OSMAR MACEDO NORMAS ECO CORRIGIDO
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OSMAR MACEDO O PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NA AGRICULTURA FAMILIAR. ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE GOIOERÊ
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OSMAR MACEDO
O PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NA AGRICULTURA
FAMILIAR. ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE GOIOERÊ
CAMPO MOURÃO
2014
1
OSMAR MACEDO
O PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NA AGRICULTURA
FAMILIAR. ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE GOIOERÊ
Monografia apresentada aocolegiado de Economia daUniversidade Estadual do Paraná– UNESPAR – Campus de CampoMourão, como requisito para aobtenção do título de Bacharelem Ciências Econômicas.
Orientador: Me. Tito J.Adalberto A Serrano.
CAMPO MOURÃO
2014
3
OSMAR MACEDO
O PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) NA AGRICULTURA
FAMILIAR. ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE GOIOERÊ
Esta Monografia foi submetidaao Colegiado de Economia,Universidade Estadual do ParanáUNESPAR, como pré-requisitopara a obtenção do título deBacharel em CiênciasEconômicas.
Prof. Me.Tito J. Adalberto A. SerranoProfessor(a) orientador(a) - UNESPAR
Prof. ____________________________Professor(a) examinadora – UNESPAR
Prof. ____________________________Professor examinador – UNESPAR
CAMPO MOURÃO
2014
5
Dedico esta Monografia a todosaqueles que acreditaram no meuSucesso, na minha Vitória.
7
AGRADECIMENTOS
Esta monografia, como tudo em minha vida, é fruto de
muita perseverança e muita dedicação. Assim devo meus
agradecimentos:
Primeiramente ao meu orientador, pela dedicação, pela
paciência e principalmente pela confiança a mim concedido.
Aos meus amigos, que esteve presente sempre em todos os
momentos, que me ajudaram e me apoiaram nos momentos mais
difíceis.
Aos meus colegas de trabalho, pela compreensão e pela
força em todos os momentos, sempre apoiando e me incentivando
cada vez mais.
Aos meus familiares que graças a eles que estou
concluindo esta monografia.
Aos demais professores do colegiado de Economia, que
sempre me incentivaram e me ajudaram no que foi preciso,
principalmente aqueles que não me deixaram desabar em nenhum
momento.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma analise do Programa de Aquisiçãode Alimento (PAA) na agricultura familiar. Estudo de caso nomunicípio de Goioerê. A escolha do tema como razão dedestaque, deve-se ao fato de realizar uma avaliação dodesempenho do PAA que trata de um programa criado pelo GovernoFederal, objetivando fortalecer a agricultura familiar. Dadaessa abordagem foi utiliza o modelo de pesquisa exploratóriadescritiva, com natureza qualitativa. Como objetivo geraloptou-se por avaliar os resultados do Programa de Aquisição deAlimentos (PAA) na agricultura familiar no município deGoioerê. Considerando a importância da agricultura familiar, ede incentivo desta para a permanência do agricultor no meiorural. Tratou-se a respeito de políticas públicas para abordarquanto ao incentivo à agricultura familiar. Quanto aosresultados, analisaram-se as respostas obtidas sobre acondução do PAA a nível Municipal, foram tecidas asconsiderações finais, apresentando as principais conclusões doestudo, associando tanto as teorias quanto os resultados dapesquisa. Através de uma analise critica. Entende-se queincentivos à agricultura familiar é parte importante na lutapara garantir a segurança alimentar mundial e odesenvolvimento rural sustentável. Pois se acredita que apenasatravés de incentivos econômicos e políticos, será possível ainovação para que a agricultura familiar se fortaleçaalcançando novos mercados e gerando renda.Palavras-Chave: Agricultura Familiar, Políticas Públicas,
Programa de Aquisição de Alimentos.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Região de Goioerê e Localização do Município...28
Tabela 1– Modalidades do programa de aquisição de alimentos23
Tabela 2 – Estabelecimentos agropecuários e área segundo as
atividades econômicas – 2006.....................29
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BNDS – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
SocialCDAF – Compra Direta da Agricultura FamiliarCONAB – Companhia Nacional de AbastecimentoCPR – Cédula de Produto RuralDAP – Declaração de Aptidão da Agricultura FamiliarEMATER – Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão
RuralFNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaçãoIBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticasIEA – Instituto de Economia AgrícolaIPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e
SocialIPEA – Instituto de Pesquisa Econômica AplicadaMDA – Ministério do Desenvolvimento AgrárioMDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a
FomePAA – Programa de Aquisição de AlimentosPNATER – Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão
RuralPRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
FamiliarPROVAP – Programa de Valorização da Pequena Produção Rural
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................9
2 POLÍTICAS PÚBLICAS.....................................11
2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO A AGRICULTURA........15
2.2 AGRICULTURA FAMILIAR.................................17
3 PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA)...............22
3.1 MODALIDADES DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS EM
GOIOERÊ..............................................26
3.2 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GOIOERÊ..................27
3.3 EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
(EMATER).............................................30
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................39
REFERÊNCIAS...............................................42
Apêndice 01 – Questionário aplicado aos agricultores
familiares no município de Goioerê-pr.......47
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho analisa-se o Programa de Aquisição de
Alimento (PAA) na agricultura familiar. Estudo de caso no
município de Goioerê.
A escolha do tema como razão de destaque, deve-se ao fato
de realizar uma avaliação do desempenho do PAA que trata de um
programa criado pelo Governo Federal, objetivando fortalecer a
agricultura familiar. Dada essa abordagem utilizar-se-á da
pesquisa exploratória descritiva, com natureza qualitativa que
objetiva-se analisar os resultados provenientes tanto dos
resultados da pesquisa de campo, como do programa.
Para a realização deste estudo consideram-se relevantes
os indicadores sociais como a distribuição de renda do
agricultor familiar, nível educacional, e também indicadores
sociais como dados geográficos do município. Estes dados serão
coletados junto ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE), dentre outros.
A metodologia para o desenvolvimento deste trabalho de
monografia foi planejada de maneira a atender a necessidade de
identificação, busca e interpretação da literatura que
compreende a teoria sobre Políticas Publicas de uma forma
geral e especificamente as políticas públicas voltadas para o
município de Goioerê que permitiram um entendimento do
programa para fins avaliativo, alcançar os objetivos propostos
no estudo.
Quanto aos objetivos e procedimentos, o objetivo
principal foi avaliar os resultados do Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA) na agricultura familiar no município de
Goioerê para o processo de pesquisa inicialmente foi feito o
questionário, que posteriormente foi direcionado aos
agricultores familiares pertencentes ao PAA no município, para
coletas de dados através de entrevistas. Outra etapa do
processo de pesquisa consiste na tabulação dos dados, que
sequencialmente foram analisados e interpretados, e por fim a
conclusão da analise dos resultados. Utilizou-se também a
técnica de coleta de dados junto aos órgãos públicos dos
setores como Secretaria Nacional de Assistência Social (MDS),
Secretaria da Agricultura Familiar (MDA) e outros órgãos
vinculados ao Governo Federal e Municipal.
Esta monografia foi constituída em três capítulos, o
primeiro capitulo deste trabalho constituirá a fundamentação
teórica do mesmo. Nele serão tratado as principais teorias de
Políticas Públicas, com ênfase nas políticas públicas de
incentivo à agricultura familiar e seus conceitos. O segundo
apresenta o conceito do Programa de Aquisição de Alimento e
seus objetivos, também suas modalidades em âmbito nacional e
municipal. Por fim, apresenta os resultados, fornecendo
respostas às questões de pesquisa sobre a condução do PAA a
nível Municipal. Ao término, apresentam-se as principais
conclusões do estudo, associando tanto as teorias quanto os
resultados da pesquisa.
14
2 POLÍTICAS PÚBLICAS
O presente capítulo aborda os diversos conceitos e visões
sobre política pública, fazendo um breve entendimento,
enfatizando as diferentes interpretações e maneiras de
compreender o tema de diversos autores e estudiosos.
Argumentos sobre o termo politics e policy, sendo um termo
relevante para o objetivo proposto tanto na formulação de
políticas públicas como na avaliação focando a política
pública que atende o incentivo a agricultura familiar.
O Segundo tópico trata dos conceitos de agricultura
familiar, seu processo histórico e do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
De acordo com Lima (2012) a política pública surgiu como
um subcampo significativo dentro da disciplina de ciência
política entre os anos de 1960 e 1970.
Souza (2006) argumenta que a área de política pública
contou com quarto grandes “pais” H. Simon, C. Lindblom e D.
Easton H.Lasswell são apontados por estudiosos como pioneiros
em trabalho sobre política pública. Conceito de Políticas
Públicas se torna muito amplo, por isso alguns autores
argumentam de formas diversas e complementares a respeito.
Laswell (1936) introduziu a expressão analise de política
pública (policyanalysis) com objetivo de conciliar
conhecimento cientifico acadêmico com a produção empírica do
governo e também para estabelecer diálogo entre grupos de
interesses, governo e cientistas sociais.
Simon (1957) introduziu o conceito de racionalidade
limitada dos decisores públicos (policymakers), argumenta que
a limitação da racionalidade poderia ser minimizada pelo
conhecimento racional podendo ser maximizada através de
criação de estrutura como conjunto de regras e incentivos que
enquadre o comportamento dos atores para que possa transformar
tudo isso em resultados desejados e não em interesses
próprios.
Lindblom (1959; 1979) incorporou outras variáveis na
analise de políticas publicas “tais como a relação de poder e
integração entre as diferentes fases do processo decisório o
que não teria necessariamente um fim ou um princípio”. (SOUZA,
2006).
Easton (1965) definiu política pública como um sistema,
ou seja, uma relação entre formulação, resultados e ambientes,
recebem inputs dos partidos da mídia e dos grupos de
interesse.
Para Mead (1995) políticas públicas se definem como um
campo da política que estuda e analisa o governo sobre as
questões públicas. Lynn (1980) define como um conjunto de
ações do governo para produzir ações específicas.
Peters (1986) define políticas públicas como a soma de
atividades do governo que atuam diretamente ou não, a vida dos
cidadãos. Dye (1984) a definição é sobre o que o governo
escolhe fazer ou não fazer. Sverker Gustavsson (1980) também
utiliza como definição de política pública a relação
estabelecida entre governo e cidadão.
16
Parafraseando Rua, Souza (2006) argumenta que Políticas
Públicas referem-se ao conjunto de ações que o governo utiliza
diretamente ou através e delegação que busca resolver
conflitos entre os cidadãos e influencia-los. Aqueles
relacionados a estes conflitos são conhecidos como “atores
políticos”.
Rua (2009) identifica os atores públicos dos atores
privados, sendo os atores públicos aqueles capazes de exercer
funções públicas e mobilizar recursos associados a esta
função, diferencia-se em duas categorias sendo os políticos e
os burocratas.
Os políticos são atores que demanda de partidos políticos
condicionados pelo calculo eleitoral resultados de mandatos
eletivos. Sendo os Parlamentares, prefeitos, governadores,
entre outros.
Os Burocratas demandam a posição de cargos especializados
e que possam se situar em sistema de carreira pública. Não
possuem mandatos, mas possuem clientes setoriais e controlam
recursos de autoridades e informação.
Os atores privados são os empresários, portanto são
atores dotados de grandes capacidades, capazes de influenciar
nas políticas públicas, devido ao exercerem suas funções,
controlam as atividades de produção, as ofertas de emprego,
entre outros, afetando diretamente a economia de um país,
manifestam-se como atores individuais ou atores coletivos.
Souza (2006) a teoria de política pública sintetiza as
demais teorias construídas no campo da sociologia, da ciência
política e da economia. Devido às políticas repercutirem na
17
sociedade, precisa-se explicar as inter-relações entre Estado,
política, economia e sociedade.
Rua (2009) utiliza para definição do termo política o
termo politics e policy segundo ele, a definição de politics
refere-se às atividades políticas, portanto expressam a
relação de poder e procura produzir soluções para os conflitos
relacionadas às decisões públicas. “A política pública é uma
ação intencional, com objetivos a serem alcançados”. (SOUZA,
2006, p.17).
O termo Policy ligar-se-á as tomadas de decisões e
formulações de propostas, ou seja, está relacionado às
atividades do governo em desenvolver políticas públicas a
partir do processo de política.
Rua (2009) conclui que política pública resulta da
atividade política, para melhor entender as tomadas de
decisões envolvendo os bens públicos.
Para entender melhor as políticas publicas fazer-se
necessário um estudo para compreender e analisar tais
políticas.
Rua (2009) argumenta que analise das políticas públicas
esta relacionado com as causas e consequências das ações do
Governo. Rua (2009) parafraseando Ham e Hilll (1993) a analise
de política pública objetiva produzir conhecimento sobre o
processo de elaboração política, envolvendo formulação,
implementação e avaliação.
Frey (2000) utiliza de conceitos considerados de
fundamental importância para compreensão das políticas pública
sendo a dimensão institucional (polity), refere-se à ordem do
18
sistema político condicionado pelo sistema jurídico e a
estrutura institucional do sistema político administrativo,
portanto denominam-se instituições públicas. Dimensão
processual (politcs) está diretamente relacionada ao processo
político de caráter conflituoso levando em conta as questões
de imposições de objetivos e as decisões de distribuições.
Dimensão material (policy) está relacionada com o conteúdo da
política, referente aos programas políticos, problemas
técnicos e ao material das decisões políticas.
As políticas públicas segundo Rua (2009) são vistas a
partir dos Ciclos de Políticas Públicas (PolicyCicle) que é
composto por várias etapas, sendo uma delas a formação de
agenda que consiste nas definições de prioridades reconhecendo
uma situação como um problema político. A outra etapa é a
formulação, relaciona-se para a formação de alternativas
(alternativa correta) para apresentação de propostas
objetivando a resolução do problema e a tomada de decisão. A
implementação, são tomadas de decisões que passam a intervir
na realidade. E por ultimo a etapa consiste no monitoramento e
avaliação, realizar-se-á através do acompanhamento das etapas
e do processo sendo realizado por ultimo uma analise do
resultado de uma política sobre a ótica de critérios e
valores.
Rua (2009) evidencia a avaliação de políticas públicas
como um processo formal que consiste no exame sistemático das
intervenções planejadas levando em consideração os critérios
para coleta e analise das informações, estrutura, processo,
entre outros.
19
Segundo Weiss (1998) os elementos de avaliação das
políticas públicas podem ser divididos em quatro subitens de
avaliação. Sendo instrumental; conceitual; como instrumento de
persuasão; e para o “esclarecimento”.
Para Weiss (1998) o uso instrumental é comum em quatro
situações, sendo a primeira, implicações das descobertas da
avaliação não é muito controvertido, quando as mudanças
sugeridas não possuem tanta importância, não fazendo parte do
repertório do programa de sua organização implementadora, o
outro diz respeito quando o ambiente do programa se torna
estável, levando em consideração a liderança, orçamento e
tipos de beneficiário, e por ultimo quando o programa entra em
crise não sabendo o que fazer.
“O uso conceitual é aplicado aos técnicos locais do
programa, sendo capaz de alterar a maneira como compreender a
natureza o modo de operação e o impacto do programa que
implementam". (FARIAS, 2014, p. 103).
O uso da avaliação como instrumento de persuasão é
utilizado para mobilizar nas decisões que os tomadores têm
sobre as mudanças necessárias no programa ou política.
O ultimo uso é de “esclarecimento” é decorrente do
acumulo de conhecimento oriundo de diversas avaliações, tais
como impactos as redes de profissionais, dos formadores de
opinião e sobre as advocacycoalitions.
Para Figueiredo e Figueiredo (1986) torna-se necessário
numa avaliação de políticas publicas a conexão lógica entre os
objetivos de avalição e também o processo de avaliação que irá
designar se o programa obteve sucesso ou fracasso.
20
Faria (2005) argumenta que o processo de avaliação de
política pública vem disseminando desde 1960, refere-se desde
então a questão de ordem metodológica.
Rua (2009) define como critérios para avaliação de
política pública os seguintes itens: eficiência, eficácia,
efetividade, equidade e sustentabilidade. (RUA, 2009, p. 118-
199).
Sendo a eficácia, relacionada com o processo produtivo e
o alcance dos objetos e metas estipuladas. A eficiência,
relacionada com os produtos e com os custos. Efetividade
relaciona com os resultados estipulados através do uso correto
dos recursos. Equidade, e é a capacidade de contribuir para a
redução da desigualdade e exclusão social. Sustentabilidade, a
capacidade de desencadear mudanças permanentes fazendo uso dos
recursos racionalmente.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem-se
mostrado a âmbito nacional, um programa de total apoio ao
agricultor familiar, pois insere o agricultor familiar de
baixa renda no mercado de consumo ampliando a renda,
consequentemente um crescimento do produto agrícola em
decorrência do aumento da demanda. (G&DR, 2013). No âmbito
municipal o PAA, mostra-se também um programa que apoia
totalmente o agricultor familiar, mas possui divergência
quando se leva em consideração o tamanho do município de
Goioerê. Devido o município ser de pequeno porte em relação a
outros municípios, o agricultor familiar não possui tanta
demanda pelos seus produtos cultivados, não obtendo receita
suficiente pela quantidade de produto ofertado.
21
2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO A AGRICULTURA
As políticas públicas de incentivo a agricultura
familiar, passaram a criar mais força com o surgimento do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF, que segundo artigo disponibilizado pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, em virtude do fortalecimento
da produção agrícola familiar no Brasil, trabalhadores rurais
através de suas reinvindicações fizeram surgir o PRONAF,
tornando uma ação concreta de política de apoio à agricultura
familiar no Brasil, outro incentivo criado pelo Governo
Federal foi o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que
segundo fontes do Ministério da Agricultura, o PAA tem feito
grande progresso para os pequenos produtores rurais, sendo
este o foco desta pesquisa.
Para Silva (2011), o Pronaf além de ter papel na redução
da pobreza e da desigualdade, atua diretamente na dinâmica
econômica territorial.
O Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) foi instituído em 1996, pelo Decreto nº 1.946 (ILVA,
2011), sendo dividido em três linhas distintas, i) Crédito,
foi a principal em termos de volume de recurso, sendo o
serviço mais demandado; ii) Infraestrutura e Serviços
Municipais; e iii) Capacitação, que perdeu sua importância
atualmente.
22
De acordo com o Banco Central do Brasil (2014), O
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) destina-se a estimular a geração de renda e melhorar
o uso da mão de obra familiar, por meio do financiamento de
atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários
desenvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas
comunitárias próximas.
Outra política pública de incentivo a agricultura
familiar é a Política Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural (PNATER), foi construída de forma
participativa, em articulação com diversas esferas do governo
federal, atende diversas modalidades como agricultores
familiares, quilombolas, assentados, pescadores, entre outros.
Tal política tem por objetivo implantar estratégias de
desenvolvimento rural sustentável, obtendo como resultados
novos postos de trabalho e geração de renda.
A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Pnater) tem por princípio básico.
i. Assegurar com exclusividade o acesso a serviço de
assistência técnica e extensão rural pública e
gratuita visando o fortalecimento da agricultura
familiar a todos os beneficiados da política.
ii. Contribuir para a promoção do desenvolvimento rural
sustentável.
iii. Adotar uma abordagem multidisciplinar e
interdisciplinar baseados no princípio da
Agroecologia.
23
iv. Contribuir para a construção da cidadania e facilitar
o processo de controle social no planejamento.
v. Desenvolver processos educativos e permanente visando
potencializar os objetivos da qualidade de vida.
Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural
(PNATER), tem por objetivo estratégias de desenvolvimento
rural sustentável, fortalecer a agricultura familiar, por meio
de metodologias educativas e participativas, tais objetivos
são:
i. Contribuir com a diversificação da cultura
agropecuária, melhoria da renda, melhoria na segurança
alimentar, entre outros.
ii. Por meio de ações integradas dar suporte ao
fortalecimento da cidadania.
iii. Estimular a produção de alimentos/produtos com
melhor qualidade.
iv. Desenvolver ações para a conservação de ecossistemas.
v. Dar incentivos a formação de associações, visando
fortalecer a capacidade coletiva.
vi. Fortalecer os serviços de Assistência Técnica e Rural
(Ater), visando alcançar patamares de sustentabilidade
econômica e sustentável.
vii. Valorizar o conhecimento, dar suporte aos
agricultores familiares, para servir como ponto de
partida para ações transformadoras da sociedade.
O Programa Aquisição de Alimentos (PAA) é uma política
pública instituída pelo artigo 19 da Lei nº. 10.696, de 2 de
julho de 2003, e regulamentado pelo Decreto nº. 4.772, de 02
24
de julho de 2003, o qual foi alterado pelo Decreto nº. 5.873,
de 15 de agosto de 2006.
A política publica do PAA no município de Goioerê,
vincula a mesma utilizada pelo Governo Federal e Estadual,
apenas com a inclusão da Declaração da Aptidão da Agricultura
Familiar (DAP), que é utilizada como instrumento de
identificação do agricultor familiar para acessar as políticas
públicas, o qual é fornecido pela Emater do município.
2.2 AGRICULTURA FAMILIAR
Para Denardi (2001) o conceito de agricultura familiar é
um termo recente, aproximadamente em torno de uns dez anos.
Designando em termos gerais, primeiramente camponeses
posteriormente pequenos agricultor e por ultimo agricultor.
Segundo o autor (...) a agricultura familiar é entendida
como aquela que é proprietária dos meios de produção. Do ponto
de vista das empresas agricultura familiar é entendida como
“aquela empresa que se identifica com a família há pelo menos
duas gerações e quando essa ligação resulta numa influência
recíproca”. (DONNELLEY apud LODI. 1993).
Para Guanziroli (2001), a agricultura familiar
desempenhou o papel estratégico de garantir uma transição
socialmente equilibrada entre a economia de base rural para
economia urbana e industrial.
25
A transição de agricultura de escala para agricultura
familiar, não consiste apenas na subdivisão de terras, mas
através de outro modelo de agricultura, o qual substitui a
lavoura de grãos para a cultura de hortifrutigranjeiro, tudo
isso se deve a mudança de novos hábitos alimentares das
pessoas no meio urbano1.
A agricultura familiar tem-se mostrada mais intensiva,
devido exigir uma interação mais precisa entre o homem, a
terra, a planta e a economia, o que a não é preciso para a
agricultura de escala.
Existem diferenças entre produção agrícola, aquelas de
grãos e produção agrícola familiar, mais conhecida como
hortifrutigranjeiros. Na produção de grande escala de grãos
requer um sistema intensivo e planejo de rotação de culturas,
para evitar o desgaste do solo, sem contar que a aplicação do
uso de nova cultura acarreta em um grande risco ao
proprietário rural, devido não ter o conhecimento correto de
como suas terras se adaptará a esta nova cultura.
Para os pequenos agricultores ou agricultores familiares,
o risco de perda em sua produção é bem menor comparado aos
grandes agricultores de grãos, devido a sua produção em
pequena escala e diversificada. Ressalva que o fracasso em uma
determinada cultura, não ocasiona prejuízo total ao agricultor
devido a sua diversificação agropecuária.
Entretanto o pequeno agricultor familiar deve ficar
atendo aos preços de mercado, devido seus produtos ser
destinado ao consumo próprio, o agricultor familiar, tem que
1 Instituto de Economia Agrícola (IEA). Algumas observações sobre agriculturafamiliar.
26
estar atento às exigências que o consumidor/mercado exigem. De
ficar atento as exigências de mercado, pois os preços mudam de
acordo com a qualidade, variedade, época do ano, etc.
Tinoco (2008), agricultor familiar é aquele que possui
como fonte de renda principal provinda diretamente da
agricultura.
Abromovay apud Gasson e Errington (1997), destaca as
características básicas para definição de agricultura
familiar.
a) A gestão é feita pelos proprietários.b) Os responsáveis pelos empreendimentos estão ligados
entre si por laços de parentescos.c) O trabalho é fundamentalmente familiar.d) O capital pertence à família.e) O patrimônio e os ativos são objetos de transferência
Inter geracional no interior da família.f) Os membros da família vivem na unidade produtiva.
(ABRAMOVAY, 1997, p. 73-79).
Barros (2006) estrutura agricultura familiar como aquela
propriedade com menos de 100 hectares, incluindo neste
contexto a agricultura de subsistência, pequena produção ou
campesina.
De acordo com Teodoro (2005) a agricultura familiar teve
um grande incentivo, isso na década de 90, por conta da
importância para o desenvolvimento nacional, também devido ao
êxodo rural.
Entre 1960 e 1980 o êxodo rural brasileiro alcançou umtotal de 27 milhões de pessoas, a população ruralbrasileira atingiu em seu máximo em 1970 com 41 milhõesde habitantes, o que correspondia a 44% do total. Desde
27
então, o meio rural vem sofrendo um declíniopopulacional relativo e absoluto, chegando em 1996 comum total de 33,8 milhões de habitantes, ou 22% do total.A redução da importância da população rural deve-se,fundamentalmente, aos movimentos migratórios. Maisrecentemente, a queda de fecundidade rural contribuiutambém para a diminuição do ritmo de crescimento destapopulação. (CAMARANO; ABRAMOVAY, 1998 p.1).
O êxodo rural tal como aconteceu na Inglaterra é
consequência da Revolução Industrial, através desta revolução,
levou o surgimento dos grandes centros industriais que
similarmente ocorreu no Brasil, levando o deslocamento das
famílias rurais às cidades, em busca de melhores condições de
trabalho.
A partir da década de 80, segundo Pacheco citado por
Abramovay, mudam-se as perspectiva em relação ao êxodo rural,
pois se esgotam os mecanismos de crescimento das cidades,
percebe-se, portanto que a população rural deixa de migrar das
cidades ficando no campo.
Segundo Teodoro (2005) a agricultura passou-se então a se
tornar uma grande geradora de renda e emprego para os pequenos
agricultores.
De acordo com Denardi (2001) uma das primeiras políticas
públicas criadas em favor da agricultura familiar, foi o
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), sendo seu surgimento um movimento social, através de
sindicatos e trabalhadores rurais.
Para Schneider (2004) o surgimento do Pronaf representa o
reconhecimento e a legitimação do Estado, representando também
uma nova categoria social conhecida como agricultor familiar,
deixando de utilizar o termo pequenos produtores, produtores
28
familiares, produtores de baixa renda ou agricultores de
subsistência.
Schneider (2004, p. 2) “o PRONAF foi formulado como
resposta do Estado às pressões do movimento sindical rural,
realizadas desde o final da década de 1980”. O programa tem
por finalidade dar apoio institucional aos pequenos
agricultores provendo créditos agrícolas. Possui as mais
baixas taxas de juros dos financiamentos rurais.2
Schneider (2004) argumenta que durante de reinvindicações
de agricultores familiar, em 1994 durante o mandato do governo
de Itamar Franco criou-se o Programa de Valorização da Pequena
Produção Rural (PROVAP) financiado pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDS). Já no governo de Fernando Henrique
Cardoso, o PROVAP foi remodelado, criando, portanto em 1996 o
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), através do Decreto Presidencial nº 1.946, datado de
28/07/1996.
Utilizando do Manual Operacional do PRONAF Schneider
(2004), caracteriza os objetivos do programa, argumentando que
o objetivo geral visa fortalecer a capacidade produtiva da
agricultura familiar, uma melhora na geração de renda e
emprego e qualidade de vida dos agricultores familiares.
Sendo objetivos específicos quatros, objetivando
complementar com o propósito do programa.
a) Ajustar as políticas públicas de acordo com a
realidade dos agricultores familiares;
2 MDA. Brasil. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Programas. Pronaf. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/programas/pronaf>. Acesso em 24 abr. 2014.
29
b) Viabilizar a infraestrutura necessária à melhoria do
desempenho produtivo dos agricultores familiares;
c) Elevar o nível de profissionalização dos agricultores
familiares através do acesso aos novos padrões de tecnologia e
de gestão social;
d) Estimular o acesso desses agricultores aos mercados
de insumos e produtos.
Secretaria da Agricultura Familiar (2014c) mostra que o
PRONAF apresenta diversas linhas de acesso ao crédito para
custeio de atividades agropecuárias, modernização e
implantação da infraestrutura, equipamentos, maquinários,
serviços agropecuários e não agropecuários, entre outros como,
crédito para mulher agricultora, para jovens, além do
microcrédito rural, destinados a agricultores de baixa renda.
30
3 PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA)
O terceiro tópico aborda a Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural (Emater), sendo relevante e fundamental para
dar assistência para o agricultor familiar, que são
participantes do Programa de Aquisição de alimentos (PAA), em
que é realizada toda a parte de divulgação e orientação a
respeito do PAA.
O Programa de aquisição de alimentos (PAA) foi instituído
pela Lei no artigo nº. 10.696 de 02 de julho de 2003, criado
pelo Governo Federal, iniciativa do Governo Luís Inácio Lula
da Silva, objetivando fortalecer a agricultura familiar a qual
tem por finalidade contribuir para suprir as necessidades da
sociedade relacionadas à fome e à pobreza no Brasil.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem como
objetivo central “(...) garantir o acesso aos alimentos em
quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações
em situação de insegurança alimentar e nutricional e promover
a inclusão social no campo por meio do fortalecimento da
agricultura familiar” (MDS, 2014)3. Participam do programa
aqueles agricultores familiares que possuem rendimento de até
R$ 2.500,00 ao ano, por agricultor.4
O Governo Federal destina os produtos que são adquiridos
dos agricultores que fornecem os alimentos com destino às
pessoas de necessidade alimentar. O PAA tem como propósito
promover a agricultura familiar, tendo em vista que os3 MDS. Programa de Aquisição de Alimentos. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>.Acesso em: 15 fev. 2014.
4 MDS. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 08 ago. 2014.
produtos são adquiridos de forma antecipada à produção, devido
a que as dificuldades de comercialização dos produtos
provenientes da agricultura familiar enfrentam dificuldades de
comercialização, locomoção, distância, etc., em parte pelo
mercado consumidor, ficando sujeito a uma comercialização com
preços abaixo do normal, perdendo assim verdadeiro valor de
comercialização5.
Com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o
agricultor familiar, adquire estabilidade em relação a sua
atividade agrícola, resultando em aumento na renda da família,
que é um dos resultados obtidos através da participação do
PAA, no qual levou a família a permanecerem no meio rural o
que resulta em fixação dessas famílias no campo.
Também com a participação no PAA, o agricultor familiar
consegue incentivos financeiros na medida em que vem
participando do PAA, o que permite realizar investimentos para
melhorar sua produção e diversificação de culturas requeridas
pelo PAA.
O Decreto Nº 6.959, de 15 de setembro de 2009 regulado
pelo Art. 5º diz respeito às modalidades que o programa
executa, também aos respectivos limites de valores que o
agricultor familiar possui.
Tabela 1– Modalidades do programa de aquisição de alimentos
Modalidade Formas de Acesso LimiteOrigemdo
RecursoAção
Compra da Individual R$ 4,5 MDS Responsável pela5 MDS. Programa de Aquisição de Alimentos. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>.Acesso em 20 jun. 2014.
32
Modalidade Formas de Acesso LimiteOrigemdo
RecursoAção
AgriculturaFamiliarpara DoaçãoSimultânea
mil
doação de produtosadquiridos daagriculturafamiliar a pessoasem situação deinsegurançaalimentar enutricional.
Organizações(Cooperativas/Associ
ações)
R$ 4,8mil
Formação deEstoque pelaAgriculturaFamiliar –CPR Estoque
Organizações(cooperativas/associ
ações)
R$ 8mil
MDS/MDA Disponibilizarecursos para queorganizações daagriculturafamiliar formemestoque deprodutos paraposteriorcomercialização.
CompraDireta daAgriculturaFamiliar –CDAF
Individual ouorganizações(cooperativas/associações)
R$ 8mil
MDS/MDA Voltada àaquisição deprodutos emsituação de baixade preço ou emfunção danecessidade deatender a demandade alimentos depopulações emcondições deinsegurançaalimentar.
Incentivo àProdução eIncentivo deLeite – PAALeite
Individual ouOrganizações(Cooperativas/Associações)
R$ 4milpor
semestre
MDS Assegura adistribuiçãogratuita de leiteem ações decombate à fome e àdesnutrição decidadãos queestejam emsituação devulnerabilidadesocial e/ou emestado deinsegurançaalimentar enutricional.Atende os Estadosdo Nordeste.
Compra Indivídua ou R$ 8 - Compra voltada
33
Modalidade Formas de Acesso LimiteOrigemdo
RecursoAção
Institucional
Organizações(Cooperativas/Associações)
mil
para o atendimentode demandasregulares deconsumo dealimentos porparte da União,Estados, DistritoFederal eMunicípio;
Fonte: MDA (2013).A modalidade Compra da Agricultura Familiar para Doação
Simultânea tem por objetivo direcionar os produtos
provenientes da agricultura familiar as pessoas que estão em
risco alimentar, são destinadas às entidades assistenciais e
as redes filantrópicas do Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA)6.
Tal Modalidade é relevante, pois além de adquirir
produtos industrializados e processados, compram-se também os
produtos in natura, já os produtos orgânicos possui destaque,
recebendo pagamento diferenciado, de até 30% a mais do valor
já disponibilizado.
A forma de acesso desta modalidade ocorre tanto
individual quanto em associações e/ou cooperativas, sendo
indispensável possuir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP),
sendo o agricultor individual disponibilizado R$ 4.500,00
(quatro mil e quinhentos reais) anualmente para à compra de
produtos.
Para as associações, deve-se primeiramente realizado uma
proposta de participação destinada a CONAB, possuindo os
quesitos de quais agricultores estão envolvidos nesta
6 MDS. Disponível em: www.mds.gov.br. Acesso em: 23 de Jun. 2014.
34
associação e quais os produtos a serem produzidos e
comercializados, juntamente com os possíveis estabelecimentos
e/ou entidades.
Após aprovada emite-se uma Cédula de Produto Rural (CPR-
Doação), que a partir de então, passa-se a fornecer os
produtos aos seus respectivos destinos, para tanto a
associação é destinado o limite de R$ 4.800,00 (quatro mil e
oitocentos reais) anualmente.
Apoio à formação de estoque consiste na disponibilização
de recursos para que a organização seja ela, cooperativa ou
associação possa adquirir a produção de agricultores
familiares e formar estoque para que posteriormente possa ser
comercializado. Para tanto esta associação deve identificar o
produto que tem a possibilidade de ser estocado e após isso se
deve elaborar uma proposta de participação que se encontra
através da ferramenta PAAnet. (MDS, 2012).7
Nesta proposta deve constar qual o produto que deve ser
estocado, juntamente seus respectivos preços, quais
agricultores serão beneficiados através desta proposta e por
fim o prazo deste estoque. Tal proposta deve ser entregue à
Conab, após aprovada é emitido à Cédula de Produto Rural
(CPR), onde através disso a Conab disponibilizará recursos do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para iniciar o
processo de estoque.8
Compra Direta da Agricultura Familiar, tal modalidade é
utilizada quando o preço de mercado está baixo ou quando se
7 MDS. Apoio à Formação de Estoque. Disponível em: www.mds.org.br. Acesso em: 21 deJun. 2014.
8 MDA. Apoio à Formação de Estoque. Disponível em: www.mda.gov.br Acesso em: 21 deJun. 2014.
35
tem a necessidade de dar suporte a famílias com condições de
insegurança alimentar9.
Tal modalidade é executada pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) juntamente com o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), onde repassam o
recurso financeiro de limite anual de R$ 8.000,00 (oito mil
reais) à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) que tem
responsabilidade da operacionalização.
Dentre os principais produtos adquiridos pela modalidade
de Compra Direta encontra-se10:
a. Cereais: Arroz, Milho, Sorgo, Trigo.
b. Leguminosa Seca: Feijão
c. Nozes: Castanha de Caju, Castanha do Brasil.
d. Outros: Farinha de Mandioca, Farinha de Trigo, Leite
em pó integral.
Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite – PAA Leite11
tem por objetivo o incentivo à produção de leite dos
agricultores familiares, assim como as demais modalidades
também objetiva incentivar o consumo de leite pelas famílias
que se encontra em condições de insegurança alimentar.
Tal modalidade é executa pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MSD), é destinado o
valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por semestre ao
agricultor, o qual deve assim como nas demais modalidades
possuir a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Esta
modalidade de Incentivo à produção e ao Consumo de Leite
9 MDA. Compra Direta. Disponível em: www.mda.gov.br Acesso em: 21 de Jun. 2014. 10 MDS. Compra Direta. Disponível em: www.mds.gov.br Acesso em: 21 de Jun. 2014.11 MDS. Incentivo à Produção de Leite. Disponível em: www.mds.gov.br. Acesso em: 23de Jun. 2014
36
possui mais relevância nos Estados Nordeste e Norte de Minas
Gerais.
Compra Institucional12, tem como objetivo a ampliação do
mercado para a agricultura familiar permite que os órgãos do
governo com União, Estados e Municípios, comprem com seus
próprios recursos, os alimentos dos agricultores familiares
para destinação às Escolas, Creches, APAES, etc. Uma das
vantagens desta modalidade, é a dispensa de licitação.
Como consequência a Compra Institucional agrega aumento à
renda dos agricultores familiares, promovendo aleatoriamente a
isso, fortalecimento da economia local e/ou regional,
possibilitando também uma alimentação saudável e balanceada as
redes filantrópicas que o Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA) mantem convênio.
Além dos agricultores familiares, esta modalidade de
Compra Institucional possui um leque muito amplo de
ofertantes, sendo disponibilizada também para comunidades
indígenas, silvicultores, extrativista, pescadores, etc.
3.1 MODALIDADES DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS EM
GOIOERÊ
Dentre as modalidades existentes do Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA), desenvolve-se em Goioerê a modalidade de
compra direta e a modalidade de 30% determinada pela Lei nº
12 MDA. Compra Institucional. Disponível em: www.mda.gov.br. Acesso em: 22 de Jun.2014.
37
11.947 de 06 de Junho de 2009, tal modalidade é desenvolvida
no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), no qual no
município de Goioerê é desenvolvida junto ao Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA).
A modalidade de 30% adquire alimentos diretamente da
agricultura familiar, também de famílias em estado
habitacional de reformas agrárias, assentamentos, etc.
É desenvolvida pelo repasse de 30% dos recursos
provenientes de Estados e Municípios, também pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Os produtos/alimentos oriundos da agricultura familiar no
município de Goioerê, adquiridos pelo Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA) e pela modalidade 30%13 são destinado a
departamentos e entidades públicas, tais como creches,
escolas, APAES, etc.
3.2 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GOIOERÊ
O município de Goioerê, segundo IBGE – Cidades, localiza-
se na região Noroeste do Estado do Paraná, distante 530 km da
capital Curitiba, limítrofe da cidade de Umuarama e Campo
Mourão.
Possui área territorial de 566,028 km2, sendo sua data de
instalação 10 de Agosto de 1955, através da Lei Estadual nº
48. Goioerê é comarca, possuindo apenas um distrito,
Jaracatiá. Goioerê possui limite territorial com Mariluz,
Janiópolis e Quarto Centenário, Moreira Sales, Cruzeiro do
13 Esta modalidade é definida como modalidade de 30%.
38
Oeste e Rancho Alegre d’Oeste conforme especificado na figura
1 (Limites do Município).
Um dos fatores que levou ao progresso do Município de
Goioerê foi à construção da rodovia ligando o município
Cascavel ao município de Campo Mourão, passando pelo município
de Goioerê (BR-272), o que possibilitou uma agilidade no
transporte14.
14 ACIG. Disponível em: www.acig.com.br Acesso em: 12 de Jun. 2014.
39
Figura 1 – Região de Goioerê e Localização do MunicípioFonte: IPARDES, 2014.
Goioerê segundo senso de 2010, disponibilizados pelo
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social
(IPARDES), possui população urbana de 25.242 habitantes e
população rural de 3.776, totalizando 29.018 habitantes.
O processo produtivo do município de Goioerê está baseado
na agricultura15. “A região vive de agronegócio, indústria de
transformação, confecção, serviços de informação e comunicação
(IBGE, 2010)” (SILVESTRE, 2013, p. 2).16 O município de Goioerê
possui os seguintes setores da economia, primário, secundário
e terciário.
15 Acig. Associação Comercial e Empresarial de Goioerê. Economia e Estatística.Disponível em: <http://www.aciggoioere.com.br>. Acesso em: 12 jul. 2014.
16 UEM. Disponível em: <http://www.dex.uem.br>. Acesso em: 22 jun. 2014.
40
Para o setor primário, podemos citar entre alguns itens o
principal a agricultura e a pecuária, sendo as atividades mais
praticadas referentes ao setor primário no município de
Goioerê.
O setor secundário, um dos setores que concentra um dos
maiores números de empregos no município, pode-se citar
empresas como: Sintex uma empresa de tinturaria, as
cooperativas, sendo que o município concentra umas das quatro
maiores empresas do ramo da agricultura do país, sendo: Coamo,
Copacol, Integrada e C-Vale. Além destas empresas que
beneficia o agricultor familiar, seja através dos grãos como
através das cooperativas, ou através de carnes, peixes, ovos,
aves, através da empresa Copacol, ou de produtores
especializados no ramo de tubérculos, ou seja, mandioca, onde
o município concentra a empresa Amitec, empresa especializada
na produção e comercialização de amidos.
Portanto o município de Goioerê concentra uma grande
força de trabalho que beneficia e impulsionam os agricultores,
independente da sua área de produção/colheita, o mercado é bem
diversificado.
O setor Terciário, conhecido como o setor de prestação de
serviço, sendo o setor que se concentra o maior número de
emprego no município. Encontra-se presente no município as
mais variadas lojas, nos mais diversos setores e varejos.
Tabela 2 – Estabelecimentos agropecuários e área segundo asatividades econômicas – 2006
ATIVIDADES ECONÔMICAS ESTABELECIMENTOS ÁREA (há)Lavoura Temporária 425 32.344
41
Horticultura eFloricultura
18 74
Lavoura Permanente 55 3.299Produção de sementes,mudas e outras formasde propagação vegetal
26 1.112
Pecuária e criação deoutros animais
303 10.804
Produção Florestal eFlorestas Plantadas
9 156
Produção Florestal deFlorestas Nativas
2 X
Aquicultura 5 105TOTAL 843 47.901Fonte: IBGE – Censo AgropecuárioNota: A soma das parcelas da área não corresponde ao total porque os dadosdas Unidades Territoriais com menos de três informantes estãodesidentificados com o caráter “x”. Dados revisados e alterados apósdivulgação da 2ª Apuração do Censo Agropecuário 2006, em outubro de 2012.
Através de dados disponibilizados pelo Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES),
pode-se perceber o quanto é diversificado as atividades
econômicas no ramo agropecuário no município de Goioerê.
Possui valores relevantes para a agricultura local, além da
diversificação concentra-se cerca de 840 estabelecimentos
agropecuário no município com área aproximadamente de 47.901
hectares.
Dentre as atividades econômicas exercidas no município, a
que possui maior número de estabelecimento é a lavoura
temporária,17 que seria aquela lavoura que leva menos de um ano
pra ser colhida, necessitando de novos plantios a cada
colheita.
17 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Economia. Agropecuária.
42
3.3 EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (EMATER)
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater) encontra-se como o principal elo entre o agricultor
familiar e as demais associações, secretárias e município. É
preeminente para a socialização e divulgação dos projetos
juntos aos agricultores.
Principalmente em relação ao Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA), pois realiza encontros e divulgação do
programa, objetivando a inserção de novos agricultores
familiares. Através destes encontros é realizado palestras,
seminários, onde é exemplificado e orientado tudo a respeito
do PAA e suas diversas modalidades, dando relevância aquelas
executadas pelo Município.
Além das orientações executadas em encontros,
disponibiliza curso, treinamentos e aperfeiçoamento visando
orientar e capacitar os agricultores familiares.
Disponibilizar-se-á técnicos especializados para que possa
junto ao agricultor familiar desenvolver técnicas e manejos
corretos para a produção e cultivos dos alimentos, ou seja, o
técnico desloca-se a propriedade rural, onde realiza trabalhos
juntos ao agricultor diretamente na produção e/ou cultivo de
lavouras, possibilitando a forma correta de utilização de
insumos, maquinários, fertilizantes, etc.
Os agricultores juntamente a isso recebem a valorização
adequada de sua produção, através dos cursos, encontros e
aperfeiçoamentos ofertados pela Emater, passam a desenvolver a
43
maneira correta de produzir e cultivas os alimentos. Obtêm o
amparo e suporte adequado do técnico agrícola em sua
propriedade, o qual melhora sua produção, pois coloca em
prática tudo aquilo adquirido em conhecimento através de
palestras nos encontros.
Portanto a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater) são relevantes para o agricultor familiar,
principalmente àqueles que executam o Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA), pois através da Emater que é divulgado o
programa, além disso, é onde se realiza toda a documentação
exigida para que o agricultor familiar possa ser inserido no
programa.
44
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
O procedimento metodológico consiste na utilização de
métodos e técnicas em pesquisas associadas ao objeto,
hipóteses e aos fundamentos teóricos do objeto de estudo.
Gil, apud Duverger (2002) distingue-se em três grupos as
pesquisas, estudos exploratórios, estudos descritivos e
estudos causais.
A pesquisa exploratória de maneira proposta nesta
monografia, de acordo com Gil, consiste em desenvolver,
esclarecer e modificar conceitos e ideias. É desenvolvida com
finalidade de proporcionar visão geral a respeito de um
determinado fato ou assunto.
“Define-se pesquisa exploratória, na qualidade de parte
integrante da pesquisa principal, como o estudo preliminar
realizado com a finalidade de melhor adequar o instrumento de
medida à realidade que se pretende conhecer”. (Piovesan, 1995,
p. 321).
Para Piovesan, 1995, estudo exploratório ajuda a resolver
as dificuldades em pesquisa.
Objetivando analisar o Programa de Aquisição de Alimentos
no município de Goioerê, foi realizado questionário juntos aos
agricultores familiares, tendo como respostas dos respondentes
os seguintes depoimentos.
Para identificar o perfil do agricultor familiar, foi
realizadas perguntas a respeito de: Qual o responsável pela
família; estado civil, faixa etária, nível de escolaridade e
quantas pessoas vivem na casa.
Para diagnosticar o perfil da propriedade rural, foi
realizadas perguntas a respeito de: Tamanho da propriedade,
quanto tempo reside na área rural, se mora na cidade ou na
propriedade rural, forma de acesso ao município, localização e
se exerce outra atividade a não ser a rural e qual cultura
agropecuária cultiva.
Evidenciando o Programa de Aquisição de Alimentos,
realizou-se perguntas como: Quanto tempo participa do PAA,
quais os produtos que cultiva e entrega, como ficou sabendo do
programa, qual a opinião sobre o PAA, e quais seus benefícios
e dificuldade e o que poderia ser feito para melhorar o PAA,
se participa de algum outro programa destinado à agricultura
familiar e na agropecuária, possui auxilio de quem.
Foram entrevistados 16 agricultores que fazem parte do
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no município de
Goioerê, equivalente a uma amostra de 100%, ou seja, foram
entrevistados todos os agricultores que fazem parte do PAA no
município de Goioerê.
Dentre todos os 16 agricultores entrevistados chama-se
atenção que 15 agricultores são do sexo masculino e todos
possuem idade superior a 30 anos, com nível de escolaridade
cursado no máximo o 2º grau completo, deste valor 9 possuem 1º
grau incompleto, 14 dos entrevistados moram na propriedade
rural, cada agricultor possui no máximo 6 alqueires, exceto um
que possui 15 alqueires.
46
De acordo com a Lei 11.326 de 24 de Julho de 200618, para
ser considerado agricultor familiar, deve-se seguir algumas
exigências.
a) Possuir no máximo 4 módulos fiscais19.
A classificação dos módulos fiscais segundo o Art. 4º da
Lei nº 8.629/93, dispões de algumas classificações20:
Minifúndio: Inferior a um módulo fiscal
Pequena Propriedade: Entre um e quatro módulos fiscais.
Média Propriedade: Entre quatro e quinze módulos fiscais.
Grande Propriedade: Superior a quinze módulos fiscais.
b) Que a mão de obra utilizada seja da própria família;
c) Que a renda familiar seja originada de atividades
econômicas na própria propriedade;
d) Que o estabelecimento seja dirigido pela própria
família;
e) Que possua residência próxima ou na mesma propriedade
o qual desempenha suas funções.
Com a amostra de 100% dos entrevistados, ou seja, todos
os agricultores responderam que utilizam carro próprio como
forma de acesso ao município.
Chama-se atenção na pesquisa, dentre os entrevistados
apenas um exerce outra atividade a não ser a rural,
trabalhando em um laticínio no município.
Para diagnosticar quais as culturas praticadas pelos
agricultores familiares, foram realizadas perguntas,18 Lei que estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional daAgricultura Familiar e Empreendimentos Familiares e Rurais. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm>.
19 O módulo fiscal corresponde à área mínima necessária a uma propriedade rural paraque sua exploração seja economicamente viável.
20 Classificações dos módulos fiscais. Disponível em:<http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27421-o-que-sao-modulos-fiscais>.
47
evidenciando qual cultura possui fator principal, secundário e
terciário.
A diversificação rural/agrícola talvez possa ser uma das
maneiras de promover o desenvolvimento da agropecuária
familiar para um município ou região e, consequentemente,
promover uma melhoria na qualidade de vida desses produtores.
A diversificação agropecuária é uma metodologia de
trabalho de suma importância para o produtor rural. Não
importa o tamanho da propriedade (pequena ou grande) ou o tipo
(familiar ou empresarial), a diversificação é a melhor forma
de evitar as incertezas e vulnerabilidades de clima, mercado,
pragas e doenças (KOCHHANN, 2007, apud PORTAL DO AGRONEGÓCIO,
2006)21.
Através da diversificação da cultura agropecuária, foi
possível que o agricultor familiar, passasse a ter um
aproveitamento melhor da propriedade, para cultivar os
produtos de acordo com a safra e/ou época.
Chama-se atenção que todos os agricultores possuem
culturas diferentes, destacam-se como cultura principal à
produção de leite, seguidos de hortaliças, grãos e
tubérculos22.
Como cultura secundária, produzem tubérculos, grãos,
leite e animais para uso próprio. Os que produzem uma terceira
cultura resultam uma amostra de 50%, produzindo tubérculo e
21 Kochhann. A. impacto do capital físico sobre a margem líquida da bovinocultura deleite com base em agricultores integrados a uma cooperativa a uma região oeste doparaná. Disponível em:<http://www.fag.edu.br/tcc/2007/Agronomia/impacto_do_capital_fisico_sobre_a_margem_liquida_da_bovinocultura_de_leite_com_base.pdf>. Acesso em: 20 set. 2014.
22 Tubérculos segundo a Anvisa, são partes subterrâneas desenvolvidas dedeterminadas plantas, utilizadas como alimento. Acesso em: 05 de Setembro de 2014.Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/12_78_raizes.htm>.
48
hortaliças, os demais 50% responderam que não possuem uma
terceira cultura.
Através da entrevista pode-se relatar que todos os
agricultores além de fornecer alimentos para o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), realizam atividades de plantio
de hortaliças, criam animais de pequeno porte e produtos
hortigranjeiros para o consumo familiar. Sendo os demais
produtos não produzidos e/ou cultivados, provindos de mercados
e armazéns do município de Goioerê e região.
Para diagnosticar o Programa de Aquisição de Alimentos no
município de Goioerê, foi realizado o questionário aos 16
agricultores pertencentes ao programa, obtendo uma amostra de
100% da pesquisa.
A fim de mostrar quanto tempo os agricultores familiares
participam do programa de aquisição de alimentos, foi
realizada pergunta, sobre quanto tempo participam do programa,
diagnosticando que todos estão a menos de 6 anos no programa,
sendo o programa estar em pratica no município de Goioerê
desde o ano de 2005.
Para saber quais produtos são entregues ao município para
o Programa de Aquisição de Alimentos, realizou-se a pergunta
de quais produtos cultiva na propriedade e entrega. Chegando
ao resultado que é entregue ao município uma diversidade de
produtos, alguns agricultores entrega tudo o que produz na
propriedade, muitos entregam hortaliças como alface e repolho,
legumes como abóbora, chuchu e milho verde, outros
agricultores se dedicam exclusivamente a produção de polpa de
frutas.
49
Em entrevista com os agricultores, observou-se por meio
das respostas que aqueles que possuem apoio da família na
agricultura, possuem um portfólio maior de produtos a serem
cultivados e entregues. Além de cultivar legumes, hortaliças,
vegetais e tubérculos, produzem ainda pães, o que segundo eles
possui um relevante destaque para o aumento da renda.
A fim de evidenciar como ficaram sabendo a respeito do
Programa de Aquisição de Alimentos no município de Goioerê,
realizou-se a pergunta de como ficaram sabendo do programa, em
resposta afirmaram que foi através de reuniões realizadas pela
prefeitura e também pelo Instituto Paranaense de Assistência
Técnica e Extensão Rural (EMATER – PR). Como consequência
destes encontros, desencadeou a divulgação de agricultor para
agricultor.
A fim de avaliar o programa, perguntou-se o que acham do
Programa de Aquisição de Alimentos, se é bom ou ruim, quais as
dificuldades que o programa possui, quais os benefícios, e o
que deveria ser feito para melhorar.
Com 100% da amostra afirmaram que o Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA) é bom. Quando se trata das dificuldades em
relação ao PAA, muitos agricultores relataram de mais
relevante o atraso no pagamento. Aqueles que possuem um
portfólio maior de produtos reclamam que nem tudo é comprado
pela secretaria do município.
Apesar das dificuldades existentes no Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), os benefícios são inúmeros, de
acordo com os agricultores é o que lhes dão força para
continuar no programa, o benefício citado primeiramente por
50
todos os 16 agricultores, ou seja, todos os entrevistados foi
o aumento da renda.
Aqueles que produzem hortaliças argumentaram que
posterior ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA),
conseguiram aperfeiçoar a produção, compraram estufas e
maquinários, investiram em tecnologia e diversificaram a
produção, cultivando produtos da maneira mais simples devido
os maquinários e da maneira mais correta, evitando, portanto o
desperdício.
Os que trabalham com polpa de frutas, depois que entraram
no programa conseguiram adquirir maquinas para o trabalho,
estufas e refrigeradores. Os que trabalham com leite, foram
possíveis à aquisição de resfriadores, ordenhas elétricas,
etc.
Um dos benefícios citados pelos agricultores foi em
relação à evasão dos agricultores familiares para os centros
urbanos. Após a implantação do PAA no município de Goioerê,
foi possível que estas famílias, pudessem dar continuidade ao
ofício de agricultores, ou seja, exercer suas atividades na
própria propriedade rural o qual residem. Tal realidade foi
possível devido a todos os incentivos e benefícios
provenientes do programa.
Foi perguntado junto aos benefícios do programa, como era
a situação socioeconômica, espacial, locacional entre outras
situações do agricultor anterior ao programa. Anterior ao PAA,
os agricultores não tinham espaço de comercialização de seus
produtos por falta de tratamento adequado, conhecimento dos
produtos gerados nas suas propriedades no mercado, por não
51
terem um tratamento saudável em termos de utilização de
agrotóxicos seus produtos eram cultivados de maneira
equivocada e/ou errada, seus produtos não tinham tanta
aceitação em mercados, pois sua origem era de patamar
duvidoso, além de não terem condições de adquirirem todos
estes maquinários.
Posterior ao PAA foi possível à aquisição de maquinários,
estufas, aumento da produção, novos animais, aumento na renda,
de acordo com os agricultores o que foi relevante, foi em
relação à questão locacional, ou seja, aceitação que tiveram
no município, devido seus produtos serem adquiridos pelas
entidades públicas como APAES, Creches, entre outros, os
agricultores passaram a ser vistos com outro olhar perante o
município, ganhando, portanto aceitação em mercados,
mercearias, feiras e até mesmo pessoas particulares.
Os incentivos se corroboram com os depoimentos
correspondentes as entrevista, incentivos financeiros,
incentivos fiscais, incentivos aos subsídios, entre outros.
Com a entrada dos agricultores ao Programa de Aquisição de
Alimentos, abriu-se portas para vários outros incentivos e
programas governamentais, como possibilidade de aquisição de
créditos junto ao Programa Nacional de Fortalecimento Familiar
(Pronaf), entre outro benefícios.
Incentivos também através de conhecimentos, cursos,
palestras, etc.; disponibilizados pela Emater, Conab,
secretaria da agricultura e secretaria da educação, para
entenderem o processo de produção, modo de armazenamento, modo
de cultivo, modo de preparo do alimento, modo de preparo da
52
terra, novas técnicas de cultivo/produção, preparações dos
agricultores para melhorar a cultura, melhora na cadeia
produtiva, etc.
No Programa de Aquisição de Alimentos, é estipulado em
contrato o que deve ser entregue anualmente juntamente com
suas quantidades, devido este aumento na renda, e com a
facilidade de produção através do auxilio dos maquinários, a
grande aceitação de novos consumidores foi relevante para o
aumento da renda dos agricultores familiares consequentemente
o seu crescimento.
De acordo com os agricultores um dos itens preeminentes
para melhorar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no
município de Goioerê, é em relação ao atraso de pagamentos,
segundo eles, deveria ser estipulada uma data exata para que
fosse realizado o pagamento. Outro dado significativo apontado
na pesquisa para melhorar o PAA foi à relação de incentivos
e/ou assistências dos órgãos públicos e/ou especializados como
Emater, Conab, etc.
Outros agricultores argumentaram que para melhorar o
programa deveria ter um incentivo maior em relação ao preço
dos produtos determinados pela Conab.
A fim de analisar qual(is) outros programas o agricultor
familiar participa, perguntou-se se participam de algum outro
programa destinado a agricultura familiar, dos 16
entrevistados 10 participam do Programa de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf), utilizando de financiamentos
disponibilizados pelo programa para os agricultores para fins
de aquisição de novos maquinários e veículos.
53
Quando foi perguntado de qual órgão possui assistência
e/ou auxílio em sua produção, os agricultores familiares
responderam que possuem assistência na maioria dos casos da
Emater, mas com respaldo, possuem assistência se procurarem.
Identificou-se através da entrevista que se o agricultor não
procurar a assistência, o mesmo não terá este auxílio.
Muitos possuem auxilio através de orientação da
secretaria da agricultura e da secretaria da educação23, outros
responderam que o auxilio que possuem é através de uma
assistência técnica particular.
23 Auxilio através da Secretaria da Educação, por ser o local onde entregam osprodutos para serem destinados os produtos as demais entidades assistidas pelo PAAno município de Goioerê.
54
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em virtude dos fatos mencionados, o Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA), observa-se que os agricultores familiares
vêm adquirindo diversos benefícios. Dentre estes benefícios
percebe-se um aumento na variável renda do agricultor
familiar, foi possível a aquisição de novos maquinários,
equipamentos e veículos, aquisição de novos e mais animais, e
o aperfeiçoamento da pratica hortifrutigranjeiros e
principalmente a permanência do agricultor familiar no meio
rural entre outros benefícios.
Através dos questionamentos, chegaram-se as seguintes
considerações, a maioria dos agricultores entrevistados,
pertencentes ao PAA, possui propriedade de poucos hectares,
por terem auxilio da família em sua produção e cultivo, são
considerados agricultores familiares.
Além de exercerem a função de agropecuaristas e
produtores de grãos exercem também diversificação de culturas
agrícolas, cultivando produtos como horticultura,
hortigranjeiros, frutas, criação de animais, entre outros. De
acordo as diretrizes do PAA são relevantes a diversificação de
atividade agrícola, pois os produtos provenientes da
agricultura familiar, são destinados as entidades públicas e
assistenciais do município. Portanto ter um portfólio maior de
produtos auxilia na melhoria do programa.
Através do PAA, e dos incentivos provenientes da
Secretaria da Agricultura, da Emater, entre outras entidades,
os agricultores familiares conseguiram a destinação mais
adequada de seus produtos, sendo estes, entregues nas escolas,
creches, Apaes, e também para mercados e feiras agropecuárias.
Portanto, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), é
um programa de muita relevância para o agricultor familiar, e
para a sociedade, pois viabilizam melhores produtos as
crianças das creches, também para pessoas beneficiadas por
demais entidades assistenciais do município.
Identificou-se que, a partir, da implantação do PAA no
município, entidades assistenciais puderam disponibilizar
refeições mais completas no seu cardápio, aprimorando na
qualidade da alimentação deixando de lado a antiga merenda,
com cardápio variado, contendo sucos naturais, frutas,
sobremesas, dentre outras.
As políticas públicas possuem papel relevante no apoio ao
agricultor familiar, principalmente aquelas de incentivo a
agricultura familiar. Em Goioerê destaca-se o Programa
Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar (Pronaf). A
partir desta política os agricultores familiares passaram a
ter mais incentivos principalmente financeiros.
E tem-se também a Polítca Pública do PAA ao qual motivou
esta pesquisa, por ser de suma importância para o Município de
Goioerê, pois fortalece a agricultura familiar, nesta analise
traz diversos benefícios aos agricultores, como já mencionado
anteriormente e consequentemente tem importância para a
economia local, pois os agricultores geram capital financeiro,
ativando o multiplicador da economia.
56
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no município
de Goioerê, cumpre com sua finalidade, de adquirir os
alimentos dos agricultores familiares e destinar as entidades
assistenciais do município. Entretanto, identificou-se que o
Programa de Aquisição de Alimentos precisa ser melhorado pela
gestão municipal, pois a produção não esta sendo suficiente
pra suprir à demanda de alguns alimentos, por haver uma
quantidade inferior de agricultores inseridos no PAA,
comparado com a quantidade de agricultores que o município
possui, ou seja, ofertar oportunidades de mais produtores
serem inseridos no PAA.
Outro fator que precisa ser estudado e melhor estruturado
é em relação à oscilação no repasse do recurso para o
agricultor, o que gera certa instabilidade para que estes
possam contar com esta renda. Ficou evidente nos
questionamentos o atraso no pagamento, sendo este fator algo
desestimulante, que supostamente pode impossibilitar um
planejamento correto para uma futura safra, ou colheita, por
não terem a prazo exato de quando sairá o repasse.
Outro elemento que se percebe influenciar na eficiência
do Programa, é relativo a burocracia na inserção dos
agricultores por conta da documentação exigida. Sugere-se, que
seja estimulada a organização destes agricultores, no sentido
de se reunirem junto ao executivo para discutir elementos
favoráveis a desburocratização, dentre outros assuntos
pertinentes ao incentivo da agricultura familiar. Capacitar e
orientar os agricultores através da disponibilização de
profissionais técnicos e especializados, para que possam
57
auxiliar sempre que necessário, pois se identificou que
existem poucos profissionais para dar suporte a todos os
agricultores inseridos no PAA.
Em relação à oscilação no repasse do recurso para os
agricultores, sugere-se que seja estipulado prazos e datas
para que seja efetuado o pagamento, e que estes prazos sejam
cumpridos.
Entende-se que incentivos à agricultura familiar é parte
importante na luta para garantir a segurança alimentar mundial
e o desenvolvimento rural sustentável, deste modo os esforços
públicos devem garantir investimentos voltados a variedades de
cultivos, além de serviços de orientação e capacitação de
agricultores, com estrutura de mercado que sejam cada vez mais
inclusivas, pois, só apenas incentivos econômicos e políticos,
será possível a inovação para que a agricultura familiar se
fortaleça alcançando novos mercados e gerando renda.
58
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65
APÊNDICE 01 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS AGRICULTORES
FAMILIARES NO MUNICÍPIO DE GOIOERÊ-PR
Responsável pela Família: Masculino1
5Feminino 1
Estado Civil: Solteiro 1 Casado 1
3
Outros 2
Faixa Etária: Menos de 18
anos
0 Entre 18 e 20
anos
0 De 21 a 30
anos
0
De 31 a 40
anos
3 Entre 41 e 50
anos
4 Acima de 50
Anos
9
Quantas Pessoas Vivem na
Casa:
Apenas 1 1 De 1 a 3 7 De 3 a 5 8
Acima de 5 0Nível de Escolaridade: Analfabeto 0 1º Grau
Incompleto
9 1º Grau
Completo (0)
0
2º Grau
Incompleto
0 2º Grau
Completo
7 3º Grau
Incompleto
(0)
0
3º Grau
Completo
0
Propriedade Rural: Moradia 1
4
Mora na
Cidade
2
Você Participa de Algum
Programa Destinado a
Agricultura Familiar
Não 6 Sim Qual?
Pronaf
1
0
Para auxiliar na
Agropecuária, você tem o
Auxilio de quem?
Emater 1
1
Assistência
Técnica
Coagru
0 Assistência
Técnica
Particular
2
Secretaria
da
Agricultura
3 Secretaria da
Educação
3 Não possui
Assistência
3
