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O PROBLEMA DOS HOMICÍDIOS EM PERNAMBUCO Pernambuco, 2010 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde

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O problema dos acidentes de transporte terrestre em Pernambuco

O PROBLEMA DOS

HOMICÍDIOS

EM PERNAMBUCO

Pernambuco, 2010

Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco

Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde

O problema dos acidentes de transporte terrestre em Pernambuco

O problema dos homicídios em Pernambuco

Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde

Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Situação de Saúde

O PROBLEMA DOS HOMICÍDIOS EM PERNAMBUCO

Pernambuco, 2010

O problema dos acidentes de transporte terrestre em Pernambuco

Governador | Eduardo Henrique Accioly Campos

Secretário Estadual de Saúde | Frederico Amancio

Secretária Executiva de Vigilância em Saúde | Inês Eugênia Ribeiro da Costa

Diretora Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Situação de Saúde | Gabriella Morais D. Miranda

Gerente de Promoção à Saúde | Claudia Cristina de Lima Castro

Coordenadora de Política Pública Saudável e Intersetorial | Sandra Luzia B. de Souza

Coordenadora de Mobilização Comunitária e Promoção de Modos de Vida Saudáveis | Fernanda Eskinazi

Gerente de Monitoramento e Avaliação em Saúde | Carmen de Barros Correia Dhalia

Coordenadora de Disseminação da Informação | Monik Duarte

Coordenadora de Estudos Especiais | Lívia Teixeira de Souza Maia

O problema dos homicídios em Pernambuco:

Elaboração: Lívia Teixeira de Souza Maia, Gabriella Morais Duarte Miranda, Carmen de Barros

Correia Dhalia, Maria José Guimarães

Revisão: Gabriella Morais D. Miranda, Carmen de Barros Correia Dhalia, Sandra Luzia B. de Souza

Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Secretaria Executiva de Vigilância

em Saúde. Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Situação de

Saúde. O problema dos homicídios em Pernambuco. Pernambuco, 2010.

O problema dos homicídios em Pernambuco

Sumário

Apresentação............................................................................................................................ 5

1. Introdução............................................................................................................................. 7

2. Notas Metodológicas........................................................................................................... 8

3. O Problema dos Homicídios ............................................................................................... 11

3.1. A contribuição dos homicídios na mortalidade de residentes no estado de Pernambuco................ 11

3.2. Caracterização dos homicídios no estado de Pernambuco................................................................. 14

3.3. A situação da mortalidade por homicídios nas Gerências Regionais de Saúde do Estado................ 20

3.3.1. A evolução temporal do problema.................................................................................................... 20

3.3.2. Caracterização dos homicídios por Gerência Regional de Saúde................................................... 23

3.4. A situação da mortalidade por homicídio nos municípios do Estado................................................... 27

3.5. Apontando áreas prioritárias de atuação intersetorial para redução dos homicídios.......................... 34

4. Considerações Finais.......................................................................................................... 47

O problema dos homicídios em Pernambuco

O problema dos homicídios em Pernambuco

Apresentação

Nos últimos vinte anos, a violência têm se configurado como um problema de saúde

pública de grande magnitude e transcendência, provocando forte impacto na morbidade e na

mortalidade da população brasileira, impondo importantes ônus para a população e o setor

econômico, com elevados custos na assistência à saúde, custos legais, absenteísmo e

produtividade perdida.

E é a partir do reconhecimento dessa problemática no estado de Pernambuco que se

faz necessário conhecer melhor a situação da violência para que se contribua com a sua

prevenção, atenção integral às vítimas, promoção da saúde e estímulo à cultura de paz.

Esta publicação estuda os homicídios como indicador geral da violência em

Pernambuco, analisa sua evolução, caracteriza as vítimas, expõe as desigualdades na

ocorrência desse evento entre as regionais de saúde e nos municípios, apontando possíveis

áreas prioritárias de intervenção. Traz assim, uma importante contribuição para o debate e o

desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais.

Inês Eugênia Ribeiro da Costa

Secretária Executiva de Vigilância em Saúde

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O problema dos homicídios em Pernambuco

O problema dos homicídios em Pernambuco

1. Introdução

Nas duas últimas décadas, os homicídios no Brasil tiveram crescimento proporcional de mais

de 200%, passando de 13.601, no ano de 1980, para 45.343, em 2000. As armas de fogo foram

utilizadas em 50,3% (15.460) dos homicídios em 1991 e 68% no ano 2000, correspondendo à morte

de 30.855 pessoas (SOUZA et al., 2003).

A taxa padronizada de óbitos por agressão no Brasil aumentou de 14,1/100 mil habitantes, no

ano de 1980, para 27,2/100 mil, em 2004. O risco de morte por homicídio quase dobrou no País,

aumentou 92,3%. Caso a taxa de homicídios permanecesse constante nesses 25 anos, ou seja,

ficasse com uma taxa igual à de 1980 em todos os anos, o total de eventos evitáveis seria de 385.242

óbitos nos anos de 1980 a 2004, e não os 867.036 homicídios registrados no período, isso significa

que 44,4% dos óbitos não aconteceriam (BRASIL, 2006).

Entre os anos de 1994 e 2004, o número total de homicídios registrados pelo SIM/MS

(Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde) apresentou um aumento de

48,4%, passando de 32.603 para 48.374. Em igual período, a taxa de crescimento da população geral

do País foi de apenas 16,5% (WAISELFISZ, 2007).

Ressalte-se que as vítimas de homicídios são, preferencialmente, jovens e do sexo

masculino. A taxa de homicídios, segundo a faixa etária, demonstra uma maior concentração no

segmento dos 20 a 24 anos de idade, com taxas de cerca de 70 homicídios por 100 mil habitantes

(WAISELFISZ, 2007).

Pernambuco ocupou, em 2007, a terceira posição no ranking de ordenamentos das unidades

da federação (UF), de acordo com as taxas de homicídios em relação à população geral, com 52,9

homicídios por 100 mil habitantes, o que revela a importância dessa problemática para o estado.

A vigilância, o monitoramento e a análise da situação dos homicídios são ferramentas

importantes para se conhecer a magnitude da ocorrência, o perfil das vítimas, as características da

violência, o comportamento e a tendência ao longo do tempo, além de subsidiarem a implantação e o

desenvolvimento de políticas relacionadas à redução da violência e suas consequências.

Nesse sentido, a presente análise revela o problema dos homicídios em Pernambuco, sob a

ótica da evolução da mortalidade, do perfil das vítimas, da distribuição da ocorrência desse evento no

estado, apontando, ainda, possíveis áreas prioritárias de intervenção.

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O problema dos homicídios em Pernambuco

2. Notas Metodológicas

O presente estudo utilizou as mortes por homicídio como indicador geral da violência na

sociedade. Embora a violência tenha em si um espectro mais amplo do que os homicídios, já que

nem toda violência conduz à morte das vítimas, o óbito revela seu grau extremo de expressão.

Ademais se considerou a disponibilidade de informação, dado que a notificação da violência ainda é

extremamente limitada na área da saúde.

Portanto, para traçar o perfil dos homicídios de Pernambuco, a fonte de dados utilizada foi o

Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM do Ministério da Saúde que proporciona a produção

de estatísticas de mortalidade e a construção de alguns dos principais indicadores de saúde.

Esse sistema é alimentado pela declaração de óbito – DO, de preenchimento obrigatório e

que, após a sua emissão, segue um fluxo ascendente passando a compor bancos de dados

municipais, estaduais e nacionais (Figura 1).

Para consolidação das informações, foram selecionados óbitos de residentes no estado de

Pernambuco, nos anos de 2000 a 2009, cuja causa básica, de acordo com a CID 10, encontrava-se

classificada entre X85 e Y09. Esses óbitos foram analisados em sua totalidade e, posteriormente,

subdivididos nas seguintes categorias:

- Disparo de arma de fogo (X93-X95),

- Objeto cortante/penetrante (X99),

- Objeto contundente (Y00),

- Outros meios (X85-X92, X96-X98, Y01-Y09),

A análise buscou mostrar a evolução da magnitude das causas externas no perfil da

mortalidade de Pernambuco; a sua discriminação por grupos de causas e focou os homicídios,

traçando o seu perfil considerando meios e locais de agressão e características das vítimas.

Para análise da mortalidade dos homicídios nos municípios de Pernambuco, os dados foram

agregados em quinquênios, na perspectiva de reduzir a flutuação aleatória da taxa devido à

instabilidade dos pequenos números.

Realizou-se ainda uma agregação dos municípios de acordo com o porte populacional para

obtenção das taxas de mortalidade, conforme será apresentada na Tabela 03.

Para definir áreas prioritárias para o enfrentamento do problema dos homicídios no estado de

Pernambuco, foi elaborada uma matriz de indicadores utilizando os dados desagregados por

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O problema dos homicídios em Pernambuco

municípios - o grau de urbanização (2000) e quatro indicadores sobre os óbitos ocorridos no

quinquênio 2005-2009: taxa de mortalidade por 100.000 habitantes, número de óbitos, proporção de

óbitos em menores de 40 anos e proporção de óbitos por disparo de arma de fogo. Para minimizar

flutuações aleatórias na taxa de mortalidade, os municípios com menos de cinco óbitos no quinquênio

foram excluídos da análise, sendo estes: Calçado, Camutanga, Ingazeira, Quixabá, Solidão e

Fernando de Noronha.

Cada indicador foi ordenado da pior para a melhor situação. A soma das posições ocupadas

por cada indicador da matriz constituiu a pontuação final de cada município. A partir dessa pontuação

foi possível ordenar as Geres e os municípios, demonstrando a classificação final segundo o risco

para homicídios.

Para estratificação do risco, os 179 municípios incluídos na análise foram agrupados por

quartil em estratos de muito alto risco, de alto risco, de médio risco e de baixo risco.

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 1 – Estrutura operacional básica do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)

Nota: Para as mortes por causas violentas e/ou acidentais (incluindo as decorrentes de acidentes de transporte), a emissão da Declaração de Óbito (DO) deve ser feita pelo médico legista do Instituto Médico Legal (IML) ou, em localidades sem acesso a IML, qualquer médico preenche a DO, desde que seja designado

pela autoridade judicial ou policial na função de perito legista eventual (ad hoc). A primeira via da DO é captada e digitada pelas secretarias municipais de saúde, compondo o banco de dados do SIM, que é transferido regularmente para as Gerências Regionais de Saúde e daí para a Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde.

Quando ocorre uma morte, a emissão da Declaração de

Óbito é obrigatória

Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) –

operacionalização básica

Emissão da Declaração de Óbito: hospitais, IML, SVO ou médicos acompanhantes de pacientes em domicílio, dependendo do local de ocorrência do óbito e da causa (natural, não natural, desconhecida)

Coleta e digitação da

Declaração de Óbito: Secretarias Municipais de Saúde

Banco de dados do SIM -

Pernambuco:

Município

Gerência Regional de Saúde

Secretaria Estadual de Saúde

Ministério da Saúde

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O problema dos homicídios em Pernambuco

3. O Problema dos Homicídios

3.1. A contribuição dos homicídios na mortalidade de residentes no estado de Pernambuco

Em 2009, do total de 53.082 óbitos registrados pelo SIM, em residentes em Pernambuco,

7.548 (14,7%) foram decorrentes de causas externas, que representaram a segunda causa de morte

no estado (Figura 2). Tal posição vem sendo ocupada pelas causas externas ao longo do tempo,

como pode ser observado no período entre 2000 e 2009 (Figura 3).

Nesses dez anos, as causas externas apresentaram uma taxa anual média de 91 óbitos para

cada 100.000 habitantes, superada apenas pelas doenças do aparelho circulatório. Entre as causas

externas, os homicídios representaram a primeira causa de morte, durante todo o decênio (2000 a

2009), seguidos pelos acidentes de transporte (Figuras 4 e 5).

Em 2009, do total de mortes por causas externas ocorridas em residentes do Estado, 3.754

(50%) foram decorrentes dos homicídios. Além disso, destaca-se nesse ano, que do total dos óbitos

por causas externas, 779 (10%) tinham como causa básica do óbito eventos cuja intenção é

indeterminada, o que pode ocasionar uma subnotificação dos homicídios (Figura 6).

Figura 2 – Proporção de óbitos segundo grupo de causa (CID 10). Pernambuco, 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 3 – Taxa de mortalidade por 100.000 habitantes segundo os principais grupos de causas

de óbito (CID 10). Pernambuco, 2000 – 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Figura 4 – Número de óbitos por causas externas por grupo de causas (CID 10). Pernambuco, 2000 - 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 5 – Taxa de mortalidade por 100.000 habitantes por causas externas segundo grupos

de causas (CID 10). Pernambuco, 2000 - 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Figura 6 – Número e percentual de óbitos por causas externas por grupo de causa. Pernambuco, 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

3.2. Caracterização dos homicídios no estado de Pernambuco

No ano de 2007, com 52,9 homicídios por 100 mil habitantes, o estado de Pernambuco

ocupou a terceira posição no ranking de ordenamentos das unidades da federação (UF), de acordo

com as taxas de homicídios em relação à população geral, perdendo apenas para os estados de

Alagoas e Espírito Santo e com uma taxa mais de duas vezes maior do que a nacional (Figura 7).

Figura 7 – Taxa de mortalidade por homicídios por 100.000 habitantes segundo unidade da federação. Brasil,

2007

Fonte: SIM / Datasus

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Entre os anos de 2000 a 2009, ocorreu uma média anual de 4.356 homicídios no Estado, com

uma taxa média de mortalidade de 52,3 óbitos por 100.000 habitantes. Esses dados representam

uma média de 12 homicídios por dia no estado de Pernambuco (Figura 8).

Porém vale destacar que, tanto o número de óbitos quanto a taxa de mortalidade

apresentaram importante redução no decênio. Em 2000, foram registrados 4.272 homicídios e uma

taxa de 54 /100.000 habitantes, passando a 3.754 óbitos em 2009, com taxa de 42,6 mortes a cada

100.000 habitantes, o que representa uma redução de 12% no número de óbitos e de 21% na taxa de

mortalidade. Em 2009, o número médio de homicídios passou a 10 por dia significando uma redução

de aproximadamente duas mortes violentas por dia (Figura 8).

Figura 8 – Número de óbitos e taxa de mortalidade por homicídios por 100.000 habitantes.

Pernambuco, 2000 - 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Entre os anos 2000 e 2009, verifica-se um importante predomínio dos óbitos por disparo de

arma de fogo, embora seja observada uma redução quando comparados os anos extremos da série

(2000 e 2009), passando de 84,2% para 79,5% do total de homicídios em Pernambuco,

respectivamente. A campanha de desarmamento realizada entre os anos de 2004 e 2005 pode ter

contribuído com a queda dos homicídios acontecidos nesses anos. Por outro lado, as mortes por

objeto cortante/penetrante e por objeto contundente apresentaram um incremento durante o período,

passando de 9,9% e 3,7% em 2000, para 11,6% e 6,5% em 2009, respectivamente (Figura 9).

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 9 – Proporção de homicídios segundo meio de agresão. Pernambuco, 2000 e 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Em todos os anos do decênio 2000-2009, os homicídios acometeram predominantemente o

sexo masculino, correspondendo, em 2009, a 92,4% (n=3.467) dessas mortes. Por outro lado, ainda

no ano de 2009, foi observado um pequeno incremento no percentual de homicídios em mulheres,

passando de 7,1% (n=263) em 2000, para 7,6% (n=284) em 2009, representando um aumento de 6%

(Figura 10).

Em 2009, a taxa de mortalidade no sexo masculino foi de 81,3 óbitos a cada 100.000

homens, e para o sexo feminino foi de 6,3 óbitos a cada 100.000 mulheres, representando uma taxa

13 vezes maior no sexo masculino. O risco relativo para a mortalidade por homicídios em 2009 foi de

15,02 vezes maior nos homens.

Quanto à mortalidade por homicídios de acordo com a faixa etária da vítima, observam-se em

todo o decênio elevadas taxas entre os adultos jovens (20 a 39 anos), concentrando mais da metade

dos óbitos, tanto em 2000 (n= 2.768; 64,8%) como em 2009 (n= 2.421; 64,5%). A faixa etária de 10 a

19 anos foi a segunda mais acometida nos anos de 2000 e 2009, com 17,0% (n=725) e 17,4%

(n=655), respectivamente (Figura 11).

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 10 – Proporção de homicídios segundo sexo da vítima. Pernambuco, 2000 – 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Figura 11 – Proporção de homicídios segundo faixa etária da vítima. Pernambuco, 2000 e 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Ainda em relação à faixa etária das vítimas, a Figura 12 apresenta a evolução da taxa de

mortalidade por homicídios nos grupos etários. Embora a taxa de mortalidade entre os adultos jovens

(20 a 39 anos) tenha apresentado importante redução, quando comparados os anos extremos da

série analisada, passando de 110,0 óbitos/100.000 habitantes em 2000 para 81,0/100.000 em 2009,

com uma redução de 26,4% em sua taxa, esse ainda é o grupo etário de maior risco para os

homicídios. Em 2009 o risco relativo para a mortalidade por homicídios foi 3,5 vezes maior nesse

grupo etário do que entre todas as outras faixas etárias.

Entre os adolescentes (10 a 19 anos), os homicídios representaram um total de 655 óbitos

em 2009, com uma taxa de 40,8 mortes a cada 100.000 adolescentes. Contrariando a tendência de

declínio observada em todos os grupos etários, observa-se uma oscilação desse indicador ao longo

do tempo, constatando-se ainda momentos de incremento da taxa durante o período analisado,

chegando a 52,1/100.000 adolescentes no ano de 2007 (Figura 12).

Figura 12 – Taxa de mortalidade por homicídios por 100.000 habitantes segundo faixa etária da vítima.

Pernambuco, 2000 – 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Em relação à raça/cor das vítimas de homicídios, houve uma predominância de negros

(pretos e pardos) em todos os anos do período (2000 a 2009), observando-se ainda um crescimento

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O problema dos homicídios em Pernambuco

proporcional da mortalidade nesse grupo, passando de 75,4% (n=3.222) em 2000 para 86,8%

(n=3.260) em 2009 (Figura 13).

Figura 13 – Proporção de homicídios segundo raça/cor da vítima.Pernambuco, 2000 – 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

A via pública foi o principal local de ocorrência dos homicídios no Estado, com crescimento

proporcional entre os anos de 2000 e 2009, passando de 51,0% (n=2.177) em 2000 para 58,4%

(n=2.191) em 2009 (Figura 14).

Figura 14 – Proporção de homicídios segundo local de ocorrência do óbito. Pernambuco, 2000 e 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

3.3. A situação da mortalidade por homicídios nas Gerências Regionais de Saúde do Estado

3.3.1. A evolução temporal do problema

Ao serem analisados os dados de Pernambuco, durante o decênio 2000 a 2009, observa-se a

redução da taxa de mortalidade por homicídios no Estado, passando de uma taxa de 54/100.000

habitantes em 2000, para 42,6 mortes a cada 100.000 habitantes em 2009, representando uma

redução de 21%.

A evolução das taxas de mortalidade por homicídios nas regionais de saúde de Pernambuco

é observada nas Figuras 15, 16 e na Tabela 1. Essa tendência de declínio da taxa de homicídios é

encontrada em quase todas as Regionais de Saúde.

Observa-se o crescimento desse risco de morte na II Geres – Limoeiro, passando de 30,6

para 35,3 óbitos por 100.000 habitantes, entre 2000 e 2009, respectivamente, representando um

incremento de 15,4%. Destaca-se ainda a IX Geres - Ouricuri, onde a taxa de homicídios apresentou

um aumento de 92,8% nos extremos da série, passando de 19,6 homicídios a cada 100.000

habitantes em 2000 para 37,8 em 2009 (Figura 15 e Tabela 1).

Por outro lado, vale ressaltar a importante redução da mortalidade por homicídios na I Geres

– Recife. De 2.469 mortes e taxa de 69,2/100.000 habitantes em 2000, passou a 2.071 óbitos e taxa

de 51,6/100.000 habitantes em 2009, uma redução de 16,1% no número de óbitos e 25,4% na taxa

de mortalidade. Certamente a redução na mortalidade por homicídios na I Geres teve um impacto

importante no comportamento da violência no estado de Pernambuco, considerando que, em 2009,

essa regional concentrou 55% dos homicídios do estado (Figura 15 e Tabela 2).

Em 2009, ocorreram 3.754 homicídios em residentes em Pernambuco. Entre as Gerências

Regionais de Saúde, a I Geres - Recife foi a que apresentou o maior número de óbitos (n=2.071) e a

maior taxa (51,6/100.000 hab.), revelando uma maior concentração de mortes violentas na Região

Metropolitana do estado (55%), o que parece estar associado, entre outros fatores, como o processo

de urbanização e as marcantes desigualdades existentes (Figuras 15 e 16).

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 15 – Taxa de mortalidade por 100.000 habitantes por homicídios segundo Gerência Regional de Saúde de residência. Pernambuco,

2000 – 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

Tabela 1 – Número de óbitos e taxa de mortalidade por 100.000 habitantes por homicídios segundo Gerência

Regional de Saúde de residência. Pernambuco, 2000 - 2009

Ano

Gerência Regional de Saúde (Geres)

I II III IV V VI VII VIII IX X XI PE

2000 Nº 2469 243 288 447 154 120 34 168 58 36 72 4272

Taxa 69,2 30,6 55,1 41,7 31,9 36,4 26,4 49,2 19,6 20,9 34,8 54,0

2001 Nº 2815 259 294 502 164 121 39 162 69 33 92 4703

Taxa 77,7 32,4 56,0 46,2 33,8 36,4 30,2 46,2 23,0 19,1 44,5 58,7

2002 Nº 2498 309 280 502 157 121 54 187 89 31 81 4428

Taxa 68,2 38,4 53,1 45,7 32,2 36,1 41,8 52,3 29,5 17,9 39,2 54,8

2003 Nº 2646 316 254 521 175 118 21 183 104 26 66 4508

Taxa 71,4 39,0 48,0 46,9 35,7 35,0 16,2 50,1 34,2 14,9 31,9 55,2

2004 Nº 2577 283 245 441 137 113 29 147 68 30 58 4194

Taxa 68,7 34,7 46,1 39,3 27,8 33,3 22,3 39,5 22,2 17,2 28,1 50,9

2005 Nº 2593 242 250 469 170 121 27 175 81 24 70 4298

Taxa 67,4 29,3 46,7 40,8 34,1 35,1 20,7 45,0 25,9 13,7 33,9 51,1

2006 Nº 2675 292 257 455 170 133 25 216 90 28 74 4464

Taxa 68,7 35,1 47,8 39,2 33,9 38,3 19,1 54,3 28,5 15,9 35,8 52,5

2007 Nº 2624 318 333 428 171 157 49 172 102 32 69 4548

Taxa 66,5 38,0 61,7 36,4 34,0 44,9 37,4 42,3 32,0 18,1 33,4 52,9

2008 Nº 2471 306 292 485 177 160 32 170 100 25 84 4394

Taxa 59,5 37,0 51,1 38,7 33,3 38,3 21,5 38,8 30,3 17,4 36,4 50,3

2009 Nº 2071 287 223 439 140 120 29 137 126 32 76 3754

Taxa 51,6 35,3 39,9 36,2 26,9 31,7 20,7 32,3 37,8 17,4 33,0 42,6

% Variação

(2000 – 2009)

Nº -16,1 18,1 -22,6 -1,8 -9,1 0,0 -14,7 -18,5 117,2 -11,1 5,6 -12,1

Taxa -25,4 15,4 -27,6 -13,2 -15,6 -12,9 -21,6 -34,4 92,9 -16,7 -5,7 -21,0

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

22

O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 16 – Número de óbitos e taxa de mortalidade por 100.000 habitantes por homicídios segundo

Gerência Regional de Saúde de residência. Pernambuco, 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

3.3.2. Caracterização dos homicídios por Gerência Regional de Saúde de

residência

A mortalidade proporcional por homicídios no triênio 2007-2009, segundo regional de

saúde e o tipo de agressão sofrida pela vitima, revela um predomínio dos óbitos por disparo de

arma de fogo, sendo mais expressivo na I Geres - Recife (87,0%), seguida pelas agressões por

objeto cortante/penetrante, com destaque para III Geres – Palmares, onde esse tipo de agressão

representou 27,6% das mortes (Figura 17).

23

O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 17 – Proporção de homicídios segundo Gerência Regional de Saúde de residência e tipo de

agressão. Pernambuco, triênio 2007-2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Quanto ao perfil das vítimas, embora exista uma pequena variação entre as regionais de

saúde, as mortes ocorrem predominantemente em adultos jovens (20 a 39 anos), do sexo

masculino e da raça/cor negra (pretos/pardos) (Figuras 18,19 e 20).

Figura 18 – Proporção de homicídios segundo Gerência Regional de Saúde de residência e faixa etária.

Pernambuco, triênio 2007-2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

24

O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 19 – Proporção de homicídios segundo Gerência Regional de Saúde de residência e sexo.

Pernambuco, triênio 2007-2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Figura 20 – Proporção de homicídios segundo Gerência Regional de Saúde de residência e raça/cor.

Pernambuco, triênio, 2007-2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

25

O problema dos homicídios em Pernambuco

Tomando-se como referência a expectativa de vida de 70 anos, no triênio 2004-2006, os

homicídios foram responsáveis por 522.590 anos potenciais de vida perdidos (APVP) no Estado,

uma perda média de 40,3 anos potenciais para cada pessoa que faleceu. Destaca-se, nesse

período, a I Geres - Recife, onde os homicídios resultaram em 42,2 anos potencias de vida

perdidos por pessoa, em média. No triênio 2007-2009, os homicídios levaram a um total de

512.613 anos potenciais de vida perdidos, ou seja, uma média de 40,3 anos por pessoa falecida

com destaque para a I Geres (Tabela 2).

Tabela 2 – Número de óbitos e anos potenciais de vida perdidos por homicídio segundo Gerência

Regional de Saúde de residência. Pernambuco, 2004 - 2009

Geres

2004 - 2006 2007 - 2009 % Variação APVP -

Triênios n APVP* Média APVP** n APVP* Média APVP**

I - Recife 7.849 331.471 42,2 7.174 302.236 42,1 -8,8

II - Limoeiro 819 31.029 37,9 911 35.064 38,5 13,0

III - Palmares 752 27.566 36,7 849 32.318 38,1 17,2

IV - Caruaru 1.365 51.132 37,5 1.359 52.127 38,4 1,9

V - Garanhuns 477 17.736 37,2 488 18.260 37,4 3,0

VI - Arcoverde 368 13.478 36,6 448 17.107 38,2 26,9

VII - Salgueiro 81 3.055 37,7 212 7.785 36,7 154,8

VIII - Petrolina 538 21.197 39,4 479 18.510 38,6 -12,7

IX - Ouricuri 239 8.790 36,8 328 11.751 35,8 33,7

X - Afog. da Ingazeira 82 2.874 35,0 204 7.580 37,2 163,7

XI - Serra Talhada 202 7.115 35,2 259 9.875 38,1 38,8

Total 12.962 522.590 40,3 12.711 512.613 40,3 -1,9 Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

* Anos Potenciais de Vida Perdidos – tomando-se como referência a expectativa de vida de 70 anos ** Média de Anos Potenciais de Vida Perdidos para cada óbito por homicídio

A via pública prevalece como local de ocorrência dos óbitos em todas as regionais de

saúde, embora as VII, VIII e XI Geres destaquem-se com um importante percentual de óbitos em

locais classificados como “outros”, o que pode estar associado à deficiência na qualidade dos

dados nas declarações de óbito emitidas nessas regionais de saúde (Figura 21).

26

O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 21 – Proporção de óbitos por homicídios segundo Gerência Regional de Saúde de residência e local

de ocorrência. Pernambuco, 2007-2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

3.4. A situação da mortalidade por homicídios nos municípios do Estado

No grupo de municípios com mais de 500.000 habitantes, embora só agreguem dois

municípios (Recife e Jaboatão dos Guararapes), foram observadas a maior concentração dos

homicídios (n=7.298; 34,6%) e a maior taxa de mortalidade (66,5 óbitos/100.000 hab.). O conjunto

de municípios com população de 100 a 500 mil habitantes apresentou a segunda maior taxa (57,2

óbitos/100.000 habitantes). Logo, esses dois grupos de municípios concentraram quase a metade

de todos os homicídios do estado de Pernambuco no quinquênio analisado, embora representem

apenas 10 municípios (Tabela 3).

27

O problema dos homicídios em Pernambuco

Tabela 3 – Mortalidade por homicídios segundo municípios agregados por porte populacional. Pernambuco,

2005 - 2009

Porte Populacional dos municípios de PE

Municípios População (2009) Óbitos (2005 - 2009)

n % n % n % Taxa*

1 (até 20.000 hab.) 89 48,1 1.181.559 13,4 1.837 8,7 31,6

2 (20.000-|50.000 hab.) 63 34,1 1.896.356 21,5 3.413 16,2 36,9

3 (50.000-|100.000 hab.) 23 12,4 1.613.562 18,3 3.320 15,7 42,2

4 (100.000-|500.000 hab.) 8 4,3 1.86.9491 21,2 5.229 24,8 57,2

5 (>500.000 hab.) 2 1,1 2.249.350 25,5 7.298 34,6 66,5

Total 185 100,0 8.810.318 100,0 21.097 100,0 49,0

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Ainda em relação ao porte populacional dos municípios, observa-se, ao comparar as taxas

de mortalidade por homicídios nos dois quinquênios analisados (2000-2004 e 2005-2009), uma

redução mais acentuada nos municípios de grande porte (portes 4 e 5), uma menor redução nos

municípios com mais de 20.000 habitantes (porte 2 e 3) e um incremento nos municípios de

pequeno porte (porte 1) (Figura 22).

Figura 22 – Taxa de mortalidade por 100.000 habitantes por homicídio segundo porte populacional dos

municípios. Pernambuco, 2000 - 2009

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

28

O problema dos homicídios em Pernambuco

As Figuras 23 e 24 mostram a distribuição espacial da taxa de homicídios nos municípios

de Pernambuco nos dois quinquênios analisados (2000-2004 e 2005-2009) por município de

residência da vítima (Figura 23) e por município de ocorrência do óbito (Figura 24). Observando-se

um padrão espacial muito semelhante em ambas com uma concentração das maiores taxas na

Região Metropolitana do Recife; no Sertão - região do “polígono da maconha” e Petrolina e, no

Agreste, em Caruaru. Nota-se ainda, ao comparar os dois quinquênios, uma redução nas taxas de

mortalidade, com um menor número de municípios nos estratos de maior risco.

Figura 23 – Taxa de mortalidade por homicídios por 100 habitantes segundo município de residência.

Pernambuco, 2000-2004 (A) e 2005-2009 (B).

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

A) Taxa de Mortalidade por homicídios de 2000-2004; B) Taxa de Mortalidade por homicídios de 2005-2009

29

O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 24 – Taxa de mortalidade por homicídios por 100 habitantes segundo município de ocorrência.

Pernambuco, 2000-2004 (A) e 2005-2009 (B).

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

A) Taxa de Mortalidade por homicídios de 2000-2004; B) Taxa de Mortalidade por homicídios de 2005-2009

Em geral, considera-se a relevância do local de ocorrência do óbito como uma expressão

das áreas “mais violentas, onde a população encontra-se mais exposta ao homicídio. Os mapas

acima revelam perfis muito semelhantes nos dois períodos.

A análise espacial dos fluxos entre o município de residência da vítima e de ocorrência

dos óbitos (Figura 25) mostra uma maior concentração dos óbitos na Região Metropolitana do

Recife, na região de Petrolina, e no Agreste do Estado. Isso tanto pode significar agressões fora

do local de residência, como deslocamentos pós-agressão para busca de atendimento uma vez

que as áreas apontadas oferecem uma maior estrutura hospitalar.

30

O problema dos homicídios em Pernambuco

Figura 25 – Fluxo dos homicídios segundo município residência da vítima e de ocorrência do óbito.

Pernambuco, 2005-2009.

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

A média de distância percorrida pelas vítimas entre o município de origem e o município

de ocorrência do óbito foi de 30,6 quilômetros.

A Tabela 4 sintetiza os principais pólos de ocorrência dos homicídios, na qual são

apresentados 20 municípios que concentram mais de 55% dos óbitos de Pernambuco.

No quinquênio estudado, do total de óbitos que ocorreram em Recife (6.411), 68,2% foram

de residentes de Recife e 31,8% de residentes de outros 128 municípios do Estado. O

deslocamento feito pelas vitimas entre o município de residência e a cidade do Recife é em média

de 57,4 quilômetros (Tabela 4).

Para o estado de Pernambuco, observa-se que em média 80,7% dos residentes de um

município faleceram no próprio município e do total de óbitos que ocorreram em cada município,

em média, 82,4% foram de residentes do próprio município. A média de distância percorrida entre

o município de origem e o município de ocorrência do óbito foi de 30,6 quilômetros.

Portanto, os dados da análise do mapeamento de fluxo ratificam o padrão espacial

semelhante entre a distribuição das taxas de homicídio por local de residência e de ocorrência das

mortes violentas. Ou seja, as vítimas de homicídio, em geral, morrem próximo de onde residem.

31

O problema dos homicídios em Pernambuco

Tabela 4 – Síntese dos principais municípios com Fluxo dos homicídios segundo município residência da

vítima e de ocorrência do óbito. Pernambuco, 2005-2009.

Municípios

Residência Ocorrência N municípios

Fluxo

Distância

Média (Km) n % Fluxo n % Fluxo

Recife 4.865 89,9 6.411 68,2 128 57,4

Jaboatão dos Guararapes 2.418 77,3 2.290 81,6 26 19,7

Olinda 1.413 64,8 1.099 83,3 14 13,1

Caruaru 720 92,4 949 70,1 84 75,2

Cabo de Santo Agostinho 732 79,9 682 85,8 19 30,9

Petrolina 597 96,5 646 89,2 18 70,7

Paulista 765 70,7 709 76,3 13 11,7

Vitória de Santo Antão 374 82,9 349 88,8 12 15,6

Garanhuns 280 86,1 292 82,5 24 31,5

Camaragibe 315 69,2 271 80,4 12 7,5

Ipojuca 236 83,1 222 88,3 12 24,2

Goiana 221 87,8 225 86,2 13 20,5

Abreu e Lima 283 62,9 216 82,4 11 46,4

Escada 201 83,1 186 89,8 10 21,6

Limoeiro 182 85,2 175 88,6 15 27,2

Igarassu 205 71,7 199 73,9 10 6,7

Palmares 163 87,1 159 89,3 9 19,4

São Lourenço da Mata 208 66,8 171 81,3 10 10,7

Arcoverde 154 85,7 176 75,0 12 71,9

Serra Talhada 134 91,0 141 86,5 8 21,6

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

Ainda em relação ao padrão espacial da mortalidade por homicídios em Pernambuco,

partindo do princípio da existência de uma relação espacial entre os processos de saúde/doença,

analisou-se as taxas de mortalidade por municípios de residência da vítima a fim de identificar a

presença de conglomerados espaciais. A Figura 26 apresenta os municípios de maior, menor e

prioridade intermediária para adoção de medidas intersetoriais para o enfrentamento do problema

dos homicídios em Pernambuco.

32

O problema dos homicídios em Pernambuco

Verifica-se, nos dois quinquênios estudados, a existência de conglomerados de maior

risco (alta prioridade) nos municípios da Região Metropolitana do Recife e no Agreste do Estado.

No segundo quinquênio, porém, observa-se uma redução no número de municípios nos estratos

de maior risco (Figura 26).

Figura 26 – Taxa de mortalidade por homicídios por 100 habitantes segundo município de ocorrência.

Pernambuco, 2000-2004 e 2005-2009 (BoxMap).

Fonte: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE

A) Taxa de Mortalidade por homicídios de 2000-2004; B) Taxa de Mortalidade por homicídios de 2005-2009

33

O problema dos homicídios em Pernambuco

Em síntese, quanto ao perfil da mortalidade por homicídios nos municípios do estado de

Pernambuco, observa-se uma expressiva concentração do risco nos municípios da Região

Metropolitana e de maior porte populacional, que parece estar associado ao processo de

urbanização, concentração de renda e desigualdade no acesso a bens e serviços.

Apesar da redução das taxas de homicídio no Estado, verifica-se um processo de

“interiorização” da violência com incremento das taxas nos municípios de menor porte

populacional.

3.5. Apontando áreas prioritárias de atuação intersetorial para a redução dos

homicídios

Os cinco indicadores que constituíram a matriz de prioridades apresentaram importante

variação entre os municípios do Estado.

Grau de urbanização: Valores situados entre 15,0 (Casinhas, Carnaubeira da Penha e

Santa Filomena) e 100,0 (Recife, Paulista e Camaragibe).

Taxa de mortalidade por homicídios: Valores situados entre 10,0/100.000 habitantes

(Itacuruba, Tacaratu, Ipubi e Itapetim) e 145,7/100.000 habitantes (Itaúba).

Número de óbitos: Valores situados entre 5 (Brejinho e Salgadinho) e 4.875 óbitos

(Recife).

Proporção de óbitos em menores de 40 anos: Valores situados entre 33,3% (Granito e

Santa Filomena) e 93,8% (Jucati).

Proporção de óbitos por disparo de arma de fogo: Valores situados entre 0,0% (Araçoiaba)

e 83,3% (Santa Terezinha);

A Figura 27 mostra a classificação final dos municípios segundo o risco para homicídios, a

partir dos cinco indicadores anteriormente descritos. Para estratificação do risco, os 179

municípios incluídos na análise foram agrupados por quartil, dos quais 45 constituíram o estrato de

muito alto risco, 45 de alto risco, 44 de médio risco e 45 de baixo risco.

Na I Geres 89% dos municípios classificam-se no estrato de muito alto risco, seguida das

III, VIII e IV Geres nas quais mais da metade dos municípios concentram-se nos estratos de muito

alto e alto risco (68,2%, 57,1% e 53,1%, respectivamente). A X e a IX regional de saúde foram as

34

O problema dos homicídios em Pernambuco

que apresentaram maior número de municípios nos estratos de médio e baixo risco, com 88,9% e

81,8% respectivamente (Figura 27).

Figura 27 – Classificação final dos municípios segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

A seguir, os municípios por Geres foram mapeados e identificados de acordo com o

estrato que ocupam na classificação de risco para homicídios em Pernambuco. Também, foi

identificada a posição ocupada por cada um deles em relação ao total de municípios do estado

(Figuras 28 a 38 e Tabelas 5 a 14).

35

O problema dos homicídios em Pernambuco

I Geres - Recife

Figura 28 – Classificação final dos municípios da I Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 5 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da I Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Recife 1 100,0 63,7 4875 88,7 79,7

Olinda 2 98,0 72,4 1415 87,4 79,7

Jaboatão dos Guararapes 3 97,8 73,0 2423 87,3 78,7

Cabo de Santo Agostinho 4 87,9 85,4 733 84,4 74,9

Paulista 5 100,0 50,0 767 87,0 78,5

Abreu e Lima 6 87,3 58,5 284 87,7 79,9

Camaragibe 7 100,0 42,9 316 87,7 78,8

Itapissuma 8 81,2 97,4 114 86,0 73,7

Vitória de Santo Antão 9 84,5 59,5 374 81,6 70,9

Igarassu 10 92,1 43,1 205 85,4 79,5

São Lourenço da Mata 11 92,4 43,3 208 84,1 71,6

Goiana 20 61,2 60,9 230 80,0 71,3

Moreno 26 77,8 41,7 117 80,3 65,0

Ipojuca 29 68,0 65,9 236 78,4 49,2

Pombos 35 59,9 47,9 57 82,5 68,4

Itamaracá 38 81,5 41,5 56 76,8 64,3

Chã Grande 97 63,8 25,6 25 80,0 44,0

Araçoiaba 145 82,4 12,4 11 63,6 0,0

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

36

O problema dos homicídios em Pernambuco

II Geres - Limoeiro

Figura 29 – Classificação final dos municípios da II Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 6 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização(2000) e

posição final de risco dos municípios da II Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Timbaúba 16 77,4 40,5 111 90,1 70,3 Limoeiro 23 75,3 63,5 182 76,4 63,2 Nazaré da Mata 24 84,4 48,7 75 82,7 57,3 Carpina 33 95,6 37,2 129 77,5 57,4 Paudalho 36 76,3 32,6 79 84,8 65,8 Tracunhaém 44 76,2 30,9 20 90,0 65,0 Itambé 48 75,3 37,5 67 82,1 50,7 Condado 52 84,8 33,0 40 82,5 47,5 Aliança 54 46,0 56,2 102 76,5 57,8 Surubim 55 65,9 33,4 91 78,0 57,1 Lagoa do Itaenga 62 76,1 35,5 39 74,4 53,8 Feira Nova 64 64,5 27,7 27 81,5 59,3 Lagoa do Carro 72 61,7 35,1 26 76,9 50,0 Chã de Alegria 74 72,8 29,3 17 76,5 52,9 Glória do Goitá 75 45,5 27,0 38 78,9 65,8 Itaquitinga 81 72,1 38,5 30 70,0 43,3 Macaparana 106 60,1 31,9 38 63,2 44,7 João Alfredo 108 38,1 36,5 51 72,5 43,1 Vicência 109 36,4 38,9 56 73,2 33,9 Bom Jardim 111 35,2 30,0 58 75,9 48,3 São Vicente Ferrer 118 55,6 27,7 24 75,0 37,5 Buenos Aires 122 53,4 16,1 10 80,0 50,0 Machados 125 55,7 21,5 12 83,3 8,3 Cumaru 146 24,7 18,1 24 75,0 54,2 Ferreiros 148 64,9 23,8 13 53,8 23,1 Passira 152 42,3 27,0 39 61,5 30,8 Vertente do Lério 158 17,7 37,0 15 60,0 40,0 Salgadinho 166 31,5 12,4 5 80,0 20,0 Orobó 171 24,9 12,3 14 71,4 35,7 Casinhas 178 10,7 16,8 12 41,7 25,0

37

O problema dos homicídios em Pernambuco

III Geres - Palmares

Figura 30 – Classificação final dos municípios da III Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 7 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da III Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Escada 17 79,5 67,0 201 78,1 60,2

Ribeirão 21 71,5 62,7 128 82,0 60,2

Tamandaré 27 66,8 69,3 66 89,4 54,5

Palmares 28 77,9 58,1 163 79,8 52,8

Barreiros 30 79,3 45,1 91 84,6 51,6

Amaraji 34 67,5 73,2 79 78,5 55,7

Rio Formoso 47 40,2 74,8 82 78,0 61,0

Belém de Maria 57 61,8 60,6 29 69,0 62,1

Primavera 58 57,9 44,6 27 81,5 55,6

Joaquim Nabuco 65 60,4 38,2 31 80,6 48,4

Sirinhaém 69 41,3 45,0 79 77,2 45,6

Gameleira 76 69,4 44,5 61 67,2 26,2

Lagoa dos Gatos 84 46,3 39,3 31 77,4 51,6

São José da Coroa Grande 88 68,1 44,0 37 67,6 32,4

Xexéu 89 57,8 53,3 41 65,9 36,6

Água Preta 91 51,5 28,8 44 86,4 40,9

Quipapá 93 49,2 48,5 58 63,8 44,8

Cortês 105 66,6 38,7 24 58,3 33,3

Catende 114 75,0 25,1 41 63,4 34,1

São Benedito do Sul 120 50,3 31,7 17 70,6 47,1

Jaqueira 160 50,7 22,2 14 64,3 21,4

Maraial 168 56,6 16,4 12 50,0 16,7

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

38

O problema dos homicídios em Pernambuco

IV Geres - Caruaru

Figura 31 – Classificação final dos municípios da IV Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 8 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da IV Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Toritama 12 92,3 52,0 76 85,5 68,4 Cupira 13 80,8 64,3 73 84,9 74,0 Caruaru 14 85,7 49,9 720 80,8 66,0 Bezerros 18 77,7 63,9 192 76,0 67,7 Santa Cruz do Capibaribe 31 96,9 30,6 117 81,2 63,2 Brejo da Madre de Deus 32 64,8 37,9 81 86,4 66,7 São Caitano 37 67,3 39,2 71 84,5 62,0 Pesqueira 39 71,0 42,4 128 78,9 56,3 Agrestina 40 64,4 59,3 65 73,8 66,2 Gravatá 43 82,6 24,4 89 85,4 58,4 Belo Jardim 56 73,4 33,1 123 78,0 50,4 São Bento do Una 61 51,4 35,6 86 79,1 58,1 São Joaquim do Monte 68 57,2 31,3 34 79,4 55,9 Cachoeirinha 71 70,9 40,0 36 63,9 50,0 Barra de Guabiraba 77 84,7 14,8 9 88,9 44,4 Altinho 82 47,6 41,3 45 71,1 55,6 Jataúba 87 45,2 32,0 24 83,3 54,2 Camocim de São Félix 116 73,9 27,1 22 63,6 40,9 Poção 127 56,9 35,0 21 57,1 42,9 Bonito 128 60,9 23,9 48 64,6 35,4 Taquaritinga do Norte 131 60,8 20,0 22 63,6 50,0 Riacho das Almas 133 33,8 33,5 31 64,5 48,4 Tacaimbó 136 45,8 30,2 20 70,0 35,0 Panelas 138 41,9 23,1 29 69,0 44,8 Sairé 139 41,4 25,4 19 68,4 47,4 Alagoinha 140 53,8 19,9 14 71,4 35,7 Vertentes 141 42,1 17,0 14 78,6 35,7 Jurema 151 55,6 26,8 20 50,0 25,0 Sanharó 154 47,9 24,2 21 66,7 23,8 Ibirajuba 169 32,6 21,2 8 62,5 37,5 Santa Maria do Cambucá 172 19,3 21,1 13 53,8 38,5 Frei Miguelinho 176 18,2 18,2 12 50,0 25,0

39

O problema dos homicídios em Pernambuco

V Geres - Garanhuns

Figura 32 – Classificação final dos municípios da V Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 9 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da V Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Garanhuns 22 87,8 43,5 281 81,9 56,6 Jupi 53 46,9 44,8 30 83,3 63,3 Águas Belas 59 54,4 37,8 70 77,1 61,4 Itaíba 66 32,6 145,7 30 70,0 63,3 Correntes 73 51,9 35,9 31 74,2 58,1 Canhotinho 78 49,2 40,7 51 74,5 49,0 Jucati 90 23,5 29,2 16 93,8 68,8 Lajedo 92 70,0 29,1 50 68,0 52,0 Bom Conselho 95 59,9 25,6 56 73,2 53,6 Terezinha 100 29,8 28,7 9 77,8 77,8 Lagoa do Ouro 102 41,4 33,7 19 68,4 63,2 Saloá 112 34,3 39,2 30 70,0 50,0 Paranatama 117 15,9 39,3 21 81,0 42,9 São João 121 36,2 22,8 24 75,0 58,3 Brejão 124 36,1 38,5 18 72,2 44,4 Iati 129 37,4 30,8 27 70,4 51,9 Capoeiras 135 24,8 28,4 28 67,9 57,1 Angelim 149 50,0 16,4 8 75,0 37,5 Palmeirina 156 50,2 12,4 6 66,7 50,0 Caetés 161 22,8 14,3 19 73,7 52,6

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

VI Geres - Arcoverde

Figura 33 – Classificação final dos municípios da VI Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 10 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da VI Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Arcoverde 25 89,8 46,5 155 78,1 56,8

Ibimirim 41 55,4 77,7 95 74,7 60,0

Petrolândia 46 71,7 41,5 66 77,3 56,1

Venturosa 50 59,8 35,3 27 85,2 66,7

Inajá 63 48,8 31,9 30 83,3 66,7

Jatobá 79 41,2 31,7 23 82,6 60,9

Buíque 80 35,0 51,3 129 71,3 46,5

Pedra 104 50,7 27,0 28 75,0 53,6

Tupanatinga 110 30,9 39,3 41 65,9 53,7

Tacaratu 130 42,4 8,4 8 87,5 50,0

Custódia 132 55,5 21,9 35 68,6 40,0

Sertânia 137 53,8 22,8 38 57,9 42,1

Manari 147 17,6 22,2 17 70,6 58,8

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

VII Geres - Salgueiro

Figura 34 – Classificação final dos municípios da VII Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 11 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da VII Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Belém de São Francisco 51 58,4 51,5 50 74,0 60,0

Terra Nova 85 52,8 18,3 8 87,5 62,5

Salgueiro 94 77,4 18,5 51 76,5 41,2

Cedro 115 52,5 15,6 8 75,0 62,5

Mirandiba 126 48,6 29,6 20 70,0 50,0

Verdejante 167 26,0 16,6 8 75,0 37,5

Serrita 175 24,8 18,0 16 50,0 25,0

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

42

O problema dos homicídios em Pernambuco

VIII Geres - Petrolina

Figura 35 – Classificação final dos municípios da VIII Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 12 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da VIII Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Petrolina 19 76,1 46,6 623 82,0 59,4

Cabrobó 45 59,0 36,8 54 87,0 63,0

Santa Maria da Boa Vista 60 37,9 47,4 102 74,5 64,7

Lagoa Grande 86 45,2 43,9 49 69,4 55,1

Orocó 103 33,0 37,7 23 69,6 60,9

Afrânio 174 26,5 13,2 11 63,6 27,3

Dormentes 177 26,6 10,1 8 62,5 25,0

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

IX Geres - Ouricuri

Figura 36 – Classificação final dos municípios da IX Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 13 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da IX Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Trindade 15 78,4 72,9 91 84,6 64,8

Ouricuri 67 46,9 41,1 128 70,3 55,5

Araripina 96 48,9 30,2 119 73,1 50,4

Ipubi 123 58,3 9,2 33 75,8 51,5

Moreilândia 143 50,3 20,8 11 72,7 36,4

Bodocó 153 29,3 13,4 23 78,3 43,5

Exu 155 35,5 23,0 37 59,5 45,9

Santa Cruz 159 25,4 30,8 20 65,0 40,0

Parnamirim 163 38,0 22,3 22 63,6 36,4

Granito 173 26,2 18,4 6 33,3 33,3

Santa Filomena 179 14,0 12,9 9 33,3 22,2

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

44

O problema dos homicídios em Pernambuco

X Geres – Afogados da Ingazeira

Figura 37 – Classificação final dos municípios da X Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 13 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da X Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Santa Terezinha 83 57,2 11,5 6 83,3 83,3

Afogados da Ingazeira 101 70,3 18,1 32 71,9 53,1

Tuparetama 107 74,8 30,9 13 69,2 30,8

Tabira 113 66,3 14,7 19 73,7 52,6

São José do Egito 119 60,0 18,2 28 78,6 32,1

Itapetim 157 51,4 9,9 7 71,4 42,9

Brejinho 162 32,8 13,8 5 60,0 60,0

Carnaíba 164 37,1 16,8 15 66,7 46,7

Iguaraci 170 46,2 13,4 8 50,0 37,5

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

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O problema dos homicídios em Pernambuco

XI Geres – Serra Talhada

Figura 38 – Classificação final dos municípios da XI Geres segundo risco para homicídios em Pernambuco.

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

Tabela 14 – Indicadores sobre a mortalidade por homicídios (2005-2009), Grau de urbanização (2000) e

posição final de risco dos municípios da XI Geres em relação ao total de municípios de Pernambuco.

Município Posição

Final Grau

Urbanização Taxa de

Mortalidade N° óbitos

% óbitos < 40 anos

% Arma de fogo

Floresta 42 62,9 47,1 65 76,9 63,1

Serra Talhada 49 70,0 36,6 135 77,0 55,6

São José do Belmonte 70 46,6 30,4 50 78,0 62,0

Betânia 98 25,8 25,8 15 86,7 66,7

Santa Cruz da Baixa Verde 99 38,1 34,9 19 78,9 52,6

Carnaubeira da Penha 134 10,8 46,1 25 64,0 44,0

Triunfo 142 43,3 31,6 24 66,7 25,0

Flores 144 39,1 18,8 20 65,0 55,0

Itacuruba 150 88,1 7,8 10 40,0 10,0

Calumbi 165 27,0 26,6 10 70,0 30,0

Fontes: SIM / Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde / SES-PE; IBGE

46

O problema dos homicídios em Pernambuco

4. Considerações Finais

As informações sobre a problemática dos homicídios no estado de Pernambuco revelam:

- A magnitude da violência no estado de Pernambuco, representando a principal causa de óbito

dentre as causas externas e o terceiro Estado da federação com maior taxa de mortalidade;

- Uma importante redução da mortalidade por homicídios em residentes no Estado, no decênio

2000 – 2009, em torno de 12% no número de óbitos e de 21% na taxa de mortalidade, quando

comparados os anos extremos da série. Porém, ainda ocorrem mais de 3.754 óbitos anuais por

essa causa (em torno de dez óbitos por dia) e as maiores taxas de mortalidade são observadas

em adultos jovens;

- Em geral, o perfil das vítimas de homicídios são homens (mais de 92%) com um risco de 15,02

vezes maior nos homens do que nas mulheres, adultos jovens (64,5% com idade entre 20 e 39

anos) e negros (cerca de 86%);

- A maioria dos homicídios ocorre em via pública (58%);

- As maiores taxas de mortalidade por homicídios ocorrem em residentes nas I, II, IX e VI Geres e

que o menor risco de morte violenta ocorre na X Geres;

- Observou-se uma redução da taxa de mortalidade por homicídios na maioria das Regionais de

Saúde, com exceção apenas da II, IX e XI Geres, onde houve um incremento da taxa entre os

anos de 2000 e 2009;

- Os municípios com maior porte populacional apresentam maiores taxas de mortalidade por

homicídios com uma expressiva concentração do risco nos municípios da região metropolitana, o

que parece estar associado ao processo de urbanização, concentração de renda e desigualdade

no acesso a bens e serviços;

- Ao longo do decênio analisado, verifica-se um processo de “interiorização” da violência com

incremento das taxas nos municípios de menor porte populacional e do interior do estado;

- A existência de um padrão espacial semelhante entre a distribuição das taxas de homicídio por

local de residência e de ocorrência das mortes violentas, demonstrando que, em geral, as vítimas

de homicídio morrem próximo de onde residem.

A violência, o desafio do século, está difundida em todo o tecido social, causando grande

impacto na saúde da população. Ela ainda resulta em altos custos econômicos e sociais para o

Estado e para as famílias, com potenciais anos de vida perdidos. É necessário o conhecimento de

47

O problema dos homicídios em Pernambuco

seu diagnóstico, subsidiando o planejamento de ações de enfrentamento e prevenção da violência

e promoção da cultura de paz.

Essas informações apontam municípios prioritários para a implementação de política de

segurança articulada com programas sociais; com maiores investimentos em infraestrutura,

educação, saúde e urbanização.

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O problema dos homicídios em Pernambuco

O problema dos homicídios em Pernambuco

O problema dos homicídios em Pernambuco

Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco

Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde

Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Situação de Saúde