unidade.
Laudo Médico (solicitação); documento de identificação: Carteira de Identidade ou Certidão de nascimento (menor de idade), CPF, comprovante de residência recente
ou certidão emitida pela Unidade de Saúde ou cartório em nome do usuário ou responsável (se menor de idade), Cartão SUS.
OBS: São necessárias 02 (duas) cópias de cada.
Programa de Saúde Auditiva Aparelho de Ampliação Sonora
Individual - AASI. Implante Coclear.
Usuário deve procurar a Clínica Municipal de Reabilitação pessoalmente com a documentação
necessária.
Laudo Médico (solicitação); documento de identificação: Carteira de Identidade ou Certidão de nascimento (se menor de idade), CPF, comprovante de residência recente
ou certidão emitida pela Unidade de Saúde ou cartório em nome do usuário ou responsável (se menor de idade), Cartão SUS, exames relacionados (audiometria e
imitanciometria). OBS: São necessárias 02 (duas) cópias de cada.
Fisioterapia, Fonoaudiologia,
Terapia Ocupacional.
Usuários entregam Guias de Referência na Unidade de Saúde conforme seu cadastro.
Guia de Referência do SUS conforme protocolo operacional da Unidade;
Carteira de Identidade ou Certidão de nascimento (menor de idade);
CPF; Comprovante de residência recente ou certidão
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório em nome do usuário ou responsável (se menor de idade);
Cartão Nacional do SUS - CNS.
Unidade de Saúde realiza agendamento com Clínica Municipal de Reabilitação.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
237
Centro Estadual de Atenção Especializada – CEAE R. Geraldino Rocha, Nº 180, Felixlandia
Telefone para contato: 3627- 7071 / 3638 – 2542 Horário de funcionamento: das 7 às 18h.
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento
Exame:
Triagem Neonatal Auditiva (Teste da Orelhinha).
O usuário deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente
o exame no CEAE.
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de
idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão SUS; CPF; Caderneta da Criança, Sumário de Alta, exames anteriores.
Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e
hora do agendamento.
Exames:
Mamografia diagnóstica e rastreamento;
Ultrassonografia de Mama.
A usuária deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente
o exame no CEAE.
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de
idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão SUS; CPF;Exame de mamografia anterior com no máximo 1 (um) ano de realização para mulheres
com idade superior a 40 (quarenta) anos. Resultados de Ultrassonografia anteriores para comparação.
Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e
hora do agendamento.
Exames: Ultrassonografia (obstétrico,
obstétrico morfológico (somente PNAR), obstétrico com BPF. (Obstétrico com Dopller);
Ultrassonografia ginecológica por
A usuária deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente
o exame no CEAE.
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de
idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e
hora do agendamento.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
238
via endovaginal ou pélvica; Cartão SUS; CPF; Exames anteriores; Cartão de pré-natal (gestante).
Especialidades: Pediatria e Pneumologia Infantil de
Alto Risco; Mastologia;
Propedêutica do Colo (colposcopia, biópsia e cauterização), Pré-Natal de Alto Risco, Urologia (PSA Alterado),
Infertilidade;
O usuário deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente
a consulta no CEAE.
Guia de referência preenchida; Documento oficial de identificação: carteira de
identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); CPF; Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames
relacionados que comprovem a indicação da consulta; Cartão Nacional do SUS - CNS;
Caderneta da Criança; Cartão de pré-natal (gestante).
Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e
hora do agendamento.
Nutrição - Programa de dietas Industrializadas e Padronizadas
R. Waldemar José Alves, Nº 202, Bairro Status Telefones para contato: 3627-3915
Horário de funcionamento: das 8 às 12h e das 13 às 17h.
Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Documento Necessário -
Original e cópia Prazos Resultado do Processo
Dispensa de dietas infantis, módulos nutricionais e dietas
enterais industrializadas.
Usuário de Ribeirão das Neves e/ou responsável procura o serviço na Farmácia Central para abrir o
processo administrativo.
Relatório médico ou do nutricionista recente;
Certidão de nascimento ou identidade do usuário;
Identidade e CPF do responsável;
Comprovante de residência em nome do usuário (conta de
7 (sete) a 10 (dez) dias para análise do
processo pela equipe técnica (período de
análise pode ser alterado); Aguardar
10 (dez) dias. O usuário e/ou
Se deferido: O usuário deverá buscar o quantitativo das dietas na
Farmácia Central, 1 vez por mês, apresentando os
documentos do beneficiário. Horário de 8 às 12h.
Não deferido:
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
239
água ou luz dos últimos 03 meses) ou
declaração de residência emitida pela Unidade de Saúde que é cadastrado; Cartão SUS
do usuário
responsável deverá ligar na Farmácia
Central para saber o resultado.
O usuário deverá procurar a Unidade de Saúde para
encaminhamento ao nutricionista para prescrever
dieta artesanal.
Imunização
Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Documentos necessários
Vacinas do Calendário Nacional de Vacinação: BCG;
Hepatite B; Pentavalente\DTP;
VIP/VOP; Pneumocócica 10V; Rotavírus Humano; Meningogócica C;
Febre Amarela; Hepatite A;
Tríplice Viral; Tetra viral;
HPV; Dupla Adulto;
DTPA. (as vacinas são ofertadas conforme disponibilidade do Ministério da Saúde para os
Estados e Municípios).
Através das seguintes Unidades de Vacinação: UBR Arlete de Souza
ESF Santa Martinha II ESF Sevilha BI ESF Barcelona
UBR Raimundo Firmo (Veneza) UBS Florença
ESF San Genaro UBR Alarico Modesto
ESF Areias I ESF Menezes
UBR Expedito Monteiro (Jardim de Alá) ESF José I / Evereste (Britaldo)
ESF Nova Pampulha I UBR Francisco Torres (Maria Helena)
Hospital São Judas Tadeu (Antirrábica Humana, BCG, Hepatite B,
Imunoglobulina Antitetânica e Imunoglobulina Anti-Hepatite B).
Carteira de identidade ou Certidão de nascimento (se
menor de idade) e Cartão de Vacina.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
240
Ambulatório de Referência de Doenças Infecciosas e Parasitárias - ARDIP
R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 684, Bairro São Pedro Telefones para contato: 3624-1023 ou 3624-4410
Horário de funcionamento: das 7:30 às 17h.
Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Documentos necessários
SAE: Serviço de Assistência Especializado HIV/AIDS. CTA : Centro de Testagem e Aconselhamento;
Teste rápido para: HIV, Sífilis e Hepatites Virais; UDM: Unidade Dispensadora de Medicamentos Antirretrovirais;
Acompanhamento de doenças infecciosas e parasitárias: pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) e com morbidades (Pneumonias, Tuberculoses, Meningites, candidíases, doenças
crônicas não transmissíveis); Hanseníase; Leishmaniose Visceral e Tegumentar; Toxoplasmose, Meningites, Esquistossomose; Doença de Chagas;
Vítimas de violência sexual; Acidente com material biológico;
Pessoas com IST; Rastreio de Hepatites Virais;
Profilaxia para HIV pós-exposição sexual.
ARDIP CTA – demanda espontânea – de 08 às 10:30h e 13 ás
15:30h de segunda á sexta–feira - necessário documento com foto para realização da testagem .
Carteira de identidade, Comprovante de endereço e
Cartão SUS.
Secretaria Municipal de Saúde Av. dos Nogueiras, Nº 136 Bairro Centro
Telefone para contato: 3627-3665 ou 3627-4051 Horário de funcionamento: das 8 às 17h.
O Cadastro na base nacional do cartão SUS (CNS - Cartão Nacional do SUS) é realizado nas Unidades de Saúde conforme cadastro do usuário (UBR ou ESF).
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento
Ouvidoria. Pessoalmente, carta, telefone (3624 - 5415)
ou via email [email protected]
Não é obrigatório apresentação de documentos. caso seja conveniente ao usuário, poderá o mesmo apresentar documentos que comprovem sua
denúncia, elogio, sugestão ou reclamação.
A resposta se dará conforme prazo estabelecido pela
Ouvidoria Geral do Estado.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
241
Cirurgias eletivas em geral. Usuário protocola solicitação na Unidade de Saúde.
Laudo médico para emissão de Autorização de Internação Hospitalar – AIH;
Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor
de idade); Cópia do comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou
cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão nacional do SUS - CNS; Exames
relacionados (que comprovem a indicação da cirurgia);
Cirurgia será agendada pela Secretaria Municipal de
Saúde; reencaminhada para Unidade de Saúde que se
responsabiliza em repassar às informações de marcação ao
usuário.
Risco cirúrgico Avaliação cardiológica para
Cirurgias que serão realizadas no Hospital São Judas Tadeu;
Procedimentos e Cirurgias
odontológicos, oftalmológicas e ambulatoriais, que serão realizadas
em Ribeirão das Neves ou em outros municípios;
Usuário protocola solicitação na Unidade de Saúde.
Guia de referência preenchida; Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor
de idade); Cartão Nacional de Saúde – CNS;
Cópia do comprovante de residência ou declaração emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome
do usuário ou responsável (se menor); Exames solicitados: laboratoriais, radiológico do tórax
e eletrocardiograma (ECG);
Os exames pré-operatórios serão agendados via
Secretaria Municipal de Saúde, reencaminhados para
Unidade de Saúde que se responsabiliza em repassar às informações de marcação ao
usuário.
Risco cirúrgico Avaliação cardiológica /
anestesiológica para Cirurgias que serão realizadas em outros
municípios;
Usuário deve procurar o setor de marcação no hospital que realizará a cirurgia.
Guia de referência preenchida pelo cirurgião do hospital;
Documento de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);
Cartão Nacional de Saúde – CNS; Senha de autorização.
Os exames pré-operatórios serão agendados no hospital
onde será realizada a cirurgia.
Oncologia. Usuário deve procurar recepção da Regulação na
Secretaria Municipal de Saúde.
Guia de referência preenchida; cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor
Recepção da Regulação protocola a Guia de Referência que será
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
242
de idade); cópia do Cartão Nacional de Saúde – CNS;
cópia do CPF; cópia do comprovante de residência ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou
Cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Exames relacionados, que comprovem a indicação da consulta, principalmente resultado de biópsia positiva;
Cartão de pré-natal (gestante);
agendada conforme disponibilidade de agenda
em Belo Horizonte. Usuário será informado sobre
agendamento via telefone.
Tratamento fora de domicílio - TFD. Vale social, transporte indicado
pelo médico assistente ou assistente social para realização de
tratamento fora de domicílio em municípios com distâncoa superior
a 50 km ou outros Estados (ex: hemodiálise, oncologia,
transplante).
Usuário deve procurar recepção da Regulação na Secretaria Municipal de Saúde.
Formulário específico do TFD, preenchido pela assistente social ou médico assistente;
Relatório médico (solicitação); Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor
de idade); Cópia do comprovante de residência recente ou
declaração emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão Nacional de Saúde - CNS.
Recepção da Regulação protocola a solicitação.
Usuário será informado sobre atendimento via telefone.
Transporte Sanitário Endereço do serviço: R. Francisca de Paula Diniz, nº 147, Bairro Vila
Mariana. Telefone: 36244506 ou 36241552.
Através da Unidade Básica de Saúde (UBR e ESF) onde usuário é cadastrado.
Relatório Médico; cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de
nascimento (se menor de idade); cópia do Cartão Nacional de Saúde – CNS;
cópia do comprovante de residência ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou Cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
243
Pneumologia Sanitária
Avenida dos Nogueiràs, Nº 136, Bairro Centro Telefones para contato: 3627-3727
Horário de funcionamento: das 8 às 16:30h.
Serviço prestado Documento Necessário - Original e cópia Prazos
Empréstimo de Espaçador para os usuários com receita médica que tenha dentro da relação o medicamento salbutamol (Aerolin) spray.
Receita, Cartão Nacional de Saúde - CNS; Documento de identidade,
Certidão de nascimento (se menor de idade) junto com Identidade do responsável,
Comprovante de endereço atualizado.
07 (sete) a 10 (dez) dias úteis, podendo ser alterado de acordo com o receituário
médico.
Empréstimo CPAP ou BIPAP para usuários com necessidade de uso em domicílio.
usuário: Documento de identidade e CPF, Cartão SUS,
Comprovante de endereço atualizado, Declaração da Unidade de Saúde onde é cadastrado.
Responsável: Documento de identidade, CPF e comprovante de endereço.
07 (sete) a 10 (dez) dias úteis, podendo ser alterado de
acordo com a disponibilidade do aparelho. Exames e relatórios médicos necessários:
Polissonografia, relatório médico, prescrição médica, resultado de hemograma, resultado de gasometria arterial, ECG ou Ecocardiograma e Raio X de tórax.
OBS.: Os documentos e exames serão avaliados pelo médico regulador, após avaliação, entraremos em contato com o responsável para que ele compareça à Secretaria de Saúde para assinar o termo de empréstimo do Equipamento. Se o médico indeferir, entraremos em contato para solicitar novos exames.
Empréstimo de Oxigênio para usuários com necessidade de uso em domicílio.
Usuário: Documento de identidade e CPF, Cartão SUS,
Comprovante de endereço atualizado, declaração da Unidade de Saúde onde é cadastrado.
Responsável: Documento de identidade, CPF e comprovante de endereço.
07 (sete) a 10 (dez) dias úteis, podendo ser alterado de
acordo com a disponibilidade do aparelho.
Exames e relatórios médicos necessários: Relatório
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
244
médico, prescrição médica, resultado de hemograma, resultado de gasometria arterial (sem uso de oxigênio por no mínimo 30 minutos antes da coleta do exame),
ECG ou Ecocardiograma e Raio X de tórax.
UPA Joanico Cirilo de Abreu R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 244 Bairro Centro
Telefone para contato: 3627-7070 Horário de funcionamento: das 8 às 17h.
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento
Cirurgia ambulatorial
Usuário deve procurar UPA Joanico Cirilo de Abreu pessoalmente.
Guia de referência preenchida; Documento oficial de identificação: carteira de
identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);
Cartão Nacional de Saúde - CNS; Cartão de pré-natal (gestante);
Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome
do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação da
cirurgia;
Agendamento realizado pelo responsável na própria
Unidade - UPA Joanico Cirilo de Abreu.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
245
Hospital Municipal São Judas Tadeu
R. Waldemar José Alves, Nº 65 - Status. Telefone para contato: 3627-9205 / 3627-3921
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária
Atendimento de urgência/emergência nas seguintes clínicas: Ortopedia, Pediatria, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Obstetrícia/Ginecologia.
Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.
Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); Cartão de pré-natal
(gestante).
Maternidade - Registro Civil, Teste do Olhinho, Teste da Linguinha, Vacinas (BCG e Hepatite).
Serviços oferecidos aos nascidos na maternidade do
HSJT.
Documento oficial de identidade do responsável legal; Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável.
Exames de urgência: Colonoscopia, Endoscopia, Tomografia Computadorizada, Raio X e Ultra Sonografia.
Serviços oferecidos aos usuários em atendimento.
Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);
Exames eletivos: Colonoscopia, Endoscopia, Tomografia Computadorizada, Raio X e Ultra Sonografia.
Os serviços eletivos tem marcação via Secretaria
Municipal de Saúde.
Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);
Vacinas antirrábicas. Demanda espontânea - serviço
prestado a toda população. Documento oficial de identidade ou certidão de
nascimento (se menor de idade);
Referência para vítimas de violência sexual infantil e adulto até 72h. Demanda espontânea - serviço
prestado a toda população. Documento oficial de identidade ou certidão de
nascimento (se menor de idade);
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
246
Rede de Urgência e Emergência
Os usuários que procuram os serviços de urgência e emergência são classificados conforme Protocolo de Manchester nas cores vermelho, laranja; amarelo, verde; e azul conforme prioridade de atendimento e não por ordem de chegada.
Unidade Tipo de Atendimento Como Acessar Serviços Oferecidos Exames Oferecidos
Serviço de Atenção Domiciliar – SAD Av. Denise Cristina da Rocha,
Nº 600, Bairro Cerejeiras (Dentro da UPA). Telefone: 3626-4238
Redução do tempo de internação das UPA’s e Hospital com atendimento dos usuários no
próprio domicílio até a alta.
Serviço oferecido aos usuários internados nas UPA's e
Hospital.
Clínica Médica; Cuidados de Enfermagem;
assistência Social.
Os exames são autorizados pela Secretaria de Saúde com relatório médico (agendado).
UPA Joanico Cirilo de Abreu R. Antônio Miguel Cerqueira Neto
Nº 244, Bairro Centro. Telefone: 3627-7070
Estabilização vermelho e laranja; - Atendimento amarelo e verde;
- Acolhimento e encaminhamento azul e verde (quando possível) para as Unidades
Básicas de Saúde.
Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.
Clínica Médica; Odontologia de
Urgência.
Exames Laboratoriais, Raio X e ECG.
UPA Acrízio Menezes Avenida Denise Cristina da Rocha, Nº 600,
Bairro Cerejeiras. Telefone: 3627-3670
Estabilização vermelho e laranja; - Atendimento amarelo e verde;
- Acolhimento e encaminhamento azul e verde (quando possível) para as Unidades
Básicas de Saúde.
Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.
Clínica Médica; Pediatria; Cirurgia;
Ortopedia.
Exames Laboratoriais, Raio X e ECG.
SAMU/ Transporte Sanitário Endereço da administração do serviço: R. Francisca de Paula Diniz, Nº 147, Bairro
Vila Mariana. Telefone: 3624-4506 ou 3624-552.
Atende a população em casos de urgência e emergência. São dadas orientações por
telefone, se necessário, encaminham ambulância no local.
Através de ligação telefônica pelo número 192;
Atendimento às demandas clínicas, pediátricas, demandas de usuários que sofrem de transtorno
mental e partos.
SAÚDE MENTAL: CAPS II (NAPS)
R. Luiza Augusta Guimarães, 22 - São Pedro. Tel: 3627 7072
CAPS I R. Antônio Miguel Cerqueira Neto
Atendimento e estabilização vermelho, laranja e amarelo, até o encaminhamento a
outros pontos de atenção; - Atendimento aos casos verdes e
encaminhamento para as Unidades Básicas de Saúde, quando possível;
Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.
Atendimento às demandas psiquiátricas. CAPS II (NAPS) – Maiores de 18 (dezoito) anos com
transtornos mentais. CAPS i – menores de 18 (dezoito) anos com
transtornos mentais e uso prejudicial de álcool e outras drogas.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
247
Nº 708 – São Pedro - Tel: 3624 2717 CAPS AD
R. Rodolfo Cerqueira, Nº 85 Centro
Tel: 3624 6867
- Atendimento azul e encaminhado para as Unidades Básicas de Saúde.
CAPS ad – maiores de 18 (dezoito) anos que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas.
Laboratório Municipal
Av. Juscelino Kubistchek, Nº 35 , Cerejeiras. Telefone para contato: 3638-1882
Horário de funcionamento: Segunda-feira a domingo das 7 às 19h.
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento
1. Exame de Imuno-Histoquímico (IHQ)
Usuário deve solicitar no Laboratório Municipal a análise da biópsia pessoalmente, com a
documentação necessária.
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de
nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão
Nacional de Saúde (CNS); Cartão de pré-natal (gestante)
Laboratório Municipal solicita o bloco (lâmina) de parafina
ao prestador e encaminha ao PAM Padre Eustáquio.
BAAR para Tuberculose e Hanseníase.
Usuário procura Unidade de Saúde.
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de
nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão
Nacional de Saúde (CNS); Cartão de pré-natal (gestante)
Laboratório Municipal recebe a amostra e encaminha
resultado para Unidade de Saúde que se responsabiliza
em informar resultado ao usuário.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
248
Sorologia de Dengue; VDRL;
Teste rápido de Leishmaniose humana;
Kato Katz; Análise microbiológica da água para
consumo humano; Toxoplasmose.
Usuário procura Unidade de Saúde.
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de
nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão
Nacional de Saúde (CNS); Cartão de pré-natal (gestante)
Laboratório Municipal recebe a amostra e encaminha
resultado para Unidade de Saúde que se responsabiliza
em informar resultado ao usuário.
Vigilância Sanitária
R. José Cassemiro Nogueira, Nº 45, Bairro Várzea Alegre Telefones para contato: 3624-2409 ou 3624-1943 e E-mails para contato: [email protected]
Horário de funcionamento: das 8 às 17h.
Serviço prestado Encaminhamentos Prazos Retorno
Atendimento de denúncia da população municipal, via e-mail, telefone ou pessoalmente. Fiscais vão ao local para
averiguar denúncia e tomar providências cabíveis.
Até 30 dias.
O usúario pode receber parecer acerca de sua
denúncia através de contato telefônico ou pessoalmente.
Serviço prestado Como Acessar Parecer Retorno
Expedição de Alvará Sanitário para estabelecimentos de Saúde e de
Interesse de Saúde.
O responsável legal pelo estabelecimento faz a solicitação do Alvará Sanitário em formulário
próprio; Em até 30 (trinta) dias os Fiscais comparecem ao estabelecimento para fazer a
inspeção sanitária.
1) Feita a Inspeção e não sendo necessária nenhuma
adequação, o Responsável Legal pode retirar o Alvará
Sanitário pessoalmente. 2) Feita a Inspeção, no prazo
de 10 (dez) dias os fiscais emitem relatório da Inspeção Sanitária com as adequações
1) Responsável legal solicita nova vistoria para verificar o cumprimento das adequações.
2) Fiscais retornam ao estabelecimento - Se houver cumprimento das adequações emite-se o Alvará Sanitário através de documento próprio; - Se não houver adequação aplica-se as medidas cabíveis.
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249
que julgar necessário - estabelecimento tem 30 dias
para dequações.
Canil Municipal
R. Midéia Rossi Nogueira, Nº 183, Bairro Status Telefones para contato: 3624-4409
E-mail para contato: [email protected] Horário de funcionamento: das 8 às 17h.
Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Prazos
Exame de Leishmaniose Visceral Canina (LVC).
Solicitar via telefone ou presencialmente → Informar nome completo do responsável pelo
animal, endereço com ponto de referência, telefone para contato, quantitativo e nome dos
animais
Realização de exame: Exame de triagem (teste rápido) no domicílio é de 15 (quinze) a 20 (vinte) dias úteis; Presencialmente, levando o animal no Canil, o teste rápido é
realizado na hora sendo necessária a presença do responsável pelo animal portando sua carteira de identidade.
Entrega de resultado: 15 (quinze) a 20 (vinte) dias úteis
Recolhimento e eutanásia de cães positivos para LVC.
Proprietário de animal que fez exame de LVC em laboratório particular → Solicitar o recolhimento
via telefone ou presencialmente no Canil Municipal → Informar nome completo do responsável pelo
animal, endereço com ponto de referência, telefone para contato.
Prazo médio para recolhimento do animal é de 15 (quinze) dias úteis, devendo o responsável por entregar o animal ser maior de 18 (dezoito) anos, portar carteira de identidade e entregar original e/ou cópia do exame ao responsável pelo serviço de
recolhimento (serviço de carrocinha).
Proprietário de animal positivo cujo exame foi feito pela prefeitura (laboratório municipal), o
recolhimento é agendado por servidores do Canil Municipal, através de contato telefônico com o
responsável pela solicitação do exame.
O prazo médio para recolhimento é de 15 (quinze) dias úteis. No recolhimento do animal é entregue o resultado do exame positivo para LVC ao responsável pela
entrega do animal, que deve ser maior de 18 (dezoito) anos de idade e portar carteira de identidade.
OBS.: Todo proprietário de cão positivo para LVC com exame de laboratório particular ou público pode entregar seu animal diretamente no Canil Municipal sem necessidade de agendamento prévio. Deve o mesmo ser maior de 18 (dezoito) anos e portar documento de identidade no momento da entrega. No caso de exame particular entregar
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250
cópia e/ou original do exame.
Setor de Controle de Vetores e Zoonoses
R. Raimundo Nonato de Souza, Nº 790, Bairro Rosana Telefones para contato: 3627-3913 ou 3624-7320
E-mails para contato: [email protected] ou [email protected] Horário de funcionamento: das 8 às 17h.
Necessidade identificada pelo morador
Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Prazo médio para o
atendimento da solicitação
Quem realiza o atendimento
Combate ao Aedes aegypti (mosquito transmissor da Dengue,
Zika, Chikungunya, Zika e Febre Amarela).
Visitas domiciliares para o combate ao Aedes aegypti, com a identificação, eliminação, remoção
ou vedação de recipientes que acumulem água.
Não é preciso solicitar, pois às visitas já fazem parte do
Programa do Ministério da Saúde para o combate ao
Aedes aegypti.
As visitas são realizadas a cada
dois meses, conforme orientação
do Ministério da saúde.
Agentes de Combate a Endemias.
O morador também pode denunciar o aparecimento de locais com foco do mosquito
Aedes aegypti. É só ligar para o Setor de Controle de Vetores e
Zoonoses e registrar sua solicitação.
As visitas são realizadas com um prazo médio de 05
(cinco) dias.
Agentes de Combate a Endemias e Supervisores.
Atividades de Educação em Saúde. Realização de atividades educativas em unidades
de saúde, organizações não governamentais, instituições religiosàs e de ensino.
As solicitações podem ser feitas: Por encaminhamento de
ofícios, por e-mail, por telefone ou pessoalmente, na
De acordo com o agendamento.
Agentes de Combate de Endemias.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
251
unidade sede do Setor de Controle de Vetores e
Zoonoses.
Existência de casos suspeitos de doenças transmitidas pelo Aedes
aegypti.
Realização de Bloqueios Químicos (borrifação) onde ocorra caso suspeito e/ou comprovação de
transmissão.
O Setor de Controle de Vetores e Zoonoses realiza a borrifação
de acordo com os critérios técnicos, no intuito de reduzir a transmissão das doenças na
localidade.
O prazo médio é definido conforme a data dos primeiros
sintomas do usuário.
Agentes de Combate a Endemias e Supervisores de
Turma.
Aparecimento de ratos de importância sanitária (risco de
saúde pública).
Realização de visita ao imóvel para orientação e, quando necessário, a utilização de raticidas.
Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o
registro da solicitação.
As visitas são realizadas com um prazo médio de 15
(quinze) dias.
Agentes de Combate a Endemias e Supervisores.
Aparecimento de escorpiões, aranhas, cobras e morcegos.
Realização de visita ao imóvel para avaliação, manejo e/ou captura do animal.
Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o
registro da solicitação.
As visitas são realizadas com um prazo médio de 24
(vinte e quatro) horas.
Agentes de Combate a Endemias e Supervisores.
Aparecimento de pombos, lagartas e caramujos (médio porte).
Realização de visita ao imóvel para avaliação, manejo e/ou captura do animal.
Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o
registro da solicitação.
As visitas são realizadas com um prazo médio de 24
(vinte e quatro) a 72 (setenta e duas)
horas.
Médicos Veterinários, Agentes de Combate a
Endemias e Supervisores.
Programa de Controle da Doença de chagas (PDCch)
Visita domiciliar para o combate do vetor (barbeiro). Identificação e controle químico quando
necessário.
As solicitações podem ser feitas por telefone ou
pessoalmente na unidade sede do setor.
As visitas são realizadas com um
prazo médio 48 (quarenta e oito)
Agentes de combate a Endemias.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
252
horas.
Aparecimento de micos doentes ou mortos.
Realização de visita ao imóvel ou áreas onde ocorra o aparecimento de micos doentes ou mortos, para
recolhimento e avaliação do estado do animal.
Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o
registro da solicitação.
As visitas são realizadas no mesmo
dia da solicitação.
Médicos Veterinários, Agentes de Combate a
Endemias e Supervisores.
Cão com suspeita de Leishmaniose. Realização de visita para a execução de exame de
Leishmaniose.
Ligar para o Canil Municipal (Telefone: 3624-4409) para o
registro da solicitação.
As visitas são realizadas com um prazo médio de 15
(quinze) dias.
Agentes de Combate a Endemias.
Pessoa diagnosticada com Leishmaniose.
Realização de borrifação em área delimitada, no entorno da residência da pessoa diagnosticada com
Leishmaniose.
O Setor de Epidemiologia, assim que recebe a notificação do caso, encaminha ao Setor
de Controle de Vetores e Zoonoses, que programa a realização da borrifação.
**De acordo com a programação da
Equipe de Controle da Leishmaniose.
Agentes de Combate a Endemias.
Realização de exames nos cães que encontram-se nos imóveis localizados no entorno da residência
da pessoa diagnosticada com Leishmaniose.
O Setor de Epidemiologia, assim que recebe a notificação do caso, encaminha ao Setor
de Controle de Vetores e Zoonoses, que programa a
realização dos exames nos cães que encontram-se nos imóveis
localizados no entorno da residência da pessoa diagnosticada com
Leishmaniose.
Vacinação Canina e Felina. Vacinação de cães e gatos contra a Raiva.
A Campanha Nacional de Vacinação Antirrábica Animal
já é prevista pelo Ministério da Saúde.
A Campanha de Vacinação
Antirrábica é realizada uma vez
Agentes de Combate a Endemias.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
253
por ano, geralmente no mês de setembro.
Observações: *Prazo médio de atendimento pode ser alterado por motivos de força maior; **Programação depende do número de pessoas diagnosticadas com Leishmaniose e outros fatores necessários para a realização da atividade.
NUPAD
Avenida Professor Alfredo Balena, Nº189, 15º andar, Sala 1504, Santa Efigência - Belo Horizonte. Telefone para contato: 3409-8900 / 3409-9798 / 3409-9822
Horário de funcionamento: Segunda a sexta-feira das 8 às 17h.
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária
Teste de suor infantil. Usuário deve procurar o NUPAD pessoalmente,
com a documentação necessária.
Formulário específico; Documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento
(se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela unidade de saúde ou
cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados (que comprovem a indicação do exame);
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
254
PAM Padre Eustáquio - Comissão de Oncologia
R. Frederico Brecher, Nº 103, Padre Eustáquio, Belo Horizonte. Telefone para contato: 3277-7223
Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento
Quimioterapia e Radioterapia. Usuário deve procurar a Comissão de Oncologia
do PAM Padre Eustáquio pessoalmente.
Guia de referência preenchida; 3 (três) cópias do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); 3 (três)
cópias do Cartão Nacional de Saúde – CNS; 3 (três) cópias do CPF; 3 (três) cópias do comprovante de residência ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou Cartório,
em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação do
procedimento, principalmente resultado de biópsia positiva; Cartão de pré-natal (gestante).
Usuário pode ir diretamente ao PAM Padre Eustáquio.
Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência
Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento
Consulta especializada realizada no município de Belo Horizonte.
1. Angiologia 2. Cardiologia adulto e pediátrica 3. Dermatologia 4. Endocrinologista adulto 5. Geriatria 6. Gàstroenterolista adulto 7. Neurologia 8. Nutrição 9. Oftalmologia 10. Ortopedia 11. Otorrinolaringologia
Guia de referência preenchida; Documento oficial de
identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de
idade); Cartão Nacional de Saúde – CNS;
Comprovante de residência recente ou declaração emitida
pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário
Usuário protocola Guia de Referência
na Unidade de Saúde; Marcador
cadastrado da Unidade de Saúde
encaminhará para a Central de Marcação
de Consultas da Secretaria Municipal de Saúde via malote,
A unidade deverá encaminhar os casos de
prioridade alta, retornos de cuidados prolongados e Faculdade de Ciênciàs
Médicas (FELUMA) para SEMSA com a documentação
necessária, através do malote, para agendamento.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
255
Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência
Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento
12. Pneumologia adulto e pediátrica 13. Urologia 14. Cirurgia geral 15. Cirurgia pediátrica 16. Cirurgia plástica 17. Cirurgia vascular 18. Cirurgia cardiovàscular, 19. Cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia de ortopedia (mão, ombro, joelho, pé, coluna, quadril), 20. Cirurgia de obesidade mórbida, cirurgia torácica 21. Alergologia, 22. Endocrinologia adulto e pediátrica, 23. Gastrenterologia adulto e pediátrica, 24. Ginecologia de infertilidade, 25. Hematologia 26. Medicina fetal, 27. Neurocirurgia 28. Neurologia pediátrica, 29. Nefrologia 30. Uroginecologia, 31. Reumatologia; 32. Proctologia Obs.: sujeito a alterações.
ou esponsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação da
consulta; Cartão de pré-natal (gestante);
listagem constando dados dos usuários.
A Unidade de Saúde deve arquivar a Guia de Referência original até o agendamento
da consulta.
1 - Biópsia mama, tireóide, próstata, percutanea, laringe, hepática e renal (punção Requisição de exame; Usuário entrega Guia Enviado por malote para
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
256
Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência
Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento
aspirativa por agulha fina – PAAF). 2 - Raio-X simples sem preparo: cabeça (seios da face, crânio sela turcica); coluna cervical e torácica; torax; MMSS (mão, punho, braço); MMII (pé, joelho, femur, tornozelo); cintura pélvica e escapular; abdomen. 3. Raio-X simples com preparo do abdomen e pelve; coluna lombar, sacral e lombo-sacra; 4. Raio-X contrastado (reed, enema opaco; histerossalpingografia; trânsito intestinal; urografia excretora; uretrocistografia miccional e retrograda); 5. Ultrassongrafia (abdominal, articulações, partes moles, tireóide, pélvico, transretal, rins e via urinariàs; 6. Teste ergométrico; 7. Ecocardiograma, Ecodopllercardiograma; 8. Ecocardiograma Transesofágico; 9. Ecodopllercardiograma com estresse farmacológico; 10. Holter 24 horas; 11. Mapa (Monitorização ambulatorial da pressão arterial); 12. Cateterismo cardíaco (CAT) ou Cineangiocoronariografia; 13. Arteriografia ou Angiografia Cerebral; 14. Duplex Scan Venoso de MMII; 15. Duplex Scan Arterial (carótidas e renal); 16. BERA; 17. Audiometria; 18. Emissões otoacústica espontâneàs; 19. Teste vestibular; 20. Impedanciometria; 21. Imitanciometria; 22 .Videoscopia; 23. Fibronasolaringoscopia; 24. Videonasolaringoscopia; 25. Colonoscopia; 26. Anuscopia; 27. Retoscop ia -
Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de
idade); Comprovante de residência
recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou
cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde -
CNS; Exames relacionados que
comprovem a nova solicitação; Laudo Médico de Alto Custo.
de Referência na Unidade de Saúde
conforme seu cadastro.
Secretaria Municipal de Saúde, após agendamento é
reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao
usuário.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
257
Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência
Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento
Retossigmoidoscopia rígida ou flexível; 28. Urodinâmica - Estudo urodinamico; 29. Uretrocistografia - Cistoscopia; 30. Litotripsia - (litotripsia extracorpórea por ondas de choque - LECO); 31. Espirometria;
32. Broncoscopia; 33. Eletroencefalograma (EEG); 34. Eletroneuromiografia (ENMG) MMSS - MMII; 35. Densitometria óssea; 36. Tomografia computadorizada (TC): crânio, pescoço, torax, abdomen, pelve (cintura pélvica), MMII, MMSS e coluna vertebral (cervical, torácica, lombar, lombo-sacra); 37. Cintilografia Miocárdica; 38. Cintilografia óssea, tireóide, renal, pulmonar, pulmonar com gálio, hepatobiliar; 39. Ressonância magnética (RNM) crânio, pescoço, tórax, abdomen, pelve (cintura pélvica), MMII, MMSS e coluna vertebral (cervical, torácica, lombar); 40. Endoscopia digestiva alta (EDA); 41. Manometria - Esofagomanometria - Phmetria esofágica; 42. Teste da orelhinha (emissões otoacústica evocadas).
Requisição de exame; Documento oficial de
identidade ou certidão de nascimento (se menor de
idade); Comprovante de residência
recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou
cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde -
CNS; Exames relacionados que comprovem a nova solicitação;
Laudo Médico de alto custo.
Usuário entrega Guia de Referência na
Unidade de Saúde conforme seu
cadastro.
Enviado por malote para Secretaria Municipal de
Saúde, após agendamento é reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao
usuário.
43. Eletrocardiograma (ECG).
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor
de idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Usuário cadastrado na Unidade Básica de Referência – UBR, procura a Unidade pessoalmente para
agendamento, com a documentação necessária. Usuário cadastrado na Estratégia de
Saúde da Família - ESF, deve ser agendado pelo marcador cadastrado, na UBR, por telefone.
Usuário realiza exame na Unidade Básica de Saúde.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
258
Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência
Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento
Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde - CNS.
44. Anatomo-patológico (AP) ou histológico.
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor
de idade); Comprovante de residência recente ou declaração
emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde - CNS.
Usuário entrega Guia de Referência na Unidade de Saúde conforme seu cadastro.
Material coletado por profissional da rede SUS, contratada ou conveniada e processado no laboratório contratado. O resultado é entregue pelo laboratório na Unidades de Saúde onde o usuário é cadastrado.
45.Colpocitologia oncótica (exame preventivo ginecológico ou papanicolau).
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde
ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão de pré-natal (gestante);
Cartão Nacional de Saúde - CNS.
Usuário procura Unidade de Saúde pessoalmente para agendar o exame.
Material coletado na Unidade é encamihado para o
Programa de Saúde da Mulher na Secretaria Municipal de Saúde,
juntamente com a requisição de exame - SISCOLO e listagem de exames
constando dados das usuáriàs.
46. Fotocoagulação a laser.
Requisição de exames; Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de
nascimento (se menor de idade); Cartão Nacional de Saúde - CNS.
Cópia do comprovante de residência recente ou declaração emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Exames relacionados (que comprovem a indicação do exame - angiografia recente.
Usuário entrega Guia de Referência na
Unidade de Saúde.
Enviado por malote para Secretaria Municipal de
Saúde, após agendamento é reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao
usuário.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
259
Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência
Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento
47. Teste cutâneo de PPD (derivado purificado da proteína do bacilo de tuberculose).
Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);
Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão Nacional de Saúde - CNS; Cartão de pré-natal (gestante).
Usuário deve procurar a sala de vacina da UBR Arlete de Souza Oliveira pessoalmente, com a
documentação necessária.
48. Teste do Pezinho
Cartão de vacina; Sumário de alta hospitalar;
Documento oficial de identificação: certidão de nascimento, declaração de nascidos vivos ou termo de guarda; Cartão Nacional de Saúde - CNS.
Usuário deve procurar a Unidade Básica de Saúde pessoalmente, com a documentação necessária.
Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência
Serviço prestado Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento
1. Angiografia ou Angiofluorescenciografia Ocular; 2.Curva Diária de Pressão Ocular (CDPO) ou Curva Tensional Diária; 3. Campo Visual Computadorizado (CVC); 4. Ecobiometria; 5. ECO–a; ECO–b (ultrassongrafia ocular); 6. Gonioscopia; 7. Iridotomia; 8. Paquimetria; 9. PAM (Potencial de Acuidade Visual a laser; Potencial Visual Evocado); 10. PAM (Potencial de Acuidade Visual a Laser ou Potencial de Acuidade Média); 11. Retinografia; 12. Sondagem de vias lacrimais; 13. Topografia corneana ou ceratoscopia; 14. Teste de visão de cores; 15. Teste de acuidade visual a
Requisição de exames; Cópia do documento oficial de
identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de
idade); Cópia do comprovante de
residência recente ou declaração emitida pela
unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);
Cartão Nacional de Saúde -
Usuário entrega Guia de Referência na
Unidade de Saúde conforme seu
cadastro.
Enviado por malote para Secretaria Municipal de
Saúde, após agendamento é reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao
usuário.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
260
làser; 16. Tonometria; 17. Visão subnormal ou baixa visão; 18. Yag-laser ou capsulotomia;
CNS.
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves, 2018.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
261
Visando a melhoria dos serviços, apresentam-se as propostas da 8ª Conferência Municipal de
Saúde, realizada entre abril a agosto de 2017, em etapas regionais e setoriais. Foram
discutidos os seguintes subtemas: Atenção Primária à Saúde, Atenção Ambulatorial
Especializada, Urgência e Emergência. Atenção Hospitalar, Atenção Psicossocial, Vigilância em
Saúde, Gestão Estratégica e Participativa e Financiamento da Saúde. As 147 propostas
aprovadas estão listadas a seguir e deverão ser consideradas nas propostas do novo Plano
Diretor de Ribeirão das Neves.
Eixo - Atenção Primária à Saúde
Proposta 1 - Adequação de imóveis das unidades de saúde, com garantia de
acessibilidade para todos os usuários e trabalhadores.
Proposta 2 - Construção de unidades de saúde com infraestrutura adequada para
acessibilidade dos usuários e dos Trabalhadores que compõem à Atenção Primária a
Saúde.
Proposta 3 - Implantação, instalação e ampliação do projeto das academias públicas
nas praças e locais adequados.
Proposta 4 - Oferecer a presença da guarda municipal e patrimonial no serviço de
saúde, durante o funcionamento a fim de garantir a segurança dos usuários e
Trabalhadores, inclusive no período noturno.
Proposta 5 - Implantar e garantir o funcionamento em 100% das unidades de
Estratégia de Saúde da Família do prontuário eletrônico.
Proposta 6 - Garantia de todos os profissionais efetivos e que as equipes de Estratégia
de Saúde da Família estejam completas.
Proposta 7 - Criação e implantação de novas unidades odontológicas.
Proposta 8 - Criação e implantação de colegiado gestor nas unidades de ESF’s com
participação de um representante da comunidade.
Proposta 9 - Reformar as UBR´s e retomar as obras de construção das UBS´s para
ampliação das unidades de saúde para terem cobertura total na região.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
262
Proposta 10 - Otimizar as visitas dos Agentes Comunitários de Saúde e Agente de
Controle de Endemias (ACE) estabelecendo mecanismos de monitoramento do
desenvolvimento deste trabalho.
Proposta 11 - Implantação do NASF nas regiões III, IV e V.
Proposta 12 - Busca de imóvel para instalação da Estratégia de Saúde da Família Santa
Fé respeitando a área de abrangência do território de referência para a população
atendida.
Proposta 13 - Conclusão de processo de locação de imóvel para unidade Jardim
Alvorada.
Proposta 14 - Construção de um PSF dentro do terreno da escola Vila Bispo de Maura e
ampliação da ESF já existente.
Proposta 15 - Recadastramento da população da unidade ESF Jardim Alvorada.
Proposta 16 - Garantia de processo seletivo público para ACS´s e ACE´s e concurso
público aos demais componentes da equipe
Proposta 17 - Criar uma política de integração entre a Atenção Primária e Vigilância
sendo realizada capacitação permanente com as equipes de ESF e Zoonoses.
Proposta 18 - Garantir a continuidade padronizada do trabalho desenvolvido pela ESF.
Proposta 19 - Trabalhar a conscientização em educação e saúde da população de
Ribeirão das Neves nas unidades de saúde e escolas.
Proposta 20 - Melhorar e ampliar a comunicação para a população de trabalhadores
sobre os serviços, benefícios, programas e ações ofertadas no município.
Proposta 21 - Efetivação da política do planejamento familiar de forma ampla para
todas as mulheres e homens de todas as faixas etárias em estado de vulnerabilidade.
Proposta 22 - Criar e implantar um espaço permanente para orientação e discussão a
Saúde da Mulher.
Proposta 23 - Criação e implantação de grupos de referência na Atenção Primária para
orientação, encorajamento e enfrentamento em caso de violência e consequente
encaminhamento às redes de políticas públicas de emprego, proteção, etc.
Proposta 24 - Criação e implantação de novos consultórios de Raio-X odontológico em
todas as regiões sanitárias.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
263
Proposta 25 - Aumentar a cobertura de equipes da Estratégia de Saúde da Família em
100% priorizando as áreas vulneráveis.
Proposta 26 - Garantir que os ACS tenham plenas condições para o exercício de suas
atribuições prevista na Política Nacional da Atenção Básica.
Proposta 27 - Criar um programa de atenção continuada aos pacientes neurológicos
crônicos, adultos e pediátricos.
Eixo - Urgência e Emergência / Atenção Hospitalar
Proposta 1 - Implantar uma UPA no bairro Veneza com porte 2 com possibilidade de
ampliação para porte 3, garantindo as clínicas mínimas necessárias.
Proposta 2 - Ampliar o serviço do SAMU quanto a garantia da USA municipal e USB na
região do Veneza, Centro e Justinópolis e ampliação da frota de ambulâncias, inclusive
com veículo reserva e manutenção preventiva e corretiva.
Proposta 3 - Reforma e ampliação com novas instalações do Hospital São Judas Tadeu
contemplando nova recepção, direcionada ao atendimento pediátrico e obstétrico,
aumento de leitos e implantação de no mínimo 10 leitos de CTI (adultos, neo-natal e
infantil). Obs.: Na reforma garantir o acesso de qualidade, conforme NR50.
Proposta 4 - Garantir capacitação permanente dentro do PNH para todos os
profissionais da saúde.
Proposta 5 - Divulgar o protocolo de Classificação de Risco de Manchester e os serviços
prestados em todas as unidades de saúde do município.
Proposta 6 - Promover a divulgação dos serviços prestados na maternidade do Hospital
São Judas Tadeu às gestantes acompanhadas nas UAPS (Unidades de APS) e CEAE.
Proposta 7 - Melhorar e estabelecer a comunicação entre as unidades de urgência e
emergência e as unidades de saúde.
Proposta 8 - Encaminhar o paciente responsavelmente, conforme o fluxo estabelecido.
Proposta 9 - Ampliar o quadro de profissionais nas unidades de urgência e emergência,
de acordo com as legislações vigentes.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
264
Proposta 10 - Equipar os serviços de urgência e garantir a manutenção preventiva e
corretiva dos equipamentos.
Proposta 11 - Criação e reorganização do SAD com mais três equipes de acordo com a
legislação vigente.
Proposta 12 - Reorganizar e reestruturar a UPA Justinópolis e Joanico e garantir o
funcionamento da UPA Joanico.
Proposta 13 - Criar uma comissão especializada para garantir a aquisição dos insumos
e materiais médicos e hospitalares para as unidades de urgência e emergência,
otimizando o processo.
Proposta 14 - Ampliar o Hospital São Judas Tadeu e /ou construir um outro hospital
que atenda média e alta complexidade.
Proposta 15 - Reimplantação dos serviços de atendimento pediátrico na UPA Joanico.
Proposta 16 - Disponibilizar ambulâncias por região sanitária, gerenciadas pelo serviço
de Transporte Sanitário.
Proposta 17 - Garantir a escala de médicos e melhorar os equipamentos e serviço de
apoio diagnóstico dos serviços de urgência.
Proposta 18 - Solicitar junto à Secretaria de Administração a efetivação da Casa do
Servidor, conforme projeto já existente, para o acolhimento e acompanhamento
multidisciplinar dos servidores na rede.
Proposta 19 - Garantir equipe e ações do serviço de educação continuada para os
profissionais.
Proposta 20 - Implantação do ponto digital para os profissionais nas unidades de saúde
do município.
Proposta 21 - Ampliar a estrutura física e recursos humanos de todas as unidades de
urgência e emergência, incluindo a Saúde Mental.
Proposta 22 - Adequar o quadro de profissionais para garantir feristas e licenças.
Proposta 23 - Ampliar o serviço de urgência e emergência da Saúde Mental
implantando um CAPS II na região de Justinópolis e um CAPS ad 24 horas (CAPS III) na
região central.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
265
Proposta 24 - Viabilizar a transferência da maternidade para a região de Justinópolis,
com garantia de atendimento de alto risco e de recursos financeiros e humanos para
continuidade do serviço.
Proposta 25 - Verificar a viabilidade financeira de implantação de um serviço de
hemodiálise no município.
Proposta 26 - Garantir ambulâncias 24h nas unidades de urgência e emergência e
ampliar as ambulâncias do Transporte Sanitário.
Proposta 27 - Criação de um serviço de hemodiálise no município.
Eixo - Atenção Psicossocial
Proposta 1 - Equipe de Saúde na Escola, com espectro volante para capacitação dos
trabalhadores em educação na abordagem de casos psicossociais (autismo,
hiperatividade, drogas, déficit de atenção e outros).
Proposta 2 - Garantir a implantação do CAPS II/ NAPS na região do Justinópolis e
Veneza.
Proposta 3 - Implantar CAPSad II na região de Justinópolis
Proposta 4 - Implantar, regulamentar e garantir os leitos no Hospital São Judas Tadeu
como retaguarda para os usuários de saúde mental.
Proposta 5 - Implantação do “Consultório na Rua” nas regiões de Justinópolis, Centro e
Veneza.
Proposta 6 - Fortalecer e garantir a continuidade do matriciamento em saúde mental
em todas as regiões sanitárias com equipe multiprofissional.
Proposta 7 - Garantir, criar e implantar o Centro de Convivência para as regiões
Central, Veneza e de Justinópolis.
Proposta 8 - Criar e garantir a implementação do serviço de Residência Terapêutica.
Proposta 9 - Ampliar o conhecimento da Atenção Primária à Saúde, através do
matriciamento, sobre saúde mental, álcool e outras drogas qualificando, assim, o
acolhimento.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
266
Proposta 10 - Garantia de acesso aos serviços de saúde mental através de políticas de
transporte, como vale social, considerando como critério a vulnerabilidade social do
usuário.
Proposta 11 - Garantir, implantar, incentivar e efetivar práticas de educação
permanente aos trabalhadores com o foco no cuidado humanizado, com supervisão
clínica institucional.
Proposta 12 - Garantir políticas de Saúde do Trabalhador e reformular as atribuições
da Casa do Servidor para garantir assistência e tratamento aos trabalhadores.
Proposta 13 - Qualificação do NAPS / CAPSII em CAPSIII (24 horas) na região central.
Proposta 14 - Garantir veículo de apoio para os CAPS existentes no município,
assegurando assim o acesso dos pacientes em crise.
Proposta 15 - Complementar e garantir o quadro de profissionais de cada serviço de
saúde para evitar acúmulo de função.
Proposta 16 - Garantir revisão periódica das licitações para evitar a falta de insumos
básicos nas unidades.
Proposta 17 - Ampliação do adicional de urgência para todos os profissionais das
unidades de urgência de saúde mental.
Proposta 18 - Criação de mecanismos para valorização dos trabalhadores,
implementando o Plano de Carreira, Cargos e Salários.
Proposta 19 - Fazer um diagnóstico das áreas de vulnerabilidade e risco, implantando e
garantindo um adicional para os profissionais, de acordo com a área de risco.
Proposta 20 - Garantia do pagamento de plantão de final de semana e feriado para os
profissionais para os serviços de Atenção Psicossocial 24 horas.
Proposta 21 - Garantir medidas de controle de infecção ambientais, administrativas e
de proteção individual para todos os trabalhadores das unidades de saúde de Ribeirão
das Neves e realizar a cada seis meses capacitações sobre o tema.
Proposta 22 - Qualificação do CAPSad II existente em CAPSad III (24 horas) na região
central.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
267
Eixo - Atenção Ambulatorial Especializada
Proposta 1 – Reformular, unificar os protocolos e fluxos já existentes na Secretaria
Municipal de Saúde, criar novos para os serviços que não possuem e operacionaliza-
los.
Proposta 2 - Garantir a informatização dos serviços e assistenciais e de gestão da
Secretaria de Saúde.
Proposta 3 - Descentralizar todos os serviços de Protocolo para as Unidades Básicas de
Saúde garantindo auxiliar administrativo para Estratégia de Saúde da Família.
Proposta 4 - Garantir a ampliação do número de profissionais e a oferta dos serviços
da reabilitação próprio e terceirizado.
Proposta 5 - Aderir às políticas de saúde para a implementação da rede de serviços
para atendimento da pessoa com deficiência.
Proposta 6 - Ampliar o número de especialidades médicas e profissionais do CEMO.
Proposta 7 - Monitorar a efetividade das capacitações.
Proposta 8 - Implantar um controle de absenteísmo na Atenção Especializada e
promover a conscientização do usuário.
Proposta 9 - Unificar o Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas com a
Clínica Municipal de Oftalmologia.
Proposta 10 - Construção de uma unidade para o Centro de Especialidades Médicas,
Odontológicas e Oftalmológicas.
Proposta 11 Elaborar e divulgar para a população o guia dos serviços da rede municipal
de saúde contendo endereço, telefone, nome da unidade, serviço oferecido e horário
de atendimento.
Proposta 12 - Estudar e readequar a pactuação via PPI - Programação Pactuada
Integrada visando a ampliação do número de atendimentos.
Proposta 13 - Garantir a assistência aos usuários e a continuidade mediante a entrega
dos exames laboratoriais e diagnósticos.
Proposta 14 - Capacitar e monitorar o atendimento humanizado aos usuários nas
unidades de saúde.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
268
Proposta 15 - Ampliar o leque de serviços ofertados pelos Centros Estaduais de
Atenção Especializada (CEAE) à Saúde da Mulher tais como vítimas de violência e
outras vulnerabilidades.
Proposta 16 - Implantar e garantir a segurança através do guarda patrimonial 24 horas
em todas as unidades de saúde.
Proposta 17 - Garantir e assegurar condições de trabalho adequadas e reposição de
materiais regularmente.
Eixo - Vigilância em Saúde
Proposta 1 - Capacitar as equipes da Atenção Primária quanto as ações de Vigilância
em Saúde e implementação de mecanismos efetivos de monitoramento da qualidade
dos serviços prestados
Proposta 2 - Fortalecimento da Vigilância Ambiental.
Proposta 3 - Garantir que os Agentes Comunitários de Saúde e Combates a Endemias
não sejam desviados de suas atribuições no serviço de saúde, exceto nos casos
previstos em leis.
Proposta 4 - Fortalecer a Vigilância Sanitária com foco nas ações estratégicas
educativas e setoriais.
Proposta 5 - Integrar as ações de Vigilância em Saúde na rotina da Atenção Primária à
Saúde.
Proposta 6 - Criar uma comissão intersetorial e intermunicipal para análise dos
condicionantes da saúde da população nos territórios de divisa do município.
Proposta 7 - Apoiar a Secretaria Municipal de Posturas na conscientização da
população para coleta seletiva do lixo e seu correto descarte.
Proposta 8 - Realizar levantamento epidemiológico dos tipos de câncer de maior
prevalência no município.
Proposta 9 - Melhoria e transparência na fiscalização dos recursos financeiros
utilizados na saúde garantindo divulgação em meios de comunicação de maior
circulação e mídias sociais.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
269
Proposta 10 - Fortalecer a interação dos processos de trabalho entre os Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate de Endemias (ACE) no intuito de
potencializar as ações de promoção e prevenção a saúde.
Proposta 11 - Fortalecimento do programa de educação sobre posse responsável de
animais de companhia com a inclusão da participação dos demais setores municipais
(educação, meio ambiente, posturas, dentre outros).
Proposta 12 - Melhorar a estrutura física e mobiliária nas unidades de saúde e garantir
condições de trabalho e assistência à saúde dos trabalhadores do município
Proposta 13 - Implantar sala de vacina em todos os PSF’S, ampliar os postos volantes,
sobretudo nas áreas descobertas estabelecendo periodicidade definida.
Proposta 14 - Atualizar e efetivar a aplicação do código de saúde do município,
implantando processo administrativo e aplicando as penalidades cabíveis ao setor
regulado.
Proposta 15 - Reformar a estrutura física do canil municipal, inclusive com implantação
de um bloco cirúrgico para castração de cães e gatos propiciando, dessa forma, uma
potencialização dos serviços prestados.
Proposta 16 – Descentralização do teste rápido (sífilis, hepatites virais B e C e HIV) para
Unidades Básicas de Saúde do município.
Proposta 17 - Melhorar a comunicação e divulgação dos serviços de Vigilância em
Saúde já implantados em Ribeirão das Neves.
Proposta 18 - Adequação do quadro de profissionais da Zoonoses e da Atenção
Primária para evitar o adoecimento pela sobrecarga de trabalho dos profissionais na
ativa.
Proposta 19 - Fortalecer a diretriz de proteção a mulher e realizar um mapeamento
dos tipos de vulnerabilidades visando a efetividade das intervenções.
Proposta 20 - Criar uma comissão intersetorial com representantes de cada secretaria
municipal e da sociedade civil, que contribua para a Vigilância em Saúde, promoção de
saúde, preservação e disponibilizar os dados epidemiológicos, serviços existentes no
município e fluxo de atendimento através de um portal.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
270
Proposta 21 - Criar uma equipe multiprofissional com outros parceiros como CREAS,
Saúde Mental, Vigilância Sanitária e outros para realizar vistorias em todas as
comunidades terapêuticas implantadas e as que vierem a serem implantadas no
município de Ribeirão das Neves.
Proposta 22 - Aumentar o número de salas de vacinação no município e de
profissionais, e capacitá-los para exercer a função.
Proposta 23 - Garantia do adicional de insalubridade para todos os trabalhadores da
saúde que façam jus ao recebimento legal da mesma.
Proposta 24 - Efetivação do Plano de Cargos e Carreira dos servidores, conforme
votada na lei.
Proposta 25 - Melhorar a rede interna criando um canal de comunicação entre os
trabalhadores.
Proposta 26 - Informatização com prontuários eletrônicos em toda rede de assistência
à saúde.
Eixo - Gestão Estratégica e Participativa / Financiamento da Saúde
Proposta 1 - Criar boletins bimestrais de ouvidorias com dados estratificados para
subsidiar análise de dados para toda rede e comunidade, bem como trazer publicidade
dos serviços.
Proposta 2 - Criação de um site do Conselho Municipal de Saúde para melhor
divulgação das ações e deliberações.
Proposta 3 - Criação de capacitações permanentes e continuadas para o Conselho
Municipal de Saúde.
Proposta 4 - Criação e implementação dos Conselhos Regionais e Comissões Locais de
Saúde.
Proposta 5 - Garantir que os órgãos da Auditoria e Ouvidoria sejam ocupados por
profissionais qualificados, resguardando o respeito aos princípios da imparcialidade e
moralidade
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
271
Proposta 6 - Agilidade na regularização das pendências junto aos sistemas de
administração de finanças públicas evitando assim o bloqueio e devolução de verbas
destinadas a projetos e emendas parlamentares.
Proposta 7 - Garantir o abastecimento de medicamentos e insumos, melhorando o
planejamento.
Proposta 8 - Publicizar o volume de verbas disponíveis para cada área técnica,
possibilitando uma melhor gestão dos recursos.
Proposta 9 - Ampliar o atendimento telefônico de Ouvidoria da saúde para facilitar o
acesso da Ouvidoria aos usuários com respostas em tempo hábil e criação do serviço
0800.
Proposta 10 - Criar um canal de comunicação via “caixa de sugestões e reclamações”
nos PSF’s vinculado a Ouvidoria e em todas as unidades com garantia de resposta ao
usuário.
Proposta 11 - Realizar auditoria junto aos prestadores de serviços de saúde com busca
na qualidade e eficiência dos serviços prestados aos moradores de Ribeirão das Neves.
Proposta 12 - Compromisso da gestão em ampliar a captação de recursos nas esferas
Estadual e Federal para o SUS de Ribeirão das Neves.
Proposta 13 - Criar instrumentos de sensibilização da população referente ao uso
consciente dos recursos físicos disponíveis.
Proposta 14 - Garantir recurso financeiro para melhorar e manter a estrutura física,
transporte, e EPI para a Vigilância em Saúde.
Proposta 15 - Garantir recurso financeiro para ações de promoção e prevenção da
saúde.
Proposta 16 – Pleitear recurso do Estado e Governo Federal para financiamento das
ações de vigilância em saúde.
Proposta 17 - Pleitear recurso do Estado e Governo Federal para adequação e
ampliação do espaço físico e implantação de uma maternidade de alto risco em
Justinópolis no município de Ribeirão das Neves.
Proposta 18 - Ampliar e viabilizar vagas em berçários, creches e educação infantil em
tempo integral.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
272
Proposta 19 - Formação de cartilhas com informações dos serviços de atenção a
mulher, de fácil acesso e visualização (desenhos).
Proposta 20 - A SEMSA deve realizar uma triagem de forma a avaliar as ouvidorias e
esta deve encaminhar aos setores responsáveis apenas aquelas demandas que cada
setor tem a competência para responder.
Proposta 21 - Padronização de fluxos e protocolos em todas as esferas da saúde do
município.
Proposta 22 - Melhorar o investimento com a utilização de terrenos próprios para
construções.
Proposta 23 - Melhorar a fiscalização e o planejamento dos recursos gastos.
Proposta 24 - Criar uma rede de informatização para acompanhamento de consultas e
históricos dos pacientes.
Proposta 25 - Criar política de valorização para todos os profissionais da saúde de
ribeirão das Neves
Proposta 26 - Criação da comissão permanente da reforma psiquiátrica no Conselho
Municipal de Saúde de acordo com artigo 21 da Lei Estadual nº 11.802 de 1995.
Proposta 27 - Garantir serviço de saúde 100% público, conforme legislação.
Proposta 28 - Efetivar o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos com aplicação da Lei
nº 3.741 de 2016 e garantir a criação da comissão de avaliação dos títulos para
aplicação da lei. (Plano municipal de saúde, 2018: p.88-94)
Por fim, vale destacar que a política de saúde conta com Conselho atuante, cuja composição
será detalhada no item correspondente deste volume.
5.4.3. Assistência Social
A política de assistência social em Ribeirão das Neves, vinculada ao Sistema Único da
Assistência Social (SUAS) está a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e
Cidadania e respaldada pela Lei Municipal nº 3.735/2016, que dispõe sobre a Política de
Assistência Social no município e institui o Sistema Único de Assistência Social de Ribeirão das
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
273
Neves. A estrutura básica da secretaria, de acordo com o Decreto nº 087/2017, cujo
organograma encontra-se na Figura a seguir, é a seguinte:
I. Gabinete do Secretário;
a. Assessoria de Gestão do SUAS;
b. Assessoria Especial;
II. Superintendência de Planejamento e Gestão;
a. Gerência de Recursos Humanos;
b. Gerência Administrativa;
c. Gerência de Gestão de Contratos e Convênios;
d. Gerência Financeira e Orçamentária;
e. Gerência de Apoio Logístico;
III. Superintendência de Proteção Social Básica e Cidadania;
a. Gerência de Proteção Social Básica;
b. Gerência de Segurança Alimentar e Nutricional;
c. Gerência de Direitos de Cidadania;
d. Gerência de Benefícios Assistenciais e Transferência de Renda;
e. Gerência de Inclusão Produtiva e Economia Solidária;
IV. Superintendência de Proteção Social Especial;
a. Gerência PSE Média Complexidade;
b. Gerência PSE Alta Complexidade.
Figura 16 - Organograma da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania de Ribeirão das Neves
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
274
Fonte: Anexo do Decreto 087/2017.
No contexto do SUAS Ribeirão das Neves é considerado um município de porte Grande, com
Nível de Gestão Plena. O Plano Municipal de Assistência Social encontrava-se em revisão à
época de elaboração do presente diagnóstico.
A NOB/SUAS 2012 traz uma série de atribuições da gestão municipal do SUAS, relacionadas às
esferas de planejamento, financiamento, gestão compartilhada, regulamentação e
normatização, provimento de serviços e benefícios, vigilância Socioassistencial e gestão do
Trabalho.
A Tabela abaixo traz uma síntese de todos estes temas com o detalhamento de suas
respectivas responsabilidades.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
275
Tabela 59 - Responsabilidades municipais previstas nas normativas do SUAS, segundo temas
Tema Responsabilidades previstas
Planejamento Estabelecer prioridades e metas visando à prevenção e ao enfrentamento da pobreza, da desigualdade, das vulnerabilidades e dos riscos sociais; Instituir o planejamento contínuo e participativo no âmbito da política de assistência social; Garantir que a elaboração da peça orçamentária esteja de acordo com os Planos de Assistência Social e compromissos assumidos no Pacto de Aprimoramento do SUAS; Formular diretrizes e participar das definições sobre o financiamento e o orçamento da assistência social; Desenvolver, participar e apoiar a realização de estudos, pesquisas e diagnósticos relacionados à política de assistência social, em especial para fundamentar a análise de situações de vulnerabilidade e risco dos territórios e o equacionamento da oferta de serviços em conformidade com a tipificação nacional;
Financiamento Assegurar recursos orçamentários e financeiros próprios para o financiamento dos serviços tipificados e benefícios assistenciais de sua competência, alocando-os no fundo de assistência social; Destinar recursos financeiros para custeio dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, da LOAS, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social - CMAS; Cofinanciar o aprimoramento da gestão e dos serviços, programas e projetos de assistência social, em âmbito local; Zelar pela execução direta ou indireta dos recursos transferidos pela União e pelos Estados aos Municípios, inclusive no que tange a prestação de contas; Normatizar, em âmbito local, o financiamento integral dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social ofertados pelas entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do art. 6º B da LOAS e sua regulamentação em âmbito federal.
Gestão Compartilhada
Organizar e coordenar o SUAS em seu âmbito, observando as deliberações e pactuações de suas respectivas instâncias; Prover a infraestrutura necessária ao funcionamento do conselho de assistência social, garantindo recursos materiais, humanos e financeiros, inclusive para as despesas referentes a passagens e diárias de conselheiros representantes do governo ou da sociedade civil, no exercício de suas atribuições; Realizar, em conjunto com os conselhos de assistência social, as conferências de assistência social; Estimular a mobilização e organização dos usuários e trabalhadores do SUAS para a participação nas instâncias de controle social da política de assistência social; Promover a participação da sociedade, especialmente dos usuários, na elaboração da política de assistência social; Dar publicidade ao dispêndio dos recursos públicos destinados à assistência social; Criar ouvidoria do SUAS, preferencialmente com profissionais do quadro efetivo; Participar dos mecanismos formais de cooperação intergovernamental que viabilizem técnica e financeiramente os serviços de referência regional, definindo as competências na gestão e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB; Viabilizar estratégias e mecanismos de organização para aferir o pertencimento à rede socioassistencial, em âmbito local, de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais ofertados pelas entidades e organizações de acordo com as normativas federais.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
276
Tema Responsabilidades previstas
Gestão do Trabalho
Implementar a gestão do trabalho e a educação permanente; Instituir e garantir capacitação para gestores, trabalhadores, dirigentes de entidades e organizações, usuários e conselheiros de assistência social; Elaborar, implantar e executar a política de recursos humanos, de acordo com a NOB/RH - SUAS;
Provimento de Serviços e Benefícios
Garantir a integralidade da proteção socioassistencial à população, primando pela qualificação dos serviços do SUAS, exercendo essa responsabilidade de forma compartilhada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios; Garantir e organizar a oferta dos serviços socioassistenciais conforme Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais; Definir os serviços socioassistenciais de alto custo e as responsabilidades dos entes de financiamento e execução; Aprimorar a gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro Único; Gerir, de forma integrada, os serviços, benefícios e programas de transferência de renda de sua competência; Implementar os protocolos pactuados na CIT; Promover a articulação intersetorial do SUAS com as demais políticas públicas e o sistema de garantia de direitos; Atender às ações socioassistenciais de caráter de emergência; Assessorar e apoiar as entidades e organizações visando à adequação dos seus serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social às normas do SUAS. Efetuar o pagamento do auxílio-natalidade e o auxílio-funeral; Executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; Atender às ações socioassistenciais de caráter de emergência; Prestar os serviços socioassistenciais de que trata o art. 23, da LOAS; Aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os indicadores de monitoramento e avaliação pactuados; Organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de serviços da proteção social básica e especial; Assumir as atribuições, no que lhe couber, no processo de municipalização dos serviços de proteção social básica; Realizar a gestão local do BPC, garantindo aos seus beneficiários e famílias o acesso aos serviços, programas e projetos da rede socioassistencial; Gerir, no âmbito municipal, o Cadastro Único e o Programa Bolsa Família, nos termos do §1º do art. 8° da Lei nº 10.836 de 2004; Organizar a oferta de serviços de forma territorializada, em áreas de maior vulnerabilidade e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial;
Regulação e Normatização
Normatizar e regular a política de assistência social em cada esfera de governo, em consonância com as normas gerais da União; Garantir o comando único das ações do SUAS pelo órgão gestor da política de assistência social, conforme preconiza a LOAS; Atender aos requisitos previstos no art. 30 e seu parágrafo único, da LOAS, com a efetiva instituição e funcionamento do: conselho de assistência social, de composição paritária entre governo e sociedade civil; fundo de assistência social constituído como unidade orçamentária e gestora, vinculado ao órgão gestor da
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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Tema Responsabilidades previstas
assistência social, que também deverá ser o responsável pela sua ordenação de despesas, e com alocação de recursos financeiros próprios; Plano de Assistência Social; Regulamentar os benefícios eventuais em consonância com as deliberações do CNAS;
Vigilância Socioassisten-cial
Estruturar, implantar e implementar a Vigilância Socioassistencial; Implantar sistema de informação, acompanhamento, monitoramento e avaliação para promover o aprimoramento, qualificação e integração contínuos dos serviços da rede socioassistencial, conforme Pacto de Aprimoramento do SUAS e Plano de Assistência Social; Manter atualizado o conjunto de aplicativos do Sistema de Informação do Sistema Único de Assistência Social – Rede SUAS; Definir, em seu nível de competência, os indicadores necessários ao processo de acompanhamento, monitoramento e avaliação; Realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito; Alimentar o Censo SUAS; Prestar informações que subsidiem o acompanhamento estadual e federal da gestão municipal; Proceder ao preenchimento do sistema de cadastro de entidades e organizações de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da LOAS;
Fonte: Elaboração Ethos Urbanismo, a partir da NOB SUAS 2012.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
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A oferta do SUAS pode ser dividida em serviços socioassistenciais e benefícios. Conforme as
normativas, os serviços socioassistenciais são aqueles estabelecidos na Tipificação Nacional de
Serviços Socioassistenciais e os Benefícios são os estabelecidos na LOAS e no Protocolo de
Gestão Integrada de Serviços e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de
Assistência Social (divididos em benefícios de transferência de renda – Programa Bolsa Família,
Benefícios de Prestação Continuada e benefícios eventuais).
De acordo com a resolução que aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, do
Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, são os seguintes os serviços a serem
prestados pelo SUAS, segundo níveis de complexidade:
Serviços de Proteção Social Básica
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF);
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV);
Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas;
Serviço de Plantão Social.
Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade
Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI);
Serviço Especializado em Abordagem Social;
Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa
de Liberdade Assistida (LA), e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC);
Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas
Famílias;
Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua;
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
279
Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade
Serviço de Acolhimento Institucional, nas modalidades abrigo institucional, casa-lar,
casa de passagem e residência Inclusiva;
Serviço de Acolhimento em República;
Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.
O município de Ribeirão das Neves conta com todos estes níveis de serviços, distribuídos em
sua rede socioassistencial, da qual se falará a seguir. Para atendimento de sua missão e
obrigações a rede SUAS no município se estrutura não apenas através órgãos ligados
diretamente à assistência, mas também a todas as outras políticas, entre elas saúde, educação,
segurança alimentar e nutricional, esportes, lazer e cultura, entre outras. Isso porque a
concepção do SUAS pressupõe o atendimento integral aos públicos vulneráveis, com aporte de
todas as políticas públicas.
Entretanto, para fins de caracterização da rede de assistência social no município, apresenta-
se a seguir apenas os serviços e unidades ligados diretamente a esta política.
A rede de atendimento atual da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania é
formada por uma série de serviços e programas, próprios ou conveniados, quais sejam:
CRAS Areias - Rua Paranaíba, 51, Bairro Areias;
CRAS Justinópolis - Rua Antônio de Souza Menezes, 07, Justinópolis;
CRAS Luar da Pampulha - Rua Helga Taveiras de Souza, 329, Bairro Luar da Pampulha;
CRAS San Genaro - Rua Treze, 123, Bairro San Genaro;
CRAS Sevilha - Rua Machacalis, 125, Bairro Sevilha;
CRAS Urca - Rua Cleópatra, 111, Bairro Flamengo;
CRAS Veneza - Rua Alexandre França, 247, Bairro Veneza;
Banco de Alimentos - Rua São José, 68, Bairro São Geraldo;
Casa dos Conselhos - Rua Antônio Miguel Cerqueira Neto, 470, Bairro São Pedro;
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
280
Conselho Tutelar Centro – com plantão 24 horas dos conselheiros - Rua Etelvina de
Souza, 131, Bairro Centro;
Conselho Tutelar Justinópolis - com plantão 24 horas dos conselheiros - Rua Maria
Amélia, 300, Bairro Cerejeiras/Justinópolis;
Conselho Tutelar Veneza - com plantão 24 horas dos conselheiros - Rua Alexandre
França, 245, Bairro Veneza;
Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes do sexo feminino
Bem Querer. Endereço: PROTEGIDO;
Serviço de Acolhimento Institucional para adolescentes do sexo masculino Acreditar no
Amanhã - Endereço: PROTEGIDO;
Lar dos Idosos José Justino Rocha (instituição conveniada) - Rua São Vicente, 12, Bairro
Bela Vista;
Lar dos Idosos Santa Terezinha (instituição parceira) - Rua Pernambuco, 212, Bairro
Menezes;
Lar dos Idosos São João Batista (instituição parceira) - Rua Maria Amélia, 63, Bairro
Justinópolis;
Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS - Rua João de Deus
Gomes, 30, Bairro São Januário.
O município está em fase de implantação do ACESSUAS – Trabalho - Programa Nacional de
Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho, que tem como objetivo desenvolver ações de
articulação, mobilização e encaminhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade e/ou
risco social para garantia do direito de cidadania, a inclusão ao mundo do trabalho, por meio
do acesso a cursos de qualificação e formação profissional, ações de inclusão produtiva e
serviços de intermediação de mão de obra.
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania desenvolve também no município os
Programas PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e PAIR (Programa de Ações
Integradas e Referencias de Enfrentamento a Violência Sexual Infantojuvenil. O PETI é
estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e pela Secretaria Nacional de
Assistência Social, constitui no conjunto de ações que têm o objetivo de retirar crianças e
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
281
adolescentes menores de 16 anos do trabalho precoce, exceto na condição de aprendiz a
partir de 14 anos. O PAIR tem por objetivo integrar políticas para a construção de uma agenda
comum de trabalho, entre governos, sociedade civil e organismos internacionais, visando ao
desenvolvimento de ações de prevenção e atendimento à crianças e adolescentes vulneráveis
ou vítimas de exploração sexual e tráfico para fins sexuais.
Atualmente, os CRAS realizam grupos do PAIF e oficinas do Serviço de Convivência, com apoio
de parceiros e organizações da sociedade civil que prestam o serviço no território. O
acompanhamento familiar é definido no Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios
e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. No que se
refere ao quantitativo de famílias acompanhadas por equipamento, segue dados:
CRAS VENEZA: 174 famílias;
CRAS SAN GENARO: 164 famílias;
CRAS URCA: 250 familias;
CRAS JUSTINÓPOLIS: 270 familias;
CRAS LUAR DA PAMPULHA: 193 pessoas;
CRAS AREIAS: 183 pessoas;
CRAS SEVILHA: 90 pessoas.
A distribuição dos equipamentos da assistência social, está apresentada no mapa abaixo.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
282
Mapa 18 – Densidade Demográfica e Equipamentos de assistência social
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
283
A partir de uma visão que cruza a rede física de assistência social com indicadores
demográficos é possível perceber que a maior parte dos bairros está a descoberto, havendo
número de equipamentos inferior as recomendações do MDS em todas as regiões, mesmo nas
mais populosas. Durante as oficinas de leituras comunitárias foram realizadas sondagens junto
à população, que também serão incorporadas como subsídios para as propostas e demandas
de melhoria do atendimento de assistência social nas diversas regiões de Ribeirão das Neves.
Ainda que não seja objetivo deste capítulo detalhar todas as políticas e programas
desenvolvidos em cada unidade34, destacam-se suas principais características.
Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), são Unidades Estatais Públicas,
configurando-se como a principal porta de entrada do SUAS. Em geral devem estar localizados
nas áreas de maior vulnerabilidade social e referenciam um total de 5.000 famílias cada.
São nos CRAS que se desenvolvem as atividades e serviços do Programa de Atenção Integral à
Família (PAIF), especialmente:
Acolhimento e atendimento da demanda espontânea ou encaminhada;
Mediação de conflitos familiares;
Atendimento para benefício eventual: vulnerabilidade temporária;
Atendimento para requerimento de segunda via de documentos;
Acompanhamento das famílias beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada
(BPC);
Acompanhamento das famílias em descumprimento das condicionalidades do
Programa Bolsa Família (PBF);
Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos.
Nos CRAS é ofertado também o Plantão Social, que tem por finalidade a realização de
atendimentos pontuais e emergenciais, orientação familiar, inclusão em programas de
complementação de renda, promoção de estratégias de acesso à moradia, ao trabalho, à
saúde e à educação, visitas domiciliares, e a oferta dos seguintes benefícios eventuais,
34 Para detalhes de cada unidade, consultar o Censo SUAS.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
284
previstos na Lei Municipal nº 3.735/16 e na Resolução do Conselho Municipal de Assistência
Social (CMAS/RN) nº 01/2017:
Auxílio-funeral;
Auxílio moradia emergencial;
Auxílio migrante;
Cesta Básica;
Isenção para 1ª via de CPF e para 2ª via de documentação civil;
Vale Social.
Já o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), de acordo com seu
folder de divulgação, é:
uma unidade pública municipal e presta serviços especializados e
continuados a famílias/indivíduos com seus direitos violados,
direcionando o foco das ações para as famílias contribuindo para que
estas possam enfrentar com autonomia os infortúnios da vida
pessoal e social. Visando fortalecer os vínculos familiares e
comunitários para a efetividade da ação protetiva para a família, o
CREAS conta com uma equipe multiprofissional para atuarem com
intervenções especializadas no âmbito do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS.
O equipamento oferece o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e
Indivíduos – PAEFI, que dá apoio, orientação e acompanhamento a famílias/indivíduos em
situação de ameaça ou violação de direitos. Para tal realiza “orientações direcionadas para a
promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e
sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias”. Os encaminhamentos para
este serviço são feitos através dos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (Conselho
Tutelar, Vara da Infância e Juventude, Ministério Público), serviços socioassistenciais, parceiros
da rede e por demanda espontânea.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
285
As principais situações de violações de direitos atendidas no PAEFI são Negligência e
abandono; Violência e/ou exploração sexual; Ameaças e maus tratos; Trabalho Infantil;
Violações físicas e psíquicas; Apropriação indébita de benefício de idoso e Discriminações e/ou
violações aos direitos humanos e sociais.
O CREAS também acompanha as Medidas Socioeducativas, atendendo a adolescentes de 12 a
18 anos e jovens até 21 anos, “em cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade
Assistida - LA e de Prestação de Serviços à Comunidade - PSC, aplicada pela Justiça da Infância
e da Juventude ou, na ausência desta, pela Vara Civil correspondente e suas famílias”.
Destacam-se ainda, que o município firmou com o governo federal o Convênio SICONV nº
775841/201212 que se trata de contrato entre o município de Ribeirão das Neves e o
Ministério do Desenvolvimento Social para a construção de um Centro de Referencia
Especializado em Assistência Social – CREAS no município, no entanto, o recurso foi devolvido.
Tabela 60- Informações referentes aos serviços de atendimento do CREAS
Município CÓDIGO
IBGE
Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos -
Capacidade de atendimento para Crianças/Adolescentes/Idosos/PCD
- 2017
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
- Valor Repassado -
2017
Acompanhamento Familiar -
Total de Famílias em
Fase de Suspensão -
2017
Acompanhamento Familiar - Famílias
que tiveram acompanhamento familiar registrado
no Sicon - 2017
Ribeirão Das Neves
315460 1410 - 53 11
1410 0 53 11 Fonte: site da Matriz de Informação Social, 2018.
Por fim, também abriga o Serviço Especializado de Abordagem Social – SEAS, voltado para
famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência. Este
serviço busca auxiliar no processo de saída das ruas, possibilitar acesso à rede de serviços e a
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
286
benefícios assistenciais, identificar famílias e indivíduos com direitos violados e promover
ações para a reinserção familiar e comunitária.
Outro serviço da rede socioassistencial é o Banco de Alimentos. Criado em 2007, é “um
programa de segurança alimentar e nutricional, de combate ao desperdício de alimentos,
destinado a arrecadar, selecionar e distribuir gêneros alimentícios às instituições filantrópicas
cadastradas”. Este é um programa do Ministério do Desenvolvimento Social ligado à proteção
básica da assistência social.
Em Ribeirão das Neves, segundo dados da equipe do Banco, estima-se que haja cerca de 4 mil
pessoas passando fome, que são o público prioritário das ações. Para tanto são fornecidas as
Cestas Verdes para os CRAS, que as encaminham as famílias vulneráveis. Cada um dos sete
CRAS recebe em média 90 Cestas por semana. Também são atendidas entidades não
governamentais, casa de repouso, abrigos e creches.
Os alimentos são adquiridos de agricultores familiares do município (que produzem
basicamente folhosas), complementados na região, de pequenos produtores das cidades de
Baldim, Esmeraldas, Maravilha e Jequitibá. Atualmente são 133 agricultores cadastrados, dos
quais foram compradas 150 toneladas entre agosto de 2017 e maio de 2018.
Além destes programas, serviços e equipamentos, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Social e Cidadania tem seis conselhos de defesa de direitos a ela ligados, cujos dados serão
detalhados no item deste diagnóstico ligado à organização social e associativismo, quais sejam:
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA; Conselho Municipal de
Segurança Alimentar; Conselho Municipal dos Direitos dos Portadores de Necessidades
Especiais de Ribeirão das Neves – CMDPNE/RN; Conselho Municipal de Assistência Social de
Ribeirão das Neves – CMAS/RN; Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Ribeirão das
Neves – CMDM/RN; Conselho Municipal do Idoso de Ribeirão das Neves. Além destes há três
Conselhos Tutelares, um para cada região: Veneza, Centro e Justinópolis. Tais conselhos estão
agregados e apoiados em seu funcionamento pela Casa dos Conselhos.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
287
Destaca-se a existência da Cartilha Sobre o Funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, que detalha sua forma de funcionamento e formas de Registro
de Entidade e Inscrição de Programas, bem traz toda a legislação e normas relativas ao tema.
O município conta com Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – FMDCA,
que permite o desconto de até 6% do Imposto de Renda de pessoas físicas e 1% do Imposto de
renda de pessoas jurídicas para apoio a projetos e ações para proteção, defesa e atendimento
dos direitos de crianças e adolescentes.
No que é relativo ao atendimento a crianças e adolescentes, também realça a existência do
Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, que detalha as ações destinadas aos
adolescentes autores de atos infracionais no município. Tal documento traz tanto um
diagnóstico desta questão em Ribeirão das Neves quanto detalha ações, projetos e a rede de
atendimento a este público no município.
Ainda dentro da Assistência Social, os programas de transferência de renda, que serão
detalhados no item que segue.
5.4.4. Cadastro Único, Bolsa Família e Transferência de Renda
Buscando superar a extrema pobreza no país, o Governo Federal lançou o Plano Brasil Sem
Miséria, tendo como público prioritário as pessoas em situação de extrema pobreza, ou seja,
com renda familiar mensal inferior a R$ 85 por pessoa (valor atualizado para 2017). As famílias
em tal situação devem ser cadastradas pelas administrações municipais no chamado Cadastro
Único - CadÚnico, a partir do qual são acompanhadas e recebem benefícios diversos e têm
acesso a serviços socioassistenciais e de formação profissional e geração de trabalho e renda.
Serão apresentadas a seguir as principais informações relativas ao município de Ribeirão das
Neves, segundo os boletins “Relatório de Programas e Ações do MDS” (gerado em abril de
2018) e “Relatório Sobre Bolsa Família e Cadastro Único” (relativo a fevereiro de 2018).
Segundo tais fontes, havia 31.272 famílias do município de Ribeirão das Neves inscritas no
CadÚnico no mês de fevereiro de 2017, totalizando 96.413 pessoas cadastradas. O Gráfico
abaixo mostra o percentual de famílias cadastradas segundo renda per capita mensal. Como se
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
288
vê, predominam aquelas entre R$ 85,00 e R$170,00, seguida das situadas na faixa de renda
abaixo de R$85,00 mensais, famílias consideradas em extrema pobreza.
Gráfico 26 - Famílias cadastradas, segundo faixa de renda domiciliar per capita mensal (%) – Ribeirão das Neves, 2018
Fonte: MDS, 2018.
Do total de cadastros no município, em fevereiro de 2018, 22.584 famílias (ou 72% do total)
estavam consideradas com cadastros atualizados.
É importante destacar que o CadÚnico parece não estar incorporando satisfatoriamente as
famílias Quilombolas do município. Esta constatação – reafirmada em entrevista qualitativa
com representantes da Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis – pode ser
confirmada pelo fato de que há apenas cinco famílias quilombolas cadastradas (das quais três
recebem a Bolsa Família) de um total de 180 famílias estimadas. Nesse sentido, é fundamental
que seja averiguada pela equipe a existência real de tal situação e seus motivos, para que
possa ser rapidamente sanada, sem prejuízo dos direitos dos indivíduos de tal grupo
tradicional.
No que é relativo ao Programa Bolsa Família (PBF), os dados de abril 2018 indicam que são
beneficiadas 13.860 famílias no município, que equivalem a aproximadamente 16% de sua
população total. O percentual de cobertura no município de famílias com perfil bolsa família é
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
289
de 74%, ou seja, abaixo da meta de atendimento do programa. O relatório recomenda que
sejam realizadas Busca Ativa para localizar famílias que estão no perfil do programa e ainda
não foram cadastradas, além de atentar para a manutenção da atualização cadastral dos
beneficiários.
A Tabela que se segue traz a quantidade de benefícios repassados, por tipo.
Tabela 61 - Programa Bolsa Família - Benefícios repassados, segundo tipo (%) – Ribeirão das Neves, 2017
Tipo de Benefício Abs.
Benefício básico 8.004
Benefícios variáveis 22.127
Benefício Variável Jovem – BVJ 2.497
Benefício Variável Nutriz – BVN 309
Benefício Variável Gestante – BVG 341
Benefício de Superação da extrema pobreza - BSP 3.385
Fonte: MDS, 2018.
Considerando tais benefícios o valor total de recursos financeiros pagos às famílias em março
de 2018 foram da ordem de R$ 1.957.155,00, o que perfaz uma média de R$ 144,66 por
família. Em abril/2018 o valor total repassado foi de R$ 2.025.812,00.
Por fim, vale destacar que Ribeirão das Neves tem oscilado no cumprimento satisfatório do
acompanhamento das condicionalidades do PBF, que são ligadas à saúde e à educação. As
principais condicionalidades para recebimento do benefício são: crianças menores de 7 anos
devem ser vacinadas e ter acompanhamento de peso e altura; gestantes precisam fazer o pré-
natal; crianças e adolescentes de 6 a 15 anos devem ter frequência escolar mínima de 85% a
cada mês; e jovens de 16 e 17 anos devem ter frequência escolar mínima de 75% das aulas a
cada mês.
Conforme constante no Relatório do Programa Bolsa Família, em Ribeirão das Neves é a
seguinte a situação do acompanhamento das condicionalidades:
Total de beneficiários com perfil educação (6 a 15 anos) 13.118 X Total de beneficiários
acompanhados pela educação (6 a 15 anos) 12.661, relativo a 96,5%;
Total de beneficiários com perfil educação (16 e 17 anos) 2.989 X Total de beneficiários
acompanhados pela educação (16 a 17 anos) 2.802, relativo a 93,7%;
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
290
Total de famílias com perfil saúde ( com crianças até 7 anos e mulheres de 14 a 44
anos) 9.576 X Total de famílias acompanhadas pela saúde 4.273, o que corresponde a
44,6% do total de famílias.
Assim, pode-se dizer que na área da educação o município possui um bom acompanhamento
da frequência escolar, acima da média nacional, que é de 92,6% de acompanhamento na
educação. Já na área da Saúde o município está muito abaixo da média nacional de
acompanhamento, que é de 78,3%.
No que é relativo ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) no município, são 3.487
beneficiários, distribuídos segundo mostra o Gráfico abaixo, com predomínio das pessoas com
deficiência e idosos.
O total de repasses no mês de fevereiro /2018 foi de R$ 3.194.214,50, o que perfaz uma média
de repasse / beneficiário de R$ 952,35.
Gráfico 27 - Benefícios de prestação continuada, segundo tipo, 2018
Fonte: CECAD MDS, 2018.
Finalizando o relatório sobre a política de assistência social no município, apresentam-se as
deliberações da XII Conferência Municipal de Assistência Social de Ribeirão das Neves,
realizada em 07/07/2017, com participação de 326 pessoas. As discussões foram organizadas
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
291
em quatro eixos, quais sejam: Eixo 1 - A proteção social não-contributiva e o princípio da
equidade como paradigma para a gestão dos direitos socioassistenciais; EIXO 2 - Gestão
democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no SUAS; EIXO 3 - Acesso às
seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e transferência de
renda como garantias de direitos socioassistenciais; e EIXO 4 - A legislação como instrumento
para uma gestão de compromissos e corresponsabilidade dos entes federativos para a garantia
dos direitos socioassistenciais. Seguem as deliberações, já somadas.
Deliberações para o Município
1) Garantir a estrutura física dos serviços socioassistenciais adequada, garantindo
acessibilidade, materiais necessários para os serviços e oficinas desenvolvidas, veículo
próprio, sistema de informatização unificada dos usuários do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), aumento dos Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS) e ampliação do Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS) com equipe técnica conforme a Norma Operacional Básica de Recursos
Humanos do Sistema Único de Assistência Social (NOB-RH) - Eixo 01;
2) Garantir a capacitação continuada, permanente e presencial de usuários, conselheiros
municipais, organizações da sociedade civil e trabalhadores do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS). - Eixo 02;
3) Articular, por meio de núcleos intersetoriais (NIR), as políticas de assistência social,
saúde, educação e segurança pública. - Eixo 03;
4) Construir, revisar e aprovar o Plano Plurianual em plenária com representações dos
trabalhadores, organizações da sociedade civil e usuários sob a supervisão do
Conselho Municipal de Assistência Social de Ribeirão das Neves. - Eixo 04;
5) Construir e implementar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários com a participação dos
trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que garanta melhor
qualidade de trabalho e de vida para os servidores, que beneficiará toda Proteção
Social do município. - Eixo 04;
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
292
Deliberações do Município para o Estado
1) Garantir e ampliar o cofinanciamento estadual para os serviços socioassistenciais das
Proteções Social Básica e Especial. - Eixos 01 e 04;
2) Garantir a capacitação continuada, permanente e presencial de usuários, conselheiros
municipais, organizações da sociedade civil e trabalhadores do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS). - Eixo 02;
Deliberações do Município para a União
1) Garantir que o Programa Bolsa Família seja regulamentado como serviço com data-
base para reajuste do benefício e ampliação dos critérios de renda. - Eixo 01;
2) Incentivar, através da mídia, a participação social nos espaços próprios. - Eixo 02;
3) Garantir, aumentar, regularizar e fortalecer o percentual do cofinanciamento dos
entes federados. - Eixo 04;
4) Desvincular os recursos humanos dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS) da Lei de Responsabilidade Fiscal. - Eixo 04;
Deliberações para as Conferências Regionais
Subtema I: O fortalecimento do Controle Social nas regiões e a função estratégica das
Uniões Regionais dos Conselhos Municipais de Assistência Social – URCMAS: Garantir a
capacitação continuada, permanente e presencial de usuários, conselheiros
municipais, organizações da sociedade civil e trabalhadores do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS).
Subtema II: A Regionalização e os territórios de proteção: Criar e implementar um
Fórum itinerante para empoderamento da sociedade civil organizada e lideranças
comunitárias.
Subtema III: A Participação e valorização dos usuários e trabalhadores da rede
socioassistencial publica e privada para garantia dos direitos no fortalecimento do
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
293
Sistema Único de Assistência Social – SUAS: Incentivar, através da mídia, a participação
social nos espaços próprios.
5.4.5. Esporte, Lazer e Turismo35
As políticas de esporte e lazer em Ribeirão das Neves estão sob coordenação da Secretaria
Municipal de Esportes e Cultura, por meio da Superintendência de Esportes e Lazer. Esta é
responsável por administrar, coordenar, incentivar e promover o esporte, o lazer e a cultura
no município.
No que se refere aos espaços ou infraestruturas de esporte e/ou lazer, de acordo com
informações do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (p.40-43) foram encontrados
os seguintes no município: Parque Ecológico, Estádio Municipal, Quadra Henrique Sapori
(Veneza), Quadra Poliesportiva do CAIC e 17 campos espalhados pela cidade.
A Superintendência de esportes informou serem mais de 40 campos, mas infelizmente até o
fechamento deste diagnóstico não haviam sido fornecidas informações suficientes sobre estes
espaços, seu funcionamento ou endereços para a composição de um mapa de localização.
Do ponto de vista dos cursos e oficinas ofertados na área do esporte são os seguintes:
aeróbica, vôlei, academia fechada, futsal, tênis de mesa para cadeirantes e esportes
alternativos. As oficinas estão distribuídas em nove núcleos, sendo um na região Central e oito
na região de Justinópolis. O público-alvo são pessoas de todas as idades e gêneros.
A Tabela seguinte traz as atividades ofertadas, segundo locais.
Tabela 62 - Oficinas e Núcleos Esportivos – Ribeirão das Neves, 2018
Local Atividade
Parque Ecológico Escola No Parque
Parque Ecológico Ginástica Aeróbica
35 Não foram inseridas informações sobre a política do turismo no município pois, ao que tudo indica, não há um setor responsável por esta temática dentro da estrutura municipal, tampouco um Plano de Turismo elaborado, que pudesse ser consultado pela equipe técnica. Prova disto é que o turismo tem nota zero na composição da cota-parte do ICMS do município.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
294
Local Atividade
Parque Ecológico Academia/Voleibol
Cras Urca Escolinha de Futsal
Kática/Tricomb Escolinha de Futsal
Nova Pampulha/Labanca Ginástica Aeróbica
Maracanã/C. Minas Gerais Paradesporto/Ginástica
Paraíso/Tony Zumba/Ginástica
Veneza/Maura Pereira* Futsal/vôlei/Basquete/Handebol
Quadra Praça do Sevilha B* Vôlei de praia/Futebol de areia
Céu das Artes/Jardim Colonial* Skate/futsal/vôlei
Metropolitano* Escolinha futebol
Liberdade/Sanremo* Escolinha de Futsal/Vôlei
Fonte: Superintendência de esportes, 2018. * Oficinas que ainda não estão instaladas
A Tabela que se segue, por sua vez, traz os principais eventos e atividades esportivas, a partir
de seu planejamento anual, onde aparecem atividades ligadas ao ciclismo, ao futebol, aos
jogos escolares e, em menor medida, atividades voltadas para crianças.
Tabela 63 - Planejamento anual de eventos esportivos – Ribeirão das Neves, 2018
JANEIRO FEVEREIRO MOUTAIN BIKE
MARÇO 1- SELETIVA JEMG 2018 2- JEMG
ABRIL TORNEIO ESPORTIVO MUNICIPAL
MAIO 1- PEDALA NEVES/ VENEZA 2- JIMI
JUNHO PEDALA NEVES/ JUSTINOPOLIS
JULHO FÉRIAS NO PARQUE FESTIVAL DE PIPAS
AGOSTO TORNEIO DE LUTAS
SETEMBRO JOGOS ESCOLARES
OUTUBRO SEMANA DA CRIANÇA
NOVEMBRO
DEZEMBRO CORRIDA RÚSTICA
Fonte: Superintendência de esportes, 2018.
A maior parte das informações obtidas para a elaboração deste tópico veio da entrevista com
dois representantes da Superintendência de Esportes, visto a falta de informações
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
295
sistematizadas, como antes apontado. A partir destas entrevistas, então, serão apresentadas a
seguir algumas questões que devem ser consideradas no Plano Diretor, nos casos pertinentes,
ou pela administração pública per si, visando à melhoria da política municipal de esportes e
lazer em Ribeirão das Neves.
O primeiro elemento importante a ser considerado diz respeito à situação dos equipamentos
voltados para a prática esportiva no município. Conforme os entrevistados, em sua maioria os
campos de futebol36 e quadras existentes, além das praças nos bairros, estão precários, sem
estrutura adequada e precisando de reformas urgentes.
Em relação aos campos de futebol (a maioria de terra), ademais, são geridos em sua maioria
absoluta por entidades esportivas ou comunitárias, ou mesmo por particulares, que, em troca
da manutenção do local, acabam por “privatizar” seu uso, limitando a utilização pela
população em geral. A própria questão legal destes espaços está sem solução, pois não há um
contrato formal com estes particulares que estabeleça as regras desta parceria e as
atribuições, obrigações e exigências para ambas as partes.
A região com menor oferta de espaços de esporte e lazer é a do Veneza, que conta apenas
com uma quadra, localizada no Conjunto Henrique Sapori, precária e com problemas de uso
por parte da população.
A situação do Ginásio municipal também é preocupante, a curto prazo. Em fase final de
construção, com entrega prevista para o fim do mês de maio, este espaço não tem verba
prevista para seu funcionamento regular e manutenção mensal, incluindo pagamento de
funcionários, contas de água e luz e obras e reparos cotidianos. Nesta perspectiva, sua
inauguração acaba por trazer uma insegurança por parte da administração da política de
esportes, que não sabe como este espaço poderá funcionar. A proposta, a princípio, é buscar
uma empresa privada que seja parceira no custeio deste equipamento e de sua programação e
funcionamento.
36 A estimativa é de mais de 40 campos cedidos para os clubes de futebol da cidade, apenas 10% com situação
regularizada de sua cessão.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
296
Já o Estádio municipal encontra-se em situação precária, precisando de reformas, até mesmo
do muro, que foi quebrado para acesso de equipamentos de um evento aí realizado e não foi
reconstruído.
Além da demanda por reformas nos espaços, também há carência de profissionais para
realizar e/ou acompanhar as atividades da área de esporte e lazer. A equipe da
Superintendência é muito reduzida e não há verbas para contratação externa de monitores e
oficineiros para manter a oferta de atividades.
Atualmente liga desportiva de Ribeirão das Neves é a responsável por organizar os torneios de
futebol amador, com repasse da Prefeitura. Conforme informações, são mais de 70 times no
município, dos quais estima-se que apenas 40 estejam regularizados. Foi relatado ainda que o
time da Associação esportiva Tupinambás, de Belo Horizonte, tem realizado trabalhos de
futebol de base no município, participando no campeonato mineiro.
Outra parceria que está sendo proposta é com o time de vôlei do Sada Cruzeiro, que atenderia
a 400 crianças por ano. Este convênio, ao que tudo indica, está paralisado por questões
burocráticas da Prefeitura, correndo o risco de se perder o interesse do parceiro e a
oportunidade para o município.
A falta de verbas para a política de esporte, assim como citado em várias outras entrevistas
com os demais setores da prefeitura, tem como agravante a negativação da Prefeitura de
Ribeirão das Neves junto aos cadastros federal e estadual, o que impede sua participação em
editais e convênios de várias ordens. Recentemente foram contemplados com os projetos
Brincando com o Esporte e PELC, do Governo Federal, que, entretanto, são muito pouco frente
à demanda local.
Uma forma buscada para elevar a arrecadação da área de esportes tem sido a elevação da
pontuação no ICMS Esportivo, dentro do Programa Minas esportiva Incentivo ao Esporte, que
“é um programa de fomento à prática esportiva em Minas Gerais. Por este instrumento,
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
297
contribuintes do ICMS podem obter incentivo fiscal, desde que sejam apoiadores de projetos
esportivos aprovados pela Secretaria de Estado de Esportes (SEESP)”37.
De acordo com os entrevistados, houve elevação na pontuação do município em 2017, o que
vai significar mais verbas para o próximo ano. Entretanto, uma providência urgente para o
recebimento dos recursos é a criação de um Fundo próprio para o Esporte.
A título de informação, em 2016 Ribeirão das Neves recebeu R$ 34,80 anuais relativos à
participação da variável Esportes na cota-parte do ICMS, Lei Robin Hood. Em 2017 esse valor
foi de R$ 1.963,14 anuais e em 2018 ainda não foi recebido nenhum valor relacionado ao
Esporte.
Por fim, destaca-se que o município conta com Conselho Municipal do esporte, atuante, e com
Conselho da juventude, recentemente criado e empossado.
37 Ver http://incentivo.esportes.mg.gov.br/
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
298
Mapa 19 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Esporte e Lazer
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
299
5.5. Patrimônio Histórico e Cultural
O presente capítulo busca levantar informações sobre os aspectos do patrimônio imaterial, da
política cultural e da diversidade no município de Ribeirão das Neves, avaliando os seguintes
elementos:
Institucionalidade e política cultural: estrutura de gestão pública para a cultura;
existência de legislação de fomento à cultura e fontes de financiamento;
Mecanismos de controle e participação social na política cultural, tais como conselhos,
fóruns e conferências;
Orçamento para a cultura;
Participação do município no ICMS cultural;
Espaços e equipamentos de suporte à produção e difusão das práticas culturais;
Programas de formação cultural, cursos, oficinas e outras ações do poder público
municipal;
Diversidade cultural e principais manifestações culturais locais;
Calendário de eventos.
Além de sua importância como política setorial no contexto municipal e regional, entende-se
aqui que a cultura - e os elementos identitários, simbólicos, econômicos, sociais e humanos
que a compõem – é constituinte de todo o processo de desenvolvimento humano e social de
um determinado território. Esta visão está consubstanciada não apenas nas atuais concepções
do Sistema Nacional de Cultura, mas também na visão da cultura como fator de
desenvolvimento humano, seguindo as orientações da ONU/UNESCO.
Vale destacar que a política cultural no Brasil, com seu atual formato de institucionalização,
teve suas bases lançadas em meados da década de 1980, com a criação do Ministério da
Cultura e da Lei Sarney, no primeiro momento, e posteriormente da Lei Rouanet, já nos anos
de 1990. Após quase 20 anos desse processo, iniciou-se, a partir de 2003, a reestruturação do
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
300
papel do Estado e da política cultural no país, capitaneado pelo Ministério da Cultura, que
culminou na implantação do Sistema Nacional de Cultura - SNC.
O Sistema Nacional de Cultura constitui-se como um processo em que se articulam vários
agentes – em diversas instâncias da federação -, bem como diversas políticas e programas,
tendo como objetivo final a formulação e implantação de políticas públicas de cultura de longo
prazo, discutidas e pactuadas com a sociedade civil, artistas, grupos culturais, movimentos e a
comunidade como um todo.
O principal objetivo do SNC é fortalecer institucionalmente as políticas culturais da União,
Estados e Municípios, com a participação da sociedade, considerando que, ainda hoje, as
políticas para a cultura continuam ocupando posição periférica na agenda da maioria dos
governos, além de serem conduzidas de forma pouco profissional. Parte desse problema está
na indefinição a respeito do papel do poder público (Estado) na vida cultural.
Dessa forma, o SNC propõe articular os governos federal, estaduais e municipais e a sociedade
civil organizada, através de conselhos, conferências e fóruns, para a promoção de políticas e
ações culturais integradas. Para se efetivar, a nova proposta pressupõe e depende de uma
articulação entre as diversas esferas de governo na implantação da política pública.
Aos municípios compete: criar condições de natureza legal, administrativa, participativa e
orçamentária para sua integração ao SNC; assinar o termo de cooperação para adesão ao SNC;
consolidar o Plano Municipal de Cultura; criar e implantar, ou manter e assegurar o
funcionamento do conselho municipal de política cultural; criar e implantar, ou manter e
assegurar o Fundo Municipal de Cultura; realizar a conferência municipal de cultura,
previamente à conferência estadual e nacional; apoiar a realização das conferências nacional e
estadual de Cultura; compartilhar recursos para a execução de ações, programas e projetos
culturais no âmbito do SNC; compartilhar informações junto ao Sistema Nacional de
Informações Culturais disponibilizado pela União; implantar e regulamentar as normas
específicas locais dos sistemas setoriais de cultura; cumprir as metas e prazos definidos no
planejamento estratégico do SNC.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
301
Enfrentando um processo lento e de longo prazo, além de dificuldades de ordem legal
(aprovação de leis e emendas no congresso) e política para sua instauração, até o momento o
SNC ainda não atingiu a maioria dos municípios brasileiros, mas tem mostrado ampliação de
sua capilaridade em todo o país. A Figura abaixo traz o desenho do Sistema, com seus
elementos componentes.
Figura 17 - Elementos constitutivos dos Sistemas de Cultura
Fonte: MINC / SNC - Guia de orientação para os municípios, 2012.
Dado tal contexto, faz- se fundamental repensar e reestruturar as políticas públicas de cultura
em âmbito municipal, de maneira a garantir o efetivo apoio institucional às esferas de
produção, circulação e consumo de bens simbólicos, democratizando o acesso aos meios de
expressão da diversidade cultural de todos os grupos sociais residentes em seu território.
Além de realizar sua adesão ao Sistema Nacional de Cultura, o município deve instituir seu
próprio Sistema Municipal de Cultura, com todos os componentes apresentados acima.
Essa visão traz a concepção de que a democracia cultural não consiste em fornecer ao cidadão
o mero “acesso” ao que é produzido por outros, mas também, e principalmente, oferecer
suporte, meios para que o cidadão, de diversos segmentos sociais, possa desenvolver suas
expressões culturais. É fundamental destacar, ainda, nessa perspectiva, os princípios
fundamentais do SNC, quais sejam: Diversidade das expressões culturais; Universalização do
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
302
acesso aos bens e serviços culturais; Fomento à produção, difusão e circulação de
conhecimento e bens culturais; Cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e
privados atuantes na área cultural; Integração e interação na execução das políticas,
programas, projetos e ações desenvolvidas; Complementaridade nos papéis dos agentes
culturais; Transversalidade das políticas culturais; Autonomia dos entes federados e das
instituições da sociedade civil; Transparência e compartilhamento das informações;
Democratização dos processos decisórios com participação e controle social; Descentralização
articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; Ampliação progressiva dos recursos
contidos nos orçamentos públicos para a cultura.
Institucionalidade e Participação Social
Dentro deste contexto é fundamental um olhar para a realidade local. Do ponto de vista da
institucionalidade, o que se vê é que o município de Ribeirão das Neves não conta com órgão
gestor exclusivo para condução da política pública de cultura. A antiga Secretaria Municipal de
Cultura foi desativada na atual administração, sendo tal responsabilidade atualmente
assumida pela Secretaria Municipal de Esporte e Cultura, através da Superintendência de
Cultura38.
É importante destacar que, conforme o Índice Mineiro de Responsabilidade Social – IMRS39, da
Fundação João Pinheiro, a existência ou não de um órgão gestor da cultura e sua
caracterização é um indicador do grau de importância que o setor cultural tem para a
administração municipal. O órgão gestor de cultura tem por finalidade formular e implementar
a política pública de cultura e articular ações conjuntas entre os vários atores que atuam no
campo cultural.
38 Também foi desativado o Setor de patrimônio, considerado fundamental para a política de ICMS cultural, da qual se falará adiante.
39 O IMRS deriva da construção de uma base de dados a fim de atender as várias dimensões correspondentes aos
princípios dispostos na Lei 15011/2004, segundo a qual “A responsabilidade social na gestão pública estadual consiste na implementação, pela administração pública, de políticas, planos, programas, projetos e ações que assegurem o acesso da população à assistência social, à educação, aos serviços de saúde, ao emprego, à alimentação de qualidade, à segurança pública, à habitação, ao saneamento, ao transporte, ao lazer...”.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
303
Além disso, realça que dentro da atual configuração da política cultural em âmbito nacional40,
este é um retrocesso, visto que o município já havia realizado sua adesão ao Sistema Nacional
de Cultura41, assinando o Acordo de Cooperação Federativa, que tem como objeto
“estabelecer as condições e orientar a instrumentalização necessária para o desenvolvimento
do SNC, com implementação coordenada e/ou conjunta de programas, projetos e ações, no
âmbito da competência do Município.” Assim, a extinção da Secretaria é uma quebra deste
acordo, que traz para a cidade impactos e retrocessos da política pública e sua articulação com
os outros entes federados, especialmente do ponto de vista financeiro e institucional,
deixando também a descoberto a dimensão dos direitos culturais de sua população.
Ribeirão das Neves criou seu Sistema Municipal de Cultura através da Lei 3.524/2012, com
disposições na Lei 3.527/2012, com a previsão de todos os instrumentos necessários.
Entretanto, tal sistema não foi efetivamente implementado, talvez por mudanças da gestão
pública, não tendo sido elaborado o Plano Municipal de Cultura, instrumento fundamental
para o planejamento e gestão da política cultural municipal.
Do ponto de vista da participação da sociedade civil na política cultural, o município conta com
tres conselhos: o de Patrimônio, o de Política Cultural e o de Igualdade Racial, cujas
informações estão descritas no item do Diagnóstico relativo à organização social e
associativismo. Entretanto, não foi realizada a Conferência Municipal de Cultura de 2017. No
que se refere à participação de representantes de Ribeirão das Neves nas conferências
40 Cabe ao município implantar o seu Sistema Municipal de Cultura, articulado ao Sistema Nacional e ao Sistema Estadual. Ao município compete: criar condições de natureza legal, administrativa, participativa e orçamentária para sua integração ao SNC; assinar o termo de cooperação para adesão ao SNC; consolidar o Plano Municipal de Cultura; criar e implantar, ou manter e assegurar o funcionamento do conselho municipal de política cultural; criar e implantar, ou manter e assegurar o Fundo Municipal de Cultura; realizar a conferência municipal de cultura, previamente à conferência estadual e nacional; apoiar a realização das conferências nacional e estadual de Cultura; compartilhar recursos para a execução de ações, programas e projetos culturais no âmbito do SNC; compartilhar informações junto ao Sistema Nacional de Informações Culturais disponibilizado pela União; implantar e regulamentar as normas específicas locais dos sistemas setoriais de cultura; cumprir as metas e prazos definidos no planejamento estratégico do SNC.
41 Ver Primeiro Termo Aditivo, nº do Processo 01400.034885/2011-61. Ministério da Cultura. Acordo de
Cooperação Federativa do SNC. Data da assinatura: 21/12/2012.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
304
nacionais, estiveram presentes na primeira, na segunda e na terceira Conferência Nacional de
Cultura.
Espaços e Atividades Culturais
A estrutura cultural de um município se expressa também pelos equipamentos e demais
espaços públicos favoráveis à produção, difusão e fruição da cultura. Segundo se apurou na
pesquisa de campo, a cidade dispõe de poucos espaços para difusão e fruição de
manifestações artísticas e culturais. São eles:
Casa De Cultura Vitória Moreira Neves, situada à Rua José Cassimiro Nogueira, 72,
Bairro Várzea Alegre;
Biblioteca Pública Indústria Do Conhecimento, Rua Pedro Leopoldo, 1915, Bairro
Botafogo;
Biblioteca Pública Ilka Maria Munhoz, Rua Paraná, 120, Bairro Centro;
Biblioteca Pública Terezinha Labanca, Rua Carmélia Loffi, 195, Justinópolis;
Arquivo Público Nonô Carlos, com base de estudos sobre a cidade de Ribeirão das
Neves, espaço de pesquisa e trabalhos acadêmicos, localizado na Rua Carmélia Loffi,
195, Justinópolis;
Arena Henfil - Espaço destinado às mais diversas manifestações culturais, tais como
saraus, apresentações musicais e teatrais, rodas de conversa, estudos, leitura, entre
outros. Este espaço se encontra em processo de tombamento por se tratar da 1°
escola da região de Justinópolis.
Tais equipamentos já foram apresentados no mapa relativo à educação e cultura, onde é
possível perceber que os serviços culturais estão mal distribuídos no território nevense e
definitivamente não atendem à demanda da população.
As Tabelas seguintes trazem as principais atividades e cursos ofertados pela Superintendência
de Cultura, totalizando 390 alunos na Casa de Cultura e 121 alunos no Espaço Henfil.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
305
Tabela 64 - Cursos ofertados na Casa de Cultura – Ribeirão das Neves, 2018
CURSOS DIA HORÁRIO ALUNOS INSCRITOS
Bordado Mineiro (Marcia) Sexta-Feira 09:00 as 10:30 12
Pintura em Tecido(Marcia) Terça-Feira 09:00 as 10:30 28
Caixas em MDF(Sheila) Segunda-Feira 09:00 as 10:30 03
Caixas em MDF(Sheila) Segunda-Feira 14:00 as 15:30 06
Cestaria em Jornal (Sheila) Quarta-Feira 09:00 as 10:30 10
Cestaria em Jornal (Sheila) Quarta-Feira 14:00 as 15:30 09
Fotografia(Breno) Segunda-Feira 15:00 as 16:00 31
Dança Urbana (Breno) Sábado 08:00 as 12:00 35
Dança Urbana (Breno) Terça-Feira 15:00 as 16:30 23
Dança Urbana(Breno) Quinta-Feira 15:00 as 16:30 15
Capoeira (Marzinho) Segunda, Quarta e
Sexta-Feira 09:00 as 10:00 03
Capoeira (Marzinho) Segunda, Quarta e
Sexta-Feira 14:00 as 15:00 01
Capoeira(Marzinho) Noite 19:00 as 21:00 12
Taekwondo(Derley) Segunda, Quarta e
Sexta-Feira 09:00 as 10:30 21
Taekwondo(Derley) Terça e Sexta-Feira 13:30 as 15:00 35
Violão(Eduardo) Terça- Feira 09:00 as 10:00 33
Violão (Eduardo) Terça-Feira 14:00 as 15:00 42
Canto (Eduardo) Terça-Feira 10:00 as 11:00 29
Canto (Eduardo) Terça-Feira 15:00 as 16:00 41
Fonte: Superintendência de Cultura, 2018.
Tabela 65 - Cursos ofertados no Espaço Henfil – Ribeirão das Neves, 2018
CURSOS DIA HORÁRIO ALUNOS INSCRITOS
Dança Urbana (Breno) Quinta-Feira 09:00 às 10:00 05
Canto Manhã (Eduardo) Quinta-Feira 10:00 às 11:00 17
Canto Tarde (Eduardo) Quinta-Feira 15:00 às 16:00 33
Violão Manhã (Eduardo) Quinta-Feira 09:00 às 10:00 12
Violão Tarde (Eduardo) Quinta-Feira 14:00 às 15:00 28
Cestaria em Jornal Manhã (Sheila)
Quinta-Feira 10:30 às 11:30 01
Cestaria em Jornal Tarde (Sheila)
Quinta-Feira 13:30 às 14:30 02
Caixas em MDF Manhã (Sheila) Quinta-Feira 09:15 às 10:15 01
Caixas em MDF Tarde (Sheila) Quinta-Feira 13:30 às 14:30 12
Taekwondo Tarde (Derley) Quinta-Feira 13:30 às 14:30 05
Capoeira (Ilmar) Quinta-Feira 09:00 às 10:00 05
Fonte: Superintendência de Cultura, 2018. Observação: alguns cursos se encontram ainda em formação de turma.
Segundo entrevistados da Superintendência de cultura, as maiores deficiências de
atendimento da cultura são nas regiões do Veneza e do Areias. Em ambas há demanda para
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
306
implantação de equipamentos culturais, ao passo que nas demais regiões há necessidade de
melhorias nos espaços já existentes, tanto em sua estrutura física quanto na contratação de
pessoal, oficineiros, insumos para oficinas e acervos.
Entre as demandas apontadas pela equipe realçam, ademais:
Ampliação das atividades já ofertadas, como cursos e oficinas;
Melhoria na comunicação informação e divulgação das ações e eventos realizados;
Realização de mais eventos culturais;
Criação de espaços direcionados a dança, teatro, cinema e outras manifestações
culturais;
Otimização das bibliotecas públicas, com espaços multimeios;
Realização de atividades culturais itinerantes, visando atender o maior número de
bairros e regiões sem equipamentos culturais, como Veneza e Areias.
Financiamento e Fomento à Cultura
Outro tópico fundamental a se destacar no item da política cultural é o que se refere ao
financiamento e fomento às práticas culturais. De acordo com informações apuradas em
campo, Ribeirão das Neves possui como principal instrumento de fomento o Fundo Municipal
de Cultura, criado pela Lei 2955/2006.
Tal instrumento, destinado a financiar projetos culturais de pessoas físicas ou jurídicas
domiciliadas em Ribeirão das Neves encontra-se atualmente com seus editais desativados, em
fase de revisão jurídica, segundo informantes da Superintendência de Cultura. Ao que tudo
indica, está prevista para o segundo semestre nova edição do Edital, com verba de R$ 150 mil,
para custeio de cerca de 15 projetos.
No que se refere às rubricas do orçamento municipal destinados para a cultura, vê-se que
grande parte dos recursos executados fica no custeio da máquina pública, sem efetivo
investimento em ações culturais, preservação da memória e do patrimônio cultural ou difusão
e apoio às práticas artísticas.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
307
Tal situação pode ser vista nas Tabelas seguintes, que trazem, respectivamente, os valores do
orçamento municipal destinados para a cultura, relativos aos anos de 2016 e 2017, conforme
dados disponibilizados no Portal Fiscalizando com o TCE42.
Tabela 66 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2016
Item / Função Valor atualizado Liquidado
Despesa total Prefeitura 738.683.864,30 362.620.187,33
Despesa total com a função cultura 2.694.184,17 1.716.967,29
Subfunção: 122 - Administração Geral 2.339.884,17 1.702.141,34
Subfunção: 392 - Difusão Cultural 354.300,00 14.825,95
Fundo de Patrimônio Cultural 242.000,00 66.846,62
Fundo Municipal de Cultura 276.000,00 62.237,82
Fonte: Portal Minas Transparente, 2018. OBS: Há outros valores empenhados, mas não foram aqui considerados.
Tabela 67 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2017
Item / Função Valor atualizado Liquidado
Despesa total Prefeitura 863.392.012,50 361.218.313,23
Despesa total com a função cultura 1.844.000,00 1.541.586,62
Subfunção: 122 - Administração Geral 1.764.000,00 1.526.760,67
Subfunção: 392 - Difusão Cultural 80.000,00 14.825,95
Fundo de Patrimônio Cultural 120.000,00 1.822,00
Fundo Municipal de Cultura 200.000,00 142.860,33
Fonte: Portal Minas Transparente, 2018. OBS: Há outros valores empenhados, mas não foram aqui considerados.
De acordo com tal fonte, no orçamento de 2016 constam R$ 1.716.967,29 gastos na função
cultura (o que correspondia a 0,47% do orçamento municipal anual realizado). Deste total
42 Portal do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, programa Fiscalizando com o TCE Minas Transparente.
”Os Municípios encaminham as informações municipais sobre a execução de seus orçamentos e têm até o último dia útil de março do ano subsequente para o envio da prestação de contas anual. Após essa data o TCEMG tem 360 dias para emitir o parecer prévio”.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
308
pouco mais de 99% foi destinado a despesas administrativas, incluindo pagamento de pessoal,
efetivos e comissionados, materiais de consumo e gastos de custeio. Os menos de 1%
restantes foram gastos na manutenção das bibliotecas ao longo de todo o ano.
Quanto aos fundos vinculados à função cultura, o Fundo de Patrimônio executou R$ 66.846,62,
destinados à seleção de projetos de pessoas físicas que valorizassem e preservassem a
memória local. Tais projetos, selecionados via edital público, tiveram valores variáveis entre R$
900,00 e R$ 10 mil. Já o Fundo de Cultura teve seus recursos destinados da seguinte maneira:
cerca de R$ 22 mil para pagamento da locação de imóveis da casa de cultura e arquivo público
e os cerca de R$ 39 mil restantes voltados para o pagamento de serviços como locação de
palco, iluminação, segurança, som e banheiros químicos para a festa da padroeira Nossa
Senhora das Neves, além de fogos de artifício para a festa de N. Sra. do Rosário 2016.
Já no orçamento de 2017 foram executados R$ 1.541.586,62 na função cultura
(correspondendo a 0,42% do orçamento municipal realizado). Destaca-se que 99% deste valor
foram novamente gastos com o custeio da máquina pública. Apenas 1% foi destinado à difusão
cultural, gastos na manutenção das bibliotecas.
Quanto aos dois fundos, o de Patrimônio teve R$ 1.822,00 executados, apenas 1,5% do total
previsto, cujo valor foi aplicado em materiais gráficos e de consumo para a festa de Nossa
Senhora do Rosário 2017. Não houve neste exercício edital para a seleção de projetos de
terceiros. Já o Fundo de Cultura teve R$ 142.860,33 executados, gastos em aluguel de
equipamentos e estruturas para a realização da mesma festividade, além das comemorações
do Aniversário da Cidade.
É fundamental destacar que tal situação, comumente encontrada nos municípios do interior, é
desfavorável do ponto de vista da política cultural, considerando que a maior parte do recurso
é gasto no custeio e pagamento de salários, ou, no máximo, se restringe à realização de
grandes eventos de massa. Assim, ficam a descoberto todas as atividades previstas como
obrigações e prioridades da política pública de cultura, entre elas a valorização das culturas
locais e populares, o incentivo à diversidade cultural, a manutenção e apoio a grupos e artistas
locais, a formação artística e cultural, entre várias outras.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
309
Destaca-se que o orçamento de 2018 ainda se encontra em execução, o que não torna possível
sua análise neste momento. Realça-se apenas que a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2018
destina o valor de R$ 4.974.900,00 para a função cultura.
Ao mesmo tempo, a distribuição dos recursos por unidade orçamentária traz valores
diferentes, mostrados na Tabela que segue, provavelmente em virtude da anexação das duas
pastas, cultura e esportes e lazer. Realça-se que não há na LOA 2018 qualquer menção aos
fundos de Cultura e de Patrimônio.
Tabela 68 - Despesa orçamentária por entidades, órgãos e unidades orçamentárias – Ribeirão das Neves, 2018
Unidade orçamentária Valor orçado
Secretaria Municipal de Esporte e Cultura 6.236.900,00
Gabinete do Secretario de Esporte e Cultura 5.526.900,00
Superintendência de Esportes e Lazer 289.000,00
Superintendência de Cultura 421.000,00
Fonte: Portal Minas Transparente, 2018, anexo da LOA 2018.
O ICMS Cultural
Um instrumento fundamental para a política cultural local é o ICMS cultural43, cujos recursos
alimentam os fundos de patrimônio e/ou de cultura dos municípios. A legislação brasileira
determina que 25% dos Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
arrecadados pelo Estado, sejam repassados aos municípios. Em Minas Gerais, a legislação
incluiu, entre os critérios para distribuição do imposto, os investimentos realizados na
preservação do patrimônio cultural, a partir de avaliação do Instituto Estadual do Patrimônio
Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG).
43 O ICMS Patrimônio Cultural foi criado pela Lei nº 12.040/95, atual Lei nº 13.803, que atribuiu ao Iepha/MG a
responsabilidade pela elaboração e implementação dos critérios para o repasse dos recursos aos municípios. Como base para a pontuação o município deve enviar ao Iepha documentação anual comprovando a existência e o funcionamento de lei municipal de proteção do patrimônio cultural, lei de criação de conselho municipal de patrimônio (regimento interno e atas), órgão de patrimônio, realização de projeto de educação patrimonial, inventário de proteção do acervo cultural, iniciativas de tombamento e de proteção a bens culturais.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
310
Em relação a tal aspecto, vê-se que o município de Ribeirão das Neves tem tido participação
irregular na política estadual de ICMS Cultural, conforme apresentado no Gráfico abaixo. Tal
oscilação diz respeito à descontinuidade nas ações de educação patrimonial, ausência de
inventários do patrimônio cultural (IPAC)44 e sucessivas mudanças na política cultural,
entendida a partir dos aspectos de gestão, legislação e financiamento público às ações de
cultura e patrimônio.
Gráfico 28 - Pontuação no ICMS Cultural – Ribeirão das Neves, 2012/2018
Fonte: IEPHA, 2018.
A partir deste quadro, o município apresentou oscilação também nos valores recebidos nos
últimos anos. Em 2016, Ribeirão das Neves recebeu R$ 64.615,82 relativos a tal índice, valor
este que foi elevado para R$ 127.179,46 no exercício 2017. Em 2018 o município tem recebido
uma média de R$ 5 mil mensais, o que, caso mantido, corresponderá a cerca de R$ 60 mil ao
final do exercício.
44 Realça-se que o inventário dos bens do Patrimônio Cultural municipal é um instrumento fundamental para a
identificação, registro, e controle dos acervos culturais e da memória local. Nele estão contidas todas as informações sobre os bens culturais e suas características, relevância histórica, artística e cultural, bem como seu estado de conservação, conforme padrões definidos pelo IEPHA-MG.
Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG
311
Realça-se ainda que a inexistência de órgão gestor exclusivo e a falta de orçamento na LOA
para os Fundos de Cultura e Patrimônio serão elementos de impacto na pontuação do
município (que ficou com 3 pontos no total em 2018) e, portanto, dos recursos a serem
recebidos no próximo ano.
Diversidade Cultural, Manifestações e Eventos
Ribeirão das Neves, assim como a maior parte dos municípios da RMBH, apresenta importante
diversidade cultural, tanto nas manifestações de cunho popular e tradicional quanto no que se
refere Às práticas de origem religiosa e mesmo das novas culturas urbanas.
É importante desconstruir o mito criado e difundido sobre o município, o qual afirma que esta
seria uma cidade dormitório, sem memória e identidade própria, já que vítima do
adensamento populacional desordenado, por pessoas vindas de várias regiões do estado e
outras cidades da RMBH. Ao contrário, a cidade apresenta uma série de elementos que
constituem sua identidade, inclusive dados pela riqueza da convivência de pessoas e culturas
diferentes, vindas de várias outras partes.
O Plano para elaboração do Inventário do Patrimônio Cultural (IPAC) do município, elaborado
em 2015, mostrava cerca de 91 bens de interesse cultural, a serem inventariados para
posterior tombamento (no caso de bens materiais) ou registro (no caso de bens imateriais). O
Inventário inclui fazendas, terreiros, equipamentos culturais, de lazer, esporte, pratos típicos,
igrejas etc. Destes, 20 se localizam na região do Veneza, 34 na região do Justinópolis e 37 na
região da sede.
De acordo com tal fonte, Ribeirão das Neves possui forte representação na produção de
cerâmicas, o que seria uma importante característica de seu patrimônio, inclusive envolvendo
a área da Penitenciaria Agricola de Neves (José Maria Alckimin). Houve, inclusive, uma
proposta de se implantar um Museu de Território no município, com foco na produção de
cerâmica, que, entretanto, não se efetivou.
O município apresenta manifestações em diversos setores culturais como artesanato, artes
cênicas, capoeira e culinária. Existem vários artistas no ramo de tecidos, madeiras, vidros,
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barbante, linhas e papéis (muitos trabalhando com materiais recicláveis). Foi registrada a
presença de vários estúdios de dança, com cursos de Jazz e balé, entre outros. O município
conta ainda com a Academia Nevense de Letras, Ciências e Artes (ANELCA).
Em seu plano de inventário constam ainda bens tombados e bens a serem inventariados tais
como fazendas, terreiros, equipamentos culturais, de lazer, esporte, pratos típicos, igrejas, etc.
O cadastro dos Terreiros identificou 23 espaços deste tipo, em várias religiões e linhas, por
exemplo Umbanda, Molocó, Kardecista e Candomblé, entre outras. Este número confirma a
importância das manifestações de matriz africana no município, que conta com 71% de sua
população autodeclarada negra (pretos ou pardos).
Foi citada a presença de sítios arqueológicos na região de Areias e perto da BR-040. Outros
bens listados são as fazendas que remetem à origem agrícola do município, entre as quais a
Fazenda Mato Grosso, na região pertencente à Penitenciária Agrícola de Neves; e a Fazenda
Casa Nova, na Zona Rural – Mizonguê; a Feira de Artesanato da Praça Central de Neves; as
cerâmicas, como a Cerâmica Metropolitana e Fábrica de Cerâmica Tijolão, do bairro Vila
Esplanada; As raizeiras do bairro santinho; as benzedeiras; o ofício de luthier: as festas, como a
de São José Operário e de Nossa Senhora das Neves; o Bolinho de carne do bar Central; as
Comunidades Ciganas dos bairros Sevilha A e Barcelona (que somam 32 pessoas conforme
CadÚnico em consulta feita junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e
Cidadania, dados de junho de 2018); as igrejas, como a Igreja Irmandade Nossa senhora do
Rosário, em Justinópolis; o Presépio São Francisco de Assis, de propriedade da Sra Memorina,
no bairro Tancredo Neves; a Cachaçaria Aurea Custódia, no Povoado dos Pereiras (que
também foi citado por seu potencial turístico); o Teleférico de caçambas, na Zona Rural –
Tocantins; o Espaço invertido, em Justinopólis; a Escola Municipal do Bairro Veneza e a Caixa
D'Agua; Cruzeiros diversos, entre eles o do bairro Florença.
Destes, estão protegidos na esfera municipal:
Campanário e Cruzeiro da Matriz de N. Sra. da Piedade;
Caravana dos Santos Reis (Celebrações);
Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Igreja da Colina;
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Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Vila Fátima;
Conjunto Arquitetônico da Penitenciária José Maria Alkimim - Penitenciária Agrícola de
Ribeirão das Neves;
Corporação Musical Heitor Villa Lobos (Formas de Expressão);
Festa em honra a N. Sra. do Rosário (Celebrações) Festa de N. Sra. do Rosário;
Igreja da Colina;
Sino da Praça da Matriz.
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Mapa 20 – Patrimônio Histórico e Cultural
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Foto 10 – Igreja Matriz de Nossa Senhora da
Piedade. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Foto 11 – Edificações da Vila Esplanada pertencente ao Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da
Penitenciária José Maria Alkimim Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Foto 12 – Capela da Irmandade Nossa Senhora do Rosário – Comunidade Quilombola.
Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.
Há ainda o registro da Roda de Capoeira e/ou Ofício de Mestre da Capoeira, o único protegido
em esfera federal.
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Ao se olhar para o patrimônio cultural imaterial de Ribeirão das Neves é impossível não
destacar a Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis, cuja história se confunde
com a própria história do município, como antes relatado. Com mais de 100 anos de
existência, as famílias membros da Irmandade (as famílias Messias, Nascimento, Diniz, Vieiras
e outros troncos) mantêm suas tradições, incluindo celebrações e práticas culturais. Entre
estas realçam a Festa do Rosário (outubro), a folia de reis, a Festa de São Sebastião (janeiro), a
manifestação do Boi da Manta e o Coral Vozes de Campaña, além de confecção de tambores e
festas tradicionais seculares. Esta irmandade é certificada pela Fundação Palmares desde 2016
através do n° de processo 01420.001750-2015-13. A Festa em Honra a Nossa Senhora do
Rosário é um patrimônio registrado municipalmente, portanto de grande relevância para
história e desenvolvimento cultural do município.
Por sua importância para a história, a cultura e a memória e Ribeirão das Neves é fundamental
que este grupo seja apoiado, inclusive destinando-se na Lei do Plano Diretor uma área para
demarcação de seu território de desenvolvimento sustentável. Ademais, é crucial que sejam
viabilizados com os recursos do Fundo de Patrimônio os estudos exigidos pelo INCRA para
regularização de seu território.
No contexto da produção cultural da RMBH - que, como se comentou anteriormente, é
diversa, múltipla e plural -, destaca-se ainda o surgimento e a proliferação dos chamados
coletivos juvenis, especialmente nos municípios que fazem divisa com a capital e naqueles com
perfil mais urbano-periférico. Este é o caso de Ribeirão das Neves, que tem um coletivo com
este perfil, o Coletivo Semifusa, criado em 2009 por um grupo de artistas de Ribeirão das
Neves, com o objetivo explícito de fomentar a cena cultural da cidade, e que desenvolve uma
série de ações e eventos ao longo do ano45.
Entre as atividades culturais do município realçam a produção de artesanato em madeira,
materiais reciclados e outros, incluindo os tapetes em tear do bairro Santa Martinha; a música,
em seus diversos estilos; a capoeira, o teatro e a dança; as culturas juvenis do funk e do hip
45 Ver LIBANIO (2017), BENVINDO (2012); LÉLIS, MENEZES e SILVA (2016); SILVA (2012) e SILVA e SALGADO (2012).
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hop e as manifestações religiosas, entre as quais o Congado é a maior referência. Na cultura
popular destaque para as quadrilhas, a Cavalhada a Festa de Santana e as manifestações da
Umbanda e do candomblé.
Apesar do crescimento populacional e riqueza cultural do município, dada pela própria
convivência de pessoas vindas de muitos lugares diferentes e culturas distintas, Benvindo
aponta as carências relacionadas às práticas culturais na localidade. Para ele a cidade
tem uma deficiência enorme de oportunidades relacionadas à
cultura, sobretudo no que se refere a patrocínios financeiros e
ocupação de espaços públicos, muito embora existam vários
produtores de cultura interessados em desenvolver projetos culturais
e espaços que poderiam ser apropriados para esses projetos
culturais, como shows, peças de teatro e intervenções culturais. Essa
defasagem cultural não tem pontos definidos, mas se baseia na falta
de oportunidade para os atores culturais possam mostrar seus dotes
artísticos. Para poder mensurar a Secretaria de Cultura da cidade foi
criada recentemente, e não possui outras formas de financiamento,
apenas uma parte ínfima do orçamento da Prefeitura, que em 2012
não chegou a 1%, além de não ter leis de incentivos municipais, ou
seja, o processo ainda está lento na cidade (Benvindo, 2012: 7).
Para finalizar o diagnóstico de Ribeirão das Neves no que é relativo à cultura apresenta-se a
seguir o calendário anual de eventos, conforme informação da Superintendência de Cultura.
Tabela 69 – Calendário anual de eventos, Ribeirão das Neves, 2018.
Evento Periodicidade Local
Feira de Arte e Artesanato Semanal Pedra Branca, Bairro da Lagoa, Esperança, Sevilha,Veneza, Praça de
Neves e Alterosa.
Festa em Honra a Nossa Senhora do Rosário Anual Igreja Nossa Senhora do Rosário
Festa em Honra ao Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora do Rosário – Festa da Igreja da Colina
Anual Igreja da Colina
Missa Sertaneja Anual Parque ecológico
Festa em Honra a Nossa Senhora das Neves Anual Entorno do Estádio Municipal Ailtom de Oliveira
Feira Literária Anual Itinerante
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Evento Periodicidade Local
7 de Setembro – á definir Anual Praça central
Semana da Consciência Negra Anual Itinerante
Aniversário da cidade Anual A definir
Festival Rua Anual Caic
Fonte: Superintendência de cultura, maio de 2018.
Realça-se que para além deste calendário, oficial, há uma série de eventos e atividades em
todas as regiões de Neves, não relatadas pela Prefeitura.