AULA 1 Corrigido

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AULA 1 Corrigido 1ª Questão: César promove uma execução em face de Joaquim, objetivando receber uma nota promissória. Ao despachar a inicial, o juiz determinou que o oficial de justiça cumprisse o mandado de penhora e avaliação. Ato contínuo, foi penhorado o único imóvel do devedor, que se constitui na residência de sua família. No entanto, após ter sido realizada esta penhora, foi editada a Lei nº 8.009/90, estabelecendo que o imóvel residencial passou a ser impenhorável. Indaga-se: a penhora realizada sobre este bem antes da criação da Lei nº 8.009/90 pode permanecer ou a nova lei, de natureza processual, aplica-se imediatamente? R: O STJ considerou situação desta natureza na súmula 205. De acordo com a decisão do STJ a penhora deve ser desfeita. 2ª Questão. Assinale a alternativa correta, que diga respeito à natureza das leis processuais: a) normas privadas, dispositivas e autônomas; b) normas públicas, dispositivas e instrumentais; c) normas privadas, instrumentais e autônomas; d) normas públicas, cogentes e instrumentais Semana 2 Corrigido 1ª Questão. Artur promoveu ação de conhecimento em face de Gabriel para postular a condenação do réu a pagar o valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) em razão de descumprimento de contrato e a título de multa compensatória. Citado o réu oferece contestação, no prazo legal, e alega em preliminar a ilegitimidade da parte réu, em conta que com o autor nunca celebrou contrato de qualquer natureza.Indaga-se:

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AULA 1   Corrigido

1ª Questão: 

 

César promove uma execução em face de Joaquim, objetivando receberuma nota promissória. Ao despachar a inicial, o juiz determinou queo oficial de justiça cumprisse o mandado de penhora e avaliação.Ato contínuo, foi penhorado o único imóvel do devedor, que seconstitui na residência de sua família. No entanto, após ter sidorealizada esta penhora, foi editada a Lei nº 8.009/90,estabelecendo que o imóvel residencial passou a ser impenhorável.Indaga-se: a penhora realizada sobre este bem antes da criação daLei nº 8.009/90 pode permanecer ou a nova lei, de naturezaprocessual, aplica-se imediatamente? 

R: O STJ considerou situação desta natureza na súmula 205.  Deacordo com a decisão do STJ a penhora deve ser desfeita.

2ª Questão. Assinale a alternativa correta, que diga respeito ànatureza das leis processuais: 

 

a) normas privadas, dispositivas e autônomas; 

b) normas públicas, dispositivas e instrumentais; 

c) normas privadas, instrumentais e autônomas; 

d) normas públicas, cogentes e instrumentais 

Semana 2 Corrigido1ª Questão. Artur promoveu ação de conhecimento em face de Gabrielpara postular a condenação do réu a pagar o valor de R$ 50.000,00(cinqüenta mil reais) em razão de descumprimento de contrato e atítulo de multa compensatória. Citado o réu oferece contestação, noprazo legal, e alega em preliminar a ilegitimidade da parte réu, emconta que com o autor nunca celebrou contrato de qualquernatureza.Indaga-se:

a) O juiz ao determinar a manifestação do autor, em réplica, sobrea preliminar arguida pelo réu em sua peça de resistência, aplicouqual princípio de direito processual.

RESPOSTA: O juiz ao aplicar o direito de replica utilizou-se doPrincipio do Contraditório e Ampla Defesa, localizado naConstituição Federal em seu art. 5º, inciso, LV. O qual garante quetodas as pessoas tem o direito de se defender com os meios erecursos a ele inerentes. É também o Principio Constitucional queversa sobre a imparcialidade imposta ao juiz durante uma decisãojudicial sobre pena de nulidade da sentença. " "Audiatur et alterapars" = Ouça-se também a outra parte.

2ª Questão

letra C

Semana 3 Corrigido1ªQuestão.

Sílvio promove ação de conhecimento em face de Francisco postulardo réu indenização por dano material no valor de R$ 45.000,00(quarenta e cinco mil reais). Citado, o réu oferece contestação ealega a incapacidade do autor, por ser relativamente incapaz, bemcomo, no mérito que já ocorreu a prescrição, considerando que oprazo previsto na lei civil para cobrança do crédito já esgotouquando da propositura da ação. O juiz, ao examinar os autosconstata que o autor já adquiriu a maioridade e, então, acolhe adefesa do réu, reconhecendo a prescrição, proferindo sentença deimprocedência do pedido.

Indaga-se: Foi correta a decisão do juiz, diante da forma como sedeve interpretar a lei processual? Justifique.

Resposta: Sim, foi correta a decisão do juiz . Porque airregularidade foi sanada com a aquisição da maior idade. Não sepode perder de vista que o processo é o meio e não fim. Nestesentido o próprio CPC diz que não haverá nulidade senão houverprejuízo (Art. 249 , l, CPC)

Questão 2

Letra D

CASO CONCRETO 4 Corrigido

Questão nº 1. Gustavo ajuíza demanda em face da União cujo pedidotem conteúdo econômico equivalente a 40 (quarenta) saláriosmínimos. A ação foi distribuída perante a 1ª Vara Federal do Rio deJaneiro cujo magistrado, de ofício, proferiu decisão interlocutóriadeclinando da sua competência em prol de um dos Juizados EspeciaisFederais localizados na mesma cidade. Vale dizer que esta decisãofoi objeto de recurso, ocasião em que o impugnante objetou que éamplamente admitida, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, apossibilidade conferida ao demandante de optar entre o juízo comumou o juizado especial. Indaga-se: a) Assiste razão a Gustavo? B)Eventual conflito de competência entre Vara Cível Federal e JuizadoEspecial Federal, localizados na mesma cidade, deve ser decididopor qual Tribunal? Justifique as respostas.

A) Assiste razão a Gustavo?

RESPOSTA: Não assiste razão a Gustavo,a causa é de competência daJustiça Federal, causa que não ultrapassa 60 Salários mínimos é decompetência do Juizado especial federal, e neste caso, não há opçãopara o autor. Porque o critério é absoluto conforme at. 3 parágrafo3 da lei 10259/01.

B) Eventual conflito de competência entre Vara Cível Federal eJuizado Especial Federal, localizados na mesma cidade, deve serdecidido por qual Tribunal? Justifique as respostas.

RESPOSTA: Compete ao Tribunal Federal da região por força da súmula428 do STJ que interpreta de forma extensiva o art. 108, I, E daCF/88

Questão 2

Letra C  (  art. 20 da Lei 9099/05)

CASO CONCRETO 5 CorrigidoQuestão nº 1. Fábio instaura processo em face de Carlos, perante umórgão integrante da Justiça Estadual, requerendo a desconstituiçãode uma obrigação representada em um título de crédito. Odemandante, na própria petição inicial, postula ao magistrado aantecipação dos efeitos da tutela para que o seu credor sejaimpedido de executar em juízo esta dívida enquanto perdurar apresente demanda. Este pleito se afigura possível? Justifique aresposta.

RESPOSTA:

Não. (Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional) Art 5º, xxxv, da CF/88, Além do mais o art 585,l, do CPC dispõe queo oferecimento de qualquer ação visa discutir o título, não impedeque se promova a execução. Pode solicitar a suspensão da atividadeexecutiva.

Caso 2

Letra A ( art. 460 e 128 CPC)

CASO CONCRETO 6 Corrigido1ª Questão. O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em facede Alan Cunha, em virtude do mesmo ter supostamente praticado ocrime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinharecebendo benefício previdenciário manifestamente indevido. Oprocesso criminal tramitou perante uma das Varas Federais Criminaisda Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação deuma sentença penal condenatória. Neste mesmo ato decisório, omagistrado determinou que o denunciado deve ressarcir o INSS(autarquia federal) da importância de R$ 122.820,00, que seria omontante indevidamente recebido em virtude da sua condutacriminosa. Indaga-se: pode o magistrado, lotado em juízoespecializado em matéria criminal, efetuar a liquidação dosprejuízos cíveis sofridos? Justifique a resposta.

RESPOSTA:

Sim, de acordo com o art 383, IV, CPP, alterado pela lei 11.719/08

Questão 2

Letra C ( lei 935 CC)

SEMANA 7  Corrigido

1a Questão.

Foi proposta uma determinada demanda decorrente de litígio oriundoda compra e venda de bem móvel. O magistrado, ao analisar os autos,verifica que as partes ajustaram entre si um compromisso arbitralsobre o referido negócio jurídico. Assim, considerando a

obrigatoriedade da arbitragem, o juiz imediatamente prolatasentença, extinguindo o processo sem resolução de mérito (art. 267,VII do CPC).

Indaga-se: Agiu corretamente o magistrado? Justifique a resposta.

Não, porque a convenção de arbitragem é norma de naturezadispositiva não podendo assim ser reconhecida de ofício pelo juíz. Conforme dispõe o art 301 paragrafo 4 do CPC a convenção dearbitragem deve ser arguida pelo réu na preliminar da contestaçãopara permitir que o juiz a escolha e prefira sentença extinguindo oprocesso sem julgamento do mérito.Preclusão= perda da possibilidade de ´praticar ato processual.

2 Questão :

Carlos realiza negócio jurídico com Gustavo, pagando umadeterminada soma em dinheiro por um videogame. Ocorre que oaparelho eletrônico, uma vez ligado, apresentou uma série deproblemas. Como Carlos não estava mais conseguindo realizar contatocom Gustavo, o mesmo se dirigiu diretamente a sua residência e ,ato contínuo, levou consigo um aparelho de televisão de valorcompatível com o que pagou para ressarcimento de seu prejuízo. Estapostura adotada por Carlos configura:

a)      Autotutela; art. 345 CPC art. 345 CPCb)     Autocomposição;c)      Mediação;d)     Arbitragem

SEMANA 8 Corrigido

1ª Questão. 

O Ministério Público instaura um processo coletivo em face doMunicípio do Rio de Janeiro, em que se discute um direitoindisponível (por exemplo, ofensa ao meio ambiente perpetrada pelaFazenda Pública). O demandado, após ter sido regularmente citado,não apresenta qualquer resposta. O magistrado, por este motivo,decreta a revelia do demandado e em seguida sentencia realizando umjulgamento antecipado da lide, nos termos do art. 330, inciso II doCPC, que é considerado como uma “tutela de evidência”. Indaga-se: a

Fazenda Pública pode realmente ser considerada revel? Esta reveliauma vez verificada autoriza o julgamento antecipado da lide?Justifique as respostas.

Resposta 1 : Pode, uma vez que não contestando ocorrerá o fenômenode revelia, porém esta revelia é inoperante ou irrelevante tendo emvista que o caso trata de litígio que versa sobre direitosindisponíveis, conforme dispõe o srt 320, II do CPC

2 - Não, porque conforme já afirmado o litigio versa sobre direitosindisponíveis, não autorizando julgamento antecipado da lide combase na revelia. A providência legal que o juíz deveria adotar éaquela disposta no art 324 CPC, determinando a intimação do autorpara querendo produzir provas.

2ª Questão.

Guilherme propõe uma demanda em face de Rodolfo. Ocorre que omagistrado ao analisar a petição inicial percebe que a questãotrazida nos autos é exclusivamente de direito, também já tendo sidoanteriormente proferidas pelo mesmo juízo várias outras sentençasde total improcedência em casos semelhantes. Por este motivo, omesmo profere sentença liminar, julgando improcedente o pedidoantes mesmo de determinar a citação do demandado. Assinale aalternativa correta:a)      O juiz se equivocou, pois não poderia sentenciar comresolução do mérito sem antes determinar a citação do demandado;

b)     O juiz acertou, pois se trata de uma hipótese de tutela deevidência, o que motiva resolução liminar do mérito do processo;

c)      O juiz acertou em parte, pois somente poderia ter resolvidoo mérito liminar se fosse hipótese de procedência do pedido;

d)     Todas as alternativas estão equivocadas.

Reasposta: Letra B, art 285-A

Teoria Geral do Processo – Semana 09  Corrigido

1ª Questão. 

Carlos Alberto promove demanda em face de uma empresa jornalística,requerendo a concessão de liminar para que a mesma publique umaretratação de notícia divulgada na semana anterior que lheenvolvia. O magistrado determinou a citação do réu para, somenteapós, analisar o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela.Em resposta, a empresa aduziu que não seria possível a concessão daliminar, dado ao caráter da irreversibilidade dos seus efeitos.Indaga-se: como o magistrado deverá decidir? Justifique a resposta.

R:O magistrado deve agir ponderando os valores envolvidos no casoconcreto, verificando assim, quais os eventuais prejuízos que serãocausados pela concessão ou não da tutela antecipada, o quesignifica a interpretação do parágrado 2° do art 273, CPC, não deforma meramente literal.

2ª Questão. 

César, no curso de processo cautelar, pleiteia a concessão demedida liminar contrária a União, que foi indeferida pelo juiz, aoargumento de que existe vedação no art. 1° da Lei n° 8.437/92. Deacordo com o narrado, assinale a alternativa correta: 

a) a lei acima mencionada, ao proibir ou limitar a concessão demedidas de urgência em face da Fazenda Pública, viola o princípioda inafastabilidade, além de permitir que o Poder Legislativo possase imiscuir na atividade jurisdicional; 

b) a lei sobredita é inconstitucional, pois ao restringir aconcessão de liminares apenas contra a Fazenda Pública viola oprincípio da isonomia;

c) para o STF, o dispositivo em comento, ao proibir ou limitar aconcessão de medidas de urgência em face do Poder Público, éperfeitamente constitucional pois pautado em situações razoáveis etambém em virtude de se tratar de uma decisão provisória; 

ADC N° 4

d) a lei em epígrafe é flagrantemente inconstitucional, devendo serrealizado sempre, em qualquer grau de jurisdição, o mecanismo decontrole previsto nos arts. 480/482 do CPC.

Semana  10 Corrigido1ª Questão.

Em demanda promovida por Marcos em face de Associação dos IdososBrasileiros, o juiz profere o despacho saneador afastando apreliminar de ilegitimidade passiva suscitada pela parte demandada.

Indaga-se:

a) Se no curso do procedimento forem produzidas provas quedemonstrem a ilegitimidade da parte, poderá o juiz proferirsentença definitiva de improcedência do pedido? Fundamente com aabordagem da Teoria Eclética do Direito de Ação e da Teoria daAsserção;

Pela teoria eclética do direito de ação adotada pelo CPC, em rigorpara o exercício regular deste direito o autor deve preencher aschamadas condições de ação ( legitimidade, interesse, possibilidadejurídica) caso  falte uma delas o processo deverá ser extinto semjulgamento de mérito.  Sobre o momento de avaliação do juiz existeduas correntes: 1ª- pela teoria da apresentação o autor tem queprovar as condições da ação podendo estas serem avaliadas emqualquer momento do processo. na 2ª corrente, teoria da asserção, oautor apenas afirma que estão presentes, caso tenha necessidade daprodução de provas a seu respeito o julgamento será de mérito nocaso concreto para se permitir a afirmação se estaria o juizautorizado a julgar improcedente por ter contestado com base emanálise de provas, se stão presentes ou não as condições da ação,dependerá do emprego de uma das teorias destacadas prevalecendo atese da teoria da asserção.

b) A decisão do juiz que desacolhe a preliminar de ilegitimidadepassiva levantada pelo demandado sofre os efeitos da preclusão se aparte supostamente prejudicada não impugná-la no tempo e mododevidos? Justifique.

O Parágrafo 3° do art 267 do CPC, indica que a preclusão sobre asmatérias referentes as condições da ação podendo até seremreconhecidas de ofício.

2ª Questão.

Fabrício promove uma demanda objetivando a cobrança de valores emface de Flávio. O réu, ao ser citado, apresenta contestação esuscita, em preliminar, a falta de interesse de agir do autor, eis

que, até a presente data, a dívida questionada ainda não tinhavencido. Ocorre que, tão logo foi apresentada a peça de defesa, osautos seguiram conclusos ao magistrado, tendo neste ínterimocorrido o vencimento do débito. Indaga-se: como o magistradodeverá proceder?

a) deverá julgar o pedido improcedente, pois as condições da açãodevem ser analisadas no momento da propositura da demanda;

b) deverá designar uma audiência preliminar, para tentar viabilizaruma composição amigável entre as partes;

c) deverá permitir a continuidade do processo, uma vez que ovencimento da dívida no curso do processo tornaria a via eleitarealmente adequada para o acolhimento da pretensão deduzida;

d) deverá reconhecer a ausência de uma das condições da ação eextinguir o processo sem resolução do mérito. Art 267, VI CPC(faltou o interesse de agir)

aula 11 Corrigido1ª Questão.

Luciano impetra mandado de segurança apontando como autoridadecoatora o gerente regional de arrecadação da Receita Federal, quepresenta a União. Como teve negada a liminar pretendida pelomagistrado, o seu advogado resolve instaurar um novo processo deconhecimento, mas em rito ordinário, envolvendo as mesmas partes,pedido e causa de pedir. Há litispendência neste caso, mesmotratando-se de processos que observam procedimento distinto?Justifique a resposta.

Existe litispendência neste caso. A litispendência ocorre sempreque estivermos diante de ações idênticas, ou seja, que apresentamos mesmos elementos individualizados (partes, objeto e causa depedir). .

2ª Questão.

Assinale a alternativa correta, que diga respeito a litispendência:

a) trata-se de matéria que pode ser conhecida de ofício pelo juiz;art 301 § 3º CPC

b) trata-se de matéria que somente pode ser conhecida pelomagistrado após ter sido ventilada diretamente pela própria parteinteressada;   art 301,  §4, CPC

c) trata-se de matéria que o juiz somente poderá pronunciar apóster intimado previamente as partes e o Ministério Público para quese manifestassem a respeito;

d) Nenhuma das alternativas é correta.

Semana 12  Corrigido

1ª Questão.

Paulo promove ação de conhecimento em face de Valdo. Postula napetição inicial o reconhecimento da paternidade e, ainda, pleito decondenação do réu a pagar alimentos, em conta que deles estánecessitado, por ser menor impúbere em idade escolar e por serportador de deficiência física que exige utilização de aparelhomecânico para se movimentar, o que exige gastos constantes demanutenção, sem contar a necessidade de ser suprido para sustentopróprio.

Indaga-se:

a) O caso manifesta um concurso de ações ou uma cumulação de açõesou de pedidos? Justifique.

Reposta: cumulação de ações ou de pedidos Art 292, CPC

b) Tratando-se de cumulação de pedidos, qual seria a sua espécie?Justifique.

Resposta: Cumulação própria ou propriamente dita: ocorre quando oautor tem interesse no acolhimento de todos os pedidos formulados.

2ª Questão.

Assinale a alternativa incorreta, que diga respeito a perempção:

a) é condição negativa para o legítimo exercício da ação;

b) se apresenta quando o autor dá causa a três extinções doprocesso por abandoná-los por mais de 30 dias;

c) o titular do direito jamais poderá alcançar a satisfação docrédito em relação ao réu;

d) basta abandonar o processo por duas vezes, por mais de 30 dias.

Senama 13 Corrigido1ª Questão.

Gustavo promove demanda em face de Fabiano, perante o juízo da 1ªVara Cível, tendo sido proferida sentença que lhe foi favorável,com a condenação do demandado a lhe pagar a quantia de R$100.000,00. Não foram interpostos recursos e a sentença transitouem julgado. Ocorre que o devedor não honrou o pagamento fixado nasentença.

Indaga-se:

a) Qual medida Gustavo deverá adotar? Justifique.

Resposta: Condenado o réu ao pagamento de quantia certa, sendo estaexigível desde já ou a partir de seu trânsito em julgado, o devedorterá o prazo de 15 (quinze) dias para efetuar o pagamento. Caso nãopague o valor da condenação no prazo mencionado, a dívida seráacrescida de uma multa de 10% sobre o valor total da condenação,cabendo ao credor promover a execução do julgado mediante orequerimento da expedição de mandado de penhora e avaliação (art.475-J, CPC).

Art. 633, CPC. Se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer aobrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo,requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdase danos; caso em que ela se converte em indenização. Parágrafoúnico. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação,seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.

b) Haverá necessidade de instauração de um novo processo?Justifique.

Resposta: Não. Segundo preconiza o art. 475-J do CPC "Caso odevedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada emliquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante dacondenação será acrescido de multa no percentual de dez por centoe, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614,inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação."Portanto, segundo tal preceito legal, tornado exigível o créditoreconhecido numa sentença condenatória, caberá ao devedor tomar ainiciativa de adimpli-lo, sendo que não o fazendo no prazo legalsujeitar-se-á a uma multa (de natureza sancionatória), além dapromoção, por iniciativa manifestada pelo credor, do início da

execução forçada, mediante a penhora e avaliação de bens eulteriores atos expropriatórios.

c) O que é processo sincrético? Justifique.

Resposta: Sincretismo significa a fusão de dois ou mais elementosem um só. É uma tendência no Direito Processual Civil Brasileiro aunificação de todas as etapas processuais, de forma a se prestar atutela jurisdicional com maior agilidade, simplicidade eefetividade.

2ª Questão.

Indique a alternativa correta sobre o processo de busca eapreensão, previsto no Decreto Lei nº 911/69:

a) de conhecimento;

b) de execução;

c) cautelar;

d) sui generis.

Semana 2 Corrigido

1ª Questão. Artur promoveu ação de conhecimento em face de Gabriel para postular a condenação do réu a pagar o valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) em razão de descumprimento de contrato e a título de multa compensatória. Citado o réu oferececontestação, no prazo legal, e alega em preliminar a ilegitimidade da parte réu, em conta que com o autor nunca celebrou contrato de qualquer natureza.Indaga-se:

a) O juiz ao determinar a manifestação do autor, em réplica, sobre a preliminar arguida pelo réu em sua peça de resistência, aplicou qual princípio de direito processual.

RESPOSTA: O juiz ao aplicar o direito de replica utilizou-se do Principio do Contraditório e Ampla Defesa, localizado na Constituição Federal em seu art. 5º, inciso, LV. O qual garante que todas as pessoas tem o direito de se defender com os meios erecursos a ele inerentes. É também o Principio Constitucional que versa sobre a imparcialidade imposta ao juiz durante uma

decisão judicial sobre pena de nulidade da sentença. " "Audiaturet altera pars" = Ouça-se também a outra parte.

CASO CONCRETO 5 Corrigido

Questão nº 1. Fábio instaura processo em face de Carlos, peranteum órgão integrante da Justiça Estadual, requerendo a desconstituição de uma obrigação representada em um título de crédito. O demandante, na própria petição inicial, postula ao magistrado a antecipação dos efeitos da tutela para que o seu credor seja impedido de executar em juízo esta dívida enquanto perdurar a presente demanda. Este pleito se afigura possível? Justifique a resposta.

RESPOSTA:

Não. (Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional)

Art 5º, xxxv, da CF/88, Além do mais o art 585,l, do CPC dispõe que o oferecimento de qualquer ação visa discutir o título, não impede que se promova a execução. Pode solicitar a suspensão da atividade executiva.

SEMANA 7 Corrigido

1a Questão.

Foi proposta uma determinada demanda decorrente de litígio oriundo da compra e venda de bem móvel. O magistrado, ao analisar os autos, verifica que as partes ajustaram entre si um compromisso arbitral sobre o referido negócio jurídico. Assim, considerando a obrigatoriedade da arbitragem, o juiz imediatamente prolata sentença, extinguindo o processo sem resolução de mérito (art. 267, VII do CPC).

Indaga-se: Agiu corretamente o magistrado? Justifique a resposta.

Não, porque a convenção de arbitragem é norma de natureza dispositiva não podendo assim ser reconhecida de ofício pelo juíz.

Conforme dispõe o art 301 paragrafo 4 do CPC a convenção de arbitragem deve ser arguida pelo réu na preliminar da contestação para permitir que o juiz a escolha e prefira sentença extinguindo o processo sem julgamento do mérito.

Preclusão= perda da possibilidade de ´praticar ato processual.

2 Questão :

Carlos realiza negócio jurídico com Gustavo, pagando uma determinada soma em dinheiro por um videogame. Ocorre que o aparelho eletrônico, uma vez ligado, apresentou uma série de problemas. Como Carlos não estava mais conseguindo realizar contato com Gustavo, o mesmo se dirigiu diretamente a sua residência e , ato contínuo, levou consigo um aparelho de televisão de valor compatível com o que pagou para ressarcimentode seu prejuízo. Esta postura adotada por Carlos configura:

a) Autotutela; art. 345 CPC art. 345 CPC

b) Autocomposição;

c) Mediação;

d) Arbitragem

Teoria Geral do Processo – Semana 09 Corrigido

1ª Questão.

Carlos Alberto promove demanda em face de uma empresa jornalística, requerendo a concessão de liminar para que a mesmapublique uma retratação de notícia divulgada na semana anterior que lhe envolvia. O magistrado determinou a citação do réu para,somente após, analisar o requerimento de antecipação dos efeitosda tutela. Em resposta, a empresa aduziu que não seria possível

a concessão da liminar, dado ao caráter da irreversibilidade dosseus efeitos. Indaga-se: como o magistrado deverá decidir? Justifique a resposta.

R:O magistrado deve agir ponderando os valores envolvidos no caso concreto, verificando assim, quais os eventuais prejuízos que serão causados pela concessão ou não da tutela antecipada, oque significa a interpretação do parágrado 2° do art 273, CPC, não de forma meramente literal.

2ª Questão.

César, no curso de processo cautelar, pleiteia a concessão de medida liminar contrária a União, que foi indeferida pelo juiz, ao argumento de que existe vedação no art. 1° da Lei n° 8.437/92. De acordo com o narrado, assinale a alternativa correta:

a) a lei acima mencionada, ao proibir ou limitar a concessão de medidas de urgência em face da Fazenda Pública, viola o princípio da inafastabilidade, além de permitir que o Poder Legislativo possa se imiscuir na atividade jurisdicional;

b) a lei sobredita é inconstitucional, pois ao restringir a concessão de liminares apenas contra a Fazenda Pública viola o princípio da isonomia;

c) para o STF, o dispositivo em comento, ao proibir ou limitar aconcessão de medidas de urgência em face do Poder Público, é perfeitamente constitucional pois pautado em situações razoáveise também em virtude de se tratar de uma decisão provisória;

ADC N° 4

d) a lei em epígrafe é flagrantemente inconstitucional, devendo ser realizado sempre, em qualquer grau de jurisdição, o mecanismo de controle previsto nos arts. 480/482 do CPC.

Semana 10 Corrigido

1ª Questão.

Em demanda promovida por Marcos em face de Associação dos IdososBrasileiros, o juiz profere o despacho saneador afastando a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada pela parte demandada.

Indaga-se:

a) Se no curso do procedimento forem produzidas provas que demonstrem a ilegitimidade da parte, poderá o juiz proferir sentença definitiva de improcedência do pedido? Fundamente com aabordagem da Teoria Eclética do Direito de Ação e da Teoria da Asserção;

Pela teoria eclética do direito de ação adotada pelo CPC, em rigor para o exercício regular deste direito o autor deve preencher as chamadas condições de ação ( legitimidade, interesse, possibilidade jurídica) caso falte uma delas o processo deverá ser extinto sem julgamento de mérito. Sobre o momento de avaliação do juiz existe duas correntes: 1ª- pela teoria da apresentação o autor tem que provar as condições da ação podendo estas serem avaliadas em qualquer momento do processo. na 2ª corrente, teoria da asserção, o autor apenas afirma que estão presentes, caso tenha necessidade da produção de provas a seu respeito o julgamento será de mérito no caso concreto para se permitir a afirmação se estaria o juiz autorizado a julgar improcedente por ter contestado com base em análise de provas, se stão presentes ou não as condições da ação, dependerá do emprego de uma das teorias destacadas prevalecendo a tese da teoria da asserção.

b) A decisão do juiz que desacolhe a preliminar de ilegitimidadepassiva levantada pelo demandado sofre os efeitos da preclusão se a parte supostamente prejudicada não impugná-la no tempo e modo devidos? Justifique.

O Parágrafo 3° do art 267 do CPC, indica que a preclusão sobre as matérias referentes as condições da ação podendo até serem reconhecidas de ofício.

2ª Questão.

Fabrício promove uma demanda objetivando a cobrança de valores em face de Flávio. O réu, ao ser citado, apresenta contestação esuscita, em preliminar, a falta de interesse de agir do autor, eis que, até a presente data, a dívida questionada ainda não tinha vencido. Ocorre que, tão logo foi apresentada a peça de defesa, os autos seguiram conclusos ao magistrado, tendo neste ínterim ocorrido o vencimento do débito. Indaga-se: como o magistrado deverá proceder?

a) deverá julgar o pedido improcedente, pois as condições da ação devem ser analisadas no momento da propositura da demanda;

b) deverá designar uma audiência preliminar, para tentar viabilizar uma composição amigável entre as partes;

c) deverá permitir a continuidade do processo, uma vez que o vencimento da dívida no curso do processo tornaria a via eleita realmente adequada para o acolhimento da pretensão deduzida;

d) deverá reconhecer a ausência de uma das condições da ação e extinguir o processo sem resolução do mérito. Art 267, VI CPC (faltou o interesse de agir)

Autotutela- não é cabível ao nosso ordenamento uridico, que é fazer valer o seu direito com as próprias mãos , existe uma exceção no ordenamento jurídico BR que cabe a autotutela, que é com objetivo de defender a sua posse fazendo a autotutela proporcional e no momento do dano. Não cabe intervenção de terceiros

Autocomposiçao- é quando duas partes envolvidas no conflito tentam chegar a um acordo para não precisar ir ao estado-juiz. Não cabe intervenção de terceiros

Mediaçao- forma extra-judicial de solução de conflitos onde uma terceira pessoa que é o mediador ( não precisa ser conhecedor do

direito) tenta um dialogo entre as partes, podendo ou não, entrarem em um acordo. O mediador não pode emitir a sua opiniao e nem ira aplicar a lei

Arbritagem- é a forma extrajudicial de solução de conflito onde há à figura de uma terceira pessoa que é o arbitro, este é um conhecedor do direito e ira aplicar a norma jurídica vigente a aquele caso concreto de forma imparcial. A decisão do arbitro é igual a uma sentença judicial, ou seja, tem a mesma força de umasentença proferida por um juiz togado

Conciliaçao- ela pode ser judicial ou extra-judicial, quando judicial é um operador do direito, conhecedor da lei, podendo dizer qual lei se aplicara sobre o caso para ajudar as partes a chegarem a um acordo, ele não é um juiz togado e por isso, a suasentença deverá ser homolagada.

A conciliação extra –judicial, o conciliador, não poderá aplicar a lei mas sim orientar as partes e fazendo com que estasentrem em algum acordo

Tutelas jurisdicionais

Ação- direito subjetivo ,abstrato e publico

Petição inicial- nome, prenome,estado civil, profissão,domicilioe residência do autor e do reu, valor da causa...

Sentença declaratória- efeito retroativo da decisão. O autor aqui busca reconhecer um direito pre-existente EX: ação de usucapião; declaração de paternidade

Tutela condenatória- obtem-se a imposição ao reu de uma prestação em favor do autor, garantindo o titulo que le confere de fato o direito a satisfação de tal prestação

Executiva- se faz pela entrega do bem ao autor, quando comprovadamente, através de prova documental, o reu é o devedor

Tutela ressarcitoria – quando já ocorreu o dano

Tutela inibitória- tem por objeto proteger o direito antes que efetivamente venha a ser lesado ou ameaçado, são tutelas de urgencia

Tutela de evidencia- é quando se depara com um direito que representa uma verdade manifesta e clara; uma certeza de imediato

Tutela antecipada- antecipação da tutela , provas inequívocas, verossimilhança,ex: agua, luz, gas, telefone

Tutela cautelar- principio da aparência, o juiz decide pela aparência de que tudo leva a cre que irá acontecer um dano, concede uma liminar nao é assegurado na sentença

Direito- conjunto de normas positivas ou não, que regulam as relaçaoe sentre pessoas

Estado- povo,território,governo,soberania

Condições da Açao- legitimidade das partes, interesse de agir, possibilidade jurídica do pedido

TEORIAS

Teoria eclética-condiciona a ação a 3 requisitos(legitimidade das partes,interesse de agir, possibilidade jurica do pedido

Asserção- não vigora no ordenamento jurídico br, basta o autor dizer, ao elaborar a petição iniciao que ele preenche as condições da ação

Individualização da ação- partes, causa de pedir( fatos + fundamentos), pedido

Litispendência- são 2 açoes idênticas em tramite, isto é, mesmas partes; causas de pedir e pedido

Coisa julgada- uma ação tramite em julgado, gera a segurança jurídica, não cabendo mais recurso, porem uma ação idêntica é distribuída novamente, essa ação sera arquivada/extinta para gerar segurança jurídica, excessao- teste de paternidade, direito de saber quem é o pai e direito de dizer que não é o pai

PROCESSO

Processo- é a sequencia de atos processuais que segue a ação atechegar a uma sentença dinal válida

Natureza jurídica- é o instrumento de exercico da juristiçao

Processo de conhecimento- órgão jurisdicional é chamado a julgardeclarando qual das artes tem raxao. O objetivo é a pretensão doprovimento final denominado sentença de mérito, ordinário e sumário

Precesso de execução- credor deve receber oque é devido

Processo cautelar- assegura um direito que esta em vias de perecer, tutela de urgência- tutela cautelar- requisitos: fumus boni iuris e periculum in mora

Processo sincrético-fusap do processo de conhecimento e de execução, onde a parte entra com um processo e dois pedidos EX: reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia

Pressupostos processuais de existência( subjetivo)

Órgão jurisdicional- para que o processo exista é necessário distribuir ao órgão jurisdicional

Demanda- ato processual pelo qual da impulso ao processo

Pressuposto processuais de validade ( objetivo)

Competência- so se considera valido o processo se distribuído aojuiz competente

Capacidade de ser parte- autor, reu

Capacidade postulatória- advogado

Demanda regular- para elaborar uma petição inicial deve-se observar a solenidade

Pressuposto processual negativo

Litispendência, coisa julgada, perempçao( perda do direito da ação)

Atos processuais- andamento do processo

Execução- tem natureza mandamental

Tutela de urgência- autor distribui uma ação, mas antes de citaro reu, o juiz tem que dar uma decisão, pois o direito do autor esta em perigo de perecer

Conhecimento: se discute quem tem a razão

Sincrético- após a sentença conhecendo que o reu é devedor de dinheiro, ao invés de ter que entrar com um mandado de execução para receber, ele recebe no mesmo processo em que foi reconhecido a divida

Objetivo- celeridade processual

Noções preliminares de jurisdição, ação e processo.A “jurisdição”, seja ela penal ou não penal, é prestada após a provocação (exercício do “direito de ação”) no instrumento denominado “processo”. As três compõem a trilogia estrutural do direito processual civil.

Relações do Direito Processual com outros ramos do Direito.Embora o direito processual tenha autonomia própria, no processo instaurado será analisada também a pretensão de direito material, que decorre da existência (ou não) de uma relação jurídica material, regida por normas materiais (exemplo Código Civil ou Código Penal).

Finalidade do direito processual.Para o Desembargador Alexandre Freitas Câmara, a finalidade ou objeto do processo é a pretensão. A pretensão processual seria a exigência do demandante no sentido de obter um atuar

ou um fazer, ou, com mais precisão, a intenção manifestada pelo demandante de obtenção de um provimento capaz de lhe assegurar tutela jurisdicional.

Interpretação das normas jurídicas de direito processual civil.Interpretar significa revelar o real alcance e sentido da norma jurídica, tarefa esta que é realizada por todos aquelesque se debruçam no estudo do Direito, bem como para aqueles que o aplicam na prática. Porém, a interpretação das normas jurídicas processuais não difere de nada em relação as demais, também sendo certo que não existe um método interpretativo que seja melhor do que outro, pois tudo dependerá de uma instância essencialmente subjetiva daquele que realiza o ato de interpretar. Deste modo, comumente são apresentados como métodos interpretativos:a) interpretação literal;b) interpretação autêntica;c) interpretação lógico-sistemática;d) interpretação histórica;e) interpretação teleológica.

Lei processual no tempo e no espaço.A lei processual deve ser aplicada imediatamente tão logo entre em vigor, nos termos do art. 1º da LINDB, muito embora deva respeitar os atos processuais já praticados, em respeitoao brocardo tempus regit actum. Ocorre, todavia, que a relação processual pode se desdobrar em etapas ou atos que se renovamdiariamente, de modo que haja dúvidas quanto ao ato normativoque efetivamente deve ser empregado. Pra elucidar questões quanto a aplicação da lei processual no tempo, basicamente são visualizados três sistemas diferenciados:a) o da unidade processual;b) o das fases processuais;c) o do isolamento dos atos processuais.

Síntese extraída da obra: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral do Processo. Niterói: Impetus, 2012.

TEORIA GERAL DO PROCESSO. Aula nº 02.

A estrutura do Poder Judiciário Brasileiro.O Poder Judiciário Brasileiro. Estrutura.Supremo Tribunal Federal - mantido pela União;Conselho Nacional de Justiça – mantido pela União;Superior Tribunal de Justiça – mantido pela União;Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais -mantidos pela União;Os Tribunais e Juízes do Trabalho - mantidos pela União;Os Tribunais e Juízes Eleitorais - mantidos pela União;Os Tribunais e Juízes Militares – parte mantido pela União;Os Tribunais e Juízes dos Estados, do Distrito Federal e Territórios.

Justiça comum e especializada.Quanto ao critério “especialização da Justiça”, a jurisdição pode ser classificada em “comum” ou “especial”. Embora não setrate de uma classificação inteiramente pacífica, observava-se um maior grau de especialização nos trabalhos desenvolvidos pela Justiça do Trabalho, Justiça Militar e pela Justiça Eleitoral, tanto que as mesmas até possuem Tribunal Superior específico (que seria, respectivamente, o TST, STM e TSE para a análise da lei respectiva), malgrados estas decisões possam ser questionadas quanto ao aspecto constitucional perante o STF. Por este motivo, tais Justiças comumente são consideradas como “especiais”. Quanto a JustiçaFederal e Estadual, a interpretação dos atos infraconstitucionais é realizada pelo mesmo Tribunal Superior(STJ), o que justificaria a afirmativa de que as mesmas prestam jurisdição “comum”.

Tribunais superiores e inferiores. Órgãos jurisdicionais de primeira instância: juízos, juizados especiais cíveis, federais e fazendários.Quanto ao critério “órgão que aplica a jurisdição”, a jurisdição pode ser classificada em “superior” ou “inferior”.A distinção é singela, posto que a jurisdição “inferior” é aquela prestada por órgãos integrantes do Poder Judiciário emprimeira instância, ao passo em que a jurisdição “superior” éprestada pelos Tribunais, estejam ele no exercício de competência originária ou mesmo recursal. Todas as Justiças

(Federal, Trabalhista, Militar, Eleitoral e Estadual) possuemórgãos de instância superior e inferior.

Síntese extraída da obra: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral do Processo. Niterói: Impetus, 2012.

TEORIA GERAL DO PROCESSO. Aula nº 03.

Jurisdição: Conceito. Características.A palavra “jurisdição” deriva do latim iuris dictio, que significa “dizer o Direito”, ou seja, é a possibilidade de aplicação do Direito ao caso fático que foi submetido a apreciação do magistrado. A jurisdição tanto pode ser compreendida como Poder, como atividade ou função, dependendodo ponto de vista que for empregado, sendo desempenhada por uma pessoa que assim foi investida para tanto.

Jurisdição: Características.Usualmente, esta investidura ocorre por meio da promoção ao cargo de magistrado por meio de aprovação em concurso públicode provas e títulos, mas também pode ocorrer em outras situações distintas, como nas nomeações para Ministros do STF, por meio da cúpula do Poder Executivo.Comumente, são apresentadas as seguintes características da jurisdição:1. inércia;2. substitutividade;3. definitividade.

Por fim, fica a ressalva por muito tempo também se consideroua “lide”, assim considerada como o conflito de interesses qualificada por uma pretensão resistida, como uma das características da atividade jurisdicional que buscava a aplicação do Direito. No entanto, modernamente se vem considerando que, ao contrário das demais acima trabalhadas que costumam estar presente, a “lide” em realidade acaba se caracterizando como um elemento meramente acidental do processo e, consequentemente, da própria jurisdição.

Jurisdição e as demais funções prestadas pelo Estado.

Embora a jurisdição seja a atividade fim do Poder Judiciário,a mesma não se restringe apenas a esta esfera. É que o Poder Legislativo, em caráter excepcional, por meio do que já se convencionou denominar de “jurisdição anômala”, também exercejurisdição no processamento e julgamento dos crimes de responsabilidade, ou seja, naqueles praticados por agentes políticos. O Poder Executivo, ao revés, não exerce jurisdiçãonem mesmo como atividade secundária na condução dos denominados procedimentos administrativos, eis que as suas decisões neles proferidas são despidas das principais características dos atos jurisdicionais, também podendo ser anuladas perante o Poder Judiciário. É, portanto, um claro indicativo de que o Brasil também adota o regime da jurisdição “una”, de modo que mesmo as decisões proferidas nestes procedimentos podem ser questionadas judicialmente.

Princípios fundamentais. Princípio que garante o livre acesso a Justiça. Princípio do devido processo legal. Princípio do Juiz natural. Princípio da motivação das decisões judiciais. Princípio da isonomia. Princípio do contraditório e da ampla defesa. Princípio da duração razoável do processo. Princípio da congruência.

Síntese extraída da obra: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral do Processo. Niterói: Impetus, 2012.

TEORIA GERAL DO PROCESSO. Aula nº 04.

1. Espécies de jurisdição:

1.1. de equidade e de direito.Quanto ao critério “obediência ou não as fontes normativas primárias”, a jurisdição pode ser classificada em de “direito” ou de “equidade”. Na primeira delas, o magistrado que presta a jurisdição deve necessariamente observar os preceitos normativos, modelo este que é o adotado entre nós na maior parte das vezes.

1.2. superior e inferior.Quanto ao critério “órgão que aplica a jurisdição”, a jurisdição pode ser classificada em “superior” ou “inferior”.A distinção é singela, posto que a jurisdição “inferior” é aquela prestada por órgãos integrantes do Poder Judiciário emprimeira instância, ao passo em que a jurisdição “superior” éprestada pelos Tribunais, estejam ele no exercício de competência originária ou mesmo recursal.

1.3. contenciosa e voluntária,Em linhas gerais, a jurisdição denominada “contenciosa” é aquela que apresenta os sinais mais visíveis da jurisdição. Em breve síntese, na jurisdição contenciosa: a) aparte interessada exerce direito de ação, pois o magistrado tem que ser provocado para prestar a jurisdição (coincide coma característica da “inércia”); b) é aplicada em um processo judicial em que foi deduzida uma pretensão; c) nela há a presença de partes com interesses contrapostos, ou seja, em litígio; d) a decisão que o magistrado vier a proferir será acobertada pelo manto da coisa julgada no aspecto formal e até mesmo material, conforme o caso (coincide com a característica da definitividade); dentre outras mais.Na jurisdição “voluntária”, ao revés, estas características se encontram ausentes, o que até mesmo leva   ao questionamentose a mesma realmente decorre do exercício da atividade jurisdicional ou se a mesma se consubstancia em atividade meramente administrativa desempenhada eventualmente pelo magistrado. Com efeito, há quem defenda que, também na jurisdição “voluntária”, há o exercício de jurisdição, eis que se trata de atividade desempenhada por um membro do PoderJudiciário e, também, porque mesmo nos casos típicos de jurisdição “contenciosa” nem sempre todas as características acima estarão presentes

1.4. penal em ao penal.Quanto ao critério “matéria”, a jurisdição pode ser classificada em “penal” ou “não penal”, diferenciando se a demanda deduzida pelo interessado pretende obter uma sanção punitiva, ou seja, se o demandante pretende que no processo seja discutida e julgada a prática ou não de um ilícito penal.

2. Relação entre a jurisdição penal e não penal.2.1. Abordagem dos efeitos civis da sentença penal condenatória e seu paralelo com o transporte in utilibus da sentença coletiva para os pedidos individuais de liquidação eexecução dos danos pessoalmente sofridos.A sentença penal, proferida por um juízo que exerce competência criminal, pode gerar tanto efeitos penais (v.g. restrição ao direito de liberdade do acusado) como civis (v.g. condenação a reparar os danos causados). A vítima pode, portanto, optar entre dois caminhos: o primeiro, que seria promover uma demanda perante o juízo cível e aguardar a sentença para então executá-la e, o segundo, que seria aguardar o início e desenvolvimento do processo criminal (usualmente iniciado pelo Ministério Público), a prolação da sentença penal condenatória e, também, a preclusão das vias impugnativas (o inciso é bem objetivo ao não admitir a “execução provisória” neste caso) para que somente, então, possa ser liquidada a sentença penal e, posteriormente, dado o início à sua execução. É o que consta no art. 64 do CPP: “Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil”.No entanto, esta possibilidade de apreciação, concomitante, dos mesmos fatos em dois instrumentos processuais distintos pode gerar algumas situações extremamente complexas, que demandarão maior cuidado por parte do aplicador do direito. Por exemplo, a via penal e a civil são absolutamente distintas entre si, mas, por vezes, a segunda se curva ao quefoi decidido na primeira. É o que ocorre quando no juízo criminal for reconhecida a inexistência material do fato, nostermos do art. 66 do CPP: “Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato”. Da mesma forma, se o juízocriminal definir a existência do fato e da autoria, isso não mais poderá ser discutido no juízo cível, conforme indica o art. 935 do CC: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.

2.2. A liquidação dos efeitos civis na própria sentença penalcondenatória.

A Lei no 11.729/2008, alterou a redação do parágrafo único, doart. 63 do CPP, passando a admitir que o magistrado lotado emjuízo criminal já possa, na sua própria sentença penal condenatória, liquidar os prejuízos sofridos pela vítima, o que dispensaria uma nova liquidação perante o juízo de competência cível. A constitucionalidade deste dispositivo, contudo, é extremamente duvidosa por alargar a pretensão inicial do demandante (violação ao princípio da inércia), conferir legitimidade ao Ministério Público para a defesa de interesses individuais disponíveis (patrimônio), ampliar os limites objetivos da coisa julgada (ao incluir a obrigação deindenizar, ainda que seja por valor mínimo), dente outros motivos mais. Sobre o assunto, recomenda-se: CÂMARA, Alexandre Freitas. “Efeitos civis e processuais da sentença condenatória criminal. Reflexões sobre a Lei no11.719/2008”. Revista da EMERJ – Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 12, no 46. 2009, p. 111.

Síntese extraída das obras: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. A Execução Civil. 2ª Ed. Niterói: Impetus, 2011. HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral do Processo. Niterói: Impetus, 2012.

TEORIA GERAL DO PROCESSO. Aula nº 05.

1. Equivalentes jurisdicionais para litígios de natureza cível: autotutela, autocomposição, mediação e arbitragem.A “autotutela” é um mecanismo que se destina a solução de litígios e que decorre da imposição da vontade de uma das partes envolvidas em detrimento da outra, por intermédio da força ou qualquer outro meio suasório ilegítimo. Já a“ autocomposição ” é amplamente adotada, pois ocorre quando os próprios litigantes conseguem se compor amigavelmente e independentemente da atuação de qualquer órgão público ou privado. Pode ser exemplificada por meio de transações ou novações realizadas entre os contendores. Diferentemente da “autocomposição”, tanto a “conciliação” quanto a “mediação” já demandam a presença de um terceiro, que seria o conciliador ou mediador, para que o litígio possa ser resolvido entre as partes. Se este terceiro interfere no diálogo entre os contendores como, por exemplo, para demonstrar os lados positivos ou mesmo os aspectos negativos

de eventual solução proposta, o mesmo atua como “conciliador”. Ao revés, se a sua postura é limitada a apartear o diálogo entre os envolvidos, que isoladamente vão chegar a uma solução, o mesmo se restringe a atuar como “mediador”.

A   arbitragem   é atualmente regulada por meio da   Lei nº 9.307/96 , grassando séria divergência se a mesma resulta no exercício de atividade jurisdicional ou se deve ser encarada sob o prisma de um equivalente jurisdicional. É que, por um lado, a sentença arbitral é equiparada à de um juiz togado, tanto que é considerada como título judicial,   ex vi   art. 475-N, inciso IV. E, da mesma maneira, esta sentença arbitral não sesujeita a homologação pelo Poder Judiciário (art. 18, Lei nº 9.307/96) e nem pode ter o seu conteúdo por ele modificado, muito embora a mesma possa vir a ser anulada, em razão de um dos vícios indicados no art. 32 da Lei nº 9.307/96. Além disso, não seria correto falar em procedimento arbitral, mas sim em processo arbitral, que guardaria enormes semelhanças com o processo judicial propriamente dito, inclusive com observância dos mesmos princípios constitucionais. E, da mesma maneira, para tanto seria necessária uma visão mais flexível da forma de investidura do árbitro, pois a mesma nãodecorreria da aprovação em concurso de provas e títulos como sói acontecer com o magistrado, mas sim de uma maneira pouco distinta, tal como ocorre também com os jurados que são nomeados para participar de um tribunal do júri.

2. Medidas despenalizadoras no direito processual penal.A transação penal possui previsão no art. 76 da Lei nº 9.099/95 e, ao lado da suspensão condicional do processo, busca evitar os eventuais malefícios que uma condenação pode gerar. Ambas são consideradas como espécies de “medidas despenalizadoras”, nomenclatura esta que não escapa de críticas, ao menos em relação a transação penal, pois nesta haverá a imposição de pena restritiva de direito ou de multa.É discutível se a primeira pode ser considerada como exemplo de jurisdição voluntária no processo penal.

3. Solução de conflitos trabalhistas: autodefesa, autocomposição e comissão de conciliação prévia.

Autodefesa é semelhante a “autotutela” e poderia ser exemplificada como o direito a greve. A autocomposição é a mesma já abordada no item nº 1. Quanto a conciliação de

conciliação prévia, é importante destacar o que se segue. Estas Comissões de Conciliações Prévias foram criadas pela Lei nº 9.958/2000 e possuem composição paritária, ou seja, contam com representantes dos empregados e dos empregadores, possuindo atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho, porém limitados à categoria profissional e à base territorial das entidades sindicais que as tiverem instituído. No entanto, o uso das mesmas não é obrigatório ou sequer se constitui em condição prévia para acesso ao Poder Judiciário, conforme já reconhecido anteriormente pelo STF, em que pese o art. 625-D e parágrafos da CLT disporem em sentido contrário. Estas comissões, que não integram o Poder Judiciário, irão referendar o termo de conciliação eventualmente firmado entreas partes, fazendo com que os mesmos possam ostentar a natureza jurídica de título executivo extrajudicial (art. 876, CLT), ou seja, documento este que já permite a instauração imediata de um processo autônomo de execução casoa obrigação nele contida não seja honrada. Servem, portanto, para pôr fim ao litígio, o que atesta o seu caráter de equivalente jurisdicional.

1.1 DO CONCEITO DA TUTELA INIBITÓRIA

Com sua legalidade inserta artigo 461 do CPC, bem como no artigo 84CDC, a Tutela Inibitória tem em seu conceito uma ação de antecipação para se evitar um ilícito. Este por sua vez independe do dano para existir. Neste caso, tanto o autor quanto o réu da ação poderá lançar mão desta ferramenta para amparar ou proteger umdireito material.O fato de possuir este caráter preventivo, faz com que sempre se obtenha de forma efetiva a tutela requerida, já que impede que o direito material seja lesado, dando ensejo a que o Judiciário conceda a tutela na sua forma mais específica possível.Mostra-se com isso que esta tutela tem sua natureza no direito material, surgindo assim à obrigação de fazer ou não fazer.Por ser prestada por meio de ação de conhecimento, esta previsibilidade exige o pressuposto de que o instrumentalista tenhaconhecimento de que esta ação produz sentença com efeito condenatório, declaratório ou constitutivo.

1.2 DOS PRESSUPOSTOS DA TUTELA INIBITÓRIA

Para que possa ser usada, a tutela inibitória traz consigo alguns pressupostos a serem observados. Como dito supra, seu objetivo é evitar que advenha o ilícito e não o dano, ou seja, se já tiver ocorrido o dano, que no caso é a consequência do ilícito, esta açãonão poderá ser mais utilizada.

Gize-se que o dano égerado por um ato ilícito. O ilícito, portanto,é causa, o dano, consequência. Também não possui o elemento subjetivo (dolo ou culpa). Ele está voltado para a consequência do fato e não a possível ocorrência deste. Marinoni faz uma observação, tendo em vista o esclarecimento acerca do elemento subjetivo desta tutela jurisdicional.

Tratando-se de Tutela Inibitória, forma de tutela jurisdicional quenada tem a ver com o dano, mas apenas com a probabilidade da prática do ilícito, não há razão para se pensar em culpa. Note-se que a culpa é critério para a imputação da sanção do dano, sendo totalmente descartável quando se pensa em impedir a prática, a continuação ou a repetição de ato contrário do direito.Assim, o que se analisa apenas é a probabilidade da prática de um ato ilícito, sendo ele repetido ou continuado. O que se busca com atutela inibitória é a coibição de um mal que poderá ou não gerar consequências manifestas. É agir com prevenção. A essência da presente inibitória deita raízes na ação que possibilita uma precaução, a fim de que não haja ato ilícito, e, consequentemente, culminará na inexistência de prejuízos (danos) que sucederia se houvesse o antecedente lógico: ato ilícito.1.3. DAS MODALIDADES DA TUTELA INIBITÓRIA

A tutela que tratamos se apresenta de algumas formas. Como positiva(quando se tem a obrigação de fazer) e negativa (obrigação denão fazer). Ela possui como função combater qualquer espécie de conduta, seja ela comissiva (realizada através de uma ação) ou omissiva (identificada pela abstenção do agente).

Apresenta-se também como individual ou coletiva. A primeira se fundamenta no artigo 461 CPC, cujo seu procedimento resulta em uma sentença ou ato mandamental. Para termos melhor conhecimento dessa classificação, Marinoni assim assevera.

Como está claro, o artigo 461 permite que o juiz ordene, sob pena de multa, na sentença ou na tutela antecipatória. O artigo 461, em

outras palavras, faz surgir um procedimento, que desemboca em uma sentença que ordena sob pena de multa, por nós chamada de mandamental, e que viabiliza uma tutela antecipatória da mesma natureza.A segunda diz respeito à tutela antecipativa coletiva, onde tem seufundamento no artigo 84 CDC. Ela busca os direitos difusos e coletivos, mostrando-se assim que vai muito mais além dos direitos do consumidor. O juiz poderá impor uma sanção – multa - em sua sentença sem o requerimento das partes.

Neste sentido, a Tutela Inibitória poderá agir impedindo a prática de uma ilicitude, mesmo que não exista ilícito anteriormente praticado. Por este motivo, o juiz terá maior dificuldade de julgamento. Também como uma ação ilícita continuada ou repetida. Tanto uma quanto a outra impede uma nova ilicitude, não levando em conta oprimeiro ilícito já cometido.

Luiz Guilherme Marinoni corrobora esta assertiva, acrescentando que:

Quando se pensa em repetição do ilícito, supõe-se um intervalo entre um ato e outro, e assim na possibilidade de se impedir a prática de um novo ilícito, independentemente do primeiro. Porém, aquestão se complica quando a atenção se volta para o ilícito continuado. Isso porque é possível supor uma ação com eficácia continuada e uma ação continuada ilícita.Todos os tipos de modalidades da Tutela Inibitória estão ligados a ameaça da pratica de um ato ilícito. Sendo que a antecipativa não possui atos anteriores. Enquanto que a repetitiva e a continuada busca o ilícito que ocorrera anteriormente para coibição de ato presente.

Baseando-se na nova estruturação do direito por conta de novas situações ocorridas constantemente, esta ação inibitória se apresenta como um novo perfil jurídico para tomada de atitudes preventivas, que por sua vez é uma consequência das necessidades dodireito material. Aquele que surge com poderes de evitar uma violação. Sempre voltada para o futuro, exigi-se apenas a simples possibilidade/probabilidade do ilícito, não necessitando comprovação de dano algum.1.4 DOS EFEITOS DA TUTELA INIBITÓRIA

Para melhor exemplificar os efeitos da Tutela Inibitória, nada melhor que apresentarmos casos práticos onde lançaram mão desta ação e obtiveramresultados positivos nas petições apresentadas. O primeiro é do TRF (Tribunal Regional Federal), no dia 18 de fevereiro de 2004, concede Tutela inibitória para um processo de reforma agrária. Assim diz o acórdão.

ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. REFORMA AGRÁRIA. TUTELA INIBITÓRIA.SUSPENSÃO DO LEVANTAMENTO... merece censura a decisão do juiz que, em tutela inibitória, suspende os trabalhos... AGRÁRIA. TUTELA INIBITÓRIA. SUSPENSÃO DO LEVANTAMENTO ADMINISTRATIVO. 1. Havendo dúvida fundada a respeito dos elementos com os quais lidou o INCRA na vistoria administrativa - erro na contagem dos animais -, não merece censura a decisão do juiz que, em tutela inibitória, suspende os trabalhos administrativos, para o esclarecimento da situação. 2. Improvimento do agravo de instrumento (TRF, 2004, PAG.01):2. Atos processuaisAtos processuais à atos humanos praticados no processo, atos praticados pela vontade humana.*Diferente de fato processual que independe de vontade humana. Ex: morte de uma das partes.Os atos processuais podem ter eficácia constitutiva, modificativa ou extintiva (art. 158 CPC) que repercutirá obre a situação jurídica das partes no processo. São ligados uns aos outros, formando uma unidade, sendo que a validade, finalidade e efeitos somente são atingidos quando realizados no processo, no momento próprios e em regra, na forma legalmente estabelecida. São divididos em:                                               • Juiz (artigo 162 do CPC, 163 acórdãos);Atos processuais:          • Partes (artigo 158 do CPC);                                               • Auxiliares (artigos 166/169 do CPC). 

Atos da ParteSão unilaterais ou bilaterais de vontade. Unilateral → de postulação e manifestação de vontade.            Ex:                        • Autor: petição inicial manifestação sobre

resposta do réu.                        • Réu: contestação, impugnação ao valor da causa.   Bilateral à transação, que implica a extinção do processo com resolução de mérito (art. 269, III do CPC) Atos do juizDispõe o rol exemplificativo do artigo 162:• Sentença;• Decisões Interlocutórias;• Despachos.         • Sentença não é necessariamente o ato do juiz que põe fimao processo, isso só ocorrerá caso a sentença não julgue o mérito, pois assim, o processo será extinto; se a sentença julga o mérito, então se finda a fase cognitiva do processo que será seguida das fases de liquidação e execução de acordo com o novo conceito de sentença disposto na Lei 11.232/2005.            → Artigo 267: extinção sem resolução de mérito;            → Artigo 269: Hipóteses com resolução de mérito.            Assim, a sentença é o ato pelo o qual o juiz resolve ospedidos e sua natureza dependerá do seu conteúdo.Em um processo commais de um pedido pode existir uma sentença para cada pedido desde que estes sejam reciprocamente independentes.         • Decisões Interlocutórias resolvem as questões incidentese, apesar de também possuírem cunho decisório, não colocam fim à fase cognitiva do processo.             • Despachos não possuem cunho decisório, portanto são irrecorríveis. Para de diferenciar um despacho de uma decisão interlocutória é necessário verificar se o ato traz prejuízo a uma das partes, se sim, trata-se de decisão interlocutória, se não, trata-se de despacho.Atos dos AuxiliaresPraticado pelos serventuários, visando movimentar o processo, quer documentando, quer comunicando às partes sobre os atos processuais.         → Atos de movimentação: visam dar andamento ao processo. Ex.: conclusão.            → Atos de documentação: atestam à realização de atos dapartes, juízes ou dos auxiliares da justiça. Ex: certidão de intimação.            → Atos de execução: cumprem determinações do juiz.

3. Aplicação da lei no tempo e no espaço;

LEI PROCESSUAL NO TEMPO

A lei processual tem aplicação imediata, desde a sua entrada em vigor, inclusive no tocante aosprocessos em curso, que ficarão sujeitos à nova lei para a prática de atos subseqüentes.Note-se, todavia, que a lei processual não retroage para alcançar atos processuais já realizadoseencerrados com base na lei anterior.

A aplicação da lei penal no tempo tem como regra a aplicação da leivigente à época da ação ou omissão.Contudo tal regra possui uma exceção, a de que normas mais brandas sempre retroagem, ainda que tenha havido o transito em julgado da sentença penal condenatória. As normas mais brandas são dotadas de:Extra-atividade – esta compreende a retroatividade(uma lei penal nova mais benéfica editada após o fato criminoso irá retroagir paraalcançar este) e ultratividade (possibilidade que uma norma mais branda tem de continuar regendo os fatos ocorridos na sua vigência,mesmo depois de ter sido revogada)OBS: Normas processuais têm um regramento próprio e não retroagem, conforme o Art. 2º do CPP:   “A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.”

LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO

Vige no Brasil o Princípio da Territorialidade (Código de Processo Civil - CPC, art. 1º). De acordocom este princípio, o juiz deve aplicar ao processo a lei processual do lugar onde exerce a jurisdição.Essa regra abarca todas as pessoas localizadas no território do Estado, sejam nacionais ouestrangeiras. Assim, sendo o processo uma parcela da soberania estatal, em regra, o Brasil proíbe aaplicação de normas estrangeiras no território nacional.

4. Princípios do processocivil (juiz natural);

O princípio do juiz natural, como previsto na Constituição, afirma que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente” (art. 5º, LIII).

O princípio do juiz natural teve por objetivo banir definitivamenteno nosso país a figura dos chamados tribunais de exceção.

Impede este princípio que o Estado direcione o julgamento e que nãoseja parcial nas decisões que tomar no exercício do seu mister.

Nos casos em que o julgador é afastado da lide por alguma razão, e não pela força, a exemplo da suspeição ou do impedimento, a lei prevê a designação de outro juiz para o feito, tundo em vista o comprometimento da imparcialidade do magistrado.

O juiz natural é somente aquele integrado no Poder Judiciário, com todas as garantias institucionais e pessoais previstas na Constituição Federal. Assim, afirma José Celso de Mello Filho que somente os juizes, tribunais e órgãos jurisdicionais previstos na Constituição se identificam ao juiz natural, princípio que se estende ao poder de julgar também previsto em outros órgãos, como oSenado, nos casos de impedimento de agentes do Poder Executivo.4.1 Garantias do juiz natural são duas as garantias do juiz natural:a) art. 5o, LIII- “ninguém será processado nem sentenciado senão pala autoridade competente”. b) art. 5o, XXXVII- “não haverá juízo ou tribunal de exceção”.Ocidadão tem o direito a julgamento por um juízo ou tribunal pré-constituído, legitimamente investido no exercício da jurisdição e com todas as prerrogativas ínsitas ao normal desempenho da função (inamovibilidade, vitaliciedade, independência jurídica e política, e irredutibilidade de vencimentos).As justiças especializadas, constitucionalmente previstas, não ofendem a garantia, uma vez, que são pré-constituídas ( ou seja, constituídas anteriormente ao fato a ser julgado ), em caráter abstrato e geral, para julgar matérias especificas. A garantia do juiz natural se desdobra em três conceitos: a) só são órgãos  jurisdicionais os instituídos pela constituição;b) ninguém pode ser julgado por órgão constituído após a ocorrênciado fato;c) entre os juizes pré-constituídos vigora uma ordem taxativa de competências inalterável a arbítrio de quem quer que seja.

5. Sujeitos principais do processo;São três os principais sujeitos do processo: o juiz, o autor e o réu.O juiz compõe a relação processual como representante do Estado, gerindo a relação processual entre as partes de maneira imparcial ecom a função de solucionar a lide e gerar pacificação social. Assimsendo, o juiz deverá ser um terceiro que não possua nenhum interesse no conflito, que conduza o processo segundo as regras e princípios estabelecidos pela ordem jurídica e que permita às partesparticiparem amplamente e igualmente para a solução da controvérsia.Autor e réu são sujeitos contrapostos na relação processual e que terão sua esfera de direitos atingida pelo resultado alcançado ao final do processo. O autor é quem dá início à relação processual e o réu é aquele contra quem o processo é promovido. Suas posições noprocesso são guiadas por ao menos três princípios básicos: (i) necessidade de haver ao menos duas partes envolvidas em posições contrárias na relação processual; (ii) igualdade de tratamento processual entre as partes; e (iii) contraditório, que garante às partes ciência e possibilidade de atuar no processo em defesa de seus interesses .É possível haver mais de uma pessoa em um ou em cada lado da relação jurídica processual, hipóses denominada de litisconsórcio. Há o litisconsórcio necessário, caso em que sua existência é essencial para a validade e eficácia do processo e sentença. Há também o litisconsócio unitário, segundo o qual os litisconsortes devem receber exatamente o mesmo tratamento no processo e sentença.É possível também a participação de terceiros na relação processualpara substituir ou para acrescentar a alguma das partes.Salvo em casos específicos como os exemplos da justiça trabalhista e da impetração de habeas corpus, o advogado é essencial à relação processual. É, em verdade, obrigatório às partes estarem devidamenterepresentadas por um advogado. Esta função pode ser exercida pela Defensoria Público e pelo Ministério Público.

6. Ônus processual (das partes e não do juíz);

Ônus processual — Tipos de atos das partes.

O processo se instaura por iniciativa de parte, dai a indispensabilidade da atividade da parte para a existência do processo e seu desenvolvimento. Essa atividade está intimamente ligada ao conceito de ônus processual.

►Ônus processual é a situação em que a prática de determinado ato leva a parte a obter determinado efeito processual ou impedir que ele ocorra.

►Os atos das partes, por conseguinte, correspondem aos ônus estabelecidos pelo direito processual, e elas os praticam com o fimde obter uma situação favorável, tendo em vista o resultado final que é a expectativa de vencer a demanda.

Sob o aspecto formal, os atos das partes podem ser petições, cotas e condutas de interesse para o processo.

►As petições, que são os requerimentos dirigidos ao juiz, podem terconteúdo postulatório (quando a parte solicita um pronunciamento dojuiz), declaratório (quando apresenta uma declaração de vontade), instrutório (quando apresenta prova).

►As cotas são manifestações escritas nos próprios autos quando o juiz abriu a oportunidade para a parte manifestar-se.

►As condutas podem ser da própria parte ou do procurador pela parte, apresentando variedadetão grande que não comporta classificação. São condutas, por exemplo, o depoimento pessoal, o depósito de uma coisa ou de dinheiro, a exibição de pessoa ou coisafeita pela parte etc..

►Os atos declaratórios, sejam eles praticados por petição, por cotaou por meio de condutas, por serem manifestações de vontade das partes, em princípio produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais (art. 158). Podem. todavia, depender de homologação pelo juiz ou, no caso da desistência da ação, além da homologação, da aceitação da parte contrária (art. 158, parágrafo único, c/c o art. 267, § 4º). Essas manifestações de vontade são também chamadas de atos dispositivos porque têm por fim dispor sobre a formação, extinção ou modificaçãoda relação processual, provocando-lhe alterações.

►A omissão da parte pode também produzir efeitos processuais. A parte que deixa de agir em face de um ônus processual aceita, queira ou não queira, a conseqüência legalmente preestabelecida. O processo é uma seqüência dinâmica de atos, na sua forma exterior, enão permanece indefinidamente paralisado pela omissão da parte. O tema será melhor desenvolvido ao se tratar da contumácia e da revelia.

►Os atos das partes são de quatro espécies: postulatórios, dispositivos, instrutórios e reais.

1)Atos postulatórios são aqueles que contém alguma solicitação aoEstado-Juiz. Dividem-se em requerimentos (quando dizem respeito aquestões processuais) e pedidos (estes dizem respeito ao mérito da causa, sendo certo que - como visto anteriormente – o pedido é um dos elementos identificadores da demanda o autor). Verifica-se a diferença entre as duas espécies de ato postulatório quando se observa que da petição inicial, instrumento através do qual se ajuíza a demanda, deve constar “o pedido com suas especificações” (art.282, IV do CPC), e também “o requerimento para citação do réu”(art.282, VIII). Aquele que a lei processual chama de pedido, corresponde ao objeto do processo, ou seja, ao mérito da causa. Este, denominado pela lei de requerimento, concerne a um aspecto processual, qual seja, a citação do demandado para integrar a relação processual.

2)Atos dispositivos são declarações de vontade destinadas a dispor da tutela jurisdicional. Podem ser unilaterais, quando praticados por apenas uma das partes, como o reconhecimento do pedido, a renúncia à pretensão ou a desistência da ação; e concordantes, praticados por ambas as partes, como a transação e a convenção parasuspensão do processo.

3)Atos instrutórios são os que têm por finalidade convencer o julgador da verdade, preparando-o para decidir. Instruir, como se sabe, significa preparar, razão pela qual nada impede se afirme quetodo ato processual realizado antes daformação do provimento jurisdicional final é instrutório. Adota-se, aqui, porém, o termo em sentido mais estrito, reconhecendo-se duas espécies de atos instrutórios: as alegações, manifestações aduzidas em defesa do interesse de uma ou outra das partes, como a sustentação oral no julgamento de um recurso, os memoriais, e mesmo as alegações

contidas na petição inicial e na contestação; e os atos probatórios, atos de produção de prova praticados pelas partes, como a confissão e o depoimento pessoal.

4)Atos reais = aqueles que se manifestam re, non verbis. Em outras palavras, temos aqui que se caracterizam por seu aspecto material, não sendo propriamente atos de postulação, razão pela qual são chamados por notável doutrinador italiano de “atos jurídicos de evento físico”. Exemplo de ato real é o pagamento das custas judiciais.

7. Juizados especiais;

Os juizados especiais são um importante meio de acesso à justiça, pois permitem cidadãos buscarem soluções para seus conflitos cotidianos de forma rápida, eficiente e gratuita. Eles são órgãos do Poder Judiciário, disciplinados pela Lei nº 9.099/95. Leis estaduais criam e regulamentam em cada unidade da federação esses órgãos e, âmbito Federal, a Lei nº 10.259/01.

Quais são as competências desses juizados?Os Juizados Especiais Cíveis servem para conciliar, julgar e executar causas de menor complexidade, quenão exceda 40 salários mínimos( rito sumaríssimo), tais como: ações de despejo para uso próprio; possessórias sobre bens imóveis; de arrendamento rural e de parceria agrícola; de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; de ressarcimento por danos causados em acidentes de veículos, ressalvados os casos de processo de execução; de cobrança de seguro, relativo aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; de cobrança de honorários dos profissionais liberais, salvo o disposto em legislação especial.

Na esfera Federal, os juizados cíveis conciliam e julgam as causas da Justiça Federal até o limite de 60 salários mínimos, exceto as causas dispostas nos incisos I, II, III e IV, §1º, Art. 2º, da Lei nº 10.259/01.

Os criminais conciliam, julgam e executam infrações penais de menor

potencial ofensivo. Os federais criminais processam e julgam as mesmas causas quando de competência da Justiça Federal. Em todos oscasos, os juizados devem respeitar as regras de conexão (quando algumas infrações possuem vínculo entre si) e continência (quando um fato criminoso contém outros).

São consideradas causas de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes com pena máxima de dois anos.

Quem pode entrar com ação nesses juizados?As pessoasfísicas capazes, as microempresas, as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, as sociedades de crédito ao microempreendedor. Não podem ser partes em ações nos juizados especiais o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

Em âmbito Federal, podem ser parte autora em processos civis as pessoas físicas, as microempresas e as empresas de pequeno porte. Já a União, as autarquias, as fundações e as empresas públicas federais serão sempre rés. Nos processos criminais, autor é sempre o Ministério Público.

8. Arbitragem - Lei 9.307/96

A Arbitragem é uma forma de resolução de conflitos na área privada,ou seja, sem qualquer ingerência do poder estatal, onde as partes litigantes (que têm um litígio a ser resolvido), de comum acordo e no pleno e livre exercício da vontade, escolhem uma ou mais pessoas, denominadas árbitros ou juízes arbitrais, estranhas ao conflito, para resolver a sua questão, submetendo-se à decisão final dada pelo árbitro, em caráter definitivo, uma vez que não cabe recurso neste novo sistema de resolução de controvérsias. Na arbitragem, a função do árbitro nomeado será a de conduzir um processo arbitral, de forma semelhante ao processo judicial, porém muito mais rápido, informal, de baixo custo. E a decisão é dadapor pessoa especialista na matéria objeto da controvérsia, diferentemente do Poder Judiciário, onde o juiz, na maioria das vezes, para bem instruir seu convencimento quanto à decisão final aser prolatada, necessita do auxílio de peritos, especialistas na matéria. Na Arbitragem, pode-se escolher diretamente esses especialistas, que terão as funções de julgadores. Exemplos

práticos: Locação residencial ou comercial compra e venda de bens em geral, contratação de serviços, conflitos trabalhistas, seguros,inventários, questões comerciais em geral, etc.

Arbitragem (Lei 9.307/96)

“definição sumária e tradicional de arbitragem, como a instituição pela qual as partes confiam a terceiro, livremente designado por elas, a missão de solucionar suas controvérsias, (...)”.Em síntese, conforme a doutrina dominante, arbitragem seria jurisdição privada autônoma, instituída por convenção entre pessoascapazes sobre direitos disponíveis, a terceiro designado por elas com a missão de elidir o conflito através de uma sentença arbitral irrecorrível.Sob o pálio da Lei nº 9.307/96, somente se podem submeter ao juízo arbitral conflitos que versem sobre direitos patrimoniais disponíveis, como, por exemplo, questões comerciais e industriais de modo geral, questões condominiais e imobiliárias, questões pecuárias e agrárias, questões de trânsito de veículos automotores,questões doconsumidor, questões de transporte, dentre outras. Isso se faz, na prática,"mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral" (art.3, Lei nº 9.307/96)."A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato" (art. 4, caput, Lei nº 9.307/96)."O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial"(art. 9, caput, Lei nº 9.307/96).Com a recentíssima Lei nº 9.307, de 23.09.96, altera-se profundamente a história do instituto da arbitragem no Brasil. O Brasil resgata o instituto da arbitragem indo ao encontro das mais modernas legislações do mundo, e dos princípios preconizados nas convenções internacionais.Destarte, não é a simples equiparação dada pela Lei nº 9.307, que fará com que o árbitro seja entendido como um juiz, pois ela não possui a mesma fonte de validade, que é a Constituição.“Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.”

9. Aplicação da lei processual no tempo;

A lei processual tem aplicação imediata, desde a sua entrada em vigor, inclusive no tocante aosprocessosem curso, que ficarão sujeitos à nova lei para a prática de atos subseqüentes.Note-se, todavia, que a lei processual não retroage para alcançar atos processuais já realizadose encerrados com base na lei anterior.

A aplicação da lei penal no tempo tem como regra a aplicação da leivigente à época da ação ou omissão.Contudo tal regra possui uma exceção, a de que normas mais brandas sempre retroagem, ainda que tenha havido o transito em julgado da sentença penal condenatória. As normas mais brandas são dotadas de:Extra-atividade – esta compreende a retroatividade(uma lei penal nova mais benéfica editada após o fato criminoso irá retroagir paraalcançar este) e ultratividade (possibilidade que uma norma mais branda tem de continuar regendo os fatos ocorridos na sua vigência,mesmo depois de ter sido revogada)OBS: Normas processuais têm um regramento próprio e não retroagem, conforme o Art. 2º do CPP:   “A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.”

10. Decisão no âmbito da arbitragem se submete a recurso.

Quando se tratar de arbitragem, as partes poderão, ou não, renunciar aos recursos. No entanto, a possibilidade de recurso em face da Lei de Arbitragem é bastante reduzida.

Lenza (1997) acredita que isso se deva à objetividade que se pretendeu dar ao sistema, com afinalidade de impulsionar as questões arbitrais.

Segundo a lei ou as disposições sobre matéria recursal, podem-se utilizar os seguintes recursos, assim classificados por Lenza (1997):

a) Embargos de declaração Neste tipo de embargo, o recorrente reconhece a validade da sentença, mas deseja que se corrija qualquer erro material, ou que se esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença,ou haja manifestação sobre o ponto omitido a respeito do qual deviamanifestar-se a decisão (incisos I e II do art. 30 da Lei 9.307-96).

O recorrente deverá opor os embargos perante o árbitro, o tribunal arbitral ou o órgão de arbitragem, no prazo de cinco dias, a contardo recebimento da notificação ou da ciência pessoal da sentença arbitral (art. 30 da Lei 9.307-96).

O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá, no prazo de dez dias, aditando a sentença arbitral e notificando as partes por meio de cópia da decisão, por via postal ou por qualquer outro meio de comunicação, mediante comprovante de recebimento, ou recibo, quandoentregue diretamente às partes (arts. 29 e 30 da Lei 9.307-96).

b) Embargos do devedor à execução A parte inconformada com a sentença poderá ainda obter a decretaçãode nulidade, agora mediante os embargos do devedor, fundamentando-se no art. 741 do Código de Processo Civil, quando a sentença estiver sendo executada no PoderJudiciário (art. 33, § 3º, da Lei 9.307-96).

c) Exceções A parte que pretender argüir questões relativas à competência, suspeição ou impedimento do árbitro ou dos árbitros, bem como a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção arbitral, deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se manifestar, após instituição da arbitragem (art. 20 da Lei 9.307-96). Se não apresentar a exceção na primeira oportunidade em que falar nos autos, a parte não poderá fazê-lo posteriormente, em sede do juízo arbitral. Após a publicação da sentença, ou de seu aditamento, se houver, a parte poderá promover a ação de nulidade da sentença arbitral no prazo de até noventa dias.

Se for acolhida a argüição de suspeição ou impedimento, o árbitro será substituído nos termos do art. 16 da Lei de Arbitragem. Reconhecida a incompetência do árbitro ou do tribunal arbitral, bemcomo a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de

arbitragem, serão as partes remetidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar a causa (art. 20, § 1º da Lei 9.307-96). Sendo rejeitada a exceção, a arbitragem terá prosseguimento.

d) Mandado de segurança Segundo Lenza (1997), caberá mandado de segurança quando o árbitro ou árbitros praticarem atos irregulares ou com abuso de poder, usando-se para tanto a analogia de que eles são equiparados aos funcionários públicos.