Tese-111 (1)

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Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais – Modelo da Tese nº 111 Pesquisa de Jurisprudência e Anotações – Perseu Gentil Negrão – 20/07/2003 OBS: Na jurisprudência citada, sempre que não houver indicação do tribunal, entenda-se que é do Superior Tribunal de Justiça. Índices Ementas – ordem alfabética Ementas – ordem numérica Índice do “CD” Tese 111 ROUBO – DUAS OU MAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – O AUMENTO DEVE SER ALÉM DO MÍNIMO DE 1/3 O aumento de pena acima do limite mínimo de 1/3, no crime de roubo, faz-se necessário quando houver causas de aumento concorrentes. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31/32) Cancelada na R.O.M. de 07/10/2004, conforme Aviso nº 581/2004- PGJ, publicado no D.O.E. de 20/10/04, p. 32. JURISPRUDÊNCIA PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS- CORPUS. ROUBO. FIXAÇÃO DA PENA. REGIME PRISIONAL. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA. Compilação: Perseu Gentil Negrão 1

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Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

Pesquisa de Jurisprudência e Anotações – Perseu Gentil Negrão –

20/07/2003

OBS: Na jurisprudência citada, sempre que não houver indicação dotribunal, entenda-se que é do Superior Tribunal de Justiça.

ÍndicesEmentas – ordem

alfabética

Ementas – ordem

numérica

Índice do “CD”

Tese 111ROUBO – DUAS OU MAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – O

AUMENTO DEVE SER ALÉM DO MÍNIMO DE 1/3

O aumento de pena acima do limite mínimo de 1/3, no

crime de roubo, faz-se necessário quando houver causas

de aumento concorrentes. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31/32)

Cancelada na R.O.M. de 07/10/2004, conforme Aviso nº 581/2004-

PGJ, publicado no D.O.E. de 20/10/04, p. 32.

JURISPRUDÊNCIA

PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS-CORPUS. ROUBO. FIXAÇÃO DA PENA. REGIMEPRISIONAL. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA.

Compilação: Perseu Gentil Negrão 1

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- Tratando-se de réu primário, com bonsantecedentes e circunstâncias judiciaisfavoráveis, e sendo possível, de acordo com oquantum da pena estabelecida, a aplicação doregime inicial semi-aberto, não é admissível afixação do regime inicial fechado com baseapenas em presunção de periculosidadedecorrente da prática de crime consideradograve.

- No crime de roubo, reconhecida aexistência de duas causas de aumento de pena,mostra-se cabível a fixação do aumento empercentual acima de 1/3, tendo em vista a maiorreprovabilidade da conduta do réu, inexistindonulidade decorrente da majoração da reprimendano percentual de 3/8.

- A verificação do acerto ou desacerto doquantum do aumento estabelecido em função doreconhecimento de majorante, salvo a hipótesede flagrante ilegalidade decorrente depercentual fixado sem qualquer fundamento, nãose compatibiliza com o rito especial do habeas-corpus, em face da impossibilidade dareapreciação dos elementos que levaram à adoçãode determinado percentual pelo magistrado.

- Recurso ordinário parcialmente provido.Habeas-corpus concedido em parte para,revisando a sentença no tocante ao regimeprisional, estabelecer como regime inicial osemi-aberto. (Recurso Ordinário em HabeasCorpus nº 13345 – SP, 6ª Turma, Rel. Min.VICENTE LEAL, j. 07/11/2002, D.J.U. de09/12/2002, p. 391).

HABEAS CORPUS. ROUBO. QUALIFICADORAS. DUAS.PENA. AUMENTO. REGIME PRISIONAL.

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1. No caso de roubo praticado com uso dearmas e concurso de agentes, não há obstáculolegal e o entendimento pretoriano admite oaumento da pena-base até metade, dada aduplicidade de qualificadoras.

2. Em delitos desta espécie, normalmenteviolentos, pode o magistrado estabelecer umregime inicial de cumprimento mais severo, paradesestimular a reincidência, dado que oscriminosos contra o patrimônio são maispropensos à recidiva.

3. Ordem denegada. (HC 10474 – SP, 6ªTurma, Rel. Min. Fernando Gonçalves, j.15/02/2000, D.J.U. de 08/3/2000, p. 00164).

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. DOSIMETRIA.PENA-BASE NO MÍNIMO. VALORAÇÃO DE MAJORANTES.LEGALIDADE. EXECUÇÃO. REGIME PRISIONAL MAISGRAVOSO IMPROPRIAMENTE FUNDAMENTADO. CONDENADONÃO-REINCIDENTE. DIREITO AO REGIME SEMI-ABERTO.ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA.

I. Não se reconhece ilegalidade naexasperação da reprimenda em função daconsideração de duas majorantes - concurso deagentes e emprego de arma de fogo - eis que,tratando-se de causas especiais de aumento depena, admite-se a dupla valoração e aexasperação em até a metade, nos termos daprevisão legal.

II. Se o condenado preenche os requisitospara o cumprimento da pena em regime semi-aberto, tendo em vista a quantidade de penaimposta, pois reconhecida a ausência dereincidência e maus antecedentes na própriadosimetria da reprimenda, não cabe a imposição

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de regime mais gravoso com fundamento exclusivona gravidade do delito praticado.

III. Tratando-se de nulidade prontamenteverificada, deve ser permitido o devidosaneamento via habeas corpus.

IV. Ordem parcialmente concedida parafixar o regime semi-aberto para o cumprimentoda pena imposta ao paciente. (HC 10115 – SP, 5ªTurma, Rel. Min. Gilson Dipp, j. 19/10/1999,D.J.U. de 22/11/1999, p. 00171).

PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO.CONCURSO DE MAJORANTES. FIXAÇÃO DO QUANTUM DOAUMENTO DA PENA BASE. FUNDAMENTAÇÃO. REGIMEINICIAL.

— Não há ilegalidade, por falta defundamentação, se o acórdão increpado fixa oaumento da pena base em três oitavos,considerando a incidência de duas majorantes(as dos incisos I e II do § 2º do art. 157 doCP) e também a conduta do réu na execução dodelito.

— Na determinação do regime inicial documprimento da pena privativa de liberdade,deve-se ter com consideração, além daquantidade de pena aplicada (§ 2º do art. 33 doCP), também as condições pessoais do réu (§ 3ºdo art. 33 c/c art. 59 do CP).

— Incompatibilidade da fixação do regimeinicial fechado se a quantidade da pena impostapermite seja estabelecido o semi-aberto, e ascircunstâncias judiciais, na determinação dapena base, foram tidas como favoráveis ao réu.

— Precedentes.

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— Writ parcialmente concedido. (HC 10042– SP, 5ª Turma, Rel. Min. Felix Fischer, j.21/09/1999, D.J.U. de 18/10/1999, p. 00246).

CONTRARECURSO ESPECIAL. PENAL. ROUBO. QUALIFICADORAS.EMPREGO DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS. PENA.FIXAÇÃO.

1. A presença de duas causas de aumento,por si só, não implica na majoração da penaacima do mínimo previsto no art. 157, § 2º, doCP. Cada uma das três fases de aplicação dapena deve ter fundamentação própria e adequada.Precedentes do STF.

2. Na hipótese dos autos, o julgador,após valorar as duas qualificadoras aplicáveisao caso, concluiu por aplicar o aumento de 1/3,exatamente com suporte no art. 157, § 2º, doCP. Não há que se falar em ofensa ao citadodispositivo.

3. Dissídio jurisprudencial nãodemonstrado.

4. Recurso especial não conhecido.(Recurso Especial nº 343765 – MG, 5ª Turma,Rel. Min. LAURITA VAZ, j. 13/05/2003, D.J.U. de30/06/2003, p. 285).

"Roubo qualificado. Condenações confirmadas porTribunal de Justiça do Estado. Competência doSTJ para processar e julgar o writ (art. 105,I, "c", da CF).

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1. A imposição do regime inicial nãodepende apenas da quantidade da pena, podendo oMagistrado, em atenção à periculosidade do réue às circunstâncias do crime, fixar sistemamais rigoroso, que considere necessário àreprovação e prevenção do ilícito.

2. Concorrendo duas ou maisqualificadoras num mesmo tipo penal, só umadelas deve servir como causa de aumento. Aoutra, ou as demais, apenas quando enquadráveisnos arts. 61 e 62 do CP, devem incidir comoagravante. Além disso, ainda que as duas causasde aumento sejam consideradas, a opção peloquantum da agravação não decorre forçosamentedo número de qualificadoras, mas, sim, de dadosconcretos susceptíveis de justificar uma maiorou menor exasperação.

3. A atenuante da menoridade devepreponderar sobre as demais circunstâncias.Assim, se não serve para reduzir a pena-baseaquém do mínimo legal, deve ser consideradapara eliminar o acréscimo decorrente dareincidência do réu."

Ordem concedida em parte. (Habeas Corpusnº 26150 – RJ, 5ª Turma, Rel. Min. JOSÉ ARNALDODA FONSECA, j. 03/06/2003, D.J.U. de30/06/2003, p. 276).

RECURSO ESPECIAL. PENAL. ROUBO. QUALIFICADORAS.EMPREGO DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS. PENA.FIXAÇÃO.

1. A presença de duas causas de aumento,por si só, não implica a majoração da penaacima do mínimo previsto no art. 157, § 2º, doCP.

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2. Na hipótese dos autos, o julgador,após valorar as duas qualificadoras aplicáveisao caso, concluiu por aplicar o aumento de 1/3,exatamente com suporte no art. 157, § 2º, doCP. Não há que se falar em ofensa ao citadodispositivo.

3. Dissídio jurisprudencial nãodemonstrado.

4. Recurso especial conhecidoparcialmente, e nessa parte, negado provimento.(Recurso Especial nº 300053 – MG, 5ª Turma,Rel. Min. LAURITA VAZ, j. 06/05/2003, D.J.U. de30/06/2003, p. 284).

CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSOESPECIAL. SENTENÇA CONDENATÓRIA. APELAÇÃO. FUGADO RÉU. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DOCONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.PENA.INDIVIDUALIZAÇÃO. CRITÉRIO TRIFÁSICO. ROUBOQUALIFICADO. DUAS CIRCUNSTÂNCIASQUALIFICADORAS. DOSIMETRIA. FUNDAMENTAÇÃO.

- O réu que se afasta do distrito daculpa e não é encontrado para submeter-se àprisão após a sentença condenatória ficaimpedido de interpor apelação.

- O processo de individualização da pena,de previsão constitucional, tem o seu rigorosodisciplinamento no art. 59, do Código Penal,que se completa com as disposições do art. 68,do mesmo Estatuto, que preconiza o sistematrifásico: (a) é fixada, na primeira fase, apena-base, atendidas as circunstânciasjudiciais, no quantum necessário e suficientepara a reprovação e prevenção do crime; (b) emseqüência, são consideradas as circunstânciaslegais que agravam ou atenuam a pena,

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inscritas nos arts. 61 e 65, do Código Penal; e(c) por último, incidem e completam o processode dosimetria as causas de diminuição e deaumento, classicamente conhecidas porcircunstâncias majorantes ou minorantes,fixadas em níveis percentuais.

- A mera constatação da presença de duascircunstâncias qualificadoras não autoriza, porsi só, a exasperação da pena no limitepercentual maior, sendo cabível quandodevidamente apontadas circunstânciasindicativas da necessidade de exasperação dareprimenda.

- Recurso especial parcialmenteconhecido. (Recurso Especial nº 317018 – RJ, 6ªTurma, Rel. Min. VICENTE LEAL, j. 01/04/2003,D.J.U. de 12/05/2003, p. 362).

RECURSO ESPECIAL. APELAÇÃO. ROUBO TRIPLAMENTEQUALIFICADO. MAJORAÇÃO DA PENA.

"A tão-só ocorrência de duas causas deaumento de pena não permite seja a penaaumentada acima do mínimo, sendo necessáriafundamentação específica que demonstre respeitoà qualidade das causas de aumento e não àquantidade das mesmas."

Recurso conhecido, mas desprovido.(Recurso Especial nº 275028 – DF, 5ª Turma,Rel. Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, j.25/03/2003, D.J.U. de 22/04/2003, p. 251).

HABEAS CORPUS. ROUBO COM EMPREGO DE ARMA ECONCURSO DE PESSOAS. DOSIMETRIA. PENA-BASE NOMÍNIMO. EXASPERAÇÃO DE CAUSAS DE AUMENTO DE

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PENA. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. REGIME FECHADO.GRAVIDADE ABSTRATA DO CRIME. ORDEM CONCEDIDA.

1. Ao estabelecer o aumento de pena noroubo, deve o juiz considerar, não, a gravidadeabstrata do delito, como sói acontecer quandose faz caso apenas quantitativamente das causasespeciais, mas, sim, a sua gravidade concretapara, desse modo, fixar o quantum de pena, naextensão do aumento, que vai de um mínimo a ummáximo (Código Penal, artigo 157, parágrafo2º).

2. A consideração só quantitativa dascausas especiais de aumento de pena, submetidasa regime alternativo, é expressão, em últimaanálise, da responsabilidade penal objetiva,enquanto a qualitativa é própria do direitopenal da culpa e atende aos imperativos daindividualização da pena, permitindo, adexemplum, que uma única causa especial deaumento alternativa possa conduzir o quantum depena para além do mínimo legal do aumento, que,em contrapartida, pode ser insuperável, diantedo caso concreto, mesmo em se caracterizandomais de uma causa especial de aumento dessaespécie.

3. Tais espécies de aumento de pena sãopróprias da última fase do cálculo da pena, àluz do disposto no artigo 68, caput, do CódigoPenal, nada impedindo, como o exige a espécie,a despeito de serem duas as causas de aumento,que se o estabeleça no seu limite mínimo, àfalta de razão autorizante do seu desrespeito.

4. Preceituando o Código Penal, em seuartigo 33, parágrafo 2º, alínea "b", que, noscasos de "(...) condenado não reincidente, cujapena seja superior a 4 (quatro) anos e nãoexceda a 8 (oito) (...)", o regime prisional

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poderá ser o semi-aberto, requisitando aimposição de regime mais rigoroso,necessariamente, fundamentação específica.

5. Fazendo-se manifesto que a recusa doregime inicial semi-aberto ao condenado decorreda pura e simples consideração da naturezaabstrata do crime, é de se o deferir comoinicial de cumprimento da pena prisional.

6. Ordem concedida. (Habeas Corpus nº2458 9 – RJ, 6ª Turma, Rel. Min. HAMILTONCARVALHIDO, j. 20/02/2003, D.J.U. de17/03/2002, p. 292).

HABEAS CORPUS. ROUBO COM EMPREGO DE ARMA ECONCURSO DE PESSOAS. DOSIMETRIA. PENA-BASE NOMÍNIMO. EXASPERAÇÃO DE CAUSAS DE AUMENTO DEPENA. LEGALIDADE. REGIME FECHADO. FALTA DEFUNDAMENTAÇÃO. GRAVIDADE CONCRETA DO CRIME.PERSONALIDADE DO AGENTE. ORDEM DENEGADA.

1. Sem que haja dissídio qualquer, ésegura, no direito penal vigente, excluída ahipótese da alínea "a" do parágrafo 2º doartigo 33 do Código Penal, a inexistência derelação necessária entre a quantidade da penaprisional e o regime inicial do seucumprimento, restando, ao contrário, bemestabelecido que a pena-base prisional e o seuregime inicial, presididos, embora pela mesmanorma, inserta no artigo 59 do Código Penal(circunstâncias judiciais), devem serestabelecidos distinta e fundamentadamente.

2. Não há falar em regime semi-aberto seo fechado encontra fundamento, na forma doartigo 59, no fato-crime perpetrado e napersonalidade do homem-autor.

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3. Ao estabelecer o aumento de pena noroubo, deve o juiz considerar, não, a gravidadeabstrata do delito, como sói acontecer quandose faz caso apenas quantitativamente das causasespeciais, mas, sim, a sua gravidade concretapara, desse modo, fixar o quantum de pena, naextensão do aumento, que vai de um mínimo a ummáximo (Código Penal, artigo 157, parágrafo2º).

4. Não há ilegalidade na exasperação dapena em função da consideração de duas causasde aumento de pena, se dentro dos limitesprevistos na norma legal e à luz do delito edos seus agentes em concreto.

5. Ordem denegada. (Habeas Corpus nº23430 – SP, 6ª Turma, Rel. Min. HAMILTONCARVALHIDO, j. 06/02/2003, D.J.U. de10/03/2003, p. 315).

Compilação: Perseu Gentil Negrão 11

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MODELO

RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (RESP 218143 – SP)

RECURSO ESPECIAL. PENAL. ROUBO. QUALIFICADORAS.DUPLICIDADE. AUMENTO. REGIME PRISIONAL.

1. No caso de roubo praticado com uso dearmas e concurso de agentes, não há obstáculolegal e o entendimento pretoriano admite oaumento da pena-base até metade, dada aduplicidade de qualificadoras. Precedentes doSTJ e STF.

2. Recurso especial conhecido e provido.(Recurso Especial nº 218143 - SP, 6ª Turma,Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, j. 26/03/2001,D.J.U. de 16/04/2001, p. 118, JBC 41/343).

Compilação: Perseu Gentil Negrão 12

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ-PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO, nos autos da apelação criminal nº 1.118.635-

5, da Comarca de São Paulo, em que figura como

apelante RICARDO DA SILVA e como apelado o MINISTÉRIO

PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, com fundamento no art.

105, inciso III, letra “c”, da Constituição

Federal, e na forma dos artigos 541 e seguintes do

Compilação: Perseu Gentil Negrão 13

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Código de Processo Civil; e dos artigos 26 e seguintes

da Lei nº 8.038/90, vem interpor RECURSO ESPECIAL para

o Colendo Superior Tribunal de Justiça, contra o v.

acórdão de fls. 160/165, pelas razões adiante

deduzidas:

1. A HIPÓTESE EM EXAME

“RICARDO DA SILVA foi condenado como infrator

do artigo 157, §2º, incisos I e II, do Código Penal, às

penas de seis anos, seis meses de doze dias de

reclusão, em regime fechado, mais quinze dias-multa, no

valor unitário mínimo.

Reincidente, teve a pena-base fixada acima do

patamar mínimo: quatro anos e oito meses de reclusão,

mais onze dias-multa, acrescida, ainda, de 2/5, pelas

duas qualificadoras.

Isso porque, no dia 16 de janeiro de 1998, o

apelante, em companhia de Emanuel Henrique da Silva e

dos adolescentes Márcio Anastácio de Souza e Márcio dos

Santos Fidelis, agindo em concurso e com identidade de

propósitos, subtraiu, para si, mediante grave ameaça,

Compilação: Perseu Gentil Negrão 14

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exercida com uma faca, a quantia de R$ 15,00 (quinze

reais), pertencente à vítima Emílio Vallim Pizzo.

Emanuel também foi condenado por infração ao

artigo 157, §2º, incisos I e II, do Código Penal, às

penas de cinco anos, sete meses e seis dias de

reclusão, em regime semi-aberto, mais quatorze dias-

multa, no valor unitário mínimo. Conformou-se com o

decisum (fls. 125 e 130vº).” (transcrito de fls.

161/162).

Inconformado, RICARDO DA SILVA apelou

pleiteando absolvição por insuficiência probatória;

alternativamente, pediu a redução da pena, ou seja, que

o acréscimo pelas qualificaras fosse “fixado o aumento

de 1/3, em detrimento dos 2/5 estabelecidos na

sentença”.

A Colenda Décima Terceira Câmara do Egrégio

Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, por votação

unânime, deu parcial provimento ao apelo “para reduzir

a pena de Ricardo da Silva a seis anos, dois meses e

vinte dias de reclusão, em regime fechado, mais catorze

dias-multa, no valor unitário mínimo, e” estendeu “tal

benefício ao co-réu, não apelante Emanuel Henrique da

Compilação: Perseu Gentil Negrão 15

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Silva, nos termos do artigo 580, do Código de Processo

Penal, anotando a pena de cinco anos e quatro meses de

reclusão, mantido o regime semi-aberto, mais treze

dias-multa” (v. acórdão – fls. 160).

Foi a seguinte a motivação considerada no r.

voto condutor:

Somente a pena merece reparo.

A duplicidade de qualificadoras, por si

só, não pode levar a majoração da reprimenda

acima do patamar mínimo de 1/3.

In casu, o recorrente agiu com dolo

normal à espécie, e não empregou violência

desnecessária contra a vítima.

Confira-se a jurisprudência:

‘A existência de duas causas de aumento

do delito de roubo não determina, por si só, a

exasperação da pena em fração superior a 1/3,

prevista no § 2º, do artigo 157 do Código

Penal, o que só será cabível se durante a

execução do ilícito ocorrer alguma

circunstância especial que diga respeito às

majorantes, como o número excessivo de pessoas

ou exibição de armas de grande potencial

Compilação: Perseu Gentil Negrão 16

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ofensivo’ (RJDTACRIM – 17/136 – Relator Márcio

Bártoli – Voto vencido: Rubens Elias).

Em tais condições, à pena-base de quatro

anos e oito meses de reclusão, mais onze dias-

multa, (exasperada pela reincidência), se

acresce 1/3, pelas qualificadoras, no total de

seis anos, dois meses e vinte dias de reclusão,

mantido o regime fechado, mais quatorze dias-

multa, no valor unitário mínimo.

Nos termos do artigo 580, do Código de

Processo Penal, se estende a redução ao co-réu,

não apelante, Emanuel Henrique da Silva; fixada

a pena-base em quatro anos de reclusão, se

acresce 1/3, pelas qualificadoras, no total de

cinco anos e quatro meses de reclusão, em

regime semi-aberto, mais treze dias-multa, no

valor unitário mínimo.” (fls. 164/165).

Ao assim decidir a douta Turma Julgadora

distanciou-se frontalmente do que os Colendos SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL e SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA têm

entendido em hipóteses análogas.

Compilação: Perseu Gentil Negrão 17

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2. O DISSENSO JURISPRUDENCIAL

Na verdade, segundo o entendimento traçado

pelo Supremo Tribunal Federal, em caso de roubo com

duas causas de aumento de pena deve-se proceder à

exasperação da pena:

“Pena-base. Fixação. Circunstâncias agravantes,

Causa de aumento de pena. Concurso de pessoas

e emprego de arma de fogo no crime de roubo.

Artigo 157, § 2º, I e II, do Código Penal.

Vícios inocorrentes. Havendo duas causas de

aumento (concurso de pessoas e uso de arma de

fogo), a jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal admite que ambas sejam consideradas na

delimitação final da pena. Habeas Corpus

indeferido.” (HC nº 73.766-SP, j.

28.06.1996, 1a, T., v.u., DJU de 6.09.1996,

p. 31.854).

Compilação: Perseu Gentil Negrão 18

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Em outro julgado, cuja cópia autêntica é

anexada a este recurso, o Ministro MOREIRA ALVES

reportou-se a caso análogo (HC nº 70.900) no qual

duas causas de aumento de pena do roubo determinaram a

fixação da pena do condenado:

“No que diz respeito ao concurso de causas de

aumento de pena, variando a fixação deste de

1/3 a metade, e havendo duas causas

concorrentes - como sucede no caso - há, sem

dúvida, maior grau de reprovabilidade da

conduta do agente, razão por que se me

afigura mais correta a corrente doutrinária

que sustenta que, nesse caso, ambas devem ser

consideradas para a fixação do aumento além do

limite mínimo. Essa interpretação, que

indubitavelmente é mais consentânea com a

realidade, e que tem a vantagem de não

modificar a natureza mesma da circunstância de

agravamento da pena, não viola o disposto no

parágrafo único do art. 68 do Código Penal, que

outorga ao juiz uma faculdade quanto à

limitação a um só aumento, se se tratar de

concurso de causas de aumento previstas na

parte especial.” (H.C. nº 73.536-3, RJ, j.

Compilação: Perseu Gentil Negrão 19

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16.04.1996, DJU de 7.02.97, ementário nº

1856-02).

Em outros julgados, o Colendo Pretório

reafirmou:

“.............................................

...................... - Estando presentes

duas qualificadoras ( incisos I e II, § 2º,

artigo 157 do Código Penal), justifica-se o

aumento da pena em metade” (HC 71.176.6 - SP 1ª

T - Min. MOREIRA ALVES - DJU 104: 13835,

3.6.94).

HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO (artigo 157, §

2º, I e II do Código Penal). AUMENTO DE PENA NO

LIMITE MÁXIMO PREVISTO EM FACE DA EXISTÊNCIA DE

DUAS CIRCUNSTÂNCIAS QUALIFICADORAS DO CRIME

FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE.

1. O aumento da pena em face de

circunstância qualificadora do crime, ou

agravante específica, quando aplicado acima do

mínimo legal, deve ser fundamentado”. (HC

71.741-1 - RJ - 2ª T - Min. MAURÍCIO CORREA -

DJU 100: 15156, 26.5.95).

Compilação: Perseu Gentil Negrão 20

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No mesmo sentido pronunciou-se o Egrégio

Superior Tribunal de Justiça (Recurso Especial nº

164.852-SP, Sexta Turma, Rel. Min.

ANSELMO SANTIAGO – CÓPIA AUTÊNTICA EM

ANEXO QUE SERVE COMO PARADIGMA), cuja ementaé do seguinte teor:

EMENTA

RESP – ASSALTO COM DUAS QUALIFICADORAS – PENA-

BASE ACRESCIDA DE 2/5 – VIABILIDADE – REGIME

INICIAL FECHADO – PERICULOSIDADE DO AGENTE –

PRECEDENTES DO STF.

1. Admite-se o acréscimo de 2/5 (dois quintos)

e não apenas 1/3 (um terço), à pena-base, no

caso de roubo onde se reconhece a existência de

duas qualificadoras, face a maior temibilidade

demonstrada pelo agente e tornando mais difícil

a defesa da vítima. Precedentes STF e STJ.

2. A concessão do regime semi-aberto não é

obrigatória, mas uma faculdade do magistrado,

que, justificadamente, pode optar por regime

mais rigoroso, dependendo das circunstâncias do

caso e das condições do réu.

3. Recurso não conhecido.

Compilação: Perseu Gentil Negrão 21

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

Sendo de destaque o voto do CULTO MINISTRO RELATOR ANSELMO SANTIAGO:

“O recorrente foi processado e condenado

a pena de 5 (cinco) anos, 7 (sete) meses e 6

(seis) dias de reclusão, em regime inicial

fechado, por infração capitulada no art. 157,

§2º, I e II do Código Penal, bem como ao

pagamento de 14 dias-multa.

Recorreu do decisum, mas não obteve êxito

junto à 12ª Câmara do Tribunal de Alçada

Criminal do Estado de São Paulo, mesmo em grau

de embargos infringentes (fls. 205/210),

pretendendo a redução da reprimenda ao patamar

mínimo e ainda a concessão do regime semi-

aberto.

Quanto à dosimetria da pena, levou-se em

conta que, o fato de existir duas

qualificadoras, demonstra maior temibilidade do

agente, dificultando ainda mais da defesa da

vítima. A graduação é feita justamente para

tratar, desigualmente, os desiguais, em que

pune, mais severamente, aquele que se esmera na

prática criminosa, tornando sua ação mais

violenta, mais aterradora, no momento que

cresce, demesuradamente, a violência urbana, em

Compilação: Perseu Gentil Negrão 22

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

que os assaltos e mortes se sucedem num

crescendo. Justo, portanto, puní-lo mais

severamente.

Esse ponto de vista encontra apoio em

precedente da Suprema Corte, como pode-se ver

pelo HABEAS CORPUS nº 70.406/RJ, 1ª T., Rel.

Min. Ilmar Galvão, DJU de 09.09.94, p. 23.441,

cuja ementa está assim vazada:

‘PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBONULIDADE. FIXAÇÃO DA PENA. INOCORRÊNCIA.O aumento de metade sobre a pena-base emvirtude da concorrência de duasqualificadoras (concurso de duas ou maispessoas e uso de arma de fogo) não serevela injustificado, conformeprecedentes de ambas as turmas dessaCorte.A diminuição em grau mínimo, pelatentativa, é justificada pelacircunstância de ter o pacientepraticamente consumado o delito,denotando maior gravidade da conduta.No que se refere à pena de multa, ohabeas corpus por si só, não implicacerceamento de liberdade de locomoção,senão na hipótese de ser convertida empena corporal, o que, no entanto, não secogita nos autos.’

Também nesta Corte se encontra aresto

nesse mesmo caminho, como pode-se ver pela

ementa a seguir transcrita:

Compilação: Perseu Gentil Negrão 23

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

‘RESP – CRIME DE ROUBO – QUALIFICADORAS –AUMENTO DA PENA – ART. 157 PARÁGRAFO 2ºDO CP.- No crime de roubo (art. 157 do CP) paraque haja o aumento da pena-base de até ametade, basta que o Juiz dê comoincidentes à pena uma das qualificadorasdo crime (art. 157, parágrafo 2º, I, II eIII).- Recurso provido para se restabelecer ar. sentença de 1º grau.’(RESP nº 39.719/PR, 5ª T., Rel. Min. CidFlaquer Scartezzini, DJU de 28.02.94, p.2.910)”.

3. CONFRONTO ANALÍTICO DOS JULGADOS

Ajustam-se em estreito paralelismo as

hipóteses apreciadas neste recurso. Todas cuidam da

exasperação da pena quanto a delitos de roubo em que se

evidencie mais de uma causa de aumento de pena.

Compilação: Perseu Gentil Negrão 24

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

Para o acórdão recorrido:

“A duplicidade de qualificadoras, por si

só, não pode levar a majoração da reprimenda

acima do patamar mínimo de 1/3.

In casu, o recorrente agiu com dolo

normal à espécie, e não empregou violência

desnecessária contra a vítima.

Confira-se a jurisprudência:

‘A existência de duas causas de aumento

do delito de roubo não determina, por si só, a

exasperação da pena em fração superior a 1/3,

prevista no § 2º, do artigo 157 do Código

Penal, o que só será cabível se durante a

execução do ilícito ocorrer alguma

circunstância especial que diga respeito às

majorantes, como o número excessivo de pessoas

ou exibição de armas de grande potencial

ofensivo’ (RJDTACRIM – 17/136 – Relator Márcio

Bártoli – Voto vencido: Rubens Elias).”

* * *

Compilação: Perseu Gentil Negrão 25

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

Enquanto para o acórdão paradigma do SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

EMENTA

RESP – ASSALTO COM DUAS QUALIFICADORAS – PENA-

BASE ACRESCIDA DE 2/5 – VIABILIDADE – REGIME

INICIAL FECHADO – PERICULOSIDADE DO AGENTE –

PRECEDENTES DO STF.

1. Admite-se o acréscimo de 2/5 (dois quintos)

e não apenas 1/3 (um terço), à pena-base, no

caso de roubo onde se reconhece a existência de

duas qualificadoras, face a maior temibilidade

demonstrada pelo agente e tornando mais difícil

a defesa da vítima. Precedentes STF e STJ.

2. A concessão do regime semi-aberto não é

obrigatória, mas uma faculdade do magistrado,

que, justificadamente, pode optar por regime

mais rigoroso, dependendo das circunstâncias do

caso e das condições do réu.

3. Recurso não conhecido.

No corpo do acórdão:“Quanto à dosimetria da pena, levou-se em

conta que, o fato de existir duas

Compilação: Perseu Gentil Negrão 26

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

qualificadoras, demonstra maior temibilidade do

agente, dificultando ainda mais da defesa da

vítima. A graduação é feita justamente para

tratar, desigualmente, os desiguais, em que

pune, mais severamente, aquele que se esmera na

prática criminosa, tornando sua ação mais

violenta, mais aterradora, no momento que

cresce, demesuradamente, a violência urbana, em

que os assaltos e mortes se sucedem num

crescendo. Justo, portanto, puní-lo mais

severamente.

Esse ponto de vista encontra apoio em

precedente da Suprema Corte, como pode-se ver

pelo HABEAS CORPUS nº 70.406/RJ, 1ª T., Rel.

Min. Ilmar Galvão, DJU de 09.09.94, p. 23.441,

cuja ementa está assim vazada:

‘PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBONULIDADE. FIXAÇÃO DA PENA. INOCORRÊNCIA.O aumento de metade sobre a pena-base emvirtude da concorrência de duasqualificadoras (concurso de duas ou maispessoas e uso de arma de fogo) não serevela injustificado, conformeprecedentes de ambas as turmas dessaCorte.A diminuição em grau mínimo, pelatentativa, é justificada pelacircunstância de ter o paciente

Compilação: Perseu Gentil Negrão 27

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

praticamente consumado o delito,denotando maior gravidade da conduta.No que se refere à pena de multa, ohabeas corpus por si só, não implicacerceamento de liberdade de locomoção,senão na hipótese de ser convertida empena corporal, o que, no entanto, não secogita nos autos.’

* * *

Verifica-se, portanto, que enquanto o acórdão

recorrido entende que a duplicidade de causa de aumento

de pena, por si só, não autoriza aumento superior a um

terço; já pelo r. julgado confrontado, havendo duas

causas de aumento (concurso de pessoas e arma), a

exasperação da pena deve ser de dois quintos, ou seja,

superior ao mínimo de um terço.

4. Em face do exposto, patenteando-se a

divergência jurisprudencial no que tange à

Compilação: Perseu Gentil Negrão 28

Setor de Recursos Extraordinários e Especiais Criminais –Modelo da Tese nº 111

interpretação do dispositivo penal que define o delito

e suas majorantes, aguarda esta Procuradoria-Geral de

Justiça que seja deferido o processamento do presente

recurso especial, a fim de que, subindo à elevada

apreciação do Superior Tribunal de Justiça, conhecido,

mereça provimento para que, cassando-se a r. decisão

hostilizada, seja mantido o apenamento a que se chegou

em primeira instância.

São Paulo, 11 de dezembro de 1998.

LUIZ ANTÔNIO GUIMARÃES MARREY

Procurador- Geral de Justiça

PERSEU GENTIL NEGRÃO

Procurador de Justiça

ÍndicesEmentas – ordem

alfabética

Ementas – ordem

numérica

Índice do “CD”

Compilação: Perseu Gentil Negrão 29

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Compilação: Perseu Gentil Negrão 30