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¦TOBNAL DO BRASIL

EXEMPLAR DE;ASSINANTE

©JORNAL DO BRASIL SA 1991 Rio de Janeiro — Segunda-feira, 3 de junho de 1991 Ano Cl - - N° 56 Preço para o Rio: Cr$ 150,00

Tempo

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No Rio e emNiterói, céuclaro a par-cialmente nu-blaâo e tem-peratura está-vel. Máxima e

mínima de ontem: 31,5°.emSanta Cruz e 17,3° em Ban-gu. Mar calmo e visibilida-de moderada na manhã,nnrv-i Hg >16VO0ÍrO.Foto do satélite, mapa etempo no mundo, Cidade,página 2.

LotoSeis apostadores — cinco deSão Paulo e um do Rio deJaneiro — acertaram a qui-na (27, 39, 43, 47 e 98) doconcurso 814. Cada um rece-berá Cr$ 13.851.506,37. Aquadra premiou 898 acerta-dores com Cr$ 92.549,04. Oterno pagará Cr$ 2.890,32 a38.339 ganhadores.

Loteca

Piquet vence

no Canadá na

última volta

Nelson Piquet V?"1??1! nntem o firan-

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Medicina

? O brasileiro descobriu arespiração. Respirar bem, ajulgar pelo número de tera-pias especializadas, entrouna moda, o que pode sersentido pelo incrível núme-ro de cursos a espalhar seuscartazes pelas paredes delanchonetes, restaurantes efarmácias dedicados aoconsumo de produtos natu-rais. Esses cursos e técni-cas respiratórias têm su-cesso quanto ao relaxamen-to muscular e á postura, masnão são capazes de influir di-retamente nos pulmões. Nãosão indicados para cura dedoenças respiratórias nempara aumentar a capacidadepulmonar. (Página 12)

A noite funk no Riocen-tro reuniu 4 mil 500 pessoas,que dançaram até 4h30 comTim Maia. O melhor doshow ficou a cargo de EdMotta (foto), sobrinho deTim, com repertório defunk, blues e pitadas dejazz.

Stevie Wonder interrom-pe mutismo de quatro anose grava disco com a trilhasonora do filme, Jungle fever,de Spike Lee. É o primeirotrabalho da dupla, mas aparceria era esperada desdemeados de 80.

CotaçõesDólar comercial: Cr$ 285,45(compra), Cr$ 285,50 (ven-da). Dólar paralelo: Cr$316,50 (compra), Cr$ 318,50(venda). Dólar turismo: Cr$309 (compra), Cr$ 318 (ven-da) — cotações de 31.05. Sa-lário mínimo: CrS 17..0.QÍLmais abono de Cr$ 3.000. TR(Taxa Referencial de Ju-ros): 9,20%. TRD (Taxa Re-ferencial Diária): 0,441024%.Tablita do dia 03.06: 1,7189.Cadernetas de poupançacom aniversário hoje:9,0897%. Último valor doBTN: CrS 126,8621. Unif paraIPTU residencial: CrS5.650,01. Unif para IPTU co-mercial e territorial, ISS eAlvará: CrS 5.650,01. Taxa deexpediente: CrS 1.130,00.Uferj: CrS 7.722.

de Prêmio do Canadá, em Montreal, emanteve o domínio brasileiro na Fórmu-la 1. Nas últimas sete corridas — duasdo ano passado e as cinco primeirasdesta temporada —, só os pilotos doBrasil venceram. Ayrton Senna, queabandonou a prova com problemas na

Mrte elétrica de sua McLaren, mantém a

erança do Campeonato Mundial, com40 pontos. Piquet, com 16, é o segundo.

A corrida foi definida dramaticamentena última das 69 voltas, com a parada doinglês Nigel Mansell, que liderava desdea largada mas em nenhum momento ali-viou o motor de sua Williams. Piquet —

que já poupava sua nova Benetton, coma qual corria pela terceira vez (nas duasanteriores, só dera uma volta) — foiinformado por sua equipe, pelo rádio, doproblema de Mansell e voltou a acelerar,para conquistar sua 23a vitória na F-l.

Montreal, Canadá — AP

¦M

Piquet festeja a 23a vitória

São Paulo vai à

final outra vez

O São Paulo garantiu ontem sua pre-sença na final do Campeonato Brasileirode Futebol, pela terceira vez consecutiva,ao empatar em 0 a 0, com o AtléticoMineiro, no Morumbi. A vantagem nadecisão, porém, é do Bragantino, quejoga por dois pontos nos dois jogos. Aprimeira partida será quarta-feira, noMorumbi, e a segunda, domingo, emBragança Paulista.

Em Criciúma, o Criciúma conquistoua Copa do Brasil empatando em 0 a 0com o Grêmio. A equipe de Santa Cata-rina será um dos representantes do Bra-sil na próxima Copa Libertadores daAmérica. O outro será o vencedor doconfronto entre São Paulo e Bragantinopelo título do Campeonato Brasileiro.

Implausible bate

recorde no 'Derby'

Implausible, com direção de JuvenalMachado da Silva, ganhou ontem o GPCruzeiro do Sul, o Derby carioca, notempo de 2m24s3/5, recorde para os2.400m da prova. Veissman, dirigido porGabriel Menezes, formou a dupla, fican-do Luzibal, único representante paulista,""lia terceira colocação. Esta íoi a quartavez que Juvenal venceu o Derby.

Apesar da falta de divulgação doevento pelo Jockey Club, o Hipódromoda Gávea recebeu um grande públicopara ver o filho de Ghadeer vencer oDerby. Os turfistas também vibrarammuito com a vitória da égua americanaAndie no GP Associação de Criadores eProprietários de Cavalos de Corrida.

Esportes

Fotos de José Roberto Serra

? Solidário, o operadorOliene ensinou o presidenteCollor e o governador Bri-

zola (com dois eles, nas fai-xas) a acionar o bate-estacas

if .cü/ os suas

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Collor anuncia todo apoio

ao Rio e favela

o aplaude

O presidente Fernando Collor e ogovernador Leonel Brizola finca-ram ontem a primeira estaca daLinha Vermelha, via expressa para-leia à Avenida Brasil, marcandooficialmente o início da obra. Nasolenidade, realizada em um palan-que montado nos fundos de umCiep na Favela da Maré, em Bonsu-cesso, Collor e Brizola reafirmaramo compromisso de cooperação entreos governos federal e estadual.

"O Rio de Janeiro, para o gover-no federal, é uma prioridade. E a

prioridade, no meu governo, é esta-belecida de acordo com o interessenacional", afirmou Collor, arran-cando aplausos das quase 10 mil

pessoas que assistiam à cerimônia.Mais adiante, o presidente prome-teu: "O Rio precisa e vai ter o apoiode que necessitar para se transfor-mar na grande capital deste país."

Brizola, que, como o presidente,vestia calça cinza e camisa azul-claro, destacou a importância dasobras da Linha Vermelha, que in-cluirão a urbanização da Favelada Maré e outras comunidades po-bres. "Nós vamos ter mais água,mais drenagem e mais esgoto; maishabitação, iluminação, ruas e ôni-bus", disse Brizola, acrescentando:"Essa área vai ser um colar deescolas." (Cidade, página 1)

Alceni apura

denúncia sobre

bebês-cobaias

O ministro da Saúde, Alceni Guerra,abre hoje sindicância para apurar denún-cia de que 57 crianças pobres de Brasíliaforam usadas como cobaias, em 1988,pelo Instituto Nacional de Alimentação eNutrição. "Os testes em saúde são ne-cessários, mas vou investigar se nessecaso a ética foi respeitada", disse oministro. Surpreso com a denúncia, osecretário de Saúde do Distrito Federal,Jofran Frejat, também determinouabertura de uma sindicância. Os conse-lhos Regional e Nacional de Medicinaentrarão nas investigações. (Página 4)

Seu Bolso

Duque de Caxias, RJ — José Roberto Serra

SETOR" * 'DE ¦

CARCERAGEI

? O contribuinte que teria resti-tuição ou com despesas médicas adeduzir será um dos perdedores nocaso de o Imposto de Renda voltaràs regras utilizadas em 1990.

Os aluguéis residenciais conti-nuam congelados até agosto, quan-do, no dia 30,^ o IBGE divulgará oín dice de Salários Nominais (ISN),que vai valer para os reajustes.

Por determinação da Sunab,as lojas que vendem a prazo es-tão obrigadas a manter em lu-gar visível os preços à vista, ataxa de juros e as multas. (Negó-cios e Finanças, páginas 4 e 5)

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? O secretário de Polícia Civil, NiloBatista, passou a noite fiscalizandodelegacias da Baixada e numa dasvisitas soube do assassinato, em Bel-ford Roxo, do sindicalista rural JoãoFélix de Aquino. (Cidade, pág. 5)

Macedo diz que

PIB cairá menos

neste trimestre

O secretário de Política Econômica,Roberto Macedo, afirmou ontem que oPIB dos meses de abril, maio e junhomostrará pequena recuperação, comqueda inferior aos 6,87% apurados notrimestre anterior. Também presidentedo Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea), Macedo discorda dasconclusões de técnicos da entidade, quepreviram aumento da recessão em rela-ção a 1990. "Não

podemos negar asquedas passadas", disse. "Mas aprendicom a minha avó que não se deve tirar óbolo do forno antes da hora, para evi-tar que ele fique batumado." (Página 3)

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Preço de todos

os carros tem

aumento hoje

Serão aumentados hoje os preços dos-earros de tedas as marcas. O governo

pretende conceder 7% de aumento, emmédia, mas os fabricantes asseguram quesofrem defasagem de 35% no preço mérdio. A tendência da Secretaria nacional deEconomia é diversificar os reajustes, queseriam menores para os veículos conside-rados populares, como Gol, Fiat e Che-vette, e maiores para os de preferênciadas camadas mais ricas, como Santana,Escort e Monza. Há intenção de contro-rlar o preço dos primeiros e liberar o dossegundos. (Negócios e Finanças, página 3)

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2 ? Io caderno ? segunda-feira, 3/6/91 Política e Economia JORNAL DO BRASII,

O presidente Collor ja-mais imaginou que se-

ria aplaudido um dia pelosbrizolistas, dentro de umafavela no Rio de Janeiro,com seu nome gritado emcoro por uma parte damultidão. A festa de iníciodas obras da Linha Verme-lha, realizada ontem, è um

Coisas da Política

Collor, enfim, chega

às grandes capitais

particular e as bancadasdo PFL, PRN, PSC ePMN, mais identificadasno Congresso com a práti-ca de clientelismo político.

Descamisado é umaimagem de palanque pararesumir a miséria brasilei-ra. Foi uma descoberta dacampanha eleitoral. No iní-cio de 1989, com sua prega-ção contra os marajás deAlagoas, Collor era festeja-do pela classe média e peloseleitores de instrução supe-rior, que representam me-nos de 10% do eleitorado.Tinha, então, aceitaçãopouco expressiva entre os80% de eleitores com ocurso primário completo.Quando as duas curvas secruzaram e se inverteram,nas pesquisas nacionais deopinião pública, no final deabril de 1989, estavam des-cobertos os descamisados eeleito o novo presidente.

Collor não os abando-nou, embora possa sereventualmente abandona-do por parte deles, conta-giados no espírito e no boi-so pela descrença destaépoca de recessão. O que ogoverno federal conseguiuencaminhar de obras é diri-gido exatamente para essaparcela da população. Ascestas de alimentos e o pro-jeto Minha Gente, com aincorporação do modelo deescola dos Cieps de Brizolae do ensino em turno únicode Anísio Teixeira, sãoexemplos dessa preocupa-ção.

A segunda ponta do tri-

pé são os amigos alagoa-nos. O presidente que seelegeu sozinho, que semprese orgulhou de não tercompromissos com nin-guém, que montou por suaconta e risco um ministé-rio e duas equipes econômi-cas está, afinal, cercado porum grupo. É natural queconvoque amigos, mas ocontrole amplo que o gru-po alagoano exerce sobreáreas do governo pode iso-lar o presidente do resto dasociedade. Não se deve le-var em conta maledicênciasou insinuações levianas so-bre o desempenho de pes-soas tão íntimas do poder,mas também não se podeignorar que tudo isso arra-nha a imagem do governo.

A última ponta do tripésão os parlamentares fisio-lógicos. Eles são absoluta-mente incompatíveis com odiscurso original de campa-nha e de governo do presi-dente Collor. A se acreditarnas declarações oficiais,não voltou a prática do édando que se recebe. Masuma das duas coisas vaiacontecer: ou o presidentecai em tentação e cede àdeturpação franciscanaaplicada à política, ou vive-rá constantemente em so-bressalto com sua base par-lamentar.

marco do seu governo. Opresidente dos descamisa-"dos chegou, finalmente, aos

... descamisados que não o se-" guem, mas a Brizola.

Desde a posse na Presi-dência até ontem, Collornão participava de soleni-dades públicas com con-centrações populares nasgrandes capitais. Ia a elas,no máximo, para reuniõesformais ou cerimônias pro-tocolares. Nas grandes ca-pitais, ele perdeu a eleiçãopara Lula.

Suas viagens eram sem-pre para cidades do inte-rior, onde ganhou a eleiçãopresidencial. A partir denovembro do ano passado,por exemplo, ele foi a gran-des cidades do primeiromundo, mas também a lo-calidades como Guaratin-'guetá

(SP), Posto Leonar-- do (MT), Açailândia (MA),' Chapecó (SC), Tapejara

(RS), Juazeiro do Norte(CE), São Joaquim (SC),.Itacoatiara (AM), Uberaba(MG) e Alcântara (MA),

.entre outras.Há, agora, duas fases"

no governo Collor: antes e¦depois da Linha Vermelha.'Como

há um novo Brizola.rMas não se pode crer queexista, propriamente, umaaliança política entre osdois. O que eles acabam de

«inaugurar, com a festa daLinha Vermelha, é o gover-no de resultados. De ambosos lados.

O que mudou em Brizo-la foi que ele abandonou oestilo de governar jogandoa opinião pública contra ochamado poder central.Com grande carisma e do-mínio quase absoluto sobreo eleitorado do Rio, Brizo-la antes acreditava que ape-nas esse poder de fogo e aameaça de acioná-lo conse-guiriam dobrar as autori-dades em Brasília paraatender as reivindicaçõesdo estado. Agora, mais ma-duro, está obtendo resul-tados concretos e, sobretu-do, imediatos com osimples exercício do diálo-go franco com o presidenteda República.

Collor, por sua vez, am-plia a sua base política, abase dos descàmisados,sem que isso signifique, ne-cessariamente, a conquistada bancada do PDT noCongresso. Antigamente,dizia-se que os governoseram apoiados pela classemédia, as Forças Armadas,a Igreja, por partidos oupelo Congresso. Excluin-do-se a legitimidade óbviaobtida nas urnas, Collorsempre apoiou-se num tri-pé composto pelos desça-misados em geral, os ami-gos alagoanos em

Este é um típico caso emque o sobressalto é mil ve-zes melhor do que a práticada caridade.

Marcelo Pontes

Proposta de Freire vence no PCBAlcir Cavalcanti

Florência CostaA foice e o martelo continuam enfei-

tando a bandeira vermelha do PartidoComunista Brasileiro, mas o partidãofoi ventilado pelas reformas democráti-cas do Leste Europeu. Agora o socialis-mo que prega é radicalmente democrá-tico, não abrindo mais brechas para aditadura do proletariado, como definiuontem o deputado federal RobertoFreire (PCB-PE), virtual presidente na-cional do PCB, que deverá ser eleitopelo Comitê Central.

Ao final do IX Congresso Nacionaldo PCB, ficou dedicido que o novoDiretório Nacional — ou Comitê Cen-trai, no jargão dos comunistas — terámaioria renovadora, adeptos da glas•nost defendida por Freire: 54%, o querepresenta 38 integrantes efetivos. Noentanto, os ortodoxos aumentaram suaparticipação no Comitê Central, o CC."Nós tínhamos apenas oito integrantesno antigo CC e agora teremos 25",comemorou um dos líderes dos ortodo-xos, Juliano Siqueira. Ao contrário doque se esperava, não houve nenhumracha. O resultado do IX Congressoagradou a gregos e troianos.

Tanto os marxistas-leninistas comoos socialistas democráticos preferiramevitar o caminho do confronto total.Assim, a discussão sobre mudança donome e o símbolo do partido, comoqueria Freire, ficou de lado. "Mas oPCB não tem mais doutrina oficial. An-tes, na prática, a doutrina oficial era omarxismo-leninismo, uma degradação,feita por Stálin, do pensamento deMarx, Engels e Lênin", resumiu JoséAntônio Segatto, um integrante renova-dor do CC.

Ao mesmo tempo, para desagrado

imffllffl ... slrMj-g •*.'* vl. .PCB de Freire lutará pelo socialismo democrático, mas manterá a foice e o martelo

dos ortodoxos, o partidão abre espaçono seu programa para a iniciativa pri-vada, desde que tenha função social, erechaça a estatização total da econo-"mia. "A grande vitória é que a questãodemocrática foi assumida com radicali-dade. E isso significa alternância de po-der, pluralismo, liberdade e diretos in-dividuais", disse Freire. "O PCBcontinua marxista. E nós (Chapa 2, dosortodoxos) continuamos marxistas-le-ninistas, preparados para ganhar o pró-ximo Congresso", comentou Juliano Si-queira, para quem "o PCB melhorou".

Os ortodoxos conseguiram incluirno programa do partido o alinhamen-

to à Cut (Central Única dos Trabalha-dores). A política do PCB sempre foi ado alinhamento com o chamado sindi-calismo de resultado, oposto ao sindi-calismo defendido pela Cut. Foramquatro dias de discussão — o congres-so começou na quinta-feira — em queos palavrões social-democraia e stali-nisla foram largamente expressadospara agressão mútua entre ortodoxos erenovadores.

O ex-presidente nacional do PCB,Salomão Malina, entregou o cargo nasmãos do deputado Roberto Freire —oitavo colocado na campanha presiden-

ciai de 1989 — para que a partir dèagora leve o partidão a ter mais votosnas urnas e a estar ressuscitar nos movi-mentos de massa. Personagem majslembrado durante os quatro dias decongresso, o alemão Karl Marx —grande teórico dos comunistas, autorda maior obra crítica sobre o capitalis-mo, O Capital — saiu vencedor. Comseu nome escrito em russo num quadroonde estava desenhado seu rosto, colo-cado do lado esquerdo do palco doteatro da Uerj (Universidade do Estadodo Rio de Janeiro), Marx continuousendo referência para os comunistas dòpartidão.

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Clube Naval

Assembléia Geral

TOMADA DE CONTAS E RELATÓRIO ANUAL

Convocação — Oó de Junho às 18:30 hs.Convocação — 06 de Junho âs 19:00 hs.

Local: Av. Rio Branco, 180-4? andarÍTALO DE MELO PINTO

1? Secretário

Monarquistas começam a ser levados a sérioBrasília — João Ramid

Deputado comemoraadesões e ganharespeito na Câmara

Christiane Samarco

BRASÍLIA — Na abertura da

Constituinte, em fevereiro de1987, o deputado Cunha Bueno (PDS-SP) ousou subir à tribuna da Câmarapara defender a monarquia e acabouridicularizado. "O problema è quemserá o bobo da corte", gritou do fundodo plenário o deputado Miro Teixeira(PDT-RJ). Passados quatro anos epróximo a um plebiscito que escolheráentre república e monarquia, marcadopara 1993, Cunha Bueno, 41 anos deidade e 21 de Parlamento, já não des-perta risos. Na semana passada, foiprocurado pelo ex-ministro FranciscoDornelles (PFL-RJ), interessado em

Cunha Bueno: surpreso

saber detalhes de seu projeto de mo-narquia parlamentarista: "Hoje minhaempregada perguntou quando vai ser aeleição para rei", disfarçou Dornelles.

Mais do que simples curiosidade, osonho da volta da realeza no Brasil jácomeça a ser levado a sério no Con-gresso. O deputado monarquista come-mora a lista de seus seguidores, guar-dada no computador do gabinete, boaparte dela fornecida pela contribuiçãode três dezenas de deputados, que indi-caram a Cunha Bueno os simpatizantesda monarquia em suas bases eleitorais.

Cunha Bueno conta que começou anotar que sua sorte de monarquista es-tava mudando no final do ano passado,quando foi procurado por uma equipede uma rede de televisão japonesa, inte-ressada em fazer um programa sobre amonarquia no Brasil. Depois da entre-vista, no restaurante da Câmara, a re-pórter pediu-lhe que indicasse um dosdeputados ali presentes para falar con-tra o movimento monárquico. "Leveium susto quando abordei uns cincodeputados e todos se recusarm a falarcontra a monarquia", lembra.

A julgar pelas avaliações do depu-tado Paulo Delgado (PT-MG), até LuísInácio Lula da Silva tem monarquistas'sob seu comando no PT. "Deve até terpetista monarquista, porque monarquianada tem a ver com ideologia. E umtema geral da sociedade de massa, comoo é a ecologia", diz Delgado. Ele pró-prio tem um monarquista em casa. Seufilho Carlos, 12 anos, descobriu a mo- .narquia durante a Constituinte, quando .foi apresentado a Cunha Bueno em um ¦encontro casual, no aeroporto de Brasí- <lia. "Esse negócio de rei talvez seja me-lhor que essa bagunça que tai", disse omenino ao pai, diante da satisfação domonarquista. Naquele dia, Carlinhosganhou um alfinete de lapela com acoroa real. A partir de então, começoua receber correspondências do movi-mento, todas gentilmente enviadas porCunha Bueno.

Aqui

se trabalha

com o coração.

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4i^ cife Jarbas Vasconcelos.Maciel e Joaquim na clcipio dc 199(\

Macedo: GA C se precipitou

JORNAL DO BRASIL Política e Economia segunda-feira, 3/6/91 ? 1° caderno u

Macedo acha que PIB cairá menos no próximo

trimestreBrasília — Gilberto Alves ^

Pacto econômico:

em Pernambuco :

SÂO PAULO — 0 secretário dePolícia Econômica, Roberto Macedo,também presidente do Ipea (Institutode Pesquisa Econômica Aplicada), afir-mou ontem que o resultado do ProdutoInterno Bruto (PIB) dos meses de abril,maio c junho vai revelar uma_ pequenarecuperação na atividade econômica, ouseja, uma queda inferior aos 6,87% apu-rados na medição do trimestre ante-rior. Macedo discorda das conclusõesdo Grupo de Acompanhamento Con-juntural (GAC) do Ipea, publicadas on-tem pelo JORNAL DO BRASIL. Se-gundo o estudo do GAC, a atividadeindustrial entraria no mês de junho comuma queda acumulada de 10% em rela-

n mpgps anteriores. "Esses da-

Leopoldo Silva—17/5/91

dos não devem ser desdobrados em pre-visões", acredita. "Aprendi com a minhaavó que não se deve tirar o bolo do fornoantes da hora, para evitar que ele fiquebatumado (solado).""Não podemos negar as quedas pas-sadas", diz o secretário. "Mas temos deconsiderar que todas as projeções doGAC, que não fala em nome do Ipea,são para o período que se encerra emjunho de 1991, ou seja, neste mês."Roberto Macedo não se arrisca a fazerestimativas sobre as próximas contas do

PIB, referentes a abril, maio e junho,mas está certo de que a queda seráinferior à do trimestre anterior.

"Todo o nosso esforço, neste mo-mento, consiste em sair suavemente docongelamento", explica. "Se isso não jus-tifica celebrações, pelo menos permite

Infra-Estrutura estuda

uso de gás

no Amazonas

MANAUS — O Ministério da Infra-Estrutura formou grupo de trabalho pa-ra estudar, nos próximos 45 dias, o apro-veitamento do gás existente nas regiõesde Urucu e Juruá, no Solimões, para ageração de energia elétrica na capital eno interior. O Amazonas vive hoje a maisdramática crise de energia desde o iníciodo século, quando o estado se transfor-mou no primeiro a ter luz elétrica porobra dos altos lucros com a borrachanativa. São cada vez mais constantes asinterrupções no fornecimento de energiaem pleno dia na capital e no interior,revoltando as populações dos municípiosque, nas últimas semanas, resolveramdescarregar sua revolta nas autoridadeslocais.

A principal dessas reações ocorreu nofim de semana na cidade amazonense deHumaitá, no Rio Madeira, a poucos qui-lômetros de Porto Velho (RO). Depoisde dois dias sem energia elétrica por faltade combustível, os moradores promove-ram quebra-quebra na casa do prefeitoda cidade, queimando veículos de suapropriedade e uma antena parabólica. Osvereadores saíram em fuga temendo lin-chamento.

A revolta é fruto do abastecimentodeficiente prestado aos municípios ama-zonenses há muitos anos, sempre atendi-dos por equipamentos termelétricos ob-

concluir que a medicação adotada pelanova equipe econômica está tendo seusefeitos." O que Macedo chama de medi-cação é principalmente uma administra-ção cuidadosa do descongelamento —"para evitar o liberou geral", diz — alia-da a uma adequada política monetária efiscal.

A proposta de política salarial, quetambém vem sendo discutida e que ogoverno deverá apresentar ao Congres-so, é igualmente prioritária, mas nestemomento disputa espaço com o descon-gelamento, segundo Roberto Macedo,que é o interlocutor do governo nasnegociações com parlamentares. "Nes-ses dias, enfrentamos a questão do des-bloqueamento de cruzados novos e asmudanças no Imposto de Renda", dizMacedo, numa tentativa de classificaras prioridades de caráter urgente que seapresentam à mesa da nova equipe eco-nômica. Nada, no entanto, absorvemaior atenção do secretário que a passa-gem soft da fase de congelamento depreços para o descongelamento. "Nósestamos administrando com todo o cui-dado", diz. "Que é difícil, não tenhonenhuma dúvida."

é bem-sucedido ;

RECIFE — O senador Marco Ma-yciei, do PFL, está exultante: "Pernambu-sco deu um exemplo ao país. Fizemos umentendimento de resultados que, se repe-tido a nível nacional, conseguiria resol-iver nossos principais problemas e desa-1venças." O governador .loaquinfFrancisco, do PFL, não fica atrás: "Foi1um gesto histórico." O vice-presidente'nacional do PMDB, o ex-prefeito do Re-cife Jarbas Vasconcelos, que enfrentouMaciel e Joaquim na eleição de 1990,_g • % . -i. - '

Collor: "Cooper cansa mais que piquete da CUT

Governador quer Collor inicia visita de

5 dias à Escandináviaque PFL se una

soletos e atingidos por racionamento,reconhece o próprio governo amazonen-se. Rico em gás natural e óleo vegetal, oAmazonas dá-se ao luxo de não explorarsuas reservas de Urucu e Juruá e atirarao lixo cerca de 600 toneladas de dendêpor mês, que não encontram compradornem processamento energético, confor-me denúncia da Universidade do Ama-zonas.

Para tornar a crise mais delicada, oAmazonas tem dívida com a Petrobrásde quase USS 1 bilhão, com a compra,nos últimos anos, de óleo combustívelpara suas usinas e que em grande partefoi desviado por ex-diretores e funcioná-rios da Companhia de Energia do Ama-zonas (Ceam), de acordo com investiga-ções da polícia em inquérito aberto emManaus sobre o assunto.

Nada apavorou mais políticos e go-vernantes amazonenses, no decorrer dacrise aguda que se arrasta desde o anopassado, que a proposta de desativar aHidrelétrica de Balbina, no Rio Uatumá,lançada pelo secretário da Ciência e Tec-nologia da presidência da República, Jo-sé Goldemberg. "Isso seria o caos e oAmazonas regrediria ao porto de lenhaque era antes da Zona Franca de Ma-naus", prevê o assistente da Eletronorteem Manaus, coronel Douly Boucinhas.

por ChiarelliRECIFE — O governador de Per-

nambuco, Joaquim Francisco Cavalcan-ti, decidiu fazer uma articulação dentrodo PFL para manter no cargo o ministroda Educação, Carlos Chiarelli. O gover-nador está conversando com todos osseus colegas nordestinos filiados ao par-tido e já telefonou até para o governadorde Santa Catarina, Vilson Kleinubing,em busca de socorro para o ministro que,segundo ele, "está sendo criticado injus-tam^nte C0|egaS) Joaquim Franciscotem dito que Chiarelli é um ministro doPFL, está atuando bem no cargo e énecessário que os governadores pefelistasse unam em seu favor: "Estou pedindoque os governadores dêem depoimento afavor de Chiarelli, porque todos nós es-tamos muito satisfeitos com ele", disseJoaquim Francisco, embora tenha lem-brado que cabe ao presidente Collor es-colher ou manter seus ministros."O presidente não deve abrir maodeste seu direito, mas nós também temosobrigação de sair em defesa de um minis-tro que é nosso amigo, nosso colega departido e vem recebendo ataques injus-tos", afirmou Joaquim, explicando queos ataques que vêm sendo publicadospelos jornais. No esforço para socorrerChiarelli, o governador ligou tambémpara seu colega Antônio Carlos Maga-lhães, da Bahia, que não aprova o atualministro.

BRASÍLIA — O presidente Fernan-do Collor embarcou ontem à noite doaeroporto do Rio para a Suécia, em sua11a viagem internacional, para partici-par em Estocolmo, no dia 5, das come-morações do Dia Mundial do MeioAmbiente. Collor deixou a Base Aéreade Brasília às 14h, rumo ao Rio. Demanhã, de camiseta azul com a inseri-ção Rio-92 e a frase em espanhol Fiestade Ia naturaleza, em referência à reuniãointernacional sobre ecologia que o Bra-sil sediará no próximo ano, o presidentecomeçou seu tradicional cooper dos finsde semana às 1 lh, após verificar a pres-são arterial, de 12 por 8. Voltou 25minutos depois, com bom humor, mascansado: "Isso é mais difícil que enfren-tar piquete da CUT", brincou.

No primeiro dia de visita à Suécia,Collor terá agenda livre, mas na terça-feira cumpre compromissos o dia to-do. Visitará a fábrica da Ericsson, al-moçará no Palácio Real com o reiGustavo e a rainha Sílvia, que é brasi-leira, e visitará o Parlamento. A tarde,vai à Academia Real de Ciências e àgaleria Liljevalchs, que organizou ex-posição de artes brasileiras. A noite,será recebido pelo vice-primeiro-mi-nistro, Odd Engstrom, para jantar.

No dia 5, o presidente Collor será oconvidado de honra das comemorações

e receberá do rei Gustavo a tocha quesimboliza a conferência de meio am->biente que se realizará no Rio. Almoçacom o presidente da Federação dasIndústrias Suecas, discursa na prefeitu-ra de Estocolmo e reúne-se com o pri-meiro-ministro Ingvar Carlsson, comquem terá jantar à noite.

A quinta-feira começa com novoencontro com o primeiro-ministro e se-gue com visita ao grupo Saab-Scania.Na hora do almoço, o presidente faráum passeio de barco e à tarde partepara a Noruega, chegando a Oslo às17h45 (hora de Brasília), sendo recebi-do pela primeira-ministra, Gro MarlenBrundtand, que à noite lhe oferece jan-tar no castelo de Akerhus.

Collor ficará apenas um dia inteirona Noruega, a sexta-feira, que começacom um encontro de trabalho com aprimeira-ministra. Depois Collor reú-ne-se com industriais noruegueses e vi-sita o Parlamento, ainda antes do al-moço. O almoço será com o rei HaraldV, no Palácio Real, e à tarde, encontra-rá armadores. O último compromissodo presidente na Escandinávia seráuma visita aos museus Kon Tiki e dosVikings. À noite Collor embarca paraLondres e, às 22h, voa para o Rio,onde chega às 5h20 de sábado.

anima que se uvesse muu ciciio governa-,dor "também estaria arregimentandoforças do meu estado em torno do meujprograma de governo".

Tanta comemoração tem uma razãode ser: a união de todas as cabeças co-«roadas da radicalizada política pernam-;bucana em busca de investimentos para1o estado, que tem hoje um dos maiores'índices de desemprego do país. Em favordesta causa, a esquerda e a direita, qutfhá 30 anos medem forças na políticaestadual, foram juntas esta semana aogabinete do ministro João Santana soli-citar a liberação de USS 215 milhõe^para dois projetos estaduais: o porto deSuape, em conclusão, e a ferrovia Trans-,nordestina, que está sendo iniciada. .

No gabinete de Santana, estiveramlado a lado na terça-feira adversáriostradicionais como o governador JoaquimFrancisco e o senador Marco Maciel,'que desde a década de 60 ingressaram mfpolítica representando os grupos conscr-vadores pernambucos, e Jarbas Vascon-|celos, que durante a ditadura e depoisdela vem representando as forças e o$partidos de esquerda. Nem mesmo o des-_confiado deputado federal Miguel Ar-Jraes, do PSB, ex-governador, ficou dofora. Embora não tenha ido ao gabinetede Santana, encontrou-se com o goveunador no Hotel Eron, em Brasília, paradizer que também apóia o entendimentoadministrativo entre os dois grupos.

Embora o ex-governador GustavoKrause, atual deputado federal do PFL"ache que o encontro "foi um esforçoípara superar a polarizão ideológica que?historicamente tem se revelado radica^em Pernambuco" e uma pesquisa que;acaba de ser fechada pelo Instituto Per-,nambucano de Pesquisas Econômicas e,Políticas (Ipesp) tenha concluído quemais de 60% dos recifenses apoiaram o,entendimento, a audiência com Santanaicausou grande rebuliço estadual. :

O ex-prefeito Jarbas Vasconcelos re-"cebeu inúmeros telefonemas indignados*de militantes esquerdistas, e no próprio-dia do encontro, o desconforto era fia-1grante no Palácio do Campo das Prinee-'sas, que a direta retomou em 1990, após'quatro anos de administração esquerdis-!ta. ;

Luiz Luppl — 18/1/91

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Janio: autorildrio, personalista, mas grande lider mm ¦HK lyr ' ' V " i

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ATENÇÃO: CUIDADO COM AS IMITAÇÕES. EXIJA NOTA FISCAL E O CERTIFICADO NACIONAL DE GARANTIA C ASÍQ~Zj

Perfil psicológico

de Jânio

Cientista políticaanalisa a

'cabeça'

do ex-presidente

Wagner G. Barreira

SÃO PAULO — O ex-vereador,prefeito (duas vezes), deputado esta-dual, governador, deputado federal(pelo Paraná) e presidente da Repú-blica Jânio Quadros já padecia emsua casa, vítima de um derrame,quando a cientista política Vera Lú-cia Michalany Chaia escolheu seu te-ma para a tese de doutorado, em1989. Vera não conseguiu entrevistarJânio, mas a riqueza de depoimentoshistóricos e de integrantes do staffadministrativo janista recompõe, aolongo de 484 páginas, um retrato ori-ginal de um dos personagens maiscarismáticos e polêmicos da históriarecente do país. O resultado está natese A liderança política de JânioQuadros — 1947 a 1990, aprovadacom distinção, dias atrás, na Univer-sidade de São Paulo (USP) e que embreve será transformada em livro.

Vera não se limitou a traçar atrajetória de Jânio, recheada comum bom-humor raro em trabalhosacadêmicos. Ela traça o perfil psicó-logico do ex-presidente e o apresentadentro do contexto político do país."A academia tem aversão à figura deJânio", diz Vera Chaia. "De fato, eleé autoritário, personalista, antide-mocrático, mas, enfim, é principal-mente um grande líder." A tese deVera é pioneira no estudo da perso-nalidade de Jânio Quadros. De acor-do com as conclusões da pesquisa, oex-presidente sempre confundiu aautoridade do cargo com sua vonta-de pessoal, seu moralismo nunca dis-tinguiu a esfera pública da privada,sua atuação política foi marcada pe-la desvalorização dos partidos e daordem democrática.

Cachaça Jânio — A marcaregistrada de Jânio foi a ambigüida-de e o trabalho de Vera está repletode exemplos dessa postura. Quandovereador da cidade de São Paulo, elemarcou sua passagem pela Câmaracom propostas que até hoje seriamconsideradas modernas, como a de-fesa do consumidor. Ele defendeu,por exemplo, a proibição da vendade aguardente aos domingos. Comogovernador, na década de 50, po-rém, não escondia a predileção por"aperitivos". Certa vez, recebeu opedido de autorização para uma no-va cachaça, que seria batizada deJânio. Sua resposta foi reveladora:"Não farei oposição, exceto se a

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quanto o desapego aos partidos, oautoritarismo e as viagens após aseleições. Ele a cita pela primeira vezem 1956, durante uma greve na Uni-versidade de São Paulo. "O governa-dor prefere a renúncia ao desprestí-gio e ao caos", disse durante umaentrevista coletiva.

Nas conversas com membros dostaff administrativo de Jânio, VeraChaia obteve um quadro precioso doperfil psicológico do ex-presidente."O Jânio mais inspirou receios, auto-ridades, respeito do que amizade. Elejamais poderia ser o que é se nãofosse granítico, se a área da afetivida-de dele não fosse reduzida como é",atesta o advogado J. B. Vianna deMoraes, que acompanhou a trajeto-ria de Jânio desde os tempos de ve-reador. "Para Jânio não existem sen-timentos como gratidão, amizade,piedade, reconhecimento", conta odeputado federal João Mellão Neto,que se incorporou ao janismo na últi-ma administração da prefeitura deSão Paulo. "Não fazia amigos, con-quistava adeptos", resume CastilhoCabral, outro histórico.

A conclusão de Vera Chaia é que odomínio político de Jânio não deixaherdeiros. Como o ex-presidente nun-ca se preocupou em criar programasde governo com matizes ideológicas esempre cultivou ojeriza aos partidos,seu staff viu-se sem bandeiras com aretirada do líder da política.

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aguardente não for de boa qualida-de." Em outra ocasião, o governa-dor processou o diretor do jornalDiário da Noite, Edmundo Montei-ro, por causa da publicação de duasfotos. Numa delas, Jânio apareciacom um capotão surrado, na Câma-ra dos Vereadores, rasgando umconvite do Jockey, pois "não poriaos pés num clube que não pagavaimpostos". Na outra, de casaca, car-tola e comenda, Jânio elogiava omesmo Jockey Club.

É notória a série de desavençasentre Jânio e sua filha, a ex-deputa-da federal Dirce Tutu Quadros, pa-ra quem o pai, no episódio da re-núncia, "demonstrou uma estranhatendência-para o totalitarismo e aditadura personalista". Mas soa cu-rioso descobrir, nas páginas da obrade Vera Chaia, o maior opositor doex-presidente durante o período emque governou São Paulo: GabrielQuadros, que vinha a ser justamenteo pai de Jânio. Gabriel Quadrosacusou o filho de "persegui-lo desu-manamente, através de diversas au-toridades policiais, para interná-locomo insano mental num manicô-mio". Muito tempo depois, Jânioconseguiu fazer o mesmo com Tutu,internando-a na Clínica Maia, naGrande São Paulo, e apresentandoo mesmo diagnóstico.

A renúncia de Jânio à presidên-cia, sete meses depois de um tumulta-do governo, é um tema tão perma-nente em sua biografia política

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4 ? Io caderno ? segunda-feira, 3/6/91 Brasil JORNAL DO BRASIL

Sindicância investigará uso de crianças como cobaias

BRASÍLIA — O ministro da Saúde, AlceniGuerra, abre hoje sindicância para investigardenúncia publicada ontem pelo JORNAL DOBRASIL de que 57 crianças de duas creches emBrasília — a Casa do Candango e a creche doCentro Espírita Bezerra de Menezes — foramusadas como cobaias em teste realizado peloInstituto Nacional de Alimentação e Nutriçãoílnan), em 1988. "Os testes em saúde são neces-sários, mas vou investigar se neste caso a éticafoi respeitada ou não", disse Alceni, a quem oInan está subordinado, lembrando que um testepressupõe acompanhamento do Conselho Re-gional de Medicina, das associações dos profis-sionais que participam do trabalho e, especial-mente, da concordância expressa dos envolvidosna pesquisa."Não acredito que o Inan autorizasse ,o usode crianças carentes como cobaias e jamais per-

mais uma sindicância pelo Departamento deSaúde Pública. E os conselhos Regional e Fede-ral de Medicina também devem entrar na invés-tigação, abrindo um processo para apurar asfalhas éticas dos médicos envolvidos.

A direção da Casa do Candango tambémvai investigar o que houve na realidade. Orelatório do Inan dá conta de que as 20 crian-ças de seis meses a um ano e meio de idade,selecionadas para testar os produtos das trêsindústrias alimentícias, tiveram diarréia e vô-mitos. Ana Maria César, que em 88 ainda nãohavia sido eleita vice-presidente da instituição,não se lembra de qualquer problema de saúdenas crianças da creche, envolvendo efeitos co-laterais. "Se isto tivesse ocorrido, eu certamen-íe-me lembraria"- garante

mitiríamos que isto fosse feito com qualquer das de uma demonstração de produtos infantis fei7.Q0 crianças que assistimos , diz a vice-presi-dçple da Casa do Candango, Ana Maria César.O. teste com produtos lácteos da Nutrimental,Nutrícia e Pratika em crianças desta crechepioneira no assistencialismo em Brasília acabouchamando a atenção do secretário de Saúde doDistrito Federal, Jofran Frejat. Surpreso com adçhúncia, ele anuncia para hoje a abertura de

ta na época, quando a equipe enviada pelasindústrias inspecionaram as condições de higie-ne da creche, especialmente a cozinha. "Naocasião, até nos elogiaram", conta.

Ética — "Com certeza o Conselho Regio-nal de Medicina do Distrito Federal não foicomunicado sobre nenhuma experiência desta

natureza", garante Hércules Sidnei Liberal,membro do Conselho Federal de Medicina eex-presidente do CRM-DF, do qual ainda par-ticipa. Ele lembra uma resolução do próprioMinistério da Saúde, de janeiro de 88, determi-nando que nos casos de pesquisa em seres hu-manos cabe o acompanhamento de médicosespecializados, com um pronunciamento doconselho de ética a cada passo da pesquisa,atento aos efeitos colaterais do produto pesqui-sado. Mesmo assim, qualquer experimento exi-ge o acompanhamento do CRM da região e aautorização dos envolvidos.

No caso de crianças, tem (jue haver a auto-rização expressa dos responsáveis legais, sejamos pais ou o Juizado de Menores. "O principalé que não se trata de uma mera autorizaçãoformal, mas do esclarecimento aos envolvidos,

de todos os riscos a que serão submetidos",salienta Sidnei Liberal. Em processos em quese comprova a falta de ética na condução deum teste desta natureza, o médico envolvidofica sujeito a penas que vão desde a censuraconfidencial até a cassação dos direitos doexercício profissional, passando pela censurapública e a suspensão por 30 dias.

Frederico Rozario — 2/5/90

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Alceni quer investigar se os testes obedeceram às regras éticas

Projeto da Previdência fica pronto

»• PORTO ALEGRE — O deputado AntônioBritto (PMDB-RS), relator da Comissão deSeguridade Social da Câmara, entrega hojesua proposta de alteração do sistema previ-denciário. O projeto será debatido amanhã nacomissão e depois vai ao plenário, provável-ijjente no dia 18 de junho. Pela proposta,nenhum aposentado da Previdência receberámenos de um salário mínimo, o que beneficia-ria 4,5 milhões de pessoas. O governo deverácriar o Cadastro Nacional do Trabalhador eacabará com a invalidez permanente, obrigan-do o segurado a se submeter periodicamente açüames médicos periciais... Cada item foi negociado antecipadamentecom o governo e, por isso, apesar da existênciade 800 emendas, a nova lei deverá ser aprovadae entrar em vigor já em agosto. O projeto prevêainda que o cálculo da aposentadoria passe alevar em conta os últimos 36 salários e não maisos 24 atuais, possibilitando aposentadorias deaté 80% do último salário. Os trabalhadoresrurais poderão se aposentar aos 55 anos (mulhe-res) e 60 (homens), faltando apenas definir cia-ramente o que são trabalhadores rurais. Os queainda não contribuem deverão recolher 3% dacomercialização da produção à Previdência pa-rá terem direito aos benefícios." Outra modificação proposta por AntônioBritto é a vinculação dos benefícios ao índicede reajusta o salário mínimo. Para 24% dosbeneficiados que recebem mais de um salárioròínimo, o reajuste será pelo INPC, com amesma periodicidade dos que ainda estão naativa, por uma espécie de dissídio, a cada seismeses ou um ano. Falta definir apenas a perio-dicidade deste novo tipo de dissídio. O percen-tual de contribuição de empresas e trabalha-dores á Previdência não será aumentado.

OAB não puniu fraudadores

Fernanda Pedrosa

Além da monumental sangria dos cofres pú-blicos, as recentes investigações sobre fraudescontra o INSS (Instituto Nacional de SeguridadeSocial) têm revelado também a impunidade deadvogados. Alguns deles já estiveram envolvidosem fraudes do mesmo tipo, praticadas nas Varasde Acidentes do Trabalho do Rio de Janeiro",mas, depois de descobertos durante uma investi-gação realizada em 1985, não tiveram suas cartei-ras cassadas e apenas se transferiram para outraspraças, onde continuaram aplicando golpes con-tra a Previdência.

Neste caso estão os advogados Ronaldo daSilva Bravo e Wilson Luiz dos Santos, recente-mente denunciados por fraudes em processos da3° Vara Cível de São João de Meriti. Em 85, apósuma correição nas quatro Varas de Acidentes doTrabalho da capital, a Corregedoria Geral daJustiça do estado encaminhou à OAB-RJ (Ordemdos Advogados do Brasil, seção do Rio de Janei-ro) os nomes dos advogados envolvidos nas frau-des, entre eles Ronaldo Bravo e Wilson dos San-tos, para que a entidade de classe tomasseprovidências disciplinares.

Na época, o então presidente da OAB-RJ,atual vice-governador Nilo Batista, que acumulaos cargos de secretário de Justiça e de PolíciaCivil, informou à corregedoria que havia dadoencaminhamento ao caso. Como os processos

. disciplinares na OAB-RJ são sigilosos, fica difícilsaber o resultado das providências tomadas, maso fato é que esses advogados continuaram atuan-do e seus nomes constam do cadastro da entida-de. Depois da devassa nas varas de acidentesdo trabalho, eles se transferiram para as varas

cíveis da periferia, dando preferência aos munici-pios da Baixada Fluminense.

O caso mais espantoso, verificado pela comis-são que realizou a correição na 5* Vara Civel deDuque de Caxias, foi o da advogada Dalza Gui-marães Cavalcanti, suspeita de envolvimento nasfraudes em 85 e hoje advogada contratada peloINSS em Caxias. "É o mesmo que chamar o(traficante) Escadinha para ser diretor do Presídiode Segurança Máxima Bangu I", comentou umdos responsáveis peía correição.

A comissão descobriu também vários peritosenvolvidos nas fraudes das varas de acidentes,hoje atuando nas varas eiveis que cuidam dospedidos de indenização acidentária e revisão depensão. Um dos peritos, Maurício Bravo Silva,que teve seus laudos analisados e contestadospela comissão, por coincidência ou não, tem osmesmos sobrenomes, invertidos, de um dos advo-gados mais atuantes na área, Ronaldo da SilvaBravo, que responde a processo criminal porfraudes. Somente em novembro do ano passado,Maurício Bravo recebeu Cr$ 3 milhões 627 mil975 pela realização de 278 perícias.

A história agora se repete. O corregedor-geralda Justiça do estado, desembargador PolinícioBuarque de Amorim, enviou ao presidente daOAB-RJ, Sérgio Zveiter, o relatório da correiçãoda 3' Vara Cível de São João de Meriti, queresultou em processo criminal contra um juiz, umcontador judicial, dois procuradores do INSS e16 advogados. O corregedor manifestou a certezade que a Ordem "determinará a instauração dosprocedimentos disciplinares cabíveis em cadacaso".

UDR e PT se unem por estrada

Colonos acampam em

Altamira em defesa

da Transamazônica

Célia Chaim

SÃO PAULO — Uma versão muito me-

nos divertida — mas igualmente brasi-leiríssima — da caravana Rolidei, do filmeBye bye Brasil desembarcou sábado na mes-ma Altamira, no Pará, que o cineasta CacáDiegues escolheu como cenário principal deseu filme, anos atrás. Dois mil colonos pro-cedentes de uma dezena de cidadezinhas quese espalham por um trecho de 1.000 quilôme-tros da rodovia Transamazônica — de Re-partimento, no extremo Leste, a Rurópolis,no extremo Oeste — montaram acampamen-to em três pontos de Altamira, ao lado dasede do Incra e em duas escolas, para chamara atenção para o Movimento pela Sobrevi-vência da Transamazônica.

Eles representam 470 mil moradores dascidades que se formaram de 1970 para cá aolongo de um trecho dos mais depauperados daque seria a mais espetacular estrada do país. Enão chegaram a Altamira, distante 700 quilô-metros da capital, empurrados por um ououtro grupo político. E um raríssimo movi-mento suprapartidário, que ontem ganhou aadesão de três prefeitos importantes para aregião — Armindo Bernardim (PMDB), deAltamira, Antônio Lazarini (PMDB), deUruará, e Francisco Aguiar (PTB), de Mediei-lândia — e que promete para amanhã a chega-da de mais oito mil colonos.

De representantes do PT a financiadoresligados à União Democrática Ruralista(UDR) local, todos apoiam os colonos nainvasão pacífica de Altamira em favor da re-cuperação do projeto de colonização. O Sindi-cato Rural de Altamira, que reúne os fazen-deiros locais e acomoda a UDR, temcontribuído com dinheiro para a manutençãodos colonos no acampamento, depois de pas-sar o pires entre seus associados. O PT, por suavez, está enviando Luís Eduardo Greenhalg,vice-prefeito de São Paulo, numa espécie demissão especial.

"Eles tomaram a cidade no sábado nãopara protestar contra o abandono, mas parasensibilizar as autoridades para o problema",conta Raimunda Faleiro, da comissão de or-ganização do movimento. A semana, segundoela, será de muita agitação na pacata Altami-ra, cidade que passou de 15 mil para 115 milhabitantes em 21 anos de Transamazônica. Daagenda do movimento constam dois encontroscom representantes do governo federal, quartae quinta-feira.

Movidos pelos mais diveros interesses, osadeptos do movimento têm extensa pauta dereivindicações: querem mais médicos, porexemplo. No trecho de 1.000 quilômetros deRepartimento a Rurópolis, 470 mil pessoassão atendidas por apenas nove clínicos e umúnico dentista. Água encanada, só no centrode Altamira. A recuperação do projeto decolonização exigiria reconstrução do principaltrecho deteriorado e a abertura de 1.840 quilô-metros de estradas vicinais, hoje simples pica-das na floresta. Mais 2.860 quilômetros deestradas vicinais já construídas teriam de serrefeitos, porque estão intransitáveis.

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„ VALE DO R.IO pOCE N AVEGÀÇÃO S.A.

DOCENAVE fO

C.G.C. N8 33.147.364/0001-58"AVISO AOS ACIONISTASPAGAMENTO DE DIVIDENDOS"

Do acordo com a deliberação da Assembléia Geral Ordinária de 09 deabril de 1991, efetuaremos o pagamento dos dividendos relativos aoexercício de 1990 correspondente a Cr$ 17,838170 por açSo, valor em31.12.90, os quais serio devidamente corrigidos até 01.02.91 pela varia-ção da BTNF, e de 04.02.91 até 10.06.91 pele variação da TRD.Os dividendos seráo distribuídos sem retenção de imposto de renda nafonte que foi absorvido pela empresa, conforme Lei 7.713/88.O pagamento será efetuado obedecendo os seguintes critérios:a) Através de crédito em conta bancária indicada pelo acionista. Os divl-dendos serão creditados na referida conta em 10.06.91.b) Através do recebimento de cheque em casa. Os envelopes contendo

os citados cheques serão enviados aos acionistas no dia 10.06.91.c) Através dos nossos escritórios no Rio de Janeiro e em Vitória. Os

acionistas poderão dirigir-se aos locais indicados nos itens I e II, pararecebimento dos seus dividendos, já a partir do dia 10.06.91.d) Os acionistas residentes em Belo Horizonte, Itabira e Governador Va-ladares quo não se enquadraram nos casos acima, poderão receber os

seus dividendos nas agências do BRADESCO relacionadas nos itensIII, IV o V:- Escritório DOCENAVE/RJ - Rua Voluntários da Pátria, n9 143 -

Botafogo • Rio de Janeiro • RJ.II - Escritório DOCENAVE/ES - Av. Princesa Isabel, n9 599, 85 andar -

Centro - Vitória - ES.III - BRADESCO/BH - Rua da Bahia, 1047 - Centro - Belo Ho-

rizonte/MG.IV - BRADESCO/GV - Av. Minas Gerais, 395 - Centro - Governador

Valadares/MG.- BRADESCO/IT - Rua Dr. Sizenando de Barras, 22 - Centro- Itabira - MG.

Os dividendos serão pagos a partir do dia 10.06.91, sendo que, os acio-nlstas enquadrados nos itens "3-d.lll", "3-d.IV" e "3-d.V" supra, terãoaté 09.07.91 para recebé-los. A partir dessa data, os dividendos estarão âdisposição dos referidos acionistas nos locais indicados nos itens "3-d.l"e "3-d.ll" acima.Para o recebimento dos dividendos, o acionista deverá apresentar docu-mento de identidade e cartão de identificação do contribuinte - CIC. Emcaso de procurador, este deverá apresentar documento de procuraçãocom firma reconhecida, na qual deverão constar os números de identida-de e inscrição no CPF do acionista outorgante.Alertamos aos senhores acionistas que nos termos do estatuto da empre-sa e de conformidade com a legislação em vigor, os dividendos não re-clamados no prazo de 03 (três) anos, a partir da data em que forem coto-cados à disposição, prescreverão em favor da sociedade. Porconseguin-te, os dividendos referentes ao exercício de 1990, objeto do presente avi-so, só poderão ser recebidos até o dia 09.06.94.

Rio de Janeiro, 29 de maio de 1991.Nelson Delduque da Costa Júnior

Diretor Presidente

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JORNAL DO BRASIL Internacional segunda-feira, 3/6/91 ? Io caderno ? 5-

Caracas — Reuter

Os velhinhos rebeldes

A Terceira Idade

ganha as ruasna Argentina

Maurício CardosoCorrespondente

Buenos aires — o governo

argentino dobrou-se na últimasexta-feira diante de um novo poder.Depois de um dia de intensas reu-,niões de gabinete e seguindo ordensdo presidente Carlos Menem, o mi-

,'nistro da Economia Domingo Cavai-<^lo foi para a televisão anunciar um

àumento da pensão para os aposenta-idos do pais, que hà dois meses resóF,' veram trocar o pijama e sair às ruas

. para lutar pelos seus direitos. O au-Vmento foi rejeitado pelos beneficia-

¦'-rios, mas o simples fato de anunciá-lojá significou uma vitória para os ve-lhinhos rebeldes.

Barulhentos, agitados, eles encon-traram até uma motivação para suasvidas e saíram à rua para brigar por

.seus direitos. Querem um aumento desuas pensões, que hoje têm um pisoequivalente a US$ 120 e a média deUS$ 150. Reivindicam também que oEstado lhes pague antigas dividas co-bradas judicialmente. Mesmo tendorecebido sentenças favoráveis nos tri-bunais, os aposentados não consegui-ram receber.

Em sua alocução rádio-televisivao próprio ministro reconheceu que amédia dos salários dos trabalhadoresem atividade representa o dobro doque é pago aos aposentados. Masdepois de reconhecer as "legítimasreivindicações", Cavallo disse que sópoderia dar-lhes 25% de aumento.Afirmou também que o Estado nãotem condições de cumprir uma leisegundo a qual as pensões deveriamter o dobro de seu atual valor, e nemde respeitar as sentenças judiciais.Mas estava ali, dando satisfações aos"velhinhos que dedicaram toda vidaao trabalho".

Se não ganharam o que pediam,os aposentados podem comemorar avitória de terem sido ouvidos. Hádois meses um grupo deles começou asair às ruas. Com a prática de antigosativistas sindicais, passam freqüente-mente da exaltação ideológica à fúriade torcedores de futebol, mas têm aconvicção de quem está com fome.

Os mais exaltados resolveram hádois meses se instalar na praça Lavai-le, que ocupa toda a frente do Paláciode Tribunais, no centro da capital.Armaram várias barracas e estão vi-vendo aí 24 horas. Tomam banho decanequinha, recolhem donativos, fa-zem comida e repartem refeições.Descartaram a greve de fome, já queuma seria reincidência inaceitável.

-Além da exibição pública de suasagruras, uma vez por semana fazem

as tais manifestações ruidosas a quese referiu o ministro.

A líder do grupo parece ser Nor-ma Guimil de Piá, 62 anos, viúva e

-uma pensão de US$ 110 mensais.Cansada de fazer manifestações umdia na Praça de Maio, outro frente aoCongresso e um terceiro à porta doMinistério de Economia, Norma re-solveu se estabelecer na Praça dosTribunais. Armou sua barraca e co-meçou a oferecer um prato de comidaa quem aderisse. Um panelão popu-lar, símbolo da falta de comida, é omonumento central da praça. Dis-posta a permanecer ali indefinida-mente, até que seus protestos sejamatendidos, Norma lançou na semanapassada a idéia de plantar uma hortacomunitária em plena praça.

Os aposentados chegam a ser vio-lentos. Na semana passada ocuparamas portas do Palácio de Tribunais,encerrando em seu interior cerca deduas mil pessoas. Foi neste dia que,num empurra-empurra com a polícia,Norma arrebatou o quepe de umguarda que por alguns momentosusou como troféu de guerra. Depois,mais calma, devolveu-o a seu donopedindo-lhe desculpas.

As manifestações promovidaspeos velhinhos têm reunido de duas atrês mil pessoas. Na semana passadafoi em frente ao Congresso Nacional,onde estava sendo votada a lei queadia o pagamento da primeira parce-la do 13° salário, originalmente pre-visto para junho. Cada deputado queentrava ou saia do prédio era vaiado."Ladrão, vá trabalhar no porto", gri-tavam. Um cartaz reclamava: "Nãohá dinheiro para comida e remédio,mas o governo gasta com camisi-nhas", em alusão à campanha anti-Aids.

Os aposentados são 3 milhões.Para cada um deles há apenas doistrabalhadores em atividade, segundocálculos do ministro Cavallo, conse-qüência da crise que reduziu o merca-do de trabalho. No mês passado osistema previdenciário arrecadou oequivalente a US$ 500 milhões, o su-ficiente para pagar as pensões e asdespesas administrativas. Se tivessede pagar o que os velhinhos recla-mam haveria um déficit de US$ 1bilhão, "o que levaria o país à hipe-rinflação", disse Cavallo.

O aumento prometido pelo minis-tro está na dependência da aprovaçãode duas leis pelo Congresso. Umaredistribui os ingressos da previdên-cia e consiste em destinar 10% doImposto de Valor Agregado (equiva-lente ao ICM no Brasil) ao pagamen-to de pensões. A outra determina umsistema de consolidação das dívidasdo Estado e cria bônus para seu pa-gamento, com vencimento em 16anos. "Se derem um seguro de quevamos viver para cobrar esta dívida,aceitamos", foi o comentário que amedida despertou na praça dos velhi-nhos rebeldes de Buenos Aires.

Buenos Aires. 28/5/91 — Reuter

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Aposentados usam todas as armas ao seu alcance

Decisão — O Papa João Paulo II(foto), na primeira visita à Polônia, seupaís natal, após a queda do comunismo,resolveu uma antiga contenda em Pr-zemysl, a 10 quilômetros da fronteiracom a república soviética da Ucrânia.Ele ofereceu aos católicos de rito bizanti-no-ucraniano a igreja do Sagrado Cora-ção, de propriedade da igreja católicaromana, numa tentativa de acabar comas rivalidades entre os católicos de váriosritos e nacionalidades. A igreja foi tam-bèm promovida a catedral. O papa justi-ficou a decisão lembrando que a igrejaucraniana, de rito oriental mas em comu-nhão com "Roma desde o Século 17, foiimplacavelmente perseguida* enquantodurou o regime comunista na Polônia.Apelo — Os 12 chanceleres da Co-munidade Econômica Européia começa-ram ontem uma reunião de dois dias emDresden, a primeira que realizam na cx=A-lèmãnha Oriental. Os ministros, após umpasseio pela cidade para ver os vestígios dadevastação produzida pelos bombardeiosbritânicos e americanos em fevereiro de1945, vão ouvir do chanceler Hans-Die-trich Genscher apelos para que invistamno leste alemão. O programa alemão deprivatização prevê a venda de 45 mil em-presas estatais.Devastação — Um tufão, com ven-tos de 130 quilômetros por hora e ondasae quatro metros de altura, atingiu o sul deÇangladesh, deixando atrás de si muitadevastação e um número ainda não deter-óiinado de vítimas. Segundo fontes ofi-ciais, as regiões mais afetadas foram osdistritos de Bhola e Patuakhali. "Numoiclone como este as pessoas morrem àsCentenas", comentou uma autoridade deBhola à agência Reuter, pouco antes de

18/11/90 — Reuter

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Guerrilheiros colombianos chegaram à Venezuela através de uma operação secreta

Governo colombiano negocia paz

com uma frente de guerrilheiros

BOGOTÁ — Depois de 40 anos deluta, a guerrilha colombiana começahoje a negociar a paz com o governo. Efoi escolhido para isso um territórioneutro: a Universidade Simon Bolivarde Caracas. Com a mediação das auto-ridades venezuelanas, representantes dogoverno da Colômbia e dos guerrilhei-ros, todos com poder de decisão, sepropõem a estabelecer as bases de umacordo que leve à paz.

A delegação oficial será encabeçadapelo ministro do Interior, Humberto dela Calle. Os rebeldes estarão representa-dos por Alfonso Cano, ideólogo e nú-mero dois das Forças Armadas Revolu-cionárias da Colômbia (FARC),Francisco Galan, do Exército de Liber-tação Nacional (ELN), e Diego Ruiz,da fracção dissidente do Exército Popu-lar de Libertação (EPL). Eles convida-ram o presidente venezuelano CarlosAndrés Perez para participar como ob-servador. Deputados da Assembéia Na-cional Constituinte e do Congresso co-lombiano terão a função de garantir alisura do processo, cuja duração nin-guém se atreve a prever."O processo de paz é complexo etemos que entender que será lento egradual. Precisamos ir regulando a ve-locidade trocando de marchas e nãousar demais o acelerador", explicou umdos negociadores oficiais, Andrés Gon-zalez.

Nos últimos 15 meses, o governocolombiano conseguiu desarmar quatrogrupos rebeldes. Mas hoje será a pri-

meira vez que uma delegação se sentarána mesma mesa que a poderosa Coor-denação Guerrilheira Simon Bolivar,uma frente que reúne as FARC, o ELNe o EPL, com quase 10 mil homensarmados e bem treinados.

As negociações devolveram as espe-ranças ao país — marcado brutalmentepela violência dos narcotraficantes —,que sonha agora com o fim da violênciaguerrilheira, responsável pela morte demilhares de pessoas e prejuízos de mi-lhões de dólares.

O governo, no entanto, está cautelo-so. O presidente César Gaviria diz quese sente apenas "moderadamente oti-mista". E o primeiro passo, para ele,tem que ser o desarmamento dos rebel-des. Os dois lados concordam que oprocesso deve que ser iniciado com umcessar-fogo. Mas a guerrilha insiste queo Exército tem que respeitar a trégua."A realidade já provou que um cessar-fogo unilateral não leva a nada", afirmaAlfonso Cano, das FARC."Outro tema que queremos discutiré o tratamento dado á população civilpelas forças de segurança", explica Ca-no. "Os civis não têm por que pagarpelos choques entre guerrilheiros e sol-dados." Freqüentemente lavradores setransformam em vítimas desses enfren-tamentos, o que provocou uma fuga emmassa de aldeias no sul do país. Aúltima grande ofensiva rebelde, em de-zembro, deixou dezenas de mortos elevou o governo a desistir de impôrcondições para negociar a paz.

Uma complicada operação de trans-porte quase adiou mais uma vez asconversas. O Ministério do Interior daColômbia concordou em ir buscar ossete líderes guerrilheiros que participa-rão do encontro em seus esconderijosna selva. Sete helicópteros particularesforam alugados para apanhar os rebel-des e levá-los a um local perto da fron-teira com a Venezuela. Lá, munidoscom salvo-condutos assinados pela po-lícia secreta colombiana, eles embarca-ram em um avião e seguiram para Ca-raças. Por causa disso, a negociaçãoque deveria começar sábado acabouadiada para hoje.

r-| Guerrilheiros salvadorenhos e ogoverno do presidente Alfredo

Cristiani chegaram ontem à últimaetapa de suas negociações na Venezue-la distante da paz. Depois de nove diasde reuniões, representantes da FrenteFarabundo Marti para a LibertaçãoNacional e do governo deixaram a me-sa de discussões acusando-se mutua-mente de criar obstáculos e atrasar oacordo. Os rebeldes reclamam que adelegação oficial apresentou 44 emen-das ao documento preparado pelos me-diadores da ONU. O governo alegaque as alterações são apenas de formae que não alteram os princípios bási-cos. Não foi marcada uma nova reu-nião, mas fontes ligadas aos partici-pantes disseram que eles voltarão aconversar dentro de 15 dias.

O pais espera a rendição de Escobar

Pilar Lozano

serem interrompidas as comunicações tele-fônicas. Em 29 de abril, um tufão Bangla-desh matou mais de 125 mil pessoas nopaís.Euforia — Pelo menos 30 pessoasficaram feridas durante o fim de semanaem Luanda, nas festas de comemoraçãoda assinatura de um acordo de paz entre ogoverno e a guerrilha angolanos, que pôsum ponto final a 16 anos de guerra civil.Segundo a rádio estatal, reinava na capitalum clima de bom humor e de calma,apesar de ocasionais disparos com armade fogo e da explosão de duas granadas demão numa favela. A euforia começou atomar conta da cidade sexta-feira à noite,logo após a assinatura da paz em Lisboapelo presidente José Eduardo dos Santos eo lider guerrilheiro Jonas Savimbi, da Uni-ta, em cerimônia transmitida via satélitepela televisão angolana.

BOGOTÁ — Tudo parece estarpronto na Colômbia para a rendição dePablo Escobar. Os advogados dó grandebarão da cocaína conversaram com fun-cionários do governo para acertar deta-lhes técnicos. O sítio para a reclusão dochefe do Cartel de Medellin também estápreparado. Há alguns dias começaram achegar camas, colchas, lençóis, aquece-dores de água a um centro de reabilita-ção situado nas proximidades de Enviga-do, onde há 42 anos nasceu PabloEscobar.

Na quarta-feira à noite, o padre cató-lico Rafael Garcia Herreros divulgou emseu programa televisivo diário, Minutode Deus, uma mensagem cifrada que po-deria ser o último recado para concreti-zar a rendição. "Dize onde devo encon-trar-te. Parece-me um bom ponto potrobranco e a égua. Tu me entendes", exor-tou.

Peru recaptura

sete lideres

dos rebeldesLIMA — A polícia peruana desfe-

chou um duro golpe contra o MovimentoRevolucionário Tupac Amaru (MRTA)— segundo maior grupo guerrilheiro dopaís — ao recapturar sete de seus líderesque empreenderam há quase um ano umaespetacular fuga de um presidio de segu-rança máxima, próximo à capital. Entre osfugitivos presos, está Rosa Luz Padilla —conhecida como Camarada Tânia —amante do poderoso chefão do MRTA,Victor Polay Campos.

Numa operação realizada na madru-gada de sábado contra uma casa do distri-to da capital peruana de Pueblo -Libre, ospoliciais prenderam também o guerrilheiroAlberto Gálvez Olaechea, apontado comoo número dois da organização pró-cuba-na, além de outros cinco integrantes dogrupo, segundo informou uma autoridadepolicial.

Os sete guerrilheiros faziam parte dos47 membros do MRTA que, liderados porPolay Campos, fugiram em julho do anopassado da penitenciária de Canto Gran-de, nas cercanias de Lima, através de umtúnel de mais de 300 metros de compri-mento.

Gálvez foi detido pela primeira vez emjulho de 1987 e a polícia suspeita que eleseja o tesoureiro do grupo uma vez queforam encontrados cadernos com anota-ções sobre distribuição de fundos. "Suacaptura representa um severo golpe à or-ganização subversiva, além de ser o maisimportante golpe que a polícia infligiu aoMRTA", comentou uma fonte policialsob a condição do anonimato.

Rafael Garcia, o sacerdote que seconverteu no único mediador eficaz jun-to ao narcotráfico, assegurou a PabloEscobar que o presidente César Gaviriairá tratá-lo bem e que não promoveránenhuma operação militar durante a suaentrega.

Foram muitos os planos anunciadosaté o estabelecimento da data para acelebração da paz com os chefes do nar-cotráfico. Diálogos com promessas dedesmantelamento do negócio da droga eo pagamento da dívida externa do país,negociações por debaixo do pano, comis-sões especiais formadas para a fixação deacordos, intermediação de advogadospróximos ao Cartel de Medellin. Todoseles, no entanto, malograram e acabarampor reavivar a guerra.

Por tudo isso, a Colômbia não serecuperou da surpresa causada pelo fatode que há um mês o padre Rafael Garcia

Herreros começara a referir-se a Pablocom familiaridade, a chamar-lhe de ami-go, a afirmar que ele não havia cometidotodos os crimes que lhe são atribuídos."Por a Igreja católica como garantia foia mais hábil estratégia para buscar a pazcom os marcotraficantes", disse ao ElPais um analista. E esta bênção de Deusfoi o que permitiu que neste país eminen-temente católico o novo esforço de paznão tenha fracassado.

"Ninguém se atreve a questionar ahonestidade do padre Garcia Herreros.Além disso, ninguém melhor do que elepara que Pablo Escobar acredite que nãose trata de um golpe sujo", comentou omesmo analista. Até o momento nin-guém procurou investigar a fundo paradescobrir o arquiteto desse plano enge-nhoso. Para o analista, a prudência de-termina que alguns aspectos do planodevem ser mantidos em segredo.

Mexicana quer

tomar casa de

Daniel Ortega

M. Lourdes PallaisEl Pais

MANÁGUA — O debate em tornoda devolução da casa onde reside, desde1979, o ex-presidente da Nicarágua,Daniel Ortega, que está sendo reclama1-da por Amparo Vásquez, cidadã mexi-cana, provocou uma tensa situação en-tre o governo do México e a FrenteSandinista de Libertação Nacional.(FSLN), cujas relações têm sido muitoestreitas.

O embaixador do México na Nicá-"rágua, Ricardo Galán, iniciou gestõespara que a casa, avaliada em quaseUS$1 milhão, fosse devolvida à sua aa-.tiga proprietária, a mexicana AmparoVásquez de Morales. "Não creio que(Ortega) se sinta incomodado com mi-ynha atitude", disse Galán.

Embora Daniel Ortega não tenhg"respondido às declarações do embaixa:,dor, afirmou anteriormente que seria,"politicamente inaceitável" devolver oimóvel. O ex-vice-presidente Sérgio Ra-mirez pediu "uma retificação do govef-no mexicano" e criticou duramente asgestões do embaixador em Manáguapor sua "falta de tato diplomático".

A imprensa pró-sandinista iniciounesta semana uma intensa campanhacontra a devolução da propriedade emque reside Daniel Ortega, uma das mui-tas confiscadas depois da revoluçãosandinista, atualmente reclamadas porseus antigos donos. O jornal Barricadavaté pouco tempo órgão oficial da1FSLN, publicou editorial em que de-nunciava "os duvidosos procedimentos'financeiros" com que o antigo proprié-tário adquiriu a casa há 12 anos.

A Comissão Nacional de Revisão,encarregada de gerenciar a devoluçãode propriedades confiscadas injusta-mente, insistiu que as gestões de Galáh1são resultado de sua justa decisão de"zelar pelos interesses dos cidadãos me-xicanos". Amparo Vásquez e seu mari-,do, Jaime Morales Carazo, conhecidobanqueiro anti-sandinista, moram naMéxico.

Assim que assumiu, a presidentaChamorro prometeu devolver as pró-priedades que, segundo ela, foram con-fiscadas indevidamente pela RevoluçãoSandinista. O governo instituiu uma co«missão especial que já recebeu mais de6.500 petições e emitiu 1 mil certificadosexigindo a devolução dos imóveis. Masos interessados — a maioria dos quaj£voltou de Miami após a eleição de Cha-morro — reclamam que os documentosnão têm valor pois, na prática, apenas300 pessoas conseguiram recuperar seusantigos bens.

Os antigos proprietários criaram atéuma Associação Nacional dos Confisocados para se defender. "Estou dispostoa usar a força, arriscar a vida para'recuperar minha casa", afirma Iván Ta-blada, delegado da associação na pro-víncia de Boaco. Primo do ministro daíReforma Agrária, Tablada reclama,uma casa ocupada por uma associação»de mulheres sandinistas logo após arevolução.

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6 ? Io caderno ? segunda-feira, 3/6/91 Internacional JORNAL DO BRASIL

Informe JB

ogovernador Leonel Brizola sempre aconselha queantes de se dirigir a solenidades delicadas não se fale

de improviso. É recomendável que se escreva o discurso,

para medir as palavras e seu significado.Fez assim ontem, na festa da Linha Vermelha.O presidente Collor, ao contrário, falou de improviso.

Entusiasmou-sfr tanto que, a certa altura, disse a seguintefrase: "Nada fará cessar a ajuda do governo federal aoRio, para que voltemos a fazer do Rio a grande capital doBrasil."

?Se antes havia ciúmes, diante do tratamento dispensa-

dopQrCo!!or-a^BrizolaeaoRio,agorahámotivosparacrime passional.

?Aliás, quando Collor ia discursar, houve dificuldades

para passar-lhe o microfone.Seria preciso afastar Brizola do presidente, para que o

microfone chegasse a ele.— Não, nada vai nos separar — disse na bucha o

presidente.E nada, realmente, os separou.

Estrela sobeO deputado Miro Teixeira

nega, mas teve papel decisivonos bastidores em Brasília pa-ra que Collor e Brizola subis-sem juntos, ontem, ao palan-que da Linha Vermelha.

Chegou ao local da festano helicóptero do governo doestado.Precaução

O presidente Collor teve acautela de não trazer nenhumpolítico em sua comitiva, naviagem de ontem ao Rio.

Estavam com ele apenasos ministros Marcílio Mar-ques Moreira, que já se en-contrava no Rio, e João San-tana, além do porta-vozCláudio Humberto Rosa eSilva e do secretário de De-senvolvimento Regional, Eg-berto Baptista.

Evitou atritos com osparlamentares brizolistas.

CadastroO usineiro e ex-senador

João Lyra, acusado de man-dar matar o amante de suaex-mulher, Solange, está ano-tando num caderno espiral osnomes de todas as pessoasque o visitam, telefonam outelegrafam em solidariedade.

— Quando eu sair dessa,saberei quem são os verda-deiros amigos — diz.

Arma em punhoEstá explicado por que o

presidente da Força Sindical,Luís Antônio de Medeiros,evita bater duro no ministroMagri. em público.

É que Medeiros tem umadívida de gratidão. Em 1987,numa eleição tumultuada noSindicato dos Metalúrgicosde São Paulo, o então presi-dente do Sindicato dos Eletri-citários, Antônio RogérioMagri, defendeu Medeiros dearma em punho.Ajustes

Nada vazou da reuniãodo presidente Collor, àsllh30 do feriado de quinta-feira, com os ministros daEconomia, Aeronáutica e In-fra-Estrutura, os presidentesdo Banco Central e BNDES eo secretário executivo do Mi-nistério da Economia.

Sabe-se apenas que não foinada soft. Foi heavy mesmo.

ArghtAs papinhas que empelo-

tam, dão vômito e diarréia,testadas em crianças carentes

nas creches de Brasília, nãosão prato único.

Se forem aprovadas peloPrograma de SuplementaçãoAlimentar do governo, vãoentrar num cardápio paragestantes, composto de fiam-bre de carne bovina — aquela

3ue vem enlatada, lambuzada

e gordura.Um veneno para quem,

como as gestantes, esta ex-posto à hipertensão.

BilíngüesO governo do Uruguai

está preocupado com o por-tunhol que se fala na regiãode Rivera e Santana do Li-vramento, na fronteira com oBrasil.

Segundo o Chiarelli delá, esse dialeto não é faladopor nenhum outro povo domundo.

Por isso, sugere que osbrasileiros da fronteiraaprendam o castelhano e queos uruguaios estudem portu-guês na escola.Chorão

Uma viagem a Brasília acada sete dias de governo,para oedir verbas.

E a média do governadorde Pernambuco, JoaquimFrancisco Cavalcanti (PFL).Voltando atrás

O governador de MatoGrosso do Sul, Pedro Pedros-sian (PTB), revogou o decre-to que nomeava o ex-pedetis-ta Wilson HumbertoGrunewaldt consultor legis-lativo da Casa Civil, com sa-lário de Cr$ 380 mil.

Não ficava bem: Grune-waldt mora em Curitiba.Mobilização

A Força Sindical fará nopróximo dia 11 sua primeiratentativa, depois da fracassa-da greve geral, de mostrarque tem poder de mobiliza-ção maior do que o da adver-sária CUT.

A central quer reunir1.000 sindicalistas no Con-gresso, para pressionar osparlamentares na votação doplano de custeio de benefíciosda Previdência Social.

GlasnostO único trotskista do

PCB, o bancário paulista Pe-dro Mendes Garcia, o Pedri-nho de Vila Maria, 49 anos,finalmente confessou de pú-blico a sua paixão pelo líderbanido da Revolução Russa.

É resultado da aberturademocrática do partidão.

LANCE-LIVREO prêmio Nobel da Paz de 1980, Adol-

fo Pcrez Esquivei, participa esta semanada 9" Conferência Continental da Associa-ção Americana de Juristas, em Porto Ale-gre. Discutirá direitos humanos, desenvol-vimcnto econômico e social e ForçasArmadas na América Latina. ~ ~

Por conta de um dos verões mais longosda história da Região Sul, os comerciantescatarinenses estão indo à loucura. Há casosde queda de 70% do movimento, já queninguém compra produtos de inverno.

O motorista do ônibus de turismo placaFM 6340, da Companhia Três Amigos,andava como louco ontem, às 19h, naRodovia Presidente Dutra, próximo à lan-chonetc Alemão, sentido São Paulo-Rio.Cortava os carros de iodas as maneiras.

Na reunião de hoje do PDT, em Brasília,serão escolhidos os vice-presidentes do par-tido, em substituição a Doutel de Andrade,que morreu, e a Cibilis Vianna e Abdias doNascimento, que se tomaram secretários deestado.

Marilia Pera, Paula Toller, Marina eMarieta Severo comparecerão ao show da

professora de canto Vera Canto e Silva noPeople, no Rio, dia 12.

Do deputado José Genoino (PT-SP) so-bre a antecipação do plebiscito sobre siste-ma de governo: "Collor está com medo deque seja jm julgarranto-de seu governo.Concordo; não devemos asar o parlamenta-rismo casuisticamente."

O presidente da Teleij, Eduardo Cosen-tino da Cunha, fala hoje no Encontro coma Imprensa, às 13h, na Rádio JORNALDO BRASIL, sobre a situação do sistematelefônico no Rio.

O PMDB do Rio entra terça-feira compedido de liminar na Justiça contra a apü-cação da TR na cobrança do ÍPTU.

Frei Leonardo BofT participa hoje doseminário Direiios Humanos a dignidadede ser favelado. Às I9h, na favela SantaMarta, no Rio.

Ontem, um passageiro que desembarcouno Rio, vindo de Salvador, esperou umahora e 50 minutos sua mala surgir na estei-ra. O mesmo tempo de viagem que fez nos1.800km entre as duas cidades.

Enquanto o leão ruge, o tubarão passa.

Marcelo Pontes, com sucursais

Kohl sofre nova derrota em Hamburgo12/5/91 . , - , . .

HAMBURGO, Alemanha — Opartido social-democrata (SPD) im-

Eôs ontem na cidade-estado de Ham-

urgo uma derrota humilhante aopartido democrata-cristão (CDU),enfraquecendo ainda mais a autori-dade do chanceler (chefe de governo)Helmut Kohl, que este ano ja perdeutrês eleições regionais, e avançandomais um passo em sua campanha pa-ra voltar ao poder em Bonn, do qualfoi afastado em 1982.

Resultados oficiais divulgados nofinal da noite indicavam que o SPD,que desde 1987 governa Hamburgoem coalizão com o liberal FDP, haviaconquistado 6! das 121 c^Hpir^g doParlamento local, o equivalente a48,5 % dos votos, uma percentagem3% maior do que a obtida quatroanos atrás.

Com esse resultado, o SPD passaa controlar sozinho cinco dos 16 esta-dos da Alemanha unificada, e quatroem coalizão com os liberais e os ver-des. Vitórias eleitorais em Hesse eRenania-Palatinado no começo doano lhe dão maioria na câmara altado Parlamento em Bonn, o que lhe

Engholm: SPD em ascensão

permite bloquear importantes proje-tos do governo.

A maioria dos analistas concordaem que a rejeição ao CDU se deve àdesilusão dos alemães com a ausênciade resultados sensíveis na economiada ex-Alemanha Oriental e com o

aumento de impostos para lazer faceaos custos da reunificação. Durante acampanha eleitoral, Kohl havia nro-metido não aumentar a carga triuutá-ria, posição sempre defendida peloSPD.

"Se continuarmos assim, nossopartido acabará se tornando imbatí-vel a longo prazo", comentou o novolíder nacional do SPD, Bjoern Eng-holm, de olho nas eleições federais de1994. "È uma derrota avassaladorapara o CDU e outro prego no caixãodo governo federal", disse outro líder

"Vamos criar obstáculos com maisfreqüência do que no passado", afir-moii Engholm, referindo-se ao usoque o partido fará de sua posiçãomajoritária no Parlamento federal.

O secretário-geral do CDU, Vol-ker Ruehe, lembrando que Hambur-go é um tradicional bastião do SPD,tentou minimizar o significado da no-va derrota do seu partido.

"Estamos

tendo um ano de muitas dificuldades

em nível federal — o primeiro ano daunificação".

O resultado das eleições de Ham-burgo provavelmente contribuirá paraaumentar as tensões entre o CDU e oFDP, que em Bonn são aliados nogoverno de coalizão. Destacados lide-res do FDP, alegando que agora têmmais em comum com o SPD em ques-tões como o aborto, entre outras, jáestão falando abertamente em mudarde lado em 1994. Se isso acontecer,será restabelecida a coalizão de centro-esquerda que governou a AlemanhaOcidental de 1969 a 1982. Ruehe, noentanto, acha que a saída do FDP do

ção. "A coalizão em Bonn não cofreperigo", afirmou, lembrando que paraderrubar Kohl todos os partidos não-conservadores, entre eles os desacredi-tados comunistas, teriam de juntarforças. Dos 1,26 milhão de eleitores deHamburgo, apenas 66,1% comparece-ram às urnas, em comparação com79,5 em 1987., O índice de abstençãofoi o mais alto desde a Segunda Guer-ra.

Itália vota para

reformar lei eleitoral

Legislação hoje

permite corrupçãoem larga escala

Araújo NettoCorrespondente

ROMA — Pela primeira vez, uma

frente ampla de partidos e líderespolíticos das mais diversas tendênciasestá oferecendo ao eleitor italiano apossibilidade de reduzir a força dasclientelas eleitorais, que há 45 anos devida democrática mantêm nas mãos de30% do eleitorado nacional o poder dedefinir a composição do Parlamento daItália. Assim está sendo interpretada,por cientistas políticos e estudiosos doprocesso eleitoral, a oportunidade quese oferecerá aos 47 milhões de italianoshabilitados a votar no referendo dopróximo domingo pela abolição dastrês ou quatro preferências por candi-datos de um mesmo partido que podemser assinaladas em cada cédula deposi-tada nas urnas.

A uma semana desse novo voto. plebiscitário e ab-rogativo, o grandetemor da frente multipartidária que opromoveu é ver essa batalha terminarcom uma vitória inutilizada pela abs-tenção de metade do eleitorado. Hipó-tese que pode se confirmar se os 51%dos eleitores ouvirem os apelos paranão perder tempo com um voto que só

interessaria a desagradáveis moralistas,optando por um domingo nas monta-nhas ou no mar. Apelo que parecesensibilizar até aquele italiano queexerceu com maior seriedade o seu di-reito de votar e caracterizou seu país,nos últimos 43 anos, como recordistade comparecimento às urnas. Italianoque agora se mostra o mais desiludidoe revoltado com suas lideranças políti-cas.

No caso de não se concretizar apresença de 51% dos eleitores, a vitóriaconsiderada inevitável do sim (a favorda ab-rogação das três ou quatro pre-ferências, conforme a circunscriçãoeleitoral, e da aceitação de apenas umvoto preferencial numa mesma chapa)se faria inconseqüente. Todo o referen-do — que custará US$ 585 milhões —seria anulado. E o que é pior: seriampunidos também os bons propósitos eos belos discursos feitos por líderes epartidos reunidos pela vontade de lutarpor uma ainda mais radical reforma deum sistema eleitoral que se presta efacilita inúmeros jogos de corrupção edegeneração da representação popular.

Nos últimos dias da campanha, ositalianos tomaram conhecimento deoutro lamentável primado que detêm.Ficaram sabendo que a Itália é o únicopais a adotar a chamada preferênciaplurinominal e oferece a possibilidadede exprimir essas variadas escolhascom os números ou os nomes das cha-

pas de candidatos. Duas fontes de cor-rupção, que possibilitam a quatro pes-soas que controlam 10 mil votos cadauma associar-se e montar uma pequenafábrica de candidatos à Camara dosDeputados de eleição garantida, quecom 40 mil votos podem escolher apoltrona em que sentarão no plenáriode Montecitório.

Contra candidatos que podem par-tir com essa sólida base, reduzem-se aschances de eleição de outros concor-rentes para uma Câmara formada por630 deputados. Os poucos que não de-vem temê-los são os candidatos degrande popularidade ou de tradicionaisligações com a sociedade. Na verdade,estes últimos são os únicos que podemse permitir o luxo de não comprar epagar com as duas moedas reclamadaspelos donos de clientelas (ou currais) deeleitores: a moeda corrente, grana viva,materializada em muitos milhões oubilhões de liras, e a moeda de troca,pela qual cada voto se paga no mínimocom um emprego no serviço público.

Ao contrário, com o voto unipes-soai, que pode ser dado a um únicocandidato ou à legenda partidária, oeleitor readquire liberdade e autorida-de: torna-se mais difícil de ser trabalha-do pelos compradores de eleições. Nes-sas condições, contribui pararestabelecer a autenticidade e a quali-dade da representação popular. Inclu-sive, deverá contribuir positivamente

para ordenar e harmonizar a vida dospartidos e dos governos, que na Itáliavivem em estado de permanente agita- •ção e conflagração em conseqüência deintermináveis disputas entre as dezenasde correntes e de chefes carismáticosque disputam cada migalha de poderem nome das clientelas que represen-tam.

Não é por acaso que os únicos par-tidos que já definiram uma posiçãocontrária ao referendo foram os sócia-listas e o sociais-democratas. Ambosrecomendando a abstenção ou o votonão à ab-rogação das três ou quatropreferências nominais. Nesses dois par-tidos, uma antiga tradição estabeleceuque os candidatos eleitos devem sersomente aqueles que interessam à dire-ção nacional. Os demais devem se con-tentar com o papel de figurantes dachapa. Não é à toa que o único setor daDemocracia Cristã que se opôs e ten-tou impedir a realização do referendodo próximo domingo é o formado pe-los dirigentes (o secretário Arnaldo ;Forlani e o presidente Ciriaco de Mita)que atualmente controlam a máquinapartidária e pelo chefe do governoGiulio Andreotti. Líderes que mais se-riam esvaziados, se daqui a uma sema-na o resultado do referendo lhes retiraro poder de assegurar a eleição dos <candidatos mais interessantes aos seusprojetos de permanência no poder.

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JORNAL DO BRASIL Internacional segunda-feira, 3/6/91 ? 1° caderno ? 7

Acampamento Ashraf, Iraque — Reuler

O tanque T-55 da guerrilha tern tripulaqao feminina

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disse o chefe da diplomacia israelense. Hussein: quebrando tabus ^fLS^nemifir TS A Kntnllin #Ia nm nn/tifiofn

Kfar Saba, Israel — 10/10/89

Hussein: quebrando tabus

Israel convida rei Hussein para

conversar sobre paz22/2/91 — Reuter -*- -*-

JERUSALÉM — O chanceler is-. 'raelense David Levy convidou o rei

f Hussein, da Jordânia, a ir a Jerusalém,0 ou a qualquer lugar de sua escolha,

para manter conversações diretas de•paz. 0 convite é uma reação a declara-

ír. ções de Hussein, divulgadas sábado pe-. Ja revista francesa Le Poinl, de que;.. estaria disposto a "realizar contatos ca-~[ ra a cara (com Israel) para garantir a'¦

paz às gerações futuras".•1; "Convido-o a vir a Jerusalém... O-' governo de Israel está disposto a falar£\. com ele para acelerar o processo de paz,

que é a nossa maior ambição", declarouI ayy r\»in^o g"{fg\'jo>n CSlStlVS lOSO Q^gf*', a reunião semanal do gabinete do pri-meiro-ministro Yitzhak Shamir, acres-' centando que os líderes israelenses tam-' bém estão prontos a se encontrar com

^ Hussein em Amà. Horas antes, um por-.' ta-voz de Shamir havia indicado que Is-

rael vai investigar, por canais diplomáti-. cos, o grau de seriedade e sinceridade da

j, proposta de Hussein.(,J

"Se ele expressou sua intenção nessesentido, está convidado a Jerusalém. Fi-caremos felizes de poder recebê-lo comtapete vermelho e banda de música",disse o chefe da diplomacia israelense."O anúncio corajoso e alentador de Hus-

T sein traz novas esperanças, pois demons-í tra uma vontade de empreender conver-

sações diretas com Israel. Qualquer' dirigente árabe que se expresse nessesi termos encontrará em Israel um interlo-

cutor disposto ao diálogo".; Israel e a Jordânia estão oficialmente'i em guerra, mas cooperam tacitamente

\ para manter a segurança na fronteira.Comentários divulgados pela imprensaisraelense indicam que, apesar da ausên-cia de relações diplomáticas oficiais, con-tatos secretos entre os dois países vêm

mI

que exigem a retirada de Israel dos terri-tórios árabes ocupados.

A Jordânia, outros países árabes e osEstados Unidos querem convencer Israela trocar esses territórios, entre eles aCisjordânia, controlada militarmente pe-los israelenses desde 1967, por garantiasde paz — condição que Israel não aceita.O secretário de Estado americano JamesBaker está tentando, até agora sem gran-des resultados, convocar uma conferên-cia regional que inclui conversações dire-tas entre Israel, os principais paísesárabes, e os palestinos.

O governo israelense se diz disnosto

acontecendo há anos. Quatro primeiros-ministros, entre eles o próprio Shamir,quatro chanceleres, três ministros da De-fesa e um chefe do Estado-Maior doExército são algumas das autoridadesisraelenses que já trocaram, secretamen-te, apertos de mão com Hussein.

Autoridades jordanianas estão sem-pre se referindo à necessidade de manterconversações com Israel, mas insistemcm que as negociações diretas sejam con-duzidas no âmbito de uma conferênciade paz baseada em resoluções da ONU,

| Emir do Kuwait

fixa data para

\ eleição geralKUWAIT — Pressionado pelos go-" vemos ocidentais e por grupos de oposi-

d ção a promover a democratização dopais, o emir do Kuwait, xeque JaberAl-Ahmed Al-Sabah, fixou ontem paraoutubro de 1992 a data das eleições pe-rais no emirado. Al-Sabah tambémanunciou para o dia 9 de junho a primei-ra reunião da Assembléia Nacional inte-rina desde a ocupação do país pelo Ira-que. A assembléia foi convocada no anopassado para substituir o parlamento

! eleito, dissolvido em 1986.> Apesar de constituir uma reivindica-

; ção da oposição iraquiana, a convocaçãoí do pleito para o próximo ano desagradou' os oposicionistas, que defendiam a reali-» zação imediata de eleições. "Este é um[! desafio aos sentimentos dos kuwaitianos,ij uma afronta a eles", protestou Abdulla5 Al-Nibari, líder do Fórum Democrático; do KuwaiL Al-Sabah havia prometido- aos ativistas da oposição a convocação

do pleito para 1992 mas vinha se recusan-do a estabelecer uma data. . ¦ , ,. ; . ,

Os oposicionistas protestaram tam-bém contra a reunião da Assembléia Na-cional (sem poderes legislativos) anun-ciada pelo emir para ésta semana. Oprincipal objetivo dá oposição — quèagrupa sete dos principais partidos poli-ticos do país e compreende desde muçul-manos fundamentalistas a liberais pro-gressistas — é a reativação doparlamento, dissolvido à época da guerraIrã-Iraque, sob o pretexto de garantir asegurança, uma vez que o país era alvode freqüentes atentados.

O anúncio ocorre a dois dias de umamanifestação em frente ao palácio doemir convocada pelos lideres de oposiçãopara forçar o governo a realizar eleiçõesimediatas. Na semana passada, os repre-sentantes da oposição mantiveram con-versações inéditas com o emir para pro-testar contra a lentidão das reformasdemocráticas e a violação dos direitoshumanos no pais. Os lideres oposicionis-

. tas temiam que os monarquistas (no po-der) viessem a se beneficiar da falta deuma data definitiva para o pleito.

a participar de uma conferência, desdeque a ONU fique de fora e os palestinosnão sejam representados pela Organiza-ção para a Libertação da Palestina(OLP). Shamir, que costuma dizer que aJordânia é o estado palestino, tem reite-rado que seu governo está interessadoem reunir-se com uma delegação jorda-no-palestina, pois os palestinos sãomaioria na Jordânia."Todos os tabus devem desaparecer,pois não vejo como ignorar um país quevive na esfera árabe", disse Hussein àrevista francesa. "Esses contatos cara acara deveriam permitir que superásse-mos nossos temores". O líder oposicio-nista Shimon Peres, que em 1987, quan-do era chanceler, se encontrou comHussein em Londres, reagiu com otimis-mo a sua oferta: "Todos os israelensesdeveriam rezar para que não se percaessa oportunidade — uma oportunidadehistórica, que muito raramente se apre-senta". Já o ministro da Habitação,Ariel Sharon, fez pouco da oferta jorda-niana. "Convidaremos Hussein, toma-remos café com ele, e lhe diremos: hámuito tempo você não é rei da Jordânia,pois a Jordânia é a Palestina".

Acampamento Ashraf, Iraque — Reuter

O tanque T-55 da guerrilha tem tripulação feminina

Rebeldes iranianos têm

mulheres na vanguarda

ACAMPAMENTO ASHRAF, Ira-que — O Exército de Libertação Nacio-nal, que luta contra o regime iraniano, éhoje uma força respeitável com tanques,artilharia e foguetes Katyusya. Entreseus trunfos, está o de ter quebrado adiscriminação sexual que permeia a cul-tura árabe e admitir as mulheres não sócomo combatentes comuns mas tambémcomo comandantes de tanques.

Forouzan Taghizade, viúva de umdirigente guerrilheiro, foi uma das pri-meiras mulheres a dirigir um tanqueT-55. Ela ainda usa o chador islâmicopara cobrir o rosto, mas só quando nãoestá trabalhando. Veste-se com unifor-me militar verde-oliva, e vive coberta degraxa. "Temos uma longa história depresença feminina nas guerras", comen-ta. "Mas as conquistas mais recentes sãoproduto da luta de Mariam Rajavi."

Mariam é subcomandante do exérci-to mujahedin, que tem hoje 30% demulheres, muitas em postos com quejamais poderiam sonhar, até bem poucotempo. Uma delas dirige a oficina demanutenção de carros dos rebeldes, ou-tra chefia a engenharia de combate,uma das mais difíceis tarefas militares.

O próprio acampamento Ashraf,uma das principais bases de exércitojunto à fronteira iraniana, leva o nomede uma mulher, comandante dos rebel-des executada pelo governo de Teerã em1981. Forouzan explicou que foi a poli-tica do governo do Irã em relação àsmulheres que levou muitas delas á clan-destinidade. "Cinco anos em uma prisãode Khomeíni me fizeram optar peía lutaarmada." Os muialiedins sonham com"o fim da ditadura islâmica e um gover-no progressista e democrático".

Abe Nathan chegou a cumprir pena de seis meses por dialogar com Arafat

A batalha de um pacifista

israelense

Abe Nâthan usadesde greve de fomeaté ramos de flores

KimLos Angeles

Murphygeles Times

Numa região em que a máquina de

guerra está sempre a postos, elechega com cestas de flores e petiçõespara cessar-fogo. É o homem que ga-nhou US$1 milhão vendendo hambúr-gueres em Tel Aviv e, com esse dinhei-ro, montou uma estação de rádioflutuante para transmitir canções anti-bélicas em Beirute, Líbano, e que nave-gcu para o Canal de Suez em plenaGuerra do Yom Kipuur, em 1973.

Seu nome é Abe. Seu esporte, apaz.

Durante 25 anos, Abe Nathan temsido um mosquito borrachudo na feri-da do conflito árabe-israelense, lançan-do pequenas incursões guerrilheiras pe-Ia paz, em meio a alguns dos pioreshorrores da guerra no Oriente Médio.

Foi Nathan quem, muito antes dahistórica viagem do falecido presiden-te egípcio Anwar Sadat a Jerusalém,pilotou seu pequeno avião até o Egi-to, para apresentar petições pela pazao antecessor de Sadat, Gamai AbdelNasser.

Foi Nathan quem lançou 100.000flores para estarrecidos funcionáriosportuários egípcios em 1975 e quemcorreu para um encontro com o presi-dente da Organização para Liberta-ção da Palestina (OLP), Yasser Ara-fat, um dia antes do inédito anúncioda OLP renunciando ao terrorismo ereconhecendo Israel.

Canção—No início de maio, porocasião da viagem a Israel do secretá-rio de Estado americano James Baker,que procurava promover uma confe-rência de paz sobre o Oriente Médio, aestação radiofônica Voz da Paz, deNathan, transmitiu uma porção deacompanhamentos melódicos, incluin-do a canção Won 7 You Listen to Whattlie Man Says? (Você não quer ouvir oque o homem está dizendo?)

Mas a paz nesta parte do mundotem sido um artigo difícil de vender.Nasser estava ocupado. A visita a Ara-fat rendeu a Nathan 122 dias de cadeia.Baker voltou para casa otimista, masde mãos vazias.

E agora, completando na sexta-fei-ra 34 dias de sua mais recente greve defome, esse pacifista de 64 anos nãoconseguiu a aprovação de uma emendaà lei que proíbe contatos entre cidadãosisraelenses e a OLP — a lei que lhe deua sentença de prisão depois de encon-trar-se com Arafat.

Enquanto isso, provocou um pan-demônio temporário na Knesset (Par-lamento) israelense e expôs dolorosa-mente as rachaduras, mais profundasdo que nunca em Israel, que ainda estáse recuperando da guerra do GolpoPérsico."Cada cidadão e cada judeu e cadaárabe e cada soldado que cair mortopor causa desse decisão pesará naconsciência dos que a aprovaram comseu voto", disse no inicio da semanaum Nathan fraco e desiludido, quandoera retirado da galeria da Knesset emcadeira de rodas, poucos minutos apósa votação do Parlamento. "Isso tudopesará sobre suas cabeças, porque elesnão se dispõem a conversar com oinimigo."

Em debate, a lei de 1986 que impõepenalidades aos cidadãos israelensesque se encontram com autoridades daOLP. Natham esteve várias vezes comArafat e outros dirigentes da OLP erepetidamente conclamou os israelen-ses a iniciar um diálogo com os palesti-nos, como forma de resolver perma-nentemente o conflito.

Vôo — "Há 35 anos, voei em meuavião para o Egito. Voltei para dizerque eles estão dispostos a conversar.Ninguém queria dar ouvidos. Eles esta-vam na guerra de 67. Depois da guerra,fui seis vezes ao Egito. Aí houve aguerra de 73. Somente quando Sadtdisse: 'Estou disposto a conversar' eestendeu sua mão, (o ex-premier israe-lense Menachem) Begin apertou estamão e tivemos paz", afirma Nathan.

"Não há alternativa para as nego-ciações diretas. Os americanos conver-saram com os vietnamitas, os francesescom os argelinos, os negros estão con-versando com os brancos, os Camboja-nos com o Khmer Vermelho. Somos oúnico pais do planeta que se recusa aconversar com o inimigo."

A iniciativa do parlamentar es-querdista Amnon Rubinstein paraemendar a lei estava na pauta de vo-tação na quarta-feira. Sua propostapermitia aos isralenses ter encontroscom autoridades da OLP, desde queambos os lados proclamassem a reu-nião uma tentativa para conseguir apaz e não fosse comprometida a segu-rança nacional.

O ambiente na Knesset estava agi-tado quando Nathan chegou, usandocalças e casaco negros e sentou-se cal-mamente, sozinho, na galeria. As fac-ções parlamentares já haviam se cho-cado rancorosamente num debatesobre a proibição das atividades co-merciais e empresariais no sábado. Osparlamentares ainda estavam recupe-rando o fôlego, quando Rubinsteinsubiu à tribuna.

"Como podem os senhores man-dar para a cadeia alguém que inocen-

temente quer a paz?" perguntou Ru-binstein. "Podemos nos colocar entreas nações livres, se usamos a lei penalpara controlar a liberdade políticados indivíduos?"

Mas o líder da maioria Likud, Tza-chi Hanegbi, tomou o microfone eolhou para Nathan. Hanegbi anunciouque estava propondo tornar a lei aindamais dura, removendo a isenção paraisraelenses que se encontrarem com au-toridades da OLP durante reuniõesacadêmicas ou entrevistas coletivas."Eu não ia levantar esta proposta,mas estou apresentando-a por que esseindivíduo sentado na galeria VIP teve oatrevimento de vir aqui. ...", declarouHanegbi. "Abe Nathan é um criminososem nenhum respeito pela lei."

Olhou para cima e esperou a tem-pestade — que desabou imediatamen-te. Vários parlamentares esquerdistascomeçaram a gritar. "Você é que é umsujeito atrevido!" disse um deles.

Tumulto — Em algum lugar nomeio do tumulto, o primeiro-ministroYitzhak Shamir sentou-se em sua ca-deira, juntamente com o ministro daHabitação, Ariel Sharon. A votaçãocomeçou pouco depois. Shamir e Sha-ron acompanharam os membros daKnesset contrários à emenda de Ru-binstein, rejeitada por 43 votos a 27."Não vamos ceder a esses truques",disse Hanegbi sobre a greve de fome deNathan. "No dia em que o governo deIsrael mudar sua ideologia porque nospreocupamos com a vida de um ho-mem e ignoramos o perigo para mi-lhõcs de vidas, será o fim da nossademocracia."

Nathan foi retirado do Parlamentona cadeira de rodas e colocado numcarro que o esperava para levá-lo devolta ao hotel praiano de Tel Aviv,onde passa dos dias deitado ria cama.

Ele disse ter perdido quase 20 qui-los. Sua greve mais longa, para protes-tar contra a instalação de colônias is-raelenses nos territórios ocupados,durou 45 dias. Mas, na época, era mui-to mais jovem."Agora, comecei esta greve e nãotenho intenção de parar", disse ele."Na televisão, vi soldados jovens, 19anos, no casbá de Nablus. As pessoasatiravam pedras, cuspiam em sua dire-ção. ... Quando vejo esses jovens queainda nem começaram a viver, que na-da sabem da vida, enfrentando isso, eeu aqui sentado confortavelmente...."Tenho 64 anos. ... Fiz todas ascoisas que queria fazer; sou um homemlivre, saudável; estou aqui sentado, fa-lando de paz; esses jovens expõem suasvidas e nada posso fazer."Não sou um homem violento; casocontrário, atiraria numa porção degente. A única arma que tenho é agreve de fome."

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Discagem Direta Gratuita

8 ? r caderno ? segunda-feira, 3/6/91

— _> A TT WILSON FIGUEIREDO — Dirctor it Rtda<ioJORNAL DO BRASIL

Fundado em 1891 DACIO MALTA Editor

M. F. DO NASCIMENTO BR1TO- Dire,or Pr„ld»,e ROSENTAL CALMON ALVES- Editor EucuthoMARIA REGINA DO NASCIMENTO BR1TO — Dlrrtora Exeeutba o

LUI7. ORLANDO CARNEIRO - Dir.,or (BraMa, ETEVALDO PI AS - Editor Ex.cuti.o (BrtulUa,

Lan

Irmãs Siamesas

A economia marcha melhor do que a encomenda,desautorizando as previsões catastróficas dos

próprios economistas. Mas um grande problema con-, tinua ameaçando- a estabilidade conquistada comi grande sacrifício pelos brasileiros: a renegociação das

to oficial para estados e municípios) sem encontraruma solução duradoura para as duas dívidas. E bomrecordar que a dívida mobiliária interna começou acrescer no Brasil no início dos anos 70, quando oBanco Central vendia títulos do Tesouro para enxu-nar r. PvrpQgn Hp liquidez representado pela conversão

do setor público.A dívida interna, cuja rolagem era feita diaria-

mente no overnight até 13 de março de 1990, estáhibernando no congelamento da poupança financei-ra. Apesar das liberações dos cruzados novos, metadedo dinheiro inicial continua retido nos cofres doBanco Central, financiando cativamente o déficit pú-blico.

Quando os cruzados começarem a ser liberadosem 12 parcelas a partir de 15 de setembro, o governoprecisará novamente acionar a dívida interna parafinanciar o desequilíbrio entre gastos e receita. Mes-mo que o déficit não volte a se manifestar, serápreciso captar mensalmente no mercado, 8,3% dototal (US$ 28 bilhões) que está congelado no BancoCentral.

Esses números dão uma dimensão do que vempela frente na área da dívida mobiliária interna.~ Liberar US$ 2,35 bilhões por mês exigirá a contra-partida de igual financiamento, se os demais compo-nentes do déficit público não estiverem solucionados.A dívida das estatais e órgãos do governo com ban-cos, fornecedores e empreiteiros é superior a US$ 10,5bilhões. Os estados e municípios, por sua vez, tam-bém devem dezenas de bilhões de dólares ao TesouroNacional.

A crise das finanças públicas (federal, estaduais emunicipais) gerou uma verdadeira concordata inter-na na esteira da moratória da dívida externa, hoje em90% sob responsabilidade do Tesouro Nacional. As

. duas dívidas viraram irmãs siamesas. Não haverá: solução duradoura para uma sem estar articulada

com o equacionamento da outra.Muitos políticos e empresários, no entanto, con-

tinuam acreditando que o país poderá retomar odesenvolvimento (ou seja, abrir as torneiras do crédi-

da enxurrada de empréstimos externos que entãoinvadia o país.

Em 1974, o setor privado respondia por 70% dadívida externa; quatro anos depois, a conta tinha seinvertido e o setor público já respondia por 70% dadívida do país. Com o correr do tempo, e os efeitos dacrise do petróleo, as duas dívidas foram acionadas

para cobrir o excesso de gastos do setor público. Aalta dos juros internacionais do final dos anos 70comprometeu irremediavelmente o déficit público dadécada seguinte, quando o Brasil quebrou, depois damoratória do México em agosto de 1982. Desdeentão, em vez de entrar, os dólares saem do país,provocando quase 10 anos de recessão.

Não há ilusões a lamentar. A solução do conten-cioso da dívida externa, no qual se destaca o atrasodos juros devidos desde 1989 aos bancos privados eao Clube de Paris, apenas servirá para regularizaressas contas daqui para a frente. Dinheiro novo (como qual os políticos sonham fazer obras eleitoreiras ourolar dívidas), será muito difícil vir para o Brasil. Atémesmo pela concorrência externa.

Anos e anos de falta de cumprimento dos com-promissos firmados pelos governos brasileiros desa-creditaram o país junto à comunidade financeirainternacional. Não basta a mudança de nomes nocomando econômico para recuperar a credibilidade.O Brasil terá de se mostrar confiável no decorrer doajuste da economia.

Só assim haverá interesse pela conversão de parteda dívida em investimento de risco, sobretudo naprivatização de estatais. Só a realização desta etapapode desatar os nós das duas dívidas, mediante ocancelamento proporcional de dívidas em cruzeiros(ou cruzados novos) das estatais e do Tesouro Nacio-nal nos processos de conversão.

Ao Som de Mozart

O segundo centenário da morte de Mozart caiucomo uma luva no Rio de Janeiro. A atividade

cultural da cidade recebeu um impulso como hámuito não se via: concertos, exposições, projeções defilmes de óperas, lançamentos de livros e discos —enfim, movimentou-se o arcabouço que une artistas epúblico, em feliz conjunção.

Entre as iniciativas, duas se destacam pela origi-nalidade. A do Centro Cultural Banco do Brasil,iniciada há poucas semanas, se estenderá até o segun-do semestre, cobrindo um arco que vai de exposição aconcertos com intérpretes nacionais e internacionais.A outra é a da Rádio JB, que já começou a transmitirem sua programação clássica noturna a obra comple-ta de Mozart, uma apresentação de fôlego com setemeses de duração, até o dia do aniversário, 26 dedezembro.

Reafirma-se, portanto, na capital cultural dopaís, uma admiração artística que, tratando-se de

" Mozart, tem como objeto uma arte extratemporal esupratemporal, características de um compositor que,tendo sido influenciado por todas as correntes de suaépoca, não pertence a nenhuma delas. Como gênio,passou por todos os degraus de sua aventura huma-na, da pobreza e humilhação à composição de algu-mas das mais sublimes músicas de todos os tempos. Ainfelicidade de sua vida particular, aqui e ali ameniza-da pelos excessos do jogo e das mulheres, não oimpediu de compor trechos de maravilhosa exaltação.Perseguido pela fama de menino-prodígio, ora brilha-va ora decepcionava contemporâneos insensíveis aoseu gênio. Como revolucionário, ameaçava as tradi-ções da música; como compositor de rotina ao gosto

- da época, decepcionava os que dele esperavam navida adulta um comportamento de menino-prodígio.

Otto Maria Carpeaux assinalou a capacidademozartiana de pertencer a mais de um estilo, como seestivesse acima de todos: para E. T. A. Hoffmann, eraum romântico; para Brahms, um clássico; para

Richard Strauss, um clássico em outro sentido; hoje,muita gente se inclina de novo para a interpretaçãoromântica. A discussão, como sempre, é estimulante.

Desde os primeiros opus, aos cinco anos, nos

quais se percebe a mão do pai, até Don Giovanni, queem termos de ópera é a suma da vida humana,

percebe-se uma aventura artística extrema que atransmissão da obra completa revela com clareza.Don Giovanni foi escrita dois anos antes de rebentar aRevolução Francesa que virou o mundo de cabeçapara baixo e acabou para sempre com a música daaristocracia. Mozart está localizado, portanto, exata-mente no fim de uma civilização e sua obra talvez sejao maior episódio da história da música.

Peça após peça, óperas, sinfonias, concertos, so-natas, divertissements, missas, fantasias — tudo reve-lava a perfeição de uma arte tão bem acabada que oouvinte se esquece de prestar atenção à técnica portrás das composições. Jean-Victor Hocquard, no seulivro Mozart, descreve a maneira como ele compu-nha: organizava tudo na cabeça e, quando a peçaestava rematada, ditava-se a si mesmo, pena à mão,sem rasuras nem arrependimentos. Sinteticamente, apartir da idéia, a música era concebida sem retoquespossíveis, com o rigor e a elegância de um desenvolvi-mento natural.

Tinha a medida de todas as coisas: nem de mais,nem de menos, isto é, o mittelding, o meio-termojusto. Sensações como esta surgem à mente das pes-soas que através dos tempos recebem o suave impactode uma perfeição que não cessa de se adaptar e atémesmo a envolver os modernos meios de reprodução.O Ano Mozart, seduzindo uma cidade inteira comseu sortilégio, é a demonstração de que sempre hálugar para a inteligência e para o aprofundamento dasensibilidade, ou, para repetir um conceito expressopor ele em relação a um violinista contemporâneo,lugar para coisas difíceis a serem executadas sem queninguém duvide que sejam difíceis mesmo.

Privilégio Exagerado

Desde 1976, as importações de peças e compo-

nentes industriais pela Zona Franca de Manaus¦ sofrem controle quantitativo. O controle se aplicava'

às demais importações, fortemente tributadas e sujei-tas à burocracia da Cacex. Isso se justificava porque oBrasil precisava racionar os gastos de dólares paracomprar petróleo e pagar a dívida.

O governo Collor decidiu enfrentar as questõesde fundo da crise econômica, a partir da necessidadede inserir o Brasil na onda de integração da economia

¦mundial a cada dia mais complementar. Entre asmedidas tomadas nessa direção estavam a abertura

do comércio exterior, mediante a redução das tarifasde importação, e o fim dos limites quantitativos e aeliminação dos controles da extinta Cacex.

Mas outra das causas da crise econômica e social— a persistência do desequilíbrio das contas públicas

„ — continua presente. Sua importância é tão grandeque passou a subordinar a renegociação da dividaexterna (90% de responsabilidade do setor público)ao conceito da capacidade fiscal de pagamento dosetor público.

A Zona Franca também deveria perder os limi-tes. As suas importações, fixadas em l,cS 1,27 bilhãopara este ano, correspondem a quase 10% das com-pras do país, fora o petróleo. Mais do que o valor,preocupa o efeito fiscal da isenção de impostos paraos produtos importados. Cada indústria instalada naárea paga apenas CrS 13 de impostos para cada CrS

SOFT...MASbnom tRoppo"

Cartas

100 pagos pelas indústrias instaladas em outras re-giões do Brasil.

Manter o privilégio da Zona Franca de Manausé um contrasenso com toda a política econômica doatual governo (que elegeu o equilíbrio fiscal como abase da estabilidade e o fim dos cartórios e dosprivilégios fiscais e creditícios como corolário dareforma das estruturas de intervenção do Estado nodomínio econômico). Além da concorrência do pro-duto importado, a indústria brasileira enfrenta umaconcorrência desleal das 600 empresas instaladas emManaus, que se transformou numa verdadeira Zonade Processamento de Importações.

Alega-se em defesa dos privilégios que a suaexistência criou uma base industrial em Manaus eassegurou empregos. O argumento é só parcialmenteverdadeiro: a cada congelamento ou efeito recessivodos planos econômicos, o que tem se observado é abrusca redução da produção e a demissão em massade funcionários para posterior contratação.

Isso é uma evidência de que as indústrias láinstaladas por empresários nacionais (ou donos decartórios) em parceria com o capital estrangeiro sãomais galpões de linha de montagem (facilmente ativa-dos ou desativados ao sabor do aquecimento daeconomia ou da recessão). Muito diferente dos invés-timentos em bens de capital fixos e obras civis demonta, que fazem parte da tradição dos empreendi-mentos industriais de risco nas demais regiões doBrasil.

' íalanço do Banerj

Muito curiosas as divergências emtorno do balanço do Banerj. A conta-bilidade passa a ser mero capricho dosadministradores. O ex-presidente dobanco, Dr. Márcio Fortes, achou porbem não provisionar prejuízos decor-rentes de inadimplência do estado, cer-to de que este honraria seus compro-missos. Afinal, o principal acionista,de quem ele, Márcio Fortes, era pro-curador, deveria cumprir suas obriga-ções. O atual secretário de Fazenda doestado entende que o raciocínio doex-presidente do banco é tendencioso,já que deveria saber que o estadoquando deve não vai pagar nunca.Com isso, à mercê de tais lucubrações,as ações do banco sobem e descem, e opequeno investidor na expectativa dereceber ou não dividendos.

Nesta altura, as demonstrações fi-nanceiras já deveriam estar aprovadassela assembléia geral ordinária doDanço, visto que a data fatal paratanto foi 30/4/91. A assembléia quepretende as retificações é extraordiná-ria, e não tem poderes de retificação.As modificações só poderiam ser efeti-vas por via judicial, e seria muito ex-travagante se requeridas pelo estadoque, afinal, lhes deu origem. Irahy Ri-beiro de Carvalho — Rio de Janeiro.

Vaias e aplausosJá li várias opiniões nesse jornal a

respeito das "vaias ao governador"dadas pelos professores. Será que asvaias foram mesmo puxadas por pro-fessores? Quem garante?

E os aplausos? O governador ésurdo?

O caso foi tão rápido e "estra-nho", que muitos professores presen-tes nem sentiram a presença do gover-nador. Vocês não acham que essahistória está mal contada? Por quetanta propaganda negativa nas costasdos professores do ensino público?

Falar do salário, das condições detrabalho, etc., ninguém fala. Por que?Já pensaram que professor é uma cate-goria em extinção?

Ninguém agüenta mais tanta car-ga negativa! Os professores precisamser tratados com mais respeito. AEducação precisa ser levada a sério.(...) Prof" Maria Helena Machado —Rio de Janeiro.

DedicaçãoDesde que teve inicio o noticiário

sobre as comemorações do centenáriodo JORNAL DO BRASIL, venhoprocurando algum comentário sobre aatuação de meu pai, Benjamin Costal-lat. Pensava comigo mesma que, maisuma vez, estava ele sendo esquecidoou injustiçado. Recentemente, porém,tive a alegria de ler no JB uma matériaelogiosa e justa sobre a colaboração deBenjamin Costallat, e com muita satis-fação venho agradecer a quantos delese lembraram. O JORNAL DO BRA-SIL foi parte integrante e muito im-portante da vida de meu pai, e suadedicação e trabalho durante quarentaanos escrevendo para esse jornal aju-daram-no a vencer momentos particu-larmente difíceis. (...) Dora CostallatMartins Ferreira — Rio de Janeiro.

ficas de retransmissão compulsória,uma vez que o governo federal regeapenas a TVE-MEC que, por esperte-za do Sarney, sustenta a TVE do Ma-ranhão e as TVs universitárias de Per-nambuco e do Rio Grande do Norte,independentes por força da autonomiade suas respectivas universidades. Asoutras emissoras educativo-culturaissão estaduais, obedecem as diretrizesde seus governos. (...) Brigido

MonarquiaVejo que muitos vêm tratando a

monarquia parlamentarista de forma aridicularizá-la. Dizem que a monar-quia é uma piada. Entretanto, gostariade mostrar o triste quadro de mais de100 anos de República: somam-se 12estados de sítio, 17 atos institucionais,seis dissoluções do Congresso, 19 rebe-liões militares, duas renúncias presi-denciais, três presidentes impedidos detomar posse, quatro presidentes de-postos, sete Constituições diferentes,dois longos períodos ditatoriais, novegovernos autoritários, inúmeras cassa-ções, banimentos, (...) intervençõesnos sindicatos e universidades, censuraà imprensa, etc.

(...) Piada é o povo deixar o Brasilcontinuar como república, mesmocom tantos argumentos contra. (...)Marcelo Peixoto da Silva — Rio deJaneiro.

TV EducativaDeu no Informe JB que os prepa-

rativos para transformar a TVE (RedeBrasil) numa espécie de"t_iNiN, comjornalismo das 12 às 24 horas, estãoadiantados. A notícia revela terríveisaspectos de nosso subdesenvolvimentomental e ignorância da equipe gover-namental. (...)

A Rede Brasil e/ou Sistema Nacio-nal de Tele-educação é formada poremissoras independentes, num acordode cavalheiros, sem obrigações especi-

Qualquer pessoa ligada nos noti-ciários das nossas televisões sabe quesuas edições jornalísticas são seme-lhantes, mudando praticamente a li-nha editorial de cada uma e a conse-qüente interpretação das noticias.Cada Segunda Edição noturna repete90% das notícias da primeira edição,que por sua vez repete 50% da ediçãoda tarde, que repete grande parte donoticiário do dia anterior. Isto, emredes com grandes recursos nacionais einternacionais como a Globo, SBT eManchete. Uma emissora jornalísticacom 12 horas ininterruptas de noticiadeve custar mais do dobro de umaprodução educativa normal (na TVEfalta dinheiro para comprar fitas, lâm-padas e até papel higiênico), e parapreencher o horário seria obrigada,fatalmente, a completar-se com noti-cias e informações oficiais. Estariacriado então um novo Departamentode Imprensa e Propaganda (DIP), coi-sa assemelhada ao ministério nazistada Propaganda, de Goebbels, coisatambém de triste memória. (...) Fer-nando Pampiona — Rio de Janeiro.

Pena de morteSó deixará de existir quando mor-

rer o último assassino. Antes dissocontinuará sendo um remédio disponí-vel e necessário. Ao tema, sempreatual, tem o deputado Amaral Netodedicado toda a sua bravura e inteli-gência, além de contar com algunssábios da Igreja como os padres Emi-lio Silva e Leme Lopes. O parlamentarenfrenta sozinho a luta contra os re-trógrados e advogados de assassinos,como se o assunto fosse de direito enão de sociologia, de biologia e depsicologia. (...) E evidente que os cri-minalistas de porta de xadrez irão de-vender a sua clientela, invocando osdireitos humanos, quando se trata dedireitos dos desumanos. Os própriosbandidos são favoráveis â pena demorte. (...) Rodrigo Toientino — Rio deJaneiro.Invasores de terras

Em resposta à carta da Sra. IsauraIldefonso de Andrade, publicada em15/5, o delegado titular da 21° D.P.,José Schiavo Filho, informou que em19/3 três homens, a mando da Sra.Isaura Ildefonso de Andrade, invadi-ram e iniciaram escavações para aconstrução de alicerces de uma casa,dentro da área de estacionamento edepósitos de veículos apreendidos na21a D.P. Ao tomar conhecimento dofato, os policiais daquela unidade im-pediram o prosseguimento da obra eencaminharam os invasores ao delega-do de plantão, que lavrou o Registrode Ocorrência n° 1136. Brigido

são do governador para a construção,mas não trouxe qualquer documentocomprobatório, apesar de ter-lhe sidosolicitado. (...) O delegado Schiavo es-clarece ainda que (...) a área não foidoada pela LBA à Comunidade Agrí-cola de Higienópolis, como consta nacarta publicada pelo JB. Na realidade,a LBA já ingressou na Justiça (10aVara de Fazenda Pública) com ação dereintegração de posse de uma área ad-jacente, invadida por pessoas da mes-ma entidade, visando despejá-las. Van-derlei Borges, assessor-chefe decomunicação social, Secretaria de Esta-do da Polícia Civil — Rio de Janeiro.Obras na Lagoa

Volto a solicitar da prefeitura asolução definitiva para impedir o aces-so de carros dos praticantes de jet-ski,que insistem em utilizar a ciclovia daLagoa — recém-recuperada — comopista de rolamento e área de estaciona-mento.

Peço também que seja ouvida aopinião da Feema com relação ao óleodeixado pelos jet-ski, uma vez que aFundação tem se empenhado para adespoluição das águas e um dos pon-tos atacados é justamente o óleo queera e ainda é despejado pelos postos degasolina.

Em princípio, sou contra a contru-ção prevista de um heliponto e deespaço reservado para pouso e decola-gem de ultraleves, pois não acho queatenderia à maior1 parcela da popula-ção. (...)

Seria interessante a ampla divulga-ção dos endereços e telefones das asso-ciações de bairros envolvidas, da Fun-dação Rio-Esportes e da maneiracomo estão sendo ouvidos os morado-res e freqüentadores desta área de la-zer, pois apesar de morador e usuário,só soube que a comunidade tem opi-nado nesta e em outras fases das obrasatravés do JORNAL DO BRASIL de10/5/91. Carlos Roberto Rezende —Rio de Janeiro.Respeito ao consumidor

(...) Comprei há alguns meses umcarrinho de bebê da marca Spectum,na loja Baby Dreams. Como apresen-tou defeito, procurei a loja, foi feito oconserto, mas sem resultado satisfató-rio.

Argumentei o pouco tempo deuso, a qualidade do carro, sua marca epreço, temendo o prejuízo. Para minhaalegria, (...) recebi da BabyDreams umcarrinho totalmente novo. Funcionouo Código de Defesa do Consumidor,sem mesmo ter sido acionado. PatríciaAmélia Tomei — Rio de Janeiro.

A Sra. Isaura foi ouvida em cartó-rio e disse ter sido ludibriada ao ad-quirir o imóvel público na Comunida-de Agrícola de Higienópolis que, peloapurado, serve de fachada para a açãodelituosa de invasores e especuladoresde terras públicas. O presidente daentidade, José Raimundo Teixeira,responde a vários inquéritos na 21aD.P.

Segundo o delegado, D. Isaura re-tornou (...) e alegou ter obtido permis-

Ovnis(...) Gostei muito da matéria de

Jorge Luiz Calife sobre Ovnis, (...) noJB de 27/5. Mas acho que os grandescientistas e entendidos escondem, dealguma forma, os fatos relacionados aeste assunto.

O filme Hangar conta que um Ov-ni atingido no espaço veio a cair naTerra, e os cientistas que o capturarame estudaram descobriram que os seresETs já nos observam há milhares deanos. (...) Há relatos de pessoas que játiveram contatos diretos e indiretoscom seres extra-terrestres e de pessoasque já viajaram em suas naves. Nãoestamos sozinhos no universo. (...) Da-qui a alguns anos, com as tecnologiasque surgem, isto fará parte do nossodia-a-dia. Mareio Helder A. Tavares— Macaé (RJ).Raspadinha

(...) Em vão, tenho procurado al-gum alerta ou comentário esclarecedorsobre outra forma de jogo que vemgrassando entre a população, especial-mente mulheres e crianças pobres — araspadinha.-Há.psucos dias, nos minutos emque estive numa banca de jornais, pu-de observar três mulheres com seusfilhos comprando cartões de raspadi-nha. Nenhum estava premiado. O jor-naleiro comentou que nunca viu negó-cio para se perder tanto dinheiró.Fiquei surpresa quando me disse quenão havia qualquer restrição quanto àvenda; até crianças podem comprar oscartões.a (...) Será que ninguém percebe que araspadinha é um jogo e que vicia?Trabalho numa favela e tenho vistolongas filas em locais de vendas lotéri-cas dos mais diversos tipos. (...) NancySchsiler Tims — Rio de Janeiro.

At cartas serão selecionadas para publica-ção no iodo ou em parte entre as quetiverem assinatura, nome completo e legí-vel e endereço que permita confirmaçãoprévia.

JORNAL DO BRASIL Opinião segunda-feira, 3/ò/yi ? 1" caderno ? 9

'Hasta'

quando

Eurico de AndradeNeves Borba *

A persistência de um erro por vá-rios anos traz consigo, muitas

vezes, a acomodação moral. As pes-soas acostumam-se com as situações,que no caso da vida das sociedadespassam a ser consideradas um fatohistórico. Diante de um fato históricorestaria, apenas, constatar-se a inexo-rabilidade e a impossibilidade de umjulgamento ético: simplesmente é as-sim que as coisas acontecem...

Os grandes tópicos da Unced-1992

Geraldo Eulálio doNascimento e Silva *

Historiadores, cientistas suciais, es- râo:

"¦TI eita a enumeração dos problemas que não serãoJE examinados por ocasião da Conferência dasNações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-mento, surge a obrigação inversa, ou seja, mencionaros principais tópicos a serem abordados bem comoos seus objetivos. A resolução 44/228 da AssembléiaGeral é clara e não deixa lugar a dúvidas: enumera osassuntos necessários à manutenção da qualidade devida na Terra com vistas a alcançar um desenvolvi-mento sustentável em todos os países.

Do confronto dos problemas que preocupavam acomunidade internacional em 1972 com os que nosdesafiam atualmente, verifica-se que mais ou menos50% dos problemas atuais eram desconhecidos en-

trategistas e políticos ficam surpresosquando surge uma brusca alteração dadinâmica e da estrutura de sociedadesinteiras. Foi assim, recentemente, como fenômeno que ocorreu com os paísesdo Leste Europeu. Em 1989, em meses,

castelo aparentemente sólido do co-munismo ruiu da noite para o dia. Oque aconteceu? Não deveria ter sidoassim — a história teria sido violentadáno seu curso normal...

Os especialistas, aqueles que foramsurpreendidos pelos acontecimentos,esqueceram-se (ou nunca souberam)de que o povo, homens e mulheressimples, sem grande sofisticação inte-

, lectual, não aceitou majs o cercea-mento dos seus direitos humanos. A' ¦ liberdade, a justiça, a participação de-mocrática são um anseio,natural que,

_ mais dia menos dia, rompe quaisquerbarreiras que tentem esmagá-lo.

Este é um dado muito importante•que não pode ser esquecido. Ressalte-seque, no caso do Leste Europeu, nem asuniversidades, nem a imprensa, nem osinstitutos de estudos estratégicos, nemos estadistas previram fenômeno tãoexpressivo e tão identificado com aprópria natureza humana.

No Leste Europeu o último bas-tião do ultrapassado comunismo, aAlbânia, dá visíveis sinais de um fimpróximo. Na Ásia, China e Vietnãresistem incomodados por se saberemisolados e caminhando na contramãoda história.

Cuba, no Caribe, no contexto dacivilização latino-americana, pareceimpassível na sua inércia ideológica.

Resta apenas o poder e o carismaenfraquecido do velho líder anacrôni-co, que, com suas barbas e uniformede guerrilheiro, sinaliza, pateticamen-te, uma mensagem que um dia preten-deu ser modernizante, justa e trans-

i formadora. É um espetáculo triste edesalentador. Triste pelo abandonoem que se encontra o povo cubano no' encontro com seu destino neste finalde século. Desalentador pelas pers-pectivas que se abrem para milhões decubanos que, sozinhos, terão que lu-tar com o esquema de poder aindaexistente, sabe-se lá a que custo devidas e sofrimentos adicionais. Lá sevão, há quase 30 anos, os dias negrosdos fuzilamentos sumários dos inimi-

1 gos do regime que se instalava, vio-[ ' lando todos os direitos humanos. A

terrível prisão La Cabaiia, cenário detorturas, ainda permanece com seuspresos políticos, símbolo da ditaduraque domina aquele país.

Gustavo Arcos, antigo compa-nheiro de Fidel, dos primeiros dias desonhos de justiça e liberdade para

1 aquela ilha e seu povo, lidera, depoisde anos de prisão, um movimento

! ' heróico. Hoje, com todas as limita-. ções que um violento regime ditatorial

impõe, Gustavo Arcos e seu "ComitêPró-Direitos Humanos em Cuba" dãoo testemunho de uma inspiração quenunca desapareceu — o amor pelaliberdade e pela justiça. E o quefaz o resto da América Latina paraajudar, para apoiar este movimento,de redemocratização cubana? Nada.' Preocupamo-nos, e com razão, comos destinos da África do Sul, com amorte das baleias, com a poluição emtodo mundo, mas não encontramostempo e espaço, ou não nos lembra-mos de que Cuba também precisa equer nossa solidariedade para com

. sua luta ainda silenciosa.A América Latina, com a expe-

j riência que tem de transição pacíficada ditadura para a democracia (estãoaí os exemplos da Argentina, Brasil,Chile, Uruguai), tem muito a oferecere a influenciar para que algo seme-lhante ocorra em Cuba. O anacronis-mo de Fidel Castro nos induz à ação.

Fidel Castro, até por uma questãode salvar o que fez por seu povo, preci-sa intuir que não lhe resta outra alter-

; nativa que não seja a abertura demo-crática. Sabe-se das conquistas na áreada saúde e educação, percebe-se que emtermos de alimentação o povo cubanoestá muito melhor que a maioria dospaíses da América Latina.

Mas a liberdade de imprensa, deassociação, de reunião e ação de par-tidos políticos, a necessária participa-ção popular por meio de seus repre-sentantes em parlamentos atuantes, apresença de um mecánismo judiciáriolivre e autônomo, enfim tudo o querepresentam as conquistas democrati-cas de um estado de direito, ondeestão?

Não é possível esperar mais. Asolidariedade ativa que deve unir ospovos exige que Cuba, muito breve,possa irmanar-se com sua decisiva co-laboração, na construção de umaAmérica Latina livre e justa de quenos falou, com ardor, José Marti, fi-gura ímpar na formação da nacionali-dade cubana: " Yo sé de un pesar pro•fundo/ entre Ias peitas sin notnbr.es:l!La esclavitud de los hombres/ es lagran pena dei mundo!"

' Vice-Reitor da PVC-Rlo, curador do CentroAlceu Amoroso Lima para a Liberdade

do Comitê Preparatório, em 10 de março de 1970,sálientou que os problemas suscitados tinham umacaracterística comum: todos correspondiam a umacombinação imperfeita dos recursos naturais e huma-nos no processo econômico de produção. Exemplifi-cando, lembrou que, em algumas áreas, a industriali-zação alcançou um ponto em que seriam necessáriasmedidas dispendiosas para o restabelecimento doequilíbrio ambiental. Em outras regiões, geralmentenos países subdesenvolvidos, as atividades agrícolas eextrativas foram exercidas de maneira excessiva parapagar equipamentos cada vez mais caros e para com-pensar os preços em diminuição de produtos agrícolase de matérias-primas, com a conseqüente erosão dosolo e esgotamento dos recursos naturais.

Verifica-se que de 1972 para cá a interdependênciadas questões ambientais veio complicar problemasque, isoladamente, já eram suficientemente comple-xos. Neste sentido, verifica-se que danos ao meioambiente que se supunha atingirem só a geraçõesatuais poderão afetar a saúde e o bem social de

gerações futuras, figurando neste particular os debatessobre a perda de recursos genéticos, os efeitos futurosdos rejeitos radioativos e os danos à camada deozônio. Problemas tidos como locais passaram a terdimensões globais, como a poluição provocada pelaschuvas ácidas que afetam todo o hemisfério Norte. Ascidades que cresciam conforme as necessidades deemprego, levando em conta a evolução dos serviçosbásicos, estão nos países em desenvolvimento, atingin-do proporções explosivas. Acrescem-se a isto as con-seqüências insidiosas e incertas que resultam da intro-dução de certos produtos químicos no ambiente, comgraves danos à saúde e ao próprio desenvolvimento.

A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento, criada pela Assembléia Geral em1983, tendo em vista a preparação de seu Relatório,classificou em três grandes grupos os principais pro-blemas ambientais. O primeiro, sobre a poluição

wiT.ric0, de carbono ç dp mii-dança climatológica, a poluição da atmosfera, apoluição da água, produtos químicos, rejeitos noci-vos, rejeitos radioativos e poluição das águas interio-res e costeiras. O segundo grupo trata dos assuntosligados aos recursos naturais, como a diminuição deflorestas, principalmente das Florestas Tropicais;perda de recursos genéticos; perda de pasto, erosãodo solo e desertificação; energia, especialmente lenha;uso eficiente das águas de superfície, diminuição edegradação das águas freáticas; diminuição dos Re-cursos Vivos do Mar.

O terceiro grupo de assuntos abordados mereceuma referência especial, pois questões sociais ligadasà pessoa humana passam a figurar com destaquenuma relação de problemas ambientais. Os assuntosmencionados são: uso da terra e sua ocupação,abrigo, suprimento de água e serviços sanitários,sociais e educativos e a administração do crescimentourbano acelerado.

A relação dos tópicos que se nos depara naresolução em que a Conferência do Rio de Janeiro é

convocada corresponde, grosso modo, à enumeraçãoacima. Quanto às questões sociais, o documento daAssembléia Geral fala na melhoria das condições devida e de trabalho dos pobres em favelas e em áreasrurais mediante a erradicação da pobreza e pelaimplementação de programas de desenvolvimentorural e urbano, bem como tomar outras medidasapropriadas em todos os níveis necessários a fim deevitar a degradação do meio ambiente. A resoluçãoainda menciona "a proteção da saúde humana emelhoria da qualidade de vida".

A Resolução 44/228 enumera uma série de objeti-vos, que merecem um estudo mais aprofundado; mastendo em vista a Conferência do Rio de Janeiro,basta uma simples menção das mais importantes que,no fundo, se resumem precisamente no titulo daConferência, ou seja desenvolvimento sustentável eproteção do meio ambiente.\ -ççoluçü? çj?? nrimpiim lugar o exame do

estado do meio ambiente e as mudanças verificadasdesde a Conferência das Nações Unidas sobre oMeio Ambiente de 1972 e a adoção de uma série detratados e decisões de cunho ambiental, levandoainda em consideração as medidas tomadas portodos os países e pelas organizações intergoverna-mentais na proteção e melhoria do meio ambiente.

O segundo objetivo é a identificação de estraté-gias a serem coordenadas em nível regional e globalvisando uma ação comum para abordar os proble-mas ambientais mais importantes dentro do processode desenvolvimento sócio-econômico de todos ospaíses, dentro de um prazo determinado.

O. desenvolvimento do direito ambiental interna-cional mereceu destaque. Deve pautar-se pela Decla-ração sobre o Meio Ambiente ae 1972 e examinar apossibilidade de serem fixados os direitos e as obriga-ções gerais dos Estados, baseando-se nos documentoslegais internacionais mais importantes.

A necessidade de serem obtidas novas fontesfinanceiras destinadas à implementação dos planos

de preservação do meio ambiente, especialmente nospaíses em desenvolvimento, também merece destaqueem mais de um dos objetivos mencionados.

A transferência e o acesso às tecnologias ambien-tais, inclusive numa base concessional e preferencialaos países em desenvolvimento, bem como o apoio atodos os países em suas tentativas de criar e desen-volver tecnologias endógenas são lembrados. Trata-se de item da maior importância e que corresponde auma preocupação do Governo brasileiro.

Na parte preambular, a resolução reconhece oimpacto ambiental dos resquícios materiais das guer-ras e a necessidade de uma cooperação internacionalpara a sua remoção. Não se pode disassociar obinômio guerra e armamentismo do outro binômio:meio ambiente e desenvolvimento. O RelatórioBrundtland dá destaque especial ao que denominacultura armamentista, lembrando que em 1985 osgsstos rr.iütares do nvjHdo superiores a 900bilhões de dólares, soma esta que representa mais doque a renda total da metade mais pobre da humani-dade. Mostra ainda que há meio milhão de cientistasengajados na pesquisa de armas, ao passo que sãoinsuficientes os recursos disponíveis para o estudo damudança climatológica, o levantamento do ecossiste-ma das florestas úmidas e dos desertos e para desen-volver tecnologias adequadas à agricultura tropical.

Os esforços de governos e das organizações inter-'nacionais visando a solucionar a falta de recursosesbarra, geralmente, em declarações de boa vontade ena assinatura de convenções meramente decorativas.As queimadas na Amazônia, a ameaça de extinção deuma determinada espécie provocam movimentos desolidariedade no Hemisfério Norte; o fato de 40.000crianças morrerem diariamente em Moçambique jádeixou de ser notícia, deixou de provocar mossa.

' Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Interna-clonal

O marxismo em questãoIII

Roland CorbisierVT o segundo artigo sobre "O marxismo emil questão", observamos que o essencial, nomaterialismo histórico e dialético, não nos pareceser o materialismo, mas a dialética. Porque é pos-sivel ser materialista e ser conservador, sendo im-possível ver o mundo dialeticamente sem ser revo-lucionário. Exemplificamos com Thomas Morus,Ludwig Feuerbacn e Augusto Comte, pensadoresmaterialistas que, nem por isso, deixaram de serconservadores.

Mas que é a dialética? Observemos, inicial-mente, que, em relação a todos os seres finitos, etodos os seres são finitos, com exceção de Deus,ou o Universo, a determinação é sempre umanegação. Qúe quer isso dizer? Algo muito simplese claro. Para definir o Brasil, por exemplo, paradizer o que é o Brasil, do ponto de vista territorialou geográfico, é preciso determiná-lo, delimitá-lo,mostrando o que o Brasil não é, indicando seuslimites, onde o nosso país deixa de ser ele mesmoe onde começa o que não é mais o Brasil. Nessadefinição está, pois, implícita a sua negação. E talé o sentido da célebre afirmação de Spinoza se-gundo a qual omnis determinatio est negatio. Afir-mação que Hegel, Marx e Engels mencionam,atribuindo-lhe fundamental importância. Oexemplo nos mostra que toda determinação im-plica, em si mesma, a sua negação. Se desenhásse-mos um mapa da Ámérica do Sul e indicássemosnesse mapa os limites de todos os países queconfinam com o Brasil, teríamos desenhado omapa do Brasil, não de modo positivo, mas de

modo negativo, assinalando as fronteiras que olimitam, ou negam. Nesse sentido, a sentença deSpinoza traduz uma lei de amplitude universal,valida para todos os seres relativos e finitos.

Tal negação assume um aspecto diverso emrelação aos seres vivos, essencialmente temporais.De uma pedra, por exemplo, poderemos dizer quenão é uma semente nem uma árvore. Da semente,porém, não poderemos dizer a mesma coisa. Por-que, se a plantarmos, a pedra, debaixo da terra,não deixará de ser pedra, o mesmo não ocorrendocom a semente que, uma vez plantada, deixa, como tempo, de ser semente e se converte em árvore.Quer dizer, deixa de ser o que era e se transformano que não era. Poderíamos definir a vida semincluir na definição o contrário da vida, a morte?Viver é durar, durar é envelhercer e envelhecer émorrer. Começamos a morrer, diz Hegel, no diaem que nascemos. Ora, ao observar que a vida é amorte, estaríamos violando/)'princípio de inden-tidade e de não contradição, formulado, pela pri-meira vez, pela Escola de Eléa. De acordo comesse princípio, deveríamos dizer que a vida é avida e a morte é a morte, não havendo mortealguma na vida nem vida alguma na morte. Ora, averdade, a totalidade, não é nem a vida sem amorte, nem a morte sem a vida, mas o devenir, ovir-a-ser, ao longo do qual ocorre a síntese doscontrários, dos opostos. O não ser vem a ser, duraalgum tempo e aeixa de ser. A tensão, a luta doscontrários, como dizia Heráclito, é a mola pro-pulsora do vir-a-ser. O organismo permanece vivoenquanto é capaz de resistir à morte e vencê-la.

Vir-a-ser, devenir, é deixar de ser um e tornar-

se outro, deixa de ser semente e tornar-se árvore,deixar de ser criança e tornar-se adulto, deixar deser vivo e tornar-se morto. A irrupção do tempofaz explodir os quadros da lógica formal, eleática,pois as supostas "coisas", ou "substâncias", sem-pre idênticas a si mesmas, não passam de momen-tos, abstraídos, ou retirados de um processo, deuma totalidade em movimento. A lógica formal éa lógica do espaço, enquanto que a dialética é alógica do tempo, do concreto, da totalidade e dacontradição. Pensar dialeticamente é procurai",pelo pensamento, apreender essa totalidade dinâ-mica na qual se articulam dialeticamente os con-trários. Exemplifiquemos, ainda uma vez,com oproblema da liberdade e'da necessidade. Do pon-to de vista metafísico, da lógica formal, a liberda-de exclui a necessidade e vice-versa. Do ponto devista dialético, a liberdade, entendida nao comocoisa ou substância, mas como processo de liber-tação, não só não exclui, mas, ao contrário, in-clui, ou requer, a necessidade. Pois a libertaçãosupõe aquilo de que é possível e necessário liber-tar-se, a resistência, o obstáculo, a dificuldade,tudo o que representa a negação da liberdade. Aliberdade concreta, que não é substantivo, masverbo, consiste no processo pelo qual algúem seliberta de alguma coisa, postulando, portanto, oseu contrário, o obstáculo que deverá ser vencido,ou negado, para que a liberdade, como negaçãoda negação, se afirme e se reconheça.

Que fizemos, nós brasileiros, perguntemos ain-da uma vez, nos últimos quase 20 anos, senãocombater a ditadura militar? Mas, que é a ditadu-ra? Não é a negação da liberdade? Lutar contra a

Rima ou não rima

Alfredo Sirkis

A imprensa vem refletindo um debate sobreos EIA (Estudos de Impacto Ambiental)

e Rima (Relatórios de Impacto Ambiental) e seessa ou aquela obra deveria ou não ser dispen-sada do que para muitos aparece como ummero estorvo. Empresários afoitos para viabili-zar investimentos e governantes ansiosos pordeixar a marca de suas obras na história seinsurgem contra uma "indústria do Rima".Pessoas preocupadas com o torpor e as defor-mações da burocracia e do cartorialismo navida brasileira se interrogam sobre a validadedo que imaginam ser mais um entreposto depapeis, carimbos e firmas no caminho da difícilarte de empreender. Alguns se esmeram emcriar engenhosos aralhos jurídicos para contor*-nar o Rima mas outros se preocupam com oseu aperfeiçoamento.

Entre aqueles que lutam pela ecologia éponto pacífico que o RIMA não evita necessa-riamente a agressão ambiental e que o meca-nismo vigente no Brasil tem o pecado capitalda dependência da firma encarregada do estu-do em relação ao seu cliente, a empresa poten-cialmente poluidora. É relativamente raro oRima não rimar com quem o paga. Apesardeste e de outros defeitos também é pontopacífico que o mecanismo representa um gran-de avanço na luta pela preservação do meioambiente e, para usar a expressão em voga, umdesenvolvimento sustentado.

A virtude fundamental do EIA/Rima não éa de, por si só, promover alguma preservaçãomas a de estudar as conseqüências de um em-preendimento, sob o ponto de vista ambiental,

e propiciar aos cidadãos seu conhecimento e,até certo ponto, a possibilidade de influenciarem processos de decisão que irão afetar suasvidas, sua saúde, seu cotidiano e os de seusfilhos e netos. O modelo politicamente autori-tário e fortemente predatório que se instalouno país, nas últimas décadas, convive mal comessa tímida transparência pois o fato consuma-do é o traço mais característico da relaçãoentre o grande empreendimento estatal ou pri-vado e a comunidade atingida. O ritual doRima assim passou a ser um mecanismo deprevenção, nem sempre eficaz, desse fato con-sumado e, sobretudo, a oportunidade para umexercício da cidadania.

Recentemente duas questões de Rima afio-raram: a Linha Vermelha e o Rio Orla. Noprimeiro cásõ~ prementes pressas

"políticas re-sultaram no primeiro atropelamento fatal nes-sa via expressa, a ser construída entre SãoCristóvão e o Galeão, para saudar a Rio 92: odo próprio Rima. Para tanto, entendeu-se quea Linha Vermelha seria simplesmente a conti-nuação do elevado que vai dar no Campo deSão Cristóvão e, portanto, dispensada do Ri-ma por força de astuciosa interpretação deuma lei ambiental, utilizada em detrimento dasintenções do seu autor, um combativo parla-mentar ecologista. Criou-se com isso um graveprecedente até porque toda obra viária podeser considerada continuação de alguma outra.O complemento da Linha Vermelha — certa-mente mais impactante e para o qual ainda nãose vislumbram verbas — também estará, futu-ramente, isento do Rima, na qualidade decontinuação da continuação?

Na questão do Rio Orla, uma intervençãojudicial seguida de debates levou a uma impor-tante clarificação. Lá, onde a obra representa-va apenas uma reurbanização, ou seja, umaintervenção sobre calçadas, pistas e canteiroscentrais, sem atingir areia da praia, dunas ouvegetação restinga, ela foi justamente dispensa-da do que seria a análise do impacto do asfal-to, do concreto e das pedras, sobre o asfalto, oconcreto e as pedras. Mas lá onde ela ameaça-va desbordar sobre uma área de proteção per-manente, estritamente protegida: a restinga daLagoa de Marapendi, as obras tiveram que serparalisadas para uma profunda revisão doprojeto com vistas ao atendimento da legisla-ção e da preservação de uma área valiosa doponto de vista ecológico.

Envolvendo esses e outros episódios houvequestionamentos sõbíé a "indústria do Rima"com reflexos na imprensa. O debate é salutar eo EIA/Rima tem muito que ser aperfeiçoado,embora não necessariamente no sentido de de-terminadas críticas interessadas. Seria impor-tante criar mecanismos assegurando uma me-nor dependência do estudo em relação àempresa interessada e um controle maior daidoneidade, ética e capacitação técnica das fir-mas que realizam os Rima. No mais a indústriado Rima, com esses aperfeiçoamentos, será tãorespeitável quanto a dos extintores de incên-dio, máscaras contra gases ou filtros antipolui-ção. Se ela não fabrica bens materiais poderáeventualmente produzir melhor qualidade am-biental, melhor qualidade de vida e mais cida-dania.

• Vereador (PV-FtJ)

ditadura é, portanto, negar a negação e afirmar aliberdade como resultado dessa segunda negação,ou síntese dos contrários. A respeito, escreve Le-nin, filósofo e político, em seus geniais CadernosFilosóficos: "Assim, por exemplo, a liberdade,compreendida como o contrário abstrato da ne-cessidade, não passa de um conceito do entendi-mento; ao contrário, o verdadeiro conceito daliberdade (o da razão dialética) contém nele mes-mo a necessidade enquanto superada."

A dialética não é uma "arte exterior", na ex-pressão de Hegel, um método que se aplicaria,arbitrariamente, a uma realidade não dialética, eque seria dialetizada em conseqüência da aplica-ção do método. Tal hipótese nos reconduziria aoidealismo kantiano, e a confusão entre a realida-de, considerada em si mesma, e a realidade depoisde transformada pela atividade, pelo trabalho hu-mano. Pois, como não é difícil compreender, sópoderemos saber que nosso conhecimento trans-forma a realidade, se tivermos da realidade umconhecimento que não a transforma. A dialética éa estrutura da própria realidade, tanto naturezaquanto história, porque o real não é unidade eimobilidade, como pretendiam os eleatas, mas,multiplicidade e mobilidade, como compreendeuHeráclito, sem prejuízo, aliás, da unidade. E, paraaqueles que nele acreditam, a dialética também seencontra no Deus Cristão, uno e trino, ao mesmotempo, contraditório, coincidentia oppositorum,como se dizia em latim.

' Professor de Filosofia

Cegueira e

intolerância

Gilberto Velho ~

De modo previsível, depois de massacrar a

área da cultura, o Governo Federal dedica-se a esmagar a ciência. As verbas do FundoNacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-lógico, administradas pela Finep, mesmo aprova-das não são liberadas, deixando à míngua progra-mas prioritários em todas as áreas dedesenvolvimento científico. Agora o Governo en-via um projeto ao Congresso concedendo umpobre reajuste ao funcionalismo civil e militar,excluindo explicitamente o pessoal das Universi-dades Federais.

O fato de ser um ato inconstitucional é maisum desses detalhes que os grupos que hoje exer-cem o poder desprezam como-irrelevantes. Anomeaçao de pessoas ilustres para cargos nasSecretarias de Cultura (depois da humilhação doperíodo ípojuca), Ciência e Tecnologia não obs-curece a atitude basicamente negativa e precon-ceituosa contra intelectuais, artistas e acadêmicos.A concessão de verbas isoladamente em eventosrepletos de teatralidade de mau gosto é demagó-gica na medida em que predomina uma orienta-ção geral de sufocar a atividade cultural e univer-sitána.

O Governo que posa de amigo da ciência deve-ria entender que a universidade é a base da pesquisacientífica e da formação de quadros. Não há "Mo-dernidade" que combine com o arrocho (?) arbitrá-rio imposto aos professores e pesquisadores. Cabeao Legislativo e ao Judiciário uma reação contramais esse desmando do Executivo.

* Antropólogo, conselheiro da SBPC

[II

10 ? 1" caderno " cr~segtmda-feita, 3/6/94 JORNAL DO BRASIL

Obituário

Rio de janeiroMaria das Dores dos Santos, 88 anos,de insuficiência renal aguda, no Hospi-tal Universitário Gaffrée-Guinle, Tiju-ca (Zona Norte). Portuguesa, casada,morava no Rio Comprido (Zona Nor-te). Tinha uma filha. Foi sepultada noCemitério de São João Batista, em Bo-tafogo (Zona Sul).Marilsa de Souza Neto, 44 anos, deanemia aguda, na Casa de Saúde SãoSebastião, no Catete (Zona Sul). Flu-minense, morava na Ilha do Governa-dor (Zona Norte). Tinha dois filhos.Foi sepultada no Cemitério de SãoJoão Batista.Giovannni Batista Siciljiano, 78 anos,de insuficência respiratória, no Hospi-tal do Imamps na Lagoa (Zona Sul).Italiano, aposentado, viúvo, moravano Leblon (Zona Sul), linha três fi-lhos. Foi sepultado no Cemitério deSão João Batista.Renee Alba Cordovil, 81 anos, de cirro-se hepática, em casa, em Copacabana(Zona Sul). Fluminense, aposentada,fluminense, solteira. Foi Sepultado noCemitério de São João Batista.Marieta Alexandra Castignino da Ro-cha, 84 anos, de neoplasia na bexiga,no Hospital Central do Exército, emTriagem (Zona Norte). Fluminense,

• viúva, professora, morava em Copaca-bana (Zona Sul). Foi sepultada no Ce-mitério de São Francisco Xavier, noCaju (Zona Portuária).

Exterior'Juan Mejia Baca, 79 anos, de câncer, alta do país, mas a repudiou, porque

Simplício Luís de Oliveira, 71 anos, deinsuficiência renal aguda, em casa, emBangu (Zona Oeste). Mineiro, casado,balconista, tinha 10 filhos. Foi sepulta-do no São Francisco Xavier.Áurea de Souza Marques, 89 anos, deacidente vascular-cerebral, em casa, emBotafogo (Zona Sul). Paulista, viúva,aposentada, inha três filhos. Foi sepul-tada no São Francisco Xavier.Miguel Bernardo Guedes, 58 anos, deinfarto, em casa, em Madureira (ZonaNorte). Português, casado, aposenta-do, foi sepultado no São Francisco Xa-vier.Zuréa Alexandre Safati, 68 anos, deinsuficiência congestiva e diabetes, noHospital dos Italianos, Grajaú (ZonaNorie). Caiiuca, víúvs, aposentada,morava em São Conrado (Zona Sul).Tinha três filhos. Foi sepultada no SãoFrancisco Xavier.Helena Machado Trindade, 63 anos, deperitonite bacteriana e septeemia, emcasa, na Tijuca (Zona Norte). Carioca,casada. Foi sepultada no São Francis-co Xavier.Irene de Assis Teixeira, 76 anos, depneumonia aguda, no Hospital PaulinoWerneck, Ilha do Governador (ZonaNorte). Vúca, aposentada, morava naIlha. Tinha dois filhos. Foi sepultadano São Francisco Xavier.

Interpol se reúne em São Paulo

e debate 'lavagem'

de dinheiroJ.C.Brasil —1/2/09

em Lima. Livreiro, depois editor, dirigiu a Biblioteca Nacional do Peru até1990, dedicando a vida a promover a'cultura em seu país da única maneira

,que considerada eficaz: pela leitura.Publicou 180 títulos de 144 autores

i peruanos, com tiragem de dois milhõesde exemplares, além de muitas edições

' populares. Quando assumiu o cargo dediretor da Biblioteca Nacional, em

. 1986, dispensou a Bíblia e o crucifixo

.durante o juramento, alegando que¦cumpriria suas funções em nome da• razão. Durante o primeiro governo dopresidente Fernando Belaúnde, foiagraciado com a Ordem do Sol, a mais

discordava da queima de livros consi-derados "subversivos" pelo então mi-nistro do Interior. "Ele acha que sãosubversivos porque não os leu. Basta acapa ser vermelha para o livro ser joga-do ao fogo", ironizou Baca na época.À frente da biblioteca, trabalhou sem-pre à margem do Estado, para que nãolhe causasse "estorvo". Em outubro de1990, foi condecorado pelo governo es-panhol com a Comenda da Ordem deIsabel, a Católica, pelo obstinado tra-balho de uma vida dedicada à promo-ção da cultura. Seu último projeto foiuma edição das obras completas doescritor Garcilaso de la Vega, o Inca.

MARIA EUETHYR VIEIRA GAMA

f

(DIDI)(MISSA DE 7° DIA)

Arthemis e Enzo Cárcamo e filhos. Almerio e Carmela Gama eWhos, AlfredoeMathilde Gama e filhas convidam parentes e amigos parai a MISSA DE 7 DIA desua amada mãe, sogra e avó, amanhã, dia 4 de junho de 1991, às 10:30 h na IGREJASÃO JOSÉ, à Av. Pte. Antonio Carlos, esquina com a Rua São José, Centro.

IR. LAURA MARIA(Diretora do Colégio SION)

tAS

RELIGIOSAS e o COLÉGIO SION comunicam ofalecimento de sua querida IRMÃ e DIRETORA e convi-dam para o sepultamento, HOJE, dia 03/06/91. às1 6:00 horas, saindo o féretro da Capela do Colégio, às

1 5:00 horas, para o Cemitério São João Batista.

HUMBERTO ANDRADE MELLO NETOMISSA DE 30° DIA

? 16.01.63 t 02.05.91Sua esposa Lúcia, seus pais Aparecida e Paulo Humberto, seussogros Socorro e Modesto, seus irmãos e cunhados Paula,Dilson. Paulo Humberto Filho. Modesto Jr. e sua avó Ernestina.consternados, convidam para a Missa de 30° Dia a realizar-sena Igreja Santa Margarida Maria (Lagoa) às 17:30 horas do dia03 do corrente.

WANDA DE RANIERI(mais 1 Ano de Saudades)

03 - 06 - 91VERDADE

Calar de si mesmo, é humildade:Calar os defeitos alheios, é caridade;Calar palavras inúteis, é penitência:Calar nos momentos oportunos, é prudência;Calar na dor. é heroísmo;Calar a verdade, é omissão.

(SABEDORIA ANTIGA)Assim WANDA, você seguiu na vida sempre acompanhada por esta sabedoria

ADRIANA

Vasconcelo Quadros

SÃO PAULO — As novas estraté-gias de combate ao crime organizadoserão um dos principais temas da 12aConferência Regional Americana da In-terpol (Organização Internacional de Po-licia Criminal), entidade com escritóriosespalhados em 152 países e que pelaprimeira vez se reúne no Brasil, de 17 a20 deste mês, no Hotel Hilton, em SãoPaulo. Será debatida também a sofistica-ção crescente dos métodos de trabalhodas quadrilhas internacionais, que bus-cam os países da América do Sul comoponios de iiivugem Uu Uuiiieaú pioceucri-—te do tráfico de drogas.

Como esse tipo de procedimento édifícil de investigar, a Interpol está deolho nas contas bancárias confiscadaspelo governo na edição do Plano CollorI, por suspeitar que grande parte dasfortunas que não foram justificadas sãode origem ilícita, registradas em nomede empresas de fachada. Ao final doprocesso de liberação dos cruzados blo-queados, os titulares de contas que nãoreclamarem seu dinheiro, que despertemsuspeitas ou não justifiquem a origemdo dinheiro serão imediatamente invés-tigados. A Interpol acredita que aí estáuma das grandes pontas para identificaras quadrilhas que se utilizam do Brasilcomo ponto de lavagem de dinheiro.

O delegado Romeu Tuma Júnior, che-fe do escritório da Interpol em São Pauloe um dos organizadores da conferência,disse que a grande preocupação das auto-ridades encarregadas de combater as qua-drilhas internacionais é a criação de umanova legislação que permita a recupera-ção do dinheiro de procedência crimino-sa, transformado em moeda legal depoisde lavado por empresas de fachada. Bue-nos Aires, Montevidéu e São Paulo sãoapontados como os centros da Américado Sul onde, segundo se suspeita, as qua-

quadrilha que seqüestrou o empresárioAbílio Diniz, aprisionado por um grupointernacional. O grupo — cinco chilenos,dois argentinos, dois canadenses e umbrasileiro, preso na Penitenciária do Es-tado, em São Paulo — era tão sofisticadoque antes de executar os três maioresseqüestros de que são acusados no Brasil(o do ex-vice-presidente do Bradesco,Antônio Beltran Martinez, em 1986, odo publicitário Luiz Sales, em 1988, e ode Diniz, em 1989) interceptaram e regis-traram todas as freqüências de comuni-cação das polícias e empresas de segu-rança com base na capital paulista.

Depois que o grupo foi desbaratado,"!r*o ann/Mi>rnii nrto arniuvncIJ'" — — 1 VUVUIIII V

Tuma Jr.: legislação nova

drilhas lavam o dinheiro do tráfico dedrogas com mais freqüência.

Máfia — Reconhecido como rotainternacional do narcotráfico — fato quenem mesmo as autoridades brasileiras,escondem mais —, o Brasil entrou tam-bém na relação de países visados paraservir como base de operação dos diver-sos ramos da Máfia. Uma estimativa daInterpol e da Polícia Federal aponta quenos últimos meses pelo menos 200 mafio-sos procurados por policiais de váriospaíses se refugiaram na América do Sul,especialmente no Brasil, e estariam ope-rando tanto na remessa de grandes quan-tidades de drogas quanto na montagemde empresas que servem de fechada parao tráfico e a lavagem de dinheiro.

Outra preocupação da Interpol é ainvestigação e a identificação de gruposde terroristas e quadrilhas internacionaisdedicadas ao crime comum, como o se-qüestro. O exemplo mais recente foi a

a [AJIIViÜ JJUUHO'da quadrilha — que remetia os dólaresdo resgate para o exterior e mantinha atérelatórios de atividades — um cadernocom todas as freqüências de rádio, cujasanotações foram feitas vários meses an-tes de os seqüestros serem executados. Aoperação que a Polícia Federal desenca-deou para prender o megainvestidor NajiNahas, por exemplo, envolvido no es-cândalo das bolsas de valores de SãoPaulo e Rio, foi integralmente acompa-nhada pelos seqüestradores de Diniz, queregistraram num caderno os planos que apolícia imaginava estarem envoltos emsigilo. A identificação dos estrangeirosenvolvidos nos seqüestros foi feita, naépoca, pela Interpol.

"O maior objetivo da Interpol é evitarque o criminoso fique impune por proble-mas de fronteira", afirma Tuma Júnior. Opapel da organização é garantir o inter-câmbio de informações com as policiasfederais de todos os países a ela filiados,mas se recusa a investigar casos relaciona-dos a crimes políticos e questões religiosasou radais. A conferência de São Pauloserá aberta pelo ministro da Justiça, Jar-bas Passarinho, e pelo presidente da Inter-pol, o francês Ivan Barbot.

Pastor é preso

por roubo e

estelionatoRECIFE —Três dias depois de com-

parecer á Polícia Federal em Pernambu-co para denunciar o líder da Igreja Uni-versai do Reino de Deus, bispo EdirMacedo, por remesa irregular de dinhei-ro c ouro para os Estados Unidos, opastor dissidente Carlos Magno Mirandaenfrentou um caso de furto e estelionatodentro da própria Igreja do Espírito San-to de Deus, fundada por ele há seis me-ses. Inconformado com o rebaixamentoà condição de simples pastor, José Luizda Silva, 24 anos, um dos principaisauxiliares de Carlos Magno, desapareceucom CrS 200 mil e um talão de cheques.José Luiz confessou o crime ao Grupo deOperações Especiais (GOE), da Secreta-ria de Segurança Pública de Pernambu-

Caravana de presidiários-artesãos

SYLVIO DE ATTAYDE26.04.1918 — 26.05.1991"Ele nos fora emprestado por vós. Senhor, para cons-

tituir a nossa felicidade; a vós. Senhor, nós o devolve-mos sem recriminações. mas com o coração dilaceradode dor."

Santo Agostinho.A família sensibilizada agradece as manifestações por oca-sião do falecimento e convida para a Missa de Sétimo Dia aser realizada, em intenção de sua boníssima alma, na Capelada Universidade Santa Úrsula, amanhã, às 11 horas.

ARACY WERNECK DE ANDRADE

f

Maria Luiza Leitão de Carvalho, AlbertoChristiano de Carvalho Hargreaves, Alber-to Alexandre de Carvalho Hargreaves,

Marcos de Carvalho Serra Lima convidam

para a missa de 7o dia de sua delicada e

querida amiga e Bisavó. Em 04/06/91, às18h. Na Igreja de S. José da Lagoa.

Grupo partiu deItamaracá paraexpor em Brasília

Terezinha Nunes

ITAMARACÁ, PE — Presidiá-

rios e ex-detentos de Pernambu-co uniram-se para fazer artesanato edefender as atrações da Ilha de Ita-inaracá, no litoral norte do estado,onde está o Forte de Orange, monu-mento histórico mantido graças à de-dicação e ao trabalho de José AmaroSouza Filho, 44 anos, 10 dos quaisrecolhido à Penitenciária Agrícola deItamaracá — PAI, por conta de umhomicídio.

Ele aprendeu na penitenciária —que funciona em regime aberto — ooficio que o sustenta até hoje: a talhaem madeira. Na semana passada, eledeixou a ilha, que fica a 44 quilôme-tros do Recife, em cima de um cami-nhão, com mais oito pessoas, inclusi-ve três detentos, rumo a Brasília. Nabagagem, 15 mil peças de artesanatoem couro, madeira e barro.

Todos têm um mesmo objetivo:divulgar e defender a Ilha de Itama-racá e seus monumentos históricos,"dever de qualquer cidadão", e so-bretudo provar que quem já viveuatrás das grades pode levar uma vidadigna e sem preconceitos por parte dasociedade. E os que ainda permane-cem atrás delas podem tirar do traba-lho o sustento da família."Essa é uma grande oportunida-de de mostrar que, se o animal deuuma patada, não é preciso cortar aperna", disse contente, Enoque Go-mes de Castro, 54 anos, cuja pena de25 anos termina em agosto. "Isso ébom para quebrar o preconceito, emostrar que quem já matou alguémnão é obrigado a ser marginal a vidainteira", explicou enquanto arruma-va no caminhão, coberto com umalona plástica, as peças artesanais quelevou para Brasília.

Além de Enoque, dois outros de-tentos foram na comitiva, com auto-rização da Justiça: Moisés SebastiãoNoberto, 46 anos (preso há 20, comuma pena de 48), e Manoel Domin-gos da Silva, de 36 (que já cumpriuoito da pena de 19 anos), não conse-guiam esconder a euforia com a via-gem. "A vida de crime não dá certo,

Recife — Natanael Guedes

No caminhão, 15 mil trabalhos em madeira e barro

sou um artista", assegurou Manoel,ex-trabalhador rural que fugiu da se-ca da cidade pernambucana de Pes-queira e caiu na criminalidade noRecife. "Ainda bem que hoje tenhoquem me dê apoio", disse, referindo-se a Amaro, que tem uma loja deartesanato funcionando no forte.Grande parte de seus fornecedores éde ex-colegas de prisão.

Os três não economizam elogiosao trabalho de apoio aos ex-colegasque Amaro faz hoje, fora da cadeia."É daqui mesmo que sustento mu-lher e filhos", conta Moisés. A em-preitada do grupo não foi fácil. Elesinvestiram cerca de CrS 3 milhões. Ocaminhão em que viajaram aindanão está pago, mas o grupo não temo desconforto dos quase 2 mil 384quilômetros de estrada de Itamaracáa Brasília. Eles vão expor no Shop-ping Center Nacional e depois parti-cipam de uma feira de artesanato, nacapital federal.

José Amaro espera voltar comum bom dinheiro. Pretende pagar ocaminhão que comprou "fiado" egarantir um portão de madeira para

o Forte de Orange, assim como colo-car telhas em algumas de suas alas. OForte de Orange é um monumentoseiscentista construído pelos portu-gueses para defender o litoral de in-vasões holandesas. Na década de 70,foi restaurado pelo comando do IVExército (hoje Comando Regionaldo Nordeste), que utilizou os deten-tos como mão-de-obra.

Foi nesse trabalho que José Ama-ro se apaixonou pela fortaleza e ju-rou um dia ir morar lá e cuidar dela.O Exército passou a responsabilida-de de manutenção do forte para aPrefeitura de Itamaracá, e depoisdisso a fortaleza só se deteriorou.Até que o ex-detento conseguiu per-missão das autoridades para expio-rá-la e habitá-la. Montou uma lojade artesanato e hoje mora no forte eé o responsável por sua manutenção."Ele se apaixonou, fez uma promes-sa e cumpriu", contou Gilsinele, mu-lher de Amaro, ex-administradora econsultora de empresas, que preferiutrocar a vida de executiva pela sim-plicidade da beira-mar e pelo convi-vio com Amaro.

RICARDO MICHEL KOUR

(CACAU)GEORGES KOUR, VERA SABA, KÁTIA, cunhado, avós, tios, primos e sobrinho agrade-cem as manifestações de carinho recebidas e convidam demais parentes e amigos para aMISSA DE 7o DIÁ que farão celebrar 3a feira, às 19:30 hs, na PARÓQUIA DA RESSUR-REICÃO, na Rua Francisco Octaviano: nG 99 — Posto 6'— CopacabariaT-

ARACY WERNECK

DE ANDRADE

tVera

de Andrade Hargreaves e família. Edgar Leite Borges efamília agradecem as manifestações de pesar recebidas porocasião do falecimento da muito querida BISA ARACY econvidam para a missa que mandarão celebrar em sua memó-

ria no dia 4 de Junho, terça-feira, às 1 8:00hs.. na Igreja de S. José.na Lagoa, na Av Borges de Medeiros. 2735.

co, e foi preso.Preocupados com o desaparecimento

de José Luiz há mais de uma semana,seus parentes chegaram a dar queixa deseqüestro á Polícia Civil. Os policiais doGrupo de Operações Especiais encontra-ram José Luiz em Fortaleza. Depois deconfessar o crime, o pastor foi levadopara Recife, onde está respondendo ainquérito policial por furto e estelionato.Ele confirmou à polícia que passou di-versos cheques em nome da Igreja Uni-versai do Reino de Deus, mas alegou quenão se lembrava dos valores.

José Luiz da Silva também passoupela Universal do Reino de Deus, masacabou acompanhando Carlos MagnoMiranda, depois da cisão com Edir Ma-cedo. No depoimento à polícia, ele ale-gou que se preparava para ser a segundapessoa na hierarquia da Igreja do Espíri-to Santo de Deus quando foi surpreendi-do, sem maiores explicações, com o "re-baixamento à condição de simplespastor". Quando soube da notícia, nóúltimo dia 23, em Recife, decidiu aban-donar a seita e fugir para Fortaleza.

José Luiz começou sua carreira depastor no templo da Avenida Cruz Ca-buga. A Igreja do Espírito Santo de Deuspossui templos na Paraíba e em Fortale-za, para onde José Luiz se havia transfe-rido recentemente.

Pai rapta filha

pela segunda

vez em 3 anosRECIFE — O Grupo de Operações

Especiais (GOE) da Secretaria de Segu-rança Púbiica prendeu, ontem, um advo-gado pernambucano, cujo nome não foirevelado, acusado de envolvimento norapto da menina Jeannine Silva Mar-ques, de sete anos, ocorrido na sexta-fei-ra. Enfrentando processo judicial de re-gulamentação de visitas há quase quatroanos, o pai da menina, Caio Graco Mar-ques, 48 anos, é o principal suspeito dorapto de Jeannine, atirada à força dentrode um Parati azuí-marinho quando vol-tava da escola com duas amigas. Caio jáhavia raptado Jeannine em outubro de1988, passando mais de seis meses com amenina até serem localizados pela PolíciaFederal em Miami (Estados Unidos).

Desta vez, Jeannine foi raptada porvolta das 17h30 da sexta-feira, quandocaminhava da escola para casa no bairrode Boa Viagem (Zona Sul), acompanha-da por duas vizinhas adolescentes. Gri-tando e chorando muito, Jeannine foiarrastada por um homem para dentro doParati, onde estavam outro homem euma mulher. A descrição de um dosseqüestradores, feita pelas amigas deJeannine, corresponde às característicasfísicas do pai, alto, magro e calvo. Ooutro homem envolvido no seqüestro se-ria o advogado pernambucano, preso pe-lo GOE, que ficou encarregado de devol-ver o carro utilizado no rapto à empresalocadora. Com a alegação de que pode-ria atrapalhar as investigações, os agen-tes do GOE não deram informações so-bre a identidade e as declarações doadvogado. A mãe de Jeannine, DagmarSilva Dàl Soglio, porém, não tem dúvidade que o ex-marido foi o responsávelpelo rapto."Já se passaram quase 72 horas e nãorecebemos telefonema ou pedido de res-gate. Além disso, eu e meu segundo ma-rido somos profissionais liberais, não te-mos dinheiro para atrairseqüestradores", justificou Dagmar. Sus-peitas do ex-marido, ao contrário, nãofaltam. Desde que se casou pela segundavez, com Mário Dal Soglio, vem sendoperseguida por Caio. Ela e Jeannine fo-ram obrigadas a deixar a Bahia paramorar em São Paulo e, há cinco meses,mudaram-se para Recife. Pelas informa-ções que tinha, Caio estava morando emSalvador. ... , ,Dagmar abriu processo de regula-mentação de visitas, que ainda está tra-mitando na Justiça baiana. "Ainda hojea menina tem traumas do seqüestro etem pavor do pai", garante. "Meu ex-marido é um neurótico, violento c dese-quilibrado."

LINDENBERG COSTA LENZ CÉSAR(FALECIMENTO)

t MÁRCIO e TERESA e seus filhos LEONARDO, JOANA, PEDRO e CAROLI-|T NA, LAERCIO e DUDINHA e seus filhos CHRISTIAN, FABIANA e IAN,

| SUZANA e CARLO e seus filhos ALESSANDRA, VERÔNICA e LORENZO,' LUCIANA e JOCHEN e suas filhas MARIA e MANUELA comunicam o seu

falecimento e convidam para o sepultamento HOJE, às 11:00 horas, saindo oféretro da Capela Real Grandeza n° 1 para o Cemitério São João Batista.

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JORNAL DO BRASIL

n

segunda-feira, 3/6/91 ? Io caderno ? 11

São Carlos tem Ocupação desordenada ameaça O Astronomia e Astronáutica

programa para'ler9

cheques'

SÃO CARLOS, SP — Nem a lei dereserva de mercado da informáticaimpede que o Brasil progrida no se-

•tor. Pesquisadores do departamentode Computação, da Universidade Fe-déral de São Carlos (Ufscar), estãodesenvolvendo um sistema de leituradireta, por computador, de caracteresmanuscritos. É algo novo — surgiu apartir de 1989 — não só Brasil comotambém no exterior. Até hoje oscomputadores só recebem informa-ções digitados ou por leitura de códi-

futuro imediato da MantiqueiraJ- NacNadja Soraia

Inês Knaut

g,US UC Udildã Sm jluhhh v»unv"—d'or) lê um código em forma debarras, mais largas ou mais finas,existentes ou inexistentes.

O sistema em desenvolvimento daUfscar, chamado de OCR (OpticalCaracter Recognition) ou, em portu-giiês, reconhecimento ótico de carac-teres (Reconpac), permitirá que ocomputador, com a ajuda de umacâmara de vídeo ou um haiul scanner

algo semelhante àquela caneta quelê código de barras em supermerca-dos — leia informações escritas amão, como um cheque, por exemplo."Por enquanto, conseguimos ler ca-rácteres datilografados em maiúscu-la", informa Marcos Mucheroni, umdos idealizadores do programa.

"Oobjetivo, no entanto, é ler qualquertipo de letra, seja datilografada oumanuscrita", completa José HirokiSaito, o outro cientista que participado projeto.

Para que se chegue a isso, o próxi-mo passo é desenvolver a leitura emformulários. São aqueles papéis qua-driculados, nos quais cada quadradi-nho corresponde a um caractere. Pa-ra que o computador entenda o queestá escrito, cada quadradinho é divi-dido em 4.096 pontos (64 por 64 pon-tos), o que permite que a imagem docaractere seja digitalizada. Com o re-curso de cada ponto ficar preto oubranco, é possível desenhar o formatodo caractere, seja uma letra, um nú-mero ou qualquer sinal gráfico.

"E oque chamamos de transformar cadaquadradinho numa matriz de pon-tos", explica Mucheroni. Agora, oscientistas vão tentar fazer com que ocomputador, analisando a topologia,isto é, a forma ou desenho do carac-tere, leia informações manuscritas."É algo que conseguiremos daqui adois anos", calcula Saito.

Fazer o computador ler caracteresmanuscritos não é o único projetoque está sendo desenvolvido pelospesquisadores da Ufscar. Eles estãotrabalhando, também, na área de ae-rofotometria. O que buscam é umprograma que torne possível montarfotos aéreas. Até hoje essa fotos sãomontagens de outras fotos menores,feitas manualmente. "O

que quere-mos é fazer isso por computador",diz Saito.

< ' t

MEC investe

èm escolas

profissionaisPORTO ALEGRE — Com o obje-

tivo final de ampliar o número devagas em escolas profissionalizantesdas atuais 19 mil para 250 mil até oinício de 1994, o Ministério de Edu-cação já está investindo 25% dos Cr$350 bilhões previstos para construçãoe manutenção de escolas técnicas desegundo grau e escolas profissionali-zantes nas áreas industriais, comer-ciais e agrotécnicas.

Ao dar a informação, o ministroCarlos Chiarelli disse que o Ministé-rio da Educação vai inaugurar maisnove escolas técnicas profissionali-zantes de segundo grau até fins dejulho. Em março de 1992, estarão emfuncionamento mais 23 escolas técni-cas federais, seis agrotécnicas e 28colégios agrícolas de primeiro grau,equipados com laboratórios, bibliote-cas e centros de treinamento e pesqui-sas. Cada escola federal terá, em mé-dia, 2.800 alunos ao custo por obrade Cr$ 2,5 bilhões e será integrada aoSistema Nacional de Educação Tec-nológica da Presidência da Repúbli-ca.

Os alunos dessas escolas sairãoformados em informática, metal-me-cânica, eletricidade, química, técnico;em alimentos, em edificações, em me-cânica de precisão, entre outros cur-!sos. O ministro Carlos Chiarelli expli-jeou que a instalação de escolas•técnicas -federais "é importante em(atividades fundamentais no setor in-•dustrial e como ligação com o ensinosuperior".

Na área rural, além das 35 escolasrurais existentes e 12 outras em cons-trução, está prevista a instalação de

.mais 18 dessas escolas em estados ouregiões "com

predominância da eco-ínomia agrícola e da pecuária". Cada;uma dessas escolas terá vagas para

500 alunos, com investimentos de Cr$1,8 bilhão. Em relação aos colégios

! agrícolas, Chiarelli disse que serãoconstruídos 120 colégios de primeirograu, em áreas de 50 hectares por'escola, ao custo de CrS 350 milhões.

SÂO PAULO — Reserva de vidadas maiores metrópoles do país (Riode Janein, São Paulo e Belo Hori-zonte), a Serra da Mantiqueira acabade passar por um detalhado check-up.O diagnóstico de 55 páginas preocu-pa. Patrocinado pelo World WildlifeFund e assinado por uma federaçãode 10 entidades ambientalistas (Feda-pam), ele será divulgado amanhã, naCâmara de Vereadores de São Paulog nnAwto várioc qmppac a rpoiaoG trpxmru—nrrnro——»—» wp»»»— »

As atividades agropastoris, extrativistas,_oturismo e a urbanização desordenada sãoas maiores ameaças è integridade do ecos-sistema que envolve a Serrada Mantiquei-.

Roubam o oxigênio da Mantiqueira,segundo a Fedapam, as práticasagropastoris e extrativistas arcaicas,o turismo, a urbanização desordena-da e a pressão sobre os recursos mi-nerais e hídricos e o potencial hidrelé-tricô. A ameaça é particularmentegrave junto ao Parque Nacional doItatiaia, bem como no entorno deCampos do Jordão, alcançando o in-dustrializado Vale do Paraíba, lesadopor sua dependência dos mananciaisde água da serra.

O Relatório Mantiqueira, como foichamado o diagnóstico, começa lem-brando a importância dessa cadeiamontanhosa, uma das maiores do les-te sul-americano, descrita com entu-siasmo, entre outros cientistas, porSaint-Hílaire e Langsdorff, no séculopassado. Invoca a Mata Atlântica,atualmente reduzida a 5% de sua ex-tensão original, da qual subsistem, naMantiqueira, remanescentes de ecos-sistemas nativos, onde se escondemda morte o mono carvoeiro, o lobo-guará e a onça pintada. O relatóriorecorda ainda que quase 40% da po-pulação brasileira vivem a menos de500 quilômetros dela. Destaca quealgumas de suas regiões conservamelementos de uma cultura peculiar,herdada de índios e negros, quaseextinta no Sudeste brasileiro. E elo-gia:

"Basta conhecer a Serra da Man-tiqueira para sentir que, se existemlugares realmente especiais neste pia-neta, lá está um deles".

Mas, excetuando a criação daÁrea de Proteção Ambiental daMantiqueira (APA da Mantiqueira) edo Parque Nacional do Itatiaia,"pouco tem sido feito no sentido degarantir sua preservação", sustenta orelatório, reclamando da ação gover-namental. Ressalva, no entanto, queo Parque Nacional do Itatiaia estáameaçado pela fiscalização "precarís-sima" — para chegar ao limite norte,o destacamento do município mi-neiro de Aiuroca, responsável pelaárea, leva duas horas e meia de via-gem,

"isto caso seu desgastado veícu-lo esteja em condições de trafegar e sehouver verbas para a gasolina". Res-salva ainda que a APA Mantiqueira,que engloba 25 municípios dos esta-dos de Minas Gerais, Rio de Janeiroe São Paulo, não tem "real existên-cia". Não há plano de zoneamento e

V-v Minas Gerais /

Sfio

S£o PaulM^M Oceano AtlSntico

fiscalização, condições indispensáveispara assegurar o crescimento econô-mico sem a destruição dos recursosnaturais da região.

Desmatamento — Desde o sé-culo 17, recorda o texto da Fedapam,a Mantiqueira vem sendo devastadapor conta de atividades agropecuá-rias e da produção de madeira e car-vão. No entorno de Itatiaia, sobretu-do nos municípios de Bocaina deMinas, Itamonte, Liberdade, Aiuruo-ca e Resende ainda atuam serrarias,apesar de repetidas denúncias. "Sé

há, ainda hoje, remanescentes signi-ficativos de uma mata virgem, isso sedeve principalmente ao relevo aciden-tado da serra, que retardou sua ex-ploração", analisa o relatório.

A fauna foi" atingida. Desaparece-ram a anta e o papagaio Amazoneavinacea. Caçadores abatem veados etucanos — "há testemunhos de 'frita-das' com duas dezenas de tucanos(nascente do Córrego das Flores-Parque Nacional de Itatiaia), gruposde cavaleiros acompanhados de ca-mionete, para o transporte dos vea-dos abatidos (Alto Rio Grande) einvasão de propriedades de ambien-talistas, tradicionais refúgios da fau-na (Vale do Água Preta, Vale daPrata)", relata a entidade.

Na região de Campos do Jordão,Visconde de Mauá e Monte Verde adestruição chega com o turismo."Num

primeiro instante, a populaçãodificilmente percebe que o desenvol-vimento provoca desestruturação deseu patrimônio sociocultural e am-biental", continua o relatório. "A

po-pulação original do lugar acaba mar-ginalizada, morando em barrancos

nas encostas dos morros, como ocor-re em Campos do Jordão."

Os rios — Por fim, a ameaça aosrios. Na divisa de Campos de Jordãocom São Bento do Sapucaí, a minera-dora Vale dos Barradas, de quartzito,foi advertida pela Companhia de Tec-nologia de Saneamento Ambiental(Cetesb), por causar poluição e asso-reamento nos córregos dos Barradase do Baú. "A mineração de grafite naSerra Verde, município de Alagoa,não vem tendo, infelizmente, esse ti-po de acompanhamento por estar emárea de baixíssima densidade popula-cional", conta a Fedapam.

Ao encaminhar aos vereadorespaulistas o Relatório Mantiqueira,onde ainda é traçado o perfil sócio-e-conômico dos moradores, a Fedapampretende mobilizar para medidas "ur-

gentes". A primeira: intensificação ediversificação das ações de fiscaliza-ção ambiental, com participação nãoapenas da Polícia Florestal, mas deefetivos da Polícia Militar e de fiscaisvoluntários. Diz a entidade que, con-trariando os módulos rurais mínimosestabelecidos pelo Incra, ocorremparcelamentos indiscriminados depropriedades. A segunda medida pro-posta se refere à elaboração e implan-tação do zoneamento em toda APAda Mantiqueira. "Não se trata dediscutir a opção pela vida urbana epela industrialização, alega, mas detentar compatibilizar o desenvolvi-mento econômico com a preservaçãodo meio ambiente e da qualidade devida."

Uma esperança para

Marapendi

Comunidade se une

para reciclar lixodos condomínios

Cadernos, agendas e blocos feitos

com papel reciclado demonstrampara os cidadãos como sua participa-ção cotidiana pode ser importante natransformação do lixo — esse assuntohabitualmente tão desagradável — emalgo bastante atraente. Esse 6 o pontode partida da proposta da Eco-Mara-pendi, a Associação Ecológica Lagoade Marapendi, para levar adiante aidéia de reciclar o lixo produzido peloscondomínios que rodeiam a Lagoa deMarapendi, na Barra da Tijuca, ZonaSul do Rio de Janeiro.

Segundo a coordenadora da Eco-Marapendi, Vera Chevalier, a associa-ção está prestando consultoria para vá-rias empresas e instituições, como oInstituto Brasileiro de AdministraçãoMunicipal, a Xerox do Brasil, a Shell eFurnas, que querem adotar a idéia. OHotel Internacional Rio, por exemplo,já está começando a substituir a sualinha de impressos por material confec-cionado em papel reciclado. Além dis-so, o hotel começa a promover, a partirde hoje, um processo de conscientiza-ção dos funcionários — com palestras,quadros de aviso, colocação de coleto-res diferenciados para lixo reciclável —e dos hóspedes, que receberão um blo-co de anotações, feito em papel recicla-do, contendo explicações sobre o queestá sendo feito no hotel. A renda daaproximadamente uma tonelada de pa-pel-lixo recolhida — cerca de 10 milcruzeiros — irá para os funcionários.

Encaminhar para reciclagem o pa-pel jogado fora — que representa pou-co menos de 40% do total de lixodoméstico produzido no Brasil — é aprimeira meta, mas o objetivo maior éconquistar corações e mentes para acausa ecológica e para que a coletaseletiva se estenda aos vidros, plásticose outros materiais recicláveis. "Opta-mos por começar pelo papel porque aseparação desse material já está maisou menos incorporada aos hábitos daspessoas", explica Vera.

Já estão envolvidos no projeto oscondomínios Alfa Barra, Barramares eMandala, que abrigam cerca de oito

Maria José Lessa

¦ ¦K iSll

Papel reciclado ajuda a salvar Lagoa de Marapendi

mil moradores em torno da lagoa. Se-gundo Rosalvo Gomes, gerente comu-nitário da empresa João Fortes Enge-nharia, que cede um pequeno terrenono Alfa Barra para as instalações daassociação, cerca de 10% dos morado-res já participam do projeto. Para au-mentar essa participação, os coordena-dores planejam exibições de um vídeoexplicativo nos edifícios, distribuiçãode folhetos e uma festa de lançamento,ainda em junho, da linha de produtosfeitos com papel reciclado, desenhadosespecialmente para esse objetivo. A se-de da associação ecológica vai ser rei-naugurada no mesmo evento, que vaicoincidir com a data de maior visibili-dade de Vênus. Astrônomos estarãopresentes para explicar o fenômeno pa-ra as crianças presentes.

O administrador do edifício AlfaRitz, ncLCondomínio-Alfa Barra, Wil-son Diniz, quer incrementar o projetono prédio que dirige. Ele organizandocom a Associação o lançamento no seucondomínio, em junho, dos produtosreciclados. O evento Vai incluir umademonstração do processo artesanal dereciclagem de lixo. As crianças são osegmento de público mais visado, porcausa de seu poder de influenciar pais,tios, avós e empregadas domésticas.

A experiência do edifício Alfa Ritz,que já separa grande parte do papeljogado no lixo, mostra que a coletaseletiva de lixo pode até ser uma formade complementação salarial para osempregados dos edificos, que dividementre eles o dinheiro obtido com a ven-da do material.

A importância dos eclipses

Um dos primeiros fenômenos ce-lestes a atrair a curiosidade do ho-mem foram sem dúvida os eclipses,em particular os totais do Sol e os daLua. A fascinação de sua beleza e araridade da sua ocorrência conduzi-ram as mentes primitivas a associá-los à vida cotidiana e, em especial,aos acontecimentos desagradáveisque eventualmente viesse a ocorrerdurante um eclipse ou logo após. PostIwc, ergo propter hoc. Depois disto,logo por causa disto... Dai surgiu asuperstição de que os eclipses fossemos elementos causadores dos infortú-nios que se seguiam à sua observa-ção.

Contrariamente ao que se podeimaginar, este condicionamento dairracionalidade do homem teve osseus efeitos benéficos para a históriada ciência: com receio das desgraçasque poderiam ocorrer após a ocor-rência de um eclipse, os sacerdotese/ou feiticeiros das tribos primitivasregistravam os aparecimentos doseclipses assim como começaram a es-tudar as possibilidades de prevê-loscom o objetivo de se preparar contraas catástrofes que poderiam vir aocorrer após os eclipses. De fato, omedo contribuiu para que hoje tenha-mos um grande número de valiososregistros de fenômenos celestes, emparticular, dos eclipses que foram ob-servados pelos chineses, egípcios,maias etc.

Cerca de 200a.C., Diogenes Laér-cio relatou que até aquela época osastrônomos egípcios já haviam regis-trado 373 eclipses do Sol e 832 daLua.

As primeiras observações de eclip-ses permitem recuar aos tempos dofaraó Aseth, ou à instituição do ca-lendário egípcio, que deve ter ocorri-do em 2782 a.C.

Apesar de provocarem um impac-to menor do que os eclipses solares,os lunares deixaram uma maior con-tribuição cultural no processo civili-zatório. De fato, aos eclipses da Luadeve-se a descoberta da redondeza daTerra, as primeiras estimativas dasdimensões e das distâncias dos astros,as primeiras determinações precisasdo equinócio da primavera, a desço-berta da precessão dos equinócios eda aceleração secular da Lua.

Não se deve esquecer a sua enor-me importância nas grandes desço-bertas: os eclipses totais da Lua servi-ram até o século XVII paraestabelecer a longitude dos lugares deobservação. Constituíam para o na-vegador um sinal horário fundamen-tal na determinação da longitude deum ponto do mar e/ou em terras aserem exploradas. Realmente, comoo contacto do disco lunar com a som-bra da Terra é visível em um mesmoinstante em todo o mundo, a suacorrespondência com horas locais di-ferentes depende da longitude do sítiode observação. Foi assim que os pri-meiros navegadores puderam ter umamelhor idéia da situação geográficadas novas terras que acabavam dedescobrir.

Para ilustrar a importância geo-gráfica dos eclipses, podemos citar oeclipse da Lua de 1634 que, observa-do simultaneamente na França e noOriente Próximo, permitiu um me-Ihor conhecimento das extensões doMar Mediterrâneo. Nos mapas daépoca, as dimensões deste mar se re-velavam cerca de mil quilômetrosmaiores.

Apesar de menos freqüentes, asobservações dos eclipses totais doSol, de uma beleza indescritível, tive-ram um interesse científico muitogrande. Até 1930, quando da inven-ção do coronógrafo pelo astrônomofrancês Bernard Lyot (1897-1952), aobservação da cromoslèra e dã coroasolar só era possível durante os pou-cos minutos da totalidade de umeclipse do Sol. Para terem um melhorconhecimento da atmosfera solar eem conseqüência um maior desenvol-vimento da estrutura física do Sol, osastrônomos eram obrigados a viaja-rem, às vezes, para os pontos maisinsólitos do nosso planeta, com obje-tivo de observarem um eclipse. Atéhoje, durante os eclipses, procura-seanalisar as influências dos fluxos so- 1lares na atmosfera e no campo mag-nético terrestres.

Com relação às pesquisas lunares,os eclipeses do Sol contribuíram paraum melhor conhecimento do movi-mento da Lua, graças à determinaçãodos instantes de contato do disco daLua com o do Sol.

Não devemos esquecer que algu-mas observações sobre o perfil dolimbo lunar foram obtidas pouco an-tes da totalidade, quando os últimosraios do Sol, ao passarem entre asmontanhas do bordo lunar, provo-cam o belíssimo fenômeno dos "grãosde Baily". Como o perfil lunar variacom a libração, pode-se também estu-dá-lo durante os eclipses anulares doSol. Este tipo de eclipse — o anulardo Sol — pouco interesse apresentapara o estudo físico da atmosfera doSol, pois a coroa não é visível, noseclipses anulares.

No caso limite, quando os diâme-tros aparentes do Sol e da Lua sãoquase iguais — eclipse perlado —,observa-se uma espécie de colar depérolas brilhantes ao redor do disconão iluminado da Lua.

Será conveniente ressaltar o fatode que o radar, as ocultações rasantesde estrelas pela Lua, e, atualmente, asfotografias obtidas do espaço pelassondas permitem traçar um perfil lu-nar muito superior em precisão aoque se pode atingir durante os brevese curtos intervalos de um eclipse anu-lar e perlado.

Os eclipses do Sol forneceramigualmente uma das provas experi-mentais que permitiram verificar avalidade da teoria da relatividade ge-ral de Einstein.

A cada dia que passa, menor é onúmero de cientistas que se deslocampara observá-los. Hoje os eclipsesconstituem um dos mais belos fenô-menos cósmicos que agitam um tipoespecial de turismo científico.

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

Austrália pode perder

sua barreira de coral

A Grande Barreira de Coral da Aus-trália atrai 1,5 milhão de turistas a cadaano. Trata-se da maior estrutura viva doplaneta. Com 1.600 quilômetros de com-primento, ela é visível para os astronau-tas do espaço. Agora esse paraíso naturalestá ameaçado pelo desequilíbrio ecoló-gico. O governo australiano quer liberara exploração de petróleo na região,criando o risco de derrames catastróficosde óleo. A mineração de ouro e cobre nosrios lança substâncias poluidoras naságuas costeiras próximas do recife. E oturismo também começa a causar danosna estrutura que levou milhões de anospara se formar.

A Barreira de Coral australiana abri-ga majs espécies que todo o OceanoAtlântico. Há desde animais microscópi-cos, como plâncton e diatomáceas, atémedusas, esponjas, caranguejos e cercade 1.400 espécies de peixes, incluindogigantescas arraias-mantas e tubarões-brancos.

Uma ameaça natural para a forma-ção de coral é uma estrela-do-mar espi-nhosa chamada acantaster. Esse moluscodevorou grandes segmentos do recife emduas explosões populacionais recentes. Aacantaster come os pólipos coralinos queformam as belas estruturas semelhantes aárvores e flores. Para os ecologistas, épossível que a pesca e a coleta de conchastenham diminuído a população dos ani-mais que devoram a estrela-do-mar. Seminimigos naturais, a ancantaster se repro-duziu explosivamente, ameaçando umterço da barreira de coral.

Outro problema são os hotéis flu-tuantes que levam turistas para os reci-fes. Os turistas arrancam pedaços de co-ral e coletam conchas com moluscosvivos, apesar da fiscalização das autori-dades australianas. Hoje toda a região éum parque nacional, mas isso não afastao perigo das atividades humanas em re-giões vizinhas. O território de Queens-land, na costa australiana diante da bar-reira, é região de cultivo de cana epecuária. Fertilizantes e matéria orgâni-ca das usinas de açúcar e dos matadou-ros são levados para o mar, aumentandoa quantidade de nutrientes nas águas. Ocoral vive num deserto de nutrientes. Seessas substâncias aumentarem, o coralmorre.

Tony Larkun e Judi Hansen, biólo^gos da Universidade de Sidney, advertemque os esgotos dos hotéis e centros turis-ticos representam uma ameaça extra. Sêos níveis de nutrientes aumentarem, podeocorrer uma maré vermelha — um cres-cimento explosivo de algas que consojmem todo o oxigênio da água. Isso asfi-xiaria a rica vida marinha da região. .

Uma moratória de dois anos foi irn-posta contra a construção de novos ho-téis na Grande Barreira de Coral. Masantes que a lei entrasse em vigor umnovo hotel flutuante — uma estruturacom cinco andares de altura e um obset>vatório subaquático — foi instalado nosrecifes. Outros projetos ainda mais gran-diosos aguardam o final da moratóriíf,em 1992.

Baleias — As baleias que habitamas águas do Oceano Antártico e doAtlântico Norte obtiveram um ano demoratória, com a decisão da ComissãoInternacional da Baleia de prorrogar asuspensão da caça comercial que foi ado-tada em 1988. Desde a primeira sessãoda reunião realizada em Reikjavik, osprincipais países caçadores (Islândia,Noruega e Japão) vinham tentando con-seguir o questionamento dessa moratóriae estabelecer cotas de pescado. O Japão,ao final, conseguiu autorização para ca-çar 7 mil baleias na Antártica, em 1992,"para realizar pesquisas científicas."Ecologia — O México vive umasituação de colapso ecológico. Em quase

dos milhões de quilômetros quadrado,?de sua sueperície podem ser detectadascondições ambientais bastante deteriora-'das. Segundo o Partido ecologista Mexi-cano, o mais grave dessa situação é quenão existem políticas que ataquem o pro-blema a fundo. "Só adotamos medidasde emergência", criticou o ambientalistaGabriel Sanchez. A luta dos ecologiyas,no entanto, começa a dar alguns resulta-dos. O órgão estatal que cuida do petró-leo mexicano anunciou a adoção de vá-rias medidas de proteção ambiental,entre elas a instalação de sistemas detratamento de resíduos em cinco de suassete refinarias.

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Para expulsar as partfculas inaladas na respiragSo, as• vias respiratdrias produzem secregSo. Os cflios se en-

carregam de empurrar para fora dos pu/mdes a misturade secregSo e partfculas. Mas o excesso de partfculaspode inibir a longo prazo a atividade dos cflios, princi-palmente em pessoas al6rgicas. A secregSo acumuladareduz a elasticidade dos pulmdes e prejudica o ato derespirar, gerando doengas como asma. bronquite ouenfisema. A fisioterapia age como um auxiliar no pro-cesso de expulsSo dessa secregSo. ao movimentar ospulmdes e melhorar a respiragSo.

Schumaker exercita o chi-kun, uma tecnica chinesa

respondeClaudio

chefePartículas

Schumaker exercita o chi-kun, uma técnica chinesa

Terapias respiratórias preenchem espaço no dia-a-dia

-®- Getúlio Vilanova "Márcia Régis

Respirar bem está na moda, a julgarpela quantidade de terapias voltadas pa-ra isso que surgem a todo instante. Parasentir de perto o boom das técnicas derespiração, basta dar uma olhada nasparedes das lanchonetes, restaurantes,farmácias e outros templos do consumonatural, em geral coalhadas de cartazesanunciando cursos e outras novidades.São técnicas indicadas para o relaxamen-to muscular e a postura, mas especialis-tas advertem que não são capazes deatuar diretamente sobre os pulmões e,por isso, não servem para curar doençasrespiratórias, nem para aumentar a capa-cidade pulmonar. Em alguns casos, po-dem ser até contra-indicadas.

"Quem sente que a respiração estáruim deve primeiro procurar um médico.Pode ser que o indivíduo tenha asma,bronquite, enfisema e etc. Ou pode nãoter nenhuma dessas doenças e sofrer ape-nas do que chamamos dispnéia psicogê-nica — falta de ar por motivo psicológi-co. Se tiver alguma coisa e precisar deexercícios deverá fazer, isto sim, fisiote-rapia respiratória. Se não estiver doente,não precisa fazer nada", resume o médi-co João Carlos Correia, chefe do Serviçode Pneumologia do Hospital dos Servi-dores do Estado (HSE) e presidente daregional carioca da Sociedade Brasileirade Pneumologia.

As terapias da moda englobam con-ceitos de práticas conhecidas como ioga,shiatsu e tai-chi-chuan, passando pelaantiginástica e chi-kun (respiração taoís-ta) e chegando até a métodos mais exóti-cos como Rolfing, RPG (ReeducaçãoPostural Global) e Marp (Morfo-análisee Reajustamento Postural). A professoraSônia Amaral, por exemplo, estudiosa eorientadora do chi-kun, garante que coma técnica já conseguiu curar casos deasma, doença que mais leva pessoas embusca de exercícios respiratórios. Entre-tanto, tais feitos são vistos com cautelapelos fisioterapeutas, que atuam junto amédicos no tratamento clínico de doen-tes com problemas pulmonares ou car-díacos.

"As técnicas alternativas são voltadasmais para o relaxamento e a postura, oque é muito válido — mas não em quemtem doença respiratória. Os exercíciospropostos não afetam as áreas proble-máticas dos pulmões, como faz a fisiote-rapia respiratória a partir do diagnósticodado pelo médico e pelos exames com-plementares", explica a fisioterapeutaElizabeth Stern, que trabalhou 10 anosna Santa Casa de Misericórdia do Rio deJaneiro e hoje atua em consultório parti-cular, tendo feito também algumas in-cursões pela antiginástica. Ela acrescentaque as terapias alternativas para a respi-ração influenciam os pulmões indireta-mente, usando para isso dois conceitostambém valorizados pela fisioterapia res-piratória, que são o relaxamento e amelhora da postura, dois mecanismosfundamentais, mas não suficientes, paraa expansão pulmonar e o aumento dacapacidade respiratória.

Segundo a fisioterapeuta, os indiví-duos que precisam de técnicas para me-lhorar o desempenho dos pulmões e arespiração são aqueles que sofrem doen-ças respiratórias como asma, bronquite,enfisema ou fibrose cística. Ou ainda,aqueles que, por algum outro tipo dedoença crônica, são obrigados a ficar decama durante muito tempo, numa postu-ra inadequada para o bom funcionamen-to dos pulmões — problema comum emidosos, por exemplo. Ex-fumantes tam-bém podem melhorar o desempenho pul-monar e prevenir complicações futuras— "os fumantes inveterados", avisa opneumologista João Carlos Correia,"precisam mesmo é parar de fumar".

A fisioterapia respiratória, devida-mente adaptada para cada caso, pode serfeita em crianças, adultos e idosos. Aidade não importa — no Instituto Fer-nandes Figueira, por exemplo, os fisiote-rapeutas José Maria Gonçalves e SandraLisboa são especialistas no atendimentode recém-nascidos.

"O problema é que a maioria daspessoas — mesmo as que têm problemasclínicos — acha que fisioterapia é "coisade doente" e prefere buscar auxilio numaterapia alternativa. O fator econômicotambém influencia na escolha: as tera-pias alternativas são mais baratas que afisioterapia. Além disso, são feitas geral-mente em grupos, o que já motiva oindivíduo psicologicamente", diz BeatrizBrandão Costa Vaz, responsável pela fi-sioterapia respiratória do Serviço de Ci-rurgia Torácica e de Pneumologia doHSE.

~ Apesar "de não condenar as terapiasalternativas para o reparo da respiração— por causa do relaxamento e da corre-ção postural que buscam —, ela explicaque algumas pessoas podem se prejudi-car ao fazerem exercícios para os quaistêm inadequações previstas apenas pelomédico e pelo fisioterapeuta. Por exem-pio, alguns exercícios respiratórios de io-ga podem provocar crises em asmáticos."Eles até podem se beneficiar com aioga, desde que tenham suas condiçõesde saúde avaliadas anteriormente", dizBeatriz. Algumas manobras do shiatsu,acrescenta, feitas em tórax do tipo esca-vado, podem piorar o problema respira-tório da pessoa. Aí, nesse caso, não háoutro jeito senão parar no médico e,depois, nas mãos do fisioterapeuta.

Para expulsar as partículas inaladas na respiraçSo, asvias respiratórias produzem secreçSo. Os eflios se en-carregam de empurrar para fora dos pulmões a misturade secreçSo e partículas. Mas o excesso de partículaspode inibir a longo prazo a atividade dos eflios, princi-palmente em pessoas alérgicas. A secreçSo acumuladareduz a elasticidade dos pulmões e prejudica o ato derespirar, gerando doenças como asma, bronquite ouenfisema. A fisioterapia age como um auxiliar no pro-cesso de expuIsSo dessa secreçSo, ao movimentar ospulmões e melhorar a respiraçSo.

Alternativas conscientes"Muitos profissionais cometem exa-

geros na área das terapias alternativas,assim como acontece em qualquer outroramo de trabalho, até mesmo no da me-dicina", avalia Helmar Schumacher, ins-trutor de uma técnica de respiração chi-nesa denominada chi-kun. "Atuamoscomo terapia de apoio e não como fór-mula de cura, embora algumas pessoas sebeneficiem tanto que até conseguematingir esse objetivo. Mas não temos umareceita de bolo para a saúde", acrescentaSchumacher.

O chi-kun é uma das terapias de res-piração mais antigas da medicina chine-sa, ultrapassando em idade o tai-chi-chuan e o shiatsu. Trata-se de uma técni-ca que segue os mesmos princípios daacupuntura, ou seja, de balancear osprocessos vitais do organismo para obtersaúde prolongada. No chi-kun são feitosexercícios respiratórios abdominais, dia-fragmáticos (centrados no diafragma,músculo que divide o tórax do abdo-men), escapulares (movimentando o cen-tro do peito) e intercostais (ativando osmúsculos na altura das costelas). Os

Tratamento dos

recém-nascidosNo Instituto Fernandes Figueira

(IFF), uma equipe de fisioterapeu-tas respiratórios age desde cedo naprevenção de problemas pulmona-res em recém-nascidos prematuros,internados na UTI neonatal. Comobebês não atendem a comando ver-bal, o trabalho dos fisioterapeutas évoltado para a correção da posturada criança. "A criança respira mo-

Consultório

exercícios de postura se baseiam em posi-ções de animais como tigre, urso, garça,macaco e outros.

"Pessoas com asma e bronquite sópodem fazer esses exercícios quando nãoestão em crise. Caso insistam em fazer,entramos em contato com seus médicospara conhecer o estado de saúde delas —apesar de alternativos, não podemos serpreconceituosos quanto a qualquer tipode tratamento de saúde", diz Schuma-cher, apoiado pela introdutora do chi-kun no Brasil, Sônia Amaral.

Ele explica que as pessoas saudáveispodem se dedicar à prática — "afinal,cada um de nós sempre tem algo paramelhorar". Mas acrescenta que a procu-ra não deve ser movida pela bandeira tãopropagandeada pela maioria das terapiasalternativas de aumentar a capacidaderespiratória. "Isto é uma visão muitoocidental, que conjuga qualidade comquantidade", diz. Segundo ele, os exerci-cios respiratórios alternativos visammuito mais o relaxamento, o controle daagitação física e a coordenação do movi-mento respiratório.

Nilton Claudino

vimentando a barriga, mas, por in-crível que pareça, a melhor posiçãopara facilitar o trabalho do diafrag-ma de bebês é a de barriga parabaixo. Conseguimos, assim, melho-rar bastante a distribuição da venti-lação pulmonar", explica o fisiote-rapeuta José Maria Gonçalves. Otórax da criança é manipulado parafacilitar o deslocamento da secre-ção pulmonar. O trabalho é delica-do, feito com a ponta dos dedos, àsvezes em bebês que cabem na pai-ma das mãos.

Em adultos, a fisioterapia respi-ratória tem papel essencial em ci-rurgias do tórax, seja na avaliaçãodo doente antes do procedimentoou por auxiliar na sua recuperação.Uma das complicações dessas ci-rurgias são a má expansão do pul-mão no pós-operatório e mau fun-cionamento dos cílios pulmonares(responsáveis pela expulsão de se-creções) por causa do gás anestési-co. "Com a fisioterapia reduz-semuito os riscos de complicaçõesdesse tipo", diz João Carlos Cor-reia, chefe do Serviço de Pneumolo-gia do Hospital dos Servidores doEstado (HSE), no Rio.

Nas unidades de tratamento in-tensivo, os fisioterapeutas manipu-Iam aparelhos de ventilação mecâ-nica, nebulizadores e outrosespecíficos para a respiração. "A

fisioterapia age nos hospitais comoum suporte, uma ferramenta a maisna recuperação do doente", explicaa fisioterapeuta Elizabeth Stern.Ela destaca que antes de uma cirur-gia torácica ou cardíaca o doentedeve ser orientado sobre a localiza-ção da incisão e dos drenos quereceberá no pós-operatório, sendoavisado sobre as dores que essesprocedimentos acarretam. O objeti-vo é prever junto com o paciente aposição de defesa que acabará ado-tando no leito para não sentir asdores, mostrando, assim, porqueele deverá suportar os exercícios defisioterapia respiratória e prevenirproblemas na movimentação dospulmões por causa da má postura.

"A fisioterapia faz o doenteexercitar os pulmões ainda naUTI", diz Elizabeth. E isso é muitoimportante porque, segundo ela,com freqüência um paciente sub-metido a uma cirurgia torácica aca-ba ganhando uma seqüela nos pul-mões por causa da postura no leitodurante o pós-operatório, necessi-tando de nova cirurgia reparadoramais adiante. "A fisioterapia é mui-to importante. Muitas equipes mé-dicas não mantêm um fisioterapeu-ta respiratório porque os seguros desaúde não pagam esse tipo de servi-ço", afirma.

Quelóides

Como se formam osquelóides? Há testes

Íue indiquem a pre-

i

radiobetaterapia,que inibe a formaçãoexagerada dos fibro-blastos. Esse trata-mento não é total-mente garantido,

Quatro exercícios ao alcance de todos

A fisioterapeuta Elizabeth Stern explica que 70% darespiração é feita com o auxílio do diafragma, o músculoque divide o tórax do abdômen. Os demais 30% sãoproporcionados pelos músculos intercostais, localizados na

altura das costelas. A maioria dos exercícios respiratórios seconcentra nesses dois músculos. Ambos têm que participardo processo, para que a pessoa não tenha problemas.^ Eladescreve quatro exercícios básicos da fisioterapia respiratória.

¦ Exercício diafragmático:deitada, barriga para cima,pés apoiados no chão, mãoscolocadas sobre a barriga pa-ra perceber o movimento pro-posto. A pessoa inspira, estu-fando a barriga, e expira pelaboca, encolhendo a barrigana medida em que solta o ar.O movimento estimula o dia-fragma e expande as basesdos pulmões — região maisafetada nos enfisematosos.Indicado para qualquer pes-soa em crise respiratória.

¦ Exercício apical: bom pa-ra esvaziar o peito, pois esti-mula a parte superior dospulmões. Feito na posiçãosentada. As mãos cruzadassobre o peito fazem leve com-pressão nessa região durantea expiração, afrouxando omovimento durante a inspi-ração. A postura do exercício— mãos cruzadas sobre opeito — é necessária parapromover o relaxamento dotórax. Indicado especialmen-te para asmáticos em crise.

¦ Exercício diafragmáticoem decúbito lateral: deitadade lado, pernas flexionadas,mãos sobre a barriga, a pes-soa repete o exercício dia-fragmático. Depois, as mãossão colocadas na parte maisinferior das costelas, impri-mindo leve pressão. Nessaposição, a pessoa inspira de-vagar, abrindo as costelas.A expiração é feita lenta-mente, para relaxar. Indica-do para casos de asma oubronquite.

¦ Exercício da tosse: senta-da, mãos cruzadas sobre opeito, a pessoa respira três ve-zes. Na quarta vez, solta umpouco de ar e depois soltamais um pouco com a bocaaberta, emitindo uma tossesurda. Faz isso pressionandoo peito, para eliminar a secre-ção pulmonar. Indicado paraquem tem bronquite, enfise-ma ou apresenta muita secre-ção. O asmático não pode fa-zer esse exercício, sob risco dedesencadear uma crise.

disposição de alguém ,para ter o problema? /_/[ IExistem meios de re- ^ zLjj-jlj*-

tirar o quelóide e deixar embora, geralmente, propor-pele sem marcas?

cione algum beneficio.

Quem responde é o pro- Há quem associe qual-fessor Cláudio Cardoso dé qUer cicatriz mais averme-Castro, chefe do Serviço de ihada ao surgimento de umCirurgia Plástica do Hospi- quelóide. Mulheres que setal Pedro Ernesto da Univer- submetem a partos por ce-sidade do Estado do Rio deJaneiro (Uerj):

O quelóide é basicamenteuma cicatriz anormal, naqual continua a proliferar,por razões desconhecidas,um tipo de célula do sangueque participa do processo decicatrização, o nbroblasto.Essa célula se multiplica eultrapassa o limite da cica-triz. E a sua atividade contí-nua que origina a protube-rância vermelna quecaracteriza o quelóide. q

Há quelóides que ficam de cicatrização de cortes,enormes, bem acima da li- que varia de pessoa paranha da pele. Quem tem pre- pessoa. Em geral, por umdisposição acentuada pode processo que a ciência aindasofrer a formação de cjuelói- não explica, a cicatrizaçãodes em qualquer região do completa de cortes leva decorpo. Mas, na maioria dos um a dois anos. Enquantocasos, os quelóides não se isso está ocorrendo, a cica-formam no rosto, palma das triz pode ficar avermelhada,mãos e planta dos pés. Sur- o que não significa de modogem principalmente nos om- algum que a incisão ganhou

sariana vivem às voltas comesse tipo de preocupação.Pode ser precipitação. Osquelóides costumam serconfundidos com as cicatri-zes hipertróficas, que tam-bém ficam avermelhadas.Mas, ao contrário dos que-lóides, as cicatrizes hipej-tróficas coçam muito e vãose atenuando e clareandocom o passar do tempo.

Outro fator a ser conside-rado na caracterização dos

uelóides é o tempo médioo tempoação ae c

se umacia de

bros e no tórax.A única forma de prever

pessoa tem a tendên-formar quelóides é

observando seu sistema decicatrização. Há quem tenhauma tendência tão forte quecrie um quelóide no lóbulode uma orelha furada para acolocação de brincos, no lo-cal de uma picada de injeçãoou de uma agulha de vacina.

O tratamento dos quelói-des não garante cura. Poma-das e loções não adiantam

-um quelóide. Ou antes, tra-ta-se de uma cicatriz queestá evoluindo e poderá fi-car muito boa. O normal éque toda cicatriz fique emforma de linha, bem na su-perficie da pele.

Já que falamos de cicatri-zes é bom lembrar que ne-nhuma incisão fica sem ci-catriz. O que a cirurgiaplástica faz é torná-la me-nos aparente. Mas ela ficaonde está para o resto da

Cirurgias plásticas podem v^a só poderia desapa-

retirá-los, mas é preciso mais recer Por algum processo de

que isso. Cerca de 24 a 48 mágica. A cirurgia plastica,horas depois da cirurgia, infelizmente, não opera mi-incisão deve ser exposta lagres.

Brasil também investe

no laser contra miopia

SÃO CARLOS, SP — Durante qua-se 200 anos, desde que os óculos foramaperfeiçoados por Benjamin Franklin,no século 18, os recursos para tratamen-to oftalmológico não têm parado de pro-gredir. Depois das cirurgias corn bisturique livraram muita gente dos incômodosda miopia, a partir da última década,começa a se delinear uma nova armacontra deficiências visuais: o raio laser.Ainda em fase experimental na Inglater-ra e nos Estados Unidos, onde espera aaprovação da Food and Drug Adminis-tration (FDA), órgão americano encar-regado de fiscalizar alimentos e remé-dios, a cirurgia a laser para correção demiopia também começa a ser desenvolvi-da no Brasil.

Cientistas do grupo de ótica do Insti-tuto de Física e Química de São Carlos eda divisão de Oftalmologia do HospitalUniversitário, ambos da Universidade deSão Paulo (USP), se uniram para desen-volver o primeiro aparelho de cirurgia demiopia a laser. •

A idéia dessa interação entre áreasdiferentes de uma universidade, muitorara no Brasil, foi do oftalmologista doHospital Universitário José Américo Bo-natti. Ele procurou os físicos de SãoCarlos para que eles desenvolvessem tec-nologia básica para a construção^ de ins-trumentos oftalmológicos que até o mo-mento são importados. Os resultadosnão-íardaram a aparecer. O primeiroinstrumento construído foi um oftalmos-cópio binocular indireto — aparelho uti-lizado para examinar o fundo do olho —com a mesma eficiência e qualidade dosimportados, por um terço do preço."Nosso objetivo final, no entanto, è maisambicioso", explica Vanderlei Bagnato,físico do grupo de ótica do IFQSC.

A miopia se caracteriza por uma cur-vatura excessiva da córnea. que faz comque a imagem de objeto no infinito — emtermos práticos, a mais de seis metros —se forme antes da retina.

O aparelho em desenvolvimento vaifuncionar com a utilização de uma unida-de laser Excimer, que emite na região doultravioleta. Ao invés de usar o argônioou outros gases para concentrar a radia-ção eletromagnética (luz) num feixe coe-rente, o aparelho usará um semicondutor,

o arseneto de gálio. A grande vantagem éque o laser de semicondutor (ou de diodo)é mais barato, menor e fácil de operar."Um aparelho desses custa cerca de USS500 mil no exterior", explica Bonatti."Pretendemos produzir um igual por umquinto desse valor." Só será importada aampola de laser Excimer.

Nas cirurgias tradicionais, o médicousa um bisturi de diamante para fazeroito cortes radiais na córnea, a uma pro-fundidade que atinge 95% de sua espes-sura, deixando intocada uma área de 3,5milímetros de diâmetro, no centro. Comisso, a pressão do líquido interno doolho, de dentro para fora, corrige a cur-vatura. Essa forma de operar, emboracure miopias de dois a cinco graus, temalguns inconvenientes. "O principal éque deixa o olho muito frágil", explicaBonatti. "Uma batida mais forte podevazá-lo. Por isso, essa cirurgia não érecomendada para esportistas." A cirur-gia a laser, ao contrário, não faz cortes.A correção é feita por intermédio dedesbaste (fotoablação) numa área de cin-co milímetros de diâmetro, na regiãocentral da superfície da córnea. "As fi-bras da córnea não são atingidas", infor-ma Bonatti. "O olho não fica frágil."Para trabalhar com o laser, que é invisí-vel, os técnicos colocam junto a ele umfeixe de luz colorida. Essa cirurgia tam-bém é indicada para miopias de dõ'iS"ãcinco graus.

O progresso em tratamento de defi-ciências visuais, entretanto, não acontecesó no campo das cirurgias. Pelo contrá-rio, os médicos até aconselham que aoperação seja o último recurso a ser usa-do. A maior parte dos casos de proble-mas oftalmológicos é resolvida com ócu-los ou lentes. São tratamentos paramiopia, astigmatismo — deformação nasuperfície do globo ocular — e hiperme-tropia (o contrário dc miopia) que tam-bém apresentam progressos significati-vos. Hoje já não se usam as lentesacrílicas, que não permitem a passagemde ar e só podem ser usadas por períodosinferiores a oito horas. As lentes maiseficientes são as siliconadas e as fluorcar-bonadas, que deixam passar mais ar, oque possibilita seu uso por períodos de16 a 24 horas.

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Rio de Janeiro — Segunda-feira, 3 de junho de 1991 Não pode ser vendido separadamente'

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MercadoOuro 2,60%Dólar 0,95%IBV 16,30%Ibovespa 22,74%Variação na semana

Inflaçãol&PM/FGV %Fevereiro 21,02Março 9,19Abril 7,81Acumulado no ano 67,67Em 12 meses 336,65FIPE/IPC %Fevereiro 20,54Março 7,48Abril 7,19Acumulado/ano 68,06Em 12 meses 357,16DIEESE/ICV %Fevereiro 19,40Março 9,99Abril 7,93Acumulado/ano 76,37Em 12 meses 406,63INDICADORESBTN Cr$ 126,8621

Cr$ 175,6267*UPC Cr$ 2.091,57

(2o trimestre)Taxa Anbid 317,68%IBA/CNBV 1.162.185,54

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l Salário Mínimoi Fevereiro Cr$ 15.895,46. Março Cr$ 17.000,00' Abril.... Cr$ 17.000,00*Maio Cr$ 17.000,00"mais abono de Cr$ 3.000,00* mais abono de Cr$ 3 mil ~~fiíãis

abono móvel, que sairá em{ 12.06.91

: Caderneta1 Março dia 01.03 7,53%"

Abril dia 01.04 9,04%Maio dia 01.05 9,47%Junh^di^^0^^^^^9j53%

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FGTSFevereiro 7,2638%Março 8,7676%Abril 9,1986%Maio 9,2588%

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Os abusos das empresas•

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• Sem competitividade e preço, grupos recorrem ao poder econômico para ter lucroRoberto Faustíno

Tatiana Petit

são paülo — Pouco habituada à con-corrência, a iniciativa privada brasileira fazo que a literatura chama de abuso de podereconômico. Exemplos não faltam para ilus-trar essa prática no dia-a-dia e a pressão queela exerce sobre os preços e, portanto, sobrea inflação. O mercado de elevadores podeser tomado como um caso típico dessa situa-ção. Seus aparelhos custam caro e a venda,em geral, é vinculada a contratos leoninos demanutenção. Nele operam apenas cinco em-presas, sendo que apenas duas' controlam62% do total das vendas. Por isso, o GrupoSusa/Vendex preferiu importar da matriz daSchindler, na Áustria, por US$ 600 mil, asescadas e o elevador instalados em seu maisnovo empreendimento, o shopping centerWest Plaza em São Paulo. Se comprasse daSchindler brasileira ou de qualquer concor-rente nacional, entre elas a líder Villares,pagaria o dobro, segundo um funcionáriodo Grupo Susa/Vendex.

Sem competitividade e preço, essas em-presas fazem o que podem para sobreviver.Uma investigação do Departamento Nacio-nal de Proteção e Defesa Econômica (DNP-DE) tenta saber se os cinco fabricantes deelevadores condicionam o fornecimento depeças de reposição à prestação de serviços demanutenção, uma atividade que apenas nacidade de São Paulo gira US$ 35 milhõesanuais. "As empresas só geram inflação seestiverem protegidas interna e externamentepor reservas de mercado", diz o deputadoRoberto Campos, defensor intransigente dofuncionamento do livre mercado.

Aviação—Acordos de cavalheiros entreempresas que deveriam ser concorrentestambém são comuns. Entre as companhiasaéreas, por exemplo, uma acordo informaldividiu o mercado em fatias para as trêsempresas nacionais, evitando, até recente-mente, que, na briga por passageiros, ospreços baixassem. A Transbrasil foi a pri-meira a disparar contra a concorrente Vasp,exatamente porque a empresa rompeu oacordo de cavalheiros e ordenou seus horá-rios de forma a disputar passageiros da con-corrência. "Estão roubando 40% de nossospassageiros", queixou-se formalmente aTransbrasil ao Departamento de AviaçãoCivil (DAC), que, em princípio, não vê mo-tivo para a denúncia. "Esse tipo de competi-ção é predatório", sustenta a companhiacomandada por Ornar Fontana.

Esta semana, a artilharia foi reforçadacom a munição da Varig, a maior empresaaérea do país, e de sua associada, a Cruzeiro.Com argumentos diferentes daqueles apre-sentados pela Transbrasil, a empresa tam-bém reclamou ao DAC. "Sem dúvida, aatuação da Vasp encerra sérios riscos para odesempenho econômico-financeiro das em-presas", afirma o texto do oficio encaminha-do pelos presidentes das empresas, RubelThomas e Aguinaldo Junqueira, ao Depar-tamento. "Isso afeta não somente a Trans-brasil, mas todo o conjunto do transporteaéreo no país, já debilitado após convivênciade mais de três anos com crônica defasageme desatualização tarifárias."

Conluio — Acertos entre as empresas,como o que pautou a aviação comercial naúltima década, não são responsáveis pordistorções e pressão sobre os preços apenasna iniciativa privada. O DNPDE está pro-cessando administrativamente sete empresasque trabalham com vale-refeição, por teremacertado previamente seus preços para parti-cipar de concorrência pública feita pelo Ser-viço de Processamento de Dados do Gover-no Federal, o Serpro.. "Enquanto osorasneiros nao praucarem a nvrc coiicorren-cia, os preços continuarão altos e a qualida-de dos produtos estará em baixa", diz oadvogado Mauro Grinberg, da Baptista,Carvalho, Hesketeth Advogados e ex-conse-lheiro do Conselho de Administração Eco-nômica (CADE).

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Grinberg: sem a livre concorrência, preços continuarão altos

Casos clássicos

X

Exemplos não faltam para ilustrar aprática do abuso de poder econômico naeconomia brasileira.

Transbrasil/Varlg/Vasp — ODepartamento de Aviação Co-mercial (DAC) está examinandoa denúncia feita pela Transbrasilde que a concorrente estaria pra-

ticando concorrência desleal e predatória. Aempresa alega ter perdido 40% de seus passa-geiros pelo fato de a Vasp ter antecipado ohorário de seus vôos de São Paulo para PortoAlegre e Manaus, e de Brasília para São Pauloe Manaus. Na semana passada, a Varig eCruzeiro também entraram em rota de colisãocom a Vasp. O argumento das aliadas daTransbrasil no episódio Vasp é que a empresapaulista está aumentando a oferta de seus vôosexatamente no período de baixa estação, quan-do a demanda por passagens aéreas encolhe.Com tal procedimento, reclamam Varig e Cru-zeiro, os índices de aproveitamento tendem acair a níveis que tornam as operações anti-eco-nômicas, alterando ainda mais os percentuaisde participação nos mercados.

Em princípio, o diretor-geral do DAC, bri-gadeiro Sérgio Bürger, acredita que se trata decompetição benéfica aos usuários. É uma mu-dança radical na postura desse departamento,que, ao longo da década passada, praticamentechancelou o cartel das empresas aéreas brasi-leiras. O DAC não autorizava duas linhas afazer uma mesma rota se não houvesse entre osvôos diferença de pelo menos uma hora. Dessaforma, o governo indiretamente simplesmenteavalizava o acordo de cavalheiros estabelecidoentre as empresas.

Vale Refeição — Sete empresasdesse setor estão respondendo aprocesso administrativo pelo go-verno por terem feito um acordopara participar de concorrência

promovida recentemente pela Serpro, Serviçode Processamento de Dados do governo fede-ral.

Refrigerantes — A contar doinício deste mês, a Coca-Colatem prazo de 180 dias para re-formular sua estrutura de co-mercialização, toda ela montada

sobre o cartório de distribuidores — caracte-rística das demais empresas que produzem be-bidas e refrigerantes. Atualmente, a lei permiteao comércio comprar esses produtos direta-mente na"fábrica, sem intermediação de tercei-ros. Dessa maneira, espera-se o fim das opera-ções casadas, condenadas pela lei 8.002, de 14de março do ano passado. Elas são comunsespecialmente no verão. Nessa época do ano,bares e restaurantes são normalmente obriga-dos a comprar refrigerante, mesmo tendo oproduto em estoque, se quiserem ter cervejapara servir a seus clientes.

Xerox — O Departamento Na-cional de Proteção e Defesa Eco-

Desabastecimento e ágio —Práticas conhecidas dos brasilei-ros, especialmente em épocas decongelamento, quando indústriae comércio fazem seus produtos

evaporar. Os dois casos, na ótica de empresá-rios e economistas liberais como o deputadoRoberto Campos (PDS-RJ), são exemplos deabuso de poder econômico por parte do Esta-do. O presidente da Associação Brasileira deSupermercados (Abras), Levy Nogueira, jáalertou o Ministério da Economia sobre a faltageneralizada de produtos se o congelamentonão for revogado. Em São Paulo, representan-tes dos setores atacadista e varejista do comér-cio de carne bovina admitem a existência doágio na venda do produto e culpam a defasa-gem de preços pelo problema. Remédios près-critos por Campos: liberação verdadeira dasimportações e financiamentos oficiais para ossetores que apresentem gargalos.

Cimento — Até janeiro desteano, os fabricantes de cimentocondicionavam a venda do pro-duto ao uso do transporte quedeterminassem. Era uma prática

acertada de comum acordo entre as empresas,que sub-locavam transportadoras e, com esseexpediente, encareciam o custo do produto eescapavam de eventuais controles sobre seuspreços.

Elevadores — Raros são osconsumidores que moram emedifícios que não tenham queixassobre as despesas mensais comelevadores. Em meados de 1989,

o Conselho Administrativo de Direito Econô-mico (CADE), aceitou queixa apresentada pe-lo síndico de um prédio de Brasília sobre oscustos de manutenção desses veículos. Com amudança de governo, o caso, hoje, está sob oscuidados do Departamento Nacional de Prote-ção e Defesa Econômica, subordinado à Secre-taria Nacional de Direito Econômico e aindanão foi julgado. Está-se investigando se ascinco fabricantes que operam no mercado bra-sileiro — pela ordem, Villares, Otis, Schindler,Sur e Kone — criaram reserva de mercado,condicionando o fornecimento de peças de re-posição a contratos exclusivos de manutenção.Apenas no município de São Paulo, o mercadode conservação de cerca de 40 mil elevadoresgira perto de US$ 35 milhões anuais.

Escadas rolantes — As quei-xas não se restringem à presta-ção de serviços. Atualmente, es-pera-se cerca de 10 meses, acontar da encomenda, pelo rece-

m

bimento de um elevador. Como ocorre com aprestação de serviços, os preços de elevadores eescadas rolantes são extraordinários se compa-rados. com produtos comprados no mercadointernacional. O Grupo Malzoni/Vendex, do-no do shopping center West Plaza, inauguradoem São Paulo, este mês, pagou US$ 600 mil

nômica está avprionanHn niipíva pot.js£is..£scadas rojantes que ali funcionam,apresentada contra a Xerox doBrasil. A empresa é acusada de

impor a venda de material, papel e tinta porexemplo, como condição para manter o equi-pamento. Dependendo da decisão do Departa-mento, a Xerox pode ser acusada de praticar avenda casada.

todas trazidas da Áustria, sede da indústriaSchindler, segunda fabricante mundial, semcredenciais semelhantes no Brasil. Se fossemencomendadas à Villares, que acaba de se asso-ciar à General Eletric na produção de bens decapital, as escadas custariam o dobro, segundoalgumas estimativas.

Emaranhado

burocrático inibe

ação do governo

Sipa|Ifeíítifi

C* e o governo tivesse levado a cabo a"S* briga com a Autolatína, sob a açu-sação de abuso de poder econômi$,não teria instrumentos para faze-)kcumprir a pena máxima: recuar nó f¦teio que fundiu as operações da FoIVoUcswagen, reduzidas i»|e à coq]ção de marcas de fantasia. E que desío inicio da gestão do governo CoUor,.i

vo de Direito Econômico (Cade), colç-giado decisório ao qual çpmpetemfj81didas icomo essa, não foram escoibidaté hoje. Entre outras coisas, ao Çatambém compete propor>desapropjjção do acervo de empresas. "Os conse-lheiros não foram escolhidos, provavejrmente em função de uma decisãopolítica'', diz Marcos Vinícius deCam-pos, diretor do Departamento Nacionalde Proteção e Defesa Econômicj(DNPDE). "Mas esse foto em nad*atrapalha a nossa atuação." : *

Com a reformulação administra^-va promovida pelo governo Colloi;,criou-se um emaranhado (Jé siglas sermelhante àquele formado por medi-das provisórias, leis e regulamentoscoin as quais o Executivo prctendçproteger a livre concorrência no Brarsil. Com a reforma, parte das atribuirções do Cade foram transferidas aSecretaria Nacional de Direito Eco?nômico (SNDE). .Outra parcela desua área de influência passou aoDNPDE, encarregado de executarmedidas preventivas. A figura do óirgão e suas funções, porém, não foramexcluídas do organograma da SNDE»E o resultado de todas essas letras)por enquanto, é esse: diante de ujsjicaso de abuso de poder econômico^Ògoverno não tem como reagir. "Tètmos mais credibilidade junto ao enfepresariado", diz Campos qué, no cuttanto, reconhece que a maioria dos*executivos e donos de empresas brasirleiros desconhece a legislação. rmÊ:

Mestre em intervenções .--r"Quando se tem tanta intervenção dogoverno como ocorre no Brasil, não/epreciso defender a concorrência", dizMauro Grinberg, do escritório Baptis-ta, Carvalho Tess e Hesketh Advogátdos, ex-conselhciro do Cade entre de?zembro de 1986 e janeiro do anopassado, quando o órgão passou a serapenas uma sigla. Os antigos conse-lheiros demitiram-se, como Grinberg,ou foram exonerados sem que outrosfossem indicados para as funções. Eleadmite que o antigo Cade cometeumuitos erros e exagerava na burocra-cia. Por causa dela, um processo 4<|vezes levava 16 meses para ser concluido. Outros viraram herança para qatual estrutura do governo nessa ôrèsüSegundo Campos, o DNPDE herdõtf23 processos oriundos do antigo Cade-De setembro do ano passado, quandofoi estruturado, até dezembro receheu190 representações, às quais somaram-,se outras 75 ao longo deste ano. "$$fizermos as contas, a diferença d^atuação da atuai estrutura para o antkgo Cade é gritante", diz Campos, - vq

Estatísticas oficiais dão conta deque entre 1962, quando o Cade foicriado, até 1984, dó total de queixasapresentadas ao órgão, 302 foram arr-

Tlli.de apenas 72 deram origem &processos administrativos contra enMpresas qne tivessem praticado abuso depoder econômico. Entre 1984 e 1985#quando foi transferido do Rio de Janei?ro para Brasília, não houve üiüf juiga-Tmento sequer. No período de dezembro'de 1986 a janeiro do ano passado, 21.8,queixas foram arquivadas por falta de*provas, 97 processos foram instauradose apenas 10 condenações foram feitas.

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Ao escolher o Fundo de Pensão Montreaíbank,

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Ao escolher o fundo de pensão Montrealbank,a BAHEMA S/A deixou a experiência falar maisalto. A BAHEMA sabe que a qualidade de seusserviços depende diretamente da tranqüilidadede seus funcionários no trabalho. Por isso a

Bahema com 38 anos de existência, procuroua segurança dos 173 anos de experiência do Bankof Montreal e dos 25 do Montrealbank. Coma adesão dos 401 funcionários da BAHEMA,o Fundo de Pensão Montrealbank passa a

contar com 75 patrocinadores, benefician-do cerca de 50.500 funcionários e seusdependentes. Procure a garantia e a renta-bilidade do Fundo de Pensão Montrealbanke receba o benefício da experiência. Banco tte urontrcsl S.A.MontreaiBank

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2'L.f» Negócios e Finanças • segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

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Lufthansa investe em Berlim

A Lufthansa já investiu US$ 12 milhões numa base de manuten-ção de Boeing 737 no aeroporto de Schõnefelf, na área da

antiga Berlim Oriental. Essa foi uma das primeiras inversõesrealizadas no território da ex-Alemanha Oriental.

r Sob o ponto de vista estritamente técnico, a criação da novabase: era desnecessária, uma vez que as instalações da empresaem Hamburgo já efetuavam todos os serviços na frota 737.Mas, estrategicamente, era preciso criar raízes fortes na ex-Ale-manha Oriental, para estabelecer um ponto de partida para oçj;e?pimento, quando Berlim ser tornar capital do país. Além

.;disso, o atual presidente da Lufthansa, Heinz Ruhnan, é um'político experimentado (foi. ministro dos Transportes) e enca-

vfau.;o investimento como um ato político, que reafirmou o.propósito de consolidar a reunificação alemã.atí-ÍBerlim deverá se tornar um importante centro gerador detráfego nos próximos anos. A cidade, além de seu aspecto

%fÓl}tico, tem uma população de 3,4 milhões de habitantes e•deverá tornar-se um portão de entrada para a Europa Central.; :!r Os aeroportos da cidade são três: Tempelhof, Tegel e Schõ-;jS,çFe1d. Os dois primeiros ficavam na parte ocidental, estão^congestionados e a capacidade de crescimento foi entravada•por sua localização essencialmente urbana. Schõnefeld fica longetão Centro da cidade, tem acesso difícil e uma infra-estru-¦tura muito precária, herdada do lado oriental. Vai ser necessá-

ssçjq; criar novos acessos (rodovias, ferrovias e metrô), nova redetelefônica e o fornecimento de água e eletricidade vai ter que ser

íftótalmente refeito. Embora o custo desses investimentos seja> astronômico, a escolha de Schõnefeld compensa, pois permite^passar, em pouco tempo, o volume de passageiros dos atuais2,'5 milhões para seis milhões. Dessa forma,o aeroporto ser-

'virá às necessidades dos vôos domésticos, internacionais e inter-"continentais, até aproximadamente o ano 2000.

Lufthansa reiniciou seus vôos para Berlim (parados desde! >945) em outubro de 1990 e, na ocasião, ainda tentava adquirir";uína

participação na Interflug, á empresa aérea da Alemã-^npa, Oriental. O negócio foi bloqueado pela Comissão de Cartéis, dã' Alemanha e, após outras tentativas infrutíferas de venda, a

-i,Interflug acabou falindo.-A alternativa para a Lufthansa foi criar uma base técnica em

; Schõnefeld, contratando 440 antigos funcionários da Interflug.^Embora esse total corresponda a menos de 10% dos quadros

Mdà empresa recém-desaparecida, a oferta foi muito bem aceita,-*}à

que essa área do pais tem, atualmente, a espantosa taxa de'^desemprego de 50% (maior do que em 1930).E necessário criar mais empregos è, a longo prazo, a Luf-"^íhansa

pretende transferir parte dos 400 vôos semanais que' partem de Berlim para Schõnefeld (já com novas instalações)assim absorver um contingente bem maior de funcionários.- Atualmente, a aparência externa de Schõnefeld ainda é desola-

. dora, apesar de algumas melhorias já feitas. As construções têm

.3 acabamento ordinário e parecem nunca ter visto sinais de manu-cténção. No interior do hangar que a Lufthansa arrendou da^administração do aeroporto, as coisas são diferentes. No meio das

¦ '"docas está sendo feita a terceira revisão geral (Cheque D) de 737' fftrum tempo praticamente igual ao de Hamburgo, apesar dos

- funcionários terem sido treinados há pouco tempo neste tipo de"''aviação. A atmosfera é de otimismo e existe muita iniciativa entre'

os técnicos.Esse ambiente contrasta com o lado de fora do hangar, onde

rexiste um verdadeiro cemitério de dinossauros. Dezenas de Ilyus-ihin e Tupolev (antes pertecentes à Interflug) jazem abandonados,: como testemunhas de uma época que findou. O futuro da Alemã-:nha, com todos os desafios ainda existentes, deve se parecer mais: com o ritmo febril de trabalho do interior das oficinas do que com• o desalento do modelo econômico extinto.

AERO NEWS^ Apesar da briga entre as em-

¦ presas aéreas e as acusações mú- >tuas de concorrência desleal, no-1ta-se um certo distanciamentodo assunto por parte das autori-dades aeronáuticas. A tendência

; observada no DAC é que aquele 'órgão deverá ater-se exclusiva-

; -mente às questões de segurança,l^ularidade e pontualidade,

; deixando os demais aspectos pa-; ra serem decididos entre as pró-; prias companhias de aviação.; a Na semana passada, a Em-; braer passou a funcionar apenas; quatro dias por semana e a reter; parte dos salários dos funcioná-; rios como forma de redução de: custos. A crise da empresa tem se; agravado constantemente e sua: própria sobrevivência está em ris-; co. No exterior, os concorrentes

têm se aproveitado das difículda->: des da fábrica brasileira para

ocupar parte de seu mercado.; ¦ A VARIG continua avalian-; do a introdução de jatos na; frota de sua subsidiária Rio-Sul.; O assunto ainda depende de¦; avaliações de mercado.' 3 Na Eursjjfij continua uma dis-: puta entre fabricantes sobre o

mercado de aviões de nova gera-: ção com capacidade para 130

passageiros. De um lado, a Air-bus Industrie avalia o lançamentode urna versão encurtada do A-

: 320, que receberia a designaçãode A-319. De outro, membros do

; próprio consórcio europeu, comoa Aeropastiale, MBB e Casa, es-

¦ tudam a produção de um aviãosemelhante a ser produzido em

\ conjunto, e que ficaria disponívela partir de 1997.

; 0 A recente consolidação de; maior parte da indústria aeroes-; pacial alemã em torno da Dasa-(Deutsche Aerospace), criou um

Prupo que corresponde a 1 % do

Ntí daquele país. Cerca de1 "32% de suas receitas são gastas! .fim pesquisa e desenvolvimento.

O grupo pretende reduzir a par-ticipação das receitas do setormilitar de 48% para 25%, nospróximos anos.

A McDonnell-Douglas, quetem enfrentado diversas dificUl-dades, pode estar às vésperas deuma notícia alvissareira. O MD-90, um birreator para 160 passa-geiros, é o aparelho mais co-tado numa concorrênca que visaproduzir aviões na China. O ne-gócio englobaria a co-produçãode 150 aeronaves, num valor totalde mais de USS 4,5 bilhões.

Os soviéticos estão novamen-te estudando a introdução deaviões ocidentais. Desta vez,avaliam a aquisição do Boeing747 para equipar uma nova em-presa, que deverá voar linhasde longa distância. A escolhaevidencia a falta de eficiênciados aviões soviéticos.

A Girassol Aerotáxi foi auto-rizada pelo DAC a operar linhasregulares, ligando três cidades daAmazônia. Recentemente, outrasempresas de táxi aéreo já tinhamrecebido licença para voar linhassistemáticas em outrás áreas.

A associação BMW/Rolls-Royce lançou um novo turbofandestinado a aviões comerciais, aBR-700. A nova turbina deveráequipar aeronaves de 60 a 130lugares. A BR-700 será construí-da em território da antiga Ale-manha Oriental.a A FAA (Federal AviationAgency) dos Estados Unidos es-tuda a instalação de chuveiros au-tomáticos no teto da cabine deaviões comerciais, para aumentara possibilidade de sobrevivênciade passageiros em acidentes. Osistema auxiliaria a suprimir in-cêndios a bordo e facilitaria aevacuação dos passageiros. Já fo-ram realizados alguns testes, emcabines de aviões desativados, eos resultados foram positivos.

Capital externo na bolsa

• Os fundos estrangeiros já demonstram interesse no mercado brasileiro

Sônia Araripe

Foi dada a largada para a entrada deinvestidores institucionais estrangeirosdiretamente nas bolsas de valores. Pelomenos dois grandes fundos de pensãodemonstraram'para administradores debancos que atuam no exterior interesseem diversificár uma pequena parte desuas aplicaçõèé para o mercado de capi-tais brasileiro, iUm é o fundo de pensão~dos fuiiciunáiius ua ONU (Organizaçãodas Nações Unidas), que detém cerca deUSS 32 bilhões, e o outro é o dos traba-lhadores da General Motors, com patri-mônio de USS 35 bilhões.

Além destes verdadeiros gigantes—qpatrimônio total das fundações de previ-dência privada nacionais gira hoje porvolta de USS 15 bilhões—, vários fundos

nas uma pequena diversificação para oBrasil, já tera um impacto enorme paranosso mercado, porque eles administrambilhões de dólares", lembra.

Administrador local — Pelasregras atuais, é preciso constituir umfundo de ações, gerenciado por um ban-co brasileiro ou multinacional que sirvacomo administrador local. A partir deagora, as fundações de previdência es-trangeiras podem entrar diretamente,apenas com registro no Banco Central e

de médio e pequeno porte americanosestão muito interessados em estudar apossibilidade de colocar parte dos dóla-res que administram em ações brasilei-ras. No dia 2.4 de junho, o presidente daComissão de (Valores Mobiliários, AryOswaldo Mattos Filho, receberá umaimportante missão formada por 15 exe-cutivos de diferentes fundos de pensãoamericanos de médio porte."Há realmente uma expectativa posi-tiva destes administradores", confirmaRené Garcia,!diretor da CVM que vemacompanhando de perto a aberturamaior das bolsas brasileiras para o capi-tal estrangeiro. Na próxima sexta-feira,dia 7, ele tem encontro marcado com oj10 principais bancos brasileiros e estran-geiros que já administram atualmente os36 fundos estrangeiros autorizados aoperar, com .capital registrado de USS350 milhões. Foram convidados dirigen-tes do Unibanco, Bozano Simonsen,Morgan, Pactuai, Salomon Brothers,dentre outros.

Edvaldo Ailder Morata, vice-presi-dente assistente do NMB Bank, lembraque os investidores institucionais ameri-canos e europeus tem uma grande preo-cupação hoje com o retorno de suas apli-cações. Como por lá os lucros sãopraticamente iguais — rendem em média8% real ao ano —, é importante garantirum melhor retorno para os participantesdos fundos. "Mesmo que seja feita ape-

V.

um banco que sirva como representantepara fins cambiais e tributários. Mas pa-ra poder acompanhar melhor os negó-'cios que serão feitos aqui, a maioria de-verá continuar contando com aassessoria de bancos com experiência novolátil mercado acionário brasileiro.

As regras já estão todas prontas e abase principal do projeto é que estesinvestidores, sempre pensando no retor-no a médio e longo prazo, possam entrare sair a hora que quiserem. Não haveráobrigatoriedade de ter uma carteira di-versificada de ações: se o fundo estran-geiro quiser poderá ter tudo em um sópapel. Um executivo financeiro de umbanco estrangeiro, que vem acompa-nhando de perto estes aplicadores, contaque já se fala muito lá fora principâlmen-te de algumas empresas com tradição nomercado externo, como Vale do Rio Do-ce, Petrobrás e Aracruz.

A única restrição para estes aplicado-res estrangeiros será quanto aos financia-mentos nos mercados de opções ou futu-ro de índices. Este tipo de negócio — aompra, por exemplo, de ações à vista e

venclarde opções — é fechado principal-mente como uma estratégia de proteçãoda carteira. O problema, segundo RenéGarcia, é que a constituição não permitefinanciamento ou reciprocidade de crédi-to entre uma instituição estrangeira ebrasileira sem que tenha sido fechado umconvênio no mesmo sentido com o paísem questão. Como o Brasil não tem estetipo de acordo com os Estados Unidosou outro país— nem pretende fazê-loagora— os financiamentos serão veda-dos para as fundações de previdência."Não acredito que isto prejudique avinda destes investidores", analisouPaulo Eduardo François, executivo daárea de underwritting do Lloyds Bank.

Ele conta que alguns fundos de pensãoestrangeiros conhecem grandes empre-sas abertas brasileiras, como Vale doRio Doce, Aracruz ou Riocell. A filialda Bélgica do Lloyds, por exemplo, fezum lançamento de USS 10 milhões cmtitulos do tipo commercial paper (ou no-tas promissórias) para a Tenenge, dogrupo Odebrecht. "Eles só compram oque realmente conhecem, sabem da tra-dição da companhia, de suas boas pers-pectivas."

ü unao imobiliário — O curiosoé que 36 fundos de ações estrangeiros emfuncionamento hoje podem ter até 5%de suas operações comprometidas finan-ciamentos com opções ou índices. De-pois de examinar o modelo americano ede alguns importantes mercados euro-peus, o diretor da CVM percebeu queeste limite deve realmente ser pequeno. Eque as margens de atuação são estabele-cidas na moeda local e quando a moedado aplicador estrangeiro está mais valo-rizada, pode haver uma pressão muitoforte sobre a bolsa de valores. Foi istoque aconteceu, por exemplo, no mercadoamericano quando o ien estava valendomais do que o dólar: a pressão nos finan-ciamentos era grande. O mesmo poderiaacontecer por aqui, com o dólar maisforte do que o cruzeiro.

Fundos de pensão europeus e japone-ses, considerados muito conservadores,ainda não demonstraram interesse em -entrar agora nas bolsas brasileiras, logodepois do governo ter dado o sinal verde.Isto não significa, porém, que bancosespecializados estão deixando estes apli-cadores em potencial de lado. Contatoscontinuam sendo feitos — a aproxima-ção já começou há cerca de três anos —para também atrair estes mercados. "Os

japoneses poderão se interessar maisquando forem aprovados os fundos imo-biliários", acredita René Garcia.

Ele explica que investitidores japone-ses tem tradição na área imobiliária: com-pram cotas de alguns empreendimentosde porte, como shopping centers, a pro-cura de um retorno atraente a médio oulongo prazo. As regras desta nova moda-lidade de fundo, entretanto, ainda estãonas mãos do presidente Fernando Collorde Mello, que até agora ainda não enviouo projeto ao Congresso Nacional.

Os patrimônios atuais

Nome Patr. Liquido (Crê mil)

Abn-Brazil Inv. 2.563BanorteCe. 16.026BCN Barclays 7.405Bfb Conversão 49.010Pr»tonrv In/*—UVkUl IV IIIUIBrasllvest 2.473.682Braz. Inv. Comp. Li 5.580.752Brazil Conver.Ccf Conversao 65.446Citi Brasil 1.718.621Credibanco 45.304Deltec 73.603Efla BrasilEquity F. BrazilFator 325.743General Eletric 55.740Genesis 1.322.703Geral Comer. 8.823.127Geral Comercio 400.960Guilder Con 82.411Infinity 399.102Investment Onj 6.793.164LatTnvest 36.653Lloyds Conver 494.881Montreal Conver.Multiplies Fcce 66.311—Nmh/brazilian 2.997Nwif Brazil 7.447.741Nwif Brazil II 1.606.736Quantum Brasil 6.537.468Rally 1.582.600Safra Convers&o 42.737Slw Conversao 61.039Templeton 1.613.920Unibanco Conv. 17.024Vertice 71.394Fonte: ComlssSo de Valores Moblli&rlos.

A América Latina parece ter entradomesmo na agenda dos investidores dosEstados Unidos, que chegam sem parar abolsas como a do México, entusiasmadoscom o acordo de livre-comércio que estásendo firmado entre os dois países. Algosemelhante acontece no Chile e na Vene-zuela, também às vésperas de começarema discutir o mercado comum com osamericanos. Até o Brasil, que não ofere-ce motivos tão fortes para comemora-ções, tem sido alvo de iniciativas como oBrazil Fund, que quer aproveitar o mo-mento de baixa, em que o país anda meiofora de moda, e ganhar depois, na alta.

No entanto, um movimento no senti-do oposto parece estar se firmando em

América Latina atrai investidor americanoacontecem no Japão: "E difícil levar di-nheiro japonês para os Estados Unidosem grande volume", atesta Lawrence

Wall Street, onde os negócios feitos porestrangeiros estão cada vez mais em bai-xa. A razão é simples: o mercado ameri-cano tem estado muito caro, e deverápermanecer assim, com margens de lucroextremamente baixas. Os negócios estãoem alta porque investidores americanosconfiam que á recessão está acabando equerem aproveitar, antes que os preçossubam mais ainda. Já os investidoresestrangeiros venderam USS 15,3 bilhõesem ações de empresas americanas, deacordo com a Securities Industry Asso-ciation — o pior resultado em toda ahistória da bolsa. E 1991 promete algosemelhante: somente em janeiro, foramvendidos USS 800 milhões.

Expectativa — Muita gente, nomundo todo, espera sinais mais claros deque a maior economia do mundo estámesmo saindo da recessão. A corretorabritânica James Capei & Co. e a alemãDeutsche Bank Capital Corp., citadaspelo The Wall Street Journal, acham queo Birô da Reserva Federal (o banco cen-trai americano) terá que cortar as taxasde juros ainda mais, para que a econo-mia possa deslanchar. "Nós não acredi-tamos que a recuperação seja iminente. Equando ela começar, no segundo semes-tre, vai demorar para se firmar", disseJames Capei, em comentário por escritoaos seus clientes. Avaliações semelhantes

Prager, da Nikko Securities.A estabilidade da moeda é muito im-

portante para que os investidores se deci-dam. E este não tem sido o caso dodólar, que embora tenha experimentadoum movimento geral de alta depois daGuerra do Golfo, não deixa espaço paramuita certeza quanto ao seu comporta-mento futuro. "A maioria das pessoas noJapão acredita que o iene será mais forteque o dólar no final deste ano", dizNobuaki Ohmura, vice-presidente nosEstados Unidos da Daiwa Securities Co.

Bancos disputam cruzado

• Setor se mobiliza para manter nos cofres o dinheiro a ser liberado

Mario José Sampaio

Vfi

Cristina Palmeira

Se o governo não mudar de idéia, nodia 16 de setembro, quarta-feira, os não-descamisados vão poder retirar os aguar-dados cruzados que estão retidos desdemarço do ano passado. Afinal, o volumeainda no Banco Central pode ser sufi-ciente para dar um novo fôlego ao mer-cado. Enquanto os clientes começam afazer planos de como gastar esse dinhei-ro, os bancos tratam de bolar estratégiaspara manter este montante em seus co-fres.

O Citibank, por exemplo, vai investircerca de USS 200 mil somente para di-vulgar seus produtos e com isto conquis-tar os clientes. "Vamos empregar estedinheiro com a mala-direta para nossos90 mil clientes além de anúncios em re-vistas, jornais e rádio", comenta DécioClemente, diretor de processos de mar-keting do Citibank.

Ele acredita que esta será uma boachance para tentar aumentar o leque declientes que já desfrutam de serviços co-mo a coleta de depósito a domicílio.Atualmente, somente com este trabalhocirculam cerca de USS 600 mil dólarespor dia. Décio explica que o procedimen-to é muito simples. "Basta o cliente ligarpara nossa central telefônica até as 15:30e pedir para irmos ao- seu escrilória"Imediatamente é enviado um funcionáriode uma empresa de transportes de valo-res que recolhe os cheques e contas aserem pagas — desde taxas de condomí-nio até mensalidades escolares. No en-tanto, esta regalia só ê permitida quandoas transações envolvem uma cifra supe-rior a CrS 200 mil.

Outro banco que já está mobilizadopara entrar na disputa pelos cruzados é oBoavista que vai aproveitar o período deliberação dos cruzados para fazer umcampanha publicitária que envolveráUSS 500 mil. "Vamos aplicar em anún-cios de televisão, rádio e mídia impres-sa", revela Machado.

Estrategicamente, a direção do bancoprogramou para agosto o lançamento dasua caderneta de poupança. "Estávamosesperando apenas um bom momento pa-ra colocar mais este produto na lista deaplicações do Boavista", comenta Joséde Paula Machado, diretor de marketingdo banco. A caderneta de poupança doBoavista será inteligente já que o cliente

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Schulman (E) e Clemente: investindo em publicidade para conquistar os clientes

poderá optar por até iSHatas de aniver-sário. "Com isto, facilitamos a obtençãoda liquidez do correntista", explica Ma-chado. A expectativa do diretor de mar-keting é de que somente no primeiro mêssejam abertas cerca de 15 mil poupan-ças.

Para os clientes mais abonados, estebanco oferece ainda o PIB (PortifólioIndividual Boavista) destinado a captarclientes que disponham de CrS 1 milhãopara o investimento inicial. "É uma car-teira individualizada composta por vá-rios ativos, como o Fundão, CDBs eouro e dólar a termo", explica Machado.Com 67 anos no mercado carioca, oBoavista trabalha com um grupo seletode clientes com uma renda mensal deaproximadamente CrS 500 mil.

Serviço — O vice-presidente deprodutos do Banco Nacional, NuhamSzprinc, explica que não vai investir empublicidade para cooptar seus clientes."Estamos fazendo um trabalho baseado

no assessoramento a ser oferecido quan-do a pessoa receber o seu-1/12 que estáretido no BC", diz o vice-presidente doNacional que acredita que as agência vãotrabalhar com um fluxo de clientes 20%maior no período de liberação dos cruza-dos. "Afinal, cerca de 500 mil clientes doNacional estão com o dinheiro no BancoCentral", revela Szprinc.

A assesoria aos clientes do Nacionalbaseia-se no princípio de que cada ummerece ums Menção especisl, já cjue pos-sui um perfil diferente e, portanto, preci-sa escolher uma aplicação compatívelcom sua renda. O único diferencial queestará à disposição das pessoas que têmconta no Nacional é a informatização daAgenda Invest que auxilia o correntista afazer seu fluxo de caixa. Este produto jáestá funcionando há 40 dias, mas a partirde agosto será introduzidos nos termi-nais de computador. Neste tipo de agen-da, o cliente tem a chance de especificartodos os seus gastos, desde o aluguel até

o cartão de crédito. Assim, fica bem maisfácil calcular quanto püde ser investido e-qual o investimento compatível com odinheiro disponível.

Mais na retaguarda está o Bamerin-dus que ainda não se programou para aliberação do dinheiro. Maurício Schul-man, presidente do banco, explica queprefere aguardar mais alguns dias paratraçar seu plano já..que o governo podemudar as regras de umà outra para ou-tra. "Mas de antemão já sabemos quevamos investir em publicidade. Afinal,nunca ficamos sem aparecer no merca-do", comenta Schulman que preside umbanco com cerca de 2 milhões de clientescom depósitos em conta corrente. Eleacredita, contudo, que a maioria dos cor-rentistas vai acabar optando pela cader-neta de poupança. "Mesmo assim, jáestamos pesquisando todas as altemati-vas que possam satisfazer os nossosclientes", comenta ele, ao lembrar queaproxidamente 2/3 do dinheiro ainda re-tido pertence às pessoas físicas.

Sm

JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 3/6/91 • Negócios e Finanças

Artigo

Alta da inflação virá, com

ou sem liberação do cruzado

se não devolver os cruzados, perderádefinitivamente a credibilidade, jábastante abalada e, se os devolver,poderá gerar uma explosão nos índi-ces de preços, provocada por umacorrida para o consumo.

Nossa opinião é que esse dilemanão existe, porque, infelizmente, comou sem devolução, é irrefragável atendência ao recrudescimento da in-fiação. Primeiro porque, apesar doaparente esforço, as causas não fo-

"Society

is builtupontrust"(South)

Carro aumenta de preço

hoje

Indústria quer 35%, mas o governo diz que não concede mais do que 7%ASÍLIA — Os veículos de todas representantes da indústria do aço, que co inaugurou, na última semana de abril, Seria uma forma de atender em narte

Ubiratan JorgeIorio de Souza*

A questão da devolução dos cru-zados novos bloqueados em

março de 1990 vem ganhando cres-cente espaço nos meios de comuni-cação. Segundo se noticiou, o go-verno chegou a analisar trêsalternativas para a liberação: uma,autorizando o resgate apenas atéum determinado .valor; outra, ante-cipandò a primeira parcela a serdevolvida para junho, com o alon-gamento de 12 para 16 do númeroae parcelas; e uma terceira, permi-tindo o uso dos cruzados retidospara pagamento de até 50% do Im-posto de Renda a pagar nas decla-rações anuais.

Sugestões à parte, o fato é que aatual equipe econômica está às vol-tas com uma terrível bomba de efei-to retardado, triste legado das te-merárias estrepolias heterodoxascometidas pela equipe anterior.

Com efeito, ao assumir o co-mando da política econômica, o no-vo ministro deparou-se com umainflação em alta e prestes a se acele-rar, ao mesmo tempo em que oscontroles de preços começavam amostrar-se esgotados e valetudiná-rios. Além disso, há que se conside-rar os efeitos perversos que se deve-rão abater sobre os índices depreços, representados pela propriasaida do congelamento, pelas rei-vindicacoes salariais, pelas Dressoessobre a taxa de câmbio, que deve-rão crescer no segundo semestre, epelo importante problema da devo-lução dos cruzados bloqueados aoarrepio do Estado de Direito, deque,trata este artigo.

E evidente que a questão doscruzados deve ser analisada no bojodessa intrincada teia que, inequivo-camente, aponta para a refiação,isto é, para a volta da inflação emritmo acelerado.

Por outro lado, razões que trans-cendem o campo meramente econô-mico e penetram nas áreas da ética,da moral, da Justiça e, até, da pró-pria justificativa para a existência doEstado como um ente encarregadode zelar pela liberdade de escolha deseus cidadãos, apontam para a ine-xorabilidade da devolução dos recur-sos subtraídos às famílias e empresasque constituem o setor privado, tãorapidamente quanto possível.

Alguns acreditam que o governoestá em face de um pretenso dilema:

iam aiatuuas, segunuo o üesejávei:não se reduziu o tamanho do Estado,não se privatizou, não se simplificoua estrutura tributária, não se cami-nhou, enfim, para uma economia demercado; além disso, não se delegouao Banco Central a necessária auto-nomia para fazer algo que se pudessechamar de política monetária. Segun-do, porque os fatos recentes parecemapontar para um déficit fiscal da or-dem de 3,5% a 5,5% do PIB, percen-tual que poderá ser facilmente ultra-passado, por não levar em conta, porexemplo, as pressões sobre os gastospúblicos que serão provocadas pelorecém-lançado Projeto Minha Gente.Terceiro, porque prevalece uma per-niciosa conjugação de fatores, taiscomo o descongelamento, as pres-sões sobre salários e uma tendenciaao agravamento do atraso cambialque, mesmo não sendo causas dainflação, tenderão a exacerbar, nocurto prazo, os índices de preços, quesão equivocadamente interpretadoscomo sendo a própria inflaçao.

Por tudo isso, não há dilema: arefiação estará aí mesmo, dentro dedois ou três meses. Por isso, alinha-mo-nos entre os que defendem a libe-ração imediata dos cruzados retidos,como única forma possível de remis-são da desconfiança e do descréditoprovocados pelo bloqueio. A devolu-ção, sem duvida, faria com que ospreços subissem, mas isso não sipi-icaria inflação — que é um fenôme-

no dinâmico — desde que o governobuscasse alterar, com a mesma vo-luntariedade demonstrada por oca-sião do confisco, o regime de políticafiscal, o que lhe possibilitaria esterili-zar os impactos monetários da medí-da, pelos mecanismos usuais de poli-tica monetária que, com a volta daconfiança, seriam recuperados.

Em suma, a tarefa do ministroMarcílio assemelha-se às façanhasexigidas de Hércules. Esperemos que,sendo homem de vasta cultura, saibaresponder às pressões políticas pormaiores gastos, citando o Barão J.D. Louis, ministro da Fazenda deLuís Filipe: "fazei-nos boa política eeu vos farei boas finanças ... Ade-mais, que Santo Antoninho de Fio-rença — que se notabilizou peloamor a Deus e, portanto, tamDémpelo combate à malversação do di-nheiro público — o proteja, bemcomo a todos nós, liberais contritos ebrasileiros aflitos.

BRASÍLIA — Os veículos de todasas marcas terão, hoje,"o segundo reajustede preços desde a edição do Plano CollorII. A indústria automobilística alega umadefasagem de 35%, mas o governo nãoestá disposto a conceder mais de 7%, emmédia, por causa dos reflexos inflacioná-rios que o setor exerce sobre os demaissegmentos da economia. A divergênciade números impediu o acordo, na reu-nião da câmara setorial da indústria, rea-lizada sexta-feira. "A definição dos no-vos preços hão passa de amanhã" (hoiel.

representantes da indústria do aço, quereivindicam 40% de aumento. Igualmen-te considerado estratégico, por se tratarde insumo básico de diversos segmentosindustriais, o preço do aço influirá nascâmaras setoriais que serão convocadasa seguir, como a de bens de capital.Preocupada com esse peso especifico,Dorothèa deixou para terça-feira a deci-são sobre os novos preços do produto. Oparâmetro da negociação será o índice dereajuste aprovado para a indústria auto-mohilistica na vesnera. Se houver algum

co inaugurou, na última semana de abril,a flexibilização de preços, congeladosdesde a edição do Plano Collor II, em Iode fevereiro. Os automóveis de passeio.tiveram aumento médio entre 5% e7,5%, enquanto caminhões, tratores eveículos pesados subiram entre 6% e9%. Desta vez, o governo tende a dartratamento diferenciado para veículosmais populares (Gol, Fiat e Chevette,por exemplo) e os de importância econô-mica (tratores e veículos agrícolas), emrelação àqueles de consumo restrito às

E

Professor do Ibmec, consultor e doutor em Economia pela FQV

CITOMA

Comunica a adaptação do nossoPABX ao Sistema de Discagem Di-reta ao Ramal (D.D.R) a partir de03 de junho de 1991, passan-do o novo número a ser:

216*2662

Com esse sistema as ligações vâo diretamente ao rama! da pessoa com quem sedeseja falar, sem a Intervenlâncla da telefonista.Pedimos obterem das pessoas com quem costumam falar os seus respectivos nú-meros D.D.R.

SOCIEDADE EXPORTADORA E IMPORTADORA CITOMA LTDA

| BANCO STHRLING * v

COMUNICAA adaptação do nosso "PABX" ao sistema de Discagem Direta ao Ramal(d.d.r.) a partir de 03 de junho de 1991 , passando os novos números a

Diretoria Administrativa: 216-2717Diretoria Comercial: 216-2718Diretoria de Operações: 216-2715

Mesa de Operações:||J^^°Liquidação: 216-2748Trading: 216-2735Administração: 216-2600.

PABX 216-2700Pedimos obterem das pessoas com quem costumam falar os seus res-pectivos números D.D.R.

CompanhiaVale do Rio Doce

I Companhia AbertaMINISTÉRIO

DA INFRA-ESTRUTURA

C.G.C. 33.592.510/0001-54AVISO AOS ACIONISTAS

PAGAMENTO DE DIVIDENDOSEm complemento aos avisos publicados anteriormente, informamos que ovalor do dividendo a ser pago a partir desta data é de Cr$ 2,11, sendo quepara as ações oriundas das conversões de debêntures ocorridas no 29 semes-tre de 1990 é Cr$ 1,055.

Rio de Janeiro, 03 de Junho de 1991.WANDER PAULO JEVEAUX

Vice-Presidente e Diretor de Relações com o Mercado

NOSSAS AÇÔÍSSÀONEGOCIADAS NASBOiSAS Dl VAlOSíS:abrasca•••C — ——mmmcompsnhijt attocmd*

assegurou, ontem, a secretária nacionalde Economia, Dorothèa Werneck.

Outra reunião interrompida sexta-fei-ra, por falta dè acordo, foi realizada com

adicional será por conta'da defasagemdesse insumo em relação áos parâmetrosinternacionais.

Controle — O setor automobihsti-

Vitória - Sonla D'Almeida

Embarque de café pelo sistema de lingadas é rápido

Porto de Vitória inova

Carga combinadareduz os custosnas exportações

Paula Guatimosim

TT ITÓRIA — Uma operaçãoV pioneira de exportação de car-

ga combinada pelo porto de Vitóriaacaba de bater o recorde de produti-vidade em embarque de café. A ope-ração, feita pela Companhia Vale doRio Doce, em navio fretado pela Do-cenave, permitiu o embarque de 4.000sacas de café por hora, contra o má-ximo de 3.200 sacas/hora obtidas pe-lo porto de Santos. Outra vantagempara os exportadores foi o pagamen-to de um frete 40% inferior ao cobra-do pelos navios conferenciados (quefazem a exportação de produtos esta-belecidos nos acordos bilaterais).

O navio Hoegh Mistral é maisuma alternativa de embarque regularde produtos brasileiros para a costaleste dos Estados Unidos. Em suarota embarcaram 20 mil sacas de cafée 200 toneladas de estanho em SãoPaulo, 1.000 toneladas de aluminioda Valesul, no Rio, 70 mil sacas decafé no Porto de Vitória e 14,5 miltoneladas de celulose da Aracruz Ce-lulose e da Cenibra, pelo Portocel,também em Vitória.

O objetivo da Vale é atrair expor-tadores de outros estados, fazendo doporto de Vitória uma alternativa parao porto de Santos. Para tanto, a Vale,a Rede Ferroviária Federal e a Com-panhia Docas do Espírito Santo (Co-desa) estão discutindo formas de fixa-rem tarifas mais atrativas para osexportadores. Segundo o presidenteda Codesa, Wilson Calmon Alves,está em estudo a proposta de fixaçãodo preço de exportação dos produtospor tonelada. Dessa forma, a própria

estiva definirá o que seria pago aosdemais trabalhadores em cada umadas etapas. Este preço seria fixado apartir da definição de uma quantida-de minima a ser embarcada, e nãopor hora, como é fixado atualmente,acima da qual seriam pagos prêmios.

Recorde—O embarque tradicio-nal de café — em sacas soltas, poriçamento — tem uma capacidade demovimentar 500 sacas/hora (ou 1.000sacas em dois termos). Mas na opera-ção de sexta-feira foram embarcadas2.000 sacas/hora em dois termos, ou4.000 sacas/hora, com o içamento delingadas (amarrados de blocos) de 20sacas, com os guindastes içando oitolingadas por vez.

O porto de Vitória é hoje responsá-vel pelo escoamento de 30% do volu-me total das exportações brasileiras epor 10% da receita cambial. Sua áreade atuação engloba os estados de Mi-nas Gerais, Mato Grosso, Mato Gros-so do Sul, Goiás e Distrito Federal.Dados do jornal Navio dão conta deque seu custo é um dos mais baixos domundo: cobra US$ 192 por containermovimentado, enquanto o custo doporto do Rio é de USS 475 e o deSantos USS 526. Sua tarifa portuária é75% inferior a do porto de Santos emenos da metade do porto do Rio.

A Vale do Rio Doce, por sua vez,espera otimizar a utilização da Ferro-via Vitória—Minas. Segundo. MuriloGomes Serpa, gerente comercial daferrovia, a empresa espera atrair pro-dutos do cerrado para exportação pe-lo porto de Vitória. "Os vagões quetrazem produtos siderúrgicos da re-gião de Ipatinga para São PaUlo hojevoltam vazios." O estanho transpor-tado pela rodovia de Pirapora paraBom Jesus (a 120 quilômetros doporto de Santos) custa USS 5 a maisdo que se fosse transportado por fer-rovia até o porto de Vitória.

CompanhiaVale do Rio DoceCompanhia Aberta

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MINISTÉRIODA INFRA-ESTRUTURA

SUPERINTENDÊNCIA DA ESTRADAAVISOS DE LICITAÇÕES

TOMADA DE PREÇOS CSL-SUEST 039/91Objeto: Serviços gerais da área Cartográfica/Topográfica aplicada à Engenha-ria Ferroviária, no trecho da Variante Capitão Eduardo a Costa Lacerda, com-preendendo os lotes 2, 3, 4, 5A, 5B e 6A (Pátio da Pedreira do Rio das Velhasaté o Túnel de Gongo Soco), Estado de Minas Gerais.TOMADA DE PREÇOS CSL-SUEST 041/91Objeto: Construção da Superestrutura Ferroviária no Trecho da Variante Ca-pitão Eduardo a Costa Lacerda, Estado de Minas Gerais, compreendendo: In-fra-estruturas dos lotes 5A, 5B, 6B, Pontes do Ribeirão Comprido, do CórregoSão José, do Ribeirão Gaia, do Ribeirão Sabará, Pátios números 1 e 2eTú-nel de Sabará.Maiores informações nos Diários Oficiais da União, ES, MG, RJ, SP, publica-dos dias 03, 04 e 05/06/91.

Comissão Setorial Licitação

camadãTTnais ricas, como SantanaQuantum e Escort de luxo. Para estes, háaté a intenção de liberação de preços,enquanto os primeiros permanecerão sobcontrole rígido.

População de

SP pode ficar

sem combustívelSÂO PAULO — A semana começa

com uma grande incógnita para a po-pulação do Estado de São Paulo, amea-çada de não ter combustível dentro dedois dias, caso seja mantida a decisãodos postos de gasolina de suspender ascompras do produto se não houver au-mento em suas margens de lucro. Outraameaça, não menos grave, paira sobreos 72 mil frentistas do Estado, que po-derão sofrer dispensa em massa, segun-do alerta do presidente do Sindicatodos Postos, Aldo Guarda, já que a esta-bilidade desses trabalhadores terminanesta segunda-feira. Apesar das drásti-cas conseqüências, os postos não acei-tam o rótulo de vilões e se auto-intitu-Iam vítimas, na medida em que vêmoperando com prejuízo.

A decisão final sobre o locaute dospostos, tomada inicialmente na últimaquinta-feira por 538 revendedores re-presentando 1.100 postos do Estado de•São Paulo, será votada em assembléiaàs 10 horas de segunda-feira. A tendên-cia de paralisar as compras de combus-tíveis é grande, segundo Guarda. Amaioria dos postos manifesta disposi-ção em aderir ao locaute, tanto que,desde a última sexta-feira, vários postosda capital já suspenderam os descontosque vinham concedendo as consumido-res finais, que variavam entre Cr$l,00e Cr$2,00 por litro. Na Avenida HeitorPenteado, zona oeste da capital, ondehá intensa concorrência entre os postos,a tendência geral é aderir ao boicote.

I I No Rio, os açougueiros mantive-ram a paralisação marcada para

hoje e amanhã, mas o movimento nãodeverá ser bem sucedido. O presidentedo Sindicato do Comércio Varejista deCarne, Orlando Diniz, denunciou queos frigoríficos e atacadistas estavamboicotando o movimento na semanapassada. Eles estavam convencendomuitos açougueiros de que a paralisa-ção não teria sucesso, fazendo com quemuitos comerciantes comprassem no-vas peças de carne. Assim, não hácomo fechar as portas pois corre-se orisco de estragar a mercadoria estoca-da, argumenta Diniz.

Seria uma forma de atender em parteàs pretensões dos representantes da in-dústria, que defendem a saida do conge-lamento para um sistema de monitora-mento, em que os reajustes de preçosseriam posteriormente analisados pêlogoverno. Mas, a atual equipe econômicatem o mesmo receio da ex-ministra ZéjliaCardoso de Mello quanto ao reflexo dosetor sobre a inflação. O reajuste a serdefinido hoje vale automaticamente paraos consercies. dobrsr £ resistênciados empresários, Dorothèa prometeu |reexaminar a carga de impostos que recai

'

sobre o setor, bem como a abertura de ínovos grupos de consórcio. (

Defesa do IR ;

chega ao STF ; j

esta semana I \BRASÍLIA — O governo vai dis-1:

pensar três semanas do prazo de 30 dtàs!;ae que dispõe para justificar, junto áo !;Supremo Tribunal Federal (STF), o íti-!;dice de 270% utilizado para corrigido !;Imposto de Renda a pagar e a restituir.!;A pressa em apresentar, ainda esta Se- ;¦mana, o arrazoado é porque o tribunalentra em recesso, em julho, e se o julga-mento do mérito sobre a constituciona- j-lidade da matéria só ocorrer em agostoou setembro poderá causar um romíona arrecadaçao do Tesouro, além ' ae )•transtornos aos contribuintes, segundo ; ¦informou, ontem, o subsecretário geral ;¦da Presidência, Márcio Dias.

Para permitir rápida manifestação 'do STF, o novo diretor da Receita Fe-deral, Carlos Marcial, passou o fim. dejsemana reunido com a equipe, em. local;sigiloso, preparando a defesa, que deve-!:rá ser apresentada até quarta-feira. ] :

Formulários — Hoje, a Receita anã-:lisará o acórdão do ministro Célio Bor- •ja, relator da liminar que sustou, nasemana passada, a aplicação do índice'de 270% para corrigir o imposto. Se adecisão atingir apenas o fator de corre-ção, o governo poderá adotar umnqvoíndice, compatível com os termos da:sentença, e marcar a nova data de en-:trega das declarações, sem ter que im-jprimir novos formulários.

Antes mesmo da decisão do STF,.:Marcial já havia admitido a hipótese de :alteração do fator de correção do uri-;:posto, calculado com base na apuração :anual de renda e corrigido pela médiado BTN do ano passado. Caso o tribu-' ;nal acate a fórmula de cálculo prevista;;na Lei 7.713, válida nas declarações: ;apresentadas em 1990, como quer o !PDT, autor da ação de arguição de' ;inconstitucionalidade junto ao STF, o' '.índice será fixado em 164%. Como o' jparecer de Célio Borja, válido apenas! \para a sentença liminar, pode não; sér; :definitivo quando do julgamento..do: ;mérito, a Receita decide hoje se definalogo a nova data da entrega das decla-.1rações, ou se vale a pena esperar mais!um pouco por uma manifestação defini-!tiva do triounal. ¦'

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"Negócios o rinasças—s—segunda-feira, i/6/94-

Imposto de RendaMudança no fator decorreção diminui ovalor da restituição

JORNAL DO BRASIL

Regina Perez

Aluguéis antigos ou

novos seguem o ISNTodos os aluguéis residenciais conti-

nuam congelados, até agosto, quandoserá divulgado o índice de Salários No-minais (ISN) pelo IBGE. O índice sóserá divulgado em 30 de agosto — ser-vindo de base ao vencimento de setem-bro — e reajustarão todos os contratosfirmados antes de Io de fevereiro. Osaluguéis firmados anós essa data tam-bém começam a ser reajustados emagosto (os assinados em fevereiro, já quea periodicidade mínima prevista na lei ésemestral) e obedecerão o índice acorda-do no contrato. Mas esse índice — quenão pode ser baseado na taxa de câmbionem no salário mínimo — não poderásuperar o ISN.

Os chamados contratos novos (assi-nados após o Plano Collor II) podem terseus reajustes atrelados a qualquer índicede preços acordado entre as partes. Mas,

o reajuste tem que ser igual ou inferior àvariação do ISN que servirá de basepara reajustar os contratos antigos. Emagosto, todos os contratos antigos —que foram reajustados pela média emfevereiro — aumentarão com base navariação do ISN entre março e julho. Apartir de setembro, os reajustes dessesalueUéis voltam a obedecer a data pre-vista no contrato original.

Um aluguel cujo contrato prevejareajuste em setembro, por exemplo, teráreajuste em agosto pelo ISN de março ajulho e voltará a ser reajustado no mêsseguinte pelo ISN de agosto. A partirdai, ele só voltará a ter reajuste semestralou anual, dependo da periodicidade pre-vista no contrato. Entretanto, desde queentrem em acordo, inquilinos e proprie-tário podem estabelecer reajustes dife-rentes do previsto e lei e até mesmomudar as bases do contrato.

Lojas devem colocar

os juros

nas vitrinesA partir de agora, as lojas que ven-

dem à prazo estão obrigadas a manterà disposição dos clientes, em lugar visí-vel e de fácil leitura, os preços à vista, ataxa de juros e as multas que incidemno caso de pagamento com atraso.

A nova regra foi fixada na últimasexta-feira, através de portaria da Su-nab, em Brasília, e implica em colocarna vitrine, junto a cada produto, qual ataxa de juros que vem sendo praticadanas compras à crédito. Da mesma for-ma, o cliente deve ser informado, mes-mo sem perguntar, qual é a multa e osjuros de mora cobrados no caso deatrasp nas prestações.

A determinação da Sunab não in-clui, por exemplo, as taxas de juros quea maioria das lojas continua cobrando 'sobre o preço à vista para aceitar car-tões de crédito. Apesar da perspectivade inflação mais baixa, o comércio va-rejista continua utilizando técnicas deconvívio com a hiperinflação.

O aumento no preço do cartão temvariado entre 15% e 40%, dependendoda loja. É uma taxa de juros muito alta,na medida que a inflação está em tornode 10% e os salários, legalmente, per-manecem congelados. Dessa forma, ocartão de crédito passa a ser extrema-mente desvantajo para o usuário.

A filosofia do cartão de crédito,inicialmente, está mais de acordo com

uma economia onde praticamente nãoexiste inflação. No Brasil, onde a taxade inflação é muito elevada, o cartãoacaba sendo um jogo de ganha ou per-de. Do lado do comprador, só é vanta-gem comprar no cartão quando não háacréscimo sobre o preço à vista ouquando esse aumento for menor doque o rendimento que o compradorobteria caso aplicasse aquele dinheiro.

É preciso ficar atento também paraa prática do desconto, hoje adotadacom menos freqüência pelos lojistas.Por esse sistema, a pessoa tem a ilusãoque está tendo um desconto sobre opreço, caso efetue o pagamento emcheque ou dinheiro. Na verdade, essesdescontos embutem taxas de juros paraos cartões bem mais elevadas do queparece à primeira vista.

Quando a loja oferece um descontode 30%, por exemplo, significa quequem comprar com cartão está tendoum acréscimo de 42,86% sobre o preçoá vista. Se um produto está na vitrinepor CrS 100 mil, mas quem pagar emdinheiro ou cheque pode levá-lo porCrS 70 mil, significa que o produtocusta efetivamente á vista CrS 70 mil.Ao invés de um desconto de 30% paraquem paga à vista, quem compra comcartão, na realidade, está arcando comuma aumento da ordem de 42,86%.

Exame do STF confundiu o Leão

• Contribuinte com uma fonte sai perdendo com a mudança na declaraçãoA liminar que o Supremo Tribunal

Federal (STF) concedeu ao deputadoWaldir Pires (PDT-BA), contra a co-brança da correção monetária de 270%¦no saldo a pagar ou a receber na decla-ração do Imposto de Renda, provocouuma grande confusão. A questão difícil-mente será esclarecida antes do julga-mento deiinitivo ao mérito pelo 5ÍF

A liminar do STF considerou in-constitucional a cobrança da correçãode 270% porque ela foi fixada no anopassado (peja Lei 8.134 de 27/12/90) e,como representa um aumento de cargatributária para alguns contribuintes,não poderia vigorar para o impostorelativo ao mesmo exercício de 1990."A Receita argumenta que, se o índi-ce de 270% é inconstitucional, toda aLei 8.134 também o é. Assim, a leideixaria de yigorar e a sistemática paradeclaração dò IR voltaria a ser a do anopassado (anò- base de 1989). Isso signi-,fica a volta ào sistema de bases corren-tes, onde o contribuinte com uma fonteou aquele com mais de uma fonte quetenha recolhido o Mensalão em dia nãoteria nada a pagar ou a receber.

O problema é que pela sistemáticaantiga, prevista na Lei 7.713, haverá ne-cessidade de uma reformulação geral nadeclaração. No mínimo, a Receita teriaque distribuir uma folha anexa ao for-mulário desse ano para permitir que to-dos os rendimentos e descontos em fon-te fossem discriminados mês a mês.Nesse caso, só é possível abater as des-pesas médicas pela parcela que superar5% da renda bruta do contribuinte, oque dificilmente ocorre. Além disso, odepartamento de pessoal de todas asempresas teria que emitir uma novadfclcaração.de rendimentos a.todos seusempregados, discriminando tudo mês amês. í

Se o STF decidir anular apenas oíndice, mantendo a lei, e fixando a cor-reção pela média de 164%,- ainda serápossível aítatilização do formulárioatual, mudkndo apenas o fator de cor-reção de 3,Í para 2,64. Essa proposta édefendida pela empresa de consultoriaGorin Auditoria e Contabilidade, queenviou a proposta ao presidente doSTF, ministro Sydney Sanches. Masalém dessa polêmica está também subjudice a cobrança da TRD, criada esseano, e considerada uma taxa de jurosque só pode ser cobrada para aquelesque pagarém o imposto com atraso,após o prazo final da entrega da decla-ração.

As três hipóteses para o IR

QUEM GAIMHA QUEM PERDE

Volta à sistemática usada ano passado'A Receita, que não fa-

ria restituição è aindareceberia o imposto de-vido de quem tem duasfontes e não recolheu omensalão.

Quem tem duas fontese não recolheu o mensa-lão porque pagaria me-nos do que com a corre-ção de 270% e aindateria direito a parcela-mento do débito em atéseis vezes.

Quem teria restituiçãoQuem já entregou a decla-

ração pagando imposto amaior e que teria que esperara solução final do problemapara receber de volta o dine-hiro.

Quem tem despesas médi-cas a deduzir porque só po-deria abater o que, mensal-mente, superasse 5% dareceita bruta, o.que difícil-mente acontece:

Todos os empregadores,que teriam que emitir novadeclaração de rendimentospara seus empregados, dis-criminando a receita e o des-conto na fonte mês a mês.

A Receita que teria que im-primir um novo formulário, ouuma folha anexa, com campopara discriminação mensalde rendimentos e descontoem fonte.

Mantida a correção pelo fator 3,70Os contribuintes com uma

única fonte ou aqueles comduas fontes que recolheram o.mensalão em dia e que agorateriam direito a restitutição.

Os contribuintes que teriamdespesas médicas para aba-ter integralmente.

Os contribuintes com maisde uma fonte que teriam umacarga tributária maior.

Os que não recolheram omensalão em dia e que te-riam que pagá-lo agora, cor-rígido e à vista.

Fixada a correção média de 164%A Receita que teria menos

restituição a pagar.Quem tem mais de uma

fonte e não recolheu mensa-lão teria que fazê-lo com acorreção média de 164% aoinvés de 270%.

Quem tem despesas médi-cas poderia continuar aba-tendo-as integralmente.

A Receita que teria menosimposto a receber.

Todos os que teriam direitoa restituição ou não terãomais nada a receber ou rece-bérão menos.

Os que têm mais de umafonte e não pagaram o men-salão teriam menos a pagar,mas teriam que fazê-lo à vis-ta.

; • ' :• - " •• • •" " . - "1 ""V : "

;; grampeia micro¦ uem já entregou sua decla-

l»fc raç2o.de Imposto de Renda

tar os proprieties de rnicrocom-—nntnHAr*>€ />nnlrak'jnr)M,W _

a ' t ;V •' ' • ,Ao colocar o disquete no mi-

porque, antes de revelar o formu- .lário do IR. o disquete roda umprograma que mreiae grava to-das as informações sobre as carac-teristicas do equipamento.

". .

Quando o contribuinte entregao disquete com sua declaração, a

: Receita Federal também passa adispor; das informações sobre o• microcomputador usado nos cáU

micros em uso no pais são contra-bandeados ou montados aqui «es-mo com componentes contraban-deados, a Receita poderá fazer

vadas nos disquetes personaliza-dos- O artificio da Receita, queóbvio, nâo foi divulgado publica-n*Ínte, equivj' Vjf"

meuTumá. ' 8

A Receita Federal esse ano rs-solveu adotar uma tática maisagressiva. Seguindo o exemploadotado pela delegacia regionalpara o Rio e Espirito Santo, a:Receita esse ano resolveu cruzar :várias, informações-de conta ban- .cária, cartões de crédito, registro

pjru*eoutrosSdeIXma- {çao. O objetivo e verificar seSIÉ

"ff- ri :.. tij V SS } >íí.

De olho no futuro

Bancos disputama conta dosadolescentes

Suzi Katzumata

SÃO PAULO — Na disputa

pela conquista do cliente, osbancos estão descobrindo uma faixaetária pouco explorada e de enormepotencial: o adolescente de 12 a 21anos. Itaú e Bamerindus, que ocu-pam, respectivamente, a segunda e aquarta posição no ranking dos ban-cos, colocaram nas ruas uma agressi-va campanha de marketing na tenta-tiva de seduzir o cliente do futuro. "Éuma forma de educar o jovem para ouso do banco", explica Antonio Ja-cinto Matias, diretor de Planejamen-to e Marketing do Itaú, que no últi-mo dia 17 lançou o First Conta Itaú.O próximo a entrar na disputa domercado é o Banco Nacional, queestá preparando a sua versão do pro-duto.

Não houve mudanças na regula-mentação para abertura de contaspara adolescentes maiores de 16anos. De acordo com o Banco Cen-trai, a abertura depende apenas deuma autorização por escrito do paiou responsável. Essa conta pode servinculada à do responsável ou não.Da mesma forma, aplicações na ca-derneta de poupança ou em fundosde aplicação financeira (Fafs ou fun-dão) também podem ser feitas pelosjovens com a autorização do respon-sável.

Deixar barato — A novida-de é a preocupação dos bancos deoferecer um produto específico parao adolescente. Em geral, não se cobrados jovens clientes as taxas de servi-ços comuns às outras contas — co-mo emissão de talão, extrato etc. Noraciocínio dos profissionais de mar-keting dessas instituições, esse deixarbarato é um investimento que se faz "hoje pensando no retorno que essecliente adolescente trará quando setornar adulto. Confira aqui as carac-teristicas desses produtos.O Cartão Bamerindus Jovem —Com a informatização do sistemabancário, o Bamerindus desenvolveuem 1985 a mesada eletrônica e auto-mática, relançada agora em maio.Com o Cartão Bamerindus Jovem, ousuário terá uma conta aberta nobanco, vinculada ao titular, mas semdireito ao uso do talão de cheques. Ocrédito é renovado a cada sete dias,debitado automaticamente da contado titular, dentro do limite estabele-cido pelo pai ou responsável. A idade

mínima para a movimentação dessaconta é 12 anos. Os saques podem serrealizados em qualquer agência ounos caixas automáticos do Bamerin-dus, quiosques do Banco 24 horas ena Rede Fácil. É cobrado apenas ocusto de emissão do cartão magnéti-co, que é diferenciado dos demaiscorrentistas, de CrS 612,11.0 bancojá distribuiu o cartão para 50 milclientes e, em 90 dias, esse númerodeverá ser ampliado para 200 milusuários.

First Conta Itaú — É uma contacorrente normal, movimentada porum cartão magnético, que permite aojovem usuário fazer saques, depósi-tos, pagar contas e movimentar asaplicações que estejam vinculadas(fundão e ou poupança). A únicadiferença é a ausência do talão decheques. O pai ou responsável podeinstruir o banco para fazer débitosautomáticos da conta titular para ado filho dentro de intervalos regula-res ou não. A abertura de aplicaçõesvinculadas à First Conta Itaú depen-de da assinatura do responsável, masas movimentações posteriores são li-vres. Segundo Antonio Matias Jacin-to, a expectativa do Itaú é de con-quistar cerca de 100 mil jovenscorrentistas em 90 dias. Para a aber-tura da conta é cobrado apenas ocusto de emissão do cartão magnéti-co: CrS 571,00.

Cheque Ouro Família — Os filhosde clientes especiais do Banco doBrasil, com mais de 16 anos, tambémpodem ser portadores de um chequeOuro. Basta a autorização do res-ponsável. As contas são vinculadas,o titular cede uma parte do créditodo seu cheque especial para servir delimite para o filho. Por exemplo: se otitular da conta tem um crédito deCrS 300 mil e conceder ao filho CrS40 mil, o primeiro tem uma reduçãodo seu limite para CrS 260 mil, ouseja, a soma dos dois deve ser equi-valente ao crédito original. O jovemusuário também pode manter aplica-ções — fundão, caderneta de pou-pança e fundo de renda fixa — vin-culadas à sua conta corrente.

Programa Universitário — Osclientes do-banco Real podem abrirpara os seus filhos maiores de 16anos uma conta vinculada para fun-cionar como uma mesada auiomáti-ca. O valor do crédito semanal oumensal é definido pelo responsável edebitado automaticamente na contado titular. O produto também é vol-tado para universitários, estagiáriosou residentes, que desfrutam da isen-ção total das taxas de serviço até otérmino de curso. A emissão do talãode cheques depende da autorizaçãodo titular da conta.

;."v v>.WMB SSwlfii!*wÉálSÍ! MtÊmk.fMm % %

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Corrija seu cruzado*;

I At6 63/06/91 — 471,46%..... '

Poupan^a e CDBs:Saldo bloqueado * BTNf x 175,62676 x Juroa = total em 03/06

" ¦ ¦

| Anlverairlo | BTNf [ Juroa | AnlwaraArio , | BTNf | JuroaEZE1

.!?. 04 41.7340 1,07020R9. ^0.1920 .1,07277 05 41.7340 1"07003

'. 40.3158 1,07260 ft ^.7340 TOMM?•?. SMS®! .!:!!?.?<? 07 41.7340 1^69691f: $jSS. .U53S5 08 4i.w3o i3SK5l24 40,8419 1,07208 25 40*6419 W191 %—:—r-^r i

as™ i°..27 41.0188 1,07157 .!.! .I:??.?.?.!,

> 28 if 12 jH&S.29 ij, 41,3749 1,07123 J® .... 1.06886;'wire

\iiis

j6 41,7340 l"o68is '"-•••••fflftto"- "t.jginSt 41,7340 l"06798

¦ 03 VioszaV.* As apllcacjSes com rendimento por urn dia foram todas bloqueadas no dia 19 e tdm,e"?£JUA°f 6 corre?a°- um rendimento de 471.46%. As cadernetas de ?poupanpa a CDB s6 foram convertidas em cruzeiros no dia do anlvers6rio da contaS""°r°!9atadopapal. Nessescasos, o BTNf eosjuros indlcadosnaformulaaclmadevem corresponder ao dia de vencimento da aplicapfio, seguindo a tabela.

< í.: -!'M?Í. A.W N"'. I*'' 5'"ÍI -10/ \ m

..........^t Out Now Dez Jan Few Mar Abr

IPC/IBGE 12,76 14,20 15,58 18,30 19,91 21,87IHPC/IBOB 14,26 14,43 16,82 19,14 20,95 20,20 11,79 5,01

.IPC/f lPE J 5.83.18,56 16,03 21,02 20,54 7,48 7,19ICV/DjKSE 13,74.16,90 16,01 17,07 24,43 19,40 9,99 7,93lOP/FOy 1H.?..112017;^.16,46.19,93 21,11 7,25 8,74lOPM/FQy 70 21'02 9-19 7'81IRVF/'BOE 12,85.13.71 1®,64 19,39 20,21Obsi IPC e INPC calculados pelo IBGErFlpe (Índico do Proços ao Consumidor); Dleese(Indico de Custo de Vida) e IGP (Fundação Qetúllo Varga). 'Não será mais calculado.

; r-.KvvA*'". Z4 + ,W/mm

imposto de RendaIR na fonte (Maio/Junho)

... .í-?. Alíquota Paroala.a deduzir (Cr#):...Até 72.311 aOO . isentopa 72.311,01 a 241.038,00 7*231'10Acima da 241.038,00 25% 43^6,80

uçõesaníjfntl <Ií,"l°/ju.r"'0> Uependent. até o limita de S dependenies. b) CrS 60.894.00 (maio/junho) para Ifdada "T 6 ,rans'ericís paro 'eserva «>™nerada ' Partir do mês que completar 65 anos do«Umentlcia paga devido a acordo ou sentença judicial, d) Descontos para a Previdência Social..Ob* A tabe,a de abril se aplica ao pagamento do mensalão o ca mó/eão. Fonte; Secretaria de Receita Federal

Bolsas de. .vm

• •• "-.Vv-y, .» . ...

Fachamanto Varia^o Acumuladonae*felra aemanal no tries

BVRJ 50.512 . 16,30 64,25BOVESPA 11.168 22,74 67,30

Nome Prtfo Oac.%•m 31.05

; Ferro Ligas pn 79,00 54,90Belpratopp 59,00 53,25FNV Velculos pn 0,49 48,48 v

1 Telebrtepn .. 1;325,00. 47,22 •

SupergasbrAs pn • ¦ 230,00 40,24Maiores baixas

yilejackbng 1,02 -11,30Cia Mineração Amapá pn , 1,00 -10,00Samitrion 431,00 -1,60Caemi Min.Metalurgia pp 285,00 1,79Papel Simão pn 8,30 2,47

TR

Fa» Mar Abr Maio Jun Jul

Diária Acumulada Acumulada.r... no mêa até;31.05 .."o.míaató 03/06

0*441024%' 8,989992% T,004410%-

Taxas dejuroscobradas

Cartão de crédito:

¦ Í!?!.,.i í.............. ^ CredicardCrédito direto: 22% a 24% | Nacional

w - OuroCard

A. Expressao mês e

automóveis novos(18% ao mês)

Crédito pessoal: 25% ao mêsCheque especial:

ao mês i WMPassagem aérea: 9,4% ao mês .

ou TR + 0,5% ao mês .

BradescoWMMM20% a 24% r . Diners

Chase Card

30,30%41,57%27,74%.

23,00%+ 10% multa 1

19,00% 1

41,47%..32,90% ,

Pontal Adecif; administradoras doscartões e Varlg.J ^ V'" ' íi' lêtò' '!£> s ' &'1'/v ¦¦1' V

FGTS- Rendimento . -

..Out .....Nov.. , Dez Jan Fov Mar Abr Mai Jun

...1.3,99 L.16,93 19,68 20,51#e >7{2638>t.8,7676 ...9,1.986 . 9,2588^^Indices creditados no primeiro dia do m6s seguinte ao de referenda. A Lei 8.177- determinou que os saldos dascontas do FGTS passassem a ser remuneradas pela taxa aplicAvol 4 remunorafSo b&sica das cadernetas dapoupanpa mals juros reais. * No dia 1' de maio corrlgida pelo TR cheia (8,99%) mais a parcela da juros reals.M§s a m6s: IRVF x 1.C02466 = irdice de rendimento do FGTS atd Janeiro, depois essa opera^So lica cancolada.

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Salirlo Abono g Abono || Abono | Rendbnento ,0 IF Pt£*-s Jmfnlmo | flxo 3 m6vel* 1 total | i?P Y /

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20ji 7,53 9,04 9.47 9,63 W totos para os m«ca«j$ de *s> aaiafclo« o'^ouro seguan i "Taxas de iuroa(%) Ao.mli Aoano, |-— ouro eMat. A avaha^ao d6sopwa» coti^o^mtodo comercial; dTi- :" Briita 12 08 293 doies e de ^ue estes mvtttiiwntp <sto^4iavefi uma suWda. uSe o ::': |................V,....—^I• aevem repciir o fraco desempenho do <Mitieicidii5dSute» oouro e o paft^^ ! j" ¦ •• >j:- ———^— mespassado.sendonovamenteremu- lelo lambera naosobera",explicaura : :^—————1————————¦ —\ . nerados abaixo da TR. Em maw.

I POUpaVlCA (rondlmanto para onhroraMo acta aomana) enquanlo a TR foi de 8,99%, o dolar JaosCDBs decern registrar vaio-Fundos de invesftimento - paraWo vanou apeaas 7,07 A, e rizacao nessa semana, em fun?3o do .

; 'Ota itondlmMrto{%) Ota B^dlm^.o^ Ota ItandlmM.t.(%> SiSVK ^I^to de tributos no valor de :!i ""±" "±r •••;•:• ™rt mtwqmaMtofumCe*, o$ 400 bite. Com esta retirada -

mi. .95:06 m& SZB JAM tralcomor^ponsavelpdabajxare- gtaodededitjbeirodomercado,a»ar ¦ :m of/n« 7L ®S«« 1 04 06 9 1254 06 06 nd 08 06 ndI . munera?ao de^es ativos. lO BC-nao a>ntrapartida dfi gastos do govemo ' :no a'a See/OS ata 2»/08 |

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III IRnafonte 17/05, 3,765950 ,IRna.fpnte. ^8/05 0,824888 Pj• | ...IRnafonte 1S/.9.5 3f76S950 IR.na fff.nte 29/05 Pi411597.j \

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Estimativa pan os «lírio* de maio (em Çr»)^

Salário ' Abono ! Abono | Abono Randlmonto

60,000'-75.000

100.000170.000

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I Abono # Abono1 fixo i méval*K'L

3.000 14.00030OO 14.000

' 17.000

vSSíV17000

180.000200-000

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(Certificados de Depósitos Bancários)

Investimentos em maioeni% ' 1 ¦

P Na semana l

* «•"**» I

í!<;•'•!

^.fundão^T(Faf)

CDBse Letras

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Bruta

IUi^jm*nto{%) Dta RMdirrMHtto (%) !^....*!?!!!*!!!?ÍS!!l.t?.!tí)!l9,0897 05.06 9,6067 07.06 nd

9.1254 06.06 nd 08.06 nd

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VarlaçAo.JHMWWWl,.....íri§P..a...

2,60¦••¦••ti•<«••••••

FechamentoPJS.ftííítM..

Wftü< ?.'.?.7.1jQP.In»* M719P.Preço obtido através de amostra j

Dólar

Varlaçio Aoumuladosemanal no mêa

ParaleloTurlamo

1 Comercial

Saláriominimò

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Mútuos de Ações

Í..ABC.BSm9.I.. JFI.n.l n.ve st. Ações|. BarjestadoAgões..Cl.tibank

I Finasa

.62,71*61,04".!.,

55,41•••••«••••••••••).55,07

Renda Fixa

..Baneb de Renda Fixa..Meridignal

. Europeu.-Eu.rocap.

.bÍc FixEconômico

52,93

...10,76""'10.27

Fündão (FAF)Prlmus

. Pactua IFIg...

. .FI.F .Sul. .A. Scandj na. yi an.Patente

. Grap.hus.

..10,1.3...;io,o8";16,07"

Correção

Tributos TRP acumulada, em.% !W!?!M?SS. .TRP.S.W.W!.,ÍÍJ,.Í!#.#!!Í.Í...( (RP.Jyrldl.cg 1.99.9. 37,831209*. .IRnaíM?. .19/.95. 3iZ8?S5.9... '1 IR P. Flslça 1,993. 37^831209*. IR.!?.?.?.?.1?.'.?. .?.9/.9.§. 3i3ííP.?.9.?...Í Cont.SocIal,,,,,,, 199.0 37^831209:. IR.nS.ÍM?. 2.1/.Q5. ?i§.1M9...1... !f!!..2r. jayJ.n?.-. 8,989992. .IR.I39. ÍM?. ZtHfíS.1 IIÇ| ..PIS 03/9,1 .18,722792, .I.Rna./onte 24/05 .li §56580..'5 ...PJS, 04/91 8,989992, IR na fonte 25/05 1,658580.¦ ...!ÇMS.1*.qulnz 05/9.1 2,074996 IRnafonte 2.6/05. .1,656.58.0...;

• |R na fonte .1.6/0.5 4,.193048, IRnafonte 2,7/05 1,239880.. |

Ü| IRnafonte .17/05, 3,7§5S§9l ,IRna.fonte. 38/05 .0,824888,,, '

Dólar e ouro ficam estáveisem níveis bastante satisfatórios,há por que 0 BC puxar para cima acotação do dólar comercial, que nomês de maio variou 9,45%. Como odólar no paralelo e o ouro acotação do mercado comercial, difi-cilmente haverá uma subida. "Se ocomercial não subir, o ouro e o para-leio também não sobem", explica umoperador.

Já Os CDBs devem registrar valo-lização nessa semana, em tunçâo dorecolhimento de tributos no deCrS 400 bilhões. Com esta retiradagrande de dinheiro do mercado, sem acontrapartida de gastos do governonessa primeira semana do més, o quese espera é uma elevação nas tatas. Omercado,quanto à possibilidade de uma novaforte oscilação nas taxas do CDI. Aexpectativa, no entanto, é de que hajauma acomodação das taxas ada próxima semana, caso o BC adotemedidas para evitar eventuais oscila-çõesnoCDI.

Consuelo Dieguez

á\ mês de junho nâo traz grandesKJr alentos para os mercados de

^ ouro e dtíar. A avaliação dos Opera-dores é de que estes investimentosdevem repetir o fraco desempenho domês passado, sendo novamente remu-nerados abaixo da TR Fm maio,enquanto a TR foi de 8,99%, o dólarparalelo variou apenas 7,07%, e oouro, 8,93%. O mercado aponta aexcessiva interferência do Banco Cen-trai como responsável pela baixa re-muneração desses ativos. "O BC nàopermite que o ágio entre o comercial eo paralelo fique acima de 12%. Issoinibe o crescimento", acusa uma fontedo mercado. : \ < V

Mas o bom desempenho da ba-lança comercial brasileira, que deve semanter durante este mês, é outra forterazão para a estabilidade na colaçãodometaledamoedaamericana.Comas exportações brasileira<> crescendo

Passaporte com

antecedência

evita as filasQuem pretende ir para o exterior

nas férias de julho é bom se adiantarpara tirar o passaporte. O serviço deemissão do documento havia sido cen-tralizado pela Polícia Federal em Bra-sília e estava levando mais de dez dias.Agora, os passaportes voltaram a serexpedidos pelas delegacias regionais daPF e estão sendo emitidos em até 24horas.

Quem dispõe de prazo, também po-de fazer o pedido pelos Correios, atra-vés do kit passaporte, que inclui o for-mulário, vendido em todas ás agênciaspostais por CrS 5.584,37.0 passaportechega num prazo de 10 dias. Na PolíciaFederal o Darf sai por CrS 2.266,17.

Para pedir o documento pelos Cor-reios, é necessário anexar ao kit duasfotos 5x7 cm, cópias da identidade, títulode eleitor, certificado de reservista (parahomens entre 18 e 45 anos) e certidão denascimento e autorização dos pais (paramenores). Além disso, a pessoa devecomparecer à agência dos Correios comtodos os originais dos documentos paraque o funcionário do setor confira aautenticidade das cópias.

Escolas do RJ \

só podem subir ¦:

3,5% em abril \As mensalidades escolares ainda es- ;

tão sujeitas à Lei 8.170, que permite um-';aumento máximo de 70% do índice de-;;reajuste salarial concedido aos profes-sores. Os professores do município do"- jRio conseguiram na Justiça um índice jde apenas 5%, mas estão recorrendo '

junto ao Tribunal Superior do Traba- * :lho. ¦'!

Em Niterói, o aumento dos profes-N:sores foi bem maior. No entanto, esco- :Ias que firmaram acordo em separado,: ':com a intermediação dos sindicatos pa- ]:tronai e de trabalhadores e registro ';junto à Delegacia Regional do Traba-";;lho, também têm direito a reajustar as •*;mensalidades em até 70% do índice ];concedido. •

No Rio, caso a decisão do Tribunal :Regional seja mantida pelo TST, as •escolas só poderão aumentar as mensa- ' •lidades em 3,5% em abril. Em Niterói, 1 ^o acordo dos professores prevê aumen- !tos de 10% em abril, 41 % em maio e I45% em junho. Isso significa que as Jescolas de Niterói podem aumentar :;suas mensalidade em 7% em abril, ;28,7% em maio e 31,5% em junho.

JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 3/6/91 e Negócios e Finanças

Seu Bolso

Fonte:Qorln Auditoria e Contabilidade Além da variação do BTN alé 01/02/91

SalárioEmpregada doméstica

também tem direitoao abono salarial

JaneiroFevereiroMarçoAbril

15.895,46 jiToòabol' "l7.00a00

1+ abono de ;

3.000,0017.000,00

+ abono de3.000,00

+ abono movei** Calculado polo índice de Reajuste doSalário Mínimo a ser divulgado no dia12.06.

Maio

Bolsas eufóricas com 4

capital estrangeiro

A permissão para entrada de capi-tal estrangeiro nas bolsas de valoresprovocou uma verdadeira euforia nomercado de ações. As bolsas dispara-ram e fecharam o mês de maio comoas campeãs de rentabilidade entre osdiversos investimentos. Na sexta-fei-rs, o Banco Ccntrs! regulamentou aentrada dos investidores institucionaisestrangeiros — fundos de pensão, se-guradoras, fundos mútuos e carteirasprórpias de instituições financeiras —,o que deverá alvancar ainda mais ascotações.

Os analistas aconselham cautelaaos pequenos investidores, que costu-mam se dar mal sempre que resolvemcomprar ações em momentos de eufo-ria, quando as cotações estão dispa-rando. Antes de ter a perspectiva doingresso de capital estrangeiro, as boi-sas vinham negociando uma médiadiária de US$ 15 a US$ 20 milhões.Existe uma previsão de que, em qua-

tro meses, investidores estrangeiros .apliquem algo em torno de US$ 150 .milhões nas bolsas brasileiras. Em um -ano, essa quantia poderá chegar a •; ;US$ 500 milhões. •.'

'

Na próxima sexta-feira, a CVM •'!reúne um grupo de 12 instituições fi- ;-' nnuiiCCr"3s brasileiras-, cjuc sdínínis-tram fundos de pensão no exterior,'-^,para fornecer os detalhes sobre a ope-''.;racionalização das aplicações nas boi- ^sas. Cada investidor poderá aplicar £em ações de uma única empresa, o >*vque abre caminho para a participação; ?das seguradoras e dos fundos de pen-são estrangeiros no processo de priva-,.tização das empresas estatais. A reso-..-,?lução vetou a compra de papéis queimpliquem na transferência do con- ,.^trole acionário das empresas nacio-"5/'nais para estrangeiros. Também foi-'proibida a compra de ações fora das?'"bolsas de valores, exceto nos casos de"subscrição, bonificação e conversão

"%T

de debêntures em ações. *fvV* .

Angela Duque *'

Dúvidas para Seu Bolso podem ser envidas por carta à redação doJORNAL DO BRASIL, avenida Brasil, 500 — 6o andar, CEP 20.949 —Seu Bolso.

Domésticas também

têm abono em maio

Sindicatos em dissídio

As empregadas domésticas tambémterão direito ao abono salarial previstoem lei para todos os trabalhadores agoraem maio. Além do abono fixo de CrS 3mil, os salários de maio terão um abonomóvel igual à variação em cruzeiros apu-rada pelo IBGE, entre março e maio, parauma cesta básica de produtos, inicialmentefixada pelo Congresso em CrS 29.600. En-tretanto, a soma do abono fixo com oabono móvel nunca poderá ser inferior a10% do salário para aqueles trabalhadoresque recebem até dez salários mínimos (CrS170 mil). Para quem ganha acima de 10mínimos, o abono ficará em CrS 17 mil ouna soma da variação em cruzeiros da cestabásica mais o fixo de CrS 3 mil (o que formaior).

A Lei 8.178, que prevê abonos sala-riais para os meses de maio, junho, julhoe agosto para todos os trabalhadores,não se refere especificamente ao caso dasempregadas domésticas. Mas, segundo agerente de Recursos Humanos da empre-sa de consultoria Arthur Andersen, Ro-sane Santiago, a lei também não exclui acategoria, cuja profissão é regulamenta-da. No caso de empregadas horistas oudiaristas, com carteira assinada, o abonodeve ser proporcional às horas ou diastrabalhados, a exemplo do que ocorre

Negociaçõescoletivas nãotêm parâmetro

Desde que o Congresso derru-

bou a unificação da data-basede todos os trabalhadores — previstana medida provisória do Plano Col-lor II —, os dissídios coletivos dasdiversas categorias profissionais dei-xaram de seguir algum parâmetro ló-gico. Na prática, os acordos coletivosvêm sendo feito"- com base no princi-pio da livre negociação, e os índicesde reajuste variam de acordo com opoder de barganha de cada cateogiraprofissional isoladamente.

O maior sindicato do pais, o dosmetalúrgicos de São Paulo, conseguiuagora em abril uma negociação forada data-base da cateogoria, que énovembro. O acordo fixou um índicede 50% para os salários de abril sobreos salários de maio, o que na práticarepresenta um reajuste de 25%, jáque em fevereiro a categoria teve umcorreção pela média salarial. Os me-talúrgicos paulistas também conse-guiram adiantamentos de 15% emmaio e de 10% em junho, numa ne-gociação que também beneficiou ostrabalhadores do interior paulista,exceto os da região do ABC.

Os metalúrgicos do ABC paulistativeram data-base em abril, mas o

acordo foi fechado isoladamente porempresa. Os índices de reajuste varia-ram entre um mínimo de 132% e ummáximo de 168% (Volks) sobre ossalários de novembro, descontadoaquele reajuste pela média concedidoem fevereiro. Os trabalhadores do se-tor têxtil, de Petropólis, Paracambi eFriburgo — no Rio —, conseguiramrecompor os salários, no mínimo, pe-lo IPC acumulado desde maio de1990, quando houve a última nego-ciação coletiva da cateogria. O pes-soai de Paracambi obteve um índiceum pouco maior — 393% sobre ossalários de maio de 1990.

Algumas categorias, como os pro-fissionais de processamento de datos,obtiveram aumentos expressos emcruzeiros. Esses profissionais — basi-camente empregados no Serpro, noDatamec ou no Dataprev — conse-guiram que o TST julgasse o dissídiode 1990 e, por tabela, estabelecessealgum aumento para a negociação de1991, independente de um futuro jul-gamento deste dissídio. Os aumentosvariaram de CrS 15 mil a CrS 20 mil,conforme as diversas faixas salariais.O dissidio de 1991 da categoria per-manece dependendo de decisão judi-ciai. Houve ainda uma negociaçãofora de dissidio para os aeroviários,que conseguiram antecipações porempresa agora em maio, apesar dadata-base ser em dezembro.

com trabalhadores da construção civil,por exemplo.

Além do abono de maio, todos ostrabalhadores terão direito a novos abo-nos em junho, julho e agosto. Em junhoe julho, o abono será idêntico ao demaio, mas, em agosto, a variação emcruzeiros da cesta básica será medidapela variação de preços entre marçò eagosto. Além disso, a soma do abonofixo de CrS 3 mil mais a parte móvel nãopoderá ser inferior a 21% do saláriodaqueles que ganham até 10 mínimos.Quem ganha acima disso terá um abonode, no mínimo, CrS 35.700.

A política salarial que estabeleceu osabonos só vigora até o mês de agosto.Até lá, o Congresso já deverá ter aprova-do o projeto de lei do governo que prevêum gatilho trimestral para o salário mi-nimo sempre que a inflação acumularuma variação de 20%. Para os demaissalários, o governo não quer fixar ne-nhuma regra de reajuste automático. Ouseja, quer estabelecer a livre negociação.O projeto está no Congresso, onde pode-rá sofrer alterações. Entretanto, como apolítica salarial que agora vigora nãofala em reajuste, mas apenas em abono(que não é incorporado aos salários), naprática, os salários continuam congela-dos aos níveis de fevereiro.

Médiano dia 20/05

%

Acumulado misaté 20/08

I ?

Folos — Zeca Fonseca , „ "uv<? "",,a . "a * , u";• ipw I v, < sa de refrigerantes para rastrear um Equipamentos, Servigos e Produtos

I / ' '• hotel onde seria realizada uma con- para Hoteis e Similares (Equipotel),

ft |pS mmi j £ZJKM I ven?ao. "Levamos 24 horas ras- que se reahza entre hoje_e sexta-fei-

E, i | „ / treando o local e encontramos qua- ra. no Ibirapuera, em Sao Paulo. A

M /l tro microfones: dois no salao hnha Plaza, cnada especalmentemm fliffite. , 7 *?:¦> | , >- . . , , , . para 0 setor hoteleiro, inclui arande-m

: M PrinciPalde

re«niao e dots na suite f abajurs, colunas de chao e spotsB glj-A I. . II do presidente da empresa , lembra. embutidos para lampadas incandes-flp -- - - mw" Este e um caso rotmeiro de espio- ccntcs. A La Lampe dcscnvolvc pro-

JSF nagem industrial. Segundo ele, um jctos de acordo com as neccssidadesyPj jgEg; mm Jyf concorrente coloca microfones mi- do cliente, e comegou a fornecer

'Mm f. nusculos, que podem ser escondi- equipamentos para a hotelaria haUai

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HjOswaldo: quatro microfones escondidos na convengao

quem esia facilitando agentes que sao escolhidos para o Oswaldo de Souza conta que foi oito anos para ca, esse tipo de casocaso, de acordo com sua qualifica- gontratado por. uma grande empre- vem aumentando muito", conta.

O lado cdmico do adulterio 1

,*s lU o mundo dos Sherlock Holmes quando a detetive parou o carro para e levava ate tres horas la dentro, Com M; IW tupiniquins, nem tudo da certo. fotografar a cliente saiu correndo e se muiloxmsto, Araujo descobriu, final^!M'4 Tod°s tem, pe^omcno^uma situa^ao atracou com a amnte. Gerhardt «hi- mente,^Be;havia uma saida pelos m

lembra uma das situaQoes maisengra- o adWtcro temavam separar/'A mu- seeneontravacomseu .aman^. Outra ^.7 i;' Wmm jj^K> «adas. Contratado por uma cliente llier pulou do meu carro com uma situagao desagradavel, vivida por ele~:ii' K para desveudar uma desconfianp dc rapidez que eu nao consegui nem mais de uma vez, e quando o detetive;-5'; ^ ..^Jr ^I adulterio. comegou a seguir o marido. yer", lembra. Outro desastre frcquen* descobre que cm vez de uma mulher o'

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Governador: te^ho^p^^^gf

Dois cinemas e 160 lojas funcionarao nos tres andares do shopping, que sera inaugurado em maio de 92shoppings atualmente", explica o em- leao", Mas, sem duvida, os atropelospresario —- segundo ele, somente economicos do pais devem ter levadoitem energia e responsavel por 30% muitas lojas a adiarem a ampliagao dedos custos de manutengao. 0 Ilha Pla- suas redes — ate agora, ja foram fe-za vai gerar 3 mil empregos diretos, chados contratos com 110 das 160entre funcionarios e comerciarios, e se- lojas previstas.ra administrado pela Rai, empresa do K, . n" .... ..grupo Pinto de Almeida. A construtora JNatal'no Rablnovltch admi e que

ISataliru> Rabinovitch.

Fotos — Zeca Fonseca

Oswaldo: quatro microfones escondidos na convenção

O lado cômico do adultério

N o mundo dos Shertock Holmes quando a detetive parou o carro para e levava até três horas là dentro. Com

Itupiniquins, nem tudo dá certo, fotografar a cliente saiu correndo e se muito custo, Araújo descobriu, final-'Todos têm, pelo menos, uma situação atracou com a amante. Gerhardt con- mente, que havia uma saída pelosde total trapalhada. Oswaldo Souza ta que as duas rolaram no chão eelae fundos da loja, por onde ela paMâVle'.lembra umadas situações mais engra- o adúltero tentavam separar. "A mu- se encontrava com seu amante. Outraçadas. Contratado por uma cliente lher pulou do meu carro com uma situação desagradável, vivida por elepara desvendar uma desconfiança de rapidez que eu não consegui nem mais de uma vez, ê quando o detetive

Íadultério,

começou a seguir o marido, ver", lembra. Outro desastre frequen- descobre que era vez de uma mulher o'o terceiro dia de investigação, a de- te é chamado de queimar o caso, no marido temé um homem como aman-sperada cliente resolveu seguir o de- jargão dos profissionais. Isso acontece te. "São os bissexuats, e é sempretive. Resultado: o marido parou em quando o investigado descobre, por constrangedor revelar ittd para on motel com a amante no carro, alguma falha do detetive, que está cliente", comenta. „«•,tetive vinha atrás e a cliente o se- sendo seguido. "Em geral, nesses ca- Outros casos são mais tranqüilos e

guia. Em lugar de pisar no freio ela SOs, o investigado pára junto da pri- até curiosos. Gerhardt tem uma clien-acelerou. Desfecho: a cliente bateu no meira patrulha, ou cabine policial, te há cerca de cinco anos, que duasdetetive, que por sua vez bateu no que encontra e diz que está sendo vezes por ano contrata seu serviçomarido e na amante. "Virei recheio de seguido", explica ela. para descobrir a nova amante do ma-sanduíche e a minha cliente saiu do Rapidez — Segundo Alberto rido. que tem cerca de 70 anos - e acairo giitandoc apontando para mim Araújo, resolver um caso de adultério detetive confirma què ele tem mesmo'dizendo ao marido que tinha me con- envolvendo um homem é muito rápi- diversas amantes. O objetivo da clien-tratado. Foi ridículo! , conta. do. "Em ate dois dias a gente desço- teé saher somente se ete está mantéft.

j Jaqueline Gerhardt lembra tam- bre a amante". Mas quando se trata Tebem de uma história desastrosa. de mulher, uma semana é pouco. do,

financeiramente, a namorada.caso era o mesmo: adultério. Uma "Elas são muito mais espertas", ga- Ela me diz que não liga a mínimamulher contratou a detetive e foi com rante. Em um caso desses ele se atra* Para wando ter amantes,ela surpreender o marido corn palhou. A mulher que estava seguindo mas não admite o fato de dividir seuamante. O casal estava na rua, entrava em um mesmo supermercado dinheiro com elas", explica. (K.T.) ,Jíiquelme: a cliente e a outra se atracando na rua

Dois cinemas e 160 lojas funcionarão nos três andares do shopping, que será inaugurado em maio de 92

6 • Negócios e Finanças • segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

Ilha do Governador terá shopping center

Ilha Plaza devefaturar US$ 120milhões por ano

Carina Caldas

EletrônicaUm aparelho

condicionadorde energia, pio-neiro no merca-do, está sendolançado pelaSkill Microele-trônica. É o Pro-temax 4, comalarme sonoro eprotetor contrasurtos de volta-gem descartável

e substituível.Ele monitora alinha elétrica dis-parando o alar-me sonoro por.sub o sobre ten-são. O aparelhovem protegidopor um fusívelsubstituível con-tra sobrecarga, etem garantia deum ano.

RevistaA Editora Multimídia lança esta

semana uma revista de moda exclu-sivamente dirigida ao setor de pron-ta entrega: a Collection, que vai tra-tar de assuntos que interessam tantoao confeccionista quanto ao lojista:tendências da moda, negócios, mer-cado exportador e franquia, porexemplo. A revista - que circularámensalmente - será distribuída gra-.tuitamente, por mala direta, a 15 millojistas em todo o país. O lançamen-to será amanhã à noite, no restau-rante Paparazzi, na Barra da Tijuca,Rio de Janeiro.

ExposiçãoParte da cole-

ção de pinturasdo DcutschcBank será apre-sentada pela pri-meira vez noBrasil, atravésda exposição Ar-te alemã contem-porânea, que co-meça dia 11 noMuseu da CasaBrasileira, emSão Paulo. São

47 obras de 18'artistas, com téc-nicas variadassobre papel. Aexposição já es-teve em BuenosAires e Montevi-déu, e depois doBrasil será reali-zada em Santia-go do Chile e naCidade do Méxi-co.

Detetives atuam na guerra

econômica

• Empresas pagam US$ 50 mil por uma investigação de fraude ou vazamento de informação

Karla Terra

Descobrir um caso de fraude,furto, ou vazamento de informçãoem ujna empresa pode custar atéUS$ 50 mil. Este é o preço pagohoje, em média, por dezenas de em-presários aos escritórios de deteti-vés particulares, no Rio. Os servi-ços são variados assim como ospreços. Existem empresários quecontratam uma cobertura perma-nente de detetives, nnr temerem sp-

outro caso de Araújo foi para umempresário que arranjou uma belanamorada e desejava saber se elatinha um amante. A conclusão docaso foi inesperada. A namoradanão tinha um amante, mas sim ummarido e dois filhos, fato até entãodesconhecido do empresário.

Fraudes — Com equipe de 42detetives, Jalkh atribui o aumentode casos de furto em empresas aosproblemas sociais. "São muitas ve-zes funcionários cnm rrir.ir. de ?Í1

questros, e outros que mantêm in-filtrados espiões em suas empresas,investigando possíveis desvios. Al-gumas multinacionais recorremtambém a esses serviços quandodesejam promover, ou contratar,um funcionário.

• Os James Bond brasileiros vêmsé adaptando à nova realidade domercado e muitos abandonaram devez os triviais casos de adultério einvestigações pessoais para trata-rem apenas de empresas. "Não façoinvestigações particulares, somentequando o problema acontece comum empresário que é meu antigocliente", explica um dos pioneirosno ramo, Bechara Jalkh. "Até façoadultério, mas procuro dar um pre-ço bem acima do mercado, para verse o cliente desiste, mas se ele resol-ve pagar eu faço", diz AlbertoÃráujo, detetive e sócio do escrito-rio Francis Albert, que cobra atéCr$ 600 mil para resolver um casodesses em cinco dias.

Os clientes são, em geral, daclasse alta e os serviços nem sempresão simples. Araújo lembra que foicontratado pelo parente de um em-presário que tinha sido assassinado,para descobrir o mandante do cri-me. Terminou a investigação e con-seguiu provar que fora o sócio."Este cara está solto até hoje, por-que a vítima tinha muito dinheiro,'_mas o sócio tem mais", explica. Oscasos vão do drama à comédia. Um

iwuvtvJhm 1UJ—VU1U mnií) Qü z\7~anos de carreira, que se vêem, deuma hora para outra, envolvidosem uma fraude para ganhar umextra e pagar suas contas", explica.Segundo ele, esses funcionáriostêm, em geral, uma vida anteriorexemplar. Trabalhando muito comgrandes bancos, o detetive, que tem38 anos de profissão, recebe muitqscasos de desvio de cheques de clien-tes de bancos. Um funcionário fur-ta um cheque do talão de umcliente e passa, junto com o cartãode assinatura, para um falsificador.Este assina o cheque, saca e os doisdividem o roubo.

Outro caso comum na área fi-nanceira é a venda de informaçõesaos concorrentes. O funcionário, deposse de informações sigilosas ven-de-as à concorrência pelo melhorpreço. Desconfiança de sócios, fur-tos de máquinas e matérias-primassão casos comuns em empresas degrande porte. Um setor muito visa-do e acompanhado de perto pordetetives é o de confecções. A dete-tive Jaqueline Gerhardt acompa-nha casos desses. Em geral, diz ela,são ex-funcionários que se articu-Iam com colegas e furtam máquinasimportadas e caras para vender nomercado paralelo.

"Nestes casos,infiltramos um detetive como em-pregado, com carteira assinada e

Judo. Aí ele se mistura aos colegasaté descobrir quem esíá facilitandoo roubo", conta.

Infiltração — Essa infiltra-fáo,como chamam os detetives emseu jargão, pode envolver qualquertipo de profissional.

"Temos casosem que necessitamos de um peão,outros de um médico, ou até umtécnico em computadores, dependedo caso", diz Araújo. São diversosagentes que são escolhidos para ocaso, de acordo com sua qualifica-

ção. Oswaldo de Souza, dono doescritório O.S., conta que para co-locar uma escuta na casa de umcliente disfarçou-se de técnico devideocassete, acompanhado de umtécnico verdadeiro. "Temos

queconvencer a pessoa que entende-mos do serviço", explica.

Oswaldo de Souza conta que foiçontratado por. uma grande empre-

sa de refrigerantes para rastrear umhotel onde seria realizada uma con-venção. "Levamos 24 horas ras-treando o local e encontramos qua-tro microfones: dois no salãoprincipal de reunião e dois na suitedo presidente da empresa", lembra.Este é um caso rotineiro de espio-nagem industrial. Segundo ele, umconcorrente coloca microfones mi-núsculos, que podem ser escondi-dos até em bocal de abajur e furtar

irnüniiavõcs sigilosas da cfflpfc^sa. Nestes casos, existem tambéminfiltrações de espiões na empre-sa.

Engenharia — Um caso de es-pionagem acabou nas mãos de Al-berto Araújo. Um engenheiro dosetor siderúrgico participou do de-senvolvimento de um novo proces-so de fundição de aço. Em seguida,pediu demissão da empresa. Poucotempo depois, um concorrente pas-sou a utilizar o mesmo processo. Oengenheiro havia trocado de identi-dade e foi contratado pela empresaconcorrente em outro estado.Araújo conta que conseguiu provarcom fotos e cópias de sua docu-mentação que se tratava da mes-ma pessoa.

Nos casos de possíveis seques-tros, os detetives mantêm, desde es-cutas telefônicas até um verdadeiroesquema de segurança de seusclientes. Bechara Jalkh conta quesão dezenas de empresários, hoje,principalmente no Rio, que contra-tam esses serviços. As pessoas quecercam esses empresários tem suasvidas vasculhadas a fundo e nin-guém escapa. O detetive conta queaté mesmo namorados dos filhosdo empresário sofrem investiga-ções. São tomadas também medi-das de prevenção. O cliente procuranunca fazer os mesmos trajetos emodifica sempre seus horários. "De

oito anos para cá, esse tipo de casovem aumentando muito", conta.

EMPRESAS

Café expressoEspecializada na fabricação e co-

mercialização de máquinas de caféexpresso, a Cimaq, uma metalúrgicade Petrópolis, região serrana flumi-nense, também vai estar presente naEquipotel para lançar um novo pro-duto: a Micromagna Express. Proje-tada para atender residências, escri-tórios ou consultórios, com trêslitros de água ela faz café capuccinoou expresso, chocolate e ainda ofe-rece vapor e água quente. No seustand, a Cimaq também vai comer-cializar o seu sido em ágata, quefunciona com ampolas a gás paraservir creme chantilly. A empresavai produzir este ano cerca de 500máquinas, de diversos modelos, eestá desenvolvendo uma marca pró-pria de café, a Tuttocafé.

AdministraçãoQuem tam- pa. A Protel jábém vai estar responde pela

presente na administração,Equipotel é no Rio,deapart-Protel, empresa hotéis como oadministradora Barraleme e ode apart-hotéis Rio Ipanemaino Estado doRio. O stand da além de estar im-

plantando, emempresa, espe-cialmente proje- Fortaleza, o Ira-tado, reproduzi- cema Hotel Re-rá cenas cariocas sidência, um doscomo as praias maiores de todoos arcos da La- o Nordeste.

EngenhariaA Monteverde Engenharia Co-

mércio e Indústria, fundada em 31de maio de 1939, está comemorando52 anos de atividades ininterruptas.A empresa tem escritórios no Rio deJaneiro e em Brasília.

Não é só a

Linha. Vermelha que

promete movi-. mentar a Ilha

do Governa-dor em 1992.Uma das raras

. áreas doainda pouco

. exploradas pe-Ias modernastendências deconsumo ga-nhará, em maio do próximo ano, seuprimeiro shopping center: o Ilha Plaza.São três andares divididos em 160 lo-jas, dois cinemas e praça de alimenta-çao, no total de 55 mil m2. Um investi-mento de US$ 40 milhões daconstrutora Pinto de Almeida, que jácolocou sua marca no Plaza Shopping,em Niterói. A expectativa de fatura-mento é de USS 120 milhões para oprimeiro ano de vida do novo centro deconsumo, que será alvo das atenções demais de 1 milhão de pessoas.

Por que a Ilha? A resposta ê fácilpara o diretor-presidente da Pinto deAlmeida, Natalino Rabinovitch."Concentra população de bom poderaquisitivo que não é totalmente aten-dida pelas opções de comér-rcio e la-zer existentes na região. O Ilha Plaza,portanto, será um local que unirá o

fazer compras com a diversão", expli-ca o empresário. Além desses dados,as pesquisas encomendadas pela cons-trutora revelaram ainda que são mui-tos os moradores da Ilha que percor-rem a Avenida Brasil para fazercompras na zona Sul do Rio.

"Isso não será mais preciso, por-que as boas grifes estão fazendo ocaminho inverso, rumo à Ilha", revelaRabinovitch, citando, entre outras, aFolie, Phillipe Martin, Cantão e Dim-pus. As grandes vitrines do shoppingficarão por conta da Mesbla, C&A eLojas Americanas, as chamadas lojas-âncora. "Como o objetivo é atenderàs classes A e B e até parte da classe C,o mix das lojas é fator fundamentalpara o sucesso do shopping", explicao diretor-presidente da Pinto de Al-

meida. O lazer terá espaço garantidonos dois cinemas — "um dos grandesanseios dos moradores" — e na praçade alimentação, que terá do Mc Do-nald's ao Chez Michou.

O planejamento do primeiro shop-ping da Ilha do Governador é assinadopela In Mont, que colocou sua assina-tura nos projetos do Rio Sul e Madu-reira Shopping. "É uma construçãomoderna, com recursos, inclusive, parase obter custos menores de manuten-ção", conta Rabinovitch. Tanques deacumulação de gelo, por exemplo, fun-cionarão à noite para garantir, duranteo horário de funcionamento do shop-ping, consumo menor de energia emfunção do ar condicionado.

"A idéia é reduzir o condomínio emrelação aos valores cobrados pelos

shoppings atualmente", explica o em-presário — segundo ele, somente oitem energia é responsável por 30%dos custos de manutenção. O Ilha Pia-za vai gerar 3 mil empregos diretos,entre funcionários e comerciários, e se-rá administrado pela Rai, empresa dogrupo Pinto de Almeida. A construtoraparticipa com 85% dos USS 40 milhõesinvestidos no projeto e os 15% restan-tes vêm da In Mont. "O retorno decapital, para esse tipo de investimento,é de 10 anos".

Foram necessários cinco anos parao empreendimento sair da prancheta.Segundo Rabinovitch, muito em fun-ção da dificuldade de escolha do ter-reno. "Era preciso encontrar uma boaárea com facilidade de acesso, o quefoi possível na Maestro Paulo Silva,uma transversal da Estrada do Ga-

leão". Mas, sem dúvida, os "atropeloseconômicos do país devem ter levadomuitas lojas a adiarem a ampliação desuas redes — até agora, já foram fe-chados contratos com 110 das 160lojas previstas.

Natalino Rabinovitch admite quea diversificação para o mundo dosshopping centers — iniciada em 1986com o Piaza Shopping, em Niterói —teve como principal estímulo a criseque toma conta do setor imobiliário."Estamos há 30 anos na construçãocivil. No Rio, São Paulo e agora tam-bém em Portugal. Esse ano, entramostambém para o mercado financeiro,com uma distribuidora de títulos",conta o empresário. No ano passado,o grupo faturou USS 45 milhões.

IluminaçãoA La Lampe, empresa especiali-

zada em iluminação, vai lançar umanova linha de produtos na Feira deEquipamentos, Serviços e Produtospara Hotéis e Similares (Equipotel),que se realiza entre hoje e sexta-fei-ra, no Ibirapuera, em São Paulo. Alinha Plaza, criada especialmentepara o setor hoteleiro, inclui arande-Ias, abajurs, colunas de chão e spotsembutidos para lâmpadas incandes-centes. A La Lampe desenvolve pro-jetos de acordo com as necessidadesdo cliente, e começou a fornecerequipamentos para a hotelaria hádois anos.

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Brasil ganhano vôlei

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^^^^^^^^^^MSegunda-feira, 3 de junho de 1991

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Esportes

Piquet de volta a^B

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Oito meses de Brasil

Data Local Piloto

21/10/90 Japao Piquet04/11/90 Australia Piquet10/03/91 EUA Senna24/03/91 Brasil Senna28/04/91 San Marino Senna12/05/91 Mflnaco Senna02/06/91 Canada Piquet

Inglaterra mÈ Franca Argentina

MansellMossBrooksG.HillHuntSurteesCollinsHawthornGethinIreland

ProstArnouxLaffitePironiDepaillerJabouilleTambayTrintignantBeltoiseCevert

SennaPiquetFittipaldiPace

StewartClark

FangioReutemannGonzalez

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O São Paulo esteve melhor que o Atlético e garantiu o empate que o leva à final

Oito meses de Brasil

Data Local Piloto

21/10/90 Japão Piquet04/11/90 Austrália Piquet10/03/91 EUA Senna24/03/91 Brasil Senna28/04/91 San Marino Senna12/05/91 Mônaco Senna02/06/91 Canadá Piquet

Piquet de volta à cena

McLaren abre a guarda, Williams e Benetton avançam, Tyrrel corre por fora. Falta a FerrariA vitória de Nélson Piquet ontem, no Grande Prê- |

mio do Canadá, renovou — e, conseqüentemente,intensificou — as emoções da temporada de Fórmula1. O desenrolar da corrida mostrou que a McLarentambém não está livre de problemas. Ayrton Senna,que vencera as quatro primeiras etapas da competiçãoe tentava a quinta seguida, e Gerhard Berger tiveramproblemas com seus carros e saíram. Se a Ferrari, quemais uma vez teve Alain Prost e Jean Alesi abandonan-do, ainda não mostrou a que veio no CampeonatoMundial de 1990, as Williams e as Benettons confirma-

que são fortes concorrentes.A Benetton, com Piquet, chegou à vitória na tercei-

ra prova disputada pelo modelo B191, o Tubarão. E foipraticamente a primeira corrida de Piquet com esse

pois nas duas anteriores ele parara na primeiraSeu companheiro, Roberto Moreno, rodou e

parou. A Williams teve Riccardo Patrese no pódio, emterceiro lugar. E só não venceu porque Nigel Mansellparou na última volta, quando estava disparado nafrente. Além dessas equipes, correndo por fora, surge aTyrrell, com motor Honda VI0 — Stefano Modenaacabou em segundo lugar.

Foi a 68a vitória brasileira na F 1, em 505 GPsdisputados (média de 13,46%). E a sétima seguida —Piquet venceu as duas provas finais do ano passado evolta a vencer agora, após quatro triunfos de Senna.Essa seqüência de sete só foi obtida antes pelos italia-nos, em 1952/53 (sete vitórias consecutivas de AlbertoAscari), e pelos ingleses, em 1958 (quatro pilotos serevezando; Tony Brooks, Mike Hawthorn, Peter Col-lins e Stirling Moss).

Muitas estatísticas consideram que o recorde se-quencial seria isoladamente de Ascari, que teria venci-do nove vezes seguidas, entre as temporadas de 1952 e1953. Mas, na verdade, ele ganhou as seis últimas de 52e a primeira de 53. A segunda corrida foi em Indianá-polis e o vencedor foi Bill Vukovich. Ascari ganhariaas duas posteriores. Só que Indianápolis fazia parte docalendário da F 1 e, portanto, interrompeu a série deAscari.

Há oito meses, só dá Brasil na F 1. Na estatísticapor países, a Inglaterra ainda está na liderança, com 76primeiros lugares, seguida pela França, com 70. Fal-tam oito corridas apenas para os brasileiros, que já têmo recorde de títulos mundiais (sete), serem também osmaiores ganhadores de GPs.

Senna continua líder do Mundial, com seus cômo-dos 40 pontos. Piquet vem em segundo, com 16. Mas,acima dessa larga diferença numérica, o GP de Mon-treal mostrou que, entre os carros de ponta, o equilí-brio é bem maior. E ainda faltam 11 provas para o fimda temporada. Com promessas de novas emoções.

Senna abandonou a prova na 26a volta

23 da¦ vitoria carreira, que o deixou em segundo no Muncomemorou a iaLuiz Dacosta

A volta por cima

de um campeão do

país dos campeões

Ele já vinha avisando desde 26 de agosto de1989, quando uma inesperada desclassificação parao GP da Bélgica, com a imprestável Lotus -Judd,impediu sua participação na corrida. Era o fundodo poço. Tudo indicava que o que lhe restava erauma lenta e amarga despedida, típica dos campeõesque não sabem a hora de parar. Outra opção era ade aceitar um convite desconfiado - e para muitoshumilhante - da Benetton. Piquet, com três títulosmundiais, 20 vitórias e 22 poles, aceitaria correr porum salário modesto para seus padrões, recebendodólares adicionais por cada ponto conquistado natemporada de 1990.

Começou a temporada de 90 e os críticos, quenão são poucos no Brasil e na Europa, duvidarammais uma vez. Para eles, o Piquet veloz e arrojadodos tempos da Brabham, o piloto técnico e frio daépoca da Williams-Honda, não voltaria jamais,Estava numa temporada caça-níqueis para garantiruma rendosa aposentadoria. Com a irreverência e oespírito despojado de sempre, ele seguiu em. frente;cada vez mais entusiasmado com o potencial daBenetton, enquanto o mundo da Fórmula 1 seassombrava com a genialidade de outro brasileiro,Ayrton Senna.

Corrida vai, corrida vem, Piquet foi retornandoao primeiro pelotão e dando provas sistemáticas deque, com um equipamento de ponta, poderia muitobem estar brilhando ao lado de Prost e Senna. Nófinal do ano passado, em Suzuka, ganhou de pre-sente de Mansell a liderança e, como todo campeão,cuidou muito bem do presente até receber a bandei-rada de sua 21a vitória. Houve quem desmerecesse agrande volta por cima, dizendo que ela nascera deuma vitória sem luta. Duas semanas depois, emAdelaide, com a batida de Ayrton, Piquet nova-mente herda a ponta e o mesmo Mansell parte paracima dele.

O inglês parecia irresistível nas voltas finais. Foiquando Piquet demonstrou, definitivamente, quenão tinha perdido a mão. Foram três voltas que opróprio Mansell, admirado, comparou às de umavolta de classificação. Piquet resistiu, venceu a cor-rida e calou de vez os profetas de sua decadência.Agora, com a malícia e o senso tático de sempre, eleleva um carro que ainda não pode ser condideradode ponta à vitória, aproveitando-se mais uma vez dòdestempero de um velho freguês, o inacreditávelNigel Mansell.

Não pode ser vendido separadamente

São Paulo — Ariovaldo Santos

vence 'Derby'

'j

comrecorde

Implausible, castanho de três anos, de pro-priedade do Stud Las Brisas, venceu o GrandePrêmio Cruzeiro do Sul, Derby, tradicional pro-va do calendário turfistico carioca, disputadoontem à tarde no Hipódromo da Gávea, nàdistância de 2.400 metros, na grama. O ganhadoré um filho do reprodutor Ghadeer e estabeleceunovo recorde para o percurso: 2m24s3/5. Teve adireção do jóquei alagoano Juvenal Machado daSilva, que ganhou a prova pela quarta vez em-sua carreira.

Veissman, montado pelo jóquei chileno Ga-briel Meneses, formou a dupla, com Luzibal,único representante do turfe de São Paulo, náterceira colocação. O Hipódromo da Gávea rece-beu grande público, que assistiu também ao'Grande Prêmio Asssociação de Criadores e Pro-prietários de Cavalos de Corrida do Rio deJaneiro, ganho pela égua Andie, de propriedadedo Haras Santa Maria de Araras. (Página 2)

Rio de Janeiro —

Paulistas decidem

Brasileiro pela

2a vez seguida- Pelo segundo arió consecutivo, o futebol de SãoPaulo volta a dominar inteiramente a final do Cam-peonato Brasileiro. São Paulo e Bragantino começam,nesta quarta-feira, no Morumbi, a decidir um torneioque, desde seu início, se mostrou favorável aos clubesdo estado, que se apresentaram sempre entre os pri-meiros colocados.

O São Paulo chegou à decisão depois de empatarontem, dentro de casa, em 0 a 0 com o Atlético. Oresultado beneficiou o time de Bragança Paulista, queagora joga por dois pontos nos dois jogos e tem avantagem de jogar a segunda partida em sua cidade. Otricolor paulista vai pela terceira vez seguida à final doBrasileiro. Nas duas vezes anteriores, duas derrotas, am-bas por 1 a 0: para o Vasco, em 1989, e para o Coríntians,ano passado. O Bragantino quer confirmar a ascensãoque começou com o título da segunda divisão em em 89 econtinuou em 90, com a conquista do CampeonatoEstadual. O Criciúma ganhou ontem o título da Copa doBrasil ao empatar em 0 a 0, com o Grêmio. (Página 3)

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implausible supera recorde no Derby

ImjriftUsible pertence ao Situd Las Brisas, fol criado na Fazen- - ' W!f *. ¦ . , » .imMMw vitoria na prova venceu anteriormente com Grimaldi",da'Mondcsir^c scu tremador c Eduardo Caramon.

jXBY' Old Pretender e Flying Finn.

^Esta vitoriajonmportan-

corritfade Formula 1, na televisao, e da diretoria do Jockey flfc .vSBuS# ' /Olfe B * ^ -W Juvenal admitiu que esperava passar por Ramirito

con'se^uiuimpedirqueaumentasseaindamaisavelocidade. **/&&&&&*//- uy^ mei na hora . SI^ToabrlellSeneses , J| "

Livrou quase 10 corpos na ffente e entrou na reta final com - " ', %•¦{1 ' i\ ' > ', ^c?r . Para re" || Vit6riaa: 3.500 *csta vantagem. Implausible cnluo comepou a se aproximar £ ? -*/jfcj-r,T.?V sistir ao ata- Melhor cavalo: Graode Btcoaos poucos, pegado por Juvenal, que trouxe o chicote fegfe -- ; •"* . ?s-J ••<¦' <¦&*?"£* <lue dos que ; Maior emoffio: Vitdriade Flyingsempre na mao direita. . y Hf WMWBm ~

^aSSU^. viriam de |f Finn no GP Brasil ano passado || _.. Nos ultimos 300 metros, implausible dominou o pontei- Pouco antes de cruzar o disco, Juvenal ja comemorava a quart a vitoria no Derby tras." (P.G.) L?;r^'" ' V ¦

ro e"correu um pouco para dentro. ComcQaram a progredir Luzibal, pelo centro da pista, Veissman, por dentro, e _ •»•«.•»«*»• • M. SSi

' f W. :"'waas ••

Villach King, por fora. Implausible resistiu ao ataque final I|OS(JflllnllClOIH&SClO DOfliy j» K ^|| -de Veissman, manteve um corpo de vantagem, enquanto o ———. |§- j ^'pilqtado de Gabriel Meneses conteve o avan?o de Luzibal. ft| Ano WM Animal |g| JAquei Ano iff Animal I 5 J6quel \ ;tl

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'Rumirito ficou na quarta cqlocagao, numa boa atua?ao. * \r,

'Villach King mais uma vez decepcionou. Correu nos. ulti- .H1932 Xenon J.Salfate ¦ 1933. MossorA J.Mesquita fSSMRfnj*' ,mos postos, teve o ritmo violento do pareo para favorece-lo if1934 Serinhaem I.Souza }{ 1935 TiaKlng O.UIloa ||| jf

assim esmoreceu quiindQ foi ian?ado por Carlos | {«¦ ;;;;;;;;;;;;;;I Mfe'*

\ fttfllLavor. Os demais concorrentes eram arenas coaHmvantPR e p 1940 Jamund4.. W.Cunha ' 1941 Talvez L.Benltez O' ' JfM 1942 Crlolan J.Zunlga H| 1943 CurOo L.Lelghton li JMF ¦ 111 . •/ ' '; 11944

Ever Ready L.Gonzalez < 1945 Fontaine E.Castillo . jd8|B¦ S ""

- 1950 '.Martini F.irlgoyen > s 1951 Honolulu...!!!!.!.!!!!!!"!!]."!"!F.Vrlgcfyen ' / Ik< 1952 Platlna J.Marchant ' < 1953 Qulproqud J.Marchant ill v.' •fel 1954 Joiosa E.Castillo * 1 1955 Courageuse P.Vaz* §§|1958 TimSo 'J.Marchant p

< 1957 Canavlal F.lrigoyen j|

^ 1964 Predomlnlo ,.!'A.RIcardo 1 1 1965 !!Nageur /\]Machado "

|L LlAgmte RPwiachlo ' 1976 FitzEmilius ^

^ 1985 Grlson G.FAImelda (

^ 1984 ...!.OId Master F.Perelra

ilimmmmm i;», m J . £~.«JLZZZ jz; Juvenal

acha que a ma fase terminou

Andie esbanja catesoria llliSSSOal 4KM)00|00 — 6Ragglo, M. Sllva 58 TWIXATA/OUfiJMDUTA 7 Last Month, J.Qu«iroz., 58 .7.¦ Craque do Santa Maria de Araras faz55s4/5nos 1.000m I5a^£zzz=°s l

is 3 Hsdramut M. Cardoso 52 TMDUT/k/DUKMDUkT* "1° Pireo : 1° Idle Boy Juarez Garcia 2" i M1 JKSyS::i= H i w ,'Zorro Campero G.Guimaraes 3° First 1 7.,

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Connection J.Ricardo vencedor( 1)8,1 -*S^ t"¦ "X'

14" 0 ' wmjwBMjMXAT* ^ J,

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2®Sp4reo: 1° Night Fire L.F.Gomes 2° ^ Wm S I Jg$8E3t?&„ '

Nanterre W.Gon?alves 3°.Mickey One - w " 'W%s£ hk' **^S«S5oo!oo^0,,,*,re* lughtiy.Q.souM....— » iG.F.Almeida vencedor(5)8,2 inexa- ST# jL

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4" Parco: 1° Orangeville W.Gonpalves 2° iiMi M iowe^^!cS2ffl?ll.— si « '^'^^MkUa-iJooiwM* 8

Viva Arkina C.Lavor 3° Interven?ao ' W # * •IJ'-Wll mmumSSuMuik >

J.Ricardo vencedor( 1)5,2 inexata( 16)4,9 ^ « s \ M W w f 4Uihsm.LA.Ai»». m * nrnowamrmtmplaces(l)2 7(6)1 8 dupla exata(l 6)11 J .pa ft * SjK, jP* * SSI #a«imiiun«» - 54 m 1 •triexatan-fi-41281 temnn- lmlfl^l/S

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Andie mostrou categpria ao veneer o GPde velocidade . Indicagdes iroso vencedor(2)2,4 inexata(24)9,9 pla- 8° Pfireo : 1° Joe Le Taxi M Almeida 2° F Pereira vencedord14 1 inexatan6138 Ramadan ¦ Hadramut ¦ Krenak :

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7° Pareo : 1° Pick-Me-Up C.Lavor 2° ta(47)3,7 places(4) 1,8(7) 1,6 dupla-exa- 10° Pareo : 1° Rezzo J.F.Reis 2° Gran 6° P/hw Gaudy ¦ Lucky Halley ¦ Hot and Free . 'Gra Sudden M Ribeiro 3° Polvadera 13(4-7)12,0 triexata(4-7-8)45,6 tempo: Palais A.Machado 3" Amaral J.Ricardo £ ^ Ei^r!!

W6"& 'J.Rwardo vencedor(9)3,4 inexata^69)40,9 lml3s3/5 _ Ven'cedor(5)3,4 inexata(37)21,9 pla- 8« Paraoi Falhada ¦ Fustinha ¦ Odallsca Ellana !places(9)2,1(6)3,7 dupla-exata(9-6)58,1 9* Pireo :1° Tesouro de Prata J.Pinto 2° ces(5)2,9(7)5,1 dupla-exata(5-7)19,7 trie- #• Pino: Gas oil ¦ Market Place ¦ Le Flictriexata(9-6-8) 161,4 tempo: lml5s2/5 Gravillon J.Quelroz 3° Grande Bola xata(5*7-4)48,9 tempo: lml4s3/5 Acumulada; 1°4 (Ramadan), 3°4 (Martlgny) e 7°3 (El Super) ; ¦

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F. Gamage 1938em 2 lances

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Juvenal emreeumo

Nome : Juvenal Machado da SilvaIdade: 35 anosPeão: 56 quilosAltura: 1,59mRegime: BrldãoNatural de: Alagoasídolo : Gabriel MenesesVitóriaa: 3.500Melhor cavalo : Grão de BicoMaior emoção: Vitória de FlyingFlnn no GP Brasil ano passado

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DIAGRAMA 664

Implausible supera recorde no

'Derby'

VüSi' jg ii-i..inr-iri Pote» de Fernando Lemos

Imptausibteem resumo/

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Paulo Gama

íihplausible, filho do extraordinário reprodutor Ghadeerna;.cráque Vada, confirmou sua excelente filiação e a prefe-rên.cia do público, e, bem conduzido por Juvenal Machado daSilvai ganhou em tempo recorde, 2m24s3/5, o GP Cruzeiro doSul, Derby, disputado ontem à tarde no Hipódromo daGávea, em 2.400 metros, na grama. A marca anterior era de2m25sl/5 e pertencia a Lorengreen, Janus II, Sunset e Carte-ziano» Veissman, montaria do chileno Gabriel Meneses, for-mou a dupla, com o paulista Luzibal em terceiro, e Ramirito,que"èra candidato â tríplice-coroa, na quarta colocação.Implausible pertence ao Stud Las Brisas, foi criado na Fazen-dá'Mondesir, e seu treinador é Eduardo Caramori."fçi um dos Derbies mais emocionantes dos últimostpmnoc O nnhjj^ri çm boni nÚlüCrO. 3P£S£r-dS-corfitla de Fórmula 1, na televisão, e da diretoria do JockeyClub Brasileiro não ter feito qualquer tipo de promoção dopárgç. nos órgãos de comunicação. Mas o turfista sempreaprece quando a programação tem bons cavalos, e, ontemá tarde, havia craques de sobra na pista de grama doprado.

.'"Na largada, o alazão Ramirito tomou logo a primeiracolocação e imprimiu ritmo de corrida alucinante a prova.Implilusible foi mantido na segunda posição por Juvenal,mas sempre controlado, a espera dos rivais que corriam nopelotão de trás. Luzibal e Veissman ficaram nos postosintermediários, com Villach King, na última colocação." Ramirito embraveceu — no turfe, significa que o cavalodiêfrarou e fugiu ao controle do piloto — na segundamç^de da reta oposta e,o jóquei Gilvan Guimarães nãoconseguiu impedir que aumentasse ainda mais a velocidade.Livrou quase 10 corpos na f/ènte e entrou na reta final comesta vantagem. Implausible então começou a se aproximaraos poucos, pegado por Juvenal, que trouxe o chicotesempre na mão direita. . , v

Nos últimos 300 metros, Implausible dominou o pontei-ro e*correu um pouco para dentro. Começaram a progredirLuzibal, pelo centro da pista, Veissman, por dentro, eVillach King, por fora. Implausible resistiu ao ataque finalde Veissman, manteve um corpo de vantagem, enquanto opijfjgado de Gabriel Meneses conteve o avanço de Luzibal.Ramirito ficou na quartá Colocação, numa boa atuação.Villach King mais uma vez decepcionou. Correu nos. últi-mo» postos, teve o ritmo violento do páreo para favorecê-loe nWShio assim esmoreceu quando foi lançado por CarlosL'avõr. Os demais concorrentes eram apenas coadjuvantes ecb®tal se comportaram.

Juvenal foi recebido com carinho pelo público. Paraná,segundo-gerente dos animais da Fazenda Mondesir, treina-dos em Pedro do Rio, corréu em direção a raia e comemo-rou com o bridão alagoano. Na Tribuna Social, completa-mente lotada, o jóquei tambémfoi<aplaudido depé;*Gilvan Gui-maràés, que nãoconseguiu con-ter a disparadade Ramirito,não teve a mes-ma sorte. Rece-beu duras vaiasda platéia e os |||próprios titula- 1res do Stud José |sfAdamian recla- M|mavám de sua <direção. '

ff||

|p Guimarães acha

E vaias injustas

, , 0s aplausos e os abraços de 20 dias atrás, quando levouRamirito á vitória no GP José Paulino Nogueira, desta vezderam lugar a vaias e críticas. Gilvan Guimarães estavatranqüilo apesar de tudo. Sabia da responsabilidade querepresentava conduzir um candidato a tríplice-coroa numaprova contra adversários poderosos como os de ontem àtarde. Mas ele não podia fugir da responsabilidade e apenasagradeceu àqueles què o apoiaram. "Fiz o possível paracoirter Ramirito, mas ele embraveceu, disparou e não houvejeifó! Na tribuna, as coisas parecem fáceis, mas na pista tudoé muito diferente", justificou-se.a O treinador Artur Araújo estava visivelmente aborrecido

e^pEpferiu não se aprofundar em criticas ao jóquei. Deixouescapar apenas, de maneira quase imperceptível, um lamento."Seria diferente se Ricardinho tivesse montado o cavalo."Araújo observou atentamente o videoteipe da prova na salada ;répesagem. E quanto mais Ramirito fugia na ponta,simultaneamente ele mais balançava a cabeça em sinal dereprdVação.

. Gabriel Meneses comemorou o segundo lugar com ale-grjàrtxplicou que, na altura dos 1.000 metros finais, acredi-tQ,u na vitória porque seu pilotado vinha muito bem. Percebeuque implausible também trazia boas sobras e tentou seaproximar um pouco mais cedo. "O Juvenal corria em segun-do" como se estivesse ponteando. O ponteiro, com aquelerittflò violento, não poderia mesmo resistir. Perdemos pararecófde e sinceramente, não há do que reclamar."„,;^lbênzio Barroso considerou boa a atuação de Luzibal.

^eijibrou que o ritmo intenso não foi favorável á caracteristi-çaljê"seu cavalo, segundo ele, dotado de partida curta, masnãQ muito violenta. "Ele chegou perto, o tempo foi bom, masé,um animal de pouco final. Não arremata com força. Mas foiunraótima corrida."

Eduardo Caramori, treinador de Implausible, destacou aimportância de vencer o Derby em tempo recorde, o que,seguraó ac, consagra qualquer anima!. "Estou muito satis-feitp",É um cavalo que sempre prometeu muito, mas agoraconfirmou todas as esperanças."

• Wilson Lavor ficou decepcionado com o quinto lugarObtido por Vilach King. O treinador admitiu que esperavaitfiBtó mais do castanho filho de Present The Colors em ParisQüeen. (P.G.)

Filiação : Ghadeer em VadaPelagem: CastanhoIdade: 3 anosVitóriaa: 5Atuações:8Prêmioa:Cr$ 9.839.000,00Criador: Fazenda MondeslrrProprietário: Stud Las BrisasDistância preferida: 2.400 metrosVitória mais importante: Derby

âwmmMWMm

Lá vem o Juvenal

pela quarta vezNos grandes momentos, a estrela do alagoano Juve-

nal Machado da Silva sempre brilha no Hipódromo daGávea. Ele estava numa fase ruim, as vitórias escassas eesquecido pelos fãs. Mas ontem era dia de Derby. Eradia de fesfa, de casa cheia, e nestas ocasiões ele sempreaparece na reta final para roubar a festa. Foi sua quartavitória na prova — venceu anteriormente com Grimaldi,Old Pretender e Flying Finn. "Esta vitória foi importan-';te porque Wyntpn r» ^trayydisse, com aquela simpiici-',dade tão característica.

Juvenal admitiu que esperava passar por Ramirito,com mais facilidade na reta. Sua tática foi correr em.segundo, como se estivesse na ponta, e logo na partida procurou forçar paraobrigar Gui-màrães a dis-parar."Quan-do ele dis-parou, percebique não pode-ria segurá-loe me aproxi-mei na horacerta para re-sistir ao ata-que dos queviriam detrás." (P.G.)

Juvenal acha que a má fase terminou

Andie esbanja categoria ISi^glTMXATA/DUPLA-IXATA 7 last Month, J. OCraque do Santa Maria de Araras faz 55s4/5 nos l.OOOm

1" Páreo : Io Idle Boy Juarez Garcia 2°Zorro Campero G.Guimarães 3o FirstConnection J.Ricardo vencedor( 1)8,1inexata( 15) 11,1 places( 1)2,5(5) 1,8 dupla-exata(l-5)30,9 tríexata( 1 -5-4)63,4 tempo:57s4/52° Páreo : Io Night Fire L.F.Gomes 2oNanterre W.Gonçalves 3°.Mickey OneG.F.Almeida vencedor(5)8,2 inexa-ta(58)7,3 places(5)2,2(8) 1,2 dupla-exa-ta(5-8)21,2 triexata(5-8-7)50,l tempo:lml6s3/5

3o Páreo: Io Au Devant G.Guimarães 20Jack's Promise G.F.Almeida 3o YeardC.G.Neto vencedor(2)4,3 inexa-ta( 12)35,6 places(2)2,6( 1) 19,5 dupla-ex-ta(2-l)181,7 triexata(2-1 -5)843,3 tempo:lm29sl/5

4o Páreo: Io Orangeville W.Gonçalves 2oViva Arkina C.Lavor 3o IntervençãoJ.Ricardo vencedor( 1)5,2 inexata( 16)4,9places( 1 )2,7(6) 1,8 dupla-exata( 1 -6) 11,6triexata( 1-6-4)28,3 tempo: lml0sl/55o Páreo: Io Andie C.Lavor 2° GôndolaReal J. Ricardo e Erygium J.M.Silva(empatados) vencedor(l)l,2 inexa-ta( 12)1,8(16)5,4 places( 1) 1,0(2) 1,2(6) 1,5dupla-exata( 1 -2)2,2( 1 -6)6,3 triexata( 1 -2-6) e (1 -6-2) ambas 22,4 tempo: 55s4/56o Páreo : Io Implausible J.M.Silva 2°Veissman G.Meneses 3o Luzibal A.Bar-roso vencedor(2)2,4 inexata(24)9,9 pia-ces(2)2,0(4)3,2 dupla-exata(2-4)21,6 trie-xata(2-4-3)50,6 tempo: 2m?.4s3/57o Páreo : Io Pick-Me-Up C.Lavor 2°Grã Sudden M. Ribeiro 3° PolvaderaJ.Ricardo vencedor(9)3,4 inexata(69)40,9places(9)2,1(6)3,7 dupla-exata(9-6)58,1triexata(9-6-8)161,4 tempo: lml5s2/5

1'péw à»1th>Om —1.600 entro»Crf 420.000,00-TftSIXATA/DUnA4XATAmimo wu* anowN imoKreoâk, LA. AIvm 56 'Hadsan, J. Malta .52 !Hadramut M. Cardoso 52 :Ramadan, J.M. Silva 56 -

. 5 Bertrand, E.D. Rocha 52 !S* péieo è* SO hofrea—8&000 nMtroaCrf >40.000,00 —TKNDCATA/DUPIA4XATAPKtWOIXMtlIMIQulrarte, M. MonteiroHeabut U.8. FerreiraFrauleln Leréia, J. Ricardo*4 Marronler, G. GuimarãesAfeganl, G.F. almeklaMagot, J.M. Silva9» p*r— èe MMOin—1 MO metroeCrf MO.OOOyOO —TMBCATA/DWIA-CXATA

(IWfctO DO COHCUWtO Pi 7 POHTOt)PRUMO WL tANTARÉM IMSBronzlnado, M. Cardoso 57Heverioeto.F. Pereira F- 57Wohrteln, E.D. Rochya 53Martigny, J. Ricardo.— 57Karl Jung. I. Lanes ....â.57Hldlng, LS. Santos —. 57Ocho ei Negrp, G.F. Almeida...... 57Intelectual Tour, L Esteves 57SSucklsh,J.M. Silva 5710 Az do Mar, J. Pinto 5711 Rhythmus, G. Euclldes.— 57(•liiwáal) km-MHMlmCrf <10400,00—TRiCXATA/DUfLA-CXATAPWfclIO KIORAItOi10Msrtaoora. R. Cotia 552 Martcwor, G.F. Almeida.......: 563EMo.J.Mafta 584 Lau-Sta, LA. Alves...... 545Saltese, I. Lanes 54Klaps, C. Lavor 54GrasmoWI, J.L Marins ...... 54Pryor, G Guimarães 56S-péreeàeS1li»Om—1.100 melreeCrf tfO.OOOyOO—ITA/DUfiA—CXATATIWXATA/Isko. R. MarqulArisko, a Marques. 56 1Nagaro, C. Xavier 56 2LuckyHalley.R. Freire 58 3Kassa-Kamfluep, J. Freire.......... 56 4

Hot and Free, L Esteves 56 5Ragglo, M. Silva 58 6 .Last Month, J. Queiroz., 58 7Qaudy, J. M. Silva 58 8*••pâíeeàe 12 horea-lXHH) metroe aCrS 940.000,00- * ,TTU EXATA/OU PLA-IXAT AratwooRiiULoi iseaApollon Vitória, A. Chaffin 57 1Dal Suki. C. Lavor 57 23Flmo,G.Souza.... 57 3!Lord Rose, J. Ricardo 57 4,Hemurclnos, M. A. Santos 57 i5 .Ekey Pollon, L. Esteves 57 6 'KKàpls,J. Machado 57 .77ep*ree*e22M0m-1.100metree .crtieo.ooo.oo-TWIIXATA/DU PLA-CXATAmtwo old pwmom i «esUflhtly, G. Souza 56 1Fandangulsta, J. Machado 54 ;2El Super, J. Ricardo 58 3Fltwa, M. Cardoso 52 4Llbon, G. Guimarães 54 '5Jorro, A. C. Fecha 58 6 •

Ilhas Príncipe, G. F. Almeida 58 7•*páreo As 23 horas-1.200metrosCrf 260000,00-TfUEXATA/DUPlA-EXATAPAtMIO MEU QAÚCH01069Hot Speed, R. Freire 58 1 •Mozlnho, E. S. Gomes 58 2Fustinhs, F. Perelrs F* 58 3Hidrojet, G. Guimarães 54 4'OdaliscaEllana, J. Freire 56 56Oldel,V.Xavier 58 6Falhada, J. Ricardo...... ....... 58 7 'Salda, E. D. Rocha 54 8f* pérea èe 2tM0m -1400 metrosCf94S0400£0-imUTMWUMUTt '

MlMIO n.YIMO niM ittoLord Avslon, J. B. Fonsscs 56Great Navajo, J. Pinto 56Anelo-Celeste, E. S. Rodrigues... 56Market Place, J. M. Silva 56Juquente, L. Gonçalves 56Bronco Billy, E. D. Rocha 56Balacobaco, G. F. Almeida 56SLeFllc, J. Queiroz.Obelisco, R. Rodrigues...—.....10 Hipõllto, J. MaltaUGasOII, J. Ricardo12 Smoking Gun, L F. Gomes.-.

12345;'¦789.1011121

Indicações8° Páreo : Io Joe Le Taxi M.Almeida 2°Conde Xyphos J.Malta 3o Queen NinaG.F.Almeida vencedor(4)3,9 inexa-ta(4 7)3,7 places(4) 1,8(7) 1,6 dupla-exa-ta(4-7) 12,0 triexata(i-7-8)45,6 tempo:Iml3s3/59* Páreo s Io Tesouro de Prata J.Pinto 2°Gravillòn J.Queiroz 3o Grande Bola

F.Pereira vencedor( 1)4,1 inexata(16)38,5places(l)3,1 (6)2,7 dupla-exata( 1-6)67,3triexata( 1-6-7) 107,4 tempo: lm42s3/510° Páreo :1o Rezzo J.F.Reis 2° GranPalais A.Machado 3o Amaral J.RicardoVen'cedor(5)3,4 inexata(37)21,9 pia-ces(5)2,9(7)5,1 dupla-exata(5-7)19,7 trie-xata(5-7-4)48,9 tempo: lml4s3/5

1«.P*rMM Ramadan ¦ Hadramut ¦ Krenak2° Páreo: Frauleln Leréia ¦ Afeganl ¦ Marronler3* PArooi Martigny ¦ Karl Jung ¦ Bucklsh4° Páreo: Markwor ¦ Elvio ¦ PryorS° PArao: Gaudy ¦ Lucky Halley ¦ Hot and Free

.8° Páreo; Dai Sukl ¦ Lord Rose ¦ Apollon Vitória7* PArcoi El Super ¦ Lightty ¦ Libon -8* Páreos Falhada ¦ Fustinha ¦ Odallsca Ellana9* Páreos Gás 011 ¦ Market Place ¦ Le FileAcumulada: 1°4 (Ramadan), 3°4 (Martigny) e 7°3 (El Super)

Xadrez ILUSKA SIMONSEN

2 O Esportes O segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

Ciclo do

Mundialom um sorteio foi definida a sede' dos matches que compõem a fa-

èig "quartas de final" do Ciclo de Can-didatos ao Titulo Mundial de Xadrez: a

ir capital belga—Bruxelas.Os emparceiramentos para cada~ imatch são: Anatoli Karpov x Viswana-

..Utftan Anand; Boris Gelfand x Nigel.Short; Wassili Iwanchuk x Artur Yusu-

^PQv; Jan Timman x Victor Korchnói.-'>¦ Esses GMs disputarão, no SAS RoyalHbtel, a partir de 10 de agosto do'""Corrente ano, suas respectivas vagas

,u: nas semifinais do Ciclo.Hertneck brilhaem Munique

O Torneio de Grandes Mestres or-A jjanizado por Jellissen, na cidade ale-. mã de Munique, foi jogado por 11 GMs,¦2 GM femininas e 1 Ml no último mès• ' de maio, com rating médio em 2585,tt .pontos. Larry Christiansen (USA) foi o

campeão incontestável da prova, ter-

minando invicto, coitl9,5 pts, seguidop'õr ¦»1c!gatj-o^e&-gom-flXl.p)8: 2°) A.Be-liavsky (URSS); 3o) G.Hertneck (ATJTí5R.Hubner (Al) e 5o B. Gelfand. O 3ocolocado foi a grande estrela do even-to, completando norma para o almeja-do titulo de GM! Hertneck perdeu so-mente duas partidas e foram para ocampeão e o vice, vencendo Nunn,Anand, Judith Polgar, Lobron e Wahls,empatando as demais. A participaçãode duas das irmãs Polgar também deum brilho especial ao evento, apesarde terminarem com menos de 50%dos pontos possíveis. A repercussãonegativa ficou por conta da decepclo-nante performance de Gelfand e do 7ocolocado V.Anand (7,0 pts), já que am-bos etarão jogando as quartas-de-finaldo Candidatos. Vamos acompanhar al-gumas partidas desse evento:Christiansen xNunn (índia do Rei)1)P4D -C3BR 2)P4BD -P3CR 3)C3BD-B2C 4)P4R -P3D 5)P3B -0-0 6)CR2R-P4B 7)P5D -P3R 8)C3C -PxP 9)PBxP-C3T 10JB2R -C2B 11)0-0-T1C 12)B4BR-P4CD 13)D2D -T1R 14)R1T -P4TR15)B5CR -D2D 16)TD1R -P5C 17)C1D

-C4C 18JB4BD -C5D 19)C2R -CxC20)TxC -D2B 21)P5RI -TxP 22)TxT -PxT~£3)P8S—D3BJ5.41C3R -B3TD7I 26)C4DI-CxC 26)BxC -DTD^STTTtfí-^R28)T1BD -P5R 29)PxP -B5D 30)B8BD!-DxB 31)DxB -PxD 32)TxD -B4C 33)T7B-TxPR 34)P3T -P3B 35)B6T -P6D 36JP7D-T5D 37)T8B+ -R2T 38)P8D = D -TxD39)TxT -RxB 40)R1C -P4B 41)P4TR -R2C 42)R2B -R3B 43)R3R -R4R44JP3CR (1 - 0)

Nunn x Hertneck(Francesa)1)P4R -P3R 2)P4D -P4D 3)C3BD -B5C4)P5R -C2R 5)P3TD -BxC+ 6)PxB -P4BD 7)C3B -P3CD 8)C5C P3TR 9)D5T-P3C 10)D3T -D2BI? 11)B2D -PxP12)PxP -DxPB 13)T1B -D7C 14)B3D -DxPD 15)0-0 -CD3B 16)TR1R -B2D17)T3R -P4TR 18)D3B -C4B 19)BxC -PxB 20)T3D -D4TD 21)T1R -D5CR22)D3R -P5D 24)P3T -DxD 25)CxD -B1B26)B5C -T4D 27)B6B -T1CR 28)T1BD-R2D 29)T2D -B3T 30)C5C -P6D 31)C3B-C4T 32)T3B -T4B 33)T3xP -BxT34)TxB + -T4D 35)T3R -C5B 36)T3BD-T1BD 37)R2T -T1:5B 38)R3C -C7D39)TxT -PxT (0-1)

Torneio Veigade Almeida1 Nas oõpsífáêáàjis-- dssía-}4-írarilrolonal colégio da Barra da Tijuca foirealizado o Torneio Veiga de Almeidade Xadrez Rápido nos dias 27 e 28 deabril, reunindo 59 competidores. Amaioria era da faixa mirim-infantil: 44crianças (I), destacando entre elas aparticipação de 10 enxadristas do sexofeminino (II).O evento contou com o apoio da RioEsportes, com patrocínio de Status Mar-moaria e Opposé Confecções, estando aorganização e direção da prova a cargode Tufic Derzl é Silvio Resende.

Após a disputa das seis rodadasregulamentares, os melhores em cadacategoria forma: Geral Masculino —1o) Sérgio Dias e 2o) Crisplm Cardosocom 5,5 pts; Geral Feminino — 1o)Elizabeth Alais 3,5 e 2°) Tatiana Sam-paio 3,0 pts; Mirim — 1°) Antonio Car-los Sampaio Neto, 2o) Filipe A. Freitase 3o) Daniel Alberto com 3,0 pts; Pré-infantil (11 a 12 anos) — 1o) BrunoGuerra. 2o) Jorge Gilberto Costa e 3°)Rafael Suita com 4,0 pts; Infantil — 1°)Pedro Luiz Neves 4,0 e 2°) Wilson

Mendes F° 3,0 pts; Cadete (15 a 16anos).— 1o) José Lucena Jr. 4.0 pts;Juvenil (17 a 19 anos) — 1°) Luiz Anto-nio Manzi 4,0 e 2°) Eduardo LisboaTorres 3,0 ptei-dsvem (20 a 26 anos) —1°) Cláudio F. Santos 4,5 pts; Seniór(27 a 44 anos) — 1°) Carlos AlbertoCarvalho e 2°) Antonio Carlos Alvirricom 5,0 pts; Veterano (45 anos emdiante) — 1o) Helvécio Pinho 4,0 e 2o)Luiz Carlos Sulta 3,0 pts.

Foi um torneio que conseguiu reu-nlr uma faixa etária das mais abran-gentes, pois o concorrente mais jovempossuía sete anos e o mais Idoso 61anosl

Aberto noGuanabara

O Torneio "Classe C", realizado pe-Io Clube de Xadrez Guanabara (Av.Churchill 109, s/101, RJ) anualmente,terá inicio no próximo dia 6 e serádisputado pelo sistema suiço em seterodadas, às terças e quintas-feiras.Sendo um torneio aberto, poderãotodos os interessados em participar in-crever-se, à taxa unitária de CrS2.000,00, no próprio local de jogo. Maio-

abcdefghSolução do Diagrama 663: l)B8C+!-R4B: 2)PDxP -B5D+; 3)R2T -PxP+;4)R3T! -C8D: 7B+; 5)R4T -B3B + ; 6)R5T -C5B; 7)R6T -C5C+; 8)R7T -TxPC; 9)C7B =

res informações com o organizador doevento: Victor Traiber (fone: 236-0649).

Mate

I I I I 1

m

I

' Nome : Juvenal Machado da Silva f| Idade: 35 anos| Peso: 56 quilosI Altura: 1,59m

: Regime: BrldSo| Natural de: AlagoasI Idolo : Gabriel MenesesI VitAriaa : 3.500 j| Melhor cavalo : Gr3o de BlcoI Maior emoffio: Vitbria de Flying| Finn no GP Brasil ano passado .

JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 3/6/91 O Esportes O 3

__ S3o Paulo — Fotos de Murilo Menon-- ' W' ?

lite-iW

Rai teve sempre dois adversaries'a marca-lo e nod conseguiu mostrar bom futebol

SE

SAO PAULO — O Sao Paulo iniciouontera mesmo, logo apos o jogo, um mo-vimento para levar os dois jogos das finaisdo Campeonato Brasileiro contra o Bra-gantino para o Morumbi. 0 presidente doclube, Jose Eduardo Mesquita Pimenta,argumenta que o estadio Marcelo Stefani,de Braganga Paulista, nao tern estruturapara receber um jogo final tao importante."0 futebol e profissional e no profissiona-lismo os clubes tambem precisam pensarem renda", disse o dirigente.

Mas o diretor CBF Domingos Lealgarante que a pretensao do Sao Paulo naosera atendida. "Quern indica o local dosegundo jogo e o Bragantino e isso seracumprido", disse Leal. 0 patrono do clubede Bragan?a, Nabi Abi Chcdid, garanteque se tiver seu estadio vetado por qual-quer motivo passa a partida para o Mara-

A polemica em torno do local dosjogos finais foi reacesa apos o jogo desabado entre Bragantino e Fluminense, emBragan9a. Com o estadio praticamentelotado, a renda alcangou apenas Cr$

renda do Morumbi, ontem, foi de Cr$

meros que, para o presidente do Sao Pau¬lo, mostram que houve evasao de renda.

0 Atletico Mineiro despediu-se ontemdo Campeonato Brasileiro sob os protes-tos do seu presidente, Afonso Paulino, e oreconhecimento, por parte do treinadorJair Pcreira e dos jogadores, de que a

ft permanencia do Sao Paulo na competigao~, , - e justa. Revoltado, Paulino acusou o juiz

. .. Joaquim Gregorio dos Santos de tcr pre-Carlos mostrou seguranga na hora da pressao paulista judicado seu time.

^^^^^^^¦segunaona

'

*'* > Fot^de

Os poucos policiais presentes tiveram muito trabalho dentro e fora do campo ¦

I umca vez em que

J>arae^ao

Sào Paulo— Fotos de Murilo Menon

Raí teve sempre dois adversários a marcá-lo e não conseguiu mostrar bom futebol

k% s

A maioria dos torcedores do SãoPaulo saiu decepcionada com a inope-rància de seu ataque, que ontem nãoconseguiu converter sequer uma das vá-rias chances que o Atlético-MG lhe per-mitiu. Os mais supersticiosos, porém, co-memoraram o O a O no Morumbi porqueo resultado classificou o time para a finaldo Brasileiro com o Bragantino, mastirou a decisão do Morumbi — e a van-tagem tricolor também. Nas quatro vezesque decidiu o título em seu estádio (73,81, 89 e 90), o São Paulo perdeu. E nasduas em que saiu da capital paulista (77 e86). o titulo ficou com o São Paulo. Otricolor só não pode é perder quarta-fei-ra, no Morumbi — resultado que dá otítulo antecipadamente ao Bragantino.Empate ou vitória são-paulina levam adecisão para Bragança, no domingo.

São Paulo e Atlético-MG fizeram um-jogo com quase todos os ingredientes deuma grande semifinal — lances emocio-nantes, tensão, catimba, erros de arbitra-gem e até a tentativa de agressão ao árbi-tro, pelo presidente do Atlético, AfonsoPaulino, após a partida. Só faltou o gol. OSão Paulo teve mais oportunidades noprimeiro tempo. Aos 17m, Flávio perdeuao chutar, livre, sobre o gol. E aos 38m,'Leonardo, nas mesmas condições, tam-bém bateu alto. A melhor chance, contu-do, foi do Galo, quando Edu Lima, dapequena área, chutou em cima de Zetti.

Telê Santana não queria dar maisargumentos aos que o chamam de pé-frioe orientou seu time a voltar sufocando.Nos três primeiros minutos do segundotempo, o São Paulo perdeu duas chancesclaras com Elivélton e Mário Tilico. No-vas e grandes oportunidades acontece-ram aos lOm e 17m, com os mesmosprotagonistas. Um erro grosseiro do ár-bitro Joaquim Gregório, considerado pe-lo diretor da Cobraf, Ivens Mendes, co-mo o melhor do campeonato, quasemuda o rumo do jogo. Aos 20m, Mar-quinhos sofre falta, mas a bola sobrapara Sérgio Araújo, livre, em condiçõesde chute. Gregório preferiu dar a falta.

O lance deixou os mineiros mordidose o Atlético passou a exercer uma pres-são quase insuportável — aos 30m, Aíl-ton chutou fora sem goleiro. A situaçãose complicou de tal forma para o SãoPaulo que no campo, e fora dele, jogado-res e diretores pediam à torcida paraparticipar do jogo. Mais experiente que oadversário, o São Paulo conseguiu segu-rar o ímpeto do Atlético até o apito finaldo confuso juiz.

Quarta-feira, no Morumbi, o SãoPaulo terá uma tarefa mais árdua. Seráele quem deve atacar o bem montadoBragantino — coisa que Telê Santanasempre gostou de fazer. Seja qual for ovencedor, a final deste Brasileiro aumen-ta a dúvida surgida ano passado, que semanteve com a seleção brasileira de Fal-cão, e semelhante à dos adversários deAyrton Senna antes do GP do Canadá:quem conseguirá parar os paulistas?

SAO PAULO

São Paulo — Zetti, Cafu, RicardoRocha, Ronaldo e Leonardo; Flávio, Ber-nardo o Rai; Mário Tilico (Sidnei), Mace-do e Ellvòlton. Técnico: Telê Santana.

0

Atlético-MG — Carlos, Alfinete,Tobias, Fernando e Paulo Roberto; ÉderLopes, Amauri (Aílton) e Marquinhos;Sórgio Araújo, Gérson o Edu Lima. Téc-

nioo: Jair Pereira.Local: Morumbi. Renda; CrS 91.572.600,00. Pú-blico: 57.923. Juia: Joaquim Gregório dos San-tos Filho (CE). Cart6ea amarelos: Bernardo,-Alfinete, Tobias, Paulo Roberto e Edu Lima

Tricolor quer os

jogos no Morumbi

SÀO PAULO — O São Paulo iniciouontem mesmo, logo após o jogo, um mo-vimento para levar os dois jogos das finaisdo Campeonato Brasileiro contra o Bra-gantino para o Morumbi. O presidente doclube, José Eduardo Mesquita Pimenta,argumenta que o estádio Marcelo Stefani,de Bragança Paulista, não tem estruturapara receber um jogo final tão importante."O futebol é profissional e no profissiona-lismo os clubes também precisam pensarem renda", disse o dirigente.

Mas o diretor CBF Domingos Lealgarante que a pretensão do São Paulo nãoserá atendida. "Quem indica o local dosegundo jogo é o Bragantino e isso serácumprido", disse Leal. O patrono do clubede Bragança, Nabi Abi Chedid, garanteque se tiver seu estádio vetado por qual-quer motivo passa a partida para o Mara-cana.

polênfinais

Zetti ?? — Teve uma falha grave nosegundo tempo, numa bola pelo alto.Mas compensou-a com um milagre, emchute de Edu Lima na pequena área.Cafu • — Não fez uma única jogada deataque, e levou um passeio de Edu Li-ma.Ricardo Rocha ???? — Está numafase que beira a perfeição.Ronaldo • — Ricardo Rocha não sabiaca marrava n ataniift do Atlético-MG

Macedo ? — Preocupou zempre a zagamineira, mas exagerou no precisismo:Elivclton ? — Construiu muitas joga-das de perigo, mas errou todas as cpji-;;,clusões.(/?.G.)

iW /Ifl.»|—| O Atlético-MG mostrou on-/*"— tem que não merecia mesmo H"

chegar à final. O time demonstrou '

alguma empolgação no final, má&Linão teve talento para conseguir,'a-1,'

ou corrigia as falhas grosseiras de seucompanheiro.Leonardo ??? — Por seu lado o Atlé-tico não se criou. Na frente, foi sempreuma boa opção para os homens demeio-campo.Flávio ?? — Compôs um eficiente sis-tema de proteção junto a Bernardo.Bernardo ?? — Desarmou e, na basedo vigor físico, empurrou o time à fren-te em diversos momentos do jogo.Rai ?? — Não teve o mesmo brilho deoutras vezes. Ainda assim, demonstrouhabilidade e visão de jogo em várioslances.Mário Tilico ? — Soube que jogaria a20 minutos do início. Parecia desligadoe, com isso, nada produziu. Sidnei en-trou no fim e quase marca um gol naúnica vez em que tocou na bola.

Carlos mostrou segurança na hora da pressão paulista

jogos finais foi reacesa após o jogo desábado entre Bragantino e Fluminense; emBragança. Com o estádio praticamentelotado, a renda alcançou apenas CrS23.043.500,00, com 14.159 pagantes. Arenda do Morumbi, ontem, foi de CrS91.572.500,00, com 57.923 pagantes — nú-meros que, para o presidente do São Pau-lo, mostram que houve evasão de renda.

O Atlético Mineiro despediu-se ontemdo Campeonato Brasileiro sob os protes-tos do seu presidente, Afonso Paulino, e oreconhecimento, por parte do treinadorJair Pereira e dos jogadores, de que apermanência do São Paulo na competiçãoé justa. Revoltado, Paulino acusou o juizJoaquim Gregório dos Santos de ter pre-judicado seu time.

vitória. A exceção foi o goleiroCarlos, que merecia ir mais longe \pelo que fez ontem e em todo. p..; .campeonato. A defesa conseguiu ;conter o São Paulo graças à boá'!""atuação de Fernando. Marquinhos,., mmelhor jogador do meio-campo tfòGalo, esteve muito apático ontem,,,,,ipreferindo apelar para faltas d es-classificantes. Sérgio Araújo correuT"muito muito mas errou todos os"centros. O melhor atacante acabousendo Edu Lima, que obrigou Zetti -a trabalhar em chutes de longa dJs- ,tância. •'

COTAÇÕES• ruim; ? razoável; ?? bom; ???,ótimo; ???? excepcional

lUUJ Jr\A

Telê

Um 'pé-frio'

quedefende a arte

Em mais de 30 anos como técnico, omineiro Telê Santana é defensor do fute-bol-arte, e carrega a fama de pé-frio, apósas eliminações do Brasil, sob seu coman-do, nas Copas de 82 e 86. Nascido emItabirito, 59 anos, há 35 casado com Ivo-nete — tem dois filhos, Renê e Sandra —,teve sua melhor fase como jogador noFluminense, onde foi campeão em 1951,na primeira temporada como profissional.Ainda como jogador, foi campeão pelotricolor, em 1957 e 1959. Também nasLaranjeiras começou como técnico —campeão juvenil em 1966 e 1968. Nosprofissionais, estreou, em 1969, com umtítulo. Foi também campeão mineiro peloAtlético (1970), brasileiro pelo mesmoAtlético (1971), gaúcho pelo Grêmio(1977), novamente mineiro pelo Atlético(1988). Levantou ainda o título nacionalpelo Ál-Ahli, na Arábia Sáudita, em 1983.

Parreira

Um título paravoltar à seleção

Carlos Alberto Parreira, 48 anos, tetftjT^.ambições maiores que o título brasileiropelo Bragantino. Seu objetivo é voltar a .seleção brasileira, que dirigiu em 1983,',quando perdeu a Copa América para oUruguai, em Salvador. Sua primeira ex-periência em seleção aconteceu em 1968,ao encontrar o preparador físico Admil-do Chiròl, seu antigo professor, emStuttgart, onde o Brasil jogaria um amis-toso contra a Alemanha. Parreira acaba-ria auxiliar de Chirol na campanha"^México, em 1970. Em 1974, voltouintegrar a comissão técnica na Copa'da...!Alemanha. No mesmo ano, estreou 'Jjqj.j",Fluminense, como técnico. No clube, efe,-»também"ganhou seu título maior: o bt^j,.,sileiro de 1984. Foi no exterior que.ele,,conseguiu verdadeiras proezas: levar.,,à...Copa do Mundo o Kuwait (1982) e os-.Emirados Árabes (1990). • V.iA

Como é dura a vida na 'segundona'

Brigas, chutões,

expulsões e muito

pouco futebol

Silvio Barsetti\

Enquanto São Paulo e Atlético/

MG se aqueciam para o clássicodo Morumbi, cinqüenta e nove devo-tos de Colégio e Confiança, clubes dasegunda divisão do Rio de Janeiro,vibravam com o violento jogo dispu-tado por suas equipes no estádio doAmérica, em Vila Isabel. Amantes dofutebol de várzea — chutões para oslados, furadas sensacionais e faltascriminosas —, os torcedores propor-cionaram uma tarde de confusão, quese estendeu ao campo e resultou emseis expulsões.

Válido pela chave B da segundafase do Estadual — o Pavunense lide-ra, seguido do Colégio; o Confiançaestá em quinto — o jogo começoucom 20 minutos de atraso. Nervosocom as investidas do diretor do Colé-gio, Zé da Horpa, "deixa de frescura emanda logo a bola rolar, pô", o árbi-tro Élson Passos deu início à partidamesmo sem a presença da PM.

A falta de segurança provocaria oprimeiro incidente em poucos minu-tos. Irritado com as reclamações deum companheiro de arquibancada, ofuncionário do Metrô, Válter José, 43anos, armou-se com uma tábuà e foi àluta. A briga despertou a atenção dosjogadores. Instigados pela fúria datorcida, iniciaram um duelo sangren-to. Pelo menos seis saíram de campono intervalo com manchas de sangueno uniforme. O atacante Carlos, quefez o gol do Confiança — a partidaterminou 1 a 1 —, levou pontapé nopeito. Nesse ponto, teve mais sorteque o adversário Beto, autor do gol deempate. Do vestiário, seguiu parauma clínica com suspeita de fraturana clavícula esquerda.

O clima pesado arrancou do ban-deirinha José Pimenta o seguinte co-

Fotos de R.T. Fasanellorw4$ii8$ism . '2¦ ?•- - m ©ifÜ

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Os poucos policiais presentes tiveram muito trabalho dentro e fora do campo

O torcedor Walter queria mais respeito com o time

mentário: "Deixei de lado uma belafeijoada pra me ver no meio destaselva. Não tenh'o mais estrutura".Sorte que os homens chegaram. Ro-dando seus cassetetes, três policiais-pisaram o gramado no intervalo sáu-dados pelos torcedores. Agarrado aoalambrado, Válter José era o único areclamar do contingente militar. "OColégio é grande e merece respeito. Sefosse o Flamengo, mandavam 200 po- 'lidais". Com 55 minutos do segundotempo, Élson apitou o fim do embatee correu para o vestiário.

Confiança — Guga, Jacozinho,Matsubara, Gerson e Totonho; Mar-reco, Julinho e Dejair; Tico, Carlos eMarquinho. Técnico: Samuel Mari-nho. Colégio — Sílvio, Geovani (Jú-nior), Luciano, Silvio II e Artur; Ce-binho, Márcio e Beto; Vilson, Jairo eAlcenir. Técnico: Manguito. Renda:Cr$ 29.500,00, com 59 pagantes. Car-tões Vermelhos: Luciano, Márcio, Al-cenir, Júnior, Dejair e Matsubara.

Criciúma faz carnaval

com a Copa do Brasil

CRICIÚMA, SC — O eixo do fute-boi brasileiro está mudando definitiva-mente de lugar. Em 1991, um dos repre-sentantes do futebol brasileiro naLibertadores da América será o Criciú-ma, de Santa Catarina, que conquistouontem a Copa do Brasil ao empatar em 0a 0 com o Grêmio. Jogando com muitaraça e determinação, o time catarinenseacabou com a última oportunidade que oGrêmio — já rebaixado para a segundadivisão do Campeonato Brasileiro —,tinha de conquistar alguma coisa esteano em termos nacionais.

A partida não teve lances brilhantes,em função do nervosismo das duas equi-pes. A rigor, o Grêmio só teve uma opor-tunidade no primeiro tempo, com Caio,mas o goleiro Alexandre neutralizou. Nosegundo tempo, os ânimos esquentaram,até que num lance junto a lateral o pontaMaurício e o meio-campo Gélson acaba-ram expulsos por troca de socos.

Se o Grêmio já não mostrava forçano ataque, com a saida do ponta tudoficou mais complicado, enquanto o Cri-ciúma, mais compacto, ia empurrando a

defesa gaúcha para trás. Foi quando bri-lhou o goleiro Sidmar, com boas defesas.^,1'Nos últimos 10 minutos, as equipes erra-ram muito, e quando o juiz Cláudiodeira—com excelente atuação — apitou (io fim do jogo, a praça Nereu Ramos,centro de Criciúma, se tornou uma ver-dadeira loucura.

"Somos um time organizado, com dj-nheiro, e se o Brasil se surpreendeu coni'oCriciúma hoje, vai se surpreender aind^"",mais", disse o técnico Luiz Felipe. "Naçt"somos um timinho de interior", afirnjqiftjlRoberto Cavalo, hostilizado durante a se-mana por alguns jornais gaúchos.

Criciúma: Alexandre; Sarandi, GiU'mar, Altair e-Ita; Roberto Cavalo, Gêlí '"son e Grizzo (Vanderlei); Zé Robertó','"'Soares e Jairo. Grêmio: Sidmar; Chiqííí-'nho, João Marcelo, Vilson e Élcio; Nòí-berto, Donizeti e João Antônio; Mauri-/cio, Nando (Darci) e Caio. Renda:21.359.000,00 Público: 19.525 pagantes',.;.Juiz: Cláudio Cerdeira Cartão Amarelo:Soares, Donizeti, Chiquinho, Altair,João Marcelo e Sarandi. Cartão verme—lho: Maurício e Gélson.

Grêmio agora quer o hepta

PORTO ALEGRE — O empatecom o Criciúma, com a perda do tituloda Copa do Brasil e conseqüente chan-ce de disputar a Libertadores, comple-tou o ano mais negro da história doGrêmio. E serviu também para o pre-sidente Rafael Bandeira dos Santosapressar a degola da maioria do grupotitular de jogadores, para reforçar otime a fim de tentar conquistar o hep-tacampeonato gaúcho.

Para disputar com chances pelomenos um título, o do campeonatogaúcho, que neste caso será o sétimoconsecutivo, os dirigentes do Grêmiomudarão quase totalmente o time. Caio treinador Dino Sani e toda a comis-são técnica e a maioria dos jogadorestitulares será vendida ou emprestada.O apático centro-avante Nilson serávendido para a Europa, mas o meia

Caio, um dos poucos que se salvou jia;derrocada deste ano, será mantido. •: j

No meio campo deverão ir emÇp-!ra os centro médios Donizete e Nor-;berto, de medíocres atuações e o Vfe-lho meia Mendonça. A defesa seráquase toda vendida, por ser composta;por jogadores regulares ou muito!ruins. Até João Marcelo, o único que;se salvava, entrou no espírito da me-;diocridade geral e entregou o terceiro'e último gol do Botafogo, do Rk>,lque sacramentou a queda para a Se-;gunda Divisão. O goleiro Gomes,«si-,nônimo de insegurança, será substi-'tuído por um novo, a ser contratado,;porque o reserva Sidmar também es-jteve muito mal e o terceiro goleiro,'Emerson, ainda é considerado joveme inexperiente. ;

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discorda do prefeito Cortez (E) e quer que Braganga seja sempre

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Bobo (alto, ^mrtM Torres /E) e I^^p^^ir pj^'a Eurooa Orupo c/w^ eg»o«mm sow ^ ^,' *¦ p Oia 15—Guimaraes—Egito x UnlSo Sovi6tica »_ :|| —Braga—Trinidad x Australia

H A /V Dia 18—GuimarSes—Australia x UniSo Sovl6tica

Uui empate para japoncs

vcr B":Si-rs«Grupo D / Inglaterra, Espanha, Slrla e Uruguai

ft Dia 15 — Faro —Slrla x UruguaiFaro — Inglatera x Espanha

Dia 18 — Faro —Espanha x Uruguai f,;f — Faro — Inglaterra x Siria

Dia 20 — Faro —Espanha x SlriaFaro — Inglaterra x Uruguai

2" Fase — Quartas de Final MDia 22 —Porto — 1*deBx2°deA

Llsboa — 1°de Ax2°deB _ UBraga — 1° de C x 2° de DFaro — 1" de D x 2° de C

3" Fobs —SemifinalsDia 26 — Lisboa — Vencedor Jogo 1 x Vencedor Jogo 2 ||Eraga — Vencedor Jogo 3 x Vencedor Jogo 44° Fase — FinalsDia 29 — Porto — Decisao do 3° LugarDia 30 — Llsboa — Decisao do Titulo

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4 jO* Esportes O segunda-feira, 3/6/91 .. JORNAL DO BRASIL

ança rejeita a fama de

_____ ___ AlledoRoberto Bascchera

Bragança paulista, SP — Empolgada com osucesso do Bragantino no Campeonato Brasileiro, acidade de Bragança Paulista, distante 80 quilômetrosd d capital, cansou de ser chamada de caipira e decapital da lingüiça. Nas últimas semanas, a rádio FM102, do empresário Jesus Chedid, presidente do Bra-gántino e irmão de Nabi, o patrono do clube, vemliderando uma campanha para que a população di-vujgue a "pujança" da cidade e não apenas o ladocaipira dos bragantinos. Aos repórteres de jornais,rápios e televisõess que chegam à cidade, o apelo é omesmo: "Por favor, não mostrem apenas os chapéusdejípaiha", pede o iocuior ca Frví iu2, iuarez Sérgio,engajado na campanha. "A

população vive nos tele-fohando para pedir nossa ajuda no sentido de semostrar o lado real da cidade."

As imagens de torcedores com chapéus de palhaem pleno Maracanã, na vitória contra o Fluminense,

alaabalaram os bragantinos. Tanto que no último sába-do, no calor das horas que antecediam o segundojogo com o Fluminense, Jesus Chedid passou boaparte do dia ao microfone da FM 102 queixando-sedá] imagem que tem sido passada da cidade. "Oimportante é mostrar a outra face de Bragança",prçga Jesus. "Vamos mostrar a força de nossa agro-pecaria, de nossa agricultura, a nossa indústria, anossa cultura. Quantas cidades no Estado de SãoPaulo têm uma sinfônica como a nossa?", pergunta."Podemos contar nos dedos."

'Jesus, candidato a prefeito nas próximas eleições,pediu pessoalmente às emissoras ae TV — em espe-ciajl à Globo e à Bandeirantes — que divulguem "ooutro lado da cidade". O prefeito da cidade, NicolaCdrtez, do PL, um ex-inimigo político dos Chedidqujs aderiu ao sucesso do clube, também está engaja-da ria campanha. "Temçs,

por exemplo, uma umver-siqacjesom 11 mil alunos e somos os maiores produ-toíes de suínos do estado de São Paulo e isso nao estáscádo divulgado", queixa-se. No íntimo, porém, Cor-tei ainda tem dúvidas sobre a validade da campanhae deixa escapar seu pensamento,incorporou o apelido ae isei chamados de caipiras?"I

Se o Palmeirasporco, por que não podemos

Jornaleiro defende

a imagem tradicional

SP — Murilo Menon

1 Na guerra contra a pecha de caipira, a rádio FM 102elígeu Aurélio Zanini Júnior, o Pardal, dono da principalbanca de jornais da cidade, na praça José Bonifácio, oinimigo número um da Bragança cosmopolita. Zanini fixouerq frente à sua banca uma faixa com os dizeres "Nòi semo aaipitar do futebor", ilustrada com um emblema do Braganti-noicoberto com um chapéu dè palha e de onde sai um pe comuma botina amarela, um dos símbolos dos caipiras. A FM102, durante.o sábado, fez uima campanha para que Zaniniretirasse a faixa, sem sucesso. "Se me encherem muito, vouatâ áíradiò defender rneii pensamento no ar e ainda por cimamando colocar uma faixa igual à que tenho na banca bem naentrada da cidade", ameaça Pardal.

Diretor do Bragantino e caipira assumido, Zanini classifi-ca. de "metidos" os que fazem campanha contra a atualiirpgem de Bragança Paulista. "Eles dependem muito dopovo do interior", rebate. Nas ruas, a polêmica tambémmovimenta^as conversa^ Q funcionário público aposentadoLuís Nobre de 'Oliveira, 78 anos, chega até a exagerar naexaltação à grandiosidade de Bragança. "Como uma cidadeccjm#30'íml carros nas ruas pode ser caipira?", pergunta,"ljjragança tem 150 mil habitantes", diz ele. "É tão grandequeTíâ muitos lugares que eu nem conheço." (R.B.)

I

Zanini (D) caipira

Fluminense pensa

em negociar estrelas

m Clubes europeus estão interessados em Bobô, Renato, Pires e Torres;JSÃO PAULO — O Fluminense não tem jogadores inego-

ciaveis e pode até vender alguns para o exterior nos próximosmíses. Quem garante é o diretor de futebol do clube, WalquirPimentel, que diz ter sido "sondado" por clubes da Áustria eAlemanha interessados em Torres, Pires, Renato e Bobô. "Ofujjebol é profissional e não vamos tirar dos atletas a possibili-dade de'ganhar um bom dinheiro", afirma, reconhecendotambém que dólares seriam bem-vindos nas Laranjeiras,"apesar de o clube não ter investido nada para montar o timeqüp ficou entre os quatro melhores do Brasil em 1990".

[ ^zagueiro Torres interessaria ao Stuttgart, da Alemanha,que^orometera enviar ainda nesta semana um fax às Laranjei-ras fazendo uma proposta para levar o jogador. "Realmentelia o interesse e estou na expectativa", admite Torres. Bobô eRenato estariam nos planos do Bayern Leverkusen. "Eu nãosei de nada, mas se o Walquir disse é porque realmente algodeye estar encaminhado", calcula Bobô. O apoiador Pires,por sua vez, interessaria "a um clube da Áustria", segundoPimentel, que não divulgou os valores dos passes dos atletas.Apenas Álexandre Torres afirma que, de acordo com umacláusula de seu contrato com o Fluminense, o preço do passepajr^p exterior seria de US$ 400 mil.

! Enquanto sonham com o exterior, os jogadores vivem arealidade do clube, desclassificado pelo Bragantino das finais

,<iÒ Campeonato Brasileiro. Por uma cota de Cr$ 5 milhões, of timè jogará amistosamente sexta-feira em Anchieta, Espirito

Santo, contra uma seleção local. O técnico Gilson Nunes teráseu contrato encerrado no final do mês e, segundo WalquirPimentel, é interesse do Fluminense manter o treinador. Otécnico e os dirigentes ficaram entusiasmados com a atuação,no jogo de sábado, com o Bragantino, do lateral-direitoCarlinhos, emprestado até o final do ano pelo Botafogo deRibeirão Preto. "Participei de apenas três coletivos e achoque.poderei render muito mais quando estiver bem entrosadocoin a equipe", afirmou o jogador. (R.B.)¦*t

——Botafogo — Caso o vice de futebol, Luisinho Drum-mpnd, não apareça hoje no Mourisco, ou não justifique seupouco empenho no cargo, o presidente Emil Pinheiro decidiuqde acumulará o cargo de vice de futebol — onde atuou nobiÇampeonato estadual 89/90. Com isso, o nome do novotécnico fica entre Ernesto Paulo e o interino Gil. Ontem, oBotafogo venceu o amistoso com o Blumenau (SC), por 3 a 2.Juniriho (dois de pênalti) e Bujica marcaram para os cariocas,e Ctrca e Chicão (pênalti) descontaram. A renda foi de CrS5.£24.000,00.0 time enfrenta amanhã o Juventus de Jaraguá,quinta-feira o Inter de Lajes, encerrando a mini-excursão aSanta Catarina sábado, contra o Araranguá.Flamengo — Foi adiado o amistoso que o Flamengofaria ontem com o Figueirense. Motivo: o jogo serviria comoerftrega das faixas de campeão do primeiro turno ao timecatarinense — só que o Figueirense foi supreendido e perdeuojjitulo para o Araranguá. O Flamengo joga amanhã (Tuba-ri|o), quinta (Blumenau), domingo (Figueirense) e terça en-c<£rra a excursão contra o Araranguá.

Bobô (alto, à esquerda), Torres (alto, à direita), Pires (E) e Renato podem ir para a Europa

Um empate para japonês

ver

B Vasco estréia na Copa Kirín e sai de campo aplaudido

4=

O Vasco estreou ontem na CopaKirin empatando em 0 a 0 com o Totte-nham Hotspur, da Inglaterra, no está-dio Universal Memorial de Kobe, noJapão. Os 30 mil espectadores aplaudi-ram de pé o time brasileiro, ao final dojogo, em reconhecimento à sua boa exi-bição. Como no Brasileiro, a maior di-ficuldade dos vascainos foi fazer um gol— Jorge Luís e William acertaram atrave inglesa e o meia foi considerado omelhor em campo. O lateral Eduardosofreu uma luxação no ombro esquerdo

e está fora do torneio. O Vasco jogoucom Acácio, Raulli, Sídnei, Jorge Luís(Dedé) e Eduardo (Cássio); Zé do Car-mo, Luisinho, William e Bismarck; So-rato (Tiba) e Bebeto. No outro jogo darodada pela Copa Kirin, a seleção doJapão venceu a da Tailândia por 1 a 0.

O presidente do Vasco, AntônioSoares Calçada, anunciou ontem suadisposição de contratar o zagueiro Ale-xandre Torres, do Fluminense. "Nãocomecei a negociação antes porque oFluminense estava no Brasileiro e não

queria atrapalhar." Calçada está dis-posto a pagar US$ 400 mil pelo joga-dor. Desses, US$ 300 mil seriam pagosde imediato — o Vasco recebe a quantiaesta semana, referente à última parcelaque o Lecce vai pagar pelo passe deMazinho. Os outros US$ 100 mil se-riam pagos quando o Vasco receber suaparte (10% do que exceder US$ 1,8milhão) na venda de Mazinho para aFiorentina. O passe de Torres, no en-tanto, deverá ser negociado para o fute-boi europeu.

'caipira5

A fácil adaptação de

3 cariocas no interiorUm grupo de cariocas fez de Bragança Paulista a sua

praia. Fascinados pela vida bucólica e saudável dointerior paulista, Carlos Alberto Parreira, Luís CarlosPrima e Nielsen garantem estar adaptados à cidade de118 mil habitantes, conhecida como a Capital da Lingüi-ça, a 89 quilômetros de São Paulo, onde encontraramtranqüilidade para desenvolver seu trabalho. Ássim co-mo o ex-técnicõ do Bragantino Vanderley Luxemburgo,hoje no Flamengo, o preparador físico Luís CarlosPrima, ex-Fluminense, ja fixou residência no interior deSão Paulo. Com apartamento montado, ele decidiu quenão volta mais para o Rio. "Minha mulher e meus filhosadoram a cidade", conta. "Recusei até uma proposta deLuxemburgo, que queria me levar para o Flamengo,para ficar aqui".

Parreira e Nielsen não chegam a tanto. O treinador,que acaba de se mudar para um confortável apartamen-to (alugado), não pretende se fixar na cidade. Isso, noentanto, não quer dizer que não goste de Bragança."Muitos me perguntam se encontrei problemas de adap-tação. Para quem morou na Arábia Saudita, aqui é oparaíso". A única restrição de Parreira é quanto á faltade opções culturais. "Sinto falta de bons shows, teatro,cinema", reclama. Na opinião de Parreira, a vida tran-qüila de Bragança Paulista pode ser uma das razões dosucesso do time. "Os

jogadores pedem para treinar",afirma o treinador. "A bola acaba funcionando comouma terapia ocupacionai".

Morador de Ipanema, Nielsen, assim como Parreira,deixou a família no Rio — mulher e dois filhos — masnão reclama de Bragança. Ele lembra que nos tempos deEmirados Árabes, o rigor do país determinava que osestrangeiros só podiam consumir bebidas alcoólicasdentro do limite de US$ 300 mensais. A cota era razoá-vel. O que não agradava era o fato de se saber que a vidaparticular de cada um estava restrita aos talões entre-gues pelo governo dos Emirados. "Aqui em Bragançaestamos limpando nosso corpo e nossa mente", resumeNielsen. (R.B.)

Estádio pequeno é um

problema para o timeJogar no acanhado estádio Marcelo Stéfani está se tor-

nando um problema para o Bragantino. No empate de sába-do, contra o Fluminense, ficou evidente que o estilo de jogodo campeão paulista não se enquadra mais no gramadoesburacado e de dimensões reduzidas de Bragança Paulista."Em um campo pequeno como esse, quem faz uma marcaçãoforte na defesa, como o Fluminense, acaba levando vantagemsobre nós", admitiu o técnico Carlos Alberto Parreira. "NoMaracanã, nosso jogo apareceu muito mais".

O volante Mauro Silva, destaque do time, tem a mesmaopinião. Para o jogador, a principal característica do Bragan-tino é a velocidade dos atacantes Mazinho, Ronaldo Alfredoe Sílvio, virtude que se anula no campo do Bragantino."Quando o adversário se fecha, fica difícil impor nosso ritmode jogo", reconhece. "O

çramado esburacado impede o con-trole de bola e as saídas rapidas em contra-ataques."

Para as finais do Brasileiro, Carlos Alberto Parreira deve-rá manter o apoiador João Santos na reserva, apesar derecuperado de uma contusão na perna esquerda. Mesmo quetreine normalmente, ele tem poucas chances de voltar àequipe. Com isso, Ronaldo Alfredo deverá continuar no time.Como nenhum jogador do Bragantino recebeu cartão amare-lo no sábado, continuam pendurados com dois cartões GilBaiano, Ney, Júnior, Ivair, Alberto, João Batista, João San-tos e Ronaldo Alfredo. O goleiro Marcelo, que cumpriususpensão, volta à equipe. (R.B.)

Júnior es já tem os

18 jogadores que

disputarão MundialO técnico da seleção brasileira de juniores, Ernesto Paulo,

divulgou ontem os três cortes da lista de 21 jogadores queiniciaram os preparativos para o Mundial da categoria, estemês, em Portugal. O zagueiro Fabiano (Flamengo), o lateral-es-querdo Daniel (Inter-RS) e o atacante Luis Gustavo (Cruzeiro)foram avisados oficialmente de suas dispensas pelo supervisorPaulo Dutra na madrugada de ontem, pouco antes do retornoda delegação da cidade mineira de Formiga — onde a seleçãodisputou um amistoso com o Formiga Esporte Gube."Apesar de abatidos, os três já estavam sendo preparados háalguns dias pelo Ernesto. Com Luis Gustavo eu falei emFormiga mesmo, para que ele fosse direto para Belo Horizon-te", explicou o supervisor. Ernesto Paulo explicou ontem oscritérios do corte. "Fabiano e Castro (Juventus) são do mesmonível mas o último possui mais experiência internacional. Danieldeu azar porque o Roberto Carlos (União São João) foi um dosmelhores tecnicamente nos treinos. E o Luis Gustavo, desde oinicio, sabia que suas chances eram menores."

Grupo A I Portugal, Irlanda, Argentina o Coréia do Sul|| Dia 14—Abertura no Porto—Portugal x Irlanda |>|| Dia 15 — Lisboa — Argentina x Coréia do Sul8 Dia 17 — Lisboa — Irlanda x Coréia do Sul

Lisboa — Portugal x Argentina|| Dia 20—Lisboa — Irlanda x Argentina |? ;Lisboa — Portugal x Coréia do Sul

Grupo B / Brasil, Costa do Marfim, México e SuéciaH Dia 15—Porto — México x Suécia |í '|| —Porto—Brasil x Costa do Marfimit Dia 17 — Porto—Costa do Marfim x Suécia!| — Porto — Brasil x MéxicoÊ Dia 20—Porto — Costa do Marfim x México

Porto — Brasil x Suécia tfII Grupo C / Trinidad-Tooago, Austrália, Egito e Unlào Soviéticap Dia 15—Guimarães—Egito x União Soviética tf }

Braga—Trinldad x Austrália|| Dia 18 — Guimarães —Austrália x União Soviética || ,

Braga —Trlnidad x Egito4| Dia20 —Guimarães —Austrália x Egito

Braga — Trlnidad x União Soviética l| ,Grupo D / Inglaterra, Espanha, Síria e Uruguai h i

Kf Dia 15 — Faro — Sirla x Uruguai H JFaro — Inglatera x EspanhaDia 18 — Faro —Espanha x Uruguai f, jFaro — Inglaterra x Síria

M Dia 20 — Faro —Espanha x SíriaFaro — Inglaterra x Uruguai

2" Fase — Quartas de FinalDia 22 —Porto — i" 'de B x 2° de A

Lisboa —1° de A x 2o de BBraga — 1o de Cx 2° de DFaro — 1o de D x 2o de C

3" Fobo — SemifinaisDia 26 — Lisboa — Vencedor Jogo 1 x Vencedor Jogo 2 || !

Braga — Vencedor Jogo 3 x Vencedor Jogo 44a Fase —FinaisDia 29 — Porto — Decisão do 3° Lugar

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$¦ messo de dardo, ao conseguir I {IS-^tSSm-fmarca de 96,96 metros, num peque- Ino meeting em seu pais. 0 atleta, Ique ja havia batido 0 recorde mun- Idial do Steve I(90,98m), em maio, na cidade de |^_

§§|||MH VHI H Shizuoka, no Japao, superou sua Irjnantiga marca em 4,98 metros. Se- I*--gundo uma agenda de noticias fin- |

W1 fandesa, Raty usouum novo tipode %SHZtt!!!ZL,-F¦ TiBBffpp? .¦/ dardo, da marca sueca Sanavik. I 01.05-ixovotuporanguen»e

Seppocomtsoualancardardos I %g:ffi3^Jj2i'.nF' lifcj.,.'., WM aos 16anosedesdeessafcpocatem I 1BS5-55"!«f!?,0-F#

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''>¦ mosfericas para estabelecer a nova IfTI1H;"' —':W$l >'ir<r.W C \Wv- 'iffW marca,naquintaeultimatentativa. 1^^

:¦ Na terceira, havia feito 87,34m I If

J \U* insuficiente para quem ja quebrara 29.04-ox2RioPreto-F

: _. V o recorde do ingles Backley e nos I oswM-S^^Smuf10''£'-'> «*" *". ¦ ultiraos anos conscguiu a seguinte I 12.05-

B^Kgyi^iiiMigMMMWp|^|MtWBWI|lljjJB^B' 1 progressao: 85,72m (85), 81,72m IfeJiilHMiite».; .

' ¦_ ' (86), 83,54m (87), 83,26m (88),

'* .£#5^ 83,92m (89) e 86,92m (90). °Com o resultado, o finlandes I

confirma seu favoritismo na orova Iv^iii i BBMPBHBR1 ". " . , rxT

I |AT1

Torben brilha na Alemanha IConfederate Brasileira de Vela ^1x1||e Motor (CBVM) acena com a Mathiaa Ayrea 2 x 0 Lapa I

I COLCo pa Cartfio Interpass Ida VOlei de Praia IDuplas mlstas I fgiPrincipals Jogos: 1^""^

Edlnho e Resell 15 x 3 Renato e lucla- Ina I I*• Fernando eMargarotti 15 x 7 Trocoli I ®Mfinlca I 1

Pierre e Rose 15 x 4 Roberto eBettna I J2.0S_2x0cascavel-CRoni e Alice 15 x 13 Carlos e Serosa I 26.05- 1x1 Umuarama—CCI6vls e Sandra 15.10 aerginho e Lei- Ila I COL'

Passarlnho e FaWola 15 x 10 Sergio ICarina L ¦¦k Sergio e Carina 15 x 8 Leonardo |L7jEliane

Serglnho e Leila 15 x 8 Caverinha IDenise I 28.04

Classificados As oHavas-de-floal. I °J-°|I 1SL05I 22.05mmm—~ I jg os

Volta da ltdlia I o2.oe(Cltta di Casteilo) I j,qjS6tima etapa — 174km I1* Mdrio Clppoliinl (Ita) 4h04m43 IClasslf ica^fio geral I V?l1° Franco Chioccioii (Ita) I |£jVolta da Inglaterra IS6tl ma etapa — 106,4 km I1° Patrick Jonkor (Aus) 2ti23m23 I

Vltorlno (Bra); 3" M. Aives (Bra). "

Perdlgao de Vldelra (SC) x SeIe?8o Por- Longboard: 1»LuisPortugues ^^uwalL^flno) 25h27m JExpert 12 anos: 1* R. Ureta (Chi); 2° C. tuense Feminlno: Ana Gallotti 1* Chris Walker (Ing) 25hZ7m J

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BUENOS AIRES — Os torce- mcawtadodores do Boca Juniors tinham mui- JtloJ—iJosiJS?-?0tos motives para comemorar o final | 05.05de domingo. Depois da elimina^ao Ido time da Libertadores da America I 2&06e dos incidentes que marcaram a I 02 06partida com o Colo Colo, validopelas semifinais da Libertadores — Ios jogadores foram detidos pela poll- |__cia chilena e ate o presidente Carlos RfflMenem se manifestou sobre os pro- Iblemas —, a equipe goleou o Racing Ipor 6 a 1 e aumentou sua vantagem I *A,"A,0no Campeonato Argentino. I

Foi iun jogo facil, caracterizadopela suprcmacia absoluta do Boca IJuniors. 0 uruguaio Oscar Tabarez,treinador da sele^ao do seu pais naultima Copa do Mundo, e sempreagitado no banco de reservas, poucofalou. Nem precisava. Diante de um r^^T"ap^tico Racing, o time dirigdo por nilTabarez nao encontrava resistencia.A cada got, a torcida do Boca au- Imentava sua festa. Nao paravam de Ican tar um s6 instante e davam im- I oiios-pressao de esterem comemorando I 4x1 At). Blt)ao.Umtitulo. I 19.05-3x3 Osasuna-F

Com a vit6ria, o Boca Juniors «!o6-£oAMQ&dsoma 24 pontos, enquanto o RAcing Item 20. So os mais ceticos acreditam Ique o time nSo tera condifdes deconquistar o campeonato. Os outros lar^aresultados da rodada foram os se- ||j^|guintes; Deportivo Mandiyu 1x0Estudiantesde La Plata; Newells Old IBoys 2 x 1 Talleres de C6rodba; San ILorenzo de Almagro 1 x 0 Lanus; I 29:04'Platense 1 x 0 Deportivo; Velez Sars-field 3 x 0 Argentino Juniors; Hura- mos'can 1 x 0 Ferrocaril Oeste; Union deSanta FGe 1 x 1 Gimansya Espima;Rosario Central 2 x 1 Independiente; I COIRiver Plate 3 x 1 Chaco For Ever.

O Boca Juniors aplicou uma go- Umleada hist6rica sobre 0 Racing Club. IB3JO placar de 6 a 1 foi bem ilustrativopara explicar sua lideranpa no Cam- Ipeonato argentino da primeira divi- Isao. Lideren^a, aliis, disparada, jaque est! quatro pontos a frente do Isegundo colocado, 0 Racing Club,que, pelo que se viu ontem, nao tera

J condicoes de frear 0 embalado Bocai4 Juniros. I

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Sérgio Borges

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JORNAL DO BRASIL

Placar JB

Copa Fuji-FilmeFinal1o Evandro Conceição, com 6286

CANOAGEMBrasileiro de Velocidade(São Paulo)MasculinoRaia Olímpica da USPK1 SOOm Júnior1o S. Cuattrln (SP) 1m45s882* M.o Bevilàcqua (SP) 1m54s33K1 500m sênior1o A. Koslowski (RS) 1m50s322° J. Lacerda (BA) 1m52s44K 1 1 0 00 m júnior1o S. Cuattrln (SP) 3m50s224—4B.iK1 1000m sênior1o Á. Koslowski (RS) _..4m05552o F. Paiva (SP) 4m10s28k1 5000 iúnlor1° S. Cuattrln (SP) 20m49s412° M. Bevilàcqua (SP) 21m41s84k1 10.000m sênior1° F. Paiva (SP) 42m21s822o J. Lacerda (SP) 43m27s50FemininoK1 500m júnior1* D. Sales'(SP) 2m14s732° A. M. Pereira (SP) 2m15s798k1 5000m sênior1o A. R. Pereira (SP) 26m22s20V L. da Silva (SP) ,...27m0533K1 500m sênior1o A. R. Pereira (SP) 2m13s572° L. da Silva (SP) 2m18s53k1 5000m júnior1» A. M Pereria (SP) 26m17s492o D. Sales (SP) 16m40s66

¦OnSlSZíEHHiEstadual adulto5' e última etapaFeminino10.000m: 1* F. Freire (Flamengo),37m38e03; 5.000m: 1* D. Paiva (Moci-dade). 17m59s03; 3.000m: O. Paiva(Mocldade), 10m20s05; 800m: A. Silva(Mocidade), 2m18s03; 200m: 1° C. Reis,

. 26s; 400m c/barrelra: S. Abreu (Vasco),1m01s07; Revezamento 4 x 400: 1°Mangueira, 4m16s02; Salto em dlstãn-cia: 1o A. Plácido (Liga Angrense),5,13m; Lançamento de dardo: A. Bar-ros (Vasco), 34,62mMasculino10.000m: 1o D. dos Santos, 29m05s06;5.000: M. Cazuza (Marinha), 800m: H.Alves (Marinha), 1m54s09 200m: M. Li-zengl (Marinha), 21805; 14m53s06;400m c/barreira: 1* L. Marinho (Mari-nha), 53s04; Revezamento 4 x 400m: 1*Marinha, 3m14s0S; Lançamento dmartelo: J. de Paula (Marinha), 51,96m;Salto em altura: 1* M. Perllngeiro (Mo-cidade), 1,90m; Arremesso de peso: J.H. da Silva (Marinha), 14,50m;Meeting de Eberstadt(Alemanha)1° Javier Sotomayor (Cub) 2,36m2o Cario Thraenhardt (Ale) 2,30m "Hollis Conway (EUA) 2,30m

HANDEBOLCampeonato Estadualinfanto-juvenU(masculino)Mangueira 15 x 9 JacarepaguáAPCE 28 x 14 CaxiasCTCON 18 x 18 WerneckNiterói 22 x 11 Santa Ana

Torben brilha na AlemanhaO brasileiro Torben Grael

voltou a brilhar em competiçõesinternacionais. O melhor iatistaque o Brasil já conheceu nosúltimos tempos ficou em primei-ro lugar no Torneio de Kiel,para barcos da classe Oceano,disputado na Alemanha. En-quanto Torben se destacava naEuropa, o brasileiro NelsonAlencastro Guimarães ficavamem quinto lugar no I Campeo-nato Centro Sul-Americano deLaser, disputado no Iate Clubedo Rio de Janeiro, e garantia otítulo da competição.

O velejador lucrou com a saí-da do favorito Peter Tanscheit,tetracampeão brasileiro, que, co-mo na regata de sábado, lar-gou escapado e foi desclassifica-do. O vencedor da regata foiPedro Paulo Petersen, seguidode Ricardo Baggio de Carvalho

BICICROSSGrand Prix Internacional(Campo Bom, RS)Aro Super 20: 1° D. Rosas (Chi); N. Al-barnoz (Chi); 3° R. Peres (Bra)Expert 17 anos: 1* F. Júnior (Bra); 2° M.Vltorlno (Bra); 3o M. Alves (Bra).Expert 12 anos: 1* R. Ureta (Chi); 2° C.

e Pedro Bulhões. Na Alemanha,Torben Grael obteve o primeirolugar do Torneio de Kiel declasse Oceano.

O título do campeonato asse-gurou a Alencastro uma vagapara disputar o Mundial de La-ser, em setembro, na Grécia. Se-gundo ele — que tem 31 anos eveleja desde os 12 —, a coloca-ção foi conseguida graças à mui-ta técnica. "Foi uma competiçãotática. Não estou em minha me-lhor forma física, mas velejeibem, procurei arriscar pouco emanter o bom senso". Os brasi-leiros classificados para o Mun-dial de Laser são; além de PeterTansheit, Pedro Bulhões, Ro-bert Scheidt e Otto de Assis.

O principal problema dos ia-tistas agora é a falta de patrocí-nio para competir na Grécia. A

Roncagliolo (Chi)Crulser até 13 anos: E. Cunha (Bra);

FUTEBOL DE SALAOAmistoso(Porto, Portugal)Perdigão de Vldelra (SC) x Seleção Por-tuense

Finlandês

bate recordePUNKALAIDUN, Finlândia

— O finlandês Seppo Raty estabe-leceu novo recorde mundial de arre-messo de dardo, ao conseguir amarca de 96,96 metros, num peque-no meeting em seu pais. O atleta,que já havia batido o recorde mun-dial do inglês Steve Backley(90,98m), em maio, na cidade deShizuoka, no Japão, superou suaantiga marca em 4,98 metros. Se-gundo uma agência de noticias fin-landesa, Raty usou um novo tipo dedardo, da marca sueca Sandvik.

Seppo começou a lançar dardosaos 16 anos e desde essa época temsurpreendido a todos. Aos 29 anos,de é considerado um atleta excep-cional. Provou isso, ontem, apro-veitando-se das boas condições at-mosfêricas para estabelecer a novamarca, na quinta e última tentativa.Na terceira, havia feito 87,34m —insuficiente para quem já quebrarao recorde do inglês Backley e nosúltimos anos conseguiu a seguinteprogressão: 85,72m (85), 81,72m(86), 83,54m (87), 83,26m (88),83,92m (89) e 86,92m (90).

Com o resultado, o finlandêsconfirma seu favoritismo na provapara o Mundial de Tóquio, emagosto. Em 1987, Seppo Raty con-quistou a medalha de ouro noMundial de Roma, ganhando, umano depois, a de bronze nos JogosOlímpicos de Seul. Por razões desegurança nos estádios, a Federa-ção Internacional de Altletismo(Iaaf) determinou, em 1986, a mo-dificação das características técni-cas dos dardos—que tinham poderde vôo maior do que os atuais.

Confederação Brasileira de Velae Motor (CBVM) acena com afalta de dinheiro para custear atéas passagens.

"Se tivermos quepagar, acho que já sairemos emdesvantagem", comentou o cam-peão Alencastro. Ele explicouque nessa época, várias seleçõescomo a da Austrália já têmverba e presença garantida noMundial. O desfalque da equipe-brasileira deverá ser Peter Tans-cheit. O velejador quer disputaro Mundial de Finn, que coincidecom a competição da Grécia.

Os campeões gerais do I Cen-tro Sul-Americano foram: femi-nino geral — Paula Bersch; du-pias — Eduardo/Daniel Pontes;master — Rogério Sant'Ana;gran-master — Félix Le Borg-ner; júnior — Rodolfo Somaini esênior — Nélson Alencastro.

Circuito Rio-Esporte ASBTIniciante: 1o J. GutembergMirim: 1o Milton BordeckJúnior: D. FarahOpen: S. MarchettlLongboard: 1o Luís PortuguôsFeminino: Ana Gallotti

VOLECopa ItaúSemifinaisAtlântica 2x1 PlraquaraMathias Ayres 2x0 LapaCopa Cartão Interpassde VOlei de PraiaDuplas mistasPrincipais Jogos:•k Edlnho e Roseli 15 x 3 Renato e lucia-na¦k Fernando e Margareth 15 x 7 Trocoli eMônlca

Pierre e Rose 15 x 4 Roberto e BetinaRoni e Alice 15 x 13 Carlos e QerusaClóvls e Sandra 15.10 serglnho e Lei-

IaPassarinho 0 FaWolft 15 x 10 Sérgio •

CarlnaSérgio e Carlna 15 x 8 Leonardo e

ElianeSerginho e Lella 15 x 8 Caverlnha e

DeniseClassificados às oltavas-de-flnal.

CICLISMOVolta da Itália(Cltta di Casteilo)Sétima etapa — 174km1* Mârlo Clppolllnl (Ita) 4h04m43Classificação geral1° Franco Chioccioli (Ita)Volta da InglaterraSétima etapa — 106,4km1° Patrlck Jonker (Aus) 2h23m23Classificação geral1* Chrls Walker (Ing) 25h27m

FUTEBOLTaça Cidade do Rio deJaneiroGrupo do InteriorMiguel Couto 0x0 FrlburguenseAmérfca/TR 1 x 1 Volta RedondaNova Cidade 1 x 0 MesquitaUnlfio Nacional 0x0 ItaperunaGoytacaz 1 x 3 PaduanoCobotrlenae 1 x 0 AmericanoCampeonato GaúchoPrimeira fase — retumoGrupo AYplranga 2 x 1 EsportivoGlória 1 x 1 LajeadenseSflo Luís 1 x 1 GuaranM/AGrupo B14 de Julho 1 x 2 Sôo PauloRIograndense 1 x 2 Grêmio SantanenseGuarany-B 2 x 0 Rio GrandeInter-SM 7x0 Sflo JoséNovo Hamburgo 4x0 Sflo BorjaCruzeiro 0x0 EncantadoGrupo CSflo Gabriel 2x0 Trôs PassosDinamo 1 x 0 Botalogo-TMRosário 0x4 TupyPratense 2x0 VeranensePr adense 2x4 Guaranl-GIplranga-S 2 x 1 TaguáBotafogo-FV 3x1 IgrejlnhaCampeonato ParanaenseSegunda fase — RetumoGrupo DArapongas 1 x 1 Grêmio MaringáGrupo EParanaval 0 x 1 Campo MourfioBatei 1 x 1 GotoarôMatsubara 1 x 1 PlatinenseGrupo GPato Branco 1 x 1 ForMixto Bordô 1 x 1 U. BandeirantesCampeonato BrasiliensePrimeiro turnoPtanaltina 0x2 GamaTlraderrtea 1 x 1 CeilándlaTaguatlnga 1 x 1 SobradlnhoCampeonato MaranhensePrimeira etapa do 1* turnoMaranhão 3 x 1 TupanBacabal 2x0 Boa VontadeCampeonato ParaibanoPrimeiro turno — IdaGuarabira 4 x 1 Nacional/CCamplneose 2x0 Esporte-PCampeonato AlagoanoSemifinais do primeiro turnoVoltaCSA 1x0 ComercialCruzeiro 0x0 CSECampeonato PiauiensePrimeiro turnoPaissandu 2 x 1 CorisaWá4 de Julho 0x0 PicosCampeonato SergipanoQuadrangular do primeiro turnoSergipe 2x0 MaruinenseEstanciano 1 x 0 ConfiançaCampeonato PaulistaClasstficatôrio à série BGrupo IIMarilla 2x0 CatanduvenseXV de Jaú 1 x 1 América

continua o naruiO Barcelona

AmistososBlumenau 2x3 Botafogo/RJDesportiva Vitória 0x0 Sport/PEOperário 3x0 ParanáXV de Piracicaba 0x1 Botafogo/SPNovorizontino 0x2 Inter de LimeiraCampeonato EspanholZargoza 0x0 BurgosMallorca 0x0 CadlzSeviíha 1x0 Real Sociedad

iispara erança

Castellon 0 x LogronesBarcelona 0x0 OviedoAL Madri 0x3 Real MadriSporting 3x0 EspanholOsaeuna 0x2 ValenciaAt. de Bilbao 4x0 BetisTenefire 1 x 0 ValíadolidClassificação1° Barcelona 572* At. de Madri 473" Real Madri 44* Virtual campeão

Barcelona —15/2/90 __ .Boca aumenta

sua vantagemBUENOS AIRES — Os torce-

dores do Boca Juniors tinham mui-tos motivos para comemorar o finalde domingo. Depois da eliminaçãodo time da Libertadores da Américae dos incidentes que marcaram apartida com o Colo Colo, válidopelas semifinais da Libertadores —os jogadores foram detidos pela poli-cia chilena e até o presidente CarlosMenem se manifestou sobre os pro-blemas —, a equipe goleou o Racingpor 6 a 1 e aumentou sua vantagemno Campeonato Argentino.

Foi iim jogo fácil, caracterizadopela supremacia absoluta do BocaJuniors. O uruguaio Oscar Tabarez,treinador da seleção do seu pais naúltima Copa do Mundo, e sempreagitado no banco de reservas, poucofalou. Nem precisava. Diante de umapático Racing, o time dirigjdo porTabarez não encontrava resistência.A cada gol, a torcida do Boca au-mentava sua festa. Não paravam decantar um só instante e davam im-pressão de estarem comemorandoum titulo.

Com a vitória, o Boca Juniorssoma 24 pontos, enquanto o RAcingtem 20. Só os mais céticos acreditamque o time não terá condições deconquistar o campeonato. Os outrosresultados da rodada foram os se-guintes: Deportivo Mandiyu 1 x 0Estudiantes de La Plata; Newells OldBoys 2 x 1 Talleres de Córodba; SanLorenzo de Almagro 1 x 0 Lanus;Platense 1 x 0 Deportivo; Velez Sais-field 3x0 Argentino Juniois; Hura-can 1 x 0 Feirocaril Oeste; Union deSanta FGe 1 x 1 Gimansya Esgrima;Rosário Central 2 x 1 Independiente;

• Ri ver Plate 3 x 1 Chaco For Ever.O (Jampeonato o Boca Juniors aplicou uma go-

leada histórica sobre o Racing Club.Copa do Portugal O placar de 6 a 1 foi bem ilustrativoRnal para explicar sua liderança no Cam-porto 3 * 1 Beira Mar peonato argentino da primeira divi-

- „ , j. são. Liderença, aliás, disparada, jáCampeonato Holandês ^ue quatro pontos a frente dovoiond.inoxiutroch segundo colocado, o Racing Club,Nec Mlmega2xOHeerenven .Fortuna 3 x 1 ia Haya que, pelo que se viu ontem, nao tera

I,1 condições de frear o embalado Boca2o Groningen 44 Juniros.

Pato Braneo/PR Casoaval/PRPato BrancoCASCAVBL28.04 - 1x1 Umuarema • C01.05 • 1x0 Mlxto Bon» - F05.05 - 0x0 Pato Branoo12.06-0x1 Foz-F19.05-2x1 U.Bandelranta-C22.05-0x2 Iguaçu-F

PATO BRANCO28.04 - 0x0 Foz - F01.06-0x0 U.BamMrante - C05.05 - 0x0 Cascaval - F12.05-0x1 Mlxto Bordí-O22.05 - 1x1 Umuarema - F26.05 - 0x1 Iguaçu-F02.06-1x1 Foz-CCOTAÇÕES ,COLUNA I (40%) COLUNA x (30%) COLUNA 2 (30%)

Aimoré/M Inter/RS

nrrm/SM14.04-0x0 Aimoré - C21.04 - 4x0 Cruzeiro - F05.05-2x0 S.BorJa-F12.05 - 4x0 Encantado - C19.05 - 0x1 N-Hamburgo - F26.05 -4x2 Estrela -C02.06 - 7x0 S José-C

COTAÇÕESCOLUNA I (40%) COLUNA x (30%) COLUNA 2 (30%)

AIMORÉ14.04 - 0x0 Inter/SM - F21.04 - 1x1 N.Hamburgo - C04.06 - 0x1 S.Joeè- F12.05- 2x0 S.Boria-C19.05 - 1x0 Encantado - F26.05 - 6x0 Cruzeiro - C

Encantado/RS x Novo Hamburgo/RS

NOVO HAMBURQO14.04—1x0 Encantado—C21.04—1x1 Aimoré—F01.05—6x0 Cruzeiro—C11.05 — 1x1 Eatrela—F19.05 — 1x0 Inter/SM — C25.06—2x0 S.Joaé—F02.06—4x0 S. Borja—CCOTAÇÕES

COLUNA 1 (20%) COLUNA x (30%) COLUNA 2 (50%)

¦HCANTADO14.04—0x1 N. Hamburpo—F21.04 —1x0 S.José —C05.05—1x0 Estrela —C12.06—0x4 Intor/SM — F19.05—0x1 Aimoré—C26.06 — 1x2 S.BorJa —F02.06—0x0 Cruzeiro—F

Sampaio Co» ra a/M A x Meranhfto/MA

SAMPAIO14.04 — 1x0 Remo—O21.04 —0x0 ABC —F28.04 —OxQ ABC —C

MARANHÃO25.03—0x2 Remo—F31.03—0x2 Sampaio—N04.04—1x2 Independência—F12.05—4x0 Vitória do Mar — N 07.04 — 2x0 Rio Branco—P16.05—6x0 Tupan — N 14.04 — 1x2 Tuna Luso—F26.05—2xOExpresslnho—N 02.06 — 3x1Tupan — N

COTAÇÕESCOLUNA 1 (50%) COLUNA x (30%) COLUNA 2 (20%)

, :lr

RmI Madri/ESP x Bareatona/KSP

barcilona01.05- 1x3 Real Madrld-F05.05 • 2x1 Zaragoza - C12.05-0x4 Cadlz-F15.05-1x2 Mancheater United-N19.05 - 1x3 Real Sociedad - C26.05 - 2x0 LogroAea - F02.06-0x0 Oviedo-C

COTAÇÕESCOLUNA 1 (30%) COLUNA * (40%) COLUNA 2 (30%)

28.04- 1x0 Valladolld-C01X5 - 3x1 Barcelona - C05.05 - 1x0 Tenerlfe - F11.05-4x1 AB. Bilbao-C19.06 - 3x3 Oaasuna - F26.06 - 2x1 S. Qljon - C02.06-3x0 AU. Madrld-F

Comerclal/SP x Taquarttbiga/SP

TAQUAMTINOA28.04 - 1x0 Comercial • C01.05 - 4x1 Barretos • F05.05 - 0x0 Bandeirante • C12.05 - 2x3 Araçatuba • F19.05 • 0x0 Mlrassol - C26.05 • 0x2 Famandépolla • F

COTAÇÕESCOLUNA 1 50% COLUNA X 30% COLUNA 2

28.04 - 0x1 Taquarltlnga • F01.05-1x2 Jabotlcabal • C05.05 - 0x1 Rio Preto -F12.05 - 0x0 Seitâozlnho - C19.06-2x1 Tanabl-F

Bandalranto/SP x Francana/SP

BANomuim28.04-1x1 Francana-F01.06- 1x0 Votuporanguensa-C05.06 - 0x0 Taquaritlnga - F12.05 - 0x1 Jatvoftcafra! -C19.05-0x2 Rio Preto-F26.06 - 0x2 Palmeiras - CCOLUNA 1 50%

«VtAJtCAVIA28.04 - 1x1 Bandeirante - C01.05-1x1 Araçatuba - F06.05-0x0 Mlrassot-C12.05-1x1 Femandôpoli«*F—19.05-2x1 Jalesensa—C26.05 - 2x0 Sertâozlnbo - C

COT AÇÕESCOLUNA X 30% COLUNA 2 20%

Pèmandópolte/SP Rio Prato/SPPanMMdéNaBa

nMUUtOOMUS28.04 - 0x2 Rio Preto • F01.06-0x1 Sertlozlnho - C05.05 - 0x3 Tanabl - F12.05 - 1x1 Francana - C19.06-0x1 Voluporanquense26.05 - 2x0 Paquarltfnga - C

MO miro28.04 - 2x0 Fernandépotia • C\ 01.05-0x1 Jelesense-F

05.05 - 1x0 Comercial - C12.05 - 1x3 Barretos - FF 19.06-2x0 Bandeirante-C26.05 - 0x3 Araçatuba - FCOTAÇÕES

COLUNA 1 (40%) COLUNA x(30%) COLUNA 2(30%)

Qrêmlo Marlngé/PR Oparárlo/PR

ONttnO MAMNC A14.04 - 1x1 Campo Grande - C21.04 -0x0 Toledo -F28.04 - 1x0 Arapongas - C05.05 - 0x1 Operário - F10.06 - 0x1 Apucarana - C26.05-1x0 Toledo-C02.06 - 1x1 Arapongas • F

COTAÇÕESCOLUNA 1 (40%) COLUNA x (30%) COLUNA 2 (30%)

14.04 • 1x2 Juventua • F21.04 • 1x1 Arapongas - F05.05 - 1x0 Qrémlo Maringá •12.05 - 1x1 Apucarana - F19.05 -0x0 Totedo -C26.05 - 2x1 Arapongas • C

Batal/PR x Mataubara/PR

BATO.28.04 — 0x1 Goloérè01.05—1x1 Platinense—C05.05—2x3 Matsubara—F12.05—2x4 Paranaval — F19.05 — 0x0 9 de Julho—C

MATSU8AM28.04 — 2x0 Platinense—F05.06—3x2 Batei—C12.05 — 0x2 9 de Julho—F19,05—0x2 Campo Mourlo -22.05 — 3x1 Paranaval—C

26.05 — 0x0 Campo Mourâo—F 26.05— 1x0 Gderê—F02.06 — 1x1 Goleré—C 02.08 — 1x1 Platinense—C

COTAÇÕESCOLUNA 1 (20%) COLUNA x (20%) COLUNA 2 (60%)

Iguaçu/PR x U. Bandalranta/PRUnlSo da VitóriaHMIACU O. BANOBRAMTB01.05—1x0 Foz — 28.04 — 8x0 Mlxto Bordô — C05 05 — 0x0 U. Bandeirante — 01.05—0x0 Pato Branco — F12.05 — 1x3 Iknuarama — 05.05 — 0x0 Iguaçu — C19.05—0x0 Mlxto Bordfl—F 19.05—1x2 Cascavel—F22.0 2x0 Cascavel — 22.05 — 0x1 Foi — C26.06 - 1x1 Umuarama—C 02.06—1x1 Mlxto Bordô—F

COTAÇÕESCOLUNA 1 (40%) COLUNA x (30%) COLUNA 2 (30%)

segunda-feira, 3/6/91 O Esportes O 5

I.OTECA

opaAoc21.04-0x2 Valencia - F28.04 - 2x2 Bétfs-C05.05. 0x2Valladolld-F12.05-1x0 Tenetlfe-C19.05-1x1 AU. Bilbao -F26.05 - 0x1 Osasuna - C02.06- 0x3 S.GI|on-F

ATL MAOfftlO21.04-0x1 Mallorca-C28.04 - 0x1 Zaragoza - F05.05 -0x0 Cadlz -C12.05-1x2 Real Sociedad - F19.05 - 3x0 LogroAea • C26.05 - 0x3 Oviedo - i ¦>02.06 - 3x0 Real Madrid - C

COTAÇÕESCOLUNA 1 (30%) COLUNA x (30%) COLUNA 2 (40%)

HOMA04.05 — 2x1 Atalanta — C08.05—0x2 Intornazionole—F12.05—0x0 Cagliari — F19.05 — 1x1 Napoll — C22.05— 1x0 Internazlonale—C26.05—1x0 Pisa —F30.05 — 3x1 Sampdorla — C

COTAÇÕESCOLUNA 1 (60%) COLUNA x (20%) COLUNA 2 (20%)

SAMPOOmA14.04 — 1x0 Roma — F21.04 — 3x2 Barl —C05.05 — 2x0 Internazionalo — F12.05—1x1 Torlno — F19.05 — 3x0 Lecco — C26.05 — 3x3 Lazio —F30.05 —1x3 Roma —F

EapaAol/KSP x AU. Madrld/RSP

Sampdoria/IT x Roma/ITaiimi

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6 ,0 Esportes O segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

ritas estão nasquartas

em Roland Garros

PARIS — Foi um domingo decisivopara as mulheres em Roland Garros. Oseleto grupo das primeiras ranqueadaspassou para as quartas-de-final com ape-nas uma surpresa: a vitória da espanholaConchita Sanchez sobre a norte-ameriea-na Jenifer Capriati (v. matéria).

A iugoslava Monica Seles encontrouuma dura adversária na italiana SandraCecchini, perdendo no primeiro set por3/6, o primeiro que não vence no torneio.No entanto, Cecchini, com uma banda-gem na coxa, não teve mais forças parase opor a Seles, perdendo os dois seguin-tes com 6/3 e 6/0. "Eu não ia deixar dejogar por causa da contusão, o meu de-

_ver-era entrar emquadra"Iresignou-se-aitaliana após a partida.

A alemã Steffi Graf, 2° do ranking,passou direto pela belga Sabine Appel-mans, com 6/2 e 6/2. Apesar da vitória,Graf não estava muito satisfeita. "Foitão fácil que não consegui manter a con-centração por muito tempo", disse.

A terceira do do ranking, a argenti-na Gabriela Sabatini, também não en-controu dificuldades para ir às quartas-de-final, eliminando a australiana Ra-chel McQuillan com 6/3 e 6/0. "No

primeiro set Rachel estava mais con-centrada, mas no segundo tomei contadojogo e não dei nenhuma oportunida-de a ela", disse Sabatini.

•A norte-americana Mary Joe Fer-nandez, 4o do ranking, teve que lutarmais para vencer a sul-africana ElnaRéich: 6/4 e 7/6 (7/2). A espanholaAíantxa Sanchez venceu fácil a norte-a-mericana Tami Withlinger — 6/2 e 6/1—enquanto a tcheca Jana Novotnadeírotou a soviética Leila Meskhi por6/0 e 7/6 (9/7).

Üuartas-de-finalSmMm É1

Monica Seles (Iug) > %

Conchita Martinez (Esp) M

Gabriela Sabatini (Arg) |j|xJana Novotna (Tche) :

Arantxa Sanchez (Esp) ff|x

Mary J. Fernandez (EUA)

Steffi Graf (Ale)x

Nathalie Tauziat (Fra) Jjjm>m ¦ B

Paris — AFP Paris —AFPBecker, Chang e

Agassi vencem

O alemão Boris Becker deu mais umpasso para a conquista do título que

"

persegue desde que começou a jogar "

profissionalmente — o Aberto de Paris—, ao derrotar ontem o espanhol Fran-cisco Clavet por 7/6 (8/6), 6/4 e 6/3,—Clavet só ofereceu resistência no pric...-mèiro set, que só foi decidido no tiebraker. Daí para frente, o alemão to-:mou conta da partida sem maiores pror.',.blemas.

"Foi um jogo difícil, mas estou miii*\m" uisse Beukei ,Jiafitrâ:VT—

57êffi Graf jogara contra auzíat nas quartas Agassi venceu e acredita que poderá chegar à final

- to aeterminauoforam duas horas e meia e Calvet por-tou-se muito bem", elogiou.

O norte-americano Michael Chang,que encerrou de forma dramática os ,sonhos de Jimmy Connors, precisou.de..quatro sets para derrotar o francês GuyForget,com 6/1,6/1,4/6 e 6/3. "Depoisdo jogo com Connors, esta partida atê*-*"'não foi difícil", disse Chang

Outro norte-.americano, André .Agassi, que teoricamente teria um jogomais difícil contra o argentino Alberto 'Mancini — um especialista em quadrasde saibro —, também precisou de qúa.-..'..tro sets para seguir adiante no torneio:6/3, 6/3, 5/7 e 6/1. "Não quero fazer ,previsões, mas se tudo continuar assim,terei uma boa chancxe na final desteano", comemorou discretamente Agas-si

Segundo as chaves do torneio, Bec-ker enfrentará Chang na próxima rodaj-da, enquanto Agassi enfrentará o suiçoJaokb Hlasek. Os outros classificados.,,sairão dos jogos de hoje

Conchita, 'zebra'

espanhola"Ela é apenas a 12' do ranking, e

não a Ia, como andaram diz&ndo poraí". O desabafo da espanhola Con-chita Martinez (n° 7) depois de vencerontem, em a jovem — 15 anos —,Jeniffer Capriati tem razão de ser. Des-de que em seu caminho para o títuloficou marcado o jogo com Capriati,toda a imprensa apostou no favoritismoda norte-americana. Mas em quadra,tudo funcionou diferente.

Com rápidos 6/3 e 6/3, Martineznão deixou que Capriati tomasse contanem um minuto dojogo. "Deram muitaimportância a ela. Como eu não dei, foimuito bom para mim. Além do mais,ela é muito jovem, tem muito caminhopela frente", completou eufórica.

Martinez chega à sua terceira qúar-

ta-de-final seguida em Roland Garros,e seu jogo está se tornando cada vezmais sólido. Aos 19 anos, ela já foifinalista em Estoril, em Murcia, e docircuito italiano, e em 1989 foi conside-rada a mais promissora tenista das jo-vens que chegavam ao circuito profís-sional.

Mas, como em tudo na vida, nadaé perfeito. Sua próxima adversária éapenas a iugoslava Monica Seles, n°ldo ranking. E Conchita, tão loquazao falar de Capriati, não çjuis tecercomentários quanto ao seu próximojogo. Afinal, sabe muito bem o tama-nho do desafio que a espera, se émesmo que pretende chegar ao títu-lo..

Das quadras para a TV

Ex-jogadorestrocam raquetes

por microfones

Diretamente das quadras para os

microfones das televisões. Esteé o caminho adotado por muitos ex-jogadores de tênis, que encontraramnos comentários nova e rendosa ocu-pação. O norte-americano JimmyConnors é um dos melhores exemplosdisso. Vencedor de oito torneios doGrand Slam, Connors, que. em setem-bro completará 38 anos, embora ain-da não tenha se retirado do esportecompetitivo, comenta para a rede

NBC, de seu país, sempre que suaatividade permite. Dessa maneira, eleesteve presente em Wimbledon.

O australiano Fred Stolle e o sul-africano Cliff Drisdale são dos maisassíduos, já que a cadeia norte-ameri-cana SPN, para a qual trabalham,cobre quase todos as competições im-portantes do circuito internacional. Aesta lista se juntam Adriano Panatta(RAI, da Itália), Bob Hewitt, parauma cadeia sul-africana, Jean PaulLot, para a Antenne 2 francesa, Mar-cela Mesker, para a televisão holan-desa, Hans Jurgern Phoncan, para aAlemanha, e Louise Field, para aInglaterra.

Resultadosw

v Masculino111 Boris Becker (Ale) 7/6 (8/6), 6/4 e 6/3 "

Francisco Clavet (Esp)' Mlchaol Chang 6/1,6/1,4/6 e 6/3 GuyForget (Fra)' André Agassi (EYUA) 6/3, 6/3. 7/6 e Jifíè 6/1 Alberto Mancini (Arg)Jacob Hlasek (Sul) 4/6, 6/3 5/7, 7/5 e*

11 6/2 Christlan Mlnlussl (Arg)Feminino

V Monica Seles (Iug) 3/6, 6/3 eSandra Cecchini (Ita)

1 > Steffi Graf (Ale) 6/2 e 6/2 Sablne-r;.~-: " Appelmans (Bel)Gabriela Sabatini (Arg) 6/3 e 6/0 Ra-chel McQuillan (Aus)Conchita Martinez (Esp) 6/3 e 6/3' : Jennlfer Capriati (EUA) f '

' ¦ Arantxa Sanchez (Esp) 6/2 e 6/1 Ta- í;K¥|, ml Whitllnger (EUA) fMMary Joe Fernandez (EUA) 6/4 e 7/6

fte (7/2) Elna Relnach (Afs) f: i:í:vv Jana Novotna (Tch) 6/0 e 7/6 (9/7)' Leila Meskhi (URSS) |§§, ; Nathalie Tauziat (Fra) 7/5 e 7/6 (12/ <;i 10) Naoko Sawamatsu (Jap) |

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Basquete comemora titulo Vôlei faz

a festa

em Lyon

B Seleção feminina vence Colômbia e ganha Sul-Amerícano ¦ Seleção masculina bate França de novo e vai a Cuba

BOGOTÁ — A seleção brasileirafeminina de basquete não teve difi-culdade para conquistar o tricampeo-nato sul-americano ao derrotar a Co-lômbia por 94 a 62, na noite desábado. As colombianas ficaram como vice-campeonato, as argentinas, emterceiro — com a vitória sobre oEquador por 113 a 58 — e^s equato-rianas em quarto. Com o título, asbrasileiras garantiram presença noPtin-Americano de Cuba, junto com

Vasco é campeão .do Torneio Início

a Argentina e a Equador. A Colôm-bia, que teria direito a ir ao Pan, nãoo fará por decisão do seu comitêolímpico, que não enviará equipespara disputar esportes coletivos.

A seleção colombiana, mesmo im-pulsionada por cerca de 10 mil torce-dores, só conseguiu equilibrar a par-tida até faltarem oito minutos paraacabar o primeiro tempo. A partirdaí, as brasileiras começaram a dis-parar no marcador e terminaram a

etapa com a vantagem de 52 a 34. Nosegundo tempo, com o cansaço dasadversárias, o Brasil aumentou aindamais a distância e as colombianaspassaram a tentar apenas evitar queas brasileiras chegassem aos 100 pon-tos, o que acabaram por conseguir. Acestinha do Brasil — e da partida —foi a pivô Ruth, com 19 pontos, se-guida da outra pivô, Marta, com 17.Hinestroza, com 18 pontos, foi a ces-tinha colombiana.

Ricardo Leonl

! Mesmo com um time inexperiente,oi Vasco derrotou o Botafogo por 55a'52, pela final do Torneio Inicio deb'asquete, ontem, no Mourisco. Acompetição mostrou que o esporte noFjio reflete bem a situação econômicado país. Sem dinheiro para investirefn grandes jogadores, Vasco e Bota-fogo fizeram um jogo de muitos er-ròs, em que o aro da cesta transfor-njou-se na maior defesa das duasequipes, tamanho o número de equí-vbcos nos arremessos.

j G Vasco teve amplo domínio noprimeiro tempo. O que significa queabusou menos de errar, conseguindo,iijclusive, algumas cestas de três pon-tos. O Botafogo, além de ruim namarcação, não caprichava nos passes.Qpntudo, no segundo tempo, o timedo Mourisco passou a marcar o Vas-cq por zona e chegou a ficar umpônto na frente (50 a 49). Mas avantagem durou pouco. Pouco de-pòis, aproveitando o péssimo rebotealVinegro, Emerson puxou o contra-ataque, sofreu falta e converteu osdçis últimos pontos da partida.' A esperança de Vasco, Botafogoe -demais cariocas é de conseguirempàtrocínio, a fim de formar timesrazoáveis para o Campeonato Esta-dúal, em setembro. O Presidente daFederação do Rio, Gerasine Bozi-kis, os ajudará no contato com asempresas. A primeira medida paraairair a iniciativa privada foi garan-tir o Maracanãzinho para o Esta-d^al. Vasco: André (14), Alexandre(12), Marcionilio (11), Emerson (5),Tbuca (5), Paulo (4), Flávio (2) Hei-der (2) e Marquinhos. Técnico:Márcio Andrade. Botafogo: Mão(1*5), Aloísio (12) Pedrinho (10), Pau-16 Couto (10) e Márcio (4) Ale-xandre (2), Lourinho e Valeico. Téc-nico: Alberto Bial.

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'¦vwv. • w», —. .O Botafogo de Paulo Couto equilibrou o jogo decisivo

Mariucha Moneró

LYON, França — A seleção brasi-leira masculina de vôlei deixa a Fran-ça com missão cumprida. O Brasilconquistou ontem a segunda vitóriasobre os franceses e alcançou o obje-tivo traçado para essa segunda roda-da da Liga Mundial. Com o placar de3 a 1 (15/7,10/15,15/7 e 15/12), osjogadores treinados por JosenildoCarvalho comemoraram o resultadoe agora partem para compromissomais difícil. Jogar com Cuba, em ha-vana, nos próximos dias 7 e 8. Aequipe encontrou o adversário maisbem preparado do que na primeirapartida — disputada sábado —,quando os franceses exigiram menos.

Os brasileiros alternaram, durantea partida, bons e maus momentos. Ainstabilidade, no entanto, não preo-cupa o técnico Josenildo Carvalho,que acredita numa vitória sobre Cu-ba. Com um passe melhor, o Brasilnão encontrou dificuldades para, em20 minutos, fechar o set. A história,porém, se inverteu no set seguinte. Obloqueio do Brasil não funcionou eapós 35 minutos os franceses fecha-ram em 15 a 10.

Os dois últimos sets foram os me-lhors. O passe voltou a sair, os con-tra-ataques se tornaram eficientes e,mesmo demorada, a vitória aconte-ceu. Em mais de 50 minutos, o Brasilconcretizava os 3 a 1,.apesar de umadia pouco inspirado do levantadorMaurício e da instabilidade de Mar-ceio negrão, que chegou a ser substi-tuído boa parte do terceiro e quartosets por Eduardo Pezãò.

A alternância de bons e maus mo-mentos é explicada por Giovane coma falta de ritmo que ainda atrapalha otime. "Os seis jogadores nunca estãobem ao mesmo tempo. Por isso nãoconseguimos manter o nível". O capi-tão Léo concorda com o companhei-ro e alerta- para a próxima rodada."Precisamos

jogar bem mais pra ven-cer Cuba."

O Brasil começou jogando com:Maurício, Marcelo Negrão, Léo, Jor-ge Édson, Giovane e Tande. Josenil-do usou todos os reservas: Janelson,Allan, Eduardo Pezão, Luciano e De-ma. A França iniciou com Chamber-tin, Josserand, Meneau, Salvan,Adriamamonjy e Glowacks. Entra-ram também Marquet e Wolfer. Asduas equipes voltam a se enfrentar,no Brasil, nos próximos dias 21 e 23.

Zaca Feltosa — 17/05/88 •

SP / mm

Léo, 29 anos, é um dos mais velhos da seleção

'Capitão9 à antiga

Léo firma sua

liderança na

experiência'A troca de comando da seleçãoA brasileira, com a substituiçãode Bebeto de Freitas por JosenildoCarvalho, não significou a reformula-ção da equipe e nem mesmo a umamudança radical na forma de jogar.A maior supresa exibida pelo novotécnico foi a convocação de um joga-dor que nem mais pensavam em sele-ção e muito menos poderia se tornaro capitão, ainda que nem fosse titular.A convocação do meio de rede Léo ea confiança depositada nele, fizeam ojogador sentir como se fosse sua pri-meira passagem pela seleção, apesar

dos 29 anos, que o colocam na posi-ção de mais velho do grupo, ao lado ••de Dema.

A convocação pegou Léo de su-''presa. Desde que ficou fora do Sul-A-mericano de 89, após ter disputado osj„Jogos Olímpicos de Seul, ele nãoacreditava mais na volta. "Quando_'jJosenildo conversou comigo e aindame disse que me queria como capitãotive que me refazer do susto". A idéia-"!de ser capitão, o que jamais acontece-. •ra em 14 anos de vôlei, amendrotou'um pouco, mas agora já é familiar."Sabia que seria um capitão diferentede todos os outros, como o Montana-ro e o Carlão, por exemplo. Nãotenho aquela liderança nata, mas es-lLtou mais controlado na quadra e fora^,dela percebo que os colegas me res-wpeitam." (M.M.)

Largadinlias

Atrapalhado — O juiz japonêsShimoyama, que apitou a partida de on-tem entre França e Brasil, bem que pode-ria ensinar a seu colega soviético, Stepa-nian, árbitro do primeiro jogo das duasseleções, as novas regras adotadas pelaLiga Mundial. Ele não sabia que há umainterrupção após o 8o e 12° pontos e ficousem entender que o técnico pedira tempo.O intervalo é apenas para que a televisãopossa veicular anúncios comerciais. Aliás,na França os únicos que pareciam conhe-cer as regras eram os jogadores e o treina-dor da seleção brasileira.Roxo — Coincidência ou não, o novoagasalho da seleção brasileira de vôlei

patrocinada pela Adidas e Banco do Bra-sil, é todo roxo, com mínimos detalhes emazul e verde. Os jogadores se surpreeende-ram ao receber a roupa em Lyon, masninguém sabe dizer se o roxo foi usadopor andar tão na moda no Brasil, ouapenas por uma opção do fabricante.Vergonha — A televisão francesa,que transmite os jogos ao vivo para todoo País e retarda um pouco a transmissãopara a cidade de Lyon, não repetiu ontema estratégia da véspera, quando, se apro-veitando dos minutos que o retardo datransmissão lhe garantiu, deixou de levarao ar o segundo set da partida entreFrança e Brasil, quando o time da casaperde por 15 a 1. (MM)

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Quartas-de-final

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Leo, 29 anos, e um dos mais velhos da selegao

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Das quadras para a TV

Ex-jogadorestrocam raquetes

por microfones

Diretamente das quadras para os

microfones das televisões. Esteé o caminho adotado por muitos ex-jogadores de tênis, que encontraramnos comentários nova e rendosa ocu-pação. O norte-americano JimmyConnors é um dos melhores exemplosdisso. Vencedor de oito torneios doGrand Slam, Connors, que em setem-bro completará 38 anos, embora ain-da não tenha se retirado do esportecompetitivo, comenta para a rede

NBC, de seu pais, sempre que suaatividade permite. Dessa maneira, eleesteve presente em Wimbledon.

0 australiano Fred Stolle e o sul-africano ClifT Drisdale são dos maisassíduos, já que a cadeia norte-ameri-cana SPN, para a qual trabalham,cobre quase todos as competições im-portantes do circuito internacional. Aesta lista se juntam Adriano Panatta(RAI, da Itália), Bob Hewitt, parauma cadeia sul-africana, Jean PaulLot, para a Antenne 2 francesa, Mar-cela Mesker, para a televisão holan-desa, Hans Jurgern Phoncan, para aAlemanha, e Louise Field, para aInglaterra.

" - *¦Resultados

: MasculinoBoris Becker (Ale) 7/6 (8/6), 6/4 e 6/3|||% Francisco Clavet (Esp)MÉ Michael Chang 6/1, 6/1, 4/6 e 6/3 Guy

Forget(Fra)André Agassi (EYUA) 6/3, 6/3, 7/6 e6/1 Alberto Mancini (Arg)Jacob Hlasek (Sui) 4/6, 6/3 5/7, 7/5 e

; 6/2 Christian Miniussi (Arg)i Feminino

feil Monica Seles (lug) 3/6, 6/3 e 6/0Sandra Cecchini (Ita)S Steffi Gral (Ale) 6/2 e 6/2 SabineAppelmans (Bel)Gabriela Sabatlni (Arg) 6/3 e 6/0 Ra-

; chel McQuillan (Aus)Conchlta Martlnez (Esp) 6/3 e 6/3Jennifer Capriati (EUA) 81Arantxa Sanchez (Esp) 6/2 e 6/1 Ta- v>z | mi Whitlinger (EUA)'l;y% Mary Joe Fernandez (EUA) 6/4 e 7/6 ;|.? iS (7/2) Elna Relnach (Ais) $Jana Novotna (Tch) 6/0 e 7/6 (9/7) pLeila Meskhi (URSS)'/¦;l Nathalie Tauziat (Fra) 7/5 e 7/6 (12/ p10) Naoko Sawamatsu (Jap)

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Conchita, 'zebra'

espanhola"Ela é apenas a 12a do ranking, e

não a Ia, como andaram dizendo poraí". O desabafo da espanhola Con-chita Martinez (n° 7) depois de vencerontem, em a jovem — 15 anos —,JenilTer Capriati tem razão de ser. Des-de que em seu caminho para o títuloficou marcado o jogo com Capriati,toda a imprensa apostou no favoritismoda norte-americana. Mas em quadra,tudo funcionou diferente.

Com rápidos 6/3 e 6/3, Martineznão deixou que Capriati tomasse contanem um minuto do jogo. "Deram muitaimportância a ela. Como eu não dei, foimuito bom para mim. Além do mais,ela é muito jovem, tem muito caminhopela frente", completou eufórica.

Martinez chega à sua terceira quar-

ta-de-final seguida em Roland Garros,e seu jogo está se tornando cada vezmais sólido. Aos 19 anos, ela já foifinalista em Estoril, em Murcia, e docircuito italiano, e em 1989 foi conside-rada a mais promissora tenista das jo-vens que chegavam ao circuito profis-sional.

Mas, como em tudo na vida, nadaé perfeito. Sua próxima adversária éapenas a iugoslava Monica Seles, n°ldo ranking. E Conchita, tão loquazao falar de Capriati, não quis tecercomentários quanto ao seu próximojogo. Afinal, sabe muito bem o tama-nho do desafio que a espera, se êmesmo que pretende chegar ao títu-lo..

Zaca Feitosa —17/05/88

6, O Esportes O segunda-feira, 3/6/91 ? 2a Edição JORNAL DO BRASIL

'Capitão' à antiga

Léo firma sua

liderança na

experiência

A troca de comando da seleçãoAi brasileira, com a substituiçãode Bebeto de Freitas por JoseniidoCarvalho, não significou a reformula-çào da equipe e nem mesmo a umamudança radical na forma de jogar.A maior supresa exibida pelo novotécnico foi a convocação de um joga-dor que nem mais pensavam em sele-ção e muito menos poderia se tornaro capitão, ainda qiie nem fosse titular.A convocação do meio de rede Léo ea confiança depositada nele, fizeam ojogador sentir como se fosse sua pri-meira passagem pela seleção, apesar

dos 29 anos, que o colocam na posi-ção de mais velho do grupo, ao lado • «* •deDema. ., r.. t

A convocação pegou Léo de su- "presa. Desde que ficou fora do Sul-A--mericano de 89, após ter disputado osJogos Olímpicos de Seul, ele nãoacreditava mais na volta. "Quando"";,Joseniido conversou comigo e aindame disse que me queria como capitão' "tive que me refazer do susto". A idéia- \de ser capitão, o que jamais acontece-..*,ra em 14 anos de vôlei, amendrotouum pouco, mas agora já é familiar.—~"Sabia que seria um capitão diferentede todos os outros, como o Montana-ro e o Carlão, por exemplo. Não—tenho aquela liderança nata, mas es-~tou mais controlado na quadra e fora""dela percebo que os colegas me res-peitam." (M.M.) —

Basquete comemora título Vôlei faz

a festa

em Lyon

¦ Seleção feminina vence Colômbia e ganha Sul-Americano | Seleção masculina bate França de novo e vai a Cuba

BOGOTÁ — A seleção brasileirafeminina de basquete não teve difi-culdade para conquistar o tricampeo-nato sul-americano ao derrotar a Co-lômbia por 94 a 62, na noite desábado. As colombianas ficaram como vice-campeonato, as argentinas, emterceiro — com a vitória sobre oEquador por 113 a 58 — e as equato-rianas em quarto. Com o título, asbrasileiras garantiram presença noP^n-Americano de Cuba, junto com

t\

jVasco é campeão

Ido Torneio Início; Mesmo com um time inexperiente,

o jVasco derrotou o Botafogo por 55a 52, pela final do Torneio Inicio debásquete, ontem, no Mourisco. Acdmpetição mostrou que o esporte noRio reflete bem a situação econômicadò país. Sem dinheiro para investireip grandes jogadores, Vasco e Bota-fogo fizeram um jogo de muitos er-rqs, em que o aro da cesta transfor-mpu-se na maior defesa das duasequipes, tamanho o número de equí-vqcos nos arremessos.

j O Vasco teve amplo domínio noprimeiro tempo. O que significa queatiusou menos de errar, conseguindo,inclusive, algumas cestas de três pon-tos. O Botafogo, além de ruim namarcação, não caprichava nos passes.Côntudo, no segundo tempo, o timedo Mourisco passou a marcar o Vas-co por zona e chegou a ficar umponto na frente (50 a 49). Mas avantagem durou pouco. Pouco de-pois, aproveitando o péssimo rebotealvinegro, Emerson puxou o contra-ataque, sofreu falta e converteu osdois últimos pontos da partida.

A esperança de Vasco, Botafogoe demais cariocas é de conseguirempatrocínio, a fim de formar timesrazoáveis para o Campeonato Esta-dual, em setembro. O Presidente daFederação do Rio, Gerasine Bozi-kis, os ajudará no contato com asempresas. A primeira medida paraatrair a iniciativa privada foi garan-tir o Maracanãzinho para o Esta-dual. Vasco: André (14), Alexandre(12), Marcionílio (11), Emerson (5),Touca (5), Paulo (4), Flávio (2) Hei-der (2) e Marquinhos. Técnico:Márcio Andrade. Botafogo: Mão(15), Aloísio (12) Pedrinho (10), Pau-lo Couto (10) e Márcio (4) Ale-xandre (2), Lourinho e Valeico. Téc-nico: Alberto Bial.

Atrapalhado — O juiz japonêsShimoyama, que apitou a partida de on-tem entre França e Brasil, bem que pode-ria ensinar a seu colega soviético, Stepa-nian, árbitro do primeiro jogo das duasseleções, as novas regras adotadas pelaLiga Mundial. Ele não sabia que há umainterrupção após o 8° e 12" pontos e ficousem entender que o técnico pedira tempo.O intervalo é apenas para que a televisãopossa veicular anúncios comerciais. Aliás,na França os únicos que pareciam conhe-cer as regras eram os jogadores e o treina-dor da seleção brasileira.Roxo — Coincidência ou não, o novoagasalho da seleção brasileira de vôlei

patrocinada pela Adidas e Banco do Bra-sil, é todo roxo, com mínimos detalhes emazul e verde. Os jogadores se surpreeende-ram ao receber a roupa em Lyon, masninguém sabe dizer se o roxo foi usadopor andar tão na moda no Brasil, ouapenas por uma opção do fabricante.Vergonha — A televisão francesa,que transmite os jogos ao vivo para todoo País e retarda um pouco a transmissãopara a cidade de Lyon, não repetiu ontema estratégia da véspera, quando, se apro-veitando dos minutos que o retardo datransmissão lhe garantiu, deixou de levarao ar o segundo sei da partida entreFrança e Brasil, quando o time da casaperde por 15 a 1. (MM)

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avoritas estão nas quartas

em Roland Garros

Paris — Reuter Paris —AFP PARIS — Foi um domingo decisivo

para as mulheres em Roland Garros. Oseleto grupo das primeiras ranqueadaspassou para as quartas-de-final com ape-nas uma surpresa: a vitória da espanholaConchita Sanchez sobre a norte-america-na Jenifer Capriati (v. matéria).

A' iugoslava Monica Seles encontrouuma dura adversária na italiana SandraCecchini, perdendo no primeiro set por3/6, o primeiro que não vence no torneio.No entanto, Cecchini, com uma banda-gem na coxa, não teve mais forças parase opor a Seles, perdendo os dois seguin-tes com 6/3 e 6/0. "Eu não ia deixar dejogar por causa da contusão, o meu de-ver era entrar em quadra", resignou-se aitaliana após a partida.

A alemã Steffi Graf, 2o do ranking,passou direto pela belga Sabine Appel-mans, com 6/2 e 6/2. Apesar da vitória,Graf não estava muito satisfeita. "Foitão fácil que não consegui manter a con-centração por muito tempo", disse.

A terceira do do ranking, a argenti-na Gabriela Sabatini, também não en-controu dificuldades para ir às quartas-de-final, eliminando a australiana Ra-chel McQuillan com 6/3 e 6/0. "No

primeiro set Rachel estava mais con-centrada, mas no segundo tomei contado jogo e não dei nenhuma oportunida-de a ela", disse Sabatini.

A norte-americana Mary Joe Fer-nandez, 4o do ranking, teve que lutarmais para vencer a sul-africana ElnaReich: 6/4 e 7/6 (7/2). A espanholaArantxa Sanchez venceu fácil a norte-a-mericana Tami Withlinger — 6/2 e 6/1—, enquanto a tcheca Jana Novotnaderrotou a soviética Leila Meskhi por6/Ó e 7/6 (9/7). Conchita Martinez vibra com sua vitoria sobre Capriati Agassi venceu e acredita que poderá chegar à final

Becker, Chang e

Agassi vencem

O alemão Boris Becker deu mais umpasso para a conquista do título que^;persegue desde que começou a jogar"profissionalmente — o Aberto de Paris—, ao derrotar ontem o espanhol Fran-,cisco Clavet por 7/6 (8/6), 6/4 e 6/3.Clavet só ofereceu resistência no pri* "meiro set, que só foi decidido no fie- ¦braker. Daí para frente, o alemão to-mou conta da partida sem maiores pro-blemas. \

"Foi um jogo difícil, mas estou mui-,.,,,to determinado ' disse Becker, "afmairforam duas horas e meia e Calvet por-tou-se muito bem", elogiou.

O norte-americano Michael Chang,que encerrou de forma dramática os .sonhos de Jimmy Connors, precisou de...quatro sets para derrotar o francês GuyForget, com 6/1,6/1,4/6 e 6/3. "Depoisdo jogo com Connors, esta partida aténão foi difícil", disse Chang

Outro norte-americano, André '

Agassi, que teoricamente teria um jogomais difícil contra o argentino AlbertoMancini — um especialista em quadras.. .de saibro —, também precisou de qua:,tro sets para seguir adiante no torneio:6/3, 6/3, 5/7 e 6/1. "Não quero fazerprevisões, mas se tudo continuar assim,,,terei uma boa chancxe na final deste.,,ano", comemorou discretamente Agas-si

Segundo as chaves do torneio, Bec-.,..ker enfrentará Chang na próxima roda-da, enquanto Agassi enfrentará o stfiçoJaokb Hlasek. Os outros classificadossairão dos jogos de hoje " >>m "

a Argentina e a Equador. A Colôm-bia, que teria direito a ir ao Pan, nãoo fará por decisão do seu comitêolímpico, que não enviará equipespara disputar esportes coletivos.

A seleção colombiana, mesmo im-pulsionada por cerca de 10 mil torce-dores, só conseguiu equilibrar a par-tida até faltarem oito minutos paraacabar o primeiro tempo. A partirdaí, as brasileiras começaram a dis-parar no marcador e terminaram a

etapa com a vantagem de 52 a 34. Nosegundo tempo, com o cansaço dasadversárias, o Brasil aumentou aindamais a distância e as colombianaspassaram a tentar apenas evitar queas brasileiras chegassem aos 100 pon-tos, o que acabaram por conseguir. Acestinha do Brasil — e da partida —foi a pivô Ruth, com 19 pontos, se-guida da outra pivô, Marta, com 17.Hinestroza, com 18 pontos, foi a ces-tinha colombiana.

Ricardo Leont

O Botafogo de Paulo Couto equilibrou o jogo decisivo

Mariucha Moneró

Largadinhas

LYON, França — A seleção brasi-leira masculina de vôlei deixa a Fran-ça com missão cumprida. O Brasilconquistou ontem a segunda vitóriasobre os franceses e alcançou o obje-tivo traçado para essa segunda roda-da da Liga Mundial. Com o placar de3 a 1 (15/7,10/15,15/7 e 15/12), osjogadores treinados por JoseniidoCarvalho comemoraram o resultadoe agora partem para compromissomais difícil. Jogar com Cuba, em ha-vana, nos próximos dias 7 e 8. Aequipe encontrou o adversário maisbem preparado do que na primeirapartida — disputada sábado —,quando os franceses exigiram menos.

Os brasileiros alternaram, durantea partida, bons e maus momentos. Ainstabilidade, no entanto, não preo-cupa o técnico Joseniido Carvalho,que acredita numa vitória sobre Cu-ba. Com um passe melhor, o Brasilnão encontrou dificuldades para, em20 minutos, fechar o set. A história,porém, se inverteu no set seguinte. Obloqueio do Brasil não funcionou eapós 35 minutos os franceses fecha-ram em 15 a 10.

Os dois últimos sets foram os mc-lhors. O passe voltou a sair, os con-tra-ataques se tornaram eficientes e,mesmo demorada, a vitória aconte-ceu. Em mais de 50 minutos, o Brasilconcretizava os 3 a 1, apesar de umadia pouco inspirado do levantadorMaurício e da instabilidade de Mar-ceio negrão, que chegou a ser substi-tuído boa parte do terceiro e quartosets por Eduardo Pezão.

A alternância de bons e maus mo-mentos é explicada por Giovane coma falta de ritmo que ainda atrapalha otime. "Os seis jogadores nunca estãobem ao mesmo tempo. Por isso nãoconseguimos manter o nível". O capi-tão Léo concorda com o companhei-ro e alerta para a próxima rodada."Precisamos

jogar bem mais pra ven-cer Cuba."

O Brasil começou jogando com:Maurício, Marcelo Negrão, Léo, Jor-ge Edson, Giovane e Tande. Josenil-do usou todos os reservas: Janelson,Allan, Eduardo Pezão, Luciano e De-ma. A França iniciou com Chamber-tin, Josserand, Meneau, Salvan,Adriamamonjy e Glowacks. Entra-ram também Marquet e Wolfer. Asduas equipes voltam a se enfrentar,no Brasil, nos próximos dias 21 e 23.

I

BSSSmffilW; i vS&i'r ¦¦¦ k—ii iiiiiilWW MWiWggggH v |

4Resultados

||| Masculino 'BfBoris Becker (Ale) 7/6 (8/6), 6/4 e 6/3 ^Francisco Clavet (Esp) iff *Michael Chang 6/1, 6/1, 4/6 e 6/3 Guy

Y'i Forget (Fra) |$&Andre Agassi (EYUA) 6/3, 6/3, 7/6 eI | 6/1 Alberto Mancini (Arg) *£MJacob Hlasek (Sui) 4/6, 6/3 5/7, 7/5 e!|f| 6/2 Christian Miniussi (Arg) ;

FemininoMonica Seles (lug) 3/6, 6/3 e 6/0Sandra Cecchini (Ita)SteHI Graf (Ale) 6/2 e 6/2 Sabine |giiAppelmans (Bel)Gabriela Sabatlnl (Arg) 6/3 e 6/0 Ra-'

; chel McQuillan (Aus)Conchita Martinez (Esp) 6/3 e 6/3Jennifer Capriati (EUA) Jjf;Arantxa Sanchez (Esp) 6/2 e 6/1 Ta- v :' mi Whitllnger (EUA)Mary Joe Fernandez (EUA) 6/4 e 7/6 p :• i (7/2) Elna Relnach (Als) $$><Jana Novotna (Tch) 6/0 e 7/6 (9/7)Leila Meskhi (URSS)Nathalie Tauziat (Fra) 7/5 e 7/6 (12/10) Naoko Sawamatsu (Jap)

D

rn

Quartas-de-flnal

Monica Seles (lug)1 x if

Conchita Martinez (Esp) I' illP

- Gabriela Sabatini (Arg)x

Jana Novotna (Tche)

Arantxa Sanchez (Esp) >|||

Mary J. Fernandez (EUA) § j

Steffi Graf (Ale)x

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JORNAL DO BRASIL segunda-feira, 3/6/91 O Esportes O 7

Senna exige que

a McLaren melhore tudoJ®. Montreal, Canadá — AFP

Fernando EwerlonCorrespondente

r{yf,ONTREAL, Canadá — AyrtonSenna não lamentou de todo o fatode-não ter terminado o Grande Prê-mio do Canadá. "A performance donosso carro em relação às Williamsneste, final de semana demonstrouclanamente que eles estão superiores anós;"e com este resultado talvez aminha equipe finalmente encontreunia' motivação extra. O que estavafaltando para a Mcl.aren e para aHotida, sobretudo, era um objetivo, eacho-que ele ficou claro agora. Se agerifé' quiser vencer este ano, vamoster que melhorar, e talvez isso contri-bua. positivamente para o campeona-to", afirmou o brasileiro, que aindalidera- o Mundial de pilotos, com 24pontos à frente do segundo colocado,N&sün Piquet.

Depois de quatro vitórias conse-cutivas na abertura da temporada,Ayrton Senna estava satisfeito com apossibilidade de terminar a corrida deontem em terceiro lugar — posiçãoem que estava até a 26° volta, quandouriftt"pane na parte elétrica de seuMcLaren fez o motor Honda de seucarro" parar.

"Logo no começo dacorrida, eu perdi todas as informa-ções do computador, não tinha con-tágiros e estava trocando as marchasno ouvido", disse o brasileiro, queperdia cerca de meio segundo em ca-da «volta, mas consegui manter umacéítá distância de Jean Alesi, depoisqüe,'£rost, que o perseguiu implaca-velmente desde a largada, errou umamarcha na décima volta e caiu parasexto lugar.

A estratégia do bicampeão era"fazer uma corrida de paciência eesperar a hora certa para procurar opódio". O fato de não ter marcadopontos, segundo Senna, "endureceum pouco a situação" no campeona-to. "Se eu terminasse em terceiro,como estava programado, manteria a.diferença praticamente igual, com

uma corrida a menos para o final, oque seria bom. Mas, por outro lado,acho que esse resultado deve ser leva-do em consideração como uma moti-vação extra para que os técnicos daHonda e da McLaren encontrem me-lhores soluções para a performancede nosso carro nas próximas corridase no campeonato."

Apèsar da vantagem de 24 pontos,o piloto brasileiro acha que a lutapelo título ainda "está aberta", acre-ditando que a decisão estará na mãoda equipe que der a seus pilotos omelhor equipamento. "As quatro vi-tórías e quatro poles até agora nãoforam fáceis. Foi uma luta incrível e,como estou vencendo, o pessoal nãoacredita quando eu digo que a gentenão está no nível necessário, que temgente andando melhor. Talvez esseresultado venha comprovar para elesessa realidade. Se a gente quiser real-mente continuar lutando pelo cam-peonato, precisamos evoluir muito naparte de motor, sobretudo, e na dechassis também. Tem muita corridapela frente e a não ser que a genteconsiga evoluir muito, e rapidamente,vai ser um campeonato muito duro,de grande luta", afirmou Senna.

O atual campeão voltou a negarque já esteja negociando a renovaçãode seu contrato com a McLaren. "Nofim do ano será a hora certa parafalar sobre isso. Neste momento, meucompromisso é total com meu traba-lho, com esse campeonato sobretudo.Vou dar o meu máximo para lutarpor mais esse título e vou procurarmotivar a minha equipe nesta dire-ção, para que a gente consiga real-mente competir até o final do ano",disse ele, demonstrando tranqüilida-de enquanto caminhava de volta parao box. Perguntado sobre para quemtorceria até o final da prova, conside-rando a situação no campeonato,Senna não manifestou nenhuma pre-ferência especial. "Que ganhe aqueleque fizer o melhor e mereça a vitória.Não importa." (F.E.)

A vitória da estratégiaOs deuses das pistas deram ontem no

Circuito Gilles Villeneuve dois exemplosdo destino que revelaram para dois pilo-tos: 1- A Nigel Mansell, mostraram maisuma vez que não è bom abusar da sorte,querer exigir mais e mais de um bomcarro, sem que isso seja necessário; 2- E aNélson Piquet, comprovaram que pru-dência também é boa tática, mesmo numcarro que até poderia ser mais exigido.Conclusão: o insaciável Leão teve adiadona última volta seu sonho de se constituirno inglês que venceu mais provas na F 1.E FiúUct herdôirtidS- filCwGS iiuttiS SvuíTuiiêritriunfo na categoria. Ninguém ganhoumais que ele no Canadá.

Enquanto Mansell — que levou a me-lhor sobre seu companheiro Riccardo Pa-trese, o pole-position, na largada e liderousempre — apontava para sua Williams,punha as mãos na cabeça e andava de umpuniladoao para o outro, sem compreender porque tora traído pela sorte tão perto dachegada, Piquet comemorava no pódio oacerto de sua estratégia. Após largar emoitavo lugar, ultrapassou nos momentoscertos, dosou energia e pneus, evitou for-çar, preservou sua Benetton de esforçodemasiado.

Na largada, Mansell e Patrese dispa-raram. Prost fez a primeira curva à frentede1 Senna mas levou o troco. Na primeiravolta ainda, Alesi, Piquet e Moreno pas-saram Berger, cuja McLaren tinha pro-blemas — pararia a seguir. Piquet, dequebra, ainda superou Moreno. Na 11a

volta, Moreno e Prost rodavam. Na 25',mqSenna perdeu três posições, ergueu o bra- ,;riço e parou. Enquanto passavam Senna,, ;Piquet aproveitou a hesitação de Alesi,ganhou duas posições de uma vez e aindalevou Prost junto. Duas voltas depoisProst parava. Na 36a, quem saía era Ale- 'si.

Sabendo que, normalmente, jamais al-cançaria as Williams, Piquet andava tran-'qüilo em terceiro. Ganhou uma posição ';na 42" volta, devido à ida de Patrese para'os boxes, com um pneu furado. Mansell,com a cômoda dilérença sobre õ Brãsiiei-ro — às vezes até além de um minuto —, -insistia em seguir sem trocar pneus. Nãopoupava carro, fazia melhores voltas, da-va show. Patrese, de pneus novos, se recu- (perava e era terceiro, mas longe de Pi-,r,quet. A duas voltas do fim, a Williams doitaliano teve problemas e foi superada ,pela Tyrrell de Stefano Modena.

E Mansell foi castigado já no meio daúltima volta, após contornar o lago. Eleexagerara. A quatro voltas do fim, comos pneus (que não trocou) já desgastados,entrou no vácuo do carro de Patrese, >lutou para colocar uma volta de vanta- ,;gem sobre o companheiro. Não contente,,.fez a melhor volta (Im22s385). Foi pa-,^rando aos pouòos, ainda sacudindo o car- .'ro, tentando íevá-lo assim mesmo ao final '— tinha quase um minuto de vantagem. 'Mas não deu. Parou de vez e, do cockpit,assistiu à passagem de Piquet. O Leão ,perdia para o Tubarão do brasileiro.

Montreal, Canadá — AFP

Saída de Senna mostrou que a McLaren precisa melhorar Mansell (5) ultrapassa Patrese (6) após a largada

Classificação

i 1.2.3.4.5.6.7.8."9.

10.

Nélson Piquet Brasil Benetton-Ford 1Stefano Modena Itália Tyrrell-Honda a.Riccardo Patrese Itália Williams-Renault aAndréa de Cesaris Itália Jordan-Fcrd aBertrand GachotNigel MansellPierlulgi Martini.Erik ComasEmanuele Pirro...Satoru Nakajima

, Bélgica Jordan-Ford a, Inglaterra Williams-Renault a

Itália Minardi-Ferrari aFrança Ligier-Lamborghini aItália Dallara-Judd aJapão Tyrrell-Honda a

h38m51s49031 s83242s2171m20s2101 m22s351uma voltauma voltauma voltauma voltaduas voltas

1iQí

• Não completaram• 11. Maurício Gugelmin.... Brasil Leyton House-llmor a oito voltasj í?. J. J. Letho Finlândia Dallara-Judd a 19 voltas

Í3. Stefan Johansson Suécia Footvyork-Porsche a 21 voltas14. Ivan Capelli Itália Leyton House-llmor a 27 voltas" 15. Jean Alesi França Ferrari a 35 voltas16. Eric Bernard França Lola-Ford a 40 voltas

flt 17. Alain Prost França Ferrari a 42 voltasi-48. Thierry Boutsen Bélgica Ligier-Lamborghini a 42 voltas

;?• 19. Ayrton Senna Brasil McLaren-Honda a 44 voltas2Q. Mika Hakkinen Finlândia Lotus-Judd a 48 voltas2L Martin Brundle Inglaterra Brabham-Yamaha a 48 voltas22. Gianni Morbidelli Itália Minardi-Ferrari a 49 voltas23. Roberto Moreno Brasil Benetton-Ford a 59 voltas2f. Gerhard Berger Áustria McLaren-Honda a 65 voltas2Ü>. Aguri Suzuki Japão Lola-Ford a 66 voltas26. Michele Alboreto Itália Footwork-Porsche a 67 voltasMédia de Piquet 185,520 km/h

Mundial de Pilotos

1. Ayrton Senna

2. Nélson Piquet

, < 3. Alain Prost

i 4. Gerhard Berger e Riccardo l>! Patrese 10 a

:<¦ >: •,< 6. Stefano Modena

7. Nigel Mansell'. 8. Jean Alesi

•, .s 9. J. J. Letho

10. Andréa de Cesaris, RobertoffISt

Moreno e Pierluigi Martini 3 ||

II

I

Ifi:.. .*

13. Satoru Nakajima, Mika Hak-1|kinen e Bertrand Gachot 2 m

' 16. Aguri Suzuki, Julian Bailey e SEmanuele Pirro 111

' ' -

M1 ^WÊÊÊ* Myt

1. Prost... 442. Senna.... 303. Stewart 274. Stewart e Lauda 256. Fangio 247. Piquet 238. Mansell eMoss 16

10. Brabham, G. Hill e Fittipaldi.. 14

de Construtores

1. McLaren ...502. Benetton 193. Williams 174. Ferrari 165. Tyrrell 116. Dallara e Jordan 58. Minardi e Lotus 3

10. Lola 1

Vit6J

401

16 1:11 illI! | i

W9

jj7 -

5 I4 m

Conta-giros

81PIÉ

F3 — Os treinos oficiais para a sétimaetapa do Campeonato Inglês de Fórmula3, a ser disputado domingo, começamhoje, no tradicional circuito de Silversto-ne. As tomadas de tempo finais paradefinir o grid de largada serão no própriodia da prova. O brasileiro Oswaldo estáotimista para a corrida, agora que conse-guiu patrocínio para a temporada. Eleacertou com o Consórcio Techcon, umaempresa mineira, e assim está mais tran-qüilo para seguir correndo.

Man — O piloto escocês Roy Ander-son tornou-se ontem a 160* vítima fatalno Troféu Turista que se disputa na Ilhade Man, na Inglaterra. É o quarto pilotoque morre esta semana. Anderson caiuda moto no sábado, e veio a falecerdevido à gravidade de seus ferimentos. Opercurso, um dos mais difíceis do moto-ciclismo, tem feito vitimas desde que foiinaugurado, há 84 anos.

Prdxima prova

GF do México16 de junhoAutódromo Hermanos RodriguezPole em 90: Berger, McLarenVencedor em 90: Prost, FerrariRecorde da pista: Senna, Lotus,Iml6s990Mais vitórias: Prost e Jim Clark (2)Mais poles: Clark (4)Vitória brasileira: Senna (89)

A família Andretti no pódio

¦ Michael, primeiro, John e Mario fazem festa na Indy——;— ——— na Indy, com 50 anos. Ele é um dos que era preferível quebrar

Jorge MeditschAgência Estado

'• M*ÍLWAUKEE, EUA — A peque-

na cidade de Nazareth, na Pensilvânia,deve ter comemorado muito o resultadodás 200 milhas de Milwaukee. Os trêsmtembros da família Andretti que subi-rám ao pódio moram lá e seus feitos nasp^tas provocam orgulho da populaçãoloçal. Michael, o vencedor da prova,nasceu na vizinha cidade de Bethlehem,mhs foi criado na pequena rua batizadade Victory Lane em homenagem á vitó-ríá de seu pai Mario nas 500 milhas deIndianápolis, em 1969.

ij Seu primo John, segundo colocado,filho de Aldo, irmão gêmeo de Mario,também nasceu em Bethlehem e cresceuem Nazareth. Mario, o terceiro ontem,é.o segundo piloto mais velho rodando

na Indy, com 50 anos. Ele é um dosnomes do automobilismo americanomais conhecidos no mundo todo, porter sido campeão na categoria em 1978.Dono de estilo refinado e ao mesmotempo agressivo, ele é conhecido comodifícil de ultrapassar.

Mario, também é notório, não pou-pa os carros e muitas vezes deixou devencer por não conseguir terminar. Elenasceu na Itália, mas hoje é cidadãoamericano e companheiro do filho Mi-chael na equipe Newman Haas, um ti-me que tem como um dos principaissócios o ator Paul Newman. A dupla,na pista, briga de igual para igual, semque o fator família amenize as disputasem que, muitas vezes, chegaram a tocarrodas em altas velocidades.

Para Émerson Fittipaldi, oitavo, odesempenho de seu carro foi tão fraco

que era preferível quebrar durante acorrida. "Eu saía de frente na entradada curva e de traseira na saída. Noinício, estava mais ou menos, mas foipiorando até se tornar impossível diri-gir", disse o piloto brasileiro. Na véspe-ra, ele estava otftmsta e dizia esperarfazer uma ótima corrida. Seu plano eraaguardar as 10 ou 15 primeiras voltaspara depois tentar melhorar sua posi-ção.

Ontem, Bobby Rahal terminou emquarto e manteve a liderança do cam-peonato, com 60 pontos. Danny Sully-van foi o quinto e Scott Brayton, osexto. O vice-líder, Rick Mears ficou em15°, mas ainda assim garantiu um pontona prova, por ter feito a pole. EÍe tem58 pontos. Émerson Fittipaldi é o 10°,ao lado de Scott Brayton, com 21 pon-tos.

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QUANDO NÃO E UM. É OUTROl

NA F1 AGORA É ASSIM. OUÜÁ BRASIL, OU DÁ BRASIL. PARABÉNS, PIQUET.

ti A CERVEJA

N21

JORNAL DO BRASIL 2a Edição ? segunda-feira, 3/6/91 O Esportes O 7

Senna exige que

a McLaren melhore tudo1* -A. Montreal, Canadá — AFP

Fernando EwerlonCorrespondente

MONTREAL, Canadá — AyrtonSenna não lamentou de todo o fatodejião ter terminado o Grande Prê-mio do Canadá. "A performance donosso carro em relação às Williamsneste final de semana demonstrouclaramente que eles estão superiores anósy-e com este resultado talvez aminha equipe finalmente encontreumà' motivação extra. O que estavafaltando para a McLaren e para a

-Bonda, sobretudo, era um objetivo, e

uma corrida a menos para o final, oque seria bom. Mas, por outro lado,acho que esse resultado deve ser leva-do em consideração como uma moti-vação extra para que os técnicos daHonda e da McLaren encontrem me-lhores soluções para a performancede nosso carro nas próximas corridase no campeonato."

Apesar da vantagem de 24 pontos,o piloto brasileiro acha que a lutapelo título ainda "está aberta", acre-ditando que a decisão estará na mãoda equipe que der a seus pilotos omelhor gCjüipHfflÇfltO. uAs vi.

acho-que ele ficou claro agora. Se agerlté' quiser vencer este ano, vamosterque melhorar, e talvez isso contri-büa positivamente para o campeona-to", afirmou o brasileiro, que aindalidera o Mundial de pilotos, com 24pontos à frente do segundo colocado,NéJ&ón Piquet.

jjepois de quatro vitórias conse-cutivas na abertura da temporada,Ayrton Senna estava satisfeito com apossibilidade de terminar a corrida deontem em terceiro lugar — posiçãoem que estava até a 26a volta, quandouma pane na parte elétrica de seuMcLaren fez o motor Honda de seucarro" parar.

"Logo no começo dacorrida, eu perdi todas as informa-ções-do computador, não tinha con-tagíros e estava trocando as marchasno'üüvido", disse o brasileiro, queperdia cerca de meio segundo em ca-da--volta, mas consegui manter umacerta, distância de Jean Alesi, depoisqlrerProst, que o perseguiu implaca-velmente desde a largada, errou umamarcha na décima volta e caiu parasexto lugar.

À estratégia do bicampeão era"fazer uma corrida de paciência eesperar a hora certa para procurar opódio". O fato de não ter marcadopontos, segundo Senna, "endureceum pouco a situação" no campeona-to. "Se eu terminasse em terceiro,como estava programado, manteria adiferença praticamente igual, com

tórias e quatro poles até agora nãoforam fáceis. Foi uma luta incrível e,como estou vencendo, o pessoal nãoacredita quando eu digo que a gentenão está no nível necessário, que temgente andando melhor. Talvez esseresultado venha comprovar para elesessa realidade. Se a gente quiser real-mente continuar lutando pelo cam-peonato, precisamos evoluir muito naparte de motor, sobretudo, e na dechassis também. Tem muita corridapela frente e a não ser que a genteconsiga evoluir muito, e rapidamente,vai ser um campeonato muito duro,de grande luta", afirmou Senna.

O atual campeão voltou a negarque já esteja negociando a renovaçãode seu contrato com a McLaren. "Nofim do ano será a hora certa parafalar sobre isso. Neste momento, meucompromisso é total com meu traba-lho, com esse campeonato sobretudo.Vou dar o meu máximo para lutarpor mais esse título e vou procurarmotivar a minha equipe nesta dire-ção, para que a gente consiga real-mente competir até o final do ano",disse ele, demonstrando tranqüilida-de enquanto caminhava de volta parao box. Perguntado sobre para quemtorceria até o final da prova, conside--rando a situação no campeonato,Senna não manifestou nenhuma pre-ferência especial. "Que ganhe aqueleque fizer o meihor e mereça a vitória.Não importa." (F.E.) Saída de Senna mostrou que a McLaren precisa melhorar

Classificação1. Néison Piquet Brasil Benetton-Ford 1h38m51s4902. Stefano Modena Itália Tyrrell- Honda a 31 s8323. Riccardo Patrese Itália Williams-Renault a 42s2174. Andréa de Cesaris Itália Jordan-Ford a 1m20s2105. Bertrand Gachot Bélgica Jordan-Ford a 1 m22s3516. Nigel Mansell Inglaterra Williams-Renault a uma volta7. Pierluigi Martini Itália Minardi-Ferrari a uma volta8. Erik Comas França Ligier-Lamborghini a uma volta9. Emanuele Pirro Itália Dallara-Judd a uma volta

10. Satoru Nakajima Japão Tyrrell-Honda a duas voltas

Não completaram.11. Maurício Gugelmin.... Brasil Leyton House-llmor a oito voltas*1?. J. J. Letho Finlândia Dallara-Judd a 19 voltas

13. Stefan Johansson Suécia Footwork-Porsche a 21 voltast4. Ivan Capelli Itália Leyton House-llmor a 27 voltas15. Jean Alesi França Ferrari a 35 voltas16. Eric Bemard França Lola-Ford a 40 voltas17. Alain Prost França Ferrari a 42 voltas18. Thierry Boutsen Bélgica Ligier-Lamborghini a 42 voltas19. Ayrton Senna Brasil McLaren-Honda a 44 voltas

, 2Q. Mika Hakkinen Finlândia Lotus-Judd a 48 voltas21. Martin Brundle Inglaterra Brabham-Yamaha a 48 voltas" 22. Gianni Morbidelli Itália Minardi-Ferrari a 49 voltas' 23. Roberto Moreno Brasil Benetton-Ford a 59 voltas24. Gerhard Berger Áustria McLaren-Honda a 65 voltas¦ 25. Aguri Suzuki Japão Lola-Ford a 66 voltas• 26. Micnele Alboreto Itália Footwork-Porsche a 67 voltas

. Média de Piquet 185,520 km/h

Mundial de Pilotos

l 1. Áyrton Senna

2. Néison Piquet

3. Alain Prost 11¦: ' -j; 4. Gerhard Berger e Riccardo

Patrese 106. Stefano Modena 9

I 7. Nigel Mansell 7

l 8. Jean Alesi 5

1 9. J. J. Letho 4

Vitórias por pilotos,

1. Prost 442. Senna 303. Stewart 274. Stewart e Lauda 256. Fangio 247. Piquet 238. Mansell e Moss 16

10. Brabham, G. Hill e Fittipaldi.. 14

Mundialde Construtores

kinen e Bertrand Gachot

Emanuele Pirro

f§ 1. McLaren 50 jMf 2. Benetton 19 |

11 3. Williams 17 |

|| 4. Ferrari 16 |n 5. Tyrrell 11 \, I 6. Dallara e Jordan f

8. Minardi e Lotus 3i 10. Lola 1

A vitória da estratégiaOs deuses das pistas deram ontem no

Circuito Gilles Villeneuve dois exemplosdo destino que revelaram para dois pilo-tos: 1- A Nigel Mansell, mostraram maisuma vez que não é bom abusar da sorte,querer exigir mais e mais de um bomcarro, sem que isso seja necessário; 2- E aNéison Piquet, comprovaram que pru-dência também é boa tática, mesmo numcarro que até poderia ser mais exigido.Conclusão: o insaciável Leão teve adiadona última volta seu sonho de se constituirno inglês que venceu mais provas na F 1.E Piquet herdou nos metros finais seu 23°trjiinfn na categoria. Ninguém ganhoumais que ele no Canadá.

Enquanto Mansell—que levou a me-lhor sobre seu companheiro Riccardo Pa-trese, o pole-position, na largada e liderousempre — apontava para sua Williams,punha as mãos na cabeça e andava de umlado para o outro, sem compreender porque fora traído pela sorte tão perto dachegada, Piquet comemorava no pódio oacerto de sua estratégia. Após largar emoitavo lugar, ultrapassou nos momentoscertos, dosou energia e pneus, evitou for-çar, preservou sua Benetton de esforçodemasiado.

Na largada, Mansell e Patrese dispa-raram. Prost fez a primeira curva à frentede Senna mas levou o troco. Na primeiravolta ainda, Alesi, Piquet e Moreno pas-saram Berger, cuja McLaren tinha pro-blemas — pararia a seguir. Piquet, dequebra, ainda superou Moreno. Na 1 Ia

volta, Moreno e Prost rodavam. Na 25",Senna perdeu três posições, ergueu o bra-ço e parou. Enquanto passavam Senna,Piquet aproveitou a hesitação de Alesi,ganhou duas posições de uma vez e aindalevou Prost junto. Duas voltas depoisProst parava. Na 36", quem saia era Ale-si. •

Sabendo que, normalmente, jamais al-.,'cançaria as Williams, Piquet andava tran-qüilo em terceiro. Ganhou uma posiçãona 42' volta, devido à ida de Patrese para,os boxes, com um pneu furado. Mansell, .com a cômoda diferença sobre o brasilei-ro • ~ as vezes 2té 2lém d? rninuto —.insistia em seguir sem trocar pneus. Nãopoupava carro, fazia melhores voltas, da-va show. Patrese, de pneus novos, se recu-perava e era terceiro, mas longe de Pi-quet. A duas voltas do fim, a Williams doitaliano teve problemas e foi superadapela Tyrrell de Stefano Modena.

E Mansell foi castigado já no meio daúltima volta, após contornar o lago. Eleexagerara. A quatro voltas do fim, comos pneus (que não trocou) já desgastados,entrou no vácuo do carro de Patrese,lutou para colocar uma volta de vanta-fi-gem sobre o companheiro. Não contente, -i(fez a melhor volta (Im22s385). Foi pa-rando aos poucos, ainda sacudindo o car-ro, tentando levá-lo assim mesmo ao final— tinha quase um minuto de vantagem.Mas não deu. Parou de vez e, do cockpit,assistiu à passagem de Piquet. O Leão -perdia para o Tubarão do brasileiro. ,

Modena tirou o pé no começo

Stefano Modena subiu mais um de-grau no pódio, ao chegar em segundolugar pela primeira vez em quatro anosna Fórmula 1. Depois da frustrante ex-periência em Mônaco, quando largou naprimeira fila e procurou acompanhar oritmo da McLaren de Ayrton Senna,acabando por explodir seu motor HondaV10, o piloto da Tyrrell começou a corri-da de ontem cauteloso. "Eu aliviei noinicio porque queria poupar os pneus, omotor e os freios", disse ele.

"O carro estava muito forte", disseStefano, que na 48a volta parou no box

para tirar um visor de capacete que en-trara em seu radiador, e aproveitou para"colocar pneus mais macios. "Achava quedava para alcançar o Patrese, mas faltan-do quatro voltas tive meu grande mo-mento, quando cometi um erro e fui nagrama. Perdi alguns segundos mas, porsorte, o carro não foi danificado. Riccar-do me disse que teve problemas e acaboudiminuindo o ritmo mais do que eu espe-rava. Acho que o alcancei por isso",admitiu o piloto italiano, cujo melhorresultado até ontem tinha sido um tercei-ro iugar em Mônaco, em 89. {F.E.)

Conta-giros

F 3 — Os treinos oficiais para a sétimaetapa do Campeonato Inglês de Fórmula3, a ser disputado domingo, começamhoje, no tradicional circuito de Silversto-ne. As tomadas de tempo finais paradefinir o grid de largada serão no própriodia da prova. O brasileiro Oswaldo estáotimista para a corrida, agora que conse-guiu patrocínio para a temporada. Eleacertou com o Consórcio Techcon, umaempresa mineira, e assim está mais tran-qüilo para seguir correndo.

Man — O piloto escocês Roy Ander-son tornou-se ontem a 160a vítima fatalno Troféu Turista que se disputa na Ilhade Man, na Inglaterra. É o quarto pilotoque morre esta semana. Anderson caiuda moto no sábado, e veio a falecerdevido à gravidade de seus ferimentos. Opercurso, um dos mais difíceis do moto-ciclismo, tem feito vítimas desde que foiinaugurado, há 84 anos.

Próxima prova

-4

GP do México16 dejunhoAutódromo Hermanos RodriguezPole em 90: Berger, McLarenVencedor em 90: Prost, FerrariRecorde da pista: Senna, Lotus,Iml6s990Mais vitórias: Prost e Jim Clark (2)Mais poles: Clark (4)Vitória brasileira: Senna (89)

A família Andretti no pódio

¦ Michael, primeiro, John e Mario fazem festa na Indy

Jorge MeditschAgência Estado

; MILWAUK.EE, EUA — A peque-na cidade de Nazareth, na Pensilvânia,dçve ter comemorado muito o resultadodas 200 milhas de Milwaukee. Os trêsmembros da família Andretti que subi-ram ao pódio moram lá e seus feitos naspintas provocam orgulho da populaçãolotai. Michael, o vencedor da prova,nasceu na vizinha cidade de Bethíehem,mas foi criado na pequena rua batizadadá Victory Lane em homenagem à vitó-riá de seu pai Mario nas 500 milhas deliildianápolis, em 1969.

. Seu primo John, segundo colocado,filho de Aldo, irmão gêmeo de Mario,também nasceu em Bethíehem e cresceuem Nazareth. Mario, o terceiro ontem,é p segundo piloto mais velho rodando

na Indy, com 50 anos. Ele é um dosnomes do automobilismo americanomais conhecidos no mundo todo, porter sido campeão na categoria em 1978.Dono de estilo refinado e ao mesmotempo agressivo, ele é conhecido comodifícil de ultrapassar.

Mario, também é notório, não pou-pa os carros e muitas vezes deixou devencer por não conseguir terminar. Elenasceu na Itália, mas hoje é cidadãoamericano e companheiro do filho Mi-chael na equipe Newman Haas, um ti-me que tem como um dos principaissócios o ator Paul Newman. A dupla,na pista, briga de igual para igual, semque o fator família amenize as disputasem que, muitas vezes, chegaram a tocarrodas em altas velocidades.

Para Emerson Fittipaldi, oitavo, odesempenho de seu carro foi tão fraco

que era preferível quebrar durante acorrida. "Eu saía de frente na entradada curva e de traseira na saida. Noinício, estava mais ou menos, mas foipiorando até se tornar impossível diri-gir", disse o piloto brasileiro. Na véspe-ra, ele estava otimista e dizia esperarfazer uma ótima corrida. Seu plano eraaguardar as 10 ou 15 primeiras voltaspara depois tentar melhorar sua posi-ção.

Ontem, Bobby Rahal terminou emquarto e manteve a liderança do cam-peonato, com 60 pontos. Danny Sully-van foi o quinto e Scott Brayton, osexto. O vice-líder, Rick Mears ficou em15°, mas ainda assim garantiu um pontona prova, pc>r ter feito a pole. Ele tem58 pontos. Emerson Fittipaldi é o 10°,ao lado de Scott Brayton, com 21 pon-tos.

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OUANDO NA.O E UM. £ OUTRQ1

NA F1 AGORA E ASSIM. OU DA BRASIL, OU DA BRASIL. PARABENS, PIQUET.

A CERVEJA

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8 O Esportes O segunda-feira, 3/6/91 +• JORNAL DO BRASIL

O rádio avisa,

Fernando EwertonCorrespondente

MONTREAL, Canadá — "For-

ce, force, Nigel está parando." Amensagem, vinda do boxe da Be-netton pelo rádio, fez o brasileiroNélson Piquet voltar a pisar no ace-lerador na última volta do GrandePrêmio do Canadá, depois de já terdiminuído o ritmo, satisfeito com osegundo lugar após ter abandona-do , os dois últimos GPs logo naprimeira volta. "Eu queria fazer

v*/\rnnopuivjuv-J/ln UAO t^Afn noUllItX lun iua uuu,estava aqui e tinha muita pressãoem cima. Depois de tudo o queaconteceu nas últimas corridas, euqueria que tudo fosse bem, e nofinal, quando o cara parou, quasenão me contive", disse o tricam-peão mundial, que se tornou omaior vencedor no Canadá, comtrês vitórias.

Piquet estava tão preocupado emchegar ao fim da prova que fez umatroca de pneus na 27a volta, mesmoacreditando que daria para continuarsem o pit-stop.

"Os pneus estavammuito bem, tanto que no final, quan-do vi meu primeiro jogo, eles estavamquase inteiros", disse ele, que que-brou um monopólio de quase cincoanos de vitórias da Goodyear — aúltima vitória da Pirelli fora comGerhard Berger, também dirigindouma Benetton, no México, em 1986."Eu não precisava parar, mas nãoqueria correr riscos", disse o tricam-peão, admitindo certa intranqüilida-de nos dias que antecederam a prova,aumentada pela presença das cúpulasda Benetton e da Ford, para o lança-mento do novo motor VI2, a serusado pela equipe na próxima tem-porada.

Perguntado sobre como tinhamsido as primeiras voltas, Nélson,que faz 39 anos em agosto, disseque a idade estava afetando suamemória e que precisava ver na TV,para lembrar direito o que aconte-cera. Após a gargalhada geral, opiloto da Benetton classificou o co-meço da prova de "muito excitante,com todas aquelas ultrapassagensacontecendo à minha frente, euvendo tudo aquilo na primeira fi-la". Na verdade, além de Mansellsobre Patrese na primeira curva, ede Alesi, que pulou de sétimo paraquinto logo na largada, até a déci-ma volta, só Piquet ganhou posi-ções, superando seu companheiroRoberto Moreno e a McLaren deGerhard Berger. "O resto foi umpouco chato, porque as Williamsdesapareceram e eu precisava deum binóculo para vê-las."

O bom humor do vencedor conta-giou a entrevista coletiva dos trêsprimeiros lugares. Apesar de ter per-dido a vantagem da pole logo naprimeira curva para Nigel Mansell, ede ter problemas com o câmbio nasúltimas voltas, quando foi ultrapas-sado por Stefano Modena, o italianoRiccardo Patrese, recordista de GPsna F 1, se disse alegre com a vitóriade Piquet, "pois mostra que os velhostambém podem vencer".

Ferrari só,anda

forte no inícioÁlibi perfeito quem tem é Cesare

Fiorio. Ele não pode ser acusado porProst porque sequer colocou os pés naIlha de Notre Dame. Com Fiorio naItália, a Ferrari voltou a decepcionarem Montreal, apesar de o francês AlainProst ter demonstrado nas primeirasvoltas um apetite que ainda não tinhasido visto nesta temporada, partindopara cima da McLaren de Ayrton Sen-na e protagonizando a perseguição maisemocionante da prova. Mas a canseirade Prost no atual campeão durou só atéa 11a volta, quando o professor teveproblemas para engatar a marcha certa,e acabou caindo para a sexta posição.

O prejuízo não diminuiu a vontadedo tricampeão em sufocar as críticasque a imprensa italiana tem lhe dedica-do, e ele passou a duelar contra outrobrasileiro, o também tri Nélson Piquet.Na 26a volta os dois ultrapassaram aFerrari, de Jean Alesi, que estava emquarto, e ainda ganharam uma posiçãocom a saida de Senna. Mas a alegria nobox vermelho durou pouco, com Prostabandonando a prova na volta seguin-

te-, cotriocâmbio quebrado.As esperanças ferrãrisías-tesírasaiiL- _

se então em Alesi, que herdara a quartaposição e ali ficou até a 34a volta. "Nãosei exatamente o que foi, mas o motorparou", explicou o francês ao voltarpara o box de carona num dos carrosda organização.

Segundo ele, o carro até aquele mo-mento estava bem, somente com ospneus perdendo um pouco de aderên-cia. "Mas dava para continuar a corri-da. Fiquei decepcionado, pois comeceiatacando forte, estava bem de consumode combustível, mas o motor acabou",disse o piloto da Ferrari, que teve seufracasso minimizado pela frustraçãodas Williams e o inédito abandono dasMcLaren nesta temporada. (F.E.)

'Tubarão' ainda guarda mistérios Moreno põe culpa no câmbio

a focta nnc Kavpc a a Rpnpttnti çf> cou dcIo menos tres derr&pHEcns ¦A primeira vitória com o novo

B191 ainda não foi suficiente paradeixar Nélson Piquet satisfeito com odesenvolvimento do Tubarão de JohnBarnard. "Ainda estamos muito con-fusos sobre o carro, porque não sabe-mos exatamente o que fazer quandoalgumas coisas acontecem", disse ele,que espera os testes em Silverstone,após o GP do México, para conhecermelhor o carro. "É muito difícil. Souacostumado a conhecer muito todo ocarro em que corro. Então, quandohá um problema, paro e eu mesmoarrumo. Agora estamos jogando umpouco no escuro, advinhando as coi-sas. O Moreno está ajudando muito,porque faz um tipo de acerto, eu façooutro, e aquele que fica melhor, agente segue."

A maior dificuldade, para Piquet,é encontrar a regulagem certa para asuspensão. "Ainda temos muita coisapara ver até podermos usar menosasa e andar mais rápido na reta. Nomomento, estamos usando muita asa,porque o carro não tem um bomacerto de suspensão ainda." Segundoele, "o motor melhorou um pouqui-nho", e o B191 já começa a mostrarpotencial.

"Hoje foi o mais competi-tivo, apesar de as Williams terem su-mido, mas isso foi à parte. Entre asFerraris e as McLarens, provou sercompetitivo, pois estávamos andandotodos ali. É um dos melhores carrosque já dirigi. Só não sabemos aindacomo acertá-lo", disse.

"Hoje ganhei devido à má sortedos outros", reconheceu, afirmando

que vencer "é bom de qualquer ma-neira, mas não tanto quanto lideran-do de ponta a ponta, como no passa-do". Piquet não se mostrou muitoentusiasmado com a notícia da che-gada do VI2 da Ford na próximatemporada. "Para mim não importase é oito, doze ou dezesseis. È claroque todo mundo quer mais potência,mas isso é coisa para o próximoano." Ao menos Piquet parece já tercondições de chegar à frente das Tyr-rells de Stefano Modena e SatoruNakajima. Um bom negócio, pelomenos enquanto valer a aposta comKen Tyrrell, que ontem pagou US$100 ao brasileiro, na entrevista coleti-va. E promete o mesmo sempre queuma Benetton conseguir superar oscarros de sua equipe. {F.E.)

Montreal, Canadá — AFP

A festa nos boxes da Benetton sónão foi completa devido ao abando-no de Roberto Moreno, na décimavolta do GP do Canadá, após sair dapista na chicane antes da reta dosboxes. Desolado num canto do bo-xes, já de banho tomado quando acorrida ainda não havia chegado àmetade, Moreno titubeou antes de falarsobre o acidente, correndo até a muretada pista para perguntar ao diretor daequipe, Flávio Briatore, se poderia fa-zer comentários sobre o que acontece-ra.

"Fui autorizado a falar", disse ele,para depois explicar que teve "um pro-blema no câmbio, que deu uma blo-queada e provocou uma escapada vio-lenta" na curva. Moreno estavapreocupado inclusive com a possibili-dade de ser responsabilizado pela su-jeira que ficou na pista, e que provo-

cou pelo menos três derrapagens —,das Jordans de Gachot e De César,is eda Tyrrell de Modena. "Não sabe-mos ainda o que foi. Temos de des-'montar para ver", disse Moreno, que<conseguiu encontrar uma marcha ca-!paz de levá-lo até o box, com a sus-pensão traseira irremediavelmente da-nificada.

Segundo o piloto, "o carro estava;

bom e demonstrou ser rápido", ape-sar de no começo da prova ter tido;1problemas com o freio. "Meus freiosestavam esquentando muito e fizemos*uma modificação para a corrida, e atése estabilizarem, eles estavam muitoruins." O consolo do brasileiro era o's:outros abandonos ilustres que aconte-,.ceram durante a prova.

"Se está todomundo saindo é porque o circuito fazcom que haja muitas quebras. Fui ape-nas uma delas." (F.E.)

Ford confirma V12 em 92

Piquet vibra com a vitória que já não esperava mais, quando já poupava sua BenettonMontreal, Canadá-

Custou, mas finalmente a Ford anun-ciou, com toda a pompa, o desenvolvi-mento de um motor de 12 cilindros paradisputar o campeonato de F 1 de 1992. Aconfirmação foi feita pelo presidentemundial da companhia, Allan Gilmor,na presença de toda a cúpula da Benet-ton, que terá exclusividade na utilizaçãodo novo motor na próxima temporada."A Fórmula 1 continua a ser uma arenaaltamente atrativa na pesquisa de com-ponentes, processos e materiais de tecno-logia avançada", afirmou Allan Gilmorna área vip em cima do boxe da Benet-ton, no final da tarde de sábado.

Este será o primeiro V12 produzi-do pela Ford-Cosworth, marca que jáganhou 158 Grandes Prêmios de Fór-mula 1, 12 campeonatos de pilotos e10 de construtores, mas não conquis-ta um título desde 1982, com a Wil-liams de Keke Rosberg. O novo mo-tor de 3,5 litros — que está sendodesenhado e desenvolvido em Nor-thampton, na Inglaterra, e deverá co-meçar a ser testado ainda este ano —terá seus cilindros dispostos em ângu-los de 75 graus, como os atuais V8,procurando seguir a mesma tendênciacompacta e leve de seu antecessor.

Apesar de presente' ao anúncio donovo motor, junto com Roberto Mo-reno, o tricampeão Nélson Piquet não"quis comentar as perspectivas que oprojeto abre para a Benetton. "Isso écoisa para o outro ano. E no outro ano,; ,eu não sei nem se vou estar correndoaqui", disse o piloto, escapulindo rapi-\damente dos jornalistas e deixando no>ar suas intenções futuras. Para o resto,da atual temporada, no entanto, os pi-lotos da equipe, que já têm exclusivida-.de no uso da atual versão de 650 cava-los do V8, poderão contar ainda com odesenvolvimento de uma nova série (a'sexta), a ser instalada no B191 até o fim,do ano.

Ao justificar o "enorme" investimen-to da Ford para desenvolver o VI2, opresidente da fábrica disse não ter ne-nhuma informação de bastidor que otenha convencido de que não haverá al-terações nos regulamentos da próximatemporada. "As regras não têm mudadoe não vejo porque deveriam", afirmou-Allan Gilmor, que acredita que o novomotor poderá girar à velocidade de 16mil rpm, contra os 13 mil rpm dos V8.(F.E.)

Mansell fica, os outros passam. Triste desfecho para quem liderou desde a largada

Frustração total na Williams

Depois de dominar totalmente osegundo dia de treinos e 99% dacorrida de ontem, a Williams mergu-lhou em frustração a poucos metrosda linha de chegada do Grande Pré-mio do Canadá, quando Nigel Man-sell começou a esmurrar o volante de~seu carro, enquanto lentamente o es-tacionava num canto da pista apósliderar a prova, da primeira curva áúltima volta. "É quase inacreditável.Eu entrei no cotovelo, reduzi de quin-ta para quarta (marcha), como fiz nas68 voltas anteriores, e então o câmbioentrou em ponto morto e o motorparou quase simultaneamente, comosc tivesse uma falha elétrica. Foi is-so", disse o inglês, inconsolável.

Mansell ganhou a ponta na pri-meira curva após a largada, superan-do seu companheiro Riccardo Patre-se, que saíra na pole.

"Nigel largoumelhor do que eu, chegou primeirona curva e fechou um pouco a por-ta", disse o italiano, admitindo nãoter forçado um duelo para não preju-

dicar a equipe. O segundo piloto daWilliams também não teve um dia desorte, perdendo o segundo lugar após40 voltas, devido a um pneu furado."Eu perdi muito tempo com isso,porque tive de ir devagar por quasemeia volta", disse Patrese, que retor-nou em sexto e seis voltas depois jáestava na terceira posição.

A recuperação de Patrese e a van-tagem de 53 segundos que Manselltinha sobre Nélson Piquet na últimavolta deram mais uma prova da forçada Williams, que para azar de seuspilotos ainda não encontrou a fórmu-la para terminar as corridas. Desde oinício da temporada, nas duas únicasvezes em que cruzaram a linha dechegada, ambos foram ao pódio co-mo segundo lugar (o inglês em Mô-naco e o italiano no Brasil). "Quandovocê fàz uma Loiiid'a~ÍHmáãuCã;'mo eu acho que fiz, não há nadarealmente a fazer senão dizer que es-peramos tentar de novo", disse Man-

sell, que até parar na última volta"não tinha tido qualquer problemacom o carro".

A frustração era compartilhadapor Patrese, que apesar de terminarem terceiro, somando mais quatropontos aos seis que tinha no campeo-nato, também sentiu um gostinho dederrota no final. "Faltando entre 10 e15 voltas minha caixa de marchasenlouqueceu e nas últimas quatro oucinco voltas eu tive problemas na ho-ra de reduzir. Decidi diminuir o ritmoe terminar a corrida", afirmou o ita-liano, que acabou sendo ultrapassadopor Stefano Modena faltando trêsvoltas para o final. "É frustrante.Sabemos que na próxima corrida tal-vez nossos carros possam continuarna frente, mas quando você perdeuma oportunidade como essas é de-cepcionante", disse ele, que após re-

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Desde 1987, o problema de Mansell é o 'pé pesado'

A velha sina do 'Leão'

Mansell, a amargaaposta aa equipede Frank Williams

Nigel Mansell acalenta há muitoj

tempo o sonho de ser campeãoe, nas duas oportunidades concretasque teve, em 86 e 87, dispôs do me-lhor equipamento da temporada: aWilliams-Honda que dividiu comNélson Piquet. No início deste ano, ocasamento Williams-Renault come-çou a dar à equipe o direito de sonharnovamente com a ponta, com os bonsresultados dos treinos realizados noinverno europeu. Começou o cam-peonato e, apesar do show de AyrtonSenna, poucos no circo tinham dúvi-das de que a equipe de Frank Wil-liams estava voltando aos seus me-lhores dias, quando tinha o motorHonda e Nélson Piquet, além deMansell.

gel Mansell de carona para o box,numa lacônica demonstração de soli- +dariedade na derrota .(FE)

tm b /, o erro de Fiauk Wrllràmse -de seu projetista-chefe, Patrick Head,

foi o de apostar demais em Mansell, aponto de tornar impossível a perma-nência, na equipe, de Piquet e, por1tabela, dos motores Honda que obrasileiro vinha ajudando a desenvol-ver. Nélson saiu, a Williams ficoucom Mansell e os fracos motoresJudd. Agora, ao iniciar a terceiratemporada com os motores Renault,a Williams parece ter corrigido umproblema - motor - e deixado outrosem solução: um piloto que é espeta-"cular, mas que tem o pé pesado de-mais.

Nos tempos da Honda, Mansellcostumava contrariar as recomenda-ções dos japoneses, trabalhando na ¦faixa de 12 mil giros, enquanto Piquet.ficava nos 11 mil. O resultado todosconhecem. Ontem, em Montreal,Mansell mostrou que continua o mes-mo: velocíssimo, espetacular, aguerri-do , mas impiedoso com o equipa-"mento. E também ontem, o carrasco

--áe-JJigel foi " mesmo piloto que aWilliams deixou ir embora, em 87.

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1}W Fotos do Jos6 RobgilQ Sgrra,

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Collor e Brizola, os dois de camisa azul e calga cinza, reafirmaram a cooperagao dosgovernos estadual e federal

Favelados agitaram bandeiras na solenidade de langamento da obra da Linha Vermelha

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Rio de Janeiro - Segunda-feira, 3 de junho de 1991 ____ NSopode sar vendido separadamente

JORNAL DO BRASIL

Cidade

O começo da Linha Vermelha

Ao lado de Brizola, Collor afirma que Rio é prioridade de seu governo"O Rio de Janeiro, para o governo

Fotos de José Roberto Serra ,

leuerai, e uma pnoriiiaue. c a piiunoa-—de, no meu governo, é estabelecida deacordo com o interesse nacional." Comesta afirmação, o presidente Collor ar-rançou aplausos das cerca de 10 mil pes-soas que assistiam, na Favela da Maré,em Bonsucesso, à solenidade que marcouo início da construção da Linha Verme-lha, via expressa paralela à Avenida Bra-sil que, em sua primeira etapa, vai ligarSão Cristóvão à Ilha do Governador. Aolado do governador Leonel Brizola, empalanque montado nos fundos do CiepOperário Vicente Mariano, Collor seloua cooperação da União com o Estado doRio de Janeiro. A cerimônia começou às16h30.

O presidente afirmou: "O Rio de Ja-neiro não se pertence; o Rio não é nemdos cariocas nem dos fluminenses. O Rioé do Brasil. O Rio é a cidade-síntese. ORio traz no seu espírito um pouco detodas as qualidades, que são inúmeras,do povo brasileiro e por isso nós temosque lhe dar uma atenção muito especial."E, continuando os elogios, Collor deixoumuita gente perplexa ao afirmar: "O Rioprecisa e vai ter o apoio de que necessitarpara se transformar na grande capitaldeste país."

Collor e Brizola chegaram juntos, dehelicóptero, acompanhados pelos minis-tros da Economia, Marcilio MarquesMoreira, e da Infra-Estrutura, João San-tana, e pelo prefeito Marcello Alencar. Opresidente e o governador estavam decamisa azul-claro, com as mangas arre-gaçadas, e calça cinza. Os dois foramaplaudidos e saudados em faixas, nasquais o nome de Brizola também tinhadois eles. A Banda do Corpo de Bombei-ros havia se preparado para tocar nachegada do presidente, mas o som quetodos ouviram foi a lambada Fé Brasilei-ra, do grupo Chiclete com Banana, usa-da na campanha de Collor.

Improviso — A solenidade tevedetalhes incomuns. O presidente Collornão leu o discurso: falou de improviso.Brizola, habituado a improvisar, segura-va as anotações e as olhava a todo mo-mento, apesar de seus óculos permanece-rem no bolso da camisa. A multidãoficou longe, isolada por uma grade decerca de um metro de altura. Brizoladisse que a construção da Linha Verme-lha tem uma "significação moral, porquevai marcar um início de todo um proces-so de recuperação do Rio."

O governador fez Collor sorrir, aoafirmar que "a obra vai fazer chover noroçado da gente da Maré". E explicouque a área será urbanizada: "Aqui, va-mos ter mais água, mais drenagem e maisesgoto; mais habitação, iluminação, ruase ônibus. A área vai ser um colar deescolas, muito mais do que estes quatroou cinco Cieps que conseguimos fazer.Às margens da Linha Vermelha, vamosconstruir um colar de escolas, um colarde Cieps, um colar de Ciacs, segundo oprograma federal."

Collor reafirmou essa intenção. "Ou-tro exemplo dessa cooperação è o projetoque o governo federal está lançando emtodo o Brasil, com início das obras pre-visto para o fim do ano: o Projeto MinhaGente, ou os centros integrados, osCiacs, como se referiu o governador",disse o presidente. E completou: "Sãoescolas parecidas com os Cieps que fo-ram introduzidas aqui pelo governador,no seu primeiro mandato, e essa expe-riência, essa iniciativa, nós estamos ago-ra desenvolvendo em todo o Brasil, paraque toda a população mais carente donosso país possa ter acesso ao ensino, àeducação, à instrução, à saúde e, sobre-tudo, à alimentação, para formar bonscidadãos e trabalhando pela pátria".Neste ponto, foi Brizola quem puxou osaplausos."Minha gente" — "Isso, minhagente, é apenas um primeiro passo nestanossa colaboração", disse o presidente.Brizola dissera antes que pretende fazermelhorias em toda a área junto à LinhaVermelha e que o governo estadual e omunicipal assumiam esse compromisso,estendendo-o ao presidente. O governa-dor ressaltou que a construção da LinhaVermelha criará entre 15 mil e 18 milempregos diretos e indiretos. Destacou aimportância da obra na recuperação daCompanhia Siderúrgica Nacional, quefornecerá as estruturas metálicas.

Sobre as críticas que vem recebendopor esse namoro com o presidente, Brizo-la disse: "É verdade, presidente, que fa-zem mau agouro deste esforço, deste ver-dadeiro programa de cooperação queestamos desenvolvendo. Deixamos queeles digam o que quiserem. Nós temosque continuar trabalhando juntos paradesenvolver os superiores interesses danossa gente." Collor, com os punhoscerrados, afirmou: "Ao lado desta obra,estamos também, sempre em colabora-ção com o governo do estado e com ogoverno municipal, começando a fazer adistribuição progressiva e definitiva decerca de 10 mil títulos de propriedade naárea da Maré, Vila do João e NovaHolanda, para corrigirmos injustiças co-metidas no passado. Hoje, o que estamosfazendo, minha gente, é valorizando odiálogo e o entendimento, valorizando asnossas instituições democráticas, porquetodos sabemos que democracia se fazcom desarmamento de espíritos. Demo-cracia se faz com diálogo, com entendi-mento, com colaboração e com coopera-ção dos lideres políticos".

Presidente

brinca com

bate-estacasDepois de ensinar ao presidente Col-

lor e ao governador Brizola a acionar obate-estacas, o operador Oliene Nunesde Freitas, 45 anos, constatou: as quatropancadas fizeram a estaca descer 2,5 me-tros, além dos cinco que já tinha penetra-do no terreno. A primeira estaca da Li-nha Vermelha, fincada na solenidade deontem à tarde por Brizola e Collor, quese divertiu, é uma das 20 que sustentarãoa ponte sobre o Canal do Cunha."Muito satisfeito" por ter ficado tãoperto de Collor e Brizola, Oliene comen-

Governador

diz que ajuda

demais estadosMais do que desprezar as críticas e

o ciúme de vários políticos por causade seu bom relacionamento com o gover-no federal, o governador Leonel Brizoladeu ontem conselhos aos colegas, depoisda solenidade que marcou o início daconstrução da Linha Vermelha — invés-timento de USS 140 milhões, dos quaisUSS 100 milhões da União. "Eles (osoutros governadores) deveriam me agra-decer, porque estou trabalhando poreles. Afinal, vão receber obras que foramsugeridas por mim", disse Brizola, refe-rindo-se à construção de 5 mil escolasfederais nos moldes dos Cieps.

Descontraído e contente com o su-cesso da festa, o governador reconheceuem Collor um "adversário político", masdisse que é coerente ao manter umbom relacionamento com o presidente.Brizola ressaltou que sua amizade comCollor não está "amarrando as mãos"do PDT. "Não nos alinharemos emtorno de uma política econômica quenão reconheça que a causa principal detudo que está aí são as perdas interna-cionais." Disse que os políticos de seupartido podem ser "menos drásticos,mais educados nas críticas, mas semum recuo sequer". Sem modéstia, ogovernador afirmou: "Eu tenho luz pró-pria, o povo brasileiro sabe que não souhomem de estar me passando para umlado e para outro".

Antes de receber o presidente Fer-nando Collor na Base Aérea do Ga-leão, às 16h 10, Brizola foi pela tercei-ra vez ao local da solenidade, paraver se estava tudo como queria. Navez anterior, mandou mudar o palan-que de lugar e acompanhou o traba-lho de terraplenagem que transformouo matagal e depósito de lixo em helipor-to. Até o secretário nacional de Desen-volvimento Regional, Egberto Batista,presente á solenidade, elogiou a rapidez(cinco dias) com que o cenário da festafoi montado.

Para alguns convidados, a soleni-dade não foi tão agradável. Parlamen-tares e até o secretário estadual de Tra-balho, Carlos Alberto Oliveira, tiveramdificuldade para subir no palanque, poisforam barrados ao chegar. Enquanto is-so. Brizola iniciava seu discurso comuma gafe: esqueceu de mencionar a pre-Sença do ministgQ-Aa Infrn-FstriitiirnJoão Santana.

tou que o presidente não precisava tererguido tanto o martelo (bloco de 25toneladas, que é levantado e arriado so-bre a estaca, para cravá-la). "Normal-mente, a gente levanta um metro e depoisdesce o martelo", disse o operário. Mas,divertindo-se com a máquina, Collor, emuma das vezes, ergueu o martelo quaseaté o topo, a oito metros de altura. "Eleaprendeu logo como fazer. Não deu paraficar emocionado, mas gostei muito deestar perto do presidente e do governa-dor", disse Oliene. Ele votou em Brizolapara governador, mas preferiu não co-mentar seu escolhido para presidente daRepública na eleição de 1989. Sob osaplausos de políticos e assessores e oolhar atento do operário, Collor e Brizo-la passaram pouco mais de cinco minu-tos trabalhando no bate-estaca.

Maré assiste

em clima de

cordialidadeUm clima de cordialidade domi-

nou o espírito dos cerca de 10 milmoradores das 15 favelas da Maréque assistiram à solenidade de lança-mento da Linha Vermelha. A maiorianão votou em Collor para presidente,mas ninguém vaiou. Leonor Pereirade Carvalho, de 43 anos, por exem-pio, é eleitora de Brizola e não temsimpatia por Collor. Entretanto, dis-se que não iria vaiar porque, afinal,"ele é o presidente da República".Ela aprova a aproximação dos dois

porque "juntos

podem produzir algu-ma coisa e um sozinho não faz na-da".

Severino Jerônimo de Araújo, de58 anos, era uma exceção. Este votouem Collor e Brizola. Contou que es-tava ali para ouvir o que tinham adizer mas que não esperava "nada denenhum dos dois". Se pudesse pediralguma coisa aos políticos, pediriatrabalho, porque

"é só isso que elespodem dar para a gente". Cleidinéiada Silva Carvalho, 22 anos, duas fl-lhas, que mora "de favor" na favelaNova Holanda e quer casa para mo-rar, comentou: "Eles têm que ver quetem muita gente debaixo dos viadutosporque um aluguel aqui custa Cr$ 30mil".

PREFEITURADA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

COMUNICADO

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO MUNICIPAL-IPLANRIO, torna público que recebeu da FundaçãoEstadual de Engenharia do Meio Ambiente-FEEMA, a Licença de Instalação n° 043/91 comvalidade de 1.095 dias, para a atividade de Implan-tação do projeto denominado Rio-Orla de urbani-zação da orla marítima. Trecho do Leme até aAvenida Sernambetiba já duplicado. Rio de Janeiro.(Processo n° E-07/200642/91)

©LightServiço*Eletrofcrás ^

Serviços de Eletricidade SA

AOS NOSSOS CLIENTESDE SÃO JOÃO DE MERITI

A partir de 03/06/91, os serviços ds atendi-mento comercial, para os clientes residentesem S&o João de MerIU e localidades adja-cantes, passarão a ser leitos no seguinteendereço:Agência Comercial de Slo JoSo de MeritlAv. Pree. Lincoln, 1470 - Lojas C, O e EVllar doa Teles - Sáo João de MeritlCom essa medida, deixarão de lunclonar asagências comercias localizadas nos ende-roços abaixo relacionados:Rua Tenente Manoel de AlvarengaRibeiro, 93 - Lola C • Sio Joio de MeritlAvenida Nilo Peçanha, 2660Duque de CaxiasO objetivo da mudança visa a centralizaçãode atendimento comercial no Município deS&o Jo&o de Meriti, em lotai de fácil acessopara toda populaç&o. A nova agência ô dota-da de Infra-estrutura moderna, com sistemascomputadorizados do Informação, quo per-mitem um atendimento rápido e personaliza-do.

Governodo Brasil

Olho da Rua

O Túnel Dois Irmãos (sentido Gá-vea—Rocinha) e o Elevado do Joá(sentido São Conrado—Barra) fica-rãointerditados das 23h de hoje às 5hde amanhã para limpeza e manuten-ção'.

A Fundação Parques e Jardins cs-tará. de hoje até o dia 7. fazendo apoda das árvores das ruas Santa Basi-iissa (Penha), Moura Brito (Tijuca),Dezenove de Fevereiro (Botafogo), Re-dentor (Ipanema), Souza Franco (VilaIsabel) e José Linhares (Leblon). Paraisso, pede que os moradores colabo-rem, principalmente evitando estacio-nar os carros nas calçadas.

Vítor Matos reclama que os ex-pressos de luxo da Viação Rio Ita(Alcântara—Castelo) estão transpor-tando passageiros em pé, que ocupammais de 20% da lotação de pessoassentadas. Ele pede providências aoDepartamento Estadual de Transpor-te Rodoviário (Detro).

O movimento na sorveteria locali-zada no número 67A da Rua NossaSenhora de Fátima, no bairro de Fáti-ma, vem caindo muito por causa de umburaco aberto ali há 40 dias que impe-de o fácil acesso dos fregueses.

Célia do Prado Jucá, 80 anos,moradora de Botafogo, já não se sur-preende quando, depois de uma difi-cil caminhada de bengala para tomarum pouco de sol, chega à Praça Almi-rante Tamandaré e se depara commendigos e pervertidos que desfilamnus ou fazem suas necessidades ao arlivre. Lamenta, porém, que habitan-tes tão inconvenientes acabem comaquela área de lazer.

Um ônibus da linha 209 (Caju—Praça 15) da empresa Braso-Lisboa,não parou, na quinta-feira, às 13h55,no ponto da Avenida Presidente Var-gas, em frente ao prédio da Prefeitura,onde seis passageiros faziam sinais.

Ò poste da Rua Visconde de SantaIsabel, em frente ao n° 421, está semluz há três meses. A moradora Heloi-sa Helena diz que a escuridão temfacilitado a ação de estupradores eassaltantes.

Os ônibus não param mais na Praiado Flamengo, próximo á Casa do Es-tudante, desde que a placa do ponto foiroubada, segundo a moradora Brasili-na Luiz da Silva.

.Clientes da C&A, da AvenidaNossa Senhora de Copacabana, estãopreocupados com as portas de incên-dio da loja, trancadas a cadeado pelolado de fora.? Notas para esta coluna pelo telefone585-4693, das 14 às 16h, de segunda àsexta-feira, com Carla Rocha.

Queixas do povoCarlos Alves de Matos pediu há

três anos e quatro meses a transferèn-cia de uma linha telefônica do Leblonpara Jacarepaguá e a promessa deinstalação até julho de 89 não foicumprida. Mais tarde ele recebeu no-va .promessa, de que teria o telefoneno;terceiro trimestre de 90, tambémnãó cumprida. Carlos, então, encami-nhou, este ano, queixa a esta coluna,quando obteve da assessoria de im-prensa da Telerj a resposta de que "ainstalação dependia da liberação deum número de telefone na central dedestino, o que deveria acontecer atémarço". E novamente a previsão fu-rou.A assessoria de imprensa da Telerjlembra que se comprometeu, atravésda carta publicada em janeiro desteano, a atender ao pedido de transferèn-cia e para isso designou um número nacentral telefônica local. Mas foi cons-tatada a inexistência de pares de fiosem condições de uso. A Telerj garanteque se empenha em atender ao assi-nante Carlos Alves através de soluçõesalternativas, o que deve permitir a ins-falação do aparelho até o fim destetrimestre.

Nos dois anos em que mora emGuadalupe, na Rua Vicente Tropia,João Luiz Salvador dos Reis só teveágua durante três meses. Mesmo as-sim ele nunca deixou de pagar a taxade água e esgoto.A assessoria de comunicação social daÇedae informa que o 10° Distrito deÁgua e Esgoto reconhece as deficiên-cias do abastecimento de água daquelaregião. Por isso já providenciou equipetécnica para ir até a casa de João Luize verificar se há problema de entupi-mento no ramal.> Notas para esta coluna: Avenida Brasil,500, 6" andar, CEP 20949.

¦ Em 5 de maio de 1920, o JOR-NAL DO BRASIL publicou a seguin-te queixa: "A Sra. Dinina Olympia daConceição Lessa procurou hontem o'Jornal do Brasil' para queixar-secontra o procedimento irregular e es-candaloso do tenente Goytacaz, ante-hontem no quartel do 4U Batalhão daBrigada Policial à Rua Evaristo daVeiga, expulsando-a da capella alliexistente quando assistia às novenas.A queixosa informou-nos que verda-deiramente não sabe qual a causa quedeu motivo ao tenente em questãodirigir-se a ella quando fazia precescomo boa catholica que é."

: 2 o Cidade o segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

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Sao Paulo claro 27.2 16.6Vitoria claroCuritiba claro 23.6 8.6Florianopolis....claro 26.0 14.5Porto Alegre par/nublado 28.8 14.4

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Mais um dia de céu claro no Sudeste

OUTOIMO NO RIO

O Centro Regional de Me-teorologia prevê mais um diade céu claro e calor. A máximasubiu até 31,5° enquanto a mi-nima permaneceu estável e foimarcada com 17,3°. Os nevoei-ros esparsos esperados para amadrugada podem reduzir avisibilidade durante a manhã eprejudicar o movimento dos aeroportos.

O Serviço Meteorológico Marinho confirma otempo bom na orla maptima e a névoa úmida namadrugada e manhã. E possível que haja restri-ções na visibilidade para o movimento das embar-cações neste período.

Os ventos sopram de sudeste para nordestecnm a velocidade entre 10 e 15 nós, que deixam omar meio agitado formando ondas de lm e l,5m,em intervalos de 4 e 5 segundos. A temperatura daágua se encontra entre 22° e 24°, e estão liberadaspara o banho de mar as praias de Copacabana edo Leme, na Zona Sul do Rio. Fora da cidadetodas estão liberadas.

NO MUNDO, ONTEM

nasccntc 06h26minpoente I7hl4min

ObscrvatO"Q NacionalA LUA

nascente 22h3lminlOhSOminpoentc

? 3Cheia Minguante

28/5 a 5/6 5/6 a 12/6

¦Nova12 a 19/6

€Crncmte

19 a 26/6;

praamar05h53rain 1.0mI8h36min 0.9m

baUamar13h34min 0.3m22h47min 0.6m

A concentração de toda a nebulo-sidade do sul do continente formouuma frente fria com forte atividade

.desde o Chile e a Argentina até o;}i;Uruguai e o Sul do Brasil, já atingin-£do o Rio Grande do Sul. Ainda nãoí*choveu mas é possível que o mauííãempo se apresente até o fim da tardevjia capital gaúcha. A temperatura en-"

trou em elevação e só em Curitibapermaneceu baixa, com 8,6° — a mí-

.nima nacional. Em Santa Catarina e":; no Paraná o céu vai continuar claropelo menos por hoje, como informa o

'-.'-Departamento Nacional de Meteoro-logia.

A alta pressão subtropical doOceano Atlântico conseguiu mantero tempo bom no fim de semana doSudeste e do Centro-Oeste e, hoje, aprevisão é a mesma, até que a frentefria entre no Brasil e modifique asituação. Com o céu claro a tempera-tura subiu nas duas regiões: no Rio amáxima foi marcada com 31,5° e emCuiabá, que registrou a nacional, al-cançou 33,8°. Há previsão de nevoei-ros isolados para a madrugada, noRio e em São Paulo, que podem pre-judicar o movimento dos aeroportos.A região Centro-Oeste vai ter névoaseca no fim da tarde. A umidade do

ar também caiu muito, com a intensaevaporação, e já está entre 36% emGoiânia e 49% em Cuiabá — Índicesmuito baixos.

O Norte e o Nordeste permanece-ram sob as nuvens, e a previsão é decéu encoberto com chuvas isoladaspara o Norte e parcialmente nubladocom chuvas ocasionais para o Nor-deste. As chuvas do Nordeste se con-centraram no litoral. Na região Nor-te, o extremo oeste representado peloAcre e por Rondônia ficou com o céuclaro e calor muito forte, que atingiu31,9° em Porto Velho.

A alta pressão subtropical do

Atlântico se confunde com a alta sub-tropical do Pacífico pelo interior docontinente, mas seu domínio sobre omar é absoluto nos dois oceanos, em-bora só seja visto na imagem do saté-lite Goes-7 o Oceano Pacífico.

Seu domínio na costa oeste se pro-longa do Chile até o Equador, ondesurgem as nuvens que marcam a faixada convergência intertropical, locali-zada entre a América Central, Co-lômbia, Venezuela e as Guianas e,ainda, no litoral Norte do continente,já no Atlântico. No extremo sul olimite da alta pressão é dado pelasbaixas pressões subpolares.

Acompanha também a pravlslo do tampo com Oraca May DomlnguM na Rádio JORNAL DO BRASIL AH(945 KHZ) «a 7,8 a 9 horaa da nwnhl • àa 18hS0 da segunda a aábafo

TóquioOCEANOPACIFICO

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Amsterdã nubladoAtenas claroBerlim daroBogotá nubladoBruxelas claroBuenos AireschuvasCaracas nubladoGenebra nubladoGuatemala nublado

CondW mki.mli CondiçÕM min.máx13 24427

161717

1520 30

24IS 26

Havana nubladoLa Paz claroLisboa nubladoLondres nubladoLos Angeles claroMadri claroMéxico nubladoMiami nubladoMontevidéu chuvas

CMada ComUtte* mtrvmá*Moscou nublado 14 19Nova Iorque claro 15 27Paris nublado 12Pequim nublado 19 29Roma nublado 27Santiago chuvas 17Tóquio chuvas 18 22Viena claro 11 26Washington nublado 18 30

HÁ CEM ANOS

Saiu no JORNAL DO BRASIL

HÁ CINQÜENTA ANOS

Medalha Humanitaria Mordido Por um Cão. Vai ser concedida esta medalha ao

soldado do 20° batalhão de infantariaSérgio Severiano da Cunha, por tersalvo uma mulher, arriscando a pro-- pria vida, no lugar denominado Ria-chinho.

Feto Extraordinário¦' Antonio Maria Lopes, morador á rua• . do Senador Pompeu n. 15, apresen-

tou hontem na policia um feto, de,, cerca de 3 mezes, do sexo masculino,

com 2 cabeças, 4 olhos, 2 narizes e 3; orelhas. Foi devidamente examinado"pelo Dr. Luiz Quadros, que requisi--tou o feto para ser conservado em

'.álcool.

O menor José Pacheco, morador á ruaJoão Caetano, queixou-se á autoridadelocal de que fora mordido por um cãopertencente a um indivíduo que residenaquella rua.CapoeiraSebastião da Silva Lopes, armado decacetete, penetrou ante-hontem no bilharda rua da Gamboa e inutilizou moveis eoutros objectos, pelo que foi preso.Medição de TerrasFoi nomeado Emilio Lelmam para servircomo auxiliar techinico na commissão demedição de terras e estabelecimento deimmigrantes em Iguassu, estado do Para-ná.

MusicaComo vem sucedendo em todas asmanhãs de Domingo, realizou-seante-hontem, no Palacio Teatro, oquinto Concerto Popular da inspi-rada serie, sob a regencia de Szen-kar, promovida pela aplaudidaOrquestra Sinfônica Brasileira.O Concerto aludido como os ante-riores atraiu grande publico ao an-tigo "cinema de todo o Rio Chie",sequioso de aplaudir entusiástica-mente o admiravel conjunto patri-cio moldado pela gênio criador doeminente regente húngaro.

Hitler e MussoliniO chanceler Adolfo Hitler e o chefedo governo italiano, Sr. BenitoMussolini acompanhados de seusprincipais conselheiros militares ediplomáticos conferenciaram hojeem Brenner durante mais de 5 ho-ras. Essa entrevista foi uma verda-deira surpresa mesmo para os maisaltos círculos dirigentes do Reich eda Italia.Pelo fato da entrevista realizar-seapos a vitoria das potências doEixo em Creta, acredita-se que oobjetivo foi discutir os futuros pia-nos de Berlim e de Roma paraguerra contra a Grã-Bretanha.

Pio XIIO Sumo Pontífice pronunciou ho-je um discurso radiotelefonico arespeito da enciclica "Rerum No-varum" em que assinalou os trêsprincípios fundamentais da mes-ma: o uso dos bens materiais, otrabalho e a família. Terminando,Sua Santidade declarou que naorganização da "nova ordem so-ciai" depois desta guerra, se deve-rá ter presente a enciclica "RerumNovarum".O Papa fez uso da palavra emsua Biblioteca privada.

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Horóscopo

ÁRIES21 de março a 20 de abrilA mente continua versátil, brilhante ebastante curiosa favorecendo o surgi-mento de novos contatos e Idéias quevalorizem o seu lado intelectual. Saia darotina sem, no entanto, agir de formairresponsável.TOURO21 de abril a 20 de maioPercepção do belo e forte poder de con-ciliar diferenças e comunicar idéias sen-satas, estéticas e justas. Hoje é possívelque sua imagem pública mude e seusanseios pessoais e profissionais tam-bém. Faça algo novo.GÊMEOS21 de maio a 20 de junhoSemana significativa e poderosa para osnativos do 2° decanato, que poderãoexprimir espontaneamente suas quáil-dades mais necessárias para o momen-to atual. Os demais precisam escolheruma nova tática de ação.CÂNCER21 de junho a 21 de julhoNada é permanente e se você pertenceao segundo decanato sabe muito bemque é hora de mudar e de reformulartotalmente seus condicionamentos. Odia pede jogo de cintura para unir o pra-zer com as obrigações.LEÃO22 de julho a 22 de agostoAmizades relevantes conduzem a umamaior confirmação de quanto é impor-tante colaborar com os outros e se inte-grar com pessoas que se identifiquemcom ideais superiores. Troque a agres-sivldade pela ousadia.VIRGEM23 de agosto a 22 de setembroSinais de expansão estão surgindo,mas, ao mesmo tempo, aparecem pen-déncias e novos desafios que tambémprecisam ser desembaraçados. Não fl-que numa encruzilhada. O caminho aser seguido está bem a sua frente.LIBRA23 de setembro a 22 de outubro1° dec.: Energia fisica e produtividade.Coragem para batalhar pelos seus direi-tos e ambições. 2° dec.: Saiba a horacerta de parar. Fatos externos influén-ciam no seu equilíbrio. 3° dec.: Visitasnoturnas.ESCORPIÃO23 de outubro a 21 de novembroEspirito original e Irreverente ao mesmotempo que as emoções se tornam maisimprevisíveis e excitadas. O momentopede decisões bastante inteligentes eargutas sobretudo na área financeira.Esforce-se por reformas.SAGITÁRIO

i 22 de novembro a 21 de dezembroVocê pode estar precisando de maiordistanciamento para avaliar seus rela-cionamentos e a sua forma de se com-portar com as pessoas e vice-versa. Vo-cé está aos um passo de entrar emebulição criativa e emocional.CAPRICÓRNIO22 de dezembro a 20 de janeiroinsatisfação com o que você comprourecentemente pode fazer com que vocêse comporte de forma infantil procuran-do obstinadamente substituir aquilo quevocê perdeu. Recupere objetos velhos eem desuso. Azia.AQUÁRIO21 de janeiro a 19 de fevereiro1° dec.: Fim de um ciclo e começo deoutro. Responsabilize-se pelo seu desti-no ao invés de se acomodar. Viradas. 2°dec.: Toda a semana exige cautela, cal-ma e maior diplomacia. Impulsos. 3o:Olho na saúde.PEIXES20 de fevereiro a 20 de marçoSeus últimos três meses precisam sertransformados atualmente em novas de-cisões sobretudo em relação às suascondições de sobrevivência e a sua ne-cessidade de conforto e paz dentro dolar. Dê auxilio.

Carlos Magno

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Palmeiras no luzar do antigo Monroe

Maria Jos6 Lessa

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Chacrínha, em Copacabana

Reprodução

Palmeiras imperiais e um chafariz deMestre Valentim que já esteve na Praça daBandeira e em outros locais da cidade ocu-pam hoje o lugar que, por quase 70 anos,foi dominado pelo Palácio Monroe, sede doSenado Federal de 1925 a 1960. quando oRio deixou de ser a capital brasileira. Ape-

Palmeiras no lugar do antigo Monroe

sar de bonita, a praça construída no lugardo prédio jamais alcançou o destaque que oantigo palácio conquistou como parte deum conjunto integrado também pela Biblio-teca Nacional, o Museu Nacional de BelasArtes e o Teatro Municipal. O prédio foiprojetado por Souza Aguiar em 1904 para

abrigar a representação brasileira na expo-sição de Saint Louis, Estados Unidos, ebatizado pelo Barão do Rio Branco com onome do presidente norte-americano queformulou no século 19 a doutrina de nãointervenção na América Latina. Compo-nentes originais foram parcialmente apro-

veitados na sua reconstrução no Rio, emuma das extremidades da Avenida Central— que era aberta pelo prefeito Pereira Pas-sos — para sediar a 3a Conferência Pana-mericana, em 1906. De arquitetura eclética,com predominância do estilo neoclássico, opalácio seria utilizado de início para recep-

ções oficiais e congressos. Depois instalou-se ali a Câmara de Deputados e, a partir de1925, o Senado. A demolição veio na déca-da de 70, com a construção do metrô, que,mesmo modificando seu traçado, abalou osalicerces do prédio.

JORNAL DO BRASILsegunda-feira, 3/6/91 o Cidade o 3

Dupla Exposição

Pequenas causas na Assembléia

Pedidos de luz e de água

são a maior preocupaçãodos deputados estaduais

Luciana Nunes Leal

As indicações — pedidos encaminhados ao PoderExecutivo do estado ou de algum município, mas quequase não têm resultado prático — foram o instrumentodo Legislativo mais usado pelos deputados estaduais nosprimeiros meses de mandato. Nada menos do que 848pedidos de iluminação de ruas, abastecimento de água,construção de hospitais e limpeza nos mais variadospontos do estado foram encaminhados à Mesa Diretora.

' O problema é que raramente o governo estadual^ e anrpfpitnra alteram sens nrngramas de ohras em função de1 i opedidos dos parlamentares.

O segundo instrumento do Legislativo mais aplicadoneste primeiro trimestre foram os projetos de lei, mas emnúmero muito inferior às indicações: 177. Logo depois,em terceiro lugar, estão 103 moções (número até 24 dcabril), que são manifestações públicas do deputado emfavor ou contra algum fato ou pessoa, e lembrandoaniversário ou morte de alguém. E muito mais umaatitude política do que legislativa. Se, às vezes, refletem aindignação ou aprovação da população por algum fato,outras são um mero agrado, beirando o puxa-saquismo.O deputado Hairson Monteiro (PDS), por exemplo, fezuma moção de congratulações ao "digno e honrado"presidente da Assembléia, José Nader.

Ao contrário dos projetos de lei, as indicações nãoprecisam passar pela aprovação das comissões permanen-tes ou ser submetidas à votação dos demais deputados.Todas são enviadas à Mesa Diretora e daí ao governo doestado ou à prefeitura indicada. "Sabemos que dificilmen-te as indicações dão algum resultado. Mas os deputadosquerem mostrar serviço à sua comunidade. Acredito queuma boa parte dos parlamentares novos ainda nem saibaque, na prática, as indicações não têm valor junto aoPoder Executivo", comenta o deputado Antônio Francis-co Neto (PL). Ele fez cinco indicações este ano, todas parao município de Volta Redonda. "Agora, estou vendo a

possibilidade de ser atendido e faço cobrança constante.Mas há os que fazem as indicações para dar satisfação aoeleitorado e depois esquecem do pedido", acrescenta.

O primeiro-secretário da Mesa Diretora, Paulo Duque(PMDB), gasta boa parte de seu tempo assinando asindicações dos deputados enviadas para secretários deestado e concessionárias do serviço público. Ele diz que onúmero, ao final de um ano, pode chegar a dez milindicações. "As indicações saem publicadas no DiárioOficiai e muitos deputados mandam cópias dessas publi-cações a seus eleitores. É uma espécie de trabalho devereador, que não custa nada. Mas tem pouco resultado eos deputados mais experientes já não usam muito esterecurso", comenta Duque, que diz não saber quem é orecordista em indicações.

Os exemplos são variados. As 25 indicações do depu-tado Eraldo Macedo (PMDB) incluem a limpeza daspraias de Icaraí, Charitas, Gragoatá e Boa Viagem, emNiterói; colocação de hidrantes em Pedra de Guaratiba eobras de saneamento no trecho da Rua Henrique Scheid,altura do número 161, e número 180 da Rua das Oficinas,no Engenho de Dentro.

Mesmo com a quantidade exagerada de indicaçõesfeitas por deputados que receberam em março a média deCr$ 2,5 milhões (Cr$ 1,5 milhão de salário mais Cr$ 1milhão de jeton por sessões extraordinárias), há tambémalguns bons indicativos no balanço dos três primeirosmeses. Para o deputado Antônio Francisco Neto, houveum número bom de projetos de resolução (73), que sãoinstrumentos através dos quais os deputados propõemalterações administrativas. "Há um grupo de deputadospreocupados em recuperar a credibilidade do Legislativo,desgastada por culpa dos próprios políticos, e moralizar aAssembléia. A grande maioria dos projetos de resoluçãoquer instituir medidas moralizadores, mas a grande difi-culdade é conseguir que os projetos de resolução sejamincluídos na ordem do dia (entrem em votação) pela MesaDiretora", diz.

Fazem parte dos projetos de resolução propostas delimitar em 10 o número de sessões extraordinárias (segun-do Neto, autor de uma delas, chegaram a 30 ou 40 nalegislatura passada, sempre com pagamento de jetons) ede acabar com os carros oficiais para os 70 deputados.

Carlos Mesquita

Objetivo é garantirsimpatia de eleitor

Na indicação número 0027, o deputado Luiz Novaes(PDT) pede a pintura externa de um certo conjuntohabitacional Costa e Silva. Ele quer também sinal lumino-so entre a Estrada da Água Branca e a,Rua Manaus e ailuminação a mercúrio da Estrada da Água Branca. Porque esses locais mereceriam mais atenção do que os outrosque também não têm iluminação, pintura ou sinalização?A resposta é: algum deputado tem seu reduto eleitoralnaquela região. Já se constatou que esses pedidos não sãoatendidos por causa da indicação do parlamentar, mascontinuam enchendo o protocolo da Assembléia Legisla-tiva.

Entre as 103 moções apresentadas pelos deputados, asmais comuns são de congratulações, louvor e aplausos.Uma delas, de Joaquim Tavares (PRN), parabeniza fun-cionários da agência do Banco de Brasil do município deCantagalo pelos 51 anos de existência. O deputado EraldoMacedo quer a iluminação do corredor esportivo RoyRobinson, no Moneró (Ilha do Governador), e o consertodos brinquedos lá existentes.

Esses pedidos consomem tempo e trabalho dos inte-grantes e assessores da Mesa Diretora, enquanto propos-tas como a proibição de abrir sessões extraordinárias paravotar projetos irrelevantes — por exemplo, concessão detítulos de cidadão honorário — estão emperrados e nãoentram na ordem do dia para votação. Tanta demora emvotar projetos importantes resulta, por exemplo, no baixonúmero de leis sancionadas pelo governador Leonel Bri-zola: apenas sete, desde que ele assumiu, em março. Seteprojetos de lei foram promulgados pelos deputados pornão terem sido sancionados nem rejeitados pelo governoestadual.

Os números do balanço dos primeiros três meses, ouseja, de Io de fevereiro a 30 de abril, são os seguintes: 848indicações; 177 projetos de lei; 103 moções (até o dia 24 deabril); 77 requerimentos de informação ao Poder Executi-vo; 73 projetos de resolução; 17 indicações legislativas e 3projetos de lei complementar. As indicações legislativassão sugestões que os deputados fazem ao governo doestado sobre assuntos em que não compete ao PoderLegislativo apresentar projetos, como abatimento de im-postos.

Secretário relacionou

2.224 funcionáriosA Assembléia tem distorções administrativas que são

sempre denunciadas mas poucas vezes eliminadas. Nem onúmero exato de funcionários pode ser esclarecido comabsoluta certeza. O levantamento do primeiro secretário,Paulo Duque (PMDB), dá conta de que há 2.224, sendo1.385 efetivos e 839 comissionados, ou seja, sem vínculoempregatício. A folha de pagamento de março é de Cr$1,2 bilhão, segundo Duque.

O líder do PDT, Luiz Henrique Lima, considera queum dos problemas a serem resolvidos com maior urgênciasão os funcionários requisitados de outros órgãos públi-cos. Pelos seus cálculos, há cerca de 800 servidores nessacondição, que constam no Departamento de Pessoal ape-nas como requisitados, ou em cargos comissionados. "Oideal é que todos sejam devolvidos a seus órgãos deorigem, pois há, por exemplo, pelo menos 200 professorestrabalhando em gabinetes", diz o deputado.

Para Luiz Henrique, o importante é que "a Assembléiadefina prioridades, para valorizar determinados cargosem detrimento de outros". Se, por um lado, há funcioná-rios demais nos gabinetes — um número desconhecido atémesmo da Mesa Diretora —, faltam assessores técnicoscapacitados, por exemplo, na Comissão de Orçamento. Aidéia do líder do PDT e fixar em dez o número máximo defuncionários nos gabinetes e depois começar a definirquantos devem ficar em cada área administrativa, acaban-do também com artifícios como dar a motoristas ouascensoristas cargo de técnicos legislativos, para aumentarseus salários.

O menor salário da Assembléia é de Cr$ 30 mil e omaior, segundo denúncia de Luiz Henrique feita no mêspassado, chega a Cr$ 4,5 milhões. O deputado luta paraque seja usado o bloqueador dos vencimentos, ou seja,nenhum funcionário ganhe mais do que os deputados.Para isso, teria que ser publicado no Diário Oficial osalário médio do deputado, o que ainda não acontece.Paulo Duque explicou que só não foi divulgado ainda porcausa de um erro no formulário a ser seguido. Masgarante que tão logo fique pronto, a remuneração dosparlamentares — Cr$ 2,5 milhão, em média, no mêspassado — será publicada mensalmente.

Festa ecológica reúne Pássaros — Policiais do Bata-lhão de Polícia Florestal apreende-ram na feira de Alcântara, em SãoGonçalo, 40 pássaros silvestres queestavam sendo vendidos por AlcirPereira da Silva. Foram recolhidosmaitacas, papagaios, sabiás e ou-tros pássaros. O feirante foi enca-minhado ao Departamento de Poli-cia Federal em Niterói e poderá sercondenado a até três anos de pri-são. Os pássaros, levados para oHorto Florestal, serão tratados esoltos em matas. A operação coor-denada pelo sargento Odair Isabelde Melo mobilizou 10 policiais.Famerj — A Federação de Asso-ciações de Moradores do Estado doRio de Janeiro (Famerj) elege do-mingo sua nova diretoria. A entida-de congrega 1.200 associações demoradores, com 10 delegados porassociação. Com o objetivo de me-lhor escolha da diretoria será aber-to sexta-feira, às 19h, na Uerj, o 5oCongresso da Famerj, que se encer-rá no sábado. O Movimento Inde-pendente, criado há oito anos, re-presentado por Benoni Lopes, daAssociação de Moradores do Par-que Anchieta, luta pela não interfe-rência político-partidária na Fa-merj. Dos outros candidatos ele dizque Hélio Ricardo, um dos direto-res atuais, é do Partido dos Traba-lhadores, que Sônia Regina é filia-da ao PDT, que Celso é daOrganização Popular para Lutar eque Miguel Santos, funcionário daCâmara Municipal do Rio, é ligadoa vereadores e deputados.

em parque

crianças maiores, os atores alertarampara o desastre que acontece quandoo homem não se preocupa em preser-var a natureza.

Empolgado com o sucesso da pro-moção, o diretor de DesenvolvimentoFlorestal do Instituto Estadual deFlorestas, Alberto Daniel de Carva-lho, enumerava os progressos obtidoapós o cercamento do parque, há umano, para impedir a entrada de men-digos e facilitar a fiscalização. "Até

os micos voltaram a habitar o par-que. Eu não via mico nesta área háuns dois anos", disse;

Ao meio-dia de quarta-feira, mo-radores de Copacabana vão abraçaro Parque da Chacrinha, em manifes-tação organizada pelo grupo Pró-Ci-dadania Ambiental. "Eu vou partici-par do ato, mas não é propriamenteum protesto, porque a situação doparque melhorou muito. E mais umapelo pela preservação de todas asáreas verdes da cidade", disse MariaAuxiliadora Guerra, que mora há 17anos no Lido.

A Semana Nacional do Meio Am-biente, até o dia 9, terá palestras,encontros e debates promovidos porentidades ecológicas oficiais e nãogovernamentais de todo o país. Des-ses debates deverão surgir diretrizes aserem propostas pelo Brasil no Con-gresso das Nações Unidas sobreMeio Ambiente e Desenvolvimento(Rio-92), em junho do próximo ano.

500 pessoasO Parque da Chacrinha,: área ver-

de de 32 mil metros quadrados emCopacabana, com nascente de água euma das mais baixas taxas de polui-ção atmosférica do Rio, foi o localescolhido para a abertura, ontem, daSemana Nacional do Meio Ambien-te. No domingo ensolarado e comtemperatura amena, cerca de 500 pes-soas, a maioria crianças, desfrutaramde lazer gratuito, com encenação depeça infantil ao ar livre, caminhadapor trilhas, plantio de mudas e expo-sição de objetos de caça apreendidospelo Batalhão de Polícia Florestal.

Crianças e adultos puderam ob-servar desde estilingues, puçás e ara-pucas até outros equipamentos poucoconhecidos, como a guilhotina paracapturar gambá, visgo para capturade pássaros e armadilha de ferro paraanimais de porte médio. Na barracaarmada para a exposição, uma faixainformava que o desmatamento, acaça e a pesca predatórios devem serdenunciados ao batalhão através dotelefone 701-1317.

A menina Paula Cerbella Faria, de4 anos, ficou impressionada com asarmadilhas, que achou "bonitas",

mas disse que "bicho tem que ficar

solto". Depois de assisir à peça Umahistória diferente: o másical, encenadapelo grupo experimental Tudo viracanto e que ela não entendeu muitobem, Paula ficou brincando no par-que, aguardando a hora da caminha-da. Na peça, bem assimilada pelas

WSMM

4 o Cidade o segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

Cursos í

AstrologiaInstituto Astrosíntese ofe-1rece cursos com os profes-sores Paulo Duboc e Car-los Hollanda, na AvenidaPresidente Vargas, 435, sa-'la 606. Preço: Cr$ 10.000. Informações:252-4818

*

Alquimia/TarôInstituto Astrosíntese promove cursoscom os professores Ernesto Miceli e Pau-lo Duboc, na Avenida Presidente Vargas,435, sala 606. Preço: 10.000. Informa-ções: 252-4818.

Administração ruralCurso com 64 horas de aulas, organizado"pela Divisão Rural da Thomas Father doBrasil, somente aos sábados. Preço: CrS74.928. Informações: 220-4340

AgriculturaA Sociedade Nacional de Agriculturapromove cursos de criação de animais,lavoura de frutas, legumes, plantas medi-cinais, jardinagem e outros. Preço: CrS16.000 à vista ou CrS 18.000 em duasparcelas. Informações: 590-7493 e 260-2633.

ArquiteturaO Sindicato dos Arquitetos do Estado doRio promove cursos práticos sobre ar-quitetura. Preço: CrS 18.000, estudantes/CrS 24.000, sócios/ CrS 28.000, não só-cios. Informações: 252-6778.

ArqueologiaCentro Técnico de Arqueologia da Fun-dação Brasileira para a Conservação

. da Natureza começa no dia 6 o Io CursoTécnico de Documentação na Arqueo-logia. Informações: 511-1082 ou 201-0491.

Artes PlásticasThomas Cohn ministra, a partir de hoje,curso sobre O Mercado de Artes Piás-ticas no Centro Cultural Cândido Men-des, em Ipanema, até dia 19. Preço,CrS 23.400. Informações: 267-7141, ra-mais 109,111 ou 128.

BiodançaElizabeth Maia e IreneDeschamps tentarão des-pertar a consciência docorpo de quem se interes-sar por terapias ligadas aomovimento. A inscrição custa CrS 500,com início dia 8. Informações: 711-5077e 710-6858.

CaféO ciclo histórico do café no Rio de Janei-ro será analisado por sociólogos, arqui-tetos, arqueólogos, historiadores, pesqui-sadores e empresários. Preço: CrS10.000. Informações: 256-4604 e 256-

2 7349.

China. O professor Marcus Vinícius Ferreiradará curso sobre a geografia da Chi-

; na e a influência na medicina, artes ecultura, da pré-história até hoje. Co-meça dia 5. Centro Cultural CândidoMendes, em Ipanema. Preço: CrS 15.600.Informações: 267-7141, ramais 109/111/128.

CapoeiraMestre Dourado (Alexandre Guerra) dáaulas de capoeira no Centro CulturaNoel Rosa, no Colégio João Alfredo, noBoulevard 28 de Setembro, 109, Vila Isa-bel, às segundas, quartas e sextas-feiras,em três horários. Preço: CrS 1.500 pormês.

CinemaO cineasta Alberto Salvá dá o cursoRecursos Expressivos do Cinema, noCentro Cultural Cândido Mendes, emIpanema, a partir do dia 6. Preço: CrS26.000. Informações: 267-7141, ramais111/109/128.

EcologiaEcologia Ampla e Irrestrita é o nome docurso que começa hoje na Rua SiqueiraCampos, 43, sala 609. Preço: 16.800. Au-Ias às segundas e quartas-feiras, e no dia29, encerramento com trabalho corporalna Floresta da Tijuca. Informações: 538-9186 e 255-7626.

EsoterismoOs Elementais, ou Deuses da Natureza,serão tema de palestra proferida porWilinton Câmara, dia 8, na Rua Viscon-de Silva, 52, Io andar. Preço: CrS 4.500.Informações: 229-5011, com Vera.

FotografiaA Escola de Comunicação da UFRJabriu inscrições para 3° módulo do curso

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ComputaçãoO Departamento de Com-putação do Instituto deMatemática da UFF (Uni-versidade Federal Flumi-nense) oferece, sob a coor-denação do professor Luís Valter Brand,curso de Introdução aos Sistemas deComputação. O curso começa hoje, naPraça do Valonguinho, sem numero, 4oandar, Niterói. Preço: CrS 25.000.

DesenhoA Oficina de Gravura do Sesc da Tijucaabre inscrições para o curso de Dese-nho e Técnicas Mistas com o artista Má-rio Serôa, às segundas-feiras, em doishorários. Preço: CrS 4.000 (comerciário)e CrS 8.000. Informações: 208-5332, ra-mal 44.

Dança e teatroComeça amanhã, no Petit Studio, naRua Barão da Torre, 220, fundos, emIpanema, o workshop com o ator-dança-rino Thiago Justino. As aulas são àslOh, às terças e quintas-feiras. Preço: CrS15.000.

Dobradura de papelProfessora Iara Kauffmann dá curso dedobradura de papel a partir do dia 5, emIpanema. Informações: 225-5648, daslOh às I5h.

Educação EspecialDois professores PhD são a atração do2o Seminário Brasileiro de Pesquisa emEducação Especial, nos dias 5, 6 e 7, no.Io andar do pavilhão João Lira Filho,na Uerj, Maracanã. A inscrição custaCrS 8.000 para professores e CrS 4.000para alunos. Informações: 284-8322, ra-mais 2417 c 2507.

de fotografia nos dias 7, 8 e 9, às 17h30.Preço: de CrS 9.000 a CrS 18.000. Infor-mações: 295-9399 e 295-9449, com Fer-nanda.

FasciaterapiaO curso de Fasciaterapia — terapia ma-nual que alivia dores — será em 12 fi-nais de semana, no Leme Othon PalaceHotel, de 9h às 17h. Preço: CrS 30.000.Informações: 226-6242.

Gilles DeleuzeO professor Henrique Autoun, da PUC,dá curso sobre o pensamento filosófi-co de Gille Deleuze na Casa de CulturaLaura Alvim, em Ipanema. Preço:13.500.

IridologiaNos dias 8 e 9 será realizado um cursointensivo de Iridologia (diagnóstico desaúde pela íris) pelo professor GurudevSing Khalsa. Preço: CrS 30.000. Infor-mações: 266-6051 ou 246-9500.

JungO Instituto Junguiano do Rio promoveseminário com a analista norte-america-na Mary Ann Mattoon, dia 10, às 19h,na Rua Cosme Velho, 343, sobre o tema"A função compensatória do sonho".Maiores detalhes pelo telefone 225-3540.As inscrições custam CrS 3.000.

MaternidadeComeça hoje um curso de orientaçãopara casais que esperam o primeiro fi-lho ou que tenham filhos até dois anos.Informações: 255-8280/235-7001.

Medicina SubaquáticaComeça hoje curso preparatório para oCongresso Brasileiro de Medicina Hi-perbárica e Subaquática. Informações546-1275,239-1971 e 240-6368.

MúsicaO Conservatório Brasilei-ro de Música oferece cur-so de Musicalização pelométodo Gazzi de Sá. Pre-ço: CrS 12.000. Informa-^ções: 240-6131.

QuirologiaA Biblioteca Popular do Grajaú promo-ve amanhã, às 19h30, com entrada fran-ca, uma palestra sobre Compatibilidadede Casais. Quirologia" com Regina Fer-rari. Endereço: Rua José Vicente, 55.

PartoCurso de oito aulas sobre gravidez eparto com vídeos e debates. A partir deamanhã. Informações: 255-8280 e 235-7001.

Patrimônio HistóricoEstudantes de arquitetura da UFRJ pro-movem de hoje até sexta-feira, às llh,seminário com especialistas sobre o as-sunto. Entrada franca, no auditório do3o andar do prédio da Faculdade de Ar-quitetura, no Fundão.

PianoA UniRio oferece hoje e amanhã, de 9hàs 12h, o curso Master Class para Pianocom a professora Fúlvia Escobar. Preço:CrS 1.902. Informações: 295-2548.

RecreaçãoCurso de Treinamento Vivencial em Re-creação, da creche Mary Poppins. Preço:CrS 12 mil. Informação: 275-9776.

TeatroAugusto Boal dá curso sobre Teatro doOprimido na Uerj. Preço: CrS 15.000. In-formações: 284-8322, ramais 2417 e2507.

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TelevisãoO diretor de programasRégis Cardoso dá curso SO'bre televisão na Uerj, apartir de hoje, com inseri-ção a CrS 40.000. Informa-ções: 284-8322, ramais 2417 e 2507. NoCentro Cultural Cândido Mendes co-meça amanhã e vai a 4 de julho. Preço:CrS 45.000. Informações: 267-7141, ra-mais 111,109 e 128.

TextoA jornalista Eliana Mora dá curso detexto criativo e release a partir de hojena Rua Visconde Silva, 61, Botafogo.Informações: 246-0437.

TurismoA Faculdade Hélio Alonso promove cur-so de treinamento em turismo. Infor-mações: 551-5645, ramal 721.

VitrineO Instituto Bennett oferece, a partir deamanhã, curso sobre vendas, vitrines,mídia, marketing e merchandising com oespecialista Mauro Fusco. Preço: CrS15.000. Informações: 245-8000, ramal 13,e 245-9851.

A publicação das notas è gratuita e feita acritério da redação. Cartas para a AvenidaBrasil, 500, 6o andar, caderno Cidade, seçãoCursos. CEP 20.949

O MELHOR DO RIO

O segredo de cada esquina

É impossível unanimidade quan-do se trata de esquinas. Respostasvariadas mostram que conversar arespeito é como abordar um assuntopessoal. Como se a preferência poralgum encontro de ruas revelassetambém a maneira de ver o mundoou as referências afetivas da pessoa.A 1 « .nn»./lnnAnp A I7\1 vaiem icvuiuayuvs UV puuugvnu 1

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de momentos importantes. Contamtambém a proximidade, a familiari-dade e o aspecto prático. Ou a totalaversão às esquinas cariocas, trans-formadas em dormitórios de mendi-gos na opinião do ator Mário Lago.

As esquinas em série da Humai-tá, quase na Lagoa, apreciadas dedentro de um carro, são as escolhi-das pela coreógrafa Angel Vianaque, como é natural, procura encon-trar beleza em tudo. Os movimentosde maestro do guarda Medalha, quepassa as manhãs cuidando do trân-sito no cruzamento das ruas JardimBotânico com Maria Angélica, fo-ram decisivos para a escolha do mú-sico Jards Macalé, que mora nasimediações.

Há também espaço para a criati-vidade. É o caso da "quase esquinaque é mais uma quina", de promoterAna Maria Tornaghi, formada pelobar Arco da Velha. Ou a "diagonal"da Rua Bartolomeu Mitre, entre aboate People e o restaurante Antô-nio, como diz o advogado FelipeAmodeo.

Os bares são atributos essenciaispara o administrador do cineclubeEstação Botafogo, Ademar de Oli-veira. Mas na hora de votar, ele não

Paulo FortesCantor lírico"A melhor esqui-na do Rio paramim é a minha.Fica na Rua dasLaranjeiras com aRua România etem uma manguei-ra que dá flores naprimavera, comninhos de passari-nhos e muitas bor-boletas. Já colhimais de cem man-gas ali em umano

Jards MacaléMúsico j"Minha escolhavai para a únicaesquina onde sepode atravessarno Rio, que é a daRua Maria Angé-lica com a RuaJardim Botânico.È ali que trabalhao famoso guardaMedalha que, comseus gestos demaestro, ajuda to-do mundo a atra-vessar".

Tomás ImprotaMúsico"Minha esquina,em Santa Teresa, éa melhor da cida-de. Fica no cruza-mento das ruasMonte Alegre coma Paschoal CarlosMagno, e tembondinho, barzi-nhos e muitas ár-vores. O casarioao lado também élindo"

Marcos SpilmamCirurgião plástico emúsico amador"Versatilidade é amaior qualidadeda esquina da RuaBartolomeu Mitrecom a AvenidaAtaulfo de Paiva,no Leblon. Temcafé, sanduíches eainda o Antônio,onde costumo jan-tar, o People, paraum bom jazz, e oPeople Down, pa-ra dançar".

Miguel JãmbertCabeleireiro eempresário"Eu fazia cooperem Ipanema e fi-cava maravilhadopela esquina natu-ral formada pelomar, no Arpoa-^™dor. Depois de ilu- \ )minado, o Arpoa-dor ficou maislindo ainda. A vis-ta dali é maravi-lhosa e por pertohá o Castelinho deIpanema".

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teve dúvida em apontar a esquina daAvenida Prado Júnior com a RuaBarata Ribeiro, em Copacabana,por causa do restaurante Cervantes.

O aspecto prático é o que maisconta para a jornalista Leda Nagle eo humorista Jô Soares. Os dois elege-ram a esquina da Avenida Ataulfo de

Rachel de QueirozEscritora"A esquina daIgreja Santa Lu-zia, perto da Aca-demia Brasileirade Letras, é a carado Rio de Janeiro.Pode-se ver o mar,as montanhas e acidade."

J.J. VeigaEscritor"Minha esquina,onde passo váriasvezes por dia, é ado Relógio daGlória. Ali façocompras, encontroos amigos e vejouma paisagemmuito bonita. Ficana junção das ruasda Glória com aCândido Men-des".

Leda NagleJornalista"Esquina tem queser essencialmenteprática como a daFarmácia Piauí,no Leblon, no cru-zamento da RuaRita Ludolf com aAvenida Ataulfode Paiva. Ali háuma superbancaonde tenho contae uma ótima lojade tortas e salgadi-nhos".

Zezé MottaAtriz e cantora"Minha esquinapreferida é a docruzamento daRua Barão daTorre com a RuaVinícius de Mo-raes. Na verdade,è a extensão daminha casa. Tembanca de jornal,sorveteria, muitosbares e um montede amigos".

Angel VianaBailarina ecoreógrafa"Gosto das esqui-nas da Rua Hu-maitá, perto daLagoa, onde passotodos os dias. Dalidá para ver as pai-sagens mais boni-tas da cidade: oCristo Redentor,'os prédios e toda aLagoa. Tem mui-tas árvores e umbom astral".

Jô SoaresHumorista"Gosto da esquinada FarmáciaüPiauí, no Leblon.Ali tem um poucode tudo e uma boabanca de jornais,onde gosto de pas-sar horas folhean-do revistas e ven-do as novidades".

Mário LagoAtor"O Rio já não temesquinas, mas hos- fpedagens de men- jsdigos. A cidade es- f;tá perdendo o jencanto e as esqui- fnas andam muito itristes. Não sãomais ponto de en- icontro de amigos,como antes. O Riode Janeiro ficouviúvo da CidadeMaravilhosa".

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Suzana MoraesCineasta"Minha escolhavai para uma es- •quina perto de ca-sa, na Rua JardimBotânico com RuaMaria Angélica, tpT -onde tem tudo: -jfponto de táxi, jor-naleiro, bares sim-páticos e muitasárvores."

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Ademar de OliveiraAdministrador do íEstação Botafogo"Esquina tem que fter bar, por issovoto na do Cer-vantes, que fica naRua Prado Júnior.Ali se pode, aqualquer hora, co-mer sanduíchesmaravilhosos, to-mar um chopebem gelado e com-prar jornais e re- Uvistas numa das |melhores bancas Ido Rio". I

SivucaMúsico"Nunca esqueçoda esquina forma-1da pela Rua Vis-conde de Inhaúmacom a Avenida:Rio Branco. Aii fi-cavam os princi-pais estúdios dacidade, em prédiosbelíssimos que fo-ram demolidos.Foi em um delesque gravei meuprimeiro disco, em1950."

raiva oirae nca a rarmacia riuui, no-Leblon, com uma "superbanca dejornais", onde Leda tem conta e Jôfolheia revistas, quando está no Rio.

Lembranças do primeiro discomarcam até hoje o músico Sivuca,que lembra com saudades a esquinada Avenida Rio Branco com a RuaVisconde de Inhaúma, no Centro,onde ficavam os prédios dos antigosestúdios, hoje demolidos.

Os escritores Rachel de Queiroz eJ.J.Veiga elegem esquinas que sãoeternas marcas da cidade: aquelasonde se situam o Relógio da Glória,na rua do mesmo nome, e a Igreja deSanta Luzia, perto da AcademiaBrasileira de Letras. Proximidadefoi o que mais pesou na escolha dacantora e atriz Zezé Motta: "Minhaesquina é quase a extensão de minhacasa", d;z, referindo-se ao cruza-mento da ruas Vinícius de Moraescom Barão da Torre, em Ipanema.

Para o cantor lírico Paulo For-tes, a esquina preferida fica na RuaLaranjeiras, bem em frente ao pré-dio onde mora. Ali existe uma exu-berante mangueira que, na primave-ra, lhe proporciona doces mangasrosas, geralmente colhidas às dúziasda janela de seu apartamento.

Felipe AmodeoAdvogado"Gosto de ficar nadiagonal da Bar-tolomeu Mitre, noLeblon, e ver, deum lado, o Peoplee, do outro, o An-tônio, os lugaresque mais freqüen-to no Rio. Querdizer, imagino quesou a esquina darua".

Ana Maria TornaghiProdutora de eventos"Martinho da Vilame levou a umaesquina, que émais uma quina,muito original. Fi-ca no final dos Ar-cos da Lapa, e éformada por umbar chamado Arcoda Velha, ondevendem aperitivosdeliciosos e dife-rentes".

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Jorge GuinleEmpresário"Minha esquina |preferida fica per- rto de minha casa:tem cinema e vá-:rias opções de res-'taurantes. É for-mada pela ruasPaissandu e Sena-dor Vergueiro, noFlamengo, ondehá muitas palmei-ras"

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Helô AmadoSocialite"Tem esquinaslindas no centroda cidade, forma-das pelo casarioantigo. Mas gostomesmo da esquinada Praça NossaSenhora da Paz,no cruzamentodas ruas JoanaAngélica e Viscon-de de Pirajá, cheiade árvores e fio-res".

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Carlos ScherrCardiologista"A esquina forma-da pelas ruas Hen-rique Dumont eVisconde de Pira-já, em Ipanema,onde fica meuconsultório. É acara de Ipanema,com o Bar 20,bancas de jogo dobicho e barzinhosque servem refei-ção rápida."

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AJilo surpreendeu policiais, que nao sabiam onde estava o delegado

Renato Magnani (C) acertou a transferencia de Elcio (D)

João Félix levou tiro no rosto

Sindicalista e assassinado em Nova Iguaçu

Reprodução Nova Iguaçu, RJ — José Roberto Serra Nova Iguaçu, RJ — Marcelo Régua0 presidente do Sindicato dos Tra-

balhadores Rurais de Nova Iguaçu eprimeiro-secretário da Federação dosTrabalhadores na Agricultura do Esta-do do Rio de Janeiro (Fetag), JoãoFélix de Aquino, de 38 anos, foi assassi-nado com um tiro de escopeta no inícioda noite de sábado. Ele foi morto porquatro homens encapuzados que inva-diram a casa de sua amante, MíriamTaveira de Lima, de 21 anos, na RuaTeófilo Bispo, 425, Vila Cláudia, nobairro de Miguel Couto, em BelfordRoxo (município de Nova Iguaçu, Bai-xada Fluminense). A disputa de terras éuma das hipóteses que a 54a DP está

Investigando. Mas, no enterro, colegasdo sindicalista e moradores de Vila Cláu-dia atribuíam o crime a matadores pro-fissionais, pois João Félix teria cha-mado a polícia para evitar a ação detraficantes de tóxicos no loteamento deVila Cláudia.

Os criminosos invadiram a casa deMíriam por volta das 18h30, gritandopor João Félix, que estava dormindo."Vamos sentar, tomar um cafezinho econversar", argumentou o sindicalista,segundo contou Míriam. Os quatro ho-meiis revistaram a casa à procura dorevólver de João Félix e, depois, arrasta-ram-no para a rua. A cerca de 50 metrosda casa, atiraram no rosto dele com uma

escopeta de calibre 12. Míriam, que tinhano colo o filho Júlio, de 10 meses, nadasofreu.

Após o crime, o grupo fugiu noVolkswagen azul, ano 73, placa FQ7401, que está em nome do sindicato.Míriam, que registrou o caso na dele-gacia de Belford Roxo, disse não terpresenciado a morte do sindicalista: "Sóouvi o tiro." Ela contou que João Félix

fora reeleito para a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de NovaIguaçu há três anos (seu mandato termi-naria em dezembro) e não soube dizer seele estava recebendo ameaças.

O delegado titular da 54a DP, LuísCarlos Domingues Pinheiro, esteve nolocal do crime. Mas, até a madrugada deontem, não tinha conseguido localizarnenhuma testemunha. Mesmo assim, eleafirmou que já tinha algumas pistas paraesclarecer o caso, revelando apenas queestava investigando duas hipóteses. Dei-xou escapar que o líder sindical estavaenfrentando problemas causados pordisputas de tcrru. No^ericanto^uissc tra>ter ouvido "nenhuma notícia sobre brigapor terras", desde que assumiu a delega-cia, em abril.

"Sabemos que, ultimamente, Joãoestava andando armado, o que demons-tra que ele temia que algo lhe aconteces-se", comentou o delegado. Depois deconversar a portas fechadas com o secre-tário de Polícia Civil, Nilo Batista, queapareceu de surpresa na delegacia, du-rante a madrugada, Luís Carlos Pinheirodeclarou que vai desvendar o crime:"Posso garantir que vamos chegar lá.Quem fez esse crime não fará outro." Eleespera identificar os criminosos atravésde impressões digitais deixadas noVolkswagen. Míriam, com o filho, teve casa invadida Mais de 200pessoas compareceram ao enterro

Amigos crêem em vingança de traficante Deputado suspeita de questão de terras

Na quinta-feira, um diretor da Asso-ciação de Moradores do Mutirão de VilaCláudia foi avisado que João Félix deAquino estava jurado de morte. Isso por-que, há 15 dias, ele chamou a policia,quando soube que traficantes de tóxicosdo bando de Poi, preso na Penitenciáriade Bangu 1, estavam intimidando mora-dores do loteamento, onde vivem cercade 800 famílias. Exibindo armas pesadas,os traficantes estariam abrindo terrenopara instalar pontos de venda de tóxicos,o que, segundo um colega de João Félixna diretoria do sindicato, já tinham con-seguido em Xangrilá, outra localidade deMiguel Couto.

: "Para evitar que os traficantes to-massem conta de Vila Cláudia, João cha-mou a polícia", contou o sindicalista,que pediu para não ser identificado. Eleestava entre as mais de 200 pessoas queacompanharam o enterro de João Félix,ontem à tarde no Cemitério Municipalde Nova Iguaçu. Um assessor do sindica-

to, Bráulio Rodrigues, que é membro daComissão de Justiça e Paz da Diocese deNova Iguaçu, não acredita em motivospolíticos para o crime. "Não foi a mandode proprietários de terras ou grileiros,senão teríamos conhecimento", afirmouBráulio.

Um inspetor da 54" DP confirmouque a polícia fez algumas batidas em VilaCláudia, um loteamento muito pobre."Lá dá de tudo. Existe tóxico, sim", disseo inspetor. Ele acredita em crime motiva-do por briga de terras, mas admitiu que apolícia tem fechado o cerco aos trafican-tes e grupos de extermínio que atuam emBelford Roxo. "Quando viemos aqui pa-ra a 54a, ocorriam até seis homicídios pordia. Fechamos o mês de maio com 20homicídios", contou.

No enterro, muitas pessoas pareciamamedrontadas. Quem acredita em crimecomum, cometido por pistoleiros profis-sionais a serviço de traficantes de drogas,preferia não se identificar. Um dos pou-

cos a falar, Clóvis de Aquino, irmão deJoão, não tem dúvidas: "Vila Cláudia foio pivô da morte de meu irmão", disse,sem se estender em considerações. O pri-meiro-secretário do sindicato, João daSilva Bastos, afirmpu: "Não foi um crimeligado à terra. Foi motivo particular."

Pedro de Oliveira, diretor do sindicatoque João Félix presidia, comentou: "Joãofoi ameaçado de morte há um mês, quan-do mexeu com o mutirão urbano de Xan-grilá. A policia estaria dando muito emcima dos marginais da área e eles atri-buíam o fato a alguém graúdo, do sindi-cato, que estaria dedurando", disse Pedro.Ele acrescentou que Vila Cláudia surgiuhá seis anos. Seria um mutirão rural, masas terras eram poucas e havia muitasfamílias querendo uma área. Virou, en-tão, um mutirão urbano. "Estamos empaz em Nova Iguaçu. A briga pela terraestá na Justiça, não temos um conflito hámuito tempo", explicou Pedro.

O deputado federal, Laerte Bastos(PDT), que trabalhou cerca de 15 anoscom João Félix de Aquino, disse ontemnão ter ainda dados suficientes paraapontar suspeitos do assassinato do lídersindical, mas admite que o crime estejarelacionado a questões de terra. "Os con-flitos e interesses no meio rural são pordemais conhecidos e alguns companhei-ros do João Félix dizem que, há algumtempo, ele vinha recebendo ameaças demorte", contou. Segundo o deputado, sóem Nova Iguaçu existem 14 áreas invadi-das.

Também para o advogado DelárioRibeiro, do Sindicato dos TrabalhadoresRurais de Nova Iguaçu, muito ligado aJoão Félix, o assassinato está ligado aoconflito de terras e à impunidade. "Va-mos fazer alarde, denunciar, exigir puni-ção para esse crime", afirmou Delário.

Delário, que estava no enterro deJoão Félix, explicou que Vila Cláudia eraum mutirão urbano, mas tinha uma po-

pulação rural, formada por famílias decamponeses que inicialmente ocuparamaquela área pobre. Por isso, e tambémpor causa da amante, Míriam, João Fé-lix, presidente de um sindicato de traba-lhadores rurais, continuava, dando assis-tência aos moradores daquele local. JoãoFélix era casado com Dilma Penha Lirade Aquino, com quem teve as filhas Osa-na, de 9 anos, e Patrícia, de 4. ComMíriam, tinha um filho de 10 meses.

Frei Luís Thomas, da Comissão deJustiça e Paz de Nova Iguaçu, que enco-mendou o corpo do sindicalista, lamen-tou a violência. "João era uma pessoatranqüila, pacata. Não tenho nenhumasuspeita sobre o motivo do crime", disseo frade, que não acompanhou o enterro epediu calma à família. Velório e enterroforam realizados em clima de muitaemoção.

O delegado Luís Carlos Dominguesprometeu usar todo o efetivo da 54a DP— 17 homens — na apuração do crime.

Além da hipótese de conflito de terra, eleapura outro motivo para o crime. "Nãoposso dizer qual é", alegou. Segundo ele,desde abril, em Vila Cláudia só ocorreuum homicídio. O pároco da igreja de SãoMiguel Arcanjo, padre Renato Chiera,um italiano de 48 anos, disse o assassina-to lhe causou "uma surpresa e uma tris-teza muito grande." Para o religioso,essa morte, além de ser uma perda paraos trabalhadores, deixa intranqüilas aspessoas que vivem em terrenos ocupadosilegalmente.

A presidente da Comissão de Justiçae Paz da Diocese de Nova Iguaçu, SadaBaruout David, contou: "João Félixcomparecia a todas as ocupações de ter-ra, reuniões e mutirões. Mas, na hora dediscutir, sempre se mantinha calmo e atéreservado. Quase não falava." Comonão tinha contato com o sindicalista hámais de um ano, Sada não quis arriscarqualquer explicação para a morte dele.

Nilo vai à Baixada e decide punir

delegado faltoso

Terminou na madrugada de ontem afiscalização das delegacias da BaixadaFluminense, comandada pelo secretáriode Polícia Civil, Nilo Batista. Em setedas 13 delegacias visitadas não haviadelegado de plantão, mas apenas osubstituto da 59a DP (Duque de Ca-xias), José Meneses Santana, será puni-do com a perda do cargo e remoçãopara uma delegacia menor. Ele deveriaestar de serviço até as 8h de ontem massaiu no final da tarde de sábado semdizer onde ia.

Nilo Batista conversou com deteti-\es, vistoriou carceragens, foi informa-do sobre as últimas ocorrências e ficousurpreso, ao descobrir que há delegaciassob a responsabilidade de um únicodelegado. Constatou que os xadrezes dealgumas unidades estão em "situação.drástica", além de apresentarem exces-so de lotação, e concluiu que umas pre-cisam de reforço de viaturas e outras, deobras urgentes.

A visita começou pela 59a DP, ondeNilo Batista chegou às 19h de sábado,acompanhado do subsecretário JoelVieira, do diretor-geral de Polícia da

Baixada, delegado Hélio Luz, e assesso-res. Surpreendidos, os policiais de plan-tão não souberam dizer onde o delega-do Menezes estava — "parece que elefoi jantar", disse um detetive. Hélio Luzexplicou que, por ser uma delegacia deprimeira, a 59a DP contava com cincodelegados além do titular, que deveriamse revezar em plantões de 24 horas.

"O delegado Menezes teria que estaraqui. Como não está, na segunda-feiraele será removido para uma delegaciamenor e perderá o cargo de delegadosubstituto", afirmou Luz. O chefe doplantão informou ao secretário sobretrês homicídios e a recuperação de doiscarros roubados. Depois de vistoriar oxadrez, Nilo Batista declarou que a car-ceragem precisava de obras urgentes,sobretudo por ter um muro de alvenariaque dá para a rua.

Nas duas delegacias visitadas a se-guir, os delegados também não foramencontrados. Na 60a, em Campos Eli-seos, com dois delegados lotados, a in-formação era de que o adjunto RicardoMartins trabalhara durante o dia e, ao

Nilo surpreendeu policiais, que não sabiam onde estava o delegado

sair, havia deixado um telefone paracontato. Na delegacia de Magé (69a), aausência de Jorge Miguez da Cunha foijustificada por ser ele o único delegado."Eu não sabia que aqui não tinha dele-gado adjunto. Assim, a possibilidade deencontrar o titular durante 24 horas éimpossível. Vamos ter que dar uma so-lução para isso", disse o secretário, ci-ceroneado pelo inspetor Roque na visi-ta à carceragem, "que também precisade obras".

Em Piabetá (70a DP), Nilo Batistasorriu, satisfeito, ao ser recebido pelodelegado titular Mário de Freitas Aze-vedo, que também não tem com quemse revezar. O secretário descobriu, en-tão, que Azevedo e o delegado Miguez,da 69a DP, haviam combinado um sis-tema de rodízio, sugestão que aprovoue pretende adotar em outras unidades:"A cada fim de semana um deles assu-me as duas delegacias para que o outrodescanse. É uma boa idéia ter um dele-gado zonal de plantão, para duas outrês delegacias próximas", disse. No xa-drez, o secretário constatou superlota-ção — 20 presos dividem duas celas de12 metros quadrados — e prometeutentar um remanejamento.

O xadrez da 62a DP, em Imbariê,também impressionou Batista: "Aqui,só uma obra pode resolver o problema.Apesar de só estar com seis presos, acarceragem é péssima. Não tem ventila-ção nem solário", afirmou. O delegadoCidade, substituto do titular, tambémestava ausente mas, segundo os deteti-ves, trabalhara durante o dia. A ausên-cia de delegados foi verificada, ainda,em São João de Meriti (64a DP), Mes-quita (53a) e Nilópolis (57a). Nas demaisunidades — 61a DP, em Xerém, 54a, emBelford Roxo, 55a, em Queimados, 56a,em Comendador Soares, e 52a, em No-va Iguaçu — havia pelo menos um dele-gado presente.

Passava das 3h quando Nilo Batistaencerrou a operação, cujo saldo consi-derou positivo. "Encontramos uma rea-lidade que sempre foi assim. Eu espera-va encontrar situações de imobilidade,mas achei situações até muito boas. Ve-rificamos que os crimes estão sendoinvestigados durante o fim de semana,apesar da carência no quadro de pes-soai, e flagrantes estão sendo lavrados",declarou.

Porto Alegre — Telefoto Guerreiro/Objetiva Press

Polícias vão testar atuação conjunta

O secretário de Polícia Civil, NiloBatista, anunciou que será realizada umaexperiência de trabalho conjunto com aPM. Policiais civis e militares participa-rão juntos de diligências e também daredação de autos de flagrante, em módu-los cartorários e destacamentos avança-dos a serem instalados em delegacias ebatalhões da Polícia Militar. O projeto,que deve estar concluído em 10 dias, serálevado à prática, inicialmente, em trêsdelegacias e três batalhões, na Zona Suldo Rio, na Baixada Fluminense e emNiterói."Vai ser uma colaboração de baixopara cima. Teremos na delegacia um des-tacamento avançado da PM, para dili-gências imediatas e atendimento a víti-

mas, enquanto um delegado estará nobatalhão lavrando flagrantes", explicouBatista. Segundo ele, a idéia teve resis-tência de setores importantes da PM e daPolícia Civil. O secretário acredita, noentanto, que a experiência será impor-tante para testar o projeto de uma políciaúnica e de carreira, que estará na pautada Constituinte de 1993.

O secretário de Polícia Civil adiantouque o governo do estado tem um "proje-to audacioso" para construção de umconjunto carcerário de 5 mil celas cm

angu, o que, segundo ele, ajudaria aresolver o problema de superpopulaçãocarcerária, além de aumentar o efetivo da

O delegado carioca

Acusado de seqüestros

é trazido para

o Rio

polícia no setor operacional. "È umaconcepção barata de presídio. São USS100 milhões, o que significa 70% docusto da Linha Vermelha", afirmou. Deacordo com Batista, há quase 4 mil pre-sos nas delegacias, "mais que o dobro dosuportável".

A utilização de batalhões da PM co-mo carceragens é considerada por NiloBatista uma idéia "fascinante do pontode vista logístico". Ele aponta, no entan-to, dois inconvenientes, "a instalação deuma prisão em estabelecimento militar ea custódia, que é uma atividade clara daPolícia Judiciária".

PORTO ALEGRE — O mentor daprimeira onda de seqüestros no Rio deJaneiro, Élcio Merêncio dos Reis, presosábado de manhã em Laguna (SC) pelapolícia gaúcha, teria deixado Porto Ale-gre ontem de madrugada, de volta aoRio, levado de carro por policiais cario-cas comandados pelo titular da Delega-cia de Roubos e Furtos Norte, RenatoMagnani. Mas a delegacia informou, noRio, que só hoje Élcio parte da capital,gaúcha, de avião, às 4h. Os policiaischegaram às 21 h de sábado à capitalgaúcha, onde Élcio estava detido. Últimodos líderes da Falange Vermelha aindaem liberdade, ele será entregue à Divisãode Combate ao Crime Organizado paraesclarecer uma série de seqüestros.

Élcio contou ter sido detido váriasvezes no Rio por policiais que lhe exigi-ram dinheiro. Por isso ele nunca foraoficialmente preso, apesar de condenadoa 15 anos de reclusão e ter cinco manda-dos de prisão. "O importante é a liberda-de", disse, afirmando que pagou "resga-te" muitas vezes. Sua volta ao Rio,segundo a policia gaúcha, começou de'madrugada, no Opala oficial placa RJ2706, com os detetives Gileno Pedro Sil-va Filho, Wilson Duarte e Alfredo Mar-tins, além de Magnani.

Os quatro estavam em Laguna (SC)desde quinta-feira, acompanhando aoperação dos policiais gaúchos da Dele-gacia de Roubos para tentar localizarÉlcio. Os cariocas não participaram daprisão porque, na manhã de sábado, de-cidiram checar informações em Cambo-riú, no litoral norte de Santa Catarina,enquanto os gaúchos continuaram emLaguna, localizando e prendendo Élcioàs 9h."Eles tiveram mais sorte", disseMagnani.

Ao encontrar Élcio na Delegacia de

Roubos de Porto Alegre, Magnani nãofalou com o preso, limitando-se a con-versar com o delegado Luiz FernandoTubino. Mas os detetives mostraram aÉlcio um velho recorte de jornal em queaparece numa foto com outros acusadosde seqüestros. "Só conheço o Nilo, cria-do comigo em Madureira", disse ele.Magnani contou que a polícia cariocatinha informações vagas há três meses deque Élcio estaria em Santa Catarina, maselas só se concretizaram com as pistasfornecidas pela polícia gaúcha, levando àoperação em Laguna.

Antes da chegada da equipe carioca,Élcio assistiu a noticiários de TV sobresua prisão. Contou que há mais de trêsanos trabalhava nas construtoras Cado-rim e Tadiello, em Caxias do Sul. Apolícia gaúcha investiga as atividades dasconstrutoras, que inesperada melhoria fi-nanceira salvou de uma situação pré-fali-mentar. Há suspeitas de que as empresasestariam sendo usadas para lavagem dedólares provenientes de seqüestros noRio.

A origem da suspeita está na partici-pação de Élcio como uma espécie debraço-direito de Adilson Cadorim, emcuja companhia foi encontrado e presoem Laguna. Cadorim, que é advogado,negou qualquer envolvimento nas ativi-dades criminosas de Élcio e foi liberado.Ele e Adair Tadiello, que também negaqualquer cumplicidade, darão depoimen-to esta semana em Caxias do Sul e po-dem ser indiciados por favorecimentoilegal.

A polícia gaúcha tem informações so-bre o estabelecimento de uma rota detráfico de drogas na Região Sul, ligada àquadrilha de Élcio no Rio.

com o colega gaúcho Tubino

Cárcere — Policiais do 4o BPM (SãoCristóvão) que investigavam denúnciaanônima de que dois homens eram manti-dos desde sexta-feira em cárcere privado,no Morro do Telégrafo, em Mangueira,mataram ontem à tarde o traficante detóxicos Paulo Lima de Sousa, o Bilico. Osargento Antero Maia levou um tiro deescopeta na coxa direita. Os PMs liberta-ram Jorge Luís da Cunha, de 29 anos, eAlexandre Costa de Melo, de 17, que con-taram ter sido torturados.PM morto — Três ladrões mata-ram ontem à tarde, na Quinta da BoaVista, o soldado PM Fernando de Olivei-ra Machado, de 28 anos, depois que oassaltaram e descobriram que ele era po-licial. O crime ocorreu junto ao lago, napresença da mulher do soldado, Angeli-na Prado Machado, de 27 anos, e do seufilho Bruno, de 3.Atropelamento — Uma mulherde aproximadamente 60 anos e um garo-,to de cerca de 9, não identificados, mor-reram atropelados no acostamento daRodovia Amaral Peixoto, em Araruama(Região dos Lagos). Waldemar AlpoimBrandão, motorista do carro que osatropelou, o Passat QL 9860, disse terrecebido uma fechada de outro automó-vel, de placa não anotada. O acidenteocorreu por volta de 15h30.Ferido—O motorista policial Antô-nio José Leite de Almeida foi baleado nabarriga, ontem de madrugada, duranteperseguição a um grupo de sete homensque promovia um tiroteio nas imediaçõesdo Clube Olímpico, em ComendadorSoares (Nova Iguaçu, Baixada Flumi-nense). Mais duas pessoas ficaram feri-das. Uma delas é Valmir Bonifácio daSilva, de 37 anos, que passava pelo local.O autor do tiro que atingiu o motorista,Aderbal Magalhães de Alencar Júnior,25, foi preso. O secretário de PoliciaCivil, Nilo Batista, esteve na ClinicaNossa Senhora de Fátima, onde o poli-ciai foi operado.

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Sindicalista é assassinado em Nova Iguaçu

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balhadores Rurais de Nova Iguaçu epriraeiro-secretário da Federação dosTrabalhadores na Agricultura do Esta-do do Rio de Janeiro (Fetag), JoãoFélix de Aquino, de 38 anos, foi assassi-nado com um tiro de escopeta no inícioda noite de sábado. Ele foi morto porquatro homens encapuzados que inva-diram a casa de sua amante, MíriamTaveira de Lima, de 21 anos, na RuaTeófilo Bispo, 425, Vila Cláudia, nobairro de Miguel Couto, em BelfordRoxo (município de Nova Iguaçu, Bai-xada Fluminense). A disputa de terras éuma das hipóteses que a 54° DF estainvestigando. Mas, no enterro, colegasdo sindicalista e moradores de Vila Cláu-dia atribuíam o crime a matadores pro-fissionais, pois João Félix teria cha-mado a polícia para evitar a ação detraficantes de tóxicos no loteamento deVila Cláudia.

Os criminosos invadiram a casa deMíriam por volta das 18h30, gritandopor João Félix, que estava dormindo."Vamos sentar, tomar um cafezinho econversar", argumentou o sindicalista,segundo contou Míriam. Os quatro ho-mens revistaram a casa à procura dorevólver de João Félix e, depois, arrasta-ram-no para a rua. A cerca de 50 metrosda casa, atiraram no rosto dele com uma

João Félix levou tiro no rosto

escopeta de calibre 12. Míriam, que tinhano colo o filho Júlio, de 10 meses, nadasofreu.

Após o crime, o grupo fugiu noVolkswagen azul, ano 73, placa FQ7401, que está em nome do sindicato.Míriam, que registrou o caso na dele-gacia de Belford Roxo, disse não terpresenciado a morte do sindicalista: "Sóouvi o tiro." Ela contou que João Félix

fora reeleito para a presidência do Sindi-cato dos Trabalhadores Rurais de NovaIguaçu há três anos (seu mandato termi-naria em dezembro) e não soube dizer seele estava recebendo ameaças.

O delegado titular da 54a DP, LuísCarlos Domingues Pinheiro, esteve nolocal do crime. Mas, até a madrugada deontem, não tinha conseguido localizarnenhuma testemunha. Mesmo assim, eleafirmou que já tinha algumas pistas paraesclarecer o caso, revelando apenas queestava investigando duas hipóteses. Dei-xou escapar que o líder sindical estavaenfrentando problemas causados pordisputas de terra. No entanto, disse nãoter ouvido "nenhuma noticia sobre brigapor terras", desde que assumiu a delega-cia, em abril.

"Sabemos que, ultimamente, Joãoestava andando armado, o que demons-tra que ele temia que algo lhe aconteces-se", comentou o delegado. Depois deconversar a portas fechadas com o secre-tário de Policia Civil, Nilo Batista, queapareceu de surpresa na delegacia, du-rante a madrugada, Luís Carlos Pinheirodeclarou que vai desvendar o crime:"Posso garantir que vamos chegar lá.Quem fez esse crime não fará outro." Eleespera identificar os criminosos atravésde impressões digitais deixadas noVolkswagen. Míriam, com o filho, teve casa invadida Mais de 200pessoas compareceram ao enterro

Amigos crêem em vingança de traficante Deputado suspeita de questão de terras

Na quinta-feira, um diretor da Asso-ciação de Moradores do Mutirão de VilaCláudia foi avisado que João Félix deAquino estava jurado de morte. Isso por-que, há 15 dias, ele chamou a policia,quando soube que traficantes de tóxicosdo bando de Poi, preso na Penitenciáriade Bangu 1, estavam intimidando mora-dores do loteamento, onde vivem cercade 800 famílias. Exibindo armas pesadas,os traficantes estariam abrindo terrenopara instalar pontos de venda de tóxicos,o que, segundo um colega de João Félixna diretoria do sindicato, já tinham con-seguido em Xangrilá, outra localidade deMiguel Couto."Para evitar que os traficantes to-massem conta de Vila Cláudia, João cha-mou a polícia", contou o sindicalista,que pediu para não ser identificado. Eleestava entre as mais de 200 pessoas queacompanharam o enterro de João Félix,ontem à tarde no Cemitério Municipalde Nova Ijguaçu. Um assessor do sindica-

to, Bráulio Rodrigues, que é membro daComissão de Justiça e Paz da Diocese deNova Iguaçu, não acredita em motivospolíticos para o crime. "Não foi a mandode proprietários de terras ou grileiros,senão teríamos conhecimento", afirmouBráulio.

Um inspetor da 54a DP confirmouque a polícia fez algumas batidas em VilaCláudia, um loteamento muito pobre."Lá dá de tudo. Existe tóxico, sim", disseo inspetor. Ele acredita em crime motiva-do por briga de terras, mas admitiu que apolícia tem fechado o cerco aos trafican-tes e grupos de extermínio que atuam emBelford Roxo. "Quando viemos aqui pa-ra a 54a, ocorriam até seis homicídios pordia. Fechamos o mês de maio com 20homicídios", contou.

No enterro, muitas pessoas pareciamamedrontadas. Quem acredita em crimecomum, cometido por pistoleiros profis-sionais a serviço de traficantes de drogas,preferia não se identificar. Um dos pou-

cos a falar, Clóvis de Aquino, irmão deJoão, não tem dúvidas: "Vila Cláudia foio pivô da morte de meu irmão", disse,sem se estender em considerações. O pri-meiro-secretário do sindicato, João daSilva Bastos, afirmou: "Não foi um crimeligado à terra. Foi motivo particular."

Pedro de Oliveira, diretor do sindicatoque João Félix presidia, comentou: "Joãofoi ameaçado de morte há um mês, quan-do mexeu com o mutirão urbano de Xan-grilá. A polícia estaria dando muito emcima dos marginais da área e eles atri-buíam o fato a alguém graúdo, do sindi-cato, que estaria dedurando", disse Pedro.Ele acrescentou que Vila Cláudia surgiuhá seis anos. Seria um mutirão rural, masas terras eram poucas e havia muitasfamílias querendo uma área. Virou, en-tão, um mutirão urbano. "Estamos empaz em Nova Iguaçu. A briga pela terraestá na Justiça, não temos um conflito hámuito tempo", explicou Pedro.

O deputado federal Laerte Bastos(PDT), que trabalhou cerca de 15 anoscom João Félix de Aquino, disse ontemnão ter ainda dados suficientes paraapontar suspeitos do assassinato do lídersindical, mas admite que o crime estejarelacionado a questões de terra. "Os con-flitos e interesses no meio rural são pordemais conhecidos e alguns companhei-ros do João Félix dizem que, há algumtempo, ele vinha recebendo ameaças demorte", contou. Segundo o deputado, sóem Nova Iguaçu existem 14 áreas invadi-das.

Também para o advogado DelárioRibeiro, do Sindicato dos TrabalhadoresRurais de Nova Iguaçu, muito ligado aJoão Félix, o assassinato está ligado aoconflito de terras e à impunidade. "Va-mos fazer alarde, denunciar, exigir puni-ção para esse crime", afirmou Delário.

Delário, que estava no enterro deJoão Félix, explicou que Vila Cláudia eraum mutirão urbano, mas tinha uma po-

pulação rural, formada por famílias decamponeses que inicialmente ocuparamaquela área pobre. Por isso, e tambémpor causa da amante, Míriam, João Fé-lix, presidente de um sindicato de traba-lhadores rurais, continuava dando assis-tência aos moradores daquele local. JoãoFélix era casado com Dilma Penha Lirade Aquino, com quem teve as filhas Osa-na, de 9 anos, e Patrícia, de 4. ComMíriam, tinha um filho de 10 meses.

Frei Luís Thomas, da Comissão deJustiça e Paz de Nova Iguaçu, que enco-mendou o corpo do sindicalista, lamen-tou a violência. "João era uma pessoatranqüila, pacata. Não tenho nenhumasuspeita sobre o motivo do crime", disseo frade, que não acompanhou o enterro epediu calma à família. Velório e enterroforam realizados em clima de muitaemoção.

O delegado Luís Carlos Dominguesprometeu usar todo o efetivo da 54a DP— 17 homens — na apuração do crime.

Além da hipótese de conflito de terra, ele.apura outro motivo para o crime. "Nãoposso dizer qual é", alegou. Segundo ele,desde abril, em Vila Cláudia só ocorreuum homicídio. O pároco da igreja de SãoMiguel Arcanjo, padre Renato Chiera,um italiano de 48 anos, disse o assassina-to lhe causou "uma surpresa e uma tris-teza muito grande." Para o religioso,essa morte, além de ser uma perda paraos trabalhadores, deixa intranqüilas aspessoas que vivem em terrenos ocupadosilegalmente.

A presidente da Comissão de Justiçae Paz da Diocese de Nova Iguaçu, SadaBaruout David, contou: "João Félixcomparecia a todas as ocupações de ter-ra, reuniões e mutirões. Mas, na hora dediscutir, sempre se mantinha calmo e atéreservado. Quase não falava." Comonão tinha contato com o sindicalista hámais de um ano, Sada não quis arriscarqualquer explicação para a morte dele.

vai à Baixada eNilo decide

O secretário de Policia Civil, NiloBatista, anunciou que será realizada umaexperiência de trabalho conjunto com aPM. Policiais civis e militares participa-rão juntos de diligências e também daredação de autos de flagrante, em módu-los cartorários e destacamentos avança-dos a serem instalados em delegacias ebatalhões da Polícia Militar. O projeto,que deve estar concluído em 10 dias, serálevado à prática, inicialmente, em trêsdelegacias e três batalhões, na Zona Suldo Rio, na Baixada Fluminense e emNiterói."Vai ser uma colaboração de baixopara cima. Teremos na delegacia um des-tacamento avançado da PM, para dili-gências imediatas e atendimento a viti-

mas, enquanto um delegado estará nobatalhão lavrando flagrantes", explicouBatista. Segundo ele, a idéia teve resis-tência de setores importantes da PM e daPolícia Civil. O secretário acredita, noentanto, que a experiência será impor-tante para testar o projeto de uma policiaúnica e de carreira, que estará na pautada Constituinte de 1993.

O secretário de Polícia Civil adiantouque o governo do estado tem um "proje-•o audacioso" para construção de umconjunto carcerário de 5 mil celas emBangu, o que, segundo ele, ajudaria aresolver o problema de superpopulaçãocarcerária, além de aumentar o efetivo da

polícia no setor operacional. "È umaconcepção barata de presídio. São USS100 milhões, o que significa 70% docusto da Linha Vermelha", afirmou. Deacordo com Batista, há quase 4 mil pre-sos nas delegacias, "mais que o dobro dosuportável".

A iitilização de batalhões da PM co-mo carceragens é considerada por NiloBatista uma idéia "fascinante do pontode vista logístico". Ele aponta, no entan-to, dois inconvenientes, "a instalação deuma prisão em estabelecimento militar ea custódia, que é uma atividade clara daPolicia Judiciária".

Acusado de seqüestros

é trazido para o Rio

PORTO ALEGRE — O mentor daprimeira onda de seqüestros no Rio deJaneiro, Élcio Merêncio dos Reis, presosábado de manhã em Laguna (SC) pelapolícia gaúcha, chegou de volta ao Rio às22hl0. Havia deixado Porto Alegre demadrugada, em carro conduzido por poli-ciais cariocas comandados pelo delegado,da Delegacia de Roubos e Furtos Norte,José Renato Magnani. Os policiais haviamchegado à capital gaúcha às 21h de sába-do. Último dos líderes da Falange Verme-lha ainda em liberdade, ele será entregue àDivisão de Combate ao Crime Organizadopara esclarecer uma série de seqüestros.

Élcio contou ter sido detido várias ve-zes no Rio por policiais que lhe exigiramdinheiro. Por isso ele nunca fora oficial-mente preso, apesar de condenado a 15anos de reclusão e ter cinco mandados deprisão. "O importante é a liberdade", dis-se, afirmando que pagou "resgate" muitasvezes. Sua volta ao Rio, segundo a políciagaúcha, começou de madrugada, no Opa-la oficial placa RJ 2706, com os detetivesGileno Pedro Silva Filho, Wilson Duarte eAlfredo Martins, além de Magnani.

Os quatro estavam em Laguna (SC)desde quinta-feira, acompanhando a ope-ração dos policiais gaúchos da Delegaciade Roubos para tentar localizar Élcio. Oscariocas não participaram da prisão por-que, na manhã de sábado, decidiram che-car informações em Camboriú, no litoralNorte de Santa Catarina, enquanto osgaúchos continuaram em Laguna, locali-zando e prendendo Élcio às 9h."Eles tive-ram mais sorte", disse Magnani.

Ao encontrar Élcio na Delegacia deRoubos de Porto Alegre. Magnani nãofalou com o preso, limitando-se a conver-sar com o delegado Luiz Fernando Tubi-no. Mas os detetives mostraram a Élcioum velho recorte de jornal em que aparecenuma foto com outros acusados de se-qüestros. "Só conheço o Nilo. criado co-

migo em Madureira", disse ele. Magnanicontou que a polícia carioca tinha infor-mações vagas há três meses de que Élcioestaria em Santa Catarina, mas elas só seconcretizaram com as pistas fornecidaspela polícia gaúcha, levando à operaçãoem Laguna.

Antes da chegada da equipe carioca,Élcio assistiu a noticiários de TV sobre suaprisão. Contou que há mais de três anostrabalhava nas construtoras Cadorim eTadiello, em Caxias do Sul. A políciagaúcha investiga as atividades das cons-trutoras, que inesperada melhoria finan-ceira salvou de uma situação pré-falimen-tar. Há suspeitas de que as empresasestariam sendo usadas para lavagem dedólares provenientes de seqüestros noRio.

A origem da suspeita está na participa-ção de Élcio como uma espécie de braço-direito de Adilson Cadorim, em cuja com-panhia foi encontrado e preso em Laguna.Cadorim, que é advogado, negou qualquerenvolvimento nas atividades criminosas deÉlcio e foi liberado. Ele e Adair Tadiello,que também nega qualquer cumplicidade,darão depoimento esta semana em Caxiasdo Sul e podem ser indiciados por favore-cimento ilegal.

A polícia gaúcha tem informações so-bre o estabelecimento de uma rota detráfico de drogas na Região Sul, ligada àquadrilha de Elcio no Rio. Ele continuanegando oficialmente qualquer participa-ção em seqüestros, mas disse ter certeza deque nenhuma vitima ou testemunha dessescrimes vai identificá-lo: "Nunca hntei ascaras". Élcio contou à polícia que estavaplanejando "um lance grande" em SantaCatarina para depois desaparecer nova-mente. Pretendia também reaparecer noRio para se livrar de alguma forma denovas acusações de seqüestros. "Estão meempilhando de broncas que nada têm a vercomigo", disse.

Cárcere — Policiais do 4o BPM (SãoCristóvão) que investigavam denúnciaanônima de que dois homens eram manti-dos desde sexta-feira em cárcere privado,no Morro do Telégrafo, em Mangueira,mataram ontem à tarde o traficante detóxicos Paulo Lima de Sousa, o Bilico. Osargento Antero Maia levou um tiro deescopeta na coxa direita. Os PMs liberta-ram Jorge Luís da Cunha, de 29 anos, eAlexandre Costa de Melo, de 17, que con-taram ter sido torturados.PM morto — Três ladrões mata-ram ontem à tarde, na Quinta da BoaVista, o soldado PM Fernando de Olivei-ra Machado, de 28 anos, depois que oassaltaram e descobriram que ele era po-licial. O crime ocorreu junto ao lago, napresença da mulher do soldado, Angeli-na Prado Machado, de 27 anos, e do seufilho Bruno, de 3.Atropelamento — Uma mulherde aproximadamente 60 anos e um garo-to de cerca de 9, não identificados, mor-reram atropelados no acostamento daRodovia Amaral Peixoto, em Araruama(Região dos Lagos). Waldemar Alpoinr,Brandão, motorista do carro que osatropelou, o Passat QL 9860, disse terrecebido uma fechada de outro automó-vel, de placa não anotada. O acidenteocorreu por volta de 15h30.Ferido — O motorista policial Antô-nio José Leite de Almeida foi baleado nabarriga, ontem de madrugada, duranteperseguição a um grupo de sete homensque promovia um tiroteio nas imediaçõesdo Clube Olímpico, em ComendadorSoares (Nova Iguaçu, Baixada Flumi-nense). Mais duas pessoas ficaram feri-das. Uma delas é Valmir Bonifácio daSilva, de 37 anos, que passava pelo local.O autor do tiro que atingiu o motorista,Aderbal Magalhães de Alencar Júnior,25, foi preso. O secretário de PolíciaCivil, Nilo Batista, esteve na ClínicaNossa Senhora de Fátima, onde o poli-ciai foi operado.

Policias vão testar atuação conjunta

Ao desembarcar em frente à Delegacia de Roubos e Furtos Norte, em Pilares, Elcio aparentava tranqüilidade

sair, havia deixado um telefone paracontato. Na delegacia de Magé (69a), aausência de Jorge Miguez da Cunha foijustificada por ser ele o único delegado."Eu não sabia que aqui não tinha dele-gado adjunto. Assim, a possibilidade deencontrar o titular durante 24 horas éimpossível. Vamos ter que dar uma so-lução para isso", disse o secretário, ci-ceroneado pelo inspetor Roque na visi-ta à carceragem, "que também precisade obras".

Em Piabetá (70a DP), Nilo Batistasorriu, satisfeito, ao ser recebido pelodelegado titular Mário de Freitas Aze-vedo, que também não tem com quemse revezar. O secretário descobriu, en-tão, que Azevedo e o delegado Miguez,da 69a DP, haviam combinado um sis-tema de rodízio, sugestão que aprovoue pretende adotar em outras unidades:"A cada fim de semana um deles assu-me as duas delegacias para que o outrodescanse. É uma boa idéia ter um dele-gado zonal de plantão, para duas outrês delegacias próximas", disse. No xa-drez, o secretário constatou superlota-ção — 20 presos dividem duas celas de12 metros quadrados — e prometeutentar um remanejamento.

O xadrez da 62a DP, em Imbariê,também impressionou Batista: "Aqui,só uma obra pode resolver o problema.Apesar de só estar com seis presos, acarceragem é péssima. Não tem ventila-ção nem solário", afirmou. O delegadoCidade, substituto do titular, tambémestava ausente mas, segundo os deteti-ves, trabalhara durante o dia. A ausên-cia de delegados foi verificada, ainda,em São João de Meriti (64a DP), Mes-quita (53a) e Nilópolis (57a). Nas demaisunidades — 61a DP, em Xerém, 54a, emBelford Roxo, 55a, em Queimados, 56a,em Comendador Soares, e 52a, em No-va Iguaçu — havia pelo menos um dele-gado presente.

Passava das 3h quando Nilo Batistaencerrou a operação, cujo saldo consi-derou positivo. "Encontramos uma rea-lidade que sempre foi assim. Eu espera-va encontrar situações de imobilidade,mas achei situações até muito boas. Ve-rificamos que os crimes estão sendoinvestigados durante o fim de semana,apesar da carência no quadro de pes-soai, e flagrantes estão sendo lavrados",declarou.

SerraTerminou na madrugada de ontem a

fiscalização das delegacias da BaixadaFluminense, comandada pelo secretáriode Polícia Civil, Nilo Batista. Em setedas 13 delegacias visitadas não haviadelegado de plantão, mas apenas osubstituto da 59a DP (Duque de Ca-xias), José Meneses Santana, será puni-do com a perda do cargo e remoçãopara uma delegacia menor. Ele deveriaestar de serviço até as 8h de ontem massaiu no final da tarde de sábado semdizer onde ia.

Nilo Batista conversou com deteti-ves, vistoriou carceragens, foi informa-do sobre as últimas ocorrências e ficousurpreso ao descobrir que há delegaciassob a responsabilidade de um únicodelegado. Constatou que os xadrezes dealgumas unidades estão em "situaçãodrástica", além de apresentarem exces-so de lotação, e concluiu que umas pre-cisam de reforço de viaturas e outras, deobras urgentes.

A visita começou pela 59a DP, ondeNilo Batista chegou âs 19h de sábado,acompanhado do subsecretário JoelVieira, do diretor-geral de Polícia da

Baixada, delegado Hélio Luz, e assesso-res.J Surpreendidos, os policiais de plan-tão não souberam dizer onde o delega-do Menezes estava — "parece que elefoi jantar", disse um detetive. Hélio Luzexplicou que, por ser uma delegacia deprimeira, a 59a DP contava com cincodelegados além do titular, que deveriamse revezar em plantões de 24 horas.

"O delegado Menezes teria que estaraqui. Como não está, na segunda-feiraele será removido para uma delegaciamenor e perderá o cargo de delegadosubstituto", afirmou Luz. O chefe doplantão informou ao secretário sobretrês homicídios e a recuperação de doiscarros roubados. Depois de vistoriar oxadrez, Nilo Batista declarou que a car-ceragem precisava de obras urgentes,sobretudo por ter um muro de alvenariaque dá para a rua.

Nas duas delegacias visitadas a se-guir, os delegados também não foramencontrados. Na 60a, em Campos Eli-seos, com dois delegados lotados, a in-formação era de que o adjunto RicardoMartins trabalhara durante o dia e, ao

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JORNAL do brasil

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Mostrando-se completamente contrario?puma internacionaliza<;ao da arquitetura, o profes¬sor considera que qualquer construgao ou restau-ra?ao deve levar em conta a mentalidade dosmoradores. "Na Africa acontcceram muitas eij-periencias curiosas em arquitetura. Em algumisciaades, como rviaii, foram construiaos para na-bitagao popular varios predios de acordo com cjspadroes internacionais de estrutura e espa?o..Soque os moradores acabaram nao se adaptandoaos apartamentos, ja que eles sao poligamos eoctriitnrnm chqc rpcMpnrinc Hp fr\rmn Hifprpnfp

A recuperaçao

do Catete

Andreia Curry

Alvo de dois diferentes projetos depreservação, o bairro do Catete prepa-ra-se para uma nova era: o Departa-mento de Patrimônio Cultural da prefei-tura começa hoje a fazer umlevantamento dos imóveis que devemser preservados no bairro, com base novalor histórico ou arquitetônico. O obje-tivo é transformar o Catete numa Áreade Proteção Ambiental (APA), a exem-pio de classificação já aplicada aos bair-ros de Santa Teresa, Gamboa, Saúde eSanto Cristo. Além disso, o mais impor-tante patrimônio do Catete, o Museu daRepública, que há dias sediou um cursosobre Recuperação da Arquitetura Po-pular, será transformado por sua direto-ra, Helena Severo, num pólo de revitali-zação do bairro.

Os dois projetos —o da APA e o pólo derevitalização — sãouma espécie de com-pensação para a súbi-ta degradação dos úl-timos dez anos. Apresidente da Asso-ciação de Moradoresdo Catete, Maria JoséGalvão, defende a re-cuperação dos casa-rões como forma desustar a queda naqualidade de vida."Há imóveis que es-tão completamenteabandonados e se tor-naram abrigo de men-digos e marginais. E Catete, 104: o requinte

Tmpõssrvel^assaiTiiioiterdianíe-de-ecf-tos prédios", diz ela.

Conta Maria José Galvão que umrecente levantamento de sua associaçãoidentificou como principais problemasdos moradores do bairro a falta de segu-rança e a queda na qualidade de vida."O casarão da Silveira Martins, 104,também ocupado por mendigos, tor-nou-se objeto de reclamações de todosos moradores da rua, devido aos assai-tos e ao barulho que os invasores fazem.Até a sede da UNE, na Rua do Catete,243, está caindo aos pedaços e à noiteserve de esconderijo de assaltantes" afir-ma ela, revelando que até as pedrasportuguesas do calçadão da Rua do Ca-tete têm sido roubadas.

Depois de ter visto o apogeu do bair-ro, que até 1960 sediava a Presidênciada República, Maria José não admite

que as famosas facha-das de estilo ecléticoestejam todas pixa-das, sem pintura ecom os enfeites des-truídos, e que umgrande terreno mura-do e abandonado daRua Machado de As-sis sirva de ponto deencontro de marginais.Segundo ela, a luta pe-la preservação do bair-ro, que existe há déca-das, está mais intensadesde novembro. "To-

dos estão dispostos aajudar qualquer inicia-tiva de recuperação dobairro", garante Ma-ria José.

6 o Cidade o segunda-feira, 3/6/91

Bairro pode

ter Corredor

Cultural

Com o cadastramento de todos os imóveis ecriação de uma Área de Proteção Ambiental(APA), o Catete poderia ser transformado nosegundo Corredor Cultural do Rio, embora comcaracterísticas muito diferentes do Corredor quejá existe no Centro da cidade (com oito grandesconjuntos arquitetônicos, a maior parte de ori-gemi; colonial). Os conjuntos do Catete estão sedeteriorando rapidamente, como verificaram téc-nicos do departamento, devido ao desleixo deproprietários, que deixam os imóveis fechados eabandonados e depois querem demoli-los.

A diretora do departamento, Evelyn FurquinWerneck Lima, disse que as demolições não têmocorrido porque a prefeitura baixou decreto im-pedindo a destruição de qualquer imóvel cons-truído antes de 1937, sem a autorização do Con-selho Municipal de Proteção do PatrimônioCultural. O Catete tornou-se uma prioridade pa-ra o Patrimônio Cultural da prefeitura a partir depedidos da Associação de Moradores do bairro,que luta há mais de 10 anos pela preservação docasario e revalorização da região. SegundoEvelyn Lima, nas ruas do Catete, Dois de De-zembro e Pedro Américo há significativos exem-pios da mistura de estilos que caracterizou aarquitetura brasileira no inicio do século.

Naquela época conciliavam-se tendências eu-ropéias com traços muito próprios do Brasil,tendo como base o parcelamento do solo aomodo português, usado na divisão das imensaschácaras da região, algo totalmente diferente doque estava em moda na França da virada doséculo: uma frente estreita, desproporcional emrelação à área de fundos, muito comprida. "Já apartir da área ocupada pela construção, o ecletis-mo brasileiro ficou muito especifico", diz Evelyn,acrescentando que, ao contrário do que ocorriana Europa, o principal material usado aqui era oestuque, que servia de base aos fiorões e outrosenfeites."Foi a época dos grandes mestres de obras,que começaram a construir imóveis com propor-ções mais estudadas e muitos elementos decorati-vos. É a típica arquitetura de fachada, feita para* i artística", explica aser vista, com preocupaçao

.diretora ao Departamento de l'atrimomo Lultu-"raLEla dacõmo exeirrpiasTrrsebraáss-«alrfi_os_

Na história

recente, os

modernistas

Nossas coisas bem amadasnesse mesmo exato instanteestão sendo desfiguradasos bairros se renovamBotafogo, CopacabanaCatete, GlóriaO Catete de onde nunca devias Ter saído"e ao qual agora voltaste humilde e reconhecido

Era o Catete dos grandes modernistas de quefalava Vinícius de Moraes em suas Reminiscên-cias de um Perfeito Carioca, publicado em 27 deoutubro de 1976 no JORNAL DO BRASIL, emhomenagem ao pintor e poeta Di Cavalcanti,que morou no bairro entre as décadas de 40 e50. O mesmo Catete de que o artista plásticofalou em Peregrinações com Jaime 0'Valle: "Obela mocidade pervertida/ éramos personagensde romances/ que nunca foram escritos/ nós osheróis da Lapa/ os heróis da Lapa da madruga-da", escreveu ele, iniciando a citação de diversasruas, escadarias e becos.

O bairro viveu seus últimos momentos deglória como reduto dos artistas e intelectuaismodernistas, mas tem em seu passado tambémos traços da nobreza imperial e da elegânciafrancesa dos grandes senhores da RepúblicaVelha. Antes disso era puro mato e rio, o RioCatete, braço do Carioca. A palavra Catetesignifica mato cerrado, descrição tupi-guaranide uma paisagem carioca típica do século 18.

O bairro começou a ser povoado no iníciodo século 19 e até 1890 foi área residencial denobres. Ali foi construído o casarão do Barãode Nova Friburgo, depois Palácio do Catete ehoje Museu da República; o Palacete do Ribei-rinho, transformado na Faculdade Souza Mar-ques; a casa do Barão do Rio Branco, quedepois se transformou no High Life Club e hojesedia a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Após a Proclamação da República, o Cate-te virou a sede do Poder Executivo. Muda-ram-se para o bairro famílias de funcionários

públicos. Hp rl.nrep rp^'" anarppprnm

números 248 e 254, e o conjunto de 34 casas entreos números 126 e 196 e de 179 a 187, todos naRua do Catete.

Ela cita também o prédio da UNE que abriga-va a antiga Faculdade de Direito, na Rua doCatete, 243, como representativo da arquiteturaeclética e que se encontra em péssimo estado.Mencionou ainda como imóvel de significativovalor histórico e cultural, na Rua Santo Amaro, asede do High Life Club, prédio que até o início doséculo era do Barão do Rio Branco e que até adécada de 50 foi palco dos maiores bailes deCarnaval da cidade. Para Evelyn Lima. é possívelque o Catete mereça projeto semelhante ao doCorredor Cultural, no sentido de preservação erevitalização. A diferença é que, enquanto o Cen-tro já era uma área mais vãiüiúaUú,imóveis utilizados comercialmente, no Catete vá-rios prédios servem de residência para famílias debaixa renda e enfrentam um processo bem maiorde deterioração.

hotéis que hospedavam governadores e depu-JadQSiOSateliês de grandes modistas e as lojas

de móveis, qúê~íõTimT~5e multiplicando. Asnoites do Catete eram animadas por escritores,jornalistas e intelectuais até o fim da primeirametade deste século, especialmente no Lamas,que ficava na Rua do Catete, 195. Passarampelo Catete ainda no tempo do Império bon-des puxados por animais e, depois da Repúbli-ca, bondes elétricos, apreciados pelos morado-res do bairro de cadeiras dispostas sobre ascalçadas, ao entardecer.

Com a mudança da sede do governo federalpara Brasília, em 1961, o Catete começou aexperimentar um processo de desvalorizaçãoque encontrou nas obras do metrô, na viradada década passada, um acelerador. A PraçaJosé de Alencar transformou-se num grande"nTvirm^TrTTr--hf7fs-j^^ de abandono.Vários imóveis de valor cultural foram aoan-donados pelos proprietários, transformando-se mesmo em abrigos de pobres e marginais.

EmK^n^^s^8e254da 'Rua

do Catete estão quatro fachadas históricas que apresentam unidàdè' " ' "

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para fornecer maior espessura e resistência térmj-ca às paredes e muros", disse ele. Sobre os mate-riais das antigas construções brasileiras, o arqui-teto destacou as pedras e o óleo de baleia, usadosna maior parte das paredes coloniais. Para ele.íouso da pedra é típico nas construções do Rio dèJaneiro, que apresentam este material nas facha-das e umbrais. ::

Mostrando-se completamente contrário guma internacionalização da arquitetura, o profes-sor considera que qualquer construção ou restaü-ração deve levar em conta a mentalidade dosmoradores. "Na África aconteceram muitas eij-periências curiosas em arquitetura. Em algumásciaades, como íviaii, foram construiaos para na-bitação popular vários prédios de acordo com cjspadrões internacionais de estrutura e espaço..Sóque os moradores acabaram não se adaptandoaos apartamentos, já que eles são polígamos eestruturam suas residências de forma diferentedos ocidentais", revelou. :';

Em D'Jenne, também em Mali, Sandro Spinifoi convidado a recuperar um importantíssimomonumento histórico, tombado pela Unesco, t$-do feito em barro. "Tivemos que fazer uma pes-quisa histórica e antropológica sobre o uso dóbarro naquela região", contou ele. Num casarãoda Lombardia, na Itália, com a estrutura toda emmadeira trabalhada, do período da Renascença,conseguiu-se combater a ação dos cupins e dotempo com um trabalho artesanal no exterior e asustentação das antigas estruturas por modernasestruturas de aço. A pesquisa de tecnologias anti-gas, inclusive, tem feito aparecer na Europa umanova categoria de profissionais: os artesãos espe-eiálizades eni téssásG-^súais de construção,com uso de materiais tradicionais.

Conceito de

preservação

é ampliado

Preservar o patri-mônio histórico e cultu-ral deixou, há muitotempo, de ser a mesmacoisa que matar traças ecupins ou recuperar ca-sarões. A instituição doCorredor Culturaltrouxe para o Rio deJaneiro uma mudançaneste conceito, que pas-sou a incluir a idéia deoferecer novos usos avelhos espaços. Isto, noentanto, nem semprefunciona para casas po-pulares, de que os proprietários não querem sedesfazer, sem ter, ao mesmo tempo, condições oumotivos de lhes dedicar melhor tratamento.

O estado precário de alguns prédios da Gló-ria e Catete é a prova de que a preservação estámuito além de meros decretos de tombamento.evidência que os italianos descobriram há 20anos, na luta para manter o patrimônio de 20mil cidades e inúmeros vilarejos rurais criados"7TTrtTTrtiT^j^)jiiro. nnUício. Tal experiência foimostrada pelo arquiteto e antropólogo italiano"Sandro Spini. de 40 anos. num curso no Museu

Saiulro Spini'

da República que serviu de subsídio ao trabalhode preservação que o museu pretende desenvol-ver a partir de junho.

O curso A Recuperação da Arquitetura Popu-lar, realizado semana passada, reuniu 20 arqui-tetos que conheceram, através do italiano, otrabalho de grupos interdisciplinares que estãomudando na Europa os conceitos de recupera-ção e manutenção do patrimônio paisagísticourbano e rural. Professor da Universidade deMilão, Sandro Spini dedicou seus últimos 20anos à pesquisa da preservação do patrimôniocultural para entidades como a Unesco e aSorbone, na França. Ele veio ao Brasil graças aconvênio entre o Museu da República e o Insti-tuto Italiano de Cultura.

O curso mostrou uma nova metodologia deabordar a preservação, que alcançou grande popu-laridade na Europa. Uma popularidade que vemdo envolvimento dos moradores dos imóveis emquestão com o modo de vida dos antigos habitan-tes, através da análise das características arquiteto-nicas e do tipo de material usado na construção."Procuramos fazer uma espécie de arqueologia doimóvel durante sua recuperação, tentando desço-brir as soluções arquitetônicas encontradas pelosantigos construtores para problemas que enfrenta-mos até hoje", disse o professor.

Esta metodologia prevê a reconstituição, pormeio dessas pesquisas, das técnicas de construçãodo imóvel a ser preservado, conciliando-a comtécnicas modernas e sofisticadas. De acordo comSandro Spini, este método de trabalho permiteuma intervenção mais branda no espaço e chega abaratear ate em juvo a restauração. "As lécnícasantigas são geralmente baratas, usando até lixo

JORNAL DO BRASIL

Fotos de Françoise Imbroisl

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Rio de Janeiro — Segunda-feira, 3 de junho de 1991-.'v.:h''

I Steve Won-der lança dis-co com trilhade filme deSpike Lee.Página 6

1 HamiltonVaz Pereirarevela emshow o seu la-do musical.Página 2

JORNAL DO BRASI

Não pode ser vendido separadamente

1 Vídeo fazdenúncia so-bre situaçãodos meninosde rua. Pági-

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Ao mestre sem nenhum carinho

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U'»\T .I ™ ÕS, judeus, se queremos\ cooperar com outras pes-

J- 1 soas, temos que cultivar umpouco de masoquismo e estar dispostosa suportar uma certa dose de injustiça."A frase, que consta da correspondênciade Sigmund Freud com um dç seus dis-cípulos, Karl Abraham, mostra que ocírculo psicanalítico vienense era, em1908, marcadamente judeu. Freud, po-rém, parecia obsecado em fazer com quea psicanálise extravasasse as fronteirasda etnia, escapando aos preconceitos docrescente anti-semitismo europeu. As-sim, entre os seus discípulos, fazia ques-tão de marcar sua preferência pelo suíçoCarl Jung, um médico psiquiatra que,com trinta e poucos anos, já tinha suaprópria clínica, participava da direçãodo influente Hospital Burgholzi e aindaocupava uma cadeira docente na Uni-versidade de Zurique. Assim, um Freudpragmático, aos 50 anos, exausto dascríticas e da incompreensão que cerca-vam suas teorias, parecia disposto a tu-do para fazer um herdeiro não-semita.Este Freud é o que aparece em Amigosíntimos, rivais perigosos, do psicanalistanorte-americano Duane Schultz, Phd eprofessor da Universidade do Sul da

--Flnrirln 1ivrr. rp^pm-l;inr;iHr» no Brasilpela editora Rocco (Cr$ 5.920)!

Vasculhando a correspondência dopai da psicanálise, Schultz se concentrano período que vai de 1906 a 1913,narrando a ascensão e queda de Jungnas hostes psicanalísticas. A perguntacentral do livro é a mesma que fascinouinúmeros intérpretes de Freud e do mo-vimento psicanalítico, de Ernst Jones aPeter Gay: até que ponto um discípuloprecisa ser fiel a seu mestre? No caso deFreud, a exigência de uma fidelidadecanina passava pela destruição de qual-quer possibilidade, vôo intelectual porparte do discípulo, de qualquer origina-lidade teórica. Os discípulos, sobretudoos mais inteligentes, tinham que se lirni-tar ao papel de repetidores, confirman-

A correspondência entre

Freud e seu discípulo

Jung sai agora em livro

do as teorias freudianas numa exaustivaenumeração de casos.

No caso Jung, Schultz mostra como opragmatismo transformou Freud numverdadeiro monstro. Com poucos clien-tes, cobrando oito dólares por consulta,Freud usa Jung para ganhar repercus-são internacional. Faz do suíço um pre-ferido, espezinhando os que se opõem.Chega a levá-lo em sua famosa viagemaos Estados Unidos, em 1907. Mas setorna cruel quando percebe que Jungcomeça' a ter idéias próprias. A troca decartas, de inicio tão cordial, se revelauma forma de tortura para ambos. Tu-do começa quando Jung confessa suasdúvidas sobre o império da sexualidadena explicação para traumas e comple-xos. A reação de Freud é ir aos poucostransformando Jung num caso clínico.Ele interpreta os sonhos do discípulo,intromete-se na sua vida particular, dis-cute o tratamento dado por Jung aosseus pacientes. Nos sonhos, a interpre-tação sempre descamba para o desejoedipiano de matar o pai. Na vida parti-cular, Freud se torna confidente da mu-lher de Jung, Emma, e testemunha aruína do casamento, o drama dos filhos,os romances extra-conjugais.

O pior, no entanto, acontece com ospacientes. Freud pede a Jung para aju-dar um de seus discípulos vienenses, onsicanalista Otto Gross, a se afastar dasdrogas. É passa a discutir o trãtamêntõTdiscordando dos métodos e dos diag-nósticos, a ponto de fazer com queGross acabe fugindo de Zurique, suici-dando-se pouco depois e deixando Jungculpado para o resto da vida. Não con-tente, Freud ainda se intromete comoutra paciente, a estudante de medicinaSabina Spielrein (o sobrenome quer di-zer "jogo

puro", em alemão), tomandoconhecimento do romance da jovemcom Jung. Ela se toma, então, a passa-gem de Freud para a intimidade domés-tica do aprendiz, derrubando sua facha-da de bom moço. Acaba'O respeitomútuo, fazendo com que Jung passe abancar o esquizofrênico a fim de escapardas pressões de Freud. A partir destaintervenção e das crescentes querelas en-tre os dois, Jung se torna cada vez mais

irônico e distante, até declarar, numacarta de rompimento: "O senhor é uminimigo perigoso".

Ò livro de Schultz não tem novida-des. Apenas interpreta, de maneira ma-niqueísta, a relação entre mestre eaprendiz numa linguagem romanesca,de divulgação. Trata-se de um lança-mento que tem tudo para cair no gostodo público-leitor, atualmente tão afie-cionado por biografias fáceis, de prefe-rência com revelações picantes. Há nar-rações de sonhos famosos de Freud eJung, que Schultz usa para especularsobre os possíveis complexos dos doisprotagonistas. O autor norte-americanoconstrói diálogos com recortes da cor-respondência, facilitando a compreen-são da polêmica e de seus subterfúgios.Há cenas inteiras descritas a partir dasduas biografias clássicas de Freud — osdois volumes do fidelíssimo Ernst Jones(Ed. Imago) e o calhamaço de Peter Gay(Companhia das Letras).

Quem se interessar, no entanto, poruma interpretação mais refinada destatroca de cartas entre o mestre e seudiscípulo, deve procurar Um destino tãofunesto (Ed. Timbre/Taurus), do francêsFrançois Roustang. Nele, a questão ex-travasa para o terreno da história dasidéias. Jung, o homem das aproxima-ções brilhantes, prefere os jogos associa-

H UMA CARTA"SEI

que o senhor está agora emAmsterdã, pouco antes ou pou-co depois de sua arrriscada con-ferência, empenhado na defesada minha causa, e a mim meparece quase uma covardia estareu aqui a catar cogumelos nosbosques ou a banhar-me nesteplácido lago carintiano, em vezde estar defendendo minha pró-pria causa ou ao menos estar aí aseu lado. Conforta-me dizer amim mesmo que para a causa émelhor que seja assim. Ajusta-semais ao senhor a propaganda,porque eu sempre achei que háalguma coisa em minha persona-lidade, nas minhas idéias e nomeu modo de falar que os ou-tros consideram estranha e re-pulsiva, ao passo que todos oscorações se abrem para o se-nhor.

Agora mais do que nunca qui-

sera estar ao seu lado, sentindo oprazer de não estar mais sozinhoe, no caso de o senhor precisarde estímulo, poder lhe falar dosmeus longos anos de honestamas penosa solidão, que come-Çou quando lancei meu primeiroolhar ao novo mundo, da indife-rença e incompreensão dos meusamigos mais íntimos, dos terrí-veis momentos em que éu mes-mo julguei que me tinha extra-viado, da minha convicção quese foi lentamente formando atéprender-se à interpretação dosmeus sonhos como a um roche-do num mar tempestuoso, e deserena certeza que finalmente seapossou de mim e me mandouesperar até uma voz vinda damultidão desconhecida respon-desse à minha.

Carta de Freud a Jung escritaem 2 de setembro de 1907

tivos, translormaaòs em regra de pênsã"-mento. Freud não pode aceitar queJung, por meio das interpretações destesjogos, introduza o pensamento no in-consciente, esmaecendo as fronteiras en-tre o consciente e o reprimido. Assimcomo não pode aceitar as inovaçõesjunguianas, do inconsciente coletivo aosmitos ancestrais, e daí à recusa do impé-rio da sexualidade. Mestre e discípulo sereconhecem apenas enquanto semelhan-tes. No momento em que o espelho sequebra, de acordo com os mais diversosdepoimpntos, o equilíbrio mental deJung chega a ficar ameaçado e Freud seentrega á total melancolia. Ao contráriode Schultz, Roustang nota que a trajeto-ria de Jung é semelhante à de muitosoutros discípulos de Freud. O mestrenão podia suportar a diferença.

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2 o segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

Pouca gente para

ver o funkFotos de Tuda Munhoz

Divulgação — Guga Melgar

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Apenas 4.500 pessoasforam ao Riocentro

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PEDRO TINOCO

£"d Motta fez o melhor show da noite, misturando funk, blues e pitadas dejazz

Jorge Benjor e fim Maia, juntos na noite em que Sandra Sá e Cláudio Zoli brilharam

Ed Motta foi o dono da noite

TARIK DE SOUZA

/¦ alongada noite soul/funkl^k (seis horas e quinze, entre es-

JL ^L petáculos c intervalos) doRio Show Festival, confirmou com.sua baixa freqüência sábado passadoque o público das noites dançantesanda arredio — ou duro. Mas a pe-quena platéia do Riocentro não deveter levado queixas para casa: viu/ou-viu/dançou quatro shows bem distin-tos; dois deles, os de Ed Motta eSandra de Sá, de alta voltagem. Maisum scnsivcl Cláudio Zolli, ainda inti-midado ante a responsa de peitar umgrande evento e um Tim Maia commeil faiit. À la Tim Maia.

Metido num largo paletó turquesasobre camiseta preta, mais gordo ecom uma calva precocíssima, EdMotta fez um dos melhores shows desua carreira e do Festival. Integradocom a superbanda que o coadjuvou,invés de apenas acompanhá-lo comono Rock In Rio, Ed personificou omúsico sério e estudioso de sua maté-ria — a religião soul/funk/blues comalgumas pitadas de jazz — que as-sombra mas não impede o saracoteio.Alternando baladas dotadas de scatscontorcionistas e funks swingados, elemandou entre outras Um contratocom Deus, Do you have otlier love,Manoel, Solução, dialogando com umnaipe de sopros de arrepiar, formadopor Mário PC (sax-baritono), Tinho(tenor), Chico Sá (alto), Bidinho

(trompete) e o arranjador da área,Serginho Trombone. Ed brandiu avoz como instrumento, e não dispen-sou as vinhetas recriadoras de My ¦chèrie amour e Goodnight Irene, numshow tipo falta alguém na Motown.

De terno e gravata brancos e sus-pensórios marrons, Sandra de Sá foio oposto de Ed Motta: fez um showtodo voltado para a platéia, escoradoem grandes liits, exigindo a todo mo-mento o transe coletivo. A nossa ladysoul arrasa tanto nos funks turbina-dos (Vale tudo. Joga fora no lixo)quanto nas baladinhas mela-cueca(Bye bye tristeza, Retratos, Solidão),a que ela confere certo state of art. Oreggae (Demônio colorido, que lançoua cantora em 80, Vinte e poucos anos,atualizado para "trinta e poucos") eo Enredo do meu samba, também ditono pé, tiveram lugar, ao lado do bluesElectric chair, "da galera da BessieSmith e Billie Holiday". Com a senhados bailões funk suburbanos, "é obicho, é o bicho, tá legal, tá legal",Sandra acendeu o Riocentro.

Cláudio Zolli entrou de óculos es-curos e coreografia de quatro bailari-nos vestidos com cifrões para o picotefunk de Dinheiro (parceria dele comBernardo Vilhena). Ficou menos deuma hora, em que exibiu mais dotesque deficiências. Compensou a faltade punch vocal com habilidades dedançarino sem deixar a guitarra. Orepertório esbanjou fôlego, pelo me-nos cm Noite do prazer. Felicidadeurgente e À francesa. Faltavam quin-

ze minutos para as três da manhã,quando Tim Maia quebrou o suspen-se inicial e entrou no palco com' suabanda Vitória Régia para um literalVale tudo com a platéia.

Nem o mais alucinado John Cagé,nem um Hermeto Paschoal em com-pleto delírio, imaginariam tal happe-ning. Camisa prateada c calça branca,Tim passou por 17 números pratica-mente sem cantar uma única músicainteira, entrecortando as letras comreclamações quanto ao retorno, o vo-lume de voz, a reverberação, etc. Xin-gou os organizadores, mexeu com asmoças da platéia, saudou e mandoubeijos para os amigos, enquanto de-tonava Descobridor dos sete mares,Primavera, Azul da cor do mar, Gos-tava tanto de você, Você, Sossego eainda evocou a bossa nova com Folhade papel e A rã. Ameaçando umaretirada a qualquer momento, Timmanteve o público entre o diverti-mento e a tensão permanente, com aluz da platéia acesa quase o showinteiro. Ele não se cansava de pedir acolaboração vocal das "princesas" daaudiência para dar uma moldura co-ral a seu vozeirão. Jorge Benjor subiupara cantar com ele Do Leme ao Pon-tal. A performance poderia tornar-seinfindável: "Eu tenho repertório paraficar até as nove da manhã", amea-çou Tim. Mas algum bom senso pre-valeceu e o vale tudo terminou. Omonumento vivo do soul Brasil aindaprefere o desvio ao pedestal.

AS 18 atrações que se apresenta-ram no Rio Show Festival entre o dia24 de maio e a última quinta-feira, ape-nas o mineiro Beto Guedes e o bossasempre nova Carlos Lyra reclamaramdo som do evento. Anteontem à noite,no entanto, subiu no palco montado noPavilhão de Exposições do Riocentroum dos mais queixosos músicos brasi-leiros. Depois de Ed Motta, Sandra de~Sá e Ciáudio Zoii, Tim tmünectíõu anoite funk do festival com um showrecheado de dança, resmungos e atémúsica. A produção anunciou um pú-blico de 4.500 pessoas, número decep-cionante para o grande baile que osmúsicos prometiam dar. Os três primei-ros shows animaram a platéia, mas amaior parte do público foi ao Riocentrona esperança de ver o imprevisível TimMaia em ação.

Antes do início do primeiro show, ode Ed Motta, João Mário, um dos pro-dutores do evento, tentava disfarçar apreocupação com a apresentação deTim Maia. "Ele não veio para passar osom, mas vem para o show, com certe-za. De qualquer maneira a gente jáentrou em contato com o Djavan", es-clarecia o produtor. Enquanto isso, opúblico continuava a chegar, cheio defãs ilustres do tio de Ed Motta.

"Vim aqui para ver o Tim Maia, 1meu ídolo", declarou Jorge Benjor,misturado á platéia còm outros fãs ilus-tres do intérprete de Do leme ao pontal:os atores Antônio Grassi, Felipe Pi-nheiro, Tony Tornado, Fernanda Tor-res e Andréa Beltrão, os músicos LuluSantos e Fernanda Abreu e o artistagráfico Luiz Stein.

Pouco depois da meia-noite, nomeio da apresentação de Sandra de Sá,os produtores do Rio Show Festivalcomeçaram a sorrir como se a casaestivesse cheia. Tim Maia chegou.

Pouco antes do inicio do show deTim Maia, conhecido carrasco dos tèc-nicos de som, Léo Garrido, um dossócios da empresa responsável pelo somdo festival, se preparava para ouvir asreclamações do cantor. "Ele não veiochecar o equipamento. Gosta do volu-me alto no palco, mas depois fica recla-mando do som da voz", dizia, apreensi-vo, Léo Garrido. Parecia estaradivinhando.

Amparado pelo prestígio de ter feitoo melhor show do festival, Jorge Benjordistribuía autógrafos e falava sobre seufuturo — "meu primeiro disco ao vivoestá pronto, mas para ser lançado temque se resolver uma briga de direitosentre a Warner, que quer lançar, e aPolyGram" — quando Tim Maia en-trou no palco. Eram 2h48 de domingoe,. cinco segundos depois de receber osaplausos aliviados por sua aparição,Tim Maia já reclamava do som. "Maisretorno, mais aeudo na voz", pedia. '

Até o fim do show, ás 4hl5, TimMaia insistiu nas reclamações, conver-sou com a platéia, ameaçou processaros produtores do festival e saiu do palcotrês vezes. Mas voltou em todas elas ecantou partes de suas músicas mais fa-mosas. "Não vai dar para aproveitarnada, a não ser que ele coloque o restoda voz depois, em estúdio", lamentavaJoão Augusto, produtor encarregadode transformar em discos ao vivo asperformances do Rio Show Festival.No camarim, o irritado Tim Maia dopalco já havia se tranformado em umcidadão tranqüilo. Abraçou WellingtonLima, o produtor que antes queria pro-cessar, e avisou que pretende gravar umdisco com canções do doce DorivalCaymmi.

Sacha, Hamilton e Marcelo: Somos duros com a platéia

Um quê

de Frank

Sinatra ao cantar

Diretor de teatro

mostra sua outra

face, e faz show

EVA SPITZ

u,MA das boas coisas da peçaNoticias silenciosas, em cartaz naCasa de Cultura Laura Alvim, é amúsica. É ela que amarra os trêsepisódios da peça. São cançõescheias de suinguc e ietras originais,todas compostas pelo próprio dire-tor e autor do espetáculo, HamiltonVaz Pereira. Peculiar como sempre,Hamilton — que brincando brin-cando renovou a linguagem do tea-tro brasileiro com o grupo Asdru-bal Trouxe o Trombone — temcomo hábito criar os seus textos deteatro pensando antes na música.Faz isso desde 83, quando montouA farra da terra. Agora, resolveuescancarar para o público a sua fa-ceta Frank Sinatra e vai se apresen-tar, a partir de hoje, no restauranteTorre de Babel (Visconde de Pirajá128-A), com um trio de primeira:Marcelo Costa na bateria, Sachanos teclados e Mario Manga naguitarra e no violoncelo. Juntos for-mam a banda Somos duros com aplatéia.

Os Duros com a platéia vão seapresentar por todo o mês de junho,todas as segundas e terças, levandouma atração à cada semana. A dehoje é a impagável Regina Casé, quevai abrilhantar a noite cantando doisnúmeros de Nardja Zulpério, outro

espetáculo escrito e dirigido por Ha-milton Vaz Pereira: Engolfada em.pensamentos e Lindona e Cremosa.Na outra semana canta Zé Renato,que está lançando um novo disco(Pegadas) e na terceira, Luiz Fer-nando Guimarães, que vai tirar dobaú duas músicas de A farra daterra.

A banda é que é razoavelmentenova. Formada há um ano por Ha-milton, ela foi testada em algunspoints de São Paulo com suces-so."Tive a sorte de juntar três músi-cos fantásticos", diz. Marcelo Cos-ta é o baterista de Lulu Santos cpercussionista do atual show deCaetano Veloso. O tecladista, Sa-cha, também toca com Lulu Santose o guitarrista e celistas, MarioManga é do Premeditando o brequee ainda toca com Arrigo Barnabé."Então veja a banda que eu arru-mei." A noitada começa às 22h30 e,dependendo do clima, os Duroscantam cerca de umas 16 músicasque percorrem todos os sons docontemporâneo pop. Passam porrock, reggae, salsa, rap, funk e atépor gêneros não muito identifica-dos. São músicas de quase todas as14 peças que Hamilton já fez atéhoje.

As letras, assim como os textosque Hamilton cria para o teatro,são calcadas no dia a dia. Com umdetalhe, diz ele: "procuro tratar dosassuntos atuais de modo a facilitaro entendimento e não complicar."Porisso acrescenta, "enquanto oteatro brasileiro pesquisa a sua lin-guagem, eu canto."

B CINEMA/ 'A

boêmia'/ * * *

Luca Canonici e Barbara Hendricks, paixão em A boêmia

A guerra

dos meninos de rua Tao boa na tela

quanto nos

palcos

Irir

Filme de Sandra

Werneck é exibido no

Estação Botafogo

ELIZABETH ORSINI

I ¦ documentário A guerra dos¦ W meninos (16mm, colorido, 52

min), projeto e direção deSandra Werneck, 39 anos, será exibi-do hoje, às 20h30, na sala 1 do Esta-ção Botafogo, onde deverá ficar emcartaz durante duas semanas. Produ-zido pela Synapse Comunicação,MP2 Produções, Les Films D'Ici epela televisão estatal francesa FR3, o

_filme também será lançado, quinta-fbira7nõHSTiS~ue-Sãe-feuila. O proie-to custou USS 200.000. Baseado nolivro do mesmo nome, do jornalistaGilberto Dimenstein, o filme abordaa vida e o extermínio dos meninos derua: "Existe uma guerra silenciosa,não declarada oficialmente, um cam-po minado onde se trava uma bata-lha de forças desiguais. E nessa guer-ra não se delimitam territórios ouarmas", reflete Sandra neste seuquinto documentário na área so-ciai. Autora de Pena prisão (1984) eDamas da noite (1987), ela pretendecom este trabalho lançar um olharnovo sobre a questão da violênciacontra a criança no Brasil. "Não oolhar viciado da culpa ou da piedade.

A guerra dos meninos: documentário social dc Sãimrã~Wcnieek -

Mas sim um olhar de proximidade eresponsabilidade", explica. Após aexibição haverá debate com o soció-logo Herbert de Souza; Coronel Cer-queira, da Polícia Militar; o advoga-do Técio Lins e Silva; VolmerNascimento, coordenador do Movi-mento Nacional de Meninos e Meni-nas de Rua e Ana Filgueiras, doCentro Brasileiro de Defesa dos Di-reiios da Criança e do Adolescente.

Apresentado ao mercado mun-dial de televisão no último

MIPTV (Marché International deProgramme TV), realizado emCannes de 19 a 23 de abril desteano, A guerra dos meninos desper-tou o interesse dos programadoresde televisão de pelo menos 20 pai-ses, entre eles Itália, França, Ho-landa e Finlândia. O retrato dessaguerra cujo cenário é o Brasil —onde 1.822 crianças foram assas-sinadas nos últimos cinco anos— aparece em A guerra dos meni-nos através das fotos de Guy Gon-

çalves, com música de David Ty-guel e narração de Paulo José.

Durante três semanas de filma-gens em Recife, São Paulo e Rio deJaneiro — aqui as tomadas foramfeitas nas ruas de Duque de Caxias,Nova Iguaçu e nas calçadas de Co-pacabana e Cinelândia — Sandraconviveu com a realidade de umaparte dessas sete milhões de crian-ças que vivem nas ruas revolvendolixeiras, esmolando, trabalhandocomo vendedores ambulantes e so-brevivendo graças á pequenos deli-tos. Quem são essas crianças? Porque são assassinadas? Quem as ma-ta? Na tentativa de entender a traje-tória dessas crianças ela conviveude perto com a delinqüência juve-nil, a prostituição infantil, a violên-cia policial, a impunidade generali-zada e a institucionalização dacategoria profissional de matador.

Mas o que mais surpreendeu a do--frtmrgtrtimsla foi a banalizacão da

morte. "Essas crianças falam da vio-~lência da morte de uma forma natu-ral. É uma coisa inacreditável", refle-te Sandra. Nesses dois anos detrabalho, ela não conseguiu nenhumapoio no Brasil. O filme só conseguiuser terminado com o apoio de insti-tuições estrangeiras ligadas à iníãn-cia, como as holandesas Kinder PostGirls e Alternative Adopt Piem e aCniíd Hope, sediada nos EstadosUnidos. "Aqui ninguém quis me aju-dar. Não consegui um tostão", con-clui.

MAURO TRINDADE

LDAPTAÇÃO é um velho pro-blema. Retirar uma ópera de umromance e da ópera seccionar umfilme quase sempre aniquilam coma arte. Mas o cineasta Luigi Co-mencini conseguiu algo que pareciaquase impossível: transformou apopular ópera num filme tão bomquanto as melhores montagens nopalco desta genial criação de Pucci-ni. A compreensão acertada do en-redo e uma feliz escolha de cantorese atores proporcionou a cinéfilos emelômanos a melhor adaptação deuma ópera para o cinema: A boêmia(La Bolième), que está em cartazno cinema São Conrado FashionMall 1.

Carmem, que recebeu do diretorFrancesco Rosi uma ótima versãopara as telas, aisputartr-títalo-demelhor adaptação, mas A boêmia éainda mais vibrante, variada e inte-ligente. Ao contrário de muitas con-ccpções desta ópera italiana para osteatros, Comencini soube transferirpara as telas a atmosfera onírica edespreocupada de jovens artistas naParis de 1910. É importante frisarque se trata de uma aventura ruido-sa e brincalhona de quatro sonha-dores que caminha desavisadamen-te para a tragédia. É uma óperaanti-verista por excelência, que só

poderia ter sido escrita por. um ho-mem que sabia como ninguém levaro público a chorar com japonesasabandonadas, mocinhas no velhooeste, princesas orientais e toda asorte de fabulosos personagens queassanham a imaginação.

, O cast fala — e canta — por sipróprio. Rodolfo é vivido por LucaCanonici, um ator com o pliisiquedu rôle adequado a um jovem poe-ta. Como não tinha garganta para opapel, foi magistralmente dubladopor José Carreras, na época comuma voz sem a sombra da leucemiaque ò atacou. Foi durante as filma-gens que ele, num desmaio, desço-briu a doença, mas isto não interfe-riu em sua interpretação. Depois foise tratar e seus mais recentes traba-lhos mostram que, se o timbre de-caiu, a interpretação ficou mais cui-dadosa. Mas nesta A boêmia sua

- garganta está tinindo. BarbaraHendricks é bem adequada ao pa-pel, com seus agudos escapulindopauta acima. E Angela Maria Blasirouba todas as cenas em que apare-ce travestida de perua parisiense,especialmente na histriônica se-qüência no Café Momus. A quali-dade de som do cinema carioca ébastante razoável e permite que aOrchestre National de France, regi-da por James Conlon seja ouvidasem chiados e grandes distorções.

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EDMON COSTA

ou simplesmente anos<Edmon, como gosta de ser cha- que um lindo sornso. Entrc deze-mado, que canta CoragHo de ge- ^o Concursolo, musica de Torquato Mariano Garota Zoom de 1989, Robertae Claudio Rabelo na trilha sono- chamou aten?ao do mundo tea-ra de O dono do mundo. Ele ja ,, , _.n tral, que viu naquela garota um

assim. Aos 27 anos, talento inato para o palco. Foicantor conta ter descoberto convidada para substituir a atrizmusica nos cultos da igreja Batis- Paula Burlamaqui na pega A pre-ta, na Penha, que freqiientava .- >-<¦' sidcr.tz err. cujc clcr.co cstd hapor influSncia da tia. "Passei mi- ^ jMMM mais de 18 meses, sempre nonha infancia e adolescencia can- . '||iifl^|

Teatro da Barra, de quinta a sa-tando na igreja mats pelo prazer «%««¦» , ,de cantar"fli, seu gosto musical flE Wt .^^¦MB^H S?'a o k' ? 7®°',

**foi se aprimorando e o gospel ^S?*^' 20h Agora Roberta tambem tra-conquistou sua alma. Mas du- .... balha na pe$a infanti! O tneninorante a adolescencia o baticum g$*^^H|HHp^Hp|lra^H maluquinho, de Ziraldo, tambemdo rithym'n'blues da familia **' j9ff|K|B|j^K^M^H no Teatro da Barra, aos sabadosJackson influenciou Edmon e de- f ¦ -j9H|^H^Hg^^HBj^H^H e domingos, sempre 17h30.finiu-lhe o "Vi um clipe Sem os brilhos alourados no ca-dos Jacksons, Blame on the boo- belo que marcaram o inicio degie, me identifiquei e dai come- sua carreira, a atriz admite quegou tudo'. O rapaz passava ate sua figUra bonita a auxiliou nodez horas do dia escutando Mar- Jp ., inicio: "Ajudou muito. Dizer quevm Gaye, The Jacksons Luther

g&T; <8* i beleza nao importa, que nao poeVandross, Baby Face e Howard mesa nao tem nada a ver. Mas aHewett e tentava reproduzi-los , _ •

da melhor forma que pudesse", gente nao pode confiar somenterelembra. A voz versatil e pode- nlsso avisa- Tanto que dividerosa do autodidata Edmon, cuja seu tempo em constantes en-trajetoria lembra a do idolo de saios da pega, aulas de interpre-cintura bamboleante an- e danga, alem de umdrogino, impressionou o guitar- curso de atriz de televisao, derista Torquato Mariano. "Quan- olho nas possibilidades dedo ele me ouviu, durante as grar o elenco da proxima novelagravagoes de uma fita demons- Ky^tJLMIBfc*^ ;.rf ¦ ; imp,: 'fiVlfffiBl. da TV Manchete. L ainda cuidatragao de meu ex-grupo, me con- IE /J^PTl para manter bem distribuidosvidou para integrar um projeto " scus 53 quilos em 1,65m de altu-de um disco de ' ' ra. "Quando com Aenquanto o Publ'c°P°de - . den,a para o sul docomprovar na novela,ele nos de sua gra- ^ horrores. Cheguei a

a Sony Music, gra- . $var o primeiro LP. vo certinha.

Dlvulgagao — Concelpao Almeida

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Carlos Lyra apresenta hoje, no Scala 2, Pobre menina nca

^mamtCTmCoA criagSo e o feminino acontecendo na vida por repetigio e diferenga.Do ideal grego ao homem contomporSneo, a tragidia em dois tempos.

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[Novos talentos

na área culturalLia Caldas, 17 anos, c Rodrigo

Libonati, 16, rcsotveram editar um-jorna) — nâo um jornal de surf ou;de rock, mas de cultura. Alunos da!?¦ sèrle do 2* grau, os dois resolve-raiu bancar, com recursos e idéiaspróprias, o Papel da Cultura, ta-

Iblóide distribuído gratuitamente emjlivrarias e centros culturais. O nú-mero zero saiu em abril/maio (ojornal é bimensal), com mil exem-íplare», e custou Cr$ 40 mil conse*.guidos através de doações e do di- iinteiro levantado numa badaladaifesta na discoteca New York New'York. Em oito páginas foram edita-:das uma matéria de capa com oator Charles Mõeller, que está no'elenco daçpeça Manter Harold... eos\merinos, duas poesias de Guilherme¦Levi, três desenhos de Marcos Pe-freira e quatro fotografias de LiaCaldas. "A proposta do jornal éidar espaço para novos talentos,«gente que tem desenhos, fotos, con-jtos, poesias ou alguma proposta sé-jria para apresentar", diiem os dois.O próximo número já tem matéria!

«pa^a 12 páginas, mas faltam Cr$¦ 120 mil: "A gente está procurando

j patrocinador, mas nem que tenhaque fazer cotas ou vender bolo naescola, o número um vai sair em'agosto", garante Lia. Antenados

jcom o papel da cultura —- Rodrigo 6pianista clássico e Lia estuda cantolírico — pretendem explorar tudoo que diz respeito a arte.

2'. FEIRA • 21 HORAS

3 DE JUNHO

Terra MolhadaJnterpre' -ndo

nn tia Ja3St "¦'' A11. tUirtotomeU Mltno. 3T0 • Tfil.: 294-0S47

RONALDO MARCONDES

EDMON COSTA

Estréia no

horário nobreÉ a voz de Edmon Sebastião

Silva Costa, ou simplesmenteEdmon, como gosta de ser cha-mado, que canta Coração de ge-lo, música de Torquato Marianoe Cláudio Rabelo na trilha sono-ra de O dono do mundo. Ele jáestreou assim. Aos 27 anos, ocantor conta ter descoberto amúsica nos cultos da igreja Batis-ta. na Penha, que freqüentavapor influência da tia. "Passei mi-nha infância e adolescência can-tando na igreja mais pelo prazerde cantar". Lá, seu gosto musicalfoi se aprimorando e o gospelconquistou sua alma. Mas du-rante a adolescência o baticumdo rithym'n'blues da famíliaJackson influenciou Edmon e de-finiu-lhe o estilo. "Vi um clipedos Jacksons, Blame on the boo-gie, me identifiquei e daí come-çou tudo". O rapaz passava atédez horas do dia escutando Mar-vin Gaye, The Jacksons, LutherVandross, Baby Face e HowardHewett "e tentava reproduzi-losda melhor forma que pudesse",relembra. A voz versátil e pode-rosa do autodidata Edmon, cujatrajetória lembra a do ídolo decintura bamboleante e rosto an-drógino, impressionou o guitar-rista Torquato Mariano. "Quan-do ele me ouviu, durante asgravações de uma fita demons-tração de meu ex-grupo, me con-vidou para integrar um projetode um disco de rithym'n' blues. Eenquanto o grande público podecomprovar seu talento na novela,ele está nos estúdios de sua gra-vadora, a Sony Music, para gra-var o primeiro LP.

ROBERTA ÍNDIO DO BRASIL

Beleza não

poe mesaRoberta índio do Brasil, de 18

anos, tem muito mais a oferecerque um lindo sorriso. Entre deze-nas de concorrentes do ConcursoGarota Zoom de 1989, Robertachamou a atenção do mundo tea-trai, que viu naquela garota umtalento inato para o palco. Foiconvidada para substituir a atrizPaula Burlamaqui na peça A pre-ni/7/i»i<f nm />iiirt nlnnnrt nntn V* AíTiíit Ftnrj—viu—Cujv—vivi iu\j—caiu—"¦»mais de 18 meses, sempre noTeatro da Barra, de quinta a sá-bado, às 21h30, e domingo, às20h. Agora Roberta também tra-balha na peça infantil O meninomaluquinho, de Ziraldo, tambémno Teatro da Barra, aos sábadose domingos, sempre às 17h30.Sem os brilhos alourados no ca-belo que marcaram o início desua carreira, a atriz admite quesua figura bonita a auxiliou noinício: "Ajudou muito. Dizer quebeleza não importa, que não põemesa não tem nada a ver. Mas agente não pode confiar somentenisso", avisa. Tanto que divideseu tempo em constantes en-saios da peça, aulas de interpre-tação, canto e dança, além de umcurso de atriz de televisão, deolho nas possibilidades de inte-grar o elenco da próxima novelada TV Manchete. E ainda cuidapara manter bem distribuídosseus 53 quilos em l,65m de altu-ra. "Quando viajei com A presi-denta para o sul do país engordeihorrores. Cheguei a aumentar se-te quilos", lembra a atriz, de no-vo certinha.

segunda-feira, 3/6/91 o 3

I OLHO NELESGente que ainda vai dar o que falar

Um caso dos anos 60

u

JLXá mais de 30 anos, no comeci-nho da década de 60, o poeta Viníciusde Moraes e o compositor CarlosLyra se uniram numa feliz parceriapara contar a história da paixão entreuma menina rica e um mendigo poe-ta. O musical Pobre menina rica es-treou, com sucesso, no palco da boateAu Bon Gourmet, tendo Vinícius co-mo o fio condutor do caso, CarlosLyra, como cantor, ao lado da musada bossa nova, Nara Leão — então,uma debutante em palcos. Hoje, às21 h., no Scala 2, quem quiser conhe-cer ou reviver esse capítulo da músicapopular brasileira, terá entrada gra-tuita. Antes, porém deverá pegar osingressos na agência do Banco Ho-landes, na Rua do Ouvidor 107, Cen-tro. A montagem, dirigida por Ader-I

bal Freire-Filho, em apresentaçãoúnica, faz parte da série de eventossobre a bossa nova patrocinados peloBanco Holandês.

O espetáculo tem participação doator Antonio Pedro, da cantora BethBruno e do próprio Carlos Lyra. Afábula lírica —adaptada para a telados cinemas por Miguel Faria Júnior,em 1983, com o titulo de Para viver umgrande amor—, em sua versão original,se passa numa comunidade de mendi-gos que se instala cm um terreno bal-dio na vizinhança de um prédio deluxo em Ipanema. Um dos mendigos,"que é também poeta, e uma rica meni-na moradora do prédio acabam seapaixonando. Vinícius de Moraes eCarlos Lyra contam essa história atra-vés de músicas como Sabe você, Sambado carioca e Primavera, três clássicosdo repertório da bossa nova.

Prometheus -Medéia e Ifigênia

Direção: Da Costa e André Paes Leme - Prêmio Shell 1990

Segunda e terça - 20:00 hsTeatro Pôsto Seis Apoio culturalRua Francisco Sá, 51 - Copacabana jornal do brasilTel: 287-7496

JORNAL DO BRASIL

Mais um quevai embora

Hoje é dia de Música no consu-lado, um programa imperdível pa-ra quem gosta de ouvir clássicos,num cenário europeu, repleto lus-tres dc cristal, jardins bem cuida-dos c quadros csplcndorosos. Orecital acontece no Consulado dePortugal e a atração dc hoje nopalácio da rua São Clemente, 424,em Botafogo, é o jovem pianistaRonaldo Marcondes, 18 anos. Eleacabou de lançar um disco peloselo Eldorado, com músicas deGuarnicri, Liszt c Prokofiev; ficou

cm segundo lugar no ConcursoNacional Essenfclder; e ganhouuma bolsa dc estudos da Capespara continuar seus estudos no ex-terior. Ronaldo é paulista, come-çou a estudar piano na Escola Mu-nicipal de Música dc São Paulo eatualmente é aluno de Paulo Tinet-ti. Num programa onde estão rc-presentadas as principais escolaspianísticas, Ronaldo vai dar umshow. Ele tocará de sonatas inti-mistas dc Becthovcn, a composito-res russos da fase moderna comoProkofiev, passando pelo classicis-mo de Mozart; até chegar a Liszt,Ravel e o espanhol Albéniz.

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4 o segunda-feira, 3/6/91 JORNAL DO BRASIL

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*CINEMA

I ESTRÉIASA BOÊMIA DE PUCCINI (La Bohème), de LuigiComencini. Com Barbara Hendricks, Luca Cano-nici, Angela Maria Blasi e a voz de Jose Carreras.Art-Fashion Mall 1 (Estrada da Gávea, 899 —322-1258): de 2' a 6», ás 16h, 18h, 20h, 22h.Sábado e domingo, a partir das 14h. (Livre).

As desventuras de trôs jovens artistas boêmios, naParis do fim do século, e seu encontro com umamulher pobre e doente por quem um deles seapaixona. Adaptação da ópera de Puccini. Fran-ça/1987.

TAMPOPO — OS BRUTOS TAMBÉM CO-MEM ESPAGUETE (Tampopo), de Juzo Itami.Com Tsutomu Yamazaki, Nobuko Miyamoto eKoji YaKusm. tstaçao Linema-/ ^av. rrado ju-nior, 281 — 541 -2189): 16h, 18h, 20h, 22h. (14anos).

Histórias cômicas e personagens engraçados emdiversas situações que envolvem preparar e de-gustar boa comida. Japão/1986.

GRANDE ANJO NEGRO (Dark angel). deCraig R. Baxley. Com Dolph Lundgren, BrianBenben e Betsey Brantley. Odeon (Praça Mahat-ma Gandhi, 2 — 220-3835): 14h, 15h40,17h20,19h, 20h40. Ôpera-1 (Praia de Botafogo, 340 —552-4945): 14h50, 16h30. 18h10, 19h50.21h30. Tijuca-Paface 1 (Rua Conde de Bonfim,214 — 228-4610), Madureira-3 (Rua João Vi-cente, 15 — 593-2146), Art-Méier (Rua SilvaRabelo, 20 — 249-4544), Olaria (Rua Uranos,1.474 — 230-2666): 14h20,16h, 17h40,19h20,21 h. (12 anos).

Policial enfrenta perigoso traficante intergaláticoque pretende transformar os humanos em cobaiaspara a fabricação de drogas. EUA/1989.

CONTINUAÇÕESTHE DOORS (The Doors), de Oliver Stone. Com

Vai Kilmer, Meg Ryan, Frank Whaley, Kevin Dillone Kyle MacLachlan. Art-Copacabana (Av. Copa-cabana. 759 — 235-4895): 13h30, 16h10.18h50, 21h30. Art-Fashion Mall 2 (Estrada daGávea, 899 — 322-1258): de 2» a 6», ás 16h.18h40, 21h20. Sábado e domingo, a partir das13h20. Estação Botafogo/Sala 1 (Rua Voluntá-rios da Pátria, 88 — 286-6149), Bruni-Tijuca(Rua Conde de Bonfim, 370 — 254-8975): 14h,16h30, 19h, 21h30. Hoje, no Estação Botafogo,não serão exibidas as duas últimas sessões. Art-Casashopping 3 (Av. Alvorada, Via 11, 2.150 —325-0746): de 2» a 6», ás 15h40. 18h20, 21 h.Sábado e domingo, a partir das 13h. Art-Madu-reira 2 (Shopping Center de Madureira — 390-1827): 13h, 15h40, 18h20, 21 h. Paratodos (Rua* Arquias Cordeiro, 350 — 281-3628): 18h10,20h30. (Manos).

Biografia de Jim Morrison, líder do grupo TheDoors, que morreu prematuramente depois deuma vida tumultuada por escândalos e experiên-cias com drogas. EUA/1990.

MEU QUERIDO INTRUSO (Once around). deLasse Hallstrom. Com Richard Dreyfuss, HollyHunter, Danny Aiello, Laura San Giacomo e GenaRowlands. Metro Boavista (Rua do Passeio, 62— 240-1291), Tijuca-2 (Rua Conde de Bonfim,422 — 264-5246): 13h30,15h30,17h30,19h30,21h30. Condor Copacabana (Rua FigueiredoMagalhães, 286 — 255-2610), Largo do Macha-do 1 (Largo do Machado, 29 — 205-6842),Leblon-2 (Av. Ataulfo de Paiva, 391 — 239-5048): 14h, 16h, 18h, 20h, 22h. Barra-1 (Av. dasAméricas, 4.666 — 325-6487): de 2a a 6a As

15h30,17h30. 19h30, 21H30 Sábado e domlngo, a partir das 13h30. (Livre)

Moça descendente de italianos apaixona-se porempresário americano, cujas atitudes agressivas eexageradas chocam a família. EUA/1990.

EDWARD. MÃOS DE TESOURA (Edward seissorhands), de Tim Burton. Com Johnny Deep,Winona Ryder, Dianne Wiest e Anthony MichaelHall. Roxy-3 (Av. Copacabana, 945 — 236-6245), São Luiz 2 (Rua do Catete, 307 — 285-2296), Tijuca-1 (Rua Conde de Bonfim, 422 —264-5246): 14h10, 16h, 17h50, 19h40, 21h30.Madureira-1 (Rua Dagmar da Fonseca, 54 —450-1338): de 2* a 6", ás 15h30,17h20,19h10,21 h. Sábado e domingo, a partir das 13h40.(Livre).

Estranha criatura, com lâminas afiadas no lugar dasmãos, vive isolada numa mansão, sem contatocom ninguém, até o dia em que uma vendedorada Avon bate à sua porta. EUA/1990.

Shopping 2 (Av. Suburbana, 5.474 — 592-9430): 14h30,.16h40. 18h50, 21 h. Pathé (PraçaFloriano, 45 — 220-3135): 13h, 15h, 17h, 19h,21 h. (14 anos).Estagiária do FBI investiga um criminoso de mu-lheres e, para descobri-lo, recorre a um psiquiatracanibal, que vive numa penitenciária de seguran-ça máxima. Baseado no livro de Thomas HarrisEUA/1990.ESTAMOS TODOS BEM (Stanno tutti bene),de Giuseppe Tornatore. Com Marcello Mastroian-ni, Michele Morgan, Marino Cenna e RobertoNobile. Copacabana (Av. Copacabana, 801 —255-0953): 15h, 17h10, 19h20, 21h30. Art-Ca-sashopping 2 (Av. Alvorada, Via 11, 2.150 -325-0746): 18h40, 21 h. (Livre).

Funcionário aposentado deixa a Sicllia, pela pri-meira vez na vida, para tentar reencontrar seuscinco filhos espalhados pela Itália. França/Itália/1990.JESUS DE MONTREAL (Jesus de Montreal), da

Denys Arcand. Com Lothaire Bluteau, CatherineWilkening, Remy Girard e Johanne-Marie Trem-blay. Art-Fashion Mall 3 (Estrada da Gávea, 899-322-1258): 19h40,22h. (12 anos).

Encenação da paixão de Cristo i proibida por serconsiderada ofensiva e o ator principal começa aagir como Cristo na vida real. Canadá/1989.

CENAS EM UM SHOPPING (Scenes from amall), de Paul Mazursky. Com Bette Midler,Woody Allen, Bill Irwin e Daren Firestone. Veneza(Av. Pasteur, 184-295-8349): 14h50, 16h30,18h10,19h50,21 h30. (Livre).

Casal prepara-se para comemorar o 16° aniversáriode casamento e, durante as compras num shop-ping, entra em crise com as revelações de seuscasos extra-conjugais. EUA/1990.

VINGANÇA (Revenge), de Tony Scott. Com Ke-vin Costner, Anthony Quinn, Madeleine Stowe eSally Kirkland. Roxy-2 (Av. Copacabana, 945 —236-6245), Rio-Sul (Rua Marquês de São Vi-cente, 52 — 274-4532): 15h, 17h10, 19h20,21 h30. Barra-2 (Av. das Américas, 4.666 — 325-6487), América (Rua Conde de Bonfim, 334 —264-4246), Ramos (Rua Leopoldina Rego, 52 —230-1889): 14h30,16h40.18h50, 21 h. Palácio¦1 (Rua do Passeio. 40-240-6541): 14h, 16h10,18h20,20h30. (12 anos).

Homem tenta matar o amante de sua mulher, masele sobrevive e jura vingar-se e recuperar a mu-lher, que foi abandonada num prostíbulo. EUA/1989.

INSPETOR FAUSTAO E O MALLANDRO(Brasileiro), de Mário Márcio Bandarra. ComFaustão, Sérgio Mallandro, Luiza Thomé, CláudioMamberti e Cláudia Alencar. Art-Fashion Mall 3(Estrada da Gávea, 899 — 322-1258): de 2a a 6a,às 15h50,17h40. Sábado e domingo, a partir das14h. Art-Casashopping 2 (Av. Alvorada, Via 11,2.150 — 325-0746): 15h10, 16h50. Art-Tijuca(Rua Conde de Bonfim, 406 — 254-9578), Art•Madureira 1 (Shopping Center de Madureira —390-1827): 13h40,15h20,17h. Paratodos (RuaArquias Cordeiro, 350 — 281 -3628): 15h, 16h30.(Livre).

As trapalhadas de um inspetor de policia e seuassistente, que lutam para capturar bandidos quevendem espécimes de animais em extinção. Pro-dução de 1990.

O SILÊNCIO DOS INOCENTES (The silence ofthe lambs), de Jonathan Demme. Com JodieFoster, Anthony Hopkins, Scott Glenn e Ted Le-vine. fíoxy-1 (Av. Copacabana, 945 — 236-6245), São Luiz 1 (Rua do Catete, 307 — 285-2296), Leblon-1 (Av. Ataulfo de Paiva, 391 —239-5048): 15h, 17h10. 19h20. 21h30. Barra-3(Av. das Américas, 4.666 — 325-6487), Carioca(Rua Conde de Bonfim, 338 — 228-8178), Norte

tório de Dakota, em 1860. Oscar para melhorfilme, diretor, trilha sonora, roteiro adaptado, fo-tografia, montagem esom. EUA/1990.

GÊMEOS — MÓRBIDA SEMELHANÇA (Deadringers), de David Cronenberg. Com JeremyIrons, Genevieve Bujold, Heidi von Palleske eBarbara Gordon. Estação Botafogo/Sala 3 (RuaVoluntários da Pátria, 88 — 286-6149): 19h30,21 h40. (16 anos).

Gêmeos idênticos compartilham suas experiênciasmédicas e conquistas amorosas até que um delesapaixona-se de verdade por uma atriz. Baseadono livro Twins, de Bari Wood e Jack Geasland.Canadá/1988.

GHOST — DO OUTRO LADO DA VIDA(Ghost), de Jerry Zucker. Com Patrick Swayze,Demi Moore, Whoopi Goldberg e Tony Goldwyn.Jóia (Av. Copacabana, 680): 15h, 17h10, 19h20.21h30. Palácio-2 (Rua do Passeio, 40 — 240-6541), Norte Shopping 1 (Av. Suburbana. 5.474

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AY, CARMELA! (Ay, Carmelal), de Carlos SauraCom Carmen Maura, Andrés Pajares, Gabino Die-go e Maurizio di Razza. Estação Botafogo/Sala 3(Rua Voluntários da Pátria, 88 — 286-6149)*15h30,17h30. (Livre).

Artistas mambembes, acostumados a viajar paraentreter as tropas republicanas, são detidos pelosfranquistas e obrigados a representar sob a dire-ção de um oficial. Espanha/1990.

A CHAVE DO ENIGMA (The two Jakes). deJack Nicholson. Com Jack Nicholson, HarveyKeitel, Meg Tilly e Madeleine Stowe. Art-Casas-hopping 1 (Av. Alvorada, Via 11, 2.150 — 325-0746): de 2' a 6", às 16h, 18h30, 21 h. Sábado edomingo, a partir das 13h30. (12 anos).

Detetive de Los Angeles é contratado para investi-gar um caso de infidelidade conjugai, que resultaem violência e assassinato. Nova história com opersonagem criado em Chinatown. EUA/1990.

MARCAS DE UMA PAIXÃO (Siesta), de MaryLambert. Com Ellen Barkin, Gabriel Byrne, Isabel-Ia Rossellini e Jodie Foster. Estação Paissandu(Rua Senador Vergueiro, 35 — 265-4653): 16h,18h, 20h, 22h (14 anos).

Mulher vaga por um aeroporto, sem memórie, como corpo coberto de sangue, sem saber o que fezdepois de abandonar o marido para tentar reatarvelha paixão EUA/1987.

GREEN CARD - PASSAPORTE PARA OAMOR (Green card), de Peter Weir. Com GérardDepardieu, Andie MacDowelI, Gregg Edelman eBebe Neuwirth. Ricamar (Av. Copacabana, 360— 237-9932): 14h, 16h, 18h, 20h, 22h. (Livre).

Francês casa-se com americana apenas para con-seguir o visto, mas o FBI desconfia do acordo eeles precisam fingir que o casamento 6 para valer.EUA/1990.

DORMINDO COM O INIMIGO (Sleeping withthe enemy), de Joseph Ruben Com Julia Ro-berts, Patrick Bergin, Kevin Anderson e ElizabethLawrence. Studio Belas Artes (Rua Raul Pom-péia. 102 — 247-8900), Studio-Catete (Rua doCatete, 228 — 205-7194): 14h10, 16h, 17h50,19h40, 21h30. Campo Grande (Rua CampoGrande, 880 — 394-4452): 14h30, 16h10,17h50,19h30, 21 h10. (12 anos).

Mulher maltratada pelo marido simula a própriamorte e recomeça nova vida em outra cidade, maso ex-marido descobre tudo e o pesadelo recome»ça. EUA/1990.

DANÇA COM LOBOS (Dances with Wolves)de Kevin Costner. Com Kevin Costner, Mary Mc-Donnell, Graham Greene e Rodney Grant. Ópera-2 (Praia de Botafogo, 340 — 552-4945): 14h30,17h40, 20h50. (Livre).

A amizade e a admiração mútuas entre um soldadoamericano e os índios Sioux, que vivem no terri

— 592-9430), Tijuca-Palace 2 (Rua Conde deBonfim, 214 — 228-4610), Madureira-2 (RuaDagmar da Fonseca, 54 — 450-1338): 14h,16h20,18h40, 21 h. Largo do Machado 2 (Largodo Machado, 29 — 205-6842): 14h30, 16h50,19h10, 21h30. Cisne (Av. Geremário Dantas,1.207 - 392-2860): 15h, 17h, 19h, 21 h. (10anos).Homem é assassinado e vira fantasma para tentarfazer contato com a mulher e avisá-la que suavida também corre perigo. Oscar para atriz coad-juvante (Whoopi Goldberg) e roteiro originalEUA/1990.

I BEAPRESENTAÇÕESO REVERSO DA FORTUNA (Reversa! of fortune), de Barbet Schroeder. Com Glenn Close, Je-remy Irons, Ron Silver e Annabella Sciorra StarCopacabana (Rua Barata Ribeiro, 502/C 2564588): 14h, 16h, 18h, 20h, 22h (Livre)

SIMPLESMENTE ALICE (Alice) de Woody AVlen. Com Mia Farrow, William Hurt, Joe Manteg-na e Cybill Shepherd. Star-lpanema (Rua Visconde de Pirajá, 371 — 521-4690): 14h 16h t8h20h, 22h. (12 anos).SOCORROI CHAMEM O LADRÃO (Ripouxcontre ripoux), de Claude Zidi. Com PhilippeNoiret, Thierry Lhermite, Guy Marchand e LineRenaud. Art-Fashion Mall 4 (Estrada da Gávea,899 — 322-1258): 15h30, 17h40, 19h50 22h.

(12 anos).O VINGADOR DO FUTURO (Total recail), dePaul Verhoeven. Com Arnold Schwarzenegger,Rachel Ticotin, Sharon Stone e Ronny Cox. Art-Tijuca (Rua Conde de Bonfim, 406 — 254-9578), Art-Madureira 1 (Shopping Center deMadureira —390-1827): 18h50, 21 h. (14anost.AS AVENTURAS NA ILHA DO TESOURO

(Treasure Is/and), de Fraser C. Heston. ComCharlton Heston, Christian Bale, Julian Glover eOliver Reed. Lagoa Drive-ln (Av. Borges de Me-deiros, 1.426 — 274-7999): 20h, 22h. Até do-mingo. (Livre).

I EXTRA

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A GUERRA DOS MENINOS (Brasileiro), docu-mentário de Sandra Werneck. Hoje, às 20h30, noEstação Botafogo/Sala 1, Rua Voluntários da Pá-tria, 88. Após a sessão haverá debates com aspresenças do Coronel Cerqueira, Volmer Nasci-mento, Herbert de Souza, Ana Filgueiras e TécioLins e Silva.

Documentário sobre a vida dos meninos e dasmeninas que vivem nas ruas das principais cida-des brasileiras e que já.somam sete milhões. Ba-seado no livro de Gilberto Dimenstein. Produçãode 1990.

ATA-ME (Atame), de Pedro Almodóvar. ComVictoria Abril, Antonio Banderas, Francisco Rabale Loles León. Hoje e amanhã, às 15h30, 17h30,20h, 22h, no Cândido Mendes, Rua Joana Angé-lica, 63. (14 anos).

Depois de sair de um centro psiquiátrico, homemseqüestra atriz de cinema pornô para dar inicio aseu novo projeto de vida: uma mulher, uma faml-lia e um emprego. Espanha/1989.

DIABOLO MENTHE (Diabolo menthe), de DianeKurys. Com Eleonore Klarwein, Odile Michel eAnouk Ferjac. Hoje, às 18h30, 20h30, no Cine-clube Rio-France do Méridien, Av. Atlântica,1.020/2° andar.

Comédia de costumes sobre adolescentes dosanos 60. Prêmio Louis Delluc. França/1977.

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Holly Hunter e Richard Dreyfuss vivem uma paixão no filme Meu querido intruso

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Dia 3 de junho, às 21 horas, no Scala II.

SHOWRIO SHOW FESTIVAL — Show da familiaCaymmi e Tom Jobim. A partir de 21 h30. Riocen-tro, Av. Salvador Allende, 655 (442-1026). In-gressos por pessoa: Cr$ 10.000 (tribuna de hon-ra), Cr$ 7.000 (tribuna e mesa de pista), Cr$ 6.000(mesa central), Cr$ 5.000 (mezzanino) e Cr$3.000 (arquibancada).

POBRE MENINA RICA — Musical de CarlosLyra e Vinícius de Moraes. Direção de AderbalJúnior. Com Carlos Lyra, Antônio Pedro e BethBruno. E os músicos Marinho Boffa, Sizão Ma-chado, Ricardo Costa e José CcHos. As 21 h.Scalla II, Av. Afrânio de Mello Franco, 296. Entra-da franca. Os ingressos serão distribuídos naagência do Banco Holandês, na Rua do Ouvidor,107.JOSÉ ALEXANDRE — As 21 h. Teatro da UFF.Rua Miguel de Frias, 9. Ingressos a CrS 1.000(717-8080). ,

NÉLIO TORRES E BANDA - As 18h45. Centrode Artes Calouste Gulbenkian. Rua Benedito Hi-pólito, 125 (221-6213). Entrada franca. Distri-buição de senhas a partir de 15h.BELCHIOR — De 2a a 6a, às 18h30. Teatro JoãoCaetano, Praça Tiradentes, s/n° (221-0305). In-gressos a CrS 1.000. Até dia 7 de junho.

I BARESADRIÁTICO — Show do grupo Hiero Jazz. 2as e

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VlDEO-PROPAGANDA — Exibição de filmes daagência Norton. Hoje, às 20h, no Cândido Mendes. Rua Joana Angélica, 63. Entrada franca.BALÊ DA DINAMARCA Vídeo seguido depalestra com Maribel Portinari. Hoje, às 17h30,no Foyer do Balcão Nobre do Teatro Municipal,Cinelándia. Entrada franca.

MEIO AMBIENTE — Exibição de Krajcberg. ví-deo com depoimento do artista. Hoje, às 13h. noISER. Ladeira da Glória, 98. Entrada franca.

COMO A PROPAGANDA VÊ A MULHERExibição de 29 comerciais dos anos 50 a 80. De2a a sábado, das 10h às 22h, no Plaza Shopping,Rua XV de Novembro. 8 — Niterói. Até sábado.Entrada franca.

? A programação publicada no Roteiro está sujei-ta a alterações de última hora. É aconselhávelconfirmar horários e programas por telefone.

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Paulo Betti e Eliane Giardini, em A fera na selva

S' TEATROESPERANDO GODOT —Texto de Samuel Bec-kett. Direção de Moacir Chaves. Com DeniseFraga, Rogério Cardoso, Tomas Back e outros.Teatro Ipanema, Rua Prudente de Morais, 824(247-9794). 2a e 3a, às 21 h. Ingressos a Cr$1.800 e Cr$ 1.000 (classe). Duração: 2h.

Dois vagabundos esperam um homem à beira deuma estrada deserta.

A FERA NA SELVA — Texto de Henry James.Direção e adaptação de Luiz Arthur Nunes. ComPaulo Betti e Eliane Giardini. Teatro CândidoMendes, Rua Joana Angélica, 63 (267-7295).Dom. a 3a, às 21 h30; 6a e sáb., às 19h e às 24h.Ingressos a Cr$ 1.500. Duração: 1 h.

A história de um homem, uma mulher e umaespera.

MÉDICO A FORÇA — Texto de Moiiére. Direçãode Pierre Astrié. Com Arildo Figueiredo, Carolina

Virguez, Charles Myara e outros. Espaço CulturalSérgio Porto, Rua Humaitá, 163 (266-0896). 2ase 3as, às 21 h. Ingressos a Cr$ 1.200. Duração:1 h10.

O MEMORANDO — Texto de Vaclav Havei.Tradução de Maria Pompeu e Ludvik Nemec.Direção de Antônio Pedro e Michel Robin. ComIvan Cândido, Maria Pompeu, Thereza Briggs ooutros. Casa de Cultura Laura A/vim, Av. VieiraSouto, 176 (247-6946). De 2* a 4», ás 21 h30; 5",às 17h. Ingressos a Cr$ 1.800 e Cr$ 1.000 (cias-se). Aposentados e funcionários públicos pagamCrS 1.300. Duração: 1 h40. Até dia 6 de junho.

A peça trata do absurdo da burocracia em todo omundo.

MERGULHO DOIS TEMPOS — Prometheus eMedéia e Ifigênia, baseados nos textos de Êsquiloe Eurlpedes. Direção de Da Costa e André PaesLeme. Com Alexandre Mello, Nanei Freitas e Ta-tiana Motta Lima. Teatro Posto Seis, Rua Francis-co Sá, 51 (287-7496). 2a e 3a, às 20h. Ingressosa CrS 1.000. Duração: 1 h10.

&PERTO DE YOCE

FESTIVAL RENÊ CLAIR — Hoje: A nós a iiber-dade (A nous Ia liberté), de René Clair. ComRaymond Cordy, Henri Marchand e Rolla Franco.Estação Botafogo/Sala 2 (Rua Voluntários daPátria, 88 — 286-6149): 17h. Último dia.

Prisioneiro fugitivo, vigarista e ambicioso, torna-sedono de uma fábrica, enquanto seu ex-compa-nheiro, sentimental e vagabundo, torna-se seuoperário. Filme que inspirou Tempos modernos,de Chaplin. França/1931.

FESTIVAL RENÉ CLAIR — Hoje: Esta noite éminha (Les belles de nuit), de René Clair. ComGérard Philippe, Martine Carol e Gina Lollobrigi-da. Estação Botafogo/Sala 2 (Rua Voluntários daPátria. 88 — 286-6149): 19h. Último dia. (18anos).

Jovem romântico vive aventuras amorosas — al-gumas agradáveis, outras perigosas — no mundodos sonhos em que se refugia. França/1952.

FESTIVAL RENÉ CLAIR — Hoje: Por ternuratambém se mata (Porte des lilás), de René Clair.Com Georges Brassens, Pierre Brasseur, HenriVidal e Dany Carrel. Estação Botafogo/Sala 2(Rua Voluntários da Pátria, 88 — 286-6149):21 h. Último dia.

Um simpático vagabundo e um artista boêmioprotegem uma bela moça, mas a harmonia entreos três é ameaçada com a chegada de um perigo-so gangster. França/1956.

3"s, ás 22h. Couvert a 1.000. Rua BartolomeuMitre, 450 B (259-4043).

BIERKLAUSE — Happy hour com o cantor Hyl-don. 2a e 3a, às 18h30. Couvert a Cr$ 1.200. Av.Rio Branco, 277 (220-1298).

JAZZMANIA — Beatles for Reggae, show com abanda Rastaquera. De dom a 3°, às 23h. Couverta Cr$ 1.500 e consumação a CrS 1.000. Av.Rainha Elizabeth, 769 (227-2447). Até dia 4 dejunho.

PEOPLE — Show do grupo Terra Molhada, commúsicas dos Beatles. Dom. e 2a, a partir de22h30. Couvert a CrS 1.800 (dom.) e CrS 1.500(2a). Av. Bartolomeu Mitre, 370 (294-0547).

RIO JAZZ CLUB — Show do grupo Tribo de Jah.A 1 h. Todas as 2as (exceto a 2a semana do mês),a partir de 22h. Com o DJ Carlos Albuquerque.Couvert a CrS 1.500 e consumação a CrS 1.000.Rua Gustavo Sampaio, s/n° (541 -9046).

TORRE DE BABEL — Somos Duros com a Pia-téia, show de Hamilton Vaz Pereira (voz), MarioManga (guitarra), Marcelo Costa (bateria) e Sa-cha Amback (teclados). 2" e 3", às 22h30. Na 2"participação especial de Regina Casé. Couvert aCrS 1.500. Rua Visconde de Pirajá, 128/A (2679136). Até dia 18 de junho.

VINÍCIUS — Show de jazz com Arthur Nogueira ePaulo Maciel. As 22h30. Couvert a CrS 1.500.Rua Vinícius de Morais, 123 (267-5757).

1 SHOPPINGSART-CASASHOPPING 1 —A chave do enig-ma: de 2a a 6a, às 16h, 18h30, 21 h. Sábado edomingo, a partir das 13h30. (12 anos).

ART-CASASHOPPING 2 — Inspetor Faustão eMallandro: 15h10, 16h50. (Livre). Estamos to-

dos bem: 18h40, 21 h. (Livre).ART-CASASHOPPING 3 — The Doors: de 2" a

6a, às 15h40, 18h20, 21 h. Sábado e domingo, apartir das 13h. (14 anos).

ART-FASHION MALL 1 — A Boêmia de Pucci-ni: de 2a a 6a, às 16h, 18h, 20h, 22h. Sábado edomingo, a partir das 14h. (Livre).

ART-FASHION MALL 2 — The Doors: de 2" a6a, às 16h, 18h40, 21h20. Sábado e domingo, apartir das 13h20. (14 anos).

ART-FASHION MALL 3 — Inspetor Faustão e oMallandro: de 2a a 6a, às 15h50,17h40. Sábado edomingo, a partir das 14h. (Livre). Jesus deMontreal: 19h40, 22h. (12 anos).

ART-FASHION MALL 4 — SocorroI Chamem oladrão: 15h30,17h40,19h50,22h. (12 anos).

BARRA-1 — Meu querido intruso: de 2a a 6a, às15h30, 17h30, 19h30, 21h30. Sábado e domin-go, a partir das 13h30. (Livre).

BARRA-2 — Vingança: 14h30, 16h40, 18h50,21 h. (12 anos).

BARRA-3 — O silêncio dos inocentes: 14h30,16h40,18h50, 21 h. (14 anos).

NORTE SHOPPING 1 — Ghost — Do outro ladoda vida: 14h, 16h20,18h40,21 h. (10 anos).

NORTE SHOPPING 2 — O silêncio dos inocen-tes: 14h30,16h40,18h50, 21 h. (14 anos).

RIO-SUL - Vingança: 15h, 17h10, 19h20,21h30. (12 anos).

COPACABANAART-COPACABANA — The Doors: 13h30,16h10,18h50, 21 h30. (14 anos).

CONDOR COPACABANA — Meu querido in-truso: 14h, 16h, 18h, 20h, 22h. (Livre).

COPACABANA — Estamos todos bem: 15h,17h10,19h20, 21 h30. (Livre).

ESTAÇÃO CINEMA 1 — Tampopo — Os brutostambém comem espaguete: 16h, 18h, 20h, 22h.(14 anos).

JÓIA — Ghost — Do outro lado da vida: 15h,17h10,19h20, 21 h30. (10anos).

RICAMAR — Green card — Passaporte para oamor. 14h, 16h, 18h, 20h, 22h. (Livre).

ROXY 1 — O silêncio dos inocentes: 15h, 17h10,19h20, 21h30. (14 anos).

ROXY 2 — Vingança: 15h, 17h10, 19h20, 21.h30.(12 anos).

ROXY 3 — Edward, maõs de tesoura: 14h10,16h,17h50,19h40, 21 h30. (Livre).

STAR-COPACABANA — O reverso da fortuna:14h, 16h, 18h, 20h, 22h. (Livre).

STUDIO BELAS ARTES — Dormindo com oinimigo: 14h10, 16h, 17h50, 19h40, 21h30. (12anos).

IIPANEMA/LEBLONCÂNDIDO MENDES — Ata-me: 15h30,17h30,20h, 22h. (14 anos).

LAGOA DRIVE-IN — aventuras na Ilha daTesouro: 20h, 22h. (Livre).

LEBLON-1 — O silêncio dos inocentes: 15h,17h10,19h20, 21 h30. (14 anos).

LEBLON-2 — Meu querido intruso: 14h, 16h,18h, 20h, 22h. (Livre).

STAR-IPANEMA — Simplesmente Alice: 14h,16h, 18h, 20h, 22h. (12 anos).

I BOTAFOGOBOTAFOGO — Eros amor e sexo selvagem eRevelações de uma sexomanlaca: de 2a a 6°, ás14h, 16h35, 19h05. Sábado e domingo, às 15h,17h35,19h05. (18 anos).

ESTAÇÃO BOTAFOGO/SALA 1 - The Doors.14h, 16h30,19h, 21 h30. Hoje não serão exibidasas duas últimas sessões. (14 anos).

ESTAÇÃO BOTAFOGO/SALA 2 - Ver a programação em Mostras.

ESTAÇÃO BOTAFOGO/SALA 3 — Ay, Carmela!: 15h30, 17h30. (Livre). Gêmeos — Mórbidasemelhança: 19h30, 21 h40. (16 anos).

ÔPERÂ-t — O grande anjo negro: 14h50,16h30,18h10,19h50, 21 h30. (12 anos).

ÓPERA-2 — Dança com Lobos: I4h30, Í7n40.20h50. (Livre).VENEZA — Cenas em um shopping: 14h50

16h30,18h10. 19h50, 21 h30. (Livre).

1CATETE/FLAMENGOESTAÇÃO PAISSANDU — Marcas de umapaixão: 16h, 18h, 20h, 22h. (14 anos).LARGO DO MACHADO 1 — Meu querido intruso: 14h. 16h, 18h, 20h, 22h. (Livre)

LARGO DO MACHADO 2 — Ghost — Do outrolado da vida: 14h30. 16h50, 19h10, 21h30. (10anos)

SAO LUIZ 1 — O silêncio dos inocentes: 15h,17h10,19h20, 21 h30. (14anos).SAO LUIZ 2 — Edward, mãos de tesoura: 14h10,16h, 17h50,19h40, 21h30. (Livre).STUDIO-CATETE — Dormindo com o inimigo:14h10,16h, 17h50,19h40,21h30. (12anos).

I CENTROCINE HORA—Operação comando: 11 h, 12h40,14h20,16h, 17h40. (14 anos).METRO BOAVISTA — Meu querido intruso:13h30,15h30,17h30,19h30, 21 h30. (Livre).ODEON — O grande anjo negro: 14h, 15h40,17h20,19h, 20h40. (12 anos).

PALACIO-1 — Vingança: 14h, 16h10, 18h20,20h30. (12 anos).PALÁCIO-2 — Ghost — Do outro lado da vida:14h, 16h20,18h40, 21 h. OOanos).PATHÊ — O silêncio dos inocentes: 13h, 15h,17h, 19h, 21 h. (Manos).REX — Posição ideal e Coisa selvagem: de 2a a 6a,às 13h, 15h30, 18h10, 19h35. Sábado e domin-go, às 15h, 17h40,19h05. (18 anos).

VITÓRIA — Desejo de mexer, de 2a a 6a, às13h30, 15h, 16h30, 18h, 19h30, 21 h. Sábado edomingo, a partir das 15h. (18 anos).

•¦tijucaAMÉRICA — Vingança: 14h30, 16h40, 18h50,21 h. (12 anos).

ART-TIJUCA — Inspetor Faustão e o Mallandro:13h40, 15h20, 17h. (Livre). O vingador do futu-ro: 18h50, 21 h. (14 anos).BRUNI-TIJUCA— The Doors: 14h, 16h30, 19h,21h30. (14 anos).CARIOCA — O silêncio dos inocentes: 14h30,16h40,18h50, 21 h. (14 anos).TIJUCA-1 — Edward, mãos de tesoura: 14h10,

16h, 17h50,19h40, 21h30. (Livre).TIJUCA-2 — Meu querido intruso: 13h30,15h30,17h30,19h30, 21 h30. (Livre).TIJUCA-PALACE 1 — O grande anjo negro:14h20,16h, 17h40,19h20, 21 h. (12 anos).

TIJUCA-PALACE 2 — Ghost — Do outro lado davida: 14h, 16h20,18h40, 21 h. (10 anos).

I MÉIERART-MÉIER — O grande anjo negro: 14h20,16h, 17h40,19h20, 21 h. (12anos).BRUNI-MÉIER — A sedução de Cindy: 15h,16h30,18h, 19h30, 21 h. (18 anos).

PARATODOS — Inspetor Faustão e o Mallandro:15h, 16h30. (Livre). The Doors: 18h10, 20h30.(14 anos).

RAMOS/OLARIARAMOS — Vingança: 14h30, 16h40, 18h50,21 h. (12 anos).

OLARIA — O grande anjo negro: 14h20^ 16h,17h40,19h20, 21 h. (12 anos).

I MADUREIRA/

JACAREPAGUÁART-MADUREIRA 1 — Inspetor Faustão e oMallandro: 13h40, 15h20, 17h. (Livre). O vinga-dor do futuro: 18h50, 21 h. (14 anos).

ART-MADUREIRA 2 — The Doors: 13h. 15h40.18h20.21 h. (14 anos).CISNE — Ghost — Do outro lado da vida: 15h,17h, 19h, 21 h. (10 anos).

MADUREIRA-1 — Edward, mãos de tesoura: de2- a 6», às 15h30, 17h20,19h10, 21 h. Sábado edomingo, a partir das 13h40 (Livre).MADUREIRA-2 — Ghost - Do outro lado davida: 14h. 16h20.18h40, 21 h. (10 anos).MADUREIRA-3 — O grande anjo negro: 14h20,16h, 17h40,19h20, 21 h. (12 anos).

CAMPO GRANDECAMPO GRANDE — Dormindo com o inimigo14h30,16h10,17h50,19h30,21 h10. (12 anos)

I NITERÓIARTE-UFF - Nostalgia. 15h. (14 anos). Simplesmente Alice: 17h10, 19h10, 21 h10. (12anos). Até quintaCENTER — O silêncio dos inocentes 14h3016h40,18h50, 21 h (Manos).CENTRAL Vingança: 14h30, 16h40, 18h5021 h. (12 anos)

ICARAl — Edward, mãos de tesoura: 14h10,16h17H50.19M0.21h30. (Livre)NITERÓI — O grande anjo negro: 14h20, 16h17h40,19h20, 21 h. (12 anos).

NITERÓI SHOPPING 1 - Dança com Lobos:14h30,17h40, 20h50. (Livre)NITERÓI SHOPPING 2 — Inspetor Faustão e oMallandro: 15h, 16h30,18h, 19h30, 21 h. (Livre)

WINDSOR — The Doors: 14h, 16h30. 19h,21 h30. (14 anos).

¦ SÁOGONÇALOSTAR-SAO GONÇALO — Insp etõr Faustão e oMallandro: Í5n, 16h30, 18h, 19h30. 21 h. (Livre).

Divulgação

TELEVISÃO

Freud e a/

psicanáliseCARLOS HELÍ DE ALMEIDA

ASON, o insaciável zumbi da série Sexta•feira 13, é dotado de um furor sanguiná-rio que nem Freud explicaria. O defuntoambulante, que há pelo menos sete episó-

dios anda espalhando sangue barato pelas telasde cinema, enfrenta uma paranormal na VIIParte — A matança continua, cartaz do Telaquente. Um divã talvez resolvesse o problema doputrefato rapaz. Mas hoje Sigmund Freud estácom a agenda tomada. Ele, aliás MontgomeryClift, ocupa-se em desvendar a causa do histeris-mo da jovem Cecily (Susan York) em Freud,além da alma (Freud, EUA, 1962). E lançar asbases da psiquiatria moderna. O filme de JohnHuston conta, de forma sombria e desglamouri-zada, a trajetória do polêmico médico austríacoe manda para o subconsciente qualquer que sejao ineditismo de Jason.

Freud. além da alma, não é uma mera biografiado renomado neurologista. É também um históricodo processo de desenvolvimento das teorias dapsicanálise, a principio rejeitadas pelos colegas deprofissão do jovem Sigmund. Huston, escoladopelos documentários realizados para o governoamericano durante a Segunda Guerra, conta fasepor fase a evolução do complexo de Édipo. Mas osuposto didatismo do diretor não é clicherkado:esmiuçar as idéias de Freud se torna indispensável,faz parte do assunto central. A natureza do sub-consciente não é de fácil compreensão. Entender asrazões que levam Freud a se oferecer como cobaiade seus próprios estudos, em seqüências de inspira-ção expressionista, é mais do que uma proposta deresolver os traumas com papai e mamãe.

John Huston pagou alguns pecados para ro-dar seu Freud. Um calvário que começou com aprolixidade incorrigívcl do roteirista primordial,Jean-Paul Sartre — ferrenho antifreudiano, masprofundo conhecedor de psicologia e da obra deFreud —, e terminou com as bebedeiras deMonty Clift, traumatizado com o acidente quelhe deformara o rosto, decadente e já incapaz dedecorar o script. O primeiro problema Hustonresolveu contratando o escriba Wolfgang Rei-nhardt, que, sob a orientação do diretor, sinteti-zou o roteiro de Sartre. O segundo ele minimi-zou escrevendo as falas em cartazes, rótulos degarrafas, esquadrias de portas e em outros obje-tos do cenário, onde o ator pudesse aproxi-mar-se na hora da deixa.

Mas, apesar de todos os problemas comClift, Huston reconhece que a geniosidade doator resultou num desempenho extraordinário.Prejuízo maior o diretor teve com as barganhascom a Igreja, que rejeitava a idéia de sexualidadeinfantil, a negação do Bem e do Mal e a sonda-gem da alma humana por alguém que não umpadre. Mas Freud ainda deu a volta por cima.

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H CANAL 2— TV EducativaTelefone da emissora: 292-0012

7h25 EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL 15h30BRASILEIRO

7h30 TELECURSO 1o GRAU — Educati-

7h45 TELECURSO 2o GRAU — Educati-voQUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL— EducativoUM NOVO TEMPO — Programa dedebates sobre Educação. Apresenta-ção de Muniz Safatli. Hoje: o valor daalimentação na educação para a saú-deRA-TIM-BUM —InfantilMÃOS MÁGICAS — Infantil comPlim-J

SEM CENSURA — Debate. Apre-sentação de Liliana Rodrigues. Tema:Eco-Rio 92. Convidados: MarcelloAlencar.\o ministro Carlos Garcia, JoséBaptista de Oliveira (gerente da Em-bratur). Tânia Munhoz (presidente dotbama). Roberto D'Avila (secretáriodo Mejo Ambiente), o carnavalescoJoàozinho Trinta e Paulo Viana Jr.(presidente do Rio-Centro)RIO NOTICIAS — Noticiário localTEMPO DE ESPORTE — Noticiárioesportivo

19h30 MATÉRIA PRIMA — Programa deauditório para adolescentes. Apresen-facão de Sérgio Groteman

18h5519h10

GINÁSTICA UGIA AZEVEDOESPORTE POR ESPORTE — Espor-tivoGENTE DO ESPORTE — Flashescom personalidades do mundo espor-tivoI LOVE YOU — Aula de inglfis comMárcia KrengielDOCUMENTÁRIOS DIRIGIDOS —Hoje: O corpo humanoREDE BRASIL — TARDE — Noti-ciárioRIO NOTICIAS — Noticiário localRA-TIM-BUMMÃOS MÁGICASQUALIFICAÇÃO PROFISSIONALUM NOVO TEMPODOCUMENTÁRIO DIRIGIDO

LOVEYOU

20h25 JORNAL DO CONGRESSO — No-ticioso sobre o Legislativo

20h30 S.O.S. RADIO PLANTÃO — Seria-do

21 h30 REDE BRASIL — NOITE • Noticiárionacional e internacional

22h OS CLÁSSICOS — Musical. Hoje: ogrupo Barroco Collegium Areum Inter-preta Bach e o maestro Wolfgang Sa-walllsch. Haendet

23h AS REPÓRTERES — Jornalístico.Apresentação de Eliana Monteiro. Ho-je: Cabelos brancos. Ciep e barcos-re-sidêncios

0h05 TEMPO DE ESPORTE — Noticiárioesportivo. Reprise

0h20 DINHEIRO VIVO — Informativoeconômico

0h35 EXECUÇÃO DO HINO NACIONALBRASILEIRO

Globo exibe Freud,"além da alma/ com Montgomery Clift e Susannah Yon

I OS FILHESO ÚLTIMO DRAGÃOGlobo— 15h30

Kung-fu. (The last dragon) de Michael Schultz. ComTaimak. Vanity, Chris Murney, Julius J. Carry III,Faith Prince, Leo 0'Brien, Mike Starr, Jim Moody,Glen Eaton e Ernie Reyes Jr. Produção americana de85. Cor (106 min).Jovem (Taimak) negro e fã incondicional dofalecido Bruce Lee sonha em ser um ás das artesmarciais. Nos intervalos do culto, o rapaz seenvolve com uma programadora de video earruma confusão com um brutamontes (Carry) cum comerciante (Murney) metido à besta.Exemplar de carate recomendado apenas aosaficcionados no bailado.

SEXTA-FEIRA 13 — VII PARTE — A MA-TANÇA CONTINUAGlobo — 21 h30

Açougue. (Friday tlie thirteen — pdrt Vil — Thenew blood) de John Carl Buechler. Com Jennifer Ban-ko. Lar Park Lincoln, Susan Blu, John Otrin. TerryKiser, Kevin Blair, Susan Jennifer Sullivan, Heidi Ko-zak, Kane Hodder. Produção americana de 88. Cor (87min).Jovem (Lincoln) elarividente chega com os paisa Crystal Lake para um merecido descanso. Masas habilidades paranormais da adolescente sãoexploradas por médico sem escrúpulos e acabamtirando o diabólico Jason de seu sono eterno nofundo do lago. Este capitulo da insuportável e

repetitiva série surpreende: por alguns (raros)momentos, a violência gratuita dá lugar a algumsuspense mcdiúnico.

ESCOLAS SÓ PARA MOÇASTVS —21h30

Comediota. (Pretty smart) tie Dimitri Logothetis.Com Tricia Leigli, Bracl Zutatit. Lisa Lorient. ParisVauglian. Dennis Cole, 'Kimberly B. Delfm, PatríciaArquette e Joely Fislier. Produção americana (le 86. Cor(83 min).Duas irmãs (Tricia e Lisa), de temperamentosopostos, vão estudar numa escola particular naGrécia. E ingressam em grupos rivais, facilitan-do as atividades ilícitas do diretor, que traficadrogas e chantageia as famílias das garotas. Masas meninas, unidas, planejam desmascará-lo. Es-ta chocha rebelião estudantil é uma grande ar-madilha feminina.

FREUD, ALÉM DA ALMAGlobo — Oh

Biografia. (Freud) de John Huston. Com Montgo-mery Clift, Susannah York, Larry Parks, David Mc-Callum, Susan Kolmer e Eileen Herlie. Produção ameri-cana de 62. P&B (120 min).Na Viena do final do século passado, jovem(Clift) médico se aprofunda nos mistérios damente humana e luta para que a recente psiquia-tria seja reconhecida como ciência.

ISUPEECANAL

¦ ESPN ÜHF48 ¦ RA1SHF4 I CNNSHF56h309h3010h3011 h3012h15h16h16h3017h

17h3021 hOh0h301 h303h304h4h30

BASEBALLUM DIA NA PRAIAMUNDO DA AVIAÇÃOGLORY DAYSAERÚBICACAMPEONATO DE DANÇAREPORTAGENS ESPORTIVASSUNKIST KIDSBASEBALL GRANDES MOMEN-TOSNASCAR WINSTON CUPFUTEBOL AMERICANOBASEBALLTONIGHTLUTA LIVRENASCARSUPPORTMAJOR LEAGUE BASEBALLUPCLOSEPESCANDO COM JERRY MC-KINNIS

5h JIMMY HOUSTON OUTDOORS5h30 IHRA DRAG RACING7h30 TELEGIORNALE8h DOCUMENTÁRIOlOh INFANTIL11 MÚSICA ITALIANA12h VARIEDADES14h CINEMA15h INFANTIL16h CONCERTO DE MÚSICA CLASSI-

CA17h VARIEDADES18h MÚSICA ITALIANA19h RAI AO VIVO21 SHOWS23h CINEMAOh VARIEDADES

(O Super Canal funciona por assinaturas, nas ondas

2h MÚSICA ITALIANA4h SHOWS6h ENTREVISTASSh HEADLINES INTERNATIONAL5h30 HEADLINES NEWSROOM6h HEADLINES INTERNATIONAL8h30 BUSINESS MORNING9h HEADLINES INTERNATIONAL9h30 BUSINESS DAY10h HEADLINES INTERNATIONAL10h30 HEADLINES INTERNATIONAL.11 h LARRY KING REPLAY12h CNN WORLD DAY13h HEADLINES INTERNATIONAL14h CROSSFIRE —Debate econômico14h30 HEADLINES INTERNATIONAL15h CNN NEWS WORLDUHF e SHF. Contatos pelo telefone: 205-

15h3016h16h3018h18h3019h

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21 h3022h23hOh1 h1 h303h304h

HEADLINES INTERNATIONALWORLD BUSINESS TONIGHTHEADLINES INTERNATIONALCNN WORLD DAYHEADLINES INTERNATIONALWORLD BUSINESS TONIGHTUPDATECNN SHOWBIZ TODAYCNN WORLD DAY TODAYMONEYLINE — Economia e negó-ciosCROSSFIRE— Debate econômicoPREMINEWS —NoticiárioLARRY KINGHEADLINES INTERNATIONALSHOWBIZHEADLINES INTERNATIONALMONEYLINEHEADLINES INTERNATIONAL

8612)

3^RADIO

JORNAL DO BRASIL

I AM 940 KHz ESTÉREOJBI — Jornal do Brasil Informa — As 7h30,12h30,18h30 e 23h30. Sáb., dom. e feriados, às8h30.12h30,18h30 e 23h30.

Repórter JB — Informativo às horas certas.JB Noticias — Informativo às meias horas.1a Página — Das 7h âs 9h30.Comentaristas: Sônia Carneiro, Carlos AlbertoSardenberg, Joõo Máximo, Ernesto Alonso Ortiz.

Prestação de Serviços — Repórter Aéreo JB/Unidas, condições do aeroporto, previsões dotempo e dicas culturais.

Correspondentes: Paris, Londres (BBC), Colô-nia e Washington.

Panorama Econômico: As 8h30.Encontro com a Imprensa — Das 13h às 14hcom Marcos Gomes.

Cartazes do Rio — As 16h.Música da Nova Era — 2' feira, de 21 h ès 22h,com Mirna Grzich.

Variedades*. 2", 4a e 6a, das 22h às 23h30.Arquivo Sonoro: 5a feira.Lotação Esgotada: Das 23h50 às 0h30.Noturno: De 0h30 ès2h.Pela Madrugada: As 2h.

I FM ESTÉREO 99,7 MHzNoticiário — De hora em hora.1» Classe — As 6h.Destaque Econômico — As 9h30.Informe JB — As 11 h5Q, 17h50 e 24h.

Jô Soares Jam Session — às 18h.20 horas - Reprodução digitaI (CDs e DATs):Sinfonia n° 2, em Si bemo!maior. Kl7, de Mozart(Fil. Londres, Leinsdorf - AAD • 11:00); Concerton° 2. em sol menor, para piano e orquestra, op.16. de Prokofieff (Ashkenazy, OS Londres, Previn- ADD - 32:47); Cantata n° 61 - Nun komm. derHeiden Heiland. para o Primeiro Domingo deAdvento, de Bach (Mathis, Schreier, Fischer-Dieskau, Karl Richter - ADD - 18:23); Sinfonia n°3. em Mi bemol - Eroica. op. 55, de Beethoven(Concertgobouw, Monteux - Grav. 1962 - ADD -47:37); Trio em Si maior, op. 8. de Brahms(Beaux Arts - DDD - 36:34); Concerto de trom-petes para as Festas do Canal de Versalhes, dasSinfonias para as ceias do Rei. de Michel RichardDelalande (OC Paillard - DDD - 8:13); Nobilissi-ma Visione, de Hindemith (Royal Phil., Preist -AAD - 21:27); Rondó em Lá maior, para piano eorquestra, K386. de Mozart (Perahia, EChO -DDD - 9:26); Quarteto n° 6. de Villa-Lobos(Bessler-Reis - Grav. 1987 - DDD - 24:50).

Mestres da Música — As 24h.

¦ CIDADE-102,9 MHzVitamina C — As 6h.Saudade Cidade — As 12h.Sucesso da Cidade — Às 18h.Cidade Diet — As22h.

I FM 105 — I05,l MHz

Desperta Rio — As 7h.Bom Dia Alegria — As 10h.Vale A Pena Ouvir de Novo — As 12h.105 sem Parar — Às 14h.Amor sem Fim — As 20h.105 Na Madrugada — A 24h.

EXPOSIÇOESRIO DE JANEIRO 1969/60 — EXPERIÊNCIANEOCONCRETA — Coletiva corn obras de Ly-gia Clark, Hélio Oiticica, Amilcar de Castro eoutros. Museu de Arte Moderna, Av. Infante O.Henrique. 85. De 3» a domingo, das 12h às 18h.5a feira, das 12h às 21 h. Até domingo.

CARLOS SCUAR — Gravuras do acervo do MN-BA. Sala de Exposições Cândido Portinari e Sub-solo da Capela Ecumênica da UERJ. Rua SãoFrancisco Xavier. 524. De 2a a 6a, das 9h30 às21 h Até dia 14.

ASPECTOS DA RETRATISTIUA — ^oieirvacom obras que mostram a evolução histórica doretrato desde o século XVII. Museu Nacional deBelas Artes. Av. Rio Bronco 199. De 2" a 6a, das10h às 18h. Sábados e domingos, das 15h às18h. Até dia 14.

W.A. MOZART — Cartazes, documentos, parti-turas e material informativo sobre o compositor.Centro Cultural Banco do Brasil. Rua 1o de Mar-ço, 66. De 3a a domingo, das 10h às 22h. Ató dia16.

O JORNAL DO BRASIL E RUI BARBOSA —Textos, fotos e charges. Casa de Rui Barbosa. RuaS5o Clemente. 134. De 2» a 6». das 10h às 17h.Sábados e feriados, das 12h às 17h. Ató dia 22.

POÉTICA DO ACASO — Coletiva de artistasmineiros. Museu de Arte Moderna. Av. Infante D

Henrique, 85. De 3a a domingo, das 12h ès 18h.Quinta-feira, das 12h és 21 h. Até dia 23.

LISBOA OUINHENTISTÁ — Aspectos variadosüd história e da imagem da cidade no século XVI.Centro Cultural Banco do Brasil, Ru« 1o de Mar-ço. 66. De 3" a domingo, das 10h às 22h. Até dia23.REQUINTES DA MESA — Peças de porcelana,cerâmica, faiança, prataria, cristal, vidro e mobi-liório. Museu Histórico Nacional. Praça MarechalAncora. s/n°. De 3a a 6a, das lOh às 17h30.

i"d0<wiftse5r-s!3s-l** 17h3n Al»dia 31 de julho.

CARIOCA — ENCONTRO NO SS — Coletiva depinturas, esculturas e desenhos em comemoraçãoaos dois anos da galeria. Oficina de Arte MariaTeresa Vieira. Rua da Carioca, 85. De 2a a 6a, das10h às 21 h. Sábados, das 10h às 18h. Inaugura-ção, hoje, às 18h30. Até dia 21.

31" COLETIVA ARTEC — nnturas e esculturas.Espaço Cultural Banco do Brasil. Av. BartolomeuMitre. 438. De 2» a 6», dos 10h30 às 16h30.Inauguração, hoje. Ató dia 21.

ALBERTO KAPLAN — Pinturas. Galeria CândidoMendes. Rua Joana Angélica, 63. De 2a a 6a, das15h às 21 h. Sábados, das 16h às 20h. Até ama-nhâ.

ARTE PELA ARTE — Pinturas de Nicanor Senra-

no. Espaço CERJ, Rua Luiz Leopoldo F. Pinheiro,517 — Niterói. De 2a a 6a, das 8h às 17h. Atéquinta.

FRAGMENTOS DE CIVILIZAÇÃO — Desenhose maquetes da Ramón Brandão. Galeria Macu-nafma, Rua México, esquina com Araújo PortoAlegre. De 2* a 6", das 9h às 18h. Até quinta.

ESCANDINÁVIA, UM MUNDO QUE DEUCERTO — Fotografias de Rachel Canto. Socie•dade Fluminense de Fotografia, Rua Dr. Celesti-no. 115 — Niterói. De 2a a sábado, das 19h às22h. Até sexta.

REABILITAÇÃO EM LISBOA E RESTAURA-ÇÂO DO CHIADO — Fotos e maquetes dasobras de restauração. Fundação Roberto Mari-—TThtrr Ai.-Paulo de Frontin, 568. De 2a a 6a. das9h30 às 18h. Até sexta.

CONSTRUTORES DA CONTEMPORANEI-DADE — Coletiva de pinturas. Villa Bernini. Av.Atlântica, 4.240/214. De 2' a sábado, das 14h ás19h. Ató sábado.

NATO GOMES, MARCIA PAPADOPOULOSE FERNANDO MADEIRA — Desenhos, gravu-ras e pinturas. Avatar Cultura Metafísica. RuaGeneral Dionlsio, 47/3° andar. De 2d a 6d, das12h à meia-noite. Até sábado.

500 ANOS DE ESTILOS — DECORANDOATRAVÉS DAS ÉPOCAS — Cenários de deco-ração assinados por treze arquitetos e decorado-res do Rio. Rio Design Center. Av. Ataulfo dePaiva, 270. De 2a a sábado, das 10h às 22h.Domingos, das 12h às 20h. Até domingo.

S MUSICA

DANÇA

CANAL 4-TV Globo6h30 TELECURSO 2" GRAU — Educati-

vo7h BOM DIA BRASIL — Entrevistas

políticas7h3Q BOM DIA RIO — Noticiário e agenda

cultural local8h XOU DA XUXA — Infantil. Apresen-

tação de Xuxa13h GLOBO ESPORTE— Esportivo lo-

cal13h10 JORNAL HOJE — Noticiário, agenda

cultural e entrevistas13h30 VALE A PENA VER DE NOVO —

Reprise da novela Top modol, de Wal-ter Negrão o Antônio Calmon e daminissérie O pagador de promessas

15h30 SESSÃO DA TARDE — Filme: Oúltimo dragão

17h30 ESCOLINHA DO PROFESSORRAIMUNDO — Humorístico

17h55 SALOMÉ — Novela de Sérgio Mar-ques. Direção de Herval Rossano.

Telefone da emissora: 529-2857

Com Patrícia Pillar, Petrônio Gontijo,imara Reis e Carlos Alberto

18h50 LUA CHEIA DE AMOR —Novela deAna Maria Moretzsohn, Ricardo LI-nhares e Maria Carmem Barbosa. ComMarllia Pera, Francisco Cuoco, SuzanaVieira, Aríete Salles e Isabela Garcia

19h46 RJ TV —Noticiário local20h JORNAL NACIONAL — Noticiário

nacional e internacional20h30 O DONO DO MUNDO — Novela de

Gilberto Braga. Com Antônio Fagun-des, Malu Mader, Glória Pires, Fer-nanda Montenegro, Nathalia Timberge Sténio Garcia

21 h30 TELA QUENTE — Filme: Sexta-feira13. VII parte — A matança continua

23h30 JORNAL DA GLOBO — Noticiário.Comentários de Paulo Francis

Oh CINECLUBE — Filme: Freud. além daalma (legèndado)

I CANAL6-TVMancheteTelefone da emissora: 285-0033

7h30 BRASÍLIA — Jornalístico8h COMETA ALEGRIA — Infantil

Apresentação de Cinthya, Patrick eGorgolão. De 1S em 15 min., flashesdo MANCHETE ECONOMIA — in-formativo econômico

12h25 MANCHETE ESPORTIVA — 1°TEMPO - Noticiário esportivo

12h45 JORNAL DA MANCHETE — EDI-ÇAO DA TARDE — Noticiário

13h25 CLUBE DA CRIANÇA — Infantil.Apresentação de Angélica

17h30 SESSÃO SUPER-HERÔIS— Dese-nhos

18h55 TORNEIO ROLAND GARROS -Boletim do torneio de tânls

19h RIO EM MANCHETE — Noticiáriolocal

19h30 CORPO SANTO — Reprise da nove-Ia de José Louzeiro

20h20 MOMENTO ECONÔMICO — Bole-tim econômico

20h35 JORNAL DA MANCHETE — 1"EDIÇÃO — Noticiário

21 h40 A HISTÓRIA DE ANA RAIO E ZÉTROVÃO — Novela de Rita Buzzar eMarcos Caruso. Com Almir Satter, In-gra Liberato, Giuseppe Oristanio, Ta-mara Taxman e Nélson Xavier

22h40 NA REDE DE INTRIGAS — Minis-série em 20 capítulos, de Geraldo Vie-tri. Direção de Henrique Martins. ComJosé de Abreu, Júlia Lemmertz, An-dréa Richa e Leonardo Brlcio. (13°episódio)

23H40 NOITE E DIA — Noticiário com en-trevistas

0h30 CHIP'S —Seriado

I CANAL 1 - TV BandeirantesTelefona da emissora: 542-2132

6h056h307h558h

9h10h

10h30

11h15

12h12h3013h30

15h15h3016h30

MISTÉRIO DA FÉ — ReligiosoA HORA DA GRAÇA — ReligiosoBOA VONTADE — ReligiosoMAGAZINE MULHER — Variada-desDIA A DIA — JornalísticoCOZINHA MARAVILHOSA DAOFÉLIA — Culinária com OféliaAnunciatoOS IMIGRANTES — Reprise da no-vela de Benedito Ruy BarbosaNINHO DA SERPENTE — Repriseda novela de Jorge AndradeACONTECE — NoticiárioESPORTE TOTAL — EsportivoCARAVANA DO AMOR — Varieda-des. Apresentação de Alberto BrizolaKIKO — SeriadoTV CRIANÇA — DesenhosO HOMEM DE SEIS MILHÕES DEDÓLARES — Seriado

17h30 CANAL LIVRE — Debates. Apresen-tação de Flávio Gikovete

18h50 JORNAL DO RIO — Noticiário local19h20 AGROJORNAL— Informativo sobre

o campo19h30 JORNAL BANDEIRANTES — Noti-

ciário20h30 O COMETA—Reprise da minissérie21h30 BOXE INTERNACIONAL — Lutas:

Virgil Hill x Thomas Hearns (titulomundial meio pesados), Troy Dorsey xAlfredo Rangel (campeonato mundialde pesados). Melcbor Cob Castro xHumberto Gonzales (titulo mundial demini-moscas) e Orlin Norris x TonyTucker (campeonato mundial de pe-sados)

1h30 JORNALDA NOITE— Noticiário2h FLASH — Entrevistas. Apresentação

de Amaury Jr.3h BOA VONTADE — Religioso

I CANAL 9 — TV Corcovado/MTVTelefone da

emissora: 580-1536

6h30

7h15

7h30

8h

8h158h308h459h9h30

10h

PROGRAMA 45 MINUTOS — En-trevistas. Apresentação de ArcádioVieira. Hoje: Raymundo de Oliveira,presidente do ProderJAGENDA DO INVESTIDOR — In-formativo e entrevistas sobre o merca-do financeiroO RIO É NOSSO — Variedades.Apresentação de Douglas PradoPOSSO CRER NO AMANHA —ReligiosoRENASCER — ReligiosoVINDE A CRISTO — SeriadoCOISAS DA VIDA — ReligiosoIGREJA DA GRAÇA — ReligiosoCENTRO DE CONVENÇÕESEVANGÉLICAS — ReligiosoPROGRAMA SIDNEY DOMIN-GUES — Entrevistas e debates. Apre-sentação da Sidnay Domingues

11 h FÉRIAS NO ACAMPAMENTO —Seriado

12h NON STOP - Programa com blocosde meia hora sõ com vídeos

14h30 ROCKSTÓRIA — Carreira de Idoiosmusicais

15h30 GAS TOTAL — Clipes de heavy me-tal

18h DISK MTV — Parada de sucessoscoms os 10 clips mais votados naspesquisas

19h MTV NO AR — Noticias sobre arte.espetáculos, comportamento e cultura

19h15 BEAT MTV — Clipes22h TOP 10 EUA — Os 10 clipes mais

executados pela MTV americana23h MTV NO AR23h15 PONTO ZERO —Clipes inéditos23h45 VlDEOMUSIC —Clipes1 h LADO B - Clipes de vanguarda2h VlDEO MUSIC — Clipes musicais

¦ canal 11-TVS

ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA — 3°Concerto de Assinaturas da Série Noturna. Re-gência de Leon Halégua. Solistas: Norton Moro-zowicz (flauta) e Maria Célia Machado (harpa).No programa obras de Mozart. Padre José Mauri-cio, Schubert e Debussy. Às 21 h. Teatro Munlci-pai. Praça Marechal Floriano, s/n° (262-3935).Ingressos a CrS 24.000 (frisas e camarotes), CrS4.000 (platéia e balcão nobre), Cr$ 2.500 (balcãosimples) e CrS 1.500 (galerias).

MÚSICA NO CONSULADO — Recital do pia-nista Ronaldo Marcondes. No programa obras deBeethoven. Prokofiev, Rachmsninoff. Prokofiev.As 21 h. Consulado Geral de Portugal. Rua SãoClemente. 424. Entrada franca.

7h3010h12h3013h13h3015h3016h3017h3018h18h3019h25

19h30

SESSÃO DESENHO — Infantil.Apresentação de Vovó MafaldaMARIANE —InfantilCHAPOLIN —SeriadoCHAVES — Seriado infantilSHOW MARAVILHA — Infantil.Apresentação de MaraVIVIANA — Reprise da novelaDESPREZO — Reprise da novelaCHAPOLIN —SeriadoCHAVES — SeriadoAQUI, AGORA —JornalísticoECONOMIA POPULAR — PER-GUNTE AO TAMER — Boletim eco-nômicoTJ BRASIL — Noticiário nacional einternacional

Telefona da emiuora: 580-031320h CARROSSEL — Novela21 h ROSA SELVAGEM — Novela21h25 JORNAL DO SBT — Ia EDIÇÃO —

Noticiário21h30 CINEMA EM CASA— Filme: Escola

só para moças23h30 JÔ SOARES ONZE E MEIA — Eri-

trevistas. Apresentação de Jô Soares.Hoje: a jogadora Hortônsia, o ciclistaDavi Cruz e o cantor Sérgio Sá

¦0h30 JORNAL DO SBT — 2" EDIÇÃO —Noticiário

1 h TJ INTERNACIONAL — Noticiário1 h15 EXPRESSÃO NACIONAL — Jorna-

llstico. Apresentação de Irene Rava-che

VIII MOSTRA DE NOVOS COREÓGRAFOS —Apresentação dos finalistas. Às 21 h. Teatro JoãoCaetano. Praça Tiradentes. s/n° (221-0305) En-trada franca.

CANAL 13-TVRio6h45 INSTANTE BRASILEIRO — Musi-

cal7ii POSSO CRER NO AMANHA -

Religioso7h10 VINDEA CRISTO — Religioso7h40 MISTÉRIOS DA FÉ — Religioso7h55 CADA DIA — Religioso8h CLIPES MUSICAIS9h COM BATE — Seriado10h CLIPTV—Música jovem ao vivoII h GUERRILHEIROS —Seriado11 h55 INSTANTE BRASILEIRO12h CLIP'S — Os melhores da casa13h REPÓRTER RIO — Noticiário

Telefone da emissora: 293-001213h30 RIO URGENTE — Entrevistas, deba-

tes 9 variedade?17h REPÓRTER SEM MEDO - Noti-

etário policial17h30 REPÓRTER RIO — 2» EDIÇÃO —

Noticiário18h CUP TV19h SAO FRANCISCO —Seriado20h INSTANTE BRASILEIRO20h10 COMBATE — Seriado21 h10 INSTANTE BRASILEIRO21 h20 KUNG FU — Seriado22h50 INSTANTE BRASILEIRO23h REPÓRTER RIO —Noticiário23h30 OS MELHORES CLIPESOh COLUMBO — Seriado

JORNAL DO BRASIL

sentir cinema

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Depois de quatro anos, Stevie Wonder grava um

novo disco com a trilha do filme de SpiRe Lee

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ROBERT HILBURNLos Angeles Times

OS ANGELES — Sim, é Ste-vie Wonder interpretandoSpike Lee. Não, o cineasta

escrevendocanções.. Acon-_

I POHTF0LIO 6iwul >0. ¦

1 í m

tece apenas que Junglefever, o novoe provocante filme de Lee sobre umamor inter-racial e as tensões que elegera, inspirou Wonder a gravar seuprimeiro disco em quatro anos.

A trilha sonora composta porStevie Wonder é o primeiro trabalhodos dois juntos, mas a parceria vi-nha sendo cogitada desde meados dadécada de 80, quando Lee foi assistira um show do cantor-compositor,ganhador de 17 Grammys, e pre-senteou-o com um vídeo do seu pri-mciro filme, Slw's gotta have it (nãoexibido comercialmente no Brasil).

Embora cego de nascença,'Won-der adora cinema, citando A fraçãofatal, Máquina mortífera 2 e Condu-zido Miss Daisy como seus filmesrecentes favoritos. Ele ouve os filmesexatamente como qualquer um ouvenovela de rádio. Os amigos descre-vem-lhe as cenas sem diálogo.

Stevie Wonder, que fez 41 anosno mês passado, estava trabalhandonum disco intitulado Conversationpiece quando Lee chamou-o paiafazer a trilha de Jungle fever. Paroutudo na mesma hora, fascinado como projeto que acabaria inspirando-oa escrever as 11 canções da trilha.

O filme 6 dedicado a Yusuf K.Hawkins, o jovem negro morto nazona predominantemente branca deBensonhurst, no Brooklyn. A histó-ria vai muito além do romance deum arquiteto negro e sua secretáriabranca, refletindo mais as tensõesvividadas pelas duas famílias.

Esse tema permitiu a Stevie reto-mar o aspecto social e participantesde que seus discos têm carecido des-de a série de três — Intervisions,Fulfillingness first f inale c Songs inlhe kcy of life — que gravou nosanos 70. Feliz com a trilha (e com oprêmio anual Nelson Mandela deCoragem, por seus esforços humani-tários, que ele vai receber no próxi-mo dia 14 em Los Angeles), Stevieesteve em Canncs com Lee e lá osdois ajudaram a promover Junglefever. Neste entrevista, Stevie Won-der fala de filmes, rap e preconceitoracial.

— O que mais o agradou noenredo do filme?

Há muito para se pensarnele. Pessoas em situações extre-mas, que você tem de conhecercomo seres humanos, o que pen-sam, suas famílias e antecededen-tes. Gosto muito de Faça a coisacerta, mas acho que este é o melhorfilme de Spike até agora. Quando ovi (uma versão sem música), acheique funcionava tão bem que dissea Spike: 'Você não precisa de mú-sica para esse filme. Deixe-o dojeito que está.'

Você escreve a música a par-tir do roteiro ou do filme?

Tenho uma máquina de lei-tura que me permite ler o roteiro,mas prefiro ver o filme para sabercomo soam as diferentes vozes epara sentir a pulsação do filme, otiming. Posso já ter na cabeça aidéia para uma canção-tema, masver o filme me ajuda a fazer asoutras canções.

E a controvérsia criada emtorno do Oscar que você ganhoucom Ijust called to say I love you, jáque você mesmo admitiu que a can-ção tinha sido escrita anos antes dofilme, o que a tornava inelegível?

Na verdade, não conhecia asregras da Academia, não sabia quesó as canções escritas especialmen-te para determinado filme podiamconcorrer ao Oscar. Mas acho quea diferença entre mim e uma por-ção de outros compositores é quefui honesto o bastante para dizer averdade. Ou seja, que eu tinha es-crito a música anos antes, mas queo acabamento e a letra foram fei-tos depois que vi o filme (A clamade vermelho).

Muitas de suas melhoresobras têm como temas o preconceitoe as questões sociais — coisas queestão presentes de novo em sua tri-lha para Jungle fever. Acha que ascoisas melhoraram nos últimosanos?

Às vezes penso que o sonhoque a gente persegue está correndoe que nós é que estamos paradosem algum lugar. Muita coisa mu-

Um trio que se juntou há quase 20anos: Wonder, Sérgio Mendes e Tom20/4/84 , 3/2/75 ,liMBw¦

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Premiado em Harvarde com o Graiümyque recebeu das mãos de Bette Midler

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Há dois anos, foi homenageado naPolônia pelo movimento Solidariedade

dou, mas ainda há muito por fazer.É triste saber que não se pode gos-tar de outra pessoa)por causa dediferenças raciais. E que casos co-mo o de Hawkins sendo morto emBensonhurst ainda acontecem.Mas têm havido mudanças. Hámais casamentos inter-raciais hojeque nunca. E está cada vez maispróximo o dia em que ouviremosum líder dizer: 'Declaro que, a par-tir de hoje, todas as pessoas, inde-pendentemente da cor da pele, sãoamericanas, sejam brancas, negras,amarelas ou pardas.'— Mas já não houve muitos lide-res que disseram mais ou menos omesmo?Não líderes do tipo que es-tou falando, líderes que vão alémdas palavras e garantam as pessoasigualdadade em todos os sentidos.

E o que você diz de JohnKennedy, Martin Luther King eJesse Jackson?São pessoas que chegaramperto, mas sempre há essa coisa deRepublicanos contra Democratas,gente com sua própria agendaquando a única agenda que conta éa de se fazer o melhor para o povo,criar empregos para todos de mo-do que não haja neccesidade deassaltar ou roubar.

Você é mais otimista agora doque era nos anos 70, isto é, na épocade You ain 't done nothin' e Highergrounefí

Estou no mesmo lugar, aindasou otimista.

Há alguns anos falava-se desua candidatura a prefeito de De-troit. Era sério?

Mencionei isso numa entre-vista e houve uma reação favorá-vel. Depois, pensando melhor, per-cebi que não ia funcionar.Acredito em servir as pessoas eacho que não teria meios de fazerisso como prefeito. Acho que, porenquanto, minha plataforma é amúsica.

Acredita que a música possamudar alguma coisa?

Acho que as pessoas mudama sociedade, e que às vezes a músi-

ca, como a comédia, influencia es-sa sociedade.

— Você fez parte do We are theworld, aquele álbum beneficente de1985. Acha que ele ajudou as pes-soas a se tornarem mais caridosasou foi apenas uma explosão de oti-mismo?, „As pessoas ficaram mais ca-ridosas. Como na igreja. É precisocontinuar lembrando às pessoasque elas podem fazer coisas pelasoutras. As pessoas esquecem.Quando Sting e outros falam deecologia, muitos prestam atenção elogo se conscientizam de que preci-sam fazer algo. Essa é a única terraque temos. Tudo que se fala sobreecologia, meio ambiente, antipo-luição, é parte da vida de todos.

O que pensa da chamada rapmusic que está em voga?

Penso que tudo é positivo seserve para educar nossas criançassobre sua cultura. Por exemplo,afro-americanos sobre sua culturae a conexão desta com a África. Eimportante dizer às pessoas:

'Esses

tiros, essas violências, essas gan-gues, nada disso é bom.' É o que orap faz.

Muita gente ainda nao aceitao rap como legítima parte da músicapop. Você teve algum problema emaceitá-lo quando o ouviu pela pri-meira vez? ,

Eu já adorava o rap quandomuita gente dizia que ele não em-

placaria, que não era música. Eu jácurtia a Sugar Hill Gang em 1982.Acho The message, do Grandmas-ter Flashs's, grande! Uma das coi-sas mais excitantes no rap é que cieé algo que qualquer um pode fa-zer.—- O que acha do sampling, essamania de extrair sons de velhos dis-cos e colocá-los num novo disco?Será uma forma de roubo artístico!

— A mim o sampling não inco-moda. Eu mesmo usei parte de umvelho disco meu, Each orher's th-roats, num novo álbum. Acho que,definitivamente, é parte da indús-tria do disco hoje. Veja o primeiroLP de Kool Moe Dee. Ele conse-guiu ótimos resultados usando o

sampling. Mas, assim como em tu-do mais... assim como você tembons e maus sintetizadores, temtambém bons e maus samplings.Em Conversation piece, disco queestaVa fazendo e interrompi paratrabalhar em Jungle fever, utilizovários recursos sonoro, incluindo osampling.

— Por que tão longos intervalosentre seus discos atualmente?

Não sei. O tempo passa,simplesmente. De vez em quandoaparece alguém e diz: 'Ei, Stevie!Está todo mundo tentando ser vo-cê (nos discos). Por que você não évocê. Faz um novo LP, anda!"Essas pessoas sabem que estousempre trabalhando em algumacoisa. Só que transformar esse tra-balho em disco não é tão simples.Estava usando nova tecnologia emConversation piece. Isso toma tem-po. Talvez o disco saia no fim doano. Talvez no ano que vem.

Foi bom para você ter umprazo para a trilha sonora?

Sim, acho que é muito bom.Foi o disco mais rápido que já fiz.

Os discos de platina, os prê-mios? Você quer saber se eu mepreocupo com essas coisas? Não.Quanto meus discos vendem, seganham Grammysf coisas assim...contam pouco. Claro que gostoque meus discos vendam e sejamreconhecidos. Mas não me torturopor causa dessas coisas.

Qual foi seu primeiro tropeço?Foi ainda na adolescência?

— Sim. Logo após Fingertips,em 1963, gravei uma canção cha-mada Workout Stevie, Workout!Não aconteceu. O pessoal da Mo-town ficou meio nervoso. Houveaté uma recomendação para medispensarem 18 meses depois. Sósoube disso muito depois. MasSylvia Moy, uma das autoras dUptight (primeiro sucesso de Steviedepois de Fingertips), disse proscaras: 'Oh, não, não o deixem ir...Acho que temos alguma coisa boaacontecendo com ele aqui.' Pareceque alguém a escutou.

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