Autopercepção de pessoas acometidas pela hanseníase sobre sua saúde bucal e necessidade de...

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TEMAS LIVRES FREE THEMES 817 1 Centro de Saúde da Família Anastácio Magalhães, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Rua Delmiro de Farias, Rodolfo Teófilo. 60000-000 Fortaleza CE. [email protected] 2 Departamento de Saúde Comunitária, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará. 3 Departamento de Saúde Comunitária, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará. 4 Curso de Odontologia, Universidade de Fortaleza. 5 Departamento de Clínica Odontológica, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Ceará. Autopercepção de pessoas acometidas pela hanseníase sobre sua saúde bucal e necessidade de tratamento Self-perception of people afflicted with leprosy regarding their oral health and the need for treatment Resumo A hanseníase é uma doença infecciosa que produz impacto do ponto de vista físico, soci- al e psicológico. O propósito deste estudo foi ava- liar a autopercepção sobre saúde bucal e a neces- sidade de tratamento em pacientes com hansení- ase no Município de Fortaleza (CE), Brasil. Tra- ta-se de um estudo transversal e descritivo, onde 100 pacientes com hanseníase foram submetidos a questionário semiestruturado. Os resultados da análise bivariada entre necessidade de tratamen- to e características socioeconômicas mostrou que apenas a escolaridade apresentou associação esta- tística (p = 0,000). Verificou-se associação entre a classificação da saúde bucal e autopercepção da necessidade de tratamento (p = 0,05). Com rela- ção à autopercepção em saúde bucal, 36% dos su- jeitos pesquisados classificaram sua saúde bucal como boa. A autopercepção do paciente com han- seníase quanto a sua saúde bucal e necessidade de tratamento deve, juntamente com uma avaliação clínica, servir de guia para a execução de políticas públicas que visem a favorecer um tratamento odontológico mais efetivo para esses pacientes. Palavras-chave Hanseníase, Autoimagem, Saú- de Bucal Abstract Leprosy is an infectious disease that has an impact from a physical, social and psycholog- ical standpoint. The scope of this study was to assess the self-perception on oral health and need for treatment in leprosy patients in the city of Fortaleza, State of Ceará, Brazil. This is a cross- sectional and descriptive study, where 100 lepro- sy patients were given a semi-structured ques- tionnaire to fill out. The results of the bivariate analysis between need for treatment and socio- economic characteristics showed that only edu- cation revealed a statistical association (p=0.000). An association was verified between the classifi- cation of oral health and self-perception of need for treatment (p=0.05). With respect to the self- perception of oral health, 36% of the researched subjects classified their oral health as good. The self-perception of leprosy patients regarding their oral health and need for treatment, together with a clinical evaluation, should serve as a guide for the drafting of public policies that aim to foment more effective dental treatment for these patients. Key words Leprosy, Self-image, Oral health Janaína Rocha de Sousa Almeida 1 Carlos Henrique Alencar 2 Jaqueline Caracas Barbosa 3 Aldo Angelim Dias 4 Maria Eneide Leitão de Almeida 5

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1 Centro de Saúde daFamília AnastácioMagalhães, PrefeituraMunicipal de Fortaleza. RuaDelmiro de Farias, RodolfoTeófilo. 60000-000Fortaleza [email protected] Departamento de SaúdeComunitária, Faculdade deMedicina, UniversidadeFederal do Ceará.3 Departamento de SaúdeComunitária, Faculdade deMedicina, UniversidadeFederal do Ceará.4 Curso de Odontologia,Universidade de Fortaleza.5 Departamento de ClínicaOdontológica, Centro deCiências da Saúde,Universidade Federal doCeará.

Autopercepção de pessoas acometidas pela hanseníasesobre sua saúde bucal e necessidade de tratamento

Self-perception of people afflicted with leprosyregarding their oral health and the need for treatment

Resumo A hanseníase é uma doença infecciosa

que produz impacto do ponto de vista físico, soci-

al e psicológico. O propósito deste estudo foi ava-

liar a autopercepção sobre saúde bucal e a neces-

sidade de tratamento em pacientes com hansení-

ase no Município de Fortaleza (CE), Brasil. Tra-

ta-se de um estudo transversal e descritivo, onde

100 pacientes com hanseníase foram submetidos

a questionário semiestruturado. Os resultados da

análise bivariada entre necessidade de tratamen-

to e características socioeconômicas mostrou que

apenas a escolaridade apresentou associação esta-

tística (p = 0,000). Verificou-se associação entre

a classificação da saúde bucal e autopercepção da

necessidade de tratamento (p = 0,05). Com rela-

ção à autopercepção em saúde bucal, 36% dos su-

jeitos pesquisados classificaram sua saúde bucal

como boa. A autopercepção do paciente com han-

seníase quanto a sua saúde bucal e necessidade de

tratamento deve, juntamente com uma avaliação

clínica, servir de guia para a execução de políticas

públicas que visem a favorecer um tratamento

odontológico mais efetivo para esses pacientes.

Palavras-chave Hanseníase, Autoimagem, Saú-

de Bucal

Abstract Leprosy is an infectious disease that has

an impact from a physical, social and psycholog-

ical standpoint. The scope of this study was to

assess the self-perception on oral health and need

for treatment in leprosy patients in the city of

Fortaleza, State of Ceará, Brazil. This is a cross-

sectional and descriptive study, where 100 lepro-

sy patients were given a semi-structured ques-

tionnaire to fill out. The results of the bivariate

analysis between need for treatment and socio-

economic characteristics showed that only edu-

cation revealed a statistical association (p=0.000).

An association was verified between the classifi-

cation of oral health and self-perception of need

for treatment (p=0.05). With respect to the self-

perception of oral health, 36% of the researched

subjects classified their oral health as good. The

self-perception of leprosy patients regarding their

oral health and need for treatment, together with

a clinical evaluation, should serve as a guide for

the drafting of public policies that aim to foment

more effective dental treatment for these patients.

Key words Leprosy, Self-image, Oral health

Janaína Rocha de Sousa Almeida 1

Carlos Henrique Alencar 2

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Aldo Angelim Dias 4

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Introdução

A hanseníase ou doença de Hansen é uma doen-ça bastante estigmatizada, contagiosa, mutilantee que provoca rejeição e preconceito ao pacienteportador, este fato é gerado principalmente pelafalta de informação da população, o que podeoriginar na sua exclusão da sociedade1-5, sendoque sua evolução pode ocasionar graves conse-quências, como lesões incapacitantes, aumenta-do assim as repercussões sociais6,7.

Trata-se de uma das principais doenças in-fecciosas que produz impacto não apenas doponto de vista físico como também social e psi-cológico6,8-11. Apesar de todo o trabalho realiza-do com o objetivo de controlar a hanseníase, ten-tando desmistificar alguns conceitos errôneos,incentivar o correto diagnóstico e execução dotratamento de poliquimioterapia, o medo comrelação à doença ainda é evidente6.

A hanseníase é uma doença infecciosa crôni-ca causada pela bactéria intracelular e acidorre-sistente Mycobacterium leprae4,12 que acometepreferencialmente pele e nervos periféricos, comum grande potencial para desenvolver incapaci-dades físicas, que podem evoluir para deformi-dades visíveis, mais comuns em mãos, pés e áre-as da face13,14. Sua transmissão acontece pelas viasaéreas superiores8,15. A hanseníase apresenta le-sões de pele com diminuição ou ausência de sen-sibilidade, sendo as mais comuns as manchas aspigmentares, as placas, as infiltrações, os tubér-culos e os nódulos. As lesões podem acometerqualquer local do corpo, inclusive a mucosa na-sal e, mais raramente, a cavidade oral16. A altera-ção de sensibilidade diferencia as lesões hansêni-cas das outras dermatológicas8. A classificaçãode Madri (1953) divide a hanseníase de acordocom sua forma clínica em indeterminada, está-gio inicial da doença; tuberculoide, contenção damultiplicação bacilar; dimorfos, forma de insta-bilidade imunológica; e virchowianos, quandoocorre maior multiplicação e disseminação dadoença.

Avaliando a relação da saúde bucal com ahanseníase, verifica-se que as infecções odonto-lógicas podem ser fatores desencadeantes de epi-sódios de reações hansênicas, que são períodosde inflamação aguda no curso de uma doençacrônica que podem afetar os nervos17. Esta infla-mação aguda é causada pela atuação do sistemaimunológico do hospedeiro que ataca o Myco-

bacterium leprae17. Doenças gengivais e perio-dontais estão entre os fatores bucais mais pro-váveis na ocorrência dos episódios reacionais18.

Do ponto de vista clínico, as principais mani-festações bucais associadas à hanseníase referem-se a alterações gengivais na porção anterior damaxila, palato duro e mole, úvula e língua19,20,entretanto, não existem lesões patognomônicasna cavidade oral16,20-22. Quanto ao grau de envol-vimento do palato, as lesões estão muito relacio-nadas com a duração da doença, representandoimportante marcador clínico aninhado a outrasmanifestações sistêmicas16. Ressalta-se que atu-almente o tratamento precoce com a poliquimi-oterapia reduz a incidência de lesões orais, tor-nando-as mais raras16,23,24. A manutenção de in-fecções orais, no entanto, pode levar a reações,dificultando o tratamento do paciente23. Em ra-zão da possibilidade de ocorrência destas lesões,a avaliação sistemática do padrão das condiçõesbucais é recomendada na rotina dos serviços21.

Poucos são os estudos a respeito da saúde bu-cal dos pacientes com hanseníase16,22,25, e mais raraainda é a avaliação da autopercepção destes com aprópria. Nesse sentido, este estudo se propõe co-nhecer as percepções desses pacientes com relaçãoà sua saúde bucal e à necessidade de tratamento,podendo servir como referência para a elaboraçãode políticas de saúde para esses indivíduos.

A autopercepção é a interpretação que umapessoa faz do seu estado de saúde, contribuindopara isso os mais diversos fatores, sejam eles di-reta ou indiretamente relacionados, sendo con-siderada uma variável multidimensional. Umacomplexidade de fatores influencia nesse julga-mento, dentre eles as características demográfi-cas, como idade, sexo, raça e fatores de predis-posição, como escolaridade e acesso a informa-ções sobre cuidados preventivos, que podem in-fluenciar na predisposição para o uso de serviçosodontológicos e, consequentemente, na autoper-cepção da saúde bucal26-30.

A autopercepção está associada a fatores ob-jetivos e subjetivos. Dentre os parâmetros de ava-liação objetiva, realizada pelo cirurgião-dentista,podem-se destacar os índices como CPO queavalia o número de dentes cariados, perdidos eobturados; índices que avaliam a condição doperiodonto, como o índice periodontal comuni-tário (CPI) e índice de perda de inserção(PIP)26,29,30. Como parâmetros subjetivos, tem-se a autoavaliação da necessidade de tratamentoodontológico, sensibilidade dolorosa nos dentese gengivas, aparência bucal, da mastigação, dafala e dos relacionamentos sociais em função dascondições bucais26,29-34.

A autopercepção de saúde bucal não está dis-sociada da saúde em geral, recebendo a influên-

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oletiva, 18(3):817-826, 2013

cia da presença de doenças sistêmicas e da saúdemental26. Desse modo, o propósito do presenteestudo foi avaliar a autopercepção sobre a saúdebucal e a necessidade de tratamento de pacientescom hanseníase no Município de Fortaleza (CE),Brasil.

Métodos

Este estudo caracteriza-se como transversal edescritivo, tendo o período de coleta iniciado emdezembro de 2009 e finalizando em julho de 2010.Foram entrevistados 100 pacientes com hanse-níase, acompanhados no ambulatório de der-matologia do Hospital Universitário Walter Can-tídio, da Universidade Federal do Ceará, Municí-pio de Fortaleza (CE), Brasil. Este hospital é umadas unidades de referência para o atendimentode pacientes com hanseníase no Estado do Cea-rá. Como critérios de inclusão no estudo, o paci-ente deveria residir no Município de Fortaleza eter idade maior ou igual a 15 anos. Foram entre-vistados todos os pacientes com hanseníase queestavam em acompanhamento, seja no períodode tratamento ou pós-tratamento, e dentro doscritérios de inclusão.

Utilizou-se para a coleta dos dados um ques-tionário adaptado do Projeto Condições de Saú-de Bucal da População Brasileira-SB Brasil 2002/2003, que avalia a situação socioeconômica, oacesso a serviços odontológicos e a autopercep-ção em saúde bucal, além das condições de saúdebucal (cárie, doença periodontal, necessidade detratamento, uso e necessidade de prótese e alte-rações de tecidos moles)35. Foram incluídas nes-se questionário perguntas específicas relaciona-das à hanseníase, avaliando-se as interações des-ta doença com a autopercepção da saúde bucal.Foi realizado um estudo-piloto em dez portado-res de hanseníase que não fizeram parte da refe-rida pesquisa, com o objetivo de realizar os devi-dos ajustes ao instrumento de pesquisa. Todasas entrevistas foram realizadas por uma só pes-quisadora no próprio hospital onde esses paci-entes eram acompanhados.

Inicialmente foi realizada a análise descritivada população estudada e, em seguida, foram ava-liadas as relações estatísticas entre as diversasvariáveis. A primeira variável dependente avalia-da foi a autopercepção da necessidade de trata-mento odontológico, por meio do questiona-mento: “Considera que necessita de tratamentoatualmente?”. Como variáveis independentes,foram empregadas as características demográfi-

cas, situação socioeconômica, aspectos relacio-nados à hanseníase e condições da saúde bucal.A segunda variável dependente avaliada foramos prejuízos causados pela doença à sua saúdebucal, mediante o questionamento: “A doençahanseníase trouxe algum prejuízo para sua saú-de bucal? Se sim qual?”. As variáveis independen-tes analisadas foram dificuldade de higienização,classificação da saúde bucal, classificação da apa-rência dos dentes e gengivas, classificação damastigação, classificação da fala, relação da saú-de bucal e relacionamento com outras pessoas equantidade de dor nos dentes e gengivas nos úl-timos seis meses.

A análise estatística foi realizada de forma des-critiva, ressaltando-se as dimensões mais relevan-tes. Os dados foram analisados pelo programaStata 11, tendo-se aplicado o teste de Pearson ede Fisher para verificar associação entre as variá-veis, considerando-se significativo com o valorp < 0,05.

Este estudo teve início após a aprovação peloComitê de Ética em Pesquisa da UniversidadeFederal do Ceará e foi conduzido conforme osprincípios éticos da Declaração de Helsinque,contidos na Resolução n. 196/9636 do ConselhoNacional de Saúde, que regula investigações rea-lizadas em seres humanos.

Resultados

Nos 100 pacientes com hanseníase examinados,a idade variou de 25 a 84 anos, apresentandomédia de 49,32 anos e desvio-padrão de 13,82 efoi observado que a maioria (52%) era do sexomasculino. Quanto às características socioeco-nômicas, prevaleceu uma baixa escolaridade,pois 48% apresentava o ensino fundamental in-completo. Referente à moradia, 75% tinham casaprópria, contudo 29% dos entrevistados nãopossuía renda pessoal.

Na caracterização da doença hanseníase, in-vestigou-se há quanto tempo o paciente desco-briu que tinha a doença, tendo-se verificado quepara a maioria (28%) foi entre um e dois anos. Aforma virchowiana foi encontrada em 57% dosportadores. Episódios de reações hansênicas fo-ram relatados por 58% dos entrevistados.

A necessidade atual de tratamento dentáriofoi referida por 73% dos entrevistados, 25% acha-ram que não precisavam e 2% não souberamresponder.

Os resultados da análise bivariada entre au-topercepção da necessidade de tratamento e ca-

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racterísticas socioeconômicas e caracterização dahanseníase mostraram que apenas a escolarida-de apresentou associação estatística (p = 0,000),como pode ser observado na Tabela 1, onde severifica que, quanto maior o grau de escolarida-de, maior a percepção da necessidade de trata-mento. Não foi verificada associação estatísticaentre a autopercepção da necessidade de trata-mento e os demais fatores, como: gênero (p =0,895), tipo de moradia (p = 0,978), renda pes-soal (p = 0, 236), tempo da doença (p = 0,771) eforma de hanseníase (p = 0,928).

No que concerne à autopercepção da saúdebucal, 36% dos sujeitos pesquisados a classifica-ram como boa. Quanto à aparência de dentes egengivas, foi considerada boa para 44% dos pa-cientes.

Os indivíduos estudados consideraram suamastigação e a fala como boas em 49% e 53%,respectivamente. No que se refere ao relacionamen-to com outras pessoas, 36% dos portadores dehanseníase consideraram que a saúde bucal afetamuito o relacionamento interpessoal. Mais dametade (58%) dos entrevistados não relatou dornos dentes ou gengivas nos últimos seis meses.

A análise bivariada mostrou associação esta-tística entre a classificação da saúde bucal e a au-topercepção da necessidade de tratamento (p =0,050), onde quanto pior foi a autopercepçãosobre a saúde bucal maior era a percepção denecessidade de tratamento odontológico, confor-me Tabela 2. Este fato também foi verificado,quando se observou a associação entre a auto-percepção de necessidade de tratamento e a clas-

Variáveis

GêneroMasculinoFeminino

EscolaridadeSem EscolaridadePré-escolarFundamental IncompletoFundamentalCompletoEnsino MédioEnsino Superior

MoradiaPrópriaAlugada/Outros

Renda pessoalSem Renda< de 1 sal. Mínimo1 a 2 sal. Mínimos3 a 5 sal. Mínimos6 ou mais sal. Mín.

Tempo da Doença< de 6 meses6 meses a 1 ano1 a 2 anos3 a 5 anos6 a 10 anos> De 10 anos

Tipo de HanseníaseIndeterminadaDimorfaTuberculoideVirchowiana

Total

5248

107

4813202

7525

29124892

17172822115

4336

57

n

3934

33

3812170

5518

25112881

11142015103

3255

40

Tabela 1. Caracterização socioeconômica dos pacientes com hanseníase, caracterização da hanseníase e suacorrelação com a necessidade de tratamento. Fortaleza (CE), 2010.

n

1213

54

10132

187

41

1811

538612

181

15

n

11

200000

20

00200

100100

0002

%

1,92%2,08%

20,00%0,00%0,00%0,00%0,00%0,00%

2,67%0,00%

0,00%0,00%4,17%0,00%0,00%

5,88%0,00%0,00%4,55%0,00%0,00%

0,00%0,00%0,00%3,50%

Não

Com Necessidade de Tratamento

%

75,00%70,83%

30,00%42,86%79,17%92,31%85,00%

0,00%

73,33%72,00%

86,21%91,67%58,33%88,89%50,00%

64,71%82,35%71,43%68,18%90,91%60,00%

75,00%75,76%83,33%70,18%

Sim Não sabe

%

23,08%27,08%

50,00%57,14%20,83%

7,69%15,00%

100%

24,00%28,00%

13,79%8,33%

37,50%11,11%50,00%

29,41%17,65%28,57%27,27%

9,09%40,00%

25,00%24,24%16,67%26,32%

Valor p

0,895

0,000

0,978

0,236

0,771

0,928

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sificação da aparência dos dentes e gengivas (p =0,000), uma vez que pacientes que classificaramsua aparência como péssima, ruim e regular per-cebem maior necessidade de realizar tratamentoodontológico. Não foi verificada associação en-tre a autopercepção da necessidade de tratamen-to odontológico e a autopercepção sobre masti-gação (p = 0,256), fala (p = 0,702), relaciona-mento interpessoal (p = 0,541) e dor nos dentes

e gengivas (p = 0,147), como pode ser observadona Tabela 2.

No que se refere ao acesso aos serviços odon-tológicos, 98% já foram ao dentista alguma vezna vida, entretanto, somente 30% receberam in-formações sobre como evitar problemas bucais.

Quando questionados se a doença hansenía-se trouxe alguma dificuldade para realizar a higie-ne oral, 87% relataram não sentir problemas.

Variáveis

Autopercepção de saúde bucalNão sabePéssimaRuimRegularBoaÓtima

Autopercepção da aparência de dentes e gengivasNão sabePéssimaRuimRegularBoaÓtima

Autopercepção da mastigaçãoNão sabePéssimaRuimRegularBoaÓtima

Autopercepção da falaNão sabePéssimaRuimRegularBoaÓtima

Relacionamento interpessoalNão sabeNão afetaAfeta poucoAfeta mais ou menosAfeta muito

Autopercepção da dor nos dentes e gengivasNenhuma dorPouca dorMédia dorMuita dor

Total

17

143436

8

29

142744

4

15

22104913

01

16145316

528112036

5822

713

n

17

132623

3

19

122526

0

15

217

318

01

13113513

220

91329

3918

412

Tabela 2. Caracterização dos pacientes com hanseníase, de acordo com a autopercepção de sua saúde bucal e acorrelação com a autopercepção da necessidade de realizar tratamento odontológico. Fortaleza (CE) – 2010.

n

0016

135

1022

173

0013

165

0023

173

37276

18430

n

000200

000011

000020

001010

01001

1001

%

0,00%0,00%0,00%5,88%0,00%0,00%

0,00%0,00%0,00%0,00%2,27%

25,00%

0,00%0,00%0,00%0,00%4,08%0,00%

0,00%0,00%6,25%0,00%1,89%0,00%

0,00%3,57%0,00%0,00%

2,78

1,72%0,00%0,00%7,69%

Não

Com Necessidade de Tratamento

%

100%100%

92,86%76,47%63,89%37,50%

50,00%100%

85,71%92,59%59,09%

0,00%

100%100%

95,45%70,00%63,27%61,54%

0,00%100%

81,25%78,57%66,03%81,25%

40,00%71,43%81,82%65,00%80,55%

67,25%81,82%57,14%92,31%

Sim Não sabe

%

0,00%0,00%7,14%

17,65%36,11%62,50%

50,00%0,00%

14,29%7,41%

38,64%75,00%

0,00%0,00%4,55%

30,00%32,46%38,46%

0,00%0,00%

12,50%21,43%32,08%18,75%

60,00%25,00%18,18%35,00%16,67%

31,03%18,18%42,86%

0,00%

Valor p

0,054

0,000

0,256

0,702

0,541

0,147

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Este estudo não verificou associação entre anecessidade de realizar tratamento odontológicoe o fato de receber orientações sobre como evitaros problemas bucais (p = 0,455) ou ter dificulda-de de realizar a higiene oral (p = 0,106).

Foi questionado se a hanseníase trouxe algumprejuízo para a saúde bucal do paciente e 76%relataram que não verificaram prejuízo algum.Dentre os 18% que relataram ter tido prejuízo,foram citados: os dentes ficaram fracos (27,80%),inchaço na boca (16,70%), inflamação nos lábiose gengiva (16,70%), dentes sensíveis (16,70%),dores nos dentes (5,55%), boca ressecada (5,55%),ardência na boca (5,55%) e dificuldade de segurara escova dentária (5,55%). Dentre os entrevista-dos 6% respondeu não saber se existiu algumprejuízo para sua saúde bucal.

Os pacientes com hanseníase que não apre-sentaram dificuldade de higienização bucal rela-tam em sua maioria (81,61%) que a doença nãotrouxe prejuízo para sua saúde bucal (p = 0,003),conforme mostra a Tabela 3. Não foi verificadaassociação estatística entre o prejuízo à saúdebucal causado pela hanseníase e a classificaçãoda saúde bucal (p = 0,334), aparência dos dentese gengivas (p = 0,764), mastigação (p = 0,520) efala (p = 0,941), assim como não houve associa-ção com a quantidade de dor nos dentes ou gen-givas sentida nos últimos seis meses (p = 0,529).Ressalta-se que quanto mais tardio o diagnósti-co e o início do tratamento, maiores as chancesde surgir alguma sequela neuromotora que pos-sa proporcionar dificuldades na realização doshábitos de higiene oral, o que poderia acarretarproblemas com a saúde bucal desses pacientes.

Discussão

Atualmente, para a verificação da saúde bucal eda necessidade de tratamento dos pacientes, uti-lizam-se, além dos dados quantitativos obtidos

pela visão do profissional, indicadores qualitati-vos obtidos de acordo com a autopercepção dopaciente31, conseguindo-se, desta forma, ter umapercepção mais complexa dos problemas de cadaindividuo com suas devidas particularidades.

Quanto à caracterização dos portadores dehanseníase, na maioria das regiões do mundo, aincidência da doença é maior nos homens do quenas mulheres9,37, considerando, geralmente, o ris-co de exposição como fator responsável38. Nestapesquisa também foi observada maior prevalên-cia de homens vivendo com a referida doença.

O predomínio de portadores de hanseníasecom poucos anos de escolaridade foi verificadoem 41,8% dos casos na pesquisa de Santana etal.39, fato também verificado nesta pesquisa, noqual 48% dos entrevistados possuía no máximoo ensino fundamental incompleto. Amaral eLana40 relatam que a baixa escolaridade é umfator de risco para o desenvolvimento de formasincapacitantes da doença. O grau de escolarida-de é também um fator preditor da autopercep-ção da saúde bucal e da necessidade de trata-mento destes pacientes, pois, quanto maior a es-colaridade melhor a percepção de sua saúde bu-cal e maior a percepção para a realização de tra-tamento odontológico26,30.

Observou-se associação entre a autopercep-ção da necessidade de tratamento e a escolarida-de do paciente, em que um maior grau desta fa-vorece a percepção da pessoa quanto à sua ne-cessidade de tratamento.

Em estudo de Kerr-Pontes et al.41, foi verifica-do que no Ceará a hanseníase está, supostamen-te, associada ao elevado nível de pobreza e urba-nização descontrolada, causando uma polariza-ção da doença, sendo mais susceptível a popula-ção que vive com grande dificuldade econômica.As cidades que apresentaram maior incidênciaforam aquelas com maior urbanização e desen-volvimento econômico, cidades estas que, por suavez, apresentam pior distribuição de renda entre

Dificuldade de higienização bucal

SimNãoTotal

n

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Tabela 3. Associação entre dificuldade de higienização bucal e os prejuízos trazidos para a saúde bucal emdecorrência da hanseníase. Fortaleza (CE), 2010.

n

57176

n

246

%

15,38%4,60%6,00%

Não

Prejuízos causados pela hanseníase

%

46,15%13,79%18,00%

Sim Não sabe

%

38,46%81,61%76,00%

Total

1387

100

Valor de p = 0,003

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a população, sendo, no Ceará, a distribuição dahanseníase bastante heterogênea. Corrobora comeste achado o fato de 29% dos portadores dehanseníase não possuírem renda pessoal.

Quanto à classificação da forma clínica dahanseníase, Santana et al.38 observaram que 58,2%apresentavam a forma tuberculoide, 27,3% a di-morfa, 12,7% a virchowiana e 1,8% a indetermi-nada. Já a população desta pesquisa apresentou57% com a forma virchowiana, corroborandocom os dados de Sobrinho e Mathias42, que ob-servaram um maior percentual da forma vircho-wiana. Não foi verificada associação significativaentre a classificação da hanseníase e o tempo emque o paciente era portador da doença e maiornecessidade de tratamento odontológico.

As manifestações da hanseníase na mucosa oralestão geralmente relacionadas às formas mais avan-çadas da doença. São mais comuns na forma vir-chowiana, indicando uma manifestação tardia eque têm uma grande importância epidemiológicacomo fontes de infecção23. Neste estudo, entretan-to, não foi verificada correlação entre a autoper-cepção da necessidade de tratamento odontológi-co e a manifestação clínica da hanseníase.

Foi observada associação entre a autoper-cepção da necessidade de tratamento e a classifi-cação da saúde bucal e a aparência dos dentes egengivas. A pior percepção da saúde bucal e daaparência dos dentes e gengivas fez com que osentrevistados sentissem maior necessidade derealizar tratamentos odontológicos, corroboran-do o estudo de Helft et al.27, Martins et al.34 eEkanayake e Perera43, que também verificaramtal associação.

Diversas pesquisas observaram um predo-mínio da autopercepção positiva em relação àsaúde bucal26-29, fato também verificado entre osportadores de hanseníase, o que não necessaria-mente equivale a uma boa saúde bucal no que serefere aos aspectos clínicos desses pacientes.

Realizando-se um comparativo com os da-dos do referido estudo e os obtidos no levanta-mento epidemiológico SB Brasil (2004)36, levan-tamento este que relata um perfil da populaçãobrasileira, tem-se que 40,95% dos entrevistadosconsideraram sua saúde bucal boa, assim como36% dos pacientes com hanseníase. Quanto àaparência dos dentes e gengivas, a percepção deambos os estudos foi similar, sendo boa para44% dos pacientes com hanseníase e para 43,56%dos brasileiros.

A mastigação foi considerada boa para 49%dos pacientes com hanseníase e para 55,30% dapopulação brasileira, enquanto a fala foi consi-

derada boa para 53% dos pacientes com hanse-níase e 62,53% dos brasileiros, demonstrando emambos os casos, que os resultados do SB Brasilforam mais positivos.

Quando avaliado se a saúde bucal afeta o re-lacionamento interpessoal, verificou-se que aautoestima dos entrevistados encontrava-se com-prometida, pois 67% relataram que afeta de al-guma maneira, valor bem diferente do verifica-do para a população do Brasil, em que 23,60%tiveram a mesma opinião. É importante ressal-tar que na hanseníase o indivíduo encontra-sedeveras marginalizado e excluído da sociedade,trazendo prejuízos físicos, mas principalmente,psicológicos1,2,6-10. Portanto, o fato de não ter umasaúde bucal adequada torna-se problema degrande importância para a pessoa vivendo comhanseníase.

Referindo-se à presença de dor nos últimosseis meses, dentre os estudados, 58% não relata-ram nenhuma, enquanto 66,70% dos entrevista-dos no SB Brasil, não sofreram com dores den-tárias ou gengivais nos últimos seis meses, o quepode refletir uma pior condição de saúde bucaldos pacientes com hanseníase.

Estudos mostram que pacientes com hanse-níase apresentam tendência para uma saúde den-tal e periodontal deficientes, independentementedo tipo de hanseníase44. Segundo Aarestrup etal.19, Belmonte et al.25 e Nunez-Merti44, a saúdebucal dos pacientes com hanseníase é precária,pois estas pessoas, comumente, apresentam ele-vado índice de CPOD (dentes cariados perdidose obturados) e sérios problemas periodontais.Deve ser levado em consideração que o perfil so-cial e econômico destes pacientes é precário o quecontribui para a elevação do índice de CPOD edoença periodontal.

Apesar da autopercepção da saúde bucal tersido ótima ou boa para 44% dos estudados, amaioria (73%) relatou ter necessidade de execu-tar tratamento odontológico, o que deve ser esti-mulado, em razão da importância da manuten-ção de uma saúde bucal livre de focos de infec-ções, os quais podem comprometer a saúde sis-têmica do indivíduo e com isso agravar o desen-volvimento da doença.

O fato de infecções odontológicas causaremreações hansênicas, e com isso agravar os sinto-mas da doença, deve ser destacado, visto que 58%dos portadores de hanseníase apresentaram epi-sódios de reações. Com isso, uma atenção maiordeve ser dada a infecções orais, visto que a detec-ção e o tratamento destas podem impedir a exar-cebação da doença23.

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O acesso ao serviço odontológico foi possívelpara 98% dos pacientes com hanseníase, valorum pouco maior do que o da população brasi-leira investigada no SB Brasil, em que 94,19% oacessaram36. A promoção de saúde, porém, ain-da necessita ser aprimorada, visto que apenas30% dos entrevistados receberam informaçõessobre como evitar os problemas bucais.

Para Ekanayake e Perera43, a promoção dasaúde bucal deve ser integrada às estratégias depromoção de saúde geral. Promover saúde é umaestratégia complexa onde a população deve seravaliada de maneira holística45. A proposta é ar-ticular saberes técnicos e populares, com a mobi-lização de recursos institucionais e comunitários,públicos e privados, para seu enfrentamento eresolução46,47.

O prejuízo que a hanseníase trouxe para asaúde bucal mostrou-se correlacionado à difi-culdade de realizar a higiene oral. Para Costa etal.23, diversos motivos podem dificultar a higie-ne, como os episódios reacionais em que o paci-ente fica com sua saúde sistêmica comprometi-da, tornando mais difícil a execução dos hábitosde higiene corporal, incluindo também a bucal.Além disso, dentre as sequelas da doença, as mãosem garra e as amputações de dedos, algo que sóacontece nos casos mais avançados da doença,não submetidos ao tratamento adequado, po-dem interferir diretamente na saúde oral, poistorna a higiene bucal algo mais complicado de serealizar e deixa o paciente desmotivado a utilizaraparelhos protéticos. Segundo Russo et al.20,ocorre um comprometimento psicossocial, ge-rando indivíduos pouco preocupados com qua-lidade de vida e com sua saúde bucal.

Este estudo reforça a importância da saúdebucal dos pacientes com hanseníase, que apre-sentam uma saúde sistêmica comprometida, con-

tribuindo para que seja deixada em segundo pla-no. Alguns fatores devem ser levados em consi-deração quando se avalia a autopercepção dasaúde bucal e da necessidade de tratamento odon-tológico, como: escolaridade, renda, tipo de han-seníase, presença de reações hansênicas e dificul-dade de realizar a higienização dos dentes e gen-givas. Além disso, o conhecimento dessas carac-terísticas auxilia na execução de um planejamen-to em saúde adequado para a assistência dessespacientes.

A autopercepção da pessoa com hanseníasequanto à sua saúde bucal e necessidade de trata-mento deve, juntamente com uma avaliação clí-nica, servir como guia para a execução de políti-cas públicas que visem a favorecer um tratamen-to odontológico mais efetivo para esses pacientes.

Dessa forma, a execução de programas quepromovam a saúde bucal em hanseníase deve serestimulada, buscando-se desta maneira proporci-onar uma atenção integral á saúde destas pessoas.

Conclusões

Neste estudo, a autopercepção da pessoa viven-do com hanseníase quanto à sua necessidade detratamento odontológico foi influenciada dire-tamente pela escolaridade.

Pessoas que autopercebem a saúde bucal comopéssima, ruim e regular acreditam ter maior ne-cessidade de realizar tratamento odontológico.

Outro fator importante na autopercepção danecessidade de tratamento foi a aparência dosdentes e gengivas, pois uma pior aparência refletemaior necessidade de realizar tratamento.

A maioria destes pacientes acredita que a re-ferida doença não trouxe prejuízo para sua saú-de bucal.

Colaboradores

JRS Almeida trabalhou na concepção e projeto,análise e interpretação dos dados e redação doartigo. CH Alencar trabalhou na análise e interpre-tação dos dados. MEL Almeida trabalhou na con-cepção e projeto, Revisão crítica relevante do con-teúdo intelectual, Aprovação final da versão a serpublicada. JC Barbosa e AA Dias trabalharam narevisão crítica relevante do conteúdo intelectual.

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Artigo apresentado em 25/05/2011Aprovado em 20/07/2011Versão final apresentada em 05/08/2012

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