Arqueologia cognitiva

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Arqueologia cognitiva Trabalho realizado para a UC – Introdução á Arqueologia Licenciatura em Arqueologia do 1º ano Ano Letivo 2013/2014 Docente: Maria do Carmo Ribeiro Aluno A71094 Marta Senra

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Arqueologia cognitiva

Trabalho realizado para a UC – Introdução á ArqueologiaLicenciatura em Arqueologia do 1º ano Ano Letivo 2013/2014Docente: Maria do Carmo RibeiroAluno A71094 Marta Senra

DefiniçãoEste ramo floresceu com a Nova Arqueologia/Arqueologia

processual pois nesta época consolidou-se como objectivo o conhecimento do pensamento dos nossos antepassados, isto é, como o pensamento evoluiu ao longo da cronologia. Encontrou o seu auge no pós-processualismo levando mais além o conceito do ‘pensamento cognitivo’, segundo uma abordagem antropológica e interpretativa.

Segundo a maioria dos profissionais do meio, a arqueologia cognitiva pode designar-se por o estudo arqueológico que tenta compreender a origem, bem como o desenrolar da conduta simbólica humana ao longo do seu processo evolutivo. Esta conduta pode ser interpretada como a resposta cognitiva que o indivíduo oferece frente a situações ambientais e entre outras, isto é, a sua resposta adaptativa e simbólica.

A arqueologia cognitiva faz-se apoiar noutras àreas do saber como a Psicologia, Biologia, Neurologia e Sociologia.

Modelo PsicobiológicoEste modelo surge através da interdisciplinaridade que a Arqueologia cognitiva estabelece com outras áreas do saber e demonstra como se pode interpretar a conduta evolutiva do pensamento humano.

1. Nível evolutivo2. Características neurológicas evolucionadas3. Influências ambientais/do meio ambiente4. Organização psicobiológica

Pretende-se, assim, demonstrar que através de mudanças anatómicas ocorridas devido a razões exteriores, o traço cognitivo pode ser afetado devido à seleção natural das formas anatómicas. E que as influências ambientais/consequências exteriores influenciam a organização social, o desenvolvimento tecnológico que resulta no fomento, por parte do ser humano, de uma resposta adaptativa que se traduz na singularidade de cada cultura.

Ilustração 1.- Esquema da interação do modelo psicobiológico

Os elementos culturais, em geral, são inicialmente simples e com o tempo passam a ocupar estatutos de complexidade. Estes podem transmitir-se dentro de uma sociedade e às seguintes gerações por intermédio das formas culturais de determinado período. É visível inferior que ao largo da cronologia, desenrolaram-se pensamentos distintos em função do lugar e tempo.

Tendo em conta que os conceitos podem, normalmente, desenrolar-se de forma distinta em cada grupo humano, as criações culturais tomam, assim, caminhos diferentes e diversificados. Isto é visível nas capacidades cognitivas de diferentes povos que diferem entre si.

Assim, a Arqueologia cognitiva serve-se dos depósitos arqueológicos para conhecer as condutas humanos visto que as evidências materiais tendem a ser o reflexo destas. Esta base metodológica pretende interpretar a conduta humana que se encontra plasmada no registo arqueológico segundo o método psicobiológico.

EXEMPLO: uma capacidade cognitiva baixa – pensamento no simbólico – significa que a influência dos factores medioambientais é muito mais elevada do que numa capacidade cognitiva mais alta porque nesta última tem-se mais aptidao social, tecnológica e

cultural que sugere uma adaptação muito melhor ao meio em que vive.

Isto é o objectivo de estudo da Arqueologia cognitiva que se apoia nos vestígios arqueológicos onde se encontram manifestadas e registadas essas atitudes.

O simbolismoÉ mais questionado nas comunidades pré e proto históricas mas também pode ser estudado em civilizações (como por exemplo, a reflexão dos ideais de certo povo na arte).O simbolismo é o processo cognitivo que mais caracteriza um povo. Devido à sua complexidade adotou-se uma metodologia específica para a sua devida análise. O seu estudo, pela simples comparação de certos objectos e condutas que possam representar e induzir uma atividade prática simbólica de natureza desconhecida, dificilmente pode levar a conclusões concretas e que satisfaçam todos.Por outro lado a sua excessiva tradução de conceitos e condutas mortuárias de períodos mais antigos em que o processo cognitivo é claramente mais “atrasado” e precário, pode produzir apensas confusão e incerteza. Por exemplo, é dificil pensar em inumações de carácter metafísico quando as formas comportamentais da vida quotidiana de um certo povo não nutre as condições básicas que possibilitem essas conceptualizações espirituais [a importância de estímulos exteriores]

O simbolismo representa um complexo processo que caracteriza a conduta humana. Esta desenvolve-se por diversas fases de acumulação cognitiva e cultural num continuum.

O seu estudo assenta no esmiuçar de processos nos seus elementos mais simples (conceitos de individualidade, espaço e tempo) de modo a tentar comprovar o seu início e consequente desenvolvimento.

Questões que possam ser colocadas:

Porque foram importantes aqueles adornos?Porque há um enterramento sistemático na posição fetal?

E muitas mais…

Ilustração 2.- Esquema que demonstra a interpretação simbólica de um enterramento.

Ilustração 3.- Esquema do Processo Cognitivo observável no registo arqueológico