TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO

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Aula-tema: Filósofos - pequenas reflexões: A Teoria Tridimensional do Direito. Esta atividade é importante para que você compreenda a Teoria Tridimensional do Direito e as diferenças e vínculos entre as dimensões ontológica, axiológica e gnosiológica, permitindo maior entendimento dessa teoria jusfilosófica e de sua importância para o direito brasileiro. Ler o capítulo 13 do Livro-Texto da disciplina (PLT nº 229), identificado ao final desta ATPS, que trata sobre a teoria tridimensional do direito, bem como outras obras à respeito do tema. Ler o texto: • GONZALEZ, Everaldo Tadeu Quilici. A Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale e o novo Código Civil brasileiro. Disponível em: <http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/ 145.pdf>. Acesso em: 30 março 2013. Dissertar, em cinco laudas, sobre a Teoria Tridimensional do Direito e sua influência no direito brasileiro. Trabalho deve ser manuscrito. PLT 229 TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO A teoria tridimensional do Direito é conhecida não só no Brasil, mas em muitos outros países. Essa teoria foi criada pelo brasileiro e paulista Miguel Reale, que é um jusfilósofo brasileiro, em 1968. Explica o que e como é o direito e a sua estrutura e função na sociedade. A mostrar que o direito não é uma teoria puramente lógica. As teorias unilaterais já não eram mais cabíveis à explicar o problema do fundamento do direito, da norma aplicada. Inicialmente, o jurista Miguel Reale faz uma análise aprofundada dos diversos sentidos da palavra Direito e demonstra que eles correspondem a três aspectos básicos, identificáveis em todo e qualquer momento da vida jurídica, são eles: 1- Aspecto normativo - aqui o Direito é visto como ordenamento. 2- Aspecto fático - o Direito é observado como fato. 3- Aspecto axiológico - o Direito é tido como valor de justiça.

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Aula-tema: Filósofos - pequenas reflexões: A Teoria Tridimensional do Direito.Esta atividade é importante para que você compreenda a Teoria Tridimensional do Direito e as diferenças e vínculos entre as dimensõesontológica, axiológica e gnosiológica, permitindo maior entendimento dessa teoria jusfilosófica e de sua importância para o direitobrasileiro.Ler o capítulo 13 do Livro-Texto da disciplina (PLT nº 229), identificado ao final desta ATPS, que trata sobre a teoria tridimensional dodireito, bem como outras obras à respeito do tema.Ler o texto:• GONZALEZ, Everaldo Tadeu Quilici. A Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale e o novo Código Civil brasileiro. Disponívelem:<http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/145.pdf>. Acesso em: 30 março 2013.Dissertar, em cinco laudas, sobre a Teoria Tridimensional do Direito e sua influência no direito brasileiro.Trabalho deve ser manuscrito.

PLT 229

TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITOA teoria tridimensional do Direito é conhecida não só no Brasil, mas em

muitos outros países. Essa teoria foi criada pelo brasileiro e paulistaMiguel Reale, que é um jusfilósofo brasileiro, em 1968. Explica o que e comoé o direito e a sua estrutura e função na sociedade. A mostrar que o direitonão é uma teoria puramente lógica. As teorias unilaterais já não eram maiscabíveis à explicar o problema do fundamento do direito, da norma aplicada.

Inicialmente, o jurista Miguel Reale faz uma análise aprofundada dosdiversos sentidos da palavra Direito e demonstra que eles correspondem a trêsaspectos básicos, identificáveis em todo e qualquer momento da vida jurídica,são eles:

1- Aspecto normativo - aqui o Direito é visto como ordenamento.2- Aspecto fático - o Direito é observado como fato.3- Aspecto axiológico - o Direito é tido como valor de justiça.

O fenômeno jurídico acima, tem pressuposto composto sempre por trêselementos: Fato, Valor e Norma. O jurista conseguiu fazer uma relaçãoperfeita entre eles criando a Tridimensionalidade do Direito.

Em qualquer manifestação da vida jurídica, estará sempre presente atridimensionalidade segundo o autor, o Direito deve ser estudadodialeticamente e interdisciplinarmente, pois o direito é o objeto histórico-cultural e dinâmico.

Essa teoria tridimensional de Miguel Reale, encaixa-se nos atuais estudose hermenêuticas jurídicas, já que encara o direito não como uma ciêncialógica e formal, mas como uma ciência que provém unicamente do histórico davida e cotidiano da sociedade, visando organizá-la. Os aspectos da teoriatridimensional do direito – normativo, fático e axiológico – esse último comoalgo que é tido como valor de justiça, esse tido como objetivo da filosofiado direito. Reale demonstra que em qualquer fenômeno jurídicoobrigatoriamente haverá um fato subjacente. Neste sentido, “tais elementos oufatores não podem existir separados um dos outros, coexistindo como umaunidade concreta” (Reale, 2003). Dessa forma, para Reale o Direito tem umainteração dinâmico e dialético dos três elementos que o integram. Não sólevando em conta a norma, mas também fato e valor, esses três entrelaçados e,não sendo observados separadamente.

Agora, vem uma questão – a teoria tridimensional do direito teminfluencia no direito brasileiro? Apesar do direito brasileiro seguir as doutrinas do direito continental, enão do comon law, a que se prega o direito positivado, há estudos sociais eculturais à criação dessas normas positivadas. Inicialmente, o direitocontinental foi constituído por diversos pensadores extremamentepositivistas, como Kelsen, que ligaram o direito apenas ao Estado, sendo esteprovedor daquele. Com a introdução de novas matérias, ligadas a sociedade,aos estudos do direito, como a sociologia, foi-se entender que o direito nãoemanava do Estado, mas unicamente da sociedade e de sua cultura. Haja vista,o direito continental não levar muito em conta os costumes da sociedade, masesses influenciam de certa forma no direito.

A teoria tridimensional do direito, criada pelo brasileiro Miguel Reale,esse, também criador do novo código civil brasileiro, a lei 10.406 de 10 dejaneiro de 2002, teve de certa forma influência no direito brasileiro. Essainovação no CCB, trouxe inúmeras características da teoria tridimensional eculturalista, como, por exemplo, a função social do contrato positivada noart. 421 do código civil.

A visão tridimensional deseja acabar com a tendência de setorização de umobjeto que se mostra e integra-se em pluralidade. Vemos que, Kelsen, e Kant,e tantos outros estudiosos do campo jurídico, não desconheciam as diversasdimensões do direito, porém, ao apegarem-se somente a uma delas como sendo ade maior importância, comprometeram a percepção plena do fato; isto, todavia,não representou insucesso, pois as idéias de Kelsen continuam a servir comoreferencial aos mais diferentes trabalhos sobre norma jurídica. No entanto,os referidos estudiosos não abrangeram o todo do direito, eles analisaramisoladamente, as partes que o integravam.

ConclusãoDiante exposto, podemos inferir a importância que a teoria tridimensional

do Direito de Miguel Reale teve para o mundo jurídico, pois contribuiu muitocom a revisão de conceitos que estavam quase solidificados no Direito,trazendo novos posicionamentos frente à operacionalização do mesmo.

Portanto, percebe-se que o Direito na visão de Miguel Reale é ao mesmotempo, uno e multíplice, pois "Essa exigência de unidade, sem perda de vista datridimensionalidade do Direito, é essencial”, isto é, como já vimos anteriormente odireito tem múltiplas formas, porém é uno porque muito embora aconteçammudanças no espaço e no tempo, iremos sempre continuar a fazer referência auma única realidade, pois “ existem nesta algumas “constantes”, alguns elementos comuns quenos permitem identificá-la como experiência jurídica, inconfundível com outras, como religiosa, aeconômica, a artística etc.”). Lembrando-se que, as atitudes positivistas são muitocriticadas por Reale, já que para ele os juristas ao cultuarem exageradamenteos textos legais, perdem o contato com a realidade e seus valores, pois quemcria as leis deve procurar interligar fatos e valores, atendendo assim, osanseios sociais daquele momento específico.

Ler o capítulo 5 do Livro-Texto da disciplina, (PLT 229), que aborda a ética e a profissão forense.Ler o texto:

• CNJ investiga renda de desembargadores. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/pais/cnj-investiga-renda-de-desembargadores-4369879>. Acesso em: 30 março 2013.

SÃO PAULO - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vaiinvestigar por amostragem os rendimentos de desembargadores de22 tribunais de Justiça dos estados, entre eles os 354desembargadores do TJ de São Paulo. As investigações puderam serretomadas esta semana graças a uma autorização do ministro doSupremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux.

O ministro autorizou a investigação, mas não deverão serusados relatórios do Conselho de Controle de AtividadesFinanceiras (Coaf), que teria identificado movimentaçõesatípicas no valor de R$ 855 milhões por 3.426 funcionários doJudiciário ou pessoas ligadas a eles entre 2000 e 2010.

Desde dezembro, a apuração do CNJ estava suspensa por liminarconcedida a pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros(AMB), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça doTrabalho (Anamatra), e a Associação dos Juízes Federais doBrasil (Ajufe).

O CNJ tem em seu poder, entregue pelo próprio TJ-SP no iníciodeste ano, todos os comprovantes de Declaração de Imposto deRenda Retido na Fonte (Dirf) dos desembargadores paulistas. ODirf é uma declaração feita pela fonte pagadora, que informa àReceita Federal o valor do IR retido na fonte, dos rendimentospagos ou creditados a seus funcionários.

A notícia da investigação mais abrangente causou surpresa noTJ-SP, que limitou a apuração de irregularidades a recebimentosantecipados de apenas cinco desembargadores (dois ex-presidentesdo órgão e três integrantes da Comissão de Orçamento), queteriam se beneficiado ao receber verbas antes dos demaismagistrados.

Os cinco receberam cerca de R$ 4 milhões. Eles são suspeitosde terem beneficiado a si próprios e favorecido servidores eassessores do tribunal, que teriam ganhado valores de até R$ 250mil. O TJ-SP enfatiza que todos tinham direito a receber essasverbas, e que a irregularidade se limita a terem ganhado altasquantias antes dos demais.

Além dos cinco investigados, outros 24 desembargadores tambémteriam recebido recursos antecipados, mas em valores menores,entre R$ 100 mil e R$ 400 mil. Segundo o TJ-SP, todosjustificaram o recebimento antecipado, como por exemplo, motivosde saúde

Com base no PLT, no texto acima e outras obras à respeito do tema, responder às seguintes questões:a) Quais princípios éticos foram violados? Justificar sua resposta.b) Em sua opinião, por que se exige uma postura ética dos profissionais?c) Existe profissão que pode ser menos ética que a jurídica? Justificar sua resposta.d) Por que a ética é tão importante na profissão jurídica?

Direito Empresarial IUNIDADE 3 – O DIREITO SOCIETÁRIO3.1. Das Sociedades em geral.

As sociedades empresárias são pessoas jurídicas de direitoprivado interno. As pessoas jurídicas, no Direito brasileiro, emprincípio, são classificadas de acordo com a norma que as rege.Assim, temos as pessoas jurídicas de público nacional einternacional, e as pessoas jurídicas de direito privado.

3.1.1. Sociedade comum de fato ou despersonalizada.De acordo com o artigo 45 do Código Civil, começa a existência

legal das pessoas jurídicas de direito privado, com a inscrição deseus atos constitutivos no respectivo registro.

A personalização das sociedades empresárias (adquirempersonalidade jurídica) dá-se com o registro de seus atosconstitutivos.

A sociedade empresária que não obedece ao determinado em lei enão registra seus atos constitutivos é uma sociedadedespersonalizada e, portanto, irregular.

Alguns doutrinadores, em razão de conseqüências processuais,ou para fazer prova de sua existência, diferenciam as sociedadesdespersonalizadas em sociedades irregulares e sociedades de fato. Asociedade irregular seria aquela que, possuindo um atoconstitutivo, não o registra, e a sociedade de fato é aquela quenem ato constitutivo possui, embora exerça atividade empresarial.

No entanto, o Código Civil não adotou essa diferença, tratandotanto a sociedade irregular como a sociedade de fato sob a mesmadenominação, ou seja, sociedades em comum.

São consideradas sociedades em comum aquelas que não possuempersonalidade jurídica. O Código Civil, com essa denominação, nãopretendeu regularizar a situação dessas sociedades, mas designaruma situação irregular e normatizar as conseqüências dessairregularidade.

3.1.2. Sociedade personalizada.Personalizadas são as sociedades dotadas de personalidade

jurídica, com seus atos constitutivos devidamente registrados.O princípio fundamental que rege a personalização determina

que: a pessoa jurídica não se confunde com a pessoa física de seussócios.

Em razão desse princípio, o início da personalidade jurídicada sociedade empresária gera três efeitos:

1) Titularidade negocial: é a sociedade empresária que exercedireitos e contrai obrigações, e não a pessoa de seus sócios. Aindaque a sociedade, na celebração de um negócio jurídico, sejarepresentada por seu sócio, não é este o titular desse negócio, masa sociedade.

2) Titularidade processual: a sociedade poderá, em nomepróprio, demandar e se defender em juízo.

3) Responsabilidade patrimonial: a sociedade empresária possuipatrimônio próprio, que não se confunde com o patrimônio pessoal deseus sócios. Os sócios, em regra, não respondem pelas obrigaçõescontraídas pela sociedade, havendo exceções.

3.1.3. Sociedade irregular.Sociedade sem registro na junta comercial é chamada pela

doutrina de sociedade irregular ou "de fato", isto é, aquela quetenha ato constitutivo escrito, embora não o tenha registrado.Assim sendo, aquele que integra uma sociedade irregular poderápleitear através de ação o reconhecimento da sociedade

O direito sanciona especificamente aquelas sociedades quefuncionam de forma irregular, ou seja, sem o devido registro naJunta Comercial, assim sendo, pelo art. 990 do Código Civil, ossócios de sociedades sem registro responderão sempre ilimitadamentepelas obrigações sociais, sendo ineficaz eventual cláusulalimitativa dessa responsabilidade no contrato social; nesse casocabe aos sócios representantes da sociedade responsabilidade diretae aos demais, responsabilidade subsidiaria, porem, todos assumemresponsabilidade sem limite pelas obrigações contraídas em nome dasociedade. Cabe lembrar, que a falta de registro da sociedade naJunta Comercial repercute de forma negativas no que diz respeito àsobrigações tributárias acessórias, na obrigações perante aSeguridade Social e também, nas relações com o Poder Público.

        Sendo assim, é necessário que haja personificação dassociedades , ou seja, que possuam personalidade jurídica, obtendo-amediante registro de seus atos constitutivos no órgão competente.

3.1.4. Sociedade simples e sociedade empresária. Elemento deempresa

As sociedades simples são aquelas cuja atividade é civil, ou nãoempresarial. Essa denominação foi determinada pelo Código Civil de2002, que substituiu as sociedades civis pelas sociedades simples.

As sociedades empresárias são aquelas que exercem atividadeempresarial, como já estudado.

Segundo Fábio Ulhoa Coelho (2006, p. 111): “A sociedadeempresária pode ser conceituada como a pessoa jurídica de direitoprivado não-estatal, que explora empresarialmente seu objeto socialou a forma de sociedade por ações”.

Ressalte-se que a lei prevê duas exceções para acaracterização das sociedades empresárias, ou seja, as sociedadesanônimas ou por ações serão sempre empresariais, qualquer que sejaseu objeto; e as cooperativas serão sempre sociedades simples

As sociedades empresárias poderão ser das seguintes espécies:1) sociedade limitada;2) sociedade em nome coletivo;3) sociedade em comandita simples;4) sociedade anônima;De conformidade com o artigo 983 do Código Civil, a sociedade

empresária deve constituir-se segundo uma das 05 (cinco) espéciesacima relacionadas.

A sociedade limitada, a sociedade em nome coletivo e asociedade em comandita simples são regulamentadas pelo CódigoCivil, enquanto as sociedades anônimas são disciplinadas pela Leinº 6.404/76, e as sociedades em comanditas por ações são regradaspelos dois diplomas legais.

5) sociedade em comandita por ações.A sociedade em comandita por ações é uma sociedade comercial

híbrida, ou seja, tem aspecto de comandita e de sociedade anônima.Seu capital é dividido em ações, possuindo duas categorias deacionistas semelhantes aos sócios comanditados e aos comanditáriosdas comanditas simples.

A sociedade em comandita por ações reger-se-á pelas normasrelativas às sociedades anônimas, no que estas lhe forem adequadas.Poderá comerciar sob firma ou razão social, não lhe sendo vedado ouso de denominação. A denominação ou firma deve ser seguida daspalavras Comandita por Ações, seja por extenso ou abreviadamente.

3.1.5. Regras comuns das sociedades.Com criação de novas regras para as sociedades em geral, à

exceção das sociedades por ações, as S/A, que mantêm a mesmalegislação (Lei nº 6.404/76 e posteriores alterações).

Dessa forma, abordaremos as principais alterações associedades até então conhecidas por sociedade civil e a sociedadepor quotas de responsabilidade limitada. De fato, foramsubstanciais as mudanças introduzidas, conforme nos revela o examedo Livro II, da Parte Geral do Novo Código, denominado “Do Direitode Empresa”. Mudanças concernentes à sua natureza jurídica,denominação, gerência, formação e etc. que, se não conhecidas,poderão trazer surpresas ao empresário desavisado.

3.2. Classificação das sociedades.As sociedades podem ser classificadas quanto ao seu objeto, à

responsabilidade dos sócios, às qualidades dos sócios e à forma desua constituição.

3.2.1. Quanto à forma do capital, quanto à constituição, quanto àresponsabilidade dos sócios.a) Quanto ao objeto

sociedades civis X sociedades comerciais - Serão comerciais asatividades cujos fins forem atos comerciais com intuito

especulativo ou lucrativo. As sociedades civis terão porobjeto atos considerados não mercantis.

b) Quanto à responsabilidade dos sócios Sociedades de responsabilidade ilimitada - nessas sociedades,

o patrimônio particular dos sócios responde pelas obrigaçõessociais (os sócios, portanto, se tornam garantidores dasociedade). Ex.: sociedade em nome coletivo.

Sociedades de responsabilidade limitada - nessas sociedades ossócios respondem até a importância do capital com que entrarampara a sociedade (no caso das sociedades anônimas) ou até ototal do capital social (no caso das sociedades limitadas). OCódigo Civil de 2002 aboliu a "sociedade de capital eindústria" como um tipo de sociedade empresária. Já osacionistas de uma sociedade anônima têm suas responsabilidadeslimitadas ao montante das ações subscritas ou integralizadas.

Sociedades mistas - são aquelas que apresentamresponsabilidade limitada por parte de alguns sócios enquantoque outros respondem ilimitadamente pelas obrigações assumidasem nome e por conta da sociedade, caso o capital social nãoseja suficiente para satisfazer as obrigações perante oscredores da sociedade. As sociedades em comandita simples e emcomandita por ações são sociedades de responsabilidade mista.

c) Quanto às qualidades pessoais dos sócios Sociedades de pessoas: São aquelas em que a pessoa dos sócios

possui importância fundamental. Nestas sociedades cada sócioconhece e escolhe seus companheiros. Ninguém nelas ingressa oudelas se retira sem concordância dos demais, importando oingresso ou a retirada em modificação do contrato social. Emgeral, todos os sócios contribuem diretamente com o seutrabalho para alcançar os objetivos da sociedade.Ex.:sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples.

Sociedades de capitais: São aquelas em qe a participaçãopessoal dos sócios ocupa posição secundária. O mais importanteneste tipo de sociedade é o capital do sócio-acionista e não asua pessoa. Por isso, nenhuma alteração será feita no contratosocial em razão do ingresso ou retirada deste ou daquelesócio. Desta maneira, o sócio-acionista ingressa na sociedadeou dela se retira, sem dar atenção aos demais, pela simplesaquisição ou venda de suas ações. Ex.: sociedade anônima,sociedade em comandita por ações.

OBS: pelo critério das qualidades pessoais dos sócios, algunsautores consideram a LTDA como sociedade mista, mas isto é um pontocontroverso.O raciocínio que norteia esses autores é que, levando-se em conta o ato que institui as sociedades comerciais, elas podemser contratuais ou estatutárias.d) Quanto à forma de constituição

sociedades em nome coletivo; sociedade em comandita simples; sociedade em comandita por ações; sociedade por quotas de responsabilidade limitada; sociedade anônima.

Os sócios têm, pelas obrigações, responsabilidade subsidiária.A solidariedade, no Direito Societário brasileiro, quando existe,verifica-se entre os sócios, e nunca entre sócio e sociedade.

Isto é, enquanto não exaurido o patrimônio social, não se podecogitar de comprometimento do patrimônio do sócio para a satisfaçãode dívida da sociedade.

A única exceção está na responsabilização do sócio que atuacomo representante legal de sociedade irregular, não registrada naJunta Comercial. Para ele, prevê a lei a responsabilidade direta.

3.3. A personalidade jurídica.A personalidade jurídica confere à sociedade a capacidade de

ser sujeito de direitos e deveres nas relações jurídicas, bem comode ter patrimônio próprio, que não se confunde com o dos sócios.

Vale lembrar que as sociedades empresárias devem registrarseus atos constitutivos no Registro Público de Empresas Mercantis,enquanto as sociedades simples devem se registrar no Cartório Civilde Pessoas Jurídicas, conforme anuncia o art. 1.150 do CC:

Art. 1.150. O empresário e a sociedadeempresária vinculam-se ao Registro Público deEmpresas Mercantis a cargo das JuntasComerciais, e a sociedade simples ao RegistroCivil das Pessoas Jurídicas, o qual deveráobedecer às normas fixadas para aqueleregistro, se a sociedade simples adotar um dostipos de sociedade empresária.

3.3.1. Noções gerais. Direitos da personalidade. A separaçãopatrimonial. A desconsideração da personalidade jurídica.

A sociedade, seja ela simples ou empresária, adquirepersonalidade jurídica, ou seja, elas passam a ter direitos e

obrigações na esfera civil, quando os seus atos constituitivos sãoarquivados no órgão competente. Portanto, cada sociedade terá seusatos arquivados em órgãos distintos, sociedade empresária, o órgãocompetente é o registro público de empresas mercantis, no caso dasociedade simples o órgão competente é o registro civil de pessoasjurídicas.

Assim, nasce a sociedade, se tornando sujeito de direito eobrigações, gozando de todos os privilégios que a lei faculta, earcando com todas obrigações que a lei impõe. Sendo assim, com odevido registro surge para sociedade certos efeitos que são eles:

a) Direito á proteção legal do nome empresarial. b) Autonomia patrimonial da sociedade em relação aos sócios

patrimônio das sociedades e distinto do patrimônio dos sócios. c) Aquisição de domicílio. d) Aquisição de nacionalidade própria. Podemos citar que a desconsideração da personalidade jurídica,

encontra-se elencada no Artº 50 do Novo Código Civil, e demaislegislações como Artº 18 da Lei nº 8.884/94, Lei do Cadê, Artº 4 daLei nº 9.605/98, Lei do Meio Ambiente, Artº 28 da Lei nº 8.078/90,Código de Defesa do Consumidor. Sempre que for praticado os atos jámencionados e de acordo com as leis acima citadas, ocorrerá adesconsideração da personalidade jurídica da sociedade, paraeventuais indenizações ou cumprimento das obrigações adquiridaspelos sócios em nome da sociedade, os quais responderão com seuspatrimônios pessoais, após o exaurimento dos bens da sociedade.3.4. O contrato social

Contrato social, no direito, é o contrato que os sóciosassinam ou assumem, mediante a formação de uma nova sociedade emuma empresa. No caso de uma sociedade já existente, a Pessoa Físicaou Pessoa Jurídica interessada em participar, pode assinar umcontrato para filiar-se a ela.

Trata-se de uma maneira segura de conseguir uma boacolaboração dos acionistas e de definir a porcentagem de cadasócio. O contrato social assegura aos sócios que o capital daempresa não será utilizado sem permissão da maioria da sociedade.

3.4.1. Elementos, forma, prova, conteúdo, formalidades, registro epublicação.

O contrato social deverá conter, no mínimo, os seguinteselementos: título; preâmbulo; corpo do contrato (clausulasobrigatórias); e fecho.

O contrato não poderá conter emendas, rasuras e entrelinhas,admitidas, porém, nesses casos ressalva expressa no próprioinstrumento, com assinatura das partes.

A primeira via do documento deverá utilizar o anverso dasfolhas, ser grafada nas cores azul ou preta, obedecendo aos padrõestécnicos de indelebilidade e nitidez para permitir sua reprografiae microfilmagem.

Deverão constar do preâmbulo do contrato social: qualificaçãodos sócios e seus representantes. Se, na assinatura do contratosocial, qualquer dos sócios for representado por procurador, devemconstar no preâmbulo, ou em outro local, essa circunstância e aqualificação do mesmo, e tipo jurídico da sociedade.

O corpo do contrato social deverá contemplar, obrigatoriamenteo seguinte: nome comercial, que poderá ser razão social oudenominação social; capital da sociedade, a participação de cadasócio e a forma e o prazo de sua integralização; município da sedee respectivo endereço, bem como o endereço das filiais; declaraçãoprecisa e detalhada do objeto social; declaração de ser aresponsabilidade dos sócios limitada ao valor do capital social;prazo de duração da sociedade; data de encerramento do exercíciosocial, quando não coincidente com o ano civil; qualificação dogerente - delegado, quando houver ; e foro contratual.

Do fecho do contrato social deverá constar: localidade e datado contrato; nomes dos sócios e respectivas assinaturas; e nomesdas testemunhas

Nos termos do art. 166º CSC, os actos relativos à sociedadeestão sujeitos a registo e publicação nos termos da lei respectiva.Esta exigência legal visa reforçar a possibilidade de conhecimentodo contrato de sociedade por parte de todos os que entram emrelação com a sociedade.

A falta de publicação determina a inoponibilidade da sociedadeperante terceiros. Na verdade e de acordo com o art. 168º §3 CSC, asociedade não pode por a terceiros actos cuja publicação sejaobrigatória sem que esta esteja efectuada, salvo se a sociedadeprovar que o acto está registado e que terceiro tem conhecimentodele.

UNIDADE 4 – AS SOCIEDADES EM ESPÉCIES4.1. Sociedades despersonificadas

As sociedades não personificadas (arts. 986 a 996 do CC/2002),por sua vez, não possuem personalidade jurídica, por não possuírem

registro. São espécies de sociedades não personificadas a sociedadecomum, também chamada de irregular ou de fato e a de conta departicipação.

Sociedades Despersonificadas: A sociedade em comum é regulamentada no Brasil através

do Código Civil pelos artigos 986 à 990, a sociedade comum, quandonão inscrito os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, excetopor ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas,subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas dasociedade simples.

É uma sociedade empresária de fato ou irregular cujos os atosconstitutivos ainda não foram inscritos no órgão competente, ouseja não pode ser considerada uma pessoa jurídica, estas sociedadesse regem por normas próprias.

As sociedades de fato não possuem contrato social ou estatuto.As sociedades irregulares possuem o contrato social ou

estatuto, porém sem estarem devidamente inscritos no órgãocompetente.

Por não ser uma pessoa jurídica com existência formalreconhecida pelas normas jurídicas, não existe um patrimônio quepertença exclusivamente a alguém onde possa ser formalmenteidentificado, o seu patrimônio é formado de bens e direitostitularizados por cada um de seus sócios.

O patrimônio da sociedade é de titularidade de todos ossócios, em comum, constituindo um patrimônio especial.

4.2. Sociedade Simples e Limitada.A sociedade simples é regida pelos artigos 997 a 1.038 do

Código Civil.Deve ser exclusivamente registrada no Registro Civildas Pessoas Jurídicas do local de sua sede; portanto tem atividadeobrigatória, e exclusiva, do gênero prestação de serviços.

Vale lembrar que quando os bens da sociedade não cobrirem asdívidas, os sócios respondem pelo saldo resultante, inclusive comseus bens particulares.

Mas isso só acontece quando os bens sociais forem esgotados; oque, de qualquer forma, desestimula a constituição de sociedadesdeste tipo.

Por assim dispor o Código Civil (Art. 1.053), as normas dasociedade simples se aplicam à sociedade limitada, nas omissões dasregras desta (artigos 1.052 a 1.087).

E, consequentemente, por não interessar a constituição dasociedade simples, em que os sócios podem responder com seus bensparticulares, este tipo societário caiu em desuso, mas suas normas,por aplicabilidade subsidiária à sociedade limitada, acabaram portornar a sociedade simples, mais do que um tipo societário, “umanorma geral”.

A sociedade limitada, ao contrário, determina que aresponsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas,e que, todos os sócios, respondem solidariamente pelaintegralização do capital social (Art. 1.052).Ou seja, preserva osbens particulares dos sócios. Limitando, assim, a responsabilidadedeles.

Por causa disso, se tornou o tipo societário mais adotadopelas sociedades que se constituem.

E, além disso, pode ter como gênero de atividade tanto aprestação de serviços, quanto a mercantil, isolada ouconjuntamente.

Será, então, por natureza, uma sociedade limitada simplesaquela cuja atividade seja, exclusivamente, do gênero prestação deserviços e registrada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Ao contrário, a sociedade limitada, mesmo tendo por atividadeexclusiva o gênero prestação de serviços, pode ser registrada naJunta Comercial, e, assim, será uma sociedade limitada empresária.

Direito Empresarial IIUNIDADE 1 – Teoria Geral dos Títulos de Crédito

1- Títulos de crédito em geral

O direito de uma pessoa física ou jurídica em relação a

outra pode ou não estar representado por instrumentos jurídicos

(sentença, contratos, etc.).O título de crédito é um instrumento

jurídico que pode levar o devedor a pagar determinada quantia em

dinheiro ou atribuir direitos em favor de seu titular. Como o

próprio nomen júris sugere, o título de crédito titulariza o

crédito de alguém, denominado credor, em relação a

outrem,denominado devedor. Para Cesare Vivante, título de

crédito é o documento necessário ao exercício dodireito literal

e autônomo nele mencionado´. O CC brasileiro de 2002 adotou a

definição de Vivante, como se observa do texto do art. 887:Art. 887. O título de crédito, documento necessárioao exercício do direito literal e autônomo nelecontido, somente produz efeito quando preencha osrequisitos da lei.

1.1- Conceito e características.

Os elementos fundamentais para se configurar o crédito

decorrem da noção de confiança e tempo. A confiança é

necessária, pois o crédito se assegura numa promessa de

pagamento, e como tal deve haver entre o credor e o devedor uma

relação de confiança. A temporalidade é fundamental, visto que

subentende-se que o sentido do crédito é, justamente, o

pagamento futuro combinado, pois se fosse à vista, perderia a

idéia de utilização para devolução posterior.

Para Fábio Ulhoa três são as características que distinguem

os títulos de crédito dos demais documentos representativos de

direitos e obrigações: primeiramente o fato dele referir-se

unicamente a relações creditícias, posteriormente por sua

facilidade na cobrança do crédito em juízo (não há necessidade

de ação monitória) e, finalmente, pela fácil circulação e

negociação do direito nele contido . 

Assim resumiríamos suas características com três palavras-

chaves: o Formalismo, a Excutividade e a Negociabilidade.

1.2- Classificação e espéciesA classificação mais importante dos títulos de crédito é

feita quanto a sua circulação , da seguinte maneira :

a)      Títulos ao Portador, que são aqueles que não

expressam o nome da pessoa beneficiada. Tem como característica

a facilidade de circulação, pois se processa com a simples

tradição.

b)      Títulos Nominativos, que são os que possuem o nome

do beneficiário. Portanto, tem por característica o endosso em

preto.

c)      Títulos à Ordem, que são emitidos em favor de

pessoa determinada, transferindo–se pelo endosso.

Para Vivante os títulos nominativos “distinguem-se

essencialmente dos títulos de crédito à ordem e do portador

porque se transferem com o freio de sua respectiva inscrição no

Registro do devedor, que serve para proteger o titular contra o

perigo de perder o crédito com a perda do título” .

Para Fábio Ulhoa, porém, não há distinção entre títulos à

ordem a nominativos , pois ele vê na classificação tradicional

uma limitação aos títulos de créditos próprios , além de que não

há alternativa para os títulos com cláusula de “não à ordem” . 

Existem dezenas de espécies de títulos de crédito no

Brasil, todos eles regulados por legislação específica. Para os

propósitos deste breve estudo, vamos apresentar as principais

modalidades que garantem a grande maioria das operações de

crédito no mercado brasileiro. São eles:

a) letra de câmbio;

b) nota promissória;

c) cheque;

d) duplicata

1.3- Legislação aplicável

1.4- Normas aplicáveis à letra de câmbio e às notas promissórias

A legislação aplicável, no Brasil, quanto à letra de câmbio

e nota promissória:

a) Em princípio, vigora a Lei Uniforme que consta como Anexo

I da Convenção de Genebra sobre Letra de Câmbio e Nota

Promissória, de junho de 1930.

b) Em virtude de reservas assinaladas pelo Brasil, não

vigoram no direito nacional os seguintes dispositivos da

referida Lei Uniforme: art. 10 (reserva do art. 3Q do Anexo II);

terceira alínea do art. 41 (reserva do art. 72 do Anexo

II); numeros 2 e 3 do art. 43 (reserva do art. 10 do Anexo II);

quinta e sexta alíneas do art. 44 (reserva do art. 10 do Anexo

II).

c) Em virtude da reserva constante do art. 5a do Anexo II

assinalada pelo Brasil, o art. 38 da Lei Uniforme deve ser com

pletado nos termos da reserva, ou seja: as letras de câmbio

pagáveis no Brasil devem ser apresentadas ao aceitante no

próprio dia do vencimento.

d) A taxa de juros por mora no pagamento de letra de câmbio

ou nota promissória não é a constante dos arts. 48 e 49, mas a

mesma devida em caso de mora no pagamento de impostos devidos à

Fazenda Nacional (CC, art. 406), por força da reserva do art. 13

do Anexo II assinalada pelo Brasil.

e) Permanecem vigorantes, por omissão originária ou derivada

da Lei Uniforme, os seguintes dispositivos do Decreto n.

2.044/1908: art. 32, relativo aos títulos sacados incompletos;

art. 10, sobre pluralidade de sacados; art. 14, quanto à

possibilidade de aval antecipado; art. 19, II, em decorrência da

reserva do art. 10 do Anexo II; art. 20, em virtude da reserva

do art. 52 do Anexo II, salvo quanto às consequências da

inobservância do prazo nele consignado; art. 33, acerca da

responsabilidade civil do oficial do cartório de protesto; art.

36, pertinente à ação de anulação de títulos; art. 48, quanto

aos títulos prescritos; art. 54,1, referente à expressão "nota

promissória", em virtude da reserva do art. 19 do Anexo II.

As regras do Código Civil de 2002 aplicam-se apenas se

idênticas às da lei específica do título de crédito, revestindo-

se, assim, de caráter supletivo (art. 903).

1.5- Lei Uniforme de Genebra e Reservas

A aplicação e vigência no Ordenamento Jurídico Pátrio,

antes da Lei Uniforme de Genebra, insta tratar das “reservas”

àquela, ressaltando-se que pelo o Brasil, na figura de seus

governantes, promulgou as Convenções de Genebra para a adoção de

uma Lei Uniforme em matéria de letras de câmbio e notas

promissórias, entretanto no que tange aos artigos 2º, 3º, 5º,

6º, 7º, 9º,10, 13, 15, 16, 17, 19 e 20, do Anexo II, reservou-se

em alguns aspectos.

Requião (2003) destaca que:

“Consoante a definição da Convenção de Viena sobre o

Direito dos Tratados de 1969, “reserva significa um declaração

unilateral, qualquer que seja sua redação ou denominação, feita

por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um

tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar

os efeitos jurídicos de certas disposições do tratado em sua

aplicação a esse Estado”(art.2º,nº1º, d). Assim procedeu a

Convenção de Genebra, prevendo no Anexo II as “reservas” que

podem ser adotadas pelas Altas Partes Contratantes, a fim de

impedir a introdução em seu direito interno de certas normas

uniformes, tendo em vista a preservação de suas conveniências e

tradições jurídicas.”

1.6- Introdução da Lei Uniforme do Direito brasileiro

No dia 07 de junho de 1930, na assinatura de três

convenções por diversos países, inclusive o Brasil, quais sejam:

Convenção para doção de uma lei uniforme sobre letras de câmbio

e notas promissórias; Convenção destinada a regular certos

conflitos de leis em matéria das letras de câmbio e notas

promissória e protocolo; e Convenção relativa ao direito de selo

em matéria de letras de câmbio e notas promissórias.

O Brasil possuía aparato legislativo bastante atualizado,

e, apesar de ser signatário de tais Convenções, só veio a

cumprir o quanto convencionado em 1966, com o Decreto nº57.663

que “promulga as Convenções para a adoção de uma Lei Uniforme em

matéria de letras de câmbio e notas promissórias”, ressalvada as

“reservas” feitas, bem como por meio do Decreto nº 57.595, se

promulgou as Convenções para Adoção de uma Lei Uniforme em

Matéria de Cheques, sendo que através desses dois decretos do

Presidente da República, é que se colocaram em vigor aquelas.

1.7- Normas aplicáveis a outros títulos de crédito

1.8- O Código Civil de 2002

O Código Civil, disciplina os títulos de crédito, como

fonte obrigacional, em sua Parte Especial, Livro I, Título VIII

(Dos Títulos de Crédito), da seguinte forma: I Disposições

Gerais (Capítulo I, arts. 887 a 903); II – Do Título ao Portador

(Capítulo II, arts. 904 a 909); III – Do Título à Ordem

(Capítulo III, arts. 910 a 920) e IV – Do Título Nominativo

(Capítulo IV, arts. 921 a 926).

É imprescindível ter em mente que o Código contém uma

disciplina geral para os títulos de crédito idealizada com os

objetivos de: a) autorizar a criação dos títulos de crédito

atípicos ou inominados; b) servir de disciplina suplementar aos

títulos de crédito nominados ou típicos, naquilo em que houver

compatibilidade; e c) conferir aos títulos novos ou aos que

vierem a ser criados uma disciplina referencial para remissão,

visto que as leis específicas de vários títulos determinam que a

eles se apliquem, quando cabíveis, subsidiária ou

complementarmente, as normas sobre as cambiais. Não houve o

intuito de conformar uma disciplina geral de títulos de crédito

visando a enumeração e reunião dos dispositivos comuns de parte

ou da totalidade das inumeráveis espécies existentes de títulos

de crédito. A regulamentação geral não se aplica, destarte,

diretamente aos títulos de crédito definidos e disciplinados em

leis especiais (cédulas de crédito, duplicatas, nota

promissória, letra de câmbio, etc.), a não ser quando

compatíveis com estes e em caráter suplementar (art. 903).

UNIDADE 2 – Declarações Cambiais

As declarações cambiais, fundamentais para garantir a

circulação dos títulos de crédito, são: o saque ou emissão, o

aceite, o aval e o endosso.

Declarações cambiais são inseridas mediante simples

assinatura no título. Por isso não pode ser inserida em um

título de crédito eletrônico.

Para que se justifique a discussão acerca da possibilidade

ou pertinência para criação de um título de crédito eletrônico,

a singela discussão acerca da possibilidade de criação no meio

virtual já é superada. O problema é permitir-se sua circulação.

Características das declarações cambiaisDeclaração necessária ou origináriaDeclarações eventuais e sucessivasDeclaração cambial sucedânea

Declaração cambial é a maneira pela qual alguém se obriga

num título de crédito lançando a sua assinatura. Sob a égide das

obrigações cambiais, somente será obrigado cambiariamente aquele

que apõe sua assinatura num título de crédito. As declarações

cambiais são: saque, aceite, endosso e aval.

Para a formalidade de constituição e exigibilidade do

crédito cambiário há que se atentar para a lei especial de cada

título que dispõe as regras dos atos cambiários nas relações

creditórias e suas características específicas, compatíveis com

cada título de crédito.

As características são que a primeira declaração cambial

precisa ser completa, atendendo a todos os requisitos de

validade impostos pela lei. As demais podem consistir em simples

assinatura. Por isso, pode ser dito que não há declaração

cambial sem assinatura do declarante, sendo esta, a assinatura,

o requisito mais importante de qualquer declaração cambial, já

que dela advém a obrigação do signatário. Assim a assinatura do

próprio punho é o requisito mais importante do titulo de

crédito, mas em alguns deles, como no cheque, a assinatura pode

ser substituída pela chancela mecânica ou processo equivalente.

A declaração necessária ou originaria, sendo a emissão e

saque são termos que buscam identificar a criação do titulo de

crédito. Neste caso é declaração cambial necessária, essencial e

completa-se forçosamente pela assinatura do declarante.

Corresponde ela à declaração principal, de tal forma que, sem

ela, não existirá o titulo. Sendo regular a declaração, com

atendimento aos requisitos essenciais impostos pela lei,

constitui-se numa promessa direta de pagamento (na nota

promissória) ou numa promessa indireta de pagamento (letra de

câmbio). Na nota promissória a declaração cambial que cria o

titulo chama-se emissão e se completa com a assinatura do

emitente. A declaração corresponde a uma promessa direta de

pagamento que o emitente faz a favor do beneficiário da

declaração, compreendendo-se diretamente a pagar a quantia

determinada no titulo de crédito. Na letra de cambio, a

declaração cambial que cria o titulo chama-se saque,

correspondendo a uma ordem de pagamento.

As declarações eventuais e sucessivas, estão na criação do

titulo, as demais declarações podem surgir ou não, dependendo do

interesse das partes envolvidas. E que somente a primeira

declaração é indispensável. As demais surgem segundo a

conveniência das partes interessadas. Se a assinatura torna o

signatário obrigado no titulo, cada nova assinatura representa

mais uma declaração, mais uma obrigação, aumentando a garantia

oferecida ao credor do titulo, por força do maior número de

assinaturas e de pessoas envolvidas nele. Aceite é a declaração

cambial eventual e sucessiva, pela qual o signatário reconhece

dever o valor do titulo e promete cumprir a ordem contra ele

dada. O aceite não é necessário para validade do papel.

A declaração cambial sucedânea, esta no art. 8º da LUG,

dispondo que quando alguém assina uma cambial na qualidade de

mandatário ou representante legal de outrem, sem o ser ou sem

que esteja devidamente autorizado (sem poderes para tanto), fica

o signatário diretamente obrigado no titulo e não o seu pseudo-

representado. Esclareça-se que não se trata de declaração

cambial diferente das outras, uma nova declaração cambial, pois

não é, esta assume uma responsabilidade equivalente aquela que

teria assumido a pessoa que pretendia representar no titulo, ou

seja, ele será sacador, endossante, avalista ou aceitante,

conforme declara no titulo. Sua obrigação, portanto, conforme o

caso, será pessoal e direta. Se da parte do procurador ou do

representante não existe de fato poderes especiais para assinar

titulo de crédito, é o próprio procurador ou representante que

se obriga, direta e pessoalmente, sucedendo aquele que deveria

ter assinado. Por isso, a declaração cambial por ele assina

chama-se sucedânea.