ADITIVOS MCC2001 – AULA 5

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Centro de Ciências Tecnológicas Departamento de Engenharia Civil ADITIVOS MCC2001 AULA 5 1 o semestre 2014 Disciplina: Materiais de Construção II Professora: Dr. a Carmeane Effting

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Centro de Ciências Tecnológicas Departamento de Engenharia Civil♦

ADITIVOS

MCC2001 – AULA 5

1o semestre

2014

Disciplina: Materiais de Construção II

Professora: Dr.a Carmeane Effting

Prof.a Dr.a Carmeane Effting

5.1 USO DE ADITIVOS NO CONCRETO

• Os aditivos são largamente

empregados no preparo de

concretos e argamassas.

• Pode até mesmo ser

considerado como quarto

componente do concreto,

além da água, do cimento e

dos agregados.

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5.1 USO DE ADITIVOS NO CONCRETO

Aditivos são produtos químicos adicionados ao cimento,

à argamassa ou ao concreto, para modificar uma ou

mais propriedades das misturas cimentícias.

Normalmente variam entre 0,05% e 5% da massa de

materiais cimentícios.

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Os aditivos químicos hoje são parte integrante de

misturas cimentícias devido às diversas vantagens que

proporcionam às suas propriedades de engenharia nos

estados fresco e endurecido.

O uso de aditivos químicos permite a produção de

materiais cimentícios para uma ampla variedade de

aplicações, desde misturas com consistência seca até o

concreto autoadensável.

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Os aditivos químicos podem ser classificados de acordo

com a função que exercem, como:

incorporadores de ar,

redutores de água,

retardadores de pega,

modificadores de reologia,

inibidores de corrosão,

redutores de retração,

redutores de permeabilidade,

inibidores de reação álcali-sílica.

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pigmentos e outros de funções variadas, tais como:

• agentes de adesão, agentes de formação de gás,

agentes de coesão, agentes para bombeamento e

agentes espumantes, etc.

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HISTÓRICO

• O emprego de aditivos em concretos e argamassas é tão

antigo quanto o cimento ou outros aglomerantes

hidráulicos.

• Segundo Coutinho (1997), os romanos adicionavam clara

de ovo, sangue, banha ou leite à concretos e

argamassas rudimentares para melhorar a

trabalhabilidade das misturas.

• No final do século XIX, com a invenção do cimento

Portland, a função dos aditivos evoluiu devido ao seu

benefício à trabalhabilidade e durabilidade de misturas

cimentícias.

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• Atualmente, praticamente todos os sistemas cimentícios

produzidos industrialmente contêm algum tipo de aditivo

químico.

• Aditivos específicos para modificação das propriedades

reológicas de misturas à base de cimento Portland início déc.

de 1930.

• A primeira patente para o uso de aditivo plastificante à base de

lignosulfonato foi obtida na Inglaterra, no início do século XX.

• 1ª patente que contemplou a fabricação e a utilização de

superplastificante à base de naftaleno sulfonato foi aprovada

nos EUA em 1938.

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• 1º aditivo químico sintético foi usado em 1930, nos EUA

dispersante para aplicação de uma pigmentação uniforme em

um pavimento de concreto.

• Os aditivos incorporadores de ar começaram a ser

desenvolvidos a partir de pesquisas em pavimentos de concreto

nos EUA, onde há problemas de durabilidade que se devem a

ciclos gelo-degelo.

• Pesquisas realizadas no início dos anos 60, no Japão e na

Alemanha, levaram ao desenvolvimento de aditivos

superplastificantes, que têm maior poder fluidificante e redutor

de água.

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• No Japão, aditivos à base de naftaleno sulfonato formaldeído

condensado (NSFC) foram comercializados em 1964,

resultando em maior redução de água e portanto, em

concretos com maior resistência.

• Aditivos à base de NSFC vêm, desde então, sendo utilizados

em grande quantidade pela indústria de concreto mundial

(MALHOTRA, 1989).

• No final da déc. de 1980, uma nova família de

superplastificantes à base de poliéteres de policarboxilato (PCE)

foi desenvolvido no Japão → projetados para aplicações

específicas, tornaram-se a tecnologia dominante de

superplastificantes para concreto.

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5.1 USO DE ADITIVOS NO CONCRETO

• Nos países como os

Estados Unidos,

Japão e Alemanha,

quase 80% do

concreto é aditivado.

• No Brasil, tem-se o

número de

aproximadamente 15%

dos concretos

aditivados.

• Os aditivos

transformam um

concreto bom, em um

ainda melhor.

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ADITIVOS- Conceituação e Normatização

De acordo com a EN 480:1997 –Parte 1, aditivos

são produtos que, adicionados em pequenas

quantidades (até 5%), são capazes de modificar

as propriedades nos estados fresco e endureci-

do de concretos, argamassas, pastas e

grautes.

Graute - Concreto com agreg. finos, alta fluidez e baixa retração - para preenchimento. fino (cimento + areia) ou graute grosso (cimento + brita + areia). Resist. à compressão > 14MPa. Cal prevenir retração.

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5.2 ADITIVOS – VANTAGEM PARA O CONCRETO

• Aumento da trabalhabilidade, sem aumento do

consumo de água.

• Redução do consumo de água, mantendo a mesma

trabalhabilidade (maior resistência).

• Redução da água e do cimento, na mesma proporção,

mantendo a mesma trabalhabilidade e resistência.

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5.2 ADITIVOS – VANTAGEM PARA O CONCRETO

• Redução da exsudação, do coeficiente de

permeabilidade, da segregação.

• Penetração em ferragens densas.

• Possibilidade de concretagens em temperaturas altas.

• Melhor acabamento e aspecto.

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5.2 ADITIVOS – VANTAGEM PARA O CONCRETO

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No Brasil NBR 11768: 2011, aditivos

químicos são produtos que, adicionados

em pequena quantidade a concretos de

cimento Portland, modificam algumas de

suas propriedades, no sentido de

melhor adequá-las a determinadas

condições. Essa norma classifica os

aditivos em:

5.2 ADITIVOS –

CLASSIFICAÇÃO ATRAVÉS DA NBR-11768

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• Aditivo redutor de água/plastificante (PR, PA,PN);

• Aditivo de alta redução de água/superplastificante tipo I (SP-I R, SP-I

A, SP-I N);

• Aditivo de alta redução de água/superplastificante tipo II (SP-II R,

SP-II A, SP- II N);

• Aditivo incorporador de ar (IA);

• Aditivo acelerador de pega (AP);

• Aditivo acelerador de resistência (AR);

• Aditivo retardador de pega (RP).

*R: significa aditivo retardador; A: aditivo acelerador; N: aditivo de

pega normal.

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5.3 ADITIVOS –

CLASSIFICAÇÃO ATRAVÉS DA NBR-11768

Essa norma é precursora, no Brasil, na definição de critérios de

desempenho para os aditivos a base de policarboxilato (incluídos na

categoria de superplastificantes tipo II), trazendo esclarecimentos

sobre o desempenho esperado para essa nova classe de aditivos.

Já a NBR 12317:1992, descreve os métodos para ensaios químicos a

serem empregados para a avaliação de conformidade e uniformida-

de desses aditivos.

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Procedência Identificação Título Ano

Brasil ABNT NBR 11768 Aditivos para Concreto de Cimento Portland 2011

Brasil ABNT NBR 12317 Verificação de Desempenho de Aditivos para Concreto (ensaios químicos) 1992

Brasil ABNT NBR 10908 Aditivos para argamassas e concreto – Ensaios de uniformidade – Método de

ensaio

2008

Europa EN 934 Admixtures for Concrete, Mortar and Grout 2009

Europa EN 480 Admixtures for Concrete, Mortar and Grout – Test Methods 2001

EUA ASTM C1017/C1017M Standard Specification for Chemical Admixtures for use in Production of

Flowing Concrete

2007

EUA ASTM C1141/C1141M Standard Specification for Shotcrete (concreto projetado) 2008

Inglaterra BS 5075 Part 1 Concrete Admixtures. Specification for Accelerating Admixtures. Retarding

Admixtures and Water Reducing Admixtures.

1982

Inglaterra BS 5075 Part 3 Concrete Admixtures. Specification for Superplasticizing Admixtures. 1985

EUA ASTM C 260/C260M Standard Specification for Air-entrainig admixtures for Concrete 2010

EUA ASTM C

1582/C1582M

Standard Specification for Admixtures to Inhibit Chloride-Induced Corrosion of

Reinforcing Steel in Concrete

2004

EUA ASTM C 494/C494M Chemical Admixtures for Concrete 2010

Espanha UNE – EN 934 Aditivos para Hormigones, Morteros y Pastas 2002

Tab.1 –Resumo das normas brasileiras, americanas e européias sobre aditivos para concreto.

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5.4 Aditivos para Concreto e Argamassas

5.4.1 Redutores de água, plastificantes e superplastificante

• Os aditivos redutores de água são conhecidos como

plastificantes e superplastificantes, dependendo da redução da

quantidade de água de amassamento para uma determinada

consistência (trabalhabilidade).

• Os superplastificantes são conhecidos também como redutores

de água de alta eficiência. Enquanto que os aditivos

plastificantes (ou redutores de água de eficiência normal)

permitem uma redução de água de pelo menos 5%, os aditivos

superplastificantes podem reduzir a água da mistura em até 40%.

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• Os aditivos plastificantes e superplastificantes, além de permitirem a

redução da relação a/c para uma dada consistência da mistura,

podem também conferir aumento de fluidez se a quantidade original de

água da mistura for mantida constante.

• A NBR 11768:2011 define aditivo plastificante/ redutor de água como

aditivo que, sem modificar a consistência do concreto no estado

fresco, permite reduzir seu conteúdo de água; ou como aquele

aditivo que, sem alterar a quantidade de água, modifica a consistência

do concreto, aumentando o abatimento e a fluidez; ou, ainda, como

aquele aditivo que produz esses dois efeitos simultaneamente.

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Os aditivos plastificantes e superplastificantes são usados com

as seguintes finalidades:

• Reduzir o consumo de água para uma mesma consistência,

aumentando, assim, a resistência e a durabilidade do concreto;

• Aumentar a fluidez do concreto sem alterar o consumo de água;

• Reduzir a quantidade de cimento do concreto, mantendo a

consistência e a resistência à compressão com o objetivo de

reduzir custos e ainda reduzir a retração, a fluência e as tensões

térmicas.

RESUMO

A fluência é o aumento de uma deformação com o tempo sob a ação de cargas ou tensões permanentes.

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PLASTIFICANTES - BENEFÍCIOS

• Maior resistência mecânica

• Maior impermeabilidade e durabilidade

• Minimização de retração, fissuramento e exsudação

• Melhor proteção e aderência da armadura

• Fácil adensamento e bombeamento

• Melhor aspecto (concreto aparente)

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SUPERPLASTIFICANTES

• Mesmas características dos plastificantes, porém de maneira extre-

mamente realçada.

• Ideais em caso de armaduras densas, bombeamentos, concretos

aparentes de alta resistência.

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5.4.1.1 Composição Química

Os aditivos redutores de água podem ser divididos em 3 grupos:

a) Aditivo redutor de água/plastificante

Em sua composição, possuem lignosulfonatos, sais de ácido hidroxi-

carboxílico e polissacarídeos. O lignosulfonato, que é o redutor de

água mais utilizado, é obtido a partir do rejeito líquido do processo de

extração da celulose da madeira, lignina ou licor negro.

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b) Aditivo de alta redução de água/superplastificante tipo I

Em sua composição, contêm sais condensados de naftaleno sulfo-

nato ou melamina sulfonato. São produtos sintéticos, obtidos a

partir de técnicas de polimerização.

c) Aditivo de alta redução de água/superplastificante tipo II

São à base de policarboxilato-poliéteres (PCE). São conhecidos por

proporcionarem uma melhor manutenção da trabalhabilidade e

por serem mais previsíveis quanto ao efeito sobre os tempos de

pega, comparativamente aos aditivos de base NSFC e MSFC.

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Em estudo realizado por Yamada et al. (2000) sobre os efeitos da

estrutura química dos aditivos superplastificantes à base de policarboxi-

lato na fluidez das pastas de cimento, foram constatados os seguintes

resultados:

Para a mesma dosagem de aditivo, o maior tamanho da cadeia

do polímero pode ser relacionado à maior fluidez e ao menor

tempo de pega da mistura;

Quanto maior a quantidade de grupos sulfônicos e carboxílicos

presentes na cadeia do polímero, maior fluidez do sistema para

uma mesma dosagem de superplastificante.

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5.4.1.2 Dosagem e Modo de Adição

A quantidade do aditivo químico a ser adicionada ao concreto

depende do tipo de aditivo e dos requisitos de desempenho (Tab2).

Há diversos tipos de aditivos químicos disponíveis no mercado, e

a quantidade dos ingredientes individuais é variável entre produtos

diferentes.

Os aditivos plastificantes são normalmente adicionados em

doses que variam entre 0,3% a 0,6% da massa de material cimentí-

cio, enquanto os aditivos polifuncionais são normalmente adiciona-

dos em doses que variam entre 0,6% a 1,0%. A dose dos aditivos

superplastificantes varia entre 0,6% a 1,5%.

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5.4.1.2 Dosagem e Modo de Adição

Tipo de aditivo Redução de água Dosagem típica Aumento da resistência*

Plastificante (P) 5-10% 0,2 a 0,5% 10%

Superplastificante (SP I e SPII) 15-40% 0,6 a 2,0% 25%

Polifuncionais 8-18% 0,4 a 1,0% 25%

Tab.2 –Classificação dos aditivos em função da redução da água, da dosagem típica e do incremento de resistência à compressão de concretos (informações fornecidas por W. R Grace).

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5.4.1.3 Influência nas propriedades do concreto

Os aditivos plastificantes e superplastificantes aumentam

fluidez e/ou permitem a redução da relação a/c para um

dado abatimento do concreto.

Quando se deseja obter concretos com resistência e

durabilidade mais elevadas, a relação a/c deve ser

reduzida, e o uso de aditivos redutores de água torna-se

obrigatória.

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Quando se deseja obter concretos mais fluídos, os aditivos

superplastificantes permitem aumentar a fluidez se a relação

a/c não for reduzida.

Os aditivos superplastificantes utilizados como redutores de

água geram concretos com menor segregação.

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5.4.1.4 Aplicações

Aditivos redutores de água empregados em aprox. 90% dosconcretos produzidos mundialmente por processos industriais.

A aplicação dos aditivos plastificantes e polifuncionais ocorreem centrais dosadoras de concreto melhora a fluidez dosconcretos bombeáveis, além de otimizar o consumo de cimento.

Superplastificantes são usados na dosagem de concretosespeciais concretos de elevada resistência, concretos fluidos,concretos autoadensáveis, concretos pré-moldados e pré-fabricados. É comum o emprego de uma combinação dosdois tipos de aditivos.

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Tab.3 – Vantagens do uso de aditivos redutores de água (HARTMANN,2002).

ETAPA VANTAGEM

Mistura Redução da quantidade água com trabalhabilidade constante = maiores resistências

Redução de cimento e água = manutenção de resistências e trabalhabilidade

Manutenção de cimento e água =maior trabalhabilidade

Central dosadora

de concreto

Redução do consumo de cimento

Aumento do tempo de aplicação

Obra Concretos mais trabalháveis = redução do tempo de adensamento e acabamento,

melhor acabamento, redução da mão-de-obra

Relação a/c menor = resistências mais altas, desforma mais rápida,

Reaproveitamento de fôrmas, possibilidade de redução da quantidade de armaduras.

Indústria de pré-

moldados

Resistências iniciais maiores

Redução do consumo do cimento

Concreto autoadensável = possibilidade de concretar peças mais esbeltas

Redução da cura

Melhor qualidade de acabamento

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5.4.2 Incorporadores de ar

Avanço tecnologia do concreto desenv. de aditivos IA (déc.1930).

NBR 11768: 2011 aditivos incorporadores de ar são

classificados como IA e são usados para produzir, em

argamassas e concretos, um sistema de bolhas de ar

microscópico que seja estável e uniforme.

Materiais à base de cimento com adequada incorporação de ar

apresentam uma resistência maior à deterioração causada por

ciclos de gelo-degelo e também aumentam a resistência à

delaminação superficial causada por sais de degelo principais

problemas de durabilidade de concreto em países de clima frio.

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Propriedades do concreto são melhoradas com a

incorporação de ar, como o desempenho térmico e acústico

obtido quando uma incorporação de ar suficiente é alcançada.

No estado fresco, os incorporadores de ar podem melhorar a

reologia do concreto em misturas com baixo consumo de

cimento (menor que 300 kg/m3) ou em traços que contenham

agregados de graduação pobre e falta de finos.

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Nesses casos, podem melhorar a trabalhabilidade do concreto

(abatimento e fluidez), podem aumentar a coesão da mistura e

reduzir a segregação e exsudação.

No entanto, se a quantidade de ar incorporado não for

adequadamente controlada, especialmente quando excedente,

pode-se esperar retardo de pega e redução de resistência.

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5.4.2.1 Composição química

Whiting & Nagi (1998) classificam os agentes incorporadores de

ar modernos em 5 categorias:

(a) Sais derivados de madeira,

(b) Óleos ácidos vegetais (sais alcalinos e aminoalcalinos de

ácidos graxos de coco),

(c) Detergentes sintéticos (sulfonatos e sulfatos de alquilaril),

(d) Agentes sintéticos de trabalhabilidade (etoxilatos de alquilaril) e

(e) Materiais miscelâneos (ex. resíduo de petróleo)

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5.4.2.2 Aplicações

São largamente utilizados em países de clima frio para redução

ou eliminação dos danos causados por ciclos gelo-degelo, como

é o caso dos EUA, onde mais de 80% dos traços para

pavimento de concreto utilizam incorporadores de ar.

A inclusão de bolhas de ar no concreto por meio de aditivos IA faz

com que, ao congelar, a água encontre espaço livre para se

expandir, reduzindo, assim, as tensões internas e evitando a

fissuração do concreto e o comprometimento de sua durabilidade.

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No Brasil principal finalidade do uso de aditivos IA é

facilitar a produção de concretos com peso específico

reduzido (concreto leve) e com melhor comportamento

térmico-acústico. O uso de concretos leves reduz a carga

da edificação, permitindo ao projetista a redução das

dimensões de peças estruturais como pilares e fundações.

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Os aditivos IA também são empregados em argamassas para

melhorar sua trabalhabilidade. Concretos ou argamassas

fluidas utilizadas como grautes de baixa densidade para

preenchimento de valas ou contenções também podem conter

esses aditivos, assim como concreto-massa utilizados em

barragens ou pavimentos rígidos.

Além disso, pequenas quantidades de IA podem ser

empregadas para melhorar a trabalhabilidade, para facilitar

o bombeamento e para melhorar a coesão e o acabamento

de concretos convencionais dosados em central.

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INCORPORADORES DE AR

• Fluidifica e plastifica fortemente, devido à formação de bolhas de

ar.

• Os incorporadores de ar tem a função de suprir a deficiência

de finos.

• Introduzem no concreto minúsculas bolhas de ar, estáveis e

elasticamente deformáveis.

• Resistência ao ataque de sulfatos (água do mar).

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INCORPORADORES DE AR - BENEFÍCIOS

Nas hidrelétricas, os incorporadores permitem a obtenção de

concretos massa, com baixo consumo de cimento evitam a

ocorrência de trincas térmicas nos grandes volumes de

concreto.

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5.4.3 Modificadores de pega

NBR 11768: 2011, são classificados em 2 tipos: aceleradores

de pega e resistência e retardadores de pega. Outra classe é

chamada de aditivos de controle de hidratação.

6.4.3.1 Aditivos aceleradores de pega e resistência

São utilizados para reduzir os tempos de pega e/ouacelerar o desenvolvimento de resistência do concretonas idades iniciais. São aditivos que aceleram a taxa dehidratação do cimento (por mecanismos diversos queainda não são totalmente entendidos).

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5.4.3.1 Aditivos aceleradores de pega e resistência

O aditivo acelerador mais utilizado é o cloreto de cálcio, em função

do seu desempenho no aumento de resistências e de seu baixo

custo. Entretanto, dependendo da dosagem ele pode causar efeitos

indesejáveis no concreto, como o aumento da retração por

secagem, aumento do risco de corrosão das armaduras e

aumento do risco de delaminação superficial.

Em função do risco de corrosão que oferece às armaduras, os

códigos de construção limitam o teor de íons cloreto a um valor

máx. que depende da presença e do tipo de armadura.

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Quando forem realizados ensaios para determinação do teor de

íons cloreto solúveis em água, deve ser seguido o procedimento da

ASTM C1218: 2008.

Tab.4 – Teor máx. de íons de cloreto para proteção da armadura em concreto.

Tipo de elemento Máximo teor de íon cloreto solúvel

(% massa de cimentícios)

ABNT NBR 12655 ASTM C 1218

Concreto Protendido 0,05 0,06

Concreto armado exposto a íons cloreto/Cloretos nas

condições de serviço da estrutura

0,15 0,015

Concreto armado em condições de exposições não

severas( não exposto a umidade)

0,40 1,00

Demais construções em concreto armado 0,30 0,30

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ACELERADORES

• Aceleram o início e o fim da pega e o desenvolvimento de altas

resistências nas idades iniciais.

• O silicato, o carbonato de cálcio e o aluminato são as matérias-

primas básicas mais usuais dos aceleradores de pega instantânea.

• Aceleram fortemente as reações iniciais de hidratação e

endurecimento especialmente do C3S.

• Não pode ser empregado para concretos protendidos devido a

possibilidade de provocar corrosão nos cabos submetidos à

tensão.

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ACELERADORES - BENEFÍCIOS

• Reduzem o tempo de desforma e permitem que o concreto

resista, mesmo em baixas idades, às pressões hidrostáticas,

evitando o carregamento da pasta de cimento por água

corrente.

• São empregados quando o concreto necessita ser solicitado a

curto prazo: fundações, túneis, pavimentações, canalizações,

reparos urgentes,etc.

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5.4.3.2 Aditivos retardadores de pega

Atuam pela redução da solubilidade de compostos hidratados no

cimento. Os aditivos reagem com um composto para formar um

precipitado na superfície das partículas, promovendo a formação

de uma camada pouco permeável ao redor dos grãos e impedindo

a evolução da hidratação durante algum período.

As dosagens de aditivo geralmente empregadas variam entre 0,1% a

0,5% sobre a massa de material cimentício, dependendo de sua

aplicação.

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Tab.5 – Requisitos de desempenho para aditivos de acordo com diferen-tes normas.

Norma Classificação

Tempo de início de

pega (em relação à

mistura de controle)

Redução de água

(% em relação à mistura de

controle)

ASTM C

494Tipo C: Aditivo retardador

Mín: +1 h

Máx: +3,3 h-

ASTM C

494

Tipo D: Aditivo

retardador de longa

duração

Mín: +5 h -

CAN 3-

A266. 2-

M78

Tipo R: retardador

moderado de pega

Mín: +1 h

Máx: +3 h≥3%

CAN 3-

A266. 2-

M78

Tipo Rx: retardador

prolongado de pegaMín: +5 h ≥3%

EN 934-2 Retardador de pega Mín: +90 min ≥5%

EN 934-2Retardador de pega

plastificanteMín: +90 min -

ABNT

NBR

11768

Retardador de pegaMín: +1 h

Máx: +3,3 h-

ABNT

NBR

11768

Retardador de pega

plastificante

Mín: +1 h

Máx: +3,3 h≥6%

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RETARDADORES

• Têm a função de retardar a hidratação inicial dos grãos de cimento

em particular dos aluminatos.

• Em dosagens exageradas a pega pode se dar após vários dias.

• Permitem maior tempo de manuseio do concreto, além de evitar o

efeito acelerador das temperaturas elevadas. Após a pega não

interferem no processo de endurecimento do concreto.

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5.4.3.3 Aditivos estabilizadores da Hidratação - AEH

O comitê do AC I- American Concrete Institute 212: 2004 – Chemical

Admixture for Concrete classifica ainda um tipo diferente de retardador,

também conhecido como estabilizador de hidratação.

São aditivos que controlam a hidratação do cimento Portland.

Desenvolvido no final da déc. de 1980. Principal aplicação →

reutilização de misturas de concreto que, antes eram

descartadas como excesso remanescente dentro do caminhão

betoneira. Esses concretos retornam à central dosadora e

podem ser misturados a misturas frescas

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5.4.3.3 Aditivos estabilizadores da Hidratação - AEH

O aditivo também é empregado para suspender a

reatividade do concreto durante longos períodos, em

função dos requisitos de aplicação do concreto.

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5.4.3.4 Modificadores de Viscosidade

São polímeros solúveis em água adicionados aos concretos ou

às argamassas para modificar suas propriedades reológicas.

As matérias-primas normalmente empregadas em sua formulação

são óxidos de polietileno, éteres de celulose e poliacrilamidas. O

seu uso promove ao concreto uma redução na tendência a

segregação e exsudação. Também são indicados para melhorar a

aplicação e o bombeamento do concreto, pois aumentam a viscosi-

dade e a coesão da mistura.

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5.4.3.4 Modificadores de Viscosidade

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Aplicações comuns desses aditivos grautes ou concretos

autoadensáveis onde se necessita melhorar a viscosidade

dessas misturas. No caso de concretos autoadensáveis,

contribuem para a melhoria da coesão quando há falta de finos nas

misturas, além de reduzirem a segregação e a exsudação. Esses

produtos podem ser usados em concretagens submersas e

também em argamassas de assentamento e revestimento.

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5.4.3.5 Inibidores de Corrosão

ACI 222R: 2011 aditivos que aumentam o tempo de início do

processo de corrosão do metal ou reduzem significativamente a

taxa de corrosão. ASTM C1582/ C1582M: 2004, um material para

ser considerado como inibidor de corrosão deve reduzir a taxa de

corrosão.

Quando presentes em concentrações adequadas no concreto eles

reduzem ou eliminam a corrosão das armaduras. Eles detêm a

reação de corrosão quimicamente. Indicado em ambientes que

apresentam risco de corrosão, tais como ambientes marinhos, zonas

de marés, pontes, portos, diques, zonas de respingos, ambientes

onde se empregam sais de degelo.

Ex. inibidores de corrosão existentes no mercado → nitrito de cálcio,

nitrito de sódio, aminas, fosfatos, etc.

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5.4.3.6 Aditivos Redutores de Retração

Desenvolvidos no Japão, 1980 para reduzir os efeitoscausados pela retração de concretos e argamassas.

Aplicação: elementos de concreto pré-moldado, pontes, pisosindustriais, pisos de estacionamentos e lajes de grandesdimensões. Propileno glicol e polioxi-alquileno alquil étersão alguns exemplos de compostos químicos empregadoscomo redutores de retração.

Dosagens desses aditivos de 1,0 a 2,5% sobre a massa dematerial cimentício. Normalmente são observadas reduções deretração por secagem após um ano as quais variam entre 25 e50% em relação a um concreto sem a adição de SRA.

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5.4.3.7 Redutores da reação álcali-sílica

Foram introduzidos no mercado em 1990 há pouca literatura. Em

1999, Rixom e Mailvaganam publicaram sobre o impacto de diversos

aditivos químicos na reação álcali-sílica e na expansão que esta

reação provoca em misturas cimentícias aditivos reduzem esta

expansão

Os autores agrupam os aditivos em 4 categorias:

(a) sais de lítio (cloretos, carbonatos, fluoretos, nitratos, sulfatos);

(b) aditivos convencionais (incorporadores de ar e redutores de água);

(c) silanos, siloxanos e silico-fluoretos; e

(d) selantes de base de fosfato, empregados para tratar agregados

reativos antes do preparo do concreto.

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5.4.4. Aditivos para Cimento

São produtos de origem orgânica ou inorgânica que,adicionados ao moinho juntamente com o clínquer e demaisconstituintes do cimento, melhoram a eficiência da moagem eas propriedades do cimento.

Os benefícios da utilização de aditivos de moagem são:

- aumento do volume de produção

- melhoria das condições de transporte do cimento

- melhoria das características de desempenho do cimento paradiversas aplicações.

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5.5 Cuidados especiais na utilização de aditi-

vos químicos

• Se mais de um aditivo for utilizado na mesma mistura, eles

deverão ser adicionados separadamente. Os produtos nunca

devem ser misturados uns aos outros antes da adição ao

cimento, concreto ou argamassa.

• As condições de campo devem ser simuladas em laboratório para

verificação da possibilidade de problemas de desempenho.

Recomenda-se a verificação dos efeitos de superdosagem dos

aditivos, com o objetivo de conhecer os limites de desempenho

compatíveis com os materiais cimentícios utilizados.

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• Aditivos apresentam prazo de validade que depende das

matérias-primas empregadas na sua fabricação. Esse prazo

pode variar de 6 a 18 meses.

• Os aditivos químicos nunca devem ser descartados na rede de

esgoto ou como resíduo doméstico. A ficha de segurança do

produto, fornecida no momento da sua entrega, contém

informações de descarte para que não haja risco de

segurança ao meio ambiente. Em caso de dúvidas, o fabricante

do aditivo deve ser contatado para proporcionar

esclarecimentos e destinação dos produtos.

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• Os aditivos químicos líquidos nunca devem ser adicionados aos

componentes secos do concreto antes da mistura com água,

pois podem ter seu desempenho reduzido. Sua adição deve ser

feita na presença de água, preferenciamente após alguns

minutos da mistura do cimento com água para a maioria dos

redutores de água utilizados.

• No caso de pesagem automática de aditivos, verificar

periodicidade a calibração das balanças e medidores

volumétricos de aditivos para garantia de dosagem correta.

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5.6 MODO DE USAR OS ADITIVOS

• Consultar manual técnico do fabricante

EXEMPLO: Será realizada uma betonada de concreto, onde será

consumido 5Kg de cimento. Neste concreto o aditivo utilizado será

o hiperplastificante ADIMENT PREMIUM (densidade =1,09 g/cm3),

cujo consumo aproximado sobre a massa de cimento é de 0,3 a

1,0%.

QUAL A QUANTIDADE DE ADITIVO QUE DEVERÁ SER

UTILIZADA?

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• Utilizando 1% de aditivo: 5Kg x 0,01 = 0,05Kg de aditivo ou 50g de

aditivo.

• Como 1 cm3 é igual a 1 ml: 50/1,09 = 45,9 ml

• Poderá ser utilizado 45,9 ml de aditivo ADIMENT PREMIUM.

• Adiciona-se 70% do volume da água a ser utilizada. Em seguida,

adiciona-se o aditivo com o restante da água estabelecida.