Analise Financeira

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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ESTRUTURA DO ATIVO O ativo representa os bens e direitos que a empresa possui. Na legislação brasileira, o Ativo é dividido em 3 grupos. Cada um dos 3 grupos do Ativo definem prazos diferentes para a realização de cada Ativo. Realizar um ativo significa transforma-lo em dinheiro. O ativo representa as aplicações ou usos dos recursos. Normalmente, temos ativos quando se aplica recursos na sua compra ou aquisição. O Balanço mostra qual é o volume de recursos que a empresa utilizou para manter ou aumentar seus ativos. O Balanço também mostra como os recursos serão distribuídos dentro do CIRCULANTE Até 1 ano REALIZÁVEL LONGO PRAZO Mais de 1 anos PERMANENTE Investimentos Imobilizado Diferido CIRCULANTE Ativos que a empresa irá receber ou realizar no prazo máximo de 1 anos a partir da data do Balanço. Principais contas: Caixa e Bancos, Aplicações Financeiras, Duplicatas a Receber e Estoques. REALIZÁVEL LONGO PRAZO Ativos que serão recebidos ou realizados após 1 anos. Principais contas: Créditos de Coligadas/Controladas. PERMANENTE Ativos de uso e utilização nas atividades da empresa e cuja realização é lenta e demorada. A principio, estes ativos não estão disponíveis para venda. Principais contas: Investimentos em Coligadas e Controladas, Imobilizado (Máquinas, Equipamentos, Veículos, Móveis, Terrenos, Edifícios, etc.). BENS OU DIREITOS APLICAÇÕES DE RECURSOS

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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

ESTRUTURA DO ATIVO

O ativo representa os bens e direitos que a empresa possui.

Na legislação brasileira, o Ativo é dividido em 3 grupos.

Cada um dos 3 grupos do Ativo definem prazos diferentes

para a realização de cada Ativo. Realizar um ativo

significa transforma-lo em dinheiro.

O ativo representa as aplicações ou usos dos recursos.

Normalmente, temos ativos quando se aplica recursos na sua

compra ou aquisição.

O Balanço mostra qual é o volume de recursos que a empresa

utilizou para manter ou aumentar seus ativos. O Balanço

também mostra como os recursos serão distribuídos dentro do

CIRCULANTEAté 1 ano

REALIZÁVEL LONGO PRAZOMais de 1

anos

PERMANENTEInvestimentosImobilizadoDiferido

CIRCULANTEAtivos que a empresa irá receber ou realizar no prazo máximo de 1 anos a partir da data do Balanço.Principais contas: Caixa e Bancos, Aplicações Financeiras, Duplicatas a Receber e Estoques.

REALIZÁVEL LONGO PRAZOAtivos que serão recebidos ou realizados após 1 anos.Principais contas: Créditos de Coligadas/Controladas.

PERMANENTEAtivos de uso e utilização nas atividades da empresa e cuja realização é lenta e demorada. A principio, estes ativos não estão disponíveis para venda.Principais contas: Investimentos em Coligadas e Controladas, Imobilizado (Máquinas, Equipamentos, Veículos, Móveis, Terrenos, Edifícios, etc.).

BENS OU DIREITOSAPLICAÇÕES DE

RECURSOS

Ativo e, de forma muito genérica, em quanto tempo tais

recursos irão ser recuperados ou novamente transformados em

dinheiro.

Essencialmente, a análise do ativo deve ser feita

observando-se quando há de recursos de curto prazo

(Circulante) e quanto há de longo prazo (Realizável e

Permanente).

O ativo mais importante é o de curto prazo, que normalmente

tem maior liquidez e que é utilizado para garantir o

pagamento de despesas e dividas. Dentro deste grupo,

certamente as contas mais relevantes são Duplicatas a

Receber e os Estoques.

O ativo imobilizado mostra somente o volume de recursos que

permanece mais tempo na empresa. Uma análise mais profunda

exige informações adicionais que devem ser buscadas

diretamente com a empresa, pois o Balanço é pobre para

mostrar como está composta a capacidade produtiva da

empresa, como são suas instalações e máquinas e se não há

riscos envolvidos na área de produção.

ESTRUTURA DO PASSIVO

O Passivo representa as dividas e obrigações que a empresa

possui.

O Passivo é também divido em 3 grupos.

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Cada um dos 3 grupos do Passivo definem prazos diferentes

para o pagamento das dividas. Para efeito de análise, o

Passivo se divide essencialmente em: Recursos de Terceiros

(que são dividas efetivas) e Recursos Próprios (que são

recursos que pertencem aos sócios, mas que são utilizados

pela empresa).

O passivo representa as fontes o u origens dos recursos.

Todos os recursos que a empresa têm em seus ativos são

financiados por recursos do Passivo. Por esta razão o Ativo

é sempre igual ao Passivo.

No Balanço, identificamos como a empresa está financiando

seus ativos e qual é o volume total deste recursos.

As fontes que financiam a empresa são:

Recursos de Terceiros Passivo Circulante (curto prazo) e

Exigível Longo Prazo (longo prazo)

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CIRCULANTEAté 1 ano

EXIGÍVEL LONGO PRAZO

Mais de 1 anos

PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital

Reservas de Capital

Reservas de LucroLucros

Acumulados

CIRCULANTEDividas que a empresa deve pagar no prazo máximo de 1 anos a partir da data do Balanço.Principais contas: Fornecedores, Salários e Encargos, Impostos a Pagar, Empréstimos Bancários, Contas a Pagar, Adiantamentos de clientes e Imposto de Renda.

EXIGÍVEL A LONGO PRAZODívidas que a empresa deve pagar a partir de 1 ano.Principais contas: Financiamentos, Impostos Parcelados, Dívidas de Concordata.

PATRIMÔNIO LÍQUIDORecursos que são de propriedade dos sócios e que permanecem com a empresa para seu uso próprio.Principais contas: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros e Lucros Acumulados.

DÍVIDAS E OBRIGAÇÕES FONTES DE RECURSOS

Recursos Próprios Capital integralizado pelos sócios e Lucros

A relação entre Recursos de Terceiros e Recursos Próprios é

que vai definir quanto a empresa depende de terceiros.

Recursos de terceiros são fontes que provêm de empresas ou

pessoas que não têm vínculo societário com a empresa.

Quanto maior o volume de recursos de terceiros

(fornecedores, impostos, salários, empréstimos, etc.)

representa maior risco financeiro, pois a empresa passa a

trabalhar muito mais com recursos de outros que com seus

próprios recursos.

ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

A Demonstração de Resultado mostra:

Receita são FONTES de recursos

Despesas e Custos são APLICAÇÕES de recursos

Diferentemente do Ativo e Passivo, que mostram os saldos de

cada conta, a Demonstração de Resultados mostra a soma dos

valores do período (no caso de Balanços, o período é

anual).

A Demonstração de Resultados é feita com o objetivo de

mostra os resultados, isto é, lucro ou prejuízo. Para isto,

somam-se as receitas e diminuem-se as despesas ou custos,

obtendo assim os resultados.

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A informação importante da Demonstração é, sem dúvida, o

resultado final.

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RECEITA DE VENDAS(-) Custos Produtos Vendidos

LUCRO BRUTO

DESPESAS OPERACIONAISDespesas com VendasDespesas AdministrativasDespesas Financeiras(+) Receitas Financeiras# Equivalência PatrimonialLUCRO OPERACIONAL

# Resultados não Operacionais# C.M. do BalançoProvisão do Imp. RendaLUCRO LÍQUIDO1. Lucro se negativo é PREJUÍZO.2. Equivalência Patrimonial, Resultados não Operacionais e C.M. do Balanço podem ser RECEITAS ou DESPESAS.

FONTES DE RECURSOSSão todas as RECEITAS, tais como Receitas de Vendas, Receitas Financeiras e, quando for o caso, Equivalência Patrimonial, Resultados não Operacionais, C.M. Balanço.

APLICAÇÕES DE RECURSOSSão todas as DESPESAS ou CUSTOS, tais como: Custos Produtos Vendidos, Despesas Operacionais (com Vendas, Administrativas e Financeiras), Provisão Imp. Renda e, quando for o caso, Equivalência Patrimonial, Resultados não Operacionais e C.M. do Balanço.

FONTES LUCROAPLICAÇÕES PREJUÍZOS

RESULTADOS

Quanto maior os lucros que uma empresa puder obter, maior é

sua capacidade de investir em seus ativos, utilizando seus

recursos próprios.

Muitas empresas não conseguem sobreviver ou expandir suas

atividades exatamente porque geram lucros muito baixos ou

até prejuízos.

Empresas que têm prejuízos constantes exigem maior atenção.

O prejuízo exige uso de recursos para pagá-los e as

alternativas que uma empresa têm para isso é desfazer-se de

ativo ou buscar recursos de terceiros, aumentando assim

suas dívidas.

Podemos dividir as demonstrações financeiras da seguinte

forma :

a) Demonstrações Financeiras Primárias : Balanço

Patrimonial e Demonstração de Resultado;

b) Demonstrações Financeiras Secundárias : principalmente

a Demonstração de Origens e Aplicação dos Recursos;

c) Métodos de Análise : Horizontal e Vertical; e

d) Índices : grandezas relativas construídas a partir dos

números (Demonstração Primária)

O objetivo da análise pode ser variado e dependerá do ponto

de vista e necessidade do gestor financeiro, podendo

referir-se ao passado, presente ou futuro em termos de

situação e desempenho da empresa em referência.

Importante salientar que, ainda que os dados contábeis se

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refiram a eventos passados, pode-se valer dos mesmos para

uma projeção futura.

CONCEITOS BÁSICOS DE ANÁLISE

CAPITAL DE GIRO

É o Ativo Circulante.

O capital de giro é um

fluxo constante de recursos

utilizado para aquisição de

estoques, financiamento de

vendas aos clientes

(duplicatas a receber) e,

em caso de sobras,

utilizado em aplicações

financeiras temporárias.

É com estes recursos que a

empresa irá manter sua

situação de liquidez, pois

eles serão utilizados no

pagamento de dívidas e, uma

vez pagos os credores, eles

voltam a conceder créditos

e, assim manter o fluxo de

capitais de terceiros na

empresa.O fluxo de capital de giro não é

constante. Ele varia ao longo

dos meses do ano. Empresas com

características sazonais são um

exemplo. Esta variação pode ser

dar em função dos volumes, que

aumentam ou diminuem, como

também em função dos prazos, que

podem se alongar ou estreitar ao

longo do ano.

CAPITAL DE TERCEIROS

Recursos de terceiros são

as dívidas de curto e longo

prazos mostradas no Passivo

(Circulante Exigível).

Os recursos de terceiros

têm origem sob duas formas:

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Recursos Naturais ou Operacionais

São aqueles provenientes da

atividade normal e

operacional da empresa.

Exemplos: fornecedores

(todos concedem um prazo

para pagamento),

salários,encargos sociais e

impostos a pagar (a lei e o

Governo concedem um prazo

para recolhimento ou

pagamento), conta a pagar

(luz, água, etc. que sempre

são enviadas com prazo para

pagamento).

A empresa se utiliza estes

créditos de forma normal

(não por atrasos de

pagamento) pode obter

excelente forma de se

financiar sem depender

excessivamente de outros

recursos.

Fonte operacional (mas que

não é capital de terceiros)

é o lucro.

È uma fonte diária de

recursos e a mais

importante de todas.

Recursos Não Operacionais

São recursos adicionais que

a empresa busca para suprir

suas necessidades de

financiar ativos ou pagar

despesas, uma vez que suas

fontes naturais não foram

suficientes para fazê-lo.

Os exemplos mais comuns

são: empréstimos ou

financiamentos bancários,

empréstimos de coligadas ou

sócios, atrasos ou

parcelamento de impostos ou

de outras dívidas.

Os recursos não

operacionais são chamados

também de recursos

onerosos. O termo oneroso

nem sempre é correto

tecnicamente, pois leva a

crer que estes recursos têm

um custo, enquanto os

créditos naturais não

contém custos.

Sabemos que os

fornecedores, quando vendem

a prazo, embutem em seus

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preços os custos financeiros.

LIQUIDEZ

É a rapidez ou o tempo com

que os ativos se

transformam em dinheiro.

Quanto mais rápido, maior é

a liquidez daquele ativo.

Diz-se que um ativo têm

elevado grau de liquidez

quando ele se transforma em

dinheiro rapidamente.

O grau de liquidez é

determinado pela natureza

ou utilidade de um ativo.

Ativos procurados por

muitas pessoas têm maior

liquidez, porque ele tem

utilidade para muitas

pessoas. Uma aplicação

financeira tem liquidez

pela sua natureza. É Um

direito de recebimento

imediato.

No Balanço, as contas do

Ativo Circulante estão

ordenadas pela ordem de

liquidez.

Caixa e Bancos, mais

Aplicações Financeiras,

formam o conjunto de maior

liquidez, pois são recursos

já sob domínio da

administração da empresa

que pode utiliza-los

imediatamente. Duplicatas a

Receber compõem o segundo

bloco de melhor liquidez.

Por fim, estoques vendidos

a prazo são os menos

líquidos, pois originam

duplicatas. Eventualmente,

deve ser considerar de boa

liquidez os estoques

vendidos à vista, sobretudo

em alguns setores de

comércio, onde a quase

totalidade das vendas é

feita à vista. Neste caso,

é importante conhecer o

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prazo médio com que a

empresa gira seus estoques.

CAPITAL PRÓPRIO

É representado pelo

Patrimônio Líquido. São

recursos que pertencem aos

sócios e que estão sendo

utilizados na empresa. O

Patrimônio Líquido

representa apenas o registro

dos recursos. Este recursos, em

verdade, estão sendo utilizados

no ATIVO. Os recursos são

fornecidos pelos sócios

(capital social) mas nem

todo o valor do capital é

necessariamente recursos

que os sócios integralizam.

O capital pode ser

aumentado com a Correção

Monetária e com os lucros.

Da mesma forma, os lucros

acumulados representam o

montante de lucros gerados

em vários anos e que ainda

não foram utilizados para

aumentar o capital, para

aumentar as Reservas de

Lucros ou para distribuir

aos sócios, como

dividendos.

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Na análise financeira,

deve-se concentrar a

atenção no total do

Patrimônio Líquido e não em

cada uma de suas contas

individuais. Quanto maior

for o volume de recursos

próprios, menor será a

dependência de capital de

terceiros e maior a

possibilidade da empresa

ter recursos para financiar

todo seu Ativo Permanente e

ainda sobrar recursos para

financiar seu Capital de

Giro, aumentado assim sua

liquidez e capacidade de

pagar dívidas.

ESTRUTURA DE CAPITAL

Entende-se por estrutura de

capital a relação entre os

volumes de fontes e

aplicações de recursos.

Além disso, relaciona-se as

fontes e as aplicações de

LONGO PRAZO como forma de

ver como são financiados os

3 grupos principais do

Ativo. De uma forma geral,

ativos de longo prazo

(Permanente e Realizável)

devem ser financiados por

fontes de longo prazo

(Patrimônio Líquido e

Exigível).

TIPOS DE BALANÇO

LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA

É o tipo utilizado por todas as empresas LTDA. e S.A. de

Capital Fechado.

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É o tipo mais comum e o mais encontrado.

Estas empresas apresentam seus Balanços com VALORES

NOMINAIS DE CADA PERÍODO DO BALANÇO. Assim, se o Balanço da

empresa é de Dezembro de 1994, os saldos apresentados

estarão em valores de R$ em Dezembro de 1994. Se o Balanço

apresentado for de Dezembro de 1995, os saldos estarão

apresentados com valores em R$ de Dezembro de 1995.

Sabendo disto, é fácil concluir que os valores de 1995

carregam valores aproximadamente 20% maiores que os de 1994

em função de inflação ocorrida durante o ano de 1995. Isto

quer dizer que diferenças em torno de 20% foram causadas

mais em função da inflação que por aumentos ou reduções

reais.

CORREÇÃO INTEGRAL ou MOEDA CONSTANTE

É a forma obrigatória para S.A. de Capital Aberto (empresas

com ações negociadas em Bolsa de Valores ou com debêntures

emitidas). Este tipo de Balanço é regulamentado pela CVM

(Comissão de Valores Mobiliários).

Estas empresas publicam seus Balanços atualizando todos os

valores para a moeda da data do último Balanço.

Assim um Balanço de Dezembro de 1994, terá todos os

valores, incluindo os da Demonstração de Resultados,

atualizados para Dezembro de 1995 em R$.

Como ela deve publicar, lado a lado, o Balanço de 1994 e de

1995, tais valores podem representar diferenças reais entre

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eles, uma vez que foi eliminada a inflação. Qualquer

variação entre os valores já será uma variação real.

NENHUM TIPO

As micros empresas não são obrigadas a manter escrituração

contábil normal. Estão, portanto, desobrigadas de

apresentar Balanços na forma da legislação. São

consideradas micro empresas as que tenham auferido, no ano-

calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 120.000,00

(cento e vinte mil reais).

Empresa de Pequeno porte é a pessoa jurídica que tenha

auferido, no ano calendário, receita bruta superior a R$

120.000,00 (cento e vinte reais) e igual e inferior a R$

720.000,00 (setecentos e vinte mil reais).

As empresas com lucro presumido podem ou não apresentar

Balanço. Caso não tenham Balanço são obrigadas a fazer

fluxo de caixa mensal, onde é registrado também, o

movimento bancário. As empresas com lucro presumido pagam

Imposto de Renda com taxas que variam de 2% a 8% sobre o

valor total do faturamento, independente dos lucros ou

prejuízos obtidos. Para ser tributada com base em lucro

presumido a empresa deve ter feito esta opção e ter, no

máximo, faturamento anual de 12.000.000 UFIR’s por ano.

As firmas individuais enquadram-se no conceito de micro

empresas ou lucro presumido de acordo com o valor de seu

faturamento anual. Firma individual é uma empresa com um

único sócio e cujo nome é sempre igual ao nome do dono.

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3.2 - Tipos de índices financeiros (significados e

fórmulas)

Índices financeiros fornecem ao analista uma ferramenta

muito útil para recolher informações das demonstrações

financeiras de uma empresa. O índice ou índices

selecionados (s) para uso pelo analista dependem da razão

pela qual se faz a análise. Por exemplo, um funcionário da

área de empréstimos comerciais analisando uma solicitação

de empréstimo estaria interessado em determinar a

habilidade do requerente em pagar o empréstimo quando

devido. Neste caso, o analista estaria preocupado com o

nível de fluxo de caixa da empresa em relação ao seus

níveis propostos e existentes de pagamentos do principal e

dos juros. Há um número quase ilimitado de índices

financeiros concebíveis que podem ser projetados. Para dar

uma ordem a nossa discussão deste índices, geralmente são

classificados em categorias, conforme façam referência e

liquidez, eficiência, alavancagem, lucratividade, etc.

Neste ponto deveríamos comentar como os índices financeiros

deveriam ser utilizados numa análise financeira. Como

mencionamos anteriormente, índices são simplesmente

ferramentas para se juntar informação. Eles podem oferecer

informação num senso absoluto, como no caso do Índice de

Liquidez Seca onde o índice igual a 1 indica solvência.

Adicionalmente, índices podem ser analisados num senso

relativo através da comparação com os índices da mesma

empresa em outros exercícios, ou ainda através da

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comparação dos índices da empresa em análise com padrões do

ramo, ou índices “alvo”. Esses “índices –alvo” podem ser

determinados a partir de um exame de índices similares de

outras empresas ou pelo exame do mesmo índice para a

empresa em análise, mas em um período anterior. Um dado

importante para análise dos índices são os índices ou

coeficientes-padrões médios das outras empresas do mesmo

ramo de atividade.

ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

Uma ferramenta útil para detectar tendências são as

análises vertical e horizontal. Apresentamos estes recursos

a seguir.

ANÁLISE VERTICAL

Tem por objetivo determinar a relevância de cada conta em

relação a um valor total. No Balanço Patrimonial calcula-se

a participação relativa das contas, tomando-se como base o

seu capital total. Já na Demonstração de Resultados, o

referêncial passa a ser o valor da Receita Operacional

Líquida.Ela é alcançada determinando-se o que cada item da demonstração

financeira representa como porcentagem de uma dada base. A base é

geralmente o total dos ativos no caso do balanço patrimonial, e vendas

líquidas, no caso de demonstração do resultado do exercício. Ela

envolve olhar para cima e para baixo nas colunas do balanço

patrimonial e fazer comparações. Para demonstrações de resultado do

exercício, isto representa estabelecer vendas líquidas de 100% e então

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calcular a porcentagem de vendas líquidas para cada custo, despesa ou

outra categoria.

TÉCNICA DE ANÁLISE

A análise vertical é a técnica mais simples e também a mais

completa para análise de Balanço. Ela mede PROPORÇÕES entre

valores, ajudando-nos a determinar quais as contas de maior

importância e relevância para a análise.

Na análise do Ativo, ela mede com a empresa distribui ou

usou seus recursos dentro do Ativo. É importante começar

esta análise pelos principais grupos (Circulante,

Permanente e Realizável L. Prazo) e só depois ver cada

conta isoladamente (Duplicatas a Receber, Estoques,

Imobilizado, etc).

Na análise do Passivo, ela mede como a empresa obteve os

recursos que estão ajudando a financiar seus ativos. É

importante começar a análise pelo Patrimônio Líquido (a

principal fonte de recursos) e depois os dois grupos de

dívidas (Circulante e Exigível L.Prazo) e só então cada

conta isoladamente. Não se deve, porém, analisar as contas

dentro do Patrimônio Líquido (analise apenas o total dele).

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ANÁLISE VERTICAL CONCEITOS

Na análise da Demonstração de Resultados, ela mede quanto

cada custo ou despesa consumiu das receitas e, no fim, se

houve sobras (lucros) ou faltas (prejuízos).

FORMULA DE CÁLCULOCálculo

Análise

Vertical

Arredonde os resultados dos

cálculos.

Não use casas decimais.

O Total do Ativo é a base de cálculo para todas as contas

do Ativo.

O Total do Passivo é a base de cálculo para todas as contas

do Passivo (que sempre tem o mesmo total que o Ativo).

A Receita Líquida de Vendas ou Vendas Líquidas é a base de

cálculo para todas as contas de Demonstração de Resultados.

Para cálculo na HP – 12C

O que é feito Dados Teclas

Eliminar casas

decimais

f 0

Arquivar a BASE Valor R$ da BASE ENTERCálculo Valor R$ da conta % TRecuperação da

BASE

R

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ETAPA 1

ETAPA 2

Para fazer todos os cálculos, utilize apenas a Etapa 2.

Quando for necessário trocar a BASE, volte para a Etapa 1.

ATIVO Ano 1 % Ano 2 %Disponível 230 1 420 1Duplicatas a Receber 10.508 27 13.285 29Estoques 7.848 20 11.015 24Outros Créditos 428 1 587 1CIRCULANTE 19.014 48 25.307 55Depósitos Judiciais 311 1 385 1REALIZÁVEL L. PRAZO 311 1 385 1Investimentos 1.015 3 1.015 2Imobilizado 19.119 48 19.152 42PERMANENTE 20.134 51 20.167 44TOTAL DO ATIVO 39.459 100 45.859 100PASSIVO Ano 1 % Ano 2 %Financiamentos 2.522 6 5.392 12Fornecedores 14.611 37 10.685 23Contas a Pagar 1.182 3 541 1Salários, Tributos,Contr.

1.025 3 980 2

CIRCULANTE 19.340 49 17.598 38Financiamentos 1.535 4 3.223 7EXIGÍVEL LONGO PRAZO 1.535 4 3.223 7Capital 12.000 12.000Lucros Acumulados 6.584 13.038PATRIMÔNIO LÍQUIDO 18.584 47 25.038 55TOTAL DO PASSIVO 39.459 100 45.859 100

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ANÁLISE VERTICAL EXEMPLO DE CÁLCULO

Para calcular a Análise Vertical (“AV”) de cada conta do

Balanço acima utilizado a calculadora HP 12 C e a fórmula

da pagina anterior, faça o seguinte:

CÁLCULO DA “AV” DO “DISPONÍVEL” (ATIVO CIRCULANTE) – ANO 2

1) Tecle f e 0 para eliminar casas decimais.

2) Introduza o valor R$ 45.859 e tecle ENTER para arquivar

a BASE = Total de Ativo.

3) Introduza o valor de R$ 420 (Disponível), tecle %T.

Aparecerá no visor 1.

Este resultado : esta conta representa 1% do Total do

Ativo.

Continue os cálculos das outras contas. Não é necessário

iniciar o processo todo, mas, seguindo a fórmula, executar

somente a etapa 2:

CÁLCULO DA “AV” DE“DUPLICATAS A RECEBER” (ATIVO CIRCULANTE) – ANO 2

1) Tecle R para recuperar a BASE que é R$ 45.859 (Total

do Ativo).

2) Introduza o valor de R$ 13.285 (Duplicatas a Receber) e

tecle %T. Aparecerá no viso 29.

Este é o resultado: esta conta representa 29%¨do Total do

Ativo.

E assim deve ser feito com todas as contas e todos os

Grupos do Ativo. Para calcular a “AV” das contas do

Passivo, Ano 2, é só continuar os cálculos que vinham sendo

19

feitos. A BASE continua sendo R$ 45.859 (O Total do Passivo

é igual ao Total do Ativo) e, portanto, executa-se só a

etapa 2.

CÁLCULO DA “AV” DO “FINANCIAMENTO” (PASSIVO CIRCULANTE) – ANO 2

1) Tecle Rpara recuperar a BASE que é R$ 45.859 (Total do

Passivo).

2) Introduza o valor de R$ 5.392 (Financiamento) e tecle

%T. Aparecerá no visor 12.

Este é o resultado:esta conta representa 12% do total do

Passivo.

Não se esqueça que para calcular a “AV” do Ano 1, a BASE é

outra, pois o total do Ativo e Passivo R$ 39.459.

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ANÁLISE VERTICAL EXEMPLO DE CÁLCULO

(D.R.E.)

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Ano 1 % Ano 2 %RECEITA BRUTA 65.450 73.460(-) Impostos s/Vendas 12.765 14.692(-) Devoluções 1.687 1.685RECEITA LÍQUIDA 50.998 100 57.083 100Custo de Produtos Vendidos 38.519 76 37.105 65LUCRO BRUTO 12.479 24 19.978 35Despesas Administrativas 4.267 8 7.940 14Despesas com Vendas 3.780 7 5.400 9Despesas Financeiras 221 0 450 1Receitas Financeiras 1.243 2 3.600 6LUCRO OPERACIONAL 5.454 11 9.788 17Rec. (Desp.) Não Operac. 290 1 -420 -1Provisão Imposto de Renda 2.060 4 2.914 5LUCRO LÍQUIDO 3.684 7 6.454 11

Para calcular a Análise Vertical (“AV”) da Demonstração de

Resultados (DRE) com a fórmula da HP 12 C da página 10.

procede-se da mesma forma que no cálculo do Ativo e

Passivo, mudando apenas a BASE que passa a ser a RECEITA

LÍQUIDA. A análise inicia pela Receita Líquida (vale 100%).

CÁLCULO DA “AV” DE CUSTOS PRODUTOS VENDIDOS – ANO 2

1) Tecle f e 0 para eliminar casas decimais.

2) Introduza o valor R$ 57.083 e tecle ENTER para arquivar

a BASE (Receita Líquida).

3) Introduza o valor de R$ 37.105 (Custo do Produtos

Vendidos), tecle %T. Aparecerá no visor 65. Este

resultado : esta conta representa 65% da Receita Líquida.

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Para continuar os cálculos das outras contas não é

necessário iniciar o processo todo, mas, seguindo a

fórmula, executar somente a etapa 2:

CÁLCULO DA “AV” DE LUCRO BRUTO - ANO 2

1) Tecle R para recuperar a BASE que é R$ 57.083 (Receita

Líquida).

2) Introduza o valor de R$ 19.978 (Lucro Bruto) e tecle %T.

Aparecerá no viso 35.

Este é o resultado: esta conta representa 35% da Receita

Líquida.

CÁLCULO DA “AV” DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS – ANO 2

1) Tecle Rpara recuperar a BASE que é R$ 57.083 (Receita

Liquida).

2) Introduza o valor de R$ 7.940 (Despesas Administrativas)

e tecle %T. Aparecerá no visor 14.

Este é o resultado:esta conta representa 14% da Receita

Liquida.

E assim deve ser feito com todas as contas da DRE. Para

calcular a “AV” do Ano 1, a BASE é outra, pois a Receita

Líquida era R$ 50.998.

As contas que podem ser às vezes Receitas, em outras

Despesas, quando se quer indicar que são Despesas,

aparecerão na D.R.E. com o sinal negativo. Neste caso, no

resultado da “AV” mantenha o sinal negativo. Aquelas que só

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podem ser Despesas aparecerão sem o sinal negativo, mas

estarão sendo deduzidas das receitas.

ATIVO Ano 1 % Ano 2 %Disponível 230 1 420 1Duplicatas a Receber 10.508 27 13.285 29Estoques 7.848 20 11.015 24Outros Créditos 428 1 587 1CIRCULANTE 19.014 48 25.307 55Depósitos Judiciais 311 1 385 1REALIZÁVEL L. PRAZO 311 1 385 1Investimentos 1.015 3 1.015 2Imobilizado 19.119 48 19.152 42PERMANENTE 20.134 51 20.167 44TOTAL DO ATIVO 39.459 100 45.859 100PASSIVO Ano 1 % Ano 2 %Financiamentos 2.522 6 5.392 12Fornecedores 14.611 37 10.685 23Contas a Pagar 1.182 3 541 1Salários, Tributos,Contr.

1.025 3 980 2

CIRCULANTE 19.340 49 17.598 38Financiamentos 1.535 4 3.223 7EXIGÍVEL LONGO PRAZO 1.535 4 3.223 7Capital 12.000 12.000Lucros Acumulados 6.584 13.038PATRIMÔNIO LÍQUIDO 18.584 47 25.038 55TOTAL DO PASSIVO 39.459 100 45.859 100

PASSIVO Fontes de

Recursos

DE ONDE VEM OS RECURSOS

23

ANÁLISE VERTICAL EXEMPLO DE CÁLCULO

ANO 1

Passivo Circulante = 49%

Exigível Longo Prazo = 4%

TOTAL DAS DÍVIDAS = 53% (PC + ELP)

Patrimônio Líquido = 47%

AS MAIORES DÍVIDAS

Fornecedores = 37%

Financiamentos (curto + Longo Prazo) = 10%

ATIVO Aplicações de

Recursos

ONDE HÁ MAIS RECURSOS APLICADOS

Ativo Permanente = 51%

Ativo Circulante = 48%

PRINCIPAIS CONTAS

Imobilizado = 48%

Duplicatas a Receber = 27%

Estoques = 20%

PASSIVO Fontes de

Recursos

24

ANO 1

ANO 2

ANÁLISE VERTICAL VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS

DE ONDE VEM OS RECURSOS

Patrimônio Líquido = 55%

Passivo Circulante = 38%

AS MAIORES DÍVIDAS

Fornecedores = 23%

Financiamentos (curto + Longo Prazo) = 19%

PRINCIPAIS MUDANÇAS

Nos Grupos de Contas (Fontes)

Patrimônio Líquido de 47% para 55%

Passivo Circulante de 49% para 38%

Nas Contas

Fornecedores de 37% para 23%

Financiamentos (Curto Prazo) de 6% para 12%

Financiamentos (Longo Prazo) de 4% para 7%

Total de Financiamentos (Curto + Longo Prazo) de

10% para 19%

ATIVO Aplicações de

Recursos

ONDE HÁ MAIS RECURSOS APLICADOS

Ativo Circulante = 55%

Ativo Permanente = 44%

25

ANO 2

PRINCIPAIS CONTAS

Imobilizado = 42%

Duplicatas a Receber = 29%

Estoques = 24%

PRINCIPAIS MUDANÇAS

Nos Grupos de Contas (Fontes)

Ativo Circulante de 48% para 55%

Ativo Permanente de 51% para 44%

Nas Contas

Imobilizado de 48% para 42%

Estoques de 20% para 24%

Duplicatas a Receber de 27% para 29%

(D.R.E.)

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Ano 1 % Ano 2 %RECEITA BRUTA 65.450 73.460(-) Impostos s/Vendas 12.765 14.692(-) Devoluções 1.687 1.685RECEITA LÍQUIDA 50.998 100 57.083 100Custo de Produtos Vendidos 38.519 76 37.105 65LUCRO BRUTO 12.479 24 19.978 35Despesas Administrativas 4.267 8 7.940 14Despesas com Vendas 3.780 7 5.400 9Despesas Financeiras 221 0 450 1

26

ANÁLISE VERTICAL VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS

Receitas Financeiras 1.243 2 3.600 6LUCRO OPERACIONAL 5.454 11 9.788 17Rec. (Desp.) Não Operac. 290 1 -420 -1Provisão Imposto de Renda 2.060 4 2.914 5LUCRO LÍQUIDO 3.684 7 6.454 11

D.R.E. Receitas e

Despesas

RESULTADO DO EXERCÍCIO

Lucro Líquido = 7%

DESPESAS QUE CONSUMIRAM MAIS RECURSOS

Custos de Produtos Vendidos = 65%

Despesas Administrativas = 8%

Despesas com Vendas = 7%

D.R.E. Receitas e

Despesas

RESULTADO DO EXERCÍCIO

Lucro Líquido = 11%

DESPESAS QUE CONSUMIRAM MAIS RECURSOS

Custo de Produtos Vendidos = 65%

Despesas Administrativas = 14%

Despesas com Vendas = 9%

27

ANO 1

ANO 2

AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DO ANO

No Resultado

Lucro Líquido de 7% para 11%

Lucro Operacional de 11% para 17%

Lucro Bruto de 24% para 35%

Receitas ou Despesas que Contribuíram Para Melhor o

Lucro

Custo de Produtos Vendidos de 76% para 65%

Receitas Financeiras Líquidas de 2% para 5%

Despesas que Contribuíram Para Piorar o Lucro

Despesas Administrativas de 8% para 14%

Qualquer empresa analisada terá sua estrutura de capital

definida dentro dos seguintes três modelos:

28

ESTRUTURA DE CAPITAL TIPOS DE ESTRUTURA

BOA RAZOÁVEL RUIM

Recursos próprios financiam todos os ativos de longo prazo e ainda há sobre para financiar o Ativo Circulante.

Recursos de terceiros de longo prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobre para financiar o Ativo Circulante

Recursos próprios e de terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo.

Uma das utilidades da análise vertical é a de permitir a

montagem da Estrutura de Capital de qualquer empresa.

Para isto, toma-se os resultados da análise vertical de

cada um dos grupos do Ativo e Passivo colocando-os em dois

quadros que indicam Fontes (Passivo) e Aplicações (Ativo)

dos recursos, como os exemplos abaixo baseados no Balanço

da página 14.

29

Recursos próprios financiam todos os ativos de longo prazo e ainda há sobre para financiar o Ativo Circulante.

Recursos de terceiros de longo prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobre para financiar o Ativo Circulante

Recursos próprios e de terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo.

ESTRUTURA DE CAPITAL Como Montar a Estrutura de Capital

AC = 48

RLP = 1

AP = 51

PC = 49

ELP = 4

PL = 47

AC = 55

RLP = 1

AP = 44

PC = 38

ELP = 7

PL = 55

1

10

Ano 1ATIVO PASSIVO PASSIVO

Ano 2ATIVO PASSIVO PASSIVO

APLICAÇÕES FONTES

APLICAÇÕES FONTES

NO ANO 1:

A 1ª Fonte PL = 47% não financia o AP = 51% Faltam 4%

A 2ª Fonte ELP = 4% financia os 4% que estavam faltando.

Não sobra nada.

Não financia o RLP – 1% falta 1%

A 3ª Fonte PC = 49% financia 1% que estava faltando.

É uma Estrutura RUIM, porque os recursos próprios mais os

de terceiros de longo prazo são insuficientes para

financiar os ativos de longo prazo.

NO ANO 2:

A 1ª Fonte PL = 55% financia todo o AP = 44% e sobram

11%

Sobram 11% do PL que financiam o RLP = 1% e

sobram 10%

Sobram 10% que ajudam a financiar o AC.

É uma estrutura BOA porque recursos próprios financiam

todos os ativos de longo prazo e ainda há sobra para

financiar o Ativo Circulante.

30

ESTRUTURA DE CAPITAL BOA e Piorando

67

33

39

5

56

64

36

55

5

4023

4

Ano 1 Ano 2

APLICAÇÕES FONTES

APLICAÇÕES FONTES

Ano 1: A 1ª Fonte PL = 56%, financia todo o AP = 33%

sobram 23%

Sobram 23% do PL que ajudam financiar ao AC.

Ano 2: A 1ª Fonte PL = 40%, financia todo o AP = 36%

sobram 4%

Sobram 4% do PL que ajudam financiar o AC.

Nos dois anos a Estrutura é BOA porque os recursos próprios

financiam todo o ativo de longo prazo, entretanto a

Estrutura está piorando porque a sobra para financiar o AC

que era de 23% no ano anterior agora é de apenas 4%.

31

ESTRUTURA DE CAPITAL RAZOÁVEL e Piorando RUIM

54

1

45

48

10

42

44

1

55

46

12

42

Ano 1 Ano 2

APLICAÇÕES FONTES

APLICAÇÕES FONTES

61

3

1

1

Ano 1: A 1ª Fonte PL = 42%, não financia todo o AP = 45%

faltam 3%

A 2ª Fonte ELP = 10%, financiam 3% que faltavam

sobram 7%

Sobram 7%, que financiam o RLP = 1%

sobram 6%

Sobram 6%, que ajudam financiar o AC.

Estrutura é razoável porque recursos de terceiros de longo

prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e

sobra para financiar o Ativo Circulante.

Ano 2: A 1ª Fonte PL = 42%, não financia todo o Ap = 55%

faltam 13%

A 2ª Fonte ELP = 12%, não financia 13% que faltavam

falta 1%

A 3ª Fonte PC = 46%, financia 1% que faltava

sobram 45%

Sobram 45% que financiam todo o RLP = 1%.

É uma Estrutura RUIM porque recursos próprios, mais os de

terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar

os ativos de longo prazo.

32

Ano 1: A 1ª Fonte PL = 52%, não financia todo o AP = 53%

faltam 1%

A 2ª Fonte ELP = 6%, financiam 1% que faltava

sobram 5%

Sobram 5%, que financiam o RLP = 3%

sobram 2%

Sobram 2%, que ajudam financiar o AC.

Estrutura é razoável porque recursos de terceiros de longo

prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e

sobra para financiar o Ativo Circulante.

33

ESTRUTURA DE CAPITAL RAZOÁVEL e Melhorando para BOA

44

3

53

42

6

52

45

1

54

35

7

58

Ano 1 Ano 2

APLICAÇÕES FONTES

APLICAÇÕES FONTES

23

1

3

Ano 2: A 1ª Fonte PL = 58%, não financia todo o Ap = 54%

faltam 4%

Sobram 4% que financiam todo o RLP = 1%

sobram 3.

Sobram 3% que ajudam financiar o AC.

A estrutura é BOA porque recursos próprios financiam todo o

ativo de longo prazo, e sobra recursos para financiar o

Ativo Circulante.

Ano 1: A 1ª Fonte PL = 30%, não financia todo o AP = 48%

faltam 18%

34

ESTRUTURA DE CAPITAL RUIM e Melhorando para RAZOÁVEL

49

3

48

64

6

30

50

2

48

48

7

45

Ano 1 Ano 2

APLICAÇÕES FONTES

APLICAÇÕES FONTES

3

12

2

2

3

A 2ª Fonte ELP = 6%, financiam 18% que faltava

sobram 12%

A 3ª Fonte PC = 64%, financia 12% que faltavam

sobram 52%.

Sobram 52%, que financiam o RLP = 3%

É uma Estrutura RUIM porque recursos próprios, mais os de

terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar

os ativos de longo prazo.

Ano 2: A 1ª Fonte PL = 45%, não financia todo o Ap = 48%

faltam 3%

A 2ª Fonte ELP = 7%, financia 3% que faltavam

sobram 4%.

Sobram 4% que financiam todo o RLP = 2%

sobram 2%.

Sobram 2% que ajudam financiar o AC.

É uma Estrutura RAZOÁVEL porque recursos de terceiros de

longo prazo completam o financiamento de ativos de longo

prazo e sobra para financiar o Ativo Circulante.

ANÁLISE HORIZONTAL

Tem por objeto demonstrar o crescimento ou queda ocorrida

em itens que constituem as demonstrações contábeis em

períodos consecutivos. A análise horizontal compara

percentuais ao longo de períodos, ao passo que a análise

vertical compara-os dentro de um período. Esta comparação é

feita olhando-se horizontalmente através dos anos nas

demonstrações financeiras e nos indicadores. É importante

35

salientar, neste caso, a necessidade de que os valores

comparados estejam expressos em moeda de poder aquisitivo

constante.

Abaixo apresentamos os balanços patrimoniais e demonstrações doresultado da Empresa Braga, com suas variações ano a ano. Monte aestrutura de capital (gráfica) dos três anos e faça a análise dosíndices econômico-financeiros e de rentabilidade (um a um) e comente aevolução da empresa e sua situação atual.

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA BRAGA S/A

Saldos em:AnáliseVertical

AnáliseHorizontal

A T I V O 19t5 19t6 19t7 19t5 19t6 19t7 19t6 19t7CIRCULANTE 1.143.886 1.318.72

91.069.83

475% 74% 67% 15,29% -

18,87%Caixa e bancos 44.843 77.118 41.120 3% 4% 3% 71,97% -

46,68%Aplicações financeiras

399.672 418.975224.43

826% 24% 14% 4,83% -

46,43%Contas a Receber de Clientes

326.945 464.036424.65

421% 26% 27% 41,93% -8,49%

Prov. P/ Cred. Liq. duvidosa

-9.805 -13.918

-12.739

-1% -1% -1% 41,95% -8,47%

Estoques de Mercadorias

338.247 320.116364.55

622% 18% 23% -5,36% 13,88%

Créditos diversos 43.984 52.402 27.805 3% 3% 2% 19,14% -46,94%

REALIZÁVEL LONGO PRAZO

7 1.602 17.096 0,00%0,09

%1,07

%22786% 967,17

%Depósitos judiciais 7 1.344 14.918 0,00

%0,08

%0,93

%19100% 1009,9

7%Empréstimos compulsórios

0 258 2.178 0,00%0,01

%0,14

%258,00% 744,19

%PERMANENTE 386.727 460.018 511.663 25% 26% 32% 18,95% 11,23%Investimentos 19.944 19.644 19.278 1% 1% 1% -1,50% -1,86%Imobilizado 341.854 394.57

8436.11

322% 22% 27% 15,42% 10,53%

Diferido 24.929 45.796 56.272 2% 3% 4% 83,71% 22,88%TOTAL DO ATIVO 1.530.6 1.780. 1.598. 100% 100% 100% 16,32% -

36

20 349 593 10,21%PASSIVO           

CIRCULANTE 841.840 943.143 749.256 55% 53% 47% 12,03% -20,56%

Fornecedores 480.087 471.631496.67

831% 26% 31% -1,76% 5,31%

Empréstimos a pagar 1.763 10.868 2.049 0% 1% 0% 516,45% -81,15%

Contas a pagar 30.394 66.206 43.764 2% 4% 3% 117,83% -33,90%

Impostos e contribuições

220.017 242.473130.76

814% 14% 8% 10,21% -

46,07%Provisões diversas 37.689 45.446 39.759 2% 3% 2% 20,58% -

12,51%Dividendos e participações

71.890 106.51936.238 5% 6% 2% 48,17% -

65,98%PATRIMÔNIO LÍQUIDO 688.780 837.206 849.337 45% 47% 53% 21,55% 1,45%Capital social realizado

314.259 378.265669.68

821% 21% 42% 20,37% 77,04%

Reservas de capital 26.372 25.027 15.162 2% 1% 1% -5,10% -39,42%

Reservas de lucros 40.111 17.482 18.830 3% 1% 1% -56,42% 7,71%Lucros acumulados 308.038 416.43

2145.65

720% 23% 9% 35,19% -

65,02%TOTAL DO PASSIVO + PL

1.530.620

1.780.349

1.598.593

100% 100% 100% 18%  -10,21%

DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DA EMPRESA BRAGA S/A

Análise Horizontal   19t6 19t7 19t6/t7RECEITA OPERACIONAL BRUTA

3.181.675 2.554.101 -19,72%

Abatimento sobre vendas -622.226 -494.665 -20,50%ICMS -537.653 -434.197 -19,24%Pis e Finsocial -39.955 -37.077 -7,20%Devoluções -44.618 -23.391 -47,57%      RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA

2.559.446 2.059.436 -19,54%

Custo das mercadorias -1.320.659 -1.279.709 -3,10%

37

vendidas      LUCRO BRUTO 1.238.787 779.727 -37,06%Despesas operacionais -961.281 -677.747 -29,50%Despesas vendas -181.050 -190.493 5,22%Despesas gerais e adm. -703.012 -678.054 -3,55%Honorários da administração

-38.351 -39.576 3,19%

Ganhos (perdas) com inflação

-38.868 230.376 -692,71%

      LUCRO OPERACIONAL (EFETIVO)

277.506 101.980 -63,25%

Despesas financeiras -17.372 -7.174 -58,70%Receitas financeiras 150.376 -39.137 -126,03%Receitas (despesas) nãooperacionais

-1.274 7.258 -669,70%

      LUCRO ANTES IR 409.236 72.234 -82,35%Provisão p/ IR -187.554 -39.137 -79,13%Participações estatutárias

-28.013 -5.500 -80,37%

      LUCRO LÍQUIDO 193.669 27.597 -85,75%

ALGUNS ASPECTOS DETECTADOS PELAS ANÁLISES HORIZONTAL E

VERTICAL

O analista externo, especialmente um que representa uma

instituição emprestadora, gostará de saber muito claramente

por que estes índices estão manifestando certo desempenho

certo desempenho. Algumas perguntas deverão ser respondidas

pelo analista. Por exemplo:

38

- se há um problema em um único ano, ou um problema de

todo o ramo de atividade

- as vendas subiram e a empresa é lucrativa, então por

que as margens brutas caíram?

- A empresa está forçada a competir com outras maiores que

podem fazer com que economias de escala possibilitem

vendas com margens menores?

A análise horizontal e vertical ajuda a desenvolver estas

questões, mas, desafortunadamente, raramente fornece as

respostas.

ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS

A análise financeira utiliza a informação contida nos

demonstrativos financeiros ou contábeis da entidade (o

balanço patrimonial e a demonstração do resultado do

exercício, suplementados pelas demonstrações de fluxo de

caixa e outras demonstrações), as ferramentas primárias

para análise financeira são os índices financeiros.

Apresentaremos um conjunto de índices financeiros comumente

utilizados, uma discussão de um modelo integrado para

analisar o desempenho financeiro, uma análise do uso de

índices financeiros para predizer falhas corporativas, e

uma visão da evidência empírica no que diz respeito à

estabilidade dos padrões dos índices financeiros através do

tempo.

Quando se analisam demonstrações financeiras, a primeira

tarefa é determinar que informação se procura. Há muitas

39

técnicas analíticas que podem revelar informações sobre uma

empresa. Uma vez que o analista financeiro saiba isto,

pode-se usar a técnica correta. Índices financeiros são a

ferramenta analítica de um analista. Índices são fáceis de

computar, verificáveis e permitem comparações período a

período e da empresa com outras de seu ramos de atividade.

Os índices são relações que se estabelecem entre duas

grandezas, facilitam sensivelmente o trabalho do analista,

uma vez que a apreciação de certas relações ou porcentuais

é mais significativa (relevante) que a observação de

montantes por si só.

A análise das demonstrações financeiras dedica-se ao

cálculo de índices, de modo a avaliar o desempenho

passado, presente e projetado da empresa, seja

comparativamente com “padrões do ramo”em que atua, seja

numa análise de série temporal (comparação entre o

desempenho atual e o desempenho passado da empresa, visando

determinar suas tendências presentes e futuras).

Permitem a interrelação entre várias contas das

demonstrações financeiras da empresa, facilitando que esta

seja analisada sob vários ângulos. Destaca-se, no entanto,

que para uma melhor avaliação da empresa, é conveniente

que seus indicadores sejam comparados com os de outras

empresas do mesmo setor de atuação (ramo de atividade),

além de relacionados entre si.

ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES

40

Discutiremos análises que podem ser utilizados para se

obter informações das demonstrações financeiras de uma

empresa. Estaremos baseados em índices financeiros, então

discutiremos primeiramente esta forma genérica de análise

da demonstração financeira. Outras análises relacionam-se

ao formato ou modelo utilizado para direcionar a

computação e análise de um determinado conjunto de índices

financeiros. Estas análises consistem em análises de

demonstrações financeiras padronizadas e do desempenho da

empresa.

A mais simples análise de crédito por bancos e empresas,

consiste em avaliar a empresa através de índices ou

coeficientes.

Dentre eles, para citar como exemplo, os mais conhecidos

são os de liquidez. O estudo deste índices é feito

analisando-se o índice de maneira absoluta, ou seja, a

análise do significado intrínseco do índice ( ou do índice

por si só), ou comparando-se sua evolução nos vários

períodos enfocados, ou ainda com outras empresas do mesmo

setor.

ANÁLISE DOS COEFICIENTES OPERACIONAIS CHAVES

Para dar significado aos dados nas demonstrações

financeiras, o analista deve executar as análises de

coeficientes. Através da medição dos relacionamentos entre

dois números nas demonstrações financeiras, este método

financeiro identifica, entre outras coisas, a líquidez da

empresa e adequação do capital de giro. Os principais

41

coeficientes operacionais avaliam a eficácia operacional

das diversas áreas da empresa, tais como giro do estoque,

rentabilidade do patrimônio líquido e outras.

Adicionalmente, analisando as contas a receber convertidas

em caixa, os coeficientes operacionais podem determinar

quão bem os fundos fluem para a empresa.

OBJETIVO

Análise de coeficientes realizam os seguintes objetivos:

- mensurar a saúde financeira total do negócio

- endereçar as principais áreas de negócios que afetam a

lucratividade da empresa e sua força de ganhos

- avaliar a posição de liquidez da empresa, bem como a

situação do fluxo de caixa

- identificar uma condição de alavancagem da empresa (mix

de endividamento de sua estrutura financeira)

- contribuir para avaliação total do risco creditício – os

coeficientes indicam até certo ponto se a condição

financeira de uma empresa a torna um “bom” ou “mau”

risco de crédito.

QUANTIDADE DE ÍNDICES

É uma boa estratégia de análise calcular vários

coeficientes, mas é importante manter em mente que somente

coeficientes operacionais selecionados testarão

adequadamente a posição financeira de uma empresa.

Empiricamente, entre 10 e 15 coeficientes geralmente são

42

suficientes para revelar a solvência de uma empresa e medir

sua habilidade de honrar seus compromissos financeiros.

TÉCNICAS DE ANÁLISE

A análise por índices financeiros é uma das ferramentas

mais utilizadas no mercado financeiro. Mas uma análise

feita somente com índices financeiros é uma análise fraca e

pobre, e certamente poderá conter inúmeras falhas.

Índices financeiros não são suficientes para um julgamento

adequado e uma decisão correta. Índices financeiros aliados

à análise vertical já mostram de forma melhor a situação

financeira da empresa.

Os índices financeiros dividem-se em 4 grupos:

ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL

ÍNDICES DE LIQUIDEZ E DE PRAZOS MÉDIO

43

ÍNDICES FINANCEIROS CONCEITOS

ÍNDICES FINANCEIROS Exemplos de Variação nos Índice

Os Índices Financeiros poderá ficar iguais ou ter

variações, de acordo com a mudança no valor de qualquer um

dos componentes de sua fórmula.

Se consideramos como exemplo a fórmula acima, poderemos ter

as seguintes variações no índice:

O índice ficará IGUAL

a) Se o Numerador aumentar e a Base aumentar em igual

proporção (por exemplo: 10% para ambos).

b) Se o Numerador diminuir e a Base diminuir em igual

proporção (por exemplo: 20% para ambos).

0,83 200.1000.1

BaseNumerador

44

O índice irá AUMENTAR

a) Se o numerador aumentar (30%) e a Base ficar igual

b) Se o Numerador aumentar (15%) e a Base aumentar (5%)

c) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base diminuir (-10%)

d) Se o Numerador ficar igual e a Base diminuir (-50%)

e) Se o Numerador diminuir (-10%) e a Base diminuir (-20%)

O índice irá DIMINUIR

a) Se o Numerador diminuir (-5%) e a Base aumentar (10%)

0,83 200.1000.1

BaseNumerador

45

ÍNDICES FINANCEIROS Exemplos de Variação nos Índice

b) Se o Numerador diminuir (-30%) e a Base ficar igual

c) Se o Numerador diminuir (20%) e a Base diminuir (-5%)

d) Se o Numerador ficar igual e a Base aumentar (10%)

e) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base aumentar (50%)

ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE ou RENTABILIDADE

A Análise de Lucratividade tem por finalidade avaliar a

empresa em relação às suas vendas, patrimônio líquido,

ativos e ao valor da ação. Como um todo, essas medidas

possibilitam ao gestor financeiro e/ou ao analista,

avaliar os lucros da empresa em relação a um determinado

nível de vendas, ao investimento dos proprietários, a um

certo nível de ativos ou o valor da ação.

O lucro torna-se, portanto, o principal atrativo aos

proprietários, investidores e tranqüilidade aos credores em

geral.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Retorno sobre Patrimônio Líquido – R.P.L.

46

Mede o retorno obtido dos investimentos realizados pelos

proprietários da empresa ( a parcela de Ações Preferenciais

é muito pequena, portanto mede os retornos de Ações

Ordinárias), ou seja, quanto a empresa obtém de lucro para

cada R$1,00 de capital próprio investido.

Mostra a lucratividade de uma empresa através da taxa de

retorno obtida de recursos constituídos pelos acionistas.

Quanto mais alta a taxa, melhor para os proprietários.

R.P.L. = Lucro Líquidoapós IR PatrimônioLíquido

Quando há lucro, este índice mede quanto o lucro contribui

para o aumento dos recursos próprios.

Quando há prejuízo, ele mede quanto a empresa perde de seus

recursos próprios por causa do prejuízo.

O fato da empresa aumentar ou diminuir o seu Patrimônio

Líquido não significa que estes recursos estão entrando ou

saindo do “caixa”. Significa que os recursos próprios que

financiam os ativos (onde o “caixa” é apenas um deles)

47

Arredonde os resultados.

Não use casas decimais

estão maiores, no caso de lucro, ou estão menores, no caso

de prejuízo.

Como o Patrimônio Líquido é uma das principais fontes de

recursos, é claro que quanto maior for o índice de retorno

do PL, maior é a contribuição do lucro para aumentar esta

fonte e aumentar o nível de capitalização da empresa.

Prejuízos constantes ou muito elevados corroem os recursos

próprios e enfraquecem a estrutura de capital da empresa.

Por outro lado, os prejuízos devem ser pagos e, assim, a

empresa tem de desfazer-se de ativos ou então aumentar suas

fontes junto a terceiros, ampliando suas dívidas.

Rentabilidade do Ativo

Quando há lucro, este índice mede quanto o lucro contribui

para financiar o Ativo. Quanto maior esta contribuição,

menor será a necessidade de buscar outras fontes, tais como

recursos de terceiros ou de sócios.

Quando há prejuízo, ele mede quanto a empresa perde de seus

ativos para poder cobrir os prejuízos. Quanto maior for o

48

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

prejuízo, maior o volume de ativos que a empresa necessita

para cobri-los. Caso a empresa não queira ou não possa se

desfazer de ativos, certamente ela terá de buscar recursos

de terceiros ou de sócios para poder cobrir seus prejuízos.

Margem Bruta - MgB

Mede a eficiência de uma empresa na administração demateriais e mão de obra na produção (o que resta da vendados produtos após ter pago os custos), ou seja, mede aporcentagem de cada unidade monetária de venda querestou , após a empresa ter pago seus produtos. Quantomaior, melhor.

MgB = Lucro Bruto (R.L.V. –C.P.V.) Receita Líquida deVendas

Margem Operacional - MgO

Mostra a taxa de retorno sobre as vendas líquidas de uma

empresa, considerando apenas os lucros auferidos pela

empresa em suas operações, ou seja, mede o lucro puro

obtido em cada unidade monetária de venda. O lucro

operacional é puro no sentido de que ignora quaisquer

despesas financeiras ou obrigações governamentais (juros ou

IR).

Quanto maior, melhor.

MgO = Lucro Operacional Receita Líquida deVendas

Margem Líquida - MgL

49

Mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que

restou após a dedução de todas as despesas, inclusive IR,

sendo muito utilizada para indicação do sucesso de uma

empresa em termos de lucratividade sobre vendas, ou seja, é

o percentual relativo de cada unidade monetária de venda

após todas as despesas, inclusive o imposto de renda,

valora o quanto a empresa obtém de lucro para cada R$1,00

vendido.

Importante salientar que uma média de resultado obtido em

um determinado seguimento de atividade pode não representar

bom resultado em outro. Quanto maior, melhor.

MgL = Lucro Líquido apósI.R. Receita Líquidade Vendas Retorno sobre o Investimento - R.S.I.( ou Retorno sobre o Ativo Total - R.O.A.)

Mede a rentabilidade das operações básicas da empresa -

geração de lucros -, dada a utilização dos ativos

disponíveis totais, ou seja, quanto a empresa obtém de

lucro para cada R$1,00 de investimento total.

Mostra a taxa de retorno sobre todos os recursos

utilizados, com a finalidade de medir os lucros sobre todos

os investimentos feitos por terceiros e pelos

proprietários, avaliando a eficiência global da

administração na geração de lucros com seus ativos totais

disponíveis. Quanto maior, melhor.

50

R.S.I. = Lucro Líquidoapós IR Ativo TotalMédio

Retorno sobre o Ativo Operacional – R.A.O.

Mede a rentabilidade das operações básicas da empresa emface dos recursos aplicados nestas operações. Em caso deempresa industrial ou comercial, é recomendado a exclusãode ativos não operacionais ( aplicações financeiras, osimobilizados técnicos não utilizados nas operações normais– terreno não utilizado, e os imobilizados financeiros nãoessenciais às atividades fins da empresa – investimentos emáreas de incentivo fiscal) e, a inclusão de valoresessenciais à normalidade das operações ( investimentorealizado em empresa coligada ou subsidiária)

R.A.O. = LucroOperacional AtivoOperacional Líquido Médio

Lucro por Ação – L.P.A.

Representa o valor auferido sobre cada ação ordináriaemitida

L.P.A. = LucroLíquido Após o I.R. NúmeroTotal de Ações Ordinárias

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

51

A situação de endividamento de uma empresa indica o

montante de recursos de terceiros que está sendo

utilizado , na tentativa de gerar lucros.

O grau de endividamento medo o montante de dívida em

relação a outras grandezas significativas do balanço

patrimonial.

Índice de Endividamento Geral – IEG ou Endividamento Total

Mede a proporção entre recursos de terceiros (dívidas) e

recursos próprios.

Este índice trabalha com todo o Passivo. Quanto maior o

volume de recursos de terceiros, maior é a dependência.

Esta dependência vai definir o nível de riscos. Se os

recursos de terceiros são naturais ou operacionais, o risco

é mais leve. Se os recursos de terceiros são onerosos ou

não operacionais, os riscos são mais elevados. Quando o

índice for alto, os recursos próprios são insuficientes

52

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

para atender as necessidades da empresa e ela passa a

depender excessivamente de recursos de terceiros.

Cuidado Quando este índice for igual a 100% significa

que 50% dos recursos são de terceiros e 50% são recursos

próprios. Este é o ponto de equilíbrio do índice. Acima de

100%, a empresa depende mais de recursos de terceiros e

abaixo de 100% a empresa tem mais recursos próprios do que

de terceiros.

Exemplo:

Mede a proporção do ativo total da empresa que é financiadopor capital total de terceiros, quanto menor, melhor. Éassim calculado.

IEG = Exigível Total (capital deterceiros) x 100 Ativo Total

Endividamento a Curto Prazo

Mede quanto a empresa tem de recursos de terceiros de curto

prazo em relação aos recursos próprios.

53

$ 125

$ 25

$ 150

PC

ELP

PL

O índice é 100%. A empresa usa $ 150 de recursos de terceiros $ 150 de recursos próprios, isto é, 50% de cada uma das FONTES. O total das fontes é de $ 300.

Fontes

Arredonde os resultados.

Não use casas decimais.

Atualmente as dividas das empresas concentram-se mais no

curto prazo, uma vez que as fontes de recursos de longo

prazo são poucas e escassas. Conseqüentemente, este índice

tenderá a ser bastante igual ao de endividamento total. Se

não o for, a empresa tem volumes importantes de dívidas de

longo prazo.

Endividamento Financeiro Total

Mede quanto a empresa utiliza de recursos bancários (curto

e longo prazo) em relação ao que ela tem de recursos

próprios.

É um dos índices mais importantes para os Bancos, pois mostra quanto a

empresa depende de empréstimos e outras formas de financiamentos

bancários. Deve-se olhar também o volume de despesas financeiras para

avaliar o custo destes recursos.

Normalmente, as empresas buscam recursos para suprir suas

necessidades de caixa (seja para pagar despesas ou cobrir

54

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

prejuízos, seja para suprir sua necessidade de capital de

giro ou imobilização). As instituições financeiras são o

caminho para isto, uma vez que as demais fontes de recursos

de terceiros não as suprem de dinheiro (fornecedores cedem

matérias-primas e mercadorias, contas a pagar representam

insumos, salários e encargos são recursos humanos).

Portanto, dinheiro mesmo vem de Bancos. Daí, a importância

de avaliar cuidadosamente este índice.

Endividamento Financeiro a Curto Prazo

Este índice é complemento do Endividamento Financeiro.

Ele mede quanto a empresa usa de empréstimos bancários de

curto prazo em relação ao que ela tem de recursos próprios.

As fontes de financiamento bancários tendem a se concentrar

mais no curto prazo. São poucas as alternativas de recursos

bancários de longo prazo, sobretudo pela incerteza e

instabilidade das políticas de Governo. Desta forma, este

índice tende a ser igual ao índice de endividamento

financeiro que mede curto e longo prazo. Quando houver

muito diferença entre os dois índices é sinal de que a

55

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

empresa tem financiamentos de longo prazo em volumes

relevantes.

Índice de Participação de capital Total de Terceiros – IPCT

Mede quanto o capital total de terceiros representa docapital próprio, quanto menor, melhor. É assim calculado.

IPCT = Passivo Circulante +Exigível de L.P. x 100 Patrimônio Líquido

Índice de Composição do Endividamento de Curto Prazo – ICECPMede o quanto de capital de terceiros de C.P. é utilizadopela empresa, em relação às obrigações totais, quantomenor, melhor. É assim calculado.

ICECP = PassivoCirculante x 100 PassivoCirculante + Exigível de L.P.

ÍNDICE DE ESTRUTURA DE CAPITAL

Imobilização do PL ou Imobilização dos Recursos Próprios

Mede quanto a empresa utiliza de recursos próprios (PL)

para financiar todo o seu Ativo Permanente.

Quando o índice for menor que 100% significa que a empresa

consegue financiar todo o seu Ativo Permanente e ainda há

sobras de recursos próprios para financiar o Realizável de

Longo Prazo e/ou o Capital de Giro.

56

Quando o índice for maior que 100% significa que a empresa

não consegue financiar todo o Ativo Permanente com seus

recursos próprios. Depende, portanto, de recursos de

terceiros para financiar parte de seu Permanente. Neste

caso, é importante avaliar quanto ela usa de recursos de

terceiros para esta finalidade.

Sempre que este índice for maior que 100% já é um indicador

de que a estrutura de capital da empresa não é boa. O

mínimo esperado dos sócios é que eles supram pelo menos a

necessidade de imobilização da empresa. Se não o fazem, há

já um sinal de risco. Neste caso é importante avaliar se há

outras fontes de longo prazo atendendo a esta necessidade.

Se houver, os riscos são menores, pois muitos projetos e

planos de expansão costumam ser financiados por recursos de

longo prazo. Se não houver, o risco é alto, pois a

estrutura de capital da empresa é ruim ou péssima.

Capital de Giro Próprio

57

Arredonde os resultados.

Não use casas decimais.

Quando positivo, este índice mede quanto do Capital de Giro

é financiado por recursos próprios. Neste caso, quanto mais

alto for o índice, melhor.

Quando negativo, ele mostra que a empresa não tem sobra de

recursos próprios para financiar nenhuma parte do Capital

de Giro. Neste caso, todo o Ativo Circulante é financiado

por capitais de terceiros.

O ideal é que os recursos próprios financiem todos os

ativos de longo prazo (permanente e realizável) e ainda

houvesse sobras para financiar parte da necessidade de

Capital de Giro. No caso do índice de imobilização do PL

maior que 100%, a empresa depende totalmente de terceiros

para suprir seu capital de giro, pois seus recursos

próprios sequer atendem à imobilização.

Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido – IIPL

Mede a quantidade relativa de capital próprio que foidestinado ao ativo permanente, quanto menor, melhor. Éassim calculado.

IIPL = Ativo Permanente x 100

58

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

PatrimônioLíquido

Índice de Imobilização dos Recursos Permanentes – IIRP

Mede a quantidade relativa de recursos não correntes ou permanentes que foi utilizado no ativo permanente, quanto menor, melhor. É assim calculado.

IIRP = AtivoPermanente x 100 Exigível deL.P. + Patrimônio Líquido

Índices Relativos a Liquidez

Servem para medir a capacidade de uma empresa em honrar

seus compromissos. Como o principal interesse dos

credores, a curto prazo, é ser pagos prontamente os

compromissos, a análise que se faz das demonstrações

financeiras localiza, em primeiro lugar , as relações

existentes entre o ativo circulante e o passivo circulante,

além da rapidez com que os valores a receber e o estoque

se convertem em caixa, no desenvolvimento normal da

atividades. Os principais índices de liquidez se dividem

em dois grupos, e quanto maiores, melhores :

Índices que expressam a relação existente entre o ativo

circulante e o passivo circulante;

Índices que medem a rapidez com que um item do ativo se

transforma em caixa.

Índice de Liquidez Corrente – ILC ou LC 59

É o primeiro e mais comum, e de grande utilização para

medir a relação existente entre o ativo circulante o

passivo circulante, e mede a capacidade da empresa em

saldar os compromissos financeiros e dívidas de curto

prazo, sendo calculado mediante a seguinte fórmula :

ILC = Ativo

Circulante

Passivo

Circulante

Esta é a forma mais elementar de se medir a capacidade de

uma empresa em saldar seus débitos. Entende-se que uma

empresa para apresentar liquidez deve ter mais ativo do que

passivo circulante. Um ILC inferior a “1,00” indica que a

empresa pode sofrer dificuldades no pagamento de seus

compromissos e, por outro lado, um índice muito superior a

“1,00” indica a utilização não econômica de seus fundos.

A pergunta, então, é : qual o índice ideal ?

Esta é a primeira pergunta que o gestor financeiro deve

fazer quando da definição de sua política de capital de

giro. Como ? Um bom início é se analisar os números dos

concorrentes e verificar item por item qual a real

necessidade daquele valor.

Índice de Liquidez Seco – ILS ou LS

60

Muitas empresas se utilizam deste índice por considerar as

vezes o estoque como item não líquido. Ao considerarmos

uma empresa com um ativo circulante superior a seu passivo

circulante como líquida, estamos assumindo que o estoque é

vendável. Muitas vezes ao analisarmos em detalhes o

estoque percebemos que o mesmo inclui itens de reduzido

giro, ou seja, o estoque não é liquido em determinado

momento.

Assim, o ILS exclui o estoque da análise, e mede a margem

de segurança disponível (capacidade de pagamento) para que

a empresa satisfaça as dívidas de curto prazo na hipótese

extrema de não vender nada de seu estoque, e é calculado

dividindo-se o ativo circulante menos estoque pelo passivo

circulante, conforme segue :

ILS = Ativo Circulante- Estoques

Passivo Circulante

Índice de Liquidez Imediata – ILI ou LI

O ILI considera o contas a receber também não líquido,

pois muitas vezes estas contas são incobráveis, assim, este

índice mede a capacidade da empresa em honrar com os

compromissos financeiros com o dinheiro que a empresa

possui ou pode prontamente transformar em dinheiro, e é

calculado mediante a seguinte fórmula :

61

ILI = AtivoDisponível PassivoCirculante

Índice de Liquidez Geral (Mediato) – ILG ou LG

Muitas vezes a empresa pode apresentar um equilíbrio

econômico a curto prazo, porém a longo prazo sua situação

pode estar bastante precária. O ILG compara o ativo

circulante, mais o realizável, com o exigível total da

empresa, e mede a capacidade da empresa em saldar os

compromissos financeiros e dívida de curto e longo prazo, e

pode ser assim calculado:

ILG = AtivoCirculante + Realizável L.Prazo PassivoCirculante + Exigível L.Prazo

ANÁLISE QUALITATIVA DE LIQUIDEZ

A análise de liquidez é um dos pontos mais sensíveis da

análise financeira.

Por pior que esteja a situação financeira de uma empresa,

ela ainda se manterá enquanto tiver capacidade de pagar

suas dívidas.

Por esta razão, a análise de liquidez com base apenas nos

índices é uma análise pobre e que contém falhas e precisa

ser complementada.

Uma das formas para avaliar um pouco melhor a qualidade dos

ativos e a capacidade de pagamento das dívidas é fazer uma

62

análise qualitativa de liquidez.

Comece ordenando, em ordem decrescente de liquidez, os

principais ativos (usados para pagamento), e depois,

ordenando as principais dívidas (que serão pagas) pela

ordem de prazos ou prioridades de pagamento.

Liquidez dos Ativos

1º) Caixa/Bancos + Aplicações Financeiras

Ativo de alta liquidez recursos à disposição e para

uso imediato.

2º) Duplicatas a Receber

Ativos de boa liquidez dependem do pagamento dos

clientes, recursos que podem ser antecipados para uso

imediato através de desconto das duplicatas ou caução

(empréstimo para capital de giro).

3º) Estoques

Ativos que dependem da produção (matéria-prima) ou

venda a clientes

Vendas à vista boa liquidez

Venda a prazo transformam-se em duplicatas

Prazos de pagamentos das dívidas

1º) Salários + Impostos + Contribuições Sociais prazos

curtos (até 10 dias)

63

2º) Empréstimos Bancários supor que são garantidos por

caução

3º) Fornecedores + Contas a Pagar e outras prazos até 60

dias.

Forma da análise qualitativaDisponível (+)Salários + Impostos + Encargos Sociais

Sub- TotalDuplicatas a Receber

(-)

A

(+)Empréstimos Bancários

Sub-TotalDemais dívidas (fornecedores, etc.)

(-)

B

(-)Sub - Total C

Se “C” for positivo (+), a liquidez da empresa é muito boa

e não depende da venda de estoques para pagar as dívidas

existentes.

Se “C” for negativo (-),

1º) Transforme o valor em (+)

2º) Divida “+C” pelo valor do estoque e multiplique pelo

prazo médio de estocagem.

O resultado obtido é “tempo de venda dos estoques”

necessário para que a empresa pague as dívidas existentes.

Verifique se este tempo está adequado com o prazo das

dívidas que devem ser pagas pelo estoque (fornecedores,

contas a pagar ou outras).

64

Se “B” for negativo, cuidado. A empresa dá sinais de que

não tem duplicatas para pagar suas dívidas bancárias (ou

duplicatas suficientes para dar uma caução). Esta situação

representa risco de liquidez ou uma situação de liquidez

apertada. Só não será risco se a empresa faz vendas a vista

em valor suficiente para cobrir o valor de “B NEGATIVO”.

ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOSConceitos

Enquanto os índices de liquidez mostram volumes de recursos,

os índices de prazos médios mostram os prazo com que a

empresa realiza seus ativos e os prazos que ela tem para

pagar suas dívidas.

Prazo Médio de Estocagem

No caso de indústrias, mede o tempo que a empresa mantém

consigo os estoques, desde o momento da compra da matéria-

prima até o momento da venda do produto acabado, passando

por todo o processo de fabricação.

No caso de comércio, é o tempo entre a compra da mercadoria

e a data da venda.

O resultado é número de dias, isto é, quantos dias a

empresa demora para produzir e vender todo o volume de

estoques.

65

x 365 dias

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

(#) Média dos Estoques = somas dos 2 anos dividia por 2

É calculada a média dos estoques do inicio e do fim do ano para

evitar distorções no valor dos estoques (causados pela

inflação ou por flutuações no montante dos estoques entre o

inicio e o fim do ano).

Como estoques, após serem vendidos, são registrados como

Custos dos Produtos Vendidos, compara-se na fórmula a

relação entre estoques existentes (Estoques médios) com os

estoques já vendidos (Custos dos Produtos Vendidos).

Prazo Médio de Estocagem = 42 dias

8 dias 23 dias 11

dias

Compr. De Mat. Prima Período de fabricação

Produto Acabado Venda

66

Custos dosprodutosVendidos

Com o processo de produção é um ciclo, o prazo médio de 42

dias (como no exemplo acima) não significa que a empresa

irá vender seus estoques somente após 42 dias. Na verdade,

seus estoques são vendidos todos os dias. O índice mede

apenas o tempo médio que os estoques permanecem dentro das

instalações da empresa.

Vários fatores podem contribuir para que uma empresa tenha

prazos médios de estocagem elevador:

a) excesso de compra de matérias-primas; b) ineficiência no

processo de produção; c) dificuldades de venda ou mercado

em crise; d) produção maior que o volume de vendas; e)

produto que exige longo tempo de produção (navios, máquinas

de grande porte, por exemplo).

Prazo Médio de Cobrança

67

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

(#) Média das Duplicatas a Receber = somas dos 2 anos

dividida por 2

68

A empresa não recebe todas as duplicatas no mesmo dia. Ela

recebe duplicatas todos os dias ou todas as semanas. O

índice vai mostrar o tempo médio que ela demora para

receber todas as duplicatas existentes, incluindo eventuais

atrasos.

Prazo Médio de Cobrança = 35 dias

Ciclo Operacional

É o resultado de

Ciclo Operacional é aquele compreendido entre saída do

dinheiro para pagamento ao fornecedor e o recebimento das

vendas, com retorno do dinheiro ao caixa.

Observa-se portanto, que tal ciclo operacional compreende o

prazo médio de estocagem (produção/compra/armazenagem) e o

prazo médio da cobrança (comercialização).

69

35 dias

Venda

Recebimento

Caixa

+ Prazo Médio de Estocagem+ Prazo Médio de Cobrança

Uma empresa industrial, por exemplo, investe dinheiro na

aquisição de matéria-prima, converte esta matéria prima em

produtos acabados e os vende, recebendo dinheiro. O ciclo

operacional descreve as transações básicas, corriqueiras ou

diárias da empresa.

Cada empresa tem um certo ciclo operacional peculiar,

consoante a própria natureza do seu negócio e a prática

daquele mercado específicos. Um prazo médio de estocagem de

um supermercado não pode ser comparado com ode uma empresa

de construção aval.

Etapas do Ciclo Operacional

Ainda tomando como exemplo uma empresa industrial, existem

basicamente 5 etapas no ciclo operacional:

70

Prazo Médio de Estocagem42 dias

Prazo Médio de Cobrança35 dias

Compra de Mat. Prima

Período de produção

ProdutoAcabado

Venda

77 dias CICLO OPERACIONAL – 77 dias

CAIXA

I

II

III

IV

V

“Matérias Primas” são adquiridas e contraídas dividas com “Fornecedores”.

“Produtos em Elaboração”; valor é acrescido às matérias primas; são geradas “Despesas Operacionais”“Produtos Acabados”

completam-se os produtos; são geradas mais “Despesas Provisionadas”

“Produtos Acabados” são vendidos; são geradas “Despesas Administrativas, de Vendas Tributárias”, são geradas “Duplicatas a Receber”

“Duplicatas a Receber” são cobradas

Nota-se neste ciclo a ausência de financiamentos bancários

e despesas financeiras. Com efeito, esta fonte alternativa

de recursos para empresa e o seu correspondente custo, não

fazem parte do processo, em seu mais estrito. Poderíamos

dizer que a empresa se justifica para produzir os bens a

que se predispôs e não a de tomar empréstimos e pagar

juros!

Velocidade do Ciclo Operacional

Ciclo Operacional Rápido

Neste tipo de ciclo há um alto valor de estoques de

produtos acabados no ativo circulante da empresa de forma

contínua (assegurando a possibilidade de contínuo

atendimento da demanda de mercado) e o valor adicionado aos

produtos é bem reduzido. Tal perfil implica abaixo preço

71

unitário dos produtos (em termos relativos). É o caso dos

supermercados e empresas exportadoras, entre outros.

Uma companhia com ciclo operacional rápido irá requerer

mais empréstimos, de curto prazo, via de regra associados á

aquisição de estoques.

Ciclo Operacional Lento

Neste tipo a empresa necessita de um substancial valor de

ativos fixos. O valor adicionado ás matérias primas é

bastante ponderável e deve existir abundância de estoque de

matérias primas e de produtos em elaboração de forma

contínua (assegurando a continuidade ininterrupta do ciclo

de produção). Os preços unitários neste tipo de ciclo devem

ser caracteristicamente elevados (em termos relativos).

Como exemplos, temos a indústria de alta tecnologia:

aviões, computadores, bens de capital, etc...

A companhia com ciclo operacional lento irá requerer mais

capital próprio além de uma ponderável parcela de

empréstimos, de preferência de longo prazo.

O ciclo operacional lento apresenta maior risco aos

emprestadores, uma vez que existirá mais tempo envolvido no

processo produtivo, e conseqüentemente, momentos potenciais

em que tal processo poderá ser interrompido. Este risco

está intimamente relacionado aos riscos de negócios.

Prazo Médio de Pagamentos

Este é um índice muito genérico. Ele mede o prazo de

pagamento das principais dívidas operacionais. Como estas

72

dividas têm prazos diferenciados, a mistura deles conduz a

um resultado de pouca utilidade (a análise qualitativa é

melhor).

Salários e Encargos Sociais e Impostos têm prazos muito

curto para pagamento. Em média, entre 5 a 10 dias após o

encerramento do mês. Fornecedores têm prazos variáveis que

podem chegar a 60 dias. E Contas a Pagar têm prazos de até

30 dias.

Média de Fornecedores + Salários e Enc. Sociais a pagar +

Impostos a Pagar + Contas a Pagar = Soma de 2anos dividida

por 2.

Mede em quantos dias, em média, as principais dividas

operacionais são pagas.

73

Arredonde os resultados.Não use casas decimais.

Compras a Prazo

Pagto. A Fornecedores e Contas a

Pagar

Despesas com Pessoal

Despesas com vendas e impostos

Pagto. Salários e Contrib. Sociais

Pagto. de Impostos e Despesas

30 dias

5 dias

10 a 20 dias

Ciclo Financeiro

É o resultado de

O ciclo financeiro mostra quanto tempo a empresa demora

entre a compra da matéria-prima (ou mercadoria, no caso de

comércio), a venda do produto e o recebimento da duplicata.

Esta primeira parte mostra, então, quanto tempo a empresa

demora para receberem R$ os seus ativos (estoques +

duplicatas).

Deste total, diminui-se o tempo que ela tem para pagar suas

principais dividas operacionais, ou seja, quando ela faz o

desembolso de R$, a diferença é o ciclo financeiro.

O principal defeito do ciclo financeiro e que ele mede

apenas os prazos e não mede os volumes em R$ que são

recebidos ou pagos.

Se positivo mostra que empresa precisa de recursos para

financiar por algum tempo seus ativos operacionais.

74

+ Prazo Médio de Estocagem+ Prazo Médio de Cobrança- Prazo Médio de Pagamento

Prazo Médio de Estocagem

42 dias

Prazo Médio de Cobrança

Compra de Mat. Prima

Período de produção

Produto Acabado

Venda

77 dias

54 diasNecessidade de recursos

Financiada por recursos própriosOu recursos bancários

23 diasPrazo Médio de pagamentos

CICLO FINANCEIRO

Se negativo mostra que a empresa consegue financiar seus

ativos operacionais com recursos (fontes) operacionais de

terceiros, resultantes dos prazos normais de sua atividade.

75

Prazo Médio de Estocagem12 dias

Prazo Médio de Cobrança15 dias

Compra de

Mercadoria

Venda

27 dias

45 diasPrazo Médio de Pagamentos

DIASRecursos são

recebidos antes do pagamento das

dívidas operacionais

CICLO FINANCEIRO

Índices Relativos a Atividade

Giro de Estoque

O objetivo deste índice é medir o tempo em que o estoque se

transforma em caixa. Este índice é obtido pela divisão do

custo das mercadorias vendidas pelo estoque. Procura-se

mostrar o número de vezes que o estoque foi vendido e

reposto durante o período e, quanto menos dias, melhor, é

assim calculado:

GE = C.P.V Estoque

Muitas vezes é difícil se obter dados do C.P.V. Nestas

situações o analista deve utilizar a experiência de cada

empresa, e considerar o C.P.V. como sendo um percentual das

vendas (geralmente oscila 70% e 80%). O mesmo pode ser

feito, com relação a vendas para a determinação do giro do

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contas a receber. É melhor se estimar aproximadamente do

que não analisar o item.

Os ciclos da empresas são assim visualizados:

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CicloOperacional

Ciclo Econômico

Ciclo Financeiro

Ciclo deProdução f

Custo dos ProduçãoConcluída Vendas materiais (Custo deProdução) CPV consumidos EpeEpa Emp

.Folha de pagamento da produção.Custo dos produtos vendidos (Custo de Mão Obra Direta – M.O.D.). Impostos sobre vendas .Outras contas a pagar. Despesas administrativas,

CAIXADuplicatas a receber

Produtosacabados

Produtos em

Estoque de M.P.

Compra de M.P.

(Custo indireto de fabricação – CIF)comerciais e outras.

EVENTOS:CICLOS:a) Compra dos materiais de produçãoOperacional = (a-f), desde a compra de M.P./insumos atéb) Pagamento aos fornecedoreso recebimento das vendas. c) Início da produçãoEconômico = (a-e), desde a compra de M.P./insumos até d)Término da produçãoas vendas.e)Venda dos produtosFinanceiro = (b-f), desde o pagamento ao fornecedor até f) Cobrança das duplicataso recebimento das vendas Produção = (c-d), desde o início do processo produtivo término da produção

Giro do Ativo Total - GA

Indica a eficiência com a qual a empresa usa todos os seus ativospara gerar vendas. Geralmente, quanto maior o giro do ativo total daempresa, mais eficientemente seus ativos foram utilizados. Oresultado indica quantas vezes por ano a empresa gira seus ativos, e éindicado através da seguinte fórmula :

GAT = Receita OperacionalLíquida Ativos Médios Totais

Percentual de Resultado

A demonstração da composição percentual do resultado é expressa comouma porcentagem das vendas, permitindo uma fácil avaliação de receitase despesas específicas , através de sua comparação com as vendas,sendo também muito útil na comparação do desempenho de uma empresa deum ano para outro.

Exemplo :

Dados para períodos encerrados em 31 de dezembro.

DISCRIMINAÇÃO 1997 1998 AVALIAÇÃOReceita Líquida de Vendas 100,0 % 100,0% Igual(-) C.P.V. 66,7% 67,9% PiorMargem Bruta 33,3% 32,1% Pior(-) Despesas Operacionais 21,5% 18,5% Melhor Vendas 4,2% 3,3% Melhor Administrativas 7,3% 6,3% Melhor Leasing 1,3% 1,1% Melhor Depreciação 8,7% 7,8% MelhorMargem Operacional 11,8% 13,6% Pior(-) Despesas Financeiras 3,5% 3,0% MelhorLucro Líquido Antes do I.R. 8,3% 10,6% MelhorProvisão para o I.R. 2,5% 3,1% PiorMargem Líquida 5,8% 7,5% Melhor

3.3 INTERPRETAÇÃO DOS ÍNDICES FINANCEIROS

Índices financeiros fornecem ao analista uma ferramenta muito útil

para recolher informações das demonstrações financeiras de uma

empresa. O índice ou índices selecionados (s) para uso pelo analista

dependem da razão pela qual se faz a análise. Por exemplo, um

funcionário da área de empréstimos comerciais analisando uma

solicitação de empréstimo estaria interessado em determinar a

habilidade do requerente em pagar o empréstimo quando devido. Neste

caso, o analista estaria preocupado com o nível de fluxo de caixa

da empresa em relação ao seus níveis propostos e existentes de

pagamentos do principal e dos juros. Há um número quase ilimitado de

índices financeiros concebíveis que podem ser projetados. Para dar

uma ordem a nossa discussão deste índices, geralmente são

classificados em categorias, conforme façam referência e liquidez,

eficiência, alavancagem, lucratividade, etc.

Neste ponto deveríamos comentar como os índices financeiros deveriam

ser utilizados numa análise financeira. Como mencionamos

anteriormente, índices são simplesmente ferramentas para se juntar

informação. Eles podem oferecer informação num senso absoluto, como no

caso do Índice de Liquidez Seca onde o índice igual a 1 indica

solvência. Adicionalmente, índices podem ser analisados num senso

relativo através da comparação com os índices da mesma empresa em

outros exercícios, ou ainda através da comparação dos índices da

empresa em análise com padrões do ramo, ou índices “alvo”. Esses

“índices –alvo” podem ser determinados a partir de um exame de índices

similares de outras empresas ou pelo exame do mesmo índice para a

empresa em análise, mas em um período anterior. Um dado importante

para análise dos índices são os índices ou coeficientes-padrões médios

das outras empresas do mesmo ramo de atividade.