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RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES Professor Israel Ferreira 1 4M Treinamentos Empresariais Sê Tu, ó Deus, a nossa fortaleza! Recife(PE), agosto de 2013 Estimado(a) Participante, Nosso Cordial Abraço É com muito prazer que o(a) temos em nossos Cursos. A sua presença somente nos traz satisfações. A 4M Treinamentos quer confirmar, nesta oportunidade, mais uma vez, o compromisso com o seu distinto Cliente. Nisso se confirma o nosso único objetivo: atender sempre bem e com toda a presteza ao Cliente, pois esse sempre está a merecer atenção especial. Assim sendo, inicialmente, queremos agradecer-lhe por Você, Caro(a) Participante, nos prestigiar com a sua presença. E por esse motivo, eis que os nossos parceiros (Instrutores) têm, também, a grata satisfação de bem atender aos Participantes dos nossos Cursos, estendendo, assim, o nosso compromisso com Você, o(a) especial Cliente: E dentro desse nível de pleno e satisfatório atendimento, pensamos sistematizar o atendimento dos nossos Instrutores quanto às dúvidas que vierem a ser formuladas pelo(a)s Participantes dos nossos cursos. Como bem sabemos, os nossos Instrutores são todos profissionais especializados nas áreas dos temas voltados para os nossos cursos. Daí, serem eles, os Instrutores, pessoas que, em suas profissões específicas, se voltam, cada um deles, para o seu trabalho diário, muitas vezes nas empresas ou nas outras instituições onde cada uma atua. A 4M Treinamentos, conforme revela a sua denominação social, é uma empresa voltada a ministrar cursos empresarias, nas áreas contábil, fiscal, trabalhista, previdenciária e afins. Sendo assim, eis que a nossa sociedade não se volta para a atividade de consultorias. Ademais, os nossos Instrutores não têm nenhum vínculo conosco quanto aos aspectos de consultas. Ou seja, entre nós, 4M Treinamentos e os nossos Instrutores não há nenhum acerto preliminar, tácito ou formal, quanto ao serviço de consultas aos clientes. Assim é que a 4M Treinamentos, e seus instrutores visando melhor atender a Você, Caro(a) Participante, disponibiliza, para os participantes dos seus Cursos, a oportunidade de os mesmos poderem, após a realização de cada evento, formular as suas dúvidas. Para tanto, gostaríamos de sistematizar a formulação de dúvidas (e não consultas) a serem efetuadas pelo(a) Participante. Isso porque a possibilidade de o(a) Participante puder vir a tirar as suas dúvidas se reveste de uma cortesia da 4M Treinamentos, juntamente com os Instrutores. Assim sendo, vejamos: 1. Até 15 (quinze) dias após a realização do curso, de modo impreterível, terá o(a) Participante a possibilidade de formular, por e-mail, as suas dúvidas; 2. Fica combinado que a dúvida formulada pelo(a) Participante será encaminhada, diretamente, à 4M Treinamentos, no endereço eletrônico [email protected], e não mais ao endereço eletrônico do(a) Instrutor(a); 3. Na fórmula da redação da dúvida, o participante deverá mencionar a página da apostila ou do material distribuído em sala, durante a realização do Curso, onde se centraliza, de fato, a dúvida do(a) Participante. 4. O prazo para a 4M Treinamentos receber a dúvida é, de modo impreterível, o citado no item 1, anterior. 5. Poderá ocorrer, inclusive, que a resposta a ser dada pela nossa equipe de instrutores não seja de imediato, haja vista os compromissos profissionais de cada um dos Instrutores. Sendo só o que se nos oferece para o momento, estamos sempre à disposição de Você, Caro(a) Participante. Mais uma vez, manifestamos o prazer de estarmos ao seu lado. Atenciosamente, 4M Treinamentos Empresariais

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Professor Israel Ferreira 1

4M Treinamentos Empresariais Sê Tu, ó Deus, a nossa fortaleza!

Recife(PE), agosto de 2013 Estimado(a) Participante, Nosso Cordial Abraço É com muito prazer que o(a) temos em nossos Cursos. A sua presença somente nos traz satisfações. A 4M Treinamentos quer confirmar, nesta oportunidade, mais uma vez, o compromisso com o seu distinto Cliente. Nisso se confirma o nosso único objetivo: atender sempre bem e com toda a presteza ao Cliente, pois esse sempre está a merecer atenção especial. Assim sendo, inicialmente, queremos agradecer-lhe por Você, Caro(a) Participante, nos prestigiar com a sua presença. E por esse motivo, eis que os nossos parceiros (Instrutores) têm, também, a grata satisfação de bem atender aos Participantes dos nossos Cursos, estendendo, assim, o nosso compromisso com Você, o(a) especial Cliente: E dentro desse nível de pleno e satisfatório atendimento, pensamos sistematizar o atendimento dos nossos Instrutores quanto às dúvidas que vierem a ser formuladas pelo(a)s Participantes dos nossos cursos. Como bem sabemos, os nossos Instrutores são todos profissionais especializados nas áreas dos temas voltados para os nossos cursos. Daí, serem eles, os Instrutores, pessoas que, em suas profissões específicas, se voltam, cada um deles, para o seu trabalho diário, muitas vezes nas empresas ou nas outras instituições onde cada uma atua. A 4M Treinamentos, conforme revela a sua denominação social, é uma empresa voltada a ministrar cursos empresarias, nas áreas contábil, fiscal, trabalhista, previdenciária e afins. Sendo assim, eis que a nossa sociedade não se volta para a atividade de consultorias. Ademais, os nossos Instrutores não têm nenhum vínculo conosco quanto aos aspectos de consultas. Ou seja, entre nós, 4M Treinamentos e os nossos Instrutores não há nenhum acerto preliminar, tácito ou formal, quanto ao serviço de consultas aos clientes. Assim é que a 4M Treinamentos, e seus instrutores visando melhor atender a Você, Caro(a) Participante, disponibiliza, para os participantes dos seus Cursos, a oportunidade de os mesmos poderem, após a realização de cada evento, formular as suas dúvidas. Para tanto, gostaríamos de sistematizar a formulação de dúvidas (e não consultas) a serem efetuadas pelo(a) Participante. Isso porque a possibilidade de o(a) Participante puder vir a tirar as suas dúvidas se reveste de uma cortesia da 4M Treinamentos, juntamente com os Instrutores. Assim sendo, vejamos: 1. Até 15 (quinze) dias após a realização do curso, de modo impreterível, terá o(a) Participante a possibilidade

de formular, por e-mail, as suas dúvidas; 2. Fica combinado que a dúvida formulada pelo(a) Participante será encaminhada, diretamente, à 4M

Treinamentos, no endereço eletrônico [email protected], e não mais ao endereço eletrônico do(a) Instrutor(a);

3. Na fórmula da redação da dúvida, o participante deverá mencionar a página da apostila ou do material distribuído em sala, durante a realização do Curso, onde se centraliza, de fato, a dúvida do(a) Participante.

4. O prazo para a 4M Treinamentos receber a dúvida é, de modo impreterível, o citado no item 1, anterior. 5. Poderá ocorrer, inclusive, que a resposta a ser dada pela nossa equipe de instrutores não seja de imediato,

haja vista os compromissos profissionais de cada um dos Instrutores. Sendo só o que se nos oferece para o momento, estamos sempre à disposição de Você, Caro(a) Participante. Mais uma vez, manifestamos o prazer de estarmos ao seu lado. Atenciosamente, 4M Treinamentos Empresariais

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EXPEDIENTE

1. SOBRE A OBRA: TÍTULO DO CURSO: RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES AUTOR: WILSON GALDINO ATUALIZAÇÃO: Nº 001/2013 DATA: 21/08/2013

2. SOBRE O AUTOR - WILSON GALDINO:

Contador, Economista, Instrutor de Cursos Empresariais, Consultor Empresarial em Contabilidade e Tributos, autor e atualizador de obras;

Sócio-diretor da DESS Cursos e Treinamentos Empresariais, com participação ativa no território brasileiro em Cursos, Seminários, Palestras e Consultoria Tributária;

Cargos Ocupados: em empresas multinacionais nos setores de indústria metalúrgica, comércio e serviços em operações no Brasil e no Exterior (Brasil, Chile, Estados Unidos, Portugal e Alemanha).

3. SOBRE O INSTRUTOR:

ISRAEL FERREIRA DE LIMA – Contador: Especialista em Direito Tributário – IBPEX/UNINTER; Especialista em Ciências Contábeis - Controladoria – UFPB; Professor de Contabilidade e Planejamento Tributário da CATÓLICA/PE; Professor da disciplina Planejamento Tributário do curso de Pós-Graduação da UFPE; Professor da disciplina Planejamento Tributário do MBA da CATOLICA; Professor da disciplina Gestão Fiscal e Tributária da Pós-Graduação do CESMAC/FEJAL – Maceió/AL; Professor da disciplina Planejamento Tributário do curso de Pós-Graduação da FAFIRE – Recife/PE; Membro da Academia Pernambucana de Ciências Contábeis; Ex conselheiro do CRC/PE; Ex Consultor da IOB e Atualmente Instrutor e Consultor Contábil/Tributário da ÍCONE Consultoria. Instrutor da 4M Treinamentos Empresariais.

Este material é de uso exclusivo nos treinamentos empresariais ministrados diretamente pelo autor, ou por qualquer outro profissional previamente autorizado, sendo proibido a reprodução total ou parcial por qualquer meio. Leis de nº.s 9.609 e 9.610 de 1998, combinados com o art. 184 do Código Penal.

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ÍNDICE APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO .......................................................................................................................... 6 CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS ....................................................................................................................... 7 1. Princípios Constitucionais Tributários..................................................................................................... 7 1.1. Princípio da Generalidade. ..................................................................................................................... 7 1.2. Princípio da Universalidade. ................................................................................................................... 8 1.3. Princípio da Progressividade. ................................................................................................................. 9 2. Tributos Federais - Conceitos e Definições Gerais. ............................................................................... 11 2.1. Responsabilidade Tributária. ................................................................................................................ 11 2.2. Tributo. ................................................................................................................................................. 12 3. Crédito Tributário. ................................................................................................................................ 13 3.1. Lançamento. ......................................................................................................................................... 13 3.2 Quitação do Crédito Tributário. ........................................................................................................... 14 4. Fato Gerador. ........................................................................................................................................ 15 4.1 Imposto de Renda: ............................................................................................................................... 15 4.2 Contribuições Sociais: ........................................................................................................................... 20 5. Disposições Especiais sobre o Imposto de Renda ................................................................................. 20 5.1. A Retenção – Obrigação de Recolhimento. .......................................................................................... 21 5.2 Ônus Assumido pela Fonte Pagadora................................................................................................... 22 5.3 A Dispensa da Retenção. ...................................................................................................................... 29 5.4 A Centralização e o Recolhimento. ...................................................................................................... 29 5.5 Recolhimento fora do Prazo. ................................................................................................................ 30 5.6 Desconto ou Pagamento Indevido ou a Maior..................................................................................... 31 5.6.2 Pagamento Indevido ou a Maior. ......................................................................................................... 31 5.7 Códigos de Recolhimento ..................................................................................................................... 32 TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS FÍSICAS – DOMICILIADAS NO BRASIL. ...............................................................................33 1. Contribuintes. ....................................................................................................................................... 33 2. Incidência. ............................................................................................................................................. 33 3. Tabela Progressiva. ............................................................................................................................... 34 3.1 IRRF - Períodos ..................................................................................................................................... 34 3.2 Tabela de Incidência do INSS ................................................................................................................ 35 3.3 Exemplo na Aplicação da Tabela .......................................................................................................... 35 4. Rendimentos Tributáveis ...................................................................................................................... 38 4.1. Rendimentos do Trabalho Assalariado. ............................................................................................... 38 4.2. Rendimentos de Autônomos. ............................................................................................................... 45 4.3 Reembolso de Despesas. ...................................................................................................................... 46 4.4 Outros Serviços..................................................................................................................................... 48 4.5 Outros Rendimentos Tributáveis da Pessoa Física. .............................................................................. 50

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5. Formação da Base Tributável - Deduções ............................................................................................. 55 5.1 Contribuição Previdenciária. ................................................................................................................ 56 5.2 Dependentes. ....................................................................................................................................... 56 5.3. Pensão Alimentícia. .............................................................................................................................. 60 5.4 Deduções no Recebimento de Alugueis. .............................................................................................. 63 5.5 Gastos Necessários na Percepção do Rendimento. ............................................................................. 64 6 Multas e Vantagens por Rescisão de Contratos. ................................................................................. 64 7. Rendimentos do Trabalho - Decorrente de Decisão da Justiça do Trabalho ........................................ 65 8. Rendimentos do Trabalho – Recebidos Acumulados ........................................................................... 67 A TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS - DOMICILIADAS NO BRASIL. .........................................................................70 1. Serviços Prestados por Cooperativas de Trabalho. .............................................................................. 70 2. Serviços Prestados por Pessoas Jurídicas. ............................................................................................ 70 2.1 Lista de Serviços – Art. 647 do RIR 99. ................................................................................................. 71 2.2. Serviços de Limpeza, Conservação, Segurança, Vigilância e Locação de Mão-de-obra. ...................... 72 2.3. Comissões, Corretagens, Propaganda e Publicidade. .......................................................................... 73 3. Multas e Vantagens por Rescisão de Contratos – Pessoas Jurídicas. .................................................. 73 IRRF - OUTRAS OPERAÇÕES..............................................................................................................................75 1. Aplicações Financeiras. ......................................................................................................................... 75 1.1 Renda Fixa. ........................................................................................................................................... 75 1.2 Fundos de Investimentos. .................................................................................................................... 76 1.3 Renda Variável. ..................................................................................................................................... 76 2. Prêmios e Sorteios em Geral. ................................................................................................................ 76 2.1. Prêmios em Dinheiro. ........................................................................................................................... 76 2.2. Prêmios em Bens e Serviços. ................................................................................................................ 77 2.3. Títulos de Capitalização. ....................................................................................................................... 77 3. Rendimentos Auferidos por Domiciliados no Exterior. ........................................................................ 77 3.1 Alíquotas. .............................................................................................................................................. 78 3.2 Casos em que se Aplicam ..................................................................................................................... 78 3.3 Relação de Países em o Brasil Mantêm Acordo: .................................................................................. 79 3.4 Trabalho Assalariado no Exterior. ........................................................................................................ 79 RETENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ..............................................................................................................80 2. Fato Gerador. ........................................................................................................................................ 80 3. Dispensa de Retenção ........................................................................................................................... 80 3.1 Regra Geral ........................................................................................................................................... 80 3.2 Como se Aplica o Limite de R$ 5.000,00 para a Dispensa de Retenção............................................... 81 4. Situações Especiais em Relação às Empresas. ...................................................................................... 82 4.1 Empresas Dispensadas de Realizar as Retenções ................................................................................ 82 4.2 Empresas Dispensadas de Sofrer as Retenções ................................................................................... 82 5. Alíquotas ............................................................................................................................................... 84 5.1 Regra Geral ........................................................................................................................................... 84 5.2 Pessoa Jurídica Amparada Por Medida Judicial ................................................................................... 84

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6. Procedimentos na Emissão da Nota Fiscal ............................................................................................ 84 7. Compensação dos Valores Retidos pelo Prestador de Serviços ........................................................... 85 8 Periodicidade e Forma de Recolhimento .............................................................................................. 86 8.1 Periodicidade e Novos Prazos de Recolhimento .................................................................................. 86 8.2 Forma de Recolhimento ....................................................................................................................... 86 9. Retenções – Art. 3º da Lei nº. 10.485 de 2002 – Breve Relato. ............................................................ 87 10. Prestação de Informações na DIRF e Informe de Rendimentos ........................................................... 87 SOBRE O ISS – LC Nº. 116. DE 2003 ..................................................................................................................88 1. Contribuintes ........................................................................................................................................ 88 2. Fato Gerador ......................................................................................................................................... 88 2.1 Incidência ............................................................................................................................................. 88 2.2 Não Incidência ...................................................................................................................................... 89 3 ISS - Local de Pagamento ...................................................................................................................... 89 4 ISS - Retenção do Imposto .................................................................................................................... 89 5 ISS - base de cálculo .............................................................................................................................. 89 6 ISS - Alíquota do Imposto ...................................................................................................................... 90 7 ISS procedimentos Especiais – Simples nacional .................................................................................. 90 8 ISS - Destaque em Nota Fiscal ............................................................................................................... 90 RETENÇÕES EFETUADAS PELAS ENTIDADES FEDERAIS ...............................................................................................91 1. Breve Relato .......................................................................................................................................... 91 1.2 Tabelas a Utilizar .................................................................................................................................. 92 Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de 2012 - DOU de 12.1.2012 .............................................. 94

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APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO As empresas cumprem um papel fundamental para a administração tributária, tanto no que

se refere ao pagamento de seus tributos (obrigação) quanto na retenção de valores de outros contribuintes (responsabilidade) e a prestação de informações ao fisco.

Observamos ainda, que em tese, compete a fonte pagadora no recolhimento dos tributos,

mesmo que não o tenham retido e é neste ponto é que reside a necessidade de uma maior análise das situações relacionadas com a “responsabilidade da fonte pagadora”, visto que a interpretação parcial de algumas normas resultaram em transtornos administrativos e financeiros. a) Administrativos: tais como:

Recusa da retenção pelo prestador;

Malha Fina da SRF X Declaração de Rendimentos da PF;

Não Homologação de PER/DCOMP e Pendências Diversas na SRF. b) Financeiros: tais como:

Assumissão de ônus pela fonte pagadora;

Multas de Ofício em 75%. Observamos que não se trata de uma ato simples, visto que as informações prestadas

devem refletir a realidade dos fatos relacionados com a aplicação das normas tributárias, assim entendido como a segregação dos rendimentos conforme a espécie, a aplicação das deduções cabíveis e o recolhimento das importâncias nos prazos devidos.

Outro ponto a ser observado reside quanto ao fato do cruzamento das informações entre as

outras de pleno conhecimento do fisco e o desencontro poderá resultar em pendências com transtornos para ambas as partes (prestadores, beneficiários e fontes pagadoras).

Bom Treinamento

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CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

Considerando que a empresa deverá aplicar corretamente as normas tributárias e nem

sempre os beneficiários dos rendimentos “aceitam” as retenções dos tributos (impostos e contribuições), torna-se necessário apresentar algumas considerações que julgamos importante neste processo. 1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS.

Todas as ações exercidas pelas empresas, tanto na definição das verbas que serão

tributadas, quanto aos contribuintes são amparadas por princípios constitucionais e conforme art. 153, III, da CF/1988, é da competência da União instituir imposto sobre a renda e proventos qualquer natureza e o CTN – Código Tributário Nacional em seu art. 43, incisos I e II, define a renda como sendo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Os proventos de qualquer natureza são definido como sendo os acréscimos patrimoniais não compreendidos como renda.

Para a análise sobre a aplicação de tais conceitos, devemos associá-los aos “Princípios”, os

quais possuem uma importância fundamental no Direito Tributário, como uma das suas fontes e apesar de baixo grau de complexidade, estes indicam padrões a serem buscados ou resultados que se espera ser obtido, interelacionando regras e normas.

As doutrinas apresentam várias situações atreladas ao termo “Princípios”, tais como: a

isonomia, a anterioridade, a legalidade, a pessoalidade, a capacidade econômica do contribuinte, a generalidade, a universalidade e a progressividade, mas para maior objetividade nos concentraremo apenas nos três últimos. 1.1. PRINCÍPIO DA GENERALIDADE.

Indica que toda e qualquer forma de renda ou provento deve ser tributada nos limites e

condições da lei, ou seja, deve alcançar por igual todo e qualquer aumento de patrimônio, independentemente de sua fonte produtora, conforme CF 88, ART. 150.

“Sem prejuízo de outras garantias...................., é vedado à União, aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios: I - ............. II – instituir tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situações

equivalentes, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

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A aplicação de tal princípio é de suma importância, inclusive nos casos de pagamento de

rendimentos a pessoas físicas ligadas ligadas de forma direta com pessoa jurídica imune ou isenta.

O RIR 99, acolhendo este princípio, em seu art. 3º, dispõe que “a renda e os proventos de

qualquer natureza percebidos no País por residentes ou domiciliados no exterior ou a eles equiparados, ........, estão sujeitos ao imposto de acordo com as disposições do Livro III.....”.

Exemplo e Caso em Discussão: A empresa ABC Ltda efetuou as seguintes saídas de caixa no dia 15.03.2013:

Valores R$ 1.000,00: Pagamento de Salários; R$ 2.000,00: Pagamento de Pro-labore; R$ 3.000,00: Pagamento de Alugueis; R$ 4.000,00: Serviços de Digitação pelo Sr. Bill Gates; R$ 5.000,00: Pagamento de Serviços Prestados pela Empresa Eupresa Ltda; R$ 6.000,00: Pagamento da Fatura nº 123 pela aquisição de mercadorias; R$ 7.000,00: Remessa para o Exterior, pela quitação de um empréstimo, sendo

R$ 5.000,00 (principal) e R$ 2.000,00 (juros).

Questionamentos: Qual das saídas de caixa não representa o conceito de “renda” ou “rendimento”? Considere as relativas ao valor de R$ 6.000,00 (aquisição de mercadorias) e o valor de

R$ 5.000,00 (amortização do principal); E na hipótese de o valor principal do empréstimo não ter sido registrado no Banco Central?.

Comente. Neste caso, toda a remessa será tratada como um rendimento, portanto sujeito às

retenções prevista em lei. Mas porque temos que entender este princípio da “generalidade”?. Para que possamos primeiramente definir o padrão para alcance da chamada retenção, ou

seja, ocorrerá ou não um “aumento” no patrimônio do beneficiário, como por exemplo no caso da remessa ao exterior, o aumento foi de apenas R$ 2.000,00, pois apesar de estar recebendo R$ 7.000,00, o valor de R$ 5.000,00 ajustará a redução ocorrida anteriormente.

1.2. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE.

Por este princípio, o tributo deverá ser cobrado de todos os que auferirem renda, nos termos

previstos em Lei, não havendo distinção de nacionalidade, sexo, cor , religião profissão, alcançando assim a totalidade do patrimônio do contribuinte, devendo abranger “todos”.

Por este princípio, exige-se que se tribute todo o aumento patrimonial a determinado período

definido em lei, sem a distinção das espécies de rendas e proventos, ajustando-o ao princípio da generalidade e a incidência ocorre sobre o eventual acréscimo, posto que nos ajuste a determinado período, tal incoerência será corrigida.

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O RIR 99, em seu art. 2º dispõe que “as pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil,

titulares de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, são contribuintes do imposto de renda, sem distinção da nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão”.

Exemplo e Caso em Discussão: o grande arquiteto Sr. Oscar Niemeyer (104 anos), juntamente com o seu tataraneto (6 meses) fizeram um comercial, sendo assim discute-se sobre a incidencia ou não do imposto sobre a renda.

Valores pagos: R$ 10.000,00 (Oscar Niemeyer) e R$ 10.000,00 (tataraneto). Questionamentos:

O Sr Oscar Niemeyer é um “idoso”,.e a ele serão atribuídos diversos benefícios? Para fins da lei tributária e de acordo com este princípio, não haverá distinção de idade,

portanto o valor será tributado pela tabela progressiva (autônomo). E quanto ao tataraneto, o valor também será tributado? Sim, pois ele auferiu um rendimento, ou seja, se colocou na condição de “titular de uma

disponibilidade econômica”. Mas o tataraneto não tem condições e nem “capacidade jurídica” para a gestão de tais

recursos financeiros, muito menos o CPF – Cadastro das Pessoas Física. Neste caso, considerando que o recurso será “administrado” pelos seus pais, o rendimento

será acrescido aos rendimentos por eles recebido de outras fontes no ajuste ao final do ano-calendário.

E se os seus pais efetuarem o cadastro dele (tataraneto) no CPF? O rendimento será tributado em seu próprio CPF, ajustando ao final do ano, entretanto,

conforme normas do fisco deverá ser entregue a Declaração Anual de Rendimentos e demais considerações.

1.3. PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE.

Por este princípio a renda e os proventos serão graduados por faixas, de forma que as

alíquotas maiores venham a recair sobre as faixas maiores e somente será eficiente se for atrelado aos anteriores (generalidade e universalidade), visto que a alíquota progressiva irá recair sobre a totalidade das rendas, independentemente do efetivo acréscimo do patrimônio.

O exemplo mais comum é a aplicação da “tabela progressiva”, com a faixas de isenção e de

tributação e que em primeiro momento será permitido ajustes ao rendimento (dependentes, contribuições para a previdência, parcelas isentas), o qual será submetido a tributação de acordo com a sua faixa, sendo-lhe aplicado ainda os efeitos tributários das faixas anteriores.

O papel da fonte pagadora é a aplicação das normas vigentes, e as vezes, estas normas a

coloca em situação difícil perantes os contribuintes, que por serem leigos, não compreendem o “porquê” da não dedução de determinados gastos, que de “boa fé” foram por eles suportados, tais como, doações, ajudas, dependentes e outros.

O RIR 99, no art 620 determina que “os rendimentos de que trata este Capítulo estão

sujeitos à incidência do imposto na fonte, mediante aplicação de alíquotas progressivas, de acordo com as seguintes tabelas em Reais”.

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Exemplo e Caso em Discussão: O Sr Ricaço da Silva recebeu da empresa XXX Ltda. o pró-labore de R$ 100.000,00, sendo assim, vamos calcular o IRRF e a aplicação deste conceito de progressividade.

Valores pagos: R$ 100.000,00; Espécie: Pró-labore; Mês de Recebimento: Março de 2012 Deduções (hipotéticas): Dependentes: 2, (R$ 164,56);

Base Tributável (R$ 100.000,00 – R$ 329,12): R$ 99.670,88 Divisão da Base Tributável por Faixas: Faixa Isenta: 1.637,11 0,00 Faixa em 7,5% (2.453,50 – 1.637,11): 816,39 61,23 Faixa em 15% (3.271,38 – 2.453,50): 817,88 122,68 Faixa em 22,5% (4.087,65 – 3.271,38): 816,27 183,66 Faixa em 27,5% (99.670,88 – 4.087,65): 95.583,23 26.285,39 Totais 99.670,88 26.652,96

Tabela Progressiva para 2012

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 1.637,11 Isenta -

De 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78

De 2.453,51 até 3.271,38 15,0 306,80

De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15

Acima de 4.087,65 27,5 756,53

Dedução por Dependentes 164,56

Calcule o imposto, seguindo a tabela progressiva aprovada para o ano de 2012. Rendimento Tributável (R$ 100.000,00 – R$ 329,12): R$ 99.670,88; Aplicando a Alíquota de 27,5% sobre R$ 99.670,88: R$ 27.409,49; Parcela a Deduzir: R$ 756,53; Valor a ser Retido (R$ 27.409,49 – R$ 756,53): R$ 26.652,96

Tabela Progressiva para 2013

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 1.710,78 Isenta -

De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31

De 2.563,92 até 3.418,59 15,0 320,60

De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00

Acima de 4.271,59 27,5 790,58

Dedução por Dependentes 171,97

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2. TRIBUTOS FEDERAIS - CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS.

Temos observado que os contribuintes são prejudicados com pendências na SRF, e em

grande parte estes erros estão associados com a interpretação parcial de alguns conceitos, sendo assim, comentaremos de forma prática, o que facilitará a aplicação dos demais conceitos relacionados com o Imposto de Renda Retido na Fonte. 2.1. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA.

Conforme CTN, art. 128, a responsabilidade será sempre do sujeito passivo ou nas

hipóteses definidas em lei, quando a pessoa jurídica assume a responsabilidade de reter e recolher IR (ou INSS) sobre os serviços pagos por ela a beneficiários (PJ ou PF), bem como a prestação de Informações. a) Retenções (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins) pelos Órgãos da Administração Pública Federal (art.

64 da Lei nº 9.430/96);. b) Retenções (CLLL, PIS e Cofins) pelos tomadores de serviços profissionais (art. 30 da Lei nº

10.833/03); c) Retenções (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins) pelas empresas públicas federais, bem como as

sociedades de economia mista e as sujeitas ao SIAF (art. 34 da Lei nº 10.833/03); d) Retenções de PIS e de Cofins no setor de autopeças (art. 3º da lei nº. 10.485/02); e) Os valores retidos se sujeitam às mesmas regras quanto a prestação de informações na

DIRF e nos comprovantes de rendimentos.

Exemplo e Caso em Discussão: A empresa ABC Ltda efetuou um pagamento para o Escritório de Advocacia “Somos Justos LTDA”, mas não efetuou a retenção, pois no respectivo documento não foi destacado as importâncias, bem como o valor do Boleto de Cobrança foi emitido no valor de R$ 10.000,00.

O procedimento está correto? Não, visto que trata-se de uma responsabilidade imposta pela Lei (RIR 99, art. 647 e 722 e

art. 30 da Lei nº 10.833/03).

Quais importâncias deveriam ser retidas? A fonte pagadora deverá, nestas condições efetuar a retenção de: o IRRF em 1,5% sobre R$ 10.000,00: R$ 150,00; o Contribuições PCC (*) em 4,65% sobre R$ 10.000,00: R$ 465,00; o PCC = Pis, Cofins e CSLL

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Mas como corrigir o documento?

Existem várias formas de correção, tais como o contato com o prestador, solicitando as alterações, ou se for o caso, a empresa (fonte pagadora) efetua os devidos recolhimentos e procede a cobrança das importâncias. o Débito: AC – Outras Contas a Receber: R$ 615,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher: R$ 150,00; o Crédito: PC – Contribuições Sociais Retidas a Recolher: R$ 465,00.

Quais outros cuidados a serem observados nesta responsabilidade?

A fonte pagadora deverá manter controles adequados e prestar informações na DIRF – Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte, bem como enviar o informe de rendimentos.

E se a empresa “simplesmente” desconsiderar tais fatos?

1ª Situação: a empresa assume o ônus pela não retenção, recolhendo os tributos, mas

onerando a despesa; 2ª Situação: se tal “não retenção” for objeto de ações de fiscalização, a fonte fica obrigada

ao pagamento, entretanto acrescido com multa de ofício (art. 44 da Lei nº 9.430/96), mais juros Selic.

Considerando as perguntas anteriores, comente sobre as suas ações a partir de agora.

Considerando que as importâncias retidas em “nada” resulta em prejuízo para o beneficiário

do rendimento (poderá ser deduzido), mas a inobservância trará consequências desagradáveis (financeiras e administrativas para a empresa), o destaque no documento será irrelevante, portanto serão aplicadas as retenções devidas.

2.2. TRIBUTO.

É toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor que nela se possa

exprimir, que não se constitua sanção de ato ilícito, instituida em Lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada e a sua constituição amparada pela competência privativa da autoridade administrativa; pela ocorrência do fato gerador; por matérias tributáveis; pela determinação do montante devido; pela identificação do sujeito passivo e a aplicação de penalidades (CTN, art. 142), sendo essas condições cumulativas e na falta de alguns dos itens, a constituição poderá ser questionada judicialmente.

Observamos que as entidades sindicais, no interesse de seus associados estão em

constante análise destas normas, como por exemplo, a tributação na fonte nos casos relacionados com o PDV – Programa de Demissão Voluntária, os rendimentos de férias interrompidas por necessidade funcional, indenizações diversas, PLR – Participação nos Lucros ou nos Resultados e outros.

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2.2.1 IMPOSTO.

O art. 16 do CTN, o define como “tributo pago, cuja obrigação tem por fato gerador uma

situação independente de qualquer atividade estatal relativa ao contribuinte”, instituído e aplicado livremente nas atividades estatais, como por exemplo o IRPJ, o IRPF, o IPI e o IOF.

Melhor definição é “imposto é Imposto por que foi Imposto”.

2.2.2. CONTRIBUIÇÃO.

É o tributo pago em dinheiro, pelas pessoas designadas na Lei (contribuintes), para a

manutenção dos serviços públicos adminstrados pelo Estado, ou seja, existe a necessidade específica, tais como o de financiar a seguridade social (CSLL e Cofins), de custear o programa de seguro-desemprego e abono anual (PIS) e outras (CPMF e CIDE....).

Exemplo e Caso em Discussão:

Porque o professor está apresentando tais conceitos jurídicos, visto que os participantes não são advogados e o tema é retenções?

Mesmo não sendo advogados, em nossa classe contábil, tivemos uma matéria chamada

“Direito Tributário”, visto que pelo princípio da legalidade, nenhum tributo ou exigência deverá ocorrer sem que tenha uma legislação que a institua. Em algumas situações, temos observado que os nossos representantes desconsideram tais situações, as quais serão objeto de discussões, portanto devemos ficar atentos, como por exemplo no IPMF (Imposto) face a CPMF (Contribuição), no atendimento às ações de saúde.

3. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 3.1. LANÇAMENTO.

Uma vez constituído, o crédito tributário será lançado (CTN, art. 147), sendo este lançamento

efetuado com base na declaração do sujeito passivo (DIRPF, DIPJ, DCTF) ou de terceiros (DIRF), quando um outro presta informações a autoridade tributária sobre a matéria de fato, indispensáveis para a sua efetivação, ou seja, não basta a fonte pagadora aplicar a legislação no que se refere a retenção e ao recolhimento do imposto, devendo esta também prestar informações na DIRF, bem como promover a entrega dos respectivos informes de rendimento.

Sendo assim, considerando o valor elevado das multas a serem, aplicadas pelo Fisco

(atraso, erros e ausência de informes), a fonte pagadora deverá manter controle de todas as operações relaciondas com os beneficiários dos rendimentos.

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3.2 QUITAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

Uma vez lançado o crédito, o contribuinte deverá promover a sua quitação, o que em regra

implica em “Extinção” ou “Suspensão” deste e a não quitação nos casos relacionados com a responsabilidade tributária será considerada pelo Fisco como apropriação indébita e o responsável como “Depositário Infiel”. 3.2.1 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

É qualquer ato ou fato que libera o devedor da obrigação tributária, nas seguintes

modalidades:

a) Pagamento: em se tratando de IRRF, será mais correto como recolhimento, em DARF (CTN art. 157 a 164);

b) Compensação: encontro de contas de crédito tributários líquidos e certos (CTN art. 170 e

Novo Código Civil, art. 368), o que implica na entrega da PER/DCOMP a partir de 01.10.2002;

Nota do Autor: Temos observado que apesar de tais compensações serem previstas pela legislação vigente, o fisco tem retido os lotes de restituições das pessoas físicas, sob alegação de ausência de recolhimentos pelas fontes pagadoras, sem qualquer embasamento legal e o não recolhimento das importâncias retidas resulta em crime contra a ordem tributária (Depositário Infiel).

c) Decadência: direto de constituir crédito tributário extingue-se em 5 anos contados do

primeiro dia do exercício seguinte ou da data em que se tornar definitiva a decisão (CTN art. 173), entretanto em relação a “retenções”, não se aplica tal disposto;

d) Prescrição: Ação de cobrança prescreve em 5 anos contados da sua constituição (CTN art.

174), também não se aplicando em relação à responsabilidade tributária. e) Outras: tais como Remissão (anistia) e Transação (cessão de créditos multiplos), sendo

este vedado administrativamente pela IN SRF.

Exemplo e Caso em Discussão:

A empresa efetuou a retenção, mas não efetuou a quitação deste valor, sendo assim, quais as consequencias jurídicas?

Será considerada como depositária infiel, constituindo “crime contra a ordem tributária”, conforme previsto da lei nº 8.137 de 27.12.90 em destaque abaixo.

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou

contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas. ------------

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Art. 2° Constitui crime da mesma natureza. -------------- II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,

descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;

------------ Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

3.2.2. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

O art. 151 do CTN o define nas seguintes situações:

a) Moratória: ou parcelamento; b) Depósito do seu Montante: visa eximir o contribuinte de multa e juros; c) Reclamações e Recursos: contribuinte recorre nos contenciosos administrativos.

Estando nestas condições o Estado não pode exigir do contribuinte o pagamento do

principal, entretanto, o mesmo não estará dispensado das obrigações acessórias. 4. FATO GERADOR.

Uma das maiores dúvidas reside no momento em que deve ocorrer a retenção do imposto de

renda, cujas situações podem resultar em penalidades de multas e em regra o CTN em seu art. 43, dispõe que O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica.

Observe que o legislador apresenta duas condições vinculadas com a fonte pagadora, ou

seja, o registro contábil da obrigação (competência) ou o efetivo pagamento (regime de caixa), entretanto as principais dúvidas decorrem do fato do registro contábil pelo prestador de serviços como um direito a receber do tomador de serviços, se ocorre ou não a disponibilidade jurídica, caracterizando assim o fato gerador.

Apesar de tais conceitos serem abordados neste título, observamos que do ato de emissão

do documento fiscal até o reconhecimento desta obrigação, os valores poderão sofrer alterações, sendo assim, entendemos que a capacidade jurídica somente será plena no momento que o tomador registre a obrigação de pagar em sua escrituração contábil.

4.1 IMPOSTO DE RENDA:

No tópico anterior apresentamos uma situação geral, prevista no CTN, entretanto temos que

alertar que existem regras aplicáveis em relação aos beneficiários dos rendimentos pessoas físicas ou jurídicas e outras específicas em relação às espécies de rendimentos.

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4.1.1 BENEFICIÁRIOS PESSOAS JURÍDICAS:

Neste caso será aplicado os princípios do art. 43 do CTN, combinado com o RIR 99, art. 647,

649, 651, 652: Art. 43 (CTN). O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de

qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica.

Art. 647 (RIR 99): Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de um e

meio por cento, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, civis ou mercantis, pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional.

a) Crédito Contábil (competência) ou Pagamento (caixa): nas situações de:

Serviços Profissionais – art. 647;

Serviços de Limpeza, Conservação, Segurança, Vigilância e Locação de Mão de Obra – art. 649;

Mediação de Negócios, Propaganda e Publicidade – art. 651;

Pagamentos a Cooperativas de Trabalho e de Associações Profissionais ou Assemelhadas – art. 652.

b) Pagamentos Efetuados: Regime de Caixa, nas situações de:

Fornecimento de bens e serviços a órgãos públicos, autarquias e fundações da administração pública federal - art. 653 do RIR 99 e art. 64 da Lei nº. 9.430/96;

Fornecimento de bens e serviços a entidades da administração pública federal, tais como: empresas publicas; sociedade de economia mista e demais entidades em que a União direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social com direito a voto, e que recebam recursos do tesouro nacional e estejam sujeitas ao SIAF – art. 34 da Lei nº. 10.833/03.

c) A fonte pagadora é quem determinará o momento da retenção; d) A data do documento será irrelevante, exceto em situações de “má fé” dos contribuintes,

que queiram se eximir de acréscimos moratórios; e) Entende-se como “disponibilidade jurídica”, a data em que o “direito a receber” da

prestadora de serviços, seja reconhecido como “obrigação a pagar” pela fonte pagadora; f) O fato gerador será diário, entretanto o período de apuração será mensal, ou seja,

consolida-se as retenções efetuadas pela fonte pagadora em códigos e efetua-se uma única quitação (DARF ou Compensação);

g) Adiantamentos de rendimentos: em se tratando de serviços a serem prestados por pessoas

jurídicas, a fonte deverá observar se no momento da transferência dos recursos o principal elemento ou seja “a prestação de serviços” foi iniciadas, independentemente de percentual.

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Exemplo e Caso em Discussão: Nota Fiscal da empresa ABC (prestadora) para a empresa CBA (tomadora ou fonte pagadora), nas seguintes condições:

Dados do Documento Fiscal: Data da Emissão: 15.02.2013; Data do Vencimento: 15.03.2013; Tipo de Serviço: Consultoria; Valor: R$ 10.000,00; Destaque em Retenções: R$ 615,00;

IRRF em 1,5% S/ R$ 10.000,00: R$ 150,00; PIS, Cofins,CSLL em 4,65% s/ R$ 10.000,00: R$ 465,00.

Registros Contábeis – Prestadora de Serviços:

Na Emissão do Documento Fiscal em 15.02.2013:

Débito: AC – Contas a Receber: R$ 9.385,00; Débito: AC – Tributos em Destaque Documento Fiscal: R$ 615,00; Crédito: Resultado – Receita de Serviços: R$ 10.000,00

No Reconhecimento da Retenção do IRRFem 29.02.2013 ou 15.03.2013:

Débito: AC – IRRF Retido s/ Serviço Prestado: R$ 150,00; Crédito: AC – Tributos em Destaque Documento Fiscal: R$ 150,00

No Recebimento do Serviço em 15.03.2013:

Débito: AC – Disponibilidades: R$ 9.385,00; Crédito: AC – Contas a Receber: R$ 9.385,00.

No Reconhecimento da Retenção das Contribuições em 15.03.2013:

Débito: AC – PIS Retido s/ Serviço Prestado: R$ 65,00; Débito: AC – Cofins Retido s/ Serviço Prestado: R$ 300,00; Débito: AC – CSLL Retida s/ Serviço Prestado: R$ 100,00; Crédito: AC – Tributos em Destaque Documento Fiscal: R$ 465,00

Registros Contábeis – Tomadora de Serviços: Na Apropriação do Serviço (de 15.02 a 29.02.2012):

Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Serviços: R$ 10.000,00; Crédito: PC – Tributos em Destaque Documento Fiscal: R$ 615,00; Crédito: PC – Contas a Pagar: R$ 9.385,00.

Na Apropriação do Fato Gerador da retenção do IRRF (de 15.02 a 29.02.2013):

Débito: PC – Tributos em Destaque Documento Fiscal: R$ 150,00; Crédito: PC – IRRF s/ Serviços a Recolher: R$ 150,00.

No Pagamento em 15.03.2013:

Débito: PC – Contas a Pagar: R$ 9.385,00; Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 9.385,00.

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Na Apropriação do Fato Gerador da Retenção das Contribuições em 15.03.2013. Débito: PC – Tributos em Destaque Documento Fiscal: R$ 465,00; Crédito: PC – Retenções de Contribuições a Recolher: R$ 465,00.

Comentários: 1. Apesar de a empresa ABC ter registrado a operação em 15.02.2013, a disponibilidade

jurídica ainda não é definitiva, portanto inexiste o fato gerador da retenção pelo simples fato de ocorrer a emissão do documento ou do registro feito pelo prestador;

2. No momento em que o tomador dos serviços (CBA Ltda.) registrou a obrigação, a disponibilidade jurídica alcançou a sua plenitude, ou seja, para tais situações de serviços prestados por pessoas jurídicas, prevalece o que ocorrer primeiro (o pagamento ou o crédito contábil);

3. Poderá resultar em situações “estranhas” para as partes, quando tais datas (emissão, registro contábil e pagamento) ocorrerem em dois períodos, como nos meses de Dezembro (emissão) e Janeiro (pagamento), cujas informações devem ser prestadas em DIRF distintas.

4.1.2 BENEFICIÁRIOS PESSOAS FÍSICAS.

A partir da vigência da Lei nº. 7.713 de 1988, para as pessoas físicas, o fato gerador será as

importâncias recebidas. Art. 2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido mensalmente, à medida que os

rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. O RIR 99, art. 38. Parágrafo único. Os rendimentos serão tributados no mês em que forem recebidos,

considerado como tal o da entrega de recursos pela fonte pagadora, mesmo mediante depósito em instituição financeira em favor do beneficiário.

Pelo que percebemos, a responsabilidade é objetiva e o art. 620 do RIR/99, dispõe sobre a

tabela progressiva mensal, entretanto, temos que observar que a Lei nº 7.713/88 dispõe em seu art. 2º “que o imposto de Renda das Pessoas Físicas, incidirá mensalmente”, a medida em que os rendimentos forem auferidos. a) Considerar o mês de pagamento do rendimento e não o de competência; b) Observar a especificação do rendimento; c) Procedimentos especiais para rendimentos financeiros ou assemelhados; d) Em se tratando de Juros sobre o Capital Próprio, o fato gerador será o crédito

individualizado;

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e) Quando se tratar de rendimento sujeito ao ajuste, se ocorrer mais de um pagamento pela

mesma fonte pagadora ao mesmo benefíciário, mesmo de de espécies diferentes, o imposto incidirá sobre a totalidade do rendimento auferido no mês, situação em que será utilizado o código em que auferir o maior rendimento;

f) Rendimentos recebidos cumulativamente: o imposto inciderá sobre o total, no momento do

pagamento g) Rendimentos recebidos a título de férias: o imposto inciderá no pagamento, sendo

irrelevante o período de gozo; h) Adiantamento de rendimentos: será dispensado a retenção nas hipóteses de o rendimento

ser pago integralmente no mês.

Exemplo e Caso em Discussão: Recibo de autônomo a ser pago no mês seguinte:

Dados do Recibo: Data da Emissão: 15.02.2012; Data do Vencimento: 15.03.2012; Tipo de Serviço: Consultoria; Deduções na Base: Nenhuma Valor: R$ 10.000,00; Cálculo do IRRF:

Rendimento: R$ 10.000,00; Deduções na Tabela: R$ 0,00; Rendimento Tributábel: R$ 10.000,00. Aplicação da Tabela:

27,5% sobre R$ 10.000,00: R$ 2.750,00; Parcela a Deduzir: R$ 756,53; IRRF a ser Retido (R$ 2.750,00 – R$ 756,53): R$ 1.999,47;

Liquido a Pagar (R$ 10.000,00 – R$ 1.999,47): R$ 8.000,53

Registros Contábeis: Na Apropriação do Serviço – em 29.02.2012:

Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Serv PF: R$ 10.000,00; Crédito: PC – Tributos em Destaque no Recibo Aut: R$ 1.999,47; Crédito: PC – Contas a Pagar – Autônomo: R$ 8.000,53.

Apropriação dos Encargos Previdenciários em 29.02.2012:

Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Enc INSS: R$ 2.000,00; Crédito: PC – Encargos INSS a Recolher: R$ 2.000,00

Pelo Pagamento em 15.03.2012:

Débito: PC – Contas a Pagar – Autônomo: R$ 8.000,53; Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 8.000,53.

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Pela Apropriação do Fato Gerador da Retenção do IRRF em 15.03.2012: Débito: PC – Tributos em Destaque no Recibo Aut: R$ 1.999,47; Crédito: PC – IRRF s/ Serviços Autônomos a Recolher: R$ 1.999,47.

4.2 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: Até 31.12.1996, a responsabilidade da fonte era restrita ao imposto de renda, sendo esta

alterada pela Lei nº. 9.430 de 1996, alcançando no primeiro momento as operações com órgãos da administração pública federal e posteriormente as demais situações, tais como empresas privadas (art. 30 da Lei nº. 10.833 de 2003), fornecimento de autopeças (art. 3º da Lei nº. 10.485 de 2002).

As contribuições previstas neste tópico são a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido, o PIS – Programa de Integração Social e a Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social e considerando as situações específicas a estes tributos, o fisco elegeu como regra, independentemente da forma de tributação as alíquotas de 1,00 % (CSLL), 0,65% (PIS) e de 3,00 (Cofins).

O fisco elegeu como fato gerador o efetivo pagamento das importâncias aos prestadores de

serviços, observando ainda que fica dispensada a retenção na hipótese de o total dos rendimentos pagos durante o mês pela mesma fonte ao mesmo beneficiário não exceda a R$ 5.000,00.

Em regra o tomador deverá manter controle por pagamento, cuja obrigatoriedade somente

deverá ocorrer quando exceder o valor de R$ 5.000,00, entretanto, apesar de ser aplicado a alíquota de 4,65% sobre o total, a retenção fica limitada ao valor a ser pago.

Atenção: em algumas situações o controle poderá trabalhoso, quando se tratar de situações: 1. O prestador não efetua o destaque no documento, mas no pagamento o montante

excede ao limite de R$ 5.000,00; 2. O prestador destaca as retenções, mas o pagamento é feito em parcelas mensais,

não excedendo o limite de R$ 5.000,00. 3. Considerações: a lei direciona a obrigatoriedade da retenção, entretanto “dispensa”

quando não excede o limite, sendo assim, nada impede que a empresa efetue as retenções, mesmo quando não exceda o limite.

5. DISPOSIÇÕES ESPECIAIS SOBRE O IMPOSTO DE RENDA

Conforme foi mencionado ao longo deste trabalho, a fonte pagadora exerce uma grande

responsabilidade perante a Administração Tributária, o que sempre resulta em cumprir prazos no recolhimento de tributos, prestação de informações e outras atividades.

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5.1. A RETENÇÃO – OBRIGAÇÃO DE RECOLHIMENTO.

O art. 717 do RIR dispõe que “compete à fonte reter o imposto” e no art . 722 o legislador

complementa “A fonte pagadora fica obrigada ao recolhimento do imposto, ainda que não o tenha retido”.

Nota DESS: Tal conceito se aplica, tanto em relação a não-retenção, quanto aos casos de aplicação indevida de deduções aos rendimentos a serem tributados, sendo assim, alertamos que a fonte sempre será responsável pelo recolhimento, entretanto se a fonte comprovar que o beneficiário tenha incluído o rendimento integralmente em sua declaração de ajuste, não será cobrado o principal, mas sim a multa de 75% mais juros Selic, a serem pagos em DARFs separados.

5.1.1 O DEVER DE RECOLHER.

A lei dispõe (art. 103 do Decreto-lei nº 5.844/43, incorporado ao art. 722 do RIR/99) que a

fonte pagadora fica obrigada ao recolhimento do Imposto de Renda incidente na fonte, ainda que não o tenha retido. Desse modo, se por qualquer motivo a fonte deixar de reter o imposto incidente sobre rendimentos que pagar ou creditar, assume o ônus de recolher o montante devido, ocorrendo a assumissão por um dos motivos: a) Lapso na hora de efetuar o pagamento do rendimento; b) Acordo entre as partes, em que fique convencionado que o valor do rendimento contratado

é livre do Imposto de Renda; ou c) Imposição legal, nos casos em que o rendimento pago é considerado líquido de imposto,

como, por exemplo, (arts. 674 e 675 do RIR/99):

Pagamentos efetuados a beneficiários não identificados;

Pagamentos efetuados ou recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa;

Despesas assumidas pela empresa, que caracterizem remuneração indireta (fringe benefits) de administradores, diretores, gerentes ou de seus assessores, quando os beneficiários não forem identificados e a remuneração indireta não for adicionada ao salário deles para efeito de desconto do imposto na fonte.

5.1.2. A CESSAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DA FONTE.

Quando se tratar de imposto devido na fonte como antecipação (não exclusivo), a fonte

pagadora ficará desonerada do recolhimento do imposto não retido, se comprovar que o beneficiário já incluiu o rendimento em sua Declaração de Ajuste (art. 722, parágrafo único, do RIR/99).

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Para efeito dessa comprovação, a fonte pagadora deverá obter declaração, firmada pelo

beneficiário, de que os rendimentos foram incluídos em sua declaração, ficando ambas as partes sujeitas às sanções das leis penais e fiscais pelos atos dolosos que venham a praticar em detrimento da Fazenda Nacional (PN CST nº 353/71).

Conforme prescreve o parágrafo único do art. 722 do RIR/99, neste caso, mesmo

desobrigada do recolhimento do imposto, a fonte pagadora do rendimento ficará sujeita à multa de ofício, de 75% (reduzida em 50%, se paga no prazo de trinta dias do recebimento da notificação - art. 961 do RIR/99) e aos juros de mora, calculados sobre o valor do imposto que deveria ter sido retido.

Somente será dispensado o recolhimento do imposto devido na fonte se a ação fiscal para a

sua cobrança ocorrer após a entrega da Declaração de Ajuste do beneficiário, na qual esse tenha comprovadamente incluído o rendimento (PN COSIT nº 1/95). 5.1.3 PAGAMENTO APÓS O INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL.

O pagamento efetuado pela fonte pagadora após o início do procedimento fiscal contra

contribuinte pessoa física, relativo ao imposto que deixou de ser retido sobre os rendimentos pagos durante o ano-calendário, não configura denúncia espontânea, nos termos do art. 138 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN), e não pode ser compensado com o imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual correspondente (ADI SRF nº 5/2002).

5.2 ÔNUS ASSUMIDO PELA FONTE PAGADORA.

Situações em que a fonte deverá recolher o imposto, mesmo não o tenha retido, quer sejam

por erros ou por disposição contratual. 5.2.1. REAJUSTAMENTO DO RENDIMENTO

Quando a fonte pagadora assumir o ônus do imposto devido pelo beneficiário do rendimento,

a importância paga ou creditada é considerada líquida, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto, para efeito de cálculo do imposto devido na fonte, ressalvadas as hipóteses referidas no item seguinte (art. 725 do RIR/99). 5.2.2. DISPENSADA DO REAJUSTAMENTO.

Não é exigido o reajustamento do rendimento bruto nos casos de incidência do imposto na

fonte sobre (arts. 677, § 2º, e 703 do RIR/99): a) Prêmios distribuídos, sob a forma de bens e serviços, por meio de concursos e sorteios de

qualquer espécie (sobre essa hipótese de incidência; b) Remessas para o exterior em pagamento de juros devidos em razão de compra de bens a

prazo, inclusive quando o beneficiário do rendimento for o próprio vendedor.

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5.2.3. FÓRMULA PARA O REAJUSTE

Podendo ser aplicadas, inclusive nas situações de retenções de contribuições, sendo que de

acordo com o nosso propósito de compartilhar informações, a equipe DESS está disponibilizando as planilhas facilitadoras.

5.2.3.1 REGRA BÁSICA

No caso de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, o reajustamento do seu valor pode ser

feito mediante aplicação da seguinte fórmula (IN SRF nº 15/2001):

RR (RP – PD) / [1 – (T/100)] ,

Onde:

a) RR: Rendimento Reajustado; b) RP: Rendimento Pago; c) PD: Parcela a Deduzir do imposto correspondente à faixa da base de cálculo a que

pertencer o RP, de acordo com a tabela progressiva; d) T: alíquota da faixa de rendimentos a que pertencer o RP, de acordo com a tabela

progressiva vigente por ocasião do pagamento dos rendimentos.

Exemplo e Caso em Discussão: A empresa ABC Ltda rescindiu um contrato de prestação de serviços com o representante comercial CBA Ltda.

Dados do Recibo: Data da Emissão: 15.02.2012; Data do Vencimento: 15.03.2012; Multa sobre Rescisão de Contrato: R$ 10.000,00 Retenção de IRRF: R$ 0,00 Rendimento Pago (RP) R$ 10.000,00;

Solução: Cálculo do Reajustamento:

RR = (RP –PD)/[1-(T/100)]; RR = (R$ 10.000,00 – R$ 0,00) / [1-(15/100)]; RR = R$ 10.000,00 / [1-0,15]; RR = R$ 10.000,00 / 0,85; RR = R$ 11.764,71

Cálculo sobre Base Reajustada:

Rendimento Reajustado: R$ 11.764,71; Aliquota de 15% s/ R$ 11.764,71: R$ 1.764,71

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Registro Contábil da Despesa (15.02 a 29.02.2012): Débito: Resultado – Despesas – Multas e Vantagens: R$ 10.000,00; Crédito: PC – Contas a Pagar: R$ 10.000,00

Registro Contábil no Pagamento:

Débito: PC – Contas a Pagar: R$ 10.000,00; Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 10.000,00.

Registro Contábil – Ônus Assumido:

Débito: Resultado – Despesas – Multas e Vantagens: R$ 1.764,71; Crédito: PC – IRRF s/ Multas e vantagens na Rescisão: R$ 1 764,71.

5.2.3.2 SE HOUVER DEDUÇÃO NO RENDIMENTO BRUTO.

Se houver deduções permitidas na determinação da base de cálculo do imposto

dependentes, contribuição previdenciária e pensão alimentícia paga em virtude de sentença judicial ou acordo homologado judicialmente), para o aproveitamento dessas torna-se necessário adequar a fórmula da IN SRF nº 15/2001, da seguinte forma:

RR (RP – DP – PD) / [1 – (T/100)] + DP

Onde

a) RR: Rendimento Reajustado; b) RP: Rendimento Pago; c) PD: Parcela a Deduzir do imposto correspondente à faixa da base de cálculo a que

pertencer o RP, de acordo com a tabela progressiva; d) T: alíquota da faixa de rendimentos a que pertencer o RP, de acordo com a tabela

progressiva vigente por ocasião do pagamento dos rendimentos. e) DP deduções permitidas na base de cálculo do imposto; f) Cálculos Simples (sem deduções) em planilhas excel para o ano de 2012:

Modelo – Faixa de R$1.637,12 a R$ 2.453,50;

Rendimentos Pagos de R$1.637,12 a R$ 2.453,50

RR Rendimento Reajustado 2.029,43

RP Rendimento Pago 2.000,00

PD Parcela a Deduzir 122,78

T Alíquota Aplicável 7,50

IR Imposto de Renda 29,43

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Modelo – Faixa de R$ 2.453,51 a R$ 3.271,38;

Rendimentos Pagos de R$ 2.453,51 a R$ 3.271,38

RR Rendimento Reajustado 2.580,24

RR Rendimento Pago 2.500,00

PD Parcela a Deduzir 306,80

T Alíquota Aplicável 15,00

IR Imposto de Renda 80,24

Modelo – Faixa de R$ 3.271,39 a R$ 4.087,65;

Rendimentos Pagos de R$ 3.271,39 a R$ 4.087,65

RR Rendimento Reajustado 3.803,68

RR Rendimento Pago 3.500,00

PD Parcela a Deduzir 552,15

T Alíquota Aplicável 22,50

IR Imposto de Renda 303,68

Modelo – Faixa acima de R$ 4.087,65;

Rendimentos Pagos Acima de R$ 4.087,65

RR Rendimento Reajustado 4.335,82

RR Rendimento Pago 3.900,00

PD Parcela a Deduzir 756,53

T Alíquota Aplicável 27,50

IR Imposto de Renda 435,82

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g) Cálculos Complexos (com deduções) em planilhas excel para o ano de 2012

Modelo – Faixa de R$1.637,12 a R$ 2.453,50;

Rendimentos Pagos de R$1.637,12 a R$ 2.453,50

RR Rendimento Reajustado 2.202,74

RP Rendimento Pago 2.200,00

PD Parcela a Deduzir 122,78

DP Deduções Permitidas 529,12

DP 1 Dependentes 329,12

DP 2 INSS Retido 200,00

DP 3 Previdência Privada Paga 0,00

DP 4 FAPI 0,00

DP 5 Pensão Alimentícia 0,00

DP 7

DP 8

DP 9

DP 10

T Alíquota Aplicável 7,5000

IR Imposto de Renda 2,74

DP Quantidade 2,00

Modelo – Faixa de R$2.453,51 a R$ 3.271,38;

Rendimentos Pagos de R$ 2.453,51 a R$ 3.271,38

RR Rendimento Reajustado 2.722,16

RP Rendimento Pago 2.700,00

PD Parcela a Deduzir 306,80

DP Deduções Permitidas 529,12

DP 1 Dependentes 329,12

DP 2 INSS Retido 200,00

DP 3 Previdência Privada Paga 0,00

DP 4 FAPI 0,00

DP 5 Pensão Alimentícia 0,00

DP 7

DP 8

DP 9

DP 10

T Alíquota Aplicável 15,0000

IR Imposto de Renda 22,16

DP Quantidade 2,00

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Modelo – Faixa de R$ 3.271,39 a R$ 4.087,65;

Rendimentos Pagos de R$ 3.271,39 a R$ 4.087,65

RR Rendimento Reajustado 3.779,09

RP Rendimento Pago 3.600,00

PD Parcela a Deduzir 552,15

DP Deduções Permitidas 529,12

DP 1 Dependentes 329,12

DP 2 INSS Retido 200,00

DP 3 Previdência Privada Paga 0,00

DP 4 FAPI 0,00

DP 5 Pensão Alimentícia 0,00

DP 7

DP 8

DP 9

DP 10

T Alíquota Aplicável 22,5000

IR Imposto de Renda 179,09

DP Quantidade 2,00

Modelo – Faixa Acima de R$ 4.087,65;

Rendimentos Pagos Acima de R$ 4.087,65

RR Rendimento Reajustado 5.100,64

RP Rendimento Pago 4.600,00

PD Parcela a Deduzir 756,53

DP Deduções Permitidas 529,12

DP 1 Dependentes 329,12

DP 2 INSS Retido 200,00

DP 3 Previdência Privada Paga 0,00

DP 4 FAPI 0,00

DP 5 Pensão Alimentícia 0,00

DP 7

DP 8

DP 9

DP 10

T Alíquota Aplicável 27,5000

IR Imposto de Renda 500,64

DP Quantidade 2,00

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Exemplo e Caso em Discussão: A empresa ABC Ltda pagou um rendimento para um autônomo, mas deixou de efetuar a retenção do IRRF.

Dados do Recibo: Data da Emissão: 15.03.2012; Data do Vencimento: 15.03.2012; Serviço de Pintura do Prédio: R$ 3.000,00 Retenção de IRRF: R$ 0,00 Rendimento Pago (RP) R$ 3.000,00;

Aplicando a Fórmula: RR = (RP – DP –PD) / [1-(T/100)] + DP

RR = (R$ 3.000,00 – R$ 0,00 – R$ 306,80) / [1-(15/100)]+R$ 0,00; RR = R$ 2.693,20 / [1-0,15]+ R$ 0,00; RR = R$ 2.693,20 / [0,85] + R$ 0,00; RR = R$ 3.168,47 + R$ 0,00; RR = R$ 3.168,47

Conferindo o Cálculo do IRRF: R$ 3.168,47 x 15%: R$ 475,27; Parcela a Deduzir: R$ 306,80; IRRF a Recolher: R$ 168,47

Contabilização: Do Recibo do Autônomo:

Débito: Resultado – Despesas com Serviços PF: R$ 3.000,00; Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 3.000,00.

Do Encargo do INSS;

Débito: Resultado – Encargo INSS (20%): R$ 600,00; Crédito: PC – Contribuição INSS a Recolher: R$ 600,00.

Do Ônus Assumido:

Débito: Resultado – Despesas com Serviços PF: R$ 168,47 Crédito: PC – IRRF Retido a Recolher: R$ 168,47.

5.2.3.3 BENEFICIÁRIOS NO EXTERIOR.

Nestas situações a tributação incidirá no ato da remessa, tanto para beneficirários pessoas

físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior e o Banco Central do Brasil condiciona a remessa ao pagamento do imposto, sendo ele de períodicidade “diária”.

Em algumas situações a fonte deverá observar a existência de “acordos” para evitar “bi-

tributação”, sendo aplicada as alíquotas previstas, exceto nos casos em que a legislação interna for mais benéfica.

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A fonte sempre será responsável e no caso de o contrato estabelecer que o ônus do imposto

seja da contratante, este deverá efetuar o “Reajustamento do Rendimento”, assumindo o Ônus do imposto, o qual será considerado como despesa dedutível, exceto nos casos de liberalidade.

RR RP / [1 – (T / 100)]

a) RR: Rendimento Reajustado; b) RP: Rendimento Pago; c) T: Alíquota do Imposto;

Modelo - Aliquota Fixa;

Alíquota Fixa

RR Rendimento Reajustado 11.428,57

RR Rendimento Pago 10.000,00

T Alíquota Aplicável 12,50

IR Imposto de Renda 1.428,57

5.2.3.4 RENDIMENTO A SER DECLARADO PELO BENEFICIÁRIO.

Se a incidência na fonte for a título de antecipação do imposto devido na declaração do

beneficiário (isto é, não se tratar de imposto devido exclusivamente na fonte), o valor a ser declarado pela pessoa física beneficiária será o valor total relativo ao rendimento reajustado, isto é, o rendimento recebido mais o imposto recolhido por conta da fonte pagadora (PN CST nº 2/80).

Nesse caso, o valor do imposto assumido pela fonte pagadora, constante do “Comprovante

de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte” por ela fornecido ao beneficiário do rendimento, poderá ser compensado com o imposto apurado na declaração (PN CST nº 2/80). 5.3 A DISPENSA DA RETENÇÃO.

Conforme art. 67 da Lei nº. 9.430 de 1.996, a fonte pagadora será dispensada da retenção

nos casos em que os valores a serem retidos sejam iguais ou inferiores a R$ 10,00, mas somente nos casos de rendimentos sujeitos ao ajuste, não se aplicando em relação a décimo terceiro salário; rendimentos financeiros; ganhos de capital e outros exclusivos na fonte. 5.4 A CENTRALIZAÇÃO E O RECOLHIMENTO. 5.4.1 CENTRALIZAÇÃO

O art. 865 do RIR99, determina que o Imposto de Renda Retido será recolhido de forma

centralizada, pelo estabelecimento matríz da pessoa jurídica e tal disposto foi introduzido pela Lei nº 7.779/99, art. 15, que em regra, facilitou o controle pelo Fisco, pois neste mesmo período foi instituiída a nova DCTF, que já centralizava todas as declarações.

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Temos que observar que o CNPJ será sempre da matriz, entretanto, no caso de diversos

estabelecimentos, os pagamentos poderão serem efetuados na região, o que facilitará o controle de valores para fins de DIRF e Entrega dos Informes de rendimentos.

Alertamos que no caso de recolhimento com o CNPJ do estabelecimento, deverá ser

providenciado o REDARF, visto que na DCTF o programa não aceita CNPJ de estabelecimentos e as divergências implicarão em desconsideração da vinculação e o débito em aberto será encaminhada para inscrição em Dívida Ativa da União.

Observem que o DARF é apenas uma das formas de quitação do imposto ora retido, podendo o contribuinte utilizar-se de créditos líquidos e certos e entregar a PER/DCOMP até a data prevista em lei para o recolhimento de tais valores. Observem ainda que tal prática não é muito utilizada por razões de insegurança quanto a liberação dos lotes de restituições das pessoas físicas, sendo assim, convém ao profissional que após o cumprimento de tal obrigação acessória (PER/DCOMP), que imprima e envie ao setor responsável (Recursos Humanos, Contabilidade, Contas a Pagar), para fins de prestação de informações na DCTF, ou de prestar esclarecimentos adicionais ao Fisco.

5.4.2 DARF DE VALOR INFERIOR A R$ 10,00

Esta é uma situação prevista no art. 68 da Lei nº. 9.430 de 1.996, entretanto não deverá

ocorrer com certa freqüência nos casos de retenções, visto que a lei em primeiro momento dispensa a retenção.

Fica vedada a utilização de DARF para o recolhimento de valores inferiores a R$ 10,00 e nos

casos em que o período de apuração resulte em valores inferiores, o contribuinte deverá somar tais importâncias aos tributos do mesmo código em períodos seguintes, até o momento em que o somatório alcance ou exceda o limite, quando então o tributo será recolhido, tomando por base, o último período.

Tais valores somente se aplicam em relação aos DARFs e não nos casos em que o contribuinte queira utilizar créditos líquidos e certos para a quitação (PER/DCOMP).

5.5 RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO.

A inobservância dos prazos previstos na legislação, implicarão em acréscimos moratórios

(multa e juros) calculados sobre os tributos.

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5.5.1. MULTA DE MORA.

O art. 950 do RIR/99, dispõe que “os débitos não pagos no prazo previsto serão acrescidos

de multa de mora à taxa de trinta e três centésimos por cento (0,33%) por dia de atraso”, cobrada a partir do primeiro dia subseqüente ao ao vencimento até o dia em que ocorrer o pagamento, sendo esta multa limitada a vinte por cento (20%). 5.5.2 JUROS DE MORA.

Quanto aos juros, estes são devidos a partir do primeiro dia do mês seguinte, calculados

com base na variação mensal da SELIC e acumulados até o mês anterior ao do pagamento e 1% em relação ao mês do pagamento. 5.6 DESCONTO OU PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.

A legislação estabelece normas e procedimentos para os pagamentos indevidos ou a maior,

entretanto, quanto aos descontos, as normas não são claras.

5.6.1. DESCONTO INDEVIDO OU A MAIOR. Neste caso, em primeiro momento quem esta sendo prejudicado é o beneficiário do

rendimento, entretanto, em se tratando de rendimento sujeito ao ajuste (pessoa física ou jurídica) o beneficiário poderá recuperar tais importâncias.

Observe que neste caso implica em uma antecipação o que se relacionado aos fatores

econômicos, poderá resultar em perdas financeiras, sendo assim, no caso de a fonte pagadora ter retido importâncias indevidas ou a maior, a mesma poderá: a) Recalcular o imposto e devolver a importância ao beneficiário:

O ônus será da empresa, a qual poderá compensar mediante a PER/DCOMP;

Classificação contábil a Débito de Conta do Ativo – IR a Recuperar e a Crédito de Conta do Ativo – Disponibilidade;

Alterar os valores na DCTF o que resultará em DARF pago Indevido ou a Maior; b) Compensar diretamente em futuras retenções, ou seja, entretanto deverá observar as

normas no preenchimento da DIRF. 5.6.2 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.

Em se tratando de fonte pagadora, o termo mais correto será “recolhimento”, o qual poderá

ser restituido ou utilizado para a compensação de qualquer débido vencido ou vincendo do contribuinte.

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Alertamos que a legislação vigente determina que para o exercício deste direito o

contribuinte deverá enviar a PER/DComp em sua versão até o vencimento do débito e os créditos do contribuinte poderão ser utilizados com os acréscimos da SELIC acumulada mensalmente a partir do mês seguinte ao do pagamento indevido ou a maior, até o mês anterior ao da compensação e relativamente 1% no mês em questão. 5.7 CÓDIGOS DE RECOLHIMENTO

Em regra no prenchimento do DARF somente constarão os códigos devidamente instituidos

pelo Fisco, entretanto, na prestação de informações na DCTF ou na PER/DCOMP, o contribuinte deverá observar a variação de cada código, de acordo com os prazos e situações de incidência.

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TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS FÍSICAS – DOMICILIADAS NO BRASIL. Em relação a pessoa física, ocorre ao primeiro momento uma desigualdade tributária em

relação às pessoas jurídicas, pois se trata de uma antecipação e a dedução destes a valores históricos no ajuste anual poderá resultar em perda financeira. 1. CONTRIBUINTES.

São contribuintes as pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de

disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, sem distinção da nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão, dessa forma são contribuintes do imposto de renda as pessoas físicas residentes no país que recebam rendimentos tributáveis. 2. INCIDÊNCIA.

A incidência se dará à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos,

sem prejuízo do ajuste, no final do ano calendário, através da declaração de ajuste e independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.

Dessa forma o imposto será retido por ocasião de cada pagamento e se, no mês, houver

mais de um pagamento, a qualquer título, pela mesma fonte pagadora, aplicar-se-á a alíquota correspondente à soma dos rendimentos pagos à pessoa física, compensando-se o imposto anteriormente retido no próprio mês.

Exemplo e Caso em Discussão: um profissional autônomo prestou serviços nas condições a seguir:

Detalhes do Recibo: Nome: Bill Gates da Silva; Mês de Prestação de Serviço: Dezembro de 2011; Data Prevista para o Pagamento: Dia 01.01.2012.

Qual a tabela progressiva a ser utilizada? Deverá ser utilizada a tabela vigente na data do pagamento.

E se o Sr. Bill Gattes da Silva não residir no Brasil? Neste caso a tributação será em 25% (regra geral).

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3. TABELA PROGRESSIVA.

A tributação terá como tabela a aprovada para o respectivo ano, conforme segue: 3.1 IRRF - PERÍODOS a) Período de 1º.01.2010 até 31.03.2011.

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 1.499,15 Isenta -

De 1.499,16 até 2.246,75 7,5 112,43

De 2.246,76 até 2.995,70 15,0 280,94

De 2.995,71 até 3.743,19 22,5 505,62

Acima de 3.743,19 27,5 692,78

Dedução por Dependentes 150,69

b) Período de 1º.04.2011 até 31.12.2011.

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 1.566,61 Isenta -

De 1.566,62 até 2.347,85 7,5 117,49

De 2.347,86 até 3.130,51 15,0 293,58

De 3.130,52 até 3.911,63 22,5 528,37

Acima de 3.911,63 27,5 723,95

Dedução por Dependentes 157,47

c) Período de 1º.01.2012 até 31.12.2012.

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 1.637,11 Isenta -

De 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78

De 2.453,51 até 3.271,38 15,0 306,80

De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15

Acima de 4.087,65 27,5 756,53

Dedução por Dependentes 164,56

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d) Período de 1º.01.2013 até 31.12.2013.

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 1.710,78 Isenta -

De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31

De 2.563,92 até 3.418,59 15,0 320,60

De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00

Acima de 4.271,59 27,5 790,58

Dedução por Dependentes 171,97 777

3.2 TABELA DE INCIDÊNCIA DO INSS

Tabelas vigentes desde 1º.01.10 a 31.12.12.

Período

8%

9%

11%

Teto

1-jan-13 31-dez-13 Até 1.247,70 1.247,71 2.079,50 2.079,51 4.159,00 457,49

1-jan-12 31-dez-12

até 1.174,86

1.174,87 1.958,10

1.958,11 3.916,20

430,78

1-jan-11 31-dez-11

até 1.107,52

1.107,53 1.845,57

1.845,58 3.691,74

406,09

1-jan-10 31-dez-10

até 1.040,22

1.040,23 1.733,70

1.733,71 3.467,40

381,41

3.3 EXEMPLO NA APLICAÇÃO DA TABELA

Segue o exemplo sobre a aplicação da tabela progressiva nas condições a seguir:

3.3.1 PAGAMENTO A ASSALARIADOS

Considerando as seguintes situações, vamos calcular o imposto a ser retido no mês de janeiro de 2012: Rendimentos:

Salário Base: R$ 3.500,00 Horas Extras: R$ 250,00 Auxílio Creche: R$ 100,00 Auxilio Alimentação: R$ 1.000,00 R$ 3.850,00;

Deduções:

Dependentes: (2 x R$ 164,56) R$ 329,12; INSS: (teto) R$ 430,78 R$ 759,90;

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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Apure a base a ser tributada. R$ 3.850,00 – R$ 759,90 R$ 3.090,10;

Calcule o IRRF. Base x 15%: R$ 463,52; Parcela a Deduzir: R$ 306,80; Valor a Reter: R$ 156,72;

Efetue os Lançamentos Contábeis.

Na apropriação da Folha de Pagamento: o Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Salários: R$ 3.850,00; o Crédito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 3.850,00;

No registro do INSS Retido: o Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 430,78; o Crédito: PC – Contribuições INSS a Recolher: R$ 430,78

No Registro das Retenções de IRRF: o Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 156,72; o Crédito: PC – IRRF a Recolher: R$ 156,72;

No Registro dos Encargos de INSS (hipotético em 26,8%): o Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Encargos: R$ 1.031,80; o Crédito: PC – Contribuições INSS a Recolher: R$ 1.031,80.

No Registro do FGTS (8%) s/ R$ 3.850,00: o Débito: Resultado – Desp Operac – Encargos FGTS: R$ 308,00; o Crédito: PC – Obrigações Trabalhistas – FGTS a Pagar: R$ 308,00.

3.3.2 PAGAMENTO A AUTÔNOMOS

Considerando as seguintes situações: Rendimentos:

Pagamento dia 07.03.2012: R$ 2.500,00 Pagamento dia 09.03.2012: R$ 1.000,00 Pagamento dia 14.03.2012: R$ 500,00

Deduções: Dependentes: (5 x R$ 164,56) R$ 822,80; INSS pago como Avulso (dia 13.03.2012): R$ 250,00

Demonstre qual será a base de cálculo do IRRF. A base deverá ser acumulativa por ocasião de cada pagamentos, ou seja: o Em 07.03.2012: R$ 2.500,00 – R$ 822,80: R$ 1.677,20; o Em 09.03.2012: R$ 3.500,00 – R$ 822,80: R$ 2.677,20; o Em 14.03.2012: R$ 4.000,00 – R$ 1.072,80: R$ 2.927,20.

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Por que nos dias 07 e 09 de março, não foi somado o valor relativo ao INSS para fins de dedução na base?.

Porque o valor (R$ 250,00) somente foi pago pelo autônomo no dia 13, o qual foi somado ao valor de dependentes (R$ 822,80), totalizando assim R$ 1.072,80.

Quais serão as retenções do IRRF? A retenção ocorrerá por ocasião de cada pagamento, ou seja: o Dia 07.03.2012:

Rendimento Tributável (R$ 2.500,00 – R$ 822,80): R$ 1.677,20; Cálculo do IRRF (R$ 1.677,20 x 7,5%): R$ 125,79; Parcela a Deduzir: R$ 122,78 Valor a Reter (R$ 125,79 – R$ 122,78 = R$ 3,01) Dispensado.

o Dia 09.03.2012:

Rendimento Tributável (R$ 3.500,00 – R$ 822,80): R$ 2.677,20; Cálculo do IRRF (R$ 2.677,20 x 15%): R$ 401,58; Parcela a Deduzir: R$ 306,80; Valor a Reter (R$ 401,58 – R$ 306,80): R$ 94,78;

o Dia 14.03.2012:

Rendimento Tributável (R$ 4.000,00 – R$ 1.072,80): R$ 2.927,20; Cálculo do IRRF (R$ 2.927,20 x 15%): R$ 439,08; Parcela a Deduzir: R$ 306,80; Valor a Reter (R$ 439,80 – R$ 306,28): R$ 132,28; ValorRetido Acumulado no Mês R$ 94,78; Valor a Reter no Pagamento (R$ 132,28 – R$ 94,78): R$ 37,50.

Efetue os Lançamentos Contábeis. Em 07.03.2012: o Débito: Resultado – Despesa Operacional – Serviço PF: R$ 2.500,00; o Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 2.500,00.

Em 09.03.2012: o Débito: Resultado – Despesa Operacional – Serviço PF: R$ 1.000,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher – Autônomos: R$ 94,78; o Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 905,22.

Em 14.03.2012: o Débito: Resultado – Despesa Operacional – Serviço PF: R$ 500,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher – Autônomos: R$ 37,50; o Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 462,50.

Em 31.03.2012: INSS em 20% s/ R$ 4.000,00 o Débito: Resultado – Despesa Operac – Encargos INSS: R$ 800,00; o Crédito: PC – Contribuição INSS a Recolher: R$ 800,00

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4. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS A estes , também antes de aplicação da tabela de incidência do imposto, a fonte também

aplicar os critérios previstos na legislação, entretanto, tais rendimentos são assim classificados e Rendimentos do Trabalho e Rendimentos do Capital.

Note-se que apesar de serem tributáveis, a eles serão aplicadas regras específicas, tanto em

relação a retenção, quanto na prestação de informações na DIRF e nos Informes de Rendimentos, cujos valores serão posteriormente confrontados pelo Fisco. 4.1. RENDIMENTOS DO TRABALHO ASSALARIADO.

Os dicionários definem trabalho como “aplicação de atividade física ou intelectual, serviço,

esforço, ação ou resultado de um esforço” e no âmbito do imposto de renda, os rendimentos do trabalho podem ser classificados como assalariados ou não, sendo-lhes aplicados regras específicas para a tributação.

O art. 624 do RIR/99, dispõe que “estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda na fonte,

na forma do art. 620, os rendimentos do trabalho assalariado pagos por pessoa física ou jurídica”.

Ao primeiro momento, tais rendimentos são relacionados com os sálarios e suas outras denominações, ou seja, a “paga” pela contraprestação de serviços de forma contínua, tendo empregado e empregador.

Na DIRF tais valores serão informados em seus respectivos meses, agregando as demais

remunerações tributadas como antecipação sujeitas ao ajuste, bem o total mensal dos valores aplicados como dedução (dependentes, INSS e outras) e o imposto retido. 4.1.1 ADIANTAMENTO DE RENDIMENTOS.

Esta regra se aplica na pessoa fisica, entretanto, somente nos casos em que o saldo do

rendimento, objeto do adiantamento será pago integralmente no mês, o mais se relaciona com salarios (inclusive pró labore).

Quanto aos rendimentos de autônomos, esta regra somente será aplicada se o contrato

entre as partes for claro quanto ao adiantamento e saldo dos rendimentos dentro do próprio mês, mas devemos alertar que tais cláusulas poderão indicar eventuais vínculos pela legislação trabalhista.

Exemplo e Caso em Discussão: vamos supor que nestas duas situações, as empresas iniciaram as atividades no mês de 1º de março de 2012.

Empresa ABC Ltda, adianta 40% do salário no dia 15 e o saldo é pago no final do mês: Valor do Salário: R$ 5.000,00; Deduções:

INSS: R$ 430,78; Dependentes (2 x R$ 164,56): R$ 329,12

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Qual será a base de cálculo no dia 15.03.2012? O adiantamento não será sujeito a retenção do IRRF, visto que no final do mês, deverá

ocorrer o pagamento integral.

Efetue os Lançamentos Contábeis no dia 15.03.2012. Pelo Adiantamento em 40% s/ R$ 5.000,00 o Débito: AC – Adiantamentos a Funcionários: R$ 2.000,00; o Crédito: AC – Disponibilidades: R$ 2.000,00.

Calcule o IRRF no final do Mês. Formação da Base: o Salários: R$ 5.000,00; o Dedução de INSS R$ 430,78; o Dedução por Dependentes: R$ 329,12 o Base (R$ 5.000,00 – R$ 430,78 – R$ 329,12): R$ 4.240,10

Cálculo do IRRF: o Alíquota de 27,5% s/ R$ 4.240,10: R$ 1.166,03; o Parcela a Deduzir: R$ 756,53; o Valor a Reter (R$ 1.166,03 – R$ 756,53): R$ 409,50.

Efetue os Lançamentos Contábeis no final do mês. Registro da Despesa com Salário: o Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Salários: R$ 5.000,00; o Crédito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 5.000,00.

Registro da Recuperação do Adiantamento: o Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 2.000,00. o Crédito: AC – Adiantamentos a Funcionários: R$ 2.000,00.

Registro da Retenção do INSS: o Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 430,78; o Crédito: PC – Contribuição do INSS a Recolher: R$ 430,78.

Registro da Retenção do IRRF: o Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 409,50; o Crédito: PC – IRRF a Recolher – Assalariados: R$ 409,50.

Registro dos Encargos (INSS e FGTS), já comentados neste trabalho.

Empresa CBA Ltda, adianta 40% do salário do dia 20 e o saldo é pago no dia 5 do mês seguinte:

Valor do Salário: R$ 8.000,00; Deduções:

INSS: R$ 430,78; Dependentes (2 x R$ 164,56): R$ 329,12.

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Qual será a situação tributária em 20.03.2012: Neste caso, deverá ser formada a base para a retenção do IRRF, na seguinte situação: o Adiantamento: R$ 3.200,00; o Dedução de Dependentes: R$ 329,12; o Base Tributável (R$ 3.200,00 – R$ 329,12): R$ 2.870,88

Cálculo do IRRF: o Aliquota de 15% s/ R$ 2.870,88 R$ 430,63; o Parcela a Deduzir: R$ 306,80; o IRRF a Reter (R$ 430,63 – R$ 306,80): R$ 123,83.

Efetue os Lançamentos Contábeis no dia 20.03.2012: Pelo Adiantamento e Retenção do IRRF. o Débito: AC – Adiantamentos a Funcionários: R$ 3.200,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher – Assalariado: R$ 123,83; o Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 3.076,17.

Qual será a situação no final do mês? Neste caso a empresa em regra deverá efetuar a apropriação da folha de pagamento,

conforme lançamentos contábeis a seguir: o Apropriação Básica da Folha de Salários:

Débito: Resultado – Despesas Operacionais: R$ 8.000,00; Crédito: AC – Adiantamento a Funcionários: R$ 3.200,00; Crédito: PC – Contribuições INSS a Recolher: R$ 430,78; Crédito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 4.369,22.

o Encargos INSS e FGTS já comentados.

E por ocasião do efetivo pagamento em 05.04.2012? Neste caso deverá apurar a base e a retenção do IRRF, conforme segue: o Base do IRRF:

R$ 8.000,00 (total) – R$ 3.200,00 (adiantamento): R$ 4.800,00; Dedução de INSS: R$ 430,78; Dedução de Dependentes: R$ 329,12; Base Tributável ( 4.800,00 – 430,78 – 329,12): R$ 4.040,10;

o Cálculo do IRRF:

Alíquota em 22,5% s/ R$ 4.040,10: R$ 909,02; Parcela a Deduzir: R$ 552,15; Valor a Reter (R$ 909,02 – R$ 552,15) R$ 356,87.

o Lançamentos Contábeis:

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 356,87; Crédito: PC – IRRF a Recolher – Assalariados: R$ 356,87

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Complicando mais ainda, qual será a base a ser tributada no adiantamento do mês de abril (25.04.2012)?.

Neste caso a base será assim determinada: o Base de Cálculo:

Saldo de Salários pagos no dia 05.04.2012: R$ 4.800,00; Adiantamento de Salários no dia 25.04.2012: R$ 3.200,00 Base de Cálculo (R$ 4.800,00 + R$ 3.200,00): R$ 8.000,00.

o Deduções:

INSS Retido: R$ 430,78; Dependentes: R$ 329,12 Total das Deduções: R$ 759,90

o Valor Tributável (R$ 8.000,00 – R$ 759,90) R$ 7.240,10 o Cálculo do IRRF:

Aliquota de 27,5% s/ R$ 7.240,10 R$ 1.991,03; Parcela a Deduzir: R$ 756,53; Valor a Reter (R$ 1.991,03 – R$ 756,53): R$ 1.234,50; Valor Retido em 05.04.2012: R$ 356,87; Valor a Reter 25.04.2012 (R$ 1.234,50 – R$ 356,87) R$ 877,63

o Lançamento Contábil:

Débito: AC – Adiantamento a Funcionários: R$ 3.200,00; Crédito: PC – IRRF a Recolher – Assalariados: R$ 877,63; Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 2.322,37.

4.1.2 FÉRIAS.

O pagamento de férias acrescida do abono de 1/3 (art. 7º da CF/88) será tributado e sujeito

ao ajuste no final do ano-calendário, entretanto o mesmo será tributado em separado dos demais rendimentos. a) Rendimentos Isentos:

Férias não gozadas (integrais, proporcionais ou em dobro), convertidas em pecúnia, e de adicional (1/3) quando agregado ao pagamento, por ocasião da extinção do contrato de trabalho, seja por rescisão, aposentadoria ou exoneração;

Abono pecuniário relativo a conversão de 1/3 do período de férias (art. 143 da CLT), conforme IN RFB nº 936/09, AD PGFN nº 5 e 06 de 2006 e AD nº 6 e 14 de 2008.

b) Admitem-se as deduções na tabela;

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c) Férias indenizadas ou proporcionais serão tributadas em separado, inclusive nos casos de

rescisão de contrato de trabalho; e) Em caso de acordos ou sentença trabalhista, deverá existir a especificação quantitativa dos

rendimentos, sob pena de se tributado na totalidade; f) Férias dos dirigentes se equiparam o pró-labore, sendo tributado pela totalidade.

Exemplo e Caso em Discussão: Férias normais, pagas em março de 2012 e gozadas em abril de 2012.

Valores pagos no prazo previsto pela lei trabalhista.

Data de Pagamento: 29.03.2012; Período de Gozo de Férias: 01 a 20.04.2012; Verbas:

Férias 30 dias: R$ 5.000,00; 1/3 Constitucional: R$ 1.666,67; Abono pecuniário de férias (10 dias): R$ 2.222,22 1ª Parcela de Décimo Terceiro Salário: R$ 2.500,00

Deduções:

INSS: R$ 430,78; Dependentes (2 x R$ 164,56): R$ 329,12.

Quais verbas serão tributadas e qual o será a base? Verbas Tributáveis relativas a: o Férias: R$ 5.000,00; o 1/3 Constitucional: R$ 1.666,67; o Total: R$ 6.666,67

A base corresponde a: o Verba Tributável: R$ 6.666,67; o Deduções (R$ 430,78 + R$ 329,12): R$ 759,90; o Base em (R$ 6.666,67 – R$ 759,90): R$ 5.906,77

Cálcule o IRRF: Aplicação da Tabela: o 27,5% sobre R$ 5.906,77: R$ 1.624,36; o Parcela a Deduzir: R$ 756,53; o Valor a Reter (R$ 1.624,36 – R$ 756,53): R$ 867,83

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Efetue a Contabilização dos Valores: o Provisão de Férias – Mensalmente:

Débito: Resultado – Despesas Operac – Férias: R$ ................ Crédito: PC – Provisões Orçadas – Férias: R$ ................

o Provisão de Décimo Terceiro – Mensalmente:

Débito: Resultado – Despesas Operac – 13º: R$ ................ Crédito:PC – Provisões Orçadas – Déc Terceiro: R$ ................

o Férias Pagas:

Débito: PC – Provisões Orçadas - Pagas – Férias: R$ 6.666,67; Débito: AC – Créditos – Adiantamento 13º Salário: R$ 2.500,00; Débito: AC – Abono Pecuniário Férias: R$ 2.222,22 Crédito: PC – Obrigações Trabalhistas – Férias: R$ 11.388,89

o Descontos INSS:

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Férias: R$ 430,78; Crédito: PC – INSS s/ Férias (FG em Abril): R$ 430,78.

o Desconto do IRRF:

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Férias: R$ 867,83; Crédito: PC – IRRF a Recolher – Assalariado: R$ 867,83.

o Quitação das Verbas:

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Férias: R$ 10.090,28; Crédito: AC – Disponibilidades: R$ 10.090,28.

Como estes valores serão ajustados ao longo do ano-calendário?

Observem que o valor relativo a férias será reconhecido como despesa mensalmente

mediante a provisão e registrando um crédito como provisão orçada. Nos pagamentos mensais, os valores serão registrados em uma conta do mesmo grupo, mas tendo como identificação as parcelas “pagas”, resultando assim em valores a serem analisados na elaboração das demonstrações ou seja “PC - Povisões Orçadas (saldo credor) e “PC – Provisões Orçadas – Pagas” (saldo devedor).

Quanto ao décimo terceiro, apesar de serem formadas as provisões mensais, o valor

somente será definitivo em dezembro, ou em situações especiais pelo desligamento do funcionário. Nestas condições, os pagamentos a título de adiantamento devem configuram em contas do AC – Ativo Circulante, visto a condição de quitação no próprio ano-calendário, quando então o saldo desta conta “AC – Créditos – Adiantamento 13º Salário”, deverá ser ajustado no final do ano.

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4.1.3 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO. Tais rendimentos são tributados em separado dos demais rendimentos e exclusivamente na

fonte, não se sujeiando a ajustes na declaração anual, conforme art. 638 do RIR/99, neste caso, a situação é muito peculiar, visto que os procedimentos são divergentes das demais normas, tais como: a) Não haverá tributação no adiantamento e somente em sua quitação final, em dezembro ou

se for o caso, na rescisão; b) No caso de acordos ou sentenças trabalhistas, deverá haver a especificação quantitativa

dos rendimentos, sob pena de ser tributado na totalidade; c) No caso de complementação paga posterior a sua quitação, deverá ser efetuada o

somatório e submetido á tabela do mês da tributação, entretanto, para o recolhimento da diferença, será considerado a data do pagamento;

d) Por ser exclusivo, a retenção a menor, a diferença será cobrada da fonte pagadora, com os

acréscimos legais.

Exemplo e Caso em Discussão: dando continuidade ao caso apresentado no item anterior, mas considerando um aumento de salário de R$ 2.000, 00 e mais 3 (três) dependentes.

Valores pagos no prazo previsto pela lei trabalhista. Salário Atual em Dezembro: R$ 7.000,00; 1ª Parcela em 29.03.2012: R$ 2.500,00; Deduções:

INSS Retido R$ 430,78; Dependentes (5 x R$ 164,56) R$ 822,80

Calcule o IRRF a ser retido. Base de Cálculo: o Décimo Terceiro R$ 7.000,00; o Deduções (R$ 430,78 +R$ 822,80): R$ 1.253,58; o Base (R$ 7.000,00 – R$ 1.253,58): R$ 5.746,42.

Cálculo: o 27,5% sobre R$ 5.746,42: R$ 1.580,27; o Parcela a Deduzir: R$ 756,53; o Valor a Reter (R$ 1.580,27 – R$ 756,53): R$ 823,74

Efetue a Contabilização: Verbas a Pagar: o Débito: PC – Provisões Orçadas – Décimo Terceiro: R$ 7.000,00; o Crédito: AC – Créditos – Adiantamento 13º Salário: R$ 2.500,00; o Crédito: PC – Obrigações Trabalhistas – Déc Terceiro: R$ 4.500,00.

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Descontos: o INSS:

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Déc Terc.: R$ 430,78; Crédito: PC – INSS a Recolher – Décimo Terceiro: R$ 430,78.

o IRRF:

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Déc Terc.: R$ 823,74; Crédito: PC – IRRF a Recolher – Décimo Terc: R$ 823,74.

Quitação do Décimo Terceiro: o Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Décimo Terc: R$ 3.545,48; o Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 3.545,48.

4.2. RENDIMENTOS DE AUTÔNOMOS.

Os beneficiários não possuem vínculo empregatício, sendo os serviços prestados de forma

eventual, tendo ou não contrato e serão tributáveis como rendimentos do trabalho não-assalariado, tais como (Lei nº 7.713/88, art. 3º, § 4º):

Honorários do livre exercício das profissões;

Remuneração por profissões, ocupações e prestação de serviços não-comerciais;

Remuneração de agentes, representantes e outras pessoas sem vínculo empregatício que, tomando parte em atos de comércio, não os pratiquem por conta própria;

Emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros;

Corretagens e comissões dos corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e adjuntos;

Lucros da exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor;

Direitos autorais, quando explorados diretamente pelo autor ou criador do bem ou da obra;

Remuneração pela prestação de serviços no curso de processo judicial. Quanto aos efeitos tributários e prestação de informações, observar o seguinte:

a) Os rendimentos serão tributados na medida do recebimento; b) Poderão ser aplicadas as deduções permitidas em lei (dependentes, contribuição

previdenciária e pensão alimentícia decorrente de sentença); c) Ver regras especiais para os serviços de transporte de carga ou de passageiros; d) Manter controles eficazes para contatos futuros com os beneficiários (envio de Informe de

Rendimentos, comprovação de deduções aplicadas).

Exemplo e Caso em Discussão: ver o exemplo comentado em detalhes no item “3.3.2”.

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4.3 REEMBOLSO DE DESPESAS.

No que se refere a reembolso de despesas, devemos analisar de forma individualizada cada

caso, visto que em alguns a legislação aplica o conceito de rendimentos isentos. Em regra, tais valores não consistem acréscimos ao patrimônio de seus beneficiários, mas o Fisco entende de forma diversa., tais como: a) Reembolsos de despesas com quilometragem (BCE SRF 59/89), entende-se que são

considerados como tributáveis; b) Reembolso de quilometragem – Dec. 4º RF 28/00 – “a verba percebida pelo empregado a

título de reembolso de quilometragem rodada pelo uso de veículo próprio constitui rendimento tributável;

c) Reembolso de Despesas Médicas – ADN nº35 /93 – o reembolso total ou parcial efetuado

pela fonte pagadora em folha de salários, de parcelas mensais pagas por pessoas físicas a título de participação em planos de saúde que assegurem direito de atendimento de serviços de natureza médica, odontológica, ou hospitalar, não constituem rendimentos tributáveis;

Outro detalhe a ser observado é o fato de tais reembolsos computarem a folha de

pagamentos, sendo assim, o procedimento mais viável será:

Relatórios e documentação hábil, o que facilitaria a identificação dos gastos na empresa;

Considerando a divergência de entendimentos entre as Regiões Fiscais, evite transitar tais verbas pela “Folha de Salários”

Informamos que tal lista não é conclusiva, devendo os casos mais específicos serem

solucionados por meio de consulta diretamente na SRF e uma vez caracterizado como tributável tal rendimento, a fonte deverá acrescer tais valores ao salário.

Exemplo e Caso em Discussão: determinado participante da cidade “Contador Desesperado”, distante 500 quilometros de Recife, recebe de sua empresa um reembolso calculado a razão de R$ 1,00 por quilometro percorrido.

Cálcule o IRRF, considerando que o mesmo recebe R$ 2.000,00 de salário e não tem dependentes e o INSS é de R$ 220,00.

Rendimentos Tributáveis: o Salário: R$ 2.000,00; o Reembolso por Quilometro (R$ 1,00 x 1.000) R$ 1.000,00; o Total: R$ 3.000,00;

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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Deduções INSS Retido: R$ 220,00; Base Tributável: R$ 2.780,00; Cálculo: o 15% s/ R$ 2.780,00: R$ 417,00; o Parcela a Deduzir: R$ 306,80 o Valor a Reter (R$ 417,00 – R$ 306,80): R$ 110,20.

Efetue os Lançamentos Contábeis: Salário do Participante: o Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Salários: R$ 2.000,00; o Crédito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 2.000,00.

Reembolso por Quilometragem: o Débito: Resultado – Despesas Oper – Outros Salários: R$ 1.000,00; o Crédito: AC – Disponibilidade: R$ 1.000,00;

Contabilização dos Descontos: o INSS (valor retido e parte da empresa*).

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 220,00; Débito: Resultado – Despesas Operac – INSS: R$ 536,80; Crédito: PC – INSS a Recolher – Salários: R$ 756,80

o * Em 26,8% s/ R$ 2.000,00; o * Ver situações da lei trabalhista.

o FGTS em 8% s/ R$ 2.000,00. Débito: Resultado – Despesas Operac – FGTS: R$ 160,00; Crédito: PC – FGTS a Pagar: R$ 160,00

o IRRF:

Débito: PC – Obrigações Trabalhistas – Salários: R$ 110,20; Crédito: PC – IRRF a Recolher – Assalariados: R$ 110,20

Exemplo e Caso em Discussão: outro participante da mesma cidade, mas a empresa adianta o valor correspondente a R$ 1,00 por quilômetro percorrido, mas “exige” a prestação de contas relativo a todos os gastos.

Quais serão as conseqüências contábeis e tributárias neste caso?. Conseqüências Contábeis: o Pela Entrega dos Valores ao Participante:

Débito: AC – Adiant Despesas de Viagens: R$ 1.000,00; Crédito: AC – Disponibilidades: R$ 1.000,00.

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o Pela Prestação de Contas: Débito: Resultado – Despesas Operac – Viagens: R$ 1.000,00; Crédito: AC – Adiantamento para Des de Viagens: R$ 1.000,00.

Nota DESS: Existem normas específicas para as chamadas “Diárias” e “Ajudas de Custo”, as quais somente serão isentas nas condições a seguir: 1. Ser destinada exclusivamente para despesas de alimentação e pousada; 2. Ser o serviço “eventual” e realizado em município diferente da sede de trabalho; 3. Ser comprovado e de valor razoável (50% do salário), conforme Enunciado TST nº.

318;

4.4 OUTROS SERVIÇOS.

No campo de serviços, em algumas situações a fonte pagadora deverá abservar alguns

conceitos, para fins de aplicar seguramente a legislação tributária. 4.4.1 SERVIÇOS DE TRANSPORTE.

Considerando a natureza deste, o que em regra implica em diversos gastos a serem

suportados pelo prestador de serviços, a legislação estabeleceu critérios quanto a determinação da base tributável. O art. 47 do RIR/99, estabeleceu regras para a determinação do rendimento, quando o serviço for prestado com a utilização de veículos ou assemelhados.

Do montante, a parcela tributável corresponde a:

a) 40% (quarenta por cento), no caso de transporte de carga; b) 40% (quarenta por cento), em se tratando de utilização de trator, máquinas de

terraplanagem e assemelhados; c) 60% (sessenta por cento), relativo ao transporte de passageiro. d) A partir de janeiro de 2013, o valor foi alterado de 40 para 10%.

Observe , que nos casos relacionados com a contratação de profissionais como motoristas

ou operadores de máquinas, será aplicado a regra dos demais ou seja o rendimento será integralmente tributado.

Exemplo e Caso em Discussão: contratamos o Sr. “José Carga Pesada” para transportar mercadorias, nas seguintes condições:

Dados do Recibo: Valor: R$ 15.000,00; Pagamento e 15.03.2012; Contribuiçâo para o INSS (hipotético): R$ 200,00; Dependentes (10 ou seja, um em cada estado) R$ 1.645,60.

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Qual será o rendimento tributável? Correponderá a 40% de R$ 15.000,00: R$ 6.000,00;

E a diferênça portanto será considerada como rendimento “isento”? O valor nem será considerado como rendimento, face aos gastos esperados no exercício

desta atividade (combustível, manutenção do caminhão, pedágio, ajudantes, refeições e outros).

Mas ele tem 10 dependentes?. Será?. Toda e qualquer dedução deverá ser prevista em lei e estão sujeitas a comprovação, sendo

assim, considerando que a responsabilidade pela retenção é sempre da fonte pagadora, de forma preventiva solicitar termo de responsabilidade.

Calcule o IRRF deste prestador. Rendimento Tributável (40% de R$ 15.000,00): R$ 6.000,00; Deduções: o INSS: R$ 200,00; o Dependentes: R$ 1.645,60; o Total: R$ 1.845,60.

Base de Cálculo (R$ 6.000,00 – R$ 1.845,60): R$ 4.154,40; Cálculo do IRRF: o 27,5% sobre R$ 4.154,40: R$ 1.142,46; o Parcela a Deduzir: R$ 756,53; o Valor a Reter (R$ 1.142,46 – R$ 756,53): R$ 385,93.;

Quanto a Contabilização: Já comentada nos itens anteriores.

Exemplo e Caso em Discussão: Sr. “José Carga Pesada” foi contratado para transportar mercadorias, mas o caminhão é da empresa e os gastos serão ressarcidos:

Dados do Recibo: Valor: R$ 15.000,00; Pagamento e 15.03.2012; Contribuiçâo para o INSS (hipotético): R$ 200,00; Dependentes (10 ou seja, um em cada estado) R$ 1.645,60.

Qual será o rendimento tributável? Neste caso será de R$ 15.000,00, visto que todos os gastos serão da empresa, portanto

presume-se que o patrimônio seja aumentado.

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4.4.2 SERVIÇO PRESTADO POR REPRESENTANTE COMERCIAL AUTÔNOMO.

O art. 150 do RIR/99, dispõe tratamento para as Firmas Individuais, as quais sofreram

modificações pelo Novo Código Civil, sendo consideradas como “Sociedades Simples”. Na legislação anterior, o Fisco equipara estas empresas como pessoas jurídicas, entretanto,

o conceito estava mais no âmbito da legislação comercial, pois inexistia a figura de firma individual “Prestadora de Serviços”.

Entretanto, em algumas situações tais “tais firmas”, atualmente “Sociedades Simples”,

praticavam atos eventuais, sendo assim, tais rendimentos devem ser tributados na pessoa física do titular da firma individual.

Exemplo e Caso em Discussão: a firma J. Silva é representante de uma marca de bicicletas na região de Recife.

Efetua a venda de Bicicletas: Será tributado normalmente na pessoa jurídica, como ato mercantil;

Procede a intermediação da venda de 300 bicicletas para a empresa Biu, Lima e Galdino Ltda. Tal comissão será tributada na pessoa física, em nome do Sr. J.Silva, cabendo a empresa

fabricante de bicicletas proceder as respectivas retenções. 4.5 OUTROS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS DA PESSOA FÍSICA.

A fonte pagadora também fica responsável pela retenção em outras situações aplicadas a

pessoa fisíca e em algumas situações se aplica a tabela e outras, aplica-se alíquota fixa, visto que entente-se que o total do rendimento já se equipara a “acréscimo ao patrimônio. 4.5.1 RENDIMENTO DE ALUGUEIS E ROYALTIES.

Temos que observar que somente se aplica aos alugueis pagos a benefíciários pessoas

físicas, sujeitos a tabela de incidência na medida em que os rendimentos forem auferidos. O RIR/99, em seus art. 49 e 631 dispõe sobre estes rendimentos, aplicando tais normas

tanto a alugueis, arrendamentos e royalties de bens móveis ou imóveis.e outro detalhe a ser observado é que o imposto incidirá de acordo com a participação de seus locadores no rendimento, o que deverá estar bem claro no contrato de locação e a inexistência de detalhamento das parcelas aos benefíciários, implicará na tributação em sua totalidade ao beneficiário identificado.

Exemplo e Caso em Discussão: alugamos um imóvel nas condições:

Dados do Locador: Nome: Samuel Bernstein da Silva; Dependentes: 13 (esposa e 12 filhos): R$ 2.139,28; Comissão para a Imobiliária em 3%;

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Dados do Recibo: Valor do Aluguel: R$ 20.000,00; Taxas IPTU inclusas: R$ 1.000,00; Taxa de Condomínio Inclusa: R$ 500,00.

Calcule o IRRF a ser retido. Base de Cálculo: o Valor do Aluguel: R$ 20.000,00; o Comissão em 3% (imobiliária) R$ 600,00; o Rendimento Tributável (R$ 20.000,00 – R$ 600,00): R$ 19.400,00; o Dedução por Dependentes: R$ 2.139,28; o Base de Cálculo (R$ 19.400,00 – R$ 2.139,28): R$ 17.260,72;

Cálculo do IRRF: o 27,5% sobre R$ 17.260,72: R$ 4.746,70; o Parcela a Deduzir: R$ 756,53; o Valor a Reter (R$ 4.746,70 – R$ 756,53): R$ 3.990,17.

Contabilização dos Valores: Despesas no Recibo: o Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Alugueis: R$ 20.000,00; o Débito: Resultado – Despesas Operacionais – IPTU: R$ 1.000,00; o Débito: Resultado – Despesas Operac – Condomínio: R$ 500,00; o Crédito: PC – Contas a Pagar – Alugueis: R$ 21.500,00.

Retenções: o Débito: PC – Contas a Pagar – Alugueis: R$ 3.990,17; o Crédito: IRRF a Recolher – Alugueis: R$ 3.990,17.

Qual seria a base tributável, se este imóvel tivesse outro proprietário em 50%? Neste caso, tais valores devem constar no contrato de locação e a tributação será na

proporção que cada co-proprietário participe no imóvel.

4.5.2 REMUNERAÇÃO INDIRETA – FRINGE BENEFITS. A tributação de tais benefícios foram introduzidos pela Lei nº 8.383/91, art. 74, pois tais

práticas eram comuns em diversas empresas, ou seja, diminuia a remuneração de seus dirigentes, e em contrapartida, concedia-lhes benefícios.

O legislador não procurou coibir tais práticas, mas sim, regulamentou, pois em regra, tais

benefícios, por não sairem de suas remunerações habituais resultavam em “não redução de seu patrimônio”, ou seja, resultava em acréscimos, devendo portanto serem somados para fins da tabela de incidência do Imposto.

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O art. 622 do RIR/99, dispos sobre as situações em que se aplica, tais como:

a) Arrendamento mercantil, aluguel ou encargos de depreciação dos bens:

Veículo utilizado no transporte de administradores, diretores, gerentes e seus assessores ou à terceiros em relação à pessoa jurídica;

Imóvel cedido para uso; b) Despesas com benefícios e vantagens concedidos pela empresa, pagos diretamente ou

através de da contratação de terceiros:

Aquisição de alimentos ou quaisquer outros bens para a utilização pelo beneficiário fora da empresa;

Pagamento relativos á clubes e assemelhados;

Salário e respectivos encargos sociais de empregados postos à disposição ou cedidos pela empresa;

Conservação, custeio e a manutenção dos bens.

Nota DESS: A lista acima é meramente “ilustrativa”, considerando o fato de a Lei nº 8.383/91, em seu art. 74 usar o termo “tais como”., ou seja, como por exemplo; 1. Entendemos que se aplica a qualquer pessoa jurídica, inclusive as imunes e as

isentas; 2. A falta de identificação dos beneficiários implicará na tributação direta em 35%, sendo

o imposto e os benefícios considerados como “não dedutíveis”.

Exemplo e Caso em Discussão: o diretor da empresa possui um carro a disposição, nas seguintes condições:

A atividade deste diretor não requer o uso do carro; Valor total do carro R$ 120.000,00

Despesas Atribuidas ao uso do veículo no mês: Depreciação linear (1/60 avos de R$ 120.000,00): R$ 2.000,00; Outros (combustíveis, manutenção, etc,): R$ 1.000,00. Total: R$ 3.000,00

Dados do Diretor: Pró-labore: R$ 30.000,00; INSS retido: R$ 430,78; Dependentes (3 x R$ 164,56): R$ 493,68; Previdência Privada paga pelo diretor: R$ 2.000,00.

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Calcule o IRRF, considerando que a empresa identificou o beneficiário. Rendimento Tributável: o Pró-labore R$ 30.000,00; o Benefícios Indiretos: R$ 3.000,00; o Total: R$ 33.000,00

Deduções na Tabela: o INSS: R$ 430,78; o Dependentes: R$ 493,68; o Previdência Privada: R$ 2.000,00; o Total (R$ 430,78 + R$ 493,68 + R$ 2.000,00): R$ 2.924,46;

Base Tributável (R$ 33.000,00 – R$ 2.924,46): R$ 30.075,54; Cálculo do IRRF: o 27,5% sobre R$ 30.075,54: R$ 8.270,77; o Parcela a Deduzir: R$ 756,53; o Valor a Reter (R$ 8.270,77 – R$ 756,53): R$ 7.514,24.

Contabilização dos Valores: Pró-labore: o Débito: Resultado – Despesas Operac – Pró-labore: R$ 30.000,00; o Crédito: PC – Honorários da Diretoria a Pagar: R$ 30.000,00.

Benefícios: o Antes da Nova Lei:

Débito: Resultado – Desp. Operac. Deprec: R$ 2.000,00; Débito: Resultado – Desp. Operac. c/ veículos: R$ 1.000,00; Crédito: ANC – Depreciação de Bens: R$ 2.000,00; Crédito: AC – Disponibilidades: R$ 1.000,00.

o Após a Nova Lei:

Na Aquisição do Veículo: Débito: ANC – Benefícios Empregados Apropriar: R$ 120.000,00 Crédito: PNC / PC ou Disponibilidade: R$ 120.000,00

Na apropriação do encargo estimado de depreciação (1/60): Débito: Resultado – Beneficios a Empreg – Carro: R$ 2.000,00; Crédito: ANC – Benefícios Empreg Apropriar: R$ 2.000,00;

Demais Gastos: Débito: Resultado – Beneficios a Empreg – Carro: R$ 1.000,00; Crédito: AC – Disponibilidades: R$ 1.000,00.

Retenções: o INSS:

Débito: PC – Honorários da Diretoria a Pagar: R$ 430,78; Crédito: PC – INSS a Recolher: R$ 430,78

o IRRF: Débito: PC – Honorários da Diretoria a Pagar: R$ 7.514,24; Crédito: PC – IRRF a Recolher – Pró-labore: R$ 7.514,24.

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Exemplo e Caso em Discussão: a empresa decide não identificar o beneficiário.

Considerando os dados anteriores, calcule o imposto e efetue os lançamentos contábeis: Cálculo do Imposto: o Base de Cálculo: R$ 3.000,00 o IRRF em 35% s/ R$ 3.000,00 (art. 358 e 675 do RIR 99): R$ 1.050,00

Lançamentos Contábeis: o IRRF Assumido:

Débito: Resultados – Desp. Operac – Tributárias: R$ 1.050,00; Crédito: PC – IRRF a Pagar: R$ 1.050,00.

o Benefícios Indiretos: regsitros normais em conta de resultado; o Tanto o IRRF (assumido, quanto os benefícios) serão indedutíveis.

4.5.3. SERVIÇOS PRESTADOS – PESSOAS LIGADAS

Temos observado que poucas empresas aplicam o disposto do art. 648 do RIR/99 e nesta

situação, quando na prestação de serviços relativos a profissão legalmente regulamentada a pessoa ligada ou controlada direta ou indiretamente, a tributação será mediante a aplicação da tabela progressiva, entretanto o imposto será recolhido normalmente com o código 1708.

Exemplo e Caso em Discussão: a empresa José da Silva e Filhos Ltda contrata a Engenharia “Contruindo Estádios Ltda), nas seguintes condições:

Dados da Prestadora de Serviços: Sócio Controlador: Maria Bonitinha da Silva, esposa do Sr. José da Silva; Valor do Serviço: R$ 80.000,00; Emitiu uma nota fiscal nº 123.456

Qual será a tributação do IRRF? Deverá ser aplicada a tabela progressiva, em nome do sócio que resultou no vínculo (Maria

Bonitinha da Silva):

Cálcule o IRRF. Base de Cálculo: R$ 80.000,00; 27,5% sobre R$ 80.000,00: R$ 22.000,00; Parcela a Deduzir: R$ 756,53; IRRF a Reter (R$ 22.000,00 – R$ 756,53): R$ 21.253,47;

Como recolher este imposto? Utilize o código 1708.

O beneficiário poderá aproveitar esta retenção? Sim, diretamente no IRPJ apurado.

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Calcule as demais retenções: 4,65% sobre R$ 80.000,00: R$ 3.720,00

Qual o tratamento fiscal da retenção das contribuições: O valor retido, deverá ser recolhido com o código 5952, podendo ser objeto de dedução

direta: o PIS (0,65%): R$ 520,00; o Cofins (3%): R$ 2.400,00; o CSLL (1%): R$ 800,00.

Contabilização dos Valores: poderá ser utilizada a técnica comentada neste trabalho, com o destaque das contribuições (item 4.1.1 – Apresentação do Seminário).

Despesa com Serviços de Engenharia: o Débito: Resultado – Despesa Operac – Serviços PJ: R$ 80.000,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher – Serviços PJ: R$ 21.253,47; o Crédito: PC – Contribuições PCC a Recolher s/ Serviços: R$ 3.720,00; o Crédito: PC – Contas a Pagar ou Disponibilidade: R$ 55.026,53.

5. FORMAÇÃO DA BASE TRIBUTÁVEL - DEDUÇÕES

Dentre os “Princípios Básicos”, a tributação tende a alcançar o aumento do patrimônio, algo

que em primeiro momento está oculto, visto que a renda ou provento não são concretos ou reais, o que resulta em redutores, assim entendidos como deduções à base para fins de tributação, observando o seguinte: a) Todas as deduções devem ser previstas em lei, cabendo a fonte observar e aplicar as normas

vigentes, visto que existem procedimentos especiais para assalariados e autônomos; b) As deduções, todas elas, estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade

lançadora (Decreto-Lei nº 5.844/43, art. 11, § 3º); c) Na hipótese de serem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos

declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto-Lei nº 5.844/43, art. 11, § 4º);

d) Ocorrendo a glosa por falta de comprovação ou justificação não poderão ser restabelecidas

depois que o ato se tornar irrecorrível na esfera administrativa (Decreto-Lei nº 5.844/43, art. 11, § 5º).

e) A fonte pagadora deverá estar segura na aplicação de tais importâncias, embora que em

muitos casos, como por exemplo os relacionados com os trabalhadores assalariados, a mesma dispõe de controle de documentos amparados pela legislação trabalhista, o que não ocorre nos casos relacionados com autônomos e pagamento de alugueis.

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5.1 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.

Para determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderão ser

deduzidas, as contribuições (Lei nº 9.250/95, art. 4º, incisos IV e V): a) As contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios; b) As contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus

tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social;

c) A comprovação relativas a letra “b” poderá ocorrer das seguintes formas:

A empresa retem os valores dos profissionais e os repassa para a entidade, cujo contrato e importâncias vinculadas a folha de salário são documentos hábeis;

O profissional ingressa em plano de previdência privada, com opção de “débito” em conta corrente: Neste caso, será necessário uma comunicação do agente financeiro, ou da entidade de previdencia;

O profissional que optar por pagementos mensais (boleto) deverá enviar cópia do comprovante devidamente pago, até o momento em que for devida a incidência do imposto.

NOTA DESS: 1. A dedução permitida pela letra “b” supra aplica-se exclusivamente à base de cálculo

relativa a rendimentos do trabalho com vínculo empregatício ou de administradores; 2. A dedução a que se refere a letra “a” supra, somada à dedução relativa à

contribuição aos fundos de Aposentadoria Programada Individual - FAPI, fica limitada a doze por cento do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido no ajuste.

5.2 DEPENDENTES.

Para determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida do rendimento tributável a quantia equivalente a: a) Valores:

Ano de 2010: R$ 150,69.

Ano de 2011 (jan/mar): R$ 150,69

Ano de 2011: R$ 157,47

Ano de 2012: R$ 164,56

Ano de 2013: R$ 171,97

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b) Regras para Dependentes:

Dependência Financeira;

Passível de Comprovação;

Se possuir rendimentos tributáveis, estes serão acrescidos ao rendimento do contribuinte que o utilizar;

Não poderá ser utilizado na base de cálculo de mais de um contribuinte;

Diferenças entre a legislação civil e a tributária, tais como a “declaração de união estável”;

A empresa deverá manter “termos” em que o profissional discrimine e assuma a responsabilidade.

c) Quem poderá ser considerado como “dependentes”:

O cônjuge;

O companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho;

A filha, o filho, a enteada ou o enteado, até vinte e um anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho;

O menor pobre, até vinte e um anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial;

O irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até vinte e um anos, desde que o contribuinte detenha a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho;

Os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, superiores ao limite de isenção mensal;

O absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador.

Nota DESS: 1. Os dependentes referidos nas letras “c” e “e” supra poderão ser considerados como tal,

quando maiores até vinte e quatro anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau.

2. Os dependentes comuns poderão, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos cônjuges. Portanto cabe ressaltar que é verdade a dedução simultânea do dependente comum.

3. Os filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes desde que o contribuinte detenha a guarda, em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente.

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Modelo de Relação de Dependentes.

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Modelo de Relação de Dependentes.

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5.3. PENSÃO ALIMENTÍCIA.

Esta é uma situação prevista na legislação, a qual permite que na determinação mensal da

base de cálculo, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face ás normas do Direito de Família.

Entretanto, em muitos casos a fonte pagadora fica em uma posição específica, pois deve

observar o teor da decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, o que implica na aplicação de percentuais estabelecidos sobre os rendimentos do empregado (a) e a efetiva transferência destes recursos para o beneficiário (a). a) As importâncias em que a empresa reteve dos empregados; b) Prestação de alimentos provisionais; c) Será vedada a dedução por dependentes relativa ao mesmo beneficiário, a partir do início do

pagamento da pensão; d) O valor não utilizado no próprio mês poderá ser deduzido nos meses subseqüentes; e) Quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto, o prestador deverá fornecer o

comprovante; f) Somente serão prestadas informações na DIRF os valores que tenham sido utilizados como

dedução na tabela mensal, observando ainda que na Pasta – Comprovante de Rendimentos, Ficha – Informações, Campo – Informações Complementares (CPF, nome dos beneficiários da pensão e valores);

Tais princípios serão observados pela fonte pagadora, entretanto temos que observar que em algumas situações não serão aplicadas, tais como, o aluguel destes bens, visto que o encargo ficará por conta da locatária.

Nota DESS: 1 – na base mensal não poderá ser deduzido as importâncias pagas a titulo de despesas médicas e de educação dos alimentandos, mesmo que em cumprimento de decisão ou acordo judicial. 2 – as importâncias referidas no inciso anterior poderão serem utilizadas na declaração de ajuste anual; 3 – as importâncias pagas por liberalidade não poderão ser utilizadas como dedução; 4 – no caso de contrair novas núpcias, aplicam se normalmente as regras para os dependentes; 5 – as normas aplicam-se também aos trabalhadores não assalariados, desde que observe o disposto da letra “e”.

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5.3.1 FÓRMULA E DETALHES.

No caso de o valor da pensão ter sido fixado em percentual aplicável sobre o rendimento

líquido mensal do prestador, para obter o valor correto da pensão a ser paga, pode ser utilizada a seguinte fórmula:

P = {RB – CP – PP – FAPI – [T/100 X (RB – CP – PP – FAPI – D – P)] + PD}x N/100 Legenda:

P: Pensão a ser paga; RB: Rendimento Bruto; CP: Contribuição Previdenciária; PP: Previdência Privada; Fapi: Fundo de Aposentadoria Programada Individual; D: Dedução por dependentes *; T: Alíquota da faixa da base de cálculo (da tabela) a que pertencer o RB; N: Percentagem da pensão alimentícia fixada pelo juiz;

PD: Parcela a Deduzir correspondente à faixa da base de cálculo a que pertencer o RB, de acordo com a tabela progressiva;

* Se o contribuinte tiver outros dependentes, que não o beneficiário da pensão, que estiverem

sob a sua guarda

Exemplo e Caso em Discussão: Considerando determinado contribuinte que recebe um salário de R$ 6.200,00 e paga pensão alimentícia a sua ex-esposa a base de 30% sobre os rendimentos líquidos, sendo assim, calcule o valor da pensão e do imposto de renda a ser retido nas seguintes condições:

Dados para o Exemplo: RB: Rendimento Bruto: R$ 10.000,00; CP: Contribuição Previdenciária: R$ 430,78; D: Dependentes (com a ex esposa): R$ 0,00; PP: Previdência Privada Paga: R$ 500,00; T: Aliquota do Imposto de Renda – Tabela Progressiva: 27,5% - 0,275 N: Pensão Fixada pelo Juíz: 30% - 0,30; Mês: Março de 2012.,

Calcule a Pensão e o valor do IRRF: P = {RB – CP – PP – FAPI – [T/100 X (RB – CP – PP – FAPI – D – P)] + PD}X N/100

Substituir valores. o P = {10.000,00 – 430,78 – 500,00 – 0,00 – [0,275 X (10.000,00 – 430,78 – 500,00 – 0,00

– 0,00 – P)] + 756,53}X 0,30

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Efetuando as operações : o P = {9.069,22 - [0,275 X (9.069,22 – P)] + 756,53}X 0,30

Eliminando os Parênteses: o 0,275 x 9.069,22 = 2.494,04 0,275 x P = 0,275 P P = {9.069,22 - [2.494,04 - 0,275 P] + 756,53}X 0,30

Eliminando Colchetes: Observe as operações com números negativos o - com + 2.494,04 = - 2.494,04 - com – 0,275 P = + 0,275 P P = {9.069,22 – 2.494,04 +0,275 P + 756,53}X 0,30

Solucionando operações na chave: Efetue primeiro as adições e logo a seguir as subtrações

o 9.069,22 + 756,53 = 9.825,75 9.825,75 – 2.494,04 = 7.331,71 P = {7.331,71 + 0,275 P}X 0,30

Eliminando as chaves: o 7.331,71 x 0,30 = 2.199,51 0,275 P x 0,30 = 0,0825 P P = 2.199,51 + 0,0825 P

Cálculo da Pensão (1): Estabelecendo igualdades ou seja +0,825 P = - 0, 0825 P o P = - 0,0825 P = 2.199,51

Calculando a Pensão (2): P = 1 inteiro, Sendo assim: o 1 – 0,0825 = 0,9175 P 0,9175 P = 2.199,51 o P = 2.199,51 / 0,9175 = 2.397,29

Ver Planilha de Cálculo: o Cálculo do Imposto de Renda

RB Rendimento Bruto 10.000,00

CP Contribuição Previdenciária 430,78

PP Previdência Privada 500,00

FAPI FAPI 0,00

D Dependentes 0,00 0,00

Faixa de Tributação (*) 6.348,45

PD Parcela a Deduzir 756,53 756,53

T Alíquota do IR Fonte 27,50 0,2750

N Pensão Fixada pelo Juíz 30,00 0,3000

P Pensão a ser Paga 2.397,29

IR Imposto a Ser Retido 1.078,25

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o Cálculo da Pensão

Conferindo o Cálculo da Pensão

RB Rendimento Bruto 10.000,00

CP Contribuição Previdenciária 430,78

PP Previdência Privada 500,00

FAPI FAPI 0,00

D Dependentes 0,00

IR IR Retido 1.078,25

Base para Cálculo 7.990,97

N Pensão Fixada pelo Juíz 30,00 0,3000

P Pensão a ser Paga 2.397,29

5.4 DEDUÇÕES NO RECEBIMENTO DE ALUGUEIS.

No caso de alugueis, temos que observar que somente serão tributados os alugueis pagos

pelas pessoas jurídicas aos locadores pessoas físicas (art. 49 e .631 do RIR/99) e os alugueis recebidos de pessoas físicas se sujeitam ao carnê-leão, devendo o imposto ser determinado diretamente pelo locador, nos prazos estabelecidos pela lei.

Temos que observar que nas duas situações, o montante recebido poderá não ser

considerado direto como renda ou como aumento do patrimônio, visto o mesmo ser composto de parcelas ou de gastos necessários para a percepção do rendimento, devendo desconsiderar. a) O valor dos impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o

rendimento; b) O aluguel pago pela locação de imóvel sublocado; c) As despesas pagas para a cobrança ou recebimento do rendimento; d) As despesas de condomínio.

Somente poderão ser deduzidos as importâncias que tenham sido suportadas pelo locador e

que sejam cobradas diretamento no respectivo recibo, exceto as comissões pagas às imobiliárias, cujo valor deverá ser destacado a parte para fins de comprovação pelo Fisco.

Exemplo e Caso em Discussão: já comentado neste trabalho, no item alugueis.

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5.5 GASTOS NECESSÁRIOS NA PERCEPÇÃO DO RENDIMENTO.

Em algumas situações, a empresa ao pagar sentenças ou acordãos judiciais, entretanto,

como em todo o processo, a parte estará sujeita ao pagamento de honorários advocatícios, necessários para o recebimento do rendimento.

Tais valores também poderão ser utilizados para a dedução na determinação da parcela

sujeita à incidência da tabela, desde que o ônus tenha sido do beneficiário do rendimento e que seja passivo de justificação perante o Fisco.

Nota DESS: nestas situações, o declarante deverá observar o seguinte: a) Considerar como tributáveis apenas o valor, após a dedução dos gastos

necessários para percepção dos rendimentos; b) Na DIRF, após a prestação de informações na Pasta – Beneficiários, os valores

utilizados como dedução devem ser informados na Pasta – Comprovante de Rendimentos, Ficha – Informações, Campo – Informações Complementares (CPF, CNPJ, nome do profissional ou empresa no processo e os valores pagos diretamente pelos beneficiários);

c) Observe que na DIRPF, o beneficiário deverá prestar estas informações como “Pagamentos Efetuados”, sob pena de sujeição em penalidade de 20% dos valores pagos e não declarados;

d) Tais regras também se aplicam em relação aos alugueis pagos a pessoa física eque tenham sido aplicadas deduções aos rendimentos tributáveis (comissão da imobiliária).

6 MULTAS E VANTAGENS POR RESCISÃO DE CONTRATOS.

A multa ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título

de indenização, a beneficiária pessoa física, em virtude de rescisão de contrato, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por cento).

Nesta hipótese a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto de renda é da

pessoa jurídica que efetuar o pagamento ou crédito da multa ou vantagem e o imposto deverá ser retido na data do pagamento ou crédito da multa ou vantagem e será recolhido no terceiro dia útil subseqüente ao decêndio de ocorrência do fato gerador.

Exemplo e Caso em Discussão: determinada empresa rescindiu o contrato de locação, pagando ao beneficiário os seguintes valores:

Dados do Recibo 1: Aluguel do Mês: R$ 10.000,00; Proprietário Pessoa Fisica; Dependentes: R$ 0,00; Comissão paga a Imobiliária (10%) R$ 1.000,00.

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Dados do Recibo 2: Multa Contratual (6 meses de aluguel) R$ 60.000,00; Comissão para Imobiliária (10%): R$ 6.000,00.

Quais serão as bases a serem tributadas? Recibo 1: o Valor do Aluguel: R$ 10.000,00; o Dedução da Comissão: R$ 1.000,00; o Base em (R$ 10.000,00 – R$ 1.000,00): R$ 9.000,00.

Recibo 2: o Valor da Multa: R$ 60.000,00.

Como tais bases serão tributadas? Recibo 1 pela tabela progressiva (cálculo pela planilha excel): R$ 1.718,47; Recibo 2 em 15% s/ R$ 60.000,00: R$ 9.000,00.

Contabilização dos Valores: Recibo 1: o Débito: Resultado – Despesas Operacionais – Alugueis: R$ 10.000,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher – Alugueis: R$ 1.718,47; o Crédito: PC ou AC Disponibilidade: R$ 8.218,53

Recibo 2: o Débito: Resultado – Desp Operaci – Multa s/ Alugueis: R$ 60.000,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher – Multas e Vantagens: R$ 9.000,00; o Crédito: PC ou AC – Disponibilidade: R$ 51.000,00. o

7. RENDIMENTOS DO TRABALHO - DECORRENTE DE DECISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Rendimentos em cumprimento de decisão ou acordo homologado pela justiça trabalhista,

inclusive atualização monetária e juros e pagamento de remuneração pela prestação de serviços no curso do processo judicial, nas seguintes condições: a) O imposto será calculado mediante a utilização da tabela progressiva mensal, se pago a

pessoa física (se pessoa jurídica, aplicar 1,5%); b) Podem ser utilizadas as deduções na tabela (contribuição previdenciária, dependentes,

previdencia privada e pensão alimentícia); c) No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do

recebimento do rendimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos;

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d) No pagamento de rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva mensal se, no mês,

houver mais de um pagamento, a qualquer título, pela mesma fonte pagadora, aplicar-se-á a alíquota correspondente à soma dos rendimentos pagos, exceto nos casos a seguir, em que o rendimento será considerado individualmente:

Honorários advocatícios; e

Remuneração pela prestação de serviços no curso do processo judicial, tais como serviços de engenheiro, contador, avaliador, leiloeiro, perito, assistente técnico, médico, liquidante, síndico etc.

e) O imposto incidirá sobre o total dos rendimentos pagos, inclusive sobre os rendimentos

abonados pela instituição financeira depositária, no caso de pagamento efetuado mediante levantamento de depósito judicial.

f) Quando não for indicada pela fonte pagadora a natureza jurídica das parcelas objeto do

pagamento o imposto será retido sobre o total da avença. g) No caso de rendimentos recebidos acumuladamente provenientes de aposentadoria,

pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e do trabalho, quando correspondentes a anos-calendário anteriores ao do recebimento (ver art. 12-A da Lei nº 7.713/88).

h) O imposto será considerado redução do devido na declaração de rendimentos da pessoa

física, ou exclusivo de fonte, conforme a natureza do rendimento; i) Compete à fonte pagadora ou à instituição financeira depositária, quando for determinado

pelo juízo do trabalho, por não ter sido comprovado o recolhimento pela fonte pagadora; j) Código e prazo: código 5936 e recolhido até o último dia útil do 2º (segundo) decêndio do

mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

Exemplo e Caso em Discussão: determinado funcionário observou que no ano de 2001 recebeu apenas 50% de uma verba de PLR – Participação nos Lucros e Resultados e questionando judicialmente teve o ganho de causa no mês de março de 2012.

Valores: Valor Original: R$ 3.000,00; Atualização Monetária: R$ 7.000,00;

Cálculo do Imposto: o Rendimento: R$ 10.000,00; o Deduções (hipotéticas) 2 dependentes: R$ 329,12; o Base Tributável: R$ 9.670,88; o 27,5% sobre R$ 9.670,88 R$ 2.659,49; o Parcela a Deduzir: R$ 756,53; o Valor a Reter (R$ 2.659,49 – R$ 756,53): R$ 1.902,96.

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Esta tributação é definitiva? Não, sendo assim, caso ocorra outros pagamentos pela mesma fonte (exceto casos de

tributação em separado), no mesmo mês, deverá ser recomposta a base de cálculo, apurando um novo imposto, mas deduzindo o que foi retido anteriromente pelo código 5936.

Efetue os lançamentos contábeis: nas situações normais já comentados neste trabalho.

8. RENDIMENTOS DO TRABALHO – RECEBIDOS ACUMULADOS

Rendimentos recebidos acumuladamente decorrentes de aposentadoria, pensão,

transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e os provenientes do trabalho, inclusive aqueles oriundos de decisões das Justiças do Trabalho, Federal, Estaduais e do Distrito Federal, relativos a anoscalendário anteriores ao do recebimento. a) Beneficiário: pessoa física; b) Forma de Tributação: mediante a utilização da tabela progressiva resultante da

multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito;

c) Deduções do Rendimento: previdência social, pensão alimentícia e honorários

advocatícios, na proporção dos rendimentos tributáveis; e) Os rendimentos serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou

crédito e em separado dos demais rendimentos recebidos no mês; f) Opcionalmente e de forma irretratável, os rendimentos recebidos acumuladamente poderão

integrar a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste Anual do ano-calendário do recebimento;

g) Dispensa de retenção quando a pessoa física beneficiária declarar à instituição financeira

responsável pelo pagamento que os rendimentos recebidos são isentos ou não tributáveis; h) O imposto será retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela

instituição financeira depositária do crédito; i) Código e Prazo: código 1889, devendo o imposto ser recolhido até Até o último dia útil do

2º (segundo) decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

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Exemplo e Caso em Discussão: equiparação salarial de determinado funcionário já desligado da empresa, nas seguintes condições:

Valores: Valor Original Mensal: R$ 1.000,00; Quantidade de Meses 120 R$ 120.000,00 Base para Férias:

133,33 /12 = 11,11% s/ R$ 1.000,00 R$ 111,10 R$ 111,10 X 120 Meses: R$ 13.332,00

Base para Décimo Terceiro:

100/12 = 8,33% s/ R$ 1.000,00 R$ 83,30 R$ 83,30 X 120 Meses R$ 9.996,00

Outras Verbas:

FGTS (8% s/ R$ 143.328,00) R$ 11.466,24; Aviso Prévio: R$ 1.000,00

Identifique as Verbas Tributáveis e as Isentas: Verbas Tributáveis: o Salários: R$ 120.000,00 o Férias: R$ 13.332,00 o Décimo Terceiro: R$ 9.996,00 o Total: R$ 143.328,00

Verbas Isentas: o FGTS: R$ 11.466,24 o Aviso Prévio. R$ 1.000,00 o Total: R$ 12.466,24

Cálcule os honorários advocatícios em 20%, na proporção dos rendimentos: Valor dos honorários em 20% s/ R$ 155.794,24: R$ 31.158,85 Proporcionalização: o Tributável ( 31.158,85 / 155.794,24 x 143.328,00): R$ 28.665,60; o Isentas em ( 31.158,85 / 155.794,24 x 12.466,24): R$ 2.493,25.

Calcule o IRRF, desconsiderando outras deduções. Base de Cálculo: o Total do Rendimento: R$ 143.328,00 o Dedução – Honorários Advocatícios: R$ 28.665,60 o Base Líquida (R$ 143.328,00 – R$ 28.665,60): R$ 114.662,40

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Tabela Progressiva em 2012:

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 1.637,11 isenta -

De 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78

De 2.453,51 até 3.271,38 15,0 306,80

De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15

Acima de 4.087,65 27,5 756,53

Tabela Progressiva Propocional a 120 Meses.

Base de Cálculo Mensal em R$ % Parcela a Deduzir do Imposto

Até 196.453,20 isenta -

De 196.453,21 até 294.420,00 7,5 14.733,60

De 294.420,01 até 392.565,60 15,0 38.816,00

De 392.565,61 até 490.518,00 22,5 66.258,00

Acima de 490.518,00 27,5 90.783,60

Não haverá a retenção, visto que o valor do rendimento, embora que tributável em R$

114.662,40 ficou na faixa de isenção (até R$ 196.453,20).

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A TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS - DOMICILIADAS NO BRASIL. A legislação também estabelece regras para a fonte pagadora nas operações relacionadas

com a prestação de serviços de natureza profissional, entretanto, existem normas específicas, as quais serão analisadas neste módulo. 1. SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERATIVAS DE TRABALHO.

Sujeitam-se à incidência do imposto na fonte à alíquota de um e meio por cento as

importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho, associações de profissionais ou assemelhadas, relativas a serviços pessoais que lhes forem prestados por associados destas ou colocados à disposição e por convenção da OCB – Organização das Cooperativas do Brasil, denominou-se de produção os valores pagos aos cooperados, pelos serviços prestados.

Exemplo e Caso em Discussão: a empresa contratou a cooperativa de serviços de pintura, nas seguintes condições:

Detalhes no Documento Fiscal: Total da Nota Fiscal: R$ 10.000,00; Corpo da Nota:

Serviços Prestados Por Cooperados: R$ 8.000,00; Serviços Prestados por Não Cooperados: R$ 2.000,00

Qual será a base a ser tributada? Será em 1,5% sobre o valor de R$ 8.000,00: R$ 120,00

Efetue os lançamentos contábeis: Nas seguintes situações: o Débito: Resultado – Desp. Operacional – Serv. Cooper: R$ 10.000,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher s/ Serviços Cooper: R$ 120,00; o Crédito: PC ou AC Disponibilidades: R$ 9.880,00

2. SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOAS JURÍDICAS.

Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de um e meio por cento, as

importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, civis ou mercantis, pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional, conforme definido no art. 647 do RIR 99, tais como:

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2.1 LISTA DE SERVIÇOS – ART. 647 DO RIR 99. 1. Administração de bens ou negócios em geral (exceto consórcios ou fundos mútuos para

aquisição de bens); 2. Advocacia; 3. Análise clínica laboratorial; 4. Análises técnicas; 5. Arquitetura; 6. Assessoria e consultoria técnica (exceto o serviço de assistência técnica prestado a

terceiros e concernente a ramo de indústria ou comércio explorado pelo prestador do serviço);

7. Assistência social; 8. Auditoria; 9. Avaliação e perícia; 10. Biologia e biomedicina; 11. Cálculo em geral; 12. Consultoria; 13. Contabilidade; 14. Desenho técnico; 15. Economia; 16. Elaboração de projetos; 17. Engenharia (exceto construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas);

Nota DESS: Sobre este assunto, o PN 8/86, definiu que a exceção abrange apenas as obras em geral e as de montagem, instalação, restauração e manutenção de instalações e equipamentos industriais, sendo que os demais serviços não abrangidos se sujeitarão na tributação

18. Ensino e treinamento; 19. Estatística; 20. Fisioterapia; 21. Fonoaudiologia; 22. Geologia; 23. Leilão; 24. Medicina (exceto a prestada por ambulatório, banco de sangue, casa de saúde, casa de

recuperação ou repouso sob orientação médica, hospital e pronto-socorro);

Nota DESS: “Estabelecimentos” sob subordinação técnica e administrativa, conforme definido no PN CST nº 8/86, visto que o mesmo se relaciona as exceções previstas na IN SRF nº 23/86 – Situações Singulares – 2 - Medicina.

25. Nutricionismo e dietética;

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26. Odontologia; 27. Organização de feiras de amostras, congressos, seminários, simpósios e congêneres; 28. Pesquisa em geral; 29. Planejamento; 30. Programação; 31. Prótese; 32. Psicologia e psicanálise; 33. Química; 34. Radiologia e radioterapia; 35. Relações públicas; 36. Serviço de despachante; 37. Terapêutica ocupacional; 38. Tradução ou interpretação comercial; 39. Urbanismo; 40. Veterinária.

Exemplo e Caso em Discussão: a empresa de Consultoria Biu, Lima e Galdino prestou serviços nas seguintes condições:

Detalhes no Documento Fiscal: Dia 01.03.2012: R$ 1.000,00; Dia 02.03.2012: R$ 500,00 Dia 03.03..2012: R$ 50.000,00

Os serviços são sempre pagos no mesmo dia da emissão do documento fiscal.

Calcule o IRRF a ser retido. Dia 01.03.2012 : 1,5 % s/ R$ 1.000,00 R$ 15,00; Dia 02.03.2012: 1,5% s/ R$ 500,00 (dispensa a retenção): R$ 7,50 Dia 03.03.2012: 1,5% s/ R$ 50.000,00 R$ 750,00

E se a empresa efetuar a retenção do valor de R$ 7,50? A lei não veda (art. 67 da Lei nº 9.430/96), portanto poderá reter normalmente.

Lançamentos Contábeis: já comentados neste trabalho.

2.2. SERVIÇOS DE LIMPEZA, CONSERVAÇÃO, SEGURANÇA, VIGILÂNCIA E LOCAÇÃO DE

MÃO-DE-OBRA. Sujeitam-se à incidência do imposto na fonte à alíquota de um por cento os rendimentos

pagos ou creditados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas civis ou mercantis pela prestação de serviços de limpeza, conservação, segurança, vigilância e por locação de mão-de-obra. O imposto retido na fonte será considerado antecipação do devido pela beneficiária, incidindo sobre o total da Nota Fiscal emitida, sendo irrelevante a denominação ou descrição das verbas.

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Exemplo e Caso em Discussão: Nas mesmas condições comentadas, entretanto, quando se tratar de serviços de limpeza, poderá ter o destaque no documento fiscal relativo aos materiais empregados.

Documento Fiscal: Valor dos Serviços: R$ 9.000,00; Materiais de Limpesa utilizados: R$ 1.000,00; Total da Nota Fiscal: R$ 10.000,00;

Cálculo do Imposto e a Contabilização dos Valores: Cálculo do IRRF em 1% s/ R$ 9.000,00 R$ 90,00; Contabilização: o Débito: Resultado – Despesa Operac – Serviços PJ: R$ 9.000,00; o Débito: Resultado – Despesa Operac – Mat. Limpesa: R$ 1.000,00; o Crédito: PC – IRRF a Recolher s/ Serviços limpeza: R$ 90,00; o Crédito: PC ou AC – Disponibilidade: R$ 9.910,00.

2.3. COMISSÕES, CORRETAGENS, PROPAGANDA E PUBLICIDADE.

Sofrem a incidência do imposto na fonte, à alíquota de um e meio por cento, as importâncias

pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas: a) A título de comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração pela representação

comercial ou pela mediação na realização de negócios civis e comerciais; b) Por serviços de propaganda e publicidade.

Nota DESS: considerar: 1. No caso da letra “b”, excluem-se da base de cálculo as importâncias pagas

diretamente ou repassadas a empresas de rádio e televisão, jornais e revistas, atribuída à pessoa jurídica pagadora e à beneficiária responsabilidade solidária pela comprovação da efetiva realização dos serviços.

2. O imposto descontado será considerado antecipação do devido pela pessoa jurídica. 3. Em se tratando de comissões pagas às Agencias de Publicidade, a IN SRF nº 123 de

1992, dispõe que agência deverá recolher o imposto por conta e ordem do anunciante.

3. MULTAS E VANTAGENS POR RESCISÃO DE CONTRATOS – PESSOAS JURÍDICAS.

A multa ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título

de indenização, a beneficiária pessoa física, em virtude de rescisão de contrato, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por cento).

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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Nesta hipótese a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto de renda é da

pessoa jurídica que efetuar o pagamento ou crédito da multa ou vantagem e o imposto deverá ser retido na data do pagamento ou crédito da multa ou vantagem e será recolhido no terceiro dia útil subseqüente ao decêndio de ocorrência do fato gerador.

Os valores retidos serão:

a) Computado como receita, na determinação do lucro real; b) Acrescido ao lucro presumido ou arbitrado, para determinação da base de cálculo do

imposto devido pela pessoa jurídica.

O imposto retido na fonte desta forma será considerado como antecipação do devido em cada período de apuração, ou como tributação definitiva, no caso de pessoa jurídica isenta e é de ser ressaltado que este tratamento não se aplica às indenizações pagas ou creditadas em conformidade com a legislação trabalhista e àquelas destinadas a reparar danos patrimoniais.

Exemplo e Caso em Discussão: já comentado neste trabalho.

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IRRF - OUTRAS OPERAÇÕES Neste módulo, estaremos apresentando outras hipóteses de tributação, cujas normas já são

observadas de antemão pelo mercado financeiro, ou pelo Banco Central, no caso de remessas para o exterior. 1. APLICAÇÕES FINANCEIRAS.

Tais rendimentos consistem em uma grande fonte de recursos para as instituições

financeiras, produzindo efeitos diretamente na taxa de juros e no financiamento do capital de giro das empresas.

Nos anos de alta taxa inflacionária, o chamado “ ganho” fácil induziu a aplicação em “papéis”

em detrimento do investimento interno em máquinas, equipamentos, mão de obra, pesquisa e desenvolvimento e outros.

Em regra, acreditamos que devido às mudanças, o que reduziu a taxa inflacionária, o

empresário somente destinará tais recursos no objetivo de “proteção do capital” a determinado período, arcando em regra com todos os seus efeitos tributários, nas seguintes condições: a) Imposto de Renda:

Retenção pela Fonte: em alíquotas de acordo com a espécie e período de aplicação;

Antecipação do Devido: Tributadas pelo Lucro Real ou Presumido;

Exclusivo na Fonte: Simples e Pessoas Físicas e Isentas;

Isento: Entidades Imunes. b) Contribuição Social Sobre o Lucro: Incidência na Base (9%): Real, Presumida, Arbitrada e

Simples. c) PIS e Cofins: Alíquota “Zero”: regime não-cumulativo total ou parcial e de 0,65% e 3,00%

nas demais situações. 1.1 RENDA FIXA.

A Lei nº 11.033/2004, alterou a tributação do mercado financeiro, estabelecendo alíquotas

diferenciadas de acordo o período de resgate (art. 1º da Lei nº 11.033/2004; art. 5º da Lei nº 9.779/99 e art. 729 do RIR 99), conforme alíquotas a seguir: a) De 01 a 180 dias: 22,5%; b) De 181 a 360 dias: 20,0%; c) De 361 a 720 dias: 17,5%; d) Acima de 720 dias: 15,0%.

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1.2 FUNDOS DE INVESTIMENTOS.

Conforme alíquotas a seguir:

a) De 01 a 180 dias: 22,5%; b) Acima de 180 dias: 20,0% 1.3 RENDA VARIÁVEL.

Nas operações de renda variável os ganhos líquidos (após compensadas as perdas em da

mesma espécie) auferidos em operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e futuro, e assemelhados, sendo Day trade (20 %) e outras operações (15 %).

O § 1º do art. 2º estabeleu uma nova responsabilidade para a instituição intermediária

(corretora), em tributar o “suposto” ganhos diários a alíquota de 0,005%, sendo este valor compensado na apuração final, entretanto, a nosso ver, trata-se de uma operação que visa a interferência de mecanismos que resultem na elevação de preços, visto que tais operações possuem como características “puramente” especulativas e a SRF estrá criando formas para controle e normatização destes procedimentos. 2. PRÊMIOS E SORTEIOS EM GERAL. 2.1. PRÊMIOS EM DINHEIRO.

Sujeitam-se à incidência do imposto, à alíquota de trinta por cento, exclusivamente na fonte:

a) Os lucros decorrentes de prêmios em dinheiro obtidos em loterias, inclusive as

instantâneas, mesmo as de finalidade assistencial, ainda que exploradas diretamente pelo Estado, concursos desportivos em geral, compreendidos os de turfe e sorteios de qualquer espécie, exclusive os de antecipação nos títulos de capitalização e os de amortização e resgate das ações das sociedades anônimas (Lei nº 4.506/64, art. 14);

b) Os prêmios em concursos de prognósticos desportivos, seja qual for o valor do rateio

atribuído a cada ganhador (Decreto-Lei nº 1.493/76, art. 10).

Nota DESS: - O recolhimento do imposto, seja qual for a residência ou domicílio do beneficiário do rendimento, poderá ser efetuado no agente arrecadador do local em que estiver a sede da entidade que explorar a loteria. - O imposto será retido na data do pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa.

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2.2. PRÊMIOS EM BENS E SERVIÇOS.

Os prêmios distribuídos sob a forma de bens e serviços, através de concursos e sorteios de

qualquer espécie, estão sujeitos à incidência do imposto, à alíquota de vinte por cento, exclusivamente na fonte e torna-se importante observar que o imposto incidirá sobre o valor de mercado do prêmio, na data da distribuição, e será pago até o terceiro dia útil da semana subseqüente ao da distribuição, sendo se competência da pessoa jurídica que proceder à distribuição de prêmios, efetuar o pagamento do imposto correspondente, não se aplicando o reajustamento da base de cálculo. 2.3. TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO.

Estão sujeitos à incidência do imposto na fonte, à alíquota de 25%:

a) Os benefícios líquidos resultantes da amortização antecipada, mediante sorteio, dos títulos

de economia denominados capitalização; b) Os benefícios atribuídos aos portadores de títulos de capitalização nos lucros da empresa

emitente.

Nota DESS: Este imposto será retido na data do pagamento ou crédito e será considerado: - Antecipação do devido, quando o beneficiário for pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado; - Devido exclusivamente na fonte, nos demais casos, inclusive se o beneficiário for pessoa física ou jurídica isenta.

3. RENDIMENTOS AUFERIDOS POR DOMICILIADOS NO EXTERIOR.

A globalização é um fato e como tal, cada vez mais empresas buscam alternativas para

negócios com o exterior, tanto na comercialização quanto na contratação de serviços e direitos, assim entendidos como royalties e no que se refere a remessa, esta deverá estar amparada com o devido pagamento do Imposto, o que induz o contratante a observância do teor do contrato e dos normativos internos.

Outro ponto a ser observado é o relacionado com os acordos firmados para evitar bi-

tributação, os quais serão respeitados, sendo que na hipótese de os dispositivos internos serem mais benéficos aos beneficiários (contratados), aplicam-se os mesmos.

As pessoas físicas e jurídicas que desejarem fazer transferência para o exterior a título de

lucros, dividendos, juros e amortizações, royalties, assistência técnica, científica, administrativa e semelhantes deverão submeter aos órgãos competentes do Banco Central do Brasil e da Secretaria da Receita Federal os contratos e documentos que forem considerados necessários para justificar a remessa (Lei nº 4.131, de 1962, art. 9º).

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As remessas para o exterior dependem do registro da pessoa jurídica no Banco Central do

Brasil e de prova do pagamento do imposto devido, se for o caso e dessa forma, os rendimentos auferidos por domiciliados no exterior, ficam isentos de tributação na remessa desde que referidos valores tenham como objetivo a manutenção de escritório de representação.

Os pagamentos efetuados para domiciliados no exterior estão sujeitos à retenção na fonte

por ocasião da remessa à alíquota de 25%, ou se for o caso, a alíquota estabelecida em acordo para evitar bi-tributação, se esta for menor.

O pagamento será no ato da remessa tendo como período de apuração e vencimento a

“mesma data” e caso o pagamento refira-se a royalties pela transmissão de tecnologia, dez por cento desse valor pertencerá à CIDE. 3.1 ALÍQUOTAS.

A alíquota será de acordo com a espécie do rendimento e com a observância dos dispostos

dos acordos para evitar bi-tributação ( RIR 99 em seu art. 997):

Art. 997. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha (Lei nº. 5.172, de 1966, art. 98).

As alíquotas serão em regra as previstas nos Acordos ou Convenções Internacionais, que

em comparação com as fixadas com a legislação interna terão o seguinte tratamento (IN SRF nº 244/2002, art. 1º), observando o seguinte: a) Se Superior a Interna: prevalece a interna b) Se Inferior a Interna: prevalece o a prevista no acordo: 3.2 CASOS EM QUE SE APLICAM

São rendimentos que por sua natureza são tributáveis e nas situações especiais, o

contribuinte deverá questionar ou justificar junto às autoridades competentes.

Rendimento Código Alíquotas %

Royalties e Pagamentos de Assistência Técnica 0422 15

Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos 0490 25

Juros e Comissões em Geral 0481 15 ou 25

Juros sobre o Capital Próprio 9453 15

Aluguel e Arrendamento 9478 15

Aplicações Financeiras/Entidades de Investimento Coletivo 5286 10 e 25

Renda e Proventos de Qualquer Natureza 0473 25 ou 15

Fretes Internacionais 9412 15

Previdência Privada e FAPI 9466 25

Remuneração de Direitos 9427 15

Obras Audiovisuais 5192 25

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3.3 RELAÇÃO DE PAÍSES EM O BRASIL MANTÊM ACORDO:

Pais Acordo

Alemanha Decreto nº. 76.988/76; Portarias MF nºs 43/76, 469/76 e 313/78 e PN CST nº 52/77.

Argentina Decreto nº.87.976/82; Decreto Legislativo nº.74/81; Portaria MF nº.22/83 e ADN CST nº.6/90. Áustria Decreto nº.78.107/76 e Portaria MF nº.470/76.

Bélgica Decreto nº.72.542/73 e Portarias MF nºs.271/74 e 71/76.

Canadá Decreto nº.92.318/86, Decreto Legislativo nº.28/85 e Portarias MF nºs.199/86 e 55/88. Chile Decreto nº.4.852/03, Decreto Legislativo nº.331/03 e Portaria MF nº.285/03.

China Decreto nº.762/93 e Decreto Legislativo nº.85/92.

Coréia Decreto nº.354/91 e Decreto Legislativo nº.205/01.

Dinamarca Decreto nº.75.106/74 e Portarias MF nºs.68/75 e 70/76.

Equador Decreto nº.95.717/88 e Decreto Legislativo nº.04/86.

Espanha Decreto nº.76.975/76; Decreto Legislativo nº.62/75; Portaria MF nº.45/76 e ADI RF nº.6/2002. Filipinas Decreto nº.241/91 e Decreto Legislativo nº.198/91.

Finlândia Decretos nºs.73.496/74 e 2.465/98; Portaria MF nº.223/74 e AD RF nº.12/98.

França Decreto nº.70.506/72; Portarias MF nºs.287/72 e 20/76 e PN CST nº.55/76.

Holanda Decreto nº.355/91 e Decreto Legislativo nº.60/90.

Hungria Decreto nº.53/91 e Decreto Legislativo nº.13/90.

Índia Decreto nº.510/92 e Decreto Legislativo nº.214/91.

Itália Decreto nº.85.985/81, Decreto Legislativo nº.77/79, Decreto Legislativo nº.69/76 e Portarias MF nºs.203/81 e 226/84.

Japão Decretos nºs.61.899/67 e 81.194/78, Decreto Legislativo nº.43/67, Portaria MF nº.92/78; ADN CST nº.02/80 e PN COSIT nº.3/95.

Luxemburgo Decreto nº.85.051/80, Decreto Legislativo nº.78/79 e Portarias MF nºs.413/80 e 510/85.

Noruega Decretos nºs.86.710/81 e 2.132/97, Portarias MF nºs.25/82 e 227/84 e AD RF nº.57/96.

Portugal Até 31.12.99: Decreto nº.69.393/71, Portaria MF nº.181/73, PN CST nºs.132/73 e 105/74 e AD RF nºs.6/97 e 53/99. Após 05.10.2001: Decreto nº.4.012/2001, Decreto Legislativo nº.188/01 e Portaria MF nº.28/2002.

Suécia Decreto nº.77.053/76, Portarias MF nºs.44/76 e 5/79, PN CST nº.37/74 e ADN CST nº.28/78.

Tcheco - Eslováquia:

Decreto nº.43/91

3.4 TRABALHO ASSALARIADO NO EXTERIOR.

Os rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior, sujeitos à tributação no Brasil, bem como o imposto pago no exterior, serão convertidos em Reais mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América informado para compra pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento do rendimento (Lei nº.9.250, de 1995, arts. 5º, § 1º, e 6º).

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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RETENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS A fonte pagadora pessoa jurídica fica responsável pela retenção de tributos nas situações

previstas em lei e esta responsabilidade anteriormente se aplicava apenas quanto ao Imposto de Renda e INSS e recentemente a Lei nº.10.833/03 ampliou esta responsabilidade, abrangendo a CSLL, o PIS e a Cofins e a prestação de informações na DIRF e no Informe de Rendimentos. Em regra resulta em antecipação de arrecadação, mais atividades e controles para as fontes pagadoras, mas nenhum encargo extra para o beneficiário do rendimento.

Em relação aos prestadores podemos direcionar a perda “financeira”, visto que as

importâncias retidas somente serão “deduzidas” em apurações futuras, como por exemplo para as empresas que prestaram serviços no mês de janeiro de 2010, ao incluirem o rendimento em suas base, já, pela regra estarão pagando as contribuições a antecipadamente, o que poderia ser facilmente solucionado, no caso de o Fisco alterar o entendimento, visto que as retenções são consideradas como a antecipação do “devido”, portanto, deveriam poderiam ser “deduzidas” na mesma proporção e que o rendimento tenha computado na base.

Apesar de a legislação ser omissa, entendemos que também se aplicam os demais

dispostos em relação às penalidades pela não retenção, bem como no reajustamento do rendimento, quando a fonte assumir o ônus. 2. FATO GERADOR.

O fisco elegeu como fato gerador o efetivo pagamento das importâncias aos prestadores de

serviços e em regra o tomador deverá manter controle por pagamento, cuja obrigatoriedade somente deverá ocorrer quando exceder o valor de R$ 5.000,00, entretanto, apesar de ser aplicado a alíquota de 4,65% sobre o total, a retenção fica limitada ao valor a ser pago.

3. DISPENSA DE RETENÇÃO 3.1 REGRA GERAL

Em primeiro momento o legislador não aplicou o conceito de valores, sendo assim, até

23.07.2004, os serviços se sujeitavam a retenção, mesmo que resultassem inferior a R$ 10,00 (art. 67 da Lei nº.9.430 de 1996) e se associados ao conceito que fica vedada a utilização de DARF para pagamento ou recolhimento de valores inferiores a R$ 10,00, resultava em controles diversos.

A Lei nº. 10.925 de 2004, promoveu algumas alterações, dispensando a retenção, quando o

total das serviços pagos ao mesmo beneficiários dentro do mês resultem em valores não superiores a R$ 5.000,00 (comentários neste trabalho), entretanto, cabe-nos a orientar que não se trata de uma dispensa tácita, mas sim, de um bom senso por parte do Fisco, conforme modelo de controle.

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3.2 COMO SE APLICA O LIMITE DE R$ 5.000,00 PARA A DISPENSA DE RETENÇÃO

A Lei nº 10.925 de 23.07.2004, deu uma nova redação ao art. 31 da lei nº 10.833/2003.

"Art. 31. ................................................................................... § 3º É dispensada a retenção para pagamentos de valor igual ou inferior a

R$ 5.000,00 (cinco mil reais). § 4º Ocorrendo mais de um pagamento no mesmo mês à mesma pessoa jurídica,

deverá ser efetuada a soma de todos os valores pagos no mês para efeito de cálculo do limite de retenção previsto no § 3o deste artigo, compensando-se o valor retido anteriormente." Posteriormente, a IN SRF de nº 459 de 18.10.2004, ainda tratando sobre este tema:

" Art. 1º ........ § 3º É dispensada a retenção para pagamento de valor igual ou inferior a R$ 5.000,00

(cinco mil reais). § 4º Ocorrendo mais de um pagamento no mesmo mês à mesma pessoa jurídica, a

cada pagamento deverá ser: I - efetuada a soma de todos os valores pagos no mês; II - calculado o valor a ser retido sobre o montante obtido na forma do inciso I deste

parágrafo, desde que este ultrapasse o limite de que trata o § 3º, devendo ser deduzidos os valores retidos anteriormente no mesmo mês;

§ 5º Na hipótese do § 4º, caso a retenção a ser efetuada seja superior ao valor a ser

pago, a retenção será efetuada até o limite deste.

Exemplo e Caso em Discussão: retenção por ocasião de cada pagamento, aplicando a alíquota de 4,65% sobre o total pago, deduzindo o valor anteriormente retido, como por exemplo.

Pagamentos dentro do Mês: R$ 1.000,00 R$ 1.000,00; Retenção: R$ 0,00 R$ 2.000,00 R$ 3.000,00; Retenção: R$ 0,00 R$ 1.900,00 R$ 4.900,00; Retenção: R$ 0,00 R$ 200,00 R$ 5.100,00 X 4,65% Retenção R$ 237,15

Limite para retenção (*) R$ 200,00;

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Outros Pagamentos no Mês: R$ 500,00 R$ 5.600,00 X 4,65% R$ 260,40; Reter (R$ 260,40 - R$ 200,00) (**) R$ 60,40.

* Rateio das retenções em regra de 3 (três): CSLL: R$ 200,00 / 4,65% X 1,00%: R$ 43,01; PIS: R$ 200,00 / 4,65% X 0,65%: R$ 27,95; Cofins: R$ 200,00 / 4,65% X 3,00%: R$ 129,04. R$ 200,00;

** Rateio das retenções em regra de 3 (três): CSLL: R$ 60,40 / 4,65% X 1,00%: R$ 12,98; PIS: R$ 60,40 / 4,65% X 0,65%: R$ 8,44; Cofins: R$ 60,40 / 4,65% X 3,00%: R$ 38,98. R$ 60,40.

4. SITUAÇÕES ESPECIAIS EM RELAÇÃO ÀS EMPRESAS. 4.1 EMPRESAS DISPENSADAS DE REALIZAR AS RETENÇÕES

Em regra, todas as pessoas jurídicas são obrigadas a efetuar as retenções, entretanto, o art.

1º da IN SRF nº. 459 de 2004, determina:

§ 6º Não estão obrigadas a efetuar a retenção a que se refere o caput as pessoas jurídicas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples). 4.2 EMPRESAS DISPENSADAS DE SOFRER AS RETENÇÕES

Neste caso, a mesma IN SRF nº. 459 determina em seus artigos 3º a 5º, que não serão

exigidas as retenções nas situações de pagamentos efetuados a: a) Empresas estrangeiras de transporte de valores; b) Pessoas jurídicas optantes pelo Simples (ver modelo); c) Transporte internacional de valores efetuado por empresas nacionais, em relação ao PIS e

a Cofins; d) Estaleiros navais brasileiros nas atividades de conservação, modernização, conversão e

reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro – REB, (em relação ao PIS e a Cofins);

e) a partir de 1º.01.2005, não será exigida a retenção da CSLL nos casos de pagamentos

para as cooperativas, em relação aos seus atos cooperados. Notem que a LC nº. 123 de 2006, possibilita novas atividades e empresas ao ingresso no

Simples Nacional, sendo assim, poderão ocorrer alterações por meio de atos a serem editados pelo Comitê Gestor de Tributação.

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ANEXO I DECLARAÇÃO

Ilmo. Sr. (Pessoa Jurídica pagadora) (Nome da empresa), com sede (endereço completo), inscrita no CNPJ sob o nº.....

DECLARA à (nome da pessoa jurídica pagadora), para fins de não incidência na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), e da Contribuição para o PIS/Pasep, a que se refere o art. 30 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que é regularmente inscrita no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), nos termos da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996.

Para esse efeito, a declarante informa que:

I Preenche os seguintes requisitos:

a) Conserva em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovam a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;

b) Apresenta anualmente Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (Simples), em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal;

II O signatário é representante legal desta empresa, assumindo o compromisso de informar à

Secretaria da Receita Federal e à pessoa jurídica pagadora, imediatamente, eventual desenquadramento da presente situação e está ciente de que a falsidade na prestação destas informações, sem prejuízo do disposto no art. 32 da Lei nº 9.430, de 1996, sujeita-lo-á, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas na legislação criminal e tributária, relativas à falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) e ao crime contra a ordem tributária (art. 1º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990).

Local e data...................................................... Assinatura do Responsável

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5. ALÍQUOTAS 5.1 REGRA GERAL

As contribuições previstas neste tópico são a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido, o PIS – Programa de Integração Social e a Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social e considerando as situações específicas a estes tributos, o fisco elegeu como regra, independentemente da forma de tributação as alíquotas de 1,00 % (CSLL), 0,65% (PIS) e de 3,00% (Cofins), totalizando 4,65% .

Notem que a aplicação não depende da forma de incidência cumulativa ou não-cumulativa e

apesar de a retenção ser de forma total, o prestador deverá manter controle por espécie de contribuinção, visto a dedução na mesma proporcionalidade. 5.2 PESSOA JURÍDICA AMPARADA POR MEDIDA JUDICIAL

Somente se aplica para as empresas que estejam amparadas por supensão da exigibilidade

do crédito tributário, conforme CTN, art. 151, ou por sentença judicial transitada em julgado, na qual, o prestador deverá apresentar a fonte pagadora a comprovação de que a não-retenção está amparada, podendo ser feita por meio de certidão emitida pelo cartório do Fórum onde transita a respectiva ação judicial.

Considerando que a retenção é meramente uma antecipação do devido, sendo assim, a não-

retenção evita a existência de créditos não utilizados pelos contribuintes, casos em que a fonte aplicará a retenção de forma individualizada, ou seja, apenas as alíquotas não alcançadas pela medida e nesta situação, ocorrendo a retenção de forma parcial, tanto o recolhimento, quanto a prestação de informações (DCTF, DIRF, PER/DCOMP e DIPJ), também serão individualizadas, ou seja, códigos 5960 (Cofins), 5979 (PIS/Pasep) e 5987 (CSLL).

6. PROCEDIMENTOS NA EMISSÃO DA NOTA FISCAL

A responsabilidade da fonte não depende de ter ou não o destaque das retenções no

respectivo documento fiscal, visto que quem determina o momento do fato gerador é a fonte pagadora e entendemos que nos casos em que na emissão do documento o valor já excede os limites, o prestador poderá destacar as retenções, mas poderá ocorrer algumas divergências, tais como, a soma de valores anteriormente não sujeitos a retenção (abaixo do limite de R$ 5.000,00).

Preliminarmente orientamos que salvo em disposição prevista em ato municipal, a

documentação hábil será sempre a emissão da respectiva nota fiscal, observando que os valores correspondentes às retenções (INSS, IRRF e Contribuições) deverá ser feito em destaque sem que venha a afetar o total do documento.

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a) Documento com Campo em Destaque: após o total da Nota Fiscal e antes do valor

líquido a ser recebido.

IDENTIFICAÇÃO DO PRESTADOR (Logo, Razão Social, Endereço, CNPJ, Inscrição Municipal e nº. da NF) IDENTIFICADOR DO TOMADOR DO SERVIÇO (Nome, Razão Social, Endereço, CNPJ, Inscrição estadual, Inscrição Municipal e Condições de Pagamento)

DESCRIÇÃO DO SERVIÇO VALOR

Serviço Prestado de Assessoria Tributária no (dia, mês e ano), local (cidade, UF) 6.000,00

TOTAL DO SERVIÇO 6.000,00

INSS Retido IR Fonte Contribuições ISS

100,00 90,00

279,00 0,00

469,00

LÍQUIDO A RECEBER 5.531,00

b) Documento sem Campo em Destaque: neste caso, os valores serão informados no campo

“Descrição de Serviço”, sem qualquer informação na coluna “Valor”.

IDENTIFICAÇÃO DO PRESTADOR (Logo, Razão Social, Endereço, CNPJ, Inscrição Municipal e nº. da NF) IDENTIFICADOR DO TOMADOR DO SERVIÇO (Nome, Razão Social, Endereço, CNPJ, Inscrição estadual, Inscrição Municipal e Condições de Pagamento)

DESCRIÇÃO DO SERVIÇO VALOR

Serviço Prestado de Assessoria Tributária no (dia, mês e ano), local (cidade, UF) Destaque das Retenções: INSS Retido..............................................................R$ 100,00; IR Fonte...................................................................R$ 90,00; Contribuições Art. 30 da Lei nº. 10.833 /2003.......R$ 279,00; ISS............................................................................R$ 0,00 Total........................................................................R$ 469,00

6.000,00

TOTAL DO SERVIÇO 6.000,00

7. COMPENSAÇÃO DOS VALORES RETIDOS PELO PRESTADOR DE SERVIÇOS

O conceito básico não será a compensação, mas sim na dedução direta da contribuição

devida pelo prestador, na mesma proporção em que o rendimento computou a base de cálculo, a partir da respectiva retenção e observem que se aplicadas corretamente as retenções, tanto a fonte, quanto o beneficiário não terão prejuízos, visto que tais valores serão aproveitados nas seguintes situações: a) Pessoas Jurídicas – Lucro Real:

Como Dedução da CSLL no Trimestre: fichas 17 e 57 da DIPJ 2013; Como Dedução da Estimativa da CSLL: 16 e 57 da DIPJ 2013;

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CSLL Não Utilizada: deverá ser deduzida na contribuição definitiva anualmente, nas fichas

17 e 50, compondo o Saldo Devido; Dedução do PIS retido: ficha 15 e 30 do Dacon e detalhes na especificação do EFD

Contribuições; Dedução da Cofins retida: ficha 25 e 30 do Dacon e detalhes na EFD Contribuições;

Saldos não utilizados podem ser deduzidos em períodos seguintes, ou objetos de pedido de

compensação conforme IN RFB nº 900 de 2008.

b) Pessoas Jurídicas – Lucro Presumido: Dedução da CSLL Definitiva no Trimestre: ficha 18 A e 57 da DIPJ 2011; Dedução do PIS retido: ficha 15 e 30 do Dacon e detalhes na especificação do EFD PIS-

Cofins a partir de 2012; Dedução da Cofins retida: ficha 25 e 30 do Dacon e detalhes na EFD PIS-Cofins, a partir de

2012; Saldos não utilizados podem ser deduzidos em períodos seguintes, ou objetos de pedido de

compensação conforme IN RFB nº 900 de 2008. 8 PERIODICIDADE E FORMA DE RECOLHIMENTO 8.1 PERIODICIDADE E NOVOS PRAZOS DE RECOLHIMENTO

A periodicidade continua quinzenal, entretanto o prazo para recolhimento foi alterado a partir

de 1º.01.2006, sendo que as contribuições retidas devem ser recolhidas até o último dia útil da quinzena seguinte,conforme quadro a seguir: 8.2 FORMA DE RECOLHIMENTO

Os valores retidos serão recolhidos de forma centralizada pelo estabelecimento matriz,

observando as situações de retenção total ou parcial, para as empresas amparadas por medida judicial.

Observem que o DARF é apenas uma forma de quitação, podendo a empresa se valer de

créditos tributários líquidos e certos para a compensação dos débitos, mediante o preenchimento e envio da PER/DCOMP até o vencimento do respectivo débito.

Em nossos seminários observamos que em algumas situações em que os contribuintes

erram ao preencher os DARFs, ou sejam, consideram os códigos das retenções parciais (5960, 5979 e 5987), causando um certo transtorno, visto que tais códigos somente devem ser utilizados para os contribuintes nas condições de fonte pagadoras de serviços, cujos prestadores são, ou estão amparados por medida judicial, que dispense a retenção de parte das contribuições, portanto, poderá resultar e questionamento pelo Fisco.

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9. RETENÇÕES – ART. 3º DA LEI Nº. 10.485 DE 2002 – BREVE RELATO. Esta responsabilidade foi instituida pelas alterações promovidas pela Lei nº.10.685/04 em

relação ao setor automobilistico, sendo extinto a incidência monofásica e submetendo as empresas deste setor à modalidade Não-Cumulativa, com a possibilidade de desconto de créditos, entretanto, nas situações de fornecimento de autopeças aos fabricantes de veículos e máquinas, a fonte pagadora (montadora) deverá reter e recolher as contribuições para o PIS (0,1%) e Cofins (0,5%).

10. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA DIRF E INFORME DE RENDIMENTOS

Aplica-se nestas situações cujos beneficiários sejam pessoas jurídicas as mesmas normas

sobre a prestação de informações na DIRF e no Informe de Rendimentos, nos respectivos meses e códigos a eles relacionados.

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SOBRE O ISS – LC Nº. 116. DE 2003

A guerra fiscal entre alguns municípios foi o fator determinante ao legislador em criar, ou

melhor, em estabelecer critérios para a incidência do ISS – Imposto Sobre Serviços. Tributos são considerados como a melhor fonte de arrecadação de recursos para o

financiamento de gastos, neste caso municipais, mas o prestador (sujeito passivo) no âmbito do cumprimento de suas obrigações fiscais fica em dúvida sobre qual município (sujeito ativo) é devido o imposto, sendo assim, apresentamos algumas considerações sobre este tributo.

Neste trabalho estaremos comentando as situações gerais e que para maior segurança

devem ser postas em prática com a devida observância das situações regionalizadas, previstas em normas municipais.

1. CONTRIBUINTES

Regra geral, contribuinte do ISS é o prestador de serviço (art. 5º), sendo ele pessoa física

ou jurídica inscrita no CCM – Cadastro de Contribuintes Municipal, ou seja, qualquer pessoa que exerça as atividades previstas na lista de serviços, sendo assim, analisando o disposto legal, todo o prestador é contribuinte do ISS, sendo irrelevante a inscrição ou não, desde que a atividade exercida esteja prevista em lista de serviços. 2. FATO GERADOR

Conforme art. 114 do CTN é a situação definida em lei, como necessária e suficiente à sua

ocorrência, ou para motivar a incidência do tributo, entretanto a este conceito temos que analisar as condições previstas em lei, podendo existir incidências ou não do tributo. 2.1 INCIDÊNCIA

Regra geral, a incidência nasce pela prestação dos serviços, sendo irrelevante ser ou não a

atividade preponderante do prestador, conforme previsto no contrato social, ou no ato de inscrição do CCM, ou seja, basta o serviço constar na relação, inclusive em situações especiais, tais como: a) Quando o serviço seja proveniente ou iniciado no exterior; b) Quando utilizados bens e serviços públicos explorados mediante a concessão, permissão,

mediante a cobrança de tarifas, preços ou pedágios do usuário final do serviço.

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2.2 NÃO INCIDÊNCIA

A regra para a incidência será a lista, mas em algumas situações o legislador apresenta

situações de não alcance, tais como as no art. 2º: a) Exportações de serviços para o exterior, mas em comparação com outros normativos e

tributos, neste caso, o serviço deverá ser prestado no exterior; b) Serviços com relação de emprego (avulsos, diretores, membros de conselhos consultivos

ou fiscal, sócio-gerente e gerentes-delegados); c) Valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, valor de depósitos

bancários e os valores relativos às operações de crédito pelas instituições financeiras (principal, juros e acréscimos).

3 ISS - LOCAL DE PAGAMENTO

Analisando as condições previstas na lei, o ISS será devido e pago nas condições a seguir:

a) Local da Execução do Serviço: art.3º, incisos II a IX, XII a XIX, XXI e XXII; b) Local do Estabelecimento do Tomador ou Intermediário do Serviço: quando proveniente ou

que tenha iniciado no exterior; c) Local do Tomador da Mão-de-Obra ou seu Domicílio: em relação aos serviços previstos no

item 17.05 da lista; d) Em cada Município: em relação aos previstos no item 3.04 e 22.01 da lista; e) Local do Estabelecimento do Prestador: em relação aos previstos no item 20.01 e nos

demais. 4 ISS - RETENÇÃO DO IMPOSTO

A LC contempla a possibilidade de retenção, conforme art. 6º, § 2º, nas seguintes condições:

a) Pelo Tomador ou Intermediário: nos casos de serviços prestados ou iniciados no exterior; b) Pela Tomadora ou Intermediária, ainda que Imune ou Isenta: quando se relacionar aos

itens 3.05, item 7 (02, 04, 05, 09, 10, 12, 14, 15, 16, 17 e 19), 11.02, 17.05 e 17.10. 5 ISS - BASE DE CÁLCULO

Regra geral será o preço do serviço, observando seguinte:

a) Em relação às obras da Construção Civil, poderá ser excluído os valores dos materiais

empregados na execução (itens 7.02 e 7.05); b) Em relação aos previstos no item 3.04, a tributação será proporcional a extensão

ferroviária, rodoviária ou qualquer outra natureza (dutos, cabos, número de postes, etc.).

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6 ISS - ALÍQUOTA DO IMPOSTO

As alíquotas serão determinadas em legislação ordinária em cada município, observando os

limites máximo de 5% e mínimo de 2% (EC 37 de 2002).

7 ISS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS – SIMPLES NACIONAL A partir de 1º.07.2007, entrará em vigor os aspectos tributários da LC nº.123 de 2007, a qual

instituiu novas regras e tratamento favorecido para as microempresas e as empresas de pequeno porte.

De acordo com a Lei nº. 9.317 de 1996, em relação ao ISS, os municípios poderiam firmar

convênio com a União, cujas alíquotas pactuadas seriam acrescidas às previstas, de acordo com o porte empresarial e faixas de faturamento.

A nova legislação, embora ainda dependa de normas a serem editadas pelo Comitê Gestor

de Tributação, do qual, representantes dos municípios tambem fazem parte, considera as aliquotas somadas aos anexos III, IV, em percentuais de 2% a 5%, sendo esses gradativamente majorados.

8 ISS - DESTAQUE EM NOTA FISCAL Preliminarmente orientamos que salvo em disposição prevista em ato municipal, a

documentação hábil será sempre a emissão da respectiva nota fiscal, observando que os valores correspondentes às retenções (INSS, IRRF e Contribuições) deverá ser feito em destaque sem que venha a afetar o total do documento.

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RETENÇÕES EFETUADAS PELAS ENTIDADES FEDERAIS 1. BREVE RELATO

Desde 1º.01.1997, as operações com o fornecimento de bens e serviços para as entidades

federais se sujeitam às retenções de IRPJ, CSLL. PIS e Cofins, inicialmente previsto na Lei nº 9.430/96, art. 64 e a partir de 1º.02.2004 estendendo tais situações para as demais empresas públicas, sociedade de economia mista e outras, definidas no art. 34 da Lei nº. 10.833/2003.

Tais retenções em regra compreende na antecipação da carga devida pelos beneficiários

dos rendimentos, não resultando em nenhuma perda financeira, visto a possibilidade de aproveitamento de tais importâncias como deduções nos mesmos tributos.

O art. 34 da Lei nº 10.833/2003 estabeleceu as seguintes condições:

a) O fato gerador para a retenção também será “o pagamento”, sendo irrelevante o

reconhecimento contábil ou a disponibilidade jurídica; b) Alcança a todos os pagamentos efetuados para as pessoas jurídicas fornecedoras de bens

ou prestadoras de serviços; c) Esta nova responsabilidade se aplica aos seguintes órgãos da administração pública

federal:

Empresas Públicas;

Sociedades de Economia Mista;

Demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do capital com direito a voto, e que dela recebam recursos do tesouro nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira na modalidade total do SIAF – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal.

d) Será aplicada a alíquota correspondente ao somatório da CSLL, do PIS e da Cofins,

observando as situações de comutatividade, de incidência monofásica e substituição tributária, acrescendo a este, o IRPJ determinado de acordo com a natureza do bem fornecido ou do serviço prestado, também não sendo aplicado a dispensa de retenção se resultar em valor inferior a R$ 10,00;

e) Os valores retidos serão considerados como antecipação do devido e serão deduzidos

pelos beneficiários na mesma proporção e espécie de tributos em que o rendimento integrar a base de cálculo dos tributos;

f) No caso de contratos distintos em que a mesma fornecedora ou prestadora de serviços

com percentuais específicos, os valores retidos também serão recolhidos em DARFs e Códigos distintos;

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g) Os tributos retidos e recolhidos na forma deste artigo, dispensa a fonte pagadora das

demais situações relacionadas, tais como a retenção do Imposto de Renda – Fonte de beneficiários pessoas jurídicas.

1.2 TABELAS A UTILIZAR

Tabela 01

NATUREZA DO BEM FORNECIDO OU DO SERVIÇO PRESTADO

Alíquotas em % Total COD

IR CSLL Cofins PIS Alimentação; Energia elétrica; Serviços prestados com emprego de materiais; Construção Civil por empreitada com emprego de materiais; Serviços hospitalares; Transporte de cargas, exceto os relacionados no código 8767; Mercadorias e bens em geral.

1,2 1,0 3,0 0,65 5,85 6147

Tabela 02

NATUREZA DO BEM FORNECIDO OU DO SERVIÇO PRESTADO

Alíquotas em % Total COD

IR CSLL Cofins PIS

Gasolina, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) e querosene de aviação (QAV) adquiridos de produtor ou importador; Demais combustíveis derivados de petróleo e gás natural, e dos demais produtos derivados de petróleo, adquiridos de produtor, importador, distribuidor ou varejista; Álcool etílico hidratado para fins carburantes, adquirido diretamente do distribuidor.

0,24 1,0 3,0 0,65 4,89 9060

Gasolina, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP) e querosene de aviação adquiridos de distribuidores e varejistas, e álcool para fins carburantes quando adquirido, exclusivamente, de varejista.

0,24 1,0 0,0 0,0 1,24 8739

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Tabela 03

NATUREZA DO BEM FORNECIDO OU DO SERVIÇO PRESTADO

Alíquotas em % Total COD

IR CSLL Cofins PIS

Transporte internacional de cargas por empresas nacionais; Estaleiros navais brasileiros nas atividades de Construção, conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no REB, instituído pela Lei nº. 9.432, de 08 de janeiro de 1997; Aquisição de livros no mercado interno; Medicamentos, produtos de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal a que se refere o art. 1º da Lei nº. 10.147, de 2000, com a redação dada pela Lei nº. 10.548, de 2002, adquiridos de atacadistas ou varejistas; Pneus novos de borracha e Câmaras-de-ar de borracha, posições 40.11 e 40.13 da TIPI, adquiridos de atacadistas e varejistas; Máquinas, veículos e tratores de que trata o caput do art 20 desta IN e autopeças constantes do Anexo I e II, da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, adquiridos de atacadistas e varejistas; Água, refrigerante e cerveja sem álcool, códigos 22.01 e 22.02 da TIPI, adquiridos de atacadistas e varejistas. Outros produtos ou serviços beneficiados com isenção, não incidência ou alíquotas zero das contribuições.

1,2 1,0 0,0 0,0 2,2 8767

Tabela 04

NATUREZA DO BEM FORNECIDO OU DO SERVIÇO PRESTADO

Alíquotas em % Total COD

IR CSLL Cofins PIS

Passagens aéreas, rodoviárias e demais serviços de transporte de passageiros, exceto as relacionadas no código 8850.

2,40 1,0 3,0 0,65 7,05 6175

Transporte internacional de passageiros por empresas nacionais.

2,40 1,0 0,0 0,0 3,40 8850

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Tabela 05

NATUREZA DO BEM FORNECIDO OU DO SERVIÇO PRESTADO

Alíquotas em % Total COD

IR CSLL Cofins PIS Serviços prestados por associações profissionais ou assemelhadas.

0,0 1,0 3,0 0,65 4,65 8863

Serviços prestados por bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades abertas de previdência complementar.

2,40 1,0 3,0 0,65 7,05 6188

Serviços de abastecimento de água; Telefone; Correio e telégrafos; Vigilância; Limpeza. Locação de mão de obra; Intermediação de negócios; Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; Factoring; Demais serviços.

4,80 1,0 3,0 0,65 9,45 6190

INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1.234, DE 11 DE JANEIRO DE 2012 - DOU DE 12.1.2012

Dispõe sobre a retenção de tributos nos pagamentos efetuados pelos órgãos da

administração pública federal direta, autarquias e fundações federais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais pessoas jurídicas que menciona a outras pessoas jurídicas pelo fornecimento de bens e serviços. Alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de 30 de janeiro de 2012 .

A SECRETÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTA , no uso da

atribuição que lhe confere o inciso III do art. 273 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF n º 587, de 21 de dezembro de 2010 , e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , no art. 64 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 , e nos arts. 34 e 35 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 , no art. 39 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004 , no art. 3º da Lei nº 11.116, de 18 de maio de 2005 , no art. 74 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005 , e no inciso III do § 1º do art. 4º do Decreto nº 5.297, de 6 de dezembro de 2004 , resolve:

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Art. 1 º A retenção de tributos nos pagamentos efetuados pelos órgãos da administração

pública federal direta, autarquias e fundações federais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais pessoas jurídicas que menciona a outras pessoas jurídicas pelo fornecimento de bens e serviços, obedecerá o disposto nesta Instrução Normativa.

CAPÍTULO I DA OBRIGATORIEDADE DE RETENÇÃO DOS TRIBUTOS

Art. 2 º Ficam obrigados a efetuar as retenções na fonte do Imposto sobre a Renda (IR), da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os pagamentos que efetuarem às pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços em geral, inclusive obras, os seguintes órgãos e entidades da administração pública federal:

I Os órgãos da administração pública federal direta; II As autarquias; III As fundações federais; IV As empresas públicas; V As sociedades de economia mista; e VI As demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do

capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).

§ 1 º A retenção efetuada na forma deste artigo dispensa, em relação aos pagamentos

efetuados, as demais retenções previstas na legislação do IR. § 2 º As retenções serão efetuadas sobre qualquer forma de pagamento, inclusive os

pagamentos antecipados por conta de fornecimento de bens ou de prestação de serviços, para entrega futura.

§ 3 º No caso de fornecimento de bens ou de prestação de serviços amparados por

isenção, não incidência ou alíquota zero do IR ou de uma ou mais contribuições de que trata este artigo, na forma da legislação em vigor , a retenção dar-se-á mediante a aplicação das alíquotas previstas no art. 3 º , correspondente ao IR ou às contribuições não alcançadas pela isenção, não incidência ou pela alíquota zero.

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§ 4 º Na hipótese do § 3 º , o recolhimento será efetuado mediante a utilização dos

códigos de que trata o art. 36. § 5 º Para fins do § 3 º , as pessoas jurídicas amparadas por isenção, não incidência ou

alíquota zero devem informar essa condição no documento fiscal, inclusive o enquadramento legal, sob pena de, se não o fizerem, sujeitarem-se à retenção do IR e das contribuições sobre o valor total do documento fiscal, no percentual total correspondente à natureza do bem ou serviço.

§ 6 º Para fins desta Instrução Normativa, a pessoa jurídica fornecedora do bem ou

prestadora do serviço deverá informar no documento fiscal o valor do IR e das contribuições a serem retidos na operação.

§ 7 º Para fins desta Instrução Normativa considera-se: I Serviços prestados com emprego de materiais, os serviços cuja prestação envolva o

fornecimento pelo contratado de materiais, desde que tais materiais estejam discriminados no contrato ou em planilhas à parte integrante do contrato, e na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços;

II Construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por

empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra.

§ 8 º Excetua-se do disposto no inciso I do § 7 º os serviços hospitalares, de que trata o

art. 30, e os serviços médicos referidos no art. 31 . § 9 º Para efeito do inciso II do § 7 º , não serão considerados como materiais

incorporados à obra os instrumentos de trabalho utilizados e os materiais consumidos na execução da obra.

§ 10. Em caso de pagamentos com glosa de valores constantes da nota fiscal, sem

emissão de nova nota fiscal, a retenção deverá incidir sobre o valor original da nota. § 11. Em caso de pagamentos com acréscimos de juros e multas por atraso no

pagamento, a retenção deverá incidir sobre o valor da nota fiscal incluídos os acréscimos.

CAPÍTULO II DA BASE DE CÁLCULO E DAS ALÍQUOTAS

Art. 3 º A retenção será efetuada aplicando-se, sobre o valor a ser pago, o percentual

constante da coluna 06 do Anexo I a esta Instrução Normativa, que corresponde à soma das alíquotas das contribuições devidas e da alíquota do IR, determinada mediante a aplicação de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo estabelecida no art. 15 da Lei n º 9.249, de 26 de dezembro de 1995, conforme a natureza do bem fornecido ou do serviço prestado.

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§ 1 º O percentual a ser aplicado sobre o valor a ser pago corresponderá à espécie do

bem fornecido ou do serviço prestado, conforme estabelecido em contrato. § 2 º Sem prejuízo do estabelecido no § 7 º do art. 2 º , caso o pagamento se refira a

contratos distintos celebrados com a mesma pessoa jurídica pelo fornecimento de bens ou de serviços prestados com percentuais diferenciados, aplicar-se-á o percentual correspondente a cada fornecimento contratado.

§ 3 º O valor da CSLL, a ser retido, será determinado mediante a aplicação da alíquota

de 1% (um por cento) sobre o montante a ser pago. § 4 º Os valores da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep a serem retidos serão

determinados, aplicando-se, sobre o montante a ser pago, respectivamente as alíquotas de 3% (três por cento) e 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), exceto nas situações especificadas no art. 5 º ; no § 2 º do art. 19; no parágrafo único do art. 20; nos §§ 1 º e 2 º do art. 21 e nos §§ 1 º e 2 º do art. 22.

§ 5 º As alíquotas de que trata o § 4 º aplicam-se, inclusive, nas hipóteses em que as

receitas decorrentes do fornecimento de bens ou da prestação do serviço estejam sujeitas ao regime de apuração da não cumulatividade da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep ou à tributação a alíquotas diferenciadas.

§ 6 º Fica dispensada a retenção de valor inferior a R$ 10,00 (dez reais), exceto na

hipótese de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico efetuado por meio do Siafi.

§ 7 º Ocorrendo a hipótese do § 2 º , os valores retidos correspondentes a cada

percentual serão recolhidos em Darf distintos.

CAPÍTULO III

DAS HIPÓTESES EM QUE NÃO HAVERÁ RETENÇÃO Art. 4 º Não serão retidos os valores correspondentes ao IR e às contribuições de que trata

esta Instrução Normativa, nos pagamentos efetuados a: I Templos de qualquer culto; II Partidos políticos; III Instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, a que se refere

o art. 12 da Lei n º 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e às associações

civis, a que se refere o art. 15 da Lei n º 9.532, de 1997;

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V Sindicatos, federações e confederações de empregados; VI Serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; VIII Fundações de direito privado e a fundações públicas instituídas ou mantidas pelo

Poder Público; IX Condomínios edilícios; X Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de

Cooperativas previstas no caput e no § 1 º do art. 105 da Lei n º 5.764, de 16 de dezembro de 1971;

XI Pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de

Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que trata o art. 12 da Lei Complementar n º 123, de 14 de dezembro de 2006, em relação às suas receitas próprias;

XII Pessoas jurídicas exclusivamente distribuidoras de jornais e revistas; XIII Itaipu binacional; XIV Empresas estrangeiras de transportes marítimos, aéreos e terrestres, relativos ao

transporte internacional de cargas ou passageiros, nos termos do disposto no art. 176 do Decreto n º 3.000, de 26 de março de 1999 - Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), e no inciso V do art. 14 da Medida Provisória n º 2.158-35, de 24 de agosto de 2001;

XV Órgãos da administração direta, autarquias e fundações do Governo Federal,

Estadual ou Municipal, observado, no que se refere às autarquias e fundações, os termos dos §§ 2 º e 3 º do art. 150 da Constituição Federal;

XVI No caso das entidades previstas no art. 34 da Lei n º 10.833, de 29 de dezembro de

2003, a título de adiantamentos efetuados a empregados para despesas miúdas de pronto pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários mínimos;

XVII Título de prestações relativas à aquisição de bem financiado por instituição

financeira; XVIII Entidades fechadas de previdência complementar, nos termos do art. 32 da Lei n º

10.637, de 30 de dezembro de 2002;

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XIX Título de aquisição de petróleo, gasolina, gás natural, óleo diesel, gás liquefeito de

petróleo, querosene de aviação, demais derivados de petróleo, gás natural, álcool, biodiesel e demais biocombustíveis efetuados pelas pessoas jurídicas dispostas nos incisos IV a VI do caput do art. 2º, conforme disposto no parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.833, de 2003; e

XIX Título de aquisição de petróleo, gasolina, gás natural, óleo diesel, gás liquefeito de

petróleo, querosene de aviação, demais derivados de petróleo, gás natural, álcool, biodiesel e demais biocombustíveis efetuados pelas pessoas jurídicas dispostas nos incisos IV a VI do caput do art. 2º, conforme disposto no parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.833, de 2003 ; ( Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de 30 de janeiro de 2012 ) (Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012 )

XX Título de seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores. XX Título de seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores;

e ( Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de 30 de janeiro de 2012) (Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012 )

XXI Título de suprimentos de fundos de que tratam os arts. 45 a 47 do Decreto nº

93.872, de 23 de dezembro de 1986. ( Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de 30 de janeiro de 2012 ) (Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012 )

Art. 5 º Não será devida a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,

cabendo, nessa hipótese, a retenção do IR e da CSLL: I Utilizando-se o código de arrecadação 8767, nos pagamentos efetuados: a) A título de transporte internacional de cargas efetuados por empresas nacionais,

conforme disposto no inciso V do art. 14 da Medida Provisória n º 2.158-35, de 2001;

b) Aos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação,

modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro (REB), instituído pelo art. 11 da Lei n º 9.432, de 8 de janeiro de 1997, conforme disposto no inciso VI do art. 14 da Medida Provisória n º 2.158-35, de 2001;

c) Pela aquisição no mercado interno dos seguintes produtos, conforme disposto nos

incisos III, V e VI do art. 28 da Lei n º 10.865, de 30 de abril de 2004: 1. De produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos,

classificados na posição 04.07, todos da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi);

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2. De sêmens e embriões da posição 05.11 da Nomenclatura Comum do

Mercosul (NCM); e 3. De livros, conforme disposto no art. 2 º da Lei n º 10.753, de 30 de outubro

de 2003; d) Pela aquisição a varejo, na forma do art. 28 da Lei n º 11.196, de 21 de novembro

de 2005, e do Decreto n º 5.602, de 6 de dezembro de 2005, dos seguintes produtos: 1. De unidades de processamento digital classificada no código 8471.50.10 da

Tipi, acompanhadas de teclado (unidade de entrada) classificado no código 8471.60.52, e de mouse (unidade de entrada) classificado no código 8471.60.53, até o valor de R$ 2.100,00 (dois mil e cem reais), no caso do conjunto completo, e até o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), somente para a unidade de processamento;

2. De máquinas automáticas para processamento de dados, digitais, portáteis, de

peso inferior a 3,5Kg (três quilos e meio), com tela (écran) de área superior a 140cm 2 (cento e quarenta centímetros quadrados), classificadas nos códigos 8471.30.12, 8471.30.19 ou 8471.30.90 da Tipi, até o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais); e

3. De máquinas automáticas de processamento de dados, apresentadas sob a

forma de sistemas, do código 8471.49 da Tipi, até o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), contendo exclusivamente uma unidade de processamento digital classificada no código 8471.50.10; um monitor (unidade de saída por vídeo) classificado no código 8471.60.7; um teclado (unidade de entrada) classificado no código 8471.60.52; e um mouse (unidade de entrada) classificado no código 8471.60.53 da Tipi;

e) Pela aquisição no mercado interno dos seguintes produtos, de que tratam os incisos

IV e X do art. 28 da Lei n º 10.865, de 2004, e os arts. 6 º , 6 º -A e 6 º -B do Decreto n º 5.171, de 6 de agosto de 2004: 1. De aeronaves classificadas na posição 88.02 da Tipi, suas partes, peças,

ferramentais, componentes, insumos, fluidos hidráulicos, tintas, anticorrosivos, lubrificantes, equipamentos, serviços e matérias-primas a serem empregados na manutenção, conservação, modernização, reparo, revisão, conversão e industrialização das aeronaves, seus motores, partes, componentes, ferramentais e equipamentos; e

2. De materiais e equipamentos, inclusive partes, peças e componentes,

destinados ao emprego na construção, conservação, modernização, conversão ou reparo de embarcações registradas ou pré-registradas no REB;

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f) Pela aquisição de veículos e embarcações destinados ao transporte escolar para a educação básica nas redes estadual, municipal e distrital, quando adquiridos pela União, pelos Estados, pelos Municípios e pelo Distrito Federal, na forma dos incisos VIII e IX do art 28 da Lei n º 10.865, de 2004, e do Decreto n º 6.644, de 18 de novembro de 2008, a seguir: 1. Veículos novos montados sobre chassis, com capacidade para 23 (vinte e três)

a 44 (quarenta e quatro) pessoas, classificados nos códigos 8702.10.00 Ex 02 e 8702.90.90 Ex 02 da Tipi; e

2. Embarcações novas, com capacidade para 20 (vinte) a 35 (trinta e cinco)

pessoas, classificadas no código 8901.90.00 da Tipi; g) Pela aquisição no mercado interno dos seguintes produtos, de que tratam os incisos

XI, XII e XIV do art. 28 da Lei n º 10.865, de 2004: 1. De veículos e carros blindados de combate, novos, armados ou não, e suas

partes, produzidos no Brasil, com peso bruto total até 30t (trinta toneladas), classificados na posição 8710.00.00 da Tipi, destinados ao uso das Forças Armadas ou órgãos de segurança pública brasileiros, quando adquiridos por órgãos e por entidades da administração pública direta, na forma a ser estabelecida em regulamento;

2. De material de defesa, classificado nas posições 87.10.00.00 e 89.06.10.00 da

Tipi, além de partes, peças, componentes, ferramentais, insumos, equipamentos e matérias-primas a serem empregados na sua industrialização, montagem, manutenção, modernização e conversão; e

3. De produtos classificados na posição 87.13 da NCM;

h) Pela aquisição dos produtos a que se refere o art. 1 º da Lei n º 10.925, de 23 de

julho de 2004, e o art. 1 º do Decreto n º 5.630, de 22 de dezembro de 2005, a seguir: 1. Sementes e mudas destinadas à semeadura e plantio, em conformidade com o

disposto na Lei n º 10.711, de 5 de agosto de 2003, e produtos de natureza biológica utilizados em sua produção;

2. Corretivo de solo de origem mineral classificado no Capítulo 25 da NCM; 3. Feijões comuns ( Phaseolus vulgaris ), classificados nos códigos 0713.33.19,

0713.33.29 e 0713.33.99 da NCM, arroz descascado (arroz "cargo" ou castanho), classificado no código 1006.20 da NCM, arroz semibranqueado ou branqueado, mesmo polido ou brunido (glaceado), classificado no código 1006.30 da NCM e farinhas classificadas no código 1106.20 da NCM;

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4. Inoculantes agrícolas produzidos a partir de bactérias fixadoras de

nitrogênio, classificados no código 3002.90.99 da NCM; 5. Vacinas para medicina veterinária classificadas no Código 3002.30 da NCM; 6. Farinha, grumos e sêmolas, grãos de milho, esmagados ou em flocos,

classificados, respectivamente, nos códigos 1102.20, 1103.13 e 1104.19, todos da Tipi;

7. Pintos de 1 (um) dia classificados no código 0105.11 da Tipi; 8. Leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado,

destinado ao consumo humano; 9. Leite em pó, integral ou desnatado, destinado ao consumo humano; 10. Leite em pó semidesnatado, leite fermentado, bebidas e compostos lácteos e

fórmulas infantis, assim definidas conforme previsão legal específica, destinados ao consumo humano ou utilizados na industrialização de produtos que se destinam ao consumo humano;

11. Queijos tipo mozarela, minas, prato, coalho, ricota, requeijão, provolone,

parmesão e queijo fresco não maturado; 12. Soro de leite fluido a ser empregado na industrialização de produtos

destinados ao consumo humano;

13. Farinha de trigo classificada no código 1101.00.10 da Tipi, adquirida até 31 de dezembro de 2011;

14. Trigo classificado na posição 10.01 da Tipi, adquirido até 31 de dezembro de

2011; 15. Pré-misturas próprias para fabricação de pão comum e pão comum

classificados, respectivamente, nos códigos 1901.20.00 Ex 01 e 1905.90.90 Ex 01 da Tipi, adquiridos até 31 de dezembro de 2011; e

16. Massas alimentícias classificadas na posição 19.02 da Tipi, adquiridas até 30

de junho de 2012;

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i) Pela aquisição de comerciantes atacadistas e varejistas, conforme disposto no art.

58-B e 58-V da Lei n º 10.833, de 2003, e no art. 21 do Decreto n º 6.707, de 23 de dezembro de 2008, dos produtos classificados nos seguintes códigos e posições da Tipi: 1. Nos códigos 21.06.90.10 Ex 02; 2. Nas posições 22.01, 22.02, exclusivamente em relação aos produtos: água e

refrigerantes, refrescos, cerveja sem álcool, repositores hidroeletrolíticos e compostos líquidos prontos para o consumo, que contenham como ingrediente principal inositol, glucoronolactona, taurina ou cafeína, exceto os Ex 01 e Ex 02 do código 22.02.90.00; e

3. Na posição 22.03, todos da Tipi;

j) Pela aquisição no mercado interno, conforme disposto no § 11 do art. 8 º da Lei n º

10.865, de 2004, e no Decreto n º 6.426, de 7 de abril de 2008, dos produtos classificados: 1. No Capítulo 29 da NCM, relacionados no Anexo I ao Decreto n º 6.426, de

2008; e 2. Nas posições 30.02, 30.06, 39.26, 40.15 e 90.18 da NCM, relacionados no

Anexo III ao Decreto. n º 6.426, de 2008, destinados ao uso em hospitais e campanhas de saúde realizadas pelo poder público;

k) Pela aquisição de comerciantes atacadistas e varejistas, conforme disposto no § 2 º

do art. 3 º e no parágrafo único do art 5 º da Lei n º 10.485, de 3 de julho de 2002, dos seguintes produtos: 1. De máquinas e veículos, exclusivamente autopropulsados, classificados nos

códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, e dos demais produtos classificados nos códigos 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, de que trata o caput do art. 1 º da Lei n º 10.485, de 2002, exceto quando adquiridos de empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da industrialização por encomenda, a que se refere o § 5 º do art. 17 da Medida Provisória n º 2.189-49, de 23 de agosto de 2001;

2. Dos produtos relacionados nos Anexos I e II à Lei n º 10.485, de 2002, tratados

no seu art. 3 º ; e 3. Dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e

40.13 (câmaras de ar de borracha) da Tipi de que trata o art. 5 º da Lei n º 10.485, de 2002, pela aquisição de outros produtos ou serviços não listados nas alíneas de "a" a "j" que vierem a ser amparados com isenção, não incidência ou alíquotas zero da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no § 5 º do art. 2 º ;

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II Utilizando-se o código de arrecadação 8850, nos pagamentos efetuados a título de

transporte internacional de passageiros efetuados por empresas nacionais. Art. 6 º Para efeito do disposto nos incisos III, IV e XI do art. 4 º a pessoa jurídica deverá

apresentar, a cada pagamento, ao órgão ou à entidade declaração, na forma dos Anexos II , III e IV a esta Instrução Normativa, conforme o caso, em 2 (duas) vias, assinadas pelo seu representante legal.

Parágrafo único. Na hipótese das declarações de que trata o caput , o órgão ou a entidade

responsável pela retenção arquivará a 1 ª (primeira) via da declaração, em ordem alfabética, que ficará à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), devendo a 2 ª (segunda) via ser devolvida ao interessado como recibo.

CAPÍTULO IV DO PRAZO DE RECOLHIMENTO

Art. 7 º Os valores retidos deverão ser recolhidos ao Tesouro Nacional, mediante Darf: I Pelos órgãos da administração pública federal direta, autarquias e fundações

federais que efetuarem a retenção, até o 3 º (terceiro) dia útil da semana subsequente àquela em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos bens ou prestadora do serviço; e

II Pelas empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades em

que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Siafi, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, até o último dia útil da quinzena subsequente àquela quinzena em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora do bem ou prestadora do serviço.

CAPÍTULO V DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 8 º Aplicam-se, subsidiariamente, à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep,

as penalidades e demais acréscimos previstos na legislação do IR, nas hipóteses de não retenção, falta de recolhimento, recolhimento após o vencimento do prazo sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata.

CAPÍTULO VI DO TRATAMENTO DOS VALORES RETIDOS

Art. 9 º Os valores retidos na forma desta Instrução Normativa poderão ser deduzidos,

pelo contribuinte que sofreu a retenção, do valor do imposto e das contribuições de mesma espécie devidos, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção.

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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Parágrafo único. O valor a ser deduzido, correspondente ao IR e a cada espécie de

contribuição, será determinado pelo próprio contribuinte mediante a aplicação, sobre o valor do documento fiscal, da alíquota respectiva, constante das colunas 02, 03, 04 ou 05 do Anexo I a esta Instrução Normativa.

CAPÍTULO VII

DAS OPERAÇÕES COM CARTÕES DE CRÉDITO OU DE DÉBITO Art. 10. Nos pagamentos correspondentes ao fornecimento de bens ou pela prestação de

serviços efetuados por meio de Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal, ou via cartões de crédito ou débito, a retenção será efetuada pelo órgão ou pela entidade pagador sobre o total a ser pago à empresa fornecedora do bem ou prestadora do serviço, devendo o pagamento com o cartão ser realizado pelo valor líquido, depois de deduzidos os valores do imposto e das contribuições retidos, cabendo a responsabilidade pelo recolhimento destes ao órgão ou à entidade adquirente do bem ou tomador dos serviços.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às despesas efetuadas com

suprimentos de fundos de que tratam os arts. 45 a 47 do Decreto nº 93.872, de 1986, e aos adiantamentos efetuados a empregados para despesas miúdas de pronto pagamento previsto no inciso XVI do art. 4º. ( Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de 30 de janeiro de 2012 ) (Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012 )

CAPÍTULO VIII

DOS DOCUMENTOS DE COBRANÇAS QUE CONTENHAM CÓDIGO DE BARRA Art. 11. Nas notas fiscais, nas faturas, nos boletos bancários ou em quaisquer outros

documentos de cobrança dos bens ou dos serviços, de que trata o art. 3 º , que contenham código de barras, deverão ser informados o valor bruto do preço do bem fornecido ou do serviço prestado e os valores do IR e das contribuições a serem retidos na operação, devendo o seu pagamento ser efetuado pelo valor líquido deduzido das respectivas retenções, cabendo a responsabilidade pelo recolhimento destas ao órgão ou à entidade adquirente do bem ou tomador dos serviços.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às faturas de cartão de crédito.

CAPÍTULO IX DAS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS

Seção I - Das Agências de Viagens e Turismo

Art. 12. Nos pagamentos correspondentes a aquisições de passagens aéreas e rodoviárias, despesas de hospedagem, aluguel de veículos e prestação de serviços afins, efetuados por intermédio de agências de viagens, a retenção será feita sobre o total a pagar a cada empresa prestadora do serviço e, quando for o caso, à Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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§ 1 º A agência de viagens apresentará documento de cobrança à unidade pagadora, do

qual deverão constar: I O nome e o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)

da empresa prestadora do serviço; II No caso de venda de passagens: a) O número e o valor do bilhete, excluídos a taxa de embarque, o pedágio e o seguro; b) O número de inscrição no CNPJ da Infraero e, em destaque, o valor da taxa de

embarque; e III O nome do usuário do serviço. § 2 º A indicação do número de inscrição no CNPJ da empresa prestadora do serviço e,

quando for o caso, da Infraero poderá ser efetuada em documento distinto do documento de cobrança.

§ 3 º No caso de diversos bilhetes de uma mesma empresa de transporte, os dados a

que se referem os incisos I a III do § 1 º poderão ser indicados apenas na linha correspondente ao 1 º (primeiro) bilhete listado.

§ 4 º O valor do imposto e das contribuições retido poderá ser deduzido pelas empresas

prestadoras do serviço e, quando for o caso, pela Infraero, na forma do art. 9 º , na proporção de suas receitas, devendo o comprovante anual de retenção de que trata o art. 37 ser fornecido em nome de cada um desses beneficiários.

§ 5 º Como forma de comprovação da retenção de que trata este artigo, o órgão ou a

entidade que efetuar o pagamento deverá fornecer, por ocasião do pagamento, à agência de viagem, cópia do Darf ou de qualquer outro documento que comprove que as retenções foram efetuadas em nome das empresas prestadoras do serviço.

§ 6 º Para fins de prestação de contas, as agências de viagem repassarão às empresas

prestadoras dos serviços de transporte o valor líquido recebido, já deduzido das retenções efetuadas em nome destas e da Infraero, acompanhado do comprovante referido no § 5 º .

§ 7 º As empresas de transporte aéreo repassarão à Infraero o valor referente à taxa de

embarque recebido das empresas de turismo, já deduzido das retenções efetuadas em nome destas, acompanhado do comprovante de retenção referido no § 5 º .

§ 8 º As empresas de transporte aéreo e a Infraero deverão considerar como receita o

valor bruto, ou seja, o valor líquido recebido mais as retenções efetuadas. § 9 º A dedução a que se refere o § 4 º poderá ser efetuada pelas empresas que

sofreram a retenção, a partir do mês seguinte ao da contabilização dos fatos referidos nos §§ 6 º e 7 º .

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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§ 10. A base de cálculo da retenção a que se refere o caput, relativamente às aquisições

de passagens aéreas e rodoviárias é o valor bruto das passagens utilizadas, não sendo admitidas deduções a qualquer título.

§ 11. O percentual de retenção a ser aplicado no pagamento da taxa de embarque

cobrada pela Infraero é de 7,05% (sete inteiros e cinco centésimos por cento), correspondente ao código de arrecadação 6175 - passagens aéreas, rodoviárias e demais serviços de transporte de passageiros.

Seção II - Dos Seguros

Art. 13. Nos pagamentos de seguros, ainda que por intermédio de corretora, a retenção será feita sobre o valor do prêmio que estiver sendo pago à seguradora, não deduzida qualquer parcela correspondente à corretagem.

Parágrafo único. O direito à dedução, prevista no art. 9 º , do imposto e das contribuições

retidos é da companhia seguradora, em nome da qual será emitido o comprovante de retenção.

Seção III - Do Telefone Art. 14. Nos pagamentos de contas de telefone, a retenção será efetuada sobre o valor total

a ser pago, devendo o valor retido ser deduzido pela companhia emissora da fatura, em nome da qual será emitido o comprovante de retenção.

Art. 15. No caso de aquisição do direito de uso ou de pagamento de aluguel de linhas

telefônicas, a retenção será efetuada sobre o valor pago relativamente à aquisição do direito de uso ou ao aluguel de linhas telefônicas.

Seção IV - Da Propaganda e Da Publicidade

Art. 16. Nos pagamentos referentes a serviços de propaganda e publicidade a retenção será efetuada em relação à agência de propaganda e publicidade e a cada uma das demais pessoas jurídicas prestadoras do serviço, sobre o valor das respectivas notas fiscais.

§ 1 º Na hipótese de que trata o caput , a agência de propaganda deverá apresentar, ao

órgão ou à entidade, documento de cobrança, do qual deverão constar, no mínimo: I O nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota fiscal,

listada no documento de cobrança; e II O número da respectiva nota fiscal e o seu valor. § 2 º No caso de diversas notas fiscais de uma mesma empresa, os dados a que se

refere o inciso I do § 1 º poderão ser indicados apenas na linha correspondente à 1 ª (primeira) nota fiscal listada.

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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§ 3 º O valor do imposto e das contribuições retido poderá ser deduzido pela empresa

emitente da nota fiscal, na forma do art. 9 º , na proporção de suas receitas, devendo o comprovante anual de retenção de que trata o art. 37 ser fornecido em nome de cada empresa beneficiária.

§ 4 º A retenção, na forma deste artigo, implica a dispensa da retenção do IR na fonte de

que trata o caput e o inciso II do art. 53 da Lei n º 7.450, de 23 de dezembro de 1985.

Seção V - Do Consórcio

Art. 17. No caso de pagamento a consórcio constituído para o fornecimento de bens e serviços, inclusive a execução de obras e serviços de engenharia, a retenção deverá ser efetuada em nome de cada empresa participante do consórcio, tendo por base o valor constante da correspondente nota fiscal de emissão de cada uma das pessoas jurídicas consorciadas.

§ 1 º Na hipótese de que trata o caput , a empresa líder deverá apresentar à unidade

pagadora os documentos de cobrança, acompanhados das respectivas notas fiscais, correspondentes aos valores dos fornecimentos de bens ou serviços de cada empresa participante do consórcio.

§ 2 º No caso de pagamentos a consórcio formado entre empresas nacionais e

estrangeiras, aplica-se a retenção do art. 3 º às empresas nacionais e a do art. 35 às consorciadas estrangeiras, observadas as alíquotas aplicáveis à natureza dos bens ou serviços, conforme legislação própria.

Seção VI - Da Refeição-Convênio, do Vale-Transporte e do Vale-Combustível

Art. 18. Na aquisição de Refeição-Convênio (tíquete-alimentação e tíquete-refeição), Vale-

Transporte e Vale-Combustível, inclusive mediante créditos ou cartões eletrônicos, caso os pagamentos sejam efetuados a intermediárias, a vinculadas ou não, à prestadora do serviço ou à fornecedora de combustível, a base de cálculo corresponde ao valor da corretagem ou da comissão cobrada pela pessoa jurídica intermediária.

§ 1 º Para fins do disposto no caput , o valor da corretagem ou comissão deverá ser

destacado na nota fiscal de serviços. § 2 º Não havendo cobrança dos encargos mencionados no § 1 º , a empresa

intermediária deverá fazer constar da nota fiscal a expressão "valor da corretagem ou comissão: zero".

§ 3 º Na inobservância do disposto nos §§ 1 º e 2 º , a retenção será efetuada sobre o

total a pagar.

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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§ 4 º Caso os tíquetes, vales ou créditos eletrônicos sejam de uso específico, tornando

possível, no momento do pagamento, a identificação da prestadora responsável pela execução do serviço ou da fornecedora do combustível, a retenção será feita em nome da prestadora ou fornecedora do combustível, sobre o valor correspondente ao serviço ou ao fornecimento do combustível, conforme o caso, sem prejuízo da retenção sobre o valor da corretagem ou comissão, se devida.

§ 5 º Caso as vendas de Refeição-Convênio (tíquete-alimentação e tíquete-refeição),

Vale-Transporte, Vale-Combustível ou créditos eletrônicos sejam efetuadas diretamente pela prestadora do serviço ou pela fornecedora do combustível, a retenção será efetuada pelo valor total da compra de tíquetes ou vales, no momento do pagamento.

§ 6 º O disposto neste artigo aplica-se a quaisquer outros serviços ou bens adquiridos

sob o sistema de tíquetes, vales ou créditos eletrônicos.

Seção VII - Combustíveis, Derivados de Petróleo, do Álcool Hidratado e do Biodiesel Art. 19. Nos pagamentos efetuados pelos órgãos da administração pública federal direta,

pelas autarquias e pelas fundações federais, relativos à aquisição de gasolina, inclusive gasolina de aviação, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) e querosene de aviação (QAV), diretamente de refinarias de petróleo, demais produtores e de importadores será devida a retenção do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, utilizando-se o código 9060.

§ 1 º Será ainda devida a retenção do IR e das contribuições, utilizando-se o código

9060, sobre o valor a ser pago referente à aquisição dos demais combustíveis derivados de petróleo ou de gás natural, e dos demais produtos derivados de petróleo, adquiridos de produtor, de importador, de distribuidor ou de varejista.

§ 2 º Nos pagamentos efetuados aos distribuidores e aos comerciantes varejistas de

gasolina, exceto gasolina de aviação, de óleo diesel, de gás liquefeito de petróleo (GLP), de derivados de petróleo ou de gás natural, e de querosene de aviação (QAV) será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Art. 20. Nos pagamentos efetuados ao produtor, ao importador ou ao distribuidor,

correspondentes à aquisição de álcool etílico hidratado, inclusive para fins carburantes, será devida a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, utilizando-se o código 9060.

Parágrafo único. Nos pagamentos efetuados aos comerciantes varejistas pela aquisição de

álcool etílico hidratado nacional, inclusive para fins carburantes, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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Art. 21. Nos pagamentos efetuados ao produtor ou importador, correspondentes à

aquisição de biodiesel, será devida a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, utilizando-se o código 9060.

§ 1 º Nos pagamentos efetuados a produtor detentor do selo "Combustível Social"

concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, ou a agricultor familiar enquadrado no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) pela aquisição de biodiesel fabricado a partir de mamona ou fruto, caroço ou amêndoa de palma produzidos nas regiões norte e nordeste e no semiárido, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

§ 2 º Nos pagamentos efetuados pela aquisição de biodiesel, a distribuidor ou a

comerciante varejista, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Seção VIII - Produtos Farmacêuticos, de Perfumaria, de Toucador e de Higiene Pessoal

Art. 22. Nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas que procedam à industrialização,

à importação, à distribuição e à venda a varejo de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, será devida a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, utilizando-se o código 6147.

§ 1 º Nos pagamentos efetuados aos distribuidores e aos comerciantes varejistas pela

aquisição dos produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2, e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00, e dos produtos de perfumaria, de toucador, ou de higiene pessoal classificados nas posições 33.03 a 33.07, e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 96.03.21.00, todos da Tipi, aprovada pelo Decreto n º 7.660, de 23 de dezembro de 2011, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8767, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

§ 2 º Nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas beneficiárias de regime especial de

utilização de crédito presumido da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, previsto no art. 3 º da Lei n º 10.147, de 21 de dezembro de 2000, que procedam à industrialização e à importação dos produtos tributados na forma do inciso I do art. 1 º da Lei n º 10.147, de 2000, classificados na posição 30.03, exceto no código 3003.90.56; nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2; nos códigos 3001.20.90, 3001.90.10, 3001.90.90, 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00; e na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, da Tipi, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8767, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

§ 3 º Na hipótese do § 2 º , a não emissão de notas fiscais distintas para os produtos que

gerem direito ao regime especial de utilização do crédito presumido, de que trata o inciso II do caput e o § 1 º do art. 90 da Instrução Normativa SRF n º 247, de 21 de novembro de 2002, sujeitará a retenção do imposto e das contribuições mediante o código 6147.

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Seção IX - Dos Bens Imóveis

Art. 23. Nos pagamentos efetuados na aquisição de bens imóveis serão observadas as

seguintes regras: I Quando o vendedor for pessoa jurídica que exerce a atividade de compra e venda

de imóveis, ou quando se tratar de imóveis adquiridos de entidades abertas de previdência complementar com fins lucrativos cabe a retenção prevista no art. 2 º , sobre o total a ser pago;

II Se o imóvel adquirido pertencer ao ativo não circulante da empresa vendedora,

cabe a retenção tão somente do IR e da CSLL, de acordo com o estabelecido no inciso IV do § 2 º do art. 3 º da Lei n º 9.718, de 27 de novembro de 1998, no inciso VI do § 3 º do art. 1 º da Lei n º 10.637, de 2002, e no inciso II do § 3 º do art. 1 º da Lei n º 10.833, de 2003; ou

III Quando se tratar de imóveis adquiridos de entidades abertas de previdência

complementar sem fins lucrativos cabe a retenção da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, na forma estabelecida nos §§ 3 º e 4 º do art. 2 º .

Seção X - Das Cooperativas e das Associações de Profissionais ou Assemelhadas Subseção I - Das Disposições Gerais

Art. 24. Nos pagamentos efetuados às sociedades cooperativas e às associações

profissionais ou assemelhadas, pelo fornecimento de bens ou serviços, serão observadas as seguintes regras:

I No caso das associações profissionais, serão retidos sobre o valor total do documento

fiscal os valores correspondentes à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, respectivamente, as alíquotas de 1% (um por cento), de 3% (três por cento) e de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), perfazendo o percentual de 4,65% (quatro inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento), utilizando-se o código de arrecadação 8863; e

II No caso de cooperativas, serão retidos sobre o valor total do documento fiscal os

valores correspondentes à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, na forma estabelecida nos §§ 3 º e 4 º do art. 2 º .

Parágrafo único. O disposto no inciso II não se aplica: I Às sociedades cooperativas de consumo, de que trata o art. 69 da Lei n º 9.532, de

1997, as quais estão sujeitas à retenção na forma do art. 3 º .

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II Às sociedades cooperativas que não obedecerem ao disposto na legislação

específica, relativamente aos atos cooperativos, cujos valores correspondentes à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep deverão ser retidos sobre o valor total do documento fiscal, na forma estabelecida no inciso I do caput .

Art. 25. Não serão retidos os valores correspondentes à Contribuição para o PIS/Pasep, à

Cofins e à CSLL nos pagamentos efetuados a sociedade cooperativa de produção, em relação aos atos decorrentes da comercialização ou da industrialização de produtos de seus associados.

§ 1 º A dispensa prevista no caput não alcança as operações de comercialização ou de

industrialização, pelas cooperativas agropecuárias e de pesca, de produtos adquiridos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou para suprir capacidade ociosa de suas instalações industriais, as quais se sujeitarão à retenção e ao recolhimento do IR e das contribuições, no percentual total de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento).

§ 2 º Para efeito da retenção de que trata o § 1 º , as cooperativas de produção deverão

segregar, em seus documentos fiscais, as importâncias relativas aos atos a que se refere o caput das importâncias correspondentes às operações com não cooperados.

§ 3 º Na hipótese de emissão de documento fiscal sem observância das disposições

previstas no § 2 º , a retenção do IR e das contribuições se dará sobre o total do documento fiscal, no percentual de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento).

Subseção II - Das Cooperativas de Trabalho e das Associações Profissionais

Art. 26. Nos pagamentos efetuados às cooperativas de trabalho e às associações de

profissionais ou assemelhadas serão retidos, além das contribuições referidas no art. 24, o IR na fonte à alíquota de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) sobre as importâncias relativas aos serviços pessoais prestados por seus cooperados ou associados, cujo prazo para o recolhimento será até o último dia do primeiro decêndio do mês subsequente ao mês da ocorrência do fato gerador, mediante o código de arrecadação 3280 - Serviços Pessoais Prestados Por Associados de Cooperativas de Trabalho.

§ 1 º Na hipótese de o faturamento das entidades referidas neste artigo envolver parcela

de serviços fornecidos por terceiros não cooperados ou não associados, contratados ou conveniados, para cumprimento de contratos com os órgãos e com as entidades relacionados no art. 2 º aplicar-se-á, a tal parcela, a retenção do IR e das contribuições, estabelecida no art. 3 º , no percentual total, previsto no Anexo I a esta Instrução Normativa, de:

I 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de

arrecadação 6147, no caso de serviços prestados com emprego de materiais, nos termos dos incisos I e II do § 7 º do art. 2 º ; ou

II 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de

arrecadação 6190, para os demais serviços.

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§ 2 º Para efeito das retenções de que trata o caput e o § 1 º , as cooperativas de

trabalho e as associações de profissionais ou assemelhadas deverão emitir faturas distintas, segregando as importâncias relativas:

I Aos serviços pessoais prestados por seus cooperados ou associados, cabendo a

retenção: a) De 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) de IR sobre a quantia relativa aos

serviços pessoais prestados por seus cooperados ou associados, conforme o caput do art. 26;

b) Relativos à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, sobre o valor total do

documento fiscal ou fatura a que se refere a alínea "a", conforme inciso I do caput do art. 24; ou

c) Relativa à Cofins e ao PIS/Pasep, sobre o valor total do documento fiscal ou fatura a

que se refere a alínea "a", conforme inciso II do caput do art. 24; II Aos serviços prestados por terceiros não cooperados ou não associados,

contratados ou conveniados, para atendimento de demandas contratuais, cabendo a retenção conforme o § 1 º ; e

III À comissão, taxa de administração ou de adesão ao plano, cabendo a retenção de

9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

Subseção III - Das Associações e das Cooperativas de Médicos e de Odontólogos

Art. 27. Nos pagamentos efetuados às associações e às cooperativas de médicos e de

odontólogos, as quais para atender aos beneficiários dos seus contratos de plano privado de assistência a saúde ou odontológica subcontratam ou mantêm convênios para a prestação de serviços de terceiros não associados e não cooperados, tais como: profissionais médicos, de odontologia e de enfermagem (pessoas físicas); hospitais, clínicas médicas e odontológicas, casas de saúde, prontos socorros, ambulatórios e laboratórios, (pessoas jurídicas), por conta de internações, diárias hospitalares, medicamentos, fornecimento de exames laboratoriais e complementares de diagnose e terapia, e outros serviços médicos, serão apresentadas 3 (três) faturas, observando-se o seguinte:

I Fatura segregando as importâncias recebidas por conta de serviços pessoais

prestados por pessoas físicas associadas e cooperadas (serviços médicos, de odontologia e de enfermagem), cabendo a retenção:

a) De 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) de IR sobre a quantia relativa aos

serviços pessoais prestados por seus associados e cooperados, pessoas físicas, conforme o caput do art. 26; e

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b) Relativos à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, sobre o valor total do

documento fiscal ou fatura a que se refere a alínea "a", conforme inciso I do caput do art. 24;

II Fatura referente aos serviços de terceiros não associados e não cooperados

(pessoas físicas ou jurídicas), a qual deverá segregar as importâncias referentes aos serviços prestados, da seguinte forma:

a) Serviços médicos em geral prestados por pessoas físicas (médicos, dentistas,

anestesistas e enfermeiros); serviços médicos em geral, não compreendidos em serviços hospitalares ou em serviços médicos de que tratam os arts. 30 e 31; prestados por pessoas jurídicas, cabendo a retenção, no percentual total de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 (demais serviços);

b) Serviços hospitalares nos termos do art. 30 e dos serviços médicos referidos no art.

31, cabendo a retenção de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), relativos ao IR, à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, a ser recolhido mediante o código de arrecadação 6147; ou

III Fatura relativa às importâncias recebidas a título de comissão, taxa de

administração ou de adesão ao plano, cabendo a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

§ 1 º O disposto neste artigo também se aplica: I No caso de cooperativas de médicos veterinários que comercializam planos de

saúde para animal; e II No caso de terceirização de serviços médicos humanos e veterinários, de

enfermagem e de odontologia (locação de mão de obra), por intermédio de associações ou cooperativas, para o fornecimento de mão de obra nas dependências do tomador dos serviços.

§ 2 º Na hipótese de emissão de documentos fiscais sem observância das disposições

previstas neste artigo, a retenção do IR e das contribuições se dará sobre o total do documento fiscal ou fatura, no percentual de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 (demais serviços) do Anexo I a esta Instrução Normativa.

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Art. 28. Nos pagamentos referentes a serviços de assistência médica humana ou

veterinária, odontológica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante valor fixo por beneficiário, independentemente da utilização dos serviços, às cooperativas médicas, veterinárias ou de odontologia, administradoras de plano de saúde ou de seguro saúde, a retenção a ser efetuada é a constante da rubrica "demais serviços", no percentual de:

I 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código

de arrecadação 6190, para os planos de saúde humana, veterinária e odontológicos; e

II 7,05% (sete inteiros e cinco centésimos por cento), mediante o código 6188, para o

seguro saúde. Art. 29. No caso de pagamentos a associações de médicos, de veterinários ou de

odontólogos que atuem na intermediação da prestação de serviços médicos, veterinários ou de odontologia, prestados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas, os quais realizam os procedimentos médicos, veterinários ou odontológicos, em nome próprio, em suas respectivas instalações, deverá ser observado o seguinte:

I Se o associado for pessoa jurídica, a retenção será efetuada sobre o total pago a cada

pessoa jurídica prestadora dos serviços, observado os seguintes percentuais: a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de

arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30 , e dos serviços médicos referidos no art. 31; e

b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de

arrecadação 6190, para os demais serviços médicos, veterinários ou odontológicos; II Se o associado for pessoa física, caberá a retenção do imposto sobre a renda na fonte

calculado com base na tabela progressiva mensal, sobre o total pago a cada pessoa física;

III No caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou de

adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

§ 1 º Para efeito das retenções de que tratam os incisos I, II e III do caput , as

associações de médicos, de veterinários ou de odontólogos deverão apresentar documento de cobrança de sua emissão ao órgão ou à entidade pagadora, com os valores segregados, relativo à taxa de administração, se for o caso, e acompanhado das respectivas notas fiscais ou recibos, correspondentes aos valores dos fornecimentos dos serviços de cada pessoa jurídica ou física, do qual deverão constar, no mínimo:

I No caso de pessoa jurídica: a) O nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota fiscal,

listada no documento de cobrança; e

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b) O número da respectiva nota fiscal e o seu valor; II No caso de pessoa física, o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas

Físicas (CPF) e o valor a ser pago a cada uma das pessoas físicas prestadoras dos serviços.

§ 2 º No caso de diversas notas fiscais ou recibos de uma mesma pessoa jurídica ou

física, os dados a que se referem os incisos I e II do § 1 º poderão ser indicados apenas na linha correspondente à 1 ª (primeira) nota fiscal ou recibo listado.

§ 3 º As notas fiscais e os recibos de que trata o § 1 º deverão ser emitidos em nome do

órgão ou da entidade pagadora. § 4 º Aplicam-se às demais associações que atuam nos moldes das associações

médicas, veterinárias ou de odontologia, de que trata o caput , as disposições contidas neste artigo.

Seção XI - Dos Serviços Hospitalares e Outros Serviços de Saúde

Art. 30. Para os fins previstos nesta Instrução Normativa, são considerados serviços

hospitalares aqueles prestados por estabelecimentos assistenciais de saúde que dispõem de estrutura material e de pessoal destinados a atender à internação de pacientes humanos, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos, que possuam serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente humano, durante 24 (vinte e quatro) horas, com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e acompanhamento dos casos.

Parágrafo único. São também considerados serviços hospitalares, para fins desta Instrução

Normativa, aqueles efetuados pelas pessoas jurídicas: I Prestadoras de serviços pré-hospitalares, na área de urgência, realizados por meio

de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel instalada em ambulâncias de suporte avançado (Tipo "D") ou em aeronave de suporte médico (Tipo "E"); e

II Prestadoras de serviços de emergências médicas, realizados por meio de UTI

móvel, instalada em ambulâncias classificadas nos Tipos "A", "B", "C" e "F", que possuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecer ao paciente suporte avançado de vida.

Art. 31. Nos pagamentos efetuados, a partir de 1 º de janeiro de 2009, às pessoas jurídicas

prestadoras de serviços de auxilio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que as prestadoras desses serviços sejam organizadas sob a forma de sociedade empresária e atendam às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), será devida a retenção do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, no percentual de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código 6147.

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Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput aos seguintes serviços de saúde

considerados como espécies de auxílio diagnóstico e terapia: exames por métodos gráficos, procedimentos endoscópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica.

Seção XII - Dos Planos Privados de Assistência à Saúde e Odontológica

Art. 32. Nos pagamentos referentes a serviços de assistência médica humana ou

veterinária, odontológica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante intermediação de pessoas jurídicas, não cooperativas, operadoras de plano de assistência à saúde humana e veterinária ou assistência odontológica, contratadas na modalidade de credenciamento, em benefício de funcionários, servidores ou animais dos órgãos e das entidades de que trata o art. 2 º, a retenção será efetuada em relação à taxa de administração cobrada pela pessoa jurídica operadora do plano, e a cada uma das demais pessoas jurídicas ou físicas prestadoras dos serviços, sobre o valor das respectivas notas fiscais ou recibos.

§ 1 º Na hipótese do caput , a pessoa jurídica operadora do plano deverá apresentar ao

documento de cobrança de sua emissão ao órgão ou à entidade pagadora, com os valores segregados, acompanhado da nota fiscal de sua emissão relativa à taxa de administração, e das respectivas notas fiscais ou recibos, correspondentes aos valores dos fornecimentos dos serviços de cada pessoa jurídica ou física, do qual deverão constar, no mínimo:

I No caso de pessoa jurídica:

a) O nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota

fiscal, listada no documento de cobrança; e b) O número da respectiva nota fiscal e o seu valor; e

II No caso de pessoa física, o nome e o número de inscrição no CPF e o valor a ser

pago a cada uma das pessoas físicas prestadoras dos serviços. § 2 º No caso de diversas notas fiscais ou recibos de uma mesma pessoa jurídica ou

física, os dados a que se referem os incisos I e II do § 1 º poderão ser indicados apenas na linha correspondente à 1 ª (primeira) nota fiscal ou recibo listado.

§ 3 º Para fins da retenção de que trata o caput deverá ser observado o seguinte: I No caso de pessoa jurídica, a retenção será efetuada sobre o total pago a cada

pessoa jurídica prestadora dos serviços, observado os seguintes percentuais: a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de

arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30 , e dos serviços médicos referidos no art. 31; e

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b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código

de arrecadação 6190, para os demais serviços médicos, veterinários ou odontológicos;

II No caso de pessoa física, caberá a retenção do imposto sobre a renda na fonte

calculado com base na tabela progressiva mensal, sobre o total pago a cada pessoa física;

III No caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou

de adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

§ 4 º As notas fiscais e os recibos de que trata o § 1 º deverão ser emitidos em nome do

órgão ou da entidade pagadora. Art. 33. Nos pagamentos efetuados, referentes a serviços de assistência odontológica,

médica, veterinária, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante valor fixo por servidor, por empregado ou por animal, às pessoas jurídicas não cooperativas, operadoras de plano de assistência à saúde humana ou veterinária ou assistência odontológica ou a operadoras de seguro saúde, a retenção a ser efetuada é a constante da rubrica "demais serviços", no percentual de:

I 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código

de arrecadação 6190, para os planos de saúde humano, veterinário e odontológico; e

II 7,05% (sete inteiros e cinco centésimos por cento), mediante o código 6188, para o

seguro saúde. § 1 º Nos pagamentos referentes a serviços de assistência odontológica, veterinária,

médica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, prestados pela própria pessoa jurídica operadora do plano, ou por empresa ou grupo de empresas médicas (hospitais e clinicas), que utilizam rede própria para prestação dos serviços médicos, a retenção se dará:

I No caso de pagamento por valor fixo por servidor ou por empregado, na forma do

inciso I do caput ; II No caso de pagamento pelo custo operacional, ou seja, quando a contratante

repassa à pessoa jurídica operadora do plano o valor total das despesas assistenciais:

a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de

arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30 , e dos serviços médicos referidos no art. 31; e

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b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código

de arrecadação 6190, para os serviços de assistência odontológica, veterinária e demais serviços médicos não incluídos na alínea "a";

III No caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou

de adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

§ 2 º Na hipótese do § 1 º , se a operadora do plano utilizar também rede credenciada

para a prestação dos serviços médicos, veterinários ou odontológicos, serão apresentadas faturas, segregadas observando-se para a retenção o seguinte:

I A forma do § 1 º quando os serviços forem efetuados pela própria pessoa jurídica

operadora do plano, ou por empresa ou grupo de empresas médicas (hospitais e clinicas), pertencentes a rede própria; e

II A forma do art. 32 para os serviços prestados sob a forma de credenciamento. § 3 º A inobservância do disposto nos §§ 1 º e 2 º acarretará a retenção do IR e das

contribuições sobre o total do documento fiscal, no percentual de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 do Anexo I a esta Instrução Normativa.

Seção XIII - Do Aluguel de Imóveis

Art. 34. Nos pagamentos de aluguel de imóvel, quando o proprietário for pessoa jurídica,

será feita retenção do IR e das contribuições sobre o total a ser pago. § 1 º Se os pagamentos forem efetuados por intermédio de administradora de imóveis,

esta deverá fornecer à unidade pagadora o nome da pessoa jurídica beneficiária e o respectivo número de inscrição no CNPJ.

§ 2 º Se os pagamentos forem efetuados à entidade aberta de previdência complementar

sem fins lucrativos, não haverá retenção em relação ao IR, cabendo, entretanto, a retenção e o recolhimento, em códigos distintos, da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, utilizando-se, respectivamente, os códigos 6228, 6243 e 6230, conforme estabelecido no § 2 º do art. 36.

Seção XIV - Da Pessoa Jurídica Sediada ou Domiciliada no Exterior

Art. 35. No caso de pagamento a pessoa jurídica domiciliada no exterior, não será

efetuada retenção na forma do art. 3 º . § 1 º Sobre o pagamento de que trata o caput incidirá o IR na fonte, a ser retido pelo

órgão pagador, calculado conforme as alíquotas vigentes à época do fato gerador.

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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§ 2 º Na hipótese do § 1 º , considera-se ocorrido o fato gerador na data em que os

rendimentos forem pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para o exterior. § 3 º No caso em que o pagamento aos beneficiários de que trata este artigo for efetuado

pelo órgão, por intermédio de agência de propaganda ou publicidade, a obrigação de reter e recolher o IR na fonte é da agência.

Seção XV - Da Pessoa Jurídica Amparada por Medida Judicial

Art. 36. No caso de pessoa jurídica amparada pela suspensão da exigibilidade do crédito

tributário, nas hipóteses a que se referem os incisos II, IV e V do art. 151 da Lei n º 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN), ou por sentença judicial transitada em julgado, determinando a suspensão do pagamento do IR ou de qualquer das contribuições referidas nesta Instrução Normativa, o órgão ou a entidade que efetuar o pagamento deverá calcular, individualmente, os valores do IR e das contribuições considerados devidos, aplicar as alíquotas correspondentes, e efetuar o recolhimento em Darf distintos para cada um deles, utilizando os seguintes códigos:

I 6256 - no caso de IR; II 6228 - no caso de CSLL; III 6243 - no caso de Cofins; IV 6230 - no caso da Contribuição para o PIS/Pasep. § 1 º Ocorrendo qualquer das situações previstas no caput , o beneficiário do rendimento

deverá apresentar à fonte pagadora, a cada pagamento, a comprovação de que continua amparado por medida judicial que acoberta a não retenção.

§ 2 º A retenção em códigos distintos, na forma dos incisos I, II, III e IV do caput , aplica-

se também quando a pessoa jurídica beneficiária do pagamento gozar de isenção, não incidência ou alíquota zero do IR ou de qualquer das contribuições de que trata esta Instrução Normativa.

CAPÍTULO X

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 37. O órgão ou a entidade que efetuar a retenção deverá fornecer, à pessoa jurídica

beneficiária do pagamento, comprovante anual de retenção, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, podendo ser disponibilizado em meio eletrônico, conforme modelo constante do Anexo V a esta Instrução Normativa, informando, relativamente a cada mês em que houver sido efetuado o pagamento, os códigos de retenção, os valores pagos e os valores retidos.

§ 1 º Como forma alternativa de comprovação da retenção, poderá o órgão ou a entidade

fornecer, ao beneficiário do pagamento, cópia do Darf, desde que este contenha a base de cálculo correspondente ao fornecimento dos bens ou da prestação dos serviços.

RETENÇÕES DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES

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§ 2 º Anualmente, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, os órgãos ou as

entidades que efetuarem a retenção de que trata esta Instrução Normativa deverão apresentar à RFB Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf), nela discriminando, mensalmente, o somatório dos valores pagos e o total retido, por contribuinte e por código de recolhimento.

Art. 38. As disposições constantes nesta Instrução Normativa: I Alcançam somente a retenção na fonte do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuição

para o PIS/Pasep, realizada para fins de atendimento ao estabelecido no art. 64 da Lei n º 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e no art. 34 da Lei n º 10.833, de 2003;

II Não alteram a aplicação dos percentuais de presunção para efeito de apuração da

base de cálculo do IR a que estão sujeitas as pessoas jurídicas beneficiárias dos respectivos pagamentos, estabelecidos no art. 15 da Lei n º 9.249, de 1995, exceto quanto aos serviços de construção por empreitada com emprego de materiais, de que trata o inciso II do § 7 º do art. 2 º , os serviços hospitalares, de que trata o art. 30, e os serviços médicos referidos no art. 31.

Art. 39. A dispensa de retenção prevista no art. 4 º não isenta as entidades ali mencionadas

do pagamento do IR e das contribuições a que estão sujeitas, como contribuintes ou responsáveis, em decorrência da natureza das atividades desenvolvidas, na forma da legislação tributária vigente.

Art. 40. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. Art. 41. Ficam revogadas a Instrução Normativa SRF n º 480, de 15 de dezembro de 2004,

a Instrução Normativa SRF n º 539, de 25 de abril de 2005, o art. 2 º da Instrução Normativa RFB n º 765, de 2 de agosto de 2007, e os arts. 1 º e 2 º da Instrução Normativa RFB n º 791, de 10 de dezembro de 2007.

ZAYDA BASTOS MANATTA