wm líá NACIONAI

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A*. U O AUXILIADOR DA wm líá NACIONAI PERIÓDICO DA AniiMora da WosMa Nacional SOE A DIRECÇÃO & REDACÇAO DO Dr. Ilicofáo loaquitn Hoteira Vires industria firmai. VnjGtt.ro. TOL XII. :'r* . . ¦? Rio de Janeiro TYPOGRAPHIA UNIVERSAL DE LAEMMERT 61 B, Rua dos Inválidos, BI B .. 1873

Transcript of wm líá NACIONAI

A*.

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O AUXILIADORDA

wm líá NACIONAIPERIÓDICO

DA

AniiMora da WosMa NacionalSOE A DIRECÇÃO & REDACÇAO

DO

Dr. Ilicofáo loaquitn Hoteira

Vires industria firmai.VnjGtt.ro.

TOL XII.:'r* . . ¦?

Rio de JaneiroTYPOGRAPHIA UNIVERSAL DE LAEMMERT

61 B, Rua dos Inválidos, BI B

.. 1873

SOCIEDADE AUXILIADORA

DA

INDUSTRIA IA MALIt. 1.—JANEIRO DE 1873.

Sessão de Assembléa geral em 2 de -Janeiro de 189&.

VICE-PRESIDENCIA DO SR. COMMENDADOR JOAQCIM ANTÔNIO DE

AZEVEDO.

Achando-se presentes os membros effectivos da Socie-dade Srs. Drs. Nicoláo Joaquim Moreira, Pedro DiasGordiiho Paes Leme, Antônio de Paula Freitas, Domin~gos Jacy Monteiro, Antônio Fernandes Pereira Portugal,Luiz Alvares dos Santos, Barlholomeu José Pereira, JoséCaetano de Paiva Pereira Tavares, João Joaquim Pizarro,Lopo Diniz Cordeiro, Joaquim Antônio Pinto Júnior,.Fernando Pires Ferreira, Francisco José Xavier, JoséPereira Bego Filho, e José Augusto Nascentes Pinto;conselheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja;mestre em artes José Manoel Garcia; commendadoresJoaquim Antônio de Azevedo, José Maria Pereira, e An-tonio Luiz Fernandes da Cunha, José Botelho de AraújoCarvalho, Alexandre Affonso da Rocha Satlamini, MiguelCalmon Menezes de Macedo, Camillo de Lellis Silva, An-tonio José da Silva Rabello, Thomaz Descbamps deA. - 4

2

Mnntmorencv João Coelho Gomes, Vicente Huet de Ba-Montmorency, oodu Roswadowski, e£anf Eduart Nascentes Pinto, foi aberta a sessãoHenrique ^u«uuu discussão approvada a

ximo passado.ORDEM DO DIA.

Foi lidoo segninte parecer da Secção de Finanças:i Secção de Finanças da Sociedade jfâ^j££Anttàa Nacional forão apresentados no dia 28 do corren

1 ™í, fom o ba lanço da thesounria da mesma Socie-dad" rèS ás operações de receita e despeza effec ua-SÍTio anno de 1871, oito documentos de receita, cento

parenta ditos de despia, nm livro caixa e nm de dtf-ferentesvalores. ..,....„ ã9 4871 im-

Consta do balanço que a receita do anno de 18/1 unnorlou em 22:05*03, sendo 6:021^8/8 a importanFi/dn saldo em dinheiro, que passou do anno de 1870;ea desoezem iHM. passando por consegmnte

São tendo bavido alteração algnmano »»W° Je

*™í^3tes valores, que continua a ser representado por M

Solte da divida publica do valor nominai de M4

cada uma, e 30 •/. de 10 acções da companhia Serope^

TtS-^So ^dnz fielmente,, em resumo aescriptSodu Uo ^e^delfftbo6sSo?Ss

Srtidlo notando -se somente que um documento deSa (odeii. 7| serve cumulativamente para com-

^nff^l^ exactidão, relativa-mente ã Eça das" jAas e mensalidades dos sóciosSanto essa verba de receita, na importância totalRSooo apenas é comprovada por seis listas deSSnadal pelo A

^J^S°sChaves, não havendo, portanto, na ausência dos taioe*

— o

e do livro de r matricula dos sócios, meio de verificar aexaetidão da alludida cobrança. » .

Resentem-se os documentos de despeza da íalta deformalidades que costumão servir para legalisar papeisdesta natureza, taes como verba de conferência depoisde feito o exame arithmetico, e despacho que autonseo pagamento da quantia representada em cada nm dosdocumentos.

Tanto mais sensível é semelhante falta, considerando-se que a escripturação do livro caixa não é feita diária- ,mente; à medida que se realizão as operações de receita€* despeza, mas ao qoe parece, oo fira de cada anno, doque ê-testemunho o facto de acharem-se ainda era bran-co as paginas do dito livro, em que devia lançar-se aescripturação relativa ao anno de 1872,. _

Em cumprimento do sen dever a Secção de traan-ças faz estes ligeiros reparos, unicamente com o limde chamar a attençao da Sociedade Auxiliadora paraa necessidade que parece haver de reorganizar o

• systema da escripturação, de accordo com as normasgeralmente adoptadas. /"'

O digno thesoureiro da Sociedade o Sr Jose Bo-telho de Araújo Carvalho, contínua acederemfajwda escola nocturna de adultos a gratificação de 400®annuaes que lhe compete para quebras do cotre.Ainda que o patriotismo seja o seu umco movei, naodesdenhará comtudo o Br. Carvalho a expressão doapreço em que é tido pela Sociedade Auxiliadora oseu louvável procedimento, quer pelo desinteresseque revela, quer pelo? esforços que emprega para bemservir o honroso cargo, para o qual a conüaoça aaassembléa geral o elegeu, tto anno de 1867.

Parece á Secção de Fnuu.çis que as contes da re-celta e despeza, relativas áo anno de 1871, estãono caso de merecer a approvução da assembléa gerai.

Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 1872» --QPre-

sidente da Secção, Antônio Lm* Fem/n.f'flrS'-O Secretario, Thomaz Desthamps de Montmoren^-rAntônio José da Silva Rabello.'

— 4 —4

TPndo entrado era discussão este parecer, fallárào

os Srs ttaoESro, commendador Fernandes da Cn-SL p viceTres dente, depois do que foi o mesmo

Sa?e'cer ppSo, assim como a .seguinte proposta

^sentaT pelo Sr. Dr. Nascentes Pinto :

Proponho que seja eliminado do^aldo «•««*•diffiwnles valores a quantia de 30G&000, correspon-dentes a 30 "/. de entradas realizadas por conta de

facções da imperial Companhia Seroped,caiFtajjj-npnse- nrocedendo-se para esse fim na respectiva

e cr ptura^o de medo análogo ao ««cr sepraticou no

Lnn de 1861, para cumprir a deliberação tia as-

Séa geral do 1-de Julho de 1861 relativamentef, p minacões que então se fizerão dos valores re-

me en™noqbalanço de uma acção da empresafS ue Dezembro » e 10 acções da companhia

Pharol Agrícola »>, que possuía a Sociedade, porserem titules que nenhum valor representevao.

Rio de Janeiro, 2 de Janeiro de 1873.-José Au-

gusto Nascentes Pinto.

Em seguida foi lido o outro parecer da mesma Secção

de Finanças abaixo transcripto:A Seccao de Finanças da Sociedade Auxiliadora da

Industr ? Nacional, tendo examinado iiprepo*.»sentada pelo Sr. thesoure.ro, fixando a despeza e

orçando a receita para o anno de./^'mlfaerPairecer que seja ella approvada pela a semblea eral,

„os termos em que es, concebidBg¦*.«31 de Dezembro de 1872. -u rrwiueuw *Antônio Luiz Fernandes da Cunha. -0'^f^

Thomaz Deschamps de Montmorency .-Antônio José aa

Silva Rabello.

apresento a seguinte „. *

5 —

Proposta talo a despeza e orçando a receitada mesma sociedade para o aimo de lòVo.

Art. 1.' A despeza da Sociedade Auxiliadcm da In-

dustria Nacional para o anno de 1873 e lixaria na

qüanüa de 14:180*000, e será distribuída na forma

dos seguintes paragrapbos:1.» Impressões ...*••••2.° Brochuras. * . * • •. • • *3 • Despeza com a escola nocturna para'adultos, conforme o orçamento junto,

apresentado pelo Sr. director ...4.° ldem com a escola industrial, con-

forme o orçamento como acima. .5.° Gratificação ao lhesoureiro para que

bras . • • • • • ',"...' j *6.° Dita ao redactor do « Auxiliador »7.° Ordenado ao escripturario . . .8.° Dito ao ajudante do bibliolhecario9.° Dito ao porteiro •40*° Dito ao cobrador e entregador cio

« Auxiliador.». . . • • • •II • Porcentagem de 8 •/. ao eobrador12.° Assignaturas de jornaes, compra «

encadernação de livros . .. . •43.° Expediente ...*•••44.° Extraordinária e eventuaes . .

Art 2.° A receita da sociedade é orçada na quantiade 14:1809000, que serj realisada cpn.o productodarenda, que no decurso do anno de 1873 warrecaaarsob os títulos abaixo declarados:4.» Prestação do Thesouro Nacional.2.° Mensalidades dos sócios. . . •3 ° Jóias .....*• ¦4*° Divida activa cobravel . . • j •5.° Assignatura e venda de publicações.6.° Juros de apólices da divida publica

fundada. . 7.° Extraordinária e eventuaes.

3:o00#000200$000

3.760#000

1:300^)000

400#0001:500#0001.200&000

ôooatono_tompo3.WO00300$000

200$0001503JOOO90$O3O

m

6:000$0003.0001.0001:000#0006008000400$000

3:180$000

— 6 —

Art. 3.° Toda a despeza que o conselho porventuraautorisar, e que não esteja incluída em1 algum dos pa-ragraphos do art. Io desla proposta, será feita pelo §14°, que poderá ser excedido, sendo preciso.

Art 4.o Parte do excesso, que por ventura houver,da receita sobre a despeza, será empregada na comprade medalhas para serem oferecidas:

\.° Aos autores de escriptos premiados, sobre agn-cultura do paiz.

2.° Aos fazendeiros que introduzirem machinas, nassuas lavouras e novos processos-na manipulação deseus produetos.

3.« Aos inventores de machinas.e apparelhos comapplicaçao immediata á agricultura.

Art. 5.° O thesoureiro da sociedade, independentede autorisação do conselho, deverá empregar na comprade apólices'da divida publica, as quantias que foremarrecadadas de remissões de mensalidades de sócios.

Rio de Janeiro, em 24 de Dezembro de 1872. O tbe-soureiro da sociedade, José Botelho de Araújo Carvalho.

Escola aoctuma de adultos da Sociedade Auxi-liadora da Industria lacional.

si

ORÇAMENTO.

Em cumprimento do que dispõe o § 7« do art. 7"do regulamento da escola nocturna de adultos daSo#-ciedade Auxiliadora da Industria Nacional proponho oSeguinte;

Orçamento qrae íisa a, tlespeza com a mesma escola par»o ásii-O, ile 'US.'3.

Art. i.° Fica o conselho administrativo da Socie-dade Auxiliadora da Industria Nacional autorisado para

7 -

despender durante o, anno de 1873 a quantia de

3 760*000 pela maneira seguinte:^___onVio.«P^«or^r«a_C-oae.l .

,,

t P, pennás e .tinta para uso «los ^

.

27 de Maio de 1871 . . • • 3(W)00B.« IUuminaçao e ue; o da casa .6.0 prêmio a dous alumnos (art. _mj. 40o!5oíM>7 o Extraordinárias'_*

9 o Fica iaualmente o conselho autonsado aV lantia de OOO^OOO para acquisiçao de

jSrST rtódMSS. estabelecidas Pe,oprogramma da escola.^%__vt—-,sfsáirEscola industrial to Sociedade auxiliadora da

ludustria lacipal.

ORÇAMENTO.

Em cumprimento do que dispõe o .art».U das Ins-

proponno o seguinte *v .

0rçí,meB<o ,ue ____ a _-_^- --• — —" ""

o ani-O «*e n_n«*.

Fica o conselho '^^^.^^^ "

- doía da Industria Nacional autonsado para despe

-8-

durante o anno de 1873 a quantia de 1:000»000 pelamaneira seguinte:l,o Gratificação ao porteiro (resolução doA V de Agosto de 1872) 2W000

. .' Expediente ..... r •• Wi*X»

3.° Illuminação, água e asseio da casa. *0J#UW4.° Apparelhos e collecções scientificas. 3WüJa§.» Moveis 3W00O6.° Eventuaes 200#)0O

Rio de Janeiro, em o Io de Dezembro de 1872.—José Manoel Garcia, mestre em artes, director.

E entrando em discussão o orçamento da sociedade,fôrão successivamente approvados, e sem que alguémtomasse parte nella, os §§ 1% 2% 3% 4% 5% 6o e 7%do art. Io. ,'',., i

O § 8o foi tambem approvado depois de uma prolon-gada discussão, em que tomarão parte os Srs. Dr. PintoJünior, mestre em artes Garcia, Lellis Silva, ainda Dr.Pinto Júnior, Sattamini, Dr. Pereira Rego Filho, Dr.Xavier, de novo Dr. Pinto Júnior, Conde de Roswadows-ki, commendador José Maria Pereira, Dr. Pi.es Fer-reira, e vice-presidente.

Em seguida fôrão, sem discussão, approvados os res-tantes §§ do art. \°, assim como todos os títulos doart. 2o, relativamente à receita, e assim mais os arts.3% 4o, 5o, e em ultimo lugar os orçamentos fixandoa despeza da escola nocturna para adultos e indus-trial

Enada mais havendo a tratar o Sr. presidente le-\antou a presente sessão.

. -9 —. '

Zootechnia.

do Império. *POR HENRIQUE AMBAUER SCHÜTEL.

Attenuarossoffrimentpsqueafiliara a humanidade é umdever sagrado.

- Hospital da Misericórdia, 25 de Outubro de 1868.

TUm eExm Sr—Tenho a honra de informar a V.Ex.

Je tendo acedido ao esame das sanguesugas medi-

Por esla simples experiência, que, por si so a«P

conduzir a um resultado rigoroso, e pelo estuao uu*

S. zoológicos das:^SaSentretanto aue se não são superiores as ímporiaudbw

«Irò.Todem prestar os mesmos serviços qne""itens

euarde a V. Ex.-Illm. e Exm. Sr. conselheiroZachTrias8 de Góes e Vasconcellos, digníssimo provedorda Santa Casa da Misericórdia da corte.

No impedimento do director,

Dr. Agostinho José de Souza Lima, ajudante.

BREVES CONSIDERAÇÕES.

Parece incrível qne o riqoissimo Impericidotosiltenha sido e continue a ser tributário da velha ™rop£.

de nm arligo medicinal de primeira necess-d-ide P Og

. movendo-se assim o encarecunenlo n alguns mg

deste já exhaurido commercio.

— 10 —

Sommas fabulosas têm sido absorvidas, sem sequerpensarem que pudesse haver n'algum recôndito destevastíssimo território, pullulando de variadas producçõesnaturaes, o precioso verme que imporlavao de longi-quas praias a peso de ouro. #

E no emtanto existe na bella província de S. Pedrodo Rio Grande do Sul, em tão profusa quantidade, quepoderião exporta-lo para toda a America e supprir ospaizes da Europa a preços 'diminutos.

Encontrão-se em todos os terrenos, como se quizes-sem auxiliar o acaso em conduzir o brioso e intelh-gente Rio-grandense a iniciar um ramo de commercio,que serviria de lenitivo nos soffrimentos dos filhos dasprovincias irmãs, e dotaria a provincia de uma riquezainesgotável. . _

Inexgotavel, digo, se a desapiedada avidez nao viersaquear e destruir como acontece n'alguns ramos aecommercio, as lagoas e banhados onde ellas habitao.

Épara isso necessário que o governoacompanheadivulgação dos conhecimentos da pesca e commerciodas sanguesugas, com medidas enérgicas de fiscalisação.Os erros, dos' outros paizes devem ser lições fructuosaspara o Brasil. .

Embora porém não. existisse no Império a sangue-su*a medicinal, íornava-se urgente supprir essa sensívelfalta, acclímando esse precioso annilide em alguma zonaque lhe fosse favorável. , ,

Tentativas para esse fim forão emprehendidas porespeculadores, a quem faltavão os necessários conhe-cimentos, os quaes desanimarão, julgando mfructileroum trabalho que não enriquecia em pouco tempo. ienaoalcançado essa desejada riqueza, se a persistência e aobservação minuciosa fosse insinuando os meios quedevião adoplar. .

A carência deste gênero na Campanha obriga a muitosa servirem-se da bicha da lagoa, como lhe chamão paraaapplicarem aos negros e pessoas de baixa condição,e tem-me feito admirar qne o bom êxito nâo tenhaehamado a attençao dos homens esclarecidos e os da artesobre gênero medicinal de tão fácil quão lucrosa venda.

ê.

No entretanto a importação e enorme, e quem sabe

quantos males não fôrão a conseqüência fc nenhumaattençâo dada a este ramo de commercio, nanao-íisca-lisação requerida a bem do povo.

A fraude perniciosíssima que delle se az em grandeJÍ o abnsPo imprudente de ^^TXTZZ

'seguidas este annilide em indivíduos de idades, sexos

, Sestias differentes, pode occas.onar accidentes la-mentaveis, para os quaes o governo e * 1™*»£hygiene publicay deveriâo já ter tomado medidas preventivas de enérgica repressão. inffMes''

. O subido valor e a sensível falta em algons lugaresdeste ¦utílisslmo verme, provém dos preços de üans-

porte, percas, alternativas commercaes (promovidas porcalculo) e falta^déllas, nos mercados d Luropa.S pois, como já disse, de urgente necessidade que

o governo esclarecido do Brasil promovesse a pesca e

commercio da sanguesuga na ProJXJ™a oafmaisdo Sul, e a acclimação e procreaçao da mesma,w;mm ,provincias, empenhando-se na divulgação dos conhecimentos-práticos e populares para tal nm.

Os habitantes da Campanha P™f *«J£médicos nos casos* graves, nos quaes ^

»*os meios da medicina domestica, de simplesunfusMS e

remédios caseiros, como nasjnflammaçoes, dores agudase outras em qoe a extracção do sangue e deur8emenecessidade, poderião colher das mãos dapropmnatoreza o calmante aos seus soffnmentos, sem receio oe

Xtospftaes tanto civis como «e, onde fez-seo possível por economisar a applica«ao destó ot tósoartigo therapeutico, e onde morto se faz a' P™»»°«™£

, é de grande empenho a baixa de ^J^^Tto.Aos próprios commerciantes desse ramo devem m

teressar^indicaçõesde conservação eg^Ç.importante e lucrativo commercio. f«™WWdado, com avidez mesmo e perigo; derramaooa»

já aquelles qoe precisão emprega-lo «"vel falta; objecto de um commercio extensos

— 12 —i-

portos estrangeiros, produzindo entre as mãos dos me-dicos effeitos os mais onpostos; relendo muitas \ezeso doente á orla do precipício onde vai arroja-lo umaestação vital que o ameaça da próxima dissolução desjbu ser; e outras vezes servindo de instrumento a umapresuinpç >sa e criminal ignorância, que apressa por umfatal enfraquecimento, os últimos momentos de umaexistência bem cara, não recommenda sómenle toda aattenção do homem dasarle, qne deve ter aprofundadotodos os pontos da sua historia, como ainda offereceao naturalista, e ao physiologista phenomenos exclusiva-menle particulares. »

{Diceionario de Medicina, autores diversos. Paris4827.)

Os estudos e pratica dos que se dedicarem, comple-taràõ as lacunas que intencionalmente poderão ler es-capado á minha fraca intelligencia.

Rio Grande'do Sul, Setembro 4868.

IMPORTAÇÃO E CONSUMO.

Estou certo que a muitos parecerão exagerados osalgarismos que em seguida publico, são porém o termomédio dos valores e quantidades desse importante ramode commercio, o que bem poderão attestar os própriosindivíduos que delle têm conhecimento.

A importação de sanguesugas com o titulo de bichasde Hamburgo foi, pelos direitos da alfândega da cidadedo Rio Grande do Sul; em 1867, 216 ib,

Valor official . . . . 3:240$000Pela alfândega de Porto-Alegre não pude saber a

quantidade, nem tão pouco a que a provincia recebeudos depósitos {privilegiados) do Rio de Janeiro que na-turalmente eleva-se ao triplo. É de pesumir-se que at-gumas sejão importadas pela alfândega de Uruguayanae outras talvez por contrabando.

O peso delias na Europa é segundo a qualidade, de(termo elevado):*

Grandes, milheiro, 3,000 grammos ou & tb

13

4 ASO » ou 21/3 tbMédias, » l>™% , oul3/5tb

fraudadas, as Pa.fflqnd™s a faessaoperação.vistograndes, por ser ?*^

*S??«to em tudo semelhantes,

tÜ ?/SsSom^ espécie * qne vinblo

d°SRão pdslfduzentas e dezeseis libras 92,571 san-

guesugas aportadas. w000 0 cenl0.Os preços variao endogdj*» ^^Termo médio : cento i^ouu, 18:314#200

As 92,571 V*Para applicar:

Em Porto-Alegre, Pelotas« de 320 a 400 rs.

Campai SSS os Pootis, 800,^80,^00."d^rmo

médio de rs. 0&0 por cada san-

guSaaaP°pSa, produ, a elevada—a de: •

Ao cento . • • «WJOOAo milheiro . . 6WD0O ^^

AS 92,571 ....••••_São applicadas em segunda sucção,

termo médio:€m terço. : . 30,857

jmm.1640 reis. . . . • • '.^MA terceira sucção ou terço iu,^

6:S82$i00A 640 réis. . . • • • • . • * . . en„,,sn

Algumas ha que sobrevivem à quarta e <P»» «JJJJsegundo os cuidados do commerciante, porem isso jnão entra no quadro restriclo. can(TljeqUaas, des-

Representa pois o valor de 92,571 sangoesuga..pacharlas na alfândega do Rio Grande em 1867, a somde 85:57ep20.

Calculando a importação de sanguesugas paraolm-perio tio anno passado, englobando as diversas proce-dencias, eto tres milhões (calculo âquem de seu justovalor): 600:000^000.

Depois da primeira applicaçao 1*920:000$000.Depois da segunda applicaçao, addiciouando 1/3,

2,560:000$000.Depois da terceira applicaçao, addieionando i/3,

2,7^3:333^333. 2.Esta somma é exíorquida aos soffrimentos e ás eco-

nomias das classes menos favorecidas, ao governo e ásociedade em geral.

Oxalá que este tributo oneroso de nm gênero me-dicinal de primeira necessidade fosse apenas monetário;quem sabe quantos soffrimentos aggravárão-se, quantosmales inoculárão-se julgando ministrar-se um íeni-tivq, custoso sim, mas sem receios de máos effeitos I...

É impossível que nada tenha acontecido não só pelafraude que se faz e tem feito na importação de bichasinfârtadas, como por applicarem as mesmas mais vezese em individuos e moléstias differentes.¦

O commercio da sangoesuga é hoje um ramo im-por, ante de algumas populações da Europa, Ásia eÁfrica ; a própria Austrália e confins da China têm for-necido o seu quinhão, sendo os paizes que( mais fome-cem: Hungria* Sardenha, Grécia, Turquia (Salonica eTrebisonda), Egypto, Polônia, Rússia, WaMachia, Marro-cos, Tunis, Álgeria, etc. E seus principaes depósitos as

, praças de Trieste, Marselha e Hamburgo.Commereialmente conhecem-se cinco variedades de

hirudíncas ou sanguesugas, segundo a côr e procedência,taes são: a parda, a verde, a clara, a cinzenta e apreta; denominadas também húngara, syriaca, turcae drago. Todas essas espécies, com excepção da ul-tinia, que é hirudotroctina de Jonhson (*), devem serolhadas como variedades pouquíssimo differentes dahirudo medicinalis (Moquin Tandon).

(*) A bicha de Hamburgo é a hirudotroctina, variedade ftammu-lata, originaria de Álgeria. i

— 15 —

ri»<wificSa-se no commercio em cinco sortes relativas»n neso, taes são: a sangoesuga vacca (cascuda) grossa,mediana, pequena e filetes; sendo o seu peso ¦

Ao miíMro da sangoesuga :Vacca, de 4 kilog. 800 gram. a 12 küog.ri,ftSt, rip _\ » 500 » a 3 »Sana 1 » *2S » a 1 »» 250gram.¦S£__ O » 628 » a 0 » 750 »Ses 0 »• 385 » a 0 » 450 >>A orimeira e ultima sorte não são empregadas no

rnLS ou ao menos não o devem ser umas pela«Sva grossura, outras pela sua pequenhez.

f conveniente saber o peso da sanguesuga segundoa L grossura, a bem da applicaçao ser profícua aos

Antes de servir, têm as grossas 3 gram.» » as medianas i » w centigr.

1 )y » » as pequenas 0 » 75 »

Depoisdeservir,têmas=as5 . 33 »

» » as pequenas 4 » 70 »

Resultando sugarem, as grossas % » » »as medianas § » ** »as pequenas 3 » S5 5) .

. Devendo-se notar que o ^eJ^a&™__;suras depois que ellas cabem, pode-se avaliai na^mesmaquantidade, termo médio, do que extrahirão. (Dorvauit*Officina, edição 1867.)

ESPÉCIES, VARIEDADES E HABITAÇÕES.

Mirado medicinalis: sanguesugas, !"*f^l*Pj

. são as denominações scientiücas e vulgares desse precioso verme da classe dos annehdes ( ). __

(*) Na classificação ^-O^^S^S^^^1^ramo dos rigosaires, no typo.dos ^ffi^^SxwtyteitB e nona ordem dos mysocephalos, na lamina uu&geiiero das iatrobdellas.

16

Corpo alongado, afinado, deprimido adiante, formadade 95 anneis iguaes; lisas ou, granulosas; cabeça con-tinua ao corpo, boca terminal bilabiada, lábio supe-rior prolongado formando venlosa com o inferior; trêsmandibulas semicirculares, providas de duas serrasmarginaes recortadas finissimamente.

Venlosa posterior, circular, ânus um pouco dorsal.Óvulos em numero variável de seis a vinte e quatro,contidos n'uma massa gelatinosa (semelhante a gommaarábica diluida), a qual se encontra na margem das]a»ôas ou banhados, nos quaes ha sanguesugas, met-tidas nas covinhas feitas pelas patas dos animaes, quasisem pre em lugares menos humidos; gera-se o óvulono termo de 30 a 40 dias. r

.

O comprimenlo da sanguesuga varia entre 8 a iücentímetros, tendo de largura 11 a 14 jndlimetros.ÍNysten, Diccionario de Medicina, 12a edição, lfco5J

A provincia do Rio Grande do Sul, segundo asm-formações de alguns habitantes da Campanha, possuetrês espécies de sanguesuga medicinal, a meu ver saoti es variedades da mesma espécie, bem que so conheçaduas (*); a parda mais ou menos escura ou clara (se-gundo a grossura) e a parda esverdeada.

Ambas pertencem ao primeiro lyp-» hirudo media-mlis varietas grisea de Bloinville, sanguesuga mediei-nal Sâr, Risso, Moquin Tandon, Filippi.

n Recebi, depois de já estar escripto o jresente artigo, vmvermes pretos listrados longitudinalmente, de• ^airo J»*'JJ,

«Juns verdes, em outros amarellas; duas listras sao ^Ina«s^sem saliências, e duas listras ^M-^ff^l^Hràilistra preta do ceniro tem um risco amarellado numas e veraeemA°vèntosa

annal é formada em disco a tocai ^oUjtoMg.• jior pouco prolongado; as três mw^^^i^E?1^!ventre nào achatado, sem manchas e de uma cor ptta.menoscarregada qué o dorso: o seu conipr.men o nao passa d

^limetíos; iriitando-se bota. a agua á semelhança dabichia.de.Hamburgo, sendo de consistência mui molle e mai Ws »•

di_Na falta de melhor classificação, nao tendo ene o^ado nosdi^versos autores que consultei a descnpçao deste annelide, aenominei-o hirudo-brasiliensis. PAmmprcio será,Em Camaquan preferem esta espécie, e pa a o commercio serámais vendável; poucas são as zonas que ella habita, poi ém póde-sepropaga-Ia.

As que examinei e possuo são das variedades de-nnmi nada s signa ta e tesselaia.

Têm o comprimento de 8 a 17 centímetros e de :laro_ra 11 a 14 millimelros. Corpo alongado, deprimido,estrelando gradualmente na parte anienor, compostode 95 mneis bem marcados, munidos de qnatro seriesoranulosas longitudinaes que se man.festao quando overme se encolhe. Côr, umas vezes pardo-cmzenta;rrl-es?erdeada algum tanto roxeada, outras mais oufw escura segundo a grossnra do verme. A parte su-

S émarcada de linhas pretas longitudinaes, quandorvèrmeseconlrahe,de manchinhas quando se estica,as quaes são alternas entre si, oppostas a uns ponU-unos claros, provenientes das series granulosas.

Eht remidade. lateraes recortadas mui finas mais clarasquf o dorso. Ventre achatado, d'um amarello azulado%_ duas listras ao comprido, mais claro. Ventosa bocalem fôrma de lanceta obtusa. »«^J"»^0J^»pretos em semicirculo na extremidade da ventosa bocal,

• Ventosa posterior um pouco maior que a bocal arre-dondada e saliente, listrada levemente. -

Nessas variedades encontrão-se de todas as dimensões_, noflprilo mais proficuamente ser expedidas pára osLSaes ato df que as applicações fossem conforme4

SZasdb°ondades, inuoxla e voracidade que diastêm, tive oceasiao de vêr fazer algumas experiênciasque derâo felizes resultados. ^wv.v* u* %

m moço sofrendo de um tumor sypbüilico fez |applicação das sangnesugas hamburguezas, porco.ainlammacão não lhe permittio sup porta-las; tentada.TaScaS das indígenas, a extracção do sangue naolhe causou as dores agadíssimas das outras

Uma senhora soffrendo de pleuriz estava tacinquietaque as bichas bamburguezas nao podiao pegar e umaou outra, que chegou a fixar-se sobre a pelle oceasionava-Ihe uma sensação msttpporlavel; a|plicon selhe quatro sangnesugas indígenas es a sucção foimrápida e sem dor, f» «l^PÂmÍTX^ttJ r, o que nao Ifce «toâ sicfo possível ate então.

2A.

— 18 -

Vários casos mais poderia citar para comprovar aboa qualidade das sanguesugas indígenas, porém seriairrisório sendo conhecedissimo o uso e excellenciadellas.

Não só grande parle dos habitantes da Campanhaas applicão em muitos casos, como geralmente os me-dicos as preferem, principalmente nas moléstias de mu-lheres e crianças, pela facilidade de estancar o sanguee rápida cicatrização, tendo a grande vantagem de nãodeixar sigriaes, o qae deve ser preferível nos lugaresapparentes.

í. conhecido por alguns o systema oe cortar a san-ouesuga ou dar um talho, quando a sucção é lentaou torna-se necessário extrahir maior quantidade desangue, tendo sido praticado e divulgado na Campanhapelo fallecido distincto Dr. Francisco Bosquin des He-laires

Preferem porém para essa operação a sanguesngagrande a que chamão cascuda, sendo ao que dizemmais lenta a sucção das outras; parece-me que estasnão poderão sobreviver á operação.

Em todos os terrenos encontra-se a sanguesnga naprovincia do Rio Grande, sendo com preferencia nosmargihaes aos rios, nas várzeas e pontos alagadiços.Nas lagoas do plató da serra também encontra-se, porémmenos quantidade. Nas margens do Jacuhy e seus af-fluentes; no littoral entre o mar e as lagoas dos Patose Mirim ; nas margens dos affluentes do Uruguay e seusvarzedos é tal a quantidade que os proprietários destesterrenos procurão ver-se livres dellas por meio de pu-trefacções que mandão depositar nos lugares onde abun-dão, carne ou de animaes inserviveis para chamar aaffluencia dos urubus, ou mandando deitar grande quan-tidade de sal.

No emtanto é sensível a falta no consumo desseprecioso annelide e o preço elevado que conservão édisso um evidente testemunho, sendo necessário inven-ar-se instrumentos (searifieadores) afim de supprir, bemtque defeituosamente, essa sentida falta.

Não julgo que exista na provincia do Rio Grande

— 19 —

a sansuesuga perniciosa hormopís sanguisorba, h. vo-rax, h. cavallina, sanguesuga de cavallo chamada vul-garmente. .. . , .

1 ° Porque é geral o uso de beber-se a água daslagoas e esse verme teria sido com freqüência absor-vido e occasionado nos órgãos mucosos accidenles muigraves. . . ¦ _.

á ° Porque todo o gado da província sacia a sede,e pasta hervas aquáticas nas lagoas, riachos, banhadose poças d'agua, o que occasionaria grande mortandadese nellas existisse esse verme voraz.

Introduz-se no homem e nos animaes em torma, asvezes mui pequenas, da grossura de um fio de linhamui tênue, algumas vezes, fixado sobre uma mucosa,cresce com muita rapidez.

A sansuesuga cavallina não attaca o homem (Ele-mentos de Zoologia. M. H. Miln Edwards). Não ha san-guesuga venenosa (Nysten loco cüato). Nao atacandoao homem, principalmente na epiderme exterior, pode-se effectuar a' pesca da sanguesuga, para maior segu-rança entrando com as pernas nuas nos lugares nosquaes' se fôr pescar; o que garantirá lambem a vo-raridade com- que estão, sendo mais preguiçosas as

que estão infartadas.

FRAUDE.

Attestâo os commerciantes de sanguesugas, que astinas que vêm de Hamburgo em direitura aos negoci-antes de importação, que não é pequena quantida-* de, em grande parte encontrão-se: « cobertas de um lixo.cc côr de sangue coagulado, tendo muitas vezes crescido(c numero de bichas mortas e sobre ellas ujis vermes« pequeninos que lhes são parecidos. A essas e pre-« ciso mudar, lava-las em água fria, deitar fora _as« mortas e as pequeninas, e deposita-las n'outro caixão.

« Não succede isto com as que vêm de transporte<c do Rio de Janeiro em umas caixas quadradas con-<_ tendo mil duzentas sanguesugas, as quaes são mais

* « vorazes e não soffrem tanta mortandade. »

— 9Q —

Estes dados colhidos de pessoas que têm constantelidar com esse gênero, demonstrão a fraude evidente-mente. , v

Esses indivíduos attribuem o sangue coagulado emfôrma de lixo sobre a argila das tinas, o terem acon-dicionado e expedido as sangnesugas logo depois dapesca e não terem tido tempo de digerirem os alimen-tos de que se nutrião nos tanques de sua procedência.

A fraude é feita pelos especuladores em primeiramão, a fim de enganarem aos negociantes que as im-portão para o Brasil, vindo a maior parte em consig-nação aos negociantes do Império, aos quaes pouco lhesimporta a qualidade.do gênero, logo que possão rea-lizar a commissao.

Eis a declaração formal de grande numero de facul-tativos, dictada pelo Sr. Alp-Sanson: .

« O emprego da sanguesuga importada fraudulenta-« mente com sangue, pelo s pescadores, é criminosa.

« 1.° Porque nada nos prova que o sangue do qual« estão repletas não contenha princípios nocivos; tal« seria o sangue proveniente de animaes affectados de

.«moléstias carbunculosas (carbúnculos, pústulas,« malignas; estado dos animaes estafados); mesmo de« animaes mortos de podridão, ou de indivíduos ata-a cados de diversas affecções, emfim o sangue ai-« terado pela pulrefacção.

<c Nenhuma experiência confirmou que esse sangue« causasse a morte das sànguesugas, e que o facto da« sucção destrua a acção perniciosa dessas matériascc nocivas, sendo ao contrario mui provável que nos<c movimentos alternativos da sucção ellas tornem, a« applicar, ao contacto da cisura que fazem, p sangue« que conservão ainda puro no tubo digestivo.

« A experiência tem demonstrado que, após a cisura« de certas bichas, manifestarão-se diversos accidentes,« taes são: inflammações mui vivas, inchações, ulceras« e escarros gangrenosos, entretanto que sobre a mes-« ínà pessoa, quasi no mesmo instante, taes accmen-« tes não tinbâo sido produzidos par outras sangue- §« sugas.

— 21

« 2.* Porque a energia da acção da sanguesuga sendo« geralmente supposta, independente da consideraçãoa da espécie e grossura devendo ser tanto mais quanto« maior fôr o verme; a grossura artificial produzida(( pela frauda tem por conseqüência enganar o medico« sobre a quantidade de sangue, que um dado numero« de sànguesugas possa extrahir n'uma applicação.

« 3 > Que duas forças absorventes são em relação justa,« ainda maior, quando passado seja um longo tempo,(( depois que ellas alimentárão-se, especialmente se tive-« rem sugado sangue de animaes-, de onde conc!ue-se« que não se pôde de maneira algnma contar-se sobre« as sànguesugas qae fôrão ou estão repletas de sangue.

« Destes factos o Sr. Alp-Sanson conclue: que todoa o medico deve abster-se de empregar sànguesugas« defraudadas ou servidas, de qualquer origem que« essa matéria provenha. »

(S. Dieu.—Matéria medica, tomo 2.°)Os meios para conhecer a fraude sao facillimos e

esta'poderá ser averiguada por todos. ^ mUma sanguesuga de boa qualidade e mui elástica;

triplica-se o comprimento que ella toma ordinariamentequando caminha, esticando-se de uma maneira sullicientepelas duas extremidades.

Ainda reconhece-se pela rapidez de seus movimen-tos, de suas contracções, das superposições dos an-neis uns sobre outros; quanto mais contrahe-se e tomaa fôrma oval, mais ella é vigorosa.

Um signai de boa qualidade e o de (} .em suaparleanterior do corpo, relativamente a pos tenor

As. sànguesugas in fartadas, . quer fraudulentamentequer pela applicação, são preguiçosas e nao apresentoos caracteres citados. _ flfwpn

% agarrando uma sanguesuga falsificada, e íazendo"se-lhe curvar o corpo em angulo recto para o cen^o;atada mais, em espreméndo-se levemente as duas me-Ss ?m áirecçãrl angulo da »« W*£g£a pelle esticada do verme, um reflexo azul arroxeaao,

(*> Falta uma palavra no original. - (Da Redacção.)

~ 22 —

se o sangue está coagulado no corpo do animal, sen-te-se os grumos por entre a pelle- a

As sanguesugas infartadas, tingem de orna côr aver-roelhada a água e os pannos nos quaes »*» deposito-das, por meio do sal refinado, largao o sangoejmcontêm, com moita brevidade. Podem tombam conteralgum sangue as que forem recem-pescadas, poremesseè de um vermelho esverdeaplo e em pouca quanti-dade •

Em França uma circular do ministro do commercio,em data de 1857, fixa as instrucções que o» faeulUrtivos devem guardar na rigorosa fiscalização, aesseramo de artigo medicinal.

(dorvault—loco citato.)

PESCA E AC0ND1G10NAMENT0.

Vários meios fôrão suggeridos para a pesca das san-

guesugas, os quaes podem ser todos mdistinctaomntepostos em pratica; taes são: pescando-se com a man,com uma peneira na extremidade da qual poe-se mcabo; enlrando n'agaa e expondo-se a ser mordido;deitando nos banhados e lagos coberturas de Ia, ou pe-daços de flanella e turvando por baixo a água, ou emfim pondo um panno ensopado em sangue, sendo pre-ferivel o meio de entrar n'agua por ser o mais seguro,a menos que a lagoa seja funda. .

A operação da pesca exige, mesmo assim, alguns em-dados e precauções para que o commercio seja pro-ductivo e da maneira a mais própria, para a conser-vação e exportação. . .

A pessoa qué pescar as sanguesugas remette-las-naa outro que as deitará n'um vaso ourecepienle commuita agoa, na temperatura da lagoa: este as la-vara e tirará uns lios brancos como cabelhnhos (síoas sanguesugas pequenas) que lhes estão fixos ao corpo;essa operação será feita com cuidado aüm de nao mo-lestar a pelle ou epiderme da sanguesuga, o que po-deria occasionar umas cicatrizes, das quaes proveria a

morte.

23 —

fom um panno de algodão é preferível essa opera-

ção segundo informes de meu particular amigo Anto-nÍ?aS^vatn.e depois disso e deixa-las r. outrosvasos por alguns dias, teodo-se o cuidado de mudar8

CrlTem^Sa as espécies e os tamanhos paradeposHa-las separadamente nos respectivos ca.xoes outÍDSP_undo uns as qualidades differentes picão-se entrePlkSm como as pequenas ferrão-se sobre as gran-dis para alimenlar-se: sendo geralmente as pequenasaSSAZne0scaZeporém não deve ser. feita em todas as es-,-rifdn a_no ella não só seria prejudicial ao pes-lado? como viria em pouco tempo esgotar esse n-o£mocommercio. embora pareça impossívelSehTrânde quantidade de sanguesugas que a pro-TT'ÍRa^arSbSSUé nociva a pesca não sô

Na epoça ua m J repouso necessário a fe-

P°rf\._ orno também a moríandade nas operações da

2S:3i5as«a-±pesca f.e"a*!^ er DOr cauSa do abaixamento dasusceptível de morreJ.P;i;a,^íls. DroCurando o vermetemperal_;aa internar^ m p otodamente na terra,

permilte conservarem-se a e a p,m vera && ^

£ r__s_. «í" "-*¦ ** -'eCr°eio

que os próprios commerciantes de sanguesugas,

- 24

devem preferir as que forem pescadas nessas es-tações, por garantir a qualidade do gênero e seremmais próprias para a venda.

Se os mercados achão-se providos de sanguesugas,nas épocas dessas duas safras, os próprios pescadoresé commerciantes bem podem guarda-las nos respectivoscaixões; não lhes diminuirá nisso o valor, ao contra-rio serão mais próprias para o commercio de consumoe de exportação; não sofrendo tantas moléstias, quandoestão em iejum.

Receio, mesmo demonstrando peremptonamente, quea avidez e ambição não tenhão em muita conta, o queexpuz a bem da conservação deste precioso artigo tne-rapeutico, o que faz-me receiar a ponto de nao quererdar publicidade á presente Memória, se não contasseque o governo iüustrado do Brasil previnirá com me-didas enérgicas a barbara exterminação que se seguiraá revelação desse importante ramo de riqueza na-tural. l _ ,

A Prússia, a França e outras nações derao» bem queum pouco tarde, ura limite a esse gênero de industria ;o Brasil conhecendo os effeitos de uma liberdadenociva, por causa da ignorância e da ambição, poderáantecipar a repressão do mal, antes de ter que lamen-tar a incúria, a bem de conservar o precioso dom como qual a Providencia dotou o Império.

Este appêllo ao governo julgo que será attendiüo;é em nome da própria humanidade que o dirijo aquem pôde a deve considera-lo.

Acondiciomrnento.-~])eçois de'pescadas as sangue-sugas, segundo os meios que ha pouco indiquei, e pre-ciso muitas vezes transporta-las a paizes ou lugares dis-tantes. Esse transporte, para ser effectuado sem riscopara a vida desses annelides, deve-se observar certasprecauções relativas ás épocas mais favoráveis para asremessas, de maneira a acondiciona-las, ao tempo quepossa durar a viagem e ao ponto para onde se des-íinao. fe . ,

As estações mais favoráveis do transporte das San-

guesugas são a primavera e outono.

Na wimavera ellas segregão poucas mucosidades enenetrão facilmente na terra e pelas hervinhas qnesede tão nos vasos que as contêm. Nessa época ellas saomenos expostas ãs variações da temperatura, e mesmoquando esta não é mui elevada pouco deve-se recetar a

PUnfmaisí°á lmmidade da estação, retarda a promptarlpspccarãa da terra nos vasos ou caixões.

Os Ss de Abril e Maio são também favoráveisi remessa das sanguesugas; nessa época ellas estaomafs robustas eresistem bem ao cansaço das viagens*

linda mais, estando o ar impregnado de hum.dadesn< vasos e caixões mantêm-se frescos num estadoiSe; a terra qne serve para as acond.c.onar con-çArva sp molle e fácil de penetrar.Se"rnte

os calores doestio não se pôde remeter scan«np«no^ senão a mm pequena distancia, nao sof lgrra d8e,ècca-se facilmente" como os miasmas queíhèf são noc vos, e a putrefacção das que morrem oc-casiona anndes perdas: sendo muitas veras precisohSec^lhesaPterra, as ^bitas variações da tempe-ratora occasionão-lhes também a morte. Alem disso e afpoca da píòpagação; e a razão^'«oppoe-» a

pesca e remessa das sanguesugas nesse tempoO inverno é mais favorável que o verão para as re

me^sXnando-se.o_ verme e con^do^e nointerior do vaso ou ca.xao, e porem| difficil pesca lo e

por conseguinte infrucluoso o trabalhoV Depois da pesca a sanguesuga deve ser depositadaAm tanniies separados afim de punfica-las, tazenüq-asdfgeri^o sangue que contêm, devendo-se mudar a agua"TgSSi espécies e os tamanbos a bem não.sóde reWlas ^o^m ^° Sm-s

° ecT-'

conforme uns is espécies úm^\^r,nAesprocamente, e as pequenas atacao as gr»V É necessário também separar e d e.lat forasqneestiverem com alguma cicatnz. P^™»^ ^He da terra fazem ulcerar e oceasionar-lhes a morto e a

putrefacção.

26 —

Anos algum tempo lavão-se as que se escolhem paraa remessa e enxug. -se bem, afim de t.rar as mu-píisiriades auo adherem sobre ellas. ,

A maneS de melhor acondicionar varia segundo a

distancia para onde são remettidas.pa traiecto é curto pódem-se lançar num vaso ae

barro cm pouca agua, para que as oscillações nao

seiã. muT bruscas a cança-las de mais; os potes em-

brulhate em pannos molhados para manlê- as n^oma

Speratnra Jsca, serão depositadas em caixões con-•tpndn nalha lavada e deseccada ao sol.

Se a distancia fôr grande, deve-se empregar uns

caixões dè ires ou quatro palmos de comprido e umSn so e um e meio palmos de largura, lendo

f ^'pregada a qual no cenlro *^j£*lnha de um palmo com furos para deixar pas-ar o

ar necessàrfof podendo ser de íoiha ou de tecdo de

Enche-se o caixão alé á altura de meio palmo, debarro extrahido a pouca distancia da lagoa onde se pes-Srão as' anguesugas; será amassado e lavado, sem3TS^roperaçãoler-se-hacuidado deextrahirdo b_o as pedras, os vermes terrestres ou mu.hoeas,as r_es e mais resíduos vegetaes ou matéria orgânica

JeTossa conter; expõe-se sobre um pan™ ou taboaem lu*ar sombrio para deixar escorrer a agua em quee_ja embebida, alé ficar da consistência de massa.molle.

Conhece-se quando o barro é próprio para lecebera sanguesuga, mellendo-se um dedo e lirando-se semoue íicue muito sujo de terra.

Logo que esteja o lAro promplo, deposita-se em pe-qnenas camadas no caixão, de maneira que nao fiqueLar algum vasio; quando a superfície estiver bem

plana dèilão-se as sanguesugas ^ pequenas quanli-dades, afim de que ellas possão mais facilmente per uraro barro. Cobre-se o caixão com uma tela metalbea oude fio de arame, na falta desle, mesmo de tecidq decabello; a tampa de madeira será ^enlão toda perlura-da, ua falia da tela a tampa será fechada e apenas no

émà ü

centro terá, como indiquei ha pouco, outra tampinha

^ref dtas depois de encaixotadas, as sànguesugas,depo itadas paraAsso n'nm lugar fresco t, arcado _aoabrigo de ralos e baratas , tempo necessário para elas™arem seu lugar, bem dentro do barro, serão entãoremettidas ao seu destino. manpira

É necessário deposita-las nas carretas de maneiraque nâo soffrão solavancos, deilando-as sobre camadasdp nalha aue não tenha cheiro algum.deSrlraqnte

a viagem a terra tives se,«*»wdobasta cobri-la com alguns pannos molhados collocados^oS^TSa

destino as sànguesugasMfígem mais cuidados, que têm por üm subtrahi-las as

subilas variações da temperatura.Collorão-se os caixões n'um lugar fresco »

jadd; destampão-se e deita-se sobre o barro água trescaé á altura de seis centímetros. .Com a impressão da água as sanguesugaisahem 00

barro em quantidade;, agarrao-se então comj mm,,

repete-se essa operação até não sahir ma n^umaremexe-se depois disso o barro ja bastante«demdo e extrahe-se as qne ainda se conservarem dentro.Lavão-se por algumas vezes em água de chuva ou corrente, na temperatura da atmosphera, enxugao se oe

poi conservão-se para o uso que se des unir. Comoellas segregão, depois de ter viajado, m"[\*\™0?**dades será bom deixa-las em repouso alguns du*

tendo-se o cuidado durante uma ™ V°3* âlhes a agna freqüentemente; depois desse tempi poaeraser mudada a água de dois ou de tres em ires d.as.

(S. Dieu—loco citalo.)

— 28 —

CMmica Industrial.Bs«..a»s ««.br» * ««s^r:;,^».

tooL faculdade de scieaeias, e pratetuor da ««ner»!-tjade do Chile.

Setembro de 4872.

NOSSA POSIÇÃO.

Suum cuique.

Ao encetar a publicação deste trabalho, chegârão-nosás mãos os ns. 7 e 8 do 8o volume dos Annaes daSociedade Rural argentina, e nelles deparamos comum artigo sobre «os inventos e os inventores», comoapontamentos para a historia da conservação das carTiesno Rio da Prata. ,

Tem-se fatiado tanto a ^ste respeito, tem-se com taiempenho procurado desmoralisar a obra com tantoatrevimento como incompetência, que julgamos ene-gado o tempo de appelíar para o critério publico,^ afim de esclarecer os factos e desvanecer a má impressão,que deve naturalmente produzir a appanção de qual-quer inventor que se apresente. E' isto o que se P^poe,ao que parece, o artigo a que nos temos referido. Nelladá-se a cada um o seu lugar suum cuique. Devemtodos carregar com a sua responsabilidade, como seuridículo, ou com sua gloria. Era necessário definir asituação, para saber a que ater-se, e isto e que seráx conseqüência indubitavel da leitura da publicação allu-

Querer jogar com um dos mais difficeis problemasda sciencia, pretender sua resolução d pnon' semreflectir nos valiosos interesses que implica, sem dar-se conta sequer dos resultados compromettedores queá primeira vista surgem, é desconhecer o terreno quese pisa, não comprehender o nobre e grandioso fimque se busca. <

— 29

Dizemo-lo cora franqueza, a ter sabido antes do es-tado em que se achava este assumpto nas republicasSo Prata, é quasi certo que não nos atrevêramos adeixar o nosso paiz, para nos vermos em uma posiçãoexcepcional, collocados ao lado dos que_ levarão atéaos excessos do ridículo uma questão tao seria e taodiana da meditação e do estudo.

Estávamos mui longe de acreditar que figurassemno campo glorioso da sciencia e na arena honrosados inventos os que não deverão figurar, os que pre-cisaraente não podem' figurar, onde o respeito pela leie as considerações sociaes são obstáculo suficiente paraconter a ousadia de uns, para castigar a ma fe ou aignorância dos outros.

Não ê, pois, de estranhar que nos cellocassemos emoutra fileira, não querendo receber com outros a triste

gloria de um vão triumpho, carregando o ridículo nemaceitar as pouco honrosas phrases, que com farta jus-tica a dita Revista lhes applica. Pelo contiauo, pre-ferimos o lugar seguro dos .acontecimentos, apoiadosno firme cimento da sciencia, para observar a suamarcha até á resolução definitiva do problema.

Actnalmente nossa posição está definida : fez-se-nos.

justiça, não. se nos confundindo com os numerosos re-pisantes de que falia a Revista, nos números a quetemos feito referencia, e nos em que se exprime assim:

« A questão da conservação das carnes tem to-mado um caracter jocoso e super abundante de w-ventores audazes, ou pelo menos tao ignoiUntes queconsiderarão a republica argentina como ^radeiMas,ou povoada deindjos selvagens »; e em seguida referra-do-se á lei que concedia um insignificante prêmio aoinventor que apresentasse o melhor meio de conser-vação, accrescenta = «Aquella lei fez com que se apresen-tasse a concurso, salvas raras eicepçoes, l-*»gdemaí» audaz e ignorante, que registra -1 historia dos

falsos ou ridículos inventores. Isto non. 7.1NO S , ler-minando o artigo, diz com relação a nos:

« O procedimento do Dr. Vazquez è «¦*"£»*£"de attenção, e pòde-se esperar delle um resultado pra-

\

30

u Rrt-^ rio nnwa industria e commercio. Atico em beneficio de nossa ™*

de valor;manipulação e simples; ^«re^ v búme posto sejão precisas vasdto para o^^

^ . _-

estas ser de madeira conimum, itêm servido para importagao cie omwmerciaes. ;n«rpdipnte proposto sobre o

« Quanto áacçao Ao I^^J^sbo antíse-organismo, julgamos «^

enha

ptico mais simples e inonenbivu4uempregado. » , . e crêm0s que só'«re

^^Sr^aX factos para fallar

qoe, ee é certo que: no, pr.o«pio >e pode í ^

com alguma cousa de ^pro^ico. Nessa exposi-

canto com todooseu tnstissii u instrucçao

SST?S. 'S S d'meeis de

JnediarNão prosegeiremos nesse terrenc,res«ladiço as

apreciações, em que não queremos nem devemostrar, maxime em nossa posição.

Nosso propósito ao consignar ojue pre den^

resses que .representamos.àntPs de entrar na matéria principal, objecto deste

dade de nossas ideas e de nossos acros, iw _nnwtSft spm uma explicação previa das condições emretos SmoTe de nosso fim ao pisar nestes; pa« s,

quando justamenteacabava de apparecer aquella critica

31 —

satyrica, ainda que não nos alcançasse, teria sido pelomCd\«£ê3c5o* ™™s occupar-nosdo assumpto,rnfceoi"' Ph en abeça esta monographia. Não.seremosS pn<fnf trataremos de dar a conher só o mais impor-ante qU tenha-os obtido em nossa observações.Na»S' mando a tranqüilidade do lar. nos tenha res .tm-Ia calma necessária, por ventura publicaremos umtahalho mais extenso e completo, cujos matéria s^naramoa. que abranja se fôr possível, quanto se

?emf ilÕeescripto sobre a conservação das carnes to-mande'em couta os melhoramentos que novos estudostragão aos methodos já conhecidos.

O PADPER1S«0.-MEI0S DE ABOLI-LO PELA ALIMENTAÇÃO.

€madfSemmtre8reaVpteo^ãoVs°—Z São,0éTPaaboliÇrPdo ,ÍSS, vergonha da civilisaçáochdsaã e Rermen de tantos males na sociedade

TrMolucão desse grave problema, para qual tantoJ.nií ternos que só pôde ter lugarientro, das

Sl T^JStaT em harmonia com leis apro-Sl^rSJto os que mandão eos queSS&W«i* como os que têm pouco.

a P^Zía tem feito e faz prodígios, é verdade; poremnãoA ôde0lnerpoderá bJ *^^*»Ecessidade, desde que a abnegação nao a,anç. .sumimidadp do sacrifício, nem as facilidades do oom meiSdo dos aíügos de primeira necessidade para a vidaíem chegado ag ser reaes nos paizes escassos dos pnn-eÍPNinV«remg"

no?a o "ue

se passa, e o que necessária-mente deve passar-se onde a alimentação é cara, e pnn-*ri™ mente a carne, destinada como eslá quasi exclusi-vaCe ara"gente rica. Si se consegu.sse diminucíarmpr annella praga em uma escala reguiar, bi bt;SL Proporcionar esse alimento a tantos pobres,Z SndaP oC comerão e provavelmente mmea.ohão dè comer nas condições requeridas, e mdubitavel

— 32 —"*¦ ,1 rJt

_

que se daria um grande passo no terreno do progresso,, eprogresso de conservação de seres humanos; progressohumanitário, salvador, sem os perigos que outros pro-gressos do século XIX têm trazido á humanidade.

Si se conseguisse por meio de um systema de conser-vação, que fizesse conta, que cumprisse as prescripçõesda hygiene, que preenchesse todas as exigências, querespondesse, em uma palavra, a todas as indicações doproblema; si se conseguisse, repetimos, proporcionarassim um. alimento cão e nutritivo, não preencheria |0dito systema o" vácuo immenso que deixa a alimentaçãoem nações populosas, em que o gado e demais meiosde sustento não bastão, e de dia em dia menos basearãopara satisfazer as necessidades do consumo, por qauSado augmento de população, que não se acha em pro-porção com o gado, no qual, por outro lado, cèva-se»com freqüência esse novo inimigo de morte, que sechama epizootia ? Sem duvida e cremos que seria oúnico meio possivel de chegar a este resultado, •

O consumo da producçao agrícola na Europa, deveaugmentar necessariamente na mesma proporção doaugmento de população ; emquanto que, pelo contrario,o augmento productivo diminue em razão inversa dónumero de consumidores; e não só por effeito dadesigualdade das proporções, senão lambem em con-seqüência do empobrecimento do solo, que apenasproduz já em muitas localidades, ainda á força depreparo.

Esta situação, que o tempo vai reaggravando, pôdechegar a sertão critica e excepcional, que a sociedadenão saberá que fazer para soccorrer as massas flageí-ladas pela fome, nem os governos bastaráô para con-tê-las em um excesso revolucionário. Áchamo-nos empleno século XIX, em que as luzes do progresso irra-diao por toda a parte; porém lambem as sotnbras seaugmentão á medida que aquellas apparecem, e é afavor destas que se engendrão certos crimes, de que seguer tornar responsável a civilisação actual. O com mu-nismo tem sabido aproveitar, por mais de uma vez, oestado anormal da miséria, por meio de sua imprensa

33

póp seus tribunos, para lançar grêmios inteiros darias*- operaria no campo ensangüentado das revolu-£ Os grandes crimes, as graves fa Uas sociaes, re-mora ma marcha progressiva da humanidade, o mesmonu o _«corruptor temido e lern sua origem prm-Hnalmènte na miséria. Quantos processos nao figura-cipaimemeud criminosos, em vez

Tuma mo?te affrontosa no patouIo; tenão levado uma

v_°eg_ no meio da sociedade, ao ado dos gozosda famTaee «vessem tido meios de mer e de edu-

' _-se em as necessidades oppressivas da fome.* bPscobrir, pois, nm meio de fazer frente a esta ne-

!Sm ou pelo menos minorar suas conse-C;8Sse0ràsèm°^um progresso -1 -escudo2». ^me^iaqtu7meC0uSadofdescobri_SS° not ves8,5, XS Tseculo actual, por suaS_fi_ão levando o bem estar ao seio mesmo da

loròoaonde Ie goza principalmente das vantagetts da

^idaPcivinsaaa, soffre-se também ma s no phys.co emoral Delo contraste mesmo que produz, .m0CousaPsingular

1 Alli «nde a illustraçao e a riqueza• correm de par, alli onde as sciencias e as bellas artes

mantém consúntemente vivo o fogo sagrado das in-

£li encial onde a vida é ridente saUsfe, a ao pa-rer<_ de uma felicidade suprema, alli ha milhares ae

, - Zrt"tZos qne, quaes esqueletos•J^^cahem na rua morto? de fome i e por detrás da

íumba, a orphandade com todos os seus horrores de

. VTSexp£ão'

em grande escab das ^esaUmen-ticias seria pois, como o complemento da resolução

desse problema social, abrmdo-se um largo campo ue

ao de estudo ao scíentiflco.ao pbiantr opo.^co-nomísta e ao homem de negócios. __ este foi, dizemofo com honra, o movei principal que nos levou a em

prehender estes estudos, expondo-nos por ventura a

critica injusta, ou ao ridículo sublime da ma le

da ignorância. , , mift somosRepetimo-lo com toda a sinceridade de queimo*

A.

\1 — n -capazes, sem que importe isso o mais escasso mérito,porque é puro effeito do nosso caracter: o motivoprincipal que nos obrigou não foi tanto o attractivo dolucro, como o desejo de poder contribuir com algumcontingente para aquelle nobillissimo objecto.

HISTOKU DA CONSERVAÇÃO DE MATÉRIAS ORGÂNICAS.

Ha muito tempo que a conservação de matériasorgânicas preoccupa os sábios. O desejo de conservaros restos dos seres queridos, ou dos homens, que setornarão notáveis por feitos heróicos, fez com qoe desdeos primeiros tempos se recorresse a meios de conser-vação, mais ou menos adequados, que mais tarde asciencia tem aperfeiçoado, contrahindo-se não tanto áconservação dos cadáveres, como á dos objectos dehistoria natural e á das peças anatômicas, que têmsido seu principal objecto.

Porém, os alimentos que, como era natural, exigiãócom mais empenho a conservação, não devião ser pre-teridos, e em breve procedeu-se a procura de metho-dos, quedessem o resultado desejado. Infelizmente,pelo que toca á conservação em estado fresco, houveque tropeçar com innumeros inconvenientes, nascidosda própria natureza das substancias alimentícias, par-ticuiármente das albuminoides de origem vegetei eanimal, considerando-se pouco menos que impossívelpoder chegar definitivamente ao objecto desejado.

De feito, quando se estuda as propriedades dos cor-pos organizados e se observa as modificações que ex-perimentão, uma vez sujeitos á decomposição espon-lanea, ou á acção dos íeaclivos, chimicos, quasi quese desespera de um problema que parece irapossive!resolver. O desalento augmenta, ao tratar-se da con-servação das carnes 4Je alimento. Não ha matérias demais fácil alteração do que as que constituem a carne,ainda, cada uma de per si; e reunidas devem estarmelhor dispostas para a decomposição, pois que omesmo agrupamento e a massa facilitão o movimentopojecular, que produz a desaggregação dos princípios*

c-issai !j?j ama

* .

Assim è com effeito, augmentando-se as difíiculdadesda conservação, quando para isto havia que recorrerá meios chimicos que devião alterar a matéria ali-

. menticia, ou communicar-lhe propriedades nocivas.Sem embargo-, era necessário proseguir. Se obsla-

culos devessem desviar o homem do caminho da in-vestigacão ou do seguimento de um objecto nobre, ahumanidade não teria avançado um sò passo na marchatriumphal de sua antinomia, nem cada época de suacarreira se acharia assignalada com o sêllo brilhantede algum descobrimento. Era necessário proseguir.Em diversos lugares da terra, intelligencias e vontadesdecididas, com admirável perseverança,, esforçárão-sepor encontrar um meio, um processo seguro para con-servar as carnes frescas em todas as condições re-queridas. , .

Mas, os diversos processes propostos ate hoje naohavião correspondido definitivamente á resolução do

.problema e era pois preciso ir adiante. E isto quenos propuzemos ao emprehender os trabalhos de ex-periencia de que vamos oecupar-nos. Antes, porém,para preencher melhor o novo propósito e para me-lhor comprehensão destes apontamentos, parece-nosconveniente dar uma idéa do que é a conservaçãoem geral, tanto das matérias alimentícias como dasque o não são.

CONSERVAÇÃO DE MATÉRIAS 0RGAWCAS EM GERAL.

Os processos de conservação varião como a naturezadas matérias orgânicas, com o volume e forma dosobjectos, com sua maior ou menor alterabilidade, esobretudo, segundo o uso a que se destinão.

Taes processos repousão neste principio geral:—privar as matérias orgânicas do contado do ar, da hu-midade e do calor, causas essenciaes de alteração.Podem elles applicar-se natural ou artificialmente, se-gundo os casos. Ha também porém outros processos,que consistem no emprego directo de matérias conser-

!-__!

vaâoras, capazes de oppor-se á decomposição das sub-stancias, mesmo ao contado do ar, da humidade e docalor

Segundo os processos fundados na privação do ar,humidade e calor, para a conservação das matérias,chega-se a este resultado, empregando os meios se-guintes:

(Continua.)

Belução dos alumnos promovidos a differentesclasses nos exames pe tiverão lugar em De-zembro de 1872 na escola noctuina de adultosda Sociedade Auxiliadora da Industria Ia-cional.

1» classe.

1* Secção.

Franklin João Soares, approvado.Tito Paulo do Rego, approvado.Luiz Gomes da Silva, approvado com dístincção.Francisco Ribeiro, approvado com distincção.

S5» Secção. ;

AUão José da Cruz, approvado.Júlio Dias Duque Estrada, approvado.Fernando de Oliveira Sobral, approvado.Pedro Ánacleto Ferreira, approvado.Manoel Rodrigues de Medeiros, approvado com di»-

tincção.José da Costa Pereira, approvado.José Ferreira, approvado.Noé José João, approvado.Henrique José da Silva, approvado.

MT Oi "¦*"

2» CUSSE.

1» Secção.

_»a Secção.

José Faustino da Silva, approvado.

3& CLASSE.

f» Secção.

Augusto Eugênio da Silva Santiago, approvado.I

_5» Secção.

A1fredo Antônio dos Santos Coimbra, approvado com

distineção. t4* CLASSE»

S« Secção.

José Ricaldoni, approvado com distineção.

5a CLASSE.

2» Secção.

Firmino Felix 4. Barros, approvado com distineção.

josé Manoel Gania, mslrew artes, director.

A.

1l

3*. ua»

J_

Relação dos alumnos não promovidos nos examespe tiverão lugar em Dezembro de 1872 na es-cola nocturna de adultos da Sociedade Auxilia-dora da Industria lacional.

3a CLASSE.

Ia Secção.Antônio Maria de Barros.Bartholomeu Bruno.Manoel José de Freitas.

St» Seeção.Mathias Antônio do Nascimento.João Cosme dos Santos.Antônio José Xavier.Carlos Eduardo Mascarenhas.Fortunato Maria da Conceição.Auguáto Luiz Vianna.Escola nocturna de adultos da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional em.24 de Dezembro de 1872.

José Manoel Garcia, mestre em artes, director,.

i

Mação dos alumnos que oMiverao banco de ion-ra nos exames que tiverão lugar em Dezem-bro de 1872 na escola nocturna de adultos daSociedade Auxiliadora da Industria lacional.

Ia CLASSE.

Ia Secçà®.Luiz Gomes da Silva.Francisco Ribeiro.

g?

— 39 — ¦

SS» Seeçã®.

Manoel Rodrigues de Medeiros.

2a CLASSE.

Ia Seccão.

Marianno José Ferreira.José Autonio Pereira Rosa.

3ft classe.

2» Seccão.

Alfredo Antônio dos Santos Coimbra.i

4a CLASSE.

SS™ Seccão.

1

José Ricaldoni.

5a CLASSE.

Sa Seccão.

Firmino Felix de Barros.

Escola noeturna de adultos da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional, em 24 de Dezembro de 1872.

José Manoel Garcia, mestre em artes, director.

— 40 -

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SOCIEDADE' AUXILIADORA

11ÜSTE1A lidOIN> 2.—FEVEREIRO DE 1873.

A'¦\:.

DA . yf:%

:

de 189.5.

P_ES„,E_C,„ ,0 -». S, CO_S-LBE.a0 »- -STABO VISCOUDB .

DO RIO BRANCO.

. Achando-se ^^\^.^ZÍ\T^l^'minisiralivo, Srs. conse heiri V scond« d°J°

%Drs. Souza Costa, Pereira PortugaRarmmoiu ^"fér,

Nascentes Pinto, e Sayao Lo^o Sobnnho mes

tre em artes Garcia; ^mendadores .Azeveüo

Maria Pereira, e »tlamod Monunorency, eSattamini, Rabello, Des^mps.ae ,

Lellis Silva -, e os membros effecUjo»»»^ ^Barbaçena, Gonde Rozwadowsla, con.emenifacio Nascentes de Azambuja; João toemo .^Jasper L. Harben, e Dr. ^se CaelanoüeraTavares, foi aberta a sessão, lida e sem

approvada a asla.da anterior, que te.e mga.

de Dezembro do anno passaoo. ' txA.

42

EXPEDIENTE.

O Sr. secretario participou que se remetteu para in-formar:

Em 3 de Janeiro á Secção de Machinas e Appare-lhos o requerimento recebido com o Aviso do ministe-rio da Agricultura Commercio e Obras Publicas, oatadode 30 de Dezembro ultimo sob n. 63, e em que An-tonio José de Oliveira, lavrador na Barra de Santa Pala,no município de Theresopolis, pede privi egio por 50annos para d uso e venda de um amassador de barro,que diz ser de sua invenção, e por 20 annos para aintroducção das machinas destinadas ao fabrico da temadenominada franceza. ." „ • i *¦ Ar,

Officio do Sr. Dr. Nicoláo Joaquim-Moreira, oatadoem 2 do corrente mez, era que paríicipa que nessadata entregava á Sociedade os folhetos e jornaes, cons-tantes da relação junta ao mesmo officio, e qae no decursodo anno passado lhe fôrão remettidos na qualidade deredactor do Auxiliador da Industria Nacional.—In-teirado. . r

Officio do Sr. mestre em artes Jose Manoel barcia,participando que no mez de Dezembro ultimo funccio-nárão com regularidade as aulas de inglez, de gram-maticá portugueza elementar, e de arithmetica eme-trologia elementar da Escola Industrial.-Inteirado.

Officio do mesmo Sr. acompanhando o mappa do mo-vimento da Escola Nocturna de Adultos no mez deDezembro próximo passado.-Inteirado, sendo o mapparemettido ao Sr. Dr. redactor do Auxiliador parapublica-lo. ,, . Vl . .

•* Officio do mesmo Sr. dando conta do resultado, aosexames, a que nos dias ii, 17, 19, 20 e 23 de Le-zembro próximo findo se procedeu na Escola Nocturnade Adultos, e remettendo as relações dos alumnos, quenesses exames obtiverão banco de honra, e cios quefôrão promovidos ás differentes classes.-Inteirado;sendo as relações remettidas ao Sr. redactor do Aim-liador para publica-las.

Mm'm

43

Foi lido, e sem discussão approvado o seguinte :

« O jury constituído para o julgamento dos exames« dos alumnos da Escola Nocturna de Adultos da so-« ciedade Auxiliadora da Industria Nacional, nos lermos<( do art. 47 do Regulamento, atlendendo a que osa alumnos Firmino Felirde Barros, da 5/ classe do« -2.« anno, e José Ricaldone, da 4.* classe do 1 .• anno« se achão comprehendidos na disposição do art. 84« das

'instrucções para a regnlansaçao e disciplina da

« mesma escola, e atlendendo a que os alumnos Al-« fredo Anlonio dos Santos Cunha, da 3 » classe do 1.« anno, e Marianno José Ferreira, e José Antônio Fe-ce reira Rosa, da 2.» classe do !.° anno ; -Luiz Gomes da.« Silva, Francisco Ribeiro e Manoel Rodrigues de Me-« deiros, da l.a classe do *.•¦ anno, se achão compreheo-« didos na disposição dó art. 88 das mesmas instruo-« ções, tem a honra de propor ao conselho adminis-« trativo, como merecedores de prêmio de livro os« dous primeiros alumnos Firmino Felix de Barros e« José Ricaldone, que occupàrão bancos de honra porcc terem sido approvados com distineção nos tomes-¦x três-em que funecionou a escola, e como mereceüo-« res de menção honrosa, no acto da distribuição dos« prêmios, os outros alumnos supramencionados, que« fôrão approvados com distineção, mas nao reunirão

¦« todos os quesitos para serem premiados*-Escola« Nocturna de Adultos da Sociedade Auxiliadora da In-<* dnstria Nacional, em 24 de Dezembro de 4872.-/00-« auim Antônio de Azevedo.- Alexandre da Rocha òaí-

¦« tamim.-JosèManoelGarcia.^CamllodeLáhsSilva<x Júnior. »

Fôrão recebidos com agrado: « Estatutos do ClubPolytechnico; Cataloga da exposição provincial daBahia em 1872; Elementos de Historia nacional deeconomia politica por C. G. ; Vamico da Campvde Omubro e Novembro de 1872; Typographic Memn-qer de Julho de 1872; American Farmer and RuralRegisler, American AgncuÜurist, e .Southern Farmerde Outubro e Novembro de 1872. »

— 44 —

O Sr. presidente dando ao conselho a sentida noti-cia do fallecimento do muito digno membro do mesmoconselho o Sr. commendador José Antônio Ayroza, ac-crescentou que aquelle Sr., tendo sido admiltido rnem-bro effectivo da Sociedade em 16 de Agosto de 1859,foi em Janeiro de 1860 designado para membro dasecção de Melhoramento das raças animaes, na qualgervio até,o anno de 1869; passando desde o anno de1870 atê o presente ; e r.oncluio propondo que em de-monstração do profundo pezar, de que se acha pos-suido o conselho por uma tal perda, se levante a pre-sente sessão c se mande rezar uma missa pelo des-canço da alma do dito finado, no trigesimo dia de seufallecimento.

Sendo approvada esta proposta, foi immediatamentesuspensa a sessão.

Sessão do conselho administrativo em 4 ele Fevereirode 48*3. '

VJCE-PHESIDENCIA DO SR. COMMEtfbADOR JOAQUIM ANTÔNIO DEAZEVEDO.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.Drs. Nicoiáo Moreira, Matheus da Cunha, e PaulaFreitas; mestre em artes Garcia; commendadores Aze-vedo, e José Maria Pereira; José Botelho Sattamini, eLellis Silva; e os sócios effectivos, Srs. conselheiroJosé Bonifácio Nascentes de Azambuja, Dr. JoaquimMonteiro Caininhoá, e Conde Florestan Rbzwadowski,declarou o Sr. vice-presidente que, não se achando pre-sente o Sr. secretario geral ou algum de seus substitu-tos,, não podia haver sessão, de conformidade com oque dispõe o art. 16 dos estatutos da Sociedade, doque, para constar, se lavrou o presente termo.

45

Sessão do Cí>:ase!lí'»1 admínistraiívo em SO de fevereiro«Ie 1873.

VICE-PRESIDÊNCIA DO SR. COMMENDADOR JOAQUIM ANTÔNIO

DE AZEVEDO.

Achando-se presentes os membros do.conselho ad-ministrativo, os Srs. Drs. Paula, Freitas, PeVeira RegoFilho, e Nascentes Pinto; mestre em artes Garcia;commendador Azevedo; José Botelho, Valentim, eHenrique Nascentes; e os sócios efiectivos Srs. con-selheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja, Viscondede Barbacena, Condo Florestan Rozwadowski, Dr. vLuizÁlvares de Azevedo Macedo, João Coelho 'Gomes, e Jas-por L. Harben. declarou o Sr. «vice-presidente quenão podia haver sessão, por não achar-se reunido onumero de membros do conselho exigido pelo art. 16dos Estatutos da Sociedade.

Depois de se lerem retirado alguns dos membrospresentes, compareceu o Sr, Dr. Pereira Portugal.

Para constar se lavrou o presente termo.

Agricultura Pratica.Bo miodí© tle semeai? os eereaes.

Existem em agricultura diversas opiniões sobre amelhor maneira de semear as terras.

Uns, e são em grande numero, semeão â mao eindistinctamente ; outros em linhas e por meio de se-meadores e alguns plantão as sementes em pequenosgrupos.

Em certas localidades cobrem-se as sementes coma charrua, em outras com o escarificador ou o estir-pador, e em muitos casos com enxadas de variadasfôrmas. *

A mesma divergência se observa nas culturas queprecedem ou seguem a semeacão, quer em relação a

— 46 —

quantidade de* sementes, quer á profundidade em quese as colloca, quer finalmente ás épocas que se devempreferir para fazer as sementeiras.

Cada localidade agrícola, cada fazenda, cada culti-vador tem seu methodo especial de semear.

Qual será, pois, a origem destas diversas maneirasde proceder â semeadura ?

Dependerão ellas das localidades, dos climas e dáqualidade dos terrenos?

Terão ellas por base o raciocínio e a observação ?Ou serão apenas rotinas aceitas sem reflexão?

' Não existirão princípios communs, regras geraes,que possão guiar o cultivador na escolha do processode semear? .

Taes são as questões qne a theoria da semeaduradesperta e que nós procuraremos estudar posto quede ora modo ligeiro.

I,° Da profundidade em que se devem collocar assementes.

'«£

Se investigamos as condições physiças cuja reuniãoé indispensável para assegurar o bom exilo das se-mentes, achamos que a germinação exige o concursodo ar, da humidade e do calor.

O ar não pôde chegar ao germen se a semente estiverprofundamente enterrada. Em geral, além de 10 cen-timetros de profundidade as sementes não germinãof

Além disto se o grão estiver muito próximo dasuperfície pode lhe faltar a humidade.

Emfim o abrigo do solo è necessário ao germen parapreserva-lo do resfriamento nocturno, e mesmo daacção muito intensa do calor em certas horas do dia.

Para que estes ires agentes da fecundação-exerçãosimultaneamente sua acção indispensável é preciso quea semente se ache em uma certa e apropriada profira»didade

Citão-se muitos casos em que a semente do trigodeixada a descoberto sobre a terra tem produzidomaravilhosamente. Mas as excepçoes. não constituem

— *47 —

regras e para que esses casos se repitao seria neces--sarió que se reproduzissem as circumstancias meteoro-lógicas que as determinarão.

Para achar o gráo de profundidade em que convémcollocar as sementes se tem feito muitas experiênciascujos resultados são assás concludentes. Gasparin citaum muito interessante.

Semearão-se em treze taboleiros de terra, *iguaes debaixo de todos os pontos cie vista, 150 grãos de trigoem profundidades diversas.

iroí Profim-1didade

123456789

» 10» 11» 12» 13

»»»»

Grãos j Espigas Sráem cadatabuleirogermina'dos

1801501351201100950800650500£i0025010

o

420

' 407293

1251301401421376420

53lZiO.74600700992

1417150Õ459016601461

529107

os coibi-dos em cada

íaboleiro

6822,5203,8188,000

16,56018,53435,43434,33936,48035,82535,07210,587

1,601

Média «legrãos em

cada espiga

13182220231825222221242015

Vê-se neste quadro que o máximo do produeto pro-veio dos grãos enterrados de Om,025, a O\08O de pro-fundidade. Acima e abaixo destes termos os produetosse reduziao á metade.

Os resultados deste ensaio estão de accordo com apratica geral e nos autorisão a concluir que a sementedos cereaes não deve ser enterrada mais de Ora,080, eque o minimo de profundidade deve variar jsegundoa natureza dos terrenos, os climas e as estações.

Eis, portanto, um primeiro principio estabelecido;appliquemo-lo a semeadura indistineta. e reconhecere-mos que uma parte importante da semente perde-senecessariamente quando se a cobre com as enxadas

m

— 48 —

que a não enterrão perfeitamente ou quando se empregaacharrua, etc, que a levão a grande profundidade. Eisto nos explica porque, na semeadura indistincta, con-vem uma certa prodigalidade, porquanto é necessáriodescontar as sementes comidas pelos pássaros e as queperecem por pouco ou muito enterradas, e ao mesmotempo nos mostra como semeando-se 3 heclolitros desementes »por hectare, apenas se obtém um numerosufficiente de plantas para guarnecer o terreno.

2.° Da quantidade das sementes.

Assim como para a collocação da semente ha uma mé-dia de profundidade que não se deve ultrapassar, assimtambém para a quantidade de sementes a semear hauma proporção mediana variável, segundo os terrenos,o seu estado e estensâo, e da qual não nos é licitoafastar.

A natureza tem suas leis que nâo se infringem im-punemente, se não procurarmos para as plantas ascondições do espaço e da ventilação que lhes são ne-cessârias, ellas perecem. Se excedeis os limites espa-çando-as de mais, seu prolongado desenvolvimento pôderetardar e comprometter a fructificação.

Para pôr os vegetaes ao abrigo das causas de des-truição, uma previdência materna os tem dotado coma faculdade de multiplicar prodigiosamente suas se-mentes. Os cereaes mais necessários ao homem, temalém disso a faculdade especial de multiplicar-se pormeio de rebentões; esta faculdade illimitada em appa-rencia, ê todavia limitada pela duração da estação pro-pria ao desenvolvimento da planta e ao amadureci-mento dos grãos.

A questão que nos deve occupar é a seguinte:O rebentões são vantajosos ? Convirá espaçar os

cereaes de modo que possão exercer a faculdade que lhesé própria?

A pratica geral responde que si se espaça muito, osrebentões se multiplicão indefinidamente, e a fructifica-ção perde muito de sua utilidade.

— 49 —

Para evitar este inconveniente, certos práticos cahemem outro. Elles approximão as plantas tanto que asasphyxião, e isto a pretexto de comprimir uma facul-dade essencial contra cuja suppressão a naturezaprotesta. ,

Como se vê nisto como em tudo o mais a verdadepratica parece achar-se entre os extremos, e vaie maisdirigir dentro de certos limites o desenvolvimento dosrebentões do que suffoca-lo.

Além disto a fruclificação abundante é a conseqüênciade uma boa vegetação. As espigas completas, longase bem cheias, só se desenvolvem em plantas bem cons-tituidas e não é em sementeiras cerradas que ellas seencontrão. „ ,

Sabe-se ,que as plantas graminaceas procurão elevar-se umas sobre as outras, afim de ganhar espaço e ar quelhes fallão; seus caules flaccidos e delgados e cuja forçanão está em proporção com o comprimento, nao pode-rião sustentar uma pesada espiga.

É um facto observado por todos os agricultores queas espigas mais cheias são as que se formao nos re-bentões desenvolvidos em estação conveniente, e poisnão hesitamos em estabelecer como principio, que maisvale ulilisar e dirigir o desenvolvimento dos rebentõesdo que comprimi-lo. , ^

Não basta, porém, considerar os rebentões em re-lação ás faculdades ou necessidades physiologicas dasplantas, é necessário também estuda-los debaixo doponto de vista da influencia do meio em que elles sedesenvolvem. n . , nrnn

Os rebentões estão longe de comportar-se de umamaneira igual em todos os solos e nas diversas lati-tudes

Nas terras meridionaes os terrenos seccos e_ os ca-lores precoces entravão sua acção ou annullao seus.effeitos que são mais certos nos paizes temperados, üsrebentões também estão sujeitos a condição de lerti-hdade do solo. . .,.,1. a

Elles se reproduzem com tanta maior facilidade eabundância quanto mais fresco e rico é o soloe quando

1.1?

—' 50 —

este se aeba preparado de modo a reunir as duas con-diçoes seguintes :.superfície movei e fundo lixo.

Póde-se, além disto provocar e facilitar muito suaacção remexendo a terra ao redor dos collos das plantasna primavera, de modo a torna-la mais accessivel aocalor e ás influencias atmosphericas.

É o que os cultivadores das regiões do norte com-prehendem perfeitamente. Também desde os primeirosdias da estação própria vê-se nos campos os rolos Crosskill, as grades de dentes oppostos, e todos os instru-mentos que podem recalcar as plantas abaladas, que-brar a crosta das terras e augmentar os effeiíos decapillaridade e cie transmissão do terreno em que seachãó as plantas.

Em resumo, portanto, nós estabeleceremos o principiode que-a quantidade cie semente de eereaes a semear emcada um hectare de terreno, deve. ser proporcionadaao solo, ao clima, á fertilidade do terreno ea todas as-influencias exteriores. Emfim é necessário ainda contarcom a grossura ou tamanho das sementes. O volumedos grãos de trigo é muito variável em diversos annose qualidades. Os termos exteriores desta variação é-de2,5. Á diferença é por conseguinte muito considerávelpara que se despreze impunemente, e até é digno deadmirar-se como os agricultores não têm reflectido sobreeste ponto.

Seria mais exacto tomar por base o numero degrãos que se podem lançar sobre uma superfície dada.Entretanto como é muito difficil estabelecer regrasfixas sobre este ponto, visto como ê necessário contar,como já dissemos, com as condições da natureza.doterreno, adubos e clima, deve cada cultivador exami-nar as condiçõeà em que se acha collocado e reconhe-cer qual a quantidade de sementes que convém semear.

Habituado a actuar empiricamente o agricultor des-graçadamente repelle as formulas exactas da scienciacomo,sendo incompatíveis, com a pratica. Nós, porém,acreditamos com Gasparin que este modo de pensaré errôneo, e que o tempo ainda fará ou já vai fa*zendo justiça.

N. M.

_ 51 -

Gliimica mineral.t

Anal vae ãu água férrea «Io Amorim mo Andnvahy'"' FííqMcao. #

Approvada pela junta be hyoiene publica e adtorisada a vendapelo ministério do império.

ESta agua é clara, transparente, sem cheiro e saborstyptico; exposta ao ar fôrma um deposito amarelloavermelhado (oxydo de ferro), seu peso especifico é-1-18' B. 1,0012.

Procedi á analyse qualificativa, que já publicou-se,depois á quantitativa, para o que gastárão-se cerca de40 litros, Não apresentou reacção ácida, nem as expe-riencias na fonte com uma solução de potassa fundidaele, etc, derão resultado negativo, ou melhor nãoapresentarão vestígios de acido carbônico no estadolivre.

Evaporou-se 100 kilogrammas d'agua, o resíduo sec-cou-se em uma temperatura 1'10°C; pesou 30,520 gram-mas: exposto ao fogo em braza até não poder mais emseu peso deixou 25,714 grammas de resíduo. Eis assubstancias achadas em 100 kilogrammas d'agua:

Acido carbônico ....... 13,^259» sulphurico» phosphorico 0,0629» silicico ........ 0,2967

Chloro ......"••••• 2,4740Magnesia ......•• 4,7960Cal 4,2855Alumina .....•• 0,4940Oxydo de ferro ....:.. 6,6450Peroxydo de magnesia 1,3840Lithia 0.0399Potassa. .."...'...• 1,1039Soda 2,2763Substancias orgânicas ..... 0,4816

Total. 38,8397

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Fazendo a conta dos equivalentes e de que maneirapodem ser combinados, suppôr-se-hia a combinação se-guinte; em 100kilogrammasd'agua:

Chlorureto de potássio. .... *»7467y> sódio . . * - 3,0352

Bicarbonato de lithia °'25ín» magnesia . . • 9,91199 de cal 8,4219

Percarbonato de ferro 9,6382» manganez (Md 2052C°2) 2,0844

Alumina 0,4940Phosphato de cal (3CaOW) . . , 0,2967Ácido silicico . 0,2967Substancias orgânicas 0,4S16 ,

Totai. ....... 36,4591

Gastarão-se 8 litros d'agua para a reacção do iodo ;não achou-se vestígio algum, outro tanto aconteceu como ácido arsenioso; porém a grande quantidade do preci-pitado, que a agua deu, depois de alguns dias de expostoao ar analysando, talvez, achar-se-hia substancias quenão dessem reaeções n'agua em proporções diminutis-simas.No que concerne a analyse quantitativa do ferro,verifiquei por seis vezes em differentes estações, que notempo humido ou chuvoso o ferro diminuía muito emsua proporção.' Convém notar que a quantidade do ferroda analyse supracitada foi sempre feita em tempo secco.

Rio de Janeiro, 26 de Julho de 1871.Th. Peckolt.

»

AGUA FÉRREA DO ANDARAHY.

CHÁCARA DO SR. AMORIM-

Na analyse qualitativa a que procedi com esta agua,achei as substancias seguintes:

Chloro.Ácido sulphurico.

» silicico.

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Ácido carbônico, não em estado livre, mas em com-binaçãocomas bases.

Lethina, Potassa, Soda, Magnesia, Alumina, Cal,Manganez, Ferro, Substancias orgânicas.

O Ferro existe na agua no estado de:Proto-carbonato de ferro, e procedi á analyse quanti-

tativa.100 kilos de agua férrea dão :Oxydo de ferro 6,645 grammas que corresponde :(Osidulo de ferro) Protoxydo de ferro 5.9226 em

conseqüência a agua contém em 100 kilos :Proto-carbonato de ferro 9,6382 grammas.Rio de Janeiro, 28 de Agosto de 1870,

Th. Peckolt.

Attesto que da analyse a que procedi nas águas fér-reas do Andarahv, denominada « do Amorim » resultaserem ellas excellentes para serem empregadas noscasos clínicos em que as preparações marciaes convém.

Reconheci serem elías compostas principalmente de:Carbonato de protoxydo de ferro.Chlorureto de cálcio, pequena quantidade.Sulphatos de soda e magnesia.Vestígios de manganez, • matérias orgânicas.Á analyse quantitativa não pude, proceder por falta

de meios na occasíão ; entretanto, os compostos ferru-ginosos se denunciarão em grandíssimas proporções.&

O que attesto é a verdade e o juro sob fé do meugráo.

Rio de Janeiro, 6 de Setembro de 1870.

Assignado

Dr.-Joaquim Monteiro Gaminhod,

Director da officinade pharmacia pratica dá Faculdadede Medicina da Corte, 1Q cirurgião da armada.

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Esta agua conserva-se em perfeito estado muitosmezes, o que não acontece a nenhuma das outras conhe-cidas, as quaes não se conservão 24 horas.

A fonte analysada dá regularmente uma garrafa porminuto, mas além desta fonte ha outras muitas, que for-mão um pequeno regato, e com o qual se podem tomarbanhos de cachoeira, tanque, chuva e ducha. Â chácaradenomina-se d'agua férrea do Amorim e está situada noAndarahy Pequeno por trás e junto á estação dosbonds. O deposito é á rua dos Ourives n. 55, para ondevem todos os dias.

Na referida chácara ha também banhos de agua cora-mum de natação, chuva, ducha, e cachoeira; e quartoscora ou sem mobília que só se alugão a pessoas decen-tes, sendo tudo por preços módicos.

Rio de Janeiro, 6 de Outubro de 1871»

Cândido Antônio Pessoa de Amorim

Zooteclmia.

_e<c!__Maçào, propagação c moléstias _a.« sangiiesugas .

(Continuação.)

Nos lugares onde não ha sanguesugas indígenas éde grande interesse conhecer os meios de conservaçãoe procriação deste importante agente medicinal, sendocomo é tão fácil e productivo o singelo trato que exige.Nesses mesmos lugares, naturalmente o preço das san-guesugas deve ser elevado; priva por conseguinte aclasse menos favorecida, desse bemfazejo verme, ou le-sa-a nas parcas economias, promovendo lambem maiscuidados da parte do commerciante no desenfarte,afim de servirem mais vezes.

Esse imprudente meio de economia pôde trazer mãosresultados e a bem de cortar esse uso geral, é bom queo povo e os homens esclarecidos, Envidem os esforços

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possíveis para acclimatar e propagar esse precioso an-nelide. A conservação das" sanguesugas exige certasprecauções, as quaes varião segundo o lugar e a quan-tidade que se deseja conservar.

Algumas vezes conservão-se para as necessidades dia-rias, ou para um commercio em resumida escala;outras vezes para o,commercio em grande, favorecendoa procriação, outras em fim para torna-las a fazerservir. Em qualquer desses casos, será bom conheceros meios que dão melhor resultado. Para a conser-vação em pequena quantidade, guardão-se as sangue-sugas em jarros ou potes de barro, ou mesmo emfra°scos de boca larga, tendo uma capacidade relativa:guarneeé-se o fundo desses vasos com uma camada decascalho; enchem-se até o meio de agua bem clara e col-locão-se depois de as ter lavado e enxugado,, cobrem-se com um panno mui pouco tapado, ou com umtecido de cabello como o das peneiras. Esses vasosdevem ser depositados "n'um lugar fresco e arejado,onde a temperatura seja constante e não passe de 12*ou 15° centígrados.

É também necessário que as sanguesugas estejão emlugar onde não hajão ruídos e cheiros activos.

A natureza dos vasos é também necessário saber»sendo o vidro mais próprio para o inverno por con-servar mais lempo a:agua na mesma temperatura,no verão são preferíveis os jarros de barro, a evapo-ração pelos poros dessa matéria entretem a agua neílescontida, mais fresca, podendo-se ainda favorecer issoembrulhando uns pannos molhados â roda do vaso.

São preferíveis as águas correntes, onde não ashouver'podem servir-se d'agua da chuva, na tempera-tura da que continbião os vasos. _

A limpeza e os cuidados acima citados darão os re-sultados mais satisfactorios para a conservação desseannelide, o qual morre tão facilmente em alguns lu-gares onde as variações atmosphericas são continuas, enesses lugares será bom que os vasos contenhão poucaquantidade, afim qu© se algumas das moléstias as

3*40

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quaes são susceptíveis, as attacarem não contaminema um grande numero. O cascalho ou mesmo conchi-nhas ou arêa grossa na falta do primeiro é de grandenecessidade nos vasos das sanguesugas, por mudaresse verme constantemente a epiderme mucosa que ocobre, a qual não tendo um corpo áspero por ondepossão passar e ajuda-las a desembaraçar-se dellas podeoccasionar a estrangulação ou a morte. . _

Alguns deitão nos vasos uma camada de Carvão ani-mal, ou vegetal, tendo essa matéria propriedades an-tiputridas, conservão a agua pura por mais tempo.

Para a conservação em maior quantidade um meiomuito simples é o de agarrar uma tina de um palmoa palmo e meio de altura e cinco ou seis de circum-ferencia, deitar-lhe uma camada de meio palmo debarro, preparado como já disse na pagina 55.

Deitão-se as sanguesugas em pequena . quantidadepara ellas penetrarem melhor no barro, depois cobre-se a tina com um tecido como o de peneira, quer dealgodão, quer de cabello ou palha bem lavada; guarda-se a tina em lugar fresco e arejado, tendo-se o cui-dado de ir descobri-la todos os dias para renovar oar e extrahir as que tiver mortas sobre a superfíciedo barro, onde ellas vêm morrer.

Se o barro estiver um pouco secco, póde-se hu-medecer com pannos molhados; se tiver mofo extrahe-seas sanguesugas dilluindo-seo barro, lavão-se e enxu-gão-se^depositando-as depois n'outras tinas ou caixões,preparados antecipadamente.

Ás sanguesugas, conservão-se perfeitamente por essemodo; entretanto é bom não as deixar mais de tresmezes no barro sem as lavar.

Fazem-se estacionar algum tempo nos vasos comagua renovada freqüentemente,.onde segregão grandequantidade de mucosidade, em seguida deitão-se emoutras tinas com barro novo.

Na época da reproducção, as sanguesugas conserva-das em tinas ou caixões, depositas os casulos contendoos ovos no barro. .

Percebe-se quando as pequenas nascem deitando-se

X

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um pouco de água sobre o barro; vêm-se as nadarsobre a superfície. Amollece-se então mais a terra commuita precaução, retirão-se todas as sànguesugas e se-parão-se as pequenas das grandes; aquellas e os casu-los podem servir para nova producção n'outra tina oumesmo n'um tanque, onde não as hajão, com as pro-porções que adiante indicarei.

Este meio de conservação, recommendado como omelhor pelos Srs. Bertrand e Leport, é posto em pra-tica na Europa em quasi todos os estabelecimentos,quer commerciaes, quer nos hospítaes, com exeellenteresultado. O Sr. Bejou, antigo pharmaceutico da ma-rinha, em Rochefort, guardou sem perda alguma du-rante alguns annos, grande numero de sànguesugaspor esse meio,. (St. D\eu-loco citato.) Labarraque, affir-ma que qualquer barro é tão próprio como o barropreto ou de telha para esse fim. (Idem.)

A propagaçãp era grande escala, ou para melhordizer a Hiradino-cultura, exige mais alguns trabalhoscomo tambem o lucro pôde compensar largamente.

Para isso requer-se um pequeno estudo physiologicodos hábitos desse precioso annelide, a bem que nãosôffra ou estranhe a diferença.

As sànguesugas vivem alternativamente de ar, n'aguae na terra ; ellas encontrão-se no centro do Iodo, sobrea terra das margens que bordão a lagoa, abrigos quelhes permittem o subtrahir-se ás variações da atmos-phera. Ellas aprazem-se n'agua que repousa, sobre umfundo argilloso, mesclado de pedrinhas e onde vegetagrande numero de plantas, cuja utilidade é incontes-tavel.

Exhalando sem cessar, debaixo da fôrma de bolhas,uma quantidade de gaz oxigênio, do qual uma partedissolve-se n'agua; as plantas purificão o ar que cercaas sànguesugas e o liquido que ellas habitão, destru-indo desde seus princípios os gazes provenientes dadecomposição das matérias orgânicas, oppondo-se poreste modo á sua corrupção.

Demais, essa vegetação aquática, cobrindo a superfi-cie das lagoas, açudes ou tanques de uma verduraA. .5

reluzente, a qual reflecte raios do sol, mantém abaixodelia a frescura do liquido onde vivem as sangues»-gas, garantindo esse verme do uma luz mui viva e dasbruscas variações da temperatura, que lhes são mor»taes»

Bem que naâ estações favoráveis vê-se as sanguesu-«ras nadarem por entre a folhagem da vegetarão aqua-fica, o repouso é o estado que ellas preferem ; estenão o encontrão senão no seio da terra onde preparaouma cellae mantêm-se immoveis. Elias ahi encontrãodurante o inverno um abrigo seguro contra o frio, quetemem, pois que o barro das lagoas tem necessária-mente uma temperatura mais elevada que a superfíciedo liquido. .

No verão a terra argillosa é para ellas um refugio,Gontra as variações instantâneas da temperatura e con-tra as influencias meteorológicas,, que são sempre menossensíveis no fundo das águas que na superfície.

Emlm é dentro da terra e sobre ella, que deposi-tão os casulos na occasiao da propagação.

Essas condições nas qeaíes a natureza as criou devemser tomadas por modelo, e proporcionar, a bem da.produccão, idênticas ou approximadamente as mesmasaccommodapes.

Nas regiões onde a sêcca faz-se sentir,com maisin-tonsidâde, e onde a evaporação das águas é mais rápida,as bacias ou tanques fabricados de tijolo, refrescadospor um coaducto d'agua, são as mais próprias.

Hás zonas onde a temperatura é mais branda e a«vaporação é tenta, basta cavar os reservatórios omviveiros, nos lugares baixos e humidos, principalmen-te se conseguirem uma infiltração permanente, queptrimttâ um constante nível nas águas*,

« A experiência me ensinou, que os viveiros em-c fôrma de tanque construídos na superfície do solo,c esta© já em boas condipes sendo feitos de pedrac ou outra iqualquer matéria <_ue não communique< gosto á água, como louza ou madeira sem extracM** m. Ôrdioariâüiente dá-se-lhes a fôrma de um rac-c tagulo, coéo um tanque quadrado, tendo comtudo

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« tres vezes mais comprimento do qne largura; ed tendo de altura tres pés e meio, pouco mais ou menos.

« Um dos lados mais compridos deve ficar exposto« ao norte; e o-lado correspondente da parte,do suí,« e o de sudoeste devem ficar resguardados destes« ventos frios por um muro ou pallissada;e para que« os raios do sol não aqoeção de mais o viveiro, como(c pôde acontecerem muitos dias; dever-se-hão.plantar« arvores de prompto crescimento, que com sua folha-« gem moderem a sua acção.

« E na falta destas, se poderá cobrir com toldos de« lona ou de esteiras, o que não será peior,

'mas não« immediatamente sobre a superfície, porém sini com« intervallo para deixar circular o, ar.

« O Viveiro da' Saípêtriére., quo como veremos, deu« bons resultados, tem uma disposição semelhante á.a que acabámos de'fallar; tem ires ífés e wmi poiíe-« gada de altura desde o solo e 27 pés e meio de« comprimento, e 9 e i/4 de.largura, a fóra os muros« de cantaria. Elle eslá cercado com uma sebe viva« que o protege dos ventos norte, nordeste, e leste,« (noBras.il, sul sudoeste e oeste) e os lados oppostos« estão ao abrigo de um grande calor por meio de« arvores e verduras, que não obstante, deixão ainda«. passar alguns raios solares, que põem a água em coa-« vãmente temperatura. É este tanque forrado de(c ciiimbo em folhas, para não deixar fugir as bichas,« pois se elle tivesse alguma fenda, ellas se enfiarião por« ella, e não haveria mais vê-lâs; porquesão corno as mi-« ehocas, que achando terra humida vão sempre fa-« rando. No primeiro dos viveiros, deita-se uma cama-(( da de barro (argila) que chegue â altura de um pé« a i 1/2, que serve não só para retiro destes vermes,« como para supporte dos vegetaes, que ahi se devem«plantar. Um cano com torneira ahi conduz a água,« «pando é precisa, e esta se conserva na altura de pé« e meio acima da camada de barro, por meio de um« buraco de sahida ou registro, guarnecido por dentro« com uma chapa die chumbo com pequenos buraqui-« nhos, para que as bichas não possão fugir.

M

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« As plantas que ahi.se fazem vegetar, são todas as« plantas vulgares. »

(Textual.-Memória sobre a conservação e repro-ducção da sanguesuga medicinal e officinal por M. Çh.Fernand.-Traduzido e annotado por J. A. de Oliveira.Porto—1851.) t _ t

Tanto o autor da Memória como o traductor omitti-rão a descripção dos tanques onde devem ser deposita-das as sanguesugas que se quizerem purificar, assimcomo outro para depositar os casulos e as sangüesu-gas recém-nascidas; "

Não creio que o viveiro da Salpetriere tenha tiradograndes vantagens se conserva-as todas juntas, e asalimenta do modo que descreve.

Com o systema de tanques de tijolos ou pedra, e ne-cessario que este tenha tres comprimentos, occupandouma superfície de quatro braças quadradas.

No centro, comprehendendo a largura do tanque,serão depositadas as bichas para producçao, podendoconter cinco mil sanguesugas; em uma extremidade os ca-sulos e as pequeninas, e na outra extremidade as quequerem purificar, quer para applicaçao, quer para des-enfarta depois da applicaçao.

Os dous primeiros compartimentos terão uma ca-mada de um pé de altura, de barro e torrões de terrana beirada, plantando-se algumas hervas aquáticas, quedão muito bem e com facilidade. Entre os dous com-partimentos poderá circular o mesmo conductpr d'aguaao mesmo nível.

O compartimento de desenfarte não conterá barromem torrões de terra, e terá um conducto d'agua especialafim de muda-la freqüentemente.

Para que o ardor dó sol, e a muita luz não offendaas sanguesugas no viveiro, será de grande utilidadeplantar-se arvores que não dêm flores cheirosas, á rodado tanque, attacando ou amortecendo a força dos ventosmais frios.

No rigor do inverno poder-se-ha cobrir o tanque acerta altura com taboado, permittmdo porém a circu-lação do ar.

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As felizes condições geographicas e physicas do ím-perio, permittem outros meios muito mais fáceis quãopróprios para esse gênero de cultura.

(Continua.)

Chimica Industrial.EstEBiIos sobre a conservação d»s carnes aíimerotâcias,

¦vantagens úe sua exploraçlio para os paizes produeto-res e consumidores, pelo lis-. B. Angel Wazqnea, mem-foro da faculdade «Ie sciencias, e professos? da universi-datl© d© Chile.

Setembro de 1872.(Continuação.)

MEIOS PHYStGOS : A DESECCAÇÃO, A C0CÇÃO, O FRIO, A

SUBTRACÇÃO DO AR OU SUA JNTERPOSIÇÃO.

A deseccação—faz perder a huinidade.A coeção—coagula as matérias albuminaes.O /rio—impede a alteração porque a 0o não ha

fermentação.A subtracção do ar, ou sua interposição—não per-

mittem 0 contacto do ar.A deseccação—acompanhada da pressão emprega-se,

por exemplo, nos legumes. Este methodo foi applicadodesde 1845 a 1853 pelos Srs. Ganal e Masson. Con-siste em submetter as matérias a uma pressão de cincoatmospheras do vapor e depois secca-las rapidamenteem estufas de corrente dobrada do ar.

A deseccação natural dá a completa conservação doscadáveres, enterrados desde séculos nas areias ardentesdos desertos d'África, Arábia e Pampas do novo mundo.Taes são as múmias brancas, e os cadáveres queWer encontrou em 1787 em Vermejò no Perti.^ esten-didos sobre a areia; as múmias da mesma côr, quese conservão com seus próprios vestidos em Bordeose os cadáveres, que alguns selvagens deseccão aofogo.

I

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, Também devemos citar, e mui principalmente parao objecto deste escripto, o Charqui e Tasajó, e oYescochocarne de Tejáo, de que bastão 151 granimos parao alimento de .um dia, e o Vescocho de Caliam. Masessa classe de biscoitos é atacada pelos insectos e nãodão bom resultado.

Á.cocção tem sido empregada na conservação dacarne de vacca para usa-la como carne cozida, comose pratica na Austrália.

O frio, que não é mais do que a ausência do calor,é exceüente para a conservação das carnes, .como dopeixe, etc, quando se collocão em neve em depósitosa propósito'para guarda-las por muito tempo.

Gomo se sabe, encontrarão-se cadáveres enterradosdurante muilo tempo na neve, que se achão per-feitamente conservados.

Os? mammouts encontrados, om na embocadura doSena, e o outro em um ponto da Allemanha, desço-bertos pelo derrelimento das neves perpétuas, são outraprova da conservação pelo frio. O primeiro dessesante-diluvianos foi estudado pelo naturalista Adams.

Em 1870 solicitoo-se em Buenos-Áyres uma patentede invenção por um processo consistente no esfria-mento do ar por uma machina especial, mas que nãodeu resultado.

A subtracção do. ar, ou sua substituição por outrbgaz inerte, é um outro meio de conservação, neces-sario sobretudo para as substancias líquidas ou bran-das. O methodo de Appert consiste nisto, e tem-seappiicado com muito bom resultado ás substanciaslíquidas, e que podem liquicliíicar-se pelo fogo* taes,como o leite, a manteiga, as conservas aljmentieias,etc, o mesmo que a conservação da carne, do sangue(era salsichas) e da fruta na arêa, é por um methodode certo modo análogo.

O emprego dos gazes como mesmo objeto, não.éeconômico em grande, O azote, o hydrogeneo, por..exemjdo, só podem applicar-se em pequeno. Assim,no México encérrão as matérias em pm saquinho com

_ ea —sulfuro de ferro, o qual absorve o oxigeneo do ar, eimpede a decomposição.

A ralerposição de certas matérias é excellente comocorpos inertes, em presença de substancias orgânicas,impedindo o contado, do ar. #As matérias gordurosas,como o azeite commum, a graxa e outras matériasde sua espécie, podem conservar as carnes, os peixes,as sardinhas, os sumos ácidos, cômodo limão, etc

Em Pompeia encontrou-se em 1828 azeitonas bemconservadas no azeite, posto que este já estivesserançoso.

Os ovos têm sido conservados nos ditos corpos gor-durosos, e também em cebo, cera, resina gomma,gelatina, (colla). Estes últimos porém não são econo-micos, e preferem-se os corpos gordurosos, que sãoom pouco mais baratos,-e obstão melhor á evapora-ção da agoa interior, e por conseguinte â introducção doar, ainda que o seo preço não è tanto, que faça contao emprego em grande.

A coihada do leite tem sido empregada no alto ebaixo rim para a conservação das carnes; e comointerponentes mais do que como agentes chimicos,tem-se também empregado a cinza só, ou diluída n''aguado mar, ou em agua salgada ; a cal o gêsso por ultimoa' arêa fina, o far ello a serradura de madeira o car-vão em pô, etc. verdadeiros corpos inertes.

O assucar e o mel e outros corpos saccharinos, per-tencem lambem á mesma categoria das substanciasconservadoras, por extracção'do ar, e si se quizer dahumidade ou agua, pois que conservão as carnes *frescas e o peixe, como igualmente as frutas e demais ssubstancias orgânicas em estado fresco.

O assucar mascavo melhora, assim como o sabor e^aroma da carne; porém o uso dos assucares e.diffe-rentes qualidades de mel, não offerece também Tanta-gem em escala superior.

. O próprio assucar, associado á gelatina e go*aj_a> :sob o nome de conservatina, foi empregado pelo Sr. -,.Toung para conservação das carnes, cobrindo-as comelle, e collocandp-as em latas de 35 kilogrammas de

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capacidade, tendo antes cuidado de collocar nò fundoum sacco com 500 grammos de cal moido.

Pelo que toca aos meios chimicos destinados á con-servação, os seguintes são os que se tem empregadocom mais ou menos êxito.

EMPREGO DOS AGENTES CÍIIMICOS NA CONSERVAÇÃO.

Álcool.— Este agente obra coagulando as matériasalbuminosas, isto é, obrando de modo quasi análogoá cocção. A carne, os animaes inteiros, as frutas, etc,conservão-se nelle perfeitamente, porém são incomiveis.Em 1870 pedio-se em Buenos-Ayres patente de re-validação, obtida já em Inglaterra para conservar carneem azeite de uvas, que não é outro que o álcoolamilico. Não produzio, porém, resultado, como tam-bem o alcooluto de alfazema de Guijot.

Óleos aromaticos-resinas.—Estes agentes obrão peloseu cheiro e pela acção directa que exercem sobre assubstancias orgânicas, posto que esta ultima não es-teja ainda bem determinada.

O aroma afasta os insectos, os impede de depositaralli as suas larvas, que ajudão a fermentação. Porisso, nas colleções zoológicas basta collocar uma va-silha com óleo de terebinthina para afastar todo oinseto.

Sr. Gibion empregou o óleo de tomilho e outras diffe-rentes essências, como as de alfazema, alecrim, hor-tela, etc.; como se sabe as carnes e o pão com aromasou com sementes aromaticas, como a pimenta e oanis, por exemplo, durão muito tempo. .

_ As resinas que podem empregar-se com preferen-cia, são as chamadas bolsamos, como balsamo peru-nano, o de Tolu, o balsamo ou resina de benjoim, amyrrha, a colofonia, etc.

Os óleos pyrogenados, entre elles o creosote, a na-flateria, a parafina, etc, e osazofrados, como o de mos-tarda e outros, conservão igualmente, porém com oinconveniente do cheiro.

Redwood, de Londres, conservava as carnes inde-fluidamente, submergindo-as em parafina fundida.Para separa-la submergia-se as carnes com água quente:a parafina liquidificava-se e podia aproveitar-se. Esteprocesso não foi adoptado.

Ácidos mineraes e vegetaes. — Gozão mais ou menosda mesma propriedade conservadora; porém prefere-se o acetico, que é o mais agradável, não altera ascarnes, e é o menos custoso dos ácidos vegetaes. Oácido pyrolignico é melhor ainda que o acetico para aconservação pelo creosote, e ácido phénico e de-mais substancias empireumaticas qiie o. acompanhão;porém em troca é de cheiro penetrante, desagradávele persistente, que é impossível tirar das carnes intei-ramenle.

Alguns chimicos têm empregado certos ácidos depreferencia, como Braconol; o sulfuroso para con-servação das alfaces, espargos, etc, e ainda as carnes,como o praticou Lamy; porém o resultado não é com-pleto, e menos ainda com os ácidos phosphoricos e chlor-hydrico, propostos por alguns, que não correspondemde maneira alguma ao resultado, pois o produeto émáo, a carne se colorêa, adquire muito máo gosto,e não se assegura a conservação.

Com a mesma idéa empregou-se o sulfilo e besul-filo de cal e o azufrage, como se pratica com o sumode uvas, para o que bastão 8 decigrammos de sul-fito e com o sueco da canna, destinado à extracçãodo assucar, ao qual descora, impedindo ao mesmo tempoa fermentação. '* *

Saes e oxydos : O oxydo de mercúrio, o sublimadocorrosivo, o sulfato de cobre conservão, porém, nãoha porque menciona-los para as carnes de alimento,por suas propriedades venenosas.

A cal conserva as batatas, nozes, amêndoas, cas-tanhas, uvas, etc, perfeitamente frescas, por camadase em estado de hydrato, como o conseguio Chene;porém, a carne não ¦se conserva.

Outro tanto succede com os saes de ferro, zinco,manganez, etc, os quaes ou são desagradáveis ou ve-

nenosos; sem contar com as mudanças profundas queo tecido orgânico experimenta pela sua acção chimica.

O sal commum é demasiado conhecido, e como sesabe, offerece graves inconvenientes. A acção conser-vadora do sal é reconhecida desde a mais remota an-tiguidade. O corpo de Mithridates estava conservadoem água salgada; porém, sem duvida, esta deviarenovar-se, pois a conservação tem seus limites empresença da agoa.

O emprego de qualquer espécie de sal commumpara a conservação de carnes, não pôde ser indiffe-rente. O de'Portugal, por exemplo, é melhor parasalgar o bacalhao, talvez pela grande quantidade desulphato de magnesia, de soda o de cal que contém.

Costuma juntar-se ao sal nitrato de potassa, ou desoda, que é o salitre, não tanto com a idéa de con-servação, senão para manter a côr das carnes ; porémestas tornão-se depois coreaceas b menos digeriveis,sem contar com os effeitos diureticos do nitrato, quenem sempre convém á saude. Demais, neste caso, haque juntar assucar, o que torna o processo muito caro.A seguinte mistura de conservação foi proposta emInglaterra.

Assucar mascavo. . . . . . partes.Sal escuro. »Salitre. »Água ......... 15 »

Esta mistura, á parte o máo effeito que produzsobre o organismo, é demasiado cara, pára que seuuso seja commercial.

Poderia ompregar-se a aiumina em chlorureto, ouantes em estado de acetato, ou simplesmente hydra-tada, fazendo-a precipitar do acetato, por um aqueci-mento de muitos dias de banho-maria, de modo quese possa applicar como uma muciíagem ou verniz sobrea carne.

. Porém este processo, seria diffieil e caro, e nâopreencheria todas as cavidades da carne ainda quefôsse o chlorureto dissolvido, nao eompletaodo-se por

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esta causa a conservação. Demais, soffreria modifica-ção a carne, em presença de um mordente poderoso,como é a alumina, lendo o seu acetato o que cons-titue o mordente do roxo de indianas. Fôra deste,os saes dé alumina conservão por mui pouco tempo.

Os sulfitos têm sido tambem indicados para a con-servação. Desde muito tempo se conhece a acção dossulfitos sobre o ar, ou antes a acção do oxigeneodeste sobre aquelles; e sua applicação á conservaçãode matérias orgânicas é um methodo antigo, fundadono principio que deixamos dito, e como já se expozao fallar dos ácidos, nasce da propriedade qoe possue

,o sulforoso, que entra na composição do sulfito, detransformar-se em acido sulfurico, ao estado nascente,durante a decomposição do dito sal; propriedadeque adquire igualmente na enxofrarem das cubas des-tinadas ao sueco de uvas, como temos visto.

Conhecida a. propriedade do acido sulfuroso, fal-tava só emprega-Io nas melhores condições possíveis,e encontrou-se o urefito.

Com effeito, os sulfatos térreos e alcalinos, comoos de cal, de soda e de potassa, reunião essas con-dições, e desde então procurou-se tirar partido dellespara a conservação. Depois forão applicados ás carnes,preferindo-se afinal o de soda, em-estado de besul-fito, que pelo seu duplo equivalente ou proporção deacido sufuroso, retarda a alteração das matérias, dandolugar, ao mesmo tempo, a formação de ura sal solúvel,que é o sulfato, capaz de extrahir-se dos tecidos dacarne.

Toda a medalha, porém, tem o seu reverso. Aolado das vantagens da conservação, apresentavão-seinconvenientes graves, pelo que toca ás qualidades dacarne e aos effeitos de transporte, que exige vasilhasespeciaes, hermeticamente fechadas, que não deixempenetrar ar exterior, excluída por isto a vasilha demadeira, que é a única barata, e onde nunca deixade' introduzir-se o ar, principalmente com a evapora-ção, ainda que pequena, do soluto salino. Benovan-do-se a proporção do oxigeneo, para cuja absorpção

..""

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não basta a quantidade de sulfito contida naquelle, afermentação deve manifestar-se prompta.

Experiências repetidas têm confirmado também ainsuficiência deste processo para carnes conservadas,explorado em grande escala, e seria sensível que nau-fracasse de novo em Buenos-Ayres, onde actuálmenteemprehendeu-se um ensaio regular por um processofinal oco

Como pôde inferir-se do exposto, nenhuma das ma-terias conservadoras propostas até hoje, pode satis-fazer completamente a todas as condições do problema :umas pelo custo, outras pela má qualidade que com-munição ao produeto, e as demais por seu modo im-perfeito de conservação.

O mesmo tem acontecido com os methodos de exe-cução- para uns ainda que baseados nas sciencias, são,não obstante, impraticáveis; emquanto que outros,puramente rotineiros, falhão de todo para resolvej oproblema em suas tres condições prmcipaes, que sao :a conservação perfeita, a boa qualidade do produeto,e a sua exploração em grande escala, que passamosa expor.

PROBLEMA. SOBRE A CONSERVAÇÃO DE CARMES ALIMENTÍCIAS.

'Exposição do problema.

Temos visto que todo o processo de conservaçãorepousa na extracção dos agentes que provocão a fer-mentação, ou na acção conservadora de uma substancia.Contrahindo-nos a este ultimo, que é o que pòdeoffe-recer vantagem, pela praticabilidade a que se presta,veremos como pôde chegar-se ao resultado.

No methodo que se vai expor, não temos a pretensãode haver altingido á perfeição, pois em matéria de sei-encia e de descobrimentos não se disse, e provavelmentenão se dirá jamais, a ultima palavra, porém pôde asse-gurar-se que é superior a todos os propostos até; hoje,porque preenche as condições que a exige e resolve,o nosso juizo, o problema de conservação sob suas

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diversas phases relativamente ao bom produeto, dinnocuidade da matéria conservadora e á economia desua exploração e consumo.

Este problema enunciado em toda a sua generalidadepode expressar-se assim:

!.• A matéria conservadora deve ser inerte ou in-nocente para a saude.

2.° Não deve ter cheiro, nem transmitti-lo á carne.3.* Não deve communicar sabor ou gosto algum á

carne, depois de ser lavada ¦, e quando esteja deseccada,depois da immersão, não deve deixar sabor algum,ainda que se não tenha lavado.

4.° Não deve comprometter suas propriedades alimen-ticias, nem alterar seus caracteres organolepticos.

5.° Que sua acção conservadora seja duradoura, ain-da através dos mares.

6.° Que se possa fabricar no paiz, ou obtê-la apouco custo. ¦< *

7.° Que a carne se mantenha nella fresca, com asua côr, cheiro e sabor naturaes; e que deseccada,depois do seu contacto, torne em seguida ao estadofresco.

8.° Que possa confeccionar-se coma carne os mesmosguisados e sopas, que se prepara com a fresca.

9.° Que a preparação da carne seja fácil, e que assimpreparada, não necessite embalagem especial, ou queeste seja barato.

10. Que faça conta a exploração do produeto.Vejamos se o seguinte processo de conservação pôde

satisfazer as condições do problema.Para este processo de conservação recorremos em

definitiva ao biacetato decai Ca 0. 2C H3 03, KO, pelosmotivos que mais adiante exporemos. A primeira ideado emprego de um acetato alcalino para a conserva-ção das carnes, deve-se ao distineto professor Bastilhos,da universidade do Chile, que temos a honra de ha-ver considerado como mestre e em quem declinamosa honra de prioridade. Porém a observação nos fez verdepois, apoiados na experiência, e fundando-nos nas

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propriedades mesmas desse sal, que não podia conservar,pois que elle próprio se achava também sujeito a alie-ração. O mesmo professor recomraendava, para assegu-rar a conservação o ajuntamento do ácido perolegnico,ou o'uso de um acetato impuro. Era evidente que aacção antiseptica, ou conservadora, devia-se neste casoás' matérias empireumaticas contidas em ambos os pro-duetos, antes do que ao acetato mesmo. Não tardou-se em reconher que o ácido phenico, o creosote, a pica-mara. a cupiona, etc, produzidos na distillaçáo damadeira, ao mesmo tempo que o ácido indicado, se poruma parte offerecião vantagens inquestionáveis, pelo querespeita á conservação, por outra deixavão nas carnes,por mais que se lavasse, o gosto o cheiro per sislentes,que as torna tão desagradáveis, inconveniente que offe-recião as carnes conservadas no Chile pelo systemaMorgan, sobre o qual então informámos, tendo estetodavia a desvantagem de empregar*' em vez de umacetado, o sal commum e outras substancias tão poucoapropriadas ao objecto, como os empiruamas.

Era necessário renunciar ao indicado processo e bus-car outro que preenchesse melhor o fim que se pro-curava, comtudo, sem abandonar ainda o do citadoprofessor, repetimos as experiências, modificando amatéria empregada por sua transformação em bicetato,porém despojada completamente de empireuma, e jun-tando outras substancias aroraaticas.

Porém, sua propriedade delicuecente, sua persisten-cia no sabor, e seu subido preço commercial, nos fi-zerão vêr que não correspondia, como con vinha, aofim proposto. Recorrendo ao immenso catalogo de subs-tancias orgânicas e mineraes, que podião ser empre-gadas com tal objecto, não-aebavamos uma só, qualquerque fosse sua categoria, capaz de resolver completamentea questão de conservação de carnes alimentícias no ter-reno pratico que se desejava.

Pensámos então no acetato de cal, mas com algumadesconfiança. Este produeto achava-se, como os outrosde uma espécie, sujeito a alteração em presença daágua, e sua decomposição devia ser mais rápida em

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contado com as matérias tão facilmente alterna-veis da carne.

Era pois «ma imprudência recorrer a uma matériadecomponivel para preservar da decomposição outrasmatérias mais decomponiveis ainda. Sem embargo,emprehendemos os nossos estudos, conseguindo por iimapplicar a dita substancia em um estado conveniente, edando-nos em resultado o que parecia um impossível:a conservação das carnes com os caracteres e condi-gqes necessárias. Este satisfactorio resultado foi o quenos obrigou a proseguir em nossas experiências nasrepublicas do Prata e na Europa, confirmando-nos cadadia mais as vantagens deste processo, de que já haviãosido testemunhas em Buenos-Ayres, em Julho de 1871,as numerosas pessoas que concorrerão ao acto de abriros barris com carne trazida do Chile e a exposição deque foi precedida. Entre as amostras apresentadas, vi-nhão também carnes em biacetato de soda perfeita-

.mente conservadas, como objecto de completar o estudocomparativo dos dous biacetatos; estudo que, comofica dito, me permittio preferir definitivamente o decal.

No fim destes apontamentos consignaremos mais de-talhadamente aquelle acto significativo, quando estabe-tecermos a comparação entre nosso systema e os de-mais, porque o consideramos como um complementonecessário ao objecto desta publicação.

r Passemos agora á descripção do nosso processo nafôrma mais simples a que o havemos reduzido.

t

[Continua.)

Exposição nacionali

lio dia i'dé Janeiro de 1873 perante SS» MM. II. eAltezas-e um numeroso e luzido concurso de cida-dãos e membros de todas as classes, inaugurou-se nopalácio da escola central, que se achava elegantemente

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ornado a exposição nacional dos objectos que têm de fi-gurar na exposição internacional de Vienna. O Sr. Vis-conde de Jaguary vice-presidente da commissão superiorda Exposição proferio o seguinte discurso : -

a Senhor. —Ordenou Vossa Magestade Imperial uma3a exposição nacional para qoe o Brasil, correspondendoao convite de Sua Magestade Imperial e Real Apostólica,possa comparecer na grande festa da industria que se

prepara em Vienna d'Áustria para o mez de Maio deste

«A commissão que Vossa Magestade Imperial houvepor bem nomear para organizar esta exposição, agrade-cida a tão subida honra, compenetrada das patrióticasintenções de Vossa Magestade Imperial, esforçou-se parasatisfazer á solicitude com que Vossa Magestade Imperialpromove o engrandecimento e a gloria da nação de queé supremo chefe, sendo neste empenho eficazmente auxi-iadapelo governo imperial, infelizmente no correr deseus trabalhos vio-se» privada do valioso concurso dasluzes e merecido prestigio de seu augusto presidente, oSereníssimo Príncipe Sr. Duque de Saxe, que teve neces-sidade de retirar-se do Império.

« Os relatórios que a commissão ha de opportuna-mente publicar darão noticia circumstanciada da exposi-ção, demonstrando quanto ternos adiantado no caminhodo progresso industrial; pelo que a commissão antecipaos agradecimentos e louvores que merece o intelligentee espontâneo concurso dos expositores.

« Todavia cumpre notar que a 3a exposição não cor-responde ainda aos immensos recursos do paiz e âs ani-inações com que Vossa Magestade Imperial tem constan-temente considerado tão útil instituição: é a sorte dasidéas novas; precisão de tempo para lerem satisfactoriodesenvolvimento.

« Não póde a commissão deixar de reconhecer pu-blicamente os importantes serviços de seu digno com-missario, o Dr. Francisco Ignacio Marcondes Homem deMello, a cujo ze!o#@ cooperação de outros brasileiros,igualmente prestimosos, se deve o preparo e coordenaçãoda exposição no curto tempo de quedispôz.

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« Senhor, o comparecimento de Vossa Magestade Im-perial para abrir a exposição, dando a esta festa maiorsolemnidade, a honrosa assistência de Sua Magestade aImperatriz, de Sua Alteza a Princeza Imperial e de seuAugusto consorte, é a expressão eloquenje e significativado elevado apreço em que o throno brasileiro lem o tra-balho nacional; e, pois, a commissao muito respeitosa-mente, em nome do paiz industrial, rende a Vossa Mages-tade Imperial as devidas,graças, com os protestos de de-dicação e fidelidade a Vossa Magestade Imperial e á suaAugusta familia. »

Sua Magestade o Imperador dignou-se de respondernos seguintes termos:

« Associo-me cordialmente ao júbilo que lão justa-mente desperta esta terceira festa do trabalho nacional.

« A religião acaba de consagra-la, e suas consequen-cias moraes torna-la-hão um novo passo seguro no cami-nho do progresso. »

Suas Magestades retirarão-se ás 3 horas da tarde, de-pois de terem examinado detidamente os objectos ex-postos.

Eelatorio dos trabalhos da Sociedade Auxiliadora,da Industria Nacional.

[Conclusão.)Como resposta ao proposto fez a secção ouvir um

luminoso parecer, que tendo de entrar em discussãona sessão de 7 de Julho do anno de 1871, foi es-paçado em vista das observações feitas pelo secretariogeral, que neste momento tem a honra dese dirigira V. Ex., a que o conselho acompanhou, votandoapenas em sentido contrario o nosso distincto conso-cio o Sr. Dr. Nicoiáo Moreira, que opinava pela suadiscussão immediata.

Até agora não foi ainda discutido o parecer, por-tanto nada posso informar a V. Ex. a respeito dopensar desta Sociedade, cumprindo-me tão somente*a. 6

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íazer sentir para salvaguardar qnalqnei-cenrón Muraí-me se üossa querer increpar-me„ que meu tira apre-

ffidPo tal proposta foi apenas evita,-quea^Sociedadetomasse parte em uma questão queja tinha sido lar-

gamente discutida e encarada em todas as suas phases

PeXTqueP fôsta opinião que a discussão tosse

surgir ela iria ferir as idéas que Ja to.hao.adoSantemente expostas nas duas câmaras legislativas,na qual a questão dependia apenas da votação

Justificado assim o meu voto não devo esquecer dedizer a V Ex. que foi ainda no correr deste annooue a Sociedade teve de exprimir o seu modo de pen-sar a respeito da questão proposta sobre a

conveniênciaou não para o Brasil da importação dos colonos jihins.

Parece fora de duvida, que esta associação nao po-dia convir na importação do elemento asiático entrenos; não obstante a secção ser de parecer contrario'"fensf

ella que no caracter de trabalhadores desti-nados a supprir a escassez de braços nas fazendas eoutros estabelecimentos, onde âe emprega hoje^o tra-balho escravo, seria a sua importação nao so de uti-lidade como de urgente necessidade.

Nem mesmo assim a sociedade podia acompanharaos illustrados membros da Secção de Colonisação,tendo por isso forçosamente de fastar-se delia em suamaioria, porquanto pareceu aquelles, que opinarão emsentido diverso mais razoável aceitar o pensamentooue passa a transcrever do nosso distincto cpnsocio,o Sr Dr. Nicolau Joaquim Moreira, que e o seguinte,

ee Fechando estas considerações, senhores, eni con-clusão, vos declaramos que nos oppomos formalmente

" á introducção do elemento asiático em nossa popula-cão por qualquer que seja a face que o encaremose que na necessidade de braços, que venhão em auxiliode nossa lavoura e industria, chamemos pelos meios

-convenientes ao seio da sociedade esses milhões deincolas que errão em nossas densas florestas, promo-Tâmos as condições do bem-estar physico e moral do

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povo, e aos immigrantes que procurarem respirar asauras do nosso paiz, concedamos toda a liberdadepara que melhor possão desenvolver seus recursosphysicos e inlellecluaes, desprendendo-nos ao mesmotempo dessa dependência do governo em todos os actosda nossa vida social e que tanto caracterisa a raçalatina, para abraçarmos o benéfico principio do self-government, que tanto tem engrandecido o elementoanglo-saxonio. »

Pautando assim a maioria sua norma de procedersobre tão distincta questão, lem fé que, se hoje algunslhes recusarem sua approvação, amanhã todos saúda-ráô com enlhusiasmo aos que, com firmeza e resolução,se oppõem á povoação ou mesmo á immigração deum elemento, tão ingrato e tão contrario pelos prin-cipios que abraça, para poder garantir uma prospe-ridade futura.

Este foi o seu pensar. Se errou, é difficil saber-seno presente; se acertou, só o futuro poderá assegu-rar; portanto, aguardemo-lo. s

Eis o que me occorre annunciar á V. Ex. em re-lação a esta secção. Agora, duas palavras em referenciaà Secção de Estatística Industrial.

Secção de Estatística Industrial.

A Estatística é a sciencia dos factos sociaes expressospor termos, cujo fim é o conhecimento exacto da so-ciedade, considerada em seus elementos, sua economia,sua situação e seu movimento, dizia-o Moreau de Jo-nés. Esta linguagem demonstra o alcance da medidatomada pela nossa sociedade, fazendo figurar, entreo numero de suas secções, uma que fosse exclusiva-mente destinada a este mvster.

Grande é o caminho que tem a percorrer. A mimnão compete por certo estudar tudo que diz respeitoà orbita de suas attribuições; apenas, na qualidadede secretario, registrarei o que se deu em relação imesma.

Respondendo ao desideratum que em nome d esta

*

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A

sociedade, manifestei em meu relatório do anno pas-sado, a secção fez ouvir em Setembro de 1871 umtrabalho, cuja leitura muito interessara sem duvida aos

que tomão interesse pelo futuro e progresso da in-dTsecção

não estendeu muito as suas considçraçSes,nem mesmo a sociedade podia exigir que ela fizesseS?5o de Estatística Industrial. Resumio perfei-lamente as idéas mais legitimas sobre o WSS*!£a respeito da matéria, occupando-se principalmentedos seus pontos cardeaes; a saber : - do operário,do capital e dos salários. -

Cada um desses elementos, que tomou como tarefapara desenvolver, daria muito que meditar a todoaquelle que fosse cogitar sobre a grande sciencia econo-mica. A secção, porém, em um ramalhete delicado,proporciona aos que desejarem conhecer um pouco üamatéria, bastante assumpto para pensar.

Receba, pois, o seu presidente, o Sr. AiexanqreÀffonso da Rocha Sattamini, nome muito sympathiconos annaes desta Sociedade, e seus dignos companhei-ros, os encomios quo em nome da mesma lhes pro-digalisa o seu secretario.

Como complemento a esta parte do meu relatório-,tratarei da Secção dê Artes Liberaes e Mecânicas, vistoque das outras nada tenho para expor a V. Ex.

Secção de Artes Liberaes e Mecânicas.

Incumbida de uma missão elevada, poucas são noentretanto as vezes que a Sociedade tem de ouvir osseus conselhos, basta, para comprova-lo, fazer sentir4 V. Ex./que sò em 10 de Fevereiro do presenteanno lhe foi remettido a' informar o requerimentorecebido com o Aviso n. 8 de 6de Fevereiro domes-mo anno do Ministério da Agricultura Commercio eObras Publicas, no qual Albino Augusto GenerosoEstrella pede privilegio para introduzir, no Jmpeno,as carteiras ou escrevaninhas fabricadas por R. N. Brandi

_- 77 —

<fc C, de Boston, nos Estados-Unidos, e alli usadasnos estabelecimentos de instrucção.

A secção não informou ainda, por isso nada posso"Sido

este parte do meu relatório, cabe-medizer áV Ex. que foi, sem duvida, mui o o trabalho

produzido'este anno pelas Secções da Sociedade Auxi-Sra entre as quaes figurarão com vantagem as deMachinas Chimiea industrial e Industr.a fabril, e que,para resolver todas estas questões, bem como as econo-Es que lhe dizião respeito reumo-se •'Saudadede 1° de Abril de 1871 até 16 de Março de 1872,24.ezs sendo - em sessão de assembléa gera e 22 emconselho administrativo, dando nestas entradai paraoseu grêmio a 61 sócios, sendo 40 na classe dos effe-divos e 21 na dos correspondentes.

Foi sem duvida mui grande o numero dos novoscidadãos que fez registrar nos s^s annaes; cumpria-lhe, porém, sentir os effeitos da terrível lei das com-

pensações, lendo baixar ao túmulo nada menosideloitodos seus consocios, cujo nomes sao: Visconde deftaborahy. Dr. Gia^W ^*I(??^Marianno Procopio Ferreira Lage, Carlos GuilhermeHaring, commendador José Bettamio, commendadorManoel Ferreira Lagos, conselheiro Manoel da CunhaGalvão e João da Costa Freitas, tendo a Sociedade tn-butadoa todos os suffragios que lhes sao dejidos.

Foi porém immensa a dôr que sentio a Sociedade,

porque como bem escreveu Gali, a dôr mais intensa emais desoladora que o coração pode experimentar ea

que é motivada pela perda de uma pessoa a quem"tmV

termo a esta tarefa, ainda devo referir osfactos havidos em relação ao nosso jornal, archivo,

' 'bibliotheca e correspondência social.

Jornal da Sociedade.

Ainda está confiada a sua redacçao ao nosso talentosoconsocio oSr. Dr. Nicoláo Joaquim Moreira, que nao

*

*

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se poupa a esforços para torna-la dignada corporação,de qüe é órgão, e fortalecer assim o respeito e amorque lhe consagra unanimemente a Sociedade Auxilia-dora.

0

Bibliotheca e Muzeu.

Como já fiz sentir á V. Ex., será muito difficil ánossa Sociedade desenvolver estas duas grandes idéas,porque a sua casa nao lhe permitte ; comtudo, tenha-mos esperança e fé no futuro.

Sua guarda está confiada a um cavalheiro distincto econsocio não menos digno, queé o Sr. Dr. Anastácio Luizdo Bomsuceesso, cujo nome é uma garantia.

Cumpre pois, esperar; sendo do'meu dever noentretanto, dar conta a V. Ex. que no anno, cuja bis-toria transmitto a V. Ex., foi -ella augmentada com asseguintes obras representadas em livros, jornaes e ou-tros trabalhos, a saber:

Considerações sobre a industria agricola do Chile,pelo Dr. Nicoláo Joaquim Moreira e por elle offerecida.

Das dyspepsia^. These de doutoramento do Sr. ba-chàrel Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo, e porseu autor offerecida.

. Collecção dos Annaes do senado de 1870. Um exem-plar do 7o tomo dos pareceres da Mesa do Senado e umdito da Synopse dos trabalhos pendentes de delibera-ção, oferecidos por S. Ex. o Sr. Visconde de Abaeté.

Dois exemplares dos Relatórios apresentados por ocba-sião da passagem da administração da provincia de S.tedno do Rio Grande do Sul, do Sr. Dr. João Ser torio,ao Sr. Dr. João Capistrano de Miranda e Castro, edeste ao Sr. conselheiro Francisco Xavier Pinto Lima.

Um exemplar da collecção das leis da provincia das* Alagoas, promulgadas, no anno de 1870.

Um dito do Relatório apresentado por oceasiao dapasáagem da administração da provincia do Paraná doSr. Dr. Agostinho Ermelindo de Leão ao Sr. Dr. Venan-cio José de Oliveira Lisboa.

lina dito da exposição, por este ultimo senhor, feita

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perante a assemblea legislativa, daquella provincia, noacto da installação de sua sessão no ànno de 1871.

Os números publicados dos jornaes seguintes: bou-them Planter and Farmar ; Southern Farmer ; Ame-rican Agricullurist offerecidos pelo ministério da agn-cultura.

Demonstração da taboa das jóias e remissões de an-nuidades dó Monte Pio Geral de Economia dos Servi-dores, pelo Dr. José Augusto Nascentes Pinto e pelomesmo offerecida. ¦

Annaes do parlamento brasileiro relativos ao anno de1870, offerecidos pelo Sr. conselheiro Antônio PereiraPinto. »

Um exemplar do Annual Report of the Commissionerof Aqricullurc ofthe Tear 1868, bem como o AnnualReport of the Board of Regents of the Smithsonian Ins-titution, remettidos a esta Sociedade para figurar nasua bibíiotheea, pelo secretario da mesma associação, oSr. Joseph Henry, professor, residente em Washington.

¥emoria sobre colônias militares offerecida por seuautor o Sr. José Rufino Rodrigues de Vasconcellos.

Estatutos da Associação Comício Agrícola Sergipensee sua primeira acta, enviada pela mesma.

Diversos exemplares do opusculo. — Algumas idéassobre a relação existente entre as epidemias eepizoo-tias memória lida perante a Academia Imperial de Me-dicina pelo Dr. Nicoláo Moreira e por elle offerecidos.

Diversos números dos jornaes Opinião Conservadora,Novo Mundo, Echo Americano, Revistas, do ImperialInstituto Fluminense de Agricultura e Instituto Bisto-rico Geographico do Rio Grande do Sul, Dezenove deDezembro e Pátria, offerecidos pelas respectivas re-dacções. . . .

Relatório apresentado ao ministério do Império pelacommissão encarregada da direcção dos trabalhos dearrolamento do município da corte, offerecido pelo se-cretario da mesma, o Sr. José Vicente Jorge.

Dito da presidência do Rio Grande do Sul, do br.,conselheiro Francisco Xavier Pinto Lima.

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Relatório do ministério da Agricultura e Marinha,apresentados ao corpo legislativo em 1871.

Dito sobre colônias, pelo Sr. Dr. João Pedro de Car-Talho Moraes, offerecido pelo seu autor.

Collecção de leis da provincia do Rio Grande do Sul,em 1870.

Idem da provincia de Santa Catharina.O supplemento ao Diccionario de plantas medicinaes

brasileiras, pelo Sr. Dr. Nicòláo Joaquim Moreira e porelle offerecido, e dous atlas históricos da guerra do Pa-raguay, offerecidos pelo ministério da guerra.

Archivo da Sociedade.

f É sempre com grande prazer que, ao tratar d'esteponto, eu registro um voto de louvor e muito agradeci-mento ao distincto auxiliar, que tenho encontrado napessoa do Sr. Francisco José Xavier, empregado incan-savel, intelligente e nimiamente cumpridor dos seusdeveres. A elle deve sem duvida esta secretaria muito ;e portanto não pôde prescindir de citar o seu nome, aodirigir-se a V. Ex. recommendando os relevantes servi-ços que a esta Sociedade tem prestado com o seu valiosoconcurso.

É o uniso prêmio que lhe pôde offerecer esta secreta-lia em signal de muita gratidão.

Tliesouraria.

Gerida por um caracter illibadoe nobre, como éonosso consocio, o Sr. José Botelho de Araujo Carvalho,continuou ella na boa ordem que era para desejar. Seuestado financeiro não é tão prospero como no anno ul-timo ; não é porém desanimador.

Fôrão muitas as despezas extraordinárias que se ffee-rão, mas os esforços do nosso zeloso e infatigavel the-spureiro restitui-Ia-ha sem duvida ao seu antigo estado.É a fé que todos nutrem.

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Correspondência social.

Com a maior regularidade procurou sempre a Socieda-de satisfazer o cumprimento de seus deveres, quer indosaudar a todas as suas irmãs quando a chamavão a to-mar parte nos seus festins litterari os, quer, responden-do aquelles que a honravão com a sua correspondência,quer, emfim, para com o governo imperial, que conti-nuou com grande júbilo desta associação a manifestar-lhe as mais decididas provas de sua confiança, fazendoquasi sempre effectivas as suas deliberações era relaçãoaos pedidos de privilégios requeridos.

Tal foi a vida desta associação, que tudo fez guiadaunicamente por um movei —o trabalho.

Aqui fecho esta succinta exposição, que me impunhao dever de secretario de dirigir a Y.Ex., aproveitando-me da opportunidade para proteslar-lhe muito respeitoe verdadeira estima.

Em 15 de Abril de 1872.

Dr. José Pereira Rego Filmo.

loticias industriaes..Mercúrio.—Emprego de seu vapor.

Mr. Merger achon um reactivo, inteiramente sensível• para denunciar as mais tênues partículas do mercúrio; sao

oa saes de prata, ouro, iridio, cujas soluções fornecemum papel de uma extrema sensibilidade. O nitrato deprata ammoniacal, por exemplo, é reduzido pelas maisfracas quantidades de mercúrio, e as linhas traçadas coraesta solução sobre uma folha de papel .ennegrecempromptamente pela reducção da prata, quando expostasao vapor mercurial por mais fraco que seja, e tanto natemperatura ordinária como na do gelo.

Utilisa-se esta notável propriedade por diversos

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modos. Uma folha de cobre coberta de verniz e sobre oqual se desenha com uma ponta, como na gravura aágua forte, ê exposta ao vapor mercurial que se amalga-ma nos traços existentes no verniz. Pondo-se depois umafolha sensível- sobre a placa, patentêa-se um desenho se-melhante ao de uma gravura ordinária.

Emprego do coco.

Na fabrica do Sr. Gognon, nos arredores de S. Diniz„aproveitão-se todas as partes do coco. O perycarpo for-nece uma substancia têxtil de grande valor, O parenchy-ma exterior é dividido por meio de machinas especiaesea filaça obtida serve de crina, para tapetes, fios, esto-fos, e outros produetos textis, aos quaes sua tenacidade eincorruptibilidade dão uma utilidade especial. O endo-carpo é cortado e preparado para o fabrico de botões eobjectos diversos.

O sueco assucarado que a noz contém serve para aconfecção de um xarope mui usado em pharmacia.

A amêndoa, propriamente dita, dá, pela pressão, umóleo abundante.

Emfim o pó que se destaca do parenchyma durante suadesaggregação serve para fazer um optimo pó de sapato.

Os cocos são extremamente abundantes e podem for-necer em certos paizes 400 milhões de kilogrammas demercadorias.

Meio de impedir o apparecimento do bolor nas soluçõesgommosas.

Sabe-se que, quando se conserva por muito tempouma solução de gomma arábica, forma-se em sua su-perficie uma camada de bolor que, augmentando demais em mais, acaba por tirar á solução todo o seupoder adhesivo."''

Tem-se proposto diversos meios para obviar este in-conveniente, sobresahindo entre elles o ácido carbo-nico, o creosote, o sublimado corrosivo, etc., etc

Posto que se haja obtido bons resultados, todavia a

83.—

perigo do emprego do sublimado, o aroma um tantodesagradável do créosote, ácido carbônico, etc, limitãoo emprego .destes agentes. --

Presentemente, porém, temos um meio poderoso,efficaz e que não prejudica a saude e elle consiste emdissolver na solução gommosa um pouco de sulfa-to de quinina. São -suficientes alguns pequenos crys-laes do sal que indicamos, para que se não torne bo-lorenta a solução da gomma. t

Acreditamos que o mesmo agente deve produzir bomeffeito na tinta. de escrever que também facilmentedeixa desenvolver o bolor.

_o.o prscesso para o fabrico da soda.

Pulverisa-se o chlorureto duplo de aluminium e sódiosubmettendo-se depois á alta temperatura, em umaretorta atravessada por uma corrente de vapor dáguasuper-aquecida. O ácido chlorhydrico é arrastrado, ü-cando o aluminato de soda que o ácido carbônicofacilmente transforma em carbdnato de soda e alummepuro, cujos usos sâo numerosos.

Massa para limpar e polir vidros, metaes, etc.

Uma senhora americana inventou uma espécie d#sabão, que serve para limpar e polir m superfíciesdos vidros, metaes, etc Compõe-se es e produeto deazeite 1 kg., ammoniaco 1 kg., cre, 2 kg, agua 1 kg.Com estas substancias fórma-se uma espécie de massaespessa, que a Sra. Mary.Cora Bland, de Chicago re-commendl muito pela efflcac.a, que facilmenle sepodeverificar, pois que não é difficil aviar a receita, pre-èarar o produeto e fazer a conveniente experiência.

Galvanoinetro -vertical.

O Sr. Bourdouze, preparador de physica na faculda-de das sciencias de Paris, construio um novo galvano-metro, com o fim de tornar visíveis, para um publiconumeroso, em qualquer amphilheatro as manifestaçõesdas correntes electricas, ainda que sejao fraquissimas.

*

— 84 —

O órgão essencial é um braço de balança, de açomagnetisado, que se conserva horizontal, approximandoou afastando pequenas massas adjuntas. Determina-sea variação da sensibilidade pela ascensão ou descimentodo centro de gravidade. No meio do braço está um com-prido fiel vertical, que serve para indicar as oscillaçoesno mostrador do apparelho.

O braço está collocado no interior de uma caviina(bobine) chata, permittindo-se assim uma acção con-

• tinua em toda a amplitude do desvio.Estando o fiel a zero, descobre-se a passagem de

correntes electricas no fim da cavilha, pelos desvios dofiel para um e outro lado da sua posição normal. .

Para dar idéa da sensibilidade deste* instrumento bas-tara dizer que denuncia, por desvio considerável dofiel, a corrente produzida na pilha termo-electrica,quando a mão se approxima delia. t .

Vê-se que o instrumento serve para as experiênciasmais delicadas, sendo muito próprio para as aulas.

Não é necessário, quando se emprega este instru-mento, exigir a coincidência do plano vertical quepassa pela barra magnetisada com o meridiano magne-tico. Basta que a parte deste plano, que contém o poloaustral da barra, forme com a parte austral da agulhade declinação um angulo inferior a 90ü, e esta condi-ção facilmente se realiza, collocando a barra na posiçãoconveniente para qualquer orientação.

O Sr. Lissajous escreveu um relatório sobre este ins-trumento, que foi apresentado á associação Promotorada Industria Nacional, e que está publicado no jornalde physica theorica e applicada (mez de Junho), redi-gido em Paris pelo Sr. Ch. de Almeida.

— 85

Litteratura Industrial.Pensamentos e reflexões sobre a industria.

A industria manufactureira dispõe de capitães im-porlantes e de um credito ainda maior do que a doscaoitaes coza de todos os favores da opinião e dosgrandes' poderes; com taes alavancas pôde-se affrontar timpunemente as crizes que venhão influenciar os ele-mentos de produccão ou o consumo dos produetos.

Ouer se trate de produetos agrícolas, quer de in-dustria manufactureira, no dia em que os mercados domundo se abrirem a todos os produetos a palma«davictoria pertencerá aquelle que por menor preço offere-cer seus produetos, porquanto se os elevados preçosattrahem os mercadores, os baixos chamao os consu-midores.

Causas que impedem o progresso de agricoltnni:fraccionamento do solo, impostos exagerados; falta decapitães e de credito; e de vias de communicação oucarestia de transporte.

Quando se estuda uma questão, é necessário enca-ra-la não só em sua actualidade como também emsua virtualidade.

O estado actual dos estudos econômicos deve seruma lição salutar para aquelles que edittcao sobre afrágil base dos castellos de cartas de suas utopias hu-manitarias.

O homem em sua estúpida ignorância das; ieis danatureza desconhece o trabalho prodigioso dos passa-ros e mata para mais de 3/4 de sua geração,

A' humanidade não aproveite o estar calçado oinfernode boas intenções e o céo cheio de tendências excel-lentes.

- 86 —

A necessidade unida á paciência e a emulação sãoorigem fecundas de trabalho e de riqueza.

i todos os que preconisãò o credito agrícola, a todos,os que investigão as causas de nossas crises, não cessa-remos de repetir que o grande meio de generalizar a cul-tura intensiva, a cultura pelo capital, a cultura que pôdeobrigar o cidadão a entregar-se á lavoura, a que pôdetornar a producção das subsistencias mais independentesdas. estações,-consiste em abrir vias de communicaçõés edar sahida aos -produetos agrícolas.

O capital é o instrumento de emancipação das po-pulações agrícolas e das industriaes. Nâo se deve dei-xar á industria o monopólio do emprego do capital efazer com que para ella somente corrão os braços e asinteiligencias. Nem se diga que o lavrador tem como re-curso o sóio. O solo sem capital é a gleba, é o traba-lho, é o homem machina, é a civilisação chimera, éfinalmente a agricultura dominada por todas as classesque se tiverem libertado do trabalho puramente physico.

Ha sempre uma agricultura apropriada ás necessi-dades da época,' e é a que faz cora que a agriculturado lempo de Triptolemo não seja igual á do tempode Mathieu Dombasle.

Major et longiquo reverentia.

As graraineas são plantas sociaes por excellencia, enossas mais úteis companheiras, dando pão aos huma-nos e ferragem aos animaes.

Os cereaes, parte essencial das gramineas caracterisaoo antigo mundo, berço da civilisação da humanidade,

O trigo acompanha o homem em suas prímeiraa pe-rigrinações e servio de lhema ás crenças primitivasdos povos. Segundo estas crenças os cereaes Cresciãoantes desconhecidos sem caltura e confundidos comoutras plantas. *

_ 87 —

Os Egypcios attribuião sua cultura a Orins, e estealimento novo fez os homens abandonarem os costu-mes selvagens. Os Gregos attribuião a cultura dos'ce-reaes a Geres e a Triptolemo.

Qualquer que seja o fim a que se queira chegarcom a cultura dos animaes, quer se trate de obtercarne, leite ou lã, os suecessos dependem essencial-mente da escolha dos reproduetores, e da alimenta-ção durante a primeira idade da vida.

¦

O empirismo não basta para esclarecer estes pon-tos delicados e a pratica será tanto mais certa e fru-ctuosa quanto ella se apoiar mais sobre os principiosde chimica e de physiologia moderna em suas rela-ções com a composição dos alimentos. Quanto aoconhecimento dos reproduetores, e apreciação de suas'qualidades, o juizo nestas matérias se fôrma pelacomparação e esta só se exerce bem nas grandes ex-hibições onde se encontrão lado a lado os typos osmis aperfeiçoados das diferentes raças.

Atrás das palavras justas se achão justas idéas, eem zootechnia, como na grammatica, uma palavra sótem valor quando faz despertar no espirito uma idôaexacta.

O systema de parceria (metayage) é um verdadeirosystema quando se apoia no concurso do proprieta-rio e do colono ; mas é indispensável que as duasforças actuera simultaneamente e que funecionem emuma direcção parallela. A resultante adquire entãotoda sua intensidade e o systema produz seu máximode effeitos úteis ; se porém os esforços são diver-gentes, ou se um dos elementos se destaca do feixe,o resultado sendo nullo justifica todas as aceusã-ções que se têm lançado sobre o systema de quetratamos.

;.t'

Não se destróem as leis da ordem social como as.(.

- 88 — .

da ordem physica, e tentar contra a lei da còncur-rencia e do capital seria tão pouco razoável, comofora" tentar destruir a lei da gravitação. As leis danatureza physica e moral são fataes e indestructi-vas. Devemos submettermo-nos, estuda-las e accom-moda-las de modo a tirarmos partido dellas^combi-nando-as sobretudo; porque a verdade não está, comodizem os falsos lógicos, no prolongamento de umraio qualquer, porém no ponto central onde todos osraios se encontrão."

•*=':'.-

4 ¦,, .'.*;

™Jffj|i:Spl(%wag^

BALANÇO BI THESOWâiSI DA SOCIEOIDE «IÜADORA DA INDUSTRIA NACIONAL NO ANNO DE 1871

RECEITA»

Art. i° Tit. Io Prestação do Thesouro

.5 2o Mensalidades dos sócios;Mensalidades. .Remissões . . .

I. Rs.

18888000{720S0OO

»»

3° Jóias. . . o ....'...-....¦..••• •4" Divida activa cobravel: ^,

Mensalidades. . V . • • • ¦ •5o Assignatura e venda de publicações V . . . ....

6o Juro de apólices da divida publica ... .»..••

T Extraordinária; ,Donativo feito pelo Thesoureiro da Sociedade, José Botelho dejAraujo

Carvalho, resultante da sua gratificação para quebras, e applicí d(| ao pargamento das despezas com a escola nocturna çj£ adultos .

Legado deixado â Sociedade pelo finado Conslheiro Alexan<|rej MarizMaria dèv Sarmento

Donativos feitos á Escola nocturna de adultos pelo Sr. Barão das UEm moveis mandados fabricar na casa da Correcção ....Em diversos artigos comprados a Domingos^Jos| Grfg>mes Bran

dão &. C, para gasto dos alumnos:

es Barras:I.03S500

1008660

?Produeto da venda de 4,831 bilhetes de entrada l^ftlsseio Publicjo jpara a

Exposição de Flores, sendo :1,818 a 500 réis-3,013 a 200 réisProdueto da venda em leilão dos pavilhões^o$_t-lRais frtifeOs

que servirão na dita Exposição . % *•

SAIJMS EXISTEIOTE EM 11 ©E DEZElÍ|$H.Í& • êS

^09g000$02g6t0

144.865

Em dinheiro ..'...*.,..".. .*V" .' .*'tEm diversos valores Ji'"-

53 Apólices da Divida Publica Fundada do vMor de rijis1:000$000 cada uma e juros de 6 °/0 ao annoljk Jt. . .

30 % de 10 aeções da Companhia Seropedica JI '.

. i.

4

•S3: OQOgOOO300$000

I ir^

Diiolro

6:000g000

l:608g000336g000

U4_0003OgO0O

3:180500011:2688000

40080ÓO

2:0008000

70.8160

1:6568465.87608625

6:0268878

Diversos valores

53:3008000

22:0558503 | 53:3008000

ítio^e-^aneiro,^ em 24 de Dezembro de 1873..—O Thesoureiro da Sociedade, José Botelho de Araújo Carvalhovf-V

' / \

DESPEZA

Art. 1° § Io Impressões2o Brochuras.li" Despezas com a Escola nocturna para adultos ; a saber:

%"¦¦¦ Honorário ao professor 2o Dito aos tres Adjuntos • . . .3o Acquisiçao de compendioái papel, pennas e tinta para gasto dos

alumnos . '. . . %á._° Ordenado ao Porteiro. *.....,

5o llluminação, água e aceio 0a casa ,. 6o Extraordinária. . . i . . ... . .

'. . '.

T Encanamento de gaz, laifipeôes, etc8° Acquisiçao de moveis . . . . 9° Livros para escripturação,

5o Gratificação ao redactor do Auxiliador .6o Dita ao Thesoureiro para queí|p7o Ordenado ao Escripturario. .."'8o Dito ao Ajudante do Bibliotlieípirio .9o Dito ao porteiro ... .V

10° Dito ao Continuo da Sociedade e Entregador do Aumliadoríl° Porcentagem de 8 % ao CobriÉor. .......12e Assignatura de jornaes, compef e encadernação de livros.13° Expediente15° Extraordinária e eventuaes:

Despeza com a missa por alma da Serenissima Prinçeza D. Leopoldina, Du

71686601:0508000

10086601463000

4131002288400

3080008168840

18800Ô

queza de Saxeimporte do busto do Conselheiro MarizAnnuncios publicados no Dwio do Bio sobre a Escola Dominical.Exposição de flores:

Annuncios puplicados no Q$ario do Rio. . 66§000Diversas despezas lançada. aa caixa a fls. 93 e

constantes dos documentos alli descriptos. . 7:2348614

3080002508006

68500

7:300$614

SALDO QVÉ PASSA PABA t©f SEm dinheiro

Em diversos valores; a saber:53 Apólices da Divida Publica Frçfidada do valor de 1:000(000 cada uma. e juros

de 6% ao anno, ns. 217, 747, 748, 749, 1.318, 6.236, 12.048, 12.049, 13.381,13.620, 15.545, 15.621, 18.781, 19.398, 21.652, 29.858, 29.859, 29.860,29.861,31.601,32.364,48.036,48.037, 48.038, 48.039, 48.040, 48.041,48.042,48.043,48.044,48.045, 73.530,73.531, 73.532, 93.541, 93,54%93.543, 93.544, 96.256, 96,2*. 7» 96*258, 1H.650,111,651,111.652,160.504,160.505, 160.506, 160.507, 160.508, 1Í..509, 160.510, 195.397 e 195.398,réis .......... 53:0008000

30 °/0 de 10 aeções da Companhia Seropedica, $s. 711 a 720. oogooo

Diieiro

3:3378000429g000

3:14786601:5000000400&000

l:200g000600800042080003608000167804043#000

131J.4971%735#197

7:5878114

2:7338192

«p.22:055^503

Diversos valores

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53:3008000

53:3008000

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SOCIEDADE AUXILIADORA W' •' 7

DA

IIMSTBUN. 3— MARCO DE 1873.

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Sessão «Io «esaselfe© administrativo em 4 de Har竦t ¦ de 4S?3.

. PRESIDÊNCIA INTERINA. DO SR. DR. NICOLÁO JOAQUIM MOREIRA.

íI-aaVa'

A.chando-se presentes os membros do conselho osSrs. Drs. Nicoláo Moreira, Paula Freitas, Pereira Por-tugal, e Sayão Lobato Sobrinho; mestre em artes Gar. ;cia; commendador Fernandes da Cunha ; Jo>é Botelho; ¦;;Sattamini, Rabello, e Deschamps de Monlmorency; eos membros effeclivos Srs. Visconde de Barbacena*conselheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja,Conde de Roswadowski, Drs. Miguel Antônio da Silva, Ie José Caetano de Paiva Pereira Tavares-, e JasperL. Harben, assumio a presidência o Sr. Dr. NicoláoJoaquim Moreira, visto não se achar presente o Sr.presidente, nem alguns de seus substitutos.

Foi aberta a sessão, e sem discussão approvada a actada anterior, que teve lugar em 15 de Janeiro próximopassado, e bem assim os lermos das reuniões de 4 e 20de Fevereiro ultimo, em que, por falta de numerolegal, não poude haver sessão.

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77

— 90 —

EXPEDIENTE. __

O Sr. secretario participou que se remetteu:Em 25 de Janeiro á Secção de Machinas e Apparelhos os

requerimentos recebidos com os Avisos do Mi nisterio daAgricultura Commercio e Obras Publicas daiados de 17.e 18 de Janeiro sob os ns. 2 e 3, e em que pedemprivilegio: Fraoeisco Eugênio Simonare Francisco Tous-saint Fertin para um apparelho hydraulico, que dizemser de sua invenção, destinado a extrahir arêas au-riferas e cascalho diamantino dos leitos dos rios; eBrigot & Merlin para a introducção no império dasmachinas destinadas a preparar parallelipipedos degranito para o calçamento das ruas.

' ¦ Em 8 de Fevereiro à Secção de Machinas e Apparelhos. os requerimentos recebidos cornos Avisosdo Ministério da

Agricultura Commercio e Obras Publicas ns. 4, 6, e 10datados de 29 de Janeiro ultimo, 4 e 6 de Fevereirocorrente, e em que pedem privilegio Christovão Augusto"VYitzlebin,

para uma machina de sua invenção destina-da a descascar mandioca; MorrisN. Kohere e o Dr. JosephSpyer, para o fabrico de camas do tecido de aramee palhinha metallica, de que allegão ser inventores ;e Francisco Soares de Andréa para a construcção, usoe applicaçao de apparelhos destinados a dar auloma-ticamente signaes de incêndio : e

á Secção de Industria Fabril os requerimentos re-cebidos com os Avisos do Ministério da Agricultura vCommercio e Obras Publicas datados em 9 de Ja-neiro próximo passado, 4 e 5 de Fevereiro correntesob ns. 5, 7, 8 e 9, e em que pede privilegio JoãoBaptisla Pinto para a sua fabrica de esculptura embarío e louça vidrada; o tenente-coronel Miguel Titode Sá, Carlos Guilherme Rheingantz e Hermann Va-ter, para o fabrico, na província do Rio Grande doSul, de tecidos de baeta e entrançados de algodão ;Francisco Marques Silveira para o processo de suainvenção destinado ao fabrico de velas de sebo; e

João Bernfild e outros para a exploração de salinasnaturaes e artificiaes na provincia de S. Pedro doRio Grande do Sul.Em 12 de Fevereiro :

* teve lugar em S. Francisco de Paula, ás 9 horasda manha, a miésa que o conselho resolveu mandarrezar pelo descanço da alma de seu muito di<mo esempre lembrado membro commendador Airoza, e a esseacto assistirão os membros do conselho e da Sociedade*Srs. commendador Joaquim Antônio de Azevedo, JoséBotelho de Araújo Carvalho, e Francisco José Xavier.Em 13 de Fevereiro:remetl.eu-se á Seccão de Machinas e Apparelhos orequerimento, que foi recebido com o Aviso do Mi-nisterio da Agricultura Commereio e Obras Publicasn. 14, datado em 10 do mesmo Fevereiro, e em quePedro Marques pede privilegio por trinta annos paraum quebra-mar de sua invenção.em 22 de Fevereiro:á Secçao de Machinas e Apparelhos o requerimento

que foi recebido com o Aviso do Ministério da Agricul-tura Commercio e Obras Publicas n. 12, datado em 18do mesmo Fevereiro, e em que Eduardo Benest ShawBenert pede privilegio por dez annos para fabricar evender no Império o apparelho de movimento paraas chaves dos trilhos das linhas urbanas, do qualalega ser inventor.

/, Carta do Sr. Dr. Nascentes Pinto, ém que participaque, por se achar onerado com diversos trabalhos deserviço publico,não póde comparecer não só á esta sessãocomo ás que se seguirem durante algum tempo.—Inteirado.

Carta do Sr. mestre em artes Garcia, director daEscola Nocturna de Adultos, datada de 17 de Janeiro,ém que participa que em 1*6 daquelle mesmo mez se effec-'tuou a abertura da referida Escola com a solemhi-dade prescripta nas instriicções em vigor, achahoVsèinscriptos 90 alumnos, entregando o Sr. 2o vice-pre-

sidente, commendador Azevedo, o prêmio conferido aoalumno da 4a classe José Ricaldoni, e sendo procla-mados os nomes dos alumnos approvados com dis-tineção no exame geral do anno passado ; e assim maisnue deixou de receber o prêmio que lhe foi conferidoo alumno da 5* classe Firmino Felix de Barros pornão ter comparecido à solemnidade.— Inteirado.

Cma do mesmo Sr., de 24 do dito mez, participandoque nessa data entregou ao alumno Firmino Felixde Barros o prêmio que lhe havia sido conferido, eque deixou de receber por não ter comparecido à,solemnidade da abertura da Escola.-Inteirado.

Carta do mesmo Sr. do Io de Fevereiro, em queparticipa que abrio a inscripção para as matrículasnas diversas aulas do curso preparatório e do 1° annoda Escola Industrial, nos termos das instrucções emvigor, e que, attento o máo estado sanitário da ei-dade'julgou prudente transferir a abertura das mes-mas aulas para o principio de Março.—Inteirado,

Carta do mesmo Sr. do 1' de Fevereiro, em queparticipa que no mez de Janeiro ultimo funecionárãona Escola Industrial as aulas supplementares de por-tuguez e arithmetica, deixando de leccionar etn algunsdias do referido mez o professor desta ultima mate-ria, por ter sahido da cidade para objecto de serviçopublico.—Inteirado. ,

Carta do mesmo Sr., da mesma data, acompanhandoo mappa do movimento di Escola Nocturna de Adul-tos no mez de Jmeiro próximo passado, o qual foiremettido ao Sr. Dr. redact ir do « Auxiliador » paraser publicado.

Carta do mesmo Sr. de 22 de Fevereiro ultimo,em que participa que por falta de accommodaçõesna casa, em que funecionava a Escola Industrial à ruado Carmo n. 5, Io, andar, tomou a resolução de alugaruma outra á rua de S, Pedro n. 316, que preencheas condições necessárias para. ás aulas que se tem deabrir, e que para ahi effectuou a mudança da mesmaEscola no dia 18 ; pendendo porém ainda do Ex.moSr. ministro do Império a aceitação das condiçõesdo contrato, propostas pelo proprietário. —Inteirado.

— 93 —

Carta do mesmo Sr. do Io de Março, em que par-ticipa que no mez de Fevereiro ultimo funccionárãocom regularidade na Escola Industrial as aulas sup-plemenlares de grammatica portugueza elementar, deArithmetica e metrologia elementar, e a de inglez; ebem assim qne, continuando o máo estado sanitárioda cidade, julgou prudente transferir ainda a aberturadas aulas dos cursos preparatório e industrial para odia 17, prorogando ao mesmo tempo as respectivasmatrículas. —Inteirado.

Carla do mesmo Sr., da mesma data, a companhandoo mappa do movimento da Escola Nocturna de Adul-tos no mez de Fevereiro ultimo, e participando que,não obstante o máo estado sanitário da cidade, com-parecerão diariamente de 60 a 80 alumnos.—Inteiradosendo o mappa remettido ao Sr. Dr. redactor do« Auxiliador » para publicado.

Carta do Sr. commendador José Maria Pereira, emque participa que, por doente, deixa de comparecera esta sessão.—Inteirado.

Foi remettido a uma commissão composta dos Srs.conselheiro José Bonifácio Nascentes dé Azambujo, eDrs. Lopo Diniz Cordeiro e Antônio de Paula Freitaso projecto de alterações ao regulamento' orgânico einstrucçoes em vigor na Escola Nocturna de Adultos,apresentado pelo respectivo director o Sr. mestre emartes José Manoel Garcia, para que a mesma commissãoo haja de examinar, e dar sobre eüe seu parecer.

Foi lida e, sem discussão approvada, a seguinteproposta: « Tendo pedido a sua exoneração do lugarde porteiro da Escola Industrial, Carlos Augusto daCosta Aguiar de Andrade, proponho para d dito lugarFrancisco Antônio da Paixão.—Sala das Sessões daSociedade Auxiliadora da Industria Nacional, em o !•de Fevereiro de 1873.—Mestre em artes José Mano elúarcia, director.

Foi igualmente .approvada, sem discussão, a seguinteproposta: « Proponho que se remetia para a biblio-theca da Gamara dos Srs. Deputados üm exemplar de

— 94 —

cada uma das publicações que fizer a Sociedade Au-xiliadora da Industria Nacional; bem como uma collec-ção de todas as publicações já anteriormente feitas, eque existirem no arxhivo da mesma Sociedade. —Riode Janeiro, 20 de Fevereiro de i$7Z.—José AugustoNascentes Pinto. »

Sendo approvadas as urgências requeridas, fôrãosubmettidas á votação e unanimemente approvadas asseguintes propostas, nesta mesma sessão apresenta-das,e por conseguinte fôrão admiltidos sócios corres-pendentes e effectivos os indivíduos delias constantes:

«c 1/ Proponho para sócios correspondentes os Srs..Drs. Joaquim Augusto de Camargo, advogado, * resi-dente na cidade de S. Paulo ; André ítoesch, capita-talista, residente na cidade de Campinas; José Teixeirada Silva Braga Júnior, capitalista, residente ua cidadede Santos.—Rio, em Í5 de Janeiro de 1873.—Dr.José Pereira Rego Filho. » *, '

a 2.* Proponho para soeiò correspondente o Sr. de-putado pela provincia da Râhia Dr. Francisco deAzevedo Monteiro.—Rio, em 4 de Fevereiro de 1873.—Dr. Joaquim Monteiro Caminhoá. »

« 3.» Proponho para sócios effectivos, remidos, os Srs.Benjamin Walf Moss, capitalista e negociante ; bacharelAugusto Eugênio de Lemos, engenheiro da estrada deferro de D. Pedro II, bacharel.Gamillo de Lellis SilvaJúnior, engenheiro da,companhia de Sanla Therezaeprofessor da Escola, Nocturna de Adultos; e AlbinoAugusto Generoso Estrella, morador a rua dos Ourivesn, 6Í..—Rio, em 4 de Fevereiro.de WZ.r-José Bo-t$l]hQ de Araujo Carvalho. »

(( 4/' Proponho para sócio correspondente ao Sr. Dr.Agostinho Ermelindo de Leão, 2o vice-presidente daprovíncia do Paraná.-Rio, em 20 de Fevereiro de1873.—Joaquim Antônio de Azevedo, »'

« 5,a Proponho para sócio effectivo, remido, ao Sr.•aomaz Eduardo Parker, machin|sta hydraulico e

— m, — -construçtor emprezario, estabelecido com serrana avapor na rua do Cattete n. 2.— Rio, em 20 deFeve-reiro de íá73.—Conde Roswaãowski. »

Foi remetiida á Secção de Geologia applicada eChimica industrial uma carta do Sr. Adolpho LionTeixeira, residente na Campanha, provincia de Minas,apresentada pelo Sr. Thomaz Deschamps de Monlmo-reney com um caixote com 12 garrafas de vinho fa-bricado pelo Sr. Teixeira em 1870 a 1871.

Cartas do Sr. secretario da Associação Rural, doUruguay e do Sr. cônsul da Republica Oriental doUruguay,nesta corte, acompanhando diversas publica-ções daquella Associação* que fôrão recebidas commuito agrado, pedindo a remessa das que têm sidofeitas por esta Sociedade. A' secretaria para satis-fazer.

Fôrão lidos e, sendo approvada a urgência propostapeíosSrs, Drs. Paula Freitas e Sayão Lobato Sobrinho,entrarão immediatamente em discussão, e, sem quealgum tomasse a palavra, fôrão approvados os seguiri-tes, pareceres-.&

l.° « Foi presente á Secção de Machinas e Appa-remos, afim de dar o seu parecer, o incluso reque-rimento em que Morris N. Koher e o Dr. J. Spyerpedem privilegio por espaço de vinte annos para fabri-carem camas de tecidos de arame e palhinha raetaHica.

« A petição está, acompanhada de uma descripçãodo processo para fabricar as camas, e de um outropara fabricar a palha metallica.

«> Na exposição nacional, que acaba de ter lugar noedificio da Escola Central, foi exposta uma cama dogênero da de que se trata, e por ella eslá conven-cida a Secção que o illustrado conselho desta Socie-dade terá feito o seu, juizo sobre o merecimento ô$\invenção e as boas qualidades da cama.

« Quanto á palhinha metallica ha também mere-cimento e invenção no processo de fabrica-la, e comos inventores concorda a Secção na preferencia dometal para a. sua fabricação.

— 96 —

« ti nortanto a Seccão de parecer que se conceda

íalhca segundo o processo cuja descripção juntarãoao seu requerimento. '

« Sala das Sessões da Sociedade .Auxiliadora da

Industria Nacional, em 14 de Fevereiro de J873.-S! Antônio de Paula F.eto.-Bacharel José Rodn-

gues de Azevedo Pinheiro Júnior. »

2 o « A Seccão de Industria Fabril, a quem foinresente com officio da secretaria da Sociedade Au-xil adora da Industria Nacional, dalada de 18 do cor-rente mez, a Memória dos apontamentos relativos.aprivilégios em matéria de inventos, que ao conselhoda mesma Sociedade apresentou o nosso consocio o

Sr. Conde de Rozwadowski, tomando em considera-

ção esse trabalho, e meditando sobre elle, tem o

Prazer de declarar que o achou bom, e muito apro-veitaveisas suas considerações para dar força a mesmasociedade, quando tenha ella de repelir, como deve,ao Governo' Imperial a necessidade de ser reformadaa lei de 28 de Agosto de 1830, que ora rege ama-teria de privilégios, e que não está em relação comas exigências do nosso paiz. _

« isto posto, propõe a mesma secçao um voto cieagradecimento ao nosso referido consocio pela apre-sentação de sua Memória, certa de que elle continuaracom suas luzes a enriquecer o nosso « Auxiliador »,

onde se deverá publicar esse trabalho.ce É este o parecer que a Secçao submette ao jmzo

do conselho administrativo para resolver o que me-lhor entender.

« Rio de Janeiro, em 26 de Dezembro de 1872.-José Maria Pereira.-Francisco Corrêa da Conceição.'—Caetano José Cardoso. »

3.» « Com o Aviso do Ministério da AgriculturaCommercio e Obras Publicas, datado de 2 do cor-

rente mez, foi remeltido á Sociedade Aux.l.adora da

- 97 —

Industria Nacional, para informar, o requerimento d@Celestino Bel, cidadão francez, pedindo privilegio porquinze annos para estabelecer uma fabrica de Bonne-terie, comprehendendo todos os tecidos denominadosponto de meia, preparados por meio de machinas aagulhas, movidas a vapor ou por outro qualquer agente.

« Em troca do favor solicitado obrigou-se o peti-cionario a fazer funccionar no decurso de dezoitomezes uma fabrica montada por meio de acções com ocapital de quinhentos a mil contos de réis, e a fazerannual mente, por si ou por seu procurador, doação daquantia de dous contos de réis para o asylo de me1-ninos abandonados.

« Pela descripção do processo da fabricação e pelosdesenhos das machinas submetlidas ao exame daSecção de Industria Fabril, reconheceu esta a exe-quibilidade da industria de que se trata, cuja in-iroducção no paiz considera ulil, e porque não lheconsta que ouirem precedesse ao Sr. Bel nesse em-penho, parece que sè acha elle no caso de animamação.

« Se em presença destas considerações o governoimperial julgar que essa animação deve consistir noprivilegio solicitado, elle deverá ser circumscripto aosproduetos preparados na fabrica em questão, semcomtudo vedar a importação de produetos iguaes,fabricados em paizes estrangeiros.

É esta' a informação que a Secção de IndustriaFabril julgou dar sobre o assumpto de que se trata,e que submette á decisão do conselho administrativo.

Rio de Janeiro, em 26 de Dezembro de 1872.—' JoséPMam Pereira.—Francisco Corrêa da Conceição.—Caetano José Cardoso.

ORDEM DO DIA.

Fôrão, sem discussão, approvados os seguintes pa-receres:

<cl.° Foi presente á Secção de Machinas e Apparelhos,afim de dar o seu parecer, o incluso requerimento,

-* 98 —-

em que Antônio Pereira Gabriel pede privilegio peloespaço de vinte annos para construir e vender umamachina de sua invenção, destinada a descascar ehrnnir o café

« A parte principal desta machina o despolpadortcompõe-se de tres pilões conicos, de dimensões âiUferentes, apropriados aos diversos tamanhos do grão,dentro" dos quaes ha outras tantas peças conicas, depedra, com movimento gyratorio impresso por um sys-tema bem combinado de rodas dentadas em relaçãocom o apparelho motor.

« As condições essenciaes, para não quebrar e ar-ranhar o café, são prevenidas o mais possivel nestamachina.

O café lançado na moega passa para os despol-padores, por meio de uma peneira dividida em tressecções convenientemente dispostas, de fôrma a serelle separado conforme o seu tamanho.

« Estas secções communicão directamente com ospilões conicos, de sorte que o café passa para umou oulro, conforme passa na peneira,

« Depois de descascado o café, é ventilado e caheno brunidor, que é um cylindro horizontal, dentrodo qual ha um systema de pás em continuo movi-mento gyratorio; d'ahi por meio de uma nova pe-neira, passa para tres casinholas. uma para o cafémiúdo, outra para o meão, e outra para o graúdo.

«A machina é quasi toda disposta em plano ver-tical, á excepção do brunidor^ de fôrma que emta-manho natural terá cerca de 27 palmos de altura, epçde prepara/ em 12 horas 500 a.600 alqueires de café.

« k vista destas considerações, a Secção é de pa-recer que se conceda ao requerente o privilegio devinte annos, para poder construir e vender a machinade preparar o café, de que allega ser o inventor.

Sala/das sessões- da Sociedade Auxiliadora, da In-dustria Nacional, em 29 de Outubro de 1872.-Br.Antônio, de Paula Freitas. —Bacharel José Rodriguesde Azevedo Pinheiro Júnior.

« 2. °—Foi presente á Secção de Machinas e Appare-lhos, afim de dar o seu parecer, o requerimento in-cluso, em que Daniel Lombard, cidadão dos,Estados-Unidos e residente, em Boston, pede privilegio porvinle e cinco annos para fabricar, importar e venderno Brazil a machina de sua invenção, para descascare brunir o café e o arroz.

« Essa machina é de um systema inteiramente novoe simples em relação ás conhecidas no Império, enão deve ser confundida com a antiga machina Lom-bard, para a qual foi pedido e negado privilegio,como se pôde verificar das actas desta Sociedade.

«A Secção, tendo examinado os desenhos e umpequeno modelo exislenle no estabelecimento de Ge-neroso Eslreüa, Queiroz & Haynes, á rua do Ouvidorn. 61, e assistido a uma experiência feita em umamachina na serraria, à rua da Saude n. 152, acre-dita qqe é ella uma machina importante pela suasimplicidade, proniptidão e solidez.

« Compõe-se de um receptaculo de fôrma ovoidetrancada, sólidamente pregada á armação de madeira,que o supporta, e tendo o seu eixo maior na direc-ção vertical; este, porém, é susceptível de ter, pormeio de um systema. apropriado, de rodas dentadas*um movimento rotatório, que transmitle a, uma he-íice disposta dentro do receptaculo.

« Tara. fazê-la funccionar enche-se o receptaculo decafé, e desde que começa a helice a trabalhar, ope-ra-se logo um movimento gerai no café, sendo de as-censão junto das paredes do receptaculo, e de des-censão na direcção do eixo, e é em virtude deste mo-vimento, do qual resulta um attrito constante entreos grãos do café, que este descasca-se e brune-se.

« Como possa acontecer que o café se aeeumuleparado no fundo do receptaculo.' sem descascar-se,ba ahi um, systema de raspadeiras, que impedem to-talmente que isto aconteça

« Na parte inferior do receptaculo ha uma ou duas.portinholas guarnecidas de gonzos, por onde sahede-

I

• — 100 —

pois de descascado e brunido, e passa para o venti-lador e separador, apparelhos supplementares da ma-china. to x . . *

« O que se diz do café, applica-se mutatis mutan-dis ao arroz.

« O merecimento desta maehina é patente, e alémdas vantagens, já indicadas, de solidez, simplicidadee promptidão do serviço, tem outras, como sejão :

!.•, o pouco espaço, que occupa, tendo, quando& muito, nove a dez palmos de altura ;

2.% não quebra café algum, os grãos sahem per-feitos *

3.°,'descasca-se 70°/. de café, deixando por conse-guinte 30 °j0 de café marinheiro *

4.°, as menores destas machinas podem descascare brunir 200 arrobas de café por dia;

5.°, quando alguma pedra seja arrastada entre osgrãos de café não faz mal algum a este, e sabe in-tacta pelo separador.

«A' vista pois destas vantagens, que offerece amaehina de Daniel Lombard, é a Secção de Machi-nas e Apparelhos de parecer que seveonceda o pri-vilegio requerido, mas tão somente pelo espaço devinte annos, máximo prazo, que é permiltido pelaLei de 28 de Agosto de 1830.

Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, em 29 de Oulubro de 1872. —Dr.Antônio de Paula Freitas.—Bacharel José Rodriguesde Azevedo Pinheiro Júnior. »

E estando a hora bastante adiantada, o Sr. Presi-dente levantou a sessão, dando para ordem do diada seguinte: apresentação de propostas e pareceres.—Dr. José Pereira Rego Filho, servindo de presi-dente.—João Evangelista de Negreiros Sayão LobatoSobrinho, servindo de secretario geral.-Dr. Anasta-áo Luiz do Bom Successo, servindo de secretario ad-

jUBtO.

- 101 —

Sessão do conselho administrativo em 1. de Marçode 1813.

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDRDO RIO BRANCO.

Achando-se presentes os membros do conselho ad-ministrativo, Srs. conselheiro Visconde do Rio Branco,Dr. Nicoláo Moreira, Jacy Moníeiro, Bomsuccesso, Pe-reira Rego Filho, e Sayão Lobato Sobrinho ; mestreem artes Garcia, José Botelho, Sattamini, LellisSilva;e os sócios eífectivos Srs- Visconde de Baibacena, con-selheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja, CondeRozwadowski, Dr. Joaquim José de Siqueira Fiiho, eJoão Coelho Gomes, foi aberta a ses.são, lida, e, semdiscussão, approvada acta da anterior, que teve lugarem 4 do corrente mez.

EXPEDIENTE.

O Sr. Secretario Geral participou que se remetteu:JEm 10 de Março á Secção de Machinas e Apparelhos

recebido com o Aviso do Ministério da Agricultura,Commercio e Obras Publicas o requerimento n. 13, de28 de Fevereiro, em que Miguel Alamia Baglioni solicitaprivilegio por dez annos para a fabricação, uso e vendade uma machina de sua invenção de descascar e limparo café denominada « Turlina Taugeléclas. »

Em 15 de Março: á Secção de Geologia apphcadae Chimica Industrial o requerimento recebido com oAviso n. 1 do Ministério da Agricultura, Commercioe Obras Publicas, datado de 3 de Janeiro deste anno,

m que João Antônio Gqnçalves Liberal pede privilegiopor vinte annos para estabelecer salinas dentro do portodpstfi cidíidp *

A' Secção de Machinas e Apparelhos os requerimentosrecebidos com os Avisos do Ministério da Agricultura,Commercio e Obras Publicas ns. 14,15 e 16, datados

FA

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de 13 de Março, em que Manoel Antônio de Souza'pedeprivilegio por vinte annos para fabricar e vender oapparelho de sua invenção denominado—Contador—edestinado a diversos trabalhos mecânicos e industriaes;em que Ângelo Bolo <& C., pedem privilegio pelo tempomáximo da lei para um apparelho de sua invençãodenominado—Rolaicte— destinado a facilitar o movi-mento da tracção de qualquer vehiculo; e em queBierrembach & Irmão representão contra o Decreto n.5161 de 4 de Dezembro de 1872 que prorogcu por 5annos o prazo de privilegio concedido a GuilhermeVan Vleck Lidgerwoode Roberto Porter Walker.

Fôrão recebidos com agrado o n. 1 do _• volumeda Gazeta Rio Grandense, e o n. 37 do tomo 4o daRevista de Obras Publicas e Minas, publicarão men-sal da associação dos engenheiros chis portuguezesem Lisboa.

Foi lido, e íicou-se interado do seguinte officio:« Escola industriai da Sociedade Auxiliadora da In-

dustria Nacional, em 12 de Março de 1873.—Ill."°eEx.m0 Sr. Tenho a honra de levar ao conhecimento de V.Ex. que o E.mü Sr. conselheiro ministro e secretario de Es-tado dos negócios do império a respeito do aluguel dacasa da rua de S. Pedro n. 316, em que actualmentese acha esta Escola, como communiquei em meu officiode 22 de Fevereiro ultimo, resolveu que pelo lhesouronacional se pague ao proprietário a quantia de douscontos e setecentos mil réis (2:700$000) annuaes dodia 18 do referido mez de Fevereiro em diante, sendodous contos de réis (2:000$000) por conta das sommasrecolhidas, ao mesmo thesouro em beneficio da inslruc-ção publica, e setecentos mil réis (700$0GQ) descontadosdo ordenado que percebo na qualidade de secretariodo Externato do Imperial Collegio de Pedro II, umavez que occUpo parte do 2o andar daquelle prédio, deconformidade com o que propuz, afim de conseguir asaccommodações de que necessitava para a Escola,attenta a consideração de que o" governo imperial atéesta data não tem alugado casa para as Escolas pri-v

'3— 10

marias por de mais dous contos de réis (2:000^)000),mesmo no centro da cidade. Deos guarde a V Ex.~~Ill.ra"Ex.""0 Sr. conselheiro de Estado Visconde do Rio Branco,Presidente da Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional.— José Maria Garcia. »

Foi lida e sendo approvada a urgência requerida,foi immediatamente submettidaá votação e approvada aseguinte proposta; e por conseguinte admiltidomem-bro effectivo da sociedade o individuo, cujo nome cons-ta da referida proposta:

« Proponho para sócio effectivo da Sociedade Auxi-liadora da Industria Nacional o Sr. Manoel Dias dosSantos; fazendeiro, morador na cidade do Rio Preto.

« Para pagamento de jóia e remissão das mensa-lidades acha-se encarregado o nosso sócio effectivo Sr.Dr. Augusto Ferreira dos Reis, morador á rua'do Rio-Comprido n. 7.—Rio de Janeiro, em 17 de Março de1873.—José Augusto Nascentes Pinto.

ORDEM DO DU.

Forão lidos e ficarão sobre a mesa, para serem op-portunamente tomados em consideração, os seguintespareceres:

1.° Da Secção de Machinas e Apparelhos sobre oprivilegio pedido por Wiliam Thomaz Watts e DanieiFletswood para introducçáo e venda no Império dos ma-chinismos de sua invenção, destinados a melhorar ofa-brico de vasos e vasilhas ocas de metal;

2.° Da mesma Secção sobre a pretenção de AméricoSalvatori, que solicita a concessão de privilegio porvinte annos para fabricar e vender a machina de des-cascar e brunir o café, da qual allega ser inventor;

3> Da mesma Secção sobre o privilegio, que pedeDaniel Henninger por vinte annos para o apparelho quediz ter melhorado, destinado a fabricar o gazdeillu-minação, extrahido da madeira;

4.° Da mesma Secção sobre o machinismo inventado

por Casimiro Manoel Teixeira, destinado á pequenanavegação;

5.° Da mesma Secção sobre o requerimento em queJosé da Silva Neves pede privilegio para fabricar bi-cas ou conductores d'agua, segundo o systema queapresenta no desenho junto á petição ; ,. .

' _6.° Da Secção de Geologia applicada e Chimica In-

dustrial sobre o merecimento do processo de RongaOdon para a conservação da carne;

7.e Da referida Secção sobre o privilegio por vinteannos, pedido por André Pittet para fabricar licorese outras bebidas alcoólicas, empregando a nossa aguar-dente de canna .

8.° Da referida Secção sobre o privilegio por trintaannos pedido pelo Dr. Manoel Pereira da Silva Ubalubapara o fabrico do extraclum carnis, da carne de balsae de carne de conserva a sêcco; bem como insençãode direitos por quinze annos para os produetos, ma-chinas e utensílios necessários á mesma industria;

9.° Da Secção de Industria Fabril sobre o privilegiopor quinze annos pedido por João Baptista Pinto paraa sua fabrica de esculptura em barro e louça vidradana cidade de Porto Alegre, provincia de S. Pedro doRio Grande do Sul;

10.° Da sobredita Secção o sobre privilegio por trintaannos pedido pelo tenente-coronel Miguel Tito de Sá eoutros, para fabricarem na provincia do Rio Grandedo Sul tecidos de baeta e trançados de algodão, iguaesás amostras 'que ajuntárão ao seu requerimento ;

11.« Da sobredita Secção sobre o privilegio porvinte annos solicitado por Francisco Marques Teixeirapara o processo do sua invenção destinado ao fabricode velas de sebo *

12.° Da Secção de Agricultura, relativamente ao pe-dido de privilegio por quinze annos do Dr. GuilhermeSchuch de Capanema para um .novo processo da suainvenção, destinado a extinguir as formigas saúvas emtoda e qualquer parte em que appareção;

13.° Da já citada Secção sobre as propostas apre-sentadas pelo Sr. João Coelho Gomes, e que lêm por

fim procurar, por meio do governo imperial accíimatarem nosso paiz o tão celebrado « cundurango », e asesponjas do mar Jonio, acompanhando também estaspropostas um novo processo de plantio do trigo; efinalmente

14/ Da Secção de Geologia sobre uma proposta dojá citado Sr. João Coelho Gomes, para que a SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional mande vir novilhosda índia, afim de serem distribuídos pelas provinciasdo Império, pedindo-se ao governo imperial meios detransporte.

Nada mais havendo que tratar, o Sr. presidente le-vantou a sessão, dando para ordem do dia da seguinte:discussão dos pareceres que ficão sobre a mesa.

*m,

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Zootechuia.

jkccl.mação, propagação e moléstias das sanguesugas.

(Continuação).

Conhecidos que são os perigos de tornar a applicaras sanguesugas servidas, os hospitaes, os particularese os próprios negociantes da campanha poderão tentaros meios seguintes.

1 • Os que receiarem perder as sanguesugas podemdepois de as ter feito desenfarlar, sublr_ndo-lhes osangue que extrahirãc ao doente, por meio de banhosem vasos ou frascos, contendo agua quente na tem-peratura de 20° centígrados, diminuindo a 10°centi-crados e a 5o centígrados sucessivamente até á tem-peratura da agua da chuva ou de arroio, abandona-Ias nos caixões onde ellas vivem, procurando que estesestejão ao abrigo na sombra e em lugar arejado, naose servindo dellas; antes de um anno resliluir-Ihes-hão a voracidade e innoxia primitiva, peculiar a essebenéfico verme.

Não receiem que o jejum as mate, ao contrariosendo mui morosas na digestão, um anno ás vezesnão é sufíiciente para extrahir dos vasos digestivos osangue que sugarão.

Antes porém desse lapso de tempo apparecerao nasuperfície da argilla uns pequenos vermes quasi bran-cos, transparentes, os quaes serão recolhidos e postosu'um outro caixão, em iguaes condições, com uma pe-quena quantidade de agua, plantas aquáticas e râspequeninas. ._,-*,

2.° Os menos timoratos poderão, depois de ter leitoa sanguesuga servida lançar o sangue que extrahiona sucção, deita-la no açude ou na lagoa; no lugarmenos encharcado e mais sombrio, e que tenha ver-dura aquática, abandonândo-a por um anno e depoistosç tempo faze-la servir novamente,

— 107 —

A procréação ter-se-ha effectuado sem o menor tra-balho, podendo em poucos annos augmentar-se a pro-ducção ao infinito. Ainda que não dê resultado algum,sempre será medida prudente contra os accidentesque. possão acontecer, máximo em um paiz onde asyhhiiis e as moléstias que delia provém atacão, comono Brasil, grande parte de seus habitantes.

3.° Os que pouca importância dessem á conserva-ção desse precioso annelide poderião lança-las dentrodos açudes, ou lagoas onde não houvessem sanguesugasperniciosas [Hocinopis vorax ou cavalina. Vid. pag. ..)depois de ter extrahido o sangue, como fazem geral-mente os barbeiros, vendedores e alugadores do ar-ligo.

Esla operação consiste em agarra-las pela parte pos-terior, depois de as ler posto em agua morna, afimde amollecer os tecidos da epiderme, com um pannobranco ou mesmo sem elle, passão-se dous dedos mo-lhados espremendo um pouco da parte posterior ácabeça, duas ou tres vezes, de maneira que se possafazer lançar o sangue que sugarão.

A operação deve ser feita com delicadeza afim denão magoar o verme e esfolar a epiderme exterior,nem os órgãos genitaes, collocados na parte anteri-or do ventre o que poderia causar-lhes a morte; ain-da mais, é mui fácil romper o orificio da boca, seuma grande quantidade de sangue, forçasse a passa-gem. Depois disso devem ser depositadas nos vasoscom agua morna até que esta esfrie por si, sendodepois lançadas no açude ou lagoa.

Na .provincia do Rio Grande do Sul por exemplo,seria Sui fácil a propagação da sanguesuga exótica,se ella não tivesse a ímmensa riqueza que possue emsuas lagoas e banhados, para isso seria suflicientedeitar as que já tivessem servido, sem sequer deseu-farta-las, em qualquer lugar palludoso ou alagadiço,a producção seria certa.

Vou comprovar esta minha asserção com os pro-prios erros de um especulador. Examinei minuciosa-mente um reservatório oa \iveuQ de acclimatação» quf

íoi feito ha alguns annos nos terrenos do Vianna, juntoà cidade de Pelotas. .

A falta de conhecimentos práticos ou; theoncos da

parte do emprehendedor motivou o amquilamento ea perda das sanguesugas, resultando máo êxito n/umaespeculação que podia ter dado brilhante resultado.

Esse viveiro de 10 braças quadradas foi praticadon'uma coutada entre duas coxilhas, onde corria umpequeno regato de água menos má. Depois de te-lo cercado com um vallo de pouca largura, pre-parou a terra como para plantar, entrecortando-a de

pequenos regos, á semelhança dos rie irrigação; nasduas extremidades por onde esgotavão as águas, col-locou uma grade de arame mui fina para não dar pas-sagem ás sanguesugas. ,,.,..

Nesses regos depositou dez mil bichas das que vemcom a denominação de Hamburguezas.

A quantidade prodigiosa, segundo testemunhas ocu»lares, que produzio em pouco tempo, foi já um attes-tado evidente da facilidade com que esse verme se acch-mata no Rio Grande, tendo o único cuidado de fazer entrarno recinto do viveiro, algumas águas afim de alimentaras sanguesugas. Calculou porém o especulador, quequanto maior fosse a conservação e agglomeraçao desanguesugas no viveiro (já com pouca capacidade paratanto), deveria ser em razão lógica mais numerosa aproducção, e por conseguinte mais lucrativa ainda a em-preza* „ .,

Para isso deixou a natureza operar por si, nao lhetendo nem ao menos imitado as condições que ella

A voracidade do verme apenas gerado, o qual buscaferrar-se sobre as grandes, afim de alimentar-se, eque, segundo as testemunhas acima referidas, pa-recião como tantos cabetlinhos brancos sobre a ep%-derme verde-negra das sanguesugas, foi uma das causasprincipaes das grandes perdas. Em segundo lugar arapidez com que as águas penetravão e esgotavão-sepor entre os regos, naturalmente as emmagrecerao ra-sidameaie} accumulação das mucosidades nos lugar^¦ ¦ Tf f ;'

bade a água nao passava directamente, senSo pela razãodo nivel, e junto ás grades metallicas, promoverão aputrefacção; o que, com a decomposição do grande nu-mero que delias. morrião sobre as ervas (pouco pro-prias para esse gênero de cultura), occasionârão asdifferentes'pestes e moléstias que forçosamente deviãodizima-las; sendo porém admirável a fuga das poucasque restavão por entre a terra, reápparecendo nos ter-renos da sanga ainda coberta de vegetação, acima eabaixo do reservatório. Sendo abandonado o viveiro,pelo especulador, os alugadores do terreno onde esteestava, aproveitarão o regato e as águas de uma ca-cimba que fizerão, para lavagem de roupa, o queoccasionou a completa extíncção desse precioso annelide.

Consta-me que, mesmo com o sabão que continhaa água, a qual derramava-se em todos os terrenos adja-centes, as putrefacções de matérias orgânicas que de-positavão e outros agentes corruptores do ar e da água,ainda assim por muito tempo os piões da chácara ex-trahião clandestinamente do barro da sanga algumassanguesugas que tinhão pertencido ao viveiro, e as quaesvendião na cidade.

Essa tentativa de ura homem sem conhecimentos deHirodinocuüura deveria ter chamado a attenção depessoas esclarecidas para o estudo da matéria, e ascausas de máo êxito terião sido patentes; uma segundatentativa, esclarecida pelas observações praticas, dariaum resultado feliz. Para esse fim bastava formar umsegundo reservatório chamado de desenfarU ou purifi-cação, onde podião depositar uma quantidade de bi-chás das que tivessem servido para acclimatação, de-pois de ter-lhes tirado os lilamentos brancos (oupequenas bicfías) adherentes à epiderme, afim de faze-Ias jejuar para serem vendidas no consumo. O em-pregado na conservação do, viveiro, devia ter tirado oscasulos gelatinosos que forçosamente, devia encontrarsobre a encosta dos regos, para deposita-las á beirade outro reservatório, contendo pequenas rãs e plan-Xis aquáticas.

0 mesmo empregado depois dessas duas operações

•>..

boàia fazer levantar o nível das águas nos regato^afim de accumnlar maior quantidade de matérias mu-cosas e orgânicas contidas no viveiro, junto à tapagemdo esgoto, e deita-las fora em lugar onde não pudessecontaminar o ar que passasse sobre o reservatório.

Revistar diariamente se encontrava algumas sangue-sugas mortas por entre a folhagem das ervas e dei-ta-las fora.

Creio que não serião muito custosos esses trabalhos,os quaes terião sido sufficientes para dar brilhantesresultados, e prestar relevantes serviços ao paiz.

Moléstias. — As sanguesugas são sujeitas a variasmoléstias, especialmente quando sahem das condiçõesda natureza.

Algumas epidemias as fazem morrer aos centenaresemilheiros; essas moléstias sobrevêm geralmente noverão, durante os fortes calores, e no principio dooutono. Pretendem que a causa mais influente, provémda acção da electricidade sobre as mucosidades se-gregadas por esses annelides. Têm-se notado as seguintescausas concorrentes para a rápida dizimação desse eus-toso verme.

As variações da atmosphera ; a temperatura elevadaou baixa dos lugares que as contêm; as putrefacçõesnas quaes as deixão muitas vezes; o ar viciado pelosgazes que provêm da decomposição das matérias or-ganicas; pouco assèio nos vasos ou no liquido onde

as depositão ; a grande accumulação dellas; o enfar-tamento do tubo digestivo ; o renovamento da epiderme;as cicatrizes produzidas por morderem-se ou por ac-cidentes casuaes; a sucção das pequenas sobre asgrandes; a voracidade das aves ribeirinhas e de rapina;os ratos e as baratas, são para as sanguesugas outrastantas causas de destruição.

As tres moléstias observadas pelo Sr. Brossat e quelhe parecerão ter um caracter epidérmico são : Io, amoléstia metallica: sobrevêm nas sanguesugas uns nósem fôrma de borbulhas em toda a parte do corpo, o

—* 111 —'

Qüàt se encrespa dilatando-se em certos pontos e aper-tando-se em outros.

D'ahi a pouco o verme endurece e morre comon'uma espécie de tétano. Para que não haja contagio,è necessário deitar as que estiverem doentes dessemal n'ura pote de barro suspenso no'ar, afim de que aagua nelle contida esteja sempre na mesma tempe-ratura.

2o O mucus: è.uma moléstia que occasiona muitaelasticidade e grande4 quantidade de mucilagem nasanguesuga.

A mortandade que provém desse mal é enorme.O Sr. Brcssat recomraenda um banho d'agua mornatodos os dias; conservando-se depois as sanguesugasdentro d'uma mistura de carvão pulverisado e agua,na qual junta-se um pouco de mel.

3o Icterkia: essa doença é a mais nociva de todas.O rabo da sanguesuga fica amarello como açafrão,

o corpo incha e ellas ficão molles e enlanguecidas, oslábios das ventosas endurecem, arroxêão-se e algumasvezes sangrão.

Elias morrem proraptamente se não as soccorrerem.O Sr. Brossat aconselha furar-lhes a epiderme do

rabo com uma agulha; lavão-se em seguida deitão-sen'agua contendo um centésimo de calomelanos. Apósa operação, as que podem sobreviver não tardão aadquirir a sua vivacidade natural.

(S.Dieu—loco citado.)

Outras moléstias também as ataeão,-porém já seriaprolixo demais, para uma simples Memória, o enume-ra-las, entretanto a experiência e a observação in-dica-las-hão.

Emprego medicinal e reapplicação.

A sanguesuga mais própria para extracção dosangue,segundo alguns autores, é "a

que se encontrados vasosfora d'agua por estar mais disposta a sucção.

%

Às sanguesugas devem apresentar certa viveaa êelasticidade, podendo ser comprimidas em todos ossentidos, sem que deitem sangue algum.

Algumas não tendo sido purificadas nos tanques es-peciaes, ou nos vasos, depois de pescadas, deitão aindaalgum sangue viscoso e de uma côr negra, esverdeada.

Essas devem ser postas aparte para serem purificadas.A sanguesuga medicinal é preferível, a menos que

haja indicação especial do facultativo; sendo para ascrianças menos perigosas as pequenas. Deve havercuidado em não applicar as sanguesugas sobre veias,tendões ou nervos, assim como não as applicar na boca,vulva, palpepras, scrotum, onde poderião escorregar eoccasionar accidentes lamentáveis.

Nas condições próprias o primeiro cuidado, que sedeve ter, consiste em limpar bem a pelle, máximose está humedecida de suor, ou se fizerão fricçõesde matérias gordurentas, viscosas, de cheiro, ácidas oualcalinas.

Promover-se-ha a avidez da sanguesuga, friccionandoa pelle com um panno de algodão ou flahella, atéchamar o sangue a superfície; ás vezes mesmo paranão molestar o doente se a inflammação é grandepóde-se collocar algumas gottas de sangue sobre o lugarque se escolheu para a applicação.

É um erro crêr-se que as sanguesugas peguem melhor,molhando-se a parte dolorida com agua assucarada,leite ou gemma de ovo; muitas vezes só servem parafazê-las repugnar a sucção.

Se a pelle é coberta de cabellos deve-se corta-los,permittindo o lugar, sem causar maior dôr, sendopreciso banho, será preferível applicar-se as bichasdepois que delle tiver sahido.

Convém, antes de applicar as sanguesugas, deixa-lasfora da agua duas ou tres horas no verão; quatro oucinco horas no inverno; passão-se em seguida n'umpanno bem enxuto afim de irrita-las e dispo-Ias a morder.

Para colloca-las e obrigar a que ferrem no lugarpreciso, os barbeiros servem-se de um vidro especialpara isso; porém um copo faz igual serviço.

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• Os Chinezes servem-se de pedaços de taquara, aqual applicão sobre o lugar escolhido.

Nos lugares em que se receie que ellas penetremalém do necessário, devem ser collocadas de uma auma, com um tubo de vidro ou um papel enrolado,procurando que tenha a ventosa bocal para baixo;quando tiverem pegado não ha mais perigo.

Algumas não pegão por infartadas, doentes, ou serépoca de mudança da pelle; não è bom servirem-sedellas, qualquer que seja o motivo.

Logo que tiverem mordido, é deixa-las socegadas,cobri-las çom um panno por causa do ar exterior;tres quartos de hora ou uma hora depois ellas cahemde per si; incapazes de fazer o menor movimento,algumas até succumbem instantaneamente.

Quando seja preciso que ellas extraião pouco sangue,ou por occasionar muita' dôr, ou por estarem semacção, póde-se deitar sobre ellas um poucp de salrefinado, ellas irritão-se e cahem sem haver nisso in-conveniente algum.

Querendo-se extrahir maior quantidade de sangue,alguns dão um talho na bicha e esta continua a sucçãopor muito tempo, sendo preciso bolar-lhe sal afim defaze-la cahir ; outros (e é geralmente adoptado estemeio), depois das bichas cahirem humedecem as cisurascom um panno molhado em agua morna, o qual vãomudando durante o tempo que fôr necessário; algumascataplasmas emollientes fazem o mesmo effeito.

Sendo preciso estancar o sangue podem applicarsobre as cisuras algodão queimado, cal de parede, póde madeira carcomida ou têas de aranha.

Se estes meios forem in sufíicientes, recorrer-se-haao rape, ao pó de resina, gomma adragante, gommaarábica, terra argillosa, e aos pós hemostaticos emultimo caso.

No caso de hemorrhagia proveniente das cisuras dassanguesugas, o Dr. Morand suggere um meio muitosimples:

Toma-se uma mistura de seis partes de azeite refi-

T 114 *****

tào 6 umà parte de cera, faz-se umas bolinhas, dquaes applicão-se sobre as cisuras depois destas estaremlimpas ; estende-se em seguida a saliência da bolinhasobre a pelle, afim de favorecê-la.

Se continua o sansue a sahir, colloca-se maior quan-tidade da mistura sobre a circumferencia que abrange

•todas as cisuras, até á altura de um centímetro.Se a massa composta dessa mistura nao tiver a

precisa* consistência, póde-se ajuntar mais cera; pa-raüdo a hemorrhagia cqbre-se o lugar com um pannofino, tendo o cuidado de não comprimir o lugar.

A maior tranquillidade ê necessária ao doente depoisda applicaçao das sanguesugas, qualquer dôr que possaosentir da cisura, poderão fazer cessar com emolhentes,locçoes adocicadas e o repouso.

Nas congestões cerebraes, alguns applicão a sangue-suga em lugares distantes do órgão affectado, quandoellas mais proficuamente operão a reacção do extrava-samento sangüíneo, sendo collocadas nas fontes ouna nuca.

Médicos de grande pratica recommendão o seguinte:« Nunca colloqueis as bichas em lugares que a

pelle cubra muitos nervos, como seja nos pulsos, nocollo do pé, no dorso da mão; deve-se preferir a partesuperior do braço e da perna.

a Tende o cuidado de não applicâr as sanguesugassobre o ânus mui perto do rectum, pois que podeoccasionar ulceras de difficil curativo.

« Sobre os seios é perigoso apphcar-se bichas, de»vendo-se preferir um ponto afastado. »

Reapplicação.—O uso imprudente de aproveitar a novasucção das sanguesugas, poucos dias depois de teremservido em indivíduos de idades, sexos e moléstias,differentes, pôde trazer más conseqüências.

Innumeros casos compro vão a opinião dos distinctosmédicos, os quaes criminão as juntas de hygienepu-blica por permittirem esse abuso.

A inoculação de humores syphiliticos, febres ma-

lignas, moléstias de pelle e outras, tem sido feita pelareapplicação desse verme.

Embora facão desinfartar o verme, e ò conservemem vasos especiaes, a sua tardia digestão permitte-lhesconservarem por longo tempo o sangue que sugarão,e por pouco que este seja, podem com o movimentoque fazem, para effectuarem a sucção, deposita-lo nasnovas cisuras e occasionar a inoculação.

Não quer isso dizer que se deve deitar fora as bichasservidas, ao contrario, sendo ellas mais próprias paraa procreação, devem ser depositadas em reservatórios,lagoas ou vasos separados, com os meios que indiqueinas paginas anteriores, durante um anno e mais.

Essa será uma medida preventiva e econômica, quenão deixará de dar bons resultados, e não aggravaràalheios soffrimentos.

« Um facto que deve ser tomado em consideraçãopor aquelles que fazem desinfartar as sanguesugas afimde servirem a nova applicaçao, é que o sangue quesahe pela pressão não contém fibrina, esta fica nocorpo do verme, o qual deve ter o tempo necessáriopara digeri-la afim de ser apto à nova sucção.»

(Dorvault- officina.)

« Sr. Schutel. »

« Li e apreciei bastante seu trabalho, e deixe-mefallar-lhe com franqueza, é bom, mas carece de apoioe grande, para poder produzir seus effeitos, tanto parao paiz que ganha um novo ramo de industria, comopara a nossa população, que terá um recurso medicoque tão caro nos custa, não desanime, porem, e con-tinue a semear sempre, que os fruetos tarde ou cedoappareceráõ.

« Rio Grande, 25 de Junho de 1869.-Assignado peloBr. Joaquim Guilherme MarlinS de Frutas, »

Chimica industrial

Estueiò sobre a conservação cias carnes.

[Continuação.)

PROCESSO DE CONSERVAÇÃO BE CARNES ALIMENTÍCIAS PELOBI-ACETÀTO DE CAL.

Para a preparação do bi-acetato, pôde empregar-sea cal apagada (bydrato) do mármore branco, ou a crêe ácido àcetico purificado. Mas é preferível, pela qua-lidade do preparo e pelo preço, o acetato que se obtémcomo produeto secundário nas mesmas fabricas de dis-tillação da madeira, com tanto que se acne despojadode matérias empireumaticas.

Este ultimo pôde conter até 98 °/„ de sal puro (acetato)podendo-se isolar facilmente o restante das matériasestranhas, por sua dissolução n'agua. Demais, carecedesse sabor styptico, commum aos sáes de ferro, dogosto amargo rios sáes de magnesia, e da adstringenciados aluminosos, qoe com freqüência acompanhâo a cal.

Sem embargo, a facilidade com que se obtêm e suarápida combinação com o ácido, fazem que se prefirageralmente, quando nâo ha possibilidade de propor-cionar-se de prompto acetato das fabricas; como acon-teceu mesmo comnosco na preparação de nossos ensaiosno Chile e nas remessas de carne, que se íizerâo paraa Europa, ao dirigir-nos a essa parte do mundo emAgosto próximo passado.

A densidade do soluto para a conservação, pôdeser de 6, 7 ou 8 grãos do ralometro, ou para sáes.Com qualquer dessas densidades conseguimos conservarcarnes de vacca, carneiro, aves e peixe; mas è con-ve.niente escolher a^ mais própria, segundo a estaçãodo anno, em que se prepare. e o tempo que devemediar para comê-las. No inverno, por exemplo, pôdetomar-se a densidade de 6o e ha de gastar-se a carneem poucos mezes.

1-

Em outras estações em que a temperatura está maiselevada, e quando tem de remetier-se a carne a outrohemispherio, para ser comida depois de seis, oito oumais mezes,, é mister empregar o liquido a 7 oa 8opara que a conservação seja mais segura.

Deve ter-se presente para as correcçoes nccesearias;que a agua commum de rio ou de cisterna nãomarque 0o no areometro, por causa dos sáes que contém;e que os instrumentos desta espécie se achem gradua-dosa 45° do theroiometro centígrado, e era agua pura,isto é, obtida por distillação. Não obstante, como no casoactual, a irregularidade das densidades influe mui pouconos resultados ulteriores, e, além disso, sua differençaé quasi insignificante; não ha necessidade de tomarem conta essa circumstancia, que só mencionamos comoobservação de estudo.

A reacção qne deve apresentar o soluto de acetato,ha de ser ácida, devendo portanto roxêar sensível-mente o papel azul de furta-côr. Para ter o citadosal nesse estado, é necessário juntar ao soluto ácidoacético bom, até que marque a reacção indicada. Esteajuntamento que communica ao acetato sua acideznecessária, ó por outra parte conveniente para prevenira possibilidade de que a carne perca albumioa em pre-sença de um sal de cal, pela propriedade que possuemas bases térreas de precipita-Io de um soluto aquoso.

Esta simples preparação é tudo o que se empregano arranjo das carnes, e já se deve comprehender queo trabalho consiste simplesmente em pôr o bi-acetatoem um tonei com agua, revolvê-lo por um pouco detempo, deixa-lo tranquillo algumas horas para que seprecipitem as fezes e extraiu-lo por ultimo para nellesubmergir as carnes, fechar a vasilha em que devemguardar-se e expedi-las. A questão é de tempo e de tra-balho, não passa de algumas horas, como vamos vêr-

CONSERVAÇÃO BAS CARNES CONSERVADAS.

As carnes podem prepara-se por injecção ou im"merm- O primeiro methodo consiste em introdw&w;

ou injectar o soluto de bi-acetato dé cal nas veias do.animal, depois de morto e sangrado convenientemente.

Para esse fim, por meio de um tubo ou tripa degomma elástica vulcanisada, que communiqúe com umtonei* de deposito, contendo o liquido, e collocado acerta altura, introduz-se este, fazendo-o penetrar pelapressão no systema arterial, por uma das carótidas,ou pelo coração. Desta maneira o liquido cbega, pelasextremidades do systema capillar, a todas as partesdu corpo, para communicar-se dahi, por embebição, atodos os pontos que pudessem escapar á penetração eabsorpção da matéria conservadora.

Uma vez injeclado o animal, deixa-se-o neste es-tado por poucas boras, e se esquarteja em seguida;para pôr as carnes em barris, juntando o liquido ne-cessario para cobrir a carne.

O methodo de immersão pratica-se introduzindono liquido a carne em pedaços, para facilitar a embe-bicão. A quantidade de liquido, que deve empregar-seneste caso, ha de ser sufficienle para cobrir completa-mente as carnes, e a massa destas nunca deve exceder,de maneira que jamais fiquem comprimidas.

Em geral, as proporções de carnes e de liquido sãode uma parte das primeiras, por uma e quarta dosegundo, não de peso, senão de volume, tomando por

. baset a capacidade da vasilha; o que importa dizer,que deitando o liquido em um barril, por exemplo, atépouco mais de metade, não deve pôr-se nelle maiscarne do que a que fique coberta pelo liquido, dei-xando sempre um espaço vaúo de um decimetro entreo conteúdo e a tampa da vasilha, para acaba-la deencher depois. O mesmo deve observar-se com o car-neiro, as aves, o peixe, etc. Só resta po-la na vasilhado modo seguinte:

Sangrado bem o animal, corta-se a carne em pedaços,como os que se vendera no mercado, collocão-se embarris ou toneis apropriados, de capacidade de quatroa seis quintaes, na proporção já indicada, e tampão-se.£m seguida enchem-se, com o iiquidQ, fazendo-o cahir

meio de uma (toe na abertura do barril, ftty

deixar o vasio de um decimetro, mais ou menos,como já disse. Fechão-se, sàcodem-se um pouco, ope-ração que ss repete nos dias subsequentes, para quese renovem as superfícies e se embebão bem as carnes;e por ultimo, acaba-se de enchê-los um ou dous diasantes de expedi-los.

Esta ultima operação pôde abreviar-se no caso deurgência, sem que se comprometia o resultado, com-tanto que se guardem as prescripções anteriores.

Quanto às aves, pela forma e o fino de seus tecidos,deverião exigir menos quantidade de liquido ; e nãoobstante entra maior pelos vazios e interstícios quefórmão* Esta differença no peso ou quantidade real daespécie commercial, que parece ser em prejuízo danegocio, não é mais do que apparenle, pois que valeo dobro ou mais do que a carne de vacca. Por termomédio 100 litros de solulo podem conservar 70 a 80gallinhas gordas.

Pelo que respeita aò peixe e provavelmente aos demaismariscos, conservão-se bem; porém suas partes nãomantêm por menos lempo a fôrma devida ao amolle-cimento dos tecidos (comprehendidas as escamas, partesósseas, ou antes espinhas) sobre os quaes aclúa o bi-a-cetato, como fica repetido, dissolvendo certa porçãodos sáes alcalinos que entrão em sua composiçãQ.

Si se tem de comer as carnes recem-extrahidas doliquido, basta deixa-las refrescar, e lava-las em se-guida com agua, até que esta saia sem gosto algum.

E bastante a agua fria para extrahir completamenteaté as ultimas porções de bi-acetato, quando se renovaa agua de lavagem; o que se consegue facilmente,pondo a carne extrahida dos barris e refrescada prévia-mente, como se disse, em um tonei de fundo dobrado,estando furado o superior, sobre que se acha a carne.Fazendo cahir agua at&cobrir completamente a carne,as ultimas porções de bi-acetato sâo arrastadas pelo li-quido, o qual, á medida que entra, sahe pela parteinferior do tonei, por meio de uma torneira ou chave.Sendo o tonei de capacidade sufficiente, pôde lavar-se^ TOã m grafite <juanti<tóte d§ caw, Rtç é W»,

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verdadeiro apparelho de substituição, mais ou menoâcomo o dos laboratórios; mas é útil para a maisprompt'1 renovação da água, que o tonei de depositoseja mais largo do que fnncR em razão da fôrma damatéria sobre que se opera, e da substancia que setrata de isolar, tal corno se acha contida nos tecidosda carne.

Depois desta lavagem, que só. dura alguns minutos,dependura~se a carne, para que refresque e adquira acôr, que momentaneamente lhe havia tirado a água,como succede mesmo com a que se traz no dia do mer-cado. Neste estado podo já expôr-se ao publico.

(Continua.)

Exposição Maranhense em 1872,Chapéos do Tiirary.

Bernardino de Penna Castro; chapelaria Maranhense,rua da Palma.

A exposição do Sr. Bernardino consistia somente em3 chapéos de Turury: um era da côr natural â palha,o segundo de côr amarelia e o terceiro preto.

Estes tres chapéos fôrão admirados por todos aquellesque visitarão a Exposição Maranhense, e não podiãodeixar de se-lo, visto que reúnem: a escolha perfeitada mais linda palha, a delicadeza e perfeição do tra-balho, a elegância da forma, e erão tanto ou mais levesque os mais chapéos que sé podem fazer com qualqueroutra matéria,

Foi o que teve de melhor neste gênero na exposiçãoe não 'duvidamos que si se tivesse mandado alguns es«pecimensde sua fabricação para a Exposição Nacionaldo Rio, teria obtido um dos primeiros prêmios.

Estes chapéos sâo feitos com a palha de Turury,alveolo qm coljre os fruetos da palmeira %**, que mpanda vir do Pari

Sendo o Sr. Bernardino de Senna Castro, o melhotfabricante deste systema de chapeos, foi naturalmentea elle a quem nos dirigimos para ter algumas explica-ções a respeito da fabricação dos chapeos de Turury—industria verdadeiramente nacional—e temos o pra-zer de agradecer-lhe nesta publicação as explicaçõesque de muito bom grado nos deu.

Os alveolos ou palhas de Turury são de differentestamanhos e largura, tendo termo médio 8 a 10 cen-timetros de largura, e de 50 centímetros até 1 metro decomprimento. Esta palha fôrma um cano terminado emponta. É de côr castanha mais ou menos escura e apre-senta um tecido de fibras entrançadas, que têm muitaelasticidade. O interior é de "uma côr mais clara, asfibras são dispostas com mais regularidade e muito maisfinas; devendo o fabricante aproveitar esta particulari-dade para fazer chapeos mais finos.

Antes de principiar o chapéo é necessário fazer passarpor esta palha, algumas preparações, que consistem emconserva-la de molho na água, um ou dois dias, paralava-la depois; deita-se ella n'um banho d'água delimão que principia a embranquecer a côr que se tornaainda mais clara com a terceira lavagem da palha emácido muriatico ou outra composição chimiea.

É inútil dizer que antes destas preparações e entrecada uma dellas, deve-se escolher as palhas, pondo departe aquellas que apresentâo defeitos, para seremaproveitadas para chapeos mais communs ou para seremdesprezadas.

Os chapeos são feitos, geralmente, em duas partes _a copa e as abas. Por esta razão é que se cortão aspalhas; as partes do lado da ponta servem para acopa eo resto dá para uma ou mais abas, segundoo comprimento da palha. /

Para cada chapéo, são necessárias duas palhas. Põe-sea primeira sobre a fôrma, de modo que a ponta fiquebem no centro da copae tendo o cuidado de abrir apalha com a maior regularidade para que as fibrasnão fiquem abertas em certos lugares e apertadas emoutros, o que produziria depois muito máo efeito.

— 123 -.¦

Sobre esta copa assenta-se outra, tomando as mesmasprecauções que para a primeira, tendo mais o cuidadode combinar as fibras para que se cruzem com asprimeiras, para apresentar um tecido mais compactoe regular.

Para as abas segue-se o mesmo processo e depois re-une-se a aba á copa.

Pode-se então dar ao chapéo uma qualquer côr oudeixar-lhe a côr natural,

Depois prepara-se o chapéo como qualquer outro,dando-lhe a fórma desejada e passando-lhe uma cama-da de gomma lacca para dar-lhe a resistência ne-cessaria.

Por fim acaba-se o chapéo guarnecendo-o agosto dofabricante ou do comprador.

Este processo é o melhor que se emprega na con-fecção dos chapéos de Turury, de primeira qualidade.Julgamos útil publicar a noticia sobre esta industrianacional, pensando que será lida com interesse pelosnossos leitores.

Sabemos que o Sr. Bernardino de Senna Castrooccupa-se em estudar uma outra palha e provavelmenteveremos na próxima exposição novos produetos apre-sentados pelo Sr. Bernardino, que com sua habilidadee perseverança dotará sua provincia de um novo ra-mo de industria.

domingos Emílio Bastos, no Pará.Na noticia que escrevemos sobre a exposição mara-

nnensede 1871, fizemos menção e chamámos aatten-ção para um novo systema de chapéos, feitos de Turury,cujo inventor era um filho do Maranhão, estabelecidono Pará.

Este anno como em 1871 não foi o Sr. DomingosBastos que expoz os seus chapéos. Em 1871 tinha umchapéo e este anno pessoa desta cidade apresentou, naexposição 6 chapéos de Turury com a declaração queerão dò fabricante D. Bastos. Os chapéos expostos sãopQU^ porém é provável que se o Sr, Bastos-tivesse

123

concorrido para a exposição, teria mandado chapêossuperiores aquelles que vimos e que provavelmentesão chapèos feitos para exportar nas outras provin-cias.

loticias Industriaes.Tannino.

Em uma Memória apresentada á Academia das Scien-cias de Vienna, Mr. Vogel expôz que o tannino pôdeexistir em todos os tecidos vegetaes, naturalmente sub-mettidos à acção da luz directa. E assim que se encon-tra abundantemente no periderma (camadas herbaceas)da romeira [punica granatum) nas camadas cellularese na parte interna da casca da valeriam e da artemiziae nas camadas lenhosas e na medulla de muitos ar-bustos e arvores.

Sua sede de predilecção e no parenchima da partemédia da casca, oecupa quasi sempre o interior daseellulas, achando-se algumas vezes também em suasparedes. Quando o tannino fôrma o conteúdo das eellulas,é ora no estado solúvel, ora no de amido. No primeirocaso apresenta, quando sêcco, o aspecto de uma ma-teria incolor, vitroza, e quasi homogênea; no se-

gundo caso, acha-se debaixo da forma de granu osinteiramente semelhantes ás do amido. Estes granulossão em geral solúveis n'agua fria; uma solueçao to-duretadaos colora em violeta ou azul ; as dissoluçõesdos saes de ferro lhes communicão uma cor azul ouverde; a potassa os colora de amarello, em escuro, emvermelho; a julgar segundo suas reacções, esteBgruin-los de tannino parecem ser um produeto de transior-maçao da fécula.

Constituição mollecular de tannino e ácido gallico. ^

Lê-se no jornal de Ph. e Chym. o seguinte artigo doSr. Robiquet, que faz a continuação de outro, cujoscorollarios publicámos. « Nas minhas ultimas mves-

1 Â't> ________

tigações sobre a fermentação gallica, deixei indecisa âquestão de saber se o tannino era um simples isome-ro do ácido gallico, ou uma combinação do ácido gal-lico com uma substancia hydrocarbonada, análoga aosassucares e gommas. Os seguintes factos que eu observa-va não podião decidir a questão : de facto qualquerque seja o methodo que se empregue para convertero tannino em ácido gallico-, jamais a metamorphoseé completa; uma parte do tannino altera-se e con-verte-se em uma substancia amorpha e mucilaginosacom algumas das propriedades das gommas. Operandopor fermentação, acha-se esta matéria nos líquidos,mas se a conversão é operada pelo ácido sulphuricodiluído, produz-se ao mesmo tempo que o ácido gal-lico uma substancia análoga aos ácidos humicos, epensamos por isso que o ácido sulphurico desdobrouprimeiro o tannino em ácido gallico e matéria gom-mosaque depois carbonisou. ,

Ajuntarei que nenhum processo permitte, por maio-res cuidados que haja, obter em ácido gallico hydra-tado, mais de metade do tannino empregado. Esteultimo facto, resultado constante da experiência, é umargumento que invocão os chymicos que crêm pree-xistir o ácido gallico no tannino onde elle estaria de-baixo da mesma forma que o ácido benzoico no ácidohyppurico. De facto a formula do tannino confunde-secom a do ácido gallico sêcco a 100°, por conseqüênciase o segundo destes corpos nâo é senão uma trans-formação isomerica do primeiro, o produeto obtido(ácido gallico) deve pesar pelo menos o mesmo queo produeto empregado (tannino). Digo pelo menos omesmo peso, porque a metamorphese, operando-seno meio d'agua, o ácido gallico hydrata-se e não cor-responde ao peso do ácido sêcco a 100.°

Comtudd observando as cousas melhor, vê-se quequando o tannino se converte em ácido gallico é im-possivel evitar que uma grande parte d'aquelle se nãodecomponha, e percebe-se que a alteração da molleculatannica se opera directamente e sem desdobramento.Modificado assim o tannino* nao é susceptível de dar

2{) tensía

ácido gallico, e sô transforma em um corpo amorptio-mucilaginòso. E' esta a razão por que o acido gallicoobtido pelo processo de Scheele não corresponde empeso á metade do tannino existente nas nozes de galhaempregadas. E' tambem por isto que o tannino jâalterado, contido nas cascas de carvalho, não dâ acidogallico.

Eis aqui algumas experiências que me parece devemfixar as idéas a este respeito:

Uma solução aquosa de tannino puro foi submettida,em vaso fechado, á influencia da pectase e d'umatemperatura a 25 a 30°, durante oito dias. A pequenaquantidade de tannino, ainda não atacada, foi precipitadapela gelatina e acido gallico, e pelo acetato de chumboneutro. Passadas vinte quatro horas de repouso tinha-se perfeitamente separado o precipitado complexo, e oliquido que sobrenadava era claro e incolorio.

Literatura industrial

Máximas reflexões e trechos sota© a industria.

O que até hoje tem feito a nossa desgraça tem sidoo regimen das complacencias. Não ha cousa que per-maneça por mais tempo agarrada ao homem e áscousas, como o regimen das mediocridades.^

Os concursos regionaes, despertando uma generosae louvável emulação, têm ajudado poderosamente oprogresso da agricultura. Proprietários, estancieirose colonos trabalhadores se encontrão, e trocandosuas idéas, aprendem e aprecião ; desapparecendoas más intenções e rancores, sendo batida a rotina, epodendo mais facilmente o lavrador erguer sua vozdefende melbor seus interesses.

mEntre as mais delicadas quest5es que apresenta â

agronomia nenhuma é tão importante como a que seoccupa do estudo dos elementos das principaes plantascultivadas, da fôrma mais conveniente, debaixo da qualdevem ser fornecidos, e a determinação da época emque as plantas delles mais necessitão.

Um caminho é na ordem social o vebiculo maiscerto e prompto por onde se dirige a civilisação aoslugares ainda dominados pela natureza selvagem e oprimeiro motor para converter em aprazíveis e culti-tivadas as povoações, as asperezas das matas e as so-does do deserto.

f Traçado segundo as regras da arte modera as fa-digas do viajante, encurta as distancias, poupa o tempo,promove a riqueza publica e particular, e concorretambém para uma boa fiscalização proveitosa às rendasdo Estado; facilitando o registro e transporte dos ge-neros commerciaes produzidos pela agricultura, criaçãoe industria.

A diffusâo das luzes por todas as camadas da so-ciedade, é hoje uma tendência irresistível dos povoscultos.

Facilitar por todos os meios a alimentação do es-pirito, deixar que todos busquem sem distineção ií-lustrar-se; facilitar a leitura e consulta de nossas tra-dições tal deve ser o constante desvelo do governo.

As exposições não têm só por fim consagrar o tri-umpho do homem sobre a matéria; ellas têm tambéma missão de resolver as idéas que, nascidas e engran-decidas'com o progresso material, propriamente dito,constituem os grandes problemas econômicos do nossotempo.

(Continua,)

llsypa «Ie* Msmb-aent.-» <í«s alas^sa©® á*® Escola Nocturna de Adultos da Sociedade Auxiliadorada. Industria ISiaeloiial uo -mez de Janeiro de 18*73.

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Perderão o anno,Retirarão-se. » .Matriculárao-se .Freqnenião . . • •

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Bio de Janeiro,, 31 de Janeiro de 1873.

Mestre em Artes José Manoel GUrcia,Director.

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SOCIEDADE AUXILIADORA

DA

F: NACIONALN. 4.-ABRIL DE 4873.

Sessão do conselho administrativo em 1° de Abrilde 4873.

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDEDO RIO BRANCO.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.Yisconde do Rio Branco, Drs. Nicoláo Moreira, PaulaFreitas, Pereira Rego Filho, mestre em artes Garcia,commendador Azevedo; Sattamini, Lellis Silva, Rabelloe Macedo; e os sócios effectivos, Srs. Visconde deBarbacena, Barão de Angra, conselheiro Joté BonifácioNascentes de Azambuja, Conde de Roswadowski, Brs.José Caetano de Paiva Pereira Tavares e AntônioVaz Pinto Coelho e José Bittencourt, foi aberta a sessão,lida e sem discussão, approvada a acta da anterior,que teve lugar em 17 de Março proiimo passado.

EXPEDIENTE.

Fôrão recebidos com agrado os ns. 287 a 291 doCorreio da Bahia, e n. 22 do Omnibus, publicadoem S. Paulo, remettidos pelas respectivas redacções;A. io

— 130

4b Report of the Commusioner of Agriculture on theDescases of catele in the United States, remettido peloSr cônsul geral do Brasil nos Estados-Unidos; eoRelatório com que ao Exm. Sr. Dr. Luiz Romulo Peresde Moreno, passou a administração da província dasAlagoas, em 22 de Dezembro de 1872, o Exm. Sr.Dr. Siívino Elvidio Carneiro da Cunha, remettido peloprimeiro destes senhores.

Carta do Sr. mestre em artes, José Manoel Garcia,director da Escola nocturna de adultos, acompanhan%o mappa do movimento da mesmaí Escola no mez àWMarço ultimo, o qual é remettido ao Sr. Dr..redactordo Auxiliador para o publicar.

Carta do mesmo Sc, participando que no mez deMarço ultimo houve pouca regularidade no exercíciodas aulas supplementares e de inglez da Escola in-dustrial em conseqüência de doença dos respectivosprofessores; que na mesma Escola se têm inscripto73 alumnos, representando 482 matrículas, sendo 44na aula de francez, 43 na de portuguez, 42 na de arith-metica, 29 na de inglez, 8 na de geographia, 6 na de

geometria, 6 na de allemão e h na de desenho ;e fi-nalmente que, como vão começar as férias da semanasanta, e por isso as aulas da mesma Escola, só seabriráô em 15 do corrente Abril, julga convenienteaproveitar ainda esse espaço de tempo para effectuarmais algmuas matrículas.— Inteirado.

" Fôrão lidas, e, sendo approvada a urgência pedida,fôrâo logo submettidas á votação e unanimemente ap-provadas as seguintes propostas, e pof conseguinte,declarados membros effectivos desta Sociedade ps Srs.cujos nomes constão da mesma proposta: :)

1/ « Proponho para membro effectivo, remido, destaSociedade o Sr. Felippe de Barros Vasconcellos, em-pregado publico. —Rio de Janeiro, em o i° de Abrilde 1873.—José Botelho de Araújo Carvalho. »

2/« Proponho para sócio effectivo, remido, da Sq-giedade Auxiliadora ao Sr. Cláudio Francisco Cathiard,

— I3i -,..¦•«

negociante, residente ã rua da Quitanda n. I i. —Saladas sessões, em o Io de Abril de Í873.— AlexandreAffonso da Rocha Sattamini. »

3.* «Proponho para sócio effectivo, remido, da So-ciedade Auxiliadora da Industria Nacional ao Sr. An-tonio de*Lacerda, negociante, residente na cidade daBahia.—Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional, em o !• de Abril de 1873.—J.Zc-mandre Affonso da Rocha Sattamini. »

4.a «Proponho para sócio effectivo ao Sr. AgostinhoJosé de Mattos, brasileiro, estabelecido com fabricade carvão animal á praia Formosa n. 73.—Rio, em ol*de Abril de 1873.— Joaquim Antomo de Azevedo.-»

O Sr. mestre em artes Garcia, director da Escolanocturna de adultos, scientificando ao conselho serchegada a oceasiao de se effectuaretn os exames dehabilitação para a promoção de classe na mesma Es-cola, pedio a nomeação dos membros do conselho,que nos termos dos arts. 17 e 20 do RegulamentoOrgânico, devem fazer parte do jury de exame.—Foi*por S. Ex. o Sr. presidente designado para esse fimo Sr. Macedo.

O mesmo Sr participou que, em virtude da au-torisaçao, que lhe foi dada pelo conselho adminis-trativo, admitíio na Escola nocturna de adultos, comoadjunto, sem retribuição, o Sr. Augusto de Souza Lobo iem 10 de Fevereiro próximo passado.—Inteirado.

Foi lido e ficou sobre a mesa, para ser opportu-namente tomado em consideração, o parecer do Sr.director dos cursos, sobre a proposta do Sr. João Coelhof Gomes, para que se solicite do governo imperial, aexpedição das precisas providencias para que em todasas capitães das nossas provincias, se erijauma casagrande, onde se dê, dos 6 aos 17 annos de idade ameninas pobres e desvalidas, recolhidas obrigatória-mente, uma educação conducente a torna-las boas mais*de familia, e p ensino profissional adaptado á suacapacidade.

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Foi mais lido o seguinte parecer da Secção de Ma-cbjnas e Apparelhos:

« Foi presente á Secção de Machinas e Apparelhos,afim de dar o seu parecer, o incluso requerimentode Júlio Adolpho Ribas e Antônio Manoel de SouzaOliveira, em que pedem o prêmio de vinte contos deréis, ou privilegio por espaço de 25 annos, para a in-troducçao no paiz dè um novo systema de pontes deferro pensís, arqueadas e mixtas, enrijadas horizon-talmente por meio de traves-grades equilibradas.

Este systema de pontes é uma combinação feliz detres outros systemas muito conhecidos, o de pontespensís, o de pontes de arco de ferro e o de traves-grades. O seu fim é ganhar grandes vãos e portantoé sua parte principal o cabo suspensor das pontespensís; mas em vez de amarrarem-se aos grandesecustosos encontros decantaria, munidos dos respectivosescotilhôes de amarração, estes cabos prendem-se ásligas superiores das traves-grades, de sorte que evitãointeiramente os trabalhos dispendiosos de sua armação

• em câmaras próprias. Esta vantagem é immensa etanto mais quanto a theoria prova e a experiênciaconfirma que toda a força da tracção proveniente docabo é absorvida pela trave-grade com o arco, os quaesfunccionâo como verdadeiras escóras, enrijão com-pletamente o cabo suspensor e destróem a osciílaçãonotável própria das pontes suspensas. Cresce aindaesta vantagem pelo facto de que um tal systema deprender as extremidades dos cabos suspensos permitteque se levem os lances das pontes a grandes distancias(1000, 2000 e mais metros), e qne se repitão esteslances pela extensão, que se quizer, sem que hajaalgum inconveniente, sendo preciso, quando muito deespaço em espaço aliás grande, um ou outro pilar.

Na Allemanha, onde este systema é já posto empratica, encontrão-se provas de sua efficacia, utilidadee economia relativa, mas entre nós ainda não é cô-nhecido, e não consta que esteja descripto em ol)rasclássicas ao alcance de todos.

«No Brasil, onde alguns rios largos podem exigir

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a construcção de pontes dispendiosas, crê a Secção,que convém introduzir um tal systema de ponte, eportanto é de parecer què se conceda aos requerentesum privilegio por quinze annos, como prêmio de in-troducção, com a condição porém que no máximoprazo de cinco annos, prove que o systema jé appli-cado em qualquer ponte do Brasil, a qual tenha algumvão ou lance notável.—Sala das sessões, 28 de Abrilde 1873.—Dr. Antônio de Paula Freitas.— BacharelJosé Rodrigues dè Azevedo Pinheiro Júnior. *»

Approvada a urgência requerida pelo Sr. Dr. PaulaFreitas, entrou immediatamente em discussão este pa-recer, e nella tomarão parte os Srs. Drs. Pereira RegoFilho, Paula Freitas, conselheiro Azambuja, presidente,Conde Roswadowski, commendador Azevedo, Dr. PintoCoelho, mestre ém artes Garcia, Visconde de Barba-cena e ainda os Srs. Drs. Paula Freitas,- Pereira RegoFilho e presidente, depois do que, procedendo-se ávotação, foi o mesmo parecer rejeitado na parte quese refere á concessão de privilegio.

ORDEM DO DIA.

Fôrão, sem discussão approvados os seguintes pa-receres : - .

i.° Da Secção de Industria Fabril: « O inclusoAviso do Ministério da Agricultura, Commercio e ObrasPublicas, datado de 4 de Fevereiro ultimo, sob n. 7,enviou a Sociedade Auxiliadora o requerimento, emque o tenente-coronel Miguel Tito de Sá e outros,pedem privilegio por 30 annos para só elles fabricaremna provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul, te-cidos de baeta e trançados de algodão, iguaes às amostrasque exhibirão.

«Dizem os pretendentes que tencionão por meiode uma sociedade em commandita, estabelecer umaou mais fabricas na provincia, dos tecidos em questão,afim de, combatendo, a importação estrangeira, po-derem com vantagem" fornecer ás classes e operários

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pobres, e especialmente aos colonos, um p?io segurode se proverem mais commodamente com seus tecidos;mas que prevendo grandes obstáculos e enormes des-pezas.no começo desta empreza, precisão âa garantiasolicitada, afim de levarem a effeito o seu empenho.

« A presidência informa que, sendo de grande van-tagem pára a provincia o estabelecimento dessas fa-bricas, julga os supplicantes no caso de merecerem agraça requerida.

« A Secção de Industria Fabril não tem necessidadede entrar em longos desenvolvimentos para demonstraro merecimento da tentativa dos supplicantes em be-neficio da industria e agricultura da provincia de quese trata, que muito convém animar, e nâo teria du-vida de opinar pela concessão do privilegio, sè os pe-ticionarios pudessem provar que erão os primeirosintroductores de tão útil industria na provincia deS. Pedro, porquanto neste ponto jâ houve quem a ellesprecedesse, como se demonstra do modo seguinte.

«Em 8 de Agosto do anno passado, remetteu oMinistério da Agricultura, Commercio e Obras Publicas,o requerimento em que Felippe Keller, nfestre tecelâo,estabelecido com uma pequena fabrica de tecidos delã, linho e algodão na freguezia de Monte-Negro, nareferida provincia, solicitava, entre outros favores, pri-vilegio por 20 annos para elevar essa fabrica a largasproporções; e apresentando ao conselho administra-tivo diversos produetos fabricados por elle coeu ma-teria prima do paiz e importada, o mesmo conselhoverificou que os produetos tinhão bella apparencia,estavão bem preparados e sua boa qualidade igualavaaos produetos iguaes fabricados no estrangeiro; de-ciarando e provando o mesmo Keller ser elle o pri-meiro introduetor dessa industria no mercado daprovincia.

« Em presença de taes provas a Secção julgou deveInformar ao governo em 24 do referido mez, que oreferido Keller sè tornava digno de recompensa, eque se ella fosse o privilegio requerido, única con-cessão na opinião da Secção, deveria elle ser circura-

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scripto aofL produetos fabricados na referida proviucia,:sem eomtuao vedar-se a importação de produetos iguaesfabricados em paizes estrangeiros.

« Assim informada a pretenção dos supplicantes pa-rece que o governo imperial fica completamente ha-bilitado para resolver o assumpto, como entender d©justiça.

a O conselho administrativo, porém, dirá o quemelhor entender em sua sabedoria.—Rio de Janeiro',12 de Março de 1873.— José Maria Pereira, presidente.

Francisco Corrêa da Conceição. — Caetano JoséCardoso. »

2.° Da mesma Secçao, sobre o privilegio por vinteannos pedido por Francisco Marques Teixeira, para oprocesso de sua invenção destinado ao fabrico de velasde sebo : « diz a Seccão, em conclusão, que, sem negarou affirmar as vantagens resultantes do processo dopeticionario na fabricação de seu producto de incon-testavel utilidade e quasi geral consumo entre as classesmenos favorecidas, não póde emittir um juizo conscien-cioso sobre o assumpto na ausência completa de amostrasdo mesmo producto, para sobre ellas fazer as neces-sarias experiências, por isso que não reputa suficientesas allegações do supplicante, nem a descripção do seuprocesso. »

3.° Da Secçao de Machinas e Apparelhos: « Foi pre-sente á Secçao de Machinas e Apparelhos, afim de daro seu parecer, o requerimento incluso em que DanielHeuninger, cidadão prussiano, pede privilegio por es-paço de vinte annos, para o apparelho que diz termelhorado, destinado a fabricar o gaz de .Iluminação,,extrahido da madeira.

« Como teve a Seccão oceasiao de informar, o pro-cesso de extrahir o gaz da madeira não é novo; j.dificuldade está em applica-lo em pomo grande, naosó por causa da madeira, que deve ser empregada sobcertas condições, e cuja utilidade em outras industriai*torna-a. nesta mais rara a par do carvão de pedrard'onde\ se extrahe em geral o gaz de .Iluminação,,

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como porque o produeto em gaz é menor % o seucusto mais elevado.

« O apparelho descripto pelo requerente pouco differedos conhecidos: ahi vêem-se as retortas para adistil-lação da madeira, os conduetores do gaz impuro, opurificador e finalmente os tubos de distribuição: osconduetores estão submettidos ao calor da fornalhae podem ser em numero maior ou menor, conforme amaior ou menor producção do gaz: as retortas sãosemi-circulares.

« Para o fim de illuminara gaz por meio da distil-lação da madeira os estabelecimentos e os povoados,foi já informado favoravelmente o requerimento de An-tonio Lúcio de Medeiros, artista brasileiro, ,e, segundoconsta á Secção, este apparelho promette novas van-tagens das quaes pode retirar utilidade directa a muni-cipalidade, em que fôr applicado : suppõe a Secçãoque o .governo imperial ainda não concedeu, este pri-vilegio; mas crê, que não o deixará de fazer, atten-dendoao merecimento da invenção: lhe parece, portanto,que não convém prejudicar a industria nacional com aconcessão do privilegio requerido, que pelo objecto, aquè se refere, abrange ode Lúcio de Medeiros.

« Entretanto, havendo na petição de Daniel Heuningeralguma cousa importante, relativa a melhoramentosintroduzidos na machina de fabricar o gaz distilladodas madeiras, crê a Secção, que para esses melhora-mentos se lhe deve conceder um privilegio por cincoannos, ficando porém claramente expresso que este pri-vilegio não se extende á illuminação a gaz pelo processoda distillação da madeira.—Rio de Janeiro, 13 de Jaueirode 1873.—Dr. Antônio de Paula Freitas.^-José Ro-$riguesde Azevedo Pinheiro Júnior, engenheiro civil. »

4.0 Da mesma Secção: « Wiliam Thomaz Watts eDaniel Fletwod, residente em Birminglftm (Inglaterra)pedem privilegio por vinte annos para a introducçãoe venda no Império dos machinismos de sua invençãodestinados a melhorar o fabrico de vasos e vasilhasocas de metal.

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« Posteriormente Antônio José Ferreira Alegria, emoíücios dirigidos, uni áo Exm. Sr. ministro da agri-cultura, commercio e obras publicas e outro ao illuslradoconselho administrativo clesta Sociedade, reclama con-tra este pedido de privilegio, por ter no seuestabe-lecimeiito machinas para o mesmo fim, do gênero dasmais aperfeiçoadas de Inglaterra, para onde elle pro-prio partira em 1870, afim de estuda-las e compra-las,como melhor se verá do memorial junto, que a pe-dido do presidente da Secção lhe dirigira o-mesmoFerreira Alegria.

« Sobre o requerimento e tendo em vista a reclamaçãoacima, vem a Secção de Machinas e Apparelhos emit-tir o seu parecer. •_¦'•¦)

« A Secção visitou o estabelecimento de Ferreira Ale-gria, sito á rua de Theophilo Ottoni n. 132 e 434,e da Prainha n. 155 e 157, onde effectivamente en-controu as importantes peças, que formão o machinismocompleto para o fabrico de vasos e vasilhas de metal,umas montadas e outras por montar, não se achandoainda o machinismo em estado de trabalhar, por tersido necessário ao seu proprietário fazer grandes obrasno edifício. O que existia a tal respeito era entretantosuficiente para dar idéa da importância das machinas,cujo custo total sdbe á somma de 40 contos de réis.

(( As peças empregadas são em geral idênticas ás re-presentadas nos desenhos juntos ao requerimento, eportanto não émma novidade a introducção destas ma-chinas no Brazil, porque ellas já existem (não só nacorte como em algumas províncias), e o privilegio re-querido irá trazer grandes prejuízos para o estabele-cimento de Ferreira Alegria, que, entre os do seu ge-nero no Brasil, pôde ser considerado bem importante.

« Ê, portanto, a Secção de parecer que se não con-ceda o privilegio requerido por haver no paiz machi-nas do mesmo gênero.—Sala das sessões, 30 de De-zembro de 1872.—Dr. Antônio de Paula Freitas.—Bacharel José Rodrigues de Azevedo Pinheiro Júnior. »

5>Da mesma Secção: «Foi presente á Secção de

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Machinas e Apparelhos, afim de dar o seu parecer,o incluso requerimento em que Américo Salvatori pedeprivilegio por vinte annos para fabricar e vender amachina de descascar e brunir o café, da qual se ai-lega inventor.

« A principal peça desta machina compõe-se de uma¦ bucha de ferro fundido, armada exteriormente de den-tesí jfcde um cylindro tambem de ferro fundido, fixoá armação da machina e armado na parte concavadedentes: o café deve passar entre os dentes da buchae os do cylindro e o seu movimento é produzido emvirtude da rotação impressa à bucha.

<k Surgem nesta ínachina os mesmos inconvenientes, _que têm sido notados em todas em que se empregãodentes de ferro ; taes como o de quebrar ou arranharo café; o de quebrarem-se os dentes, estorvando ouimpedindo o serviço e finalmente o de exigir uma gra-duação prévia do apparelho, de sorte a deixar passarcafé miúdo, médio, ou graudo por cada vez.

<( É portanto inferior a algumas outras machinas jáconhecidas. '

« Entretanto, como convém animar a industria, quese refere á preparação do café, por ser este gênero aprincipal fonte da riqueza nacional, e como possa apratica e o estudo apurado desta machina dar lugara novos melhoramentos, é de parecer a Secção de Ma-chinas e Apparelhos que se conceda ao requerente umprivilegio por dez annos.—Sala das sessões da Socie-dade Auxiliadora da Industria Nacional, 11 de Janeirode 1873. —Dr. Antônio de Paula Freitas. — BacharelJosé Rodrigues de Azevedo Pinheiro Júnior, »

6.° Da mesma Secção: « Foi presente á Secção deMachinas e Apparelhos, afim de dar o seu parecer,o incluso requerimento, em que José da. Silva Nevespede privilegio para fabricar bicas ou conductores d'aguasegundo o systema que representa em dpsenho juntoá petição.

« A Secção estudando o systema, reconhece que elleé exeqüível e pódeofferecer muitas vantagens não só

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para o abastecimento d'agaa ao publico, como para ascasas particulares, por ser organizado o apparelho defôrma que só funceióna guando a água tem decorrer!além disso a sua eonstrucção é mais simples e maiseconômica do que a dos apparelhos do mesmo gêneroaté hoje imaginados.

« É por conseguinte de parecer que se conceda aorequerente um privilegio por cinco annos paráf as fa-bricas ou conduetores d'agua, que diz ter inventado.—Sala das sessões, 21 de Janeiro dei873.—Dr. An-tonio de Paula Freitas.—Bacharel José Rodrigues dsAzevedo Pinheiro Júnior. —João Nery Ferreira. »

7.° Da mesma Secção: « De conformidade com oincluso aviso do ministério da agricultura, commercioe obras publicas, de 16 de Novembro próximo passado,informa a Secção de Machinas e Apparelhos sobre omachinismo inventado por Casimiro Manoel Teixeira,destinado á pequena navegação.

«x O objecto da Secção sendo simplesmente informarse o modelo apresentado pelo autor do machinismoé ou não aquelle sobre que versou o parecer dadopor esta Sociedade a 18 de Maio do corrente anno,a Secção tratou de examina-lo e reconhecer que o mo-dclo é effectivamente o apresentado naquella época.—Sala das sessões, 30 de Dezembro de 1872.—Dr. An-tonio de Paula Freitas. ~ Bacharel José Rodrigues deAzevedo Pinheiro Júnior. »

8.9 Da Secção de Geologia applicada e Chimica in-dustrial: «. Com o officio da secretaria desta Sociedade,datado de 49 de Junho próximo passado, foi presenteá Secção de Geologia applicada e Chimica industrial orequerimento e mais papeis em que André Pittet, ci-dadão suisso, pede privilegio por vinte annos ao governoimperial para fabricar licores e outras; bebidas aleoo-

¦ licas, empregando a nossa aguardente de canna.Allega o peticionario em favor de sua pretençao a

excellencia de seus produetos, comparáveis em tudoaos melhores que são importados da Europa, a sua

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pureza e modicidade dos preços, e para prova enviaalgumas amostras de diversas bebidas alcoólicas.

« A Secção examinando estas amostras, encontrouvários licores diversamente aromatizados e outras be-bidas alcoólicas, taes como rhum e cognác nacionaes,á imitação dos que importamos da Europa.

« É força, porém, confessar que taes bebidas estãomuito longe de competir em sabor, aroma e mesmoapparençia com os licores íinos, que importamos da

« Demais, a única innovação que existe nestas bebidasconsiste em serem preparadas com o álcool fornecidopela canna, em vez do mesmo principio fornecido pelauva, como são geralmente os que importamos.

« Não ha pois invenção, nem melhoramento algumnesta industria, antes pelo contrario, os licores prepa-

t rados com o álcool de canna serão sempre reputadosde qualidade inferior em razão do aroma forte e pro-nunciàdo da canna, que communica um sabor poucoagradável a taes licores, pois é sabido que, comquantoas diversas espécies de álcool tenhão a mesma com-posição, o seu sabor varia em cada espécie, o queparece depender dos óleos essenciaes contidos nas di-versas substancias, que servem ao sen fabrico.

« Quanto ao privilegio, a secção pronuncia-se franca-mente contra semelhante favor, pelas razões seguintes:

« Em primeiro lugar a idéa de um privilegio é sempreantipathiea, porque ella crêa uma exeepção odiosa eattentatoria da liberdade da industria e do commercio.Se isto é verdade, é claro que esse favor sô deve serconcedido aos inventores ou introduetores dos grandesmelhoramentos, que redundão em incontestável bene-ficio publico. •. *

<c Estará o peticionario nestas condições ? Certo que'não. «

"¦•

« Com effeito, não só não ha invenção ou introducçãode uma idéa nova, como dada a hypotheçe de existiruma invenção, a natureza do invento repelliria a idéade um privilegio, porque versa sobre uma classe de

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bebilas que tem sido e hade sempre ser o flageUoda humanidade. «'¦ - * ~ ^A nn-

« Pensando deste modo a Secção nao nao pode acon-selhár ao governo imperial a concessão de um privi-lesio parafabrico de bebidas alcoolicas.—Rio de Janeiro,15 de Janeiro de 1873.—Dr. Antônio Corrêa de SouzaCosta, presidente.-- Dr. João Joaquim Pizarro, se-cretario. *

9 o óa mesma Secção¦: « Com o officio da secretariadeste Sociedade, datado de 26 de Junho do anno pro-ximo passado, foi presente â Secção de Geologia ap-plicada e Chimica industrial o requerimento e mais

papeis em que o Dr. Manoel Pereira da Silva Lba-tuba solicita do governo imperial pnvdegiopor 30annos para o fabrico do extractum carms, de carnede balsa e de carne de conserva a secco, bem comoisenção de direitos por 15 annos para os produetos,machinas~e utensílios necessários a mesma industriapermittindo-se o embarque em qualquer ponto em queforem as fabricas estabelecidas, livre de qualquer ônus,afim de que a Secção informe com sen parecer sobresemelhante pretenção. _

« Allega o peticionario em favor de sua pretenção aconcorreria que estabeleceu os Estados vizinhosiam-dustria de criação e'exportação do gado, facto este

que levou-o a ensaiar todos os processos conhecidos!ara conservação da carne, chegando depois de muitastentativas a firmar o credito de seu extractum carnis,

que d pois de obter a medalha de ouro na exposiçãonacional, obteve também outra na exposição interna-cional de londres. .

«Allega mais o peticionario que.conhecedor das

causas oue damniftcão a carne, denominada de balsa,descobrio um processo seo, prompto e econômico, e

2^ DrÒcurandô organizar uma companhia para fabricar

fexpCtar esses produetos, teve de recuar av.sU da

indiflerença que encontrou, e da falta de espirito de

!SS tornando, isto patente a; necessidaíede um

privilegio e da isenção de direitos afim de poder lutar

<*

eom a concurrencia, e ao mesmo tempo pudeiédes-fructar o resultado de seu trabalho.

« Depois de estudar seriamente esta questão, pensaa Secçao que, comquanto esta industria seja das maisimportantes, todavia não lhe parece de natureza a me-recer do governo imperial não só um privilegio, comotambém a concessão de outros favores onerosos ao the*souro publico.

«Se de um lado a concessão de um privilegio pódenas actuaes circumstancias aproveitar ao paiz, atten-dendo-se à concurrencia estabelecida pelos Estados vi-zinhos neste ramo de industria; de outro lado é certoque elle desaproveita em relação á industria nacional,creando no paiz um monopólio, que só seria justificadosi ao seu autor coubesse a gloria de algum grande in-vento ou pelo menos a introducção no paiz de processosnovos e desconhecidos.

« Nenhuma dessas hypotheses se realiza; pois os pro-cessos empregados pelo peticionario, tanto para a pre-paração do extractum camis, como. para a conservaçãodá carne, nada apresentão de novo em sua essência.

« Demais já lá vão os tempos em que a importâncianutritiva do extractum èarnis era exagerada ao pontode considerar-se este producto como a quinta essênciada carne. Boje, graças ás luzes fornecidas pela chimicaorgânica e pela experimentação, o poder nutritivo doextractum camis é mais que duvidoso.

« O processo indicado pelo peticionario para a fabri-cação das carnes de balsa, basêa-se na injecção arterialde uma solução de chlorureto de sódio, facto este quejá foi julgado por esta Sociedade, quando em sessãodo conselho de !• de Abril de 48o9, approvou o pa-recer desta mesma Seccão, acerca do privilegio pe-dido por João Baptista Rodocanachi & C\, relativo a umprocesso de conservação de carnes, baseado no n^esmoprincipio, privilegio que foi concedido pelo governo im-perial.

« Avista destas considerações, a Seccão reconhecendoque o peticionario é digno de louvores e íe animaçãopelos serviços que tem prestado ao paiz e á industria

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nacional, é todavia de opinião adversa ao privilegiosolicitado.— Rio de Janeiro, 45 de Janeiro de 1873.—Dr. Antônio Corrêa de Souza Casta, presidente.—Dr.João Joaquim Pizarro, secretario.»

10. Da mesma Secção: « Á Secção de Geologia ap-plicada e Chimica industrial da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional foi presente, de ordem do conselhoadministrativo da mesma Sociedade, um caixote comamostras de carne, conservada pelo processo RougaOdon, e remettido da provincia do Rio Grande do Sul,afim de que a Secção informe com seu parecer sobreo merecimento de tal processo.

« A Secção examinando as amostras remettidas e to-mando em consideração a exposição, que sob o nomede processo acompanha o caixote, limita-se a informarao conselho que as amostras remettidas sâo de boaqualidade, achando-se a carne perfeitamente conser-vada, apezar de grande numero de ossos que contémpor meio de produetos salinos.

«Esta carne apresenta não só uma bella apparenciae côr quasi normaes; como conserva grande parte dosseus suecos naturaes, sendo por isso superior à carnesêcca.

«A Secção, porém, não «e julga habilitada a enun-ciar o seu juizo sobre as propriedades hygienicas desteprodueto, visto como ignora completamente o processoseguido, e os ingredientes que entrão na preparaçãosalina empregada para conservação deste alimento, poiso seu autor guarda o maior sigillo sobre o seuprocesso,e até mesmo sobre a natureza dos saes que emprega.

« Verificada a innocencia dos meios empregados, julgaa Secção que o processo Ronga apresenta algumas Tanta-,gens sobre os processos conhecidos de salga.—Rio deJaneiro, 15 de Dezembro de 187_.—Drr Antônio Cogêade Souza Costa, presiden te.—Dr. João Joaquim PizaWo,secretario.»

11.° Da Secção de Agricultura: a O Sr. Dr. Gui-Ihermé Schüch de Capanema, pede privilegio porii anues para um nofo processo de sua invenção e

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destinado a extinguir as formiga? saúvas em toda equalquer parte.que appareção, e como a principalbase de seu processo está na presença de uma sub-stanciá de difiéü importação pelos pféjuizps qüe pôdeoccasionar, deseja o peticionario ajie faça parte doprivilegio b fabrico dessa substancia que elle pretendeestabelecer no paiz.

« Tanto quanto é possivel apreciar-se theoricamenteum processo, o do Sr. Dr. Capanema parece deverproduzir vantajosos resultados; entretanto se estes nãoeorresponderem a espectativa, ainda assim o simplesfacto da creação de uma industria nova no Brasil,qual a do fabrico do sulphureto de carbono, tão em-pregado nas artes e na lavoura, é razão mais quesuficiente para a concessão do privilegio impetrado.

«Assim pensa a Secção, o Conselho Administrativo,porem, fará o que melhor entender.—Sala das sessõesdo Conselho Administrativo da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional, em 15 de Fevereiro dé 1873.— Dr. Nicoláo Joaquim Moreira. —Dr. BenjamimFranklin Ramis Galmo.—bv. Antônio Femandeà Pe-reira Portugal. »

12.° Da mesma Secção: « Á Secção de Agricultura,, fôrão remettidas pelo Conselho Administrativo da So-

ciedade Auxiliadora da Industria Nacional as propostasapresentadas pelo Sr. commendador João Coelho Gomese que têm por fim procurar, por intermédio do go-verno imperial, aclimatar, em nosso paiz o tão ceie-brado — cundurango — e as esponjas do' mar Jonio,acompanhando estas propostas também um novo pro-cesso de plantio do trigo e que S..S. nos afiança serpromettedor de vantajosos lucros.

«A Secção, tomando na devida consideraçãoas idéasdo nosso digno consociô, julga todavia, que as duaspSmeiras podem em breve ser levadas a effeito comtoda a facilidade e sem dispendio pela sociedade deAclimatação que acaba de installar-se, e a ultima, sendoja dó domínio publico pois qüe se acha archivada naspáginas do Amiliador, é multo provável qué posta em

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pratica pelos nossos lavradores, seja por estes sanccio-nada á vista dos resultados que obtiverem,—Sala dassessões da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional,em 15 de Fevereiro de 1873.—Dr. Nicoldo Joaquim Mo-reira.—*Dr. Benjamim Franklin Ramis Galvão.—Dr.Antônio Pemándes Pereira Portugal. »

Entrou em seguida em discussão o seguinte parecerda Secção de Zoologia: « Á Secção de Zoologia veioinformar a proposta do digno consocio o Sr. CoelhoGomes, para que a Sociedade Auxiliadora mande virnovilhos ia índia, afim de serem distribuídos pelasprovincias do Império, e peça meios de transporte aogoverno imperial.

* '¦ «Em outro lugar, já a Secção teve oceasião de ex-pender suas idéas relativamente á importação de novasraças, quandp não se trata de estabelecê-las em con-dições de conservarem os caracteres e aptidões pelosquaes se tornão recommendaveis.

« Reconhece a Secção, que os individuos da mencio-nada raça, já conhecida no Brasil, e hoje mui abas-tardada, prestão exeellente sérviçp como animaes detiro, não só por sua extrema sobriedade e rapideznos movimentos, mas especialmente pela vaíitagemde supportarem melhor o calor abrazador das nossasregiões.

«(Como animaes para o açougue, é forçoso confessarque na Europa encontra-se raças mui superiores á deque se trata, mas que são excessivamente exigentes naescolha das substancias com que se nutrem.

«Portanto, se persistirmos em conservar o carro debois e as más vias de communieação, e o systemagrosseiro de cultivar a terra, será de sumtna vantagema introducção dessa raça ; mas se, como é de esperar,a lavoura nacional transformar as praticas usadas,como nos ensina a economia rural, e nos força acrise por que passamos, mais acertado seria optar pelasraças precoces que fornecem maior somma de carnepor menor preço.

«Attendendo pois a estas considerações, a SecçãoA. 41

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espera que o illustrado Conselho Administrativo destaSociedade resolverá, se os cofres da mesma devem epodem supportar este ônus, ou a pedir ao governoque se encarregue dessa torefa.-Sala das sessões, 15de Dezembro de 1872.—Pedro Dias .Gordilho PaesLeme. — Bartholomeu José * Pereira. — José AntomoÂirosa* »

Depois de tomarem parte na discussão deste pareceros Srs. Dr. Nicoláo Moreira, Visconde de Barbacena,^ ,conselheiro José Azambuja e presidente, foi o mest&oparecer approvado, resolvendo-se que se desse delleconhecimento ao governo imperial.

Entrou mais em discussão a seguinte proposta:ce Achando-se na Europa o nosso muito digno consocitfo Sr. Dr. André Rebouças, e tendo-me participadoque pretende visitar a Exposição Universal de Viennad'Austria, proponho que seja o mesmo Sr. incum-bido e autorisado a despender alguma quantia, afimde obter para esta Sociedade não só o catalogo dadita exposição, como alguma outra cousa, que possaser de alguma utilidade para a Escola nocturna queesta Sociedade mantém.—Sala das sessões da Socie-dade Auxiliadora da Industria Nacional, em 15 de No-Tembro de 1872.—Cândido Antônio Pcssoade Amonm.»

Depois de terem fallado sobre o assumpto da pro-posta os Srs. commendador Azevedo, Dr. Pereira RegoFilho, Conde de Roswadowski e presidente, foi re-solvido que se solicitasse do governo imperial, mandarvir para a Sociedade o relatório do Sr. Chevaiier sobrea Exposição de 1867, e bem assim o que fôr feitosobre a próxima Exposição de Vienna, pedindo-se,se fôr necessário, á legação brasileira também.

Finalmente foi rejeitada a seguinte proposta, depoisde terem sobre ella feito algumas observações os. Srs.commendador Azevedo, conselheiro José Azambuja epresidente: «Não se dando nunca alteração nas actasdas sessões desta Sociedade, proponho que ellas sejãopublicadas alguns dias antes das seguintes sessões,como costumão ser, no Jornaldo Commercio e outras

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-folhas, evitando com isto que ellas sejão lidas emsessão, porquanto, mesmo que haja alguma alteraçãoa fazer, poderá isso ter lugar na seguinte publicação.—Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, em 15 de Novembro de 1872.—Cândido Antônio Pessoa de Amorim. »

Nada mais havendo que tratar, o Sr. presidente le-vantou a sessão, dando para ordem do dia seguinte:apresentação de propostas, pareceres e discussão dospareceres que ficão sobre a mesa. —Joaquim Antônio deAzevedo, 2o Vice-presidente.- Dr. José Pereira RegoFilho, secretario geral.—Miguel Calmon Menezes deMacedo, servindo de secretario adjunto.

«..»!¦

Sessão do eoaselho administrativo em 47 dé Abrilde 1873.

YIC-B-PRESIDENCIA DO SR. COMMENDADOR JOAQUIM ANTÔNIO DE

AZEVEDO. . " ' .

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.Drs. Paula Freitas, Paes Leme, Pereira Rego Filho;mestre em artes Garcia; commendadores Azevedo eJosé Maria Pereira, Macedo, Lellis Silva, Valentim eHenrique Nascentes; e os sócios effectivos, Srs. Vis-conde de Barbacena, Conde Roswadowski, Drs. JoséCaetano de Paiva Pereira Tavares, e Antônio Vaz PintoCoelho da Cunha, João Coelho Gomes, Agostinho Joséde Mattos, Thomaz Eduardo Parker e Cláudio Fran-cisco Cathiard, foi aberta a sessão, lida e sem dis-cussão approvada a acta da anterior, que teve lugarem o Io do corrente mez.

EXPEDIENTE.

Carta do Exm. Sr. conselheiro Visconde do Rio Brancoem que participa que não lhe é possivel comparecerâ presente sessão.—Inteirada.

' — 148 — /.' '*

O Sr. secretario geral participou que em 7 do cor-rente mez, sé remetteu para informar:

Á Secçãô de Machinas e Apparelhos, o requerimentoq»e foi recebido com o Aviso do Ministério da Agri-cultura, Commercio e Obras Publicas n. 17, datado em3 do mesmo Abril, e em que Francisco Corrêa da Gon-çeição e o engenheiro Roswadowski, pedem prevlegippor 15 annos para introduzir no Império^ machinas dosystema — Susini — destinadas ao fabrico de cigarros.

Garta do Sr. major João Antônio Garcez Palha deAlmeida, èommandante dos inválidos da pátria»; emque pede que, para arborisar o respectivo estabeleci-mento na ilha do Bom-Jesus, não só para seuafbr-moseamento, como abem da hygiene, se lheforneçâppor esta Sociedade, -palmeiras e outras arvores. —Re-solveu-se que se oficiasse ao Exm. Sr. presidente doImperial Instituto Fluminense de Agricultura, rogando-lhe que se digne satisfazer a este pedido. ;

Foi lida, e sem discussão approvada, a seguinteproposta : « Proponho a transferencia do professor dèarithmetica e metrologia elementar da^Escola Industrial,Bacharel Leopoldo José da Silva, para a cadeira dearithmetica, álgebra e metrologia do curso preparatório,e do professor desta ultima matéria, João Baptista deNoronha Feital, para a cadeira de physica, do 1Q annodo curso industrial; e a nomeação do engenheiro geo-grapho Zeferino Antônio de Mira, para professor dearithmetica e metrologia elementar.—Sala das sessõesda Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, em15 de Abril de 1873.-^Jbsé Manoel Garcia.»

Eoi mm lida a seguinte proposta: « Proponhopárasócio correspondente o Sr.^Samuel T. Brown, oficiaida marinha Norte^Americana, residente nos Estados-Unidos.—Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional, em 15 de Abril de 1873.-*-/. M.Gareiçté t»¦;: j . , : .-:¦¦ ; ¦_ •,¦ ¦ '3.:

^^m . $ ¦Sendo^ approvada a urgência pedida, foi esta pro-

posta |ubmettida á votação, e unanimemente appro^vàda; è por isso foi admittido como sócio ò Sr. SamuelT. Brown. r V r--<i-

Por proposta do Sr. Dr. Pereira Rego Filho, foiresolvido que não sejão entregues os diplomas aossócios effectivos senão depois que tenhão elles veri-ficado o pagamento das respectivas jóias de entrada,eras mensalidades ou remissões. }

Fôrão apresentados e ficarão sobre a mesa parasereiia opportunamente tomados em consideração osseguintes pareceres da Secção de Machinas e Apparelhos:

1.° Sobre a prètenção de Christovão Augusto ^etz-lébèn, péflindo privilegio por cincoenta annos parauma machina de descascar mandioca, da qual se dizíppfe iir.iy.yy: -Zí'¦'.¦''y'^ 'i - .> ' ,

''' ;¦

|w» Sobre ó requerimento em que Antônio . ose 4eOliveira, lavrador na Barra de Santa Rita, no n?u-nicipio de ÍTheresopolijs, pede privilegio por cincoentaanjios para o uso e venda de nm amassador de barrp;e por vinte annos para a introducção das machinasdestoadas ao fabrico da telha chata denominada.-rfranceza —;

3.° Sobre o pedido de Ângelo Bollo & C.a, para pri-vilegio pelo máximo prazo da lei para um apparelhode sua invenção denominado — Rolante —, destinado afacilitar o mpvimeiitp (le traeção a qualquer vehiculp.

íFpi mais apresentado o seguinte parecer que, qm con-seqüência de ser approvada a urgência pedida, foi im-ipdiatamejite e .eia discussão approvado*

«Fpi presente á Secção de Machinas e Apparelhos daSociedade auxiliadora ida Industria Nacional o iuélusorequerimento e mais documentos, em queFraneisco Eu-gênio Simohar e Francisco Tonpaint Fertiíi pedem privi-légiô eiclusivo para oapparelho&ydraulico. qué éra-yeição do primeiro, segundo o^onfirma um dos doctt-mentos, destinado a extrahir areias auriferas e cascalhodiamaütiféro do seio dos rios. • ' :;

y*'Oifparélhoéeriginsd, e fundado na compressãodoar jatEiosphérico dentro de um vaso ou recipiente* emfórin$ Mais ou manos cylindfica: desteappareiip par-tem íoíus tubos^ um na parte superior, coirtendo umaválvula na sua extremidade, que pôdefccha^loàermeti-

camente, e outro na parte inferior, que se põe em con-tacto com as areias. . . ; ¦ • *,

«Ao começar o trabalhoso vaso está cheio de ar at-mospherico em forte compressão, porque a agua, queentra pelo segundo tubo, o mantém neste estado; estetubo em çontacto com a areia, a revolve, e depois decerto tempo abrindo-se a válvula do primeiro tubo, oar comprimido sobe, e grande quantidade d'agua dorio com areia em suspensão lança-se no vaso. y

« Uma vez recolhidas neste vaso as areias são depoistransportadas para apparelhos próprios a lava-làs. ^« No caso de ser o rio de pouco fundo, o segundo tuboê adaptado ao vaso d'outra fôrma mais apropriada^semelhante caso. Forma pois este apparelho uma espéciede bomba para extrahir as areias do fundo dos rios; e,como tal, crê a Secção de Machinas e Apparelhos, que sepôde conceder aos requerentes privilegio por dez annos.—Sala das sessões, 17 de Março de 1873.—Dr. Antôniode Paula Freitas.—Bacharel José Rodrigues de AzevedoPinheiro Júnior.—J. Nery Ferreira. >

ORDEM DO DIA.4; "

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Entrou em discussão o seguinte parecer:« Réquereu o Sr. João Baptista Pinto, morador e pro-

prietario na cidade de Porto-Alegre, provincia de S.Pedro do Rio Grande do Sul, privilegio por 15 annospara a sua fabrica de esculptura em barro e louça vidrada.

« Sobre esta pretenção remettida á Sociedade Auxilia-dora pelo Ministério da Agricultura, Commercio e ObrasPublicas com Aviso n. 5 de $9 de Janeiro ultimo, veiaa Secçlo de Industria Fabril interpor o seu parecer.

c< O pretendente allega que tendo conseguido apresentar10 mercado algumas obras d*art. muito apreciadas,como sejão estatuas, mausolêos, vasos de diversos ta-manhos, azulejos, etc, pela excellencia da matéria pri-ma existente na provincia, resolveu dar maior deseo-volvimento ao seu estabelecimento, mandando engajarfôra ia província operários peritos na arte cerâmica,visto a escassez qne delles lia no pa_ e que, sendo certo

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fazer grandes sacrifícios para vencer as dificuldades qüfc .rodeião uma industria nascente, por isso solicita o prl-vilegio como animação e garantia de sua fabrica.

a O presidente da provincia, informando a pretenção,declara que o supplicante effectivamente possue1 na ca-pitai a referida fabrica, na qual se trabalha com peric%não obstante resentir-se da falta de operários.:

« A directoria daÇraça do Commercio, algumas pes-soas da capital, e o Jornal Rio-Grandense são contestesem asseverara perfeição do trabalho já produzido peloestabelecimento em questão.' a " 7 U ::MfX «A Secção de Industria Fabril, pois, prestando creditoaos resultados alludidos, e reconhecendo por isso a uti-lidade è as vantagens que estaindustria dará à provm-cia, se fôr ella levada a largas proporções ;e nâo lheconstando que outrem precedesse ao Sr. Pinto, julgaque muito convém anima-lo no seu empenho, e lhe pa-rece que sua pretenção está no caso de ser benevola-

•s mente acolhida pelo governo imperial.« Ê èstaa opinião que a Secção submette ao Conselho

Administrativo. — José Maria Pereira, presidente.—FranciscoCorrêdda Conceição.—Caetano José Cardoso.»

Depois de um debate em que tomarão parte os Srs.Drs.Pinto, Coelho e Pereira Rego Filho, e commendado-res Azevedo e José Maria Pereira, foi este parecer appro-vado, sendo a sua conclusão substituída pela seguinteemenda apresentada pelo Sr. Dr. Pereira Rego Filho:

• « Achando-se o peticionario incluído na letra do § 6do art. 10' da Lei de 28 de Agosto de 1830, nao esta nocaso de ser privilegiado.»

Foi mais approvado o seguinte parecer do Sr. direc-tor dos cursos, mestre em artes José Manoel Garcia,apontando por esta oceasiao o Sr. Coelho. Gomes algunsmelhoramentos que devem ter os estabelecimentos de

que trata o mesmo parecer, como sejão officinas, tea-res, etc, stc. _ r aíw.

« Examinando a proposta em que o nosso mui dignoconsocioo Sr. commendador João Coelho Gomes peneque se solicite do governo imperial a expedição das pre-

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cisas providencias para qae em todas as capitães dasmesmas províncias se erija uma casa grande onde sedê, dos 6 aos 17 annos de idade, a meninas pobres e

,5 des validas, recolhidas obrigaíoriamente, uma educaçãoconducente a torna-las boas mais de familia e o ensinoprofissional adaptado á sua capacidade, não posso dei-xar de louvar tão meritoria idéa, e sou de opinião queseja satisfeita a dita proposta, comquanto me pareçaque por estes vinte annos próximos se não verá *reaíi-zadp tão humanitário quão patriótico desideratutrt porparte do governo central, attentas as grossas sommasque ser-lhe*ha .mister despender com esses estabele-cimentes. Melhor seria que as próprias províncias to-massem a seu cargo o custeio desses Asylos e mesmoque as municipalidades mais tarde tivessem cada umao seu.

« Quanto a mim, entendo qüe é mais fácil á iniciativaparticular do que ao governo geral ou provincial a fira-dação de semelhantes recolhimentos para meninas des-validas; mas já que está arreigadop costume Je sòse buscar o melhoramento da instrucção e até o ipi?»feiçoamentOrda industria nos recurstís do governo, quese considera fonte inesgotável, submetta-se á acção domesmo governo, a proposta do nosso nem intencionadoconsocio e façamos votos pela sua aceitação, -r- JUoàeJaneiro, 1» de Abril de 1873. — José Manoel Garcia,mestre em artes, director dos cursos. ; *"

, È nadatmais havendo que tratar, o Sr. presidentelevantou a sessão,; dando pára ordem do diá da seguin-te apresentação de propostas e parecereSf e discussãodos já apresentados.

Sessão do conselho administrativo em lo de Alai*de 18V3.

tlCM-MU-S-DEHClA BO SR. COMMENDADOR JOAQUIM AHTONIO DE AZEVEDO.

g Achando-se presentes os membros do conselho os Srs.Brs. Paula Freitas, Ladisláo Netto, Lopo Cordeiro, &&>reira Rego Filho, e Nascentes Pinto; mestre em artes

*.. -A".<-f

fíarcía; commendador Azevedo, e José Botelho; eossócios effectivos Srs. Visconde de Barbacena, Barãode Angra, conselheiro José Bonifácio Nascentes deAzambuja, Conde Roswadowski, Drs. íosé. Caetano deBaivaPereira Tavares eFernandO; Pires Ferreira; Joséde Biúancourt, e Cláudio Francisco Cathiard, declarouo Sr. presidente qué não, podia haver sessão por não seacfcar reunido o numero'--de membros do conselho ad-ministrativo, para isso exigido pelos estatutos da SOcie-dade, dó que paia constar sé lavrou o presente termo.

Àjontameatos relativos á privilégios em matériade inventos. ;

Preparando-se actualmente nos Estados mais indus-triaes da Europa importantes modificações nas leis queregem o assumpto da propriedade na invenção, e dospreceitos adoptadospararegularisar,solidificar e garantir,não será sem proveito talvez, para o que um dia chegaráa ficar estabelecido no Brasil nesta matéria, o não seperderem de vista e antes consignarem-se, entre thesese factos salientes correlativos que o choque das opiniõesfaz surgir a publicidade em outros paizes, os quepudes-sem, até certo ponto, influenciar por meio de uma ououtra judiciosa applicaçao, a condição dos interesse*análogos no nosso paiz. .' Essa modificação imminenteé desejada e universal-mente pedida, porém em sentidos bem differentes.Agrande divergência nas disposições vigentes nos váriospaizes, e nas propostas aventadas que apparecem nesteassumpto, é uma prova da difficuldade de reforma» ede que a questão não chegou ainda talvez nem sequernaquellas antigas sociedades, a um gráo suficiente deestudo ede madureza. Comprehende-se então, e chega-se a nâo mais estranharia vizivel hesitação nos gover-nos e nas corporações políticas, a quem compete estemanuseamento legislativo.

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Em tal conjunctui*a é dever de todos os que pela na-tureza de seus estudos, pela sua posição, relações *òunegócios, têm reflectido, e que chegarão a elaborar nasua convicção *um juizo nestes deficados assumptos,de levar, como material para a discussão preparatória,o tributo de factos e de experiências de seu individualalcance, e o resultado de suas meditações. f'

Offereço pois, desta vez, invocando a indulgência quepôde merecer a boa intenção em desculpa da insigni-caqcia da offerta, por modesto quinhão meu ao tra-balho commum, a noticia de alguns _>ormenores doinquérito a que mandou proceder o governo inglez,no intuito de colher informações correlativas, por meiode vários pareceres e factos referidos por pessoas com-petentes no assumpto, antes de organizar a lei que,reformando as disposições sediças, actuálmente vigen--tes, deverá regularisar, de um modo consentaneo comas conquistas e aspirações industriaes dp século, a ma-teria de privilégios no Reino Unido';'—-*pormenoresestes contidos em um artigo assignado pelo engenheiro« Peter Barthel», publicado no jornal allemão «Der¦*-Arbeitgcber », cuja traducção é a que se segue:

«O Sr. Barthel referindo-se ao estado de cousas naAllemanha, com o fim de elucidar o merecimento oanão valor dos systemas actuálmente alli vigentes nâroatefia, logo ao principiar, qualifica estes systemasde « escogitados em cérebros administrativos, no isola-mento dos factos, do ensino, da experiência e dadiscussão verificadora das theorias, tendo por basee única legitimação o amplo arbítrio que habitual-mente domina nos estreitos horizontes do funcciona-listão. »

« É facto notório entre os interessados»,— continuao Sr. Barthel—x que à lei ingleza sobre privilégioshão satisfaz as exigências do publico, nem as dosin- tventores. Pecca pela rigidez e estreiteza das fôrmas, e"sobretudo pela exorbitância dos direitos. Um outroseu grave inconveniente consiste na necessidade dérôfecorrer, em casos de litígio, á geral* procfedura do pro*cesso em vigor na Inglaterra. Tal procedura é tão

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dispendiosa quanto demorada, e reduz-se praticamentena these : que vence aquelle que puder mais augmentar,istoè, quem tiver maior quantia para gastar. Tal estadode cousas carece de reforma, e trata-se ^agora séria-mente na Inglaterra de conformar a lei sobre privi-legios com os preceitos da sã razão. O governodeterminou um inquérito circumstanciado sobre oassumpto, por meio de depoimentos requesta^os deperitos. Embora leve seu tempo antes que os Inglezestenhão a sua nova lei sobre privilégios,^- a via dareforma é beirílongana Inglaterra-^&o menos tem-seseriamente dado principio ao trabalho. Os depoi-mentos dos peritos que fôrão ouvidos,- têm muitas vezessubida importância,, e deverião ser tomados em consi-deração naquelles paizes sobretudo, nos quaes se estátratando de idêntica reforma. O primeiro delles é onovo Império Germânico, de cuja representação nacio-nal esperamos que, na sua próxima legislatura, pro-duzitá uma lei uniforme e baseada em principioseconômicos verdadeiros. Por isso é que achamos muitobem cabidas algumas communicações tiradas do rela-torio que o inquérito inglez dá como resultado.

« Um dos depoentesfoi Mr. Haseltine, cidadão dósEstados-Unidos, versado em questão de privilégios desdemais de 20 annos, fundador e sócio de. um dos maisimportantes escriptorios de privilegio de Londres. Oparecer d'este pratico sobre as leis de privilegio é oseguinte:

« O systema americano do exame das invenções épara regeitar-se ; o que se deve introduzir é a proce-dura franceza de registração.—A não se querer pres-cindir do exame, ainda assim não ha de cotapetir aosexaminadores poderem negar um privilegio.—O exameofficial projudica èm regra ao inventor, quando seriãojustamente os'seus interesses que deverião ser jnaisacautelados. . x x .

« A faculdade de negar-se um t>riviiegio»não serve degarantia aos privilégios concedidos. A actual lei inglezà,nesta matéria, é injusta e prejudicial, tanto ao publico,como ao inventor.—0 privilegio deve ser concedido

SN'

'*-:Í.

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por conta e risco do inventor, sem garantia da novi-dade, etc. As questões" de novidade e do valor de umprivilegio são antes da competência do publico.—Nãose deve impor ao inventor o requisito de apresentar,concluindo a exposição do seu invento, os assim chama-dos postulados (chaims), isto é, a especificação da parte

<da invenção que elle reputa ser essencialmente nova,r$6> parar a qual pretende a protecçãõ exclusiva da lei.

« Déve-se-lhe tão somente exigir uma descripção clarae precisa da sua invenção, com os competentes dese-nhos, e deixar o mais ao juizo dos triranaes, no casode litígio. —Éo que se dá com a ler franceza que assimsatisfaz o inventor e o publico.;

« M. Haseltine não pensa que, entre os70exammadorésmenos nos Estados-Unidos, haja homens venaas ; aopóde dizer que na sua pratica de 20 annos, um únicocaso chegou ao seu conhecimento no qual havia basespara supposiçâo de peita. O examinâdor teve a suademissão immediata, bem que não motivada perante apublicidade, para não prejudicar a confiança dos in-ventores emquanto ao exame official do Estado. #-Dá-se muitas vezes ficarem nos Estados-Unidos, pe--didos de privilegio indevidamente indeferidos, sendoque aos examinadores falta freqüentemente a instrucçãoscientifica e suficiente para avaliar um pedido com todaa justiça.—-Ficão rejeitadas desta fôrma 6,000 inven-ções por anno, « por não merecerem patente » ; en-tretanto metade ao menos merecerião a protecçãõ doEstado com toda a justiça.—O iperito sabe de umcaso no qual se derão dous privilégios para invençãoidêntica, te muitos para inventos que se parecem per-feitamente como ovo com ovo.—0 exame é prejudicial,portanto, e além disso, muito dispendioso; ~ o m>mero dos privilégios concedidos annualmente nos Es-tadqs-Unidos é de 12,000, subindo às despezas de examea cinco milhões de dôllars.—O valor adquirido a um in>vento pelo exame official reverte em prejuízo do pubiico.-hO que o depoimento diz acerca de nossa

"legislaçãoallemãa emquanto a privilégios, é muito para se notar:, «A procedura prussiana de exame chega a com-

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pletamente annullar a lei sobre privilegio mas rçãoveda de outro lado, que fiquem com privilégios, coisinhasde todo insignificantes. Em via de regra têm âs inven-ções privilegiadas na Prússia menos novidade e menosutilidade do que as invenções análogas privilegiadasna Inglaterra ou na França. A Prússia concedera noanno passado, a nacionaes, 12 privilégios, entre osquaes dous para fabrico de sparadrap; os artefactosdos dez restantes também nao parecem ser de impor-tancia. Uma taxa de § libras esterlinas é sufíiciente,pagando-se àmÊ. na apresentação do pedido e tres nasua cõttcessâomiém d'isso poderia cobràr-se um di-reitodeS libras todos os tres annos. Tal medida che-gava para afastar pedidos insensatos, como os de motorperpetuo, etc. A experiência demonstra que altos di-reitos não impedem privilégios de invenções de minimaimportância* entretanto bem podem impossibilitar ai-gum inventor pobre de assegurar-se a exploração deuma invenção boa. Em vez dos exames, cumpriria aoEstado crear instituições que admittissem a verificaçãodas invenções já privilegiadas, por um modo barato eprompto.—Os agentes de privilégios deverião passarexames e $stár equiparados aos advogados—; tambémdeverião pagar um imposto annuo (10 libras esterlinas).—Com isso ficarião arredádos da interferência em pri-vilegios, indivíduos duvidosos. Nos Estados-Unidos com-quanto não se exijão exames dos taes agentes, ha ocorretivo de que o commissario de privilégios pôdeexcluir de intervenção ulterior ao agente que incorrerem falta grave. —Este corretivo tem freqüente appli-cação.—Os agentes de privilégios americanos pagão,desde a guerra, um imposto addicional.— Invençõesincrepadas de frivolas sao rarissimas, e 'as de poucaimportância são muitas vezes de grande valor.

« O inventor americano que primeiro dotou q lápis,em uma das extremidades, com borracha nitidamenteengastada, pelo privilegio, que merecidamente obteve,por ter imaginado um supprimento útil é muitopratico, adquirio uma fortuna de 20,000 libras esterli-nas.—¦ Ümâ lei liberal nesta matéria estimula os

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inventores e augmenta a producçao dos inventorúteis.—Prova : os 12 e os 12,000 privilegio- concedidosno anno próximo passado na Prússia e nos Estados-unidos.—Os Allemães na America são tanto inventores,como os próprios americanos, e apresentão-se a soli-citar um numero de privilégios proporcionado ao dasua população, na mesma relação que se dá entre aparte da população natural da União.—Na Inglaterrahouve no anno próximo passado 12 pedidos de pri-vilegio prussianos, e 500 americanos.

((Uma invenção importante não se iáfeduz de per si;das annualmente privilegiadas na Üniw, ha 10,000 aomenos que não gozão na,Inglaterra protecção alguma,e, sem duvida, haverá entre ellas muito boas, que osfabricantes inglezes hem poderião explorar sem incon-

. veniente algum.« O perito, comtudo, não conhece üm único caso em

que tal tivesse succedido : tanto é verdade que umainvenção, só por ser privilegiada, consegue mais ra-pida e maior aceitação, que a que conseguiria sendode domínio publico.

« Em 1871 houve 400 privilégios concedidos na Uniãoa Inglezes, isto é, a quinta parte de toda^s as inven-ções que têm privilegio na Inglaterra.

«Apenasa vigésima parte de invenções norte-ameri-canas tem privilegio na Inglaterra; entretanto ha muitis-simas que o temem França, por ser a lei franceza depatentes melhor do que a da Inglaterra. O depoimentofalia das circumstancias da Allemanha em termos poucolisongeiros. Os fabricantes prussianos introduzem poucasinvenções novas, embora a lei do seu paiz lhes faculte omeio de depredarem o resto do mundo. —A Prússia,conforme Mr. Haseltine, está em matéria de privilégiosa 100 annos atrás da França ou da Inglaterra. Muitasinvenções inglezas vêm a ser exploradas na União commuito bom resultado: — quanto mais invenções pri vi-legiadas houver, tanto maior se tprna a perspectiva deincremento para a fortuna publica. As 500 invençõesnorte-americanas privilegiadas na Inglaterra contribuem

• sem duvida alguma ao engrandecimento da nação;

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muitos ramos de industria têm passado por revoluçõescabaes em conseqüência das invenções americanas. —Pôde dar-se que um privilegio seja menos convenientepara certa gente; nunca porém um privilegio chegaráa prejudicar o interesse geral; é a este, entretanto, queo individual deve ceder o passo. ¦?

Relativamente áquestão: Privilegio ou não privilegio?Mr. Haseltine é de opinião que ao inventor assiste o di-reito natural de ser protegidojaa propriedade da suainvenção.

Esta questmfoi ventilada nos Estados-Unidos maisdo que emqUquer outro paiz. Comtudonão occorreuao perito um só Norte-americano de monta que opinassecontra uma lei de privilégios.

Mr. Haseltine reputa insuficiente uma protecçao por14 annos, e reclama 21 annos para todo e qualquer pri-vilegio. Os tribunaes que tiverem de pronunciar em litesde privilegio, devem ter assessores per.itos, os quaes,comtudo, não hão de ser empregados de estabilidade,mas haverião de ser convocados conforme a especiali-dade de cada caso, sobre a legislação relativa ao Ca-nada, fôrma um juizo pouco favorável.

E continua Mr. Barthel, quanto disse Mr. Haseltine.Accrescentarei apenas que suas opiniões harmonisão-secom as mais illustradas que nestes últimos annos têmchegado a publicidade sobre esta matéria, e que seriamuito para desejar, que o Reichstag as tome na devidaconsideração, quando chegar a tratar da nova lei de pri-vilegios para o império germânico.

A conclusão que se nos apresenta de quanto contemo artigq acima do engenheiro allemão Peter Barthelvem a ser que, se os Estados-Unidos, com as 12,000invenções privilegiadas do anno, vierão a ser, (consi-derada á relação que ha entre os algarismos, da suapopulação, e o das milhas quadradas do seu território)—a nação talvez a mais industrial e a mais, rica db glo-bo; a riqueza publicado um paiz de nenhum modo ficaprejudicada por um grande numero de invenções privi-legiadas. . . ,

Cumpre mesmo tirarmos daquelle artigo ainda mais

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o corollario que este numero (de patentes nos Estados-Unidos) e, em boa lógica, a prosperidade industrial eriqueza daquelle paiz augmentariao, renunciando a suaadministração ao systema actual de exame e adoptandoo de registramento que vigora na França, qualquer quefosse, em conseqüência do actual systema, o numero depatentes actualmente indeferidas.

A tolerância e o indulgente acolhimento eventualmen-te dispensado pelo conselho no presente débil esforço,só pelo effeito da magnanimidade dos illustres varões aquem me animei offerta-lo, me confirmarião no propo-sito de continuar procurando encarar proximamente ou-tros lados da mesma questão.

Rio, 15 de Dezembro de 1872.

C. Rozwaâowski.

Chimica Industrial. ;-Estudo sobre a conservação- das carnes.

(Continuação.)#

CARNES, C0NSERYADAS EM SEGCO PELO MESMO PROCESSO PARADEVOLVER-LHES DEPOIS SUA CONSISTÊNCIA E FRESCURAPRIMITIVAS.

Si se houver de conservar as carnes sèccas paracomè-las depois de frescas, bastará quando se prepa-rem submergi-las no soluto de biacetato, durante tresou quatro dias, e* pô-las depois a seccar em lugarapropriado, como celeiros, bodegas, ou alçapões, emque penetre o ar exterior por fendas, praticadas naparte inferior de suas muralhas, e saia por aberturassuperiores, afim de que, estabelecida a corrente poruma passagem rápida, se accelere a deseccação.

Na estação fria e chuvosa, será necessário deseccarcom o auxilio de calorificos, pois, de outro modo, a

«* 16!

deseccação se demoraria demasiado, prejudicando a boaqualidade do produeto.

Para accelerar essa operação, prefere-se a injecçãoporque a embebição é instantânea, de modo que sepode cortar logo as carnes. Uma vez deseccadas estas,podem-se emmalar de qualquer modo e guarda-las.

Quando o tecido da carne é delicado, como no dasaves e peixe, sobretudo se isto é pequeno, a immersãopôde ser mais curta do que para a carne de vacca.

Quando as carnes assim deseccadas. têm de comer-se n'um guizado qualquer, basta submergi-las primeiroem água morna para que amolleção, mudar-lhes a águaaté que saia sem sabor, deixa-las refrescar e em se-guida guiza-ias.

As carnes deseccadas perdem pouco a pouco o gostodo acetato de cal, de tal modo que, mastigadas, mesmosem lava-las-, não deixão perceber sabor algum do ace-tato. Sem embargo, a lavagem é sempre conveniente,porque tirará o acetato, se fica, e amollecerá o tecido,o que é indispensável para que se preste á confecçãode uma boa sopa. •

O deixa-las refrescar antes de leva-las á cozinha, éindispensável, porque sabe-se que uma carne demasiadonumida, pu mui lavada, de sorte que fique impregnadadeagua, não dá bom guizado. Por conseguinte, isto deveobservar-se igualmente com as carnes frescas recém-extrahidas do liquido da immersão.

A lavagem das carnes deseccadas não tem tanto porobjecto despoja-las completamente da matéria salina,da qual, como deixámos*dito, não conserva gosto algum,senão principalmente amacia-las e dar-lhes sua con-sislencia primitiva. Neste caso produz-se o amolleci-mento na razão da acção que a água exerce sobreos tecidos, tornando a accionar sobre a matéria salina,que havia sido absorvida pelos capillares, a qual seacha já modificada, e deixando-os dilatar-se novamentepara «que adquirão sua primeira fôrma e aspecto.

A curiosa modificação que experimenta em grande,o biacetato em presença dos corpos albumiõosos das

*, '% *!

carnes, cuja reacção é favorável á conservação, sem quêpor isto haja mudança sensível, permitte comprehendera causa destes phenomenos.

Pelo que respeita ás aves e peixe, feita a immersão,como se sabe, deseccão-se nas mesmas condições, quea carne de vacca. Seu abrandecimento n'agua tem lugarda mesmamaneira que esta ultima.

A propriedade de tornar brandas às carnes deseccadaspela simples immersão n'agua, dá em resultado grandesvantagens deste methodo de conservação, sob o trípliceiplerésse da própria conservação, da economia publicae particular, eda especulação.

Taes são as manipulações simples que ha a empregar,desde a preparação das carnes até o momento decomê-las.

Parece-nos que não pôde levar-se a maior simpli-cidade e singeleza ás operações de um processo deconservação, nem que exista outra substancia (falíamosrelativamente), que a facilidade de sua preparação ebaixo preço, reuna propriedades antisepticas e hygie-nicas, copio a que fôrma a base da nossa preparação.Reduz-se^tudo, como temos visto, a dissolver em aguaum pó branco, como si se tratasse de dissolver as-sucar, por exemplo.

Esse pó branco compõe-se de ácido acelico e cal,isto é, de dous princípios chimicos, que se achão noorganismo, um constantemente e o outro accidente-mente, segundo o gênero de alimentação. Sendo, «pois,normaés na economia, e ainda em certos alimentosos princípios da matéria conservadora, devem satisfazernecessariamente às condições de hygiene.

O ácido acético encontra-se no soro do sangue, noleite, no pão, etc, entra na confecção de muitos ali-mentos: e a cal acha-se nos ossos, cartilagens, etc,fazendo parte constitutiva de suas partes, posto queem combinados especiaes. Veremos logo qpe esta basesalina, tal como se acha no bíacetato, poderá contri-buir para a formação daquelles combinados, se entrasse

este objecto em nosso processa de conservação,

porém devendo ser subtrahida completamente pela lâ-vagem, não pôde obrar nem contra, nem a favor dóorganismo. /'¦»¦•* a

Não contrariando, pois, nem atacando os effeitos dahygiene, não haveria para considera-la, se a palavrahygiene não fosse pronunciada, antes que tudo e comjustiça, quando se trata da alimentação. Por isso, aomencionar as qualidades de nossa matéria conserva-dora, quizessemos assignaiar também um de seus ca-racteres essenciaes, que é o ser inerte ou ínnocentepara a saude em qualquer dos casos em que se ache,seja não obrando sobre o organismo, quando se a se-para inteiramente da carne, seja por ficar certa porçãodelia, contribuindo seus princípios a formação mesmodos órgãos. . ». «. .

Neste ultimo caso, basta recordar a composição deum delles para explicar-se sua transformação em car-bonato, que é uma das modificações que experimentaem presença de sua base, e por conseguinte o melhordos sàes para o organismo, pois que tal e a lormaem que ordinariamente existe n'agua que bebemos enos alimentos que comemos.

Sendo esta parte sobremaneira interessante na questãode que nos occupamos, devemos entrar em algumasoutras considerações, afim de dar uma idéa mais clarado assumpto.

COMPOSIÇÃO DA CARNE MUSCULAR E CAUSAS DE SUA A*I_-

TÉRAÇAO NO ANIMAL.

1 composição das carnes, pelo que toca aos seuselementos, é igual para todas; mas quanto a proporçãodos princípios immediatos que constituem seus orgaos,.Vária com a espécie, idade do animal, coma localidade,Com o gênero de alimentação e a maneira de eonduáire preparar os animaes, como também com a fòrffia porque se faz a matança. Contraiamo-nos á vacca e aoc íVy* n p _i*n'

Uma 'alimentação

pouco nutritiva, aguás mal sãs,

l'a

pastos distantes, ou precipitados, abandono dos rodeiosnos curraes, onde não se lhes dá de - comer nem debeber muitos dias, e depois a morte do animal amar-rado com fortes ligaduras, dando lugar;a que acir-culação sangüínea se. faça irregular ou se interrompa,são causas poderosas para que a carne, saia má, emtoda a extensão da palavra.

Mas o que é ainda peior é a extravasação do sangueno systema venal, já vazio por falta de alimento, eaalteração que soffre pela raiva que produz no animala perseguição, ou a compressão dás ataduras. Todasestas causas dão carnes feias, magras e mal sãs. Istoobserva-se principalmente nas grandes cidades, onde afalta de hygiene não pôde ainda prevenir este mal. Obser-vei em Buenos-Ayres e em outras partes carnes pes-simas, de um sabor fatal, e que já apresentavão signaesde decomposição, no dia seguinte ao em que tinhão sidocortadas, porque as proporções e a qualidade mesmados princípios immediatos deveráõ necessariamentevariar pelas causas e razões expostas.

À composição da carne, em seu estado normal, éa seguinte: substancias albuminosas, em que dominaa fibrina ; substancias gelatinosas e gordas, creatina eácido inosico, matéria análoga d cerebral e sáes ai-çalinos. .

A carne das aves tem mais creatina ; mas estasubstancia não actúa sobre o acetato, porque é neutra,sem côr; e tão pouco obra sobre ella o acidq ace-tico, porque os ácidos, ainda mui debilitados, nãotêm acção sobre ella.

'E como é solúvel apenas em

72 partes de agua, e menos ainda no soluto de acetato,resulta que quasi não ha perda da dita substancia du-rante a immersão da.carne.

A carne perde 6 °/0 do seu peso, si se esgota pelaagua, arrastando albumina e outras matérias; poréma immersão não consegue diminuir essa quantidade,porque o liquido se muda, e por conseguinte não ha-vendo renovação do dissoivente, não ha também esgotode matéria solúvel, nem o liquido impregnado de uma

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matéria salina, póde dissolver a quantidade de creatina,que dissolveria, se estivesse puro.

Conhecida a composição da carne, vejamos comopodem obrar os constituintes da matéria conservadorasobre os principios delia.

ACÇÃO DA MATÉRIA CONSERVADORA SOBRB A CARNE.

O ácido acetico actúa sobre a albumina, dissolvendoas duas substancias crystallisaveis de que é formadaesta ultimai

Com a fibrina fôrma o mesmo ácido uma espécie degelèa, verdadeiro combinado, que póde dissolver-se bemn'agua fervendo.

Em nosso caso, a acção do ácido sobre a albuminae fibrina, é quasi nuíla, pois, não está livre, e assima cal não o satura por inteiro, porque é biacetato :sem embargo faz equilíbrio às aíTmidades, de maneiraque não póde resultar perda de, nenhuma daquellasmatérias.

A acção dissolvente, porém, débil do ácido aceticosobre a carne, no estado salino, reduz-se á formaçãode um acetato duplo, como logo veremos. Este ad-mittindo sua fixação nos tecidos mesmos, não offere-ceria também inconveniente ? Longe disso, apresentariaa vantagem de facilitar a digestão desse alimento,porque ha dissolução dà matéria albuminosa, em vezde códgulação, que é o que torna indigesto um alimentoalbuminoide.

O mesmo póde dizer-se a respeito da fibrina. Dis-solvendo o ácido acetico a fibrina, observa-se um tur-vamento devido á espécie* de geléa, de que acimafalíamos; porém em grandes massas d'agua a dis-solução é mais difficil em conseqüência da pequenaporção do acetato; mas é bastante perceptível, quandofica excessivamente acidulada.

Isto explica, sem duvida o turvamento dos líquidos,muito acidulados, em que se conserva o peixe e vacca,quando depois de algum tempo de contacto, o biace-

tato actuot» sobre a fibrina. Este phenomeno ê muitomais notável no peixe, cujas escamas, cartilagense ossos, tendo a mesma composição dos demais ani-mães, e sendo de uma consistência menos firme, par-ticülarmente nos peixes pequenos, cedem mais fácil-mente sua fibrina ao ácido, o mesmo que a cal doseu carbonato. D'aqui a necessidade nesta preparaçãode evitar uma quantidade anormal de ácido aceticocom a idéa de acidular demasiado o acetato.

Este modo de obrar do ácido acetico, mui distinctodo dos demais ácidos, tanto mineraes como orgânicos,exceptuando o chlorydrico, que também pôde dissolvera albumina, não offereceria comtudo difficuldade no-tavel em nosso processo, ainda que fosse empregadonestas condições. Considerando-se porém que suaspropriedades achão-se neutralizadas, quasi em totali-dade, pela base com que está unido, e que as pe-quenas porções de albumina e fibrina que pôde dissoi-ver, entrão em uma nova combinação com o salconservador, dando .lugar a um sal duplo, um acetoalbuminato de calr que se pôde representar pela fórmulaseguinte: C. A. O., C. 144, H. 142, Az. 18, 0. 14,S. % 2C. 4, H. 3. 0. 3, teríamos que quasi não haperda real, e menos depois de certo tempo, quandoesse acetato duplo vai desapparecendo, pelas mudanças,mesmo que deve experimentar pouco a pouco, comocomposto vegeto-mineral.

Uma experiência directa deu-nos apenas 2 °/« de aceto-albuminato, nos líquidos, depois de quatro mezesdeim-mersão da carne.

(Continua.)

Ácido eitrico.

.012 W CJ4+2aq=210, ou 2625.

A preparação do ácido citrico é uma pequena in-dustria, que* entre nós, pôde deixar um resultado muitosuperior ao trabalho que dá, como passaremos amostrar,

;¦•*

Este ácido ê extrahido de fructos ácidos, taes contosejão os limões especialmente, as laranjas azedas, ostamarindos, etc, e a sua preparação é do modo se-guinte:

Espreme-se o sueco dos limões, e abandona-se*á umafermentação espontânea; logo que tenha cessado a fer-mentacão filtra-se por um panno afim de separar doliquido a matéria mucilaginosa e é então saturado pelacaí, e depois fervido. Neste estado vai-se deitando acidqsulfurico até precipitar toda a cal. O sulphato da caíé separado por uma nova filtração, e o licor é evapo-rado ao banho-maria com precaução até que comecea cobrir-se de um crosta crystallina; então é deixadoem repouso para fornecer os crystaes, que serão tantomais bellos, quanto mais o licor contiver um ligeiroexcesso de ácido sulfurico.

O ácido citrico é empregado na preparação das li-monadas sèccas, tão úteis aos viajantes; prepara-se dafórma seguinte: aromatiza-se com algumas gottas deessência de limão uma mistura formada de SOOgram-mas (uma libra mais ou menos) de assucar e 16 gram-mas de ácido citrico. Uma colher desta mistura em umcopo d'agua fôrma uma excellente limonada.

Associado á magnesia, o ácido citrico fórma um pur-gante muito estimado.

Este ácido é empregado na tinturaria. Serve aindapara tirar as manchas ou nodoas de ferrugem e alça-linas sobre o escarlate e para preparar uma dissoluçãode ferro, com a qual os encadernadores dãoáspellesde que se servem uma apparencia de mármore.

Esta é a preparação scientifica deste tão útil pro*dueto; porém na pratica simplifica-se este processo,dq mesmo modo que na fabricação do assucar de Canna,que, sendo idêntico o processo, todavia é empregado omais simples da concentração do caldo da canna ou ga-rapa que se deixa crystallisar depois. Assim, pois, es-premidos os limões, deixa-se o liquido fermentar, paraseparar as matérias estranhas, que elle contém, e de-pois de filtrado m canlo animal ê levado 4 conceu*

tração, como se procede com a calda de assucar, edeixado em repouso para crystallisar.

Tem-se por este segundo processo um produetomenos abundante e em menores crystaes, porém quecompensa a economia da cal e do acido sulfurico.

O limão—ou cürus medica, citrus limonium, existeem abundância nesta provincia, quasi* que no estadosilvestre; e aconselhamos aos industriaes de fazerema experiência; 100 kilogrammas de sumo de limãoproduzem pouco mais oú menos 5 kilogrammas deacido crystapisado ou 10 libras mais ou menos, quevendidas a 35.000, fazem 305.000, para o trabalho deum só homem em um dia. »<

Não se devem empregar na fabricação deste acidovasilhas de metal, taes como tachas de ferro ou de cobre,porque serião atacadas pelo ácido. Os apparelhos em-pregados são tinas de madeira para receberem o caldodos limões, uma prensa para espremê-los, e vasos debarro vidrado ou de porcelana para a concentração doxarope, e finalmente resfriadores de madeira (seme-lhanies aos do assucar) para depositar-se o xarope.

Tivemos já oceasião de preparar algumas grammasdeste acido por este methodo, mas a falta dos limõesnos obrigou a abandonar esta industria, ignoramos seexiste nesta ilha algum lugar onde abundem os limões.

A experiência que fizemos em alguns limoeiros, deu-nos o resultado médio de quatro libras de limões porcada pó; porém é sabido por todos, que existem ai*guns que podem produzir algumas arrobas em um anno.Um terreno de 100 braças em quadro, pode conter2,500 limoeiros , oecupando cada um um espaço dequatro braças quadradas que produzem, â quatrolibras por pé, 10,000 libras de limões, ou 4 % de acidocitrico, ou 400 libras, que vendidas a 35.000, dão oprodueto de 1-.20Q90001

(E$tr ahido.) *

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unSOCIEDADE AUXILIADORA

DA

ÜSTRIÂ MCIN. 5.—MAIO DE 1873.

ML

Sessão d© conselho administrativo em ¦? de Maiode 48*3.

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDE

DO RIO BRANCO.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.•conselheiro Visconde do Rio Branco, Drs. Souza Rego,Paula Freitas, Jacy Monteiro, Bomsuccesso, Azevedo Pi-nheiro Júnior, Pinto Júnior, Pereira Rego Filho, Nas-centes Pinto, e Sayão Lobato Sobrinho; Mestre emArtes Garcia; commendadores Azevedo, José Maria Pe-reira, e Couto dos Santos; José Botelho, Sattamini,Conceição, Rabello, e Valentim; e os sócios efiectivosSrs. conselheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja;Drs. Luiz Alvares de Azevedo Macedo, José Ewbankda Gamara, Evaristo Xavier da Veiga, e José Caetanode Paiva Pereira Tavares; Thomaz Eduardo Parker,e Cláudio Francisco Cathiard : foi aberta a sessão, lidae, sem discussão, approvada a acta da anterior, queteve lugar em 15 de Abril ultimo, assim como o termoda reunião do dia Io deste mez, em que não houvesessão por falta de Jiumero legal.

13 ¦

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EXPEDIENTE.

Sr. secretario geral participou que se remetteu,para informar:

Em 18 de Abril:i Secçao de Machinas. e Apparelhos o requerimento

recebido com o Aviso do Ministério da AgriculturaCommercio e Obras Publicas, datado em 14 do mesmoAbril sob n. 18, e em que Henrique Rantenfeld so-licita a concessão de privilegio por dez annos para asmachinas, de sua invenção, de cortar couro e fabricarsapatos elásticos;

Em 21 de Abril:Á Seccão de Industria Fabril o requerimento, que

foi recebido com o Aviso do Ministério da AgriculturaCommercio e Obras Publicas n. 19, datado em 17 domesmo Abril, e em que Faro &C*. pedem privilegiopor vinte annos para a introducção e fabricação noImpério de tijolos ocos e sólidos á imitação dos deHamburgo feitos por compressão hydraulica, è outro-sim para a introducção e fabricação de tubos de barrode drainage por um novo processo, e a ornamenta-ção de barro para o interior e exterior das casas* efinalmente para a introducção de machinas Modifica-das e apropriadas* ao trabalho das argilias do paiz;

Em 23 de Abril:Á Seccão de Machinas e Apparelhos o requerimento

recebido com o Aviso, dessa mesma data, do Minis-terio da Agricultura Commercio é Obras Publicas n. 20,em que a Companhia de Carruagens Fluminenses pedeprivilegio por vinte annos para os carros, com o me-Iboramento de sua invenção, a que se refere o dese-nho e descripção, que acompanharão o dito requeri-mento; 5

Em de 26 Abril:mesma Seccão o requerimento que acompanhou

o Aviso do Ministério da Agricultura Commercio e

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Obras Publicas n. 21, datado em 23 do mesmo Abril,e em que Benjamim Upton solicita a concessão de pri-vilegio por quinze annos para a introducção de ma-chinas e a construccão de fornos destinados ao fabricodo pão, conhecidos nos Estados-Unidos por diractedbread; e

Em 28 de Abril:i referida, Secção o requerimento recebido com o

Aviso do Ministério da Agricultura Commercio e ObrasPublicas n. %%., datado em 26 do mesmo Abril, emque Cláudio Francisco Cathiárd pede privilegio por vinteannos para a introducção de fabricar calçado de todosos gêneros.

Carta do Sr. mestre em artes José Manoel Garcia,em que participa que no dia 17 de Abril começarãoa funccionar as aulas da Escola Industrial, de que édirector, e enviando ao mesmo tempo a nota do nu-mero de indivíduos incriptos e das matrículas, que emcada uma das aulas representão; que essas se achãoem exercicio, finalmente a naturalidade, idade, reli-gião, estado e profissão dos matriculados.—Inteirado,sendo a nota remettida ao Sr. redactor do Auxiliadorpara publica-la.

Foi para o mesmo fim também remettida ao Sr. re-dactor do Auxiliador a continuação da Memória doSr. Conde Roswadowski, intitulada: Apontamentos re-lativos a privilégios em matéria de inventos.

Sendo approvada a urgência pedida, fôrão em se-guida submettidasá votação e unanimemente approvadasas seguintes propostas:

Ia. cc Proponho para sócio effectivo remido o Sr.Dr. Honorio Augusto Ribeiro, advogado, morador árua dos Arcos n. 26.—Rio, em 7 de Maio de 1873.—Dr. José Pereira Rego Filho. »

2a. « Proponho para sócio remido o Sr. commenda-dor João Antônio Gonçalves Liberal, capitalista e nego-ciante, morador á rua da Imperatriz. — Rio, em 7 deMaio de 4873. — José Botelho de Araujo Carvalho. »

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Fôrão portanto admittidos membros effectivos daSociedade Auxiliadora os Srs. Dr. Honorio Augusto Ri-beiro e commendador João Antônio Gonçalves Liberal.

Fôrão lidos e ficarão sobre a mesa para serem op-portunamente tomados em consideração os seguintespareceres :

1.° Da Secção de Machinas e Apparelhos sobre apretenção de Francisco Soares de Andréa, que solicitado governo imperial privilegio por vinte annos paraa construcção, uso e applicaçao de apparelhos desti-nados a dar automaticamente signaes de incêndio emqualquer prédio.

2.° Da mesma Secção sobre o pedido de privilegiofeito por Pedro Marques para o quebra-mar fluctamente,que diz ter inventado.

3.° Da referida Secção sobre o privilegio pedidopor Eduardo Benert Shaw Benertpara fabricar e venderno Império o apparelho de movimento para as chavesdos trilhos das linhas urbanas, do qual allega Ser in-ventos ( ;

4.° J)a sobredita Secção sobre o privilegio que dogoverno imperial solicita Manoel Antônio dé^ Souzapara fabricar e vender o apparelho de sua invençãodenominado Contador, destinado a diversos trabalhosmecânicos e industriaes.

5.o Da mencionada Secção sobre o privilegio por dezannos, que pretende Henrique Rantenfe para a ma-china de sua invenção destinada a cortar couro parao fabrico de sapatos econômicos, elásticos, e para essemesmo fabrico. * *

6.° Da Secção de Industria Fabril sobre o privilegiopor vinte annos pedido por Faro & Ga. para a intro-ducção e fabricação, em todo o Império, não sò detijolos ocos e sólidos á imitação dos de, Hamburgo,feitos por compressão hydraulica, como de tubos debarro de drainage por um novo processo ; e de or-namentação de barro para o interior e exterior dascasas, e finalmente para inlroducção de machinas mo-

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dificadas e apropriadas ao trabalho das argillas dopaiz.

Foi mais lido o seguinte parecer da mesma Secçãode Machinas e Apparelhos, o qual entrou logo emdiscussão, por «ter sido approvada a urgência para issopedida pelo Sr. commendador José Maria Pereira; dis-cussão essa, em que tomarão parte os Srs. Drs. PereiraTavares e Pinto Júnior contra; e a favor os Srs. Drs.Paula Freitas, Pereira Rego Filho e commendador Aze-vedo, sendo afinal approvado o mesmo parecer, vo-tando contra o Sr. Dr. Pinto Júnior. Não votou o Sr.Dr, Pereira Tavares por nâo ser membro do conseino.

Ei-lo: « Foi presente à Secção de Machinas e Ap-parelhos, afim de dar o seu parecer, o incluso requeri-*mento, em que Francisco Corrêa da Conceição e oengenheiro Rozwadowski pedem privilegio por espaçode quinze annos para introduzirem no Império as ma-chinas do systema Susini, destinadas ao fabrico doscigarros. . ^ n ,

« Os requerentes apresentarão a descripção eo^üe-senho das ditas machinas, bem como exhibirao aSecção documentos authenticos, que provão acharem-se justos e tratados com o inventor. das machinas, oconde de Susini Ruisege.

« O illustrado conselho desta Sociedade em sessãode 15 de Janeiro de 1870, julgou merecedor de umprivilegio para uma maehina destinada a hns idênticos,Antônio Lúcio de Medeiros e o governo imperial deaccordo com o parecer da Sociedade concedeu o pri-vilegio; mas as machinas Susini, sendo differentes dade Medeiros, não ha incompatibilidade na concessãodo privilegio para a introducção e usò das primeiras

« E, sendo a industria do fumo uma das mais im-

portantes do Brasil, parece que para anima-la e abrir-lhe novos horizontes, convém facilitar a iniciativa das

pessoas, que, mediante a concessão de un\W**mpretendem introduzir no paiz as machinas aperfeiçoada?para a preparação dos cigarros, as quaes, estando em

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uso em outros paizes, são ainda desconhecidas noBrasil, sobretudo quando taes machinas, sendo prop.rte-dade do seu inventor, só podem ser usadas por com-mum accordo com este.« Crê, pois, a Secção de Machinas e Apparelhos

que ha toda a vantagem em conceder o privilegio re-querido para a introducçáo . das machinas Sudni porespaço de quinze annos, prazo em que termina a pri-meira patente do inventor das ditas machinas.— Saladas sessões, 28 de Abril de 1873.—Dr. Antônio dePaula Freitas.—¦Bacharel José Rodrigues de AzevedoPinheiro Júnior. »

Foi lido ainda o seguinte parecer da Secção deMachinas e Apparelhos, o qual depois de aceita a ur-gencia proposta pelos Srs. Drs. Nascentes Pinto e SayãoLobato Sobrinho, foi sem discussão approvada: « Foipresente á Secção de Machinas e Apparelhos, afim dedar o seu parecer, o incluso requerimento, em que acompanhia Empreza de Carruagens Fluminenses, soli-cita do governo imperial privilegio por vinte annospara os carros, com melhoramento de sua invenção,a que se referem o desenho e descripção, que acom-panhão o dito requerimento, destinados ao serviço daspraças e sujeitos á tabeliã dos tiíburys.

« A Secção visitou a officina geral da companhia,sita a rua do Lavradio, e lá vio um carro em esque-Jeto, representando finalmente o desenho acima mencio-nado com as dimensões indicadas na descripção juntaao requerimento.« No todo o novo carro constitue mais ou menosum destes carros conhecidos pelo nome de victoria;

porem na sua construcçâo ha verdadeiro progresso, nãoso pelo bem feito, como pelas qualidades relativas áçommodidade dos passageiros e pelos melhoramentosintroduzidos.

« A caixa do carro tem o tamanho da dostilburvs:sem jamais exceder a sua largura de fóra à fora,e em arco circular e a sua guarda prolongada sufficienle-mente termina na boléa, onde somente se assenta o

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cocheiro. O carro dá,lugar a dous, passageiros, qu©podem ficar perfeitamente accommodados, não só pelalargura do respectivo assento, como pelo encosto e pelaaltura da tolda.

«.Apoia-se sobre quatro rodas e portanto sobre quatromóías, o que concorre para a boa commodidade dospassageiros e para facilitar as voltas nas ruas. Épu-xado por um só animal, pelo que é só fabricado defôrma a pesar o menos possivel; effectivamente a suaconstrucçao é muito ligeira, sem sacrifício algum dasolidez e elegância; os materiaes empregados, são:a madeira (cedro em geral), o ferro, o aço e*> verniz,incontestavelmente os que estão m«ais ao par dos pro-gressos, que esta industria tem feito nos paizes maisadiantados; as peças principaes, rodas, molas, eixos,são perfeitas; os assentos e os encostos são almo-fadados.

« Accresce que em taes carros o perigo é muitomenor que nos lilburys, quer no momento de saltaro passageiro, quer em virtude de qualquer accidentedurante o seu rodar.,

«Independentemente de todos estes predicados, queconstituem verdadeiro melhoramento nos carros dapraça, onde não ha algum que lhe seja idêntico, nãoquanto à fôrma do todo, mas quanto ás dimensões,ás suas diversas partes e ao conjuncto das molas, têmelles a vantagem de sujeitar-se aos alugueis ou fretesmarcados pela policia na tabeliã dos tilburys, por cadapessoa que embarcar, ficando subentendido, que umavez em transito nenhum carro poderá parar, quandotenha um só passageiro, para receber algum outro, amenos que não seja por vontade expressa do primeiro.

« A Companhia, sollicitando o privilegio, não im-pede a concorrência dos actuaes carros, nem dos ti 1-burys, nem a construcçao de outros por modelosdiffprpnles «*

« Crendo, pois, a Secção que ha manifesta van-tagem em facilitará Companhia os meios de apresen-tar nas praças carros com boas commodidades e por

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alugueis diminutos, como promette, e que ha na suaconstrucçao progresso real, e de parecer que se lheconceda o privilegio pelo espaço de 20 annos, ficando,porém especificado que semelhante privilegio se referetão somente à construcçao dos carros da praça, se-gundo a descripção e modelo apresentados. Sala dassessões, 28 de Abril de 1873.-Dr. Antônio de PaulaFreitas. — Bacharel José Rodrigues de Azevedo Pi-nheiro Júnior. »

O Sr. commendador Azevedo apresentou a seguintemoção, que sem discussão foi approvada: « Conside-rando o conselho administrativo da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional que o trabalhp que acabade ser publicado, pelo Sr. Dr. Nicoláo Joaquim Moreirasobre a Historia, Cultura do Cafeeiro e Consumo deseu producto, é um importante serviço feito ao paiz, re-solve que se insira na acta desta sessão um voto de lou-vor e agradecimento dirigido ao mesmo senhor.—Saladas sessões, em 7 de Maio dé!873.— /. A. de Azevedo.»

O mesmo Sr. commendador, depois de fazer ai-gumas considerações, apresentou a seguinte proposta,que foi sem discussão approvada : « Proponho a nomea-ção de uma commissão de cinco membros, que con-íeccione um projecto para ser oferecido ao corpo le-gislativo, sobre o ensino pratico industrial das crianças,tendo em vista a parte do parecer já approvado pelasociedade sobre o mesmo ensino, — Rio, em o 1° deMaio de 1873.— J. A. de Azevedo. »

Fôrão, pois, nomeados para a commissão, de quetrata esta proposta, os Srs. commendador Azevedo,Dr. Lopo Cordeiro, Nascentes Pinto, Pinto Júnior eSattamini.

ORDEM DO DIA.

Foi, sem discussão, approvado o seguinte parecer :« A Seccão de Machinas e Apparelhos foi presente,afim de dar o seu parecer, o requerimento incluso deChristovão Augusto Witzlebens, pedindo privilegio por

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cincoenta annos para uma machina de descascar man-dioca, da qual se diz inventor.

« O requerimento acha-se acompanhado de uma des-cripção e planta da machina, por meio das quaes se vê,que a parle essencial compõe-se de diversas hastes me-tallicas, terminadas, por navalhas com dous gumes cor-tantes cada uma, e destinadas a rachar as cascas dasraizes da mandioca com a largura que fôr necessária.

« Todas as hastes estão dispostas», em fôrma de fu-nil e distribuidas em 3 ordens, de sorte que,na ordemsuperior as respectivas navalhas tirão uma série delascas da casca deixando outra serie intacta; mas aopassar pela segunda ordem de navalhas, estas tirãooutra série de lascas, e finalmente uma terceira ordemde navalhas, completa o descascamenlo.

« Todas as hastes têm movimento por meio demolas apropriadas, e tocadas por uma manivella.

« Pela descripção feita, vê-se que a machina presta-se perfeitamente a descascar as raizes da mandioca,quando ellas forem direitas; mas que não offereceutilidade, quando forem tortas; por esse motivo ore-querente adaptou á machina uma navalha para cortaras raizes tortas nas curvas, que estas ofíereção, afimde dividi-las em fragmentos direitos: é recurso passa-geiro; comtudo não se pode. contestar que a machinano todo é engenhosa e que offerece utilidade e van-agem sensível aos lavradores.

« Crê, portanto, a Secção, que se pôde conceder aorequerente um privilegio por vinte annos para fabri-car e vender a machina de sua invenção.-^-Sala dasSessões, em 31 de Março de 1873—Dr. Antônio dePaula Freitas.—Bacharel José Rodrigues de AzevedoPinheiro Júnior. .

Nada mais havendo que tratar o Sr. presidente le-vantou a sessão, dando para a ordem do dia da se-guinte: discussão dos pareceres já apresentados.—Joaquim Antônio de Azevedo, 2o vice-presidente. —Dr. José Pereira Rego Filho, secretario geral.—JoséAugusto Nascentes Pinto, secretario adjunto.

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Sessão _ Conselho Administrativo em 1 5 de Maio de¦'..;::'- "1873.'

VlGE-PlÍESroÉr.CIÀ DO ÉRl COMMENDADOR JOAQUIM ANT.NI0 DEs AZEVEDO.'. Achàndo-se presentes ps membro, do conselho Srs.çommendàdores Azevedo e José Maria Pereira; Drs. Lo-pq Cordeiro, Pinto Júnior, Pereira Rego Filho, Nas-

; çentes Pinto, e Sàyão Lobato Sobrinho; Mestre éínArtes Garcia ; Botelho, ítabéllo; e os Sócios éfféctivòs,Srs. Visconde de Bárbacena, conselheiro José Bdnifa-cio Nascentes de Azambuja, e í)r. José Ewbàhk doCâmara, foi aberta a sessão, lida, e sem discussão

.., approvada a acta da anterior que teve lugar em7d_corrente mez.

EXPEDIENTE.

0 Sr. secretario geral participou que se remetteiipara informar:

É m 7 de Maio:A' Secção de Artes Liberaes e Mecânicas o reque-

rímento, que acompanhou o Aviso do Ministério da $Agricultura Commercio e Obras Publicas, n. 23, datajcíoem 3 do corrente mez, em que João Privat pede pn-vilegio por dez annos para a fabricação de placas com

, a indicação dos números dos prédios e dos nomes, àasruas e com inscripções, emblemas e letreiros, querpara p serviço publico, quer para o particular, por, meiode um systema de modelar e moldar inteiramentenovo no paiz. * '

Em 12 de' Maio : - ,,< Jv *,..",,¦¦...-, ^ /,, A' Secção de Machinas e Apparelho o requerimentorecebido com o Asiso n, â4 dó Ministério da Ãgri-cultura, 4atado em 9 do corrente mez, e em que EmílioAscagne Salvador pede privilegio por vintes ahnòsy gacorte e provincia do Rio de Janeiro,paraum m^chínísmoe processo de sua invenção, destinados á fabricação d_- telhas chatas.

- 179 - •

Carta do Sr. Manoel T.Brown, agradecendo a siaadmissão para sócio correspondente desta Sociedade,de cujo diploma está de posse, e assegurando qub,onde quer que se ache, estarão seus serviços á dis- .posição da mesma Sociedade.—Inteirado.

Foi recebido com agrado o Relatório que o Sr. ur.Francisco Leite da Costa Belém apresentou por dcci-sião de passar a administração da província de MinasGéráés ao Sr, br. Venancio José de Oliveira üsboalo cpial remetteu o referido Relatório a esta Sociedãdj}coíaiam officio do Io do corrente Maio. .,' T

O Sr. pr. Pinto Júnior pedindo a palavra disse;,que-ia apresentar á consideração da associação ai-gumás amostras do papel inimitável produzido petoSr. Hercules Florence, morador no município" de Cam-pinas da provincia de S. Paulo, para que fossemellas sujeitas ao exame de uma das sècções do ccjn-selho que mais appropriada se julgasse. j

Diáse que o papel inimitável fabricado pelo Sr.Hercules Florence é um produeto que pôde ser ip-plicàdo com grande vantagem nos papeis de credito,como letras de cambio, recibos, documentos, aindanâ confecção do papel moeda, e principalmente nosrótulos de mercadorias, afim de evitar a introducçãodellás falsificadas no mercado»

V O Sr. Hercules Florence, accrescentòu o Sr. Dr.Pinto Júnior, é um homem muito distineto pelq seureconhecido e provado talento, e gênio investigador,e inteiramente dedicado ao Brasil pelos laços de fa-milia que a elle o prendem: genro do illustre Pau-lista, o hábil operador e distineto parlamentar Al-vares Machado, é ainda o pai de numerosa familia,de filhos brasileiros que têm oecupado os mais im-portantes cargos de eleição popular, e gozão alli,como seu venerando pai, dâ maior estima e conside-ração. (, :V . , -,[,.,..„

O Sr. Hercules Florence descobrindo e aperfeiçoan-do á polggraphia, dando-se constantemente ao estuda

~ ' .;:¦ : - iso,- ¦.

Ias sciencias e dás artes, no retiro em que viveixclusivamente da lavoura, é de uma modéstia tal,ue o resultado das. suas lucubrações tem quasi sem-

jre ficado no circulo dos seus amigos; entretantoa em várias épocas a imprensa se tem occppadofcomvantagem para elle) das suas descobertas polygraphi-ias, mas não tem ,isso passado de uma lisongeiradiscussão entre poucos entendidos, porque aos nossos(governos, aos nossos homens de Estado, occupadosrem dirigir as campanhas eleitoraes, não lhes sobra[tempo para commettimentos de ordem mais elevada

p rpâl. ' ' -'1 Encontrando entre os seus papeis alguns exempla-res do papel inimitável do Sr. Hercules Fiorence,conservado e perfeito, apezar de decorridos mais de 20annos, oá entregou ha poucos dias ao Exm. Sr. ministroda agricultura, que lhe prestou a devida attençâo,promettendo-lhe estudar e fazer estuâar esta desço-berta. Tendo recebido, porém, depois os exemplaresque apresenta/julgou que o melhor destino que lhespoderia dar era apresenta-los igualmente a esta as-sociação que conta em seu seio tantos membros ií-lustrados e de conhecimentos especiaes na matéria eporisso habilitados para fazerem a respeito um juizoesclarecido e imparcial.

Concluindo prometteu o Sr. Dr. Pinto Júnior for-necer á secção designada, todos os esclarecimentosnecessários, quer pedindo aos seus amigos quer aoSr. Hercules Florence.- O Sr. presidente declarou que as amostras dopapel inimitável apresentadas pelo Sr. Dr. Pinto, Ju-nior, erão remettldas á Secção de Geologia appli-cada e Chimica industrial para examina-las e sobrealias dar seu parecer. * ;

ordem DO DU. "¥.

Tendo de entrar em discussão um dos pareceresjá apresentados, o dá Secção de Industria Fabril sobre

- tóiW

« privilegio pedido por Faro & Comp. parada intro-ducção e fabricação em todo o Império nao feó detiiolos ocos e sólidos á imitação dos de Hamhirgo,feitos por compressão hydrauhca, como tulos debarro de drainage, e outros objectos, pedio a MayraMa ordem o Sr. secretario geral, e disse qfelheparecia inútil qualquer discussão que houve^e, emesmo a continuação da sessão, P^W^ff.fretirada de dous membros do conselho deata dehaver presente o numero de membros ^do conselhoexigido pelos estatutos para se Poder deliberar o queverificado pelo Sr. presidente, levantou este smtwasessão, designando o dia 21 para haver uma sessãodo conselho. ,e deu para ordem dor chaj-drcussao" dos pareceres apresentados.—Dr. José Pereiia RegoFilho, servindo de presidente.-José Augusto lascen-tes Pinto, servindo de secretario pnl. -BrUnas/tado Luiz dò Bomsuccesso, servindo de seretanaadjuncto. I

Sessão ão conselho àámiaistrativo em £1 «ie

1873. ,

liaio de

PRESIDÊNCIA DO SR. SECRETARIO GERAL DR. JOSÉ PEREIRA jsO

FILHO

ÂChando-se presentes os membros do consDrs Paula Freitas, Bomsuccesso, AzevedoJúnior, Pinto Júnior, Pereira Rego Filho ePinto; Mestre em Artes Garcia; coramendMaria Pereira, José Botelho e LelhsSilya; eeffectivos, Srs. conselheiro José Bonifáciode Azambuja, Drs. JoséEwbank da Câmaravares de Azevedo Macedo, Evansto Xavier dJoaquim José de Siqueira Filho; commenda;Amarante da Cunha e Cláudio Francisco Ce

ho, Srs.Pinheiroascentesor José

os sóciosascentes

Luiz AI-Veiga e

r Manoelhiard, foi

- 482

lida.eapprovada a actada ultima sessão que tevelugar _o dia 15 do corrente»..- i .'¦"..-' .

EXPEDIENTE.

CM dd Sr. commendador Joaquim Antônio de Aze-vedo/barticipando que, por se achar impedido, deixade connâreçer a esta sessão.-Inteirado.0 ?* secretario geral communicou que se remetteu,

para informar, em 17 de Maio, a Seccão de Geologiaapplicapãie Chimica Industrial o requerimento recebidojona o Aviso do Ministério d'Agricultura, tiommercio eObras fubliçasn. 25, datado em 15 do mesmo mez, eem qu<; Miguel de Teive e Argollo pede privilegio porsessentj annos para introduzir em qualquer cidade doImpericio gaz hydro-oxigeneo ou carboreto de hydro-geneo Joveniente da decomposição da agua soba fór-mula qi^ o supplicante apresenta; e

Á Secjão de Industria Fabril o requerimento que acom-panhou b Aviso n. 26 do Ministério da Agricultura,Commeiw e Obras Publicas datado em 15 do referidoMaio, e [em que Augusto Cândido Gomes e ErnestoCândido *omes sohcitão do governo imperial a conces-sao de pivilegio para introduzirem no paiz fornos con»-tmuos e irculares ellipticos ou horizontaes, destinadosa prepapao dos materiaes argillosos empregados nafabncaçal, de tijolos, telhas e mais objectos desta natu-* cza„. .

Carta fô Sr. Mestre em Artes José Manoel Garcia,communiiando que para substituir o prpíeW deíranpezf<iescola industrial,, bacharel Maneei, de M^llo*Braga, qui,participou achar-se doente, e não poder porisso com arecer por largo teiimo* Convidou o Dr. Ma-nopl Lmz.de Moura,, qiieji entrou em; 'miJ^íh--:>

Sr. commendador Miguel Couto, dos Sanfos,Carta dem que plrlicipa que se retira pára a Europa,, onde

— 483 —">¦' .-.J ti,

pretende demprar-se, e onde.assegura que estará sempreprompto para executar as ordens, que lhe forem çfadaspela Sociedade Auxiliadora cía Industria Nacional. —'Inteirado.

Forão recebidos com agrado dous* volumes da com-pilação das leis da provincia das Alagoas, dos annosde 4868 a 1872, comprehendendo os actos administra-tivos e legislação geral subsidiaria, remettidos pela res-pectiva presidência com officio de 5 dp correntemez. " .

Foi remettida ao Sr. director 4a bibliotheca, para osfins convenientes, a-seguinfe proposta, que foi> semdiscussão, approvada: «Proponho que a'SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional faça acquisãó, paraa sua bibliotheca, da importante obra que acaba depublicar-se em França, intitulada Trávaux fubltcs amÉtats Unis—1870.-^Rapport de Maíésieux, ingénieur,chef professeür de 1'École normale des ponts de France,—publicado por ordem db ministério dás obras publi-cas em 1873. Paris. E que se compõem de três exém-plares.

«Sala das Sessões, 21 de Maio de 1873. —Siqueiralilholir ,r> "™ lH; !T> '< or"< .

Foi lido o seguinte parecer da Secção de ,M§çhjna$& Apparelhos, que, por seç apprpvada a urgência pro-posta, tomou o conselho contórnento delí^ e foi»sem discussão, approvado:

« Foi presente á secção* de machinas e apparelhosda Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, aíimde dar o sèü parecer, o requerimento inclui), eto queEmilio Ascagne Salvador pede privilegio por espaço devinte annos, na côrtee província do Rio de. Janeiro,para um machinismo e processo de sua invenção, des^

binado á fabricação de telhas chatas.« Sobre esta industria já teve a secção opportunidade

de fazer algumas considerações tendentes a mostrar oestado nascente em que se a^há no Brazil, e o*que d;h&ís notável $ ella.se refe|e,;

— 184 *¦¦».-

\\

«Tratava-se então da concessão de um privilegiapara fabricação de telhas chatas, e a Secção, emittindoo seu parecer, pensou que se não fizesse a concessão,visto que os concessionários não apresentavão processonovo, nem machinismo especial, differentes dos usadoscommummente.

« Hoje, porém, trata-se de objecto muito diverso : orequerente é inventor de um machinismo e descobridorde um processo para a confecção de telha, para os quaespeçle privilegio. "

« Quanto ao mecanismo é effectivamente differentede todos os que a Secção conhece, e de uma simplicidadeextrema, não só pelo que respeita á fôrma do todo,como á sua manobra.

« Quanto ao processo consiste a sua invenção no em-prego de uma matéria, que posta entre a argilla e afôrma, impede que ella se colleá fôrma, esefracture com-plétamente, como tem acontecido com todas as tenta-tivas feitas até hoje para esse fim em. virtude das quan-tidades plásticas da argilla empregada no Rio de Ja-neiro. 4

« Além disso o requerente promette reduzir o preçodas telhas a 50 e| p menos d'aquelle, por que actual-mente são vendidas as importadas da Europa, o quenão é impossível, attendendo-se á abundância da ma-teria ,prima existente entre nós. *

« 1 vi^ta destas considerações é a Secção de parecerque se conceda ao requerente o privilegio, quê soli-cita, para ò machinismo e processo de sua invençãodestinados ao fabrico da telha chata.

« Sala tas "Sessões da Sociedade Auxiliadora daIndastría Nacional, em 17 decaio de 1873.—Dr*. In-tonio de Paula Freitas.—Bacharel José Rodrigues d&Azevedo Pinheiro Júnior. ».'¦.,*•' •¦ ¦*-,¦'

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ORDEM DO DIA. T

Fôrão, sem discussão, approvados os seguintes pa-receres ' ^ ., ¦:- _.. ¦>

i.° «Com Aviso do Ministério da Agricultura,Com--•%?..

mercioe Obras Publicas nu 19, de 17 de Abril pro-ximo passado, foi remettido á Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional, para informar, o requerimentoem que Faro & C. solicilão privilegio por vinte annospara a introducção e fabricação em todo o Império,não só de tijolos ocos e sólidos á imilação dos deHamburgo, feitos por compressão hydraulica, como detubos de barro de drainage poç um novo processo e deornamentação de barro para o interior e exterior dascasas; e finalmente para introducção de machinas mo-* dificadas ó apropriadas ao trabalho das argilias dopaiz. v

|t A Secção de Industria Fabril, sem porem duvidaâsvantagens, resultantes do aperfeiçoamento feito pelospeticionarios, quer em relação aos produetos descriptos,quer nas modificações feitas nas machinas para o fa-brico dos tijolos, assumpto este sobre o qual não éde sua competência emitíir juizo definitivo, não vênovidade no fabrico dos produetos em quês lão, por-jpanio é notório não so já existirem no municípioneutro diversas fabricas montadas com machjnismosaperfeiçoados, nas quaes.se íakicão os produetos in-dicados pelos peticionarios, iguaes aos que têm sidoimportados, como entre ellas lembra a que ultima-mente consta ter sido montada no município da Es-trella em terras de Carahy, onde abunda a matériapríroa de superior qualidade.

A Assim qti®, estatuindo a Lei de 28 de Agosto de183p, um prêmio ao in?entor ou introduetor de umaindustria nova,, parece que os pretendentes não estãome$$a^ coadiçõesv porque já existe no paiz essa in-dustria posta en* pratica por outras fabricas qne, semrapp õ# ser* setião aniquiladas sob a concessão daprivilegio requerido pelos peticionarios que, além deevitar a eftncurrencia de iguaes produetos, eonseguiriãop^ra # um verdadeiro monopólio, em prejuízo do pu-tík® elosinteressesdòlotado.

« Em conclusão, pois, entende a Secçío qtie osreferentes líào "estão no caso de merecer o privilegioA, *4

— ¦186 —* *, >

qué solicitãopara o fabrico dos tijolos ôeos e sólidos,dos tubos de barro e de ornamentação dessa matéria.

«Rio de Janeiro, em 5 de Maio de 1873.—JoséMaria Pereira, presidente.—Francisco Corrêa da Con-ceiçao.—Caetano José Cardozo. »

2.0 «Foi presente à Secção de Machinas e Appâre-lhos, afim de dar o seu parecer, o incluso reque-rimerito, envque Eduardo Benest Shaw Benesl, pedeprivilegio por dez annos para fabricar e vender no

'

Império o apparelho de movimento paf a as chavesdos trilhos dás linhas urbanas, do qual allega serinventor. a

« Este apparelho é.differente de todos os conhecidos ',

até hoje para esle fim, e é disposto de fôrma que ococheiro do carro, que percorre a linha férrea, pôdepor si mesmo desvia-lo sobre os trilhos para a linhaque quizer, porquanto, o principal engenho do appa-relho consiste em uma chave construída deforma quepor meio de um systema de um ou mais pedaes adap-tados ao carro, pôde o cocheiro comprimindo este ouaquelle pedál, abrir a chave no sentido que quizer.

« Resultâo d'ahi vantagens importantes para as com-panhias dé trilhos urbanos, como sejão : poderem dis-pensar os guardas-chaves, meio prompto de evitar o en- ,contro de carros, quando seja possivel desviar um dellesda linha do outro, e economia na manobra dos carros, .'-',.devendo-se tambem notar que todo o machinismo dachave está coberto de uma grossa chapa de ferrofundido, para evitar que qualquer vehiculo possa *causar desarranjo aos seus movimentos. -

« É pois, a Secção de parecer que seja concedidoao requerente um privilegio por dez annos para fâ-bricar e vender no Império o apparelho de sua in-veiição..; « Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional, em 28 de Abril de 1873.—Dr. 4n~tonio de Paula Freitas.—Bacharel José Rodrigues de

Azevedo Pinheiro Júnior. ,v, ...3.° « Foi presente á Secção de Machinas e Appa-

- 187Y 7

relhos, afim de dar ò seu parecer, o incluso reque-rimenlo, em que Francisco Soares de Andréa, solicitado governo imperial privilegio por vinte annos paraa construcçao, uso e applicaçao de apparelhos desti-nados a dar automaticamente signaes de incêndio emqualquer prédio. '

« Funda-se o apparelho, segundo acha-se descripto,na adopção de thermometros de mercúrio, dispostos

.de fôrma a conservarem interrompida uma correnteelectrica, quando a temperatura em um aposento, of-ficina ou estabelecimento qualquer, não exceda ánormal, em virtude de alguma causa extraordinária;e a fecharem-a desde que actuar esta causa, o quese manifesta logo por meio de um despertador in-terposto na própria corrente.

« Para este effeito os thermometros recebem, naextremidade em que está situado o reservatório o fi<kmetallico conductor da electricidade, de sorte a pòr-se

'cm contado constante com o mercúrio ; e da outraextremidade parte outro fio metallico de fôrma a gómanter-se em contacto com b mercúrio, quando estevenha a dilatar-se além dos casos normaes. Servindoo mercúrio de conductor da electricidade, comprehende-se aes*de então quando e porque fará actuar o des-pertador.

« Este apparelho, de engenho curioso, não pareceentretanto isento de alguns defeitos, e o seu inventoré o próprio a reconhecer que elle é susceptível fe ai-gumas alterações, que melhorem as suas funcções, mascom o fim de não perder a prioridade da idéa, soli-cita desde já uni privilegio para construir, usar eapplicar o inencionado apparelho.

«Neste sentido é a Secção de parecer que se lhfconceda um privilegio pelo espaço de cinco annos. #«Saia das Sessões da Sociedade Auxiliadora dt»Industria Nacional, em 28 de Abril de 1873.—Dr.Antônio de Paula Freitas.—-Bacharel, José Rodriguesée Azevedo Pinheiro Júnior. »

4.°« Foi presente á Secção de Machinas e Apparelhos,

i' -:

— 188 —

denominado - Contador » destinado a diversos tranamosmecânicos e industriaes. v w;,in«airiQ ai descri-« ao requerimento ",»f»fSS™pção e o desenho do apparelho. e a Secça.mostrouummodelo em bruto, tendo, com elle feito #«W

W-l o aüDarelho em sua essência nao e novidade, por-que. coT qS todos os , -"^Túm

Xode um systema de rodas análogo ao de um WM>kc_jomovLe.no faz apparecer em dous most adoresduas series de números que se e*W,Jgpoderem dar números, desde a unidade ate outro* mui

TS0S; contador -, de que se trata, existe, porémuma qualidade especial, que o torna poriahl ea^ph*cavei acertos misteres, como a («^^Stvpegraphicas e lithographieas, de passageiros nosxarrosliãmmbm, de visitantes nos museus, ou em outros.e^f_íSade ê devida , ser o «gjto •e_cerrad_ em uma cai .a, que pod^^gfum relógio de algibeira,' e munida de uma :***£-«*fôrma de embolo terminado em um boíao. a .que sepôde imprimir com o dedo um pequeno impulso cadaf^uuefôr areeiso marcar uma uiwaaae."Vm1-umento ajuntou o ^*W»g,_o, no qual bate um pequeno marteUo todas as vezesam o botão soffre uma impulsao. ¦4 « O artificio é curioso, e somente pelo iWdo embolo munido 4o botão, que ^^«ftíril•apto a certos misteres, merece o ^equer

ent Wf^vilegio f or cinco annos para fabricar e vender o<* contador » de süê. i&venção*. ~ , a , f'

«Saladas Sessões da Sociedade toú^ora^dustria Nacional, em 2& de Abril *J^Hg»^torno de Pawía freto—Bacharel Jo$i Rodngwa*tzevedo Pinheiro Júnior, »

-*- -iS9-Ei- J&

5.11 ¦« Foi presente à Secção de Machinas e Àppare-lhos, afim de dar o seu parecer, o incluso requeriamento em que Ângelo Bolloé C.a pedem privilegio pelomáximo prazo da lei para um apparelho de sua inven-ção, denominado « Rolante », destinado a facilitar o

> movimento de tracção a qualquer vehiculo.; « O requerimento acha-se acompanhado da descripçãoe desenho do mesmo apparelho, por meio dòs quaesa Secção pôde formar juizo sobre o invento dos re-querentes. à#

« O << rolante » compõe-se essencialmente de umacaixa cylindrica, perfeitamente fechada, contendo den-'tro de si cylindros de metal em numero variável, cujoseixos, paraUelos entre si, estão collocados de fôrmaque um dos cylindros fica central e os outros o rodeião>tangenciando-o, sendo qtie o, eixo do cylindro centralcoincide com o eixo da roda.

« Iniciado o movimento da roda, esse communica-se á caixa e depois aos cylindros exteriores, que rolãopor sua vez sobre o cylindro central, mas nesta trans--missão de movimentos grande- parte do attrito, que

/nas rodas communs se produz, é aqui destruído, nãosó por causa dos cylindros exteriores que rolão sobreo central, como por que eslas peças achão-se mergu-Ihadas em matéria lubrificante, que não se perde por sera caixa perfeitamente fechada.

« O fim deste apparelho sendo destruir o attrito daroda sobre o eixo o mais possivel, vê-se que por esteengenho se conseguem bons resultados em grande jpàr-te; e ha nisto grandes vantagens, porquanto a formulak mecânica^ que estabelece a relação entre a força detracção de uma roda, referida ao eixo e parallelamenteao solo, O attrito sobre o eixo* o raio da roda e ò íoeixo, indica que a força de tracção será tanto menorquanto fôr menor o raio do eixo, bem cojtaao o coeffici-eniê do attrito. JI

« A primeira condição è satisfeita commummente,fazendo o eixo de metal muito resistente, ^deforma adaF-lhe menor diâmetro, e a segunda fazendo gyrar oeixo em caixa de roda feita de bronze e guarnecida

—190— :A.¦ ¦ ;íff'

de graxa ; mas pelo processo descripto é provável quesejão aiuda mais notáveis os resultados.£,;« Crêa Secção que para os carros de caminhos•de ferro, mais do que para as carruagens, offereceráo invento grandes vantagens; em todo o caso julgaopporluno recommendar a conveniência de dar á caixados cylindros toda a resistência possivel para não mo-tivar accidentes.

« Devendo tal apparelho facilitar aos carros grandevelocidade, torna-se necessário adaptar-lhe um appa-relho de parada; e assim o fizer ão os requerentespor meio de um apparelho idêntico aos freios empre-gados commummente.

« A* vista destas considerações é a Secção de parecerque se conceda aos requerentes um privilegio porquinze annos para o apparelho .Rolante, de que sedizem inventores.

«Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, em 8 *de Abril de 1873. —Dr. Anto-mo de Paula Freitas— Bacharel José Rodrigues de Aze-vedo Pinheiro Júnior. »

6/ « Foi presente á Secção de Machinas e Appa-remos, afim de dar o seu parecer, o incluso requeri-mento em que Antônio José de Oliveira, lavrador naBarra de Santa Rita, no município de Theresopolis,pede privilegio por cincoenta annos para o uso e vendade um amassador de barro, que diz ser de sua invenção;e por vinte annos para a introducção das machinasdestinadas ao fabrico da telha chata, denominada «fran-ceza. »

« Quanto ao amassador de barro existe novidade noapparelho de que se trata, porquanto, entre nós. os quea Secção conhece, não há algum que lhe seja idêntico.« Ô seu principal engenho consiste em ura cocho,

podendo oscillar en. torno de um eixo horizontal dis-posto transversalmente ao dito cocho, sendo este tòovi-mento osçillalorio subordinado á acção de um peso emfôrma de pêndula, actuando como volante. / jv« Dentro do côchd se põe tí barro, que é amassada

-191-

pelo rolamento dè vai-vem de uma roda munida de»diversos appôndices para revirar o barro, conforme aoscillação se faz em um ou outro sentido.« E uma imitação dos antigos manejos de rodas* em-

pregados pelos grandes caieiros, com a differença no-tavel de que estes apparelhos são circulares, é os deque se trata são de fôrma rectilinea. Aquelles pedemo serviço de cavallo ou de machinas algum tanto po-derosas, e estes podem ser dirigidos por um homem

, e movidos á agua ou vento.« O seu inventor crê que o apparelho opera" com

uma vantagem de um por cinco sobre os outros ap-parelhos, de quantidade de barro amassado.

« E portanto a seccão de parecer que se conceda aorequerente um privilegio por quinze annos para oap-parelho de amassar barro, do qual se diz Jnvenlor.

« Quanto ao privilegio para a introducção das ma-chinas destinadas ao fabrico da telha chata denominada«franceza » não vê a secçao na introdução destas ma-chinas o que possa fazer valer um privilegio, salvo sep requerente tem introduzido nellas algum melhora-mento importante, o que aliás não está explicado con-venieMemente no requerimento: e a tal respeito á sec-00 é tanto mais escrupulosa, quanto reconhece anecessidade de não subordinar este gênero de indus-Iria a um monopólio.

«A telha franceza é importada no Rio de Janeirodesde alguns annos; tem sido vendida muito cara esobretudo quando existe no mercado em pequenasquantidades: alguns industriosos procurarão fabrica-Ia; infelizmente, porém, não conseguirão prepara-lacom as qualidades que lhe são essenciaes.

cc Ultimamente tentativas mais importantes têm sidofeitas e algumas fabricas já possuem as machinas apro-priadas, como sejão, segundo consta 4 seccão, a deFreitas Guimarães em Nictheroy, a de Oliveira na Es-trella, as da companhia recentemente formada na ilhado Governador por Gomes e outros, e finalmente as dftalgumas outras particulares.

<« A qualidade do barro é provavelmente uma das-causas do máo êxito desta empreza; em geral o barrodo Rio de Janeiro é muito forte e muito sujeito afender-se depois de cozido: para diminuir a sua forçae augmentar a sua tenacidade, é preciso ajuntâr-lheuma certa quantidade de arêa fina e pouco áspera; essaquantidade exacta de arêa é ainda hoje desconhe-cida.

« A falta de perícia no fabrico é outra causa; mítitástelhas nacionaes deste gênero sanem curvas, ó queprova que entrão no {orno antes de estarem suficiente-mente seccas. v„:

«I vista de taes considerações é a secção de parecerque não se conceda privilegio, quer para a introducçãodas machinas destinadas ao fabrico da telha franceza,quer para o próprio fabrico da telha, senão quando opeticionario provar invenção ou descoberta importante,que traga á esta industria melhoramento notável, e emtaes casos sendo sempre a concessão restricla ao in-v^nto.ou descoberta.

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora dá In-dustria Nacional, em 9 de Abril de 1873.—Dr. Antôniode Paula Freitas.— Bacharel Jos»/Rodrigues de AzevedoPinheiro Júnior. »

!.• « Foi presente á Secção de Máetónas o Appa-relhos, afim de dar o seu parecer, o incluso requeri-naenlo. em que Pedro Marques, natural de Montevidéo,solicita do governo imperial a concessão de um pri-vilegio por trinta annos pelo qnebra^mar fluctuante,que diz ter inventado, a

«Segundo -a descripção e planta que apresenta orequerente, o quehra-maré de madeira e formado poruma serie de taboados dispostos em planos parallelos,convenientemente enrijados por meio de vigas cavi-lhadas e arcos reforçados, deixando entre -si inter-vallos de seis decimetros a um metro, por onde deveatravessar a onda.

« O numero de taboados varia conforme o fundo

— 193 —

onde se estabeleça a apparelho: alargura e ocom-

Jrimento deste depepdem. 'fj™*^ j™£J

P°rSS^K^S^ebra-mar desse ge-n6rf erSe de ioZt correntes de ferro, que seS no fundo d« mar, por meio de âncoras ou de

flcaf soKÍnlè ancorado e de fórma que os ta-Soados, de que se compõe, fiquem dispostos bomon-

-' ;'s

talmente.TimTnt.da aue sobre elle venha esbarrar, penetra

SriLssfflK uris£s*ga atravessar o apparelho, esta totalmente amoriecà'Cüm

arflndP esforço comprehende-se a efficacia do

uUntn aliera logo a natureza desse movimento, umna"io em fluciSo modifica a propagação das ondas,?S demonstrado em todos os dias <e mao^empo*S£ rnidãdos que tomão os capilaes de embarcarS to£Srqpassagelro, ou iamaMMg atoresguardado da acção do vento, principal agente aa

bambem não é W^oo^j!*:mares de madeira; porem até- hoje as aws varo

" ílnV iAm-qido duvidosas, sobretudo no que respeitaVSA.

"m virtude do systema de a»

difliculdades de sustentar a ancoragem de uma car

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.

"¦¦"^¦'

— 194 —- pintaria considerável de i grande comprimento, agita-da pelas ondas de um mar encapellado; além doque, adespegar-se um destes apparelhos, serião gran-. des os prejuízos causados aos navios, que estivessemsob a sua protecçao.'

« O quebra-mar, de que se trata, é entretanto di-verso dos que a Secção conhece: em geral a carpin-lana dos mais empregados tem a fôrma da cavernaae um navio, e esta massa embaraçando as ondasamortece extremamente a sua acção: outras vezesserve-se de estacas cravadas, mas então estes que-Dra-mares são de outra espécie : portanto crê a Secção 'que ha originalidade na idéa, e tendo em vista amaneira de actuar a onda e a disposição horizontaldos diversos taboados, de que se compõe o quebra-^__emh queSlao' Ihe Parece (lue deve toer vantagem, deste sobre os outros conhecidos.

*t pois de parecer que se conceda ao requerente umprivilegio de invenção por espaço de dez annos, para oquebra-mar construído segundo os desenhos e descri-pçao que apresentou. Sala das sessões, 28 de Abril der a *Tj . Antomo de Paula Freitas. —BacharelJosé Rodrigues de Azevedo Pinheiro Júnior. ;

Entrando em discussão o parecer da Secção doMachinas e Apparelhos s.abre o privilegio pedido poretS"

Ranlfnfield P*» * machina de sua invenção-fn*"0-1"" fabrico de sapatos eco-nomico-elasUcos e para esse mesmo fabricai, pediooSr. commendador José Maria Pereira, e foi appro-vado. que ficasse adiada essa discussão.Ipint^tc1"^ hfve?d0 1™ tratar> oSr- Presidentag . ,sessao' daDdo Para ordem do dia da seguinte: •discussão do parecer adiado. s

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— 19? —,-1

:r Chimica. Industrial.¦ '¦ ¦¦''.

)

Estudo sobre a conservação das "carnes.

(Conclusão.)

0 aceto-albuminato de cal, o acetato duplo dealbu-mina e cal, que temos supposto em a nova combinação,não pôde dar lugar á producção de albuminâto cálico,que deveria formar-se em outras circumstancias. Ecerto que aquella base térrea tem grande tendência acombinar-se com a albumina, dando um composto m-solúvel; mas na presença de um acido como o ace tico,

. que aclúa tambem sobre a «albumina, porém em sentidoinverso ao da cal, com as vantagens de seu duploequivalente, succede o contrario, isto é, dissoluçãoantes* que precipitação da albumina. Observa-se aquicerto equilíbrio mui conveniente á carne e sua boaqualidade: a base tende a precipitar a albumina, eoacido a dissolvê-la, porém succede o segundo pelaneutralização das aeções mutuas entre os dous ele-mentos de sal, que dão nascimento ao acetato duplo.

Estas mudanças, que já Unhamos previsto, redundãoem beneficio da preparação evda carne mesma, porqueas matérias âlbuminoides,são abandonadas outra vez,á medida que appareee o carbonato de cal a expensas,como se sabe, do acido acetico e do ar, perdendo-sepor'fim completamente o sabor do biacetato primitivo.Mas, como estas reacções são tardias, depois de muitosmezes e não secompleião senão em presença do ar, re-suüa que a conservação se prolonga demasiado parapoder transportar as carnes a diversas comarcas daterra, e ainda deixar decorrer tempo para sua vendae consumo. . , !„_.___

Quanto ao extereato de qal, a que pudera dar lugara matéria gordurosa, parece formarem-se só indícios, eem nada pôde mudar o estado da carne, como nao omudão essencialmente os condimentos, que se lhe jun-

v.-r"V

* — 41% —

tão ao guiza-la, e como, pelo contrario, a mudançaque produz a ebulição da agua: mudanças ou modi-dificações convenientes á alimentação, como podemosdizer, das mudanças ou modificações da matéria conser-f adora de que se trata.

Intencionalmente alongamo-nos nesta parte, porquerealmente é a base em que se apoia o nosso processode conservação. Era necessário explicar o porque daconservação daquelle composto e seus effeitos no or-ganismo, e tudo que com ella se relacionasse, porqueo assumpto'é muito serio e não queremos que nosjulguem omissos.

A respeito das aves, só temos que accrescentar quesua conservação é mais fácil que a da carne dos quadra»pedes, e sua preparação se effectúa nas mesmas con-dições. Quanto ao mais, o subido preço por que se podemvender em certas localidades, fará muita conta para aexploração desta espécie nos paizes em que abunda.

*Daremos agora a conhecer a composição da carne dospeixes para que se comprehenda melhor sua maneirade conservação.

COMPOSIÇÃO DA CARNE DOS PEIXES.

/As escamas dos peixes contêm 40 a 45 °/. de ma-

leriaorgânica, 40 a 50% de phosphato de cal e 3 a 10 •/*de carbonato de cal. Esta composição se approxima ádos ossos, porém não contém, como estes, fosfato demagnesia, fluoruro de cálcio e chloruro dt sedio. Fa-cilmente se comprehende que podendo actuar o soluiode immersão mais facilmente que na carne, attentaa composição da carne dos peixes, deve-se operarcom maiores precauções. Por isso, já o dissemos, oliquido de conservação mui ácido, desprende mais fa-cilmente e com mais promplidão as escamas do peixe,diluindo-as em seguida e turvando o soluto: o queé preciso evitar quanto possível. Sem embargo, nospeixes grandes^ como o tecido das escamas, é mais

— 497 -

firme e resistente, a acção do mencionado liquido de-mora-se bastante. v

Pelo que toei. á densidade e proporção, relativamenteaos peixes, são as mesmas que para a carne e aves,e i*ual lambem a classe da vasilha para transpor-te Para cuiza-los, lavão-se da mesma maneira, comum pouco mais de cuidado, peja delicadeza de seutecido.

IMPORTÂNCIA COMPARATIVA PE NOSSO PROCESSO COM OS

OUTROS PROCESSOS CONHECIDOS EM SUA PARTE HYG1ENICA

E ECONÔMICA.

Segundo a exposição que fizemos em Buenos-Ayres,em Julho de 1871, a propósito da abertura dos barrisde carne e aves conservadas, preparadas no Chile, noanno de 1870, como se mencionou no começo destesapontamentos, ficão agora confirmadas as razoes^entaoexpostas sobre que a carne conservada por esse pro-cesso, era preferível ás demais carnes conservadas pelosmethodos conhecidos. . ,

'*..,«„ ***•

Alli em presença de commissarios de patentes, doscalhedraticos^de chimica e pharmacia da '«.yers.dadeVários doutores em medicina, os representantes daímprensa, o cônsul do Chile, e muitas <£«-soas, nas quaes se achavão representadas a sciencia,as letras, a autoridade e a fortuna, considerou-se re-soivido e problema da conservação em grande, vistoCèr-se encontrado a «rne perfeiUtóente conservadacom todos os seus caracteres de fresca, apezar de oitomezes de immersão. .nmnararão

Jíessa mesma exposição fizemos uma ££__&An iTropesso e produeto com os outros, que se havia

fcoPSedrl Buenos-Ayres concluindo por com-™™ar a<5 vantagens do nosso sobre os demais.TO'"KS32Spreposito citámos também

ç>m-

dencia do mesmo chimico, dirigida a um iaDncajie'S

pSy&o ^ Fray Bentos, não representa esta

— 198 —

as principaes substancias alimentícias da carne, quesão a albumina e a fibrina, nem as matérias gor-durosas, que tão bom goslo e aspecto communicão ácarne ef ao caldo. O mencionado extracto não é, pois,nem como alimento, nem como comida, de agrado,comparável com a carne do nosso processo; e nãoobstante, hoje que se ó considera, antes como medi-camenlo, do que como alimento, no ultimo-anno deuá empreza da fabricação um ganho de cerca de meiomilhão de pesos, segundo a Memória publicada peladirectoria.

•A CARNE FRESCA E SÈCCA. DO NOSSO PROCESSO PODE SÜB-

ST1TUIR COM VANTAGEM A CARNE COZIDA DA AUSTRÁLIA,

AO XARQUE, A CARNE SECCA, ETC

A carne, depois de uma immersão de 4 ou 5 diase deseccada convenientemente, pôde empregar-se comvantagem na confecção da comida, já seja só, já as-sada.on cozida, em guizados differentes, com prefe-rencia ao charque do Chile, á carne sêccado Uruguaye Republica Argentina á carne cozida da Austrália, ácarne salgada dos Estados-Unidos, e quaesquer outrascarnes conservadas.

*Pelo que fica exposto nestes apontamentos, a carne

conservada pelo nosso methodo, uma vez deseccada,fica completamente isenta de humidade, pois, a matériaconservadora não é deiiquescente. ,

Posta n'agua, absorve este liquido a dita matériacontida no interior de seus tecidos, dilue-se de novo,e os dilata pouco a pouco, tornando a adquirir o seupróprio volume e coramunicando á carne o-seu as-pecto primitivo, isto é, aysua forma, volume, côr esabor. Nota-se outra vantagem nesta carne, e é queperde tão completamente o gosto a matéria conser-vadora, que mesmo sem lava-la previamente, não sepercebe sabor algum delia. Como hygienica, também

r".

¦ m ¦ ¦— 199 —

já se faltou. De resto, pelo que concerne a vantagenscommerciaes, como a seu fácil transporte, economiade fretes, etc., a farão adoptar mui facilmente.

Parece, pois, ficar igualmente resolvido este ultimoproblema em favor da carne sêcca, o mesmo que afresca, segundo as vantagens que ambas têm sobre asoutras carnes; vantagens que, em resumo, são as se-guintes:

1,° A carne fresca e sêcca não têm cheiro nem sabor¦* estranho e conservão sua côr.

A carne secCa salgada é feia á vista e conserva seusabor fortemente salgado, ainda que se lave muito.O charque, a carne salgada e a cozida da Austrália of-ferecem os mesmos inconvenientes.

2/ A carne sêcca dá um bom assado e um exeellentecaldo; e pôde prestar-áe á confecção de outros guizados.Esta carne é macia, mastiga-se melhor, e corta-se fa-cilmente com a faca. -

tf xarque, a carne sêcca, a salgada e a cozida,não se prestão para qualquer guizado, nem dão umassado, como a carne do nosso systema, que ó produzcomo a carne fresca; exceptua-se a cozida da Austrália,que pôde dar caldo e pôde se fazer com ella outrosguizados, porém não ficão nunca como os confeccio-nados com a carne do nosso processo ; nem tão poucopôde produzir um caldo de tão bom aspecto, nem tãonutritivo como o daquella, porque lhe falia uma partedas substancias albuminoides, que se coagularão pelocalor durante a ebulição, assim como outras substanciasábluveis, que são absorvidas pela água junlo com as gor-duras que ficão em sus*pensâo no dito liquido.

3.» A matéria conservadora da carne de nosso sys-tema é innocua, e pela sua solvabilidade n'água, nadafica Delia depois de lavada. a ,

A carne sêcca, assim como a carne salgada dosEstados-Unidos, além do mào sabor que tem, pro-duzem conseqüências fataes no organismo, por causadò sal, que ambas contém e que não é possivel tirar-lhes em absoluto. Todo o mundo sabe o que e o

— 200— -. i

escorbuto do mar, a sarna e outras affecçoes, cau-sadas pela alimentação de salgados durante muito tempo.Isto. só, pelo que interessa á hygiene, bastaria par&tornar superior a carne do nosso systema.

4 a A carne do nosso processo não perde mais que4/2 a 4 •/. de seu peso durante a imraersão.A carne sêcca e a carne salgada perdem enormes

quantidades de substancias que são arras Iradas em seussuecos pela forte pressão a que se as submette, assimcomo pela dissolução dos suecos que a immensaquan-lidade de sal faz expellir. Ajunte-se a tudo isto are-petida lavagem, que não basta para extrahir o sal,o que acaba de absorver os últimos suecos da carne.|$:8.* A carne seêca do nosso systema póde embalar-secomo se queira, em saccos, em pilhas, em caixões detaboa ordinária, a granel, etc, cpmo a carne secca eo xarque.

A carne salgada e a da Austrália exigem aquellabarris, esta caixas de lata, que são muito caros.

6.* A carne sêcca do nosso systema leva mui poucamatéria conservadora, o que importa para o frete umavantagem extraordinária.

A carne sêcca e a carne salgada representão parao peso real uma quantidade muito menor que a donosso systema, e maior que o deste pelo sal daqueílas;o que implica para os effeitos alimenticios am Talormuito inferior na carne secca e na salgada; e porconseguinte um, custo maior, ou, o que é o mesmo,i]in preço mais* caro que a carne do .nosso-systema.É preciso também saber que toda a. carne perde 75>/#de seu peso pela deseccação, e que a carne, do nossosystema, restaurando depois a agua que havia perdidopor essa operação, vale também para os effeitos dofrete uns 75 °/# menos do peso. Na carne sêcca e nasalgada a agua è substituída pelo sal.

7.* A carne do nosso systema, em razão de seu fáciltransporte, será mui útil na marinha e nos acampa-mentos militares, onde o custeio dos animaes taceunse;ianigeros aceresce tão graves inconvenientes aosexércitos.

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#o njesmo mofio fòde prestaragrandes^recursosiiasmmpiros» qüe afastados como se achão quasi sempreda$ povoações e dos lugares em que se crião psgp<j)s, por estarem as minas geralmente em montanhasjquasi inaççessiveis e em terrenos áridos, carecem 5a.maior parte dotempo de carne fresca.

Terminamos!esta parte com um quadro synopticp*çfôrmaâo com sujeição aqs dados tomados da §ocieda<jeRural dá praça do commercio e ile vários agentes epessoas idôneas do paiz, que dará umaldéa mais claçaà§s vantagens do novo processp.

i Segundo elle, a carne elaborada pelo systema antigo,,ou seja em sêcca,não produz mais de dous milhô%s^ía/nto de pesos jforíes por anno no sul da America; epreparada pelo nosso systema, ou seja em carne fresca,produz mais de quinze milhões de pesos fortes por anno.

Pois bem*, este quadro expressa o termoWlfdiodoultimoquinquennio. Hoje o prèçodo gado e carne sêççadiminuto sensivelmente: o genero para saladeiro $enqs offereceu a 8, 7 e até

"8 pesos fortes por cabeça,

p'l preço corrente da carne sêcca é de % pesos o25 centavos por quintal. O Calculo, pois, que pode-riamos fazer com esses preços seria muito desvantajoso' pifa o processo da carne secca e muito mais com-veniente para o nosso sistema de elaboração de carnefresca. Demais, convém fixar nossa consideração enium facto importantíssimo: no quadro que nos oeçupa,sói poremos 4 pesos fortes por preço dp quintal decarne'fresca; entretanto que as expedições que jca-

J^mos de fazer para a Europa hão de vender-se acimadé 6, a julgar pela satisfação com que se comeu em%*is | Hamburgo a que mandámos o anno passado ;á julgar tambejn ;pela anciedade com que aguardãoas ditas expedições, e a julgar finalmente pela carestiada carne naqueles paizes, onde a libra se.vende afrajico e meio, o por conseguinte a 30 fortes o quintal;circumstamia nçtabilissima que ha de provocar forçosa-mente>dediq, para dia,maior procura de carnes frescas

pelo nosso systema.15

daiitrlMcIfrfc Rio Grande do Sal, n^Brfstl IIeS£JÍ?£AI"-Ení .«das as xarqneadas das Republicas dt Praia e• da carne fresca e graxa qne produz segindo o Sossl Sífflf íriífííLíf^ f ^xa WV*u, «gonde _IS_te"aVXt.as nações enrepéas, « recentemente festo ei pratí-í systeü,a' Privil««iado nestas Republicas, nos filiados Unidas e em todas

(T0P0S 0S FLORES VÃQ DESIGNADOS EM PFSOS FORTES).

CARNE SÊCCA E GRAXA.—SYSTEMA ANTIGO

NAÇXO.

Argentina.Oriental (l)Brasileira.

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800.000700.000400.000

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JJtriidade da matança annnalnaAmerica do Sul pelo systema Min^rni^i '

17.100.0005.700.000

108.7502.175.000

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¦ ¦ -1X CARNE FRESCA E GRAXA.— SYSTEMA VASQUEZ.

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NAÇÃO. _ ^ . ¦_ . - «.g cr § ¦&_ .§ 3-2 2g ' %%' * »» SO oa nS O? ft C í_ es «3 «-• - ' C3

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p 20.800.000 4.587.50Õ 16.150.000 41.487.500

Deducção. " •

Valor d^l.900.000 cabeças a «9 fortes cada uma . . . . . . . . . ;'-'-. . 17.100.000 1Mãa^braparaconvert^ . -. . 5.700.00Q Lft M ^Contribuição: _/• sobre 41,487.500» fortes, produeto da carne, graxa, pelles, etc. . . 165.950 í 26.284.950Direitos de alfândega :fe»/o sobre a mesma sornma 3.319.000 \utilidade da matança annual na America do Sal pelo systema Vasqaez, (.-ame frescal "i5.202.550

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*' ,'' A

' - v Z t! v

Ma estatMica dosralumios matóculadès ni,Bscèíai Industrial dá SocÉÉÜ1 íúiíliàffi. ra dlMusfe SFaetoiLali n^atoo-le()ti.¥ode 1873.

Matriculados 105.¦'' "'¦.' f

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^NATURALIDADE.

Brasileiros . . ..'..'. 91r, Portuguezes. ...... lüv

Hespanhol ....... i , *Frarfcez. ; . . . . . "fAUemâo. ....... { vPolaco . . ... .^ . i

lt>ÀD£,

0e fif a Ú ánnos . . . . 5^» ãtt» tó ». . . ... ., • 46

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(Marços . ... ..... . 103.tóattolilós. . . v . . . 2

V.- ^'/AArAvV^: ^.V..A;, ,105 V^' V.¦ ... éwádíh

. . . . . . ,.f yy

»»U_j ._Sí? •' »' • -; «' . v . «£'¦- 2

105

PROFISSÃO.

Estudantes. . . .Caixeiros . . . .Empregados públicos.Ty0ogra$hoF v .'Eharmácêutiédi .<¦Alfaiates^ . .> .TornefW. .* .Fünileifò .j •>¦Gharuteíro. .GuarSa-livrdSV .'

20 Marceneiros. .ltf frntbres. .15 Negociantes. .40 Eflcaderffádórès:

Eimadorég .a carpinteiros.^ .*2* ©utfvéb . .^ Dentista. .

Gravailor *CliapelleifOí. .Miliíaf ,( .

Cutiieirov-J 'J

Aulas em qne se inscreverão

tommatfo écofliposi^ pdrtugue^ .Francez . .. .. . . . v . a * .!Inglez;?

'%"¦ .'¦ : .*¦' . .'¦ .* .' .< fr .'

Allemão . '^,. . . ... . . .Afithmetó, Álgebra' e Metrologia^ . .Geometriaivlrigbometrl^ e Stereometrià' .?Geopapfe geral e CborogrMphiâ' do Brasi;Desenho linear .• ¦'"•*'

3222í

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242ttiividuof repfê-

sentando 242 matrtclros*EsGolaJndaêtrial da .Sociedade;, AuxilMora da In-

dustría Nacional, em 17 de.Abril de 487%José Manoel Garcia, Mestre em Artes,

Director.

ji ¦ __ -.!,¦• ,19?!*— JP.—i

..¦"*¦ • .' '

Uoticías diversas.* í x

¦ #*

Morte de Liebig. .

«Justas Liebig morreu contando 70 annos de idade,havendo nascido èm 12 de Maio de 1803 em Darmstad,onde» fez os seus primeiros estudos. Ainda moi jovenfoi considerado digno de ser enviado a Paris à custado governo, para aM se aperfeiçoar no conhecimentoda chimica. A sua primeira Memória sobre.-o'.ácidofulminico, apresentada à Academia das Sciencias, me-receu-lhe a nomeação em 1824 de professor adjuntode chimica na universidade de Giessen. Em 1836 foinomeado professor e ao esplendor das suas prelecçôesdeve a faculdade o seu rápido e legitimo renome.

Em 1850 passou a professor em Heidelberg, e dousannos mais tarde occupou a cadeira de chimica emMunich.

Liebig era considerado o sábio que mais concorreupara o desenvolvimento da philosophia chimica e comoum doscreadores da chimica orgânica.

Com o seu poderoso espirito de generalisação con-seguio explicar, como effeitos de reacções chimicas,muitos dos mais obscuros phenomenos da vida, tantono estado regular, como no estado pathologico.

A agricultura perdeu nelle um dos seus mais emi-nentes e sábios guias.

Exportação de produetos da Bahia para diversas provin-cias do Império, no periodo decorrido do ls de Outubrode 1891 a 30 de Setembro de 187».

Assucar, 264 caixas, 286 feixes, 4,603 barricas e6,274 saccos. fe ? fe

Aguardente. . . . :l 1,894 pipas.Café . . . ,\. . , 12,319 saccas.Gacáo. . ... fe . 334 saccas.

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-r- S07- ,.a. '¦ ¦'» ''¦-¦¦ • *.

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Couros . . . .¦". . 33,073Tabaco . . . ............ 5,997 fardos.Charutos. . * >>. 6,84,8.440

"• -"":-y ' ¦ •" - " .SS&itfj» ¦'•'.,.' I: ¦"'•¦¦ ;-''''¦'

'-.''¦• ¦¦¦-. :' ^êfe'?.'>';',;•»..»¦' -.-. »

Producção de lã.

Em 4874 a producção da lã no mundo attingio a1.124,738,000 libras de 454 grammas cada uma.,Somente os Estados Unidos fornecerão 477 milhões

de libras, seguindo-se a Austrália com 452 e meiomilhões, o Rio da Prata com 438 milhões, a Rússia ea França com 94 milhões cada uma, e .finalmente aHespanha com 74 e meio milhões.

[Economist.)

.Chimica physiologica.»' '¦'

.. "'.-..¦ .'¦».'¦¦¦

Valor nutritivo de certas qualidades de alimentos eom-pondo rações normaes.

.'"'¦ . . '

-

-

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¦-

4 chicara de café com leite, adoçada,200, grs. . . .... . 1,76 6Ò,Ò

,2 ovos . ... ...... 1,9 43,£2 torradas com manteiga:

Pão. . . . 400 grs. . 4,08 29,50Manteiga . . 30 grs. . 0,20-24,90

1*28 54,401 chicara de chocolate com leite:

Chocolate . . < 45 grs. . 0,682 26,1Leite. ... 150 grs. . 0,990 42

1,672 38,4

- A- ;As;*Sí;*«lllS1 chicara de chá com leite adoçada:

Infusío de shâ . 150 grs, , , fl,^| gfe30ieite. , . . f#grsAssucar . . . 15 grs » 6,15

¦A

-:•¦> :'.

1 chicara dé caldo . 250 grs.1 prato de sopa de pão:

Caldo. . . ; £50 m.> íão ., ... 3P grp.

0,43 10,451,7 8,00

1,700 J?J,324 7,85

2,024 15,85

1,700 80,162 j6,45

1,862 14,451 Beef-sleak de lombo.

Carne. . . . 44Qjrs. . . 4.200 15,40(Quemãa).

1 prato de sopa de arroz:Caldo. , . . 2ÍK) grs.Arroz, r .'-.;¦.;..»•' 15 grs. ]ÊlÊÊ

A-' ¦'¦¦" ^ - ,¦ - -; -'•";.¦¦. ^VV^-^VíV'. ..".

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SOCIEDADE AUXILIADORA

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N. 6, - JUNHO DE 1873.

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Sessão do conselho Administrativo em ¦» de Junho de

VICE-PRESIDÊNCIA DO SR. COMMENDADOR JOAQUIM ANTÔNIO DE'";'; AZEVEDO.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.:Drs. Souza Rego, Paula Freitas, Lopes Cordeiro, PintoJúnior, e Pereira Rego Filho; mestre em artes Garcia fcommendadores, Azevedo, e José Maria dos Reis; JoséBotelho, Sattamini, e Henrique Nascentes; os sócioseffectivos, Srs3arão de Angra, Conde Rozwadowski, conrselheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja, Dr. JoséEwbank da Câmara, commendador Manoel AmaranteVieira da Cunhai Luiz Antônio dos Reis, guilhermeTelles Ribeiro, José Joaquim da Costa Pereira Braga,Cláudio FranciscoCathiard, e Henrique Leiden; e o sóciocorrespondente Sr. Henrique Rantenfield, foi aberta asessão, lida e sem discussão approvada a acta da ante-0-ot, que teve lugar em 21 de Maio próximo rpassado.

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EXPEDIENTE.

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Carta do Exm. Sr. Visconde do Rio Branco, em queparticipa que não pode, por impedimento resultante doserviço publico, comparecer a esta sessão.— Inteirado.

IM. Cariado Sr. Dr. José Augusto _ascen_s Pinto, emquemíommunica que não pode comparecer a esta sessão em

conseqüência do serviço publico, de que se acha one-rado.—Inteirado. #w afi^ „.

O Sr. secretario geral participou que em 26 de Maiose remetteu á Secção de Machinas e Apparelhos, parainformar, o repérimento recebido como #riso do Mi-nisterio da Agricultura Commercio e Obras Publicas da-tado em 23 do mesmo Maio, sob n. 27, eem queÉtienne Campas solicita do governo itóperial a conces*são de privilegio por quinze annos para organizar nestacôrle um estabelecimento em grande escala, destinadoao preparo do couro plástico e áo fabrico de sapatospor meio de machinas, que pretende introduzir no

O Sr Guilherme Telles Ribeiro offereceu o catalo-go M __posiçãouniversal de 1867,por Che.alier, queo Sr. commendador Azevedo, em nome do conselho,agradeceu com especial agrado. l

l?drãò remettidos ao Sr. Dr. redactor tio Au®ü%adortpara fazer publicar, os mappas do movimento da escola

i nocturna de adultos, nos mezes de Abril e Maio últimos,os quaes forão apresentados pelo respectivo director oSr. mestre em artes José Manoel Garcia.

Foi lida, sem discussão approvada, e r_f_ ettidaaoSr. Dr. bibliotecário a seguinte proposta:

. Próponho^eo Sr. bibliothècariOtTnaproxima1se&-Üo dé c__selho. informe qaàt .estado da bibMotheca

da sociedade, è proponha qnaes m mel bôramentes deqü. a me^fânecéss_a.-^Râo, 2de iitafeoêa§___£-Dr. Joaquim Aníómb Pinto Jumor. »

foi também lida '_ som àscn-Slo maã__fíi»^tea^i_rvaèaasègui_te^o|_ísraí .

« Hâo podendo ser índiff^títe à ésfa associação o* estado de saude àe nosso ôistmcto e èstlmav .1 cousoeio

ias** mm. *—o Ar» Dr. licojáo Joaquim Morefea, cujos serviços <*&*mm siga ficados, já no «t&B «speUoá mesma Z«teclada, jã &loimfoêmm é toedar o pa_propomos*m seja mseadauma commissão, .que fiquem^ââmiimmmu ao mesmo senhor, não só osftímmm. m<$ mMmmmMmé(^m por tergdo por «o :$wm privado de suas luzes, comolambem o desejo <pe nitre de vévioem breve temno^Wipletemente re|tafeelecido—Sala das sessSes, em 2^n^h^T It iTÍ' f d* *x™Mo.^.:Peremm4i^&mhQ.^$f. Pmto Jm®ior. >»

_|or-IOTdepois designados os Srs. ©rs. José PereiraUegemm Joaquim Antônio Pinto Júnior e AlexandraAfons*daRocha Satamini para comporem a commis-sao^ ide <pe trata -a proposta acima, sendo, por indi-ação do Sr. Dr. Pinto feita, aceito para relator dame^na commissão o Sr. commendador Joaquim Antônioue Azevedo.#or& propostas.:

. « Ia froponhopara sócios effectivos, remidos„da So.í^edade Auxiliadora da Industria Nacional aos Srs DrJdseph Spjer, cirurgião dentista americano, morador lrua do Rosário n. S3; Jaaues Walter Granam, nego-çiante americano, morador ã rua Primeiro de jttarco& 1(V; Joseph $L Bnds, cônsul dos Estados-Unidos,morador á Ponte do Cattete n. 2; e Dr. Manoel MagalhãesCouto, empregado publico, morador à rua de t>. Eeli-fetíjliiía. —Saladas^essSes, em,2 de Junho de 1873.~l)r,

. « J.* Proponho parasoGioremidoda,SQQie4ade Au-xiliadora da Industria Nacional ao Sr. Antônio José Bo-brigues,4eA^uio, pharmaceutico, ixwaior á-praça-d opupe de CtóasvHRm, &%i âe *Junho,de .1873.^^

?.//#&** fropoí» ^dade Auxiliadora da Industria Nacional aos :Srs.: *Br,Samuel Dyer Tilliuafl» ^roteotr de philosophia e te*^chno^gia, residente m ^m^è^^Jiilms ft. Jtyhle,pofessor (tes^íaica aftal^ifí^ re^n^wfe w*$o$m

—* %{% ¦**-

r, ««wt p Stevens "professor de geologia e mine-Dr. Robert P; btevens, p^ m arteg jrM0gl*a'^Hnev profSr dcmmica agrícola, resi-mes A. Whitney, P10^"1 . T5arnard nresidente dodente em New-íork; DrF. k. »™^k%r. Hen-

ry Montou, pre^™^i"!k. John A. Parker, presi-vens, residente era». Marítimos Occidental;^teHdarSCo¥essor K

°>utoa no collegio W

WHBobertoP Wmserlario da Associação Poyte-gars; Roberto vvw secretãrio do Institutochnica; John E. bavit, W™™»» d Yal c {mF^Tií MavTproS noPSutode Tectoolo-lege; A. M. Mayer, Pr^Sbü^ professor do Collegioftt SfXdeu H Rooo professor do Collegio Co-Colômbia; Ogdeu^ KX/sor

do observatório Du-^^V^riP^P Darv'- Orestes Cleveland, Henry A.íuV Kresmeme dò Instituto Americano; Natbam? FÍv Sente do Club dos Lavradores do InstitutoLSo JohnW. Chambers sec= perpetuo doClub dos Lavradores do Instituto Americano, U a.

K de 187™. Pereira Beffo FOfco. Mestre emartes José Manoel Garcia. y>

Setóo requerida e approvada a urgência, forao estaspropostasXèítidas àvotação«, unanimemente^ppro-Was pelo que forão declarados sócios effectivosecowespondeutes os senhores cujos nomes constao das¦SSsobre a me_sa, !«••«£«

consideração na próxima sessão, o P^ecerda Secçãode Industria Fabril em solução a reclamação do Sr._C.A: de Castro Paes, proprietário da fabrica de vidrosnesta corte.

ORDEM DO DIA.

<¦ Entrou em discussão, na.qual tomarão parte, osSr*vDn Pereira Rego Filho, commendador Azevedo;

— 213 —

Bantenfield, Dr. Paula Freitas, Dr. Pinto Júnior, conse-lheiro José Azambuja e Conde Rozwadowski, e foi ap-provado o seguinte parecer:

« Foi presente á Secção de Machinas e Apparelhos,afim de dar o seu parecer, o incluso/requerimento, emque Henrique Rantenfield solicita do governo imperiala concessão de um privilegio por dez annos para amachina de sua invenção, destinada a cortar couropara o fabrico de sapatos economico-elasticos, e paraesse mesmo fabrico.

. «O requerente apresenta uma descripção minuciosae o desenho da machina, bem como um sapato fa-bricado segundo a sua invenção.

« Consiste o invento em cortar, de uma só peça decouro todo o sapato, dando-lhe ao mesmo tempo umasuccessão de golpes perfeitamente combinados, por ondese enfia um cordão, que serve para aperta-lo e ajus-ta-lo á vontade no pé do possuidor.

« A denominação de elásticos dada a estes sapatos nãose refere a emprego algum de borracha, é somente emvirtude de serem elles fabricados de uma só peça decouro, que se dobra á vontade sobre si mesmo.

« O emprego destes sapatos só será feito pelas pes-soas que exercem gênero especial de trabalho, comosejão as que trabalhão nas pedreiras, dentro d'agua,ou em lugares lodosos; parece também que poderá serfeito com grandes vantagens pelo exercito em campa-nha ou em marcha, porquanto se sabe o que soffremos soldados quando fazem grandes excursões, por causados sapatos, ao ponto de preferirem marchar descalços;além de tudo isto, pôde cada par ser vendido porpreço diminuto, e portanto ao alcance das classes me-nos abastadas, em virtude do seu fabrico fácil e ra-pido. * a •

« Julga a secção que o processo do requerente e on-ginal, quer no que respeita à machina, quer no que res-peita ao fabrico de sapatos, não se devendo confundi-locom o que a respeito deste fabrico têm feito ultima-mente os Americanos do norte.

« È portanto de parecer que se conceda ao reque-

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rente um privilegio por dez annos para a sua machinade cortar cduro e pm o fabrico dos sapatos, que deao-mina elástico-econômicos.— Sala das sessões da Socieda-de Auxiliadora da Industria Nacional, em 28 de Abrilde 1873.—Dr. Antoniode Paula FreitaSi*- Bacharel JoséRodrigues de Azevedo Pinheiro Júnior, »

Nada mais havendo que tratar, a Sr. presidente lovantot. a sessão, dando para ordem do dia da seguinte:apresentação de propostas e pareceres, e discussão doparecer que ficou sobre a mesa.—Joaquim Antônio deAzevedo, 2.<» vice-presidente.—Dr. José Pereira Rego Fi^lho, secretario geral.

Sessão do conselho administrativo em 46 de Junhode 18*3.

tlCl-PRESÍDÉNÒIA DO SR. COMMEWftADOl. J0A_>-IM ANTÔNIO DBAZEVEDO

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.Drs. Jacy Monteiro, Lopo Cordeiro, Bartholomeu, la-vier, e Pereira Rego Filho; mestre em artes Garcia;commendadores Azevedo e José Maria Pereira; JoséBotelho e Rabello; os sócios effectivos Srs. conselheiroJosé Bonifácio Nascentes de Azambuja, Drs. JosephSpyer, Jeronymo Máximo Nogueira Penido Júnior;commendador Manoel Amarante Vieira da Cunha,William Sevet Smith, James Walter Graham e CláudioFrancisco Cathiard; e o sócio correspondente Sr. Hen-rique Rantenfield, foi aberta a sessão, lida e sem dis-cussão approvada a acta da anterior, que teve lugarem 2 do corrente mez.

EXPEDIENTE.

Carta do Sr. Dr. José Augusto Nascentes Pinto par-tlcipando que, por se achar um pouco incommodado,tito pôde comparecer a esta sessão.—inteirado.

Carta do Sr. Dr. Anastácio Luiz do Bomsuccesso,em que communica que incommodos de saude o privão

de comparecei, a esta sessão,e bem assim de responderà proposta que na* sessão anterior foi apresentada peloSr. Dr. Pinto Júnior.— Inteirado.

Ciaria do, Sr. Manoel Dias dos Santos Hran#0,» r®si-dente na cidade do Rio PretO), agradecendo ^ sua ad-missão para membro effecUvo desta Sociedade, de cujodiploma está de posse, e assegurando que, como sócioeffeçtivQ. promoverá os interesses da Socieda.de Aux\-liadora da Industria Nacional tanto quanto esteja a, seualcance, —Inteirado.

Sr. secretario geral participou que remelteursepara informar :

Em 16 de Junho:Á Secçao de Industria Fabril o requerimento rece-

bido com o Aviso do Ministério da Agricultura, Commer-cio e Obras Publicas n. 28, datado em 34 de Maio ul«timo e em que Henrique Myohl solicita do governoimperial a concessão de privilegio para estabelecer noImpério, e especialmente na provincia do Pará, uma oumais fabricas de vulcanisação da gomma elástica e dagutta-percha para preparo dos artefactos que se manu-facturão nos Estados-Unidos da America.

Sendo approvada a urgência pedida, forão submet-tidas á votação e unanimemente approvadas as seguintespropostas, e portanto declarados membros effeclivos daSociedade Auxiliadora da Industria Nacional os indi-viduos cujos nomes constão das mesmas propostas:

.a « Proponho para membro effeclivo da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional o Sr. bacharel JoãoHenrique Braune, brasileiro, professor de allemãp daescola industrial de mesma Sociedade, morador á ilhadas Cobras.—Rio de Janeiro, 13 de «Junho de 4863.— Evaristo Nunes Pires. »

?.a « Propomos para soçio effeçtiyo o Sr. HermelinoJorge de Linhares,, residente na cidade de S* Pedrodo $ul, provjncia do Rio Grande 4Q W» Íb ^belliaona JÁesma cidade, pessoa que trata de levar e effeitoa organização e o estabelecimento de uma colônia (Je

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nacionaes na dita provincia.- Rio de Janeiro, 16 deJunho de 1873.— Bartholomeu José Pereira.—JoséManoel Garcia. ' '"

* « Proponho para sócio remido o Sr. Dr. PaulinoFranklin do Amaral, medico, residente a rua de S.;Pedro n. 12—Sala das sessões, em 16 de Junho de4373.— Lopo Diniz Cordeiro.

a « Proponho para sócio remido o Sr. Joaquim JoséGonçalves Ferreira, negociante, morador á rua do Prin-cipe.-Rio, 16 de Junho de 1873.- José Botelho deAraújo Carvalho. »

Foi lida a seguinte proposta, que ficou sobre a mesa,para ser opportunamente tomada em consideração:« Proponho que sejão reformados os estatutos, tornando-se semanaes e ás segundas-feiras, as sessões do con-selho, dando-se melhor organização ás diversas sec-ções da sociedade, augmentando-se o numero dos con-selheiros, procedendo-se annualmente as eleições efazendo-se outras alterações que a experiência tenhamostrado serem convenientes, nomeando-se para issouma commissão de três membros. S. R. — Sala doConselho, 16 de Junho de 1873.— O sócio effectivo,Jeronymo Máximo Nogueira Penido. »

Foi também lido e ficou igualmente sobre a mesa,para ser opportunamente tomado em consideração, oparecer da Secção de Machinas e Apparelhos sobre oprivilegio por vinte annos, pedido por Cláudio Fran-cisco Cathiard, para a introducção de machinas desti-nadas ao fabrico de sapatos de todos os gêneros.

Foi mais lido o parecer da Secção de Industria Fabrilsobre o requerimento, em que Augusto Cândido Gomese Ernesto Cândido Gomes pedem privilegio para intro-duzir no paiz fornos contínuos e circulares, ellipticosou horizontaes, destinados à preparação dos materiaesargillosos empregados na fabricação de tijolos, telhas emais objectos desta natureza, sobre o que diz a secçãoque não lhe compete fazer a devida apreciação, por-quanto suas attribuições apenas se limitão a emittirjuizo definitivo sobre os produetos de qualquer mdus-

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tria que se tenha inventado ou se queira introduzir nopaiz. Em vista do que (oi resolvido ouvir-se sobre oassumpto a opinião da Secção de Machinas e Appare-lhos, á qual forão remettidos todos os papeis rela-tivos â matéria.

Foi finalmente lido, e, em conseqüência da urgênciapedida, immediatamente approvado, sem que houvessediscussão alguma, o seguinte parecer da Secção de Ma-Jchinas e Apparelhos:

« Foi presente à Secção de Machinas e Apparelhos,afim de dar o seu parecer, o incluso requerimento,em que Etienne Campas solicita do governo imperiala concessão de privilegio por vinte annos para orga-nizar nesta corte um estabelecimento em grande escaladestinado a cortir o couro, a preparar o couro pias-tico e a fabricar sapatos por meio de machinas quepretende introduzir no Império.

«O requerente juntou a descrípçao e alguns de-senhos das machinas, mas não apresentou os docu-mentos pelos quaes se mostre justo e tratado com osinventores privilegiados das ditas machinas.

« Quanto ao cortimento, pretende o requerente ap-plicar o systema denominado mixto-vacuo, alternativo :segundo consta á Secção nos taes principaes cortumesexistentes na corte e cidade de Nictheroy, nao e aindaseguido este systema, que entretanto convém intro-duzir no paiz em favor da industria ja explorada.

« Quanto ao fabrico do couro plástico , e industriaainda não conhecida no paiz e que pela extracção con-tinua que vai tendo o couro, indica ser hoje de ne-cessidade a sua introducção no paiz.

« Quanto, finalmente, á inlroducção de certas^ ma:chinas para fabricar sapatos em grande escala, nao vea Secção inconveniente algum em animar com algumaconcessão protectora a iniciativa do requerente, desdeeme semelhantes machinas não estejao funccionando ]a£o Império, o que é fácil verificar, visto como quasitodas se achão privilegiadas nos paizes da Europa eda America do Norte. , ,

«Com a concessão de privilegio para a introducça»

destas machinas destinadas ao cortimento do couro, ápreparação do couro plástico, ao fabrico dos sapatosem grande escala, etc, pretende o requerente fundarum grande estabelecimento, em que empregará umnumero nunca menor de 120 crianças de ambos ossexos, aos quaes, se obriga a dar, além da aprend-i-zagem industrial, a instrucçáo moral e intellectual emuma escola montada para este fim no mesmo estabele-cimento e a pôr em pratica outros melhoramentos jáem uso nos grandes estabelecimentos industriaes daEuropa e dos Estados-Uni dos.

« A vista do que promelte o requerente e d^s, grandesvantagens que podem resultar para o paiz do estabele-cimento em grande escala destas fabricas, que firmãpe animão o desenvolvimento da industria manufactu-reira, creando além disso a necessidade de se explorartodas as industrias, em que mais ou menos se basêaa de que se trata, crê a Secção que não seria um votoconsciencioso deixar de aconselhar, no seu parecer,uma concessão protectora como animação a semelhanteiniciativa, e portanto conclue ella nos seguintes termos:

« 1.» Que se conceda ao requerente um privilegiopor quinze annos para introduzir nesta corte as ma-chinas e os apparelhos mais modernos e ainda nâoconhecidos no Império, destinados ao cortimento docouro, à preparação do couro-plastico e ao fabrico dossapatos em grande escala, com a obrigação de fundarum estabelecimento nesta corte, onde empregará crian-ças de ambos os sexos em numero nunca menor de 120,dando-lhes a instrucçáo moral e intellectual, para oque montará no próprio estabelecimento uma escola paraeste fim,

« 2.° Que nenhuma machina ou apparelho empre-?gado neste estabelecimento terá a regalia de um pri-vilegio pelo que respeita á sua introducção.. sem que,o requerente se mostre ajustado e tratado com os seusinventores, caso sejão elles privilegiados nos outrospaizes. •

« 3.° Que semelhantes privilégios de introducção demachinas não prejudicão as fabricas até hoje montadas

na corte para o cortime ntodo couro por outros pro^cessos, nem os estabelecimentos que fabricão sapatospor meio de machinas iá conhecidas*.

4.° Oue;, finalmente; quanto á isenção de direitos deimportação para todas as machinas e apparelhos in-dispensáveis para as diversas industrias, a que refere-seo requerente, a Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional nada poderá dizer, porque não é da sua com-*petencia entrar no exame desta questão.— Sala dassessões, 13 de Junho de 187 &—Dr. Antônio de PaulaFreitas.—Bacharel José Rodrigues de Azevedo Pinheiro,Jwmor<

Estando a hom adiantada, o Sr. presidente levantoua sessão, dando para ordem do dia da seguinte: dis-cussão da proposta e do parecer apresentados.

Apontamentos relativos a privilégios emmatéria de inventos,

li.

Antes de proseguir na tarefa indigitada no principiodo primeiro trecho do presente trabalho, remettido ámesa do conselho administrativo da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional, em Dezembro próximo pas-sado, tarefa que acarretará uma resenha histórica daspatentes de invenção e introducção e um ensaio sohreos principios theoricos, 4o direita de propriedade emmamia de inventos,, tanto do próprio inventor comodo Estado e da sociedade em geral, seguido de uniaanalyse do, legislação, eorretotivat OOS paizes que apossuem, e da appUeação dos preceitos consagrado*naquella$ leis, ás circurnstancias, peculiares do . rasilo á praxe estabelecida no Império em relação a prm~legios, pela lei de 28 de Agosto de 18aOfc-ocçorre re-levar ainda mais alguns pormenores contidos na notum

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que dá o engenheiro Barthel, no periódico allemãoBer Arbeitgeber, sobre o inquérito ordenado recente-mente pelo governo inglez, em vista das modificaçõesda legislação sobre privilégios actualmente em vigorna Inglaterra, sendo esta necessidade um resultado doprogresso industrial daquelle paiz;—inquérito que omesmo Sr. Barthel se acha levado a seguir com par-ticular attenção, por considerações que lhe desperta ocaracter restrictivo quanto a privilégios, da legislaçãodo seu paiz, da qual resulta manifestamente o relativoatrazo, no qual definha a industria prussiana.

« Entre os fabricantes, continua o Sr. Barthel, quea commissão convidara para ouvir os seus depoimentos,fructo da sua experiência na matéria, esteve tambémMr. Howard, o qual, a par de M. Fowler, é o maisimportante fabricante de machinas para uso da eco-nomia agrícola por toda a Inglaterra, produzindo, entreoutras, também um arado a vapor especialissimo, derecente invenção.

« Eis alguns trechos extrahidos do depoimento detão importante fabricante, depoimento recente, poisdata de 44 de Março do anno próximo passado.

« Mr. Howard é proprietário de uns 40 privilégiosem exploração; visitara os Estados-Unidos com o fimde estudar as circumstancias predominantes alli ares-peito de patentes. Reputa ser de boa politica haver noEstado uma lei liberal, vigorando em matéria de privi-legios, sendo que delia resulta o melhor incentivo paraos inventores. Nenhuma outra espécie de recompensagarante melhor as vantagens do inventor. Mr. Howardlouva-se inteiramente na opinião de I. Stuart MUI, o qualapprova sem restricção alguma o systema de privile-gios; afirmando que as remunerações que delle resultãopara os inventores, estão em proporção directa da utili-dade de suas invenções, além de que, sendo boa a lei,só aquelles contribuirão para os lucros dos inventores,que tiverem de utilisar-se dos seus inventos. Uma boalei permitte abranger em um relance de vista o estadoindustrial de um paiz, facilita o estudo da historiadasinvenções, e favorece o progresso das industrias de um

— 221

modo muito efficaz, porque offerece o ensejo de colhgir-Ta cada momento" pelos desenhos e desçnpçoe, das .invenções privilegiadas, franqueadas ao publico infor-macões precisas sobre todo o trabalho 3a feito porSs em qualquer assumpto que nos preoccope Jw-mias Bentham, autoridade 5*/XtlCe__d-3eárprra de orivileg os: que sao de absoluta necessiaauenan um grande numero de invenções, sendo mdjspen-savel deixar-se colher a quem semeou; uma proteçãornntra n esal imitação é tanto necessária para invençõesnovas como é necessária, no andamento de u mafabn-S' SuerTuma lei que reprime o furto.Quemnln nndPr Xar os fruetos do seu trabalho, nao tra-SS eTso se daria, se fosse licito a qualquer con-trafazer as invenções feitas por outrem.

_ F' Dura utopia adfnittir-se que alguém ira gastarrniíhares de libras e tempo de valor correlativo.naela-Cação de uma idéa, não tendo certeza de que o pro-S destes esforços fique sendo P™P™1«-Mr. Howard afflrmára á commissãoque,porMra. P«£nunca teria empregado seus capitães n» de^™'mento das suas idéas inventivas se.tives e acerteza

que um eoncurrente qualquer poderia, desde_que elle?¥_nwnrrl_ tivesse chegado a realiza-las, imitar o proEdos seuprojectos, sem ter despendido um real«l^rmra tal resultado. « Tenho trabalhado por annos,Se?lP í,n intaSo de construir um arado a vapor,

_Z____b) d" uma caldeira a vapor inexplosivel,: cousaqrnuncaUteria feito, se o privilegio nao me

« A lei, actuaiui.uic om ^rtwarí1. Pomtado não sao

peritos, que forão ouvidos, um paragrapho deter-mi-nando; que um inventor poderá ser obrigado a,concedera terceiros, em .troca de uma indemnizaçio eorjrespon-dente, a applicaçao de uma ;sua invenção.

4 Mr. Howard foi um dos primeiros a formular estepostulado, em conseqüência de suas relações com inven-atores, qem resultado da sua longa praxe em negóciosde privilegio. O puèhco nunca chega a ser lesado porprivilegio algum; se o inventor offerecer os objectosprivilegiados de sua producção por preços exagerados,ficará sem compradores. O inventor não confisca ne-.nhuM objecto existente, mas sim accrescenta aos ob-jectos, =que -a industria já produzia, artigos novos desua producção.

a Mr. Howard exporta as suas machicas de industriaagrícola, notoriamente em grande escala, para todos ospaizes do globo. E' justamente por haver uma lei que dáa«todo o inventor direito ao privilegio para sua invenção, naInglaterra e nos Estados-Unidos, que estes ;dous paizessão m de industria mais adiantada. Lá estão os grandes euniversaes mercados para todas as invenções. « Empre-« toada muitas viagens no interesse do meu negocio,« diz Mr. Howard, percorri a Prússia e a Áustria toda,« e, posto que os meus privilégios pudessem ser imi-« tados em qualquer destes paizes, não havendo pro-« rtecção conveniente para os introductor.es, não o forão,« e são estes paizes eom isso, nas suas industrias, em« atrazo de muitas dezenas de annos, quando nos, de« .facto, dominamos o mercado universal. >no que res-fc peia asmacbinasdo industria agrícola. Não encon-« trei fabricante algum que se applicasse a explorar«um dos -meus privilégios, justamente por causa dea que todos o poderião fazer; realizo mesmo na« íPrttssíaa\iíultados negócios com a venda das minhas¦<c machinas. »

« Mr. Howard reputa que uma lei imternacionál, atespeito ie jMeações, seria de #fficül execução, em-iho?anã® ide todo impossiivel. Suagrande vaiííagem seriamãe estarmos -sempre minuciosamente informados acercado que succede em relação a Invenções, por ioda a

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parte do globos; ao spasso que, presentemente, não po-demos ter conhecimento senão dos desenhos e descrip-ções de Invenções em alguns paizes. Emquanto umainvenção não estiver privilegiada, por via de regrafica sem tfso para ò mundo. Uma, invenção pôde appa-recer forage tempo; :e tal loi o caso com a mttchinadeceifar, ba alguns annos em Inglaterra, onde fôra propi-ciamente inventada, e onde, comtudo, não tivera entãoaceitação,, porque a mão de -obra estava ainda tão ba-rata, que não havia necessidade da machinâ. A suâtie-céssidade senHio-se primeiro, e mui especialmente nósEstados-Unidos. Vierão então Americanos á Inglaterra aperscfutar os nossos livros azues, franqueados ao usodo publico na repartição de privilegies, e alli acharãouma construcçao desde tempos já cahida em esqueci-mêntona Inglaterra, mas que levarão pára os Estados-Unidos, adaptando-a a seus fins e necessidades, e se-gúrando a invenção por meio de um privilegio. Foidepois disso que a maChina de ceifar voltou para a In-glâerra. Se a construcçao original não tivesse sidoprivilegiada, e o desenho e descripção não estivessemconservados na repartição respectiva, ainda se teriaÈerdido, e os Americanos, impellidos pela necessidadede uma machina para as suas colheitas, teriao decomeçar o trabalho de laboriosos ensaios desde^ oprincipio, e o uso pratico de uma machina de ceifarteria sido em todo o caso atrazado por muitos•an-nos.

ce A Prússia, diz Mr. Howard por ironia, maneja a« sua lei de patentes com grande habilidade, porque« estabelece o estado ide cousas na applicação da lei,« como se nã.0 houvesse lei nenhuma para privilegiara as invenções, A %ussia chega descarte a afugentar« «os inventores para fóra do paiz, como prova d» um% tmodo bem saliente o facto do Sr. Siemens. O paiz,« .que primeiro aproveita os trabalhos >de inventores ©n-« lenhosos e os elementos de prosperiâade, que ile-« rivão das suas invenções, é aquelle qm protege o« direito da propriedade dos inventos m mesmo m-« troductores, com leis adequadas sobre privilégios. »

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« Mr. Howard approva em parte o proceder dos Es-tados-Unidos, em matéria de exame preventivo, sendoos examinadores technicos de instrucção scíentifica ehomens íntegros. Tal exame, conforme Mr. Howard,resalva a industria de muitos privilégios inúteis. O in-yentor é as mais das vezes um homem sangüíneo, que,julgando ler completado a sua invenção, está consumidoda impaciência de a vêr quanto antes garantida por pri-vilegio. Que a sua idéa é nova, está assentado na suaconvicção com força de axioma, tanto que reputa sertrabalho baldado e ocioso o procurar na repartição pelosdesenhos e descripções relativos á sua própria inven-çâo. Nisto consiste justamente a utilidade da tarefa in-cumbida aos empregados no exame preventivo dasinvenções, para as quaes se pretende obter privilégios;porquanto obvia-se deste modo o inconveniente de seprivilegiarem cousas já privilegiadas. O exame é tam-bem de utilidade para prevenir litígios. « Estando nos« Estados-Unidos, diz Mr. Howard, requeri um certo« privilegio, e fui ter como commissario respectivo.« Encontrei o desenho, a descripção e o modelo da« minha invenção já no seu poder, de sorte que foi-lhe« cousa fácil demonstrar-me que o processo que eu« apresentava como novo, não o era mais em um de-« terminado ponto, como também que era já privile-« giado. Em conseqüência resolvi prescindir deste ponto,« eliminando-o no meu requerimento, e, em seguida,« obtive, dentro de uma hora, um privilegio ulil, con-« forme com a convicção, tanto do commissario como« com a minha própria, o qual me garantia plenamente« o objecto para o qual eu requererá.

« Ao Estado não deve, opina Mr. Howard, assistir_ o direito de explorar para seus fins, sem consentimen-« to do inventor, as invenções que lhe podem convir.« O Estado deveria, pelo contrario, pagar ao inventor« como qualquer particular. A lei ingleza commette« neste ponto um grave erro, concedendo ao Estado o« direito de dispor arbitrariamente, para seu uso, das« invenções que lhe convierem, sem pagar ao inventor« indemnização alguma.»

— 225<c Mr. Howard tem tido mais de um processo em ma-

teria de privilégios, por culpa da má organização dalegislação ingleza, que se distingue unicamente pelasua dispendiosidade, e chega a censurar decididamente

•a legislação do seu paiz neste particular, ;ce Affirma, com razão, que a mesn. ê unieamem>t

onerosa em despezas e formalidades, e que os legistasque tem de pronunciar em taes litígios, naaa entendem..,,>¦de matéria de invenções. Prppugná em conseqüência (xpara uma reforma cabal neste ponto. Sabe-se que a, i;repartição de privilégios na Inglaterra realiza,pelos elç- .vados direitos que cobra dos concessionários, annual-, .mente, um saldo elevado. Em 1868, por exemplo, de- ;,}vára-se tal saldo á importante quantia de 6a 700,000 ,ulibras esterlinas, e presentemente sobe a muito mais. Aapplicação deste saldo Dão reverte de nenhum modo em ,proveito dos indivíduos que para elle têm contribuído, ..isto é, dos inventores, e sim em mero proveito dathesóu-raria. Têm sido baldados todos os raciocínios e toda a , ;agitação contra semelhante impropriedade da. applicá^ ,ç!ó. Entretanto o publico ea imprensa nao descansao,.,acerca deste ponto. » ¦ "."' . Vnn. « Mr. Howard propõe que este dinheiro seja appliça-do, em primeiro lugar, á edificação de um vastdw^ew ?de inveneões\<á maneira daquelle que existe em Wasfimgj ; ;ton parab mesmo iim. «Depois de ter viáto tal musçü (rem Washington, diz aquelle perito, fica-se bastam^....humilhado ao visitar ;[a nossa repartição de invenções, ^em Londres*» M .

« Passando a tocar nos inconvenientes que os pri-vilegios podem acarretar, diz Mr. Howard ser plena ver, Mdade due mais de um ihdividuo, pròsegumdo na sua.;i,qinvenção ficou arruinado;, W . W,J sempre, e em,qnalqner $z boa pbrçSo, de tó.. Não ha obsessaq h!l(,maisinceèiaóte do (jue aVqué se; apòd^adq^^nolrelativátnèni.' _ sua ln.enS^., Ora^coiral^^e^e-,,,,flectirr5a_ô Mègar a feò^e dinheiro; ainda tiüe tiâj^^sper^ça^ de i;ehayê-^Vi<!Porém; prásfeuin^h^dMiíiêa err^^vrcipsa, pu abj -,,.

'¦ : f '|. ;: ; , ,; X '. ... ¦ ll> U ' '"' ' ' ' 17

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caso é pura perda. Os primeiros resultados obtidos comapparelhos novos são sempre excessivamente dispendio^sos. A lavra do primeiro campo pelo arado do vapor,custou o valor da colheita do mesmo campo por muitos,annos, e a ceifa do primeiro campo com machina a va-por custara bem caro certamente; mas, do dinheiroempregado no arado a vapor, o inventor foi pago de ju-ros e do principal. Mr. Tuller gastou para mais de 30,000libras esterlinas, antes de conseguir um arado que satis-fizesse. »

« Ha invenções que estão na consciência de to-dos. Taes são os inventos feitos em época opportuna.Um novo utensílio, uma nova machina, ou um novoprocesso de fabrico, chegando a tornar-se de necessi-dade, acha quem diga que tal necessidade tinha a suasatisfação, havendo ou deixando de haverá garantiado privilegio. Esta asserção, comtudo, deixa de reali-zar-se muitas vezes e falha sempre que se trata de in-venções de transcendente importância, Uma invenção im-portante é sempre de iniciativa isolada de um individuo,e nunca de uma sociedade; a idéa de sociedade é incom-pativel com a originalidade que perfaz a importância doinvento. Uma sociedade poderá reunir os meios preci-sos para a realização de importante invenção; poderáamda provocar alguma, pondo-a em concurso publico—com garantia de prêmio proporcionado á importânciado invento procurado,—mas nunca ha de inventar. Di-zer-se, pois, que ha inventos que estão no ambienteque respiramos, e que não sendo feitos por aquelle queos fez, terião sido feitos por outro, e concluir d'ahi que,e dispensável o estimulo de uma lei protectora da pro-pnedade do inventor, é manifesto engano. »cc Houve quem pretendesse que sociedades agrícolaspodiao ter ajuntado as 30,000 libras esterlinas que Mr.Tuller empregara na realização do seu arado a vapor,sem garantia de privilegio, realizando-se assim a in-vençao por conta da sociedade, e por meio de sub-scnpçoes donatárias. A theoria é seductora; a pratica,porém, daria em resultado que os fundos terião sido-sem duvida alguma gastos, ficando o arado a vapor, tal

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como presentemente se acha realizado, sempre nnrinventar. Não é nas repartições do ministério da guerracom todo o seu plenário de velhos conselheiros, que seganhao as batalhas;-ganha-as um grande general. As-sim todas as_ sociedades agrícolas da Inglaterra, com-quanto estejao bem organizadas, com excellente pessoale sobejos meios,-não invenlão um arado a vapor--mventa-lo-ha um só homem de Índole engenhosa comoMr. Tuller, e so poderia fazê-lo, como já o disse o depoi-mento de Mr. Howard debaixo da protecção de uma leique lhe garantisse a propriedade exclusiva do resultadode sua invenção por meio de um privilegio que fosseseguro por direito, e não dependente do favor do ao-verno. ., g

Economia rural.Londres, 31 de Dezembro de 1872.Illm. e Exm. Sr.—Nas cinco primeiros dias dá se-mana que começou a 9 do corrente mez de Dezembroteve lugar nesta capital a exposição annual de gado, queo club Smitheeld costuma regularmente fazer nestaépoca.Na mesma oceasiao forão expostos, como nos outrosannos, diversos accessorios e principalmente machinas,apparelhos e utensílios destinados á lavoura.Como este assumpto pôde offerecer algum interesseao ministério a cargo de V. Ex., julguei dever prestara respeito as informações que pude rapidamente colherem exames que fiz como um simples curioso.A exposição fez-se no Agricultura! Hall, enorme ednficio que oecupa em Islington Green, cerca de três geirasinglezas òu proximamente 12,000 quadrados de ter-reno.No grande salão central, de 384 por 217 pés (117por 66 metros), com teclo de vidro apoiado sobre co-lumnas de ferro, forão expostos o gado vaccum e o

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ovelhum. Ao redor deste salão e d.stnbu.dos em uraandar térreo e outro snperior, estavão as dihmtomachinas, apparelhos, ferramentas, mudas e sementesdeplímlas e outros variados objectos, quenunca doxao ,.de apparecer nas exposições, ainda que m*_W$_*,nhuma ligação tenhão. Ei* wM6?.1*'JfiffifiaM*'-.salão central e próximo á entrada P"001^ d° ed^°« _.achava-se o gado süino. De um e outro-Mcido corre-dor^dà entrada vião-se arnezes e carros de todos osfeilios e para diversos misteres. L^utâiLtoí

Os prêmios dè valor conferidos pelo «lubSmithfle dalémdos de mera distincção,«)nsistiao:..o primeiroem uma peça de baixella do valor de £ 100, que foi .,dada a Mr.VamesBrucé, de Bums.de, pelo seu boiescora n* 154; o segundo em outra peÇ» de toeUa ,do valor de *S0, que obteve o duque d^a lboroughpelo seu grupo de carneiros n. 317, em sete taçasfe diversos valores, que forão também dadas a diffe-rentes pessoas. , nnaonno n..a

Não vi ainda publicado o numero de pessoas que-rèitârão a exposição; mas deve ter sido considerável,porque lembra-me que na terça feira concorrerão 23,230i na quarta-feira 44,000 pessoas. O preço de entradaera de um schilling. Em *«*''*"TO»SSSelevou-se a 103^395, que produzirão £ 5,479/ao passoJna primeira exposição"-deste'^^gfâffi^,de 1699 a recata balizada em tres dias' :$?*«&.de -*5 49 3( s f- .j'p/-i)p.í iniiuAi) „u. ui»» , .

0 club Smithfield foi originariamente instituído pa*Wfim de (animar o supprimento de c^^toá^ da

melhor. qualidade,>.í«í«tefr*jeetoisojuizes ter em»**» ao eonferlrembS pregos na-e|**;i >

posi^sde ig^o«Ião ha testricçao qiMtóo.^ Wdode Lmmm -m» deve-sí> atender .«J?*taí»* ü"carnei iáoopóuco peso do rebutalho/aidádé'.^antó^* .dpacSo de matundadeií «.«WM-dM"•&$&'*** .™Uha-ateb..tt .seguintes'emstáwafm^^^ .

ê 0Smwim^^^f^m^^ m<,Piinútil proporção$o rebutalho o de ossos.... . , (H

'* fej^doa oji-io-j.; «rrbi/^j cfeoJ^fej fe _ • - ; ¦mu:

liii" ' ,, < - w.2295— •'¦¦rf.i

c Não é o de maior peso para a idade, porque aqualidade dà carne poderia ser tão pobre que tornassea carcassa de menos valor do que a de um animalpmais leve. Não é p que tem a melhor qualidade decarne, porque este merecimento poderia ser devido auiri' sacrifício de tempo e de alimentos, que tornasse^

ytícárnè müitb òàra em comparação com outra npro-iliuzi^a com metioáclispendio em animal mais novo ealimentado máfè barato. E certamente não é o \ animalde formas, mais symetricas ou de superior qualidadecomo tyjpç de iàça -, e nem , â fêmea que apresenta mmais, alto °grào ps, $gnaes de m constituição e de abun- jdáneiá delèite^ Í5m uma exposição de gado gordo deveo premíb caber a]) que reunir* as mais importantes dessasquaíídao^ * ; • y,'s. j¦¦

t]: Admissão, dos julgadores não era, portanto, feciV eas sentenças proferidas não podião escapar à censura.

. Lastiinou-se que, tratando-se apenas de premiar ani-mães para o açougue, fossem os árbitros na maiorparteéscolbidos^entreosrpesmosícriadores (breedersj,!que ^onferim as^konras .nas exposições de criação) è|

,què ligão itóitaimpojritãnçia á pureza de raça e a outrbsl1 característicos, !còmoesse§ífde;falcr secundário^ somo aponto; dejist^jdosrepgordado carniceiros, paraoslqua^s: o^etíiíiir gadó^é o, qu^ contêmza pelborcarnel* proâtizidà 0 rríarsí economicamente possivel^ e: A &'

DireU agpra ^lgumacòüsáisoire os<animaes expostos.^l!üMsjw#s; boyi^is houveâ^inscripções. Os ani-maeS erap: en>': geral extremamente gordos eapresen-távãbu magnífico aspecto. Notei um que pesava um,poucomais M 28 quintaes inglezes (hundred-weights} ou

;}c$recié$$ arrobas nqssas.nPeísando de 24 a 27 qüW£tüáà ingfe^ès havia diversos specimens. -^oyp¦ • wjA pe apresentou- maior;numero de animaes excelí

llíiteirl^v^pí^tói^éí^ônttQ;'-r^l. <fdi--^ ;raça: âeoIJevon,rlpjos IHtò São. os! mais apropriados para a cangai%jas vaccas são gamadas pela riqueza; do-leite. As: ínscripções desta raça forão em numero de 33. Na classedos bois de dous annos o primeiro prêmio foi confe-rido a um animal, considerado um perfeito typo

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raça, pertencente a Mr. William A. H. Smith, deHoopern. Nas classes dos ani mães de tres annos e dosae mais dé tres annos e tres mezes obtiverão os pri-meiros prêmios bois pertencentes a Mr. John Overmane a Mr. William Taylor.Da raça Hereford, que é uma das mais abundantesna Inglaterra e que prima tanto pelas enormes pro-porções dos animaes depois dos tres primeiros annosae idade, como pela excellente qualidade da carne,nouve somente 28 inscripções. Os primeiros prêmiosforao dados a bois pertencentes a Mr. Aaron Pike e aMr. Heath.

r* A raça Shorthorn (chifre curto) é ainda hoje a prin-cipal^e amais espalhada neste paiz, onde é muito es-timada; ás suas qualidades principaes são: 1% ten-dencia para engordar facilmente dos dous para os tresannos de idade; 2% augmento na relação da carne pro-duzidapara o alimento consumido; 3o, abundância deleite; 4o, reducção do rebutalho e das porções inúteisda carcassa; 5% belleza de fôrmas e de côr, que égeralmente uma combinação do vermelho e do branco •m superioridade da carne ; 7o, docilidade. Desta raçafiouve 44 inscripções. Os primeiros prêmios das diffe-rentes classes forão dados a specimens pertencentes a». James Bruce, Lord Feversham, Sir W. De-CapelI«rook, Rev. R. B. Kenart e Lord Spencer.

Da raça Sussex ganhão os primeiros prêmios di-versos animaes expostos por Mr. G. C. Coot, flírs. J.«A. Hermane Mr. J. Neale.a Da raça ^Norfolk e Sulfbllc, cujas vaccas são abun-

i aantes de leite, apresentou o príncipe de Galles um| excellente specimen, que obteve üm dos primeiros pre-1 mios. r *

I Da raça Longhorn (chifre comprido), que tem nestes| paiz diminuído muito ultimamente, só houve duas¦¦) inscripções.V Das raças escossezas as inscripções forão em pequenonumero, mas os specimens erão geralmente excellentes.I tm destes foi o que ganhou o grande premiode « 100

| e uma taça de f 40 para Mr. J. Bruce. As vaccas da

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typo Ayrshire dão 5 galões (34 quarlilhos) de leite pordia durante dous ou três mezes e galão e meio du-rante quatro mezes.^ O produeto médio por anno é, portanto, de 800 a900 galões de leite por cada vacca.

Das raças irlandézas forão pouco importantes osspecimens apresentados. 7 ¦ ,Das raças cruzadas houve 20 inscripções, a maior

parte da Escossia. Um enorme boi de uma destas, comcinco annos e nove mezes de idade, foi vendido por..-* 100 e outro pertencente à rainha, por £ 125.A exposição de carneiros comprehendia 166 inscrip-çoes pertencentes ás differentes raças inglezâs, que sãocommummente divididas em carneiros de pêllo com-pndo e carneiros de pêllo curto. Os carneiros de pêllocomprido são próprios para pastagens ricas em ter-renos baixos, e têm a carcassa pesada, a carne algumtanto grosseira, a lã comprida e pesada, a cabeça eas pernas brancas. Os carneiros de pêllo curto sãomenores, dão-se melhor nos valles e nas chapadas dasmontanhas, tema carcassa mais leve, produzem carnede superior qualidade e lã fina, e têm a cabeça e as

pernas pretas ou morenas. As principaes raças de pêllocomprido sãoosCotteswold, Lincolns, Romney Marsh,leicesters e Bamptons; as principaes de pêllo curtosao as Sussex e Hamspshire Downo, Shropshires, Dossetse Oxfordshires. ;Os carneiros tinhão sido inscriptos e estavâo distri-t)uidos em grupos de três cabeças cada um.A raça Lincoln, da qual consta-me que se tem ex-

portado grande quantidade de animaes para a Austráliae para a Republica Argentina, é a de pêllo mais com-prido e mais pesado neste paiz. A lã tem um certolustre e nâo é raro terem as fibras 20 pollegadas desomprimento, apresentando grande e uniforme resis-lenciaemtoda a extensão; ha pellos inteiros que pèsâo18 e 20 libras. Na classe dos carneiros de primeiratosquia desta raça o primeiro prêmio coube a um grupoque pesava 8 ent. 1 qr. 14 Ibs. (426 kilogrammos) ou313 libras (142 kilogrammos) por cabeça, pertencente

, ~ 232 — ,y-',à Mrl John Byron^queJ Í.MÍ8' otóeyé uni^^afedei."if:*^S^fo0.mMhOT-^i^ropo^aàs raça^de, p^rÇpijiprjlflo.

, AoPahraça ^ol^swold^jque j^Jeppi§íicla de Linc^l-íia que£ apresenta ^à^

comprida ^esp^ssa^í0tidadé, ^apenas fibiive tres i^sciipções^ife classe ^dos. parneiros |e|>rime|ra4osqui£^Ríup#ja|cr{^^__^!^^T_fl.^^[ÍI.-:58iffiQS* 2 ibs., pertencente a

-T Òs^ em ta-mapljo ei. ÉldwiÉfeB^âoi4fímí gpSjjS^so^iasÂpre-¦ Sèè%it^" , ^s!^eu|;lc^^|eres, ^eb^aip> ?jí§| mariad^s G<a®dièá@es / de

/isolo Pnh.^lW^l e ,^!#ÍíW^^í^í*fiC^i0B dô'iojit^jsrtraç^lÒcaès^O;qp: ipsa^fifroprios para ex-

^pbriâcãpl7 ^leín \c&sso. -> §^j $useèptivei§o;de > engordarIu^mepi| ^ri|Í^(ÍGÍ aj^^-mi^to n$vos.t£<& grupo de car-í^iv^ú^í^m9^ -i^squia-;; peçtejiceriíeciaí Mr.HiF^^J.\% -^àl#^TO'âSlkv%-^ Ponteiro prêmio, pesava

; ':;"^^ml^n^pijráljug^er)tl^hí,í)gie>çoiiíáiafajiquatro

^(^elrps, saop^apes,, (^ p§lbDnwte_coinprido eJffií c"^s':>v 8rilPQ ¦ Pféflaíadtpi .jfesnya,. 6., õèat^ i qrs.

;;i3s&&. g^^.ib^oiíjtí^uiYíüíisiiilôq-ajitJsHoTOe^fcseoí., .Sís^raçaíi cruzadas de pêllo comprifeãleancjwpe-

meiro, prFemio pm g^up^-de^^co^^^ pefsava T cht.;í^^'^•ifefiÃ^^P^I *. Joseph

- Newman»/'~inn r',,/..-.^.v, ^jS g& : aíoa^J ^ri í ¦

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_ii.'°|âf fle|^.!p|^^vffl^ i^SlâilW^SMdíf MefiPM°f ftÕ^iíBl^ ^% |apa ^yiâ^xn^ classefj$e 'Ê^^^^^èrS^à^oo um^çpni^^8âí6 sllnÉld1, hão devião1 pesar maisa de 200 libras,.

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e no qual forão incluídos abiínaes tirados dos mesmosrebanhos representados na classe anterior onde o peso

- s iam mÊm oui pele méàovnãoa ilimitado. Na classeIvdos tmmé- & M0H tosquia o grupos que ganhou

O ípriBprQiptiemio;pésaivaj26Q W0m&? * cabeça.^*-ní os antases dà íapp»tópsMrê;r

umais Igròsséifos&n^^^arétíci^ é dé mm tnaís cPm-

iiS ftrimeirôHipiièfíiioipesatVa 7 m^ * ^5;lbs. üm1 âiSif. pertencente ^s '*í s? A. e«; <$ Mornay |fe-

z-mmm sendo «Mio %rttóiàdá, iW cujos;Caracteres_*•- &&* «;«/!« K0m riofinirlna fi não saGrunifotfmes,não estão ainda bem definidos e não s^tóifctófes,

,<*_&&> wmb primeiros4 premios-tresgruposruwsgpslentes ablord^h*átòpmôW^S^Fvfe ^ffijgP

toáctuia.» pesava^cms fc^^M IS^wi-i f______j.íiM # tóimeiro premib cóncedtdfí! £f um íhagntfieb grupo,i$ti--Ji5ki& »«««i^tt«A«t«^o i?i^õirftpftTY.oiôrUno eanhaTgual-

oIãS'W mmvmmmi rt 4<p» #áhdf ^emio~ de #50 (íomo o melhor grupo de carneiros da ex-

.Sòm raça Dorset^W"ífMfSSf"-

,«É©hte ^iàíFBeie-liDfc^^tf^rníj,,havia aigmas sneci-

.Mtttcurto havia vários cameitros magnificose.de^Xr

apelos IlèW&W^^

aferiSiaès^qpier.raliií çoisstftaosí* «nte^ffiffi»oeteásificados, septftó"». r^sí'* .^.^LvlT,?"lCrença de 3 mezes acima de 9 até 18 estabelecia umaclasse. "->

— 234 -Machinas, apparelhos e utensílios diversos applicados

a lavoura.

«a nn«n6 ntf,6 aSSUmpt0' aliás ^ muito interesse parao nosso paiz, pouca cousa poderei dizer Sendo a pxevms^al para gado> '°dos vx os o íZX S±S C°mo access°rios e dispostos em Ia-nalosSn?l^nfSCUr2?* onde nSo era facilexami-Além disso nín ?0nT d,aS em que estiverãoexpostos.«h^r tS nao'e°do e? caracter official, não podiat,£2l,?-S dados e i<*>rmaÇões necessárias parameno^ //ii0"0,'que' Para ser- senão completo" aoeTZrt í£"?Val0r'?!.giriaestudo especialetempo,exJSvosf acompaDhado de d^nhos e diagrammas

E devo aqui accrescentar que, em minha oniniãnalguma medida utile de immediato"esXdos se deve

Sas o, 1 ,nilrfel ° das differentes machinas mo-a nossa ?nl To VaD-^em P°dem ser applicadasem2mfZn agJlco1?- Nã0 basta Para isso que se•nStiS- ^a'°pnos.def iptivos, os quaes as mais dasITiX?^^* -y Pessoas 1«e estejãobemas haWlid^e°-SS;dadeS danossa la™ura oupossuãotótosonSSS^md11Sp?,1SaTeis Para ajuizar dos de-cado «ÜeS- dos mementos e^tentes no mer-r nreclo r« ?/1CaD,e\incuIe3° cm° maravilhosos.Lf n ni"e se ^Prehenda alguma cousa mais pro-firo de nm^ l6,?b-r0 é 4 °Vnização no Rio deX di™™aeiP°sl5ão especial de machinas euten-.2.dl7f!°sco apphcaveis aos nossos trabalhos agri-SSn 4ncoS °utras.in^slrias- A essa ^POS'530Euro™fíM.? ^importantes fabricantes daveZ0ffrrZ^OS'Vm?os> e Para atlrahi-Ios o go-Sdof nSL?oSPrAT8 6- r-ec°mpensas íue f0™»iitn rnoloo ecessanos. A exposição durará pelo menosSe temnn tTÇand° ei? Mai0 de -873 e durameScfiáõ 1 âS m.achi?as serã0 experimentadas eZcur«fn n. !5 «"nP8»"»* "mas com outras. Nesse«oncnrso os agncultores poderão apreciar com seus

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próprios olhos as vantagens do emprego de instrumentosaperfeiçoados de trabalho, e verificar quaes os que maisconvém ás condições de seu gênero de cultura, de suasterras e a outras circumstancias locaes; elles se in-struiráõ praticamente e não olharáõ mais para as ma-chinas com a desconfiança e a descrença com que muitosdelles ainda hoje as considerão. Para que se prolonguemas lições oferecidas pela exposição, convirá que, depoisde fechada esta, o governo compre uma collecção dasmelhores machinas e utensílios nella apresentados ecom elles forme um grande museu industrial, ao qualpoderá annexar alguns cursos de sciencias naturaes emecânica pratica applicadas á agricultura.

Eis o que me parece que se deve fazer para habilitara maioria dos nossos lavradores a introduzirem nassuas fazendas os meios de supprir a escassez debraços e de melhorar a sua industria. V. Ex. se di-gnará dar á idéa a consideração que merecer.

Darei agora uma ligeira noticia das principaes ma-chinas que vi na exposição do gado, e indicarei algunspreços que estavão annunciados.

Havia uma notável quantidade de machinas a vapor,principalmente locomoveis, applicaveis a differentesfins.

O vapor tem sido ultimamente empregado em largaescala em muitas operações da industria agricola eprincipalmente para mover batedores, descascadores,arados, cultivadores, etc. Em conseqüência têm os fa-bricantes se applicado á manufactura de machinas para

Y esses fins. A principal condição a que deve satisfazeruma machina desse gênero é a de simplicidade deconstrucção e grande solidez, para que possa ser diri-gida por qualquer lavrador intelligente e não se desar-range facilmente. Deve também ser ou portátil ou feitade modo que possa ser com facilidade assentada eremovida quando fôr necessário.

A machina a vapor, quando applicada para moverarados ou cultivadores, é feita para imprimir movimentoa um grande tambor construído de modo que pôdevirar em uma e outra direcção. Um cabo passa ao

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longo de cada lado do terreno sobre roldanas e cy. lindros ligados a âncoras, que se movem de tempo

em tempos quando os arados passão de um lado dicampo para outro. Diversas rolhas §ão dispostas enuma armação, de sorte que muitos sulcos são abertoquando ps arados são movidos em um sentido, e outroítantos sao igualmente abertos -quando o movimento i

:j no sentido opposto. Outro systema consiste etn fixaii o», tambor á machina e collocar esta de um lado d.o terreno e a roldana com a ancora do outro lado; tanti

a machina como a roldana são então movidas grad^lmente de uma extremidade para a outra dos ladoi, do terreno em que estão, movendo-se os arados dc

, íns^china para a rqldana e vice-versa até completar-s.. rQs trabalho. O principal inconveniente deste modo-d<

cultivar é a despeza do cabo, que gasta-se muito rápida. mente. Tem-se, por isso, experimentado machinas d(tracçãpj que andão por todo o terreno, cruzando oirodeando; puxão os arados teu cultivadores. Os resultados, .entretanto, não. têm sido muito satisfactoiios;

(a maior difíiculdade provém de enterrarem-se as rodasno terreno lavrado. O emprego de círculos de rodasfeitps de gutta, percha, que a principio excitou grànd.» ènthusjasmAeÍQi considerado por muitos como a soluçâcdp problema., cabio completamente, e na exposição Mc

. havia uma i só machina ctím molduras dessa natureza.flqjç os fabricantes empregão molduras de 18 a Èpollegadas de largura e algumas vezes ajuntão-lheschapas pa;ra passarem sobre terrenos fôfòsi ¦¦¦<.f:

Os detalhes de construcção densas mechinas varia.muito Conforme os 'fabricantes, mas as disposiçõesprincipaes: sãõ em; geral qüási ás mesmas.1 ;.

A machina dè ttacção exposta pelps Srs. Avelin^Porter, de Rochister, era da força dè^iô cavallos-vapbr,com um só cylindro de 10 pollegadas de diâmetro,tendo o embolo 12 pollegadas de jogo.A caldeira tinha 206 pés quadrados de superficiído aquecimento; todas as peças do movimento erá(fortes e estavão dispostas de um modo simples; as rodaimaiores erão de 6 pés de diâmetro, e tinhão raios d(

' - 237 -

ferro forjado e molduras de ferro fundido de 18 pollega--das de largura; um tanque de 217 galões de capaci-dade, estava na parte posterior para carregar a aguardealimentação. A machina com carvão e agua pesa 11 1/4toneladas, e pode rebocar 9 toneladas em terreno decultura, consumindo somente 4 3/4 libras de carvão porcavallo-vapor por hora. e „'m

A locomovei qüe exhibirão os Srs.E. R. â F. Turner,de Ipsevich, tinha alguns melhoramentos para economi-sar combustível. A machina é munida de corrediça deequilíbrio inventada pelos mesmos fabricantes e do re-gulador de Hartnel e Guthrie. Este regulador, que estacollocado junto ao excêntrico, permitte a passagem dovapor para o cylindro com toda a pressão que tem nacaldeira, mas por um mecanismo automotor intercepta-oquando a carga sobre a machina o exige. A vantagem dacorrediça de equilíbrio é não ter contra a pressão devapor, que nas corrediças ordinárias absorve grandesomma de força. Um apparelho ligado á machina aquecea agua quasi até o ponto de ebulição antes de entrarpara a caldeira.

As locomoveis de 4 a 10 cavallos custao £ 185 a * .50 u.Os mesmos Srs. E. R. & F. Turner são constructores

de diversos apparelhos appUeado sá agricultura. As suasmachinas de bater e descascar ceraes são construídas demaneira a separarem a casca do grão, sem estragaremeste

Nas machinas mais simples a palha é levada pelosbatedores oara uma das extremidades; o grão e a cascadescem e passão por uma peneira, as palhas pequenascahem debaixo da machina, a casca é separada^ do grãopor um abanador, e o grão é depois elevado e despejadode um lado da machina. Estes apparelhos pesaode 17 a57 quintaes inglezes, conforme as dimensões, e sao mon-tados sobre rodas de madeira ou de ferro. Os preços,incluindo varaes ou lança para cavallos ou bois e umacoberta impermeável, vari. o de £55a £ 115. ^"

As mesmas machinas providas de um abanador addi -

cional e de uma peneira especial para separarem ogrão menor' do maior custavão £ 105 a £ 140; e cora

v^mu-v , TX,! V '"'¦-!' ' • l

— 238 —outros aperfeiçoamentos destinados quer a limpar ma-lh,cuRt _ _ ^ ^ S^> «a "cS

Os apparelhos acima podem ser movidos rnnfn™as respectivas dimensões, por maehR 2 7™íoSa.

PrePara° de 20° a 60° ^«res de ceíeaeOs elevadores, ou apparelhos para levantar n< ,areaes ou outros produetos a um andar suo ?Lr

i t-S-íssr a __ as asa__. ™ _rodM' Para P°derem serfadmente mo?

bal?de,res homens CUlâ"Se qUe eCOnomisão ° ta"

r Os elevadores de E. R. <ft f. Turner são dp .« 9Ç>pes de comprimento, e custãode" IS a . 64 8contorne as dimensões e as peças Idlonfes^

tes°deS'K f &-F- Tqi™ são fabrican-taman_f _J™ _.Í_ d« Junhos Portáteis de todos osum animai ÍS m°SÍÍM' Podendo sermovidos por____ffi_? " mTmenU> doutras maebinas.nares âPZPW Smgelos- oa combinados, até 6Sm só ÍL vJm üma lò .,arma«ã0 e to^dos pormontSa°dos>r ^touériSôf ^*"»^J-até 9 almieirp-i a* í? • í pesso?- 0s maiores preparão49 mintae p =t armha P°r hora- Pes*-° *« V- aSinCsing;io.Sm preÇOSVariãodeí 20a I.Oipor

fabSSSS m°Ính0S de ^Mn» dos referidosalimeSôí ff± «Prepararemfarinha grossa paraalimentação.do gado ou a moer grãos nlpnffinn.n<,eustão de 4 a 28 10 oieoginosos,iua?^rSmlPrarf.0S Pa5a transfo™ar a força anl-_tn ül38 maCh-ma,s acima ^dicadas ou de

do vannr S38^ a*-ri _tl-ra- quando não se usado rapor, como motor, custão de £ 7.7 a f 27, con-

— 239 —

forme as dimensões dos apparelhos e o numero deanimaes utilisados.As suas serras circulares, providas de mecanismo au-tomotor para empurrar a madeira contra a serra comvelocidade de 10 a 60 pés por minuto, e munidas deroldanas e cylindros de fricção, etc, custão de f 70 a£ 240. Os diâmetros das serras varião de 42 a 60

pollegadas.As mesas de ferro das maiores têm 45 pés de cum-

pnmento e devem ser assentadas sobre a armação demadeira de 90 pés.Os Srs. R. Hornsby &Sons, de Grantham, expuze-rao uma das suas locomoveis, cuja feição caracteris-tica consiste na collocação do cylindro e dos tubos

connexos dentro da câmara do vapor, disposição pelaqual são esses órgãos protegidos das intempéries, e evi-ta-se toda a condensação de vapor do cylindro. Asfornalhas são construídas para uso quer do carvão, querda lenha. As locomoveis de um só cylindro e da forçade 4 a 14 cavallos custão de £ 180 a £ 385, incluindouma coberta impermeável; as de 2 cylindros, e daforça de 8 a 24 cavallos, custão de 295 a * 610.

As suas machinas horizontaes fixas, da força de 7a 24 cavallos, custão £ 240 a £ 650.

Os seus apparelhos de segar e ceifar, que em algunsconcursos têm levado vantagem sobre os de outrosfabricantes, pela facilidade do movimento das peças ealgumas particularidades do mecanismo, custão de £ 16a 34. Estes apparelhos varião muito na apparencia ex-terior, mas ha certos princípios communs a todas asfôrmas. Supponhão-se duas lâminas dentadas, uma im-mediatamente sobreposta á outra, e que uma fica firmeemquanto a outra oscilla rapidamente para a frente epara trás, ter-se-ha o principio essencial dos sega-dores. As lâminas andão a poucas pollegadas acimado chão, e uma dellas é movida por um mecanismoligado ás rodas do apparelho ; uma serie de braçosforça as plantas entre os dentes das lâminas, que asas cortão immediatamente, e a machina deposita arama cortada.

— 240 —

As machinas de bater e descascar dos mesmosfabricantes custão £ 110 a de £ 160.

Os seus semeadores com 3 pés e 6 pollegadasaté 8 pés de largura entre as rodas custão dò £ 34.5*a £^0,Í5.; Estes semeadores são singelos ou combi**nados com distribuidores de estrumes. Neste segundocaso o corpo do semeador compõe-se de duas caixas^ <separadas por um repartimento, e cada uma dellas kainda dividida em duas outras, por uma repartição dis-posta em ângulos rectos com aquelle. Na parte infe-rior da caixa, e, poueo: acima da abertura, que é re-guiada por corrediças de ferro fixadas em; cada com^partimento, existem dons cylinõjm v

Sobre p cylindro da caixa da frente, que é a do es-trume, estão fixas varias>, taças com hastes curtas, quemergulhão nos compartimentos, e trazem sobre o cy-lindro, á medida que vai virando, uma: certa quan-tidade de estrume, que desce por funis até depositar-se nos sulcos abertos pelas rêlhas que fazem partedo mesmo apparelho. r Do cylindro existente na se-gunda caixa; projectão-se peças de ferro com uma pe-quena cavidade próxima á ponta, que toma uma pe^quena quantidade; de( semente, e depositada igualmente:nos suecos por meio de funis. Sobre o eixo das rodasque transportão o apparelho, ba uma roda dentada*que. move uma pequena; roda fixa ao eixo do cylin*dro da primeira caixa, e esta roda move outra presaao eixo... do cyJindro. da segunda caixa. A primeiraroda pode ser levantada por meio de uma alavancaligada ao apparelho, afim de parar o movimento doscylindros. _, , _...,, ,,,," >

Ha ostros mecanismos no mesmo apparelho que nãopodem ser explicados, sem um desenho detalhado,; !,<¦

Um simples distribuidor de estrume ousta £ 18.10*Os arados dos mesmos fabricantes^ eom uma ou

duas rêlhasi custão de?$ 3.10 a & 13;10. ..-Vi ;;Ostjeus cultivadores, providos de dez braços com

enxada^ triangulares e contadas sobre um par dei rodas,pesão apenas 4 3/41 quintaes inglezes y podem ser pu-*oxados por upR; cavallo^ o preparão ílâa 13 geirasin-v

l íli.í { ¦ .1 üUP.

- 241 —"K

glezas de terra por dia. Os braços são presos de modoa poder-se dar ás enxadas mais ou menos alcance,conforme a natureza do terreno. O preço destes cul-tivadores é de£ 16.

Os cultivadores de Coleman, nos quaes se achãocombinados o cultivador, a rêlha e o escarificador,são mais leves e mais simples que os precedentes, ecustão de £ 7.10 a £ 11.10. Estes instrumentos sãofabricados pelos Srs. R. Garrett & Sons.

As afamadas machinas de segar e ceifar de Woodcustão de £ 16.10 a £ 39.

Rivalisando com estas nos mercados europeus apre-sentão os Srs. Adriance, Platt & Cornp., dos Estados-Unidos, as machinas de segar e ceifar de Buckeye,que conlêm alguns melhoramentos importantes.

Os Srs. John Fowler &Comp., deLeeds, expuzerãoos seus conhecidos arados, que podem abrir sulcosde 3 a 9 pollegadas de profundidade e 7 e 11 da largura.

Com muito pequeno esforço pôde um homem le-vanta-los e vira-los facilmente.

O preço de cada um com dupla rêlha e aivecas deaço é £ 12.10.

Os Srs. J. &F. Howard, de Bedford exhibirão, alémde uma machina de cultivar a vapor com diversas aper-feiçoamentos, os seus arados duplos, que virão tambémcom muita facilidade no fim da carreira. Os maiscaros desses arados são feitos com a armação toda deferro forjado, o que diminue-lhes q peso e torna-osmais fortes e mais duráveis.

Os preços varião de £ 7 a £ 12.10, e os pesos de2 1/4 a 3 1/2 quintaes inglezes.

Os Srs. Robey & Comp. apresentarão uma machinade bater e descascar eereaes, mais leve e mais fortedo que as geralmente usadas, por serem de ferro todasas cantoneiras e outras peças principaes da armação.

Machinas a vapor locomoveis e fixas, e yarios appa-reinos e utensílios do gênero dos precedentementeapresentados forão expostos por muitos outros fabri-cantes, mais ou menos importantes que os que citei.Seus preços não differem muito dos já indicados. Li-

A, 18

— 242 —

mitar-me-hei a incluir aqui os nomes daquelles deque tomei nota, e são •. Wallis & Stevens; W. Tasker& Sons; Rausomes, Sims & Head; Tuxford á Sons;The Beverley Iron & Waggon Company; WoodsCocksedge á Warner; Ashby, Jeffery & Luke ; William&Hunt; Charles Burrell; Picksley, Sims & Comp.;W. N. Nicholson & Son; Clayton & Shultleworth;Davey, Paxman & Comp.; Willsher & Comp., Marshall,Sons & Comp.; The Readiny Iron Works; Gibbons,Holmis & Sons; Brown & May; Barrows & Stewart;Burrell, Crosskill & Sons; Foster & Comp.; Nalder,Nalder & Comp.; Powis á Comp.; W. S. Underhiíl;Corbett & Sons; Brotherhood & Hardingham; Rich-mond & Chandler; Tangye Brothers.

Os Srs. Buston, Proctor & Comp., de Lincoln, ex-puzerão, além de varias machinas, o modelo de uminteressante apparelho por elles fabricado, e inventadopor Mr. Bouser. Consiste o apparelho em uma seriede calhas automotrizes de cerca de 20 pés de cum-primento para darem agua ao gado, viajando em es-trada de ferro. Cada calha é suspensa na extremi-dade de um par de traves supportadas no centro e pro-vidas na outra extremidade de um peso tal que levantaa calha, quando vazia, a um nivel superior ao dotecto dos wagões da estrada de ferro. Nessa posiçãoa outra extremidade da trave fica em contacto coma junta de um encanamento d'agua. Fazendo-se passaragua para a calha pelo braço ouço da trave, destroe-seo equilíbrio, e a calha desce ao lado dos wagões aoalcance do gado.

Os Srs. Follows & Bate apresentarão um appare-Iho novo de tirar leite, inventado por Mr. Kesvil. Oapparelho consiste em uma pequena bomba de acçãodupla, cujo tubo de aspiração é munido de um certonumero de pequenos tubos de prata, fechados em umaextremidade, mas com aberturas dos lados. Em cadateta do ubre insere-se um dos tubos de prata; e abomba é então tocada á mão. Dizem os fabricantesque com este apparelho podem-se ordenhar até 20vaccas por hora.

— 243 —

Eis quanto me foi possivel colher a respeito da ultimaexposição de gado. ,

Ajunto os catálogos que me forao dados por algunsdos expositores de machinas, apparelhos e utensíliosapplicados á agricultura. .

Deus guarde a V. Ex.—Illm. e Exm. Sr. conselheiroFrancisco do Rego Barros Barreto, digníssimo minis-tro da agricultura, commercio e obras publicas. —Fran-cisco Pereira Passos.

Poços instantâneos.Sua Historia, et escripçã o, assentamento>«*«*«"> do

seu emprego na industria e na agricultura.

HISTÓRICO.

Como acontece com quasi todas as invenções, não seconhece o primeiro que teve a idéa de introduzir no ter-reno um tubo metallico e acerescentar-lhe uma bombapara tirar água.

O meio é tão simples, que aquelle que o achou pri-meiro não pensou ter inventado um apparelho desti-nado a fazer grandes serviços era muitos casos.

Desde tempos immemoriaes se cavão poços ordina-riose é também nos tempos mais remotos que, nospaizes quentes, principalmente na Afnca, tem-se feitouma espécie de poços artesianos, cavando-se um poçoordinário até chegar a uma camada dágua que tenhabastante força para fazer subir a água de dentro do^poçoa um nível perto da superfície da terra. Este trabalhooue se faz ainda na África, precisa de um tempo con-sideravel e muitas vezes delle resulta a morte de um oumais trabalhadores. '-¦-

Vierão depois os poços artesianos; furados a umagrande'profundidade até chegar-se a uma camada d'aguaque tenha bastante força de pressão para lazer subira água no tubo até üma certa altura fora do chão, sem

244

emprego da bomba. Estes poços artesianos forão feitosno principio, de um modo primitivo como se praticaainda hoje na China, e mais tarde forão consolidados comtubos de ferro, aperfeiçoando-se sempre as machinaspara furar estes poços, que têm algumas vezes umaprofundidade de 550 metros (250 braças), como os poçosde Paris, e mesmo 700 a 800 metros (pouco mais ou me-nos de 350 braças) em alguns outros lugares.

Será o emprego que então se fazia dos tubos de ferroque deu a idéa de enterrar um pequeno tubo metallicosobre o qual colloca-se uma bomba? É provável masnao se conhece o autor de tão feliz idéa.

O mais antigo de todos os poços instantâneos conhe-cidos, foi assentado por Mr. Vuillemain, antigo officialinferior do exercito francez na África, que o estabeleceupara seu uso particular no anno de 1845Dous annos depois, em 1847, alguns soldados docorpo de engenheiros na África, assentarão algunsdestes poços nos arredores de TJemcem (Argélia) e norcausa da côr do terreno onde forão estabelecidos

'derão-lhes o nome de poços brancos.

Estes poços erão compostos de tubos melallicos en-.torrados a malho, ate que a parte inferior do tubo pe-netrasse na camada d'agua.m,«lárS°1f de-p0is perl° de 20 annos. sem que cha-massem a a tenção, quando Mr. Donnet, de Lyon, en-genhe.ro civil, o feliz inventor dos poços d sulç-ão for-cada, tendo aperfeiçoado os poços instantâneos, tomouum privilegio em 11 de Fevereiro de \ 864.

Quasi no mesmo tempo, 25 de Abril de 1864, MrMorei, de Bordes», tomou um outro para estes mes-mos poços, e.emfim em 26 de Outubro de 1867 teveigual concessão o Sr. Norton, de Londres 'Quando p Sr. Morei soube do privilegio do Sr. Don-net, desist.u immediatamente do seu, mas o Sr. Nortonnao seguio o seu exemplo.No dia 21 de Junho de 1868, o Sr. Donnet escreveuuma carta ao ministro da agricultura em Fran a par-ticpando-Jhe que abandonava ao publico o seu privi-legio sobre os poços instantâneos. Factos desta ordem

— 445 —

honrão muito o seu autor, e n'uma noticia sobre ospoços instantâneos não podemos deixar de elogiar oSr. Donnèt por esta prova de desinteresse.

Os poços instantâneos não são mais o que erão ha 25annos, isto é, um tubo metallico, que com muito custo seenterrava n'um terreno molle, porque os meios empre-gados não tinhão a facilidade e a força necessária paraeste trabalho. Hoje, depois dos aperfeiçoamentos dosSrs. Donnet, Morei e Norton, um poço e a machina parao assentar são tão simples e de uma facilidade de ma-nobra tão grande, que em menos de uma hora póde-seassentar um destes poços n'um terreno molle e em 4 a5 horas n'um terreno duro.

Com estes aperfeiçoamentos, o uso dos poços instanta-neos espalhou-se com rapidez na Europa, America e naÁfrica, onde prestou serviços ao exercito inglez na Abys-sinia; eha pouco tempo no Brasil, nas provincias doRio, Pernambuco, Sergipe, Ceará, etc, etc.

Para as pessoas que desejão conhecer a composição eo modo de empregar estes poços, vamos dar-lhes em se-guida todos os esclarecimentos necessários para pode-rem assenta-los por si mesmos, em caso necessário.

Não é costume dar esclarecimentos tão minuciosos,porém o julgamos necessário para tornarmos estes poçosmais conhecidos das pessoas que podem ter oceasiaode emprega-los e que talvez recuem por pensarem quepara os assentar precisão de pessoas profissionaes. De-pois de ter lido o que se segue, qualquer pessea ficaráhabilitada para assentar um poço instantâneo.

Composição do poço e da machina.

Um poço instantâneo compõe-se de:Tubo de ferro de 4 metros de comprimento, com

uma ponta de aço, perfurações no tubo acima desta pontae parafuso na outra extremidade. »

Tubos de 2 metros de comprimento parafusados nasextremidades.

1 Bomba de aspiração ou de pressão para atarrachar-se sobre qualquer dos tubos.

- 446 —

A Machina para assentar os poços é composta de :1 THpeça de ferro com uma chapa do mesmo me-

tal, furada no meio, reunindo os tres pés na parte su-perior e sustentando duas roldanas. *

1 Moitão de ferro fundido, furado no meio, comduas ou mais orelhas para poderem suspendê-lo comcordas passadas nas roldanas.

;.j Çollar em duas partes ligadas por parafusos.I Tubo-guia de dois diâmetros.X Funil com parafuso.

I Peça de reducção para ligar a bomba com os tubospequenos; 9 metros de tubos pequenos, que servem ai-gumas vezes para limpar o poço no fim do assentamento.

1 Sonda, que serve para saber quando o primeirotubo tem chegado á camada d'agua.& Chaves para atarrachar os tubos.1 Machina para endireitar e fazer os parafusos.

{Continua.)

ERRATA

. No., artigo do Sr. Conde Rozwadowski, publicado no n. 4 destejornal, sahirão as seguintes errata, que corrigimos.

Página 154 Linhas 4—delicados—delicados.s » 22—Arbeitgcber—Arbeitgeber.

155 » 2—augmentar—agüentar.156 » 6—chaims—claims.

15—menos—supprima-se esta palavra.» 16—ao pode—ao menos pode.ls9 Os periodos são aspados até apalavra germânico, final do 4°periodo.

83—E continua, etc—É contínua, etc.160 7—actualmente—annualmente.

9—no—ao.

\f

Happa do -DoTiment- da Escola l-octarna de Adultos da Sociedade Auxiliadora daIndustria

Nacional, no mez de Abril de *873.

!

Ia SECÇÃO.

ExistiãoPerderão o annoRetirárão-seEntrarão * • •Frequentão ........

Classe.

6325

38

2aClasse.

3615

21

3aClasse.

!*a SECÇÃO.

IaClasse.

Bio de Janeiro, 30 de Abril de 1873.

197

12

267

1332

2aClasse.

102

19

3aClasse.

96

TOTAL.

16362

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Mestre em Artes, José Manoel Garcia,/ Bireetor.

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Rio de Janeiro. Typ. Universal de Lasmmert, rua dos Inválidos, 6i B,

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SOCIEDADE AUXILIADORA

DA

iCIflN.x7.~-JULHO DE 1873.

Sessão «io éüitsclho ífctfáiíaístratt. _ ai® t.° $« «1. «8.3.

VICR-PRESIDENCIA DO SR. COMMENDADOR JOAQUIM ANTOMO DE

AZEVEDO,

Achando-se presentes os membros do conselho*Srs Drs. Paula Freitas, Barlholomeu, Xavier e bayaoLobato Sobrinho; mestre em artes Garcia; commen-dador Azevedo; José Botelho e Conceição; cs sócioseffectívos. Srs. conselheiro José Bonifácio Nascentes deAzambuia, Drs. José Ewbank da Câmara. Joseph Spyer,Antônio Joaquim Gomes do Amaral e Paulino Franklindo Amaral; Conde Rozwadowski, commendador ManoelAmarante Vieira da Cunha; James Walther brabam;è o sócio correspondente, Sr. Henrique Rantenfeld,declarou o Sr. presidente que não.podia haver sessão,nor isso que não se achava reunido o numero demembros do conselho, exigido pelos estatutos, do que,para constar, se lavrou o presente letmo.-Joaqum

280 -

Antônio de Azevedo, $° yke-pres\òente.—Dr, José Pe-rara Rego Filho, secretario geral.—João Evangelistade JSègreirosSayão Lobato Sobrinho, secretario adjunto.

Sessão do conselho administrativo em ÍS de Julho de18^.

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSEí HEI RO DE ESTADO VISCONDEDO RIO BRANCO.

Adbandô^se presentes os inèmbos do conselho,¦éí conselheiro Visconde do Rio Branco; Drs. Nicoláo

fíôrèira, Paula Freitas, Lopo Cordeiro, Pereira Portugal,

aríbôioiüèu, Pereira Regol Filho e Sayão Lobato So-brinhò { mestre em artes Garcia; commendadores Aze-veàfõ e José Maria Pereira; José Botelho, Saltamini,Conceição, Lellis Silva e Henrique Nascentes: os sóciosie$feetivos, Srs. conselheiro José Bonifácio Nascentes deAzambuja, Conde Rozwadowski, Drs, José Evvbank daCànara, Paulino Franklin do Amaral, Joseph Spyer,Antônio Joaquim Gomes do Amaral, Joaquim José deSiqueira Filho e Jeronymo Máximo Nogueira PenidoJúnior; commendador Manoel Amarante Vieira daCunha; James Wallher éraharn, Guilherme Telles Ri-beiro, Léon Leiden, Cláudio Francisco Gaihiard, Her-melino Jorge linhares e Spnriqué Roüdoq: e o sócioCorrespondente, Sr; ílenriqàe Ranterifeld; foi aberta asessão, lida e sem discussão àjipróvadajá acta daanterior, que teve lu^a^; eín 16 de Junho próximopassado; assiín corno o termo de não ter havido sessãotíò dia %*¦ do corrente iiíea por não se feíTeunidoronumero de membros do concelho, exigido> pelos esta-

EXPEMENT).;,t. ...... .

J" Foi lido um officio do major commandante do Asylod# Inválidos da Pátria, Wè W acca^a o recebimento_fp$kij* e cinco, arbustos, m% W üMStífe: <M$k

!

— 251 -

sociedade lhe forão enviados do Jardim Botânico parao embeilezamento daquelle estabelecioaeniq, e agrade--cendo ao mesmo tempo a promptidão, coiB qqe seupedido foi aítepdido.—Inteirado. . ¦. t¦¦',¦(| Officio do secretario da presidência da província do

Ceajà*, remettejido por ordem da uie^ma presidênciaimi exemplar do cÀl^analc Adminístir^livô, Mercantil eIndustrial daquella provincia»-— Recebido cqhi agrado.

. foi taro bem recebido cqiu agrado,, e remettido âSgcção /d© Zoologia um exemplar ílo opusculo: inliturlado « O Cavallo na Província do Rio Grande dp Sul»;,oferecido a estasociedáde por seu autor jp,Sr. LuizJacome. rn

* Foi recebido', e em virtude de resolução do con^selho remetlido ao Si. Dr. redactor doJÂnmliador,para publicar, o manuscripto « Breves apontamentossobre o cultivo do bicho da seda na provinciai deS. Pedro do Rio Grande do Sul»,;polP lènriqué SthutelAmbaner. '• ¦¦: o'- t .--n : , - fe 1:./¦¦fê Sr. secretario geral apreseritou, è rèmétteu-se aomesmo Sr. Dr. redactor do AuxiMdor', também parapublicar, o relatório dós trabalhos desta sociedade nojfrazo decorrido de Abril dé 1KF2 á; Março de 1873,pelo referido Sr.„ secretario geral, e enviado ao governopeto Exm. Sr. presdente, ViscÔhdeftÍo liío Branco.

Foi lidój e mandou-se imprimir, para; entrar emdiscussão, ó parecer da còmMs^ão especial nomeadapara examinar a reforma do regulamento orgânico eifostruc.,ôes por que se rege a escola nocturna deádóltos; .proposta1 pelo Sr. director da mesma escola,

1 O Sr. secretario gerai participou que,s£ remelieu,

para informar: , ,, ,.,/ ••; >\\'p:\v\ >T, En. Tá {le Junho á Secção de Industria, Fabril o re-

queriminlo recebido com o Aviso do.?Mnisterio daAgricultura, Commercio e Obras Publica^ ^ 3Ü, d*utadó em 21 do mesmo Junho, e em que «J^sê Aifredtda: Gunha Vieira pede priviltgio por Vinte:mm P^pori si ou por meio de uma campanhiaiiueorganizai-.estabelecer no Império um ^l§am^tftrqè^ jovo

— 252 —

cimento de asphalto empregado oos_ calçamentos dasruas de Londres e de Paris, e á Seccao de Machinas eApparelhos os requerimentos que acompanharão osAvisos ns 29 e 31 do Ministério da Agricultora, Com-mercio e* Obras Publicas, datados ambos em 21 docitado Junho, e em que pedem privilegio por cm-coenta annos Archibald Sieflenson Dobbins e WilliamHoward para introduzir no Império machinas destina-das á manufactura e vukanisaçâo da borracha e gut-ta percha; e por trinta annos Tros? «C. para miro-duzir no império o «Motor Termo Specifico».

Em 30 de Jnnho offieioo-se aos Srs. Drs. RozendoMuniz Barreto, José Caetano de Paiva Pereira Tava-res Antônio Vaz Pinto Coelho, Joseph Spyer, e JoãoEvangelista de Xegreiros Sayão Lobato Sobrinho^ paracomporem a commissao, qàe por parte desta Socie-dade tem de sssistir á sessão commemorativa do10* anniversario "da fundação do instituto dos Bacha-reis em Letras, no dia 2 do próximo futuro Julho;e aos Sr* Alexandre áffoeso da Rocha SaUamini,Antomo José da Silva Râbelio. e Manoel Joaquim Va-ieotim para igual fim e por idêntico motivo peranteo Retiro Luterano Portuguez no dia 5 do referidoJ filltfi

Em 3 de Jotho remeiteu-se, para informar, à Secçãode Machinas e Apparelhos o requerimento recebidocom o 4viso do Ministério da Agricoilura, Commer-#do e Obras Publicas Q* 32, datado em 27 de Junhoultimo* e ^íb que José Francisco da Silva Znea pedaprivilegio por trinta annos para f^ader oo Imptriomadnnás de sua inYencio, destinadas a raiar maa-dioca mm presteza e asseio; e

A de Industria Fabril o reçaerimento qm scofp-nhoa o i^iso do mesmo Ministério di Agrkoltbra,íi* 33* datado lambem de 21 de Junho, e tia qoe PauloPorte Alegre e Joãci Privai sotítiUo a concessão depciriteglo por vinte annos para- estabelecer nesla €êrteama fabrica de vetes» iocàas, «inos, ele.» dte cera simplesm composta» sugando o fcjstoma pr elle ifiYmtado.

• foi resoifáií qw se nomeasse orna eomiaissin, «ps

253 —

_

ficou composta dos Srs. Drs. Nicoláo Moreira, PaesLeme, Souza Costa, Paula Freitas e Pereira Rego Filho,commendador Azevedo e mestre em artes Garcia paradar parecer sobre a seguinte proposta; . Propomosa creação de uma escola veterinária, adoptando-se asbases da escola de veterinária, ultimamente creadaem Paris.—Sala das sessões, em 15 de Julho de 18/3.—Dr Nicoláo Joaquim Moreira.—J. A. de Azevedo.—Dr.Pereira Rego Filho.—J. M. Garcia. »

Foi lida e ficou sobre a mesa, para ser opportu-namente tomada em consideração a seguinte pro-posta:

« Considerando todas as causas, que operao por suaaccumulação na cidade do Rio de Jane.ro, fazendoapparecer em determinadas épocas enfermidades decaracter epidêmico, que atacão de preferencia os indi-viduos chegados em Janeiro, Fevereiro, Março, e Abril,nos quaes temos visto serem victimas em grande na-mero! por falta de não se acharem acclimatados, e porisso servirem de pasto ás ditas enfermidades dando-lhe grande desenvolvimento, e portanto mais terrível;

proponho a esta muito illustre Sociedade que re-

presente ao nosso governo, que preci ose.faz quetome providencias afim de ter em cima da serra lugares

próprios para accomraodar a todas as pessoas recém-cheKs, e que não possuírem meios, a quem devemos22 e mesmo fornecer-lhes trabalho ut.l tanto a'

E mo ao nosso paiz, e não aconteça que só no

momento do perigo se cuide disso -Rio de Jane.ro, em

15 de Julho de iSn.-João Coelho Gomes.»

Sendo approvada a urgência ^>^nj?™?^;tamente submetlidas á votação «™»™eX^DK.vadas as seguintes proposlas.e Por conseguinte approvados sócios effectivos e correspondentes os .ndmduos,cujos nomes conslão das mesmas propostas, e que sao.

V- a< Proponho para sócioléffectivo da Sociedade Aux.-

liadoradalndustria.Naciooal ao Sr. José *£mdoto-cimento Júnior, prime.ro tenente <k *<,« ™ec

tor interino da Secção Hydrographica de Machinas,

- -m —mctfador emS.uDòmíâgos, rua dè José Bonifácio, —Saladais sessõéfc, 45 de Julho de 1%1§.—Camillo de LellisSilva.Ü> ¦/ í,/,:. :¦..».«;-,

g ¦;¦

2>^( Proponho para sócio effectivo ao Sr. BernardinoJósétdeiho, primeiro conferente da Alfândega do RioGranido do Sul, actualmente addido á desta corte.—Rio, em 15 de Julho de 1873.—/. A. de Azevedo. »

3.* <( Proponho para sócios effeclivos, remidos, daSo-cijedade Auxiliadora da Industria Nacional os Srs. Drs.Sizená|ido Barreto N^buco de Araújo, advogado, mo-ráiiòr atuado Visconde de Maranguape n. 27; Dr. PedroR.S. deMeirelles, advogado, morador á rua da Quitanda%.'-&% i Dr. 'Antônio "Frederico Cardoso de Menezese Souza, advogado, morador á rua do Duque de Saxen. B; Ernesto Merlin, negociante, morador á praça daConstituição n; SO; e João Maria Emilio Brigot, nego-ciante, morador á rua do Ouvidor n. 64.—Sala dassessões, em 15 de Julho de 1873. —João Evangelistade Negreiros Sayão Lobato Sohiinho. »

i ,*Tr«;fyoponho Para sócios effectivos.remidos, aos Srs.major Luiz Pereira Duarte, brasileiro, militar, residen-te no Asyio de Inválidos da Pátria; Morris N. Kohn,americano, negociante, residente á praça de D. Pedro ín. 53; Francisco José da Costa Lima, portuguez,.negociante, residente á rua do Visconde do Rio Brancoa, 4;Lui£ de Mattos Pereira e Castro, brasileiro, ne-gociante, residente á rua de S. Pedro n. 78; João Hildem-branda brasileiro, negociante, residente à rua da Lampa-üosa m 24; Dr. Jqão Wdkens de Mattos, brasileiro,deputado a assembléa gerai legislativa, residente á ruaü Ajuda n. 179; e José Alfredo da Cunha Vieira, por-tuguez, negociante, residente á rua de S.Thereza n. 58-Rio de Janeiro, em 15 de Julho de 1873.-Dr. JoséPereira Rego Filho.» "

5.« « Proponho para sócio correspondente ao Sr.Henrique Senutel Ambaner.« Rio, em 45 de 4*0 de 4873.-/o^ Ewbank damamara. 2»

— 255 — ¦

6.k «Proponho para socío correspondente ao Sr.Martim Henrique Eduardo Wills, architecto e engenheirocivil, residente temporariamente nesta corte.

« Riòde Janeiro, em iS de Julho de 1873.-HenriqueRanienfeld:»

7> « Propomos para sócios correspondentes aos Srs.:Charles Drowns, professor de mecânica pratica eíheorica no Instituto Polytechmco de Renseclaer; JamesHall^ professor de geologia theorica e pratica no mesmoinstituto; Dascom Grune, professor de mathemalicase astronomia ;,S. Edward'Warren, professor de g eojneJriaYdeseriptiva e stereometria; Henry B. Nason-professor de chimica e historia natural; Charles Mc,Mislan, professor de geodesia, engenharia e hydraulica.R. fíalested Ward, professor de botânica; Arthur W;BoWerVinstrdctor de mathematica e mecânica; Edward.Nichois, professor de chimica industrial; A. Washington"Roèbiibey,

engenheiro èm chefe da ponte pensil deNew-Yórk a ttruckler. . ,

« Riov ern 45 de Julho de *873,-rDr, José PereiraJlego,FUho.—José Manoel Garcia.-Joaquim Antônio'dèÀ.zepedQ.

»•¦-'.,/ ¦ '¦"'•':. ,' {a

- F#âoniidose ficarão sobre a mesa, para seremoppôrlunamente tomados em consideração, os seguintes¦'pareceres da Secção de Machinas e Apparelhos i-'

^'sobreapretençlodèRrigotáMerlin, que pedemprílítógiopor trinta annos, para a introducção no Im-

fendas' machinas destinadas a preparar parallelipi-"òfkfôfc &m grande escala, para calçamento '2% sobre a representação que ao governo imperial

<d^iwâ% Bierrenbâchíá Irmão contra os privilégios'Concedidos a Guilherme Yan Wlectí Lidgerwood, pe os-DecretosH. 3é>0(x de 21 de Novembro dé mti n. mw,dè 13 de^anerro de «69, e è, 5161, de 4 de De*-

¦ membro m 1872* 4 y < . -.™ -.'Y. ^"^L^1 -3*' dado em conseqüência de requisição da Secçãoê® Industria 1**1* sobre à pretenção de Augusto Can-didô G«*js,e Ernesto Cândido Gomes, que pedem

~ 256

Drivilegio, para introduzir no pai-, fornos conlinuosè circulares eiliplicosouhorizontaes, dest.nadosapre-

paS'dos materiaes empregados nas abr.caçoes detijolos, lelhas e mais objectos desta natureza.

Foi mais lido o parecer da Secção de IndustriaFabril sobre o privilegio pedido pelos engenheirosPau o'Porto Alegre e João Privai, para. estabeleceremnesta corte fabrica de velas, tochas, «nos, etc, decêa simples ou composta, segundo o systema por ellesin.entadoP; o em conseqüência do que-nesse, p rec rrequisitava a mesma Secção, foi resolvido que jseme-lhante respeito fosse ouvida a opinião da Secção deMachinas e Apparelhos, á qual. forão remettidos os res-

pectivos papeis.Foi ainda lido o seguinte parecer da^Secçao dein-

dustria Fabril, sobre o privilegio por vinte annos, re-querido por José Alfredo da Cunha Vieira, para cujaimmediata discussão foi approvada a urgência requeridapelo Sr. conselheiro José Azambuja; e nao havendosobre o assumpto debate algum, foi em todas as mais

partes approvado o dito parecer, que assim diz ¦

a O Ministro d'Agricultura, Commercio e ObrasPublicas, remetteu á Sociedade Auxiliadora da Indus-iria Nacional, para informar, com o Aviso,n. 30 deâl de Junho do corrente anno, o requerimento e, maispapeis que o acompanhão, em que José Alfredo daCunha Vieira pede privilegio por 20 annos, para, porsi, ou por meio de uma companhia que organizar, esta-ieiecer no Império um calçamento por meio do novocimento de asphalto de rocha, empregado nos calça-mentos das ruas de Londres e Paris. ,

« O peticionario junta ao seu requerimento o DiárioOfíkial de % de Abril do anno passado, em que, nolexpediente do Ministério do Império, de 30 de Março,consta ter sido remettido á Câmara Municipal um retalho4o jornal—Daily News—, contendo um artigo a respeito4o calçamento de que se trata, executado nas ruas deíaris e de Londres; e um folheto descrevendo as qua-lidades e vantagens desse melhoramento, transmiltido

¦í."^' '257 —"

tela leeação do Brasil em Londres; o bem assim umatraducção feita pelo traductor publico era erprelecommercial juramentado da praça do Rio de Janeiro,de um folheto para provar que a introducção no Im-perio, de tão útil industria aceita na Europa, e umrelevante serviço prestado ao publico.

«A Sociedade Auxiliadora, nada tendo que ver coma organização da companhia projectada, pois nao ê issode sua competência, é apenas ouvida, para informar,se considera ulil a introducção em nosso paiz da, radus-tria em questão, e é merecedora do privilegio solicitado.

« Neste ponto, já a Secção de Industria Fabril, a quemfoisubmetlido igual assumpto, teve opportumdade emOutubro do anno passado de fazer algumas considera-,ções acerca delíe, quando informou as petições ^de LuizBernardino de Bittencourt Freire e outros, e de JoséPheeps & C. tendentes ao calçamento pelo mesmoPr«EUnlão

pelo estudo feitoe pelos documentos exhibidos,disse a Secção que poder-sè-hia reputar bom o ca ça-mento de asphalto de rocha nas'ruas e caminhos deLondres, mas que não pensava assim pesque «spe-tava ao nosso paiz, onde abundava o granito industriai-mente bem prePparado, e a acção do sol é ma.to gopenor,e que por informação de pessoa acima de toda. a snapeita, que esteve em Londres na oceasiao emjue secalcou a rua Lombard, leve conhecimento de que, ummez depois de concluído o trabalho, os trens pesados

• dâxav o ulcos em sua superficie, eAceu escorregadia-com a chuva ou geada, fazendo pranchear os animaes,assegurando todavia as demais vantagens desse^slema;eque por essa razão dúbia ficava a confiança da Secçãoacerca desse calçamento. \annL ft «tiipm

. <, Assim que, para interpor juízo seguro *ail«' semelhantes%os, erão ind.spensaye .^alern.de rafm_macões authenticas, experiências positivas, íactos verm3s pebulo do àlçamento ea effectivacond.çao de__ imeo- e portanto que as provas apresentadas

; SoaSão f_ÃK. a utilidade da concessão.de privilegio., *•.. ;:>'.¦ .-¦&.: k---< ¦¦•<¦• '

-^ Wk £.

. (t Agôfê, ptófn; ({tieàlíadtí^ão lòfolhfctb jâttbfhfcvêr deseúvôlvidáiíiétíteò prdèé^odé fabricação, Papirofeiçoamerito* òilido, e deècrevé o grande numero dèruas da Europa, preparadas com ò áspfoalto de rocha óüLimmer àsphalto, garantido es.se systema por váriosengenheiros, e principalmente pelo Sr. HaywPòd, chefemuito considerado em Londres, afiançando á commissaode ruas e esgotos que as experiências por elle feitassão todas a favor do referido calçamento, considerando-osuperior ao de granito, e muito mais aiuda ao de Màca-dam, não só pela sua duração, como pelo lado dèbelleza, locomoção, limpeza e salubridadé publica, aindaque um pouco mais caro, a Secção, modificando asüáopinião então emiltida, e ouvindo ainda pessoas com-petentes, esta hoje convencida da excellencia dessecalçamento na Europa, principalmente em Paris elon-dres, onde as ruas pela sua largura são calçadas émplanos horizontaes com os cylindros descriptos nòprocesso, sendo que o seu esgoto consla ser feito pelospasseios; mas admiltidas iodas as vantagens alludidas,esse systema apresentará os mesmos resultados naCidade do Rio de Janeiro? Parece que não.

«A eslreiteza do maior numero de suas ruas.aobstrue-ção nas grandes chuvas, pelas camadas de barro que sedestaeão dos morros que as rodeião, o actual calçamentoem planos inclinados dos lados para o centro e destepara os lados, as continuadas aberturas por causa dosencanamentos d'agua potável, do gáz e dás matérias,fecâes, e finalmente o cruzamento de trilheis urbanos,São. por sem duvida, inconvenientes de sêrid, reflexão.

«Entretanto uma experiência pratica resolveria ó pro-tolema, pelo que toca ás ruas desta cidade, üãó deixandocomtudo de ter procedência as boas condições do cal-çamento de que sé iraia, em outras tíigares f nessasestradas, onde não subsiste ós inconvenientes ápontadoá.

Asfeim opinando a Secção de tnduÉria Fabril, julgater habilitado o Governo Imperial pa#a Volver, comoentender"iem sua sabedoria, a pretensão do Sr; Viêífá

^t O íllusirado conselho aürniôistràtivo Mfk, .Wétí*. §>que melhor convém informar. Sala das Sessões, 4 de

w

- 259 **

Julho MA^-i-^oèê Maria Pereira.-H Caetano JmCardosoi"^ Ewncmo Corrêa da Conceiçãoip} 7 «aâí, t

Foraò ou troSitn apresentados os pareceres dasSecções de Industria Fabril e dè Machinas e Appareltóssobre ô privilegio pedido por Henrique Myojil; e pe-dirido ó Sr. Lellis Silva que entrassem immedialamentèem discussão estes pareceres, additou o Sr. Coinmerf-dador Azevedo,que juntamentecom esses pareceres fossefdiscittido o que a mesma Secção de Machinas e Appa-relhos deu sobre a pretenção de Archibald Dobbins eWilliath Howard, o que tudo foi approvado, suscitando-síaun^ demorada discussão, em que tomarão parte tís(Srs7Drs^ Lopo Cordeiro e Periidô Júnior, Conde RozWa-•do^sM, Commendador Azevedo, Dr.Gomes do Amaral,Commendador José Maria Pereira, Drs. Paula Freitase Peneira Rego Filho, Mestre em Artes Garcia, e Vis-conde do Rio Branco, sendo apresentadas as seguintesemendas :

.1% do Sr. Dr. Lopo Cordeiro às conclusões^. « Qub'se estenda o privilégio à provincia do Amazonas »;"' 2VdbSr; Dr. Pereira Rego Filho: « Requeiro quese aconselhe ao Governo imperial a concessão de umfremio enão de um privilegio, por se tratar de umgênero què constituo a principal riqueza das provínciasdo Pará e Amazonas, cuja industria convèmgénerâlisar,e não toíhár dependente dè um privilegiado,,»

• Dando-sè por encerrada á discussão, forão esses pare-cerès approvados juntamente com á emenda dó Sr. Dr,Pereira Regb Filho, hão sendo approvada a do Sr.te Lopo Cordeiro: >.^_#oi.essesçpar]eGeres7;;

'.-; ;i i ¦-- ' ; 7 \ «

1^ i Ó'Ministerio da Agricultura, Commercio e ObrasPublíbasrirerneMeuicom o Aviso de 31 dèiMam próximopassado àiSoáedaáe Auxiliadora da Industria &wmpara Informar, dous requerimentos de Henrique Myohl*pedindo* Vitó primeiro, privilegio por 40 annos paramontariuma ou mais fabricas no Imperm* principal-mente» na proiitóa do Para, para vulcamsar a gommaelástica (borracbaH^1^^^.e dellas matiufocturar

— 260

tndm os obiectos que se fabricão nos Estados-Um-Ac/t na Eurona e são tfalli actuálmente importados emirlnálíesaKarauso do commercio e emprego das

SinduSsTe no T^fô^taft

ÍXntãodaborLha, e pedindciaconcessão doTirivilesio nor 50 annos para explorar essa industria.'PCTrK

dè IndustriPa Fabril, á qual Io, remeiido oreferido Aviso, informa que em Abnldo<jm Rasadotratando-se de pretençao análoga, apresen ada pelo cdadão brasileiro Thomaz Gomes dos Santos Júnior ojn-nou em sentido desfavorável á concessão do' pnvdegio«querido por vinte annos, pelos seguintes Mser abundante no paiz a matéria pnmaí tenderão pri-Tilegio a amortecer os estimules de q^quer outros,que se propuzessem a fabricar os produetos ^

borracha,e assim beneliciar o monopólio de um unico mtroduetorde um artigo de importação. ní,aani™

« E assim era effectivamente, pois nao tratava-se, entãode montar no paiz um estabelecimento fabril «raopreparo daquelles artigos, mas simplesmente a intro-ducção do fabrico delles, mediante favores que, em vezde oroteger, enervarião a industria nacional*

«A pretençao de Henrique Myobl é de outro gênero;pois trata-se de fundar no paiz um ou mais estabeleci-menlos fabris, nos quaes serão empregadas ^chinase apparelhos, que hoje são conhecidos, e estão em usona Europa e na America Septentrional, com as modiU-cações e aperfeiçoamentos que a sciencia e pratica soremdescobrindo e adoptando. .

« A industria nacional tem tudo a ganhar com o esta-belecimento de taes fabricas no paiz, mormente nas pro-vincias do Pará e Amazonas; e se os produetos lauri-cados imitarem ou forem superiores aos imporlauosactuálmente, é evidente que ficará assim plantado ogermen de grande prosperidade, não só para os empre-hendedores, que empregarem seus capitães na fundaçãodas fabricas, como para os industriosos operáriosempregados nellas, auferindo também a nação as

- 261 —v

vantagens resultantes do progresso das artes e do'*?

CmSètlimentos desta natureza, qae podem eng- ,decer o naiz, aproveitando a matéria prima nelle exis-tZ danPdo'emVego productivo a capUae,»«nlug.ministrando occupação ulil e honesta a ;grande n«merode operários nacionaes, devem merecer animação e aco^^efe

nôis ã Seccão de Industria Fabril que a pre-te^âo Sn ique Myohl está no caso de ser benevola-S TeferidaVloioverno »»P^«5íttlhe o nrivilegio por um prazo que parecer mas«iS e nãoP pelo de'cincoenta ^nnos jei

elnretende aue parece exagerado, ficando^esse fa\oret'áTrovincia do plrá somentej«J» *£•outros industriaes, que pretendao exp orar a mesmaindustria em outros pontos do Império, nao tiquem"^^Tmaébo resolverá o que tiver pormais acertado. . ,

«Rio de Janeiro, em 14 de Junho de 1873.-- JoséMaria Pereira.-Franmco Con êa da Conmgao,-yCaetano José Cardoso. »

2 •• « Foi presente á Seccão de Machinas e Apparelhos,afim de dar o seu parecer, o requerimento incluso, em

sobre a pretenção ^ mesmo, para fundar no paiztabelecimetitos destinados aquelle fabrico.

^« As machinas de qne trata o requerente^^rvem para

nrpnarar a borracha de modo a ser applicada a tecidosTa aualaueroutroobjeeto, que se qaeira tornar >m-.

permeSTpara dissolva a borracha, para;conserva-lano estado iquido; para vnlcan.sa-la, etc . ; ,.

« No Brasil parece que até hoje não se tem^tó,mmaá him nr^aíir a borracha em bruto,;. aüm ae ex.^

fortlt P$ra%Àropa e Eslados^oidos, onde •_*

— 262 —

_.e eebe diversas applicacões, qne na actualidade são emgrande numero. Crê a Secção de Machinas e Apparelhosqoe ha toda a conveniência em animar a iniciativa defundar no paiz om ou mais estabelecimeptos parafa-briear objectos de borracha, segundo os processos maisasados e pelo emprego das machinas aperfeiçoadas.

« Nestas vistas concorda a Secção de Maehroas e Appa-reinos com o parecer da Secção de Industria Fabril, eportanto sustenta conclusões análogas, isto é, que seconceda o privilegio requerido para a iatredaeção demachinas destinadas ao fabrico da borraeba, por umprato» portai, nunca sopeiior a 20 annos;»bem comoqne tèja este privilegio limitado à província do Pará,devendo em todo o caso achar-se o requerente-ajustado-e .ralado üom m inventores das machinas, quando estesforem privilegiados em outros paiies.

« Sala dás'sessões, 8 de Julho de 1873.— Dr._ám%nio i» Paula, Freitas.— Bacharel José Rodrigues deÀtec0to' Pfaúmro '"Junimr* »

- V «Foi prcmiiteáSec^odelacliffiâseâpparellios*«fim de dar o seu parecer* o ípcíps© requerimento, emqae Arehibald Steptaeoson Dobbins e William Qoward' soKcilio do Gtoverno Imperial privilegio por 5§ annospara inirodazirem ne Império machioas destinadas à ma-Bufa dará e vnlóaisaçlo da borracha e gutla percha, asquaes slo de sua invenção, como decbrio em- d©»«tumento, quê aooexâfio! ao requerimento. ..;,

Vá SêeçSo de Machinas; "conjunetamente com a de In-ânstrià Febril, leve occasião dê' dar parecer sobre umapt.0o idêntica dé HenriqueMyobl, na qual refe^onqoera (_. ki mmbmm conhecidas na Europa e aos fe-lados MMmt agora; porém, irata-se de om pritilegiotiara. a-• foitoducçio de ata-binas inventadas pelos pe-Mm/mim,

< % Paraeáteflo qoe- nio ba ímompatibilidade algi»«Nto as doas peiictl-St porquanto o privilegio dè ia*!tro_l^<_ <fo. m^-feinas ooaheddas ná Europ* para amaiema M-rtria, m® pWe destruir m

'imp^^&m^m

pi% akw^ââ» te: «mim laatiunas. para o mmm fim.

¦$&

., « É, portanto, a Secção de parecer que sp conceda aosrequerentes um privilegio por çspaço de íOapnps, paraintroduzirem no Brazil as m^nas ,de sua.invenção,dbâwk@^4^ á^-feSfflfi^^l^^ííéro^^i^ â gfl|aTp^rcha,

o <t Sala das sessões, 9 dè Julho de «73*-*- Dr. iln-&Wfe úlvFrt ^/ei/a^^-Bacbareè José llQdrigues deAfWvedo ikínbeiro Junwr..m\À fy^q o . yA s ri,

tó Estando W hora bastante adiafotadíav o &íV|^idenlelevantou a sessão, dando para ordéto do dia da %üinte:discussão dá matéria"apresehlàda".—Joaçuim Antmwáe Azevedo, íí0 vice-présidenlè.^-Õir. José Pereira RrgfFilho, secretário geral.- JoiW ÊirkngeUsta ée flegrd-ros Sáyão Lobato Sobrinho, secretário adjunto.

Zooteclmia.Breves apontaremos s«br«» o en*tivo do bjcbo d» seda

na vrúvihcia dò Riu ttraade do Sal,, ¦¦¦ . . -?* ¦ • i > * ;, r 'j ¦ n ' '¦ '' f i •' i í . ..'.:, i .A ''¦::.¦ i 'Si.,., <.-•.«';» . í 5 -' -

{--'¦•¦ j . ¦¦*>-•;' ¦ •.¦-..'

POR HENRIQUE SCHUTEL AMBANER. /¦ ;-, i , a, "¦ .-.'.. A ¦ tA '

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^ Vanas circumsiancJas fazião suppor que a creação,4a Sericaria op Bombijx morj, devia encontrar, na pro-vincia do Rio Grande do Sul,, condições hí dl favora-vess. Um grande numero de $xperjené$s deve^tersido realizado ha muitos annos, ppig; q#tanlouacam-panha do Rio Grande como. nos terrenos par|içularesdas villas e cidades, encontra-sè a ahioreir^ aUesJando .orna idide avançada. Alem disso^ tepho noticia da di-versos enáâiQS; ujís por siuiplescuriosidadee,outrospraiíicadósporpessoas pouco contiéceclpr|s;desse ramoáp iniJusífia, cujos resultados nM,è|mp^fár|p, çqmpe,<ío pre*% amtAi ;

¦ -. Esses çalfiMÉ^^m$I& sfrpdp%o^ W*J^a^as^m^giénáe^ès^. ,': >Jj ssji|1 q^aaum W>

ântreianlo,, 'se^p^^^te^it f0&mfw

— 264

estudos, ^^J±SS'£S^^tando tambem ° ^™^doomdo entrar logoetc, e quem ^J^'JE£ptodüctores 1em concorrência^ com os .pawespro o

Nessas expeneacias »J6^^ intallivel, vemcapital d,spomve)e,^omo re« b & ^yKeKSlttrA,egre'e aoutros na provinc.a do R>'

^.f0^ râm0 de ih-Desejando *"? âí"S)|a

por diversas vezes b « 1 re<5Uilados. Nao e aeasrAS* r-fnâô SSKf. CaL 1 zem os profissionaes, todavia nao deixaJe Sr S ob/ervaçõe., para que se,a reabzado

tit* estudar, não me aventureinas^ .perieneias ao cultivo em ^ft^KLm diversos ensaios, oo intuito de apresentar uut

Secer S completo e que pudesse ser tomado emC°2_und?os

práticos, a primeira diffiçoldade a ven-Ée S ti na falta de amoreiras cultivadas m*como as que se encontrão na província do Rio GrandeRilsão consideradas em estado silvestre ou-seí-tit-condizem os italianos Em .«Wjjjjj^g* terrenos mais ou menos cultivados encontra-se a!mo eka bnnca [Monts albay ^«gg. verdadeiramente bellas; porém em geral a «M°das amoreiras são da espécie de Jforw

Jf aja™0

reira PfelaV que cresce sem cultivo, tendo por issoShas aspiras e espessas. Parecia judiciosa a obser-varão aue fizerão-me sobre a lagarta, que «jpanaoSequepaMo pôde perfurar * "^J!*gg£.

tar-se; e que 0 sueco dessas tolhas nao devia sernem muito nutritivo» nem bastante próprio, paraconseguir-se boa seda. ....".. , Mn .. Aieií0

Contra esses traticinios, os resultados, comojaâiv*.forio o» toai» fetizéà. Não sô as lagartas tanto nas

— 265 -

¦•#

primeiras? como nas ülthnâts mudas, ali_.ntavaor.semuito bem comí_ifòlba áspera da amoreira pretai;eômo desenvolvêrão-se perfeitamente, formando lin-dissimõs casulos, notáveis pelo tamanho, qualidade ccôr da íseda, quê variava entre o amarello côr de ouro## ttiMa alvissimo. Este facto foi ainda attestadoha exposição que o anno passado teve lugar em Ro-__$_?$ exposição especial desse importante ramo deindustria, na qual a seda por mim enviada, foi, segundo_»m unicâção do Sr. Dr. Capanema: reconhecida igual4 melhor produzida na Europa.

Diversosi autores italianos recommendao, nas primeirasmudas da lagarta, a alimentação com folhas da amo-reira silvestre, porque, segundo elles, a alimentaçãodeve ser proporcional ás forças digestivas do msecto.Essa razão nao continuará a subsistir quando o m-sécto áttingir maior desenvolvimento?

Não será nocivo á lagarta, que com o crescimentotorna-se mais voraz, a excessiva força de sueco da amo-reira erapestada'? Maxime sendo a amoreira da Europacultivada em terrenos que se pôde chamar artificiaes,pela quantidade e variedade de estrumes que contem/

As manchas das folhas da amoreira, ultimamenteobservadas na Europa e especialmente na Itália, nãoserão provenientes do cultivo indicado? Quanto a mimcreio que isso é bem possível.

A segunda difficuldade que se me apresentava parao cultivo em grande escala, era a da acquisiçao deboa semente, tendo empregado sementes deterioradase f ue não nascião, ou chegavão somente ate a 4» muda.

'• A razão dessa difficuldade procede de vários motivos*

Mhfteiro. por ser a semente remettida da Europa ou4e outros pontos, por pessoas que não tinhão conheci-mento . ò melhor modo de acondieiona da para viajar;ai, por perdas: de tempo em viagem; ^finalmente,S iniecção do mal qtae lém feito definhar essa ra-IlUstriá m maior parte dos paizes onde e cultivada.

Tive' oceasiao de observar essas causas, t^ntojasdiversas semente, que toão-mé envmdasxdaBàlia,

i':'.'l:V ri a, .. Jf) -'- ,,A,

Pnrineal e Fiança, como na qoe' remètteu^e o Sr, Pr.

h^^nT^*^ Im immensocontinhao, resenuao -f n"°

se bem que com

íf^rão me d Portuga nasceu, na maior parte, durante

Ivacêm continuando a nascer depois que íoi-meen-

IreZ e tSonfelizmente que nessa estação (mver-3as amoreiras estavão despidas de, folhas. ,

A semente japoneza foi remettida com. garantia de^Lm^ao director do Jardim Botamco do Rio de

ffl'Vdèílfteve o Sr. Dr. Capanema occastao

"ã^XtS?*» (20 de Junho) e oBrimeío ensaio que realizei, produziu resultados mo.to

Saiosà minha espectativa. As amoreiras apenasComeçarão a brotar, e isso mesmo nos terrenos muito

Sdosdesia cidade do Rio Grande. Devido á es-

2invernosa, o thermometro baixou freqüente-

Se ITm smo ai-fteaum. (40°Farh.), quando«< ventos S. SO. e OSO., que dominâo nessa estação,í nravâo com força; nesses dias era mister atear oS da estofa, para poder conseguir uma temperaturade 15 a 16» Reaum. na sala do cultivo, fe -fe

Esse ensaio apresentou excellente perspectiva, e ae

ião prospero resultado dei parte para o ^l0A^J^neiro. Todavia, depois da 4* muda aparecerão pscaracteres daatrophia, não conseguindo obter nem se-

üuer 1/10. dos casulos que esperava. , fe ; yCôntraribu-me este mâo exito> mui principaiinenp

- á«7 Tí;,

por tratar-se de semente tão recpmmendada, | porser a que na Europa gò_a dé melhor credito quantòâ robustez. Essa sèínèhté é da espêm bwoltwa, oque depois verifiquei, é em geral não é affecladà deatrophia. 4 4_ *

Casualmente tinha conservado dous cartões da mesmasemente em lugar fresco e arejado, o que permittio-me fazer novo ensaio em 28 de Agosto, quando asborboletas do i° começavãô a depositar a semente.A estação já tinha melhorado e com o principio daprimavera não sò as amoreiras estavâo bem suppndasde folhas, como a temperatura já tinha subido entre10o e 15° Reaum-, dominando o NE., vento menos frio.Ê«to ensaio correu muilo melhor, tanto que pudeconsesuir na 2* reproducção uma semente mais ro-busta;posto que ás borboletas tivessem algumas manchas

Estou convencido que a influencia do clima, por sisó é sufficienie para robustecer a lagarta e produzirsemente verdadeiramente sã. Cultivei em Agosto outrassementes, ás quaes chamo - naturalizadas- appli-cando o nome não só a que possuo de ongem italiana,e tendo iá 5 á 6 reproducções, como a outras rece-bidas do Rio Pardo, cidade do interior da província,e de Buenos-Ayres, ambas da mesma origem das que^Sses

ensaios, realizados com a mais escrúpulos-attenção, permittirão-me fixar a época, do cull.vo, as-sumpto primordial n^te ramo_de industria .

Tive por varias vezes oceasiao de observar que obicho da seda é muito sensível à temperatura artificial,por badxa que seja; o que fa- suppôr que o ar oxy-senado ê o que mais lbe convém. Nas experiências

$11 ra tóArn pratiquei, empava tabocapor-taleis, que transferia para ajn.nha .$«»£.quando o thermomelro baixava a IO Reaum.; conservando os outros taboleiros n'um grande salão ondese maticava o cultivo. Nestes últimos, observados^«^fflm mai7aUençãO, 3m?$$&±gartas jmorrôrío viclifflas fe* mfites que lhes erao

nroprios; ao passo que nps outros taboleiros, expostosas alternadas thermometricâs, não notei nem sequera 5' narte da mortalidade dos primeiros. Conforme disseaciimt ás lagartas japonezas ficarão expostas no salãoe sahirão mais robustas que as naturalisadas, fazendoquasi todas um bom casulo, embora menor que oí_n final

De todos esses ensaios colhi excellente semente,aue enviei â Europa, afim de ser examinada pondi-versos profissionaes; e ultimamente o professor Cor-nalin, director do Musêo de Milão, e um dos maishábeis peritos, considerou-a muito sã e belhssima,

Não é somente a sericaria que soffre com a tempe-raturà artificial; outros Bombyces-o Bombyx salurmaonSaturniaaurata eo B.splendida, resentem-se fácile promptamente. G B, satumia, chamado tambémB palma Christi, enviado do Rio de Janeiro peloSr. Dr. Capanema, em semente, nasceu alguns diasdepois de chegado. Como a temperatura esfriasse ra-pidamente, guardei o bocal onde fazia a experiência emlugar abrigado ; momentos depois, ao examinar as se-mentes, achei-ás nascidas. Collocando algumas lagartasdentro de outro bocal exposto ao ar frio, observei queconservavão-se sob as folhas, porém alimentando-se;não acontecendo o mesmo com as outras.

O R. sphndida encontra-se nas proximidades dacidade do Rio Grande. Com esta a observação foi maiscompleta. Recolhi varias lagartas empregando para aalimentação galhos da synantheria com que se alimentão.

Sob minhas indicações, o meu distincto amigo o1o tenente da armada Felinto Perry, fez em sua casaumènsaio, ao ar livre, collocando algumas synantheriasno centro de um caixão contendo terra, e sobre essasplantas as lagartas. As minhas lagartas, com 40 diasde alimentação fizerão um pequeno casulo, ao passoque as do meu amigo, em 38 somente, fizerão casuloçaaiof e nenhuma pereceu. As próprias borboletas re-sentem-se tanto da falta do ar livre, que é quasi sempreimpossivel fazê-las fecundar sem expô-las ao ar durante$ noite, presas a um ramo, ou dentro de cúpulas de

arame sobre taboleiros de rei va dos járâns* Supp© ado?que o casulo que o B. splendiáà fizesse em casa,abrigado das intempéries e das marés que alagão osterrenos que occupão, fosse melhor em qualidade, gran-deza e alvura da seda, fiz algumas observações queproduzirão resultados negativos • o casulo. encontradonos pântanos e macegaes é mais claro, mais brilhante,e de maiores proporções que o cultivado em casa.Que causa actuará na producção desse phenomenoíA lagarta quando dentro dos primeiros fios de^edaque formão o casulo, emitte um liquido amareltado.côr de telha, que tinge a sua prisão; essa côr con-serva o casulo trabalhado em casa, no entanto que osilvestre perde-a com a acção do sol, da agua ova-pores aquosos. J

Gònsta-me que ha grande empenho em fazer-se ocultivo desse Bombyx; pareceu-me entretanto que sera;sempre mais penoso que o ão sericana, e o resul-tado não poderá ser tão vantajoso.

Das observações por mim feitas sobre a tempera-tura artificial e natural, e de diversas observaçõescolhidas no cultivo por pessoas que empregarão se*mentes fornecidas por mim.* tenho chegado? ai per-suadir-me que as causas principaes do detinnamentoque se nota no cultivo, provêm dos estabelecimentosque são privados doar livre, do ambiente geradopelas evaporações ou transpirações das folhas da amo-reira, da exsudaçâo das lagartas, da humidade deseovol-vida pelo calor concentrado do local, e dos agentesabsorventes do gaz oxygenio tão precioso e necessáriaá sericaria. . L_u_IiL'';

Outra causa que julgo nociva, consiste na elevadoda temperatura nos estabelecimentos de grande cui-tivo acima de 1_ Reaum.; se o inseeto pai_e entãoalimenta-se c_ mais voracidade, isso 4-M&2nocivo, porque apressou o curso natural da& ^dase não consegm.se o dese«w«fMM . g_»W*.lagarta; que gas-a 4° a *2 dias para subir ao; bos-

qUEmiMo estas

'tò,^^^^^^^^

— «o

me autoridade na matéria. . a- Fk• - - •Fte™utros ensaios, tanto em meados de Setembro,

_.nmo em orincipio e meados de Outubro. Em Se-íembro^ amorèiras -ão abundantes de folhas eapro-S para fazer-se o cultivo em graude escala. Em§___br_. ]*» no flm do cultivo, a folha torna-se mais

áspera e seca facilmente, encontrando o msecto re-

pugaancia em alimentar-se. Esse inconveniente ^oderemediar-se com as amorèiras podadas e enxertadas,ou como costumava praticar, amiudando os pastos eoromovendo a ventilação do local. ^ ...

Dos diversos ensaios que pratiquei, deprehendo quea época mais própria para fazer-se um cultivo, comoramo de industria, é em meados de Setembro e emAgosto. Em Setembro a estação esta bem definida,ha muita igualdade de temperatura (14 a 16'Reaum.),o m. domina quasi de continuo, prevalecendo o bomtempo, sem commoções atmosphericas, e direi mesmosem a menor osciliação barometrica; o que e excel-lente, sobretudo, para os que suppõem que as trovoadassão nocivas a tão importante industria.

O local pôde ser aberto e não é conveniente arma-zenar grande quantidade de folhas de amoreira, comreceio das chuvas, que quanto a mim são da melhorvantagem.

O fim de Agosto é o tempo que parece-me maispróprio para fazer-se um cultivo especial, e obter boasemente, que, no interesse de promover-se com ellaum ramo de commercio, espero não tardara a rea-lizar-se, logo que seja bem conhecida na. Europa aexcellencia da semente produzida no Sul da AmericaMeridional. Embora se observe em Agosto uma tem-peratura baixa, esta não ê tão sensível que possa sernociva ás lagartas; e como em todo o caso essa baixaé contada com os ventos de SE. SO., basta que os es-tabelecimentos de sericultura est-jão abrigados dessesventos e quando muito se colloquem reposteiros nosquartos, tendo ocuidado de conservar ps tàboleiros emperfeito asseio 0 não amontoar folhas de amoreira. Essa

época é a mais própria,, para S*jfc^^que éntSo pôde chegar âEoropa *fgWff

tpTdo^rSezVao S --n^.Ficaentendido que refiro-me ás sementes annuaes, que sao

S as suas admiráveis condições physicas e clima-S ao mercado que ê mais estável, menos lon-Suo ê mais proficuo^de semente.verdadeiramente sa,e primeira qualidade do precioso w«**fe .

Resta que o governo encare um £?*«»£,lentamente esse ram o de industr a. Se a pr .mearastentativas forSo mal succed.das, ->1™™ em «rmmPTdesa^^ * outros

pate" S que oP ^asilenvid^ maioresborcos auem sabe se com pesados sacrifícios, e no eorgS-seem possuir, como fonte de nqueza, o queouVora lhes parecia pesado ônus.

Matorio dos trabalhos da Sociedade AuxiliadoradalatoítriaSacioual.

':.-¦,.¦¦ ¦'-.:....,,: ¦ " '.'¦ *

?¦¦ :

rum p Exm. Sr.-Na marcha progressiva e ascen-

dos conhecimentos l^MH^ ,uem cabe.dar um amplo.desenvd mveotò para ver a qu _a palma da vic ona "^^

J'a qual se denominaque todos se ^ao

empennaao^ q"

SíETtf vetdSo tetóSS* dos sentimentos das. -SP&iifW só nelleUntrãO a garantia de

S°lSmeiSpre, porém, não traduâr mal est*-

— 272 —

tão legitimo pensamento;, dando força evigor? aquellejque entendem que progredir é aproveitar só o que emáo, imitando e copiando de um modo desgraçado onue se passa nos outros paizes, sem attender a natu*.reza daqueile em que se vive, nem tão pouco ao me,-,lindroso dos assumptos que se põe atropelladamente.era execução sem o menor estudo, nem reflexão* paraque infelizmente tenhamos sempre de lamentar ; sejaoos retoques e as emendas o ultimo ademan da nossaiperfeição. ' ¦_• . A A

Outro não pôde ser o nosso modo de encarar, o>que se passa entre nós, todas as vezes que serefleeteum poucò%| má e inconveniente applicaçao que con-stantemenle fazemos desse admirável vocábulo, estadoinfeliz e que perdurará por muito tempo, se não offe-recermos ao '

povo mais sólidas garantias de sua exis-tencia, proporcionando-lhe uma instrucção séria nosdiversos ramos das sciencias humanas, único meio dechegar-se a um desideratum satisfactorio, e não acei-tar qualquer idéa* por mais extravagante .que seja,:pela deficiência em que se acha dos elementos indi^pensaveis ao desenvolvimento de seu espirito para)poder distinguir, com o critério preciso, o bem dc^mal. ' ' \.

Basta de escuridão e trevas. E tempo de terminar oreinado dessa prepotência mal entendida, e que acre-dita grande victoria o triumpho que alcança, quando,zombando da ignorância, serve-se da pouca sciencia-e mal preparada que possueih em seu detrimento osinfelizes que eüa arrasta de um modo indecoroso einiquo, por falta de conhecimento dos seus dcver.es*para sanccionarem com seu voto e a titulo de pro-gresso os mais estupendos e imaginários absurdos."

È a propaganda a que de ha muito se propõe estaassociado; por isso que, conyepcidado papel impbrr-tante que lhe cabia representar, bem comp dp lugardistincto que lhe toca, entre a$ instituições qp_setornão recommendaveis pelo w zelo e dedicac#o^julgou de sen dever chamar a si essa ^liudw^ ta-refa, para que ross* traduzir em ,%tps a fiação

«justo conceito em que étída por part* do paiz quepensa e dá valor aos que trabalhão em prolcdo desen-volvimento das grandes idéas. ..

Assim tem feito, por muito confiar no civismo eamor pátrio de muitos dos seus associados, para osauaes não ha esforços a vencer, nem obstáculos a su-nerar quando se pensa em bem servir aos seus seme-lhantes, bastando para contentamento seu que^pasempre saudada como instituição útil, porque a gratidãonublica è o maior prêmio que ella pode almejar eúnica recompensa que lhe póde ser conferida, emtroca do desempenho nobre que busca sempre dar aocompromisso que tomou em seu programma quandoSou-se, perante o paiz que a observa e tem direitode tomar-lhe contas. .'. ,.

O histórico rápido que vou fazer, confirmara o enun -

ciado; sentindo apenas qne, pelo desenvolvimento^tem tomado nestes últimos tempos esta instituição, euiá nâo disponha de elementos para tornar bem claro omuUO que ella tem feito e o que ainda pretende fazeroara tomar a verdadeira posição que lhe .esta resernvadá nos destinos deste florescente Império. „fâ

Farei, porém, da fraqueza força e en tao V. Ex* p^oresumido esboço que passo a fazer dos trabalhos queher/ao confiados4 e daquelles «uja iniciativa lheco*-

be, aquilatará do quanto é verdadeiro o exposto

^Segundo o plano adoptado nos annos anteriores, co-

meçarei pelo estudo dos trabalhos sujeitos&*mmdas diversas Secções em que se acha dividida esta So-

ciedade, principiando pela da Agricultura. J r

SECÇAO DÊ AGRICULTURA.

Continuando debaixo das vistas de distinctosrprofis-sionaes, tendo como presidente o .nosso aelivo, inçansanX zeloso consocio Dr. Nicolâoi.«irfmMM estaSecçãonão se descuidou vm só momento da hemicum-

-r 274 -

immensa, rwas vezes foi consultada, toçando-lhe uni*camente opinar sobre:

As propostas apresentadas pelo nosso estimavel con-sócio o Sr. João Coelho Gomes, e que têm por fim pro-curar, por intermédio do Governo Imperial, acclimarentre nós o tão celebrado Condurangp, e as esponjasdo mar Jonio, bem como sobre um novo processo de

plantio do trigo, que na opinião do seu autor 6 pro-mettedor de vantajosos lucros. v

Tomando na devida consideração as idéas do lUastra-do consocio, foi a Secção de parecer que as duas primei-ras idéas podião em breve ser levadas a effeito e comtoda facilidade, e sem dispendio dos cofres sociaes, pelaSociedade de Acclimação ultimamente installada, deixan-do de emittir juizo sobre a ultima, visto que, perten-cendo ella já ao domínio publico por se achar archivadano Jornal da Sociedade, cumpria aos lavradores pondo-aem pratica, dar um juizo seguro, filho dos resultadosque por si alcançassem.

Tambem foi sujeito ao seu julgamento a petição em queo Dr. Guilherme Schuch de Capanema pede privilegiopara usar no Império de um processo de sua invenção,destinado a extinguir a formiga saúva.

Quem conhece bem de perto a historia das devastaçõesproduzidas pela formiga saúva e os sérios embaraços queencontrão os nossos lavradores em vencer esta praga ter-rivel, que tanto mal lhes faz, poderá mui judiciosamenteaquilatar da attençao que a Secção teria prestado a esteassumpto.

A Secção entendeu, no caso de ser bem aceita a pre-tenção do illustrado Sr. Dr. Capanema, opinando emrelação á questão nos seguintes termos:

<. O Sr. Dr. Guilherme Schuch de Capanema, pedeprivilegio por 15 annos para um novo processo de suainvenção e destinado a extinguir as formigas saúya^enitoda e qualquer parte que appareção, e como a principalbasede seu processo está na presença de uma substan-cia de difflcil importação, pelos prejuízos qué pôde occa-sionar, deseja o peticionario que faça parte do privdegio

.;f-tò__-^mAo

quanto é possivel apreciar-se> ementeum processo, o do Sr. ?r-Capanema^pare^deverpro^duzir vantajosos resultados; entret_nto, se estes naoeorresDonderem â expectativa, ainda assim o s mplesSTcreação de orna industria nova no Brasil, quala do febrico do sulfureto de carbono, >So empregadonas artes e na lavonra, é razão mais que sufflc.ente para

q„f^couea Secção o obfecto sobre que teve de ennn-riarse visto oue não imitou-se somente a mterpor

jSStSH processo, mas ^SSXíSffíZlonge ião as suas vistas na segunda parle da petição, e que

stsíSSfíKW»"Soda

ã sua informação a &&"*!$*

de amostras de produetos do Brasil, e .e*pw.»

"Sa tesS-da não foi decidida porquanto pare-

seja satisfeita em seu desideratum, além oe quotambém de ser ouvida a Secção de Commercio,

o quetudo impede de uma decisão apressada, *»J*sto»te os

iUtS S-recer, o A.viso n.gg^tSÜtura, Commercio e Obras ruDiicas, u-uauu

-276- ¦ ;:

¦; ;•:.'.'

Julho d óanno passado, para que, tomando conhecimentodo conteúdo do mesmo Aviso, haja de informar, pessoaidônea para debellar o mal da epizootia, que, segundocommunicou aquelle Ministério a presidência da provin-cia de Matto-Grosso, alli reina com toda a intensidade.Respondendo, é sua opinião ser provável existirnesta corte pessoa habilitada para o fim de que setrata, porém que, não a conhecendo, não lhe é possívelindica-la; lembrando que seria mais acertado encarre-gar-se a qualquer medico civil ou militar, residentenaquella provincia, o examinar e-aconselhar áautori-dade competente, os recursos convenientes para a remo-ção do flagello epizootico. Diz que a necessidade que omedico tem, para o bom exercicio da clinica, de estudara physiologia e pathologia comparada, e conhecer asrelações existentes entre as epizoocias e as epidemias,justifica exuberantemente o acerto dessa sua proposta;e conclue dizendo que é oceasiao para se fazer sentir aosaltos poderes do Estado a urgência do estabelecimentode uma escola de veterinária e physiologia comparada eexperimental, tão fecunda em felizes resultados, tanto: ácreatura humana, como á industria pecuária, eque livra*ria o governo de embaraços como os em que se achana actualidade. ;

Tal foi a historia da Secção de Agricultura, pelo quepassarei ao estudo da Secção de Machinas e Apparelho..

SEGÇÂO DE MACHINASX ;f

Não^ obstante a grande controvérsia havida entre oseconomistas sobre o gráo de merecimento em que devoser tida a questão do estabelecimento de machinas emqualquer paiz, no que tende ao melhoramento materiale intel lectual, eu,opinando com os que lhe attribuemumpape. importante no progresso e caminhar dos povos,sinto prazer tendo de dar conta do? elevado numero* de?pre tenções sobre assumptos desta natureza, que forãosujeitos ao estudo? da nossa sociedadei ¦*¦>'¦*

Sobre eliasopinou sempre a Secção de que me oecupo,representada por distinfitos e analisados proissionaes,

277 -

com o critério e circumspeoção que era de esperar doescrúpulo e atilamento dos membros que a compõem,vtmmenso foi o quinhão que lhe tocou na distribuição

dos nossos trabalhos ; mas cabe-lhe tambem a gloria dedizer que foi sempre prompta em não demorar os papeis,ouvindo a Sociedade os seus pareceres, com a distmcçao<pe ella merecia. ¦''•'"

Opinou ella sobre os seguintes requerimentos:Requerimento recebido com o Aviso do Ministério da

Agricultura, Commercio e Obras Publicas n. 17, datadode 6 dê Abril, em que João Baptista Lallemant pede pri-vilesio para usar de uma machina de sua invenção,destinada a descascar, abanar e peneirar o café; tendosido sua opinião que o peticionario apresentou apenasuma ligeira descripção e um tosco desenho da machina,doaual nada se podia deduzir sobre o merecimento do

pretendido, pelo que acreditava não estar sua petição nocaso'de favorável deferimento.

tambem se mostrou infensa, ao pedido.de privilegiosolicitado por William Watts e Daniel Flelwood, resi-dentes em Birmingham, na Inglaterra, em que se propu-nhão a introduzir e vender no Império machinismos desua invenção, destinados a melhorar o fabrico dos vasose vasilhas ocas de metal, visto haver no paiz montadas eá venda muitas das machinas para a qual pedem favoresos peticionarios. ,

Além do conhecimento particular quetmha da questão,conhecimento que forçou a tomar tal^hbwjçao^aSecção foi remettida uma carta do Sr. Antônio Jose ter-mSeLrta em que reclamava contra o privilegioSo S Wal s e iWood, por isso qoejá existia nos

6 t&SXXZ SSinião sobre o requeri-

mpmorSdo com «Aviso do Ministério da Agriculturafa? daS dftóâe Julho do annOupassado, em quetos e Mem, constructores de machinas em Ba e, naSSsoWivilegio ^r vtate «^«g;zi rém !e usarem á&mm apparelho destinado ao fabrico

- 278

Ao m de illpminação; pensando ella que podia ser«oncidido o privilegio pelo tempo pedido, especifican-Tse ^respectiva carta que a concessão só se refereaoannarelhodescriptoe representado nos documentosSosà petição, e que em hypothese alguma este pn-S poderáembaraçar á importação de apparelhos2n o fabrico de gaz, americanos ou inglezes, fundadosem outros systemas e construídos empnncip.os diversosa0kftRSÍ0de sua apreciação, o r^uenmentodeíernardino Salomone, pedindo pnv.legio porvmteannos para introducção e venda no paiz de apparelhosdestinados ao fabrico de gaz econômico, pelo systema deR^mandoeÍtobre

o requerimento, em que CasimiroManoe1 Tèiseira Júnior pede privilegio para nsar de umamachina de sua invenção, própria para a pequena na-tcS e especialmente para a fluvial, a Secção opinououe não pôde ser concedido o privilegio pedido, porquetóo pôde o invento do supplicante ter conseqüênciaalguma pratica, visto qoe a applicaçao quedeseja fazer aSena navegação, ou melhor ápropulsao dos botes eSres, seria por certo muito inferior a bem conhe-cida è usada propulsão por meio de remos; e porque ospropulsores de rodas movidas a braços podem servir,Soando muito, em embarcações de prazer, navegandoem lagos arlificiaes, no interior de parques, nunca paraapplicações industriaes on mercantis.

Não devia agradar ao inventor de tao ulil descobertaa decisão tomada pela Secção; cumpre-lhe, porem, re-sisnar-se, pela convicção em que (leve ter ficado, de queassim opinando a Secção, fez justiça ao seu aturadoesforço para conseguir a apresentação de invento taonotável. ^ v , „nn

O mesmo nao aconteceu ao Barão de Campy, quetendo solicitado do Governo Imperial privilegio parausar de uma machina de sua invenção, destinada a furar% cortar pedras, a Secção, emittindo o seu juízo ares-peito, foi dè opinião, que devia o peticionario ser con-siderado como inteodoctór neste paiz de um invento ulil,

— 27.

_nns termos da lei de 28 de Agostode 1830, eaegondorPraSSéÇi. . rendado com nm privilegio pordtS Sentidó fi_r_I se déciclio sobre a pre*

»__WaV_TíB__3_ Sou pela concessão do privilegio^ed.do

Si consütuio objecto de sua attenção o Aviso doM>>nda wnsinuij Julho do anno pas-

?f_5_&_iift'-S!5SP^,^ KKnsl^etdaH mixlas! enrijadas

eq2?e_ Wecer da Secçãotolan^ d»,enão

obsíantc o bem ^^^f^^^^curou demonstrar e elogiart systema ae poqne se pedia .K"'^^"*fiâfconcluso*, emacOin|im|^relato as bem\\^Wwweriô a petição, mani-do estudo do systema, »^»5^J£j rejeitandolestou-se contraria a concessão d> prmwg». J

portanto nesta par e P p**^ emquepelo conselho, depois de üemoi Drs.tomarão parte,os .Srs. Jis«md s%ofeelheiM Azam-Pereira Rego Filho, ^"^^".ommendador Azevedo,buja, CondeSRW^Jff^jSSManoel Garcia

e Visconde de Ba bacena, o q iK emenle e que se* que a questão foi estudaaa co do

parecererrarão os que rejeitarão a "Smjgfo, de que se

possuirão, de que outra nao _- y 0^^

,,¦

— 280 —

a^«r«.* ^[ ^J-Ecoiiomia rural.¦* :¦» nv H ¦ ";,U

POÇOS INSTANTÂNEOS¦-t:t; (i íí'>í": • -¦:. < • >¦ ¦ -!~ !í ¦ ¦•¦¦ •

^J .$.«a Historia, descripção, assentamento e vantagens de

seu emprego na industria © na agricultura.¦ ¦ ,•'.. .A.' '• s ¦ . •

= ; ; (Continuação.) ;:*.\,

ASSENTAMENTO.

Chegado ao lugar, onde deve-se assentar o poço in-stantaneo, a primeira cousa a fazer-se é a verificação detodas as peças, tanto do poço como da machina, e tendoa certeza de que não falta peça alguma, pôde prmci-piar-se o assentamento.

Em primeiro lugar levanta-se a tripeça, bem a pru-mo, o que se reconhece facilmente, quando o prumodo centro da chapa superior cahe a igual distancia decada pé. .¦¦ _^

Depois adapta-se o collar sobre o tubo perfarante(que tem a ponta de aço), pouco mais ou menos a20 centímetros (até 1 palmo) acima da ponta, volta-da para cima a parle de. maior diâmetro. O collar deveser apertado com cuidado e igualmente com cada pa-rafuso para conservar as duas partes sempre paralle-Ias, unindo deste modo e apertando perfeitamente ocollar sobre o tubo para não escorregar, quando re-ceber os choques do moitão,

Feito isto, passa-se o tubo por dentro do moitão, dümodo que as orelhas deste fiquem para cima, e pondoem pé o tubo, faz-se entrar a sua parte superior noburaco da chapa, tendo o cuidado de pôr o tubo bemperpendicular. Deve-se lembrar aqui que esta opera-ção de assentar o tubo bem perpendicular é .muito im-portante, e que de vez em quando deve-se" verificar seo tubo consèrva-se a prumo. * '

Amarrando duas cordas nas orelhas do moitão, pas-sao-se nas roldanas da chapa superior^ para poderemlevanta-lo, e caftindo depois sobre o collar, que é liga-do com o tubo, o fará peiietrar no terreno.

Neste estado acha-se tudo prompto para um bom as,sentamento, que principia-se puxando igualmente porsobre o collâr, e fazer penetrar o tubo na terra al|qn*,cada corda, dè modo a dar pequenos choques do, mortao.•o collar toque quasi no chão. Suspendesse: depois

^omoitão para poder afrouxar o collar, e levanta-lo de20f30 centímetros (tal 1/2 palmo), segundo a durezado terreno, apertando o collar sempre, como ja temos

. ^Smúa-se

do mesmo modo até, que a extremidadesuperior do tubo saia da chapa superior. m ,

Wa-se então o ^ta'lP*.&™^-££.perforante o l^o-guia, moàmtii^oa^mm^rior pelo seu maior diâmetro ea parte ©Çior dentro^aolubo do pSço.Continú «-se a enterrar o tubo até que najenha^na sde 20centímetros (pouco ma.s ou menos de 1

natmol fora do chão. Devemos dizer aqui que quando oSJ? míenSo UO m (6 palmol). «f^menos, segundo a qualidade do terreno, pode-se levantaro coMar 3 ou 4 palmos cada vez. ,. .

Parafusa-se um oulro tubo, tendo o cuidado de fazerbem a juncção para não deixar^ passar o f^ f

Continha-se a enterrar .este tubne o>Uro^ •*<>

garem á profundidade, onde se suppoe haver água.

,1Cançado.s=S

ümarecommendaçao essencial, que oevmiiu^

¦o. fi i ,j>. ,„/ i...»*' -

má, ê á ile ter '.«^Wi'^ AiMB^

A eomo'à«b_«.#-£» #ÍM|WUm tíôtíco ÍBáis «Io ter àgiia. islb pbde aconWfierquando o tubo enche-se de tèj^OU p}8 are^pa^uanão $de iygaf íaciltoèti^, |% sp.Ma^w ps buraqut-nhos do tubo cp;nipí#ient$Mup^s. . < ,-vtfir 9ftiV se^ãber se%!$9 efip^ S^M^M íTO11debela, (éJneée^Sb tp^á^om^ WSfW ^ífoír^oj^lb! enMráMb,ueBm & $W&fi¦?*'eòlihècefe^ieflò: a tfi^ e ° $Wriíríniehbááyhla. •-.. ¦ , , > v u.ú i%^*lSte^enterrado.'_ntrod^se,d#àí^aen^00 poço osIpeque-nos tubos até ctjegafèi*. â peja Fp «JP°sfSAíííárSb^;|fi§ Se! re#^ sobVeva qual atarracha-se a bomba.

'..' \ \,^,ii , ,,.,

'., -n^iv' »i -.->..i;i tutO -.

fácil cmWç|ó dáWra püfe áéiá-, ^e'pode .existirnofutido^ò »Cffi ÊÊMw1 agua

"no funtí, a&Sa Me, chega pdo ap ((ubfJo (Jo tu|odo po^b, ^enpá e wpfò tertá, ;bü a ^ip, que assipièmlíèBiyiâ enírã coinii^ nóis:p^en^s ^ubos? ^«nestescondições se tocar a botòba, é n^ui^iie a ^uafubatil^PWen^tubbs,^e WW se confíhiiâr á deitará^bomba, $mw. a sahir. oje tpdô a te*ra,ficando ao

ÍÉSÍot ff i:^:p^í^%aj^S 9.

túfrpWp#^M^%Soí| fltpflll

iifa ojpe Me c$c^víéi\

283

tttráhálho do assentamstfte 4ó-sjqçQs instant^os,^muito«s;tí«»| •porque muitas «ousas, 0?%M% $vM®hh$W'Çer^nuéiosamente, compréhende;sef»^f"|se nas mãos todas as J|%;Jp ia^ simples, e.osiainténçlO.': .'..,. \ >¦ 7,a , xy.

-Vantagens %ms «papos. .7

taraiWlhorlazerooffiiaffpns Jdòs poços instantâneos,. prmqpaweme ^ijwm

termos feito o possivel para «muiVoS^pl^ |Jf^tSS do assentamento, vamos resumir fm mpS Ito o que temos dito na.parte que trata tecomposhâb e ássèniameüto destesjQÇ^. • ¦, .

Dm io.instantâneo ,é,*mP»f*>níe jjW^tiiwrift ferro íuntos.uns aos outros por meio <mpa^fZ mKmS extremidadftsuperwr^ *P<^

nwHo ,s«Bples.>Pw,to6Íliter<-& ,vf«Ng*^:K nHtfwno, elle é,«nado de ^f»^raà

(3 palmas ^^^iiíamhcmumônt^P^^"1;4 ;*

f^m facilidade -^«^^fflffS^rs^stsrstntrdfaia»<i'a#ua. éni?e€iso sonaar para,^^nü*VDÜ_4t,Kí4t'^rtrí*tó

para a agricultura; vantagens e qualidades que v*

- __B4 -

samos a descrever, para fazer melhor comprehender osresultados que se podem obter com esta invenção.

i o a economia de tempo para estabelecer um poço,visto que. mesmo nos casos dilBceis, não é preciso umdia para fazer o assentamento e ter água.

%• A superior qualidade d'água e sua frieza; por-que esta água, contida na terra e chegando a supernc.e

por meio de um tubo fechado, não esta su.e.ta s va-riações da temperatura e aos graves 'M^n^J™apresentão os poços ordinários, pelo fado de referempoeira, terra, folhas e outras matérias trazidas pe ovento, nâo fallando das que por acaso ou intencional-mente podem cahir nos poços.

3.* / grande quantidade dágua que dao estes poços.Nos poços ordinários o nivel d'agua baixa rapidamente,se se tira muita água sem parar a bomba, ao passo quenos poços instantâneos pôde-se dizer que quanto maisse toca a bomba, mais a água vem em grande quan-fiíiíidp

4 • A facilidade e commodidade de poder estabelecerestes poços nas officinas, fabricas, engenhos, no interiordas casas, nos mattos, para machinas locomoveis, ser-rarias, etc, etc, emfim no lugar mesmo onde e neces-sario, pela razão de que não precisa de muito espaço,de materiaes volumosos, e não dá o incommodo de re-mover toda a tarra, que se extratie dos poços ordma-rios, visto que nos poços instantâneos todo o trabalhoconsiste na iotroducçâo de um tubo, sem transportesde terras.

5.» A pouca profundidade em que acha-se a águaem relação a um poço ordinário, feito no mesmo ter-reno. Com effeito, a experiência demonstra que, ha-vendo um poço de cada systema, estabelecido ao ladoum do outro no mesmo terreno, o poço ordinário pre-cisadèmais profundidade para se obter água em igualabundância; o que é fácil comprehender.

Quando n'um poço ordinário toca-se a bomba semparar um certo tempo, todos sabem perfeitamente queo niyei d'agua baixa rapidamente, e se se continuar,,acontece que o poço fica vasio.

— 285

Isto provém de que a água é obrigada a seguirmilhares de canaes pequeninos para chegar ao fundodo poço. ,

A differença entre o nivel superior (quan do nao se

toca a bomba) e o nivel ínterim'.quan «oo WJ «

somente a quantidade d'agua que se tira, ind'C. » ™ie

rença da altura, que existe entre a ca^da f

água »o

terreno e aquella, em que a bomba è obrigada a ir

buscar a água com" um trabalho regular,vpiamns Dorém. o que acontece nos poços mstan-

água directamente no terreno.Fila vem nor conseguinte, com muito mais rapidez

torreSTo quo não é por conseguinte precise:[««espmrque ella chegue, como acontece nos poços or,

dinarios."fí o PAdê-se obter avultada quantidade d'água, esta-

JS5T_SS daíàTmesma quantidade d'agua que os

nocos assentados separadamente. .T Zlraordinario fatMidude .u. ^«*d^r mudados d* um í«9arpara outro; o que J»*»

- 286 —_ >

obriga a subir com o tubo, a que se acha, apertadoe lifí<.dtf'

Esta particularidade dos poços instantâneos poderemcom facilidade ser mudados de um lugar para» outro,os torna quasi que indispensáveis aos lavradores, querpara os rociados longe dr casa, principalmente parapastos de animaes nos engenhos, quer para irrigaçãoprovisoriaí ou definitiva dè' jardins, hortas ou qualquer

8.° Estes poços servem também como sonda para-es-collier um lugar, onde deseje-se fazer um poço dealvenaria, pela facilidade que têm de poder ser mu-dador de lugar; até'achar-se água.

91" Pôdfcse quasi sempre tornar a seu estado pri-mitito Ufú poço ordinário, que não dd mais água ousemente em quantidade muito diminuta, assentando-íhe no fundb um tubo de poço instantâneo, e neste casotorna-se uma espécie de poço artesiano, pela razão deque recebe, pela parte inferior, a agoa contida no ter-reno em ^ma altura superior ao fundo do antigo poço,cuja água subindo pelo tubo, vem encher o poço atéseu -amigo tánl.

Jt). Emfim, acontece algumas vezes, segundo o ter-,reuo e a natureza da veia d'agua, que os poços instan-taneos tomâo-se poços artesianos. Neste caso nao hamais precisão1 de bomba; a água corre sempre pelotubo sem nunca parar e é somente preciso dar-lhe es-gelo»sem tapar o* tubo, porque isto poderia perturbaro terreno inferior e acabar com a saliidá contínuad?agu&.

Depois ó% fer descripto as vantagens destes poços,nos parece desnecessário indicar quaes são todos oscasos; tanto na agricultura como na industria, emqm será preferível ou util assentar um poço instan-t»_fe#.

Pelo qiie fica exposto, vê^se que com os poços instan-taneos obtem-se economia de tempo, dinheiro e facilí-dade de emprego. Muitos lugares não têm poços, porquesão difíceis de fazer; inconveniente que desapparecer^

!¦[

completamente, quando os poços instantânea foremm£rpSeeCSnecessario fui» das vantagens que

balhadores só- teto águade cacimbas,-que muitas vezesé

?SSs, accrescen^ amda a descripção da ma-chinanara os poços de grande força, mas como so saoemnSns emPtóos mhé*** pensamos que semSfto somente uma descripção compe to dospoçtóde laso geral, ¦ que prestão serviços a industria e agricultura de todos os paizes; ;j. gmn-e, ,

Engenhe^Oy m$*

Maranhão, 3 de Janeiro de 1871.

* ¥~ »a,.»<i&A »««ucar e caí®*

a Pxnortacão destes ramos da industria naci^!R5il'!»W'« <* sentes valores:,

ALGODÃO. KltOGtUMMOS. VALOIÍES. .

«l~Ío' ftSi'.3S 36.3(50:59^00ÍSST" «71 S8 306 0Í3 24.4*3:9*8*000

ASSUCAR.

,8f" 8io' mW»TO5 2&04ft:5^#»0

'JST-iSk: íaSSB ium*»

— 288 —

CAFÉ. a;

4867-1868.. 213.6*6.938 83.610:731 _J>0001?68- l<69 228.041.04» 90.517:82í*WOO869-870.. 186.838.237 77.0*6:4228000870-187Í.: 299.590.341 84803:=00

1871-1872., 243.584.360 71.645:b59#000

Pela comparação dos algarismos de cada um dessesproduetos no exercido de 1871-1872 com os do ante-íi or, conhece-se: que o algodão leve «|"|_"i5.193.815 kilogs. na quantidade, ede H.206:98b„ 000no valor; que o assucar, o de 6.679.375 kilogs., e de3.268:535^.000; que o café mostra uma diminuição ue56.005.981 kilogs. e de 12.858:250^000.

Consumo de ga« ém Londres.

Em 1872 os habitantes da cidade de Londres pagarãoL 2.351.488, cerca de 21.490:38352> rs., pelos 12.16omilhões de pés cúbicos de gaz que consumirão; no fa-brico desse gaz empregárão-se 4.615.773 toneladas decarvão de pedra; a illumínação publica custou L 251.14 /,cerca de 2.260:323$000; os preços do carvão da qua-lidade empregada no fabrico do gaz, de 186Za 1S72,oscillárão entre 5 schillings e 3 pence (2$362) e 6 snrl-lings e 9 pence (35.036) por tonelada.

No Reino-Unido existem 1,360 fabricas de gaz, sendo1,053 em Inglaterra, 207 na Escossia e 100 na Irlanda.

Destas, 89 pertencem a autoridades locaes e 69 a par-jUculares.

Meio de reconhecer a ^falsificação do sabão negro.

O sabão negro contém muitas vezes fécula, fadoque a simples inspecção não pôde reconhecer; ora, 100kilogrammas de fécula valem de 20 a 45 frs., em-quanto o sabão negro puro custa de 60 a 70 frs. epois convém reconhecer a falsificação.

— 289 -

Para pôr-seem evidencia a Pancada fécula, basta

esmagar entre as lâminas de um porte**£*£¦£croscepio um pouco de sabão negro «M»»""^uma «beca de alfinete, e os olh°nstn^s«'br'rAO l0°°

centenas de granulos am.laceos entumeudos.O sabão dissolve-se completamente e a fécda de

põe-se e fôrma, deseccada. uma espécie de massa^uivprulenta de côr acinzentada que se pode pilar, e quo_?__dn-a-u e levada ao estado de g.mma çonsis-Se. coto de azul pela addição de um soluto de

10 n'sabão negro é de um emprego geral na indus-

tria e na economia domestica; convém portanto reco-

nhecer sua pureza.O âmbar.

A quantidade de âmbar colh.da na Pruss.em^STOelevou-se a 70.000 kilogrammas no ™l«

^^primitivamente colhia-se o a<»bar nasmage™™™

t,os por baizo da suP?rBe.e o solo Ca«ro c

deargilla contém mavs«eiJ d de amb ar. ambar

.

cão custa cerca de 1^)00 porKii. u *

prozimamente de í_O00 a 13® por tal.P

O governo, como recebe »m. >Xl£la?se ml-

rsJM-S_s5__r_Kmover o augmento da rendas does a<j°- *- ;__ .¦=¦-?_;SSs—" **somma no primeiro anno de exploração.

% >mtfc% de twpshamipar em Stmdsvaitynâ &ieeia(Tnrpshammar Tramassa Fabrik) fornece esta massaem folhas delgadas ou grossas, ^»«°J»^e240 libras suecas, ou um décimo de tonelada mgleza.O'preço não SO pôde fixar exactamentev mas os cálculosnão, serão nraito errados, quando se adopte como baseo de -60$ a, 7»-forits por tonelada a bordo.

O processe nesta fabrica é mecânico, e o pinho e amadeira, cujas fibras se aproveitão.

Relógio ciirioso.

Uma das curiosidades que deve figurar na exposiçãodeVienna, é um relógio feito inteiramente de crystal derocha. Ha muitos annos um operário de uma tahricafranceza resolveu fazer- um relógio, cujas peças todas,menos a mola real, fossem de crystal de rocha; ao cabode trinta annos de trabalho concirno a sua tarefa, ioaasas peças são seguras umas ás outras por parafusos decrystal; o escapamenlo ô de um trabalho muito in-trincado. ,. A

A viuva do> operário não quiz, nunca desfazer-se üorelógio, depois do seu fallecimento, porém foi essa pre-ciosidade parar ás mãos de um relojoeiro francez, quepretende expô-lo/ como amostra de artefacto da suanação, avaliando-o em 400 libras esterlinas.

Coa<?«<**t,ar gitp-iversai.

Falíamos ha tempos das vias férreas portáteis, inven-tadas pelo Sr. Corbins e annunciamos hoje eo» prazerque a sua aplicação tem, sidoi applaudida geralmente.Temos á vista o, extracto de uma carta, na qual um fa-bricante participa ao inventor que, ten,do empregado oseu conduetor univecsali, quando uma chuva t^rrenciaitornava impossíveis; os transportes pelos meios ordi-narios, conseguio em 12 horas conduzir sessentae tantosmil kilogrammas de beterraba, empregando apenassete operários. Os conaboyos erão formados por desea-gonetes.

1-1' <*¦IKarmoré de1 **4»**« ij

Um jornal francês affirma que rtm americanorconse-guio dar ao vidro o aspecto de o>™'»XSfdeínm aranrlp vantagem' e economia na construcção aeme™asg™ peças dfmossiço, de mausoléos, demono-mentos* e de estatuas.

"V'_ i1'"' V-.. -' ¦ * ¦

Questão de ra*ça»

li-se em uma folha estrangeira:« üenois da questão do carvão de pedra, levantou-se

em InSrra a qpeslão dos cavallos. Homens eompe-rnKelendem^que a raça dos cavalos^apnpra e aue a reproducção nao basla para as netesf dades daqagricutar*. A questão, foi levada perante aornara dos lwds pelo conde de Roaeberry, que pedio a

n™ tolo de umaPcommissão real para proceder »«-nnPFrto sobre o assumpto. Entre outros motivos,, ajlegou

qu SS 2o de uma .perra não se encontraria no paizSumero suficiente de cavallos parr, o oo cUo Lord

K.» EXJSS, ÍSSèS.'para estudar o assumpto. ^xcr->

Casmimexcio.

TABELLA DOS PREÇOS POR ARROBA DI .BíJ^ OSEQUI-

VALENTES POR CADA M* KILOGRAMMAS.

1 arro&a^M,69^; fcao^ammas.Por arroba. Por ÍO kilogs. Por arroba. PorlOkilogs.

«5 W « gK&

"K2S SS eS

Í300 0289 *;«>U "SV..

«M. »357 3*000 » 27$'.0(1 •«"—"- w.rfT,n,$50o »425 * 00

$193 #200 »*>*

- 292 -

Por arroba. PorlOkilogs. Por arroba. PorlOkilogs.

»70O 9561 f™ gM"5»800 «t62f> »'00 9399#900 &697 ®50O W

WOO W65 »600 9535M00 9833 9700 *K»»200 9901 9S00 9671So »%9 9900 '*»»100 5»38 109000 9807»W0 9106 9100 «876^00 9174 9200 W*i?00 9*42 9300 7gM

*3I0 «O J080#378 9S00 9148»146 9600 9216

i_n.NV &514 5^700 $2849*0 Sn « g»#300#4005>500 #788

#700^800#900

81.000#100

»650 9900 9420#48

' 41#0ü0 #488

O seguinte cabulo dá, approximadamente, os dizeresda tabeliã, veròi grafia :

6#000 por arrobamenos 1/3....... ^000

4*000

accrescente-se 1/50 801/20 4

4#084 na tabeliã 4#085

U#000 por arrobamenos 1/3 ,. 3^^6

7*334accrescenle-se 4/50. 446

4/20. 77*487 na tabeliã 7*488

(Extr. do Jornal do Commercio.)

- m -Comercio «o* prtaclPa«* V***« *• -,md0-

Nestes últimos annos o commercio tem-se desenvol-

vido n'uma proporção immensa. . nftph.3n m

decurso de 1833 a -1842, toi ao vau

não apresenta no mesmo período senão uma differença

mS^4832 a 1842, subio no ultimo decennio az»*lhões de francos ou perhvde 500 /..

Nos Estados-Unidos, a ^^^^Sf W-

cionado decennio, foi do valor ^•»J™í-« aug-

lars, e já no ultimolo* de **« «Jg Jera de

mento de mais de 370 >-àn^P2õ"s. denotando1.450 milhões, é 5°ra.^^./ ou um augmentoisto um augmento de mais de 430 /., ouum 8combinado de 800 »/. no total do commercio.

litteratuia.

a ^rindiura é uma sciencia de localidade. A terraA ^r,^uul^^iH5n dft mrstmos: é preciso excava-

esconde uma multidão ™«fs"^' 'afim do trazer* hPM ?tS

'ÍSS « expô-los *

jàrtüss ip-ssu-ss:

— 2^4 —

sociedade, .qae não contaão com robustas .campeões

que querem salvar oelo trabalho o que os outros temcomprométtMo ipèla indifferença, pio desespero de

que nesta terra não se pôdedeJsawtewontiwrobem-estar, o_pror_ e_o . as hont-a-s.

doamos a _)do o momento ao xgoverooq^se _úi_~traiadaioftueimia^smorAlisaaoraaetodooj^»^-sente íd_ re^mensido;irf6_Bí/ar mente, do regusen we-briante dos protectores, dos solicitadores e dos pn)-legidos; ^ffiquewosiãlfât_entex) trabalho, rporipe'_stereuhe os itíterêssesttisai&igattanüdot-es da-seoieüa^e.

í_ .MfuPaídosfrmi.tas>é!.e tamagrande _mporf_n.ia.Ella fotweee ás-populações _e_jrsc_ late.i-i-tadoros mm-dantes, e o commercio ncomprando parte de seus pro-ductos;)âèsegti.a ieneticíos :notaveis aquelles »que a _uase dão.

iA*_el_or escolaí-para ós ctilfcdores -__ * memplodos .eccessos e m vantagens auferidas Je ¦ nova* _ül-taras. Aos %notJâu_s é preciso fallar aos olhos.

Por que funesto privilegio a agricultura seria o uni-co de todos os ramos do espirito humano capaz de

progredir e de ser ensinado somente pela rotina?

A agricultura é uma seieneia .uma arte. Pela pro-ducção dos animaes e vegetaes ella joga com as mais

, elevadas theoiias da physica, - ohimica e historia na-tural; pela exploração do solo dispõe ,dos arados prin-cpos de me_ahba, e pela _ .í.lha1©Realização ae seusprodíueleS'bM__,Ja;Má mmMto as luzes .a _cono-râia política ¦ _ • da ee. nomia *__rã.

ftCo_ío, 'pois, seria supef_;_o dar sòbretódbs?^»ramos'idéas**_tâ^_sfov^s-étiese destt_3_ áchlturá?

O que são junto aos prazeres de uma vida modestae ¦ ocupada os<monòtohos ;g_zos 'dai oio^ade1?

fi.s prêmios . as .tístincèoes _i_o_ioJVas^tis!

à 2#5 -*-¦

do átóòr*òpríò. %Ufe _Só ^èmi^nbrãn^a te tra-halhos a que o MlVidÜO se «-TNgUk e ifttta pro-théls^^èWbs^sfd^^s.

cursos e pelo :tóo!Üe sua «rdáde.

aaló» as &Whí'tèléM»tt dás's6ieHCias ique lhe«Kft > ufiFfcíJn%*ía. lati» pára -«m»sp«*t is88»dSs'A !ávidSs :a"tístmir«»^7*o»

novas anolteçóes ao engrandecimento da producçãomoral ep-Twtar pela experimentação d.rec a o

ptár tíaàlfe^ dbs ^ofós.

M%oibuáMèblá itiPzWíetíPiliècè «debaixo torçn todP vllt^de'!4ntólli«W e trabalho, de mdepewién-Á Wm."sWpK«tóde de vida o.profundeza eSihiiériâãle(^ céAHèçõà religiosas.

í^he fáz^a^Mt^a? Crer *piè ella reporáénão

ãè «S» -pUtos,^ «Tíhão^todos osS» Wia üroaiüósa despeza de «tf-*daSSé*ídjB;'asSlm. apressada Mi concurren-

ílJ,l'SSeWrúe^positiva, «_*»•*»hp«nâSroÇ»poioPdo governo, ella espera «naisde si.

_*S»r._rsffr-_»«K

— 296 -

tes é saber esperar e PV^ff** " «" "'"

verem de representar seu «ulpap^^ deQuando noi pais se aeha em

Ç.rc necegsidadeSiumtear suas convicções e apent.r obstac„iosseus interesses, baaa querer e ema transparece

que se lhe opponhao. Al» oa bscnre6er sua&^«d m*m*. e f*»"'™^ ella.manifestações, mais brilhante se ioru*

A agricultora náo J-j-*-? S__?SSSU>solo, ella cria a s*l°b"d»d^° "nda

a inteiligenciatrabalho, o pão, a saudeo mais *n«a *_

Ei3» dantuUesS^ement/conqois-fadas»

Os esforços ^^T^fíSA Í£ciso a união para tnompbar, e a >«^ af des. edadesmodernas, e que nao fleverem éesecula-la ' W^nõs de tód^as liberdades. Oa força dos paizes d.goos dewuas l0 dastrabalho, «^ • n°KLI'í5 Á trabalho quecreouantigas classes **£*¦. ^«Dde

qdignidade

ne^pSia S ss^r-fljgs r

a destruição dos privilégios, porque o trabalho, lmoeDom nobreza de todos os homens esarttudos, forçaéSXSSÍ não tende senão a seu nobre e tfil fim-

Dr. N. Moreira.

kí* Z Janeiro. Typ.ü^al<le L^M-aar, ruados tavalidoM* »•

Kiüü

; . ' SOCIEDADE AUXILIADORA

DA

_lf -l- »-:,. ¦ » '

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N. 8. - AGOSTO DE 4873.

Sessão d© Conselho At_i_.-oistra.iv© em 83 de Julho <__18*3. . *

VICE-PBESIDEISCIADO SR. COMMENDADOR JOAQUIM ANTOMO DE AZEVEDO.

Âchando-se presentes os membros do conselho Srs.Drs. Matheus da Cunha, Paulajreitas, Rebouças, Pe-reira Portugal, Pereira Rego Filho, Sayao Lobato bo-brinho mestr. em artes Garcia; commendador Aa.vSn Sattamiüi e Lellis Silva; os sócios effectivos,Srs Conde dXzwadoswki, Drs. Joseph Spyer, e Joa-anim Antônio Pmto Júnior; commendador Manoel Ama-S{S Cunha ; Guilherme Telles Ribeiro, Jamesmie. Gaham WUliam Scolt Smith, Cláudio Fran-risco Cálhiard e Leon Leiden, e o soco correspon-toto- ft_ Henrique Rantenfield, foi aberta a sessão,Hda_ sem discussão approvada a acta da antecedente,

que teve lugar em 15 do corrente mez. ^

A.

- 298 —

EXPEDIENTE.

O Sr. secretario geral participou que se remetteupara informar, em 18 de Julho, á Secção de Machinase Apparelhos o requerimento, que foi recebido como Aviso do Ministério da Agricultura Commercio eObras Publicas, n. 34, datado em 14 do mesmo mezde Julho, e em que João. Leandro de Sevilha solicitaa concessão de privilegio por quinze annos para usarno Império de uma machina de sua invenção desü-nada a brunir o café.

Aviso do Ministério da Agricultura, Commercio eObras Publicas, n. 35, de 22 do corrente mez, em quedeclara qüe, accedendo ao pedido desta Sociedade, temprovidenciado para que opportunamenle a mesma re-ceba um exemplar do relatório que fôr publicado acercada actual exposição de Vienna,* podendo entretanto com-prar-se por conta do referido ministério a obra doeconomista Mr. Chevalier, sobre a exposição universalde Paris em 1867.—Inteirado.

Foi recebido com agrado um exemplar do relatórioda presidência da provincia do Paraná, apresentado áassembléa legislativa provincial em sua sessão ordináriado corrente anno.

Fôrão igualmente recebidos com agrado os relatóriosdo Departamento da Agricultura, em Washington, nosannos de 1871 e 1872, offerecidos a esta Sociedade peloministro brasileiro nos Eslados-Unidos. g

Foi lida e remettida á Secção de Agricultura, parainformar com seu parecer, uma representação de va-rios agricultores da freguezia de Sacra Familia doTinguà, no município de Vassouras, em que pedem queesta Sociedade empregue os necessários es/orços paraacquisição das melhores qualidades de vides, bacellos,das localidades mais vinhateiras da Europa, que de-sejão cultivar em suas fazendas, por isso que o climaalli é quasi igual ao da Europa, são escassos os fructosdo café e nenhum o desenvolvimento da canna, em-bora sejâo incansáveis em melhorar esta lavoura.

Foi também lido e ficou sobre a mesa para ser

— 299 -

opportunamente tomado em consideração o parecer, queem conseqüência de requisição da Secção de IndustriaFabril deu a de Machinas e Apparelhos sobre a pre-tenção de Augusto Cândido Gomes e Ernesto CândidoGomes que solicitão a concessão de privilegio para in-troduzjr no paiz fornos contínuos, circiilares, ellipticosou horizontaes, destinados á preparação dos materiaesargillosos empregados na fabricação de tijolos, telhase mais objectos desta natureza.

O Sr. Dr. Pinto Júnior, pedindo a palavra, fez lem-brar a resposta do Sr. Dr. bibliothecario sobre a pro-posta qué apresentou em sessão de 2 de Junho pro-ximo passado, relativa a assumpto da bibliotheca, aoque respondeu o Sr. Dr. Pereira Rego Filho.- Pedioo Sr, Dr. Pinto Júnior para retirar a sua insistência.

ORDEM DO DIA.

Entrando em discussão a proposta apresentada peloSr. João Coelho Gomes, acerca da aeclimação deemi-graotes, diz o Sr, Dr. Pereira Rego Filho que lhe pa-rece que não é a Sociedade Auxiliadora competente paratratar desta questão, e o Sr. Dr. Pinto Júnior propõepara que seja esse assumpto submettido ao parecerda Secção de Colonisação, o que foi approvado.

Depois de uma discussão em que tomarão parte osSrs. Drs. Rebouças e Paula Freitas, foi approvado oseguinte parecer da Secção de Machinas e Apparelhos :

« Foi presente á Secção de Machinas e Apparelhos,afim de dar o seu parecer, o incluso requerimento,em que Brigot & Merlin solicitão do governo imperialprivilegio por trinta annos para a introducção no Im-perio das machinas destinadas a preparar parallelepi-pedos de granito para o calçamento.

(i A machina pelo que refere a descripção, que osrequerentes juntarão ao requerimento, já em uso naEuropa, acuia sobre a pedra por choque a cutelo ;tendo era vista a eslructura do granito, parece que amachina não offerecerá a efficacia com que conlao osrequerentes; pelo menos tem provado a experiência

300 -

qne certas ^^Jft°^£tí£calcareas, ou de gr«. JJ»'» se preslã0 ao corte

usadas nas çaIçadas da E opa na° ' gjdo

do granito do Brasil, vams teottunéconsu|_e não é a primeira ^z que esta ™f

d ã clema.lada a respeito de p.vi egio para «^^ M

S.rx.2 .«:>«¦«••t0^t STrL,- Bacharel José Rodrigues de

Azevedo Pinheiro Jumor. »

'á .00 seguinte parecer da Seccão de Machinas e Ap-

Pa«elBnrrenbach & Irmão, cidadãos brasileiros, eslabe-« Burrennacn & "J"*u» , m ofíicina de machinaslecidos na província de b. fauio tum uuiuu» .

d ,21 de Novembro de 1862, n. 4319 de 13 de Ja

feiro' de ?869e d. 5161 de 4.de.Dezembro de 187 ,

por serem altentatonos das Uw.do ^utukão

íerdade industrial garantida Vela Comk£**».« Os nrivile<nos ac ma referem-se: o primeiro a ma

chinas de descascar e limpar o café. conhec.das pormachinas philarúropícas, concedido por dez annoi,o segundo a maehinas de despolpar, Mpanr e «ieneüciar o café, concedido por *™%™»*J ° ter

consultada respeito destes privilégios, e de acçordo

com o seu parecer deliberou o governo imperial« -

301

•porém os reclamantes, considerando a concessãodesteprivilégios atlentatoria (Ias leis do Impeno eda tiberdade industrial garantida pela Constituição. °bnga° aSecção de Machinas e Apparelhos a.entra. «£analyse succinta do que expõe na sua representaçao^

«Tratando do primeiro e segundei Decretos;^proemaodemonstrar qne o privilegio, a- que se referem, eanp rhamão de introducção, deve ser consiaeiauu2aduco Tor força das cláusulas, que acompanhao o

Sme roPOecreil, e dahi tentão deduzir a necessidadede ser cassada pelo governo impenal a prorogaçaoconcedida pelo segundo Decreto.

u Fm verdade, no Decreto n. 3006 o governo sei viu

se deSarar quê ficava o privilegio de nenhum effeitor,rn,S-se • t», jà ser o processo conhecido emE.mr oarte* *, terem os concessionanos obt.doorivS para'a mesma invenção em outro paiz eeSas cláusulas que haseão os reclamantes a sua re*nestas ciausuid^ ha raza0 dellespresentaçao, mas e laciije lhanle privi-para enxergarem na concebbdulegio os inconvenientes que notao.

„ ac marbinas oara as quaes os concessionários uu

tiverão privi egV contêm* melhoramentos, que sao

SuS6 os esfo^poreejes —sempro.

teff^VtS-a^ não faculta direito-

a%ff^^te,Tse considerar o Privilegio Pelo

S?T15 1.^^ "Ice^ms os

00 ''"TLtíZm of m A em q»e os rocia-

que se trata. nrivilegio pelo lado que se re-« s. se considerar » Pn^«™ J^ izes; a me9ma

6re f sTdo art O-, galante aos' concessionários

lei no % 4 ao an* iu , negar, assim acertos direitos que nao se lhes poae negdi,

- 302 -

dita lei, considerando os concessionários como intro-ductores, dá-lbes o direito ao prêmio estabelecido peloart. 3o da mesma lei, mas como semelhante prêmiotem sido sempre convertido em um privilegio por umtempo razoável, segundo o estylo adoptado desde mui-los annos, torna-se evidente que, ainda por este lado,fallecem aos reclamantes os motivos, em que basêãoa sua representação.

« Se, finalmente, se considera o privilegio pelo ladoda prorogação concedida por mais cinco annos porDecreto n. 5161 de 4 de Dezembro de 1872, é umaquestão esta toda de justiça, que não sendo clara-mente prevenida pelas leis vigentes, parece poder ser.resolvida conforme as circumstancias em que se fun-damentão.

« Para esclarecer o parecer, que teve a honra deapresentar com data de 27 de Setembro de 1872, aSecção de Machinas e Apparelhos fez diversas conside-rações tendentes a demonstrar quão justa era a pe-tição dos concessionários, aos quaes a industria agri-cola é devedora de muita animação e de progressossensíveis, tanto mais que durante os dez annos a queestendeu-se o privilegio concedido pelo primeiro De-creio acima, os concessionários lutarão com difficul-dades de muita força e independentes da sua vontade,como sejão : a rotina dos nossos fazendeiros; a diffioculdade no transporte das machinas; o appareciment-do bicho do café nos annos desastrosos de 1861 a1865; a guerra do Paraguay, a geada na provincia deS. Paulo, etc; além disso por seu lado os conces-sionarios envidarão grandes esforços para facilitara praticagem e o serviço de suas machinas, creandoturmas de aprendizes sob a denominação de « meca-nicos peritos », as quaes embrenhando-se pelo interiordas províncias, não só armavão as machinas, comodemoravão-se em diversos pontos afim de industriaros agricultores na maneira de maneja-las e de bemconserva-las.

« Semelhantes motivos de certo não podião deixarde despertar a attenção da Sociedade Auxiliadora da;

-_- 303 —

Industria Nacional e do governo imperial em favor dosoncfssionarios, e portanto fui entendido .que como

prêmio a taes sacrilic.os em prol da I»*0*" «F1"»do Brasil se concedesse a prorogaçao do prazo reauerido pelos concessionários. .

« Tratando os requerentes do privilegio acima con-cedido por Decreto n. 4319 de 13 de Jane.ro de 1869,r.rocnrão suieita-lo á mesma censura que oâ outros,fnas a tal respeito a Secção limita-se a declarar quesustenta a opinião, qoe em.tt.o em relação aos referidos privilégios, por conhecer que se aenao nomTAssimSpois crê a Secção de Machinas e Apparelhosque os reclamantes não procedem com justiça na re-presente ção dirigida ao governo.mpeml contra osConcessionários, e qoe portanto nao hamot.vo.a gumnàradübseiãb cassadas as concessões feitas a estes,P™ Devia a SèccãO dar por terminada a sua missão,mas tendo encontrado no theor da representação di-^ks TncrepaçSés, que .,?»™J»'~r£ad. tudádè desta Sociedade, julga do seu dever chamara atenção do illusthdo conselho para este pon o, e des-de ápS contra o procedimento dos reclamanlesv_tb qué àbbre ella própria recahe grande parte da

Contabilidade, que compete à Sociedade Aux.l.adoradá industria Nacional.

ít .aladas Senões, em Ode Julho de 1873. ~: ur.

deAzèvèdô Pinheiro Júnior. »

Entrou finalmente em discussão o seguinte paracér daSecção de Machinas e Apparelhos?

kM bresênte á Secção de Machinas e Apparelhos,fi_ *L SITparecer, o incluso requerimento, em

_?Ü__FranctoCatkiard pede p?ivitegib.pores-q'^f vinte annos para a introducção de machinas_____ _t_ de sapatos de todo. os génews.dlS^SoudoUnt^

Jjgjfgfirá kp\twm iust_ e tratado com o inventor aas roacmnas, qui .Itendé introduzir, e p«0sqn_ seveque

— 304 —

ellas são do systema Cabourg, de Paris, & roa Saint-Ho-

ü°«éÊs7sts machinas têm concorrido extremamente para

„s bons reatados, que a Europa teu.consegue,mfavor das classes menos favorecidas de meios, conforme

constou á Secção por informações que ella orihw.

e a concessão de um privilegio para a sua w™"1*

ção no Brasil não estorvando a mtroducçao de ou-

ras tambem conhecidas, nem Prejudicando a mdus

tria no estado, em que se acha actualmen e, crê a

Secção, que não ha inconven.en e em defenr favora

cimente o requerimento do peticionario.— sa a aas

sessões 43 de Junho de 1873. - Dr. Antônio de

Sia Frátm. - Bacharel Jò» Rodrigues de AzeoedoPinheiro Júnior. »

. Com este parecer entrarão ao mesmo tempo emdiscussão um protesto de Roesch Irmãos conlra este

Jedido de privilegio e o de Etienne Campas, assuncomo um nós-abaixo-assignado de vários indivíduos,que dizem ter-se servido de calçado feito pelos ditosReclamantes, o que deu lugar a um debate prolon-gado, em que tomarão parte os Srs. Drs. PereiraC Filho. Paula Freitas, e Cathiard; Drs. PintoJúnior e Rebouças; commendador Azevedo, Drs. f au»Ia Freitas, Pereira'Rego Filho e Rebouças, e com-mendador Azevedo, que propoz que o parecer emais papeis voltassem á Secção para reconsidera-los.

Fallando ainda o Sr. Dr. Paula Freitas, apresen-tou a seguinte emenda -. « Como additamento ao pa-recer da Secção de Machinas e Apparelhos, proponhonue o privilegio seja concedido a Cathiard para a in-troducção da machina « Cabourg » do systema hon-zontal, conforme se acha representada no desenhojunto á petição.»

Continuando o debate, tomão nelle parte os Srs.Sattamini, Drs. Paula Freitas e Rebouças, depois donue é apresentada a seguinte emenda do Sr. Dr. Pe-reira Rego Filho : « Que se officie ao governo cha-mando sua attençao para o protesto apresentado pelos

- 305 —

Srs. Roesch Irmãos, visto que se referem não só aCathiard como também a Campas. »

Pedindo o Sr. Sattamini o encerramento da dis-cussão, lembra «o Sr. commendador Azevedo o adia-memo do parecer, sobre o que ainda falia o Sr.Dr Pereira Rego Filho, depois do que é encerradaa discussão, sendo regeitado o parecer e a emendado Sr. Dr. Paula Freüas, e sendo approvada a doSr. Dr. Pereira Rego Filho.

. Estando a hora bastante adiantada, o Sr. presi»dente levantou a sessão, dando para ordem do diada'seguinte:-apresentação de propostas e parecerese discussão dos apresentados.-Vr. José Pereira RegoFilho, servindo de presidente. - Alexandre Affonsoda fíocha Sattamini, servindo de secretario geral.—Dr. Anastácio Luiz do Bomsuccesso, servindo de segun-do secretario.

Sessão áo conselho fcifmiratstrativo no f o de Agosto fie

PRESIDÊNCIA INTERINA DO SR. SECRETARIO GERAL DR. JOSÉ PEREIRA

REGO FILHO.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.Drs Nicoiáo Moreira, Paula Freitas, Jacy Monteiro,Bomsuccesso, Pereira Portugal, Bartholomeu e PereiraRe*o Filho; mestre em artes Garcia; commendadorJosé Maria Pereira, José Botelho, Sattamini, Rabelloe Lellis Silva; e os sócios effectivos Srs. conselheiroJosé Bonifácio Nascentes de Azambuja Conde Roswa»dowski, Drs. José Ewbank da Câmara, João Wilkins deMattos, Antonia Joaquim Gomes do Amaral, JosephSpver e João Henrique Braune; commendadores Ma-noel Amarante Vieira da Cunha e João Antomo Gon-

çalves Liberal ; Guilherme Telles Ribeiro, CarlosHauscüild, Cláudio Francisco Cathiard James WalterGranam, William Scott Smith e José Alfredo da Cunha

•— 306 --_. lirisk p sem discussão

Vieira, foi aberta a sessão, lida e f ™

em 23approvada a acta da anterior, que teve lucar em

de Julho próximo passado,

EXPEDIENTE.

O Sr. secretario geral participou que se remetteu

^û.*,___•_»•¦-».e Obras Publicas, d 3_»n_

residente na cidade doJulho, e em que John Hmg, residentó nRio Grande, província de b. reqro uu ou :»..*'.So paraPestabelecer uma

££££?££papel fino e ordinário, mediante o empi -0chinas, de que apresenta desenho

E forão remettidos ao br. ur. AUUl^ lh

vd;

presidente da Secção de Machmas Appolhos di_

.ersos requerimentos com os «eus respert os u

mentos, que estavão em poder do Sr. ür. a

de Paula Freitas, como PrP'^ T Rebouç-S, eSecção, durante a ausência do *¦»£•» tZ*%s*-

que por differentes motivos-nao puderao ter anua

""Zo recebidos com agrado os mu W.611 e 62

do jornal Omnibus que se puMw em S. Paulo, e_

metlidos pela jespectna redacçao ;^» »£°

^o«tuiado . Cáes Província do Rw Grande offe^. P& ^

Xçtdas fe_ emo^es' da província de S. Pedro

do Rh. Grande do Sul, publicadas no corrente anuo e

?emeuida pela respectiva presidência com offlco de

1 Vo? S_r? Secc-o de Colonizo um folhetointitulado . Projecto de Colomsaçao. «J»^ ~

provincia de SanU Calharma, que por J™diojwSr Dr. Bartholomeu José Pereira remetteu a esia<_r."/M_.d?de o Sr. Hermelino Jorge Linhares.

Remetn-se ao Sr. Dr. redactor do Hnliador-,

— 307 —

para publicar, as relações dos alumnos promovidosás differentes classes, e que obtiverão banco de honranos exames, que tiverão lugar na Escola Nocturna deAdultos em Julho ultimo, as quaes fôrão remettidaspelo director da mesma escola, o Sr. mestre em artesJosé Manoel Garcia, com um officio de 28 do mesmoJulho.

O Sr. Dr. Pereira Rego Filho diz que o Sr. Dr.Rebouças lhe eommunicára que não podia comparecera esta sessão #

Ô Sr. Dr. Bomsuccesso, director da biMiotheca,tomando a palavra, diz que não estando presente oSr Dr. Pinto Júnior, por quem foi interpeilado sobreo estado da bibliotheca da Sociedade, pedia permissãopara dar as informações pedidas, quando comparecesseaquelle senhor; e ao mesmo tempo apresentou o livro,era que deve ser lançado o catalogo da mesma bi-bíiotheca, o qual mandou fazer e offerece â Sociedade,em nome da qual o Sr. presidente agradece esta of-ferta

O Sr. commendador José Maria Pereira diz queacha justo eattendivel o pedido do Sr. Dr. Bomsuccessoe o conselho resolveu que as informações que estesenhor tem de dar acerca da bibliotheca fossem dadas,

quando estivesse presente o interpellante.

ORDEM DO DIA.

Depois de demorada discussão em que tomarão parteos Srs. commendador Amarante da Cunha, Dr. PaulaFreitas, commendador José Maria Pereira, Dr. Bartno-lomeu, José Botelho, Dr. Nicoiáo Moreira, e Cathiard,forão approvados os seguintes pareceres das Secçoesde Industria Fabril e de Machinas e Apparelhos acercado privilegio pedido por Augusto Cândido Gomes eErnesto Cândido Gomes: .

a 4 • O incluso Aviso do Ministério da Agricultura^Commercio e Obras Publicas, de 15 do corrente mez,sob n 26, enviou, para informar, á Sociedade Auxi-Ijadora da industria Nacional, o requerimento, em

— 308 -

„ a-a rAmM p Ernesto Cândido Gomesque Augusto Cândido Gomes e^rne

^^pedem privilegio parai inu horiz0ntaes, des-contínuos e e.rculares, eUipüW _tinados á preparação do ma emes ^

gados na fabricação de tijolos, temasdesta natureza. f • submet.

«A Secção to^S^^TegSíõee, e es-üda esta pretenção, exa minando

§*™ * og ,aes

tudando a construcçâo, doornos a» ^.^ eparecem vantajosos ao mister a u j io£ujos desenhos for^e^tote elos p

^ ^conheceu qne a isenção uos ra aSrande estabelecimento a «por newa ^ defabricação de tijolos etae^ontro ^argilla, empregando nessí»

prendendo umchinas e fornos existentes na Europa ^delles alli estodarseus melboramemosolver a construcçâo do que enconu«u

Entretanto juntão desde: já a.descripção to^n

strucção, como do J1. Hoffman,fornos desenhados ao

gol tonommao ^ ^

sobre o que julga a SecÇan0.nna^^lttribuições apenasdevida apreciação ¦. P^ot t pr»s de qual-se lim.tão a emUM juiz sobre, v ^ ^ ^^quer industria que se tenra m dizer queintroduzir no paiz; e por-jm cumpre 4

o prêmio ou privilegio re queriüVamais se

ferir ao fabrico de produetos arg Hoso ^porqu gm_

industria jà se acha em ^* ^J£™ grande es-bora os peticionanos a qneii ao, «orcei»tabetecimento q™ P"*°*£monta .deve o

^favor, que por ventura lhes, egi ro

, «• A Seccao de Macbinas e Apparelhos, exami-

„ando'os papet inclusos, referentes á pretenção de

309 —

Augusto Cândido Gomes e Ernesto Cândido Gomesconcorda com o parecer da Secção de Industria Fabrilno que respeita ao privilegio sobre a industria, quepretendem exercer no paiz em grande escala, e entende

que as suas bem fundadas considerações devem-seestender ao que refere-se á introducção das machinas:porquanto, sendo muito explorada aquella industria noBrasil, e as tendências actuaes melhorando-a a cada

passo, não convém sujeitar a um privilegio o trabalhodas machinas conhecidas na Europa, tanto mais quea tal respeito já emittio a Secção parecer sobre outras

pretenções idênticas, estabelecendo, como regra quenão se deve conceder privilegio para machinas deste

gênero, senão quando houver invenção provada con-venientemente.

« Sala das sessões, 30 de Junho de 1873 -Dr. An-tonio de Paula Freitas. -Bacharel José Rodrigues de

Azevedo Pinheiro Júnior. »

Nada mais havendo que tratar, o Sr. presidente je-vantou a sessão, dando para ordem do dia da seguinte:-apresentação de propostas e pareceres.-Joaquim An-

tonio de Azevedo, 2.° vice-presidente-Dr. José Fe-

reira Rego Filho, secretario geral. -João Evangelistade Negreiros Sayão Lobato Sobrinho, secretario adjunto.

Sessão do Conselho Administrativo em 16 de Agosto de1893.

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDE

DO RIO BRANCO.

Achando-se presentes os membros do conselho.Srs. conselheiro Visconde do Rro Branco; Drs..Sou»Oosta Ladislào Netto, Pereira Portugal, Bebouças,^lo™rPer.ir.Regomo,&^tatoSobnDboe Nascentes Pinto, mestre em artes Garcia;

Comeradadores Azevedo e José Mana Pereira; Sattamini e

- 310 -

Lellis Silva • e os sócios effeclivos senhores Conde deBozwartowski; Drs. José K.vbaok da Câmara e JosephSpyer- Guilherme Telles Ribeiro. James Walter Gra-ham o'José Alfredo Vieira da Cunha, foi aberta a sessão,lida e sem discussão, approvada a acta da anterior,

que teve lugar em o i" do corrente mez.

EXPEDIENTE.

O Sr. secretario geral participou que se remetteu

para informar:Em 12 de Agosto á Secção. de .Industria Fabril o

requerimento, que foi recebido com o Aviso do Mi-nisterio da Agricultura, Commercio e Obras Publicas,datado em 9 deste mez, sob n. 38, e em que Joséda Silva Sertoni pede privilegio para introduzir noImpério a industria do fabrico de luvas, segundo osystema por elle adoptado, e que é aqui desconhe-01

A' Secção de Geologia Applicada e Chimica Indus-trial o requerimento que acompanhou o Aviso domesmo Ministério da Agricultura, n. 39, de li aindade Acosto, e em que João Victor Goulhiere e JoãoEduardo Wagner solicitão a concessão de privilegio pordez annos para o uso de um processo destinado aconservar camarões e frutas do paiz. _

Foi lida e immediatamente approvada a seguinteproposta: . .

« Propomos que seja nomeada uma commissão, queenteodendo-se com a do Imperial Instituto Fluminensede Agricultora, tome uma deliberação acerca da acqui-sição° de casa. onde funccionem as duas associações.—Rio em 16 de Agosto de 1873.-Dr. Pereira RegoFilho.—J. A. de Azevedo. —J. M. Garcia.—André Re-bouças.—Sayão Lobato Sobrinho. »

Furão designados para compor a commissão de quetracta esta proposta, os Srs. commendador Joaquim An-tonio de Azevedo, Drs. Souza Costa, André Rebouças, ePereira Rego Filho e Alexandre Affonso da Rocha Sat-tamini.

— 311

Foi tambem lida a seguinte proposta: «Proponhopara sócio effectivo, remido, da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional, o commendador João BaptistaVianna Drummond, negociante, estabelecido a rua Di-reiia n. 97.-Rio de Janeiro, 16 de Agosto de 18/3.—Henrique Eduardo Nascentes Pinto. »

Sendo pedida e approvada a urgência, foi esta pro-posta submettida â votação, e unanimemente appro-vada, pelo que foi, declarado membro eífectivo¦ teSociedade o Sr. commendador João Baptista ViannaDrummond. . -

Foi ainda lido, e remetlido à Secção de IndustriaFabril para tambem emittir um parecer a respeito oda Secção de Machinas e Apparelhos para estabe-lecer uma ou mais fabricas de papel tino e ordi-nario, mediante o emprego de machinas, de queapresenta desenho. *

Foi outrosim lido e ficou sobre a mesa para sertomado em consideração, na primeira sessão o segundo

parecer da Secção de Industria Fabril sobre a pre-tenção de Francisco Marques .Teixeira, pedindo^ pri-vilegío por vinte annos para o fabrico de velas desebo por meio de um processo de sua invenção.

Foi finalmente lido, e por ter sido approvada aurgência pedida, submetüdo a discussão e, semdebate approvado, contra o voto do Sr. Dr tolho-lomeu, o seguinte parecer da Secção de Geologia Ap-

plicada e Chimica Industrial:« Com o offi cio da Secretaria desta Sociedade datado

de 17 de Maio do corrente anno, foi P^e»te aSecção de Geologia Applicada e Chimia Industrial o

. Aviso do Ministério da Agricultura, Commerco e ObrasPublicas, de 13 do mesmo mez, .wmoUendo o reque-rimento e mais papeis em que Miguel de Teive deArgôllo, cidadão brasileiro, pede ao governo ,m-

perial privilegio por 60 annos W\l^"qualquer cidade do Impeno o gaz ^oxygeneo,proveniente da decomposição dágua, afim de que a

mm 312 -

í i

1

Seccão míorme com seu parecer sobre o mereci-

mento desta Ponção. pretenção que« Allega o supplicante em avor ae s p v m^o gaz bydro-oxygeneo desusado a »«f

fntenovoficial e preparado por um P^Twb 0 gaz -jSadono paiz, é de assignaladajantem nm 8actoalmeote, conforme *wj» com a io 4^

junta à sua pet.çao, e na qu a se ve- £»e jnodoro e

posto assim preparado nao sô. e puroFornece uma chamma ma^ntens», como e

^

M Cut

tõLndoT Ve ^sso acfessivel ás

"To S^^f^O^S °oma

brico do gaz consiste ™Tlno™J£> tendopara o bydrogeneo e outra no )^ ^

S »»r—- ornada-mente ar rvapor .d"^ sullanle da decom-

petidOsT—eos ^n—rdtferXSoe arêa,«mttEZ*l^ caloc comem co^canaoaDro,l0vapodrU

em umabSPStma muito elevada, obri-

,-,ompõe-se, torne endo oxjgeneo e og ^

sS rs aasf raüd%1^i;Sl^P^ado,;assa para vasos

contendo hydro-carbono, ficando assim carburelado.

— 3Í3 -

« Dos dous gazometros parlem tubos, que passao parao encanamento das ruas, onde são levados os dousgazes separadamente, tendo o seu ponto de contactono bico luminoso.

« A Secção depois de serio estudo acerca deste pro-cesso importante não só sob o ponto de vista indus-trial, como econômico, é de parecer nao so que ellerepousa em princípios scientificos incontestáveis, comoque já conta em seu abono alguns ensaios salisía-ctorios. , »„ : i i

« Com effeito, os Srs. Tessier du Mothay e Marechalpreparão o oxygeneo muito economicamente pelo mes-mo processo apresentado pelo peticionario, e asseyeraoque o fabrico do oxygeneo, por este processo, ja co-meçou a ser posto era pratica com o hm de applicará illuminação artificial a mistura do oxygeneo com ogaz de carvão de pedra, denominado gaz oxy-hydrico.3

« Como se vê, pois, o processo apresentado pelo sup-plicante, não sendo uma novidade scientifica, apreseniatodavia um lado importante, e vem a ser : uma cnammamais pura, mais intensa e mais brilhante, nao so por-que o gaz hydrogeneo carbonado é mais puro, comoporque a elle se vem juntar no próprio bico o gazoxyseneo, cuia presença torna a combustão muito maiscompleta; accrescendo a grande vantagem ecconomicade obter-se melhor luz por menor preço, visto comoo peticionario se propõe a fornecer o novo gaz comabatimento de 20"/. sobre o preço do que aclualmenle'

«°Ã sTcS não pôde deixar de considerar ainda este

processo sob o ponto de vista da ri-M^reaventura possa exercer o gaz assim preparado, sobre a"í

Sendo^certo que da acção do vapor d'agna sobreo cckeTncandescenqte resulta não só b^e™o gaz oxvdo de carbono, que passao para p gazogeneo°e

Si parais retortas l~ fornalhas do hydrogeneoafim «lese oôr em contacto com a cal nydraiadaeo"por d?agL, que operaria a tranM^odo ox dode carbono em ácido carbônico, era de leceiar a nao

«*<?A.

— 314 —

~ Ac tndn o oxvdo de carbono em ácido car-conversão de todo o oxyuu u aüt0 0 gazbonico, o que ser a tanto mais per g .

^dreparado por este **°™ Pr

asso ^« Das experiências, porem,, ai que addoresulta que a convers»J^^_perecendo con-carbônico é

^Pj^en^m_ Se publica. . .«eguintemenle este**£° |az parece/que o pet.cio-

debaixo de mais de um £'o J f

eEslad0t pa.

d° ^ Vaoenas toSaSC o praJde

rgS írrírmmenPoTrPsU conhecido edivulgado em todo o paiz.felm conclusão pensa a Seeçao:

, • nne o «az bydro-oxygeneo que o supplicante se

pito aQ?ntXir no In/perio, não é um composto

deSC°^eí!,í0 oDanroCcessòa que apresenta para o fabrico

(( _>.° Que o Procesbü 4 recente e nunca

LflrTXlir^^ é todavia desconhecidon0 Pfo- nne sendo o gaz mais puro e mais barato, e

U-int rrnvprno imüerial conceder o privilegioprocesso, pode ortf*e™°,m^ "aue

fôr razoavel.-Sala

S£ ASASSE' -« *""Rodrigues de Vasconcellos. »

Nada mais havendo que tratar o Sr. presidente

cussão dos já apresentados.>

— 315 —'

Agricultura.Industria Àssneareii..

Nos annos-de 1867, 1868 e 1871 descrevi, emdi-versos números do Auxiliador, o engenho Santa Fran-cisca, com machina de vapor, moendas, porla-can-nas, trilhos para a sahida do bagaço, monta-caldoe defecadores a vapor, apparelhos de Wetzel para aconcentração dos xaropes em baixa temperatura, tur-binas e crystallisadores. Hoje recorro ao Auxiliadorpara dar aos meus collegas da Sociedade que mehonrarão com ura diploma de sócio, a boa nova deter sido bem acceita e generalisada no norte da pro-vincia do Rio de Janeiro, a engenhosa combinaçãoque nos vai approximando do nível da applicação mo-derna. A concentração a vapor _¦ ao ar livre, tantopara os xaropes, como para os melaços, por mimintroduzida no paiz desde 1867, vai-se propagandocom a mesma celeridade com que forão admittidasas centrífugas em época anterior, mediante a inicia-liva de um distincto fazendeiro de Campos, o Sr.Luiz José de Carvalho Cardoso.

Muito devemos aos Americanos que por tao poucotempo se demorarão nas margens do Macabü, se at-tendermos ás boas praticas de lavoura que inicia-rão e ao manejo de instrumentos aralonos; se ,porém nos voltarmos para o lado do fabrico, reco-nheceremos que nem um passo derão, pois conli-nuavãoa servir-se de apparelhos jamaiqumos, nos en-senhos em que estanciavão, porque lhes falleciaorecursos para emprehender melhoramentos que de-

pendião da acquisição de melhores apparelhos. A mi-cialiva, pois, folgo de o dizer, não é de.origemestrangeira, quanto aos melhoramentos introduzidosno fabrico do assucar.

Aproveitaremos esta opportunidade para dar aosnossos collegas da Sociedade Auxiliadora.outra^ boanoticia: a da inauguração^ do cam.nho. de ferrea demotor animado, systema Corbin para a circulação no

316 -

. > a f^nda Santa Fnncisca, sem grandes es-interior da faze?da„^; Lonbmia considerável, queforços ^ tracçao, e com ecorom e q qu(jserá muito aPrec,adaXJfde "erviço

rural, a nu-custa a adquirir umar boiada

^rj mom<*t ri-ia em pastos f

roP~'sa e, rfufa obr* .araeem bom est^a?So volumosotrem n«copstrncçoes, e reparaçoes ao ^de um engenho. Ba alguns m ^surpreza, lemos n0Sn^™a*Lal dô8 systema de Mt.descripção dos «» Jornal de Agricui-Oorbin, e logo depois Mim•«> ^ ^tura Pratica ns. li e »* J^V, «aíl^ens praticasdados estatísticos que ^2^J5M «*desse melhoramento no*rmg1* ^àefittá'*compellirão a fazer pan a FraJ»^» de **material de ferro necessano a jo ^_milha de caminho, confiando dos operanos gtariasv 2tSffJS5* WA®e lh':armação da m^'r^r? ft sem, novidade* e* sovessas. A encommenda chegou semteve demora na alfândega para o oe*P r

gamento de pesados ^^Zfi£>& *> **comprehcnde ainda qa* « mj™

__fe. attifaa-pezas que tenda a po°P" ^Xt. nacional, |MM.dos â lavoura, quasi umca™^,him ff_, pr(__ie-augmentando algumas

J^ d» ^^e a .metftb

ção agrícola daram fiew ««"JJ^ «MtoldMfrede renda. Os lavrado*» narai* tg, mlimoratos. vendo que fu? trf ° V(erí J . «r.^equiparados- nas «J^^ifSKawW* §V

primidos dostrabalhos ruraes ^a!

on DS9pêfcSe

braços, seria lógico <juí-o pod«_P™ « ttaD^6_S

os movimentos a lavoura ti^oos^ co^dos engenhos que » » ^ m soaü^ehtómachinas de vapor e as c0.. r. a^naa afilieçao ao alheio e poi ^^livre importação de-objedos que nos ir<*^mia de tempo, e de braços. ¦ ^t^ m

Deixando poréíTi divagações, se os.traü.pv*

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grandes distancias têm recebido desenvolvimentos no-laveis, («raças aos poderes do Estado, o mesmo naotem ______«_- aos qoe se eircumscrevem ao inte-nora» fazendas .rursses. !Os caminhos demploraçaoaua ipossuimos, estão sempre em mao estado, eiasterras de aavcadio são sempre percorridas com^grandesesforços de -tocção. Coube, porem, a Mr. Conbn .radiar -es. França essa questão de Hmm a*e >a «mm a feriu na de transplantar mais um melho-ramento ?para o -paiz. ha_-í.___t

Com eleito o f etfíew Mnwersei nada deixa a¦ae«ejw_attendendo-se á economia, e aos resultados wí«-w-farias .que hei «__*> lepeis de sua "*"^ (>serviço (do __mt. de casnas das plantaçõesup»ra oengato, e o-tes necessários « coagem, era feitop* «o carros tirados a ___>, e o numero destes para£____ a todo o trabalho da moagem, excedia a «0.Presentemente o poüeur Covbin *.^W™%*£___-___-* «telhdr, fornecendo :_>aior *™*J* jjcanna .ao engenho, apenas,eom oito ««««noitrabalho quotidiano. D'ahi resul ~°™j^df» ibois 4b* ^tMOfís, e a vantagem de poder emt£ «_- .rescindir de ter os— aes^ado

pelas enormes rodas de carros.e &*£%*£?animaes, na occasião das plantações e ™*$gMporquanto a facilidade de deslocaçao e in «°««trilhos mvm\m «interna-los ;petos canQaviaes'^ ,f^n

'So oue se vai -mudando para outros o corte, ou

cidwtedos, -e pouco accessivem a carro8 de ,^o*u.

as__s? - =• w flSSaaa?m^^^ma s^o engenho, pois, acwann«uw »v fe ^tado delle, -e * **p ff£$$ffi& V

ulgnier ^^n0^ St HvST'i>8i)0do|âoae^âgíW^. *oww*mao w *»

«-. '« ** tóts° S°raild^osedf _JT.kil. de beterrabas sobre

seríiç0 nSo se]aposto que o Pessole,lCa^ França, não desesperamosaqui tão apto como o da t ram, ]|g t0de conseguir o mesmo que orne arrobasfabricante de assucar. isto^-

m 70>000de canoas diariamente pes appro nossos . .kU. de beterrabas ^

se„ulraDf °B> c do fabrico em

balbadores que aprende.ao o *, ^ apre[,dizagem

rrhlb£a^0rmanerde.CorbinPqne é mais¦ _ _.«3rr<r rs«x

descripção techmea do, camrano de madinventado^ por Mr. Corb a^ os dfique fórmão a via, consistem euj ecidâS pelasComprimento, «]«long^cj" «ep.» ^ debordas interiores come*apasde g. exlre.angulo, fixa<•« » prf&. gnarnecidas por placas demidades das tongrimas ao gn a ge aojuneção (boües), dispostasi ue es cav,ihas de ma-Unir as escalas, por meio de simples ,alaformasdeira. O trem rodaote e formaao deadaptadas á conducça da,mm. etpedra, de lenha, de carvão, etc.» sSo deSe cadacomboioe de quatro roda

^e^ tracç.0(duas, tendo adiante u^masouud dos¦os liga a «"ia milha fixada sobre

^wagonets precedentes. »*»S. w.neer as maioresflexWidade aotrem elhepermue^en ^curvas; e reduzindo o ran*ro aos ^ dediminue também as resistências,desencarrilhamentos. d aminQ0S de

Mr. Corbin organisou 1™S %P°V 33-0»,47S-e

ferro portáteis, ^*£Sa"»S édekil. 3,600-0»,68; o peso do metro corrente de^v. ^5,200-ate 9 k.l ; ^

to ae ^de via e de «.«», d,w e asappl.caçoes.Ct?e

Snil S$£%£ P^a -a simplicidade,

319

solidez, facilidade de installação, desloca^ «.jema-

nobra, vantagens ^eraveis. p^e » P™

diversos usos, podendo ate s "le^m Franças___^?«íms.,ts-

sa,__JK."Jas«u:$K__L^--_-tír_SKno èm do plano de Mr. Oorbin, tivemosjiejen-C"circunstancias peculiaresQdo paiz v. g^ ehma.

á estructurados errenos a qoalidade da^oo

i_Bt_-st.r-!5íÃ:fl£Km trZ^ Xí^fr extfso^Songamento de caminho ^

lerro.^e naocadl par de rodas um limite:a oavel para qu ^construcçao, bem corno a dM,^™08/fllTdeÍ873.-promettida.-Santa Franeisca, 23 de Agostoue»./. F. Silveira da Motta.

A lavoura em Campos,^rt *™ fíimnfis uma verdadeira revo-

Vai-se operando em^» ™ a modificação bem

lução agrícola. A la™"f Tesoirito do século,pronunciada, conseqüência do espimoP

Quando em toda a .P^n^d"JgSCindiffewntefeiçôa, o

^^"p^va £lZ de si.a%mp°;ògaÍ°

é^r^o^nveuce ao mesmo tempo

qUS nost7 torrão como que estava guardado^or uma

muralha chineza, em um baluarte, ate. cen

— 320 —

„ « n.«iiicarán • tudo caminhava, sôinexpugnável para a civilisação, uiuu

DOSS0* ^ flmAC nnrém essa melamorpbose? Que

%arU Sa rcoStod coí "geiro

VeS5o° pS, -sas° jSV- dezeoos de

Ame kanós e Inglezes, sem fortuna, sim, mas r.eos deAmericanos e lu° d transformou-se.6

a intacto que^íé então era feita á enxada sys-,pÍ moroso ê pouco productivo, porque não desen-luwl a Dermeabilidade dos terrenos, passou a serWh nnr arados puxados por animaes. As limpas, queambem erão feitas do mesmo modo, começarão a«erf£s por aradofe bestas, representando cada uma afTfa6o3o dt ií^^^rSoff-

se o ácido PSulphuroso, hoje abandonado por mu.to

dUnftndioso mas de sorprendeote resultado.'Ttaaíhas forão por "sua vez modificadas sendo

«ntai-itiiidas as antigas, que comsumiao muito com-buSe" Pelas do systema chamado entre nós amer.-cano as quaes deixando os vasos completamente ex-nostós ao calor, muito coneorrião para que fossemaauecidos rapidamente, sendo apressada desfarte oconceSso,Peom economia de tempo e combusttvel,

— 321 —

o que foi de incontestável vantagem para a nossa pia-nicie onde iá não abundava a lenha.

Nos apjarelhos ultimamente introduzidos, grandefon mPlhoramento Com effeito, nao fatiando nas ma-china de 20 e mai ; cavallos, movendo pesadas moendas'rforte

pressão, «verão muito;applauso os defeca-dores clarificadores, turbinas, Blyths, Bour-Fan e weiezell i venções estas nltimas admiráveis para a con-

Sr çào a baixa temperatura. Core, estes apP^lh^além de muitas outras vantagens, teve aJavour, sem

grande trabalho, um augmento de 80 . na produeçM.ohtido dos melaçosque, saiundo das turbinas, tao ouuora narac alambiqne, onde transformavao-se em álcool.

nPii?vih infelizmente, jà por erro de assentamento,iá noeSar de acompanhado dos defecadores e ciar.-teores tem provado pessimamente em duas fazendase«

perfeitamente bem em um dos estabelecimentos ae

°USntemente trata-se de introduzir os trilhos de

aJrtoreteGmapoartante -1—--

,• S*'8* P°ln vê temos caminhado muito, mashgewos. Como e ve, wm

acompanhar os 1a-mni o ainda temos de andar ime^os poré[tl.zendeiros das Antiinas. «w missão,Continuar o prune.ro impol»

Jve «« »« " -

pl'ÍnCtlneTos bTcoT i esP Sc^tsTne aquelles.eSrp£qufaÇ^machinas trabalhempelo tomem.

^emprego de apparelhos aperfeiçoados esta a sal-

vaçãoda lavoura.

actual, Campos será em ^^ Cawpi*ía.)

— 322 —

Modo de semear eereaes.

[Continuação.)

III.

DAS CAPINAS OU MONDAS.

Para acabar com o perfilhamento de que nos ha-vemos oceupado^no f^o

a^den e. d.rern^ queuma das operações qoe o fa ilitac.mas e^i P

sr sí sas-*xsís.».5»»..tâtofseíoque otonchegamenlo das plantas soffo-ane sempre os Vegetaes adventicios, sendo por con-

SiSacmnal Jnerer erigir em -j.tem.uma Pnt £

c*o_ Dor meio da qual 9 vezes sobre 10 compromet?efe a germinação das sementes, acanha-se a plantação

*6 rSou^MÍffos observadores averiguado

que i lantções muilo conchegadas não produzembons fructos, lambem é facto incontestável que as berva adventicias produzem males gravamos

É incalculável o prejuízo qne as parasitas cau ao aoagricultor e se ha alguma cousa digoi de admrraçãoé vêr a pacifica indifferença com que muitos cultivado conterão essas vegetações que absorvem todoo estrume e enlretèm ao redor das plantas sombra ehTÔmthSe-âsSe

qoe não houvesse a capina do. ce-reaes Suando se seimeavão à vontade, porqnan ea

. se tornava diffieil e até mesmo prejudica em conse

quencia da falta de largueza para a ««xada manobrar,sendo aquelle modo de semear justificável sob o regime d s pousiros qne de tal ou qual modo purgava re-

gnlarmente as terras das plantas adventicias tio e.porém, não é admissível á vista dos systema. de; afo-Yr1:™!*" --„ „-*¦ a*\™c. entre duas colheitas o

*Sento que"& entre duas colheitas o

•' „« f^or aerminar e destruir asintervallo necessar.o para fin germraarsementes de P'»-5»»^ SacOT apresentado como .

O argumento da falta de braços, apmeio dejost.liçara se meadura a«nUde, <r ^

coso do que fundado, N«Mff os °a xada por

braços, póde-secora['g^^S&tiSo des-cavallo e com um M°lha™f J menos reduzi-las emtruir as plantas prejuduciaes, ao menos reu

qU£ldeaos P^«ffl^^^_íSstuSig^í»

ficar infectadas

pelos vegetaes adventicios. emO que é verdade e que em fallamos,

que se emprega o modo de semear qas parasitas pre.domnaft¦ uivada 0 terreno

Beservar, portanto para a Piama u>que se lhe dest.no .o es r um

e es fimtal deve ser o fim Pn^1Paí ^lmente por meio da se-que apenas se ob em W.ona^» odo mais »meadura a granel, leva-nos a procura _regular de s<;mear e qne gne

ma,^ ^Esta questão e muito «»«*»» ;raraenso alcance. Os

primeira vista e apresenta «™oWiraentó das'annos de temperatura favorave ao *J£ te e p(?rplantas advent.c.as succedem,«J-^ um meio¦sso tanto ™antnfu;s inconvenientes, e esse con-que se opponha a taes

- . les e.p0uco

siste em semear em linhas.operado CQn.custosa, e que se Pof^Sirada. por cavallos, ouvenientemente com as enttte™o dosho.ainda mais facilmente empregan«o os v

^ & umeus, das mulheres op mesmo de me e (les.annos e sobretudo quando se tem ^^torroado a terra por meio das fl*»* cuiüvadores,

Quando esta pratica for ^adopiaaa as

produzirá, entre outros bon ej > tos o« ^

famílias dos operar^ a lavoura po 'rehende.sea^esura uma constante occup**v«j * m ucroque um chefe de família se resigne antes a um

— 324 —

e sobrelndo se no trabalho pode elle empregar tamoemsua mulher e seus filhos.

IT.

PREPARAÇÃO DO TERRENO ANTES DE SEMEAR.

A preparação dos terrenos varia segundo^a nata-reza das culturas. Assim, os cereaes do.ootono,ctngosobretudo, reciamão um solo firme «e bem calcado oscereaes da primavera, pelo contra*o pedemuisolomovei D'ahi o provérbio que existe nos í^seoSe «ia Enropa: Que é bom «mae««%£>£e a aveia na poeira.. Ora, se nao se fez an«£•»à vontade segue-se que devemos para obterMíoraraeffeito, tornar a terra apropriada ao fim que nos-pro

TWSSrt caÚ™Trreno para a plantaçãodo trt não precisa ser demonstrada, porquanto .nao

- , Soa alguma quo não tenba observado os par,.-^nlaCeffeitos da Vegetação produzidai por um terren

Pm que íransitão a miúdo peõesecanteiros, aaeslesbeta tinhão sido observados ^udo empo antes queLinneo os resumisse em uma formula, ^llan^sgramlneas: Quia, mao, ™'°<ati'™ZZtwSquanto mais se as calca, tanto ma.s ellas seMjJJJ

Parabém dispor o terreno ao qual sedoveconnaro S,TbomVa lavra que precede a^emeaduranão seja profunda e qoe a terra seja depoata**sobre a semente. E o esquecmeuto desta ultima^ condição que tem dado os máos resultados observado,na plantação por linhas. ^otf.hr

«a plantação a granel, a coberta verificando^ jormeio das grades, a passagem repet.da flos instrumentose dos cavallos, calca suficientemente _o terreno, o|uenão se dá com o semeador; e se nao se ca^ofer-reno por um meio qualquer, ou se nao «*»»¦«*-licidade de sobrevirem chuvas após o semear, msementes ficão em condições desfavoráveis.

Oi

A- ~„ a tívnin mais necessária quanto maisEst* e*to» W* ™£e™

Assil^ se semeiacedo se semeia durante o m ei escegsivam(Slte,;ôdo centeio ou r.g>

çm ^.^ farâ .

SSSo-JSK Quanto pouco- damno —ao

urna vez calcado o terwno. ¦ inslezes in-

^¦SfSS-S e: cTo grave inconveniente de

pulverisar: a s#eAie, ào effeit0

J —Soc^re^£--trcrosskd,

jasarsSiSytrit:tiver a precaução de mojo rangei har ^

antes da passagem do seme dor oo (vel, •alguns torrões; que o crosskm om ^ es não seW * '»fiecàucões

qu acabamos de apontarleve em vista a_s¦ P"»"^^ insUcceSsos, porém, ae então «ao erao ejtovms ^ e ,. obs8r.medida p» ta W™^ prestar attençâo a estes de-va#ó começarão os.práticos a Pi« uUado final.talhes de toda a importnc« po» ad çã0 dos

Entre as precauções, que se oppo e.semeadores mecânicos e bom assigM ^ em bQmo semeador nao pode foncuonaroo ^ .

qoetempo. Esta opinião o errôneo po ftf|ré a^verdade. E '^™V«?a$sejão perfeitamenteque as- sementes, lanÇffmXemnresão para afundarabertas. Os instrumentos que «empreg P ^M, sementes não taraj™" íoeJetaoto que com oaue se apegãe as »^|:.sVfa lmente nos tempossemeador mecamcc, enterrao ee w

fezer giiwlthumidos as semente^ Bas a

ge» lbertmai dM rogee ¦neamente as« tres operações. idM ,e semeadura.

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Se a cultura é pequena procede-se por fracçôesdemodo a terminar a obra em cada lavra.

Se a cultura é grande, applica-se diversos arados eatrás delles uma grade de dentes de ferro (bastante nu-morosos para bem revolver a terra), seguindo-lhe im-mediatamente o semeador. A terra frescamente revolvidapresta-se melhor do que molhada.

Por este meio, todas as vezes que é possivel lavraré lambem possivel semear, e logo que o arado e charri_adeixão o campo, a semeadura deve começar, porque sise espaçasse estas duas operações, a chuva qne sobre-viesse, prejudicaria todo o trabalho.

Resumiremos, pois, este capitulo, dizendo que paraos eereaes de inverno a melhor preparação é a quetorna o solo firme, e que para os das o.ulras estações,sobretudo os do outono, é de grande utilidade quea terra seja lançada sobre as sementes, sem qne asuperfície daquella fique calcada de mais, nem muitomenos pulverisada.

V. ._ DOS CUIDADOS QUE SE DEVEM DISPENSAR ÀS PLANTAS

DURANTE 0 SEU CRESCIMENTO.

Assim como nos riríamos de um indivíduo quepara não sofrer fome em uma viagem comesse des-mesuradamente no dia da partida, deixando de levarcomsigo provisões para as necessidades, ulteriores,assim também nos rimos dos cultivadores que de-dicão ao terreno, antes do lançamento das sêmen-tes, toda a sorte de cuidados, mas que apenas aquellesemeado o abandonão completamente durante todasas phases da vegetação.

Sem duvida alguma que as lavras e os adubos sãoas bases indispensáveis de suecessos felizes das la-vouras, não porém de menor interesse os cuidadosprestados a propósito durante o desenvolvimento dasplantas.

Nós já dissemos como se podia facilitar o perfilha-mento e activar a vegetação pelas capinas opportu-nas. O que serião os legumes de nossas hortas, se

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os horticultores revolvendo o solo ao redor dasplantas não viesse facilitar incessantemente a acçãodas influencias atmosphericas 1

Evidentemente, o que é bom e é mesmo necessárioneste caso, não pôde deixar de ser inútil para asplantas de nossos campos.

O amanho o mais útil para o trigo, por exemplo,durante seu crescimento, consiste em fender a terralogo que a estação o permitte por meio do destorroadorem zig-zag de Roward, afim de facilitar a penetraçãodo ar.

Quando o terreno se achar destorroado faz-sepassar o crosskill para firmar as plantas abaladas eapertar o terreno.

Se a lavra antes da semeadura deixa muitos tor-rões de terra, emprega-se. o aplainador chamado vul-gar mente em francez poutroir.

Ás vezes torna-se necessário fazer passar um rolosobre o trigo semeado primeiramente. Esta operação,quebrando ou machucando as hastes do trigo, con-tribue para o perfilhamento e por conseguinte iguala avegetação, retardando o crescimento dos mais vigorosos.

Depois destes amanhos procede-se á monda.Não insistiremos mais sobre a utilidade da des-

truição das plantas adventicias. Além de produzir aextinecão dessas esgotadoras do terreno, a mondacompleta o revolvimento superficial do solo e mantémjunto ao colio da raiz unia. camada pulverulenta quepor sua capillaridade facilita e regularisa a acção doar e do calor, mantendo as camadas inferiores emum constante estado de frescura.

Sabe-se que se a superfície do solo se endurece, aacção solar, durante a secca, se exerce sobre estacrosla como sobre uma placa de metal, e o soloinferior se desecca e se endurece tambem a umponto tal que as raizes não podem exercer suasfnncções. .

O phenomeno que acabamos de indicar se produzmuitas vezes nas terras fortes e barrentas exer-cendo um resultado prejudicial para comas colheitas.

— 328 —

Já fizemos vêr lambem que a monda não é pos-sivel, vantajosa e econômica, senão semeando-se em li-nhas. Não é fácil mondar um campo semeado a granelsem que o instrumento não corte muitas das plantasque se devia poupar. Estas rebentão outra vez, é ver-dade, porém não podendo resarcir o tempo per-dido, o amadurecimento da colheita se faz desigualmente.Nos casos por que acabamos de figurar, somente amonda á mão é conveniente.

VI.ESCOLHA DE UM BOM SEMEADOR, E CONCLUSÃO.

Todos os cultivadores, e com razão, dão grande im-portancia â escolha de um semeador á mão.

Nós não nos occuparemos a examinar as vantagensque uns semeadores apresentão comparados com ou-tros, Seria-encarregarmo-nos de indicar muitos erros etentativas infelizes e mostrar finalmente que se muitosconstructores trabalhão levados por pura intenção, ou-tros sem conhecer as condições e as necessidades da.pratica às quaes devem corresponder os instrumentos,mettem-se sem critério a confecciona-los.

Em relação a semeadores é opinião de alguns agri-cultores que os jury-s de concursos têm contribuídopara transviar a opinião publica, concedendo prêmios ainstrumentos imperfeitos. Todavia, pouco a pouco apratica vai esclarecendo e a experiência, único juiznestas matérias, acabará por pronunciar o verdict.

Ha um grande facto, e que vamos assignalaraquelles que goslão de observar • por toda a parteem que os semeadores inglezes se têm introduzido,a cultura em linhas se tem desenvolvido com um sue-cesso extraordinário ; por toda a parte onde um ou-tro systema tem sido adoptado, caminha-se ás apal-padellas, e depois de ensaios mais ou menos prolongadosse o renuncia.

Cada construetor francez tem querido apresentarseu systema sem se importar com as descobertas mo-dernas. Procura-se desprezar o systema inglez, porque

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é custoso, e entretanto não se vê que desde os tra-balhos de Coke d'Iíollzane, no meado do século passadoaté o principio do actual, os Inglezes proseguirâo comsua admirável tenacidade na descoberta de um melhorsemeador e que depois de ensaios repetidos por maisde meio século, seus construclores fixârão-se em umúnico typo que corresponde a todas as exigênciasda pratica, de modo a fazer com que o seu privilegiadoSmith não tenha julgado conveniente altera lo de qual-quer maneira.

Acha-se resolvido com toda a evidencia que o sys-tema de distribuição de sementes (cálices collocadoshorizontalmente sobre um cálice vertical), é superiora todos ps modos experimentados em França, colhéresyerticaes, agitadores, lanternas, escovas, etc. Tambémé um facto averiguado que os inglezes comprehendendomelhor as condições necessárias para bem funccionarum semeador, adoptárão, ha muito tempo, o principiode mobilidade das relhas e das tremonhas para obrartodos os obstáculos provenientes do terreno, e quefinalmente a longa experiência e o espirito positivodos Inglezes tem feito vêr que para corresponder atudo o que se deseja, o semeador deve ser forçosamenteum instrumento alguma cousa complicado, provido deum certo numero de órgãos, e portanto um poucocaro.

Limitaremos aqui estas considerações theoricas epraticas sobre a semeadura a granel e por linhas, con-cluindo por declarar que o semear de um modo com-pacto sob o pretexto de suffocar as plantas adven-ticias, e desde que a semente se acha lançada naterra, abandona-la a si mesmo até a época da ceifa,nos parece uma cultura primitiva, ingênua e perigosa,podendo chamar-se mesmo cultura aventurosa.

Aquelles que çruzão os braços diante do mato queinvade seus campos, assemelhão-se aos fatalistas quenão se desviâo da pedra porque a julgão lançada peloinevitável deslirio.

O homem, sem duvida alguma, não poderá jamaisdominar as intempéries, mas pôde diminuir conside-a. 24

— 330

ravelmente seus eífeitos. E nisto que esta o papel re-servado ao homem pela Providencia : aprender a con-jurar com energia e inteiligencia os tristes effeitosdos flagellos necessários.

Pois que as necessidades sociaes de nossa épocaencarecem as condições da producção, cumpre jogartanto mais fortemente quanto os lances são menores.É preciso que por sua previdência perseverante ocul-tivador se ponha em guarda das adversidades e quesomente entregue ao acaso o que não puder subtrahir-lhe. Elle poderá, deste modo, não domar os agentesnaturaes, mas faze-los servir em seu proveito, e sempoder garantir-se sempre de felizes resultados, pôdeadquirir ao menos a certeza de que não colherá joio uocampo onde tiver semeado bom trigo.

J.

Industria fabril.Processo

PARA. CONSERVAÇÃO DE CARNES E LEGUMES, DESCOBERTOPELO DR. SACC, DE NEUF-CHATEL.

A descoberta deste processo é resultado de longas•e innumeras experiências, levadas a effeito quasi seminterrupção desde 18'i5, e que me trouxerão a con-•vicção de que o único meio seguro de conservar assubstancias alimentícias é de as seccar bruscamentecom o auxilio de uma substancia hygrometrica, em vezde as seccar directamente, o que é demorado, caroe lhes altera a qualidade.

A operação é mui simples. Collocão-se as carnes emum barril, depositando ao redor e sobre ellas acetatosodico em pó, na proporção de um quarto do pesoda carne. No verão a acção é immecliata; no invernodeve-se collocar os vasos em uma sala aquecida por20° cent. O sal absorve a água da carne; no fim de

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24 horas, vollão-se os pedaços e colloca-se em cimaos que estavão em baixo. Km 48 horas eslá terminadaa operação; e on embarrilão-se as carnes na respe-diva salmoura ou então se as sécca ao ar. Se nãoestão cheios os barris, acaba-se de enchêlos com sai-moura obtida pela dissolução de uma parle de ace-tato sodico em Ires parles d'água.

A salmoura separada das carnes e meio evaporadacrystallisa e regenera a metade do sal empregado.As aguas-mãis constituem um excellente exlracto decarne que, em espessa massa, representa 3 •/• do pesoda carne empregada. Deve-se despejar esse extractosobre a carne conservada, quando se prepara para amesa, nessa mesma relação de 3 7,, afim de que ellareadquira totalmente o seu gosto de carne fresca; docontrario, ella parece insipida, o que provém da au-sencia dos saes polassicos, que ficão na salmoura.

Para empregar as carnes preparadas por esse pro-cesso, é preciso mergulha-las durante doze horas aomenos, vinte e quatro horas no máximo, o que de-pende do volume dos pedaços, em água morna, áqual se addiciona 10 grammas de sal-ammoniaco porcada litro d'agua. Este sal decompõe o acetato sodicopermanente na carne, formando chlorureto sodicoque lhe realça o sabor, e acetato ammoniaco que aincha de novo e lhe dá o cheiro e as reacções ácidasda carne fresca. Não só a carne assim preparada pôdeservir para todas as iguarias em que se emprega asque são frescas, porém ainda, como eu me certifiqueidirectamente, e por diversas vezes, os ossos que asacompanhão fornecem caldo gordo, abundante e muitosaboroso.

Resultava desses factos a possibilidade de conser-var animaes inteiros em salmoura de acetato sodico;a experiência confirmou essa conclusão, e segundo esseprocesso conseguimos preparar peixes, gallinhas, patose codornas, tendo só a precaução de lhes tirar osintestinos. Quando não se começa por esvasiar essesanimaes, as dejecções, e mais ainda a bilis, dão ássuas carnes um gosto desagradável.

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Sob a influencia da salmoura, a carne perde 1/4do seu peso, e outro quarto quando a seccão, qual-quer que seja o animal de que provenha. Póde-seseccar em estufa a carne dos animaes de sangue quente;porém á excepção das carpas e de outros peixes semdentes, todos os demais, especialmente ps salmões eas trutas devem ser sêccos ao ar, sem o que, suascarnes derretem como manteiga e transformão-se emum óleo avermelhado, subsistindo apenas uma esponjafilandrosa de fibras animaes que logo depois se tornãorançosas.

A operação dos legumes se opera como a das car-nes; perdem então 5/6 do seu peso em geral; as cou-ves de Bruxellas só perdem 3/4 do peso. Para em pre-ga-las basta que se as conserve durante 12 horas emagua fria, cozínhando-se depois como se fossem frescas.

Deve-se escaldar os legumes antes de cobri-los desal, alé que tenhão perdido a sua rigidez. No fim de24 horas deve-se espremê-los e secca-los ao ar.

Empregão-se os cogumelos sem preparo; despeja-sesobre elles uma salmoura feita com partes iguaes deacetato sodico e de agua, até que fiquem mergulhados. Asalmoura é de 30° c, a sua acção termina em 24horas; retira-se então os cogumelos, espreme-se esécca-se; perdem, como os demais legumes 5/6 dopeso primitivo.

Só tentamos essa operação sobre os morühos (es-pecie de cogumelos) que aqui formão um alimentoe quasi que um accessorio de luxo ; na Rússia, porém,são tão abundantes que servem de alimento aos pobres.

As batatas cruas não se deixão absolutamente pe-netrar pela salmoura de acetato sodico; é precisoprimeiro cozê-las pela acção do vapor, preparando-sedepois com tanta facilidade como os outros legumes.Ha nisso vasta * fonte de riquezas aberta aos paizesquentes pára a conservação de suas batatas doces, carás,mandiocas e outras raizes farinaceas.

Com as frutas de pelle fina, como os pecegos,ameixas, franboezas e morangos, consegue-se a desec-cação pelo acetato sodico ; porém com as de epiderme

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mais espessa, como as maças e as pêras é necessárioescalda-las ou racha-las, o que \hes estraga a appa-rènciá.

Todas as substancias alimentícias preparadas por esseprocesso devem ser conservadas sêccas, porque nume-decem em um ar saturado de humidade. Postas emágua e expostas em seguida ao ar, mofão sem apo-çlrecer ; por isso basta separar o mofo para que ellassejão tão boas eomo anteriormente.

Este processo permittirá fazer provisões de carnefresca, de fructos e legumes quando estiverem por baixopreço, armazena-los e conserva-los pelo tempo que sequizer; tornará menos fortes as fluctuações em todosos mercados, facilitará as trocas entre os diversos paizesdo globo, entre as cidades e o interior, e permittiráao consumidor ter sempre á mão um alimento abun-dante e são.

Para provisões marítimas, esse processo terá aindamais utilidade que para as de terra firme, porquepermittirá dar aos passageiros os mesmos alimentos aque estiverem habituados e supprimir o uso exclusivode cousas salgadas, que produzem o escorbuto e oseu lugubre cortejo de moléstias pútridas.

Este processo exercerá sobre o commercio do peixede mar e da caça uma utilissima acção, porque lhesregularisará o preço, permittindo conserva-los indefi-nídamente, expedi-los por meios pouco rápidos, emqualquer época, até os mercados do interior. Os Estados-tinidos remetteráo aos mercados de Pariz as suas trulas.a Noruega os seus salmões; e receberão os estorjõesdo Wolga, os gamos do Ourai, os gallos da montanhada Allemanha, a perdiz vermelha da Itália e da.Hes-panha, os gfgantescos surubís do Amazonas, os gu-ramis de Java4 os zebos de Madagascar, os carneirosda Austrália eos faísões da Mongólia.

Essa immensa permuta de matérias alimentares entreos diversos Estados do globo, enriquecerá a França emlugar de empobrecê-la, como se poderia suppôr a prin-cipio, visto que, permittindo-lhe fazer economias eméuas importações, lhe deixará tempo de organizar sua

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agricultura, de modo a corresponder a todas as neces-sidades do seu consumo, e especialmente ás do seucommercio de exportação, aos vinhos, aos assucares eás matérias lexlís.

Ern parte alguma a cultura da .hortaliça está tãodesenvolvida e é tão bem ententida como em França ;razão pela qual esse paiz é o que fornece ao mundointeiro as boas conservas de legumes ; porém essas,conservas são muito caras para consumo geral,'porcausa das despezas de acondicionamento e fabrico.Como os legumes preparados por meio do acetato so-dico serão dez ou duze vezes mais baratos, vender se-haprovavelmente cincoenta vezes mais, o que dará a essecommercio immenso impulso, prestando relevante ser-viço á alimentação publica.

Para corresponder ás gigantescas exigências da in-dustria, será mister desenvolver em todos os lugaresem que abundem água e estrume, isto é, na vizinhançadas cidades, plantações de hortaliças, porque desdeentão as cidades tornar~se-hão centros de producçaoem vez de serem focos de consumo e de infeeção.

Dr. Sacc.(Extrahido do jornal Os Mundos de 22 de Maio de

1873).

Matorio dos trabalhos da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional

(Continuação.)

Ao requerimento de José Ribeiro da Silva, pedindoprivilegio por dez annos para fabricar e vender umamachina de que se diz inventor, destinada ao preparodo café, requerimento que acompanhou o Aviso doMinistério da Agricultura de 27 de Julho do anno pas-sado, respondeu: que não se achando o requerimentoacompanhado dos documentos indispensáveis para se

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poder avaliar conscienciosamente do merecimento damaehina em relação a outras destinadas ao mesmo fime já adoptadas por diversos fazendeiros; julga neces-sario que o peticionario exhiba esclarecimentos maiscompletos sobre a maehina de que se diz inventor, afimde que a Sociedade possa dar uma informação seguraao governo.

Cabendo-lhe também ajuizar do merecimento da pe-* lição de Frederico Crocker que pede privilegio para.

introduzir, fabricar e vender no Império machinas des-tinadas ao fabrico do gaz; declara que a maehina dequo se trata, é hoje muilo conhecida nos Estados-Uni-dos da America, eslá introduzida nas Republicas doPrata, e pôde ser empregada com muita vantagem noBrasil, não somente pela economia a que seu uso dálugar, como pela sua simplicidade, facilidade de trans-portar e manipular, por não oíferecer risco de ex-plosões, visto que nellas se achão prevenidas as causasque poderião produzi-las, taes como a consideráveldilalação do petróleo e a grande volatibilidade dasessências oleosas nellas contidas; que de maisé incen-tivo para se explorar algumas minas desta matéria primaexistentes no império, pelo que concluio opinando peloprivilegio pedido.

Também lhe tocou interpor parecer sobre o pedidode privilegio solicitado por Gomes Pradez &C, pro-pondo-se a estabeler moinhos a vapor para moer trigoem grão; pensando a Secção que não estava o pedidono caso de decisão favorável.

Este parecer íoi approvado , contra o voto do Sr.commendador Azevedo, que exigio fosse o seu voto de-clarado na acta, pois que considerava esta pretençaoidêntica á de Carvalhaes.

Parecendo ter havido conlradicção da Secção na suamaneira de opinar, é justo que, para evitar duvidas,eu faça sentir que outra Secção e não esta tomou oestudo da questão Carvalhaes, pelo que nenhuma res-ponsabilidade lhe cabia na differença de pensar havidasobre os dous requerimentos.

Ainda foi sujeito ao seu juizo o requerimento rece-

'V '0

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bido com o Aviso do Ministério da Agricultura, de 12de Setembro do anno passado, em que Rohe & Irmãospedião privilegio para o fabrico, venda e exportação doapparelho que, segundo allegão, inventarão para carrosde vias férreas, por meio do qual se consegue limparos trilhos e ao mesmo tempo evitar accidentes; pen-sando a Secçao que o apparelho não tem a impor-tancia que parece indicar á primeira vista, pelo qoeacredita que se não deve conceder o privilegio pedido

'sem que os peticionarios provem previamente e pormeio de experiências o merecimento do apparelho quedizem ter inventado.

Pende ainda de sua decisão a representação em qu eAmedêe Carruett reclama contra o privilegio pedido por¦Gomes Pradez & C, para estabelecerem moinhos avapor para moer trigo em grão.

Preoceupou ainda as suas vistas, o requerimentorecebido com o Aviso do Ministério da Agricultura,datado de 16 de Setembro do anno passado, em queGuilherme Van VIeck Lidgerwood'e Roberto PorterWalker pedem prorogação, por dez annos, do privile-gio que lhes foi concedido pelo Decreto n. 3006de 21 de Novembro de 1864 para o fabrico, impor-tação e venda das machinas de descascar café, aper-feiçoadas, de sua invenção ; e assim mais concessãode privilegio para os melhoramentos por elles intro-duzidos nas referidas machinas.

Aquilatando do merecimento real do objecto sujeitoá sua apreciação, a Seccão não poupou esforços parademonstrar a justiça do pedido, e depois de um mi-nucioso e bem pensado relatório que honra aos re-latores e aos peticionarios, concluio julgando cònve-niente a prorogação por dez annos do privilegioconcedido pelo Decreto n. 3006 de 21 de Novembrode 1864, assim como que no decreto da concessãose declare explicitamente que o privilegio tamberase estende aos inventos especificados no final do re-querimenlo, quer considerados conjlindamente namesma machina, quer cada um delles em separado.

Também opinou favoravelmente sobre o requeri-

— 337 -— _.

, mento que acompanhou ò Aviso do Ministério daAgricultura, de 2 dé Outubro do anno passado, éiiíque Antônio Lúcio de Medeiros pedia privilegio porvinte annos para o fabrico e venda dé fogões de eco-nomia dupla, de que allegou ser inventor; tendo aSecção emittido assim o seu parecer: póde-se conce-der o privilegio por espaço de vinte annos, devendoporem, ficar claramente decretado que o privilegiose refere tão somente aos fogões de economia dupla,isto é, fogões de cozinhar alimentos e fazer gaz pelosystema descripto e representado nos desenhos juntosao requerimento.

Idêntica foi a sua decisão, tendo de informar sobrea petição de Daniel Lombard, em a qual solicitavaprivilegio para fabricar e importar no Brasil uma ma-china de sua invenção, destinada a descascar e brunircafé, opinando assim pelas vantagens que diz offerecer amachina de que se traia, opinião que também sus-tentou no pedido feito por Antônio Pereira Gabriel,que solicitava privilegio para construir e vender umapparelho de sua invenção destinado a descascar, ven-luar e brunir o café, guardando o mesmo petísarem relação ao .pedido de privilegio feito por AméricoSalvatori, para fabricar e vender por espaço de vinteannos um apparelho para descascar e brunir o café.Comquanto reconhecesse que a machina em questãoe inferior a outras já conhecidas, entende que convémanimar a industria que se refere á preparação docafé, por ser este gênero a principal fonte de riquezanacional, além de que pôde a pratica ou o estudomais apurado desta machina dar lugar a novos me-lhoramentos, pelo que foi de parecer que se conce-desse o privilegio, mas tão somente pelo espaço dedez annòs.

Estudando a petição em que Daniel Henninger,allegahdò haver aperfeiçoado a descoberta de Petten-kofer, de Munich, sobre o gaz extrahido das madéi-ras communs, a ponto de torna-lo luminoso paraservir como o gaz do carvão, solicita privilegio porviute annos para ò apparelho assim melhorado, diz

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a Secção que havendo na petição alguma cousaimportante relativa a melhoramentos introduzidos namachina de fabricar o gaz disti.liado das madeiras,crê que a esses melhoramentos se poderá concederprivilegio, por cinco annos, ficando claramente ex-presso que este privilegio não se estende à illuminaçãoa gaz pelo processo da distillação da madeira.

Sobre a pretenção de Manoel Borges de Arantespedindo privilegio para o apparelho, de que se dizinventor, e que é destinado á extinecão dos formi-gueiros, informou a Secção que os documentos, queacompanharão o requerimento, são accordes em elo-giar os resultados de uma experiência que dizemter sido feita com o apparelho de que se trata, masnem o requerimento, nem esses documentos e nemo desenho, quejunta, descrevem ou explicão convenien-temente o apparelho, de sorte que por elles não sepôde fazer idéa alguma do merecimento do invento,pelo que concluio ella que era necessário que o pe-lícionario apresentasse a descripção e os desenhos doapparelho de que se diz inventor, para que a So-ciedade possa erníttir conscienciosamente sua infor-mação.

Ainda foi tarefa sua opinar sobre a pretenção de JoséMaria Guedes Mourão, que pedia privilegio por quinzeannos para introduzir e estabelecer na provincia do Parámachinas de lavar roupa, movidas a vapor ou a eleclrici-dade, obrigando-se a lavar gratuitamente a roupa doHospital da Santa Casa da Misericórdia d'alli, durante otempo do privilegio.

Apezar de lão significaitiva offerta, em que o peticio-nario moslrava-se de um caracter por demais esmoler,a Secção entendeu dever pôr de parte a phiíantropia dopeticionario e declarar que tratando-se de uma machina,applicada para um dos misteres mais communs da vidadomestica, e que mais tarde ou mais cedo o privilegiorequerido poderia prejudicar outros estabelecimentosimportantes, que de taes machinas tenhão necessidade,é de parecer que não seja concedido ò solicitado.

Teve ainda de informar sobre a pretenção de Prosper

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Chaton pedindo privilegio para usar e vender o appa-relho de que allega ser inventor, destinado á lavagemdas terras e arêas auriferas, e sobre este requerimentofoi sua opinião formulada nos seguintes termos: ha nesteinvento alguns pontos bastante curiosos, porquanto nãoso previne os diversos casos que se podem apresentarquanto á natureza dos alluvios d'onde é extrahido oouro, como também dispõe o apparelho de fôrma que oouro encontra uma grande serie de com partira entos emque e obrigado a depositar-se, e por isso entende que,como prêmio conferido pelo engenhoso apparelho quedsz ter aperfeiçoado depois de muitos estudos, se con»eeda ao peticionario privilegio por dez annos para ven-dê-lo no Império.

Em relação ap requerimento em que Eduardo A. Mon-iegia solicitava a concessão de privilegio por quinze ¦ n-nos para introduzir e vender no Império o apparelhodenominado « Pantanemone helicoidal », destinado autilisar-se a pressão exercida pelo vento, pareceu á Sec-ção informando, depois de diversas considerações, quea irregularidade do trabalho dos moinhos commuíis quefôrma a principal causa da sua rejeição no serviço donossas industrias, é no apparelho em questão obviada emgrande parte; e como a sua conservação, depois de mon-tida, é facillima e mais econômica, o seu effeito útil econstante, a introducção de taes apparelhos no Bra-sil deve ser vantajosa, sobretudo afim de fazer elevar asagoas em certos pontos para fins differentes, pelo queopinou pela concessão do privilegio requerido pelo es-paço de quinze annos.

Pende também da sua decisão, o requerimento rece-biífo com o Aviso do Ministério da Agricultura de 7 deNovembro do anno passado, em que J. L. de Souza Bre-ves dC. pedem privilegio para um machinismo destinadoá conservação do café nos armazéns de deposito.

Ainda foi-lhe enviado para ajuizar a pretençao deJosé da Silva Neves, pedindo privilegio para fabricarbicas ou conductores de água, segundo o systema de quetratão a descripção e desenho que acompanhavão o ditorequerimento, pensando a Secção dever ser concedido o

- 340 -

privilegio por cinco annos, visto ter reconhecido que osystema, de que se trata, é de muita vantagem e exequi-vel, nãò só para o abastecimento de agua ao publico, comoaos particulares.

Foi sujeita á sua apreciação, mas ainda não foi despa-chadâ, a representação em que Francisco Ferreira deis-sis, residente e estabelecido no município do Juiz de Fó-ra, pede que seja examinado o modelo que envia de umamachina de descascar café, que acerca de tres annos fez„e de cujo emprego não só elle como seus vizinhos têm ti-rado grandes vantagens.

Emittio também parecer, sobre o requerimento rece-bido com o Aviso do Ministério da Agricultura n. 2,datado de 17 de Janeiro do corrente anno, em que Fran-cisco Eugênio Simonard e Francisco Toussaint Fertin pe-dem privilegio para um apparelho hyclraulico, que dizemser de sua invenção, destinado a extrahir arêas auriferase cascalho diamantino dos leitos dos rios. Pensa aSècçãosobre esta pretenção, do modo seguinte; o apparelho deque se trata fôrma uma espécie de bomba para extrahiras arêas dos fundo do rios, e como tal crê que se poderáconceder aos peticionarios um privilegio por dez annos.

Também se pronunciou de um modo favorável sobre apretenção de Morris N. Kokn e o Dr. Joseph Spyér, pe-dindo privilegio para o fabrico de camas de tecido doarame e palhinha metallica, de que alíegão ser inventores,o que consta do requerimento recebido com -o Aviso doMinistério da Agricultura n. 6, datado de 4 de Fevereiro.

Este invento é muito importante, e a Secçao no meuentender não terá oceasiao de arrepender-se de terâpatrocinado esta pretenção. Cumpre somente aguardaro futuro.

Já se achão informados pela Seccão, mas ainda nãosoffrêrão discussão até á data em que escrevo este, osseguintes requerimentos :

De Antônio José de Oliveira, pedindo privilegio,por50 annos para o uso e venda de um amassadór dòbarro, que diz ser de sua invenção, e por vinte annosj)ara introducção das machinas destinadas ao fabricoda telha denominada — franceza ;

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De Brigot e Merlz, pedindo privilegio para a intro-ducção no Império das machinas destinadas a prepararparaílelepipedos para o calçamento das ruas;

De Chrislovão Augusto Wetzleben, pedindo privilegiopara uma machina de sua invenção, destinada a des-cascar mandioca;

De Francisco Soares de Andréa pedindo privilegio paraa construcção, uso e applicaçao de apparelhos desli-nados a dar automaticamente signaes de incêndio ;De Pedro Marques pedindo privilegio por trinta annospara um quebramar de sua invenção;

De Eduardo Benest Sbaw Benest pedindo privilegiopor dez annos para fabricar e vender no Império oapparelho de movimento para as chaves de trilhosdas linhas urbanas, do qual allega ser inventor.

(Continua.)

Modelos de enxertia,

Na convicção de prestarmos um importante serviçoaó ensino agrícola, fazemos a seguinte pergunta:

l.c Existem para o ensino dos differentes modos deenxertía das plantas (de encosto, de racha, de coroa,de escudo, de flauta, enxerto inglez, herbaceo, etc,etc.) modelos em madeira ou metal, assim como bapara o ensino da mecânica agrícola, de geometria, etc. ?

2.° No caso affirrnativo podem-se obter taes modelospor compra e de quem ?

Estes modelos serão em breve de reconhecida uti-lidade para todos os lavradores, e mesmo para os eu-riosos que se entretêm em seus jardins e pomares, esobretudo para o ensino pratico nos estabelecimentosque têm a seu cargo a instrucção agrícola, e nas escolasde instrucção primaria dos districtos ruraes.

24 de Julho.

J* Azevedo.

— 342 —

Eelação dos alumnos promovidos ás differentesclasses nos exames que tiverão lugar em Julliado corrente anno.

Ia classe.

(PROMOVIDOS Á 2a CLASSE.)

Ia SECÇÃO.

Francisco de Assis Lopes.

2a SECÇÃO.

Joaquim Alves das Neves.Marcellino Ribeiro de Mesquita.Mariano José Goulart Júnior.José Alves Pereira.

2* classe.

(PROMOVIDOS Á 3a CLASSE.)Fortunato Maria da Conceição.Carlos Eduardo Mascarenhas.Valenlim Antônio de Souza.Launndo Fernandes Cordeiro».

2a SECÇÃO.

José Mathildes dos Santos.

3* classe.

(PROMOVIDOS Á 4a CLASSE.)

4a SECÇÃO.i

José Ricaldone.Firmino Felix de Barros.

— 343 -

Carlos Armindo Marques.Alfredo Antônio dos Santos Coimbra.Escola Nocturna de Adultos da Sociedade Auxiliadora

da Industria Nacional, 28 de Julho de 1873.J. M. Garcia, Mestre em Artes,

Director.

Eelação dos alumnos pe obtiverão banco de honranos exames que tiverão lugar em Jnllio docorrente anno.

*" classe.

Ia SECÇÃO.Francisco de Assis Lopes.

2» secção.Joaquim Alves das Neves.

3a classe.

Ia SECÇÃO.

Fortunalo Maria da Conceição.

2a SECÇÃO.

José Mathildes dos Santos.

3a classe.

Ia SECÇÃO.José Ricaldone.Firmino Felix de Barros.Escola Nocturna de Adultos da Sociedade Auxiliadora

da Industria Nacional, 28 de Julho de 1873.

J. M. Garcia, Mestre em Artes,Director.

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I

Dados Estatísticos.A exportação, tanto de café como de algodão, pelo porto de Santos desde o exercício «te

3864 a 1865 até o de 187S a 1873, foi o seguinte:-ii

Canal e Inglaterra.França e BélgicaMediterrâneo .Hamburgo .E stado s -Unido s.Eio de Janeiro e Eio da Prata.

Total ... . . ¦¦-.

SACCAS.

OAFE.

1861-65

217,39613,0*2231.88449,26616,55522,881

351,004

1865-66

196,84316,77215,48213,5619,031

23,733

275.425

1866-67

147,02716,29913,22839,3196,879

28,814

251,566

1867-68

231,71931,19912,87390,44714,90036,617

420,755

1868-69

300,72533,09920,81682,26817,82646,888

501,622

1869-70

169,57264,40434,646

113,44083,34S44,682

510,092

1870-71

176,77733,80839,20058,03176,76939,714

424,299

1871-72

103,96030,16960,72867,53883,75962,816

409,000

1872-73

157,26560,63330,683

123,07959,89811,657

443,215

ALGODÃO.

Exercícios

18721871187018691868186718661865

a 1873a Í872a 1871a 1870a 1869a 1868a 1867a 1866

Rio de Janeiro

13,5133,065

11,7398,290

32,21795,37837,03544,206

Inglaterra

55,84846,65232,33645,09068,68953,88620,7309,393

França e Belg.

28,72266,35219,18654,89826,8923,7012,4962,508

Allemanha

6,64512,8324,2525,9583,5539,0392,063

122

Canal

36,66142,42814,4903.800

6331,1492,2111,207

Lisboa

1,839464

16204

52

Barcellona

4,6754,1106,2584,020

1,768

Mediterrâneo

10,89910,74816,350

656

TOTAL

156,968188,026105,575122,056132,656165,14564,58757,436

,'-:'--:

.SOCIEDADE

DA

lilOIALN. 9. - SETEMBRO DE Í873,

Sessão «S© Conselho Administrativo em o _.*___ Setembrode -iSfS.

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDEDO RIO BRANCO,

Achando-se presentes os membros do conselho, se-uhores conselheiro Visconde do Bio Branco; DrsNicoláo Moreira, Matheus da Cunha, Paula Freitas, PaesLeme, Pereira Portugal, Rebouças, Américo de Vas-concellos, Bartholomeu, Pereira Rego Filho e SayãoLobato Sobrinho ; mestre em artes Garcia, commenda-dores Azevedo, José Maria Pereira e Fernandes daCunha; Rabello e Henrique Nascentes; os sócios effec-tivos senhores conselheiro José Bonifácio Nascentes deAzambuja; Conde de Rozwadowski; Drs. José Ew-hank da Câmara, Joseph Spyer, Joaquim José de SiqueiraFilho, Fernando Pires Ferreira e Joaquim AntônioPinto Júnior; João Coelho Gomes, Morris N. Kohn,William Scott Smith, José Alfredo Vieira da Cunha eBernardino José Coelho ; e o sócio correspondente, Sr.Henrique Rantenfeld, foi aberta a sessão, lida, e semdiscussão approvada a acta da anterior, que teve lugarem 16 de Agosto próximo passado.A. 25

j

_ 346

EXPEDIENTE.

O Sr. secretario geral participou que se remetteu

para informar: _ V,Em 18 de Agosto: á Secção de -Machinas e Appa»

relhos o requerimento, que acompanhou o Aviso doMinistério da Agricultura, Commercio e Obras Publicas.n 40 datado.em 12 do mesmo Agosto, e em queJacob Hebertein pede privilegio por quinze annos parafreios de carros de ferro e outros veliiculos, movidospelo contacto dos tambores fixos sobre os eixos.

Em 26 de Agosto: á Secção de Industria habril orequerimento recebido com o Aviso n. 42 do Minis-terio da Agricultura, Commercio e Obras Publicas,datado em 23 do mesmo Agosto, em que Manoel Caiboe Raphael Peralta pedem privilegio por dez annospara fabricar vidros planos para vidraças e espelhos,secundo o systema que inventarão, e constante dodesenho e exposição juntos ao dito requerimento; e

A Secção de Zoologia, o requerimento que acom-panhou o aviso do Ministério da Agricultura, Com-mercio e Obras Publicas, datado em 23 do referido mezde Agosto, sob n. 41, e em que o bacharel José Bernar-dino Bormann pede privilegio por trinta annos paraintroduzir no Império o melhoramento da raça cavallar.

Carta do Sr. Camillo de Lellis Silva, em que de-clara que, por incommodo de saude, deixa de compa-recer a esta sessão.—inteirado.

Carta do Sr. Dr. João Wilkens de Mattos, em queagradece a sua admissão para membro effectivo destaassociação, de cujo diploma diz estar de posse, eemque assegura que se esforçará quanto lhe sejaAfos*sivel cara provar a gratidão de que se acha possuído.—Inteirada. , | 4 V

Carta do Sr. José Gauné, Io secretario da Asso-rciação estabelecida na provincia do Maranhão, sob otitulo « Sociedade da festa Popular do Trabalho »,acompanhando dous exemplares do relatório da ex-posição, que teve lugar era 15, 16 e 17 de Dezembro

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próximo passado, pedindo que no Auxiliador sepublique nao só o regulamento daquellá Sociedadecomo os exiractos do relatório, que forem dknosde figurar no dito Auxiliador.— Recebido com espe-ciai agrado, remetteodo-se ao Sr. Dr. redactor do Au-xihador para os fins convenientes.Fôrão também recebidos com agrado dous exem-

plares do relatório pelo Sr. Dr. João Wilkens de Mattosapresentado á assembléa legislativa provincial do Cearápor oceasiao de sua abertura em 20 de Outubro de1872.

Foi igualmente recebido com agrado um exemplardo relatório impresso, com que o Sr. senador JoaquimFloriano de Godoy passou a administração da provin-cia de Mmas Geraes ao Sr. Dr. Francisco Leite daCosta ^ Belém, em"20 de Janeiro do corrente anno.'O Sr. Dr. secretario geral participou ao conselhoque o Sr. Visconde do Bom Retiro lhe communicáraque havia designado o Sr. Dr. Nicoláo Joaquim, Mo-reira para, por parte do imperial Instituto Fluminensede Agricultura, tratar com a commissão nomeada poresta Sociedade, acerca dos meios que se devem em-pregar para aequisição de casa, - ¦

Foi lida, e sem discussão approvada, a seguinteproposta : (( Proponho que se remetta para a biblio-tbeca municipal, que a câmara municipal da corteacaba de crear, um exemplar de cada uma daspubíi-cações que fizer a Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional, bem como uma collecçâo, a mais completaque fôr .possível obter-se, de sua revista mensal, oAuxiliador; e também uma collecçâo de todas as pu-htaçies já anteriormente feitas e que existirem noarebiyo da mesma Sociedade.—Rio de Janeiro, em Iode Setembro de 1873.—J. J. de Siqueira Filho.»

Foi lida, e ficou sobre a mesa para ser opportuna-mente tomada em consideração, a seguinte proposta:« Propoiho f ué a Wbliotheca da Sociedade seja fran-queada aos sociós, ao menos dous dias por mez.—Saladas sessões, em o Io de Setembro de 1873. — Condeae MmwadQmki. »

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Fôrão lidos e ficarão sobre a mesa, para opportuna-mente serem submettidos á discussão, os seguintespareceres: '

1 • Da Secçao de Machinas e Apparelhos sobre amachina de descascar café, cujo modelo foi remettidoà Sociedade por seu autor o Sr. Francisco Ferreirade Assis, fazendeiro na provincia de Minas Geraes.

2.e Da mesma seccão, sobre o privilegio por 20 annospedido por Bernardino Salomoni, para introducção evenda neste paiz dos apparelhos para fabricação dogaz econômico inventado pelo cavalheiro Raffaelo Cola-cicchi, de Nápoles, e privilegiado por 15 annos paraa Itália, França, Áustria, Inglaterra, Rússia, Hespanha,e Bélgica. . ., . ...

3.° Da referida seccção, sobre o privilegio pedidopor J. J. Vander Weyde, para diversas machinas quese deslinão a differentes misteres.

4.° Da Secçao de Industria Fabril, sobre a pretençãode John Ring, que solicita privilegio para fabricar naprovincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul papel,com fibras vegetaes brasileiras.

5.° Da mesma seccão, sobre o privilegio pedido porJosé Sertori, fabricante de luvas, para introduzir noImpério essa industria.

Fôrão ainda lidas, e em conseqüência de ser admit-tida a urgência pedida, fôrão immediatamente sub-mettidas à votação as seguintes propostas, que fôrãounanimemente approvadas, e por conseguinte declara-dos membros effectivos desta Sociedade os indivíduos,cujos nomes constâo das mesmas propostas, queSãO:

« l.a Proponho para sócio effectivo oSr. Dr. Luiz Ban-deira de Gouvêa, medico, morador á rua do Ouvidorn. 52. —Rio, Io de Setembro de 1873. —/. A. deAze-vedo. »

« 2.a Proponho para sócio effectivo, remido, o Sr. Dr.José Viriato de Freitas, residente â rua do Lavradion. 53.—Sala das sessões em o Io de Setembro de 1873.—J. /. de Siqueira Filho. »

« 3.a Proponho para sócio effectivo o Sr. Bento de

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Carvalho e Souza Júnior, escripturario da contadoriade marinha, morador á rua da Prainha n. 94.—Riode Janeiro, ln de Setembro de 1873* — Camülo deLettis Silva.»

« 4.a Proponho para sócio effectivo, remido, o Sr.Dr. Ernesto Eugênio da Graça Bastos, engenheiro civil,e fiscal do prolongamento da estrada de ferro de Can-tagallo, moradora rua de S. Lourenço n. 18.—Rio, Iode Setembro de 1873.—Dr. Francisco José Xavier. »

« 5.a Proponho para sócios effectivos os Srs. JaymeEmaty, gerente da Companhia de Navegação Paulista,morador á rua Primeiro de Março; e Jacintho Luiz Guer-reiro, negociante desta praça, morador à rua do Rosa-rio.—Bio", em 30 de Agosto de 1873. —Bernardo de Oli-veira Mello.»

ORDEM DÓ DIA.

Entrarão em discussão os pareceres, abaixo trans-cripios, sob nFs 1 e 2, da Secção de Industria Fabril,sobre o privilegio pedido por Francisco Marques Tei-xeira, para o processo de. sua invenção, destinado aofabrico de velas de sebo.

E depois em um debate, em que tomarão parte osSrs. Dr. Matheus da Cunha, commendador José MariaPereira e Azevedo, Dr. Pinto Júnior e Conde Rozwa-dowski, foi rejeitado o 2o destes paraceres, por seentender que as velas, para que se pede privilegio,não apresentão vantagens sobre as já conhecidas.'E nada mais havendo que tratar, o Sr. presidentelevantou a sessão, dando para ordem do dia da seguinte:discussão cios pareceres apresentados, — Visconde doRio Branco.-—Dr. José Pereira Rego Filho, secretariogeral —Alexandre Affonso da Rocha Sattamini, servin-do de secretario adjunto.

PARECERES A QUE SE REFERE ESTA ACTA.

N. l.-Com officio da secretaria da Sociedade Au-xiliadora da Industria Nacional, de 8 de Fevereiro

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ultimo, foi rem ettido á Secçao de Industria Fabril o avison. 8 do Ministério de Agricultura, Commercio e ObrasPublicas, de h do referido mez, para informar, o reque-rimen.o incluso, em que Francisco Marques

"Teixeira

pede privilegio por 20 annos para o processo de suainvenção, destinado ao fabrico de velas de sebo.

Descrevendo o peticionario em documento annexo?não só o preparo dos pavios, como o do sebo pelo pro-cesso que diz inventara, e juntando o desenho de umaprensa hydraulica, própria para o trabalho da fabricação,assevera que por estes meios conseguio fabricar velas desebo, mais sólidas e consistentes, mais claras e inodoras,de luz mais pura e brilhante, de combustão mais perfeitae asseiada, do que as velas até aqui fabricadas no paiz ouimportadas, visto que ardem sem derramamento peloslados, não deixão morrão quando apagadas, por extin-guir-se de prompto a ignição do pavio, sem comtudocustarem mais caras aos consumidores, em relação ásvelas ordinárias, sem que neste fabrico entre substan-cia alguma nociva á saúde.

A Seccão de Industria Fabril, sem negar ou affirmaras vantagens resultantes do processo do supplicante,na fabricação de ura producto de incontestável utilidadee de quasi geral consumo entre as classes menos fa-vorecidas, não póde desde jâ emittir um juizo con-sciencioso sobre o assumpto, na ausência completa deamostras do mesmo producto, para sobre ellas fazeras necessárias experiências, por isso que não reputasufíicientes as allegações do pretendente, nem descri-pção do seu processo.

« Entretanto o conselho administrativo decidirá o quemelhor convém informar ao governo imperial.—Riode Janeiro, 11 de Março de 1873.— José Maria Pe-reira. — Francisco Corrêa da Conceição.— CaetanoJosé Cardoso.»

N° 2.™- « Informando a Seccão de Industria Fabril,em II de Março do corrente anno, a petição do Sr.Francisco Marques Teixeira, que solicitava privilegiopor 20 annos para o fabrico de velas de sebo, por

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meio de om processo de sua invenção, disse que nãopodia, não obstante as considerações então produzidas,emittir juizo positivo sobre o assumpto, por nãoterem sido apresentadas amostras desse produeto, parao fim de experiências convenientes.

« Convidado o requerente para cumprir esta exigência,acaba de apresentar á secção uma caixinha contendo,além da amostra da massa com que, segundo seuprocesso, é fabricado o produeto, tres velas bem pre-paradas.

f«Submettidas essas velas ás experiências conve-nientes, verificou-se que ellas reunião as qualidadesmencionadas na petição, e por essa razão superioresás velas até aqui fabricadas no paiz ou importadas,e que se approximão ás estearinas,

« E como o peíicionario afiança poder vender o seuprodueto por _ preço igual ao das velas ordinárias, éfora de ¦ duvida qoe este ramo de industria é útilpara o paiz e para o publico, e portanto, conside-rando-se que elle com seu invento muito a aperfeiçoouempregando tentativas, tempo e despezas para lorna-Iapratica, está no caso de merecer a garantia que re-quer, não pelo tempo que solicita, mas pelo de10 annos. * -

« Se porém, á vista do exposto, o governo impe-rial assim lambem o entender, o privilegio deveráser circumscripto aos. produetos fabricados no esta-be .cimento que o peticionario montar nesta corte eprovincia do Rio de Janeiro somente, sem comtudovedar-se a importação de produetos iguaes ou se-melhantes, nem prejudicar as demais fabricas destacorte, que seguem processo diferente.

« É esta a opinião que a Secção de Industria Fabrilsubmette á decisão do illüstrado conselho administra-tivo.— Rio de Janeiro, 31 de Julho de 1673*—/os.Maria Pereira. —Francisco Corrêa da Conceição.—Cândido José Cardoso.»

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Sessão «Io Conselho Administrativo, fcsn 1'? de Setembrode 18?:S.

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONíE DOKIO BRANCO.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs,conselheiro Visconde do Rio Branco ; Drs. Nicoláo Mo^reira, Paes Leme, Rebouças, Pereira Portugal, SayaoLobato Sobrinho, Pereira Rego Filho, e NascentesPinto ; mestre em artes Garcia ; commendadores ize-vedo, José Maria Pereira, e Fernandes da Cunha; JoséBotelho, Conceição, Sattamini, Lellis Silva e Henriques.Nascentes, e os sócios effectivos Srs. conselheiroJosé Bonifácio Nascentes de Azambuja; Conde de Roz-wadowski; Drs. José Ewbank da Câmara, e JosephSpyer ; commendador Manoel Amarante Vieira daCunha, Guilherme Telles Ribeiro, Morris N. Kohn, Wil-liam Scott Smith, James Walter Grahahi, BernardinoJosé Coelho, José Joaquim Pereira Braga, HermelinoJorge Linhares, e José Agostinho Vieira da Cunha, foiaberta a sessão, lida, e, sem discussão, approvada a actada anterior, que teve lugar em o Io do corrente mez.

EXPEDIENTE.

O Sr. secretario geral participou que se remetteupara informar:

Em 10 de Setembro á Secção de Machinas e Appa-relhos o requerimento recebido com o Aviso do Minis-terioda Agricultura,,Commercio e Obras Publicas, n.45, datado em 10 do mesmo Setembro, e em queFrancisco da Rocha Rabello Arruda pede privilegiopor vinte annos para usar de uma maehina destinadaa-beneficiar o café.

Em 12 de Setembro A Secção de Geologia applicadae Chimica industrial, reunida á de Industria Fabril,o requerimento que acompanhou o Aviso do Ministérioda Agricultura, Commercio e Obras Publicas, datado em9 do mesmo Setembro, sobn. 43, e em que Nicoias de

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Léon pede privilegio por dez annos para fabricar nestacidade e no Império sabão phenico, cuja amostra acom-panha o dito Aviso.

Á de Geologia Applicada e Chimica Industrial o re-querimento que acompanhou o Aviso n. 44 do Minis-terio da Agricultura, Commercio e Obras Publicas,datado em 9 do referido Setembro, e em que Hen-rique Jorge Desmarais solicita a concessão de privilegiopor vinte annos para usar de um processo de suainvenção, destinado a tornar imputrescivel o sangue dogado, que diariamente se mata, e reduzindo-o a pó,utilisa-lo como estrume.

Á de Agricultura reunida á de Industria Fabril apetição de Thomaz Watson, que acompanhou oAviso do Ministério da Agricultura, Commercio e ObrasPublicas, n. .46, datado em IO tambem de Setembro,solicitando a concessão de privilegio por quinze annospara explorar fibras vegetaes, que diz ler descoberto,e cuja amostra veio com o referido Aviso,

A de Machinas e Apparelhos o requerimento deAaron Young, cônsul dos Esiados-Unidos, na provínciado Rio Grande do Sul, que foi recebido com o Avison. 47 do Ministério da Agricultura, Commercio e ObrasPublicas, datado em 10 ainda de Setembro, e em quesolicita a concessão de privilegio para um systema decadeiras inclinadas.

Carta do Sr. Dr. Joaquim José de Siqueira Filho,em que participa que por incommodo de saude deixade comparecer a esta sessão.—Inteirado.

Carta do Sr. director da Escola Industriai, mestreem artes José Manoel Garcia, acompanhando os map-pas do movimento dos alumnos da Escola Nocturnade Adultos nos mezes de Junho, Julho e Agosto ulti-mos, e em que participa que o professor de francezda primeira destas escolas, Sr. bacharel Manoel de MelloBraga, reassumio o exercício de sua cadeira no dia 4 deSetembro, e que, para substituir o professor dearithmetica, álgebra e metrologia, Sr. bacharel LeopoldoJosé da Silva, designou o Sr. Dr. Manoel Luiz de Moura,que entrou em exercício no dia 5.-—Inteirado, sendo os

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mappas remettidos ao Sr. Dr. redaclor do Auxiliadorpara os publicar.

Forão recebidos com agrado um exemplar do opus-culo intitulado Projecto geral de uma rede de viasférreas còmmerciaes e estratégicas, para a provincia doRio Grande do Sul, ofíerecido a esta Sociedade por seuautor o Sr. Dr. José Ewbank da Gamara; e os jornaesargentinos intitulados Anales de Agricultura dela Repu-blica Argentina, os quaes forão remettidos ao Sr. Dr. re-dactor do Auxiliador, resolvendo~se ao mesmo tempoque,, em troca, se remettessem os Aumliadores áredacçao daquelle jornal.

Forão lidas, e sendo approvada a urgência pedida,rorão immediatamente submettidas â votação e una-aimemente approvados sócios effectivos os cavalheiros,cujos nomes constão das seguintes propostas:

i.a (( Proponho, para sócio effectivo, remido, o Sr.Antônio Aurélio Alves da Silva, fazendeiro na provin-cia do Rio de Janeiro.—Rio, em 17 de Setembro de1873»—J. J. de Siqueira Filho. »

2.a « Proponho, para sócio effectivo, o Sr. PatrícioAugusto da Câmara Lima, morador á rua do Rezenden. 82. —Sala das sessões, em 17 de Setembro de 1873.—Bernardino José Cozlho. »

3.a cí Proponho, para sócios effectivos da SociedadeAuxiliadora dâ Industria Nacional, os Srs. Ernesto Can-dido Gomes e Augusto Cândido Gomes, cidadãos bra-sileiros, estabelecidos com fabrica de tijolos, telhas,etc, etc, á ilha do Governador, e com escriptorio árua d'Alfândega desta corte, n. 37.—Sala das sessões,em 17 de Setembro de 1873.—Manoel Amar anteVidra da Cunha. »

AA| Forão lidos, e ficarão sobre a mesa, para seremopportunamente tomados em consideração os seguintespareceres:

1.° Da Secção de Industria Fabril acerca do privi-legio requerido por Manoel Calbó e Raphael Peralta,

para fabricar vidros planos para vidraças e espelhos,segundo o novo systema que inventarão.

2.Q Da Secção de Machinas e Apparelhos sobre oprivilegio pedido por Jacob Hebertein, para freios decarros de ferro e outros vehiculos, montados pelo con-lado de tambores fixos sobre os eixos.

3.° Da mesma secção acerca da pretenção de Fran-cisco da Rocha Camargo Arruda o privilegio por 20annos para uma machina de sua invenção, destinadaa beneficiar o café.

Propondo o Sr. Lellis Silva a urgência para quenesta mesma sessão fosse discutido o parecer que aca-bava de ser lido, acerca da preterição de Francisco daRocha Camargo Arruda, o Sr. commendador Azevedofallou contra, sendo afinal rejeitada a mesma urgência»

Foi resolvido que se inserisse na presente acta oseguinte:

« Requeira que a commissao especial de cinco mem-bros, nomeados em sessão do conselho de 15 de Se-tembro de 1874, para confeccionar o regulamento parao Archivo da Sociedade, cuja creação foi propostapelo nosso consocio o Sr. Dr. Garcez, em sessão de13 de-Maio do dilo anno, e sujeita ao exame de umacommissao especial? cujo parecer foi approvado/semdiscussão, em sessão do 1° de Setembro do referidoanno, apresenta com urgência o seu trabalho paraen-trar em discussão e ser adoptado, se o conselho ojulgar conveniente,

« Eequeiro mais que a commissao especial de tresmembros» nomeada em sessão de 13 de Maio de 1871 paraexaminar e interpor parecer sobre a proposta do nossoconsocio o Sr. Dr. Garcez, para a admissão de senhoras,definitivamente, ao grêmio da nossa Sociedade, apre-sente com a maior brevidade o seu trabalbo, paraentrar em discussão, e ser adaptada idéa de tanto ai-cance e utilidade.

« Proponho que se solicite do Sr. director dos cursos,com brevidade, o seu parecer sobre a adopção nasEscolas da Sociedade, do atlas do Exm. Sr. senador

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Cândido Mendes, por mim proposto em sessão de 15de Dezembro de 1872, e assim mais que se informese já se deu cumprimento ás minhas propostas apre-sentadas e approvadas em sessões de 17 de Setembroe Io de Outubro de 1872, para a compra de livrospara a bibliotheea da Sociedade.—Rio de Janeiro, em15 de Setembro de 1873. — J.J. de Siqueira Filho.»

Pedindo a palavra o Sr. commendador Azevedo,deu parte do que resolveu a commissão incumbida detratar dos meios para conseguir uma casa em quefunecionem esta Sociedade e o Imperial Instituto Flu-minense de Agricultura; e fallou acerca da aceitação,para tal fim, da casa onde actuálmente está estabele-cido o Club Fluminense.

O Sr. Dr. Nicoláo Moreira fez igual communicaçãopor parte do mesmo Imperial Instituto, e continuandoeste Sr. com a palavra, fallou em relação à vendadas publicações desta Sociedade, e ao recebimento dosjornaes que se assignão,'pelo que foi pelo conselhoautorisado para encarregar alguém da venda das pri-meiras, e para mandar vir os segundos por intermédiode outra casa, visto que não pode mais encarregar-se dessa tarefa a dos Srs. Thompson & Pinto.

ORDEM DO DIA.

Entrando em discussão a proposta que na ultimasessão apresentou o Sr. Conde Rozwadowskí, para quea bibliotheea da Sociedade seja franqueada aos sócios,ao menos durante dous dias em cada mez, fatiarãosobre o assumpto o Sr. commendador Azevedo, quepropoz o adiamento desta discussão, os mesmos Srs.Conde, commendador Azevedo, e Dr. Pereira RegoFilho, ficando afinal prejudicada a dita proposta.

Entrarão mais em discussão os pareceres das Sec-ções reunidas de Machinas e Apparelhos e de In-dustria Fabril sobre a petição em que John Kingsolicita a concessão de privilegio para fabricarna provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sulpapel com fibras vegetaes brasileiras, e fallárão

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a respeito do objecto os Srs. Dr. Pereira Rego Filho,commendador José Maria Pereira, Dr. Rebouças, aindao Sr. Dr. Peraira Rego Filho, os Srs. Sattamini e con-selheiro José Bonifácio, que propoz o adiamento dadiscussão, o qual foi approvado; sendo durante a dis-cussão apresentado um pedido do Sr. commendadorAzevedo para que na próxima sessão o Sr. secreta-rio geral informe quaes os pedidos para privilegio defabrico de papel, sobre que esta Sociedade tem dado

parecer; e assim mais as seguintes emenda e suD-'

« Peço que se represente ao governo imperial sobrea evidente inconveniência de privilegiar-se para labn-cação de papel a qualquer indivíduo para todo oImpério; e que providencie, como estiver ao seualcance, para que seja restricto no projecto de lei, quese acha no senado, o privilegio a E. Çank

a pro-vincia de Santa Catharina, onde elle reside.—baia aassessões em 17 de Setembro de 1873. - André Ee-bouças.

« Proponho que se dê mais extensão â restricçãoproposta e apresentada pelo Sr. Dr. Rebouças, li-mit__do.a á circumscripção que parecer mur conve-niente. —Sala das sessões, em 17 de Setembro de1873. — A. Sattamini.

Entrando ainda em discussão o parecer da Seccão deIndustria Fabril sobre o privilegio solicitado por JoséSertorio, para introduzir no paiz a industria da fabri-cação de luvas, foi apresentado um memorial em queo peticionario faz a Sescripção do processo dessa fa-bricaaão oelo que pedio o Sr. Lellis Silva que fossedSo remetUdc. .mesma Seccão, não só o parecere papeis a elle annexos, como o referido memorial,afim de que ella examinasse tudo, e informasse como que se lhe offerecesse; o que foi approvado, depoisde ter fallado sobre o objecto o Sr. commendadorJosé Maria Pereira. . ^^

Fôrão finalmente, sem discussão, approvados, os se-

guintes pareceres da Seccão de Machinas e Apparelhos.

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\.° « A petição tem simplesmente por fim assignar aoDr. P. H. Vander Weyde o gozo no Brasil das seguintespatentes obtidas por esse inventor do Paient Office, ousecretaria geral das patentes de privilegio dos EstadosUnidos.

« A patente n. 72,431, datada de 17 de Dezembrode 1867, para melhoramentos na manufactura de li-quidos para fabricar gelo e para outros misteres:

« 2.° Patente n. 87,084, datada de 16 de Fevereirode 1869, para uma nova machina cie fabricar gelo.

« 3.° Patente n. 105,609, datada de 19 de Julhode 1870, para melhoramento nos apparelhos deres-friar e congelar.

cc A Secção de Machinas e Apparelhos tem sempresustentado por escripto e em discussão a sa doutrinade que devem ser reconhecidas e religiosamente res-peitadas no Brasil as patentes obtidas em paizes es-tran geiros.

cc Tem a Secção combatido sempre, com o exemple»e cora a palavra, a falsa doutrina que encobre com vasesperanças de eventuaes interesses a immoralidade dese permittir que alguém ou alguns, se locupletem nestepaiz com o resultado dos estudos, dos esforços e daperseverança dos inventores estrangeiros.

« Não necessita, mercê de Deos, a nação brasileirapara a sua grande prosperidade, de prejudicar a quemtrabalhou em qualquer parte do mundo para o pro-gresso da industria universal.

« Ainda mais uma vez a Secção de Machinas e Ap-parelhos da Sociedade Auxiliadora da industria Nacional,seguindo os seus justos precedentes, é de parecer quesejão reconhecidas e garantidas as patentes de privi-legio do Dr. P. EL Vander Weyder, de New-York, pelomesmo tempo que nos Estados-Unidos-

« Saia das Sessões da Sociedade Auxiliadora da In-duslria Nacional, em 16 de Agosto de 1873.—AndréRebouças.—Dr. Anlonio de Paula Freitas. »

«2.° Tem esta petição por fim obter do governo im-perial privilegio por vinte annos para a introducção e

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venda neste paiz dos apparelhos para a fabricação degaz econômico, inventados pelo cavalheiro Raffaelo Co-lacicchi, de Nápoles, e privilegiados por quinze annospára a Itália, França, Áustria, Inglaterra, Rússia, Hes-panha e Relgica.

cc Falta á petição o requisito essencial da procuração,autorisação ou plenos poderes, que constituão Bernar-dino Salomone legitimo representante neste paiz docavalheiro Raffaelo Colacicchi.

cc Satisfazendo este dever, é de parecer a Secção deMachinas e Apparelhos que seja também reconhecidono Brasil por quinze annos o privilegio do cavalheiroRaffaelo Colacicchi para a introducção, fabricação evenda neste paiz dos apparelhos de sua invenção, des-tinados â fabricação do gaz econômico de illuminação.

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, em 30 de Agosto de 1873.— AndréRebouças.— Dr. Antônio de Paula Freitas. »

3 ° « Francisco Ferreira de Assis, fazendeiro na pro-vincia de Minas Geraes, tendo preparado uma machina,mie diz ser de sua invenção, e que se destina a des-cascar o café, solicita o parecer desta Sociedade sobreo seu invento, allegando ter obtido resultados vanta-

josos em experiências, que fez em sua própria la-r/nrirlo

a Ao mesmo tempo oferece á Sociedade um modelode sua machina, por meio do qual pôde a Secção deMachinas e Apparelhos formar seu juízo.

cc A secção vê na machina uma applicação de certaspeças usadas em outras, porém tendo fôrmas e disposi-ções differentes, como sejão a moega, e as peças den-tadas de ferro, entre as quaes passa o cate, e sofírea operação do descascamento.

« Estas peças devem ter, porém, o inconvenientede arranhar o café, e mesmo de quebrarem-se os deu-tes auando qualquer pedra passe através dos cylindros,¦Monda com o café, como acontece com outrasd6«gpaKortanto

ser a machina inferior a algumas

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outras, já conhecidas *. todavia affirmando o requerenteter obtido os melhores resultados nas experiências, aque procedeu, a secção julga dever ser elle elogiadopelos esforços que emprega em dotar a industria docafé com os melhoramentos que o estudo e a experi-encia podem fornecer.

« Sala das Sessões, em 3 de Agosto de 1873.—Dr.Antônio de Paula Freitas.— Bacharel José Rodrigues deAzevedo Pinheiro Júnior. »

E nada mais havendo que tratar, o Sr. presidentelevantou a sessão, dando para ordem do dia da se-guinte : discussão de pareceres apresentados.—JoaquimAntônio de Azevedo, vice-presidente.—Dr. José PereiraRego Filho, secretario geral.— José Augusto NascentesPinto, secretario adjunto.

Industria Assucareira.

Fabrico do Assncar cm EPeFiiaiíttbueo.

A provincia de Pernambuco possue a condição es-sencial para o cultivo da canna, que é a riqueza dosolo. Não sendo entretanto isto suficiente, não sãomuitos os recursos de que dispõe e os meios que em-prega para alimentar essa riqueza. É assim quemuilo pequeno é ainda o progresso feito na fôrma decultura. Em geral é o fogo que se encarrega deabrir os novos campos, depois de abandonados os cul-tivados, quasi exclusivamente por falta de amanho.

Pode-se dizer que- em geral existe ainda, como hadezenas de annos passados, o mesmo cortejo de im-perfeições no preparo do terreno e plantio da canna.

Em relação aos braços, ainda vemo-los empre-gados em todos os serviços que com maior proveitopoderião ser confiados aos instrumentos aratorios.Esta circumstancia só por si eleva consideravelmenteo preço da produccão, além da morosidade desta.Não parece á commissão que esteja já devidamente

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estudada a fôrma de plantio, e que desta circum-stancia não possa provir perda na quantidade de ma-teria saccharina da canna.

É facto notório que os meios, quer de esgoto dospartidos de canna, quer dos terrenos a estes üesti-nados são imperfeitos, e merecem em geral muitopouca attenção dos cultivadores: ao passo que e sa-bido quanto este assumpto interessa a este gênero delavoura. , nn Ano

Com um bom systema de irrigação, o uso dosinstrumentos aratorios, e o emprego dos restos dacanna que se recomraendão como o melhor estrume,ò cultivador poderia evitar a incessante devastaçãodas florestas virgens, que ainda se encontrão nasvizinhanças de suas propriedades ou de qualquer ar-voredo, para ganhar terreno» . _ ^

Não é entretanto na negligencia ou imperfeição comque se faz o plantio da canna que reside o. maiormal embora este facto contribua para a elevação dasdespezas de producçao. E se assim nao acontece, eisto devido á riqueza saccharina da planta.

A vantagem que perde o assucar da canna destaprovincia, quer em competência com o preparado nascolônias hespanholas, inglezas e francezas, quer como de beterraba, vem dos processos de labnco aper-feiçoados, qoe.se empregão para estes últimos.

É nomeadamente neste ponto que se revela o grandeatrazo da lavoura da canna em Pernambuco.

 commissão sente a necessidade de tornar bempatentes os males desta lavoura; e é por isso que in-sisle nas imperfeições do fabrico do assucar. A pri-meira dellas é a perda considerável da_ matéria sae-charina da extracção do caldo. E questão que se po-dera considerar resolvida logo que se possa dispensaro bagaço ou parte deste como combustível. Quan oa este, o seu emprego terá de diminuir considerável-mente logo que fôr modificado o systema de cozi-mento: feito isto, e melhorada a manipulação doas-sucar, está resolvido o grande problema de obter melhor

produeto com menor dispendio.

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Descarte se conclue, que do deplorável empregode caldeiras imperfeitas vem o maior mal do fabricode assucar.

Sob esta relação póde-se afíirmar que são raris-simos os melhoramentos feitos em Pernambuco.

Continua o velho systema de sujeitar o caldo dacanna, depois da defecação, ao fogo violento que di-rectaniente se communica a uma bateria de vasos, dosquaes o ultimo e o menor é onde maior acção exerceo calor.

Com este processo, hoje condemnado, e que é quasisempre dirigido por trabalhadores pouco aptos, não éraro vêr queimado o assucar. *

Pensa á commissão que é tempo, e urge abandonarsemelhante systema, adoptando-se apparelhos aperfei-coados para que se possa fabricar o assucar no vácuo.

Só assim poderemos colher, a par da excellencia doprodocfo, a diminuição do combustível que directa ouiodirectameute acarreta considerável dispendio «ao agri-cultor.

^ São tão poucos os ensaios que para este fim setêm feito na provincia, que mal conhecemos os seusresultados: não obstante, a commissão lem o deverde mencionar os dous últimos de que tem noticia,e que forão objecto de estudo na exposição.

O emprego das turbinas é reconhecido como dosmais úteis e aperfeiçoados para a crystallisaçâo doassucar.

Muito vulgarisado talvez em outros pontos do paiz,é quasi uma novidade em Pernambuco.Tal foi sem duvida o motivo por que os conceituados

commercianles desta cidade, Samuel Power Johnston& C, chamarão a attenção dessa presidência para oapparelho centrifugo que collocárão no engenho Fragoso,e com o qua! fabricou-se uma amostra de «assucar,exposta pelo proprietário do mesmo engenho.

Assumpto de tamanho interesse não podia deixarde merecer acurado exame.

Nomeada uma commissão para examinar o appa-reiho recommendado pelos Srs. Samuel Power & C,

— 363 —

deu ella um conciso e vantajoso parecer, cuja parteessencial a commissao passa a transcrever:

(«. É um apparelho centrifugo para preparar oassu-car, podendo funccionar com qualquer dos motoresgeralmente em uso.

« Compõe-se de uma haste de ferro batido de lma lm,5 de comprimento e 0m,66 de diâmetro, presana extremidade superior a um systema de engrenagem,que lhe imprime movimento cie rotação tão rápidoquanto se queira.

« Na extremidade inferior recebe, por meio de raios,0 fundo de laião de uma bacia cylindrica de 0,m7 dediâmetro e 0,mo de altura, sendo a parede constituídade uma rede metallica, forrada de crivo de cobre,.Os espaços vazios do fundo da bacia (entre os raios)são fechados por uma espécie de funil de latão (oucampanula), qoe, correndo ao longo da haste,/ assentano fundo; elles servem para dar sahida aos detritosdo assucar. Este cylindro (ou bacia) é contido emoutro de ferro batido, com 1/8 de pollegada de es-pessura na parede; tendo no fundo um orifício peloqual corre o mel.

« O i° cylindro suspenso na haste é completa™mente independente do 2o, dentro do qual gyra.

« Modo de funccionar.— Descida a campanula nocylindro interno, despeja-se o mel grani tado, e dá-seimpulso ao apparelho.

ce Pela força centrifuga afasta-se do centro, projectan-do a parte liquida, que sahe pelos orifícios do crivoe da rede metallica, nas paredes do cylindro concen-tricô, d'onde corre para vazilhas que o recebem ; ea parte granulosa do mel adapta-se ao crivo interno,que fica coberto em toda a altura, e na espessura de0,m0&2 a 0,m03, conforme a qualidade.

EMPREGO 1)0 APPARELHO.

•Ia Operação.

« No caldo e cozimento segue-se o processo conhe-cido, usando-sedas tachas, etc.

- 364 -

<( Preparada a melladura passa-se para vazilhas pro-prias, em que esfrie, preferidas as de maior superfície,para que a operação caminhe com mais celeridade. De-pois de frio e granulado o mel, lança-se em porções de3 a 4 arrobas, e procede-se como fica dito. No fim decinco minutos precisos está prompto o assucar quese retira facilmente, abrindo com uma pequena páde madeira um sulco de alto a baixo, e circuladamentena base.

« Assim cerceado o assucar, cahe em lascas promptoe suíficientemente secco, e os restos sahem pelos bu-racos até então tapados, pela campanula que se sus-pende.

2a Operação.

« Tendo-se concluído o mel, reúne-se o que correudo apparelho, procede-se a novo cozimento, novo fa-bri co, etc.

« Qualidade do assucar e mel que corre na oceasiãodo fabrico. —O assucar é geralmente conhecido por so-menos; é sêcco e exposto ao ar, em menos de umahora fica bastante consistente. Sua côr pôde tornar-semais clara, lançando-se água na turbina na oceasião dofabrico. A grã depende da qualidade da canna, pôdeser muito boa, porém vai degenerando nas tiragens sub-sequentes, isto é, depois dos novos cozimentos domei:não sente-se o gosto da canna, e é tão rico como ooutro de princípios saecharinos.

« O mel é bom e tão grosso como o que chamão melde engenho.

EXPERIÊNCIA.

« Da experiência feita em uma melladura de 174 ki-logrammas despejados em quatro porções no apparelho,resultarão da primeira tiragem 67 kilogrammas de as-sucar e 167 de mel-

«Levado este ao fogo, ficou reduzido a 85, que derão35 kilogrammas de assucar e 50 de mel.

365

Não se pôde proseguir por causa de om desarranjo noengenho. Em vista, porém, do resultado anterior po-de-se suppôr que levados de novo ao íogo os 50_ talo-

grammas (icarião reduzidos a 40, que produz.naoam-dalSkilôgrammasde assucar e 25 de mel: portantoos 174 kilogrammas derão :

Ia tiragem ... * 6? kil*2a dita. ..... 35 »3a (provável). . • • ÜL -"

117 » de assucar.25 » de mel*

142

a Faltando 32 kilogrammas para os 174, vê-se que

pelas cozeduras a perda é na razão de 18 /..

COMPARAÇÃO.

«Uma tempera pôde produzir pelo systemaactual 7,5 • de assucar bruto a StfOO . . 18JMO

M81 . . $ia dita (pelo apparelho centrifugo) dá 8 arro-

bas (Íi7 kilogrammas) a 8*200. . • 2ã$bOOPequena quantidade de mel. . . . . w

Differença em favor do apparelho em cadamelladura . . • * 3^

VANTAGENS DO APPARELHO.

« 1.* No assucar dei" tempera, 8*100 de differença.«2.aEm uma ou duas horas passa-se do mel ao as-

^.'Com duas turbinas, no decurso citado, fabricão-<,ft 16 arrobas de assucar.

« 4.a Aproveita-se todo o mel, ficando apenaso neces-

sario oara o consumo da fabrica. ,.a 5.a Qualquer pessoa pôde dirigir o apparelho.« 6*a Despensa, casa de purgar, andaimes, tanques^

fornos, etc.

366

«7.a Economia de pessoal no fabrico.« 8.a Economia de tempo. O que consegue-se em ho~ras, o systema actual dá em 8 a 15 dias.

DESVANTAGENS.

« !.* O peso do apparelho sobrecarregado aindade mel pôde arruinar a haste, pela temperatura quese ha de desenvolver com o gyro.« Conviria melhorar o systema da haste, de modoque pudesse ser substituída facilmente.

j< As outras peças sem duvida deteriorãose emnao longo espaço de tempo; porém esta falta é nullaem comparação com os bellos resultados que ofife-recebo apparelho. »Não é somente este resultado que recommenda par-ticularmente o emprego das turbinas: estas são em-

pregadas_ no importante estabelecimento de refinaçãodo Sr. Livio de Souza e Silva, nesta cidade.A commissao não descobre sério embaraço a vencer,para que se generalisem as turbinas na crystallisaçãodo assucar em Pernambuco.

O segundo melhoramento, que servio de objecto derapmo exame na exposição, foi o recentemente em-pregado no engenho Morenos.

O melhoramento segundo o qual foi fabricado o as-sucar do referido engenho oâo foi descripto satisfacto-namenie por qoera se diz seu autor, nem pôde serexaminado pela commissao no lugar onde foi adoptado.Petas poucas palavras do Sr. Schmals, que o realizouna propriedade do Sr. barão de Morenos, consistesimplesmente no descóramento do caldo da canna aosahir das moendas, por meio do ffaz sulfuroso, e noemprego de um assentamento sensivelmente aperfei-ÇOâuO.

Para a primeira operação emprega o Sr. Schmalsum apparelho que diz de sua invenção, e com o quallazuma mjecçao rápida e precipitada do gaz purifi-cado de suas partes de acido sulfurico.

367

A vantagem que parece oferecer este meio de des-córar o caldo da canna, consiste em nulhficar desdeI020 os sermens de fermentação, e poder-se obterãoSocar Lis cryslallisado e mais forte; entretanto naosabe a commissão se o emprego do gaz, trazendodepois um desagradável sabor ao assucar, nao recla-marâ outros meios para evita-lo.

O caldo assim preparado sujeita-o o Sr. bcnmaisao seu systema de cozimento, que se distingue nao sonelasfornalhas, corno pel.» assentamento dos vasos.1

Informa o mesmo wohor que o seu sjstema estaadnutado e é seguido em Campos.

A commissão sente não ter obtido do seu autormaior somma de informações, nada lhe parecendoSir de novo no emprego do gaz sulfaroso, eomodescórante do caldo da canna.

Sendo ouvido o barão de Morenos acerca da ex-

cellencia deste melhoramento, adoptado na sua pro-Driedade, considerou-o reconhecidamente utu.P

rcommissão renommenda. ao governo, como as-

sumpto que merece ser melhor estudadas, tanto ma»oue o processo ou syslerna descnpto, ou outro muitosemelhante, está adoptado com vantagem em Cuba e

' POA0unRica°menÇão de dous melhorarmos empregados

em íão limitada escala, prova quão distante esta o la-

_codo assucar nesta provincia, dos apparelhos aper-

Soados (que entretant'» não são numerosos nem com-rdetos) oue adoptárão as colônias de Cuba, Marli nica,

Slupe eh. e sobretudo qoando estamos; aquémrins ororessos do fabrico do assucar de beterraba id°SAPommissão

acredita que êtempode. un dar_ den-tro das ricas zonas de producção desta província ai-

guns estabelecimentos centraes, destinados exclusiva-

^Su'^época em que será impossível,o cufti-

e°u pTodS ,' jâhoje é dlfflcila um£tador, arada

dos mais providos de recursos, fabricar vinte mu

-368 —

arrobas de assucar sem que parte deste não sejasa-crificado.

A difficuldade que principalmente se oppôe â reali-zação de tão util idéa depende quasi exclusivamentedos meios de transporte. Ministre estes o Estado, con-struindo algumas pequenas estradas ou tram-roads noscentros assucareiros, que a iniciativa particular mon-tara uma ou mais fabricas centraes.

E escusado tornar patentes as vantagens de taesestabelecimentos, de cuja existência dependerá emfuturo mui próximo a prosperidade da lavoura da cannaem Pernambuco. Sô assim a provincia, que não contamuitos agricultores abastados, poderá vêr adoptadosem vastas proporções melhoramentos utilissimos ácuí-tura da canna e fabrico do assucar, mas que por seuelevado custo não estão ao alcance dos pequenos es-tabelecimentos.

(Extrahido.)

Entradas St? assacar no mercado de Pernambuco, durante o ,-ertodò de ©«tubro de 486Sa Setembro de-^S^S.

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1862-63 1863-64 1864-65 1865-66 1866-67 1867-68 1868-69 1869-70 1870-71 1871-72

—i

Outubro. . NovembroDezembroJaneiroFevereiro Março .........Abri . . .Maio . . Junho Julho AgostoSetembro .......

N. de sae de cerca de 5 (ã>

62,547103,092140,886141,419113,96990,97041,17619,2426,118

¦ 3,629

978

7-24,784

7,81972,011146,267156,6ê8134,036102,05382,95927,4847,7343,169325616

712,035

8,82761,439106,778104,2838,1,37488,33646,63929,42917,4628,6013,5003,545

564,223

9,29667,39881,252'125,767

106,18110222967,39757,87144,05230,42322,5467,543

721,955

18,11654,72479,759113,29192,54796,94842,14025,6367,4314,856781

1,545

537,780

16,97481,792116,522128,030105,962115,89247,03823,6285,2404,7301,7702,464

949,742

38,85380.092146,581127,886106.966113,189126,61655,50938,38436,89116,61011,747

26,11957,78576,917100,091119916138,52979 12053.26521,420•11,7786,0282,328

899,424 693,296

7,16062,667102,603111,176109,21073.94936,57039,00415,1188,5271,9682,070

578.052

23,625130, ,544182,008176,263187,371106,398140,953113,57859,89036,63019,55721,231

1,258,051

caOi

— 370 - •

Chimica industrial,

Pre^arí-çà© da cerveja.

O primeiro acto da fabricação da cerveja e a ger-minação dos grãos da cevada.

O acto da germinação deve verificar-se com toda aregularidade, para o que se deve ter muito em vistaa temperatura, a qual não deve exceder a 10" Reaumur.

Quando o germen tem attingido os dous terços docomprimento dos grãos a germinação se acha completa.

O seccamento do grão germinado é uma operaçãodelicada. A temperatura varia segundo se quer obterama cerveja pai lida ou carregada.

No primeiro caso o thermometro deve marcar 55eReaumur; no segundo deve exceder a 70. O renova-mento do ar se faz por meio de chaminés de appelíofáceis de serem reguladas, tendo a entrada do ar friopela parte inferior.

O grão germinado secco é limpo, e destaca-se as radi-cuias (6 a 7 °/0 de peso), que são vendidas para estrume,sendo depois o grão passado por um laminador, do qualum dos cylindros de ferro excede o outroem veio-cidade.

As caldeiras devem ser de dupla parede, o vaporcircula entre estas paredes, e a agua de condensaçãovolta aos geradores.

Accrescenta-se ao mait o lupulo, 2 kilog. por 100de mait, e faz-se ferver durante 2 horas, depois do quese retira e leva-se ao refrigerador. Abaixa-se assima temperatura até 5o Reaumnr.

Os refrescadores são bacias chatas de 7 sobre 15metros, convenientemente árejados pelo ar livre; oliquido sobe 0m,04, a 0m,05 de altura.

O liquido lupulado, depois de frio, é levado ás cubasde fermentação, juntando-se 3 a 4 kilog. de levadura por1,000 litros nas condições de baixa temperatura,e a fermentação se estabelece lentamente no fim de%k horas.

— 371 —

A operação dura de 8 a 14 dias. Durante o estio atemperatura é mantida constantemente pelo escorri-mento d'agua em longas serpentinas que occupão ascubas de fermentação.

A fermentação lenta, na cerveja bávara, a faz diffenrda ingleza de fermentação rápida.

A cerveja pode ser normal ou de conserva, ou re-cente; para esta a fabricação é mais accelerada, o lu-pulo menos abundante e o consumo segue o fabrico;para a outra a .fabricação é lenta e a riqueza em lu-pulo é considerável.

Terminada a operação, a ceryeja de conserva éguardada nas cavas mantidas na temperatura de 5 a 6oReaumur, conservando-se por 8 a 9 mezes. A 10°ferveria.

A levadura produzida é vendida para excitar a fer-mentacão na panificação, na preparação do álcool degrãos ou de beterraba. Ella é mais carregada na côrdo que a da cerveja ordinária, porém se embranquecepela levigação. Ella é mais amarga pela grande quan-tidade de lupulo.

A dreche é vendida aos criadores de gado.Em resumo, a operação pede 1,000 kil. de malt

e 25 kil. de lupulo para cerveja de conserva e 1,000kil. de malt e 15 de lupulo para cerveja recente.

No fabrico da cerveja ingleza se procede por in-fusão, para a cerveja bávara recorre-se á maceraçãoque dura 4 a 0 horas, conforme a estação. A água éentão fria, isío é, em uma temperatura própria.

Depois da maceração remexe-se a massa porespaço de meia hora, fazendo-se esta operação em cubaschamadas cubas matérias de 4 metros de diâmetro»Retira-se a metade do liquido que se leva á ebulição,despejando-se depois deste liquido quente na cubaquantidade necessária para levar a massa a 47* Reau-mur. Meia hora depois tira-se ainda uma parte do liquidoque se aquece e serve assim aquecido para levar amassa o 58°. '

Pôde dizer-se que estas retiradas do liquido temcozido os 2/3 do sueco on malt. Este cozinhamento

- 372 —

recebe o nome de cozinhamento a malt turvo (Dichmaisch).

A maceração acabada, o liquido é definitivamenteretirado e enviado â caldeira, o residuo do grão oudreche é posto á parte e vendido para alimentaçãodo gado.

Matorio dos trabalhos da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional.

(Continuação.)

De Miguel Alamir Baglione solicitando a concessãode privilegio por dez annos para a fabricação, uso evenda de uma machina de sua invenção, destinada adescascar e limpar o café denominada « Turbina Tan-geteclas»;

De Manoel Antônio de Souza pedindo privilegio porvinte annos para fabricar e vender o apparelho de.sua invenção,denominado «Contador », destinado a di-versos trabalhos mechanicos e industriaes;

De Ângelo Bolo & C. pedindo privilegio pelo máximotempo da lei para um apparelho de sua invenção, de-nominado a Rolante», destinado a facilitar o movi-mento de tracção de qualquer vehiculo.

Finalmente o requerimento recebido com o Avison. 16 de 13 de Março do corrente anno do Ministérioda Agricultura, em que Bierrenbach á Irmão repre-sentão contra o Decreto n. 5,161 de 4 de Dezembrode 1872, que prorogou por cinco annos o prazo doprivilegio concedido a Guilherme Lidgerwood e RobertoPorter Waíker.

Da exposição que acabo de fazer, bem patente ficouo quanto trabalhou a Secção de Machinas, cabendo-mesomente louvar aos seus conspicuos representantespelomuito que lhe deve a Sociedade por tanta dedicação eamor ao trabalho.

Dito o que, darei conta do trabalho único que foisubmettido á Secção de Zoologia.

- 373 —

SECÇÃO DE ZOOLOGIA.

Apenas uma vez fez-se ouvir, a proposilo_da pro-posta apresentada pelo nosso consocio o Sr. João CoelhoGomes, para que se mande vir do Indostão novilhos dedez mezes a um anno, para distribuir pelas províncias,peclindo-se ao governo que permitia que um dos seustransportes os vá buscar; sendo de parecer, depois deamplas considerações que produzio em relação á ma-teria, que ao Conselho da Sociedade competia resolverse os seus cofres podião e devião supportar esse ônus,ou pedir ao governo que se encarregasse de uma se-melhante tarefa.

E assim se venceu, resolvendo-se que fosse submettidoao conhecimento do Governo a opinião da Secção.

Foi este o único' objecto de que se occupou estaSecção; dito o que passarei a occupar-me da Secçãode Artes Liberaes e Mecânicas.

SECÇÃO DE ARTES LIBERAES E MECÂNICAS.

Tambem uma só vez foi consultada esta Secção,versando a consulta sobre o requerimento em que Au-misto Generoso Estrella, como agente e procurador dosnegociantes B. N. Brandt & C., de Boston, nos EstadosUnidos, pede privilegio para introduzir no Império ascarteiras ou escrivaninhas «Robert's PatenU para esco-Ias, juntando o desenho e descripção das vantagensdas ditas carteiras.

Estudando esta petição, diz a Secção que, exami-nando algumas destas carteiras, que para amostramandou vir o peticionario, reconheceu a Secção queellas têm utilidade para o fim a que são destinadas,e por isso julga que, a exemplo de outros em con-dições semelhantes, se poderá conceder o privilegiopedido.

Este parecer deu lugar a uma prolongada discussão,depois do que foi resolvido por maioria de votos quese respondesse ao governo que, com quanto reconhecesse

- 374 —

a utilidade das carteiras, de que se trata, não julgavaconveniente que fosse concedido o privilegio.

Eis tudo o que respeita a esta Secção. Historiareiagora a Secção de Commercio e Meios de Transportes.

SECÇÃO DE COMMERCIO E MEIOS DE TRANSPORTES.

Não forão muitas as consultas que lhe forão dirigidasno anno que historio; comtudo importantes questõesleve ella de resolver, reconhecendo sempre o conselhoque as suas decisões erão pautadas com muita justiçae reflexão.

A primeira questão que foi sujeita á sua apreciação,foi o requerimento eu* que Jeronymo Pereira de LimaCampos pedia privilegio para o systema de que sediz inventor, destinado a facilitar a navegação dos riosnas partes em que forem encachoeirados, concluindoa Secção em seu parecer, depois de um minucioso ebem elaborado relatório: Io, que havia no plano dopeticionario invenção na eonstrucção das pontes; 2o,que o systema de transporte fluvial è exeqüível, bemque, em muitos casos, de applicaçao pouco proveitosa;3o, que é louvável ter-se oecupado o peticionario comesse objecto; 4°, que não ha inconveniente em con-ceder-se o privilegio solicitado por um prazo que pareçarazoável ao governo imperial • 5o, finalmente, que osdesenhos oripinaes devem ficar archivados, afim deem tempo algum poder ser embaraçada qualquer em-preza idêntica em fins, mas baseada em pianos diversosou modificados.

Esta questão era de um grande alcance e o parecerformulado pela Secção faz honra a seus signatários.

Coube-lhe ainda formular parecer sobre a pretençaode José Torquato Fernandes Leão a um privilegio parao systema de navegação que imaginou. A Secção emsua exposição lamenta que o peticionario não tenhadado explicação do seu systema, e depois de fazer largasconsiderações sobre o valor desta petição, em que tornoubem claro não ter este projecto nada de commum como de Lima Campos, conclue sentindo não poder ser

*— 375 —-

favorável a esta pretenção, e lembra a conveniênciade que os desenhos apresentados sejão authenticados,rubricados e sellados para ficarem na Secretaria da Agricultura devidamente archivados, afim de que oulro nãose possa apresentar requerendo privilegio para o mesmosystema, ficando assim salvo o direito de prioridade,e garantido o pretendente de poder experimentar sobsua responsabilidade o que projectou sem receio deque alguém se apodere de sua idéa.

Ajuizando o privilegio pedido por Philadelpho deSouza Castro e João José Vaz para fabricar no paizou fóra delle carros denominados « Conductores Ur-ban os» destinados ao transporte e remoção do lixo,irrigação das ruas publicas e fornecimento de aguaaos particulares, para o que pretendem organisar umacompanhia, diz a Seccão, depois de um minuciosorelatório sobre o assumpto e de fazer as convenientesobservações, que os peticionarios podem construir assuas carroças e contratar o serviço da irrigação elimpeza do lixo da cidade.se apresentarem á GamaraMunicipal proposta mais vantajosa do que outro qual-quer concurrente; e assim podem também entregar-se,se lhes convier, á industria do fornecimento de agua,em concorrência com osactuaese futuros aguadeiros;e que á vista do exposto o governo imperial resolveráo que melhor entender em sua sabedoria sobre o pri-vilegio solicitado.

No mesmo sentido requereu privilegio Pedro Pi-nheiro de Campos, reclamando outrosim contra o pe-dido feito por Philadelpho de Souza Castro e JoãoJosé Vaz.

Tocando-lhe o exame desta questão, disse a Seccãoque ha identidade de projecto, tanto nos detalhes comonos desenhos, observando-se apenas que os de Pi-nheiro de Campos estão em esboço e os dos outrospretendentes bem acabados,'e que sustenta integral-mente o seu parecer acerca da pretenção «Philadelpho-—Vaz», ponderando outrosim que não lhe cabe saberse estes se apossarão por qualquer meio da lembrançadaquelle e vice-versa, ou ainda se houve entre elles

— 376 —

coincidência tão perfeita sobre o mesmo objecto, e queuns e outros declaráo sob juramento que a idea lhespertence, assim como a prioridade, apresentando sobreeste ultimo ponto Pinheiro de Campos o testemunhode algumas pessoas, concluindo que com os esclare-cimentos. que apresenta, se persuade achar-se o go-verno imperial habilitado para em sua sabedoria re-solver como fôr de justiça a respeito dos pedidos dePhiladelpho de Souza Castro e João José Vaz, por umlado e de Pedro Pinheiro de Campos, por outro.

Ainda pertenceu-lhe a informação sobre o pedidode privilegio feito por Joseph M. Griffitz e RichardAustin solicitando a concessão de privilegio por quinzeannos para o fabrico no Império de carros de tresrodas, de que se dizem inventores.

Opinou ella de um modo desfavorável á pretenção ;o nosso distincto collega o Sr. Dr. Bomsuccesso,porém, compenetrado da vantagem que se tirana aoestabelecimento de mais esse meio de transporte, tor-mulou seu voto em separado, que foi aceito pelo con-selho, attenta a lucidez com que tratou da questão.

Matéria idêntica foi sujeita ao seu estudo, mere-cendo a sua approvaçáo. Refiro-me á pretenção deGuilherme Gourdon pedindo privilegio para o fabricoe uso de carros de tres rodas, que denomina «Tri-eyclos» e assim lambem para outros que chama«Carros Jockey-Ctub», sobre a qual foi de opiniãoque cómquanto não pertença ao peticionario a in-venção dos carros de tres rodas já empregados emdiversos usos, desde as estradas de ferro ate brm-

quedos, ha todavia idéa e lembrança nova no modoe collocacão do varal, e na simplicidade e fórma domachinismo, pelo que o governo animará a industria,concedendo o privilegio pedido por um prazo naomuito longo, porém que seja razoável.

Está lambem dependente de seu juizo, o parecerque não foi ainda apresentado em que Percy JohnFreyer, William Brunett e João Pereira Darngue Faro

pedem privilegio por cincoenta annos para introduzir

— 377' —

no Império o systema de transporte' por mem decabos de arame, denominado «Wire Tram-way».

Cito o. que, passarei ao estudo da Secção de Geo-lo.g-.ia Applicada e Chimica industriai.

SECÇÃO DE GEOLOGIA APPLICADA E GHIMK.A IND-USWtA**

Continuando na senda traçadanos annos anteriores,foi esta Secção solicita em bem salisfazer ao mandatoque lhe foi confiado., tornando-se digna dos elogios,que jsempre lhe tenho com justiça prodigalisado.Não foi tantas, vezes- consultada como no anno pas-sado, comtudo- eão. pequeno foi o quinhão que- lhecoube pa distribuição dos nossos trabalhos.

A primeira questão sujeita ao seu juizo, versou sobreo requerimento recebido com o Aviso, do Ministério, da.Agricultura, n. 20, datado de 20 cie Abril, em queJoaquim Carneiro de Mendonça e Alonso Carneiro Pes-taua de Aguiar pedem privilegio fiara a inlroducção-noImpério da industria de exlrahir produetos/, como óleos,massas e outros cio caroço do algodão.

Pensa a Secção que, não obstante ser conhecida estaindustria no paiz, uão tem sido ainda exercida con»venientemente, cie modo a otilisar uma grande qnanti-'dade de matéria prima, que é quasi totalmente perdida ¦em certas províncias, e por isso muito lucraria o paiz-com a existência de fabricas montadas com todos osaperfeiçoamentos modernos para. lal industria, e que,-quanto á questão, de friviiegio.,-tendo-sido já uma vez;concedido a Toledo ¦¦& Misártin, cujos processos e , ap--parelhos são notavelmente imperfeitos;..poderá ego-verno imperial lambem concede-lo aos peticionarios, quese propõem a ffioftlar.graaáes ..fabricas,. aiof tando .os,,

jssos e machinas modernas em uso- nos Estado^'Unidos

Dando conta desta questão, felicito-me como brast-*letra em. vêr já constituída uma companhia, com oti«tulo de Gassipiana Brasileim-, fundada nas bases destoprivilegio, cujo futuro devemos augurar propício^ vfsfe®.

— 378 —

o alcance e merecimento do privilegio que pretendem"Só

de opinar sobre duas garrafas com vinho,

apresentadas /elo Sr. Dr. Rodrigo Octavio de M nezese fabricado na Campanha, província de Minas, nosLno

™.1870 e 1871, formnlou como parecer o se-

_____•« As amostras de que se tratao sao de um

vTnho de bella côr avermelhada, semelhante a do Porto

remo límpido e transparente, dotado deum aromauave. senuo, porém, de um sabor no ligeiramente

adstringente, excessivamente ácido e de fraco poderalcoólico visto não conter mais de 7 /„ de aicooj, eencera' mnito ácido, qualidades estas que tornão ootS. de que se trata pouco agradável, mormenteEnte as refeições, em que, longe de excitar o ap-Sarelho digestivo, e de facilitar a digestão, parece antesSr o estômago e demorar aquella, concluindo queo"dnho em questão pôde ser muito aperfeiçoado,a sua excessiva acidez pôde desapparecer, e isto bas a

para torna-lo uma bebida agradável, e que comquaníolo Veja ainda de superior qualidade, e todavia o seuautor credor de elogios e de animação por parte daSodedade Auxiliadora, pelos esforços que emprega emfavor de uma industria nacional. »^

Também foi entregue ao seu estudo um caixote comcarne conservada peto processo « Ronga Odon », sobreo anal a Secção informa dizendo que as amostras saode boa qualidade, aehando-se a carne perfeitamente con-servada, apezar do grande numero de ossos que con-tém por meio dos produetos salmos; que a carneapresenta uma bella apparencia e côr quasi normal,assim como conserva grande parte de seus suecos nu-tritivos, sendo por isso superior á carne secca, e de-pois de outras considerações, conclue que verificadaâ inconveniência dos meios empregados, julga que o

processo « Ronga » apresenta vantagens sobre o pro-cesso de salga até aqui conhecido. }

Achão-se % informados pela Secção, mas dependendode approvação do conselho, os pareceres sobre os re-

querimentos seguintes :.< >>V _

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De João Anlonio Gonçalves Liberal, pedindo privi-legio por 20 annos para estabelecer salinas dentro doporto do Rio de Janeiro; -,

Do engenheiro civil Firmino Rodrigues Vieira pe-dindo privilegio por 15 annos para um systema desalinas aperfeiçoadas, já privilegiadas pela assembléa deSergipe;

De Emilio Nicoláo Doux pedindo privilegio por 30annos para o estabelecimento de salinas na bahia doRio de Janeiro •

De Simão Gessler pedindo privilegio por 20 annospara a preparação e conservação de carnes e legu-mes frescos e f-xtracto de carne ;

De João Bernfield e outros, pedindo privilegio paraexploração de salinas naturaes e artificiaes;

Do Dr. Manoel Pereira cia Silva Ubaluba solicitan-do a concessão de privilegio por 30 annos para oprocesso que etn prega na preparação e conservaçãoda carne, e isenção cie direitos por 15 annos paraos produetos, machinas e utensílios necessários & suaindustria do « extractum carnis»;

De André Pittet pedindo privilegio por 20 annospara o fabrico de licores, pelo processo de que seconsidera inventor.

Também deu informações sobre uma carta do Sr.Adolpho Lion Teixeira, residente na Campanha, pro-vincia de Minas, apresentada pelo Sr. Thomaz Des-champs de Montmorency com um caixote com gar-rafas de vinho fabricado pelo mesmo senhor.

Tanto oceorreu de importante na historia dos tra-balhos desta Secção, cujos membros honrâo por de-mais a associação a que pertencem. Passarei, pois, a re-latar os trabalhos da secção de industria fabril coma qual encerrarei esta parte do meu relatório.

SECÇÃO DE INDUSTRIA FABRIL.

Basta avaliar cora tino e cireumspecção sobre omuito que neste ramo de industria têm caminhadotodos os povos, para immediatamente comprehender-se

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que, começando a crear-se entre nós gosto e in-teresse pelas questões que lhe dizem respeito, muilonge deve ir a esphera das atlribuições da Secção,a quem incumbe a tarefa de estudar os objectos quetenhão com ella relação, quer directa, quer índi-rectame&te.

Foi esta Secção unia das mais sobrecarregadas detrabalho ; ufano-me, porém, de dizer que a Socie-dade vio nella sempre proiaptidão em responder ásconsultas qoe lhe erão dirigidas, aciividade e estudopouco commum.

'

Qualquer dos assumptos que forão. sujeitos ao seujuizo, não obstante carecerem, para solução, de muitoestudo, reflexão e elevado critério, encontrava sem-pre nella um interprete fiel de sua importância eutilidade

Encetou a sua tarefa no anno que historio, cônsul-tando sobre o requerimento recebido com o Avisodo-Ministério da Agricultura, datado de 2 4 de Março,sob n. 21, em que Thomaz Gomes dos Santos Filhosolicita a concessão de privilegio por 20 annos .paraintroducção Deste Império do fabrico dos objectos decâoutchouc vulcanisado.

Depois de minuciosa exposição sobre o valor dorequerimento, concluio seu parecer, dizendo : quesem negar o alcance da industria em questão, reco-nhece qae a pretenção tem inconvenientes para aindustria brasileira, e não attinge em que sentido sepoderá beneficiar o monopólio de um único introduc-tor em artigo de importação.

O segundo objecto de suas investigações foi o re-querimento de Francisco Antônio Maria Ésberard, pe-dindo privilegio por 20 annos para o fabrico de louçade barro branco e de côr mais ou menos escura, eisenção de direitos de importação, das machinas eapparelhos necessários, e dos reagentes chimicos des-criptos em sua petição.

De um modo desenvolvido estudou a Secção esteimportante assumpto, e como da leitura de sua opi-nião resultará a primeira vista o gráo de apreço em

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que a tomão, limitarei minha tarefa, expondo o seupensar.

No «eu modo de ver, acredita a secçao qne o peticio-nario engana-se quando, formulando suas c-oncrosões,persuade-sè que, se lhe fôr concedido quanto pede, oEstado não lhe presta subvenção alguma, porquanto aisenção de direito das machinas e das matérias primas(favor quanto ás matérias primas que só póde ser con-cedido pelo poder ligtslativo) de uma industria que iriaconcorrer, nimiamente favorecidos com os produetosestrangeiros onerados-de direitos, nada mais seria queuma subvenção diária em proporção dos produetos dasfabricas privilegiadas, e indiretamente cedida pela di-minuição dos produetos importados; concluindo quea caixa, cujas amostras forão apresentadas, é de qua-lidade inferior á de igual natureza importada tíe paizesestrangeiros. Outrosim julga conveniente fazer sentir,que lhe consta que por Decreto n. 3911 de 11 deJunho de 1867 foi concedido a José Botelho de AraújoCarvalho privilegio por vinte annos para usar do Kaoline>outras argilas descobertas em sua fazenda de Inhaú-ma no fabrico de louça ordinária e fina; qoe na -praçados Lázaros n. 31, em S. Christovão, existe uma olariapertencente a Manoel Lopes de Souza, onde se pódefabricar louça com perfeição, porque o proprietário pos-see os modelos e mais accessorios necessários paraesse fabrico, conhecendo além disso os processos es-peciaes, e se a elle não se dedica -exclusivamente, éparque aufere maiores lucros com o das telhas e mo-ringues; e que na rua do Espirito Santo n. 45 acha-se estabelecida uma fabrica de figuras cie gesso -e debarro de D. Maria Gory, onde se esmaltão com per-feição varias qualidades de louça, dando-se ao esmaltetoda a sorte de cores; que com taes competidores equaesquer outros, que porventura appareção, poderáo peticionario concorrer vantajosamente, -offereeendoá venda os produetos de sua fabrica por preços Me-riores aos da louça importada de paizes estrangeirose da preparada no paiz pelos outros fabricantes: omaior -consumo compensará generosamente fos -seus

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esforços para o aperfeiçoamento desta industria,, efinalmente que a isenção de direitos de importaçãoconcedida pelo art. 1219 da tarifa das Alfândegas ásmachinas movidas a vapor, será um importante mcen-tivo para animar e auxiliar o peticionario no seu em-penho.

A Sociedade prestou a esta questão muita attençâo,tomando como decisão, depois de sua prolongada eesclarecida discussão, a approvação deste parecer, jun-tamente com o seguinte additamento apresentado peloSr. commendador Azevedo: « que fosse concedido oprivilegio solicitado por cinco annos, excluindo-se aisenção dos direitos dos reagentes chi micos, e semprejuízo das pequenas industrias similares já existen-tes. »

Opinou ainda sobre o requerimento de Emílio Ro-drigues de Oliveira Bastos solicitando a concessão deprivilegio por vinte annos para o fabrico de chapéosde cabeça preparados com as libras vegetaes que cobremo cabo da palmeira pelo peticionario, denominada « Tu-rury », emittindo o juizo seguinte: nâo ha nada maisdifficil do que prejulgar uma industria qua se apre-senta só pela matéria prima as fibras vegetaes de quese trata, e cujas amostras não são perfeitas; pelo que,na ausência complela do processo do preparo dasfibras e fabricação dos chapéos, não se pôde formularsentença definitiva sobre o assumpto, tanto mais quandoconsta que chapéos perfeitamente fabricados com asmencionadas fibras forão vistos na exposição nacionalde 1861.

Foi ainda remettido para que ella consultasse como seu parecer os requerimentos de Antônio Augustode Mattos Navarro, pedindo privilegio por trinta annospara fabrico e venda de tinta solida que denomina —Navarrinho-, e o de Júlio Poirier, sobre assumpto deidêntica natureza.

Informando, julgou a secção conveniente reunir emum só parecer as duas pretenções, e que procedendoaos necessários exames das amostras da substanciasolida, apresentadas por ambos os pretendentes, e tendo

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em vista os respectivos processos, entende que a in-venção é idêntica, e tem por base a « Anilina », pro-dueto extrahido do carvão de pedra, a qual é impor-tada da Europa em pó ou em massa de todas as cores,servindo também este produeto nas tinturarias; e que,pensando deste modo, está longe de opinar favorável-mente á concessão dos privilégios pedidos: Io, porqueo preparo da substancia solida é cousa simples e aoalcance de qualquer intelligencia, e tanto é verdadeque, além dos petieionarios, M. E. Louzada, á rua doSenhor dos Passos ns. 109 e 178, arinuncia á venda,corno os supplicantes, não só tinta liquida de variascores, como bolas para dissolver; 2o, porque, apezarde reconhecer a excellencia da preparação e as van-tagens delia resultantes para o publico no ponto devista econômico, não pôde afiançar qual dos preten-cientes tem a prioridade da invenção; e por isso, á vistadestas considerações, ao governo compete resolver oque julgar de justiça.

Á sua decisão foi ainda suhmettida a pretençao deFeíippe Keller, mestre tecelão, estabelecido com fabricade tecidos de lã, linho e algodão na província deS. Pedro do Rio Grande do Sul, pedindo além de outrosfavores, privilegio por vinte annos para a mencionadafabrica.

Á secção acredita que é de tão reconhecida utilidadepara o paiz e de tantas vantagens para a lavoura daprovincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul, onde secultiva a matéria prima respectiva, que muito convémanimar e explorara industria em questão, tornando-sedigno de recompensa, na fôrma datei de 28 de Agostode 1830, o seu introduetor, visto não constar que outremna dita,provincia o precedesse nesse empenho, pare-cendo-lhe que essa recompensa se devera limitar ao

privilegio solicitado, visto que as machinas próprias jatêm importação livre pela tarifa das alfândegas, en-tendendo ao mesmo tempo que o governo nao podenem deve conceder o auxilio pecuniário que se pede ;pois é notório que no nosso paiz as industrias subven-cionadas vivem sempre enfezadas e morrem, sem

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•prestarem utilidade alguma, e que, finalmente, pelo quetoca á isenção de direitos da matéria prima importada,o corpo legislativo é o mais competente para decidir.

Informou mais sobro os requerimentos deLuizBer-aardino Bittencourt Freire e J. Pfaeep & C, pedindoo primeiro, privilegio por trinta annos para intro-duzir no império o calçamento de asphallo e pedrasexlrahidas das minas' bituminosas do Vai de Traversna Suissa, e os segundos, concessão de privilegio porcincoenta annos para fabricarem, venderem e empre-garem no Brasil um novo asphalto de rocha, usadona Europa.

Sobre estas pretenções, que ju!gou conveniente reunirem um só parecer, visto a identidade do assumpto.não obstante apresentar-se sob diversas denominações,depois de expor minuciosamente o seo modo de pensar,conclue que não tem provas para asseverar as boascondições qoe os peticionarios affirmão concorrer nocalçamento do asphalto de rocha ou de Linner as-phalto, que não occorre idéa para ser preferido ao degrani to, porém que, se fossem verificadas as vantagensdo fabrico e custo, então merecerião ter alguma ani-nação, v. g., economisando-se os dinheiros públicos,sendo preferidos a quaesquer outros empreiteiros, efinalmente que a Sociedade Auxiliadora em nada pôdeintervir a respeito de assumpto todo condicional.

Tambem formulou parecer sobre o requerimento,em que José de Barros Carvalhaes e João Anlonio deOliveira pedem privilegio para fabricar farinha de trigo.

Seu voto foi que reconhece merecimento na mesmapretenção, .assim pelas inquestionáveis vantagens queeste importante ramo de industria vem trazer aos mer-cados brasileiros, como pela directa animação que,sem duvida, dará á nossa agricultura no cultivo destecereal de primeira necessidade; que é verdade qoe jáem época remota foi elle cultivado no Rio Grande doSul, e mesmo em algum outro ponto do Império, ese verificou o fabrico de farinha, mas esse trabalhofoi em tão pequenas proporções que não podia me-recer o nome de industria, e portanto, sem receio de

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errar, póde-se affirmar que ella não «fete e qaeos.netickmaxios introduzindo-a ;m paiz, nas proporções,rrrSém estão sas circumstonoas de obter_ nrem„ ea_ tido" pelo art. 3' da lei de 28 de AgostodeP 83Ô Srtendo-se elle no privilegio solicitado,*p -.<_irn lambem o entender o governo.

Esla lesÊo era de grande alcance, e não teve aseccã. a awrovacüo de seo juizo, senão depois defmf % „ 5__.calorosa, em que tomarão parle granderaro" sócios, qne nella enxergarão grandesvh_.de futuro para o nosso Impeno pelo que ped.oa mm decisão muito estudo c seria reflexão

Con £ em seguida ajuizar do requerimento deJoS* A.__ de Irmada, scliciiando a «moessao de

privilegio para o fabrico de chapéos com a fibra ve«etal denominada Liber das Palmeiras.8

É industria de chapéos uma das que se acha entreBósmais adiantada, principalmente nesta «*£ onfehomens laboriosos, cheios cie capnç o, « vedade.rosamantes do progresso, têm conseguido, senão igualar,.£___f imüa? o mais possivel os produetos^qusahem das mais afinadas fabricas d* Europa, como

procurarei demonstrar pelo rápido esboço que passo"

NãoVá muito tempo que este progresso «««<-*£nor isso que se nos remontarmos a dez annos antes_aremos qne ealSo só se fazião chapéos de mu. U-mitadas qualidades,prevalecendo sempre o bhmta

qualidades ordinárias, qne «ao om vMdade.ro «wmedo dos que então se recebiao da Europa, e sendofeto que se algum» casas co™^™**£tor fortuna, motivou esse facto_<> limitado numerode casas que existião em condições ue abastecer as

Pr ___nf 4861. época da primeira Exposição Nacional,

co^SadePdesde iS6o, em que .teve tagr*segunda Exposição, principiou esta .nd*st™.«•»wlr alento iá pelo estimulo provocado entre os iahíta_S « pela reforma «sj^^V^-sárão algumas fabricas, qoe alem de empregarem o

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vapor para supprir a falta de operários, procurarao rodear-se de todos os accessorios isados ia

Força, porém, é confessarmos que em muitas qua-fidades superiores, especialmente em chapéos de feltroainda não podemos competir vantajosamente com óestrangeiro, nao so por não termos á mão matériasprimas nossas, onde possamos escolher e sortirmoscom o mesmo gosto e facilidade que elíe tem, comotambém pelos excessivos direitos quepesão sobre essesaccessonos necessários para produzir um chapéo deprimeira qualidade. p ue

As forragens nas grandes fabricas do estrangeiro sãoíeitas por mulheres, systema já adoptado felizmenteentre nos no florescente município de Campinas: pelosSrs, Bierrenbach e Irmão, mulheres que além de aa-nüarem uma insignificancia, levão vantagem ao* offi-ciaes que se empregão nas fabricas para taes misteres*cumpnnao outrosim não esquecer que a ellas cabemui bem este trabalho, pela paciência que requer.Como na Europa, possuímos as duas espécies defabricas, as de chapéos de feltro, e de chapéos patentesAs primeiras recebem as differentes qualidades depello ja beneficiado e convenientemente preparado ii-gao-no por meio de machinas, ou sem ellas, commescla de differentes qualidades determinadas atéproduzir a carapuça bruta, a qual tem de passar pornovos processos mais ou menos longos, aperfeiçoan-do-o depois conforme a qualidade do pêlio empregadoseguindo-se a forração e ultimatum 'Esta industria torna-se importante pela extraordi-nana extracção que têm, taes chapéos para quasi todasas províncias do Império, sendo os mais convenientes

para o interior, não só pela flexibilidade, comopela duração e vantagem de produzir qualidades aoalcance de todas as bolsas.Destas fabricas distingue-se como de Ia ordem emper eieao e importância, a de Bernardes & Ravthe,Costa Braga á C, Gonçalves Braga & C, Pereira

387

Chaves & Brandão, Almeida Magalhães & Oliveira,todas a vapor e ontras muitas de menor importânciafabIs"

fabricas de patentes, cujas especialidades são

rtoéo de Pêllo de seda e castores brancos, e destesSem de variedades de formas fleweis e ratai-

leisapropriados para o interior, estão bem represen-

^ri—festa ordem de fabricas a variedade de

chaDéos de fôrmas baixas, como seja menno, casmnra

S! nobreza, setim e de todo e qualquer tecdo na-

iUNt0apodemdestas fabricas empregar o vapor porkffenne nio se presta a esta ordem de trabalhos

LqnL dar o&io nas abas resistentes, o que se

InV o rfeiamen com officiaes, visto que esle

£* comporta as despezas ^^™i* rayão de haver necessidade de variar geiiob uu

íante o dia e ser preciso a cada momento desman-Sar as pecas para substitui-las por outras.

Mo ha porém, que duvidar que leui_ athng.doJalhúco a extraordinário gráo de perfeição, usando**^ nro essos empregados nos centros pro-os mesmos V™**™ eup b

materias primas são

m* do igua a 'queTse

empregão, importadasL 21s; depósitos onde os fabricantes se provem,Ímo Sen os officiaes destas especialidades saocomo tampem u* numer0 e muit0

ÍS!:r porU os salários extraordina-rÍT4nleSener°Õ' de industria concorre vantajosamentennm n Kaeiro, e de taes qualidades quasi o paizC°^ lí

gè deve dizer-se por amor â verdade,nada impo ^;

e ü^e ™ se [omafia se os direitos

K* "X

especialidade as dtas e fôrmas

%t^áSrSroa'od= de operáriosqne se empregâo nestL Vrietó, como facdm£ute se

^r^sfsuLSmemseis classes: ,. as

costureiras ou officiaes externos que cosem a nriJimie.por mn «odeio dado para » eopa « atos dos chãpeos, assim como qualquer outro tecido; costurei»,que quasi sempre pertencem ás famílias dos officiae

as a_L V,_ V°? apren(tes -1»» ^em ou aperfeicoãoas abas de linho intenorçs do chapéo, envernizãi. eaao toda e qualquer qualidade de gomma «n» Jnecessite para o fabrico;V, os carapuj os ou aquel)Primn-rnTf0 -€Kl1™^ «m formar o'" oofrimitivo uo chapéo, a qoe adheré o forro nréffio aaba de lmho, e lhe dão" as dimensões preci a !• os-Andares, oo montadores, que coJlão a seda na »£ou uo tecido no lado inferior, officiaes estes que tom?„„f__ Ca,g0 frakU"»» a seda com ferros q,___ 1nelhaotcs aos de alfaiates, até qne se torne adheSli,.

Cl,:iE, T i:ldescriPtive! igualdade e perfe çfehsa e brilhante sem o menor defeito Le tra-baho qoe _ feito com diversos ins__m__os ée na-

?H Flr ° de fMde «¦"«*¦«•»¦ Desta quartarSP ,*Be'l depeDCÍe a Pe,fei'-50 * «hapéo

total 1, • Ffeberf° as costi"-as da seda e a sua

SZ " íH0n!íf0d0S °s outros chapeos de tecidos.

Si," cftw' taní0 'teíveis ««no inítexi .eis.carneiíf ___

°S forradore!; «J™ "*<*mão .e pregão atendente TT C°m° a *a do !afc e tado í™ 8_ar___ p _, ?.rageT¦' e,os ASeiliiâoKs (quasi sempredo cha J« fameStn8 da íabTÍca- <íi!e TO"ão a abada Sf •«<»'<».rede a fôrma, gosto on caprieto«a moda, e qoe ufcmão o -trabalho.norot8 1T°S empre«ados são muito importa_t.es,é devida tf r/m' Çe a ele'SMcia *> 'Ctapéoc uevicla ao gosto destes ..officiaes; por isso eme nòdeo

chapéo ser muito perfeito, -estar'iLito beT íS

^«o e nao haver elegância nelle, ss o official qneoageilounaoíor perito nesta ^especialidade de trabalho- *. esia.amn.ica especialidade qm se não pódeçnsiaar, .

— 389 -

na arte de chapeleiro. por isso que depende tãosomente da vocação do operário, resultando que, senãopor esta razão rarissimos aquelles que se reputao pe-ritos, os seus salários são extraordinariamente, pesados.

Estas fabricas são em muito menor numero que as

primeiras, isto é. as de feltro, notando dignas demenção especial, pela sua maior importância abril eespecial perfeição as de Joaquim Álvaro d Armada &.L.,Costa e Guimarães, Pereira de Castro e Belém, Chastet,havendo algumas outras de menor vulto. _

A fabrica de Álvaro d'Armada & C, foi, segundome consta que primeiro annexou ao. fabrico de chapéosde seda e castor a variedade de chapéos de tecidosque hoje se encontrão, e a primeira que procurouimitar em tudo os chapéos de Paris, vjâ importandomatérias primas, iguaes ás que empregarão os fabn-cantes d'alli, já angariando contramestres francezescomo hoje tem, para introduzir no paiz o mesmo sys-tema, de'trabalho. Foi tambem a primeira que expozna corte chapéos perfeitamente trabalhados da. -cascada palmeira Turury. tecido natural que promette tor-nar-se uma industria de algum merecimento, .se-nãohouver descuido na sua crescente perfeição.

E' ella sem duvida, lambem, a quem cabe a gloriade ter dado o impulso a esla industria, para chegarao gráo de perfeição em que se acha. _

Fora da corte ainda tenho conhecimento detabricasdesta industria, de não menor importância, como sejão:a de Ferreira Pinto & C, estabelecidos na provínciade Pernambuco e na cidade do Recife, na praça daIndependência, fabrica bem montada e preparada parao fabrico de obras que rivalisão com as procedentesda Europa; o que se verificaria examinando as amos-trás de chapéos que estiverão expostas na ultima expo-síção nacional; a de Costa Maia & C, estabelecidona mesma provincia e cidade, á rua Primeiro ^deMarço, que tambem está em muito boas condições,estabelecimento cujos trabalhos merecem a attençao dosentendidos, fabricando como a de Ferreira Pinto & C.grande quantidade de chapéos de diversas qualidades.

[Continua.)

Mappa do movimento dos alumnos da Escola Nocturna deIndustria Nacional, mo mez de Jnnbo de *

Adultos d.i Socicílade Auxiliadora «Ia

1 SECÇÃO. 2a SECç£0 I===S:^= =•=¦[ —- |

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Existião ....Perderão o annoRetirárão-se. . ,Entrarão . . .Frequentão . , . „

Rio de Janeiro, 30 de Junho de 1873.

Mestre em Artes, José Manoel Garcia,Director.

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Mappa do moTinsenfo dos alumnos da Escola Nocturna d© Adultos da Soeiedade Auxiliadora da

Industria Nacional, uo » ez d© Jaalho de 1873.

Existião . . . .Perderão o anno.Retirárão-se. . .Entrarão . . . .Frequentão . . .

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10

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2aClasse.

15

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Rio de Janeiro, 31 de Julho de 1873.

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Mestre em Artes, José Manoel G-arcia,

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lio de Janeiro, 31 de Agosto de 1873.

Meslre em artes, José Manoel Garcia,Director.

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SOCIEDADE AUXILIADORADA.

N. 40- OUTUBRO DE Í873.

Sessão do Conselho Administrativo em o f.c de Outubrode 1873.

VICE-PRESIDÊNCIA DO SR. COMMENDADOR JOAQUIM ANTÔNIO DE AíEVE^.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.Drs. Nicoiáo Moreira, Paula Freitas, Rebouças, AméricoVasconcellos, Bomsuccesso, Bartholomeu, Pereira Regofilho, Sayão Lobato Sobrinho, Pinto Júnior e NascentesPinto; mestre em artes José Manoel Garcia; commen-dadores Azevedo e José Maria Pereira; José Botelho,Sattamini, Conceição, Macedo e Henrique Nascentes;o os sócios effectivos, os Srs. conselheiro José BonifácioNascentes de Azambuja, Conde de Rozwadowski, CarlosJosé do Rosário, Morris N. Kohn, James Walter Granam,José Joaquim da Costa Pereira Braga e José Alfredoda Cunha Vieira; foi aberta a sessão, lida e sem discussãoapprovada a acla da anterior, que teve lugar em 17 deSetembro próximo passado.

EXPEDIENTE.

Q Sr. secretario geral participou que se remetteupara informar:A. 28

— 394 —

Em 18 de Setembro â Secção de Machinas e Appa-reinos o requerimento recebido com Aviso n. 48 doMinistério da Agricultura, Commercio e Obras Publicas,datado em 15 de Setembro, e em que Antônio JoséPedro Monteiro e outros pedem privilegio por dez annospara introduzirem no Império um apparelho mecânicodestinado a varrer as ruas.

1 Secção de Geologia applicada e Chimica industrial,reunida á de Industria Fabril, o requerimento que foirecebido com o Aviso do mesmo Ministério, datadoem 15 de Setembro, sob n. 49, e em que Sully Martinpede privilegio por vinte nove annos para fundar nestacorte ou em outros pontos do Império estabelecimentosde refinação de sal, e para introduzir as respectivasmachinas.

Á Secção de Geologia applicada e Chimica industrial orequerimento que acompanhou o Aviso do Ministérioda Agricultura n. 50, datado em 15 do dito Setembro,e em que Mr. Cantilena pede privilegio por dez annospara fabricar um licor composto de vegetaes brasileiros.

Carta do Sr. Dr. Joaquim José de Siqueira Filho,em que participa que, por continuar enfermo, não pôdecomparecer a esta sessão.—Inteirado.

São recebidos com agrado dous exemplares do re-latorio com que a administração da provincia do Pa-raná foi pelo Exm. Sr. Manoel Antônio Guimarãesentregue ao Exm. Sr. Frederico José Cardoso de AraújoAbranches, por quem fôrão remettidos com officio de16 de Setembro próximo passado; e uma collecçãocompleta de balanços e relatórios do Banco do Brasil,apresentados por seus presidentes á respectiva assem-bléa geral dos accionistas, desde sua fundação em 4854até o corrente anno de 1873, offerecida a esta socie-dade por Francisco José Xavier.

Foi, sem discussão, approvada a seguinte proposta:« Proponho para professores da Escola Industrial osseguintes Srs.: de desenho de ornatos, Fortunato JoséFrancisco Lopes; de geometria descriptiva e perspectiva,o bacharel Manoel José Pereira; de historia e geogra-phia industrial, Dr. Domingoi Jacy : Monteiro; de

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contabilidade, escripturação e legislação industrial, Joséde Almeida Soares; e de sciencia moral, o bacharelJoaquim José de Siqueira.—Sala das sessões da socie-dade Auxiliadora da industria Nacional, em o Io deOutubro de 1873.—/. M. Garcia, M. A., Director doscursos. »

Sendo approvada a urgência requerida, forão imme-diatamente submettidas á votação, e unanimementeapprovadas as seguintes propostas, e por conseguintedeclarados membros effectivos desta sociedade os ca-valheiros cujos nomes constão das referidas propostas,que são :

l.a «Proponho para sócio effectivo, remido, ao Ilim.Sr. Dr. Francisco Parentes, engenheiro agrimensor, re-sidente na cidade de Therezina, na provincia do Piauhy,actualmente nesta corte. Rio, Io de Outubro de 1873.—O sócio effectivo, José Alfredo da Cunha Vieira. »

2.a « Proponho para sócio effectivo da sociedade Au-xihadora da Industria Nacional o Sr. Dr. Luiz Augustode Oliveira, engenheiro civil.—Sala das sessões, em 1°de Outubro de 1873.—Dr. Antônio de Paula Freitas. »

3/ « Proponho para sócio effectivo o Sr. ManoelOlympio Rodrigues da Costa, professor do Externatodo Imperial Collegio de Pedro II, residente nesta corteá rua de Paysandú n. 9.—Sala das sessões da sociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, em o Io de Outubrode 1873.—/. M. Garcia, M. A.

Forão lidos e ficarão sobre a mesa, para serem op-portunamente tomados em consideração, os seguintespareceres :

1.° Da Secção de Zoologia sobre o trabalho do Sr. LuizJacome de Abreu Souza, em que este senhor trata doestado actual do cavallo na provincia do Rio Grandedo Sul e dos meios de regenera-lo;

2.° Da mesma Secção, sobre o privilegio por 30annos pedido pelo Dr. Borman, para introduzir ca-vallos finos destinados a melhorar a raça abastardadado paiz;

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3.o Da Secção de Industria Fabril dando conta doexame a que procedeu nas seis telhas chatas, á imi-tação das francezas, que a esta Sociedade forão remet-tidas pelo Sr. Manoel Joaquim Corrêa da Silva, que asfez fabricar ém sua fazenda denominada Penha Longa,no município do Mar de Hespanha, na provincia deMinas;

4.° Da Secção de Geologia e Chimica Industrial acercado privilegio por 20 annos. cuja concessão HenriqueJacques üesmarais solicita do governo imperial parausar de um processo de sua invenção destinado a tornarimputrescivel o sangue do gado que se mata diária-mente, e,reduzindo-o a pó, utilisa-lo como estrume;

5.° Da Secção de Machinas e Apparelhos sobre o prl-vilegio requerido por Tross & C. para introduzir no Im-perio o «Motor Termo-Specifico. »

Foi mais lido o parecer dos Srs. Dr. redactor do Âuxi-liador e o thesoureiro sobre a pretenção do Sr. João Joséda Cruz Cotrim, e sendo approvada a urgência pedidapelo Sr. Dr. Nicoláo Moreira para que esse parecer en-trasse immedialamente em discussão, foi, sem que ti-vesse lugar debate algum, approvado o referido parecer,que é o seguinte:

<( O thesoureiro e o redactor da Sociedade Auxilia-dora da Industria Nacional são de parecer que sejãopagas as contas apresentadas pelo ex-editor dos traba-lhos desta Sociedade, o Sr. João José da Cruz Cotrim, bemcomo que se attenda ao pedido de indemnização, nãoexcedendo esta a quantia de trezentos mil réis, ereceben-do o mesmo senhor tanto o importe da conta como aindemnização por pagamentos mensaes, segundo as for-ças do cofre da Sociedade.—Sala das sessões da Sociedadeauxiliadora da Industria Nacional, em Io de Outubrode 1873.—DF. Nicoláo Joaquim Moreira, redactor.—José Botelho de Araújo Carvalho, thesoureiro. »

Sendo approvada a urgência pedida pelo Sr. JoséAlfredo da Cunha Vieira, entrou em discussão o parecerda Secção de Industria Fabril nesta mesma sessão apre-sentado, sobre a pretenção de José da Silva Sertori a

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um privilegio para introduzir no Império a industria dofabrico de luvas; tomarão parte no debate os Srs Dr.Pinto Jnnior, commendador Azevedo, conselheiro JoséBonifácio, Dr. Pereira Rego Filho e Cunha Vieira, de-pois do que foi approvado, em todas as suas parles,o mesmo parecer, que é o seguinte : « Em 25 de Agostodo corrente anno, informando a Secção de IndustriaFabril o requerimento de José da Silva Sertori, emque solicitava privilegio por 15 annos para introduzirno Império o fabrico de luvas de pellica, por um sys-tema por elle adoptado, disse, entre varias considera-ções sobre o assumpto, que não descrevendo o peticio-nario o processo por elle inventado, nem fazendodeclaração explicita de preferir a matéria prima queha no paiz, no fabrico de um produeto que já haviasido explorado, injustificável seria conceder-se o favorrequerido a uma industria de luxo, que só aproveitavauma pequena parte da nossa população.

« Apresentando, porém, o peticionario ao conselhoadministrativo, antes de ser discutida a pretenção, ummemorial em que descreve o processo de seu systemade fabricação, a matéria prima empregada, o nome damachina de que se tem servido, e o pessoal precisopara montar uma grande fabrica, a secção entendeudever aceitar esse documento para estudar de novo aquestão.

« E depois de examinar os papeis sujeitos, asamos-trás do produeto, que fôrão apresentadas peio peticio-nario, e os modelos do seu systema e o de Jouvin ;

« Considerando que a exploração da industria deque se trata, apenas foi um pequeno ensaio feito porduas costureiras, sem resultado algum em beneficio pu-blico, eque o estabelecimento de uma fabrica com asproporções descriptas pelo peticionario, trará vanta-gens certas ao paiz e ao mesmo publico ;

« Considerando que a importação estrangeira desteprodueto o tem apresentado no mercado, quando nãodeteriorado, em condições de pequena duração e porpreços excessivos, o que tem concorrido para a dimi-miição do seu consumo, e conseguinlemente .dos

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direitos respectivos, e que ao contrario o seu fabricoem nosso paiz vem dar trabalho útil e decente a nacio-naes de um e outro sexo, por isso que o peticionarionão pôde trazer de fóra o pessoal para o trabalho deuma grande fabrica;

« Considerando que as amostras apresentadas sãoiguaes ao melhor produeto encontrado em nosso mer-cado, e que o peticionario se obriga, além de preferira nossa matéria prima, a prover o publico com esseprodueto por uma tarifa muito inferior ao importadodo estrangeiro, isto é, a 1$500 o par de luvas, e queesta industria vem abrir uma fonte de renda impor-tante com a exportação para as republicas do sul, ondeo consumo do produeto é prodigioso;

a Considerando que a industria pastoril tomará largasproporções com o estabelecimento da fabrica de quese trata, pelo grande consumo que tem de fazer dama-teria prima do paiz, promovendo mesmo a sua impor-lação do estrangeiro;

« Considerando que o privilegio para a introducçãodesta industria, longe de servir de estorvo á marchaprogressiva da actividade humana, é, além de garantiapara a reunião de capitães avultados, indispensávelpara o estabelecimento de uma fabrica em pontogrande:

«Julga o peticionario nas condições de merecer oprivilegio requerido pelo tempo que o governo en-tender conveniente, circumscripto aos produetos da suafabrica estabelecida nesta corte e provincia do Rio deJaneiro, sem vedar comtudo a importação estrangeirade produetos iguaes, sendo-lhe marcado um prazo ra-zoavel, dentro do qual leve a effeito seu empenho,sob pena de caducar o favor concedido.

« E esta a ulterior opinião que a mesma secçãosubmette á decisão do conselho administrativo.

« Rio de Janeiro, 29 de Setembro de 1873. — JoséMaria Pereira. — Francisco Corrêa da Conceição. —Caetano José Cardoso. »

Em seguida, tomando a palavra, o Sr. Dr. secretario

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geral deu conta ao conselho do qne encontrou no ar-chivo da Sociedade acerca de pareceres dados por ellasobre pedidos de privilegio para o fabrico de papel;•8 passando-se á

ORDEM DO DIA

Forão, sem discussão, approvados os seguintes pare-ceres *

1 ° « A Secçao de Industria Fabril da Sociedade Auxi-liaclõra da Industria Nacional, vem cumprir o dever dedar parecer sobre a petição remettida pelo Ministério daAgricultura, Commercio e Obras Publicas, de 26 deAcosto ultimo, n. k% por meio da qual o negociante Ma-noel Calbó eRaphael Peralta requererão ao governo im-perial privilegio por 10 annos, para estabelecer nestacorte uma grande officina para fabricar vidros planospara vidraças e espelhos, segundo o novo systema queinventarão, e isenção de direitos para a importação dasmachinas e para a matéria prima necessária ao custeioda mesma officina. .

ce A petição veio acompanhada da exposição do systemade fabricação e de um desenho representando um fornopara fundir a matéria prima, mesa para modelar osvidros e uma machina de novo systema, para os cortar.

«Asseverão os peticionarios que o novo systema qne sepropõem executar, é mais perfeito, substituo algumasoperações feitas a mão por elementos mecânicos, quesimphficão o numero de operários, aperfeiçoando aomesmo tempo o aspecto e a qualidade dos vidros.

« Allegão que sendo forçados a empregar grandes ca-pitaes para montar a fabrica e fazer a acquisicão de ope-rarios das melhores officinas da Europa, precisão dosfavores requeridos como garantia desse empenho, queplantará no paiz essa importante industria. _

« Pelas minuciosas indagações a que procedeu a Secçaonâo lhe consta que esta industria fosse já explorada noBrazil, e reconhecendo que é de incontestável utilidadesua introducção, para que se possa obter por baixo preçoum producto indispensável e de considerável consumo»

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sem entrar em mais largas considerações a semelhanterespeito, pensa que os peticionarios têm em seu apoioas disposições da Lei de 28 de Agosto de 1830.

«Se o favor que o governo imperial julgar opportunofôr o privilegio requerido por 10 annos e a concessãoda isenção de direitos de importação para a matériaprima necessária e para as machinas próprias, entendea Secção que deverá ser circumscripto aos produetos fa-bricados na officina dos supplicantes, sem vedar a livreintroducção de produetos iguaes,fabricados em paizes-trangeiro, e sem privilegiar as machinas, nem as com-binaçoes ou processos accessorios que affectarião outrasindustrias; convindo, além de ser marcado um prazorazoável, dentro do qual os peticionarios ou prepostoseumonte fabrica, apresentar ao governo, em principio decada semestre, a relação detalhada da matéria prima quetiver de importar do estrangeiro, se lhe fôr concedida aisenção de direitos pelo Corpo Legislativo, a quem de-Veráõ recorrer por intermédio do governo.

«O conselho administrativo dirão que melhor convéminformar.—Rio de Janeiro, 10 de Setembro de 1873.—José Maria Pereira.—Francisco Correia da Conceição*— Caetano José Cardoso.»

2.° « A petição foi apresentada ao Governo Imperialpelo Dr. José Bonifácio Nascentes de Azambuja por sero requerente bávaro e residente em Munich.

«Acompanhão a petição uma procuração em regra complenos poderes, uma descripção do invento e tres es-tampas illustrando-o.

«A invenção refere-se a freios para uso daslocomo-livas, dos wagons dos caminhos de ferro e dos carros dostramways ou vias férreas urbanas. As disposições imagi-nadas pelo peticionario parecem racionaes e efficazes.

« É principalmente digno de nota o systema pelo qualse obtém que os freios sejão applicados automática-mente, e facão parar os wagões nos casos de accidentesou por divisão do trem, ou por desencarrilhamento, oupor se ter quebrado algum eixo.

« Attendendo ao quanto acaba de expor, é a Secção de

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Machinas e Apparelhos de parecer que sejão privilegiadospor 15 annos os freios inventados por Jacob Heberlein,residente em Munich, na Baviera, representados e des-criptos nos documentos juntos á petição de 7 de Agostode 1873.

« Sala dàs sessões da Sociedade Auxiliadora da Indus-tria Nacional, em 13 de Setembro de 1873.— AndréRebouças.—Dr. Antônio de Paula Freitas. »

3.° « Tem essa petição por objecto o privilegio deuma nova machina de beneficiar café sêcco com casca,effecluando simultaneamente as operações de descascar,separar os grãos das cascas e de matérias estranhas,distinguir as qualidades de café, ventila-lo e bruni-lo.

« A petição veio acompanhada de duas photographias,de uma legenda explicativa, e de um modelo da ma-china.

« Mo tem ainda infelizmente a Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional uma sala de experiências, ondeseja possivel fazer a confrontação pratica entre essamachina e as outras já privilegiadas pelo governo im-perial para o mesmo fim.

« No caso actual, principalmente, que se trata de ma-chinas de benificiar café, a mais importante producção dasprovincias do Rio de Janeiro e deS. Paulo, e uma das basesda riqueza nacional, é muito de sentir que a SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional ainda não esteja ha-bilitada para, depois de proceder a experiências pu-blicas comparativas, poder dizer aos nossos agricultores:« a nova machina é superior ou inferior ás machinastaes e taes, já privilegiadas. »

((Lamentando esta deficiência de meios, e pedindoa attenção do governo imperial para tão interessanteassumpto, a Secção de Machinas e Apparelhos, atten-dendo ás disposições da já obsoleta Lei de 28 de Agostode 1830, cuja reforma desde muito pede esta socie-dade, é de parecer que seja concedido a Francisco daRocha Camargo Arruda privilegio por vinte annos paraas machinas representadas nas duas photographias eno modelo, que acompanharão a sua petição, e que

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deverão ficar archivadas para se poder tirar a limpo qual-quer duvida, que sobre este assumpto possa no futurosurgir.—Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional, em 13 de Setembro de 1873.—André Rebouças.—Dr. Antônio de Paula Freitas. »

Continuando finalmente a discussão, começada nasessão anterior, dos pareceres das Secções de Machinase Apparelhos e de Industria Fabril sobre o privilegiopedido por João King, para fabricar na provincia deS. Pedro do Rio Grande do Sul papel com fibras devegetaes brasileiros, tomarão parte no debale os Srs.commendador José Maria Pereira, Dr. André Rebouças,conselheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja, querequereu que fosse approvado o parecer, e Dr. PereiraRego Filho, que propoz o adiamento desta discussãoaté a próxima sessão, o que foi approvado, addicio-nando-se a essa proposta que ficasse o mesmo Sr. in-cumbido de colleccionar o que existisse nos assenta-mentos da secretaria do ministério da agricultura acercade concessões de privilégios para fabrico de papel.

E nada mais havendo que tratar, o Sr. presidentelevantou a sessão, dando para ordem do dia da se-guinte: continuação da discussão agora adiada, e adepareceres já apresentados. — Visconde do Rio Branco.—Dr. José Pereira Rego Filho, secretario geral.—José Augusto Nascentes Pinto, secretario adjunto.

Sessão do conselho administrativo em 15 de Outubrode 1893.

PRESIDÊNCIA DO EXM, SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDE DORIO BRANCO.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.conselheiro Visconde do Bio Branco; commendadorAzevedo ; Drs. Nicoiáo Moreira, Paula Freitas, Rebouças,Pereira Rego Filho, e Nascentes Pinto; mestre em artesGarcia ; Lellis Silva, Henrique Nascentes; e os sócioseffectivos, Srs. conselheiro José Bonifácio Nascentes de

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Azambuja ; conego Quintiliano José do Amaral; CondeRozwadoswski; Drs. Jeronymo Máximo Nogueira PenidoJúnior, e Carlos Hanscbildt, foi aberta a sessão, lida esem discussão approvada a acta da anterior, que tevelugar em o Io do corrente mez.

EXPEDIENTE.

O Sr. secretario geral participou que se remelleupara informar:

Em 3 de Outubro, á Seccão de Machinas e Appa-reinos, os requerimentos qne acompanharão os Avisosns. 51 e 52 do Ministério da Agricultura, Commercioe Obras Publicas, datados em 29 e 30 de Setembroultimo, e em que pedem privilegio •

Caetano Antônio Gonçalves Garcia e outros, parausar de uma machina de sua invenção, destinada aofabrico de papeis pintados, e

Paulo Raffineli, para idlroduzir no Império os fornositalianos do systema Chinaglia.

Carta do Sr. Dr. Joaquim José de Siqueira Filho,em que participa que, continuando seus incommodos,ainda não póde comparecer a esla sessão.—Inteirado.

Foi remettido ao Sr. Dr. redactor do Auxiliador,para publicar, o mappa do movimento da Escola Noc-turna de Adultos no mez de Setembro ultimo.

Sendo approvada a urgência requerida, foi submet-tida á votação, e igualmente approvada, a seguinte pro-posta, e portanto declarado sócio effectivo o cavalheiro,cujo nome consta da mesma, queé:

« Proponho para sócio effectivo o Sr. Dr. José Ri-beiro de Souza Piragi, engenheiro civil, residente nestacorte.—Sala das sessões, em 15 de Outubro de 1873.-—Jeronymo Penido Júnior.»

Forão lidos, e ficarão sobre a mesa para serem oppor-tunamente tomados em consideração, os seguintes pare-ceres:

1.° Da Secçao de Machinas e Apparelhos, sobre oprivilegio por dez annos, requerido por Miguel Alamir

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Baglione para a fabricação, uso e venda da machinade sua invenção, de descascar e limpar o café, deno-minada Turbina Tangetecla.

2.° Da mesma secção acerca do requerimento emque José Francisco da Silva Zuca pede privilegio portrinta annos, para vender no Império machinas de suainvenção, destinadas a ralar a mandioca com pres-teza e asseio.

3.° Da Secção de Industria Fabril reunida áde Agri-cultura, sobre a pretenção de Thomaz Watson, querequer privilegio por quinze annos para explorar fibrasvegetaes que diz ter descoberto.

ORDEM DO DIA.

Forão, sem discussão, approvados os seguintes pa-receres :

1.° « A Secção de Zoologia pede toda a attençao doconselho administrativo da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional para a brochura offerecida pelo dis-tincto hippologo, Sr. Luiz Jacome de Abreu Souza, quede ordem do mesmo conselho foi submettida á suaapreciação, onde este distineto brasileiro estuda eommuita- proficiência o estado do cavallo na provincia deS. Pedro do Rio Grande do Sul, e os meios de re-genera-lo.

« A secção considera este trabalho de alto valor, eé de parecer que se agradeça a offerta, e se louveo mesmo Sr. Jacome pelos serviços que presta ao paiz,propagando idéas tão úteis.

« Sala cias sessões, em 18 de Setembro de 1873.—Pedro Dias Gordilho Paes Leme. —Barlholomeu JoséPereira. »

2.° «Para informar recebeu a Secção de Zoologia orequerimento do Sr. Dr. Borman, pedindo ao governoimperial privilegio por trinta annos para introduzircavallos finos, destinados a melhorar a raça abastardadado paiz.

« Pensa a secção que tal privilegio vai ferir direitos

adquiridos pela industria particular, que hoje feliz-mente começa a comprehender as vantagens, que podeauferir desse ramo tão importante da economia agri-cola, e acredita que os meios indirectos, de que podeusar o Estado a favor de particulares ou associações,concorrerão eftlcaz e economicamente para a regene-ração das raças de animaes úteis.

«Assim, pois, é a secção de parecer:« 1.°, que seja negado o privilegio pedido; > _«2.o, que o governo imperial conceda á associação

que o peticionario pretende organisar, ea outras quese dediquem ao mesmo fim, todos os favores que emsua alta sabedoria julgar próprios para desenvolvimentoe progresso de tão ulil industria.

«Sala das sessões, em 20 de Setembro de 1873.-—Pedro Dias Gordilho Paes Leme.—Bar lholomeu JoséPereira. »

3.° « Com officio da secretaria da Sociedade Auxi-iiadora da Industria Nacional, de 14 do corrente mez,recebeu a Secção de Industria Fabril uma carta donosso consocio o Sr. Manoel Joaquim Corrêa da Silva,com seis telhas chatas á imitação das francezas, fa-bricadas em sua fazenda denominada « Pinha Longa »,no município do Mar de Hespanha, na província deMinas, afim de examinar esse produeto, e sobre elledar seu parecer.

«A secção pelos exames a que procedeu no pro-dueto em questão, comparando-o com o que é impor-tado do estrangeiro, o considera superior a este, assimpelo perfeito fabrico e cozedura, como porque e maisleve.

« Tomando-se ao acaso uma, telha franceza e umadas fabricadas na mencionada fazenda, levou-se á ba-lança cada uma por sua vez, e reconheceu a secçãoque aquella pesava 5 1/ii libras, e esta 4 3/4 libras,isto é, tinha de menos meia libra.

« Assim que, recommendando-se ao fabricante ane-cessidade de providenciar de modo que o seu produetofique perfeitamente horizontal, entende a secção que

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se lhe deve dar um voto de louvor pelo auxilio que acabade dar á esta industria, afim de que, progredindo emseus esforços, dote o nosso mercado com o seu produeto.para proveito do publico. Rio de Janeiro, em 27 de Se-tembro de 1873. —José Maria Pereira.— Francisco*Corrêa da Conceição.—Caetano José Cardoso. »

4.° « Com officio da socretaria desta sociedade, da-tado de 12 do corrente mez, foi presente á Secção deGeologia Applicada e Chimica Industrial o requerimentoe mais papeis, em que Henrique Jacqües Desmarais pedeao governo imperial privilegio por 20 annos para usarde um processo de sua invenção, destinado a tornar im-putrescivel o sangue do gado que se mata diariamente,reduzindo-o a pó, e utilisa-Jocomo estrume, aíim de quea Secção informe com seu parecer acerca do merecimentode tal pretenção.

« A secção, depois de estudar minuciosamente a des-cripção do processo, apresentada pelo peticionario emum documento annexo ao requerimento, é de parecerque a industria de que se trata é uma daquellas, cujaimportância é de tal modo evidente, que dispensa com-mentarios.

« O problema da qualidade, natureza e custo dos es-trumes oecupa ainda hoje a attençâo dos agrônomos.

« Na França e na Inglaterra, onde estas questões têmsido minuciosamente estudadas e discutidas, prepara-sehoje em grande quantidade o sangue coagulado e sêcco,bem como a carne muscular igualmente sêcca para ex-portação, sendo estes produetos especialmente destinadosás suas colônias, onde servem para fer tilisar os cannaviaes.

« Comprehende-se facilmente, diz Payen, que a Françaexporte para grandes distancias estrumes poderosos,maso que é incomprehensivel é que o valor fertilisanle dosangue seja mais apreciado nas colônias do que emFrança.; sendo notável que um estrume quasi equiva-lente, o guano, é transportado das costas do Peru atéParis, esta cidade continua a exportar o sangue, demodo que estes dous poderosos estrumes se cruzãono mar.

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« Sendo as matérias orgânicas azotadas, indispensa-veisá nutrição das plantas, constituem ellas o elementoo mais importante dos estrumes, e é por isso que o seuvalor fertilisante calcula-se hoje pela dos agentes doazoto.

«-Ora, basta reflectir-se sobre a riqueza do sangueem princípios azotados, para concluir-se o seu grandevalor como estrume.

c( O processo apresentado pelo supplicante, simplese pouco dispendioso, preenche satisfactoriamente as con-dições necessárias para o bom desenvolvimento de seudesideratum.

« Pensa a secção que o peticionario, introduzindoesta importante industria no paiz, prestará um duploserviço; pois, além de aproveitar um produeto precioso,alé agora desprezado, em detrimento da saude publica,concorrerá para o melhoramento das condições de asseioe de salubridade dos matadouros, onde a permanênciado sangue e de outras partes animaes, em decnmpo-sição, constitue focos de infecção e de insalubridade.

« Em conclusão é a secção de parecer:« Io, que a industria, que o peticionario pretende in-

troduzir no paiz, é de utilidade publica;« 2o, que o processo que se propõe pôr em pratica

para realizar tal industria, basèa-se em princípios co-nhecidos, e attinge os fins que teve em vista;

« 3% que não consta que essa industria tenha sido en-saiada no paiz;

« 4o, que ao peticionario pôde o governo imperial con-ceder o privilegio pedido, para usar de sua industria,segundo o processo que apresentou.

« Rio de .íaneiro,27 de Setembro de 1873.—Dr. An-tonio Corrêa de Souza Costa, presidente.—Américo Ro-drigues de Vasconcellos. »

Entrou em discussão o seguinte parecer da Secçãode Machinas e Apparelhos, e depois de um debate, emque tomarão,parte os Srs. commendador Azevedo eDr. Rebouças, forão approvados o referido parecer, eo additamento, que se lhe segue, e que nesta mesmasessão foi oíferecido pela secção:

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PARECER.

« O objecto desta petição é ainda o reconhecimentoneste paiz de uma patente de privilegio obtida nosEstados-Unidos.

« Trata-se de uma invenção muito engenhosa e in-teressante, devida a Emile Lamns de New-Orleans.

« É o novo motor thermo especifico « New ThermoSpecific Motor», ou a locomotiva sem fogo para tri-lhos urbanos.

« The fireless engine for city raü-ways » que já func-ciona com bom êxito em New-Orleans e outras cidadesdos Estados-Unidos e em Havana.

« Attendendo aos benefícios, que resultarão á viaçãourbana deste Império com a introducção deste impor-tante invento, é de parecer a Seccão de Machinas eApparelhos que seja garantido o privilegio no Brasil,pelo mesmo tempo que nos Estados-Unidos, á com-panhia denominada « Thermo Specific Propelling Com-pany of America», logo que ella apresente plenospoderes do inventor Emile Lamns, de New Orleans, pararepresenta-lo neste paiz, ou então cessão dos seus di-reitos de inventor no Brasil a bem da mesma compa-nhia. f« Á petição faltão estes documentos esseneiaes, quedeverão ser escrupulosameute exigidos, afim de que ogoverno imperial fique bem seguro de que forão pie-namente respeitados os sagrados direitos de proprie-dade do primitivo inventor o Sr. Emile Lamns, de New-Orleans, tudo de conformidade com o espirito e letrada Lei de 28 de Agosto de 1830.

« Quanto à requerida isenção dos direitos, está ellaconcedida pelo § 30 do art. 512 do actual Regula-mento das Alfândegas do Império.

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, em 23 de Setembro de 1873.-— AndréRebouças.—dr. Antônio de Paula Freitas. »

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AüDlTAMENTO.

. A patente do privilegio deve referir-se tão somenteao invento descripto nos documentos annexos á petição,ficando livre o emprego do vapor sem fogo com o motornos trilhos urbanos em qualquer outro invento.

« Sala das sessões, em 15 de Setembro de 1873.—André Rebouças.—Dr. Antônio de Paula Freitas. »

Nada mais havendo que tratar, o Sr. presidente le-vantou a sessão, dando para ordem do dia da seguinte:discussão dos parçceres, que ficão sobre a mesa,

Privilégios industriaes.

(Relatório do Ministério da Agricultura.)

Como já por mais de uma vez, e mais autorisada-mente vos foi dito, a Lei de 28 de Agosto de 1830,que regula a concessão de privilégios, moldada pelaantiga legislação franceza, não corresponde ás justasexigências da industria nacional que, até por sua in-feríoridade em confronto com a dos povos mais adian-tados, deve ser a este respeito collocada, pelo menos,em condições de igualdade.

Cumpre regular as relações sociaes, que resultão deuma invenção útil, de accôrdo com as circumstanciasdo século tão eminentemente industrial, concedendo _egarantias a favor dessa propriedade reconhecida pelanossa Constituição e protegida em todas as nações ci-vilisadas.

A lei fundamental do Estado reconhece e asseguraá propriedade temporária da invenção. Fica assim- re*«olvido o grande problema que em outros paizes tempr_occupado as autoridades nesta matéria.

A maior difíiculdade, pois, que se nos oferece con-siste em definir com precisão o objecto do privilegio.

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Deve-se privilegiar a invenção de todos os princípiosque sejão ou possão ser applicados á industria ?

A lei franceza de 1844, e as da Bélgica, Portugale. outros paizes que adoptàrão as mesmas idéas, re-cusão privilégios ás seguintes espécies de invenções:

1.° Princípios, methodos, systemas, descobrimentosou concepções theoricas ou scientificas, sem applicaçaoindustrial.

2.° Planos ou combinações sobre credito e finanças.3 ° Composições pharmaceuticas e remédios de qual-

quer espécie.Semelhantes excepções, por muito especiosos que

sejão os argumentos em que se fundão, parecem-mecontrarias aos princípios liberaes que devem reger estamatéria, e em que assenta a respectiva legislação.

O invento de uma composição pharmaceutica, querseja devido a simples casualidade, queralucubrações,longos estudos e experiências diÉceis, torna-se porcerto digno de recompensa.

Porque nega-la a esta classe de inventores que quandoeffectivamente são sérios, merecem o reconhecimento dopublico ?

Não haverá menos prejuízo em demorar o gozo de umaindustria útil do que em publicar-se um meio poderosode debellar moléstias que flagellão a humanidade?

Se a Constituição não restringe a idéa — invenção —a esses limites, parece-me que seria desconhecer direitospor ella reconhecidos negar patente ás composições

, pharmaceuticas que forem descobertas.O receio de entregar nas mãos de charlatães uma pa--

tente para inventos desta ordem e principalmente otemor de ser pelo inventor monopolisado um remédionecessário á saude publica, dando-se-Ihe azo para queespecule com essa necessidade, determinou o legisladorfrancez a excluir taes descobrimentos" do systema doprivilegio.

i Còmprehende-se a procedência do primeiro motivo»comquanto haja meios de impedir que os especula-dores abusem da credulidade publica, e seja certo quea autoridade, concedendo a patente, não reconhece as

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vantagens e efficacia do medicamento. Mas seguramenteseria muito fácil evitar o segundo inconveniente, re-servando-se o governo o direito de desapropriar porutilidade publica.

Quanto ás outras invenções excluidas pela lei fran-ceza perguntarei:

Qual é o principio, systema ou methodo scientificoque não seja susceptível de applicaçao, se não imme-diata, pelo menos remota?

Parece-me excessivo o prazo máximo do privilegiofixado na Lei de 28 de Agosto de 1830.

O prazo de 15 annos, estabelecido na lei fran-ceza, ou de 14, como fixou a lei ingleza, é sufficientepara qualquer inventor colher os resultados que espera,tapto mais quanto o incessante movimento da intel-iigencia, o constante progresso das artes e scienciasdentro desse prazo, conseguirão modificar grandementea idéa primitiva, desapparecendo por si mesmas asvantagens do privilegio.

Outra omissão nota-se em nossa Lei de 28 de Agostode 1830, consoante, neste ponto, com as demais le-gislações estrangeiras, relativas ao mesmo assumpto,excepto a dos Estados-Unidos e a da Inglaterra.

Muitas vezes acontece que o inventor, ou o aper-feiçoador de uma industria, reconhece os defeitos deseu descobrimento : receia, porém, demorar-se emrequerer a patente de invenção, porque pôde ser pre-venido por outros. A lei daquellas nações permítteque, neste caso, lhe seja conferido um certificado,,que denominão caveat.

Este documento, que contem a indicação do inventoe a exposição do seu caracter distinctivo, é registradoconfidencialmente nos archivos da repartição das pa-tentes.

Se dentro do anno qualquer outra pessoa solicitaprivilegio que tenha connexão com o objecto do caveat,o cnefe.da repartição communica immediatamente ofacto ao possuidor deste que, no prazo de tres mezesda data da communicação, deverá declarar se querprevalecer-se dos direitos que lhe conferio o certificado,

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e apresentar antes de expirar o prazo as especificações,desenhos e modelos de sua invenção, afim de proce-der-se ao exame e confronto dos dous pedidos.

Esta medida, completada na Inglaterra pela protec-ção provisória, estabelecida na Lei de Io de Julho de1852, consistindo em um documento que permitte aoinventor publicar e desfrutar sua propriedade duranteseis mezes, sem prejuízo da concessão da patente, pa-rece-me digna de ser adoptada pelo nosso paiz.

A necessidade que muitas vezes tem o inventor desoccorrer-se de aptidões e conhecimentos estranhos, en-tregando-lhes parte de seu segredo, afim de pratica-mente conhecer e emendar-lhe os erros, justifica plena-mente a conveniência da protecção provisória, que dentrodo prazo estabelecido produz os mesmos effeitos da pa-tente de invenção.

Depois do relatório apresentado era meiado do annopróximo findo forão concedidos os privilégios constantesdos seguintes decretos:

Decreto n. 4946 de 30 de Abril de 1.872.

Concede aWilliam Howard privilegio por 14 annospara usar de uma maehina, da qual.se* declara inventor,destinada a condensar o leite da seringa.

Decreto n. 4951 de 4 de- Maio de 1872.Concede privilegio a Lutz &Comp. para o emprego do

systema de sete filtros metallicos de sua invenção nospoços denominados—Abyssinios.

Decreto n. 4952 de 4 de Maio de 1872.Concede privilegio a Eulampio César Romagnoli e ao

Dr. Raymundo Augusto de Carvalho Filgueiras para ouso de latrinas de sua invenção.

Decreto ».4963 de 15 de Maio de 1872.Concede a Gustavo Adolpho Wurffbain privilegio paraas fôrmas, de sua invenção, de purgar o assucar.

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Decreto n. 4996 de 3 de Julho de 1872.

Concede a Cândido de Souza Rangel privilegio paraestabelecer uma fabrica de azulejos, porcellana, louçafinae crystaes.

Decreto n. 4997 de 3 de Julho de 1872.

Concede a Gustavo Adolpho Wurffbain e a TheodoroJusto privilegio para introducção e venda no Impériode apparelhos destinados à fabricação de gaz hydro-car-bonico.

Decreto n. 4998 de 3 Julho de 1872.

Concede a Francisco de Paula Bellido privilegio paraintroduzir no paiz o apparelho de sua invenção, denomi*nado—Regulador automático.

Decreto n. 5006 de 10 de Julho de 1872.

Concede a Thomaz Rainey privilegio para usar de umsystema de pontes fluctuantes de sua invenção.

Decreto n. 5028 de 24 de Julho de 1872.

Concede a Vincent Elijah Keegan privilegio para a in-troducção e venda no Império da preparação de umapolpa extrahida da madeira, destinada ao fabrico dópapel.

Jkcreto n. 5051 de Ah de Agosto de 1872.

Concede a Jèronymo Pereira de Lima Campos privi-legio por 15 annos para usar no Império de um systemade transporte de sua invenção, destinado a evitar as dif*ficuldades que offerecem â navegação fluvial as ca-choeiras e os saltos.

Decreto n. 5074 de 28 de Agosto de !8,71.Concede a Cláudio f&uigon privilegio para estabelecer

uma fabrica de tubos iguaes aos denominados—Tubos deVecque J. & G.

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Decreto n. 5078 de 30 de Agosto de 1872.Concede ao Barão de Campy privilegio para introduzir

no Império machinas de furar e cortar pedra.Decreto n. 5101 de 2 de Outubro de 1872.

Concede a Edwin Lawrence e M. Tyre privilegio por10 annos para fabricar e usar de um apparelho de suainvenção destinado a extinguir formigas.

Decreto n. 5102 de 2 de Outubro de 1872.Concede a Charles Nolet privilegio por 10 annos paraintroduzir no Império um machinismo destinado a re-

guiar o gráo de introducção do vapor no cylindro dasmachinas de qualquer systema.

Decreto n. 5103 de 2 de Outubro de 1872.Concede a Joaquim Carneiro de Mendonça e a Alonso

C. Pestana de Aguiar privilegio por 10 annos para in-troduzir no Império a industria de extrahir produetos,como óleos, massas e outros, do caroço do algodão.

Decreto n. 5104 de 2 de Outubro de 1872.Concede a Maring e Mertz privilegio por 10 annos paraintroduzir no Império machinas destinadas ao fabrico

de gaz.Decreto n. 5127 de 30 de Outubro de 1872.

Concede a Frederick Crocker privilegio por 10 annospara introduzir, fabricar e vender no Império machinasde fabricação de gaz pneumatico, denominadas —Solargas generator.

Decreto n. 5162 de 4 de Dezembro de 1872.Concede privilegio por 10 annos a Ignacio Saturnino

de Moraes e a Joaquim Antônio de Moraes para o estabe-lecimento de uma fabrica de vidros e crystaes, na cidadede Porto Alegre, provincia do Rio Grande do Sul.

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Decreto n. 5184 de 20 de Dezembro de 1872.

Concede a Guilherme Gourdon privilegio por 10 annos

l>ara uso de carros de um systema de sua invenção.

Decreto n. 5199 de II de Janeiro de 1873.

Concede privilegio por IO annos a Antônio Lúcio de-Medeiros para fabricar e vender fogões mecânicos de suainvenção, denominados de —economia dupla.

Decreto n. 5268 de 19 de Abril de 1873.

Concede a Morris & Kohn e ao Dr. Joseph Spyer pri-vilegio por 10 annos, para fabricar camas de tecidos dearame e mobílias de palhinha metalhca.

loticias industriaes e agricolas.

Conservação de couros verdes.

O Sr. André Delouche offereceu á commissão da ex-posição pernambucana o resultado de diversas expe-riencias que fez para a conservação dos couros verdes,remettendouma amostra antiga, que P^.fsla cirçum-stancia talvez não correspondesse aos effeitos desejadosdo processo descripto.

Eis como se expressa o Sr. Delouche -.

« Tenho a honra de apresentar o resultado de diffe-Tentes experiências que tenho feito com o concurso dediversos negociantes de Paris. Sobre a conservação dos«ouros verdes, que se queirão exportar, apresenteiantes da guerra franco-prussiana uma amostra quetinha passado por uma immersão de 8 a 10 horas emtiydrocarbureto. O resultado foi o melhor possível,como declarou a commissão nomeada na hale do courode Paris. Mas, quando teve de se curtir, notou-se o

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inconveniente do processo ; que a cal não podia fazercahir o cabello, sendo para isto necessário raspa-lo;e que depois de curtido fica a pelle toda picada depontos pretos das raizes do cabello. Desta fórma perdiem valor o que havia ganho em ter chegado sem ava-ria. No entretanto para remediar este inconveniente,basta que o couro fresco, vindo do matadouro, sejaposto dentro do leito de cal, e fique assim por espaçode dous a tres dias. Para tirar o cabello com muitafacilidade, emprega-se uma operação muito fácil depraticar-se neste paiz, não sendo mais trabalhosa doque a de salga-lo, e fazê-lo seccar, principalmente notempo de inverno. Depois de o ter lavado para tirara cal, mergulha-se o couro por espaço de 8 a 10 horasdentro-de um tanque com hydrocarburelo, huüersourde do alcatrão do gaz; deixa-se em seguida es^correr, enrola-se, e assim preparado pôde conservar-seannos. Tem-se-me affirmado que assim obtém na Europa,o mesmo preço que o couro fresco.

« O hydrocarbureto póde-se alcançar aqui por preçomuito barato, visto não haver muita extracção do-alcatrão do gaz. Em Paris custa 20 francos um hecto-litro. Creio que esta experiência pôde ter alguma van-tagem e mesmo interesse para este paiz.»O Sr. José Vicente Grodinho expoz dous meios desola branca garroteada e duaspelles de bezerro, pre-parado tudo por um processo que diz de sua invenção

(PS, $m a,M8 do catalogo.) ^Resume-se o processo de que trata o fabricante naseguinte exposição por elle feita:«Primeiramente é mer gulhada em água pura taté-ficar bem lanada, deppis em água decai, em seguidaUra-plhe, o pêilp; d'.ahi passa a ser fermentada emfarinha. E passada por pedra hume, azeite e sal i ^finalmente lavada em água de potassa.

i,s« deppis de todos estes preparos que ficão descriptos,assola torna-se perfeita, como a amostra qaeremetto^podendo applicar-se para o que fôr mais conveniente ;^ como correame, etc.»

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Safras de assucar e ai godão em Pernambuco,

No ultimo dia de Setembro findara a safra de 1872a 1873, sendo as entradas de assucar 1,518,956 saccase a de algodão de 178,482.

As safras nos 13 annos últimos forão as seguintes;

Safras. Assucar. Algodão.

De 1860 a 1861 730,476 saccos 15,405 saccas» 1861 a 1862 861,728 29,938 »» 1862 a 1863 724,784 44,630 »» 1863 a 1864 712,085 89,234 »» 1864 a 1865 564,223 140.641 »» 1865 a 1866 721,955 215,614 »» 1866 a 1867 577,780 194,650 »» 1867 l 186S 649,742 186,027 »^ 4868 a 1869 899,424 169,794 »» 1869 a 1870 693,206 175,170 »» 1870 a 1871 578,022 170,137 »» 1871 a 1872 1.258,4 __ 335,180 »», 1872 a 1873 1.518,956 478,482 »

Do Io de Julho a 30 de Setembro entrarão de portosestrangeiros 115 embarcações, sendo: 79 ávelae 36a vapor.

Alagoas.«

Esta provincia produz com abundância o algodão,o> assucar, o arroz de que se faz grande exportaçãopela (barra do Rio S. Francisco, além do fumo, café empequena escala, e outros gêneros.

Ainda no exercicio ando de 1872 a 1873 exportou,despachado pela ajfan.dega desta cidade, 4,712,650 kilo*grammas de algodão, que pagarão 256:366.450 dedireitos, representando o valor oficial de 2.355:149^446;12.^65,9315 kilogrammas de assucar, que pagarãobkktÀ$W&7V>>, representando o valor oficial de1403,2I8„641 ;e exportou mais 33,0^0 couros sal-gados e tos, toneladas 4e madeira de construcção, A

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alfândega rendeu naquelle exercicio 544:676^641, sendo403:048^487 de exportação, 64:832^187 de importaçãoe 76:795$659 de renda interior.

E, entretanto, a safra do algodão foi insignificante»e a do assucar, além de pequena, pouco produzio, pelabaixa do preço, que desceu logo no meio da safraa 1$600 pela arroba do assucar em rama , semprebaixando, quando havia alguma alteração.

Presta-se á criação de gado de toda a espécie, e aexportação de madeiras de eonstrucção constitue umagrande verba da sua receita.

Eelatorio dos trabalhos da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional.

(Continuação.)

^ Além destas que são de muito merecimento, conta-seainda nesta provincia algumas outras fabricas de so-menos valor, e são: as de Joaquim ide Souza Maia,estabelecido na praça da Independência, de Lydio A.Bandeira de Mello, Manoel José dos Santos, ManoelJoaquim Dias & Irmão, Manoel Moreira de Souza, todosestabelecidos na praça já por vezes citada, notando-sealém destas outras insignificantes que apenas fazemconcertos, vendendo obras importadas.

Sou informado outrosim que nesta mesma provinciaexistio na rua Nova (hoje do Barão da Victoria) uma ex-ceilente fabrica de J. Christiani, mas que tendo sidoincendiada ha dous annos, a que se restaurou poucaou quasi nenhuma obra faz, limitando-se também aconcertos e a venda de obras importadas do estran-geiro.

São também conhecidas na provincia do Rio Grandedo Sul fabricas desta industria, como sejão a de AntônioLeite, estabelecida em Pelotas, que fabrica em pequenaescala chapéos de lebre para o campo; tres outras pe-quenas que fazem apenas chapéos por encommendas

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e concertos, cnjos donos já são officiaes idos d'aquida corte; e a de Guilherme Opnell, fabrica de chapéosde pôllo de seda, que trabalha regularmente, mas emmui pequena escala. .

A Bahia conta também as fabricas de Floro PinheiroRequião, cujos produetos são bem acabados, e as deM. E. Vianna e Braülino Francisco Coelho, todas dechapéos de pêllo de seda.

Ha também no Paraná uma fabrica de chapéos delebre, cujos produetos não são mal acabados e tra-balha em escala regular, pertencente aM. Russell&C.

Não prescindimos outrosim de dar noticia, que duasimportantes fabricas possue a provincia de S. Paulo,a de Bierrenbach & Irmão, estabelecida no municípiode Campinas à rua da Ponte de Santa Cruz ns. 36,37 e 38, fabrica que foi fundada em 1857, e na qualnotei pessoalmente, por oceasiao da minha viageni feitaa este município, estar montada com bastante cuidado,empregando-se as machinas mais modernas, na qualinformarão-me trabalhar diariamente de 50 a 60 pessoas,entre as quaes grande numero de mulheres. De suaasofficinas sahem magníficos e bem acabados chapéos delebre de todas as qualidades, de seda, de castor, lontra,velludo, etc, e a de Francisco Fisher, estabelecida nacidade de S. Paulo, à rua Direita n. 36.

Esta fabrica montada nessa capital ha mais de 10 annose encetando os seus trabalhos, com um official uni-camente, attinge hoje ao seguinte-, monta o seu pes-soai a 37 empregados, dos quaes são allernães 5. sueco1, dinamarquez 1, portuguezes 2, e brasileiros 28. Suadespeza mensal de salário a estes empregados, sobe a2ri.00a.000. Tem além destes empregados sete menoresaprendizes, que nada percebem, dos quaes alguns sãoorphãos e aos quaes fornece o fabricante sustento, en-sino e roupa.

Está também bem montada, tendo nada menos deoito machinas, movidas por um motor de força deseis cavallos. O movimento do fabrico diário regulade 200 a 250 chapéos, não sendo incluído nesta par-cella os chapéos patentes, cujo fabrico é annualmente

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de 1,500 chapeos, preparando outrosim grande quan-lidade de chapeos de palha, castor e mais objectos dephantasia.

Penso, porém, como já fiz sentir que a gloria do mo-vimento industrial nesta parte, cabe á casa de JoaquimÁlvaro d'Armada, fabrica que no anno de 1871, comum pessoal de 25 operários, produzioum fabrico de120:0005.000, não obstante a falta de matérias primasque aqui se sentio nos primeiros mezes do anno emconseqüência da guerra da França.

Esta industria, não obstante o grande desenvolvi-mento que tem tido nos últimos tempos, promiscua-mente applicada ás duas classes de fabricas, resente-seda falta de matérias primas do próprio paiz, por issoque o fabricante tendo a idéa de fazer qualquer inno-vação, quasi sempre succede no estrangeiro não lheexecutarem a sua idéa tal qual a conceberão, vistoque tendo a sua encommenda de passar por interme-diários, é rarissimo mandarem-lhe o que pedio.

Por estas e outras causas é muitas vezes forçadoa empregar objectos impróprios a tal ou qual quali-dade de chapeos, por não ter recursos na escolha.

Quando o paiz fôr dotado de fabricas em todos osgêneros, embora em pequena escala, onde o profis-sional possa livremente fazer escolha ou encommendado que precisa para a sua invenção; como acontecena Europa, será a industria de chapeos igual em tudoás de lá, não podendo o estrangeiro concorrer comvantagem aos nossos mercados, pois que não tem olfi^ciaes mais peritos para a execução.

Mio encetou-se ainda o fabrico dos chapeos de palhae seus tecidos, por falta de iniciativa das fabricas exis-tentes; sendo de notar que grande abundância de ma-terias primas se encontrão no interior, que certamenteprometterião dentro em pouco um grande desenvolvi*mento, apezar de ser de- preço extraordinariamentebarato (em relação a mão de obra) os que importamosda Europa. Gomtudo temos no paiz palhas mui diffe-rentes das que elles empregão, e seria para sentir quealguém não desse principio a este gênero de industria,

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apezar de não serem os emprehendedores isentos degrandes sacrifícios. . ,.*

Assim pensávamos, quando recebeu esta associaçãoo requerimento que me forçou a esta divagação, cujasnotas me fôrão enviadas por pessoa mui respeitável,à qual peço licença para, aproveitando-me do ensejo, cor-dialmente agradecer a remessa. . , . . Â

Coube ainda, como ia dizendo, ao estabelecimento deJoaquim Álvaro d'Armada dar principio ao fabrico dechapéos de palha da palmeira.

A secção comprehendeu tanto o alcance da petição,que, depois de ampliar em um minucioso relatório opensamento dos peticionarios, concluio dizendo quenão é o pretendente inventor, como é o primeiro aconfessar, do fabrico dos chapéos de fibras vegetaes,porque consta, que os primeiros que apparecêrao naExposição Nacional, fôrão feitos pelos indígenas dastribus do Pará ou Matto-Grosso, porém que foi elleo primeiro a melhorar e aperfeiçoar nesta corte essefabrico; e que considerando-se este ramo de industriaútil e convindo anima-lo, tanto mais quanto os produetosjá apresentados são perfeitos, em conseqüência do me-lhoramento, que lhes deu o peticionario, para o queempregou tempo, tentativas e fez não pequenas des-pezas, julga de justiça que seja concedido o privilegiopedido, para que elle progrida em seus trabalhos, ha-bilitando-o com essa garantia a insistir nos esforçosque jâ produzirão tão bons resultados. „

O voto da secção era tão filho da verdade, e tãolegitimo que unanimemente se venceu o parecer quehavia formulado a respeito, e cuja conclusão tenhoacabado de reproduzir; lamentando apenas como re-presentante de uma associação que se propõe a auxiliara industria, que o governo em sua sabedoria não jul-gasse a matéria digna do favor solicitado, decisão,porém, que cumpre respeitar, visto que só a elle competeinterpretar o valor de suas aeções.

Assim me enuncio porque guardei sempre o pensa-mento de que merecia algum apoio e indulgência queminiciava e despertava no paiz gosto por taes melhe*

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ramentos em uma industria nascente, mas para quemestá reservado um papel muito distincto entre as in-dustrias que têm futuro garantido neste colossal Im-perio.

Tanto mais me firmo neste pensar, quando vejo ellacaminhar ainda bem, não obstante os impostos quesobre ella pesãc e a serie de óbices que encontra paradesenvolver-se.

E já que toquei em impostos, para que não pareçaque estou phantasiando, formularei o meu protesto,na qualidade de membro de uma associação que sediz auxiliadora da industria nacional, transcrevendoa representação que á commissão de reforma da tarifadas alfândegas, dirigio esta importante classe, com ofim de mostrar as causas do entorpecimento destaindustria, que é do teor seguinte:

« Jllm. Sr. presidente e mais membros da com-missão de reforma de tarifa da alfândega.—Os abaixoassignados, fabricantes de chapéos desta cidade, vêmperante VV. SS. apresentar á sua illustrada apreciaçãoas considerações suggeridas pela longa pratica de seustrabalhos fabris, chamando a benevoia attenção deVV. SS. para as causas que entorpecem a marcha re-guiar de sua industria, que não só interessa a todoselles em geral como ao engrandecimento futuro do paiz.

« Desde muito tempo que os fabricantes se achãoaltamente sobrecarregados com pesadas taxas nas prin-cipaes matérias primas, que importão para o seu fa-brico, como sejão galões, fitas, forros, pellucia, pêllo,etc. etc.

« Tão' pesado ônus para a industria de um povo ondefalta o numero de braços, e que tem por isso de sus-tentar pesados salários em relação aos que se pagãona Europa, e como o accrescimo das extraordinárias des-pezas que faz uma fabrica qualquer, sem duvida fazesmorecer o homem mais laborioso e emprehendedor,por não lhe resultar uma compensação razoável a seuempate de trabalho e sacrificio.

« Os peticionarios tanto na próxima reunião que fi-serão, como em todas as subsequentes, discutirão com

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minuciosidade todas as causas de entorpecimento aoprogresso e boa marcha de sua industria, não trans-pirando de suas idéas o menor dolo ou especulação,fundárão-se nos princípios de equidade que devem me-recer dos poderes competentes pela justiça de snacausa.

« Apresentando à consideração da illustrada com-missão de reforma, a exposição fiel de seus sentimentos,julgão-se obrigados a fundamentar as razões pelas quaespedem reducção na taxa das principaes matérias pri-mas, e augmento em algumas limitadas qualidades dechapéos que deprecião o fabrico nacional, pela seme-lhança e impossibilidade de competência.

<x São tão fieis a estes princípios de convicção, quereconhecem a necessidade da reducção em algumastaxas de limitadas qualidades de chapéos, que animarãoa importação em maior escala, e certamente trarãomaior fonte de renda aos cofres públicos, cessando acausa que faz limitar a importação delles.

« O augmento pedido nas taxas limita-se aquellasqualidades que no paiz se fabricão ese podem fabricarcom perfeição e em competência com o estrangeiro,como sejão os de lebre, pellucia de seda e seus estofose os de lã e seus tecidos.

« Está tão apurado na Europa o fabrico dos chapéosde lã que o publico os confunde com os de lebre.

« A sua taxa não é bastante para salvaguardar aindustria nacional, que vô paralysado o seu fabricopela concurrencia que lhe faz o estrangeiro com talprodueto.

« O chapêo de pellucia de seda, que a illustrada com-missão ha de reconhecer, que nada mais se pode de-sejar em perfeição, está sendo pedido em larga escalapara a Europa, pela competência que hoje lhes faz coma baixa do cambio; porque é geralmente sabido queuma boa parte do publico dá a preferencia por osten-taçãode comprazer ao estrangeiro, e casas ha em grandenumero que vendem o chapêo nacional por francez,desprestigiando um dos artigos nacionaes que mais selem apurado.

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« Se não fôr sobrecarregada a taxa destes chapéos,obrigará a reduzir muito o trabalho de fabricas impor-tantes que hoje conta o paiz.

« O favor que pedem na reducção de chapéo semguarnição, virá trazer trabalho constante a muitas fa-milias que vivem dessa occupação, especialmente ásfamílias dos operários, que lutão já hoje com muitadifficuldade para obterem trabalho das fabricas.

« Os chapéos enfeitados de toda e qualquer quali-dade, são os peticionarios de parecer que o melhormeio será despacha-los ad valorem; por isso que, seuma ou outra vez se não consegue uniformisar taxaexacta para todos, apezar da boa vontade dos senhoresconferentes, também nãu desconhecem que o espirito deinnovação na Europa trará constantemente ao mercadoqualidades novas e desconbecidas, e taes que uma sim*pies semelhança, quer sejão ordinários ou finos, traráembaraços nos despachos; e lhes parece que de tudoo mais razoável será o arbitrar-se o valor á vista doobjecto dado.

« Os galões e fitas, tanto de algodão como de algo-dão e seda e de seda pura chamados, que os peticiona-rios costumão importar para o seu fabrico, julgãoacertado annexar a esta representação orna collecçãode amostras para que se obste a que outrem se re-fira á sua semelhança com malícia , por isso qüe osgalões e fitas a que se referem, só têm applicação nasfabricas de chapéos.

« Partindo deste principio são elles de parecer quese lhes consigne na tarifa um artigo especial bem claroe expiíòito, deixando por isso de haver os embaraçosque se dão constantemente na sua classificação, tra-zendo quasi sempre não pequenos embaraços ás suasfabricas uma duvida qualquer.

« Os peticionarios trazendo á consideração da illus-trada commissão de reforma da tarifa a fiel exposiçãodos seus sentimentos, fundados na pratica constantede seus trabalhos, pedem licença para apresentar-lhea tabeliã das reformas que julgão acertadas â beneficioda industria nacional, o que também interessará ao>

— 425

próprio paiz com o seu desenvolvimento e progressoWm se verá pelo] mappa abaixo:

i ' i n nu

Artigosda tarifa

242424

514

514

514576640

640

679724724724

-.omeh-Iatura

Devem pagar

Chapeos de crina.Ditos de lebre ¦• •Ditos de lontra ou castorDitos de palha do Chile Peru ou

Manilha •••• •Ditos de Itália oa semelhantesDitos de Esparteria, aveia, arroz oupalmeira

Ditos de algodão ... •••Ditos de lã ordinários de Braga e

semelhantesDitos de dito finos e entrefinos e

seus tecidosDitos de linhoDi los de pellucia de sedaDitos de estofos de seda...Ditos de pellucia redondos,

Taxaactual

ItfOOÓJ80002fl400

J8000$500

$300#300

#360

d oifH o_ ti

IflQOO18500

- .;__¦

. 6P

$600$450

•••*•__

Artigosda Tarifa Nomenclatura

_1#200-1^500

fiilog.

ipoo8'60J

$360$360

#360

ijJÓOO$300

aftooo2$000SffDOÜ

$9008300

poo.$260

#35028500i$5oalpOO

Taxaactual

80583727

- 727727

Novo

l 17

502712

547e549706709709706

Tiras de carneira com e sempospontosForros de algodão para chapeos... -Ditos de algodão e sedaDitos de sedaDitos de seda collados em papel...Ditos de seda collados em borracha

com algodãoPêllo de lebre ou coelhoPalha do Chile ou outra qualquer

para chapeos —. ..Pellucia de seda e algodão........Fitas e galões de algodãoFitas de algodão e seda..........Galões de algodão e seda..........

Devepagar

1$000180004$ 0008800028000

,2#ooq

$500$500

48000ipòòlflOOO

DitosFitas

sedaseda

pura.pura.

»»

$150 $100'

4$00028000.880005$000

128000188000

iPOO2$5O0!285.00'68000

«São estas as redãcçõês que os peticionarios; tema sâtisfâçaco è& apresentar â íllus.ráia _tott«i8«0r.

A».

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-demonstrando as razões a que isso os força, esperandoda sabedoria e illustração dos dignos membros atten-derem quanto fôr de justiça, prestando-lhes o apoio egarantia que devem merecer, não só por ser uma dasindustrias que mais se tem aperfeiçoado no paiz, comotambém pelas considerações fundamentadas, pois queha fabricas que a custo tem sustentado os seus ope-rarios e seu nome na altura que lhes é devido, ecertamente não poderão continuar a empregar em suasfabricas crescido numero de artistas, por isso que o

. fabrico lhes traz mais prejuízo do que lucre, a nãovir em seu auxilio uma medida que alente e anime osobreiros do trabalho, sustentaculos do progresso. »(Assignados) Joaquim Álvaro d'Armada & C,Costa Braga& C.; Bernardes áRaythe, Pereira Chaves & Brandão,Machado & Dias Abreu, Gonçalves Braga & C, Can-tuaria & Moura, Barcellos & Vianna, Braga Costa &C,Costa áGuimarães, Cruz Porto & C, Fernandes Braga &C, José de Araújo Motta &.Ç,, Pereira de Castro & Belém,Guimarães & Araújo, Chastel & C.

Esta representação deve calar bem no espírito dosencarregados desta melindrosa tarefa para que eu ouseacerescentar qualquer cousa aos bem deduzidos fun-damentos que nella se achão exarados, apenas lamen-tarei, em nome de nossa sociedade, se o podercompetente ficar surdo a tão justas reclamações, dic-tadas todas pelo interesse que no meu entender ligãoos seus signatários ao progresso e desenvolvimentode uma industria que, tão vantajosa e útil, tomaráelevadas proporções entre nós, se fôr um pouco favo-recida, tanto mais que para se alcançar esse desideratumnão se faz mister 0 menor sacrifício do Estado, quenesta questão tem tudo a lucrar e nada a perder.

Deixando de parte outras considerações a que mepoderia levar o estudo' desta importante matéria, con-tinuarei a historiar os trabalhos da Secção de IndustriaFabril.

Foi ainda sua incumbência opinar sobre o Aviso doMinistério da Agricultura, datado de 23 de Setembrodo anno passado, acompanhando a representação que

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ao governo dirigirão G. F. Jones e C. Pradez recla-mando contra a concessão feita a Vicente Elygah Keegan,pelo Decreto n. 5028 de 24 de Julho de 1872, para aintroducção e venda no Império de uma polpa extra-hida da madeira, e destinada ao fabrico do papel.

Informando a respeito pensa a secção que são diver-Sas as concessões, e não lhe parece que uma prejudiquea outra, como se pretende, porquanto a concessão feitaa Pradez e Jones refere-se ao estabelecimento no Im-perio de uma fabrica de papel preparado com a madeira;e a que foi posteriormente feita ao Dr. Keegan refere-seá importação e venda de polpa de madeira destinadaao fabrico do papel.

Também deu parecer sobre o requerimento rece-bido com o Aviso do Ministério da Agricultura, datadode 25 de Setembro do anno passado, em que IgnacioSaturnino de Moraes e Joaquim Antônio de Moraessolicitão a concessão de privilegio por vinte annos parao fabrico de crystaes e vidros que se propõem estabe-lecer na cidade de Porto-Alegre, província de S. Pedrodo Rio Grande do Sul.

Estudando-o, diz a secção que, propondo-se os pe-ticionariòsa nacionalisar uma industria, que em outrospaizes tem sido explorada com vantagem, é isto umfacto de grande alcance industrial e econômico, acre-ditando-se na possibilidade de seus resultados; cabendo,porém, aqui lembrar que no Rio de Janeiro houveuma fabrica de vidros que viveu rachitica, e pareceque desappareceu, pelo que conclue : Io, que a pre-tenção dos peticionarios para fabricarem vidros e crys-taes na cidade de Porlo-Alegre é uma empreza demuito mérito; 2o, que os peticionarios, introduzindona província de S. Pedro tão importante indústria,prestão um relevante serviço, pelo que se tornão me-recedores do privilegio que solicitão do Governo Imperial;3% que convém, no entretanto, estatuir, sob pena decaducar o favor concedido, um prazo razoável, dentrodo qual exhibão provas authenticas da efféctiva appli-cação industrial de que se trata.

Ainda foi ella consultada sobre a pretençao de

-m-Cândido Antônio Pessoa de Amorim.pedindo,privilegio:por virçte ànnps para o estaMecimentp de uma fábrie^.de fiar e tecer Ia. Foi sua opinião, depois de v^extenso e ty.m deduzido relatório, que as industrias;pastoril e fabril muito têm que lucrar com o estaber,leçimento do peticionario ; e a Sociedade Auxiliadora,^p. desempenho de S(Ua missão, deve aninhar e applaudiros seus esforços., empregando seus bpns officios paraque não aborte uma empreza de tanta utilidade parao brasil.

Foi-lhe tambem remettido, aguardando ainda a So-ciedade o seu parecer sobre a proposta do Sr. JoãQ;Coelho Gomes, para que se solicite do governo, para,que este solicite do poder legislativo a creação nascapitães das; províncias de estabelecimentos de edu-candos, onde se dê a nossos concidadãos a instruecãoprimaria, e officinas onde aprendão os rudimentos ele,-?mentares de todas as industrias.

Correu ainda por esta secção o parecer pedido pe. ogoverno por Aviso do Ministério da Agricultura, de 22de Dezembro do anno passado, sobre o requerimento,em que Celestino Bel pede privilegio por quinze annospara estabelecer uma fabrica de Bonneterie, cqííhpirehendendo todo, o tecido denominado «ponto de meia>>,segundo o systema de que tratão a descripção e de-senho que açpmpanhão o dito requerimento.

Depois de Urm minucioso relatório diz a secção, qp%considera útil à introducção no,paiz da industria de;que se trata; e não constando que outro precedesseap . r. M n^se, empenho, parece que se acha elleno caso dp; animação, e (pe, se o governo entenderque es sa ai,imaçpLOs deve consistir no privilegip pedido,devieràser éllecircúmsçriptp aos produtos preparados na-fabricação em^que,,i$q, sem comtudo vedar a importaçãode;produotoç ígua^ íabriça^oseii^ paizes estrangeiros*

çoi tambem por ella informado, mas depende oseii parecer d^' saucção do Conselho Adrairnst^ativo, prefuêfiuifUo de Joap Baptista. Pinto pedindo privil^gippara a sua fabrica de escu^ura. era barrp,:e, louça

— iaà —

Ainda ê trabalho seu ó parecer sobre o requer^mmía recebido coto ò Âríso dò Ministério da IM-(Sultura, datado de 4 dè Fevereiro do corrente anno,%m que ò tenente-coronel Miguel Tito de Sa e outrosmim privilegio para ò fabrico, na província deS. Pedrodò Rio Grande do Sul, de tecidos de ba(êtà eentran-pdos dè algodão, ._..,.;„ >üliA» <-, ,101

Formulando ò seú juiSéó, observa a seccao que m8 de Agosto de 1872 requereu Felippe Keller priyl-léeio por vinte annos pára elevar a largas proporçõesWm pequena fabrica de tecidos de lã, linho é algodão,existente na freguezia dé MonHenegí-ò tíàjirdvihciá dèEio Grande do Sul, q_üle ° conselho da Sociedadefomoü náqüellà òccasiãò conhecimento de ãiversòàproduetos pelo dito Keller fabricados com matem prima,do paiz e importadas, verificando-se que os produetostinhão bella aparência, estavão bem preparados, esua boa qualidade igualava aos similares fabricados*no estrangeiro: que o mesmo Keller declarou e provouser elle o primeiro inlroductor dessa industria naquellaprovincia, pelo que julgou a secção dever informarao governo que estava aquelle peticionario no cas©de receber um prêmio^ que, se fosse o privilegio re-Querido, deveria ser elle circumscripto aos produetosfabricados na provincia, sem comtudo vedar-se a un?portaçao de produetos iguaes, fabricados, em paizesestrangeiros; e conclue que*assim informada apreseate.^retenção, fica o governo., habilitado para resolver 4assumpto como entender de justiça. t , ._,,

Finalmente, está sujeito á sua apreciação o Avipdo Ministério da Agricultura, datado de Fevereiro ul-timo, cobrindo o requerimento em que FranciscoMarques Teixeira pede privilégio pàíá o processo desua invenção, destinado ao fabrico de velas de sebo,sobre a pâl aifidà não informou, por aguardar osesclarecimentos que o peticionario lhe prometteu apre-mm ^ respeito lie"s%a pêmm. , ¦ M6ilfaé m * mm ia m -«ecete de mmm mmmmpéim rápida |uê fiz tm Seifs tfibambsjófaqufállr\'m üo ptohêMffloéi« éredórâ da

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gratidão dos nossos consocios, pelo bem que cumprioe comprehendeu o elevado encargo que lhe foi confiado..

Cabia-me dizer-lhe tanto para manifestar os senti-mentos da nossa Sociedade, mas receio faltarem-meas expressões que precisem o gráo de estima em quea nossa Sociedade a tem ; por isso limito-me a con-signar a historia dos seus trabalhos, maior distincçãoque ella pôde almejar em troca dos seus bons e reaesserviços.

Das outras secções nada tenho que expor a V. Ex.,a não ser que seus membros moslrárão-se semprepromptos e dispostos para trabalhar.

E dito isto, passarei ao que diz respeito ás escolascreadas e mantidas pela Sociedade com o auxilio doGoverno Imperial.

ESCOLAS MANTIDAS PEL4 SOCIEDADE.

Estas instituições, além de conslituirem o seu maiorpadrão de gloria, são olhadas por todo o paiz comverdadeiro interesse pelos fruetos benéficos que dellascumpre esperar em futuro próximo; iniciando o meutrabalho pelo estudo da Escola Nocturna de Adultos,e acreditando nada de mais interesse poder acerescentara este respeito do que aquillo já por mim ditonos relatórios anteriores, limitarei minha tarefa átranscripção do relatório apresentado a V. Ex., peloincansável e distineto director desta escola o nossodigno consocio, o Sr. mestre em artes José ManoelGarcia.

Escola Nocturna de Adultos.

lllm, e Exm. Sr. .

Em observância áo que dispõe o § !• do art. 7" do re-gulamento orgânico desta escola, passo a inteirar a_L/Ex. de quanto oceorreu na dita escola sob minha

direcção, no anno lectivo-.de 1872, que hoje finda. „

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LIGEIROS APONTAMENTOS HISTÓRICOS.

Havendo-me dado o conselho administrativo, em ses-são de 8 de Janeiro, a honra de reeleger-me para di-rector desta escola, nessa mesma sessão foi approvadaa proposta que fiz de se revogarem as disposições dosarts. 6, 7, 8 e iO das Instrucções de 15 de Abril de 871,facultando-se ao director e na sua ausência ao professor,o èffectuar a matricula dos pretendentes que a solici-tassem do dia 2 a Io de Janeiro de cada anno.

Em sessão de 15 do referido mez approvou o conse-lho administrativo o projeclo que apresentei em 1 de be*lembro do anno passado, para se organisar um manualdas matérias que se ensinão na escola, afim de ser dadoaos alumnos que o director reconhecer impossibilitadosde compra-lo, e vendido aos que não se acharem nessecaso, bem como para fornecer-se gratuitamente a todo»os alumnos papel, pennas, tinta, lápis, louzas, regoase livros, somente aos que não puderem comprar. ,

No dia 17 do referido mez effectuou-se a abertura aaescola.com a solemnidade prescripta nas Instrucções emvigor, e o Sr. commendador Joaquim Antônio de Ase-vedo, que presidia o acto no impedimento de V. Ex.,entregou o prêmio que havia sido conferido ao alumnoda 4a classe da Ia secçao Francisco Januário de Almeida.Ê com grande satisfação que aqui registro que[aquellenosso mui digno consocio quiz ter a generosidade^ detomar a si a despeza com esse prêmio, na importânciade 16$000. . „ Aa u

De 17 a 24 de Maio effectuarao-se os exames de na-bilitação do Io trimestre,para a promoção de classes,soDminha presidência, sendo examinadores os Sr. ur.JoseAugusto Nascentes Pinto, membro do conselho adminis-trativo, e o professor da escola que em seu impedi-mento foi substituído nos dias 22 e 24 pelo adjuntoBacharel João Lagden Corrêa do Rego. #

Ém 20 do referido mez começou a funccionar nesiaescola a aula de francez, e no dia 21 a de inglez, que emS de Agosto forão transferidas para à Escola Industnau

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Nos dias 4 e 5 de Julho effecluârão-se os exames dehabilitação do 2o trimestre, para a promoção de classes,sob minha presidência, sendo examinadores os Srs. Dr.José Augusto Nascentes Pinto e o professor da escola.

Em sessão de 2 de Setembro foi lida uma carta doSr. Guilherme Van Wleck Lidgerwood, acompanhando odonativo de 500^000 que fez para auxilio das despezas;com esta escola. Não foi esta a primeira vez que o Sr.Lidgerwood manifestou o interesse e dedicação que tempelo bom êxito da escola, que com tantos sacrificics*mantém a Sociedade Auxiliadora da Industria Nacionale f ue de todos os serviços que incessantemente presta á,causa publica é o que 'melhor corresponde a seu pa~Motico titulo.

Associando-me ao reconhecimento que a sociedade lhetestemunhou, aqui reitero os protestos da sincera gra-fidão, de que, como brasileiro, me acho possuído paracom aquelle compatriota de Washington, que com mãotão profusa tem concorrido para que entre nós se realize-o mesmo generoso pensamento que tanto honra o seuadmirável paiz, de se cuidar deveras da educaçãodo povo.

jos. dias 2, 3, 4 e 5 de Outubro effecluârão-se os exa-mes de habilitação do 3o trimestre para a promoção declasses, sob minha presidência, sendo examinadores osSrs. Dr. Américo Rodrigues de Vasconcellos, membro doconselho administrativo e o professor da escola.

Em assembléa geral de 24 do referido mez deu a So-ciedade Auxiliadora da Industria Nacional uma prova de;seu reconhecimento ao Exm» Sr- conselheiro Dr. Joãolífredo Corrêa de Oliveira, conferindo-lhe o titulo defcQcib honorário,

J&tre ps muitos e relevantes serviços prestados á So-Cidade pelo Exm. Sr, conselheiro br. João Alfredo Cor^v§$-$e Oliveira, avujta o de ter mandado na qualidade deministro e secretario de Estado dos negócios do Império».çfn$rulr Çfxpressainenie a casa em que funcciona egstaf^qüla» e entregar-fl^a sem ônus algum, para que pu^4m§® reator a patriótica idéade tirar da ignoran&ia.

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•um crescido numero de mesteiraes, quando lutava comfalta de meios para conseguir tão louvável4esideratum.

Congratulo-me com a Sociedade Auxiliadora da Indus-tria Nacional por ter compreheodido que não wnyinhapor mais tempo demorar a satisfação dessa divida degratidão pelas ofertas espontâneas daquelle inclito mi-nistro» ,..

Em 7 de Dezembro encerrarao-se as aulas e nos üias14,17,19, 20 e 23 effectuàrão-se os exames finaes: sooa presidência de Y. Ex. no dia 14, sob a minha nos dias19 ®M)% sob a do Sr. commendador Joaquim Antonii*de Azevedo nos dias 17 e 23, sendo examinadores OSSrs. Dr. J. A. Nascentes Pinto e Alexandre Affonso daRocha SattamM.

FREQÜÊNCIA E DISGIPLINA.

Matriculárão-se em Janeiro na l* secção 50 alumnasna Ia classe, 40na2% 14 na 3a, 11 na4% 5 na 5a, e na2» secção 52 na Ia classe, 31 na 2-, 4 na 3% 2 na 4* e1 na f»; em Fevereiro na 2a secção 17 na Ia classe, 12aa 2' e 1 na 3a; em Março na 2a secção 1 na Ia classe e1 m 2a; em Abril na Ia secção 30 na 1* classe, 3 na 2%ama 2a secção 2 na Ia classe; em Maio na Ia secção 21na Ia classe, 3 na 2a, e na & secção 3 na 2a classe; emJíintio na Ia secção li na lidasse, 18 na 2a, 2 na 3a, eBa.* secção 25 na Ia classe e 3 na 2a; em Julho na !•secção 2 na Ia classe e na 2a secção 9 na Ia classe Q êiià 2S em Setembro na Ia secção; 1;6 na Ia classe, 12m%> í na 3aei na4a,e na 2a secção3$ na Iaclasse e13 na 2»; em Outubro na Ia secção 2 na 2a classe e na,2a secção 4 na 1* classe; e elá Novembro na Ia secção In*it"i dm& e na 2' secção 4 na Ia classe. t

Matòculrão-se, portanto, 453 alumnos, mais bá ê&umm anno passada, inscrevendo-se nal* classe 267,sendo 135 da Ia secção e 132da2a; na 2a classe 14%

r sendo 78 da Ia secção e 66 da 2* ;• na 3* classe ,22, sendo171 áa Ia secção e 8 da 2a; na 4^ classe 14^ sendo mm4* secção e 2 da > i e na 5^ % sendo 5 da 1^ secção

' ®lda2i*.

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Dos alumnos matriculados são:brasileiros 327, porlu-guezes 107, africanos 5, francezes 4, italianos 3, suissos2, paraguayos 2, inglez 1, allemão 1 e hespanhol 1 ;catholicos 452 e acatholicos 1 ; de 14 a 21 annos deidade 240, de 21 a 40 annos 202 e de 40 a 53 annos11 ; carpinteiros 54, caixeiros 36, pedreiros 29, ai-faiates 23, estudantes 21, trabalhadores 16, marce-neiros 13, machinistas 12, typographos 12, ourives 12,latoeiros 11, encadernadores H, cozinheiros II, ser-,ventes de obras 11, torneiros 10, sapateiros 9, ferreiros9, empregados no foro 8, lithographos 8, copeiros 8,pintores 7, fundidores 7, barbeiros 5, caldeireiros 5,contínuos 5, chapeleiros 5, criados 5, cigarreiros 4,tanoeiros 4, empregados públicos 4, funileiros4, lima-dores 3, douradores 3 , serralheiros 3, foguistas 3,officiaes de óptica 3, negociantes 3, charuteiros 3, mas-cates 3, correeiros 2, polieiros 2, tamanqueiros 2, co-cheiros 2, andadores 2, telegraphistas 2, calceteiros 2,fabricantes de caixas 2 , praticantes de dentista 2,marjador 1, impressor 1, militar 1, relojoeiro 1, mu-sico 1, pautador 1, guarda de chafariz 1, violeiro 1,padeiro 1, dispenseiro 1, lustrador 1 , bordador 1,cutileiro 1, vigia da alfândega 1, pospontador 1, cavo-queiro 1, selleiro 1, marmorista 1, gravador 1, bom-beiro 1, bagageiro 1, guarda-livros 1, quilandeiro 1,bahuleiro 1, canteiro 1, apparelhàdor

"de gaz 1, sol-

dador 1, modelador 1, estucador 1, confeiteiro 1, cala-fate 1 e escrevente 1.

Retirárão-se com participação 33, sendo 25 da 1*secção e 8 da 2a, a saber: na Ia secção, 8 da Ia classe,8 ôíí 2a, 5 da 3a, 1 da 7a e 3 da 8a, e na 2a secção, 4 daIa classe, 2 da 2a, 1 da 3a e 1 da 5a.

Perderão o anno por faltas e deixarão pela maior partede freqüentar a escola 290, sendo 154 da Ia secção e136 da 2a, a saber: na Ia secção 73 da Ia classe, 62da 2a, 10 da 3a, 9 da 4a, ena 2a secção 78 da Ia classe,52 da 2a, 5 da 3a e 1 da5a.

Ficarão, portanto, 130, masapezarde terem perdido oanno. continuarão a seguir as lições 21, que perfazem o nu-mero total de 151, com que se encerrou o curso da escola.

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Variou a freqüência diária, regulando no primeirotrimestre de 80-a 90 alumnos em cada secção, no se-gundo de 60 a 90, e no terceiro e quarto de 30 a 40.,°

Á máxima parte dos que perderão o anno nada apro-veitou, por isso que limitou-se a inscrever-se no registroda escola e depois não compareceu ás lições senão muitoirregularmente, e alguns mesmos nem se apresenlárão naaula. ,

Geralmente os alumnos conlentão-se com aprendera lêr e escrever, e d'aqui vem que as classes superioresá 2a contão tão poucos.

Dos que se matricularão na Ia classe quasi todos eraoanalphabetos.

Os que se apresentavão como já sabendo algumacousa, quando muito Hão soletrando, e se lião nãosabião escrever nem contar, e muito menos rezar, em-bora se declarassem catholicos.

Pelo que respeita á disciplina, sò tenho elogios_afazer ao bom comportamento de quantos freqüentarãoâ. escola.

Admirei sempre a boa ordem que reinava na entradae sahida da aula; nas mudanças de classes, e o respeitoprofundo e aturada attenção com que erão ouvidas asexplicações do professor e dos adjuntos, e sobretudo asmostras de sincera religiosidade com que fazião a oraçãoque precede e segue as lições.

O professor continuou a revelar o mesmo zelo e profi-ciência de que no anno passado dera não equívocasprovas Tem um tino pedagógico admirável e sabe alliara amenidade no trato com a gravidade inherente aocargo, de tal modo que concilia a estima e o respeitodos alumnos e assim vai conseguindo que facão rápidosprogressos os que se apresentão na escola com animode permanecer e não unicamente para obterem umcartão de matricula afim de se isentarem do recruta-mento,

Os adjuntos cumprirão satisfactoriamente seus de-veres, bem que careção ainda da pratica de ensino dealgumas matérias que fazem objecto do curso da escola.Não desespero, porém, de que seguirão os meus

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conselhos e se applicaràõ mais ao estudo dessas matérias,para o que tenho posto á sua disposição os livrosprecisos.

Moléstias e outros incomrnodos de familía não per-mittirão ao professor e aos adjuntos ser tão assíduoscoíno no anno passado, mas suas faltas de compareci-mento não forão muitas, nem prejudicarão o adianta-mento dos alumnos.

Cumpre-me levar ao conhecimento de V. Ex. què oSr. Luiz Antônio Pinto de Miranda, que admilti como ád<*junto extraordinário por autorisação que me deu o con-selho administrativo em sessão de Io de Julho, prestougrande serviço ensinando os rudimentos de leitura aosalumnos da Ia classe, que pelo seu crescido numeronã® podião ficar a cargo de um só adjunto.

Este serviço é tanto mais digno de apreço, quanto foifeito gratuita e espontaneamente por um joven, quebem podia empregar em prazeres próprios da idade ashoras que gastava na escola n'um trabalho penoso èenfadonho, qual o de iniciar no conhecimento da maisdifícil das artes, rudes mesteiraes, que pela mór partenos primeiros tempos chegão a desanimar o professorpela refractaríedade de que parecem eivados.

PLANO DE ESTUDOS.

Para o tirocínio da Ia classe seguio^se o methodo dèleitura do Dr, Abilio, o de calligrâphia de Tonkiüs èBirtherworth e o de calculo mental de lacóby, fazendo©í professor, e algumas vezes eu mesmo, as prelecçoessobre os deveres do homem.

Os exercícios de leitura ná V classe íizerão-se no 2*>livro do Dr. Abilio, no Io livro da Infância è no Io IaAdolescência do conselheiro Délàpalmé, (jué também Ôèalumnos copiarão. Forão objecto do dictado nesta elàSSètodas as máximas de religião, dê economia domestica eds aphorismos da hygiefiè pratica que o aluámos ti*-verão de decorar. Seguio-se, como na 1% ò melhoÉ!»de éfacoby para o calculo mental.

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Lêrãor os alumnos da 3a classe os dous volumes de»Nogf. es Geraes e Economia Social, que fazem parte dasBibliotheca Popular publicada por uma associação de>!_tteratos portuguezes, copiarão os trechos lidosvescre-verão sob dictado as máximas de religião, de moral social:e# civilidade, que tiverão de decorar, e exercilaraorseem calculo mental pelo já indicado methodo deiacoby.

Na 4a classe lêrão e copiarão os alumnos o 3o livro doDr. Abilio, escreverão sob dictado as máximas de re-ligião e os brocardos de direitos do cidadão brasileiroe dos estrangeiros no Brazil que tiverão de decorar, e,aprenderão praticamente o systema métrico decimal,bem como o calculo mental das, mais simples applica-ções das quatro operações fundamentaes da arilhmelica,pelo methodo do professor.

Na 5a e 6a classe aprenderão os alumnosos rudimentosde grammatica portugueza e de analyse lexiçologica, esyntaxica pelo compêndio que faz; parte da já mencio^nada Bibliotheca Popular; fizerão exercícios caçogra,pfeicos pelo systema de Roquete, escreverão sob dictadQ;quanto tiverão de decorar sobre moral religiosa e ino>vidual, bemeqmo provasda religião, noções de hygiene_e de economia domestica, e seguirão o methodo 4o pro?fessor no tiroeinio da theoria dos números inteiros equebrados. Estudarão também de côr muitas paginas,do « Espirito da Bibjia » pelo arcebispo Afortmi, tradu*ziqto pelo conego Luiz Alves dos Santo?.

Os alumnos da 7a classe tomarão por escripto o <|uejlhes dictou o professor sofere princípios de composiçãoportugueza, moral social, civilidade e synopse do G^digo Criminal do Império., fizerão os exercícios ^ de ana?lyse de estylo sobre os,trechos clássicos que vem no»3flivro do Dr. Àbilio* aprenderão a itheoriada^fracçõeside^4maes pelo .method.q dn; profess^ e feorárão muitas,outras paginas do « Espirito da Biblia.-»...\mk 8a classe não funççionou, por isso que. os respectivosa.umnos re.irárão-se,( como já disse,. .

Demonstrou-mei a experiência que o« programma w.ensino organisado pelo professor, sob minha inspiração,,não pt-# ser executado com proveito real para a maioria

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dos alumnos, em dous annos de estudos, pela com-plexidade de matérias qüe só intelligencias robustasestão no caso de abranger em tão poucas lições; por issobrevemente apresentarei ao conselho um outro plano deestudos e para sua execução terei de propor ligeiras ai-terações no regulamento orgânico e nas instrucçõesem vigor.

EXAMES.

Apresentárão-se a exames 120 alumnos, sendo: 44no Io trimestre, 7 no 2°, 38 no 3o e 31 no 4o.

Forão promovidos 102 alumnos, a saber: no Io Iri-mestre 39, no 2o 4, no 3o 37 e no 4o 22.

Nao forão promovidos 18, a saber: 5 no Io trimes-tre, 3 no 2o, 1 no 3o e 9 no 4o.

Dos promovidos forão no Io trimestre, na Ia secção:8 da Ia á 2a classe, 1 da 2a á 3a, 2 da 3a á 4% 4da 4a á 5a e 4 da 5a á 6a; e na 2a secção 10 dat* á 2a classe, 7 da 2a á 3a, 2 da 3a á 4a e 1 da 4aá 5a; no 2o trimestre, na Ia secção 4 da 6a á 7aclasse; no 3o trimestre, na Ia secção 6 da Ia á 2aclasse, 6 da 2a á 3a, 1 da 3a á 4a, 1 da 4a à 5a e3 da 7a á 8a, e na 2a secção 7 da Ia á 2a classe, 8da 2a á 3a, 3 da 3a á 4a e 2 da 4a à 5% e no 4o tri-mestre, na Ia secção 4 da Ia á 2a classe, 4 da 2a á3a e 1 da 3a á 4a e na 2a secção 9 da Ia á 2a classe,

da 2a á 3a, 1 da 3a á 4% 1 da 4* á 5a e 1 da5a á 6a.

Dos não promovidos forão, no Io trimestre, na Iasecção; 1 da 3a á 4a classe e na 2a secção 4 da Ia á2a classe; no 2o trimestre, na Ia secção 1 da 3a á 4aclasse e na 2a secção 2 da 3a á 4a classe; no 3o tri-mestre, na 2a secção 1 da Ia â 2a classe e no 4o tri-mestre na 2a secção 3 da 3a á 4a classe e na 2a secção6 da 3a á 4a classe.; Forão approvados com distineção nos exames do fimdo anno 8, a saber: na Ia secção 2 da Ia classe e

da 2a e na 2a secção 1 da Ia classe, 1 da 3a, 1da 4a e 1 da 5a.

^^_^^ (Continua.)

Mappa do movimento dos alumnos da Escola Nocturna de Adultos da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional, uo mez de Setembro de 18.3.

Rio de Janeiro, 30 de Setembro de 1873.

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... 17 12 7 h 50 11 7 . . . • 108

Perderão o anno ..... 3 10Retirárão-se . . . . . . .Entrarão 10 2 .....' 12

Frequentão. . ... • • . . 25 11 7 _ hl 9 7 . . . .1 UO

Mestre em artes José Manoel Garcia,Director.

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DE

iji^d:-___ç;__-_AOS SENHOEES

Para mais facilmente chegarmos aos fins a que nospropomos, é urgente tentar repetidas experiências nasdiversas zonas do nosso paiz e vulgarisar as espéciesde vegetaes, animaes e aves de reconhecida utilidadeque já possuímos e que devemos acclimar.

Assim, pois, a Associação Brasileira de Acclimaçãodesejando animar e desenvolver a acclimação tanto devegetaes úteis, como de animaes e aves susceptíveisde se domesticarem, pede aos Srs. Fazendeiros quenos communiquem os resultados que obtiverem de suasobservações e experiências; assim como faz saber estaAssociação que, precisando fazer em grande cópia acqui-sição dè plantas, sementes, aves e animaes, receberácomo demonstração de alto apreço a remessa que nessesentido se lhe fizer.

A Associação Brasileira de Acclimação dirigindo-seaos Srs. Fazendeiros e a todas as pessoas que se inte-ressarem pela prosperidade do paiz, espera que re-melteráõ as suas communicações ao abaixo assignadopara serem presentes á Associação.

O Secretario geral,Joaquim Antônio de Azevedo.

Corte, Ladeira do Faria n. 6.

ERRATAEXISTENTES NO ARTIGO Do EXM. SR. SELTE1RA DA MOTTA, PUBLICADO

NO N°. 8 DO # AUXILIADOR. »

Pag. 315 linhas 12 — applicaeão —lêa-se — fabricação.» 317 » l^:el8r—3E»osieur » Porteiur.» 318 » tíi — manejo de Corbin » manejodoCorbiri^

_______ ,. Ij.l. Ml -»

Bio de Janeiro.—Typ. Universal de Laemmert.

SOCIEDADE AUXILIADORA

DA

IID8ST1UN. II.-NOVEMBRO DE 1873.

•Sessão do Conselho Administrativo em 4 de Novembrofe de «873-

PRESIDÊNCIA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDE DORIO BRANCO.

Achanclo-se presentes os membros do conselho, Srs.conselheiro Visconde do Rio Branco, Drs. «Nicoláo Mo-reira, Paula Freitas, Lopo Cordeiro, Pereira Portugal,Paes Leme, Rebouças, Pinto Júnior, Pereira Rego Filhoe Sayão Lobato Sobrinho ; mestre em artes Garcia,commendadores Azevedo e José Maria Pereira; JoséBotelho, Satlamini e Henrique N«iscentes; os sócioseffectivos Srs. conselheiro José Bonifácio Nascentes deAzambuja, Conde Rozwadowski, Dr. José Caelaroo dePaiva Pereira Tavares, Carlos Hanschitit e José Al-fredo da Cunha Vieira; e o sócio correspondente Sr.Henrique R.intenfield; foi aberta a sessão, lida. e, semdiscussão, approvada a acta da anterior, que teve lugar

*em 15 de Outubro ultimo.a. 31

— 442 —

EXPEDIENTE. v

O Sr. secretario geral participou que se remetteu

para informar:Em 24 de Outubro á Secção de Machinas e Appa-

relhos o requerimento recebido como avisou. 53 doMinistério da Ag icultura, Commercio e Obr.s Publicas,datado de 21 do mesmo Outubro, em que CasinuroManoel Teixeira pede privilegio por vinte annos, parausar do hydromeiro de sua invenção; . „ .

Em 29 de Outubro á Secção de Commercio e Meiosde Transporte, o requerimento que acompanhou o Avison. 51 do Ministério da Agricultura, Commercio e ObrasPublicas, daladoem 25 do mesmo Outubro, e em queJosé de Faria do Loureiro Coimbra, solicita do governoimperial a concessão de privilegio para o uso exclu-sivo das carroças de molas, de que apresenta duasreproducçõfs photographicas, destinadas ao transportede moveis; ,. .

Em 31 de Outnbroá Secção de Marhmas e Appa-relhos, os requerimentos que acompmhârao os Avisosdo Ministério da Agricultura, Commercio e obras Pu-blicas ns. 55, 56 e 57, datados em 28 e 29 do referidoOutubro, e em que pedem privilegio : James MariadelmGaslon, por 50 annos, para fabricar e vender no Impérioum machinismo por elle aperfeiçoado, destinado aimprensar algodão; José Cláudio da Silva por cincoannos, para introduzir no Império uma ma< lima desli-nada ao fabrico de escovas de tod»s as qudidades.e finalmente Morris N. Kohn e José Luiz Guimarães,por 30 annos, para usarem de diffeienies machinas eapparelhos, que inventarão, destinadas a diversos mis-teres.

Em 31 de Outubro remelleu-se ao Ministério daAgricultura, Commercio e Obras Publicas, para sertomado na consideração que merecer, um protesto as-signado por Eduardo Cláudio da Silva contra o pri-vilegio pedido por Tross á C, para introduzir noImpério o Motor « Thermo specifico », a cujo respeito

— 443 —

já a Secçao de Machinas e Apparelhos deu parecer,que foi aprovado na sessão de 15 de Outubro, e quecom os respectivos papeis foi reraeilido ao referidoministério, com o Officio n, 49 ainda de 20 de Outubro.

Forão recebidos com agrado : um exemplar do Re-latorio, com que o Exm. Sr. Dr. Luiz Romuto Paesde Moreno, presidente da provincia das Alagoas, abrioa 2a sessão da 19a legislatura da respectiva Assembleaem 16 de Março do correnle anno, remetiido pelomesmo senhor ; os ns. 172 a 177 do Correio da Bahia,remeltidos pela presidência daquella provincia; umexemplar da obra intitulada «Exploração para o es-tabelecimenlo de uma estrada de ferro a vapor, deS Fidelis a Santo Antônio de Padua», oiTerecido porseu autor o Sr. Roberto Armênio; e um exemplar doRelatório d > monle-pio geral de economia dos servi-dores do Eslad», pertencente ao biennio de 1871 a1873, e oflerecido pelo secretario da respectiva di-rectoria o Sr. commendador Antônio Luiz Fernandesda Cunha.

Forão lidos e ficarão sobre a mesa, para seremopportunamenle tomados em consideiação, os seguintespareceres: ¦-..,¦

l.o üa Seccão de Machinas e Apparelhos, sobre oprivilegio p^ 30 annos, pedido por Morris N. Kohn eJosé Luiz Guimarães, para usarem de dillerentes ma-chinas e appareihos que inventarão, destinadas adi-versos misteres. ,

2.° Da mesma secçao, sobre o pedido de privilegiopor 15 annos de Eduardo A. Monteugia, para miro-duzir e vender no Império uma machina hydraulicadenominada Motor rodanie a"agua.

3 • Das Secções reunidas de Geologia Applicada eChimica.Industrial e de Industria Fabril, sobre ore-querimento em que Niclàs de Lèo.n s licita a concessãode privilegio por 10 annos para fabricar nesla cidadeano Império,-sabãaphenico, cuja amostra acompanhoua petição.

— _ 44 —

Forão mais lidas as seguintes propostas:1:* « Proponho para sócio effectivo da Sociedade

Auxiliadora da Industria Nacional ao lllm. Sr. professorJosé Pacheco de Mendonça, cidadão portuguez e mo-rador á rua do Ouvidor n. 48, 1° andar.

_ Uio, em 21 de Outubro de 1873.—Bernardo deOliveira Mello. »

%.* « Proponho para soio effectivo, remido, o Sr.Dr. Mano _ J.>aqnim da Rocha Frota, morador á ruado Conde d'Eu n. 50.

«Rio, 4 de Novembro de 1873.— José Botelho deAraujo Carvalho. »

3.* « Proponho para sócio effectivo, remido, o Sr.Alberto Hausechel, photographo, morador á tua dos Ou-ri ves.

«Rio, em 4 de Novembro de 1873.— Dr. PintoJúnior. »

Sendo approvada a urgência pedida, forão imme-dialamente submettidas á votação e unanimemente ap-provadas as releridas propostas, pelo que forão decla-tados membro* effectivos desta sociedade os senhores,oujos nomes dellas constão.

ORDEM DO DIA.

Forão, sem discussão, approvados os seguintes pa-receres :

1° Da Secção de Ma chinas e Apparelhos:« O requerente é cidadão francez, proprietário de uma

fazenda de café, no município de S. Fidelis, provincia4o Rio de Janeiro.

«Não se achando satisfeito com as machinas de pre-parar café. que tem empregado, combinou MiguelAlarnir Baglioni uma nova machina, que descreve e.representa nos documentos, juntos á sua petição de 30_e Novembro de 1872, e que denominou Turbinaríangetecla.

— 445 -

«0; inventor descreve com muita confiança as vanta*-'gens da nova machina: a secção não pode partilhareste enthusiasmo; tanto quanto é possivel julgar nesseassumpto, sem experiências dii eelas, a machina devagastar muita força motriz e oecupar muito espaço.

«No emtanto tem a vantagem de poder ser feita todade madeira no interior do paiz, e talvez tenha maiseffeito útil que os obsoletos pilões. Este ponto esse.n-ciai lambem só poderia ser resolvido por experiênciasdirectasy que infelizmente a Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional ainda não eslá habilitada e executar.

« A Secção de Machinas ,è Apparelhos atlendendo à1novidade da idéa apresentada, e à letra do art. Io daLei de 28 de Agosto de 1>30, é de parecer que sejaconcedido a Miguel Alamir Baglioni privilegio, por dcZannos, para a Turbina-langetecla, representada nos do-cumentos e no desenho juntos á sua petição de 30 deNovembro de 1872.

t( Sala das seseões da Sociedade Auxiliadora da Indus-fria Nacional, em 13 de Outubro de 1873. — AndréRebouças. — Dr. Antônio de Paula Freitas.»

2.° Da mesma secção :« Inventou José Francisco da Silva Zucca, natural

de Sergipe, uma pequena machina p:*ra ralar mandioca,;que vem representada em Ires photographias, junlas á;sua petição.

« Cada photographia traz a sua respectiva legenda, de-monstra ndo o modo de luncciouar de cada uma das peçasíííi Tíiflrhiníi

« O inventor parece ler bem comprehendido esta ma-china, que é pequena, simples, commoda e vem aper-feiçoar uma operação agricola, que se faz até hoje,muito inconvenientemente á mão.

« O requerente pede 30 annos de privilegio; m*s a Leide 28 de Agosto de 1830 limita a 20 annos a duração»da garantia da propriedade material neste paiz.

«A Secção dé Machinas e A pparelhos da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional é, pelo que acaba d#expor, depaiecer que seja concedido a José Francisco da

— 446 —

Silva Zucca privilegio por SO annos, para a fabricaçãoe vend.i nesle paiz da maehina de ralar mandioca, re-pre?entada e descri pia nos documentos âtnexos á suapetição de 6 de Junho de 1873.

«Salada* sessões tia Sociedade Auxiliadora daTndus-Iria Nacional, em 13 de Outubro de 1873*— AndréRebouças.— Dr. Antônio de Paula Freitas. »

3.° Da Secção de Agricultura:« A secção de Agricultura da Sociedade Auxiliadora

da Industria Nacional limita-se a declarar ao-Conselhoque todas as espécies de fibras apresentadas pelo Srs.Thomas. Wat^un e para cuja exploração pede pnvi-legioV são por demais conhecidas e que as plantas.queas fornecem, nascem espontaneamente por quasi todaq pxtpnsão do Brasil

« A respeito de privilegio para a exploração, a secçãopensa qne mesmo no caso de uma verdadeira descobertade novas fibras, conviria anles um muo pecuniaiiodoque um privilegio, aUenta a circumstanoja de não podermanlê-lo o próprio privilegiado, apenas conhecidas asnla.nt*is Iftxlis

« O processo por meio do qual preparou o Sr. Walsonás fibras, a natureza delias, suas vantagens para a in-duslria. sendo fados de pura competência da Secção deIndustria Fabril, absiem-se de sobre esses pontos m-

rtervir a Secção de Agricultura,« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da Indus-

tria Nacional, em ide Outubro de 4 873.— Dr. NicoldoJoaquim Moreira.—Br. Antônio Fernandes PereiraPortugaSlm

T « * Secção de Industria Fabril, tendo examinado tam-bem as fibras teciveis, apresentadas pelo Sr. ThomazWatson, declara que além do exposto pela illuslre Sec-

ção de Agricultura em seu parecer, o processo pormeio do qual forão ellas preparadas jà é conhecido no

paiz, e que baslantes amostras tivemos delias e Ueoutras na Exposição Nacional. .,.,.*,¦ :.,

« Suas vantagens em relação á industria lambem |a

4i7 —

forão aprecias pelos ensaios a qoe, foi «MU «;»teria í lamentosa destas e de ou.ras plamas exus,llonro- _ das «tes prestàrão-se à fiação pelo modo vol-

g_"de ül, o linho. sendo aproveitáveis para vanos^

AHÍSta Surto, descoberta de novas fibras, nem

SS^'í»«í»KsSnecessários é porque a questão principal a rcsol e^eSKwuí eâgidM Pe'<>s Processos a e,mpr,Pg L.se as .ctóspezdb e*^ l 6, nreparo dos tecidos,Saot,tlS.ir %S^to ¦:«««•-

St algodão, Tãe de outras «*^f.^^emde outras despezas ind.spensave.serewM<^^v

« Pelo nue fica dito, entende a secção que cia pieÜfctrft. não reSuUa.o mr^:«eu^pre-ciso para lhe ser coneed.do o pm.le.10oli«taIo.

«Rio de Janeiro. \ 3 de Outubro de M*-fost Jtaw.

p^a.-Francisco Carreada ConceH ao.- CaetanoJosé Cardoso »

Continuando a discnssão encetada na sessão d^a !7

de Setembro próximo passado a ^

para do 4 de

Outubro ulürno, e desta para a. ¦ .prese«lJ» " * Jh g e deseguintes das Secçõas de Machinas e

^^ «J|

nlustria Fabril, sobre a pretenção d Jota^*gg£™g

privilegio para fabncar. na prov.ne a de § Adrqdokio Grande do Sul, W^J^^^a ?eks otfe-leiras. e bem asnm das emendas "^ •«

, taH>bemrecidas. apresentou «^^íffl na ultimao seguinte relatono de que ora nu mowo ^daquellas sessões, e em 5^ cou^ q»* Rociosassentamenlos da. Se,relar>a de *^«a^..,

— 448 —

duas vezesl, commendador José Maria Pereira, Prs. Re-boiiças e Pinto Júnior; Sattamini, romnienrlador Aze-vedo e Drs. Pereira Rpgo Filho e Nicoiáo Moreira, oqual apresentou a seguinte proposta: « Proponho quese leve ao conhecimento do senado que na informaçãofavorável dada pela Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional, ao pedido de privilegio feito por Frank parao fabrico de papel, com determinadas fibras vegetaes,foi o conselho levado pela natureza do processo espe-ciai do autor, e nâo somente em relação á qualidadedas fibras.—Rio, em 4 de Novembro de 1873.—Dr.Nicoldo Morei ra.»

Depois do que, procedendo-se á votação, foi pormaioria de votos do conselho approvado o parecer daSecção de Industria Fabril, contrario á concessão doprivilegio pedido, por haver já quem precedesse ao pe-ticionario ha introducção da industria em questio, onão poder elle por essa razão gozar do favor estatuídoBa lei de 28 de Agosto de 1830, salvo se tiver cadfr-Cado a concessão feita ao primeiro pretendente; e forãorejeitados não só o parecer da Secção de Machinas eApparelhos, favorável á pretenção, como Iodas as emen-das e proposta apresentadas.A'Msos parecerese emendas:

Parecer da Secção de Machinas e Apparelhos:r « 0 objecto da petição de privilegio de John Ring,residente e estabelecido na cidade do Bio Grande, pro-vincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul, é a fabricaçãode papeí com matutas vegetaes brasileiras. •

«A petição veio acompanhada do desenho da rmvchina dè papel, dè uma Legenda de suas diversas parles,edè uma lista das substancias, que tem deserempre-gàdas na fabricação./

«í Entre as substancias enumeradas, a secção julgadever aconselhar que o requerente prefira:

«f.° As madeiras brancas mais baratas no Rio Grandedd SuIé, &, principalmente, o pinho brasileiro, novo?(àraucania brasiliensisk reduzido á pasta pelos pro>~cess^s^ eMmicos^ usados em Glasgow, na Lscòcià, e*

449 —

também, pelos processos mecânicos, inventados eem*pregados em Krieus. perto de Luzerne, na Sutssa. ::F

« **À palha demilho, abundantíssima no Rio Grandedo Sul, como em todo o Brasil, muito rica de libra,e com pouco tanino e siliça, piincipios muito preju-diciaes na fabricação do papel.

«No intuito iie animar tão util industria é dn parecera Secção de Machinas e Apparelhos que ao requerentesejão concedidos^:

« í.° rrivilegio por IS annos, circiimscripto tão so-mente á província do Rio Grande do Sul. v

.,¦« 2 o Isenção pela Assembléa Geral de direitos de

importação para todas as machinas e matéria prima,necessárias á fabricação. ' 4i !r-nrv.a'

« 3.0 Isenção pela Assembléa Provincial do Rio Grandedo Sul de qualquer imposto provincial. :< .

«Sala das sessors da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, 1° de Agosto de \m.-And,é /<%bouças.— üv. Ardonio de Paula Freitas. »

Parecer da Secção de Industria Fabril:«Examinando a Secção de Industria FabrU os papeis

concernentes ao privilegio pedido por John Iíing, parafabricar na provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul

papel com fibras vegetaes brasileiras, e sobre o que a il*lustrada Secção de Machinas e Apparelhos deu parecerfavorável no 1" do corrente, em referencia sem duvidaao machinismo, por ser esse o assumpto de sua com-

petencia, cumpre-lhe declarar, não obstante reconhecertambém que a utilidade desta industria é de notóriavaula«ém para o nosso paiz, e que a sua mtroducçaoe mais um novo elemento para o grande consumo

que ha desse produeto ; que em * de Maio d« nj7tSvfbrrtifíra favoravelmente a pretendo do cidadão allemãoManoel Fran. fc que solicitou, alem de outros lavores,

% privilèsio por 20 annos para estabelecer no impériouma grande fabrica de fazer papel, na qual se empre-

gaséem, como matéria prima, exclusivamente as übrasVegetaes e folhagens do paiz. \

t Approvado pelo! conselho administrativo, o parecer

— 450 —

da sucção, foi elle submeltidò ao governo imperial, oqual for Decreto n. 4894 de 22 de Fevereiro de i872,concedeu ao Sr. Franck o privilegio sómenle por 10annos, com as condições impostas no referi-lo p irecer.

« Assim, pois, jâ houve quem precedesse ao pett-cionario na introducção da indnsiria em quesião, epor essa r.»zã. não pó le gozar do f.vor estatuído na Leide 28 de Agosto de 1830, salvo se tivesse caducado aconcessão feita ao primeiro pretendente.

« É o que por dever informa a Seccão de IndustriaFabril.

« Rio de Janeiro, 25 de Aposto de 1873.—Jost.Maria Pereira. —Francisco Corrêa da Conceição. — Cae-tano José Cardoso. »

Emendas :l.a «Peço á Sociedade Auxiliadora da Industria Na-

cional qne reprvsente ao governo imperial sobre a evi-dente inconveniência de se privilegiar um só indivíduopara a fabricação de papel p.ra todo o Império ; e sobrea necessidade de providenciar, como es.iverao seual-cance, para que o projecto de lei, que se acha nosenado, relativo ao privilegio de Man >el Franck, li-mite explicitamente a zona de privilegio á provinciade Santa Cühirina, onde elle pretende estabelecer afabrica de papel.—André Rebouças. »

2.-* « Proponho que se dê mais extensão á limitaçãoproposla e apresentada pelo Sr. Rebouças limitandoa circurmeripção que parecer mais conveniente.-^.Saltamini. »

3" « Que se conceda o privilegio pedido por JohnKing, sem prejuízo da concessão feita a Manoel Franck,por Decre.o n. 4894 de 22 de Fevereiro de 1872, paraos vegetaes por elle descriptos no seu Memorial, anuexoao requerimento de 30 de Março de 1870, conforme de-termina o mesmo Decreto.—José Bernardo Nascentes deAzambtija. »

4 ? « Proponho qne se leve ao conhecimento do se-nado que na informação favorável, dada pela SociedadeAuxiliadora ao pedido de privilegio feito por Franck»

— 451

para o fabrico de papel com determinadas fibras vegetaes,foi o conselho levado pela natureza do processo espe-ciai do cultivo, e não somente em referencia a qualidadedas fibras. —Dr. Nicoláo Moreira. »

Nada mais havendo que tratar, o Sr. presidente le-

vaotou a sessão, dando para ordem do dia da seguinte:-.discussão dos pareceres apresentados.

Visconde do Rio Branco, presidente.-Dr. José Pe-

reira Rego Filho, secretario geral.— JoséAugu .o _as-_m.es Pinto, secietário adjunto.

Sessão do Conselho Administrativo, em 15 do Novembrode 1873.

vice _:e3:de>:c.a do sr. commendador joaquim antomode.azevedo.

Achando-se presentes os membros do conselho, Srs.

Drs. Nicoláo Moreira, Ladisláo Nello Souza Costa. Pe-

reira Portugal. tlebonças, Pereira Rego M_) e Nas-

ceotes Pinto, meslre era artes Garcia, commendadoresAzevedo, José Maria Pereira e Fernandes da Cunha,

iosè Boíelho, Conceição, Saltaram, e H.nr.quea Nas-

centes : e os sócios effecti vos Srs. conselheiro José Bo-

Seio Nascentes de Azambuja, Drs. josé^ Ewbao^dafamara Francisco de Menezes Dias da Cruz, Joseph

tZ . José iaetano de Paiva Pereira Tavares major

Luiz Pere.ra Duarte. James Waller Gnala.m e^ José AV

fredo da Cunha Vieira, foi aberia a sessaalflae sem

discussão, approvada a acta da anterior, que leve lugar

em 4 do corrente mez.

EXPEDIENTE.

Os Srs. Visconde do Rio Branco e Dr. Sayão Lobato

Sobriid. paticpàrão que deixavão ée _'W^esta sessão, por impedimento que para isso l.uliao.-

Inteirado. *

— 452

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I-AÍ77A,.,«¦, ,_a

O Sr. secretario geral participou que se remelteu parainformar :Em 6 de Novembro á Secção de Geologia Applicada e

Chimica industrial o requerimento recebido como Avison. 58 do Ministério da Agricultura, Commercio e Obraspublicas, datado em 31 de Oulubro ulimo, em qüeFrederico Augusto Dovel pede privilegio por 50 annos,para fabricar produetos chimicos e as matérias primasnecessárias para os mesmos, segundo o processo queapresenta;

Em 7 de Novembro á me«ma secção, o requerimentoque acompanhou o Aviso do mesmo Ministério, datadoem 5 do mesmo mez sob o n.59, em que H nriqueEduardo Hirgreaves e Carlos F. Hargreaves solicitão a*concessão de privilegio por 20 annos para o processo,que allegão haver desci berlo, de tornar malleavel oferro fundido; à Secção de Machinas e Apparelhos orequerimento, que o referido Minislerio remetleu como Aviso da mesma data sob n. 60, em que NicoláoSchmidt pede privilegio por 20 annos para o uso, vendae introducção de uma prensa de chapas de sua im-venção, deslinada a lavrar couros;

E em 14 de Novembro, à mesma Secção, o requeri-mento que o dilo Ministério remelteu em dala de 10 deNovembro sob a. 62, em que John Mc. Cool, como pro-curador do professor John Gangee, pede privilegio por20 annos para introduzir neste Império um machinismode sua invenção, destinado ao fabrico do gelo.

Forão recebidos com agrado um exemplar do Rela-torio, com que o Exm. Sr. José Fernandes da Costa Pe-reira Júnior passou no dia Io de Dezembro do annopróximo findo ao Exm. Sr. João Pedro Carvalho de Mq-raes a adminislraçâo da provincia de S.Pedro do RioGrande do Sul, remellido por este ultimo senhor; dousexemplares da collecçâo das Leis e Decretos piomulgadospela Assembléa Legislativa da provincia do P«iraiá,nocorrente ali no, remettidos pelo respectivo, presidente, oÊxm. Sr. Frederico José Cardoso de Araújo Aranles ; eum exemplar dos apontamentos sobre a utilidade e

'7-7

— 433 —

cultura do -Enealypfus globulus offerecido pêlo Sr.commendador J. A. de Azevedo.

Sendo pedida e approvada a competente urgência,forão lidas, immediatamente submellidas â votação eunanimemente approvadas as seguintes propostas; epor conseguinte declarados membros effectivos destasociedade os cavalheiros, cujos nomes conslão das re-feridas propostas, que são:

Í P « Proponho para sócio effectivo da Sociedade Auxi-liadora da Indusiria Nacional o Sr. Dr. Francisco Soaresde Andréa, morador á rua das Flores n. 48 —Km 15de Novembro de 1873. -José Botelho de Araujo Car-•valho.— André Rcbouças. »

2.a « Proponho para sócios remidos da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional os Srs José Lii^Gui-marães, negociante, portuguez, morador á rua da Saúden. 86; Manoel Francisco Fraga, captlalisa, portuguez,morador â rua Site de Setembro u. 157 ; Alonso Car--neiro Pestana de Aguiar, empregado publico, brasileiro,morador á rua Nova das Larangeiras n. 31; Dr. Anloniode Castro Lopes, brasileiro, morador á ma dé SantoAmaro n. 9.—Rio, 15 de Novembro de 1873.-- MorrisN. Kohn. -

3.a <•* Proponho para sócio effectivo da Sociedade Auxi'-liadora da InduslriaNaciçtnal o Sr. Pr. Emygdio AdolphoVictorio da Costa, engenheiro e director do collegioVictorio. residente á rqa.de Gonçalves Dias n. 46.—Rio,15 de Novembro de 1873.— José Augusto NascentesPinto. »

4/ « Proponho para sócio effectivo remido da So-ciedade Auxiliadora o Sr. Dr. José Zepherino de MenezesBrum, morador á rua do Visconde de Iiihwmán. 32.-—Sala das sessões, Í5 de Novembro de 1873.—Zéí-4isldo Ntllo.— Dr. Pereira Rego Filho,. » fefe fe

5.a «Proponho para sócios effectivos desta Sociedade'aos Srs.: JoVé Eworlon Parienie, empregado no foro,inglez, morador á rua do Rosário n. 80 ; Maiv ei Coifêade Almeida, cirurgião dentista, portuguez, morador á

— 454 —

rua do Rosário n. 51; Leopoldo Missnk, cirurgiãodentista, norte americano, morador á nu do Rosárioii. 51.—Rio, 15 de Novembro de 1873.—Camillo deLellis e Süva Júnior. »

6.a « Proponho para sócios effectivos remidos osSrs. : Nicolasde Léon e Pedro Soares Caldeira, mora-dores á rua da União n. 3; os engenheiros Carlos Har-greaves e Henrique Eduardo Hargreaves, residentes árua do Livramento n. 169,—Sala das sessões, 15 deNovembro de 1873.—André Rebouças. »

7*B « Proponho para sócio effectivo o Sr. Dr. AntônioMartins Pinheiro Filho, medico, moridor á rua deSanta Thereza.—rSala das sessões da S tciedade Auxi-^liadora da Industria Nacional, em 15 de Novembro de1873.— José M. Garcia. »

Forão lidos, e ficarão sobre a mesa para serem op-porlunamente tomados em consideração, os seguinlespareceres;

1.° Da Secçao de Geologia Appliçada e Chimica In-dustiial acerca do privilegio pedido por Joio VictorGauth ère e João Eduardo Wagner, para usarem de umprocesso para conservar camaiõjs e frutas do paiz.

,2.° Da Seccão de Machinas e Apparelhos a respeitodo privilegio pedido por João Leandro de Sevilhi, parausar no Império de uma machina de sua invenção des-tinada a brunir o café.

3.° da mesma secçao sobre o privilegio pedido porJames Macfaden Gaslon, para fabricar e vender no lm-perio um machinisrao por elle aperfeiçoado, e destinadoa imprensar algodão.

4.° Da referida secçao sobre o privilegio pedido porJohn Gangee, para introduzir no Império o inachinismode sua invenção, destinado ao fabrico de gelo.

5.° Da Seccão de Agricultura sobre o pedido feitopor diversos agricultores, residentes no disctricto daSacra-Família do Tinguá, para que esta sociedade lhesforneça sementes das melhores qualidades de vides,que exislão em Lisboa.

A

- 45o —

ORDEM DO DIA.

Forão, sem discussão, approvados os seguintes pa-receres:

1 .o Da Secção de Machinas e Apparelhos:« Veio esta petição acompanhada de 29 desenhos e

de uma caixa com amostras de vários produetos de lã,algodão e seda de paina brasileira.

« Os inventos dos Srs. Morris N. Kohn e José LuizGuimarães se referem:

« 1.° Á machina, descripta e representada nos docu-mentos e desenhos juntos á petição, para limpar, polire esticar fios de retroz de seda de paina, fios de ai-godão e de lã de todos os números.

« 2.° A machina de enrolar lios em bobinas, tt:idointroduzido os requerentes nas bobinas um melhora-mento, que econuinisa consideravelmente tempo e tra-balho.

« 3.° Á machina de fiar, em que o apparelho paratorcer o fio recebeu importante melhoramento.

« 4.° Á machinapara dobrare reenrolar, na qual umsó operário pôde dirigir 50 ou 60 fusos.

« O principal interesse que apresentão estas quatromachinas inventadas e aperfeiçoadas pelus requerentes,é a sua applicaçao á fiação e tecelagem das painasvegetaes bra>ileiras.

« São na verdade intuitivas as vantagens, que resul-taràõ.á industria e agricultura deste paiz quando seestabelecer uma granüe fabrica de fiação e tecelagemdas painas ou sedas vegetaes, que espontaneamentecrescem em quasi todas as províncias do império.

« As amostras de relroz branco e de todas as cores,que acompanhão a petição, mostrão evidentemente queo novo produeto poderá concorrer sem desvantagemcom os produetos similares, fabricados com seda deorigem animal, que importamos do estrangeiro.

« Attendendo ao quanto acaba de expor, é de parecera Secção de Machinas e Apparelhos que sejão pnvile-giadus por vinte aunos, nus termos da Lei de 23 de

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¦ _- .456 ¦'—' <

Agosto de 1830, as quatro machinas, descriptas e re-presenladas na petição de 27 de Outubro de 1873, deMorrisxN.Rohn e José Luiz Guimarães.

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da Indus-tria Ntcional, em 4 de Novembro de 1.73.-*-*- AndréRebouças.—Dr. Antônio de Pauta Freitas. »

2.° Da mesma Secção:« Refere-se esta petição a uma nova machina hy-

draulica, que o inventor Eduardo A. Monleggia de no-mina Motor rodante cVagua.

« E>la machina é uma variante da turbina ; seu as-pectQ exterior pouco differe das turbinas G rard, appli-çadas por esse illustre inventor á distribuição urbanade força motriz hydranlica.

« A petiÇaão veio acompanhada de uma descripção,de 3 desenhos, e de uma legenda explicativa.

«A força da machina varia de I 1/2 cavallos até15; os dianteiros de 10 a 36 pollegadas, e os preçosde 003$OGO a 3:503^003.

« O Motor rodante d'agua de Montegqia, como as tur-binas, será de excellente applicação nas fizendas enos estabelecimentos agrícolas, qne di.puzeretn deumpequeno filêle d'a gua descendo de grande altura.

« Em todo o caso, é da maior utilidade a introduc-ção em larga escala, no interior do paiz, de novos mo-tores hydraulicos em substituição das obsoletas rodas,que reslão dos tempos culoniaes.

« A Secção de Machinas e Apparelhos da SociedadeAuxiliadora, é, pois, de parecer que seja concedidoa Eduardo .4. Monteggia, privilegio por 15 annos, paraa fabricação, para o uso e venda no Império, do mo-tor rodante, descripto nos desenhos'e mais docuinen-tos annexos á sua petição de 22 de Janeiro de 1872.

«Sala das Sessões da Sicielade Auxiliadora da In-dustria Nacional, em 28 de Outubro de 1873,— An-dré. Reboliças. — Dr. Àulonio de Paula Freitas. »

3.° Da Secção de Geologia Applicada e Ghimica Indus-.rial: ."•*;¦ (^P'p

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— mi —« Á Secçao de Geologia Applicada e Chimica In-

dustrial foi presente o officio da secretaria desta?Sociedade, datado de 12 de Setembro do correntevremettendo o requerimento e mais papeis, em queNicolas de Léon pede privilegio ao governo imperialpor 10 annos, para fabricar nesta cidade e no Impe-rio sabão phenico, afim de que a mesma seccão, é&accôrdo com a Secçao de Industria Fabril, informecom seu parecer sobre o merecimento de tal pré-tenção.

« Allega o peticionario em seu favor, que só depois}de vários e dispendiosos estudos, conseguio e reali-zou a combinação de diversas drogas e produzi© osabão phenico, cuja amostra remetteu, e que deve serapplícado á lavagem de roupas, casas e outros misteres ;,bem como sabonetes finos, os quaes serão aroiíiati-sados com essências conhecidas e innocentes.

« PropÕe-se o peticionario, uma vez obtido o pri-vilegio, a fornecer aos estabelecimentos publictís' écasas de caridade os seus produetos, mediante a por-centagem que se estipular sobre o custo daprodtíc-ção.

« A secçao, depois de examinar a fórmula e processoapresentados pelo peticionario, bem como as amostras!remettidas, é de parecer que este producto é de natu-reza a poder prestar serviços reaes não só applicadaa certas industrias, como á medicina.

« Com effeito, este sabãocontendo grande quantidade dephenatos e outros principios contidos no alcatrão, gozaindubitavelmente de propriedades desinfèctantes e anti-pútridas, sendo por isso uma bella preparação, que pódeser applicada com vantagem á lavagem e desinfecçSridas casas, roupas, etc-, acerescendo que póde tambémser considerado como uma preparação pharmaceutiça, ecomo tal ter emprego em medicina.

« Encarado ainda sob o ponto de vista industrial, esteproducto merece attenção pela sua boa preparação, poisas amostras remettidas pouco ou nada deixão a desejar*pela sua excellente qualidade.

«Pensando deste modo, julga todavia a seccão quea. 32

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deve consignar neste breve parecer que não se trata deuma invenção, porquanto a industria moderna conheceinnumeras fórmulas de sabões desinfectantes, que noschegão do estrangeiro e cujas preparações não offereceraem geral difficuldades praticas.

« Em conclusão, é a secção de parecer que ao peticio-nario pôde o governo imperial conceder o privilegiopedido para fabricar no Império sabão phenico, segundoá fórmula e processo que apresentou.

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da IndustriaNacional, em 17 de Outubro de 1873.—Dr. AméricoRodrigo de Vasconcellos.— Antonto Corrêa de SouzaCosta, presidente. »

« A Secção de Industria Fabril nada lem a accrescentarao parecer da illustre Secção de Chimica Industrial, como qual concorda.

« Rio de Janeiro, 27 de Outubro de 1873.— JoséMaria Pereira, presidente.—Francisco Corrêa da Concei-ção.— Caetano José Cardoso. »

E nada mais havendo que tratar, o Sr. presidente le-vantou a sessão, dando para ordem do dia da seguinte—discussão dos pareceres apresentados. — Visconde doRio Branco, presidente.—Dr. José Pereira Rego Filho,secretario geral.— José Augusto Nascentes Pinto, se-çretario adjunto.

Privilégios de invenção.

Resoluções tomadas pela commissão internacional daExposição Austríaca.

Ia As leis de todas as nações devem garantir as in-venções industriaes porque:

o bom senso do direito das nações civilisadas exigeque o trabalho intellectual seja remunerado;

essa protecção é o único meio pratico e positivo davulgarisação de novas idéas industriaes;

_ 459 —a protecção concedida ao inventor remunera o seu

trabalho e por conseguinte convida os industriaes a gas-tarem tempo e trabalho na introducção e applicaçaopratica de novos inventos e no melhoramento dos an-tigos, attrahíndo capitães estrangeiros, os quaes nafalta de leis protectoras em seu paiz, correm para ondepodem encontrar garantias;a publicação obrigatória de todos os privilégios con-cedidos, pouparia muito tempo, dinheiro e sacrifíciosque vexão a industria nos paizes em qne se dá estaomissão;'— a protecção da invenção impede o segredo da fabri-cação, que é o principal inimigo do progresso indus-trial;

os paizes que não protegem os privilégios de in-venção sofrem em sua industria, porque os talentosinventivos emigrão para onde encontrâo garantias;a experiência demonstra que o próprio inventor équem mais se esforça para a introducção e progresso deseus inventos.

2.* Os principios fundamentaes de uma boa legis-lação de privilégios consiste no seguinte:

somente o inventor ou um herdeiro legitimo, quernacional ou estrangeiro deve obter privilegio ;para a realização deste facto convém que se estabe-leção regras fixas de exame do privilegio que se procuraprivilegiar;um privilegio de invenção não deve durar mais de15 annos;

a concessão de um privilegio deve ser acompanhadade sua completa e minuciosa publicação, de modo a serpossivel a pratica do invento;

os gastos devidos á concessão do privilegio devemser insignificantes ou moderados;

a repartição por onde passão as licenças deve serpor tal modo organisada, que facilmente se possão obtertodos os esclarecimentos relativos a qualquer privile-gio; nos casos de interesse publico, o inventor deve serobrigado por lei a conceder o uso do privilegio a quem

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quizer emprega-lo em bona fide, mediante indemnisaçãoestipulada razoável.

3.a Necessidade do estabelecimento de um systemainternacional de privilégios.

4.a A não execução de um privilegio, em um paiz,não deve importar a sua nullificação.

5.a Ter em vista as legislações da Inglaterra, Estados-Unidos e Bélgica.

Dr. iV. J, M.

Industria extractiva no Bio Grande do Sul.

Ao lado da producção do solo com auxilio dos agen-tes gratuitos da natureza, cabe, na formação da riquezapublica, importante papel â industria propriamente ex-tractiva.

Osthesouros que a terra occulta em suas entranhas,a riqueza de madeiras seculares nas maltas do sertão,, osproduetos que nascem silvestres e sem auxilio directodo trabalho humano, mas que têm valor commercial,—entrão em vasta escala no computo da publica ri-queza de todos os povos que não vivem le jour aujour,e que bem comprehendem que a producção é aalavanca principal da formação do capital nacional.' Em nossa provincia resume-se por emquanto (infeliz-mente) a muito pouco a industria extractiva.

Não ha' talvez no Império uma só provincia (nemmesmo.a de Minas) que reuna nas profundezas da terratantos e tão importantes mineraes.

A provincia tem abundantes jazidas de carvão e ferro,desses dous poderosíssimos agentes da moderna indus-tria ; ella deve possuir petróleo.

, Temos ouro em Lavras e Caçapava ; chumbo e pratana Encruzilhada e nos sertões do Uruguay ; cobre emCaçapava e no Quarahim; zinco e platina em S. Ga-briel.

Todos os outros metaes intermediários existem, em

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maior ou menor abundância, em diversas regiões daprovincia.

Os mármores da Encruzilhada são iguaes aos me-lhores e mais apreciados do velho mundo ; os confio-meratos calcareos de Capivary são quasi iguaes aomármore; temos granitos da melhor qualidade e grésque pôde rivalisar com os mais apreciados da Europae do norte da America.

A pedra agatha e o onyx existem nesta provincia comabundância tal, que ella só fornece qüasí toda a matériaprima ás fabricas allemães que ulilisão em larga escalaessas pedras semi-preciosas.

O nosso caolim (Tabatinga) é igual aó de Meissen esó pouco inferior ao de Sèvres, como próvão as expe-riencias com elle feitas pelo intelligente engenheiro,coronel Mabilde.

Ha topazios, ha crystaes das mais bellas qualidades—n'uma palavra, todos os thesouros do reino mineralexistem nas entranhas do nosso solo, mas mal começaa sua exploração e a industria extractiva.

Excepção feita das minas de carvão no Arroio dosRatos, dos mármores da Encruzilhada e da pedra aga-tha, que é exportada em larga escala, jazem ainda des-aproveitadas tantas e inapreciaveis riquezas naluraes.

Felizmente começa agora a manifestar-se um certomovimento progressista nesse ramo da industria.

A associação que se formou na corte para exploraçãodas veias de ouro e de chumbo em Caçapava, encetaráem breve os seus trabalhos.

A companhia do Arroio dos Ratos pretende por siiavez minerar e fundir ferro, annexaiido esse importanteráihb á exploração de suas minas de carvão ; os Srs.major Lopes e Dr. Caldas promovem a exploração dasjazidas de chumbo e prata na Encruzilhada, e consta-nos qüe o Sr. Ignacio José Ferreira de Moura tratatambém de tirar final proveito de sua concessão paraa mineração de cobre no Quarahím.

Ha pouco ainda vimos o pedido de uma concessãopara a mineração de zinco e platina, no município deS. Gabriel, e se essas emprezas encontrarem por parte

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do publico, e mormente dos capitalistas, a devida pro-tecção, vê-las-hemos em breve florescer, contribuindoextraordinariamente para o augmento da nossa riquezapublica.

A vinda do Sr. Dr. Berudes e Primavera a esta pro-vincia é um outro incentivo para a marcha conve-niente dessas explorações, sobretudo seo intelligentee abalisado mineralista obtiver do governo imperial osmeios necessários para confeccionar o projectado map-pa geológico da provincia, que muito contribuirá paraattrahir capitães europeus à exploração das nossas ri-quezas mineraes.

A exploração de nossas extensas mattas, contendooptimas madeiras de lei em troncos seculares, está porsua vez ainda atrazada.

O audaz aventureiro Huggios, esse squire dosEstados-Unidos, nos dá uma lição, que devia apro-veiiar.

Elle, que se apossa do alheio e que luta contra asleis e as autoridades do paiz, ainda assim acha contapa derribada de mattos e exportação de madeiras, eisso no Alto Uruguay, onde ha innuraeros obstáculosda natureza a vencer.

Porque, pois, não fazia conta o corte de madeiras emlocalidades mais commodamente situadas, o estabele-cimento de serrarias a vapor e a exportação de toros,taboas, etc.

Nas margens do Jacuhy, de Taquary, do Cahy e detodos os nossos rios do norte dâ provincia, existeminnumeras mattas que contêm uma riqueza fabulosade madeiras de lei.

E entretanto só poucos espíritos mais audazes curãoda exploração desse importante ramo ; só poucas ma-chinas trabalhão nas nossas mattas.

O resultado que conseguem essas emprezas deviaanimar á imitação.

Ha alli uma riqueza quasi incalculável, de que ne-nhum proveito se tira.

Até acontece, não poucas vezes, que nas derribadasque a ferro e fogo são feitas para o estabelecimento de

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roças, queimão-se arvores gigantescas que, desman-chadas em tocos ou taboas, tirâo o valor de centenasdp mil reis.

Mas note-se bem: fatiamos na exploração de mattos,mas não em sua destruição, que seria um gravíssimoerro pelas conseqüências climatencas que lhe sao intie-rentes. ...

A exploração razoável, guiando-se pelos princípiosestabelecidos pela sciencia, é o que queremos.

O mesmo acontece em relação à herva-matte, que eum dos poucos ramos da industria extractiva maisaproveitados. À

Comtudo, se tem procedido sem methodo o com des-prezo de todas as considerações que deve impor ofuturo. .

A conservação dos hervaes, sua boa guarda e razoa-vel exploração, assim como o plantio do üex para-guayensis em localidades apropriadas, podem elevaressa industria a proporções que até hoje nao attinge.

Felizmente reagirá favoravelmente neste sentido afecunda iniciativa tomada pelo inlelligente negocianteSr. Ernesto Carneiro da Fontoura, secundado por todoo commercio porto-alegrense, que tomou parte na for-mação da respectiva sociedade*

Devendo nós em breve publicar os estatutos da asso-ciação, guardamos outras considerações sobre o as-sumpto para aquella occasião. _

Por hoje limitamo-nos a chamar a attenção dos es-pirilos empreheudedores e dos capitalistas para os pro-veitos que pôde lirar-se da industria extractiva, quandoexplorada em mais larga escala n'uma província queconta lhesouros naluraes como nenhuma outra destevasto e al-q^oado Império.

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A lavoura do Sorte.

Os relevantissimos serviços que á causa publica temprestado a illustrada redacçao da Reforma, discutindoas grandes medidas sociaes, políticas, administrativas eindustriaes do paiz animão-me a pedir a sua attençâopara -tt A lavoura do Norte do Imperin,

A isto sou levado especialmente pelo estado contris-tador a que a crise da lavoura ameaça reduzir a ricaprovincia da Bahia.

As descripções que alli ouvi, ha poucos dias, denun-eião um mal extenso, e que reclama promptos soe-corros.

Está perdida em grande parte a safra do assucar.A moléstia da canna, ainda tão pouco estudada, com-

munieou-se á velha e nova semente, cessando assim aultima esperança de extinguir o mal.Por outro lado, mesmo em condições ordinárias, não

pode o assucar da Bahia lutar nos mercados estrangeiroscom o produeto similar de outras provincias. É notórioo seu depreciamento; e muito freqüente o facto de attin-gir apenas o preço remunerador da producção.A canna é a grande cultura da Bahia. Apezar da ri-queza do solo para o plantio do tabaco e do algodão, ésabido que o primeiro é o produeto da pequena e maisque subdividida lavoura, e o segundo, quando abun-dante, nem sequer teria meios de transportes dos ser-toes da provincia, onde se encontrão os mais apropriadosterrenos.

Constituindo assim a canna a grande riqueza agrícolada Bahia, é evidente que a lavoura está alli ás portas doabysmo, onde se afundará, se repetir-se em annos se-guidosacrisede!873.

Desesperadora é por certo semelhante situação, one-rada como eslá a lavoura com uma enorme divida hypo-thecaria. A conseqüência é também a crise financeira,que na capital da velha metrópole assombra a todos.

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As causas geraes deste mal, e que são as mesmas doalrazo da lavoura em quasi todo o norte do Império, sómui lentamente se procura remover.

A rotina é a guarda avançada. O que fazemos nóspara abandona-la? Nada. Um único facto de observaçãoprova-o eloqüentemente: não ha em todo o norte um sóestabelecimento de artes mecânicas, escola pratica deagricultura, fabrica central, fazenda modelo, ou comomelhor nome tenha, que ensine sequer a fazer um mo-linête ou uma bolandeira.

Não ha maior afêrro á rotina do que annunciar o fa-bricante a venda de apparelhos ou melhoramentos co-nhecidos e experimentados, sujeitando-se a receber opreço ajustado somente na hypothese da pratica corres-ponder ao apregoado, e taes apparelhos acharem raris-simos compradores I

Foi um facto que observei com espanto no Norte.A rotina acabaria no dia em que repetidamente, e à

vista de todos os resultados dos melhoramentos, emboramodestos, se fizesse sentir que erão palpáveis.

E para isso, já que vivemos no paiz sem iniciativa in-dividual, pouco bastaria. Faça o Estado estudar os me-lhoramentos, e alé crea-los; escolha para isso pessoalidôneo, faça-o viajar, vêr, adquirir o que houver demelhor. Depois faça exposições nos centros agrícolas,mesmo nas propriedades particulares, de tudo que fôrulil e applicavel ao gênero de lavoura a melhorar.

Muitos esforços serão em pura perda ? Que importa ?Um dia veremos o sacrifício coroado de êxito. Perdere-mos alguns centenares de contos de réis; mas semea-remos para um futuro próximo.

Capitães para a lavoura, é assumpto de que todos fal-lão, mas de que raros se occupão seriamente. Com razãoqueixa-se o lavrador do norte de que o deixão asphyxiarsob o peso da taxa do usurario.

A novíssima lei do Banco do Brasil será um melhora-mento para o sul do Império, foi dictada por intençõesgenerosas; mas tem sido recebida com indifferença nonorte, eninguém espera dahi beneficio real.

A lavoura da canna e do algodão não tardará desafo-

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gada, pagando uma taxa e amortização de 11 °/0; e aindaassim com favores de que poucos se poderão utilisar.

Não é esta a fôrma do auxilio de que caruce a lavoura.Precisamos de estabelecimentos exclusivamente desti-nados ao credito real, e distribuídos por differentes cir»cumscripções do paiz, que emprestem sobretudo me-diante diminutissima amortização.

É possivel actuálmente crear bancos desta ordem coma exclusiva iniciativa individual?

Absolutamente não. A primeira difficuldade que as»soberba é a ausência do cadastro da propriedade agri»cola, que nem demarcada está em sua máxima parte ;além disso é ainda o braço escravo que imprime o pnn-cipal valor a essa propriedade.

Estes e outros obstáculos serão insuperáveis ainda nosvinte annos próximos.

Entretanto a medida urge.Não ha muito onde escolher neste terreno. Indague

quem quizer o meio; no estado actual, só o encontrarána procura de capitães estrangeiros, a prêmio moderado,na incorporação de companhias para formarem bancosde credito real, subvencionados por uma garantia dejuros do Estado.

Resultará também dahi um dispendio ao thesouro,mas um dispendio dos mais profícuos ao paiz, e quecessará logo que taes estabelecimentos, pela nova orga-nisação da propriedade agricola, puderem caminharpor si.

Felizmente a questão da viação publica toma umaphase esperançosa. A recente lei sobre as estradas deferro, e a iniciativa decidida de algumas provincias,muito promettem.

Essa lei, tive occasiao de dizer em Pernambuco ao meuamigo senador Pompeu, é um acto meritorio do parla-mento e do gabinete de 7 de Março. Não me peza re-peti-lo hoje nesta carta, porque os meus sentimentosliberáes nunca me levarão a recusar a justiça aos bonsactos dos meus adversários.

Entretanto, não se illuda o governo nem o paiz.

«—i 467 —

Se a lei é boa e fecunda, tem defeitos na fôrma, quepodem ser perniciosos.

Citarei o essencial. Alei concede a garantia de jurosa uma única estrada em cada provincia. Grande erro,que parece revelar um espirito de exclusivo provincia-lismo, de contentamento para todos, que não estava noanimo do legislador.

É sabido que ninguém emprega capitães em estradasde ferro brasileiras sem garantias de juros. Certasdisso, algumas províncias ousadas concederão estradasde ferro com garantias de 7 •/«.. A lei geral, d'entretodas as estradas de cada provincia terá de escolheruma sobre que derramará os seus favores.

Ainda admittindo que não impere o favonismo, e quese escolha a mais rica, a melhor estudada e que me-lhores dados estatísticos offereça de todas as estradasem competência, a preferida irá, por força de lei, de-preciar todas as mais.

De nada valerá então a garantia provincial, que poucomerecia já nos grandes mercados europeus: nenhumaprovincia poderá mais por si construir estradas deferro.

Entretanto quantas estradas em muitas provínciasnão poderião ter uma garantia nominal ou quasi no-minai 1

Quando assim não fosse, ha injustiça em conceder-seuma única estrada de ferro garantida, muitas vezesde pequena extensão, a províncias como S. Paulo,Minas, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, que maiscontribuem para as rendas publicas; que possuemuberrimos terrenos de lavoura, e algumas dellas ricasde mineração.

E essa injustiça sobrenada com a intèlligencia quese dá de que a lei não aproveita às províncias quejá possuem estradas de ferro garantidas pelo Estado.

Assim se poderia dizer que a lei foi prejudicial ásprovíncias de S. Paulo, Bahia e Pernambuco.

Cabe ao governo premunir-se de todas as cautelas;só derramar os seus favores em condições verdadeira-mente úteis ao Estado; mas d'onde vem o mal, quando

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o beneficio é immenso, em conceder-se a garantia dejuros a estradas que provassem, com dados estatísticosofficiaes, produzir uma renda liquida equivalente ouquasi equivalente à garantia de juros ?

Esta devia ser, e sê-lo-ha muito breve, a fôrma dagrande lei cujo pensamento applaudo.

A grita que outr'ora levantamos contra os nossosgrandes dispendios feitos com as garantias de juros,seria hoje injustificável diante de um facto incontes-lavei, qual è dever-se a prosperidade das provínciasde S Paulo e Pernambuco essencialmente a duas es-tradas de ferro garantidas pelo Estado.

Neste assumpto ainda o governo deve acautelar-secontra um mal certo, que reputo inevitável, e queapenas devemos procurar minorar.

É a responsabilidade effectiva pelas garantias pro-vinciaes jà concedidas às companhias incorporadas.

No dia em que, em uma crise dada, S. Paulo, Riode Janeiro, Pernambuco ou outra qualquer provinciavarrer os seus cofres e não pagar as suas garantiasdê juros, o capitalista estrangeiro ou nacional, quelhes tiver confiado o seu dinheiro, nos baterá á porta;e a honra fallará por nós para saldar as suas contas.

A melhoria da lei, alargando justa e cautelosamenteo circulo das concessões, acalmará a febre das gâran-tias provinciaes.

Uma medida urgente para a lavoura, symphatica efestejada no norte do Império, é a suppressão totaldò imposto de exportação.

Sendo fixado no mercado consumidor o preço dequasi todos os nossos produetos, essa taxa, desfarcem-nocomoquizerem, pesa sobre o produetor.

Em Pernambuco e Bahia, onde se exporta o algodão,que só chega ao mercado onerado por uma despezade transporte de 40% do valor do producto, comosupportar-se a taxa de 45°/o de direitos de expOr-tação?

E quando o assucar, na provincia da Bahia, apenaspaga as despezas da producção, a que se reduz essataXa senão a um imposto prohibitivo ?

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De dados comparativos que tive oceasiao de con-sultar, vê-se que a concurrencia que faz nos mercadosde Manchester e Liverpool o algodão norte-americanoao produeto similar brasileiro, dá em resultado deixareste apenas 25 °/_ do lucro que alcança o seu compe-tidor. E uma das causas principaes é a taxa de ex-portação.

A lavoura do norte não procura eximir-se de con-tribuir para as rendas do Estado ; mas deseja fazê-lo emcondições menos penosas.

É assim que aceitaria, abolida a taxa de exportação, oimposto territorialmoderado, com certa estabilidade, paranão perturbar o valor das terras, e lançado desde logosobre as propriedades marginaes ou circumvizinhas dasestradas de ferro, de rodagem, rios navegáveis, ousobre toda a propriedade agrícola beneficiada, porqualquer meio, pelo Estado.

Não é razão muito escusavel para assim não prati-car-se a falta do cadastro. Faça o governo prepararo registro agrícola dessas propriedades e o levanta-mento da planta parcial, por municípios, da terra decultura. Terá já assim um elemento para base, e quemais tarde formará o cadastro geral.

A Hespanha não tem ainda o seu cadastro ; e foi ummeio semelhante a este o de que se servio para lançaro imposto territorial, que não concorreu pouco, pelasubdivisão da terra inculta, para a grande prosperidadeque tem o norte do paiz.

Quizéra, finalmente, oecupar-me do abandono em* quecorrem os negócios de colonisacão no norte do Império.O objecto é vasto, sobretudo devendo eu fallar do quevai por Pernambuco, e esta carta já faliga.

Fa-lo-hei de outra oceasiao, se melhorar o meu es?tado de saude.

São estes os assumptos em que desejava empenhara illustrada redaeçao da Reforma, que tanto se recom-menda.

Iniciados de novo na imprensa, acredito, encontrariãoo concurso de todos os que se interessão pela prosperi-dade da lavoura do paiz.

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Se o povo que não é manufactureiro não pôde terpor solida a sua industria, não é menos verdade queo Brasil terá ainda diante de si meio século para quasiexclusivamente rotear a terra.

BUARQUE DE MACEDO.

Corte, 4 de Novembro de 1873.

Micias Industriaes e Agrícolas.O poder da luz do gaz de illuminação, empregado

em algumas cidades da Europa, apresenta diferençasmui sensíveis.

Sabe-se que o poder da luz do gaz conta-se emrelação à luz que dá uma vela de espermacete.

üm bico de gaz em:Vienna * . . eqüivale a — 9 vélíLondres . . . . » —12,1 »Paris . . . . » —12,3 »Berlim . . . . » —15 »Birniingham. . . » — 15 »Carlisle . . . . » —16 »Liverpool. ...» » —22 »Manchester ...» » — 22 »Edimburgo ...» » — 28 »Glascow ...» » — 28 »Greenwich ...» » — 28,5 »Aberdeen ...» » — 35 »

Em geral no Brasil os contratos com as companhiasde illuminação a gaz exigem que a luz de um bicode gaz equivalha á de 10 velas de espermacete; po-rém na pratica é raro que o poder da luz atlinja estaforça.

O commercio tem nestes últimos dias attingido umdesenvolvimento admirável; os artigos de importação eexportação em alguns paizes do globo, e sobretudo m

_ 471 —

Inglaterra, França e Estados-Unidos têm tido um aug-mento espantoso.

Alguns dados estatísticos sobre o desenvolvimentodestas tres nações no decurso de 10 annos, isto é, de1863 a 1872 poderão habilitar os leitores do Diárioa apreciar este augmento.

Neste decennio a Grã-Bretanha importou o valor de2,909 milhões de libras, isto é, mais de 500 •/. sobreo valor importado nos 10 annos antecedentes, em que acifra da importação apenas se elevou a 557 milhões delibras.

A exportação, porém, não teve um tão grande aug-mento, pois neste mesmo período apenas teve umadifferença de 230 °/fl, ou menos de metade da im-portação.

Lutando a França no decennio de 1833 a 1842 im-portou mercadorias no valor de 7,690 milhões de francose no decennio de 1853 a 1862 jâ esta cifra se achavaelevada ao valor de 18,897 milhões-, attingindo, noultimo periodo a que nos referimos, a cifra de 25,200milhões.

A sua exportação que foi no decennio de 1833 a 1842de 5,988 milhões de francos, apenas elevou-se nos ul-timos dez annos á enorme somma de 29,385 milhões,isto é, 500 % de augmento.

Nos Estados-Unidos o valor das mercadorias impor-tadas foi no decennio de 1833 a 1842 de 1,326 milhõesde dollars; no decennio de 1863 a 1872 elevou-se a4,602 milhões, um augmento de 370 %•

A exportação, que era no primeiro decennio de 1,150milhões de dollars, foi no ultimo de 5,015 milhões,apresentando, portanto, um augmento demais de 430 °/„,ou um augmento combinado de 900 °/„ no total do seucommercio.

Além disto o augmento no consumo e producção dealguns artigos da republica Norte-Americana tem rece-bido um grande incremento.

Por exemplo, o café que em 1834 teve um con-summo de 44 milhões de libras, acha-se elevado actual-mente a 313 milhões.

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O consumo do chá que era em 1834, de 13,000,000de libras, subio no ultimo anno a 45,000,000.

O de assucar que no mesmo anno foi de 196,000,000de libras, foi ultimamente de 1,500,000,000, augmentorelativo com o do consumo do café, calculando quecada habitante dos Estados-Unidos gasta 38 libras destegênero por anno.

Finalmente o algodão, que teve em 1821 uma pro-ducção de 180,000,000 de libras, apenas elevou-se noanno passado a 1,600,000,000.

É verdade que neste paiz, taes resultados progressi-vos, provêm do augmento continuado da sua população,que em meio século tem crescido em uma proporçãoadmirável, isto é, 30 °/0, mais ou menos.

De 27 milhões de habitantes, que era a populaçãodos Estados-Unidos nos principios do século actual,acha-se elevada a 40 milhões.

Na Inglaterra comtudo, tem sido lambem grande oaugmento do consumo, sem que a mesma circum-stancia, possa servir de razão a tal differença.

€onsni_io do ferro nos Estados»!'nidos.

A procura do ferro para o consumo do Estados-Unidos, no anno de 1873, está calculada em 4,311,500toneladas, metade das quaes será applicada ás estra-das de ferro. A procura annual, para essa collossalindustria, é calculada em 2,478,500 toneladas, dasquaes 1,255,000, são applicadas ao concerto das linhasestabelecidas, 1,050,000 ao estabelecimento de linhasnovas, o que representa o termo médio annual da ex-tensão das redes, que é de 7,000 milhas de estrada,algarismo calculado uo anno corrente ; o mesmo seráempregado na constracção das locomotivas, dos wa-gons, das machinas e outros accessorios.

Yê-se que sô as vias férreas dos Estados-Unidos ab-sorverão mais do que a producção total do ferro dopaiz.

As outras applicações do ferro no corrente anno são :6,000,000 toneladas para fundições; 100,000 para tubos

— 473 -

cTe gaz; e de agüa; 40,000 para conslrurção naval-;250,000 para fogões e caloriferos; 450,030.para ma-chinas e instrumentos aratorios è mais 703,000 paraas outras machinas, para pregos, parafusos, etc, etc.

Assim, pois, a procura em 1873 será de 250,000 tone-ladas mais do que a do anno passado; e esse aug-mento tem de ser fornecido tanto pelo estrangeiro comopelo paiz.

Já os nossos mestres de offieinas tratão dos meies deaugmentar o seu produeto em proporções consideráveis.Está começada ou acabada a construcção de mais 100fornos de fundição ; no corrente anno projeclão-se mais39. A capacidade dos novos fornos será annualmentede 27,000 toneladas. Também se trata do augmentode outras machinas destinadas á .Iluminação e purifi-cação do íerro.

A producçao do ferro em barra é repartida destemodo entre os Estados: ,

Pennsylvania, 702,819 toneladas; Missouri, 126,713;Michigan, 63,595; Wisconsis, 67,000; Marylandia,:4,500: Geórgia, Alabama e Tennessee, 26,000 cada um:€hio, 230,533; New-York, 159,146; e New-Jèrsey63,413 A Virgínia figura lambem com 7,309 tonela-das, e outros Estados com menos,

A producçao do aço Bessemer no paiz, em 1872,foi de 125,360 toneladas, das quaes forão convertidasem trilhos de estradas de ferro 90,000. Esta industriaé ainda nascente. Estabelecêrão-se mais dez fabricas,sendo quatro na Pennsylvania; outras estão em prçi-jecto. A industria do ferro e a do aço são consideradascomo prosperas e remuneradoras; esuppõe-seque em4874 a procura será de 500,000 toneladas. Dous terçosdevem ser fornecidos pela importação.

¦ {Times, correspondência dePhiladelphia).

Producçao do café em Minas.

O Sr. presidente da provincia, desembargador Tra-fassos, querendo ainda provar que à fraude dos agentes.-

33

mineiros é devida a diminuição que se nota na.expoi*.tkãp do café do Rio de Janeiro,, reproduz m seu*xSÊl^torio a tabeliã comparativa, da exportação do café)M h semestre e diz : i.Ae$^rtaç|M0.'i? semestre,,dç/lTO.emdeq a( do^lf ^.r^^m^^JW1^Bíogramm&s,; sendo,a, mMor exporta^ do,Rio dó Ja^ipro, % 1^^3.0M%, MommmWr e a de outrap?provincias de 17.909:230 kilogrammas.

« Releva notar que ao^pas^o que a exportação; doRfedo,Janeiro subio dA,^r7^P#.3,50,553.839 1%Iftgrammas, e a 4e S. Paiilo de ^j>^,97fia 8 916.56^1kilogrammas* a de,,Mfna^Ger^.subíod^.OSS.^ai6t.($3,ÍSl, kitogramma^

«Sa estes, a|gar!Stnbs/nãp;; pf ovâo evidentemente a se^eneía da irauçlft q^ua se pratíca-oCora, as guia^as^sàdas pelas recebedorias mineiras, é forçoso en^Oç*admijttir que a producção do café na provincia deMinas teve um augmento prodigioso. %

A verdade está na 2a parte; do, dilema qpA S»v $*•'formou: isto é, a producção d0(.café, na provincialMinas tem augmento prodigioso.: É' sem duvida lisoageiro para Mihas este facto, qu(haMas aggraya, á sorte do^Rió de Janeiro, pois,que e^t^nas vistas de todo inundo que a provincia de Minas, aÔi>passo que alarga e desenvolve suas plantações e lavourade café, á do Rio de Janeiro caniinha, para o seu fataideclínio ! Falta lhe área a cultivar, já nao tem rnatta^e certos phenomenos atmospheriços, ligados a, unia,acção desconhecida do solo, têm matado a layquraidescafé. '

No Rio de Janeiro, a lavoura de cafénâo corresponSftnem ao numero dè cafe^çoç,, e nem aos braços e^r*pregados para tal fim! "a"

As plantações de café em S. Paulo e Minas dão trêsdezes mais do t^e; no Rio de Janeiro^ dada a igual-vade de braços e de numero de pés de café ! Isto ésabido e nem ha que contestar*

Em S. Paulo 50,000 pés de café tratados por 20«scrayof d|o7 lrQTjO*Q9f ,a ig^OQj^r artiobs^ <&ftft4!u*$p ê)a33psma cousa* a$ ;p$ss,0b f^^le^ire^ultadQ jna. gjaOygi§iaiv

—_4^5(i —

dp Rio. só, poderá ser> obtido em 300,000.pés de café,tratados pelo menos,por., 1Q0 escrayosv,

Náoha^pois, proporção«alguma.entrerRiQdefJaneiro,e.Minas^Geraes.; •

Lavoura do café.

WsémlUpuMica:«Nós os lavradores desta rparte. da provincia (^arra

Mansaj,^estamos anui to inquietos com: a irregularidadeda? estação. Depois de tão grande sêcca as chuvas témf*sido escassas, de modo que não é mais possivel lermos,abundância de cereaes para,o anno próximo * futuro

« A falta , de águas accresce o frio desconhecido^que tém feito até o momento em que escrevo, em vir-tudedo qual tem-se perdido parle das flores que co-brião os cafezaes mais velhos.

<c Eis o que éa lavoura I Quando esperávamos uma .colheita de, café igual a de 1860,, ahi, vem, a teimosa,,sêcca e o frio cortar-nos as esperanças I

«Isto é geral nos municípios da Barra. Mansa, Re?-zende e Pirahy.

«? Pôde ficar certo de qjje teremos, fome emc 18741...»

moléstiasdós '¦cafèzaess..-

Lê-se no Cruzeiro dó' Sú®: l« Uriiá nova doença, sem duvida grave, tem appa-

recidò nestes últimos tempos nós nossos cafezaes, tendo .origem, segundo parece, no valle1 do rio do Cdllegip,»nesta freguezia—e, desenvolve-se rápida pelo muni^cipio, dèvastândo já grandes plan taçõés, levando odesanimo senão o desespero aos lavradores, que se vêènrassim surprendidós.\

« Como se não bastasse também o apparecimentodo bicho, a latva dessa myriâdá dè pequenas borho-létas, operando o seu ataque ásfolHàsda arvore, surgeagora esse outro mal incotitestavelmeate peior, que

476 —

.em motivo apparente, sem attenção a quaesquer cir-curnstenc a° de estação, de terreno ou posição, bomr"to ao cafezal, a ^^fflfSilecer as folhas (symptoma fatal de sua aneççaoMi em

poucos dias fenecem para tornarem-se completamenteSêC«CaN5o

seria possível estudar, indagar a causa de

semelhante. mal'alioando-se com algum meio que pre-VeS

:S»S™ o menor dor»-

cisque ^osâo perturbar asorteidaW»nm tal facto — o governo desse paiz, os nomens aaVencia _-terião logo appareeido no empenho de com-bater o mal no entantoque entre nós ele caminhau _ somtaado, apercebido apenas pelos pacienles plan-U

«Pensamos, pois, que á nossa Câmara Municipal-mmnre o dever de chamar a attenção do governo paraS to tt grave, e que affectasenamer.^ o&no o

principal ramo de lavoura-o caie, P0™™^.çado da fatal raina. Ao menos que nao se nos aceusede imprevidentes. »

« Sr. redactor.-Não foi sem conlristar-mer que li a

transcripção que a Reforma fez em seu numero 2o7 do

C™S Li, sobre a doença que afíecta os cafezaesno valle do rio Collegio. .

« Conscio do alrazo em que vivemos em nossa es

pecialidade - lavoura, desde logo. ^e\me, Sr.te-

íhetor de publicar em sua conceituada folha um lactof^n nue se deu em minha lavoura, no anno de

4866 que permhta Deus, seja agora um meio de

evitar prejuízos lão consideráveis a fazendeiros de uma

Z0TSS°lm^ tinha o meu cafezal seis aunosfoi acommetlido, segundo creio, do mesmo

_mal. A

folhas do café começavâo a amarellecer e morria o arbusto que pouco antes me dava esperanças. A.mu os2

"fazendeiros provectos mostre, e pedi nhl.1-

Se o meio de evitar a propagação dessa terrível

- 477 -

enfermidade, cuja ramificação já ™*_?™tg%_\foniunclura deliberei arrancar alguns pes de café ata.ale observei que era suas raizes eslava,, m:emuns via umas formigas pequenas e pretas estraganüoa* <was tenras de suas raízes; em ouiros, nao via

ILas tomig^ sim um oulro animal, a que chamamos'"«'sem

um meio de evitar o lotai aniquilamento demeu cafe"af tomei o alvilre de socar a terra adherentefoeCaCfé betado, e assim consegui a«^tinhão desse mal, para os pes de caie que principiavama amareíS às folhas e não para aquelies que ünhao*T££Zo%t^L todos elies para melhorautrZ ao inimigo que se. podia propagar. O quef verdade è que consegui evitar o mal, perdendo apenasos pés de-cafó que tinhão a enfermidade ad.anlada.

« Cidade de Ubà, 1© de Novembro de 1873. »

Matorio dos tratellos da Sociedade Auxüiadorada Industria Sacional.

(Continuação.)

Jà flz observara Y. Ex. W»J^*g£sede ordinário com saber êr e escreve* ™^

saras s ís53sã^iSecSe8 umle^uvenienW£ ao

coS administrativo^,;»« « ^traes com as formal.dades ^os que ató agon»feito no fim do ànno, devendo repetir ojjmudaâe o alumno que não fôr approvado em qualquer

— ___ —

* __sjrespectivas matérias, em vez de repetir o anno,que é por demais desanimador ejmesmo; inútil atécertopento, sobretudo 'no primeiro,avisto como o repe-1 lente, que já sabe ler, tem de voltará aprendizagem<das4etras do âl[.habeto.Espero com este âlvitre augmentar consideravelmentenumero dos alumnos das classes superiores, aomenos-nos *dous 'primeiros annos do curso da 'escola.Quizera que a "marcha do -ensino _osse fiscálisada

mais a miiido pelo conselho administrativo, mastorça_ ceder aos conselhos da prudência, para que hãovenhão a ser em jpura perda os" sacrificios quel faz aSociedade Auxiliadora da Industria __ ei onal na manu-•tenção desta escola, _ jeu não cumpriria o meu deverse deixasse de propor as medidas necessárias paraevitar o descrédito desta instituição.

PRÊMIOS.

Obtiverão bancos de honra 27 alumnos, sendo 11no Io trimestre, 2 no 2o, 6 no 3o e 8 no 4°. Destesforão, no Io trimestre, na Ia secção 1 na ,1a. classe,

na 3a, 1 na 4a _ 2 na 5a, e na 2a secção 2 naIa classe, 2 na 2a, "1 na 3a e 1 na 4a; no 29 tri-mestre, na Ia secção 2 da 6a classe; no 3o trimestre,na Ia secção 1 da Ia classe, 1 da 2a e 1 da 7a e na'2a secção 2 da 2a classe e 1 da 3a, e no 4o trimes-tre, na Ia secção 2 da Ia classe es2 da 2a, e cna 2a

Secção _ da^l" classe, jl dá 3a, _ da 4a .e 1 da '-_*.O jury de exames propoz para prêmios de -Iwrosalumnos, um da _. <elaase da 2a secção, José «Ri-

caldoni, e outro _a 5a classe da mesma secção, jFir-raino Felix -de toros, por serem os mais distincttísnas-classés eJnos exames-dentre os _ que _o$ío appro-vados com distincção. •

Pareces-me já ^satisfactorioeste resultado,attendendo"a fue grande numero de alumnos não se _u}e_a _i

mame porque-entende que aquillo que aprend_u _ >d_ísdbra para o que precisa' saber de leitura, «eserifjta jecálculo; m_> é fôra de duvida que muitomelhor _e

— 470 -

poderia obter se não fosse o poUco tempo que temmesmo os mais applicados para se prepararem paraos exames, como já ponderei a V. Ex.

Cabe aqui declarar que desta escola desde a suainauguração até hoje já tem sabido, sabendo Têr, es-crever e contar as quatro 'espécies, cerca de 150alumnos que entrarão analphabetos.

roteTEiRO.

O porteiro coritinúa a ser um bom empregado, assi-duo, pontual e zeloso ho cumprimento de seus deteres.

Acha-se com melhor 'hãbitaíão do que tinha dantes,jpor isso que obtive da bondade do Sr. comihendadorFrancisco Joaquim Bethencoürt da Silva, que entre asobras que tinha de mandar fazer no edifício, de que édependência a casa da escola, se preparasse para apo-sento do mesmo porteiro a sala em que os alumnosguardavão os chapéos, e ahi fica elle,com uma alcovadecente e em boas condições hygPenicas, podendo aindadispor ?da sala da *ente onde esfà a %ibliotheòa.

MOVEIS, UTEI.SILIOS W ASSEIO DA CASA. ...

Conservão-seem bom estado os moveis e utensílios,bem como a pintura, e geralmente todo o edifício daescola. Apenas precisão ser caiadas as paredes, e re-telhada a menor das salas da aula.

Não somente mandei fazer os seis bancos de quefallei em meu relatório do anno passado, como. tambemtres smesâs apequenas para bs adjuntos.

Deve-se ainda à obsequioSidade do Sr. commebdadõr^rahòisco Joaquim BethiehcôtEft da Silva o tfcr íhandado%zer mais um ijüartfrpítfa aiteeadaç&o/e collocar Oh-f inarios èreéeptaeulôs de^materiasfecãesiem lugar mais^ttÍK. JeMteVeiado dò pe d'arítes havia. .

Ba necessidade detoais Í6 cábides para o£ Chapos doa^lumuos, de bancos é inesas Ou carteiras para a immenor da aula, bem como de uma Uboápreta pafá.«cálculo e dictado.

— 480 —

ESCR1PTURAÇAO.

Toda a escripluração acha-se em dia.Os livros que não tinhão de ser escriplurados pelo

professor e pelo porteiro, continuarão a selo pelo adjuntoPedro Pinto Baptista, em quem sempre lenho encontradoboa vontade e diligencia.

Este serviço espontâneo e inteiramente gratuito merecea attenção de V. Ex. e do conselho administrativo.

Do livro de que trata ó art. "89 das Instrucçoes emvigor, consta que visitarão a escola, além de S. M. o Im-perador,nodia 4 de Novembro e do Exm. Sr. ministro doImpério,no dia 6 de Abril; os Srs. Drs. Dionysio GonçalvesMartins e José Vieira Fazenda, commendador MiguelArchanjo Galvão e o membro do conselho adininis-trativo Camillo de Lellis e Silva e sua família.

ORÇAMENTO.

Dispcndeu-se dos cofres da sociedade com a EscolaNocturna, de conformidade como orçamento deste anno,a quantia de _:663#5I8, sendo:

Gratificação ao professor. . l:2O0$OOOIdem aos adjuntos 1:800.000Idem ao porteiro. .... 24O&00OIlluminação 2738218Papel, pennas, etc,etc. . . 5*19300Asseio da casa 89#000Prêmio a 2 alumnos. ... 10$000

Ordenei, porém, o pagamento de mais 148$50Ò, im-portancia de 6 bancos para a sala menor da aula, de 3mesas para os adjuntos e do encanamento de gaz para oaposento do porteiro, porque enteo^Li que podia lançar mãodas verbas respectivas do orçamento do anno passado,visto como não tinhão sido esgotadas, em conseqüênciados donativos dos Exnis. Srs. Barão das Tres Barras econselheiro ministro e secretario de Estado dos negóciosdo Império.

Da verba de 1:000$OGO para livros, gastárao-se apenas

481 —

I1W00, por isso que só effectuei a compra de exem-nlares calligraphicos de Tonkins e Buther worlh para a4- classe- dos livros do conselheiro Delapalme que selerão na 2a classe e da Historia do Brasil por BellegardeDará a 4a classe. .

Para o próximo anno leclivo proponho orçameDtoigual ao que vigorou este anno.

BIBLIOTHECA ESCOLAR.

Esta bibliotheca, que obtive do conselho administra-tivo em sessão de 1 de Setembro do anno passado, auto-risação de fundar a expens,as minhas, possue ja cerca de800 volumes, sendo-me muito grato declarar que oüer-tárão os Srs. Baptisla Luiz Garnier, 26 ; Nicoláo AntomoAlves 40 e conselheiro Francisco Octaviano de AlmeidaRosa, 14; o Instituto Histórico e Geographico Brasileirouma collerção completa de sua revista.

Com a mudança de aposento do porteiro, passei abibliotheca para a sala que olha para a r?a;P°oronsflugar mais decente e commodo, e ahi ja vai elle sendode utilidade para algumas pessoas que precisão cônsul-tar as obras de ensino elementar de que tenho procu-rado enriquecê-la. „ , .„

Reitero a V. Es. o pedido que fiz em sessão de 4í>de Abril das publicações que tem feito a sociedade,porque me parece que estas não devem deixar de serlidas pelo povo, altento o seu fim, e em nenhuma outra

parte podem ficar mais ao alcance de todos do que nabibliotheca desta escola.

ESCOLA DOMINICAL DE ADULTAS.

São perdi ainda, a idéa de realizar a aberturadesta escola ; mas penso que convém ff e-lf* °aJ*C0!*industrial, entregando o ensino elemen

fj™™^™senhoras e deixando para mais tarde as^n

gcargo de professores, em cuja presença é nalurf^ue*prmcipio tenhão vexame de estar asalumnas, por isso quetêm de patentear sua ignorância.

— 482 —

Nada mais tenho a levar ao conhecimento de V. Ex.sobre o que diz respeito a esta escola no anno que hoje

Muito sentirei se por infelicidade em algum acto deminha administração não me tenha conformado com asvistas de V. Ex. e do conselho administrativo, pois nãofoi essa a rainha intenção, e peço aV. Ex. e ao mesmoconselho que se convenção de que só involuntariamentedeixarei de concorrer para a prosperidade da nossaescola, já por que sei o bem que delia resultará para aactual e para as futuras gerações, já porque muito me•tempenhorado as provas de confiança com que metemhonrado até este momento essa corporação de cidadãosconspiciiospela sua alta illustração e relevantissimosserviços á causa do progresso nacional, entre os quaesV. Ex. oecupa o primeiro lugar.

^Escola Nocturna de Adultos da Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional, em 31 de Dezembro de 1872.^—José Manoel Garcia.

íÉíesta a historia desta importante instituição plan*-iadamo paiz pela iniciativa e esforços desta sociedade,que perfeitamente comprehendeu, que. não ha progressopossivel sem a cooperação do ensino, elemento pri-mordia! da civilisação no pensar acertado e judicioso dassociedades modernas.

Com effeito, quando por toda a parte se agita o gran-de pensamento de que o povo que tem as melhoresescolas, é o primeiro povo, se não é hoje sê-lo-ha amà-nhã, esta sociedade senlio-se possuída de forças paratomar sobre si/a mohre ipropaganda de convidar os es-piritos sensatos a dar vida e alento a tão nobre idéa, e,ípor^m impulso generoso de seus associados, eHa viotraduzido em factos um dos seus maiores desejos,forque eíla enxergava em -tão elevada aspiração o futuroísef ar©'ie sua pátria, a paz e felicidade de seus compa*WiOtas.

íNão é mister Mito esforço para seguir de 'perto amarcha sempre proveitosa que 4m tido a idéa dè da?r

— m -_ os povos responsabilidade de seus actos, convenceu-do-os pela illustração e ensino que se lhes proporciona,porque, como bem disse E. Labouhye, depois de mos-trar que a grandeza de um povo reside na força desuas instituições, e acompanhando ao eminente Sr. Eve-rett, é a razão do povo que guarda a paz publica,pensamento dictado porum espirito elevado e que bemde perto comprehende até onde deve ir o cuidado quecumpre prestar quando se trata do bem estar e felicidadedos nossos semelhantes.

Já são idos os tempos, em que não se queria quea razão fosse o primeiro guia do cidadão, época emque se admirava e applaudia a Fernando 11, quandoproclamava que seu povo não precisava pensar.

Felizmente os;povos de hoje vão conhecendo melhoros seus deveres, e applaudindo aquelles, que como odistinclo estadista portuguez o Sr. Andrade Corvo, en-tendem, que só a liberdade que vem da consciênciado dever e do direito, essa liberdade não sò politica,mas também social, é que representa o progresso nasua larga accepção: o progresso do povo -/liberdade quenâo se pôde obter, como bem diz, em uma nação, ondeOjpovo não tem os meios de se instruir pela leitura, e"não tem a razão esclarecida, para comprehender quaessão os princípios moraes e políticos, quaes são as con-veniencias econômicas sobre que deve assentar a go-vernação do Estado.

Tal o movei que guiou os sentimentos daquelles quedirigem a nossa sociedade, que não trepidarão um sòmomento em daro signal para tão importante desen-lace, tão convencidos estavão do papel que passavlo arepresentar.

Esta -missão é tão! gloriosa, que só por si lhe con-quistaria um lugar distinctO'entre as nossas instituiçõessoleis _ proveitosas.

Tudo o que se fizer em beneficio desta iidêa é pouco,•empara Corroborar o meu modo de pensa., reprodu-_irei aqui ss Mias expressões dictadas por um nossocompatriota muito intelligeuiee instruído, que fallando

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da instruecão popular no Brasil, assim se exprime:« Os acontecimentos caracterisão o systema. #« O povo que lê, ergue alto a sua autonomia no

Estado pela meditação e pelo pensamento, essas duasformidáveis trincheiras, ante as quaes quebrao-se ecahem impotentes os golpes traiçoeiros do despotismo,

quasi sempre alirados contra o povo pela mao oceultade falsos propagandistas.

« O povo que é instruído e encarna o seu progressono desenvolvimento real da inteiligencia, sabe gover-nar-se, tem a consciência de sua grandeza e podeconseguintemente preservar os seus preciosos direitosdos ataques embusteiros que lhe vem da cilada, oque tudo concorre, como bem se exprime, para quea civilisação appareça nascida dessa igualdade, porquea civilisação é o império da razão, e onde impera arazão o nivel da inteiligencia é a bitola única pelaqual se medem, e eu acerescento se devem medir asierarchias sociaes.» .

O movimento preparado pela Sociedade Auxiliadoratem obtido feliz suecesso, e já o Brasil pode dizerque, graças ao impulso valente, dado por esta instj-tuição. elle, aceitando os bellos exemplos de dedicaçãoque em favor de seu povo lem dado a Suissa, a Hollanda,a Bélgica, a Inglaterra, òs Estados-Unidos, e outrasnações, tambem protege e anima a instruecão, porqueabraça de coração o judicioso axioma de Júlio simonde que « a educação faz o homem, e o homem íaz aterra ))

Não parárão ahi as vistas desta associação; porquemui bem presentirão os seus membros que o pro-blema que havião submellido ao julgamento de seuscompatriotas não eslava desenvolvido como era mister.

Tendo encaminhado de um modo tão satisfactonoa idéa de intrucção popular, ella cogitou em tornarrealidade entre nós as palavras de um dos maioreshomens da Inglaterra, que, ajuizando das despezasfeitas com as exposições internacionaes, dizia: « a ci-vilisação de um povo se mede pelo aperfeiçoamentode suas industrias.» Mas como desenvolver as industrias,

— 485 -

fonte descm plantar ,oJ^%^^^riqueza de q*«wff,' Vencido como se achavadando a escola tnd str I, eonvenc ^

^BtIp^sx'2=>i™í?11 snode inferir a grande mis. ão qne ella ia con-

fiar a\ ta s-na dto dilecta8 expressão mais desenvolvidaou antes complemento legitimo do seu pnme.ro pen-

SÍtÍ£tcolScTem°r;iacãoatodosospovos;civ^

«Karecnão dever restar duvida, sobre a.mpor-

popular, am es aua*y Sliperinlendenle do ensino-SSK =*s;,^;S?-n !**

demonstrar que o pap« da 8C'enc'fepfrà muit0 ionge

»erre" ea ^ edm^axioma as ce.ebrespalavras de BacoS « KnáraUdga is power, sciencia é

POder;inSumccloSmo''trabalho mais prodnctivo:

SLff^^terS^ machinas,.um

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pequeno; numero de trabalha (fores, executão esta tarefa-e o trabalho dirigidor pela intèlligencia que construanossas casas, nossas pontes, nossos caminhos de ferro_nossos vasos, que fabrica nossos relógios, nossos pianosnossas, imprensas, em uma palavra, gue cria a eivilisa-çao^A* educação eleva o trabalhador. Quando elle fortao instruído e tão bem educado como as classes elevadas»da sociedade,, gozará da mesma consideração. Gin*.cinafo lavrando seu campo, Eranklin compondo em umatypographia, Hugh Miiler talhando pedras em uma car--reta, naç* erao inferiores a pessoa alguma, pelo menosaos olhos de todos aquelles cuja estima tem algum valor.« A instrucção não inspira o desgosto ao trabalhoporem leva o homem a procurar fazer pela machinatoda, esta parte do trabalho emi que não ha neces-sidade senão de força.c< Di^se, porém: se todos os homens forem- in-struidos, quem trabalhará? A resposta, é simples: todo,o mundo. Somente a: maior parte dos trabalhosserá cumprida pelas; forças, da natureza, dirigidas pelo

human1dadleaianí0 & ^ ^ ímm muí5eitoe£ *»»

r « A instrucção conduz ao bem estar, porque a scienciae poder e o poder gera a riqueza. '

*£&5l_v uUqção Wenta, nossos gozos, nossa feiWcidade, Oshom^m ignorante só conhece os gozos gros*______ !-. ,cnrP°' Rrafeps mui- fugitivos, compensados,demais pela, necessidade,, quei é un* sofrimento, Ohome© esclarecida gw das, bellezas da .natureza e^na^rte^ da. ppssia^ ám musicai dor commerciaJa-íf! , cQfmm^mmm^ da permuladossei^ti/nentosr elevados, ppazeres. duradouros» tanto mais^os^uan^ mk js dSa S^SÍT^ mSã° «* diga0&! de-.aminf ^^ ¥^ ^

'^^)f&Íh fi« pio-

S** JMStiflíJada. a- posi£$o> dagnellei qaersa aLr.-estam fMMwlw.e futuro com,

E,pre^a..dgsconheoer os prindpios. diurna,; 1m>

- 487' —

lógica, para negarrsei gue o futurOida^naçpes depende:dAfgtáQ de instrUsCção»popular, e que em futuro puoi.ximo só; ppderá.ser tido como riiçp e poderoso o pvo,cujo trabalho representai orfructoiã^^saber e: dai ins?telligencia.

Para dar força a esta, proposição basta lembrar,que o eminente historiador Macaulay, dizia que, seno x,viit século, o escocez, quasi pobre e ignoran-te, ganhava sempre sobre o inglez, esta, superioridade;provinha de que o parlamento de Edimburgo tinha,dado á Escócia um ensino nacional qu.8 faltava. ár,Inglaterra.

É essa também a maneira de; pensar dos fabriçan-tes nos Estados-Unidos, que, dizem, que se elles podepft:sustentar a concurrencia'. da Europa, ainda, que te^nhão de pagar salários duas vezes, mais elevados,,é porque seus operários, mais instruídos, trabaiblò,mais depressa, melhor, e sabem tirar mais vantajosopartido das machinas.

E, pois, outra norma não ha para seguir, quando,se pretende elevar uma naçãp, dó, que implantar em,seu espirito a necessidade da instrucção, fonie certa.,de grandeza e; força, por que nella reside a unjçaenaauéipação verdadeira.7

Ò que fei dito basta parar que se aprecie no seu,devido valor esta creação da nossa sociedade, o que.feito passemos ao estudo dá escola industrial.

%, historia dé sua^ fundação, a, tuío, o quei sobrei ella ?tçm, ocçorridA cieh iinportate» acha-se parleita^êntOandelineado no fjello relatório que a t. • Ex^ foi»dirigidoi ,pelo seu rpie^tivo director. Basta reproduzi-lo parabem apreòiar-sè b que tem havido de interessanteem relação ao assumpto.

O relatório é do theor seguinte:Illm. e Exm. Sr, — Tenho a honra de apresentar a

- 488 -

trabalhos e necessidades desta escola neste anno lectivoe orçamento das despezas indispensáveis no próximovindouro, de conformidade com a disposição do art. 14das Instrucções de 1 de Julho de 1872.

LIGEIROS APONTAMENTOS HISTÓRICOS.

Em sessão do conselho administrativo, de 15 de Julhode 1865, o Sr. commendador Joaquim Anlonio deAzevedo apresentou um projecto para a creação, aexpensas da Sociedade Auxiliadora da I.idustria Na-cional, de uma escola industrial nesta côrle. Esseprojecto unanimemente apoiado foi remettido a umacommissao composta dos Srs. Drs. Nicoláo JoaquimMoreira, Gabriel Militão da Villa Nova Machado, Ra-phael Archanjo Galvão Filho e Lúcio Jusé da SilvaBrandão e do autor da idéa.

A commissao apresentou um luminoso parecer em25 de Julho de 1866, concluindo com a proposta deque se nomeasse uma commissao para formular oregulamento da escola e de que uma vez approvado,se inaugurasse uma tão ulil instituição.

Reconhecendo-se, porém, que convinha abrir antesuma escola primaria para adultos, o que veio a reali-zar-se em 20 de Maio de 1871, e não dispondo aSociedade dos recursos pecuniários necessários parao custeio da escola industrial, aguardava-se ocpasiãoopportuna para levar a effeito a generosa idéa doSr. commendador Joaquim Antônio de Azevedo, queentretanto nunca deixava de lembrar a necessidadepalpitante de um prytaneo em que as classes obrei-ras pudessem obter a instruecão theorica e praticade que carecião.

(Continua,)

Rio de Janeiro.— Tyu. Universal deLAEHMERT, rua dos luvalitios, 61 B.

SOCIEDADE ÂUXILIADOEA

BA

ü 12.— DEZEMBRO DE 1873.

Sessão duo Conselbo- Àdininisíratí-va emr-4ef8V3.

I de Bei-emfet©

• -Hm- com a ipsta praja iM M, o Imperador. \PRESIDÊNCIA DO EXM. SR, CONSELHEIRO DE ESTADO VISCONDE BO

7RSO ERVNCO. -¦»¦¦ /¦ "

Achando-se presentes os membros do conselho osSrs. conselheiro visconde do Rio Branco; Drs. NicoláoiMoreira, Paes Leme, Rebouças, Pereira Portugal, Pe-ireira Rego Filho e Nascentes Pinto; mestre em artesGarcia; commendador Azevedo; José Botelho, e Sat-tamini; e os sócios effectivos, Sra. conselheiros JoséBanifacio Nascentes de Azambuja; Drs* GuilhermeScnuek de Capanema, José Ewbank da Câmara, Emygd.0Adolpho Victorio da Costa, e Joaquim José de SiqueiraFilho; condeRozwadowski; Guilherme Telles Eibeiro,José Alfredo da Cunha Vieira e Morris N, Rohn, foiaberta a sessão, lida e approvada a acta da anterior,^que teve lugar em 15 de Novembro ultimo.'.ti ' A. lk

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490

EXPEDIENTE,

Forão recebidos os Annaes do conservatório de artese officios, offerecidos a esta sociedade pela respectivaassociação.

C irta do Sr. rneslre em artes José Manoel Garcia,director da escola industrial, em que participa que nodia Io de Dezembro encerrarão-se as au]as da mesmaescola e que segundo declarão os respectivos professoressomente nas de francez e inglez é que existem alumnospromplos para serem examinados, pelo que pede qnesejão designados os membros do conselho que têm decompor a commissao examinadora, íixando-se ao mesmotempo o dia em que devem começar os exames. A essacarta acompanha o orçamento da despeza com a re-ferida escola no anno de 1874,

Curta do mesmo senhor, como director da escolanocturna de adultos, acompanhando os mappas do mo-vimento dos alumnos da dita escola nos mezes de Ou-tubro e Novembro deste anno, assim como o orçamentodas despezas com a escola no anno de 1874, e par-ticipando que, devendo encerrar-se os trabalhos esco-lares deste anno, é necessário designar os membrosdo conselho que devem compor o jury de exame comoexaminaddres, fixando-se o dia em que devem começaras provas dos alumnos.

Foí lida e depois de algumas considerações apresen-tadas pelo Sr. Dr. secretario geral e pelo Sr. condeRozwadowski, foi rejeitada a seguinte proposta: « Naproximidade da eleição do novo conselho administra-tivo para servir no biennio de 1874—75, requeirocom urgimcía que seja submeitida á deliberação doconselho actual a seguinte proposta: «1.° A publicaçãoda relação nominal dos sócios effectivos nossos, resi-dentes no municipio neutro, organisada na razão desuas respectivas profissões, precederá com prazo nãomenor de cinco dias a sessão ordinária da assembléageral, qüe terá de eleger o novo conselho administrativo.¦2.° O secretario geral fará, pelo contínuo e cobrador

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da sociedade, organisar a relação respectiva eeffectuara sua publicação em um dos periódicos mais lidosno mesmo município, ficando o thesoureiro da socie-dade, consequentemente, au lorisado a fazer a despezaprecisa para lal publicação.— Rozwadoutski.—-Sala dassessões, em o Io de Dezembro de 1873. »

Sendo approvada a urgência pedida, foi immedia-tamenie submettida á votação e unanimemente appro-vada a seguinte proposta : « Proponho para sócio effec-tivo o Sr. Dr. José Bernardino Borman, engenheirocivil, morador â rua dos Inválidos n. 17. — Rio, em oIo de Dezembro de 1873.— José Ewbank da Câmara. ¦»Foi, portanto, declarado sócio effectivo desta sociedadeo Sr. Dr. José Bernardino Borman.

Carla do Sr. Dr. Antônio José de Souza Rego, acom-patinando os papeis que se achavão em poder da secçãode commercio e meios de transporte para informar;e pedindo nella que o conselho lhe dê a exoneração depresidente da referida secção. São esses papeis, queficarão sobre a mesa:

Parecer sobre "o requerimento em que José de Faria

de Loureiro Coimbra pede a concessão do uso exclu-sivo das carroças de molas, de que apresenta duasreprodueçõés photographicas, destinadas ao transportede moveis.

Parecer sobre o requerimento Perey John Freyer,"William Brunelt e João Pereira Darrigue Faro pedem

privilegio por cincoenta annos para introduzirem noImpério o systema de transporte por meio de cabosde arahia, denominado—Wire Tram-way.

Forão lambem lidos e igualmente ficarão sobre amesa, para na próxima sessão serem tomados em con-sideração, os seguintes pareeeres:

1,° Da serção de machinas e apparelhos sobre óprivilegio por vinte annos, pedido por Nicoláo Schmidi,para o uso, venda e introducção de uma prensa dechapas de sua invenção, destinada a lavrar cpj|ros. .

2.° Da mesma secção sobre a pretenção de PauloRaffiuele a um privilegio por trinta annos para introduzir

- 4ÍI2 -

no Império os—Fornos italiano., do systema Chinaglia—destinados ao" fabrico de ladrilhos, tijolos e objectosde porcellana.• 3.° Da referida secção acerca do requerimento emque Casimiro Manoel Teixeira pede privilegio por vinteannos para usar de um hydrometro de sua invenção.

4.° Da secção de geologia applicada e chimica in-dustrial dando conta do exame a que procedeu nasamostras de canie preparada pelo systema M.e Call,que a esta sociedade remetteu o Sr. João Jorge Clausen.

ORDEM DO DIA.

Forão sem discussão approvados os seguintes pare-eeres da secção de machinas e apparelhos:

« Tem esta petição de privilegio por objecto um novosystema do prensas de algodão, de parafuso, adapta-das para serem postas em acçao poT meio de motorhidráulico ou a vapor.

« Sua principal vantagem é utilisar a. mesma forçamotriz, que fôr empregada em desearoçar o algodão,dispensando assim o trabalho braçaí.

« Não poderá por certo esta prensa competir com asprensas hydraulicas, que têm muito mais força e tra-baihão com mais segurança'e regularidade, podendotambem dar-se movimento á bomba da pressão coma força motriz, principal do estabelecimento.

« Adopfando mesmo o principio mecânico, utilizadopelo requerente, a prensa para algodão pôde ser aindaaperfeiçoada.

« Assim não é nesessario que a caixa de madeira sejaposta em movimento com desperdício de força motriz:basta que a ligação do parafuso principal com o discocompressor seja feita de modo que lhe permitia o seumovimento circular,

«Esta disposição é preferível a fazer a caixa e odisco compressor cylindricos, o que permittiria tam-bem poupara força motriz necessária para pôr emmovimeuto a caixa e o algodão nella contido.

— 493

« É também muito provável que nas altas pressõesum só parafuso se mostre .insuficiente, e seja ne-cessado recorrer a tres. . "

.« Em todo o caso a Secção aconselha que seja mais

reforçada a ligação do parafuso motor com o discoC°

«PNoSemtanto a prensa para algodão, do requerente,leva muita vantagem sobre as prensas communs neste

paiz e é inquestionavelmente um passo na estrada doprogresso industrial. .

' '((Attendendo ao quanto acaba de expor e ao deter-

minado pela Lei de 28 de Agosto de 1830, a Secçãode Machinas e Apparelhos é de parecer que seja con-cedido a James-Macfadden Gastou privilegio por vinteannos para a prensa de algodão, descripta e repre-sentada na exposição e no desenho annexos a petição,e no modelo, que deverá ficar archivado no mrais-terioda agricultura, commercio e obras publicas.

«Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional, em 15 de Novembro de i873.-ln«Behouças.-Xte.: Antônio de Paula Freitas,»

Ba mesma Secção:«O privilegio requerido lem por fim uma nova

machina de fabricar gelo.« A petição veio acompanhada da procuração, em boa

ordem, do juramento de invenção, da descripção doinvento e de cinco iithographias illustranao-o.

« Os melhoramentos introduzidos por John Gangee,se referem não só aos machínismos como aos reactivosrefrigerantes, , ,

((As disposições adoptadas parecem bem Lm^™*se eficazes para reduzir o preço da fabricação do gelo,artigo hoje indispensável para os usos da alimenta-çao, da therapeutlca e de muitas industrias.

« É, por isso, a Secção de Machinas e Apparelhosdeparecer que seja concedido a Jehn Ç^Kgpor vinte aimos para a fabncaçSe, rêada e mo nesteImpério do machinismo descripto e representado no

-\,

— 494 —

documento e lithographia, annexos á petição do seuprocurador, de 14 de Outubro de 1873.

«Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da Indus-Iria Nacional, era 15 de Novembro de 1873.— AndréRelouças. — Dr. Antônio de Paula Freitas.»

Da mesma Secção:« É o requerente cidadão brazileiro e official machi-

nista, residente no município do Bananal, provínciade S. Paulo.

((Inventou um brunidor de café, simples e engenho-so, para o qual pede privilegio ao governo imperialpor 15 annos.

((íllustroua sua petição com uma descripção minu-ciosa e com um pequeno modelo do seu brunidor.

« A Secção de Machinas e Apparelhos tem intima satis-facão todas as vezes que pôde, como neste momento,concorrer para se galardoar e estimular o espirito in-venlivo, infelizmente tão raro na raça latina, e quasiexcepcional neste paiz.

« Possa quanto antes a Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional ter recursos para desenvolver effectiva-mente o espirito inventivo na mocidade brazileira, mui-tiplicando não só nesta capital, como em todo o Brazil,aulas gratuitas de desenho, curso nocturno de nleca-nica pratica e museus de machinas industriaes !

« Ê sob a influencia desse desideratum que a Secçãode Machinas e Apparelhos, dando cumprimento â Lei de28 de Agosto de 1830, é de parecer que seja concedidoa João Leandro de Sevilha privilegio por 15 annos paraomachihismo de brunir café, descripto no documentojunto á sua petição, do Io de Julho de 1873, e repre-sentado no modelo que acompanhou a petição, e quedeverá ficar archivado no ministério da agricultura.

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da índus-tria Nacional, em 15 de Novembro de 1873. —André Re-bouças.—Br. Antônio de Paula Freitas. »

Da Secção de Geologia Applicadae Chimica industrial:«Gom ooffrcio da secretaria desta Sociedade, datado

— 495 —

M 12 de Agosto do corrente anno, foi presenle à Secçãode Geologia Applieada e Chimica Industrial o aviso domin ste io da agricultura, commercio e obras publicas delido m si* mez, remettendo o requerimento e ma.scapeis em que João Victor Gouthiere e João EduardoWagner subditos francezes, pedem pr.v.leg.o por 10Ss ao overno imperial para uso de nm procededestinado a conservar camarões e fruetas cio paiz,afim de que a Secção informe com seu parecer sobre° r^pSafioSlSma exposição do processo

anê e npre»ão em sua industria e dos desenhos doswpeciivos apparelhos, apresentarão amostra tanto doscfmarões como de fructos conservados pelo seu pro-CTa

Secção, estudando detidamente este a. snmpto e"examinando

com a maior attenção os produetos apre-So. é de parecer que tanto os

£~ como

os fructos se achão no melhor estado de conservação,offerecendo um sabor e cheiro agradáveis.

«É porém, fora de duvida que os peticior.anos nadaapresèníão de'novo, quer no processo quer nos ap-

parelhos que empregâo, pois tudo se reduz ao processo de Appert, hoje geralmente conhecido, com om holeurn que aWl™ moderna tem admiro.

« Como se sabe, o processo de Appert, -que tantosserviços tem prestado á economia domestica e prin-c pi mente 1 marinha, basêa-se na applicaçao metho-d ca do calorico e na sublracção do ar almospheriço:a

'substancias alimenta»» são encerra as em vaso

conveniente e bermelicamente fechados, os quaesX mmediatamente lançados em caldeira contendoagua, cuja temperaturaé elevada gradualmente a 100,de maneira a. estabelecer uma ligeira ebulição no, in-Fedor do vaso, resultando dahi a wmhmaçao.dc oxy-

geneo do ar atmospherico que existia ainda em seu mterior com o alimento. intiwlimo

« Fastier, a quem esta industriatónto deve,.ntroduz oneste processo uma importante modificação qn^tonsistóna mistura de uma certa quantidade de sal commum com

— 496 —

a água da caldeira, de modo a poder elevar a temperalu-ra a 110°, e a estabelecer, conseguintemenle, uma ebuli-ção mais franca no interior dos vasos, que por meio deum pequeno orifício em sua parte superior deixao es-capar não só o vapor produzido, como o ar atmosphe-rico.

« Esle importante melhoramento, protegido cornoainda se acha na França por um privilegio, tem sido,entretanto, muito explorado em diversos paizes e prin-cipalmente na Inglaterra, onde nenhum privilegio temrestringido esta importante industria»

« A Secção, com quanto nada de novo encontre no pro-cesso dos peticionarios, não desconhece todavia que ellespodem prestar relevantes serviços á industria nacional,montando em grande uma fabrica, onde possão serapro-veitadas para uso de certas províncias e para exportaçãotantos gêneros .alimentares, que são hoje perdidos porfalia de quem se entregue a essa industria,, que apezarée conhecida no paiz, não tem sido convenientementedesenvolvida.

«Pensa, pois, a Secção que os peticionarios são dignosde todo o louvor e animação não só por parte destaSociedade cujo fim é auxiliar a industria nacional, comopor parte do governo imperial, que pôde influir pode-rosamente no desenvolvimento e progresso desta, comode muitas outras industrias de utilidade publica, cujaausência entre nós só pôde ser explicada por falia deinicialiva individual e pelo indifferentismo com que emnosso paiz são recebidas todas as emprezas que nãopromettem desde logo lucros fabulosos.

« Pensando deste modo a Secção sente, todâvia,algomescrúpulo em aconselhar a ccncessão de um privilegioem favor de uma industria geralmente conhecida equepôde e deve ser exercida livremente por muitos indi-viduos neste vasto Império-

« Em conclusão, è a Secção de parecer: Io, que aindustria da preparação de conservas alimentares a quese referem os peticionarios, posto que seja conhecida epraticada em pequena escala no paiz, não tem sidoconvenientemente desenvolvida; 2°, que os processos e

apparelhos apresentados nada offerecem de novo, poistudo se reduz ao processo de Appert.com os melho-ramentos modernos; 3o, que sendo esta industria deorande utilidade publica merecem os peticionarios todaa animação e protecção não só do geverno imperialcomo desta Sociedade; 4o, que não se tratando de umainvenção, nem mesmo de uma introducção de in-dustria desconhecida no paiz, a concessão de um pri;vilegio creada uma excepção odiosa, que daria em re-suitado o monopólio de uma industria, que por suanatureza pôde e deve ser livremente exercida nopaiz." fe

« Rio de Janeiro, 8 de Novembro de 1873.- Dr. An-tonio Conta de Souza Costa, presidente.—AméricoRodrigues de Vasconcellos. »

depois de ter o Sr. conselheiro José Bonifácio deAzambuja fatiado contra, foi approvado o seguinte pa-recer da Secção de Agricultura:

« Concorda a Secção de Agricultura com o pedidoque fazem a esta Sociedade os agricultores da SacraFamilia do Tinguá, e julga que sem grande dispendiopara esta Sociedade se poderia prestar este valioso ser-viço, entendendo-se com o consulado brasileiro, emLis-boa, afim de que elle remetta os baceilos das melhoresqualidades de vides que existão naquelle paiz.

« Sala das sessões da SociedadeAuxiliadora da Mus-tria SacionaUm o Io de Outubro de 4873.-Dr, NicoláoJ.-Moreira, presidente.—Dr. Antônio f ermndes PereiraPortugal. »

E nada mais havendo que tratar, o Sr. presidentelevantou a sessão, dando para ordem êo dia da se-:gtóate : Discussão de pareceres que ficarão sobre amesa -Dr José Pereira Rego Filho, servindo ie pre-sidente.—João Evangelista de Negmiros Sayão Lobatogobdnho, servindo de secretario geral. -José Ajusto

¦ Nascentes Pinto., secretario adjunto.-lio de íaneiro,em o Io de aezembro de 1873. v ;

- 498

Sessão *d_ conselho administrativo em i _ de Dezembrode 18 33.

PRESIDE.NCU INTERINA DO SR. SECRETARIO GERAL COMMENDADOR

DR. JOSÉ PEREIRA REGO FILHO.

Achando-se presentes os membros do conselho Srs.Drs. Pereira Rego Filho, Nicoláo Moreira, Paes Leme,Rebouças, Pereira Portugal, Nascentes Pinto e SayãoLobato Sobrinho-, mestre em artes Gar.-ia ; commen-dadoí* José Maria Pereira, José Botelho, Sattamini,Macedo, Conceição, Lellis Silva e Henrique Nascen-tes: e os sócios effeciivos, Srs. conselheiro José Bo-nifacio Nascentes de Azambuja, conde Rozwadowski,Dr. José Bernardino Borman, Carlos Hauschild, MorrisN. Rohn, James Walter Grahm, Sedurick, L. Messiek,José Ewerlon Panente e Francisco Soares de Andréa,foi aberta a sessã), lida e, sem discussão, approvadaa acta da anterior, que leve lugar em o Io de De-zembro corrente.

EXPEDIENTE.

Carla do Sr. Hermiliano Jorge Linhares, dirigida aoExm. Sr. Visconde do Rio Branco rogando-lhe que sedigne providenciar para que ao mesmo Sr. Linharessejão remettidas algumas sementes de algodão, comespecialidade do herbaceo, afim de ser sua cultura ex-perimentada pelos agricultores do Bio S. Francisco,na província de Santa Catharina. — Á mesa para sa-tisfazer como fôr possivel.

Forão lidos e ficarão sobre a mesa, para seremopportunamente tomados em consideração, os seguin-tes pareceres :

1.° Da Secção de Geologia Applicada e Chimica In-duslrial sobre o privilegio por trinta annos pedido porJoão Birnfeld e outros para explorarem salinas mi-neraes e arüficiaes na provincia de S. Pedro do RioGrande do Sul;

" \.

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° Da mesma Secção sobre a pretenção de NicoláoDoux pedindo privilegio por trinta annos para o es-abelecimento de salinas na Bahia do .Rio de Janeiro;

• Da referida Secção acerca do privilegio por 15annos que o engenheiro civil Firmino Rodrigues Vieirasolicita do governo imperial para um systema de sa-linas aperfeiçoadas na provincia de Sergipe;

• Da Secção de Machinas e Apparelhos a reepei odo privilegio por vinte annos requerido por J. L. mSouza Breves &C.a para um machinismo destinado aconservação do café nos armazéns de deposito;

5.o Da mesma Secção sobre o merecimento da pie-tenção de Benjamin üplo-, qn? eohcila do governoimperial a concessão de privilegio por quinze annos

paia a inlroducção de machinas e construcção defornos destinados ao fabrico de pao, conhecido nos Es-tados-Unidos por âiracted bread.

OKDEM DO DIA.

Forão sem discussão approvados os seguintes pa-receres .

1.° Da Secção de Geologia Applicada e Chimiea Iodos-""«'A

Secção de Geologia Applicada trChimiea Mae.trial foi presente o officio da secretaria desta Sociedade,dà_.do de 5 de Agosto de 1872 cobrindo uma carta deJoão Jorge Claussen, remettendo a esta Sociedade duas'leu.

comendo carne de vacca cozida e preparada se-gnndo o processo de _,.• Cell, na fabrica da Tnmdael,S de Montevidéo. afim de que a Secção examman-do-a e tomando em consideração a mesma carta, in-forme com o seu parecer sobre o assumpto. ^

« A Secção procedendo á abertura das latas em 12do corrente mez, isto é, 13 mezes depois da remessae examinando o seu conteúdo encontrou^ carne, de.acea da melhor qaalWade. cozula e P<* frentebem conservada, pois apresentava uma bella cor natarai, cheiro e sabor agradáveis.

— hoo -

« A carne em questão é cozida em água simples, comuma diminuta quantidade de sal e conservada peloprocesso de Appert-Faslier, podendo ser usada im-mediatamente e independente de qualquer outra pre-paração culinária, em vista do seu estado de compie-ta cocção e da pequena quantidade do sal que con-tém.

« Quando pudesse haver ainda duvida sobre a efficaciadesse processo, bastaria esta prova para formar a con-vicção de que é elle superior a todos os processosconhecidos até hoje.

« Com effeito, conservadas as latas em poder da Secçãodurante mais de um anno, foi encontrada a carne co-zida em perfeito estado de conservação.

« Generalisado este processo e reduzidos os preçosdeste gênero de primeira necessidade, muito lucrariagrande parte de nossa população, mormente em certasprovincias, que em vez da carne sêcca ou salgadapoderia obter carne verde superior e por preços in-fimos

c( A Secção é, pois, de parecer que as amostras decarne cozida remettidas a esta Sociedade por JoãoJorge Claussen são de optima qualidade e que o pro-cesso seguido para sua conservação é excellente.

« Rio de Janeiro, 13 de Novembro de 1873.—Dr. An-tonio Corrêa de Souza Costa, presidente. — AméricoRodrigues de Vasconcellos. »

2.° Da Secção de Commercio e meios de transporte.« A Secção de Commercio e meios de transporte da

Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional vem cum-prir o dever de dar o sen parecer sobre o requeri-mento em que Perey John Freyer, William Brunett eJoão Pereira Darrigue Faro pedem privilegio por cia-eoeeta annos para introduzirem no Império o systemade transporte por meio de cabos de arame, deno-minado « Wire Tram-way. »~íí -ríèífi a invenção desse systema de transporte, nem

a idéa de sua introducção no Império pertencem aospeticionarios, porquanto, já em 1870, foi importado

501

por Guilherme Telles Ribeiro o material.necessário parao svstema de transporte de que se trata, e levado parauma de suas fazendas na província do Rio de Janeiro.Em seguida solicitou do governo imperial privilegiopara introduzir no Império esse novo systema de trans-norte, que consiste, como se vê pelo desenho annexo,em um cabo de arame sustentado sobre uma seriede molduras fixas sobre postes de grande fortaleza,os quaes, em geral, são collocados em distancia de 300pés inalezes. O cabo, na extremidade da linha passaem redor de uma roda horizontal (drum), movida pormachina a vapor, ou outra força motora, com tal ve-locidade que no tempo de uma hora as mercadoriassão transportadas de uma a duas léguas, em caixasapropriadas, que achão-se penduradas no referido cabopor meio de azas de suspensão, de feitio particular, queas susteotão em perfeito equilíbrio, e ao mesmo tempofaeilitão sua passagem pelas roldanas fixadas nos postes,desde o ponto remettente. ,.-,».

« A idéa era boa, a utilidade publica bastante, a m-duslria tiraria proveito, mas tratava-se por essa oceasiãoda organisação da companhia Locomotora de Wportes e da formação da companhia da Doca deD Pedro ti, que lambem tinha prelenções sobre otransporte do café da estação central da estrada de ferropara o littor.il. _. ,.

« Por estas causas e por outras que nao pertence aSecção investigar, Guilherme Telles Ribeiro não obteveo privilegio para introduzir no Império o systema detransportes de que se trata, não obstante merece-lo,sendo dado sobre a sua pretenção o seguintecarecer:

« í Secção de Machinas e Apparelhos da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional foi presente a peti-ção em que Guilherme Telles Ribeiro requer pnvi-Lio para introduzir no Império o systema de trans-norte particular, A invenção é do subdito inglez Hodyson,engenheiro civil, e está sendo explorada^ peMompa-nhia « Wire Tram-way Company », 21 Greshm Streetold Jerway London E. C. ¦ navLa«O supplicante nâo apresenta documento algum que

— S02 -¦ j. - ... ..

prove estar autorizado pelo inventor ou pela compa-nhia a promover a introducção do systema no Brazil.

« A Seccão crê, pois, que não se póde conceder oprivilegio sem faltar ás regras de boa fé internacional.

« Julga ainda de seu dever aproveitar a opportunidadepara protestar solemnemente contra a concessão deprivilégios para a introducção neste paiz de inventosestrangeiros, sem autorisação nem sciencia dos inven-tores e legítimos proprietários, como ainda ha poucoteve lugar para a locomotiva Thompson.

« Além de ser uma falta contra todos os bons prin-cipios de direito de prop iedadd e um malefício im-merecido ao inventor, muitas vezes inconveniente eprejudicial mesmo ao Brazil, a Seccão Ujme que talproceder venha a produzir reclamações diploma icas,ás quaes não poderá o governo imperial responder vic-tonosamenle, fundado nos princípios immutaveis e uni-versaes de justiça e de moral.

«Sala das se.ssões, em 15 de Dezembro de .8"0.—André Rebouças.—\)v. Antônio de Paida Freitas.—Guilherme Van Vlek Lidgerwood. »

« Nestas tircumstancias, não póde a Seccão de Com-mercio e meios de transporte dar parecer em favorda pretenção de Perey John Freyer, Wiljiam Brunette João Pereira Darrígue Paro, a qual deve ser inde-ferida, visto não serem elles produclores nem intro-ductores do systema de transporte por meio de cabosde arame, denominado « VVire Tram-way. »

« Sala das sessões, em o Io de Dezembro de 1873.—Dr. Antônio José de Souza Rego, presidente,— Malheusda Cunha, secretario. »

3.° Da Secçao de Machinas e Apparelhos.« Tem esta petição por objecto um hydrometro, con-

tador, medidor d'agua, ou, em linguagem vulgar, umrelógio d'agua. A petição veio acompanhada de um de-senho e de um modelo do apparelho.

¦ ¦-:,,.«¦ O problema da med.ção d'agua nos abastecimentos

- 503 -

urbanos é um dos que mais têm preoccupado os in- f ;ventores da Europa e dos Estados- tmdos.

« Já esta Secção teve oceasiao de dar parc»r, emJaneiro de 1872, sobre um hydrometro, inventado porFrancisco de Paula Bellido.

« O hydrometro apresentado pelo requerente e deuma construcção simplissima e fundado em princípiosracionaes. „ ,, » . . .A

« Se alguma objecção se lhe pode lazer e quanto aorigor da medição, sobretudo quando o volume d aguaa medir fôr um pouco considerável,

« O medidor, inventado pelo requerente, entrega aagua sem pressão, ou em baixa-pressão, salvo se es-tiver ern situação elevada.

(( Para os abastecimentos d'agua, destinados aos usosdomésticos, este inconveniente é de pouca monta ; mas-nas distribuições de agua em alia pressão, como forçamotriz para-estabelecimentos industmes, este incon-vãmente é da maior gravidade. Pelo desenho junto apetição que traz o hydrometro applieado a uma caixad'agua'domestica, parece que o inventor só leve emvista as circumstancias acluaes do Hip de Janeiro.

« A Secção de Machinas e Appare nos é, pois, de pa-Tecer que, verificado no archivo do ministério da agri-cullura que nâo ha identidade entre o hydrometro dorequerente e o de Francisco de Paula Bell ido, seja cou-cedido a Casimiro Manoel Teixeira privilegio por vinteannos para fabricação, uso e venda, neste paiz do ny-drometro, descripto e representado nos documentosannexos á sua petição de 6 de Setembro de 1873,

(( Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da Indus-tria Nacional, em o Io de Dezembro de 1873.- _»d __

- Rebouças.-Dr* Antônio Paula Freitas. »

4.° Da mesma Secção.ao objecto da petição é o reconhecimento no Brazil

de uma patente, concedida p.o governo italiano aMarcello Chinaglia, e por este transferida a Paolo liam-ne_lÂ

petição está acompanhada de todos os documentos

— 504 —

justificativos da patente de privilegio da Itália, e darespectiva transferencia; tudo legalisado pelos agentesconsulares deste Império.

« Além desses documentos essenciaes, trouxe o reque-rimenlo uma descripção minuciosa e desenhos dosa Fornos de systema Chinaglia» para cozimento decal, que constituem o objecto privilegiado.

« Essa patente de privilegio deve findar na Itália a18 de Março de 1874.

« É pelo que acaba de expender, de parecer a Secçãode Machinas e Apparelhos da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional que deverão ser garantidos durantedez annos, no Império, os direitos ao privilegio China-glia, legitimamente acquiridos por Paolo Raffinettiv

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da índüs-Iria Nacional, em o Io de Dezembro de 1873.— AndréRebouças.—Dr. Antônio Paula Freitas. »

Tendo de entrar em discussão o seguinte parecer daSecção do Commercio e meios de transporte, requereuo Sr. Lellis Silva o adiamento desta para outra oceasião,o qual foi rejeitado, depois de terem fallado o Sr. Dr.Pereira Rego Filho, o mesmo Sr. Lellis Silva e o Sr.conselheiro José Bonifácio Nascentes de Azambuja.

Eis o parecer:« Com officio do Sr. secretario geral de 29 de Oulu-

bro ultimo foi remettido á Sociedade do Commercio emeios de transporte o requerimento em que José deFaria Souveiro Coimbra pede se lhe conceda, durante oprazo de tempo que o governo julgar necessário, o usoexclusivo de carroças de molas, de modelo totalmentenovo, destinadas ao transporte de moveis, afim de quea Secção emittisse seu parecer a esse respeito.

«Asduasjhotographias que acompanfeão o requeri-mento estão de conformidade com as carroças que. jáse achão promplas, e que forão cuidadosamente exa«minadas pelos membros da Secção. :, .",'¦ •,, .,,'¦';'

« As carroças para transporte de pianos, espelhos equadros têm de vão desde a plataforma até ao fundo

- 505 —

quatorze palmos e sete pollegadas, de largura sele pai-mos e de altura dez palmos e seis pollegadas, São acol-choadas apenas na parte inferior, e têm cortinas de todosos lados para resguardarem do sol e da chuva os objectosnellas recebidos. Nenhuma modificação apresentão ásque já são empregadas nesse serviço pelo próprio pe-ticionario.

« As carroças destinadas ap transporte de moveis têmde vão desde a plataforma até ao fundo dezenove palmose uma pollegada, de largura sete palmos e duaspollega-das e de altura doze palmos e quatro pollegadas. Sãofechadas dos lados e na frente, tendo apenas na partesuperior desses tres lados pequenas aberturas, em fôrmade postigos, para darem passagem áluz e ao ar, osfundos são fechados na parte inferior por duas meiasportas forradas de zinco e na parte superior por umagrossa cortina de lona; têm um tejadiího de zinco eplataforma á semelhança das que usão os bonds ouvehiculos de trilhos urbanos. Estas carroças assemelhão-se muito ás que ultimamente se estão empregando parao transporte de carne verde.

«A principal modificação que existe entre as carroçasdo peticionario, e as que são conhecidas com os nomesde andorinhas e favoritas, consiste em serem ellas acol-choadas internamente pelos lados e na frente, acolchoa-dos esses iguaes aos que se usão nos carros, caleches,e outros vehiculos para transporte de passageiros.

« Na sua petição propõe-se o supplicante sujeitar-se Euma tabeliã fixa dos alugueis de cada carroça, confor-me a distancia que tiver de percorrer para effectuaramudança, e bem assim a qualquer condição de garan-tia que o governo estabelecer, não só quanto a multaspor faltas que commetter, como também relativamenteá indemnisação dos prejuízos que causar por extravioou estrago dos objectos que forem transportados nessascarroças.

« Quanto á tabeliã de preços que o pretendente apre-sentou á Seccão, e que vai annexa, não lhe cabe entrarna sua apreciação, visto ser isso da competência dapolicia, que procederá nâo só atai respeito, como dasA- 35 ... a a .:«:'

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- «06 —

multas que julgar conveniente impor, do mesmo modoque o tem feito para com os tilburys e outros vehi-culos para passageiros, parecendo, entretanto, á Secçãoque os preços mareados na referida tabeliã ainda po-dem ser reduzidos, sem prejuízo do emprezario e embeneficio do publico.

« A proposta que o peticionario faz de sujeitar-se áindemnisação dos prejuízos causados nos moveis e ou-tros objectos, qne forem transportados em suas carro-ças deve ser aceita, e constituir mesmo uma obrigaçãodelle para com o alugador desses vehiculos.

n O augmento do numero de animaes que forem ne-eessarios para puxar essas carroças não deverá igual-mente influir na elevação do preço que o peticionarioestabelecer na sua tabeliã, a qual marca somente umaparelha para todos os pontos ahi mencionados, porquanto esse augmento ficará á disposição do conduetor,segundo a distancia que tiver de percorrer o vehieulo,e a necessidade de maior brevidade em desoccupa-lo.

« O supplieante não precisa licença do governo parao uso exclusivo das carroças que fizer construir parao transporte de moveis, porque cada um pôde dar ouso que bem lhe parecer aos vehiculos que quizerempregar para os diversos transportes, uma vez quese sujeite ás posturas da Ilíma. câmara munieipal.

« Não havendo, portanto, invenção nas carroças deque se trata, mas apenas alguns melhoramentos nas queha muito tempo são empregadas nesse serviço, entende aSecção que o requerimento do peticionario deve serindeferido, negando-se privilegio para semelhante in-dustria.

« Sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional» em o Io de Dezembro de 1873.—Dr.Antônio José de Souza I%o, presidente.—Matheus daCunha, secretario. »

Nada mais havendo que tratar o Sr. presidente le-vantou a sessão, marcando para ordem do dia da quetem de haver em 2$ do corrente mez: Discussão doBegttlamento das escolas mantidas por esta sociedade.

- «07 --JmqmmAniomode Azewdo,%> vice-presidente.-Dr.Jmi Pemm Rego Filho, secretario geral. -José Au-gusto Nascentes Pinte, secretario adjunto.-Em 46 deDezembro de 4873. •

Sessão úo conselho administrativo em SS tíe ©ezemb^«le fSTS.

VÍCE-PRESIDENCIA IM) SB. eaMMENDADOÍt JOAQUIM ANT0Í.ÍODE AZEVEDO.

^^"f?^ Presentes os membro*- do conselho, Srs. .Portugal, Pmto -Tumor, Pereira Rego Filho o Ifaseentes.'T_:irst»renem?r"*[6areia_ e____________,a»w3.fleS^r.W' « Botelho, Satlamini, Rabello eHetjncfDo. Haseentes; e os sócios effeelivos Srs. conse-______________? fn0DÍff Í04Na8CenteS «O' *^*b« -SSüuinuliano Jose do Amaral, conde Rozwadowski, DrSrta !ZeFãrFdréa-e Mi0 Corréa ^ Car ar_>tool r. U n .'»Ma . aWreTOí» a acta * aDte™«-.SeíaçãL0

*• C°nde Et0™« » algumas

iJ_S____'!__." JrSé ftom&uÍa apresentou a seguinte«__TÇi=.'__ ™ Pe-d,° ,fosse ínS6rta M-Preseníe acta;« «a acta da sessão desta sociedade do Io do cor-rente mez, publicada no Jornal d® üommercm de hoieSo tCf SÜ *¦* ^De,fp'?0 «PP««*» •"- discas:™Ltg! P™«n*. inclusive o mareado com o o 4

mk. *S_ W?gner para a inlfoducção de um pro-SSfJ_______- e0DsemÍa» de frotas o camarões.^ »/Ma fS™ ° ??se!heiro a<^ Bonifácio de Azam-LSl-*''_' aPPro«âo o Parecer da Secção

dí^2"S»ia doT,D«aá Para se mandar V mm!»

SS* °S errose»iBmeUidos nesta pubíeaíão,em primeiro lugar, porque foi discutido o parecer sS

A'Av,.'vr>:':.•;.•¦'.¦¦

508

o privilegio; e em segundo, porque foi esse o parecer queeu impugnei, e não o outro, a respeito do qual nao pro-

RíS^jS que seja esta -—^na acta de boje, e que. V^.^^J^t^^são de 46 do presente, se ratifiquem os erros que ticao

ifíÊías sessões da Sociedade Auxiliadora da In-dlstria Nacional, em 22 de Dezembro de 1873.- JoséBonifácio Nascentes de Azambuja. »

Foi apresentada pelos Srs. commendador Atento.;Drs Nicoláo Moreira o André Rebouças a seguinte pro-posta que em conseqüência de ser approvada a nrgen-SS pedida, foi immediatamente submettida avotáp,eZBm approvada;.^-P^^^f.membro effectivo desta sociedade o proposto, qoe e osi. Dr Agostinho José de Soma Lima, medico, moradorá rua da Misericórdia.

ORDEM DO DIA.

Entrou em discussão o regulamento para as escolasman das por esta sociedade, o qual ficou adiado depoisde" terem Sado os Srs conselheiro Jos Bonita«oArambuia Drs. Nico áo Moreira e Pmio Júnior, mesireem arles GaroL conde Rotwadowski e Dr. Per» RegoFilho.

Foi approvado o seguinte < _rtWO Sr. Dr. Nicoláo Moreira raelamou contra o »

do parecer relativo aos médicos, eom quanto «*#»£que fosse intenção da commissao offender a essa distiD0

Ifconseltaeiro Atambuja, como relatordajwa-missão explicou o pensamento desta, que nao era por

\!_ irrogar injuria a uma.classe, qu'^^^os respeitos, e tem nesta sociedade conspicuos representantos

Depois do que, o Sr. presidente le»^,ahnSefv°e' wclarando que a primeira sessão de conselho de»e terlugar em Janeiro do próximo futuro anno.

-509 -

Sessão da* Assemblea Geral, em 30 de Dezena»de 18*7».

PRESIDENCA DO EXM. SR. CONSELHEIRO DE ESTADO V.SCONDE DO

RIO BEA.NC0.

Achando-se presentes os membros efetivos desta so-ciedade os Srs*. conselheiros visconde do^ Rio B anceJo<é Bonifácio Nascentes de Azambuja, Drs. N co ao Joa-JquiemMoreira,

Domingos Jacy Monteiro, EmygdioAdolphVictorio da Costa, Luiz Alvares de Azevedo Macedo, LopoDSrâirlFraticiscq P^*^!-J"ffiffl*Pinto Júnior, Antônio Fernandes Pereira Portugal.AndréRebouças, Francisco José Xavier Henrique^Braune JoséPerpira Reso Filho, João Evangelista de Negreiros feayaoL bato SoSÒ e José Augusto Nascentes Pinto, mes reem artes José Manoel Garcia, cominendadorw JraqnmAntônio de Azevedo e Antônio Luiz Fernandes da CunhaJosé Botelho de Araújo Carvalho Al«anBd^™s°fsRocha Satlamini, Antônio José da.Si \^^°- «°™N Kohn José Ewerton Parienle, José Alfredo da CunhaVietn! André Gonçalves de Oliveira e lhW«WNascentes Pinto, foi aberta a sessão da; Assemb ea Gerallida e, sem discussão, approvada a acta da ultima, queteve lugar em 2 de Janeiro do corrente anno.

EXPEDIENTE. #

Foi lida a seguinte carta, do que a assemblea ficoui nt ai vt\ flíL *

« Illm! Sr. - Sendo certo e notório que nao póde ac-tualmente funccionar a bibíiotheea da Sociedade.Auxi-liadora da Industria Nacional na casa onde ^^es«ia.s^ciedade celebra presentemente as suas sessões.f sol"*;por isso, ceder, como peta presente o faço, do. i de Ja-neiro em diante, em favor das escolas fundadas e man-tidas pela dita sociedade, o ordenado mensal de cincoentamil réis, marcados ao ajudante do bibliolhecario cargoque tenho exercido por nomeação do conselho aumiuis-trativo desta sociedade, o que lenho a honra de commu-nicar a V. S., para que se digne de o levar ap conheci-mento da Assemblea Geral; bem como que, nao obsianie

510 —

essa minha espontânea deliberação, continuo, se o con-selho assim o permiflir, a prestar osmeus insignificantesserviços a bem da completa organisação da dita bibl o-theca. -D.us guarde a V. S. Rio de Janeiro, 30 de De-S°*

1874.-Illm. Sr. commendador Dr JoséPereira RegoFilho, mui digno secretario geral da Socie-Xaviw™

fâ dâ!oduslriaNaeional— Francisco JoséFoi mais lida a seguinte declaração, que se resolveufosse inserida nesta acta: ¦

;^| Proponho que se consigne na acta que esta socie-dade applaude com patriótico júbilo o grandioso aconte-cimento da chegada do cabo submarino á capital doBrazil, onde e, desde já, um poderoso elemento do seuprogresso e civilisação.^ A telegraphia elecíriea, que põe hoje em communi-cação o norte e o 'sul do império de Santa Cruz, é reco-nhecida pela Sociedade Auxiliadora da Industria Nacionalcomo o íacjo mais estrondoso da industria moderna, ten-üendo com os caminhos de ferro a encurtar as distancias

v raFdP PraÇaS industriaes e commerciaes os povos« A Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, pois,congratula-se com as suas co-irmãs do Norte por vêr, noreinado do Príncipe, proiector das letras e da grandezanacional, immergido nos mares do Brazil o admirável

propulsor, que deve trazer entre todas a rápida commu-nicaçao do seu commercio e desenvolvimento da indus-tna nacional.- Rio, em 30 de Dezembro de 1873.—J. A. de Azevedo. »Lêrãose finalmente as seguintes propostas, que im-mediatamente forão submettidas á votação e unanime-mente approvadas:

' « Propomos que seja conferido o titulo de vice-nre-sidente honorário ao Exm. Sr. conselheiro de Estado vis-conde de Jaguary, em altenção aos relevantes serviçospelo mesmo senhor prestados á Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional-Rio, em 30 de Dezembro de 1873.—J. A. de Azevedo. — André Rebouças.— Dr. Pereira

— 511 — ¦

Rego Filho, — dí. Pinto Júnior.—-Âlexindre Affonsoda Rocha Sattamini. — Benrique Eduardo Nascentes jfi;Pinto,—José Bonifácio Nascentes de Azambuja. —An-tonio Luiz Fernandes da Cunha. -*- Lopo Diniz Corpdeiro.— José Manoel êêráa.—Josê Botelho de AraujoCarvalho. » ' ' " '" "'"" 'AA-,::-: ' ¦ ;'

" ,. '- - 'iMArA- ".¦ '. :-JAÍ-« A Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, em

consideração do serviço prestado na ímmersão do cabo ,submarino nos mares do Brazil, confere o titulo de mem-.bre correspondente da mesma sociedade aos Srs. Fran-cisco José Coelho Netto, commandante do vapor Pa-raense, capitão Edington, commandante do vapor ttoopet;engenheiro em chefe da eollocaçào do cabo G. R. Francee engenheiro dos apparelhos electrícos John P. HooperPilfeo.— Rio, em 30 de Dezembro de 1873.— /. A. deAzevedo. »"Para

compor a commissao, que tem de apresentar aoExm. Sr. visconde de Jaguary o diploma de vice-presl-dente honorário, cujo titulo lhe foi conferido nesta ses-são, forão designados os Srs. Dr. José Augusto Nascentes "Pinto, José Botelho de Araujo Carvalho e Antônio Joséda Silva Rabello. ' ; Ah

'¦'.•'¦¦ " •

'

ORDEM UO DíÀé ¦ ak

JFoi apresentado, lido e, sem discussão, approvado oseguinte parecer da Secção de Finanças:.

« A receita da Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional, no anno de 1872, importou em 15-183^192 emdinheiro e 53:3QQ$13Ô0 em diversos valores, incluindoo saldo que passou dò anno anterior na importância âe2:733^132 em dinheiro, e 53:300^000 em apólices dadivida publica, e em 10 acções da companhia Sèto-pedica.

« A despeza importou em 15:156$687 em dinheiro,passando por conseguinte para o anno de 1873 o saldode 26*505 em dinheiro, e 53:00Ó$00O em 53 apo-lices, por ter-se accumulado a somma de 300$0G0, re-presentada pelas 10 acções. da companhia Seropedica,que perderão todo o valor.

A-A: A":

:_^512-^

, (( Os saldos dos annos de 1870 e 1871 de 6:026#87_no primeiro, e de 2:733$192 no segundo, forão absor-vidos pela despeza extraordinária com a exposição deflores dó Passeio Publico, com a qual gastou-se no annode 1871 a somma de 7:234^.814, e no de 1872 a de1:177$680, perfazendo o total de 8-352^.194.

« Dahi procede o facto de existir apenas em cofre nofim do anno de 1872 o pequeno saldo de 26$5Q5 emdinheiro.

« Do balanço organisaolo pela thesouraria, e que vaiannèxo a este parecer, constão os esclarecimentos queficão expostos; deplorando a Secção de Finanças que agrave moléstia, que está soffrendo o digno escripturario-da sociedade, impedisse á secção o exame minucioso daescripturação, que se acha a cargo do mesmo escrip-turario.

«O orçamento, que também vai junto, da receita edespeza para o anno de 1874, não da idéa da existênciaprovável de algum saldo no fim de.se anno; e crescendoa despeza da sociedade com a sustentação das escolasnocturna e industrial, parece não ser fora de propósitosolicitar dos poderes do Estado um augmento razoávelna subvenção annual de _:000$000, que tem sido con-signada á sociedade na lei do orçamento geral do Im-perio.

« A assembléa geral, entretanto, approvando as con-Ias da thesouraria relativas ao anno de 1872, resolverá oque tiver por mais justo e acertado.

«Rio de Janeiro, em 30 de Dezembro de 1873.—O presidente da Secção de Finanç is, Anlonio Luiz Fer-nandes da Cunha.—O secretario, Thomaz Deschampsde Monlmorency.—Anlonio José da Silva Ràbello. »

'.. ' ' ¦ ¦ ' ' ' ' ' :-, p--' .

Cumprindo o que dispõe o § 2o do art. 20 dos estatutosda Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional, apre-sento a,seguinte feà fe;-/'. . fe.. -_.',:

* i r^ . - f*Proposta ¦. fe-1?fefefe^fefei

Fixando a despeza e orçando a réceiíà 4» niesnaí*;,sociedade, para o anno de í814.

Art. l.° A despeza da Sociedade Auxiliadora da In-dustria Nacional para o anno social de 1874 è fixada naquantia de 13:740$000 (treze tantos setecentos e quarentamil réis), e será distribuída na fôrma dos seguintes para-graphos:

i.° Impressões... *................ 3:000$00fo2.° Brochuras 300$0003*° Despeza com a escola nocturna de

adultos, conforme o orçamentojunto, apresentado pelo respectivoSr. director. 3:76O$ÔÔ0

4.° Dita com a escola industrial, segundoo orçamento como acima 1. ;50Q#OQO.''

5.° Gratificação ao thesoureiro paraquebras 400|0Õ0

6.° Honorário ao redactor do Auxiliàdor. I:5()0p007.° Ordenado ao escripturario......... 1:2OO$OO08.° Dito ao ajudante do bibliolhecario.. 'fe6Ò0$OO09.° Dito ao porteiro 42Q$ítt>(>

10. Dito ao contínuo e entregador doAuxiliàdor. 360*#00()

11. Porcentagem de 8 °/o ao cobrador... 200$00012. Assignatura de jornaes, compra e en-

cadernação de livros 200$00013. Expediente 24W00O14. Extraordinária e eventuaes..,..¦ 60$000

Art. 2.o A receita da sociedade é orçada na quantiade 13:740^000 (treze contos setecentos e quarenta milréis), que será realizada com o produeto da renda, que

•«**,

•*. 514 —

no decurso do anno de 1874 fôr arrecadada sob os títulosabaixo declarados:Til. l.° Prestação do thesouro.. ..." 6-.000$000

2.° Mensalidades dos sócios. 2:8O0$0OO-ix#3. Jóias.... 960$OOO

Pp 4.° Juros de apólices da divida pu-blica............. 3;!80$000

5.° Assignatura e venda de publi-cações........ r...... 4C0$Q00

6.° Divida activa cobrayel, 400$0007.° Extraordinária eeventuaes...... #;

Art. 3.• Toda a despeza que, porventura, o conselhotütorisar, e que não esteja ineluida em alguns dos para-fraphos do art, Io desta proposta, será feita pelo §14,que nesse caso poderá ser excedido.x Art. 4.° Parte do excesso, que porventura houver dareceita sobre a despeza, será empregada na compra demedalhas para serem offerecidas:

1°, aos autores de escriptos premiados sobre agri-cultura do paiz;

2o, aos fazendeiros que introduzirem machinas nasix suas lavouras e novos processos na manipulação de* seus produetos;-*

3<>, aos inventores de machinas e apparelhos comapplicação immediata â agricultura.Art. 5.° O thesoureiro da sociedade, independente de

autorisação do conselho, deverá empregar na compradoapólices da divida publica as quantias que forem arre-cadadas de remissões de mensalidades dos sócios.

Rio de Janeiro, em 24 de Dezembro de 1873.—O the-soureiro da sociedade, José Botelho de Araujo Car-valho.

~ 515 —

Escola loctuma de Adultos da SociedadeAuxiliadora da Industria Saeional.

ORÇAMENTO.

Em cumprimento do que dispõe o % 7*do art. 7* doregulamento da Escola Nocturna de Adultos da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional, proponho o; seguinte

*>.

Orçamento fixando a despeza c©m a mesma escola para© anno de 4874.

Art. l.° Fica o conselho administrativo da SociedadeAuxiliadora da Industria Nacional autorisado para dis-pender durante o anno de 1874 a quantia de 3:760$000(três contos setecentos e sessenta mil réis) pela maneiraseguinte:Honorário ao professor (Resolução de 27 de

Maio de 1871). l:2OO#000Dito aos três ajudantes (idem).. 1:800^000Papel, pennas e linta para uso dos alumnos

(arts. Io e 7<v§ SM;...... .......... !00$000Gratificação ao porteiro (Resolução de 27 ¦

de Maio de 1871).. 24O$000Illuminação e asseio da casa............ . 30G$000Prêmio a dous alumnos (art. 21). 20$000Extraordinária. .,..*-. ........ 100$900

Art. 2.° Fica igualmente o conselho autorisado a dis-pender a quantia de 1:000#GOO {um conto de réis) paraacquisição de compêndios, que deverão ser fornecidosaos alumnos que não puderem compra-los, emquantonão se effeetuar a impressão do Manual das matériasestabelecidas pelo programma da escola.

Rio de Janeiro, em o Io de Dezembro de 1873.—/. M.Garcia, mestre em artes, director.

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— 516 -

Escola Industrial aa Sociedade Auxiliadorada Industria Sacioual. -v.

ORÇA. MEN TO.

Era cumprimento do que dispõe o art. 14 das instruc-0 ções para a abertura e direcção da Escola Industrial da

Sociedade Auxiliadora da Industrial Nacional, proponho9 o seguinte

Orçamento que fixa a despeza com a mesma escolapura o anno de 18^4.

Fica o conselho administrativo da Sociedade Auxilia-dorada Industria Nacional autorísado a dispender du-rante o anno de 1874 a quantia de 1:500$000 (um contoe quinhentos mil réis) pela maneira seguinte»

Gratificação ao porteiro (Resolução do 1° £V,AyiAAAde Agosto de 1872). 2W00O

Expediente................ »«000VlUuminação, água e asseio da casa mwuuv Apparelhos e collecções scientificas onSnnnMóveis....... 3W000Eventuaes.... 200#°00

; Rio de Janeiro, em o Ia de Dezembro de 1873. — J. M.Garcia, mestre em artes, director. v

Nada mais havendo que tratar, o Sr. presidente levan-tou a sessão, marcando nova, tambem de assembléageral, para o dia seguinte 31, aüm de proceder-se aeleição de presidente, 1° e 2° vice-presidentes, secreta-rios geral e adjuntos, thesoureiro, directores e membrosdo conselho, que têm de servir no biennio de 18/4a 1875.

Visconde do Mio Branco, presidente.— Dr. José Pe-reira Rego Filho, secretario geral. —José Augusto Mas-centes Pinto, secretario-adjunto.

517

Eelatorio dos «altos da Sociedade Auxiliadorada Industria Sacional.

(Continuação.)

Çaa

vm sBSSão de 3 de Novembro de 1871 af<^>f:Em sessão ue ou Flho e Bartholo-

rã° °L!l%erl ra uma propostSra que a Sociedademeu José Pereira um pi

^ . ^- requeresSe ao go-^AuX,1'ad™L,tl aSção X fundar nesta capi-verno impeual autonsaçao ndo a

fornecendo o governo o edifício. -lorneceuuu v & rnm<.nidft em sessão de 15 ae

dor Antônio Luiz Fernandes aai os Sfs

e commenWJosé fgffiff %g *»£ «g

apre.enS^^^^^jftl fnr^n anrpsentadas para a creação de uma escoiaMifst ?a? pelo Sr commLdador Joaquim Antônio deindustriai peiu * rip na acta seu voto contra.

autorisação para aceitar semelhante offerec mento emsessão de 15 de Maio deste ^.'^í „ de «Xzpectivas aulas, a de francez no dia 20 e a de mgiez

^fs^VeS Tierreno para assentar os' J£Z?daPffia industrial, «*SgatS

podia deixar de preoccupar-me,_ porque comprehenflia& alcance de nma tal instituição entre nos SJuom^sava de lastimar a falta de meios para ver realizadas

'A,

- 518 —as patrióticas idéas do Sr. commendador JoaquimAntônio de Azevedo e os Srs. Br. José Pereira Rego*Ubo. e Bartholomeu José Pereira, a que me havkassociado do coração. '

^Dignando-se^ de ir visitar a Escola Nocturna deAdultos no dia 64o Abril deste anno, S. Ex. o Sr, conse-mm& Dr. João Alfredo Corrêa de Oliveira, ministro e se-cretario de Estado dos negócios do Império, e de ofifòre-cer-me mais uma casa para outra eseok ás expensaste cofres públicos, manifestei aquelle conspicuo fautor^progresso e do engrandecimenlo nacional o desejode abrir a Escola Industrial, e S. Ex. proraetteu-meproporcionar a Sociedade Auxiliadora da Industria Na-cional quanto estivesse a seu alcance para que levasse aeffeito tao útil e louvável intenção, qual a de fundar oestabeleeimeato em que os mesteiraes nesta corte apren-dessem as noções precisas para melhorar-se em poucotempo a nossa industria manufactureira.Dei conhecimento deste felis acontecimento emsessão ele 4^ de Junho ao conselho administrativo,cpe automoo-me a aceitar a offerla do Exm. Sr.ministro do Império e a fazer a despeza necessáriaeom a acquisiçao do material preciso para poder func-ooaar a Escola Industrial.

Em 20 do referido mez entrei na posse da casaoferecida para a escola, sita á rua do CarmoJU;*» 4 andar, por cnjo aluguel se obrigou o gover-no a pagar a João da Costa Araujo i:440$0QQ an-SS i21 £~mt f «WWBieado pelo Sr. commen-tZd°f Ví.cen'6 ,or«e l»8" Ex- « *• ministradoimpério lambem automava a despesa eom o en-WWMQ áo mi e com uma divisão de madei-ra ate a*60$00d.

Em sessão de 1 de Junho deste anno, honradacom a augusta presença de S. M. o Imperador,apresentei o projecto de instrucções para a abertura edireeçao da Escola Industriai, ao conselho admi-listrai*?©, qm o approvou unanimemente, e na mesmaasseafada propoz para professores da dita escola osbrs; João Baptssla de Noronha Feital para a cadeira

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de arithmetica , álgebra e metrologia; Nuno Fer-reira de Andrade para a de lógica; engenheiro Alber-to Augusto Jsaacson para a de desenho linear;bacharel João Henrique Braune para a de allemão,O que foi também unanimemente approvado.

Seja-mej licito recordar aqui com sincera grati-dão o prazer que tive nesse dia. não somente deouvir algumas palavras de animação da boca dobom e sahio monarcha, que tanto se desvela pelaprosperidade do nosso Brazil, como também esobretudo de receber o offerecimento espontâneode muitos de nossos consocios para leccionaremgratuitamente na nova escola. Tanta boa vontadee tantos talentos empenhados em quebrar as alge-mas dos espiritos das classes operárias auguravãoum lisongeiro porvir para esta nascente instituiçãoe incüavão-me a redobrar de esforços para reali-sar quanto antes a abertura dessa fonte de sabere de moralidade em que o pobre mesteiral pudessebeber profícuas lições. " .--.-.

Ligando, pois, a maior importância a esse offe-recimento de nossos iilustrados consocios, propuzlogo na sessão de 15 do referido mez, e o conselhoadministrativo approvou sem discussão e por unam-midade de votos, para professores da Escola Indus-trial os Srs. Dr. Bartholomeu José Pereira para acadeira de physica industrial; Dr. José Pereira RegoFilho para a de chimica industrial; Dr. FranciscoJosé Xavier para a de hygiene industrial; Dr. Nico-láo Joaquim Moreira para a de zoologia, botânicae technologia orgânica; Dr. João Nery Ferreira paraa de mecânica industrial e Alexandre Affonso daRocha SaUamim para a de economia e estatísticaindustrial.

O exemplo destes distinctos cavalheiros achou imí-tadoresx fora do recinto da Sociedade.

Nessa mesma\ sessão propuz ao conselho adiai-nistrativo. com idêntico resultado, para professoresda bem fadada escola os Sr. Luiz de Oliveira Bae-no para a cadeira de geographia geral e corographia

520',',.'-Ai ¦ y

\i -¦-'

do Brasil; bacharel Alfredo Moreira Pinto paraa de principaesépocas de historia geral e do Brasil;Francisco van Erven para a de geometria, trigonome-Iria e stereometria; e em sessão de 1 de Agosto oSr. Antônio Estevão da Costa e Cunha para a de'grammatica, philologia e composição portugueza.

Muitos outros Srs. consocios nossos e estranhosao grêmio da Sociedade puzerão por essa época etêm continuado a pôr á minha disposição os seusserviços. Em tempo opportuno terei a honra de apre-sentar a proposta ao conselho administrativo, quecommigo saberá agradecer tão valiosa adhesão, tantadelicadeza e tanta dedicação ao bem publico.

f rorapto o material indispensável, e designado pormim interinamente para porteiro Carlos Augusto daCosta Aguiar de Andrade, em lugar de Luiz Anto-nio da Silva Bailyo, que por moléstia não se pôdeapresentar para exercer as respectivas funcções paraque tinha sido proposto e nomeado em sessão de

. 1 de Agosto, começarão a funccionar na Escola In-dustrial no dia 8 do mesmo mez a aula de inglez eno dia 9 a de francez,^transferidas ambas da EscolaNocturna de Adultos, e abri as matrículas para asde grammatica, philologia e composição portugueza,de ariíhmetica, álgebra e metrologia, de lógica, degeographia geral e chorographia do Brasil, de dese-nho linear, de geometria, trigonometria e stereome-

ii tia, de principaes épocas da historia geral e doBrasil, e de allemão, desde o dia 18 até 24, mastive de prorogalas atê 31, ittento o pequeno nu-mero de pretendentes que atê 23 se haviam ma-triculado.

Em 9 de Setembro deste anno abrirão-se as aulas deallemão e de grammatica, philologia e composição por-tugueza, e no dia 10 as de arithmetica, álgebra, metro-logia e de geographia do Brasil, deixando de abrir-se asde geometria, trigonometria e stereometria, de lógica,de principaes épocas de historia geral e do Brasil, de de-senho linear, em conseqüência de se não terem apresén-tado os alumnos que nellas se havião matriculado.

SMm sessão df^tdÉOututodeste.anno fòi.apnrovadapelo conselho'administrativo, aípwosk™^^Io. Augusjq daCOstoguiar de Andrade,'para portei

em sul^ituiçao; aiLuJz Antônio da SilvaBailvo^que fte^nwad^ai^eemprego^n «palcnãôi tóaárLpíSpor doente, acabando por demittir-se. - -.„wnd0 sid0 ^«sados muitos pretendentes ás matrizcolas nas aulas de.ta escala, Mp,W*Wf> por ocSodos exames de admissão reveíãrão não possuir asf aW-hiaçoesindispensáveispara entenderem as.matérias oaequeriao est?dar,;reconheci a necessidade de cre™ &aulas supplemeutares> uma de grammatica, portuguezacitei doconselhoadministratiTOaoec^gariaautorisaSqne, me foi concedida em.sessãod^ de Outubro ^'iNessa;me^ma«sessâb: approvon oconselho administra*£aW*9» ü* * engenheimLeopíridS^;^áff JM^!8I9 ari"'metiea e metrologia, ele*,JSftJK' t no d,a 18dp referid0 meztw! idêntica re*HBfe^ P1» <íft Sr, Fiancisco • do, NascimS

a &2f' .?.»pgi*ar, ço» n»»ta, satis&cão.^ea|f°c'^adááHxihadora.d9Industria Nacional, recaia^^n-^- nís?í*ftSftí <IW<*i^e prestou o Exm, SfL-iconselheiro^ João.AlfredoCorrêa de Oliveira,^,2 „™™Wéa; ff|| de I do refeS«eOu.tuhro o titulo dei sócio honorário. * ™Hr,. .N^termosdo apt. Ég das Instrucções em visor en^cerrarao-seeni 3i do dito mez de Outubro^ as3í ™«estavâo nnMipnando.eaImtoo™^prÍe\?M!'

cmio; deixou do haver exames, W^t^™WPWfifeR W^*?isaç|o4oxonselho admjni^traüvo^ueaas. aulassuppl^nentstres, paraasquaesSse haviaarnsoripto alaamosi em^ Outúj£o,iuneKSrmeçaraç o seu exercícios os professores de fírammâticaportng^a elemen^^Je^eticae -ZSSSímentar, com os'alumnos que neste. interfmSS:f«A« _

36

'¦¦A,

¦*

V-

fcepresentahdo-me o professor de inglez que uão con-vinha interromper a execução do methodo por elle se-Ido,r e attenoendo a que de suas l.çoes lao algunsllumnos tirando proveito notável, permitti que tambemfuiiGcionasse durante as férias a respectiva aula, e oconselho administrativo dignou-se de approvar estaminha resolução. *-f ;?;

: ¦* \ %\ JifCI Sí» ¦<:,')-ti'.-j,'- ¦''-'-¦ '-.-• _r f.y..,, ,;,,,,

i)i v Q & 'v: MOVIMENTO DA. -MATRICULA-

olvscrevêrão-se como alumnos dos cursos pref^torioe industrial desta escola no corrente-anno 176. müm-

admissão em differentes aulas, representao 233 matricute sendo: 77 em inglez; 41 em allemão; 7 em pem»matica philologia e composição portugueza * 18 emrtttá tto algeVa e metrologia; 6 em geographia ger£echorograpbia do Brasil; »05 em francez; 1 enabptor.ageral e do Brasil; 4 em desenho linear; 2 em lógica e lem geometria, trigonometria e stereometria. l^L^ãm scientiflquèi a V. Ex. que, nao se l?n»tL

Edetadò os destas quatro ultimas aulas, deixarão ellas deUXs°l76

individuos matriculados são, pelo que res-peita a nacionalidade, brasileiros 144, por]' hpezes 24,norte-americanos 2, fraocezes 2, allemães ^Jplacol mitaliano 1 % pelo que respeita á religião, cathohcos 17 i .eacatholicos 5; pelo que respeita a idade, de 14 a iuannos 65, de 21 a 30 annos 82, de 31 a A»ànttos 26, e de il a 50 annos 3; e fito-flwrgfeWta a profissão: caixeiros 40, empregos pubhcos^estudantes 35, typographos 9, machinistas 6, serra-mSf sapateiros 5, militafes 5, carpinteiros 3r aju-drnites de guardâ-li»ros 2, alfaiates 2, encadernadores% pintores %, torneiros 2, empregados no foro 2.suard^livros %, charMeiros 2, empregados na Santa Usada Misericórdia 2, criado 4, negociante 1, adjuntoapro-íessor 1, correio 1, èhapeleiro 1, medico |£cÇ]§k^^ourives 1. gravador

'U 'faudi|)r de typos 1, moae-ládoríl e professorW**M < wp

— »'-r

™ih?S ,n/cíiptos nas referidas aulas supplementares nâo_8S_____SS_f^N^ reservado "eShopara quando elles se matricularem regularmentfi Zcursos preparatório e industrial. -1BS5B_S?? nos

.! ír)'í1;.; '.-' ¦ : ': ' .. ' ' r pfiu :¦¦ ¦ A, :-y , ¦ .' ". r ¦

' "' '- »¦ -Ív. ,»¦ * '¦'"'•¦¦'V- v- í. ' ¦ 2 ¦ '• A, f7.Fi~.\ ¦ -• )•&¦{ -A' ryy . -A -7 h t . . ... • '- "MS..-

r ;( /; RESULTADO DOS TRABALHOS, ""'^^^f

,ti .' ';¦;._. -- ... . £» _.--" '.'•'¦-1.', .

ing^dt tenrpf'l3nn°' ^ já dÍSSe' as auli* 1"jyez, ae irancez, de grammatica, phi.oIoi.ia e _ omposição portugueza, de arithmetica álgebra e nSfcfS*^ e ch»^-Phfdo BraXde"fm^ÈWÊÉ f #¦&*# de grammatica portu-meolar. e de amhmelica e metrologia ele-

chllfela^P^^»»^ ^!. Entretanto não deixarão de teraXeitamento <r_ti_factono os alumnos de inglez, d^E____Si_____l_l__sobretudo os desta ultima ma_ai_ um X itão tadS6 rSb5° b6tm qUand0 "««-.MS-as_al£düZla°

^ iiequer a justiça que eu declare oue, á exenrãn Aa rioS&bS ir* A& - SSSíü:,posso infoLr í "SÍÍ^^K-tllBl c-um',rimen110 d« se«s deveres e que _sd!í-n<todo-asra0, ° reSUltad0 qm me P«P» » obter

féf8d_ tl^ 0S ^Pendios^amies. pelo pro-Ser na_a traducáo^110 ã- Ahn ««do 1>or

allemão o methodo de Goldsehmidt, n___lcaX Se__

— 524 -s

ian. o mesmo ftm; e pajlo de gepgraphia o çompeodioKllfS_M_P4€_lB8rt8§^ _ X^ySSss^eáprefárirão^reçiirso du após-,

tflIlKW vontade a esto alvitre, porque,_______3É_*^n7aoftdoPqoaoto dic_ os professores; mas esperomie no oroximo anno lectivo desapparecerô semelhante

rjSÍ.Ainda não eomprehendem b*B, m «^f?ành _ An phsinó e preiudicao o seu próprio mm ..* gj_? dÇndo dé vir às aolas muitos diarcpn»S

_lEnScomnortamento tem sido exemplar, pelo queresperJáS^^suas immediações. : í ^

NECESSIDADES DA ESCOLA»;

De contómi^^a^^oM 'iÊ$j^.

iste anno, tenho já <^f^'^SS^ÈSméda Sociedade, a quantia de 1:3130131, se|^^Moveis. . . . -> . ... v • /. ^^qKSnaMiv-para^çriptòração^t. 1

*N»Mappa muraes de geograptna. . . . :j|jjjp[Wp^naçâq,, - v ¦¦*>¦*•¦ • s * ' 35$0. 0-Agoa easse^dá_^v-* •- * * * mMQÕ

Í:âiíW3í¦¦¦'ri , ¦ XXife

x-.___to a escola precisa aoda &MWmesas e outros moveis e utensílios, h$gg$$S$Qfs accommodações. MjiM^^i _. „£.. m„iA nDíTnAna<4 t? por. isso so aümiuera.oqiiiji»2&fo?SmSSb

IcwS"n.. de aloio nps matp-,

P^^Mfei» a___4flf»

r>.\:-

ptfa a directoria, e Onde òs pírotessíores qüe chegiiehium pouco mais cedo possão esperar a sua hora dèatila. 'Não me tôhhó deséüidàdò de procurar lima casaém melhores condições; ¦mà&üãÒe ritís§iyêl ehcòtiira-làsenão por preço muito èlèvadò, 4^e]o gòVéráó hãò qüérpagar. '. ',. ií

Empèrihado, não" obstante isso, íià continuação daescola, com os meios de que áctúálMehte dispõe à Só-ciedade, tenho a honra de apresentar o seguinte òirçá-Hfiênto das d&spezas indispensáveis ^nó anno lèctivòpróximo futuro, que sdbmetto â àp^ròvação dò cofí-Selhb âb^ihistràtívo |

ORÇAMENTO. j

%a comprimento dò qiiè cíispèfe õ árt. |4 dasInstrucções pára a abertura è direcção da Escola jjf-f5usíríal da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional,proponho ò seguinte: '^g

Fica o conselho administrativo autorisado para dis-pender, durante p anno de 1873, a quantia dei:500$000*pela maneira seguinte :¦:-,¦'

•Gratificsiçãò aò 'porteiro (Resoluçãode 1° de Agosto de 4872). 240$00Ó

f&pedieííte. . v . #m . 1«000illuminação, agàa e asseío da casa 30Q$000tAppárelhos e eollécçoes scientificak 300^00Moveis. . . . . . ¦¦''; ¦¦¦¦:¦ 30Ò#000Eventuaes. v . . . ... 20o#000

.Taes são as informações qüe tiossò dar a V. fâ. airespèítpda Escola màuitriàl. , ^.,/. mui

^díhljuàrd.ò f$ó esteja; Jü^3a 'esta instituição nasülrcíínífetancias dò riVãlísáir 'com os 'estabelecimentosde ensino profissional que tárito hòrirãp.aAllemanha,a Iüglaiètra, a Frahça, a Suissá é ôâ Çstáâos-Jünldosâà America dò /Norte, íiem |>brrÍ^Ò'de&ò dé çdiigra-fôfar-me èòm V. Èx. e com a 'Sociedade Auxiliadorada Industria Nacional pela sua inauguração, ^que inicia

AAs

526 —

uma nova época de progresso material e moral paranosso paiz. ;, !*;¦Fazendo ardentes votos ao céo para que abençoe

oss sacrifiçios, que fáz essa patriótica e humanitáriacorporação, afim de dar a necessária educação ao povobrasileiro, a qüe me orgulho de pertencer, rogo aV. Ex. que se digne de transmittir a essa pleiade dehomens de boa vontade, a cuja frente se acha V. Ex.>a segurança de que continuarei a envidar todos osmeus esforços para çoadjuva-los dignamente no seunnnca assâs louvado e admirado empenho. • >

Rio de Janeírò.~Escbta industrial da Sociedade An-xiliadora da Industria Nacional, em o Io de Dezembro de1872. —José Manoel Garcia.

Do exposto facilmente se conclue sem duvida queéesta escola o complemento necessário da primeira idéa,que tão felizes fruetos tem produzido e cujo futuro, nãoha que duvidar, será surprendente, seo desanimo ea mà vontade, qüe ha sempre entre nós para tudo oque é bom e aproveitável, não vierem oppôr barreiraao seu progresso. i» ? ^ ;

Eâta instituição é de tão elevado alcance, que eúpenso ser pouco todo o sacrifício'-que-se fizer em bemde sua sustentação, tão convencido estou do seu realvalor.

E quando não bastasse o bom. resultado que ellejá vai apresentando para corroborar o meu juizo,sirva de exemplo, para que não cesse um instante anossa Sociedade de empregar os seus esforços em proldesta grandiosa idéa, o muito apreço que lhe vota omundo civilisado e pensador.O seu florescer será a maior garantia que poderánossa associação offertar á industria nacional, que semella jamais poderá ser mantida e collocada na posiçãoelevada que lhe compete.

Basta para sustentação destes princípios enunciadoslembrar, que é impossível dar um passo qualquer a bemdas industrias sem que a theoria esteja implicitamenteligada á pratica.

.^•S27.-^

Mui pouco é preciso cogitar para aceitar de mo-mento tão legitimo pensamento, por quanto uma vezadmittido como verdadeira; exerce d desenvolvimen-to industrial uma feliz influencia sobre o bem-estardas classes laboriosas, e não ha que duvidar que muitodeve prender a attenção o saber, qual o papel queo progesso da instrucção e da moralidade póde exercerno progredir da industriar.

Este papel, como bem diz Deseilligny, é constantee muito mais notável sé tem tornado depois dastransformações modernas do trabalho e da introducçãodas machinas; porque, como elle bem se enuncia, éfácil de vêr, que quando a mão de obra era única-mente manual, podia-se ainda cdmprehénder comopopulações bem governadas pudessem, não sem mo-ralidáde, mas sem grande instrucção/ dar conta datarefa que lhes era imposta, e concorrer para a prps-peridáde industrial do seu paiz. Mas hoje que asma-chinas tem revolucionado todas as industrias e quea facilidade das communicações tem supprimidp Omonopólio de que gozavão outr'dra certos centrosfavorecidos, a victoria pertence ao povo mais in-struido e mais moral. " „"7'~r^

A historia exposta das duas escolas, parece con-firmar á luz da evidencia, o modo agradável por duemanifestei-me em seu favor* quando considèrei-as omaior padrão de gloria da Sociedade Auxiliadora^Praza aos céos, que a dedicação e amor dos nossosassociados não falte, para que possamos sempre or-

gulhar-nos da grandeza e prosperidade destas diíasvalorosas idéaSi fe » j?Dito o que, passarei a tratar das outras questõesue que me cumpre dar conta, na qualidade de ré-

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(Continua»)

MapiR üq movimento tios alunraos tia Escola Nocturna d© Adultos da SeciMáfl© Awi*«tòdaB m_ Industria Racional, no mez dè ©utufc*© fle 18*73.

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íiClasse. Classe. Glasiáê. Classe. Classe. hlásse. feGlassè. Cíásse. ¦ * p ..-. ...¦ - ^^^^M^tÂ^^^i^^^p^^^Existião. . . «.'Y. . . -a-:'25.^::- ^*fe?Y

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Retírárão-sè *. ... . . fe' fe; ¦* fe ^ ; •' ,'.. 1 fefeEntrarão. . ' .P |, . £ fe % | *i & ... S | . 4 : *8 P- \ l

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Frequentão. . • í . . . . 17 7 7 62 | | . .-* Ui*¦¦—¦--- - :

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Rio de Janeiro, 31 de Outubro dê ÍB73.

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Mestre em Artes, José Manoel Garcia,Diíecíor.

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Bfappa do movimento dos alumnos da Escola Nocturna de Adultos da Sociedade Auxiliadora daIndustria Nacional, no me_ de Novembro de 1873.

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IVSECÇAa

-ç.2*Ciasse. í íGIassei

7

6

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Classe.1*

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628

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íí* SEC@D.

v:;_à:.,Classe.

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Bife «tf©! JÉieires SO cfc JíôveârÉbrõ cfo íé\73.-:"-'- -Cr--Aa--..

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^,aa-7: '.'aíMestre' én_ -__£__£,:; Josêí __t^sFb__; :ériRciA,

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TOTAL.

8

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95

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¦ ;- aaI§%A A-"•*¦.¦¦'..¦;.¦'¦. ~r:-:'y'A-::--.

Sócios effectivos admittiáos darante o áuíio àe Í879.

Os Srs.: '••>*' i - * &~ *... [

Agostinho José de Mattos, industriaiAgostinho José de Souza Lima, medicou WIA bino A. Generoso Estrella, negociante.Alberto Halesechet, photogràpho. . ^Alpnzo C. Pestana de Aguiar, empregado publico.Antônio da Costa Lopes^ - 4 *| |"- ;§:« ':¦Antônio F. Cardoso de Menezes Júnior, advogado. WAntônio José Hodrigues de Araujo, pharmaeeutico.Aptonio de Lacerda, negociante. iAntônio Martins Pinheiro, medico.Augusto C. Gomes, negociante. : " v"Augusto E. de Lemos, engenheiro. 5Aurélio Alves da Silva, fazendeiro^^fe^J-Benjamim Mòss, negociante,. I ;Bento de Carvalho Souza Juniori empregado publico*Bernardino José Coelho ."1 aCamilio de Lellis Silva Júnior, bacharel.Carlos Hargreaves, industrial.Cláudio Francisco Cathiard, negociante.Conde de Rozwadowski,engenheiroEdington, official de marinha.Emygdio A. Victorio da Costa, medico;Ernesto Cândido Gomes, industriai:Ernesto Eugênio de G. Bastos Júnior, engenheiro.Ernesto Merhn, negociante.Felippe B. Vasconcellos, empregado publico.Francisco José C. Lima, negociante.Francisco José Coelho Netto, official dè marinha.Francisco Soares de Andréa, doutor.G. R. Franco, telegraphista,Guilherme Telles Ribeiro.Henrique Hargreaves, engenheiro. * -Hermehndo J, Linhares, tabellião.

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I- ¦^ :-»»'¦'.¦'*:'!' ¦.»»,;' .¦¦.;;'' -,,;:-::'->.:,V';'l---.: '-r^fe' ifv.O Í»';_0'_V» i ¦' '¦> '- '7 "\- '•'*' ''*" ¦

i"Fy: r.v:>*Mi

'»-«:.'r'.:í

f" . ";.

HonorioA. Ribeiro, advogado.Jaciotho Luiz Guerreiroi negociante.James Graham, negociante.James Emaly.J. A. Gonçalves Liberal, capitalista.J.B. Vianna Drumond,> b> f ¦¦..-¦¦ ,,João Henrique Braun.

-;João Maria Emilio Brigot, negociante.;^/Joao.Wilkens.de Mattos, : »^aqirnn José Gonçalves Ferreira, capitalista.John Hooper, telegraphista. ,José Alfredo C. Vieira, negociantes f fS*José Bernardino Borman, engenheiro! '*«' •<José Eubank da Câmara, »__!„ _

w»er}°n- Par?Dte'empregado publico.José Luiz Guimarães, negociante.José Maria do Nascimento Júnior, militar.Jos? Pacheco de Mendonça, professor.José Ribeiro de Souza Piragi, engenheiroJosé Viriato de Freitas, bactareT '.José Zeferino M.Brum, medico.Joseph Lmd, negociante.Joseph Spyer. v >-Leopoldo.Luiz Bandeira de Gouvêa, doutor.Luiz M. Pereira de Castro, negociante.Luiz Pereira Duarte, militar.Manoe Dias dos Santos, fazendeiro.Manoe Corrêa de Almeida, dentista.Manoe Francisco* Fraga, capitalista.Manoe Joaquim da Rocha Frota, medico

g R- S. Meirelles, advogado. ._______£ ,R maco *> Araújo, dito.Thomaz Parker, machinista. . ¦¦ ,

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^ 532

: Sócios correspondentes eídmíttidos' durante o anno -¦ de 4893.

AA0S SrS. ¦ '¦¦:¦ ', a^VVa'' ¦ ^V-^^ÍI^Ç. ;í^^^

v''",v. "'. ¦¦ '... ' ;:A;v'A rr..' "i .•',!.;.• ¦ ¦; A; A';A:r.A Ar','¦' ! A '¦';.¦" .,::.¦.'¦¦..,;¦.

Agostinho Ermelindo de Leão, doutor.André Roesch, capitalista.A. M. Mayer, professor.A. "Washington, engenheiro.Charles Dàiy,i professoraCharles Drowns m:¦^^0ffik\:^l'^Charles Mislan »Charles Savoyer, industrial.C. F. Chandler.

Dascon Grune> rprofèssor*EdwãrdNicholson. »Francis A. Barnâfd, doutor.Francisco de Azevedo Monteiro.*dOutòr.George Barkeriptofessor.G.H. Hoogh, . '' » . ^ít^^v^L-^v^y.f^i'Henry Burr, industriai.Henry Mouton, professor.Henry Naron, í( já a aHenry Schutel, industrial. )0W^^James Hall, professor.James Knight, industrial.James Witney, professor.Joaquim Augusto de Carvalho, doutor.John Chambers, industrial.John CoOlz, professor.John Gavit, engenheiro.John Parker, professor,John Ward, industrial.José T. da Silva Braga Júnior, capitalista.Joseph Simpson, industrial. .Jolius Pohl, professor. Çcépfifes vv ãMp^}L. A. Morelí, indusíriali ' ¦' ',?' '* 'fí5L. Bradley, »Martin E. Willis, architecto.NathanEly, industrial.

:;:yyOgden N. Rood, professor*.. IpíS .Orestes Clevelandr: industriai. 4Robert Halested Ward, professor.Robert Stevene. . »tRobert Wier, »SamueJilk Wiarren,.¦¦..-y:-.-; v%.i.,.u ?;_r,..'í.; oi^k^xa;;Samuel PyerTellm^ »

Obras e Jornaes offerecidos ãSociedade,,

Estatutos do Club Polytechnico.Catalogo, da exposição na Bahia, 1872.Meineníòs de historia nacional e de economia poli-

tica, por C. G.^âtííícò dm Campi; noS àe Outubro e Novembrq

de 1872.Typographic Messenger; Julho 1^72.American Farmer and Rural Règister,,' American agricülturist and Southern Farmer; Òutií-

bro e Novembro de 4872. í'Jornal da associação Rural doüruguay..Gazeta Rioijrandense, n. 1Revista das obras publicas, n. 37,Correio da Bahia, diversos nos.Omnibus, diversos n°te.Report of the commissiqnèr pf theragriculture^Relatório dõ Exm. Sr. Dr. Siívipo Elvidio4Í Car^e^o

da Cunha. 'Relatório do Exm. Sr. Dr. ^a^ffscor I^eit^ 44^; Gpsta

Belém. ¦ ¦¦ '. '¦'"¦ '...¦: i

Compilação de leis da provincia dás. ^Iag6a^,2 v?aO cavallo na provincia do Rio Grande do Sul,, ppr

Jacome.Relatório do presidente do Paraná.Relatório dos departamentos naval de Washingtím.Cáes provincial do Rio Grande do Sul, pè(q Sr.* Br.

Eubank. ",,;a.';:V".:Projecto de colonisação naçtoifl, pelpt Dr„ Her^e-

lindo.

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Relatório do Exm. Sr. Dr. JoâArWpen .-dlWM$h¦ ¦

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Relatório do Exm. Sr. Dr. Godoy.^Relatório do Exm. Sr. Dr. Manoel Antônio Guima--- raes. f M^0M(\.-$:à,W BU^-Wfiàé. i

Balanços e relatórios do Banco do Brasil. ^ $ há ?Relatório do Exm. Sr. Dr. Luiz Romulo. :í 7 :Exploração para o estabelecimento de uma estrada deferro a vapor, de S. Fidelis a Santo Antônio de ?aduâRelatório do Monte Pio geral.Relatório do ministério de agricultura.— Relatório do Exm. Sr. Dr. José Fernandes da CostaPereira. - a' .7-7:7, 4^7,7, ]i?.^ A-.1,.'''¦'. A A

çÇollecção de leis e decretos da assembléa do Pa-rana. ' *;i': ^ ^ ¦ •" -AI ]

Xltiíidade do Eucalyptus globulus, pelo Sr* commèn-dadòrJ. A. Azevedo. «^*uAnnaes do Conservatório de Artes qofflcios.

Solicitadures d© Privilégios durante o anno d© 1873.

Aáron Young. 7T r A-^'' ' 'Américo Salvatori. rAndré Pettit. ,AngèloBolo. .—..''

J "Antônio José de Oliveira.-- --1ftr'.^¦^''¦!V^Í '%'^íAntônio José Pedro Monteiro.Antônio M. de Souza e Oliveira.Archibaldi Stephenson. -Ascagne Salvador. .,.. . P 3Augusto Cândido Gomes:Benjamim üpton.Bsrnardino Salomoni.Burrenbach,Borman.Brigot.Brunnet.¦ Caetano A. Gonçalves Garcia.Cantiíena. ." ¦'¦ •' '•Carlos Guilherme Kheingantz,Casimiro M. Teixeira.Christovão A. Witrlebin. * ' ' :

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— i>35wCláudio Fr. Cathiard.Companhia de carroagens. :Conde Rozwadowski.Daniel Henninger.Daniel FJetwbod.Eduardo Benest.Eduardo Cláudio da Silva.Eduardo Monteggib. ypkErnesto Cândido Gomes, -pymPrp

JEtienne Campas.Faro éCa.Firmino Rodrigues Vieira,

"mémniFrancisco Corrêa da Conceição.Francisco Eug. Simonar. ,í •'Francisco Ferreira de Assis.Francisco Marques da Silveira.Francisco WRoeira "Arruda".Francisco Soares, de Andréa. "'*" '; WÊFrancisco Toussaint.Frederico A. Du vel.Guilherme S. de Capanema.Henrique Hargreaves.Henrique Jorge Demarais.Henrique Myohl. , \ . |Henrique Rantenfield.Herman Vater.Jacob Herbèlein.James Marfadelin Gaston.João Antônio Gonçalves LiberaLJoão; Baptista Pinto. .João Berniíild.João Edward Wagner.João King. ^João Leandro de Sevilha.João Privat.João Victor Guttiéres.John Gangee.José Alfredo da C. Vieira.José Cláudio da Silva.José de Faria Loureiro Coimbra.

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José Luiz de Souza Breves.José «Francisco da Silva ZueeagJosé Luiz Guimarães.José J. Vander Weyde.José da Silva Neves.José da Silva Sertorio.José Spyer. .1Júlio Adolpho Ribas.Manoel Antônio de Souza.Manoel Caibo.Monoel Joaquim Corrêa da Silva,Manoel RS. Übatuba. ¦Merlin.Miguel Alamir Baglioni.Miguel Teixeira e Argoio.

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MorrisNicoiáo Doux. *Nicoiáo de Leon.INíicolào Schmit.Paulo Porto Alegre*Paulo Rafinetti.Pedro Marques.Perey John Fryer.Raphael Peralta.Rouga Odon.Sul.ly Martin.

-Tross.William Thomas Wattsou.

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ÍNDICE DAS MATÉRIAS

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Abutilon....... feuAa.Aceiração do ferro*.*.".".//.*.*.' •*: • *•.?.• • • 517' iaf!^;::;:;:;-"""»-»*»-- V^mmm ãl

. Algodão, *. -V-.-.,i274,,460e 469)Animaes úteis.. *••-v--'--*.......U 38 efe^3App>>relh0 Sgs^S^S"* 334• SISfessr'fe*S| ^Amn,...Vít.PT0iaz" %PPi^:ZPP'^ ô8> 40> 44> 70, 89, 319, 503, 5i4 ;e 515

b :.:, — ^Banha de porco... .Bichas de ouro

"¦'•"• '""— •'*¦* — * 146> 460 475Borracha *' ••••¦•.•¦..... 138 139Brincos .'.....'"'\"° "" ' *''"•••••?•• 33, 114, 138 458°

¦>'¦"¦ -¦¦¦•.--...... i38 139

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Cadeiras..café............V " °' 7/ * Va *; o\' •„• bl e ea

» arharellô.;.;...';:;•••••*•*•• "» 40. 42, 37, 148, 164 e 503» (conservaeâo).. "" 114cai ..;....;•;• u -feCalçado..... " '* 54Ca|ara municipal deTotúVewha:;:.'; . H§/3*He 374 fe|Caminhos: de ferro... 507Canna de assucar....'.'.'.'.'.]'." .'¦/'".'.''/ • • 39 e WCarne........... . "":. *' •• •¦ 155

» secca, .. ."" .....55,147, 280 e 427Carros......,..'... *•••••••••-•• —...fefefel35 :Carroças... •••••••••• 9, 54 190 e., 509 -Carvão animai.".'.'.' .'.*.""'""" ••;•••'•••.••••..* 9, 198 e 232

» artificial.....fe " "" ""'"/""' • ¦ • • • ? 9 o 108, » de pedra. 7.7.7 7, ''""'/"/P• 370->l0:,e -fil2

Cera vegetal,.... ¦¦•¦"•• •••••«••• 234Cereaes.. ¦*¦¦" W '""" *' * * * • * * • • '• • 7 • • * * • ¦ • • • • • • • 98Cerveja...... 189, 237, 323 e 378chá.......;....;:;; •••••••......, 313Cigarros.. iòP'^rr 92Cimento... '•'¦•' 182, 384, 426, 461 e 470Club Fluminense... '""-'¦/ --v^, 99, 117 e 422

•••••••«« ¦¦y.-yrPP.// ¦ ¦¦'-¦/¦¦': ¦ ¦

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PAG

.... 56 e 58colonisação..... •• ••'•••••;:;:::::::::::::..:....87e 135Commercio • •••.;••" '&A' 007 374, 375, 380.»385, 419 e 426m™^ t protrcf s ffiiüthfif.' «. i . P- "^ 2tó

:í "'• .... 10?' F'Construcção de prédios..,.-....v.----;y;;;; 333; MV/ièt^ 466Correntes de segurança.... ............< 490Correspondência agrícola. .- 10, 41, 422 469Couros.. V.V.V.V.'.'.'.... *$.CuUnana •; 517Cupim .• ...... iwCurtimento........r.••••••••••,•••••••"

'

D.....;. 38, 40, 95 96

Dados estatísticos ••• »" .'. 505DiasCameiíO iDr.) ' Y.Y.Y.Y: Y.Y Í35 136Discurso •••••• *'-

• .. 468

Dynamite......••••••• "

V

Eleição do conselho... \'^\\Y:Y.\V*,V.V.V,^^\ '«Emigrantes 13»ISIreza de mudanças ;;;;;:;;:;:::: 81Engenno..;....... ••••.••••• <v 496Ensino agrícola.......*•••••••••• .. 15Entomologia agrida..^....£f yfc Í13, 132, 166, 182, 185,

Escolas de Buenos-Ayres "^i^YYYs, 57, 105 e 119Escovas ••••" " • _JgEstados-Unidos...*.. ¦- 4 8Estradasde erro...,........•••••• _.;.............. 516Escursõesscientiflcas... ^, ............ *g

..514Fabrico do assucar ..,.*, hsir"""Y.\Y.Y..Y.YY. 422 e 509Farinha de carne...v.,._. .».•.¦•.?:•-•••"•....... 93

_. de trigo........,...••. — • ••••••• ; • • 336 377 e 378

Fechaduras........ •• '"" :^V.Í,^..:-« 4^Ferro.......-••^••?••••••' •••.;.....;...... * •••• M

» laminado............ —••• ••••"¦.. ... 446,147,190 241Fogões de etípnomia dupla........... • • . .. m 46l 463 465Forca de traççao........*.....••• W'—" ..•; 10 r54Fornos......*....•Av.vv'--rvvvv--••;;;;;;;.,..;........... m.Fundição ......-rr-vvv-"••"'•'—^-^^-;vr

G... 448 e 483

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Guano artificial....................».--A:v--- .%> Uk l 477r;_» • de;.;peixe..A:..,..»;:.Vv-^-:-'-;-VA'A;V'>V-f' '

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llíüminação................^•••.• .>•••—•• • • •.- |41> 419 f|Imburana........».........•••••.»»»»a»- •;¦—•• ¦• ¦ •. ***;impressos. -.,.. .¦¦"'¦•'¦•¦"V.""«»'"4fl7'e 479Incêndios **>, .Industria... .••••: ¦....¦.»¦ Slíindustria metallurgica..... »• •¦ ••-•:••• • • • *• «mInstituto dos Bacharéis. ~° ¦

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Lavoura... -•- — — "-•"• ^." Ü

Legscão de Venezuela •; ¦ 265Lei de privilégios • '*".;;'.'.'...., 418Leite /;;/.. 238, 327 338Lenha ,»,., ..... 57 106Licor vegetal..... ""'" "Â

179, 368 415Litteratura agrícola....... V;..a. 184Livros. . ••• •••••a'a'*;";;"""."37o, 426 e 47£Locomotoràs ? •• '*'*""..'.'. 8 e H6LUZ..ÇÍ..... ?• •.•••'V'AVA'.VAA*.'7*V* "i" "''¦'¦'¦' °

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;; prcomíSA-:::::::::-iâà;m3n,3|8e m» descascar inatídioca.v......... oy e

§||» fábricaT gelo ••—• ^'; 23(>

» pao....... i8ga» » » sapatos— •••• 142

m «JáVíarpétiras.;..»......• — -.••• |p §08» ¦ t ¦; » piCâfmâte............. _• 108 e 12t

Madeiras... ;•¦." 278, 371, 375, <>^*> m e 47&:Maleabilidade,.. .* ¦• • • • • • • • • ••••••"• '^^r;.. 99 e *liMandioca. .......-v ,..»v..;»..,.»....-».¦

Mangabeira.,.:.... ........V...:,................... 189, 325 418Manteiga. .;. .. .,. ,- so9Maranhão...................í...............,....; 81, 437 520Maravilha.................. .............V. ...i. 418iíetaes preciosos............-.•;', .* H6Ministério da. agricultora.';.................'....!.".'!.'!!.'.'/'. 125Mudança de casa...il... 185, 424 460

¦ ovos......;:...,..:.......,.¦;..:.,....,-..,,.>.;..............¦:¦:¦¦ 93 »

• Pão arejado 10, 55, 236 324 ?Papeis pintados ........ SOPapel...*....... 301, 318/426," 461'e 470Parallehpipedos 142 335íaÍIdl iad0- 50. 147 238Pedido de Eevistas 507Pedra... ,,....<......_.,.,,., .',.,..*.".'..!.'.'.'.".' 142Periódico. ¦: 189Poiimonòlüho......... S09Praga.....r......:;,.. .".*, *15*ê 21Presuntos........... »^.,...,,,...,,...,..,*»..,.. 146, 460 475PriiVilegios?.Vv..¥.,,:..,.,::..................,. 107, 190, 233 236Proposta regulamentar.............................. ,107Protesto ;;..,>..;...;.........„..,.....',-..,¦- S07

QQuestão cavallina.......................,.........,........ ,t} 1 _q

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.a^.».: - • :¦. "" ;.; ¦ •¦ ...... .:;- 1%Bainha das tintasv.... 510Redactor.,.,.:Vj,..: '. gRefinação do saí.: .v ..v........... ...... 52 62Reforma ãe'estatutos. ... .%..... 3^Relatório dos trabalhos sociaes.......... il, 201, 344, 386 429Remessa de jornaes...... ......... .-,.;,¦ "-. v... iM íRequerimento...............;........,.............. 338Revista da sociedade.. ...i.-.-.C ............................ 226Rodas dé véhiculosi...,,,.,:;...,...v;;. ......... 236 419

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Sabão>ámmoniacaív.......;¦'.'.'.'..v;V-.V.;,..........%¦¦¦.-.. _. 804Sabonetes.'.:.".. 468Sal.......v..^ 32j 62. 67,*9Ô'e 463/.plíflas.....;-..............,;........... dl, 12, 52, 65, 186 324fangue,,. ..,,-/.;.'.VV.,...............,.....;......... 422 509&anta CãthaTma.....:....................................... 367~SMde publica................ ^..-w-v^Vs^-v^Vi-v ... 124Siíccador de cafévv............V.V.......VvVÍ>/'. ' '....'' _\a

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