Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves

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P 06 – LEITURA TÉCNICA FINAL – VOLUME I

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves

Produto 6 – Leitura Técnica Final

Volume I

Belo Horizonte, outubro de 2018.

Ethos Urbanismo e Arquitetura LTDA CNPJ: 14.959.314/0001-20

Endereço: Rua Albita, 131 / Sala 306, Bairro Cruzeiro CEP: 30.310-160 Belo Horizonte – M

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FICHA TÉCNICA

ETHOS URBANISMO E ARQUITETURA

Coordenação Geral:

Mariana Teixeira Brant da Costa Ribeiro - Arquiteta Urbanista – CAU A42241-0

Paula Coelho Perim - Arquiteta Urbanista - CAU A42247-8

Equipe Territorial:

Fernanda Cristina Soares Ferreira - Arquiteta Urbanista - CAU A56232-7

Francis d’Ávila de Souza Soares - Arquiteto Urbanista - CAU A

Henrique de Mello Vasconcellos Neves - Arquiteto Urbanista - CAU A133599-5

Julia Mendes Rocha - Arquiteta Urbanista

Laura Cristina Coelho de Moraes - Arquiteta Urbanista - CAU A138144-0

Mariana Eugênia Rodrigues Moura – Arquiteta Urbanista - CAU A97400-5

Milena Marzagão de Andrade - Arquiteta Urbanista - CAU 200617-0

Especialista em Geoprocessamento:

Glauco Borges Cezar – Geógrafo

Especialista em Meio Ambiente:

Rodrigo Silva Lemos – Geógrafo

Especialista em Demografia:

Rodrigo Coelho de Carvalho - Demógrafo

Especialista em Economia:

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Luiz Felype – Economista

Especialista em Sociologia e mobilização:

Mariana Moreira – Socióloga (2ª etapa do trabalho – revisões do Diagnóstico e elaboração de

propostas)

Especialistas em Direito Urbanístico:

Bernardo Luz Antunes - Advogado OAB 106.937

Leonardo Bedê – Advogado OAB 141.084

Equipe de apoio:

Jordan de Oliveira Ferreira Cabral

Luiza Raeli Marchi Penna

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES

Junynho Martins – Prefeito Municipal

Vitorio Junior – Vice Prefeito

Leonardo Luiz Alves Martins – Secretário Municipal de Planejamento e Urbanismo

Sandro Donizete – Arquiteto Urbanista

Simone Oliveira – Arquiteto Urbanista

Jane Marcelino Amaral – Arquiteto Urbanista

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APRESENTAÇÃO

O presente Produto 6 – Leitura Técnica – é o resultado da oitava etapa do processo de revisão do

Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG. Este Produto está sendo entregue em

caráter final, pois foi objeto de análise do Núcleo Gestor de acompanhando do desenvolvimento

deste trabalho e dos técnicos da Prefeitura Municipal que contribuíram, apontando dados

incongruentes ou acrescentando informações que não estavam contempladas no relatório. Após

esta análise, a equipe técnica procedeu as revisões, entregando o Produto 6 em seu formato final.

O Produto 6 – Leitura Técnica encontra-se dividido em dois volumes sendo o Volume I a sessão

que trata das análises da paisagem e meio ambiente, e das análises e socioeconômicas e o

Volume II das análises de ocupação territorial, habitação e dos aspectos institucionais.

Conforme estabelecido na Proposta Técnica, esta fase consiste em um Relatório com informações

levantadas através de dados primários e secundários, vistorias de campo, entrevistas realizadas

com moradores de Ribeirão das Neves e com servidores públicos municipais. Desta maneira, foi

realizada a análise das legislações ambientais, urbanísticas, fundiárias e de preservação cultural

incidentes no Município (nos três níveis de Governo), além do levantamento de dados

socioeconômicos, de uso e ocupação de solo, ambientais, transporte e mercado imobiliário, entre

outros oriundos de levantamentos de campo a fim de possibilitar análises da dinâmica urbana.

Os Produtos Leitura Técnica e Leitura Comunitária compõem um Diagnóstico Integrado do

Município, de forma que, todos os problemas e potencialidades presentes na dinâmica territorial

estejam abordados neste diagnóstico. Este Diagnóstico Integrado será a base para elaboração das

propostas de desenvolvimento do território municipal, que orientarão a construção da Minuta de

Projeto de Lei de revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves.

A elaboração do Plano Diretor, objetivo último deste trabalho, parte de levantamentos e

diagnósticos das situações físico-ambiental, sócio-econômico-organizativo e Jurídico-Legal do

Município e de ações de capacitação e difusão das diretrizes do Estatuto da Cidade (Lei 10.257,

2001), trabalhando sempre com princípios de envolvimento e participação da população

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interessada, tanto no sentido da obtenção de informações que subsidiem a compreensão do

território urbano e rural, como no sentido de discutir as propostas para o planejamento e

desenvolvimento do Município.

Os trechos com realce de texto na cor amarela apresentam os acréscimos e modificações feitas

após o período de revisão pública do Diagnóstico Técnico.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 19

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ...................................................................................... 21

3. HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO ............................................................................. 27

4. CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA: PAISAGENS E MEIO AMBIENTE ............................................... 33

4.1. Síntese Metodológica Geral dos Mapeamentos para a Caracterização Geofísica........... 33

4.2. Geologia ........................................................................................................................... 36

4.3. Pedologia .......................................................................................................................... 40

4.4. Recursos Hídricos ............................................................................................................. 44

4.4.1. Qualidade de água e situação dos cursos d’água. ....................................................... 48

4.4.2. Enquadramento e outorgas de uso de recursos hídricos ............................................ 52

4.5. Hipsometria e Declividade ............................................................................................... 57

4.6. Uso da Terra e Cobertura Vegetal .................................................................................... 61

4.6.1. Cobertura Vegetal ........................................................................................................ 67

4.7. Fragilidade Ambiental ...................................................................................................... 72

4.8. Áreas Protegidas, Patrimônio Natural e Conservação Ambiental ................................... 78

4.8.1. As Áreas de Preservação Permanente ......................................................................... 79

4.8.2. O Cadastro Ambiental Rural ......................................................................................... 83

4.9. Legislação e Gestão Ambiental ........................................................................................ 85

4.10. Síntese do Contexto Ambiental do Município de Ribeirão das Neves ......................... 89

5. DINÂMICA SOCIOECONÔMICA ................................................................................................. 92

5.1. Dinâmica Populacional ..................................................................................................... 92

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5.1.1. Perfil Populacional, Domiciliar e Estatísticas Vitais de Ribeirão das Neves ................. 93

5.1.2. Projeção Demográfica e Domiciliar: Materiais e Métodos ........................................ 101

5.1.3. Resultados da Projeção Populacional (por Sexo e Grupos Etários Quinquenais) e

Domiciliar de Ribeirão das Neves para o Período 2018-2030 ............................................. 111

5.2. Economia Municipal e Dinâmica Produtiva ................................................................... 118

5.2.1. Produção .................................................................................................................... 120

5.2.2. Trabalho e Emprego ................................................................................................... 128

5.2.3. Rendimentos, Pobreza e Desigualdade ...................................................................... 140

5.2.4. Atividades Econômicas no Território ......................................................................... 147

5.2.5. Finanças Públicas ........................................................................................................ 180

5.2.6. Resumo dos Pontos Analisados e Perspectivas .......................................................... 185

5.3. Desenvolvimento Humano e Vulnerabilidade Social ..................................................... 187

5.4. Infraestrutura e Serviços Públicos .................................................................................. 205

5.4.1. Educação .................................................................................................................... 206

5.4.2. Saúde .......................................................................................................................... 217

5.4.3. Assistência Social ........................................................................................................ 272

5.4.4. Cadastro Único, Bolsa Família e Transferência de Renda .......................................... 287

5.4.5. Esporte, Lazer e Turismo ............................................................................................ 293

5.5. Patrimônio Histórico e Cultural ...................................................................................... 299

ANEXO I – PROTOCOLOS DOS CURSOS D'ÁGUA ............................................................................ 319

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LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Principais pontos de validação visitados em campo/MG ................................................. 35

Mapa 2 – Litologias presentes no município de Ribeirão das Neves ............................................... 38

Mapa 3 - Pedotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves. Fonte: adaptado de UFV et al,

2010. ................................................................................................................................................. 42

Mapa 4 - Mapeamento hidrográfico para o município de Ribeirão das Neves. .............................. 47

Mapa 5 - Hipsometria do município de Ribeirão das Neves. ........................................................... 58

Mapa 6 - Declividade para o município de Ribeirão das Neves. ...................................................... 60

Mapa 7 - Mapeamento de uso da terra para o município de Ribeirão das Neves. ......................... 65

Mapa 8 – Mapa de vegetação – NDVI Sentinel 2A. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018. ....................... 71

Mapa 9 - Mapeamento de fragilidade ambiental para o município de Ribeirão das Neves. .......... 76

Mapa 10 - Áreas de Preservação Permanente no município de Ribeirão das Neves. Fonte: Ethos

urbanismo, 2018. ............................................................................................................................. 82

Mapa 11 - Reservas legais cadastradas no CAR ............................................................................... 84

Mapa 12 - Áreas registradas com Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Hortas ativas. .................... 151

Mapa 13 - Localização de grandes equipamentos industriais e de logística. ................................ 162

Mapa 14 -Total de estabelecimentos de outras finalidades por setor censitário. ........................ 171

Mapa 15 - Hierarquização das centralidades de comércio e serviços. Ribeirão das Neves-MG.

2018. ............................................................................................................................................... 178

Mapa 16 – Densidade Demográfica e Equipamentos de educação e Cultura. .............................. 211

Mapa 17 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Saúde. ................................................... 222

Mapa 18 – Densidade Demográfica e Equipamentos de assistência social ................................... 282

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Mapa 19 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Esporte e Lazer ..................................... 298

Mapa 20 – Patrimônio Histórico e Cultural .................................................................................... 314

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Unidades geotécnicas e litologias predominantes .......................................................... 37

Tabela 2 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves ................................................. 39

Tabela 3 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves ................................................. 43

Tabela 4 - Resultados de qualidade de Água ................................................................................... 48

Tabela 5 - Parâmetros de análise macroscópica em campo ............................................................ 49

Tabela 6 - Síntese dos resultados de análise macroscópica dos cursos d’água. .............................. 51

Tabela 7 - Outorgas de água no município de Ribeirão das Neves. ................................................. 53

Tabela 8 - Uso da terra em Ribeirão das Neves, maio de 2018. ...................................................... 66

Tabela 9 – Resultados do NDVI ........................................................................................................ 70

Tabela 10 - Camadas e pesos para confecção do mapa de fragilidade geológica ........................... 74

Tabela 11 - pesos atribuídos para a camada de geologia ................................................................ 74

Tabela 12 - Pesos atribuídos para a base de declividade ................................................................. 74

Tabela 13 - Pesos atribuídos para a camada de pedologia .............................................................. 75

Tabela 14 - Fragilidade geológica no município de Ribeirão das Neves .......................................... 77

Tabela 15 - Tipos de propriedades rurais no município de Ribeirão das Neves .............................. 85

Tabela 16 - Repasse total de ICMS ecológico para o município de Ribeirão das Neves .................. 89

Tabela 17 - População e domicílios de Ribeirão das Neves e Minas Gerais em 1991, 2000 e 2010.93

Tabela 18 - Taxa de Crescimento Geométrico anual (TCG) de Ribeirão das Neves e Minas Gerais

em 1991-2000 e 2000-2010. ............................................................................................................ 94

Tabela 19 - Densidade populacional e domiciliar de Ribeirão das Neves. ....................................... 95

Tabela 20 - População e domicílios de Ribeirão das Neves por situação em 1991, 2000 e 2010.... 95

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Tabela 21 - População de Ribeirão das Neves por sexo em 1991, 2000 e 2010. ............................. 95

Tabela 22 - Distribuição populacional de Ribeirão das Neves por sexo e grupo etário em 2000 e

2010. ................................................................................................................................................. 96

Tabela 23 - População em Idade Ativa (PIA) de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010. .................... 98

Tabela 24 - Razão de dependência jovem, idosa e total de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010. . 99

Tabela 25 - Saldo migratório de Ribeirão das Neves nos períodos 1995-2000 e 2005-2010. ......... 99

Tabela 26 - Variáveis relacionadas à saúde em Ribeirão das Neves em 1991, 2000 e 2010. ........ 101

Tabela 27 - Evolução da densidade domiciliar média estimada de Ribeirão das Neves. ............... 110

Tabela 28 - Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão

das Neves, por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 1 (Migração constante). ....... 112

Tabela 29- Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão

das Neves, por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 2 (Migração em queda) ........ 112

Tabela 30 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 1 – Migração constante).

........................................................................................................................................................ 116

Tabela 31 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 2 – Migração em queda).

........................................................................................................................................................ 117

Tabela 32 – PIB a preços de mercado. Valores absolutos, representatividade percentual, variação

percentual e taxa geométrica de crescimento. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-5015. ............ 122

Tabela 33 – Valor Adicionado Bruto. Agropecuária, Indústria, Serviços e Administração Pública.

Ribeirão das Neves. 2005-2015. ..................................................................................................... 124

Tabela 34 – Número de Empregos formais por Setor. Ribeirão das Neves – MG. 2006-2016. ..... 131

Tabela 35 – Distribuição do emprego formal por Subsetores e variação percentual. Ribeirão das

Neves-MG. 2006-2016. .................................................................................................................. 132

Tabela 36 – Municípios de destino e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão

das Neves-MG. 2002; 2012. ........................................................................................................... 137

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Tabela 37 - Municípios de origem e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão das

Neves-MG. 2002; 2012. .................................................................................................................. 139

Tabela 38 – Concentração percentual da massa salarial total paga por setor de atividade. Ribeirão

das Neves-MG. Jan. 2010; Jan. 2018. ............................................................................................. 143

Tabela 39 – Número de indivíduos por faixa de rendimento mensal e variação percentual. Ribeirão

das Neves e RMBH. 200;2010. ....................................................................................................... 145

Tabela 40 - Índice de GINI, Razão 10 por 40, Vulnerabilidade a Pobreza, Percentual de

Extremamente pobres e Percentual de Vulneráveis a Pobreza com deslocamento superior a 1

hora por motivo trabalho. Ribeirão das Neves, RMBH, Minas Gerais e Brasil. 2000, 2010. ......... 146

Tabela 41 – Área plantada e quantidade produzida. Cana de açúcar, feijão, mandioca e milho em

grãos. Ribeirão das Neves-MG. 2006; 2010; 2016. ........................................................................ 148

Tabela 42 - Quantidade de animais por tipo e variação percentual. Ribeirão das Neves-MG. 2006-

2016. ............................................................................................................................................... 149

Tabela 43 – Cultura, área produzida, produtividade e produção total e número de agricultores.

Ribeirão das Neves, 2017. .............................................................................................................. 154

Tabela 44 – Número de estabelecimentos industriais por setor de atividade. Ribeirão das Neves-

MG. 2006-2016. ............................................................................................................................. 158

Tabela 45 – Estabelecimentos industriais por número de empregados. Ribeirão das Neves-MG.

2016. ............................................................................................................................................... 159

Tabela 46 – Empresas localizadas do Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG, situação de

regularidade e observações. 2018. ................................................................................................ 164

Tabela 47 – Número de estabelecimentos terciários por setor de atividade. Ribeirão das Neves-

MG. 2006-2016. ............................................................................................................................. 168

Tabela 48 – Estabelecimentos do setor terciário por número de empregados. Ribeirão das Neves-

MG. 2016. ....................................................................................................................................... 169

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Tabela 49 – Variação percentual da arrecadação de IPTU, ITBI e ISSQN. Belo Horizonte, Contagem,

Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015. .............................................................................. 184

Tabela 50 – Participação percentual do IPTU, ITBI e ISSQN sobre a Receita Tributária. Belo

Horizonte, Contagem, Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015. ......................................... 184

Tabela 51 - Matrículas totais e segundo etapa de ensino – Ribeirão das Neves, 2010/2015/2017.

........................................................................................................................................................ 190

Tabela 52 - Morbidade Hospitalar Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2007/2015 ................... 192

Tabela 53 - Mortalidade Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2006/2015 ................................... 192

Tabela 54 - Índice de desenvolvimento humano municipal - IDHM – dimensões e indicadores .. 194

Tabela 55 - Índice de vulnerabilidade social - IVS – dimensões e indicadores componentes. ...... 199

Tabela 56 - Prédios Públicos da Secretaria Municipal de Educação .............................................. 207

Tabela 57 - Censo escolar - Rede municipal de ensino, Ribeirão das Neves, fevereiro de 2018. .. 213

Tabela 58 - Guia do usuário de saúde, Ribeirão das Neves, 2018 ................................................. 225

Tabela 59 - Responsabilidades municipais previstas nas normativas do SUAS, segundo temas ... 275

Tabela 60- Informações referentes aos serviços de atendimento do CREAS ................................ 285

Tabela 61 - Programa Bolsa Família - Benefícios repassados, segundo tipo (%) – Ribeirão das

Neves, 2017 .................................................................................................................................... 289

Tabela 62 - Oficinas e Núcleos Esportivos – Ribeirão das Neves, 2018 ......................................... 293

Tabela 63 - Planejamento anual de eventos esportivos – Ribeirão das Neves, 2018 .................... 294

Tabela 64 - Cursos ofertados na Casa de Cultura – Ribeirão das Neves, 2018 .............................. 305

Tabela 65 - Cursos ofertados no Espaço Henfil – Ribeirão das Neves, 2018 ................................. 305

Tabela 66 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2016 ...................................... 307

Tabela 67 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2017 ...................................... 307

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Tabela 68 - Despesa orçamentária por entidades, órgãos e unidades orçamentárias – Ribeirão das

Neves, 2018 .................................................................................................................................... 309

Tabela 69 – Calendário anual de eventos, Ribeirão das Neves, 2018. ........................................... 317

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Percentuais das principais litologias presentes no município. ....................................... 40

Gráfico 2 - Percentuais dos principais pedotipos presentes no município. ..................................... 44

Gráfico 3 - Percentuais de uso da terra no município. ..................................................................... 66

Gráfico 4 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010 ............................................ 97

Gráfico 5 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2015-2030 (projeção) ........................... 114

Gráfico 6 – Evolução do PIB a preços de mercado. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-2015 ....... 122

Gráfico 7 – Distribuição percentual do VAB por setores. Ribeirão das Neves. 2005-2015............ 126

Gráfico 8 – Distribuição setorial do emprego formal (%). Ribeirão das Neves-MG. 2006; 2010;

2016. ............................................................................................................................................... 130

Gráfico 9 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal.

Ribeirão das Neves. 2000. .............................................................................................................. 142

Gráfico 10 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal.

Ribeirão das Neves. 2010. .............................................................................................................. 142

Gráfico 11 – Valores repassados e Valores Utilizados do Programa Nacional de Alimentação

Escolar. Ribeirão das Neves-MG. 2011-2016. ................................................................................ 156

Gráfico 12 - Receitas e Despesas Orçamentárias. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015. ............... 181

Gráfico 13 - Percentual de Transferências Correntes, Receita Tributária Municipal e Outras

Receitas na Receita Orçamentária Total. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015. ............................ 182

Gráfico 14 – Valores arrecadados de IPTU, ITBI e ISSQN. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015. ... 183

Gráfico 15 - Indicadores demográficos selecionados – Ribeirão das Neves, 2010 ........................ 187

Gráfico 16 - Taxa de analfabetismo - 15 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 2000/2010 ...... 188

Gráfico 17 - Indicadores educacionais selecionados – Ribeirão das Neves, 2010 ......................... 189

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Gráfico 18 - Escolaridade da população de 25 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 1991/2010

........................................................................................................................................................ 189

Gráfico 19 - Índice de desenvolvimento da educação básica - IDEB – Ribeirão das Neves,

2005/2015 ...................................................................................................................................... 190

Gráfico 20 - Pessoas, por tipo de deficiência permanente, Ribeirão das Neves, 2010 .................. 193

Gráfico 21 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 1991/2010 .................................. 194

Gráfico 22 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, RMBH e Minas Gerais, 2010 ....... 195

Gráfico 23 - População segundo situação de pobreza (%) – Ribeirão das Neves, 2010. ............... 197

Gráfico 24 - Vulnerabilidades associadas (%) – Ribeirão das Neves, 2010 .................................... 198

Gráfico 25 - Comparativo IVS, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 2010........................... 200

Gráfico 26 - Famílias cadastradas, segundo faixa de renda domiciliar per capita mensal (%) –

Ribeirão das Neves, 2018 ............................................................................................................... 288

Gráfico 27 - Benefícios de prestação continuada, segundo tipo, 2018 ......................................... 290

Gráfico 28 - Pontuação no ICMS Cultural – Ribeirão das Neves, 2012/2018................................. 310

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Municípios da RMBH e do Colar Metropolitano ............................................................. 22

Figura 2 – Divisão macro territorial - Ribeirão das Neves ................................................................ 30

Figura 3 – Exemplo de estrutura para o mapeamento hidrográfico. ............................................... 46

Figura 4 – Exemplo de protocolo de avaliação de cursos d'água e resultado. ................................ 50

Figura 5 - Exemplo de imagem - Google Earth/digital globe. .......................................................... 63

Figura 6 - Exemplo de imagem – Plane Scope.................................................................................. 63

Figura 7 - Exemplo de imagem – Sentinel 2A. .................................................................................. 64

Figura 8 - Exemplo de resultado da classificação de uso da terra. .................................................. 64

Figura 9 - Imagem Sentinel 2A com composição falsa cor. .............................................................. 69

Figura 10 – NDVI Imagem Sentinel 2A. ............................................................................................ 69

Figura 11 – Municípios de Destino de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens.

Ribeirão das Neves-MG. 2012. ....................................................................................................... 136

Figura 12 – Municípios de Origem de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens.

Ribeirão das Neves-MG. 2012. ....................................................................................................... 138

Figura 13 - Árvore do IDHM – Ribeirão das Neves, 2000/2010. .................................................... 196

Figura 14 – Áreas de Vulnerabilidade ............................................................................................ 201

Figura 15 - Regiões Sanitárias ........................................................................................................ 217

Figura 16 - Organograma da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania de

Ribeirão das Neves ......................................................................................................................... 273

Figura 17 - Elementos constitutivos dos Sistemas de Cultura ....................................................... 301

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LISTA DE FOTOS

Foto 1 - Vegetação de porte arbóreo denso e com características estacionais semideciduais. ..... 67

Foto 2 - Vegetação de porte arbóreo em altas vertentes e topos de morro. .................................. 68

Foto 3 – Agricultura familiar. Plantio de Hortaliças e terra em tratamento com maquinário. Paraíso

das Piabas, Ribeirão das Neves-MG. 2018. .................................................................................... 152

Foto 4 – Agricultura familiar. Plantio de hortaliças e estufa. Areias, Ribeirão das Neves-MG. 2018.

........................................................................................................................................................ 153

Foto 5 – Agricultura periurbana. Ribeirão das Neves-MG. 2018. .................................................. 153

Foto 6 – Usos não conformes no Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG. 2018. ................. 163

Foto 7 – Fachada Leste Centro Industrial e de Ribeirão das Neves-MG. 2018. ............................. 164

Foto 8 – Avenida 2, Região do Veneza. Perfil espalhado de estabelecimentos comercias. .......... 175

Foto 9 – Avenida Raimundo Nonato de Souza, Região Central. Perfil concentrado de

estabelecimentos comercias. Ribeirão das Neves, 2018. .............................................................. 175

Foto 10 – Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade. ................................................................. 315

Foto 11 – Edificações da Vila Esplanada pertencente ao Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da

Penitenciária José Maria Alkimim .................................................................................................. 315

Foto 12 – Capela da Irmandade Nossa Senhora do Rosário – Comunidade Quilombola. ............. 315

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

19

1. INTRODUÇÃO

O Plano Diretor é um instrumento criado pelo Estatuto das Cidades (Lei Federal n° 10.257, de

julho de 2011), atuando como ferramenta básica na promoção da política de desenvolvimento e

expansão urbana.

A elaboração do Plano Diretor, objetivo último deste trabalho, parte de levantamentos e

diagnósticos das situações Físico-Ambiental, Sócio-econômico-organizativo e Jurídico-Legal do

município e de ações de capacitação e difusão das diretrizes do Estatuto da Cidade (Lei 10.257,

2001), trabalhando sempre com princípios de envolvimento e participação da população

interessada, tanto no sentido da obtenção de informações que subsidiem a compreensão do

território urbano e rural, como no sentido de discutir as propostas para o planejamento e

desenvolvimento do município.

É importante destacar a relevância da mobilização no processo de elaboração de um Plano

Diretor, tendo em vista que a participação popular é tida como indispensável na sua concepção.

Sendo assim, pretende-se, a partir do ordenamento das ações a serem executadas, conferir

transparência e inteligibilidade ao processo. Acredita-se que, com a participação popular, seja

possível dar uma resposta adequada às questões inerentes ao planejamento urbano municipal,

minimizando os efeitos negativos, e potencializando e maximizando os efeitos positivos dessa

ação de planejamento.

O documento que ora se apresenta consiste no levantamento de dados secundários e leitura

técnica para subsídio da revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves. Os dados

foram levantados entre março e maio de 2018 e tiveram como objetivo principal conhecer a

realidade do município em termos de suas características demográficas, socioeconômicas,

ambientais, culturais, de infraestrutura e outras, além de identificar e caracterizar os diversos

territórios de Ribeirão das Neves que serão objeto de propostas na próxima etapa do trabalho.

O Volume I que se segue está estruturado em 5 capítulos, além desta Introdução, que compõe o

Capítulo 1. O Capítulo 2 traz informações sobre inserção regional do município bem como a

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

20

configuração político-administrativa de seu território. O Capítulo 3 trata da história de formação

do município. O Capítulo 4 aponta as condições ambientais do município. O Capítulo 5 volta seu

olhar para os indicadores demográficos do município e suas condições sociais, de

desenvolvimento e de vulnerabilidade; trata sobre aspectos econômicos do território; além de

dedicar um olhar especial para a situação da cultura no município.

O Volume II está estruturado em 3 capítulos, sendo a continuação do Volume I. O Capítulo 6 trata

dos aspectos de ocupação do território municipal, abordando o uso do solo, ocupação,

infraestrutura urbana e saneamento básico. O Capítulo 7 relata as condições de habitação e

regularização fundiária, com uma previsão do déficit habitacional. O Capítulo 8 conclui este

Produto, com dados referentes a estrutura institucional e instrumentos de gestão e, também, traz

um breve olhar sobre a organização social e o associativismo no município.

Ao final, seguem os anexos e as referências bibliográficas com as fontes de todas as informações

secundárias apresentadas no Produto 8.

As metodologias de trabalho utilizadas para realização das abordagens deste relatório encontram-

se detalhadas em cada um dos capítulos destacados acima.

É fundamental recordar que as informações aqui apresentadas não são exaustivas e serão

complementadas e aprofundadas após a compatibilização da leitura técnica com as leituras

comunitárias.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

21

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Antes de passar ao diagnóstico do território de Ribeirão das Neves, propriamente dito, entende-

se que é fundamental conhecer o processo de ocupação do território para o entendimento da

situação e perfil atual do município. Nessa perspectiva, buscou-se levantar as informações básicas

disponíveis nas fontes oficiais relativas ao seu povoamento e formação político-administrativa. Ao

mesmo tempo, buscou-se olhar para a região onde o município se insere, entendendo que a

configuração regional e sua participação neste contexto são fatores fundamentais no

direcionamento de seu processo de desenvolvimento.

Nesse sentido, não se pretende aqui detalhar as características físico-territoriais e

socioeconômicas da RMBH1, mas sim situar o município, antes de passar ao diagnóstico de sua

situação atual.

Ribeirão das Neves está situado na Região Metropolitana de Minas Gerais (RMBH), na

microrregião de Belo Horizonte, limitando-se com os municípios de Vespasiano, Pedro Leopoldo,

Belo Horizonte, Contagem e Esmeraldas. A Figura 1 traz as cidades da região metropolitana,

apontando ainda seu entorno imediato, o chamado Colar Metropolitano.

O município de Ribeirão das Neves é um dos mais populosos da região, além de ter sido, nas

últimas décadas, um dos que apresentou crescimento demográfico mais acelerado, da ordem de

cerca de 3.000% entre 1970 e 2010. Em 2010, segundo dados do Censo demográfico do IBGE,

tinha população de 296.317 habitantes, número este que chega à casa dos 328.871 conforme a

Estimativa da População IBGE 20172.

1 Para tal, ver UFMG 2010; UFMG 2014; Andrade et al, 2015; e Ribeiro e Ribeiro, 2015.

2 Destaca-se que serão utilizados neste diagnóstico os dados do Censo 2010, mesmo sabendo-se de sua defasagem,

pelo fato de serem os dados oficiais existentes e com condições de comparabilidade com a realidade estadual e nacional. Entretanto, quando houver informações específicas, atualizadas, fornecidas pela Prefeitura e outras fontes oficiais, estes serão também apresentados e priorizados.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

22

Pode-se dizer que a conformação de seu território e perfil socioeconômico, nos moldes atuais,

tem forte influência da contiguidade e proximidade com a Capital Estadual, bem como das

políticas públicas que redirecionaram e redistribuíram os ônus e os bônus do crescimento dentro

do Estado. Conforme Campos (2010: 6), “o Município de Ribeirão das Neves foi criado para

manter-se distante do centro urbano, afastado do poder político, mas articulado e comandado de

fora pelo Governo do Estado, que era (e ainda é) o grande organizador do espaço urbano

municipal”.

Figura 1 – Municípios da RMBH e do Colar Metropolitano

Fonte: Agência Metropolitana da RMBH. Disponível em http://www.agenciarmbh.mg.gov.br/agencia-rmbh-e-cohab-apresentam-arranjo-metropolitano-e-oportunidades-de-empreendimento-imobiliario-para-prefeitos-

eleitos/

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

23

O município está situado na porção Noroeste da RMBH, que, por sua vez, é a terceira maior do

Brasil, contando com 34 municípios3 e cerca de cinco milhões de habitantes (26% da população do

estado), 24% do eleitorado e 40% do Produto Interno Bruto de Minas Gerais.

A região metropolitana não pode ser considerada uma unidade homogênea do ponto de vista dos

indicadores sociais. Ao contrário, apresenta desigualdades flagrantes em seu interior, em diversos

aspectos, configurando áreas com qualidade de vida heterogênea e desigual. Nesse sentido,

verifica-se melhor qualidade de vida em sua porção central, constituída pelo eixo Belo Horizonte –

Betim – Contagem, além de Nova Lima, ao passo que os piores indicadores situam-se justamente

na franja formada por Ribeirão das Neves, Vespasiano e Ibirité, principalmente. Esses municípios

sofrem com os pontos negativos da aglomeração urbana, principalmente no que se refere ao

crescimento desordenado de suas áreas limítrofes com a capital, visando atender à demanda

habitacional de Belo Horizonte.

A expulsão da população de Belo Horizonte para as cidades do entorno é fato e tendência, cuja

principal consequência tem sido o aumento da demanda por habitações, infraestrutura e serviços

nos municípios limítrofes, inclusive Ribeirão das Neves, um dos principais responsáveis pela

absorção de populações expulsas da área central da RMBH pelo aumento do preço da terra e pela

dinâmica imobiliária.

Conforme explicitado no Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado – PDDI, tem-se

observado o adensamento dos assentamentos precários e voltados para a população de baixa

renda. Por exemplo:

A noroeste, os municípios de Esmeraldas e Ribeirão das Neves são os

mais comprometidos com a implantação de parcelamentos precários

voltados para a população de baixa renda, sendo que Esmeraldas, nos

últimos dez anos, teve um surpreendente volume de pedidos de

3 Baldim, Belo Horizonte, Betim, Brumadinho, Caeté, Capim Branco, Confins, Contagem, Esmeraldas, Florestal, Ibirité,

Igarapé, Itaguara, Itatiaiuçu, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos, Nova Lima, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Rio Manso, Sabará, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, Sarzedo, Taquaraçu de Minas e Vespasiano.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

24

anuência para novos parcelamentos, com área quatro vezes superior a

Nova Lima, segundo colocado em quantidade de área a ser parcelada

(UFMG, 2010: v1. p.51)

Outras tendências registradas, correlacionadas, são o aumento da urbanização, das densidades

demográficas e da concentração da população em determinadas porções do território

metropolitano, onde já há vários municípios com pequenas parcelas de áreas rurais. Esta situação

compromete, inclusive, a própria sobrevivência de sua atividade econômica tradicional e

histórica, de abastecimento da Capital com produtos agropecuários, além de sua cultura e

identidade.

Nesse sentido, estudo realizado pela equipe dos Lugares de Urbanidade Metropolitana (Lumes)

identificou que:

A grande diferença observada entre os vetores de expansão

metropolitana de Belo Horizonte dá o tom a uma região extremamente

heterogênea, marcada por grandes disparidades socioeconômicas, que

se refletem diretamente nos aspectos culturais de cada município. Ainda

que tenham sido observados vários aspectos em comum ao longo do

território metropolitano (por exemplo, no artesanato, na culinária, nas

festas religiosas, na presença da agricultura para abastecimento da

região) muitos dos fatores do desenvolvimento urbano acabam por

determinar o enfraquecimento e mesmo a supressão das manifestações

culturais regionais, fazendo com que suas características culturais se

manifestem em escalas, com intensidades e de formas diferentes no

território (Soares et al, 2015: 10/11).

Além das perdas identitárias e culturais, a principal consequência dos mencionados processos, de

urbanização acelerada e de migração da capital para os municípios limítrofes, é o aumento da

demanda por serviços de infraestrutura, saneamento básico, habitação e transportes no interior

da RMBH, pressionando os sistemas existentes.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

25

Quando tais processos se dão em ambiente de crescimento econômico, a concentração

populacional é menos nociva, já que parte da demanda agregada passa a ser atendida pela

iniciativa privada, regulada pelo governo, e comprada no mercado pela população, que, com

emprego, tem renda suficiente para manter esse acesso. Entretanto, o crescimento desordenado

e a concentração populacional num cenário de estagnação econômica trazem problemas diversos,

entre eles o aumento da demanda por empregos sem paralelo aumento da oferta, tendo como

consequências a elevação das taxas de desemprego, queda na renda, empobrecimento da

população, aumento da violência e da exclusão social.

No caso dos municípios da RMBH, fora a capital, muitas vezes desprovidos de recursos financeiros

e técnicos, em geral não conseguem prover os novos loteamentos ou suas áreas centrais, em

processo de adensamento, de serviços urbanos adequados, comprometendo a qualidade de vida

de seus habitantes, com reflexos claros nos indicadores sociais em geral. Para além da questão do

adensamento e urbanização desordenados, as desigualdades e carências internas à Região

Metropolitana verificam-se em uma série de outros indicadores: saúde, educação, acesso aos

sistemas de transporte, emprego e renda, etc.

Conforme expresso no estudo do Macrozoneamento Metropolitano, a RMBH é uma metrópole

com grande concentração de serviços, recursos e fluxos em sua capital, Belo Horizonte, sendo

necessário criar estratégias de descentralização “concentrada e seletiva” (UFMG, 2014: 58) com

vistas a se passar de uma “estrutura monocêntrica, com um sistema de transporte radial e

convergente para um único centro, para uma estrutura policêntrica, organizada em torno de uma

rede de mobilidade multi-modal”. Tal proposta pensa a continuidade territorial da mancha

urbana com o “adensamento e intensificação de usos internos à mesma”, incluindo os serviços

públicos, os espaços de convivência social, as áreas agrícolas, de cultura e de lazer.

Nesta perspectiva, pensa-se na importância de se reverter o conceito de periferia através do

fortalecimento das “centralidades em rede” (ibid.: 58/59). Assim, “a redução das desigualdades

socioespaciais passa necessariamente pela transformação da RMBH numa metrópole policêntrica

e mais compacta, em oposição a um crescimento extensivo ou contínuo da mancha urbana do

tipo centro-periferia, prevalecente até hoje” (ibid.: 59).

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

26

Não por acaso o município de Ribeirão das Neves está inserido também no Programa de

Requalificação de Áreas Centrais proposto pelo PDDI, dentro da Política Metropolitana Integrada

de Centralidades em Rede, que tem como objetivos gerais:

• Criar novas centralidades e promover o fortalecimento dos centros

intermediários já existentes, objetivando a redução das desigualdades

socioespaciais e a conformação de uma nova estrutura territorial

metropolitana policêntrica, multiescalar e em rede, em oposição à

estrutura atual, monocêntrica e radial;

• Reforçar e criar condições favoráveis ao desenvolvimento de atividades

econômicas produtivas que contribuam para a consolidação da rede de

centralidades proposta epara a desconcentração das oportunidades de

emprego na RMBH;

• Fortalecer as identidades metropolitanas através da associação das

centralidades existentes e propostas aos Complexos Ambientais

Culturais, à presença de pólos especializados e ao patrimônio cultural da

RMBH;

• Fortalecer a identidade cultural de centralidades existentes,

principalmente das centralidades locais, onde a dimensão simbólica é

muito relevante; (UFMG, 2010: v1. p. 242, grifos no original).

É nesse quadro que se insere o município de Ribeirão das Neves. No contexto da metrópole, a

apenas 32 km, da capital mineira, vem atendendo à região com terrenos para implantação de

moradias de baixa renda, em sua maioria, e sofrendo não apenas os benefícios, mas também os

impactos negativos de sua inserção regional.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

27

3. HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO

Segundo informações disponíveis no site da Câmara Municipal de Ribeirão das Neves4, as

primeiras referências sobre o município datam do início do século XVIII, quando a localidade era

conhecida como Matas de Bento Pires. Anos mais tarde é concedida sesmaria na região a Jacintho

Vieira da Costa, que manda erigir no local uma Capela dedicada a Nossa Senhora das Neves. Em

1746 é construído o engenho da Fazenda das Neves, constituindo-se toda a região como uma

produtora de gêneros agropecuários, o que vai marcar toda sua trajetória até as décadas finais do

Século XX.

Outro marco importante da história local foi a criação, em 1820, de uma “Guarda-Moria nas

Capelas de Nossa Senhora das Neves e Santo Antônio da Venda Nova. A lei Providencial de 15 de

setembro de 1827, reforçada pelo Decreto de 11 de setembro de 1830, eleva Neves a Distrito de

Paz, com uma população aproximada de 1.241 habitantes”. A condição de distrito de paz,

entretanto, foi perdida em 1846, em virtude do pedido do Padre José Maria de Andrade, então

vereador, que denunciava as condições precárias da capela e o aumento da população. Nesta

época o povoado de Neves foi anexado ao recém criado distrito de Venda Nova, Curral Del Rei

(atual Belo Horizonte).

O padre José Maria de Andrade morreu no dia 06 de dezembro de 1875

e foi sepultado no interior da capela de Neves. Em seu testamento ele

citou e reconheceu seis filhos. Após a morte do padre, Neves foi

incorporada ao distrito de Pindahybas (Lei nº2.041 de 01-12-1873), atual

Vera Cruz de Minas (Pedro Leopoldo) com a qual permaneceu até 1911,

quando ambas foram anexadas ao recém-município de Contagem pela

lei estadual nº 843, de 07-09-1923. (DIAGNÓSTICO SÓCIO TERRITORIAL

RIBEIRÃO DAS NEVES, 2013: P.13)

4 Ver Ribeirão das Neves (MG). Câmara. 2014. http://cmrn.mg.gov.br/historia-do-municipio/. Acesso em: 18 de maio de

2018.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

28

Testemunho importante desta história é a Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis5,

fundada em Areias em 1889 e estabelecida em 1919 em terreno doado por Francisco Labanca,

descendente de italianos, em Justinópolis. A capela da Irmandade foi erguida em 1924, mas a

primeira festa de Nossa Senhora do Rosário da nova Irmandade já havia sido realizada em 1922,

na Igreja de N. Sª da Piedade. A Irmandade foi certificada como comunidade quilombola pela

Fundação Palmares em 07/03/2016, através da Portaria 28/2016. Atualmente reivindica junto ao

Incra a regularização de seu território, através do processo 54170.002801/2016-52.

Nesta mesma região, então denominada Campanha, foi criada “a primeira fábrica de fios de

algodão de Minas Gerais, fundada por volta de 1830 por Antônio Luiz de Avellar, filho de José

Pedro de Avellar e D. Quitéria Francisca da Encarnação, proprietários da Fazenda de Mato

Grosso”. (DIAGNÓSTICO SÓCIO TERRITORIAL RIBEIRÃO DAS NEVES, 2013: P.13)

De acordo com o Plano de Inventário cultural do município,

O distrito de Justinópolis ou “Justino”, como é popularmente conhecido,

recebeu o derivado nome, em 1953, em homenagem a Antônio Justino

da Rocha, próspero fazendeiro da região que doou o terreno para a

construção da igreja, do cemitério e da escola.

A região de Campanha incorporava um vasto território dividido em

fazendas, que ao longo das décadas de 40 e 50 iniciaram a

transformação em lotes para a comercialização, dando início aos

primeiros bairros, e que já na década de 30 tem-se notícias das vendas

do Sr. Antônio de Souza Menezes, vulgo “Vigário”, e a do Sr. Carlindo

Costa Ferreira, vulgo “Tenente”.

(...) Em 1953, Campanhã foi elevada a condição de distrito de Ribeirão

das Neves, a partir da emancipação política do município. (IPAC, 2015)

5 Ver https://kizoomba.wordpress.com/premio-funarte-de-teatro-miriam-muniz/comunidade-quilombola-irmandade-

de-nossa-senhora-do-rosario-de-justinopolis-mg/

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

29

O Distrito de Neves foi criado pela Lei Estadual n.º 843, de 07/09/1923, ligado ao município de

Contagem. Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17/12/1938, o distrito é transferido para o novo

município de Betim. Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31/12/1943, o distrito de Neves passa

a se chamar Ribeirão das Neves e é transferido do município de Betim para o novo município de

Pedro Leopoldo.

O distrito foi desmembrado de Pedro Leopoldo e elevado à categoria de município pela Lei n.º

1.039, de 12/12/1953, constituído de 2 distritos: Ribeirão das Neves e Justinópolis (ex-

Campanha). Foi efetivamente instalado em 01/01/1954.

Como se vê, originalmente formado por uma grande fazenda dedicada à produção pecuária e

agrícola, o território de Ribeirão das Neves só se constituiu como município independente no

início de 1954, emancipado da recém-criada cidade de Pedro Leopoldo.

Antes disso, entretanto, o território do então distrito de Neves já havia recebido a implantação de

uma penitenciária agrícola nos terrenos das fazendas do Mato Grosso, adquiridas pelo Estado de

Minas Gerais em 1927. Este fato vai marcar toda sua trajetória até os dias atuais, inclusive com o

incremento do crescimento de seu núcleo urbano, em virtude da migração de parentes dos

detentos para a região.

A partir da década de 1970, em decorrência da própria expulsão das populações de baixa renda

do valorizado centro metropolitano em processo de crescimento, o município sofre um boom

imobiliário - que ainda persiste, mesmo que em ritmo menos acelerado. De acordo com o

documento do Plano Diretor:

Ao longo dos últimos 50 anos, a ocupação do município de Ribeirão das

Neves, se deu tanto na forma de invasão da mancha urbana do

aglomerado como também através do inchaço do seu núcleo-sede, com

o crescimento periférico. A invasão ocorreu via Venda Nova (BH), na

região de Justinópolis, ou mesmo na região da BR-040, na divisa com

Contagem. (Plano diretor, 2006)

Nos dias atuais o município é oficialmente constituído pelo distrito sede e pelo distrito de

Justinópolis. Entretanto, do ponto de vista administrativo está dividido em três regiões: Veneza,

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

30

Centro e Justinópolis, conforme Figura 3. Para efeitos de diagnóstico e mobilização para

participação da população no atual processo de revisão do Plano Diretor foi adotada pela equipe,

em casos pertinentes, outra sub-região de análise, denominada Areias.

Com 154 km², atualmente o território municipal divide-se em 180 bairros, além de várias áreas

vazias localizadas entre as regiões. Seus três macro-territórios - Veneza, Centro e Justinópolis –

têm precária articulação viária e integração entre si, formando um verdadeiro “arquipélago”

(Campos, 2010).

Figura 2 – Divisão macro territorial - Ribeirão das Neves

Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves. Secretaria Municipal de Assistência Social.

O primeiro, na porção norte, tem como acesso a BR- 040 e relação mais estreita com as cidades

de Esmeraldas, Contagem (CEASA) e Belo Horizonte do que com a própria sede municipal. Nos

últimos anos vem mostrando crescimento demográfico expressivo, principalmente em virtude da

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

31

implantação de loteamentos populares e empreendimentos habitacionais privados, como por

exemplo aqueles produzidos a partir do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV)6.

Já Justinópolis, na porção sul, tem seu acesso principal via Avenidas Vilarinho e Padre Pedro Pinto,

em Venda Nova (BH), com alto grau de integração com esta região da Capital. Este é o território

mais populoso do município e também onde se concentram a maior parte dos equipamentos e

serviços públicos, bem como áreas de comércio. Como pode ser percebido na Figura 4, o polo de

Justinópolis é mais importante que a própria sede do município na rede de centralidades da

RMBH.

Assim, frente ao exposto, vê-se atualmente um território marcado pela fragmentação espacial,

pela segregação, pela fragilidade dos indicadores de qualidade de vida e desenvolvimento

humano, por baixo padrão urbanístico, pelo predomínio de população de baixa renda e pelo baixo

dinamismo econômico.

O município hoje conta vários presídios7 dentro de seus limites, que impactam as condições da

municipalidade para atendimento de infraestrutura e serviços8 para os detentos e seus familiares

que migram para a região. Conforme relatado por Campos (2010),

A implantação das várias unidades prisionais não foi acompanhada por

investimentos relevantes em infraestrutura, saúde, educação, habitação,

saneamento e geração de emprego. Além disso, e de acordo com

técnicos da Prefeitura Municipal, os presídios causam ônus a algumas

secretarias municipais, como a de Saúde e a de Assistência Social, aos

6 Tais empreendimentos, em sua maioria absoluta voltados para moradores de outros municípios da RMBH e da própria capital, em busca de moradia a menor custo, contribuem para agravar a situação da cidade em termos de atendimento de infraestrutura e serviços, bem como no inchamento populacional. Nota-se, nesse sentido, que a cidade também vem passando por um processo relevante de verticalização das moradias.

7 São eles: Centro de Apoio Médico e Pericial (CAMP); Penitenciária José Maria Alkimin (PJMA); Presídio Antônio Dutra

Ladeira(PRADL); Presídio Feminino José Abranches Gonçalves (PRFJAG); Presídio Inspetor José Martinho Drumond (PRIJMD); Unidade I do Complexo Prisional Público Privado (CPPP).

8 Segundo Silva (2016: 14), com a implementação da última unidade prisional, o CPPP, “Ribeirão das Neves passou a

oferecer mais três mil vagas para o sistema prisional do estado de Minas Gerais as quais se somaram as já cinco mil vagas existentes no Município, o que equivale a mais de 15% do total de presos do Estado de Minas Gerais”.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

32

quais os detentos têm atendimento prioritário em relação à

comunidade, mas não geram renda nem emprego ao município

(Campos, 2010: 6).

Além disso, “o estigma de ‘Cidade Presídio’, em razão da construção de penitenciárias,

desestimulou o crescimento inicial da cidade e sua base econômica teve que se sustentar apenas

pela produção de hortifrutigranjeiros e pela exploração de areia nos córregos do município”

(Plano Municipal de Saúde, 2017, p.20).

A violência é uma das ameaças cotidianas a sua população, visto que a cidade apresenta altas

taxas de criminalidade, entre elas o Índice de Homicídios na Adolescência “de 5%, que coloca

Ribeirão das Neves como a vigésima cidade mais perigosa para jovens de 12 a 18 anos do Brasil”.

Infelizmente o município também aparece com destaque no Mapa da Violência de 2007 (com taxa

média de 58 homicídios por 100 mil habitantes, a 97ª posição no Brasil) e no Mapa da Violência

de 2013, quando “ficou entre as 300 cidades mais violentas do país, ocupando o 163° lugar e

oitava colocada no ranking estadual, com 156 assassinatos” (Salgado, 2015: 19).

Os elementos relacionados à vulnerabilidade social e ao atendimento das políticas públicas ao

cidadão nevense serão detalhados nos próximos capítulos. Por ora basta finalizar apontando que

um dos grandes desafios do novo Plano Diretor será justamente o de tentar frear ou mesmo

reverter um processo histórico que tem descaracterizado o município e o posicionado de maneira

subalterna e precária no contexto da terceira maior metrópole do país.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

33

4. CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA: PAISAGENS E MEIO AMBIENTE

Diferentes características naturais e antrópicas são consideradas fundamentais para o

entendimento dos aspectos físicos de um território municipal, suas consequentes paisagens as

formas de rebatimento nas dinâmicas ambientais. Em análises ambientais é bastante recorrente o

uso de dados como geologia, geomorfologia, pedologia, climatologia, pluviometria, declividade e

diversas outras informações comumente associadas à atributos naturais do território municipal.

Esses dados têm de ser considerados enquanto às suas limitações referentes às informações

disponíveis e em especial às limitações associadas a escala de mapeamento e que devem ser

compatíveis com a amplitude do território municipal. Dessa forma, considerando os objetivos e

ações necessárias para a atualização do Plano Diretor Participativo do município de Ribeirão das

Neves e as diferentes limitações de algumas informações, foram considerados como essenciais de

serem apresentadas informações sobre: geologia; pedologia; declividade e hipsometria; recursos

hídricos; hipsometria e declividade; uso da terra e cobertura vegetal; Áreas protegidas,

patrimônio natural e conservação ambiental; legislação e gestão ambiental.

Essas informações foram consideradas como essenciais para a construção de uma perspectiva de

entendimento do território a partir das diferentes formas de uso e ocupação e dos contextos de

paisagem que foram considerados fundamentais para uma eficiente interpretação dos diferentes

atributos ambientais em território municipal.

4.1. Síntese Metodológica Geral dos Mapeamentos para a Caracterização Geofísica.

Uma das mais essenciais preocupações para o desenvolvimento de análises e de definição de

informações para a caracterização ambiental de um território é referente à qualidade e à

atualidade dos dados a serem trabalhados. Essa preocupação se justifica pelo entendimento de

que em um mesmo território diferentes perspectivas e interpretações são possíveis, dependendo

principalmente da escala das informações, de seu tempo ou mesmo da metodologia utilizada para

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

34

a aquisição dos dados. Para a atualização do Plano Diretor Municipal de Ribeirão das Neves,

foram utilizados dados disponibilizados por instâncias públicas e privadas, creditados e com

estruturação e metodologia em qualidade suficiente para a composição comparativa e análise das

informações.

Diversas das informações geradas foram baseadas também em levantamentos de campo,

realizados nos dias 20 e 21 de abril de 2018, oportunidade na qual foi possível percorrer grande

parte do território municipal, de forma a ser possível validar, comparar e perceber os resultados

das análises elaboradas. Esse procedimento de validação e controle das informações é essencial,

não apenas para a aquisição de dados em campo, mas como ferramenta para a construção de

perspectivas de entendimento do território que estão associadas às vivências, às dinâmicas

territoriais e as suas diferentes formas de apropriação e de ocupação.

Ao todo, foram visitados aproximadamente 40 pontos, distribuídos ao longo de todo o território

municipal e contemplando as diferentes dinâmicas territoriais municipais, em especial nas regiões

Central, Veneza, Justinópolis e Areias. Durante a visita de campo foi realizado: 1) memorial

fotográfico; 2) aquisição de pontos georreferenciados para a validação dos estudos de

classificação e análise de imagens de satélite; 3) obtenção de informações referentes aos cursos

d’água e sua dinâmica de paisagem e de qualidade ambiental. O próximo mapa apresenta os

pontos visitados.

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35

Mapa 1 - Principais pontos de validação visitados em campo/MG

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36

4.2. Geologia

O mapeamento geológico foi realizado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas

Gerais (CODEMIG, 2009) e foi elaborado em uma escala de mapeamento de 1:100.000,

considerando as folhas Belo Horizonte e Contagem. Esses dois mapeamentos tem a melhor escala

disponível para a caracterização das estruturas litológicas no estado de Minas Gerais. Os dois

mapeamentos, todavia, foram realizados por equipes e tempos diferentes. Apesar do município

de Ribeirão das Neves apresentar uma estrutura geológica muito uniforme, foram percebidas

algumas diferenças entre os mapeamentos, principalmente em relação à presença ou não de

superfícies aluvionares, que estão associadas principalmente às dinâmicas de deposição

sedimentar dos cursos d’água. Para fins de caracterização das litologias presentes no município,

foram considerados os níveis de embasamento geológico.

Parizzi et al (2010), ao pensarem a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da

RMBH, realizaram a compartimentação dos diferentes litotipos inseridos na RMBH em 10

unidades geotécnicas (UG)9, pensando as possibilidades e limitações para a ocupação territorial.

As unidades foram segmentadas:

De acordo com suas características mecânicas, suas potencialidades e

susceptibilidades. Cada grupo recebeu uma nota, variando de zero a 10,

correspondente a sua adequabilidade de ocupação. Nenhum grupo

recebeu nota zero, como, também, nenhum grupo recebeu nota 10. Isso

se deve ao fato que não existe terreno que seja completamente inválido

assim como não há terreno, que por melhor que seja, não exija medidas

criteriosas de ocupação. (Parizzi et al, 2010, p 2)

A próxima Tabela apresenta o agrupamento em unidades geotécnicas realizado entre as

diferentes tipologias e observações segundo a metodologia adotada.

9 As unidades geotécnicas serão retomadas posteriormente, quando da análise de fragilidade geológica.

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37

Tabela 1 - Unidades geotécnicas e litologias predominantes

Unidade Geotécnica Litologia

1 Granito e Gnaisse

2 Rochas de origem sedimentar folheadas e de granulometria fina como

argilitos e siltitos

3 Itabirito

4 Rochas metamórficas foliadas como ardósias, filitos e xistos

5 Dolomito

6 Quartzitos e metaconglomerados

7 Rochas metaultramáficas, soleiras e diques máficos,rochas metabásicas

8 Depositos sedimentares, Depósitos aluvionares, Depósitos aluviais e

coluviais

9 São meta-arenitos com associações de rochas vulcano sedimentares em

elevado estado de intemperismo

10 Rochas carbonáticas

Fonte: adaptado de Parizzi et al, 2010.

No município de Ribeirão das Neves, considerando o mapeamento geológico disponibilizado pela

CODEMIG em escala de 1:100.000, foram identificados dois diferentes litotipos (ortognaisses e

gnaisses) de origem metamórfica regional e ígnea, ambos inseridos no Complexo Belo Horizonte e

de formação durante o arqueano. A figura a seguir apresenta o mapa geológico do município de

Ribeirão das Neves.

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38

Mapa 2 – Litologias presentes no município de Ribeirão das Neves

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39

A próxima Tabela apresenta os diferentes litotipos inseridos no município, sua área e a unidade

geotécnica em que foram agrupados.

Tabela 2 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves

Litotipos Area (Ha) % em relação à área do município Unidade Geotécnica

Ortognaisses 4.130,110 26,58 1

Gnaisse 11.410,170 73,42 1

Fonte: adaptado de CODEMIG, 2009.

O município de Ribeirão das Neves apresenta apenas dois litotipos, de acordo com a base de

dados disponibilizada pela CODEMIG, sendo que na sede municipal, na região do Veneza e parte

de Justinópolis, ocupando 73,12% do território municipal, é marcada a presença de gnaisses; na

região de Areias e parte de Justinópolis predominam os ortognaisses.

Os Ortognaisses e os Gnaisses estão agrupados, segundo Parizzi et al (2010), como pertencentes à

unidade geotécnica 1 - Granito e Gnaisse, que

"quando intemperizadas a rochas graníticas e gnáissicas geram um solo

residual silto- arenoso ou argilo-areno siltoso. Este solo por sua baixa

coesão é altamente susceptível a erosão e processos correlatos. Muito

cuidado deve ser tomado no momento de execução de cortes,

terraplanagens, desmatamentos que exponham estes solos à ação das

águas pluviais, principalmente em regiões de relevo colinoso com

superfícies côncavas e bem drenadas" (Parizzi et al, 2010, p 4).

O gráfico abaixo apresenta a síntese percentual das diferentes litologias para o município de

Ribeirão das Neves.

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40

Gráfico 1 - Percentuais das principais litologias presentes no município. Fonte: adaptado de CODEMIG, 2009.

Os dois grupos principais possuem poucas variações quanto ao potencial de uso e de restrição de

acordo com as possibilidades e limitações ambientais.

4.3. Pedologia

O mapeamento pedológico foi realizado pela Universidade Federal de Viçosa, em escala de

1:650.000 e foi agrupado segundo a proposta metodológica utilizada por Reis Junior (2016), ao

analisar as diferentes fragilidades pedológicas na RMBH. Ele propõe a compartimentação de tipos

de solo em três grandes grupos pedológicos: 1) rocha ou solos muito pouco desenvolvidos; 2)

Solos pouco desenvolvidos; 3) Solos bem desenvolvidos.

As possibilidades de uso e ocupação do território analisadas a partir dos potenciais e limitações

dos diferentes tipos de solo encontra uma principal limitação que é referente à escala de

mapeamento e a grande pedodiversidade existente a partir de diferentes contextos de paisagem.

Os mapeamentos pedológicos, apresentam escalas pequenas (1:1.000.000, 1:650.000) e muitas

das vezes os tipos de solo não correspondem diretamente à unidade mapeada. Ao utilizar o

agrupamento por grau de desenvolvimento vertical do solo esses erros de escala são reduzidos,

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41

uma vez que os pedotipos são agrupados de acordo com a sua profundidade, que possui menor

variação.

O grau de evolução do solo é também um item interessante uma vez que, por corresponderem a

solos mais profundos, permitem adequações específicas para a ocupação, de acordo com as

especificações e potencialidades locais dos diferentes tipos de solo. Considera-se que o grau de

evolução é um dado interessante, uma vez que está associado também com a estabilidade do solo

e seu potencial de uso para a construção de edificações.

No município de Ribeirão das Neves, considerando o mapeamento pedológico disponibilizado

pela Universidade Federal de Lavras em escala de 1:650.000, foram identificados 4 diferentes

tipos de solo, destacando a presença de área urbana10, LVAd15 – Latossolo vermelho-amarelo,

PVAd8 – Argissolo vermelho-amarelo e CXbe9 – Cambissolo háplico. A figura a seguir apresenta o

mapa pedológico do município de Ribeirão das Neves.

10 Área urbana é atribuída em locais onde o levantamento de uso do solo foi posterior à ocupação, não sendo possível a

aferição específica da tipologia de solo.

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42

Mapa 3 - Pedotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves. Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.

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43

A tabela abaixo apresenta os tipos de solo, sua área total, o percentual correspondente à área do

município que está inserido nesse contexto pedológico e o contexto de desenvolvimento

associado à essa tipologia, segundo Reis Junior (2016).

Tabela 3 - Litotipos inseridos no município de Ribeirão das Neves

Pedotipos Área (Ha) % em relação à área

do município Agrupamento

PVAd8 – Argissolo vermelho-amarelo 7.364,268 47,37 Solo bem desenvolvido

CXbe9 – Cambissolo háplico 3.547,342 22,82 Solo pouco desenvolvido

AU - Area urbana 2.366,043 15,22 --

LVAd15 – Latossolo vermelho amarelo 2.269,890 14,60 Solo bem desenvolvido

Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.

No município de Ribeirão das Neves predominam os tipos de solo bem desenvolvidos, que

apresentam um elevado processo de evolução vertical, já apresentando horizonte b bem

desenvolvido e permitindo o fluxo de materiais pelo perfil do solo. Os solos são associados aos

latossolos e argissolos e possuem diferentes níveis de potencialidades e de uso, normalmente

estão localizados em áreas com menor declividade de relevo e que também podem receber

materiais coluvionares erodidos e transportados de pontos mais elevados do relevo.

Os solos considerados pouco desenvolvidos estão associados aos cambissolos que, no município

de Ribeirão das Neves, ocupam um percentual expressivo (22,82%) do território municipal e são

marcados por um baixo desenvolvimento vertical do solo. São solos constituídos por material

mineral, com horizonte B incipiente e que, devido à heterogeneidade do material de origem, das

formas de relevo e das condições climáticas, tem características físicas e químicas que variam

muito de um local para outro.

O gráfico a seguir apresenta a síntese percentual dos diferentes tipos de solo para o município de

Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

44

Gráfico 2 - Percentuais dos principais pedotipos presentes no município. Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.

4.4. Recursos Hídricos

O município de Ribeirão das Neves está inserido em um bioma de transição, com tipo climático

correspondente a Cwb, segundo a metodologia de Koppen, e apresenta verões chuvosos e

temperatura moderada. Os fatores climáticos e de relevo conformam uma dinâmica hidrográfica

na qual a concentração pluviométrica é responsável pela diferenciação de variados contextos de

paisagem e que refletem principalmente na vegetação. A hidrografia do município é de padrão

dendrítico predominante e apresenta contextos de maior encaixamento nas partes mais elevadas

do território municipal e nas áreas mais rebaixadas são presentes superfícies de deposição

recente dos cursos d’água.

A base de dados referente à hidrografia é considerada essencial para a compreensão de como o

território está estruturado em relação à dinâmica hídrica e aos cursos d’água. Uma primeira

limitação encontrada para o levantamento dessas informações foi referente à escala de

mapeamento disponível. Apesar do levantamento hidrográfico realizado pelo Instituto Mineiro de

Gestão das Águas – IGAM, para todo o estado de Minas Gerais, organizado de acordo com o

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45

processo de ottocodificação, a escala de mapeamento para a RMBH é de aproximadamente

1:50.000.

A consequência é que essa escala apresenta alguns distanciamentos do curso d’água mapeado

com o traçado real da hidrografia no território. Por isso, foram realizados dois novos

mapeamentos hidrográficos: o primeiro a partir das informações de altimetria das imagens SRTM

Arc1, resolução espacial de 30 metros, e que foram disponibilizadas pelo Instituto Geológico dos

Estados Unidos (USGS); o segundo mapeamento de hidrografia foi realizado a partir de

informações de altimetria gerados por meio de Modelo Digital de Elevação elaborado a partir de

rastreamento a laser disponibilizado pela Prefeitura de Ribeirão das Neves . Os mapeamentos

foram realizados com o auxílio dos algoritmos de análise do software TauDEM, disponibilizado em

interface com o QGIS, versão 2.18.19.

Considerou-se que os dois mapeamentos realizados apresentaram resultados mais satisfatórios

que os disponibilizados pela base de dados ottocodificada do Igam. Contudo, avaliou-se que os

resultados não apresentaram escala suficiente para a locação correta dos cursos d’água na

dinâmica municipal. Dessa forma considerou-se a necessidade de geração de uma nova base de

dados hidrográfica para o município, que tinha como principal finalidade gerar uma base de

informações que apresentasse maior proximidade com a calha fluvial, informações sobre a

situação do canal e dados em escala suficiente para subsidiar o cálculo das Áreas de Preservação

Permanente. Por isso, foi realizado o mapeamento manual, até terceira ordem dos cursos d’água,

segundo a base de dados hidrográfica disponibilizada pelo Igam.

O mapeamento foi realizado por meio de fotointerpretação (em escala aproximada de 1:2000) e

considerando três níveis de informações complementares: a base de dados ottocodificada

disponibilizada pelo Igam, modelo hipsométrico gerado a partir do rastreamento de altimetria a

laser disponibilizado pela prefeitura de Ribeirão das Neves, curvas de nível geradas a partir de

imagem SRTMArc1. A próxima imagem apresenta um exemplo da estrutura de mapeamento.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

46

Figura 3 – Exemplo de estrutura para o mapeamento hidrográfico.

Na imagem acima, em azul é apresentada a hidrografia disponibilizada pelo Igam e em vemelho a

hidrografia mapeada pela atualização do Plano Diretor Municipal de Ribeirão das Neves. A nova

hidrografia apresenta uma maior aderência à localização real dos cursos d’água. O mapeamento

hidrográfico considerou os cursos d’água indicados pela base de dados IGAM como sendo de

terceira ordem ou superiores e em ordens inferiores (1 e 2) em que foi possível perceber ou

inferir o eixo principal do talvegue fluvial a partir das relações de relevo, vegetação e alinhamento

de dossel. Não foram mapeados cursos d’água em que essas relações não se mostraram claras de

forma que outras apps associadas aos cursos d’água existem no município, mas que seu

mapeamento demanda atividades específicas de levantamento de campo.

Considera-se que para as finalidades do levantamento proposto foi consolidada uma base de

dados de maior rigor locacional para a realidade municipal e para a escala proposta de análise.

Durante o mapeamento também foram estabelecidas as condições gerais dos canais, de forma a

perceber os padrões predominantes de intervenção no canal fluvial em três classes: canal

fechado, canal aberto e leito natural. A próxima imagem apresenta o mapeamento hidrográfico

gerado para o município de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

47

Mapa 4 - Mapeamento hidrográfico para o município de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

48

4.4.1. Qualidade de água e situação dos cursos d’água.

O programa Águas de Minas é responsável pelo monitoramento de qualidade de água em

diferentes pontos em todo o estado de Minas Gerais. No caso do Rio das Velhas existem pontos

de coleta de água para que sejam realizadas, trimestralmente, as análises de qualidade e a

conformação de diferentes índices de qualidade, como é o caso do Índice de Qualidade de Água

(IQA), do índice de Contaminação por Tóxicos (CT) e do Índice de Estado Trófico e o Índice de

Conformidade com o Enquadramento (ICE). O programa Águas de Minas possui dois pontos de

análise (BV160 e o SC19) na bacia do Ribeirão da Mata e que podem ser utilizados como

referência para o entendimento dos impactos ambientais acumulados pelo território municipal de

Ribeirão das Neves. Os dois pontos estão localizados no Ribeirão das Neves, mas já no município

de Pedro Leopoldo. A próxima tabela apresenta os resultados do último relatório de qualidade

disponibilizado pelo Igam.

Tabela 4 - Resultados de qualidade de Água

Pontos

Parâmetros que não atenderam

ao limite (DN COPAM / CERH

01/08)

Percentual de

Violação do

parâmetro

Resultados - 3º Trimestre Série Histórica (1997 - 2017)

2017 2016 2015 Mínimo Média Máximo

BV

16

0

Demanda Bioquímica de Oxigênio

26,00%

6,30 6,90 13,00 6,30 8,73 13,00

Escherichia coli 1103,00% 12033,30 24195,70 >241960 12033,30 92729,67 241960,00

Fósforo total 540,00% 0,64 0,62 0,60 0,60 0,62 0,64

Manganês total 48,00% 0,15 0,14 0,18 0,14 0,16 0,18

Nitrogênio amoniacal total

805,00% 18,10 16,90 0,47 0,47 11,82 18,10

SC1

9

Clorofila a 1,00% 30,16 6,71 5,87 5,87 14,25 30,16

Demanda Bioquímica de Oxigênio

26,00%

6,30 7,00 14,00 6,30 9,10 14,00

Escherichia coli 417,00% 5172,10 >24196 20635,00 5172,10 16667,70 24196,00

Fósforo total 100,00% 0,20 0,70 1,03 0,20 0,64 1,03

Manganês total 122,00% 0,22 0,21 0,30 0,21 0,25 0,30

Nitrogênio amoniacal total

895,00% 19,90 16,40 17,70 16,40 18,00 19,90

Oxigênio 35,00% 3,70 4,40 1,90 1,90 3,33 4,40

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49

Pontos

Parâmetros que não atenderam

ao limite (DN COPAM / CERH

01/08)

Percentual de

Violação do

parâmetro

Resultados - 3º Trimestre Série Histórica (1997 - 2017)

2017 2016 2015 Mínimo Média Máximo

dissolvido

Fonte: adaptado de Igam, 2017.

Os parâmetros de análise que violaram o enquadramento nos dois pontos de referência e seu

acúmulo histórico estão diretamente associados ao lançamento de esgotos nos cursos d’água e

refletem o nível de comprometimento que ocasionam à dinâmica hídrica em relação ao seu

comportamento enquadrado. O parâmetro Escherichia coli, por exemplo, apresentou

desconformidades superiores a 1000% no BV160.

Contudo, é importante destacar que o município de Ribeirão das Neves apresenta diferentes

contextos de uso e ocupação e de impacto para os cursos d’água. Dessa forma, com a intenção de

complementar as informações referentes aos cursos d’água, foi realizado durante os

levantamentos de campo, análise macrospópica, utilizando da metodologia proposta por Lemos

(2013). Em campo foram visitados 18 cursos d’água (os pontos foram definidos de acordo com os

padrões de pressão ambiental e possibilidade efetiva de acesso), inseridos no município de

Ribeirão das Neves e que foram avaliados em 10 diferentes parâmetros, divididos em duas

principais classes, conforme apresentado pela tabela abaixo.

Tabela 5 - Parâmetros de análise macroscópica em campo

Qualidade da Água Pontuação (0) Pontuação (5) Pontuação (10)

Cor da água Escura Clara Transparente

Odor da água Forte Com odor Não há

Material em suspensão Muito Pouco Não há

Presença de resíduos sólidos (Margens e leito)

Muito Pouco Não há

Presença de esgotos Visível Provável Não há

Presença de focos de erosão nas margens

Significativa Pouco significativa Não há

Vegetação nas Margens Muito alterada ou ausente

Alterada Pouco alterada

Ocupação e usos próximos do leito do rio

Menos de 2 metros 5 a 10 metros mais de 15 metros

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

50

Qualidade da Água Pontuação (0) Pontuação (5) Pontuação (10)

Presença de obstruções à fluidez da água

Muito significativa* Pouco significativa Não há

Canalizações e retificações no curso d’água

Muito significativa Pouco significativa Não há

Fonte: Lemos, 2013.

Os resultados dos pontos são somados e agrupados em classes de acordo com os diferentes

potenciais e impactos: Degradado (0 a 29 pontos); Impactado (30 a 70 pontos); Bom estado (71 a

100 pontos).

A próxima figura apresenta um exemplo de aplicação do protocolo no ponto PT_PDRN_Hidro1.

Figura 4 – Exemplo de protocolo de avaliação de cursos d'água e resultado.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

A próxima Tabela apresenta a síntese de resultados e os protocolos individuais de cada ponto são

apresentados no Anexo I.

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51

Tabela 6 - Síntese dos resultados de análise macroscópica dos cursos d’água.

Protocolo Imagem Nome ID Protocolo Classificação

Protocolo 1 PT_PDRN_Hidro1.jpg

Córrego dos Pereiras - Próximo à vila São José PT_PDRN_Hidro1

20 DEGRADAD

O

Protocolo 2 PT_PDRN_Hidro2.jpg

Córrego do Cedro - Trecho em canal aberto Na avenida Castelo Branco PT_PDRN_Hidro2

30 IMPACTADO

Protocolo 3 PT_PDRN_Hidro3.jpg

Sem nome definido - Justinópolis Centro - Avenida Presidente Juscelino Kubitschek PT_PDRN_Hidro3

30 IMPACTADO

Protocolo 4 PT_PDRN_Hidro4.jpg

Ribeirão das Areias - Próximo ao bairro botafogo - Justinópolis PT_PDRN_Hidro4

20 DEGRADAD

O

Protocolo 5 PT_PDRN_Hidro5.jpg

Córrego do Serrote - Paraíso das Piabas PT_PDRN_Hidro5

80 BOM

ESTADO

Protocolo 6 PT_PDRN_Hidro6.jpg

Córrego do Serrote - Maracanã 1 PT_PDRN_Hidro6

20 DEGRADAD

O

Protocolo 7 PT_PDRN_Hidro7.jpg

Córrego das Piabas - Bairro Esperança - Justinópolis PT_PDRN_Hidro7

30 IMPACTADO

Protocolo 8 PT_PDRN_Hidro8.jpg

Ribeirão das Areias - Areias PT_PDRN_Hidro8

45 IMPACTADO

Protocolo 9 PT_PDRN_Hidro9.jpg Ribeirão das Neves - PT_PDRN_Hidro9

25 DEGRADAD

O

Protocolo 10

PT_PDRN_Hidro10.jpg

Córrego sem nome - Sevilha 2 PT_PDRN_Hidro10

15 DEGRADAD

O

Protocolo 11

PT_PDRN_Hidro11.jpg

Córrego do Cacique - Sevilha 2A PT_PDRN_Hidro11

35 IMPACTADO

Protocolo 12

PT_PDRN_Hidro12.jpg

Ribeirão Areias - Próximo ao bairro Suely (Justinópolis) PT_PDRN_Hidro12

50 IMPACTADO

Protocolo 13

PT_PDRN_Hidro13.jpg

Córrego Carrancas - Areias PT_PDRN_Hidro13

65 IMPACTADO

Protocolo 14

PT_PDRN_Hidro14.jpg

Córrego da Colina - Campos Silveira - Nova União PT_PDRN_Hidro14

45 IMPACTADO

Protocolo 15

PT_PDRN_Hidro15.jpg

Ribeirão das areias com córrego barreiro - MG 806 - Antes do bairro Monte Verde PT_PDRN_Hidro15

35 IMPACTADO

Protocolo 16

PT_PDRN_Hidro16.jpg

Córrego da Feitagem - São Judas Tadeu PT_PDRN_Hidro16

75 BOM

ESTADO

Protocolo PT_PDRN_Hidro17.jp Córrego Água Fria - PT_PDRN_Hidro17 35 IMPACTADO

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52

Protocolo Imagem Nome ID Protocolo Classificação

17 g Veneza

Protocolo 18

PT_PDRN_Hidro18.jpg

Córrego Sem nome - Veneza PT_PDRN_Hidro18

35 IMPACTADO

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Os protocolos de avaliação demonstraram que a qualidade das águas em diferentes pontos está

fortemente comprometida, principalmente por lançamento de efluentes sanitários sem

tratamento. Em termos de paisagem e ocupação, diferentes cursos d’água apresentam um

contexto muito favorável de serem recuperados e incorporados às dinâmicas cotidianas da

cidade, como espaços de lazer e parques lineares. Em muitos dos cursos d’água visitados, ficou

bastante perceptível que a dinâmica de ocupação, respeita um afastamento mínimo dos cursos

d’água (mas em pouquíssimos casos foi possível ver um afastamento que seja coerente com a

dinâmica de proteção proposta pelas APPs).

Essa avaliação permite uma reflexão inicial considerada muito importante: apesar dos cursos

d’água em Ribeirão das Neves apresentarem um contexto geral de alto nível de poluição hídrica,

principalmente por esgotamentos sanitários, ao mesmo tempo apresentam importantes

contextos de paisagem, afastamentos de ocupações, poucas canalizações e retificações fluviais.

Essa característica demonstra um potencial muito interessante de apropriação e recuperação

desses importantes eixos de formação da paisagem urbana.

4.4.2. Enquadramento e outorgas de uso de recursos hídricos

Diferentes instrumentos e políticas ambientais de âmbito regional tem influência direta no

ordenamento territorial de um município, é o caso do enquadramento dos cursos d’água em

classes e a outorga de direito de uso de recursos hídricos. O enquadramento dos cursos d’água é

um instrumento utilizado no Brasil desde a década de 1990, mas que foi regulamento e

institucionalizado pela Política Nacional de Recursos Hídricos, lei 9433 de 08 de janeiro de 1997. O

Município de Ribeirão das Neves está completamente inserido na bacia hidrográfica do Rio das

Velhas, de forma que o enquadramento de referência para os cursos d’água na região utiliza a

Deliberação Normativa do Conselho Estatual de Política Ambiental – COPAM, nº 20, de 24 de

junho de 1997.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

53

O município de Ribeirão das Neves tem a totalidade de seu território inserido dentro da bacia do

Ribeirão da Mata, que é um dos principais cursos d’águas afluentes do Rio das Velhas. Todos os

cursos d’água inseridos dentro do território municipal de Ribeirão das Neves são enquadrados

como classe 2, portanto possuem uma permissividade considerada média para o recebimento de

efluentes sanitários e industriais. Essa informação é importante por representar baixo nível

restritivo para a implantação de empreendimentos industriais em território municipal.

O cadastro de outorgas é o único banco de dados disponível para o estado de Minas Gerais e que

apresenta os usos de recursos hídricos. Importante destacar, todavia, que diferentes estudos,

como é o caso do Plano Diretor de Recursos Hídricos do Rio das Velhas, apontam que existe uma

considerável quantidade de usos que não se encontram registrados nos termos da outorga e do

cadastro de uso insignificante (ECOPLAN, 2015). A tabela abaixo apresenta as outorgas de uso de

recursos hídricos autorizadas e localizadas no território de Ribeirão das Neves, segundo base de

dados disponibilizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas – CBH Rio das Velhas.

Tabela 7 - Outorgas de água no município de Ribeirão das Neves.

Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água

VIAÇÃO REAL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRAO DAS NEVES Superficial

Canalização e/ou retificação de curso de água

Afluente do ribeirão das areias

CERAMICA IOLANDA LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço manual (cisterna) Poço manual

COPASA - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

- ETE VENEZA 2º ETAPA Superficial Lançamento de efluente em corpo de água

HAMDAN FILIZZOLA EMPREENDIMENTOS LTDA- LOTEAMENTO VIDA NOVA Superficial

Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Córrego carrangas

POSTO NÁPOLES LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço

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54

Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço

HAMDAN FILIZZOLA EMPREENDIMENTOS LTDA- LOTEAMENTO VIDA NOVA Superficial

Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Córrego carrancas

COMUNIDADE DO BAIRRO ATALAIA Superficial

Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso

de água Córrego sem nome

SODALITA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Subterrâneo

Captação de água em surgência (nascente) Poço tubular

CANALIZAÇÃO DO CÓRREGO DA AV. CANADÁ Superficial

Canalização e/ou retificação de curso de água Córrego das piabas

TRANSIMÃO TRANSPORTADORA SIMÃO

LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

BELO HORIZONTE REFRIGERANTES LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

BELO HORIZONTE REFRIGERANTES LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

TRECHO DO CURSO DAGUA SEM NOME DO BAIRRO

VENEZA Superficial

Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso

de água Corrego sem nome

CERAMICA JACARANDA LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - SGR S.A. Superficial

Canalização e/ou retificação de curso de água

Afluente da margem esquerda do córrego do

cacique

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - SGR S.A. Superficial

Canalização e/ou retificação de curso de água

Afluente da margem esquerda do ribeirão das

neves

COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS

GERAIS - ETE JUSTINÓPOLIS Superficial Lançamento de efluente em corpo de água

REIZINHO CONSULTORIA E EMPREENDIMENTOS LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

REIZINHO CONSULTORIA E EMPREENDIMENTOS LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

REIZINHO CONSULTORIA E Subterrâneo Captação de água Poço tubular

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55

Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água

EMPREENDIMENTOS LTDA subterrânea por meio de poço tubular já existente

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE VINAGRE DICASA LTDA ME Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

LIBERDADE REP. COM. LTDA Subterrâneo Dragagem em cava aluvionar para fins de extração mineral

CANALIZAÇÃO DE DRENAGEM DO CÓRREGO

SEM NOME DA AV. MARANHÃO Superficial

Canalização e/ou retificação de curso de água

Afluente ribeirão das neves me

CERAMICA BRAUNAS LTDA. Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

POSTO ESMERALDAS LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

DER-TRECHO RIBEIRÃO DAS NEVES- JUSTINÓPOLIS Superficial Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros)

TAMASA ENGENHARIA S.A Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

LINHA DE TRANSMISSÃO NEVES 1 - MESQUITA 500KV Superficial

Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros) Córrego da colina

MEXICHEM PLASTUBOS INDUSTRIA DE

TRANSFORMAÇÃO PLÁSTICA LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

VIVENDAS DA RAINHA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES -

BAIRRO BOTAFOGO Superficial

Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso

de água Córrego sem nome

TRECHO DO CURSO DÁGUA SEM NOME NO BAIRRO Superficial

Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso Córrego vila horinha

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56

Nome do Empreendimento Tipo de uso Descrição Curso d'água

SANTA MARTINHA de água

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES-DESASSOREAMENTO

CORREGO SEM NOME BAIRRO VALE DAS ACACIAS Superficial

Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso

de água Córrego sem nome

CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS BASE

LTDA Superficial Travessia rodo-ferroviária

(pontes e bueiros) Córrego sem nome afluente

do córrego colina

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES -

BAIRRO MARIA HELENA Superficial

Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso

de água Córrego sem nome

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES-DESASSOREAMENTO

CORREGO SEM NOME BAIRRO SANTA MARGARIDA Superficial

Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso

de água Córrego sem nome

CERÂMICA IPÊ LTDA Subterrâneo Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já

existente

EMPREENDIMENTOS BRITO LIMA LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

EMATEX INDUSTRIAL E COMERCIAL TEXTIL LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

EMPRESA CONSTRUTORA BRASIL S/A Superficial

Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Ribeirão das areias

EMPRESA CONSTRUTORA BRASIL S/A Superficial

Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) Córrego colina

REIZINHO CONSULTORIA E EMPREENDIMENTOS LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

ATERRO SANITARIO DE RIBEIRAO DAS NEVES Superficial

Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros) Córrego dos pilões

HYPOFARMA INSTITUTO DE HYPODERMIA E FARMACIA

LTDA Subterrâneo

Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente Poço tubular

CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS BASE

LTDA Superficial Travessia rodo-ferroviária

(pontes e bueiros) Córrego sem nome afluente

do córrego colina

CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS BASE

LTDA Superficial Travessia rodo-ferroviária

(pontes e bueiros) Córrego sem nome afluente

do córrego colina

Fonte: CBH Rio das Velhas, 2015.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

57

4.5. Hipsometria e Declividade

Os pontos mais elevados do município de Ribeirão das Neves têm valores de altitude superiores a

950 metros de altitude e estão localizados principalmente próximas à BR040 e na porção norte e

noroeste do território municipal. As partes mais rebaixadas do relevo estão em altimetria próxima

à 727 metros e estão localizadas na porção nordeste do território municipal, próximo à região de

Areias. A próximo mapa apresenta a hipsometria do município de Ribeirão das Neves.

A declividade é uma informação importante para o planejamento territorial na medida em que

está associada ao risco geológico e ainda é critério de definição de áreas restritas à ocupação,

como é o caso das Áreas de Proteção Permanente, previstas no código florestal brasileiro, lei nº

12.651, de 25 de maio de 2012.

O mapeamento de declividade foi realizado a partir de duas informações diferentes: 1) Modelo

Digital de Elevação – MDE, a partir de imagens SRTM Arc1, com resolução espacial final de 30

metros; 2) MDE construído a partir de rastreamento a laser disponibilizado pela Prefeitura

Municipal de Ribeirão das Neves em resolução espacial de 1 metro. Considerou-se que a

declividade a partir dessas imagens apresentou bons resultados para a análise ambiental proposta

durante a atualização do Plano Diretor municipal, sendo que para a análise de fragilidade e a

definição de restrição ambiental foi utilizado o MDE de resolução espacial de 1 metro

disponibilizado pela prefeitura.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

58

Mapa 5 - Hipsometria do município de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

59

Os resultados de declividade, calculados em graus, foram então agrupados em diferentes classes,

principalmente considerando as limitações e possibilidades para a ocupação territorial. O

agrupamento das classes de declividade pode seguir diferentes metodologias. Reis Junior (2016),

por exemplo, realiza a compartimentação em 4 classes (0º a 10º; 10 a 23º; 23º a 45º; 45º a 90º);

por sua vez, Lemos (2013) realiza a compartimentação utilizando de 5 classes (0º a 2º; 2º a 5º; 5º

a 10º; 10º a 15º; 15º a 45º). As compartimentações, portanto, podem variar muito ao se

considerar as prioridades e foco de cada estudo. Para a presente análise, optou-se por utilizar a

compartimentação proposta Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT,

2014) e que foi utilizado pela Prefeitura de Belo Horizonte para a elaboração da Carta de

Suscetibilidade da Cidade de Belo Horizonte. Nessa classificação a declividade é agrupada em

nove classes, a saber: 0 – 2º, 2 – 5º, 5 – 10º, 10 – 17º, 17 – 20º, 20 – 25º, 25 – 30º, 30 – 45º, mais

que 45º.

Os dados de declividade serão retomados posteriormente quando da análise de fragilidade

geológica, considerando sua interação com outros fatores ambientais, como a geologia e a

pedologia. A próxima figura apresenta as classes de declividade agrupadas segundo a

metodologia do IPT.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

60

Mapa 6 - Declividade para o município de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

61

O levantamento de declividade mostra que em partes específicas do território existem contextos

de maior encaixamento dos canais fluviais e mais intensidade na inclinação das vertentes. Essas

áreas podem representar níveis de restrição importantes para a ocupação territorial,

considerando principalmente o disposto na lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 que estabelece

restrição de uso em áreas entre 25º e 45º e preservação permanente para áreas acima de 45º de

inclinação.

4.6. Uso da Terra e Cobertura Vegetal

A classificação de uso da terra tem a finalidade de permitir parte das análises ambientais

necessárias para a discussão proposta pela atualização do Plano Diretor Municipal de Ribeirão das

Neves. Para levantamento do uso da terra nas áreas em estudo, foram utilizadas imagens dos

satélites Sentinel 2A (Imagem de abril de 2018, com 10 metros de resolução espacial,

disponibilizado pelo sistema earthexplorer.usgs.com) e Planet Scope (Imagem de maio de 2018,

com 3 metros de resolução espacial e disponibilizada pelo sistema planet.com). A escolha destes

satélites deve-se à extensa cobertura espacial, além de características dos sensores, de forma a

permitir a complementação entre as diferentes imagens. Após a obtenção das imagens, foram

realizadas correções atmosféricas e de radiância, utilizando o complemento SCP (Semi-automatic

Classification Plugin) do software QuantumGis, versão 2.18.

A classificação das imagens utilizou dois critérios sucessivos: o primeiro foi a classificação

supervisionada, por meio do plugin SCP; o segundo foi o refinamento do uso do solo a partir de

correções por meio de diversos índices de diferença normalizada. A classificação supervisionada

utilizou o algoritmo de máxima verossimilhança e gerou a classificação inicial, que foi validada e

conferida para cada imagem. Alguns contextos de uso, todavia, pela resolução espacial da

imagem Landsat e também por sua amplitude em resposta espectral, foram refinados por meio

de aritmética entre camadas raster e máscaras de localização.

Foram utilizados como índices para a classificação o Normalized Difference Vegetation Index

(NDVI), o Soil-adjusted Vegetation Index (SAVI), o Normalized Difference Built-up Index (NDBI) e o

Modified Normalized Difference Water Index (NDWI), que apresentaram bons resultados para as

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

62

classes analisadas. Para a classificação das áreas verdes e de cobertura natural foram utilizados o

NDVI e o SAVI; para a classificação das áreas de uso urbano foram utilizados o NDBI e o SAVI; e

para a classificação dos corpos hídricos foi usado o índice NDWI.

As imagens foram analisadas e os resultados agrupados em 05 classes principais:

A vegetação arbórea que representa áreas em que ocorre significativo renascente

de áreas verdes, com alto grau de produção de clorofila e que, no município de

Ribeirão das Neves, está associado principalmente a remanescentes florestais

estacionais semideciduais, que estão localizados nos fundos de vale e baixas

vertentes. Na classe arbórea também estão inseridas tipologias que se aproximam

do cerrado, com menor porte florestal, localizados principalmente nas áreas de topo

e de médias vertentes.

Vegetação herbácea que foi considerada como áreas antropizadas em que

predominam pastagens e campos. Essas coberturas podem também estar

associadas a presença de espécies arbustivas ou arbóreas esparsas.

O mapeamento de áreas urbanas e de solo exposto foi agrupado, principalmente

pelos níveis de confusão entre as duas classificações. Os mapeamentos foram

refinados por mascará utilizando os resultados do NDBI, gerado pela imagem

Sentinel 2A.

Os corpos hídricos foram mapeados considerando os cursos d’água e reservatórios.

A classificação foi refinada com uso do NDWI, da imagem Sentinel 2A.

Abaixo são apresentados exemplos de imagens e do resultado da classificação realizada.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

63

Figura 5 - Exemplo de imagem - Google Earth/digital globe.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Figura 6 - Exemplo de imagem – Plane Scope.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

64

Figura 7 - Exemplo de imagem – Sentinel 2A.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Figura 8 - Exemplo de resultado da classificação de uso da terra.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

O próximo mapa apresenta o mapeamento de uso da terra elaborado para a atualização do Plano

Diretor municipal de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

65

Mapa 7 - Mapeamento de uso da terra para o município de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

66

A próxima Tabela e o gráfico seguinte apresentam os resultados da classificação de uso em

termos quantitativos.

Tabela 8 - Uso da terra em Ribeirão das Neves, maio de 2018.

Tipologia de uso Área (Ha) % em relação à área do município

Arbóreo 4.815,486 30,97

Urbano e solo exposto 3.973,858 25,56

Água 7,072 0,05

Herbácea e pastagem 6.751,881 43,43

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Gráfico 3 - Percentuais de uso da terra no município. Fonte: adaptado de UFV et al, 2010.

Os padrões de ocupação permitem algumas análises preliminares:

Os principais remanescentes florestais estão localizados à noroeste do município e

na região entre Justinópolis e o a região Central;

As áreas urbanas apresentam poucas áreas verdes em nível arbóreo;

As áreas de pastagem e de vegetação herbácea são as mais frequentes em território

municipal e estão localizadas principalmente nas proximidades com as áreas e

tipologias urbanas;

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

67

Alguns corpos d’água da região de Areias, considerando o padrão de pressão

ambiental da atividade, foram classificados como sendo solo exposto,

principalmente por seu nível de assoreamento e natureza da atividade de extração

de argila e de sedimentos.

4.6.1. Cobertura Vegetal

O município de Ribeirão das Neves está inserido em uma área de transição entre o Cerrado e a

Mata Atlântica, dessa forma, a vegetação pode apresentar características de ambos os biomas. No

município de Ribeirão das Neves, percebe-se uma conformação de tipologias florestais que está

diretamente associada à dinâmica geomorfológica dos diferentes locais. Nas áreas mais

rebaixadas do relevo, recebedoras de nutrientes e materiais erodidos nas médias e altas

vertentes, percebe-se a formação de vegetação de porte elevado, com características estacionais

semi-deciduais, como apresentado pela próxima foto.

Foto 1 - Vegetação de porte arbóreo denso e com características estacionais semideciduais.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Nas áreas mais elevadas, médias vertentes e topo de morro é recorrente que a vegetação tenha

menor porte, mas mantendo a relação de adensamento florestal, nessas áreas foram percebidas

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

68

características de vegetação que se assemelham às esperadas pelo bioma cerrado, apesar da

identificação de espécies de mata atlântica, como a embaúba em médias vertentes.

Foto 2 - Vegetação de porte arbóreo em altas vertentes e topos de morro.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Para a classificação de porte vegetacional foram utilizadas imagens do satélite Sentinel 2A e

Planet Scope. As cenas foram definidas buscando uma menor cobertura de nuvem,

principalmente nas áreas consideradas para a verificação dos dados classificados. Os pixels das

imagens adquiridas possuem uma resolução espacial de 10 metros e 3 metros (respectivamente

Sentinel 2A e Planet Scope).

A classificação do porte vegetacional foi realizada a partir da aritmética de bandas para a

composição do Normalized Difference Vegetation Index (NDVI). Após comparações iniciais

considerou-se que o método NDVI a partir da imagem Sentinel, para as necessidades específicas

do trabalho, se mostrou como um método de melhor resultado – principalmente pela

abrangência do sensor para infravermelho. Para o cálculo do NDVI foi utilizado o software Qgis

2.18.19 e foram utilizadas as bandas do infravermelho próximo e vermelho. O NDVI gerou

resultados entre –0,6 e 0,80. Quanto mais próximo do valor 1, maior a produção de biomassa e o

adensamento vegetacional.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

69

Após o cálculo do NDVI os resultados foram categorizados e agrupados em classes de vegetação

que foram consideradas reflexo das tipologias florestais existentes no município de Ribeirão das

Neves. A próxima figura apresenta a imagem Sentinel 2A em composição de falsa cor, destacando

a vegetação em vermelho.

Figura 9 - Imagem Sentinel 2A com composição falsa cor.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Após os resultados do NDVI, as tipologias florestais foram separadas a partir de seu resultado

numérico, como apresentado em detalhe na próxima figura e para o município no mapa seguinte.

Figura 10 – NDVI Imagem Sentinel 2A.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

70

Na imagem acima, as áreas em verde representam maior produção de biomassa e,

consequentemente maior porte arbóreo. Os resultados do NDVI foram então reclassificados em

quatro grupos:

1) Ausência de vegetação – correspondendo às áreas urbanas, solo exposto e corpos

d’água.

2) Herbácea e pastagens com baixa produção de biomassa – correspondendo a

pastagens com presença de solo exposto e com pouca presença de espécies

arbustivas

3) Herbácea com maior produção de biomassa – que corresponde a pastagens com

pouco ou nenhuma presença de solo exposto e com resposta no infravermelho da

imagem Sentinel mais elevada que a categoria anterior.

4) Vegetação arbórea densa11 , que corresponde às tipologias florestais nas quais se

percebe continuidade de porte arbóreo.

Tabela 9 – Resultados do NDVI

Tipologia de uso Área (Ha) % em relação à área do município

Ausência de vegetação 3876,39 24,93

Herbácea e pastagens com baixa produção de biomassa

3769,15 24,24

Herbácea com maior produção de biomassa 3573,98 22,99

Vegetação arbórea densa 4328,48 27,84

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Os resultados da reclassificação são apresentados pelo próximo mapa.

11 A classificação de vegetação arbórea densa apresenta pequenas diferenças do resultado aferido pela classificação

supervisionada de uso da terra. Essa diferença é explicada principalmente pelas metodologias utilizadas e pela escala espacial entre as imagens utilizadas.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

71

Mapa 8 – Mapa de vegetação – NDVI Sentinel 2A. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

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72

4.7. Fragilidade Ambiental

O mapeamento de áreas de risco geológico tem como objeto a delimitação de áreas com maior

predisposição de desastre natural, sendo que a metodologia utilizada possui o intuito de

esclarecer de forma relativa as áreas associadas a uma menor ou maior fragilidade geológica. A

geração de um mapa de fragilidade geológica representa um primeiro instrumento de consulta do

município para aptidão a urbanização. Entretanto, o mapa gerado por essa análise possui escalas

de dados que são adequadas somente para formas de análise que envolvam o território municipal

como um todo. Dessa forma, o mapeamento geológico não quantifica as possíveis consequências

danosas às atividades humanas caso haja ocupação em alguma área que tenha maior

probabilidade de que ocorra algum incidente não previsto, assim como não representa uma base

de dado para calcular o tempo que possa ocorrer o evento ou estabelecer diretrizes de obras de

fundação ou contenção.

Assim, como a dinâmica natural terrestre sofre flutuações e não há como prevê-las, o ideal é que

após a geração da carta de fragilidade seja realizada a elaboração de uma carta geotécnica de

aptidão a urbanização em escala de 1:10.000 ou a carta geotécnica de risco em escala de 1:2.000.

Esses insumos não fazem parte da atualização do plano diretor, mas podem ser instrumentos

importantes para a gestão urbana do município.

A elaboração do mapeamento de fragilidade geológica se baseia na metodologia aplicada pelo

Instituto de Pesquisa Tecnológico de São Paulo (IPT, 2014) que indica as áreas susceptíveis a

fenômenos e processos do meio físico cuja dinâmica pode gerar desastres naturais. Nesse projeto

os fenômenos analisados serão os movimentos gravitacionais de massa sendo que condizem com

as diretrizes da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC).

O órgão do governo federal responsável pela elaboração das cartas de susceptibilidade encontra-

se sob a coordenação nacional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que utiliza a metodologia

IPT. Desse modo, as etapas utilizadas para a análise e elaboração do mapeamento de fragilidade

utilizarão como base essa metodologia, apresentando algumas mudanças para se adequar a

proposta do projeto de atualização do Plano Diretor.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

73

Os procedimentos para a elaboração do mapeamento de fragilidade geológica seguiram quatro

etapas sucessivas e complementares: 1) compilação bibliográfica e estruturação da base de

dados; 2) análise, classificação, zoneamento das suscetibilidades; 3) composição do pré-mapa; 4)

revisão e avaliação do pré-mapa para finalização e consolidação do mapeamento de fragilidade

geológica.

A etapa de compilação bibliográfica tem como objetivo a coleta de informações de trabalhos

anteriores desenvolvidos na RMBH que possam ajudar a entender a dinâmica associada à

fragilidade geológica no município, assim como entender os métodos de mapeamento utilizados

para a classificação geotécnica das áreas.

Como os processos investigados nesse projeto serão os relacionados a movimentos gravitacionais

de massa, eles foram classificados primeiramente individualmente. Na investigação individual de

cada evento predisponente a desastres naturais será baseado na classificação das áreas sujeitas a

deslizamento e corridas de massa. Logo, os parâmetros utilizados para determinar o grau de

incidência será a geologia local, relevo e declividade a partir das referências de seus agentes

modificadores do meio, como intemperismo e erosão.

Desse modo, a segunda etapa do mapeamento será voltada a filtragem dos dados e

entendimento dos possíveis processos predisponentes a desastre natural. Logo, o entendimento

da dinâmica geológica responsável pela mudança do meio associada a declividade e ao relevo da

área serão parâmetros investigados em conjunto.

O pré-mapa é elaborado em ambiente digital e é baseado na sobreposição dos mapas temáticos e

da classificação das zonas de suscetibilidade relacionados aos processos examinados que ocorre

em cada município. Para a elaboração do pré-mapa foram definidos pesos específicos para cada

camada de análise, sendo considerada a declividade como dado principal. Isso se deve à escala do

dado disponível (visto que a declividade foi calculada a partir de imagens de alta resolução

disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves). Outro fator de relevância para a

diminuição do peso das bases de geologia e de pedologia é que essas duas informações possuem

alta correlação, uma vez que a base de pedologia utiliza como um de seus insumos o

levantamento geológico.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

74

A tabela abaixo apresenta os pesos atribuídos a cada uma das três camadas de dados

apresentados.

Tabela 10 - Camadas e pesos para confecção do mapa de fragilidade geológica

Camada Peso atribuído Categorias

Geologia 20% Unidades geotécnicas (Parizzi et al, 2010)

Pedologia 30% Agrupamento por desenvolvimento do Solo (Reis Junior, 2016)

Declividade 50% Metodologia IPT (2014)

Fonte: Ethos urbanismo, 2018

Para as informações de cada camada foram atribuídos diferentes pesos de análise, considerando

as referências e metodologias originais e estudos associados à dinâmica geológica da Região

Metropolitana de Belo Horizonte. A tabela abaixo apresenta os pesos atribuídos à camada de

geologia para a realização da análise multicritério.

Tabela 11 - pesos atribuídos para a camada de geologia

Unidade Geotécnica Litologia Peso (1 a 10)

1 Granito e Gnaisse 8

2 Rochas de origem sedimentar folheadas e de granulometria fina

como argilitos e siltitos 5,5

3 Itabirito 7

4 Rochas metamórficas foliadas como ardósias, filitos e xistos 5

5 Dolomito 4

6 Quartzitos e metaconglomerados 7

7 Rochas metaultramáficas, soleiras e diques máficos,rochas

metabásicas 7

8 Depositos sedimentares, Depósitos aluvionares, Depósitos

aluviais e coluviais 2

9 São meta-arenitos com associações de rochas vulcano

sedimentares em elevado estado de intemperismo 6

10 Rochas carbonáticas 4

Fonte: Parizzi et al, 2010.

A próxima tabela apresenta os pesos atribuídos para a camada de declividade.

Tabela 12 - Pesos atribuídos para a base de declividade

Declividade Peso atribuído (1 a 10)

0 - 2º 2

2 - 5º 1

5 - 10º 2

10 - 17º 3

17 - 20º 5

20 - 25º 6

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

75

Declividade Peso atribuído (1 a 10)

25 - 30º 6

30 - 45º 7

> 45º 9

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

A próxima tabela apresenta os pesos atribuídos para a base de pedologia.

Tabela 13 - Pesos atribuídos para a camada de pedologia

Classe de agrupamento Peso

Rocha ou solos muito pouco desenvolvidos 6

Solo pouco desenvolvido 4

Solo bem desenvolvido 2

Fonte: Ethos urbanismo, 2018.

A partir dos diferentes pesos e camadas foi realizado procedimento de reclassificação das bases

de dados e realizada operação de análise multicritério por meio do software QGIS com a

finalidade de proceder para a elaboração do mapa de fragilidade geológica. O mapa a seguir

apresenta a síntese do mapeamento de fragilidade geológica, agrupado em classes.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

76

Mapa 9 - Mapeamento de fragilidade ambiental para o município de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

77

A partir do mapeamento de fragilidade geológica no município de Ribeirão das Neves, percebe-se

que as áreas inseridas na porção norte e noroeste do município e as localizadas entre a área

central e na região do Veneza apresentam áreas com maior fragilidade geológica, estando muitas

vezes associadas a contextos de alta declividade, relevo mais íngreme e que está também

vinculado a solos com evolução vertical pouco desenvolvida (cambissolos, principalmente). A

porção norte e nordeste próxima à região de Areias apresenta relevo menos acidentado com

gradientes de declividade pouco acentuados e os menores valores relativos de fragilidade

geológica.

A próxima tabela apresenta a síntese percentual da fragilidade geológica no município de Ribeirão

das Neves

Tabela 14 - Fragilidade geológica no município de Ribeirão das Neves

Tipo de fragilidade Area (ha) % do território municipal

Muito baixa 6.706,860 43,24

Baixa 3.718,479 23,97

Intermediária 2.684,754 17,31

Elevada 1.803,910 11,63

Muito elevada 598,160 3,86

Fonte: Ethos urbanismo, 2018.

Um percentual considerável do município (32,79%) está inserido em áreas de risco geológico

intermediário, elevado ou muito elevado (17,31%, 11,63% e 3,86%, respectivamente). As áreas de

maior risco no município estão associadas à porção noroeste do território municipal. A fragilidade

geológica, deve ser entendida de forma relativa e considerar que não há impedimento direto ou

legal para a ocupação nessas áreas que apresentam maior ou menor risco, mas são contextos que

devem ser considerados e demandam estudos complementares e atividades específicas.

Da mesma forma, não é possível falar que não existe risco geológico nas áreas em que estão

mapeadas como de muito baixa. Como explicado, esse estudo se aplica para o entendimento da

dinâmica territorial municipal e não deve ser utilizado para definições de estruturas locais e que

demandam estudos específicos para a sua implantação.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

78

4.8. Áreas Protegidas, Patrimônio Natural e Conservação Ambiental

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, foi criado pela lei 9.985/2000, e é

responsável por sintetizar e disponibilizar uma quantidade significativa de informações sobre as

Unidades de Conservação (UC) no Brasil, contudo, a escala de mapeamento dos limites das

unidades de conservação é variável entre diferentes UCs. Para o Estado de Minas Gerais, o

Instituto Pristino, em parceria com o Ministério Público, elaborou estudo de detalhamento e

correção dos limites das UC’s, padronizando a escala e as metodologias de mapeamento para

todo o estado de Minas Gerais.

As unidades de conservação, em acordo com o estabelecido pelo SNUC, são organizadas de

acordo com duas tipologias de proteção: uso sustentável e proteção integral. A RMBH possui

218.108 hectares de área protegida por unidades de conservação de uso sustentável, o que

corresponde a aproximadamente (23,03% do território metropolitano e 67.160 hectares de áreas

consideradas de proteção integral que correspondem a 7,09 da área da RMBH. Além de 3026

hectares protegidas por RPPN.

Segundo banco de dados disponibilizado pelo Instituto Pristino e pelo Ministério Público de Minas

Gerais, o município de Ribeirão das Neves não possui em todo o seu território áreas protegidas e

cadastradas no SNUC. Não foram encontrados registros de unidades de conservação de proteção

integral e de Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN). Existe, todavia, a previsão de

áreas protegidas no Plano Diretor Municipal e a criação de uma Unidade de Conservação de uso

sustentável pelo Decreto municipal 119/2016 que criou a Área de Proteção Ambiental da

Cachoeira da Lajinha, localizada na bacia hidrográfica do córrego do Serrote.

O Plano Diretor e a Lei de uso e ocupação do solo vigentes apresentam de forma recorrente a

preocupação com a manutenção dos ecossistemas e de melhoria de diferentes funções

ambientais. A lei de uso e ocupação do solo estabelece ainda as Área de Diretrizes Especiais de

Interesse Ambiental – ADE Ambiental, que:

“compreende áreas não parceladas públicas e privadas, cobertas em

parte por matas galerias, cerrado com transição para mata, floresta

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79

tropical e cerrado típico, abrangendo topos de morro e encostas,

incluídas áreas de proteção de nascentes e recursos hídricos”

As ADE’s Ambientais são constituídas por Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Preservação

Permanente e os Parques Ecológicos Municipais e devem ser objetos de estudo e levantamentos

específicos para a caracterização das áreas de relevância ambiental internas à ADE. A Área de

Proteção Ambiental da Cachoeira da Lajinha, instituída pelo decreto municipal nº 119 de 27 de

dezembro de 2016, é uma Unidade de Conservação Municipal de uso sustentável e que tem como

finalidade a regulação de usos e a garantia de manutenção da qualidade ambiental e ecológica da

cachoeira da Lajinha, de seus cursos d’água afluentes e de sua bacia de contribuição. O decreto de

criação, além de apresentar o memorial descritivo dos polígonos e as intenções de proteção,

estabelece instrumentos de gestão e de formas de atuação para a secretaria municipal de meio

ambiente (instituição gestora da UC Municipal) e também para a atuação de outras instâncias

públicas e privadas, inclusive para ações de parcelamento do solo na área.

4.8.1. As Áreas de Preservação Permanente

As áreas de preservação permanente representam contextos de fragilidade ambiental e de risco

muito elevados e sua ocupação é possível, segundo o artigo 8º do código florestal brasileiro,

somente quando ocorrer interesse social, utilidade pública ou baixo impacto de intervenção. As

APP de declividade apresentam contextos muito desfavoráveis para a ocupação direta, por se

tratarem de áreas de elevada declividade e que, portanto, necessitam de projetos específicos e

análises geotécnicas locais. No município de Ribeirão das Neves, parte dessa tipologia de APP está

também associada a contextos em que a geologia se mostrou mais resistente aos processos

erosivos e estão localizados em áreas específicas e em quantidade reduzida no território.

As APPs de cursos d’água demandam diferentes cuidados para a ocupação por serem associadas à

diferentes contextos de risco e de fragilidade ambiental. Essas áreas estão associadas à eventos

de inundação dos cursos d’água, principalmente nas áreas imediatamente marginais e que estão

inseridas nas planícies fluviais. Da mesma forma, as APPs fluviais são consideradas fundamentais

para a manutenção da qualidade e da quantidade das águas nos cursos d’água, visto que

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

80

diminuem a quantidade de materiais sólidos difusos carreados pelo escoamento pluvial e,

portanto, são essenciais para a melhoria e para a manutenção das vazões fluviais nos córregos,

ribeirões e rios. As APPs de topo de morro não foram consideradas neste mapeamento12.

Considera-se ainda que as áreas de proteção permanente podem ser caracterizadas como

importantes eixos de articulação para a Trama Verde e Azul, que é uma política metropolitana

que tenta construir e aproximar os usos humanos dos espaços naturais, por meio de diferentes

equipamentos urbanos e de uso.

As APP’s foram delimitadas a partir de diferentes técnicas e análises específicas, utilizando como

referência o código florestal brasileiro (lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012). As APPs de

declividade foram mapeadas a partir dos dados gerados pelo rastreamento a laser disponibilizado

pela prefeitura municipal.

As APPs fluviais foram definidas e utilizando como referência um mapeamento específico de

hidrografia. A organização do padrão de drenagem predominante dos cursos d’água é uma

informação importante para a análise da disponibilidade hídrica e do comportamento dos cursos

d’água ao longo do ciclo hidrológico. Para a atualização do plano diretor, contudo, considera-se

que o levantamento da hidrografia do município teve como principal finalidade subsidiar o

mapeamento das Áreas de Preservação Permanente associadas aos cursos d’água.

O mapeamento de hidrografia para o município de Ribeirão das Neves foi realizado manualmente

e hierarquizado de acordo com a de classificação proposta por Strahler, na qual as drenagens de

cabeceira representam a primeira ordem dos cursos d’água. O encontro de dois cursos d’´água de

primeira ordem formam um curso de segunda ordem; o encontro de dois cursos d’água de

segunda ordem formam um curso de terceira ordem e assim sucessivamente (MAGALHAES

JUNIOR, 2011).

12 A APP de topo de morro, como definido pelo código florestal, é relativa ao “topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação”. Todavia, não foram localizadas metodologias disponíveis e aplicáveis para o cálculo da APP de topo de morro sem levantamentos específicos e análises locais.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

81

As faixas marginais aos cursos d’água foram estabelecidas de acordo com a ordem de cada canal

fluvial. Adotou-se a referência de que canais de hierarquia fluvial com ordem igual ou menor a

cinco, como sendo cursos d’água de metragem inferior a 10 metros de largura do leito fluvial,

portanto com uma área protegida de 30 metros; os cursos d’água de ordem superior a 5 foram

considerados como sendo com largura de leito fluvial superior a 10 metros e, portanto, com área

protegida equivalente à 50 metros.

As APPs associadas às nascentes não foram inseridas no mapeamento, uma vez que segundo o

código florestal é associada às “áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes,

qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros”. A situação

de perenidade de uma nascente é um debate bastante complexo e que não é possível de ser

associado sem um mapeamento específico e de campo que permita uma análise do

comportamento da vazão da nascente ao longo do tempo e de preferência por mais de um ano

do ciclo hidrológico.

O próximo mapa apresenta a síntese do mapeamento das Áreas de Preservação Permanente

gerado para o município de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

82

Mapa 10 - Áreas de Preservação Permanente no município de Ribeirão das Neves. Fonte: Ethos urbanismo, 2018.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

83

4.8.2. O Cadastro Ambiental Rural

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um instrumento proposto pela lei 12.651/2012, que atualizou

o código florestal brasileiro. O CAR é um dos principais instrumentos para a gestão e

compreensão da estrutura das propriedades rurais brasileiras e apresenta importantes

contribuições e usos para a gestão do território rural. O CAR é realizado pelo proprietário rural,

que disponibiliza diferentes níveis de informação sobre as propriedades rurais e que podem ser

acessados por diferentes instituições e organizações sociais. O CAR apresentou uma metodologia

única a ser construída e seguida por todos os proprietários rurais do país de forma, que hoje

apresenta uma base de dados bastante consolidada e muito importante.

O município de Ribeirão das Neves possui 138 propriedades rurais registradas no Cadastro

Ambiental Rural, somando uma área total de propriedades cadastradas que é equivalente a

5896,42 hectares. Considerando que o município tem aproximadamente 15548,15hectares,

37,92% do território municipal está cadastrado no CAR. As reservas legais das propriedades rurais

se encontram fragmentadas no território, sem aparente conectividade e planejamento ambiental,

como apresentado pela próxima figura (CAR, 2017).

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

84

Mapa 11 - Reservas legais cadastradas no CAR

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

85

A próxima tabela apresenta a situação das propriedades rurais em relação ao seu porte, de

acordo com o módulo fiscal estabelecido para o município.

Tabela 15 - Tipos de propriedades rurais no município de Ribeirão das Neves

Tipo Total de propriedades Área (ha) % do município

Minifúndio 58 206,54 1,33

Pequena propriedade 39 606,32 3,89

Média propriedade 30 1755,68 11,29

Grande propriedade 11 3327,89 21,40

Fonte: Adaptado de CAR, 2017.

O que se percebe é que apesar do maior número de imóveis cadastrados como minifúndios, que

tem área inferior a 1 hectare, esse padrão de propriedade representa um percentual muito baixo

(1,33%) do território municipal. Em contraposição, as grandes propriedades, que somam apenas

11 unidades concentram aproximadamente 21,40% do território. Algumas das grandes

propriedades pertencem a empresas públicas, como é o caso da propriedade da CODEMIG ao

norte do município.

4.9. Legislação e Gestão Ambiental

O município de Ribeirão das Neves apresenta uma grande diversidade de marcos normativos e

jurídicos associados à dinâmica ambiental e às estruturas de gestão ambiental em nível municipal.

A Lei 3291 de 30 de abril de 2010 (regulamentada pelo decreto 77 de 29 de setembro de 2011),

dispõe sobre a política de proteção, conservação e controle do meio ambiente e da melhoria da

qualidade de vida no município de Ribeirão das Neves apresenta os principais instrumentos e

estruturas para a gestão ambiental em nível municipal. A lei é dividida em seis capítulos

subsequentes: 1) dos fins e princípios da política municipal do meio ambiente; 2) do sistema

municipal de meio ambiente – “SISMUMA”; 3) do controle e da fiscalização das fontes poluidoras

e da degradação ambiental; 4) das penalidades; 5) da criação do fundo municipal de meio

ambiente; 6) das disposições finais.

Considerando referências normativas estaduais e federais, o capítulo primeiro estabelece os fins e

os princípios da política municipal do meio ambiente, considerando o direito constitucional ao

meio ambiente equilibrado e apresenta princípios, ideias e propostas referentes ao

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

86

desenvolvimento sustentável, à participação cidadã, à garantia da função social da propriedade e

da educação ambiental. O primeiro capítulo, ainda enfatiza a necessidade de atuação conjunta

com outras instâncias estaduais e regionais de proteção ambiental e a necessidade de

harmonização das políticas municipais com as dinâmicas regionais.

O capítulo segundo apresenta o Sistema Municipal de Meio Ambiente – SISMUMA, que destaca

duas questões consideradas estruturais: a definição de uma instituição normativa e de

participação social, que é o Conselho Municipal de Meio Ambiente; a estruturação de

competências e atribuições para a Secretaria municipal de Meio Ambiente. O CODEMA é

considerado pelo parágrafo primeiro do artigo quarto como sendo um

órgão colegiado, normativo, paritário, consultivo de assessoramento ao

Poder Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência,

sobre as questões ambientais propostas nesta e demais leis correlatas do

município e será composto, em proporção idêntica, por representantes

do Poder Público e da sociedade civil para a defesa do meio ambiente.

São apresentadas atribuições específicas para o CODEMA que ressaltam, muitas vezes, sua

finalidade enquanto espaço público e de debate. Importante destacar que o CODEMA do

município de Ribeirão das Neves é paritário entre sociedade civil e poder público e é deliberativo

para a concessão de licenças e autorizações ambientais em sua competência, além de poder

solicitar estudos complementares para a análise de diferentes processos em processo de

licenciamento e de autorização. O decreto nº278 de 14 de agosto de 2015 dispõe sobre a

organização do conselho municipal do meio ambiente – CODEMA, e o decreto Nº 102, de 08 de

dezembro de 2016 dispõe sobre o regimento interno do Conselho Municipal o Meio Ambiente –

CODEMA e cria uma estrutura de gestão dividida em: Presidência; Plenário; Câmara Normativa e

Recursal; Câmaras Temáticas; Secretaria Executiva.

A lei estabelece ainda as competências e atribuições da Secretária Municipal de Meio Ambiente

que, enquanto ente executivo, deve fazer cumprir as decisões e as normativas aprovadas pelo

CODEMA e assessorar tecnicamente o conselho, além de exercer ação fiscalizadora. A Secretaria

Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável teve suas competências e estrutura

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

87

organizacional atualizadas pelo decreto nº 99 de em 30 de junho de 2017, sendo que atualmente

a secretaria é estruturada em: Gabinete do Secretário; Superintendência de Regularização e

Controle Ambiental; Superintendência de Gestão ambiental.

O capítulo terceiro da política municipal de meio ambiente é referente ao controle e a fiscalização

das fontes poluidoras e da degradação ambiental, em síntese o capítulo adota como

procedimento municipal o licenciamento trifásico (licença prévia, licença de instalação e licença

de operação) e em uma única etapa para empreendimentos de menor porte poluidor ou

degradador do meio ambiente. Fica estabelecido em lei que o prazo máximo para a concessão de

licença é de 06 meses, com a exceção dos casos em que é demandado a elaboração de Estudos de

Impacto Ambiental, de acordo com a tipologia do empreendimento e potencial poluidor. O

decreto nº 77 de 29 de setembro de 2011 estabelece e detalha ainda diferentes atribuições e

formas de atuação para a fiscalização e controle ambiental, além de definir os parâmetros

estaduais de porte e potencial poluidor como referência também para o município e afirma a

atribuição do CODEMA em estabelecer outros padrões para atividades não contemplados pela

legislação estadual.

O quarto capítulo da política municipal de meio ambiente apresenta as definições de penalidades

para as infrações ambientais e a realização de atividades desconformes com as políticas e padrões

apresentados pela legislação municipal, em respeito também às diretrizes federais e estaduais. O

decreto nº 77 de 29 de setembro de 2011 normatiza e detalha de forma mais completa esse

capítulo, além de apresentar os processos recursais, as multas e valores de referência para as

tipologias de infração ambiental, além de apresentar os procedimentos para requerimento de

licenciamento corretivo.

O quinto capítulo é composto apenas do artigo 31, que estabelece a criação do Fundo Municipal

de Meio ambiente que tem a finalidade de:

“custear planos, projetos e programas de melhoria da qualidade do meio

ambiente no Município, melhorias na infraestrutura do Sistema de

Gestão Ambiental Municipal, pagamento a consultores e contratados,

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

88

propostos pela comunidade ou pelo Órgão Executivo Municipal de Meio

Ambiente e submetidos à apreciação do CODEMA”.

O decreto 04 de 22 de janeiro de 2016 dispõe sobre a organização do fundo municipal de meio

ambiente de Ribeirão das Neves e detalha as principais fontes orçamentárias a comporem o

fundo (multas, receitas advindas de processo de licenciamento, recursos de fontes estaduais e

federais, doações e outras fontes) e as atividades e ações que podem ser custeadas com os

recursos do fundo. Segundo o artigo primeiro do referido decreto o fundo é administrado pela

secretaria municipal de desenvolvimento sustentável mediante aprovação e fiscalização do

CODEMA. A gestão do fundo é atribuída ao secretário de meio ambiente, que pode instituir um

conselho gestor para o fundo municipal.

Apesar da consolidação do Fundo municipal de Meio Ambiente outras fontes de recursos tem o

potencial de apoiar a gestão ambiental do município, como é o caso do ICMS ecológico que é uma

proposta de repasse de recursos, por meio de subsídio cruzado, para os municípios que tem

apresentado bom desempenho em suas atividades ambientais, a partir de três principais eixos: a)

unidades de conservação; b) ações de saneamento; c) ações específicas para a gestão do bioma

de mata seca13. O ICMS ecológico é repassado para os municípios mineiros desde o ano de 2002 e

é um importante instrumento para a gestão ambiental municipal, uma vez que pode permitir a

estrutura econômica para a efetivação de diferentes ações e políticas ambientais. Para a análise

inicial foi realizado um comparativo de repasse do ICMS ecológico nos anos de 2007, 2012 e 2017.

O município de Ribeirão das Neves teve repasses referentes ao ICMS ecológico apenas no último

ano consultado. Os repasses foram efetivados por ações relativas a ações de saneamento. A

tabela a seguir apresenta os volumes de recursos repassados ao município.

13 O bioma de mata seca em minas gerais é específico da região norte do estado, razão pela qual essa informação não é

apresentada para os municípios na RMBH.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

89

Tabela 16 - Repasse total de ICMS ecológico para o município de Ribeirão das Neves

REPASSE ICMS - ECOLÓGICO TOTAL 2007 TOTAL 2012 TOTAL 2017

Unidades de conservação (A) 0 0 0

Saneamento (B) 0 0 R$ 27.573,25

Mata Seca (C) 0 0 0

Meio Ambiente (A+B+C) 0 0 R$ 27.573,25

Fonte: Fundação João Pinheiro

Os repasses de ICMS ecológico no município de Ribeirão das Neves são considerados muito

baixos, em comparação com outros municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, por

exemplo. Considera-se que os recursos do ICMS Ecológico podem ser alavancados a partir da

instrumentação junto ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação das áreas protegidas em

âmbito municipal, como é o caso da APA da Lajinha, além da definição das ações de saneamento

em andamento e atuantes no município.

4.10. Síntese do Contexto Ambiental do Município de Ribeirão das Neves

O município de Ribeirão das Neves está integralmente inserido na bacia hidrográfica do Ribeirão

da Mata, afluente do Rio das Velhas. A geologia presente é de origem metamórfica e composta

por rochas de gnaisse e ortognaisses que geram mantos de intemperismo profundos, gerando

solos com alto grau de evolução vertical. Solos menos profundos são percebidos nas regiões de

maior declividade, onde o transporte de material coluvionar auxilia na formação de áreas com

maior acúmulo de sedimentos e com solos mais ricos em termos de nutrientes, que se localizam

principalmente próximos aos níveis de base locais e cursos d’água.

Próximos aos níveis de base, portanto há o acúmulo de material erodido das médias e altas

vertentes, além de uma maior disponibilidade de água devido à proximidade com o nível freático,

dessa forma, percebe-se junto aos fundos de vale um maior desenvolvimento das espécies

vegetais, chegando a portes elevados e altura de dossel e que apresentam diferentes espécies

típicas de mata atlântica e algumas de cerrado. Nas médias vertentes e topos é comum a

presença de vegetação de porte menos elevado e que apresentam semelhanças vegetacionais

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

90

mais associadas às tipologias de cerrado esperadas para a região. Dessa forma, considerou-se três

contextos principais de paisagens naturais para o município de Ribeirão das Neves:

Matas de galeria, próximas aos fundos de vale e às planícies fluviais. Essas áreas

apresentam vegetação de porte arbóreo, denso, com características de vegetação

estacional semidecidual e presença de espécies de cerrado e de mata atlântica;

Matas de média e alta vertente com solos desenvolvidos. Essas áreas apresentam

vegetação densa, de porte arbóreo intermediário e com forte presença de espécies

de cerrado;

Vegetação em média vertente com solos menos desenvolvidos. Essas áreas

apresentam uma vegetação arbórea-arbustiva, de menor porte edáfico, mas com

alta relevância ambiental, principalmente por se mostrarem áreas de infiltração e

nas quais a retirada de vegetação pode ocasionar focos erosivos significativos.

Os usos antrópicos nos três contextos de paisagem indicados se mostraram muito intensos e

pouco sensíveis às particularidades dos contextos naturais. Como apresentado anteriormente,

diferentes tipos de uso incorreram na supressão parcial ou completa da vegetação nativa, sua

substituição por pastagens e por usos urbanos. As diferentes formas de uso geram consequências

ambientais bastante complexas, algumas foram consideradas essenciais de serem discutidas:

1) a substituição por vegetação herbácea e pastagens apresenta diferentes

intensidades e níveis de uso, de forma que a quantidade de pastagens que por

análise de imagens de satélite apresentam alto grau de exposição do solo foi

considerada bastante elevada, esse contexto aumenta o processo de perda de

nutrientes do solo, gera processos erosivos e consequente assoreamento dos

cursos d’água;

2) os usos urbanos em suas diferentes tipologias e intensidades, via de regra, se

mostraram pouco sensíveis á dinâmica ambiental específica dos diferentes

contextos e espaços naturais. Como demostrado anteriormente uma quantidade

significativa de vegetação ciliar foi retirada, independente da proteção

estabelecida pelo código florestal. Importante destacar que diversos cursos

d’água inseridos no tecido urbano apresentam, todavia, um contexto de

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

91

vegetação degradado, mas que possui alto potencial de recuperação e de uso,

principalmente para as dinâmicas de lazer e de contemplação.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

92

5. DINÂMICA SOCIOECONÔMICA

5.1. Dinâmica Populacional

Este tópico apresenta os resultados e métodos utilizados para a elaboração de uma projeção

demográfica e domiciliar do município de Ribeirão das Neves para o período 2018-2030. Para isso,

foi utilizado o “Método das Componentes”, que tem como fundamento a análise e projeção dos

níveis e padrões das três principais componentes demográficas ao longo do tempo. A previsão

correta do comportamento futuro da fecundidade, da mortalidade e da migração é um grande

desafio pois, além de interagirem entre si, essas variáveis também estão sujeitas a uma série de

outros fatores não eminentemente demográficos. Dessa forma, uma projeção não consiste

simplesmente na aplicação mecânica de uma série de técnicas - é necessário, além de um amplo

conhecimento de técnicas e teorias demográficas, uma boa noção dos fatores econômicos,

políticos, ambientais e socioculturais que exercem influência nas variáveis demográficas.

A formulação das hipóteses sobre as perspectivas futuras da fecundidade, da mortalidade e

principalmente da migração é a etapa mais delicada do processo, pois deve-se garantir a

coerência entre os parâmetros descritivos das tendências passadas e aqueles que resultarão da

projeção (OLIVEIRA E FERNANDES, 1996; CEDEPLAR, 2007). Daí a importância de um diagnóstico

preciso e completo da “população base”, o ponto de partida da projeção (que será feito na

próxima seção).

Este tópico está dividido em três partes. A primeira faz uma breve contextualização e traça um

panorama geral do perfil demográfico de Ribeirão das Neves, com a finalidade de embasar a

construção dos pressupostos da projeção. Esse perfil inclui a evolução do número de domicílios e

da população do município nas últimas décadas, as transformações em sua estrutura etária,

mudanças na dinâmica migratória, estatísticas vitais, entre outras coisas. Em seguida, os

materiais, métodos e pressupostos adotados para a elaboração das projeções populacionais e

domiciliares até o ano de 2030 são detalhadamente explicados e justificados. Por fim, os

resultados são expostos e avaliados.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

93

5.1.1. Perfil Populacional, Domiciliar e Estatísticas Vitais de Ribeirão das Neves

A partir da década de 1970, quando Ribeirão das Neves se inseriu definitivamente no processo de

expansão periférica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o município cresceu a

taxas recordes, com uma taxa de crescimento anual média de 21,3% no período 1970-1980

(SALGADO, 2015; CAMPOS, 2010). Apesar da intensa desaceleração no ritmo de crescimento

ocorrida nas décadas seguintes, Ribeirão das Neves ainda cresce a taxas relativamente altas,

como mostra a Tabela 17. Em 1991, o município possuía 143.853 habitantes residindo em 31.424

domicílios. Já em 2010, em função principalmente da atração migratória, a população mais do que

dobrou de tamanho, passando para 296.317 habitantes residindo em 85.213 domicílios.

Tabela 17 - População e domicílios de Ribeirão das Neves e Minas Gerais em 1991, 2000 e 2010.

Local População Domicílios

1991 2000 2010 1991 2000 2010

Ribeirão das Neves 143.853 246.846 296.317 31.424 62.227 85.213

Minas Gerais 15.743.152 17.866.402 19.597.330 3.709.228 4.765.258 6.028.223

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.

Durante esse período, o crescimento da população e do número de domicílios em Ribeirão das

Neves foi muito superior ao do estado, como pode ser verificado na Tabela 18, que mostra a Taxa

de Crescimento Geométrico (TCG) anual da população e dos domicílios de Ribeirão das Neves e de

Minas Gerais de 1991 a 2000 e de 2000 a 2010. No primeiro período, o crescimento populacional

no município foi mais de quatro vezes superior ao de Minas Gerais. No período seguinte, esse

crescimento foi menos acelerado, mas, ainda assim, superior ao estadual.

É importante destacar que o número de domicílios neste município cresceu ainda mais

intensamente que o número de pessoas, o que indica uma tendência de diminuição do tamanho

médio dos domicílios no que diz respeito à quantidade de moradores. Essa é uma tendência geral

no país, devido às mudanças no perfil demográfico da população brasileira e às mudanças nos

padrões dos arranjos domiciliares e familiares nas últimas décadas. Para ilustrar a dimensão

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

94

dessas mudanças, de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da RMBH14

(PDDI, 2011), enquanto o crescimento da população do município de Belo Horizonte está previsto

para cerca 3% entre os anos 2000 e 2050, o número de domicílios ocupados previsto aponta para

um crescimento de 38% no mesmo período. Obviamente, as mudanças atuais nos arranjos

domiciliares também afetam os outros municípios da RMBH, apesar da expectativa de diminuição

do ritmo de crescimento de domicílios nas próximas décadas (PDDI, 2011). Essas tendências se

refletem nos dados da Tabela 18, que mostram que apesar da desaceleração do crescimento do

número de domicílios em Ribeirão das Neves, ela não se deu de forma tão intensa quanto à

desaceleração no crescimento populacional.

Tabela 18 - Taxa de Crescimento Geométrico anual (TCG) de Ribeirão das Neves e Minas Gerais em 1991-2000 e 2000-2010.

Local População Domicílios

TCG 1991-2000 TCG 2000-2010 TCG 1991-2000 TCG 2000-2010

Ribeirão das Neves 6,18 1,84 7,89 3,19

Minas Gerais 1,42 0,93 2,82 2,38

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.

A Tabela 19 mostra a evolução da densidade populacional (medida em habitantes/km²) e

domiciliar (medida em domicílios/km²) de Ribeirão das Neves em 1991, 2000 e 2010. Como não

houveram emancipações e a área do município se manteve a mesma, os valores de densidade

populacional e domiciliar aumentaram de forma correspondente ao crescimento populacional

ocorrido no município, conforme mostrado nas tabelas anteriores. Entre 1991 e 2000, a

densidade populacional do município aumentou em mais de 70% e a densidade domiciliar

praticamente dobrou. Já entre 2000 e 2010, a densidade populacional de Ribeirão das Neves

aumentou em 20%, (passando de 1588 para 1906 habitantes/km²) enquanto a densidade

domiciliar aumentou praticamente duas vezes mais rápido (37%, passando de 400 para 548

domicílios/km²), refletindo as tendências citadas anteriormente.

14 O PDDI teve como objetivo principal o planejamento territorial integrado, a partir das dimensões social, econômica e

ambiental. O plano visou construir um processo de planejamento envolvendo os 34 municípios integrantes da RMBH, o estado de Minas Gerais (em seus inúmeros órgãos de gestão e execução), os órgãos federais atuantes na região, a academia e a sociedade civil, representada pelos movimentos organizados e pelas associações empresariais e populares.

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95

Tabela 19 - Densidade populacional e domiciliar de Ribeirão das Neves.

Variável 1991 2000 2010

Área em Km2 155,45 155,45 155,45

Densidade populacional (hab/km2) 925,37 1587,90 1906,14

Densidade domiciliar (dom/km2) 202,14 400,29 548,16

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.

Desagregando-se os resultados por situação de domicílio urbana e rural, a Tabela 20 mostra que

Ribeirão das Neves apresenta um altíssimo grau de urbanização da população e dos domicílios.

Em 2010, 99,4% das pessoas e domicílios estavam localizados dentro da linha do perímetro

urbano municipal.

Tabela 20 - População e domicílios de Ribeirão das Neves por situação em 1991, 2000 e 2010.

População População Domicílios

1991 2000 2010 1991 2000 2010

Total 143.853 246.846 296.317 31.352 61.995 85.135

Urbana 119.925 245.401 294.158 26.169 61.828 84.496

Rural 23.928 1.445 2.159 5.183 167 639

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.

A

Tabela 21 mostra a distribuição populacional do município de Ribeirão das Neves desagregada por

sexo em 1991, 2000 e 2010. Verifica-se que o município possui uma distribuição bastante

equilibrada dos dois sexos, com uma Razão de Sexo (número de homens dividido pelo número de

mulheres) igual a 1 em 1991 e 2000 e igual à 0,98% em 2010 (ou seja, para cada 100 pessoas do

sexo feminino, haviam cerca de 98 do sexo masculino), o que significa um pequeno aumento

proporcional no número de mulheres nesse ano. Como será visto adiante, o diferencial entre os

sexos é mais acentuado nas idades mais avançadas, devido à maior expectativa de vida das

mulheres.

Tabela 21 - População de Ribeirão das Neves por sexo em 1991, 2000 e 2010.

População População

1991 2000 2010

Total 143.853 246.846 296.317

Homens 71.916 123.531 146.982

Mulheres 71.937 123.315 149.335

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.

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96

De forma complementar, a

Tabela 22 apresenta a distribuição populacional do município de Ribeirão das Neves desagregada

por sexo e por grupos etários quinquenais em 2000 e 2010, seguida pelas pirâmides etárias

correspondentes, representadas nos Gráficos abaixo. Observa-se uma mudança significativa na

estrutura etária do município, condizente com as tendências estaduais e nacionais de

envelhecimento populacional. Verifica-se um nítido estreitamento da base da pirâmide etária no

decênio 2000-2010, ou seja, uma diminuição proporcional do número de crianças e jovens e um

aumento na proporção de adultos e de idosos, o que tem fortes implicações econômicas.

Tabela 22 - Distribuição populacional de Ribeirão das Neves por sexo e grupo etário em 2000 e 2010.

Grupo etário

2000 2010

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

0 a 4 anos 27615 14137 13478 22730 11701 11030

5 a 9 anos 25667 13028 12639 25108 12701 12407

10 a 14 anos 25715 12915 12800 29021 14610 14411

15 a 19 anos 27253 13812 13441 27376 13729 13647

20 a 24 anos 26877 13701 13176 28403 14714 13689

25 a 29 anos 22408 11394 11014 28699 14611 14088

30 a 34 anos 19972 9936 10036 27751 14007 13744

35 a 39 anos 17708 8485 9223 22730 11344 11386

40 a 44 anos 15663 7754 7909 19731 9565 10166

45 a 49 anos 12394 6183 6211 17059 7988 9071

50 a 54 anos 8609 4282 4327 15370 7386 7984

55 a 59 anos 5601 2867 2734 11517 5543 5974

60 a 64 anos 4218 2121 2096 7610 3395 4215

65 a 69 anos 2871 1270 1601 5433 2715 2718

70 a 74 anos 1831 750 1081 3321 1403 1918

75 a 79 anos 1326 510 816 2246 887 1359

80 a 84 anos 568 264 303 1193 379 814

85 a 89 anos 356 94 262 638 206 432

≥ 90 194 27 166 381 98 283

Total 246846 123531 123315 296317 146982 149335

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

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97

Gráfico 4 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

Para contextualizar essas mudanças, vale lembrar que, desde a década de 40, o Brasil vem

sofrendo os efeitos da transição demográfica. Nessa década se iniciou uma queda generalizada

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98

dos níveis da mortalidade e um aumento substancial na expectativa de vida da população. A partir

do fim da década de 60, o país entrou em uma nova fase da transição, quando iniciou-se o

declínio da fecundidade. Esse fenômeno tem profundas consequências sociais e econômicas e

fortes implicações para o planejamento urbano e regional, a começar pelo impacto na estrutura

etária da população. Em um primeiro momento, a diminuição do número de crianças e jovens

leva à fase da transição demográfica denominada “bônus” ou “dividendo” demográfico, um

momento favorável à economia, com grande potencial de desenvolvimento. Entretanto, com o

passar do tempo, o envelhecimento populacional leva a uma queda da população em idade ativa

(PIA), o que representa um sério problema para o equilíbrio das contas públicas, devido ao

incremento nos gastos com a saúde e a aposentadoria dos idosos. As projeções do IBGE e das

Nações Unidas indicam que a população acima de 65 anos de idade representará cerca de 20% da

população brasileira em 2050, comparado com 3% em 1970.

A Tabela 23 mostra a população em Idade Ativa (PIA) de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010 em

contraste com a população jovem e idosa. Nota-se que, apesar da já mencionada diminuição

proporcional do número de crianças e jovens entre 2000 e 2010, em valores absolutos, o número

de pessoas de 0 a 14 anos completos de idade não sofreu alterações significativas. Já a população

idosa apresentou um aumento substancial - 84,9% em apenas 10 anos. Devido à tendência de

aumento da longevidade, pode-se esperar a continuação do crescimento acelerado desse

segmento populacional nas próximas décadas. A população em idade ativa (PIA), embora tenha

apresentado um crescimento significativo (passando de 160.703 em 2000 para 206.246 pessoas

em 2010), aumentou em um ritmo bem menor, de 28,3%, refletindo um claro processo de

envelhecimento populacional.

Tabela 23 - População em Idade Ativa (PIA) de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010.

Grupos 2000 2010

0 a 14 anos - Jovens 78997 76859

15 a 64 anos - Idade ativa 160703 206246

65 anos ou mais - Idosos 7146 13212

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

A Tabela 24 mostra a razão de dependência jovem, idosa e total, indicadores frequentemente

utilizados como uma aproximação do grau de dependência econômica da população (WONG,

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99

2004). A razão de dependência jovem é a razão do número de crianças de até 14 anos em relação

à população de 15 a 64 anos. Essa medida, que sofreu uma redução de 24%, reflete o

estreitamento da base da pirâmide etária mostrada na Figura 1. Por outro lado, a razão de

dependência idosa (que considera a população de 65 anos ou mais no numerador), embora seja

consideravelmente menor, cresceu 44% entre 2000 e 2010 e tende a continuar aumentando,

devido ao envelhecimento populacional. O resultado final dessas mudanças foi uma diminuição

de 18,5% na razão de dependência total, que é a razão do número de crianças de até 14 anos e

pessoas com 65 anos e mais em relação à população em idade ativa.

Tabela 24 - Razão de dependência jovem, idosa e total de Ribeirão das Neves em 2000 e 2010.

Variável 2000 2010

Razão de Dependência Jovem 49,16 37,27

Razão de Dependência Idosa 4,45 6,41

Razão de dependência Total 53,60 43,67

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

A Tabela 25 apresenta o número de imigrantes, emigrantes e o saldo migratório (diferença entre

o número de imigrantes e o de emigrantes) de Ribeirão das Neves nos quinquênios 1995-2000 e

2005-2010. Os dados mostram que nos dois períodos o município apresentou saldos migratórios

positivos (ou seja, atraiu mais população do que perdeu), mas seu poder de atração reduziu-se

em 34% entre os dois quinquênios. Essa tendência de diminuição tende a continuar ao longo das

próximas décadas porque, ainda que várias melhorias em termos de infraestrutura e serviços

básicos ocorram na área metropolitana, não é plausível que a RMBH consiga atrair tantos

imigrantes como no passado. Os dados censitários mostram que, de uma maneira geral as cidades

mineiras de porte médio vêm atraindo mais população que as áreas metropolitanas (PDDI, 2011).

Tabela 25 - Saldo migratório de Ribeirão das Neves nos períodos 1995-2000 e 2005-2010.

Período Imigrantes Emigrantes Saldo Migratório

1995-2000 54.961 7.186 47.775

2005-2010 39.631 8.150 31.481

Fonte: Microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

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100

A Tabela 26 mostra algumas variáveis relacionadas à saúde no município de Ribeirão das Neves

nos anos censitários de 1991, 2000 e 2010. A “Esperança de Vida ao Nascer”15 subiu de 65,6 anos

em 1991 para mais de 74,3 anos em 2010. O aumento da expectativa de vida é uma das maiores

conquistas da sociedade no último século. É resultado do declínio das taxas de mortalidade em

todos os grupos etários, sendo que nos primeiros momentos a contribuição mais significativa foi

da queda das taxas de mortalidade infantil e na infância. A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI)

indica a frequência com que ocorrem óbitos de crianças menores de um ano em uma população

em relação ao número de nascidos vivos em determinado ano (valor expresso para cada mil

crianças nascidas vivas). Nesse sentido, Ribeirão das Neves apresentou avanços significativos: de

1991 a 2010, com uma redução de 54,9% da mortalidade infantil no município, que caiu de 36,4

para 16,4. A Taxa de Mortalidade na Infância, que mensura os óbitos infantis até 5 anos de idade

para cada mil crianças nascidas vivas, diminuiu ainda mais, com uma queda de 60%, passando de

47,7 para 19,1 no mesmo período.

A Taxa de Fecundidade total (TFT) corresponde ao número médio de filhos por mulher ao final do

período reprodutivo de uma coorte hipotética de mulheres sujeitas a taxas específicas de

fecundidade em um momento determinado. De 1991 a 2010 observou-se uma redução de 43,8%

na Taxa de Fecundidade, que passou de 3,2 para 1,8 filhos, ou seja, abaixo do nível de reposição,

convencionalmente estipulado em 2,1 filhos por mulher. Assim, desconsiderando-se as

migrações, se forem mantidas as tendências atuais das taxas de fecundidade, a taxa de

crescimento populacional no longo prazo será negativa no município (a população fechada às

migrações decresceria com o passar dos anos).

15 Número médio de anos de vida que uma pessoa nascida em uma determinada população deve experimentar se

mantidas as mesmas circunstâncias do momento de seu nascimento.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

101

Tabela 26 - Variáveis relacionadas à saúde em Ribeirão das Neves em 1991, 2000 e 2010.

Variável 1991 2000 2010

Esperança de Vida ao Nascer 65,64 71,38 74,31

Taxa de Mortalidade Infantil 36,40 24,60 16,40

Taxa de Mortalidade até 5 anos de idade 47,70 27,00 19,10

Taxa de Fecundidade Total 3,20 2,70 1,80

Fonte: PNUD (2013).

5.1.2. Projeção Demográfica e Domiciliar: Materiais e Métodos

O “Método das Componentes” (CELADE, 1984) é o mais utilizado para realizar projeções

demográficas para fins de planejamento urbano e regional. Ele consiste em um conjunto de

técnicas que visam a produção de estimativas dos óbitos, nascimentos e migrações

separadamente por quinquênios, a partir de uma “população-base” inicial que, no caso, foi a

população de Ribeirão das Neves em 2010. Embora as informações estejam defasadas, optou-se

por adotar como ponto inicial o ano do último Censo Demográfico do IBGE, por esta ser a fonte

mais rica e confiável de dados demográficos produzidos no país.

Em função dos riscos diferenciais por faixas de idade, as projeções das componentes são feitas

para os grupos etários separadamente. O método exige que os períodos das projeções sejam

divididos em intervalos de comprimento equivalente aos intervalos de idade. Dessa forma,

realizada a estimativa da população para um quinquênio, esta passa a ser a referência (a

“população base”) para a produção das estimativas para o quinquênio subsequente. Depois de

estimados o número de sobreviventes de um intervalo até o início do intervalo seguinte, é feito o

cálculo do número de nascimentos no intervalo e do número de sobreviventes; por fim, são

incorporados aos resultados da projeção os saldos migratórios calculados para cada período.

Esses procedimentos seguem a lógica da chamada “equação compensadora” ou “equação de

equilíbrio populacional”:

P(t+n)= P(t) + B (t,t+n) - D (t,t+n) + I (t,t+n) - E (t,t+n) (1)

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

102

onde:

P(t+n) = população no ano t+n

P(t) = população no ano t

B(t,t+n) = nascimentos ocorridos no período t,t+n

D(t,t+n) = óbitos ocorridos no período t,t+n

I(t,t+n) = imigrantes no período t,t+n

E(t,t+n) = emigrantes no período t,t+n

t = momento inicial da projeção

n = intervalo projetado

Essa equação mostra como cada componente interfere na população que se deseja projetar: os

decrementos causados pela mortalidade, os incrementos causados pela fecundidade e a dupla

função da migração como aditiva ou subtrativa de população.

A projeção populacional para o município de Ribeirão das Neves foi realizada em duas etapas:

primeiramente, foi estimada a chamada "população fechada", considerando-se exclusivamente a

atuação da fecundidade e mortalidade (nascimentos e mortes) e desconsiderando-se os

movimentos imigratórios e emigratórios. Em seguida, foi estimada a "população aberta", ou seja,

incorporou-se à população fechada os efeitos das migrações. A projeção foi realizada

considerando-se as taxas de fecundidade e mortalidade por período quinquenal, até o ano de

2030, a partir da adaptação para Ribeirão das Neves das Tábuas de Mortalidade e das Taxas

Específicas de Fecundidade (TEF) projetadas por Albuquerque (2008).

Na segunda etapa da projeção, foram construídos dois cenários distintos relacionados às

migrações16. A justificativa é que essa é a componente mais volúvel e complexa de ser projetada,

dado que ela pode alterar-se rapidamente em resposta a mudanças econômicas, políticas ou

ambientais. No primeiro cenário, foi feita a pressuposição de que o saldo migratório observado no

ano base será mantido por todo o período da projeção; no segundo cenário, pressupôs-se que o

16 Os municípios da RMBH, incluindo Ribeirão das Neves, encontram-se em um estágio avançado da Transição

Demográfica, ou seja, já experimentaram fortes quedas na mortalidade e fecundidade ao longo das últimas décadas. Sendo assim, é razoável assumir que até 2030 essas duas componentes seguirão as tendências verificadas em vários outros países, ou seja, a manutenção dos baixos níveis de fecundidade e mortalidade. Com base nesses argumentos, a criação de outros cenários envolvendo comportamentos diferenciados para essas duas componentes não foi considerada necessária.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

103

ritmo de queda observado entre os saldos migratórios dos quinquênios que antecederam os dois

últimos censos será aproximadamente o mesmo até 2030. As seções seguintes descrevem

detalhadamente todas as etapas, procedimentos e pressupostos utilizados na elaboração das

projeções.

A) Projeção das Componentes

Uma boa projeção populacional é aquela que possui pressupostos adequados sobre o

comportamento futuro da fecundidade, mortalidade e migração. Duas questões básicas devem

nortear a formulação dessas hipóteses: a primeira é a análise de qual deverá ser o limite das

tendências futuras, ou seja, a determinação do nível e a forma ou estrutura esperada para cada

uma das componentes; a segunda trata do tempo em que este limite deverá ser alcançado.

Usualmente, os pressupostos são formulados com base nas condições passadas e atuais,

adequando-se essa análise ao conhecimento acumulado, para descrever o que seria uma

tendência plausível (PDDI, 2011). Dito isso, são apresentadas a seguir as metodologias propostas

para estimar o comportamento futuro de cada uma das componentes.

FECUNDIDADE

Na componente fecundidade, foram calculados os nascimentos ocorridos nos grupos etários de

15 a 49 anos (convencionalmente considerado como o período reprodutivo feminino) a partir da

interpolação das projeções de Taxas Específicas de Fecundidade (TEF) estimadas no PDDI (2011)

até 2030. Essas informações foram calibradas a partir das Taxas de Fecundidade Total (TFT)

presentes no Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (PNUD, 2013) e nos microdados do

Censo Demográfico de 2010, para que as TEFs fossem interpoladas para Ribeirão das Neves (ou

seja, adaptadas para a realidade do município). Enquanto as TFTs foram utilizadas para avaliar a

tendência do nível da fecundidade futura de Ribeirão das Neves, as TEFs foram utilizadas para

projetar a forma ou estrutura da fecundidade, visto que um mesmo nível da TFT pode ter

diferentes distribuições relativas ou distintas formas da curva de fecundidade nos grupos etários.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

104

MORTALIDADE

O método de projeção da mortalidade utilizado neste trabalho foi feito através da utilização do

“sistema logito”, procedimento recomendado pelo Centro Latino-americano e Caribenho de

Demografia (CELADE, 1984). Ele parte do pressuposto básico de que o logito de 1-l(x) da tabela de

sobrevivência inicial varia linearmente no tempo, tendendo ao logito de 1-l(x) de uma tabela

limite (CELADE, p.93, 1984). Dessa forma, por meio de uma relação logital entre tábuas de

mortalidade inicial (ano 2010) e limite (ano 2030) interpoladas a partir do trabalho de

Albuquerque (2008), foram estimadas razões de sobrevivência em cada período quinquenal de

projeção para Ribeirão das Neves. Como uma medida para validação das razões de sobrevivência

estimadas, foram utilizadas informações da série histórica do Sistema de Informações sobre

Mortalidade - SIM (DATASUS, 2012) que mostrou alta correlação com as razões de sobrevivência

propostas.

O primeiro passo do procedimento é a transformação logito da função lx da tabela de

sobrevivência de Ribeirão das Neves em 2010 e da tabela limite através da seguinte fórmula:

xl

xlxYxlit

1ln

2

1log

(2)

De posse desses valores, foi realizada uma interpolação linear para a obtenção dos valores dos

logitos dos l(x) para os períodos quinquenais intermediários entre 2010 e 2030, a data final da

projeção. Em seguida, para a obtenção dos valores de lx para todos os períodos intermediários,

foi realizada a operação inversa à da transformação logito, mostrada abaixo:

)xexp(2Y1

exp(2Y(x))xl

(3)

A partir dessa função, foram construídas as tabelas de sobrevivência masculina e feminina de

Ribeirão das Neves para todos os períodos da projeção, seguindo os passos recomendados por

Preston (p. 49, 2001). Com essas tabelas foi possível calcular os decrementos por mortalidade de

um período a outro, até 2030. Para isso foi utilizada a função s(x) (= L(x+n) / L(x)), que consiste na

razão de sobrevivência de um grupo etário para o subsequente. Assim, aplicando o s(x) ao grupo

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

105

etário x a x+n foi possível encontrar o número de pessoas no grupo etário seguinte cinco anos

depois.

MIGRAÇÃO

Os saldos migratórios (diferença entre o volume de imigrantes e emigrantes) para a população

base foram obtidos através do quesito censitário de “data-fixa”, que indagava sobre o município

de residência cinco anos antes da data de referência do censo. Segundo essa variável, migrante é

todo indivíduo que residia em um município diferente do que foi recenseado cinco anos antes da

data de referência, contabilizando-se apenas os sobreviventes e os que não reemigraram. Por sua

própria natureza, a variável de “data-fixa” não capta o grupo etário de 0 a 4 anos completos. Para

suprir a inexistência de informações sobre fluxos migratórios para esse grupo, foi utilizada a

metodologia recomendada por CARVALHO e GARCIA (2002), que consiste em multiplicar a relação

criança-mulher pelo saldo migratório da população feminina em idade fértil (15-49 anos), como

mostrado nas equações abaixo:

obsou

fmun

obsou

fmun

obsou

hmun

ou

hmun SMPPSM ,10/0500/95

,,1530

,1000

,,1530

,1000

,,04

10/0500/95

,,04 )*( (4)

obsou

fmun

obsou

fmun

obsou

fmun

ou

fmun SMPPSM ,10/0500/95

,,1530

,1000

,,1530

,1000

,,04

10/0500/95

,,04 )*( (5)

onde:

)( ,1000

,,1530

,1000

,,04

obsou

fmun

obsou

hmun PP e

)( ,1000

,,1530

,1000

,,04

obsou

fmun

obsou

fmun PPcorrespondem, respectivamente, às Razões

Criança–Mulher (RCM) para meninos (“h”) e meninas (“f”), abaixo de 5 anos, na população

observada;

obsou

fmunSM ,10/0500/95

,,1530 corresponde ao saldo migratório das mulheres de 15 a 44 anos por UF, no

período 1995/2000 ou 2005/2010.

Incorporando-se o produto das equações 7 e 8, levou-se em consideração conjuntamente os

chamados “efeitos diretos e indiretos” da migração. Os “efeitos diretos” são os migrantes e os

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106

seus filhos nascidos no local de origem, que sobreviveram e não empreenderam um novo

movimento migratório; os “efeitos indiretos” se referem “aos filhos de migrantes que nasceram

na região de destino no período considerado, não morreram e dela não saíram, bem como aos

filhos de emigrantes que nasceram no lugar de destino, não morreram e não retornaram à região

estudada” (CARVALHO e RIGOTTI, p.8, 1998). A incorporação dos efeitos diretos e indiretos é

importante porque os filhos de migrantes que nascem no local de destino, apesar de naturais do

município de destino, não são contabilizados ao se calcular a população fechada (ver seção

seguinte). Em suma, os saldos migratórios medem a contribuição das migrações ao estoque

populacional no final do período, descontados os efeitos da mortalidade e reemigração. Trata-se

de um resultado líquido, que engloba os efeitos da imigração (positivos) e da emigração

(negativos).

A componente migração foi incorporada às populações projetadas por meio das Taxas Líquidas de

Migração (TLM), o quociente entre o saldo migratório e a população observada no final do

período, como mostra a equação abaixo:

nTLMx95/00ou05/10

mun,sexo = nSMx95/00ou05/10

mun,sexo / nPx95/00ou05/10,fech

mun,sexo (6)

O denominador da Equação 6 corresponde à população fechada do município entre os períodos

analisados. No caso de a TLM ser positiva, ela indica a proporção da população que foi

incrementada devido aos fluxos imigratórios. No caso de a TLM ser negativa, ela indica a

proporção em que a população observada aumentaria, se porventura se tivesse se mantido

fechada durante o período em questão.

Após o cálculo dos saldos migratórios e das TLM por sexo e idade nos quinquênios 1995-2000 e

2005-2010, foram adotados diferentes pressupostos para a construção de dois cenários

referentes à projeção da “população aberta”: no primeiro cenário, adotou-se o pressuposto de

continuidade do saldo migratório observado no quinquênio 2005-2010 (último dado disponível)

até o quinquênio 2025-2030. Devido à já mencionada tendência de diminuição dos saldos

migratórios observados na RMBH, este poderia ser considerado um cenário de alta migração. No

segundo cenário, foram criadas funções de TLM’s quinquenais adotando-se o pressuposto de que

o ritmo de queda no volume de migrantes observado entre os quinquênios 1995-2000 e 2005-

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107

2010 será aproximadamente o mesmo até o final da projeção. Isso significa que metade do valor

da queda observada durante o período intercensitário (de 10 anos) foi decrementado dos saldos

migratórios a cada quinquênio projetado. Como o saldo migratório de 2030 chegou a um valor

praticamente nulo com a adoção desse procedimento, foi realizado um pequeno ajuste no valor

decrementado e pressupôs-se que o saldo migratório chegará a zero no final do período

projetado17.

B) Projeção da população fechada e da população aberta

A população fechada às migrações é constituída simplesmente pelas pessoas sobreviventes em

um determinado grupo etário ao final de cinco anos e as crianças sobreviventes nascidas desta

população durante esse mesmo período. Como exemplo, a população com idade de 35 a 39 anos,

em 2010, é constituída pelos sobreviventes daqueles que, em 2005, tinham de 30 a 34 anos e que

por sua vez, são os sobreviventes daqueles que, em 2000, tinham entre 25 e 29 anos. Note-se que

em qualquer ano do período da projeção quinquenal, a população de 0 a 4 anos é constituída de

sobreviventes dos nascimentos ocorridos nos cinco anos anteriores ao ano a ser projetado.

Deste modo, para se obter a população em um determinado ano t+5, para grupos de idade a

partir dos 5 anos, tem-se que:

t

x

t

x

t

Fx SPP 5,55

5

,55

(7)

17 A diferença entre os saldos migratórios observados nos quinquênios 1995-2000 e 2005-2010 foi de 16.294 migrantes.

Como o período intercensitário compreende um intervalo de 10 anos e a estimativa de migrantes compreende apenas o período de 5 anos que antecede os censos, assumiu-se que a cada quinquênio projetado o saldo migratório seria decrementado em 8.147 migrantes, metade da queda observada durante o decênio 2000-2010. Com esse decremento, o SM migratório chegaria a um valor ligeiramente negativo em 2030 (1107 migrantes) o que implicaria assumir um pressuposto de inflexão de tendências migratórias em Ribeirão das Neves. Como não existem evidências para isso, através de um pequeno ajuste no valor, assumiu-se uma redução constante de 7.870 migrantes a cada quinquênio, levando à redução do saldo migratório de Ribeirão das Neves até o patamar zero ao fim do período projetado, em 2030.

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108

onde:

5

,55

t

FxP é a população fechada (F) que, transcorridos cinco anos após o ano t, tem idade x+5 a

x+10;

t

xP5 é a população que, no ano t, tem x a x+5 anos de idade;

t

xS 5,5 é a razão de sobrevivência por cinco anos, ou seja, a probabilidade de uma pessoa

com idade x a x+5, no ano t, sobreviver ao final dos próximos cinco anos.

Para a obtenção do grupo entre 0 e 4 anos, o procedimento é diferente, havendo necessidade de

se projetar o número de nascimentos da população fechada durante o período quinquenal que

precede o ano da projeção e de estimar a proporção deles que sobreviverá no final do

quinquênio. Assim, o número de nascimentos do período é obtido a partir das taxas específicas de

fecundidade estimadas para o meio do período (2000-2005, 2005-2010...2025-2030) e da

população feminina projetada em idade reprodutiva correspondente:

45

15

5,2

,,5

5,2

55 5)(x

t

fFx

t

xt PfN (8)

onde:

tN5 é o número de nascimentos ocorridos durante o quinquênio t, t+5;

5,2

5

t

xf é a taxa específica de fecundidade estimada, no ano t+2,5, sendo que 15x<45;

5,2

,,

t

fFxn P é a população fechada feminina por grupo etário, no ano t+2,5, sendo 15x<45.

A separação entre nascimentos femininos e masculinos é feita através da utilização da razão de

sexo ao nascer. Para isso, foi utilizado o valor 1,05, que corresponde aproximadamente à razão de

sexo ao nascer de Minas Gerais no ano de 2010 (ano da “população base”), segundo o Sistema de

Informação sobre os Nascidos Vivos (SINASC). A população fechada na idade de 0 a 4 anos de

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109

idade é obtida multiplicando-se os nascimentos, estimados a partir de (8), pela razão de

sobrevivência ao nascer (Sb):

btF SNP 5,05

(9)

0

05

*5 l

LSb

(10)

onde:

05 L é o número de pessoas, na população estacionária, abaixo de 5 anos; e

0l é o número de nascimentos a cada ano, na população estacionária.

A população aberta, com idade entre x e x+5, no momento t+5 (5

5

t

xP), que constitui o resultado

final da projeção, é dada pela soma da população fechada projetada com idade entre x e x+5, no

momento t+5 (5

,5

t

FxP) com o saldo migratório estimado dos cinco anos anteriores à data da

projeção (entre t e t+5) do grupo de idade entre x e x+5 anos no ano t+5, como mostra a equação

abaixo:

t

x

t

Fx

t

x SMPP 5

5

5

,5

5

5

(11)

C) Projeção dos domicílios

As projeções domiciliares, complementarmente às populacionais, são importantes instrumentos

para o planejamento urbano e regional. Como grande parte das demandas por serviços é

realizada pelos domicílios e dentro dos domicílios, sua estimação permite mensurar a demanda

por infraestrutura básica e transportes e a elaborar políticas habitacionais mais adequadas (PDDI,

2011). Além disso, as mudanças recentes no perfil demográfico e nos arranjos domiciliares e

familiares (já referidas anteriormente) tornam ainda mais necessárias as projeções domiciliares

para um planejamento adequado de longo prazo.

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110

A literatura aponta diferentes formas de projeção de domicílios. Nesse trabalho, a projeção

domiciliar de Ribeirão das Neves foi feita a partir das projeções populacionais do município,

através de uma técnica baseada na densidade domiciliar média municipal, ou seja, o número

médio de habitantes por domicílio (obtido pela divisão da população total municipal pelo número

total de domicílios). Um dos pressupostos possíveis é assumir que a proporção de pessoas

residindo nos domicílios e o tamanho médio dos mesmos permanecerá constante ao longo do

tempo. Entretanto, devido às mudanças na configuração das famílias e domicílios brasileiros nas

últimas décadas, essa hipótese foi considerada falha. Há uma tendência generalizada de

diminuição do número médio de pessoas por domicílio e aumento de pessoas que moram

sozinhas (PDDI, 2011).

Pelos motivos expostos, adotou-se como pressuposto a evolução da densidade domiciliar média

de Ribeirão das Neves conforme proposto pelo PDDI (2011)18. A Tabela 10 mostra os valores

estimados nesse trabalho para o município de Ribeirão das Neves, interpolados para o período

2018-2030. Para estimar o número de domicílios, as populações projetadas foram divididas pelos

valores mostrados na tabela, utilizados como denominador no cálculo da densidade domiciliar

média municipal até o fim do período da projeção. Vale ressaltar que, para ambos os cenários

projetados, considerou-se que a densidade domiciliar média diminuirá de 3.23 habitantes por

domicílio em 2018 para 2.89 em 2030.

Tabela 27 - Evolução da densidade domiciliar média estimada de Ribeirão das Neves.

Ano DDM

2000* 3,98

2010* 3,48

2018 3,23

2019 3,20

2020 3,17

18 O PDDI adota um modelo mais sofisticado para a projeção domiciliar do que simplesmente assumir a manutenção da

densidade domiciliar média. Esse método inclui mudanças nas variáveis demográficas e utiliza a taxa de chefia domiciliar para projetar o número de domicílios em um intervalo de tempo (método usualmente utilizado pelas Nações Unidas na elaboração de projeções de demanda habitacional). A vantagem dessa técnica advém da incorporação no modelo de mudanças na estrutura etária e na razão de sexo, além da determinação de variáveis econômicas e sociais que influenciam oscilações na taxa de chefia (“chefes de domicílio”/habitantes) de uma população.

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111

Ano DDM

2021 3,14

2022 3,12

2023 3,09

2024 3,06

2025 3,03

2026 3,00

2027 2,98

2028 2,95

2029 2,92

2030 2,89

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 e PDDI (2011) (Nota: As informações dos anos 2000 e 2010 foram extraídas dos Censos Demográficos).

5.1.3. Resultados da Projeção Populacional (por Sexo e Grupos Etários Quinquenais) e

Domiciliar de Ribeirão das Neves para o Período 2018-2030

As Tabela 28 e Tabela 29 apresentam os resultados das projeções populacionais e domiciliares de

Ribeirão da Neves de 2018 a 2030 para os dois cenários estabelecidos. No primeiro cenário, que

considera a continuidade das tendências migratórias observadas no último censo demográfico, foi

estimado um contingente populacional de 346.562 habitantes em 2018, que deverá chegar a

391.353 em 2030. Isso representa um aumento de 44.791 pessoas ou 12,92%. Já o número de

domicílios particulares permanentes apresenta um crescimento estimado muito superior ao

populacional. De 2018 a 2030, estimou-se que o número de domicílios deverá ir de 111.066 em

2018 a 135.211 em 2030, um aumento de 21,74% (uma diferença de 24.145 domicílios).

No segundo cenário, o número estimado de habitantes e domicílios em Ribeirão das Neves é

menor, já que considera uma tendência de redução nas migrações (no ritmo observado entre os

Censos de 2000 e 2010). Nesse cenário, foi estimado um contingente populacional de 346.562

pessoas em 2018 e 359.872 pessoas em 2030, um crescimento de 13.310 pessoas ou 3,84%. Em

relação aos domicílios, foram estimados 107.194 em 2018 e 124.335 em 2030, um crescimento de

17.141 domicílios ou 15,99%.

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112

Finalmente, as pirâmides etárias mostradas nos gráficos abaixo mostram a configuração geral dos

grupos etários e divisão entre os sexos nos dois cenários projetados19.

Tabela 28 - Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão das Neves, por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 1 (Migração constante).

Anos

População residente Domicílios Particulares

Permanentes

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

2000* 246.846 244.826 2.020 61.995 61.828 167

2010* 296.317 294.153 2.164 85.135 84.496 639

2018 359.082 356.837 2.245 111.066 110.315 752

2019 362.684 360.475 2.210 113.220 112.473 747

2020 366.323 364.148 2.175 115.415 114.673 742

2021 369.149 367.015 2.134 117.383 116.648 735

2022 371.997 369.903 2.094 119.384 118.656 728

2023 374.867 372.812 2.055 121.420 120.699 721

2024 377.760 375.743 2.017 123.490 122.776 714

2025 380.674 378.695 1.979 125.596 124.888 707

2026 382.786 380.850 1.936 127.462 126.763 699

2027 384.910 383.016 1.894 129.357 128.667 690

2028 387.046 385.193 1.853 131.280 130.598 681

2029 389.193 387.381 1.812 133.231 132.558 673

2030 391.353 389.580 1.773 135.211 134.547 664

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 (Nota: As informações dos anos 2000 e 2010 foram extraídas dos Censos Demográficos).

Tabela 29- Projeção de população residente e domicílios particulares permanentes de Ribeirão das Neves,

por situação de domicílio entre 2018 e 2030 - Cenário 2 (Migração em queda)

Anos

População residente Domicílios Particulares

Permanentes

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

2000* 246.846 244.826 2.020 61.995 61.828 167

2010* 296.317 294.153 2.164 85.135 84.496 639

2018 346.562 344.396 2.167 107.194 106.468 725

2019 348.567 346.443 2.124 108.813 108.095 718

19 A construção de um conjunto de pirâmides etárias para cada cenário não é necessária, pois a proporção de homens e

mulheres nos dois cenários é a mesma, apenas o volume populacional é diferente. A diferença entre um cenário e outro é no volume de migrantes, mas a distribuição proporcional dos migrantes entre os grupos etários e entre os sexos é idêntica, e foi baseada na distribuição observada dos migrantes de “data fixa” do Censo de 2010.

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113

Anos

População residente Domicílios Particulares

Permanentes

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

2020 350.582 348.501 2.081 110.456 109.746 710

2021 351.869 349.835 2.034 111.888 111.187 701

2022 353.160 351.172 1.988 113.339 112.648 691

2023 354.457 352.513 1.943 114.809 114.127 682

2024 355.758 353.858 1.899 116.298 115.625 673

2025 357.063 355.207 1.857 117.806 117.142 663

2026 357.623 355.814 1.809 119.084 118.430 653

2027 358.184 356.422 1.762 120.375 119.733 642

2028 358.746 357.029 1.717 121.681 121.049 631

2029 359.308 357.635 1.673 123.001 122.380 621

2030 359.872 358.242 1.630 124.335 123.724 611

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 (Nota: As informações dos anos 2000 e 2010 foram extraídas dos Censos Demográficos).

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114

Gráfico 5 – Pirâmides etárias de Ribeirão das Neves em 2015-2030 (projeção)

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115

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

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116

Tabela 30 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 1 – Migração constante).

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

Grupo etário

2010 2015 2020 2025 2030

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

0-4 11.701 11.030 22.730 14.764 14.069 28.833 13.753 13.105 26.857 12.543 11.951 24.495 11.398 10.860 22.258

5-9 12.701 12.407 25.108 12.783 12.069 24.852 14.608 13.940 28.547 13.630 13.003 26.633 12.449 11.874 24.322

10-14 14.610 14.411 29.021 13.941 13.627 27.568 12.704 12.001 24.705 14.537 13.879 28.416 13.580 12.961 26.541

15-19 13.729 13.647 27.376 15.995 15.822 31.817 13.822 13.545 27.367 12.616 11.945 24.561 14.457 13.830 28.287

20-24 14.714 13.689 28.403 14.970 14.973 29.942 15.802 15.716 31.518 13.683 13.473 27.157 12.511 11.896 24.407

25-29 14.611 14.088 28.699 16.014 15.011 31.025 14.765 14.866 29.631 15.620 15.626 31.247 13.553 13.412 26.965

30-34 14.007 13.744 27.751 15.886 15.433 31.319 15.781 14.890 30.671 14.585 14.768 29.353 15.462 15.543 31.005

35-39 11.344 11.386 22.730 15.193 15.033 30.226 15.622 15.287 30.909 15.560 14.773 30.333 14.414 14.672 29.085

40-44 9.565 10.166 19.731 12.253 12.427 24.681 14.885 14.861 29.746 15.351 15.139 30.490 15.331 14.651 29.982

45-49 7.988 9.071 17.059 10.267 11.058 21.325 11.935 12.246 24.181 14.548 14.673 29.220 15.049 14.972 30.021

50-54 7.386 7.984 15.370 8.495 9.820 18.316 9.912 10.848 20.760 11.567 12.040 23.607 14.149 14.454 28.603

55-59 5.543 5.974 11.517 7.752 8.587 16.339 8.097 9.574 17.671 9.489 10.603 20.091 11.117 11.794 22.911

60-64 3.395 4.215 7.610 5.717 6.363 12.081 7.264 8.294 15.558 7.623 9.275 16.898 8.973 10.298 19.271

65-69 2.715 2.718 5.433 3.412 4.416 7.828 5.221 6.048 11.269 6.667 7.910 14.577 7.031 8.872 15.903

70-74 1.403 1.918 3.321 2.611 2.766 5.377 2.983 4.079 7.062 4.590 5.609 10.199 5.894 7.361 13.255

75-79 887 1.359 2.246 1.257 1.854 3.111 2.116 2.410 4.526 2.422 3.544 5.966 3.733 4.859 8.591

80+ 683 1.529 2.211 1.267 2.582 3.850 1.824 3.518 5.342 2.820 4.611 7.432 3.720 6.226 9.946

TOTAL 135.281 138.305 273.587 172.577 175.912 348.489 181.094 185.229 366.323 187.853 192.822 380.674 192.819 198.534 391.353

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117

Tabela 31 - População por sexo e grupos etários quinquenais (Cenário 2 – Migração em queda).

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

Grupo etário

2010 2015 2020 2025 2030

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

0-4 11.701 11.030 22.730 14.430 13.752 28.182 13.162 12.542 25.703 11.765 11.210 22.975 10.481 9.986 20.467

5-9 12.701 12.407 25.108 12.494 11.797 24.291 13.980 13.341 27.321 12.784 12.197 24.981 11.447 10.919 22.366

10-14 14.610 14.411 29.021 13.626 13.319 26.945 12.158 11.485 23.643 13.635 13.019 26.654 12.487 11.919 24.406

15-19 13.729 13.647 27.376 15.634 15.464 31.098 13.229 12.963 26.191 11.834 11.204 23.038 13.294 12.718 26.012

20-24 14.714 13.689 28.403 14.632 14.635 29.266 15.123 15.041 30.164 12.834 12.638 25.472 11.505 10.939 22.444

25-29 14.611 14.088 28.699 15.652 14.672 30.324 14.130 14.227 28.357 14.652 14.657 29.309 12.462 12.333 24.796

30-34 14.007 13.744 27.751 15.527 15.085 30.612 15.103 14.250 29.353 13.680 13.852 27.532 14.218 14.293 28.511

35-39 11.344 11.386 22.730 14.850 14.694 29.544 14.951 14.630 29.581 14.595 13.856 28.452 13.254 13.491 26.746

40-44 9.565 10.166 19.731 11.977 12.147 24.123 14.245 14.223 28.468 14.399 14.200 28.599 14.098 13.472 27.570

45-49 7.988 9.071 17.059 10.035 10.808 20.843 11.422 11.720 23.142 13.645 13.763 27.408 13.838 13.767 27.606

50-54 7.386 7.984 15.370 8.303 9.599 17.902 9.486 10.382 19.868 10.850 11.293 22.143 13.010 13.291 26.302

55-59 5.543 5.974 11.517 7.577 8.393 15.970 7.749 9.163 16.912 8.900 9.945 18.845 10.222 10.845 21.068

60-64 3.395 4.215 7.610 5.588 6.220 11.808 6.952 7.938 14.890 7.150 8.699 15.850 8.251 9.469 17.721

65-69 2.715 2.718 5.433 3.335 4.316 7.651 4.996 5.788 10.785 6.254 7.419 13.673 6.465 8.158 14.624

70-74 1.403 1.918 3.321 2.552 2.703 5.255 2.855 3.904 6.759 4.305 5.261 9.566 5.420 6.769 12.189

75-79 887 1.359 2.246 1.228 1.812 3.041 2.026 2.306 4.332 2.272 3.324 5.596 3.432 4.468 7.900

80+ 683 1.529 2.211 1.239 2.524 3.763 1.745 3.367 5.112 2.645 4.325 6.971 3.421 5.725 9.146

TOTAL 146.982 149.335 296.317 168.679 171.939 340.619 173.312 177.270 350.582 176.201 180.862 357.063 177.308 182.564 359.872

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

118

5.2. Economia Municipal e Dinâmica Produtiva

Os dados referentes a Economia e Dinâmica Produtiva que compõem esta Leitura Técnica têm

o objetivo de garantir que os temas econômicos mais relevantes, por sua natureza

interdisciplinar, sejam tratados de forma integrada do ponto de vista da totalidade das áreas

temáticas e que estejam contemplados dentro das metas mais amplas de desenvolvimento

econômico para Ribeirão das Neves, sempre atrelado à proposta de reestruturação territorial

que orienta a revisão do Plano Diretor.

Desse modo, pretende-se analisar um conjunto de informações que componham um

diagnóstico consistente da realidade presente que possibilite a formatação de uma diretriz

compreensiva orientadora de um horizonte futuro virtuoso no que concerne ás condições de

produção, reprodução social e desenvolvimento econômico local.

Nesses termos, foram aqui avaliados os seguintes temas em diferentes escalas de trabalho:

1. Produção Agregada: Considera a formação absoluta e relativa do Produto Interno

Bruto - PIB local apontando para a concentração dos setores econômicos mais ou

menos relevantes no município e sua implicação para os objetivos do projeto.

2. Trabalho e Emprego: Considera o tamanho e a qualidade do mercado de trabalho no

município em seus componentes formais e informais, características fundamentais

para o desenvolvimento do município particularmente quando a necessidade de

estimular setores mais dinâmicos é levada em consideração. Considera ainda a relação

de dependência metropolitana tendo em vista os deslocamentos por motivo trabalho

realizados entre o município e a RMBH.

3. Rendimentos: Reúne as informações relativas aos níveis de rendimentos percebidos

pela população local que se modifica no tempo acompanhando as dinâmicas relativas

ao trabalho e à empregabilidade. Considera ainda as condições de desigualdade,

pobreza e vulnerabilidade tendo em vista a importante associação que deve existir

entre o desempenho econômico e a distribuição de renda e a promoção da qualidade

de vida urbana.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

119

4. Atividades produtivas no território: Compreende a análise das atividades do setor

primário, secundário e terciário que se estabelecem concretamente no território

municipal com indicação das principais localizações de cada uma delas, número de

estabelecimentos ligados ao setor, escala de produção, agentes e valor social

envolvidos bem como os entraves ao seu desenvolvimento.

5. Finanças Públicas: Avalia a capacidade financeira e orçamentária do município em

promover políticas públicas e gerar infraestrutura com foco nas fontes locais de

arrecadação, suas fragilidades e grau de dependência local da Administração Pública.

Para realização da análise, diferentes fontes secundárias de informação foram utilizadas, das

quais destacam-se:

1) Censos Demográficos – IBGE

2) Pesquisa Agrícola Municipal – IBGE

3) Pesquisa Agropecuária Municipal – IBGE

4) Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE

5) Relação Anual de Informações Sociais – RAIS MTE

6) Organização Internacional do Trabalho – OIT

7) Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED

8) Atlas do Desenvolvimento Humano - ADH

9) Secretaria do Tesouro Nacional – STN

10) Pesquisa Origem-Destino da RMBH – OD RMBH

11) Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos – CNEFE IBGE

Somam-se a eles as pesquisas e levantamentos de campo realizados em conjunto com os

agentes públicos locais bem como o fornecimento de relatórios e dados advindos da Prefeitura

Municipal. Para os fins deste relatório foram realizadas 3 visitas de campo.

A primeira voltou-se especificamente para a identificação de áreas produtivas ligadas ao setor

primário, o reconhecimento das famílias e dos sistemas produtivos e de uso da terra utilizados

e os desafios/pressões enfrentados pelos produtores locais. Complementarmente, foram

fornecidas informações do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

do Estado Minas Gerais – EMATER e do Banco de Alimentos Municipal.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

120

A segunda visita teve como foco a identificação das principais áreas de grandes

empreendimentos industriais do território, suas fragilidades e potencialidades. O recente

levantamento realizado pela Prefeitura das empresas estabelecidas no Centro Industrial local

(CIRIN) aparece como fonte de informação importante na compreensão desse contexto.

Por fim, a terceira visita objetivou o mapeamento dos principais lugares de oferta de

atividades terciárias – comércio e serviços – em termos de concentração e nível de

complexidade. A identificação, realizada no nível das ruas do município, permite visualizar as

distintas situações e graus de carência locais ligadas à reprodução social no espaço tendo em

vista o acesso a bens e serviços de consumo básico e cotidiano. A análise ajuda ainda na

percepção das diferentes hierarquias econômicas e urbanas estabelecidas no território e as

possibilidades de reconfiguração tendo em vista a revisão do Plano Diretor.

As seções temáticas apresentam-se a seguir.

5.2.1. Produção

Uma análise sobre a produção econômica e geração de riqueza para determinado território

pode ser realizada tendo em vista os dados do Produto Interno Bruto tanto em termos

agregados como em função de sua distribuição setorial. Ainda que represente a medida oficial

e mais amplamente utilizada para caracterização da economia produtiva de determinada

unidade geográfica, ressalta-se que os dados do PIB apresentam limitações uma vez que não

incorporam em seu cálculo questões como a qualidade dos bens e serviços oferecidos, os

custos ambientais, as transações comerciais informais, dentre outros aspectos.

De todo modo, seu entendimento ajuda a perceber quais os principais setores responsáveis

pela geração monetária de valor e que, em certo sentido, apontam para um perfil econômico

mais ou menos orientado por e para determinada atividade (Agropecuária, Indústria ou

Serviços). Revela também o ritmo da dinâmica produtiva a qual encontra-se intimamente

ligada aos processos de consumo e renda de determinada localidade.

Para composição do presente relatório foram utilizadas as informações oficiais fornecidas pelo

IBGE através da Pesquisa “Produto Interno Bruto dos Municípios” acessada em série histórica

pelo Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

121

De modo a possibilitar uma melhor compreensão a respeito da evolução e dinâmica do PIB

local são apresentados os dados relativos ao período 2005 – 2015 (último ano disponibilizado)

tanto no que concerne ao PIB total como por Valor Adicionado Bruto por setores20. Soma-se a

isso uma perspectiva regional uma vez que os dados são sempre apresentados de forma

comparativa à RMBH ou a outros municípios do vetor de localização regional de Ribeirão das

Neves.

PIB Agregado

A trajetória do Produto Interno Bruto de Ribeirão das Neves aponta para uma significativa

evolução nos últimos 10 anos seguindo a trajetória para a RMBH, conforme apontado no

Gráfico abaixo. A aceleração indica crescimento econômico senso estrito e revela sinais de

maior dinamismo e pujança econômica ao longo do tempo. No que concerne a RMBH, como

apontado pelo PDDI, o ciclo de alta do mercado internacional de commodities atuou até 2010

como grande motor de crescimento regional. Ribeirão das Neves, por sua vez, corre ao largo

desse circuito por não encontrar em seu território atividades extrativas de alta significância,

sobretudo ligadas ao minério de ferro. O processo de crescimento de seu PIB, por sua vez,

experimenta efeitos advindos desse cenário bem como de outros transbordamentos como os

consequentes da dinâmica industrial de Contagem.

20 O Valor Adicionado Bruto corresponde à contribuição de cada empresa/setor ao Produto Final descontado o seu consumo intermediário, ou seja, os gastos efetuados para a própria produção como os ligados à compra de matéria prima. O VAB sempre aparece em termos monetários e organizado segundo as diferentes categorias – agropecuária, indústria, serviços e administração pública – que compõem a economia local.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

122

Gráfico 6 – Evolução do PIB a preços de mercado. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-2015

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

O movimento da barra azul e seu constante afastamento da linha de crescimento do PIB

metropolitano apontam o ganho em termos de participação percentual do Produto de Neves

em relação ao agregado. Manifesta também um movimento de crescimento do PIB local e em

ritmo mais acelerados que do Regional. A Tabela abaixo com os dados numéricos possibilita

uma melhor compreensão de tal realidade.

Tabela 32 – PIB a preços de mercado. Valores absolutos, representatividade percentual, variação percentual e taxa geométrica de crescimento. Ribeirão das Neves e RMBH. 2005-5015.

Ano PIB Preços Correntes (mil reais)

Representatividade Ribeirão das Neves RMBH

2005 719.274 63.647.865 1,13%

2006 890.475 73.533.202 1,21%

2007 1.010.389 85.716.839 1,18%

2008 1.297.868 98.334.626 1,32%

2009 1.541.400 106.391.190 1,45%

2010 1.733.699 125.398.447 1,38%

2011 2.015.822 137.763.048 1,46%

2012 2.512.687 151.469.379 1,66%

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

123

Ano PIB Preços Correntes (mil reais) Representatividade

2013 2.874.956 166.258.726 1,73%

2014 3.299.611 175.060.229 1,88%

2015 3.469.745 172.168.003 2,02%

Variação percentual

382,40% 170,50% -

Taxa de crescimento anual

17,04% 10,46% -

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.

Como se vê, a taxa de crescimento anual do município é quase 7 pontos percentuais superior à

medida metropolitana resultando em uma variação percentual dos valores absolutos também

significativamente maior, 382% contra 170%. A representatividade ainda que aumentada é de

bastante singela, passando de 1,13% para 2,02% no período analisado.

A dinâmica de concentração econômica presente não apenas na RMBH como nas demais

Regiões Metropolitanas do País apresenta na geração do PIB uma de suas maiores

manifestações, ainda que pequenos sinais de desconcentração como esse de observado em

Ribeirão das Neves, aconteçam no território.

A concentração do PIB é acompanhada por sua vez pela manifestação mais intensa de

condições de pobreza e de precariedade na reprodução social no espaço em lugares de

dinâmica econômica mais baixas, como apontado pelo Plano Diretor de Desenvolvimento

Integrado – PDDI da RMBH. Destaca o relatório setorial a respeito da dinâmica produtiva

regional:

A dinâmica do crescimento é concentrada em três municípios, quais sejam, Belo Horizonte,

Betim e Contagem. De fato, mais de 75% do PIB, indústria e serviços, da RMBH se concentra

nessas cidades, ao passo que a incidência de pobreza (percentual de pessoas que vivem

abaixo da linha de pobreza) se concentra nos municípios menos dinâmicos

economicamente. Este fenômeno é consequência de uma típica dinâmica centro-periferia,

na qual há uma tendência à concentração de renda em regiões com maior capacidade de

absorção. Neste sentido, o reordenamento do espaço e da produção para setores de maior

desenvolvimento tecnológico e com a utilização de energias limpas e sem agressão ao meio

ambiente é fundamental para romper esta dinâmica perversa. (PDDI, Estudos Setoriais

Integrados, V. 4, p.165).

A partir das informações do IBGE percebe-se que nos últimos 10 anos os municípios de Betim,

Contagem e Belo Horizonte concentraram em média 81% do PIB metropolitano. Entre 2005 e

2015 o percentual cai, no entanto, passando de 83% para 79%. Ribeirão das Neves, nesse

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

124

contexto, mostra-se como um dos municípios que absorve parte dessa leve perda. Na

dinâmica metropolitana, percebe-se que a continuidade da trajetória de crescimento da

Produção Agregada do município só se faz possível com um processo mais amplo e planejado

de desconcentração das atividades econômicas das centralidades tradicionais para outras

regiões.

A desagregação setorial do Produto permite, complementarmente, a visualização das áreas de

maior relevância do setor produtivo de determinado território. A análise se dá a partir da

divisão do PIB em 04 grandes ramificações: i) Agropecuária; b) Indústria; c) Serviços e d)

Administração Pública.

Enquanto os valores agregados apresentam o crescimento econômico senso estrito, a análise

da distribuição setorial permite pensar de maneira mais crítica sobre as condições de

especialização ou de carência econômica local, o processo de substituição de atividades ao

longo do tempo e as perspectivas futuras.

Ribeirão das Neves, acompanhando a trajetória do produto agregado, apresenta variação

positiva em todos os componentes entre 2005 e 2015, conforme apontado na Tabela abaixo.

Tabela 33 – Valor Adicionado Bruto. Agropecuária, Indústria, Serviços e Administração Pública. Ribeirão das Neves. 2005-2015.

Ano

Valor Adicionado Bruto (mil reais)

Agropecuária Indústria Serviços Administração

Pública

2005 1.651 100.527 240.397 326.637

2006 1.726 133.961 302.220 378.284

2007 1.976 169.567 361.167 388.046

2008 2.333 185.288 485.602 504.468

2009 2.521 255.484 570.416 557.773

2010 2.482 293.122 670.234 567.730

2011 2.587 351.860 794.476 643.688

2012 3.025 386.213 1.093.229 720.562

2013 3.447 399.512 1.335.006 811.445

2014 3.578 463.965 1.578.258 889.474

2015 3.827 396.008 1.645.061 1.019.922

Variação 132% 294% 584% 212%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

125

De forma similar ao cenário metropolitano e nacional percebe-se que o setor de serviços é

aquele com maior variação na composição do VAB, seguido pela Indústria e a Administração

Pública. A Agropecuária, apesar de mais que dobrar o valor no período é o setor que percebe a

menor variação, fruto do relativo “abandono” pelo qual passa o setor primário local como

detalhado mais adiante.

Enquanto na Administração Pública e na Agropecuária as variações de Ribeirão das Neves são

inferiores à do agregado da RM para a Indústria e os Serviços o cenário é inverso. Nas

primeiras categorias, enquanto o VAB ADM local varia 212% a medida metropolitana é de

300%. Na Agropecuária observam-se valores praticamente equivalentes, 132% contra 136%.

No componente industrial, por sua vez, a variação local é significativamente maior, igual 294%

contra 137% do agregado. Em comparação com Betim e Contagem, municípios de forte

tradição industrial, o percentual de Neves é também bastante superior, 294% contra 114% e

70% respectivamente. No setor terciário é que se percebe tanto o maior incremento interno

como a diferença entre as variações locais e metropolitanas, iguais a 584% e 212%

respectivamente. Dentre os 34 municípios que compõem a RM, Ribeirão das Neves apresenta-

se como o segundo de maior variação do VAB Serviços ficando atrás apenas de Sarzedo

(666%).

O cenário indica uma realidade positiva tendo em vista que o setor secundário tende a

concentrar a mão de obra empregada de mais especialização bem como volta-se para

produção de mercadorias com maior valor agregado. No terciário, por sua vez, ainda que a

maior parte dos empreendimentos seja de baixa complexidade, seu crescimento indica um

aumento do volume de transações comerciais e consequentemente de circulação de dinheiro

no território dando maior dinamismo à economia municipal. O incremento desses setores

resulta também na ampliação da base tributária local o que possibilita/impulsiona o aumento

do VAB ADM.

As diferentes variações, por sua vez, resultam em modificação na composição do VAB final ao

longo do tempo, conforme evidenciado no Gráfico abaixo.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

126

Gráfico 7 – Distribuição percentual do VAB por setores. Ribeirão das Neves. 2005-2015.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

Como se vê, a Agropecuária apresenta representatividade em termos de produção econômica

praticamente nula. Os percentuais oscilam entre 0,1% e 0,2% no período. O baixo valor

numérico, no entanto, não significa uma ausência de importância do setor na dinâmica social e

ambiental do município. Por concentrar em grande parte uma mão de obra com baixa

especialização formal e processos produtivos intensivos em trabalho a agricultura e a pecuária

nos territórios metropolitanos tendem a um desaparecimento relativo na composição do

Produto agregado. Pela perspectiva territorial, no entanto, como detalhado na seção

“Atividades Produtivas no território”, o peso da Agropecuária é evidente haja vista a

pulverização das famílias no território que sobrevivem a partir dela e as significativas porções

de terra dedicadas ao plantio mesmo no interior da área urbana.

No que tange ao setor de serviços nota-se que a intensa variação absoluta resulta, por sua vez,

em um crescimento da participação percentual do setor no VAB final. Em 2015 mais de 50% de

todo valor adicionado mostra-se concentrado no terciário.

Por outro lado, percebe-se que, apesar da evolução em termos absolutos, o componente do

VAB IND mantém participação praticamente constante ao longo do tempo tendo em 2015 seu

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

127

menor percentual, igual a 12,9%. Nota-se, a partir dos dados da tabela anterior, que o último

registro do período avaliado - 2014-2015 - é marcado justamente por uma queda no valor

absoluto do componente industrial enquanto os serviços e a Administração Pública mantêm a

trajetória de crescimento. Revela-se assim um desaquecimento recente do setor e a

manifestação de seu papel ainda secundário no que concerne à produção econômica de

Ribeirão das Neves. Em palavras, apesar de crescer, a Indústria mantém estagnada sua

importância relativa em termos do crescimento econômico local, o qual apresenta tendência a

uma cada vez maior “terciarização”.

Tal diferenciação entre crescimento absoluto e peso percentual fica mais clara quando as

representatividades são comparadas com o território metropolitano. Levando-se em conta o

ano de 2015 a representatividade da Indústria no VAB da RM é de aproximadamente 27%,

consideravelmente superior à de Ribeirão das Neves, enquanto os serviços respondem por

59%. Nesses termos não há que se dizer que Ribeirão das Neves passa nos últimos 10 anos por

uma transformação de perfil econômico tendendo a uma vocação industrial, apesar de seu

claro crescimento produtivo em termos absolutos.

A Administração Pública, apesar da menor variação em relação à Indústria, tem peso de

composição significativamente superior a essa. No agregado da RM, por sua vez, nota-se que a

Administração Pública tem peso bastante inferior ao apresentado por Ribeirão das Neves -

percentual igual a 14%. Dentre os 34 municípios que compõem a RM, Neves é o 12° com maior

composição desse setor na formação de seu Produto ficando à frente de cidades

significativamente menores – Vespasiano, Lagoa Santa, dentre outros - que tendem a possuir

maior peso da Administração Pública em suas economias locais. Há assim a manutenção de

uma forte relação de “dependência” do setor, a qual decresce ao longo do tempo, mas

mantêm-se bastante superior à média regional. A questão não é problemática em si mesma,

mas aponta para certa escassez em termos de oportunidades de inovação e um cenário de

pouca diversificação produtiva. Em realidades como essa faz-se importante pensar de que

modo tal peso da Administração Pública pode servir ao município como plataforma ao

desenvolvimento de novas atividades, sobretudo aquelas intensivas em capital ou que tragam

externalidades positivas no e ao território.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

128

5.2.2. Trabalho e Emprego

O componente trabalho juntamente com o consumo e a produção estabelecem as bases para

a estrutura econômica agregada de uma localidade. A distribuição do emprego de mão de obra

sinaliza de forma mais específica quais as áreas no interior dos 3 grandes setores – primário,

secundário ou terciário – impulsionam o processo de crescimento e desenvolvimento

econômico. Os rendimentos, complementarmente, apontam para a relação entre as mudanças

nas dinâmicas de emprego e as remunerações pagas, fator de grande influência no

componente consumo.

Em Ribeirão das Neves, conforme apontam os dados do último Censo Demográfico (2010) e

sistematizado pela Organização Internacional do Comércio – OIT, a População Ocupada (PO)

em 2010 era de 133.327 pessoas, sendo mais de 60% com carteira assinada e

aproximadamente 30% sem ou atuando por conta própria. No ambiente urbano, a taxa de

ocupação mostra-se superior ao rural - 66,8% contra 57,7%. Ressalta-se que em 2010, mais de

99% da PO encontrava-se no meio urbano.

O nível de informalidade presente na dinâmica de trabalho é bastante significativo. Na

População Ocupada, cerca de 30% dos indivíduos encontram-se em ocupações informais.

Ressalta-se que dentre o restante – 95.614 indivíduos – apenas 30% (27.825) dos postos de

trabalho formais eram gerados no município de Ribeirão das Neves.

A formalização através da condição de Microempreendedor Individual – MEI aparece nos

últimos anos como uma das principais alternativas para absorção dessa grande parcela de mão

de obra. Segundo informações mapeadas pela OIT, em 2013, 6.437 pessoas estavam

cadastradas como MEI em Ribeirão das Neves.

A desocupação juvenil – População entre 15 e 24 anos - é relativamente baixa, igual 17,1%,

indicando uma entrada relativamente precoce da população local no mercado de trabalho. O

percentual é aproximadamente igual ao de outros municípios metropolitanos como Belo

Horizonte (15,1%), Contagem (15,8%) e Betim (19,8%). Há um componente de gênero

expressivo nessa faixa etária tendo em vista que a taxa de mulheres jovens desocupadas é

quase duas vezes maior que a de homens, 23% contra 12,3%.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

129

Em termos dos indicadores ligados ao trabalho decente21, observa-se que 33% da População

Ocupada desenvolvia jornada de trabalho superior a 44 horas semanais sendo o maior

percentual concentrado no setor de Comércio (22,6%). A maior parte dos trabalhadores nessa

realidade é do gênero masculino (63%). Outros 19.945 indivíduos desempenhavam jornada

acima de 48 horas semanais, também na maioria homens (64%).

O trabalho infantil mostra-se relativamente baixo com apenas 3,1% da população entre 10 e

13 anos ocupando alguma atividade de trabalho. Nas faixas superiores os percentuais

aumentam, sendo iguais respectivamente a 6,7% e 24,7% para a população entre 14 e 15 anos

e entre 16 e 17.

Dentre toda a população ocupada, apenas 2.770 indivíduos (2,07%) ocupavam algum cargo de

maior nível hierárquico (dirigentes) em seus estabelecimentos de lotação. Os componentes de

gênero e de raça são relevantes nesse quesito. Do total, 59,2% eram homens e 40,8% eram

mulheres sendo a maior parte negros (57,8%), percentual que destoa da realidade da maior

parte dos municípios brasileiros.

No interior da População Economicamente Ativa, 33.712 indivíduos manifestaram a presença

de algum tipo de deficiência dentre as quais 31.249 possuíam alguma ocupação na data de

referência.

O nível de contribuintes com a previdência social acompanha basicamente o percentual de

trabalhadores com carteira assinada. Para os empregados por conta própria a taxa é de apenas

27% ou 5.993 indivíduos evidenciando a relativa precariedade, sobretudo futura, da condição

de vida e reprodução social de tais trabalhadores.

Os dados da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, organizada pelo Ministério do

Trabalho e Emprego e ligados exclusivamente ao emprego formal, apontam para os locais

21 Em 1999 a Organização Internacional do Trabalho (OIT) formalizou o conceito de Trabalho Decente como uma síntese da sua missão histórica de promover oportunidades para que homens e mulheres obtenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas. O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT (o respeito aos direitos no trabalho, a promoção do emprego, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social), e condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. Para mais ver http://www.bsb.ilo.org/simtd/.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

130

onde parte desse volume de trabalho se estabelece. No nível municipal a RAIS apresenta-se

como a principal fonte de informações sobre o comportamento do mercado de trabalho e,

portanto, para muitos aspectos do funcionamento da economia. Para a análise foram

utilizados dados do período 2008 – 2016 (último ano disponibilizado).

Como apontado no Gráfico abaixo, o setor terciário, acompanhando a composição do PIB,

responde de forma majoritária pelos empregos formais no município, ultrapassando o

patamar de 82% dos postos em 2016. A área de serviços, mais do que Comércio, manifesta-se

como principal empregador. Aqui encontram-se incluídos os postos gerados pela

Administração Pública.

Gráfico 8 – Distribuição setorial do emprego formal (%). Ribeirão das Neves-MG. 2006; 2010; 2016.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

Observa-se significativa correspondência e aproximação entre o volume de mão de obra

empregada e a participação dos respectivos componentes na formação do VAB Total.

Apesar da retração percentual das atividades secundárias na composição do emprego formal,

todas as categorias em termos absolutos, exclusive a Agropecuária, apresentam crescimento

da oferta de postos de trabalho entre 2006 e 2016 ainda que nos anos mais recentes a

trajetória seja de queda para parte deles. Os dados encontram-se na Tabela abaixo.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

131

Tabela 34 – Número de Empregos formais por Setor. Ribeirão das Neves – MG. 2006-2016.

Setor 2006 2008 2010 2012 2014 2016 Variação

Indústria 2.760 3.252 3.692 3.568 3.759 3.458 25,3%

Construção Civil 746 1.243 2.272 2.724 2.309 1.258 68,6%

Comércio 3.224 3.940 11.780 6.845 8.238 9.491 194,4%

Serviços 5.769 9.696 10.001 9.930 13.019 12.978 125,0%

Agropecuária 110 160 100 68 60 50 -54,5%

Total 12.609 18.291 27.845 23.135 27.385 27.235 116,0%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS/MTE

Apesar da maior participação dos Serviços, o setor do Comércio, estimulado pela intensa

abertura de estabelecimentos varejistas nos últimos anos, é o que apresenta a maior variação

percentual, perto de 200%. Observa-se um grande salto da atividade comercial entre os anos

2008 e 2010.

A Indústria, exclusive Construção Civil, é a de variação mais singela. Os dados reforçam a

consideração feita anteriormente de que apesar da variação expressiva do VAB Industrial local

em termos absolutos não se percebe nos últimos 10 anos uma trajetória de especialização e

intensificação do setor.

Há de se destacar, no entanto, que a produtividade do trabalho das atividades industriais

mostra-se largamente superior que a do terciário. Enquanto o acréscimo de 35% de

trabalhadores na Indústria provoca uma variação de 294% no VAB IND o aumento de 150% dos

empregos ligados ao terciário promove uma variação no componente do VAB de 584%. Com a

taxa retorno emprego formal x PIB do setor secundário, esse último percentual seria igual a

1260% seguindo-se as mesmas condições de produção.

A Construção Civil, seguindo a trajetória nacional, passa a sofrer quedas nos postos de

trabalho a partir de 2012. Entre 2014 e 2016 o setor praticamente vê cair pela metade tal

oferta. No último ano do período o volume de postos ofertados praticamente se igual ao de

2008. A queda do crédito imobiliário somado ao estoque de moradias constituído ao longo dos

últimos anos, cenário em que Ribeirão das Neves participa ativamente, conduz a tal

arrefecimento do setor de construção.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

132

A Agropecuária vê também retraída sua participação no mercado formal de trabalho. Único

setor com diminuição do número de postos ofertados, o volume, já baixo em termos absolutos

em 2006, cai pela metade dez anos depois.

Na Tabela abaixo aparece detalhada a realidade do mercado de trabalho formal municipal. Os

dados aparecem desagregados em subsetores auxiliando na compreensão das mudanças na

dinâmica de emprego intra grandes setores. A listagem é ordenada do maior para o menor

empregador em 2016.

Tabela 35 – Distribuição do emprego formal por Subsetores e variação percentual. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.

Subsetores Ano

Variação 2016 2014 2012 2010 2008 2006

Comércio Varejista 6.075 5.846 5.085 10.569 3.025 2.327 161%

Administração Pública 5.842 5.369 4.923 4.668 3.953 1.945 200%

Transporte e Comunicações 4.012 4.587 2.517 1.731 3.012 2.314 73%

Comércio Atacadista 3.416 2.392 1.760 1.211 915 897 281%

Aloj Comunic 1.657 1.487 1.205 729 612 668 148%

Construção Civil 1.258 2.309 2.724 2.272 1.243 746 69%

Alimentos e Bebidas 872 905 803 725 744 678 29%

Indústria Química 705 492 433 585 653 653 8%

Adm Técnica Profissional 604 712 649 2.146 1.454 395 53%

Prod. Mineral Não Metálico 508 809 807 864 860 714 -29%

Madeira e Mobiliário 506 575 507 538 489 317 60%

Ensino 484 520 392 508 489 313 55%

Médicos Odontológicos Vet 258 229 155 160 105 80 223%

Indústria Mecânica 182 154 135 136 104 15 1113%

Elétrico e Comunic 182 70 29 24 20 20 810%

Material de Transporte 147 290 171 288 - 4 3575%

Indústria Metalúrgica 122 152 301 226 117 53 130%

Instituição Financeira 121 115 89 59 71 54 124%

Indústria Têxtil 73 79 91 133 70 111 -34%

Extrativa Mineral 72 100 103 79 92 65 11%

Borracha, Fumo, Couros 66 100 145 88 98 124 -47%

Agricultura 50 60 68 100 160 110 -55%

Serviço Utilidade Pública 16 17 27 1 - 1 1500%

Papel e Gráf 7 12 6 5 1 5 40%

Indústria Calçados - 4 10 - 4 - -

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133

Subsetores Ano Variação

Total 27.235 27.385 23.135 27.845 18.291 12.609 116%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS/MTE

Os quatro maiores ofertadores respondem por mais de 71% do volume de postos existentes,

percentual que evolui consideravelmente em relação a 2006 – igual a 59% - indicando

tendência de concentração e baixa diversificação do mercado de trabalho.

Como se vê, o Comércio Varejista aparece encabeçando a lista com o emprego de 6.075

indivíduos. A trajetória da Atividade apresenta um cenário de pico no ano de 2010 com

significativa queda em 2012 e nova recuperação, ainda que mais singela, a partir desse ano. A

abertura de diferentes supermercados espalhados pelo território municipal aparece como

fator preponderante nesse cenário. Além disso, a baixa complexidade da atividade e a relativa

facilidade de abertura de estabelecimentos voltados ao comércio, principalmente os de

pequeno porte, contribui para a liderança do setor. Na maior parte dos municípios tanto do

Estado como do País, o Comércio Varejista e a Administração Pública concentram o maior

número de empregos formais. Além da variação absoluta, a atividade cresce em importância

ao longo do tempo passando de 18,5% em 2006 para 22,3% em 2016 do volume total

existente.

O papel da Administração Pública na dinâmica econômica local revela-se também de forma

evidente no componente trabalho. Como segundo maior empregador do município, o subsetor

vê triplicar o número de funcionários a ele ligados. A realidade aponta para importância do

setor público no processo de circulação de dinheiro e consequentemente de mercadorias na

localidade. Mais de 21% da mão de obra formal depende dos salários advindos da estrutura

pública para sua subsistência.

Acompanham esse caminho os setores de Transporte e Comunicação e do Comércio

Atacadista. O primeiro, tendo em vista as externalidades positivas em termos de logística

advindas do eixo viário constituído pela BR 040, ocupa a terceira posição como principal

empregador, com variação em termos absolutos de 73%. A participação no volume total, no

entanto, diminui e passa de 18,4% em 2006 para 14,7% em 2016.

A perda relativa do subsetor bem como de outros (Alimentos e Bebidas, Ensino, Indústria

Química, etc.) é absorvida de forma mais evidente pelo Comércio Atacadista que também se

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

134

aproveita das vantagens locais de logística para ampliação de sua atividade na localidade. Com

trajetória crescente ao longo de todos os anos, a atividade comercial por atacado apresenta

variação absoluta de 281% e aumento significativo da participação no volume total, passando

de 7,1% em 2006 para 12,5% em 2016.

Territorialmente, a ampliação de tais estabelecimentos em conjunto com a atividade varejista

produz dois efeitos principais. O primeiro liga-se à dispersão das centralidades de comércio e

serviços, detalhada mais adiante. Tendo em vista a necessidade de terrenos amplos para a

instalação das suas estruturas, sobretudo de supermercados, os menores preços de terra para

compra e aluguel nas regiões mais periféricas da cidade estimulam a difusão. Em segundo

plano e conectado diretamente ao primeiro fator, encontra-se a pressão sobre a

infraestrutura, sobretudo viária, trazida por tais equipamentos. Atuando como fortes polos

geradores de tráfego e circulação de pessoas, os estabelecimentos implicam necessariamente

em maior demanda social por equipamentos urbanos e meios de acesso.

Dentre as maiores variações absolutas encontram-se a Industria de Material de Transporte

(2575%), Serviços de Utilidade Pública (1500%), Indústria Mecânica (1113%) e Setor Elétrico

(810%), todas elas, no entanto, apresentam baixíssima participação sobre o volume total de

mão de obra forma empregada, abaixo de 1%. No outro extremo encontram-se a Produção

Mineral não Metálico, a Indústria Têxtil, a Indústria de Borracha, Fumo e Couros e a

Agricultura, todos com variações negativas em termos de mão de obra empregada. Do mesmo

modo que os subsetores anteriores a representação percentual de tais atividades no volume

total é irrisória.

Como apontado anteriormente o setor secundário vê diminuída de maneira geral sua parcela

na composição do emprego em Ribeirão das Neves. Alguns destaques em termos absolutos,

para além da Indústria Mecânica, são os setores Metalúrgicos (130%), de Madeira e Mobiliário

(60%) e de Alimentos e Bebidas (29%). As atividades industriais pulverizam-se assim em uma

ampla diversidade de frentes, mas de baixa empregabilidade e escala de produção.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

135

Na atividade terciária, além dos comércios e dos serviços de Transporte e Comunicação,

ressaltam-se as atividades de Alojamento e Comunicação22 que apresentam variação absoluta

de 148% com leve aumento de representatividade no volume total e os serviços ligados às

Instituições Financeiras que praticamente duplicam o número de postos formais ofertados.

Esse último, apesar da baixa representatividade geral (0,4%) merece destaque por

caracterizar-se como atividade complexa e que se concentra em espaços mais centrais. A

ampliação dos postos de trabalho a ele ligados manifesta um aumento do dinamismo

econômico local e dos fluxos de recursos financeiros no território.

Faz-se fundamental destacar que a dinâmica de trabalho e emprego em Ribeirão das Neves

não pode ser compreendida de maneira plena sem a consideração da dimensão intermunicipal

em seu interior. Como apontado anteriormente, em 2010 mais de 95 mil indivíduos

declararam estar em atividades formais de trabalho sendo que, para o mesmo ano, o

município ofertou aproximadamente 28 mil postos de trabalho os quais também são ocupados

por indivíduos de outras localidades. Há assim uma relação de troca e dependência

intermunicipal ligada ao trabalho que se estabelece de forma intensa na cidade e implica,

dentre outros fatores, em uma forte pressão por serviços públicos de transporte e no reforço

da concepção de Ribeirão das Neves como um “município dormitório”.

A Figura abaixo, elaboradas com base nos dados da Pesquisa Origem-Destino da RMBH ilustra

tal relação. São destacados os municípios de destino e o volume diário de viagens realizadas

pelo motivo trabalho.

22 Compreende os serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

136

Figura 11 – Municípios de Destino de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens. Ribeirão das Neves-MG. 2012.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da OD 2012.

Percebe-se que a difusão dos deslocamentos é ampla, ainda que numericamente concentrada.

Em 2012, 18 municípios apresentam-se como destino de moradores de Ribeirão das Neves por

motivo trabalho totalizando mais de 88 mil deslocamentos diários. Belo Horizonte e Contagem

aparecem como os principais polos de atração. Apenas o primeiro responde por mais de 83%

de tais deslocamentos. A intensa conurbação com a centralidade metropolitana, sobretudo na

região de Justinópolis, contribui agudamente nesse percentual.

Conforme apontado na Tabela abaixo o volume de deslocamentos cresce significativamente

entre 2000 e 2010. Dois pontos chamam atenção de modo mais evidente: a) O número de

viagens por motivo trabalho para Belo Horizonte mostra-se superior ao realizado

internamente no município sublinhando a intensa dependência de Ribeirão das Neves com a

metrópole e b) Por outro lado, a variação percentual os deslocamentos intramunicipais é

quase duas vezes maior do que os realizados com a Sede realçando assim a melhoria da

capacidade do município em gerar internamente oportunidades de trabalho seja elas formais

ou informais.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

137

Tabela 36 – Municípios de destino e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão das Neves-MG. 2002; 2012.

Município de Destino Número de viagens

Variação 2002 2012

Belo Horizonte 47.565 74.130 55,9%

Ribeirão das Neves 30.768 61.728 100,6%

Contagem 5.213 9.076 74,1%

Betim 1.076 1.378 28,0%

Vespasiano 275 840 205,7%

Santa Luzia 376 837 122,5%

Nova Lima 334 534 59,8%

Lagoa Santa 0 492 -

Pedro Leopoldo 107 376 250,9%

Esmeraldas 240 343 42,7%

Sabará 268 200 -25,3%

Brumadinho 0 128 -

Juatuba 27 117 329,2%

São Joaquim de Bicas 0 114 -

Igarapé 0 105 -

Jaboticatubas 0 102 -

Matozinhos 0 62 -

Ibirité 84 0 -100,0%

São José da Lapa 68 0 -100,0%

Total 86.402 150.562 74,3%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados OD 2002-2012.

O aumento em maior dimensão dos deslocamentos internos resulta na ampliação da

participação desses no volume total de viagens, passando de 35% em 2002 para 40% em 2012.

A maior parte das viagens, no entanto, permanece tendo outras localidades como destino. Em

termos comparativos, municípios como Contagem e Betim apresentam percentuais de

deslocamentos internos por motivo trabalho respectivamente iguais a 58% e 74% em 2012,

bastante superiores ao de Ribeirão das Neves. Mesmo em municípios menores e de forte

dependência da metrópole, como Esmeraldas e Vespasiano, os percentuais são maiores que o

de Neves, iguais respectivamente a 53% e 44%. Nota-se também que os destinos são

ampliados entre 2002 e 2012 com a entrada de 4 novos municípios (Lagoa Santa, São Joaquim

de Bicas, Igarapé, Jaboticatubas e Matozinhos) e a saída de 2 (Ibirité e São José da Lapa).

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

138

Como apenas uma pequena minoria de indivíduos não realiza algum tipo de deslocamento

para seu local de emprego o cenário demonstra como a dinâmica de trabalho carece de maior

enraizamento no território municipal. Práticas de incentivo à atividade agrícola aproveitando-

se das características naturais locais, um melhor aproveitamento do eixo logístico da BR 040

para o setor secundário e ampliação de zoneamentos que permitam a abertura regular de

estabelecimentos ligados ao terciário aparecem como possibilidades que se encontram ligadas

ao escopo do Plano Diretor e que podem contribuir para o reforço dessa internalização.

Pelo lado oposto, observa-se, mesmo que em menor escala, o papel de Neves também como

município de destino de mão de obra de outras localidades, conforme apontado na Figura

abaixo. Como no caso anterior, Belo Horizonte e Contagem aparecem como as principais

localidades que enviam trabalhadores para o município. A concentração de BH nesse caso é

inferior ao anterior. Como origem, BH responde por 71% dos deslocamentos.

Figura 12 – Municípios de Origem de Deslocamentos por motivo trabalho e volume de viagens. Ribeirão das Neves-MG. 2012.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da OD 2012.

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139

Em termos de alteração entre 2002 e 2012 nota-se um fortalecimento intenso da relação entre

Esmeraldas e Ribeirão das Neves, como apresentado na Tabela abaixo. O município apresenta

não apenas uma variação percentual significativa de pessoas que se deslocam para a cidade

vizinha (166%) como um número absoluto considerável tendo em vistas as realidades locais,

igual a 791 viagens. Vespasiano também intensifica de forma considerável a relação com

Neves nessa temática. O número de viagens entre as cidades aumenta mais de 15 vezes no

período.

Tabela 37 - Municípios de origem e número diário de viagens por motivo de trabalho. Ribeirão das Neves-MG. 2002; 2012.

Município de Origem Número de viagens

Variação 2002 2012

Belo Horizonte 5.383 9.391 74,5%

Betim 203 281 38,2%

Contagem 594 1.277 115,1%

Esmeraldas 297 791 166,0%

Lagoa Santa 0 45 -

Nova Lima 31 97 208,0%

Pedro Leopoldo 175 250 42,8%

Santa Luzia 266 475 78,7%

São José da Lapa 0 85 -

Sarzedo 63 0 -100,0%

Vespasiano 34 529 1460,5%

Total 7.046 13.221 87,6%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da OD 2002-2012.

Apesar de significativamente menor em termos absolutos, nota-se que o volume de

deslocamentos por motivo trabalho que adotam Ribeirão das Neves como destino tem maior

variação percentual que aquelas em que o município é origem, 87,6% contra 74,3%. O

aumento das oportunidades de trabalho que levam consequentemente à intensificação dos

deslocamentos internos, como posto acima, atua também como atrativo a outras cidades. O

saldo de municípios de interação é levemente positivo no período com a entrada de 2

localidades fornecedoras de mão de obra (Lagoa Santa e São José da Lapa) e a saída de uma

(Sarzedo).

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

140

A dinâmica de atuação da força de trabalho de Ribeirão das Neves é conformada assim através

de uma combinação de um forte componente de informalidade e elevado grau de

dependência de outros municípios com uma trajetória crescente do número de empregos

formais, sobretudo no terciário, e a ampliação das oportunidades locais de acesso ao trabalho.

A análise dos rendimentos percebidos por essa mão de obra bem como dos indicadores de

desigualdade e pobreza apresentada a seguir contribui para a compreensão das condições de

subsistência e reprodução a ela ligadas.

5.2.3. Rendimentos, Pobreza e Desigualdade

As reconfigurações, evoluções e arrefecimentos no mercado de trabalho do município de

Ribeirão das Neves acabam por resultar consequentemente em alterações nos rendimentos da

população. De tais mudanças resultam por sua vez modificações no padrão e volume de

consumo das famílias e seu acesso a bens e serviços básicos. Para essa análise são utilizadas as

informações tanto do SIDRA-IBGE baseadas no Censo Demográfico como do Cadastro Geral de

Empregados e Desempregados – CAGED MTE.

A dinâmica dos rendimentos percebidos pelos indivíduos encontra-se relacionada ao cenário

de desigualdade em sua distribuição. Para tal ponto foram aqui elencados 5 indicadores do

Atlas de Desenvolvimento Humano – ADH calculados com base nos dados censitários os quais

são apresentados em 4 escalas territoriais: Município, Região Metropolitana, Estado e País.

São eles:

1. Índice de Gini (GINI): Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de

indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há

desigualdade (a renda domiciliar per capita de todos os indivíduos tem o mesmo

valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a

renda). O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios

particulares permanentes.

2. Razão 10 por 40 (R1040): Compara a renda per capita média dos indivíduos

pertencentes ao décimo mais rico dessa distribuição com a renda capita média dos

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

141

indivíduos pertencentes aos dois quintos mais pobres. O universo de indivíduos é

limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.

3. Vulnerabilidade (PPOB): Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita

igual ou inferior a R$ 255,00 mensais, em reais de agosto de 2010, equivalente a 1/2

salário mínimo nessa data. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em

domicílios particulares permanentes.

4. Extremamente Pobres (PIND): Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per

capita igual ou inferior a R$ 70,00 mensais, em reais de agosto de 2010. O universo de

indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.

5. Vulneráveis a pobreza com alto deslocamento por motivo trabalho (PPOB_DESLOC):

Razão entre as pessoas que vivem em domicílios vulneráveis à pobreza (com renda per

capita inferior a 1/2 salário mínimo de agosto de 2010) e que gastam mais de uma

hora em deslocamento até o local de trabalho e o total de pessoas ocupadas

multiplicado por 100. São considerados apenas os domicílios particulares permanentes

e as pessoas com 18 anos de idade ou mais.

No que tange à distribuição dos indivíduos por faixa de rendimento observa-se de maneira

geral que entre 2000 e 2010 um maior número de pessoas em Ribeirão das Neves passa a ter

acesso a algum tipo de remuneração proveniente do trabalho. A entrada de tais indivíduos, no

entanto, se dá de forma massificada pelos menores intervalos de salários. Os Gráficos abaixo

permitem a visualização dessa realidade.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

142

Gráfico 9 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal. Ribeirão das Neves. 2000.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.

Gráfico 10 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento nominal mensal. Ribeirão

das Neves. 2010.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.

Como se vê, no período analisado há significativo aumento da população com recebimento até

2 salários mínimos, faixa que responde em 2010 por mais de 55,1% dos residentes com

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143

rendimento. O percentual em 2000 era de 35,8%. A outra grande parcela encontra-se na

categoria sem rendimentos, a qual, diminui no período destacado. As demais faixas passam,

por sua vez, por redução percentual no período. O intervalo acima de 5 salários mínimos que

já possuía representatividade baixa em 2000 praticamente desaparece da localidade dez anos

depois.

A caracterização recente do emprego formal apontada acima, marcada pelo aumento dos

postos ofertados e oportunidades de trabalho, cria as condições para o incremento do

percentual de pessoas com rendimentos no município ainda que tal movimento se dê

acompanhado da diminuição dos postos de remuneração mais alta que tendem a se

concentrar em ambientes de formalidade. A intensificação dos postos de trabalho em

atividades do terciário de baixa complexidade atrelado ao alto grau de informalidade implica

necessariamente no reforço de tais faixas de concentração.

A Tabela abaixo que apresenta o percentual da massa salarial total paga por setor econômico

complementa a discussão a respeito do atrelamento entre baixa complexidade da atividade e

menores remunerações. Os dados referem-se aos meses de janeiro de 2010 e janeiro de 2018

e são extraídos do CAGED. Percebe-se que a dinâmica de distribuição dos rendimentos

observada entre 2000 e 2010 mantêm-se após o último Censo Demográfico.

Tabela 38 – Concentração percentual da massa salarial total paga por setor de atividade. Ribeirão das Neves-MG. Jan. 2010; Jan. 2018.

Faixa salarial

jan/10 jan/18

Indústria Construção Comércio Serviços Agro Indústria Construção Comércio Serviços Agro

Até 0.50 0% 0% 0% 0% 0% 4% 0% 1% 0% 0%

0.51 a 1 27% 2% 48% 16% 60% 7% 1% 2% 8% 1%

1.01 a 1.5 53% 41% 34% 46% 16% 48% 36% 61% 57% 0%

1.51 a 2 13% 37% 7% 12% 24% 9% 55% 10% 15% 0%

2.01 a 3 5% 3% 4% 21% 0% 5% 3% 7% 18% 0%

3.01 a 4 0% 2% 2% 2% 0% 5% 3% 3% 0% 0%

4.01 a 5 1% 1% 2% 2% 0% 0% 0% 2% 0% 0%

5.01 a 7 0% 1% 1% 1% 0% 4% 0% 1% 1% 0%

7.01 a 10 0% 10% 2% 0% 0% 17% 2% 0% 0% 0%

10.01 a 15 0% 2% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0%

15.01 a 20 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0% 0%

Mais de 20

0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 10% 0% 0%

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

144

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do CAGED MTE.

O setor industrial, exclusive a construção civil, é o único que apresenta uma melhor

distribuição entre os pagamentos realizados aos empregados com a manutenção de uma

massa salarial significativa nas faixas de maior rendimento, acima de 5 salários mínimos.

Também é o único setor com diminuição do percentual nos menores intervalos.

A Construção Civil, que percebe queda aguda no número de empregos formais, retém em seus

ramos de atividade de forma mais incisiva apenas os postos de trabalho com remuneração

mais baixa, sobretudo entre 1,5 e 2 salários que passam a concentrar 55% da massa salarial

paga pelo setor em 2018 contra 37% em 2010.

O terciário, por sua vez, onde há a maior entrada de trabalhadores inclusive via Administração

Pública, infla consideravelmente os intervalos de menor remuneração principalmente entre 1

e 2 salários mínimos. No Comércio, subsetor líder em empregabilidade, a massa salarial paga

nessa faixa passa de 41% em 2010 para 71% em 2018. Na prestação de Serviços o aumento é

mais ameno passando de 58% para 72%.

A Agropecuária, por sua vez, praticamente não aparece relacionada tendo em vista o baixo

volume de empregabilidade e formalidade.

Em termos do número absoluto de indivíduos e levando-se em conta a escala regional nota-se

que em Ribeirão das Neves o acréscimo dos recebedores da menor faixa de salário – até 1

salário mínimo – é mais aguda do que na Região Metropolitana como um todo. Percebe-se

também que a queda do percentual das faixas de maiores salários se dá não apenas pelo

crescimento mais acelerado das demais, mas também pela queda em números absolutos dos

indivíduos nelas presentes, movimento também mais agudo em Ribeirão das Neves que na RM

de forma geral. O município apresenta-se assim como um lugar regionalmente destacado de

concentração dos indivíduos com menores salários.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

145

Tabela 39 – Número de indivíduos por faixa de rendimento mensal e variação percentual. Ribeirão das Neves e RMBH. 200;2010.

Faixa de Rendimento

2000 2010 Variação Ribeirão das

Neves

Variação RMBH Ribeirão das

Neves RMBH

Ribeirão das Neves

RMBH

Até 1s.m. 29.027 531.371 70.657 1.090.809 143,4% 105,28%

Mais de 1 a 2 s.m. 40.273 674.006 66.299 1.106.743 64,6% 64,20%

Mais de 2 a 3 s.m. 16.799 334.238 16.772 392.570 -0,2% 17,45%

Mais de 3 a 5 s.m. 14.136 350.278 8.929 327.428 -36,8% -6,52%

Mais de 5 a 10 s.m. 6.936 326.799 3.107 251.041 -55,2% -23,18%

Mais de 10 a 20 s.m. 1.209 150.000 545 104.903 -54,9% -30,06%

Mais de 20 s.m. 395 90.286 151 57.347 -61,8% -36,48%

Sem rendimento 84.789 1.503.620 82.019 1.364.442 -3,3% -9,26%

Valor absoluto 193.564 3.960.598 248.479 4.695.283 28,4% 18,55%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do IBGE.

Há de se destacar no interior dessa dinâmica dos rendimentos que, segundo sistematização

realizada pela OIT, os componentes de gênero e raça mostram-se relevantes. No primeiro,

levando-se em conta os dados do último censo demográfico, percebe-se um hiato de

aproximadamente 30% entre o salário médio mensal masculino, igual a R$ 916,00, e o

feminino, R$ 651,00. Entre brancos e negros a diferença é menor. Mesmo que os segundos

ocupem uma maior parcela dos cargos de direção, conforme exposto anteriormente, em

média recebem 12% a menos que os primeiros.

Apesar desse processo de massificação dos indivíduos com salários mais baixos, a entrada das

pessoas no mercado de consumo que ocorre de maneira geral no Brasil nos últimos anos e que

só se faz possível pela existência de um maior número de famílias com acesso a renda, leva a

uma queda da condição de desigualdade bem como da vulnerabilidade à pobreza em Ribeirão

das Neves. A Tabela abaixo reúne os indicadores anteriormente citados que atestam para essa

realidade.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

146

Tabela 40 - Índice de GINI, Razão 10 por 40, Vulnerabilidade a Pobreza, Percentual de Extremamente pobres e Percentual de Vulneráveis a Pobreza com deslocamento superior a 1 hora por motivo trabalho.

Ribeirão das Neves, RMBH, Minas Gerais e Brasil. 2000, 2010.

Indicador Ribeirão das Neves RMBH Minas Gerais Brasil

2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010

GINI 0,43 0,39 0,61 0,59 0,61 0,56 0,64 0,60

R1040 8,73 7,10 24,21 20,13 24,03 17,26 30,31 22,78

PPOB 53,64 30,03 36,07 19,33 48,17 28,85 48,39 32,56

PIND 6,41 2,21 3,92 1,25 9,05 3,49 12,48 6,62

PPOB_DESLOC 0,00 5,75 0,00 1,81 0,00 1,07 0,00 1,42

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do ADH.

No que concerne à desigualdade, Ribeirão das Neves apresenta os melhores indicadores entre

todas as escalas territoriais apresentadas, com índice de Gini igual a 0,39. Reforça-se mais uma

vez que há um nivelamento por baixo das condições de igualdade de renda uma vez que

aumentam os indivíduos com menores rendimentos e diminuem aqueles com os maiores. A

Razão 10 por 40 também aponta um cenário positivo. Em 2010, enquanto para a RMBH os 40%

mais ricos recebiam aproximadamente 20 vezes mais que os 10% mais pobres, em Ribeirão das

Neves o afastamento é agudamente inferior, igual a 7 vezes.

No que concerne à insegurança/instabilidade das condições de vida e subsistência o cenário

municipal mostra-se mais precário em termos comparativos.

Nota-se primeiramente a aguda queda do percentual de domicílios vulneráveis a pobreza na

localidade no intervalo censitário. Ainda que o valor de 2010 – 30,3% - seja o maior entre os

territórios apresentados assim também se dá com a queda percentual observada. No ano 2000

mais de 50% da população nevense encontrava-se em tal condição o que indica significativa

melhora das condições de reprodução social dos indivíduos. Comparativamente o percentual

aproxima-se da média estadual e nacional, mas mostra-se cerca de 12% maior que o da Região

Metropolitana. A situação de vulnerabilidade local mostra-se mais problemática em relação às

outras escalas territoriais tendo em vista que um maior percentual de indivíduos em domicílios

nessa condição precisa realizar deslocamentos superiores a uma hora para ter acesso ao

trabalho. No que tange ao percentual de pessoas extremamente pobres, observa-se um

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

147

processo similar. Com valor já baixo em 2000 e menor ainda em 2010, a medida é inferior à de

Minas Gerais e do Brasil, mas ainda levemente superior que a metropolitana.

Tendo como base esse cenário geral das condições de produção, trabalho e recebimentos

percebidos pela população local a próxima seção dedica-se a uma exploração mais

territorializada e específica das atividades econômicas desenvolvidas no território de Ribeirão

das Neves.

5.2.4. Atividades Econômicas no Território

Agricultura Familiar e Atividades Primárias de Pequena Escala:

Esta seção abordará a dinâmica produtiva no que consiste às práticas agrícolas e pecuárias.

Tais atividades são comumente compreendidas como de pouca relevância na matriz

econômica dos municípios inseridos na RMBH, se comparados a demais atividades ligadas aos

setores secundário e terciário. Contudo, tal análise leva em conta somente a produção em

termos de lucratividade, desconsiderando as especificidades de muitos municípios nos quais

essas práticas se apresentam como solução ou como atividade relevante para o abastecimento

local e regional de alimentos, para a conservação ambiental e para a manutenção de formas

de vida de determinados grupos sociais. Ainda, essa difundida compreensão da agricultura

desconsidera caminhos alternativos de desenvolvimento territorial, pautados na ampliação

das práticas de agricultura urbana, de agricultura familiar e dos processos de transição

agroecológica que dialogam com os princípios de reestruturação territorial da RMBH,

propostos pelo PDDI e pelo Macrozoneamento Metropolitano.

As considerações e dados apresentados anteriormente nesta Leitura Técnica atestam para

esse fato uma vez que nos pontos concernentes à geração do produto agregado, provisão de

postos de trabalho e geração de rendimentos a Agropecuária praticamente inexiste em

Ribeirão das Neves. Cabe aqui destacar, no entanto que, de modo geral, identifica-se uma

lacuna no que tange a fontes específicas de dados secundários sobre a agroecologia e sobre a

agricultura urbana nas diversas escalas territoriais. Assim, na maioria dos casos, as

informações adquiridas contribuem para acentuar a pouca expressividade e o baixo interesse

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

148

sobre a agricultura nas pautas prioritárias de políticas públicas e investimentos voltados para o

desenvolvimento da RMBH.

As referências conceituais e legais que orientam os estudos e levantamentos de dados no

âmbito da agricultura apontam que, ao longo dos anos, diferentes correntes e expressões são

utilizadas para identificar formas que surgiram em contraposição à agricultura industrial,

moderna e convencional. Assim, os conceitos de agroecologia, agricultura familiar e agricultura

urbana ainda são objeto de intensos debates acadêmicos e políticos. De todo modo, todos

servirão de base para as informações e análises aqui apresentadas, cabendo destacar possíveis

esclarecimentos relativos aos conceitos, quando necessário.

Em termos das atividades primárias de maior escala percebe-se a substantiva queda da

produção Agropecuária no município de Ribeirão das Neves nos últimos anos, conforme

apontado nas Tabelas abaixo com informações extraídas da Pesquisa Agrícola Municipal – PAM

e da Pesquisa Pecuária Municipal – PPM, ambas realizadas pelo IBGE23.

Tabela 41 – Área plantada e quantidade produzida. Cana de açúcar, feijão, mandioca e milho em grãos. Ribeirão das

Neves-MG. 2006; 2010; 2016.

Cultura Área Colhida (hectares) Quantidade produzida (toneladas)

2006 2010 2016 2006 2010 2016

Cana-de-açúcar 4 15 - 280 1.350 -

Feijão 18 2 5 11 1 1

Mandioca 1 1 5 15 15 40

Milho (grãos) 10 20 - 30 60 -

Total 33 38 10 336 1.426 41

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da PAM.

23 Apesar da queda da produção ressalta-se que, conforme tratamento dado pelo portal deepASK, a lucratividade da produção agrícola em Ribeirão das Neves atingiu maior patamar que a nacional em determinados exercícios, sobretudo 2010, demonstrando a potencialidade da atividade no território. Para visualização, verificar: http://www.deepask.com/goes?page=ribeirao-das-neves/MG-Agricultura:-Confira-a-producao-agricola-e-a-area-plantada-no-seu-municipio.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

149

Tabela 42 - Quantidade de animais por tipo e variação percentual. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.

Tipo de rebanho Ano

Variação 2006 2008 2010 2012 2014 2016

Bovino 3.613 4.004 2.545 2.506 2.220 2.079 -42,5%

Bubalino - 18 15 25 27 40 122,2%

Equino 61 60 186 192 317 360 490,2%

Suíno - 2.870 3.523 3.376 80 1.950 -32,1%

Caprino - 28 25 29 32 25 -10,7%

Ovino - 90 85 38 110 130 44,4%

Galináceos - total 4.800 3.145 2.770 - - 3.100 -35,4%

Total 8.474 10.215 9.149 6.166 2.786 7.684 -9,3%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da PPM.

Pelo lado da Agricultura nota-se que as grandes culturas de cana-de-açúcar e milho em grãos

desaparecem no período avaliado. O ano de 2010 marca o pico de produção com mais de

1.425 toneladas produzidas, sobretudo de cana. O feijão e a mandioca resistem de forma

singela. O primeiro com trajetória de queda entre 2006 e 2016 e o segundo com leve aumento

ainda que com queda de produtividade. Enquanto um hectare de mandioca em 2006 gerou 15

toneladas de produto, os 5 hectares plantados em 2016 proveram apenas 40 toneladas.

Pelo lado da pecuária, o cenário se repete. Com queda de 9,3% no efetivo total de animais –

25% a menos se comparado com o ano de 2008 – a atividade perde espaço ao longo dos anos.

Apenas os rebanhos bubalino, equino e ovino apresentam variação percentual positiva, mas

com números absolutos muito baixos. Bovinos, suínos e galináceos que possuem maior

representatividade percebem, por sua vez, variação absoluta negativa. A queda da cultura da

cana de açúcar que servia de pasto a tais animais, conforme informações fornecidas por

técnicos locais, encontra-se intimamente ligada a esse arrefecimento da atividade pecuária.

A realidade da produção explica os baixíssimos dados ligados ao VAB AGR e aos empregos

formais gerados pela atividade primária. A forte expansão urbana e imobiliária observada no

município nos últimos anos aliado a ausência de uma política pública específica e um

zoneamento protetivo à atividade acaba por tornar cada vez menos interessante e rentável a

produção agropecuária na cidade. No entanto, a observação em campo revela uma presença

ainda forte das práticas agrícolas em Ribeirão das Neves, as quais, tendo em vista os fatores

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

150

apontados acima somados a um grande desconhecimento pela maior parte dos moradores a

respeito da existência da atividade, tornam-se cada vez mais invisibilizadas no território.

O mapa apresentado abaixo, construído a parti de levantamentos de campo e com

informações fornecidas pela EMATER-MG, ilustra parcialmente essa presença, tendo em vista

que muitas propriedades com produção ativa ainda se encontram registradas. A figura destaca

duas informações principais, a saber: a) Propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural

– CAR24 nacional e b) hortas ativas onde observa-se o desenvolvimento constante de produção

agrícola em nível familiar. As primeiras representam os imóveis rurais do município. São

propriedades de diferentes dimensões que, em determinados casos, mesmo que inseridas

dentro do perímetro urbano local e com zoneamento voltado a esse tipo de ocupação ainda

não passaram pelo processo municipal de descaracterização, realidade observada tanto em

Ribeirão das Neves como em outros municípios metropolitanos. Em tais casos multiplicam-se

os conflitos existentes no que concerne, dentro outros fatores, à institucionalidade que

regulamenta tais propriedades (INCRA x Prefeitura), a tributação incidida (ITR x IPTU) e o uso a

elas destinados (Rural Primário x Expansão Urbana imobiliária).

24 Criado pela Lei 12.651/12, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, formando base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais. Para mais ver: http://www.mma.gov.br/mma-em-numeros/cadastro-ambiental-rural.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

151

Mapa 12 - Áreas registradas com Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Hortas ativas.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

152

Como se vê existem significativas parcelas sem ocupação urbana no município, sobretudo no

eixo Noroeste, que encontram-se cadastradas no CAR ao mesmo tempo que se inserem no

perímetro urbano local e sobre as quais incidem diferentes zoneamentos. A mesma ocorrência

é vista nas porções Centro Sul e Nordeste com extensas faixas de imóveis rurais com pouco ou

nulo uso e que atualmente cumprem como única função no município serem objetos de

especulação imobiliária e de ocupações irregulares. O extenso contorno do perímetro urbano

local cria um estoque de terras especulativo muito grande que em certo sentido bloqueia o

desenvolvimento de novas atividades agrícolas e onera o poder público tendo em vista que em

muitos casos há um verdadeiro abandono de tais propriedades.

A presença das hortas ativas, por sua vez, centra-se na porção nordeste do eixo que vai de

Justinópolis a Areias, sobretudo na Região conhecida como Paraíso das Piabas. Boa parte

dessas plantações encontra-se inserida no perímetro urbano ainda que mostrem-se distantes

das faixas mais densas de ocupação e concentrem internamente e no seu em torno um

ambiente característico das áreas rurais. Revelam-se ainda presença de hortas em regiões de

fronteira (periurbanas) bem como outras inseridas em áreas consolidadas. As Figuras abaixo

ilustram o perfil de tais hortas. A maioria delas dedica-se a plantação de hortaliças e são

realizadas por famílias proprietárias dos terrenos e que usam da produção para subsistência e

para o comércio local.

Foto 3 – Agricultura familiar. Plantio de Hortaliças e terra em tratamento com maquinário. Paraíso das

Piabas, Ribeirão das Neves-MG. 2018. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

153

Foto 4 – Agricultura familiar. Plantio de hortaliças e estufa. Areias, Ribeirão das Neves-MG. 2018.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

Foto 5 – Agricultura periurbana. Ribeirão das Neves-MG. 2018.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

Apesar da produção realizar-se em maior parte em pequenas unidades e pelas próprias

famílias, o volume de produtos surpreende em sua dimensão e sublinha a importância da

atividade primária no município. Conforme dados fornecidos pela EMATER-MG, ao longo do

ano de 2017, mais de 2.000 toneladas de alimentos foram produzidas nas diferentes hortas

ativas do município entre mais de 130 agricultores. A Tabela abaixo detalha tais informações.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

154

Tabela 43 – Cultura, área produzida, produtividade e produção total e número de agricultores. Ribeirão das Neves, 2017.

Cultura Área (ha) Produtividade

(kg/ha) Produção total (tn)

Agricultores

Agrião 8 13.000 104 10

Alface 30 20.000 600 25

Almeirão 15 15.000 225 15

Banana Prata 1 20 20 1

Beterraba 6 30.000 180 10

Brócolis 4 15.000 60 6

Cebolinha 8 15.000 120 20

Chicória 4 13.000 52 2

Couve-de-folha 20 15.000 300 20

Espinafre 9 20.000 180 4

Mandioca Mesa 5 12.000 60 4

Milho verde 10 8.000 80 2

Mostarda 12 15.000 180 4

Quiabo 3 13.000 39 1

Salsa 6 12.000 72 15

Total 141 14.401* 2.272 139

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da EMATER-MG. *Média

Dentre os produtores listados, apenas um (banana prata) não se caracteriza como agricultor

familiar. A produção total ultrapassa em muito aquela atingida nos anos de pico das culturas

permanentes apontadas no início dessa seção. Boa parte das hortaliças consumidas no interior

do município provêm justamente desses agricultores ainda que significativa parte dos

moradores e dos próprios representantes públicos locais até mesmo desconheça a existência

da atividade no município, como já destacado.

Ainda que o volume e a área de produção da agricultura familiar local revele-se tão expressiva

a atividade padece de incentivos e enfrenta paulatinamente pressões para seu

desaparecimento, conforme apontam os agricultores consultados ao longo do trabalho de

campo. Dentre as principais problemáticas destacadas encontram-se: a) Pressão de

empreendimentos de tipo urbano, sobretudo ligados ao setor de comércio, com a compra e

retenção de extensas propriedades no em torno direto e indireto das plantações; b) Ausência

de incentivos locais para o fomento da produção e auxílio logístico; c) Ausência de pontos

comerciais (feiras, mercados, etc.) voltados ao comércio dos produtos locais; d) Dificuldade de

sucessão familiar tendo em vista o desinteresse das gerações mais novas na continuidade das

culturas.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

155

Soma-se a isso, como já apontado anteriormente, a ausência de uma “proteção” territorial aos

agricultores tendo em vista a não existência de uma categoria de zoneamento específica que

ao menos garanta a preservação da atividade no conflituoso contexto da expansão urbana

local.

Como potencialidade e aspectos positivos, por sua vez, encontram-se: a) a presença de um

técnico específico da EMATER lotado no município que realiza o acompanhamento e o

fomento das atividades agrícolas locais; b) a existência de um Conselho Municipal de

Segurança Alimentar – COMSEA constituído pela Lei 3681/2015 e; c) a presença de um Banco

de Alimentos, equipamento municipal vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento

Social e Cidadania que trabalha com parcerias estadual e federal, que atua no incentivo à

compra e escoamento da produção local através da gestão dos recursos do Programa de

Aquisição de Alimentos – PAA25 e do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE26,

ambos federais. Conforme relatos dos agricultores familiares municipais, a presença de tais

programas de financiamento mostrou-se fundamental para um desenvolvimento mais

sustentável de suas atividades no município.

A atuação das iniciativas é de fato significativa, ainda que em tempos recentes apresente sinais

de fragilidade. Conforme informações fornecidas pelo Banco de Alimentos local, entre 2014 e

2017 o volume de aquisições via PAA aumentou 228% passando de 6 para 21 toneladas. A

variação financeira é de maior ordem, igual a 314%, passando de cera de 27 mil para 113 mil

reais no período. Em 2016 o Programa atinge seu ápice com a aquisição de 28,5 toneladas e

volume financeiros de mais de 146 mil reais. Apesar da trajetória crescente, percebe-se que o

25 O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003, possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. Para mais, ver: http://mds.gov.br/assuntos/seguranca-alimentar/programa-de-aquisicao-de-alimentos-paa.

26 O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública. Com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% do valor repassado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades. Para mais, ver: http://www.fnde.gov.br/programas/pnae.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

156

PAA atinge parte bastante irrisória da produção local. A maior parcela desta, por sua vez, volta-

se à comercialização independente pelos produtores através de atravessadores que repassam

a compras aos estabelecimentos comerciais locais. Nesse caminho, o produtor aparece como o

agente mais prejudicado tendo em vista os baixos valores a ele pagos pelos demais atores

envolvidos. Soma-se a isso a atuação no campo da informalidade que esse cenário proporciona

o que oculta o verdadeiro peso econômico da atividade no município e reforça a condição de

insegurança do agricultor local.

No que tange ao PNAE, chama atenção a significativa ineficiência das instituições municipais

na gestão e gasto dos recursos providos pelo governo federal. O Gráfico abaixo que cruza as

informações entre valores repassados e valores efetivamente gastos evidencia essa realidade.

Gráfico 11 – Valores repassados e Valores Utilizados do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Ribeirão das Neves-MG. 2011-2016.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação – FNDE.

Nos anos destacados, a média de gastos dos valores repassados é de 6%, com percentual

decrescente ao longo do tempo. Conforme estabelece o Programa, 30% dos recursos deveriam

ser utilizados apenas para a aquisição de produtos provindos da agricultura familiar o que

resultaria em um volume de mais de 3 milhões e 700 mil reais voltados para o estímulo à

atividade. Apenas esse montante é cerca de 5 vezes maior que o total de recursos gastos pelo

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

157

município ao longo dos anos. A realidade reafirma uma fragilidade presente em outra série de

setores econômicos brasileiros que se encontram carentes menos pela disponibilidade de

recursos para sua promoção e mais pela falta de ferramentas e processos efetivos de gestão

dos recursos a eles destinados bem como pelos entraves burocráticos colocados para sua

utilização.

Percebe-se assim que a agricultura em Ribeirão das Neves longe de mostrar-se como atividade

inexistente ou em decadência apresenta-se como realidade efetiva no território, sobretudo em

termos familiares, de baixo impacto e de pequena escala individual de produção. Mostra-se

ainda como de rica potencialidade espacial tendo em vista as extensas áreas desocupadas

caracterizadas como rurais junto ao CAR ainda que os conflitos de interesse e pressões

urbanas mostrem-se evidentes. Numérica e monetariamente inexpressiva e termos

comparativos, a atividade tem forte peso social na localidade e a partir de sua resistência

promove externalidades positivas para o município seja através da promoção de uma

alimentação de melhor qualidade sejam pelas amenidades ambientais trazidas por ela. Na

atual revisão do Plano Diretor a observação de tais pontos mostra-se então como baliza à

proposta de reorganização territorial a ser implementada.

Atividades industriais

A atividade industrial, tendo em vista sua capacidade em termos de geração de empregos e

receitas aos municípios, é percebida e considerada por boa parte das administrações locais

como elemento fundamental ao desenvolvimento econômico. Dentro dessa visão, é na

Indústria que se concentram as funções de que exigem maior especialização da mão de obra

ligadas às atividades intensivas em capital as quais resultam na maior agregação de valor aos

produtos. Por outro lado, também é na planta industrial e nas demandas existentes em sua

implantação que se mostram presentes, por vezes, os maiores passivos ambientais resultantes

da atividade, as relações de trabalho mais formais e os mais agudos conflitos de uso do solo.

Com base nessa perspectiva dual da Indústria e de seus efeitos socioeconômicos, a análise que

se segue busca, com base nos dados secundários existentes e nas visitas de campo realizadas:

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158

Compreender de modo mais detalhado e em diferentes níveis a atividade industrial no

município de Ribeirão das Neves e;

Proporcionar a visualização de tal atividade no território local tendo como base um

mapa de grandes equipamentos industriais e de logística.

De maneira geral observa-se, exclusive para o setor de extração mineral, um significativo

crescimento do número de estabelecimentos industriais no município de Ribeirão das Neves

nos úlitmos 10 anos.

Tabela 44 – Número de estabelecimentos industriais por setor de atividade. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.

Categoria Ano Representação

percentual 2016 2016 2014 2012 2010 2008 2006

Extrativa Mineral 3 6 4 5 7 6 1%

Prod. Mineral não Metálico 39 33 38 35 34 27 8%

Indústria Metalúrgica 35 36 33 22 16 14 7%

Indústria Mecânica 20 18 12 6 6 4 4%

Elétrico e Comunic 8 5 2 1 1 1 2%

Material de Transporte 6 5 5 3 1 2 1%

Madeira e Mobiliário 28 34 30 25 26 17 6%

Papel e Gráf 4 6 5 4 1 3 1%

Borracha, Fumo, Couros 10 8 6 5 6 8 2%

Indústria Química 21 20 15 17 12 9 4%

Indústria Têxtil 15 18 24 16 14 13 3%

Indústria Calçados 1 1 2 0 2 0 0%

Alimentos e Bebidas 64 53 43 45 30 35 13%

Serviço Utilidade Pública 4 3 2 1 0 1 1%

Construção Civil 237 367 338 216 148 103 48%

Total 495 613 559 401 304 243 100%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS MTE

A Construção Civil concentra praticamente metade do número de estabelecimentos industriais

no município. A variação absoluta do setor é de 130% entre 2006 e 2016 com destaque a

abrupta queda entre os dois últimos anos do período avaliado, processo similar em termos

dos empregos formais ligados à atividade, como apontado anteriormente.

Segue-se a ele o setor de Alimentos e Bebidas que possui representatividade de 13% e

trajetória crescente nos últimos 10 anos. A atividade amplia em 83% o número de

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159

estabelecimentos entre 2006 e 2016, mas tem aumento nos postos de trabalho de apenas 29%

apontando para a baixa escala de produção das novas unidades. Tratam-se de pequenas

iniciativas que atuam como suporte a grandes instalações como da fábrica de refrigerantes Del

Rey que localiza-se no município, mas, conforme apontado por técnicos locais, passa por

problemas de solvência nos últimos anos.

Em termos das variações positivas mais agudas encontram-se os setores da Indústria

Mecânica, Elétrico e Comunicações, Material de Transporte e Indústria Química. Todos eles, no

entanto possuem baixa representatividade tanto no volume total de estabelecimentos como

no número de postos formais de trabalho ofertados.

O que se percebe de maneira geral é que a multiplicação da atividade industrial em Ribeirão

das Neves ocorre pelo lado da pulverização de novos empreendimentos, mas sem a presença

de uma estrutura de grande porte que leve a efeitos multiplicadores de grande escala.

Os dados sistematizados abaixo auxiliam na compreensão desse cenário. As informações

referem-se ao ano de 2016.

Tabela 45 – Estabelecimentos industriais por número de empregados. Ribeirão das Neves-MG. 2016.

Categoria Número de Empregados

0 1 a 4 5 a 9 10 a 19 20 a 49 50 a 99 100 a 249 250 a 499

Extrativa Mineral 0 1 1 0 0 1 0 0

Prod. Mineral não Metálico 3 17 8 4 5 1 1 0

Indústria Metalúrgica 2 25 5 2 1 0 0 0

Indústria Mecânica 1 11 4 1 2 1 0 0

Elétrico e Comunic 2 3 0 1 1 0 1 0

Material de Transporte 3 1 1 0 0 0 1 0

Madeira e Mobiliário 6 12 3 2 0 4 1 0

Papel e Gráf 0 4 0 0 0 0 0 0

Borracha, Fumo, Couros 0 8 1 0 0 1 0 0

Indústria Química 0 5 8 2 3 0 2 1

Indústria Têxtil 0 11 2 2 0 0 0 0

Indústria Calçados 1 0 0 0 0 0 0 0

Alimentos e Bebidas 4 24 19 10 4 2 0 1

Serviço Utilidade Pública 0 2 2 0 0 0 0 0

Construção Civil 58 119 33 18 6 1 2 0

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160

Total 80 243 87 42 22 11 8 2

Percentual 16,2% 49,1% 17,6% 8,5% 4,4% 2,2% 1,6% 0,4%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS MTE.

Mais de 80% das iniciativas encontram-se constituídas na faixa até 9 funcionários sendo que

16,2% não apresentam nenhum empregado registrado, ou seja, constituem-se apenas pela

presença de seus sócios proprietários que atuam ligados a determinado setor/atividade. Na

Construção Civil, categoria com o maior número de estabelecimentos, 75% dos

empreendimentos possui entre 0 a 4 funcionários.

Entre as maiores plantas empregadoras instituídas no território encontram-se uma unidade da

Indústria Química e outra do setor de Alimento e Bebidas, faixa entre 250 e 499 empregados.

No intervalo imediatamente anterior, 100 a 249, oito empreendimentos se apresentam, 2

ligados à Construção Civil, 2 à Indústria Química, 1 ao setor de Madeira e Mobiliário, 1 de

Material de Transporte, 1 de Elétrico e Comunicações e 1 de Produção Mineral não metálico

(cerâmicas).

O mapa abaixo, feito a partir de visita de campo acompanhada por técnicos locais e por

imagens de satélite, destaca os pontos principais de localização das instalações industriais de

maior porte. Soma-se a eles os equipamentos de armazenagem e logística presentes no

território.

Nota-se que o eixo instituído pela BR-040 se apresenta como maior ponto de concentração de

atividades secundárias, fator que se explica, sobretudo pelo aproveitamento logístico advindo

da estrutura viária. A figura apresenta ainda a demarcação de extensas faixas contíguas a BR

que atualmente não estão ocupadas e também não possuem cobertura vegetal, mostrando-se

assim como potenciais futuros de aproveitamento para a esse fim. No eixo sul, em

proximidade com o município de Contagem, a concentração mostra-se mais intensa bem como

no extremo Norte.

Na região Leste do município apresenta-se também uma maior concentração de atividades

industriais de maior porte, sobretudo no setor de cerâmica e têxtil, ambos com prolemáticas

ligadas à questão ambiental. Incrustradas no tecido urbano as atividades apresentam elevados

niveis de poluição atmosférica compromentendo as condições de bem estar urbano.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

161

Conforme apontado por técnicos locais, o setor de cerâmica encontra-se com dificuldades de

manutenção e já apresenta planos de fechamento de unidades em período próximo. A

escassez de matéria prima mostra-se como principal carência para a continuidade da

atividade. Foi ainda ressaltado que as áreas de localização das plantas industriais desse setor,

sobretudo as localizadas no eixo viário constituido pela Avenida Denise Cristina, já se econtram

sob pressão imobiliária por parte de grandes construtoras atuantes na Região Metropolitana.

O apontamento é importante tendo em vista que a região já se encontra extremamente

adensanda e com baixa capacidade de suporte da infraestrutura bem como pelo fato de que,

caso se concretize, a mudança de usos leva a substituição de uma atividade geradora de renda

em médio e longo prazos para outra demandante de bens e serviços públicos e com geração

de empregos apenas de curto prazo.

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162

Mapa 13 - Localização de grandes equipamentos industriais e de logística.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

163

Na Região central, o CIRIN agrega de forma majoritária os empreendimentos ligados ao setor

secundário. Criado na década de 90 a partir de uma parceria entre o poder público e o

proprietário dos terrenos que conformam seu perímetro, o Centro Industrial até os dias atuais

não se encontra totalmente ocupado e apresenta uma série de problemáticas ligadas, dentre

outros fatores, à presença de outros usos nos lotes nele existentes, os quais em tese deveriam

ser voltados exlcusivamente para as atividades industriais. As imagens abaixo destacam tal

realidade. Nelas aparecem a instalação de um galpão de carros no interior do Distrito bem

como de uma estrutura, atualmente abandonada, pensada para servir como um mercado

municipal. Ressalta-se ainda a fachada leste do CIRIN (local de maior pontecialidade logística)

que passa atualmente por processo de licenciamento para instalação de um posto de gasolina.

Tal falta de segregação acaba por desorientar o setor público local em políticas reais de

incentivo à atividade industrial no perímetro.

Foto 6 – Usos não conformes no Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG. 2018.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

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164

Foto 7 – Fachada Leste Centro Industrial e de Ribeirão das Neves-MG. 2018.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Soma-se a tal fator a aguda situação de irregularidade das empresas atualmente instaladas,

sobretudo no que concerne à falta de alvarás de funcionamento. A tabela abaixo, elaborada

com base em informações fornecidas pelo poder público local, sintetiza essa realidade.

Tabela 46 – Empresas localizadas do Centro Industrial de Ribeirão das Neves-MG, situação de regularidade e observações. 2018.

Id Empresa Situação Observações

1 Contrutora Israel Eireli Irregular Empresa instalada em Ribeirão das Neves porém com endereço de outro município. Sem inscrição

municipal.

2 Santa Vitória Ind. E Com. Irregular Duplicidade de endereço.

3 Cosmos Artefatos de Plástico Irregular Sem alvará de localização e funcionamento

4 Augusta Móveis Eireli Irregular Sem alvará.

5 J Luciano Construções Irregular Sem alvará.

6 Ronaldo Rosa Ribeiro Irregular Sem alvará.

7 Copersan Eireli. Irregular Sem alvará.

8 Frioli Frigorífico Oliveira Regular. Alvará vigente até 06/2018.

9 Isominas IND&COM de Isopaineis e Refrigeração.

Irregular Alvará vencido.

10 LS Locações, Serviços e Evntos. Irregular Alvará vencido.

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165

Id Empresa Situação Observações

11 BEL Química LTDA. Irregular Alvará vencido.

12 Iron Mountain do Brasil. Regular. Alvará vigente até 03/2018.

13 Vania Sales Felix-ME. Irregular. Alvará vencido.

14 Helemaquinas LTDA-ME. Irregular. Alvará vencido.

15 ART Design Armários LTDA. Irregular Alvará vencido.

16 ELX Sinalização LTDA Irregular Alvará vencido.

17 Perfecta Moveis Irregular Alvará vencido.

18 SRG Armazém e Transporte LTDA

Irregular Alvará vencido.

19 Light Desenho LTDA Irregular. Sem alvará de localização e funcionamento

20 Bela Minas Indústria e Comércio

Irregular Alvará vencido.

21 Moveis Moesco LTDA Irregular Alvará vencido.

22 Matheus Franca Alencar Regular. Alvará vigente até 07/2018.

23 MF Logística LTDA Irregular Sem alvará de localização e funcionamento

24 Santa Rita Armazém e Serviços Administrativos

Irregular Sem alvará de localização e funcionamento

25 Josafá de Almeida Santos Irregular Sem alvará de localização e funcionamento

26 Selt Engenharia LTDA Irregular Sem alvará de localização e funcionamento

27 Sanegold Tubos e Conexões Irregular Sem alvará de localização e funcionamento

28 Sangold Tubos e Conexões Eireli

Irregular Sem alvará de localização e funcionamento

Fonte: Prefeitura Municipal, Secretaria de Planejamento.

Percebe-se uma mescla significativa das atividades secundárias realizadas no Centro Industrial

com estabelecimentos ligados a setores de mobiliário, construção civil, armazenamento e

logística, químico, maquinário, dentre outros. Como se vê, dos 28 empreendimentos

presentes, apenas 3 encontram-se em situação regular e com alvarás já próximos do

vencimento. A situação é preocupante uma vez que resulta em descontrole por parte do poder

público das atividades desenvolvidas em seu território.

Dessa forma, o CIRIN revela-se como um projeto relativamente confuso, o qual, apesar de não

poder ser avaliado de forma plenamente negativa tendo em vista a presença de plantas

industriais importantes em seu interior, não parece ter alcançado o fim e o potencial esperado

quando de sua constituição. A grande proximidade com a ocupação urbana consolidada

também compromete sua efetividade. A preferência manifesta pelas empresas de instalarem-

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

166

se nas proximidades da BR 040 via a vis a existência de lotes vazios no interior do Centro

Industral atesta para esse último fato. Apesar de tais pontos negativos, a utilização futura do

CIRIN também demonstra potencialidades, sobretudo tendo em vista a obra viária atualmente

em curso no município que conta com recursos federais do Programa de Aceleração do

Crescimento – PAC e que promoverá a conexão direta do Centro Industrial à rodovia. Nesses

termos, considerando-se o projeto do CIRIN como altenrativa ainda viável, faz-se fundamental

garantir que a faixa de ligação com a BR seja utilizada exclusivamente para os usos de médio e

grande porte ligados às atividades industriais.

Com base em tais referências, percebe-se que o cenário ligado ao setor secundário no

município de Ribeirão das Neves, ao contrário do ramo primário, mostra-se difundido no

território, sobretudo a partir da multiplicação de pequenos empreendimentos que atuam

como suporte às maiores estruturas. Apesar disso, os entraves a uma realização mais robusta

da atividade revelam-se de forma evidente sejam eles ligados aos conflitos de uso sejam pelas

situações de irregularidade. Como estratégia fundamental, para além das medidas corretivas

da realidade atual, parece indispensável um direcionamento mais efetivo do setor para

determinado ponto do município de modo a estimular os efeitos positivos advindos das

economias de aglomeração e promover uma maior integração entre as três sub regiões que

compõem a localidade a partir do enraizamento da mão de obra no território local.

Centralidades de Comércio e Serviços

A análise das atividades ligadas ao Comércio e aos Serviços existentes em determinada

localidade permite a identificação dos pontos intramunicipais com maior dinamismo em

termos de trocas e fluxos econômicos. Diferentes fatores podem contribuir para um maior ou

menor expressão dessa dinâmica em determinado município, a saber: porte populacional;

economias de aglomeração advindas de obras públicas; substituição produtiva; dentre outros.

Complementarmente, o processo de crescimento do setor de comércio e serviços pode ser

interpretado como fruto de dinâmicas urbanas distintas. Ao mesmo tempo que a

preponderância do terciário expressa um movimento de maior diversificação da economia

local através da inserção no território de serviços mais complexos (financeiros, tecnologia de

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

167

informação, centros de decisão, etc.) pode representar também um movimento de “fuga”

populacional dada a crise em outros setores, sobretudo o industrial. O comércio e os serviços

de nível básico representam nesse cenário a porta de entrada mais simples para (re) inserção

no mercado de trabalho e movimentação de recursos.

Nesse sentido, a análise aqui realizada para o município de Ribeirão das Neves no que tange à

composição da estrutura produtiva com foco nos comércios e serviços locais é orientada a

partir de três bases principais, quais sejam: i) a caracterização do movimento recente de

aumento, ou queda, de participação do setor na economia local; ii) as atividades que o

compõem o terciário e seu nível de complexidade e iii) identificação no território dos lugares

de maior e menores concentrações de estabelecimentos de comércio e serviços.

No campo da teoria econômica a análise sobre centralidades centra-se sobre dois aspectos

principais: concentração e especialização/complexificação. Compostos por maiores ou

menores economias de escala, de urbanização e de atividades complexas, determinados

espaços tendem a estabelecer maiores concentrações de atividades em seu em torno criando

uma verdadeira hierarquia territorial da rede urbana com diferentes níveis, capacidades e

escalas de polarização.

Em primeiro lugar, semelhantemente ao setor secundário, apresentam-se aqui os dados

referentes ao número de estabelecimentos de comércio e serviços existentes no município

como um todo bem como seu respectivo porte. Em seguida é exposto um mapa elaborado

com base no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos – CNEFE/IBGE que aponta

por setor censitário o número de estabelecimentos categorizados pelo IBGE como de “outras

finalidades”, os quais concentram em sua maioria empreendimentos ligados ao setor terciário.

Por fim, é apresentado um mapeamento das principais ruas municipais que se estabelecem

como centralidades de comércio e serviços. Os eixos viários foram divididos em 4 níveis de

complexidade (Baixíssima, Baixa, Média e Alta) e dois de concentração das atividades

(Concentrada e Espalhada) que se combinam. A caracterização dos níveis é melhor detalhada a

frente.

Em termos da difusão dos empreendimentos no município percebe-se que os

estabelecimentos ligados ao terciário mais que dobram nos últimos 10 anos. As principais

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

168

variações positivas estão ligadas às atividades de Alojamento e Comunicação (215%),

Transporte e Comunicações (134%) e Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários (121%).

Os dois primeiros, como destacado anteriormente, apresentam-se como grandes

empregadores na localidade no que concerne ao mercado formal de trabalho. Os serviços

médicos, de maior complexidade, apesar da grande variação nos estabelecimentos têm

empregabilidade baixa. O Comércio Varejista e Atacadista, maiores empregadores formais de

Ribeirão das Neves, possuem variações iguais a 108% e 82%.

Tabela 47 – Número de estabelecimentos terciários por setor de atividade. Ribeirão das Neves-MG. 2006-2016.

Categoria Ano Representação

percentual 2016 2014 2012 2010 2008 2006

Comércio Varejista 1.245 1.247 1.087 879 706 599 63,8%

Comércio Atacadista 51 50 43 37 33 28 2,6%

Instituição Financeira 11 11 12 8 8 6 0,6%

Adm Técnica Profissional 125 131 108 95 76 60 6,4%

Transporte e Comunicações 124 83 66 58 61 53 6,4%

Aloj Comunic 249 246 197 135 92 79 12,8%

Médicos Odontológicos Vet 73 59 47 47 31 33 3,7%

Ensino 69 71 64 60 43 35 3,5%

Administração Pública 3 3 2 5 4 6 0,2%

Total 1.950 1.901 1.626 1.324 1.054 899 100,0%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados da RAIS MTE

A trajetória permite uma análise preliminar a respeito da complexificação da economia local

nos últimos anos. Ao mesmo tempo em que atividades de baixa complexidade como os

comércios expandem suas atividades os serviços financeiros, de alta complexidade e atrelados

a uma dinâmica global de circulação de recursos, também ampliam sua participação no

território. O número de estabelecimentos a ele ligados praticamente dobra no período. No

entanto, a representação percentual da atividade mostra-se como a menor entre todas as

categorias, exclusive a Administração Pública.

Em termos do porte dos empreendimentos a realidade repete aquela observada para as

atividades industriais.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

169

Tabela 48 – Estabelecimentos do setor terciário por número de empregados. Ribeirão das Neves-MG. 2016.

Categoria

Número de Empregados

0 1 a 4 5 a 9 10 a 19

20 a 49

50 a 99

100 a 249

250 a 499

De 500 a 999

Comércio Varejista 179 740 188 93 31 11 3 0 0

Comércio Atacadista 4 17 3 7 6 4 6 3 1

Instituição Financeira 0 2 2 7 0 0 0 0 0

Adm Técnica Profissional

19 74 18 9 3 2 0 0 0

Transporte e Comunicações

20 55 16 9 11 6 2 2 3

Aloj Comunic 37 163 30 11 5 1 1 0 1

Médicos Odontológicos Vet

9 52 6 3 3 0 0 0 0

Ensino 1 30 24 9 5 0 0 0 0

Administração Pública

0 0 0 0 0 1 0 0 1

Total 269 1133 287 148 64 25 12 5 6

Percentual 13,8% 58,1% 14,7% 7,6% 3,3% 1,3% 0,6% 0,3% 0,3%

Fonte: Ethos Urbanismo com base em dados da RAIS MTE

Diferentemente do setor secundário, no entanto, percebe-se a presença de grandes

equipamentos terciários localizadas em faixas de maior empregabilidade (500 a 999),

sobretudo no setor de Transporte e Comunicações, localizados em sua maioria no eixo viário

constituído pela BR 040. Aproximadamente 60% dos estabelecimentos, no entanto, possuem

entre 1 e 4 funcionários principalmente no Comércio Varejista. Tratam-se de pequenas

unidades como mercearias, depósitos e bares que comercializam produtos básicos de

subsistência.

Como destacado anteriormente, para territorialização das informações foram utilizados no

presente relatório os dados do CNEFE, fornecido pelo IBGE e realizado com base nas

informações do Censo Demográfico de 2010. A base permite filtrar todos os estabelecimentos

existentes no município não enquadradas em uma série de categorias (ensino, setor públicos,

etc.), restando quase que exclusivamente empreendimentos de uso comercial ou de serviços

categorizados como de “outras finalidades”. Quanto mais escura a cor de preenchimento,

maior a concentração de estabelecimentos em determinada região. Ainda que os dados sejam

de 2010 a informação serve como referência segura tendo em vista que, apesar da

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

170

multiplicação de unidades ligadas ao terciário no período, dinâmicas de concentração não

tendem a passar por alterações em curtos intervalos de tempo.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

171

Mapa 14 -Total de estabelecimentos de outras finalidades por setor censitário.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

172

Percebe-se que a dinâmica de concentração segue uma lógica bastante clara e atrelada aos

eixos viários que perpassam as três grandes Regiões que compõem a localidade (Veneza,

Centro e Justinópolis) reforçando grande parte da literatura sobre economia regional e urbana

que aponta o potencial logístico e os custos de transporte como fatores principais em termos

de atração de atividades econômicas.

Pelo mapa fica clara também a relativa independência das regiões que compõem os

municípios, fato recorrentemente levantados pelos técnicos locais e pela população de modo

geral. Em cada uma delas há a existência de setores censitários localizados nas maiores faixas

de concentração de empreendimentos conformando assim pelos menos 3 grandes

centralidades que polarizam seu em torno.

Na Região do Veneza percebe-se que a concentração se estabelece de modo mais intenso no

eixo norte pelo lado esquerdo da BR 040 onde estão os bairros mais adensados. Por outro

lado, apresentam as menores presenças de estabelecimentos terciários os bairros Vale das

Acácias e Vale do Ouro 1° e 2° seção, esse último caracterizado como condomínio fechado de

alta renda e uso exclusivamente residencial. Rumo ao eixo sul da rodovia, a região do bairro

San Marino mostra-se como a de maior concentração enquanto o Bairro Vereda e o Conjunto

Liberdade encontram-se em faixas de menor valor.

Nas zonas intermediárias e de transição entre as grandes regiões percebe-se, por sua vez, um

verdadeiro vazio no que tange a existência de empreendimentos voltados ao terciário.

Caracterizam-se em grande parte por áreas pouco adensadas como os bairros Cidade Neviana

(entre Veneza e o Centro), Jardim Alvorada, Verônica, Luana, dentre outros (eixo sul entre o

centro tradicional e Justinópolis) e o bairro monte Verde (entre o centro e Justinópolis com

conexão via MG 806). Tratam-se de ilhas urbanas no território que percebem na maior parte

das vezes precariedade em termos de infraestrutura e a concentração de população de menor

renda.

Na região do centro tradicional, os bairros São Pedro, Várzea Alegre, Bela Vista e Santo

Antônio aparecem como os maiores concentradoras de atividades terciárias. Assim também

ocorre com o eixo que vai da parte mais central rumo ao bairro Sevilha.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

173

Na região de Justinópolis, por sua vez, observa-se que o contorno imediato da Avenida Denise

Cristina é aquele com a maior concentração de setores censitários com forte presença de

estabelecimentos de comércio e serviços. O distanciamento tanto a norte como a sul levam

por outro lado aos bairros localizados nas faixas de menor valor. Entre as regiões mais carentes

encontram-se os bairros Sônia, Hawaí, São José 2° seção, Kátia 1° e 2² seção e Luar da

Pampulha. No eixo Norte, rumo a Região de Areias, observa-se de forma mais intensa a

presença de lugares menos adensados e consequentemente com menor presença de

estabelecimentos. Em Areias necessariamente tem-se um pequeno centro localizado em faixa

intermediária de concentração de empreendimentos enquanto bairros como Santa Margarida

1° e 2° seção ocupam as menores faixas de valor.

No interior de tais localidades, por sua vez, ainda que bairros próximos apresentem níveis de

concentração semelhantes, a complexidade dos estabelecimentos comerciais e de serviços

varia consideravelmente. Há comumente um grande eixo viário principal que tende a

concentrar serviços mais complexos e escassos o qual é contornado por outras ruas que

apresentam estabelecimentos voltados ao comércio e oferta de bens e serviços básicos.

O mapa abaixo apresenta esse esforço de hierarquização. As ruas caracterizadas como de

Baixíssima complexidade são aquelas que apresentam empreendimentos de pequena escala,

voltados ao atendimento praticamente de seus moradores e ofertadores de produtos de

subsistência básica (mercearias, pequenas padarias, etc.) ou ligados à formação do bairro em

si, sobretudo depósitos e pequenas lojas de materiais de construção. Cabe destcar aqui que a

simples presença de equipamentos do terciário em determinada rua não a torna de Baíxíssima

complexidade. Como o conceito principal de toda a discussão é o de centralidade, a

demarcação dos eixos nessa categoria de menor complexidade é feita em lugares onde, apesar

da pouca oferta de estabelecimento e de seu padrão construtivo de menor qualidade, há um

papel de importância microrregional e de atração de moradores. Nesses termos, além de

apresentarem estabelecimentos comerciais e de serviços como pontos de susbsistência de

seus proprietários, a rua exerce papel de referência por vezes principal ao em torno. A

Alameda das Acácias, na porção norte da Região de Veneza, exemplifica um desses eixos.

Tendo em vista a segregação territorial causada pela BR 040 e a extrema concentração

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

174

existente na Regional, a existência de comércios e serviços em pontos isolados naturalmente

cria efeitos de centralidade, mesmo que de baixíssima complexidade.

As ruas de Baixa Complexidade diferem das primeiras, principalmente pelo porte dos

empreendimentos e escalas de atendimento. Nessa categoria encontram-se os grandes

supermercados, estabelecimentos de alimentação de maior estrutura, dentre outros que,

apesar do maior volume. compreendem atividades intensivas em trabalho. As ruas de Média

Complexidade, por sua vez, são aquelas que possuem em seu interior pontos de operação de

serviços financeiros (lotéricas e caixas eletrônicos) bem como serviços especializados (clínicas

medicas, consultórios dentários, etc.). Atuam como polos de atração para uma parte

considerável da população residente na região tendo em vista sua escassez. Por fim, as ruas de

Alta Complexidade são aquelas onde localizam-se as instituições financeiras (Bancos), serviço

mais exclusivo do território municipal, como apontado anteriormente.

Além disso, os eixos viários são caracterizados como Concentrados ou Espalhados. A

categorização diz respeito à paisagem urbana neles encontrada. Na categoria “Concentrados”

encontram-se as vias que possuem ao longo de toda sua extensão ou em algum ponto

específica presença sequencial de estabelecimentos ligados ao terciário. São as “ruas

comerciais” como comumente conhecidas. Na categoria “Espalhada” encontram-se aqueles

eixos que mesclam usos comerciais e residenciais. As Figuras abaixo ilustram tal subdivisão.

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175

Foto 8 – Avenida 2, Região do Veneza. Perfil espalhado de estabelecimentos comercias.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

Foto 9 – Avenida Raimundo Nonato de Souza, Região Central. Perfil concentrado de estabelecimentos

comercias. Ribeirão das Neves, 2018. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018

Na rede hierárquica estabelecida no território local, observa-se de maneira geral o

estabelecimento de ao menos um Distrito de Negócios Central (Central Business District – CBD)

em cada uma das grandes regiões componentes da cidade. Tais Distritos constituem-se como

os lugares de mais alta complexidade ocupados por “serviços financeiros, escritórios de

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

176

profissionais (advogados, consultores, etc.) e suas atividades especializadas (mídia e

propaganda) e sedes de corporações, juntamente com outras atividades de cultura e lazer”.

(CAVALCANTE, ALMEIDA & BACKER, 2016:1254, tradução nossa).

No caso de Ribeirão das Neves os CBD’s constituem-se, sobretudo pela presença das

instituições financeiras e serviços especializados médicos e odontológicos. Na Região de

Veneza, o Distrito estabelece-se pelo entroncamento dos eixos viários da MG-432 com a

Avenida Helena Sapori. Na região central, uma conformação em Y formada pelas Ruas José

Maria Alckmin, Raimundo Nonato de Souza e Ari Teixiera da Costa estabelecem a centralidade,

enquanto na Região de Justinópolis a avenida Denise Cristina da Costa constitui de forma única

o CBD Regional. A Região de Areias, por sua vez, não apresenta um centro de maior nível

necessitando assim estabelecer relações diretas, sobretudo com Justinópolis para o

atendimento de demandas mais complexas ligadas ao terciário.

As três grandes estruturas refletem também a grande e cada vez mais reforçada

independência entre as 3 grandes regiões do município. Tratam-se de 3 cidades em um único

território que a partir de suas dinâmicas e vocações próprias (especialização industrial,

especialização em serviços, integração com a sede metropolitana) reproduzem-se ao longo do

tempo e, pelo histórico recente em termos da dinâmica econômica e dos projetos viários

estruturantes em desenvolvimento, tendem a fortalecer-se cada vez mais em torno de seus

centros principais.

Se por um lado essa efetiva descentralização das atividades é extremamente interessante uma

vez que minimiza os custos de transporte e tempos de deslocamento da população residente

para acesso aso serviços ela cria também territórios muito segregados no contexto municipal

como um todo. Nessa dinâmica, as faixas de integração, como apontado anteriormente, que

se estabelecem entre as centralidades surgem inexoravelmente como lugares de escassez.

Ressalta-se ainda que no interior de cada regional, tendo em vista o grande espraiamento da

ocupação urbana, sobretudo na Região do Veneza, os diferentes níveis de oferta de comércio e

serviços resultam em desequilíbrios de oportunidade e em carências básicas para os

moradores localizados nas extremidades.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

177

No que tange às centralidades regionais, tendo em vista o maior número e diversificação de

estabelecimentos bancários bem como sua localização em mais de um eixo viário (Ruas Jose

Maria Alckmin e Ari Teixeira da Costa) proporcionando maior capacidade de polarização, a

Regional Centro aparece como centralidade de primeira ordem no município, seguida da

centralidade Justinópolis, a qual se beneficia e faz uso dos serviços financeiros de Belo

Horizonte na continuidade da Avenida Padre Pedro Pinto, e da centralidade Veneza que possui

apenas uma agência bancária (SICOOB) complementada pelo atendimento via caixas

eletrônicos 24h e casas lotéricas.

O mapa abaixo apresenta o mapeamento realizado com as devidas hierarquizações.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

178

Mapa 15 - Hierarquização das centralidades de comércio e serviços. Ribeirão das Neves-MG. 2018.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

179

No município como um todo, percebe-se, no entanto, que a regional Justinópolis é aquela com

maior pulverização de centralidades de menor nível hierárquico bem como de serviços

financeiros complementares, sobretudo no eixo norte. A maior concentração populacional

aliada a conurbação com a sede metropolitana contribui fortemente nesse cenário a partir da

geração de fortes economias de aglomeração.

Na direção Sul principalmente por meio da conexão das Ruas João de Deus e Monte Castelo a

presença de ruas com baixa especialização de estabelecimentos terciários e com perfil de

concentração variável presta atendimentos aos bairros do em torno como Sônia, Hawaí e

Kátia, os quais, levando-se em conta os dados do CNEFE, possuem poucos estabelecimentos

terciários em seu interior, e Fortaleza, Felixlândia e São João de Deus a oeste dos eixos viários.

Ali encontram-se equipamentos financeiros tanto de autoatendimento como lotéricas.

Complementarmente, na Rua José Maria Rodrigues, na região do bairro Lagoa, a presença de

uma lotérica atende as necessidades locais de serviços financeiros bem como encontram-se

presentes estabelecimentos de bens de consumo básico. O extremo sul, por sua vez,

apresenta-se como o de maior carência Regional.

Na direção Norte, as Ruas Generoso Clemente da Rocha – bairros Vila Delma e Rachel –

Tancredo de Almeida Neves – bairros Esperança e Cristais – Avenida Costa e Silva – Bairro

Menezes – e Avenida A – Bairro Pedra Branca – aparecem como as centralidades de maior

nível tendo em vista a presença de serviços financeiros complementares. Todas elas, além da

média complexidade, caracterizam-se por uma ocupação concentrada de equipamentos

terciários ao longo de todo seu eixo ou em parte dele. Mostra-se assim como uma região de

dinamismo econômico mais elevado e boa oferta de estabelecimentos em termos relativos. No

extremo Norte a situação de carência repete-se com a ausência até mesmo de centralidades

de baixíssima complexidade.

Na Região Central, para além do polo principal, a Rua Helvécio Lopes Miranda no bairro Santa

Matilde (Média Espalhada), a Rua Monte Carmelo (Média Concentrada) no Sevilha 2º Seção e

a Avenida Madressilva (Média Concentrada) na Região de Rosa Neves complementam a rede

de centralidades regional.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

180

Por fim, na Regional Veneza as centralidades ao nível da rua seguem de forma muito

aproximada os dados de 2010 apontados pelo CNEFE. Há grande concentração dos eixos

comerciais nas proximidades do polo principal a oeste da BR 040, enquanto a extremidade sul

e a região dos condomínios fechados de alta renda têm baixíssima ou nula concentração

terciária. Dentre as “3 cidades” dentro do município, Veneza é a que sinaliza para um maior

desequilíbrio regional em termos da oferta de bens e serviços para a população residente.

A realização do trabalho de campo permitiu a visualização concreta dessa rede urbana

constituída no território de Ribeirão das Neves. Observa-se como ponto de destaque a grande

correlação existente entre a qualidade do eixo viário e o padrão construtivo dos

estabelecimentos comerciais implantados bem como seu nível de

concentração/especialização. Conforme apontado por técnicos municipais a pavimentação e

melhoria da qualidade viária em muitas das ruas elencadas contribuiu fortemente ao

incremento dos empreendimentos estabelecidos ao longo delas. Nesses termos, uma

perspectiva de melhoria da dinâmica econômica e de descentralização intra e inter-regional do

setor terciário local passa necessariamente por uma combinada melhoria das condições de

acessibilidade e infraestrutura de deslocamento. Para isso a aplicação de instrumentos como a

Contribuição de Melhoria em eixos estratégicos elencados pelo Poder Público local e possíveis

de estarem presentes na atual revisão do Plano Diretor aparece como estratégia fundamental

a ser aplicada nos curto e médio prazos.

5.2.5. Finanças Públicas

Tendo em vista as diferentes formas de relação e dependência da economia local com a

estrutura da Administração Pública Municipal manifestas, dentre outros fatores, pelo alto

percentual do VAB ADM bem como da empregabilidade formal pública, a presente seção

dedica-se a uma breve análise da capacidade financeira municipal no que concerne, sobretudo

ao volume e às fontes de receita disponíveis. Ressalta-se que a manifestação das ações do

poder público no território ligadas a provisão de equipamentos sociais, à construção de

infraestrutura urbana ou à realização de projetos estruturantes que implicam em alterações na

dinâmica econômica municipal é função direta da capacidade de financiamento existente e das

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

181

possibilidades de sua expansão. A temática, no entanto, encontra-se mais ligada a possíveis

revisões ligadas ao Código Tributário municipal que especificamente ao Plano Diretor.

Para a análise foram utilizados os dados fornecidos pela Secretaria do Tesouro Nacional a

respeito das Contas Públicas municipais. O período compreendido vai de 2005 a 2015.

Inicialmente aponta-se que o município apresentou cenário oscilante no período em termos

superávit e déficit orçamentário. Conforme apontado no Gráfico abaixo enquanto em 2005,

2013 e 2015 as Receitas mostram-se maiores que as Despesas nos outros anos a relação é

inversa.

Gráfico 12 - Receitas e Despesas Orçamentárias. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN.

A relação de dependência econômica municipal com a Administração Pública manifesta-se em

dois níveis. O primeiro na escala município-prefeitura e o segundo na escala prefeitura-estado-

federação. Tal realidade, fruto da estrutura e do sistema federalista brasileiro, se constitui

tendo em vista que as principais fontes de receitas municipais em termos de volume advêm

das outras esferas de governo. O Gráfico abaixo que cruza as informações entre as Receitas

Orçamentárias disponíveis e suas respectivas fontes expressa o peso dessa dependência em

Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

182

Gráfico 13 - Percentual de Transferências Correntes, Receita Tributária Municipal e Outras Receitas na Receita Orçamentária Total. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN.

Caracterizam-se principalmente como Transferências Correntes todas as fontes de recursos

repassadas pelo Estado ou pela Federação. As cotas tributárias de impostos como IPVA e de

Renda bem como o Fundo de Participação dos Municípios – FPM constituem as principais

peças constituintes dessa categoria de receita.

Como se percebe a segunda escala de dependência manifesta-se de forma aguda no município

de Ribeirão das Neves uma vez que mais de 75% de sua disponibilidade financeira depende

dos outros entes federados. Tais repasses, apesar de constitucionalmente garantidos ao

município, caracterizam-se como fontes em que a Administração Pública Municipal possui

praticamente nula capacidade de negociação e ampliação. A atuação local fica assim

constantemente a mercê dos cenários econômicos e de arrecadação que transcendem a ela.

Como referência comparativa destaca-se que tal percentual em Belo Horizonte é igual a 46%

enquanto para Contagem é de 57,8% em 2015. Para esse segundo município o valor em 2005

era igual a 74,3% demonstrando a existência de caminhos que possibilitam a redução deste

patamar. Mesmo em localidades menores como Esmeraldas que possui percentual de

Transferências Corretes maior que de Neves (79,6%) a relação de dependência tem trajetória

decrescente no tempo ainda que singela.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

183

Há de se destacar, no entanto que Ribeirão das Neves incrementa consideravelmente o

volume de recursos advindos da Receita Tributária - RTRi, a qual possui nos impostos locais sua

principal fonte. O volume absoluto da RTRi apresenta variação de 833% no período analisado,

maior percentual dentre os componentes, contra 247% das Transferências e 20% de Outras

Receitas como as advindas da Alienação de Bens públicos municipais móveis ou imóveis. A

evolução sinaliza para um esforço consistente por parte do poder público local no

aprimoramento da arrecadação local, espaço onde há margem para reforço financeiro.

Dentre os principais impostos de competência municipal, o Imposto Sobre Serviços de

Qualquer Natureza – ISSQN apresenta os maiores valores de arrecadação seguido do Imposto

de Transmissão de Bens Imóveis – ITBI e do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU,

conforme destacado no Gráfico abaixo.

Gráfico 14 – Valores arrecadados de IPTU, ITBI e ISSQN. Ribeirão das Neves-MG. 2005-2015.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN.

Em valores absolutos a arrecadação do ISSQN é mais que duas vezes maior que a do IPTU e

cerca de 40% superior à de ITBI. Esse último, no entanto, é o imposto com maior variação

percentual no período, igual a 2357% contra 1019% do ISSQN e 353% do IPTU, sinal e

resultado do aquecimento imobiliário pelo qual passa o município nos últimos anos. Em

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

184

termos comparativos, conforme apontado na Tabela abaixo, percebe-se que Ribeirão das

Neves apresenta significativo destaque na capacidade de arrecadação tributária local.

Tabela 49 – Variação percentual da arrecadação de IPTU, ITBI e ISSQN. Belo Horizonte, Contagem, Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015.

Município Variação 2005-2015

IPTU ITBI ISSQN

Belo Horizonte 184,7% 454,9% 292,8%

Contagem 498,4% 609,8% 243,1%

Esmeraldas 369,2% 800,6% 553,4%

Ribeirão das Neves 353,8% 2357,9% 1019,6%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN

Como se vê, os valores de variação, exclusive para o IPTU, apresentados pelo município são

bastante superiores que de outras localidades.

A respeito do Imposto Predial faz-se importante destacar sua baixa representatividade na

composição das Receitas Tributárias locais, a qual cai abruptamente entre 2005 e 2015. O

elevado nível de informalidade fundiária e urbanística bem como os problemas ligados ao

cadastro e fiscalização municipal influenciam diretamente nessa realidade e apontam para as

medidas que podem ser tomadas para ampliação da arrecadação.

Tabela 50 – Participação percentual do IPTU, ITBI e ISSQN sobre a Receita Tributária. Belo Horizonte, Contagem, Esmeraldas e Ribeirão das Neves. 2005; 2015.

Município IPTU ITBI ISSQN

2005 2015 2005 2015 2005 2015

Belo Horizonte 36,1% 29,7% 8,2% 13,1% 34,8% 39,5%

Contagem 19,8% 26,6% 9,2% 14,7% 47,9% 36,9%

Esmeraldas 37,7% 30,9% 19,2% 30,2% 13,2% 15,1%

Ribeirão das Neves 28,8% 14,0% 8,0% 21,1% 29,7% 35,6%

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018 com base em dados do STN

Como se vê, entre os municípios utilizados como referência, observa-se também queda da

participação relativa do IPTU, mas em níveis muito mais amenos que o de Ribeirão das Neves

onde o valor cair pela metade. Os custos políticos ligados a uma implementação mais criteriosa

do IPTU comprometem também uma política fiscal mais efetiva a ele ligada.

Percebe-se dessa forma que a trajetória de crescimento dos recursos próprios aponta para um

caminho relativamente virtuoso da atuação do poder público local no território tendo em vista

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

185

um horizonte possível de maior autonomia da Administração municipal em relação às

transferências intergovernamentais. No campo de atuação do Plano Diretor, a regulamentação

dos instrumentos fiscais urbanísticos presentes no Estatuto da Cidade, como a Outorga

Onerosa do Direito de Construir e de Alteração de Uso, aparecem como medida de reforço

para essa perspectiva.

5.2.6. Resumo dos Pontos Analisados e Perspectivas

A análise da dinâmica econômica de Ribeirão das Neves em período recente revela um número

considerável de pontos positivos. Observa-se aumento considerável da Produção Econômica

Agregada a qual em ritmo mais acelerados que da RMBH aumenta a participação do município

no cenário econômico regional. Tendo no setor terciário seu principal motor de variação, as

atividades primárias, secundárias e ligadas a administração pública apresentam também

variação absoluta significativa ao longo do tempo.

No campo dos empregos e oportunidades de trabalho há também trajetória de crescimento

constante possibilitando a entrada de um maior número da população residente em faixas

com rendimentos. Observa-se também queda expressiva nas condições de vulnerabilidade,

extrema pobreza e desigualdade de distribuição de renda.

No que tange às atividades desenvolvidas no território, a agricultura familiar apresenta muita

força no território tendo em vista a existência de distintas hortas ativas e a presença de uma

institucionalidade considerável via Conselhos e Programas públicos de assistência. No setor

secundário o grande eixo logístico promovido pela BR 040 apresenta-se como forte vantagem

comparativa local enquanto no setor terciário percebe-se uma multiplicação de

empreendimentos locais de comércio e serviços com maior pulverização das atividades

financeiras de natureza complexa.

Nas finanças públicas a trajetória crescente do volume de recursos gerados pelas Receitas

Tributárias amplia a margem de atuação da Administração local.

Do outro lado da moeda, cada componente analisado revela suas problemáticas. Pelo lado do

Produto, nota-se que apesar da variação de todos os componentes há a manutenção de uma

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

186

forte dependência da Administração Pública, maior que a média regional, e uma cada vez

maior terciarização da economia local.

As relações de trabalho, por sua vez, apresentam um componente de informalidade

extremamente significativo bem como uma realidade de dependência aguda com outros

municípios, sobretudo Belo Horizonte e Contagem. A dinâmica de inserção em atividades

remuneradas também é complexa e preocupante no médio prazo tendo em vista que a

entrada se dá pelas faixas de menor rendimento. Há uma equalização por baixo da distribuição

dos salários.

As potências ligadas a Agricultura são fortemente reprimidas dado o processo de expansão

urbana local com forte pressão dos setores imobiliários bem como por sua baixa

representatividade numérica no campo da economia monetária. Na Indústria a ausência de

uma política consistente orientadora da atuação da atividade no território levam a uma

pulverização intensa dos empreendimentos, mas sem grandes retornos de escala. Em termos

das centralidades de comércio e serviços a cristalização das 3 grandes regiões locais como

áreas segregadas/independentes resultam já no presente na formação de ilhas urbanas

precárias nas faixas intermediárias de conexão.

Por fim, na dimensão da capacidade de financiamento do poder público local, observa-se a

manutenção da grande dependência financeira das outras entidades de governo. Sublinha-se

também uma grande precariedade relativa à cobrança do Imposto Predial, maior base em

termos de fato gerador, tendo em vistas as condições de irregularidade urbana.

O saldo dos fatores parece nulo até o atual momento podendo concretizar-se em um cenário

futuro extremamente positivo ou extremamente negativo. No âmbito do atual trabalho de

revisão do Plano Diretor Local busca-se obviamente a promoção de medidas voltadas ao

primeiro cenário adotando-se como principal diretriz a inclusão ou mesmo o direcionamento

da proposta de reestruturação territorial e dos instrumentos a ela ligados a partir da dimensão

econômica que privilegie o desenvolvimento de atividades ecologicamente sustentáveis e de

alto valor agregado.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

187

5.3. Desenvolvimento Humano e Vulnerabilidade Social

De forma a permitir uma análise da situação do município e indicar o panorama social que

aparece como pano de fundo para a revisão do Plano Diretor municipal serão apresentados a

seguir alguns indicadores demográficos, sociais e de desenvolvimento humano, a partir de

índices reconhecidos e comparáveis nacionalmente. Entre estes serão destacados o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e o Índice de Vulnerabilidade Social – IVS.

Para iniciar esta visão da realidade social local é importante avaliar indicadores demográficos,

como taxas de fecundidade, mortalidade e esperança de vida ao nascer, entre outros

apresentados no Gráfico subsequente. O que se vê é que, apesar de apresentar taxas muito

próximas à média metropolitana, o município apresenta pior situação, em todos os quesitos, o

que pode ser visto em uma maior mortalidade infantil e até 5 anos de idade e menor

expectativa de vida e probabilidade de sobrevivência até os 60 anos.

É fundamental destacar, por outro lado, que considerando a série histórica tem-se visto que ao

longo de duas décadas houve melhorias significativas em todos os indicadores, o que aponta

um processo de melhoria contínua nas condições de vida da população, ainda que abaixo da

média estadual e nacional.

Gráfico 15 - Indicadores demográficos selecionados – Ribeirão das Neves, 2010

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

188

No que é relativo aos indicadores educacionais, a série histórica também mostra um processo

contínuo de redução do analfabetismo no município, chegando ao ano de 2010 com 6,3% das

pessoas de 15 anos ou mais não alfabetizadas, percentual este melhor que a média brasileira,

mas ainda pior do que a média da RMBH. Como pode ser visto no Gráfico que se segue, as

taxas no município situam-se entre a realidade estadual e a regional.

Gráfico 16 - Taxa de analfabetismo - 15 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 2000/2010

Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010

O Gráfico que se segue traz outros indicadores educacionais selecionados. Da mesma forma do

apontado anteriormente, o município tem pior situação que a média metropolitana em todos

os quesitos. Destaca-se, por exemplo, o menor percentual de maiores de 18 anos que

concluíram o ensino fundamental e o menor atendimento educacional a crianças abaixo de 6

anos de idade.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

189

Gráfico 17 - Indicadores educacionais selecionados – Ribeirão das Neves, 2010

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Entretanto, tal situação encontra-se em processo de melhoria, conforme foi apontado pelo

PNUD / Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. De acordo com tal fonte, nos últimos

anos tem havido gradativa expansão da escolaridade da população maior de 25 anos em

Ribeirão das Neves ampliando-se os percentuais de pessoas com nível fundamental completo,

médio e superior no município entre 1991 e 2010 (ver Figura a seguir).

Gráfico 18 - Escolaridade da população de 25 anos ou mais (%) – Ribeirão das Neves, 1991/2010

Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.

Ao que tudo indica, vem havendo melhoria da educação no município na última década,

relacionada à ampliação no número de vagas e matrículas nos diversos níveis de ensino,

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

190

conforme apresentado na Tabela seguinte, a seguir, mas também à melhoria qualitativa,

apresentada no Gráfico seguinte.

Tabela 51 - Matrículas totais e segundo etapa de ensino – Ribeirão das Neves, 2010/2015/2017.

Ano Total

Etapa de Ensino

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Educação Profissional

Educação de Jovens e Adultos

(EJA)

Educação Especial Total Creche

Pré-Escola

Total Anos

Iniciais Anos Finais

2010 76.277 6.812 1.511 5.301 49.958 27.190 22.768 11.550 673 7.847 616

2015 75.558 8.289 2.269 6.020 45.375 23.353 22.022 13.397 864 8.096 1.032

2017 78.201 10.397 2.654 7.743 42.189 23.141 19.048 14.558 1.276 10.529 1.330

Fonte: INEP, Censo Escolar, 2010/2015/2017

Gráfico 19 - Índice de desenvolvimento da educação básica - IDEB – Ribeirão das Neves, 2005/2015

Fonte: INEP, 2016.

Do ponto de vista qualitativo, é possível perceber que o município tem apresentado tendência

ao crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, um indicador

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

191

sintético que combina informações de desempenho na Prova Brasil e no Sistema de Avaliação

da Educação Básica - Saeb com informações sobre rendimento escolar (aprovação) 27.

Nota-se melhor situação junto aos alunos da 4ª série/5º ano, avançando-se rumo à meta de

pontuação prevista para 2019. Por outro lado, o IDEB das séries finais do ensino fundamental

(8ª série/9º ano), ofertadas pela Rede Estadual, tem apresentado oscilações e ainda está

distante da meta prevista.

Do ponto de vista dos indicadores de saúde, a Tabela abaixo apresenta as principais causas de

internação hospitalar, segundo faixa etária, relativas ao período 2007-2015. Como se vê,

destacaram-se no período as internações relacionadas à gravidez, parto e puerpério (com

22,5% do total), seguidas das doenças do aparelho respiratório (10,5%), causas externas

(10,4%), doenças do aparelho circulatório (9,1%), doenças do aparelho digestivo (8,1%),

neoplasias (4,9%) e doenças infecciosas e parasitárias (4,7%).

Por outro lado, a Tabela abaixo traz as causas de mortalidade, segundo faixa etária, para o

mesmo período, destacando-se as doenças do aparelho circulatório (24,1% do total de óbitos),

as causas externas (19,0%, com destaque para a agressão com arma de fogo, com 1.220

casos), neoplasias (13,2%) e doenças do aparelho respiratório (9,1%, especialmente acidente

vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio).

27 O IDEB varia numa escala de 0 a 10. O objetivo nacional, segundo o MEC, é que o Brasil conquiste 6 pontos no

Ideb da primeira etapa do Ensino Fundamental até 2022. Essa nota é equivalente à média dos estudantes dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 2005 (antes da criação do Ideb, em 2007), a nota do Brasil para essa etapa do ensino era 3,8.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

192

Tabela 52 - Morbidade Hospitalar Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2007/2015

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, Plano Municipal de Saúde, 2018.

Tabela 53 - Mortalidade Por Grupos de Causas e Faixa Etária, 2006/2015

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde, Plano Municipal de Saúde, 2018.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

193

Por fim, o Gráfico seguinte mostra o total de pessoas com deficiências permanentes no

município, segundo o Censo de 2010, destacando-se os deficientes visuais (entre moderada e

grave) e, em segundo, aqueles que possuem deficiência motora.

Gráfico 20 - Pessoas, por tipo de deficiência permanente, Ribeirão das Neves, 2010

Fonte: IBGE, Censo 2010.

Todos os indicadores antes apresentados – nas áreas de saúde, educação e mesmo renda, que

será apresentada a seguir – refletem diretamente na situação do município frente ao Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM, um dos índices mais completos utilizados para

analisar a situação dos territórios.

Tal instrumento foi adaptado para os municípios a partir da metodologia do Índice de

Desenvolvimento Humano – IDH, calculado pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento - ONU / PNUD para todos os países do mundo. Este índice - que varia entre 0

e 1, com melhor situação quanto mais próximo de 1 está um território28 - mede o grau de

desenvolvimento humano de países, estados e municípios, a partir de três dimensões

principais, apresentadas abaixo.

28 IDHM entre 0 – 0,499: Muito Baixo Desenvolvimento Humano IDHM entre 0,500-0,599: Baixo Desenvolvimento

Humano IDHM entre 0,600 - 0,699: Médio Desenvolvimento Humano IDHM entre 0,700 - 0,799: Alto Desenvolvimento Humano IDHM entre 0,800 e 1: Muito Alto Desenvolvimento Humano.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

194

Tabela 54 - Índice de desenvolvimento humano municipal - IDHM – dimensões e indicadores

Dimensões / eixos Principais componentes / indicadores

Renda (padrão de vida) Renda per capita da população

Educação (acesso ao conhecimento) Escolaridade da população adulta Fluxo escolar da população jovem

Longevidade (vida longa e saudável) Expectativa de vida ao nascer

Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.

Estes indicadores já foram apresentados anteriormente nos gráficos relativos às condições

sociais da população nevense. O resultado positivo na evolução dos indicadores, mesmo que

ainda estejam abaixo da média regional, tem levado à evolução do próprio IDHM de Ribeirão

das Neves, como pode ser percebido no Gráfico a seguir. Como se vê, o município tem

mostrado melhorias desde os anos de 1991 em todos os índices, com maior evolução relativa

da educação.

Gráfico 21 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 1991/2010

Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.

Por outro lado, o próximo Gráfico compara a situação do município com a situação estadual e

metropolitana, deixando antever que Ribeirão das Neves apresenta grau de desenvolvimento

humano abaixo da média de Minas Gerais e da Região Metropolitana de Belo Horizonte em

todos os índices desagregados, sendo a melhor situação é a do IDHM Longevidade.

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195

Gráfico 22 - IDHM, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, RMBH e Minas Gerais, 2010

Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.

A partir de seu IDHM Ribeirão das Neves é considerado como território de Médio

desenvolvimento humano, situando-se na 2.332ª. posição no ranking nacional (entre os 5.565

municípios brasileiros) e na 323ª. posição no ranking estadual (entre os 853 municípios

mineiros). Nesse ranking, o maior IDHM é 0,862 (São Caetano do Sul - SP) e o menor é 0,418

(Melgaço - PA).

A árvore do IDHM (Figura a seguir) mostra que o município ainda tem investimentos a fazer

para alcançar a situação ideal, em especial no índice de educação.

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196

Figura 13 - Árvore do IDHM – Ribeirão das Neves, 2000/2010.

Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2010.

Outro elemento importante para entender a realidade de Ribeirão das Neves e os desafios de

seu Plano Diretor diz respeito aos rendimentos da população e à pobreza29. O Gráfico a seguir

traz informações sobre a proporção de moradores do município que podem ser considerados

extremamente pobres, pobres ou vulneráveis à pobreza, em comparação com Minas Gerais e

a RMBH. Como se vê, a situação de Ribeirão das Neves é muito mais desfavorável que a média

metropolitana. Somando-se as três categorias tem-se 41,8% da população total do município.

29 De acordo com os critérios adotados pelo Governo Brasileiro, são consideradas extremamente pobres as famílias

que têm renda per capita familiar abaixo de R$ 85 mensais (valores atualizados para 2017); pobres são as famílias que têm renda per capita familiar entre R$ 85,01 e R$ 170,00; e vulneráveis à pobreza as famílias que têm renda per capita familiar entre R$ 170,01 e meio salário mínimo.

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197

Gráfico 23 - População segundo situação de pobreza (%) – Ribeirão das Neves, 2010.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2010.

A renda per capita do município em 2010 era de R$479,77, quase a metade da média nacional,

o que contribui para a vulnerabilidade social das famílias nevenses, como antes mencionado.

Outras características importantes devem ser destacadas quando se avalia a vulnerabilidade

das famílias. O Gráfico subsequente traz algumas vulnerabilidades associadas, entre as quais

chama a atenção o percentual de mães chefes de família sem fundamental e com filho menor,

o percentual de crianças em domicílios em que ninguém tem fundamental completo e mesmo

o de crianças de 0 a 5 anos fora da escola, já mencionado.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

198

Gráfico 24 - Vulnerabilidades associadas (%) – Ribeirão das Neves, 2010

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2010.

Todos os indicadores acima mencionados, além de outros apresentados ao longo do

diagnóstico, podem ser consolidados no chamado Índice de Vulnerabilidade Social – IVS. Este é

um índice sintético que reúne indicadores do bloco de vulnerabilidade social do Atlas do

Desenvolvimento Humano (ADH) no Brasil, que mede, para além da insuficiência de renda,

indicadores de exclusão social, pobreza multidimensional e vulnerabilidade social. O valor do

IVS varia entre 0 e 1, sendo maior a vulnerabilidade quanto mais próximo de 1 estiver a

situação do indicador30. Foi elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas –

30 Para os municípios que apresentam IVS entre 0 e 0,200, considera-se que possuem muito baixa vulnerabilidade

social. Valores entre 0,201 e 0,300 indicam baixa vulnerabilidade social. Aqueles que apresentam IVS entre 0,301 e 0,400 são de média vulnerabilidade social, ao passo que, entre 0,401 e 0,500, são considerados de alta vulnerabilidade social. Qualquer valor entre 0,501 e 1 indica que o município possui muito alta vulnerabilidade social.

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199

IPEA, sobre dados do Censo 2010 e é considerado um parâmetro importante e válido para

todos os municípios brasileiros.

A Tabela abaixo traz suas principais dimensões de análise e indicadores componentes.

Tabela 55 - Índice de vulnerabilidade social - IVS – dimensões e indicadores componentes.

Dimensões / eixos Principais componentes / indicadores

Infraestrutura Urbana Abastecimento de água Esgotamento sanitário Coleta de lixo Tempo gasto no deslocamento entre a moradia e o local de trabalho pela população ocupada de baixa renda

Capital Humano Mortalidade infantil Crianças e jovens fora da escola Mães precoces Mães chefes de família com baixa escolaridade Baixa escolaridade entre os adultos Presença de jovens que não trabalham e não estudam

Renda e Trabalho Renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo Insegurança de renda: desocupação de adultos; ocupação informal de adultos pouco escolarizados; dependência com relação à renda de pessoas idosas; presença de trabalho infantil

Fonte: IPEA - Atlas da Vulnerabilidade social, 2010.

Como apresentado em tópicos anteriores, na maior parte dos quesitos avaliados a situação de

Ribeirão das Neves é pior do que a média regional, havendo também quesitos em que o

município está abaixo da média mineira e nacional. Nesse sentido, era esperado que o

município apresentasse maiores índices de vulnerabilidade em alguns casos, o que pode ser

comprovado no Gráfico a seguir.

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200

Gráfico 25 - Comparativo IVS, segundo dimensões – Ribeirão das Neves, 2010.

Fonte: IPEA - Atlas da Vulnerabilidade social, 2010.

Como se vê, o município apresenta Média vulnerabilidade, sendo sua melhor situação

encontrada no que é relativo à Renda e trabalho e a pior no que é relativo à infraestrutura

urbana.

O Figura abaixo mostra, dentro das três principais regiões de Ribeirão das Neves, suas

principais áreas de vulnerabilidade31.

31 Uma das regiões de maior vulnerabilidade – o Jardim Alterosa, na região do Veneza, foi justamente onde se

implantou o maior dos empreendimentos PMCMV na cidade, com a construção de 1.640 unidades habitacionais (ver Silva, 2016).

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201

Figura 14 – Áreas de Vulnerabilidade

Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves. Secretaria Municipal de Assistência Social.

As carências e vulnerabilidades encontradas no município trazem algumas consequências

relevantes, tanto do ponto de vista da maior demanda para os serviços e políticas públicas

quanto a elementos ligados à insegurança e violência na região. De acordo com o Plano

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

202

Municipal de Atendimento Socioeducativo de Ribeirão das Neves (2018), “como resultado

desse cenário, tem-se um quadro de miséria, carência e exclusão social no município, fazendo

com que grande parte da população busque por trabalho, estudo e serviços, inclusive culturais,

em outros municípios da Região Metropolitana”. Além disso, “percebe-se que a carência

econômica das famílias, associada à escassez de recursos e serviços públicos contribui para

que os adolescentes fiquem mais vulneráveis socialmente estando mais expostos às ruas e à

criminalidade” (Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de Ribeirão das Neves, 2018:

p.12).

No contexto de tal Plano foi elaborado um Diagnóstico a respeito da dinâmica da criminalidade

e da violência nos territórios nevenses, com foco nos três Centro de Prevenção a Criminalidade

(CPC) existentes. As principais conclusões de tal documento são transcritas a seguir, de forma

a se entender as vulnerabilidades de cada território:

CPC Veneza: A área de abrangência do CPC Veneza é formada pelos

bairros Veneza, Conjunto Henrique Sapori, Florença, San Genaro,

Vale da Prata, Fazenda Castro e Metropolitano. As regiões mais

atendidas pelo Programa Fica Vivo! são os bairros Florença e San

Genaro, por se tratarem de regiões que possuem duas comunidades

com conflitos históricos, são elas; Boréu e Morro do Cruzeiro, com

forte influência dos grupos / gangues “Metralhas” e “Turma do

Neném”. E, mais recentemente, um conflito entre os grupos dos

“Metralhas” e “Mandelas” que, no ano de 2016, resultou na morte

de cinco jovens. No bairro Veneza, o que se percebe é um tráfico de

drogas mais pulverizado com grupos que disputam entre si, com

destaque para o conflito da Rua Oito, onde existem duas bocas rivais,

conhecidas como “Grupo da Parte de Cima” e “Baixada do Veneza”.

Atualmente, a comunidade se queixa, de forma recorrente, sobre

grupos do Bairro Metropolitano, que disputam com grupos do Bairro

Fazenda Castro. De forma geral, é possível perceber que na área de

abrangência do Programa, há um grande número de adolescentes

envolvidos na criminalidade, que tem começado cada vez mais cedo.

Algumas características podem ajudam a compreender o contexto de

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

203

vida desses jovens. De modo geral, o território abrangido pelo CPC

Veneza é marcado pela falta de infraestrutura urbana, pouca oferta

de serviços públicos como Saúde, Assistência Social e transporte.

Outro aspecto interessante são as diversas formas de configurações

familiares, com grande parte das famílias sendo chefiadas por

mulheres. E, por fim, o baixo grau de escolaridade dos jovens

atendidos. (op. cit. P.48)

CPC Justinópolis - A área de abrangência atende os bairros São José,

Sônia (Mina), Guadalajara, Laredo, Braúnas, Vila Braúnas, Urca,

Canoas, Lídice, Tony, Santa Fé, São Januário e Cerejeiras. O Programa

Fica Vivo! atende 246 (duzentos e quarenta e seis) jovens, em nove

oficinas e o Programa Mediação de Conflitos faz em média 80

(oitenta) atendimentos por mês. As principais regiões atendidas são:

Mina, Santa Fé, Braúnas e Tony. A atuação dos Programas é

intensificada nessas áreas por serem as regiões que apresentam

maior grau de rivalidade e conflito que geram homicídios tentados e

consumados. Alguns jovens, que tiveram situações de conflito

pregressas, sendo estes moradores da região do Tony não circulam

no Bairro Braúnas e vice-versa. Mas as regiões que mais se destacam,

atualmente, em situações de violência e criminalidade são Santa Fé e

Mina. Com relação à abrangência do Santa Fé, o conflito é com um

território de Belo Horizonte que fica no Bairro Lagoa, conhecido

como “Casinhas”. Essa rivalidade causou homicídios tentados e

consumados desde 2015. Os jovens da região das “Casinhas”, no

primeiro semestre, fizeram uma letra de funk dizendo sobre essa

rivalidade, o que gerou outros conflitos. A região da Mina apresenta

rivalidade com o território da Maré. Há relatos de que é uma região

que tem a função de distribuição e fornecimento de drogas para os

outros territórios. Na Mina, os conflitos são internos entre os jovens,

que instrumentalizam a violência como regulação de situações

ligadas ao tráfico de drogas. (op. cit. P.50)

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

204

CPC Rosaneves - A área de abrangência do CPC Rosaneves são os

Bairros Sevilha B e Rosaneves. O Programa "Fica Vivo!", por meio de

suas 14 (quatorze) oficinas, realiza atendimentos individuais e

projetos específicos, e têm atendido mensalmente,

aproximadamente 427 (quatrocentos e vinte e sete) jovens

residentes nos bairros anteriormente mencionados. (...) Nestas áreas,

as principais regiões que se destacam são a Praça do Lula (Sevilha B),

além das ruas Maranhão, Alagoas, Pernambuco e as demais ruas

adjacentes à Avenida Cataguases, pois em todos esses locais há

grande circulação de adolescentes e jovens e pontos de vendas de

drogas. No Bairro Rosaneves, as regiões que se destacam são: o

Conjunto Arco Íris onde estão localizadas as travessas, o Cruzeiro (um

mirante com saída estratégica para a mata), a Praça do Rosaneves,

além das Ruas São João Del Rei (conhecida como Rua da Antena),

Capuchinhos e a região denominada como Plantão. Nesta região, em

especial, não há a presença de nenhum equipamento público e há

vários pontos de tráfico de drogas. Ressalta-se, porém, que todas

estes pontos de tráfico de drogas presentes nos Bairros Rosaneves e

Sevilha B respondem ao mesmo comando, assim, não existe disputa

na região. Em todo o território de atuação dos Programas observa-se

atos infracionais e ações violentas acontecendo em estreita relação

com o uso abusivo e prejudicial de álcool e outras drogas. Os efeitos

potencializadores da violência podem ser notados em constantes

brigas, episódios de violência doméstica, conflitos em festas e

discussões acaloradas em espaços de socialização dos jovens.

Percebe-se, também, os efeitos limitadores do tráfico de drogas na

região, por meio da captação e recrutamento de adolescentes e

jovens para o trabalho no tráfico, a impossibilidade de circulação livre

de adolescentes e jovens em determinadas regiões tais como a

região do Conjunto (próximo do Cruzeiro) e da região da Rua

Capuchinho. O território que mais se observou adolescentes

envolvidos com a criminalidade é a região da Praça do Lula, pois a

mesma é frequentada por usuários de drogas que, geralmente,

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

205

costumam provocar uns aos outros, fomentando brigas e discussões,

além de depredarem o patrimônio público. Na região conhecida

como "região da Capuchinho" há expressivo número de adolescentes

e jovens envolvidos com o tráfico de drogas. (op. cit. P.52).

A próxima seção traz as políticas públicas voltadas para o atendimento da população nevense,

com foco nas áreas de educação, saúde, assistência social, cultura e esportes, com seus

respectivos mapas que mostram a localização dos equipamentos públicos e, ao mesmo tempo,

as principais ausências de cobertura no território.

5.4. Infraestrutura e Serviços Públicos

Além de entender as principais demandas e precariedades que demandam uma atenção e

intervenção direta dos poderes públicos no território nevense faz-se fundamental ter também

um diagnóstico da oferta, isto é, um panorama dos equipamentos e serviços públicos

existentes, bem como de suas necessidades de reformulação e ampliação.

Nesta perspectiva, foram realizadas entrevistas qualitativas com representantes da

municipalidade, em suas diversas secretarias, para coletar as informações mais atuais sobre

cada uma das políticas sociais relevantes para a revisão do Plano Diretor. A seguir, apresenta-

se então um panorama de tal realidade, contemplando informações32 por área temática

relativas às políticas, leis, planos e programas existentes; serviços e equipamentos ligados à

política ou temática; além de carências e necessidades, que podem subsidiar a fase

subsequente, de elaboração de propostas.

32 Infelizmente algumas secretarias não enviaram os materiais solicitados até o fechamento do volume deste

Diagnóstico, motivo pelo qual estão apresentadas informações desatualizadas sobre os serviços e equipamentos existentes. Considerando que houve troca de gestão municipal ao final de 2016, é possível que muitas mudanças tenham sido feitas e não estejam aqui devidamente registradas por falta de retorno dos responsáveis por alguns setores.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

206

5.4.1. Educação

Como antes relatado, os indicadores de educação em Ribeirão das Neves tiveram melhorias

nas últimas décadas, mas ainda têm muito para avançar, sendo necessariamente colocados

como uma das prioridades de investimentos públicos. Este avanço diz respeito à necessidade

da universalização e da descentralização do atendimento – elementos que devem ser

pensados na proposta de reestruturação territorial do Plano Diretor –, bem como em

implantação de melhorias qualitativas, em todos os ambitos.

Para tanto, é importante ampliar o número de vagas, atender regiões a descoberto, melhorar

instalações e programas em execução, fortalecer a capacitação dos profissionais ligados ao

setor e enfrentar os desafios da vulnerabilidade, que também impactam dentro de sala de

aula.

Do ponto de vista quantitativo, no que se refere aos equipamentos de atendimento da

educação básica, são em número de 73 as unidades municipais existentes, sendo 34 em

Justinópolis, 21 na região Central e 18 na macrorregião Veneza. Dentre estas há 16 creches

municipais. Dados referentes as condições de acessibilidade nas unidades de ensino básico, o

Censo Escolar/INEP 2017 aponta que cerca de 30% das escolas possuem dependência acessível

aos portadores de deficiência e 44% possuem sanitários acessíveis aos portadores de

deficiência.

Segundo informações da Secretaria de Educação de Ribeirão das Neves,o educacenso aponta

que para o ano de 2017 foram ofertadas na rede municipal 25.391 (vinte e cinco mil, trezentos

e noventa e uma) vagas para ingressos no sistema de educação básica. Quanto a informações

relativas à condição do imóvel onde se instala a unidade educacional, se em imóvel próprio,

alugado ou cedido, a tabela a seguir apresenta um levantamento cedido pelo departamento

de contratos e convênios da Secretaria Municipal de Educação:

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

207

Tabela 56 - Prédios Públicos da Secretaria Municipal de Educação

LOCAL - Nome da Escola - REGIÃO JUSTINOPOLIS ENDEREÇO TELEFONE PRÉDIOS

APAS – Associação de Promoção de Assistência Social R. Seis, 205 - Fortaleza 3638-4748/3638-3473 CEDIDO

Casa de Assistência ao Menor Gotinha D`água R. Quarenta e Um, 224 - Pedra Branca - 34530-940/8384-5230 CEDIDO

Centro Solidário de Educação Infantil Douglas Ferreira de Freitas R. Pedro Leopoldo, 1905 - Botafogo 3639-8323 PRÉDIO PRÓPRIO

Creche Cantinho Amigo R. José Felipe da Silva, 159 - Santa Fé 3638-8753 CEDIDO

E. M. Cantinho do Céu R. 31,162 - Lagoa 3456-8479 ALUGADO

E. M. Cora Coralina R. Élcio Leite, 110 - Dona Clarice 3639-9958 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Deraldo José de Souza R. Mangueiras, 135 - Botafogo 3638-5769 ALUGADO

E. M. Deraldo José de Souza - Anexo R. Inhauma, 167 - Botafogo 3638-6130 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Elvira de Freitas Oliveira R. Maria de Azevedo Costa, 1032 - Pedra Branca 3459-1849 ALUGADO

E. M. Elvira de Freitas Oliveira - Anexo Rua Josias Tavares de Melo, 25 - Pedra Branca 3458 7446 ALUGADO

E. M. Gabriela de Paula Costa Soares R. Fátima, 13 - Granjas Primavera 3498-8954 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Hélia Matos Sartori R. Gameleira, 139 - Girassol 3639-8532 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Irma Avelino Menezes R. Derby Clube,410 - Botafogo 1ª Seção 3638-3052 ALUGADO

E. M. Jandir Clemente da Rocha R. Nossa Senhora do Rosário, 53 - Mª Helena 3456-9358 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Jacir Clemente da Rocha R. C, 52 - Landi 3459-5096 ALUGADO

E. M. João Antes da Costa R. Suaçui, 276 - Jardim de Alá 3638-3173 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Joaquim Diniz Rocha R. Afonsina Maria Diniz, 95 - Monte Verde 3627-5624 ALUGADO

E. M. José Batista Neto R. do Comércio,143 - Tony 3456-8005 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. José Batista Neto - Anexo R. Teodoro dos Reis, 117 - Tony 3639-8606 ALUGADO

E. M. José Pinto Pimenta Av. Argentina, 01 - Esperança Natalia 3639-4737 ALUGADO

E. M. Liliane Marchezane Gomes R. Mario Costa Ferreira, 31 - São Januário 3638-1965 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Lindomar Teixeira R. Adolfo Portela, 27 - São Judas Tadeu 3639-8530 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Maria da Conceição Silva R. Principal, 525, Areias de Baixo 3639-1358 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Professora Luiza Maria de Souza R. Padre Eustaquio, 142 - São José 3638-1314 PRÉDIO PRÓPRIO

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

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E. M. Sargento Valério dos Santos Oliveira R. C, 40 - Kátia 3639-4998 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Sebastião Gomes R. Pedro Moreira do Nascimento, 46 - Kátia 3638-6550 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Shirley Regina Malta das Chagas - Anexo (Bairro Soares) R. Quatro, 131 - Soares 3912-6802 ALUGADO

E. M. Shirley Regina Malta das Chagas R. Hum, 331 - Nova Pampulha 3496-7910 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Silvestre Roberto Valentim R. São José, 47 (esquina c/ Av. Gávia) - Urca 3639-6968 ALUGADO

E. M. Vander de Abreu Faustino R. João Vitalino Costa, 08 - Areias de Cima 3639-1793 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Zelita Francisca da Silva R. Cleópatra, 111 - Flamengo 3638-4828 PRÉDIO PRÓPRIO

Creche Comunitária Menino de Jesus R. Suíça, 62 - Esperança 3638-1285 / 3632-1462 CEDIDO

TRICOMB R. Antonio dos Santos, 73 - Hawaí 3638-7337 ALUGADO

LOCAL - Nome da Escola - REGIÃO NEVES ENDEREÇO TELEFONE

APAE - Escola Maria Azevedo Costa R. Eduardo Maria de Souza, 41 - Vila Mariana 3627-2191 CEDIDO

Creche do Bairro Santa Martinha Rua Helvécio Lopes de Miranda, 224 - Sta. Martinha 3625-4453 ALUGADO

E. M. Angelita Guimarães Ventura R. Principal, 86 - Santa Paula 3627-2526 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Belizária Avelar Martins R. Principal, 86 - Santa Paula 3627-7010 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Belizária Avelar Martins - Anexo Cidade dos Meninos AV. Ari Teixeira da Costa, 1100 - Sta Paula 3614-9136 CEDIDO

E. M. Carlinda Rita da Silva Av. Ester Nogueira de Souza,188 - Nova União 3624-5115 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Cenira Juventina Martins R. Francisca Maria, 378 - Santinho 3624-9398 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Clemência Alves Dias R. Emereciana C. Batista, 334 - Santa Marta 3624-2376 CEDIDO

E. M. do Bairro Santa Martinha R. José C. Marciano, 10 - Sta. Martinha 3627-6471 ALUGADO

E. M. Edson Carlos Lopes R. Antonio Alves de Avelar, 101 – Jardim Colonial 3627-8165 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Elisa da Silva Santos R. Maria Custódia, 129 - Barcelona 3627-1702 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Ester Nogueira Gurgel R. Francisco Augusto Vieira, 61 - Sevilha A 3627-7007 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Francisco Cândido da Silva R. Madre Silva, 1748 - Rosaneves 3625-9322 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Hugo Augusto Guimarães Alamedas dos Curiós, 33 - Jardim Colonial 3627-2760 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Hugo Augusto Guimarães - Anexo Alameda das Cegonha, 440 - Jardim Colonial 3627-3026 ALUGADO

E. M. João Wesley R. Conselheiro Pena, 98 - Sevilha B 3627-2159 ALUGADO

E. M. Luiza Augusta Guimarães R. Elvis Presley Haron, 76 - Neviana 3624 7955 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Manuel de Paula Araújo R. Marechal Floriano Peixoto, 595 - Rosana 3627-7290 PRÉDIO PRÓPRIO

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

209

E. M. Maria Vieira Barbosa R. Principal, 86 - Santa Paula 3627-7018 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Roselene Cerqueira Diniz Fraga R. Etelvina de Souza, 350 - Nossa Srª. Das Neves 3627-7004 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Roselene Cerqueira Diniz Fraga - CRECHE R. Etelvina de Souza, 350 - Nossa Srª. Das Neves 3624-5398 ALUGADO

LOCAL - Nome da Escola - REGIÃO VENEZA ENDEREÇO TELEFONE

Creche Irmã Dulce R. Antonio Alves de Castro, 200 - Veneza 3626-1473 CEDIDO

E. M. do Bairro Franciscadriângela - Sede R. Pérola (Antiga Rua Dezoito), 356 - Franciscadriângela 3627-7811 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Professor Aender Marques da Costa R. São Francisco de Assis, 898 – Veneza 3626-8781 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Professor Aender Marques da Costa - Anexo R. Petrolina Amâncio, 596 - Veneza 3627-8490 ALUGADO

E. M. Alice Maria Sméria R. Alexandre França, 92 - Veneza 3626-2996 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. do Bairro Florença R. Henrique Sapori, 562 – Florença 3626-3440 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. do Bairro Florença - Anexo R. Quarenta e Quatro, 31 - Florença 3626-3440 ALUGADO

E. M. do Bairro Franciscadriângela – Anexo (Nápoli) R. Eucalípito, 410 - Nápoli (9653-3121) 3627 8885 / 8822-1193 ALUGADO

E. M. Analito Pinto Monteiro – Anexo (Liberdade) Rua 5, 148 - San Marino 3626-1882 CEDIDO

E. M. Analito Pinto Monteiro - Sede (Veredas) R. Deputado Dênio Moreira, 465 - Veredas 3628/1118 ALUGADO

E. M. do Bairro Metropolitano R. 29, 520 - Bairro Metropolitano 3626-4957 / 8813-3869 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. do Bairro Vale da Prata Rua 4, 125 - São Genário 3627-9126 ALUGADO

E. M. Hilda Neves de Melo R. Quarenta e dois, 60 - Jardim Verona 3626-8121 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Jair Amâncio Alameda das Palmeiras, 240 - Vale das Acácias 3624-8344 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Maria da Cruz Resende R.Maria Adelaide c Alberto Gaudêncio, 496 -Veneza 3625-2070 PRÉDIO PRÓPRIO

E. M. Maura Andrade P. Anexo II - Projeto Aprendendo a Sorrir (KOLPING) R.José André, 326 - Conj. Henrique Sapori (8978-9673) 9184-1888 / 9760-5531 CEDIDO

E. M. Maura Pereira de Andrade Av. Austrália, 463 - Henrique Sapori 3626-2941 PRÉDIO PRÓPRIO

Almoxarifado da SMED Seicidio Jorge Ricardo, 86 - Santa Paula 3625-5418 ALUGADO

UAITEC Rua Carmélia Loffi, 195 - Centro de Justinopolis 3639-2858 PRÉDIO PRÓPRIO

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

210

A Rede Estadual, por sua vez, é composta por cerca de 60 unidades, distribuídas pelas três

regiões do município. Segundo dados ofertados pela Diretoria Educacional e Divisão de

Atendimento Escolar da Superintendência Regional de Ensino (DIRE A/DIVAE) e SRE

Metropolitana C, as vagas ofertadas nas escolas da rede estadual em Ribeirão das Neves

correspondem a:

1º ano do Ensino Fundamental - 2.225

2º ano do Ensino Fundamental - 2.425

3º ano do Ensino Fundamental - 2.600

4º ano do Ensino Fundamental - 2.700

5º ano do Ensino Fundamental - 3.175

6º ano do Ensino Fundamental - 4.795

7º ano do Ensino Fundamental - 4.480

8º ano do Ensino Fundamental - 4.060

9º ano do Ensino Fundamental - 4.550

1º ano do Ensino Médio - 6.080

2º ano do Ensino Médio - 4.720

3º ano do Ensino Médio - 4.240 Total - 46.050

A localização dos equipamentos de educação está apresentada no Mapa seguinte.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

211

Mapa 16 – Densidade Demográfica e Equipamentos de educação e Cultura.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

212

A partir de um olhar espacial para o atendimento de educação, vis-a-vis com a distribuição das

densidades demográficas no território nevense, é possível perceber que há carência de escolas

em regiões que concentram grande volume de população, como, por exemplo, alguns bairros

na região do Veneza, no Areias e mesmo na porção Norte da região Central.

Esta também é uma constatação presente na avaliação da Secretaria Municipal de Educação,

que aponta como principais regiões com precariedade de atendimento: i) em Justinópolis, os

bairros Tocantins e Verônica; ii) na região do Veneza: bairros Fazenda Castro, San Marino,

Belvedere e Conjunto Alterosa; iii) na região central: bairros Campos Silveira e São Luiz.

Destaca-se ainda que foram realizadas sondagens junto à população, durante as oficinas de

leituras comunitárias, que também serão incorporadas como subsídios para as propostas e

demandas de melhoria do atendimento educacional nas diversas regiões de Ribeirão das

Neves.

A Tabela abaixo traz os números do Censo Escolar 2018, focada exclusivamente na rede

municipal de ensino. De acordo com esta informação, a rede municipal atendia a pouco mais

de 23 mil alunos na educação infantil e ensino fundamental. Ao se comparar com os dados do

INEP a respeito do número de alunos para 2017 (78 mil), de todas as redes de ensino,

apresentados no tópico relativo ao desenvolvimento humano, vê-se que a rede municipal

atende a apenas cerca de 30% do alunado nevense, sendo o restante das vagas ofertadas pela

rede estadual, federal e/ou particular.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

213

Tabela 57 - Censo escolar - Rede municipal de ensino, Ribeirão das Neves, fevereiro de 2018.

Educação Infantil e Ensino Fundamental EJA

Total Geral Nome da Escola 2018 Creche

Pré-Escola Ensino Fundamental Total 1ª A 4ª 5ª A 8ª Total EJA

1º Per 2º Per 1º/9 2º/9 3º/9 4º/9 5º/9 6º/9 7º/9 8º/9 9º/9

Sub-Total

Turmas 184 181 179 88 79 63 58 69 23 19 17 16 976 34 67 101 1077

Alunos 3.049 3.502 3.708 1.971 1.753 1.536 1.481 1.811 669 541 481 471 20.973 745 1.516 2.261 23.234

Total Geral

Turmas Total

184 360 357 75 976 101 1077

Alunos Total

3.049 7.210 8.552 2.162 20.973 2.261 23.234

Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Ribeirão das Neves.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

214

Ribeirão das Neves conta com uma unidade do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG,

Campus Ribeirão das Neves), localizado no bairro Sevilha, 2ª secção. Este campus oferece os

cursos técnicos em Administração e Logística, além dos cursos superiores: Tecnológico em

Processos Gerencias, Bacharelado em Administração.

O ensino técnico também é ofertado pela Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais

(UAITEC), localizada em Justinópolis. São ofertados os cursos de Informática Básica, Digitação e

Informática Avançada em três turnos, com 280 alunos ao total nos três turnos. Além disso,

disponibiliza o curso Pré-Enem Comunitário e gratuito, em parceria com a faculdade Pitágoras

e Jesuíta, com atendimento no período noturno para 40 alunos de segunda a sexta-feira, no

horário de 19h até as 22h.

O UAITEC oferta também atendimento em três cursos técnicos do programa Mediotec do

Governo Federal, abrangendo 30 alunos em polo semipresencial, quais sejam: Segurança do

Trabalho, Eletrônica e Eletroeletrônica. Está prevista ainda, a partir do segundo semestre de

2018, a oferta do curso diurno de Inglês em parceria com a UFMG, atendendo a 40 alunos

manhã e 40 alunos tarde, duas vezes na semana.

Em relação ao ensino superior, os alunos de Neves também têm à disposição duas outras

instituições, a saber:

UNOPAR – Instituição Norte do Paraná, localizada no Centro de Ribeirão das Neves,

que oferta os cursos semipresenciais em: Administração; CST em Gestão de Recursos

Humanos; CST em Gestão Financeira; CST em Gestão Pública; CST em Logística; CST em

Processos Gerenciais; Educação Física – Licenciatura; Pedagogia e Serviço Social.

Também há os cursos 100% online em Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; CST

em Análise de Desenvolvimento de Sistemas; CST em Gestão Ambiental; CST em

Gestão Comercial; CST em Produção Industrial; CST em Gestão de Segurança Pública;

CST em Gestão de Recursos Humanos; CST em Gestão Empreendedora; CST em Gestão

Financeira; CST em Gestão Hospitalar; CST em Gestão Pública; CST em Logística; CST

em Marketing; CST em Marketing Digital; CST em Processos Gerencias; Formação

Pedagógica; Geografia – Licenciatura; História – Licenciatura; Letras – Licenciatura;

Matemática - Licenciatura; Pedagogia; Segunda Licenciatura; e Sociologia.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

215

UNICESUMAR/EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, cuja sede fica no Shopping Justinópolis, Vila

Santa Branca (Justinópolis). Oferta os Cursos de Graduação (Bacharelado, Licenciatura

e tecnólogos) em Administração; Agronegócio; Análise e Desenvolvimento de

Sistemas; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Design de Interiores; Design de

Moda; Design de Produto; Educação Fisica (BACHARELADO); Educação Física

(LICENCIATURA); Empreendedorismo; Engenharia Civil; Engenharia Mecânica;

Engenharia Mecatrônica; Engenharia de Produção; Engenharia de Software;

Gastronomia; Geografia (2ª LICENCIATURA); Geografia (LICENCIATURA); Gestão

Ambiental; Gestão Comercial; Gestão de Qualidade; Gestão da Tecnologia da

Informação; Gestão das Organizações do Terceiro Setor; Gestão de Cooperativas;

Gestão de Lojas e Pontos de Venda; Gestão de Recursos Humanos; Gestão Financeira;

Gestão Hospitalar; Gestão Pública; Gestão da TI; História (2ª LICENCIATURA); História

(LICENCIATURA); Inglês (2ª HABILITAÇÃO); Letras – Português/Inglês; Logística;

Marketing; Matemática; Negócios Imobiliários; Pedagogia (2ª LICENCIATURA);

Pedagogia (LICENCIATURA); Processos Gerenciais; Secretariado; Segurança no

Trabalho; Serviço Social; Sistemas para Internet; e Teologia.

Em relação aos principais Programas, políticas e projetos desenvolvidos pela Secretaria

Municipal de educação, foram informados os seguintes33:

Programa Novo Mais Educação

Objetivo: Ampliar o tempo e o espaço educacional dos alunos da rede pública. Trata-se de uma

contribuição para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, pela articulação de

ações, projetas e programas do Governo Federal. A iniciativa promove ações sociais e

educacionais em escolas e em outros espaços socioculturais. Os alunos participam de

atividades no turno oposto ao das aulas regulares: oficinas de letramento, matemática,

esporte e lazer, artesanato, danças.

33 Infelizmente não foram apresentados o Plano Municipal de Educação ou outros documentos que permitissem

uma avaliação mais detalhada da política de educação no município e suas demandas.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

216

Público alvo: Alunos do Ensino Fundamental do 3º ao 9º ano.

Funcionamento: Dias letivos das 8h as 17h.

Escolas Participantes de 2018: E.M. Maura Pereira Andrade, E.M. Luiza Augusta Guimarães,

E.M. Hugo Augusto Guimarães

Número de alunos atendidos: 250

Programa Mais Alfabetização

Objetivo: Atendimento com Assistentes de alfabetização nas salas de 1º e 2º ano para apoio

aos alunos e professores alfabetizadores, melhorando a aprendizagem da leitura e escrita dos

professores atendidos.

Público alvo: Alunos do Ensino Fundamental do 1º e 2º ano.

Número de alunos atendidos: 3488 alunos

Programa Saúde na Escola

Objetivo: O Projeto Saúde na Escola desenvolve estratégias de interação permanente entre as

políticas e ações de saúde e educação através da promoção, prevenção e atenção á saúde dos

alunos da rede de escolas do município, com 100% de cobertura, são: avaliação bucal e

oftalmológica, aferição de pressão arterial, atualização do cartão de vacinas, entre outras.

Público alvo: Alunos matriculados nas escolas municipais.

Programa Escola Conectada

Objetivo: Universalizar o acesso à internet de alta velocidade nas escolas, a formação de

professores para práticas pedagógicas mediadas pelas novas tecnologias e o uso de conteúdos

educacionais digitais em sala.

Escolas Participantes: E.M. Analito Pinto Monteiro, E.M. Do Bairro Vale da Prata, E.M. Edson

Carlos Lopes, E.M. Elisa da Silva Santos, E.M. Gabriela de Paula Costa Soares, E.M. João Antes

da Costa, E.M. Joaquim Diniz Rocha, E.M. José Pinto Pimenta.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

217

Por fim destaca-se que a Secretaria Municipal de Educação tem dois Conselhos a ela

vinculados: o Conselho do FUNDEB e o Conselho de Alimentação Escolar, ambos descritos

detalhadamente no item deste Diagnóstico relativo à organização social local.

5.4.2. Saúde

Do ponto de vista da territorialização para a gestão da saúde municipal, Ribeirão das Neves é

dividida em 5 Regiões Sanitárias, distribuídas em suas três macro-regionais. A regional Centro

abarca a Região Sanitária I; a regional Veneza é a Região Sanitária II e o distrito de Justinópolis

é dividido entre as Regiões Sanitárias III, IV e V, conforme pode ser visto na Figura 15. Tal

divisão leva em consideração a população total residente em cada região.

Figura 15 - Regiões Sanitárias

Fonte: Plano Municipal de Saúde, 2017, p.23.

A rede de atendimento de saúde de Ribeirão das Neves tem o desafio de atender a território

tão vasto e, ao mesmo tempo, a demandas das cidades vizinhas de Esmeraldas e Pedro

Leopoldo que chegam a suas unidades. Além disso, foi informado pela gestão que os

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

218

quantitativos recebidos da Rede SUS pelo governo municipal são baseados nos dados de

população do Censo 2010, completamente defasados, o que dificulta a ampliação e melhoria

do atendimento público de saúde. Conforme explicitado no Plano Municipal de Saúde:

apesar do financiamento no SUS ser de responsabilidade das três

esferas de gestão, em Ribeirão das Neves evidencia-se na prática que

a participação esperada por parte do Governo Federal e Governo

Estadual é aquém dos percentuais preconizados para

desenvolvimento das ações e serviços de saúde, não atendendo às

necessidades e características do município.

Sendo assim, o município que deveria investir no mínimo 15% de sua

receita líquida de impostos, transferências constitucionais e legais

(EC 29), em sua série histórica de aplicação de recursos próprios em

saúde, mostra que o seu investimento está muito acima do mínimo

constitucional no município, uma vez que é este ente que abriga o

usuário e que acaba sendo responsabilizado e arcando com a

diferença no financiamento das ações de saúde (Plano Municipal de

Saúde, 2017, pg. 81.)

Para enfrentar este desafio são propostas ações e estratégias, de forma a permitir ampliar e

universalizar o atendimento de saúde para toda a população nevense, ainda que a situação

pareça desfavorável. O documento do Plano destaca que

os desafios do financiamento do SUS municipal para o quadriênio

2018-2021 envolvem o alcance de maior eficácia na aplicação dos

recursos disponíveis, tendo em vista a situação econômica do

município que sofreu impactos consideráveis da crise financeira pela

qual atravessa o país.

Espera-se grandes dificuldades no financiamento para atender a

demanda crescente em serviços de saúde do município.

Para isso, há a necessidade de captação de recursos e de elaboração

de projetos para o recebimento de recursos, de forma a atender as

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

219

necessidades e aos anseios da população, bem como o de fortalecer

a autonomia de gestão administrativa pela Secretaria Municipal de

Saúde sobre as questões da saúde.

Além da captação de recursos algumas estratégias também devem

ser adotadas para uma maior otimização dos gastos e utilização dos

recursos financeiros. Uma das frentes de atuação é a busca do

equilíbrio orçamentário, através do controle de gastos, despesas,

desperdícios e respeito ao fluxo normatizado de utilização do SUS.

Neste sentido, o Conselho Municipal de Saúde junto com a Secretaria

Municipal de Saúde e demais órgãos de Controle Social

desempenham papel fundamental no esclarecimento da população

sobre a disponibilidade e limitação orçamentário/financeira atual,

difundindo ideais de máxima economia (o que se alcança seguindo-se

os fluxos do SUS para que não haja repetição de ações), auxiliando na

conservação das unidades de saúde, na “desjudicialização” de

demandas de atendimento, recorrendo à Ouvidoria/SUS/SEMSA para

esclarecimentos e reclamações. Essa conscientização por parte dos

usuários do SUS é fundamental para o cumprimento dos princípios da

universalidade e igualdade na prestação dos serviços de saúde.

(Plano Municipal de Saúde, 2017, pg. 83).

Considerando a escassez de recursos, a avaliação da própria gestão publica de saúde é que há

áreas com atendimento precário em todas as regiões do município, sendo a mais flagrante

delas a região de Areias, totalmente sem cobertura.

A Secretaria Municipal de Saúde tem a seguinte estrutura organizacional básica:

I. Gabinete do Secretário;

II. Auditoria SUS;

III. Assessoria Especial;

IV. Assessoria do Fundo Municipal de Saúde;

V. Assessoria de Planejamento em Saúde;

VI. Superintendência de Atenção Primária, Promoção e Prevenção:

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

220

a. Gerência de Atenção Primária;

b. Gerência de Programas;

c. Gerência Farmacêutica.

VII. Superintendência de Urgência e Emergência:

a. Gerência das UPAS;

b. Gerência do Transporte Sanitário;

c. Gerência de Serviço de Atenção Domiciliar -SAD.

VIII. Superintendência Atenção Especializada e Regulação:

a. Gerência Ambulatorial Especializada;

b. Gerência de Regulação.

IX. Superintendência Vigilância e Proteção à Saúde:

a. Gerência de Imunização;

b. Gerência de Vigilância Epidemiológica;

c. Gerência de Vigilância Alimentar e Nutricional;

d. Gerência de Vigilância em Saúde do Trabalhador;

e. Gerência de Pneumologia Sanitária;

f. Gerência de Vigilância Ambiental e Controle de Vetores e Zoonoses; 46

g. Gerência de Vigilância Sanitária;

h. Gerência Ambulatorial de Referência de Doenças Infecciosas e Parasitárias - ARDIP.

X. Superintendência de Gestão de Pessoas;

a. Gerência de Recursos Humanos;

b. Gerência de Desenvolvimento de Pessoas.

XI. Superintendência Administrativa:

a. Gerência de Gestão de Frota;

b. Gerência de Aquisições;

c. Gerência de Contratações;

d. Gerência de Rede Física;

e. Gerência de Almoxarifado;

f. Gerência de Tecnologia da Informação.

XII. Superintendência de Assistência Hospitalar:

a. Gerência de Regulação da Assistência e Serviços Prestados;

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

221

b. Gerência de Infraestrutura.

No que se refere aos equipamentos de saúde, sua localização está expressa no Mapa seguinte.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

222

Mapa 17 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Saúde.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

223

Como se vê, as regiões mais densas são atendidas através de equipes da Estratégia de Saúde

da Família, mas ainda há várias áreas sem cobertura, especialmente a região do Areias, a

porção sudoeste da região central e várias partes da região Veneza. Destaca-se ainda que

foram realizadas sondagens junto à população, durante as oficinas de leituras comunitárias,

que também serão incorporadas como subsídios para as propostas e demandas de melhoria

do atendimento de saúde nas diversas regiões de Ribeirão das Neves.

De acordo com informações disponibilizadas pela Assessoria de Planejamento em Saúde, a

Rede Física do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão das Neves, em atendimento às

normativas nacionais, é formada por:

Unidades de Atenção Primária à Saúde - 55 Unidades de Saúde da Família (USF) e 05

Unidades Básicas de Referência (UBR), seis equipes de Saúde bucal instaladas em

unidades básicas de saúde e quatro Clínicas Odontológicas;

Serviços de Atenção às Urgências e Emergências, sendo duas Unidades de Pronto

Atendimento (UPA), um Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), um Centro de

Atenção Psicossocial para Álcool e Outras Drogas (CAPS ad) e um Núcleo de atenção

Psicossocial (NAPS);

Unidades de Atenção Secundária, incluindo um Centro de Especialidades Médicas e

Odontológicas (CEMO); três Unidades Ambulatoriais em Saúde Mental que funcionam

como serviço de apoio matricial; um Ambulatório de Referência de Doenças

Infecciosas e Parasitárias (ARDIP); uma Clínica de Reabilitação; uma Clínica

Oftalmológica; um Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CEAE); um

Laboratório Municipal; um Canil Municipal; um setor de Vigilância Sanitária; e um

Centro de Vetores e Zoonoses;

Atendimento da Atenção Terciária, realizado pelo Hospital Municipal São Judas Tadeu

(HSJT), que presta os serviços de pronto atendimento para emergências clínicas e

traumas, emergências ginecológicas e obstétricas e demandas eletivas;

Serviços auxiliares, compostos por um serviço de Transporte Sanitário, três Serviços

de Arquivo Médico, quatro serviços de Almoxarifado (Central, Farmácia Central, Santa

Marta e Hospital), uma Farmácia Regional e uma Farmácia Central.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

224

A Tabela abaixo traz todos os serviços de saúde ofertados em Ribeirão das Neves, com

endereços, tipo de atendimento e serviços prestados, conforme constante no Guia do Usuário

de Saúde. Como se vÊ, há informações bem detalhadas para o cidadão, que orientam não

apenas onde buscar cada tipo de serviço, mas também como acessar, que documentos levar,

etc.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

225

Tabela 58 - Guia do usuário de saúde, Ribeirão das Neves, 2018

Atenção Primária a Saúde

Unidade de Estratégia Saúde da Família

Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:

Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

ESF Santinho I R. José Cornélio Dos Santos, Nº 120 Santinho -

Tel: 3624-9422

Atendimento médico e de enfermagem.

Ações de promoção, prevenção e tratamento relacionadas à saúde da

mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,

planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Inalação; Vacinação;

Exames laboratoriais; Farmácia;

Encaminhamento para atendimentos com

especialistas.

Para atendimento nas unidades ESF o

usuário deve ser cadastrado e levar

documentação pessoal.

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade); Comprovante de endereço.

ESF Santinho II R. Bonifácio José de Oliveira, Nº 77

Santinho - Tel: 3624-9292

ESF Santa Martinha I R. Artur Vitor Maciel, Nº 30 – Rosana

Tel: 3624-7183

ESF Santa Martinha II R. Jorge Eustáquio Da Silva, N° 235

Sta Martinha - Tel: 3624-7008

ESF Porto Seguro R. Cleonice Coelho De Oliveira, N° 192

Nova União - Tel: 3627-7446

ESF Rosaneves I R. Das Camélias, N° 780

Rosaneves Tel: 3627-3155

ESF Rosaneves II R. Dálias N° 128 – Rosaneves

Tel: 3625-2281

ESF Barcelona Av. Claudio Daniel, N° 220 – Barcelona

Tel: 3627-1787

ESF Sevilha A R. Francisco Augusto Vieira, N° 385

Sevilha A - Tel: 3625-5018

ESF Sevilha B I R. Monte Carmelo, N° 311- Sevilha B

Tel: 3625-2510

ESF Sevilha B II R. Conselheiro Pena, N° 230 - Sevilha B

Tel: 3625-2578

ESF Sevilha B III R. Carbonita, N° 53 - Sevilha B

Tel: 3627-3905

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

226

Atenção Primária a Saúde

Unidade de Estratégia Saúde da Família

Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:

Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

ESF Neviana R. Rita Lemos Fernandes, N°509

Neviana - Tel: 3625-5943

ESF Jardim Colonial R. Tangarás, N° 50 - Jardim Colonial Tel:

3625-5943

Atendimento médico e de enfermagem.

Ações de promoção, prevenção e tratamento relacionadas à saúde da

mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,

planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Inalação; Vacinação;

Exames laboratoriais; Farmácia;

Encaminhamento para atendimentos com

especialistas.

Para atendimento nas unidades ESF o

usuário deve ser cadastrado e levar

documentação pessoal.

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade); Comprovante de endereço.

ESF Alterosa R. Petrolina Amâncio, 484 – Veneza

Tel: 3625-1163

ESF Florença I Av. Ida Jubeline, N° 840 – Florença

Tel: 3625-5780

ESF Florença II Av. Ida Jubeline, N° 840 – Florença

Tel: 3626-6750

ESF Novo Florença Av. Ida Jubeline, N° 840 – Florença

Tel: 3625-5780

ESF Vereda R. Geraldina Soares, Nº 65 – Veredas

Tel: 3628-1161

ESF Alto Veneza R. Maria Angelina Gomes, Nº1003

Veneza - Tel: 3627-3925

ESF Fazenda Castro R. Cinquenta e um N°91 – Fazenda Castro - Tel:

3627-3903

ESF Metropolitano R. Mariana, Nº 120 - Fazenda Castro

Tel: 3626-4746

ESF Vale das Acácias R. Alameda Dos Eucaliptos, Nº 42 Vale

das Acácias - Tel: 3624-5103

ESF Liberdade Av. E, Nº 814 - Liberdade

Tel: 3628-1104

ESF San Genaro R. Ruth Brandão Azevedo, Nº 1.395 San

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227

Atenção Primária a Saúde

Unidade de Estratégia Saúde da Família

Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:

Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

Genaro Tel: 3626-6205

ESF Cruzeiro R. Maracanã, Nº 150 – Botafogo

Tel: 3639-6804

ESF Areias I R. São Lucas, Nº173 – Bairro Areias

Tel: 3639-1781

ESF Areias II R. das Gardênias, Nº 580 - Santa Margarida - Tel:

3639-1782

ESF Botafogo R. Duque De Caxias, Nº 52 – Botafogo Tel:

3632-5014

ESF Esperança R. Suíça, N° 183 A – Esperança Tel:

3639-8811

ESF Menezes R. Tancredo De Almeida Neves,

Nº 1061 Menezes - Tel: 3638-6562

ESF Alto Menezes R. Rio De Janeiro, Nº 157 - Alto Dos Menezes - Tel:

3638-6563 Atendimento médico e

de enfermagem. Ações de promoção,

prevenção e tratamento relacionadas à saúde da

mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,

planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Inalação;

Para atendimento nas unidades ESF o

usuário deve ser cadastrado e levar

documentação pessoal.

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade); Comprovante de endereço.

ESF Belo Vale R. Dois, Nº 312 - Belo Vale

Tel: 3632-2909

ESF Braúnas R. Tijuca, Nº 243 – Urca Tel:

3638-7723

ESF Cerejeiras R. Bangu, Nº 65 – Urca Tel:

3632-3502

ESF Girassol R. Paineiras, Nº 435 – Girassol

Tel:3639-8828

ESF Tropical R. Campina Verde, Nº 182 - Tropical

Tel: 3639-7528

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

228

Atenção Primária a Saúde

Unidade de Estratégia Saúde da Família

Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:

Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

ESF Flamengo Av. Príncipe Duarte, Nº 124 – Flamengo Tel:

3638-6561 Vacinação;

Exames laboratoriais; Farmácia;

Encaminhamento para atendimentos com

especialistas.

ESF Bispo de Maura R. Dos Executivos, Nº 418 - Vila Bispo De Maura -

Tel: 3496-6021

ESF Nova Pampulha R. Amaralina, Nº 11 - Granjas Primavera - Tel:

3498-9207

ESF Jardim Alvorada R. Diamantina, Nº 32 - Jardim Alvorada Tel:

3913-6164

ESF São Miguel R. Mario Costa Ferreira, Nº 131 São

Miguel - Tel: 3638-2114

ESF Fortaleza R. Engenheiro João Trindade, Nº 150 Fortaleza –

Tel: 3632-4225

ESF Santa Fé R. Jardim De Alá - Nº 460 - Santa Branca

Tel: 3638-4457

ESF Nova Pampulha I R. Hum, Nº 577 - Conjunto Nova Pampulha -

Tel: 3496-6852

ESF Luar da Pampulha R. São Bento, Nº 126 - Luar Pampulha

Tel: 3495-8361

ESF São José II R. Jardim De Alá- Nº 460 Santa Branca

Tel: 3455-7730

ESF Evereste R. Rosângela, Nº 197 - São José

Tel: 3638-1225 Atendimento médico e

de enfermagem. Ações de promoção,

prevenção e tratamento relacionadas à saúde da

Para atendimento nas unidades ESF o

usuário deve ser cadastrado e levar

documentação

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade); Comprovante de endereço.

ESF São José I R. Rosângela, Nº 197 - São José

Tel: 3638-1225

ESF Lagoa R. Formiga, Nº 155- Kátia Tel:

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

229

Atenção Primária a Saúde

Unidade de Estratégia Saúde da Família

Horário de Funcionamento: 8 às 17h. - Endereço:

Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

3638-5799. mulher, criança, adolescente, adulto e idoso, saúde mental,

planejamento familiar, prevenção a câncer, pré-natal e cuidado de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Inalação; Vacinação;

Exames laboratoriais; Farmácia;

Encaminhamento para atendimentos com

especialistas.

pessoal.

ESF Landi II R. Santo Inácio De Loiola, Nº 397

Maria Helena - Tel: 3459-5693

ESF Landi I R. Oito, Nº 54 - Landi I 1ª Seção

Tel: 3458-7401

ESF Pedra Branca I R. Vinte e Nove Nº 55 - Pedra Branca

Tel: 3458-3885

ESF Pedra Branca II R. Diamantina, Nº 900 - Pedra Branca

Tel: 3458-7671

ESF Maria Helena R. São João Batista, Nº 03 Maria

Helena - Tel: 3458-4033

UBR Arlete de Souza R. José Pedro Pereira, Nº 75 – São Pedro - Tel:

3625-47303/625-4718

UBR Raimundo Firmo R. Petrolina Amâncio, Nº 484 – Veneza

Tel: 3627-9326

UBR Alarico R.: Laranjeiras, Nº 190 – Cerejeiras

Tel: 3638-6560 / 3632-5034

UBR Expedito Monteiro R. Suaçuí, Nº 358, Jardim De Alá

Tel: 3638-1303 / 3623-5039

UBR Jõao Francisco Torres R. Santo Inácio De Loiola, Nº 397 Maria

Helena - Tel: 3456-7534

OBS.: Os usuários dos bairros descobertos pelas unidades de ESF são referenciados para uma das Unidades Básicas de Referência (UBR). O município possui uma UBR em cada

região sanitária, compostas por equipes multiprofissionais que ofertam ações coletivas e individuais, com funcionamento de segunda à sexta-feira das 7 às 19h.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

230

Odontologia (Dentista)

Unidade de Saúde Horário de Funcionamento: 8 às

12h e 13 às 17h - Endereço Como Acessar Serviços Oferecidos Documentos necessários

*Unidade de Referência Odontológica - URO

R. Merenciana Camargo Batista, Nº 201 Santa Marta - Tel: 36241584

Procurar acolhimento na Unidade, toda terceira

segunda-feira de cada mês.

Atendimento odontológico: Restauração

dentária. Extração, limpeza. Aplicação de flúor.

Aplicação de selante dentário.

Alivio de dor. Curativo temporário.

Prescrição medicamentosa.

Orientação de higiene oral. Escovação

supervisionada. Palestras em grupo.

*Raios-x odontológico nas

seguintes Unidades: Clínica Odontológica Veredas e Unidade

de Referência Odontológica.

*Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade) e acompanhado de um

responsável; *Cartão Nacional de Saúde

(CNS) *Comprovante de residência

recente ou declaração emitida pela Unidade de

Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se

menor).

Unidade de Referência Odontológica - Clara Mente

R. Dionísio Gomes, Nº 127 – Veneza Tel: 3625-2077

Procurar acolhimento na Unidade, toda segunda terça-

feira de cada mês.

*Clínica Odontológica Veredas R. Maria Amélia, Nº 33 - Cerejeiras Tel:

3638-7246

Procurar acolhimento nas Unidades ESF's, que acontece

toda terceira terça-feira de cada mês.

ESF Sevilha BI R. Monte Carmelo, Nº 311 Sevilha B Tel:

3625-2510

ESF Areias I R. São Lucàs, Nº 173 – Areias

Tel: 3639-1781

ESF Menezes R. Tancredo de Almeida Neves, Nº 1061

Menezes - Tel: 3638-6562

PSF Nova Pampulha I R. 01, Nº 577 – Nova Pampulha

Tel: 3496-6852

PSF São José I / Evereste R. Rosangela, Nº 197 - São José

Tel: 3638-1225

PSF Pedra Branca I R. Vinte Nove, Nº 55 – Pedra Branca -

Tel: 3458-3885

UBR Expedito Monteiro àssunção R. Suaçui, Nº 359 – Fortaleza

Tel: 3638-1303

UPA Joanico Cirilo de Abreu R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 244 - Centro - Tel: 3627-7070

Atendimento a demanda espontânea.

Atendimento de urgência

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

231

Odontologia (Dentista)

Unidade de Saúde Horário de Funcionamento: 8 às

12h e 13 às 17h - Endereço Como Acessar Serviços Oferecidos Documentos necessários

Horário de funcionamento: segunda-feira à domingo, das 7 às 19h.

odontológica. Drenagem de

abscesso dentário. Alivio de dor.

menor de idade acompanhado de um

responsáve)l.

CEMO - Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas.

R. Merenciana Camargo Batista, Nº 201 Santa Marta.

Tel: 36241584

Atendimento especializado em:

Endodontia. Cirurgia oral menor.

Periodontia. Estomatologia e patologia.

Prótese dentária. usuários com necessidades

especiais.

Através de Guia de Referência

preenchida por profissionais Cirurgiões –

Dentistàs da Rede de Atenção Primária

Municipal.

Carteira de identidade ou certidão de nascimento, se

menor de idade (acompanhado de um

responsável), Cartão Nacional de Saúde

(CNS), Comprovante de residência

recente ou declaração emitida pela Unidade de

Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se

menor); Guia de Referência.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

232

Saúde Mental

Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

CAPS I – Centro de Atenção Psicossocial Infantil

R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 708 – São Pedro Tel: 3624 2717

Assistência Social, enfermagem, terapia

ocupacional, psicologia, psiquiatria (pediátrica).

Demanda espontânea. Em caso

de crise o usuário deve procurar o

CAPSi, pessoalmente acompanhado pelo responsável legal.

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade). Comprovante de residência

recente ou declaração emitida pela Unidade de

Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se

menor).

NAPS – Núcleo de Atenção Psicossocial

R. Luiza Augusta Guimarães, Nº 22 São Pedro. Tel: 3627

7072

Assistência Social, enfermagem, terapia

ocupacional, psicologia, psiquiatria (adulto).

Demanda espontânea. Em caso

de crise o usuário deve procurar o

NAPS, pessoalmente.

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade). Comprovante de residência

recente ou declaração emitida pela Unidade de

Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se

menor).

CAPS AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e drogas

R. Rodolfo Cerqueira, Nº 85 - Centro Tel: 3624 6867

Assistência social, enfermagem, terapia

ocupacional, psicologia, psiquiatria (adulto); clínico.

Demanda espontânea. Em caso

de crise o usuário deve procurar o

CAPSad, pessoalmente.

Carteira de identidade ou certidão de nascimento (se

menor de idade). Comprovante de residência

recente ou declaração emitida pela Unidade de

Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se

menor).

Serviço de Saúde Mental "Acolher" R. Padre Pedro Cordeiro Da Rocha, Nº

135. Centro - Tel: 3625 4576 Terapia ocupacional,

psicologia, psiquiatria (adulto); eletivo.

Mediante encaminhamento

das UBR e ESF após Serviço de Saúde Mental R. Maria Amélia, Nº 33. Justinópolis

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

233

Saúde Mental

Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

"Veredas" Tel: 3638 6566 discussão de caso. Usuário deve

procurar às ESF e UBR pessoalmente.

Serviço de Saúde Mental "Claramente"

R. Dionisio Gomes, Nº 127. Ljs. 08,09 e 10 - Veneza Tel: 3625 7163

Farmácia

Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

Farmácia Central

R: Waldemar José Alves, Nº 202 - Status

Tel: 3627-3861 / 3627-3915 Horário de Funcionamento: segunda à sexta-feira

das 8 às 17h.

Dispensação de medicamentos especiais do município.

Observação: a lista completa de medicamentos dispensados

(relação municipal de medicamentos - REMUME) encontra-se disponível nas

Unidades de Saúde.

O usuário ou seu representante deve

comparecer à Farmácia Central.

Prescrição original e cópia; documentos pessoais do

usuário ou responsável para identificação.

Farmácias Regionais

Farmácia Regional R. Davi Miguel, Nº 25, Centro

Tel: 3624-1099 Farmácia da UBR Raimundo Firmino De Càstro - R. Petrolina Amâncio, Nº 484, Veneza -Tel: 3625-3965 / 3627-

9326 Farmácia Da UBR Alarico Modesto R. Laranjeiràs,

Nº 190, Cerejeiràs Tel: 3638-7078

Dispensação de medicamentos para uso agudo (por exemplo:

analgésicos, antitérmicos, antibióticos);

Para controle de doenças crônicas (por exemplo: para controle da hipertensão, da diabetes, do colesterol, do hipotireiodismo, da asma); Para planejamento familiar

(anticoncepcionais),

O usuário ou seu representante deve

comparecer à farmácia das

Unidades de Saúde.

Prescrição original e cópia; documentos pessoais do

usuário ou responsável para identificação.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

234

Farmácia

Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

Farmácia Da UBR Expedito Monteiro R. Suaçuí, Nº 358, Jardim De Alá Tel: 3638-1303 / 3632-5039

Farmácia Da UBR João Francisco Torres R. Santo

Inacio De Loyola, Nº 397, Maria Helena Tel: 3456-6517 / 3459-5693

Farmácia Do ESF São José I/ Evereste R.

Rosângela, Nº 197, Penha Tel: 3638-1225

Horário de funcionamento: segunda à sexta-feira de 8 às 17h.

medicamentos psicofármacos (controlados pela portaria

SVS/MS 344/98, como antidepressivos, ansíoliticos,

anticonvulsivantes) Observação: a lista completa

de medicamentos dispensados no município (relação

municipal de medicamementos -remume) encontra-se

disponível nas Unidades de Saúde.

Farmácia das Unidades de Estratégia Saúde da Família.

VER GUIA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.

Dispensação de medicamentos para uso agudo (por exemplo:

analgésicos, antitérmicos, antibióticos); para controle de doenças crônicas

(por exemplo: para controle da hipertensão, da diabetes, do

colesterol, do hipotireoidismo, da asma), para planejamento familiar (anticoncepcionais). Observação: a lista completa

de medicamentos dispensados no município (relação

municipal de medicamementos

O usuário ou seu representante deve

comparecer à farmácia das

Unidades de Saúde.

Prescrição original e cópia; documentos pessoais do

usuário ou responsável para identificação.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

235

Farmácia

Unidade de Saúde Endereço Serviços Oferecidos Como Acessar Documentos necessários

- REMUME encontra-se disponível nas unidades de

saúde.

CEO - Centro de Especialidades Odontológicas R. Merenciana Camargo Batista, Nº 201- Santa Marta

Telefone para contato: 3624-1584 Horário de funcionamento: das 8 às 17h.

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária

Cirurgia buco-maxilo-facial Usuário deve procurar o CEO - Centro de

Especialidades Odontológicas pessoalmente, com documentação necessária.

Guia de referência preenchida; Documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento

(se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou

cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação do procedimento;

Cartão de pré-natal (gestante);

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

236

Clínica Municipal de Reabilitação R. Jose Pedro Pereira, nº75 Bairro Centro

Telefone para contato: 3627-3936 Horário de funcionamento: das 8 às 17 horas

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária (original e cópia)

Programa de Órtese e Prótese *Próteses de membros superiores e

inferiores. *Órteses (ex. colete e tutor) e

meios auxiliares de locomoção (ex. cadeira de rodas e andador).

Usuário ou responsável deve procurar a Clínica Municipal de Reabilitação pessoalmente; Ou

através das Unidades Básicas de Saúde (ESF) que constam com profissional Fisioterapeuta em sua

equipe de apoio, a documentação pode ser entregue e a avaliação realizada na própria

Unidade.

Laudo Médico (solicitação); documento de identificação: Carteira de Identidade ou Certidão de nascimento (menor de idade), CPF, comprovante de residência recente

ou certidão emitida pela Unidade de Saúde ou cartório em nome do usuário ou responsável (se menor de idade), Cartão SUS.

OBS: São necessárias 02 (duas) cópias de cada.

Programa de Saúde Auditiva Aparelho de Ampliação Sonora

Individual - AASI. Implante Coclear.

Usuário deve procurar a Clínica Municipal de Reabilitação pessoalmente com a documentação

necessária.

Laudo Médico (solicitação); documento de identificação: Carteira de Identidade ou Certidão de nascimento (se menor de idade), CPF, comprovante de residência recente

ou certidão emitida pela Unidade de Saúde ou cartório em nome do usuário ou responsável (se menor de idade), Cartão SUS, exames relacionados (audiometria e

imitanciometria). OBS: São necessárias 02 (duas) cópias de cada.

Fisioterapia, Fonoaudiologia,

Terapia Ocupacional.

Usuários entregam Guias de Referência na Unidade de Saúde conforme seu cadastro.

Guia de Referência do SUS conforme protocolo operacional da Unidade;

Carteira de Identidade ou Certidão de nascimento (menor de idade);

CPF; Comprovante de residência recente ou certidão

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório em nome do usuário ou responsável (se menor de idade);

Cartão Nacional do SUS - CNS.

Unidade de Saúde realiza agendamento com Clínica Municipal de Reabilitação.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

237

Centro Estadual de Atenção Especializada – CEAE R. Geraldino Rocha, Nº 180, Felixlandia

Telefone para contato: 3627- 7071 / 3638 – 2542 Horário de funcionamento: das 7 às 18h.

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento

Exame:

Triagem Neonatal Auditiva (Teste da Orelhinha).

O usuário deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente

o exame no CEAE.

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de

idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão SUS; CPF; Caderneta da Criança, Sumário de Alta, exames anteriores.

Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e

hora do agendamento.

Exames:

Mamografia diagnóstica e rastreamento;

Ultrassonografia de Mama.

A usuária deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente

o exame no CEAE.

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de

idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão SUS; CPF;Exame de mamografia anterior com no máximo 1 (um) ano de realização para mulheres

com idade superior a 40 (quarenta) anos. Resultados de Ultrassonografia anteriores para comparação.

Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e

hora do agendamento.

Exames: Ultrassonografia (obstétrico,

obstétrico morfológico (somente PNAR), obstétrico com BPF. (Obstétrico com Dopller);

Ultrassonografia ginecológica por

A usuária deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente

o exame no CEAE.

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de

idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e

hora do agendamento.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

238

via endovaginal ou pélvica; Cartão SUS; CPF; Exames anteriores; Cartão de pré-natal (gestante).

Especialidades: Pediatria e Pneumologia Infantil de

Alto Risco; Mastologia;

Propedêutica do Colo (colposcopia, biópsia e cauterização), Pré-Natal de Alto Risco, Urologia (PSA Alterado),

Infertilidade;

O usuário deve procurar a Unidade Estratégia de Saúde da Família onde será agendado previamente

a consulta no CEAE.

Guia de referência preenchida; Documento oficial de identificação: carteira de

identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); CPF; Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames

relacionados que comprovem a indicação da consulta; Cartão Nacional do SUS - CNS;

Caderneta da Criança; Cartão de pré-natal (gestante).

Unidade de Saúde retorna ao usuário para informar data e

hora do agendamento.

Nutrição - Programa de dietas Industrializadas e Padronizadas

R. Waldemar José Alves, Nº 202, Bairro Status Telefones para contato: 3627-3915

Horário de funcionamento: das 8 às 12h e das 13 às 17h.

Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Documento Necessário -

Original e cópia Prazos Resultado do Processo

Dispensa de dietas infantis, módulos nutricionais e dietas

enterais industrializadas.

Usuário de Ribeirão das Neves e/ou responsável procura o serviço na Farmácia Central para abrir o

processo administrativo.

Relatório médico ou do nutricionista recente;

Certidão de nascimento ou identidade do usuário;

Identidade e CPF do responsável;

Comprovante de residência em nome do usuário (conta de

7 (sete) a 10 (dez) dias para análise do

processo pela equipe técnica (período de

análise pode ser alterado); Aguardar

10 (dez) dias. O usuário e/ou

Se deferido: O usuário deverá buscar o quantitativo das dietas na

Farmácia Central, 1 vez por mês, apresentando os

documentos do beneficiário. Horário de 8 às 12h.

Não deferido:

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

239

água ou luz dos últimos 03 meses) ou

declaração de residência emitida pela Unidade de Saúde que é cadastrado; Cartão SUS

do usuário

responsável deverá ligar na Farmácia

Central para saber o resultado.

O usuário deverá procurar a Unidade de Saúde para

encaminhamento ao nutricionista para prescrever

dieta artesanal.

Imunização

Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Documentos necessários

Vacinas do Calendário Nacional de Vacinação: BCG;

Hepatite B; Pentavalente\DTP;

VIP/VOP; Pneumocócica 10V; Rotavírus Humano; Meningogócica C;

Febre Amarela; Hepatite A;

Tríplice Viral; Tetra viral;

HPV; Dupla Adulto;

DTPA. (as vacinas são ofertadas conforme disponibilidade do Ministério da Saúde para os

Estados e Municípios).

Através das seguintes Unidades de Vacinação: UBR Arlete de Souza

ESF Santa Martinha II ESF Sevilha BI ESF Barcelona

UBR Raimundo Firmo (Veneza) UBS Florença

ESF San Genaro UBR Alarico Modesto

ESF Areias I ESF Menezes

UBR Expedito Monteiro (Jardim de Alá) ESF José I / Evereste (Britaldo)

ESF Nova Pampulha I UBR Francisco Torres (Maria Helena)

Hospital São Judas Tadeu (Antirrábica Humana, BCG, Hepatite B,

Imunoglobulina Antitetânica e Imunoglobulina Anti-Hepatite B).

Carteira de identidade ou Certidão de nascimento (se

menor de idade) e Cartão de Vacina.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

240

Ambulatório de Referência de Doenças Infecciosas e Parasitárias - ARDIP

R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 684, Bairro São Pedro Telefones para contato: 3624-1023 ou 3624-4410

Horário de funcionamento: das 7:30 às 17h.

Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Documentos necessários

SAE: Serviço de Assistência Especializado HIV/AIDS. CTA : Centro de Testagem e Aconselhamento;

Teste rápido para: HIV, Sífilis e Hepatites Virais; UDM: Unidade Dispensadora de Medicamentos Antirretrovirais;

Acompanhamento de doenças infecciosas e parasitárias: pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) e com morbidades (Pneumonias, Tuberculoses, Meningites, candidíases, doenças

crônicas não transmissíveis); Hanseníase; Leishmaniose Visceral e Tegumentar; Toxoplasmose, Meningites, Esquistossomose; Doença de Chagas;

Vítimas de violência sexual; Acidente com material biológico;

Pessoas com IST; Rastreio de Hepatites Virais;

Profilaxia para HIV pós-exposição sexual.

ARDIP CTA – demanda espontânea – de 08 às 10:30h e 13 ás

15:30h de segunda á sexta–feira - necessário documento com foto para realização da testagem .

Carteira de identidade, Comprovante de endereço e

Cartão SUS.

Secretaria Municipal de Saúde Av. dos Nogueiras, Nº 136 Bairro Centro

Telefone para contato: 3627-3665 ou 3627-4051 Horário de funcionamento: das 8 às 17h.

O Cadastro na base nacional do cartão SUS (CNS - Cartão Nacional do SUS) é realizado nas Unidades de Saúde conforme cadastro do usuário (UBR ou ESF).

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento

Ouvidoria. Pessoalmente, carta, telefone (3624 - 5415)

ou via email [email protected]

Não é obrigatório apresentação de documentos. caso seja conveniente ao usuário, poderá o mesmo apresentar documentos que comprovem sua

denúncia, elogio, sugestão ou reclamação.

A resposta se dará conforme prazo estabelecido pela

Ouvidoria Geral do Estado.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

241

Cirurgias eletivas em geral. Usuário protocola solicitação na Unidade de Saúde.

Laudo médico para emissão de Autorização de Internação Hospitalar – AIH;

Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor

de idade); Cópia do comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou

cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão nacional do SUS - CNS; Exames

relacionados (que comprovem a indicação da cirurgia);

Cirurgia será agendada pela Secretaria Municipal de

Saúde; reencaminhada para Unidade de Saúde que se

responsabiliza em repassar às informações de marcação ao

usuário.

Risco cirúrgico Avaliação cardiológica para

Cirurgias que serão realizadas no Hospital São Judas Tadeu;

Procedimentos e Cirurgias

odontológicos, oftalmológicas e ambulatoriais, que serão realizadas

em Ribeirão das Neves ou em outros municípios;

Usuário protocola solicitação na Unidade de Saúde.

Guia de referência preenchida; Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor

de idade); Cartão Nacional de Saúde – CNS;

Cópia do comprovante de residência ou declaração emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome

do usuário ou responsável (se menor); Exames solicitados: laboratoriais, radiológico do tórax

e eletrocardiograma (ECG);

Os exames pré-operatórios serão agendados via

Secretaria Municipal de Saúde, reencaminhados para

Unidade de Saúde que se responsabiliza em repassar às informações de marcação ao

usuário.

Risco cirúrgico Avaliação cardiológica /

anestesiológica para Cirurgias que serão realizadas em outros

municípios;

Usuário deve procurar o setor de marcação no hospital que realizará a cirurgia.

Guia de referência preenchida pelo cirurgião do hospital;

Documento de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);

Cartão Nacional de Saúde – CNS; Senha de autorização.

Os exames pré-operatórios serão agendados no hospital

onde será realizada a cirurgia.

Oncologia. Usuário deve procurar recepção da Regulação na

Secretaria Municipal de Saúde.

Guia de referência preenchida; cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor

Recepção da Regulação protocola a Guia de Referência que será

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

242

de idade); cópia do Cartão Nacional de Saúde – CNS;

cópia do CPF; cópia do comprovante de residência ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou

Cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Exames relacionados, que comprovem a indicação da consulta, principalmente resultado de biópsia positiva;

Cartão de pré-natal (gestante);

agendada conforme disponibilidade de agenda

em Belo Horizonte. Usuário será informado sobre

agendamento via telefone.

Tratamento fora de domicílio - TFD. Vale social, transporte indicado

pelo médico assistente ou assistente social para realização de

tratamento fora de domicílio em municípios com distâncoa superior

a 50 km ou outros Estados (ex: hemodiálise, oncologia,

transplante).

Usuário deve procurar recepção da Regulação na Secretaria Municipal de Saúde.

Formulário específico do TFD, preenchido pela assistente social ou médico assistente;

Relatório médico (solicitação); Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor

de idade); Cópia do comprovante de residência recente ou

declaração emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão Nacional de Saúde - CNS.

Recepção da Regulação protocola a solicitação.

Usuário será informado sobre atendimento via telefone.

Transporte Sanitário Endereço do serviço: R. Francisca de Paula Diniz, nº 147, Bairro Vila

Mariana. Telefone: 36244506 ou 36241552.

Através da Unidade Básica de Saúde (UBR e ESF) onde usuário é cadastrado.

Relatório Médico; cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de

nascimento (se menor de idade); cópia do Cartão Nacional de Saúde – CNS;

cópia do comprovante de residência ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou Cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

243

Pneumologia Sanitária

Avenida dos Nogueiràs, Nº 136, Bairro Centro Telefones para contato: 3627-3727

Horário de funcionamento: das 8 às 16:30h.

Serviço prestado Documento Necessário - Original e cópia Prazos

Empréstimo de Espaçador para os usuários com receita médica que tenha dentro da relação o medicamento salbutamol (Aerolin) spray.

Receita, Cartão Nacional de Saúde - CNS; Documento de identidade,

Certidão de nascimento (se menor de idade) junto com Identidade do responsável,

Comprovante de endereço atualizado.

07 (sete) a 10 (dez) dias úteis, podendo ser alterado de acordo com o receituário

médico.

Empréstimo CPAP ou BIPAP para usuários com necessidade de uso em domicílio.

usuário: Documento de identidade e CPF, Cartão SUS,

Comprovante de endereço atualizado, Declaração da Unidade de Saúde onde é cadastrado.

Responsável: Documento de identidade, CPF e comprovante de endereço.

07 (sete) a 10 (dez) dias úteis, podendo ser alterado de

acordo com a disponibilidade do aparelho. Exames e relatórios médicos necessários:

Polissonografia, relatório médico, prescrição médica, resultado de hemograma, resultado de gasometria arterial, ECG ou Ecocardiograma e Raio X de tórax.

OBS.: Os documentos e exames serão avaliados pelo médico regulador, após avaliação, entraremos em contato com o responsável para que ele compareça à Secretaria de Saúde para assinar o termo de empréstimo do Equipamento. Se o médico indeferir, entraremos em contato para solicitar novos exames.

Empréstimo de Oxigênio para usuários com necessidade de uso em domicílio.

Usuário: Documento de identidade e CPF, Cartão SUS,

Comprovante de endereço atualizado, declaração da Unidade de Saúde onde é cadastrado.

Responsável: Documento de identidade, CPF e comprovante de endereço.

07 (sete) a 10 (dez) dias úteis, podendo ser alterado de

acordo com a disponibilidade do aparelho.

Exames e relatórios médicos necessários: Relatório

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

244

médico, prescrição médica, resultado de hemograma, resultado de gasometria arterial (sem uso de oxigênio por no mínimo 30 minutos antes da coleta do exame),

ECG ou Ecocardiograma e Raio X de tórax.

UPA Joanico Cirilo de Abreu R. Antônio Miguel Cerqueira Neto, Nº 244 Bairro Centro

Telefone para contato: 3627-7070 Horário de funcionamento: das 8 às 17h.

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento

Cirurgia ambulatorial

Usuário deve procurar UPA Joanico Cirilo de Abreu pessoalmente.

Guia de referência preenchida; Documento oficial de identificação: carteira de

identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);

Cartão Nacional de Saúde - CNS; Cartão de pré-natal (gestante);

Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome

do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação da

cirurgia;

Agendamento realizado pelo responsável na própria

Unidade - UPA Joanico Cirilo de Abreu.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

245

Hospital Municipal São Judas Tadeu

R. Waldemar José Alves, Nº 65 - Status. Telefone para contato: 3627-9205 / 3627-3921

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária

Atendimento de urgência/emergência nas seguintes clínicas: Ortopedia, Pediatria, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Obstetrícia/Ginecologia.

Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.

Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); Cartão de pré-natal

(gestante).

Maternidade - Registro Civil, Teste do Olhinho, Teste da Linguinha, Vacinas (BCG e Hepatite).

Serviços oferecidos aos nascidos na maternidade do

HSJT.

Documento oficial de identidade do responsável legal; Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável.

Exames de urgência: Colonoscopia, Endoscopia, Tomografia Computadorizada, Raio X e Ultra Sonografia.

Serviços oferecidos aos usuários em atendimento.

Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);

Exames eletivos: Colonoscopia, Endoscopia, Tomografia Computadorizada, Raio X e Ultra Sonografia.

Os serviços eletivos tem marcação via Secretaria

Municipal de Saúde.

Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);

Vacinas antirrábicas. Demanda espontânea - serviço

prestado a toda população. Documento oficial de identidade ou certidão de

nascimento (se menor de idade);

Referência para vítimas de violência sexual infantil e adulto até 72h. Demanda espontânea - serviço

prestado a toda população. Documento oficial de identidade ou certidão de

nascimento (se menor de idade);

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

246

Rede de Urgência e Emergência

Os usuários que procuram os serviços de urgência e emergência são classificados conforme Protocolo de Manchester nas cores vermelho, laranja; amarelo, verde; e azul conforme prioridade de atendimento e não por ordem de chegada.

Unidade Tipo de Atendimento Como Acessar Serviços Oferecidos Exames Oferecidos

Serviço de Atenção Domiciliar – SAD Av. Denise Cristina da Rocha,

Nº 600, Bairro Cerejeiras (Dentro da UPA). Telefone: 3626-4238

Redução do tempo de internação das UPA’s e Hospital com atendimento dos usuários no

próprio domicílio até a alta.

Serviço oferecido aos usuários internados nas UPA's e

Hospital.

Clínica Médica; Cuidados de Enfermagem;

assistência Social.

Os exames são autorizados pela Secretaria de Saúde com relatório médico (agendado).

UPA Joanico Cirilo de Abreu R. Antônio Miguel Cerqueira Neto

Nº 244, Bairro Centro. Telefone: 3627-7070

Estabilização vermelho e laranja; - Atendimento amarelo e verde;

- Acolhimento e encaminhamento azul e verde (quando possível) para as Unidades

Básicas de Saúde.

Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.

Clínica Médica; Odontologia de

Urgência.

Exames Laboratoriais, Raio X e ECG.

UPA Acrízio Menezes Avenida Denise Cristina da Rocha, Nº 600,

Bairro Cerejeiras. Telefone: 3627-3670

Estabilização vermelho e laranja; - Atendimento amarelo e verde;

- Acolhimento e encaminhamento azul e verde (quando possível) para as Unidades

Básicas de Saúde.

Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.

Clínica Médica; Pediatria; Cirurgia;

Ortopedia.

Exames Laboratoriais, Raio X e ECG.

SAMU/ Transporte Sanitário Endereço da administração do serviço: R. Francisca de Paula Diniz, Nº 147, Bairro

Vila Mariana. Telefone: 3624-4506 ou 3624-552.

Atende a população em casos de urgência e emergência. São dadas orientações por

telefone, se necessário, encaminham ambulância no local.

Através de ligação telefônica pelo número 192;

Atendimento às demandas clínicas, pediátricas, demandas de usuários que sofrem de transtorno

mental e partos.

SAÚDE MENTAL: CAPS II (NAPS)

R. Luiza Augusta Guimarães, 22 - São Pedro. Tel: 3627 7072

CAPS I R. Antônio Miguel Cerqueira Neto

Atendimento e estabilização vermelho, laranja e amarelo, até o encaminhamento a

outros pontos de atenção; - Atendimento aos casos verdes e

encaminhamento para as Unidades Básicas de Saúde, quando possível;

Demanda espontânea - serviço prestado a toda população.

Atendimento às demandas psiquiátricas. CAPS II (NAPS) – Maiores de 18 (dezoito) anos com

transtornos mentais. CAPS i – menores de 18 (dezoito) anos com

transtornos mentais e uso prejudicial de álcool e outras drogas.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

247

Nº 708 – São Pedro - Tel: 3624 2717 CAPS AD

R. Rodolfo Cerqueira, Nº 85 Centro

Tel: 3624 6867

- Atendimento azul e encaminhado para as Unidades Básicas de Saúde.

CAPS ad – maiores de 18 (dezoito) anos que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas.

Laboratório Municipal

Av. Juscelino Kubistchek, Nº 35 , Cerejeiras. Telefone para contato: 3638-1882

Horário de funcionamento: Segunda-feira a domingo das 7 às 19h.

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento

1. Exame de Imuno-Histoquímico (IHQ)

Usuário deve solicitar no Laboratório Municipal a análise da biópsia pessoalmente, com a

documentação necessária.

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de

nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão

Nacional de Saúde (CNS); Cartão de pré-natal (gestante)

Laboratório Municipal solicita o bloco (lâmina) de parafina

ao prestador e encaminha ao PAM Padre Eustáquio.

BAAR para Tuberculose e Hanseníase.

Usuário procura Unidade de Saúde.

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de

nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão

Nacional de Saúde (CNS); Cartão de pré-natal (gestante)

Laboratório Municipal recebe a amostra e encaminha

resultado para Unidade de Saúde que se responsabiliza

em informar resultado ao usuário.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

248

Sorologia de Dengue; VDRL;

Teste rápido de Leishmaniose humana;

Kato Katz; Análise microbiológica da água para

consumo humano; Toxoplasmose.

Usuário procura Unidade de Saúde.

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de

nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão

Nacional de Saúde (CNS); Cartão de pré-natal (gestante)

Laboratório Municipal recebe a amostra e encaminha

resultado para Unidade de Saúde que se responsabiliza

em informar resultado ao usuário.

Vigilância Sanitária

R. José Cassemiro Nogueira, Nº 45, Bairro Várzea Alegre Telefones para contato: 3624-2409 ou 3624-1943 e E-mails para contato: [email protected]

Horário de funcionamento: das 8 às 17h.

Serviço prestado Encaminhamentos Prazos Retorno

Atendimento de denúncia da população municipal, via e-mail, telefone ou pessoalmente. Fiscais vão ao local para

averiguar denúncia e tomar providências cabíveis.

Até 30 dias.

O usúario pode receber parecer acerca de sua

denúncia através de contato telefônico ou pessoalmente.

Serviço prestado Como Acessar Parecer Retorno

Expedição de Alvará Sanitário para estabelecimentos de Saúde e de

Interesse de Saúde.

O responsável legal pelo estabelecimento faz a solicitação do Alvará Sanitário em formulário

próprio; Em até 30 (trinta) dias os Fiscais comparecem ao estabelecimento para fazer a

inspeção sanitária.

1) Feita a Inspeção e não sendo necessária nenhuma

adequação, o Responsável Legal pode retirar o Alvará

Sanitário pessoalmente. 2) Feita a Inspeção, no prazo

de 10 (dez) dias os fiscais emitem relatório da Inspeção Sanitária com as adequações

1) Responsável legal solicita nova vistoria para verificar o cumprimento das adequações.

2) Fiscais retornam ao estabelecimento - Se houver cumprimento das adequações emite-se o Alvará Sanitário através de documento próprio; - Se não houver adequação aplica-se as medidas cabíveis.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

249

que julgar necessário - estabelecimento tem 30 dias

para dequações.

Canil Municipal

R. Midéia Rossi Nogueira, Nº 183, Bairro Status Telefones para contato: 3624-4409

E-mail para contato: [email protected] Horário de funcionamento: das 8 às 17h.

Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Prazos

Exame de Leishmaniose Visceral Canina (LVC).

Solicitar via telefone ou presencialmente → Informar nome completo do responsável pelo

animal, endereço com ponto de referência, telefone para contato, quantitativo e nome dos

animais

Realização de exame: Exame de triagem (teste rápido) no domicílio é de 15 (quinze) a 20 (vinte) dias úteis; Presencialmente, levando o animal no Canil, o teste rápido é

realizado na hora sendo necessária a presença do responsável pelo animal portando sua carteira de identidade.

Entrega de resultado: 15 (quinze) a 20 (vinte) dias úteis

Recolhimento e eutanásia de cães positivos para LVC.

Proprietário de animal que fez exame de LVC em laboratório particular → Solicitar o recolhimento

via telefone ou presencialmente no Canil Municipal → Informar nome completo do responsável pelo

animal, endereço com ponto de referência, telefone para contato.

Prazo médio para recolhimento do animal é de 15 (quinze) dias úteis, devendo o responsável por entregar o animal ser maior de 18 (dezoito) anos, portar carteira de identidade e entregar original e/ou cópia do exame ao responsável pelo serviço de

recolhimento (serviço de carrocinha).

Proprietário de animal positivo cujo exame foi feito pela prefeitura (laboratório municipal), o

recolhimento é agendado por servidores do Canil Municipal, através de contato telefônico com o

responsável pela solicitação do exame.

O prazo médio para recolhimento é de 15 (quinze) dias úteis. No recolhimento do animal é entregue o resultado do exame positivo para LVC ao responsável pela

entrega do animal, que deve ser maior de 18 (dezoito) anos de idade e portar carteira de identidade.

OBS.: Todo proprietário de cão positivo para LVC com exame de laboratório particular ou público pode entregar seu animal diretamente no Canil Municipal sem necessidade de agendamento prévio. Deve o mesmo ser maior de 18 (dezoito) anos e portar documento de identidade no momento da entrega. No caso de exame particular entregar

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

250

cópia e/ou original do exame.

Setor de Controle de Vetores e Zoonoses

R. Raimundo Nonato de Souza, Nº 790, Bairro Rosana Telefones para contato: 3627-3913 ou 3624-7320

E-mails para contato: [email protected] ou [email protected] Horário de funcionamento: das 8 às 17h.

Necessidade identificada pelo morador

Serviço prestado Como ter acesso ao serviço Prazo médio para o

atendimento da solicitação

Quem realiza o atendimento

Combate ao Aedes aegypti (mosquito transmissor da Dengue,

Zika, Chikungunya, Zika e Febre Amarela).

Visitas domiciliares para o combate ao Aedes aegypti, com a identificação, eliminação, remoção

ou vedação de recipientes que acumulem água.

Não é preciso solicitar, pois às visitas já fazem parte do

Programa do Ministério da Saúde para o combate ao

Aedes aegypti.

As visitas são realizadas a cada

dois meses, conforme orientação

do Ministério da saúde.

Agentes de Combate a Endemias.

O morador também pode denunciar o aparecimento de locais com foco do mosquito

Aedes aegypti. É só ligar para o Setor de Controle de Vetores e

Zoonoses e registrar sua solicitação.

As visitas são realizadas com um prazo médio de 05

(cinco) dias.

Agentes de Combate a Endemias e Supervisores.

Atividades de Educação em Saúde. Realização de atividades educativas em unidades

de saúde, organizações não governamentais, instituições religiosàs e de ensino.

As solicitações podem ser feitas: Por encaminhamento de

ofícios, por e-mail, por telefone ou pessoalmente, na

De acordo com o agendamento.

Agentes de Combate de Endemias.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

251

unidade sede do Setor de Controle de Vetores e

Zoonoses.

Existência de casos suspeitos de doenças transmitidas pelo Aedes

aegypti.

Realização de Bloqueios Químicos (borrifação) onde ocorra caso suspeito e/ou comprovação de

transmissão.

O Setor de Controle de Vetores e Zoonoses realiza a borrifação

de acordo com os critérios técnicos, no intuito de reduzir a transmissão das doenças na

localidade.

O prazo médio é definido conforme a data dos primeiros

sintomas do usuário.

Agentes de Combate a Endemias e Supervisores de

Turma.

Aparecimento de ratos de importância sanitária (risco de

saúde pública).

Realização de visita ao imóvel para orientação e, quando necessário, a utilização de raticidas.

Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o

registro da solicitação.

As visitas são realizadas com um prazo médio de 15

(quinze) dias.

Agentes de Combate a Endemias e Supervisores.

Aparecimento de escorpiões, aranhas, cobras e morcegos.

Realização de visita ao imóvel para avaliação, manejo e/ou captura do animal.

Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o

registro da solicitação.

As visitas são realizadas com um prazo médio de 24

(vinte e quatro) horas.

Agentes de Combate a Endemias e Supervisores.

Aparecimento de pombos, lagartas e caramujos (médio porte).

Realização de visita ao imóvel para avaliação, manejo e/ou captura do animal.

Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o

registro da solicitação.

As visitas são realizadas com um prazo médio de 24

(vinte e quatro) a 72 (setenta e duas)

horas.

Médicos Veterinários, Agentes de Combate a

Endemias e Supervisores.

Programa de Controle da Doença de chagas (PDCch)

Visita domiciliar para o combate do vetor (barbeiro). Identificação e controle químico quando

necessário.

As solicitações podem ser feitas por telefone ou

pessoalmente na unidade sede do setor.

As visitas são realizadas com um

prazo médio 48 (quarenta e oito)

Agentes de combate a Endemias.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

252

horas.

Aparecimento de micos doentes ou mortos.

Realização de visita ao imóvel ou áreas onde ocorra o aparecimento de micos doentes ou mortos, para

recolhimento e avaliação do estado do animal.

Ligar para o Setor de Controle de Vetores e Zoonoses para o

registro da solicitação.

As visitas são realizadas no mesmo

dia da solicitação.

Médicos Veterinários, Agentes de Combate a

Endemias e Supervisores.

Cão com suspeita de Leishmaniose. Realização de visita para a execução de exame de

Leishmaniose.

Ligar para o Canil Municipal (Telefone: 3624-4409) para o

registro da solicitação.

As visitas são realizadas com um prazo médio de 15

(quinze) dias.

Agentes de Combate a Endemias.

Pessoa diagnosticada com Leishmaniose.

Realização de borrifação em área delimitada, no entorno da residência da pessoa diagnosticada com

Leishmaniose.

O Setor de Epidemiologia, assim que recebe a notificação do caso, encaminha ao Setor

de Controle de Vetores e Zoonoses, que programa a realização da borrifação.

**De acordo com a programação da

Equipe de Controle da Leishmaniose.

Agentes de Combate a Endemias.

Realização de exames nos cães que encontram-se nos imóveis localizados no entorno da residência

da pessoa diagnosticada com Leishmaniose.

O Setor de Epidemiologia, assim que recebe a notificação do caso, encaminha ao Setor

de Controle de Vetores e Zoonoses, que programa a

realização dos exames nos cães que encontram-se nos imóveis

localizados no entorno da residência da pessoa diagnosticada com

Leishmaniose.

Vacinação Canina e Felina. Vacinação de cães e gatos contra a Raiva.

A Campanha Nacional de Vacinação Antirrábica Animal

já é prevista pelo Ministério da Saúde.

A Campanha de Vacinação

Antirrábica é realizada uma vez

Agentes de Combate a Endemias.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

253

por ano, geralmente no mês de setembro.

Observações: *Prazo médio de atendimento pode ser alterado por motivos de força maior; **Programação depende do número de pessoas diagnosticadas com Leishmaniose e outros fatores necessários para a realização da atividade.

NUPAD

Avenida Professor Alfredo Balena, Nº189, 15º andar, Sala 1504, Santa Efigência - Belo Horizonte. Telefone para contato: 3409-8900 / 3409-9798 / 3409-9822

Horário de funcionamento: Segunda a sexta-feira das 8 às 17h.

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária

Teste de suor infantil. Usuário deve procurar o NUPAD pessoalmente,

com a documentação necessária.

Formulário específico; Documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento

(se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela unidade de saúde ou

cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados (que comprovem a indicação do exame);

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

254

PAM Padre Eustáquio - Comissão de Oncologia

R. Frederico Brecher, Nº 103, Padre Eustáquio, Belo Horizonte. Telefone para contato: 3277-7223

Serviço prestado Como Acessar Documentação Necessária Encaminhamento

Quimioterapia e Radioterapia. Usuário deve procurar a Comissão de Oncologia

do PAM Padre Eustáquio pessoalmente.

Guia de referência preenchida; 3 (três) cópias do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); 3 (três)

cópias do Cartão Nacional de Saúde – CNS; 3 (três) cópias do CPF; 3 (três) cópias do comprovante de residência ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou Cartório,

em nome do usuário ou responsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação do

procedimento, principalmente resultado de biópsia positiva; Cartão de pré-natal (gestante).

Usuário pode ir diretamente ao PAM Padre Eustáquio.

Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência

Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento

Consulta especializada realizada no município de Belo Horizonte.

1. Angiologia 2. Cardiologia adulto e pediátrica 3. Dermatologia 4. Endocrinologista adulto 5. Geriatria 6. Gàstroenterolista adulto 7. Neurologia 8. Nutrição 9. Oftalmologia 10. Ortopedia 11. Otorrinolaringologia

Guia de referência preenchida; Documento oficial de

identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de

idade); Cartão Nacional de Saúde – CNS;

Comprovante de residência recente ou declaração emitida

pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário

Usuário protocola Guia de Referência

na Unidade de Saúde; Marcador

cadastrado da Unidade de Saúde

encaminhará para a Central de Marcação

de Consultas da Secretaria Municipal de Saúde via malote,

A unidade deverá encaminhar os casos de

prioridade alta, retornos de cuidados prolongados e Faculdade de Ciênciàs

Médicas (FELUMA) para SEMSA com a documentação

necessária, através do malote, para agendamento.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

255

Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência

Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento

12. Pneumologia adulto e pediátrica 13. Urologia 14. Cirurgia geral 15. Cirurgia pediátrica 16. Cirurgia plástica 17. Cirurgia vascular 18. Cirurgia cardiovàscular, 19. Cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia de ortopedia (mão, ombro, joelho, pé, coluna, quadril), 20. Cirurgia de obesidade mórbida, cirurgia torácica 21. Alergologia, 22. Endocrinologia adulto e pediátrica, 23. Gastrenterologia adulto e pediátrica, 24. Ginecologia de infertilidade, 25. Hematologia 26. Medicina fetal, 27. Neurocirurgia 28. Neurologia pediátrica, 29. Nefrologia 30. Uroginecologia, 31. Reumatologia; 32. Proctologia Obs.: sujeito a alterações.

ou esponsável (se menor); Exames relacionados, que comprovem a indicação da

consulta; Cartão de pré-natal (gestante);

listagem constando dados dos usuários.

A Unidade de Saúde deve arquivar a Guia de Referência original até o agendamento

da consulta.

1 - Biópsia mama, tireóide, próstata, percutanea, laringe, hepática e renal (punção Requisição de exame; Usuário entrega Guia Enviado por malote para

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

256

Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência

Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento

aspirativa por agulha fina – PAAF). 2 - Raio-X simples sem preparo: cabeça (seios da face, crânio sela turcica); coluna cervical e torácica; torax; MMSS (mão, punho, braço); MMII (pé, joelho, femur, tornozelo); cintura pélvica e escapular; abdomen. 3. Raio-X simples com preparo do abdomen e pelve; coluna lombar, sacral e lombo-sacra; 4. Raio-X contrastado (reed, enema opaco; histerossalpingografia; trânsito intestinal; urografia excretora; uretrocistografia miccional e retrograda); 5. Ultrassongrafia (abdominal, articulações, partes moles, tireóide, pélvico, transretal, rins e via urinariàs; 6. Teste ergométrico; 7. Ecocardiograma, Ecodopllercardiograma; 8. Ecocardiograma Transesofágico; 9. Ecodopllercardiograma com estresse farmacológico; 10. Holter 24 horas; 11. Mapa (Monitorização ambulatorial da pressão arterial); 12. Cateterismo cardíaco (CAT) ou Cineangiocoronariografia; 13. Arteriografia ou Angiografia Cerebral; 14. Duplex Scan Venoso de MMII; 15. Duplex Scan Arterial (carótidas e renal); 16. BERA; 17. Audiometria; 18. Emissões otoacústica espontâneàs; 19. Teste vestibular; 20. Impedanciometria; 21. Imitanciometria; 22 .Videoscopia; 23. Fibronasolaringoscopia; 24. Videonasolaringoscopia; 25. Colonoscopia; 26. Anuscopia; 27. Retoscop ia -

Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de

idade); Comprovante de residência

recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou

cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde -

CNS; Exames relacionados que

comprovem a nova solicitação; Laudo Médico de Alto Custo.

de Referência na Unidade de Saúde

conforme seu cadastro.

Secretaria Municipal de Saúde, após agendamento é

reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao

usuário.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

257

Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência

Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento

Retossigmoidoscopia rígida ou flexível; 28. Urodinâmica - Estudo urodinamico; 29. Uretrocistografia - Cistoscopia; 30. Litotripsia - (litotripsia extracorpórea por ondas de choque - LECO); 31. Espirometria;

32. Broncoscopia; 33. Eletroencefalograma (EEG); 34. Eletroneuromiografia (ENMG) MMSS - MMII; 35. Densitometria óssea; 36. Tomografia computadorizada (TC): crânio, pescoço, torax, abdomen, pelve (cintura pélvica), MMII, MMSS e coluna vertebral (cervical, torácica, lombar, lombo-sacra); 37. Cintilografia Miocárdica; 38. Cintilografia óssea, tireóide, renal, pulmonar, pulmonar com gálio, hepatobiliar; 39. Ressonância magnética (RNM) crânio, pescoço, tórax, abdomen, pelve (cintura pélvica), MMII, MMSS e coluna vertebral (cervical, torácica, lombar); 40. Endoscopia digestiva alta (EDA); 41. Manometria - Esofagomanometria - Phmetria esofágica; 42. Teste da orelhinha (emissões otoacústica evocadas).

Requisição de exame; Documento oficial de

identidade ou certidão de nascimento (se menor de

idade); Comprovante de residência

recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou

cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde -

CNS; Exames relacionados que comprovem a nova solicitação;

Laudo Médico de alto custo.

Usuário entrega Guia de Referência na

Unidade de Saúde conforme seu

cadastro.

Enviado por malote para Secretaria Municipal de

Saúde, após agendamento é reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao

usuário.

43. Eletrocardiograma (ECG).

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor

de idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Usuário cadastrado na Unidade Básica de Referência – UBR, procura a Unidade pessoalmente para

agendamento, com a documentação necessária. Usuário cadastrado na Estratégia de

Saúde da Família - ESF, deve ser agendado pelo marcador cadastrado, na UBR, por telefone.

Usuário realiza exame na Unidade Básica de Saúde.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

258

Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência

Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento

Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde - CNS.

44. Anatomo-patológico (AP) ou histológico.

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor

de idade); Comprovante de residência recente ou declaração

emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão de pré-natal (gestante); Cartão Nacional de Saúde - CNS.

Usuário entrega Guia de Referência na Unidade de Saúde conforme seu cadastro.

Material coletado por profissional da rede SUS, contratada ou conveniada e processado no laboratório contratado. O resultado é entregue pelo laboratório na Unidades de Saúde onde o usuário é cadastrado.

45.Colpocitologia oncótica (exame preventivo ginecológico ou papanicolau).

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade); Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde

ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor); Cartão de pré-natal (gestante);

Cartão Nacional de Saúde - CNS.

Usuário procura Unidade de Saúde pessoalmente para agendar o exame.

Material coletado na Unidade é encamihado para o

Programa de Saúde da Mulher na Secretaria Municipal de Saúde,

juntamente com a requisição de exame - SISCOLO e listagem de exames

constando dados das usuáriàs.

46. Fotocoagulação a laser.

Requisição de exames; Cópia do documento oficial de identificação: carteira de identidade ou certidão de

nascimento (se menor de idade); Cartão Nacional de Saúde - CNS.

Cópia do comprovante de residência recente ou declaração emitida pela unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Exames relacionados (que comprovem a indicação do exame - angiografia recente.

Usuário entrega Guia de Referência na

Unidade de Saúde.

Enviado por malote para Secretaria Municipal de

Saúde, após agendamento é reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao

usuário.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

259

Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência

Serviço prestado Especialidades Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento

47. Teste cutâneo de PPD (derivado purificado da proteína do bacilo de tuberculose).

Requisição de exame; Documento oficial de identidade ou certidão de nascimento (se menor de idade);

Comprovante de residência recente ou declaração emitida pela Unidade de Saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão Nacional de Saúde - CNS; Cartão de pré-natal (gestante).

Usuário deve procurar a sala de vacina da UBR Arlete de Souza Oliveira pessoalmente, com a

documentação necessária.

48. Teste do Pezinho

Cartão de vacina; Sumário de alta hospitalar;

Documento oficial de identificação: certidão de nascimento, declaração de nascidos vivos ou termo de guarda; Cartão Nacional de Saúde - CNS.

Usuário deve procurar a Unidade Básica de Saúde pessoalmente, com a documentação necessária.

Atendimentos complementares protocolados na Unidade de Saúde de Referência

Serviço prestado Documentação Necessária Como Acessar Encaminhamento

1. Angiografia ou Angiofluorescenciografia Ocular; 2.Curva Diária de Pressão Ocular (CDPO) ou Curva Tensional Diária; 3. Campo Visual Computadorizado (CVC); 4. Ecobiometria; 5. ECO–a; ECO–b (ultrassongrafia ocular); 6. Gonioscopia; 7. Iridotomia; 8. Paquimetria; 9. PAM (Potencial de Acuidade Visual a laser; Potencial Visual Evocado); 10. PAM (Potencial de Acuidade Visual a Laser ou Potencial de Acuidade Média); 11. Retinografia; 12. Sondagem de vias lacrimais; 13. Topografia corneana ou ceratoscopia; 14. Teste de visão de cores; 15. Teste de acuidade visual a

Requisição de exames; Cópia do documento oficial de

identificação: carteira de identidade ou certidão de nascimento (se menor de

idade); Cópia do comprovante de

residência recente ou declaração emitida pela

unidade de saúde ou cartório, em nome do usuário ou responsável (se menor);

Cartão Nacional de Saúde -

Usuário entrega Guia de Referência na

Unidade de Saúde conforme seu

cadastro.

Enviado por malote para Secretaria Municipal de

Saúde, após agendamento é reencaminhado a Unidade de Saúde para ser entregue ao

usuário.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

260

làser; 16. Tonometria; 17. Visão subnormal ou baixa visão; 18. Yag-laser ou capsulotomia;

CNS.

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves, 2018.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

261

Visando a melhoria dos serviços, apresentam-se as propostas da 8ª Conferência Municipal de

Saúde, realizada entre abril a agosto de 2017, em etapas regionais e setoriais. Foram

discutidos os seguintes subtemas: Atenção Primária à Saúde, Atenção Ambulatorial

Especializada, Urgência e Emergência. Atenção Hospitalar, Atenção Psicossocial, Vigilância em

Saúde, Gestão Estratégica e Participativa e Financiamento da Saúde. As 147 propostas

aprovadas estão listadas a seguir e deverão ser consideradas nas propostas do novo Plano

Diretor de Ribeirão das Neves.

Eixo - Atenção Primária à Saúde

Proposta 1 - Adequação de imóveis das unidades de saúde, com garantia de

acessibilidade para todos os usuários e trabalhadores.

Proposta 2 - Construção de unidades de saúde com infraestrutura adequada para

acessibilidade dos usuários e dos Trabalhadores que compõem à Atenção Primária a

Saúde.

Proposta 3 - Implantação, instalação e ampliação do projeto das academias públicas

nas praças e locais adequados.

Proposta 4 - Oferecer a presença da guarda municipal e patrimonial no serviço de

saúde, durante o funcionamento a fim de garantir a segurança dos usuários e

Trabalhadores, inclusive no período noturno.

Proposta 5 - Implantar e garantir o funcionamento em 100% das unidades de

Estratégia de Saúde da Família do prontuário eletrônico.

Proposta 6 - Garantia de todos os profissionais efetivos e que as equipes de Estratégia

de Saúde da Família estejam completas.

Proposta 7 - Criação e implantação de novas unidades odontológicas.

Proposta 8 - Criação e implantação de colegiado gestor nas unidades de ESF’s com

participação de um representante da comunidade.

Proposta 9 - Reformar as UBR´s e retomar as obras de construção das UBS´s para

ampliação das unidades de saúde para terem cobertura total na região.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

262

Proposta 10 - Otimizar as visitas dos Agentes Comunitários de Saúde e Agente de

Controle de Endemias (ACE) estabelecendo mecanismos de monitoramento do

desenvolvimento deste trabalho.

Proposta 11 - Implantação do NASF nas regiões III, IV e V.

Proposta 12 - Busca de imóvel para instalação da Estratégia de Saúde da Família Santa

Fé respeitando a área de abrangência do território de referência para a população

atendida.

Proposta 13 - Conclusão de processo de locação de imóvel para unidade Jardim

Alvorada.

Proposta 14 - Construção de um PSF dentro do terreno da escola Vila Bispo de Maura e

ampliação da ESF já existente.

Proposta 15 - Recadastramento da população da unidade ESF Jardim Alvorada.

Proposta 16 - Garantia de processo seletivo público para ACS´s e ACE´s e concurso

público aos demais componentes da equipe

Proposta 17 - Criar uma política de integração entre a Atenção Primária e Vigilância

sendo realizada capacitação permanente com as equipes de ESF e Zoonoses.

Proposta 18 - Garantir a continuidade padronizada do trabalho desenvolvido pela ESF.

Proposta 19 - Trabalhar a conscientização em educação e saúde da população de

Ribeirão das Neves nas unidades de saúde e escolas.

Proposta 20 - Melhorar e ampliar a comunicação para a população de trabalhadores

sobre os serviços, benefícios, programas e ações ofertadas no município.

Proposta 21 - Efetivação da política do planejamento familiar de forma ampla para

todas as mulheres e homens de todas as faixas etárias em estado de vulnerabilidade.

Proposta 22 - Criar e implantar um espaço permanente para orientação e discussão a

Saúde da Mulher.

Proposta 23 - Criação e implantação de grupos de referência na Atenção Primária para

orientação, encorajamento e enfrentamento em caso de violência e consequente

encaminhamento às redes de políticas públicas de emprego, proteção, etc.

Proposta 24 - Criação e implantação de novos consultórios de Raio-X odontológico em

todas as regiões sanitárias.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

263

Proposta 25 - Aumentar a cobertura de equipes da Estratégia de Saúde da Família em

100% priorizando as áreas vulneráveis.

Proposta 26 - Garantir que os ACS tenham plenas condições para o exercício de suas

atribuições prevista na Política Nacional da Atenção Básica.

Proposta 27 - Criar um programa de atenção continuada aos pacientes neurológicos

crônicos, adultos e pediátricos.

Eixo - Urgência e Emergência / Atenção Hospitalar

Proposta 1 - Implantar uma UPA no bairro Veneza com porte 2 com possibilidade de

ampliação para porte 3, garantindo as clínicas mínimas necessárias.

Proposta 2 - Ampliar o serviço do SAMU quanto a garantia da USA municipal e USB na

região do Veneza, Centro e Justinópolis e ampliação da frota de ambulâncias, inclusive

com veículo reserva e manutenção preventiva e corretiva.

Proposta 3 - Reforma e ampliação com novas instalações do Hospital São Judas Tadeu

contemplando nova recepção, direcionada ao atendimento pediátrico e obstétrico,

aumento de leitos e implantação de no mínimo 10 leitos de CTI (adultos, neo-natal e

infantil). Obs.: Na reforma garantir o acesso de qualidade, conforme NR50.

Proposta 4 - Garantir capacitação permanente dentro do PNH para todos os

profissionais da saúde.

Proposta 5 - Divulgar o protocolo de Classificação de Risco de Manchester e os serviços

prestados em todas as unidades de saúde do município.

Proposta 6 - Promover a divulgação dos serviços prestados na maternidade do Hospital

São Judas Tadeu às gestantes acompanhadas nas UAPS (Unidades de APS) e CEAE.

Proposta 7 - Melhorar e estabelecer a comunicação entre as unidades de urgência e

emergência e as unidades de saúde.

Proposta 8 - Encaminhar o paciente responsavelmente, conforme o fluxo estabelecido.

Proposta 9 - Ampliar o quadro de profissionais nas unidades de urgência e emergência,

de acordo com as legislações vigentes.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

264

Proposta 10 - Equipar os serviços de urgência e garantir a manutenção preventiva e

corretiva dos equipamentos.

Proposta 11 - Criação e reorganização do SAD com mais três equipes de acordo com a

legislação vigente.

Proposta 12 - Reorganizar e reestruturar a UPA Justinópolis e Joanico e garantir o

funcionamento da UPA Joanico.

Proposta 13 - Criar uma comissão especializada para garantir a aquisição dos insumos

e materiais médicos e hospitalares para as unidades de urgência e emergência,

otimizando o processo.

Proposta 14 - Ampliar o Hospital São Judas Tadeu e /ou construir um outro hospital

que atenda média e alta complexidade.

Proposta 15 - Reimplantação dos serviços de atendimento pediátrico na UPA Joanico.

Proposta 16 - Disponibilizar ambulâncias por região sanitária, gerenciadas pelo serviço

de Transporte Sanitário.

Proposta 17 - Garantir a escala de médicos e melhorar os equipamentos e serviço de

apoio diagnóstico dos serviços de urgência.

Proposta 18 - Solicitar junto à Secretaria de Administração a efetivação da Casa do

Servidor, conforme projeto já existente, para o acolhimento e acompanhamento

multidisciplinar dos servidores na rede.

Proposta 19 - Garantir equipe e ações do serviço de educação continuada para os

profissionais.

Proposta 20 - Implantação do ponto digital para os profissionais nas unidades de saúde

do município.

Proposta 21 - Ampliar a estrutura física e recursos humanos de todas as unidades de

urgência e emergência, incluindo a Saúde Mental.

Proposta 22 - Adequar o quadro de profissionais para garantir feristas e licenças.

Proposta 23 - Ampliar o serviço de urgência e emergência da Saúde Mental

implantando um CAPS II na região de Justinópolis e um CAPS ad 24 horas (CAPS III) na

região central.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

265

Proposta 24 - Viabilizar a transferência da maternidade para a região de Justinópolis,

com garantia de atendimento de alto risco e de recursos financeiros e humanos para

continuidade do serviço.

Proposta 25 - Verificar a viabilidade financeira de implantação de um serviço de

hemodiálise no município.

Proposta 26 - Garantir ambulâncias 24h nas unidades de urgência e emergência e

ampliar as ambulâncias do Transporte Sanitário.

Proposta 27 - Criação de um serviço de hemodiálise no município.

Eixo - Atenção Psicossocial

Proposta 1 - Equipe de Saúde na Escola, com espectro volante para capacitação dos

trabalhadores em educação na abordagem de casos psicossociais (autismo,

hiperatividade, drogas, déficit de atenção e outros).

Proposta 2 - Garantir a implantação do CAPS II/ NAPS na região do Justinópolis e

Veneza.

Proposta 3 - Implantar CAPSad II na região de Justinópolis

Proposta 4 - Implantar, regulamentar e garantir os leitos no Hospital São Judas Tadeu

como retaguarda para os usuários de saúde mental.

Proposta 5 - Implantação do “Consultório na Rua” nas regiões de Justinópolis, Centro e

Veneza.

Proposta 6 - Fortalecer e garantir a continuidade do matriciamento em saúde mental

em todas as regiões sanitárias com equipe multiprofissional.

Proposta 7 - Garantir, criar e implantar o Centro de Convivência para as regiões

Central, Veneza e de Justinópolis.

Proposta 8 - Criar e garantir a implementação do serviço de Residência Terapêutica.

Proposta 9 - Ampliar o conhecimento da Atenção Primária à Saúde, através do

matriciamento, sobre saúde mental, álcool e outras drogas qualificando, assim, o

acolhimento.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

266

Proposta 10 - Garantia de acesso aos serviços de saúde mental através de políticas de

transporte, como vale social, considerando como critério a vulnerabilidade social do

usuário.

Proposta 11 - Garantir, implantar, incentivar e efetivar práticas de educação

permanente aos trabalhadores com o foco no cuidado humanizado, com supervisão

clínica institucional.

Proposta 12 - Garantir políticas de Saúde do Trabalhador e reformular as atribuições

da Casa do Servidor para garantir assistência e tratamento aos trabalhadores.

Proposta 13 - Qualificação do NAPS / CAPSII em CAPSIII (24 horas) na região central.

Proposta 14 - Garantir veículo de apoio para os CAPS existentes no município,

assegurando assim o acesso dos pacientes em crise.

Proposta 15 - Complementar e garantir o quadro de profissionais de cada serviço de

saúde para evitar acúmulo de função.

Proposta 16 - Garantir revisão periódica das licitações para evitar a falta de insumos

básicos nas unidades.

Proposta 17 - Ampliação do adicional de urgência para todos os profissionais das

unidades de urgência de saúde mental.

Proposta 18 - Criação de mecanismos para valorização dos trabalhadores,

implementando o Plano de Carreira, Cargos e Salários.

Proposta 19 - Fazer um diagnóstico das áreas de vulnerabilidade e risco, implantando e

garantindo um adicional para os profissionais, de acordo com a área de risco.

Proposta 20 - Garantia do pagamento de plantão de final de semana e feriado para os

profissionais para os serviços de Atenção Psicossocial 24 horas.

Proposta 21 - Garantir medidas de controle de infecção ambientais, administrativas e

de proteção individual para todos os trabalhadores das unidades de saúde de Ribeirão

das Neves e realizar a cada seis meses capacitações sobre o tema.

Proposta 22 - Qualificação do CAPSad II existente em CAPSad III (24 horas) na região

central.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

267

Eixo - Atenção Ambulatorial Especializada

Proposta 1 – Reformular, unificar os protocolos e fluxos já existentes na Secretaria

Municipal de Saúde, criar novos para os serviços que não possuem e operacionaliza-

los.

Proposta 2 - Garantir a informatização dos serviços e assistenciais e de gestão da

Secretaria de Saúde.

Proposta 3 - Descentralizar todos os serviços de Protocolo para as Unidades Básicas de

Saúde garantindo auxiliar administrativo para Estratégia de Saúde da Família.

Proposta 4 - Garantir a ampliação do número de profissionais e a oferta dos serviços

da reabilitação próprio e terceirizado.

Proposta 5 - Aderir às políticas de saúde para a implementação da rede de serviços

para atendimento da pessoa com deficiência.

Proposta 6 - Ampliar o número de especialidades médicas e profissionais do CEMO.

Proposta 7 - Monitorar a efetividade das capacitações.

Proposta 8 - Implantar um controle de absenteísmo na Atenção Especializada e

promover a conscientização do usuário.

Proposta 9 - Unificar o Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas com a

Clínica Municipal de Oftalmologia.

Proposta 10 - Construção de uma unidade para o Centro de Especialidades Médicas,

Odontológicas e Oftalmológicas.

Proposta 11 Elaborar e divulgar para a população o guia dos serviços da rede municipal

de saúde contendo endereço, telefone, nome da unidade, serviço oferecido e horário

de atendimento.

Proposta 12 - Estudar e readequar a pactuação via PPI - Programação Pactuada

Integrada visando a ampliação do número de atendimentos.

Proposta 13 - Garantir a assistência aos usuários e a continuidade mediante a entrega

dos exames laboratoriais e diagnósticos.

Proposta 14 - Capacitar e monitorar o atendimento humanizado aos usuários nas

unidades de saúde.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

268

Proposta 15 - Ampliar o leque de serviços ofertados pelos Centros Estaduais de

Atenção Especializada (CEAE) à Saúde da Mulher tais como vítimas de violência e

outras vulnerabilidades.

Proposta 16 - Implantar e garantir a segurança através do guarda patrimonial 24 horas

em todas as unidades de saúde.

Proposta 17 - Garantir e assegurar condições de trabalho adequadas e reposição de

materiais regularmente.

Eixo - Vigilância em Saúde

Proposta 1 - Capacitar as equipes da Atenção Primária quanto as ações de Vigilância

em Saúde e implementação de mecanismos efetivos de monitoramento da qualidade

dos serviços prestados

Proposta 2 - Fortalecimento da Vigilância Ambiental.

Proposta 3 - Garantir que os Agentes Comunitários de Saúde e Combates a Endemias

não sejam desviados de suas atribuições no serviço de saúde, exceto nos casos

previstos em leis.

Proposta 4 - Fortalecer a Vigilância Sanitária com foco nas ações estratégicas

educativas e setoriais.

Proposta 5 - Integrar as ações de Vigilância em Saúde na rotina da Atenção Primária à

Saúde.

Proposta 6 - Criar uma comissão intersetorial e intermunicipal para análise dos

condicionantes da saúde da população nos territórios de divisa do município.

Proposta 7 - Apoiar a Secretaria Municipal de Posturas na conscientização da

população para coleta seletiva do lixo e seu correto descarte.

Proposta 8 - Realizar levantamento epidemiológico dos tipos de câncer de maior

prevalência no município.

Proposta 9 - Melhoria e transparência na fiscalização dos recursos financeiros

utilizados na saúde garantindo divulgação em meios de comunicação de maior

circulação e mídias sociais.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

269

Proposta 10 - Fortalecer a interação dos processos de trabalho entre os Agentes

Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate de Endemias (ACE) no intuito de

potencializar as ações de promoção e prevenção a saúde.

Proposta 11 - Fortalecimento do programa de educação sobre posse responsável de

animais de companhia com a inclusão da participação dos demais setores municipais

(educação, meio ambiente, posturas, dentre outros).

Proposta 12 - Melhorar a estrutura física e mobiliária nas unidades de saúde e garantir

condições de trabalho e assistência à saúde dos trabalhadores do município

Proposta 13 - Implantar sala de vacina em todos os PSF’S, ampliar os postos volantes,

sobretudo nas áreas descobertas estabelecendo periodicidade definida.

Proposta 14 - Atualizar e efetivar a aplicação do código de saúde do município,

implantando processo administrativo e aplicando as penalidades cabíveis ao setor

regulado.

Proposta 15 - Reformar a estrutura física do canil municipal, inclusive com implantação

de um bloco cirúrgico para castração de cães e gatos propiciando, dessa forma, uma

potencialização dos serviços prestados.

Proposta 16 – Descentralização do teste rápido (sífilis, hepatites virais B e C e HIV) para

Unidades Básicas de Saúde do município.

Proposta 17 - Melhorar a comunicação e divulgação dos serviços de Vigilância em

Saúde já implantados em Ribeirão das Neves.

Proposta 18 - Adequação do quadro de profissionais da Zoonoses e da Atenção

Primária para evitar o adoecimento pela sobrecarga de trabalho dos profissionais na

ativa.

Proposta 19 - Fortalecer a diretriz de proteção a mulher e realizar um mapeamento

dos tipos de vulnerabilidades visando a efetividade das intervenções.

Proposta 20 - Criar uma comissão intersetorial com representantes de cada secretaria

municipal e da sociedade civil, que contribua para a Vigilância em Saúde, promoção de

saúde, preservação e disponibilizar os dados epidemiológicos, serviços existentes no

município e fluxo de atendimento através de um portal.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

270

Proposta 21 - Criar uma equipe multiprofissional com outros parceiros como CREAS,

Saúde Mental, Vigilância Sanitária e outros para realizar vistorias em todas as

comunidades terapêuticas implantadas e as que vierem a serem implantadas no

município de Ribeirão das Neves.

Proposta 22 - Aumentar o número de salas de vacinação no município e de

profissionais, e capacitá-los para exercer a função.

Proposta 23 - Garantia do adicional de insalubridade para todos os trabalhadores da

saúde que façam jus ao recebimento legal da mesma.

Proposta 24 - Efetivação do Plano de Cargos e Carreira dos servidores, conforme

votada na lei.

Proposta 25 - Melhorar a rede interna criando um canal de comunicação entre os

trabalhadores.

Proposta 26 - Informatização com prontuários eletrônicos em toda rede de assistência

à saúde.

Eixo - Gestão Estratégica e Participativa / Financiamento da Saúde

Proposta 1 - Criar boletins bimestrais de ouvidorias com dados estratificados para

subsidiar análise de dados para toda rede e comunidade, bem como trazer publicidade

dos serviços.

Proposta 2 - Criação de um site do Conselho Municipal de Saúde para melhor

divulgação das ações e deliberações.

Proposta 3 - Criação de capacitações permanentes e continuadas para o Conselho

Municipal de Saúde.

Proposta 4 - Criação e implementação dos Conselhos Regionais e Comissões Locais de

Saúde.

Proposta 5 - Garantir que os órgãos da Auditoria e Ouvidoria sejam ocupados por

profissionais qualificados, resguardando o respeito aos princípios da imparcialidade e

moralidade

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

271

Proposta 6 - Agilidade na regularização das pendências junto aos sistemas de

administração de finanças públicas evitando assim o bloqueio e devolução de verbas

destinadas a projetos e emendas parlamentares.

Proposta 7 - Garantir o abastecimento de medicamentos e insumos, melhorando o

planejamento.

Proposta 8 - Publicizar o volume de verbas disponíveis para cada área técnica,

possibilitando uma melhor gestão dos recursos.

Proposta 9 - Ampliar o atendimento telefônico de Ouvidoria da saúde para facilitar o

acesso da Ouvidoria aos usuários com respostas em tempo hábil e criação do serviço

0800.

Proposta 10 - Criar um canal de comunicação via “caixa de sugestões e reclamações”

nos PSF’s vinculado a Ouvidoria e em todas as unidades com garantia de resposta ao

usuário.

Proposta 11 - Realizar auditoria junto aos prestadores de serviços de saúde com busca

na qualidade e eficiência dos serviços prestados aos moradores de Ribeirão das Neves.

Proposta 12 - Compromisso da gestão em ampliar a captação de recursos nas esferas

Estadual e Federal para o SUS de Ribeirão das Neves.

Proposta 13 - Criar instrumentos de sensibilização da população referente ao uso

consciente dos recursos físicos disponíveis.

Proposta 14 - Garantir recurso financeiro para melhorar e manter a estrutura física,

transporte, e EPI para a Vigilância em Saúde.

Proposta 15 - Garantir recurso financeiro para ações de promoção e prevenção da

saúde.

Proposta 16 – Pleitear recurso do Estado e Governo Federal para financiamento das

ações de vigilância em saúde.

Proposta 17 - Pleitear recurso do Estado e Governo Federal para adequação e

ampliação do espaço físico e implantação de uma maternidade de alto risco em

Justinópolis no município de Ribeirão das Neves.

Proposta 18 - Ampliar e viabilizar vagas em berçários, creches e educação infantil em

tempo integral.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

272

Proposta 19 - Formação de cartilhas com informações dos serviços de atenção a

mulher, de fácil acesso e visualização (desenhos).

Proposta 20 - A SEMSA deve realizar uma triagem de forma a avaliar as ouvidorias e

esta deve encaminhar aos setores responsáveis apenas aquelas demandas que cada

setor tem a competência para responder.

Proposta 21 - Padronização de fluxos e protocolos em todas as esferas da saúde do

município.

Proposta 22 - Melhorar o investimento com a utilização de terrenos próprios para

construções.

Proposta 23 - Melhorar a fiscalização e o planejamento dos recursos gastos.

Proposta 24 - Criar uma rede de informatização para acompanhamento de consultas e

históricos dos pacientes.

Proposta 25 - Criar política de valorização para todos os profissionais da saúde de

ribeirão das Neves

Proposta 26 - Criação da comissão permanente da reforma psiquiátrica no Conselho

Municipal de Saúde de acordo com artigo 21 da Lei Estadual nº 11.802 de 1995.

Proposta 27 - Garantir serviço de saúde 100% público, conforme legislação.

Proposta 28 - Efetivar o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos com aplicação da Lei

nº 3.741 de 2016 e garantir a criação da comissão de avaliação dos títulos para

aplicação da lei. (Plano municipal de saúde, 2018: p.88-94)

Por fim, vale destacar que a política de saúde conta com Conselho atuante, cuja composição

será detalhada no item correspondente deste volume.

5.4.3. Assistência Social

A política de assistência social em Ribeirão das Neves, vinculada ao Sistema Único da

Assistência Social (SUAS) está a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e

Cidadania e respaldada pela Lei Municipal nº 3.735/2016, que dispõe sobre a Política de

Assistência Social no município e institui o Sistema Único de Assistência Social de Ribeirão das

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

273

Neves. A estrutura básica da secretaria, de acordo com o Decreto nº 087/2017, cujo

organograma encontra-se na Figura a seguir, é a seguinte:

I. Gabinete do Secretário;

a. Assessoria de Gestão do SUAS;

b. Assessoria Especial;

II. Superintendência de Planejamento e Gestão;

a. Gerência de Recursos Humanos;

b. Gerência Administrativa;

c. Gerência de Gestão de Contratos e Convênios;

d. Gerência Financeira e Orçamentária;

e. Gerência de Apoio Logístico;

III. Superintendência de Proteção Social Básica e Cidadania;

a. Gerência de Proteção Social Básica;

b. Gerência de Segurança Alimentar e Nutricional;

c. Gerência de Direitos de Cidadania;

d. Gerência de Benefícios Assistenciais e Transferência de Renda;

e. Gerência de Inclusão Produtiva e Economia Solidária;

IV. Superintendência de Proteção Social Especial;

a. Gerência PSE Média Complexidade;

b. Gerência PSE Alta Complexidade.

Figura 16 - Organograma da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania de Ribeirão das Neves

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

274

Fonte: Anexo do Decreto 087/2017.

No contexto do SUAS Ribeirão das Neves é considerado um município de porte Grande, com

Nível de Gestão Plena. O Plano Municipal de Assistência Social encontrava-se em revisão à

época de elaboração do presente diagnóstico.

A NOB/SUAS 2012 traz uma série de atribuições da gestão municipal do SUAS, relacionadas às

esferas de planejamento, financiamento, gestão compartilhada, regulamentação e

normatização, provimento de serviços e benefícios, vigilância Socioassistencial e gestão do

Trabalho.

A Tabela abaixo traz uma síntese de todos estes temas com o detalhamento de suas

respectivas responsabilidades.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

275

Tabela 59 - Responsabilidades municipais previstas nas normativas do SUAS, segundo temas

Tema Responsabilidades previstas

Planejamento Estabelecer prioridades e metas visando à prevenção e ao enfrentamento da pobreza, da desigualdade, das vulnerabilidades e dos riscos sociais; Instituir o planejamento contínuo e participativo no âmbito da política de assistência social; Garantir que a elaboração da peça orçamentária esteja de acordo com os Planos de Assistência Social e compromissos assumidos no Pacto de Aprimoramento do SUAS; Formular diretrizes e participar das definições sobre o financiamento e o orçamento da assistência social; Desenvolver, participar e apoiar a realização de estudos, pesquisas e diagnósticos relacionados à política de assistência social, em especial para fundamentar a análise de situações de vulnerabilidade e risco dos territórios e o equacionamento da oferta de serviços em conformidade com a tipificação nacional;

Financiamento Assegurar recursos orçamentários e financeiros próprios para o financiamento dos serviços tipificados e benefícios assistenciais de sua competência, alocando-os no fundo de assistência social; Destinar recursos financeiros para custeio dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, da LOAS, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social - CMAS; Cofinanciar o aprimoramento da gestão e dos serviços, programas e projetos de assistência social, em âmbito local; Zelar pela execução direta ou indireta dos recursos transferidos pela União e pelos Estados aos Municípios, inclusive no que tange a prestação de contas; Normatizar, em âmbito local, o financiamento integral dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social ofertados pelas entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do art. 6º B da LOAS e sua regulamentação em âmbito federal.

Gestão Compartilhada

Organizar e coordenar o SUAS em seu âmbito, observando as deliberações e pactuações de suas respectivas instâncias; Prover a infraestrutura necessária ao funcionamento do conselho de assistência social, garantindo recursos materiais, humanos e financeiros, inclusive para as despesas referentes a passagens e diárias de conselheiros representantes do governo ou da sociedade civil, no exercício de suas atribuições; Realizar, em conjunto com os conselhos de assistência social, as conferências de assistência social; Estimular a mobilização e organização dos usuários e trabalhadores do SUAS para a participação nas instâncias de controle social da política de assistência social; Promover a participação da sociedade, especialmente dos usuários, na elaboração da política de assistência social; Dar publicidade ao dispêndio dos recursos públicos destinados à assistência social; Criar ouvidoria do SUAS, preferencialmente com profissionais do quadro efetivo; Participar dos mecanismos formais de cooperação intergovernamental que viabilizem técnica e financeiramente os serviços de referência regional, definindo as competências na gestão e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB; Viabilizar estratégias e mecanismos de organização para aferir o pertencimento à rede socioassistencial, em âmbito local, de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais ofertados pelas entidades e organizações de acordo com as normativas federais.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

276

Tema Responsabilidades previstas

Gestão do Trabalho

Implementar a gestão do trabalho e a educação permanente; Instituir e garantir capacitação para gestores, trabalhadores, dirigentes de entidades e organizações, usuários e conselheiros de assistência social; Elaborar, implantar e executar a política de recursos humanos, de acordo com a NOB/RH - SUAS;

Provimento de Serviços e Benefícios

Garantir a integralidade da proteção socioassistencial à população, primando pela qualificação dos serviços do SUAS, exercendo essa responsabilidade de forma compartilhada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios; Garantir e organizar a oferta dos serviços socioassistenciais conforme Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais; Definir os serviços socioassistenciais de alto custo e as responsabilidades dos entes de financiamento e execução; Aprimorar a gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro Único; Gerir, de forma integrada, os serviços, benefícios e programas de transferência de renda de sua competência; Implementar os protocolos pactuados na CIT; Promover a articulação intersetorial do SUAS com as demais políticas públicas e o sistema de garantia de direitos; Atender às ações socioassistenciais de caráter de emergência; Assessorar e apoiar as entidades e organizações visando à adequação dos seus serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social às normas do SUAS. Efetuar o pagamento do auxílio-natalidade e o auxílio-funeral; Executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil; Atender às ações socioassistenciais de caráter de emergência; Prestar os serviços socioassistenciais de que trata o art. 23, da LOAS; Aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os indicadores de monitoramento e avaliação pactuados; Organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de serviços da proteção social básica e especial; Assumir as atribuições, no que lhe couber, no processo de municipalização dos serviços de proteção social básica; Realizar a gestão local do BPC, garantindo aos seus beneficiários e famílias o acesso aos serviços, programas e projetos da rede socioassistencial; Gerir, no âmbito municipal, o Cadastro Único e o Programa Bolsa Família, nos termos do §1º do art. 8° da Lei nº 10.836 de 2004; Organizar a oferta de serviços de forma territorializada, em áreas de maior vulnerabilidade e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial;

Regulação e Normatização

Normatizar e regular a política de assistência social em cada esfera de governo, em consonância com as normas gerais da União; Garantir o comando único das ações do SUAS pelo órgão gestor da política de assistência social, conforme preconiza a LOAS; Atender aos requisitos previstos no art. 30 e seu parágrafo único, da LOAS, com a efetiva instituição e funcionamento do: conselho de assistência social, de composição paritária entre governo e sociedade civil; fundo de assistência social constituído como unidade orçamentária e gestora, vinculado ao órgão gestor da

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277

Tema Responsabilidades previstas

assistência social, que também deverá ser o responsável pela sua ordenação de despesas, e com alocação de recursos financeiros próprios; Plano de Assistência Social; Regulamentar os benefícios eventuais em consonância com as deliberações do CNAS;

Vigilância Socioassisten-cial

Estruturar, implantar e implementar a Vigilância Socioassistencial; Implantar sistema de informação, acompanhamento, monitoramento e avaliação para promover o aprimoramento, qualificação e integração contínuos dos serviços da rede socioassistencial, conforme Pacto de Aprimoramento do SUAS e Plano de Assistência Social; Manter atualizado o conjunto de aplicativos do Sistema de Informação do Sistema Único de Assistência Social – Rede SUAS; Definir, em seu nível de competência, os indicadores necessários ao processo de acompanhamento, monitoramento e avaliação; Realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito; Alimentar o Censo SUAS; Prestar informações que subsidiem o acompanhamento estadual e federal da gestão municipal; Proceder ao preenchimento do sistema de cadastro de entidades e organizações de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da LOAS;

Fonte: Elaboração Ethos Urbanismo, a partir da NOB SUAS 2012.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

278

A oferta do SUAS pode ser dividida em serviços socioassistenciais e benefícios. Conforme as

normativas, os serviços socioassistenciais são aqueles estabelecidos na Tipificação Nacional de

Serviços Socioassistenciais e os Benefícios são os estabelecidos na LOAS e no Protocolo de

Gestão Integrada de Serviços e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de

Assistência Social (divididos em benefícios de transferência de renda – Programa Bolsa Família,

Benefícios de Prestação Continuada e benefícios eventuais).

De acordo com a resolução que aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, do

Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, são os seguintes os serviços a serem

prestados pelo SUAS, segundo níveis de complexidade:

Serviços de Proteção Social Básica

Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF);

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV);

Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas;

Serviço de Plantão Social.

Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade

Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI);

Serviço Especializado em Abordagem Social;

Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa

de Liberdade Assistida (LA), e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC);

Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas

Famílias;

Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua;

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

279

Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Serviço de Acolhimento Institucional, nas modalidades abrigo institucional, casa-lar,

casa de passagem e residência Inclusiva;

Serviço de Acolhimento em República;

Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;

Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.

O município de Ribeirão das Neves conta com todos estes níveis de serviços, distribuídos em

sua rede socioassistencial, da qual se falará a seguir. Para atendimento de sua missão e

obrigações a rede SUAS no município se estrutura não apenas através órgãos ligados

diretamente à assistência, mas também a todas as outras políticas, entre elas saúde, educação,

segurança alimentar e nutricional, esportes, lazer e cultura, entre outras. Isso porque a

concepção do SUAS pressupõe o atendimento integral aos públicos vulneráveis, com aporte de

todas as políticas públicas.

Entretanto, para fins de caracterização da rede de assistência social no município, apresenta-

se a seguir apenas os serviços e unidades ligados diretamente a esta política.

A rede de atendimento atual da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania é

formada por uma série de serviços e programas, próprios ou conveniados, quais sejam:

CRAS Areias - Rua Paranaíba, 51, Bairro Areias;

CRAS Justinópolis - Rua Antônio de Souza Menezes, 07, Justinópolis;

CRAS Luar da Pampulha - Rua Helga Taveiras de Souza, 329, Bairro Luar da Pampulha;

CRAS San Genaro - Rua Treze, 123, Bairro San Genaro;

CRAS Sevilha - Rua Machacalis, 125, Bairro Sevilha;

CRAS Urca - Rua Cleópatra, 111, Bairro Flamengo;

CRAS Veneza - Rua Alexandre França, 247, Bairro Veneza;

Banco de Alimentos - Rua São José, 68, Bairro São Geraldo;

Casa dos Conselhos - Rua Antônio Miguel Cerqueira Neto, 470, Bairro São Pedro;

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

280

Conselho Tutelar Centro – com plantão 24 horas dos conselheiros - Rua Etelvina de

Souza, 131, Bairro Centro;

Conselho Tutelar Justinópolis - com plantão 24 horas dos conselheiros - Rua Maria

Amélia, 300, Bairro Cerejeiras/Justinópolis;

Conselho Tutelar Veneza - com plantão 24 horas dos conselheiros - Rua Alexandre

França, 245, Bairro Veneza;

Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes do sexo feminino

Bem Querer. Endereço: PROTEGIDO;

Serviço de Acolhimento Institucional para adolescentes do sexo masculino Acreditar no

Amanhã - Endereço: PROTEGIDO;

Lar dos Idosos José Justino Rocha (instituição conveniada) - Rua São Vicente, 12, Bairro

Bela Vista;

Lar dos Idosos Santa Terezinha (instituição parceira) - Rua Pernambuco, 212, Bairro

Menezes;

Lar dos Idosos São João Batista (instituição parceira) - Rua Maria Amélia, 63, Bairro

Justinópolis;

Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS - Rua João de Deus

Gomes, 30, Bairro São Januário.

O município está em fase de implantação do ACESSUAS – Trabalho - Programa Nacional de

Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho, que tem como objetivo desenvolver ações de

articulação, mobilização e encaminhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade e/ou

risco social para garantia do direito de cidadania, a inclusão ao mundo do trabalho, por meio

do acesso a cursos de qualificação e formação profissional, ações de inclusão produtiva e

serviços de intermediação de mão de obra.

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania desenvolve também no município os

Programas PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e PAIR (Programa de Ações

Integradas e Referencias de Enfrentamento a Violência Sexual Infantojuvenil. O PETI é

estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e pela Secretaria Nacional de

Assistência Social, constitui no conjunto de ações que têm o objetivo de retirar crianças e

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

281

adolescentes menores de 16 anos do trabalho precoce, exceto na condição de aprendiz a

partir de 14 anos. O PAIR tem por objetivo integrar políticas para a construção de uma agenda

comum de trabalho, entre governos, sociedade civil e organismos internacionais, visando ao

desenvolvimento de ações de prevenção e atendimento à crianças e adolescentes vulneráveis

ou vítimas de exploração sexual e tráfico para fins sexuais.

Atualmente, os CRAS realizam grupos do PAIF e oficinas do Serviço de Convivência, com apoio

de parceiros e organizações da sociedade civil que prestam o serviço no território. O

acompanhamento familiar é definido no Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios

e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. No que se

refere ao quantitativo de famílias acompanhadas por equipamento, segue dados:

CRAS VENEZA: 174 famílias;

CRAS SAN GENARO: 164 famílias;

CRAS URCA: 250 familias;

CRAS JUSTINÓPOLIS: 270 familias;

CRAS LUAR DA PAMPULHA: 193 pessoas;

CRAS AREIAS: 183 pessoas;

CRAS SEVILHA: 90 pessoas.

A distribuição dos equipamentos da assistência social, está apresentada no mapa abaixo.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

282

Mapa 18 – Densidade Demográfica e Equipamentos de assistência social

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

283

A partir de uma visão que cruza a rede física de assistência social com indicadores

demográficos é possível perceber que a maior parte dos bairros está a descoberto, havendo

número de equipamentos inferior as recomendações do MDS em todas as regiões, mesmo nas

mais populosas. Durante as oficinas de leituras comunitárias foram realizadas sondagens junto

à população, que também serão incorporadas como subsídios para as propostas e demandas

de melhoria do atendimento de assistência social nas diversas regiões de Ribeirão das Neves.

Ainda que não seja objetivo deste capítulo detalhar todas as políticas e programas

desenvolvidos em cada unidade34, destacam-se suas principais características.

Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), são Unidades Estatais Públicas,

configurando-se como a principal porta de entrada do SUAS. Em geral devem estar localizados

nas áreas de maior vulnerabilidade social e referenciam um total de 5.000 famílias cada.

São nos CRAS que se desenvolvem as atividades e serviços do Programa de Atenção Integral à

Família (PAIF), especialmente:

Acolhimento e atendimento da demanda espontânea ou encaminhada;

Mediação de conflitos familiares;

Atendimento para benefício eventual: vulnerabilidade temporária;

Atendimento para requerimento de segunda via de documentos;

Acompanhamento das famílias beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada

(BPC);

Acompanhamento das famílias em descumprimento das condicionalidades do

Programa Bolsa Família (PBF);

Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos.

Nos CRAS é ofertado também o Plantão Social, que tem por finalidade a realização de

atendimentos pontuais e emergenciais, orientação familiar, inclusão em programas de

complementação de renda, promoção de estratégias de acesso à moradia, ao trabalho, à

saúde e à educação, visitas domiciliares, e a oferta dos seguintes benefícios eventuais,

34 Para detalhes de cada unidade, consultar o Censo SUAS.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

284

previstos na Lei Municipal nº 3.735/16 e na Resolução do Conselho Municipal de Assistência

Social (CMAS/RN) nº 01/2017:

Auxílio-funeral;

Auxílio moradia emergencial;

Auxílio migrante;

Cesta Básica;

Isenção para 1ª via de CPF e para 2ª via de documentação civil;

Vale Social.

Já o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), de acordo com seu

folder de divulgação, é:

uma unidade pública municipal e presta serviços especializados e

continuados a famílias/indivíduos com seus direitos violados,

direcionando o foco das ações para as famílias contribuindo para que

estas possam enfrentar com autonomia os infortúnios da vida

pessoal e social. Visando fortalecer os vínculos familiares e

comunitários para a efetividade da ação protetiva para a família, o

CREAS conta com uma equipe multiprofissional para atuarem com

intervenções especializadas no âmbito do Sistema Único de

Assistência Social – SUAS.

O equipamento oferece o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e

Indivíduos – PAEFI, que dá apoio, orientação e acompanhamento a famílias/indivíduos em

situação de ameaça ou violação de direitos. Para tal realiza “orientações direcionadas para a

promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e

sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias”. Os encaminhamentos para

este serviço são feitos através dos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (Conselho

Tutelar, Vara da Infância e Juventude, Ministério Público), serviços socioassistenciais, parceiros

da rede e por demanda espontânea.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

285

As principais situações de violações de direitos atendidas no PAEFI são Negligência e

abandono; Violência e/ou exploração sexual; Ameaças e maus tratos; Trabalho Infantil;

Violações físicas e psíquicas; Apropriação indébita de benefício de idoso e Discriminações e/ou

violações aos direitos humanos e sociais.

O CREAS também acompanha as Medidas Socioeducativas, atendendo a adolescentes de 12 a

18 anos e jovens até 21 anos, “em cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade

Assistida - LA e de Prestação de Serviços à Comunidade - PSC, aplicada pela Justiça da Infância

e da Juventude ou, na ausência desta, pela Vara Civil correspondente e suas famílias”.

Destacam-se ainda, que o município firmou com o governo federal o Convênio SICONV nº

775841/201212 que se trata de contrato entre o município de Ribeirão das Neves e o

Ministério do Desenvolvimento Social para a construção de um Centro de Referencia

Especializado em Assistência Social – CREAS no município, no entanto, o recurso foi devolvido.

Tabela 60- Informações referentes aos serviços de atendimento do CREAS

Município CÓDIGO

IBGE

Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos -

Capacidade de atendimento para Crianças/Adolescentes/Idosos/PCD

- 2017

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

- Valor Repassado -

2017

Acompanhamento Familiar -

Total de Famílias em

Fase de Suspensão -

2017

Acompanhamento Familiar - Famílias

que tiveram acompanhamento familiar registrado

no Sicon - 2017

Ribeirão Das Neves

315460 1410 - 53 11

1410 0 53 11 Fonte: site da Matriz de Informação Social, 2018.

Por fim, também abriga o Serviço Especializado de Abordagem Social – SEAS, voltado para

famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência. Este

serviço busca auxiliar no processo de saída das ruas, possibilitar acesso à rede de serviços e a

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

286

benefícios assistenciais, identificar famílias e indivíduos com direitos violados e promover

ações para a reinserção familiar e comunitária.

Outro serviço da rede socioassistencial é o Banco de Alimentos. Criado em 2007, é “um

programa de segurança alimentar e nutricional, de combate ao desperdício de alimentos,

destinado a arrecadar, selecionar e distribuir gêneros alimentícios às instituições filantrópicas

cadastradas”. Este é um programa do Ministério do Desenvolvimento Social ligado à proteção

básica da assistência social.

Em Ribeirão das Neves, segundo dados da equipe do Banco, estima-se que haja cerca de 4 mil

pessoas passando fome, que são o público prioritário das ações. Para tanto são fornecidas as

Cestas Verdes para os CRAS, que as encaminham as famílias vulneráveis. Cada um dos sete

CRAS recebe em média 90 Cestas por semana. Também são atendidas entidades não

governamentais, casa de repouso, abrigos e creches.

Os alimentos são adquiridos de agricultores familiares do município (que produzem

basicamente folhosas), complementados na região, de pequenos produtores das cidades de

Baldim, Esmeraldas, Maravilha e Jequitibá. Atualmente são 133 agricultores cadastrados, dos

quais foram compradas 150 toneladas entre agosto de 2017 e maio de 2018.

Além destes programas, serviços e equipamentos, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento

Social e Cidadania tem seis conselhos de defesa de direitos a ela ligados, cujos dados serão

detalhados no item deste diagnóstico ligado à organização social e associativismo, quais sejam:

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA; Conselho Municipal de

Segurança Alimentar; Conselho Municipal dos Direitos dos Portadores de Necessidades

Especiais de Ribeirão das Neves – CMDPNE/RN; Conselho Municipal de Assistência Social de

Ribeirão das Neves – CMAS/RN; Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Ribeirão das

Neves – CMDM/RN; Conselho Municipal do Idoso de Ribeirão das Neves. Além destes há três

Conselhos Tutelares, um para cada região: Veneza, Centro e Justinópolis. Tais conselhos estão

agregados e apoiados em seu funcionamento pela Casa dos Conselhos.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

287

Destaca-se a existência da Cartilha Sobre o Funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos

da Criança e do Adolescente, que detalha sua forma de funcionamento e formas de Registro

de Entidade e Inscrição de Programas, bem traz toda a legislação e normas relativas ao tema.

O município conta com Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – FMDCA,

que permite o desconto de até 6% do Imposto de Renda de pessoas físicas e 1% do Imposto de

renda de pessoas jurídicas para apoio a projetos e ações para proteção, defesa e atendimento

dos direitos de crianças e adolescentes.

No que é relativo ao atendimento a crianças e adolescentes, também realça a existência do

Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, que detalha as ações destinadas aos

adolescentes autores de atos infracionais no município. Tal documento traz tanto um

diagnóstico desta questão em Ribeirão das Neves quanto detalha ações, projetos e a rede de

atendimento a este público no município.

Ainda dentro da Assistência Social, os programas de transferência de renda, que serão

detalhados no item que segue.

5.4.4. Cadastro Único, Bolsa Família e Transferência de Renda

Buscando superar a extrema pobreza no país, o Governo Federal lançou o Plano Brasil Sem

Miséria, tendo como público prioritário as pessoas em situação de extrema pobreza, ou seja,

com renda familiar mensal inferior a R$ 85 por pessoa (valor atualizado para 2017). As famílias

em tal situação devem ser cadastradas pelas administrações municipais no chamado Cadastro

Único - CadÚnico, a partir do qual são acompanhadas e recebem benefícios diversos e têm

acesso a serviços socioassistenciais e de formação profissional e geração de trabalho e renda.

Serão apresentadas a seguir as principais informações relativas ao município de Ribeirão das

Neves, segundo os boletins “Relatório de Programas e Ações do MDS” (gerado em abril de

2018) e “Relatório Sobre Bolsa Família e Cadastro Único” (relativo a fevereiro de 2018).

Segundo tais fontes, havia 31.272 famílias do município de Ribeirão das Neves inscritas no

CadÚnico no mês de fevereiro de 2017, totalizando 96.413 pessoas cadastradas. O Gráfico

abaixo mostra o percentual de famílias cadastradas segundo renda per capita mensal. Como se

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

288

vê, predominam aquelas entre R$ 85,00 e R$170,00, seguida das situadas na faixa de renda

abaixo de R$85,00 mensais, famílias consideradas em extrema pobreza.

Gráfico 26 - Famílias cadastradas, segundo faixa de renda domiciliar per capita mensal (%) – Ribeirão das Neves, 2018

Fonte: MDS, 2018.

Do total de cadastros no município, em fevereiro de 2018, 22.584 famílias (ou 72% do total)

estavam consideradas com cadastros atualizados.

É importante destacar que o CadÚnico parece não estar incorporando satisfatoriamente as

famílias Quilombolas do município. Esta constatação – reafirmada em entrevista qualitativa

com representantes da Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis – pode ser

confirmada pelo fato de que há apenas cinco famílias quilombolas cadastradas (das quais três

recebem a Bolsa Família) de um total de 180 famílias estimadas. Nesse sentido, é fundamental

que seja averiguada pela equipe a existência real de tal situação e seus motivos, para que

possa ser rapidamente sanada, sem prejuízo dos direitos dos indivíduos de tal grupo

tradicional.

No que é relativo ao Programa Bolsa Família (PBF), os dados de abril 2018 indicam que são

beneficiadas 13.860 famílias no município, que equivalem a aproximadamente 16% de sua

população total. O percentual de cobertura no município de famílias com perfil bolsa família é

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

289

de 74%, ou seja, abaixo da meta de atendimento do programa. O relatório recomenda que

sejam realizadas Busca Ativa para localizar famílias que estão no perfil do programa e ainda

não foram cadastradas, além de atentar para a manutenção da atualização cadastral dos

beneficiários.

A Tabela que se segue traz a quantidade de benefícios repassados, por tipo.

Tabela 61 - Programa Bolsa Família - Benefícios repassados, segundo tipo (%) – Ribeirão das Neves, 2017

Tipo de Benefício Abs.

Benefício básico 8.004

Benefícios variáveis 22.127

Benefício Variável Jovem – BVJ 2.497

Benefício Variável Nutriz – BVN 309

Benefício Variável Gestante – BVG 341

Benefício de Superação da extrema pobreza - BSP 3.385

Fonte: MDS, 2018.

Considerando tais benefícios o valor total de recursos financeiros pagos às famílias em março

de 2018 foram da ordem de R$ 1.957.155,00, o que perfaz uma média de R$ 144,66 por

família. Em abril/2018 o valor total repassado foi de R$ 2.025.812,00.

Por fim, vale destacar que Ribeirão das Neves tem oscilado no cumprimento satisfatório do

acompanhamento das condicionalidades do PBF, que são ligadas à saúde e à educação. As

principais condicionalidades para recebimento do benefício são: crianças menores de 7 anos

devem ser vacinadas e ter acompanhamento de peso e altura; gestantes precisam fazer o pré-

natal; crianças e adolescentes de 6 a 15 anos devem ter frequência escolar mínima de 85% a

cada mês; e jovens de 16 e 17 anos devem ter frequência escolar mínima de 75% das aulas a

cada mês.

Conforme constante no Relatório do Programa Bolsa Família, em Ribeirão das Neves é a

seguinte a situação do acompanhamento das condicionalidades:

Total de beneficiários com perfil educação (6 a 15 anos) 13.118 X Total de beneficiários

acompanhados pela educação (6 a 15 anos) 12.661, relativo a 96,5%;

Total de beneficiários com perfil educação (16 e 17 anos) 2.989 X Total de beneficiários

acompanhados pela educação (16 a 17 anos) 2.802, relativo a 93,7%;

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

290

Total de famílias com perfil saúde ( com crianças até 7 anos e mulheres de 14 a 44

anos) 9.576 X Total de famílias acompanhadas pela saúde 4.273, o que corresponde a

44,6% do total de famílias.

Assim, pode-se dizer que na área da educação o município possui um bom acompanhamento

da frequência escolar, acima da média nacional, que é de 92,6% de acompanhamento na

educação. Já na área da Saúde o município está muito abaixo da média nacional de

acompanhamento, que é de 78,3%.

No que é relativo ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) no município, são 3.487

beneficiários, distribuídos segundo mostra o Gráfico abaixo, com predomínio das pessoas com

deficiência e idosos.

O total de repasses no mês de fevereiro /2018 foi de R$ 3.194.214,50, o que perfaz uma média

de repasse / beneficiário de R$ 952,35.

Gráfico 27 - Benefícios de prestação continuada, segundo tipo, 2018

Fonte: CECAD MDS, 2018.

Finalizando o relatório sobre a política de assistência social no município, apresentam-se as

deliberações da XII Conferência Municipal de Assistência Social de Ribeirão das Neves,

realizada em 07/07/2017, com participação de 326 pessoas. As discussões foram organizadas

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

291

em quatro eixos, quais sejam: Eixo 1 - A proteção social não-contributiva e o princípio da

equidade como paradigma para a gestão dos direitos socioassistenciais; EIXO 2 - Gestão

democrática e controle social: o lugar da sociedade civil no SUAS; EIXO 3 - Acesso às

seguranças socioassistenciais e a articulação entre serviços, benefícios e transferência de

renda como garantias de direitos socioassistenciais; e EIXO 4 - A legislação como instrumento

para uma gestão de compromissos e corresponsabilidade dos entes federativos para a garantia

dos direitos socioassistenciais. Seguem as deliberações, já somadas.

Deliberações para o Município

1) Garantir a estrutura física dos serviços socioassistenciais adequada, garantindo

acessibilidade, materiais necessários para os serviços e oficinas desenvolvidas, veículo

próprio, sistema de informatização unificada dos usuários do Sistema Único de

Assistência Social (SUAS), aumento dos Centros de Referência de Assistência Social

(CRAS) e ampliação do Centro de Referência Especializado de Assistência Social

(CREAS) com equipe técnica conforme a Norma Operacional Básica de Recursos

Humanos do Sistema Único de Assistência Social (NOB-RH) - Eixo 01;

2) Garantir a capacitação continuada, permanente e presencial de usuários, conselheiros

municipais, organizações da sociedade civil e trabalhadores do Sistema Único de

Assistência Social (SUAS). - Eixo 02;

3) Articular, por meio de núcleos intersetoriais (NIR), as políticas de assistência social,

saúde, educação e segurança pública. - Eixo 03;

4) Construir, revisar e aprovar o Plano Plurianual em plenária com representações dos

trabalhadores, organizações da sociedade civil e usuários sob a supervisão do

Conselho Municipal de Assistência Social de Ribeirão das Neves. - Eixo 04;

5) Construir e implementar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários com a participação dos

trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que garanta melhor

qualidade de trabalho e de vida para os servidores, que beneficiará toda Proteção

Social do município. - Eixo 04;

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

292

Deliberações do Município para o Estado

1) Garantir e ampliar o cofinanciamento estadual para os serviços socioassistenciais das

Proteções Social Básica e Especial. - Eixos 01 e 04;

2) Garantir a capacitação continuada, permanente e presencial de usuários, conselheiros

municipais, organizações da sociedade civil e trabalhadores do Sistema Único de

Assistência Social (SUAS). - Eixo 02;

Deliberações do Município para a União

1) Garantir que o Programa Bolsa Família seja regulamentado como serviço com data-

base para reajuste do benefício e ampliação dos critérios de renda. - Eixo 01;

2) Incentivar, através da mídia, a participação social nos espaços próprios. - Eixo 02;

3) Garantir, aumentar, regularizar e fortalecer o percentual do cofinanciamento dos

entes federados. - Eixo 04;

4) Desvincular os recursos humanos dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência

Social (SUAS) da Lei de Responsabilidade Fiscal. - Eixo 04;

Deliberações para as Conferências Regionais

Subtema I: O fortalecimento do Controle Social nas regiões e a função estratégica das

Uniões Regionais dos Conselhos Municipais de Assistência Social – URCMAS: Garantir a

capacitação continuada, permanente e presencial de usuários, conselheiros

municipais, organizações da sociedade civil e trabalhadores do Sistema Único de

Assistência Social (SUAS).

Subtema II: A Regionalização e os territórios de proteção: Criar e implementar um

Fórum itinerante para empoderamento da sociedade civil organizada e lideranças

comunitárias.

Subtema III: A Participação e valorização dos usuários e trabalhadores da rede

socioassistencial publica e privada para garantia dos direitos no fortalecimento do

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

293

Sistema Único de Assistência Social – SUAS: Incentivar, através da mídia, a participação

social nos espaços próprios.

5.4.5. Esporte, Lazer e Turismo35

As políticas de esporte e lazer em Ribeirão das Neves estão sob coordenação da Secretaria

Municipal de Esportes e Cultura, por meio da Superintendência de Esportes e Lazer. Esta é

responsável por administrar, coordenar, incentivar e promover o esporte, o lazer e a cultura

no município.

No que se refere aos espaços ou infraestruturas de esporte e/ou lazer, de acordo com

informações do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (p.40-43) foram encontrados

os seguintes no município: Parque Ecológico, Estádio Municipal, Quadra Henrique Sapori

(Veneza), Quadra Poliesportiva do CAIC e 17 campos espalhados pela cidade.

A Superintendência de esportes informou serem mais de 40 campos, mas infelizmente até o

fechamento deste diagnóstico não haviam sido fornecidas informações suficientes sobre estes

espaços, seu funcionamento ou endereços para a composição de um mapa de localização.

Do ponto de vista dos cursos e oficinas ofertados na área do esporte são os seguintes:

aeróbica, vôlei, academia fechada, futsal, tênis de mesa para cadeirantes e esportes

alternativos. As oficinas estão distribuídas em nove núcleos, sendo um na região Central e oito

na região de Justinópolis. O público-alvo são pessoas de todas as idades e gêneros.

A Tabela seguinte traz as atividades ofertadas, segundo locais.

Tabela 62 - Oficinas e Núcleos Esportivos – Ribeirão das Neves, 2018

Local Atividade

Parque Ecológico Escola No Parque

Parque Ecológico Ginástica Aeróbica

35 Não foram inseridas informações sobre a política do turismo no município pois, ao que tudo indica, não há um setor responsável por esta temática dentro da estrutura municipal, tampouco um Plano de Turismo elaborado, que pudesse ser consultado pela equipe técnica. Prova disto é que o turismo tem nota zero na composição da cota-parte do ICMS do município.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

294

Local Atividade

Parque Ecológico Academia/Voleibol

Cras Urca Escolinha de Futsal

Kática/Tricomb Escolinha de Futsal

Nova Pampulha/Labanca Ginástica Aeróbica

Maracanã/C. Minas Gerais Paradesporto/Ginástica

Paraíso/Tony Zumba/Ginástica

Veneza/Maura Pereira* Futsal/vôlei/Basquete/Handebol

Quadra Praça do Sevilha B* Vôlei de praia/Futebol de areia

Céu das Artes/Jardim Colonial* Skate/futsal/vôlei

Metropolitano* Escolinha futebol

Liberdade/Sanremo* Escolinha de Futsal/Vôlei

Fonte: Superintendência de esportes, 2018. * Oficinas que ainda não estão instaladas

A Tabela que se segue, por sua vez, traz os principais eventos e atividades esportivas, a partir

de seu planejamento anual, onde aparecem atividades ligadas ao ciclismo, ao futebol, aos

jogos escolares e, em menor medida, atividades voltadas para crianças.

Tabela 63 - Planejamento anual de eventos esportivos – Ribeirão das Neves, 2018

JANEIRO FEVEREIRO MOUTAIN BIKE

MARÇO 1- SELETIVA JEMG 2018 2- JEMG

ABRIL TORNEIO ESPORTIVO MUNICIPAL

MAIO 1- PEDALA NEVES/ VENEZA 2- JIMI

JUNHO PEDALA NEVES/ JUSTINOPOLIS

JULHO FÉRIAS NO PARQUE FESTIVAL DE PIPAS

AGOSTO TORNEIO DE LUTAS

SETEMBRO JOGOS ESCOLARES

OUTUBRO SEMANA DA CRIANÇA

NOVEMBRO

DEZEMBRO CORRIDA RÚSTICA

Fonte: Superintendência de esportes, 2018.

A maior parte das informações obtidas para a elaboração deste tópico veio da entrevista com

dois representantes da Superintendência de Esportes, visto a falta de informações

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

295

sistematizadas, como antes apontado. A partir destas entrevistas, então, serão apresentadas a

seguir algumas questões que devem ser consideradas no Plano Diretor, nos casos pertinentes,

ou pela administração pública per si, visando à melhoria da política municipal de esportes e

lazer em Ribeirão das Neves.

O primeiro elemento importante a ser considerado diz respeito à situação dos equipamentos

voltados para a prática esportiva no município. Conforme os entrevistados, em sua maioria os

campos de futebol36 e quadras existentes, além das praças nos bairros, estão precários, sem

estrutura adequada e precisando de reformas urgentes.

Em relação aos campos de futebol (a maioria de terra), ademais, são geridos em sua maioria

absoluta por entidades esportivas ou comunitárias, ou mesmo por particulares, que, em troca

da manutenção do local, acabam por “privatizar” seu uso, limitando a utilização pela

população em geral. A própria questão legal destes espaços está sem solução, pois não há um

contrato formal com estes particulares que estabeleça as regras desta parceria e as

atribuições, obrigações e exigências para ambas as partes.

A região com menor oferta de espaços de esporte e lazer é a do Veneza, que conta apenas

com uma quadra, localizada no Conjunto Henrique Sapori, precária e com problemas de uso

por parte da população.

A situação do Ginásio municipal também é preocupante, a curto prazo. Em fase final de

construção, com entrega prevista para o fim do mês de maio, este espaço não tem verba

prevista para seu funcionamento regular e manutenção mensal, incluindo pagamento de

funcionários, contas de água e luz e obras e reparos cotidianos. Nesta perspectiva, sua

inauguração acaba por trazer uma insegurança por parte da administração da política de

esportes, que não sabe como este espaço poderá funcionar. A proposta, a princípio, é buscar

uma empresa privada que seja parceira no custeio deste equipamento e de sua programação e

funcionamento.

36 A estimativa é de mais de 40 campos cedidos para os clubes de futebol da cidade, apenas 10% com situação

regularizada de sua cessão.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

296

Já o Estádio municipal encontra-se em situação precária, precisando de reformas, até mesmo

do muro, que foi quebrado para acesso de equipamentos de um evento aí realizado e não foi

reconstruído.

Além da demanda por reformas nos espaços, também há carência de profissionais para

realizar e/ou acompanhar as atividades da área de esporte e lazer. A equipe da

Superintendência é muito reduzida e não há verbas para contratação externa de monitores e

oficineiros para manter a oferta de atividades.

Atualmente liga desportiva de Ribeirão das Neves é a responsável por organizar os torneios de

futebol amador, com repasse da Prefeitura. Conforme informações, são mais de 70 times no

município, dos quais estima-se que apenas 40 estejam regularizados. Foi relatado ainda que o

time da Associação esportiva Tupinambás, de Belo Horizonte, tem realizado trabalhos de

futebol de base no município, participando no campeonato mineiro.

Outra parceria que está sendo proposta é com o time de vôlei do Sada Cruzeiro, que atenderia

a 400 crianças por ano. Este convênio, ao que tudo indica, está paralisado por questões

burocráticas da Prefeitura, correndo o risco de se perder o interesse do parceiro e a

oportunidade para o município.

A falta de verbas para a política de esporte, assim como citado em várias outras entrevistas

com os demais setores da prefeitura, tem como agravante a negativação da Prefeitura de

Ribeirão das Neves junto aos cadastros federal e estadual, o que impede sua participação em

editais e convênios de várias ordens. Recentemente foram contemplados com os projetos

Brincando com o Esporte e PELC, do Governo Federal, que, entretanto, são muito pouco frente

à demanda local.

Uma forma buscada para elevar a arrecadação da área de esportes tem sido a elevação da

pontuação no ICMS Esportivo, dentro do Programa Minas esportiva Incentivo ao Esporte, que

“é um programa de fomento à prática esportiva em Minas Gerais. Por este instrumento,

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

297

contribuintes do ICMS podem obter incentivo fiscal, desde que sejam apoiadores de projetos

esportivos aprovados pela Secretaria de Estado de Esportes (SEESP)”37.

De acordo com os entrevistados, houve elevação na pontuação do município em 2017, o que

vai significar mais verbas para o próximo ano. Entretanto, uma providência urgente para o

recebimento dos recursos é a criação de um Fundo próprio para o Esporte.

A título de informação, em 2016 Ribeirão das Neves recebeu R$ 34,80 anuais relativos à

participação da variável Esportes na cota-parte do ICMS, Lei Robin Hood. Em 2017 esse valor

foi de R$ 1.963,14 anuais e em 2018 ainda não foi recebido nenhum valor relacionado ao

Esporte.

Por fim, destaca-se que o município conta com Conselho Municipal do esporte, atuante, e com

Conselho da juventude, recentemente criado e empossado.

37 Ver http://incentivo.esportes.mg.gov.br/

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

298

Mapa 19 – Densidade Demográfica e Equipamentos de Esporte e Lazer

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

299

5.5. Patrimônio Histórico e Cultural

O presente capítulo busca levantar informações sobre os aspectos do patrimônio imaterial, da

política cultural e da diversidade no município de Ribeirão das Neves, avaliando os seguintes

elementos:

Institucionalidade e política cultural: estrutura de gestão pública para a cultura;

existência de legislação de fomento à cultura e fontes de financiamento;

Mecanismos de controle e participação social na política cultural, tais como conselhos,

fóruns e conferências;

Orçamento para a cultura;

Participação do município no ICMS cultural;

Espaços e equipamentos de suporte à produção e difusão das práticas culturais;

Programas de formação cultural, cursos, oficinas e outras ações do poder público

municipal;

Diversidade cultural e principais manifestações culturais locais;

Calendário de eventos.

Além de sua importância como política setorial no contexto municipal e regional, entende-se

aqui que a cultura - e os elementos identitários, simbólicos, econômicos, sociais e humanos

que a compõem – é constituinte de todo o processo de desenvolvimento humano e social de

um determinado território. Esta visão está consubstanciada não apenas nas atuais concepções

do Sistema Nacional de Cultura, mas também na visão da cultura como fator de

desenvolvimento humano, seguindo as orientações da ONU/UNESCO.

Vale destacar que a política cultural no Brasil, com seu atual formato de institucionalização,

teve suas bases lançadas em meados da década de 1980, com a criação do Ministério da

Cultura e da Lei Sarney, no primeiro momento, e posteriormente da Lei Rouanet, já nos anos

de 1990. Após quase 20 anos desse processo, iniciou-se, a partir de 2003, a reestruturação do

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

300

papel do Estado e da política cultural no país, capitaneado pelo Ministério da Cultura, que

culminou na implantação do Sistema Nacional de Cultura - SNC.

O Sistema Nacional de Cultura constitui-se como um processo em que se articulam vários

agentes – em diversas instâncias da federação -, bem como diversas políticas e programas,

tendo como objetivo final a formulação e implantação de políticas públicas de cultura de longo

prazo, discutidas e pactuadas com a sociedade civil, artistas, grupos culturais, movimentos e a

comunidade como um todo.

O principal objetivo do SNC é fortalecer institucionalmente as políticas culturais da União,

Estados e Municípios, com a participação da sociedade, considerando que, ainda hoje, as

políticas para a cultura continuam ocupando posição periférica na agenda da maioria dos

governos, além de serem conduzidas de forma pouco profissional. Parte desse problema está

na indefinição a respeito do papel do poder público (Estado) na vida cultural.

Dessa forma, o SNC propõe articular os governos federal, estaduais e municipais e a sociedade

civil organizada, através de conselhos, conferências e fóruns, para a promoção de políticas e

ações culturais integradas. Para se efetivar, a nova proposta pressupõe e depende de uma

articulação entre as diversas esferas de governo na implantação da política pública.

Aos municípios compete: criar condições de natureza legal, administrativa, participativa e

orçamentária para sua integração ao SNC; assinar o termo de cooperação para adesão ao SNC;

consolidar o Plano Municipal de Cultura; criar e implantar, ou manter e assegurar o

funcionamento do conselho municipal de política cultural; criar e implantar, ou manter e

assegurar o Fundo Municipal de Cultura; realizar a conferência municipal de cultura,

previamente à conferência estadual e nacional; apoiar a realização das conferências nacional e

estadual de Cultura; compartilhar recursos para a execução de ações, programas e projetos

culturais no âmbito do SNC; compartilhar informações junto ao Sistema Nacional de

Informações Culturais disponibilizado pela União; implantar e regulamentar as normas

específicas locais dos sistemas setoriais de cultura; cumprir as metas e prazos definidos no

planejamento estratégico do SNC.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

301

Enfrentando um processo lento e de longo prazo, além de dificuldades de ordem legal

(aprovação de leis e emendas no congresso) e política para sua instauração, até o momento o

SNC ainda não atingiu a maioria dos municípios brasileiros, mas tem mostrado ampliação de

sua capilaridade em todo o país. A Figura abaixo traz o desenho do Sistema, com seus

elementos componentes.

Figura 17 - Elementos constitutivos dos Sistemas de Cultura

Fonte: MINC / SNC - Guia de orientação para os municípios, 2012.

Dado tal contexto, faz- se fundamental repensar e reestruturar as políticas públicas de cultura

em âmbito municipal, de maneira a garantir o efetivo apoio institucional às esferas de

produção, circulação e consumo de bens simbólicos, democratizando o acesso aos meios de

expressão da diversidade cultural de todos os grupos sociais residentes em seu território.

Além de realizar sua adesão ao Sistema Nacional de Cultura, o município deve instituir seu

próprio Sistema Municipal de Cultura, com todos os componentes apresentados acima.

Essa visão traz a concepção de que a democracia cultural não consiste em fornecer ao cidadão

o mero “acesso” ao que é produzido por outros, mas também, e principalmente, oferecer

suporte, meios para que o cidadão, de diversos segmentos sociais, possa desenvolver suas

expressões culturais. É fundamental destacar, ainda, nessa perspectiva, os princípios

fundamentais do SNC, quais sejam: Diversidade das expressões culturais; Universalização do

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

302

acesso aos bens e serviços culturais; Fomento à produção, difusão e circulação de

conhecimento e bens culturais; Cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e

privados atuantes na área cultural; Integração e interação na execução das políticas,

programas, projetos e ações desenvolvidas; Complementaridade nos papéis dos agentes

culturais; Transversalidade das políticas culturais; Autonomia dos entes federados e das

instituições da sociedade civil; Transparência e compartilhamento das informações;

Democratização dos processos decisórios com participação e controle social; Descentralização

articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; Ampliação progressiva dos recursos

contidos nos orçamentos públicos para a cultura.

Institucionalidade e Participação Social

Dentro deste contexto é fundamental um olhar para a realidade local. Do ponto de vista da

institucionalidade, o que se vê é que o município de Ribeirão das Neves não conta com órgão

gestor exclusivo para condução da política pública de cultura. A antiga Secretaria Municipal de

Cultura foi desativada na atual administração, sendo tal responsabilidade atualmente

assumida pela Secretaria Municipal de Esporte e Cultura, através da Superintendência de

Cultura38.

É importante destacar que, conforme o Índice Mineiro de Responsabilidade Social – IMRS39, da

Fundação João Pinheiro, a existência ou não de um órgão gestor da cultura e sua

caracterização é um indicador do grau de importância que o setor cultural tem para a

administração municipal. O órgão gestor de cultura tem por finalidade formular e implementar

a política pública de cultura e articular ações conjuntas entre os vários atores que atuam no

campo cultural.

38 Também foi desativado o Setor de patrimônio, considerado fundamental para a política de ICMS cultural, da qual se falará adiante.

39 O IMRS deriva da construção de uma base de dados a fim de atender as várias dimensões correspondentes aos

princípios dispostos na Lei 15011/2004, segundo a qual “A responsabilidade social na gestão pública estadual consiste na implementação, pela administração pública, de políticas, planos, programas, projetos e ações que assegurem o acesso da população à assistência social, à educação, aos serviços de saúde, ao emprego, à alimentação de qualidade, à segurança pública, à habitação, ao saneamento, ao transporte, ao lazer...”.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

303

Além disso, realça que dentro da atual configuração da política cultural em âmbito nacional40,

este é um retrocesso, visto que o município já havia realizado sua adesão ao Sistema Nacional

de Cultura41, assinando o Acordo de Cooperação Federativa, que tem como objeto

“estabelecer as condições e orientar a instrumentalização necessária para o desenvolvimento

do SNC, com implementação coordenada e/ou conjunta de programas, projetos e ações, no

âmbito da competência do Município.” Assim, a extinção da Secretaria é uma quebra deste

acordo, que traz para a cidade impactos e retrocessos da política pública e sua articulação com

os outros entes federados, especialmente do ponto de vista financeiro e institucional,

deixando também a descoberto a dimensão dos direitos culturais de sua população.

Ribeirão das Neves criou seu Sistema Municipal de Cultura através da Lei 3.524/2012, com

disposições na Lei 3.527/2012, com a previsão de todos os instrumentos necessários.

Entretanto, tal sistema não foi efetivamente implementado, talvez por mudanças da gestão

pública, não tendo sido elaborado o Plano Municipal de Cultura, instrumento fundamental

para o planejamento e gestão da política cultural municipal.

Do ponto de vista da participação da sociedade civil na política cultural, o município conta com

tres conselhos: o de Patrimônio, o de Política Cultural e o de Igualdade Racial, cujas

informações estão descritas no item do Diagnóstico relativo à organização social e

associativismo. Entretanto, não foi realizada a Conferência Municipal de Cultura de 2017. No

que se refere à participação de representantes de Ribeirão das Neves nas conferências

40 Cabe ao município implantar o seu Sistema Municipal de Cultura, articulado ao Sistema Nacional e ao Sistema Estadual. Ao município compete: criar condições de natureza legal, administrativa, participativa e orçamentária para sua integração ao SNC; assinar o termo de cooperação para adesão ao SNC; consolidar o Plano Municipal de Cultura; criar e implantar, ou manter e assegurar o funcionamento do conselho municipal de política cultural; criar e implantar, ou manter e assegurar o Fundo Municipal de Cultura; realizar a conferência municipal de cultura, previamente à conferência estadual e nacional; apoiar a realização das conferências nacional e estadual de Cultura; compartilhar recursos para a execução de ações, programas e projetos culturais no âmbito do SNC; compartilhar informações junto ao Sistema Nacional de Informações Culturais disponibilizado pela União; implantar e regulamentar as normas específicas locais dos sistemas setoriais de cultura; cumprir as metas e prazos definidos no planejamento estratégico do SNC.

41 Ver Primeiro Termo Aditivo, nº do Processo 01400.034885/2011-61. Ministério da Cultura. Acordo de

Cooperação Federativa do SNC. Data da assinatura: 21/12/2012.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

304

nacionais, estiveram presentes na primeira, na segunda e na terceira Conferência Nacional de

Cultura.

Espaços e Atividades Culturais

A estrutura cultural de um município se expressa também pelos equipamentos e demais

espaços públicos favoráveis à produção, difusão e fruição da cultura. Segundo se apurou na

pesquisa de campo, a cidade dispõe de poucos espaços para difusão e fruição de

manifestações artísticas e culturais. São eles:

Casa De Cultura Vitória Moreira Neves, situada à Rua José Cassimiro Nogueira, 72,

Bairro Várzea Alegre;

Biblioteca Pública Indústria Do Conhecimento, Rua Pedro Leopoldo, 1915, Bairro

Botafogo;

Biblioteca Pública Ilka Maria Munhoz, Rua Paraná, 120, Bairro Centro;

Biblioteca Pública Terezinha Labanca, Rua Carmélia Loffi, 195, Justinópolis;

Arquivo Público Nonô Carlos, com base de estudos sobre a cidade de Ribeirão das

Neves, espaço de pesquisa e trabalhos acadêmicos, localizado na Rua Carmélia Loffi,

195, Justinópolis;

Arena Henfil - Espaço destinado às mais diversas manifestações culturais, tais como

saraus, apresentações musicais e teatrais, rodas de conversa, estudos, leitura, entre

outros. Este espaço se encontra em processo de tombamento por se tratar da 1°

escola da região de Justinópolis.

Tais equipamentos já foram apresentados no mapa relativo à educação e cultura, onde é

possível perceber que os serviços culturais estão mal distribuídos no território nevense e

definitivamente não atendem à demanda da população.

As Tabelas seguintes trazem as principais atividades e cursos ofertados pela Superintendência

de Cultura, totalizando 390 alunos na Casa de Cultura e 121 alunos no Espaço Henfil.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

305

Tabela 64 - Cursos ofertados na Casa de Cultura – Ribeirão das Neves, 2018

CURSOS DIA HORÁRIO ALUNOS INSCRITOS

Bordado Mineiro (Marcia) Sexta-Feira 09:00 as 10:30 12

Pintura em Tecido(Marcia) Terça-Feira 09:00 as 10:30 28

Caixas em MDF(Sheila) Segunda-Feira 09:00 as 10:30 03

Caixas em MDF(Sheila) Segunda-Feira 14:00 as 15:30 06

Cestaria em Jornal (Sheila) Quarta-Feira 09:00 as 10:30 10

Cestaria em Jornal (Sheila) Quarta-Feira 14:00 as 15:30 09

Fotografia(Breno) Segunda-Feira 15:00 as 16:00 31

Dança Urbana (Breno) Sábado 08:00 as 12:00 35

Dança Urbana (Breno) Terça-Feira 15:00 as 16:30 23

Dança Urbana(Breno) Quinta-Feira 15:00 as 16:30 15

Capoeira (Marzinho) Segunda, Quarta e

Sexta-Feira 09:00 as 10:00 03

Capoeira (Marzinho) Segunda, Quarta e

Sexta-Feira 14:00 as 15:00 01

Capoeira(Marzinho) Noite 19:00 as 21:00 12

Taekwondo(Derley) Segunda, Quarta e

Sexta-Feira 09:00 as 10:30 21

Taekwondo(Derley) Terça e Sexta-Feira 13:30 as 15:00 35

Violão(Eduardo) Terça- Feira 09:00 as 10:00 33

Violão (Eduardo) Terça-Feira 14:00 as 15:00 42

Canto (Eduardo) Terça-Feira 10:00 as 11:00 29

Canto (Eduardo) Terça-Feira 15:00 as 16:00 41

Fonte: Superintendência de Cultura, 2018.

Tabela 65 - Cursos ofertados no Espaço Henfil – Ribeirão das Neves, 2018

CURSOS DIA HORÁRIO ALUNOS INSCRITOS

Dança Urbana (Breno) Quinta-Feira 09:00 às 10:00 05

Canto Manhã (Eduardo) Quinta-Feira 10:00 às 11:00 17

Canto Tarde (Eduardo) Quinta-Feira 15:00 às 16:00 33

Violão Manhã (Eduardo) Quinta-Feira 09:00 às 10:00 12

Violão Tarde (Eduardo) Quinta-Feira 14:00 às 15:00 28

Cestaria em Jornal Manhã (Sheila)

Quinta-Feira 10:30 às 11:30 01

Cestaria em Jornal Tarde (Sheila)

Quinta-Feira 13:30 às 14:30 02

Caixas em MDF Manhã (Sheila) Quinta-Feira 09:15 às 10:15 01

Caixas em MDF Tarde (Sheila) Quinta-Feira 13:30 às 14:30 12

Taekwondo Tarde (Derley) Quinta-Feira 13:30 às 14:30 05

Capoeira (Ilmar) Quinta-Feira 09:00 às 10:00 05

Fonte: Superintendência de Cultura, 2018. Observação: alguns cursos se encontram ainda em formação de turma.

Segundo entrevistados da Superintendência de cultura, as maiores deficiências de

atendimento da cultura são nas regiões do Veneza e do Areias. Em ambas há demanda para

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

306

implantação de equipamentos culturais, ao passo que nas demais regiões há necessidade de

melhorias nos espaços já existentes, tanto em sua estrutura física quanto na contratação de

pessoal, oficineiros, insumos para oficinas e acervos.

Entre as demandas apontadas pela equipe realçam, ademais:

Ampliação das atividades já ofertadas, como cursos e oficinas;

Melhoria na comunicação informação e divulgação das ações e eventos realizados;

Realização de mais eventos culturais;

Criação de espaços direcionados a dança, teatro, cinema e outras manifestações

culturais;

Otimização das bibliotecas públicas, com espaços multimeios;

Realização de atividades culturais itinerantes, visando atender o maior número de

bairros e regiões sem equipamentos culturais, como Veneza e Areias.

Financiamento e Fomento à Cultura

Outro tópico fundamental a se destacar no item da política cultural é o que se refere ao

financiamento e fomento às práticas culturais. De acordo com informações apuradas em

campo, Ribeirão das Neves possui como principal instrumento de fomento o Fundo Municipal

de Cultura, criado pela Lei 2955/2006.

Tal instrumento, destinado a financiar projetos culturais de pessoas físicas ou jurídicas

domiciliadas em Ribeirão das Neves encontra-se atualmente com seus editais desativados, em

fase de revisão jurídica, segundo informantes da Superintendência de Cultura. Ao que tudo

indica, está prevista para o segundo semestre nova edição do Edital, com verba de R$ 150 mil,

para custeio de cerca de 15 projetos.

No que se refere às rubricas do orçamento municipal destinados para a cultura, vê-se que

grande parte dos recursos executados fica no custeio da máquina pública, sem efetivo

investimento em ações culturais, preservação da memória e do patrimônio cultural ou difusão

e apoio às práticas artísticas.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

307

Tal situação pode ser vista nas Tabelas seguintes, que trazem, respectivamente, os valores do

orçamento municipal destinados para a cultura, relativos aos anos de 2016 e 2017, conforme

dados disponibilizados no Portal Fiscalizando com o TCE42.

Tabela 66 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2016

Item / Função Valor atualizado Liquidado

Despesa total Prefeitura 738.683.864,30 362.620.187,33

Despesa total com a função cultura 2.694.184,17 1.716.967,29

Subfunção: 122 - Administração Geral 2.339.884,17 1.702.141,34

Subfunção: 392 - Difusão Cultural 354.300,00 14.825,95

Fundo de Patrimônio Cultural 242.000,00 66.846,62

Fundo Municipal de Cultura 276.000,00 62.237,82

Fonte: Portal Minas Transparente, 2018. OBS: Há outros valores empenhados, mas não foram aqui considerados.

Tabela 67 - Despesas previstas e liquidadas – Ribeirão das Neves-2017

Item / Função Valor atualizado Liquidado

Despesa total Prefeitura 863.392.012,50 361.218.313,23

Despesa total com a função cultura 1.844.000,00 1.541.586,62

Subfunção: 122 - Administração Geral 1.764.000,00 1.526.760,67

Subfunção: 392 - Difusão Cultural 80.000,00 14.825,95

Fundo de Patrimônio Cultural 120.000,00 1.822,00

Fundo Municipal de Cultura 200.000,00 142.860,33

Fonte: Portal Minas Transparente, 2018. OBS: Há outros valores empenhados, mas não foram aqui considerados.

De acordo com tal fonte, no orçamento de 2016 constam R$ 1.716.967,29 gastos na função

cultura (o que correspondia a 0,47% do orçamento municipal anual realizado). Deste total

42 Portal do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, programa Fiscalizando com o TCE Minas Transparente.

”Os Municípios encaminham as informações municipais sobre a execução de seus orçamentos e têm até o último dia útil de março do ano subsequente para o envio da prestação de contas anual. Após essa data o TCEMG tem 360 dias para emitir o parecer prévio”.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

308

pouco mais de 99% foi destinado a despesas administrativas, incluindo pagamento de pessoal,

efetivos e comissionados, materiais de consumo e gastos de custeio. Os menos de 1%

restantes foram gastos na manutenção das bibliotecas ao longo de todo o ano.

Quanto aos fundos vinculados à função cultura, o Fundo de Patrimônio executou R$ 66.846,62,

destinados à seleção de projetos de pessoas físicas que valorizassem e preservassem a

memória local. Tais projetos, selecionados via edital público, tiveram valores variáveis entre R$

900,00 e R$ 10 mil. Já o Fundo de Cultura teve seus recursos destinados da seguinte maneira:

cerca de R$ 22 mil para pagamento da locação de imóveis da casa de cultura e arquivo público

e os cerca de R$ 39 mil restantes voltados para o pagamento de serviços como locação de

palco, iluminação, segurança, som e banheiros químicos para a festa da padroeira Nossa

Senhora das Neves, além de fogos de artifício para a festa de N. Sra. do Rosário 2016.

Já no orçamento de 2017 foram executados R$ 1.541.586,62 na função cultura

(correspondendo a 0,42% do orçamento municipal realizado). Destaca-se que 99% deste valor

foram novamente gastos com o custeio da máquina pública. Apenas 1% foi destinado à difusão

cultural, gastos na manutenção das bibliotecas.

Quanto aos dois fundos, o de Patrimônio teve R$ 1.822,00 executados, apenas 1,5% do total

previsto, cujo valor foi aplicado em materiais gráficos e de consumo para a festa de Nossa

Senhora do Rosário 2017. Não houve neste exercício edital para a seleção de projetos de

terceiros. Já o Fundo de Cultura teve R$ 142.860,33 executados, gastos em aluguel de

equipamentos e estruturas para a realização da mesma festividade, além das comemorações

do Aniversário da Cidade.

É fundamental destacar que tal situação, comumente encontrada nos municípios do interior, é

desfavorável do ponto de vista da política cultural, considerando que a maior parte do recurso

é gasto no custeio e pagamento de salários, ou, no máximo, se restringe à realização de

grandes eventos de massa. Assim, ficam a descoberto todas as atividades previstas como

obrigações e prioridades da política pública de cultura, entre elas a valorização das culturas

locais e populares, o incentivo à diversidade cultural, a manutenção e apoio a grupos e artistas

locais, a formação artística e cultural, entre várias outras.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

309

Destaca-se que o orçamento de 2018 ainda se encontra em execução, o que não torna possível

sua análise neste momento. Realça-se apenas que a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2018

destina o valor de R$ 4.974.900,00 para a função cultura.

Ao mesmo tempo, a distribuição dos recursos por unidade orçamentária traz valores

diferentes, mostrados na Tabela que segue, provavelmente em virtude da anexação das duas

pastas, cultura e esportes e lazer. Realça-se que não há na LOA 2018 qualquer menção aos

fundos de Cultura e de Patrimônio.

Tabela 68 - Despesa orçamentária por entidades, órgãos e unidades orçamentárias – Ribeirão das Neves, 2018

Unidade orçamentária Valor orçado

Secretaria Municipal de Esporte e Cultura 6.236.900,00

Gabinete do Secretario de Esporte e Cultura 5.526.900,00

Superintendência de Esportes e Lazer 289.000,00

Superintendência de Cultura 421.000,00

Fonte: Portal Minas Transparente, 2018, anexo da LOA 2018.

O ICMS Cultural

Um instrumento fundamental para a política cultural local é o ICMS cultural43, cujos recursos

alimentam os fundos de patrimônio e/ou de cultura dos municípios. A legislação brasileira

determina que 25% dos Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),

arrecadados pelo Estado, sejam repassados aos municípios. Em Minas Gerais, a legislação

incluiu, entre os critérios para distribuição do imposto, os investimentos realizados na

preservação do patrimônio cultural, a partir de avaliação do Instituto Estadual do Patrimônio

Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG).

43 O ICMS Patrimônio Cultural foi criado pela Lei nº 12.040/95, atual Lei nº 13.803, que atribuiu ao Iepha/MG a

responsabilidade pela elaboração e implementação dos critérios para o repasse dos recursos aos municípios. Como base para a pontuação o município deve enviar ao Iepha documentação anual comprovando a existência e o funcionamento de lei municipal de proteção do patrimônio cultural, lei de criação de conselho municipal de patrimônio (regimento interno e atas), órgão de patrimônio, realização de projeto de educação patrimonial, inventário de proteção do acervo cultural, iniciativas de tombamento e de proteção a bens culturais.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

310

Em relação a tal aspecto, vê-se que o município de Ribeirão das Neves tem tido participação

irregular na política estadual de ICMS Cultural, conforme apresentado no Gráfico abaixo. Tal

oscilação diz respeito à descontinuidade nas ações de educação patrimonial, ausência de

inventários do patrimônio cultural (IPAC)44 e sucessivas mudanças na política cultural,

entendida a partir dos aspectos de gestão, legislação e financiamento público às ações de

cultura e patrimônio.

Gráfico 28 - Pontuação no ICMS Cultural – Ribeirão das Neves, 2012/2018

Fonte: IEPHA, 2018.

A partir deste quadro, o município apresentou oscilação também nos valores recebidos nos

últimos anos. Em 2016, Ribeirão das Neves recebeu R$ 64.615,82 relativos a tal índice, valor

este que foi elevado para R$ 127.179,46 no exercício 2017. Em 2018 o município tem recebido

uma média de R$ 5 mil mensais, o que, caso mantido, corresponderá a cerca de R$ 60 mil ao

final do exercício.

44 Realça-se que o inventário dos bens do Patrimônio Cultural municipal é um instrumento fundamental para a

identificação, registro, e controle dos acervos culturais e da memória local. Nele estão contidas todas as informações sobre os bens culturais e suas características, relevância histórica, artística e cultural, bem como seu estado de conservação, conforme padrões definidos pelo IEPHA-MG.

Revisão do Plano Diretor Participativo de Ribeirão das Neves – MG

311

Realça-se ainda que a inexistência de órgão gestor exclusivo e a falta de orçamento na LOA

para os Fundos de Cultura e Patrimônio serão elementos de impacto na pontuação do

município (que ficou com 3 pontos no total em 2018) e, portanto, dos recursos a serem

recebidos no próximo ano.

Diversidade Cultural, Manifestações e Eventos

Ribeirão das Neves, assim como a maior parte dos municípios da RMBH, apresenta importante

diversidade cultural, tanto nas manifestações de cunho popular e tradicional quanto no que se

refere Às práticas de origem religiosa e mesmo das novas culturas urbanas.

É importante desconstruir o mito criado e difundido sobre o município, o qual afirma que esta

seria uma cidade dormitório, sem memória e identidade própria, já que vítima do

adensamento populacional desordenado, por pessoas vindas de várias regiões do estado e

outras cidades da RMBH. Ao contrário, a cidade apresenta uma série de elementos que

constituem sua identidade, inclusive dados pela riqueza da convivência de pessoas e culturas

diferentes, vindas de várias outras partes.

O Plano para elaboração do Inventário do Patrimônio Cultural (IPAC) do município, elaborado

em 2015, mostrava cerca de 91 bens de interesse cultural, a serem inventariados para

posterior tombamento (no caso de bens materiais) ou registro (no caso de bens imateriais). O

Inventário inclui fazendas, terreiros, equipamentos culturais, de lazer, esporte, pratos típicos,

igrejas etc. Destes, 20 se localizam na região do Veneza, 34 na região do Justinópolis e 37 na

região da sede.

De acordo com tal fonte, Ribeirão das Neves possui forte representação na produção de

cerâmicas, o que seria uma importante característica de seu patrimônio, inclusive envolvendo

a área da Penitenciaria Agricola de Neves (José Maria Alckimin). Houve, inclusive, uma

proposta de se implantar um Museu de Território no município, com foco na produção de

cerâmica, que, entretanto, não se efetivou.

O município apresenta manifestações em diversos setores culturais como artesanato, artes

cênicas, capoeira e culinária. Existem vários artistas no ramo de tecidos, madeiras, vidros,

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barbante, linhas e papéis (muitos trabalhando com materiais recicláveis). Foi registrada a

presença de vários estúdios de dança, com cursos de Jazz e balé, entre outros. O município

conta ainda com a Academia Nevense de Letras, Ciências e Artes (ANELCA).

Em seu plano de inventário constam ainda bens tombados e bens a serem inventariados tais

como fazendas, terreiros, equipamentos culturais, de lazer, esporte, pratos típicos, igrejas, etc.

O cadastro dos Terreiros identificou 23 espaços deste tipo, em várias religiões e linhas, por

exemplo Umbanda, Molocó, Kardecista e Candomblé, entre outras. Este número confirma a

importância das manifestações de matriz africana no município, que conta com 71% de sua

população autodeclarada negra (pretos ou pardos).

Foi citada a presença de sítios arqueológicos na região de Areias e perto da BR-040. Outros

bens listados são as fazendas que remetem à origem agrícola do município, entre as quais a

Fazenda Mato Grosso, na região pertencente à Penitenciária Agrícola de Neves; e a Fazenda

Casa Nova, na Zona Rural – Mizonguê; a Feira de Artesanato da Praça Central de Neves; as

cerâmicas, como a Cerâmica Metropolitana e Fábrica de Cerâmica Tijolão, do bairro Vila

Esplanada; As raizeiras do bairro santinho; as benzedeiras; o ofício de luthier: as festas, como a

de São José Operário e de Nossa Senhora das Neves; o Bolinho de carne do bar Central; as

Comunidades Ciganas dos bairros Sevilha A e Barcelona (que somam 32 pessoas conforme

CadÚnico em consulta feita junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e

Cidadania, dados de junho de 2018); as igrejas, como a Igreja Irmandade Nossa senhora do

Rosário, em Justinópolis; o Presépio São Francisco de Assis, de propriedade da Sra Memorina,

no bairro Tancredo Neves; a Cachaçaria Aurea Custódia, no Povoado dos Pereiras (que

também foi citado por seu potencial turístico); o Teleférico de caçambas, na Zona Rural –

Tocantins; o Espaço invertido, em Justinopólis; a Escola Municipal do Bairro Veneza e a Caixa

D'Agua; Cruzeiros diversos, entre eles o do bairro Florença.

Destes, estão protegidos na esfera municipal:

Campanário e Cruzeiro da Matriz de N. Sra. da Piedade;

Caravana dos Santos Reis (Celebrações);

Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Igreja da Colina;

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Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Vila Fátima;

Conjunto Arquitetônico da Penitenciária José Maria Alkimim - Penitenciária Agrícola de

Ribeirão das Neves;

Corporação Musical Heitor Villa Lobos (Formas de Expressão);

Festa em honra a N. Sra. do Rosário (Celebrações) Festa de N. Sra. do Rosário;

Igreja da Colina;

Sino da Praça da Matriz.

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Mapa 20 – Patrimônio Histórico e Cultural

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Foto 10 – Igreja Matriz de Nossa Senhora da

Piedade. Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Foto 11 – Edificações da Vila Esplanada pertencente ao Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da

Penitenciária José Maria Alkimim Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Foto 12 – Capela da Irmandade Nossa Senhora do Rosário – Comunidade Quilombola.

Fonte: Ethos Urbanismo, 2018.

Há ainda o registro da Roda de Capoeira e/ou Ofício de Mestre da Capoeira, o único protegido

em esfera federal.

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Ao se olhar para o patrimônio cultural imaterial de Ribeirão das Neves é impossível não

destacar a Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis, cuja história se confunde

com a própria história do município, como antes relatado. Com mais de 100 anos de

existência, as famílias membros da Irmandade (as famílias Messias, Nascimento, Diniz, Vieiras

e outros troncos) mantêm suas tradições, incluindo celebrações e práticas culturais. Entre

estas realçam a Festa do Rosário (outubro), a folia de reis, a Festa de São Sebastião (janeiro), a

manifestação do Boi da Manta e o Coral Vozes de Campaña, além de confecção de tambores e

festas tradicionais seculares. Esta irmandade é certificada pela Fundação Palmares desde 2016

através do n° de processo 01420.001750-2015-13. A Festa em Honra a Nossa Senhora do

Rosário é um patrimônio registrado municipalmente, portanto de grande relevância para

história e desenvolvimento cultural do município.

Por sua importância para a história, a cultura e a memória e Ribeirão das Neves é fundamental

que este grupo seja apoiado, inclusive destinando-se na Lei do Plano Diretor uma área para

demarcação de seu território de desenvolvimento sustentável. Ademais, é crucial que sejam

viabilizados com os recursos do Fundo de Patrimônio os estudos exigidos pelo INCRA para

regularização de seu território.

No contexto da produção cultural da RMBH - que, como se comentou anteriormente, é

diversa, múltipla e plural -, destaca-se ainda o surgimento e a proliferação dos chamados

coletivos juvenis, especialmente nos municípios que fazem divisa com a capital e naqueles com

perfil mais urbano-periférico. Este é o caso de Ribeirão das Neves, que tem um coletivo com

este perfil, o Coletivo Semifusa, criado em 2009 por um grupo de artistas de Ribeirão das

Neves, com o objetivo explícito de fomentar a cena cultural da cidade, e que desenvolve uma

série de ações e eventos ao longo do ano45.

Entre as atividades culturais do município realçam a produção de artesanato em madeira,

materiais reciclados e outros, incluindo os tapetes em tear do bairro Santa Martinha; a música,

em seus diversos estilos; a capoeira, o teatro e a dança; as culturas juvenis do funk e do hip

45 Ver LIBANIO (2017), BENVINDO (2012); LÉLIS, MENEZES e SILVA (2016); SILVA (2012) e SILVA e SALGADO (2012).

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hop e as manifestações religiosas, entre as quais o Congado é a maior referência. Na cultura

popular destaque para as quadrilhas, a Cavalhada a Festa de Santana e as manifestações da

Umbanda e do candomblé.

Apesar do crescimento populacional e riqueza cultural do município, dada pela própria

convivência de pessoas vindas de muitos lugares diferentes e culturas distintas, Benvindo

aponta as carências relacionadas às práticas culturais na localidade. Para ele a cidade

tem uma deficiência enorme de oportunidades relacionadas à

cultura, sobretudo no que se refere a patrocínios financeiros e

ocupação de espaços públicos, muito embora existam vários

produtores de cultura interessados em desenvolver projetos culturais

e espaços que poderiam ser apropriados para esses projetos

culturais, como shows, peças de teatro e intervenções culturais. Essa

defasagem cultural não tem pontos definidos, mas se baseia na falta

de oportunidade para os atores culturais possam mostrar seus dotes

artísticos. Para poder mensurar a Secretaria de Cultura da cidade foi

criada recentemente, e não possui outras formas de financiamento,

apenas uma parte ínfima do orçamento da Prefeitura, que em 2012

não chegou a 1%, além de não ter leis de incentivos municipais, ou

seja, o processo ainda está lento na cidade (Benvindo, 2012: 7).

Para finalizar o diagnóstico de Ribeirão das Neves no que é relativo à cultura apresenta-se a

seguir o calendário anual de eventos, conforme informação da Superintendência de Cultura.

Tabela 69 – Calendário anual de eventos, Ribeirão das Neves, 2018.

Evento Periodicidade Local

Feira de Arte e Artesanato Semanal Pedra Branca, Bairro da Lagoa, Esperança, Sevilha,Veneza, Praça de

Neves e Alterosa.

Festa em Honra a Nossa Senhora do Rosário Anual Igreja Nossa Senhora do Rosário

Festa em Honra ao Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora do Rosário – Festa da Igreja da Colina

Anual Igreja da Colina

Missa Sertaneja Anual Parque ecológico

Festa em Honra a Nossa Senhora das Neves Anual Entorno do Estádio Municipal Ailtom de Oliveira

Feira Literária Anual Itinerante

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Evento Periodicidade Local

7 de Setembro – á definir Anual Praça central

Semana da Consciência Negra Anual Itinerante

Aniversário da cidade Anual A definir

Festival Rua Anual Caic

Fonte: Superintendência de cultura, maio de 2018.

Realça-se que para além deste calendário, oficial, há uma série de eventos e atividades em

todas as regiões de Neves, não relatadas pela Prefeitura.

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ANEXO I – PROTOCOLOS DOS CURSOS D'ÁGUA