Implementação de algoritmo paralelo para inversão de dados geofísicos
Algumas Contribuições para Algoritmos de Controle de Filtros Ativos e Híbridos Conectados em...
Transcript of Algumas Contribuições para Algoritmos de Controle de Filtros Ativos e Híbridos Conectados em...
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciencias
Faculdade de Engenharia
Cleiton Magalhaes Freitas
Algumas Contribuicoes para Algoritmos de Controle de Filtros
Ativos e Hıbridos Conectados em Paralelo com Redes Eletricas
Trifasicas a 3 ou a 4 Fios
Rio de Janeiro
2014
Cleiton Magalhaes Freitas
Algumas Contribuicoes para Algoritmos de Controle de Filtros Ativos e
Hıbridos Conectados em Paralelo com Redes Eletricas
Trifasicas a 3 ou a 4 Fios
Dissertacao apresentada, como requisitoparcial para obtencao do tıtulo de Mestreem Ciencias, ao Programa de Pos-Graduacaoem Engenharia Eletronica, da Universidadedo Estado do Rio de Janeiro. Area deconcentracao: Sistemas Inteligentes e Au-tomacao.
Orientador: Prof. Luıs Fernando Correa Monteiro, D.Sc.
Rio de Janeiro
2014
Cleiton Magalhaes Freitas
Algumas Contribuicoes para Algoritmos de Controle de Filtros Ativos e
Hıbridos Conectados em Paralelo com Redes Eletricas
Trifasicas a 3 ou a 4 Fios
Dissertacao apresentada, como requisitoparcial para obtencao do tıtulo de Mestreem Ciencias, ao Programa de Pos-Graduacaoem Engenharia Eletronica, da Universidadedo Estado do Rio de Janeiro. Area deconcentracao: Sistemas Inteligentes e Au-tomacao.
Aprovado em: 16 de Julho de 2014
Banca Examinadora:
Prof. Luıs Fernando C. Monteiro, D.Sc. (Orientador)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Prof. Edson Hirokazu Watanabe, D.Eng.
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Prof. Jose Franco Machado do Amaral, D.Sc.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Prof.a Maria Dias Bellar, Ph.D.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Rio de Janeiro
2014
AGRADECIMENTO
Agradeco inicialmente a meu orientado Luıs Fernando Correia pela paciencia que
teve ao me orientar ao longo do mestrado. Tambem agradeco aos professores Jose Franco
Machado do Amaral, Jose Paulo Vilela Soares da Cunha, Lisandro Lovisolo e Maria Dias
Bellar que contribuıram com ”conhecimento”durante o perıodo de suas aulas no inicio do
mestrado.
Toda a nossa ciencia, comparada com a realidade, e
primitiva e infantil - e, no entanto, e a coisa mais
preciosa que temos.
Albert Einstein
RESUMO
Freitas, Cleiton Magalhaes Algumas Contribuicoes para Algoritmos de Controle de Filtros
Ativos e Hıbridos Conectados em Paralelo com Redes Eletricas Trifasicas a 3 ou a 4 Fios.
116 f. Dissertacao (Mestrado em Engenharia Eletronica) - Faculdade de Engenharia,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, 2014.
Este trabalho apresenta contribuicoes para algoritmos de controle utilizados em
filtros ativos e hıbridos conectados em redes eletricas trifasicas a 3 ou a 4 fios. Em
relacao aos algoritmos de controle para filtros ativos, a contribuicao consiste em estender
o conceito da filtragem harmonica seletiva para compensacao de correntes harmonicas e
desequilibradas em uma rede trifasica a 4 fios. Esses algoritmos derivam dos conceitos
utilizados na teoria da potencia instantanea (teoria pq), em conjunto com um circuito
de sincronismo PLL. E importante ressaltar que estes algoritmos nao utilizam as corren-
tes consumidas pelas cargas, ou seja, apenas as tensoes no ponto da rede onde o filtro
esta conectado sao utilizadas para determinacao das correntes harmonicas de referencia.
Apenas as correntes na saıda do conversor sao utilizadas como realimentacao do controle
PWM. Estes algoritmos tambem foram utilizados no filtro hıbrido para compensacao de
correntes harmonicas em uma rede trifasica a 3 fios. Por fim foi feito uma alteracao nesses
algoritmos de controle que permite eliminar as correntes utilizadas na realimentacao do
controle PWM. Resultados de simulacao sao apresentados com objetivo de observar o
comportamento desses algoritmos tanto no filtro ativo quanto no hıbrido nas condicoes
mencionadas.
Palavras-chave: Filtro Ativo. Filtro Hıbrido. Teoria das Potencias Instantaneas. Quali-
dade de Energia. Compensacao Harmonica.
ABSTRACT
This work presents some contributions involving control algorithms for active and
hybrid filters connected in 3 or 4-wire three-phase electrical grids. In relation to the control
algorithms for active filters, the contribution results from the extension involving the
concepts of selective harmonic filtering to compensate unbalanced and harmonic currents
in a 4-wire three-phase electrical grid. These algorithms derive from the instantaneous
power theory (pq theory) together with a synchronizing PLL-circuit. It is important to
mention that these algorithm do not use the currents consumed by the loads, i.e, only
the voltages at the point common coupling (PCC) are used to determine the reference
harmonic currents. Only the output converter currents were used as a feedback to the
PWM control. These algorithms were also employed in a hybrid filter to compensate
harmonic currents in a 3-wire three-phase electrical grid. Finally, some improvements on
these control algorithms were done, such that the output converter currents used as a
feedback of the PWM control were eliminated. Simulations results were provided in order
to analyze the behaviour of the active and hybrid filters in the aforementioned conditions.
Keywords: Active Power Filter. Hybrid Power Filter. Instantaneous Power Theory. Power
Quality. Harmonic Compensation.
LISTA DE FIGURAS
1 Diferentes Arranjos Utilizados para Compensacao de Correntes Harmonicas
em Redes Eletricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2 Transformacao abc− αβ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3 Transformacao αβ − abc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4 Dispositivo Condicionador em Paralelo na Rede Eletrica para o Condici-
onamento de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5 Correntes e Tensoes do Cenario Teste no Domınio ABC .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
6 Correntes e Tensoes do Cenario Teste no Domınio αβ0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
7 Potencias Real e Imaginaria na Rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
8 Correntes produzidas pelo condicionador (a) e compensadas (b) contendo
somente a componente fundamental de sequencia positiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
9 Potencias Real e Imaginaria Referentes ao 5 Harmonico na Fonte Quando
a Compensacao nao Foi Realizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
10 Correntes Apos a Compensacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
11 Espectro harmonico das correntes na carga (a), produzidas pelo condici-
onador (b) e compensadas (c). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
12 Potencias Real e Imaginaria de 5 Harmonico Calculadas com uma base
Formada por Sinais de Sequencia Positiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
13 Diagrama de Blocos do FAP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
14 Diagramas unifilares do FAP e de Representacao em alta frequencia da
Rede Com o FAP.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
15 Resposta em Frequencia do Filtro Passivo de Altas Frequencias . . . . . . . . . . . . 46
16 Resposta em Frequencia Da Rede Eletrica com o Filtro Ativo. . . . . . . . . . . . . . . 46
17 Resposta em Frequencia de Corrente (ish/ich) do Filtro Ativo . . . . . . . . . . . . . . . 47
18 Inversor Fonte de Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
19 Controlador PWM e Circuito de Acionamento do FAP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
20 Corrente Produzida pelo Conversor x Corrente de Referencia . . . . . . . . . . . . . . . 50
21 Sinal Modulante da Fase A, v∗ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
22 Diagrama esquematico dos Algoritmos de Controle do Filtro Ativo . . . . . . . . . 52
23 Diagrama Esquematico do PLL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
24 Comparacao entre os Sinais do PLL e da Rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
25 Frequencia Instantanea e Fase do PLL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
26 Controlador da Tensao do Barramento CC do FAP .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
27 Rede Eletrica Trifasica a Tres Fios Alimentando Uma Carga Reativa Linear 56
28 Algoritmo de Controle para Regulacao Dinamica da Tensao CA . . . . . . . . . . . . 57
29 Rede Eletrica Trifasica a Tres Fios Alimentando Uma Carga Nao Linear . . 59
30 Sistema de Deteccao e Controle de Compensacao de Componentes Harmonicas
de Sequencias Positiva e Negativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
31 Circuito Trifasico a Quatro Fios com Tres Cargas Monofasicas. . . . . . . . . . . . . . 61
32 Sistema de Deteccao e Controle de Componentes de Sequencia Zero. . . . . . . . 62
33 Rede eletrica trifasica a quatro fios utilizada para analise do filtro ativo
paralelo com os algoritmos de controle apresentados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
34 Sequencia de Acoes Realizadas na Simulacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
35 Tensao No Lado CC Durante a Inicializacao do FAP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
36 Tensao no Barramento CC (vcc) e Potencia Real fictıcia consumida pelo
filtro ativo para manter regulada a tensao do barramento CC (p∗1). . . . . . . . . . 66
37 Tensoes da rede, em regime permanente, com o filtro ativo desligado (a)
e ligado (b). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
38 Espectro harmonico das componentes de alta frequencia contidas nas
tensoes Produzidas pelo Conversor, com o filtro ativo ligado e operando
em regime permanente (a) e Espectro Harmonico das Componentes de
Alta Frequencia Contidas nas Tensoes da Rede, com o Filtro Ativo Li-
gado e Operando em Regime Permanente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
39 Valor Agregado das Tensoes da Rede e Sinal de Controle q∗1 Produzida
pelo FAP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
40 Tensoes e Correntes durante o perıodo transitorio em que os algoritmos
para filtragem seletiva sao habilitados no FAP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
41 Sinais da Compensacao da Sequencia Negativa da Fundamental . . . . . . . . . . . . 69
42 Sinais de controle relacionadas as potencias fictıcias p0 e q0, da corrente
fundamental de sequencia zero compensada pelo filtro ativo. . . . . . . . . . . . . . . . . 71
43 Corrente no Neutro do Transformador com o Algoritmo para Compensacao
da Corrente Fundamental de Sequencia Zero Desabilitado (b), Habilitado
(c) e Durante a Transicao (a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
44 Potencias Instantaneas Relativas ao 5o Harmonico de Seq. Negativa Na
Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FAP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
45 Potencias Instantaneas Relativas ao 7o Harmonico de Seq. Negativa Na
Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FAP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
46 Potencias Instantaneas Relativas ao 11o Harmonico de Seq. Negativa Na
Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FAP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
47 Componentes Harmonicas da Corrente Compensada em Diferentes Ins-
tantes da Simulacao da Rede Trifasica a Quatro fios Atendida pelo FAP. . . 75
48 Correntes no Na Rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
49 Correntes na Rede Apos a Conexao da Terceira Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
50 Diagrama Unifilar do Filtro Hıbrido Paralelo Conectado a uma Rede
Trifasica a Tres Fios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
51 Diagramas Esquematicos dos Filtros Hıbridos Controlados Por Corrente
e por Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
52 Inversor Fonte de Tensao com Tres Ramos Utilizado no Filtro Hıbrido . . . . . 81
53 Controlador PWM e Circuito de Acionamento do FHP Controlador por
Corrente (Referente a fase A) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
54 Controlador PWM e Circuito de Acionamento do FHP Controlado por
Tensao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
55 Filtro LC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
56 Configuracao do Filtro Hıbrido Paralelo com um ramo LC sintonizado . . . . . 83
57 Resposta em Frequencia do Filtro Passivo Composto por um Ramo LC
Sintonizado em Frequencia Intermediaria em Relacao aos 5o, 7o e 11o
Harmonicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
58 Arranjo do Filtro Hıbrido com dois ramos LC sintonizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
59 Resposta em Frequencia do Filtro Passivo Composto por Dois Ramos
LC (um Deles Sintonizado na Frequencia Intermediaria entre o 5o e o 7o
Harmonico e o Outro Sintonizado no 11o Harmonico) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
60 Configuracao do Filtro Hıbrido com Tres ramos LC sintonizados . . . . . . . . . . . 87
61 Resposta em Frequencia do Filtro Passivo Composto por Tres Ramos
LC (Cada um Deles Sintonizado para Compensacao de uma Componente
Harmonica Especıfica) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
62 Diagrama de Blocos dos Algoritmos de Controle do Filtro Hıbrido Con-
trolado por Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
63 Diagrama de Blocos dos Algoritmos de Controle do Filtro Hıbrido Con-
trolado por Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
64 Controlador da Tensao do Barramento CC do FHP Controlado por Corrente 91
65 Sistema de Deteccao e Controle de Compensacao de Componentes Harmonicas
de Sequencias Positiva e Negativa Para Filtros Hıbridos Controlador por
Corrente e por Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
66 Rede eletrica trifasica a quatro fios utilizada para analise do filtro ativo
paralelo com os algoritmos de controle apresentados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
67 Sequencia de Acoes Realizadas na Simulacao do FHP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
68 Tensao no Barramento CC (vcc) e Potencia Real Media Produzida pelo
Filtro Hıbrido Controlado por Corrente para Manter Regulada a Tensao
do Barramento CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
69 Tensao no Barramento CC (vcc) e Potencia Real Media Produzida pelo
Filtro Hıbrido Controlado por Tensao para Manter Regulada a Tensao do
Barramento CC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
70 Tensao CC nos Filtros Hıbridos Controlados por Corrente e Por Tensao
Durante o Inicio da Simulacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
71 Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 5o Harmonico de Seq. Ne-
gativa Na Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado
por Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
72 Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 5o Harmonico de Seq. Ne-
gativa Na Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado
por Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
73 Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 7o Harmonico de Seq. Ne-
gativa Na Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado
por Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
74 Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 7o Harmonico de Seq. Ne-
gativa Na Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado
por Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
75 Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 11o Harmonico de Seq. Ne-
gativa Na Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado
por Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
76 Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 11o Harmonico de Seq. Ne-
gativa Na Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado
por Tensao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
77 Corrente na Carga e Correntes Compensadas pelos Filtros Hıbridos Con-
trolados por Corrente e por Tensao no Intervalo 4b-5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
78 Corrente na Carga e Correntes Compensadas pelos Filtros Hıbridos Con-
trolados por Corrente e por Tensao no Intervalo 5b-6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
79 Componentes Harmonicas da Corrente Compensada em Diferentes Inter-
valos de Tempo da Simulacao da Rede Atendida pelos Filtros Hıbridos
Controlados por Corrente e por Tensao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
80 Tensao CC com Componente Media e Oscilatoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
LISTA DE TABELAS
1 Limites Adotados no PRODIST para Distorcao Harmonica da Tensao (ANEEL,
2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 Componentes do Filtro de Altas Frequencias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3 Parametros do Controlador PI da Malha de Controle de Corrente . . . . . . . . . . 50
4 Parametros de Configuracao do PLL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5 Conjunto de Bases Utilizados na Compensacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
6 Dados do Sistema de Controle de Compensacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
7 Dados da Rede Eletrica Utilizada Como Cenario para a Simulacao do FAP 65
8 Indices de Desequilıbrio Na Simulacao do FAP em Rede Trifasica a Quatro
Fios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
9 Distorcao Harmonica das correntes no Lado Secundario do Transformador
de Entrada com o Filtro Ativo Desligado e Ligado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
10 Dados do Filtro Passivo Utilizado no FHP para Compensacao das Cor-
rentes de 5o, 7o e 11o Harmonicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
11 Dados Sistema de Controle de Compensacao Dos Filtros Hıbridos Contro-
lados por Corrente e por Tensao (As funcoes de transferencia dos filtros
passa baixas e dos controladores PI sao mostradas nas equacoes 51 e 50) . . 94
12 Comparacao entre as Distorcoes Harmonicas das Correntes Compensadas
com Filtro Ativo e com Filtros Hıbridos Controlados por Corrente e por
Tensao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
LISTA DE SIGLAS
QEE Qualidade de Energia Eletrica
VTCDs variacoes da tensao de curta duracao
PWM Pulse Width Modulation
STATCOM static synchronous compensator
PLL Phase Locked Loop
PI Controlador Proporcional-Integral
FPB Filtro Passa Baixas
SHIAPF Shunt Hybrid Injection Type Active Power Filter
THD Total Harmonic Distortion
FP Fator de Potencia
FAP Filtro Ativo de Potencia
FHP Filtro Hıbrido Paralelo
PCC Ponto de Conexao Comum (Ponto de Acoplamento Comum)
FHP-V Filtro Hıbrido de Paralelo Controlado por Tensao
FHP-I Filtro Hıbrido de Paralelo Controlado por Corrente
EMI Electromagnetic interference
SUMARIO
LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
LISTA DE TABELAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
LISTA DE SIGLAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
SUMARIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
INTRODUCAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1 ESTADO DA ARTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2 ALGORITMOS DE CONTROLE UTILIZADOS EM FILTROS
ATIVOS E HıBRIDOS PARA FILTRAGEM SELETIVA . . . . . . . . . . . 27
2.1 As Transformacoes Direta e Inversa de Clarke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2 Analise das Potencias Instantaneas Real e Imaginaria . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.2.1 Condicionamento de Energia por Meio de um Dispositivo em uma Rede
Eletrica a Quatro Fios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.3 Concepcao de Algoritmos para Filtragem Seletiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.4 Conclusoes Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3 ALGORITMOS DE CONTROLE PARA FILTRAGEM SELE-
TIVA E REGULACAO DINAMICA DA TENSAO CA . . . . . . . . . . . . . 43
3.1 Estrutura Do Filtro Ativo de Potencia Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.1.1 Configuracao do Filtro Passivo para Altas Frequencias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.1.2 Conversor CC/CA e Controle PWM .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2 Algoritmos de Controle para Compensacao Seletiva Em Filtros
Ativos de Potencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.2.1 Circuito de Sincronismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.2.2 Controle da Tensao do Barramento CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.2.3 Algoritmos de Controle para Regulacao Dinamica da Tensao CA. . . . . . . . . . . . 56
3.2.4 Deteccao e Controle para Compensacao de Componentes Harmonicas e
Desequilibradas de Sequencia Positiva e Negativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.2.5 Compensacao de Correntes Harmonicas de Sequencia Zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.3 Simulacoes do Filtro Ativo em uma rede Eletrica Trifasica a Qua-
tro Fios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.4 Conclusoes Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4 ALGORITMOS DE CONTROLE PARA FILTRAGEM SELE-
TIVA EM FILTROS HıBRIDOS PARALELOS (FHP) . . . . . . . . . . . . . . 78
4.1 Princıpio de Funcionamento e Circuito de Potencia do FHP . . . . . . . 79
4.2 Conversor CC/CA e Controle PWM Utilizados no Filtro Hıbrido
Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.3 Filtro Passivo do Filtro Hıbrido Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.3.1 Efeitos Causados pelo filtro passivo do FHP na Componente Fundamental
das Tensoes e Correntes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.3.2 Analise dos Diferentes Arranjos de Filtros Passivos para um FHP com
Capacidade de Compensacao de 5o, 7o e 11o Harmonicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
4.4 Algoritmos de Controle do Filtro Hıbrido Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
4.4.1 Regulacao da Tensao CC do Filtro Hıbrido Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.4.2 Algoritmos de Controle de Compensacao das Tensoes e Correntes Harmonicas 92
4.5 Simulacoes do Filtro Hıbrido Paralelo e Discussao de Resultados . 93
4.6 Conclusoes Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
CONCLUSOES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
REFERENCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Apendices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Apendice A DEMONSTRACAO DA EQUACAO QUE RELACI-
ONA A COMPONENTE OSCILANTE DA TENSAO CC COM
A POTENCIA REAL OSCILANTE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
16
INTRODUCAO
Condicionadores ativos de potencia sao circuitos utilizados para o processamento
de energia de forma controlada. Estes circuitos sao utilizados em diferentes finalidades
como, por exemplo, acionamento de maquinas eletricas, interface entre fontes renovaveis
de energia e a rede e, alem disso, podem ser utilizados na melhoria da qualidade de
energia (MONTEIRO, 2008).
A proposta do presente trabalho e contribuir na concepcao e validacao de algo-
ritmos de controle para tres tipos de condicionadores de energia especıficos. O primeiro
condicionador e um filtro ativo com funcionalidades de regulacao dinamica da tensao CA
e filtragem ativa seletiva de componentes tanto harmonicas quanto desequilibradas. O
segundo condicionador e um filtro hıbrido composto pela associacao em serie de um filtro
passivo e um filtro ativo com funcionalidade de compensacao de correntes harmonicas. O
terceiro condicionador e uma adaptacao do segundo conversor onde a malha de controle
de corrente e substituıda por uma malha de tensao, de modo que o condicionador pode
ser entendido como uma fonte de tensao controlada por tensao. E importante comen-
tar que tanto o filtro ativo quanto o filtro hıbrido realizam a compensacao das correntes
harmonicas da rede sem a utilizacao da medicoes das correntes das cargas. Na sequencia
sao identificados os problemas e as motivacoes e contribuicoes deste trabalho.
Identificacao do Problema
O panorama atual do desenvolvimento tecnologico indica uma constante busca
pela melhoria da qualidade de energia. A qualidade de energia eletrica (QEE) (SHIN et
al., 2006) e um conceito que engloba aspectos como analise das formas de onda das
tensoes e correntes tanto em regime transitorio quanto em regime permanente, fator
de potencia, componentes harmonicas e desequilibradas, oscilacoes da tensao em baixa
frequencia (entre 5 a 10 Hz), Variacoes de Tensao de Curta Duracao (VTCDs), variacoes
de frequencia da rede eletrica, entre outros aspectos (ANEEL, 2009; IEEE, 2009). Redes
eletricas com baixa qualidade de energia estao expostas a perdas energeticas e, conse-
quentemente, economicas, devido a elevacao dos custos de operacao (LIN et al., 2010;
MELO; CAVALCANTI, 2012; SCHIPMAN; DELINCE, 2010) e manutencao de equipa-
mentos danificados (ALMEIDA; MOREIRA; DELGADO, 2003). Alem disso, uma baixa
17
qualidade de energia pode gerar problemas na industria, tais como reducao da qualidade
do produto produzido, interrupcao do processo de manufatura e elevacao do custo de
producao (MUHAMAD; MARIUN; RADZI, 2007).
Nesse sentido, a Agencia Nacional de Energia Eletrica (ANEEL) estabeleceu um
conjunto de normas que define parametros quantitativos e qualitativos para a qualidade de
energia. Por exemplo, o PRODIST (Procedimentos de Distribuicao de Energia Eletrica
no Sistema Eletrico Nacional), editado pela ANEEL, limita a distorcao harmonica nas
tensoes das redes segundo os dados da Tabela 1. Por outro lado o IEEE standard 519
recomenda que a distorcao harmonica de corrente seja limitada em 20% para pequenos
consumidores e em 5% para grandes consumidores.
Tabela 1: Limites Adotados no PRODIST para Distorcao Harmonica da Tensao (ANEEL,2009)
Tensao Nominal doBarramento
Distorcao HarmonicaTotal da Tensao (%)
VN < 1kV 101kV < VN < 13, 8kV 813, 8kV < VN < 69kV 669kV < VN < 230kV 3
Uma alternativa utilizada para a melhoria da qualidade de energia e a utilizacao
de filtros passivos (BADI, 2012) conectados na rede, como mostrado na Figura 2(a).
Nesse caso o filtro provem um caminho de baixa impedancia para as correntes harmonicas
consumidas pela carga nao linear, alem de corrigir o fator de potencia da rede. Contudo,
este tipo de abordagem esta sujeita a algumas limitacoes. Os filtros passivos nao sao
destinados a sistemas com condicoes de operacao variantes no tempo (DAS, 2003), pois sao
projetados para uma estreita faixa de condicoes de operacao. Neste ambito, a ocorrencia
de disturbios ou acionamento de cargas imprevistas pode gerar sobrecargas no circuito do
filtro ou mesmo ressonancia (IZHAR et al., 2004) causando interrupcao parcial ou total
da filtragem/compensacao ou mesmo gerando problemas mais graves.
Outra alternativa e a utilizacao de condicionadores de energia modulados por PWM
(Pulse Width Modulation) (FUJITA, 2009). Os condicionadores modulados, exemplifica-
dos nas Figuras 2(b) e 2(c), atuam injetando controladamente na rede correntes capazes
de melhorar a qualidade de energia da rede. Nesse sentido, estes compensadores sao con-
trolados por algoritmos em tempo real especıficos para a implantacao das funcionalidades
como, por exemplo, regulacao da tensao CA, filtragem ativa de componentes harmonicas e
18
Figura 1: Diferentes Arranjos Utilizados para Compensacao de Correntes Harmonicas emRedes Eletricas
(a) Filtro Passivo (b) Filtro Ativo (c) Filtro Hıbrido
correcao do fator de potencia. Em comparacao aos filtros passivos, estes se mostram bem
mais versateis, pois sao capazes de operar, mantendo suas funcionalidades, em uma faixa
de condicoes maior (IZHAR et al., 2004). Esta caracterıstica permite que o condicionador
opere de forma adequada mesmo com variacoes nao previstas tanto nas tensoes quanto
nas correntes da rede eletrica.
Motivacao Para o Trabalho
Basicamente, os condicionadores de energia utilizados na melhoria da qualidade
de energia (HINGORANI, 1995) consistem nos filtros ativos de potencia (indicado na Fi-
gura 2(b)) (MONTEIRO; ENCARNACAO; AREDES, 2010; LEE YEN-CHING WANG,
2009; JIAN; NA; DIANGUO, 2008; CHAER et al., 2009), compensando dinamicamente
componentes harmonicas de corrente e tensao, e pelos compensadores estaticos (STATic -
COMpensator - STATCOM) (LI et al., 2007; ENGUO; GUOLIANG; GONGXUN, 2008;
KARUPPANAN; MAHAPATRA, 2010) provendo regulacao dinamica da tensao atraves
da compensacao da potencia reativa da rede. Os filtros ativos podem, tambem, ser com-
binados com filtros passivos formando filtros hıbridos de potencia (SRIANTHUMRONG;
AKAGI, 2003; JINTAKOSONWIT et al., 2002; AKAGI; SRIANTHUMRONG; TAMAI,
2003; MOUCO, 2011) (indicado na Figura 2(c)).
Basicamente, os filtros ativos e STATCOMs sao formados por um circuito de con-
trole e outro de potencia. O circuito de controle recebe atraves de sensores os sinais de
tensao e corrente medidos da rede, realiza o processamento de dados e aciona o circuito
de potencia.
19
De uma forma geral os algoritmos de controle processam as tensoes e correntes
medidas da rede eletrica para detectar componentes harmonicas ou desequilibradas e
compensa-las. Nesse sentido, e recorrente na literatura tecnica a utilizacao da teoria da
potencia instantanea proposta por Akagi, Kanazawa e Nabae (1984) para realizacao do
controle de compensacao das componentes indesejadas das correntes e tensoes.
Contudo, em redes eletricas radiais ha uma dificuldade inerente em medir as cor-
rentes consumidas por cada uma das cargas. Neste cenario, o numero elevado de ramos
exigiria um igualmente elevado numero de sensores de corrente e isto acarretaria o incre-
mento dos custos envolvidos e o comprometimento da capacidade de processamento dos
sinais medidos. Por sua vez, essa perda de capacidade resultaria em atrasos na resposta
do sistema de controle, reduzindo, assim, a eficacia do filtro/compensador (ROUX; WYK,
2000).
Por estes motivos, a aplicacao de tecnicas de processamento que utilizam apenas
as tensoes da rede para realizar o controle de filtros ativos e compensadores se mostra
promissora. Em Monteiro, Encarnacao e Aredes (2010), por exemplo, foi proposta esta
abordagem para a filtragem ativa de uma determinada componente harmonica de corrente,
onde a informacao da corrente a ser produzida pelo conversor de potencia e extraıda das
tensoes da rede no ponto onde o conversor foi conectado.
Nesse sentido, este trabalho explorou os algoritmos apresentados por Monteiro,
Encarnacao e Aredes (2010) para a realizacao simultanea da compensacao de multiplas
correntes harmonicas e desequilibradas e a regulacao dinamica da tensao CA em filtros
ativos de potencia conectados em paralelo a rede eletrica. Neste caso, as correntes nos
ramos do filtro (ick nas Figuras 2(b) e2(c)) foram medidas e controladas para haver a
producao das correntes de compensacao determinadas pelos algoritmos de controle.
Na segunda parte do trabalho sao abordadas as aplicacoes dos algoritmos de com-
pensacao de correntes harmonicas para filtros hıbridos em paralelo a rede eletrica. Ini-
cialmente, os algoritmos utilizados no filtro ativo sao adaptados para utilizacao no filtro
hıbrido. Nesse sentido, o filtro hıbrido utilizado e composto por um filtro ativo em serie
com um filtro passivo. As correntes nos ramos sao medidas e controladas para seguirem
as correntes de referencia determinadas pelos algoritmos de controle.
Em complemento, foi proposto um filtro hıbrido controlado exclusivamente por
tensao. Neste caso, os algoritmos de controle calculam os sinais de referencia para com-
20
pensacao a partir das tensoes da rede e nao e utilizado controle em malha fechada das
correntes produzidas pelo filtro. Assim, diferentemente do filtro ativo e do filtro hıbrido
controlado por corrente, o filtro hıbrido controlado por tensao dispensa a utilizacao de
sensores para as correntes dos ramos dos filtros.
E Importante ressaltar que o filtro hıbrido proposto foi comparado com o filtro
hıbrido controlado por corrente e os resultados possibilitaram a submissao do artigo inti-
tulado “Control Algorithms for a Transformerless Hybrid Active Filter Without Current
Sensor” (FREITAS et al., 2014) a “40th Annual Conference of IEEE Industrial Electro-
nics Society” (IECON 2014). O artigo foi aceito e sera apresentado em novembro de
2014.
Objetivo
Implantar e validar, atraves de simulacoes, algoritmos de controle baseados na
teoria das potencias instantaneas para filtragem seletiva em filtros ativos e filtros hıbridos
conectados em redes trifasicas.
Basicamente, este trabalho foi dividido em duas partes. Na primeira parte foram
implantados e validados os algoritmos de controle do filtro ativo. Nesse sentido, seis etapas
foram estabelecidas. A primeira etapa consiste na analise da literatura tecnica a respeito
dos algoritmos de controle para filtros ativos e compensadores estaticos. Na segunda
etapa foram desenvolvidos os primeiros algoritmos de deteccao de correntes harmonicas
a partir das tensoes. Na terceira etapa, foi abordado o circuito de potencia do filtro
ativo com a apresentacao de uma metodologia para a determinacao dos elementos que
constituem os filtros passivos. Na quarta etapa, os algoritmos de deteccao de correntes
harmonicas foram utilizados para implantar malhas de controle para regulacao da tensao
do lado CC do conversor, compensacao das correntes harmonicas e desequilibradas, alem
da regulacao da tensao CA no ponto onde o filtro ativo esta conectado na rede eletrica. A
quinta etapa consistiu na realizacao de simulacoes preliminares para configuracao e ajuste
dos parametros das malhas de controle de compensacao. Na sexta e ultima etapa foram
realizadas simulacoes para avaliar o desempenho do filtro hıbrido e validar os algoritmos
de controle.
Na segunda parte do trabalho foram implantados e validados os algoritmos de con-
trole para o filtro hıbrido. Esta parte tambem pode ser dividida em cinco etapas. Na
21
primeira etapa foram analisadas referencias bibliograficas a respeito dos filtros hıbridos.
Na segunda etapa foi definido o arranjo de filtro passivo utilizado a partir da analise de
diferentes arranjos com base na resposta em frequencia dos mesmos. Na terceira etapa,
os algoritmos de deteccao harmonica do filtro ativo foram utilizados para implantacao de
malhas de controle de compensacao harmonica do filtro hıbrido em conjunto com o con-
trole para regulacao da tensao do lado CC. Na quarta etapa foram executadas simulacoes
preliminares para configuracao e ajuste dos parametros dos controladores de compensacao
e na quinta etapa foram executadas simulacoes para avaliacao do desempenho do filtro e
validacao dos algoritmos de controle.
Estrutura da Dissertacao
A dissertacao foi dividida em quatro capıtulos alem das conclusoes e propostas
para trabalhos futuros.
No capıtulo 1 e realizada uma explanacao a respeito do estado da arte dos filtros
ativos e hıbridos com o enquadramento do trabalho proposto em relacao aos trabalhos
similares observados na literatura.
O capıtulo 2 realiza uma abordagem a teoria das potencias instantaneas. Tem-se o
objetivo de fazer uma breve introducao teorica e demonstrar sua aplicabilidade na deteccao
de componentes harmonicas presentes tanto em sinais de tensao quanto de corrente. Alem
disso, sao realizados alguns testes para demonstrar a utilizacao da teoria das potencias
instantaneas na compensacao de correntes harmonicas e desequilibradas.
O capıtulo 3 aborda o desenvolvimento dos algoritmos de controle para filtragem
seletiva, regulacao dinamica da tensao CA e compensacao de correntes desequilibradas
em filtros ativos de potencia. Alem disso, apresenta uma metodologia para o dimensiona-
mento dos elementos passivos utilizados para atenuar as componentes de alta frequencia
produzidas pelo conversor de potencia. Na sequencia e feita uma analise do comporta-
mento do filtro ativo com os algoritmos propostos por meio dos resultados obtidos em
simulacao.
O capıtulo 4 aborda as caracterısticas dos filtros hıbridos paralelos e a escolha do
arranjo para o filtro passivo que e conectado em serie com o filtro ativo. Em seguida,
os algoritmos de controle utilizados no filtro ativo sao adaptados para utilizacao no filtro
hıbrido. Cabe ressaltar que foi proposto um filtro hıbrido com as tensoes de referencia
22
a serem produzidas pelo conversor determinadas a partir das tensoes da rede CA e da
tensao do lado CC do conversor. A corrente na saıda do conversor nao e utilizada para o
controle PWM. Com isso, nesta condicao, o conversor pode ser entendido como uma fonte
de tensao controlada por tensao. O desempenho do filtro hıbrido, nessas condicoes, foi
comparado com o filtro hıbrido controlado por corrente (que utiliza uma malha fechada
para o controle PWM com realimentacao da corrente na saıda do conversor) atraves de
simulacoes.
Por fim sao apresentados as conclusoes do trabalho e as propostas para trabalhos
futuros.
23
1 ESTADO DA ARTE
Nesta secao e feita uma contextualizacao do trabalho proposto em relacao aos
similares encontrados na literatura. Inicialmente sao discutidos trabalhos que envolvem
algoritmos de controle para filtros ativos. Na sequencia, sao discutidos os trabalhos para
algoritmos de controle de filtros hıbridos, com o enquadramento do trabalho proposto.
Em Chen e Jia (2010), foi analisado um condicionador trifasico a quatro fios co-
mandado por um DSP. O objetivo foi verificar a atuacao de um sistema DSP-inversor
para a compensacao das componentes harmonicas demandadas por uma carga nao linear
conectada a uma rede trifasica a 4 fios. No trabalho, foi utilizado um algoritmo de controle
de deteccao sıncrona para calcular as correntes de referencia do conversor.
Em Kabir e Mahbub (2011), duas metodologias utilizadas no controle de filtros ati-
vos sao avaliadas. Na primeira, usando o metodo de deteccao sıncrona, correntes e tensoes
medidas sao computadas para calcular a potencia ativa da rede eletrica analisada. Uma
vez calculada a potencia ativa, o sistema determina as correntes de referencia necessarias
para compensar as correntes harmonicas. A segunda metodologia emprega os princıpios
da teoria da potencia instantanea (teoria pq). Em ambos os casos e adotado o sistema
de controle do tipo feedforward nos algoritmos para determinar as correntes de referencia.
Os resultados mostraram que a metodologia que emprega a teoria pq apresentou resposta
dinamica mais rapida que a que utilizada a deteccao sıncrona.
Em Exposto et al. (2011) e apresentado uma analise a respeito de questoes ne-
cessarias para a implantacao de um filtro ativo conectado em redes eletricas trifasicas a
quatro fios. Sao abordados os fundamentos teoricos para a implantacao de sistemas de
controle em tempo real utilizados nos filtros ativos, com enfase na teoria p-q, e as tecnicas
de chaveamento.
O trabalho de Chaoui, Gaubert e Bouafia (2012) analisou o conceito de controle
direto de potencia em um filtro ativo trifasico. A partir disto, foi proposta uma adaptacao
na tabela (LUT - Look-Up Table) para o chaveamento com base na modulacao vetorial
para acionamento de filtros ativos de potencia.
Em Fei, Li e Zhang (2012) foi proposto um sistema de controle baseado em sliding
mode para controlar a malha de corrente de um filtro ativo paralelo. Os autores adiciona-
ram uma parcela integrativa no controlador em modo deslizante (slide mode) tradicional
24
com o objetivo de conferir erro de regime nulo ao sistema, mesmo na presenca de de
perturbacoes externas, o que nao acontece com a abordagem tradicional.
Asiminoaei, Kalaschnikow e Hansen (2009) analisaram diferentes tecnicas utiliza-
das em filtros ativos para compensacao seletiva ou completa de correntes harmonicas.
No caso de compensacao completa, foram descritas tecnicas no domınio abc que utilizam
filtros notch e filtros baseados em FFT, alem de tecnicas baseadas na teoria da potencia
instantanea de Akagi e na representacao sıncrona dos sinais de corrente (no caso synchro-
nous fundamental dq-frame). Na compensacao seletiva, foram analisadas tecnicas onde os
sinais no domınio abc sao processados com filtros passa-faixa ou filtros baseados em FFT
para se extrair a componente harmonica a ser compensada. Alem dessas tecnicas, foram
analisada as tecnicas baseadas na representacao sıncrona das correntes para compensacao
seletiva (No caso, usando synchronous fundamental dq-frame e synchronous harmonic
dq-frame).
Monteiro, Encarnacao e Aredes (2010) usaram uma tecnica para a filtragem ativa
de uma determinada componente harmonica de corrente, onde a informacao da corrente a
ser produzida pelo conversor de potencia e extraıda das tensoes da rede no ponto onde o
conversor foi conectado. Assim, as tensoes medidas, juntamente com os sinais produzidos
por um circuito de sincronismo, foram utilizadas para calcular a corrente harmonica a ser
compensada (atraves da teoria pq).
O filtro ativo desenvolvido neste trabalho tem como objetivo contribuir com o apre-
sentado por Monteiro, Encarnacao e Aredes (2010), estendendo a aplicacao do algoritmo
de controle para compensacao seletiva das correntes harmonicas de 5a, 7a e 11a ordens alem
das correntes fundamentais desequilibradas (componentes de sequencia negativa e zero).
Alem disso, este trabalho implantou um algoritmo de controle para regulacao dinamica
da tensao CA que atua simultaneamente com os algoritmos de compensacao baseados na
teoria pq. E importante comentar que, indiretamente, este algoritmo tambem contribui
para a correcao do fator de potencia.
Com relacao aos filtros hıbridos, um dos primeiros trabalhos consiste no apresen-
tado por Fujita e Akagi (1991). Nesse caso, o filtro hıbrido foi composto por um conjunto
de circuitos RLC em serie com um filtro ativo. O filtro passivo foi composto por dois
ramos LC sintonizados nos 5o e 7o harmonicos e um filtro passa altas para componentes
harmonicas de ordem maior do que 7. O algoritmo de controle foi concebido com base na
25
teoria pq. Alem disso, o filtro hıbrido proposto tinha um comportamento de uma fonte
de tensao controlado por tensao.
Por sua vez, Rastogi, Mohan e Edris (1995) propuseram um filtro hıbrido com
comportamento de fonte de corrente. Neste caso, o sistema de controle determina as cor-
rentes de referencia e um controlador de corrente atua para que o conversor as produza
nos ramos do filtro. Filtros do tipo notch e decomposicao em eixos estacionarios sao uti-
lizados para extrair as correntes harmonicas de referencia a partir das tensoes e correntes
da rede.
Complementando o trabalho de Fujita e Akagi (1991), Fujita, Yamasaki e Akagi
(2000) desenvolveram um filtro hıbrido com o intuito de amortecer a ressonancia harmonica
presente em redes industriais. O trabalho mostra que a interacao entre indutancia de rede
e capacitores de correcao de fator de potencia pode amplificar as componentes harmonicas
da tensao em perıodos de baixa carga (como, por exemplo, durante a noite). Entao
um filtro hıbrido e utilizado para reduzir este efeito alem de mitigar as componentes
de 5o harmonico presentes nas tensoes e correntes da rede. O trabalho tambem ana-
lisa o filtro hıbrido com tres diferentes tecnicas de deteccao harmonica. A primeira e
baseada na medicao da corrente que flui pelos ramos do filtro, a segunda e baseada na
tensao harmonica nos terminais do filtro passivo e a terceira na medicao da componente
harmonica da tensao de barramento.
De forma similar a Fujita, Yamasaki e Akagi (2000), Detjen et al. (2001) apre-
sentaram um filtro hıbrido com objetivo de amortecer a ressonancia em uma rede com
capacitores de correcao de fator de potencia. O diferencial deste trabalho foi desenvolver
uma estrutura que inclui os capacitores de correcao de fator de potencia no filtro hıbrido.
Em (RIVAS et al., 2003) foi analisada a influencia dos parametros do filtro passivo
e dos ganhos do sistema de controle na atuacao do filtro hıbrido.
Dey et al. (2013) avaliaram as tecnicas de controle conhecidas como algoritmo
cosφ, deteccao adaptativa, algoritmo de deteccao sıncrona, algoritmo da potencia reativa
instantanea e algoritmo TDCD (Time-Domain Current Detection) para compensacao de
correntes harmonicas com filtros hıbridos.
Em Litran e Salmeron (2012), um compensador hıbrido composto por um filtro
hıbrido serie e dois filtros passivos em paralelo a rede foi proposto. O diferencial do artigo
foi analisar diferentes estrategia de controle baseadas no modelo de espaco de estados
26
deste sistema.
O trabalho de Senini e Wolfs (2002) apresentou uma comparacao entre duas dife-
rentes estrategias de controle de filtros hıbridos utilizando estruturas de deteccao sıncrona.
Na primeira delas a corrente da rede era transformada para o domınio d-q e suas parcelas
oscilantes eram extraıdas com a utilizacao de filtros passa altas. Estas, por sua vez, eram
utilizadas no laco de controle para compensacao de um amplo espectro de componentes
harmonicas. Na outra estrutura, sinais sintonizados no 5o harmonico foram utilizados
na transformada d-q das correntes da rede. Como resultado, as componentes medias dos
sinais d e q representavam as amplitudes da componente de 5o harmonico da corrente.
Filtros do tipo passa baixas foram utilizados para extrair apenas as componentes media
provendo compensacao harmonica seletiva.
Senini e Wolfs (2000), por sua vez, abordou a utilizacao de algoritmos de con-
trole de compensacao nao seletiva para diferentes topologias de filtros hıbridos em redes
desequilibradas. No trabalho sao explicadas as limitacoes do controle com abordagem tra-
dicional diante de cenarios desequilibrados e propoe um sistema de deteccao e controle de
compensacao que permite eliminar a influencia da componente fundamental de sequencia
negativa.
Basic, Ramsden e Muttik (2000) apresentaram um sistema de deteccao harmonica
baseada em filtros adaptativos para compensacao seletiva de componentes harmonicas.
Em relacao aos filtros hıbridos, o trabalho aqui proposto inicialmente aborda o
conceito do filtro hıbrido controlado por corrente proposto por Rastogi, Mohan e Edris
(1995), com os algoritmos similares aos utilizados nos filtros ativos para filtragem sele-
tiva. Alem disso, este trabalho apresenta como diferencial o desenvolvimento de um filtro
hıbrido para filtragem seletiva totalmente controlado por tensao. Nesse caso, a deteccao
das correntes harmonicas e realizada a partir das tensoes do barramento CA. Os algo-
ritmos de controle sao baseados na teoria das potencias instantaneas (teoria pq) e tem
como objetivo determinar diretamente as tensoes a serem moduladas pelo conversor. De
uma forma geral, o filtro hıbrido apresenta o comportamento de uma fonte de tensao
controlada por tensao (FREITAS et al., 2014).
27
2 ALGORITMOS DE CONTROLE UTILIZADOS EM FILTROS ATIVOS
E HIBRIDOS PARA FILTRAGEM SELETIVA
Esse capıtulo tem o objetivo de abordar os fundamentos matematicos utilizados na
concepcao dos algoritmos de controle para filtragem seletiva em filtros ativos e hıbridos. Os
algoritmos foram desenvolvidos com base na teoria da potencia instantanea, popularmente
conhecida como teoria pq, em conjunto com um circuito de sincronismo, apresentado no
Capıtulo 3 . Basicamente, o circuito de sincronismo e utilizado para gerar sinais auxiliares
que sao necessarios para determinar uma determinada harmonica de tensao ou corrente na
componente de sequencia desejada (positiva, negativa ou zero) (YAZDANI; BAKHSHAI;
JAIN, 2009; FREIJEDO et al., 2009). A seccao 2.1 aborda os princıpios da transformacao
de Clarke, que e utilizada na teoria pq. As demais seccoes abordam a utilizacao da
teoria pq na analise das potencias em sistemas trifasicos a tres e a quatro fios, alem da
metodologia para a determinacao das correntes harmonicas e desequilibradas que devem
ser compensadas tanto pelo filtro ativo quanto pelo filtro hıbrido conectados em paralelo
com a rede eletrica.
2.1 As Transformacoes Direta e Inversa de Clarke
A transformacao de Clarke (CLARKE, 1943; AKAGI; WATANABE; AREDES,
2007) consiste em uma transformacao algebrica de gradezas eletricas, por exemplo, tensoes
ou correntes trifasicas, no sistema de coordenadas estacionarias abc para um sistema de
coordenadas estacionarias αβ0. E importante comentar que essa transformacao e valida
apenas para tensoes e correntes em redes eletricas trifasicas a tres ou quatro fios. Em
particular, para as correntes em uma rede eletrica trifasica a tres fios, e possıvel simplificar
a matrizes de transformacao, uma vez que essas correntes nao apresentam componentes
de sequencia zero. Nesta condicao e feita uma transformacao do sistema de coordenadas
abc para o sistema de coordenadas αβ.
Na sequencia sao apresentadas as transformadas direta e inversa de Clarke para a
conversao de um conjunto de sinais do sistema de coordenadas abc para o sistema αβ e
vice-versa. Para tal e utilizado um conjunto de sinais denominados por sa, sb, sc, definidos
no domınio do tempo, que podem ser associados as correntes de fase ou as tensoes de fase-
neutro de uma rede eletrica trifasica a tres ou a quatro fios, incluindo as componentes
28
harmonicas e desequilibradas. Esses sinais sao dados por:
sa(ωt) =∑∞
h=1(sah1 + sah2 + sah0) =∑∞
h=1[Sh1 sin(h(ωt+ δ1))+
+Sh2 sin(h(ωt+ δ2)) + Sh0 sin(h(ωt+ δ0))]
sb(ωt) =∑∞
h=1(sbh1 + sbh2 + sbh0) =∑∞
h=1[Sh1 sin(h(ωt− 2π3
+ δ1))+
+Sh2 sin(h(ωt+ 2π3
+ δ2)) + Sh0 sin(h(ωt+ δ0))]
sc(ωt) =∑∞
h=1(sch1 + sch2 + sch0) =∑∞
h=1[Sh1 sin(h(ωt+ 2π3
+ δ1))+
+Sh2 sin(h(ωt− 2π3
+ δ2)) + Sh0 sin(h(ωt+ δ0))].
(1)
Os sinais sah1, sbh1, sch1 sao as componentes de sequencia positiva, sah2, sbh2, sch2
as componentes de sequencia negativa e sah0, sbh0, sch0 as componentes de sequencia zero.
Na sequencia e apresentada a metodologia para a conversao dos sinais sa, sb, sc, para o
sistema de coordenadas αβ (sα, sβ).
Excluindo as componentes de sequencia 0 (sah0, sbh0, sch0) dos sinais sa, sb, sc, a
transformacao do sistema de coordenadas abc para αβ e realizada por meio da projecao dos
sinais no domınio abc sobre uma base canonica do domınio αβ, como pode ser observado
na Figura 2.
Figura 2: Transformacao abc− αβ
O sinal sα e obtido a partir da soma entre o sinal sa, que esta inteiramente sobre
o eixo α, com a projecoes dos sinais sb e sc sobre o eixo α. Da mesma forma, as projecoes
dos sinais sb e sc sobre o eixo β sao somadas para formar a componente sβ. Desta forma
29
a transformada do sistema de coordenadas abc para o sistema αβ e dado por:
sαsβ
=
√2
3
1 −12−1
2
0√
32−√
32
sa
sb
sc
. (2)
Considerando a composicao dos sinais apresentados em 1, a soma das componentes
de sequencia positiva e negativa e sempre zero, ou seja:
∞∑h=1
(sah1 + sbh1 + sch1) =∞∑h=1
(sah2 + sbh2 + sch2) = 0. (3)
A partir dessa condicao, o sinal s0 do sistema de coordenadas abc e dado por:
s0 =1√3
∞∑h=1
(sah + sbh + sch) =1√3
∞∑h=1
(sah0 + sbh0 + sch0). (4)
Nesse sentindo a transformada abc para αβ0 e dada por:
s0
sα
sβ
=
√2
3
1√2
1√2
1√2
1 −12−1
2
0√
32−√
32
sa
sb
sc
. (5)
De forma equivalente, e possıvel transformar um sistema de tensoes ou correntes
no domınio αβ em um sistema no domınio abc atraves da projecao de sαβ em uma base
canonica do domınio abc. A Figura 3 representa o processo de transformacao αβ−abc. O
sinal sa e composto apenas pela componente α do sinal sαβ. Os sinais sb e sc sao compostos
pela soma da projecao de sα e sβ sobre os eixos bc. Deste modo, com base nas projecoes
dos sinais sα e sβ sobre os eixos abc, a transformacao do sistema de coordenadas αβ para
o sistema abc, sem a componente de sequencia zero, e apresentada em (6). Na equacao (7)
e feita a transformacao incluindo a componente zero. Pode ser observado que a matriz
de transformacao apresentada em (6) corresponde a matriz apresentada em (7) sem a
primeira coluna da esquerda para a direita, uma vez que a coluna retirada corresponde a
influencia da componente s0 sobre os sinais sa, sb, sc.sa
sb
sc
=
√2
3
1 0
−12
√3
2
−12−√
32
sαsβ
(6)
30
Figura 3: Transformacao αβ − abc
sa
sb
sc
=
√2
3
1√2
1 0
1√2−1
2
√3
2
1√2−1
2−√
32
s0
sα
sβ
(7)
Na sequencia e feita uma analise das potencias real e imaginaria instantaneas,
definidas pela teoria da potencia pq, em funcao das tensoes e correntes ja convertidas para
o domınio αβ0 para redes eletricas trifasicas a tres e a quatro fios.
2.2 Analise das Potencias Instantaneas Real e Imaginaria
Conforme apresentado em (AKAGI; KANAZAWA; NABAE, 1984), as potencias
instantaneas real (p) e imaginaria (q) podem ser obtidas a partir da equacao matricial (8).
Essas potencias sao determinadas a partir das tensoes e correntes ja convertidas para o
sistema de coordenadas αβ. Com base na transformada apresentada em (2) e possıvel
determinar apenas as potencias real e imaginaria presentes na rede eletrica, uma vez que
as componentes de sequencia zero das tensoes e correntes foram excluıdas.
pq
=
vα vβ
−vβ vα
iαiβ
(8)
31
A potencia real instantanea, p, pode ser entendida como a energia por unidade
de tempo que flui da fonte para a carga (positiva) ou da carga para a fonte (negativa)
em uma rede eletrica trifasica. Por outro lado, a potencia imaginaria, q, corresponde a
energia por unidade de tempo que flui somente entre as tres fases da rede eletrica, ou seja,
nao flui da fonte para a carga.
Em uma rede eletrica onde as tensoes e correntes sejam compostas apenas pelas
respectivas componentes fundamentais de sequencia positiva, as potencias real, p, e ima-
ginaria, q, apresentam somente valores medios, que podem ser associadas as potencias
ativa (P) e reativa (Q), respectivamente.
Contudo quando as tensoes e correntes sao compostas por componentes harmonicas
e desequilibradas, as potencias real e imaginaria apresentam componentes medias e os-
cilantes. As componentes medias correspondem as energias por unidade de tempo que
fluem em um unico sentido, enquanto que as componentes oscilantes derivam das ener-
gias por unidade de tempo que sao bidirecionais ao longo do ciclo. Na equacao (9), as
componentes medias das potencias real e imaginaria correspondem aos parametros p e q
enquanto que as componentes oscilantes estao representadas pelos parametros p e q.
p = p+ p
q = q + q(9)
Em particular, a potencia p0 surge em redes eletricas trifasicas a quatro fios quando
ha, simultaneamente, as tensoes e correntes apresentam componente de sequencia zero (v0
e i0), conforme indicado por:
p0 = v0i0. (10)
E importante comentar que quando a potencia p0 existe na rede eletrica, esse e
obrigatoriamente decomposta nas componentes media e oscilante:
p0 = p0 + p0. (11)
Com base nessas potencias e possıvel fazer o condicionamento de energia em uma
rede eletrica por meio de dispositivos como filtros ativos, compensadores estaticos e regula-
dores dinamicos de tensao. Como exemplo e apresentado na sequencia o condicionamento
de energia feito por meio de um dispositivo conectado em uma rede eletrica a quatro fios.
32
2.2.1 Condicionamento de Energia por Meio de um Dispositivo em uma Rede Eletrica a
Quatro Fios
Nessa analise, o dispositivo atua como uma fonte de corrente controlada confi-
nando algumas das componentes da potencia, contidas na rede eletrica, entre a carga e o
dispositivo. Considerando o caso teste ilustrado na Figura 4, o condicionador determina
as correntes de compensacao a partir das correntes consumidas pela carga em conjunto
com as tensoes no Ponto de Acoplamento Comum (PCC).
Utilizando a transformacao inversa dada em 12 sao calculadas as correntes icα, icβ
em funcao das tensoes vα, vβ e das potencias real e imaginaria de compensacao (pc e qc).icαicβ
=1
v2α + v2
β
vα −vβvβ vα
pcqc
. (12)
Em (WATANABE et al., 2010) sao apresentadas as variacoes das correntes em
funcao de diferentes combinacoes entre as componentes medias e oscilantes das potencias
real e imaginaria, considerando que as tensoes sao compostas apenas pelas respectivas
componentes fundamentais de sequencia positiva. De fato, por meio de um condicionador
de energia conectado em paralelo com a rede eletrica, e possıvel compensar por com-
pleto ou apenas parcialmente as correntes harmonicas e desequilibradas, alem do fator
de potencia. Para isso sao escolhidas que componentes presentes nas potencias real e
imaginaria o condicionador deve compensar.
A corrente de compensacao ic0 e determinada em separado das correntes icα e icβ,
uma vez que corresponde a corrente de neutro.
Para exemplificar a utilizacao dessas ferramentas no condicionamento de energia,
foi proposto um caso teste baseado na rede apresentada na Figura 4. Nesse caso, um
dispositivo condicionador generico foi disposto em paralelo as cargas em uma rede eletrica
trifasica a quatro fios. As tensoes da rede sao descritas por:
va = 180 sin(ωt)
vb = 180 sin(ωt− 2π/3)
vc = 180 sin(ωt+ 2π/3)
. (13)
As cargas, por sua vez, sao desequilibradas e possuem as componentes de 3o, 5o e
33
7o harmonicos como mostrado na equacao a seguir:
iLa = 20 sin(ωt− π/6) + 5 sin(ωt− π/12) + 2 sin(ωt− π/3)
+5 sin(3ωt) + 3 sin(5ωt) + 2 sin(7ωt)
iLb = 20 sin(ωt− 5π/6) + 5 sin(ωt+ 7π/12) + 2 sin(ωt− π/3)
+5 sin(3ωt) + 3 sin(5ωt+ 2π/3)
+2 sin(7ωt− 2π/3)
iLc = 20 sin(ωt+ π/2) + 5 sin(ωt− 9π/12) + 2 sin(ωt− π/3)
+5 sin(3ωt) + 3 sin(5ωt− 2π/3)
+2 sin(7ωt+ 2π/3)
. (14)
A Figura 5 mostra as formas de onda tanto das tensoes (Figura 6(a)) quanto das
correntes (Figura 6(b)).
Figura 4: Dispositivo Condicionador em Paralelo na Rede Eletrica para o Condiciona-mento de Energia
Como primeiro passo para utilizacao da teoria pq, as tensoes e correntes descritas
anteriormente foram transformadas do domınio abc para o domınio αβ0 de acordo com a
equacao (5). O resultado da transformacao pode ser observado na Figura 6.
Nesse exemplo o condicionador tem o objetivo de fazer com que o produto entre
as tensoes e correntes compensadas resulte apenas na componente media da potencia
real. Nesse sentido, toda a potencia imaginaria e a componente oscilante da potencia real
devem ser compensadas, alem da corrente de neutro. Desse modo , as potencias a serem
34
Figura 5: Correntes e Tensoes do Cenario Teste no Domınio ABC
(a) Tensoes da Rede (b) Corrente das Cargas
Figura 6: Correntes e Tensoes do Cenario Teste no Domınio αβ0
(a) Tensoes da Rede (b) Corrente das Cargas
Figura 7: Potencias Real e Imaginaria na Rede
(a) Potencia Real (b) Potencia Imaginaria
compensadas sao dadas pela equacao (15).
pc = p− p = p
qc = q(15)
A partir das potencias a serem compensadas, em conjunto com as tensoes vα e vβ,
sao calculadas as correntes icα e icβ, enquanto que a corrente ic0 corresponde a corrente de
35
Figura 8: Correntes produzidas pelo condicionador (a) e compensadas (b) contendo so-mente a componente fundamental de sequencia positiva.
(a) Corrente Produzidas pelo Condicionador (b) Corrente Compensadas
neutro. Nesse sentido, essas correntes de compensacao sao calculadas da seguinte forma:
icαicβ
=1
v2α + v2
β
vα −vβvβ vα
pq
(16)
ic0 =1√3
(iLa + iLb + iLc) (17)
Nesse caso exemplo esta relacao indica a corrente que flui em direcao ao neutro
da fonte. A partir das correntes icα, icβ, ic0 foi utilizada a transformacao inversa de
Clarke (ver equacao (7)) para se obter as correntes do compensador no domınio abc. O
resultado da atuacao do condicionador de energia na compensacao de correntes harmonicas
e desequilibradas e ilustrada na Figura 9(a).
De acordo com o circuito da Figura 4 pode-se estabelecer a equacao de no apresen-
tada em (19). Esta equacao indica que o compensador faz com que apenas a componente
fundamental de sequencia positiva das correntes em fase com as tensoes flua pela rede. A
corrente compensada (isk, k = a, b, c) esta ilustrada na figura 8. Como pode se observado,
as correntes compensadas isa, isb e isc nao apresentam desequilıbrios ou componentes
harmonicas.
ic0 =1√3
(iLa + iLb + iLc) (18)
isk = iLk − ickk = a, b, c
(19)
Embora a compensacao harmonica baseada no procedimento descrito nesta secao
36
seja efetivo, pode resultar em um dispositivo com custo que nao seja viavel de ser im-
plantado, pois seria necessario a utilizacao de um conversor com capacidade de potencia
para compensar todas as componentes indesejadas da potencia. Alem disso, em muitos
casos e possıvel fazer com que a corrente compensada tenha baixa distorcao (abaixo de
8%) compensando algumas das componentes das correntes consumidas pela carga. E isto
indica a possibilidade de um ganho significativo na qualidade de energia com a possi-
bilidade de utilizar um circuito de potencia com um custo viavel para ser implantado.
Nesta questao, a filtragem seletiva permite a implantacao de um filtro composto por um
inversor de menor potencia, reduzindo o seu custo (CASARAVILLA, 2003; CASARA-
VILLA; BRIOZZO; WATANABE, 2000; CASARAVILLA et al., 2004). Neste sentido, a
proxima secao tem por objetivo explicar o processo de compensacao seletiva e analisar
matematicamente sua implementacao.
2.3 Concepcao de Algoritmos para Filtragem Seletiva
A filtragem seletiva depende da deteccao apurada da componente que se deseja
compensar. Isso pode ser obtido atraves da teoria pq de forma similar a deteccao das
potencias apresentada na secao 2.2. Contudo se faz necessario a utilizacao de um circuito
de sincronismo para deteccao da frequencia e da fase dos sinais de tensao da rede. A
partir destes dados sao produzidos sinais senoidais com as frequencias das componentes
harmonicas da rede para determinar os parametros resposta (amplitude e angulo de fase)
das componentes harmonicas desejadas.
A partir dos sinais gerados pelo conjunto circuito de sincronismo - gerador de senos
pode-se definir uma base generica Γαβ expressa na equacao (20). Esta base e composta por
um par de sinais senoidais com frequencia angular ωγ e angulo de fase φγ. Com esta base e
possıvel calcular as potencias real (pγ) e imaginaria (qγ) da rede a partir de um referencial
dado por sua frequencia e seus angulos de fase. Assim, e possıvel calcular as potencias real
e imaginaria de um conjunto de tensoes ou correntes no sistema de coordenadas (α)(β),
referenciado a base Γαβ a partir da equacao (21). De forma similar ao caso apresentado
na secao anterior, a transformacao inversa pode ser dada pela equacao (22).
Γα = sin(ωγt− φγ)
Γβ = cos(ωγt− φγ)(20)
37
pγqγ
=
Γα Γβ
−Γβ Γα
sαsβ
(21)
sαsβ
=1
Γ2α + Γ2
β
Γα −Γβ
Γβ Γα
pγqγ
(22)
Considerando um caso exemplo, onde sαβ e composto pela superposicao de diferen-
tes componentes harmonicas, como apresentando em (23), onde cada uma das componen-
tes possui amplitude Sh e angulo de fase φh. Com o intuito de detectar uma determinada
componente harmonica de frequencia kω, foi definida uma base Γαβ na equacao (24). Em
termos praticos esta base e obtida a partir dos sinais dados pelos circuito de sincronismo
em conjunto com um gerador de senos.
sα =
N∑h=1
Sh sin(hωt+ φh)
sβ =N∑h=1
Sh cos(hωt+ φh)
(23)
Γα = sin(kωt)
Γβ = cos(kωt)(24)
De acordo com a equacao matricial expressa em (21) as potencias real e imaginaria
relativas a base dada por (24) podem ser expressas pela equacao (25). Como pode ser
observado, as componentes medias pk e qk resultam do produto entre tensoes e correntes
que apresentam mesma frequencia e componente simetrica (positiva, negativa ou zero). O
produto entre as demais componentes contidas em Sαβ resultam nas parcelas oscilatorias
pk e qk das potencias real e imaginaria.
pk =
pk︷ ︸︸ ︷Sk cos(φk) +
pk︷ ︸︸ ︷N∑h=1h6=k
Sh cos[(h− k)ωt+ φh]
qk = −Sk sin(φk)︸ ︷︷ ︸qk
−N∑h=1h6=k
Sh sin[(h− k)ωt+ φh]
︸ ︷︷ ︸qk
(25)
38
Para exemplificar o funcionamento da filtragem seletiva, o cenario teste apresen-
tado na Figura (4) foi novamente utilizado como exemplo. As tensoes e correntes, mos-
tradas nas equacoes (13) e (14), foram mantidas. Contudo o compensador opera com o
objetivo de compensar apenas a componente de 300 Hz (5 harmonico). Entao, foi defi-
nida uma base qualquer com senos e cossenos com frequencia de 300Hz, que sao dados
por:
Γ5α = sin(5ωt)
Γ5β = cos(5ωt)(26)
A deteccao da componente de 5 harmonico das correntes demandadas pela carga
foi realizada atraves da equacao (27). Novamente e ressaltado que a deteccao seletiva das
potencias e feita atraves da relacao entre as correntes de carga e os sinais utilizados como
bases sem haver o produto entre tensoes e correntes. Os graficos apresentados na Figura 9
mostram os sinais de potencias real e imaginaria referentes ao quinto harmonico. De forma
similar ao caso anterior (filtragem nao seletiva), estes sinais apresentam componentes
medias (p5 e q5) resultantes do produto entre os sinais da base e componentes de mesma
frequencia e sequencia de fase da corrente e componentes oscilatorias (p5 e q5).
p5
q5
=
Γ5α Γ5β
−Γ5β Γ5α
iLαiLβ
(27)
Uma vez determinadas as parcelas medias das potencias real e imaginaria, as cor-
Figura 9: Potencias Real e Imaginaria Referentes ao 5 Harmonico na Fonte Quando aCompensacao nao Foi Realizada
(a) Potencia Real (b) Potencia Imaginaria
39
Figura 10: Correntes Apos a Compensacao
(a) Correntes Produzidas pelo Filtro
(b) Correntes consumidas pela carga (c) Correntes Compensadas sem a Componentede 5 harmonico
rentes de compensadas sao determinadas da seguinte forma:
icαicβ
=1
Γ25α + Γ2
5β
Γ5α −Γ5β
Γ5β Γ5α
p5
q5
=
Γ5α −Γ5β
Γ5β Γ5α
p5
q5
(28)
A Figura 11(a) apresenta as correntes produzidas pelo filtro, ou seja, as correntes
de 5 harmonico demandadas pela carga, e nela e possıvel notar a presenca exclusiva de
componentes de 5 harmonico.
As correntes consumidas pela carga e as compensadas estao ilustradas na Figu-
ras 11(b) e 11(c). Atraves dos espectros harmonicos das correntes da carga e da fonte,
mostrados nos graficos 12(a) e 12(c) e possıvel observar a eliminacao da componente de
5 harmonico. De fato, a corrente de 5o harmonico fica confinada entre o conversor e a
carga, nao propagando para a rede eletrica.
Um ponto a ser destacado e o fato de a componente de 5o harmonico da corrente
consumida pela carga esta equilibrada, contendo apenas a componente de sequencia ne-
gativa. Com isso foi escolhido um conjunto de sinais com sequencia negativa para compor
a base Γαβ utilizada para o calculo das potencias. No exemplo dado, uma base Γαβ com-
posta por um conjunto de sinais de sequencia positiva como a mostrada na equacao (29)
40
Figura 11: Espectro harmonico das correntes na carga (a), produzidas pelo condicionador(b) e compensadas (c).
(a) Correntes na Carga
(b) Correntes no Filtro
(c) Correntes Compensadas (sem a Componente de 5o Harmonico)
41
Figura 12: Potencias Real e Imaginaria de 5 Harmonico Calculadas com uma base For-mada por Sinais de Sequencia Positiva
(a) Potencia Real (b) Potencia Imaginaria
produziria potencias real e imaginaria com componentes medias nulas. Isso pode ser
exemplificado com os graficos das potencias dispostos na Figura 12. Como consequencia
deste fato, a compensacao seletiva de uma componente desequilibrada deve ser dividida
em duas partes. Em cada uma das partes, uma base formada por sinais com uma deter-
minada sequencia (positiva ou negativa) deve ser utilizada para compensar a respectiva
componente de sequencia da corrente harmonica consumida pela carga.
Γ5α = sin(5ωt)
Γ5β = −cos(5ωt)(29)
2.4 Conclusoes Parciais
Neste capıtulo foram abordados questoes relacionadas com a deteccao de compo-
nentes harmonicas, compensacao seletiva e suas implicacoes.
Inicialmente foram descritas as base matematicas da Teoria pq, partindo da trans-
formacoes direta e inversa entre os eixos abc e αβ ate aos calculos das potencias real e
imaginaria instantaneas. A identificacao de correntes harmonicas para a compensacao se-
letiva foi abordada com a apresentacao da metodologia utilizada. Novamente e reforcado a
necessidade de utilizar circuitos de sincronismo com um gerador de senos para a producao
de sinais auxiliares para identificacao da corrente harmonica a ser compensada.
Dois exemplos matematicos foram apresentados. No primeiro, foram utilizados
tensoes e correntes da rede para a compensacao das correntes harmonicas e desequilibra-
das consumidas pela carga, alem da correcao do fator de potencia. No segundo exemplo,
foi utilizado uma base de sequencia negativa para deteccao do 5 harmonico presente nos
42
sinais de corrente. Com esta base foi possıvel identificar a corrente de 5o harmonico de
sequencia negativa. Uma vez identificada, essa corrente foi compensada pelo condiciona-
dor, o que foi observado nos resultados de simulacao.
No proximo capıtulo sao explorados os algoritmos de controle para o Filtro Ativo
Paralelo (FAP), com base na metodologia para identificacao das correntes harmonicas
apresentada neste capıtulo.
43
3 ALGORITMOS DE CONTROLE PARA FILTRAGEM SELETIVA E
REGULACAO DINAMICA DA TENSAO CA
Este capıtulo tem como objetivo apresentar os algoritmos de controle dos filtros
ativos de potencia (FAP) com filtragem seletiva. Os algoritmos de controle foram desenvol-
vidos a partir da teoria da potencia instantanea apresentada no capıtulo 2. Inicialmente e
feita uma abordagem geral a respeito da topologia do FAP e sobre a tecnica de modulacao
PWM (Pulse Width Modulation) utilizada para o acionamento do conversor CC/CA. Em
seguida sao abordados os algoritmos de controle propriamente ditos, iniciando pelo algo-
ritmo do circuito de sincronismo (PLL) para entao apresentar os algoritmos de controle
de regulacao da tensao do barramento CC, regulacao da tensao CA no ponto onde o FAP
esta conectado e determinacao das correntes harmonicas a serem compensadas. A analise
destes algoritmos e feita a partir dos resultados de simulacao do filtro ativo.
3.1 Estrutura Do Filtro Ativo de Potencia Paralelo
Em uma condicao ideal o filtro ativo paralelo (FAP) pode ser entendido como
um condicionador de energia que atua como uma fonte de corrente controlada, com o
objetivo de compensar as componentes harmonicas e desequilibradas consumidas pelas
cargas, alem de corrigir o fator de potencia. De uma forma geral, o FAP faz com que
as correntes compensadas fluam apenas na(s) malha(s) formada(s) pelo FAP e pela(s)
carga(s) impedindo que as correntes harmonicas e desequilibradas propaguem para a rede
eletrica.
O filtro ativo e composto por circuitos de potencia e de controle como mostrado na
Figura 13. Em uma implantacao real o circuito de potencia do FAP consiste no conver-
sor CC/CA, filtro passivo para atenuar componentes de alta frequencia produzidas pelo
conversor, alem de circuitos para medicao e condicionamento de sinais e um microcontro-
lador. Contudo, como este trabalho apresenta somente resultados obtidos em simulacao,
o circuito de potencia e resumido pelo conversor CC/CA com os filtros passivos. Na
sequencia e apresentada a metodologia utilizada para dimensionar os elementos utilizados
nos filtros passivos.
44
Figura 13: Diagrama de Blocos do FAP
3.1.1 Configuracao do Filtro Passivo para Altas Frequencias
Essencialmente, o filtro passivo tem o objetivo de fazer um caminho de baixa
impedancia para as componentes harmonicas de alta frequencia (produzidas no chave-
amento) do conversor CC/CA (ihc na Figura 15(b)) minimizando a propagacao dessas
correntes para a rede eletrica. Alem dessas caracterısticas, devido a possibilidade de
ocorrencia de ressonancias paralelas (AHMED; FINNEY; WILLIAMS, 2007), e desejado
que o filtro apresente resposta em frequencia sem pontos de ressonancia com frequencias
harmonicas da rede.
O filtro passivo implantado em simulacao consiste nos indutores de acoplamento,
Lck (k = a, b, c, n), do inversor e no conjunto de filtros do tipo passa altas de segunda
ordem conectados entre os terminais das fases do inversor e o neutro da rede, como
mostrado tanto na Figura 13 quanto na Figura 15(a). Assumindo que as componentes
de alta frequencia sao produzidas somente pelo conversor CC/CA, para analise dessas
componentes, a fonte da rede e substituıda por um curto circuito e a carga por um
circuito aberto.
Nesse sentido, a funcao de transferencia observada a partir do circuito ilustrado na
45
Figura 14: Diagramas unifilares do FAP e de Representacao em alta frequencia da RedeCom o FAP
(a) FAP (b) Rede como FAP
Tabela 2: Componentes do Filtro de Altas Frequencias
Componente Sımbolo Valor
Indutor de Acoplamento Lc 1mHCapacitor do Ramo Passa Altas Cf 47mFIndutor do Ramo Passa Altas Lf 0, 5mHResistor do Ramo Passa Altas Rf 2Ω
Figura 15(a) e dada por:
vok(s)
vik(s)
=RfLfCfs
2 + Lfs+Rf
LcCfLfs3 +RfCf (Lc + Lf )s2 + Lfs+Rf
(30)
Os valores utilizados para cada um dos componentes do filtro sao mostrados na
Tabela 2. Com estes valores, a resposta em frequencia do filtro, ilustrada na Figura 15(a),
indicou um ganho de aproximadamente 0dB em 60Hz. Alem disso, o filtro apresentou
um ganho de −30dB na frequencia de chaveamento (10kHz). Alem disso, o filtro apre-
senta um ponto de ressonancia em 641Hz, onde o ganho ultrapassa 12dB. E importante
mencionar que esta e uma analise preliminar que serve apenas como guia para escolha
dos valores dos componentes do filtro. As analises a seguir tem maior relevancia quando
a interacao do filtro com a rede e analisada.
Considerando a analise em frequencia da rede com o FAP, e obtido o diagrama
da resposta em frequencia observada na Figura 15(b). Desta forma, e obtida a funcao
de transferencia apresentada em (31). A rede utilizada nas simulacoes possui indutancia
de 105µH, como mostrado na secao referente as simulacoes do FAP. Assim, a Figura 16
ilustra a resposta em frequencia do circuito da Figura 15(b). Essa resposta em frequencia
indica a influencia do FAP nas tensoes da rede. Como pode ser visto, tal influencia e
ınfima, nao havendo pontos de ressonancia, um vez o maior ganho do circuito e inferior a
46
Figura 15: Resposta em Frequencia do Filtro Passivo de Altas Frequencias
Figura 16: Resposta em Frequencia Da Rede Eletrica com o Filtro Ativo
−10dB.
vovi
=RfLfLsCs
3 + LsLfs2 +RLss
LcLfLcs4 +RfCf [Lc(Lf + Ls) + LfLs]s3 + Lf (Lc + Ls)s2 +R(Lc + Ls)s(31)
Analisando a corrente de alta frequencia propagada para a rede (ihs) em relacao a
corrente produzida pelo conversor (ich) pode-se definir a seguinte equacao:
ish(s)
ich(s)=
RfLfCfs2 + Lfs+Rf
LfCfLss3 +RfCf (Lf + Ls)s2 + Lfs+Rf
(32)
47
Figura 17: Resposta em Frequencia de Corrente (ish/ich) do Filtro Ativo
A resposta em frequencia de ish/ich e ilustrada no grafico da Figura 17. Como
observado, exite um ponto de ressonancia na frequencia de 1, 44kHz. Contudo, esta ca-
racterıstica da resposta em frequencia nao causa grandes transtornos visto que o conversor
e acionado na frequencia de 10kHz, onde observa-se atenuacao de 10dB.
Uma vez definido o filtro e os valores de seus parametros, a proxima subsecao trata
da estrutura do inversor utilizado e do controle PWM de corrente.
3.1.2 Conversor CC/CA e Controle PWM
O inversor utilizado e do tipo fonte de tensao e possui quatro ramos. Em cada um
deles ha um par de IGBTs, como mostrado na Figura 18. Cada um dos tres primeiros
ramos e conectado a uma das fases da rede e o quarto e conectado ao neutro. No barra-
mento CC e utilizado um capacitor como elemento armazenador de energia. A regulacao
da tensao desse capacitor e realizada pelo inversor sem a utilizacao de qualquer circuito
de potencia extra. Um ponto importante a ser mencionado e que a capacidade de con-
trole do conversor depende diretamente da tensao no barramento CC, uma vez que para o
conversor seja controlavel a todo e qualquer instante, a sua amplitude deve ser maior que
a amplitude da tensao CA da rede eletrica. No trabalho, o capacitor foi carregado e teve
sua tensao regulada atraves de um algoritmo de controle da potencia ativa do conversor,
explicado mais adiante.
48
Figura 18: Inversor Fonte de Tensao
A compensacao de correntes harmonicas e desequilibradas faz com que a tensao
CC apresente oscilacoes que derivam da potencia real oscilante no barramento do lado
CC, conforme indicado na equacao (33) (Demonstrada no Apendice A). Na equacao, p
e a componente oscilante da potencia real e ∆vcc e a variacao na na tensao CC causada
pela producao de p.
∆vcc =1
Cvcc
∫ T/2
0
p(t)dt (33)
A tensao do inversor e modulada por largura de pulsos (PWM - Pulse Width Mo-
dulation) para produzir tensoes e correntes controladas de acordo com os sinais (correntes)
de referencia determinados pelos algoritmos de controle. Considerando que o conversor
e do tipo fonte de tensao com objetivo de produzir uma corrente controlada, entao o
conversor pode ser entendido como uma fonte de tensao controlada por corrente. Nesse
cenario, conforme ilustrado na Figura 19, o conversor e forcado a produzir uma tensao
de modo que a corrente resultante (ick) corresponda a corrente de referencia (i∗ck). Esta
tecnica de chaveamento ilustrada na Figura 19 foi definida por Kazmierkowski e Malesani
(1998) como PWM linear.
Nessa tecnica a corrente ick no ramo k do inversor e comparada com o sinal de
referencia i∗ck para gerar o erro eick, como mostrado na Figura 19. A partir deste sinal
de erro, o controlador PI atua para gerar a tensao a ser produzida pelo conversor. O
processo de modulacao e realizado por meio da comparacao entre a tensao v∗ck com o sinal
da portadora da modulacao.
Considerando o sentido da corrente ick indicada na Figura 18, um pulso alto e
49
Figura 19: Controlador PWM e Circuito de Acionamento do FAP
gerado quando v∗ck > vtri. Este pulso e responsavel pelo acionamento do IGBT inferior
(Q−k com k = a, b, c, n) do ramo. Uma vez que o conversor e do tipo fonte de tensao, os
IGBTs de um ramo nao sao acionados simultaneamente para evitar curto circuito de uma
fonte de tensao. Para o trabalho, o sinal utilizado como portadora para a modulacao,
Stri, e uma portadora triangular, com valor medio nulo e frequencia de 10kHz.
O controlador PI utilizado foi ajustado a partir de simulacoes preliminares, com
base em um arranjo de diferentes valores de ganho proporcional (KPWM) e contante de
tempo da acao integradora (TPWM). Nessas simulacoes, o inversor, juntamente com o
filtro passivo de altas frequencias, supriu uma carga resistiva de 5Ω, onde as correntes de
referencia, i∗ca, i∗cb, i
∗cc e i∗cn, sao dadas por:
i∗ca = 20 sin(ωt) + 10 sin(5ωt) + 7, 5 sin(7ωt) + 5 sin(11ωt)
i∗cb = 20 sin(ωt− 2π/3) + 10 sin(5ωt− 2π/3) + 7, 5 sin(7ωt− 2π/3) + 5 sin(11ωt− 2π/3)
i∗cc = 20 sin(ωt+ 2π/3) + 10 sin(5ωt+ 2π/3) + 7, 5 sin(7ωt+ 2π/3) + 5 sin(11ωt+ 2π/3)
i∗cn = 0
(34)
Com base nessas simulacoes preliminares foram escolhidos os ganhos do contro-
lador PI, conforme indicado na Tabela 3. Com estes ganhos, as correntes produzidas
pelo conversor estao em conformidade com as correntes de referencia, como ilustrado na
Figura 20 para o caso da fase A.
A Figura 21 mostra a tensao v∗ck. Em detalhe e ilustrada a comparacao entre v∗ck
50
Tabela 3: Parametros do Controlador PI da Malha de Controle de Corrente
Parametro Sımbolo Valor
Ganho Proporcional kpwm 45V/AConstante de Tempo Tpwm 3ms
com a portadora triangular, stri, onde pode ser observado que nao ha mais de um cruza-
mento a cada variacao de stri. essa analise e necessaria para assegurar que a frequencia
de chaveamento do conversor corresponde a frequencia de stri. A seguir sao abordados os
algoritmos de controle utilizados para o controle de compensacao seletiva.
Figura 20: Corrente Produzida pelo Conversor x Corrente de Referencia
Figura 21: Sinal Modulante da Fase A, v∗ca
51
3.2 Algoritmos de Controle para Compensacao Seletiva Em Filtros Ativos de
Potencia
Essencialmente a determinacao das correntes de referencia e feita por meio dos al-
goritmos que correspondem aos circuito de sincronismo, controladores de regulacao tanto
da tensao do lado CC quanto da tensao CA no ponto onde o filtro ativo esta conectado
com a rede eletrica, alem dos algoritmos que identificam as correntes harmonicas e dese-
quilibradas. As entradas para a determinacao das correntes de referencia correspondem
aos sinas da tensao do barramento CC (vcc) e das tensoes de cada uma das fases (va, vb
e vc). Em contrapartida, sao gerados os sinais de referencia, i∗ca, i∗cb, i
∗cc e i∗cn, enviados ao
controlador PWM. O FAP, com os algoritmos implantados, tem os seguintes objetivos:
• Regular as tensoes CA no ponto da rede eletrica onde o FAP esta conectado;
• Compensar correntes harmonicas e desequilibradas (Sequencias Negativa e Zero) que
foram selecionadas. Como exemplo, foram escolhidas as componentes harmonicas
de 5a, 7a e 11a ordens, alem das componentes desequilibradas na frequencia funda-
mental;
E importante comentar que o foco do trabalho e a implantacao de algoritmos
de controle que utilizem apenas medicoes de tensoes da rede. Ou seja, diferentemente
dos exemplos apresentados no capıtulo 2 nenhuma medicao de corrente e realizada para
determinar as correntes de referencia.
Desta forma, juntamente com o controlador da tensao do barramento CC, pode-
se estabelecer a representacao esquematica dos algoritmos de controle apresentada na
Figura 22. Os blocos situados na parte esquerda da Figura 22 sao responsaveis por
cada uma das funcionalidades do FAP e explicados nas seguintes subsecoes. Cada um
destes blocos gera sinais com componentes similares as das potencias real e imaginaria.
Esses sinais, em conjunto com os produzidos pelo PLL, sao utilizados para gerar os sinais
parciais de referencia (i∗5αβ, i∗7αβ, i∗11αβ, i∗1αβp, i∗1αβn e i∗10). Para isso sao utilizados blocos
(pq − αβ) que calculam as correntes do domınio αβ a partir da equacao (35) e blocos
(pq−0) que calculam a corrente de sequencia zero a partir da equacao (36). Os sinais que
compoem cada uma das das bases, Γαβ, utilizadas na compensacao foram escolhidos de
acordo com a frequencia a e sequencia de fase da componente analisada. Por fim, os sinais
52
Figura 22: Diagrama esquematico dos Algoritmos de Controle do Filtro Ativo
αβ formam somados e convertidos para o domınio abc onde a componente de sequencia
zero foi adicionada para formar os sinais de referencia. Os sinais Γkαβ sao gerados a partir
do sinal ωt produzido pelo circuito de sincronismo conforme apresentado na Figura 22.
ikαikβ
=
Γkα Γkβ
Γkβ −Γkα
p∗kq∗k
(35)
i0 = Γαp∗0 + Γβq
∗0 (36)
3.2.1 Circuito de Sincronismo
O circuito de sincronismo (PLL) utilizado nesse trabalho tem o objetivo de detectar
a frequencia angular (ω) e fase (ωt) da componentes fundamental de sequencia positiva das
tensoes de entrada. O circuito implantado corresponde ao PLL proposto por Rolim, Costa
53
e Aredes (2006), baseado na teoria da potencia instantanea apresentada no capıtulo 2.
O PLL apresentado na Figura 23 recebe como entradas os sinais de tensao trans-
formados para o domınio αβ e ajusta os sinais de saıda pllα e pllβ de tal forma a estarem
sincronizados com os sinais de entrada. O ajuste e realizado atraves da minimizacao do
sinal qerro, que e dado por:
qerro = vβpllα − vαpllβ (37)
O valor medio do sinal qerro e igual a zero quando os sinais estao sincronizados.
Neste caso, os sinais produzidos pelo PLL (pllα e pllβ) representam os sinais analisados
enquanto as tensoes da rede (vα e vβ) representam a base da transformacao pq. Um con-
junto formado por um controlador proporcional-integral (PI) em serie com um integrador
e responsavel pela geracao da fase dos sinais pllα e pllβ, enquanto que a saıda do contro-
lador PI corresponde a frequencia das tensoes da rede. Quando em regime permanente, o
o valor medio de qerro tende a zero, o sinal ω tende ao valor da frequencia fundamental e
o sinal ωt tende a fase da componente fundamental de sequencia positiva das tensoes da
rede.
Os parametros de configuracao utilizados no PLL sao apresentados na Tabela 4.
Os limites relacionados ao integrador indicam os valores utilizados como ”gatilho”para a
reinicializacao (reset) do mesmo. Ou seja, cada vez que a saıda do integrador atinge 2π,
Figura 23: Diagrama Esquematico do PLL
54
Figura 24: Comparacao entre os Sinais do PLL e da Rede
ou −2π, esse sinal e reiniciado.
Os resultados de simulacao do PLL obtidos com base nas tensoes da rede em αβ
(vα e vβ) podem ser observados na Figura 24 e na Figura 25. Na Figura 24, os sinais
pllα e pllβ sao comparados com suas respectivas componentes da tensao, indicando que a
sincronia dos pares se deu em aproximadamente um ciclo e meio de onda. Na Figura 25 sao
ilustrados os graficos dos sinais qerro, ω e ωt. Atraves desses sinais e possıvel constatar que
o PLL apresenta tempo de assentamento da ordem de 35ms. A seguir sao apresentados
os algoritmos de controle da tensao do barramento CC.
3.2.2 Controle da Tensao do Barramento CC
Como citado na secao 3.1.2, a topologia de inversor utilizada no trabalho necessita
de uma fonte de tensao CC com valor superior em relacao a amplitude das tensoes da rede
para assegurar que o conversor e controlavel a todo e qualquer instante. O capacitor, que
Tabela 4: Parametros de Configuracao do PLL
Modulo Porpriedade Sımbolo Valor
Controlador PIGanho Proporcional KPLL 0,7Constante de Tempo TPLL 10 ms
IntegradorConstante de Integracao TINT 1s
Limite Superior - 2πLimite Inferior - −2π
55
Figura 25: Frequencia Instantanea e Fase do PLL
Figura 26: Controlador da Tensao do Barramento CC do FAP
corresponde ao elemento armazenador de energia do lado CC, e carregado a partir da rede
pelos diodos em antiparalelo com os IGBTs. A tensao do lado CC e regulada com base o
algoritmo ilustrado na Figura 26. Na pratica, esse controlador atua sobre o valor medio
da potencia real consumida pelo FAP, representada na Figura 26 por pc. Ou seja, quando
a tensao do lado CC e menor que a tensao desejada, o FAP forca um fluxo de energia da
rede para o lado CC, aumentando vcc. Por outro lado, quando a tensao vcc e maior que
a desejada, o FAP um fluxo de energia do lado CC para o lado CA, diminuindo vcc. E
importante comentar que o sinal de controle p∗1 corresponde a potencia real media (pc),
indicada na Figura 26. A seguir, e apresentado o algoritmo de controle de de regulacao
da tensao CA.
56
3.2.3 Algoritmos de Controle para Regulacao Dinamica da Tensao CA
Essencialmente, a regulacao dinamica da tensao CA e feita atraves do controle
sobre a potencia imaginaria media. Como exemplo, e utilizada uma rede trifasica alimen-
tando um conjunto de cargas, como a mostrada na Figura 28(a). Admiti-se que Vs e o
fasor que representa a tensao de circuito aberto da rede. Alem disso, e assumido que a
corrente consumida pela carga, iL, e composta por uma componente em fase com a tensao
da rede (Ir) e outra em quadratura (Ii), como representada na seguinte equacao fasorial:
IL = Ir − jIi (38)
Desta forma, pode-se escrever a seguinte equacao de malha para o circuito:
V = Vs −defasagem︷ ︸︸ ︷jωLsIr −
afundamento︷ ︸︸ ︷ωLsIi (39)
Neste caso, V e a tensao que alimenta as cargas e Ls e a impedancia da rede.
Pode-se observar que a componente Ir da corrente gera uma componente de tensao em
quadratura com a tensao Vs. Como consequencia, essa componente e responsavel pelo
defasamento entre as tensoes V e Vs. Por outro lado, Ii gera uma componente de tensao
em fase com Vs que, no caso de uma carga indutiva, faz com que a tensao V tenha sua
amplitude reduzida em relacao a Vs.
Figura 27: Rede Eletrica Trifasica a Tres Fios Alimentando Uma Carga Reativa Linear
(a) Rede Sem FAP (b) Rede com FAP
A deteccao de afundamentos de tensao pode ser realizada atraves do monitora-
mento do valor agregado das tensoes da rede. Por definicao, o valor agregado das tensoes
representa o valor eficaz das tensoes de linha da rede (em uma rede equilibrada e sem
57
Figura 28: Algoritmo de Controle para Regulacao Dinamica da Tensao CA
distorcao harmonica de tensao) (AKAGI; WATANABE; AREDES, 2007) e e dado por:
vag =√v2a + v2
b + v2c (40)
Em (40), va, vb e vc sao os valores instantaneos das tensoes da rede eletrica no
ponto onde o filtro ativo paralelo esta conectado a rede eletrica. Considerando que essas
tensoes possuem amplitudes iguais a V , a equacao anterior resulta:
vag = V 2sen2(ωt) + V 2sen2(ωt− 2π/3) + V 2sen2(ωt+ 2π/3) =
√3
2V (41)
Assim, a malha de controle para regulacao da tensao CA pode ser realizada segundo
a Figura 28. Nessa malha, o quadrado do valor agregado foi utilizado como variavel de
controle. Um filtro do tipo passa baixas e utilizado para filtrar as componentes oscilantes
geradas pelas componentes harmonicas e desequilibradas presentes nos sinais de tensao.
O sinal de referencia, v2∗ag, utilizado e o quadrado do valor eficaz das tensoes de linha
(48400) visto que e desejado que a tensao da rede seja regulada com valor eficaz de 220V .
Um controlador PI calcula a potencia imaginaria q∗1 necessaria para a compensacao.
Um ponto importante a mencionar e que a utilizacao de v2ag no lugar de vag tem
como objetivo a reducao do custo computacional visto que evita a operacao de raiz qua-
drada.
A Figura 28(b) exemplifica o funcionamento da regulacao CA. O FAP produz a
potencia q1 consumida pelas cargas evitando que essa potencia se propague entre a fonte
e o FAP. Dessa forma, a regulacao CA implica no aumento do fator de potencia da rede,
uma vez que apenas a corrente em fase com a tensao flui atraves da fonte de alimentacao.
58
A potencia p∗1 calculada pelo regulador CC e utilizada juntamente com a potencia
q∗1 calculada pelo regulador CA para se obter a componente fundamental de sequencia
positiva da corrente de referencia. Por questoes praticas a base utilizada na determinacao
dessas correntes e composta pelos sinais pllα e pllβ do ue sao dados por:
Γ1pα = pllα = sin(ωt)
Γ1pβ = pllβ = −cos(ωt)(42)
Em seguida e apresentado o algoritmo de controle de compensacao harmonica para
componentes de sequencias positiva e negativa.
3.2.4 Deteccao e Controle para Compensacao de Componentes Harmonicas e Desequili-
bradas de Sequencia Positiva e Negativa
Nesta secao, sao abordados algoritmos de controle para determinacao das correntes
harmonicas a serem compensadas pelo filtro ativo. Basicamente, as correntes harmonicas
sao compensadas atraves do efeito que causam nas tensoes do barramento. Para entender
melhor este efeito, o exemplo ilustrado na Figura 29 e considerado a seguir.
A tensao vsk representa a tensao de circuito aberto da rede, ou seja, a tensao entre
a alimentacao e a impedancia da rede (Ls). No lado da carga, vk e a tensao de alimentacao
da carga nao linear que consome a corrente iLk. Neste circuito, a tensao vsk e a corrente
iLk sao dadas por:
vs = Vs sin(ωt) (43)
iL =N∑n=1
n impar
In sin(nωt+ φn) (44)
Sendo assim, a equacao de malha para o circuito e dada por:
v = Vs sin(ωt)− ωLsI1 cos(ωt+ φ1)−
Harmonicas da Tensao︷ ︸︸ ︷N∑n=3
n impar
nωLsIn cos(nωt+ φn) (45)
Com base em (45) pode ser observado que cada componente harmonica da corrente
gera uma componente harmonica de amplitude proporcional a In na tensao do barramento
59
Figura 29: Rede Eletrica Trifasica a Tres Fios Alimentando Uma Carga Nao Linear
Tabela 5: Conjunto de Bases Utilizados na Compensacao
Componente Sequencia de Fases Base
Fundamental NegativaΓ1nα = sin(ωt)Γ1nβ = cos(ωt)
5o Harmonico NegativaΓ5α = sin(5ωt)Γ5β = cos(5ωt)
7o Harmonico PositivaΓ7α = sin(7ωt)
Γ7β = − cos(7ωt)
11o Harmonico NegativaΓ11α = sin(11ωt)Γ11β = cos(11ωt)
CA. Desta forma, o sistema de controle de deteccao atua na compensacao das correntes
harmonicas a partir dessas componentes harmonicas presentes na tensao CA. De maneira
similar, esta abordagem e utilizada tambem para a compensacao de correntes desequili-
bradas.
Com base nos princıpios explicados, o diagrama de blocos ilustrado na Figura 30
representa o algoritmo utilizado para identificar uma determinada componente harmonica
da corrente. Basicamente o algoritmo pode ser dividido em duas partes. A primeira parte
e responsavel pela deteccao da componente harmonica desejada e a segunda responsavel
pela determinacao das correntes de referencia FAP. Na primeira parte as potencias real
(pn) e imaginaria (qn) fictıcias referentes a uma determinada componente harmonica sao
calculadas a partir das tensoes da rede. Em seguida as componentes medias, pn e qn,
sao extraıdas dos sinas de potencia por meio de filtros do tipo passa baixas. Na segunda
parte, controladores PI sao utilizados para determinar as potencias de compensacao, p∗n
e q∗n, que sao utilizadas no calculo das correntes de referencia. Os sinais de controle
representados nas bases, Γnαβ, utilizadas nos calculos da potencias, sao apresentadas
na Tabela 5. Em seguida e apresentada a metodologia utilizada para compensacao de
componentes de sequencia zero.
60
Figura 30: Sistema de Deteccao e Controle de Compensacao de Componentes Harmonicasde Sequencias Positiva e Negativa
3.2.5 Compensacao de Correntes Harmonicas de Sequencia Zero
Para um melhor entendimento da metodologia empregada na determinacao das cor-
rentes harmonicas de sequencia zero, e utilizado como exemplo o circuito da Figura 31.
O circuito e trifasico a quatro fios e alimenta um conjunto de cargas monofasicas. Para
simplificar essa analise e admitido que as correntes consumidas pelas cargas apresen-
tam somente componentes harmonicas de sequencia zero, ou seja, sem componentes de
sequencias positivas ou negativas. Desta forma, as tensoes e correntes no circuito sao
definidas por:
vsa = V sin(ωt)
vsb = V sin(ωt− 120)
vsc = V sin(ωt+ 120)
(46)
iLan = In sin(nωt+ φn)
iLbn = In sin(nωt+ φn)
iLcn = In sin(nωt+ φn)
, (47)
sendo o parametro n correspondente a ordem do harmonico. Com base nas equacoes
(46) e (47), as equacoes de malhas referentes a cada uma das fases do circuito podem ser
61
Figura 31: Circuito Trifasico a Quatro Fios com Tres Cargas Monofasicas
escritas da seguinte forma:
va = V sin(ωt)− nωLIn cos(nωt+ φn)
vb = V sin(ωt− 120)− nωLIn cos(nωt+ φn)
vc = V sin(ωt+ 120)− nωLIn cos(nωt+ φn)
(48)
Sendo o somatorio das tensoes fase-neutro em uma rede equilibrada igual a zero,
pode-se afirmar que a equacao (49), representa a(s) componente(s) harmonica(s) de
sequencia zero presentes nas tensoes, ou seja:
va + vb + vc =
Componente de Sequencia Zero das Tensoes︷ ︸︸ ︷−3nωLIn cos(nωt+ φn) (49)
Desta forma, o algoritmo de controle para compensacao de correntes de sequencia
zero pode ser definido segundo a Figura 32. De uma forma geral, o algoritmo e similar ao
algoritmos de deteccao de harmonicas de sequencias positiva e negativa. A unica mudanca
esta na forma como a deteccao harmonica foi realizada. Um ponto importante a ressaltar
e que a base utilizada na compensacao de correntes de sequencia zero e responsavel por
determinar a amplitude e o angulo de fase da corrente de sequencia zero. A seguir sao
apresentados os resultados obtidos nas simulacoes do FAP.
62
Figura 32: Sistema de Deteccao e Controle de Componentes de Sequencia Zero
3.3 Simulacoes do Filtro Ativo em uma rede Eletrica Trifasica a Quatro Fios
Nesta secao sao apresentados os resultados da simulacao do filtro ativo em uma
rede eletrica trifasica a quatro fios que alimenta um conjunto de cargas lineares e nao
lineares.
O ajuste dos controladores e filtros dos algoritmos de controle foi realizado de
forma empırica em um conjunto de etapas preliminares que envolveu a realizacao de
simulacoes do FAP. Inicialmente foram ajustados os parametros do algoritmo de controle
para regulacao da tensao no barramento CC, ilustrado na Figura 26, com os demais
algoritmos desabilitados. Na sequencia foram ajustados os parametros do algoritmo para
regulacao da tensao CA no ponto de conexao do filtro ativo e, por fim, os parametros
dos algoritmos utilizados para filtragem seletiva ilustrados na Figura 30. Essencialmente,
para todos esses algoritmos, os parametros ajustados correspondem aos utilizados nos
filtros do tipo passa-baixas e os ganhos dos controladores do tipo Proporcional-Integral
(PI), cujas funcoes de transferencias sao dadas por:
GFPB =1
s2 + 2ξω0 + ω20
(50)
GPI = kp(1 +1
Ti), (51)
onde xi e ω0 sao respectivamente o fator de amortecimento e a frequencia natural
63
Tabela 6: Dados do Sistema de Controle de Compensacao
Modulo Elemento Parametro Sımbolo Valor
Controle daTensao CC
PIGanho Proporcional kcc 0, 8Constante de Tempo Tcc 20ms
Controle daRegulacao CA
FiltroFreq. Natural - 30Hz
F. Amortecimento - 0,7
PIGanho Proporcional kq 0, 0025Constante de Tempo Tq 10ms
Controle deCompensacao:
Fundamental deSeq. Negativa
FiltroFreq. Natural - 10Hz
F. Amortecimento - 0,7
PIGanho Proporcional k1n 10Constante de Tempo T1n 100ms
Controle deCompensacao:
Fundamental deSeq. Zero
FiltroFreq. Natural - 10Hz
F. Amortecimento - 0,7
PIGanho Proporcional k10 42Constante de Tempo T10 100ms
Controle deCompensacao:
5o Harmonico deSeq. Negativa
FiltroFreq. Natural - 50Hz
F. Amortecimento - 0,7
PIGanho Proporcional k5n 1.2Constante de Tempo T5n 20ms
Controle deCompensacao:
7o Harmonico deSeq. Positiva
FiltroFreq. Natural - 50Hz
F. Amortecimento - 0,7
PIGanho Proporcional k7p 1Constante de Tempo T7p 30ms
Controle deCompensacao:
11o Harmonico deSeq. Negativa
FiltroFreq. Natural - 50Hz
F. Amortecimento - 0,7
PIGanho Proporcional k11n 0,3Constante de Tempo T11n 100ms
no filtro; e kp e Ti sao respectivamente o ganho proporcional e a constante de tempo do
controlador PI.
Os filtros do tipo passa-baixas correspondem a dois filtros de segunda ordem co-
nectados em cascata, onde os parametros foram escolhidos com base em simulacoes preli-
minares de modo que o ripple de saıda corresponda, no maximo, a 20% do ripple do sinal
de entrada. Uma vez determinados os parametros dos filtros do tipo passa-baixas, foram
ajustados os ganhos dos controladores PI. O ajuste foi feito por meio de sucessivas si-
mulacoes, com base no tempo de assentamento e o overshoot do sinal de realimentacao do
controlador PI. Os parametros de configuracao dos filtros passa baixas e dos controladores
de cada um dos modulos obtidos nesta etapa sao apresentados na Tabela 6.
Apos a realizacao dos ajustes, foi proposto um cenario para a analise do compor-
tamento do FAP com todos os algoritmos habilitados simultaneamente. Nesse cenario, a
64
rede trifasica a quatro fios ilustrada na Figura 33 possui tensao de linha de 220V e 60Hz
e alimenta o seguinte conjunto de cargas:
Carga 1: E composta por um retificador fonte de corrente trifasico a tiristor;
Carga 2: E composta por tres retificadores fonte de corrente monofasicos a tiristor;
Carga 3: E composta por um retificador fonte de corrente trifasico a tiristor em
paralelo Com uma Carga RL trifasica desequilibrada em estrela (Sem conexao
de Neutro).
Figura 33: Rede eletrica trifasica a quatro fios utilizada para analise do filtro ativo paralelocom os algoritmos de controle apresentados
A Tabela 7 apresenta os dados da rede, os valores dos componentes das cargas e
os parametros de configuracao do FAP.
A simulacao foi organizada de acordo com o esquema apresentado na Figura 34.
Inicialmente, apenas as cargas 1 e 2 estao conectadas a rede. Na sequencia, o FAP foi
conectado a rede com todos os algoritmos de controle desabilitados. Apenas no instante
3 da Figura 34 o algoritmo de controle da tensao CC foi habilitado. Em seguida, no
instante 4, todos os demais algoritmos foram habilitados e no instante 5 a carga 3 foi
conectada a rede. E importante mencionar que as analises de regime abordadas a seguir
foram realizadas com os dados dos intervalos 4b-5 e 5b-6 da Figura 34.
O FAP foi conectado a rede com todos os IGBTs do conversor em estado de corte.
Desta forma, o capacitor foi carregado atraves dos diodos em antiparalelo aos IGBTs ate
o valor de aproximadamente 300V . Em seguida o algoritmo de controle CC foi habilitado
65
Tabela 7: Dados da Rede Eletrica Utilizada Como Cenario para a Simulacao do FAP
- Parametro Valor
RedeTensao (RMS) 220V
Frequencia (sec.) 60Hz
Transformador daRede
Resistencia Parasita (sec.) 3, 3mΩIndutancia Parasita (sec.) 105µH
Indutancia de Magnetizacao (sec.) 700µH
FiltroAtivo
Tensao CC 600Vcapacitancia do Barramento CC 4700µF
Frequencia de Chaveamento 10kHz
Carga 1
Indutancia de Alisamento 1mHIndutancia do Lado CC 2mHResistencia do Lado CC 5Ω
Angulo de Disparo 45o
Carga 2
Indutancia de Alisamento 0, 5mH, 0, 5mH e 0, 5mHIndutancia do Lado CC 5mH, 5mH e 5mHResistencia do Lado CC 5Ω, 10Ω e 20Ω
Angulo de Disparo 10o, 20o e 30o
Carga 3
Indutancia de Alisamento 0, 25mHIndutancia do Lado CC 15mHResistencia do Lado CC 20Ω
Angulo de Disparo 45o
Indutancia do Ramo RL 5mH, 5mH e 5mHResistencia do Ramo RL 20Ω, 10Ω e 30Ω
e, como observado na Figura 35, o seu tempo de assentamento foi de aproximadamente
150ms com sobretensao transitoria inferior a 7%.
A Figura 36 mostra os comportamentos da tensao CC e da sua variavel de controle,
p∗1, durante a simulacao. Como observado, ambos os sinais apresentaram oscilacoes. As
oscilacoes na tensao, previstas anteriormente, sao causadas pela componente oscilante da
potencia real. A relacao entre o valor eficaz das componentes oscilante e media de p∗1
ultrapassou em 14% contudo nao comprometeu o desempenho do controlador em manter
a tensao do barramento CC regulada.
Antes de analisar a atuacao dos modulos de controle de compensacao e importante
analisar o comportamento das tensoes da rede apos a conexao do FAP. Comparando as
tensoes com o filtro ativo desligado e ligado, mostradas nas Figuras 38(a) e 38(b), pode ser
observado que houve a propagacao de componentes harmonicas de alta frequencia para
a rede. Estas componentes de alta frequencia que propagaram para a rede eletrica apre-
sentam amplitude com valor maximo de 2,5 volts na frequencia de chaveamento (10kHz),
como mostrado na Figura 39(b). As componentes de alta frequencia do conversor, mos-
66
Figura 34: Sequencia de Acoes Realizadas na Simulacao
Figura 35: Tensao No Lado CC Durante a Inicializacao do FAP
Figura 36: Tensao no Barramento CC (vcc) e Potencia Real fictıcia consumida pelo filtroativo para manter regulada a tensao do barramento CC (p∗1)
(a) Tensao no Barramento CC
(b) Sinal de Controle da da potencia real fictıcia necessaria para manter a tensao dolado CC regulada, (q∗1)
67
tradas na Figura 39(a), alcancaram os 80V em 10kHz, o que significa que o filtro passivo
apresentou atenuacao de aproximadamente 26dB.
Figura 37: Tensoes da rede, em regime permanente, com o filtro ativo desligado (a) eligado (b).
(a) FAP Desligado (b) FAP Ligado
Figura 38: Espectro harmonico das componentes de alta frequencia contidas nas tensoesProduzidas pelo Conversor, com o filtro ativo ligado e operando em regime permanente(a) e Espectro Harmonico das Componentes de Alta Frequencia Contidas nas Tensoes daRede, com o Filtro Ativo Ligado e Operando em Regime Permanente.
(a) Componentes da Tensao Produzida peloConversor (escala: 0 - 80V)
(b) Componentes da tensao da Rede (escala: 0 -3V)
Na sequencia sao apresentados os resultados referentes a atuacao do filtro ativo na
regulacao da tensao CA no ponto onde o filtro ativo esta conectado na rede eletrica. Esses
resultados sao apresentados na Figura 39. Pode ser observado que, no instante em que
o algoritmo para regular a tensao CA e habilitado, o valor agregado das tensoes da rede
aumentou de 216V para 220V em um perıodo de aproximadamente 600ms. No instante
em que a 3a carga e conectada, o valor agregado apresentou uma reducao momentanea
de 220V para 219V, restabelecendo o valor de referencia 400ms apos a ocorrencia do
transitorio. A potencia imaginaria fictıcia q∗1, ilustrada na Figura 39, nao apresentou
componentes oscilantes significativas como as observadas no sinal p∗1.
68
Figura 39: Valor Agregado das Tensoes da Rede e Sinal de Controle q∗1 Produzida peloFAP
(a) Valor Agregado das Tensoes (√
v2ag)
(b) Sinal de Controle da Tensao CA (q∗1)
Figura 40: Tensoes e Correntes durante o perıodo transitorio em que os algoritmos parafiltragem seletiva sao habilitados no FAP.
69
O controle do sinal q∗1 resultou no aumento do fator de potencia com as correntes
tendendo a ficar em fase com as tensoes, conforme observado na Figura 39. De fato,
a medida que a variavel de controle foi assentando, o deslocamento entre as tensoes e
correntes diminuiu, como mostrado na Figura 40. Como consequencia o fator de potencia
da fundamental foi elevado de 0.75 para aproximadamente 1.
Os graficos da Figura 41 ilustram os sinais utilizados no controle de compensacao da
componente fundamental de sequencia negativa das correntes consumidas pelas cargas.
O controlador apresentou resposta subamortecida com longo perıodo de assentamento,
superior a 1, 5s, no transitorio iniciado no instante 5. Por outro lado, o tempo de as-
sentamento do transitorio iniciado no instante 6 foi da ordem de 500ms. De uma forma
geral, a resposta dinamica observada e influenciada significativamente pela frequencia
de corte dos filtros do tipo passa baixas utilizados no algoritmo de controle (nesse caso
10Hz). E importante mencionar que a utilizacao de filtros com tais frequencias esta rela-
cionado ao fato de as componentes oscilantes dos sinais de potencia instantanea possuırem
frequencias relativamente baixas (120Hz) e amplitudes consideravelmente maiores que as
componentes medias, p1n e q1n.
Figura 41: Sinais da Compensacao da Sequencia Negativa da Fundamental
(a) Potencias Real e imaginaria Fictıcias da Fundamental de Seq. Negativa
(b) Sinal de Controle da Compensacao da Fundamental de Seq. Negativa
Como forma de medir a variacao do desequilıbrio de sequencia negativa, entre o
70
inıcio e o fim da simulacao, foi utilizado o ındice de desequilıbrio de sequencia negativa
(DN) dado em (52) e baseado no ındice apresentado em (JOUANNE; BANERJEE, 2001).
Basicamente, foram extraıdas as amplitudes das componentes de frequencia fundamental
de sequencia positiva (I1) e negativa (I2) das correntes compensadas em tres intervalos
distintos. O primeiro intervalo, no qual nao havia compensacao, o ındice indicou 12%
de desequilıbrio. Nos intervalos 4b-5 e 5b-6 esse ındice foi reduzidos a valores de 4% e
2, 7%,respectivamente, como mostrado na Tabela 8.
DN =I2
I1
× 100% (52)
Tabela 8: Indices de Desequilıbrio Na Simulacao do FAP em Rede Trifasica a Quatro Fios
-Antes da
Conexao do FAPIntervalo
4b - 5Intervalo
5b - 6
Indice de Desequilıbriode Seq. Negativa
12,0% 4,0% 2,7%
Indice de Desequilıbriode Seq. Zero
13,3% 0,5% 0,0%
De maneira similar ao caso da compensacao das correntes de sequencia negativa, o
algoritmo de compensacao de correntes de sequencia zero apresentou resposta subamorte-
cida. Alem disso, a resposta do controle foi lenta e a sua convergencia se deu apenas apos
o instante 5, como pode se observado na Figura 42. E importante lembrar que a carga
conectada no instante 5 nao possui conexao de neutro, por isso nao consome componentes
de sequencia zero da carga e consequentemente nao alterou a condicao de operacao desse
algoritmo.
Para analisar a atuacao desse algoritmo de controle foi utilizado o ındice de dese-
quilıbrio de sequencia zero dado por:
D0 =I0
I1
× 100% (53)
Esse ındice, baseado em (CZIKER; MIRON; CHINDRIS, 2010), da a relacao
entre a amplitude da componente de sequencia zero da corrente (I0) e a amplitude da
componente de sequencia positiva (I1). De acordo com os dados da Tabela 8, a rede nao
compensada possui ındice superior a 13% e a atuacao do FAP reduziu esse ındice para
0, 5% no intervalo 4b-5 e para aproximadamente 0 no intervalo 5b-6.
71
Figura 42: Sinais de controle relacionadas as potencias fictıcias p0 e q0, da corrente fun-damental de sequencia zero compensada pelo filtro ativo.
(a) Potencias Real e imaginaria Fictıcias da Fundamental de Seq. Zero
(b) Sinal de Controle da Compensacao da Fundamental de Seq. Zero
Figura 43: Corrente no Neutro do Transformador com o Algoritmo para Compensacaoda Corrente Fundamental de Sequencia Zero Desabilitado (b), Habilitado (c) e Durantea Transicao (a).
(a) Comportamento da Corrente de Neutro
(b) Corrente de Neutro Antes da Compensacao (c) Corrente de Neutro no Intervalo 4b-5
72
A compensacao da componente de sequencia zero fez com que a componente fun-
damental da corrente no neutro do transformador fosse gradativamente reduzida, como
mostrado na Figura 44(a). Observando os graficos ampliados das Figuras 44(b) e 44(c)
pode-se concluir que o FAP funcionou como caminho de baixa impedancia para a corrente
fundamental de sequencia zero, com uma pequena parcela da componente fundamental
(1A), alem das componentes multiplas de 3a ordem fluindo pelo neutro do transformador.
Os graficos das Figuras 44, 45 e 46 mostram a atuacao dinamica dos algoritmos de
compensacao harmonica. Inicialmente analisando a compensacao de 5o harmonico pode-
se dizer que o sistema de controle apresentou resposta subamortecida com oscilacoes
de menor amplitude que as observadas nos parametros dos algoritmos utilizados para
a compensacao das correntes de seq. negativa e zero. Do ponto de vista dinamico, o
sistema apresentou tempo de assentamento inferior a 1s no primeiro transitorio, ocorrido
no instante 4, e inferior a 200ms no segundo transitorio, ocorrido no instante 5. O
grafico da Figura 45(a) indica que ao final da simulacao a componente de 5o harmonico
de sequencia negativa foi compensada com os parametros p5 e q5 apresentado valor medio
igual a zero.
Figura 44: Potencias Instantaneas Relativas ao 5o Harmonico de Seq. Negativa Na RedeTrifasica a Quatro Fios Atendida pelo FAP
(a) Potencias Real e imaginaria Fictıcias do 5o Harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 5o Harmonico
73
Figura 45: Potencias Instantaneas Relativas ao 7o Harmonico de Seq. Negativa Na RedeTrifasica a Quatro Fios Atendida pelo FAP
(a) Potencias Real e imaginaria Fictıcias do 7o Harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 7o Harmonico
Comparativamente, o controlador de compensacao do 7o harmonico apresentou
resposta dinamica mais lenta que a apresentada pelo controlador 5o harmonico. Alem
disso, sao observadas oscilacoes com maiores amplitudes relativas (relacao entre a ampli-
tude da componente oscilante e o valor medio do sinal) nos sinais de potencia no intervalo
4-5. Apos um perıodo transitorio de aproximadamente 250ms, iniciado no instante 5, as
potencias harmonicas medias, p7 e p7, foram completamente anuladas.
A compensacao do 11o harmonico, por sua vez, apresentou a dinamica mais lenta
entre os modulos de compensacao harmonica. Ao final do primeiro intervalo de analise
(4-5) os valores medios dos parametros p11 e q11, apresentados na Figura 47(a), ainda
apresentavam valores diferentes de zero. Desta forma, apos a entrada da 3a carga, no
instante 5, o modulo passou a atuar sobre o restante de potencia nao compensada das
outras cargas alem da potencia da nova carga. Contando a partir do instante 5, o tempo
de assentamento do controlador ultrapassou os 2, 5s.
Como forma de avaliar o desempenho da compensacao harmonica foi montada a
74
Figura 46: Potencias Instantaneas Relativas ao 11o Harmonico de Seq. Negativa Na RedeTrifasica a Quatro Fios Atendida pelo FAP
(a) Potencias Real e imaginaria Fictıcias do 11o Harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 11o Harmonico
Tabela 9 onde sao apresentados os valores de distorcao harmonica total para cada uma
das fases da rede. Com o filtro ativo ligado e operando em regime permanente, o THD da
corrente compensada (corrente no lado secundario do transformador de entrada) reduziu
de 25,7% para um limiar inferior a 8%, considerando a corrente compensada na fase ”A”,
que apresentou maior THD. Analisando os resultados para os intervalos 4b-5 e 5b-6 o
valor do THD apresentou reducao do primeiro para o segundo intervalo. Isso aconteceu
porque ao fim do primeiro intervalo, a componente de 11a ordem ainda nao tinha sido
completamente compensada, o que aconteceu ao fim do segundo.
Tabela 9: Distorcao Harmonica das correntes no Lado Secundario do Transformador deEntrada com o Filtro Ativo Desligado e Ligado
FaseTHDi (%)
Antes daComp.
Intervalo4b - 5
Intervalo5b - 6
A 19,0 9,3 8,0B 22,4 9,0 7,7C 25,7 9,6 7,8
75
Figura 47: Componentes Harmonicas da Corrente Compensada em Diferentes Instantesda Simulacao da Rede Trifasica a Quatro fios Atendida pelo FAP
Uma abordagem no domınio da frequencia e apresentada nos graficos da Figura 47
onde sao apresentadas as amplitudes das componentes harmonicas das correntes compen-
sadas em tres intervalos distintos, x, y e z. O intervalo x corresponde ao perıodo de
tempo compreendido entre os instantes 1 e 2. Os intervalos y e z correspondem, respecti-
vamente, as intervalos 4b-5 e 5b-6 da Figura 34. As amplitudes referentes as componentes
fundamentais foram divididas por 4 para facilitar a visualizacao das demais componentes.
A diferenca de amplitude entre as componentes fundamentais de uma das fase,
observada no intervalo x, foi reduzida no intervalo y e paticamente anulada no intervalo
z. De forma semelhante, a componente fundamental da corrente de neutro foi comple-
tamente anulada. Em relacao a compensacao harmonica, observa-se que as amplitudes
das componentes de 5o, 7o e 11o foram razoavelmente reduzidas mas nao anuladas por
completo. Aqui cabe relembrar que os controladores compensaram as componentes de 5o
harmonico de sequencia negativa, 7o de sequencia positiva e 11o de sequencia negativa,
nao alterando o fluxo das componentes com outras sequencias de fase.
Uma questao a ser analisada e o ligeiro, porem indesejado, aumento das ampli-
tudes das componentes de 3o e 9o harmonicos. Pode-se afirmar que o FAP causou este
76
acrescimo devido a presenca de componentes oscilantes no sinal p∗1. De fato, a presenca de
componentes oscilantes em p∗1 fez com que as correntes de referencia para a componente
fundamental de sequencia positiva apresentassem componentes de 3o e 9o harmonicos.
Por fim foram tracados os graficos das correntes consumidas pelas cargas e das
correntes compensadas para permitir uma analise qualitativa da compensacao. Na Fi-
gura 48 sao apresentados os resultados para intervalo 4b-5 e na Figura 49 os resultados
para o intervalo 5b-6. Em ambos sao observados resultados compatıveis com as analises
anteriores. As corrente consumidas pelas cargas altamente distorcidas e desequilibradas
foram substituıdas por correntes com menor distorcao e com amplitudes aproximadamente
iguais em cada uma das fases.
Figura 48: Correntes no Na Rede
(a) Correntes Consumidas Pela Carga (b) Corrente Compensada na Fonte
Figura 49: Correntes na Rede Apos a Conexao da Terceira Carga
(a) Correntes Consumidas Pela Carga (b) Corrente Compensada
3.4 Conclusoes Parciais
Este capıtulo abordou a implantacao de um filtro ativo de potencia para redes
eletricas trifasicas a quatro fios. O filtro proposto foi desenvolvido para compensar dese-
77
quilıbrios de corrente (de sequencias negativa e zero da componente fundamental), compo-
nentes harmonicas (5o e 11o harmonicos de sequencia negativa, e 7o de sequencia positiva)
e realizar a regulacao dinamica da tensao CA.
No inıcio do capıtulo foi analisado a estrutura fısica necessaria para implantacao do
FAP que correspondeu a do conversor CC/CA utilizado, os filtros passivos para atenuar
as componentes de alta frequencia, alem da modulacao PWM com o respectivo controle
da corrente produzida pelo conversor.
Em seguida foram apresentados os algoritmos de controle do FAP, comecando pelo
responsavel pela regulacao da tensao do barramento CC. Em seguida cada um dos algo-
ritmos de controle de compensacao foram descritos. De uma forma geral, estes algoritmos
foram divididos em duas partes distintas: uma de deteccao da potencia a ser compensada
e outra de controle de compensacao.
A secao seguinte do trabalho apresentou os resultados de simulacao do FAP para
uma cenario hipotetico onde um conjunto de cargas (lineares e nao lineares, equilibradas
e desequilibradas) foi alimentado por uma rede trifasica a quatro fios. O FAP atuou no
sistema elevando o fator de potencia da fundamental da rede de 0, 79 para 0, 99 e reduzindo
a distorcao harmonica de ındices superiores a 20% a patamares da ordem de 8%. Alem
disso, o FAP reduziu os ındices de desequilıbrio (sequencias negativa e zero) das correntes
compensadas a valores inferiores a 2%, quando estes inicialmente ultrapassavam os 12%.
O proximo capıtulo trata da utilizacao de Filtros Hıbridos de Potencia (FHP) para
a compensacao harmonica em redes trifasicas a quatro fios.
78
4 ALGORITMOS DE CONTROLE PARA FILTRAGEM SELETIVA EM
FILTROS HIBRIDOS PARALELOS (FHP)
E comum a utilizacao de filtros passivos sintonizados para filtragem de correntes
harmonicas. Esses filtros possuem eficacia razoavel na filtragem harmonica, porem apre-
sentam a desvantagem de serem susceptıveis a ressonancia com a impedancia da rede
eletrica e com as cargas. Alem disso, esses filtros sao projetados com parametros fixos,
impossibilitando a adaptacao as condicoes de operacao da rede (JIAN; NA; DIANGUO,
2008). De uma forma geral os filtros ativos foram desenvolvidos para substituir os filtros
passivos, pois nao apresentam as limitacoes descritas anteriormente. Contudo, em muitos
casos, o custo envolvido na implantacao de um filtro ativo pode ser alto o suficiente a ponto
de inviabilizar o seu uso. Como alternativa, os filtros ativos podem ser combinados com
os filtros passivos resultando nos filtros hıbridos. Nesse sentido, este capıtulo tem como
objetivo analisar uma determinada topologia de filtro hıbrido , que consiste em um filtro
passivo em serie com um filtro ativo. Este conjunto e conectado em paralelo com as cargas.
Esse arranjo, denominado por Fıltro Hıbrido Paralelo (FHP), apresenta como vantagens
um melhor desempenho para a filtragem de correntes harmonicas a um custo menor, se
comparado com o filtro ativo. (JIAN; NA; DIANGUO, 2008). Outro aspecto consiste na
capacidade de controlar a queda de tensao na frequencia fundamental sobre o filtro passivo,
o que permite reduzir a tensao do barramento CC do conversor de potencia. Isso aumenta
a eficacia do filtro, reduz os problemas com interferencia eletromagnetica(EMI) e possi-
bilita a utilizacao de conversores CC/CA de menor capacidade (SRIANTHUMRONG;
AKAGI, 2003; AKAGI; SRIANTHUMRONG; TAMAI, 2003). Como ponto negativo, a
reducao da tensao do lado CC do conversor inviabiliza a compensacao de correntes de-
sequilibradas na frequencia fundamental (sequencias negativa e zero) alem da regulacao
dinamica da tensao CA.
Outro aspecto discutido nesse Capıtulo consiste no controle do filtro hıbrido com
base em duas metodologias diferentes: controle por corrente e controle por tensao. A
metodologia de controle por corrente e similar a utilizada no filtro ativo do capıtulo an-
terior. Nessa metodologia, o conversor CC/CA e controlado para produzir as correntes
de compensacao calculadas pelos algoritmos de controle descritos no capıtulo 3. No con-
trole por tensao, os algoritmos de controle de compensacao geram diretamente as tensoes
79
modulantes do conversor sem o uso de medidores de corrente.
Para permitir a comparacao entre os resultados da compensacao harmonica do
FHP e do Filtro Ativo de Potencia (FAP) apresentado no Capıtulo 3, foi implantado
um FHP com a funcionalidade de compensar as correntes harmonicas de 5o, 7o e 11o
harmonicos. Em seguida e apresentado a estrutura geral do filtro hıbrido.
4.1 Princıpio de Funcionamento e Circuito de Potencia do FHP
Como mencionado no inicio deste Capıtulo, o FHP e composto pela associacao
em serie de um filtro passivo sintonizado com um filtro ativo. Esse conjunto por sua
vez e conectado em paralelo com as cargas da rede como mostrado na Figura 50. De
forma similar ao FAP, o filtro hıbrido tem como objetivo confinar as correntes harmonicas
nos ramos entre o filtro e as cargas, impedindo que estas se propaguem para a rede.
Nesse sentido, as correntes harmonicas produzidas pelo FHP sao equivalentes as correntes
harmonicas consumidas pelas cargas (iLk).
Figura 50: Diagrama Unifilar do Filtro Hıbrido Paralelo Conectado a uma Rede Trifasicaa Tres Fios
De uma forma geral, as estruturas para os filtros hıbridos controlados por cor-
rente e por tensao sao ilustradas na Figura 51. Basicamente a diferenca e que o FHP
controlado por corrente precisa da medicao das correntes dos ramos para assegurar que
a corrente produzida pelo conversor esta em conformidade com a corrente determinada
pelos algoritmos de controle. Por outro lado, o FHP controlado por tensao nao necessita
de nenhuma medicao de corrente. De fato, conforme ilustrado na Figura 52(b), o sistema
de controle do FHP controlado por tensao apresenta como entradas as tensoes CA no
80
Figura 51: Diagramas Esquematicos dos Filtros Hıbridos Controlados Por Corrente e porTensao
(a) FHP Controlado Por Corrente (b) FHP Controlado por tensao
ponto de acoplamento do FHP com a rede eletrica, alem da tensao no barramento CC. A
proxima secao aborda o circuito de potencia utilizado no FHP.
4.2 Conversor CC/CA e Controle PWM Utilizados no Filtro Hıbrido Paralelo
O FHP utiliza um conversor CC/CA de dois nıveis como o mostrado na Fi-
gura 52. Esse conversor possui tres ramos pois o FHP visa a compensacao de correntes
harmonicas de sequencias positivas e negativas, nao havendo compensacao de componen-
tes de sequencia zero.
Os conversores dos FHPs controlados por corrente e por tensao possuem circuitos
de acionamento distintos, como mostrados nas Figuras 53 e 54. Ambos os circuitos reali-
zam o PWM de logica alta, diferentemente do FAP. Com a logica alta, o IGBT superior
(Q+a , Q+
b e Q+c ) e acionado quando o sinal modulante v′ck e maior que o sinal da portadora
(stri). Alem disso, os dois circuitos possuem um circuito de protecao contra sobretensao.
Esse circuito e composto por portas logicas e comparadores que limitam a tensao CC a
10V antes da habilitacao da regulacao CC e a 70V apos a habilitacao.
O circuito de acionamento do FHP controlado por corrente, mostrado na Figura 53,
possui uma malha de controle de corrente que faz com que a corrente produzida conversor
(ick) seja igual a corrente de referencia (i∗ck). Um controlador PI e utilizado para gerar a
tensao modulante v∗ck a partir do sinal de erro (eick) entre as correntes.
A tensao v∗ck e combinada com um sinal v′k para gerar o sinal de modulacao. O sinal
v′k esta em fase com as tensoes na rede e representa a tensao CA de alimentacao da carga.
81
Figura 52: Inversor Fonte de Tensao com Tres Ramos Utilizado no Filtro Hıbrido
Figura 53: Controlador PWM e Circuito de Acionamento do FHP Controlador por Cor-rente (Referente a fase A)
Essa combinacao evita a sobrecarga do controlador PI, melhorando o seu desempenho.
Por sua vez, o circuito de acionamento do FHP controlado por tensao e apresentado
na Figura 54. A tensao modulante v′ck, obtida a partir das tensoes geradas pelos algoritmos
de controle, e utilizada diretamente para o acionamento do conversor sem a utilizacao de
qualquer malha de controle. E importante mencionar que o ganho negativo que relaciona
os sinais v∗ck e v′ck esta relacionado com o acionamento do conversor por logica alta. A
seguir e analisado o filtro passivo utilizado no FHP.
82
Figura 54: Controlador PWM e Circuito de Acionamento do FHP Controlado por Tensao
4.3 Filtro Passivo do Filtro Hıbrido Paralelo
Essa secao tem como objetivo analisar diferentes configuracoes, com o respectivo
comportamento, para o filtro passivo utilizado no FHP. A seguir e mostrado como o filtro
passivo do FHP interfere diretamente nas tensoes e correntes da rede.
4.3.1 Efeitos Causados pelo filtro passivo do FHP na Componente Fundamental das
Tensoes e Correntes
Os filtros passivos do FHP sao formados por ramos LC como o mostrado na Fi-
gura 55. Esses ramos LC possuem frequencia de ressonancia ωf dada por:
ωf =1√LfCf
(54)
Basicamente, esses ramos possuem impedancia com caracterıstica capacitiva para
frequencia inferiores a frequencia de ressonancia. De forma similar, esses ramos possuem
caracterıstica indutiva em frequencia superiores a frequencia de ressonancia.
Para uma primeira analise, considera-se que o filtro hıbrido e composto por um
filtro ativo e um unico ramo LC sintonizado, como mostrado na Figura 56.
Considerando que o filtro passivo apresenta ressonancia em uma frequencia multipla
da fundamental, logo, na frequencia fundamental, o filtro passivo do FHP possui im-
pedancia predominantemente capacitiva. Por esse motivo o filtro consome corrente capa-
83
Figura 55: Filtro LC
Figura 56: Configuracao do Filtro Hıbrido Paralelo com um ramo LC sintonizado
citiva dada por:
Ic1 ≈V
Xc1
= jωCfV (55)
Na equacao (55), V e amplitude das tensoes da rede, Xc e a reatancia capacitiva
do ramos LC na frequencia fundamental, ω e a frequencia da rede eletrica e Cf e a
capacitancia utilizada no filtro.
Para a analise dos efeitos do FHP na frequencia fundamental e considerada uma
rede, como a ilustrada na Figura 56, cuja carga de caraterıstica indutiva consome a
seguinte corrente fundamental:
IL1 = ILr − jILi (56)
A equacao e descrita no domınio fasorial e ILr e ILi representam as projecoes da
corrente IL nos eixos real e imaginario, respectivamente. Considerando tambem que o
FHP consome a corrente fundamental descrita em (55), pode-se afirmar que a corrente
Is1 do circuito e dada por:
Is1 = ILr − jILi + j(ωCfV ) (57)
84
Assim, a equacao de malha que descreve a tensao de alimentacao das cargas em
funcao da tensao de circuito aberto Vs e das correntes e dada por:
V = Vs + ωLs(ωCfV − ILi)− jωLsILr (58)
Para simplificar a analise o termo jωLsILr e omitido pois a corrente ILr e a res-
ponsavel pela potencia util das cargas e nao sera alterado pela atuacao do FHP. Assim:
V = Vs + ωLs(ωCfV − ILi) (59)
A equacao (59) permite concluir que:
1. Se ωCfV < ILi entao V < Vs.
2. Se ωCfV > ILi entao V > Vs, o que indica a ocorrencia de sobretensao.
Desta forma, a escolha do capacitor do filtro deve ser feita de maneira que a
operacao do FHP nao cause sobretensao na rede a qual esta conectado.
A adequacao do FHP para que ωCfV < ILi, alem de evitar sobretensao da rede
eletrica, possibilita a compensacao de parte da corrente indutiva consumida pela carga
(ILi) pois:
|ωCV − ILi| < |ILi| (60)
Nesse caso, o modulo da corrente indutiva que flui pela fonte, (ωCV −ILi), e menor
que o modulo da corrente indutiva consumida pelas cargas, ILi, e isso causa indiretamente
a regulacao da tensao CA por mecanismos similares aos explicados no capıtulo 3. Em
seguida sao analisados tres arranjos especıficos de filtros passivos para o FHP.
4.3.2 Analise dos Diferentes Arranjos de Filtros Passivos para um FHP com Capacidade
de Compensacao de 5o, 7o e 11o Harmonicos
Nessa secao sao analisados tres arranjos possıveis de filtros passivos. O objetivo
e analisar as vantagens e desvantagens de cada um deles e escolher qual arranjo utilizar
para compor o filtro hıbrido.
85
Figura 57: Resposta em Frequencia do Filtro Passivo Composto por um Ramo LC Sinto-nizado em Frequencia Intermediaria em Relacao aos 5o, 7o e 11o Harmonicos
O arranjo mais basico de filtro passivo, onde penas um ramo LC e utilizado em
cada fase, deve ser sintonizado em uma frequencia intermediaria entre as frequencias dos
5o, 7o e 11o harmonicos. A impedancia desse arranjo pode ser dada por:
Zf (s) = Lfs+1
sCf(61)
Fazendo Cf = 100µF e Lf = 1, 1mH, para que a frequencia de ressonancia do
filtro seja igual a 480Hz (frequencia central das componentes harmonicas compensadas),
obtem-se a resposta em frequencia da Figura 57. Como pode ser observado, o filtro
apresenta impedancia de 3, 2Ω (10dB), 0, 8Ω (−1, 4dB) e 2, 1Ω (6, 4dB) nas frequencias
das harmonicas de 5a, 7a e 11a ordens.
Em uma primeira abordagem, o arranjo composto por um ramo LC sintonizado po-
deria ser utilizado para compensacao harmonica das tres componentes desejadas (5, 7o e
11o harmonicos). Uma impedancia de 3, 2Ω, por exemplo, e compatıvel com as resistencias
de perdas contidas em indutores e capacitores e por isso nao interfere significativamente
no desempenho do FHP (considerando que o o fator de qualidade do filtro seja alto o
suficiente para ser ignorado). Essa escolha teria um impacto positivo no quesito custo
do filtro passivo, pois utiliza poucos elementos. Contudo, o aumento da impedancia do
filtro LC exige o aumento da tensao do barramento CC VCC para evitar a reducao do
valor maximo da corrente harmonica do conversor (Icnmax), como pode ser observado na
86
Figura 58: Arranjo do Filtro Hıbrido com dois ramos LC sintonizados
Figura 59: Resposta em Frequencia do Filtro Passivo Composto por Dois Ramos LC (umDeles Sintonizado na Frequencia Intermediaria entre o 5o e o 7o Harmonico e o OutroSintonizado no 11o Harmonico)
equacao a seguir:
Icnmax 'Vc
|Zf (nω)|=
1
2
Vcc|Zf (nω)|
(62)
O segundo arranjo analisado e composto pela associacao em paralelo de dois ramos
LC, como mostrado na Figura 58. Nesse caso, um dos ramos foi sintonizado para o
11o harmonico e o outro foi sintonizado em uma frequencia intermediaria aos 5o e 7o
harmonicos. A impedancia do arranjo e dada por:
Zf (s) =(LfCfs
2 + 1)(Lf11Cf11s2 + 1)
Cf11s(LfCfs2 + 1) + Cfs(Lf11Cf11s2 + 1)(63)
Fazendo Cf = 100µF e Lf = 2mH para sintonizar o primeiro ramo em 360Hz
(frequencia entre os 5o e 7o harmonicos) e Cf11 = 100µF e Lf11 = 600µH para sintonizar
o segundo ramo em 650Hz (para atender o 11o harmonico), obtem-se a resposta em
frequencia da Figura 59.
Nesse arranjo, as impedancias nas frequencias do 5o e 11o harmonicos foram ra-
87
Figura 60: Configuracao do Filtro Hıbrido com Tres ramos LC sintonizados
Tabela 10: Dados do Filtro Passivo Utilizado no FHP para Compensacao das Correntesde 5o, 7o e 11o Harmonicos
- Parametro Valor
5o HarmonicoCf5 100µFLf5 3, 2mH
Freq. de ressonancia 281Hz
7o HarmonicoCf7 100µFLf7 1, 6mH
Freq. de ressonancia 398Hz
11o HarmonicoCf11 100µFLf11 600µH
Freq. de ressonancia 650Hz
zoavelmente reduzidas. A impedancia na frequencia do 7o harmonico, por sua vez, foi
mais que tres vezes maior que a impedancia na frequencia do 5o(1, 1Ω ou 1, 2dB), assu-
mindo o valor de 3, 6Ω (11, 1dB). Esse arranjo pode ser empregado para compensacao
de correntes harmonicas em redes onde a componente 7o harmonico possui amplitude
significativamente inferior as amplitudes das componentes de 5o e 11o harmonicos.
Como a proposta do trabalho e utilizar um FHP com menor impedancia possıvel,
a alternativa mais plausıvel e o arranjo formado por tres ramos LC em paralelo, como
mostrado na Figura 60. A impedancia desse arranjo e dada por:
Zf (s) =
(Lf5Cf5s2+1)(Lf7Cf7s
2+1)(Lf11Cf11s2+1)
Cf5s(Lf7Cf7s2+1)(Lf11Cf11s2+1)+Cf7s(Lf5Cf5s2+1)(Lf11Cf11s2+1)+Cf11s(Lf5Cf5s2+1)(Lf7Cf7s2+1)
(64)
Os dados do filtro passivo sao mostrados na Tabela 10. Os ramos foram sinto-
nizados em frequencias ligeiramente inferiores as frequencias das correntes harmonicas
compensadas para evitar impedancia nula e assim reduzir a sensibilidade do sistema de
controle.
A resposta em frequencia do arranjo com tres ramos LCs e ilustrada na Figura 61.
Como pode ser observado o filtro apresentou impedancias de 1, 1Ω (0, 9dB), 0, 5Ω (−6, 4dB)
88
Figura 61: Resposta em Frequencia do Filtro Passivo Composto por Tres Ramos LC (Cadaum Deles Sintonizado para Compensacao de uma Componente Harmonica Especıfica)
e 0, 1Ω (−20dB) nas frequencias das 5a, 7a e 11a harmonicas. Alem disso, o filtro apre-
sentou impedancia de 25, 1Ω (28dB) na frequencia de chaveamento do conversor CC/CA.
Por este motivo, o FHP nao necessita de um filtro de componentes de alta frequencia
como o utilizado no FAP. Na sequencia e analisado a atuacao conjunta (teorica) do filtro
passivo com o ativo.
4.4 Algoritmos de Controle do Filtro Hıbrido Paralelo
As Figuras 62 e 63 ilustram os diagramas de blocos dos sistemas de controle do
FHC controlados por corrente e por tensao. Como pode ser observado, essas estruturas
sao similares a estrutura utilizada para para o FAP. Os blocos listados a esquerda re-
presentam os algoritmos responsaveis pelas funcionalidades de regulacao da tensao CC
e compensacao das correntes harmonicas de 5a, 7a e 11a ordens. Essencialmente, con-
siderando o conversor controlado por corrente, os algoritmos para a determinacao das
correntes harmonicas sao os mesmos apresentados no Capıtulo 3. A diferenca consiste no
algoritmo para regulacao da tensao do barramento CC. Considerando o conversor contro-
lado por tensao, os algoritmos de controle para filtragem seletiva determinam as tensoes
harmonicas que o conversor deve produzir de modo que o filtro hıbrido drene as correntes
harmonicas selecionadas. Em conjunto ha um algoritmo para a regulacao da tensao do
lado CC, onde o conversor produz tensoes CA de modo que potencia real media para
carregar o capacitor do barramento CC. Na sequencia, esses algoritmos sao explicados.
89
Figura 62: Diagrama de Blocos dos Algoritmos de Controle do Filtro Hıbrido Controladopor Corrente
Figura 63: Diagrama de Blocos dos Algoritmos de Controle do Filtro Hıbrido Controladopor Tensao
90
4.4.1 Regulacao da Tensao CC do Filtro Hıbrido Paralelo
De uma forma geral, o algoritmo de regulacao da tensao CC atua sobre a potencia
real media, pc, produzida para carregar o capacitor do lado CC, porem de uma forma
ligeiramente diferente da apresentada no controle do FAP.
No FHP, a rede produz um conjunto de correntes de frequencia fundamental ic1
nos ramos do filtro passivo. Essas correntes, por natureza, estao em quadratura com suas
respectivas tensoes, pois:
Ic1 =V
Zf; (65)
onde V e a tensao da rede e Zf e a impedancia do filtro, que na frequencia da rede possui
caracterıstica capacitiva.
O controlador de tensao CC do FHP controlado por corrente calcula a potencia
media que e utilizada no calculo das correntes de referencia i∗1α e i∗1β. Neste caso, essas
correntes de referencia estao em fase com as correntes consumidas pelo filtro passivo (Ic1)
e estao relacionadas a tensao vck que o conversor precisa produzir para regular a tensao
CC. De acordo com a estrutura de controle mostrada na Figura 62, as correntes i∗1α e i∗1β
sao dadas por:
i∗1αi∗1β
=
sen(ωt) cos(ωt)
−cos(ωt) sen(ωt)
p∗1iq∗1i
(66)
A equacao (66) indica que a variavel q∗1i e responsavel pela geracao de sinais i∗1αβ
em quadratura com as tensoes da rede, e consequentemente em fase com as correntes ic1,
pois fazendo p∗1i = 0 obtem-se:
i∗1α = q∗1icos(ωt)
i∗1β = q∗1isen(ωt)
Tranformacao−−−−−−−−→αβ−ABC
i∗1a =
√23q∗1isen(ωt− π/2)
i∗1b =√
23q∗1isen(ωt− π/2− 3π/3)
i∗1c =√
23q∗1isen(ωt− π/2 + 3π/3)
(67)
Por este motivo, o algoritmo de regulacao CC da Figura 64 utiliza a potencia
imaginaria fictıcia q∗1i, ao inves de calcular p∗1i (como calculado para o caso do FAP), como
referencia para producao da potencia real media pc.
O FHP controlado por tensao calcula diretamente a tensao CA, v∗1αβ, a ser pro-
91
Figura 64: Controlador da Tensao do Barramento CC do FHP Controlado por Corrente
duzida para regular a tensao CC. De acordo com a Figura 63, essas tensoes sao dadas
por:
v∗1αv∗1β
=
sen(ωt) cos(ωt)
−cos(ωt) sen(ωt)
p∗1vq∗1v
(68)
Com p∗1v = 0, a equacao (68) gera tensoes v1αβ em quadratura com as tensoes da
rede como pode ser observado na equacao a seguir:
v∗1α = q∗1vcos(ωt)
v∗1β = q∗1vsen(ωt)
Tranformacao−−−−−−−−→αβ−ABC
v∗1a =
√23q∗1vsen(ωt− π/2)
v∗1b =√
23q∗1vsen(ωt− π/2− 3π/3)
v∗1c =√
23q∗1vsen(ωt− π/2 + 3π/3)
(69)
Por este motivo, o FHP controlado por tensao utiliza a potencia imaginaria fictıcia
q∗1 como referencia para producao da potencia real media pc (indicada na Figura 64)
necessaria para manter a tensao no barramento CC regulada.
E importante comentar que nos filtros hıbridos, controlados tanto por tensao
quanto por corrente, o controle para regular a tensao CC e feita por meio da producao
de tensoes que estao em quadratura com as tensoes da rede. Devido a essa caraterıstica,
o controle para regular a tensao do lado CC apresenta como saıda um sinal similar a
potencia imaginaria. Neste sentido, o sinal de saıda destes controladores pode ser enten-
dido como uma potencia imaginaria fictıcia, denominadas, respectivamente por q∗1i e q∗1v.
Na proxima secao, sao abordados os algoritmos de controle de compensacao das correntes
92
Figura 65: Sistema de Deteccao e Controle de Compensacao de Componentes Harmonicasde Sequencias Positiva e Negativa Para Filtros Hıbridos Controlador por Corrente e porTensao
(a) FHP Controlado Por Corrente (b) FHP Controlado por tensao
harmonicas.
4.4.2 Algoritmos de Controle de Compensacao das Tensoes e Correntes Harmonicas
De uma forma geral, o algoritmo de controle de compensacao do filtro hıbrido con-
trolado por corrente e equivalente ao algoritmo utilizado no FAP. As potencias harmonicas
medias, pn e qn, sao obtidas no bloco de deteccao harmonica onde as potencias pn e qn
sao calculadas a partir das tensoes da rede, Como pode ser observado na Figura 66(a).
O bloco de controle da compensacao utiliza controladores PI para calcular as potencias
de referencias para o conversor, p∗ni e q∗ni, a partir de pn e qn e na sequencia calcula as
correntes de referencia da seguinte forma:
i∗nαi∗nβ
=1
Γ2nα + Γ2
nβ
Γnα −Γnβ
Γnβ Γnα
p∗nip∗ni
(70)
O Algoritmo utilizado no FHP controlado por corrente pode ser readequado para
controle de compensacao harmonica do FHP controlado por tensao de acordo com a
Figura 66(b). Nesse caso, o bloco de controle de compensacao e modificado para gerar as
potencias de referencia p∗nv e q∗nv responsaveis pela geracao das tensoes v∗nα e v∗nβ. Assim:
v∗nαv∗nβ
=1
Γ2nα + Γ2
nβ
Γnα −Γnβ
Γnβ Γnα
p∗nvp∗nv
(71)
Na sequencia sao apresentadas simulacoes dos filtros hıbridos controlados por cor-
rente e por tensao.
93
Figura 66: Rede eletrica trifasica a quatro fios utilizada para analise do filtro ativo paralelocom os algoritmos de controle apresentados
4.5 Simulacoes do Filtro Hıbrido Paralelo e Discussao de Resultados
Nesta secao sao apresentados os resultados de simulacao para os filtros hıbridos
controlados por corrente e por tensao.
Ambos os filtros hıbridos controlados por corrente e por tensao sao compostos
por um conversor CC/CA chaveando em 10kHz e um filtro passivo composto por tres
conjuntos de ramos LC (um para cada fase) sintonizados de acordo com os dados da
Tabela 10.
Os parametros de configuracao dos algoritmos de controle (ganhos e contantes de
tempo dos controladores PI e frequencias naturais dos filtros dos algoritmos de controle)
foram determinados a partir de simulacoes preliminares seguindo a metodologia utilizada
para determinacao dos parametros do filtro ativo do capıtulo 3. Seus valores sao apesen-
tados na Tabela 11.
A premissa adotada nesse capıtulo foi implantar filtros hıbridos controlados por
corrente e controlados por tensao capazes de compensar as correntes de 5o harmonico de
sequencia negativa, 7o harmonicos de sequencia positiva e 11o harmonico de sequencia
negativa consumidas pelas cargas da rede utilizada na simulacao do FAP no capıtulo
anterior. Por este motivo os FHPs controlados por corrente e por tensao operam com
70V de tensao no barramento CC.
Dessa forma, o cenario de simulacao pode ser representado pela Figura 66. Como
94
Tabela 11: Dados Sistema de Controle de Compensacao Dos Filtros Hıbridos Controladospor Corrente e por Tensao (As funcoes de transferencia dos filtros passa baixas e doscontroladores PI sao mostradas nas equacoes 51 e 50)
Modulo Elemento Parametro
FHPControlado
porCorrente
FHPControlado
porTensao
Controle daTensao CC
Tensao CC - 70V 70V
PIGanho Proporcional 10 10Constante de Tempo 0, 5 0, 5s
Controle deCompensacao:
5o Harmonico deSeq. Negativa
FiltroFreq. Natural 50Hz 50Hz
F. Amortecimento 0,7 0,7
PIGanho Proporcional 0, 8 0, 5Constante de Tempo 10ms 30ms
Controle deCompensacao:
7o Harmonico deSeq. Positiva
FiltroFreq. Natural 50Hz 25Hz
F. Amortecimento 0,7 0,7
PIGanho Proporcional 1 0, 6Constante de Tempo 50ms 10ms
Controle deCompensacao:
11o Harmonico deSeq. Negativa
FiltroFreq. Natural 50Hz 10Hz
F. Amortecimento 0,7 0,7
PIGanho Proporcional 0, 8 0, 7Constante de Tempo 10ms 50ms
Figura 67: Sequencia de Acoes Realizadas na Simulacao do FHP
95
mencionado, a rede e as cargas sao as mesmas utilizadas no capıtulo anterior e seus dados
sao apresentados na Tabela 7. A sequencia de acoes realizadas na simulacao e ilustrada
no diagrama da Figura 67. Inicialmente, somente as cargas 1 e 2 estao conectadas na
rede eletrica. Em seguida, no instante 2 o FHP e conectado com todos os algoritmos de
controle desabilitados. Entre os instantes 2 e 3 e feito um pre-carregamento da tensao do
lado CC pelos diodos em anti-paralelo com os IGBTs. No instante 3 o controle da tensao
CC e habilitado e em 4 os algoritmos de compensacao sao habilitados. Por fim, a carga 3
e conectada na rede no instante 5. A Figura 67 apresenta um esquematico indicacao essa
sequencia de acoes.
As tensoes nos barramentos CC de ambos os filtros hıbridos sao mostradas nas
Figuras 69(a) e 70(a). De uma forma geral, pode-se observar que a tensao CC do FHP
controlado por tensao (FHP-V) apresentou componentes oscilantes de menor amplitude
que as observados no FHP controlado por corrente (FHP-I).
Na Figura 70 e possıvel observar a versao ampliada das tensoes CC nos dois filtros
hıbridos. Como pode ser observado, apos a conexao dos filtros a rede no instante 2 os
capacitores dos filtros foram carregados ate a tensao de 10V . Nas duas simulacoes, o
Figura 68: Tensao no Barramento CC (vcc) e Potencia Real Media Produzida pelo FiltroHıbrido Controlado por Corrente para Manter Regulada a Tensao do Barramento CC
(a) Tensao no Barramento CC
(b) Potencia Real Media (pc) Produzida pelo Conversor CC/CA para Regular aTensao CC
96
Figura 69: Tensao no Barramento CC (vcc) e Potencia Real Media Produzida pelo FiltroHıbrido Controlado por Tensao para Manter Regulada a Tensao do Barramento CC
(a) Tensao no Barramento CC
(b) Potencia Real Media (pc) Produzida pelo Conversor CC/CA para Regular aTensao CC
Figura 70: Tensao CC nos Filtros Hıbridos Controlados por Corrente e Por Tensao Du-rante o Inicio da Simulacao
(a) FHP Controlado por Corrente (b) FHP Controlado por Tensao
tempo de assentamento correspondeu a, aproximadamente, 800ms. A diferenca entre os
comportamentos das duas tensoes e que a do FHP controlado por tensao nao apresentou
uma oscilacao em baixa frequencia durante a inicializacao enquanto a do FHP controlado
por corrente apresentou.
O controlador de compensacao do 5o harmonico do FHP-I apresentou resposta
subamortecida com com tempo de assentamento inferior a 0, 5s em ambos os transitorios
(instantes 4 e 5), como pode ser observado na Figura 71. Alem disso, as componentes
97
Figura 71: Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 5o Harmonico de Seq. NegativaNa Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado por Corrente
(a) Comportamento dos sinais de controle definidos como o valor medio das potenciasreal e imaginaria fictıcias relacionadas a tensao de 5o harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 5o Harmonico
Figura 72: Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 5o Harmonico de Seq. NegativaNa Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado por Tensao
(a) Comportamento dos sinais de controle definidos como o valor medio das potenciasreal e imaginaria fictıcias relacionadas a tensao de 5o harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 5o Harmonico
98
oscilantes presentes nos sinais p∗5 e q∗5 sao desprezıveis.
O FHP controlado por tensao, por sua vez, apresentou dinamica mais lenta que
o FHP controlado por corrente. Como pode ser observado na Figura 72, os sinais de
controle p∗5 e q∗5 se quer assentaram antes do instante 5. A dinamica lenta se repetiu apos
a conexao da carga 3, onde o tempo de assentamento ultrapassou 1s. Diferentemente dos
sinais do FHP-I, os sinas p5 eq5 apresentaram pequenas oscilacoes de baixa frequencia
proximas aos instantes 4 e 5.
Na compensacao do 7o harmonico, ambos os filtros apresentaram resposta suba-
mortecida. No FHP-I, o tempo de assentamento apos a ativacao do algoritmo (instante
4) foi de aproximadamente 1s enquanto que no apos a conexao da terceira carga (instante
5) esse perıodo foi pouco maior que 0, 5s, como pode ser observado na Figura 73.
Figura 73: Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 7o Harmonico de Seq. NegativaNa Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado por Corrente
(a) Comportamento dos sinais de controle definidos como o valor medio das potencias
real e imaginaria fictıcias relacionadas a tensao de 7o harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 7o Harmonico
Na Figura 74 sao ilustrados os sinais processados no controlador de compensacao
do 7o harmonico do FHP-V. Comparativamente, a resposta desse controlador e mais lenta
que a resposta observada no FHP-I, alem de apresentar oscilacoes de baixa frequencia.
Os sinais de controle (p∗7 e p∗7) do FHP-V apresentaram componentes oscilantes com
99
Figura 74: Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 7o Harmonico de Seq. NegativaNa Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado por Tensao
(a) Comportamento dos sinais de controle definidos como o valor medio das potenciasreal e imaginaria fictıcias relacionadas a tensao de 7o harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 7o Harmonico
amplitudes significativamente inferiores aos mesmos sinais do FHP-I. Isso ocorre porque
a frequencia de corte dos filtros passa baixas do algoritmo de controle de compensacao
do 7o harmonico do FHP-V e menor que a do FHP-I (25Hz contra 50Hz). Essa escolha
interfere na dinamica do FHP-V, tornando-a mais lenta, mas e necessaria pois o FHP-V
apresenta maior sensibilidade a pequenas oscilacoes em relacao ao FHP-I.
O controle de compensacao do 11o harmonico do FHP-I apresentou resposta su-
bamortecida com tempos de assentamento insignificantes quando comparado aos casos
anteriores, como pode ser observado nos graficos da Figura 75.
O controlador de compensacao do 11o harmonico apresentou resposta amortecida
com tempo de assentamento consideravelmente maior que o controlador do FHP contro-
lado por corrente, como pode ser observado no grafico da Figura 77(b).
As correntes compensadas pelos filtros hıbridos controlados por corrente e por
tensao e as correntes consumidas pelas cargas durante o intervalo de tempo 4b-5 sao
ilustradas na Figura 77. Como pode ser visto, a diferenca entre as correntes compensadas
pelos dois filtros e quase indistinguıvel. Isso indica que ambos os filtros apresentaram
desempenhos similares quanto a compensacao de correntes harmonicas. Como pode ser
100
Figura 75: Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 11o Harmonico de Seq. NegativaNa Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado por Corrente
(a) Comportamento dos sinais de controle definidos como o valor medio das potenciasreal e imaginaria fictıcias relacionadas a tensao de 11o harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 11o Harmonico
Figura 76: Potencias Fictıcias Instantaneas Relativas ao 11o Harmonico de Seq. NegativaNa Rede Trifasica a Quatro Fios Atendida pelo FHP Controlado por Tensao
(a) Potencias Real e imaginaria do 11o Harmonico
(b) Sinal de Controle da Compensacao do 5o Harmonico
101
observado na Tabela 12, o FHP-I reduziu os ındices de distorcao harmonica das correntes
de cada uma das fases de 19, 22, 4 e 27, 7% para 4, 8, 6, 0 e 7, 4%. Em comparacao, o
FHP-V obteve desempenho ligeiramente superior reduzindo os ındices para 4, 0, 4, 7 e
5, 7%.
Figura 77: Corrente na Carga e Correntes Compensadas pelos Filtros Hıbridos Controla-dos por Corrente e por Tensao no Intervalo 4b-5
(a) Corrente na Carga
(b) Corrente Compensada pelo FHP-I (c) Corrente Compensada pelo FHP-V
Os filtros hıbridos controlados por corrente e por tensao tambem apresentaram
bom desempenho na compensacao harmonica apos a conexao da terceira carga. No inter-
valo 5b-6, quando os sistemas de compensacao se encontram em regime permanente, as
correntes compensadas e as consumidas pelas cargas apresentam os aspectos mostrados
nos graficos da Figura 78. Novamente se observa que as correntes compensadas pelos
FHP-I e FHP-V tem distorcao harmonica total consideravelmente inferior as correntes
consumidas pelas cargas. De acordo com a Tabela 12, os ındices de distorcao harmonica
no intervalo 5b-6 foram ainda inferiores aos observados no intervalo 4b-5. Novamente
o FHP-V apresentou melhor desempenho que o FHP-I com valores de 4, 2, 4, 6 e 5, 8%
contra 3, 6, 3, 6 e 4, 6%.
E necessario ressaltar que ambos os filtros hıbridos apresentam desempenhos me-
102
Figura 78: Corrente na Carga e Correntes Compensadas pelos Filtros Hıbridos Controla-dos por Corrente e por Tensao no Intervalo 5b-6
(a) Corrente na Carga
(b) Corrente Compensada pelo FHP-I (c) Corrente Compensada pelo FHP-V
lhores que o desempenho do FAP no quanto a capacidade de compensacao harmonica.
Como mostrado na Tabela 12, o FAP reduziu a distorcao harmonica de corrente para
7, 7% no melhor dos casos (fase B, intervalo 5b-6) enquanto os FHPs reduziram para no
mınimo 7, 4% no pior caso (FHP-I, fase C, intervalo 4b-5). Assim, pode-se afirmar que
a utilizacao do filtro passivo em serie com o filtro ativo (formacao do filtro hıbrido) au-
menta o desempenho o sistema de compensacao com a vantagem de operar com tensoes
CC pequenas em comparacao a tensao do FAP.
As Figuras 80(a) e 80(b) apresentam as componentes harmonicas das correntes
compensadas pelos dois filtros hıbrido. As colunas x, y e z apresentam dados relativos as
intervalos 1-2 (sem compensacao), 4b-5 e 5b-6. Os valores das componentes fundamentais
foram divididos por quatro para facilitar a visualizacao das demais componentes. Esses
graficos corroboram os resultados apresentados na Tabela 12, indicando que as componen-
tes de 5o, 7o e 11o harmonicos foram significantemente reduzidas. As parcelas restantes
que sao observadas nesses graficos correspondem as as componentes nao compensadas (5o
e 11o harmonicos de sequencias positiva e zero e 7o harmonico de sequencias negativa e
zero).
103
Tabela 12: Comparacao entre as Distorcoes Harmonicas das Correntes Compensadas comFiltro Ativo e com Filtros Hıbridos Controlados por Corrente e por Tensao
Fase
THDi (%)Antes
dacompensacao
Intervalo4b-5
Intervalo5b-6
FAP FHP-I FHP-V FAP FHP-I FHP-V
A 19,0 9,3 4,8 4,0 8,0 4,2 3,6B 22,4 9,0 6,0 4,7 7,7 4,6 3,6C 25,7 9,6 7,4 5,7 7,8 5,8 4,6
Figura 79: Componentes Harmonicas da Corrente Compensada em Diferentes Intervalosde Tempo da Simulacao da Rede Atendida pelos Filtros Hıbridos Controlados por Correntee por Tensao
(a) Componentes Harmonicas da Corrente Compensada pelo FHP-I
(b) Componentes Harmonicas da Corrente Compensada pelo FHP-V
104
A coluna y apresenta componentes fundamentais com amplitudes menores que as
observadas na coluna x. Esse efeito e causado pela corrente capacitiva consumida pelo
filtro hıbrido (FHP-I e FHP-V). Essas correntes compensam parte das correntes induti-
vas consumidas pelas cargas, causando a reducao da amplitude da corrente compensada.
Como consequencia, o valor agregado das tensoes da rede foi elevado de 216V RMS no
intervalo 1-2 para 218V RMS no intervalo 4b-5. Apos a conexao da carga 3, esse va-
lor agregado foi reduzido para 217V RMS. Em seguida sao apresentadas as conclusoes
parciais deste capıtulo.
4.6 Conclusoes Parciais
Este capıtulo tratou da implantacao de filtros hıbridos paralelos para compensacao
harmonica dos 5o, 7o e 11o harmonicos em redes trifasicas.
Inicialmente foram abordas a estrutura fısica do FHP e o acionamento do conversor
CC/CA. Foram analisadas os diferentes arranjos de filtros passivos utilizados em conjunto
com conversores CC/CA para formar o FHP. Nesse sentido, foi escolhido um arranjo
composto por tres ramos LC sintonizados em cada uma da fases. Esses ramos foram
sintonizados em frequencias proximas as frequencias dos harmonicos compensados para
garantir baixa impedancia nessas frequencias.
Os filtros foram controlados segundo duas metodologias distintas: FHP controlado
por corrente (FHP-I) e FHP controlado por tensao (FHP-V). A diferenca mais notoria
entre as duas metodologias e que a utilizada no FHP-I necessita de sensores de corrente
nos ramos do filtro para realizar o controle.
Ambos os filtros foram simulados com a rede utilizada no capıtulo anterior para
simulacao do FAP. Os resultados indicaram que o FHP com ambas as metodologias de
controle se mostrou melhor que o FAP no quesito capacidade de compensacao harmonica.
O proximo capıtulo apresenta as conclusoes e as propostas para trabalhosa futuros.
105
Conclusoes e Sugestoes para Trabalhos Futuros
Em seguida sao resumidos os resultados obtidos atraves das simulacoes e as con-
clusoes obtidas deles. Alem disso, sao propostos trabalhos complementares que poderiam
ser desenvolvidos a partir do trabalho apresentado na dissertacao.
Conclusoes do Trabalho
De uma forma geral o nucleo do trabalho se encontra nos capıtulos 2, 3 e 4. Esses
capıtulos apresentam os fundamentos teoricos utilizados nos algoritmos de controle de
filtros ativos e hıbridos com analise dos resultados obtidos em simulacao.
No capıtulo 2 e apresentada a metodologia matematica baseada na teoria das
potencias instantaneas (teoria pq) para realizacao tanto da compensacao seletiva quanto
de compensacao nao seletiva de componentes indesejadas das tensoes e correntes. A me-
todologia consiste na conversao dos sinais de tensao e corrente do domınio ABC para
o domınio αβ e posterior calculo das potencias instantaneas. No caso da compensacao
seletiva um dos sinais (tensao ou corrente) e utilizado junto com sinais gerados por um
circuito de sincronismo para determinacao da potencia fictıcia da componente a ser com-
pensada. E importante ressaltar que o termo potencia fictıcia e utilizado porque essas
potencias sao geradas a partir do produto de um sinal de tensao ou corrente por um sinal
gerado pelo circuito de sincronismo.
Dois exemplos puramente matematicos foram apresentados. No primeiro deles as
potencias fictıcias foram obtidas a partir dos sinais de tensao e de corrente da rede para
compensar todas as componentes harmonicas e desequilibradas, bem como a potencia
reativa, consumida pela carga. Os resultados comprovaram a efetividade da metodologia
empregada mostrando que a corrente compensada e composta somente pela componente
fundamental de sequencia positiva que esta em fase com a tensao.
No segundo exemplo foi realizada a compensacao seletiva da corrente de 5o harmonico
de sequencia negativa. Como resultado, a corrente compensada apresentou todas as com-
ponentes harmonicas e desequilibradas consumidas pela carga menos a componente de 5o
harmonico de sequencia negativa.
No capıtulo 3 sao abordados os algoritmos de compensacao seletiva para filtros
106
ativos conectados em redes eletricas trifasicas a quatro fios. O filtro proposto foi de-
senvolvido para compensar desequilıbrios de corrente (de sequencias negativa e zero da
componente fundamental), componentes harmonicas (5o e 11o harmonicos de sequencia
negativa, e 7o de sequencia positiva) e realizar a regulacao dinamica da tensao CA.
Inicialmente, foi abordada a estrutura do filtro ativo paralelo (FAP) e o seu
princıpio de funcionamento. Nesta parte do capıtulo foi analisada a resposta em frequencia
de um filtro passivo para componentes de alta frequencia. A utilizacao desse filtro tem
como objetivo evitar que as componentes de alta frequencias produzidas pelo conversor
CC/CA propaguem para a rede eletrica. De acordo com o resultado das simulacoes, o
conversor CC/CA produziu componentes de alta frequencia (multiplas da frequencia de
chaveamento) com amplitudes de ate 80V e o filtro atenuou estas componentes em 30dB
fazendo com que a tensao da rede CA tenha essa componente harmonica na frequencia
de chaveamento com a amplitude atenuada de 80V para 2,5V. Do ponto de vista pratico,
a utilizacao deste FAP submete as cargas conectadas na rede a tensoes com componentes
harmonicas de alta frequencia. Contudo, a atuacao do filtro limita a amplitude dessas
componentes de alta frequencia a 2,5V.
Quanto a dinamica de operacao, o FAP apresentou desempenho satisfatorio em
todos os controladores de compensacao. Cabe ressaltar que a compensacao da corrente
fundamental de sequencia zero apresentou o pior desempenho dinamico dentre as com-
ponentes compensadas devido ao perıodo necessario para a sua compensacao. De fato, o
tempo de assentamento para a compensacao da corrente fundamental de sequencia zero
foi proximo de 2s com resposta subamortecida e oscilacoes de baixa frequencia durante o
transitorio. Contudo,com o filtro ativo operando em regime permanente, a compensacao
da componente de sequencia zero foi satisfatoria e o ındice de desequilıbrio de sequencia
zero foi reduzido de 13, 3% para aproximadamente 0.
A compensacao da corrente fundamental de sequencia negativa apresentou resul-
tado menos efetivo em relacao a compensacao da corrente de sequencia zero. O ındice de
desequilıbrio de sequencia negativa foi reduzido de 12% para 4% em um primeiro instante.
Contudo, com o filtro ativo operando em regime permanente, esse ındice foi reduzido para
2, 7%.
O controle de regulacao da tensao CA permitiu o aumento nos valores agregados
das tensoes da rede de 216V para 220V em um intervalo de tempo pouco maior que
107
0, 5s. Tambem e necessario ressaltar que como consequencia da regulacao CA o fator de
potencia da rede foi elevado de 0,75 para aproximadamente 1.
Em relacao a compensacao das correntes harmonicas, o THD das correntes com-
pensadas foi reduzido de 19% para 8% no pior caso, indicando o desempenho satisfatorio
quanto a filtragem das correntes harmonicas selecionadas.
O filtro hıbrido utilizado e composto por um filtro passivo em serie com um fil-
tro ativo. Nesse caso, o filtro passivo e composto por tres ramos LC sintonizados nas
frequencias correspondentes aos 5o, 7o e 11o harmonicos e um filtro ativo a tres fios.
De uma forma geral, a corrente fundamental que flui pelos ramos passivos esta
adiantada das suas respectivas tensoes por causa da caracterıstica capacitiva do filtro
nesta frequencia. Assim, parte da corrente indutiva consumida pelas cargas e compensada
indiretamente. Como consequencia ocorre elevacao do valor agregado das tensoes da rede.
E importante ressaltar que caso a corrente capacitiva consumida pelo filtro seja maior que
a corrente indutiva consumida pela carga havera sobretensao na rede. Por este motivo o
filtro passivo deve ser projetado para consumir corrente capacitiva com amplitude inferior
a amplitude da corrente indutiva das cargas.
A compensacao harmonica realizada pelos filtros hıbridos controlados por corrente
e por tensao foi mais efetiva que a realizada pelo filtro ativo. De fato, o FHP-I reduziu a
distorcao harmonica total de corrente de 19, 2%, 22, 4% e 25, 7% para 4, 2%, 4, 6% e 5, 8%
em cada uma das fases e FHP-V reduziu para 3, 6%, 3, 6% e 3, 6%.
Tambem e possıvel afirmar que o filtro hıbrido controlado por tensao (FHP-V)
tem maior efetividade que o filtro hıbrido controlado por corrente (FHP-I) visto que
causou maior reducao no THD da corrente. Contudo, a dinamica dos controladores de
compensacao do FHP-I e mais rapida que a dinamica do FHP-V. Cabe ressaltar que essa
diferenca de caracterıstica dinamica e causada pela configuracao dos filtros utilizados nos
algoritmos de controle. Nas simulacoes preliminares, o FHP-V se mostrou mais sensıvel
ao ripple nas potencias fictıcias, obrigando a utilizacao de filtros do tipo passa baixas com
frequencias de corte menores que as dos filtros do FHP-I.
Propostas para Trabalhos Futuros
Os resultados e as conclusoes do trabalhos permitem a proposta dos seguintes
temas para trabalhos futuros:
108
• Montar uma plataforma em hardware composta por um conversor CC/CA e um DSP
(Digital Signal Processor) para implantacao e avaliacao dos algoritmos de controle
de compensacao de filtros ativos e hıbridos em tempo real;
• Analisar o desenvolvimento de filtros hıbridos compostos por um filtro passivo em
serie com um conversor CC/CA fonte de corrente;
• Avaliar diferentes tipos e algoritmos de filtros do tipo passa baixa para a extracao
das potencias medias fictıcias dos algoritmos de deteccao e compensacao harmonica
e suas influencias no desempenho dos filtros ativos e hıbridos;
• Avaliar a possibilidade do desenvolvimento de um filtro ativo totalmente controlado
por tensao, onde a malha de controle de corrente e suprimida.
109
REFERENCIAS
AHMED, K.; FINNEY, S.; WILLIAMS, B. Passive filter design for three-phase inverterinterfacing in distributed generation. In: Compatibility in Power Electronics, 2007. CPE’07. [S.l.: s.n.], 2007. p. 1–9.
AKAGI, H.; KANAZAWA, Y.; NABAE, A. Instantaneous reactive power compensatorscomprising switching devices without energy storage components. Industry Applications,IEEE Transactions on, IA-20, n. 3, p. 625–630, May 1984. ISSN 0093-9994.
AKAGI, H.; SRIANTHUMRONG, S.; TAMAI, Y. Comparisons in circuit configurationand filtering performance between hybrid and pure shunt active filters. In: IndustryApplications Conference, 2003. 38th IAS Annual Meeting. Conference Record of the.[S.l.: s.n.], 2003. v. 2, p. 1195–1202 vol.2.
AKAGI, H.; WATANABE, E.; AREDES, M. Instantaneous power theory and applicationsto power conditioning. [S.l.]: Wiley, 2007. (IEEE Press series on power engineering).
ALMEIDA, A.; MOREIRA, L.; DELGADO, J. Power quality problems and newsolutions. In: International Conference on Renewable Power and Power Quality. Vigo:[s.n.], 2003.
ANEEL, A. N. de E. E. Procedimentos de Distribuicao de Energia Eletrica no SistemaEletrico Nacional. 2009.
ASIMINOAEI, L.; KALASCHNIKOW, S.; HANSEN, S. Overall and selectivecompensation of harmonic currents in active filter applications. In: Compatibility andPower Electronics, 2009. CPE ’09. [S.l.: s.n.], 2009. p. 153–160.
BADI, M. Power Quality Improviment Using Passive Shunt Filter, TCR and TSCCombination. Dissertacao (Mestrado) — National Institute of Technology, India, 2012.
BASIC, D.; RAMSDEN, V.; MUTTIK, P. Hybrid filter control system with adaptivefilters for selective elimination of harmonics and interharmonics. Electric PowerApplications, IEE Proceedings -, v. 147, n. 4, p. 295–303, Jul 2000. ISSN 1350-2352.
CASARAVILLA, G. Filtro Activos Selectivos de Corrientes Armonicas. Tese (Doutorado)— Universidad de La Republica Oriental del Uruguay, 2003.
CASARAVILLA, G.; BRIOZZO, C.; WATANABE, E. Filtro activo de mınimo costo ajustado a la carga de un horno de arco y a las reglamentaciones sobre emision armonicaaplicables. In: Anais do XIII Congresso Brasileiro de Automatica - CBA 2000. [S.l.:s.n.], 2000.
CASARAVILLA, G. et al. Selective active filter with optimum remote harmonicdistortion control. Power Delivery, IEEE Transactions on, v. 19, n. 4, p. 1990–1997, Oct2004. ISSN 0885-8977.
CHAER, T. A. et al. Linear Feedback Control of a Parallel Active Harmonic Conditionerin Power Systems. 2009. 641 -653 p.
110
CHAOUI, A.; GAUBERT, J.; BOUAFIA, A. Direct power control concept and analysisfor three phase shunt active power filter. In: IECON 2012 - 38th Annual Conference onIEEE Industrial Electronics Society. [S.l.: s.n.], 2012. p. 1286–1294. ISSN 1553-572X.
CHEN, L.; JIA, Z. Three-phase four-wire shunt active power filter based on dsp. In:Industrial Electronics and Applications (ICIEA), 2010 the 5th IEEE Conference on. [S.l.:s.n.], 2010. p. 948–951.
CLARKE, E. Circuit Analysis of AC Power Systems. [S.l.]: Wiley, 1943. (GeneralElectric series, v. 1).
CZIKER, A.; MIRON, A.; CHINDRIS, M. Power quality indices for unbalancecharacterization in non-sinusoidal condition. In: 14th Internationas Research/ExpertConference ”Trends in the Development of Machinery and Associated Technology”. [S.l.:s.n.], 2010.
DAS, J. Passive filters-potentialities and limitations. p. 187 –197, june 2003. ISSN0190-2172.
DETJEN, D. et al. A new hybrid filter to dampen resonances and compensate harmoniccurrents in industrial power systems with power factor correction equipment. PowerElectronics, IEEE Transactions on, v. 16, n. 6, p. 821–827, Nov 2001. ISSN 0885-8993.
DEY, P. et al. Performance evaluation of reference current extraction methods for hybridactive power filter. In: Informatics, Electronics Vision (ICIEV), 2013 InternationalConference on. [S.l.: s.n.], 2013. p. 1–6.
ENGUO, Z.; GUOLIANG, W.; GONGXUN, Y. Power quality control technology basedon customer power. In: China International Conference on Electricity Distribution. [S.l.:s.n.], 2008. p. 1 –4.
EXPOSTO, B. et al. Three phase four wire shunt active power filter from theory toindustrial facility tests. In: Electrical Power Quality and Utilisation (EPQU), 2011 11thInternational Conference on. [S.l.: s.n.], 2011. p. 1–5. ISSN 2150-6647.
FEI, J.; LI, T.; ZHANG, S. Indirect current control of active power filter using novelsliding mode controller. In: Control and Modeling for Power Electronics (COMPEL),2012 IEEE 13th Workshop on. [S.l.: s.n.], 2012. p. 1–6. ISSN 1093-5142.
FREIJEDO, F. et al. Grid-synchronization methods for power converters. In: IndustrialElectronics, 2009. IECON ’09. 35th Annual Conference of IEEE. [S.l.: s.n.], 2009. p.522–529. ISSN 1553-572X.
FREITAS, C. M. et al. Control algorithms for a transformerless hybrid active filterwithout current sensors. In: IECON 2014 - 40th Annual Conference of IEEE IndustrialElectronics Society. [S.l.: s.n.], 2014.
FUJITA, H. A single-phase active filter using an h-bridge pwm converter with a samplingfrequency quadruple of the switching frequency. Power Electronics, IEEE Transactionson, v. 24, n. 4, p. 934–941, April 2009. ISSN 0885-8993.
111
FUJITA, H.; AKAGI, H. A practical approach to harmonic compensation in powersystems-series connection of passive and active filters. Industry Applications, IEEETransactions on, v. 27, n. 6, p. 1020–1025, Nov 1991. ISSN 0093-9994.
FUJITA, H.; YAMASAKI, T.; AKAGI, H. A hybrid active filter for damping of harmonicresonance in industrial power systems. Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 15,n. 2, p. 215–222, Mar 2000. ISSN 0885-8993.
HINGORANI, N. Introducing custom power. 1995. 41 -48 p.
IEEE. Ieee recommended practice for monitoring electric power quality. IEEE Std1159-2009 (Revision of IEEE Std 1159-1995), p. c1 –81, 26 2009.
IZHAR, M. et al. Performance for passive and active power filter in reducing harmonicsin the distribution system. In: Power and Energy Conference, 2004. PECon 2004.Proceedings. National. [S.l.: s.n.], 2004. p. 104 – 108.
JIAN, W.; NA, H.; DIANGUO, X. A 10kv shunt hybrid active filter for a powerdistribution system. In: Twenty-Third Annual IEEE Applied Power ElectronicsConference and Exposition, 2008. [S.l.: s.n.], 2008. p. 927 –932. ISSN 1048-2334.
JINTAKOSONWIT, P. et al. Implementation and performance of cooperative control ofshunt active filters for harmonic damping throughout a power distribution system. In:Industry Applications Conference, 2002. 37th IAS Annual Meeting. Conference Recordof the. [S.l.: s.n.], 2002. v. 1, p. 51–58 vol.1. ISSN 0197-2618.
JOUANNE, A. von; BANERJEE, B. Assessment of voltage unbalance. Power Delivery,IEEE Transactions on, v. 16, n. 4, p. 782–790, Oct 2001. ISSN 0885-8977.
KABIR, M.; MAHBUB, U. Synchronous detection and digital control of shunt activepower filter in power quality improvement. In: Power and Energy Conference at Illinois(PECI), 2011 IEEE. [S.l.: s.n.], 2011. p. 1–5.
KARUPPANAN, P.; MAHAPATRA, K. A novel control strategy based shunt aplcfor power quality improvements. In: International Conference on Power, Control andEmbedded Systems. [S.l.: s.n.], 2010. p. 1 –6.
KAZMIERKOWSKI, M.; MALESANI, L. Current control techniques for three-phase voltage-source pwm converters: a survey. IEEE Transactions on IndustrialElectronics, v. 45, n. 5, p. 691–703, 1998. ISSN 02780046. Disponıvel em:〈http://ieeexplore.ieee.org/lpdocs/epic03/wrapper.htm?arnumber=720325〉.
LEE YEN-CHING WANG, J.-C. L. T.-L. Design of a hybrid active filter for harmonicssuppression in industrial facilities. In: International Conference on Power Electronicsand Drive Systems. [S.l.: s.n.], 2009. p. 121 –126.
LI, K. et al. Strategies and Operating Point Optimization of STATCOM Control forVoltage Unbalance Mitigation in Three-Phase Three-Wire Systems. 2007. 413 -422 p.
LIN, Z. et al. Economic evaluation of real-time power quality cost. In: 45th InternationalUniversities Power Engineering Conference (UPEC). [S.l.: s.n.], 2010. p. 1 –5.
112
LITRaN, S.; SALMERoN, P. Analysis and design of different control strategies of hybridactive power filter based on the state model. Power Electronics, IET, v. 5, n. 8, p.1341–1350, 2012. ISSN 1755-4535.
MELO, M. O. B. C.; CAVALCANTI, G. Evaluation of the impacts of electric powerquality costs in industrial production: Case studies in northeast brazil. In: 15th IEEEInternational Conference on Harmonics and Quality of Power (ICHQP). [S.l.: s.n.],2012. p. 470 –475. ISSN 1540-6008.
MONTEIRO, L.; ENCARNACAO, L.; AREDES, M. A novel selective control algorithmfor the shunt active filter. In: International Power Electronics Conference. [S.l.: s.n.],2010. p. 2288 –2293.
MONTEIRO, L. F. C. Contribuicoes Para Otimizacao do Desempenho do CondicionadorUPQC (Unified Power Quality Conditioner). Tese (Doutorado) — Universidade Federaldo Rio de Janeiro, 2008.
MOUCO, A. do C. Um Filtro Hıbrido de Potencia para conexao em redes eletricas dealta tensao sem transformadores. Dissertacao (Mestrado) — Universidade Federal doRio de Janeiro, 2011.
MUHAMAD, M.; MARIUN, N.; RADZI, M. A. M. The effects of power quality to theindustries. In: Research and Development, 2007. SCOReD 2007. 5th Student Conferenceon. [S.l.: s.n.], 2007. p. 1–4.
RASTOGI, M.; MOHAN, N.; EDRIS, A. Hybrid-active filtering of harmonic currents inpower systems. Power Delivery, IEEE Transactions on, v. 10, n. 4, p. 1994–2000, Oct1995. ISSN 0885-8977.
RIVAS, D. et al. Improving passive filter compensation performance with activetechniques. Industrial Electronics, IEEE Transactions on, v. 50, n. 1, p. 161–170, Feb2003. ISSN 0278-0046.
ROLIM, L.; COSTA, D. da; AREDES, M. Analysis and software implementation of arobust synchronizing pll circuit based on the pq theory. Industrial Electronics, IEEETransactions on, v. 53, n. 6, p. 1919–1926, Dec 2006. ISSN 0278-0046.
ROUX, W. le; WYK, J. V. The effect of signal measurement and processing delayon the compensation of harmonics by pwm converters. Industrial Electronics, IEEETransactions on, v. 47, n. 2, p. 297–304, 2000. ISSN 0278-0046.
SCHIPMAN, K.; DELINCE, F. The Importance of good power quality. Belgica, 2010.
SENINI, S.; WOLFS, P. Hybrid active filter for harmonically unbalanced three phasethree wire railway traction loads. Power Electronics, IEEE Transactions on, v. 15, n. 4,p. 702–710, Jul 2000. ISSN 0885-8993.
SENINI, S.; WOLFS, P. Analysis and design of a multiple-loop control system fora hybrid active filter. Industrial Electronics, IEEE Transactions on, v. 49, n. 6, p.1283–1292, Dec 2002. ISSN 0278-0046.
SHIN, Y. J. et al. Power quality indices for transient disturbances. 2006. 253 - 261 p.
113
SRIANTHUMRONG, S.; AKAGI, H. A medium-voltage transformerless ac/dc powerconversion system consisting of a diode rectifier and a shunt hybrid filter. IndustryApplications, IEEE Transactions on, v. 39, n. 3, p. 874–882, 2003. ISSN 0093-9994.
WATANABE, E. et al. Instantaneous p-q power theory for control of compensatorsin micro-grids. In: International School on Nonsinusoidal Currents and Compensation(ISNCC). [S.l.: s.n.], 2010. p. 17–26.
YAZDANI, D.; BAKHSHAI, A.; JAIN, P. Grid synchronization techniques for converterinterfaced distributed generation systems. In: Energy Conversion Congress andExposition, 2009. ECCE 2009. IEEE. [S.l.: s.n.], 2009. p. 2007–2014.
115
A DEMONSTRACAO DA EQUACAO QUE RELACIONA A
COMPONENTE OSCILANTE DA TENSAO CC COM A POTENCIA
REAL OSCILANTE
Como mencionado no trabalho, a producao de potencia real oscilante por parte do
filtro ativo gera oscilacoes na tensao do barramento CC. Admitindo a ausencia de perdas
no inversor a potencia no lado CA e igual a potencia no lado CC. Assim, pode-se definir
a seguinte equacao:
p(t) = vcc(t)icc(t) (72)
icc = Cdvcc(t)
dt(73)
Onde, p(t), vcc(t) e icc(t) sao, respectivamente, as potencia, tensao e corrente ins-
tantaneas no capacitor do barramento CC. Substituindo a equacao de corrente do capa-
citor, indicada em (73), obtem-se:
p(t) = vcc(t)Cdvcc(t)
dt⇒ 1
C
∫p(t)dt =
∫vcc(t)dvcc (74)
A Figura 80 apresenta o grafico da tensao no capacitor quando a potencia real
oscilante e diferente de zero. O grafico indica que a tensao CC oscila em um perıodo
qualquer T ao redor do seu valor medio. Desta forma, vcc e a tensao media, vccmine vccmax
sao os valores mınimo e maximo da tensao e ∆vcc e a sua variacao.
Figura 80: Tensao CC com Componente Media e Oscilatoria
116
De acordo com a figura, pode-se reescrever a equacao anterior da seguinte forma:
1
C
∫ T/2
0
p(t)dt =
∫ vccmax
vccmin
vcc(t)dvcc ⇒ v2ccmax
− v2ccmin
=2
C
∫ T/2
0
p(t) (75)
Os termos quadraticos da equacao anterior podem ser expandidos da seguinte
forma:
v2ccmax
− v2ccmin
= (vccmax − vccmin︸ ︷︷ ︸∆vcc
)(vccmax + vccmin) (76)
Neste caso:
vccmax = vcc +∆vcc
2(77)
vccmin= vcc −
∆vcc2
(78)
Assim, e possıvel relacionar os termos quadraticos com a variacao maxima de
tensao, ∆vcc:
v2ccmax
− v2ccmin
= 2∆vccvcc (79)
Por fim, substituindo (79) em (75) obtemos a equacao que relaciona variacao da
tensao com a potencia oscilante produzida:
∆vcc =1
Cvcc
∫ T/2
0
p(t)dt (80)